O Que o Dinheiro Não Compra: Os Limites Morais do Mercado
Michael J. Sandel é professor na Universidade de Harvard. Tem nacionalidade norte americana. O seu lendário curso de Justiça é um dos mais populares e influentes nesta prestigiada instituição, procurado por milhares de alunos todos os anos. Tem ensinado pelos quatro cantos do mundo – Europa, China, Japão, Índia, Austrália e Estados Unidos.
Em seu livro, Sandel discorre sobre fatos que recebem a intervenção de um empresário em questão, que se chama Harry. Nessas situações mostradas pelo autor, é puramente a sociedade e sua realidade, fala-se de milhares de pessoas em todo o mundo que sofrem com as drogas, com doenças incuráveis, com o excesso no consumo de alimentos industrializados e gordurosos, com a decadência educacional na maioria dos países, etc. No capítulo discutido que se identifica como "Incentivos", retrata-se a contribuição voluntária por parte de Harry em relação a estas mazelas, incentivando as pessoas a trocarem por dinheiro a voluntariedade, abdicando da realidade que as aprisionavam. Como todo voluntário que busca fazer mudanças no meio social por inteiro, Harry foi muito criticado. Sandel foi um dos que se dispôs a criticar a nova tendência de incentivo em seu livro. Acredito que as críticas a ele não tenham tanto sentido, pelo fato de que claramente se ver que ambas as partes que fazem o acordo se beneficiam. Outra visão levada à discussão no texto é a mudança na visão dos economistas, que antes eram preocupados em calcular taxas e juros, a influência do desemprego, da inflação e os reflexos no comércio exterior utilizando números astronômicos para aferir sempre a economia futura. Os economistas atuais estudam nada mais e nada menos do que passou a ser comum cada vez mais, que é a tendência do bem estar e a lei da oferta e da demanda de coisas que antes não tinham preço e nem se pensava em empregar um valor de mercado.
Os incentivos financeiros estão se tornando bastante comuns, segundo as estimativas apresentadas por Michael. Viciadas em drogas são remuneradas para aceitarem a esterilização permanente. No Quênia, país com alto índice de HIV, as mulheres que aceitarem o uso de contraceptivos seriam também remuneradas. Os estudantes nos EUA que tiram boas notas ou leiam livros ganham benefícios dados pela própria escola para incentivar o sucesso antes, após e durante a vida acadêmica. Planos de saúde, seguradoras, médicos e empregadores remuneram pessoas para que sejam saudáveis, tomando iniciativas que zelem a saúde do corpo e da mente, são apenas exemplos de como estão sendo empregados estes investimentos para o bem comum.
Os projetos de incentivo remunerado, como bem explica o texto, tem os seus dois lados como qualquer ação que depende do sujeito que a recebe e de como será sua reação a ela. As pessoas podem entender o verdadeiro sentido que quer trazer o incentivo, por exemplo a remuneração para as crianças por cada livro lido, busca perdurar a prática saudável de leitura no meio escolar. As crianças podem sentir-se motivadas e continuarem a ler mesmo sem serem remuneradas. Há também um lado ruim, elas também podem produzir um ciclo de leitura de forma rápida para somente receber o dinheiro ou então trazer a apatia em relação a livros por conta do cansaço. As duas últimas possibilidades de respostas trazem consequências ruins. Não importando a resposta vinda do sujeito, de qualquer modo, o bem foi praticado e a primeira intenção que se busca é ajudar o próximo, este colaborando ou não com o investimento que lhe foi dado. Todos somos livres para escolher ajudar como também para escolher aceitar as oportunidades como essa, para que a realidade mundial possa melhorar. O Estado como administrador tem a obrigação de dar conta em solucionar todos esses problemas, mas isso não quer dizer que pessoas comuns também não possam tentar colaborar. É triste o fato de um projeto assim ser tão mal visto, principalmente por organizações como os Direitos Humanos, que deveria valorizar e incentivá-lo. Não só as pessoas precisam de incentivo para que demonstrem mudanças, projetos como o citado no texto e que ocorrem cada vez mais em muitos países, também necessitam de incentivo moral para que continuem ajudando no desenvolvimento da humanidade. As críticas negativas não deveriam receber publicidade, pois com certeza, quem vê sempre o lado ruim é quem não está precisando de ajuda, a opinião de quem está participando é a que importa.
FACULDADE SANTA TEREZINHA – CEST
NATHALIE CADILHE GONÇALVES
CURSO DE DIREITO
DIREITO DO TRABALHO I
RESUMO CRÍTICO
O QUE O DINHEIRO NÃO COMPRA: OS LIMITES MORAIS DO MERCADO
SÃO LUÍS
2013