PROVA 21 Competências/Conteúdos gerais Compreenção de texto dramático Compreensão escrito Conhecimentos Conhecimento explicíto explícito dada língua língua
Produção Produção dede texto texto
1. Parte ª
Lê com muita atenção este texto de Gil Vicente, extraído da sua obra Auto da Barca do Infer- no . Podes consultar alguma informação e significados de algumas palavras, apresentados, em notas ao lado do texto.
TEXTO A Tanto que Brísida Vaz se embarcou, veo um Judeu, com um bode às costas; e, chegando ao batel dos danados, diz:
JUDEU DIABO DIABO JUDEU JUDEU DIABO DIABO JUDEU JUDEU DIAB DIABOO JUDEU JUDEU DIABO DIABO JUDEU DIABO DIABO JUDEU JUDEU
DIABO DIABO JUDEU
DIAB ABOO JUDEU JUDEU
Que va vai cá cá? Ho Hou ma marinh inheiro! Oh! que má-hora má-hora vieste!. vieste!..... PARVO Furtaste a chiba 7 cabrão? Cuj'é Cuj'é esta esta barca barca que preste preste?? Parecês-me vós a mim Esta barca barca é do barqueir barqueiro. o. gafanhoto d'Almeirim Passai Passai-me -me por por meu dinhei dinheiro. ro. chacinado em um seirão. 1 E o bode bode há cá de vir? DIABO DIABO Judeu Judeu,, lá te passa passarão rão,, Notas 8 Pois també também m o bode há-de há-de vir. vir. porque vão mais despejados . 1. O bode era um animal de Que escusado escusado passagei passageiro! ro! PARVO E ele mijou mijou nos finad finados os sacrifício da religião judaica n'ergueja de São Gião 9! 2. nome judeu, talvez o da própria personagem Sem bo bode, co como irirei lá lá? 3. juiz, autoridade; o Judeu diriNem eu nom passo passo cabrões cabrões.. E comia a carne da panela ge-se ao Fidalgo Eis aqui aqui quatro quatro tostõe tostõess no dia de Nosso Senhor 10! 4. tolo e mais se vos pagará. E aperta o salvador, 5. fala típica dos judeus 2 6. troça Por vida do Semifará e mija na caravela! 7. cabra que me passeis o cabrão! DIABO DIABO Sus, Sus, sus! sus! Demo Demoss à vela! vela! 8. vazios, com menos gente Querês mais outro tostão? Vós, Judeu, irês à toa 11, 9. não respeitou as sepulturas da Nem tu tu nom hás hás-de -de vir vir cá. cá. que sois mui ruim pessoa. igreja Levai o cabrão na trela! 10. comia carne durante o jejum cristão Porque nom irá o judeu 11. a reboque onde vai Brísida Vaz? Ao senhor meirinho 3 apraz? Senhor meirinho, irei eu? E o fid fidalgo lgo, quem lhe lhe deu... ... Gil Vicente, Vicente, excerto do «Auto da Barca Barca O mando, mando, dizês, dizês, do batel batel?? do Inferno», in Teixeira, M. Ascensão e Bettencour, Corregedor, coronel, M. Assunção (2001) Língua Portuguesa 9, vol. 2, Texto Editora, Lisboa 4 castigai este sandeu ! Azará, pedra miúda, lodo, chanto, fogo, lenha, caganeira que te venha! Má corrença que te acuda! Par el Deu 5, que te sacuda coa beca nos focinhos! Fazes burla6 dos meirinhos? Dize, filho da cornuda! ©2004
• LÍNGUA LÍNGUA PORTUGUESA PORTUGUESA – 9. o AN O
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O questionário seguinte apresenta várias hipóteses de resposta para a questão que te é colocada. Escolhe a solução que te pareça correcta (apenas uma) e transcreve a alínea respectiva para a tua folha de prova. 1. Segundo as palavras do Diabo, o Judeu não podia ir na sua barca porque a) insistia em pagar para que o levassem. b) sendo judeu, não pertencia à religião cristã. c) transportava um animal com ele. c) não fizera jejum nos dias santos.
2. Depois de ter tentado pagar para ir na barca e, ao constatar que o Diabo não fazia tenção de o levar, o Judeu a) manifestou o desejo de acompanhar Brísida Vaz. b) invocou a autoridade do Fidalgo. embarcar, depois de ter insultado o Diabo. c) desistiu de embarcar,
d) foi à outra barca porque estava mais «despejada».
3. Quando o Judeu pergunta porque nom irá o judeu onde vai Brísida Vaz? , isso significa que a) se sentia mais à vontade indo com alguém que conhecia. b) a julgava de uma condição social superior à sua. c) achava que merecia o mesmo castigo do que ela. d) não se considerava socialmente inferior a ela.
4. Ao dirigir-se ao Judeu, Joane acusa-o de a) ter obtido o seu dinheiro ilegalmente.
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5. O Fidalgo e o Judeu não são designados pelos seus nomes próprios porque
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a) não representam um indivíduo mas um grupo social. b) ambos estão mortos e o seu nome já não é importante. c) são personagens alegóricas. d) ambos eram pecadores e iam para o Inferno.
Responde agora às seguintes questões tomando atenção às indicações que te são dadas. 6. Dois espectadores, que na época assistiram à peça, revelam opiniões diferentes sobre a personagem Joane . Joane é apenas o «parvo» da peça. Gil Vicente só o incluiu para nos fazer rir com todos os disparates que diz.
Joane não é assim tão parvo: acho até que neste episódio tem um papel importante, normalmente desempenhado pelo Diabo.
Em cerca de 10 linhas indica com qual das opiniões estás de acordo, apresentando argumentos que expliquem a tua posição e recorrendo aos elementos do texto que achares necessário.
7. Transcreve um excerto do texto que demonstre que o Judeu não reconhecia autoridade ao Diabo. 8. De todos as personagens que vão desfilando ao longo do auto, o Judeu é o único que quer entrar na Barca do Inferno. Qual a razão dessa opção? 9. Como em muitas peças de Gil Vicente, à crítica junta-se o elemento cómico.
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Lê agora com muita atenção o texto B, que se refere à presença dos Judeus em Portugal. Podes consultar o significado de algumas palavras, apresentado alfabeticamente a seguir ao texto.
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TEXTO B
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Na Idade Média eram numerosos os Judeus em Portugal, e, na altura da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques (1147), a cidade tinha já uma comunidade hebraica significativa. Devido às circunstâncias precárias da sua vida, e por estarem sujeitos a perseguições por motivos rácicos, religiosos e económicos, os Judeus dedicavam-se sobretudo a actividades que não dependessem da propriedade imobiliária. Eram, na sua maioria, mercadores, usurários, médicos, astrónomos e astrólogos, ou exerciam ofícios artesanais como os de ourives e alfaiate. Era aos Judeus e ao seu sistema bancário que membros de todas as classes recorriam, provindo daí o seu peso decisivo na economia nacional. A integração dos Judeus continuava a ser problemática, com a continuada existência de incidentes entre Judeus e Cristãos. Em 1480 foi introduzida a Inquisição e, em 1492, ordenada a expulsão dos Judeus de Espanha pelos Reis Católicos. Os que recusaram a conversão conseguiram em parte emigrar, emigrar, tendo Portugal recebido cerca de 60 mil, enquanto outros seguiram para o norte de África ou para o norte da Europa. Quatro anos mais tarde, D. Manuel ordenou também a sua expulsão, com excepção dos que aceitassem converter-se, dificultando a saída dos convertidos do país, medida esta que procurava manter em Portugal meios financeiros necessários ao reino. Enciclopédia Universal , Texto Editora in http://www.jovem.te.pt (adaptado)
VOCABULÁRIO conversão – mudança de religião, neste caso do judaísmo para o cristianismo hebraico – relativo aos Judeus
precário – inseguro, incerto rácico – relativo à raça usurário – aquele que empresta dinheiro com juros
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Responde às seguintes questões, tomando atenção às indicações que te são dadas.
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10. Explica a razão pela qual os Judeus não se podiam dedicar a actividades que implicassem a posse de bens imobiliários.
11. Indica a condição que era imposta aos Judeus para que pudessem permanecer no reino, no tempo de D. Manuel.
12. Recorda agora o texto A, considerando que, de certa forma, ele reflecte uma realidade da sua época. Transcreve dois excertos do texto A que estejam relacionados com cada uma das seguintes conclusões que pudemos retirar da leitura do texto B.
12.1. Os Judeus estavam sujeitos a perseguições religiosas e rácicas. 12.2. Muitos Judeus eram usurários e gente de todas as classes recorria ao seu dinheiro porque os Judeus dominavam o sistema bancário.
Responde, agora, às questões seguintes, sobre o funcionamento da língua, tendo em atenção, mais uma vez, as indicações que te são dadas.
13. Lê a seguinte frase complexa: Eram, na sua maioria, mercadores, usurários, médicos, astrónomos e astrólogos, ou exerciam ofícios artesanais como os de ourives e alfaiate.
13.1. Delimita as orações existentes na frase. 13.2. Classifica-as.
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14. Transforma, eliminando ou substituindo o que achares necessário, cada um dos seguintes pares de frases simples numa só frase complexa, utilizando para esse efeito, uma só vez, um elemento escolhido da lista seguinte. Exemplo:
contudo
– Os Judeus tinham poder económico. Os Judeus viviam em condições precárias. – Os Judeus tinham poder económico, económico, contudo viviam em condições condições precárias.
por conseguinte
onde
quando
que
14.1. Viviam muitos Judeus em Lisboa em 1147. D. Afonso Henriques conquistou Lisboa em 1147. 14.2. Os Judeus viviam em comunidades próprias. As comunidades eram administradas por rabinos. 14.3. Após a expulsão de Espanha, muitos Judeus fugiram para Portugal. Em Portugal os Judeus acabaram também por ser perseguidos. 14.4. D. Manuel necessitava do poder económico dos Judeus. D. Manuel tentou evitar a saída dos Judeus do reino.
15. Faz corresponder a cada palavra numerada na coluna da esquerda, a sua respectiva classe gramatical, escolhendo-a, uma só vez, na coluna da direita e registando na tua folha de prova os números e as letras que lhes estão associadas. 1. numerosos (linha 1)
a) conjunção
2. não (linha 4)
b) adjectivo
3. ou (linha 6)
c) verbo
4. integração (linha 9)
d) nome
5. os (linha 1)
e) pronome
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16. Indica quais as palavras, da lista numerada na questão anterior, que têm a forma que podemos encontrar no dicionário, registando na tua folha de prova os números das palavras que seleccionaste.
17. Indica na tua folha de prova uma palavra homófona de cada uma das palavras da lista seguinte. a) sem b) concerto c) paço d) coser
18. Completa as frases que se seguem, escolhendo a expressão adequada entre parêntesis. Regista na tua folha de prova cada uma das expressões que escolheste pela ordem com que surgem no texto. A maioria das personagens do Auto (vai/vão) para o Inferno. Chegam do mundo dos vivos preocupadas em salvar-se mas não (vêm/vêem) que os argumentos já de nada lhes valem. Quase toda a sociedade é assim condenada e não é de surpreender que no final (houve-se/houvesse) na Barca do Inferno um fidalgo, um juiz e um frade.
19. Da seguinte lista de palavras, transcreve para a tua prova aquelas que, pela sua acentuação, consideres graves. águia – altura – cidade – integração – precário – rácico – também – usurário – vida
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2. Parte ª
Portugal sempre foi, desde a sua origem, uma nação com várias raças e até várias religiões. Mais recentemente, passou de um país exclusivamente de emigrantes para um país de acolhimento de pessoas provenientes de outros países à procura de uma vida melhor.
Redige um texto, com o máximo de 220 e o mínimo de 160 palavras, em que apresentes a tua opinião sobre a melhor maneira de promover a boa convivência entre comunidades, de forma a evitar a marginalização de pessoas com base na sua raça, religião ou país de origem. Antes de escreveres o texto, toma atenção às indicações seguintes: • Tenta Tenta estabelecer com clareza o teu ponto de vista sobre o assunto, de modo a que as tuas afirmações e raciocínios sejam coerentes e façam sentido. • Organiza o texto de modo a que tenha introdução, desenvolvimento e conclusão, estabelecendo parágrafos sempre que for necessário. • Tenta exprimir-te correctamente, tendo em atenção a construção das frases, a ortografia, a escolha do vocabulário adequado e a pontuação. • Elabora um rascunho para que possas corrigir o que for necessário.
Depois de escreveres o texto, relê-o com muita atenção antes de entregares a tua prova.
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COTAÇÕES
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1. Part Partee . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
150 150 pon ponto toss
1 ............................................................. 2 ............................................................. 3 ............................................................. 4 ............................................................. 5 ............................................................. 6 ............................................................. 7 ............................................................. 8 ............................................................. 9.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13.3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14.2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 3
7 pontos 7 pontos 7 pontos 7 pontos 7 pontos 15 pontos 6 pontos 8 pontos 3 pontos 5 pontos 6 pontos 6 pontos 5 pontos 5 pontos 4 pontos 4 pontos 4 pontos 4 pontos 4 pontos 4 t
ª