OLERICULTURA GERAL PRINCÍPIOS E TÉCNICAS
1 DEFINIÇÃO, ORIGEM E EVOLUÇÃO DA OLERICULTURA Olericultura é
o termo agronômico empregado para designar o cultivo das
plantas conecidas vulgarmente como ortali!as" O dicion#rio $rasileiro da l%ngua portuguesa de&ine hortaliças como '(esigna!)o vulgar de plantas leguminosas ou de plantas er$#ceas* er$#ceas* comest%veis so$ a &orma de saladas* ensopados* guisados* condimentos* etc"* e +ue geralmente se cultivam nas ortas, verdura* erva'" Por sua ve-" .ilgueira /01112 de&ine o mesmo termo como '3rupo de plantas de consist4ncia tenra* n)o lenosa* de ciclo $iol5gico curto* com e6ig4ncia de tratos culturais intensivos* cultivadas em #reas menores do +ue as grandes culturas e utili-adas na alimenta!)o umana sem e6igir prévio preparo industrial'" As duas de&ini!7es s)o amplas* porém &alam na tentativa de englo$ar a totalidade das espécies +ue podem ser classi&icadas dentro dessa #rea da agricultura" O tomateiro* o piment)o e a $erin8ela* por e6emplo* s)o plantas semilenosas* semilenosas* +ue e6trapolam a consist4ncia er$#cea" O morangueiro é uma planta er$#cea* porém* tem um ciclo longo* superior a seis meses" O tomateiro cultiv cultivad adoo para para produprodu-ir ir &rutos &rutos desti destina nados dos a indust industria rialili-a! a!)o )o dei6ar dei6aria ia de ser uma uma ortali!a* de acordo com a segunda de&ini!)o citada acima" No con8unto das ortali!as* encontram9se os mais variados produtos vegetais comest%veis* como &olas /al&ace* agri)o* etc"2* caules /aspargo2* tu$érculos /$atata* $atata9doce* iname* etc"2* &lores /couve /couve9&lo 9&lor* r* $r5col $r5colos2 os2** ra%-es ra%-es /cenou /cenoura* ra* $eter $eterra$ ra$a2* a2* semen sementes tes /&ei8) /&ei8)oo vag vagem em** &ava* &ava* ervila2 e &rutos /tomate* mel)o* pepino2* +ue tanto podem ser consumidos in natura como industriali industriali-ado -ados" s" N)o e6iste* e6iste* portanto* portanto* uma classi&ic classi&ica!)o a!)o estrita estrita das espécies espécies +uanto ao seu car#ter hortaliça e* :s ve-es* uma mesma espécie pode ser classi&icada em uma ou mais categorias" Citam9se como e6emplos o morangueiro* +ue tanto pode ser considerado uma ortali!a como uma &rut%&era de clima temperado* e o caso da $atata* +ue é uma ortali!a cu8o mane8o se apro6ima mais da+uele praticado nas grandes culturas de cereais do +ue propriamente das ortali!as" Por essas ra-7es* em muitos pa%ses* evita9se &a-er uma classi&ica!)o e6austiva e utili-a9se apenas o termo horticultura para
designar con8untamente o cultivo dessas espécies"
A olericultura é o ramo a a!ricultura "ue trata o culti#o a$ e$%écie$ cu&a$ cu&a$ 'ol(a$ 'ol(a$,, 'lore$ 'lore$,, caule$ caule$,, ra)*e ra)*e$$ ou 'ruto$ 'ruto$ $+o co$umi co$umio$ o$ in natura natura e $em iu$triali*a-+o. Uma cla$$i'ica-+o e$trita é i')cil e $er reali*aa e o termo (orticultura é !eralmete em%re!ao %ara e$i!ar o culti#o e$$a$ e$%écie$. 1.1 Da$ $ocieae$ %rimiti#a$ ao muo cotem%or/eo ;ma ;ma das ip5te ip5tese sess apo aponta ntadas das para para e6p e6plic licar ar a capac capacida idade de de adapta adapta!)o !)o do omem aos mais distintos am$ientes no decurso da evolu!)o da espécie so$re o glo$o terrestre &a- re&er4ncia : a$ilidade em utili-ar uma ampla gama de produtos para sua alimenta!)o" Entretanto* o surgimento da agricultura como atividade econômica esta ligado $asicamente : produ!)o de gr)os* principalmente os cereais como o trigo na Europa Europa** o arroarro- na
A 'alta e tecolo!ia %ara a co$er#a-+o a$ (ortali-a$ 'oi o %rici%al 'ator "ue retarou a e#olu-+o e$$e $etor, "uao com%arao ao$ cereai$. A desco$erta das vitaminas e seu papel essencial no meta$olismo umano repres represent entou ou o prime primeiro iro passo passo para para o surgim surgiment entoo da ortic orticult ultura ura como como ativid atividade ade econômica" .icou evidente aos olos das popula!7es +ue o consumo apenas de &arinas
e prote%nas n)o era su&iciente para uma $oa alimenta!)o* tornando9se necess#rio incluir* na dieta cotidiana produtos vegetais n)o co-idos" Entretanto* somente ap5s a segunda metade do século >>* &oi +ue a orticultura mundial iniciou sua arrancada para tornar9 se um dos setores mais evolu%dos da agricultura e tam$ém a+uele +ue usa tecnologia mais mais so&is so&isti tica cada da"" Essa Essa muda mudan! n!aa &oi &oi prov provoc ocad adaa por* por* pelo pelo meno menos* s* +uat +uatro ro &ato &atore ress principais, ? o avan!o tecnol5gico dos meios de conserva!)o conserva!)o dos alimentos pelo res&riame res&riamento nto e@ou cong congelam elamento ento** o +ue tornou tornou poss%vel poss%vel transporta transportarr e comerciali comerciali-ar -ar &rutas e ortali!as no espa!o e no tempo ? a r#pida meloria das condi!7es de vida das popula!7es* popula!7es* so$retudo na Europa e na America do Norte* +ue se ur$ani-aram e passaram a ad+uirir* no comércio* os produtos necess#rios necess#rios a sua alimenta!)o* alimenta!)o* permitindo o surgimento surgimento de uma orticultura de car#ter pro&issional ? a populari-a!)o do uso da energia &5ssil para o a+uecimento doméstico nos pa%ses desenvolvidos* desenvolvidos* redu-indo a necessidade necessidade de ingerir alimentos de alto valor energético* energético* como as gorduras* para suportar as $ai6as temperaturas durante o inverno ? as desco$ertas recentes da medicina* apontando a preval4ncia das ortali!as e &rutas na dieta alimentar como uma condi!)o &avor#vel ao aumento da e6pectativa de vida das pessoas" Esses &atores con8ugados indu-iram uma pro&unda modi&ica!)o nos #$itos de vida e nos padr7es culturais da sa=de &%sica* cu8o re&erencial passou dos contornos corporais arredondados dos séculos passados para as &ormas anoré6icas do &inal do século >>" Implicaram tam$ém uma trans&orma!)o radical nos #$itos alimentares das popula!7es* con&erindo a orticultura um novo e importante papel no conte6to da agricultura mundial* como &ornecedora de alimentos $alanceados e de $ai6o valor energético"
A co$er#a-+o co$er#a-+o %elo 'rio e a$ e$co0erta$ e$co0erta$ a meicia toraram a$ (ortali-a$ um o$ %rici%ai$ com%oete$ a ieta a$ %o%ula-e$ o 'ial o $éculo 22. 1.3 O ca$o o 4ra$il A origem e a evolu!)o da Olericultura* no Brasil* est# estritamente ligada ao desenvolvimento econômico e social do pa%s* desde o desco$rimento até os dias atuais" A matri- cultural cultural $rasileira $rasileira &oi erdada erdada dos portugues portugueses" es" No século século >I* a ri+ue-a ri+ue-a de Portugal Portugal provina provina essencia essencialmen lmente te da atividade atividade mercantil* mercantil* e o desenvo desenvolvime lvimento nto da
navega!)o n)o &oi propriamente uma escola* mas uma imposi!)o &ace : escasse- de recursos naturais no seu pe+ueno territ5rio" Essa mentalidade persistiu ap5s o desco$rimento e coloni-a!)o do Brasil" A colônia &oi destinada a ser* durante séculos* uma simples &ornecedora de matérias9primas de $ai6o valor agregado ao mercado europeu" Ao contrario do +ue ocorreu em outros pa%ses coloni-ados no mesmo per%odo* principalmente na América do Norte* n)o ouve* no Brasil" a vontade pol%tica em desenvolver uma agricultura voltada aos interesses das popula!7es locais" A alimenta!)o das camadas sociais nos e6tratos in&eriores da sociedade colonial &icou $aseada essencialmente no consumo de &arinas e produtos locais* a$undantes e de $ai6o custo* como o &ei8)o e o car+ue" A cultura mercantilista se re&letiu tam$ém nos padr7es sociais* +ue viam* no tra$alo manual* uma atividade destinada essencialmente aos escravos /Ri$eiro* DF2" Essa mentalidade estava longe de se compati$ili-ar com o esmero e a dedica!)o e6igidos no cultivo das ortali!as" Esses &atores de ordem econômica e cultural erdados da coloni-a!)o portuguesa retardaram o surgimento da Olericultura no Brasil" (urante as primeiras décadas da coloni-a!)o* predominou o consumo de ortali!as locais* como o iname* por+ue as ortali!as originarias da Europa ainda n)o eram cultivadas no Pa%s /Gelo* 01112" As primeiras e6peri4ncias com o cultivo intensivo de ortali!as* no Brasil* iniciaram com as correntes migrat5rias de origem n)o9i$érica" Essas popula!7es eram oriundas de regi7es continentais da Europa* onde a alimenta!)o provina de uma atividade agr%cola local" Na matri- cultural dessas popula!7es* o consumo de plantas domésticas se constitu%a em &ator indispens#vel para a so$reviv4ncia* pois parte da produ!)o de gr)os e@ou outras atividades com valor comercial se destinava as trocas limitadas +ue ocorriam dentro de um conte6to econômico de su$sist4ncia" A estrutura social dessas popula!7es estava &undamentada na valori-a!)o do tra$alo e de seus resultados" (urante esse per%odo* surgem e se e6pandem as hortas domésticas* caracteri-adas pela diversi&ica!)o de espécies e $ai6o volume de entradas no agrossistema* com o$8etivos comerciais ainda muito limitados"
A e#olu-+o a Olericultura, o 4ra$il, 'oi retaraa %or uma matri* eco5mica e $ocial #oltaa %ara a e6%orta-+o. A a!ricultura e $u0$i$t7cia, oriua a imi!ra-+o recete, eu ori!em a e$$a ati#iae em e$cala omé$tica. Na primeira metade do século >>" tem in%cio* em$ora de &orma t%mida* a industriali-a!)o do Pais* principalmente no estado de S)o Paulo" A industriali-a!)o
desencadeou o processo de 46odo rural e a concentra!)o ur$ana da popula!)o* criando as condi!7es necess#rias para o surgimento de um mercado consumidor de &rutas e ortali!as" Os descendentes de 8aponeses no estado de S)o Paulo* oriundos das =ltimas correntes imigrat5rias +ue cegaram tardiamente para a su$stitui!)o da m)o9de9o$ra escrava na lavoura ca&eeira* &oram um dos primeiros grupos a perce$er esse novo mercado" Tina origem assim* no Brasil* a Olericultura como atividade econômica* no estado de S)o Paulo" Na+uela época* as cidades eram de pe+ueno porte* o valor da terra relativamente $ai6o e a produ!)o de ortali!as podia ser &eita na peri&eria das mesmas cidades para onde a produ!)o era destinada" Surgiam* assim* as hortas comerciais diversificadas* caracteri-adas por um numero ainda
elevado de espécies e volume médio
ou alto de entradas no agrossistema" A comerciali-a!)o dos produtos podia ser &eita pelo pr5prio produtor* +ue se apropriava da maior parte dos $ene&%cios econômicos da atividade" O &enômeno ocorreu primeiramente no estado de S)o Paulo e e6pandiu9se para outros estados* como Ginas 3erais* Rio 3rande do Sul* Rio de Haneiro* (istrito .ederal e outros" A industriali-a!)o ca5tica* ocorrida no Brasil na segunda metade do século >>" provocou &orte desorgani-a!)o social e o conse+ente crescimento desordenado das grandes cidades" A produ!)o de ortali!as deslocou9se para longe dos centros ur$anos* empurrada pela eleva!)o do valor da terra e pelas di&%ceis rela!7es sociais +ue passaram a se esta$elecer na peri&eria desses centros ur$anos" O acesso ao mercado tornou9se mais di&%cil* e6igindo a presen!a de intermedi#rios" Surgiam* assim* as hortas comercias especializadas*
caracteri-adas pelo cultivo de apenas uma ou poucas espécies e alto
volume de entradas no agrossistema" ;ma das conse+4ncias mais marcantes dessa etapa &oi : perda na apropria!)o dos $ene&%cios econômicos da atividade pelo produtor de ortali!as* +ue se viu o$rigado a dividir esses $ene&%cios com v#rios outros segmentos intermedi#rios* dentro de um sistema de comerciali-a!)o desorgani-ado e comple6o"
A Olericultura, como $e!meto a ecoomia, $ur!iu em ecorr7cia a cocetra-+o ur0aa a %o%ula-+o e $o'reu a$ co$e"87cia$ a ature*a ca9tica e$$e %roce$$o $ocial.
1.: ;itua-+o atual e %er$%ecti#a$ %ara o $etor
Em$ora tena surgido e evolu%do de &orma ca5tica* a industriali-a!)o do Pais mostra tend4ncia a crescer de &orma irrevers%vel" Esse processo n)o ocorre propriamente por uma op!)o nacional* mas impulsionado* so$retudo* pela press)o da economia mundial de car#ter glo$ali-ante" Paralela : industriali-a!)o* ocorre a concentra!)o populacional* ampliando o mercado consumidor" Esse &ato* aliado a mudan!a dos #$itos alimentares rumo a um consumo cada ve- maior de produtos vegetais* permite prever um crescimento potencial elevado da demanda por ortali!as nas pr56imas décadas" Por outro lado* o a$randamento das &ronteiras comerciais entre os pa%ses" em decorr4ncia da glo$ali-a!)o da economia* contri$ui para diminuir a de&asagem tecnol5gica entre os parceiros comerciais" O produtor de ortali!as se de&ronta atualmente com um mercado consumidor cada ve- mais e6igente e* para atend49lo* precisa lan!ar m)o de tecnologias so&isticadas provenientes de pa%ses mais avan!ados" Como e6emplos dessas tecnologias* citam9se o cultivo em am$iente protegido* as técnicas da &ertirriga!)o* do cultivo em idroponia* do cultivo em su$stratos* etc" Entretanto* nos pa%ses em +ue &oram geradas* essas tecnologias &oram assimiladas pelos produtores de &orma lento e gradual* no decorrer de per%odos relativamente longos de tempo* superiores a de- anos" O orticultor $rasileiro v49se* portanto* con&rontado com o desa&io de assimilar as mesmas tecnologias em pra-os muito menores se +uiser se tornar competitivo e permanecer na atividade" ;m dos mais sérios o$st#culos para atingir essa meta reside no $ai6o grau de escolaridade do produtor nacional* +uando comparado com seus colegas dos pa%ses desenvolvidos" Essa caracter%stica n)o é e6clusiva do orticultor* ao contrario* o$serva9se tam$ém na média da popula!)o nacional e tem como principal &ator a $ai6a valori-a!)o da educa!)o no decorrer da ist5ria passada e presente do Pais" A eleva!)o do n%vel educacional do orticultor $rasileiro é condi!)o sine qua non para o avan!o tecnol5gico do setor nos anos vindouros"
Na ecoomia !lo0ali*aa, a olericultura %reci$a $er e'iciete %ara ateer a um mercao co$umior caa #e* mai$ e6i!ete e com%etiti#o.
3 O4
A no!)o de hábito alimentar indica a repeti$ilidade de um procedimento no decorrer do tempo* nesse caso* a ingest)o dos alimentos" Para +ue as &rutas e as ortali!as passem a ser consumidas +uotidianamente pela popula!)o* passando a &a-er parte do a$ito alimentar* e &undamental +ue este8am sempre dispon%veis no mercado* de acordo com as pre&er4ncias do consumidor" O o$8etivo maior da olericultura atual consiste* portanto* em ser capa- de o&erecer ao consumidor ortali!as de $oa +ualidade durante os do-e meses do ano" A interrup!)o do &ornecimento* em +ual+uer per%odo do ano* implica em uma ruptura no #$ito alimentar e repercute de &orma negativa so$re o consumo* pois as pessoas tendem a su$stituir as ortali!as por outros produtos" A importa!)o de regi7es distantes* nos per%odos de entressa&ra local* é uma solu!)o paliativa e de e&ici4ncia duvidosa* por duas ra-oes principais" A primeira se re&ere ao pre!o &inal mais elevado* +ue desestimula o consumo por causar transtornos ao or!amento doméstico do consumidor" A segunda se re&ere : +ualidade in&erior dos produtos oriundos de regi7es distantes* +ue so&rem perda de +ualidade tanto pelas m#s condi!7es de em$alagem e transporte* como pelo longo per%odo de tempo +ue transcorre desde a coleita* na lavoura* até o consumo &inal" Para e6empli&icar* tomemos o e6emplo do tomate tipo Santa Cru- /Paulista2* consumido* no Rio 3rande do Sul* nos meses de inverno" Essa &ruta provém de lavouras locali-adas no interior de S)o Paulo* sendo colida em &ase anterior ao in%cio da matura!)o* +uando sua consist4ncia é ainda su&icientemente elevada para suportar o transporte e a comerciali-a!)o" Percorre centenas de +uilômetros na carroceria de camin7es sem re&rigera!)o* ate cegar as prateleiras do vare8ista +uatro ou cinco dias mais tarde" ;ma ve- nesse local* os &rutos s)o despe8ados a granel so$re prateleiras em condi!7es igi4nicas geralmente prec#rias* sem +ual+uer em$alagem de prote!)o" Ser)o* ainda* revolvidos in=meras ve6es durante o dia pelos consumidores" ;ma propor!)o do produto estimada em torno de JKL do volume inicial so&rera deteriora!)o precoce e &icara inapta ao consumo /Secretaria de Agricultura e A$astecimento de S)o Paulo* DF2" O valor da &ra!)o perdida ser# acrescido ao custo no c#lculo do pre!o praticado ao consumidor" As péssimas condi!7es de comerciali-a!)o s)o um dos &atores respons#veis pelo $ai6o consumo de &rutas e ortali!as no Brasil* +uando comparado com outros pa%ses" Muando a produ!)o é proveniente da mesma regi)o onde é comerciali-ada* o produto pode ser colido em &ase mais pr56ima da matura!)o e passa por um numero menor de etapas intermedi#rias até cegar ao consumidor" Por isso* é geralmente de +ualidade mais elevada"
O o0&eti#o m=6imo a olericultura co$i$te em %rou*ir com "ualiae e re!ulariae urate too o ao. 3.3 Comerciali*a-+o e a0a$tecimeto O capitulo D mostrou +ue a evolu!)o da produ!)o de ortali!as* nos di&erentes estados do Brasil* ocorreu dentro de conte6tos econômicos e sociais di&erenciados" Alguns estados como S)o Paulo e Ginas 3erais antecederam os demais no desenvolvimento da orticultura* criando e6cedentes de produ!)o" A cria!)o das Centrais de A$astecimento /CEASAs2* nas grandes cidades* permitiu a concentra!)o desses e6cedentes e a$riu a possi$ilidade de comerciali-a!)o em regi7es distantes" Nessas regi7es* a escasse- de o&erta estava associada tanto a &alta de tecnologia de produ!)o como as limita!7es decorrentes da disponi$ilidade radiativa* térmica e@ou %drica" A diversidade social e clim#tica e6istente no Brasil ampliou* portanto* o mercado consumidor de &rutas e ortali!as* +ue podia ser a$astecido sem grandes restri!7es gra!as a livre circula!)o dos produtos entre as di&erentes regi7es" Atualmente* as CEASAs se multiplicaram na maioria dos estados da .edera!)o* tanto nas capitais como nas cidades de médio porte" A produ!)o de ortali!as manteve9se regionali-ada* en+uanto o mercado consumidor se estendeu por +uase todo o territ5rio $rasileiro" A estrutura de comerciali-a!)o centrali-ada nas CEASAs trou6e $ene&%cios ao consumidor* permitindo uma maior regularidade de o&erta de ortali!as nos di&erentes per%odos do ano" Entretanto* o &uncionamento desse sistema engendrou v#rios aspectos negativos no decorrer do tempo" ;m deles di- respeito : eleva!)o dos pre!os com$inada : perda de +ualidade dos produtos transportados* como &oi discutido na se!)o anterior" ;m segundo aspecto se re&ere ao aumento da comple6idade da cadeia de comerciali-a!)o entre o produtor e o consumidor /.igura D2"
.rente :s di&iculdades em atingir isoladamente grandes volumes de produ!)o a serem comerciali-ados nas CEASAs* pe+uenos e médios produtores s)o o$rigados a vender sua produ!)o a um primeiro agente de comerciali-a!)o local" Esse agente* representado* na maioria das ve-es* por alguém de origem rural dentro da mesma regi)o* concentra e transporta o volume de produ!)o de um determinado grupo de produtores" Na CEASA* esse volume é revendido a um segundo agente* de &orma!)o essencialmente comercial" ;m terceiro agente entra em cena para repassar o produto da CEASA para o mercado vare8ista local* +ue representa o =ltimo elo entre os dois e6tremos da cadeia" E6istem* portanto* pelo menos +uatro agentes de intermedia!)o" Considerando9se uma so$reta6a em torno de J1L em cada etapa* o produto &inal pode cegar ao consumidor acrescido de até D01L" Essa di&eren!a &ica apropriada pelos agentes de comerciali-a!)o e representa uma perda econômica para o meio rural" ;m terceiro aspecto negativo do sistema esta associa!)o ao mecanismo de &orma!)o de pre!os" Os agentes* locali-ados nas CEASAs* det4m o controle privilegiado das in&orma!7es re&erentes : evolu!)o dos pre!os entre as di&erentes centrais locali-adas nas distintas regi7es do Pa%s" Trata9se* portanto* de um mercado de tend4ncia oligopol%stica* com poder de manipular e esta$elecer pre!os" Os agentes locali-ados em uma mesma CEASA competem entre si e esse tipo de mercado tende a redu-ir gradativamente o numero de agentes em concorr4ncia" Com o passar do tempo*
somente os comerciantes mais #$eis permanecem na atividade acentuando o car#ter concentrador desse mercado" Os pre!os dei6am de ser esta$elecidos pelas rela!7es simples entre a o&erta e a demanda e podem so&rer aumentos a$usivos* com pre8u%-os diretos tanto ao produtor como ao consumidor &inal"
A e$trutura atual e comerciali*a-+o a$ (ortali-a$ atra#é$ a$ CEA;A$ é e ature*a oli!o%ol)$tica, em "ue o %routor 'ica com uma %arcela reu*ia o #alor a!re!ao.
3.: >o$$i0iliae$ tecol9!ica$ Nas se!7es anteriores* mostrou9se +ue a orticultura +ual tem por desa&io o &ornecimento regular de produtos sadios e de elevada +ualidade" Entretanto* para +ue esses produtos se8am acess%veis a maioria da popula!)o* é &undamental +ue ceguem ao mercado em n%veis de pre!os compat%veis com o poder a+uisitivo dessa popula!)o" A tecnologia de produ!)o a ser adotada deve* por isso* ser capa- de atender ao trinômio regularidade* +ualidade e pre!o" 2.3.1 Regularidade de produço
O rendimento &inal das culturas agr%colas* entre elas as ortali!as* depende &undamentalmente da radia!)o solar incidente" A radia!)o condiciona a so$reviv4ncia e o crescimento das espécies vegetais e determina a +uantidade de $iomassa &i6ada" As di&erentes ortali!as t4m e6ig4ncias radiativas di&erenciadas e* por esse motivo* s)o classi&icadas em espécies de inverno ou de ver)o" As primeiras s)o a+uelas capa-es de crescer com n%veis moderados de radia!)o solar" As espécies de ver)o* +ue representam a maioria das ortali!as cultivadas* e6igem n%veis elevados de energia solar para so$reviver* crescer e produ-ir satis&atoriamente" Para essas plantar* utili-a9se como re&er4ncia o n%vel de radia!)o solar igual a "K GH m 90dia9D /.AO" D1, Cocsull et al"* D02" A$ai6o desse valor* camado limite tr5&ico* os assimilados produ-idos pela &otoss%ntese s)o insu&icientes para suprir a energia necess#ria para a manuten!)o das estruturas vegetais de uma planta adulta" Nessa situa!)o* a planta degrada* em uma primeira etapa* as suas estruturas vegetativas e trans&ere esses assimilados para os &rutos* +ue passam a ter prioridade na reparti!)o da massa seca /Andriolo et al"* Da* $2" Se a de&ici4ncia radiativa persistir* a planta termina por destruir sua estrutura vegetativa respons#vel pela &otoss%ntese e morre" Muando o n%vel de radia!)o solar esta
acima do limite tr5&ico* o crescimento e a produ!)o s)o poss%veis" Entretanto* e6iste um limite superior de radia!)o* acima do +ual o e&eito so$re o crescimento passa a ser negativo" O valor desse limite ainda n)o &oi claramente esta$elecido por resultados de pes+uisa" Porém* em uma estimativa preliminar* pode9se apontar valores acima de 01 GH m90 dia9D como a+ueles onde o crescimento das plantas pode ser &ortemente pre8udicado" Os e&eitos so$re o crescimento n)o se devem unicamente a radia!)o* mas ao e&eito com$inado da radia!)o e temperatura do ar" E6iste uma rela!)o entre a evolu!)o desses dois elementos ao longo do ano" Muanto mais elevada &or a média de radia!)o solar incidente* maiores ser)o os valores das temperaturas medias do ar /.igura 02"
A disponi$ilidade de radia!)o solar é a primeira condi!)o indispens#vel para o cultivo das ortali!as durante todo o ano" Por isso* a o&erta desses produtos &ica condicionada por esse elemento do am$iente" No plane8amento estratégico da produ!)o* a primeira etapa consiste em e&etuar um levantamento da radia!)o dispon%vel nos do-e meses do ano" Esse estudo serve para indicar os meses em +ue o cultivo é poss%vel em um determinado local" Permite* ainda* mostrar as di&eren!as de potencial de produ!)o entre di&erentes locais e pode ser empregado tam$ém como $ase para o plane8amento da produ!)o em uma grande regi)o* um estado ou mesmo um pa%s* aproveitando di&eren!as e6istentes entre microclimas regionais" O primeiro caso é ilustrado pela .igura 0* +ue
mostra a disponi$ilidade radiativa e térmica ao longo do ano na regi)o de Santa Garia" O$serva9se +ue nessa regi)o e6iste uma de&ici4ncia de radia!)o solar nos meses de inverno* +ue impossi$ilita o cultivo de ortali!as de ver)o* como o tomateiro* o pepino e o meloeiro" Por outro lado* nessa mesma época* a produ!)o dessas culturas pode ser &eita em outras regi7es do Estado +ue n)o en&rentam a mesma de&ici4ncia de radia!)o* como é mostrado pela Ta$ela D"
O le#atameto a i$%oi0iliae e eer!ia $olar ao lo!o o ao é o %rimeiro e$tuo a $er 'eito %ara %lae&ar a $e"87cia e culti#o$, teo em #i$ta o0ter a maior re!ulariae e %rou-+o.
2.3.2 !ualidade dos produtos
A +ua +ualid lidad adee das das ortal ortali!a i!ass +ue cegam cegam ao merca mercado do consu consumi midor dor pod podee ser ser dividida em +ualidade &isiol5gica e sanit#ria" A primeira di- respeito aos processos &isiol5gicos* na planta inteira* +ue deram origem ao produto &inal comerciali-ado" ;m produto de elevada +ualidade &isiol5gica é geralmente o$tido por culturas isentas de +ual+u +ua l+uer er estres estresse se duran durante te o seu seu per%od per%odoo de cresci crescime mento nto e desenv desenvolv olvime imento nto"" Essa Essa situa!)o pode ser de&inida pelo 'con&orto vegetal'* em analogia ao mundo animal" Muando um estresse é imposto :s plantas* o crescimento é a&etado* pre8udicando o aspecto visual do produto" Se o estresse &or mais acentuado* s)o as caracter%sticas rela relaci cion onad adas as com com a +ual +ualid idad adee +ue +ue pode podem m ser ser alte altera rada das* s* modi modi&i &ica cand ndoo vari# vari#ve veis is organolépticas como o sa$or* o aroma* o teor de a!=cares e outros" Para e6empli&icar*
uma planta de al&ace su$metida a um estresse %drico apresenta &olas pe+uenas e de sa$or amargo* devido : s%ntese de l#te6" ;m &ruto de tomateiro produ-ido em condi!7es de temperatura e6cessivamente elevada diminui a s%ntese de licopeno* passando a apresentar colora!)o amarelada* e seu sa$or &ica alterado pela diminui!)o no teor de #cidos e a!=cares" Nas duas situa!7es* o produto apresenta $ai6o ou nenum valor comercial" E por essa ra-)o +ue as tecnologias de produ!)o empregadas em orticultura tendem a se apro6imar da m#6ima e&ici4ncia técnica da produ!)o" Essa caracter%stica torna essa #rea da agricultura di&erente das demais* nas +uais os o$8etivos de produ!)o s)o norteados principalmente pela $usca da m#6ima e&ici4ncia econômica da produ!)o" Na orticultura* n)o $asta o$ter volumes de um determinado produto" Esse produto s5 ter# valor comercial se apresentar uma elevada +ualidade &isiol5gica" E6iste uma situa!)o* porém* na +ual o estresse pode aumentar a +ualidade &isio &isiol5 l5gi gica ca das das ort ortal ali! i!as as"" É o caso caso de algu alguma mass espé espéci cies es +ue +ue prod produu-em em &ruto &rutos* s* especialmente o tomateiro* em +ue o cultivo em condi!7es salinas redu- o crescimento vegetativo da planta e o teor de #gua dos &rutos* aumentando* porém* o teor de s5lidos sol=veis" Essa técnica vem sendo empregada nos cultivos &ora do solo em alguns pa%ses europeus* onde a concentra!)o e a composi!)o da solu!)o nutritiva é a8ustada no decorrer do ciclo de produtivo da cultura* de &orma a o$ter a meloria da +ualidade dos &rutos* sem atingir n%veis t56icos :s plantas /Bolarin et al"* 011D Cuartero .ernande-9 Guno-* D Sonneveld Qelles* 011D2"
A "ualiae 'i$iol9!ica é e$$ecial a %rou-+o e (ortali-a$ e, %ara $er alca-aa, o$ 'atore$ "ue cotrolam o cre$cimeto e o e$e#ol#imeto %reci$am $er otimi*ao$. ;m segund segundoo &ator &ator +ue reperc repercute ute &ortem &ortement entee na +ua +ualid lidade ade &isiol &isiol5gi 5gica ca das ortali!as +ue cegam ao consumidor di- respeito :s em$alagens utili-adas durante o transporte" A em$alagem padr)o* ainda empregada no Brasil* é a cai6a de madeira* denominada cai"a tipo # " Suas dimens7es s)o de 1*KF m de comprimento* 1*0J m de largura e 1*JFF m de altura" Torna9se di&%cil descrever virtudes associadas a essa em$alagem* pois seus inconvenientes s)o m=ltiplos" A madeira é um material poroso* +ue a$sorv a$sorvee umidad umidadee &acilm &acilment ente* e* permit permitind indoo a multi multiplic plica!) a!)oo de in=me in=meros ros agent agentes es patog4nicos* tanto aos vegetais como aos seres umanos" A desin&esta!)o desin&esta!)o é uma oper opera! a!)o )o di&% di&%ci cill e tam$ tam$ém ém de cust custoo elev elevad ado* o* send sendoo rara rarame ment ntee e&et e&etua uada da"" Guit Guitas as
ortali!as &olosas s)o acondicionadas ainda na lavoura para o interior dessas cai6as* muitas ve-es em estado de semidecomposi!)o* portando* nas paredes internas* res%duos de sua utili-a!)o anterior e* nas paredes e6ternas* res%duos de solo e@ou outras impure-as aderid aderidas" as" Essas Essas ortal ortali!a i!ass &olos &olosas as ser)o ser)o poster posterior iormen mente te retira retirada dass das cai6as cai6as e repassadas ao consumidor* consumidor* sem +ual+uer limpe-a complementar" complementar" Guitas ve-es* a cai6a é simplesmente a$erta e o produto espalado a granel so$re as prateleiras* provocando danos +ue redu-em seu per%odo de conserva!)o" cai"a # é a &aci ;m segu segund ndoo &ato &atorr nega negativ tivoo iner ineren ente te : cai"a &acili lida dade de de &raud &raudes es
comerciais" O volume relativamente grande permite adicionar produtos de +ualidade in&erior nas camadas in&eriores* e a &raude somente ser# perce$ida +uando o produto &or e6post e6p ostoo ao con consum sumido idor" r" O enci encimen mento to &eito &eito a granel granel** na maiori maioriaa das das ve-es ve-es sem classi&ica!)o previa do produto* tender# a uma redu!)o de volume durante o transporte" Por esse motivo* é muito comum as cai6as serem encidas com uma camada e6tra de produto* +ue ser# &ortemente pressionada para permitir o seu &ecamento" A conse+ con se+4 4nci nciaa mais mais eviden evidente te é o amassa amassame mento nto e@ou e@ou a deteri deteriora ora!) !)oo de uma uma &ra!) &ra!)oo importante dos produtos contidos no seu interior" ;ma das causas citadas # anos para e6plicar a e6ist4ncia e a continuidade dessa situa!)o aponta o $ai6o custo da madeira* +uando +ua ndo compa comparad radoo ao de outros outros materi materiais ais mais mais igi4n igi4nico icos* s* como como as em$al em$alage agens ns pl#sticas" Entretanto* essa situa!)o mostra sinais de mudan!a nos =ltimos anos* com o encarecimento tanto da madeira como da m)o9de9o$ra necess#ria para a &a$rica!)o dessas cai6as* aumentando seu custo de a+uisi!)o" Se &or considerada sua vida =til relativamente curta* a em$alagem de madeira perde competitividade em compara!)o aos aos mate materi riai aiss pl#s pl#sti tico cos" s" As péss péssim imas as cond condi! i!7e 7ess de em$a em$ala lage gem* m* tran transp spor orte te e comerciali-a!)o s)o um dos &atores +ue redu-em a +ualidade &isiol5gica das ortali!as consumidas no Brasil" Como alternativa* s)o recomendadas as cai6as pl#sticas* com dimens7es vari#veis* e a cai6a 'EGBRAPA'" 'EGBRAPA'" Esta =ltima &oi conce$ida com dimens7es menores* com 1*F1 m de comprimento* 1*J1 m de largura e apenas 1*0J m de altura* permitindo redu-ir as perdas por danos mecnicos de &rutos de tomateiro em apro6imadamente apro6imadamente DFL /uengo et al"* 01112" ;ma &orma alternativa de comerciali-a!)o das ortali!as surgiu através dos produtos minimamente processados* processados* praticada # décadas em pa%ses do emis&ério Norte" No Brasil" esse segmento tem crescido crescido nos =ltimos anos* anos* especialmente especialmente no centro do Pa%s* Pa%s* preven prevendo9 do9se se &orte &orte evo evolu! lu!)o )o nas pr56im pr56imas as décad décadas" as" ;ma ;ma das princ principa ipais is
vantagens desse processamento é a redu!)o do tempo necess#rio para o preparo das ortali!as pelo consumidor domestico" O processamento m%nimo das ortali!as consiste* entre outras opera!7es* na limpe-a prévia* descascamento* &atiamento* picamento* com ou sem adi!)o de produtos +u%micos para aumentar sua conserva!)o" A vida =til desses produtos é menor do +ue a+ueles n)o processados e essa é uma das ra-7es pelas +uais s)o empregadas em$alagens pe+uenas* como sacos pl#sticos ou $ande8as de poliestireno" A limpe-a é essencial durante todo o processo e* para preserv#9la* os produtos devem ser envoltos com &ilme de polietileno espec%&ico para em$alagens" (i&erentes tipos de &ilme podem ser empregados* com di&erentes permea$ilidades aos gases* permitindo modi&icar de &orma passiva a atmos&era no interior da em$alagem* a &im de prolongar a conserva!)o dos produtos" Outras vantagens s)o a agrega!)o de valor ao produto e a possi$ilidade de comerciali-a!)o diretamente com as grandes redes de supermercados e@ou atacadistas* escapando* assim* dos e&eitos negativos do circuito de comerciali-a!)o através das CEASAs /(urigan Cassaro* 01112" A +ualidade sanit#ria das ortali!as depende da presen!a de agentes ou su$stncias nocivas : sa=de do consumidor" Os principais agentes s)o os microorganismos vivos respons#veis por doen!as contagiosas como o c5lera e a epatite e* ainda* as -oonoses" A maioria desses agentes provém tanto do solo como de #guas contaminadas* utili-adas na irriga!)o ou na limpe-a das ortali!as" A situa!)o e altamente preocupante do ponto de vista da popula!)o* pois a grande maioria das ortali!as s)o consumidas cruas" ;ma $oa parte da orticultura é praticada pr56ima a centros ur$anos* onde os esgotos nem sempre passam por um tratamento ade+uado* contaminando as #guas" Essas #guas atingem os arroios e rios* podendo di&undir agentes respons#veis por doen!as graves* como o c5lera e a leptospirose" No pr5prio meio rural onde as ortali!as s)o produ-idas* os princ%pios de igiene doméstica nem sempre s)o o$servados a risca* podendo a&etar sua +ualidade sanit#ria" Na es&era doméstica do produtor rural* o pro$lema pode ser resolvido pela educa!)o" Porém* no tocante : contamina!)o das #guas* o pro$lema e6trapola os limites da orticultura e somente poder# ser solucionado pelo enga8amento pol%tico de toda a sociedade" O segundo aspecto da +ualidade sanit#ria das ortali!as se re&ere : aus4ncia de res%duos +u%micos* especialmente da+ueles empregados para o controle de pragas e moléstias das culturas" Em$ora estat%sticas o&iciais so$re o assunto se8am ainda escassas no Brasil* pesa so$re as ortali!as uma grande descon&ian!a por pane do consumidor"
Essa descon&ian!a provém do uso maci!o de produtos +u%micos t56icos em +uase todas as etapas de produ!)o da maioria das ortali!as" No caso do tomateiro* por e6emplo* em algumas regi7es* s)o e&etuadas entre J1 e K1 aplica!7es de inseticidas e@ ou &ungicidas em um =nico ciclo de cultura de apro6imadamente D01 dias" Isso signi&ica em torno de duns aplica!7es por semana* o +ue e6igiria produtos +u%micos com per%odo de car4ncia in&erior a dois dias para +ue esse per%odo pudesse ser respeitado antes da coleita" Pro$lemas semelantes tam$ém e6istem com outras culturas* como o morangueiro e a cenoura" A solu!)o dessa +uest)o depende de &atores sociais e tecnol5gicos" O primeiro se re&ere ao $ai6o n%vel educacional do orticultor* +ue assimilou* durante décadas* uma cultura voltada ao uso maci!o de agrot56icos na lavoura" A conscienti-a!)o desse elemento umano 8# poderia redu-ir os riscos de contamina!)o das ortali!as" A segunda se re&ere ao desenvolvimento de novas tecnologias de produ!)o $aseadas no mane8o integrado da planta e do am$iente* segundo uma vis)o ol%stica da produ!)o vegetal"
A "ualiae $ait=ria a$ (ortali-a$ co$umia$ o 4ra$il é 0ai6a, %or"ue o cotrole tato a "ualiae a =!ua como a %re$e-a e re$)uo$ "u)mico$ aia é %ouco e'etuao. O uso e6agerado de produtos +u%micos* na orticultura $rasileira* &oi indu-ido por* pelos menos* tr4s &atores" (e um lado* a estratégia comercial das companias produtores dessas su$stncias +u%micas* em $usca de novos mercados" Por outro* as di&iculdades encontradas pelos produtores para o controle de pragas e doen!as por meios alternativos" As condi!7es clim#ticas da maioria das regi7es $rasileiras onde a orticultura é praticada s)o muito mais comple6as do +ue a+uelas das regi7es onde esses gen5tipos &oram desenvolvidos* em sua grande maioria no emis&ério Norte" Conse+entemente* +uando esses gen5tipos e65ticos s)o e6postos : $iodiversidade e6istente no Pa%s* tornam9se muito suscet%veis :s pragas e :s doen!as" 3rande parte dos orticultores $rasileiros provém de correntes imigrat5rias" Ine6istia* portanto* na $agagem cultural coletiva desses produtores* o conecimento do am$iente &%sico e $iol5gico local e das potencialidades de mane8o integrado das culturas e do am$iente nessa nova situa!)o" Esses &atores criaram as condi!7es +ue a ind=stria agro+u%mica necessitava para disseminar o uso intensivo de agrot56icos na produ!)o de ortali!as"O terceiro &ator &oi o desconecimento dos e&eitos nocivos desses produtos +u%micos so$re
o organismo pela comunidade cienti&ica nacional" arias décadas se passaram até +ue essa comunidade tomasse posicionamento so$re a +uest)o e esse retardamento permitiu +ue o orticultor assimilasse uma cultura alop#tica de controle das pragas e doen!as das culturas"
O u$o macro e %routo$ "u)mico$ a (orticultura ocorreu %or"ue +o (a#ia, o >a)$, uma 0a!a!em cultural e ciet)'ica ca%a* e limitar a %re$$+o comercial a i?$tria a!ro"u)mica $o0re e$$e o#o mercao co$umior. Algumas alternativas tecnol5gicas podem ser apontadas para a diminui!)o do uso de produtos +u%micos na olericultura a curto pra-o, U $ultivo em ambiente protegido , um dos principais &atores relacionados com a incid4ncia de moléstias é a elevada umidade* tanto do ar como do solo" Os cultivos protegidos permitem evitar +ue a precipita!)o pluviométrica atin8a as plantas e o solo" A umidade do ar pode ser mane8ada através da ventila!)o" O a+uecimento do ar tam$ém é uma alternativa +ue pode ser empregada para esse &im em culturas de elevado valor comercial" A umidade do solo no interior dos am$ientes protegidos pode ser controlada através do mane8o racional da irriga!)o" As moléstias do sistema radicular de di&%cil controle* como* por e6emplo* as $actérias do g4nero %seudonomas* podem ser evitadas através do cultivo &ora do solo* eliminando a necessidade de e&etuar a desin&esta!)o peri5dica do solo" Tomando9se como e6emplo a cultura do tomateiro* o$serva9se +ue en+uanto no cultivo em am$iente natural s)o e&etuadas até J1 aplica!7es de produtos +u%micos em um =nico ciclo /Vam$olim et al"* 01112* a mesma cultura condu-ida em am$iente protegido pode ter as aplica!7es redu-idas para* no m#6imo* cinco ou seis* representando uma diminui!)o de 1L na utili-a!)o desses produtos nocivos a sa=de" No tocante :s pragas* sua incid4ncia pode ser prevenida por $arreiras mecnicas /telas2 e* +uando o controle +u%mico torna9se indispens#vel* a utili-a!)o de produtos &umigantes é uma alternativa +ue redu- o impacto negativo so$re a cultura* o tra$alador e o consumidor"
O culti#o em am0iete %rote!io é uma a$ %rici%ai$ técica$ em%re!aa a maior %arte o muo %ara %rote!er a$ cultura$ a$ a#er$iae$ clim=tica$, %ra!a$ e oe-a$, reu*io a a%lica-+o e %routo$ "u)mico$.
U &ane'a integrado das culturas , as espécies vegetais* atualmente e6istentes so$re o glo$o terrestre* s)o o resultado de um longo processo de evolu!)o natural +ue vem ocorrendo desde o surgimento da vida so$re o planeta" Esse processo evolutivo continua a ocorrer e implica em +ue as di&erentes espécies compitam entre si pelos recursos naturais necess#rios : continuidade da vida vegetal" O surgimento da agricultura representou uma +ue$ra nesse processo* pois as espécies de interesse econômico &oram privilegiadas arti&icialmente pelo mane8o do omem* em detrimento das demais" O advento da agricultura de mercado* $aseada no uso intensivo de insumos* criou a e6pectativa de +ue era poss%vel* para as plantas cultivadas* escapar inde&inidamente do processo evolutivo comum a todas as espécies vegetais" O uso indiscriminado de produtos +u%micos* ainda praticado nos pa%ses su$desenvolvidos* representa o apogeu desse agrossistema" Entretanto* +uanto mais um sistema se dese+uili$ra maiores s)o as &or!as necess#rias para resta$elecer o e+uil%$rio" Conse+entemente* o uso e6agerado de produtos +u%micos na orticultura potenciali-ou os dese+uil%$rios do agrossistema* engendrando a necessidade crescente de sua utili-a!)o" No segmento da produ!)o de ortali!as* essa situa!)o provocou +ueda na produtividade e aumento dos custos de produ!)o" No segmento consumidor* a descon&ian!a gerada a partir de den=ncias nos meios de comunica!)o de massa indu-iu a diminui!)o do consumo" Esse +uadro &oi respons#vel pela $usca de novos sistemas de produ!)o* $aseados em rela!7es mais armônicas entre as culturas e o con8unto do agrossistema"
O mae&o ite!rao a$ cultura$ e o am0iete $ur!iu %ela ece$$iae e reu*ir cu$to$ e e ateer a %re$$+o o mercao co$umior %or %routo$ e maior "ualiae $ait=ria. Nos pa%ses altamente desenvolvidos* onde a escolaridade da popula!)o é elevada* a produ!)o de ortali!as evoluiu para sistemas altamente controlados* com o uso redu-ido de produtos +u%micos" Esses sistemas s)o instalados em am$iente protegido* com controle arti&icial do am$iente" (essa &orma* as condi!7es am$ientais &avor#veis as doen!as s)o evitadas pelo mane8o de vari#veis como a temperatura e a igrometria do ar" Os cultivos s)o reali-ados so$re su$stratos isolados do solo* onde as plantas s)o &ertirrigadas de &orma $alanceada* tornando9se mais resistentes aos pat5genos" O controle das pragas é e&etuado por métodos $iol5gicos* mediante a
distri$ui!)o* no interior da cultura* de agentes predadores das pragas* evitando o uso de produtos +u%micos" Esses sistemas de produ!)o tornaram9se vi#veis* nesses pa%ses* gra!as : e6ist4ncia de institui!7es s5lidas tanto de pes+uisa como de ensino* capa-es de gerar e transmitir e&icientemente as novas tecnologias" A mudan!a de escala tecnol5gica ocorreu de &orma lenta e gradual* permitindo a populari-a!)o dos novos conecimentos" Nos pa%ses su$desenvolvidos* a escasse- crônica de recursos vem acompanada por uma atividade intelectual rare&eita e esses dois &atores associados se tradu-em em uma $ai6a produ!)o cient%&ica e tecnol5gica" O desenvolvimento de agrossistemas capa-es de produ-ir ortali!as saud#veis* como a+ueles +ue &oram desenvolvidos em outros pa%ses* é muito lento nessas condi!7es" Entretanto* as tecnologias geradas na+ueles pa%ses s)o rapidamente repassadas aos demais* mediante &orte press)o comercial" Caracteri-a9se* portanto* uma situa!)o em +ue produtores de $ai6a escolaridade se v4em con&rontados com tecnologias altamente so&isticadas* para as +uais n)o est)o preparados" En+uanto nos pa%ses em +ue essas tecnologias &oram geradas os produtores dispuseram de tempo su&iciente para assimil#9las corretamente* nos pa%ses su$desenvolvidos* essas mesmas tecnologias s)o adotadas $ruscamente* sem uma previa avalia!)o e@ou adapta!)o" Os resultados s)o* muitas ve-es* catastr5&icos* originando pro$lemas de ordem econômica* social e sanit#ria" ;m e6emplo dessa situa!)o pode ser constatado em casos recentes da pr#tica da &ertirriga!)o em espécies ort%colas* nas +uais as doses e6ageradas condu-iram : salini-a!)o dos solos* comprometendo tanto a renda dos produtores como a sustenta$ilidade da produ!)o"
A 0ai6a ati#iae itelectual a$$ociaa @ 0ai6a e$colariae o %routor rural $+o um 'orte etra#e %ara a e#olu-+o "ualitati#a a olericultura acioal. 2.3.3 ( olericultura org)nica
O impacto negativo da introdu!)o $rusca de tecnologias importadas gerou a $usca de novas tecnologias de produ!)o* de menor custo e mais integradas ao am$iente" ;ma das alternativas &oi o resgate de praticas agr%colas ancestrais praticadas antes do advento dos produtos agro+u%micos" Essas tecnologias s)o* atualmente empregadas pelos grupos ligados : produ!)o de ortali!as ditas orgnicas e@ou ecol5gicas* +ue e6istem em +uase todos os estados da .edera!)o" O princ%pio &undamental da produ!)o orgnica esta $aseado em um en&o+ue glo$al e dinmico das plantas como elementos de um ecossistema maior +ue interage
através de rela!7es de causa e e&eito" (entro desse en&o+ue* uma monocultura passa a ser considerada como um dese+uil%$rio desse ecossistema* por+ue um grande n=mero de indiv%duos geneticamente semelantes predomina em uma determinada #rea* em detrimento de outros gen5tipos e@ou espécies" O surgimento de pragas* doen!as e dist=r$ios &isiol5gicos é considerado com uma conse+4ncia da +ue$ra do e+uil%$rio +ue e6istia originalmente na nature-a entre todas as espécies vegetais" Muando espécies di&erentes coe6istem em uma mesma popula!)o* a progress)o das pragas e moléstias é mais lenta" (e &orma semelante* a utili-a!)o dos nutrientes e6istentes no solo é mais e&iciente* pois espécies di&erentes t4m necessidades nutricionais di&erenciadas* permitindo +ue as plantas disponam de um melor $alanceamento dos nutrientes" O des$alanceamento dos nutrientes no solo inter&ere no meta$olismo da planta* tornando9a mais suscet%vel :s moléstias e ao ata+ue das pragas" O termo tro&o$iose é empregado para designar o estado de e+uil%$rio &isiol5gico de uma planta ou cultura +ue cresce e se desenvolve em armonia com o am$iente &ormado pela atmos&era* o solo e os outros seres vivos* animais ou vegetais" Alguns dos princ%pios $#sicos da produ!)o orgnica s)o os seguintes /Au$ert* D2, 9 supress)o do use de pesticidas e@ou produtos +u%micos de cadeia comple6a, 9 uso e6clusivo da adu$a!)o orgnica como &onte de nutrientes 9 cons5rcio de culturas, 9 rota!)o de culturas 9 controle $iol5gico de pragas através de inimigos naturais" A via$ili-a!)o da orticultura orgnica* no conte6to do século >>I* precisa superar v#rios desa&ios" O primeiro di- respeito ao retorno a uma escala &amiliar de produ!)o* $aseada na m)o9de9o$ra $arata" Nos pa%ses peri&éricos ao sistema econômico mundial* antes de ser uma e6ig4ncia* essa condi!)o surge como uma valiosa alternativa de inser!)o econômica para uma parcela e6pressiva da popula!)o de $ai6a escolaridade* +ue vem sendo ali8ada* de &orma crescente* da economia &ormal cada ve- mais competitiva" Nessa categoria* incluem9se os pe+uenos produtores rurais e tam$ém a+ueles assentados pelos programas de re&orma agr#ria" Entretanto* é preciso considerar +ue a popula!)o umana atual do planeta* da ordem de seis $il7es de pessoas* constitui* por si s5* um dese+uil%$rio ecol5gico* o +ual indu- outros dese+uil%$rios* como a produ!)o de alimentos em larga escala" O retorno a sistemas de produ!)o com n%vel tecnol5gico mais $ai6o signi&ica* geralmente* o$ter rendimentos in&eriores :+ueles o$tidos atualmente" Essa situa!)o implica pro&undos re&le6os* tanto no segmento
produtor como consumidor" Rendimentos mais $ai6os* o$tidos com os produtos org)nicos * podem se tradu-ir em
pre!os mais elevados aos consumidores* di&icultando o
consumo de ortali!as pelas camadas mais po$res da popula!)o* +ue se situa istoricamente a$ai6o das +uantidades recomendadas" Muanto aos produtores* os ganos ter)o +ue ser divididos entre um n=mero maior de tra$aladores* pois a agricultura de $ai6a tecnologia é mais e6igente em m)o9de9o$ra" Os produtos orgnicos s)o na maioria das ve-es* de apar4ncia in&erior e isso e6ige uma mudan!a nos #$itos alimentares da popula!)o ur$ana* de &orma a valori-ar mais a +ualidade do +ue o aspecto visual" É poss%vel +ue essa mudan!a vena a ocorrer a curto pra-o* uma ve- +ue desco$ertas recentes da medicina apontam as ortali!as cultivadas por métodos naturais como uma importante &onte de su$stncias capa-es de prevenir moléstias +ue a&etam as pessoas /3er$er* 01112"
A #ia0ili*a-+o a olericultura orgânica eou ecológica e%ee e %ro'ua$ moi'ica-e$ a e$trutura a!r=ria atualmete e6i$tete o >a)$. O uso e6clusivo da adu$a!)o orgnica na olericultura tam$ém apresenta algumas di&iculdades operacionais" Se proveniente de estercos* cuidados precisam ser tomados* pois a cria!)o de animais com alta tecnologia* como* por e6emplo* em con&inamentos* &a- uso de medicamentos e@ou produtos +u%micos +ue podem contaminar as ortali!as produ-idas" Nesse caso* somente os estercos de animais criados e6tensivamente poderiam ser utili-ados* criando di&iculdades para a coleta do material em grande escala" Outra alternativa seria a utili-a!)o de palas e@ou res%duos vegetais para o método da compostagem orgnica" Nesse caso* os materiais orgnicos seriam provenientes de #reas ane6as* as +uais necessitariam da adi!)o de nutrientes e6ternos para a produ!)o de $iomassa" O uso de &ertili-antes +u%micos seria simplesmente trans&erido da olericultura para outros setores da agricultura* contrariando os princ%pios da agricultura sustent#vel" Muanto ao uso de res%duos ur$anos na compostagem* seu emprego depende do controle da presen!a de metais pesados nocivos : sa=de /P$* Cd" Cr" g e outros2* os +uais podem ser a$sorvidos pelas plantar /Gelo et al"* 01112" ;m segundo desa&io di- respeito : o$ten!)o de uma produ!)o regular de ortali!as saud#veis* capa- de consolidar a orticultura org)nica como um #$ito de consumo para a popula!)o ur$ana" No caso de adversidades clim#ticas e@ou do surgimento de pragas e moléstias +ue &ogem do controle pelos métodos ancestrais* o
apelo aos insumos +u%micos representaria uma +ue$ra de con&ian!a perante o consumidor" ;m dilema ent)o se esta$eleceria* a ser resolvido so$ o risco da perda da produ!)o ou do mercado" ;m terceiro &ator provém da necessidade de desenvolver novas tecnologias de produ!)o dentro desses princ%pios" A contraposi!)o de uma orticultura org)nica a uma outra qu*mica se originou por+ue as institui!7es de pes+uisa e ensino n)o conseguiram adaptar corretamente as tecnologias importadas e é pouco prov#vel +ue essas mesmas institui!7es venam a ser capa-es de criar* com a rapide- necess#ria* as &ormas alternativas de produ!)o re+ueridas pela orticultura org)nica " É prov#vel +ue essas correntes aparentemente antagônicas venam a evoluir nos pr56imos anos rumo a uma tecnologia integrada de produ!)o* semelante :+uela praticada atualmente nos pa%ses do emis&ério Norte* especialmente da Europa" A &isiologia das espécies de ortali!as é regida por processos +ue dependem das condi!7es de cultivo" As possi$ilidades de modi&ica!)o desses processos para adapt#9los :s condi!7es de cultivo s)o muito limitadas" Na olericultura* s)o as condi!7es de cultivo +ue devem ser adaptadas : &isiologia das culturas" ;ma com$ina!)o de técnicas como a prote!)o do am$iente* mane8o correto da #gua e dos nutrientes* uso de controle $iol5gico* etc"* seria capa- de em um primeiro momento* redu-ir o impacto negativo das tecnologias importadas e produ-ir ortali!as de +ualidade sanit#ria aceit#vel" Entretanto* é importante salientar +ue para a concreti-a!)o das possi$ilidades apontadas é indispens#vel uma pro&unda mudan!a na mentalidade de produtores e consumidores"
>ara torarB$e uma alterati#a #i=#el %ara $u%rir a emaa !lo0al e (ortali-a$, a olericultura orgânica eou ecológica ece$$ita e$e#ol#er tecolo!ia$ e %rou-+o mai$ com%le6a$ o "ue a"uela$ &= e$e#ol#ia$ até o mometo atual.
: >RO>AGAÇÃO DA; ORTALIÇA; A moderna &isiologia da produ!)o das ortali!as conce$e uma cultura de &orma semelante a uma unidade industrial de produ!)o em série" Cada uma das plantas +ue &a- parte da cultura representa uma lina de produ!)o individual* +ue passa por todas as etapas* desde o rece$imento da matéria9prima /CO 02* a gest)o do sistema /radia!)o* temperatura* etc"2 até o produto &inal com valor comercial agregado" A e&ici4ncia da produ!)o depende da e&ici4ncia individual do con8unto das n plantas +ue comp7em a
cultura" Por esse motivo* o rendimento m#6imo somente ser# o$tido +uando todas as plantas da cultura estiverem operando em sua capacidade m#6ima de produ!)o" Plantas e&icientes somente poder)o ser o$tidas de sementes e mudas de alta +ualidade e* por esse motivo* a etapa de propaga!)o é condicionante da per&ormance da cultura" A grande maioria das ortali!as é propagada por sementes" Nesse grupo* incluem9se variedades de polini-a!)o livre* cultivares e %$ridos simples ou duplos* permitindo a produ!)o comercial de sementes de elevada +ualidade genética" A propaga!)o asse6uada é empregada para um pe+ueno n=mero de culturas* &ormadas por %$ridos interespec%&icos de ploidia elevada /morangueiro2 ou caracteri-adas por limita!7es &isiol5gicas +ue di&icultam ou impedem a produ!)o de sementes /alo2"
:.1 Fatore$ coicioate$ a !ermia-+o A germina!)o das ortali!as é condicionada pela temperatura e umidade* em$ora algumas espécies* como a al&ace* so&ram a in&lu4ncia da radia!)o" A temperatura 5tima para a germina!)o varia de uma espécie para outra /Ta$ela 02" Muanto : umidade* as e6ig4ncias variam de acordo com as espécies" As cucur$it#ceas germinam $em com $ai6a umidade* pr56ima ao ponto de murca permanente /PGP2* en+uanto a al&ace* cic5ria e $eterra$a e6igem um teor de umidade F1L acima do PGP /Ginami* DF2" Atualmente* a semeadura das ortali!as é &eita predominantemente em su$stratos" No caso de su$stratos com espa!o poroso total n)o in&erior a 1*WF m m 9D* a germina!)o é ade+uada +uando o teor de #gua estiver dentro da &ra!)o &acilmente utili-#vel /3ras* DW Andriolo* D Gar&: 3uri* D2" As sementes das ortali!as s)o* na maioria* de pe+ueno porte* ra-)o pela +ual tem poucas reservas* e6igindo +ue as condi!7es para germina!)o se8am otimi-adas a &im de assegurar a emerg4ncia e produ!)o de mudas de alto vigor" A etapa de produ!)o de mudas é uma &ase distinta dentro do ciclo de produ!)o e deve ser &eita em condi!7es especiais e por produtores especiali-ados"
:.3 ;emeaura iireta A +ualidade &isiol5gica das ortali!as somente pode ser o$tida +uando a planta estiver livre da ocorr4ncia de per%odos de estresse durante o seu ciclo de crescimento e desenvolvimento" O transplante das mudas é um &ator de estresse" Por esse motivo* do ponto de vista &isiol5gico* a semeadura direta seria pre&er%vel : indireta" Entretanto* diversos &atores* descritos a seguir* di&icultam sua utili-a!)o na pr#tica, U O tamanho reduzido da maioria das sementes de hortaliças+ o tamano de uma semente tem rela!)o com a +uantidade de reservas energéticas +ue ela possui" Essas reservas se destinam a suprir a energia necess#ria para a germina!)o e emerg4ncia* até +ue as &olas este8am aptas a o$t49la pela &otoss%ntese" Sementes de pe+ueno porte devem ser semeadas a pe+uena pro&undidade /menos de 1*1DF m2* a &im de &acilitar a emerg4ncia" Conse+entemente* a camada super&icial do solo deve estar isenta de torr7es e@ou part%culas muito grosseiras" A pe+uena camada de solo +ue reco$re as sementes perde #gua com muita &acilidade* e6igindo irriga!7es &re+entes para evitar sua desidrata!)o* tanto na &ase de germina!)o como no per%odo de crescimento das plntulas" Esse mane8o intensivo é di&%cil de ser &eito no campo* em grandes #reas* ou em locais a&astados da resid4ncia do orticultor U O alto custo das sementes com elevado padro genético , o valor agregado das sementes de algumas ortali!as é dos mais elevados no con8unto das espécies de interesse agr%cola" Sementes de %$ridos transg4nicos t4m geralmente cota!)o internacional* podendo atingir* atualmente* pre!os superiores a ;SX 1*D1 a unidade* ou se8a" ;SX D11"11 a cartela contendo mil unidades" Sementes com esse valor n)o podem ser desperdi!adas e essa é uma das ra-7es pelas +uais as condi!7es para a germina!)o* emerg4ncia e crescimento precisam ser otimi-adas" Para tal* devem ser empregadas instala!7es e e+uipamentos especiais* com controle da radia!)o solar* temperatura do ar e do meio radicular* umidade e nutri!)o mineral U ( densidade de plantas a ser mantida na lavoura , muitas ortali!as de porte médio ou alto t4m sementes de pe+ueno tamano" ;m e6emplo é o tomateiro cu8as sementes s)o pe+uenas e a popula!)o de plantas a utili-ar na lavoura se situa normalmente entre 0*F e J plantas m 90" Torna se di&%cil* nesse caso* reali-ar a semeadura direta sem um grande desperd%cio de sementes* avendo ainda a necessidade de e&etuar* posteriormente* um des$aste rigoroso das plntulas em e6cesso" Ga+uinas para reali-ar a semeadura mecnica e6istem apenas para um n=mero redu-ido de espécies* como a cenoura* por e6emplo" ;ma alternativa para permitir a semeadura mecnica de sementes
de pe+ueno tamano seria a peleti-a!)o* porém* esse processo aumenta o valor agregado e ainda é pouco empregado na produ!)o de sementes de ortali!as"
A $emeaura iireta é o métoo e %ro%a!a-+o em%re!ao %ara a maior %arte a$ e$%écie$ e (ortali-a$ %ro%a!aa$ %or $emete$.
:.: ;emeaura ireta A semeadura direta de ortali!as é empregada nos seguintes casos, U ,ortaliças tuberosas, +uando as ra%-es de uma plntula s)o in8uriadas ou rompidas* o sistema radicular +ue se desenvolvera posteriormente poder# modi&icar sua anatomia" ;m sistema radicular tipo a6ial poder# se trans&ormar em &asciculado" Esse &ato tem pro&undas implica!7es em ortali!as cu8a parte comest%vel s)o as ra%-es" ;ma planta de $eterra$a* su$metida ao transplante* poder# apresentar uma intensa proli&era!)o de ra%-es secund#rias* em$ora seu sistema radicular normal se8a do tipo a6ial" No caso da cenoura* rami&ica!7es* $i&urca!7es* rugosidades e mesmo tortuosidades podem ocorrer em plantas transplantadas" Por esse motivo* espécies com ra%-es comest%veis utili-am a semeadura direta /cenoura* $eterra$a* ra$anete* na$o* almeir)o de rai-2, U ,ortaliças com rápida suberificaço das ra*zes , +uando uma planta 8ovem é su$metida ao transplante com rai- nua* a maior parte dos pelos radiculares se rompem e &icam presos ao solo de origem" A a$sor!)o de #gua pela planta* no per%odo su$se+ente ao transplante* precisa* por isso* ser &eita pelas ra%-es remanescentes* com idade &isiol5gica mais avan!ada" Entretanto* : medida +ue as ra%-es crescem* sua parede celular passa por um processo de su$eri&ica!)o* isolando o meio interno do e6terior da rai-" Esse &enômeno é um mecanismo adaptativo natural destinado a evitar +ue a #gua a$sorvida pelos p4los a$sorventes se8a perdida ao longo da super&%cie da rai-* por di&us)o para o meio e6terno /.igura J2" Entretanto* a rapide- com a +ual a su$eri&ica!)o ocorre varia de uma espécie para outra e depende tam$ém da velocidade de emiss)o e crescimento de novas ra%-es" Espécies de crescimento radicular lento podem* portanto* sucum$ir por desidrata!)o nos dias posteriores ao transplante* por+ue seu sistema radicular n)o consegue a$sorver #gua nos volumes necess#rios para atender : demanda %drica da plntula" Espécies desse tipo s)o multiplicadas por semeadura direta* ou por métodos de produ!)o de mudas +ue preservem a integridade &%sica do sistema radicular"
(entro desse grupo se en+uadram as cucur$it#ceas como o pepino* o meloeiro* a moranga e as a$5$oras* assim como o &ei8)o vagem e a ervila"
A eci$+o $o0re o em%re!o a $emeaura ireta ou iireta e%ee e critério$ 'i$iol9!ico$ e tam0ém eco5mico$.
:. Métoo$ e %rou-+o e mua$ 3.-.1 %ropagaço se"uada
O o$8etivo maior da produ!)o de mudas de ortali!as consiste em, i2 o$ter plntulas de alto vigor ii2 sadias e iii2 produ-idas no mais curto espa!o de tempo poss%vel" Para atingi9lo* o mane8o deve ser reali-ado de &orma a evitar estresses durante o per%odo de crescimento" Por essa ra-)o* a produ!)o de mudas propagadas por sementes deve ser reali-ada em am$ientes protegidos* em condi!7es assépticas e com controle da temperatura e umidade do ar" U (condicionamento, para e&etuar a semeadura* empregam9se normalmente $ande8as de poliestireno" As dimens7es podem variar de um &a$ricante para outro* sendo as mais comuns de 1*K1 m de largura e 1*W1 m de comprimento" A super&%cie dessas $ande8as é su$dividida em alvéolos* cu8o n=mero pode variar desde apro6imadamente W0 até 0 por $ande8a" Em +uase todos os pa%ses do mundo* s)o empregadas $ande8as desse tipo para a produ!)o de mudas de ortali!as" As principais ra-7es s)o o &ato de serem leves* de $ai6o custo e permitirem a limpe-a e desin&esta!)o com &acilidade" O
&ormato dos alvéolos é piramidal* com a e6tremidade in&erior per&urada* a &im de assegurar a livre drenagem da #gua &ornecida em e6cesso pela irriga!)o" As principais vantagens o&erecidas por essas $ande8as s)o o $ai6o peso* a &acilidade de limpe-a e desin&esta!)o e a praticidade de transporte e manuseio das mudas por ocasi)o do transplante" U (ssepsia, o local destinado a produ!)o de mudas deve ser o mais asséptico poss%vel* a &im de redu-ir os riscos de contamina!)o por pragas e@ou moléstias" A desin&esta!)o das $ande8as* antes de cada semeadura* pode ser &eita por imers)o em solu!)o de ipoclorito de s5dio /DL p"a"2 ou de &ormol /JL p"a"2 /CTI.* DFc2" O sul&ato de co$re pode ser empregado com a vantagem adicional de redu-ir a ader4ncia das ra%-es : super&%cie interna dos alvéolos* &acilitando* posteriormente* a opera!)o de retirada das mudas" No interior do am$iente protegido* a super&%cie do solo deve ser revestida pre&erencialmente por $rita* a &im de permitir a r#pida drenagem da #gua e &acilitar o controle da umidade do ar" (eve tam$ém ser mantida isenta de toda e +ual+uer vegeta!)o ospedeira de pragas e@ou pat5genos" As super&%cies de ventila!)o devem ser protegidas por telas antiinsetos* a &im de manter a&astadas as pragas respons#veis pela transmiss)o de viroses" Recomendam9se pedil=vios nas entradas e o acesso deve &icar restrito ao pessoal encarregado de reali-ar o mane8o" É conveniente +ue o su$strato a ser empregado se8a previamente desin&estado" Guitas empresas especiali-adas na &a$rica!)o de su$stratos agr%colas &a-em essa opera!)o previamente : comerciali-a!)o" Muando isso n)o é reali-ado* o produtor de mudas pode &a-e9Do" Os métodos mais simples +ue podem ser empregados para tal s)o o uso do vapor e a solari-a!)o" O uso de calor seco deve ser &eito com cuidado* por+ue pode provocar com$ust)o da &ra!)o orgnica* alterando as caracter%sticas &%sicas do material" O uso do vapor é di&%cil e oneroso* por+ue e6ige a produ!)o do vapor e sua distri$ui!)o no interior do su$strato* o +ual deve ser disposto em &inas camadas" E+uipamentos simples para a desin&esta!)o do solo através do vapor &oram desenvolvidos* nos +uais o vapor é produ-ido no interior de uma caldeira met#lica* empregando lena ou g#s como &onte energética para o a+uecimento /Esteves" 0111 Silva et al"* 011D2 /.igura K2" O vapor é condu-ido até o interior de um t=nel $ai6o de polietileno de $ai6a densidade /Pe$d2* onde se encontra o material a desin&estar" Outra alternativa consiste em empregar a solari-a!)o cl#ssica* nos meses de ver)o /Strec et al"* DY, Gedeiros* 01112" Esse método é de $ai6o custo* porém depende da ocorr4ncia
de dias com elevada insola!)o" Nos per%odos ou anos de $ai6a insola!)o* sua e&ici4ncia é $ai6a"
U Gane8o c@a temperatura" Muando as temperaturas do ar se situam em valores in&eriores a+ueles considerados 5timos para cada espécie* o a+uecimento arti&icial deve ser empregado" Os métodos mais simples +ue podem ser empregados s)o o a+uecimento elétrico ou por com$ust)o gasosa" O primeiro pode ser constitu%do por resist4ncias elétricas* instaladas so$re uma mesa de germina!)o* controladas por um termostato /.igura F2" ;ma camada de areia =mida deve ser mantida entre as resist4ncias e o &undo das $ande8as* a &im de transmitir o calor ate o su$strato" Pode tam$ém ser constitu%do por lmpadas incandescentes instaladas so$ as $ande8as /Becett* DD2" A com$ust)o gasosa pode ser &eita mediante o uso de g#s de co-ina /$utano2* locali-ando os +ueimadores so$ as $ande8as" E+uipamentos especiais dotados de termostato podem ser empregados* capa-es de &uncionar de &orma autom#tica" Para aumentar a e&ici4ncia do a+uecimento e redu-ir simultaneamente os custos* as $ande8as podem ser superpostas umas so$re as outras e* a seguir* envoltas por um &ilme de polietileno até o in%cio da emerg4ncias das mudas"
Nesse caso* Basta a+uecer o ar contido so$ o &ilme +ue envolve as $ande8as" Outra alternativa consiste em instalar um t=nel $ai6o so$re os estrados +ue cont4m as $ande8as* a &im de concentrar o ar +uente pr56imo delas* redu-indo seu movimento ascendente por convec!)o" Ap5s a emerg4ncia* o &ilme pl#stico deve ser imediatamente retirado* a &im de evitar o estiolamento das mudas" O teor mais ade+uado de umidade do ar* a &im de redu-ir os riscos de moléstias* situa9se pr56imo de 1L /CTI.* DFa2" É poss%vel mane8ar a umidade do ar associando9se a+uecimento e ventila!)o simultaneamente" Muanto : umidade do su$strato* o teor de #gua deve ser mantido
sempre pr56imo da capacidade m#6ima de reten!)o de #gua" Porém* o teor de umidade tanto do ar como do su$strato deve ser redu-ido alguns dias antes do transplante* a &im de tornar as mudas mais resistentes ao manuseio e a desidrata!)o e para o$ter uma propor!)o elevada de pegamento" O teor de umidade do ar a ser mantido nessa =ltima &ase da produ!)o de mudas situa9se em torno de K1L* e a irriga!)o é e&etuada somente aos primeiros sinais de murcamento das plntulas /Baer* DD2" Nos per%odos +uentes do ano* a ne$uli-a!)o ne$uli-a!)o e a ventila!)o podem ser empregadas para e&etuar o controle simultneo da temperatura e da umidade do ar" A microaspers)o é uma técnica +ue pode ser utili-ada para espécies e@ou per%odos em +ue o risco de moléstias e $ai6o"
Um métoo ae"uao e %rou-+o e mua$ e#e $er ca%a* e %rou*ir %l/tula$ #i!oro$a$ e $aia$ o mai$ curto %er)oo e tem%o %o$$)#el.
Os principais métodos de irriga!)o de mudas de ortali!as s)o a microaspers)o* a &lutua!)o das $ande8as / float floating 2 e a inunda!)o su$super&icial /.iguras Y e W2" Cada um desses tr4s métodos apresenta vantagens e inconveni4ncias* +ue devem ser avaliadas no momento da tomada de decis)o, U Gicroaspe Gicroaspers)o rs)o,, nesse nesse método* método* as $and $ande8as e8as s)o dispostas dispostas linearmente linearmente so$re estr estrad ados os** e o &orn &ornec ecim imen ento to de #gua #gua é e&et e&etua uado do por por um sist sistem emaa de irrig irriga! a!)o )o por por microaspers)o instalado so$re as $ande8as /.igura Y2" O volume de #gua e6cedente : capacidade de reten!)o do su$strato é drenado pelos ori&%cios e6istentes na super&%cie in&erior das $ande8as" A &re+4ncia das irriga!7es é determinada em &un!)o da ETP" O acio aciona name ment ntoo da irri irriga ga!) !)oo pode pode ser ser &eit &eitoo de &orm &ormaa auto autom# m#tic tica* a* empr empreg egan ando do9se 9se dispos dispositi itivos vos semel semelant antes es a+u a+uele eless utiliutili-ad ados os no mane8 mane8oo das das cultur culturas as em su$st su$strat ratoo /Cortés* D2" O maior inconveniente desse método é o molamento da parte aérea das mudas* +ue aumenta o risco de ocorr4ncia de moléstias" Nos per%odos do ano em +ue a demanda %drica e elevada* esse método apresenta ainda o inconveniente de intensi&icar a li6ivia!)o dos nutrientes contidos no su$strato" Por isso* a &ertirriga!)o peri5dica das mudas é +uase o$rigat5ria +uando esse método é empregado" Entre duas irriga!7es sucessivas* a disponi$ilidade de #gua :s mudas &lutua entre os limites representados pelo volume m#6imo de #gua dispon%vel na capacidade m#6ima de reten!)o pelo
su$strato e valores de tens)o negativos situados no limite in&erior da #gua utili-#vel /3ras* DW, Andriolo" 01112" U /lutuaço, +uando esse método e empregado* a semeadura tam$ém é e&etuada em su$strato agr%cola acondicionado em $ande8as de poliestireno" Ap5s a semeadura* as $ande8as s)o instaladas na super&%cie de reservat5rios rasos de #gua* com pro&undidade geralmente in&erior a 1*01 m"
O reservat5rio é* em seguida* encido com um determinado volume de #gua* de &orma +ue as $ande8as permane!am &lutuando so$re a super&%cie li+uida até +ue as mudas atin8am o est#dio de transplante /.igura Y2" O n%vel da #gua dentro do reservat5rio é mantido constante através de um sistema de $5ia conectado a uma cai6a dZ#gua" O espa!o entre as $ande8as e as paredes do reservat5rio deve ser cuidadosamente vedado para evitar a entrada de lu- no seu interior" As principais vantagens desse método s)o a economia de #gua e m)o9de9o$ra" Os maiores inconvenientes s)o o $ai6o teor de o6ig4nio no meio radicular* &avor#vel a ocorr4ncia de moléstias e* ainda* o crescimento e6agerado das ra%-es no interior do reservat5rio" O crescimento das algas ser# &acilitado se ouver entrada de lu- no reservat5rio e n)o ocorrer* neste* a renova!)o da #gua" Algumas espécies toleram a adi!)o de &ungicidas c=pricos na #gua* a &im de redu-ir simultaneamente o crescimento das ra%-es e a proli&era!)o de algas" Porém* outras so&rem &itoto6icidade* +uando e6postas a esses produtos* ini$indo o crescimento" O &ato de as mudas crescerem sem dé&icit %drico torna9as menos resistentes ao estresse %drico por ocasi)o do plantio" Isso pode acarretar perdas elevadas de mudas* principalmente +uando o plantio é &eito no campo" ;ma &orma de minimi-ar esse pro$lema é o emprego de outros métodos de irriga!)o nos dias +ue antecedem o plantio das mudas" U 0nundaço subsuperficial , esse sistema é semelante ao anterior* empregando tam$ém $ande8as de poliestireno com su$strato agr%cola" Porém* as $ande8as s)o apoiadas so$re suportes a uma certa altura do &undo do reservat5rio* de &orma a evitar o contato da super&%cie in&erior das $ande8as com a #gua* entre as irriga!7es sucessivas" Para e&etuar a irriga!)o das mudas* o reservat5rio é encido de #gua" A #gua &lui através dos ori&%cios e6istentes na super&%cie in&erior dos alvéolos" Alguns minutos apos o encimento do reservat5rio e a satura!)o do su$strato ter sido atingida* a #gua é drenada pela pane in&erior do mesmo" A drenagem pode ser controlada por eletrov#lvulas ou mediante um a8uste entre os &lu6os de entrada e de sa%da da #gua* de &orma a aumentar o intervalo de tempo necess#rio para o esva-iamento completo do reservat5rio" A &re+4ncia das irriga!7es é determinada de &orma semelante ao método anterior e o acionamento da $om$a pode ser &acilmente automati-ado com o au6%lio de um programador or#rio" A #gua drenada é recolida e reutili-ada" Esse método com$ina as vantagens do método anterior* preservando a aera!)o das ra%-es" Em e6perimentos e&etuados na ;niversidade .ederal de Santa Garia* a inunda!)o su$super&icial demonstrou ser o método mais &avor#vel ao crescimento de mudas de tomateiro e
meloeiro durante os meses de ver)o* +uando a demanda %drica é elevada /.igural Y* W e 2"
A e$col(a o métoo e %rou-+o e mua$ e%ee a e$%écie, a é%oca o ao e o$ o0&eti#o$ e "ualiae %reteio$. 3.-.2 %ropagaço asse"uada
O principal o$8etivo da propaga!)o vegetativa consiste em preservar a constitui!)o genética do material vegetal* evitando toda e +ual+uer recom$ina!)o g4nica" Trata9se* portanto* da multiplica!)o de tecidos vivos* os +uais devem regenerar plantas com potencial de produ!)o semelante aos materiais +ue les deram origem" O principal pro$lema associado : multiplica!)o vegetativa das ortali!as é a +ualidade sanit#ria das mudas" No decorrer do seu ciclo de vida* um vegetal so&re
intera!7es com uma diversidade de agentes parasit#rios" Guitos desses agentes s)o '&iltrados' pelas etapas da meiose* &ormando sementes livres da maior parte deles" Essas etapas n)o ocorrem na propaga!)o asse6uada e as partes propagadas tendem a potenciali-ar os agentes parasit#rios e6tra e intracelulares pree6istentes nas plantas de origem" Entre os maiores pro$lemas dessa nature-a envolvendo espécies de ortali!as* podem ser citadas as viroses do morangueiro* da $atata e do alo e tam$ém os nemat5ides dos $ul$ilos do alo" Por essa ra-)o* a primeira etapa da propaga!)o vegetativa consiste na limpe-a do material vegetal" A técnica mais empregada para e&etuar a limpe-a $iol5gica das ortali!as de propaga!)o vegetativa é a cultura de tecidos" Através desta técnica as plantas s)o regeneradas a partir de e6plantes de tecidos em &orte crescimento ativo da planta matri-" Nesses tecidos* os agentes patog4nicos ainda n)o se desenvolveram ou est)o presentes em concentra!)o muito $ai6a" As plantas regeneradas por meio dessa técnica s)o su$metidas a varias gera!7es de multiplica!)o vegetativa* até dar origem :s mudas comerciais" ;m e6emplo desse processo é mostrado es+uematicamente na .igura * +ue resume as etapas de produ!)o de mudas de morangueiro"
A %ro%a!a-+o #e!etati#a reali*aa $em tecolo!ia ae"uaa %oe iu*ir @ %oteciali*ar+o a$ %ra!a$ e molé$tia$ a cultura. :.: Tra$%late, re%ica!em e %latio As mudas produ-idas pelos métodos descritos anteriormente devem ser trans&eridas para a lavoura de&initiva* onde o$edecer)o a um arran8o espacial e a uma densidade de plantas considerados 5timos para cada espécie" Muando as mudas s)o arrancadas do solo e@ou do su$strato onde germinaram e s)o trans&eridas para a lavoura de&initiva com ra%-es nuas* é usado o termo tra$%late para designar essa opera!)o" Muando essas mudas s)o trans&eridas sem serem arrancadas* &icando com as ra%-es envoltas no solo e@ou no su$strato* é usado* pre&erencialmente* o termo %latio" E6istem* porém* situa!7es em +ue é conveniente trans&erir as mudas para um local intermedi#rio entre a+uele onde &oram semeadas e a lavoura de&initiva" Trata9se de um local tempor#rio* no +ual as mudas permanecer)o ate atingir um est#dio mais ade+uado para o transplante ou plantio de&initivo" Essa opera!)o se denomina re%ica!em e o local onde as mudas permanecem durante esse per%odo denomina9se #i#eiro"
A repicagem de mudas de ortali!as é empregada so$retudo em duas situa!7es" A primeira di- respeito a uma etapa intermedi#ria na multiplica!)o de mudas matri-es como* por e6emplo* o morangueiro" As mudas matri-es dessa espécie s)o multiplicadas em viveiro por v#rias gera!7es* a &im de o$ter maior rendimento de mudas comerciais" A segunda situa!)o em +ue a repicagem é empregada surge +uando se dese8a o$ter um maior crescimento das mudas antes de trans&eri9las para a lavoura de&initiva" Nas $ande8as onde é &eita a semeadura* a densidade das mudas é elevada e* por esse motivo" devem ser repicadas* transplantadas ou plantadas até a &ase de seis &olas de&initivas* a
&im de evitar +ue a competi!)o inter&ira no seu crescimento" No viveiro* essas mudas s)o dispostas em densidade e arran8o mais &avor#veis a um crescimento e+uili$rado entre os 5rg)os* ali permanecendo por um per%odo adicional antes +ue a competi!)o e o estiolamento passem a ocorrer" Em$ora a densidade de plantas empregada no viveiro se8a maior do +ue a+uela e6istente anteriormente nas $ande8as é ainda $em menor do +ue a+uela +ue ser# adotada na lavoura de&initiva" A #rea ocupada pelas mudas no viveiro é in&erior a+uela da lavoura e* por esse motivo* é poss%vel redu-ir os custos de mane8o de vari#veis am$ientais como a radia!)o e a temperatura" Essa situa!)o é muito comum nos cultivos protegidos* +uando as mudas s)o produ-idas em épocas pouco &avor#veis ao crescimento das plantas na &ase adulta" Com o uso desse método é poss%vel produ-ir mudas mais precocemente* as +uais ser)o trans&eridas para a lavoura de produ!)o na &ase de emiss)o da primeira in&loresc4ncia" Nesse est#dio* as plantas desuni&ormes podem ser melor identi&icadas e descartadas* dando origem a uma lavoura mais uni&orme e* conse+entemente* como maior rendimento" Com esse procedimento* é poss%vel redu-ir o per%odo de tempo entre a implanta!)o da lavoura de&initiva e o in%cio da coleita"
A re%ica!em o #i#eiro é uma técica "ue %ermite %rou*ir mua$ %recocemete e reu*ir o %er)oo etre o %latio e o iicio a col(eita. ;I;TEMA; DE >RODUÇÃO DE ORTALIÇA; .1 Culti#o$ a cam%o O sistema de produ!)o mais antigo empregado na produ!)o de ortali!as consiste em cultivar as plantas diretamente no campo* sem +ual+uer prote!)o" Em$ora o custo de produ!)o aparente neste sistema se8a in&erior ao de outros mais comple6os* seu custo real pode ser elevado* por+ue os rendimentos o$tidos situam9se geralmente a$ai6o da+ueles considerados potenciais para as culturas" As principais limita!7es desse sistema s)o as seguintes, U 0rregularidade de produço , para crescer e se desenvolver normalmente* as ortali!as necessitam de condi!7es am$ientais ade+uadas" No campo e sem nenuma prote!)o* essas condi!7es e6istem somente em curtos per%odos do ano" .ora desses per%odos* a produ!)o n)o é poss%vel* ou* ent)o* o rendimento é $ai6o e a +ualidade in&erior" Como e6emplo* podem ser citadas as espécies de ver)o* como o pepino* o meloeiro e o tomateiro* entre outras" No cultivo a campo* a produ!)o dessas espécies no
Sul do Brasil somente é poss%vel entre os meses de outu$ro e mar!o" Nesse per%odo* a o&erta tende a ser maior +ue a demanda e os pre!os atingem os n%veis $ai6os /.igura D12, U anos mec)nicos, as ortali!as cultivadas no campo e sem prote!)o est)o e6postas aos danos provocadas pelos ventos &ortes e pela precipita!)o pluviométrica" Os ventos podem causar in8=rias mecnicas nas &olas* +ueda de &rutos e mesmo o tom$amento das culturas" Os ventos secos +ue ocorrem em per%odos de $ai6a umidade relativa do ar aumentam o dé&icit de satura!)o de vapor do ar* elevando a transpira!)o e o consumo de #gua das culturas" Nessas condi!7es* as plantas tendem a diminuir a e6pans)o das &olas* aumentando o teor de &i$ra dos tecidos* o +ue redu- a +ualidade comercial das ortali!as &olosas" A precipita!)o pluviométrica intensa causando in8=rias nas &olas pode causar danos graves em espécies &olosas* inutili-ando9as para a comerciali-a!)o"
U egradaço do solo , as ortali!as s)o plantas +ue e6igem um preparo intensivo do solo* tanto no caso de se utili-ar a semeadura direta* como indireta" Na maior parte das lavouras* esse preparo é &eito com utili-a!)o de en6ada rotativa" Este implemento modi&ica a estrutura original da camada super&icial do solo e dei6a uma segunda camada compactada a menos de 1*01 m de pro&undidade" Conse+entemente* a camada super&icial &ica mais suscet%vel aos danos erosivos provocados pelas precipita!7es pluviométricas" A degrada!)o do solo é um dos graves pro$lemas associados : pr#tica da olericultura no campo e sem prote!)o
U levada incidncia de pragas e moléstias , a ocorr4ncia de epidemias de moléstias em culturas agr%colas est# relacionada* entre outros &atores* ao per%odo de tempo em +ue persistem as condi!7es am$ientais &avor#veis ao desenvolvimento dos pat5genos" No caso das moléstias &=ngicas da parte aérea* o per%odo de tempo durante o +ual a super&%cie dos 5rg)os* especialmente as &olas* permanece molada é determinante para a evolu!)o da epidemia" Os cultivos no campo n)o contam com nenuma prote!)o contra o molamento e* por esse motivo* as epidemias tendem a ocorrer rapidamente em per%odos com elevada precipita!)o pluviométrica" A e&ici4ncia dos &ungicidas tam$ém é severamente redu-ida nessa modalidade de cultivo" No caso das pragas* a instala!)o de $arreiras mecnicas para di&icultar a in&esta!)o é di&%cil de ser reali-ada no campo" A elevada incid4ncia de pragas e moléstias e as di&iculdades para o seu controle s)o um dos sérios pro$lemas dos cultivos reali-ados no campo"
O $i$tema e culti#o a cam%o ecotra um o$ $eu$ maiore$ etra#e$ a irre!ulariae a %rou-+o e a ele#aa ici7cia e %ra!a$ e molé$tia$.
.3 Culti#o$ em am0iete %rote!io Por de&ini!)o* o cultivo em am$iente protegido passa a e6istir +uando uma $arreira é co$ertura vegetal e a atmos&era* modi&icando o &lu6o de energia entre o solo* a cultura e a atmos&era" Essa &orma de cultivo teve sua origem # alguns séculos* estimulada pelos monarcas ricos da Europa* especialmente de Portugal* .ranca e Inglaterra* +ue dese8avam cultivar e propagar espécies e65ticas tra-idas pelos navegadores de regi7es distantes do mundo" Surgiram* ent)o* as primeiras estu&as de vidro* conecidas como 8ardins de inverno* onde essas espécies podiam so$reviver aos rigores do inverno europeu* para o +ual n)o estavam adaptadas" No século >>* essas estruturas passaram a ser empregadas para a produ!)o de ortali!as e &lores* inicialmente nos pa%ses situados ao Norte da Europa* como olanda e Inglaterra /Baille" DJ2" Com o surgimento da ind=stria petro+u%mica e a produ!)o em larga escala dos &ilmes de polietileno* de custo in&erior ao vidro* os cultivos em am$iente protegido se espalaram por praticamente todo o mundo e as estruturas antigas &oram sendo su$stitu%das por outras mais leves e de custo in&erior" Esse &ato permitiu +ue a produ!)o de ortali!as consumidas nos pa%ses mais ricos passasse a ser &eita em pa%ses com m)o9 de9o$ra mais $arata* &avorecendo a glo$ali-a!)o da olericultura" A maior parte da
produ!)o de ortali!as* atualmente praticada no mundo* usa alguma &orma de prote!)o am$iental" As ra-oes principais para esse &ato s)o as seguintes, U &aier regularidade da produço , um dos grandes $ene&%cios da prote!)o das culturas é o &ato de poder estender o per%odo de produ!)o durante per%odos do ano em +ue a produ!)o no campo n)o é poss%vel de ser reali-ada" Isso é poss%vel gra!as ao e&eito térmico propiciado pelos materiais de co$ertura dos am$ientes protegidos" Os materiais pl#sticos* +ue s)o os mais empregados atualmente* s)o perme#veis as radia!7es de onda longa e* por esse motivo* o e&eito estu&a é muito pe+ueno com esse material" O gano térmico provém $asicamente da 'estocagem' da energia solar durante o dia e seu 'consumo' durante : noite para retardar o a$ai6amento da temperatura /.igura DD2" (essa &orma* é poss%vel o$ter um aumento na temperatura média di#ria* alem de uma maior prote!)o contra as geadas" As temperaturas mais elevadas permitem um desenvolvimento mais r#pido das culturas" E6iste tam$ém a possi$ilidade de &ornecer energia para o a+uecimento arti&icial desses am$ientes* desde +ue a disponi$ilidade de radia!)o solar n)o se8a limitante ao crescimento" Muando a disponi$ilidade de radia!)o solar é $ai6a* porém acima do limite tr5&ico* o aumento da temperatura indu- o estiolamento das plantas" No caso de a radia!)o solar situar9se pr56ima do limite tr5&ico* a ta6a respirat5ria ser# aumentada* acelerando a senesc4ncia e morte da cultura" Se tomarmos como e6emplo a cultura do tomateiro na regi)o central do RS* os am$ientes protegidos permitem reali-ar dois cultivos adicionais por ano* respectivamente* no outono9inverno e na primavera9ver)o* além do cultivo tradicional reali-ado no campo nos meses de ver)o" Nos per%odos em +ue a produ!)o de &rutos n)o é poss%vel de ser &eita por+ue a disponi$ilidade de radia!)o solar se encontra a$ai6o do limite tr5&ico* as mudas podem ser produ-idas com sucesso mediante o emprego do a+uecimento" Isso é poss%vel por+ue plantas 8ovens* com pe+uena +uantidade de massa seca acumulada* t4m ta6as respirat5rias in&eriores :s plantas adultas* podendo so$reviver e até apresentar crescimento nessas condi!7es" Reali-ar precocemente a produ!)o das mudas nos per%odos de $ai6a disponi$ilidade de radia!)o solar é uma das &ormas para antecipar o in%cio do per%odo de produ!)o de &rutos nas culturas em am$iente protegido" U &aior qualidade dos produtos colhidos , na produ!)o em am$iente protegido* o$tém9se +ualidade comercial superior a+uela o$tida no campo" Isso advém* de um lado* pelo &ato de as culturas* nesse am$iente* estarem protegidas dos danos provocados pelos ventos e pela precipita!)o pluviométrica e6cessiva e* por outro lado* por disporem
de condi!7es am$ientais mais &avor#veis ao seu crescimento e desenvolvimento" Entre essas condi!7es* destaca9se o maior gano térmico* +ue se tradu- em crescimento e desenvolvimento mais r#pidos"
A demanda evaporativa da atmos&era no interior desses am$ientes é menor do +ue no e6terior /Buriol et al "* 01112* o +ue permite :s plantas uma maior e6pans)o por unidade de massa dos tecidos da parte aérea* especialmente as &olas" No caso das ortali!as &olosas* isso se tradu- em plantas de maior tamano" Muanto aos nutrientes minerais* sua disponi$ilidade :s plantas é maior nos am$ientes protegidos* por+ue as perdas por li6ivia!)o s)o pe+uenas ou nulas" As possi$ilidades de mane8o das vari#veis do am$iente* da #gua e dos nutrientes minerais s)o maiores nesses am$ientes* o +ue signi&ica uma condi!)o mais pr56ima do 'con&orto' vegetal" U &enor uso de produtos qu*micos , a prote!)o contra as cuvas é um dos &atores +ue contri$ui para uma menor incid4ncia de moléstias nas culturas em am$iente protegido" O per%odo de molamento é in&erior* +uando comparado as culturas no campo* e pode ser redu-ido ainda mais +uando s)o utili-ados materiais de co$ertura antigote8amento* +ue evitam a +ueda* so$re as plantas* das got%culas &ormadas pela
condensa!)o do vapor +ue ocorre principalmente durante a noite" No caso das moléstias +ue atacam as ra%-es* as técnicas do cultivo &ora do solo* especialmente a idroponia e o uso de su$stratos* permitem 'escapar' desses agentes" Outra alternativa de mane8o possi$ilitada pelos am$ientes protegidos é a manipula!)o das vari#veis do am$iente para &ugir das condi!7es &avor#veis :s moléstias" ;m e6emplo é o controle de Botrvtis* e&etuado* em alguns pa%ses* pelo a+uecimento do ar no interior das estu&as nos per%odos &avor#veis ao ata+ue desse pat5geno" No caso das pragas* os am$ientes protegidos &acilitam a instala!)o de $arreiras antiinsetos e tam$ém a distri$ui!)o de predadores no interior das culturas para e&etuar o controle $iol5gico" Essas possi$ilidades permitem redu-ir o uso de produtos +u%micos e a o$ter produtos mais saud#veis" U %rofissionalizaço do produtor , +uando os cultivos s)o reali-ados no campo e sem prote!)o* o produtor de ortali!as participa do circuito de comerciali-a!)o somente em per%odos curtos do ano* +ue coincidem com os picos de o&erta" Nos demais per%odos do ano* ele permanece ausente do mercado e o a$astecimento depende do segmento atacadista* com produtos oriundos de outras regi7es produtoras" Produ-indo v#rios ciclos por ano com uma mesma cultura* o produtor tem condi!7es de permanecer no mercado durante a maior parte do tempo" Esse &ato engendra pro&undas repercuss7es de ordem econômica e social" ;ma delas se re&ere : pro&issionali-a!)o do produtor* +ue passa a se especiali-ar em algumas culturas" Torna9se poss%vel $uscar aper&ei!oamentos técnicos* reali-ar investimentos so$ ori-ontes mais amplos e plane8ar sua produ!)o para atender a demandas de mercado previamente de&inidas" É poss%vel* assim* redu-ir o numero de intermedi#rios no circuito de comerciali-a!)o* aumentando a parcela do valor agregado +ue &ica em poder do produtor" (o ponto de vista social* o resultado é o &ortalecimento das comunidades rurais* tanto vertical como ori-ontalmente" No primeiro caso* trata9se da dinami-a!)o dos segmentos diretamente envolvidos com a produ!)o* &ornecendo insumos e servi!os e gerando empregos* pois a necessidade de m)o9de9o$ra na produ!)o de ortali!as é elevada" O &ortalecimento ori-ontal das comunidades se re&ere aos e&eitos indiretos so$re os outros setores da economia local n)o envolvidos diretamente com a produ!)o" Esses setores se $ene&iciam com o aumento do n%vel de renda da popula!)o* dinami-ando todos os setores do comercio" Tem sido demonstrado* ao longo da istoria* +ue as grandes civili-a!7es estiveram $aseadas em economias locais dinmicas e pr5speras" No Brasil* a melor +ualidade de vida e6istente nos estados da regi)o Sul est# ligada ao processo de coloni-a!)o
mini&undi#ria +ue as caracteri-ou /Ri$eiro* DF2 e esse processo encontra* atualmente* na olericultura* uma das vias para sua continuidade"
O$ culti#o$ em am0iete %rote!io %ermitem um alto !rau e cotrole a maior %arte a$ #ari=#ei$ "ue etermiam o reimeto e a "ualiae a$ (ortali-a$. A prote!)o das culturas* atualmente reali-ada na maior parte do mundo* emprega materiais pl#sticos* principalmente o polietileno de $ai6a densidade" Esses materiais su$stitu%ram o vidro* +ue &oi o primeiro material a ser empregado para essa &inalidade" (o ponto de vista da e&ici4ncia* o vidro é superior aos pl#sticos por+ue provoca e&eito estu&a" A e6press)o ' efeito estufa' &oi empregada* inicialmente* para designar o a+uecimento da atmos&era terrestre por e&eito da camada de gases +ue a constituem" A radia!)o solar +ue atinge a super&%cie terrestre com um comprimento de onda curto so$re* a seguir* di&us)o* aumentando o comprimento de onda da energia propagada" Muando entre o Sol e a super&%cie terrestre e6istir uma camada pouco perme#vel as radia!7es de onda longa* uma parte da energia +ue cega &ica retida entre a super&%cie e esta camada /Alpi Tognoni* D2" Nesse caso* a temperatura do meio aumenta em decorr4ncia do ac=mulo de energia e ocorre o e&eito estu&a" Esse &enômeno e6plica o aumento da temperatura do ar* da #gua e da super&%cie terrestre por e&eito da elevada concentra!)o de CO 0* da atmos&era" O vidro é um material perme#vel :s radia!7es de onda curta e pouco perme#vel :+uelas de onda longa na &ai6a do in&ravermelo" Por esse motivo* e6iste e&eito estu&a +uando o vidro é usado como material de co$ertura para a prote!)o das culturas" O Pe$d apresenta elevada transmissividade :s radia!7es solares em +uase toda a &ai6a espectral e* por essa ra-)o* o e&eito estu&a é muito pe+ueno +uando é empregado esse material" Entretanto* +uando e6iste condensa!)o de vapor dZ#gua na super&%cie interna da co$ertura* ocorre redu!)o na transmissividade da radia!)o nas duas dire!7es" Esse &enômeno contri$ui para redu-ir as perdas de energia arma-enada durante o dia* aumentando o gano térmico no interior do am$iente protegido" A velocidade com +ue a energia arma-enada durante o dia é perdida durante a noite depende das trocas energéticas entre o interior e o e6terior do am$iente protegido /Border* D02" Essas trocas ocorrem pelos tr4s processos de trans&er4ncia de energia /.igura D02 /Baile[* D2,
U Radiaço, as perdas de energia por radia!)o ocorrem por emiss)o a partir do interior da estu&a* provenientes do solo* das culturas ou dos materiais de constru!)o" Essas perdas s)o parcialmente redu-idas pela camada de condensa!)o de vapor na super&%cie interna dos materiais de co$ertura U $onduço, ocorre pela trans&er4ncia de energia através dos materiais +ue &a-em parte da estrutura* com uma inter&ace interna e outra e6terna" É uma caracter%stica ligada : nature-a do material e as possi$ilidades de mane8o s)o* redu-idas, U Convec!)o, ocorre pelas trocas de ar entre o interior e o e6terior do am$iente protegido" É diretamente proporcional a ta6a de in&iltra!)o de ar e ao gradiente térmico entre o interior e o e6terior" É o principal processo de perda de energia +ue ocorre em estruturas mal9vedadas" A veda!)o dos am$ientes protegidos é* portanto* &undamental para redu-ir as perdas energéticas durante a noite" As estruturas atualmente empregadas no mundo para a prote!)o das culturas variam desde instala!7es r=sticas e $aratas* como os t=neis $ai6os* até as estu&as constru%das com &erro galvani-ado ou alum%nio* com controle de temperatura e umidade do ar" A denomina!)o dessas estruturas pode variar de um pa%s para outro" Na Espana* é adotada a seguinte classi&ica!)o /Alpi Tognoni* D2, 9 &ulching , co$ertura em contato com o solo* sem +ual+uer arma!)o de sustenta!)o 9 T=nel /.iguras DJ e DK2, dispositivo normalmente tempor#rio* +ue n)o permite a entrada de uma pessoa* com suporte de sustenta!)o +ue arma-ena um determinado volume de ar entre o solo e a co$ertura 9 A$rigo /.igura DF2, instala!)o tempor#ria* permitindo a entrada de uma pessoa* com alguma estrutura de sustenta!)o* porém com veda!)o parcial 9 Estu&a, instala!)o permanente* com acesso cil de pessoas e veda!)o total" Os t=neis atualmente empregados no Brasil dividem se em duas categorias, t=neis $ai6os e altos" Os t=neis $ai6os s)o estruturas semicirculares* com largura entre D*11 m e D*01 m e altura central entre apro6imadamente 1"F1 m e 1*W1 m* com sustenta!)o &eita por meio de arcos met#licos ou outros materiais &le6%veis /.iguras DJ e DK2" Os t=neis altos t4m largura entre cinco e seis metros* altura central em torno de 0*01 m e empregam arcos de PC de J1 mm de dimetro para sua sustenta!)o" Em am$os* a ventila!)o é &eita mediante o soerguimento lateral do &ilme de co$ertura"
Muanto aos a$rigos* s)o ainda empregadas estruturas r=sticas de madeira* com veda!)o parcial* +ue n)o se classi&icam como estu&as segundo a denomina!)o espanola" Nos =ltimos anos* cresce a tend4ncia pela su$stitui!)o da madeira pelo &erro galvani-ado ou alum%nio* em$ora o custo de instala!)o se8a superior" Entretanto* esse custo pode ser amorti-ado pela maior vida =til* estimada em até 01 anos" ;m dos maiores pro$lemas dos a$rigos atualmente empregados no Brasil* denominados localmente de estu&as* é a &raca resist4ncia aos ventos"
Em um levantamento so$re os danos &%sicos causados pelo vento em Santa Garia" RS* Strec et al " /D2 demonstraram +ue esses danos passam a ocorrer +uando os ventos ultrapassam a velocidade de W0 m@" Nessa mesma regi)o* os ventos atingem &re+entemente velocidades superiores a D11 m@* donde se conclui +ue as estruturas atualmente empregadas s)o ainda pouco ade+uadas :s condi!7es am$ientais e6istentes"
A maior parte das estruturas empregadas atualmente para a prote!)o das culturas permite um aumento pe+ueno nas temperaturas m%nimas do ar no seu interior* entre apenas D*Y e J*D\C* no caso dos a$rigos de madeira empregados no RS /Buriol et al "* DJa2" Por essa ra-)o* # necessidade de a+uecimento arti&icial nos dias mais &rios do inverno* +uando as temperaturas m%nimas a$solutas podem atingir valores negativos" Além da temperatura* a prote!)o das culturas a&eta tam$ém a umidade do ar e* por conse+4ncia* a demanda %drica das culturas" A igrometria é mais elevada no interior de um am$iente protegido* principalmente por+ue a ventila!)o é mais redu-ida" O
dé&icit de satura!)o de vapor é mais $ai6o +uando comparado aos valores medidos no e6terior /Buriol et al "* 01112" ;m dos maiores inconvenientes dos t=neis $ai6os é a alta e6ig4ncia de m)o9de9 o$ra para e&etuar a ventila!)o mediante o soerguimento das e6tremidades laterais do &ilme de polietileno" Esta opera!)o é necess#ria para evitar a eleva!)o e6cessiva da temperatura do ar durante o dia e tam$ém para redu-ir a umidade do ar" ;ma alternativa para evitar esse pro$lema consiste no uso de &ilmes per&urados" Nesse caso* a ventila!)o ocorre de &orma passiva através das per&ura!7es* n)o sendo necess#rio movimentar as e6tremidades laterais do &ilme" Per&ura!7es com dimetro geralmente pr56imo a 1*1D m s)o &eitas so$re toda a super&%cie do &ilme* com densidades vari#veis entre D11 e K11 unidades m 90* correspondendo a uma super&%cie per&urada entre 1*W e J*DKL da super&%cie total do &ilme" Os resultados de Buriol et al " /DJ$2 mostraram +ue* nos meses de inverno e primavera em Santa Garia* a média di#ria das temperaturas diurnas do ar* em &ilmes com densidades de per&ura!)o entre os limites citados* situou9se entre J* e D*Y\C* respectivamente* acima da+uela o$servada no e6terior* sem +ual+uer prote!)o" Godi&icando9se o n=mero de per&ura!7es* é poss%vel adaptar o &ilme :s condi!7es am$ientais locais* a &im de atingir o gano térmico dese8ado" Muanto : umidade relativa do ar* a densidade de per&ura!7es mostrou pouco e&eito" A co$ertura da super&%cie do solo / mulching 2 é apontada como um meio para &acilitar o controle de ervas daninas e isolar o solo da cultura" (o ponto de vista &%sico* o mulching se constitui em uma $arreira &%sica : trans&er4ncia de energia e vapor dZ#gua entre a super&%cie do solo e a atmos&era" Em$ora di&erentes materiais possam ser utili-ados para essa &inalidade* o &ilme de polietileno de $ai6a densidade* opaco e de cor preta é a+uele mais empregado /.igura DY2" Com o uso desse material* &oram o$servados valores de temperatura do solo* nos primeiros 1*DF m de pro&undidade* superiores em ate 0*\C em rela!)o ao solo desnudo" ;m e&eito secund#rio ocorre tam$ém so$re a evapora!)o da #gua do solo* +ue pode ser redu-ida em ate 0DL* aumentando a e&ici4ncia de uso da #gua pelas culturas /Strec et al "* DK2" As propriedades 5pticas dos materiais empregados podem inter&erir tam$ém so$re o $alan!o de energia" Muanto maior a componente re&letida da radia!)o* maior ser# a e&ici4ncia de utili-a!)o da lu- pela cultura" Esse &ator assume importncia nos cultivos protegidos reali-ados nos per%odos do ano em +ue a disponi$ilidade de radia!)o solar é $ai6a" Nesses per%odos* resultados e6perimentais indicaram aumentos da &otoss%ntese de
ortali!as de ate WL pelo uso de &umes de colora!)o clara na co$ertura do solo /3i8-en* DF2"
Na %rote-+o a$ cultura$ em%re!ao materiai$ @ 0a$e e %olietileo e 0ai6a e$iae, a eer!ia $olar é arma*eaa urate o ia %ara $er i$$i%aa @ oite, retarao o a0ai6ameto a tem%eratura o ar.
.: Culti#o$ %rote!io$ cou*io$ o $olo A &orma mais simples de cultivar as ortali!as consiste em implantar as culturas diretamente no solo" O solo é o meio natural onde as ra%-es encontram suporte* crescem e se desenvolvem" ;m solo se caracteri-a por suas propriedades &%sicas* +u%micas e tam$ém $iol5gicas e* por esse motivo* o mane8o correto do solo é &undamental para +ue as plantas possam produ-ir ade+uadamente" A olericultura é uma atividade intensiva na +ual os ciclos das culturas s)o geralmente curtos e se sucedem durante a maior parte do ano" As ortali!as e6igem um preparo esmerado do solo para se desenvolverem ade+uadamente" Por essa ra-)o* o preparo convencional por meio da lavra!)o* passagem da en6ada rotativa e encanteiramento é o método mais empregado" O uso continuado desse método* no decorrer dos anos* tende a destruir a estrutura original do solo* &avorecendo sua desagrega!)o e* por conse+4ncia* a eros)o super&icial" Além da degrada!)o &%sica* os solos podem so&rer tam$ém modi&ica!7es +u%micas" A principal delas e a salini-a!)o decorrente do uso de doses e6cessivas de &ertili-antes e@ou do ac=mulo de elementos +u%micos n)o a$sorvidos pelas plantas" Esse pro$lema e6iste em muitas regi7es do glo$o terrestre dedicadas : produ!)o de ortali!as* tanto no cultivo a campo como em am$iente protegido" (o ponto de vista $iol5gico* o solo pode servir como ospedeiro de pragas e pat5genos +ue atacam as plantas" ;mas das principais pragas s)o os nemat5ides e* nesse caso* o cultivo em am$iente protegido tende a agravar o pro$lema" Nesses am$ientes* as pragas encontram condi!7es térmicas mais ade+uadas para se desenvolverem nos meses &rios do ano" Alem dos nemat5ides* os &ungos e as $actérias causadoras de murcas e podrid7es ocorrem com &re+4ncia" Entre esses =ltimos agentes* os principais s)o a+ueles dos g4neros %hvtophthora* 4clerotinia e %seudomonas" Os &ungos causadores de moléstias da parte aérea tam$ém encontram* no solo* um meio para a dissemina!)o de suas estruturas de propaga!)o* agravando a severidade de ata+ue com o passar dos anos" S)o poucas as alternativas e6istentes para resolver os pro$lemas relacionados com os dese+uil%$rios nutricionais do solo" A elimina!)o dos sais em e6cesso pode ser reali-ada por li6ivia!)o* o +ue e6ige elevados volumes de #gua" Nos cultivos &eitos no campo* o e&eito com$inado das cuvas com a rota!)o de culturas* empregando espécies +ue produ-em elevadas +uantidades de massa verde* como as gram%neas* constitui9se em uma alternativa para redu-ir o teor e6cessivo de nutrientes minerais presentes em concentra!)o elevada no solo" Em$ora a li6ivia!)o possa ser e&iciente para controlar a salini-a!)o* a drenagem dos sais para o len!ol &re#tico é uma pratica +ue deve ser
evitada ao m#6imo* devido ao seu car#ter poluente" As di&iculdades s)o maiores em am$iente protegido* no +ual a #gua precisa ser &ornecida via irriga!)o" Muando n)o é o$tido 46ito no controle da concentra!)o de sais* o solo perde sua aptid)o agr%cola" Nesse caso* para recuperar os investimentos &eitos* a estrutura de prote!)o pode ser desmontada e reconstru%da em outra #rea ainda n)o utili-ada para o cultivo de ortali!as" Trata9se* porém* de uma solu!)o parcial* tempor#ria e +ue implica custos adicionais" # ind%cios de avan!o da salini-a!)o so$re e6tensas #reas agr%colas em todo mundo /]eo" D2" A conscienti-a!)o dos riscos e o desenvolvimento de tecnologias ade+uadas para o mane8o da adu$a!)o s)o indispens#veis para a preserva!)o da aptid)o agr%cola dos solos" ;ma das possi$ilidades para solucionar os pro$lemas relativos aos agentes $iol5gicos +ue atacam o sistema radicular das plantas e a desin&esta!)o do solo" O uso de produtos +u%micos é uma pr#tica +ue vem sendo cada ve- menos aconselada* devido aos riscos tanto para a sa=de umana como para o am$iente" O emprego do calor* por meio do vapor dZ#gua* é uma op!)o +ue se mostra e&iciente e n)o tem e&eitos adversos so$re o am$iente* implicando* porém* custos elevados" O vapor precisa ser gerado em caldeiras mediante com$ust)o e* em seguida* condu-ido e distri$u%do so$re o solo* o +ue torna di&%cil sua aplica!)o em #reas e6tensas"
Na (orticultura ite$i#a, o u$o cotiuao o $olo iu* ao a%arecimeto e %ra!a$, molé$tia$ e @ acumula-+o e re$)uo$ "u)mico$ +o a0$or#io$ %ela$ cultura$.
. Culti#o$ %rote!io$ 'ora o $olo O cultivo &ora do solo é recomendado +uando os pro$lemas tanto de ordem nutricional como sanit#ria tornam9se de di&%cil controle pelos métodos descritos anteriormente" Nesse caso* o solo é su$stitu%do por outros meios de cultivo" As duas grandes modalidades de cultivos &ora do solo s)o a idroponia estrita e o cultivo em su$stratos" ;ma distin!)o deve ser &eita entre o cultivo fora do solo e o cultivo sem solo" O primeiro se re&ere ao cultivo &ora do per&il do solo* utili-ando su$stratos diversos* +ue podem ser até mesmo o pr5prio solo" O segundo termo é mais apropriado para descrever o cultivo de plantas diretamente na solu!)o nutritiva* sem a utili-a!)o de su$stratos ou* ent)o* mediante o emprego de su$stratos inertes* como areia* $rita e outros"
Em algumas regi7es #ridas do glo$o terrestre* onde a precipita!)o pluviométrica é muito $ai6a ou nula* os cultivos &ora do solo poderiam ser condu-idos no campo* sem estruturas de prote!)o am$iental" Porém* na pr#tica* a +uase totalidade do cultivo de ortali!as com uso dessa técnica é &eito em am$iente protegido" Nessas regi7es* o cultivo protegido permite maior e&ici4ncia de utili-a!)o da #gua e maior controle de pragas"
O$ culti#o$ 'ora o $olo $+o recomeao$ "uao e6i$tem re$tri-e$ ao culti#o o $olo ou "uao $e 0u$ca otimi*ar a$ coi-e$ ()rica$ e mierai$ %ara o cre$cimeto a$ cultura$.
-.-.1 ,idroponia estrita
;ma das modalidades do cultivo &ora do solo é a idroponia estrita* +ue consiste em cultivar as plantas com as ra%-es imersas em uma solu!)o nutritiva completa* devidamente o6igenada" Trata9se de uma técnica indicada para espécies &olosas de pe+ueno porte* +ue n)o necessitam de estruturas de sustenta!)o comple6as" A solu!)o nutritiva pode ser acondicionada no interior de piscinas / deep 5ater culture2 ou* ent)o* circular em calas no interior das +uais crescem as ra%-es* passando* em seguida* para um ou mais reservat5rios antes de circular novamente nas calas / 6utrient /ilm 7echnique 6/7 2
/.AO* D1 Santos* D Andriolo* D .a+uin .urlani* D
Goraes .urlani* D2" As principais vantagens do cultivo em idroponia estrita* em rela!)o ao cultivo no solo* s)o as seguintes, U 8impeza dos produtos , no cultivo idropônico* as plantas &icam isentas de part%culas de solo e@ou outras impure-as +ue e6istem +uando os cultivos s)o e&etuados no solo" As plantas podem ser colidas e em$aladas diretamente para o destino &inal* sem serem lavadas" A idroponia permite tam$ém um melor controle da +ualidade da #gua empregada* prevenindo a presen!a de agentes +u%micos e $iol5gicos nocivos : sa=de do consumidor U &aior regularidade de produço, o cultivo idropônico possi$ilita um elevado grau de controle dos &atores do am$iente* tanto do ar como do meio radicular" Por isso* é poss%vel cultivar as ortali!as durante per%odos do ano em +ue o cultivo n)o seria poss%vel com outros sistemas" Permite* ainda* a ado!)o de cronogramas de produ!)o no
decorrer do ano* prevendo as datas de semeadura* transplante e coleita a partir de modelos de crescimento $aseados* principalmente* na soma térmica acumulada ao longo do ciclo" Algumas desvantagens e di&iculdades s)o inerentes a este sistema" As principais podem ser assim enumeradas, U $usto da produço , o sistema e6ige estruturas &i6as para a instala!)o de tan+ues e suportes de cultura* implicando investimentos elevados a serem amorti-ados ao longo de v#rios anos" Os nutrientes devem ser &ornecidos através de uma solu!)o nutritiva completa* preparada com &ertili-antes de custo mais elevado do +ue a+ueles comumente empregados na adu$a!)o das culturas" S)o necess#rios e+uipamentos especiais para o controle di#rio do p e da condutividade elétrica /CE2 da solu!)o nutritiva* além de $om$as de recal+ue e reservat5rios para estocagem e preparo da solu!)o nutritiva U &o9de9obra especializada , o preparo e manuseio de solu!7es nutritivas e6ige conecimentos $#sicos de +u%mica inorgnica" Conse+entemente* as pessoas envolvidas no processo de produ!)o devem ter* pelo menos* um n%vel médio de escolaridade" Os riscos envolvidos na produ!)o idropônica s)o elevados* decorrentes tanto de poss%veis panes no sistema de circula!)o da solu!)o nutritiva como de varia!7es na composi!)o dessa solu!)o" Esses riscos precisam ser prevenidos e* no caso de um acidente* as interven!7es devem ser &eitas em intervalos curtos de tempo* so$ pena de perda total da lavoura, U $onservaço p:s9colheita , as ortali!as* especialmente as &olosas* produ-idas em sistemas de cultivo idropônicos arma-enam volumes mais elevados de #gua no interior da planta" Isso decorre do &ato de a #gua estar sempre dispon%vel em torno das ra%-es e o dé&icit %drico ser pouco &re+ente nessas condi!7es" Por esse motivo* os produtos tendem a murcar rapidamente ap5s a coleita* redu-indo seu per%odo de conserva!)o p5s9coleita" Entretanto* esse inconveniente pode ser resolvido através do mane8o ade+uado* mediante o controle da a$sor!)o de #gua nos dias anteriores : coleita" Esse controle pode ser &eito através do mane8o da CE da solu!)o nutritiva" O es+uema $#sico do N.T consiste em um reservat5rio de estocagem de solu!)o nutritiva* calas de cultura e a solu!)o nutritiva /.iguras DW e D2" O reservat5rio de estocagem de solu!)o nutritiva destina9se a manter um determinado esto+ue de solu!)o* +ue &icar# em circula!)o em trono das ra%-es das plantas"
O volume desta solu!)o é determinado em &un!)o da cultura e do n=mero de plantas e deve ser su&icientemente elevado para dot#9la de uma certa inércia +u%mica e &%sica" Esta inércia re&ere9se principalmente ao p* : CE e : temperatura" Muando o volume empregado é muito pe+ueno* essas vari#veis so&rem &lutua!7es r#pidas durante o dia* inter&erindo negativamente so$re a a$sor!)o de #gua e nutrientes e* conse+entemente* so$re o crescimento e produtividade da cultura" As plantas a$sorvem #gua e nutrientes em propor!7es di&erentes" Por esse motivo* +uando a transpira!)o e elevada* a CE da solu!)o aumenta rapidamente* e6igindo reposi!7es da #gua a$sorvida para diluir a solu!)o até atingir novamente os valores corretos de CE" Essas
interven!7es aumentam o custo operacional do sistema e* por isso* devem ser minimi-adas" As calas de cultura devem ser constitu%das por materiais anticorrosivos e antio6idantes" O comprimento deve ser limitado* a &im de minimi-ar as varia!7es na composi!)o da solu!)o nutritiva ao longo delas* : medida +ue as plantas a$sorvem #gua* nutrientes e o6ig4nio da solu!)o +ue &lui" (evem tam$ém estar sempre protegidas da radia!)o solar incidente* para evitar o crescimento de algas e redu-ir tanto a evapora!)o como a eleva!)o e6agerada da temperatura da solu!)o* +ue deve se situar entre os limites de D\ e 0F\C /Resc* DW2"
A solu!)o nutritiva é o elemento essencial na idroponia estrita* pois dela depende inteiramente o crescimento da cultura" (eve conter todos os nutrientes minerais e6igidos pelas plantas e tam$ém o o6ig4nio indispens#vel para a respira!)o das ra%-es" A composi!)o mineral é calculada de &orma a respeitar as propor!7es predeterminadas entre os nutrientes* a &im de evitar antagonismos +ue di&icultem sua a$sor!)o" O e+uil%$rio eletro+u%mico tam$ém é essencial em uma solu!)o nutritiva destinada ao cultivo idropônico* para n)o pertur$ar a polari-a!)o da mem$rana celular das ra%-es* na +ual ocorre a a$sor!)o ativa de alguns dos nutrientes" O p deve situar9se na &ai6a entre F*1 e Y*F* por+ue é uma das vari#veis determinantes da a$sor!)o mineral" A concentra!)o salina* medida pela CE* pode variar desde valores em torno de D"1 dS m
9D
até valores superiores a Y dS m 9D* dependendo da espécie e dos o$8etivos da cultura" alores elevados de CE aumentam a +ualidade dos &rutos produ-idos" Entretanto" di&icultam tam$ém a a$sor!)o de #gua* por+ue aumentam o potencial osm5tico da solu!)o nutritiva e* por esse motivo* devem ser monitorados cuidadosamente* especialmente nos per%odos em +ue a demanda de #gua pela cultura &or elevada /CTI." DF$2"
A (iro%oia e$trita é um o$ métoo$ e culti#o 'ora o $olo e cu$to mai$ ele#ao e e#e $er %raticaa %or %ro'i$$ioai$ (a0ilitao$.
-.-.2 $ultivo em substratos
O cultivo em su$stratos é uma modalidade dos cultivos &ora do solo em +ue as ra%-es das plantas crescem no interior de um recipiente contendo su$strato* porém* &ora do per&il do solo" Note9se +ue di&erentes materiais podem ser empregados como su$strato* inclusive o pr5prio solo" Essa técnica é indicada tanto para evitar pro$lemas ligados ao crescimento e desenvolvimento das ra%-es* como para o$ter um melor controle da nutri!)o mineral das culturas" No primeiro caso* destacam9se as moléstias radiculares e os nemat5ides" No segundo caso* pode9se citar a preven!)o de pro$lemas decorrentes da salinidade do solo e@ou dese+uil%$rios entre os nutrientes* $em como a meloria da +ualidade dos produtos através do mane8o da CE da solu!)o em torno das ra%-es" Muando mane8ado corretamente* o cultivo em su$stratos permite a8ustar a nutri!)o mineral de acordo com as necessidades da planta* evitando de&ici4ncias e e6cessos" A maior parte do cultivo de
ortali!as &ora do solo* praticado atualmente nos pa%ses de olericultura avan!ada* emprega algum su$strato como meio de cultura /ope-* D2" As principais vantagens do cultivo em su$strato* comparativamente aos demais sistemas de cultivo* s)o as seguintes, U $usto mais bai"o , di&erentes materiais podem ser empregados como su$strato* permitindo $uscar a+ueles localmente dispon%veis a $ai6o custo" Os recipientes podem ser dispostos so$re o pr5prio solo cu8o preparo se limita a con&ec!)o de pe+uenos camal7es revestidos com &ilme de polietileno opaco / mulching 2" A vida =til de um su$strato pode ser longa* de até +uatro anos ou mais" Nesse caso* n)o # necessidade de su$stituir o su$strato entre as culturas sucessivas" Para implantar uma nova cultura" Basta cortar a parte aérea das plantar* su$stituir o &ilme pl#stico de co$ertura do solo /mulching 2 e plantar as mudas da nova cultura" N)o # necessidade de eliminar o sistema radicular da cultura anterior* o +ual entrara em decomposi!)o rapidamente U 4implicidade operacional , o su$strato onde as ra%-es crescem arma-ena um determinado volume de #gua e nutrientes* +ue varia con&orme o material e o volume utili-ados" E6iste* portanto* uma maior inércia nesse sistema +uando comparado : idroponia estrita" .alas de $om$as e@ou do sistema de &ertirriga!)o podem ser sanadas antes +ue as plantas so&ram estresse %drico" É poss%vel corrigir* por meio da drenagem* eventuais erros na &ormula!)o da solu!)o nutritiva* t)o logo estes &orem detectados" Plantas de porte alto* como o tomateiro e as cucur$it#ceas* podem ser &acilmente cultivadas* empregando9se o mesmo método de condu!)o empregado no cultivo &eito no solo" Como desvantagem* cita9se o &ato de +ue o use de su$stratos representa um custo adicional +uando comparado ao cultivo no solo" Entretanto* esse custo é geralmente compensado por um rendimento e +ualidade mais elevados da produ!)o" A especiali-a!)o da m)o9de9o$ra tam$ém é necess#ria nesse sistema de cultivo" No cultivo em su$stratos* o sistema radicular das plantas &ica con&inado em um pe+ueno volume* o +ual deve ser capa- de &ornecer continuamente a #gua* os nutrientes e o o6ig4nio necess#rios para o crescimento" (evido ao volume redu-ido* a disponi$ilidade %drica* mineral e de o6ig4nio pode passar rapidamente de uma situa!)o de 'con&orto' para outra de estresse" Essa situa!)o é mais grave nos per%odos +uentes do ano* +uando a temperatura aumenta tanto a transpira!)o como a respira!)o da planta" No caso do o6ig4nio* sua disponi$ilidade na solu!)o nutritiva diminui so$ altas temperaturas* por ra-7es de ordem &isiol5gica e &%sica" A primeira re&ere9se ao aumento
da ta6a respirat5ria da planta* e a segunda* : diminui!)o da &ra!)o dissolvida na solu!)o nutritiva" Por isso* os su$stratos devem ter uma propor!)o ade+uada entre as &ases s5lida* l%+uida e gasosa" O su$strato ideal deve ter um espa!o poroso total superior a 1"WF m m 9D e um tamano médio de poros entre J1 e J11 mm" Para atingir essas caracter%sticas* o dimetro geométrico médio das part%culas deve situar9se entre F e 1*0F mm e sua distri$ui!)o ser omog4nea no interior do su$strato* a &im de evitar o adensamento /Gar&: 3uri* D2" O potencial da #gua retida no interior de um su$strato agr%cola situa9se na &ai6a entre 9D e 9D1 Pa" A &ra!)o retida entre 9D e 9F Pa denomina9se água facilmente dispon%vel /A.(2* entre 9F e 9D1 Pa* de água de reserva /AR2 e a+uela acima de 9D1 Pa* de água dificilmente dispon*vel /A((2" Para o crescimento 5timo da planta* o su$strato ideal deveria conter entre 01 e J1L de ar e A.(* respectivamente* e uma &ra!)o de AR entre K e D1L /(e Boodt erdonc" DW0 Cortés* D2" No cultivo em su$stratos* a #gua e os nutrientes devem ser &ornecidos :s plantas através da &ertirriga!)o" A concentra!)o dos nutrientes +ue entram na composi!)o das solu!7es nutritivas empregadas em orticultura é esta$elecida de &orma a respeitar o e+uil%$rio eletro+u%mico entre os nutrientes* a &im de evitar antagonismos e tam$ém para n)o inter&erir nos mecanismos de a$sor!)o ativa de alguns nutrientes" Essa concentra!)o geralmente se a&asta da+uela segundo a +ual os nutrientes s)o a$sorvidos pela planta para a s%ntese da massa seca" Conse+entemente* e6iste uma &ra!)o residual de nutrientes +ue deve ser eliminada a &im de evitar sua acumula!)o no interior do su$strato" A a$sor!)o de #gua pela planta é um processo eminentemente &%sico* controlado pela radia!)o solar e pelo dé&icit de satura!)o do ar* en+uanto a a$sor!)o de nutrientes é um processo eminentemente &isiol5gico associado com o crescimento da planta /Tanner Beevers* D12" Por esse motivo* nos per%odos de &orte transpira!)o das culturas* a a$sor!)o de #gua é mais intensa +ue a a$sor!)o dos nutrientes* provocando o aumento da CE da solu!)o no interior do su$strato* e o dé&icit %drico de culturas em su$strato pode ocorrer rapidamente* mesmo +ue volumes elevados de #gua ainda este8am dispon%veis em torno das ra%-es" A disponi$ilidade %drica* nesses cultivos* depende &undamentalmente do potencial osm5tico /.igura D2"
Para evitar o estresse %drico decorrente da eleva!)o do potencial osm5tico* a dose de irriga!)o é &i6ada como uma &ra!)o redu-ida da #gua dispon%vel /A.( ^ AR2* geralmente entre F e D1L /Cortés* D2" So$re essa dose* deve ser adicionada a &ra!)o de drenagem* destinada a li6iviar os nutrientes e@ou elementos +u%micos residuais" Essa &ra!)o é determinada em &un!)o da tolerncia : salinidade de cada espécie e se situa geralmente entre 01 e J1L" A drenagem de uma &ra!)o da solu!)o nutritiva &ornecida é uma caracter%stica negativa dos cultivos em su$strato" Muando s)o empregados su$stratos inertes com $ai6a CTC* a disponi$ilidade de nutrientes : planta depende $asicamente da+ueles +ue est)o dissolvidos na solu!)o nutritiva" Nesse caso* um volume de solu!)o completa é &ornecido sempre +ue se &i-er necess#rio repor os volumes de #gua consumidos pela transpira!)o" Gediante este procedimento* as perdas de #gua e nutrientes pela solu!)o drenada podem cegar a &ra!7es superiores a Y1 e F1L* respectivamente* da+ueles &ornecidos /Cones* D2" Muando s)o empregados su$stratos orgnicos com elevada CTC* uma pane dos nutrientes &ica retida pelas part%culas do su$strato* +ue interage com a+ueles dissolvidos na solu!)o em torno das ra%-es" Nesse caso* a &ertirriga!)o pode ser &eita separadamente da irriga!)o* por+ue uma parte dos nutrientes &ica arma-enada no
interior do su$strato" Essa pr#tica permite redu-ir em até Y1L as +uantidades de &ertili-antes &ornecidas pela &ertirriga!)o /Andriolo et al "* DW2" O es+uema $#sico do cultivo em su$stratos consiste em um recipiente para acondicionamento do su$strato* o su$strato* um dispositivo para &ornecimento de #gua e nutrientes /&ertirriga!)o2 é um dispositivo para escoamento da #gua e dos nutrientes drenados /.igura 012" O acondicionamento do su$strato pode ser &eito de diversas &ormas /.igural 0D e 002" Podem ser empregados containers plásticos* capa-es de suportar varias plantas" ;ma &orma $astante di&undida no mundo s)o os sacos pl#sticos /$ags2* ad+uiridos ceios e prontos para o uso" Calas podem tam$ém ser empregadas* com dimens7es geralmente entre 1*0F a 1*J1 m de largura e 1*0F m de pro&undidade" Nesse caso* o su$strato é distri$u%do em todo o comprimento da cala* e a solu!)o nutritiva percorre toda a cala até drenar* pela e6tremidade* em n%vel mais $ai6o" ;ma alternativa simples e $arata é o emprego de sacolas pl#sticas individuais com volume de ate D1* utili-adas comercialmente como em$alagens" Independentemente da &orma de acondicionamento empregada* o recipiente dever# sempre estar per&urado na parte in&erior* de &orma a garantir a drenagem r#pida dos volumes de #gua e@ou solu!)o nutritiva +ue e6cederem : capacidade m#6ima de reten!)o do su$strato" Para e&etuar a &ertirriga!)o* podem ser empregados sistemas de irriga!)o por gote8amento dispon%veis no comércio /.igura 00$2 ou tu$os capilares individuali-ados para cada planta /.igura DYc2"
O culti#o em $u0$trato$ re%re$eta um $i$tema itermei=rio etre o$ culti#o$ traicioai$ o $olo e a (iro%oia e$trita.
Os materiais empregados como su$stratos podem ser inorgnicos* como a perlita ou a l) de roca* ou orgnicos* como a tur&a* a &i$ra de coco* res%duos vegetais ou a casca de arro-" Os materiais orgnicos s)o pre&er%veis por+ue t4m CTC mais elevada do +ue os inorgnicos e podem ser decompostos $iologicamente ap5s o seu uso* redu-indo a polui!)o am$iental" Mual+uer material a ser empregado como su$strato deve ter sua capacidade m#6ima de reten!)o de #gua previamente determinada" O conecimento dessa caracter%stica é essencial para determinar tanto o volume de material a ser empregado para cada planta* como a &re+4ncia das irriga!7es" No caso de su$stratos comerciais de constitui!)o omog4nea* a capacidade de reten!)o de #gua é determinada em la$orat5rio pelo &a$ricante e essa in&orma!)o e &ornecida na descri!)o do produto"
Entretanto* +uando os materiais s)o eterog4neos* como no caso em +ue s)o empregados materiais dispon%veis na propriedade ou* ainda* +uando s)o &eitos sucessivos cultivos reutili-ando o mesmo material como su$strato* a determina!)o da capacidade m#6ima de reten!)o de #gua pode ser &eita de &orma sum#rio pelo produtor* por meio das seguintes etapas /.igura 0J2, U Primeira etapa, espalar uma camada &ina de su$strato dentro de uma $ande8a e dei6ar secar ao ar* dentro de uma estu&a de polietileno* por v#rios dias" É importante revolver diariamente a camada de &orma a garantir uma secagem uni&orme de todo o material,
U Segunda etapa, ensacar o su$strato em sacolas de polietileno" As em$alagens de volume apro6imado de D1 litros* utili-adas pela popula!)o ur$ana para comprar ortali!as nas &eiras* s)o uma $oa op!)o" Coloca9se um volume id4ntico de su$strato seco dentro de varias sacolas /+uatro ou cinco2* em seguida* as sacolas devem ser &ecadas /&a-9se um n5 na parte superior para evitar perdas de material2 e pesadas em uma $alan!a" A massa de su$strato seco de cada sacola é anotada" Apos a pesagem* o volume de su$strato contido no interior delas é molado ate atingir a satura!)o completa" Essa opera!)o precisa ser &eita com muito cuidado para evitar +ue partes do su$strato permane!am secas, U Terceira etapa, per&ura9se a parte in&erior e as super&%cies laterais de cada sacola* com uma agula* a &im de assegurar a drenagem da #gua e6cedente" As per&ura!7es devem ser &eitas em grande n=mero e em todas as posi!7es para evitar acumulo de #gua, U Muarta etapa, suspende9se as sacolas com au6ilio de um cord)o e dei6a9se gote8ar por* pelo menos* D0 oras* : som$ra" A melor alternativa consiste em reali-ar o molamento no &inal da tarde e dei6ar escorrer durante toda a noite"
U Muinta etapa, na man) seguinte* cada sacola e novamente pesada" A di&eren!a entre as massas =mida e seca representa o volume de #gua retido pelo su$strato" Esse valor é e6presso em porcentagem da massa =mida e representa a capacidade m#6ima de reten!)o de #gua" Essa vari#vel representa o volume total de #gua +ue e6iste em cada +uilograma de massa =mida do su$strato" ;m e6emplo relativo : determina!)o da capacidade m#6ima de reten!)o de #gua do =mus proveniente da minocultura é dado pela Ta$ela J" Para determinar o volume de su$strato a se utili-ar para cada planta* deve9se considerar a capacidade m#6ima de reten!)o de #gua do mesmo e a transpira!)o da
cultura" É conveniente +ue o su$strato contena o volume de #gua necess#rio para manter viva a planta durante* pelo menos* oito oras com &orte transpira!)o" Esse intervalo de tempo é importante para diminuir o risco de perder a cultura por acidentes* como pane de $om$as ou &alta de energia elétrica" olumes muito grandes devem ser evitados* pois aumentam o custo e di&icultam a instala!)o da lavoura" Resultados de pes+uisas reali-adas em Santa Garia* RS* mostram +ue uma planta adulta de tomateiro pode transpirar mais de dois litros de #gua por dia* em per%odos +uentes de ver)o e com $ai6a umidade relativa do ar" (o volume total de #gua retido /capacidade m#6ima de reten!)o2* apro6imadamente J1L é pouco dispon%vel* em ra-)o da atra!)o e6ercida pelas part%culas do su$strato /potencial matricial2" Outros 01L devem permanecer no interior do su$strato* para evitar +ue a concentra!)o de sais em torno das ra%-es /potencial osm5tico2 aumente demasiadamente* especialmente +uando a a$sor!)o de #gua é muito intensa /Heanne+uin* DW2" Por isso* pode9se considerar* como apro6ima!)o* a #gua &acilmente dispon%vel para a planta como uma &ra!)o igual a F1L do volume retido na capacidade m#6ima de reten!)o" Entretanto* esse valor é apro6imativo* podendo variar entre os di&erentes materiais" (etermina!7es mais precisas podem ser &eitas em la$orat5rios especiali-ados" A Ta$ela J ilustra o c#lculo* empregando valores determinados para o =mus proveniente da minocultura"
O dispositivo para &ornecimento da #gua e dos nutrientes pode ser constitu%do por um sistema de irriga!)o acoplado a um e+uipamento simples para in8e!)o dos nutrientes no &lu6o da irriga!)o ou de uma esta!)o de &ertirriga!)o comple6a controlada por microcomputador" Muando s)o empregados su$stratos orgnicos com elevada CTC* o &ornecimento dos nutrientes pode ser e&etuado a intervalos de v#rios dias ou semanas* en+uanto a #gua deve ser &ornecida uma ou varias ve-es ao dia* de acordo com a demanda %drica da cultura" Recomenda9se a8ustar a &re+4ncia das irriga!7es de tal &orma +ue uma nova irriga!)o se8a &eita +uando o volume de #gua consumido pela transpira!)o atin8a uma &ra!)o entre F e D1L da #gua dispon%vel /A.( ^ AR2 /Cortés* D2" Nesse caso* a adi!)o dos nutrientes : #gua de irriga!)o pode ser &eita &acilmente através de um venturi ou simplesmente através de um tu$o secund#rio de suc!)o instalado entre o reservat5rio de #gua e a $om$a de irriga!)o" Nesse caso* os nutrientes s)o dissolvidos em um recipiente a parte e succionados durante a irriga!)o" O &lu6o de suc!)o é controlado através de um registro" Os nutrientes podem ser &ornecidos isoladamente ou em misturas* desde +ue compat%veis* de &orma a satis&a-er as necessidades minerais da cultura no intervalo entre duas &ertirriga!7es sucessivas" Esse
procedimento vem sendo adotado por muitos produtores* aliando simplicidade* $ai6o custo e economia de &ertili-antes /Andriolo et al "* DW* 01102" Nos su$stratos com $ai6a CTC* em +ue a solu!)o nutritiva é &ornecida para atender :s necessidades %dricas da cultura* &a-9se necess#rio dispor de uma esta!)o de &ertirriga!)o* composta pelo reservat5rio de #gua e dois ou mais reservat5rios secund#rios* nos +uais os di&erentes &ertili-antes +ue comp7em a solu!)o nutritiva se encontram dissolvidos em concentra!)o elevada" Bom$as dosadoras com eletrov#lvulas s)o conectadas a cada um dos reservat5rios nos +uais os nutrientes est)o dissolvidos" O sistema é controlado por um microcomputador* +ue aciona as di&erentes eletrov#lvulas em &re+4ncias e intervalos de tempo previamente determinados* de &orma a li$erar as doses de cada &ertili-ante necess#rias para atingir a composi!)o dese8ada da solu!)o nutritiva a ser &ornecida : cultura /Res* DW ope-* D2" O destino da solu!)o nutritiva drenada em cada irriga!)o ou &ertirriga!)o e&etuada é um sério pro$lema associado ao cultivo de plantar em su$stratos" Por esse motivo* os sistemas de cultivo em su$strato com solu!)o perdida v4m sendo su$stitu%dos por sistemas &ecados* capa-es de recoler e reutili-ar os volumes drenados" A .igura 0K ilustra o es+uema de instala!)o de uma cultura em su$strato em sistema a$erto e &ecado" No sistema &ecado* o volume drenado é canali-ado inicialmente para um tan+ue de recolimento* no +ual as impure-as maiores* como res%duos de &olas e@ou part%culas de su$strato* s)o eliminadas" Em seguida* o volume passa por um sistema de desin&ec!)o* $aseado geralmente no use de radia!7es ultravioleta" ;ma ve- desin&etado* o volume drenado é estocado em um tan+ue de deposito" Periodicamente* um determinado volume de solu!)o arma-enada neste =ltimo tan+ue é trans&erido para o tan+ue de mistura" Nesse compartimento* a solu!)o é omogenei-ada e an#lises s)o &eitas para determinar sua composi!)o em elementos minerais" (e posse dos resultados das an#lises* o sistema de &ertirriga!)o a8usta* por meios in&ormati-ados* a composi!)o da solu!)o nutritiva a ser &ornecida* de &orma a levar em conta os nutrientes +ue 8# e6istem na solu!)o +ue vai ser reutili-ada e adicionar apenas a+ueles necess#rios para resta$elecer a composi!)o original da solu!)o nutritiva" Nos sistemas a$ertos de cultivo em su$stratos +ue empregam materiais orgnicos com &ertirriga!)o descont%nua* sua &re+4ncia deve ser determinada levando9 se em conta a demanda de nutrientes pela cultura e a CE da solu!)o drenada"
Para estimar a a$sor!)o de nutrientes no decorrer do crescimento da cultura* ta$elas ela$oradas a partir de modelos de a$sor!)o mineral podem ser empregadas /ver capitulo Y2" Esses modelos permitem estimar as +uantidades de nutrientes a &ornecer com $ase no crescimento da massa seca da planta" O monitoramento da CE da solu!)o drenada deve ser &eito diariamente" Muando s)o empregadas calas para o acondicionamento do su$strato* a solu!)o drenada é recolida no &inal de cada uma delas e a CE medida antes de a solu!)o ser eliminada" No caso de empregarem9se sacolas individuais para acondicionar o su$strato* pode9se recoler a solu!)o drenada de pe+uenos grupos de plantas* através de drenos &eitos com
&ilme de polietileno" A instala!)o de um dreno desse tipo é &eita da seguinte maneira /.igura 0F2, ? escole9se* dentro da cultura* dois ou mais grupos de cinco plantas ? coloca9se* em$ai6o das sacolas dessas plantas* um segundo &ilme de polietileno opaco* de &orma a recoler os volumes drenados ? do$ra9se o &ilme de maneira +ue &orme uma canaleta capa- de condu-ir* por gravidade* esses volumes para dentro de um recipiente pl#stico* num n%vel mais $ai6o +ue a cultura" Esse recipiente deve ter gargalo estreito* para redu-ir a evapora!)o da #gua contida no seu interior /os gal7es de F empregados para comerciali-ar #gua mineral adaptam9se $em a esse o$8etivo2 ? ap5s cada irriga!)o* recole9se uma amostra da solu!)o arma-enada em cada recipiente e mede9se a CE por meio de um eletrocondutiv%metro"
A interpreta!)o dos valores da CE medida pode ser &eita o$servando9se os limites apro6imados* con&orme a Ta$ela K"
Muando os valores de CE medidos se situarem sistematicamente em valores superiores a J*1 dS m 9D* o volume de #gua &ornecido pela irriga!)o dever# ser aumentado* para evitar a acumula!)o dentro do su$strato dos nutrientes n)o a$sorvidos pelas plantas* o +ue poder# causar salini-a!)o" A vida =til de um su$strato depende principalmente da evolu!)o de suas caracter%sticas &%sicas" En+uanto essas caracter%sticas n)o se alterarem demasiadamente* um mesmo su$strato poder# ser reutili-ado durante anos consecutivos" Para veri&icar se ocorreram altera!7es* recomenda9se repetir* pelo menos uma ve- por ano* a estimativa da capacidade m#6ima de reten!)o de #gua" Muando o valor determinado se a&astar em
mais de 01L da+uele o$tido na primeira determina!)o* ent)o é conveniente su$stituir o material* a &im de evitar riscos : cultura" Se ouver ocorr4ncia de moléstias e pragas do sistema radicular* as sacolas contendo as ra%-es atacadas devem ser separadas e o su$strato contido no seu interior desin&etado ou su$stitu%do" Antes de se implantar uma nova cultura* é importante e&etuar uma irriga!)o a$undante* a &im de li6iviar os res%duos de elementos minerais eventualmente acumulados no interior do su$strato* os +uais poder)o pre8udicar o crescimento das plantas 8ovens" O cultivo em su$stratos é uma tecnologia comple6a +ue e6ige um mane8o ade+uado da cultura e* por isso* deve ser reali-ado so$ a orienta!)o de pro&issionais a$ilitados"
O$ culti#o$ 'ora o $olo %reci$am $er mae&ao$ e 'orma a cotorar $eu car=ter %oluior o am0iete. MANE
A maior parte da #gua a$sorvida pelas ra%-es é consumida pela
evapotranspira!)o e se destina a dissipar a energia solar e6cedent#ria : &otoss%ntese* evitando o a+uecimento e6cessivo da planta" A .igura 0Y ilustra a rela!)o entre a radia!)o solar glo$al incidente e a transpira!)o no decorrer do ciclo de uma cultura de tomateiro* em am$iente protegido* durante a primavera* em Santa Garia* RS /alandro* D2"
A tra$%ira-+o é o mecai$mo e arre'ecimeto a %lata e iu* @ a0$or-+o e =!ua %ela$ ra)*e$, ie%eetemete a a0$or-+o e utriete$. Em$ora a a$sor!)o de #gua e de nutrientes ocorra de &orma simultnea nas ra%-es* esses dois processos s)o independentes" O &lu6o de #gua é um processo eminentemente &%sico* en+uanto o &lu6o de nutrientes depende tam$ém de mecanismos ativos de a$sor!)o e tem rela!)o com o crescimento da planta"
A independ4ncia entre esses dois processos &oi demonstrada na literatura* em$ora o &lu6o de #gua inter&ira no transporte de alguns nutrientes* como o c#lcio /Tanner Beevers* D1 Andriolo* DF2" O &lu6o de #gua é o resultado da di&eren!a de potencial %drico entre o meio radicular e o ar atmos&érico* dividida pela resist4ncia ao transporte da #gua entre esses dois limites /Cones* D2* cu8a e+ua!)o é a seguinte,
em +ue, Tr _ a transpira!)o na unidade de tempo,
`r _ o potencial %drico na super&%cie da rai- `a _ o potencial %drico do ar R _ a resist4ncia total" Muanto maior a di&eren!a de potencial %drico entre o meio radicular e o ar* mais &orte ser# o &lu6o de transpira!)o" Muando essa di&eren!a é muito elevada* a resist4ncia total /R2 n)o permite +ue o e+uil%$rio entre os potenciais %dricos se8a atingido rapidamente e* por conse+4ncia* um dé&icit %drico ocorre na parte aérea da planta* mesmo +ue a8a volumes a$undantes de #gua em torno das ra%-es" O mane8o do estado %drico da planta e6ige* por isso* o controle tanto da disponi$ilidade de #gua :s ra%-es como da demanda atmos&érica"
A a$sor!)o de #gua pelas ra%-es depende tam$ém da temperatura e do teor de o6ig4nio em torno delas" A temperatura in&luencia o &lu6o agindo so$re sua &luide-" Com valores a$ai6o de DF\C* os #cidos gra6os aumentam sua viscosidade* di&icultando o &lu6o da #gua" O o6ig4nio é necess#rio para manter a &uncionalidade das ra%-es* especialmente de suas e6tremidades* +ue é a por!)o mais ativa na a$sor!)o %drica e mineral" Muando as temperaturas atingem valores acima de 0F\C* o &lu6o %drico diminui em ra-)o* principalmente* da redu!)o da disponi$ilidade de o6ig4nio para a respira!)o /Cortés* D2"
.3 Métoo$ e moitorameto a irri!a-+o O mane8o da irriga!)o no cultivo de ortali!as consiste $asicamente em monitorar a disponi$ilidade de #gua em torno das ra%-es* repondo os volumes consumidos pela evapotranspira!)o* antes +ue um dé&icit %drico se esta$ele!a na planta" #rios métodos e6istem para e&etuar o monitoramento da irriga!)o" A+ueles mais utili-ados na produ!)o comercial s)o a tensiometria e o uso de modelos preditivos" U 7ensiometria, um tensiômetro consiste em uma c#psula porosa conectada a uma escala graduada por meio de um tu$o capilar" A c#psula é inserida no interior do solo ou do su$strato onde as ra%-es crescem" medida +ue a disponi$ilidade de #gua diminui* a coluna li+uida e6istente no interior do tu$o capilar se desloca* indicando o potencial %drico" A principal vantagem dos tensiômetros consiste na simplicidade operacional* pois podem ser ad+uiridos no comercio e instalados &acilmente no interior das culturas* sendo tam$ém de cil leitura" Entretanto* t4m o inconveniente de e6igir cali$ra!7es especi&icas para cada tipo de solo* pois o potencial matricial est# intrinsecamente associado : composi!)o e : estrutura do meio radicular" No cultivo em su$strato* a disponi$ilidade de #gua depende tam$ém da concentra!)o salina /potencial osm5tico2 no interior do su$strato* +ue pode variar rapidamente de valores $ai6os para limites cr%ticos* +uando a transpira!)o é intensa" O tensiômetro n)o é ade+uado para medir o potencial osm5tico" Por esse motivo* seu uso é mais generali-ado nos cultivos reali-ados no solo* tanto em am$iente natural como protegido" U &odelos preditivos, os modelos preditivos estimam a transpira!)o a partir de modelos com* pelo menos* duas vari#veis* uma de nature-a &%sica e outra &isiol5gica" Esses modelos t4m a seguinte e6press)o genérica, Tr _ bA ^ B
em +ue, A _ vari#veis &%sicas do am$iente como a radia!)o solar e@ ou o dé&icit de satura!)o, B _ o IA. da cultura* b e s)o coe&icientes de a8uste" Esses modelos encontram ampla aplica!)o nos cultivos em su$strato* por+ue podem estimar as necessidades de #gua em intervalos de poucos minutos e permitem o mane8o da /&erti2 irriga!)o por meios in&ormati-ados /Baille* DK Cortés* D2"
O u$o e moelo$ é o métoo mai$ i'uio o muo %ara e$timar a$ ece$$iae$ e =!ua a$ (ortali-a$ culti#aa$ em am0iete %rote!io e 'orec7Bla @$ %lata$ %or meio e e"ui%ameto$ automati*ao$. .: Métoo$ e irri!a-+o Os principais métodos de irriga!)o empregados no cultivo de ortali!as s)o a in&iltra!)o* a aspers)o e o gote8amento" O primeiro deles é a+uele de maior empirismo* no +ual o controle dos volumes irrigados é muito $ai6o" Ao ser distri$u%da em canais* lateralmente :s &ileiras das plantas* a #gua se in&iltra no solo em volumes +ue decrescem : medida +ue o comprimento da &ileira aumenta" A desuni&ormidade de &ornecimento da #gua é um dos principais de&eitos desse método" Sua maior virtude reside no $ai6o custo* uma ve- +ue* na maioria dos casos* a #gua e distri$u%da mediante si&onamento e escorrimento super&icial" Seu emprego na olericultura est# restrito :s regi7es #ridas* onde a #gua provém de locais distantes por meio de canais especialmente constru%dos para a irriga!)o das lavouras" .ace : escasse- de #gua em escala planet#ria* prevista para as pr56imas ac#cias* conclui9se +ue esse método tem suas perspectivas de utili-a!)o cada ve- mais redu-idas" A aspers)o é um método $astante utili-ado na produ!)o de ortali!as em am$iente natural em #reas relativamente grandes" Permite uma melor utili-a!)o da #gua do +ue o método da in&iltra!)o* porém* seu custo é mais elevado* por+ue e6ige $om$as e tu$ula!7es de PC agr%cola para a condu!)o e distri$ui!)o da #gua" ;m de seus maiores de&eitos reside na desuni&ormidade da irriga!)o* pois a va-)o decresce do centro para a peri&eria do c%rculo irrigado" ;m segundo inconveniente é o &ato de a #gua atingir diretamente a parte aérea das plantas* causando in8urias em espécies &olosas e aumentando os riscos de ocorr4ncia de moléstias"
O método de irriga!)o mais recomendado em olericultura é o gote8amento" Suas principais vantagens em rela!)o aos outros dois descritos acima s)o a maior e&ici4ncia de utili-a!)o da #gua e a maior uni&ormidade de distri$ui!)o da #gua" ;m sistema de irriga!)o por gote8amento é constitu%do por uma $om$a* um ou v#rios &iltros de disco e gote8adores instalados ao longo de tu$os de polietileno com dimetro geralmente de 1*1D0W m / polegada2" A distncia mais comum entre os gote8adores e de 1*J1 m* o +ue permite e&etuar uma irriga!)o locali-ada 8unto a cada uma das plantas das principais culturas de ortali!as" Os gote8adores mais utili-ados s)o do tipo la$irinto* com paredes &le6%veis e auto9regul#veis ou* ent)o* com paredes semi9r%gidas" Esses =ltimos permitem maior uni&ormidade de va-)o* sendo* porém* de custo mais elevado" Podem ser encontrados* no comercio* gote8adores com va-)o entre apro6imadamente D 9D e 0 9D* adaptando9se tanto para o cultivo em am$iente natural como protegido" Muando as plantas crescem so$re camal7es co$ertos com &ilme de polietileno opaco* o tu$o gote8ador é colocado so$ o &ilme" Essa &orma de cultivo permite grande economia de #gua* pois a evapora!)o super&icial é redu-ida a valores muito $ai6os e os volumes irrigados se concentram em torno das ra%-es" A irriga!)o por gote8amento permite atingir uma e&ici4ncia de utili-a!)o da #gua superior a 1L /Papadopoulos* D2"
A irri!a-+o %or !ote&ameto é o métoo mai$ ae"uao %ara a$ (ortali-a$, %or"ue %ermite uma maior e'ici7cia e utili*a-+o a =!ua.
. Mae&o a umiae o ar A umidade do ar in&luencia a demanda evaporativa da atmos&era e* por conse+4ncia* o consumo de #gua das culturas" Entretanto* outros processos meta$5licos s)o tam$ém a&etados* como o crescimento das &olas* a reparti!)o da massa seca entre as partes vegetativas e os &rutos* a a$sor!)o de alguns nutrientes e a incid4ncia de moléstias" A in&lu4ncia da umidade do ar so$re a e6pans)o das &olas e aumento da #rea &olar da cultura passa a ser importante +uando o dé&icit de satura!)o atinge valores elevados* da ordem de D*F Pa a 0*0 Pa" Para dé&icits médios* da ordem de 1*J Pa a D Pa* e $ai6os* em torno de 1*D Pa a 1*J Pa* esse e&eito é muito redu-ido" Para as ortali!as de ver)o* como o tomateiro* o pepino e o piment)o* a in&lu4ncia da umidade
do ar na produtividade* por modi&ica!7es na &otoss%ntese* n)o passa de JL /Baer* DD2" A reparti!)o da massa seca entre as partes vegetativas e os &rutos é a&etada indiretamente : medida +ue a umidade elevada &avorece o crescimento das &olas" Esse e&eito é mais pronunciado +uando os valores elevados de umidade v4m acompanados de temperaturas noturnas $ai6as* in&eriores a D\C* redu-indo o pegamento de &rutos /Andriolo" D$2" A nutri!)o mineral* especialmente do c#lcio* é a&etada por valores de umidade do ar e6cessivamente $ai6os ou elevados" Essa in&lu4ncia ocorre de &orma mais intensa nos tecidos 8ovens* locali-ados nos #pices de crescimento* e nos &rutos" Muando a ;R do ar é $ai6a* a demanda evaporativa da atmos&era é elevada e o &lu6o de #gua da planta se dirige para as &olas* em resposta : transpira!)o da cultura" Nessa situa!)o* o &lu6o de #gua para os &rutos é menos intenso e* conse+entemente* as +uantidades de c#lcio +ue cegam até eles podem ser insu&icientes para seu crescimento" Por outro lado* +uando a umidade do ar é muito elevada* o &lu6o de transpira!)o torna9se redu-ido" Nesse caso* as +uantidades de c#lcio transportadas até os #pices em crescimento e os &rutos tam$ém podem ser insu&icientes para atender : demanda desse elemento" Em am$as as situa!7es* dist=r$ios &isiol5gicos podem ocorrer* sendo a podrid)o apical dos &rutos o principal deles" As concentra!7es de c#lcio cr%ticas* a$ai6o das +uais os sintomas se tornam vis%veis* variam de uma espécie para outra, 0F1 mmol g 9D de massa seca para o tomateiro e F11 mmol g 9D de massa seca para o pepino /Baer* DD2" A umidade do solo a&eta a umidade do ar* através da evapora!)o +ue ocorre na sua super&%cie* redu-indo a e&ici4ncia do uso da #gua" Muando a umidade relativa do ar atinge n%veis pr56imos da satura!)o* a polini-a!)o pode ser pre8udicada por di&iculdades na a$ertura das anteras e na deisc4ncia do p5len" O surgimento de moléstias e &avorecido tanto na parte aérea como nas ra%-es" alores intermedi#rios de umidade do ar* entre K1 e 1L* s)o a+ueles mais &avor#veis ao crescimento e produtividade das ortali!as /Baer* DD, CTI.* DFc2" Muando os valores de umidade do ar s)o muito $ai6os* in&eriores a K1L* o mane8o pode ser &eito &acilmente através da ne$uli-a!)o* o$tendo9se* ainda* um e&eito indireto de redu!)o das temperaturas do ar /Andriolo* D2" Porém* +uando os valores s)o e6cessivamente elevados e pr56imos da satura!)o* o mane8o é di&%cil de ser reali-ado" Nos cultivos em am$iente protegido* a umidade do ar pode ser mane8ada mediante o controle rigoroso da irriga!)o* evitando9se &ornecer volumes de #gua +ue e6cedam as necessidades %dricas da cultura" Aplicar
volumes pe+uenos com alta &re+4ncia é pre&er%vel a irriga!7es a$undantes e pouco &re+entes" O uso do mulching em toda a super&%cie do solo é uma medida complementar +ue diminui a evapora!)o super&icial" Sempre +ue e6istir uma di&eren!a entre as igrometrias interna e e6terna* a ventila!)o é uma técnica e&iciente para redu-ir a umidade do ar no interior dos am$ientes protegidos"
MANE>* a adi!)o de nutrientes ao solo era &eita +uase +ue e6clusivamente pela adu$a!)o orgnica* proveniente de estrumes diversos e@ou da compostagem desses materiais com res%duos orgnicos das lavouras" A a!)o do adu$o orgnico &ornecido se &a-ia notar duplamente* tanto na eleva!)o da &ertilidade do solo* como na meloria de suas caracter%sticas &%sicas* com resultados altamente positivos na produtividade das culturas" O &ato de os nutrientes serem provenientes da decomposi!)o de res%duos orgnicos 8# tra-ia intrinsecamente uma certa propor!)o entre os di&erentes elementos a$sorvidos pelas plantas* predeterminada pelo processo meta$5lico de s%ntese da massa seca vegetal" Conse+entemente* os pro$lemas relativos ao dese+uil%$rio entre as propor!7es desses nutrientes eram de pe+uena importncia e levavam muito tempo para serem perce$idos pelos produtores" Essa pr#tica ainda serve atualmente de $ase para o mane8o da adu$a!)o da orticultura dita org)nica " Com a &a$rica!)o em larga escala dos &ertili-antes +u%micos de origem industrial* na primeira metade do século >>* a pr#tica da adu$a!)o das culturas so&reu uma grande trans&orma!)o" Surgia a possi$ilidade de mane8ar isoladamente os di&erentes nutrientes* alterando as propor!7es decorrentes da decomposi!)o da massa orgnica vegetal" Nos pa%ses po$res* o custo dos &ertili-antes é um dos componentes +ue incide &ortemente no custo &inal da produ!)o* por isso* a pr#tica da adu$a!)o tem sido orientada para a $usca da m#6ima e&ici4ncia econômica" Nesse conte6to* as doses de &ertili-antes &ornecidas :s culturas o$8etivam o$ter o maior retorno econômico por unidade de &ertili-ante aplicado /Comiss)o de .ertilidade do Solos dos Estados do RS e SC* DF2" Entretanto* os produtos da orticultura e6igem elevada +ualidade comercial* +ue somente pode ser atingida +uando as plantas n)o cultivadas sem +ual+uer restri!)o de ordem nutricional" Consciente dessas e6ig4ncias* grande parte dos orticultores desenvolveu* no transcorrer dos anos* o #$ito de superestimar as necessidades minerais
das ortali!as" A pr#tica ancestral da adu$a!)o orgnica passou a ser complementada pela adu$a!)o +u%mica" ;ma conse+4ncia desse procedimento &oi a acumula!)o de nutrientes nos solos" Nessa situa!)o* a adi!)o de novas doses de &ertili-antes mostra pouca ou nenuma resposta so$re a produtividade ou* em alguns casos* provoca uma redu!)o nos rendimentos /Basso Gueller* DW eduin Bart-" D2"
O mau u$o a au0a-+o or!/ica tam0ém %oe le#ar ao e$e"uil)0rio o e$tao utricioal o $olo. A situa!)o descrita veio a se agravar com a advento dos cultivos em am$iente protegido* no +ual a li6ivia!)o dos nutrientes é muito $ai6a ou ine6istente" Por outro lado* a evapora!)o da &ra!)o da #gua do solo contida na camada super&icial* +ue ocorre com &orte intensidade nos per%odos de elevada radia!)o solar* tende : tra-er a super&%cie os sais dissolvidos nas camadas mais pro&undas* esta$elecendo um &lu6o %drico ascendente no per&il do solo no interior de um am$iente protegido" Esse &lu6o age em sentido inverso : li6ivia!)o* &avorecendo tanto o acumulo dos nutrientes &ornecidos pela adu$a!)o e +ue ainda n)o &oram a$sorvidos pelas plantas* como a+ueles em solu!)o nas camadas a$ai6o da super&%cie do solo" O resultado desse processo* no decorrer dos anos* é o aumento da concentra!)o de nutrientes no solo* como &oi constatado por eduin Bart- /D2 em cultivos protegidos na regi)o de Santa Garia" Além de representar um desperd%cio de recursos* essa situa!)o caracteri-a riscos potenciais de dist=r$ios tanto :s culturas como ao am$iente"
No$ culti#o$ em am0iete %rote!io, o$ utriete$ +o a0$or#io$ %ela cultura teem a $e acumular a camaa $u%er'icial o $olo. As plantas a$sorvem os nutrientes minerais para a s%ntese tanto dos seus componentes &uncionais como estruturais* a partir dos es+ueletos de car$ono provenientes da &otoss%ntese" O &lu6o de CO 0 antecede* portanto* ao &lu6o de nutrientes* e* para +ue a a$sor!)o mineral ocorra* # a necessidade de energia /ATP2* gerada a partir da degrada!)o dos assimilados &i6ados anteriormente" O &ornecimento de nutrientes pela adu$a!)o n)o pode indu-ir* por si s5* a uma maior ta6a de &otoss%ntese e a um maior crescimento" O mane8o da nutri!)o consiste apenas em evitar +ue o crescimento se8a a&etado negativamente pela de&ici4ncia de algum nutriente +ue pode
redu-ir a velocidade da cadeia de rea!7es +ue culminam com a s%ntese da massa seca &inal" É por essa ra-)o +ue tanto as de&ici4ncias como os e6cessos de nutrientes s)o duplamente ne&astos : produtividade das culturas" As de&ici4ncias o s)o por+ue comprometem a e&ici4ncia de todo o processo de produ!)o /lei do m%nimo2* e os e6cessos por+ue inter&erem so$re os mecanismos de a$sor!)o* além de predispor as plantas ao ata+ue de pragas e pat5genos" Os pro$lemas decorrentes da pr#tica atual da adu$a!)o das ortali!as e6igem +ue novos métodos se8am desenvolvidos para estimar corretamente as doses de &ertili-antes a empregar* capa-es de melor a8ustar a o&erta e a demanda de nutrientes* prevenindo tanto a car4ncia :s plantas como a acumula!)o no solo" É importante ressaltar +ue os nutrientes s)o a$sorvidos em sua &orma mineral* independentemente de serem aplicados através de &ertili-antes +u%micos ou orgnicos" Os pro$lemas decorrentes do mane8o incorreto da nutri!)o mineral das ortali!as podem ser retardados pelo uso e6clusivo da adu$a!)o orgnica* porém* di&icilmente s)o evitados com a intensi&ica!)o da produ!)o no decorrer dos anos" Por outro lado* a adu$a!)o +u%mica &eita corretamente permite um controle preciso e +uase instantneo da nutri!)o* especialmente no caso dos cultivos &ora do solo"
.3 Métoo$ atuai$ e ia!o$tico e $ua$ limita-e$ A pr#tica da adu$a!)o de uma ortali!a implantada no solo envolve* pelo menos" tr4s componentes, o &ertili-antes o solo e a planta" Muando uma determinada dose de &ertili-ante é incorporada ao solo* uma parte dos nutrientes &ornecidos e adsorvida pelas part%culas* como as argilas e os col5ides* e outra parte &ica prontamente dispon%vel :s plantas na solu!)o do solo" A propor!)o entre essas duas &ra!7es é variavel de um solo para outro* pois depende de sua constitui!)o +u%mica e &%sica e so&re a in&lu4ncia do teor de umidade" Torna9se* por isso* di&%cil estimar a +uantidade de nutrientes do solo e&etivamente dispon%vel : planta a cada momento do ciclo de produ!)o"
A e$timati#a a$ ece$$iae$ e au0a-+o a$ (ortali-a$ culti#aa$ o $olo é i')cil e $er reali*aa, %or"ue e#ol#e itera-e$ com%le6a$ etre o $olo e a %lata. A metodologia +ue tem sido empregada rotineiramente para determinar as recomenda!7es de adu$a!)o das culturas so&re os e&eitos das intera!7es descritas acima" Através dessa metodologia* di&erentes doses de &ertili-antes s)o aplicadas em solos de
$ai6a &ertilidade e a resposta das culturas é avaliada de &orma relativa em rela!)o : produtividade considerada potencial para cada uma dessas culturas" No caso do &5s&oro* para os Estados do Rio 3rande do Sul e Santa Catarina* uma distin!)o &oi esta$elecida entre as principais classes de solos* en+uanto* para o pot#ssio* uma rela!)o =nica &oi a8ustada" Rela!)o semelante &oi tam$ém determinada para as necessidades de calagem* com a dupla &inalidade de corrigir a acide- e &ornecer c#lcio e magnésio :s culturas" O procedimento descrito acima ilustra a preocupa!)o com o &ornecimento de doses m*nimas de &ertili-antes a solos de bai"a fertilidade natural * com vistas a $uscar a
m#6ima e&ici4ncia econômica" Essa situa!)o se a&asta radicalmente da+uela +ue ocorre com as ortali!as" O pro$lema é agravado de* um lado* pela escasse- de in&orma!7es de pes+uisa* mostrando a resposta das ortali!as a di&erentes doses de nutrientes* e* por outro lado* em ra-)o da &orte varia$ilidade nos teores de nutrientes encontrados nos solos de di&erentes #reas de cultivo /eduin Bart-" D2" Essa varia$ilidade pode ser atri$u%da ao ist5rico de cada lavoura* envolvendo a se+4ncia de culturas praticada* :s doses de adu$a!)o mineral e orgnica +ue t4m sido aplicadas e tam$ém :s di&eren!as +u%micas e &%sicas estruturais +ue distinguem as di&erentes classes de solo"
.: Alterati#a$ $u!eria$ O mane8o da adu$a!)o das ortali!as* +ue tem sido empregado em di&erentes partes do mundo* é o re&le6o de situa!7es peculiares de cada um deles* envolvendo tanto critérios de produ!)o* como econômicos e@ou am$ientais" No conte6to da agricultura mundial* a orticultura é um dos setores +ue incorpora tecnologia em ritmo mais acelerado" No Brasil* esse setor vem mostrando uma &orte evolu!)o nos =ltimos anos* agregando* rapidamente* conecimentos e processos provenientes de pa%ses mais evolu%dos" É prov#vel* portanto* +ue procedimentos adotados na+ueles pa%ses venam a ser =teis nas condi!7es locais" Entre esses procedimentos* destacam9se, /i2 o a8uste de teores m#6imos e m%nimos de cada nutriente no solo /ii2 a an#lise do teor de nutrientes nos tecidos vegetais e /iii2 o a8uste da o&erta e da demanda de nutrientes pela cultura" ;.3.1 7eores m*nimos e má"imos de cada nutriente no solo
Em $oa parte das regi7es agr%colas do mundo* os solos se caracteri-am por uma $ai6a &ertilidade natural" Essa $ai6a &ertilidade é decorrente tanto dos materiais de origem desses solos como da e6plora!)o agr%cola a +ue v4m sendo su$metidos no decorrer dos anos" (urante décadas* o mane8o da adu$a!)o nesses pa%ses &oi $aseado numa premissa +ue atri$u%a ao solo a simples &un!)o de servir de suporte :s ra%-es" Todos os nutrientes necess#rios ao crescimento das plantas deviam* portanto* ser
&ornecidos pela adu$a!)o" Segundo essa vis)o* pouca distin!)o é &eita entre uma cultura implantada no solo e outra em su$strato" A principal di&eren!a reside na +uest)o sanit#ria e na maior &acilidade de mane8o do su$strato* +ue permite uma r#pida drenagem da #gua e dos nutrientes em curto espa!o de tempo" (entro desse en&o+ue* a interpreta!)o do teor de nutrientes no solo em muito se assemela :+uela e&etuada nas solu!7es nutritivas* por+ue as +uantidades de nutrientes adsorvidas nas part%culas do solo n)o s)o levadas em considera!)o no c#lculo das necessidades de &ertili-antes a &ornecer" As recomenda!7es de adu$a!)o s)o* ent)o* ela$oradas a partir de concentra!7es m%nimas e m#6imas a o$servar na solu!)o do solo onde crescem as ra%-es das plantas" A Ta$ela F mostra o e6emplo de uma dessas recomenda!7es* +ue é tam$ém o$servada para as culturas em su$strato inerte"
;.3.2 7eores de nutrientes nos tecidos vegetais
;m dos métodos sugerido para monitorar o estado nutricional das culturas de ortali!as e indicar a necessidade de nutrientes e a an#lise dos teores de nutrientes nos tecidos da planta" Qard /DYK2* em um tra$alo pioneiro* determinou* semanalmente* durante um ciclo inteiro de cultura* os teores de nitrog4nio* &5s&oro* pot#ssio* c#lcio e magnésio presentes na +uinta &ola de plantas de tomateiro* contada do #pice para a $ase da planta" Essa determina!)o o$8etivava de&inir critérios para interpreta!)o dos
resultados da an#lise da concentra!)o desses nutrientes nas &olas" Entretanto* uma das principais limita!7es desse método reside na &orte varia$ilidade o$servada no teor de nutrientes entre as di&erentes &olas de uma planta no decorrer de sua ontogenia /.igura 0W2" Para minimi-ar as varia!7es nos teores de nutrientes relacionadas com a idade da planta* e6istem normas a serem o$servadas no momento da coleta das &olas* con&orme se pode veri&icar na Ta$ela Y"
Caron Parent /D2 tentaram padroni-ar algumas normas a serem o$servadas para interpretar os teores de elementos minerais nas &olas do tomateiro* amostrando um universo de WJJ culturas* durante um per%odo de +uatro anos" Essas culturas representavam uma amostra de J1L das lavouras mais produtivas na regi)o do Mue$ec* no Canad#* com rendimentos de &rutos variando entre K e Y*F g de &rutos por planta" Essas normas &oram denominadas pela sigla (RIS / iagnosis and Recommendation 0ntegrated 4
sendo esta$elecidas a partir do a8ustamento de curvas de
concentra!)o dos macronutrientes determinadas nas &olas no decorrer do ciclo das culturas" O modelo proposto &oi do tipo potencial* incorporando simultaneamente a concentra!)o dos nutrientes e intera!7es decorrentes da propor!)o segundo a +ual esses nutrientes s)o &ornecidos :s plantas"
Para utili-ar esse modelo na pr#tica* é necess#rio determinar* em la$orat5rio* a concentra!)o dos nutrientes nas &olas em um dado momento do ciclo" Em seguida* esses valores s)o introdu-idos como vari#veis de entrada do modelo* para &a-er a estimativa do estado nutricional da cultura na+uele momento do ciclo" .inalmente* o modelo é capa- de indicar se e6iste algum nutriente +ue esta sendo limitante ao crescimento das plantas /ope-* D2" (iversas restri!7es podem ser apontadas ao método descrito acima" A primeira é o tamano da amostra necess#ria para +ue se8a representativa do estado nutricional da
cultura de toda uma regi)o de produ!)o" S)o poucas as regi7es do glo$o +ue disp7em de meios ade+uados para a coleta de um elevado n=mero de dados* como a+uele empregado no modelo de Caron Parent /D2" Essa tare&a poderia ser reali-ada pelo acumulo de in&orma!7es no decorrer de per%odos longos de tempo" Entretanto* a coleta das in&orma!7es constitui apenas a etapa mais simples do método" O a8ustamento das e+ua!7es e suas respectivas intera!7es é uma etapa comple6a" O &ato de as normas esta$elecerem9se a partir de rendimentos m#6imos da cultura pouco au6ilia na estimativa das doses m#6imas de &ertili-antes a serem aplicadas* a &im de prevenir o acumulo de nutrientes no solo" ;ma &orma alternativa de interpretar os teores de nutrientes medidos pela an#lise &olar &oi sugerida por Rattin /01112* para o N em plantas de tomateiro" Essa &orma consiste em esta$elecer uma rela!)o entre os teores medidos na +uinta &ola* contada do #pice para a $ase da planta* no decorrer do crescimento* e os teores cr%ticos de dilui!)o da planta inteira" Esse autor esta$eleceu uma rela!)o entre a evolu!)o do N entre esses dois compartimentos da planta* +ue pode ser empregada para in&erir o estado nutricional da cultura /.igura 02 /ver cap%tulo Y"J"J2"
A an#lise do teor de nutrientes nos tecidos é um indicador eminentemente &isiol5gico +ue n)o mostra necessariamente rela!)o com o teor de nutrientes no solo" O &ato de um determinado nutriente estar dispon%vel em torno das ra%-es n)o signi&ica +ue
a planta tena condi!7es de a$sorv49lo* como comprovam o$serva!7es &eitas em Santa Garia /Ta$ela W2" ;ma &orte de&ici4ncia de pot#ssio &oi o$servada em &olas de tomateiro* no m4s de 8ulo* mesmo so$ uma elevada disponi$ilidade desse nutriente no solo" A de&ici4ncia &oi atri$u%da a uma a$sor!)o muito redu-ida desse elemento por e&eito das $ai6as temperaturas do solo na+uele per%odo* em torno de DK\C" Essas temperaturas s)o limitantes : a$sor!)o de elementos minerais pelas ortali!as de ver)o /Tindall et al"* D1 Cornillon* DW2"
;.3.3 ('uste da oferta pela demanda de nutrientes
Esse método &oi desenvolvido com $ase em o$serva!7es &eitas so$re as dinmicas de acumula!)o de nitrog4nio e massa seca de v#rias espécies agr%colas anuais" Para esse elemento* a concentra!)o no interior da planta diminuiu com o crescimento da cultura e esse &enômeno &oi denominado de lei de diluiço do nitrognio durante o crescimento /Sallete emaire* DD 3reenood et
al"* D1 DD2"
Para estimar as necessidades de N a &ornecer para cada cultura no decorrer do seu ciclo* emaire et al* /DW2 propuseram um método dividido em duas etapas e6perimentais" Na primeira etapa* determinaram9se as concentra!7es de N nos tecidos durante o per%odo de crescimento de plantas cultivadas com di&erentes disponi$ilidades desse elemento" E6iste uma dose na +ual a concentra!)o desse nutriente nos tecidos continua a aumentar* porém n)o é mais o$servada resposta em termos de acumula!)o de
massa seca" A concentra!)o re&erente a esta dose é denominada de concentraço cr*tica" As concentra!7es cr%ticas* determinadas periodicamente em di&erentes coletas e&etuadas no decorrer do ciclo de crescimento e desenvolvimento da planta* permitem a8ustar uma curva cr*tica de diluiço"
Por sua ve-* as concentra!7es m%nimas e m#6imas
determinadas na planta permitem a8ustar uma curva de dilui!)o m%nima e outra m#6ima para a+uela espécie" A .igura 0 ilustra as curvas de dilui!)o m%nima* cr%tica e m#6ima +ue &oram determinadas para a cultura do trigo /Hustes et al"* DK* DW2" A e6press)o matem#tica da curva cr%tica de dilui!)o do N é a seguinte, L N _ a /GS29$ em +ue GS representa a massa seca aérea acumulada pela cultura* em t # 9D" Essa e+ua!)o pode ser trans&ormada para estimar a a$sor!)o de nitrog4nio pela seguinte e6press)o, A$s" N _ D1 6 a /GS2 D9$ em +ue, A$s" N _ a a$sor!)o de N pela cultura* e6pressa em g # 9D a _ a LN para uma acumula!)o de massa seca de D t # 9D /D1 6 a2 _ a +uantidade de N acumulada +uando a $iomassa da cultura é de D t #9D /emaire et al"" DW2" Os teores estiados pela curva cr%tica* a cada momento* no decorrer do ciclo de crescimento da cultura* podem ser empregados para calcular o %ndice de nutri!)o de nitrog4nio /NNI2" Esse %ndice serve de re&er4ncia para interpretar os teores de N oriundos de an#lises la$oratoriais de tecidos /emaire et al"* DW e Bot et al"* DW2" O NNI é determinado pela seguinte rela!)o,
em +ue N representa a concentra!)o medida e N c a concentra!)o cr%tica determinada e6perimentalmente" Muando os valores determinados do NNI est)o acima da unidade* a cultura est# rece$endo e6cesso de &ertili-antes nitrogenados" Muando esses valores est)o a$ai6o da unidade* a cultura est# de&iciente em N" Para o N* o método permite ainda determinar as +uantidades de &ertili-ante nitrogenado a &ornecer de acordo com o crescimento e produtividade da cultura" Constitui9se* ainda* em um método =til para a &ertirriga!)o* permitindo parcelar as aplica!7es durante o per%odo de cultivo* a8ustando a o&erta mineral de acordo com o crescimento da massa seca das plantas"
A .igura J1 apresenta a curva cr%tica de dilui!)o e a curva de a$sor!)o determinadas para o tomateiro" A estimativa das +uantidades de N a$sorvidas durante o crescimento da cultura podem ser e6pressas por unidades9planta* levando9se em considera!)o a popula!)o empregada na lavoura /Ta$ela 2" Ta$elas desse tipo podem ser empregadas para determinar as +uantidades de N a &ornecer ao solo para repor os nutrientes e6tra%dos pela cultura* &ace a uma determinada e6pectativa de produ!)o" Podem ainda ser empregadas para calcular as doses a serem &ornecidas via &ertirriga!)o no decorrer do ciclo* tanto em cultivos reali-ados no solo como em su$strato"
As curvas cr%ticas para outras espécies de ortali!as* como o pepino* est)o sendo determinadas /Esp%nola et at"* no prelo2" Para os outros nutrientes além do N* as estimativas podem ser &eitas a partir de dois métodos di&erentes" O primeiro consiste em esta$elecer uma propor!)o entre a concentra!)o de cada nutriente e a+uela do N previamente determinada pela curva cr%tica /3reenood Stone" D2" Esse método se &undamenta no &ato de +ue e6iste uma determinada propor!)o entre os di&erentes nutrientes encontrados na massa seca" Esse procedimento é =til nos cultivos reali-ados no solo* +uando o o$8etivo consiste em apenas repor os nutrientes consumidos pela
cultura* com a preocupa!)o de evitar os e6cessos e a salini-a!)o" O segundo método tam$ém consiste em esta$elecer uma rela!)o* porém* tomando9se como re&erencial a propor!)o o$edecida entre os %ons &ertili-antes nas solu!7es nutritivas empregadas na &ertirriga!)o dos cultivos &ora do solo" Esse =ltimo método é mais recomendado para os cultivos &ora do solo com volume redu-ido de su$strato* pois* nesse caso* a a$sor!)o depende do e+uil%$rio entre os %ons* evitando os antagonismos +u%micos" O mane8o da nutri!)o mineral das ortali!as é uma tare&a di&%cil* e6igindo conecimentos técnicos e o monitoramento tanto do estado nutricional como do crescimento da cultura"
N+o e6i$tem receita$ ui#er$ai$ e au0a-+oH caa $itua-+o e#e $er aali$aa com 0a$e a i$%oi0iliae e utriete$ e a$ ece$$iae$ a cultura. . U$o$ e limita-e$ a 'ertirri!a-+o a olericultura A &ertirriga!)o é uma técnica +ue &oi desenvolvida inicialmente para &ornecer #gua e nutrientes :s plantas simultaneamente" Posteriormente* passou tam$ém a ser empregada para aplicar produtos +u%micos ou gases dissolvidos em meio l%+uido" 3ra!as a essa técnica* o cultivo de plantas em regi7es #ridas como os desertos de Israel e tam$ém da Almeria* na Espana* tornou9se poss%vel" Nessas regi7es* para crescer e se desenvolver* as culturas dependem inteiramente da solu!)o nutritiva &ornecida arti&icialmente pela &ertirriga!)o" Posteriormente* essa pr#tica &oi estendida tam$ém para o cultivo em su$stratos" Nas regi7es =midas do glo$o* onde e6iste precipita!)o pluviométrica su&iciente para o crescimento das culturas em todo ou em parte do seu ciclo de desenvolvimento* a &ertirriga!)o é uma técnica =til para e&etuar o parcelamento dos nutrientes durante o ciclo* redu-indo as perdas nos per%odos de $ai6a demanda pela planta" Nessa situa!)o* as solu!7es nutritivas completas s)o pouco empregadas e as doses a serem aplicadas s)o a+uelas determinadas para atender as e6ig4ncias da cultura* levando9se em conta a disponi$ilidade de nutrientes no solo" A &ertirriga!)o é uma técnica de risco na olericultura" Muando empregada no cultivo &ora do solo* seu car#ter poluidor se torna evidente" Por essa ra-)o* alternativas de mane8o como a reciclagem da solu!)o drenada v4m sendo implementadas" Essas alternativas* aliadas a uma melor &orma!)o técnica dos pro&issionais +ue mane8am as culturas nesse sistema de cultivo* permitem minimi-ar o risco" É* porém* no cultivo a campo e am$iente n)o9protegido onde se concentram atualmente os maiores riscos
decorrentes do mau uso da &ertirriga!)o" A &acilidade com a +ual os &ertili-antes podem ser dissolvidos na #gua e aplicados por e+uipamentos de irriga!)o rudimentares permite o emprego da &ertirriga!)o por pessoas de $ai6a &orma!)o técnica e poucos conecimentos so$re os riscos a +ue essa pr#tica est# associada" Soma9se ainda a esse conte6to a pratica a$itual de grande parte dos produtores de ortali!as de superestimar as doses de &ertili-antes a serem &ornecidas e a press)o comercial dos &a$ricantes de e+uipamentos para &ertirriga!)o" Nesse +uadro* é altamente prov#vel +ue doses e6cessivas de sais e@ou produtos +u%micos venam a ser &ornecidas no decorrer do ciclo das culturas" O destino &inal das +uantidades n)o a$sorvidas pelas plantas ser# &atalmente os mananciais %dricos* com re&le6os negativos so$re a +ualidade da #gua" É urgente* portanto* +ue a di&us)o da pr#tica da &ertirriga!)o* no Brasil* vena acompanada pelo desenvolvimento e di&us)o de tecnologias de aplica!)o ade+uada" Entre essas tecnologias* a determina!)o das doses a &ornecer para cada cultura é a+uela mais importante"
Em re!ie$ ?mia$, a 'ertirri!a-+o $e co$titui em um métoo "ue %oe $er em%re!ao %ara %arcelar a au0a-+o e maute-+o o ecorrer o ciclo e e$e#ol#imeto a$ cultura$, miimi*ao a$ %era$ e utriete$ %or li6i#ia-+o.
Papadopoulos /D2 sugeriu um método para estimar as +uantidades de nutrientes a &ornecer* através da &ertirriga!)o* a uma cultura de ortali!as implantada no solo" As etapas a o$servar com o uso desse método s)o descritas a seguir* considerando9 se uma e6tra!)o de nutrientes pela cultura de N 6* P[ e f -* em g a 9D, U &assa de um hectare de solo na profundidade de =-= m , essa pro&undidade é considerada como sendo a+uela na +ual crescem a maior pane das ra%-es das plantas" G _ D1"111 m 0 6 1*K6 Bd* em +ue, G _ massa do solo* em t # 9D Bd _ densidade do solo* em t m 9J"
U isponibilidade de % e # acima dos limites de segurança , esta etapa tem por &inalidade calcular a +uantidade total dos dois nutrientes citados* e6istentes na massa de solo determinada no item anterior" Os limites de seguran!a considerados s)o de J1 g t 9D /para o P2 e de D11 g t 9D /para o f2 e indicam os teores m%nimos a manter no solo* a &im de evitar o esgotamento desses dois nutrientes" PD _ /Po ? J1 g t 9D2 6 G* em +ue, PD _ disponi$ilidade de P* em g a 9D Po _ teor de P indicado pela an#lise do solo* em g t 9D" f D _ /fo ? D11 a t 9D2 6 G* em +ue, f D _ disponi$ilidade de f* em g a 9D, fo _ teor de f indicado pela an#lise do solo* em g t 9D" U isponibilidade de % e # acima dos limites de segurança * em JFL do solo* considerada a &ra!)o e&etivamente ocupada pelas ra%-es, P0 _ PD 6 1*JF f 0 _ f D 6 1*JF U !uantidades de 6 % e # a serem aplicadas como fertilizantes , ND _ N6 PJ _ P[ ? P0 f J _ f -? f D em +ue, ND* PJ e f J representam as +uantidades de N* P e f a serem aplicadas* respectivamente* em g a 9D" U ficincia de absorço do 6 % e # no método de irrigaço empregado , essa etapa introdu- um coe&iciente de corre!)o para levar em considera!)o a e&ici4ncia de uso da #gua &ornecida* na +ual os nutrientes est)o dissolvidos" Os valores médios*
considerados pelo mesmo autor* para o N* P e f* s)o* respectivamente* de F1* DF e YW*FL* +uando a irriga!)o é &eita em sulcos YF* 01 e WFL* +uando &eita por aspers)o e 1* J1 e FL* +uando &eita por gote8amento" Para esse =ltimo* os c#lculos s)o os seguintes, N0 _ ND 6 D*0F PK _ PJ 6 J*JJ f K _ f J 6 D*DWY em +ue, N0* PK e f K representam as +uantidades de N* P e f &inais a serem aplicadas* respectivamente* em g a 9D* levando9se em considera!)o a e&ici4ncia do sistema de irriga!)o a ser empregado" As +uantidades de N* P e f calculadas re&erem9se a todo o ciclo de desenvolvimento da cultura" Essas +uantidades dever)o ser divididas em v#rias aplica!7es* levando9se em conta o crescimento da cultura* a &im de apro6imar9se ao m#6imo das necessidades da cultura em cada &ase do ciclo" Para tal* estimativas como a+uela mostrada na Ta$ela podem ser empregadas" (essa &orma* pode9se redu-ir as perdas por li6ivia!)o* principalmente nos per%odos e@ou regi7es com elevada precipita!)o pluviométrica"
. Em%re!o o CO 3, a %rou-+o e (ortali-a$ O aumento da concentra!)o do CO 0* atmos&érico é uma técnica +ue vem sendo empregada # varias décadas para o aumento da produtividade das ortali!as cultivadas em am$iente protegido" Muando a concentra!)o normal* em torno de JK1 bCO 0 9D* aumentada para valores de ate D"111 bCO 0 9D* o$serva9se um aumento na &otoss%ntese e uma redu!)o na transpira!)o da cultura /.igura JD2" Esses e&eitos s)o vari#veis de uma espécie para outra* podendo atingir até J1L para o rendimento e em torno de D1L so$re a transpira!)o /Alpi Tognoni* D2" Como conse+4ncia* o$t4m9se maior produtividade e maior e&ici4ncia de uso da #gua" O e&eito de concentra!7es elevadas de CO 0* so$re a &otoss%ntese é e6plicado principalmente por dois &enômenos" O primeiro re&ere9se : capacidade m#6ima do processo de assimila!)o en-im#tica pelas rea!7es da &otoss%ntese" ;ma concentra!)o de CO0* mais alta no ar signi&ica uma maior disponi$ilidade desse g#s no interior dos estômatos* deslocando* para cima* a curva de resposta da assimila!)o l%+uida : radia!)o
solar" Ocorre ao mesmo tempo um aumento no n%vel térmico 5timo para a &otoss%ntese* retardando a diminui!)o da ta6a &otossintética por e&eito das altas temperaturas" O segundo e&eito re&ere9se : competi!)o do CO 0* com o O 0* nas rea!7es da en-ima ri$ulose $i&os&ato car$o6ilase9o6igenase* o +ue redu- a &otorrespira!)o e o custo energético por unidade de CO 0* assimilado /Alpi Tognoni* D2" Essa e6plica!)o é empregada tam$ém para 8usti&icar por +ue o e&eito das altas concentra!7es de CO 0* é $ai6o em plantas C K" Para ser e&etiva* a técnica de aumentar a concentra!)o do CO 0* do ar deve vir acompanada de n%veis elevados* mas n)o e6cessivos* de radia!)o solar e temperatura do ar" Por suas caracter%sticas* s5 pode ser empregada economicamente em am$ientes &ecados* nos +uais as &ugas de g#s para a atmos&era se8am minimi-adas" Por essas ra-7es* seu uso encontra9se limitado a estu&as com $oa veda!)o e somente durante os per%odos em +ue a ventila!)o n)o &or e&etuada" ;ma &orma alternativa +ue tem sido apontada para aplicar o CO 0* :s culturas de ortali!as e a &ertirriga!)o" Por meio dessa técnica* o g#s é misturado : #gua usada na irriga!)o"
(uas situa!7es devem ser distinguidas +uanto ao emprego dessa técnica, i2 em am$iente protegido e ii2 em culturas no campo* em am$iente a$erto" Em am$iente protegido* o e&eito so$re a &otoss%ntese ocorreria acompanado de um e&eito secund#rio decorrente da a!)o do g#s em torno das ra%-es das plantas" No campo* esse e&eito seria atri$u%do* principalmente* ao e&eito nas ra%-es"
(o ponto de vista &isiol5gico* as e6plica!7es para o e&eito do CO 0 aplicado com a #gua de irriga!)o s)o escassas e pouco consistentes" As principais ip5teses +ue t4m sido apontadas s)o as seguintes /Gacado et al"* D2, U ifuso do $O2 do solo para o ar , Segundo essa ip5tese* o g#s aplicado* 8unto com a #gua* so&reria di&us)o do solo para a atmos&era* passando pelo interior da co$ertura vegetal" Nessa passagem* seria 'capturado' pelas rea!7es da &otoss%ntese" O e&eito poderia* portanto* ser e6plicado pelos mesmos &enômenos +ue ocorrem pela aplica!)o na parte aérea* como &oi discutido nos par#gra&os anteriores" Em am$iente protegido* essa &orma de aplica!)o poderia ser empregada* representando apenas uma &orma alternativa de uma técnica 8# amplamente conecida e dominada" Acréscimos de produtividade pr56imos de J1L* citados em culturas como tomateiro* al&ace e meloeiro* poderiam ser e6plicados dessa &orma /Aguilera et al"* DW* 011D Pinto et al"* 0111 .urlan et al"* 011D2" Entretanto* em am$iente n)o9protegido* mesmo +ue as moléculas do CO0 pudessem ser a$sorvidas durante sua passagem em torno das &olas* a concentra!)o do g#s no ar atmos&érico* no interior do dossel* di&icilmente atingiria os n%veis necess#rios para indu-ir :s respostas esperadas" Para manter uma concentra!)o mais elevada +ue a+uela no ar atmos&érico* o g#s deveria ser aplicado continuamente* pois* no momento em +ue o &ornecimento &osse cancelado* as moléculas restantes &icariam dilu%das no ar atmos&érico* com pouco ou nenum e&eito so$re sua concentra!)o" É pouco prov#vel* por isso* +ue essa técnica possa ser aplicada com e&ici4ncia em am$iente n)o9protegido" U (bsorço pelas ra*zes , o CO0 seria a$sorvido pelas ra%-es e translocado para as &olas" Nesse caso* compostos seriam car$o6ilados para serem utili-ados nas rea!7es de s%ntese da massa seca* +ue ocorreriam em etapas posteriores a &otoss%ntese" Essa ip5tese adaptar9se9ia : idéia de um pool =nico de assimilados na planta inteira* +ue serve* atualmente* de $ase para a maioria dos modelos de crescimento e desenvolvimento de ortali!as /Garcelis et al"* D2" Entretanto* a +uantidade total de car$ono a$sorvido pelas ra%-es seria pe+uena +uando comparada com a+uela necess#ria para indu-ir os e&eitos apontados so$re a produtividade das culturas /Gacado et al"" D2" U (bsorço de nutrientes minerais, o CO0 seria respons#vel por uma modi&ica!)o no p em torno das ra%-es* por a!)o dos %ons $icar$onato" O e&eito dar9se9ia por um aumento da acide-* +ue poderia inter&erir so$re os mecanismos de a$sor!)o mineral* aumentando a a$sor!)o de nutrientes" Essa ip5tese é di&%cil de ser sustentada por varias
ra-7es, i2 o a$ai6amento do p n)o estimularia necessariamente a a$sor!)o de nutrientes" Ao contr#rio* alguns macro e micronutrientes poderiam ter sua a$sor!)o seriamente pre8udicada" (o ponto de vista pr#tico* esse e&eito implicaria na necessidade de mane8ar os volumes de g#s a serem aplicados para evitar a$ai6amento e6cessivo do p no meio radicular ii2 e6istem indica!7es de +ue a a$sor!)o mineral ocorre em resposta : disponi$ilidade de assimilados para o crescimento /e Bot et al"* D2" Nesse caso* uma maior +uantidade de nutrientes no interior da planta n)o seria su&iciente por si s5 para indu-ir a um maior crescimento* a ponto de 8usti&icar os resultados so$re a produtividade" Os dados so$re a acumula!)o de nutrientes nos tecidos de plantas cultivadas com essa técnica s)o pouco consistentes ou con&litantes e n)o con&irmam essa ip5tese /Gacado et al"* D2 iii2 outro argumento +ue levanta duvidas so$re o e&eito $ené&ico do CO 0 aplicado via &ertirriga!)o provém dos tra$alos de pes+uisa so$re o uso de solu!7es nutritivas so$resaturadas em O 0" Esta técnica consiste em $or$ular o6ig4nio de &orma a aumentar a concentra!)o normal desse g#s em di&us)o na solu!)o nutritiva* +ue é de apro6imadamente b 9D* para valores de até DY b 9D /Gar&: 3uri* D2" E&eitos de ate J1L de aumento na #rea &olar e na massa seca de ortali!as s)o apontados com o uso dessa pr#tica* +ue é e6plicada pelo &ato de a concentra!)o mais elevada do O 0 impedir a acumula!)o de CO 0 e etileno no meio radicular* os +uais t4m a!)o pre8udicial so$re a a$sor!)o de #gua e nutrientes" O e&eito da aplica!)o do CO 0* via &ertirriga!)o* em ortali!as cultivadas em am$iente protegido* con&unde9se com a+uele atri$u%do : a!)o so$re a &otoss%ntese pela aplica!)o cl#ssica 8unto ao dossel vegetativo da cultura" Em am$iente n)o protegido* no +ual uma concentra!)o mais elevada +ue a+uela normalmente e6istente no ar atmos&érico é di&%cil de ser mantida* a comprova!)o desse e&eito pelos mecanismos &isiol5gicos +ue t4m sido descritos até o momento é pouco prov#vel" E altamente dese8#vel +ue as d=vidas e6istentes venam a ser esclarecidas em um &uturo pr56imo* por meio de pes+uisas mais apro&undadas so$re a +uest)o"
EM 4U;CA DA OLERICULTURA ;U;TENTVEL O século >> caracteri-ou9se por pro&undas trans&orma!7es nos métodos de produ!)o dos diversos setores da economia nos pa%ses ocidentais" A agricultura n)o escapou dente processo e ganos consider#veis de produtividade &oram o$tidos durante v#rias décadas seguidas" Entretanto* esses ganos $asearam9se no emprego intensivo de insumos* a maioria dos +uais provenientes de &ontes naturais n)o renov#veis* +ue mostram sinais de esgotamento* levantando incerte-as so$re a capacidade de o planeta
Terra continuar a suportar tais sistemas de produ!)o* a maioria dos +uais ainda em uso" Paralelamente ao esgotamento dos recursos naturais* as tecnologias de produ!)o revelaram9se altamente poluidoras* tanto pela gera!)o de su$produtos residuais /em$alagens* pl#sticos* res%duos da agroind=stria2 como pelo impacto negativo do uso indiscriminado de produtos +u%micos* principalmente para o controle de ervas daninas* pragas e moléstias" A $usca de novas tecnologias de produ!)o* $aseadas em métodos de menor custo energético e maior grau de armonia com o am$iente* engendrou novos conceitos e paradigmas* agrupados so$ a no!)o de desenvolvimento sustentável " Nos pa%ses +ue det4m o controle da economia mundial* as tecnologias de produ!)o &oram geradas para atender necessidades especi&icas das suas popula!7es" Para +ue mudan!as tecnol5gicas venam a ocorrer* precisam vir precedidas por modi&ica!7es nos padr7es culturais e* por essa ra-)o* o desenvolvimento sustent#vel implica altera!7es pro&undas na atual estrutura econômica e social das na!7es /Gartins* D* 01112" Algumas dessas mudan!as 8# podem ser detectadas no comportamento das popula!7es de alguns pa%ses* principalmente da Europa* onde a $usca pela +ualidade de vida su$stituiu a mentalidade +uantitivista +ue predominou durante a maior parte do século >>" Nos pa%ses egemônicos* as aspira!7es sociais e6ercem &orte in&luencia so$re os agentes com poder de decis)o* en+uanto* nos pa%ses peri&éricos* essas decis7es s)o o resultado do e+uil%$rio de &or!as entre as aspira!7es das comunidades locais e os interesses egemônicos dominantes" As tecnologias de produ!)o +ue se tornam ultrapassadas nos pa%ses de origem tendem a ser introdu-idas nesses pa%ses* $uscando um per%odo de so$revida antes de tornarem9se completamente o$soletas" A olericultura n)o esta imune a esse processo e est# se tornando um ramo da agricultura altamente consumidor de tecnologias importadas* especialmente nos cultivos em am$iente protegido" A produ!)o intensiva de ortali!as com emprego elevado de capital e tecnologia é conse+4ncia de con8unturas econômicas nas +uais é &orte o &lu6o de capitais e $ai6a a disponi$ilidade de m)o9de9 o$ra" Essas condi!7es est)o muito longe da+uelas +ue e6istem atualmente no Brasil" Sistemas de produ!)o de ortali!as com $ai6a invers)o de capital e emprego elevado de m)o9de9o$ra de $ai6o custo s)o* portanto* ainda poss%veis no conte6to da olericultura nacional" É poss%vel tam$ém +ue sistemas de produ!)o so$ uma concep!)o agroecol5gica venam a se e6pandir no Pa%s* desde +ue as institui!7es de pes+uisa*