ANTROPOLGIA SOCIA
Diretor: Glbero Velho
·PETER FY Profeso de Antopologa do Itituto de Cênc Humns da UNAM
Hisóra Socia da Cança e da Fama (2� ed.) ilipe Aris
Uma Teoia da Ação Coleva Howard S. Becker
Canvas, Maandos e eis (3 ed) Roberto Da ata
Buxa Oácuos e Magia ene os zande E vans-Príthard
Eemenos de Oganzação Soca aymond Firth
A Intepeação das Cuuas Clfford Geertz
Esgma: Noas sobe a Manipuação da enídade Deeioada ( ed) rng Goffman
O Pacio do Samba Maria Júlia Goldwaer
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IDENTID A AD DE E POLITIC A NA CUURA BRASILEIRA
A Sciooga do Bas Ubano Anthony Anthon y e lzabeth Leeds
Cua e Razão ca arshall ahlins
Mvmenos Ubanos no Rio de Janio arlos Nelson Fereira dos ants
A e Socedade Gilbero Velho
Deso e Dvegênca (4 ed Gilberto Velhá
ndividuaismo e Cuua Nos pa uma Anropooga da Sociedade Cnemoânea Glero Velh
Gua de O 2 ed) Yvonne .A lho
ZAHR E EDITORES DITORES RIO E JANEIRO
(NDICE
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Todos os dieitos resrvaos. A eprodução nã-auorizada esa bcaão, no od o em ae onsiui vioaão do copyrigh (Lei 988)
Aradcmnos
Apresntação: Para Iglê Vr
ITULO I
M él XX él XX D M R o Pao O crscmnto a or gnização da umban 23 Cp l e eõ osmooga 26
C: L Stei ompoção Zaar Edres
11
1 3 25
2
anesr cscmnto a oraão o moso 29 Mtosmo Estao 30 osmooga 31 Aguma nrraçs sobr o sgmn o mosmo osmo mbana 35 A foação nctua o mtomo a umbana 36 manuã os síos da rs socas 37 CAITULO II
33
Feijoad e Sou! Fd: Notas sobre a Manpuação
· íl É N a àa 1982
ireos paa esa edição conraados com ZAHAR EDITOS S.A
aixa osa 0 (Z00 io de Janeiro Imresso no Brasi
Hl Ml l Af ;ITL.O II Hl O Pro�na ropiedas á sicas sicas os os oasiios omosseaia ascuia o uos na iiaa
47 54 6
6
fndice
guns on1enáos Os ultos e B�n Inerpreaçõs Pouaes nteetações diconais
64 65 70 73
CfTULO IV D Hq à : A Cã Hó
8
Hx onens "chas Os Enenddos Os Médcos e os Mianes d ueza scuso do Reono e o Modeo Smétio sia onnua us oncsões déia ra e nt lug 108 Sm aal aa? 109 As çõ co o pí m ea ó 111 PÍO V
90 3 96 03 0 0
Curitiba, que tem pinheros esta Curitiba eu viajo. uritib onde o céu zul não é azul Curiti b que vijo No a Curitib paa inglês inglês ver, Cuitba me via.
11 O
Mfb x N
o nidade do aud
6
bema 11 mn e m 20 a d . v 2 ê 122 e a aa aã 23 m 24 qma miza 25 Z lna e Badr r 27 m "y t a, m!
J 30
Dalton Trevisan, Mistérios de Curita, R de Jan Cvilzaçã Balea 1968.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Fundação Fod, qe ancio a pesqis sobe mbanda e pentecostaiso, e à Fndaço de Ampo à Pesqis do Estado de So Palo, qe nnciaa pesqisa sobr o Cafndó. mboa seja injsto encina apenas agns omes gostaa de agadece especalmente a Glberto Velho e me convdo a pbca esta coetânea e a Calos Vogt, Berta Waldman Joge Fenandes, Mada ea aa a ín Dnzn, q naa na aa Agadeço and a ora Faksm n pela reviso dos oigas
APRESENTAÇÃO: PARA INGLÊS VER
Em geral os aropólogos começam seus tra' alos com uma discussão so bre as relaçes que travaram com seu "oeto de pesqua. Em lgus casos essas relaçes foram de amor em outros, de ódo Algus se sei ram adotados outros apeas tolerados Mas todos sete a ecessidade de eclarar o esado de sua paixo perate seu traao Dgo pao porque a reórca do atropólogo ela é utas vezes a mas fore jusicaiva para o lho, ne no õe t elecuas eüe emee amas e ouras mais. Tudo sso tem seu fudameto eórco pois a aropologa é ere mamete sesível ao sigfcado. Como o sigicado de u oeo de um comporameto, de um rual ou de um to é dado pelo coteo social em que ele se localza (a verdade á algus aroólogos que sisem a posslidade ou mesmo a ecessdade de gorar o coteto) é claro e o sgfcado da realdade que o atropólogo efea vai depeder da sa percepço a qual po sua vez é lmtada e corolada pela sua epe êca socia o setdo s amplo possvel : a percepço das coisas · �ue v defr o que é ieressate o que é mporte e o que proleátco e é essa mesa percepço que va der os rumos da nter preação. Aal de cotas eum atropólogo oe em dia, pesa expla um assuto ququer Nesse sedo os argos que compem se livro são eatvas de epea agus aspectos da cultura rasileira como so iterpretaçes e coo a ia percepço se rasforma a 1edida em que a ma eperca ocal se alera com O passr ds aos 6 evdete que ão represeam ecessariaee o que peso este mo eto Mas coo ese ometo logo em seguda outro, resolvi me !scar a pulcá-los um pela meira vez (Capulo IV) e os deas pela da Mas voltemos à queso da percepço e relaço ere o pesqusa r e seu oeto de estudo. 1
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apesetaçoo apesetaç
par inglês ver
Enm ui levado a hear além do andomblé para nlês ou an cês no aso) ver. E vi o que não ueria ver Em vez de unio e confança mútua v desunio e desconança Em vez de um povo undo contra o que onsiderava seus opressores v m povo ogando o mesmo jogo desses opressores. Mas coo podera ser diferente? Seuamente o tipo de dta dura que se desenvolveu no Brasl não surgiu num vuo cultural. Fui le vado a pensar que o autoritarsmo e a prepotência dos governantes estvam sendo onstrudos com tijolos ulturas já moldados Mas tve diuldades estética também pois me fo extremamente problemático compartlhar do sens estétco dos meus amigos umbands tas O que para eles era lndo para mim era kch. Uma vez asssti a um ritual para Iemnjá, num terrero e Campinas, uja mãe-desanto e mé dum de Iem era uma senora loira, descendente de famia de imi rantes italianos O terreiro estava enfetado om luzes que psavan flo res de plstio fohas de alumíno e as imaens de praxe em esso pinta das om ores prmáris A mãede-santo se colocou em rente ao altar vestida o uma saia longa de laê prateado e blusa de etim azul Ao receber os fuidos de Ien1aná, assmu a postura corporal da conheda representaço pctórca desse orx co os braços levenente ergudos Logo em seguda começou a antar om uma voz voz redonda e afnada afnada e c0 trnuo de cantora p. A md ea e Gounod Ato connu ui assaltado por uma vontade quase inexorável de rir e tirando um lenço do bolso, n ue estav espirrand Qudo'estava novamente quase sob ontrole e fazendo autortas ao meu etnocentrismo etnocentrismo inontro lável uma senora ao neu lado cm lágrmas nos olhos me disse: Que lndo! Tão lindo que parece diso Mas o kc, con10 o surrealsmo est no olho de quem vê Tanto um qunto outro outr o se denem em rlação a un determnado ponto de visa No aso do kch esse ponto de vsta é neessarimente o de ua pseudo superioridade pos é o sujeto de bom gosto que é capaz de enxergar a beleza ou o humor no mau gost o outro. Castigueine por tamano esnobismo mas não o supere. Mesmo om anos de Brasl se que mina apreaço da beleza da umbanda não é a mesma que a dos seus adeptos Mas no aso, mnha nionalidade nionalida de não é um tor fundamental, pois tenho certeza que nnha vsão é gual à e muita ente da mnha posição de caqui o Brasil. Talvez sea por sso que o anomblé é mais estudado estudado e mais apreciado pelos inteletuas em eral Como o candomblé usa todo u ritual e indumentria que que oem dos obetos do otidino é possvel dexar de lado o juzo ultural e apreilo nos seus prpros termos um pouo esse aspecto ue abordo no no Captulo onde tento entender omo é que uma relgo om razes de resistncia negra pô ue
se
Ave Mari
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de ser cooptada e, ao ontrro do que dzem muitos inteletus dexar de ser _ um símboo de nertude Esse captulo apresenta séros ;roblemas p0s, na retóa d momento entize demasiadamente o aspeto d cooptação em detmento da resstêca aspecto que, sem dda está também presente basta ver o surgmento da Esola de Samba Quilombo por exmplo. Ma. s continuo achndo que a tese está correta, pois as forma recentes para expressar sua ultu�as quen musao tosdene origem am emouanos os adota dentdade braslera afana Black Ro a prol ra ão de bailes de afro-sou! em Capnas e o Ch Show de São Paulo so stanas onde os negros brasileiros criam smbolos novos de etn dade, de acor o com sa a experênca socal Enquanto uns podem achar q ue esses enomenos so exemplos de "dependência cultur ou da apa c dede das multnaonais do dso de vender qulquer produto, no teo d v a que mesmo assim, representam um momento da maor mpor tanca no pocesso da ormação da detidade negra no Brasl No Capítulo II flo da relação entre homossexulidade e as rel aob ões do Pará e no norte do Bras em eral Ao �asleirasdaemteseBelém longo da oentação de mestrado de Anaza Vergolno, que versava sobre os batuques de Belém fque bastante curioso ao deparar om a relação que ela notara entre os batuues e a homossexuldade Procure a bblograa sobre o assunto, que dsobri ser pequena e um tanto pre cceua. u u nisam n veaidade da relaão entre uma 0sa outra outros notadamente rtur Ramos e Roger Bastide aru mentavam em ontráro Resolv ver com meus próprios olhos e viaje par Belém Belém.. sse capt lo poderia muito bem ser expnddo, pois desde entao, ·adq mores nformações sbre a relação entre a homossexul dade e as relgies arobrasleras e, ertamente esse não é o nco exem plo do uso cultural da ambgüdae sexul para ns religoss Aos ho mensmeres e "mheres-homen (bdachs) das trbos ndígenas da Aeca do orte também eram atribudos poderes místcos omo motra magistralme te Désy ( 978. Continuo acredtando qu Mary oulas (966) e Vtor Turner 99) esto no amnho eto qudo armam que há ua orrelação entre a marginalidade social e um certo tpo de poder que diere do utilzad nas estruturas os de controle A ambgüdade sexua criada nas dferenes ulturas de acordo om as taxinomias que eas produzem) é quase sempre um motvo para atrbui (no sentido literal da palara) e de perigo Inssto, po remes dequenspração estas são sempre atrbuições ulturais que dervam da ordem taxinôn1ica vgente. Colocome onta os que ecam e "naturlizam o hoossexual ujas caraterstia seriam de d e ordem transultual e portanto "natural Essa dsussão é aprofundada o Capulo IV onde prouro mostrar on0 a homossexualidade nasulina nasulina é construída socialmente ao longo do 1
a
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para inglês ver
tempo e de classe pa classe o Basl. A expeêcia em Belém me co venceu de d e que a homosexualdade homosexualdade deve se elatvizada elatvizada paa se copee dda como fato socl, e ão bológco. Ao escever esse capulo tve a mao dculdade em ermnálo, pos cou cada vez mais evidente que dscu a sexualdade nesses temos levara, ecessaiamene, ecessaiamene, a uma discussão cada vez mas loóc _ loóc _a sobe os umos das tasoaçes da cultua braslera como um todo emo sugerdo que a sexuadade talvez sea o veículo mais eciene para a tasmisso de mesages sobe os pncípio que oteam a sciedade, a medida em que os atos sexuas chegam até o fudo da psque Pode Podeaa acescea uma azão a mas mas paa eforça essa agumetação: o exo é percebido como algo natura ago que ompe e queba, mutas vzes, as coveçes socas Mas se é vedade que ele adque, como udo ue é abalado socal e cultualmene, sgcação no seu coexo soca, ele dexa então de se assm ão atual e subept camene �ge como rnsmsso de déas e oçes socas e poltcas Fco sempe estarecdo edo os tabahos de Mases, Johson e seus seguidoes, que do taa êfase aos aspectos hdulcos do sexo, pois, como odos ós sabemos, ão basam as condções mecâncas paa poduzi o ogasmo Ele va depede, fudamealmete, das sgcações arbudas a tas estulos. A cuua, longe de ser apenas u aspeco secudáio da sexuadade,, é, a meu er o seu âmago sexuadade âmago quno cap, nea un hstóa das ogns, tm o u aedotáio patcua Fo o posso· Zeferino Vaz, eto Reitor Reitor da Ucamp, que me peu paa vsga a lígua aicaa do aud, aendedo à solcação de auda acadêmca de um amigo de Soocaba. No co ão dei muta mpoa à descbeta e duv dei fancamete da sua veacdade Msmo assm, covide meus amgos ligüsas, Calos Vog e Mauzo Gnee, paa ao Cafudó, distate 15km de Soocaba, o mucpo 4e Sa de Papoa, stuado uma baixada tão grande que ome . Depos de nos apesetarmos, gamos o paece da setdo a seu ome. gavador e começams a fa sobe a íngua acaa Mha supesa e emoço foam gaes quando ecoheci agumas paavas que também fazem pate da gu da famla bano fada em Zmbabwe kuen (a da), uima abah) e ouas Desde eno contnuo, co Calos, Mau o e o hstoiado obe Slees, a pesqusa a língua, a hsória e a oga zação socal desse gupo de descendenes de escravos, numa numa eativa de etende a lgua e a razão de s Se ame no Capulo I que no etende no ha va ou/ food o asil essa experêca veo me contadize, pos al achamos uma mnea d fala co léxco é de ogem agolaa e cuja impo tâca udamenta de ama uma dendade aaa a a bcos e egos vzhos vzhos Esse capíuo 'o eaborado a ses mãos e agradeço aos meus amgos e companeos de abaho, Calos e Mauzo pea permssão paa pblcálo aqu
aeentação
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Tendo esclaecido os motvos que me levaam a abordar os assuntos pesentes neste livo, posso agora voltar à questão genérica do glês vendo o Ba Basil sil.. Até aora consegu obter duas possveis explicações paa a expresso paa nglês ve. Ambas, independentemente da sua veracdade stóca, podem ser tatadas como mios de oigem que evlam a essência do sent do da expresso. O pimeio arma que a expesso teria surgdo n perodo ente a probição nglesa do tágo negeo, em 830 e a aboliço da escravido o Brasl, em 1888 Nesse peodo, desenvoveuse uma série de mecans mos de camuagem dos navios negreiros negreiros para conundir o naos de guerra ingleses, ou ou seja "paa ingês ver m outo mito de ogem me fo dado em Campias. Nessa vesão, a expesso teria surgido ete et e os operários da Companhia Paulsta de Estada de Fero quando desejavam esconder uma sée de prtcas extraegulamentaes dos seus patres inglees Esses dois mtos de orgem õem 9 nglês e o brasilio numa relação erquica onde o pmero doma o segundo s egundo pela oa das armas e do capital. O subodinado, na relaço elabora estraégias de sobrevivência o espaço que tem e esconde essa resistência aravés da cnstruço de ua achada de conormidade Seguramene, essa estatégia é comum a todas as relaçes desse tpo Foi assim que nasceu o candomblé moderno, com os orxs escondidos atrás da saas dos sas atóos Assim tm bém, o internato onde estudei, conseguamos uma certa liberdde rente auoridade quase toalitia nessa insttução total o olheiro, ao notr a chegada do proessor, gitava em latim ave! cautela) Embora a expressão para inglês ve sea mais omumnte usada em situações de herarquia, ela é aproprada a quaisquer situções em que se que mater a chada perante o outo, que poeia eagi hostil mete se soubesse da verdade A idéia bsica é que as regras omais podem podem ser buladas a medida em que o "outro no percba. Mas, por que é que esse "outo é ingls? Os de origem evidenciam dados históicos que so verossímeis, tanto que é possível imagar que se a expesso tivesse ido oigem mas recente, o inglês tera sdo substtudo por "alemo, "aponês ou noeamericano. A epresso ao colocar o "brasileo em oposiço ao "glês, dz muio no s das epresentações que se tem no rasl o "inglês genéri co, mas tambén do "basileiro genérico, que adquie contornos mais claos em oposição ao "inglês Tant uma identidade quato a outra so sdas d m d ss do do m primeiro lua a expesso entiza a espertea do "brasileiro em ração o "inglês, que adquie o cheo do tário Mas a oposiço "desordm/"ordem "desordm/"ordem tam bém está presente, assm con uma sée de outrs opsçes que poden
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. pa ingls ver
aesentço
ser captada nos comenáros. do da-ada Poderao resula e tabe as do tpo: Inglês eérico
• • ·• • • • •
Ordeiro Otáo Fo Ponual N ão ão s ua ua Fom Rp R pi ia ado do a c .
Braseo enéco_
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D o o d d r r o Epo Qu No po Ssua Ifomal Dsre Ds rep pa aor or a
Esta taxno de caractere naconas dene e grande pare eu e paço de anobra co nglês no Brasl Quando chego tarde para ua reu reu no ou ostro sns de alandrage, ou sueto a coentáro rncos do tpo está cano as as bralero que utos braseros por a a As a tanoa dos caracteres naconas é alva da contradço Sou reclass cado coo braliro para evitar que un nglê posa agr de ora nesperada a da É o o processo de preseraço do paradga que é ev dencado na recla caço do negro que é rco e te ago brancos coo negro de ala braca Mas a nha xpeênca no ar entre o nglê genrco e o bra ero genérco te sdo undaentalente de conuo e contradço, pos se a autoae do braero é obeto de vergonha para algns é ovo de orgulho para outro Se o carnava e a n1landrage são ar cas de orgulho par un ão a vergóha de outros tantos E ão esses últ os que gostaran que o Bral tvese do cooniado denitvaente pelos holandeses! Da 1esa orn os que aea a plantação da de ocraca e do esdo de dreo no Brail tende a adar o nglês genérco enquant os que preere o arbtro entza o valor positvo da aandrage as supoho que se produz o conceto de deo craca reatva as ao stuar alguns brasl braslero ero nua posço e outros nouta po o, na raldad, esa opoço entre o nglê e o braero tende a coexr e odo undo Ua poço ou outra é nvocada situaconalente de acordo co o nteresse e ogo A é que u proesso unverstáro, densor dos dretos cv e da gudade d cada cdadão prante p rante a le é capa de aconar aaes pessoa na a as eeras do governo para consegur u avor burocrátco assn ta bé que u pentecostal pode reqüenar u centro de ubanda e vce vera . ai tabé que o sr Jno Quadro pode ser tão aandro con1 o sr dhear de Barro apear de e apresentar na eeiç para o
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governo de São Pauo coo u paradgn1a da luta cotra a "corrupção E suma, a tenão entre o ngê e o braeiro parece fzer eco à dialéca da aandra aandrage ge analada no cco enso e Antôno Cânddo (970) e reproduzr a opoço entre o caxias e o aandro eaborada por Roberto da Mata (973 98) Tavez tenha so so nessa tenão que enxergue o surrealo de ue fae aca Mas é tabé nea teno entre a orde· e a deode, enre o etado de dreito e o arbítro entre o pentecotaso e a unbanda unbanda entre o ho oseua odro a bca'\ ente o céu que azul e não é azu entre Curtba co pnheiro e a Cutba e pinhro que vajo e e dexo viaar Cap Capnas, nas, dezebro dezebro de 98 NOTAS
io ioaç açõs õs ob ob o afr-sou/ m Campa o Chi Sow m So auo gao a Co Rodgu a Sv a Apda o Sva, ambo auo o uo pó-gaao m aropooga a Uamp
REFEÉNCIA
âo, A leros os.. asler stu os Br os Br as de E Estu tituto to de Institu st o o Ins Revst m in Rev drage agem andr c da ma an létc ialét 1970 19 70 "A ia Da Ma, R 1973 Enaos de Antopolog srutul, ópoi Voz 'aropoogi ogi u " " in do Nu 978 ofío oo ou omo 'aropo Zh h o Z ó ic ic a, Ro Soco coó ntura ra So Ae entu g.), ), A A (o g. . . zro asle lezro ema bas ema ocwo o g o ós : P uma socw erós ross e H er Man nro s Ma Carna nas 80 Car 1980 19 2� Ro, Zaar Déy ibe. e. n L Lib d), ), n Nod quee du du No éiqu n Am Améi ah h n brda ( ss brd m mc ( m-f 'ho om "L'h 9 "L oua es s ond nde Taboo o, o and Tabo lutzon n and lutzo epts o o f Con cepts sis o f Conc nal sis An A Anal anger r An n D ange y a an 966 Py Rou & Kg au Lu A. aaa G 9 O Sereo a Macumb Rio, Paz e Tr. Tu W 1969 The Ra Pocess tructre and Ant·rucre Ant·rucre Cgo A
capítulo I
MANCHESTER, SÉCULO XIX E SÃO PAO SCUO XX DOS MOVMENTOS LGOSOS*
A ansíç (para uma sociedade ndustra pc a la. E e cul u ncl u o ssem a e poder, as elações de propedade sues egoss e qe s não nseadas duzm ao vlameno dos fenômenos e oam a anáse va Tompson 1967: 80
Este ensaio propõe-se a examinar a diensão .religiosa no século XIX em Manchester e no século XX e São Pulo, focalizando o metodismo no pmeir caso e no segundo o que se chaa gerlmente de religião ao brasileia da ubanda sses movimentos surgiram e se delineaam clara mente no "uío geral da atividade rligiosa nas duas situações cresen ae ádo com a ndustrialiaão provocando coentros de estudoos conteporâneos e hstoriadres A partir da observação do cres ciment da orgazação da cosologia e dos �istemas morais desses dois moimntos assi cmo das orms pelas quas adquiriram sentio surg ram e se combinaram nas sociedades onde se desenvolveram serão levanta das qustões obre as dierenças esseniais entre essas duas experiência de industraliaço O argumento que desenvolvereos baseiase em questões levntdas numa esquisa que pretendeu entendr a expansão parlea do penecos
* _blicado oiginalente em Relgo e Sociedade, 3, 1978 pp. 25-2 em radu ço de Mônia Squea Lie de Baos e sob o íulo "Two e gous mvemns: · eneosas an uanda e Jh D. Wh e Re Je () Mancestr and São Paul bemsf Rapi Uban G rwth, Sanfd Sand Unesy Pess 198.
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pa inglês ver
dos movetos gosos
tasmo e da mbanda em So Pauo Sendo ipossve distinir sociolo gcamente os membros desses dois movimentos eligiosos que diferem profundamente em termos de organzação e cosmologia e representam das maneiras dstintas de nterpreta e ida com as aições do meio uba no sa própria coexistência tornase pobemtica. Otos atoes já afraam anteroente que essas eigies tve am sucesso poqe fncionavam como nstitções qe integrava o r d e rme arte da remissa e a socie dade exste como um todo fnconal e qe novo membos podem nea se integr" na medda em qe estabeecem laços pimáios fliandose a congregações religioas e assmindo compomisso com ma cosmoogia qe orece a intepretaço coerente dos fatos da vida socia urbana Contdo a adesão a alqer moimento socia, dendo ou não como regioso", envove m compromisso não apenas com a cosmlogia do momento, mas tamém com um conunto de relações socias que de mandam investmento de tempo e dinheo, redzindo conseüenemente a escala de outros invstimentos possveis. Assm é clao que essas adeses não integam" o noo adepto propiamente na cidade e sim num novo campo de relaçes soiais, ou atuam como um sbstituto, um reforço ou ma fga de outras reações pmáias tais como o paentesco. Esa interpretaço também é insatisfatia porque no leva em con sdeaço a natureza istinta dos dois movmentos A umbanda poifera na base da ruptra de upos estentes espalado-se pea paisagem urbana como uma tibo acéfa O pentecostalismo, ao contráro, cesce através do proseitismo de grandes pegadores e forma grandes congregações, cja autonoma fca estrita a fedeaçes ecientes. A mbanda se atén a uma cosmologia atamente eclética, com tantas variações quantos são seus pra ticantes, e se orienta par uma souço ritual a curto prazo ds probemas pementes O pentecstalismo ligase a ma cosmologia unifcada com noções bem delimtadas de bem" e mal qe defnem ma moa ética rgorosa, base do camino para a salvaço eterna depos a morte, e, aém disso, coloca o crente à pate dos nãocrentes dante toda a vida Essas duas foras de manifestação religiosa corespondem a das aneias divess, e em verdade contaditórias, de capta a socedade bra sieia e de nea atuar nquanto a mbanda busca poitariamente atingir metas sociais, defnidas a curto prazo, através da manipulação de elaçes sociais (chamadas algumas vezes de clientela), o pentecostalismo repre sena a ceebraço de ma espécie de acionalismo burocrático qe acom pana o crescmento do capitalismo indstrial moderno e a formação do Esado possvel estaelece, de muitas maneiras, paraels evidentes entre o pentecostalismo de oje, em São ao, e o metodismo do séco XIX na Ingaterra Ambos so movimentos de evangezaço ambos pega1 2
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ma grosa discipna mora como o caminho paa a savção nm mndo ftuo e ambos preocpamse com a oganização em aga escala e com a hieraqua Contdo, é o crescente vgo da u1banda qe marca uma dife ença radica entre as duas cdads e é nas caacteísticas esse útimo mo imento que este trabalho se concentaá O que determina a dença básca ente as das cidades qe compa ramos é o fato de qe não havia um eqvaente esttura à mbanda no século XIX em Manchester Peo contrário, o que nós chamamos conven conamente de maga deca d V V ra, a brndo camnho à revoução indstia e ao pitanismo mtante Keit Tomas demonstou qe os cunning men crndeios, qu e expe rimentaam uma espécie de enascimento depois da Refora tornaramse insignicantes qando das mdanças religiosas e dstis que caracteri zaam o m dos séculos XII e XX No caso do Basil deuse o inveso, pos em vez de decai com a industalzaço e o conseqüente crescimento das cidades, a umbanda parece rescer paalelamente à crescente sosti caço industrial À prmeira vista pode paece absdo tentar compaar uma região cjas origens culturas vêm do catoicsmo romano, do esiritismo eopeu e dos sistemas elgioos da poplaço indígena baseia e acana com outra, cuas razes esão na eforma e no puitansmo do século XII Anal, a stóia cutua do Basil em nada se assemea à da Ingatera Contudo, tomando-se por base a estruura da organzaçã e da cosmooga dessas das fomas reigiosas e relacionandos com a estruturaço das relaçes socais nas das sitações, torna-se possvel a ompaação Dei ando-se de ado a ênfase nas genealogas cutuais da duas eligies e tomando-se apnas ses picpios estruturas básicos, é possvel levntar se questões sobre a maneira como a epeiência social se oganiza nas duas tuações 3
SÃO PAULO
O crescimento e a oganização da umband
Os relatos as antgos sobre grupos eligiosos aobrasieios descrevem a situação no Rio de Janeiro e em alvador no fnal d séclo passado e incio dese Em ambos os casos, ignoandose as diferenças stis de estio e rtua, o quadro geral era de peqenas counidades chamadas candoblé em alvador e acba no Rio, costitudas por negros sob a liderança de um pa ou 1ãe-deano. O ritua centaizava-se no clto e na possessão por divindades oginárias das tradições culturais da Áfica Ocidental, que se escondiam atrás das máscaras dos santos católicos Esses gpo vsavam 4
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dos mmetos rlgoss
par ingês ver
a manuenção do bemstar de seus membros e udavam aqueles que procuravam seu auxio em horas de aliç organizaçã do cuto era complexa mas baseavase na autoridade dos e sobre seus osde sant O cnito existia dentro e entre os centros de culto, o que levava algums vezes à ruptura e à undação de novs centrs. Esse prcesso era cntroado pea tradiço segund a qua, para adquirir legitimidade com der d cuto a pessoa tina de completar um certo número de ritais de inciaço que, além de cnsumi temp o, custvam bastante dinheir Depis de algum tempo ·(provavelmente nos anos 1920) essa es trutura organiza_ cional atamente cntrolada cmeçou a se acionar e ram aparecendo simultaneamente lgumas mudanças ovos líderes se estabeleceram sem terem necessariament passado por tds os anteriormente requeridos, m mor número de pessas ade riu a cult e u nov espírito, o bc, apareceu acredtando�se que representav s membro mortos de grups étncs indígenas Perdeuse alo da antiga rdem: a rganização tornouse mais luda talvez em rela ção direta com a maior uide da sciedade como u tdo durante os anos em que a ndustriaização se tou uma força ntvel em Sã Paulo Tamém drate esse período elementos da dutrina espírita de Krde comeara a ser incorprados pr alguns grupos em particular a noção de que os espíritos passam pr reencarnações sucessivas dunte as quais vãose elevand até alcançarem a perição iana Brown dcumentou es prcss no Ro de Jane nde o term umbanda apa receu pela primea vz Siultaneaente cm a adção de dutrinas espíritas, esses centrs começaram a [ dar iprtânca as aspects mis "aricans da doutrna e a rituas cm sacrifío de mais, numa tenttiva de trna sua religiã mas respeitável u segd Bwn num prcess de branqueament (Bwn, 976) D iníci a f d stad Nvo s cultos arasileiros oram re primidos pela plícia ps eram cnsiderads aenadres pela classe dnate ntretant depis da Segunda Guerra Mundial a umanda c meçou a se alastra n grandes cidade e Sã Pauo nã foi ec 6 la no se espalu sb controle de um líder carismtic e sm espntaneamente à edida que s centrs se didam e nvs cetros eram formados por médiuns abiciss, que sentiam ter nmer necessáio de segudres para u bm api naceiro A rvadade e a cmptiã entre os méduns dentr ds terres, levando ruptura cnstituiu também uma característica das relações entre esses grups. Alguns lderes ambicisos organizam federações de centros de cult tenand estabelecer ua hegemnia ritual e pltica sobre essa re ligião que se expndia rapidamente. Contud a rivaidade fi ainda mais ntensa nee nvel de rgzaçã e nenhuma federaçã cnseguiu pene 5
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trar eetivamente na autnma plítica e ritual, zelosamente guardada ds centrs de culto dividus 7 Composição socal e reações com a sociedade mais ampla·
comeo deste sécul os cbé e as cb eram constitudos por descendentes de escravos. Os cultos tiveram rigem entre s escravos e para mitigar a repressã po parte da elte branca, os deuses da Áica eram disrçads sb as denmnações ds sants catóicos. s eações en s cutos e a elte governante er, no entant, ambguas pis se por um lad a burguesia os reprimia, por outr reconhecia seu poder ritual Os que não tinam pder econômico ou polític eram vists cmo pssuidres de poderes sorenaturais Em Savadr, s memros da ete ranca era recrutados cm membros (ã) dos candmblés. ssim, btinham prteçã "espiritua e troca da proteçã política que oereciam aos cs Em utra paavas a mesma ete que reprima os cults tamém era respnsável por sua prteção N Rio, a situaçã era semeante e o jrnsta Jão d Ri descreveu cmo s ricos dependiam das cb para uda ritual em prblemas polticos amrosos e de negócis e com as 1cub dependiam ds rics para sua exstência. "Soms ns a l tnte se reere as membrs da classe média que consuta v as macubas que asseguraos a sua existência cmo amr de u home de negcis por sua amante atriz (, 96026) A metáfora e oão d Ro i bem escida, pois, embra as classes média e ata de carasem pressar a regiã catóca, eqüentava candestinamente cub. as três últas décadas a umbanda n só cresceu expnencial nente cm a cmpsiçã scial de seus emros também mudou. Embra sj quase mpssvel estia com precisã a nature scigica ds praticantes da umbanda a mair parte ds traalhos mais recentes se o assunt ressata que ea deixou de ser mnopio dos pretos e penerou em todas as casses scais 8 O "process de branqueament apicue não sonente ao ritual mas tbém à cmpsição social da umbanda. De certa maneira a umbanda deixou de ser um culto mar ginal e aquees que mntnam no pssado reações semclandestinas cm essa regio são hje encontrados agind pucamente cmo médiuns atamente cncts Cm essas mudanças n a coposiçã socia, as relações entre o culto e Estad também mudarm Enquant n passad os poíticos prcura am api dos embros da umbanda através de visitas discretas aos seus rituis em rca de votos, recteente gverno do estado de Sã Pauo anistu seu api púbic Secretia de Tusmo patrocina a festa
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pa glês ver
ndstral ssn1 sa organzação e doutrna servam a ds propóstos No caso da brgesia, funconava como um estímlo deógco para a an1ação de capta. No caso do proletarado, o metodsmo tnha portante ape ao oar a discpina no traao, necessára ao novo sstema fbr Atravs das escoas, das probções, das classes nquisitoriais da aeaa o foo do nrno, da repressão ao prazer sexa e aos dver tetos estâneos e através de rencenações emotvas, dongo após dngo, d dama da conversão da pecamnosdade produtiva e dis pna neódica podtva, a gea wesleyana contrba para a transr ão d tabaador tadcona" nu operário comprmetido e de tado ábrica. Tendo estabelecido a relação entre o metodsmo e a ncucação da dsciplna n trabaho, Thompson z a pergnta mais difcl por qe tantos trabahadores se sumetia a essa fora de exporação psquica? Como é que o metodsmo podia desempenhar com tano sucesso esse dplo papel de religião dos exploradores e dos explorado" Thompson aponta três razões: a dotrinação, principamente através da escolas dom nicas o sntdo comunitáro metodsta e as conseqüêcias psqicas da contrareolção (Thompson, op. cit: 42) As dus prmeiras razões parece sucientemente plasveis em vista d vidia ol oicas deseavam reaizar ais uma salvaão noral" do qe uma educação no sentido mas ampo; anal de contas, Jaez Bntng conseguiu probir a aprendizagem da escrt até o fm da década de 8 e as crianças ran1 sumetidas ao que Lecky chaou de terrorsmo regoso sentido de comunidade etodista tabém era mto oe e a mportânca de ser embro do grupo metodsta já oi menconada Contdo como oi levntado aeriormente nest ensaio todos os movimetos socais envolvem algum tipo de comunidade de mneira qe embora seja revelador descorir como cada movimento desenvolve suas próprias regras esse setor isso no nos ajuda necessariamene a en· tender por qe as pessas podem ser atradas para um certo tipo de cou nidade o ideologia e não outro A resposta que Thompson dá a sso é sua hiptes de que o metoiso no perodo 79583 er essencialmen te um refúgo para a straço potica por parte da casse tralhadora o que ele chamava de quiliasmo do desespero 12 Thopon sugere ue o metodsmo otodoxo e os grupo revivaistas avançara quando o radicaiso poltico decliou nvertendo assi a pótee princip de Hosaw, de que a expansão do metodiso acopaou o ressurgin d atvidad polia radial owm c ) s edências de cada lado são conusas e complicadas pelas stleza do contexto ocal e a exstêia de váos tipos de etodiso Ward por xepl� lega que o revivais10 urano em Manchester era desereado anes de Peteroo, as que depois do massacre o goselvagem nca mais retornou
d movmentos religiosos
ad, o 83) Stigant, outo escrtor interessado em testar a hipó tese de Thopon, ama que isso acontece no caso dos n1tdista pi tvos Stgant, _o 6). Qaqer que sea o veredt qe n1a peuia is detalhada pa rnecer ore ea qutão, o u pra nece é o ato de qe o etodsn eseyano e sas ran1ifcaçes tieran1 se age de coveres drate o peíodo posteor Revoluç Fancesa perodo qe testeuo o crescento d capitaismo nstra no norte da Ingatea No conjunto a rma de oganzação, a ênse na sbnissão e na digênca, e a poaridade absouta entre rsto e Satanás o avanço metosta é coerente co sa época e está intmante igado às danças scias e intelectuais da Ingaterra nesse período drante o qual realzaramse tranformaçes radicas no padro das relaes sociais e econmicas aravés de refas contnuas em vez de uma trasformação revolconára abrupta )
Metodismo e ubanda
Da anera coo o n1etodsmo foi apresentado e analsado pelos atores ctados parece que ee sera uma característica necessára de qaquer so cedade qe pasasse pea ndustralzaço as estes são os pergos de aná ses de tendnca fnconasta e os resuados eqentes da aqmia da expcaço socógca a oseror Pos, s ta a e Palo, vereos e peo nenos qanto s nsttuções regiosas, o quadro radcalmente difeente. É verdade qe o sugin1ento do pentecostasmo pode se anasado qas da esna maneira Assm con10 o etodiso, possi a esruta erárqica copexa sustentao sstema de crenças que acta a conversão e desenvolve uma ataa costante contra Satanás e sus trabaos. Os pentecostas de São Pao, cono os ige ses metodistas são separados dos não crentes e conseqüêcia e seus dra mátcos tabus contra a bebda, a teevsão, o futeo e otrs. Tamé gozam da reputação de trabaho duro e honestidade. O mov1ento pentecostal dfere do etodso do scuo XX picipamente peo fato de não se, tabé, ua relgão da uguesa as qe dá sentdo à umnda que epresenta, e utos aspec tos a nttese d metodsmo e do pntecostiso ver quadro p 43) qe ea tan1én1 se desenvoveu numa stuação de expansão ndustrial e urbanzaço. anda com exceção dos deres das ederaçes te pocas pretenses oras e na verdade seus oponentes consderana m fco de vcio e aaqua A oganzao, a crença e o tual bandistas não paecen sr unconis no contexto do crescimento o capitalsmo idsria excto peo fato de qe possa ser vstos como sedativo odo por aqueles qe as soren1 a exploração capitaista. Afna a uanda exata utos dos aores qe o etodisn10 e o captaso dusta
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O T ambor d as Fores dssrtção d mstro Uvrsdd Estdul d Cm
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FEIJOADA E "OUL FOOD": NOTA SOBRE A MANPULAÇÃ DE fBOLO ÉNCO E NACNAI*
E julho últo, e Nov Yok, decd oecer a eus gos um pato bsleo típco. Co ut dculdde consegu eota ão-peto, costeets de poco defudas, couve e deas pertences e ss pue pe pa foada, que sev co devd pop Fo aí que u d eus 1gos, u peto do Alb, depos de te cudadosente oldo e cedo tvessa, destuu odo o suspese obsevdo que se atav splesente d cod à qal esv acostudo desde cnça. O que , Bi u c é, d Ud, soul food. Está clo que a oge do pato a es nos dos pases, pos e bos este te da cultua cln o elbodo pelos escvos ulzn do s sobs do poco despezadas po seus senoes A ença stá no sgcdo sbólco do pt a stuaço bslea, fod nco poda con0 sbolo da aondade, enquanto nos stdos ndos se tonou sbolo de negtud no cotexto do oveno de lbeço ega Ms a eoad no o nco exeplo de asslço po pte d socedade basle e seu onunto, de ens cultuas elabodo pelos egos O saba e o cndobl tab so e gu ao ou eno utlzados coo sbolos ncons baseos e coo tal exbos e ctazes e gus tustcos Al dsso, todos esses tens "poduzos e elboado pelos negos e stuaço de doo o popaos pe los "pdutoes d cultu de sss e ncopodos les long plays, lvos e evsts. Glbeto Feye us eses epos, ente outos, pa dnst ue a colonzaço o, no asl, u pocesso essenclente aônco,
* te m nao Ona o 9 o é u ero ur 47
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feJoada e "ou/ food
pa inglês ver
rentemete produza seu própro samba e desfle essa produção se faz o nteresse de outro gupo, que deomne, etaforcamente de "zoa sul. Como oorreu com o candomblé na Baha, o samba no é mas smples mete a expresso cultura de um pequeo gruo localzado Transformo se num ímbolo naconal e sto no apenas pela ltraço da zona sul em atvdades puramente culturas, mas pela sutl manpulaç do captal Quem está endvdado nanceramente tora-se dependente poltcamente O ue fz até agora fo etzai del beraamente um lado da n1oeda Tente ostrar de modo muto esquemátco coo dos tens culturas, pro duzdos rgnalmente por negros foram sutlente aproprados pela bur guesa branca e transformados em nsttuções aconas lucratvas (tanto ecoôma quanto oltcamente) Suger que 9s produtores orgnas des ses tens culturas se transformaram de certo modo em empregados dos novos produtores e estmuladores da "cultura de massa Naturalmente reconheço que esta vsão smplcada no az justça a uma realdade que é muto ms complexa em todos os candombés da Ba estão sob as lu zes da pblcdade na verdade, a maora cntua a funconar sem o conecmento (e o reconecmento) da elte cltural baana e dos turstas e o saba anda é produzdo localmente se nteresses fnanceros dre tos de fora Além do mas e sso cocordo co Goldwasser, sera gênuo assum ue o pvo da Manguera perdeu td sua autonoma polca e rsa Votando agora à aneota que cote no íco deste artgo, cabe pr guntar pr que é que o Brasl os produtores e smbolos naconas e da cultura e massa escoleram tens culturas prduzdos orgnalmente por grupos dmados? E por que sto não ocorreu os EUA e em outras soce dades catalstas Os smbolos naconas da Iglaterra no se orgnaram na cultura das classes populares e a Rodésa no foram os brancos que adotaram o Zmbabwe como seu símbolo culturl naonal Para aar a verdade, acho dfícl responer a estas questes Una possbldde é que tanto o candomblé como o samba consttuam os pro dutos culuras mas orgas no Brasl e eram, oranto, capaes de dstn gur smbolcamente o Brasl de outras nações ltnoamercanas e do mun do desenolvdo Outra nterpretaço possvel, e a que realmente prero, é que a adção de tas símbolos era poltcamente convenete, um nstru mento para asseguar a domnaço mascarandoa sob outro ome ssm, o casamento etre colonzadors'portugueses e prncesas egras em Moçam bque uma sagaz manobra polítca, fo nterprtado pelos apologstas do colonalsmo portugus como prova da ausca de preconcetos racstas Glberto Freyre, o supremo expoente da lusotrpscologa deduz da troca apareteente lvre de traços culturas entre vros gupos étncos a natu reza essecalmente democrtca da estrutra ocal braslera enso, ao contráro que a converso e símbolos étcos m símbolos naconas no
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apenas oculta ua stuação de domnação racal as torna muto ma dfí c a tarefa de denucla Quado se convertem smbolos de rontras étncas em símbolos que armam os lmtes da naconaldade convertese rgalmente pergso em alo lmpo seguro e doest cado Agora que o candombé e o samba so consderados chiques e res ptves, perdeam o poder e antes possuam No exste sou! fod no Brasl REFERSNCIA
Bown, D. r ban Religous Movement . Umban da: Pol itic s o f an iédia 'olumbia University Douga, M. 1976 Pureza e Peigo, São Puo speca
1974
Tese de outorameno
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Goldwasse MJ 976 O Palcio do Samba Rio Zha Ro do 1906 As Rel gõ es no Rio, Rio, Ga ier. Rodigues, N. _ . 1935 O Ani mi smo Ftichisa dos N egos B a, Rio, Cvh zço Brastle Veho, YM 975 Ge" de Ox Rio, Zh
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homossexuadade mascua e cutos af-bases
para inglês v
culto repres ;�ta nic o social no qual os "hoossexuais podm ex press _ar sua femae atravs de sua associaço com os gruos pre doantemente emos e atravs da possessão de espritos feininos Ma al d br de a aera al dprd d ganhar um status elevado como lderes de culto respeitados e famosos Argumentarei que em Belm, e provavelmente em outras partes d Norte e ordes te brasileiro, certos homes que reivindicam a prerência pela copaia sexual de outros homens, aos quais atribudo o sts de "biha são atrados aos cultos não somente porque estes são ppular mete defindos como nchos de omossexuaidade masculina, mas por duas outras razes imporantes. Primeiro, tanto a homossexualidade masculina quanto os cultos de ossessão so denidos como comportaentos desantes em relaço aos valores dominantes brasileiros egundo de aco o com as déias teóricas de ouglas ( 1966 197) e Turner ( 969), vefcamos que ser denido pela ociedae como suo e perigos é eqüetemente uma vantagem positia para aqueles que exercem uma pro sso ligada aos poderes mágicos. essoas que são denidas e se denem a si mesmas como homossexuais encontramse classiicadas com pervertidas e "desviantes, e portantpermanecem nas margens da estutura social forma Ter estado à margem esceve Douglas " ter estdo em contat com o perigo é ter estado a fonte do poder (Douglas, 19:97 PROPRIEDADES BÃSICAS DOS CULTOS AFRO-BRASIOS
O ateria! básico que compõe o ritual as crenças e a organizaç social dos ultos de possessão brasileiros provm de origens tão diversa como espirituaismo europeu de llan Kardec (Renshaw 1969 Warren 1968a 1968b), o curandeirismo amerndio, a astrologia, as religies da Áca oci dent tradas ao rasil durnte o ráco de escraos o catolicism romano outras mor pae dos estdos pioneiros estava direconada para deectar as genealogias culturais da variadas formas encontradas n Brasi e resultou em classicações complexas (Carneiro 964) e numa ceta ten dênia a sparar rmas em mais u menos "puras, dependendo de sua delidade miesta às ormas acnas ocidentais Fz uito mais entido oniderar tais ormas de culto coo respostas locais às condições sócio estturais as quais elas agem Os cltos pe se ds em ds teas mls ueles que seguem mas ou menos elmete a tradiço kardecista e aqueles que se aproximam ms das fomas ainas ou amerndias geralmente conheids como "aobrasileras O prmeo tipo tende a ser encontrdo nas clsses mdias e o segundo está normmente mais associado ao pobre '
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urbano mesmo que seus serviços mágicos sejam procurados pelos ricos e bem de ida Os assim chaados cultos arobrasileiros são diferentemente chama dos de umbanda macumba, xaô batuque e candomblé. Nos cultos r deistas, as pessoas deixamse possuir pelos espíritos dos mortos nua atmosra relativamete calma se canar dançar ou tocar tamor e c locam êfase considerável na doutrina d reencarnaço sucessiva relaciona da com ma ética de caridade educaç e trabalho árduo Os kardecistas e geral possuem pouco respeito pelos cultos arobrasileiros os quis sã assoiados ao pobre e metaforcamnte representados como esprits · "não desenvolvidos. Os espritos que "descem nas religiões aobrasileiras esto orde nados nma hierarquia paramilitar de lgiões e langes cada uma delas encabçadas por um orixá de origem aicana. Os orixás também so san tos da Ireja católica romna e se acredta geralmente que esse "sincrets 0 tenase desenvolvido durante o perodo colonial quando os escravs ocultava seus deuses aicanos por trás do disfarce de santos crisH[os Sb a iderança da maioria dos orixás há u grande número de espritos me nores ue consttuem a essência da ativdade ritua cotidiana São eles s caboclos as criaças, os pretos velhos o baianos os exus, as ponbasgiras etc A populariade desses gupos de espritos varia de una região para outra reio do as e de um terreiro ar outro. Cada centro de culto é liderado or um pai ou medsanto qe mantn u controle um tnto autocrátio sobre os outros médiuns ou lhosdesnt. Dentro dos terreiros há ua conpetiço considerável ente os lhos e entre os lhos e o líder do culto de um lado e de outro pelo recoheimento da parte de quem ven ao terreiro para consultar certs espritos Os mdiuns ambiciosos considam seu prestígio ao longo tempo e qudo no conseguem usurpr a autoridade do líder do culto abandonam o terreiro para construir o seu próprio centro Os cultos ao brasileirs, potanto, esto um process de expansão constante e se espa lham atrvés do panoraa urbano num movimento semelhante ao de uma tribo acéfa. Os centros de culto são permeados por uma forte concorrência entre seus ebros sso se expressa em acusções mútuas de misticaço u de ataque mstico. odos os centros tonam precauções cuidadosas para se defenderem de tais ataqus Os centros de culo reúnense ais ou menos reularmente para sesses trabalhos ou festas durante os quais os mdiuns "ree em os espritos adequados às ocasie om exceço dos cultos de can dombl a ahia ais 'tradicionais, o diuns possudos no somente dançam, nas tabém conversam com os clientes a quem do conselhos e proteço ritual ("passes. A eatridde é importante e a mise-ensce 3
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para ing ver
homossexualde mascua e cultos afo-brasleros
ra com sussrros obsenos revelavamse fazendo trejeitos e fando de modo afetado, exagerao e naseante imprimndo ao tom de voz um al sete máximo e usando as formas verbais mnas Todas as suas energias estavam irigidas para onsegir m encontro no qal eles desempenas sem o papel feminno (Landes op. ct. 387) Landes conheceu ns dez paisdesanto ue tinham vindo de grpos de prostitutas de rua, rapazes delinqüentes e andrs da ciade" (Lan des op cit :398), entr os quas ela distguiu vários tipos Aguns como Bernardino ela não tee escrúpulos em pbliar o nome dos seus inr mantes), romperam cmpletamente om suas ligações de a cltivado a patir de ento os féi do culto, que eram hoens normais deslumraos com o mstério que ccunda o cefe do culo" (Landes, op c 398) Esses faziam o qe podiam para ocultar sa omossexlidade. Outrs como João, mtêm as ligações antigas ao lado das novas (Landes, op ct 398) João () é muito desavergoado meio amaneirado as ruas escreve aras de amor para os homens de quem gosta, veste camias extravaantes cjas cors e coes deixm à vista seus ombros e sua ple bonita e alisa os cabes Cabelo alisado é o ímboo dos honossexuais masculinos" (Landes p ct :396) Otros tipos como Vavá Lanes chama de bissexal" Assim como João Vavá cede sua casa de cuto para encontros amoross, conseqentemente onseguindo para si nesmo o acesso aos homens qe lá vão originalmente por motivos eterossexis Ao mesmo tempo ele bem casado com uma atraente moça branca e os seus 25 anos esteve casao durante muito temp" (Landes op c. 397) Tendo descto a situação dessa maneira Landes ofrece das inter ee e Peo o oosses ssivos aderem ao s clos a m de desempenhar papéis feminnos. Segudo ao agir dessa manera, eles podem adqurir pestígio como lderes religiosos, compensando eu stau menosprezado de homossexu. Landes sstenta a tese de que tradicionamente" o papel de lder de culto era essencialmente feminino s as meres podam cidar os d_e se" {Landes op á :393) e que por esa razão os únicos omns que poderiam aderir ao cuto como médiuns ela arma qe os omens p diam ocupar posiçes admistrativas nos ultos) eram os oosexuas, qe apesar de srem omens, eram eninos ane op c: 393). Dessa maeira eles podeam desempear papéis minnos ob a proteção do culto s homossexais diz Lndes qrem uma cisa paa a qual candombé fornece as mas amplas oportunidades eles que rem ser muleres" (des, op cit. 394) Nas casas de culto esses omns odiam rituaizar sua milidade" no transe sacerdotal-e as fantaias dos homossexuai passivos eram realizadas sore a proteçao do clto, na medida em que os homens dançavam com mleres [sc] nos papéis de mulheres, vestindo saias e recebendo esptos" {Landes, op ci 394 "
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Além disso sas danças era altamente sensus em contraste pronnciado com as formas atléticas cltivadas pelo homm nas danças prof nas" Landes, op c 394) Landes não esconde um certo desgosto ao descrever e analisar se mateial.· Não parece lhe agradar o aparecimento do candomblé de cabo clo e nem o surgimento aparntemente simultâneo ds líderes masculinos, que la vê menos como pesoas em seus próprios ireitos e mas como subttutos precários da coisa verdadeira" Os p e odecboo tabém têm maeiismos efemnados, competndo não com a autoridade tranqia das matriarcas do clto, com seus movimetos controlados, mas com coquetismo nervos ds homossexuais (Lande op c 394) Além disso o pai comum está inteessado somente na opotdade de exibição pessoa enquanto as grandes mães tê primordialmente um imenso orgulo d sua profssão" Lande, op t 395). E fnalente o pai é antes de tuo um anômo sexual e só s ecundariamente m lder de culto" (Landes op cit 395) Apesar de todas essas restrições, Lanes nos conta que alun desses omens ocp um ds posiçõe ma las dentro do candomblé Em lugar de serem alvo de mexericos observações desdehosa eles estão instalados em casas confortáveis, sevidos por subordinados d culto e algumas vezes ficam ricos" (Landes, o i 394) Ela con clui qe eles assumiram o pael de mãedesanto e 'eploraram os seviços sacerdotais para seus benef cis próprios" Landes op i: 397) A ca relação direta entre crença religiosa e homossexalidade mencionada por Landes é etre os paisdesanto e entidade protetora Iansã, que, de acordo com a tradção", é ma muler masculinizada o e u " mbora Edson Carneir não enha escrito especicamente sobre homosexuidade masculina, ele parece compartilar as esmas opies de Landes Também Carneir considera o candombl m domínio tradi cionalmente femiino que smente começou a admtir omens com a introdção do candomblé de caboclo Nesses cltos á menos rigidez na estutra erárqica e nesta confuso de atoridad misturase a confsão ds sexos nas celebraçõs rituais e em outras casies" (Carneiro, 95414) Os omens que se liam aos cltos ama Carneiro mos a a a nas qvocas d eemnaço es ntam os cabelos pintam as unas dos pés, emoam a faces; sempre estão rodeaos de muheres e convrsam com ma volubiiade tipicamente fe minia Carneiro op c 15155) trabalo de Landes não escapou de crticas. Herskovits e Rmos dispararam ataqes Herskovits, numa resenha do livr de Landes A Cidade da Mlhere, contestou a tese de qe o papel sacerdotal nos candoblés estava necessariamente reservado às mulheres. Havia pcos nens, ele declara basicamente por razes econmicas. No rasil como na Áica 8
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homossexualidae masculna e ultos afo-bsileros
para ings ver
Oodoxo Sincrétco Toal
v!ães
Pais
Total
11(46% 26(69 37 (60
4 5 11(3 2 (4
2 (00 37 (100 62(00)
(Do dgm presedo por Rbeo.
ens ou maéria de ridículo soial de acord com as sanções da culura braseir radicina mesmo quando eles dçva nessas mesas ceriô nias (Rbeiro, op. cit.:112 Sua interpretaçã sociológica da presença de homossexuais "declarados ou "dssiados e peoas co "idenidae sexua ustrada nos cultos é seelhate à de Lades. Eles podem iarse aos cults "para ebir seus mneios ou pra se identicar com as i vindades mninas em reuniões ideradas pr oossexuais ou "eles pode abé ser atrados por ouras neceidades mtvioais co plexas d comensação pelas fustrações impotas a eles por suas posições e interações dentro da sociedade ais ampla (beiro, op ci119). ALGUNS COMENTÁRIOS
Antes d mais nada, convém notar que nenhum desses autores mtêm clara a distinção entre as suas caegorias alticas e as dos pesquisados ndes Raos sam os teros "homossexul passivo e "homossexual ativo s sequer deni o que eles pretende dier com esses ermos e nem a que termos eles correspondem se é que corresonde no quadro de erência dos atore. Se a inorção enográca relativa ao esuema classicatório da essoa envolvidas, é uio is difcil avaliar suas contatações. ndes coeça o seu ensaio co a aração de que "os problemas de omssexuadade vari de cultura para utura, mas logo acrescenta que á uma tendência a "istinguir plaente entre o omssxual ativo e assivo (Ldes, op c 386 Tendo estabelecido ee "ivesal cural sem o denir; ela passa então a baaar com seu fatos obtidos na Bah Ribeiro ambém ura da boca par ora acreitar que a o mossexJaidade é curamente deda (o ci118) as não vê ne nhua ontradiç[o entre esse ponto de vista seu próprio procemento de enquadrar suas obervações dentro de caorias novaente não de nidas do jargão psicolgico interpretações as entrevistas e estes con titue exeplo assombroso desss teoas psicolgicas cuja etodolo ia fa delas nada mais do que rocias que se cuprem Existe outro problea relaivo à caraceriação de Lndes do pape sacerdoal no candomblé biano coo sendo tradicionalmene minino.
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Podemos oar a armação de Herskovs de que tradicionalente isso no �co ?ece ne eso na Árica ocienal nreano o ao u a aoa dos mebros do clo são mueres e meso se ndes está errada em insistir que o papl sacerdotal é exlusivaene femnio as mlhres certamene don os culos É diíl aceitar o agumet de Landes porque ela traa o asi chaado homossexual passivo como se fosse "pior ainda do que·uma mher de segunda categoria Noven te seu argwento poderia se resgaado se ela tivesse sido capaz de cir as opiniões das pessoas envolvas Mes0 ass esses traaos são ais que siples especulções: eles sugerem que há algu ipo de conexão entre a homossexuaidade masculna e os culos Sugerem que os culos podem oferecer oporuni dades para carreiras lucrativas, anto em termos nnceiros como de prs tígio par homens classificaos como desvianes sexis O erial de ndes também sugere qe os culos epresena um nicho ara o estabelecimeno reqüene de relações sociais entre omens co oriena ção omossexual além da articulação resultne de normas e valore Entretanto, o fato de mtos do assim chaados omossexuis passivos da Bahia conquistarem posições proeminentes denro do candonblé sugere que os cuos possuem certa características esruturais vanajosas para que opa por fazer careira d paidesano A verificação dessas sugesões requer, acima de tudo uma ivestigação mais delhada e medologicaente crieriosa sobre a oosse xualidade e os culos, desvendando a maneira pela qual os indivíduos in teragem em situações concreta coo eles se classifica e são classicados peos outros e quais são as sus interpreações da gação (ou não) entre a homossexuidade e os culos Tndo decifrado as categorias e seu devido contexto, o problema nal é relacionálas com o sistema ocil nais amlo no qual os culto esão inseridos "U nndino on pleto, escreve Becker e rlação ao estudo do desviante, "rquer estudo meticuloso dessas enições dos procesos pelos quais elas se maisam e adqe legiiidade e reconhecimento (Becker 1973 27) Os próxmos iens des ensio procurarão expcitar a propsição acia e relação à siuação e Belém OS CUTOS EM BEÉM
O núero de teos usados p_ radiscrnar um grupo de clto dos utros ou uma categoria de grupos de culto das outras, e Belém refle ua oplexidad também encontrada e outras cidades braileas E larga dda essa oleidade de eros s laionada aia l qul os grupos rivais auônomos tna difrecse uns dos outros pesar
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homosexualdade masculn e cultos afro-brasleros
para ingês ver INTERPRETAÇÕES POPULARES
urante a época da pesqusa de capo mutos afirmaram que a maioria dos men1bros mscuinos do culto eram bichas'. Perguntei a eles por ue pensavan1 assm A naioria encontru dculdade e formular suas res postas espontaneamente, o que ndic que o fenômeno subaz e áreas da sua readade não ão conscentzada Entretato aps um certo grau de insstncia, agumas sugstões fora formuladas A resposta mais co dada eos própros membros do culto fo qu no havia nenuma xpcação para o fato Como Arhur Ramos, s nsstram que a presença das bcas" 18 no culto não tinha nnhuma relação on1 o culo em s Esse arguento era sustentado pela ctação da regra de que a vida no santo não nha relação com a vda prvada Os eacock zeram a mesna obseaç: m relaço aos homens que usam a idumentária ritua, dança e sã homossexuais citados ou verdade ros, a doutrna aceita pela maioria ds lderes do batuque é que enquanto ees cunprrem suas obrigações e dmonstrarem respeio durte a cr môna, a vida sexua deles não deve interessar nem aos membros éis e nem a nngum mais (eacock, S e , 972 6 Como disse um paide santo u sou uma bicha todo nudo sbe que sou bicha e eu nunca ne gue que sou bicha. Ao mesmo tempo sou um padesanto e u eto na B ndo o u , e o o dexd de do m mutos terreros, essa crença nwa otal separação entre a vda no santo e a vda do pecador legitma o que parece ser para as pessoas es tranhas ao culto uma iberdade sexual bastante ampla dentro e- regras previamente taça. As nicas restriçõs que o culto impõe sobre a se xualdade são as atividades sexuas ates e depois dos rtuas e nã o tpo de ativdad s�xual nem o sexo das ssoas envolvdas mediatamente de pos do ato sexual, e por um períoo varáve de 24 horas até três dias dpndendo da casa de cuto os paceiros estão impuros com o corpo suo" Pessoas com corpo so nã podem entrar no terrero sob pena de punição dos espírtos As regras vaam entre mulheres e homens pos se acredta que elas sujan" os hoens através do ato sexual Enquanto o homem pode mpar" seu corpo por meo do bao ritual antes do perodo de impureza ernnar a mer não pode fazer a 1esn1a cosa Quando se per gta se o ao sexual entre uma bicha e homem também pode tornar o corpo impur, os informantes esondem que acre dtam que sin. Quando se rgunta oo se eram as muleres que torna vam o corpo npuro, aguns nforantes são incapazes de orecer uma explcação, enquanto outros sugere que sim por causa do ato da pene tração armando qe as relações seuais sem penetração não constituen suera" Todos os inormantes acrdita que as bichas, assm como '
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os hoens á das mulheres podem purficar seus corpos antes do fm do perodo prescrito através dos banhos Enquanto a berdade sexual é cmu e mtos terreros, em oo el epovd, epecmente nuele ldedo pel muee e onde os homens são probidos de participar Essas mãesdesanto diam que a presença do homem era eia" Leaoc, S e R, 97 5) e tnham receo de que seus terreiros pudessem car mal faados por serem lugar de encontros sexuas de v áros tipos Ua mãe-desanto afrou que ne nhu dos homens em seu terreiro era adefontó ela usou un1a paavra na gô, ioruba, para bcha Se ees não pdem se respetar, ela dsse, co mo você pode esperar que sejam res petados pelos outros?" 19 As stas em mutos terreiros de to, ofrecem oportundades para encontros hoo e heterossexuais. Esse ato fa com que aguns inor antes comentem que as bichas são eqüentes nos cutos por causa da oportuidade de caçar" homens. eacnada a essa versão era c0um a observaço de que a bicha' gosta mut de se ostrar. Ao dançar nos cultos as bichas poderam usar roupas nas e se exibir, increnentando dessa manera um deseo mnesto de er melhor do que as outras bi chas" Cada bcha quer ser maior do qe a outra" e atrar para s o ho men" presente Se existe ou não alguma erdade nessa crença de quaquer aneira os membros masculnos e minos do cuto usam roupas nas para dançar, as stas tendem a atrar u públco ampo e alguns deles prendem suas atençes nas possves aventuras sexuas de todos os tipos ssas aventuras, entretanto tendem a ser procurdas peos não-és n1enos do que peos membros dos cutos, com menos chance de nteragr con1 pessoas de fora dos terreros. Outra interpretaço dada para presença das bichas" nos cultos era que eas so mas artstcas do que o homens e as muheres e portan to, as be dotadas para organzar e articpar dos rituas m pade santo decarou que podera er sdo un travest famoso se não tvesse sid atngdo pelos esprtos: m padesanto te que ter um jeito certo; se no tem, no fca bonito u tenho u jeto especial (ele se evantou e nostrou con0 dançava stas cosas dã vida ao esprto Isto dá vida à apresenação d esprito no candomblé u consdero o candomblé certo Apresenação sgnca ate De o, o lado estétco do ritual é consderado muto mportante e quando se juga as quadades de um terrro evase em conta a qualidade da decoraço, a dança o ocar dos tambores, a vestn1enta, a comda, a bebda e a hospitalidade nqunto isso se aplica a todos os mebros do cuto, foi possíve observar que as bcha er em geral mais extravagan tes vestiam-se n1as ricanente e muto eqüentemente doinavam a cena rtu Quando possudas por esprto ininos con0 Dona Herondna,
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ente essas pequenas omunidades contam com um certo número e bichas desempregadas ou com poco dinheiro No fnal do meu perodo de pesquisa, comecei a me convencer e ue certos terreiros poeriam mesmo sevir como santurio" para ihas" jovens que tnham tido probleas com �s fmlias fugindo de casa Fora1 constatados três desses casos de rapaze ue trocaram sua casa pelo terreiro declaradamente para desenvolver s mediunidade, mas tamém para escapar de suaçes famiiares intolerveis Nesses casos e em outros as bichas armaram que as relações familiares mehoraram eois de terem desenvovido sua mediunidade No cso de psdesanto emsuceddos ees era capazes de adqurr cosdervel presgo den e fora do culto Como os Leaock também osrvaram, alguns dos íe res mais poderosos era homens (Leacoc S. e R. 972:05) Iss sugere que as cas as e cto oferece oportundades de carrera às bichas, que recee etonos impoantes em termos políticos eoômicos e de prestígio al omo andes registou na Baa. Mesmo pra queles que no fazem caeira coo médiuns, os terreiros representm ma das instituições capaes de absorver os hoens ovens denidos coo desviantes seuais peos seus famiaes 23 as por que os cultos eerem esse papel e por qe as bchs encontraria prestgio e recompen n ns nno e ouas reas eas so reeitadas? ma pare da resposta a essa questo resde no fato de que a assoiação entre os cultos e a homossexualidade é lguma coisa parecida cm ma procia que se cmpre. Uma ve que os ultos so rotulados coo m nicho socal de ihas;\ os homens verdadeirs evto os culo om medo de serem acsados de ichas enquanto aquees que têm assu ido ou pensam em asumir o statu de bicha se sentiro atrados pela nstituiço onde espera ser aceitos. Como a populaço masculina dos ultos rerutada amplmente entre as ichas verdadeiras ou incuaas" no é surpresa qu o número de paisdesnto emsucedidos reta ssa endênca Podera mesm se argumenado q n n em o papel de ich a m de progredr no cuto, coo sugeu m nformante Um home se ia ao tereiro Cversam com ele Ele enra um lugar ode só há' ichas No m ele se sente humilhado de ser o mem" Todas as bicha verdadeiras armara que eram ichas nes e se liarem ao culto. as poderia ser argumentado que alguns se liaram omo bichas incubadas", mudaram suas estratégias, redefnindose coo ichas verdadeiras. Mas o fato de os terreiros serem rotulads como um nicho de i chas" ainda problemáco em si A m de tira algumas concluses sore por que isso acontece, va ser necesso analisar mais detalhadamente o papel do paidesanto
homossexuide mscna e ctos afo-bseos
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O paidesanto essealmene um conseheio cua função religiosa epícia é ovir os probleas dos seus cienes poidenciar eplicaes e oerecer soluçes mágicas e práticas. Mas esperase que um paidesanto bensucedido também possua um terreiro grande e ricamente decorado u bom nmero de lhos ecelentes músicos riuas resplandecentes e que nas ocasies de estas impoantes providence quantidades imensas de onida e eida. Ecca mágica e consumo cospcuo so mutuamente dependentes. Enquanto a ecácia mgica ornece o dinheiro necessrio para o consumo por sua vez um consumo conspcuo evidencia a eccia mágica atraindo assim mais clientes que são a fonte original de renda. n rn n p ln n o n bereres Gelner 969 Gellner explicita as conees circulares entr e a sanidade e os atriutos ateriais de santidade dmonsrando qe oda estrutura depende undamentalmente do reconhecimento público O ito do paidesano aseiase da mesa orma na cofança emanente de seus lhos e clientes Ele tenta manter esa conaça ao coninuar orne ceno a ecácia da sua mgia e ao mner as evidncias materiais do seu sucesso A situaço está esqematiada no segunte iagrama púbHco gral clients rco
- rcohcimo fas dnro- vço - ágo
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PAI DE SNTO
vdêna de sucsso
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FLHO-DESNTO
O padesanto como o diagrama mostra, o centro de uma rede de redistribuição onde serviços mágicos são trocados por dinheiro com os clientes icos, festas são trocadas po reconhecimento da parte do público em geral e dos hosdesanto e o dinheiro investdo no terreiro tornase um símolo de sucesso s componentes cruciais dessas trocas so mate rias e mágicos. Vamos exanar primeiro as trocas materiais O modelo esoçado acima sugere que, quanto mais dinheiro um paidesanto pode investir em seu terreiro e em seus lhosdesanto mais pr ios nais reconhecimento e apoio político ele pode obter em retorno Quaquer desvo de dnro pa o d i iinui pan
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recursos aproveitáveis de despesa n reconhecimento e apoio político Pais e mães-desanto, que são casados e mantêm laço com suas redes de parentesco, s[o obrgados a desviar recursos para cumpr suas obrigações socas nortuas ste é o preço pgo r ee d u tos um conjunto de laços poltica e ecnomicamente importantes Os pais e mãesde-santo que nã esto sobrecarregados podem rever ter todos os seus recursos em relaçes imediatamente importantes para seu statu no culto Sugerese que esta é a situaço das "bichas, que so mente em circunstâncias muito rars sustentam crianças e quase sempre mantêm relações apenas tênues com uas redes de parentesco pelas razes já discutdas. Quando uma bicha bandona a fma, ela é brigada a estabelecer novas relações sociais Se escohe fazer carreira de· pai-desanto, seu investimento social pode ser canlzado somente para realçar seu stat dentro do cuto, dando-lhe uma vantgem sobre outras mães e paisde-san to que não se vram obrigados a romper suas relações de parentesco O paidesanto "bicha te1 outras vantagens materiais sobre os pais e mesdesanto "normais, pois seu papel de bicha lhe confere uma combinaço de talentos geramente distbudos entre os sexos com base na divisão sexua de trabalho Coziar e bordar, por exemplo, são habii dades importantes para a vida diária do terrero. Atribuídas s muheres e ao papel de "bicha constituem tabu para os homens Enquanto as "bi chas compartlham com as muhere essas vantagens que so negadas aos homens, tambm compartham com os homens otras vantagens que por sua vez são negadas às mulheres O Brasl ainda uma sociedade onde a maioria das posiçes na estru tura de poder foa é reservada aos omens Dessa foma, muitos homens podem assum o papel de "bicha e mesmo assim contnuar a se benef car de sua educaço e de certas prerrgativas sculas. O pa-de-santo, sendo "bicha u não, tem mehores condiçõs que a me-de-santo para ldar com institições como, por exemplo, a polícia e justiça om sua rede social predomantemente mascula, ele pode contar mas com a ajuda e guras nuentes como médcos, advogados, poltcos etc. cujos servços ele pode usar ou indcar para seus clentes O pai-de-santo que assume o papel de "bicha no , como Ruth Landes declarou sobre a stuação baiana meamente uma ntço páida de mu er Nele se juntam certos aspectoshave dos papéis masculnos e mii nos, que são manipulados em seu prório benefício . Tendo sugerido que o stats de "icha pode ser vantajoso para um d mb m u unçõ tn no tus rest agora de monstrar como seu stats enquato desviante sexual vis-àvs a sociedade mas ampla é vantajoso para ele e sas unções de conseheiro mágico. Recomendaçes e conseos so normalente procurados entre as pessoas consideradas bem informads e imparcais Os conselheiros insti-
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tucionaliados ocupam posções na esrutura socal, as quas geramente se �contram fora da estrutura de poder orm Ento, descomprometidos politicamente com fcções, rtdos e utros grupos de teresse, eles po dem repre sentar a exectatva de sere imparcias Vstos como politica mente desnteessados, geralmente são capzes de obter iformações rele vante de todos os lados em qualquer stuação contva; eles se tornam "centras de nformação dos casos de inortúo, levados aos pais-desanto para A maoria eplicação e cura, são consderados resltados de ataques mstcos de ni gos que tentam derubar suas vtas Os paisdesanto precsam ana sar esses problenas través dos poderes sobrenaturas dos seus esprtos ou dos aparatos de dvinhação não devem lançar mão de questes e per g unts. ess manera, eles são capae de dominar uma quantdade con sderavel de e anda serem vistos como mparcais Embora o formações sstea tua dos cultos contenha várs mecnismos smbJicos para asse ?urar ue a anlise do nortno seja vista como vinda de algum de fora, mparcal, tal_ qual o fenômeno da medunidade em s ( o pade-santo é substitudo por u1 esprto distinto e mparcal) ou das técncs de adv nhço coo o jogo de búzos o to de muitos pas-desnto seren vstos como otsders é e s algo sgnfcativo Coo j observmos, os paisdesnto que também se definem como "bh duplmn "mgn m rlço socead ais ml enidos como desvntes em termos sexuas, eles mesmos se excluemdas sus redes de parentesco tornandose ots em termos da estrutura so cil Eles não só tendem a ver resttos em una rede socil cosiderada "marginl à socedde "norml coo tabém idealmente caem fora dos processos de produção convencion. Sua renda derivada dos serços gicos torna-os capazes de viver exclsiaente do "trabaho no santo Se· o stats de marnal está assoado ao papel de conseiro isso se intensifca mas nda no caso do "hne santo. A etnogra dos pro etas e homens santos em geral é a etngr da alegação e atribução das direnças Mgicos e santos atribuem s 1smos caractersics simboli camente distinvas dos "hoens coms Freqüentemente são recruta dos em categoras socia claficadas como nargis da estutura de poder ormal da socedde Os homen santos da Antigudade eran colo cados e se colocavam parte po causa do seu ascetismo. "A vida dos homens santos escreve Peter Brown "est marcada por ! u tos e tos histrinicos de automortiicação de 1odo que é fcil, à prer ta, perder o proundo signicado social do ascetsmo coo um ongo rtul solene de dssocaço tornandose u estranho total . Ele (o hoem santo) er consderado m hoem que não tnha nehua obrgação par co a socedade Ele uga das mulheres e dos bispos não porque pode ter achado a compana de qualquer um dos dos parti >
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e com as pessoas consideradas margnas por que em Belé a catgorias sexuas deveram ser tão imporantes enquanto defnições do que é entral e mrginal do que é foa e nãofma? A f de sugerr resposas a esta questão, srá necessáro tecer nossa considerações para além dos cnfins neatos de Belém abragendo otras cdaes do Norte e do Nordeste e cdades ndusrazadas do Su. Como fo observado no ino deste ensao a assocação do desvio sexual om cutos de possessão é ais pronuncada e Belém, Recife e Bahia do que nas cdades do Rio de Janeo, São Paulo e ·ampins. En quato em todas essas cidades os ultos tendem a ser enquadrados nas marens da sociedade junto à periria geográfca com peoas obres e negrs é somente no Nore e no Nordeste que as categorias sexuai assumem mportância. A ênfse nas mheres como virgens e depois ães e esosas féis e nos homens como machos poees é conseqüentemente como observou Mary Douglas, wa caractersia das soedades pariacais one as esposas são a pora de entrada no rupo Aravés do adutéro de uma esposa, o sangue mpuro é introduzo na nhage Douglas 966: 26) A porância da vrgndade e do achmo é enão, uma caracteísca dos sistemas sociais esruturados n descendênca patrlnear. Nas socie dades esraicadas onde o poder o privlégo e a riqueza també são mtidos aavs da dsdna atnar da insttução da fa a patriarcal, o macso e a vrgndade são crucais para o sistea conforme Verena MarinezAer mostrou ão convcentemente no caso de Cub do século XIX e das socedades do Mederrâneo MartinezAer 973, 974) Embora o Brasil esteja passano por mudanças rápdas e haa opor tuniades crescentes de mobiidade social a taxa de crescimeno não é homogênea. O Nore e o Nordeste do pas ofrecem muo menos opor uniades de mobilidade social Rqueza e poder continuam a ser ampla ene aribudos por nascimeno Nas cdades indusralzadas do Sul, as diferenças de classe no são mas nanidas exclusivamente na base da atribução de parentesco Maores oportunidades de rabalho facdades educacion as e outras variáveis desse gêneo ornam possvel ua axa e mobidade socal aior redzndo ass em pae a porca das elações faares na cração e anu enço da rqueza e poder. Em teros mas gerais, é possvel afrm que esse esgotamento do veho ssema etabelecdo vem acompanhado d uma eroso paralela da rda classcação dos papéis soai observads em e spes cassicação de macos e êmeas nas categorias oserva das m Belém não é mas acea por uma grade pare da população É tenador sugerir que a redção da importância das categorias sexuai na organização social as coplexa da cidades industrais do Sul
homoexuldade cuna e uto fo-beo
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cturaente mas drencadas devd à alta taxa de mgação de outros estados brasleiros e de ouros ases devese segundo o argumeno de Basil Brnstein ( a um códgo sexal as elaborado tese de Bernstein é que quando a nguagem esá constrangida pela esrutura so cia ea tende a resultar no que ee deon1na ódigo restrto; quando a lnguagen está berada de sua função e reguladora das relações sos ela reslta num ódigo elaborado" Sgro que em Belé o código sexual é restrio As categorias sexuais não são quesionadas m atribudas elas estão liadas à estruura socal na qua os papéis soais sã atribudos or nascnto e onsiderados simplesmente fatos da vida Nas cidades do Sul, a endênca é o códgo sexual ser mais elaborado; as categorias ão menos rgdas e ebora ainda permaneçam fortes estão sob ataque de todos os lados com o aumento da ãodeobra mnna e a mudça de attude em relação à homossexualidad Nessa stuação onde a classifcação do que é correto é mais uda o que é consderado incorreo pede a nitdez Onde não há forma ão há nãoforma; onde não há es rutura não á antestrutura. É claro que o quadro é uito n1is complexo do que o traçado ci n1a pos as diferenças regionas não s resume só às variáveis anaisaas Classe e educaço tan1bém tm sua relevância Com Bernstein observu os códgos elaborados e restrtos tendm a estar concentrados nas classes da trabaladora rptamnt a aaço al paa o di gos sexuais brasileiros Uma pesquisa prelinar em Campinas indica que enquanto as pessoas de classe éda tendem a dscutir a honossexaldade asculina e ernos de teoria psicológicas e evoluço social os infor1ntes das classes nais baixas recsamse a dscutir o assunto ou smplesete se refre a ee coo pecado Os cultos de possessão predo nanten1ente de classe édia tabén t uma teora altanente elaborda co eferênca à hon1ossexualidae masculina e mnna, representda pela obra de Fancsco Cândido avier médiu do espíito de Emmanel e um ds grandes lderes do kardecsmo no Brasl Em seu livro Vida e Sxo, o esprito de Enanuel observa que em todos os pases muas comu nidades de irmãos zendo ese tpo de xperênca Eles reúnem n uitos lhões de honens e ueres merecendo a atenção e o respeo em pé de igudae àquele ddo aos indvíduos eterssexuais" (avier 0). Os esprtos passa, e suas váias enarnaçes através de város coros de abos os sexos e são responsáveis pela bissexualidade essencial a toas as craturas. A homossexualidade resulta da passagem de u esprito do corpo asculino para o femino ou vieversa Essas reencarnaçes transe xuais zem parte de um processo através do qual a raça humana un a enconará a perfeiço ão petendo neste nal de ensaio infrir anaogas uito anplas concluido que o sstea de classcaão sexual rígido deixou de exitir 26
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P- ut que todas as hr nqun a, o ins m rlção às strtuas de podr ormal d soidd rasl, o u pod ra sr omdo oo uma nterpetção da sa prsnç maorái n cumb. Ess argmto é slhante o foulo por Lewis (97 qu o leva p ém ds elcações pseudo-conôics de rskovits e d tes trd conlita d Lnd No resente conexto, tretnto, só a ginalidd sxul rlevn. Num eudo d cos de homcído ntre sexos m Cmpns M Co concluu que o rgumnto ms bsceddo usdo plos homn cusds d maar us sposas o amants er qu su çã s jstifiava plo dut o d uas spas, qu hvm sujado su honr. sa-s qu os homn, natl mnt, m pomscos, po so omnt conma s au d mach. 6 Cmucão psol de Ld erlla Garcia Ngllo osa Mri elo Gnzi.
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Tuner, V. 969 The Ritual Poces - Sructe an An-Sucture, Chicago Aldin V Y 1975 G d Ox Rio de Janro, Zah.
Wr D 1968 "Sptism Bzi n Jurnal of nerAmecan Se vl X < p 33405 Xvi FC (lo sío d Em ) 171 Va e Seo Rio Jo o ri il Yg A 7 Gy Gigo ri in chón L & N g e Gay Lbe ratin Book S fn ap P
cap(tulo IV
DA HIERARQUIA À IGUALDADE: A CONSTRÇÃO HISTÓRICA DA HOMOSSEXUAIDDE NO BRAS 1
Os mahos não se dvdem em dos rupos dstnto: os heeroe xuas e os homoexuas. O mundo não está dvdo em ovehas e carneos Nem todas as coas o negras nem todas so brancas [ um pncípo fundamenta da taxnoma que raraente na Natureza se encontram categoras ntmente separadas Só a mente huana nventa as categoas e tenta abar os aos em comparmentos po O n rna um a dade em todos os seus aspectos Quanto mas dep aprendermos esta noço, ap ando-a ao compomento sexua do homem tano mas deprea compreendmos caramen o que é a realdade o sexo Kinsey, 1972: 586
Este ensao consiui uma contribuição à socoogia d conhecmeno: o conhecmento da sexuadade mascuna no Bras Seu pre ssuposo é ue a sexualdade, como udo que é em prncípo natura imitada e controla da atravs de conceitos e caegorias onstrudas hstoricamente. Preendo nvestigar a construção das categorias socias ue dizem espeto à sexuai dade mascuna no Brasl numa tentaiva de desfocar a discussã'o da se xuadade do campo dá medicn e da psicooga para cooc-a rmemene no cmpo da antropooga socia Poderia ser acusado de cavnsmo antropoógic mas me dende ra argumenando ue é mpossíve esudar uauer feômeno soca nas suas manifestações ao nve do indivduo sem prmero enender o univer so e representaçes enro o ua o nvduo se mov como aor soca E as representaçes são produzidas socilment. O ue me nsprou a raar deste assunto foi a eperência ue tive durante uma breve pesuisa de campo em Bem no iuto de nvesgar a reações enre homossexuidade e as religies afobaseras nauea
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da herqua à gadade
Dessa forma Urchs KraffEbing e no Bras, Pires de Ameida propõem un1a taxona de identidades sexuas que trabaha sobre o o delo herárquico. Nessa nova axinona dstnguese prmero entre "ho mossexuas e "heerossexuas na base da orenação sexua conforme defnida acima A popação homossexua assm discrnúnada é subdvdda em A-annling e Weib/ing, ou "pederass avos e peerastas pas svos com base no pape de gênero e no comporamento sexua como mostra a tabea I Essa taxnoma é produzida, enão, peo cruzamento de dois paâ metros bscos, ou seja, a "oentação sex e o "pape de gênero Isso é demonstrado na tabea V: Tabela N
Oieaçã sexal Papel de gênero
Hmosexual
Heteosexual
"Pao ivo
dsa o homossx passivo sa o homossx ivo
Não xs Homm hrossxa
Mesmo assi Pres de Almeda tende a ver o "anista como pi camente "efminado Vejamos a sua descrição de Travata: Uma as ras ms ccrísics a ram s as foi o cél Tra ps o psso com gr oa sa ca a oo o mpo mom s o o co o o sa. Nos s m hos as o raa xs com apao iso é aja voso jão mxica ol o ca chm co for acrm ra vmh lcho co sp o oo spihos rzaos ra x mosao a mi sa o chpé pha o L ioso fmao é o xrmo a s o loos sia sa ras cra mia ss ros pas cosos o oo o prsa mais covvo cico O ra h o ar pico os raisas al como o coamos cio os spcisas: ros oo cas camhva ao com s áas ss pa s; m o v s sahos u l fz pc s pssos ms cros m os olhos ic xaraam cv os mlao assm pm o cmnhr m lhr (irs i . c 79 80)
Mas os atvos de res de Aeda ambém são alvo de sua ra morazante O brgdeiro LP. que aes da anáse cassfcatóra da cência
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dica podera te continuado "homen logo é classfcado de �ederasa. Conta ires de Aeida como esse mtar, "pederasta metculoso oem de paladar apurado de faro sul gosava de ovens mcebos: Ateo talvz à sa rspiaili, iss-lh m caho q s r olaa çs abxo cora o iam coi: _ Gnera! V. Exc é m cov ard, pois aaca smpr pla taguarda o iimigo! E esta fr ciu-lh n' com du ágrm h p Ma. E eixou ser erata, ico-s ã o à clss s açri, qu o ixam a púia " (Pies A, 1906 :78)
Teórcos subseqüentes da homossexualdade seguran1 as linhas geras e lrchs e raftEbing especalmente os defnsores da homossexuaidade Magnus Hrschd na Aemanha, e Edward Carpente _r e Havelock· Eis na nglaterra Todos esses auores nsistirm, en mao r ou enor grau, na gnese bológca da homossexuadade, que produza um sexo ntermedário "naturalizando assin1, essa condição T anto Hirschfeld quanto Ellis e Carpenter escreveram em de f s da hon ossexualidade perante o s aaques dos empresários morais da época, que f izera1 udo para tornar inaceiáveis quaisquer_ com or tament�s sexuais f ora do casaento Mas o interessante dessa suaçao e que a dentidade que se for ja nesse perodo é ainda ua dentdade d istnta da do "ho1e n ormal no que concerne aos componenes "papel de gênro e comportamento sexual Na Inglatera d o início do séco X os ma chos se didian entre "hoens e "omossexuais de acordo com a pes
usa de Marshall
"O mesmo tipo de distinçã o f icou muias vezes n plícito na dico ton üa fore entr oossexuais passivos e ativos' que fo particularn1ente comum durte a primera parte deste século. Mais uma vez sto envoveu um a interpretação e comporamento sexual somente em termos de idéias rgidas sobre mascunidade' e fmindade' e também reforçou a dstinçã o enre homossexuaidade verdadeira f eminina e falsa' (mas
culina) (Marsha 98:42)
Mas s a les autores desenvolveram sua teorias em desa da omossexuadade, ouros utilzaram as n esmas idéas em se �tido con tário Ou, como oserva Marshal acetando a dis nçã o de El� e outros etre a homossexualdade verdadera, biologicamente determnada e a 1ossexuadade per se, os médicos psiquiatras a transforn aram na disinção ene o nvertido e o pervertido' (Marshal, op. cit: 45).
s médicos, enão entrara no campo da homossexualidade como a enrado no campo da loucura Como disse onídio Rbeiro aqui o ras
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pouco antuado), eando satisftóo snso tico, sucetível de eduçã médico-pedagógic. Diagnósico: Prsonaidad mdoc, ciclotíica movidad instabiidad
ees. Pdasta passio por defits d duação ainta Dsadaptao soia usce d correção (V - B Lptosoaatétio K. Bacia d tipo feminino apoxado Pêos do púbi de conforaão fminina apoxada 7 Jã de Abreu, 32 ano Sotio "Gaom. Baio Pocdnt de São Pauo Examnado 29 /09/19 Reum da eraç Taas d um indiduo ujo apaho x us et d funcona noant, po pefindo a pua ana, qu he taz copta satifação gnica A sua pronadad, bastnt doc d tipo quióid o tndncias à intabiidad Obdndo ao su pndo attia, adaptou ao abint oia at o imit m u st toa a ua anoaia, idind om uma ã tabahando para ir o ponto d ta do hábito xtno, aint, am do tipo opóo 4 V B, o aspcto noa à inspão x tuada a aa da bai giant xagada O pau adipoo a n giõs ciunvi nhas gunt dsenovdo dtnando ontoo rdondados baia d tipo finino a duição tip io dos pos do pbi usnia d po no trono Dgnósc Pdasta pasio, ndgno? sizoidia. Intabidad Parece médcsoal datação oia atia Nsdade d ua aão médicorrecinal Wtak, 1937 :7, 0 grfo u
O autr chega s seguntes conusões O estud de nsss casos de homossexuadade conma a déa e se esta anomaa um aspecto das personaldades pscopáticas (em sua oma endógena) ou uma conseqüên a destas (em sua orma exógena), o pape do eemento endócrn sendo aqui (fma endógena) d êntico ao que desepea nas pscpaias (Wh take, op. cit 22). Cte ngente esse trabao peo fato de ele exem plfca não somente a manera pea ual o modeo médco d auto ada ncrpora s fundmenos do modlo eárqco (Sstema ), mas também a manera pela qua a medcna é epegada para contra a h mossexuaidade Apesa de não have no Código Pena Brase nenhun menção da homossexuaidade com cime, podems ve que a medicina lega se achaa n dreto de suge ação mécoorecional" para os denqüentes, aém de punção do crie especco de que era acusads odemos magna o que sso sgnca, se embamos que a iberdade de um homem podea esta na dependnca de m paecer desse ip ns consehos carceáros exstentes em cada estad b raslero · Mashall argumenta que nas dcadas de 1940, 1950 e 190 os psiquatas e psicólgos trabaarã o tma da homossexuaidade minimizan do gradualmente a impoância da dstnço ente atvidade e passivdade", entre os papéis de gênero feminino e masculno e desenvoven
da hierarquia à igadade
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uma nova dentidade do hossexual", baseada na rentaço sexual do indivíduo. Há uma mudança adical d pespeciva: se mundo do f na do século XIX ainda se dividia entre hmens e mulees, ou ente homossexua tvo e vo, o vot de 96 o mundo maulno estará nexoravelmente divddo ente omossexuas" e hetessexuas", com a categoa nermeiia do bissexul vea tabela V) Taa O modelo médico ·moderno Sstema D" dendade
Hmem Noma
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maho masuo aio
.
htosua
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Bisexual
macho auino iant ho homoxua
Hmosexual
acho asuino ian homosxua
A ciência médica, eno, produz a cndiç o homossexual" mas aém dos cmpoentes presentes na tabela V continua acrescentando outrs que se resumem nuna série de paologas" A psiquiata cassfca o homoxul" omo un doente om tndns à nó à squo fenia. Emba essas idéas tenham sofido um ceto abrandamento a part do surgiment ds vmentos de libetaçã homssexua, eas contnuam presentes até hje Montei de Lma, pr exemplo, cita o psiquiata J. Afonso Moretzso de Bel Hoizonte não se diante de quadros def nidamente ogâncos ou pscóticos o psquatra não pode considear o tema homossexualsmo de maneira islad Po mas pomca ou cntro vertida que sea, a homossexualdade está nserta no contexto das neuroses e, de certa orma, na mesma aixa ou tend denmnad comum com dro gas, com deinqüência, e com ceas fomas de suicdio (Monteio de ina, 1977 11)
O DISCURSO E RETORNO E O MO DELO SIMÉRCO
Nessa históa da constrço da dentdade do homssexua modern", os potagonstas na abcço da taxinma ão são apenas os mlitantes da preza" os outros" , pos mesmo no s nomes q tamos alns so de indivdus cuja rientação ea pedomnantemente hmossexua O rabaho de Urchs e de rshld no sentio de dscmnaizar a hmos sexualdade na Alemanha é hoe em da visto como o prmórdi dos movi mes de libetaç homssexual de nsss dias 8 dward arpente que
mafambu e caxapura
capftulo V MAFAMBURA E CAXAPURA: NA ENCRUZILHADA DA DENTADE
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A COMUNIDADE DO CAFUNDÔ
O Cafnó é um peqeno agomerado de casas situao na zona rra o município de Salto e Pirapora. É caacteristicamente, na melhor tradiço da cltura caipira do estao de So Paulo aqilo que se conece por barro rral stá a 12km de Salto e Papra a 30km e Sorocaba e a no mais e 150km da cidae de So Pauo. A sa população negra na grane maiora, ise em das arentelas a dos Ameida Cetano deendenes de Ifigêna II ( 2 e a os Pires Cadoo escenentes de uma rmã e gênia Antônia ( e 1) Seguno tradição oral a comiae An nia, Igna II e ses pais, Joaquim Manoel e Oliveira B e Ricara B 2 recebera a sa liberae e uns 80 alqeires e terra logo antes da aboição em 1888 Atmente a popação do Caunó fluta ente 60 e 80 pessoas, as quais umas 8 so cranças As 1 casas e paapique e barro baido que abrgam essa popula ço estão ispostas mais ou menos cirularmente numa gura que e certo moo reprouz, em escala enor e no seu inerior o próprio desenho que os qase 8 alqueires de proprieade lgal da comunidade formam em seus linites. Sua lngua nterna o portuuês, uma variaço o portguês par tilhaa com os emais habitates a rgo Us sso em situações cua iscusso será f ita mais aiante u lic de orige banto quim buno preomnantemente De moo que lantes nativos o potuguês lam ana segundo ma das meiras pelas quais se reerem a esse lxico 2
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Publicado orgnamet m Ddos, Vo 24, . 3 pp 373-391 98 Fo fo oauo co Caos Vo Mauzo G�
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ma "lnga aricana. Apresentam qer na atuaidade quer nos relatos da traição do grpo qe as histórias de vida vo revelando mutas as caractersticas da via comunitáia o caipira palista: soliarieae rela e de viinagem areiragem lao de comadro Ete a eaes sociais, por exemplo nas formas e tratamento se sobrepõem at mesmo às ligaçes de arentesco mas foes, transormano a avó de uma crian ça em madrinha e mãe e filha em comres inepenentemente e qual quer cerimonial religioso, por simples rgras e aoção internas ao próprio grpo O próprio pouguês qe falam sob muitos aspectos identifcável ao ialeto caipia tal como o apresenta, por exempo Amaeu Amara (1976) A economia parece estruturarse de acoro com as ncessiaes mais imeiatas e sbsistência do grp om algmas exceões trabaase qando é absolutamente inispensável obtenção do sustento. O resto o tempo é o lazer Um lazer que deve ter conhecio diferentes formas e realzação, compreenendo festejos, danças, cantorias vsitaçes, rodas de história e qe agora, dado o "progresso da regio a vaorização as ter ras o interesse de fazendeiros vizinhos pela sua posse e a conseqüente pres so para que a gente do Cafundó elas abra mo tem tomao formas menos descontraas de manfestação social e se recolhido nm acanamento tenso e temeroso Um lazer e espera ansieae e medo Uma espécie e ócio gerado como que por um sentimento e impotência diante do esero o no d omni d m n e es cada no tempo não encontra porque impedia, pontos de reflxo para resgatarse do esfacelamento . Assim, por exemplo, o mtirão, forma socal de trabalho sodao cu ja estrtra presspõe sempre a contrapartia do festeo e do lazer e qe o Cafndó certamente con eceu e outros tempos cede agora lu�ar
ao trabalho solitá io de seus moradore Na nividalização qe os motva
de fora para dentro, eles recrtam a poca terra qe possem, enquanto grpo nm arremeo cansado de prorietári ?s que e eb te na ilsão
de omnios intangíveis. Não por extesos e 1ncaclaves, e evente, mas por estreitos e asfxiantes, segundo a lógica imperativa dos interesses eco-
nômicos qe foram redzindo as terras por eles receidas em doação no séclo passado, ao peqeno núcleo onde hoe a comnidade vive crítica e simtaneamente o paradoxo de sa armação e de sa negação.
Ne�se contexto, a violência, qe segundo Mara Slvia de Cavao Franco é tão constittiva a vida conitria qanto as outras proprie daes e tradicionalmente le so atibas algmas as quais fora rapidaente acima referidas), tem se manifestao no Cafndó bastante orientada pelas tenses decorrentes a instabiliade e da insegrança a que o grpo vem seno exposto dado o interese e a ambio qe a sa proprieae tem deseao em altos e bons ignatrios da sociedade envolvente. 4
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Na verdade a hstória é mais antga e coeça, par o Cafudó, em outra comuidade vizinha Caxambu , desparecida á uns 2 anos atrs e cuas terras sto localizadas o ucpio de Saapuí As caractersticas do Caabu, segundo se pode vecar pelos ela tos de alguns de seus antgos oradores, vvendo hoje e alto de Pirapora ou no própio Cafudó, era uto parecidas às de sta últa comudade, se fltar até mes1o a lngu acana A causa edata da desitegraço do Caxambu foi m artfcio legal e ao mesmo tepo escuso utilizado por um fazendeiro e Sato de Pira poa Fez co que os moradores do Caxambu assnassem um compromsso d dmto d p 0 o Ad o emo o com promisso eran outos Nele, pr uma quanta insigicant passava, por lud brio e logro, a sua popredade para o fazendeiro. Bedito Rosa de Aleda (.), flho de José Norberto osa de Aleida (D7), já ento lecdo, e de Maria Ant$nia Rosa de Almeda D 6), já a época vvendo no Cafudó, pocurou eagir ltando na justça pela aulao do docume to. Foi orto, a ando do fazendeiro, por Benedto de Souza, abém egro e moador e Salto d Prapoa Oze anos mais tarde o mesmo eedto de Souza é adado ao Cafundó por ·outo lustre de Salto de Pipoa para cecar co aae arpa!o uma pequea aixa de terra e, assm, arcar a transênc e sua �osse É moo pelos irãos de ene dit Rosa de Ameda. O problema
No caso da lígua do Cafunó, coo e todos os outros "a icansmos o rasil, há, goso moo, das aeas de aboda o assunto, que ca maos por covenêca a lológica e a "stórcoociológica No prieiro caso, a grade peocpação é estabelece que cetos traços cultura econtrados o asil cotemporâneo de fato existm ou exstiram a Áica. Essa "busca de orens leva, após dligete pesqusa de fontes, o o d o c am ultimmete a aterndade dos "acaisos o Brail tvaente, o cetsta socal através desse exerccio, acaba ou descobrndo "aicas s dos quais os brasileros o tnam conecieto (é o caso de certos ritos e palavas) ou legitdo com o crbo cartoial da cênca as amaçes locais (agora o Cadó, por exeplo, podeos constata peante os cétcos que a maa das paavas da "língua so de fao de oigem banto). Essa perspectiva teóca lológica ao prilega as genea loas culturais conadose assim a cultura o abstato tede a di nu em mportâcia as codes sóricas e socias ue zera e azem co que tais traços culturas acabem sobrevendo à travssa atltca e se reproduzndo ao ogo a geaçes qu no s. dso, d
mafbua e caxapua
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a mar o proceso hstórco ao longo d ua esses traços muda de sentido e signcação. a seguda abordagem, a stóricoscológica, que se detém nesses probleas ese diate do problea a reprodução e da transformação da cultura procura resolvlo através de u estudo das relaçes socais concretas ns quas esses traços culturs se aricula Privlegia a natureza poltica e ecoôca das relações ete os aculadores dos africsos e a socedade evolvente. No cas do Cafudó, privilegara a capridade do grupo, coloado en segundo plano a sua acaidade. O que se v como ssteático nua abrdagem, tornase ipso facto dl ou, vv Nossa tentatva perante a língua af caa do Cafudó será como á se terá adivinhado, co1preedla apontando para mais de ua dreço ao meso tempo Ao que tudo indca, o papel social do Cafundó esá relaconado com o que se pode caar de seu "uso rtul no mesmo sentdo e que outras anfestações 'ulturais de origem afcana contuara a exis o Brasl em váras cmunidades negas (candoblé, congo, capoea etc.). Em todos esses cass, uma outa identidade acrscetase àquelas que esto normamete assocadas à classe e à cor No caso particular das pessoas do Cafundó, a "lígua acrescenta à sua detdade ética de pretos e à sua identidade soca de pees o status de aicanos esse odo "lngua possibilit uma forma de interaço social, que no interor do grupo, quer ente este e a sociedade evolvente que di re daquelas qu normamente caractriza as relaçes de trabalo nu sistema produtvo Tudo se passa coo se, por uma espéce de ecanismo copensaóro fosse crado um esaço ítco o iterior da ituação de degradação eco nica e social, caracterstica da hstóra das populações negras do Brasl espaço no qua seria possvel uma con que rovação rtual de ua cert dentidade perdda Ass, a lgua pode ser vista no só cmo um snal dacrtco qu ec olaente a comuidade do Cafundó, mas tanbé co u elemeo mprtae as ieações sociais detro e fora do grupo Reconecendo as rigens aicaas da "língua os bracos da vznhança que tende a ve a gente do Cafudó como vagabudos so tabé obrgados a atrbulhes uma certa poâia, enquanto falantes dessa estanha lnguage uitos brancos da reo tanto os que vivem s ou veram das proximdades do Cafundó, como o que covve com os ab tantes da comundde em situações de lazer os bares de Salto de Prapo a, por exemplo, fazem questo, especalmee na presença de estrhos, d mostrar su copetêcia m lar a lngua. Co essa pespectva aatica é possvel coeçar compeeder po que esse ss ü p ov o p, p d 5
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mafambura caxau
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�ão ser necessário para a comwicação. O portugus como á foi insstetemente _ obserado, a língua nativa da conidade , desse ponto de sta, mto mas eciente A lngua aicana teria asin sobrevi vdo em parte por causa dessa funão ritu nas interações estaelecidas dentro do grupo e entre este e o ndo exterior. Assim Áica (mesmo qu mítica) e cultura caipira (nd que rel) são, ao menos, dois entre os vários sentidos que se arem a partir do Cafundó que a anáise não se peca na eneridade de oposiões cate Para gocas trataremos de um aspecto particular, mas, ao nosso ver revelador do que é a lngua do Caundó Sofrimento e morte
Quando os traços culturais são en1pegados para marcar fonteiras grupais, como é o caso do Cafundó a ultra tende ao mesmo tempo a se acen tuar, tornandose mas visvel, e a se simplicar e enriquecer reduzindo se a m número menor de traços que se tornam diacríticos. A questão da línga é elucidativa ( ); é difc d conservar na diáspora por muitas ge e quando se o consegue, ela perde sua pasticidade e se petrica, raç es, tornandose or assim dizer uma lngua fóssil que testemunha estados ante riores" (Caeiro da Cunha, 979:36) Foi isso o que aconteceu no Cafundó: língua de poucas palavras, cujo uso depende, além disso, d es trtras morfosintáticas do portugês Mas se essa ngua é rgida e fossiizada nesse sentido, noutro é extremamente rica exível e viva ' pois para transmitir mensagens de uma crta sutileza e con1plexidade, é neces srio uma cera erícia na elaboraç de perases, 1etforas e anogias O recurso a etforas e perases fz com que a maioria das palavras tenam signifcados mútiplos. Por exeplo, a pavra ngmbe, que em gran de nmero de lnguas da famlia anto signifca rês, também signifca, no Cafndó cavao", veado, e at bicicleta, automóvel e ônius (nmb d andau onde anda sinifca fogo). A paavra vavur sig nifca grande gordo", aberto", alto", 'mito", mais" etc., enquan to nani signica menos", pequen, baio", fecado", ou simples n, no A grande exceço a esse fenmeno de iponímia generizada se encontra nas pavras sadas ara flar sobre soimento, doença e morte. Numa conversa gravada no di 9 de março de 978, ocasião da nossa prmeira vsta ao Cafundó o sr. lavo Caetan ( 5) dscursava sobre remdos em gera (maemb) especifcamente ambaaznh. É om para fazer lavagem de assim, um maccdo um aapua mmbua no Majàmbua é doença pegada aa é doença do coro mesmo" Ao nosso pedid de esclarecmento, o sr. Olavo explco '
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Mafambura é qe vm de or. Qu a pssoa ct, né? Io Cxapura é pro o orpo msmo ba aí m n - caaura u
c do corpo mmo d dz flo m como ! rpz ão á go por o axapua, do corpo - D diz ssm: " mis lá des jo rapaz - afabua. O m
Ao perguntar se havia remdios diferentes e especcos para os dois tipos de doença soubemos que se traa tanto mafambura con10 caxapua con1 remdios só que maama pde sr rado co rea (uto) Ouvnd de novo essa gravação, reviveos a ustraço dessa primei ra entrevista Estávamos cegando ela prieira vez ao Cafundó e logo abordando um assunto cuja delicadez nos deixou relutantes quanto a isistir sobre o tema das representaçe da dor e do soimento do grupo Aprendemos apenas que havia dois tpos de doença, cujo traamento era tamm difrenciado Co uma cert reticência, o sr. Olavo sugeriu ue maambua poderia ser andada, as o conceito cou ambiguaente entre o itiço e o contgio propriamnte dito. Com o assar o tempo e a sucesso de eventos do Cafundó, foms aos poucos admitidos dentro das preocupaçes mais proundas do sr lavo e seus parentes e os conceios igados à doença, suas causas e tratamento, e à orte começam a ser re velaos De certa maneira, fomos sedo envolvidos na resolução desses prolemas e tivemos que entender a cosmologia que os situa dentro do universo natural e social da comunidade A perna do
sr.
O lavo
Na época dessa primeira visita ao Cafundó, orava na casa do sr Olavo um faa de origen pernambucana Indagando sore como tinham vindo orar no Caundó, can1os sabendo que o sr ntônio ( .8), chefe da mia e tamém conhecido pelo apelido de Pernamuco, teria traado aizade com o sr Olavo em Salto d iraora e teria sido convidado a morar no Cfundó con1 direito a plant Dois anos mais tarde, Vogt che gou a estenunar a briga violenta entre o sr. Antônio e o sr da0 (.5 um sobrinho do sr Olavo. Ness mesn10 dia, o sr Antônio e sua ra do fnd ar sen oo sd o sr vo nos contou as razes que o levaram a conidar o sr Antônio a n1udar para o Caund ernamuco morava em Salto de irapora, onde vivia de uma penso do INAMPS e da sua prossão curandeiro Coo tal, foi consu tado pelo sr Olavo cua perna estav astante dolorida e inchaa Nas palavras do sr Olavo Uava apa Usa aça r a E ra coa o mao m tU a po o boa bo É a o o ponh rumo oa poa a ro
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O s Ovo continuou mando qe cu se deveu este ttmento e o "gui do s Antônio, e à noss cuiosidde de se se doen e mmbu ou caxapu, espndeu enticmente: A! afanbu aarbua". Insistiu ue doenç tinh sido mndd. Repoduzimos um trecho d conves ue se seguiu P M ea migo do sr Oavo: ra. P uio amio O uto o ma amgo de mgo. Amgo de nmgo .. uma mpeza m, m mo d d e .. mio diinimo snmio. Ouro: mgo da boc pr ora
Con1 est estói os conceits de mafambua e caxaua c un pouco ms nítidos Fom tnbém conndos em outs convess Caxau é doen ue suge do cpo espontneente enuto ma , é soimento mnddo As devem se ttds com enédio (maiezb) ms segund só pode se cud com e utao Nesse cso é inpotnte esslt ue pesso cusd e te mnddo aa1bua é conhecid do s Oo Ele é migo e disinimigo ms não é estnho Contemos mis dois csos Os trê ovo
Dest ve estói c po cont do s Ádmo 5) ue como o s Ovo é exnio posedo O d que ee et é o d moe de se pi José Noeto ( 7) ue veio d hoje etint comunidde de C·m u O cusdo dess moe é o s Júio Pee (4) ino e mdo de D Do Pies (3) ue é pin d mue do s José Noeto Ádo noso pi tv , baao prfto e dpo quado foi um , bxo d árvo, va os o condo convrsa um pra ouro a qu, qu um be, amid d (Joé Norbrto e úio Preia) ono msmo não tv do tva ssim a diss No nho nd qu dá proc v ou d trs ovo. Nm pnva daquio i m prva Meu pai r . mgo dl . né Aí pou d vo p . Etã
(du do pr s crinça p omr m Comu fcou dois Ói o prn qu o du. Frar Mã is m 'd m mis doi a A e no doecm crna. Mã pgou friou pr comu. De dia em dian pasdo mi ois d comou lvant s p do ombo d pra cim aqu E mlr c amrlo qu nm um bóbo Foi amaando, mndo e sbndo o ombro, foi... snindo ponda qu dv o cotovo om rmédo. Foi o médico, o médico cosulou Ah, faou pa , c no m nd Iso poiivo tá com comp "Não u ou psano m mmo, tou pno m ou sntndo um bo no ômo N u
mafambua e caxaua
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pndo bm não le veio mbora, ise assm "O mdco dis que u o o nad, ms u tou ntndo muio m i qu pontda. Bom, aí, pas sdo poi diso no evou, prc u lvou, quando muto 15 dia 20 dia e oi miudo. Quado vamo n hopita, ponr no ambulância oo no So A cou innado O mdco dii "Não m nda. dii a no m nd, o omm á morendo o fiqumo ssprdo Dí l (qum deu os ovos) pasou: oa tde boa tade. Como qu t o Z o pro ? T mó peo to t mió Ué , nt nda vem come um o com ó aqu outa vez Qu coisa! Faou asi Será que ee vi vot com um e jo com ó aqu outra vez? go quê homem qumo pendo a qulo Dgo: Como qu es o mto amigo po caua da muhgt de casa . d dzer uma dessa quem pando naquo a
o di sguinte poé qdo otm p Sto encont o pi oto O médico nnciou que tei moido de cânce no pumo Mis un ve o cusdo de te nddo mafambua é conecido d vtim ms nesse cso ligdo po os de pentesco De fto segndo o s dmo o s lio eei já tinh f de iticeio s no imgi nv qe podei te tcdo o se pi Qundo pegnmos se chmm gué p e' o s dmo disse Não, no camo Qu n pnsav que ra, nm penamo que ele a l semp conav qu nndi das coi, m no a pna qu a fzer pr prpr mli d casa n? Qu ratva qua como um, considrva como primo msmo gene da fmlia mmo. Agor, fzr uma cosa dsa um or p oura m ivs um ncrnca t crto m no tinha nenca nenuma N tina ada, ó po cau qu Edna (im de Doa , D ) na muia miad com e d caa cos e a s a dv cois pra papai. Papa abém l crpr o quntal pra la Ento e s davam muio bem, n A ppi r ivrdo com tudo mudo. Todo mundo simva e. Aond e le .. aque mundo de nt rodado m vo d, poqu contv sóra dava risada Nno (E3) Converava a inguagem tabm pra ca mba Ádamo: Covrsava por cau dsa pte que ee enciumou né? Porque . papai tava . Eda tava muito adorndo papa to da que tr mai amde l do ppa eno l ncumou d i e a fzr ma coia dssa a, fcou pnsando , pua vda Tivse uma ncreca, u dza que r de encrna, ms, por nvj, a po fer uma coia desa a. Tirar a a a o o, compo raano.
Lerino e a faca no coraço
A mote de um imo 2) do s Ádo é ind mis escecedo So e de um doen e e caxapua Ádamo É .. ee, e tha u ngóco que dava le . uma dona cava batndo a e av baba por boc Eu o sei nguém podia entener
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a doença de. E oi n o médico, o médico atstou uma pate u ng6cio ue tinha loucura E agora le bebia u pouco O édico dizia u não era pra ee beber, ma ee e reuna com o coega dee, a tura é ea gente assim Sr Oavo: Aue e que ue andou cupopndo ee na matuara auara vavuu (cupr signica r mauara igniica feitço e anguara, pnga Logo auee ue ando u fando fitiço piga rte) Pergunt Que? Oao uer dizer ue maua feitiço P Si, a ue ez io Oao Tio Oao : eu obrino ue é tee cada no coração maara vaema vaema signica brao", logo fitiço brao) Cutucou ee asm P E era amio dee? Oao o e ino P: Ele ndaam junto ou no? Ádamo No, fi uma parte co uer, á abe No fi otou a aca nee egou e cia do ado do coração P Ma tá caando aca de mauara? Oao: Mauara? Fetiço P e itio Ma uou a també Ádamo aca uer die ue e P A! ntend ented
Mais uma vez, a morte por feiiço a mafambu é atribuída a uma pessoa conhcda da vima (amigo e inmigo) e desa ve por �ausa de rivalidade aorosa. Mas ese caso acrescenta que na lnga exste uma palavra para iiço (maara) e que este atua "cutucndo como uma faca Lembramos que o sr José Norbero seniu ma "pontada que deu no cotovelo A morte
Embora iss não apareça explicitamene em nenhum detes três casos caxapa, além das suas diferentes causas e tr tamentos tam· bém levam a duas mneiras de morrer Uma pessoa que mrre de mambu morre ipado como também o destino dos que morem de vion a fsica esses cass precisa muto ctao (reza) para ue a alma do defunto miombo) econtre repouso No caso e quem orre de caxa pa di-se na lngua que cuendou para conenga cauna que morreu calmamente e na hora cera Nesses casos nada mais é preciso faer para que a alma ncontre repouso Assim fo o caso da moe d pai o sr O!a vo le tinh passado o dia todo rabalhando no campo Ao ca da noe e voltar par sua casa passou por uma poça d'água e o alcançado pelo re exo de u raio de lua Sentiuse mal consegundo chegar na casa de ua maamba
mafambu e caxapa
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comadre a qun1 pediu uma esera para deiar Lá sem inomodar nin guém morreu uieto discreamente: ele cuendou pra conjenga caunga. O esquma sistemazado
Sofriment
Caus
Ta
l
caxapura
natura
rmdio
cuenar para conjenga caunga
maiemb) mafambura
etiço mauara)
o ênia ísica
reédo e reza cuaro)
cupar cuipar
. . .
ste diarama resume odas as informações e retend indicar os conceitos mai impotantes usados para interpretar o soimeno e a more no Cafundó Os seus eios práticos podem ser generalizados a parr dos casos apresentados Anes de tudo é impoante isa que ess esquema é manipulado sempre a posteioi bora as estórias sejam conadas linear mene em eros de causa e efeito (Fulano eneitiçou Sicrno que em conseqüência orreu) na prática as causas são atibuída as o icio da doença o é mesmo depois da moe Além disso; as doenças não são obetvamente lassicadas a pioi como sendo ou caapua ou maam bua A não ser en casos de doenças leves e de cura rápida qaisquer sin omas podem lvanar a suspeia de nauaa e maamba Coo nos sise mas de explicaço fechados analisados por Horon o do Cafudó através do conceito de fitiço esabelece uma ligaço enre o esado das relações sociais da vtia e o estado de saúde do seu corpo pois arbui o so mento agresso de uma oura pessoa Assim o enquadramento de uma doença na caegoria de maambua , evidentemene um at poltico à edida que imlica e aponar um agressor suposo (o feiicero) e envol ve uma agressã real ( a acusaço de eitiçaria Como em toas as socie dades crentes em eiiçaia uma análise das relações enre via acusador e acusado (de itiçaria) é bastane reveladora pois essas relções dizem respeio s ensões que surgem estruturalmente. O Cafundó não é nenhu ma exceção O sr. Olavo acusa um amigo e disinimio d So de Pira pora o sr osé Norbero suposamene moto pelo maido d sua prina sr. erino mrre pela mo de um rival de amor em Salto de irapora O o de ois dos feiticeiros acusados não perencerem comuniade confr ma que a rede as relações sociais na qual as pessoa da comuidade ine ragem no éresra ao Cafundó 7
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ceram para o Cafundó amados cm atabaques, pinga, velas e ólvora para mpar a aa exada e r. rnambu e para rnar neaze efastas atividades deste Após essa visita, durante a qual i encontraa ma lata enterrada o s noes de vios ers da cmuidade, cu de vez estabelecido que de ato, o sr Pernamuo tinha tentado tmr ara si as terras d Cafundó e que ontinuava ltando om todos os ses oderes ontra eles. as palavras da Da Pila e o sr Olavo, ernambuo estava lá em Votorantim "curnado ji vmbuo, curmao matara vavuru, orm do aa zacura vmbuo m lit tra blando o itiço grande, mato de fogo, gordura preta e sangue isto é, matando galinha preta, andando fitiç brav e queando velas rets e vermelhas") té hoe a batalha ontinua co ramificações que por razões e espaç não detalharemos agora que a evdene enrean, que n aund n eelista caaz de lidar om zafambura ois as essoas reisaram da aud rieiro do sr nôni e des de Da. Geni. Há trs ass que fla especamente de Da. ntnia, que mora pert de outra idade vizinha, Sarapuí, e que oi cnsultada várias vezes, nlusive e mens de grae erigo para a comunidae, como quando eles erderam as terras do Caxabu Nessa nsulta, Da. Maria Antônia i avisada de que alguém ia orrer Assim, ela prizou o assassnio do se flho Benedito Norbert Segundo Da Pla, Da. Antônia z esa bran e tabaha apenas paa bem O sr Antônio é classifcado oo macuber ' pis trabala tnto para o be con10 ara o mal, tanto no lad esquerdo" como lad dreito" Da eni é classifcada, pr sua ez cm umbandista orque trabalha para o em, e ara o mal só se or abslutamente nes sri Todos esses esealistas reebem esrtos' com os quais traba lam O xito u não desses trabalhos depenem, en última nstância, da vontade de Des, ou, a língua, Alá! Esses dados sugerem que as pessoas d Cafundó ossuem onhecinto ds fundamentos básicos do sistema cosológico das assin chamadas religiões arobrasileiras; enbra do pono de vista deles elas nada tenam a ver c a Áia! O que não causa nenu e spanto á que é ese sstea cosológico que permeia o undo sial mais amlo no qua o afundó é inserid. Mmbura e caxapura não significam conceitos qe so eseccos ao Cafundó, nas traduzem aspetos de crença que são e certo modo erais e h algun difculdade de comunicaço entre o Caundó e o sr. ôni Da Antônia nã é devid a diferenças e dg as ao grau de erudição dos especialistas Jabura e caxapua remee a una osnolia que stula un1 mundo em úlima instâcia deendente de um deus ocoso, mas ovoad por uma inndade de santos e esrts ue podem sr mnipulds or especialsas que trabalha u n la
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esuerdo ou no lado direito, u para o nal ou paa o bem uma coso la qu re xlaçs ara a aruaridad d ada en a atrbuindoo a eus e à natureza ( caapura ), alg ora do mundo imedia taente scial, ora a s esritos e aos iticeiros reetend à microp líia das relações sociais um sistema de crença que ala d fvor e da escnança, que estabelece uma diaç entre invea, o cime e � ro_ sasre Fala, enfm, da vilncia, não menos real por ser mstica É a vio lência é, como já aponams, tã cnstitutiva da cmunidade do Caundó qunto da sciedade m um todo. Noutras alavras, o que estamos procurando arar é que a cos molgia do Cfundó é a smolgia d Brasil rural, e até cert pnt do Brasi urbano também. Qe mafambura e caapura são palavras da ln gua d Caundó que trauzem essa realidade Pr ais arianas que sejam na sua origem hstórca são também e ao msn10 tempo brasileiras e t a ua nnuada u na a ua mete m este at netas aavras que pdeos ver o encontr entre dois aspets da dentdade sial d Caundó: a sua afiaidade e a sua caipridade". Explicitems Mais de uma vez inistimos em armar que a língua aficana" d Caundó é na verdade, u léxco cujo uso te oo supore estruturas graaticais do portuguê , de ato, é assim que as oisas se passa á, otudo, una impropriedde nesta armaçã e ela se deve à sua grande geeralidade o so todas as estruturas d portuus que são usadas ara a expressão do léxio banto Algumas mas não todas E esse fato, que ·poderia ser explicado pela pobreza d cbuláro afriano do Caundó, cuas exigências gramaticas seriam prprionais à sua rória limitação (cmo e geral ocorre co muits pgs num eságio iniia de cntato), e, se inverternos r u momento o pnto de vista, ser entendido coo uma transformção ocal do ortuguês. ssi, o português, que fornece as estruturas gamatais, tende, com o tem a sobreorse ao léxo afcano e a fazer com que ele desapareça, integrando defnitivamente na slncia histórisocial d comunidade n Brasi qui ele ser trans rmado e absordo e irá prdendo aos puos a iço de traço ultural de origem aficana Não menos verdadeiro é que ese léxi tambétransrma pouguês dandoe, entre tods os sentids que o seu uso regional exliita, o de realizar pediados de aicanidade" ara os que o emregam Dessa rma, se os habitantes d Caund la um africano" qimbundo) ada vez ms aapado, eles simltaneamente resitem à disolução total da priera identidade lingüstia e ultura e, assim fam um prtugus aiira bastante afi nizad
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Acredit1os qe esta é ma naneira d expliciar o qe aqui mesmo e e oro artigo hamamos de fnção ritual da linguagem do Cafundó uer dizer, o léco banto que sobrevive na comnidade, se não cons titi um lng prprimnt dit pls s pntds cnstiti um modo de enunciação a mais do porugês Aquele em que os enuncia dos bantoportguês ou porugêsbanto poduzidos no Cafndó alé do setido reerencial qe possn ter, têm ainda o senido do que eles indican1 n1a represntação da idenidade aicana dos lantes. A lngua aficana do Cafund é pois um modo de falar portugês. como o português falado pela counidade é o portugs caipira, a linguage do grupo terá smpre pelo n1enos dois senidos um qe aponta para o coraço da Áfica, outro qe enrra esse corção no corpo vivo da história do rasil Vale dizer qe o se entido é a encrzilhada 1
Ainda os afrcansmos ou
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again, Sam!"
Qe ineresse tem esabelcer e pesquisar os aficnismos no Novo Mun do? Quando Herskovits publicou o seu livro The Myth the Negro Pat e 4, logo no incio declaro a sa intnço. s pesqisas sobre a cltura de origem aicana nos EUA seriam una tentativa de melhorar a situação inerracial esse pas através de na coprensão da tóra do negro até então ignorada. Todo o livro é construído para drrubar cinco itos" vigens na época. rimeiro qe os negros como crianças, reagen1 pacifcamente a siuaçes sociais não satisftórias"; segndo que apenas os aicanos as acos foran captrados, tendo os mais inteligenes fgido com êxio terceiro, qe como os escravos provinham de toda pate da Árica falavam diversas línguas e vinham de cultras bastan es variadas, e, por te sido dispersos por odo país não conseguiram encotrar u deondor clual co1u , e eb da mesma origem trial conseguissem, às vs, nanters jnos nos A, não consegia anter a sua cltua porqe esa era patentemene inferior dos seus sehores e quinto qe o negro é assim m homem sem m passado" Herskovs 9582) Herskovits, no prefcio da segunda edi ção do livro em 95 reconhece que muita coisa mdou desde a primeira edição e diz De qando em vez é verdade ainda encontranos negros nos A e no Caribe que reeitam o se passado. Mas o número dos que fzem isso est diminindo palainamene, con10 tamém o número dos seus concidadãos brancos que maném o ponto de vista inferior E o n gro americano, ao decobrir que tm um passado adquire a seguança maior de que ter um futuro (Herskovis op. ct: XXIX)
mafambua caxapua
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A preocupação flológica" de Herskovits pode ser visa então como m ato poltico numa determinada conjntra do rocesso de transformação das relações entre negros e bancos nos EUA. O 1ero reconheci nno d q o ngo m isia por incrível qe possa hoe parecer foi uma la ambém no Brasil É mais do qe evidene que a história do negro est apenas começando a ser escrita e ão é pr caso que é neste momento qe vrios grpos politicamente noritários exigem que a his tória seja revelada Não srpreende, pois qe o Candó rapidamene enha virado mnchee deixando ineressados negrs e brancos, esu diosos como etnomsicólogos lingüistas, historiadores antropólogos, ar quitetos e foógrafos, movimentos negros, co1panhias de televisão ec de todo canto do mundo. Constatar a sobevivência" de 1a 'língua aficana é algo qe .em si tem m sentido políico portante Apona para · o fenômeno de resistência cltual Mas essa esistência cltral não é m process simples qe ocorre no confronto entre das clras imutáveis no temp essa concepção da cltura qe leva a ver os aicanismos" no rasil como sinoma de uma certa pujança metafísica das culturas aficanas. Ms essa posição igno ra que a vda social não consiste em batalhas ca1pais entre cultas e sim em enentamentos entre grupos categorias e indivdos, paa qe a cltura orienta a aço poltica e é ao mesmo tempo ua arma sada para mpndl Nsss pqns grnds baaas diaadia culura vive através daqeles que a usm e ao ser assim tiliada ela se transforma Como di Eunic Durham, toda anlise de fôenos culrais é necessarianent anális da dinâmica cultural isto é do processo permanente de reorganização das representações na prática scial representaçes estas que são simltaneamene condiço e produto desta práica (Durham 97:34) Desse ponto de vista ca evidnte qe a línga aicana" do Cafundó no é tãosomente a sobrevvência de um línga bano qa qer, ela é acima de tdo uma prica lingüísica em constante pocesso de transformaão cuo snicad c e sc a d çe ocii oe ea te via. Nos casos que contamos é possível vislumbrar pouco como a cul tra ordena a aço social e é ao mesmo tempo por ea ordenada Não há dúvida que Da. � eni se interessou pelo Cafundó porqu ssi enraria_e contato com a Arica tão importante para sua rgão aobrasile ra Agora ela e seus flhosdesanto estão aprendeno a línga e não didamos qe ela desempenhará um papel impote no desenvolvimento ritual de seu centro Não é fora de propósito imainar qe aravés de contatos com outrs terreros esse traço lal" sa pla paa além de Pilar do Sl aé ser denitivamente incorporado a determinados ituais mbandistas Mas ao longo dess pcurso a língua" se ransfor mará e não terá o esmo papel nem o mesmo senido que tem para o
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mafambura e caxapra
Genealogia parcial do Cafndó A.
B.
e.
D
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povo do Cafund. Entrará n rol das marcas legitimadoras da "afcani dae da u1banda, junto cm s rxs e as canias; Pr as pessoas do Cand no rital da Da eni naa se dee à Áic la é sta omo esecialista numa religião qe az ae d eno tral do Bras como taém fazem o sr ernmuco, a Antônia e o moso crador soro caano ca da o descta e· analisda po Florestan Fernandes Joo de Camargo ara o Cand6 a ica é a sa lnga Ao enunciar pa laras como mmbura, cxapua aieb cuenda para cojega caru g utando estrturas oro-snicas pougsas para arc-as em ases e fazem senido as pessoas do Cand arma a identdade dupla de palistas e aficaos Tradzem o Brasl eal nma fica mítica ou se prefrir ertem umaica real nm Brasil ítico
E.
Edn Pies
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2. Severo
Pr Cadoso 1 Antnia
4 úlio Perea
NOTAS
1 Joaquim anue de liveir
Olavo Caetano
Caundó
l.
1 Benedio 2 Lerino
Flcio
6 Ma Antni
2. Ricarda
2. 3
Igênia
Os Ameida Caetano
5
2 gênia I
5 damo
6 Oestes mu
Adeina
7 os Norbrto
. Muro
1
1 l i
8. Antôno � l Pernambuco) L 8 Maria Guita
st trabalho reprsenta concuses paciais da pequisa de sus autoes, qu cona na prte histrica com a estreta cooraço e oert ens e nan· ciada a Fundaço de Ampo à Psquisa do Estado de São auo Todas a xpressões da "lngua aicana do Caund sero neste trabaho rgistrada segundo a gra do portguês do rasil Quanto às lnguas arcanas propamn t dtas usase a grafa aotada paa as línguas da faíla banto Para uma exclnt análs da cultura caipra no sado de São Paulo vr Ant nio Cândido 196 Os prsonagns que apcem nste trabalho pode ser localizados na genealo gia anxa As ltras A D reeremse geaçõs os algarismos à posi ção numa dtrminada grção Maria Slvia d Carvlo ranco 976 p 25ss Cf por xmplo paa uma stnço semeante de papéis socas o lvro d Cros Rodrgus rn, 977 Compar sta situaço cm as observações que faz Yvonne Maggie Alves Velh (975: ) sobre a atribição do staus d aficana s religis negras no país Chama estas religies e ao escondia um medo de cham-las de religies n gras As origns aricana s davam um cartr mas impo e aistocrtico A Áica st longe, o icanos so sangios e sso lhes coner um ou tro saus". m dois artigos tis Hon 196) Robin Hoton compa o pensament aicano tradicional co o pnsamento ocidntal e cientco Sugee que h rands smlhanas ntr sses dos sistemas de pnsamento e argumenta qu nos sistemas aricanos as noçõs de espíito e de itiçaria têm um saus pi tmogico anlogo ao o tomo na ciência ocidetal, pois prmitem stabe c uma rlação causa entre dois fnômenos obsváveis mas cuja elação n pod ser dirtamnt visa stamos pnsando speificament nos trabalhos e Eans-Prtchad (937) Marwick 965 ddicaos anális da sociologi das acusaçõs de bruaria e tiçia. Vr Mia saura Prira de Quioz 1973 Para algumas desta pa é possív apont a ogem ngüstc. om temp e dgnca o mesmo poera se eto com a dema.