Sobre os autor es Graeme Brooker, designer de interiores e
estudioso da área área,, é diretor dire tor da graduação gradua ção e da pós-graduação dos cursos de design de interiores da Manchester School of Art. Ocupa Oc upa uma cadeira na Interior Educators, associação no Reino Unido de arquitetura e design de interiores, da qual foi fundador. Lecionou e publicou trabalhos traba lhos em vários países e, em 2007, foi elogiado pela European Association of Architectural Architectu ral Education (EAAE) (EAAE) pelo conjunto conju nto da obra sobre educação de design. design. Sally Stone, diretora do College of Continuity in
Architecture Archit ecture na Manchester School of Architecture, dá aulas aulas de estúdio para cursos de pós-graduação nas áreas de regeneração urbana, reutilização reutilização de construç con struções ões e a relação relação entre arquitetura de interiores e instalações artísticas. artísticas. Já lecionou em vários países e apresentou artigos em conferências internacionais, além de ser autora do livro Interventions: Attitudes Towards Public Space (2006). Space (2006). Graeme Graeme B rooker e Sally Stone produziram e
apresentaram vários trabalhos trabalhos juntos jun tos e são autores das obras: Re-readings: Interior Architecture Archit ecture and the Design Principies Princip ies of o f Remodelling Existing Existing Buildin gs (2004), Form and Structure the Organization Organization of Interior Space (2007) , Context and Environment: Environment: Site and Ideas (2008) , Elements Elements and Objects: O ccupying Interior Space (2009) Space (2009) e The Visual Visual Dictionary Diction ary of o f Interior Architecture (2008).
O QU EÉ DESIGN DE NTERIORES? GRAEM GRAEM E BROOKE B ROOKER R e SALLY ST STONE ONE TRADUÇÃO: ANDRÉ BOTELHO
Editora Editora Senac São São Paulo Paulo - São Paul Paulo o - 2014
ADMINISTRAÇ ÃO REGIONAL REGIONAL DO SENAC SENAC NO ESTADO ESTADO DE SÃO PAULO
Ki nd erd ent is t, Berl im,
President e do Conselho Regional
Alemanha
Abram Szajm an
Proieto; Proieto; Graft Lab Lab Architects Architects
Diretor do Departamento Regional Luiz Fr ancisco de A. Salgado
Superintendente Univ ersitário e de Desenvolvimento Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado
EDITORA SENAC SAO PAULO E S U D A
Conselho Editorial
F. C . H .
Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Jeane Passos Santana
BIBL IOTECA CENTRAL CENTRAL
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A dm in is tr ativ at iv o Luís Américo Tousi Botel ho (
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Tradução Andr é B otelho Edição de Texto Juliana Muscovick Preparação de Texto Entrelinhas Editorial Revisão de Texto Luiza Elena Luchini (coord.) ASA Asse ssor ia e Comunicação Editoração Eletrônica An toni o Carlos De Angelis
Traduzido de What is interior design? ® RotoVision SA 2010
Dados Interna cion ais de Catalogação na Publicação (CIP (CIP)) (Jean (Jeane e Passos Santa na - CRB CRB S- /6 1 89) 89)
Diretor de arte Tony Seddon Design Fineline Studios Impresso na China por Midas Printing International Ltd.
Brooker, Graeme
Todos os direitos reservados. reservados.
Editora Senac São Paulo Rua Rui Rui Barbosa, Barbosa, 377 - 1oandar Bela Vista - CEP 01326-010 Caixa Postal 1120-CEP01032-970-São Paulo-SP Tel. Tel. (1,1)2187-4450-F a x (11) (11) 2187-4486 2187-4486 E-mail:
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0 que é.design de interior? / Grãeme Brooker, Sally Sally Stone; traduç ão de André Botelho. - São Paulo : Editora Senac São São Paulo, 2014. Título original: What is interio r design? design? Bibliografia. ISBN 978-85-396-0710-5 1. Design de interiores
I. Stone, Sally. II. Título
14-2125 índice para catálogo catálogo sistem ático: 1. Design de inte riore s 747
CDD-747
Assuntos "Um entendimento compartilhado das convenções e dos mecanismos da vida cotidiana dá aos designers de interiores e àqueles que utilizam os espaços por eles criados uma linguagem sensorial compartilhada. É de responsabilidade dos designers enriquecer o vocabulário dessa linguagem para dar ao seu público algo que ele nunca percebeu que queria e nunca soube que poderia ter." ter." Drew Plunkett Thinking Inside the Box
4 Conteúdos
6 8 14 20 24 26 28 32 36 42 46 50 54
Prefácio O que que é desig" des ig" de rternores? Uma Uma breve história da profissão Design de interiores e eo.. cação Sensibilidade interior Questões multidisciplinares Adaptação Rest Restau auro ro,, prese preserva rvaçã ção o e conse conserva rvação ção Achados Sustentabilidade Detalhes Superfícies Representação e apresentação
F. r Portfólios
Anatomia 60 62 64 66
88 90
Anatomia Estratégia Estratégia: interiores responsivos Estratégia: interiores responsivos em residências Estratégia: interiores responsivos em locais de trabalho Estratégia: interiores responsivos em espaços culturais Estratégia: interiores responsivos em espaços do conhecimento Estratégia: interiores responsivos no varejo Estratégia: Estratégia: interiores autônomos Estratégia: interiores autônomos
92
em residências Estratégia: interiores autônomos
70 72 78 84
, ESUDÁ
152 Portfólios 154 Tarruella & López 160 Randy Brown Architects 168 Pugh + Scarpa Architects 174 Multiplicity 182 Merkx Merkx + Girod Gi rod Universal Design Studio Studi o 188 Universal 194 Agence Agence André Andrée e Putm Putman an David David Archer Architects Arc hitects 200 200 206 21 2
218 224 230 238 244
David Collins Studio Ben Kelly Design Clive Clive Wilkinson Architects Casson Mann Lazzarini Pickering Architetti Gensler Land Design Studio
em locais de trabalho li-O li-OO Estratégia: Estratégi a: interiores inter iores autônomos em espaços culturais 1 34 Estratégia: interiores autônomos ' 38
em espaços do conhecimento Estratégia: Estratégi a: interiores inter iores autônomos no varejo
"12 "-
Táticas Táticas: interiores responsivos
116 " 20 2-
Táticas para interiores responsivos: iluminação Táticas para interiores responsivos: objetos Táticas para interiores responsivos:
128
superfícies Táticas para interiores responsivos:
:I 25 140 144 148
revestimentos Táticas: interiores autônomos Táticas para interiores autônomos: iluminação Táticas para interiores autônomos: objetos Táticas para interiores autônomos: superfícies Táticas para interiores autônomos: revestimentos
Et cetera 250 252 254 256
Bibliografia comentada Glossário índice Créditos e agradecimentos Conteúdos 5
Prefácio O que é design de interiores? é uma
Essa característica distintiva cria um conjunto
introdução para alunos, acadêmicos e
exclusivo de teorias e processos que são
profissionais interessados em arquitetura de
diferentes de muitas outras formas de design
interiores, design de interiores, decoração de
- ainda ainda que haj haja a pontos em comu c omum m com as
interiores e reutilização de imóveis. Este livro
instalações artísticas e a arquitetura.
irá examinar as características fundamentais
No início do século XXI, houve um aumento
do espaço interior, incluindo a natureza e as
significativo no número de arquitetos e outros
qualidades da organização de um ambiente,
profissionais trabalhando com projetos de
um olhar sobre as qualidades dos materiais e
interiores, sejam eles adaptações de imóveis
superfícies de texturas encontradas e
ou o verdadeiro design de interiores.
aplicadas, e uma análise e apreciação de
A popularidade popularidade das das formações em design
construções já existentes. Além de discutir os
de interiores nos níveis de graduação e
aspectos teóricos envolvidos no design de
pós-graduação nunca foi tão grande. Apesar
interiores, este livro também irá colocar em
disso, a legislação ainda é muito escassa
contexto assuntos atuais em relação a teoria e
nesse assunto, e há poucas publicações com
prática, e irá examinar questões históricas e
peso acadêmico tratando das questões, dos
contemporâneas do design. A parte final da
processos e das teorias relativos à área.
obra analisa o trabalho de profissionais de todo
O crescimento exponencial da oferta de
o mundo que hoje atuam nas mais diferentes áreas do design de interiores.
cursos e a falta de consistência crítica são
O design de interiores é visto por muitas
assuntos que devem ser abordados. Outras perguntas que precisam ser respondidas são:
pessoas como uma atividade superficial, que
Qual é a especificidade da disciplina? Qual é
não possui teorias ou princípios próprios.
sua história? Quais são as ideologias e os
Porém, a teoria e a prática dele estão
princípios adotados para seu ensino? Quem
evoluindo como disciplinas acadêmicas
são os principais profissionais na área?
independentes, que estão muito além das preocupações estéticas de programas de
Esta obra busca abordar todos esses assuntos.
transformação de ambientes na TV. Arquitetura de interiores, design de interiores, decoração de interiores e reutilização de imóveis são disciplinas extremamente próximas, todas elas abordam, em certo grau, a transformação de um espaço - seja ele as ruínas ruínas de um prédio antigo ou os parâmetros gráficos de uma proposta para um novo edifício. Essa alteração ou conversão leva a um processo complexo de entendimento das qualidades de determinado espaço, combinando esses fatores com as necessidades funcionais dos novos usuários.
6 Assuntos
Casa da Música, Porto, Portugal Projeto: Projeto: OM I Architects. A ci rculaç ão v ertical nesse imóvel é como uma grande jornad a ao re dor do auditório central. O interior é um conjunto de idéias e estruturas combinadas de forma elegante nessa moderna casa de concertos.
Prefácio 7
0 que é design de interiores? O design de interiores é uma disciplina distinta
o desenho de moda ou industrial) têm de
de praticamente todas as outras do design.
considerar a função, as qualidades estéticas e
O interior está sujeito à sua situação: está
a estrutura de uma peça. O designer de
dentro de uma construção, que está, por sua
interiores também deve levar esses fatores
vez, inserida em seu contexto. A questão do
em consideração, mas precisa considerar o
preexistente é fundamental no processo de
lugar que aquele interior habita. O interior
design. A localização específica do interior tem
pode se tornar parte do local, pode gerar
uma influência influênci a sobre o design - que se torna
significados e também pode dar o valor e a
mais importante do que outras questões.
consequência a uma situação. Talvez apenas as
Outros tipos de design (como o design gráfico,
instalações artísticas e a arquitetura,
8 Assuntos
Na página à esquerda: Lounge da Virgin Atlantic, Aer op or to de Heathr ow , Londres, Reino Unido Projeto: Softroom Architects. A ling uagem de um interio r é fundamental no processo de design. Esse lounge de aeroporto cria uma atmosfera pré-voo com efeito calmante, mas também evoca a dinâmica do voo dentro do terminal do aeroporto.
Abai xo: Turni ng t he Place Over, Liverpool, Reino Unido Projeto: Richard Wilson. Instalações criadas especificamente para um local permitem uma relação íntima entre a arte e o espaço. Em Liverpool, o escultor Richard Wilson fez uma intervenção nesse prédio de modo que fosse entendido de uma nova forma.
Aci ma: Loja d a Givenc hy, Paris, França Projeto: Jamie Fobert Archit ects. Especialidades como o design de exposições, de locais de trabalho, de varejo, de entretenimento ou de residências são
características do design de interiores. Nessa loja, as roupas são expostas em caixas sem pés. Elas são feitas de vidro por fora e em painéis de madeira por dentro, representando as duas faces da marca Givenchy.
À es qu erd a: Peça Lotus , Veneza, Itália Projeto: Zaha Hadid Archite cts. Objet os e elementos são componentes fundamentais de um interior. Sua organização, seus detalhes e escala ocupam o espaço e normalmente acomodam a função. Na Bienal Bienal de Arquitetura de Veneza, a designer exibiu protótipos de peças de mobiliário mobiliário que confundiram as fronteiras entre objeto e ambiente.
O que é design de interiores? 9
disciplinas intimamente relacionadas ao design de interiores, sejam tão ligadas ao lugar. Uma citação muito conhecida deVitrúvio é fundamental para o desenho arquitetônico e o design de interiores: "Comodidade, firmeza e deleite'.' "Comodidade" está relacionada à funcionalidade do objeto: ele funciona? É adequado à sua função? "Firmeza" descreve a integridade estrutural do objeto: ele fica em pé? Do que é feito? Tem resistência suficiente
para a sua função? Ele pode suportara si mesmo e quaisquer outros objetos que tenham sido concebidos para serem suportados por ele? "Deleite" se refere ao valor estético. É belo? É impactante? É atraente visualmente? É possível aplicar o trabalho do designer que busca atingir as expectativas desse aforismo a todos os tipos de interiores e objetos que lá estão. Tradicionalmente, esse assunto é relacionado
i f i
10 Assuntos
ao design e à decoração de interiores, e é . sto como acessório à disciplina essencial de s'quitetura. A reutilização de construções preexistentes é um assunto no centro da eyolução do ambiente urbano, e a preservação e a sustentabilidade se tornaram vitais para o cesenvolvimento das cidades. À medida que a aoordagem do design e o uso do ambiente _'bano muda, muda, o posicionamento posicionament o dominante em relação à reutilização de construções
“ curisms: SuitCase Studies, Studies, exposição itinerante
Projeto: Diller Scofidio + Renfro. Nessa exposição, 50 maias idênticas foram expostas, cada uma —ostrando —ostrando atrações atraçõe s turísticas tur ísticas doe iugares nos EUA. Elas eram embaladas e logo itepois enviadas para o próximo local da exposição.
também. Dessa forma, o design de interiores surgiu como um área de interesse independente, em vez de ser uma parte acessória da arquitetura ou uma extensão da decoração de superfícies. O estudo de arquitetura, design e decoração de interiores cresce hoje como disciplina acadêmica, mas é muito comum ser apenas obcecado com o acabamento da peça ou com o corte do MDE Os interiores são em geral vistos como elementos abandonados dentro de uma discussão teórica muito mais ampla na qual os espaços são vistos como restos e produzidos apenas como consequência da construção do exterior do edifício. No início do século XXI, o design de interiores começa a ser considerado um assunto rico em história e em teoria, que pode ter uma influência benéfica na forma como os espaços são ocupados. Design de interiores é um termo bastante utilizado para descrever todo e qualquer tipo de projeto de interiores, desde decoração até reforma. Entretanto, levando em conta que a reutilização de estruturas se tornou uma prática tão conceituada, ficou claro que seria necessário separar a disciplina principal e definir melhor as especialidades. Essa seria uma boa forma de explicar melhor a natureza de cada área. As disciplinas estão necessariamente interligadas, mas as diferenças, de fato, estão relacionadas à magnitude da mudança no espaço ocupado. A decoração de interiores é a arte de decorar espaços espaços interiores - cômodos ou ambientes - pa para ra transmitir trans mitir um umaa identidade característica que funciona bem com a arquitetura existente. A decoração de interiores está relacionada com padrões de O qu e é design de interio res? 11
superfícies, ornamentos, mobiliário, acessórios, iluminação e materiais. Geralmente envolve apenas pequenas mudanças estruturais na construção existente. Alguns exemplos disso seriam os interiores de residências, hotéis e restaurantes. O design de interiores é uma atividade multidisciplinar que envolve a criação de ambientes internos que articulam o clima e a identidade por meio da manipulação dos volumes espaciais, da colocação de elementos específicos e mobiliário, além do tratamento das superfícies. Em geral, descreve projetos que requerem poucas mudanças estruturais - ou nenhuma - na construção já existente, embora haja muitas exceções. O espaço é mantido em seu estado estrutural original, e o novo interior é nele inserido. Muitas vezes, tem um caráter efêmero e inclui projetos de interiores para varejo, exposições e residências. A arquitetura de interiores preocupa-se preocupa-se com a remodelagem das construções e atitudes existentes para os espaços e as estruturas existentes, a reutilização de construções e os princípios organizacionais. Ela conecta as práticas do design de interiores com a arquitetura, e com frequência inclui problemas complexos estruturais, ambientais e técnicos. Essa atividade permite uma grande variedade de projetos, como prédios públicos - museus, galerias -, comerciais ou de escritórios, bem como os projetos de residências. São três áreas distintas. Cada área tem suas características próprias, mas, ainda assim, estão interligadas: elas têm uma grande conexão em sua interação com o espaço existente.
12 Assuntos
Biblioteca da Faculdade Faculdade de Medicina Queen Mary, Londres, Reino Unido Projeto: Surface Architects. Projetos de interiores podem incluir a reutilização reutilização de construçõe s antigas. Nesse, os designers conceberam um novo elemento para facilitar o funcionamento da biblioteca. A l inguagem contem porâne a contrasta com a construção em pedra do prédio.
O que é design de interiores? interiores? 13
Uma breve história da profissão O design de interiores é uma profissão
A decoração decoração do ambiente doméstico doméstic o era era
relativamente nova. Isso não significa que as
considerada uma obrigação da mulher, e foi
artes do design, da decoração e da arquitetura
sua gradual emancipação que permitiu que a
de interiores sejam praticadas há apenas
disciplina fosse promovida como uma
pouco tempo, mas não eram vistas como uma
profissão viável para mulheres. Com o
disciplina distinta.Tradicionalmente, os
movimento sufragista, os papéis familiares
estofadores e marceneiros ofereciam
tradicionais começaram a mudar e permitiram
sugestões sobre decoração e layout da casa,
que algumas mulheres obtivessem
ou o arquiteto assumia o controle total da
independência financeira. Era considerado
construção, por dentro e por fora.
respeitável e adequado que uma mulher fosse
A profissão de decorador de de interiores surgiu no início do século XX. A princípio, os amadores e entusiastas foram responsáveis pelo crescimento de sua popularidade.
14 Assuntos
consultora na organização e decoração dos ambientes domésticos. No fim do século XX, novas fortunas criaram uma classe de clientes ricos que
À e sq uerd ue rd a: A ps ley Hou se, Londres, Reino Unido Projeto: Robert Adam. O interior e o exterior, ou seja, o prédio e seus interiores, interiores, foram concebidos como uma só entidade, o que dá unidade à estrutura e aos espaços com mobiliário e decoração.
À d ir eit a: Cas a e est úd io de Victor Horta, Bruxelas, Bélgica Projeto: Victor Horta. Estrutura, iluminação, mobiliário e superfícies foram foram pensados com cuidado e concebidos de forma muito elegante na sala de jantar dessa residência. residência.
Uma breve histó ria da profis são 15
desejavam mostrar seu poder, e contratavam
para quaisquer que sejam as suas finalidades,
designers para refazer completamente suas
deve ser construído em estrito acordo com as
residências. Elsie de Wolfe, Lady Sibyl Colefax,
necessidades de suas finalidades. Sua
Edith Wharton, Ogden Codman, Dorothy
decoração deve se harmonizar com suas
Draper e os irmãos Herter são alguns dos
limitações estruturais (o que, de forma alguma,
profissionais célebres dessa época. Além de
seria o mesmo que dizer que toda a decoração
trabalharem nas residências particulares,
deva ser estrutural), e a partir dessa harmonia
também estavam entre os projetos
do projeto geral de decoração com o edifício, e
considerados apropriados os clubes de
dos detalhes da decoração entre si, surge o
senhoras e de cavalheiros e outros espaços de
ritmo que difere a arquitetura da construção.
convivência em que os ricos se reuniam para
Portanto, a boa arquitetura e a boa decoração
serem entretidos. O decorador coordenava e
(a arquitetura de interiores, isso nunca deve
escolhia o mobiliário, os tecidos, as cores e a
ser esquecido) devem se basear no ritmo e na
iluminação a fim de criar cenários suntuosos
lógica'.' Ao longo do século XX, muitos designers
para grandes reuniões sociais. A publicaçã publicação o de livros, livros, tais t ais como in GoodTaste (1913),
The House
de Elsie de Wolfe, e
Decoration of Houses (1897),
The
adotaram para si o título de decorador de interiores, e, muito embora alguns deles agissem apenas como decoradores, outros
de Edith
Wharton e Ogden Codman, também
estavam envolvidos em projetos muito
popularizaram a profissão e contribuíram para
maiores. Por exemplo, o designer britânico do
que a função de decorador de interiores fosse
período entreguerras Robert Atkinson, que
considerada uma ocupação diversa daquela
produziu numerosos trabalhos, é conhecido
dos estofadores e pintores de interiores, que
pelo interior extravagante em art déco do
foram seus antecessores. Wharton e Codman
Edifício Daily Express, na Fleet Street,
provavelmente foram os primeiros a utilizar a
concluído em 1932. 1932. 0 fabuloso f abuloso interior inte rior em
expressão "arquiteto de interiores" em
mosaico azul e dourado complementa o
Decoration o f Houses: Houses: "Um
The The
edifício, erigido
edifício em aço e ferro - e está está absolutamente adequado em seu contexto. Este é um exemplo de projeto que é muito mais do que um projeto de decoração, é um design interpretativo. Entretanto, os interiores minimalistas do modernismo deixaram muito
Am eri can ca n Bar, Vien a, Áu str ia Projeto: Adolf Loss. A car acte rística clau strofó bica desse tipo de espaço apertado é aliviada pelas cornijas espelhadas acima dos lambris de madeira do bar, bar, uma solução que reflete um interior aparentemente interminável.
poucas poucas possibilidades possibilidades de interpretação frequentemente, nenhuma possibilidade de intervenção. Arquitetos como Adolf Loos e Le Corbusier concebiam seus interiores como parte integrante dos edifícios, que eram absolutamente despidos de quaisquer ornamentos ou decorações supérfluas. Uma breve história da profissão 17
Muitos dos projetos do início da carreira de Adolf Loos poderiam ser interpretados como projetos de design de interiores ou até mesmo como adaptações, em vez de projetos arquitetônicos; ele contribuiu muito para popularizar a disciplina em seus primeiros projetos e em seus textos para o jornal Das Das Andere.
O projeto de Le Corbusier para o apartamento Beistegui, em Paris, uma reforma de uma cobertura, que foi concebida para parecer um navio de cruzeiro brilhante e elegante, teve um de seus interiores concebido para representar um salão surrealista. Porém, o projeto de interiores, de EmilioTerry, é raramente mencionado nas discussões sobre a obra, o que destaca ainda mais o deslocamento e as tensões entre as profissões. Nos anos após a Segunda Guerra Mundial, a profissão de designer de interiores começou a se destacar e seu status melhorou muito. Na década de 1950, foi reconhecida e consolidou-se como uma profissão em si. O Instituto Britânico de Decoradores (IIBD), fundado em 1889, adicionou ao seu nome "Designer de Interiores" em 1953. Em 1976, abandona aban donaram ram o termo ter mo decorador e passou a se chamar Instituto Britânico de Design de Interiores (BIID ), e por fim Sociedade dos Designers (CSD). O Instituto Americano de Decoradores de Interiores (ASID), fundado em 1931, tornou-se a Sociedade Americana de Designers de Interiores (ASID) nos anos 1970. Na Ásia, a Federação Internacional de Designers e Arquitetos de Interiores (Ifilda) e a Associação Instituto Asiático Internacional de Design (.Aidia) são outros exemplos de entidades às 18 Assuntos
quais os profissionais do design podem se associar. Da mesma forma que em outras áreas criativas do design, como design gráfico e desenho industrial, a função de designer de interiores se tornou, aos poucos, exclusiva dos especializados. Então, uma série de revistas e livros começou também a refletir esse novo status, e até mesmo a tradicional Architectural Architec tural Review passou a trazer seções de "novos interiores'.' Hoje, o design de interiores é reconhecido como uma profissão que une diversas disciplinas. Os profissionais podem ser contratados para fazer projetos de varejo, exposições, ambientes de trabalho, entretenimento, eventos, branding, cenários, áreas hospitalares e até mesmo arquitetura. Embora no Reino Unido a profissão ainda não seja regulada, na Europa e nos Estados Unidos já é reconhecida, reconhecida, e pode ser exercida exercida ape apenas nas por designers de interiores diplomados. No Brasil, diversas associações nacionais e regionais congregam os profissionais do design, porém a profissão ainda não foi regulamentada por lei, embora projetos tenham sido apresentados ao Congresso Nacional desde 1980.
Villa Savoye, Poissy, França
Projeto: Le Corbusier. O banhei banheiro ro dessa residência é quase uma clínica, c/ean, livre de qualquer decoração supérflua, refletindo as qualidades da construç ão na qual está localizado.
Uma breve história da profissão 19
Design de interiores e educação O design de interiores é um processo complexo de combinação das necessidades dos usuários com as qualidades do espaço existente ou proposto, também garantindo çtue a proposta seja suficientemente coerente. É essencial ao designer ter um grande conhecimento das leis regulatórias e de planejamento da construção civil, um vasto conhecimento de materiais e revestimentos, familiaridade com técnicas construtivas, além de ser um conhecedor de custos. O profissional também deve ter um conhecimento prático da história da disciplina
20 Assuntos
e se manter a par das tendências aluais.Tudo isso deve ser somado a -ma -m a "ac "a c cade criativa para prod produz uzir ir interio interio'es 'es r e e : r : : -es ce ce mérito. O designer de interiores normaimente é formado por meio de um uma a r s r-ç ã c :1a , o que é o mais comum, ou após um estágio de aprendizado. Ainda ma s e -ma -m a combinação combinação dos dois - praticamente todos tod os os especial espe cialistas istas em inter ores ores 'ece 'e ce ~-formados começam a carreira em escritórios de design como juniores ou assistentes. A profissão tem suas cagem "a: gjildas e nos
ofícios de estofaria e pintura, portanto, até o surgimento formalizado das formações em design de interiores, a maior parte delas se dava dava por meio de estágios estági os de aprendizado - o que significa aprender a fazer na prática. Muitos dos grandes profissionais do início do século XX, como Elsie de Wolfe, não tinham formação formaçã o na área área - Wolfe, Wo lfe, por exemplo, era atriz. Os designers contavam apenas com seu
Página à esquerda: Projeto Winebank, Design de interiores, Escola de Arte de Manchester, Reino Unido Projeto: Rachel Vallance. A criação de maquetes (sejam elas estudos ou os modelos finalizados para apresentação) é uma das ferramentas que permitem que o designer em formação aprenda a expressar suas idéias.
senso estético e uma grande autoconfiança. A formação oficial de um designer de interiores normalmente começa em uma escola de artes. Muitas delas foram fundadas na segunda metade do século XIX. Por exemplo, a Escola Central de Artes e Ofícios, em Londres, a Escola de Arte de Manchester e a Escola de Arte de Nottingham foram fundadas e possuíam um programa comum de artes e ofícios, além de programas de
Ab aix o e à di rei ta: Cad ern o de esboços, Design de interiores, Escola de Arte de Manchester, Reino Unido Projeto: Projeto: Michaela Michaela 0 ’Hare. ’Hare. Os alunos são incentivados a pesquisarem idéias anteriores e também e xperimentarem xperimentarem novas idéias. Essa pesquisa pode ser registrada de várias formas, como desenho, maquetes e esboços. Esboços em perspectiva exploram as qualidades formais do design.
Design de interiores e educ ação 21
está gio de estágio de aprendizado. O mod modelo elo Bauhaus Bauhaus de arte-educação nos anos 1920 e 1930 colocou tudo isso de lado. A formação do aluno começava com uma introdução geral a todas as artes (como uma formação de base ou inicial), e chegava até a arquitetura. Essa formação visava garantir que todos os alunos trabalhassem com diversos tipos de design e materiais materiais - vidro, madeira, madeira, metal, tecelagem, tec elagem, pintura, decoração, etc. etc . Essa Essa escola aind aindaa te tem m forte influência hoje. Os Estados Unidos têm uma longa e sólida tradição no ensino do design. A Escola de Design Parsons, em Nova York, era especializada na formação de designers de
22 Assuntos
interiores desde 1896. Depois dela vieram a Escola de Design de Interiores de Nova York, em 1916, e apenas muito mais tarde o curso do Instituto de Tecnologia da Moda, em 1951. Na Ásia há diversos cursos de design e arquitetura de interiores, muitos dos quais afiliados a universidades dos Estados Unidos e do Reino Unido. Isso incentiva os alunos a conhecerem o design contemporâneo internacional. No Reino Unido, a formação em design de interiores foi formalizada na metade do século XX. Em 1968, cinco faculdades de artes ofereciam uma formação inicial em design de interiores e, incentivada por Sir Hugh Casson, a Faculdade Real de Arte criou a
primeira graduação na área. Entretanto, ainda
Apesar da diversidade diversidade internacional e das
hoje no Reino Unido não há uma qualificação
diferenças, a maior parte desses cursos possui
formal no sistema educacional, ao contrário da
um formato semelhante: eles estimulam o
arquitetura, por exemplo, que é validada pelo Instituto Real de Arquitetos Britânicos (Riba) e
aprendizado pela experimentação. O aluno
pelo Conselho de Registro de Arquitetos
imaginários imaginários - ou seja, seja, eles devem propor uma
(ARB), e o design de interiores naquele país
solução para um cliente imaginário, mas
ainda sofre com o amadorismo: "Muitos
geralmente em uma situação real. Durante
arquitetos se recusam a acreditar que o design
esse processo, eles criam esboços, desenham
de interiores exista. Alguns deles colocam a
à mão e com o computador, elaboram
atividade no mesmo patamar das artes da
maquetes, estudam materiais e revestimentos
chapelaria ou da confeitaria, outros consideram
e adquirem conhecimento sobre leis e custos.
as solicitações de separação da ocupação uma
Tudo isso é normalmente complementado por
afronta pessoal" (In-scape). Os estudantes
aulas teóricas e visitas.
deve desenhar uma série de interiores
brasileiros têm à sua disposição uma grande
Os alunos agora podem estudar os
variedade de formações na área do design de
diferentes aspectos da disciplina desde o
interiores - sobretudo no níve nívell técnico,
design de interiores puro, passando pela
mas também bacharelados e cursos de
arquitetura de interiores, decoração, história
pós-graduação, embora em menor quantidade.
dos interiores, cenografia e até mesmo design
De acordo com o DesignBrasil, há cerca de
de varejo e de hotelaria - apenas citando as
180 instituições que oferecem essas
áreas mais comuns. A reutilização de
formações atualmente em todo o país, entre
construções também é estudada nas escolas
faculdades, universidades e demais
de arquitetura. A grande quantidade e
estabelecimentos de ensino.
variedade de cursos no mundo todo reflete os diferentes aspectos da educação relacionada aos diferentes aspectos dos interiores. Ao título que muitos designers de interiores de locais de trabalho adotam somam-se outros, como arquiteto de interiores e designer de ambientes. As questões relativas à
Estúdio de impressão e refúgio de um gari, gari, Arq ui tet ur a d e in teri or es, Universidade de Brighton, Reino Unido Projeto: Jo Mattsson. Alunos podem estudar os diferentes aspectos do assunto e explorar não apenas o interior mas também o e xterior e as questões ambientais. Este desenho mostra a conexão conexão entre espaços interiores e exteriores.
sustentabilidade garantem que o design de interiores e as reformas cresçam e se tornem setores importantes do segmento da construção, e a formação dos designers de interiores começa a refletir essa tendência.
Design de interiores interiores e educação 23
Sensibilidade interior A formação de um designer de interiores está fundamentada no entendimento das possibilidades e dificuldades para se trabalhar em determinado edifício. Isso estimula um tipo de sensibilidade, ou seja, uma aceitação do que já existe no local e uma predisposição para destacar essas qualidades. O designer pode trabalhar com a narrativa da construção já existente, ou pode escolher destacar aspectos específicos do local. Isso pode ser muito simples - como a percepção percepção do contexto por meio de aberturas ou janelas janelas - ou mais complexo - como a revelaç revelação ão dos estratos históricos escondidos sob a construção. A estrutura preexistente irá fornecer muitas pistas para que seja descoberta uma forma a ser adotada em sua adaptação. Em geral, isso não está atrelado a uma função, já que uma mesma atividade pode ser executada em diferentes tipos de edifícios. O designer fará a leitura das qualidades intrínsecas do edifício e as utilizará como orientações para a abordagem da reforma. Como explica o arquiteto e acadêmico Rodolfo Machado em seu ensaio seminal Edifícios antigos como palimpsestos, "... nas reformas, o passado ganha um valor muito diferente daquele no processo normal de design - no qual qual a forma surge 'a partir do zero”.' Ao executar uma reforma em um edifício, o designer dará importância ao processo de análise, ou seja, o estudo do contexto, da história e da estrutura do edifício já existente. Criar outros usos para edifícios já existentes, incorporar espaços que foram anteriormente construídos para outra finalidade, instiga o designer a aceitar ou editar padrões de existência que já estavam lá. Esse tipo de retrabalho é normalmente visto como 24 Assuntos
Loja Haffords, Reino Unido
Projeto: Ben Kelly Design. A reutilização de objeto s e elementos -achados" é uma sensibilidade interior especial. É uma estratégia que pode ser exemplificada pelos projetos de Ben Kelly para as lojas de autopeças Halfords, Halfords, nas quais postes telegráficos, sinais gráficos e de trânsito foram utilizados em seus interiores para um efeito de impacto.
sendo a área de atuação exclusiva dos
Esse tipo de abordagem tem seu ápice no
conservacionistas, que sem dúvida podem
uso do "achado'.' Marcei Duchamp criou essa
contribuir para o processo. Entretanto, é uma
expressão quando utilizou uma série de
disciplina relacionada aos interiores muito mais
produtos prontos, como um mictório e um
radical e controversa. O ato de criar espaços
porta-garrafas, para criar obras de arte únicas.
interiores é uma estratégia naturalmente
Alguns designers de interiores - como Ben
transgressora, é um ato de interpretação, de
Kelly, Kelly, Casson Casson Mann e Klaus Block - entend ent endem em
conformação ou mesmo de desobediência às
tal sensibilidade e têm uma abordagem de
ordens existentes.
reutilização de edifícios com muita atitude e reação.
Sensibilidade interior 25
Questões multidisciplinares 0 estudo dos interiores é prejudicado prejudicado por
longevidade e a atemporalidade, a busca pela
muitos mal-entendidos, equívocos, conjecturas
criação de edifícios que sejam à prova do
e suposições. Uma possível explicação é que
tempo e dentro de parâmetros verdes.
seria difícil definir os parâmetros exatos do
Os interiores, entretanto, são frequentemente
assunto. Ele é frequentemente descrito como
concebidos com um caráter temporal, mesmo
uma disciplina híbrida, que coincide com
algumas vezes devendo refletir os caprichos da
outras atividades relacionadas ao espaço ou ao
moda ou as necessidades transitórias de um
objeto. Isso se deve, em parte, à sua história e
cliente - que pode precisar de novos novos espaços
às suas origens nos ofícios da estofaria e da
de varejo, de escritórios, expográficos ou até
pintura de paisagens, bem como na relação
de lazer.
entre conservação e preservação.
O estudo dos interiores obviamente tem uma forte conexão com a arquitetura e, além
A arquitetura pode ser normalmente descrita como o trabalho com novas
disso, com a conservação, a preservação, o
construções, começando do zero, ao passo
restauro e a sustentabilidade. A arte-ínstalação
que o design de interiores se caracteriza pelo
ea
trabalho com o preexistente, seja um edifício
conectados, pois analisam e interpretam as
antigo ou os projetos prontos de uma nova
situações preexistentes. Os designers de
estrutura. Nesse sentido, a arquitetura poderia
interiores devem ter conhecimento nos vários
ser descrita como utópica por buscar a
tipos de design - de produto, industrial, industrial,
26 Assuntos
land art são
assuntos fortemente
expográfico, expográfico, museológico e de móveis - e precisam sempre desenhar os objetos que são utilizados em seus interiores. 0 desenho bidimensional também faz parte do design de interiores para aplicação em superfícies e estamparia, por exemplo. A cenografia é outra área da criação. Conceber um cenário de palco para um espetáculo é semelhante a conceber um interior, pois normalmente o cenário é um espaço confinado, específico àquela situação, e temporal. É possível fazer fazer outras conexões com quaisquer atividades que reutilizem os espaços e os objetos. Algumas conexões são mais óbvias: por exemplo, o restauro de pinturas não está tão fortemente ligado ao design de interiores, embora a tradução ou interpretação de materiais históricos sobre tela não seja muito diferente da reutilização da malha preexistente de um edifício. A música e a interpretação de uma partitura são também como a interpretação interpretaç ão de um edifício - aná análise, lise, tradução e reutilização do que já está lá. 0 estudo dessas outras disciplinas é relevante para os designers de interiores, uma vez que a sensibilidade e a abordagem que tais artistas e designers podem escolher são parecidas com aquela que pode ser escolhida pelos designers de interiores.
À esq uer da: da : Sh ow ro om da Kvadrat, Copenhague, Dinamarca Projeto: Bouroullec Brothers. Mobiliário, tecidos e iluminação foram coordenados dramaticamente dramaticamente com arte g ráfica para projetar projetar de forma teatral a imagem da marca desse fabricante dinamarquês de produtos têxteis em seu showroom.
0 designer ou arquiteto de interiores em geral faz parcerias com projetistas de outras áreas. A parceria mais óbvia é com arquitetos, mas também pode ser com arquitetos de conservação, designers gráficos, de produto e de iluminação e engenheiros, para colaborar com estruturas, projetos elétricos e demais projetos complementares. O estudo dos interiores é uma atividade multidisciplinar que compartilha aspectos com diversas outras práticas criativas. Isso pode ser encarado como um desafio que traz em si um livre-arbítrio libertador. É uma atividade que não se limita por regras ou fronteiras que restringem a atuação em muitas outras áreas.
À d ir eit a: Exp osiç os ição ão retrospectiva de Sverre Fehn, Bienal de Veneza, Veneza, Itália Projeto: Sverre Fehn Fehn.. A concepção de exposições é apenas uma das especialidades dentro do espectro das várias disciplinas que se encontram no design de interiores.
Questões multidisciplinares 27
Adaptação Os designers de interiores podem ter dois
complexo e que poderá envolver a demolição
tipos de espaço de trabalho. O primeiro deles
seletiva e a reconstrução de determinadas
é o espaço construído, em que irá analisar com
áreas. O designer será contratado para
cuidado um determinado conjunto de espaços
executar diversas tarefas, entre eias, desenhar
antes de propor uma estratégia de mudança.
interiores, fazer a gestão do orçamento,
O segundo tipo é o espaço a ser construído,
intermediar os contatos com os prestadores
em que deverá compreender completamente
de serviços, bem como tomar decisões sobre
as intenções do arquiteto antes de escolher
as áreas a serem mantidas e quais serão
sua proposta de design. Isso envolve mais do que apenas definir onde estão colunas, aberturas e materiais, pressupõe o entendimento da abordagem teórica que o arquiteto escolheu. Se essa discussão acontece no início do projeto, o arquiteto e o designer podem desenvolver uma relação mutuamente vantajosa, na qual o interior e o exterior do edifício são desenvolvidos ao mesmo tempo. Adaptação Adaptação é o processo de alteração alteração completa do edifício. Alterar a função ou o uso original do edifício é a mudança mais óbvia e exige a maior quantidade de alterações. Essa adaptação requer a criação de outros ambientes, de novos eixos de circulação, e uma mudança significativa na relação entre os espaços. Tal processo também é chamado de retrofit, revitalização, arquitetura de interiores e design de interiores. "Alterações se parecem mais com um dueto do que um ato solo. Elas envolvem a arte da resposta e também a genialidade individual, são o início de grandes acordos entre o novo e o preexistente, e até mesmo de grandes desavenças. De qualquer forma, é uma proposta sobre como o designer criará uma resposta em seu novo trabalho para o edifício que receberá as obras" (Fred (Fred Scott, On Altering Architecture). Architecture). A reutilização reutilização de um edifício preexistente preexis tente para criar outro espaço interior é um processo
28 Assuntos
Dundee Contemporary Art s, Dun dee , Reino Uni do Projeto: Richard Murphy Arch itect s. O proje to para esse centro de artes incorpora partes de um antigo barracão e cria uma expansão na forma de um novo edifício.
demolidas na construção já existente. Portanto, a reforma de um imóvel e tudo o que isso envolve trazem à tona uma questão
financeiro do projeto e da abordagem do designer na reforma. Desses três fatores, o financeiro é o mais
complicada, que é como abordar o significado
simples de ser estabelecido. A adaptação de
e o valor do tecido construído já existente.
prédios preexistentes exige mão de obra
A relação relação entre o preexistente preex istente e a nov nova a
intensiva, assim como uma nova construção
adaptação depende dos valores culturais
exige um investimento intensivo; a adaptação
atribuídos ao prédio que já existe, do aspecto
de uma construção permite economia
Ad apt açã o 29
energética, enquanto uma construção consome grandes quantidades de energia e insumos. Os valores culturais atribuídos ao prédio preexistente são mais difíceis de definir. É necessário considerar diversos fatores subjetivos, como a história do prédio, sua importância, a qualidade e o tipo da construção e até mesmo a relação de afeto que a vizinhança tem pelo imóvel. Todos esses valores podem ser subjetivos, e pode ser difícil chegar a um consenso sobre eles, portanto, o discernimento do designer é fundamental durante a adaptação de um imóvel. Em 1985, o historiador de arquitetura Ignasi de Solà-Morales concebeu uma estrutura teórica para o entendimento das adaptações em imóveis preexistentes. Em seu revolucionário artigo Do contraste à analogia:
necessidades e condicionantes próprios. A abordagem que será adotada pelo designer estará sujeita a muitas influências e, portanto, é um processo de reconciliação e de negociação.
desdobramentos no conceito de intervenção arquitetônica, ele descreve a reforma como
urrl urrl conceito conc eito fortem fort emente ente relaciona relacionado do à compreensão da história. Solà-Morales também viu como estúpida a adoção de regras rígidas para a reforma em imóveis: "É um grande erro achar que é possível estabelecer uma doutrina permanente, ou pior, uma definição científica para a intervenção arquitetônica. Pelo contrário, apenas por meio da análise caso a caso das concepções adotadas nas ações executadas conseguiremos entender as diversas características que essa relação tomou para si ao longo do tempo'.' A reforma é um processo complexo que inclui tanto a compreensão do que já está no local quanto uma análise da tecnologia e do design moderno. Cada projeto precisa ser analisado individualmente, pois tem 30 Assuntos
Dundee Contempor ary Arts, Arts, Dundee, Reino Unido
Projeto: Richard Murphy Architects. O edifício edifício reformado é uma combinação de elementos antigos e novos. Eles são tecidos de forma a criar uma atmosfera impossível de obter com uma
nova construção. A atmosfera externa da rua é trazida para dentro da construção, conectando a cidade com o interior. Essa nova via conecta as funções internas do centro, como o café, o cinema, a loja, as galerias e a recepção.
Ad ap taç ão 31
Restauro, preservação e conservação O design de interiores e as reformas em
retornara construção ao seu estado original ou
imóveis são assuntos vastos, que vão desde
mesmo de fazer atualizações para atender às
instalações efêmeras que duram apenas
necessidades contemporâneas. O ato de
algumas horas até grandes e detalhados
preservar valoriza a condição atual da estrutura
restauras de estruturas tombadas. Conservar
e facilita a compreensão histórica do local. Um
um imóvel original cria uma continuidade do
exemplo disso é um monumento histórico do
passado, é uma forma de reconhecer o valor
qual suas ruínas são preservadas.
do que já foi construído e de criar uma ligação
O restauro envolve trazer a construção
com o passado impossível de se atingir de
para o seu estado original, frequentemente
outras formas. O arquiteto e acadêmico Jorge
utilizando materiais e técnicas originais da
Silvetti explica em seu artigo
época em que foi erigida. Esse processo
Reinos interativos
que as construções podem ser os únicos
busca replicar a aparência original da
registros disponíveis de determinadas eras:
construção de forma que pareça inalterada
"Correndo o risco de soar como um defensor
mesmo depois de vários séculos de uso. Por
ferrenho e sem imparcialidade, eu diria que,
exemplo, uma igreja pode passar por grandes
mesmo em grandes momentos do passado,
reparos que não alterem a forma ou a
os documentos nem sempre estavam
natureza da construção, mas, ainda assim,
disponíveis, e as construções (monumentos,
prolonguem a sua vida útil.
construções vernaculares e obras públicas)
A reforma é o processo de renovação renovação e
eram textos fundamentais por si sós, e muitas
atualização de uma estrutura, por exemplo, um
vezes forneceram a primeira e mais duradoura
palácio ou uma grande mansão podem ser
impressão acerca de uma cultura'.'
adaptados para a vida no século XXI, mas sem
Trabalhar com uma construção já existente inevitavelmente irá requerer do designer uma
ser radicalmente alterados. Retrofit é o processo de adaptação de uma
resposta ao valor e à condição do que já está
construção para uma nova finalidade. Isso
no local. Há várias formas form as de abordar a
pode incluir grandes alterações na planta da
questão do trabalho com uma estrutura
estrutura bem como a mudança de sua
original, e a abordagem a ser escolhida irá
função.
depender do valor cultural da construção (por
Também é possível que duas das
exemplo, se é tombada ou não), da abordagem
abordagens sejam seguidas em paralelo.
escolhida pelo cliente e da condição da
O Museu da Catedral de Lucca, na Itália, está
estrutura. Conservação é um termo adotado
distribuído dentre uma pequena coleção de
para descrever diversas abordagens, mas é
imóveis históricos: uma casa do século XIII,
possível fazer uma divisão por categorias.
uma igreja do século XVI e um armazém do
A preservação mantém a construção no
século XVII. Eles foram restaurados com
estado em que foi encontrada, mesmo que
cuidado antes que o designer Pietro Cario
em ruínas; são adotadas medidas para tornar a
Pellegrini executasse o retrofit dos imóveis
estrutura segura e prevenir que haja mais
utilizando uma passarela moderna através das
deterioração, mas não há uma tentativa de
estruturas de forma a criar uma interligação.
32 Assuntos
A abordagem adotada adotada na conservaçã conservação o de estruturas mudou radicalmente ao longo do último século. A Carta de Atenas, de 1931, recomenda, de modo geral, que o restauro respeite a estrutura preexistente, seja ela do período que for, e que todas as alterações ou adições sejam claramente diferenciadas da estrutura original. Também recomenda que as evidências da preservação sejam patentes. Tudo isso foi feito com as melhores das intenções: para preservar a história sem criar confusões e sem comprometimentos negativos, e para destacar a importância da preservação em vez do restauro. A Carta foi redigida como forma de reação ao procedimento então em voga de restaurar monumentos e trazê-los para sua forma original, de maneira a remover quaisquer evidências da passagem do tempo, e ao procedimento de "atualização" da estrutura, ou seja, restauro ou retrofit para o estilo contemporâneo. Os signatários da Carta rejeitaram o pastiche histórico e insistiram na importância de que as intervenções em áreas históricas fossem feitas de acordo com uma linguagem arquitetônica moderna.
Centro de Artes Raven Row, Londres, Reino Unido
Projeto: 6a Architects, Um incêndio em 1972 destruiu grande parte do interior dessa residência urbana tombada do século XVIII. O restauro cuidadoso e sensível do imóvel deu ao seu interior uma nova oportunidade de vida.
Restauro, preservação e con servação 33
O problema com esse tipo de abordagem é
abordagem envolvia buscar todas as pistas
que ela fazia com que construções
para o retrofit na própria construção, com
indiscutivelmente modernas fossem criadas,
atenção especial para escala, luz, forma e
muitas vezes, se sobrepondo e diminuindo a
movimento: sua estratégia de design envolvia
construção original. O arquiteto italiano Cario
arqueologia, análise e construção de novas estruturas.
Scarpa foi o pioneiro em uma abordagem alternativa que rejeitou a Carta de Atenas e
Atualmente, a aceitaçã aceitação o e a respeitabilidade respeitabilidade
criou um método com base no entendimento
da prática da preservação têm como base a
cuidadoso da estrutura preexistente. Sua
reação à percepção da erosão nociva da cidade
34 Assuntos
À e sq uer da: da : Gale ri a Sackl er, Ac ad em ia Real das Art es, Londres, Reino Unido Projeto: Foster+Partners. Uma intervenção moderna de vidro e aço foi colocada no espaço entre dois prédios antigos, sedes da Academia Real: a Burlington House e as Main Galleries. Os beirais da Burlington House são o ponto de apoio da Galeria Sackler.
Ac ima: Gran Gr ande de Pátio , Museu Britânico, Londres, Reino Unido Projeto: Foster+Partners. O pátio interno do Museu Britânico foi coberto por um teto de vidro e aço muito elegante. Esse espaço, que era aberto, agora foi ocupado e se tomou parte integrante do museu.
pela arquitetura arquitetu ra moderna. 0 aparecimen apare cimento to das das leis de preservação (nos Estados Unidos por meio da Lei de Preservação Histórica Nacional, de 1966, e no Reino Unido com a Civic Amenities Amenitie s Act, de 1967) 1967) estimulou estimu lou a criaçã criação o dos departamentos públicos de preservação nas cidades para manter suas identidades e características urbanas próprias. No Brasil, o assunto foi tratado por meio da Lei n2 378 de 13 de janeiro de 1937, que criou o "Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, com a finalidade de promover o tombamento, a conservação, o enriquecimento e o conhecimento do patrimônio histórico e artístico nacional'.'
Restauro, preservação e cons ervação 35
Achados Diversas características e aspectos da estrutura ou construção preexistente podem ser reutilizados quando se faz um retrofit. Objetos incomuns achados no local, que não são facilmente encontrados, podem ser mantidos para criar uma conexão única com a história do lugar. Afinal de contas, cada lugar tem suas próprias características, que podem ser exploradas para criar interiores insubstituíveis e inimitáveis. A reutilização de elementos específicos de cada local é chamada de trabalho com achados. Elementos, objetos ou superfícies que representem ou remetam à história e à natureza de um interior podem dar personalidade e valor a um projeto. Durante as obras no Teatro da Corte Real, em Londres, os designers do escritório HaworthTompkins
Teatro da Corte Real, Londres, Reino Unido
Projeto: Haworth Tompkins Archi tects . O interio r do pavimento superior do foyer do teatro foi “despido": suas paredes e outras superfícies foram descascadas e expostas para revelar a história do local. O contraponto é uma parede com revestimento feito em gesso e lixa fina em um tom de vermelho vivo.
36 Assuntos
'eatr o da Corte Real, Real, Londres, Reino Unido
^rojeto: Haworth Tompkins Arch itects . Plantas e co rtes oara as obras no teatro.
Ac had os 37
decidiram remover as camadas acumuladas e deixar nuas as paredes no foyer do do teatro e na sala de espetáculos. As superfícies que foram expostas revelaram reformas anteriores, camadas de revestimentos e modificações, e até mesmo anotações feitas pelos construtores do local rabiscadas nas paredes para que não se esquecessem de medidas importantes no local. Essas superfícies expostas criaram um cenário para novas paredes e objetos, o interior cru e despido foi concebido para criar uma forte conexão com o passado e para reforçar a reputação do teatro - de produtor e exibidor de de espetáculos simples e descomprometidos.
38 Assuntos
Além daqueles eleme-::5 e cojetos encontrados no própr o local, ouros achados podem pode m ser "importados para ara um inte interio riora ra fim de criar um discmso tccame tccam e com maior maior dramaticidade. dramaticidade. Époss. .e ".'adu ".'a duzi zirr um ach achad ado o complet comp letamen amente te e s tra tr a " a 2 oca - vindo de outra época ou cultura, ou que c' ginalmente tinha uma função dife'er:e do novo uso. Marcei Duchamp foi pione ro no processo: ele se apropriou de um objeto e o coiocou em um contexto diverso daquele oa'3 o qual havia sido concebido. Ele usou a e-oressão "produto pronto" (the ready made ca'5 descrever a utilização de objetos direto da p'atele p'a teleira ira"" (off-the-peg), como um mictóno e um porta-garrafas em uma galer s de arte.
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j í )A
4. A
5
Já são estratégias muito comuns, no horizonte criativo do final do século XX e início do século XXI, a colagem, o uso de samptes (pequenos fragmentos de obras alheias), o reúso e a mistura de idéias, sons e imagens na criação de interiores. É um processo de design tipicamente pós-moderno, conforme descreve Nicolas Bourriaud em seu livro Pós-produção: como a arte reprograma o mundo contemporâneo-, "Os
artistas hoje mais programam que compõem as formas. Em vez de transfigurar um elemento bruto (uma tela vazia, argila, etc.) eles fazem uma mixagem das formas disponíveis utilizando dados. Em um universo de produtos à venda, formas preexistentes, sinais já emitidos, edifícios já construídos, caminhos já trilhados por seus predecessores, os artistas não consideram mais que o campo artístico... um museu com obras de arte que devam ser citadas ou ultrapassadas, conforme a ideologia modernista de originalidade pregaria; em vez disso, seriam barracões cheios de ferramentas prontas para serem utilizadas, quantidades de informações para manipular e apresentar'.' Os achados também podem ser manipulados antes de serem incorporados a um interior. Rachel Whiteread é uma artista muito famosa, cujos conceitos e idéias foram traduzidos para o mundo do design e da Embankment, Tate Modern, Londres, Reino Unido
Teatro da Corte Real, Londres, Reino Unido
Projeto: Haworth Tompkins Architects. As camadas reveladas de reformas e construções anteriores anteriores formam uma narrativa de vida e história do prédio.
Projeto: Rachel Whiteread. Fazendo relação com conteúdo e armazenamento, 14 mil objetos moldados em caixas foram empilhados na enorme sala Turbine Hall da galeria Tate Modern.
Ach ado s 39
arquitetura. Ela transforma os achados criando objetos moldados neles, no espaço que os cerca, ou em seus interiores. Portanto, não são cópias, mas simulacros, ou seja, interpretações ou representações
Estúdios da Reactor Films, Santa Mônica, EUA
Projeto: Pugh + Scarpa Arch itects . Um cont êin er de cargas foi adaptado para criar uma sala de reuniões muito diferente nessa produtora de filmes.
desfiguradas. No início de sua carreira, ela utilizava objetos de uso diário, como mesas, colchões, ou banheiras, e fazia moldes do espaço ao redor do objeto com gesso, resina e cera. Ao remover o objeto, a obra de arte resultante do processo revertia a ordem da relação do objeto com o espaço: o objeto que era sólido se torna um vazio, e o espaço vazio em torno dele se torna um sólido. Sua obra mais famosa, House, com a qual ganhou o PrêmioTurner,
em 1993, era um molde de uma casa tradicional da zona oeste de Londres, uma terraced house (residências do século XVI na Europa com aparência idêntica e paredes laterais compartilhadas, similares às chamadas casas de vila ou sobrados no Brasil). A escultura não era era completa c ompletamente mente sólid sólida, a, pois o interior da construção havia recebido uma camada de jato de concreto que, quando seco, se tornou uma estrutura tridimensional que ficava em pé, pois as paredes externas da casa foram removidas. De uma forma controversa, a obra expôs o interior da casa e o tornou sólido, de forma a criar uma relação direta entre o interior e o exterior. Soluções prontas (off-the-peg ) podem ser
uma cápsula-dormitório com dois quartos. Ele
uma opção para criar interiores dramáticos.
ficou atravessado no apartamento, e seu
O escritório LOT-EK escolheu um tanque de
acesso era feito por meio de uma nova escada
combustível e o removeu de um caminhão-
de aço. A parte mais alta do tanque, que
-tanque para que fosse colocado no interior de
normalmente serve para impedir que o
um apartamento em Nova York. Então, foi
combustível vaze durante o transporte,
colocado no alto do pé-direito duplo para criar
permitiu que fossem colocadas duas camas de
40 Assuntos
casal dentro da cápsula. Um segundo tanque
espaço, a fim de estabelecer conexões com o
foi colocado verticalmente dentro do
passado, uma relação dinâmica entre o antigo
apartamento para que fosse construída a área
e o novo.
do banheiro. Achados Achados podem ser utilizados e reutilizados reutilizados de inúmeras formas, desde des de criar uma uma atmosfera até dar personalidade para um
Ac had os 41
rentabilidade As questões relativas relativas à sustentabilidade são
projet projetos os de de par parce ceri ria a gc .e ^ a ^e m a l que que
muito delicadas na maioria das sociedades
tamb ta mbém ém têm tê m um pape de cesaaqu cesaaque, e, como a
neste início do século XXI. Projetar, construir e
casa com um superisolarremo no Canadá
manter as novas estruturas têm um enorme
chamada Saskatehewan House, e aTask 13 da
impacto nos recursos naturais bem como no
Agência Agência Internacional Internacional ce E~e'gia. E~e'gia. Até 2016 2016,,
meio ambiente. Apenas para a manutenção
todas as novas residências construídas no
das estruturas atuais gastamos cerca de um
Reino Unido deverão :er emissão de carbono
terço de toda a energia consumida no mundo. Além disso, disso, os edifícios são uma grande fonte poluidora, contribuindo para a má qualidade do ar nos centros urbanos e, por consequência, para a mudança climática. Mundialmente, eles são responsáveis por quase a metade das emissões de dióxido de enxofre, por cerca de um quarto das emissões de óxido nitroso e 10% das das emissões emiss ões de partículas - e tudo tud o isso contribui para a má qualidade do ar nos centros urbanos. As construções produzem cerca de 35% das emissões de dióxido de carbono do mundo, apontado como o principal vilão da mudança climática. O aquecimento global tem implicações que estão em toda parte, e o desenvolvimento de formas sustentáveis de construir e manter estruturas é uma das tarefas mais complicadas para os arquitetos e designers. Há muitas iniciativas para reduzir esse impacto. Os Edifícios de Energia Zero normalmente são construídos com grandes soluções para economia de energia por meio de equipamentos de alta eficiência, melhor isolamento, janelas de alta eficiência, ventilação natural e várias outras técnicas que reduzem drasticamente as cargas de aquecimento e resfriamento. O conceito do Edifício de Energia Zero é conhecido no mundo todo, e as normas R-2000, do Canadá, e Passivhaus (Casa Passiva), da Alemanha, são fundamentais para o planeta. Há outros
42 Assuntos
The Reichstag, Berlim, Al eman ha Projeto: Foster+Partners. O Parlamento Alemão foi reformado e sua principal característica é um novo domo, que remete à cúpula do antigo edifício. Ele funciona como um ponto de observação sobre a principal sala de debates, e também é um poço de ventilação que promove a circulação natural natural do ar.
zero. Um grande exemplo dessa nova geraçào
energia renovável de forma pulverizada a partir
de edifícios de escritórios de energia zero é o
de fontes solares e eólicas.
Pearl RiverTower, em Guangzhou, na China.
A construção de uma uma nova nova estrutura estrutura
Com 71 71 pavimentos, pavimen tos, ele foi construído pela
emprega enormes quantidades de energia:
Skidmore Owings Merril LLP para ser sua
tanto a compra quanto a fabricação dos
sede em Guangdong e utiliza tanto a alta
materiais utilizam energia, que ficam
eficiência energética quanto a geração de
aprisionadas nos novos produtos. Essa é a
Sustentabilidade 43
energia não renovável que é consumida na
drasticamente. A construção já está pronta e,
compra, processamento, fabricação,
quase sempre, a infraestnrtura também.
transporte e construção utilizando matéria-
Portanto, a energia apris onada nessas
-prima.
instalações pode se' econcm zada com sua
A reutilizaçã reutilização o das estruturas preexistentes
adaptação e reutiliz reut ilizacã acã:: Em qualquer lugar do
com uma nova finalidade é uma abordagem
mundo mund o é possível me nora^ nora^ : solamento sola mento de
sustentável para criar novos espaços. Por meio
uma residência com portas e areias areia s mais
da adaptação do estoque construído, a
eficientes, bem como s stemas de climatização
quantidade de recursos naturais necessários
mais modernos. Uma cc"s :e'sção importante
para a construção de um imóvel é reduzida
é que construções que passaram passaram por retrofit retr ofit podem não não ser tão e f : emes em termos ambient amb ientais ais quanto quan to as no. as construções const ruções,, mas, dados o gigantesco estoque construído existente e a importância das construções já existentes no imaginário cc etivo, a reutilização sustentável delas é uma das questões mais importantes do século XX! Ao executar o retrofo de um imóvel, imóvel, o designer consegue dar a "d a mais importância importância para a abordagem susteres .e. adotando medidas como a escolha de materiais que sejam ambientalmente amigáveis. Por exemplo, é possível utilizar materiais obtidos na mesma região para economizar em transporte, e a adoção de materiais naturais e atóxicos pode criar melhores condições ambientais dentro do imóvel. Materiais reciclados, como madeiras e metais de demolição, podem ser utilizados e têm também um ganho para a personalidade do projeto. O designer poderá criar formas de ocupação dos interiores que irão contribuir para a sustentabilidade, como o reúso das águas cinzas e pluviais, ou melhores isolamentos térmicos que reduzirão a necessidade de climatização. Aquecimento e refrigeração passivos consistem da utilização das condições climáticas naturais em benefício daqueles que ocupam o imóvel. Para isso, é
44 Assuntos
Página oposta: Assembléia Nacional de Gales, Cardiff, Reino Unido Projeto: Richard Rogers Partnership. Grandes túneis de vento se elevam a partir da sala de debates e atravessam o teto como chaminés. Isso permite a circulação do ar dentro do espaço e garante a máxima máxima transparência possível para o interior.
À es qu erd a: A Bibl Bi blio iotec tec a das Mulheres, Londres, Reino Unido Projeto: Wright & Wright. O ar circula pelos ambientes criando um “efeito de empilhamento” que ventila naturalmente o interior.
possível orientar os interiores para uma maior
ambientalmente amigável no reúso da
ventilação e iluminação naturais.
construção preexistente pode criar uma
A manipulação manipulação da da iluminação natural natural que que
identidade especial para um edifício e seus
entra e circula em um interior pode reduzir a
interiores. A relação entre forma e clima vem
necessidade de iluminação artificial, além de
sendo desenvolvida há milhares de anos e fica
criar uma conexão entre o interior e a
explícita na arquitetura vernacular vern acular - é uma área área
paisagem exterior. O aprisionamento do ganho solar pode reduzir a necessidade de
da arquitetura e do design muito rica em precedentes e idéias. Descobrir (ou
aquecimento aquecimen to - enquanto a ventilação natura naturall
redescobrir) métodos de redução do uso de
pode resfriar um ambiente e reduzir o uso do
energia é uma das mais importantes questões
ar-condicionado.
do século XXI, e a atitude do designer pode
A reutilização das das construções é o maior ato
contribuir muito nesse sentido.
de sustentabilidade, e a abordagem
Sustentabilidade 45
Detalhes Os detalhes ou as características únicas de um interior são os elementos daquele espaço que criam uma identidade própria. É por meio da criação e organização deles que um espaço ganha sua identidade e, assim, o poder de representar um cliente, uma marca ou até mesmo uma cultura. Frequentemente, os detalhes de um projeto são pensados em um estágio tardio do projeto e execução de um interior. Em primeiro lugar, é desenvolvida uma estratégia mais ampla que irá organizar o processo e apenas depois disso os detalhes são inseridos. Eles são apenas uma pequena parte do projeto, porém, podem criar o clima do local. São os detalhes que irão aparecer para o visitante quando ele entrar: o piso, a parede, parede, uma maçaneta maç aneta - ou até mesmo
46 Assuntos
apenas a iluminação ou o tamanho do local poderão ser os primeiros elementos com os quais o visitante terá contato e irá interagir. O designer deverá considerar a construção, o layout, a manipulação, a organização e a justaposição de cada cada elemento eleme nto pa para ra criar uma uma proposta coerente e viável que esteja de acordo com a estratégia e que dê apoio a ela. Os detalhes podem ser vistos tanto como cada um dos elementos que compõem o espaço como um todo quanto como o design desses elementos. Os detalhes podem ser divididos em dois tipos: elementos prontos e elementos sob medida: A primeira categoria descreve os detalhes que são escolhidos de catálogos ou outras publicações que apresentam detalhes e
Página oposta: Maçaneta, Centro de Artes Raven Row, Londres, Reino Unido Projeto: 6a Architects. A maçan eta feit a artesa nalmen te sob medida foi concebida para se encaixar firmemente firmemente na mão e replicar a linguagem setecentista do imóvel.
À d ir eit a: Det alh e d e um po rtão , IUAV, Veneza, Itália Projeto: Cario Scarpa. Esse Esse enorme e pesado portão precisou de um sistema de corrediças em uma escala maior do que a habitual, de forma a facilitar a abertura e o fechamento.
Ab aixo: aix o: Teatro Ar man i, Milão, Mil ão, Itália Projeto: Tadao Ando. O balcão de vidro brilha enigmaticamente nessa área austera da entrada do teatro.
Detalhes 47
acessórios. E uma forma de solução genérica que pode ser aplicada em vários tipos de projeto, como móveis, cozinhas e até mesmo escadarias e elevadores. Essas soluções prontas também incluem os achados e outros detalhes que podem ser usados de forma inesperada ou fora de seu contexto habitual. Uma solução sob medida é feita para atender as necessidades específicas de um projeto. Os dois tipos de solução incluem detalhes como piso, mobiliário, objetos, acessórios, iluminação, circulação, conexão entre os Wonderful: Visions Visions of th e Near Future, exibição itinerante Projeto: Ben Kelly Design. Os objetos nessa exposição foram iluminados com cuidado de forma a atrair os visitantes. Os elementos são posicionados para orientar a circulação dentro do espaço.
48 Assuntos
detalhes e especificação de materiais. A fabricação fabricação dos detalhes pode se dar no próprio local ou remotamente. Um projeto que utilize um elemento especial, que apenas possa ser executado por um especialista, poderá ser feito remotamente e transportado para a obra. Também há elementos que
apenas poderão ser executados no local, como
elemento essencial e seu uso acertado irá
detalhes feitos de concreto moldado na própria
influenciara experiência em uma construção.
obra.
• O revestimento é um detalhe que cria uma
O designer pode criar ou especificar elementos e detalhes de um projeto como:
relação direta entre o contato humano e um imóvel. A superfície de um elemento e os materiais utilizados trazem controle
• Superfícies verticais ou horizontais, como
ergonômico e ambiental, e também projetam
paredes, pisos ou forros, para fazer o
a identidade da estrutura.
fechamento de um interior são os elementos
• Aberturas são essenciais como forma de
fundamentais do design de interiores. Uma
pontuar um imóvel. Seu uso é óbvio como
superfície pode controlar os limites visuais ou
facilitador do movimento e da entrada de luz,
espaciais de um interior, e pode ser executada
mas há outras finalidades menos óbvias para
com diferentes tipos de cores, revestimentos
elas, como: a criação de paisagens, orientação
e materiais.
e direção do fluxo e o fundamental
• Objetos como móveis, esculturas, uma
estabelecimento das relações entre os locais.
tampa de duto de ventilação ou um bloco
• Formas Formas de circulação no imóvel - escadarias, escadarias,
estrutural podem manipular o espaço, o
elevadore elevadores, s, corredores - permitem o acesso acesso
movimento e a direção do olhar. A escolha dos
às várias áreas de uma construção e também
materiais e dos revestimentos poderá
unem espaços isolados ou díspares. Uma
determinar a atmosfera e a identidade do
escada, uma passagem elevada ou uma
espaço.
varanda podem criar elementos focais e
• A iluminação artificial ou natural também tem
esculturais.
o poder de controlar a forma e o espaço. A sua manipulação cuidadosa articula o movimento,
Seja qual for o tipo ou método de fabricação
ilumina objetos e condiciona a percepção do
do detalhe, ele é o elemento que dará um
espaço. Artificial ou natural, a luz é um
significado e uma identidade para o espaço.
Detalhes 49
Superfícies 0 revestimento da superfície de um objeto, de um elemento ou de um interior transmite uma identidade e um caráter. A superfície de um interior normalmente é o primeiro ponto de contato de um usuário do espaço. Uma superfície com um bom revestimento ou uma boa escolha de materiais pode definir o sentido de um interior. A escolha da forma como a superfície é executada bem como de seus materiais irá depender da natureza do local, das necessidades do cliente e dos objetivos do designer. A forma como o designer irá responder às necessidades dos usuários será uma oportunidade para expressar diferentes formas de sensibilidade, como a suntuosidade ou a sobriedade. Por exemplo, a personalidade de uma parede recoberta com aço escovado é muito diferente da mesma parede recoberta com seda, e ainda mais diferente se ela receber um revestimento de vinil texturizado. O revestimento da superfície não é necessariamente feito do mesmo mes mo mat materia eriall utilizado para construir a estrutura, mas apenas a camada superficial que é visível. Uma parede de tijolinho à vista é um exemplo de estrutura que é construída do mesmo material que compõe a sua superfície visível. Há duas formas de utilização de superfícies em um interior: aplicadas e existentes. Superfícies aplicadas são trazidas para dentro da obra e utilizadas para revestir a estrutura ou os objetos já existentes no local, e vão desde os tipos mais comuns de revestimento, como gesso, massa corrida e pintura, utilizados para esconder o esqueleto de um imóvel, até revestimentos exóticos e mais refinados, como pedras e madeiras especiais. São uma forma de complementar o espaço e transmitir a narrativa e o clima que o designer quer criar. 50 Assuntos
As superfícies existentes são as texturas e os revestimentos que já estão no local da obra, em um imóvel já existente. Elas podem ser interessantes para exibir a história da vida do local. Os soldados soviéticos que capturaram o Palácio do Reichstag, em Berlim, no final da Segunda Guerra Mundial, rabiscaram algumas paredes paredes - isso foi descoberto descobe rto durante o retrofit retr ofit do imóvel nos anos 1990 e o escritório Foster+Partners decidiu manter esses textos como o registro de uma narrativa. A preservação e exibição dessas frases são memórias arrepiantes da complicada história desse prédio. É de responsabilidade do designer controlar a identidade do interior por meio da manipulação do espaço e da luz e pela meticulosa escolha dos materiais. Sejam as superfícies aplicadas ou existentes, o designer terá uma grande variedade de materiais para escolher. Alguns preferem utilizar um número reduzido de materiais com linhas simples e poucos detalhes, o que pode ser chamado de uma abordagem minimalista. John Pawson e Cláudio Silvestrin são partidários desse tipo de design, utilizando sempre um pequeno número de materiais e sempre trabalhando com apenas cinco ou seis tipos de superfícies diferentes, cuidadosamente selecionadas e combinadas de forma muito acertada e com uma execução impecável. O trabalho de John Pawson no Monastério de Novy Dvur, na República Tcheca, foi descrito por ele como o "o projeto de.uma vida toda'.' Ele combina as O Reichstag, Berlim, Alemanha
Projeto: Foster+Partners. O grafite rabiscado nas paredes foi deixado em exposição como forma de lembrar a história turbulenta do imóvel.
Superfícies 51
necessidades espaciais monásticas sérias e etéreas dos monges cistercienses com o trabalho de um designer que é conhecido por fazer um trabalho cuidadoso com luz, proporção e uso minimalista de materiais. Talvez surpreendentemente, os monges contrataram Pawson após ver imagens da loja da Calvin Klein que ele projetou em Nova York, pois reconheceram uma alma parecida com as suas por detrás da obra. Eles acreditaram que o conceito estético de Pawson poderia refletir a necessidade monástica de ausência de cor, silêncio e isolamento do mundo exterior. A sua palheta tão diminuta de materiais consiste de gesso lixado, concreto, madeira e vidro que, combinados de forma cuidadosa e comedida,
infinidade de materiais pouco comuns para
criam uma imagem de precisão, com certo
utilização em interiores, muitos vindos de
drama e um sentimento de divindade que
origens incomuns e processos industriais
paira no ar.
diferentes. Eles podem ter aplicações diversas daquelas para as quais foram concebidos:
Em oposição está a combinação deliberada de materiais para criar um choque ou apenas
plásticos, malhas, acrílicos e aplicações têxteis
para entreter com uma combinação gritante de
são amplamente aceitos hoje como soluções
cores e superfícies. O designer Nigel Coates é
para revestimento de superfícies de interiores.
famoso por esse tipo de abordagem: o Café
O projeto de Doriana e Massimiliano Fuksa
Bongo, parte de uma série de obras
para o restaurante da loja Emporio Armani, em
executadas no Japão nos anos 1980, era um
Hong Kong, tem como principal característica
local onde materiais, cores e superfícies
uma fita vermelha extremamente dramática
estavam em franca batalha para criar um lugar
que emerge do piso e se transforma em uma
de encontro exótico e com atmosfera teatral
mesa de bar, em seguida sobe e mergulha de
para os formadores de opinião deTóquio.
forma a criar uma área de jantar. A jornada da
O café ficava localizado no piso térreo de uma
fita continua, se intersecta com a cabine do DJ
torre de concreto anônima dos anos 1960, o
e cria uma área de bar, então se transforma
que permitiu que o designer tivesse liberdade
em um túnel espiral que define a entrada
para impor uma nova identidade no local. Uma
principal. Esse gigantesco elemento
enorme asa de avião ficava no meio do salão,
serpenteia de forma a organizar o espaço e
dominando o espaço e coordenando a distribuição das mesas e cadeiras. O espaço,
traz uma identidade exclusiva, única, para o
anteriormente anônimo, ganhou uma identidade nova e surreal. Hoje, há uma
52 Assuntos
interior. A aplicaçã aplicação o de uma uma grande variedade variedade de materiais para superfícies, alguns deles
3ágina oposta: Casa Batlló, Barcelona, Espanha
Projeto: Antonio Gaudí. O forro da sala principal da ~asa é moldado em gesso como um rodamoinho que sjrg e a p artir da luminária luminária 3'incipal do teto. Ac im a à di rei ta: Bas íli ca de São Marco , Veneza, Itália Itália
Materiais mais resistentes, como placas de pedra, codem ser utilizados para o 'evestimento de fachadas e "tenores.
Ac im a: Sh ow ro om da Kvadrat, Estocolmo, Suécia
Projeto: Boroullec Brothers. Brothers. É possível utilizar materiais incomuns para revestir superfícies em interiores e criar discursos dramáticos. Esse showroom de um famoso fabricante de tecidos de decoração recebeu placas de espuma colorida como revestimento. Ab aix o à d ire ita : Qio ra Spa and Sto re, Nova York, EUA EUA
Projeto: Architecture Research Research Of fice (ARO). Painéis Painéis de tecido longos e sinuosos são utilizados para proteger as áreas mais íntimas e privadas do interior do spa.
concebidos a partir de formas pouco ortodoxas, traz a personalidade única de um local. Materiais tradicionais como madeira, gesso, papel de parede, alvenaria, vidro e metal frequentemente são utilizados de forma ortodoxa para criar uma atmosfera de constância e respeitabilidade, enquanto materiais mais chamativos podem transmitir .ma ideia de criatividade mais dinâmica. O ponto de encontro entre o ortodoxo e o incomum pode criar ambientes diferentes, mas ainda assim apropriados.
Superfícies 53
Representaç epresentaç ão e apresentaç ão A arquitetura e o design design de interiores são são
essas idéias para uma realidade tridimensional
práticas que envolvem a criação detalhada do
- o ambiente propriamente dito. Como Robin obin
espaço e de sua estrutura. A escala e o grau
Evans observou em seu artigo Transformando
de complexidade da construção de um interior
um desenho em um ambiente, "o
significam que ele deve ser simulado e testado
reconhecimento do poder do desenho como
à exaustão antes de ser executado, afinal, é
meio acaba sendo, por incrível que pareça, o
muito caro e muito complicado para dar
reconhecimento da distinção e da diferença
errado! Por Por causa da importânc impor tância ia desse
entre o desenho e o que ele representa, ao
estágio no processo de concepção, a
invés de ser o reconhecimento da
representação e a apresentação do interior
semelhança'.'
normalmente são feitas em várias mídias e
O processo da representação e
utilizando diversas técnicas. Isso irá permitir
apresentação de um interior acontece em
uma melhor ideia do aspecto, da estrutura, dos
duas fases: antes da construção, é necessário
volumes, das formas e do clima do ambiente.
fazer uma apresentação do projeto para os
Muitas são as formas de se criar essa
clientes, algumas vezes também para os
representação, como por meio de desenhos e
usuários, para mostrar os volumes, a
maquetes, com uma escala apropriada para
identidade e o clima desejados. Esses
representar as qualidades e dimensões do
desenhos podem ser representações
espaço e o modo como ele será construído.
elaboradas que detalham espaço, materiais,
As mídias a serem utilizadas utilizadas também tamb ém são são
pessoas e luz, geralmente de forma dramática,
variadas, como os programas para computador
buscando "vender" o projeto para o cliente.
- AutoCAD, AutoCAD, Vectorworks, 3Dstudio Max, Max,
Haverá também perspectivas digitais ou
formZ, Photoshop Photoshop - bem como os os métodos
desenhadas à mão, bem como maquetes
analógicos tradicionais, como pintura, desenho
tridimensionais para uma melhor ideia dos
e colagem. Maquetes simples podem ser
volumes e a escala do espaço.
construídas com cartolina e papelão, e as
Após a apresentação apresentação dessas imagens, imagens, o
elaboradas, com melhor acabamento para uma
designer é contratado e o projeto começa a
apresentação.
ser executado. Um conjunto de plantas e
O estudante de design ou arquitetura de
outros projetos técnicos (ou pranchas) é
interiores está na posição um pouco incômoda
preparado para orientar quem irá executar a
de apenas desenhar os projetos que ele cria,
obra: o design e a arquitetura de interiores são
em que o produto final não é o interior em si,
ciências exatas que apenas podem ser
mas uma representação dele. Ao contrário de
executadas com projetos detalhados. Esses
um estudante de design gráfico ou de
projetos são informativos e, embora possam
desenho de móveis, que pode criar um
ter sido desenhados com cuidado, cores e
produto final, o estudante de design de
detalhes, não têm como objetivo transmitir o
interiores apenas irá produzir projetos que
clima do ambiente.
transmitam suas idéias, em vez do interior em si. Há outro processo distinto para traduzir
54 Assuntos
A escal escala a das pranch pranchas as sempre depende do que está sendo representado: por exemplo, se
o que está ali é o interior e como ele se integra com o contexto, os desenhos terão uma escala de 1:1250 ou 1:500; se a representação é do layout do interior, ela estará em 1:200, 1:100 ou 1:50; se o que está sendo retratado é um detalhamento, 1:20, 1:10, 1:5, 1:1 ou até uma escala maior que a real, como 2:1. Tipos de representação
A seguir, há algumas das formas mais comuns de representação de interiores e de construções; o designer poderá combinar diferentes tipos de mídia para atingir seus objetivos - por exemplo, um desenho feito rapidamente a partir de uma fotografia poderá mostrar a proposta em seu contexto.
• Esboço. Normalmente um desenho feito rapidamente, de forma descontraída, para transmitir o conceito do projeto. Pode ser classificado como conceituai, analítico e de observação. observação. Esboços Esboços conceituais transmite trans mitem ma essência da ideia, o conceito; esboços analíticos detalham o espaço existente; e os esboços de observação podem ser utilizados para registrar vários aspectos de um interior, como os materiais e os detalhes.
À esquerda: Esboço de um interior, Projeto do Instituto de Moda, Design de interiores, Escola de Artes de Manchester, Reino Unido Projeto: Samantha Hart. Esta série muito detalhada, ainda que informal, explora as qualidades do espaço.
Acima: Esboço de um elemento, Design de interiores, Escola de Artes de Manchester, Reino Unido Projeto: Alex Johnson. Johnson. O esboço monocromático revela os efeitos da luz nesse interior.
Representação e apresentaç ão 55
• Desenhos tridimensionais, São utilizados para representar como seria a ocupação do interior e podem ser desenhados em perspectiva ou ser isométricos, mostrando a intensidade e a dramaticidade do ambiente. Eles darão uma melhor ideia do volume, da forma, da estrutura, da atmosfera, dos materiais e da iluminação iluminação - também també m é comum haver pessoas nos desenhos.
Acim Ac ima: a: Oki -ni , Londr Lo ndr es, Reino Unido Projeto: 6a Architects. Perspectiva isométrica que representa a proposta para o interior de uma nova loja.
À es qu erd a, no cent ro: ro : Crematório Ancoats, Design de interiores, Escola de Artes Ar tes de Manc hes ter , Reino Unido Esta perspe ctiva exagerada, exagerada, com apenas um ponto de fuga, intensifica a dramaticidade e intensidade do que está sendo retratado.
56 Assuntos
• Maquetes. Uma maquete pode ser feita para estudos ou para apresentações. Quando é Página opos ta, à direita, no centro: Basis Wien, Viena, Áustr Áu str ia
feita para estudos, normalmente é construída
Projeto: Pr opellor z. z. A pers pec tiva isomé trica mostra o interior de um centro de informações turísticas e destaca o volume, apresentando um plano horizontal que une o exterior e o interior.
inter-relações entre os espaços interiores,
Página Página opo sta, à esquerda, abaixo: Loja A-Poc, Paris, França Este desenho para uma apresentação descreve os volumes no interior, e como eles são interseccionados por elementos coloridos *:utuantes.
rapidamente e em escala para testar as utilizando papelão e cartolina colados com fita adesiva e cola. Uma maquete para uma apresentação é mais complexa e elaborada, e Abai xo: xo : Inst itut it ut o de Moda, Design de interiores, Escola de Artes de Manchester, Reino Unido Projeto: Samantha Hart. A ma quete em p apelão e cartolina permite que o observador tenha uma melhor ideia das relações entre os novos elementos e a construção preexistente.
servirá para dar destaque ao projeto. Maquetes virtuais permitem que um espaço tridimensional seja representado em uma tela bidimensional, e podem ser rotacionadas para que sejam vistas de diferentes ângulos ou pontos de vista.
Representação e apresentação 57
•Vistas ortogonais. São as plantas baixas, elevações e cortes, e apresentam as informações objetivas do projeto. A planta baixa mostra o layout dos ambientes e a construção original. É como uma fatia horizontal do prédio, normalmente à altura do peito, representando paredes, móveis, portas e janelas. Um corte é uma fatia vertical do À d ir eit a: Lay out e apresentação, Arquitetura de interiores, Universidade de Brighton, Reino Unido Esta prancha apresenta a história de um projeto para um possível cliente. À d ireit ir eit a, ab aix o: Igr eja da Ciência Cristã, Manchester, Reino Unido Projeto: OMI Architects. Um corte longitudinal pode servir para mostrar onde um ambiente está localizado dentro de um edifício.
58 Assuntos
Ab aix o: Plan ta bai xa e c ort e, Arqu Ar qu it etu ra de in teri ores , Universidade de Brighton, Reino Unido Projeto: Jo Mattsson. Estes desenhos mostram o layout volumétrico de um interior.
prédio e mostra o layout volumétrico de um interior e a sua relação com a construção. A escolha do local do corte irá depender do designer e normalmente é feita de forma a exibir a maior quantidade possível de informações. Uma elevação é um desenho simples e reto da fachada exterior do prédio. • Projeto arquitetônico. São as plantas baixas, cortes e detalhamentos que transmitem as informações para aqueles que irão executar a obra. • Layout e apresentação. Conjuntos de desenhos dentro das categorias apresentadas anteriormente, adicionados de maquetes, usados para contar uma história para um possível cliente ou um usuário do espaço.
Representação Representação e apresentação apresentação 59
Anatomia Um interior pode ser interpretado como uma
independência, de forma que o imóvel seja
narrativa ou o cenário da vida, é a
apenas um receptáculo para os novos
representação de seu ocupante, expressa sua
elementos e objetos, então esse interior é
personalidade, seu caráter e a individualidade
independente.
daqueles que o habitam. O projeto dele
Essa taxonomia que define as abordagens
representa a imagem que seus habitantes
estratégicas responsivas e autônomas é mais
querem transmitir-seja ela a ordem absoluta
bem explicada por meio das categorias
ou uma criatividade cheia de expressão.
conceituais de design em residências, locais
O design de interiores incorpora muitas
de trabalho, espaços culturais, espaços do
funções e usos variados, cada um com suas
conhecimento e no varejo.
necessidades e questões próprias. O designer irá seguir uma abordagem
A segunda parte do processo de desenvolvimento do projeto é o detalhamento
específica para o desenvolvimento do conceito
nos desenhos, que pode ser chamada de
do interior, seja ele um espaço em um imóvel
tática. A forma como os materiais são
já construído ou um espaço proposto pro posto em um
selecionados e utilizados é a forma verdadeira
projeto para construção futura, e ela pode ser
de conceber um interior. Do mesmo modo,
dividida em duas partes distintas: estratégia e
pode ser dividida entre os interiores que estão
tática, embora elas estejam invariavelmente
conectados ao contexto, o responsivo, e
interpoladas.
aqueles que são autônomos. As seções de
A primeira, primeira, portanto, é a abordagem abordagem
interiores autônomos e responsivos são ainda
estratégica que o designer irá adotar para
mais detalhadas de acordo com cada um dos
desenvolver as linhas gerais do projeto. São
componentes do interior: luz, objeto, plano e
considerados o interior e suas relações com as
superfície.
coisas próximas, e também com outras mais distantes - por exemplo, exemplo, estrutura, forma, contexto, história e função. A abordagem estratégica muitas vezes vezes é definida pelo grau de integração entre o que há de novo e o antigo, pela dimensão da interação entre o proposto e o existente. Os novos elementos do interior proposto podem derivar da estrutura ou do imóvel que o contém; suas dimensões, materiais e forma podem ter como referência as características do espaço original, de forma que o novo interior seja uma interpretação contemporânea do que já existe ali; essa abordagem estratégica pode ser chamada de responsiva. Porém, se o novo e o antigo coexistirem com
60 Assuntos
Galeria de modelos de gesso Canova, Museu Gipsoteca, Possagno, Itália Projeto: Cario Scarpa. O p osicionamento osicionamento dos delicados modelos de gesso dentro dos espaços expositivos do museu são uma tática desenvolvida para permitir que as obras sejam observadas sob a luz natural do dia.
An ato mia
61
Estratégia Seja trabalhando em um espaço novo ou em um espaço já existente, o designer ou arquiteto precisa sempre escolher uma estratégia geral para desenvolver o ambiente. É uma forma de conduzir, controlar a proposta ou plano plano diretor direto r do espaço espaço - o planejamento das ações gerais, estratégicas. O desenvolvimento de um projeto arquitetônico ou de interiores acontece de acordo com a estratégia escolhida - ela po pode de ser a simples organização de estruturas e elementos pré-projetados de uma loja para otimizar o espaço e criar oportunidades para que o consumidor interaja com os produtos, enquanto projeta a imagem ou marca desejada. A abordagem estratégica também pode ser uma combinação muito mais elaborada de fatores contextuais, ergonômicos e históricos, combinados de forma a permitir que o designer consiga realizar a abordagem escolhida. Essa abordagem pode não ser definida pela função, e o designer pode ter uma abordagem preferencial para os interiores, independentemente da finalidade que terá aquele espaço. O profissional deve analisar com cuidado todas as qualidades daquele espaço existente antes de escolher a proposta para o novo uso, e é essa análise cuidadosa que irá definir ou estimular a criação do novo ambiente. Para conceber um novo interior, o contexto será uma uma forte for te influência inf luência - o imóvel ou a estrutura onde o espaço está localizado. Os designers de interiores sempre trabalham com um espaço definido, sempre há restrições que eles devem observar, e a forma como elas são aceitas ou refutadas é o fio condutor da abordagem estratégica. Há duas formas 62 Assuntos
fundamentais de abordar os interiores: a abordagem responsiva e a independente. Elas estão interpoladas em inúmeros aspectos, mas a sua distinção é muito clara. Na primeira abordagem, o designer escolhe aceitar completamente as restrições e limitações existentes e cria um interior que seja uma resposta ao seu contexto. A outra forma é quando as restrições são refutadas, e o interior criado é de forma autônoma, ou independente, em relação relação ao seu contexto contex to sempre à medida do possível, pois, obviamente, haverá limitações de tamanho e forma definidas pelo envelopamento externo. Um exemplo de abordagem responsiva para o design seria um museu concebido para ocupar um barracão industrial que passou por retrofit. As características industriais originais do edifício são harmonizadas com necessidades funcionais dos novos usuários. A galeria de arte Tate Modem, em Londres, que passou por retrofit executado pelo escritório Herzog & de Meuron, em 2000, é o melhor exemplo do método responsivo. Já uma loja seria um exemplo perfeito de um interior independente, pois os únicos fatores limitadores são o tamanho e a forma do espaço que a loja irá ocupar. Para haver um desenvolvimento contínuo da identidade corporativa, é importante manter uma padronização da identidade da marca em redes de lojas, e o design independente é a abordagem amplamente adotada nesse segmento. Em alguns capítulos posteriores as estratégi estr atégias as são divididas em tipo tiposs de uso e função, e discutem exemplos de abordagens estratégicas para a execução de projetos em cada tipo de espaço. O título Interiores em residências inclui casas e apartamentos
unifamiliares, bem como alguma outra
lista galerias, teatros e design comunitário.
abordagem conceituai que o artista tenha
Interiores em espaços do conhecimento traz
escolhido. Interiores em locais de trabalho
bibliotecas, museus, bem como locais de
inclui o escritório tradicional mas também
ensino. Finalmente, Interiores no varejo
outros tipos de ambientes de trabalho menos
apresenta os mais variados ambientes para
convencionais. Interiores em espaços culturais
compras.
Exposição Herzog & de Meuron, Tate Modern, Londres, Reino Unido Projeto: Herzog & de Meuron. A expo sição na sala Turbine Hall foi realizada com uma série de mesas que apresentavam apresentavam maquetes e protótipos das obras dos designers.
» ! 5 3
Estratégia 63
Estratégia: interiores responsivos O trabalho com o novo ou com o antigo requer do designer um entendimento das questões específicas de cada local, entretanto, os imóveis já existentes podem servir de guia, orientação inspiradora do projeto a ser executado. O designer pode integrar e dar uma resposta a esse contexto e a seus aspectos, como a história, a estrutura ou a localização do imóvel. Tal abordagem, chamada responsiva, aliada a um profundo conhecimento conhecimen to da dass necessidades necessidades funcionais funcionais dos usuários finais, tem o potencial de criar interiores que sejam sedutores e evocativos, que mostrem um verdadeiro sentido de valor. É possível abordar os diferentes aspectos do imóvel preexistente ou novo, por exemplo, o ritmo da estrutura pode induzir um padrão de repetição ou progressão, ou de distribuição de objetos dentro do novo espaço. A orientação das janelas ou de outras aberturas pode levar o designer a explorar uma das vistas em especial ou a entender a necessidade de instalar proteção contra o ganho solar excessivo. A história do local também é um ponto de partida para o retrofit, pois o designer terá a opção de explorar a história da estrutura
e ela poderá ser exibida de uma forma muito mais sutil e evocativa que apenas com cartazes informativos. A demolição seletiva também surge como uma possibilidade importante na medida em que permite criar outros elementos, como o aumento da iluminação por meio da remoção de expansões ou reformas anteriores. Embora o novo interior possa ter sua origem na personalidade do edifício preexistente, é importante notar que isso não significa necessariamente que deva copiar ou imitar o seu invólucro - embora, embora, muitas vezes, vezes, o pastiche seja solicitado. O designer precisa traduzir a informação disponível sobre o local para uma nova linguagem, de forma a criar um interior que tenha personalidade e tecnologia próprias do século XXI. A estratégia responsiva pode ser utilizada para todos os tipos de interiores, sendo uma abordagem adequada para praticamente todas as funções. Não está restrita aos imóveis já construídos, pois conhecer bem o projeto de um novo imóvel fará com que o designer crie um interior que dialogue e seja condizente com o seu contexto.
Faversham Barn, Kent, Reino Unido
Projeto: Circus Architects. A estrutura do imóvel orientou a distribuição dos novos elementos nos interiores.
64 Anatomia
Estratégia: interiores responsivos 65
Estratégia: interiores responsivos em residências O espaço doméstico normalmente é
televisão. O real campo de atuação de um
entendido como o foco primário do design de
designer de interiores de residências é
interiores. Isso se deve, em parte, ao papel do
extremamente fértil para experimentações.
decorador de residências no início da história
Há muitas dicas e posicionamentos que o
do design de interiores e também está
designer pode obter observando o imóvel
relacionado ao surgimento da profissão. Além
para melhorar a qualidade do espaço habitado.
disso, o design de interiores em residências
O aspecto da construção pode sugerir que o
está presente nos programas de
designer dê maior importância para
transformação de ambientes e casas na
determinadas qualidades de uma vista ou de uma luz, ou, pelo contrário, que esconda a vista e apenas permita a passagem da luz. O espaço interior pode ser aberto com conexões tridimensionais feitas por meio de aberturas no imóvel, como quando é utilizado um mezanino ou um pé-direito duplo. A organizaç organização ão espacia espaciall pode ser definida co mo uma série de espaços interconectados por circulações e portas, ou então como uma planta livre sem paredes internas ou portas. O arquiteto Sir John Soane reformou completamente os imóveis vizinhos localizados nos números 12, 13 e 14 da praça Lincoln's Inn Fields, em Londres, entre 1792 e 1823, de forma a criara residência de sua família. Aos poucos, a casa foi transformada em uma série de interiores trabalhados com cuidado, que foram crescendo gradualmente em função de seus ocupantes e seus hábitos. Soane era um colecionador compulsivo e encheu sua casa com objetos e lembranças trazidos de suas viagens, como pinturas feitas
Ar ma zém , Lon dres, Reino Reino Unid o Projeto: Simon Conder. A p erspe ctiva isomé trica à esquerda descreve os volumes do espaço interior e suas relações com o novo
66 Anatomia
terraço no teto. As plantas baixas desse apartamento com formato em L estão à direita. Veja como os banheiros cilíndricos unem os diversos pavimentos. pavimentos.
por seus amigosTurner e Constable,
interiores faziam com que a casa refletisse os
fragmentos de modelos em gesso,
desejos des ejos e as aspirações aspi rações de Soane. Ele fez com
antiguidades trazidas de países exóticos e
que cada cômodo recebesse iluminação
objetos incomuns, como máscaras e urnas
natural, natural, até mesmo me smo o porão - que recebia luz
mortuárias. Ele conseguiu até encontrar lugar
por meio de um sistema de túneis de
no porão para o Sarcófago do Rei Seti: um
iluminação. Tudo isso permitiu que ele criasse
enorme caixão feito em pedra com inscrições
uma iluminação dramática em sua coleção de
hieroglíficas, em exibição com a tampa
objetos, e tanto o imóvel quanto seus
tentadoramente aberta apenas pela metade.
interiores existem até hoje em perfeita
Soane adaptou a casa para que contivesse
harmonia.
seus objetos e também para acomodar a
Uma residência tem várias funções, como
família família - além de oferecer espaços de trabalho
oferecer proteção contra as intempéries,
para seus funcionários e alunos, que o
oferecer conforto e ser um espaço que
visitavam com frequência para ver sua coleção
estimule sua ocupação física. Porém, o lar é
impressionante que não parava de crescer. As
muito mais do que isso, ele guarda as
obras meticulosamente executadas nos
memórias e a personalidade de seus
Estratégia: interiores responsiv os em residências residências 67
residentes. 0 escritório Simon Conder Conder Associates executou um projeto para para um novo novo
lavatório, dentro do outro está a ducha). Ambos os cilindros recebem iluminação iluminação
apartamento em um barracão do século XIX
natural por meio de clarabóias translúcidas de
que respondia às características do local, em
vidro durante o dia, e, durante a noite, os
Londres. Os profissionais consideraram a luz,
cilindros fornecem iluminação artificial para os
o volume e o fechamento externo e decidiram
ambientes. Este é um excelente exemplo de
dar um upgrade nesses aspectos para
uma interpretação contemporânea de um
acomodar o novo espaço doméstico. A área
espaço doméstico, residencial, aplicado a um
principal foi delimitada com três elementos
imóvel preexistente, onde o velho e o novo
autônomos, uma nova cozinha em aço
são mutuamente complementares.
inoxidável e dois cilindros de vidro translúcido (dentro de um deles estão o vaso sanitário e o
68 Anatomia
Em outro exemplo, o estúdio de arquitetura Arca Architects reformou uma uma série de casas casas
desses detalhes em madeira, que iam desde pequenos elementos, como lucarnas e varandas, até grandes mudanças, como um novo cômodo construído inteiramente em madeira. Os novos elementos foram concebidos para para serem modestos modes tos - sua sua escala escala era condizente com o contexto, e o material era aconchegante e transmitia conforto. A escolha por apenas um material predominante criou uma conexão entre todos os elementos, além de criar uma conexão entre as residências.
Ar m azém , Lond res, Reino Unido Projeto: Simon Conder Asso ciate s. Esse int erior tem como ponto principal os cilindros em vidro translúcido que são iluminados por cima - dentro deles estão estão as áreas áreas dos banheiros dessa residência.
Estratégia: interiores responsivos em residências 69
Estratégia: interiores responsivos em locais de trabalho Um ambiente criado para ser um local de
O escritório da empresa alemã de design
trabalho deve observar uma série de funções,
KMS Design Agency, em Munique, foi
como conforto ergonômico, espaço adequado
projetado pelo estúdio Lynx Architects, e fica
e um clima positivo, além de representar a
dentro de uma antiga fábrica desativada, onde
identidade e o etos da empresa. A reutilização
eram produzidos caminhões. Dentro do
de um imóvel preexistente pode contribuir
barracão, três áreas distintas foram criadas: o
para a construção da marca: uma estrutura
espaço principal é uma planta livre, sem
antiga, por exemplo, pode ser convertida de
divisórias, que foi colocada sobre uma
uma forma muito simpática para transmitir
plataforma elevada no centro do espaço.
uma ideia de confiabilidade e tradição.
A criação criação desse degrau degrau faz com que essa essa área área
Ou então o designer pode desenvolver
seja independente de todo o resto, como se
interiores que sejam totalmente contrastantes
fosse um móvel. A plataforma foi construída
com os espaços existentes, de forma a
de madeira revestida com feltro para melhorar
transmitir uma imagem de avanço e
as qualidades acústicas e de isolamento. Do
dinamismo, ainda que com noção das
lado mais informal do espaço, os designers
responsabilidades profissionais.
colocaram o café e a biblioteca. O café
KMS Design Agency, Munique, Alemanha Projeto: Lynx Architects. As áreas do café e da biblioteca estão isoladas nos próprios ambientes: a biblioteca dentro de uma placa de aço dobrado e o café sobre uma plataforma plataforma em concreto.
70 Anatomia
consiste de uma plataforma em concreto que
das fachadas dos prédios vizinhos. Algumas
fica um degrau acima do piso, e seus móveis,
delas permitem a entrada de luz natural, outras
extremamente informais, consistem de vários
são falsas e possuem iluminação artificial.
longos e elegantes bancos e mesas de
De noite, as janelas são iluminadas e criam
madeira. Ao lado fica a biblioteca, isolada por
uma recepção calma, que dá as boas-vindas
uma enorme placa de aço oxidado, que surge
aos executivos a caminho de seus escritórios.
do chão da fábrica. Esse novo interior é uma
O interior é um espaço tranquilo e que reflete
resposta às qualidades formais e à organização
o seu entorno de forma responsiva e
da construção original, e reflete o caráter
contextual, considerando a sua função, sua
Industrial do uso anterior.
fabulosa localização e suas vistas
O local de trabalho do método responsivo pode ser concebido para trazer as
estonteantes. A necessidade de expandir fez com que o
características da construção e as condições
escritório Clive Wilkinson Architects utilizasse
ambientais locais, e criar um lugar com uma
também o sótão de sua sede, que é um
personalidade única. A empresa Steven Holl
armazém que passou por retrofit em Londres,
Architects criou os escritórios escri tórios para para uma
então eles projetaram uma escadaria em
companhia de investimentos globais e
concreto que permitisse fácil acesso ao piso
desenvolvimento tecnológico, a D. E. Shaw, a
superior. Ela tem 4,2 metros de largura e foi
partir de um espaço vazio no 39a e 40a andares
alongada de forma a se tornar uma superfície
de um grande edifício na região de Midtown,
de trabalho bem larga. Além disso, tem cerca
em Nova York. Seus funcionários precisam
de 100 metros de comprimento ao longo do
estar conectados com os mercados mundiais
espaço principal e une todos os diferentes
e, para isso, trabalham em turnos variados nas
locais de trabalho. O tamanho é adequado para
24 horas do dia para atender todos os fusos, e
a proporção do armazém, já que a enorme
o seu local de trabalho foi concebido para refletir isso. A localização fabulosa do escritório e as as restrições no orçamento - pois grande grande parte dele deveria ser investida em tecnologia digital e, em caso de uma falha elétrica, deveria deveria ter tamb ém geração geração própria própria - fizeram com que apenas materiais de baixo custo e que pudessem ser transportados facilmente fossem utilizados. A recepção é um cubo perfeito com pé-direito duplo que filtra a vista espetacular, bem como a abundância de luz natural. Uma divisória simples construída com
escala do prédio teria apagado qualquer coisa em menor tamanho. Para compensar o aspecto cru da mesa e também abordar a questão acústica, várias cúpulas coloridas para luminárias recobertas com tecido foram penduradas de forma linear acima da mesa para completar o conceito de uma mesa de jantar doméstica em escala escala anormalmente grande. Um único elemento de magnitude adequada reflete o etos progressista de uma empresa, ao mesmo tempo que une as diferentes atividades no escritório.
madeira e gesso faz o fechamento, ela tem entalhes e diversas pequenas janelas, que permitem uma vista ou fragmentos de vistas
Estratégia: interiores respons ivos em locais de trabalho 71
Estratégia: interiores responsivos em espaços culturais Reformar um prédio antigo para que ele tenha
cultural pode resultar em uma forte conexão
uma nova finalidade como casa de espetáculos
entre o imóvel e o novo interior.
pode gerar interiores com características muito
O teatro Young Vic, em Londres, projetado
próprias. A criação da nova identidade ou do
por Bill Howell nos anos 1970, refletia a
novo clima no local é um processo muito
natureza experimental da companhia. Ele foi
diferente de criar um interior em um imóvel
desenvolvido como espaço temporário temporá rio ao
novo, os detalhes da estrutura antiga irão dar
redor de um "teatro "tea tro circular" circ ular" construído construí do para para
ao ambiente características únicas, que apenas
durar apenas cinco anos, entretanto, um
aconteceriam ali naquele local. Como cada
quarto de século mais tarde, a companhia
imóvel é um imóvel diferente, é de responsabilidade do designer avaliar quanto dessa personalidade original do prédio irá influenciar seu projeto, e essa análise deve ser feita tendo em mãos um profundo conhecimento das necessidades dos usuários finais. Espaços culturais, como casas de espetáculo, podem ter fatores determinantes, por exemplo, o som, a estrutura e as características do imóvel; teatros podem ser influenciados fortemente pela distribuição de suas salas internas. Portanto, a reutilização de um edifício existente para uma finalidade
Acim Ac ima: a: Teatro You ng Vic, Londres, Reino Unido Projeto: Haworth Tompkins Archit ects. Levantame nto do entorno do teatro. O imóvel fica bem escondido em seu ambiente urbano e ocupa um lote muito estreito, fechado por todos os lados por paredes e de frente para uma rua.
À e sq uer da: Teatro Youn g Vic, Londres, Reino Unido Projeto: Haworth Tompkins Archit ects. A área entre o velho auditório e um antigo açougue foi coberta de forma a criar o foyer.
72 Anatomia
Ac im a e à di rei ta: Teatro Young Vic, Londres, Reino Unido Projeto: Haworth Tompkins Archit ects. Cor tes do tea tro e do auditório.
Ab aix o: Teatr o Youn g Vic, Londres, Reino Unido Projeto: Haworth Tompkins Arch itects . O velho açougu e foi mantido em seu estado original, os azulejos antigos trazem um sentido histórico para o teatro.
passou por um grande crescimento em seu programa artístico e sentiu na pele a decadência da estrutura do teatro que eles tanto amavam. Em 2000, os diretores do Young Young Vic contratara con trataram m Haworth Tompkins para para reformar completamente o imóvel. Eles sempre encararam esse processo como uma adaptação para reúso, como disse o diretor David Lan: "Os novos teatros normalmente são horrorosos" (Architectural Review, Review, julho julho de 2007). O teatro sempre foi conhecido por sua personalidade e clima íntimo, o pequeno terreno obrigava que houvesse uma forte
Estratégia: Estratégia: interiores responsivos em espaços culturais 73
relação com a frente e os fundos do imóvel, e tais pressões eram parte da personalidade do Young Vic e deveríam ser mantidas. Os designers não queriam construir um espaço monolítico enorme, mas, sim, conectar todos os diferentes espaços. Atualmente, ele consiste de três áreas distintas: a sala de espetáculos principal, as salas de ensaios e a frente frent e do imóvel - que consiste consiste do velho velho açougue, sempre presente no local, e agora o ponto principal da composição. A sala de espetáculos foi construída a partir do antigo espaço temporário dos anos 1970, que teve seu pé-direito aumentado. Os designers desenvolveram uma nova circulação ao redor do auditório com placas de cimento pintadas e uma rede de aço. Ela é iluminada a partir de baixo, e o auditório se transforma da noite para o dia. A especificidade do projeto para esse imóvel é muito clara, o novo é absolutamente responsivo em relação ao velho. O invólucro de uma exposição pode ser utilizado para narrar a organização e o layout de um conjunto de obras. Para a celebração do bicentenário do nascimento do escultor
Teatro Young Vic, Londres, Reino Unido Projeto: Haworth Tompkins
Archi tects . C orte s do te atro.
74 Anatomia
Estratégia: interiores responsivos em espaços culturais 75
italiano Antonio Canova, Cario Scarpa foi
abobadado, era um espaço imponente e que
chamado para aumentar a galeria de esculturas
conferia nobreza aos moldes de gesso. A nova
do Museu Gipsoteca Possagno, na Itália.
galeria de Scarpa aliviou o excesso de obras no
A galeria galeria já não não conseguia conseguia mais exibir
local e também repensou o layout, a
adequadamente a grande quantidade de obras,
iluminação e a escala. Ela consiste de duas
como modelos em gesso, mármore e
estruturas interconectadas: um espaço cúbico,
pequenos desenhos em seu acervo, e Scarpa
que recebe iluminação de cima por meio de
criou uma nova galeria para abrigar esses
quatro janelas em forma de prisma, e um
artefatos. A antiga galeria, com seu layout
grande corredor que acompanha o formato do
formal das obras e um teto grandioso e
terreno, seu piso fica gradualmente mais baixo e sua largura diminui também gradualmente. Embora a linguagem dessas duas novas áreas seja bastante diferente daquela da construção original, há uma forte relação entre elas. Scarpa interpreta o ritmo e o sentido de movimento do imóvel clássico como forma de orientar a circulação através do espaço. Ele estimula continuamente o movimento do olhar de um prédio para o outro, criando um passeio público dentro do espaço que era estático, e posicionou os modelos de gesso de forma que, em vez de serem pontos focais, são um convite para o passeio ao redor deles.
Aci ma: Gale ria ri a d e mo del os de gesso Canova, Museu Gipsoteca, Possagno, Itália Projeto: Cario Scarpa. A i luminação natural in unda o ambiente por meio das lanternas em forma de prisma nos cantos iluminando os modelos de gesso abaixo delas.
76 Anatomia
À d ir eit a: Gale ri a d e modelos de gesso Canova, Museu Gipsoteca, Possagno, Itália Projeto: Cario Scarpa. A luz pe rcorre o gran de corredor-galeria da nova ala do museu.
Galeria de modelos de gesso Canova, Museu Gipsoteca, Possagno, Itália
Projeto: Cario Scarpa. As quatro janelas janelas em forma de prisma nos cantos do volume cúbico trazem luz de uma forma natural para dentro da galeria.
Outras formas de atividade cultural que respondem muito bem à estratégia de reutilização de imóveis antigos são as escolas, especialmente aquelas dedicadas a uma formação específica. A escola de dança Siobhan Davies está localizada em um antigo edifício que também abrigava uma escola, em Londres. As salas de aula originais, bem como seus espaços de convivência, foram reutilizados para criar salas de ensaio e de aula de forma muito modesta e com pouca
intervenção. Entretanto, a designer Sarah Wigglesworth concebeu um novo espaço com forma sinuosa na cobertura do prédio. É uma estrutura em madeira pintada de azul com formato curvilíneo que traz uma grande dramaticidade ao topo do prédio e anuncia o novo uso do imóvel. Os dançarinos são estimulados a interagir com o local onde estão atuando, de forma que a nova estrutura é um espetáculo de dança de arquitetura de interiores dentro do imóvel. Estratégia: Estratégia: interiores responsivos responsivos em espaços cultu rais 77
Estratégia: int eriores responsivos em e m espaços do conheciment o Já é uma prática bem comum a reutilização de
O departamento de História da Arte da
imóveis industriais antigos para que se tornem
Faculdade Birkbeck fica em um imóvel
museus e bibliotecas, pois são atividades que
tombado na Gordon Square, em Londres.
geralmente precisam de grandes áreas.
Os arquitetos da Surface Architects foram
Além disso, a preservação preservação do patrimônio
chamados para transformar o imóvel e sua
arquitetônico é uma grande necessidade das
nova ala em um centro de pesquisa de cinema
sociedades ocidentais, o que significa que é
e artes visuais. Há uma sala de cinema com 80
necessário encontrar novos usos para tais
lugares bem no coração do prédio, e também
imóveis. As necessidades espaciais dos armazéns ou indústrias do século XIX são bem parecidas com aquelas do museu contemporâneo: grandes plantas livres com muita luz natural. Por fim, esses imóveis geralmente estão em áreas da cidade que não são mais utilizadas para manufatura, pois são próximas demais do centro para ir de carro, de forma que sua localização é mais uma razão pela qual a reutilização de imóveis antigos para locais de aprendizado e conhecimento, em geral, é viável e é uma boa escolha.
À es qu erd a: Bibl Bi blio iotec tec a d as Mulheres, Londres, Reino Reino Unido Projeto: Wright & Wright Arch itects . A preserva ção desses fragmentos históricos cria uma conexão direta entre o presente e o passado.
À d ireita: ir eita: Bib liot li ot eca das Mulheres, L ondres, Reino Reino Unido Projeto: Wright & Wright Archit ects. O novo bloc o foi posicionad o exatamente atrás da fachada histórica preservada.
78 Anatomia
salas de conferência, salas audiovisuais,
então abriram os espaços preenchidos pela
escritórios acadêmicos, salas de aula e outros
luz, em seguida moveram a luz por meio de
serviços. A sala de projeção era o ponto de
animações do espaço e, ao chegar em
partida, e sua concepção se tornou o fato
conexões importantes, paravam o movimento
gerador de novas idéias para o projeto.
da luz e novamente criavam aberturas. A cada
Os designers trataram conceitualmente o
parada de quadro eles podiam abrir um espaço
interior do imóvel como um bloco sólido de
labiríntico criando aberturas, removendo
matéria. Eles projetaram luz através do bloco e
superfícies do bloco da nova ala. Os designers
Estratégia: interiores responsivos em espaços do con heciment o 79
descreveram muito apropriadamente esse
e da história associada a ele. A coleção e os
processo como design por animação: "Nós
espaços de estudos ficam localizados em um
vemos a nossa arquitetura não apenas por
bloco isolado, posicionado atrás da fachada,
meio de fotografia e desenhos mas também
mas separado por um espaço que protege a
com oYouTube e outras coisas parecidas...
coleção da incidência solar direta e ventila
O cinema realmente foi projetado por meio de animações. Nós não criamos o modelo no
passivamente o prédio, forçando a passagem de ar frio através da fenda. Os novos
computador para representar o projeto, nós
elementos na biblioteca ficam situados atrás
usamos a animação como forma de criar esse
de uma fachada, o que é uma grande
projeto" (Richard Slott, Surface Architects,
lembrança do poder do movimento feminista.
The The Architect's Archit ect's Journal, Journal, março de 2007).
O conceito tradicional de cinema (uma caixa
O CaixaForum, em Madri, na Espanha, foi um retrofit executado por Herzog & de
escura) foi deixado de lado em favor de uma
Meuron em uma usina elétrica desativada do
série de paredes anguladas e aberturas
final do século XIX. Os designers fizeram duas
seccionadas através do imóvel. A caminhada
grandes e dramáticas intervenções no prédio,
pelo interior do prédio mostra uma clara
decisões drásticas que transformaram a
distinção entre o velho e o novo. Os interiores
estrutura em um espaço aberto e responsivo,
de três terraços que formam a entrada do prédio na Gordon Square foram pintados de cinza como forma de remeter aos tempos do cinema em preto e branco. Ao entrar na nova ala, o visitante encontra um interior que explode em cores em paredes; pisos e tetos angulados que se transformam em plantas livres fluídas. Essa linguagem expressionista do interior reflete os filmes, porém, mais pragmaticamente falando, é um interior que tira o ocupante da banalidade institucional do dia a dia e o leva para um cenário de sequências e quadros. A Biblioteca das Mulheres, Mulhere s, na região do East End, em Londres, foi fundada em 1926, sua coleção itinerante e muito díspar foi reunida em 1977, mas apenas em 2002 o escritório Wright & Wright Architects projetou projetou um lar permanente para a biblioteca. Eles executaram um retrofit em uma casa de banhos públicos e deram grande destaque para a fachada em memória do edifício antigo
80 Anatomia
Ab aixo : Bi bl io tec a d as Mulheres, Lo ndres, ndres, Reino Unido
À d ir eita : Bi bl io tec a das Mulheres, Londres, Reino Unido
Projeto: Wright & Wright Arch itect s. A s áreas de estudo e o acervo são desconectados da fachada do prédio. Essa fenda permite um controle ambiental, como a circulação de luz e ar através do imóvel.
Projeto: Wright & Wright Arch itect s. Os materiais utilizados dentro do prédio são rústicos na medida certa, e conversam com a robustez exterior do local.
Estratégia: Estratégia: interiores responsivos responsivos em espaços do conh ecimento 81
contextual, dedicado à apreciação da cultura. Primeiro, eles aumentaram o imóvel verticalmente e uma grande e pesada nova ala foi criada na cobertura. A segunda intervenção contradiz esse peso da nova ala, toda a massa do prédio construído de tijolos foi removida no térreo: isso criou um pavimento térreo vazio, que parece começar em um dos lados da pequena praça e continua até as profundezas do museu. Essa estratégia de elevar o prédio e a separação dos pavimentos superiores do solo cria dois "mundos": um abaixo, que é subterrâneo e abriga os espaços "caixa escura" (teatros e auditórios), e outro acima, onde estão galerias, restaurantes, um bar e escritórios. Esse corte decidido libertou o edifício de um grande peso que ele carregava e dividiu as funções entre a parte clara e a parte escura.
À d ir eit a, a ci m a e abai xo, xo , e na página oposta, acima à esquerda: CaixaForum, Madri, Espanha
Na página oposta, acima à direita, e abaixo à direita: CaixaForum, Madri, Espanha
Projeto: Herzog & de Meuron. A m assa do edifíc io flu tua sobre o solo de forma a criar uma nova praça pública que surge abaixo do prédio. prédio. Algun s pr édio s aba ndonad os foram removidos do entorno do p rédio para criar um espaço urbano para a exibição de obras de arte.
Projeto: Herzog & de Meuron. O interior é acessado por meio de uma escadaria central que leva os visitantes até o coração do prédio. A es cadaria secundár ia é um elemento orgânico esculpido em seu interior.
Na página oposta, abaixo à esquerda: Caixa Forum, Madri, Espanha Projeto: Herzog & de Meuron. As caract erísti cas brilhan tes e reflexivas do aço escovado na livraria livraria contrastam fortemente com a alvenaria alvenaria bruta do exterior.
82 Anatomia
Estratégia: interiores responsivos em espaços do conhecim ento 83
Estratégia: interiores responsivos no varejo O design e o desenvolvimento da identidade
dependendo de como ele é organizado ou
da marca são importantes considerações para
exposto. Os materiais disponíveis para o
a execução de um espaço de varejo - uma uma
designer de interiores são espaço, luz, objetos
loja, um comércio. A forma como os objetos
e superfícies. Os interiores responsivos no
são expostos é essencial, sejam eles roupas,
varejo são espaços que acolhem as qualidades
alimentos, eletrônicos ou perfumes.
do imóvel já existente.
O ambiente no qual eles serão expostos deve
A loja da da Prada Prada,, projetada projetada por OMA/Rem
transmitir muitas coisas, pois uma loja vende
Koolhaas, ocupa uma área extremamente
muito mais do que apenas um simples
longa do subsolo e do térreo de um armazém
produto, ela está projetando um estilo de vida.
do século XIX na região do SoHo, em Nova
Portanto, deve ter a identidade e a mensagem
York. Esses longos espaços foram pontilhados
do designer, da marca e do produto,
com várias colunas de ferro fundido, que são a
84 Anatomia
estrutura do imóvel. Para qualificar a loja, os designers escolheram um piso muito especial, que se desenrola ao longo do interior e também conecta o térreo e o subsolo. Essa superfície ondulada liga o fundo e a frente da loja, e também serve de display, além de ser o piso. Ele serpenteia ao longo do espaço começando no nível da calçada, na fachada, e depois segue até o subsolo. Ali, foi criado um auditório côncavo e uma plataforma para ser usada como display, uma curva para cima foi feita para o primeiro andar e para o fundo da
Loja A-Poc, Paris, França Projeto: Irmãos Bouroullec. Essa loja foi foi projetada para representar o processo de customização e compra de “A-Piece-of-Cloth", ou “Um Pedaço de Pano”, de onde vem o nome da loja. O interior foi construído com placas vergadas de Corian, e as
peças são penduradas nessas tiras de Corian. Rolos de tecido ficam expostos nas bancadas de forma que possam ser facilmente recortados. Pedacinhos de Corian colorido escondem as emendas no in terior brilhante e muito claro.
Estratégia: Estratégia: interiores responsiv os no varejo 85
loja. A nova superfície é deslumbrante e dá
necessidade e do momento: uma superfície
origem a um cenário extremamente
pode ser usada como mesa de corte, como
impactante e fluido onde as roupas são
display ou como balcão de atendimento.
exibidas. O novo interior respondeu às
A adoção do Coria Corian n pelos pelos designers
qualidades do imóvel: ele aceitou as
interpretou o método criativo da designer de
qualidades e acentuou a característica longa e
moda e projetou um espaço que fica entre
estreita da forma do prédio com um gesto
uma butique de produtos exclusivos e uma
dramático e desafiador.
fábrica.
Uma resposta que interprete um objeto
Os espaços de varejo normalmente são
pode inspirar o designer a elaborar um
transitórios, temporários, feitos para durar
ambiente sob medida: a loja A-Poc, em Paris, é
apenas enquanto são considerados na moda,
um local assim. Foi projetada por Ronan e
mas ainda assim podem responder às
Erwan Bouroullec para exibir as peças do
peculiaridades de seu contexto. A loja
designer de roupas de vanguarda Issey
Alexander McQueen, em Nova Nova York York,, abordou abordou o
Miyake. O conceito da loja é um serviço de
térreo do prédio como sendo um bloco sólido
roupas sob medida, no qual o cliente participa
de gelo e o interior da loja foi esculpido nele.
do processo criativo do design de suas peças
A loja loja fica na região região do Meatpacking District,
exclusivas a partir de alguns modelos básicos.
no centro de Manhattan, onde restaurantes e
Os irmãos Bouroullec responderam às
lojas exclusivas e sofisticadas ficam lado a lado
qualidades incomuns do processo e do
com açougues e enormes armazéns
produto utilizando um material incomum:
refrigerados de carnes. A loja McQueen
Corian, um plástico moldável e soldável, que
responde a esse contexto com um interior
parece ter fluidez e rigidez, utilizado em tiras
clean, afiado, esculpido com beleza glacial,
retas e vergadas que fluem através do espaço.
como se fosse feito com várias esculturas de
O ambiente é cercado de diversas tiras de
gelo, algumas que crescem a partir do piso,
Corian colorido, e as superfícies ficam
outras que descem do teto. A inspiração do
conectadas a elas. O uso irá depender da
congelamento avança pela loja: os balcões dos
86 Anatomia
À esq uerda: uer da: Loja Al exand er McQueen, Londres, Reino Unido Projeto: Pentagram. Os interiores são projetados para parecerem esculpidos a partir de um bloco de gelo ou neve. As eme ndas entre as superfícies horizontais e verticais foram arredondadas para acentuar o aspecto cavernoso da loja.
Abaix o: Loja A lexan der McQueen, Londres, Reino Unido Projeto: Pentagram. Era fundamental que as instalações de luz e outros serviços não ficassem aparentes nas superfícies extremamente homogêneas das paredes e pisos. Para isso, a iluminação foi embutida nos displays para não interromper o fluxo contínuo dos elementos no espaço.
caixas e os displays parecem ter sido entalhados nas peças que estão espalhadas pelo lugar. Nas paredes, há nichos com uma forte iluminação para destacar as caríssimas bolsas, os sapatos e acessórios em exibição. 0 terraço em tons frios de azul e gelo contribui para o interior gélido. Os ambientes aqui fazem uma interpretação e um comentário sobre seu entorno, sèu contexto.
À es qu erd a: Loja A lexand lex and er McQueen, Londres, Reino Unido Projeto: Pentagram. A planta da loja de Londres mostra que o conceito do projeto da loja de Nova York foi levado para lá. O interior é longo e estreito, e os designers deram maior destaque para isso com o uso de elementos esculturais que se projetam para dentro do espaço.
Estratégia: interiores responsivos no varejo 87
Estratégia Estratégia:: int erior es autônomos autônomos A criação criação do conceito de um ambiente
imagem da marca e, a partir dela, dá origem a
normalmente acontece em um lugar distante
elementos que possam ser traduzidos em
da obra. O novo interior, apesar de seu
uma variedade de ambientes. O consumidor
envelopamento externo, é um conjunto de
espera comprar uma identidade, ele sabe o
elementos e espaços autônomos e
que esperar da imagem que é projetada pelo
autodeterminantes. O imóvel original pode ser
design da loja e pelo design dos produtos à
visto apenas como um envelope dentro do
venda.
qual o novo interior será colocado, e terá muito pouca ou nenhuma influência sobre o interior. A criação criação de outros ambientes pode ser vista
A abordagem independente é adequad adequada a para a maioria dos espaços. Não é a função em si do interior que determina essa
como um processo autônomo que é
estratégia, mas, sim, o estabelecimento ou
delimitado pelas fronteiras da área e do
não de relações entre o novo e o velho que
volume disponíveis.
determinará essa abordagem.
O interior independente pode não ter nenhuma conexão importante com as características específicas do imóvel onde está localizado, mas isso não significa que não possa ter uma atmosfera ou identidade única. Cada um dos elementos dele pode interagir entre si para formar uma coleção ou série de partes interconectadas, que, juntas, criam a identidade ou expressão específica. O projeto expográfico - o design design de espaços para para exposições - tende tend e a ser um processo autônomo, pois é importante que o artista ou o designer transmita uma mensagem precisa e sem ambiguidades, que não seja diluída ou atrapalhada pelo imóvel. Cada um dos elementos de uma exposição tem uma relação consistente entre si; eles são parte de uma família de objetos, itens de uma exposição que se relacionam entre si. Isso é ainda mais verdadeiro para exposições itinerantes, nas quais as partes constituintes precisam ser suficientemente autônomas e adaptáveis para que possam ser acomodadas nos mais diferentes espaços. O design de varejo é outro exemplo típico de interior independente. O designer cria a
88 Anatomia
Loja Mandarina Duck, Paris, França Projeto: Droog. Os produtos exclusivos são expostos em uma série de elementos soltos, que são colocados de forma independente no interior.
Estratégia: interiores autônomos 89
Estratégia: interiores autônomos em residências O conceito de residência sempre esteve no
cozinha ficasse no pequeno espaço próximo à
centro das discussões da arquitetura e do
porta, enquanto a área maior, que recebia
design de interiores. A forma como nossas
iluminação natural, ficou dedicada à área de
famílias vivem está em constante evolução,
estar. Tornou-se uma residência condensada
desde os ambientes medievais que eram
em uma pequena solução em um pequeno
comunitários, os chamados grand halls, até as
espaço, sem nenhuma perda.
instâncias insulares e repetitivas das casas de
O interior de uma residência também pode
condomínio atuais. As mudanças nos padrões
contrastar fortemente com as características
de trabalho e as expectativas das famílias
do imóvel onde ela está localizada. Uma
fizeram com que, no início do século XXI,
identidade única pode ser obtida pela
houvesse um retorno ao convívio em um
disposição dos objetos no interior com
ambiente comunitário, e a cozinha mais uma
características ou significados próprios. O
vez ganha uma posição de destaque no centro
Morton Duplex, em Manhattan, foi concebido
da casa. O espaço doméstico é completamente
para ser a residência de duas pessoas no
independ inde pendente ente do imóvel que ele ocupa. ocupa. Uma Uma
terceiro pavimento de um estacionamento que
cozinha iluminada pode estar em um prédio de
passou por retrofit. Os designers da LOT-EK
200 anos de idade, armazéns de tijolos que
são conhecidos por utilizarem achados
passaram por retrofit recebem tecnologia de
industriais em seus projetos, como
ponta, e a necessidade da individualidade
contêineres, peças de caminhão e pias
significa que o interior de cada casa em uma
antigas. Lá, eles utilizaram dois tanques de
mesma rua deve ser diferente do outro.
caminhão-tanque, que foram importados para
O designer George Ranalli foi contratado
dentro de um espaço vazio: um deles está
para projetar um pequeno apartamento em um
posicionado horizontalmente no meio do
armazém que passou por retrofit em Nova
apartamento e o outro, verticalmente no fundo
York. Ele colocou uma peça compacta e
do espaço interno. O interior de todos os
independente dentro do cômodo principal que
tanques de combustível é dividido por uma
concentrava todas as funções básicas da
placa, necessária para estabilizar o líquido
residência: dormir, fazer refeições e trabalhar.
durante o transporte. Essa divisão corresponde
Todas elas foram combinadas em um só
à escala humana e forma ambientes nos
móvel, o que maximizou o espaço livre
grandes recipientes, o que permitiu que o
disponível tanto horizontal quanto
tanque fosse transformado em dois
verticalmente no pequeno apartamento para
dormitórios - dentro do tanque vertical vertical estão
que houvesse espaço para relaxar. As
as instalações sanitárias e a área molhada do
prateleiras de livros foram acomodadas nos
banheiro. Essa instalação independente cria
degraus que levavam à cama, em um patamar
um discurso conceituai escultural, concebido
mais alto, sob o qual estava uma pequena
para gerar o maior contraste possível dentro
mesa com cadeiras para refeições. O móvel
do ambiente do apartamento.
elegante e independente foi colocado fora do centro do ambiente, de forma que a área da
90 Anatomia
O "nosso lar, doce lar" também pode ser reduzido ao seu mínimo essencial necessário.
F.C
' !
I B1BL: A residência residência independente pode ser criada criada a partir dos elementos essenciais necessários oara as funções básicas residenciais. Na galeria White Cube, no campus da Universidade de Massachusetts, o artista e arquiteto Allan Wexler foi convidado a criar um espaço residencial que representasse a essência da da moradia contemporânea - ele propôs caixotes sobre rodas. As funções essenciais da casa foram reduzidas ao mínimo
Crate House, Universidade de Massachusetts, EUA Projeto: Allan Wexler. Nessa residência, tudo foi reduzido ao mínimo essencial necessário. Cada unidade contém tudo o que é necessário para o conforto humano. Os caixotes podem ser deslizados para dentro e para fora do espaço central, conforme a necessidade.
necessário e organizadas dentro de grandes caixas sobre rodas que se moviam para dentro e para fora do ambiente principal. Cada um desses grandes caixotes que deslizavam para dentro do espaço central continha uma parte do equipamento mínimo necessário: a cozinha, a área de dormir e a área de trabalho. Quando fosse necessário utilizar uma das funções, bastava deslizar o caixote correspondente para dentro, e para fora quando terminada a função. A Crate House (ou (ou casa-caixo casa-caixote) te) foi uma uma instalação artística que propôs alternativas aos modos consumistas da vida contemporânea.
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Estratégia: interiores autôno mos em residênci residênci as 91
DA .
CAJ
Estratégia Estratégia:: int eriores autônom autônom os em locais de trabalh o O trabalho toma grande parte da nossa vida, portanto, é importante que o ambiente de trabalho trab alho seja eficie efi ciente nte e adequado. Ele deve atender às necessidades físicas dos trabalhadores, ser eficiente na forma como as pessoas trabalham, oferecer conforto e ser um ambiente saudável. O local de trabalho também precisa proporcionar suporte emocional, no sentido de que deve ser um local que estimule ou melhore as ligações interpessoais na comunidade trabalhadora. O caráter do imóvel e seu interior normalmente devem representar a natureza da empresa, pois transmitem uma mensagem na qual ideais e ambições daquele negócio transparecem, além de representarem sua marca ou identidade. O prédio da Câmara de Comércio de Hamburgo foi construído construí do em 1841 1841 no estilo
Câmara de Comércio, Hamburgo, Alemanha Projeto: Behnisch Architekten. Architekten. A nova e strutur a foi concebida como um conjunto de caixas empilhadas e isoladas no meio do prédio antigo.
92 Anatomia
neoclássico com uma entrada monumental ladeada de colunas de frente para a praça da cidade. Ele foi construído para transmitir confiança e inspirar respeito, pois a Câmara era um importante órgão dessa cidade portuária e tinha influência global. Em razão das mudanças na cidade, aliadas à saída da bolsa de valores de um dos salões dos imóveis, os proprietários entenderam que deveriam executar uma grande reforma em seus interiores para atrair novos negócios e novos clientes. O escritório Behnisch Architekten executou o projeto de seus interiores em 2006: uma imensa nova estrutura foi colocada em um dos três grandes salões, descrita como uma pilha de caixas com seis pavimentos atingindo o teto do prédio. Os pavimentos abrigam diversas funções: no primeiro, há uma
Ac im a: Câm ara de Comércio, Hamburgo, Al em an ha Projeto: Behnisch Architekten. A á rea da incu bado ra to ca delicadamente o imóvel antigo.
Ac im a e no t op o da pág in a: Câmara de Comércio, Hamburgo, Alemanha Projeto: Behnisch Architekten. A interven ção conte mpor ânea cria um contraste dramático com o imóvel antigo. A escala do volume do salão é tão grande que a nova estrutura parece pequena dentro dele.
Estratégia: Estratégia: interiores interiores autônom os em locais de trabalho 93
incubadora de startups para atrair e dar apoio aos novos empreendedores. No segundo e terceiro pavimentos estão escritórios, salas de conferências e áreas de reuniões para as startups. O quarto e quinto pavimentos abrigam áreas expositivas com obras da enorme coleção da Câmara, além de salas de reuniões com configuração flexível, que podem ser transformadas em área expositiva adicional ou auditórios para apresentações. Nos pavimentos superiores
Câmara de Comércio, Hamburgo, Alemanha Projeto: Behnisch Architekten. A lin guagem modern ista da nova ala cria um discurso extremamente extremamente dramático dentro do salão de linguagem clássica. O último pavimento, onde está o clube, coincide com as janelas em arco do
94 Anatomia
prédio antigo e oferece ao visitante vistas deslumbrantes da cidade. O bar e o restaurante criam relações espaciais tridimensionais. Os designers deixaram espaços entre o novo e o velho como forma de definir claramente cada um deles.
Câmara de Comércio, Hamburgo, Alemanha Projeto: Behnisch Architekten. Os designers usaram uma técnica para representar as diferenças entre o novo e o antigo nesses cortes: uma fotografia do prédio antigo é sobreposta com o desenho de linhas retas e secas da nova ala.
Estratégia: Estratégia: interiores interiores autônom os em locais de trabalho 95
estão o restaurante para associados e visitantes, o clube com um bar e um lounge decorados de forma muito sofisticada, com candelabros e pinturas de mestres antigos. Os arquitetos criaram uma estrutura independente que é considerada como forma de revitalização de um prédio antigo, mas que também dá a ele um toque contemporâneo. Quando a empresa Lehrer Architects decidiu ir para uma nova sede, eles optaram por fazer o retrofit de um antigo armazém de 50 anos, em Silverlake, na Califórnia. Queriam que o espaço funcionasse não só como local
96 Anatomia
À es qu erd a: C âma ra de Comércio, Hamburgo, Al eman ha
Acima Ac ima : Câm ara de Comércio, Hamburgo, Al eman ha
Projeto: Behnisch Architekten. Há fortes conexõe s visuais que podem ser feitas ao longo do bar.
Projeto: Behnisch Architekten. Planta do prédio inteiro. inteiro. A nova ala fic a no salão à esquerda.
Acima Ac ima:: Câm C âmara ara de Comércio, Hamburgo, Aleman Al eman ha
Ac ima à dir d ireita: eita: Câm ara de Comércio, Hamburgo, Al eman ha
Projeto: Behnisch Architekten. Os rodapés originais originais do imóvel, executados em degraus.
Projeto: Behnisch Architekten. Os arcos originais do prédio antigo.
Ac ima e à d irei ta: Câmar a de Comércio, Hamburgo, Aleman Al eman ha Projeto: Behnisch Architekten. Detalhe do forro com seu sistema inovador de iluminação LED.
À esq uerda: uer da: Câmara Câm ara de Comércio, Hamburgo, Al eman ha Projeto: Behnisch Architekten. A s untuos a sala de janta r particular.
Estratégia: interiores autôno mos em locais de trabalh o 97
f
de trabalho mas também como vitrine de seu
portas maciças pintadas de branco, e podem
processo criativo para os possíveis clientes.
ter seu layout alterado conforme a tarefa
O enorme espaço principal foi completamente
realiza realizada da - em vez de serem fixas.
aberto e pintado de branco, e a parede sul foi
Além de criar um espaço para para trabalhar trabalhar e
removida - em seu lugar veio uma nova nova
que tenha identidade própria, uma abordagem
parede envidraçada para permitir a iluminação
independente pode ser usada para criar um
natural e a vista para o novo jardim. O piso reforça a organização da construção e é pintado com faixas nas cores branca e cinza. A área área de trabalho pode seguir essa essa organização das faixas, mas tem flexibilidade suficiente para ser alterada quando necessário de forma mais independente. As longas superfícies de trabalho foram feitas com
98 Anatomia
Ab aix o à esq uer da: Lehrer Arc hit ects , Los An geles , EUA Projeto: Lehrer Architects. A rigo rosa o rganiza ção do escritório é visível visível por meio das grandes janelas na fachada.
Ac ima , e ab aix o à dir eita: Lehrer Architects, Los An geles , EUA Projeto: Lehrer Architects. A gra nde planta livre permit e a visão visão de todo todo o interior até o jardim, que está do lado de fora. As superfícies de trabalho permitem que o tamanho das equipes aumente ou diminua, de acordo com o número de projetos.
F.C. BID discurso dramático. Na cobertura de um prédio em uma rua pouco movimentada, em Viena, na Áustria, uma nova e dramática ampliação fica literalmente pendurada na beirada do prédio. Os arquitetos da Coop Himmelb(l)au aumentaram um escritório de advocacia utilizando aço e vidro e alteraram drasticamente a paisagem urbana vienense. A nova estrutura tem uma identidade única de pássaro, e a vista é espetacular, muito dramática, refletindo o posicionamento progressista da empresa.
Áreas de trabalho autônomas podem unir seus trabalhadores expressando os valores da empresa e os princípios compartilhados por todos. O novo escritório da Mother, uma agência de publicidade de Londres, se caracteriza por uma enorme mesa com capacidade para 200 pessoas. Desde que a Mother foi fundada, todos os seus funcionários sempre trabalharam em uma mesa simples. Conforme a empresa cresceu, a mesa cresceu junto, e hoje representa o elemento que define a agência.
Mother, Londres, Reino Reino Unid o
Projeto: Clive Wilkinson. A enorme mesa de trabalho em concreto é o centro das atenções nesse ambiente.
Estratégia: Estratégia: interiores autônomo s em locais de trabalho 99
A A.
Estratégia: int eriores aut ônomos em espaços culturais Edifícios e interiores em espaços culturais geralmente têm necessidades muito claras, sejam elas ambientais, estruturais, ergonômicas ou estéticas. É de responsabilidade responsabilidade do designer entender profundamente as implicações desses aspectos para poder criar um projeto de uma instituição cultural que leve em conta tudo isso. Por exemplo, casas de espetáculo precisam ter espaço para o palco, a coxia, a platéia, o foyer, entre outros, e é necessário entender as necessidades de cada um deles e como eles interagem. Esteja o interior em um imóvel novo ou em um prédio antigo sendo reformado, o designer precisa ter um sólido conhecimento dos mecanismos e procedimentos de organização dos espaços. O Teatro da Bolsa Real, em Manchester, no Reino Unido, foi projetado para ocupar uma pequena parte do enorme salão principal do Edifício do Royal Exchange, uma antiga bolsa de valores e commodities que teve seus pregões encerrados encerrados em 19 1968 68 - o imóvel ficou abandonado por vários anos até que fosse utilizado temporariamente como teatro. Em 1976, o escritório Levitt Bernstein Architects construiu um teatro em um volume isolado com grande apelo dramático dentro do salão principal do prédio. O novo elemento representava o otimismo progressista da era espacial: o teatro lembra uma cápsula espacial que acabou de aterrissar. A elegante estrutura aparente está firmemente ancorada nas enormes colunas originais da construção, e as camadas de aço e vidro criam um envelopamento ao redor de um espaço cênico bastante particular, em formato circular, com entradas em oito pontos diferentes a partir do salão. O teatro é conhecido pela visão perfeita 100 Anatomia
do palco a partir da platéia, bem como pela proximidade do local da ação. É um exemplo de um objeto independente extremamente bem planejado em um interior neoclássico fascinante. Um objeto independente, quando colocado çuidadosamente em um espaço existente, pode dar lugar a novas atividades, além de permitir que as funções originais sejam mantidas. É uma forma de dar certa independência para cada uma delas, e também um meio de criar um contraste estético poderoso. 0 caráter mais secular da contemporaneidade fez com que muitas igrejas tivessem que se adaptar para conseguir sobreviver. Hoje, as atividades religiosas e as seculares ocorrem lado a lado, muito
Igreja de Saint Paul, Londres, Reino Unido
Projeto: Matthew Lloyd Architects. O revestimento revestimento sóbrio de madeira da nova estrutura gera um grande contraste com o teto da igreja, que é decorado ricamente.
Ac im a à es qu er da e à direita: Igreja de Saint Paul, Londres, Reino Unido Projeto: Matthew Lloyd Arch itects . A nova estru tura foi ajustada dentro do interior da igreja. Esse objeto independente é destacado pela luz natural natural que entra pelas janelas do antigo edifício.
Estratégia: Estratégia: interiores interiores autônomo s em espaços culturais 101 101
frequentemente dentro do mesmo imóvel. Em Londres, a Igreja de Saint Paul, na região de Bow, foi completamente reformada e recebeu uma nova estrutura independente. Ela tem dois pavimentos e foi colocada dentro da nave da igreja; nela há um espaço expositivo, salas comunitárias e uma academia. O grande objeto revestido de madeira fica acima dos bancos da igreja igreja quase em balanço - ele é suportado apenas por quatro colunas em aço com form ato deY - e sepa separa ra a parte anterior À d ir eit a: Igr eja de Sai nt Paul, Londres, Reino Unido Projeto: Matthew Lloyd Arch itect s. O ó rgão original da igreja foi preservado em seu lugar original, e cria um forte contraste com a nova ala de aço e madeira.
102 Anatomia
À e sq uer da: da : Igr eja de Sai nt Paul, Londres, Reino Unido
Abaix Ab aix o: Igr eja de Sai n t Paul, Londres, Reino Unido
Projeto: Matthew Lloyd Arch itect s. As col unas em formato de Y abrem espaço para a congregação.
Projeto: Matthew Lloyd Architects. A nova ala é e xtremamente compacta e deixa a maior parte do espaço disponível para as atividades religiosas.
da parte poster pos terior ior da igreja igreja - as atividades seculares acontecem na parte posterior, enquanto as atividades religiosas acontecem ao redor do altar original, à frente. O design ou projeto expográfico geralmente é independente: um artista pode criar uma obra como parte de uma série ou ter uma referência completamente independente para seu posicionamento final. O artista também pode ser indiferente quanto ao local onde sua obra será exibida, embora outros artistas criem trabalhos específicos para determinado local, estimulados por um evento específico ou pela busca de um ambiente específico. Alunos do programa de Continuidade Arquitetônica da Faculdade de Arquitetura de Manchester e do programa de Arquitetura Reciclada da Universidade Politécnica da Catalunha, em Barcelona, realizaram um projeto em parceria
deveria se parecer com um pequeno abrigo
para compreender e responder às condições
construído com material degradável. Não era
de uma área específica de Manchester. A
um projeto feito especificamente para o local,
abordagem escolhida por eles foi a construção
e a ideia era que pudesse ser transferido e
de um abrigo feito com caixas de papelão: um
replicado replicado - como realmente aconteceu.
discurso sobre o lixo e desperdício. A estrutura
Ac ima e à es qu erd a: Instalação Intervenção, Faculdade de Arquitetura de Manchester, Reino Unido A e strutura de p apelã o é um manifesto sobre a cultura do desperdício do século XXI.
Estratégia: Estratégia: interiores autônom autônom os em espaços culturais 103
Estratégia: int eriores autônomos em espaços do do conheciment o A exibição e a transferência de con hecimento
e ursos-polares ocupam grandes superfícies de
tendem a ser atos autônomos. A mensagem
vidro jateado. As galerias nos pavimentos
que o interior deve transmitir, em
superiores, que ficam ao redor desse salão
determinadas situações, precisa ser
principal, principal, abrigam os animais arborícolas arborícolas -
autônoma, precisa falar sobre um assunto em
aqueles que escalam as árvores, como os
específico, com as qualidades daquele assunto
macacos, e mais acima ficam as aves.
ou tema. O imóvel, então, funciona apenas
A exposição mais dramática de todas é a
como envelope dentro do qual estão os
que exibe os animais extintos ou em risco de
elementos interiores, que fazem referência
extinção: eles são exibidos em uma galeria
cruzada entre si e com o assunto, geralmente
lateral completamente escura, apenas
conversando pouco com o imóvel.
iluminados individualmente por um pequeno
O Museu de História Natural, em Paris, foi
feixe de luz que representa sua ínfima chance
reformado e reaberto nos anos 1980 como
de sobrevivência. A exibição dessa coleção
parte dos ambiciosos Grandes Projetos do
forte e tocante é organizada por meio de sua
presidente François Mitterrand. O imóvel é um
conexão com o mundo natural, em vez de ser
espaço imponente pontilhado por colunas de
organizada de acordo com as características
aço que suportam três pavimentos de galerias
do imóvel que a abriga.
laterais, que se estendem até o teto de vidro. Os designers Chemetov, Huidobro e Allio
A reutilizaçã reutilização o de um loca locall tombado ou considerado de interesse histórico leva a
reorganizaram o acervo de espécimes zoológicos do museu de forma a criar uma nova galeria muito mais voltada ao entretenimento do que ao conhecimento, e a teoria da evolução determinou o caráter, a
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seleção, o agrupamento e o posicionamento dos objetos. O principal espaço expositivo é
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um grande salão no pavimento térreo: na parte superior, uma superfície que simula a terra apresenta uma sequência de animais em caminhada atravessando a galeria. Um grande
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elefante lidera o grupo, seguido de girafas, zebras e assim por diante. No pavimento
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inferior está o oceano: os designers reuniram cardumes dispostos entre superfícies de vidro planar iluminado com luz azul. Esse subsolo parece flutuar sem tocar as bordas do prédio e os esqueletos das baleias ficam expostos nessas bordas, como se estivessem flutuando entre a terra e a água. Leões marinhos, morsas
104 Anatomia
M S
M
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À d ir eit a: Galer ia da Evolução, Museu Nacional Francês Francês de História Natural, Natural, Paris, França Projeto: Chemetov & Huidobro, René Allio. Allio. O pavimento térreo do museu abriga os animais terrestres, que é reco rtado para revelar revelar as criaturas do mar, no piso logo abaixo.
Ab aixo: aix o: Gal eri a da Evolução, Museu Nacional Francês de História Natural, Paris, França Projeto: Chemetov & Huidobro, René Allio. Allio. A fila de animais empalhados cruza o pavimento térreo.
À esq uer da: Galeri Gal eri a da Evolução, Museu Nacional Francês de História Natural, Paris, França Projeto: Chemetov & Huidobro, René Allio. Allio. Os animais são organizados de forma a obter o efeito mais dramático possível. possível.
Estratégia: Estratégia: interiores autônomos em espaços do conhecimento 105
intervenções que sejam cuidadosamente
O orçamento apertado e o programa
concebidas e que não tenham um impacto
incrivelmente extenso que deveria ser
negativo no espaço original. Em 2007, o
acomodado naquele espaço tinham mais um
escritório Office dA foi contratado para projetar
fator complicador: tudo deveria estar
a biblioteca da Faculdade de Design de Rhode
completamente pronto em apenas nove
Island em um fabuloso salão principal que havia
meses. Além disso, os designers queriam ter
sido um banco, originalmente construído em
certeza de que as proporções e o pé-direito do
1917, proj p rojet etado ado por p or York and Sawyer Saw yer e tomba tom bado do
salão monumental não fossem prejudicados.
pelo patrimônio histórico dos Estados Unidos.
Como resultado, os designers conceberam
O salão principal tem 60 metros de
dois "pavilhões" autônomos e pré-fabricados
comprimento e 35 metros de largura e é
no salão principal: um para a área de estudos e
recoberto por uma abóboda artesoada em
outro para a área administrativa da biblioteca.
caixotões muito bem elaborada. O Office dA
Eles foram inteiramente executados em MDF
deveria não apenas espremer ali dentro todos
e fixados com parafusos de forma a criar um
os 90 mil livros que já estavam no acervo da
fechamento que fosse leve e fluído.
biblioteca, mas também lugares para 250
Os elementos de apoio, como móveis e
pessoas, armazenamento para 400 títulos
prateleiras, não são fixos: a natureza
periódicos, além de vários outros espaços de
extremamente elaborada do local levou os
estudos, administrativos e de multimídia.
designers a criar apenas estruturas soltas e autônomas no espaço. O fato de serem pré-fabricados cria um contraste com o imóvel e também transmite uma mensagem de que podem ser desmontados a qualquer momento. "Nós buscamos manter a escala do salão do banco... por isso decidimos instalar os dois objetos como se fossem elementos informais em uma antiga ruína" (Monica Ponce de Leon, Office dA. Architectural Architectur al Reco Record, rd, Junho de 2007).
À e sq uer da: da : Bi bl io tec a da Faculdade de Design de Rhode Island Projeto: O ffice d A. O principal “pavilhão” independente foi colocado no meio do grande salão para permitir que os acadêmicos se sentem e estudem.
106 Anatomia
À d ireit ir eit a: Bi bl io tec a d a Faculdade Faculdade de Design de Rhode Island Projeto: Office dA. O interior histórico muito elegante foi mantido intocado mesmo após a colocação da nova ampliação.
Estratégia: interiores autônomos em espaços do conhecim ento 107
Estratégia: int eriores autônom os no varej varej o Os ambientes dedicados à venda de roupas e
produtos da Mandarina Duck, mas os produtos
acessórios são criados de forma a projetar
à venda estão, na verdade, escondidos dentro
uma identidade específica, seja para ficar à
deles. O que se buscou com essa ação foi
frente de seu tempo, seja para transmitir uma
valorizar os produtos por um processo de
imagem e um determinad determ inado o estilo de vida, o
descoberta, já que a beleza de cada um deles
qual muda muito rapidamente no século XXI.
é analisada individualmente. Na flagship store
Projetar esses ambientes é uma tarefa muito
de Paris, uma cortina curva de linhas plásticas
importante, pois os bens de consumo
finas e translúcidas conduz os clientes através
conferem identidade para o consumidor e para
da loja; um anel de metal de 3,5 metros de
a marca que está sendo vendida; portanto, a
diâmetro guarda as peças de roupa dentro de
linguagem do espaço deve carregar tanto a
si; as bolsas podem ser penduradas em uma
identidade do consumidor quanto a identidade
pilha de paletes de plástico iluminados
da marca. A autonomia do design é uma
internamente; as malas podem ser penduradas
consideração consideração fundamental nesse processo, processo,
em uma parede de pinos metálicos; outras
pois o interior deve ser concebido para poder
bolsas ficam expostas em uma parede de
ser rapidamente alterado, atualizado ou
elásticos; os provadores ficam dentro de um
mesmo refeito, recebendo uma nova
círculo de longos canos brancos de fibra de
identidade de marca, quando necessário.
vidro. Esse grupo independente de elementos
A Mandarin Mandarina a Duck Duck é uma marca marca italiana italiana de malas que também vende roupas. Ela
estabelece uma relação entre si, mas não necessariamente com o imóvel ou espaço
contratou a Droog Design para criar um
onde estão localizados, embora normalmente
conceito geral que pudesse ser replicado em
estejam dispostos para criar o maior impacto
toda a empresa e também em sua flagship
possível no local.
store, store, em Paris. Ela está localizada em um dos
A colocação colocação de uma uma seleção de objetos
endereços mais sofisticados de Paris, no
pode garantir que o imóvel seja apenas um
coração da região dos showrooms de design.
palco para uma performance. performance. Uma boa ideia,
A marca escolheu uma uma estratégia incomum inc omum para desenvolver a sua identidade: a Droog
que seja divertida, pode trazer vida ao ambiente e é a sua organização que irá
Design foi chamada para criar um conceito que pudesse ser interpretado de várias formas e, para diferenciar cada uma das lojas ao redor do mundo, designers locais seriam chamados para traduzir o conceito a cada situação em específico. A solução foi instalar em cada loja uma série de objetos chamados "casulos" utilizados para expor os produtos utilizando diferentes métodos, dependendo do designer, classificados como: circular, túnel, parede, cortina e fechamento. Os casulos expõem os
108 Anatomia
Loja Mandarina Duck, Paris, França Projeto: Droog Design. O interior dessa loja foi preenchido com uma série série de “casulos” que exibem os produtos de uma forma criativa e incomum.
Estratégia: interiores autônom os no varejo varejo 109
comunicar a identidade de um espaço de
trabalho dos designers de moda dentro de
varejo para o visitante. A loja Viktor & Rolf, em
uma nova perspectiva e transmite a identidade
Milão, é inesquecível, pois tem uma
de sua marca clássica, mas com um espírito
característica única: ela é inteira de ponta-
especialmente leve.
-cabeça! Todos os detalhes dessa loja são
O varejo de moda pode trazer em si um
surreais, seu interior neoclássico foi
forte sentimento de etos e visão: para estar à
inteiramente feito de forma invertida: um piso
frente da concorrência, é necessário criar
de parquete reveste o teto e as luminárias
formas inéditas e inovadoras de prender a
surgem do piso. Uma colunata emoldura as
atenção e estimular a imaginação dos clientes.
prateleiras e um grande arco foi transformado
Os termos " guerrilla guerrilla store" ou "pop up store"
em um sofá com almofadas muito elegantes
surgiram recentemente nos círculos da moda
colocadas delicadamente sobre ele. Apenas as
para descrever um espaço de varejo criado
roupas roupas - e, claro, claro, os clientes - ficam na
rapidamente com o maior impacto possível.
posição normal. Esse ambiente de ponta-
A Dover Dover Street Market, a "flaghship "flaghship store " da da
-cabeça, um verdadeiro cenário, coloca o
Comme des Garçons em Londres, fica em um prédio de seis pavimentos que foi concebido com uma atmosfera caótica de uma feira livre. Rei Kaw Kawakub akubo o def defin iniu iu o c o n c e i t o : é um tipo tipo de feira onde diversos criadores de diversas áreas se encontram em uma atmosfera constante de um caos belo: a mistura e o encontro das diferentes almas iluminadas que compartilham uma forte visão pessoal'.' Kawakubo selecionou diferentes designers para cada andar do prédio de forma a criar uma massa de idéias contrastantes e conflitivas. Todas elas podem ser alteradas facilmente e a natureza independente da atividade e do espaço é a principal fonte de energia do ambiente.
Loja Viktor & Rolf, Milão, Itália Projeto: SZI Design e Buro Tettero. Tettero. O d ivertido interior de ponta-cabeça dessa loja confunde os visitantes e altera o entendimento: as
110 Anatomia
cadeiras estão fixadas no teto e as luminárias emergem do piso. Arcos neoclássicos são transformados em sofás estofados, e o piso de parquete é transforma do em teto dos ambientes.
Estratégia: Estratégia: interiores autônom os no varejo 111
Táticas Os detalhes do projeto de um interior, isto é, o
caracterizam o espaço e estabelecem uma
detalhamento cuidadoso de cada um dos
personalidade individual; por exemplo, o
objetos, acessórios e outros elementos, pode
designer pode decidir colocar
ser chamado de tática. Aqui estão os materiais,
estrategicamente um elemento específico em
revestimentos, forma e a natureza de cada um
determinada posição, mas esse objeto pode
dos componentes de um ambiente.
ser detalhado de diferentes formas e ser
Esses Esses elementos - ou essa essa tática tática - serão serão o
construído a partir de diferentes materiais.
detalhamento da expressão do caráter de um
Portanto, o designer tem a oportunidade de
espaço interior, expressam o uso, a função, a
criar imagens ou evocar sentimentos com um
ocupação, o clima, a personalidade e tornam
objeto de diferentes formas. Uma escadaria
cada espaço único. Eles definem a qualidade,
normalmente é construída com madeira, mas
112 Anatomia
também pode ser feita com pedra, aço ou
à abordagem escolhida pelo designer. A tática
vidro. Entretanto, o designer pode ter em
pode ser responsiva em relação à estrutura ou
mente uma imagem mais contemporânea e
ao imóvel onde está o interior, agindo de forma
decidir projetar a estrutura em plástico ou
receptiva, aceitando as qualidades e o caráter
borracha e instalar uma iluminação interativa
do seu contexto, ou também pode agir de
ou telas de computador.
forma independente, apenas gerando
Tais táticas dão apoio à abordagem
referências a si mesma e aos outros itens ou
estratégica, o designer irá utilizar a análise e o
objetos de um grupo ou conjunto em
entendimento que mediaram a estratégia para
específico.
orientar o detalhamento. A utilização tática de materiais e elementos também pode dar apoio
Os próximos capítulos estão divididos em duas partes temáticas: detalhamentos táticos responsivos e autônomos, sendo que cada uma dessas seções está subdividida de forma conceituai ou abstrata, de modo que as mais variadas possibilidades de um interior sejam discutidas. As subdivisões sâo: iluminação, objetos, superfícies e revestimentos. A iluminação pode ser natura naturall ou artificial sem luz, as formas e a natureza de um local não podem ser apreciadas, e o designer pode manipular o modo como a iluminação é utilizada. Ela pode ser controlada sutilmente para adicionar contraste, dramaticidade e criar um clima em um ambiente. Um objeto posicionado adequadamente pode orientar orie ntar o movimento, controlar o espaço ou ser o ponto focal. Uma superfície pode ser instalada vertical ou ou horizontalmente - como um simples piso, parede ou teto -, mas o designer pode utilizar esse elemento extremamente versátil para expressar muitas coisas. Os revestimentos são o material que recobre ou reveste um objeto ou um local e que também têm um grande potencial para expressar o caráter de um interior. A tática fornece um vocabulário muito rico, rico,
Am os tr as, Ben Kell y Desig n A lin guage m e a es tétic a do design de interiores são expressadas pela utilização de materiais e revestimentos.
cheio de significado, e a sua manipulação cuidadosa confere ao interior suas qualidades e sua personalidade.
Táticas 113
Tát ica s: in t eriores responsivos responsivos O interior responsivo é aquele que está em consonância com o seu entorno; obviamente,
forma do prédio e a natureza física do entorno. Além disso, disso, há outros fatores que podem
isso inclui, em primeiro lugar, o imóvel no qual
afetar o design de interiores, como eventos
ele está, mas também inclui outras condições
históricos, usos anteriores e quaisquer
e circunstâncias. O arquiteto e o designer de
alterações ou reformas executadas no local
interiores precisam estar cientes das questões
anteriormente.
relativas ao local que podem afetar o interior,
A investigação investigação do método métod o construtivo irá irá
por exemplo, o clima/temperatura local, a
trazer muitas respostas para o design de
disponibilidade de materiais, a estrutura e a
interiores, e um contexto no qual determinado
114 Anatomia
tipo de arquitetura evoluiu gera construções
a essas necessidades evoluiu ao longo dos
que são completamente adequadas para
séculos, e uma interpretação acertada e
aquela situação. Grande parte dessas
meticulosa dos detalhamentos irá trazer ao
preocupações é relativa ao controle ambiental,
projeto do século XXI um forte sentimento de
como o resfriamento ou aquecimento passivo
tradição e valor.
do local, a entrada de luz natural em
Também é possível criar uma resposta a
quantidade adequada, o controle ou obstrução
eventos históricos ao projetar um imóvel e
dos ventos e o abrigo das águas pluviais. O
seus interiores, pois o arquiteto ou o designer
detalhamento de como os imóveis respondem
pode escolher celebrar ou destacar acontecimentos ou incidentes. Seja esse um ato de catarse, renovação ou purificação, uma comemoração ou uma homenagem, ele irá acontecer por meio de um detalhamento adequado que escolha a melhor combinação possível de materiais e técnicas. O designer de interiores deve sempre estar ciente das limitações estruturais do imóvel; se a intervenção proposta for pesada demais ou instável, ele deverá então considerar como poderá estabilizar ou suportar os novos elementos ou objetos. A forma como o novo e o antigo são integrados também merece grande atenção: eles podem estar em contato, inseridos um no outro, sobrepostos, ou pode ser que o designer queira deixar um espaço mínimo e preciso entre dois objetos. O estudo meticuloso e detalhado do preexistente irá orientar a execução tática do acabamento. A forma como cada um dos elementos em um ambiente é manipulado irá conferir personalidade ao espaço. Por meio da utilização de materiais, de formas e do acabamento - seja ele ele executado de maneira maneira sutil ou pomposa - o designer terá a oportunidade de criar a conexão entre o
Panteão, Roma, Itália Projeto: Anônimo (geralmente (geralmente atribuído a Marco Agripa). O ócul o vazado permite a entrada da luz e da chuva ao longo do ano.
interior e o contexto.
Táticas: interior es respons ivos 115
Táticas para interiores responsivos: iluminação Os espaços interiores podem ser organizados
paredes, salas, corredores e outros ambientes.
tanto por meio da iluminação natural quanto
James Turrell, um artista que cria instalações
artificial, e a manipulação adequada desses
com luz artificial, manipula esse recurso para
recursos traz resultados espetaculares.
criar espaços; ele vê a luz como um recurso
A Gale Galeria ria de Pintura Pinturas s de Dulwich, Dulwich, em
artístico de uma forma muito próxima à que
Londres, foi projetada por Sir John Soane, em
um pintor veria as tintas. Em seus projetos,
1817, e é amplamente aceita como um perfeito
como o Wall Works e o Veils, o artista colocou
exemplo de uso de luz natural para a exibição
projetores e luzes extremamente potentes
de pinturas. Soane foi contratado para criar um
atrás de divisórias e telas para projetar linhas
conjunto de salas a fim de exibir a coleção de
de luz e sombra. As linhas eram tão fortes que
arte legada à Faculdade de Dulwich pelo rei da
pareciam ser sólidas e flutuar acima das
Polônia. Além de projetar um complexo de
paredes nas quais eram projetadas.
salas para as obras com iluminação vinda do
A iluminação iluminação artificial, quando aliad aliada a à luz luz
teto, ele também deveria criar um mausoléu
natural, pode ser uma ferramenta
para os dois patrocinadores do museu, Sir
incomparável. No showroom da Kvadrat, em
Francis Bourgeois e Noél Desenfans e sua
Londres, luzes e cores foram usadas para
esposa. Seus restos mortais estão
obter o máximo de efeito dramático. A Kvadrat
depositados em um vestíbulo, no centro da ala
é uma empresa dinamarquesa, conhecida por
oeste do museu. O mausoléu fica em uma
fabricar produtos têxteis e tecidos para os
sala octagonal com iluminação vinda do teto
mais conceituados interiores no mundo todo.
- uma clarabó clarabóia ia envidraçada com vidro âmbar, âmbar,
O novo showroom, na região de Shoreditch,
que dá à luz que entra no ambiente uma
em Londres, foi projetado pelo designer
tonalidade extremamente melancólica. Ao lado
gráfico e diretor de arte Peter Saville e pelo
desse ambiente, com uma personalidade
arquiteto David Adjaye. Ele fica em uma
muito própria, está a grande galeria, banhada com muita luz natural, que penetra pelo teto em abundância e ilumina as pinturas. Essa sequência de ambientes distintos, uma jornada que passa pelo mausoléu, com seu clima tranquilo, e chega até a galeria, banhada de otimismo, é uma analogia à reafirmação da vida. A iluminação iluminação artificial pode ser utilizada utilizada para para criar dramaticidade em um espaço interior. Por exemplo, a iluminação cenográfica é absolutamente fundamental e uma poderosa ferramenta para exibir e desenvolvera narrativa narrativa e para para criar efeitos efeit os - diferentes diferen tes equipamentos de iluminação podem criar
116 Anatomia
Galeria de Pinturas de Dulwich, Londres, Reino Unido
Projeto: Sir John Soane. A se quênc ia de galerias que recebe iluminação vinda do teto cria um grande contraste com a melancolia obscura do mausoléu.
Táticas para interio res responsivo s: ilum inação 117
Showro om da Kvadra Kvadrat, t, Londres, Reino Unido
Projeto: Peter Saville e David Adjaye. A nova esca daria é iluminada de forma cenográfica e convida o visitante a ir ao subsolo do showroom.
enorme fábrica da era vitoriana e possui dois
madeira - as cores são inspiradas inspiradas no design
níveis, os escritórios ficam no pavimento
de Peter Saville para o álbum da banda New
térreo e o showroom fica no subsolo - grande
Order- mais especificamente, no single Blue
parte do pavimento térreo foi removida para
Monday. Durante a noite, o efeito dramático
criar uma conexão entre ambos os pavimentos
da escadaria é invertido: os degraus são
no imóvel. O acesso ao subsolo é feito por
iluminados com luzes artificiais embutidas nos
meio de uma enorme escadaria, que é o
degraus. A luz natural e a artificial são
centro das atenções do ambiente. Enormes
utilizadas para obter o efeito máximo e
painéis envidraçados filtram e colorem a luz
energizar o simples ato de ir de um pavimento
solar que penetra pelas janelas do prédio e
ao outro e convidam o visitante a conhecer o
funcionam como guarda-corpo da escadaria de
pavimento inferior.
118 Anatomia
À es qu erd a: Show Sh ow ro om da Kvadrat, Londres, Reino Unido Projeto: Peter Saville e David Adjaye. A escada ria expl ora dramaticamente as qualidades tridimensionais do espaço. No subsolo, o visitante pode conhecer as amostras de tecido da Kvadrat Kvadrat em células corrediç as desenhadas com exclusividade.
À es qu erd a: Show Sh ow ro om da Kvadrat, Londres, Reino Unido
Ab aixo: aix o: Sho wr oo m da Kvadrat, Londres, Reino Unido
Projeto: Peter Saville e David Adjaye. As longa s e el egantes mesas de madeira reforçam as qualidades ortogonais do espaço.
Projeto: Peter Saville e David Adjaye. A s eno rmes janelas permitem a entrada de luz natural no espaço quase cavernoso.
Táticas para para interior es responsi responsi vos: iluminação 119
Táticas para interiores responsivos: objetos Um objeto, seja ele grande ou pequeno, pode ser uma uma forma de definir um interior - por exemplo, ele pode ser o centro das atenções de um ambiente ou pode orientar a circulação através dos diferentes ambientes. Ele pode ter características responsivas, ou seja, ser construído sob medida para aquele determinado ambiente. Locais que tenham características incomuns ou estranhas podem levar o designer a criar interiores igualmente únicos: em Madri, na Espanha, o novo Centro de Documentação Arquitetônica foi criado em uma longa galeria de um prédio vazio e um túnel do metrô que não era mais utilizado. Esse túnel tinha dimensões extremas, 107 metros de comprimento e apenas 8,5 metros de largura. Já a galeria no pavimento superior era um interior neoclássico imponente, construído
Centro de Documentação Ar qu it etô ni ca, Madri , Espanha
Projeto: Aparicio + Fernández-Elorza. Esse interior foi executado em um túnel abandonado; os designers aceitaram o caráter linear do ambiente original e o acentuaram por meio de revestimentos sóbrios e robustos.
120 Anatomia
originalmente para abrigar obras de arte. Para criar uma ligação entre os dois espaços, os designers Aparicio + Fernández-Elorza removeram o piso da galeria acima do túnel e ali criaram um auditório com pé-direito duplo. Entretanto, essa intervenção extrema comprometeu a estrutura do local e, para compensar a remoção, o auditório foi concebido como um canal de concreto armado em formato de U, com 500 milímetros de espessura, que fez a contenção das paredes expostas. Esse espaço, que recebe iluminação vinda de cima, tem função tanto de auditório quanto de sala de reuniões, e a nova estrutura em concreto permitiu que todas as tubulações ficassem escondidas atrás de si, enquanto também serve de circulação entre os pavimentos superior e inferior. O novo objeto respon responde de ao ao context contextoo da da estru estrutur tura a origi origina nall - c T ^ Í túnel longo e estreito foi construído sob Centro de Documentação Arq ui tet ôn ic a, Mad ri, Espanha
Projeto: Projeto: Aparicio + Fernández-Elorza. O ponto de transição entre a entrada no pavimento térreo e o túnel subterrâneo original é um espaço incomum, com pé-direito duplo, que foi transformado em auditório. Um piso flutuante em formato de U fornece suporte estrutural e ainda oculta todos os sistemas técnicos.
Táticas para interio res respons respons ivos: objeto s 121 121
medida e é uma resposta adequada a um
de peças clássicas, mas também ser o local
contexto pouco flexível.
onde ficariam os escritórios da sede da Vitra.
Objetos exclusivos, como móveis de
A organizaç organização ão do imóvel de quatro pavimentos
designers famosos, precisam de um cenário
com subsolo foi feita de forma muito simples:
adequado para que sejam vendidos de forma a
o showroom ficou no térreo, a galeria no
destacar as qualidades do objeto, bem como
subsolo e os escritórios nos três pavimentos
transmitir o etos da empresa. Em 2000, a
superiores. Um elemento em borracha cinza
designer Lindy Roy, até então pouco
com formato sinuoso chamado de "a língua"
conhecida, foi contratada para desenvolver o
une todos os andares e serve como expositor
projeto da nova sede da Vitra em um armazém
de objetos. A escada que vai do térreo ao
antigo na região do Meatpacking District, em
subsolo fica abaixo da língua, permitindo que
Nova York. O showroom deveria não apenas
os objetos tridimensionais em exposição
expor as linhas de móveis contemporâneos e
sejam vistos de todos os ângulos.
122 Anatomia
À e sq uer da: da : Sho wr oo m da Vitra, Nova York, Estados Unidos
Ab aix o à es qu erd a e à direita: Showroo m da Vitra, Nova York, Estados Unidos
Projeto: Lindy Roy. O clima pesado e opressivo do subsolo é explorado para expor os móveis com mais dramaticidade.
Projeto: Lindy Roy. “A língua” é feita em borracha cinza e desliza entre os andares por meio de um vão junto à fachada da loja. loja.
Táticas Táticas para interiores responsivos: objetos 123
Táticas para interiores responsivos: superfícies A utilização utilização de paredes, paredes, divisórias, divisórias, pisos ou
região do Quarteirão dos Museus, em Viena.
forros em um interior pode auxiliar o designer
Essa placa começa do lado externo de forma
a unir os diversos elementos de um ambiente.
suspensa sobre a escadaria de pedra e tem a
Seja ela uma superfície vertical ou horizontal,
logomarca do Basis Wien claramente
pode ser utilizada para responder às
entalhada em si. Então ela continua para
particularidades de um imóvel bem como
dentro do imóvel passando pela porta e
orientar as novas funções do espaço. Uma
entrando no hall principal, um ambiente muito
superfície pode ser utilizada para criar unidade
simples e pouco adornado, exceto pelo teto
em um ambiente e conectar todos os seus
ricamente decorado com caixotões. Conforme
elementos.
a placa entra no prédio, ela fica mais larga e
Os designers da propeller z criaram uma
profunda para abrigar prateleiras e gavetas
superfície longa e horizontal que conecta o
onde estão folhetos e livros com informações
interior com o exterior no Basis Wien, um
sobre os artistas no museu, bem como
centro de informações turísticas construído
equipamento audiovisual, além dos muitos
dentro de um estábulo do século XVIII, na
cartões-postais. Ela não toca o piso nem o teto
124 Anatomia
Aci ma: Res tau rant ra nt e B anq, Boston, EUA Projeto: Offic e d A. O teto, em um sistema de ripas estriadas, cria um movimento fluído em todo o ambiente.
À es qu erd a: Bas is Wien, Viena, Áustria Projeto: prope llor z. z. A su perfíci e verti cal desliza para dentro do centro de informações turísticas de forma muito elegante e se destaca na frente do imóvel.
e tem iluminação que joga luz para cima e para baixo de si, criando uma impressão de que está flutuando sobre a parede, Esse elemento dinâmico foi estruturado em aço e revestido com chapas de alumínio escovado, o que proporciona um forte contraste com as superfícies antigas e desgastadas do salão onde está. Uma superfície pode ser uma solução muito prática para lidar com as limitações de um imóvel antigo, pois pode abrigar muitas soluções técnicas. Os arquitetos da Office dA executaram um retrofit em um antigo prédio onde antes funcionava um banco, em Boston, para o novo restaurante Banq. Por conta das Táticas para para interio res responsi vos: superfícies 125
Restaurante Banq, Boston, EUA Projeto: Office dA. Os móveis são distribuídos de forma ortogonal criando um forte contraste c om a natureza orgânica e fluida da nova estrutura.
resultou em um sistema de barbatanas onduladas de AppIePly, que foram encaixadas e fixadas em uma estrutura de vigas de madeira. Todas as tubulações, pintadas de preto fosco, podem ser localizadas e acessadas por meio das barbatanas, quando necessário. O sistema de iluminação também foi embutido entre as barbatanas e um revestimento em bambu no piso emoldura as mesas, que não são fixas. Além disso, divisórias móveis em bambu criam áreas privativas para jantares nos cantos do salão. O foyer do banco Commerzbank, em Frankfurt, na Alemanha, foi projetado por Norman Foster e recebeu novas áreas de alimentação e exposição criadas por Alfredo Arribas, Arribas, que chamou chamou o local local de "The "T he Plaz laza'.' Lá Lá, são acomodados diversos programas, como várias legislações locais, era necessário que
um espaço cultural e um café que atende
diversos novos sistemas técnicos fossem
1.200 pessoas por dia. No local, há uma
instalados no local.
estrutura chamada "DerWurm" (O Verme)
Além de criar a identidade identidade esperad esperada a eo
que, como o próprio nome sugere, é uma
clima desejado para o restaurante, parte do
estrutura ondulada e curvilínea feita em
briefing do Office dA era que todos os
madeira que emerge do piso e serpenteia
sistemas mecânicos e de infraestrutura
através do ambiente, e segue
ficassem ocultos. A solução dos designers foi
aproximadamente o formato de leque do foyer.
criar uma superfície ondulada no teto que
Essa superfície, que se confunde com o piso,
esconde todos os sistemas e cria uma
é elevada em vários pontos para criar assentos
identidade única para o local. A estrutura foi
e oculta sob si mesas em aço e vidro com
projetada utilizando o programa Rhino, uma
desenho extremamente elegante, que podem
sofisticada suíte de programas 3-D que
ser deslizadas para fora da serpente em
permitiu que os designers envelopassem o
horários de pico para aumentar a quantidade
teto, todas as tubulações, vigas e quaisquer
de assentos em cem pessoas. Essa superfície
outros elementos, além de conceber a
ondulada cria uma intervenção divertida e
construção desse enorme e complexo
colorida no ambiente sóbrio e sério dessa
elemento. Foi uma solução econômica que
sede de banco.
126 Anatomia
Acima Ac ima:: Th e Plaza, Frank fur t, Al emanh em anh a Projeto: Alfredo Arribas. Arribas. Esse corte repre senta a forma longa e ondulada do novo elemento dentro do ambiente quase cavernoso. cavernoso.
Aci ma: The Plaza, Frank fur t, Al ema nh a Projeto: Alfredo Arribas. Detalhamento do banco. Aqui é possível ver co mo a mesa fica escondida dentro das dobras do enorme objeto de madeira.
À d irei ta: The Plaza, Frankfurt, Alemanha Projeto: Alfredo Arribas. Essa planta representa o grande banco dentro da área chamada The Plaza.
Táticas para para interio res responsivo s: superfícies 127
Táticas para interiores responsivos: revestimentos A aplicação aplicação de determinado determin ado material material pode
processo de escolha de materiais e
conferir a um interior uma identidade muito
revestimentos. Os materiais adequados são
própria e é o revestimento de todos os objetos
necessários para criar um clima adequado não
e elementos o que o usuário percebe em
apenas para socialização mas também para
primeiro lugar; a manipulação acertada dos
garantir que o local possa ser higienizado
revestimentos é uma decisão crítica e
adequadamente. O escritório Mclnnes Usher
fundamental no processo de criação dos
McKnight Architects (Muma) projetou o novo
designers de interiores. Os revestimentos que
café do Museu Victoria & Albert, em Londres,
respondem ao seu contexto podem ser
em 2006, e trouxe uma linguagem
divididos em duas categorias: os preexistentes
contemporânea para as salas dos períodos no
e os aplicados. Os preexistentes são aqueles
museu. Os espaços preexistentes no local
encontrados e preservados no local; os
incluem as célebres salas de descanso
aplicados são quaisquer novos revestimentos
oitocentistas projetadas projetadas porW illiam Morris, Morris,
selecionados pelo designer.
Philip Webb, James Gamble e Edward Poynter.
Espaços de convivência, em especial
Todos esses ambientes são ricamente
aqueles onde as pessoas se encontram para
ornados, revestidos com acabamentos
comer e beber, requerem um cuidadoso
sofisticados. O Muma trabalhou com esses
4
"
1
Café do Museu Victoria & mm m
Al ber t, Lo ndr es, Reino Unido
t
128 Anatomia
.í
Projeto: Mclnnes Usher McKnight Architects (Muma). Os revestimentos preexistentes ricamente decorados nos ambientes servem de cenário para as intervenções contemporâneas. A jornada do antigo para o novo é reforçada pelo contraste nos detalhes dos revestimentos.
Táticas para interiores interiores responsivos: revestimentos 129
130 Anatomia
revestimentos preexistentes executando seu restauro e trazendo de volta um momento de grande glória. Os revestimentos cerâmicos do salão principal, desenhados por James Gamble, foram completamente restaurados e suas cores originais foram recuperadas mostrando uma elaborada sofisticação. Em forte contraste com esses ambientes elaborados, o novo café é decorado também de forma elegante mas utilizando materiais simples, como carvalho e ferro doce. O velho e o novo são complementares e destacam mutuamente suas qualidades próprias. O revestimento de um elemento é o componente de um ambiente ou de um objeto que recebe a maior quantidade de contato humano; a forma como os materiais são empregados define o clima e a atmosfera do ambiente, e uma paleta restrita de materiais pode criar uma identidade própria dele. O trabalho de designers como Cláudio Silvestrin e John Pawson é frequentemente descrito como minimalista, pois eles utilizam apenas alguns poucos revestimentos escolhidos a dedo. A loja de roupas masculinas Johan, em Graz, na Áustria, tem como característica própria essa estética despojada. Ela fica localizada em dois corredores com teto em arco em uma ladeira no centro da cidade. Silvestrin utilizou apenas três tipos de
Ac ima: Loj a J ohan, Graz, Áu str ia Projeto: Cláudio Silvestrin. Os provadores da loja foram feitos com três divisórias de gesso.
À e sq uer da: da : Loj a Joh an, Graz, Áustria Projeto: Cláudio Silvestrin. Gesso pigmentado e lixado, lixado, carvalho cru e cimento queimado são os três revestimentos utilizados no interior da loja. loja. Eles foram foram cuidadosamente combinados com extenso detalhamento.
revestimento: gesso lixado cinza-esverdeado nas paredes, tetos, provadores, displays; carvalho cru para o enorme balcão expositor que se estende ao longo do meio do espaço da loja; e cimento queimado para os pisos. Os elementos são combinados de forma muito meticulosa, há um espaçamento de exatos 3 milímetros entre os displays e o piso. O ambiente cru e incomum é destacado ainda mais pela execução seca e refinada. Cor e revestimento estão fortemente relacionados e são considerações fundamentais no design de interiores. Os materiais podem ser utilizados em seu estado natural para conferir identidade a um interior, mas a pintura e outras formas de revestimento podem ser métodos práticos e geralmente mais acessíveis para a criação de um interior 'memorável. A necessidade de revestimentos simples, que possam ser higienizados em ambientes cirúrgicos - ou quaisquer outros ambientes médicos ou relacionados à saúde - é mu muito ito específica e até mes mesmo mo regulada por por legislações próprias. Além da questão da higiene, a identidade e o clima do local devem ser inspiradores e amigáveis para que os pacientes mais aflitos sejam acalmados. Quase ninguém gosta de ir ao dentista para arrumar os dentes, e isso é ainda mais difícil para as crianças. O escritório Graft Lab foi chamado para fazer o projeto de uma clínica odontológica infantil, em Berlim, na Alemanha. O cliente havia visto o trabalho dos designers em bares e restaurantes e acreditaram que seria interessante levar aqueles conceitos e idéias de design para a sua clínica, que fica em um imóvel de três pavimentos do século XIX com um hall de entrada que dá acesso direto a dois diferentes pavimentos. Há enormes Táticas para interiores interiores responsivos: revestimentos 131 131
À e sq uer da: da : Kind Ki nd erd ent ist, is t, Berlim, Alemanha Projeto: Graft Lab Architects. A parede de ma deira cheia de curvas recebeu um revestimento em pintura e cria uma conexão entre os três pavimentos do imóvel, unificando todas as funções na clínica.
f i S H
132 Anatomia
À e sq uer da: da : Kind Ki nd erdent erd ent ist , Berlim, Alemanha Projeto: Graft Lab Architects. À noite, esse ambiente brilha como a água.
Ab aixo : Kind Ki nd erd ent ist , Berlim, Alemanha Projeto: Graft Lab Architects. Aberturas na parede revestida em azul criam vistas cuidadosamente escolhidas para as áreas comuns do imóvel.
janelões na facha fachada, da, por onde entra muita luz luz no imóvel. Os designers decidiram conectar todos os três pavimentos com uma parede com revestimento em gesso cheia de curvas; ela foi estruturada apenas com madeira e recebeu pintura em diversos tons de azul; a onda vertical desliza através dos ambientes e cria uma conexão entre a sala de espera no nível inferior e os consultórios no nível superior. O azul foi escolhido como forma de acalmar os pacientes e fazer com que se sintam à beira-mar. Foram feitas aberturas na estrutura para que a luz penetre nos ambientes e para que eles tenham vistas do exterior, além de ajudar a quebrar a monotonia das cores da pintura. Esse é um exemplo de um novo elemento que cria uma conexão entre os diversos ambientes dentro de um imóvel e que energiza seus interiores. Táticas Táticas para interiores interiores responsivos: revestimentos 133
Táticas: interiores autônomos A riqueza riqueza de detalhes pela pela qual qual um interior se expressa pode estar desconectada de seu exterior. As qualidades de um espaço interior podem criar referências apenas a si mesmo, ou seja, o interior pode estar desligado das influências externas e ter pouca ou nenhuma conexão com o imóvel onde está localizado. Historicamente, os interiores eram espaços que se referiam e estavam contidos apenas a si mesmos, concebidos para funcionar de forma claramente independente. Apenas com a chegada do modernismo os interiores começaram a funcionar de forma conectada com o exterior. Castelos e outras construções grandiosas tinham muralhas espessas que funcionavam como mediação entre a forma do ambiente e o imóvel que o continha; o uso de nichos, guarda-louças e outros espaços confinados para armazenamento permitia que os ambientes tivessem uma identidade que não fosse determinada pelo formato do imóvel. Arquitetura e design design de interiores eram eram atividades atividades completamente completam ente diferentes e autônomas. O modernismo e a sua consequente busca pela transparência confundiram os limites entre o espaço interior e o exterior. A necessidade de refletir o programa do interior no exterior do imóvel, aliada às enormes utilizações de envidraçamento que apagaram
Livraria Lello, Porto,
Portugal Projeto: Xavier Esteves. Uma escadaria extremamente extremamente detalhada e com forma escultural domina o fabuloso interior gótic o dess a livraria. livraria.
as paredes de confinamento, transformaram o interior puramente independente em uma
inteiramente recobertas de prateleiras de
coisa do passado e, possivelmente, do futuro.
livros, permitiam que os interiores tivessem a
Os interiores do século XVIII possuem
forma desejada para sua função. Nichos e
muitas características que os tornam
guarda-louças permitiam que uma forma
autônomos, muitas das quais trabalham para
octogonal existisse dentro de um ambiente de
criar uma separação clara entre o interior e o
paredes quadrangulares, e diferentes e
exterior. Táticas como paredes grossas,
variados ambientes com formas próprias
134 Anatomia
CA
podiam ser criados dentro de um imóvel com ' ambientes ambiente s com formato form ato tradicional. tradicional. A diferença diferença entre o interior inte rior e o exterior
cada um dos elementos estão ligadas às necessidades dos usuários e ao programa do artista ou designer. Além disso, a adoção das
também é explorada na arquitetura e nos
fachadas decoradas e a utilização de
interiores mais contemporâneos, e o design
revestimentos duplos paralelos em fachadas
para o varejo, o projeto expográfico e o
na arquitetura contemporânea novamente
desenho de móveis são os exemplos mais
criam um distanciamento entre o interior e o
óbvios. A forma, a natureza e a identidade de
exterior.
Táticas: Táticas: interiores interiores autôno autôno mos
135
Tát icas para int eriores aut ônomos: ônomos : il uminação A luz luz natural, natural, bem como a iluminação iluminação artificial, tem a capacidade de transformar um ambiente de forma profunda e dramática. Dentro de um imóvel, a iluminação pode manipular a percepção de espaço do usuário e gerar sensações em uma simples caminhada através do local. O projeto expográfico depende fortemente dos efeitos obtidos pela iluminação para a exibição de obras de arte. O Museu Groninger, na Holanda, é uma construção muito incomum que foi concebida como quatro pavilhões projetados por diferentes designers; as estruturas ficam às margens de um canal e parecem flutuar sobre a água. Philippe Starck projetou o pavilhão para a seção de Artes Aplicadas Aplicadas do museu; ela ela fica dentro de uma estrutura circular de aço colocada no canal que não tem janelas e, portanto, não há luz natural.
:
Exposição Artes Aplicadas, Museu Groninger, Groninger, Groninger, Holanda Projeto: Philippe Starck. Cortinas translúcidas flutuam de forma a circular os ambientes onde são exibidas as obras. A iluminação artificial cria um clima extremamente extremamente dramá tico e teatral.
136 Anatomia
A galeria galeria consiste consis te de um conjunto de ambientes construídos de vidro e aço de alta resistência e com muita tecnologia, onde são expostas delicadas obras de porcelana e cerâmica. Paredes circulares fazem o fechamento dessas áreas. O salão principal é organizado por cortinas translúcidas fixadas no teto distribuídas ao redor dos espaços expositivos e são drapeadas e iluminadas a partir de cima com um fino tubo fluorescente, que banha o tecido com uma luz do dia suave. O visitante é apenas uma sombra quando visita as "salas" cortinadas da galeria; vozes e rostos são fugazes durante o trajeto entre as exibições nas salas com suas atmosferas suaves. A luz natura naturall pode ser usad usada a para para dar forma e modificar um ambiente e também para ilustrar a junção entre o novo e o antigo em um interior. O Museu de Arte Kolumba, da Arquidiocese de Colônia Colônia,, na Alemanha, Alemanha, foi projetado por Peter Zumthor e é um imóvel que mescla as ruínas de uma antiga igreja com uma nova galeria de arte sacra. O pavimento térreo do museu é uma composição entre os restos da igreja original e as novas paredes, que foram construídas sobre as antigas ruínas. A luz luz natural natural é filtrada para para dentro desse espaço religioso por meio de pequenos orifícios em uma parede de tijolos, e isso provê uma baixa quantidade de iluminação que é suficiente e adequada para iluminar as ruínas preservadas, além de criar um clima etéreo nesse interior. Além de trazer inspiração inspiração para para os espaços interiores, a iluminação também pode ser o material simbólico utilizado para transmitir uma mensagem. Os primeiros andares de um edifício comercial dos anos 1960, em
Museu de Arte Kolumba, Colônia, Alemanha
Projeto: Peter Zumthor. A luz é empregada para articular a junç ão entre a arqui tetura contemporânea e as ruínas.
138 Anatomia
»
V
À e sq uer da no cen tro : Igre ja da Ciência Cristã, Manchester, Reino Unido Projeto: OMI Architects. A ilu minaçã o foi emb utid a de forma a criar um brilho inspirador no espaço de orações, que tem pé-direito duplo.
À es qu erd a a ci ma e abai xo : Igreja da Ciência Cristã, Manchester, Reino Unido Projeto: OMI Architects. Uma frase simples colocada em um nicho na circulação.
À d ir eit a: Igr eja da Ciên ci a Cristã, Manchester, Reino Unido Projeto: OMI Architects. A e strutu ra do imóvel preexistente foi iluminada com luz artificial de forma a expor os espaços além da área de orações.
Manchester, no Reino Unido, foram
abrir um vão entre as lajes para a capela.
reformados pelo escritório OMI Architects para
A luz luz natural natural é filtrada para para dentro da capela capela
dar lugar a uma igreja. O espaço de orações
por meio da circulação, o que confere ao
fica em uma área com pé-direito duplo bem no
espaço um clima etéreo, a iluminação artificial
centro do imóvel, enquanto circulação,
fica embutida na estrutura exposta e sugere
recepção, loja e escritórios ficaram distribuídos
os outros espaços, que podem ser
nas áreas das bordas do imóvel, no térreo e no
imediatamente visitados.
pavimento superior. Os designers optaram por Táticas para para interiores autônomos : iluminação 139
Táticas para interiores autônomos: objetos A disposição de um objeto ob jeto independente em um imóvel preexistente tem o potencial de provocar reações muito interessantes pela própria natureza do elemento. O contraste entre o novo objeto e o local onde ele é colocado é uma oportunidade para que o designer misture o incomum com o comum para criar uma possível leitura intensa do i elemento elemen to autônomo. O projeto expográfico envolve a criação do que normalmente é um espaço neutro, onde uma série de objetos pode ser organizada em torno de um tema coerente. As exposições r i M H B R É
podem ser classificadas como permanentes (específicas para determinado local) e como temporárias (que normalmente tratam o imóvel apenas como um contêiner para as obras; o espaço que é ocupado pela exposição e o local apenas servem como pano de fundo). A 112 Biena Bienall de Arquitetura de Vene Veneza za,, em
l(
2008, teve como título Lá fora: arquitetura além da construção, e o curador, Aaron Betsky,
convidou os expositores a oferecerem alternativas críticas ao ambiente criado pelo homem em resposta ao título da edição. Em um dos cantos do espaço de exposições Cordiere, a antiga fábrica de cordas do Arsenale, Arsenale, ficava ficava o Pavilh Pavilhão ão Chileno Chileno com sua sua instalação Eu estava lá. A resposta dos designers ao tema da exposição foi a criação de diversos pedestais produzidos com caixotes em madeira com pés feitos com ripas afixadas em posição diagonal de forma a elevá-los à altura dos olhos. Sobre cada um dos caixotes ficava uma pequena maquete representando o diversificado panoram panorama a arquitetônico chileno, pequenas igrejas, casas com telhado de palha e até mesmo edifícios comerciais modernistas e espaços culturais
140 Anatomia
Eu estava lá, Pavilhão
Chileno, Bienal de Arq ui tet ur a de Veneza, Veneza, Itália Projeto: Aravenna, Castillo, Cruz, Del Sol, Frohn, Rojas, Irarrazavel, Klotz, Mozo, Puga, Radie. Radie. A instalaç ão simples e charmosa consistia de vários caixotes elevados, cada um deles exibindo uma pequena maquete em porcelana de um prédio do Chile. Cada peça era iluminada por uma lâmpada sem nenhum outro ornamento.
contemporâneos. Cada peça era iluminada por uma lâmpada pendurada em um fio sem nenhum outro ornamento em um nível acima do campo de visão e acima das maquetes. No design para o varejo, um objeto independente de seu contexto pode transmitir uma mensagem sobre os produtos à venda. O designer pode optar pela criação de um objeto que seja o centro das atenções no local, de forma que o produto seja associado àquele objeto - se o espaço espaço a ser ocupado for conhecido ou famoso, o designer deve
Táticas Táticas para interiores autônomo s: objetos 141 141
responder a essa característica. No pavimento
edifício e os pequeninos cupcakes. As paredes
térreo do edifício 30 St. Mary Axe, comumente
são totalmente envidraçadas para trazer muita
conhecido por Gherkin, o escritório Jamie
luz natural para dentro da loja, iluminando o
Fobert Architects foi contratado para executar
mezanino e o balcão, e também permitindo
uma confeitaria. Os designers não emularam a
que a apresentação dos cupcakes aconteça
linguagem do contexto, mas criaram uma
com luz absolutamente natural.
instalação que claramente está no lugar certo,
Móveis que não sejam fixos são
mas não se mistura a ele. O novo elemento
provavelmente o elemento mais autônomo em
independente do contexto no local é um novo
um ambiente.Eles podem ser movimentados,
mezanino na área que tem pé-direito duplo.
encostados contra a parede ou colocados no
O nível superior abriga a cozinha e as áreas
meio do local. Além disso, podem ser baratos,
reservadas da loja, flutuando sobre a área do
comprados em um jogo ou conjunto, ou ser
balcão e do café. Esse enorme elemento
caros, considerados uma peça clássica de
serve como mediador entre a proeminência do
design, como a cadeira Barcelona, de Mies van der Rohe. Qualquer que seja o tipo do móvel ou como ele é colocado, pode transmitir muita informação a respeito de um interior, sua função, das escolhas do designer e do status e dos desejos dos usuários. A mobília mobília utiliza utilizada da em escritórios normalmente não é assinada, e seu design é orientado pelas exigências ergonômicas e econômicas, além das necessidades funcionais básicas. Porém, os irmãos Bouroullec foram contatados pela Vitra para criar uma linha contemporânea de móveis para escritório, peças para estimular a criatividade, a interatividade e o pensamento lateral dos usuários. Eles partiram do conceito tradicional
Confeitaria Konditor & Cook, Londres, Reino Unido
Projeto: Jamie Fobert. O espaço cavernoso da confeitaria é apenas um pequeno espaço do pavimento térreo em um enorme arranha-céu.
142 Anatomia
Linha de móveis Joyn, Vitra Projeto: Irmãos Bouroullec. As enormes mesas criam uma conexão entre seus usuários por meio da superfície de trabalho compartilhada.
de uma grande mesa familiar em que todos poderiam se sentar, e a ideia seria que, embora cada um esteja fazendo alguma coisa diferente, eles podem criar uma conexão apenas por estarem sentados juntos. A mesa permite que as estações de trabalho sejam unidas ou separadas conforme necessário com o uso de divisórias. Fios, cabos, telefones e luzes são cuidadosamente pensados no novo escritório wireless, e a mesa JoynTable permite que todos trabalhem juntos e estabeleçam grande comunicação como um time unido.
Táticas para para interiores autônomos : objetos 143
Táticas para interiores autônomos: superfícies A superfície vertical é uma uma tática fundamental
independente de madeira para ser inserida
no teatro ou na cenografia - o ciclorama é o
dentro das ruínas do chiqueiro. O novo
pano de fundo para um espetáculo, podendo
"revestimento" foi montado remotamente,
ser pintado, projetado ou funcionar como um
transportado para o local e inserido dentro do
filtro. Um cenário é projetado para contar
imóvel com um guindaste. Algumas das
determinada história e depende das habilidades
premissas eram de que o novo interior não
e da boa vontade do cenógrafo. A cenografia
poderia ter contato com o antigo, ertambém
foca no significado de um espetáculo e, como
que a característica de ruína fosse mantida, de
a sua única função é interpretar e comunicar
forma que houvesse o maior contraste
uma ideia, ela não precisa seguir todas as
possível entre os dois elementos, e um novo
preocupações funcionais que um interior
telhado de zinco passou a proteger a
verdadeiro precisaria contemplar. O Teatro
construção das intempéries. O caráter de
Olímpico, emVicenza, na Itália, é um dos mais
simplicidade da nova adição lembra as
antigos teatros renascentistas ainda em
construções vernaculares tradicionais, além da
funcionamento no mundo, foi projetado por
experiência surpreendente de encontrar uma
Andréa Andréa Palla Palladi dio o eVicenzo Sc Scam amoz ozzi zi nos nos anos anos
estrutura em madeira absolutamente nova
1580 e abriga um cenário que é permanente,
colocada dentro de uma construção em ruínas
mas, ainda assim, independente de seu
com paredes extremamente grossas, e tudo
contexto. Esse cenário tem sete cenas de rua
isso cria um discurso com grande
que são vistas em perspectiva exagerada pelo
dramaticidade na paisagem.
espectador. Para criar esse efeito, alguns
Para atrair a atenção do consumidor e para
truques cenográficos são empregados, como
se diferenciar dos outros ambientes do varejo,
pisos e paredes ligeiramente inclinados que se
os designers podem utilizar métodos pouco
afastam do proscênio. O exterior de uma
ortodoxos na hora de expor um produto e criar
cidade foi reproduzido no espaço interior de um
a comunicação da identidade da marca.
teatro, uma cena de rua que reflete as intrigas
A K-Swis K-Swiss s é uma marca marca de produtos esportivos
dos habitantes. Tudo isso é apresentado atrás
que também promove eventos de música e
da tela clássica decorada do proscênio.
exibições em suas lojas. Ela contratou a
Na cidade de Rheinland-Pfalz, na Alemanha,
6a Architects para projetar sua nova loja-
os designers da FNP Architekten decidiram
-conceito, onde os produtos pudessem ser
reformar as ruínas de um chiqueiro do século
expostos lado a lado com outros produtos
XVIII para abrigar um showroom. O imóvel
interessantes, como livros, CDs e roupa, itens
estava em estado muito avançado de
que representassem valores da marca
deterioração, prestes a desabar, e a demolição
semelhantes. Além disso, era necessário que o
parecia a única solução viável no início. Porém, por causa de uma complexa legislação alemã sobre construções e do pequeno orçamento, foi possível manter a construção. Para que isso fosse possível, foi concebida uma estrutura
144 Anatomia
Showroom , Rheinland-Pfalz, Rheinland-Pfalz, Al em anh a
Projeto: FNP Architekten. A c onst ruçã o parcia lmente em ruínas ganhou nova vida com a inserção de um novo revestimento de madeira.
Táticas para interiores autônomos: sup erfícies erfícies 145
146 Anatomia
À esq uer da, aci ma e ab aix o: Loja K-Swiss, Londres, Reino Reino Unido Projeto: 6a Architects. O sistema de arquivamento de livros foi reformado e permite que o espaço seja facilmente transformado.
local pudesse ser rapidamente transformado de um espaço de varejo em um espaço de eventos clean, sem interferências da marca. Os designers decidiram instalar um sistema de exposição temporária de produtos que utiliza achados. Um sistema de prateleiras corrediças de biblioteca foi adotado: elas podem ser todas encostadas na parede ou abertas para ocupar o espaço correndo ao longo de seus trilhos. As cinco prateleira prateleiras s foram revestida revestidas s de aço perfurado extremamente polido, o que cria dois efeitos: reflete o branco do espaço enquanto permite certo grau de transparência. A mudança mudança no layout layout é feita feita em questão de minutos: as prateleiras são deslizadas para a parede ao longo dos trilhos e ficam em posição de armazenamento criando espaço para uma performance ou para um evento cultural.
Acim Ac ima: a: Loj a K -Swi ss, ss , Londres, Reino Unido Projeto: 6a Architects. Os contêineres de aço perfurado altamente polido permitem entrever os objetos que ficam dentro deles e também refletem o branco neutro dess e interior. interior.
À d ir eit a: Loja K-Swis K-Sw iss, s, Londres, Reino Unido Projeto: 6a Architects. Esse sistema de display pode ser completamente fechado para que o espaço tenha múltiplas funções.
Táticas para para interiores autônomos: superfícies 147 147
Táticas para interiores autônomos: revestimentos Os revestimentos de um interior são os
incomum desse varejista de roupas. A loja foi
materiais que recobrem seus objetos e
projetada pelo 6a Architects e está localizada
superfícies, eles têm um grande potencial para
no coração da alfaiataria de Londres, na rua
criar a identidade e a atmosfera do local, e
Savile Row. Suas roupas são expostas da
representam a essência do conceito ou da
mesma forma que fazem outras lojas, e os
mensagem que o designer quer transmitir.
clientes também podem experimentar as
Portanto, a escolha dentre as milhões de
peças. No entanto, depois de compradas, elas
opções existentes é um passo extremamente
são enviadas diretamente do estoque para o
importante no processo do design de
endereço do cliente, fazendo com que o
interiores.
impacto do interior da loja seja fundamental;
As qualidades qualidades táteis táte is do interior inter ior da loja loja
suas suas qualidades qualidades táteis devem refletir refle tir as
oki-ni, em Londres, eram absolutamente
qualidades e os valores das roupas que são
importantes em virtude da forma de venda
vendidas ali. O interior foi executado como
148 Anatomia
uma grande bandeja com uma pequena inclinação - feito fe ito em carvalho vindo da Rússia Rússia aplicado na diagonal, subindo na direção das paredes para formar um rodapé ou um lambri. A roupa roupa é depois pendurad pendurada a no início dess dessa a borda. A bandeja responde aos caprichos do edifício existente, absorvendo as irregularidades, escondendo-as do lado de fora das linhas retas de suas paredes. As lacunas tornam-se espaços para armazenamento e vestiários. 0 display no chão é composto por uma série de peças de feltro empilhadas, dispostas horizontalmente, criando diferentes níveis de exposição; então, os atendentes podem sentar-se nos luxuosos "assentos" e solicitar os os produtos dos clientes. As As qualidades táteis dos interiores, combinados com os processos de compras incomuns da oki-ni, criaram, portanto, uma compreensão À e sq uer da: Loja ok i-n i, Londres, Reino Unido Projeto: 6a Architects. Roupas e sapatos são expostos informalmente em uma pilha de retalhos de feltro. As peças de vestuário são penduradas nos cabideiros que saem da cerca de carvalho que medeia e confina o espaço.
Ac im a: Loja Lo ja o ki-ni ki -ni , L ond res, Reino Unido Projeto: 6a Architects. A g rand e sim plic idad e d esse interior é demonstrada nesse conceito, ilustrado pelos designers.
À d ir eit a: Show Sh ow ro om Kvadrat, Estocolmo, Suécia Projeto: Irmãos Bouroullec. As peça s de e spuma colo rida são fixadas por meio de pequenas dobras de intertravamento.
Táticas para para interiores interiores autônomos: revestimentos 149
alternativa da noção de roupas sob medida. O showroom da Kvadrat, em Estocolmo, na Suécia, foi projetado pelos irmãos Bouroullec, contratados para executar os interiores utilizando apenas os inovadores produtos têxteis da própria empresa. Como resposta a esse desafio, os irmãos desenvolveram um novo produto têxtil: o NorthTile, que foi utilizado para organizar e revestir esse interior tão interessante. As peças de espuma e tecido podem ser utilizadas de diferentes formas: elas são fixadas umas às outras por meio de um sistema de dobras que formam uma Ac im a: Sh ow ro om Kvadr at,
Abai xo : Sho wr oo m Kvadr at,
Estocolmo, Suécia
Estocolmo, Suécia
Projeto: Irmãos Bouroullec. A dureza da área do showroom industrial da Kvadrat é suavizada pelo revestimento cheio de cores.
Projeto: Irmãos Bouroullec. Com mais de cem cores, as peças podem ser configuradas com os mais variados layouts e combinações de cores.
saliência para encaixe, permitindo criar grandes superfícies e até mesmo divisórias. Um método de montagem tão simples significa que as paredes podem ser desmontadas e remontadas rapidamente, conforme necessário. A dureza e qualidade das peças trazem cor e tornam o local mais
150 Anatomia
aconchegante, além de serem ótimas para o isolamento acústico de um ambiente. A escolha de produtos têxteis criou um showroom que representa os valores e produtos da empresa e também um ambiente muito moderno que tem o revestimento como principal atração. Residências devem oferecer acomodação aos seus ocupantes para que eles possam trabalhar, dormir e descansar, e a escolha dos materiais por parte do designer é fundamental. A Next Generation House é uma pequenina casa de campo nas montanhas de Kumakura, no Japão, de propriedade de um madeireiro. O designer Sou Fujimoto criou uma pequena residência de 4 metros por 4 metros feita em enormes toras de cedro japonês empilhadas e afixadas com parafusos para que ficassem seguramente estáveis. Entre os blocos há aberturas para observar a paisagem e também para que a luz penetre na casa. Os blocos foram empilhados de forma a permitir que o
habitante durma, trabalhe, cozinhe e faça limpeza no ordenamento geométrico do interior. A madeira é muito valorizada pela sua estabilidade mas também por suas qualidades como revestimento; no bosque onde está construída, a casa fica camuflada pelas árvores e pela densa folhagem da colina.
Acima: Ac ima: Show Sh ow ro om Kvadr at, Estocolmo, Suécia Projeto: Irmãos Bouroullec. A construção das peças em tecido e espuma dá a elas excelentes propriedades de isolamento acústico.
I. lii li i
*1 .
P K sn sn m n u w PP.ÜiaMHBSinNÜHH * 101
À es qu erd a: Sho wroo wr oo m Kvadrat, Estocolmo, Suécia Projeto: Irmãos Bouroullec. As peças em espuma são muito alegres e criam um forte contraste com o ambiente industrial que predomina no local. local.
Táticas Táticas para interiores interiores autônomos: revestimentos 151 151
Port fól ios O design de interiores é uma disciplina
A preservação e o restauro de uma uma
abrangente e muitas de suas áreas são
construção é uma abordagem que também é
abordadas nesta seção de Portfólios. Os
comumente solicitada aos designers. O
trabalhos selecionados aqui aqui representam representa m
escritório Merkx + Girod aliou a necessária
apenas uma pequena amostra da imensa
acuidade para preservar um interior original e a
diversidade e qualidade do design de interiores
decoração de um prédio com a originalidade
que é feito atualmente. Porém, há um aspecto
da interpretação de seu caráter para um novo
que parece ser um ponto comum entre a
uso. O designer pôde se beneficiar de um
maioria dos escritórios: eles consideram o
senso histórico para reformar um espaço, e o
imóvel preexistente como o ponto de partida
período glamoroso e decadente do meio do
para seus projetos, e os interiores emergem
século XX forneceu a inspiração para o
por meio de um processo de exploração e
trabalho de David Collins, por exemplo.
análise. Esse assunto tem diferentes abordagens,
Um interior pode ser utilizado para todas as funções, pois há muito poucas atividades que
que vão desde projetos quase arquitetônicos,
acontecem apenas ao ar livre, e as funções
como a reforma estrutural e expansão de um
mais comuns são descritas nesta seção.
imóvel preexistente apresentada no portfólio
O design de ambientes de varejo é uma das
de Pugh + Scarpa, até projetos que são quase
principais áreas do design de interiores, e a
um design de produto, como os móveis feitos
Lazzarini Pickering Architetti é um escritório
sob medida criados pelo escritório David
que tem uma vasta experiência nessa área.
Archer Architects. Além disso, disso, os escritórios escritórios também tam bém variam variam
Interiores de escritórios são uma grande possibilidade para o trabalho criativo, e a Clive
em seu tamanho. Por exemplo, a Gensler é
Wilkinson Architects representa o ápice da
uma empresa enorme, com mais de 2 mil
atitude criativa e engenhosa que é necessária
designers em seus escritórios. Quando são
neste início de século XXI, quando as
contratados para um projeto, eles fazem muito
organizações buscam criar seu branding por
mais do que apenas o design de interiores, mas
meio de seus ambientes de trabalho. O design
também executam o branding, a comunicação,
de residências é normalmente visto como a
o marketing e as necessidades de design
área principal do designer de interiores, ou
gráfico que o cliente possa ter. Já o Universal
seja, a coordenação e conexão entre as várias
Design Studio e a Randy Brown Architects são
partes de uma casa, aliadas à necessidade de
empresas bem pequenas que mantêm uma
especificar acabamentos e móveis, requerem
relação muito próxima, eles "colocam a mão na
um profundo conhecimento e também
massa" quando executam um interior. No geral,
sensibilidade, e o trabalho de Andrée Putman
os designers se envolvem diretamente na
em interiores de residências e ambientes
concepção e execução do projeto, e
comerciais é um bom exemplo para essa
frequentemente estabelecem um
abordagem. Outro aspecto importante do
relacionamento bem próximo com o cliente.
design de interiores é o projeto expográfico.
152 Portfolios
Ele frequentemente é visto como uma disciplina à parte, mas muitos escritórios de design criam tanto interiores residenciais tradicionais quanto projetos para exposições. O Land Design Studio é amplamente conhecido por criar projetos para galerias e exposições consideradas importantes e de grande valor. Há muitas abordagens do design que criam conexões entre os vários escritórios de design no mundo todo. A australiana Multiplicity, que fica completamente afastada do eixo Estados Unidos-Europa, tem uma abordagem em seus projetos que é responsiva, com-grande atenção para a textura, os materiais e a personalidade do preexistente. É o mesmo método utilizado pelo escritório britânico Ben Kelly Design. Obviamente, embora o ponto de partida seja o mesmo, os resultados são radicalmente diferentes. O design de interiores é atualmente uma profissão com ampla aceitação e que é apreciada pelos efeitos positivos que ela tem em nossa vida cotidiana. Os trabalhos de Tarruella & López representam uma abordagem contemporânea e atemporal: eles criam ambientes confortáveis e absolutamente adequados para o uso. O escritório Casson Mann é respeitado e tem uma forte reputação por desenhar interiores de qualidade e com personalidade. O nível de profissionalismo e de criatividade do escritório criou sua imagem de respeito como resultado de seus projetos de interiores. Todas as citações foram obtidas em conversas com os designers, exceto quando indicado.
Tarru ella & López A em pr esa
Sandra Tarruella e Isabel López se conheceram enquanto trabalhavam para o arquiteto espanhol Pepe Cortês. Ambas estudaram design de interiores em Barcelona, na Espanha -Tarruella na Escuela Diac, e López na Escuela Elisava. Elas criaram aTarruella & López em 1993 e continuam com seu escritório em Barcelona. A maioria dos projetos da empresa foi nas áreas tradicionais do design, como hotelaria, varejo, residências e restaurantes.
das atenções, o interior não deve ofuscar a comida. Em segundo lugar, as considerações acústicas são tão importantes quanto as considerações estéticas. Terceiro, o contexto e os métodos ou estilos construtivos locais vernaculares devem ser respeitados. Por último, o interior deve tocar todos os sentidos. Essa é a filosofia e a base de todo o seu trabalho. Principal projeto Hotel OMM, Barcelona, Espanha
Conceitos fundamentais
Os interiores de Tarruella & López se caracterizam por uma atmosfera opulenta e acabamento suntuoso. A dupla tem vários vários projetos já executados em varejo, hotelaria e interiores residenciais, mas a maior parte de sua experiência vem dos projetos para restaurantes. Esses espaços requerem uma organização cuidadosa e uma grande atenção para a atmosfera e para os revestimentos, e a concepção e o layout dos móveis e objetos necessários para esse fim são vitais. Elas descrevem a sua abordagem como não necessariamen necessar iamente te seguind seguindoo a moda: "O princípio princípio do nosso trabalho sempre semp re foi criar criar ambientes atemporais, onde o luxo vem do conforto, não da aparência. É uma forma de criar ambientes modernos com base no layout funcional, e a escolha de materiais que estejam em seu contexto, e que envelheçam com dignidade'.' Ao iniciar o projeto de um restaurante, por exemplo, elas partem de quatro princípios que norteiam o design de um ambiente, embora isso possa ser aplicado a todos os espaços de convivência que elas executam. Primeiramente, a comida deve ser o centro 154 Portfólios
Em uma parceria com o arquiteto Juli Capella, aTarruella & López foi contratada para projetar os interiores do Hotel OMM. É um hotel-butique situado no bairro de lojas Passeig de Gràcia, em Barcelona, próximo da Casa Milà, de Gaudí. O exterior do hotel é fascinante: uma fachada definida por um conjunto de painéis espalmados de pedra calcária que
parece se descolar da parede. Cada painel forma uma pequena varanda para o quarto que fica atrás, enquanto protege o quarto dos ruídos da rua, da incidência solar direta e dos olhares indesejados dos prédios vizinhos do outro lado da rua. As área reas de convivênc convivência ia contrastam com o exterior e com a aparente discrição da fachada. Na recepção, o balcão e a parede ao fundo são de um vermelho gritante, de forma a ser facilmente identificável. O foyer é uma planta livre banhada de muita luz. Ele foi projetado para ter várias vistas através do ambiente,
Ab A b aixo: aix o: Hot Ho t el OMM, OMM , Barcelona, Espanha Os grandes e suntuosos bar e restaurante são coordenados e orientados por po r luminárias luminárias de luz luz artificial artificial
À d i r eit ei t a: Hot Ho t el OMM, OMM , Barcelona, Espanha O layout layout dos sofás e tapetes foi feito de forma muito acertada para para dar a impressão de ambientes
r
culminando em um pequeno jardim, que também serve de cenário do bar e restaurante. O foyer é fluido e vibrante, tem uma grande variedade de móveis, uma mistura de peças formais e informais que permitem que os hóspedes escolham um espaço dependendo da forma como querem se relacionar com os outros e com o ambiente, e os tapetes são
utilizados para delimitar cada ambiente menor. O contraste é um conceito muito importante nesse ambiente: duro fica ao lado de macio, grande ao lado de pequeno, iluminado próximo a escuro, em um canto há sofás macios e confortáveis que "abraçam" quem senta próximo a uma cadeira Egg de Arne Jacobsen em amarelo forte. No fundo do foyer fica o restaurante Moo, que recebe iluminação natural vinda do pequeno jardim que fica ao lado. À noite, nove luminárias com luz artificial em formato de pirâmide irrompem do teto enigmaticamente para compensar a falta de luz natural. Cada Ca da um dos 9911 quart q uartos os do hotel hot el foi decorado individualmente, seu acabamento foi riquíssimo, para transmitir uma sensação de luxo minimalista. Na cobertura, há uma piscina e um terraço com vista para a cidade para que os hóspedes possam se bronzear no sol mediterrâneo.
Ac im a à es qu erd a: Hot el OMM, Barcelona, Espanha O banhei banheiro ro foi projetado como um elemento independente dentro do quarto do hotel. À e sq uer da: da : Hot el OMM, Barcelona, Espanha O restaurante Moo tem vista para um pequeno jardim, o que aumenta o tamanho aparente do ambiente e confunde as fronteiras entre o interior e o exterior.
I
156 Portfólios
Proje Projetos tos impo rtantes Loja Vialis Shoes, Madri, Espanha Com apenas 16 metros quadrados, essa pequena loja precisaria de uma instalação
Ac ima à es q uer da : Loja Vialis Shoes , Madri, Espanha O display de sapatos é visível visível a partir da rua, rua, sendo alinhado com a vitrine. vitrine. .
Aci ma: Loja Vi ali s Sho es, Madri, Espanha O display escultural foi construído com toras cruas de madeira. madeira. Isso cria um forte contraste com os painéis de aço e com o piso polido de resina.
dramática para se destacar das lojas vizinhas e para que a altíssima qualidade de seus sapatos fosse evidenciada. O pequeno ambiente é dominado por um display escultural feito com enormes toras de carvalho afixadas por um simples suporte de aço. Cada tora foi
Ab aix o: Loja Viali s Sho es, Madri, Espanha Os calçados são expostos de maneira robusta, as toras são rotacionadas a partir do centro e exibem os calçados de várias formas diferentes.
levemente rotacionada para formar uma onda sinuosa e criar um display no qual os sapatos parecem estar caminhando ao longo das toras, uma ideia simples e eficaz que é incomum e que traz movimento para um objeto que normalmente seria estático. 0 resto do espaço recebeu acabamento dentro de uma paleta simples e limitada de painéis de aço, paredes brancas com revestimento de gesso lixado e piso com resina plástica branca.
Tarruell a & Lop ez 157
I
Restaurante Cuines Santa Caterina, Barcelona, Espanha O mercado de Santa Caterina foi recentemente reformado pelo escritório EMBT (Enric (Enric Miralles - BenedettaTagliab BenedettaTagliabue), ue), que
Restaurante Cuines Santa Caterina, Barcelona, Espanha O ambiente longo e aberto do restaurante é emoldurado pelo balcão, de um lado, e pela parede de vinhos e produtos do outro.
criou um forte discurso dramático com um telhado colorido cheio de curvas que recobre o mercado extremamente movimentado abaixo.
!l
Tarruella & López foram contratadas para
utilizadas para armazenagem e exposição de
executar um restaurante em um dos cantos do
vinhos, comidas, óleos, caixotes de produtos e
espaço, e a proximidade com o mercado
até mesmo talheres trazidos do mercado. As
definiu todos os aspectos do projeto. O balcão
mesas são robustas e superdimensionadas; a
se estica ao longo do restaurante, desde a
experiência de comer no Cuines é semelhante
entrada até o fundo, e serve de parede para as
a um passeio no mercado, cercado de pessoas
bancas do mercado merc ado no salão principal. principal . O outro out ro
e produtos frescos. O restaurante é uma
lado do ambiente é dominado por uma enorme
resposta absolutamente adequada ao seu
parede de prateleiras de madeira que são
contexto cheio de vida e energia.
158 Portfólios
Acim Ac im a à esq uer da: Restaurante Cuines Santa Caterina, Barcelona, Espanha O balcão é a parede de fundo das bancas do mercado. O restaurante é separado do ambiente movimentado do mercado por uma cortina de vidro.
Acim Ac im a e à es qu erd a: Restaurante Cuines Santa Caterina, Barcelona, Espanha As m esas são orga nizadas de forma linear, linear, o espaç amento é feito com árvores e o madeiramento exposto do telhado serve de suporte para os encanamentos e sistemas mecânicos.
À es qu erda er da e ac ima: im a: Restaurante Cuines Santa Caterina, Barcelona, Espanha A parede de prateleir as de madeira exibe exibe condim entos e talheres. A estética das caixas e dos ca ixotes foi inspirada no mercado ao lado.
Tarruella & López 159
Randy Brown Archit ects A empr esa
Tudo começou em 1989 na cidade de Omaha, estado de Nebraska, sob o nome Randy Brown Interiors. Em 1993, o nome da empresa foi alterado para Randy Brown Architects (RBA) e, em 1996, foi criado um departamento de construção civil. Isso permitiu que a RBA tivesse um controle maior sobre a qualidade dos interiores construídos. Aqueles que trabalhavam no desenvolvimento do projeto teriam um conhecimento profundo acerca do projeto que estavam desenvolvendo e uma afinidade com o etos da empresa. Em 1998, Randy Brown fundou a Workshop, um curso de férias de design e construção que tem como objetivo ensinar aos alunos os princípios básicos da construção civil. É concebido de forma a estimular que os alunos adquiram conhecimento que eles não obteriam durante um curso universitário formal, ou seja, a experiência de efetivamente construir alguma coisa. O curso tem como pressuposto que o aluno passe um tempo muito limitado no estúdio e que dedique até dez semanas na obra, executando o seu projeto. Conceitos Conceitos fu ndamentais
A Randy Brown Architects é uma empresa que tem uma paixão pela manipulação íntima da tecnologia e pelo detalhamento dos elementos de um projeto. Eles exploram os mais detalhados aspectos dos materiais e acessórios e são conhecidos pela concepção eficiente e acertada de cada um dos componentes de um interior. Sua abordagem pode ser descrita como holística, no sentido de que eles consideram e controlam todas as fases do projeto. Na opinião da RBA, design de interiores é "projetar todas as coisas em um 160 Portfólios
ambiente: iluminação, sistemas de aquecimento e ar-condicionado, acabamentos, portas, escadarias, pisos, paredes, janelas, tetos, móveis, arte, encanamento, tudo" A RBA inicia um projeto de interiores da mesma forma que muitos outros escritórios: analisa o local e as necessidades do cliente e então explora as possibilidades e propõe alternativas para o projeto: "Nós documentamos tudo em uma maquete 3-D, analisamos as vistas, a circulação, a localização das portas, etc. Tudo o que tiver um impacto sobre o local deve ser documentado desde o início. Então o programa começa a ser desenvolvido - quais são são as as intenções do cliente? O que o cliente quer? Quais são os interesses do cliente? Nós fazemos uma pesquisa sobre o cliente ou sobre o negócio e então juntamos a maior quantidade de informação possível." Uma vez que a estratégia geral seja discutida e definida, o escritório começa a desenvolver os projetos e os detalhamentos. Como os designers trabalham bem perto dos empreiteiros que executam a obra, há uma troca de idéias sobre como aquele projeto será construído. Grandes discussões com engenheiros e outros especialistas garantem que nada seja esquecido. Outra característica é a utilização de materiais inovadores. Sustentabilidade e métodos construtivos elegantes são fundamentais, e a identidade de cada projeto é resultado dessas preocupações. Uma grande inspiração para a criatividade é o profundo conhecimento de materiais e custos, e eles têm uma vasta experiência em criar espaços espaç os exclusivos com pequenos orçamentos, como o próprio estúdio da RBA, que também é a residência de Randy Brown.
Principal projeto Estúdio da Randy Brow Architects Archite cts e residência do arquiteto, Omaha, EUA Uma combinação de elementos simples pode criar um interior absolutamente dinâmico; a disposição estratégica de objetos e soluções prontas pode dar vida a um prédio sem qualquer atrativo especial. Essa foi a abordagem adotada pela empresa para o estúdio da RBA, que também é a residência de Randy Brown. 0 local é um antigo imóvel imó vel dos anos 1970 1970
À direi di rei ta: Est úd io da RBA e residência do arquiteto, Omaha, EUA A ca racte rístic a de soluç ão pré-pronta da estrutura contrasta com alguns elegantes elementos feitos sob medida, como o guarda-corpo de aço no pavimento superior. superior.
Abaix Ab aix o: Est úd io da RBA e residência do arquiteto, Omaha, EUA A nova e strutu ra foi concebida como um móvel exageradamente grande dentro do ambiente.
onde funcionava uma escola, sem qualquer atrativo especial, em Omaha, Nebraska. Lá foi instalada uma estrutura muito elegante para criar a residência de Randy Brown e sua esposa, e a área de escritórios para quatro designers. A construção foi feita em madeira e aço com uma série de produtos pré-prontos comprados na loja de ferramentas da cidade. A estética "faça você mesmo" foi aplicada nessa peça contemporânea, um fator que ajudou Brown a convencer as autoridades locais de que essa nova estrutura era apenas um móvel - em vez de de uma ampliação ampliação do imóvel - e ajudou o processo de planejamento. A estrutura est rutura tridimensio tridim ensional nal ajuda ajuda a separar o prédio vertical e horizontalmente, o pavimento superior contém o dormitório privativo da família e um terraço na cobertura, enquanto o pavimento térreo é utilizado para as atividades públicas: o estúdio, a sala de reuniões e as áreas técnicas/de serviço. A escadari escadaria, a, as estantes, estante s, a sala sala de reuniões/ jantar e um loft aberto para para hóspedes ficam todos dentro da estrutura. Ela incorporou muitos materiais reciclados, foi construída com vigas de madeira aparente, conduítes, placas de compensado, aço e vidro.
Randy Brown Architects 161 161
À e sq uer da: Est úd io da RBA e residência do arquiteto, Omaha, EUA O novo estúdio ocupa o espaço de pé-direito pé-direito duplo da antiga escola eTquase não toca as paredes da construção original.
Ab aix o à e sq uer da: da : Estúd Est úd io da RBA e residência do arquiteto, Omaha, EUA Os encanamentos e demais estruturas foram deixados aparentes dentro da estética de detalhes expostos adotada no local.
À di rei ta, e ab aix o: Est úd io da RBA e residência do arquiteto, Omaha, EUA A sal a de confe rênc ia fic a no coração da estrutura. A grande mesa fica apoiada em um painel de aço, que também abriga prateleiras dentro de si.
Além de seduzir os possíveis possíveis clientes do estúdio, o interior também foi concebido como forma de mostrar o processo construtivo e o que a empresa é capaz de executar em um projeto. Os Brown continuaram morando no imóvel durante a reforma, e o projeto do contêiner foi modificado durante a sua construção conforme os elementos eram movimentados até que uma relação espacial satisfatória fosse atingida. O imóvel, que originalmente havia sido uma escola, não tinha uma personalidade definida e apenas serviu de abrigo para o novo interior dinâmico.
162 Portfólios
Projetos Projetos im portantes Escritórios da John Luce Company, Omaha, EUA A RBA executou executou os escritórios de uma construtora que buscava expressar suas qualidades como especialistas em projetos criativos. Ao ver um interesse compartilhado no design e na construção criativos, a John Luce Company contratou a RBA para desenvolver um espaço que transmitisse a energia de estar no meio de uma construção. 0 'briefing 'briefi ng que eles passaram passaram era era um escritório escritór io que parecesse ainda em processo de construção. O escritório fica em um armazém anônimo e foi preenchido com a linguagem familiar da RBA, utilizando produtos pré-prontos, como vigas pré-cortadas de madeira, policarbonato, compensado, vidro e aço - materiais que você você encontraria na loja de ferramentas. O processo foi um total sucesso e a JLC comunicou que teve um grande aumento em seu faturamento como consequência direta dos novos escritórios com forte apelo dramático e criativo.
A es qu erd a: Esc rit ór io s d a John Luce Company, Omaha, EUA Soluções pré-prontas pré-prontas como compensado, aço, acrílico e dutos de ar-condicionado são utilizados casualmente para criar um interior dinâmico.
A di rei ta ac im a, e ao cent ro : Escritórios da John Luce Company, Omaha, EUA Os escritórios ficam ficam distribuídos em dois pavimentos: a recepção fica no térreo e os demais escritórios no pavimento superior. Os interiores transmitem a energia e a criatividade do processo de construção, com um clima de “trabalho em andamento". andamento". Randy Randy Brown Architects 163
Escrito Escr ito rios rio s da 120BLO 120BLOndo, ndo, Omaha, Omaha , EUA
Esse projeto é uma versão ambiciosa e controversa do armazém industrial, comum em áreas de periferia nas grandes cidades. Em vez das tradicionais paredes em aço corrugado e janelas em fita, o que se sobressai é uma enorme estrutura escultural que se projeta para fora do imóvel e forma uma área de entrada. entrada. 0 barracã barracão o também é consideravelmente mais baixo na parte de trás em resposta à paisagem do entorno. A recepção é um ambiente extremamente dramático, com pé-direito triplo, que foi concebido como uma série de painéis e materiais sobrepostos. A RBA projetou um prédio que se sobressai em seu entorno banal e transmite uma mensagem criativa a respeito das intenções de seus ocupantes.
À es qu erd a: Esc ri tóri tó rios os da 120BLOndo, Omaha, EUA
Acim Ac im a: Esc rit ór ios da 120BLOndo, Omaha, EUA
No pavimento térreo, o balcão da recepção é uma instalação muito mais calma. As áreas de e spera e as rotas de circulação são claramente identificáveis.
A rece pçã o fic a em um vão de pé-direito triplo: uma polifonia de superfícies, paredes e dutos de ventilação banhados pela abundante luz natural natural que vem de cima.
À d ireit ir eit a: Esc rit ór ios io s da 120BLOndo, Omaha, EUA O interior dinâmico e vibrante é visível através da entrada, uma caixa de aço e vidro, e convida o visitante a entrar no prédio.
164 Portfólios
Escritórios da Pouison Kjeldseth Advertising Adve rtising,, Sioux City, ity, EUA A RBA RBA foi contratada para para projetar projet ar uma nova nova identidade espacial para essa agência de publicidade de forma a promover a empresa como a mais criativa em seu segmento. O imóvel é um armazém de tijolos que foi utilizado como cenário para contrastar com uma série de intervenções leves. O espaço é organizado com paredes estáticas de gesso contrastadas com painéis móveis de tecido, o que permite que os funcionários tenham flexibilidade para criar e controlar o próprio espaço. Estruturas aparentes, como encanamento, baldes galvanizados, dutos de ar-condicionado e peças de andaimes, como hastes e chapas de piso, completam esse
I I
ambiente corporativo criativo e robusto.
Ac im a à di rei ta: Esc ri tór io s da Poulson Kjeldseth Ad ver ti si ng, ng , Si ou x City, EUA
À e sq uerd ue rd a: Esc ritó ri tóri ri os da Poulson Kjeldseth Ad verti ver ti si ng , Si ou x City, EUA
O m onitor na sala de reuniões fica sobre um braço móvel de madeira e aço, que é tensionado por cabos de aço conectados a um balde galvanizado que serve de contrape so (fora da imagem) imagem)..
Encanamentos aparentes e materiais pré-prontos, como chapas de piso, são utilizados para criar um ambiente de trabalho informal mas, ainda assim, com seriedade.
À e sq uer da no cent ro: ro : Escritórios da Poulson Kjeldseth Advertising, Sioux City, EUA Paredes brancas revestidas com g esso lixado contrastam com as paredes de tijolos aparentes do imóvel para criar uma atmosfera b ruta mas, ainda assim, aconchegante.
Acim Ac im a: Esc ritó ri tóri ri os da Poulson Kjeldseth Ad ver tisi ti si ng , Sio S io ux City, EUA Dutos e paredes de tijolos aparentes completam a estética industrial desse interior.
Randy Brown Architects 167
Pugh + Scarpa Architects A empr em pr esa Ela trabalha com design de interiores,
modo a apenas encostar levemente na concha original, criando uma experiência que surja da
arquitetura, engenharia e planejamento e
sensação de estar ao mesmo tempo em um
busca produzir obras que unam os aspectos
local "cru" e "ocupado'.'
estético, ambiental e social. Seus trabalhos
Eles esperam que o imóvel original seja
vão desde design de interiores, passando pelo
compreendido, ou seja, que fique evidente e
design de objetos, móveis e arte em locais
não ofuscado pelos novos elementos. Por
públicos, até projetos em grande escala de
meio da análise dos espaços preexistentes
estruturas educacionais, cívicas e residenciais
eles decidem como irão fazer a intervenção
de baixo custo, bem como planos diretores e
para criar um diálogo entre o novo e o velho,
urbanismo. Com sede em Santa Mônica, na ,
em que ambos existem em uma relação
Califórnia, a empresa empr esa foi fundada em 1991 1991 por
mutuamente simbiôntica. simbiôntica.
Gwynne Pugh e Lawrence Scarpa.
Sua busca é no sentido de criar ambientes que sejam calmantes, mas que sejam um
Conceitos fundamentais 0 trabalho da Pugh Pugh + Scarpa Scarpa está sempre fundamentado no contexto físico e cultural, e ela considera a individualidade e originalidade de um imóvel um aspecto primordial, que serve de ponto de partida para o projeto. A análise do preexistente consiste da análise e exploração das qualidades e características de um interior, incluindo a análise da forma e da estrutura, história, geografia, geologia e das funções prévias prévias - fatores que podem ser
visitante consiga se recompor e entrar no
combinados para criar uma tela sobre a qual é
escritório da melhot-forma possível. Ele pode
possível criar outras camadas de intervenção
se apropriar da arquitetura e começar a ocupar
de design. Ela respeita profundamente o
o espaço enquanto pensa'.'
imóvel original e faz todo o possível para
estímulo à concentração dos seus usuários nas próprias tarefas, eles "buscam ter certeza de que os interiores não sejam opressivos e sem luz natural" Para que isso seja possível, normalmente criam grandes eixos de visão dentro dos imóveis e através de seus limites, e também dão muita importância para o modo como as pessoas entram nos interiores: "Sempre que possível, concebemos nossas entradas como longas caminhadas para que o
A Pugh Pugh + Sc Scarp arpa a normalmente normalm ente inicia inicia um
manter sua integridade. A empresa trabalha
projeto expondo as características
com o impacto do contraste, da distinção
fundamentais de um imóvel, então começa a
entre o novo e o antigo, com a disparidade que
povoar seu interior com estruturas autônomas.
pode ser criada entre uma concha exterior
"Nosso trabalho é no sentido de criar objetos
velha e desgastada e os novos e brilhantes
dentro do espaço maior, distribuídos para que
elementos que possam ser inseridos.
seja possível entendera estrutura principal
Os arquitetos Pugh + Scarpa descrevem
- eles voltam as atenções para para o espaço espaço tanto
isso como "um respeito pela estrutura e pelo
quanto chamam atenção para si próprios." Isso
esqueleto dos nossos espaços interiores, com
cria interiores extremamente únicos, distintos
nossas estruturas e formas construídas de
e com características próprias.
168 Portfólios
Principal rincipal projeto proj eto Escritórios da Xap Corporation, Culver City, EUA A Xap Corporati Corp oration on é um cen tro de gestão gestã o de recursos on-line para on-line para alunos universitários. universitários. 0 imóvel é um enorme espaço de 6.700 metros quadrados situado no edifício Backslash, projetado por Owen Moss. Quaisquer alterações deveríam ser aprovadas por Moss e, como a Xap aluga o espaço, quaisquer ampliações, incluindo sistemas mecânicos, não poderíam alterar ou sequer encostar no imóvel. A Pugh + Scarpa propôs propô s que o novo interior deveria ser construído como uma série de estruturas autônomas que acentuariam as qualidades do imóvel preexistente. O foco digital do cliente orientou a organização do espaço: os designers criaram uma "supervia" de 50 metros para a circulação, à qual recepção, salas, escritórios e áreas de convivência estão conectados. Essa supervia convida os usuários a atravessarem o espaço antes de ter que fazer contato com outros trabalhadores ou usuários do espaço.
À e sq uer da: da : Esc ri tór io s da XAP, Culver City, EUA A planta da sa la de reunião mostra os detalhes do processo extremamente complexo de projeto e a fabricação desse objeto escultural. Note a grande quantidade de cortes necessários para a construção dessa forma de grande complexidade.
No topo da página, e acima: acima: Escritórios da XAP, Culver City, EUA As sa las d e r euniões são isoladas isoladas e concebidas como formas orgânicas dentro da rigidez ortogonal do local.
Pugh + Scarpa Architects 169
Objetos livres e outras estruturas ocupam o interior e permitem total acesso visual às janelas janelas no clerestório, que são a característi característica ca mais própria do prédio, e isso permite que muita luz natural seja admitida no local. Duas estruturas elípticas esculturais em aço dominam o espaço: uma é a sala do conselho diretor e a outra é uma sala de reuniões. Esses ambientes com formato escultural são estruturados com barras de aço aparentes do lado externo. Uma surpresa aparece ao entrar na estrutura, que possui suas paredes completamente acabadas com gesso lixado na parte interior. Também há outros objetos e estruturas executados sob medida, como a recepção feita em concreto armado e uma
'« M
Ac im a: Esc ri tór io s da XAP, Culver City, EUA O interior da sala de reuniões recebeu acabamento de gesso lixado nas paredes. As paredes curvas fazem com que os olhares sejam direcionados à mesa de reuniões, reuniões, no centro d o espaço.
No topo: Escritórios da XAP, XAP, Culver City, EUA A c amada ext erna do revestimento foi omitida para revelar a estrutura de a ço e o material isolante.
170 Portfólios
À e sq uer da: da : Esc ri tóri tó ri os da XAP, Culver City, EUA A c ircu laçã o de ar em um ambiente tão grande, com uma população tão expressiva e com tantos equipamentos eletrônicos, é uma preocupação fundamental. Em vez de ficarem escondidas, as saídas do sistema de ar-condicionado são celebradas como parte da decoração.
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Aci ma: Jig saw, Los An gel es, EUA
Ac ima à d ir eita : J igs aw, Lo s An ge les , EUA
A parede translúcida translúcida das enigmáticas e esculturais esculturais ilhas de edição mostram se o local está livre ou ocupado.
As duas ilhas de edição autônomas parecem estar flufcwando sobre um espelho d’água no barracão com aspecto cavernoso. cavernoso.
seleção de móveis contemporâneos que faz o acabamento do espaço. Embora haja muitos programas dentro do hall, há uma sensação de espaço livre no local. Projetos importantes
Sede da Jigsaw, Los Angeles, USA Uma área industrial de 1.700 metros quadrados passou por retrofit para ser transformada na sede da Jigsaw, uma empresa de edição de vídeos de Los Angeles, Califórnia. Ilhas de edição normalmente são escuras, isoladas, onde luz natural e outros fatores ambientais que podem comprometer o trabalho normalmente são excluídos. Entretanto, isso pode ter um efeito negativo sobre os trabalhadores, e a Pugh + Scarpa conseguiu contornar esses problemas criando duas ilhas de edição que são esculturas soltas, posicionadas sobre um espelho d'água, de forma que parecem flutuar. Ambas são construídas de modo semelhante, com estrutura de aço recoberta de placas de chumbo, mas uma tem uma parede com bolinhas de pingue-pongue em um sanduíche
Aci ma: Jig saw, Los An gel es, EUA
Luzes secundárias entram em uma das caixas pela tela
translúcida, e na outra através das centenas de bolinhas de pingue-pongue.
de vidro, e a outra tem uma parede com bolinhas de vidro. É uma solução pouco usual pensada para combater o reflexo na tela e para pixelar a vista para fora do local. As áreas de convivência são plantas livres e fluídas, que chamam todos para a interação e o relaxamento. Pugh + Scarpa Architects 171 171
Click 3X LA, Santa Mônica, EUA
A Click Click 3X 3X LA é um estúdio es túdio de animação animação e efeitos digitais localizado em uma área industrial. industrial. 0 projeto envolvia envolvia expandir expandir imensamente um imóvel que abrigava uma fábrica de aquecedores de água, e o programa era muito intenso e tecnologicamente rico, incluindo salas Inferno, usadas para criar efeitos visuais e animações por computador para comerciais, programas de TV e filmes para cinema. Os designers mantiveram a continuidade espacial e a sensação de imensidão do espaço, além do caráter industrial do prédio, e inseriram várias salas esculturais para atender às necessidades dos usuários. Elas foram posicionadas de forma a criar corredores visuais sem interferências que se estendem ao longo da totalidade do espaço. A identidade industrial do imóvel, aliada à natureza expressiva das novas estruturas, cria interiores dinâmicos e dramáticos.
Ac im a à di rei ta: Clic k 3 X LA, Santa Mônica, EUA Os espaço s públicos entre as estruturas autônomas é expressado pela luz natural que flui para dentro da construção por meio das clarabóias.
À d ireit ir eita: a: Clic k 3X LA, San ta Mônica, EUA As ilhas de ediç ão e as salas de reunião têm formas divertidas para trazer animação para o interior. interior.
À e sq uer da: da : Cl ick ic k 3X LA, Santa Mônica, EUA As ilhas d e edi ção são objetos esculturais e dinâmicos soltos dentro dó espaço.
172 Portfólios
Acim Ac im a: Cli ck 3X LA, San ta Mônica, EUA Os o bjetos enigmáticos são claramente visíveis através da fachada transparente.
À d ir eit a: Cli ck 3X LA, Sant a Mônica, EUA A natureza excên trica e dinâmica das novas estruturas expressa o etos da empresa.
Pugh + Scarpa Architects Architects 173 173
M ultiplicit ultiplicit y A empr esa
A Multiplicity é uma empresa fundada pela designer de interiores Sioux Clark e pelo arquitetoTim 0'Sullivan: e tem sede em Brunswick, um subúrbio de Melbourne, na Austrália. O nome da empresa foi escolhido para transmitir a multiplicidade de profissões e disciplinas envolvidas no espaço construído, e é o resultado de idéias e muito trabalho de vários profissionais do design para atingir um projeto de design que tenha êxito.
174 Portfólios
Conceitos Conceitos fu ndamentais
O trabalho desse escritório é caracterizado pela cuidadosa reutilização dos espaços preexistentes e a sua dedicada atenção para os detalhes. Eles são quase obcecados pelo entendimento dos imóveis com os quais trabalham. Por exemplo, quando estavam trabalhando na igreja Glenlyon, sua obsessão era desenhar e pesquisar o imóvel com um gigantesco grau de detalhe. "É um tipo de loucura, mas o nosso escritório dedica muito tempo apenas medindo e sentindo o espaço"
0 trabalho da da Multiplicit Multi plicity y é basicamente
interior com o interior antigo e rústico. Por
doméstico em termos de escala,
meio da disposição cuidadosa de elementos e
frequentemente envolve a reutilização de
objetos selecionados, eles podem atingir um
prédios incomuns, como armazéns ou antigas
equilíbrio entre o novo e o antigo, entre suave
igrejas. Esse tipo de construção em geral
e duro, entre o colorido e tedioso.
oferece grandes plantas livres, que precisam de um planejamento muito cuidadoso e uma
Principal projeto
atenção aos detalhes para não esconder as
Igreja Glenlyon, Victoria, Austrália Um imóvel tombado apenas pode ser alterado de uma forma muito restrita, e o arquiteto ou designer pode enfrentar esse desafio com uma escolha cuidadosa de elementos novos, com aparência de transitórios, para que sejam utilizados no local sem tocar ou alterar o
qualidades do edifício que receberá a intervenção. A Multiplicity também valoriza o aspecto de "achado" dos prédios antigos, e busca criar contrastes entre o novo e elegante
imóvel, mas de forma a dialogar com ele. Essa abordagem foi escolhida pela Multiplicity quando executaram um retrofit na igreja Glenlyon para que fosse transformada em uma residência unifamiliar. Os designers partiram do estudo detalhado da igreja, o que incluiu vários levantamentos, como medição, pesquisa e até mesmo o desenho de cada pedra do fechamento externo do imóvel. Dentro do enorme salão da igreja, a Multiplicity instalou uma grande estrutura arquitetônica aberta de aço, acrílico verde, vidro e madeira. A intervenção cheia de energia é uma resposta à forma e ao ritmo do imóvel de forma contrastante e distinta, embora a natureza ortogonal do novo elemento seja tão robusta quanto a
Igreja Glenlyon, Victoria, Austrália O interior da pequena igreja oferece um acolhimento aconchegante no meio da natureza.
Multiplicity 175
construção. A nova estrutura tem dois pavimentos e abriga os dormitórios, banheiros e outras funções de forma ordenada e controlada, deixando as atividades sociais localizadas na sala de estar e jantar para o caos do piso da velha igreja. O interior é dividido por essa estrutura verde vivo, e na área de menor tamanho junto à porta de entrada fica a área de estar, e do outro lado da estrutura ficam a área de jantar e a cozinha. Os dormitórios, banheiros, escritório, armários e outros serviços ficam todos abrigados na elaborada estrutura tridimensional. O escritório fica no pavimento superior e está em balanço sobre a área de
176 Portfólios
À es qu erd a: Igr eja Glenly on, Victoria, Austrália
Abai xo: Igr eja Glenl yon , Victoria, Austrália
A nova estrutu ra com dois pavimentos fica isolada e abriga os dormitórios e os banheiros.
O espaço na área de estar é cuidadosamente controlado para criar uma sensação de intimidade.
jantar e a cozinha, cozinha, como co mo um púlpito contemporâneo. O imóvel não perdeu sua identidade eclesiástica: seu exterior tem um estilo claramente neogótico que permaneceu intocado, alguns dos vitrais foram mantidos e as paredes interiores foram descascadas e pintadas de branco para destacar o madeiramento do telhado. Os novos elementos não tocam o imóvel, embora sejam derivados da sua escala e proporção em uma justaposição do novo com o antigo. "Nós buscamos criar texturas e relevos, algo que evocasse o passado de forma abstrata',' explica Sioux Clark.
Abai xo: Igr eja Glenl yon , Victoria, Austrália
À d irei ta: Igr eja Glenl yon , Victoria, Austrália
A área de jantar tem uma conexão direta com a área externa por meio das novas portas envidraçadas. envidraçadas.
A co zinha fica no amplo espaço com pé-direito altíssimo atrás da estrutura dos dormitórios.
Multiplicity 177
Projetos importantes Armazém Richmond, Richmond, Melbourne, Austrália Au strália
luz penetrasse de um espaço para o outro, ao
0 escritório ficou conhecido pelos projetos de
mesmo tempo que garantiu certo grau de
retrofit que executou em armazéns para que
privacidade, transformando a jornada ao longo
fossem transformados em residências, e este
dos ambientes em um passeio de luz e
projeto é apenas um exemplo de uma série de
sombra. Todos os ambientes foram projetados
obras executadas. Os designers sempre
para serem calmos, utilizando uma seleção
começam pela análise do imóvel, sua natureza,
limitada de materiais e cores. Entretanto, nos
forma, estrutura, de modo que o próprio
limites da circulação translúcida, onde ela
imóvel oriente a possível solução, em vez de
encontra as áreas de estar, é ricamente
uma solução colocada à força. Essa residência
decorada e apresenta uma recepção calorosa
foi concebida como uma série de ambientes
para a casa.
conectados por uma circulação translúcida, isso permitiu que uma quantidade limitada de
À esq uer da: da : A rm azém Richmond, Melbourne, Aust Au st rál ia Os painéis translúcidos confundem os limites entre o interior e o exterior.
Ab aix o: A rm azém Richmond, Melbour Melbour ne, Au strál st rál ia Os designers escolheram manter a identidade crua e rústica do imóvel todustrial. todustrial.
178 Portfólios
Ab aix o à e sq uer da: da : Ar ma zém Richm Ric hmon ond, d, Melbourne, Austrália A in tens idade de luz na área de circulação é controlada pelos painéis translúcidos.
Ab aix o à di reita: rei ta: Ar m azém Richmond, Melbourne, Au st ráli a Conexões verticais diretas são possíveis ao longo do imóvel com pisos gradeados.
À d irei ta: Ar m azém Richmond, Melbourne, Au st ráli a Esquemas retangulares no revestimento expressam a identidade ortogonal do imóvel.
À es qu erd a: Resi dên cia ci a de Laetitia e Sebastian, Melbourne, Austrália O revestimento do piso em pedra bruta cria uma interessante ambiguidade dentro-fora.
À di rei ta, e à direi di rei ta no centro: Residência de Laetitia e Sebastian, Melbourne, Austrália O uso de pastilhas cerâmicas amarelas traz luz para as áreas escuras e úmidas. úmidas.
Abai xo, xo , e abaix ab aix o à d ir eita: Residência de Laetitia e Sebastian, Melbourne, Aus trália tr ália As pare des envidraç adas permitem que as áreas de convivência sejam estendidas até o jardim.
À esquerda, e abaixo: Residência de Laetitia e Sebastian, Melbourne, Austrália Note o longo corred or que cria uma conexão direta entre a porta da frente e o jardim.
Residência de Laetitia e Sebastian, Melbourne, Austrália
Esse é um projeto de retrofit de uma leiteria do início do século XX que foi transformada em residência unifamiliar. 0 primeiro retrofit aconteceu nos anos 1970 com pouca intervenção e inspiração modernista. A Multiplicity foi contratada para reconfigurar o layout da casa e criar espaços que fossem mais funcionais e confortáveis. Em virtude de um orçamento limitado, o projeto contemplava basicamente lidar com o que já existia e reformar a estrutura existente. Primeiro, os designers criaram uma relação direta entre a área de jantar e o jardim, removendo a parede do fundo do ambiente. Isso trouxe ambiguidade ao interior: o jardim está dentro ou fora da casa? As enormes superfícies feitas sob medida dentro da casa também contribuem para a sensação de movimento dentro do espaço, parecendo deslizar de um ambiente para o outro, o que acentua o comprimento dos interiores e permite que os espaços sejam utilizados com flexibilidade.
À direita: R esidência de Laetitia e Sebastian, Melbourne, Austrália O rascunho da cozinha foi transferido diretamente para o ambiente.
Multiplicity 181
M erk x + Giro Girod d A empres emp resa a Em 1990, a arquiteta de interiores Evelyne Merkx iniciou uma sociedade com o arquiteto Patrice Girod e, juntos, trabalharam informalmente em uma série de pequenos projetos e interiores. A Merkx + Girod surgiu oficialmente em 1996, com o projeto para a sede do banco ABN-Amro, em Amsterdã, na Holanda. Seu trabalho é predominantemente com interiores e reformas, mas se expande, já que conta com o trabalho de diversos profissionais em seu escritório, como arquitetos, designers, engenheiros e projetistas. A Merkx + Girod emprega mais de 30 pessoas atualmente e está localizada no centro de Amsterdã.
Conceitos fundamentais O trabalho da dupla é caracterizado pelas intervenções espaciais fortes que são muito bem detalhadas e extremamente bem acabadas. Eles conseguem utilizar uma sensibilidade cuidadosa em seus projetos, respeitando as particularidades do imóvel em
Principal Principal proj eto Livraria Seiexyz Seiexyz Dominicanen, Maastricht, Holanda
todas as escalas e tipos de construção. Seu
A Seiexyz Seiexyz Dominicanen foi criada criada a partir da
trabalho é mediado por uma filosofia
fusão de três das maiores livrarias de
capitaneada pelo design de interiores, o que
Maastricht, e tem como sede uma igreja
significa que espaço, luz, cor e clima são
dominicana do século XIII de tirar o fôlego.
considerações fundamentais. Seus projetos
O imóvel tem uma história interessante: os
apresentam uma consideração cuidadosa da
dominicanos foram expulsos por Napoleão, em
identidade dos ocupantes do imóvel que os
1794, e depois de um pequeno período como
interiores irão refletir. A empresa tem seus
igreja da paróquia o prédio ficou abandonado
próprios laboratórios de materiais e modelos,
por muito anos, sendo utilizado como depósito
onde desenvolvem pesquisas sobre
de bicicletas até 2007. O retrofit que o
materialidade, revestimentos e efeitos da luz e
transformou em uma livraria permitiu que a
materiais sobre os espaços. Isso permite que
Merkx + Girod criasse um espaço com
os designers criem respostas inovadoras e
diversos níveis de sentido: o tecido riquíssimo
incomuns, e ganhem tempo e energia no
e em estado de quase ruína faz com ele seja
desenvolvimento de novas soluções.
um cenário absolutamente incomum para uma
182 Portfólios
livraria e um café. A estratégia era ditada por um complicado cálculo matemático do projeto: para o funcionamento da loja eram necessários 1.200 metros quadrados de área de exposição de produtos dentro da igreja que possuía apenas 750 metros quadrados. Os clientes desejavam originalmente instalar um mezanino ao longo do interior da igreja, para aumentar a área útil. A equipe da Merkx + Girod resistiu à ideia e insistiu que o suntuoso pé-direito e o estilo arquitetônico deveriam ser mantidos, qualquer que fosse a intervenção feita no espaço. Então a estratégia era construir para cima, e a solução encontrada foi uma galeria de prateleiras de livros com vários pavimentos de aço preto posicionada ortogonalmente dentro da nave principal da igreja. Os livros mais populares são colocados no nível térreo, livros acadêmicos e esotéricos são colocados nos pavimentos superiores, o que garante um passeio para aqueles que buscam livros mais raros. A subida na escadaria permite que os visitantes se movimentem entre as prateleiras de livros, uma sequência de compressões e expansões por dentro da estrutura até o espaço aberto com vista para a igreja. Ao chegar lá em cima, o visitante se depara com as dimensões colossais da igreja e fica cara a cara com as pinturas de 1619 feitas por Jan Vessens representando os santos e pecadores da Bíblia.
Ac im a à di rei ta: Liv raria Selexyz Dominicanen, Maastricht, Maastricht, Holand a Ass ento s co m um perfil baixo acentuam os arcos estriados do abside.
À d ir eit a: Li vrari a Se lexy le xy z Dominicanen, Maastricht, Maastricht, Holanda O último pavimento das prateleiras de livros permite uma visão fascinante das magníficas pinturas do teto.
I
Merkx + Girod Girod 183
A prateleira prateleira é um gesto monumental monumen tal que que dialoga com a escala grandiosa da igreja, contribui para as suas grandes dimensões e cria vistas panorâmicas do local. Embora seja muito grande, a estrutura parece menor do que realmente é. Sua leve construção em perfis de aço e os guarda-corpos em chapas" perfuradas de aço fazem um contraponto à pesada massa da igreja.
À d ireit ir eit a: Li vrar ia Sel exyz ex yz Dominic anen, Maastricht, Maastricht, Holanda
Abai xo: xo : Livrar Li vrar ia Sel exyz ex yz Dominicanen, Maastricht, Maastricht, Holanda
A en orme e strutu ra com prateleiras de livros foi colocada fora do eixo central da nave da igreja, o que criou uma área área de estud os ao lado
A orga nizaçã o r igoro sa da estrutura reflete a linguagem clássica das colunas e dos arcos.
0 café foi instalado i nstalado no abside da da igreja, igreja, e
alguma, incluindo a instalação de luz no teto
em seu centro há uma grande mesa em
inclinado de concreto feita pelo artista Gunther
formato de um crucifixo, lembrando
Forg. A estratégia para o projeto foi instalar um
descaradamente aos usuários a função prévia
balcão de bar central, e área de mesas e
do imóvel.
cadeiras com espaço para leitura. Esse conjunto de elementos interiores teve
Projeto Projetos s impor tantes
acabamento em materiais robustos e foi
Kunsthalcafé, Roterdã, Holanda
colocado sobre um piso contínuo em vinil
No pavimento térreo do icônico museu
verde forte.
Kunsthal, em Roterdã, projetado por Rem Koolhaas, Merkx + Girod conceberam o novo Kunsthalcafé. A reforma do local considerou as estruturas e os revestimentos existentes no imóvel, que não podem ser alterados de forma
Ac im a à esq uer da: Kunsthalcafé, Roterdã, Holanda O novo café fica localizado exatamente atrás da fachada do prédio e ocupa um local muito incomum abaixo de um auditório inclinado.
Ac im a à di rei ta, ab aix o à direita e à esquerda: Kunsthalcafé, Roterdã, Holanda As l uzes neon s cir cula res refletem a organização do local.
Concertgebouw, Concertgebouw, Amsterdã, Holanda 0 arquiteto arqu iteto holandês Adolf Ado lf Leonard Van Van Gendt projetou e construiu essa imponente sala de concertos neoclássica em 1861. O prédio é famoso por suas excelentes qualidades acústicas e sua fabulosa ornamentação. Markx + Girod trabalharam nesse projeto por dez anos, restaurando o prédio parcialmente e trazendo a glória de seu resplendor original e também tam bém criando uma nova nova identidade
Acim Ac ima: a: Conc Co nc ert geb ou w, Am st erd ã, Ho lan da
À d ir eit a: Co nc ert g ebo uw , Am sterd st erd ã, Hol and a
A sa la de con cert os foi restaurada para ter a glória de seu resplendor original.
A de cora ção das áreas de circulação dentro do prédio neoclássico é sofisticada mas, ainda assim, apropriada.
186 Portfólios
coerent coe rente e em seu seu interior. 0 salão principal principal havia recebido diversas camadas de tinta em reformas anteriores pouco cuidadosas. Os designers reformaram o hall, recriaram os detalhes em folhas de ouro e usaram nada menos que 12 diferentes tons de branco para dar ao salão principal uma aparência gloriosa. Markx + Girod também trabalharam nas salas de recital e do coral e executaram uma reforma delicada no foyer.
Concertgebouw, Amsterdã, Holanda A d ecor açã o é muito apropriada e reflete o design de interiores neoclássico da Holanda do final do século XIX.
Merkx + Girod 187
"í
1
Universal Design Studio A empres emp resa a
c: 'lí,
i1 I:
A Universal Design Studio (UDS) é uma empresa que trabalha principalmente com varejo e interiores com branding. É um lugar que tem particularidades, pois suas origens remontam ao escritório de desenho de móveis de Jay Osgerby e Edward Barber. Eles notaram que seu envolvimento com o design de interiores aumentava e, consequentemente, o envolvimento com a arquitetura. Hoje, o escritório emprega 20 profissionais, entre arquitetos e designers de interiores, e tem filiais em Londres e Melbourne. A empresa tem uma longa lista de clientes no mundo todo, para os quais executam outlets de moda, museus e espaços de trabalho.
Conceitos fundamentais
I
As origens da UDS no desenho de móveis e objetos influenciou grande parte de seus projetos de maior escala. Todos eles recebem uma grande atenção no detalhamento dos interiores e na criação de uma linguagem de design adequada por meio da escolha dos móveis e materiais. O início das atividades no campo do desenho de móveis resulta em um grande interesse nos pequenos detalhes. Eles têm absoluta ciência de como os objetos são combinados e se preocupam com a escolha de materiais e como as junções e emendas são feitas, por exemplo. A textura e os acabamentos também são importantes, e a empresa ganhou reputação pela grande beleza dos acabamentos das superfícies nos interiores que projeta. À d ir eit a, e aci ma à d ir eit a: Loja Stelia McCartney, Nova York, EUA A divisória, const construída ruída com
188 Portfólios
finas tiras tiras de tec ido, separa a circulação das áreas dos displays.
Principal Principal pr ojeto Loja e sede Stella McCartney, Nova York, EUA EUA A UDS foi contratada para para executar a ftagship
que circula o perímet perí metro ro do ambiente. Essa Essa cena pastoral cria um forte contraste com os móveis e acabamentos extremamente elegantes e urbanos. Vestidos caros e
store store (loja principal) de Stella McCartney na
sofisticados são expostos em manequins que
região do Meatpacking District, em Nova York.
ficam sobre uma plataforma de vidro fumê, os
O armazém que passou por retrofit foi a
elementos estruturais são revestidos com
primeira loja a ser aberta e definiu o estilo da
placas cromadas, e guarda-corpos de aço
marca a ser seguido na rede de lojas no
finamente polido orientam os visitantes
mundo todo. 0 briefing era era conceber um
através da loja e ajudam na transição entre os
ambiente descontraído, que fosse um refúgio
pavimentos dela. Tudo isso fica sobre um piso
da cidade extremamente movimentada do lado
de pedras brancas em um local com uma
de fora. Os designers decidiram trazer
atmosfera com charme do campo que recebeu
características orgânicas para os ambientes,
um toque sofisticado e urbano.
por exemplo, os pavimentos e fechamentos dos pisos são todos interligados de forma contínua e conectados a painéis que lembram plantas plantas - o interior é como um grande terreno a ser explorado pelo cliente. A BarberOsgerby BarberOsgerby criou um revestimento revestimen to modular vítreo para a loja com pétalas e hexágonos, e que contribui para o tema das formas e flores. Os módulos foram aplicados em uma longa e sinuosa parede da entrada,
Ab aix o à e sq ue rd a: Loja Stella McCartney, Nova York, EUA Os módulos vítreos hexagonais são inspirados no motivo floral da loja.
Ab aixo : Loj a Ste lla McCartney, Nova York, EUA Os manequins parecem flutuar sobre uma faixa faixa envidraçada semelhante a um espelho d’água que separa o interior da loja do exterior. exterior.
Universal Design Studio 189
Projetos Projetos impo rtantes Canteen, Londres, Reino Unido 0 projeto do restaurante Canteen foi inspirado no otimismo do design de meados do século XX e na falta de sofisticação dos prédios públicos, como escolas, bibliotecas e prefeituras. A UDS escolheu essa abordagem com uma coleção de móveis em madeira com um lindo acabamento. A organização do espaço é muito simples: os móveis do salão são organizados em filas, e a cozinha e o bar ficam ocultos atrás de uma parede. Uma parede de vidro recobre toda a fachada do restaurante para garantir que o espaço receba luz natural de forma a trazer qualidades de honestidade e transparência para o estabelecimento. Os móveis foram executados com uma perfeição meticulosa, e eles informam a identidade do ambiente: ênfase na simplicidade, nos materiais puros (carvalho, mármore, linóleo, cortiça, tweed}, tweed}, que garantem uma longa vida útil ao projeto e refletem a qualidade da comida ali comercializada.
190 Portfólios
Abai xo: Res tau ra nt e Canteen, Londres, Reino Unido A vis ta a partir de fo ra lem bra uma pintura de Edward Hopper.
Ac ima : Rest aur ant e Canteen, Londres, Reino Unido Mesa com sofás. sofás. Os materiais são propositalmente simples.
Restaurante Restaurante Canteen, Canteen, Londres, Reino Unido O ritmo das mesas com bancos é repetido no ritmo dos elementos do forro.
Universal Design Studio 191
Eliden, Lotte Department Depa rtment Store, Seul, Seul, Coréia do Sul No quinto piso da Lotte Department Store de Seul, a UDS criou um corner (nicho de mercado) para para o fabricante fabri cante de roupas roupas femininas Eliden. O espaço foi organizado com vários painéis em vidro jateado. Os padrões dos desenhos sobre os vidros foram inspirados em um tecido tradicional coreano e lembram bambus entrelaçados displicentemente. Quando a iluminação que vem de cima e de baixo é acionada, eles são um cenário brilhante para os produtos em exposição, e a parede do fundo do corner é feita com painéis texturizados brancos. Eles têm um motivo floral abstrato, que dá uma impressão de movimento contínuo quando vistos por meio das telas translúcidas.
192 Portfólios
À e sq uer da: Elid en, Lot te Department Store, Seul, Seul, Coréia Placas de vidro jateado medeiam as vistas do interior. interior.
Ab aix o à es qu erd a: Elid en, Lotte Department Store, Seul, Coréia O acabamento do piso serve para orientar os displays no interior da loja.
À d irei ta: Elid en, Lott e Department Store, Seul, Seul, Coréia O revestimento branco texturizado na parede do fundo da loja reflete a natureza dos produtos à venda.
Ab aix o à d ir eita: eit a: Eliden , Lotte Department Store, Seul, Coréia Embora pareça caótico, o interior da loja é organizado de forma sistemática.
Agence Agence Andrée Putman A empres emp resa a
Conceitos fundamentais
A vida de Andrée Putman está intimamente ligada ao seu trabalho, e conhecer sua vida significa conhecer seu trabalho. Ela é uma designer autodidata que tem em seu trabalho uma série de influências que vão da música contemporânea até a dança, arte, arquitetura e literatura. Ela nasceu em 1925, na França, em uma família abastada, e estudou música até receber o maior prêmio do Prix d'Harmonie do Conservatório de Paris. QuandQ entendeu que não se tornaria uma virtuose, abandonou o conservatório e começou a escrever e agenciar artistas, criando obras sobre a cena boêmia parisiense dos anos 1960 e comprando e vendendo obras dos artistas que ela admirava. Criou então a consultoria de estilo Mafia e, em 1979, fundou o Écart, um estúdio que inicialmente trabalhava com achados dos mercados de pulgas de Paris e, mais tarde, cresceu e começou a criar reedições de móveis clássicos de designers como Robert Mallet-Stevens e Eileen Gray. O próximo passo seria, naturalmente, que Putman projetasse os seus interiores quando ela começou a ser contratada para executar interiores de lojas, hotéis e vários outros tipos de ambientes no mundo todo. Putman continua desenhando e criando ambientes sob medida.
A obra de Putman é conhecida por seu caráter clássico e refinado, a natu natureza reza transitória transitó ria e . temporal da maioria dos interiores é preterida e seus projetos são concebidos para durar. Cada interior é visto como um discurso enigmático que dará ao ambiente uma identidade única, e a formação da designer de interiores em música e suas experiências com jornalismo, consultoria de design e estilo orientam seu senso de harmonia, equilíbrio e a combinação de objetos e elementos em um ambiente. Seus projetos podem ser interpretados como textos sobre a opulência e sobre o uso de materiais sofisticados. Seu trabalho é atemporal: "Meus interiores são simples, mas não impessoais; serenos, mas não frios; tentadores, mas não opulentos; charmosos, mas não nostálgicos; refinados, mas não restritivos. Basicamente, sempre tento conciliar materiais caros e baratos. É uma ideia antigueto e não conformista sóbre a organização do espaço, luz e a elegância dos detalhes. Algumas pessoas ficam constantemente procurando as últimas tendências, mas esse não é o meu objetivo. Eu uso meus sentimentos e minha consciência para acessar uma grande loja cheia de estilos e conceitos'.'
À es qu erd a: Mor gan s Hot el, Nova York, EUA As paredes, o teto e o piso do lobby transformam transformam o motivo xadrez em uma série de padrões geométricos. O interior monocromático é animado pela iluminação colorida e cheia de vida vida..
194 Portfólios
Ac im a e abaix ab aix o à d ir eit a: Morgans Hotel, Nova York, EUA Os azul azulejos ejos monocromáticos com padrão xadrez utilizados nos revestimentos revestimentos dos banheiros banhei ros também são traduzidos na padronagem dos edredons das camas camas..
Projeto principal Morgans Hotel, Nova York, EUA Em 1984, Andrée Putman projetou o Morgans Hotel, em Nova York, um dos primeiros hotéis-butique do mundo, e o reinterpretou em 2008 por meio de uma atualização das suas qualidades clássicas e atemporais. Os interiores monocromáticos do local são uma tradução do banheiro icônico do projeto original. O espaço que tem maior destaque no hotel é o lobby, e o efeito óptico preto e branco do do piso em arenito - que foi inspirado inspirado pelos clássicos banheiros banheiros - dita a estética do local. Essa padronagem é utilizada em todo o lugar, desde a sinalização até os edredons nas camas.
Ag enc e A nd rée Putm an 195
0 novo projeto também inclui uma instalação artística interativa feita pelo grupo francêsTrafik, e ela é livremente inspirada na obra de M. C. Escher, autor das famosas paisagens com ilusões de ótica. Essa obra foi executada com LEDs instalados no teto do lobby, a luz é filtrada por meio de uma chapa de Barisol branco, um tipo de plástico flexível. A instalação instalação projeta diversas imagens e padrões que os hóspedes do hotel podem escolher e gravar as suas favoritas., i
A es qu erd a, e abai xo a esquerda e à direita: Morgans Hotel, Nova York, EUA O projeto dos interiores do hotel é um tratado sob re a opulência e a suntuosidade.
Ac ima: Mor gans Hote l, Nova York, EUA A ilumina ção d o lobb y foi projetada para atender os humores e às necessidades dos hóspedes do hotel.
Projeto Projetos s impor tantes Le Spa Guerlain, Paris, França Os designers precisavam criar um interior completamente novo em um prédio histórico,
*
mas sem danificar suas qualidades ou sua atmosfera, A abordagem que eles escolheram foi instalar vários elementos no ambiente, que servem de centro das atenções sem danificar a estrutura do imóvel. Provavelmente, o elemento mais impressionante é a enorme
__ __
luminária que foi pendurada no teto e conecta os três pavimentos no local. Ela é feita de liga de metal e foi propositalmente projetada no formato de um vidro de perfume. Ela remete
Ab aix o à es qu erd a e à direita: Le Spa Guerlain, Paris, França Muitos modos inovadores de de exposição de prod utos foram adotados nesse local. local. O espaço principal é dominado po r uma enorme luminária construída de liga de metal e iluminada de forma a transformar o material material extremamente simples em um acabamento sensual e exótico.
Ac ima : Le Sp a Guer lai n, Paris, França As área s de tra tame nto são dominadas por um motivo circular, que é utilizado no design e layout dos móveis e dos enormes espelhos.
Ag enc e A nd rée Put man 197
aos produtos à venda ao redor, que ficam distribuídos em um display circular. 0 motivo circular é utilizado o tempo todo no spa como forma de unificar os interiores; decoração, acessórios, cadeiras, sofás e poltronas, tudo segue o mesmo motivo, até mesmo as aberturas que foram feitas entre os pavimentos para unir os diferentes níveis são circulares.
lii lii J ’ "i
198 Portfólios
Le Spa Guerlain , Paris, França
Novamente, Novamente, o motivo circular é utilizado para criar unidade entre os ambientes.
Butique e spa Anne Fontaine, Paris, França A designer de moda Anne Fontaine Fontaine é
Blue Spa, Spa, Hotel Bayerischer HofSpa, HofS pa, Munique, Alemanha
conhecida por suas camisas femininas cheias
O projeto de Putman para esse complexo
de babados, e a cada estação ela produz
hotel/spa foi feito com sua atenção
centenas dessas peças clássicas. Ela possui
característica para os materiais e detalhes.
mais de 70 lojas no mundo todo e, em 2007,
O espaço tem uma dignidade calmante aliada
contratou Andrée Putman para desenvolver
a uma consistência ergonômica. A referência
sua nova flagship store na store na elegante rua
estética é quase náutica, a água domina o
Saint-Honoré, em Paris. A nova loja teria suas
projeto, mas a linguagem dos interiores parece
camisas clássicas e também entraria no
ter saído de um transatlântico com detalhes
segmento de beleza e dos spas. O espaço foi
em bétula conectados a molduras tubulares de
executado em três pavimentos, e Putman e
aço. Espreguiçadeiras clean em madeira e
Fontaine decidiram que a água seria o
detalhes minimalistas dão ao spa um clima
elemento de unificação dos interiores. Uma
muito leve. O imóvel tem uma piscina em sua
parede foi revestida com pedra azul Hainaut e
cobertura sob um teto retrátil, que pode ser
serve de cenário para uma queda d'água entre
aberto em segundos. O espaço é perfeito para
a loja e o spa. A área de varejo fica no térreo e
receber mimos e cuidados.
no pavimento superior, e o spa fica no subsolo. No térreo ficam as camisas que deram fama a Fontaine, expostas dentro de elegantes caixas de vidro. Uma escadaria revestida em pedra azul leva os clientes ao spa, onde podem se deliciar em camas suntuosas ou entrar nas enormes banheiras de hidromassagem de granito. Os espaços que foram criados são controlados e elegantes, algo que Putman sempre busca em seu trabalho: "Eu sempre tento me relembrar de que um espaço pode ser calmo e pode trazer conforto mental. O contexto visual permite que [as pessoas] se sintam bem. Nós sempre esquecemos a enorme paz que emerge de um ambiente leve, delicado e humano, onde a preocupação com o conforto é a coisa mais importante. O que me estimula é criar um ambiente que seja calmante e que faça com que as pessoas se sintam bem, sem estar anestesiadas por um ambiente excessivamente aconchegante'.'
Ag enc e A ndr ée Putm an 199
D avid avid Archer Archit ects A empres emp resa a Com sede em Londres, a David Archer Architects Archite cts foi criada criada em 2002 por David David Archer
projeto, e novas tecnologias são utilizadas para produzir detalhes, marcenaria e ornamentação. A empresa é propositalm pro positalmente ente pequena pequena e
e Julie Humphries. Eles são especializados em
opera com uma grande rede de consultores
interiores sob medida altamente detalhados
especializados, como arquitetos dedicados à
em diversos segmentos, como residências,
preservação, designers de móveis e de
varejo, entretenimento e hotelaria. A Archer já
iluminação, de forma que a equipe de design
trabalhou com designers muito famosos,
possa se adaptar às necessidades de cada
como Philippe Starck, Jean Nouvel e Antonio
projeto.
Citterio, em diversos projetos de interiores Kong, e o hotel Delano, em Miami. Em 2008, a
Principal Principal pr ojeto Restaurante Aaya, Londres, Reino Unido
empresa recebeu o prêmio Interior Architect of
Esse restaurante tem capacidade para 150
theYear, promovido pela revista britânica
lugares e fica na Brewer Street, região central
Building Design.
de Londres. Seu interior foi projetado para ser
famosos, como o restaurante Felix, em Ho,ng
um contraste com a rua movimentada do lado
Conceitos fundamentais
de fora com um ambiente calmo e tranquilo
O design de interiores para entretenimento e
para apreciar comida japonesa de altíssima
varejo pode ser visto como uma área
qualidade. Os interiores foram concebidos para
superficial da disciplina, apenas motivada pelas
elevar e melhorar a apresentação e o consumo
questões de revestimento e pelo apelo visual,
da comida japonesa, em especial o sushi.
e em função do ganho financeiro. O trabalho
A narrativ narrativa a japonesa japonesa é altamente desenvolv desenvolvida: ida:
de David Archer é uma alternativa a isso, pois
ela começa com o conceito inicial que tem
seus interiores são projetados com esmero de
inspiração no design tradicional dos templos e
acordo com um conceito consistente que
nas nas referências imagéticas contemporâneas
orienta sua execução. Para ele, o
de neon e vidro deTóquio. Esses temas são
comprometimento com um trabalho artesanal
combinados e retrabalhados de forma a criar
minucioso é fundamental, bem como um
diferentes áreas de refeição, cada uma sendo
rigoroso cuidado com o detalhamento. Em
influenciada de diferentes formas por espaços,
seus projetos, é comum encontrar elementos
padronagens e materiais do Japão tradicional e
altamente refinados que trazem ao ambiente
contemporâneo.
um clima de luxo e sofisticação. Sua experiência com retrofit e reforma de
O restaurante fica no pavimento térreo e no subsolo do imóvel. No térreo fica o salão com
imóveis históricos e tombados permitiu que
a área das mesas ordenadas no centro do
ganhassem grande conhecimento no projeto
espaço e cercada por um bar que cobre todo o
de interiores contemporâneos que
perímetro do local. O fundo do bar é revestido
harmonizam com seus contextos históricos.
por uma parede de madeira detalhada para
Iluminação e móveis feitos sob medida criam
parecer água recebendo luz em sua superfície.
atmosferas únicas para a função de cada
Os tetos são revestidos com tatames
200 Portfólios
distribuídos dentro da estrutura de vigas.
de comprimento. Os peixes são apresentados
Cada uma delas recebeu painéis translúcidos
sob o vidro, como se cada pedaço fosse uma
de madeira como interpretação
joia. joia. O piso da parte de trás do balcão balcão tem um
contemporânea das portas de correr
nível mais baixo para que os clientes sentados
tradicionais japonesas. O subsolo tem como
no balcão possam admirar o processo que se
principal atração um sushi bar com 10 metros
desenvolve na frente deles.
Restaurante Aaya, Londres, Reino Unido A luz natural é filtrad a par a o interior através do vidro translúcido, o que cria um ambiente calmo e tranquilo.
0 detalhamento detalhame nto dos materiais materiais do do restaurante é elegante e cuidadoso, e os móveis sob medida foram desenhados por Edward Barber e Jay Osgerby com exclusividade para oAaya. São peças minuciosamente projetadas para o contexto e para cada tipo de refeição: no térreo, há mesas com cadeiras e o balcão com banquetas de carvalho, apoios laqueados cor-de-rosa e estofamento de couro cinza, e as mesas são feitas de carvalho com tampos em video branco. No subsolo, os assentos também são feitos de madeira, mas com estofamento de couro branco, e as banquetas do sushi bar receberam couro preto. Um motivo floral inspirado nas estampas tradicionais dos quimonos é utilizado como elemento decorativo, tendo sido redesenhado e bordado em seda para ser aplicado em luminárias e esculpido no carvalho para decorar os painéis nas paredes. A iluminação também foi delicadamente concebida com luzes quentes refletidas através de painéis de vidro fumê canelado, remetendo à paisagem noturna das ruas deTóquio.
202 Portfólios
À d ir eit a: Res tau rant ra nt e A aya, Londres, Reino Unido A circu lação entre os pavimentos é envelopada com vidro translúcido. Flashes de luz colorida são filtrados p or eles como forma de remeter à paisagem urbana movimentada de Tóquio.
Ab aix o: Res tau ran te Aaya, Aay a, Londres, Reino Unido Banquetas elegantes e exclusivas ficam alinhadas ao ao longo do balcão e reforçam a identidade linear do local. O comprimento do ambiente é pontilhado por enormes luminárias.
Abai A bai xo à esq uer da: Restaurante Aaya, Londres, Reino Unido Os m otivos florais de um quimono foram esculpidos nas portas de madeira que dão acesso às áreas reservadas.
À d ir eit a: Ink Bar, Bournemouth, Reino Unido A iluminaçã o foi cuidadosamente cuidadosamente con cebida no salão; uma série de luminárias pendentes iluminam as mesas e reforçam o volume do suntuoso espaço.
Ab aix o: Ink Bar, Bournemouth, Reino Unido O salão de jantar principal é orientado por uma sequência de cabines posicionadas posicionadas ortogonalmente no centro do ambiente. Esse layout é reforçado pelo longo bar com forma linear e uma sequência de luminárias pendentes.
Projeto Projetoss impo rtantes Ink Bar, Bournemouth, Reino Unido A inspiração inspiração para para o estilo e stilo e nome do Ink Bar Bar vem do imóvel onde ele está localizado: o Edifício Seal and Hardy, tombado em Bournemouth, no Reino Unido, antiga sede do jornal Bournemouth Echo. Echo. O bar ocupa a antiga recepção do jornal, e daí vem seu nome ("ink", em e m inglês, significa tinta, portanto, um trocadilho com jo com jorn rnal al))-,, o imóvel com estilo art déco foi a inspiração para o estilo do novo interi int erior or do bar. bar. 0 Ink Bar é uma uma atração por po r si si só e também funciona como local de chegada para os clientes que vão jantar na brasserie Print Room.
David Archer Architects 203
O layout do local é organizado de forma ortogonal, com o balcão de madeira tingida em um lado, e as mesas altas com bancos de outro. Elas são escuras mas o lado inferior é pintado de amarelo para acentuar a altura e reduzir o peso de tanta madeira escura. As paredes paredes são pintadas de branco branco e têm painéis de meia parede escuros, o que poderia ser opressivo, mas os espelhos art déco e outros detalhes equilibram o clima. As saídas e outras aberturas são pintadas com o mesmo amarelo da parte inferior das mesas, brincando com o local.
Ab aix o: Ink Bar,
Ab aix o no cen tro : Ink Bar,
Ab aix o à di rei ta: Ink Bar,
Aci ma: Ink Bar,
Bournemouth, Rfeino Unido
Bournemouth, Reino Unido
Bournemouth, Reino Unido
Bournemouth, Reino Unido
A i ntimid ade do pequ eno salão de jantar é dispensada pela enorme parede de espelhos que reflete o salão infinitas vezes.
O neon utilizado apenas nas janela s é uma opç ão de aplicação de cor que cria um discurso intenso e dramático.
A prese rvação de características originais, como o relógio art d éco, reforça as conexões entre o novo interior e o prédio original. original.
O diagrama mostra o layout organizado e eficiente das diversas atividades no interior.
Aci ma: Rest aur ant e Isarn, Londres, Reino Unido
Embora o ambiente seja longo e estreito, cada mesa ganha individualidade com iluminação e materialidade. materialidade.
Ac im a no centr o: Restau rant e Isarn, Londres, Reino Unido
A lin earidade do local é pontuada por gigantescas luminárias luminárias centrais e outras pequenas luminárias pendentes. Note os tecidos de vela de barco no teto da estufa.
Ac ima à d ir eita:
Abaix o: Rest aur ant e Isarn,
Restaurante Isarn, Londres,
Londres, Reino Unido
Reino Unido
O espaço longo e estreito é organizado ao longo da circulação central.
O b ar reforça a linearidade do local e fica no ponto mais estreito do ambiente.
Restaurante Isarn, Londres, Reino Unido
espaço livre central para circulação e unidade
Esse restaurante ocupa um imóvel incomum,
visual. Os salões interno e externo são
com apenas 4 metros de largura e 25 metros
interligados por uma estufa recoberta por
de comprimento, com uma área aberta no
tecidos de vela de barco, criando um efeito de
final. A David David Archer Architects Architec ts reforçou a
tenda. Essa solução permite que a transição
identidade linear do local criando longas
do interior para o exterior seja feita de forma
perspectivas que se estendem ao longo de
quase imperceptível, alongando ainda mais o
todo o ambiente. Para isso, utilizaram
restaurante. Essa é uma estratégia arriscada
elementos para reforçar essa sensação, como
- poderia poderia ser muito intimid ante para para o cliente
o balcão, o bufê, mesas e cadeiras, sempre
atravessar todo o local -, mas o clima é
colocados ao longo das paredes, deixando um
intimista e alegre.
David David Archer Architects
205
David David Colli ns St St udio A empres emp resa a
dos detalhes. O próprio David Collins já usou a
O David Collins Studio cresceu ao longo de
citação de Mies van der Rohe várias vezes:
seus 20 anos, começando em um pequeno
"Deus está nos detalhes'.' Portanto, o Studio
escritório de design de interiores especializado
explora a tecnologia do detalhamento intenso
em projetos de residências particulares, e
dos materiais e acabamentos. Os interiores
chegou aonde está atualmente: um estúdio
resultantes são extremamente sofisticados,
com mais de 50 funcionários e escritórios em
ambientes que são ricos, mas, ainda assim,
Londres, Nova York e Buenos Aires. Eles são
minimalistas, com materiais opulentos, porém
responsáveis por alguns dos mais importantes
sem decoração de mau gosto.
projetos de arquitetura de interiores e de
Os designers buscam inspiração nos estilos
design multidisciplinar, como grandes redes
arquitetônicos clássicos não como fontes de
internacionais de varejo, bares, restaurantes,
cópia, mas como algo a ser explorado e
hotéis, iates e spas. Sua abordagem para o
utilizado para inspirar o design de um interior.
design é ampla; arquitetura de interiores,
David Collins explica: "Um interior romântico
móveis, iluminação e design gráfico coexistem
ou barroco ou, até mesmo, um interior gótico
e interagem, produzindo uma visão ampla sem
pode servir de inspiração para mim, e se tornar
precedentes para cada projeto.
algo completamente contemporâneo'.'
Conceitos fundamentais O David Collins Studio é abertamente modernista, obcecado pelo controle de todo e qualquer detalhe do projeto. São seguidores apaixonados das expressões minimalistas de Ludwig Mies van der Rohe, Eileen Gray e, claro, Le Corbusier. Seu objetivo é criar interiores que sejam absolutamente exclusivos para cada cliente, e é esse entendimento das necessidades daqueles que irão utilizar o ambiente que cria o ponto de partida de todos os projetos, conforme explica o próprio David Collins: "Eu sei que isso é um clichê, que os designers de interiores sempre dizem começar pelo início do projeto, mas eu também geralmente começo pelo desenvolvimento da personalidade de um projeto, ou do imóvel, ou do local - e tudo tud o isso se combina para para lhe mostrar a forma de conseguir algo especial'.' Uma vez definida a orientação do projeto, então começa o design e o controle estrito
206 Portfólios
À d ir eit a: Res tau rant ra nt e Bo b Bob Ricard, Londres, Reino Unido O interior decorado e compartimentalizado remete a um Ame rica n din er (tipo (tipo tradicional de restaurante norte-americano que normalmente fica dentro de uma estrutura p ré-fabricada, similar a um vagão de trem). As c abin es esto fadas são organizadas por números aplicados no piso.
À d ir eit a no t o po da pág ina: in a: Restaurante Bob Bob Ricard, Londres, Reino Unido O monograma do estabelecimento estabelecimento foi feito com latão e aplicado no piso do terraço.
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Principal projeto Restaurante Bob Bob Ricard, Londres, Reino Unido
Esse restaurante é uma mistura de brasserie parisiense e diner nova-iorquino nova-iorquino na região r egião central de Londres. 0 design é uma uma
■p*'
à
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interpretação contemporânea de um interior art déco, seus materiais são ricos e opulentos, com espelhos e muito dourado exagerando o clima de suntuosidade. suntuosi dade. 0 David David Collins Studio Studio utilizou sua preocupação habitual com o controle sobre todos os detalhes do projeto, inclusive detalhando os uniformes dos garçons.
David David Collins Studio 207
Restaurante Bob Bob Ricard, Londres, Reino Unido
O clima desse interior foi concebido por meio do uso intensivo de materiais ricos e opulentos. As áreas de refeições mais reservadas são protegidas por c ortinas de veludo. O salão principal é organizado rigorosamente em forma de cabines ortogonais, a refeição no local é sempre uma atividade teatral.
O salão tem um layout organizado de forma regular, criando cabines. Os assentos na área de banquetes, na parte mais aberta e com luz natural, são recobertos com couro azul com aplicações em latão. Isso cria uma atmosfera iluminada e alegre de formalidade agitada, onde os clientes são estimulados a interagir uns com os outros e aproveitar o clima animado do local. O salão vermelho também é organizado com mesas em cabines, mas tem um clima muito mais íntimo e é mais adequado para a natureza mais relaxada das longas noites de jantar. O espaço tem iluminação artificial e os bancos de couro vermelho são suntuosos e sofisticados. As paredes são revestidas em seda com detalhes em vermelho, e o teto é baixo, o que reforça a atmosfera íntima do local. Bob Bob Ricard é um local onde seria de se esperar que uma estrela do cinema dos anos 1950 fosse para bater papo e tomar café da manhã.
208 Portfólios
I
Projetos Projetos importantes Callas Café & Restaurant, Budapeste, Hungria
0 Callas Café & Restaurant recebeu seu nome em homenagem à diva da ópera Maria Callas - muito adequadamente adequadamente,, aliás, aliás, uma vez vez que ele fica no Andrassy Boulevard, em frente ao Teatro de Óperas do Estado, um imóvel extremamente opulento do século XIX. O interior do café é sem dúvida influenciado pela decadência oitocentista, aliada ao interesse do David Collins Studio por tudo que seja art déco. O salão principal é aberto e seu tratamento foi muito simples: o bar fica em um lado, e as cabines com bancos e as mesas com cadeiras ocupam o resto do espaço. As paredes e os pisos também foram tratados de forma objetiva: as paredes são brancas e têm painéis de meia parede escuros, e o piso é feito em pedra branca e marrom. A aura de decadência luxuosa vem dos detalhes e acabamentos, como os arcos do teto todos feitos em folha de ouro, os lustres pendentes feitos em latão ricamente ornado e os assentos recobertos com couro com textura em relevo. Tudo isso resulta em um espaço contemporâneo, mas que parece existir há mais de um século, como se fosse um ocupante de longa data dessa cidade sofisticada.
t i :r r
Callas Café & Restaurant, Budapeste, Hungria
O grande salão tem escala monumental, concebido para evocar o passado e o presente. Sua elegância é o cenário perfeito para comer e beber.
David Collins Studio 209
- ;f '
The London NYC, Nova York, EUA
*A textura é um componente importantíssimo lem todos os trabalhos do David Collins Studio, le esse projeto demonstra sua manipulação Idas texturas da melhor forma possível. O hotel |é predominantemente creme e marrom-claro, le outros ambientes, como os quartos, foram [criados pela combinação de diferentes Ihnateriais e acabamentos. Por exemplo, no isalão de jantar há mármore bege lado a lado icom couro creme, dentro de um ambiente loff-white com paredes douradas. As toalhas de mesa são brancas, as louças em tons de café, |e o carpete é em castanho estriado. Tudo isso ser uma combinação insípida e sem nenhum atrativo, mas a textura de cada material é forte e única, e o ambiente tem como resultado um conjunto de acabamentos e superfícies acolhedoras e interessantes.
No topo da página: página: The London NYC, Nova York, EUA As m olduras do te to em caixotões são replicadas pelo layout das mesas para que o espaço seja ordenado e eficiente.
Ac im a: Th e Lon don do n NYC, Nova York, EUA A ge ometria do te to e d o p iso cria um interior único e com unidade. Note a importância e a predominância do longo balcão da recepção.
À es qu erd a: T he Lon don do n NYC, Nova York, EUA A atmos fera do salão de janta r é suavizada p elo uso de textura associado a materiais com cores suaves.
210 Portfólios
À es qu erd a: The Lon don NYC, Nova York, EUA Uma das pontas do lobby tem como principal atração uma gigantesca lareira. Embora ela não esteja em funcionamento para aquecer o ambiente, a sua predominância cria o centro de atenções desse interior.
Ab aixo: aix o: The Lon don NYC, NYC, Nova York, EUA O longo e glamoroso bar é iluminado por uma grande escultura de luz. Diversas texturas diferentes são empregadas para criar um bar opulento e sofisticado.
David David Collins Studio 211 211
Ben Kelly Design A emp resa res a
anterior, eram frequentemente utilizadas para
Ben Kelly criou sua empresa de design (BKD)
decoração ou como ornamentos. Entretanto, é
em Londres em meados dos anos 1970. Um
o entendimento e a combinação acertada,
dos primeiros projetos da empresa foi
associados à colocação cuidadosa de novos
solicitado por Malcolm McLaren e Vivienne
elementos, que tornam o trabalho da BKD um
Westwood: a famosa butique Seditionaries, em
sucesso. Kelly descreve seu trabalho como
Londres. Descrita como "uma casa de apostas
algo que tem integridade além da análise do
do Laranja Mecânica',' o local era utilizado para
acabamento, ele entende o que faz como
ensaios pelo Sex Pistols. Nos anos 1980 e
"muito próximo da arquitetura, mas não é
1990, a BKD completou três grandes obras em
arquitetura" arquitetu ra" - na verdade, verdade, está muito pouco
Manchester, no Reino Unido, que hoje em dia
relacionado apenas ao tratamento das
são vistas como projetos icônicos: o clube
superfícies,, mas tem sua essência na
The Haçie Haçienda nda (1982), o bar Dry 201 201 (1989) e a
manipulação e no controle do espaço.
sede da Factory Records (1990).
Todos os projetos da BKD são caracterizados por uma série de qualidades
Conceitos Conceitos fun damentais
particulares. Soluções inovadoras e incomuns
Embora a empresa tivesse grande influência
para um prédio antigo são combinadas a um
durante o período do punk, o trabalho da BKD
planejamento sensível e inovador, bem como o
representa a geração pós-industrial que, após
uso de materiais extremamente resistentes.
sobreviver à desindustrialização dos anos
O escritório é conhecido pelo uso de uma
1970, tomou para si o conceito de warehouse
vasta quantidade de materiais e acabamentos,
living andpartying, ou morar e se divertir em
explorando diferentes versões de um mesmo
armazéns industriais. Os projetos de
projeto e experimentando um material após o
Manchester representam os tipos de interiores
outro. Eles também normalmente verificam e
que estavam desaparecendo da sociedade
avaliam o valor de produtos familiares em
naquela época, enormes armazéns sem
funções pouco familiares - por exemplo, exemplo, no
divisões internas não eram mais utilizados para
próprio escritório da BKD, lixeiras alaranjadas
a indústria, mas para a realização de raves e
são utilizadas como luminárias. Essa
para clubes, e o Haçienda provavelmente foi o
abordagem faz da empresa um antídoto para a
mais famoso de todos eles. A estética
estética massificada de tamanho único.
industrial se mostrou altamente influente e, por um bom tempo, foi muito copiada. A BK BKD D sempre afirmou que o imóvel imóvel original é o gerador do interior, que o seu trabalho era apenas uma mera interpretação do que já estava lá - e, de certa forma, isso é verdade. Muitos dos interiores da BKD mantêm os restos da ocupação anterior do imóvel, essas relíquias, ou restos do uso
212 Portfólios
À di rei ta, no t op o: The Haçienda, Manchester, Reino Unido
À di reita, rei ta, abai xo : The Haçienda, Manchester, Reino Unido
O visitante passava por uma sequência de espaços diferentes até chegar ao coração do clube. A entrada do clube era revestida de chapas de metal, a primeira parte da sequência. Note o número serial da Factory Records na porta.
Motivos ind ustriais informam a decoração do interior; telas eram usadas para a projeção de filmes.
Principal rincipal proj eto The Haçienda, Manchester, Reino Unido O clube Haçienda foi concluído em 1982 e foi o maior proj p rojet eto o da BKD na época. Ele não tinha precedentes, e logo ganhou status icônico como um dos maiores espaços culturais e hedonistas do final do século XX. Ben Kelly foi recomendado para os proprietários da Factory Communications pelo diretor de arte da empresa, Peter Saville, e a BKD recebeu absoluta liberdade para comandar a reforma do que antes havia sido um showroom de iates, na região central de Manchester, e assim criar um clube noturno e uma casa de shows absolutamente sob medida.
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The Haçienda, Manchester, Reino Unido O interior extremamente extremamente característico era definido por seu uso robusto de cores e materiais. Materiais
tradicionais, como madeira, madeira, eram utilizados diretamente com elementos incomuns, como sinais de trânsito e faixas de perigo.
A presença presença do clube na rua rua era mínima, a visitante entrava por uma pequena porta escura em um pequeno lobby e então ia para uma área um pouco maior, que o BKD definia como "um enorme espaço similar a uma catedral, que intensifica a experiência e que o deixa completamente extasiado quando está lá, toma conta de você'.' Esta é uma das características do trabalho da BKD: o movimento é linear e está fortemente relacionado à circulação das pessoas através do interior. Os ambientes são concebidos como uma sequência, uma progressão de cenas para o usuário ocupar, cada uma delas conectada à anterior por meio de materiais, texturas e cores temáticas, mas com uma atmosfera própria muito clara. Os interiores foram deixados praticamente no estado em que foram encontrados, até mesmo a iluminação zenital, um elemento que não tem muita utilidade em uma casa noturna e normalmente é excluído, foi mantida. Quase tudo foi pintado de azul-claro, e a identidade do interior foi completada pela adição de achados, como postes de trânsito e olhos de gato. A estrutura de aço exposta foi recoberta com faixas de sinalização de perigo em amarelo, preto e branco. Um interior industrial para uma sociedade pós-industrial!
214 Portfólios
The Haçienda, Manchester, Reino Unido O clube era um espaço industrial e também foi um showroom de barcos.
O salão foi mantido intacto, e o bar, a pista, o palco e a cabine do DJ foram organizados dentro dele.
Projetos Projetos impor tantes BarTen, Gtasgow, Reino Unido Localizado em um pequeno beco escuro, e discretamente escondido dos compradores animados da Princess Street, a principal rua de compras de Glasgow, o BarTen é conhecido apenas pelos poucos clientes selecionados que sabem como encontrar esse local íntimo e incomum. O bar ocupa o térreo de um enorme edifício industrial do início do século XX. A BKD abriu a frente do bar no beco estreito colocando janelas do piso ao teto de forma a permitir que a pouca luz que ali chega entrasse no interior do bar. O interior é mais largo no fundo do que na frente e tem três grandes colunas de aço como centro das atenções, ficando alinhadas fora do centro, o que cria duas áreas distintas: o balcão fica na parte menor, e a área com bancos, na parte mais larga. O balcão é feito de um bloco sólido de mosaicos que emerge do piso e reforça as qualidades de robustez do local, e um duto de ar-condicionado aparente que corre junto ao teto dá unidade a todos os ambientes. O Bar Ten é uma resposta forte, vigorosa, que aborda uma situação difícil e restritiva.'
Ac ima à d ir eit a: Bar Ten, Glasgow, Reino Unidò A a ntiga estrutu ra d o i móvel é o centro das atenções no térreo. Achados ficam lado a lado com novas intervenções, criando um interior único e com características próprias.
No centro à direita: Bar Ten, Ten, Glasgow, Reino Unido O espaço em L é dividido em duas áreas distintas: o bar e a área das banquetas. O longo duto de ar-condicionado ar-condicionado conecta todos os ambientes. Ab aix o à d ir eit a: Bar Ten, Glasgow, Reino Unido Tijolos vitrificados, cores intensas e vigas metálicas expostas completam a estética industrial dura desse interior.
Gymbox Covent Garden, Londres, Reino Unido A BKD BKD quebrou os padrões para para os ambientes de academias de ginástica, tradicionalmente brancos e estéreis, criando um espaço vibrante e colorido. Essa academia fica em um antigo cinema, e a estrutura original foi mantida como pano de fundo para uma série de instalações coloridas. No centro das atenções fica um ringue de boxe, uma arena que promove o fitness por fitness por meio das Jutas. Mais uma vez, a BKD usou uma forte paleta de materiais para complementar a identidade crua do imóvel preexistente. Aplicações em vinil com cores fortes criam um contraste extremo com as paredes em concreto aparente originais do prédio. A BKD também usou luzes coloridas em algumas áreas de destaque com neon, e a entrada é uma caixa brilhante branca e amarela. Os designers adotaram o conceito de que boxe não é mais um esporte para alguns poucos indivíduos apaixonados e criaram uma atmosfera vibrante e convidativa para todos. Ac ima, im a, e no t op o da pág in a: Gymbox Covent Garden, Garden, Londres, Reino Unido Uma fonte simples e d ireta é utilizada utilizada em toda a sinalização sinalização para indica r os locais aos visitantes. visitantes.
À e sq uer da: da : Gym bo x Covent Garden, Londres, Reino Unido O ringue de boxe é o centro das atenções no local.
216 Portfólios
À es que rda rd a no topo to po da página: Gymbox Covent Garden, Londres, Reino Unido O estúdio de dança recebeu fechamento envidraçado e fica no centro do espaço. O caráter altamente tecnológico dos interiores é reforçado com dutos aparentes e estruturas em aço com perfil cor-de-rosa.
À es qu erd a: Gym box bo x Covent Garden, Londres, Reino Unido As supe rfície s brilhan tes e espelhadas dos vestiários refletem as preocupações narcisistas dos clientes.
À d ir eita no topo to po da pági na: Gymbox Covent Garden, Londres, Reino Reino Unido A ilu minaç ão faz co m q ue a circulação seja vibrante dentro do espaço subterrâneo, destacando as qualidades das texturas das superfícies preexistentes. preexistentes.
Ac im a à direit di reit a: Gym box Covent Garden, Londres, Reino Unido Vários terraços em nível nível para equipamentos estão distribuídos no local com o ringue como centro das atenções.
Ben Kelly Design 217
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Clive live Wilkin son Archit ects A empresa emp resa
A Clive Wilkinson Architects (CWA) foi criada em Los Angeles, em 1991, após o seu fundador, Clive Wilkinson, ser contratado e depois demitido por Frank Gehry. Wilkinson nasceu na África do Sul e estudou na Cidade do Cabo e em Londres antes de ir para os Estados Unidos trabalhar para Gehry. O seu trabalho com design de interiores não foi planejado: "O meu envolvimento com design de interiores foi acidental. Eu estava trabalhando com grandes estruturas para Gehry e tinha outro emprego, que era o de projetar interiores para a agência de publicidade ChiatXDay. Quando abri a minha empresa, eles foram os primeiros a me dar trabalho" (Interior Architecture Now). Now). A CWA já executou interiores para muitas marcas famosas e tem clientes nos mais variados segmentos, como agências de publicidade, bancos, empresas de mídia e televisões, e empresas do setor da cultura. A empresa também aceita desafios e trabalha com projetos nas áreas mais "tradicionais" do design de varejo e restaurantes. Conceitos fundamentais
Grande parte do trabalho da CWA foi com design de escritórios, como a nova sede da PallottaTeamWorks (2002), Google (2005), TBWA\Chiat\Day (1998) e Mother (2004). Todos esses projetos exigiram a criação de espaços inovadores e adequados aos trabalhadores, mas que também transmitissem o etos do cliente, e a CWA usou idéias muito inteligentes para criar esses espaços. Produtos prontos, como contêineres, são empilhados uns sobre os outros para criar uma área de escritórios no armazém industrial da Pallotta 218 Portfólios
TeamWorks, enquanto a mesa do escritório da Mother, em sua sede londrina, é uma gigantesca superfície de concreto, que pode servir como mesa normal ou como passarela para desfiles. Nos novos escritórios da Disney Store, em Pasadena, o cliente e o designer estavam em perfeita sintonia, pois as idéias incomuns de design da CWA tinham total aceitação dentro do antigo imóvel de tijolos, o Edifício Royal Laundry. Seu enorme interior foi compartimentalizado em espaços distintos para reuniões e para trabalho por meio de estruturas modulares similares a tijolos. Paredes de blocos de espuma foram utilizadas para criar uma sala de reuniões, e uma segunda sala foi feita com estruturas em forma de colmeia. Esses elementos permitiram um uso flexível do espaço e também fizeram uma referência aos tijolinhos de montar de criança, e os visitantes do prédio passam por um portão de arbustos na forma icônica das orelhas do Mickey Mouse. Esse design divertido é característico do trabalho da CWA e, associado ao bom uso dos materiais, permite que eles transmitam as idéias dos clientes.
Pallotta TeamWorks, Los An ge les , EUA
Salas particulares para apenas uma pessoa foram criadas no local com o uso dos contêineres coloridos.
rojeto principal >ed e d a P a l l o t t a T ea ea m W o r k s , L o s A n g e l e s , :UA
ocalizada em um enorme armazém incógnito, sse interior foi projetado para atender a sede Ia PallottaTeamWorks, uma produtora de iventos beneficentes. Após o levantamento le custos inicial, ficou claro que o budget do iliente não atendería nem o ar-condicionado rara o prédio inteiro, portanto, o projeto leveria ser executado da forma mais rconômica possível. Para economizar economi zar dinheiro, dinheiro, ima solução pré-pronta foi escolhida: os esigners preferiram não fazer nenhuma
grande alteração na estrutura do prédio para economizar tempo e dinheiro, e as principais áreas de trabalho foram criadas com soluções pré-prontas. Foram instaladas tendas para melhorar a performance térmica criando-se pequenos espaços que receberam ar-condicionado individualmente, de forma a reduzir a necessidade do serviço para o prédio inteiro. Os cantos das tendas foram presos a contêineres de carga, onde ficam os escritórios particulares. Alguns enormes contêineres foram pintados de laranja e empilhados, outros foram envidraçados em suas paredes menores para permitir a entrada
e circulação de ar e luz nos escritórios. Contêineres azuis foram colocados no térreo para demarcar os limites da área de trabalho, e os espaços de convivência, como os cafés, ficaram nesses locais. Além de cortar custos, essa essa abordagem lo-tech no
projeto transmitiu a filosofia do
cliente de promoção da vida sustentável e reúso inteligente dos recursos existentes no mundo. As soluções bem pensadas e adequadas da CWA já trouxeram para ejes vários prêmios, incluindo o Prêmio AIA, nos Estados Unidos.
Abai xo : Pallo tt a Team Work s, Los Angeles, EUA EUA Objetos pré-prontos criam uma atmosfera dinâmica e criativa.
220 Portfólios
No topo da página, página, e à direita: Pallotta TeamWorks, Los Angeles , EUA A mesa da re cep ção é um mapa-múndi aberto para mostrar as aspirações globais da empresa.
Projetos Projetos i mpo rtantes Sede daTBWA\Chiat\Day, Los Angeles, EUA EUA Esse gigantesco armazém industrial passou por retrofit e foi transformado em um edifício de escritórios para a agência de publicidade TBWA\Chiat\Day, um dos primeiros trabalhos da CWA. CWA. 0 interior inter ior foi desenhado como uma uma série de pontes concebidas para remover o
Ac im a: T BW A\C h ia t\D ay , Los Angeles, EUA O interior é expressado como uma cena de rua com muita vida. Ab aix o: TB WA \Ch ia t\D ay , Los Angeles, EUA O movimento e a circulação trazem animação para os espaços interiores estáticos.
usuário da vida cotidiana e fazer com que ele se sinta em outro mundo, e foi uma das primeiras empresas a confundir os limites entre o trabalho e o estilo de vida. 0 interior consiste em uma série de "eventos" que acontecem ao redor de uma "rua": há uma quadra de basquete, um parque central, outdoors e outdoors e "bairros" nas áreas de escritórios. A fach fachada ada monótona do armazém armazém esconde um interior profissional muito animado, com cara de cidade.
Clive Wilkinson Architect s 221 221
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Paperfish, Los Angeles, EUA A CWA propôs um conceito con ceito de design total para esse elegante restaurante de frutos do mar. Eles desenharam o interior, bem como os uniformes da equipe, todos os copos e taças, e até mesmo sugeriram o nome Paperfish. O interior foi concebido como uma série de curvas e ondas brancas e puras que evocam as formas sinuosas dos peixes e da água. Elas parecem flutuar aleatoriamente no espaço espaço,, mas servem para organizar o funcionamento interno do local e para ocultar e dar suporte para as tubulações de ar-condicionado e o sistema de iluminação, além de também servirem como divisórias. Essa pureza é complementada pelos móveis e acessórios em vermelho vivo e laranja, que saltam aos olhos dentro do ambiente de cores suaves.
À es q uer da: Rest aur ant e Paperfish, Los Angeles, EUA
À d ireit ir eit a: Res tau ran te Paperfish, Los Angeles, EUA
As on das sinuo sas d o te to evocam a água e seu movimento.
A su perfície contínua do balcão traz unidade para as diversas áreas do restaurante. restaurante.
Acim Ac im a à di rei ta: Restaurante Paperfish, Los An gel es, EUA A parede estofa da em vermelho é o centro das atenções do fundo do restaurante.
Clive Wilkinson Architects 223
Casson Mann A emp res a fA Casson Casson Mann é um escritório escri tório muito mui to famoso fam oso (que (que está na dianteira do design de interiores interio res
uma situação única. Eles buscam criar ambiente ambi entes s que tenham tenha m identidade, que expressem expres sem sentim sen timent entos os e que reflitam refli tam as
há mais de 25 anos, anos, e é conhecido por criar
intenções intenç ões e aspirações de seus ocupantes,
interiores inter iores de bom gosto, com qualidade e
O projeto projet o expográfico expográfi co e o design de
muita sofisticação. sofis ticação. Seu Seu trabalho é modesto mod esto e
instalações, por natureza, natureza, são atividades
discreto discre to e, ainda ainda assim, assim, extremamente extrem amente
efêmeras. A constante mudança mudança da essência essência
pontemporâneo. pontempo râneo. Seus interiores interio res são únicos e
dos espaços e exposições, associada associada às
^ombinam ^ombin am idéias idéias criativas criativas com tecnologia de
expectativas dos visitantes, geralmente leva leva à
ponta. A empresa foi fundada em 1984 1984,, em
concepção de interiores interi ores que devem capturar a
Londres, como com o resultado resul tado da sociedade entre entr e
imaginação e a atenção do visitante. visit ante.
Dinah Casson e Roger Mann, e é especializada
O escrit esc ritóri ório o afirma afir ma que
"... o
design de
jem jem projeto expográfico e para para museus,
interiores, na sua sua melhor m elhor forma, é a criaçã criação o de
^ntretanto ^ntr etanto , também tamb ém desenvolvem outros tipos
um ambiente ou de uma uma sequência sequência de
de projetos, como escritórios e residências residências..
ambientes que reflitam, expressem, identifiquem e tornem reais os sentimentos
Conceitos Conceitos fun damentais A Casson Casson Mann vê os interiores como
poderoso: poderoso: pode mudar o humor, humor, a
narrativas, narrativas, ou seja, seja, espaços a serem ocupados
temperatura, temper atura, as as emoções emoçõ es e o comporta comp ortamen mento, to,
que são normalmente intangíveis. Ele é muito
te vividos vivido s ao longo do tempo, tem po, e visualizados
Pode Pode ser líquido e responder responde r ao seu contexto, contex to,
em movimento movim ento,, e não de forma estática e em
ou pode ser sólido e dominador'.' dominador'.'
A Casson Casson Mann trata todos os projetos da mesma forma: investigando detalhadamente o local, o briefing e briefing e as necessidades e expectativas dos usuários. usuários. filês fil ês entendem essa análise como "... um processo d e exame, desconstrução, pensamento lateral, reconstrução, análise cnítipa, mais desconstrução e assim por diante'.' Isso faz com que o escritório crie interiores que sejam distintivos, individualizados e, acima de tudo, adequados.
Projeto principal M u s e u C h u r c h i l l , C a b i n e t W a rJ rJ R o o m s , Londres, Reino Uniép
A Casson Casson Mann foi contratada para projetar uma exposição que iria representar a totalidade da vida de Sir Wins ton Churchill, Churchill, incluindo sua carreira política, vida pessoal, sucessos e íracassos^e., claro, o clímax de sua carreira como primeiro-ministro britânico
Chur ch i Unid Um s;en; trazem i
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1 plevada implantada diagonalmente nos ispaços. Algumas dessas plataformas svitavam as colunas, outras simplesmente as ibsorviam, parecendo mais inseridas no «paço. As plataformas são codificadas por ^(Dres e iluminadas de diferentes formas, somunicando a enorme quantidade de ^formação sobre cada era da vida de Churchill. No centro do espaço e servindo de irganizador da exposição está a Linha da Vida, Bna mesa interativa de 15 metros de ^^^^^re>mprimento. Ela contém os Churchill Papers, tAque foram comprados pelo Estado em 1995, íliu íl iu m acervo acervo estimado estimado em um milhão milhão de de
16 Portfólios
documentos que vão desde suas cartas na infância até seus discursos e últimos textos. | A mesa traz seu arquivo arquivo à vida permitindo permitind o que i os visitantes acessem as informações i diretamente, enquanto também funciona [ como contraponto contrapon to aos objetos expostos de forma mais solta, mais intuitiva, que ficam f espalhados no local. A mesa fornece uma | experiência digital sobre uma era analógica, e j Ê traz aos aos visitantes visitan tes o diário de Churchill, Churchill, pastas pastas
À esq uer da: Mu seu Churchill, Londres, Reino Unido A Linha da Vida é expressa expressa ; como um diagrama diagrama | estratégico.
À d ir eit a: Mu seu se u Chu rch il l, Londres, Reino Unido Superfícies com revestimentos ficam lado a lado com simples telas de texto.
de notícias e eventos por meio da mesa interativa sensível ao toque. Treze computadores em rede hospedam milhares de páginas de informação, documentos, animações e imagens.
Projetos Projetos im portantes Stanislavski Museolobby, Moscou, Rússia O Museolobby é um lobby com características singulares dedicado à memória de Konstantin Stanislavski, criador do chamado "Método de Atuação'. Atuação'.'Tam 'Também bém é a entrada entrada dos novos novos escritórios da incorporadora Horus Capital, também projetados pela Casson Mann. Esse espaço realmente único combina a recepção, os escritórios e um media center com informações sobre Stanislavski. 0 espaço é clean e seco, tudo é aparente e expressado com clareza e paixão, exatamente como agradaria a Stanislavski. O espaço tem pé-direito duplo e os vãos livres são visíveis por meio de painéis translúcidos. As colunas de aço são muito grandes e quase cômicas, obviamente estruturais. A mesa da recepção é uma caixa de luz com uma mesa decorada impressa em negativo sobre ela, simbolizando a natureza da tarefa. O interior é uma resposta adequada à natureza e à função do usuário e do homem ao qual o ambiente é dedicado.
Stanislavski Museolobby, Moscou, Rússia A área da re cep ção é compartilhada entre o museu Stanislavski e os escritórios. Deve parecer ao mesmo tempo profissional e criativa.
Casson Mann 227
Exposição Camouflage, Museu da Guerra
Nova York, York, um u m local por onde on de as pessoas pessoa s
Imperial, Londres, Reino Unido No enorme interior do Museu da Guerra Imperial, a Casson Mann projetou uma exposição temporária que demonstrava as conexões entre os mundos da arte e militar no desenvolvimento de camuflagem. A exposição considerava a importância da camuflagem para os militares e também mostrava como ela influenciava a arte e a moda. A exposição foi concebida em torno do conceito básico de que a camuflagem está relacionada ao disfarce. Os designers projetaram a exposição como uma paisagem abstrata que se dobrava e atravessava as paredes do espaço existente. Ironicamente, isso criou uma paisagem de espaços expositivos que permitiam que o que estivesse normalmente escondido fosse visto, que fossem criadas conexões normalmente não disponíveis e que o espaço inteiro estivesse conectado de uma forma radicalmente diferente. A coleção heterogênea de objetos, desde miniaturas de navios usando camuflagem dazzle, inspirada nos cubistas, até peças de moda exclusivas, foi então exposta na paisagem de plataformas e caixas de
normalmente passam correndo. A Casson
display.
Great Expectations, Grand Central Station, Nova York, EUA O projeto expográfico permite que o designer seja expressivo e criativo, e o limite de tempo do interior pode estimular a ludicidade e os riscos. A exposição Great Expectations foi instalada com o objetivo de promover os melhores produtos e serviços britânicos. Sua locação era a Grand Central Station de
228 Portfólios
Mann criou um discurso surpreendente que tinha como objetivo parar as pessoas em seu caminho. A instalação ganhou a forma de uma longa mesa de 50 metros situada em um dos movimentados lobbies da lobbies da estação. Sobre essa enorme superfície estava um banquete de produtos e artefatos iluminados por baixo. Algumas cadeiras ficavam livremente livremen te . dispos dis postas tas ao redor da da mesa para para convidar convid ar à interação os passantes apressados.
Escritórios da Horus Capital, Moscou, Rússia Os designers mais uma vez utilizaram uma abordagem criativa para projetar a sede da Horus Capital em Moscou. O briefing era criar uma nova cultura de trabalho em plantas livres dentro da empresa. A ideia da transparência foi levada a sério muito literalmente pelos designers, e eles colocaram os gestores em escritórios envidraçados localizados no centro do andar de escritórios. O interior é organizado por uma longa passarela de madeira, que vai do escritório do presidente até a sala do conselho, onde ela se torna a mesa de reuniões. Elementos e objetos são conectados a ela ao longo de sua trajetória dentro do interior. Além disso, essa longa superfície de madeira cria uma conexão direta entre esse pavimento e o pavimento inferior, que abriga o Museolobby, um projeto também assinado por Casson Mann (veja a página 227). A área da recepção do escritório tem uma mesa interativa que responde à chegada dos visitantes.
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Ac im a à esq uer da: Escritórios da Horus Capital, Moscou, Rússia O vidro jateado dá privacidade para as salas de reuniões internas. internas.
Ab aixo à esq uer da: Escritórios da Horus Capital, Moscou, Rússia As ár eas d e c ircula ção recebem uma iluminação enigmática para evocar a sensação da luz da lua.
Ac im a à di reit a: Escr itó rio s da Horus Capital, Moscou, Rússia O ritmo das janelas dá o ímpeto para a organização dos espaços de trabalho.
Ab aix o à dir eita: Escr it ór ios da Horus Capital, Moscou, Rússia O espaço existente era suficientemente grande para conter uma intervenção com dois pavimentos.
Casson Mann 229
Lazzarini Pickering Architetti A empres emp resa a A Lazza Lazzarin rinii Picker Pickering ing Architetti foi criada criada em 1982, em Roma, na Itália, e ganhou fama internacional por seu design continuamente inovador. Seus trabalhos são altamente originais e conceituais e englobam várias áreas do design de interiores, design de varejo e de restaurantes, arquitetura de interiores e arquitetura pura. Como muitos outros escritórios de design, o estúdio é
reinterpretação em uma forma contemporânea para o terceiro milênio'.' Embora o contexto seja muito importante para o escritório, seu trabalho está fortemente enraizado na tradição modernista dos espaços rigorosamente bem organizados e funcionais. Seu trabalho parte desses princípios e os combina com elementos muito bem pensados e elegantes, tais como móveis, materiais e iluminação, para criar
multidisciplinar e envolve outras disciplinas disciplinas do .
espaços puros e racionais com escala
design, como design de produto e design
humana e com uma atmosfera íntima. Seu
gráfico. O escritório é liderado pelo designer
trabalho vai desde projetos de interiores
italiano Cláudio Lazzarini e por Carl Pickering,
tradicionais, como residências e lojas, até
que veio de Sidney, na Austrália.
contratos mais incomuns, como interiores de iates de luxo. Todos os projetos são
Concei Conceitos tos fund amentais A Lazz Lazzar arini ini Picker Pickering ing Architetti decidiu criar seu escritório em Roma, longe do centro italiano do design de Milão, de forma a permitir que mantivessem uma distância contemplativa e reflexiva daquele mundo estressante. Isso também permitiu que se focassem no contexto e no ambiente sem estarem excessivamente preocupados com a moda ou com as tendências do momento. O contextualismo, que é a essência do trabalho da Lazzarini Pickering, é uma abordagem cada vez mais adotada pelos escritórios de design da atualidade. A análise do local e do entorno, e então a análise da situação, influenciam o design do novo interior. A Lazzarini Pickering Architetti descreve sua abordagem abordagem assim: assim: "Nós acreditamos que nossos projetos devem ser influenciados pelo genius loci, ou loci, ou o 'espírito do local', das diversas cidades e regiões onde construímos, pelas pelas tradições arquitetônicas e de decoração do local. Isso não significa uma cópia deslavada, mas a
230 Portfólios
caracterizados pelo design cuidadosamente pensado e pelo uso adequado de móveis, iluminação e materiais.
Principal projeto Showroom da Fendi, Paris, França A Lazza Lazzarin rinii Pickerin Pickering g foi contratada para para criar o conceito e o espaço de uma marca do mercado de luxo, a Fendi, um varejista muito chique de roupas, sapatos e bolsas. Eles desenharam um padrão básico de idéias para a marca, que então poderia ser replicado para outras lojas no mundo todo e adaptado de acordo com as singularidades de cada local. Os designers desenvolveram uma série de móveis, cada um com uma geometria particular, diferenciados pela utilização de materiais: madeira escura, ferro com acabamento em cera, espelhos prismáticos e tampos de vidro. Esses móveis foram desenhados como resposta à filosofia e ao logo da marca da empresa (duas letras F entrelaçadas). Essas peças deveriam
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personificar a marca e funcionar como um cenário adequado para os produtos. De acordo com as palavras dos designers, "a ideia não era encher os espaços com móveis de loja como na maioria das butiques, mas criar um
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Showroom da Fendi, Paris, França As es trutu ras com forma d e caixa de aço não só fornecem espaços de exposição mas também convidam o visitante à parte mais escura da loja, ao fundo.
ábaco de estruturas com escala arquitetônica que também poderíam ser utilizadas como display, um painel, prateleiras e um sistema de mesas. Cada butique tem uma configuração
Lazzarini Lazzarini Pickering Architetti 231 231
única desses elementos, que depende das características específicas a cada local',' O showroom de Paris fica em três pavimentas de um prédio alto da virada do século XIX-XX e, como muitas outras lojas de rua com aluguéis caríssimos, o showroom ocupa apenas parte de um pavimento, dividindo seu espaço com outras lojas e apartamentos exclusivos. A Fendi ocupa a metade do pavimento térreo, enquanto a outra - metade é ocupada por outra loja e pelo acesso aos apartamentos nos pisos superiores. Em função desse contexto, os designers abriram um vão central através dos pavimentos e conectaram todos eles com escadarias. Elas serpenteiam ao longo do vazio e também servem de plataforma de visualização do espaço. O vão e a escadaria, então, foram povoados com diversos displays displays - o mobiliário geométrico desenhado para representar a marca. As caixas com os fundos abertos se lançam para o vazio e para as escadarias, habitam o resto da loja de forma a unir os diferentes espaços do imóvel e praticamente não tocam as paredes. Os espelhos são utilizados para exagerar o comprimento do ambiente e para acentuar a aparência dos painéis deslizantes e das caixas que expõem as bolsas tradicionais da Fendi. As roupas, bolsas e sapatos ficam, assim, expostos no mobiliário, dobrados dentro das caixas ou colocados dentro delas.
Ac im a à esq uer da: Showroom da Fendi, Paris, França Elementos lineares estimulam a movimentação dentro da loja.
Ab ai xo à es qu erd a: Showroom da Fendi, Paris, França A ci rcula ção vertical se dá por meio da intersecção.
A facha fachada da do imóvel, em especial as janelas, janelas, é alinhada alinhada com os displays displays de forma a proteger o interior do exterior. A nova escadaria e os displays foram tratados como elementos autônomos no espaço. Escondendo a forma e a estrutura do imóvel, e colocando novos elementos dentro do espaço, os designers brincam com as qualidades autônomas do contexto; ainda assim, eles são responsivos, pois atendem às particularidades do imóvel onde estão localizados.
Aci ma: Sho wr oo m da Fendi, Paris, França Nichos e aberturas entre os displays permitem longas vistas por meio dos volumes do espaço.
À esq uerda: uer da: Show Sh ow ro om da Fendi, Paris, França A loja te m um senso de movimento contínuo. contínuo.
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234 Portfólios
Projetos Projetos i mpor tantes Villa, Positano, Itália
A Lazz Lazzar arini ini Pickeri Pickering ng descreve cada cada projeto como "retratos dos clientes que são específicos de cada local" Isso é especialmente verdadeiro na reforma de uma residência do século XVIII localizada na fabulosa Costa Amalfitana, na Itália. O interior do imóvel foi aberto para criar ambientes confortáveis de estar e jantar. A integridade do imóvel original foi mantida pela preservação de detalhes arquitetônicos, como as colunas e os arcos, mas, em termos de espaço, o imóvel agora é muito mais moderno. Diversas paredes foram removidas de forma a eliminar o conceito de cômodos isolados, e os designers criaram uma sequência de ambientes com níveis diversos, nos quais a circulação é livre e fluida. Eles são unidos por uma superfície flutuante que desliza dentro do ambiente e alterna sua função como mesa, revestimento do piso e decoração na parede. O novo e o antigo coexistem nesse interior tão sofisticado.
Página Página o post a: Villa, Villa, Positano, Itália A d eco raçã o d e su perfíci es acentua as qualidades tridimensionais do espaço. Ac im a e abaix o, à esq uer da e à di reita: Villa, Positano, Itália Um elemento linear multifuncional ricamente decorado cria unidade entre os ambientes de estar e de jantar.
Lazzarini Lazzarini Pickering Architetti 235
GAS GAS Eatery and Supplies, Melbourne, Melbourn e, Austrália Austrá lia Os nomes dos clientes (Giuseppe, Arnaldo e Son) foram usados para criar o nome do restaurante GAS, em Melbourne. A Lazzarini Pickering combinou elementos da trattoria italiana tradicional com uma estética contemporânea racional. Os designers, criando um fantástico discurso pós-moderno sobre a função do interior, colocaram uma enorme
e, como tal, surpreendente: ele é longo, estreito, escuro e preenchido com móveis fixos bem agressivos. Os ambientes são pretos e subdivididos livremente entre circulação e "salas" de jantar, o que permite uma série de espaços estáticos para comer separados das áreas de circulação. Em forte contraste com a escuridão dos interiores, cada um dos espaços de jantar é ricamente decorado com ladrilhos sicilianos, e ladrilhos
imagem de um prédio renascentista italiano
diversos são utilizados para diferenciar os
por detrás da fachada envidraçada moderna do
variados espaços. Isso criou interiores
imóvel. O interior é completamente diferente
incomuns e espetaculares. espetaculares.
Página oposta: GAS, GAS, Melbourne, Austrália
Acima Ac ima:: GAS, M elbou elb ou rn e, Aust Au st ráli a
Ladrilhos ricamente decorados identificam identificam as áreas distintas dentro do restaurante.
As q ualidades refletivas da fachada criam um excelente contraste com o interior interior opulento.
À es qu erd a: GAS, Melbourne, Austrália A fachad a de vidro impresso é o disfarce para o interior suntuoso.
Lazzarini Pickering Architetti 237
Gensler A empres emp resa a 0 design de interiores é uma disciplina disciplina que que pode ser praticada por grandes organizações com equipes mutidisciplinares, que oferecem soluções completas de serviços sob medida, como arquitetura, urbanismo, consultoria e gerenciamento de projeto. Embora tenha suas origens nos Estados Unidos, a Gensler hoje tem escritórios no mundo todo e emprega mais de 2 mil designers profissionais. Seus trabalhos incluem todas as escalas de criatividade, desde o design do rótulo de uma garrafa de vinho até o urbanismo de um novo bairro. A empresa foi fundada por Art Gensler, em 1965, e, embora formado em arquitetura, ele recebe os créditos de ter elevado o design de interiores para a categoria profissional. Gensler é membro do Instituto Americano de Arquitetos Arquit etos (AIA (AIA)) e também tam bém do Instituto In stituto Real de Arquitetos Arquit etos Britânicos Britânicos (RIB (RIBA A).
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Conceitos fundamentais Embora Embora seja difícil caracterizar uma linguagem de design ou estética específica nos trabalhos de uma empresa tão global e tão diversa, todos os projetos da Gensler refletem o comprometimento com os requisitos e a cultura do cliente e também com a sustentabilidade. A Gensler tem cerca de 2 mil clientes que vão desde pequenas ou grandes empresas até organizações com ou sem fins lucrativos.
Bolsa de Valores de Londres, Londres, Reino Unido A e scultu ra d o átr io con ecta os diversos pavimentos da Bolsa de Valores de Londres. O interior tem um caráter profissional de alto perfil.
238 Portfólios
Principal projeto
Várias das estruturas também podem ser
Bolsa de Valores de Londres, Londres,
center, locadas o ano todo, há um business center,
Reino Unido
um auditório com 120 lugares, duas salas de
O imóvel dos anos 1960 da Bolsa de Valores
apresentações e dois estúdios de
de Londres na Broad Street era muito
transmissões com equipamento de tecnologia
pequeno, compartimentalizado demais e
de ponta. Os locais de trabalho foram criados
estimulava um estilo de trabalho restritivo, que
para estimular a troca de conhecimento, com
estava comprometendo os negócios da Bolsa.
mais de 320 pessoas trabalhando
Sua mudança para os novos escritórios da
simultaneamente apenas no terceiro
Paternoster Square permitiu que a Gensler
pavimento. Para aumentar ainda mais essa
reformasse o modo como funcionava a Bolsa
interação, o centro do típico local de trabalho
de Valores, com 300 anos de tradição, e a
foi transformado em uma área elíptica
forma como seus empregados trabalhavam.
chamada The Hub, que fornece diversos
A Gensler redesenhou os interiores do imóvel projetado por Eric Parry de forma a criar um local de trabalho mais aberto e flexível, que fosse capaz de refletir as mudanças dos mercados financeiros globais e reagir mais rapidamente a elas. Tomando o átrio como ponto de partida, a Gensler organizou o interior como um conjunto de "hubs" ou pontos de contato entre os trabalhadores e seus clientes. A recepção recepção principal foi projetada para para criar criar vistas para as transmissões ao vivo dos estúdios, permitindo que os visitantes utilizem importantes aspectos do fornecimento de inteligência de mercado por parte da Bolsa para a comunidade financeira local e internacional. Concebido como parte da fachada pública da Bolsa, o Media Centre inclui equipamentos multimídia modernos, cabines de rádio e quatro estúdios de transmissões utilizados diariamente diar iamente pelas redes ABC, ABC, BB BBC, C, CNBC, CNN e pela Sky News. Bolsa de Valores de Londres, Londres, Reino Unido Espaços semiprivativos com aberturas pontuam a intensidade dos ambientes.
Gensler 239
espaços para reuniões informais. Todas as salas de reuniões na Bolsa seguem o mesmo vocabulário de design de alta qualidade e atenção aos detalhes e são agrupadas em três áreas distintas: The Avenue (cinco salas de apresentação), The Forum (duas salas de apresentação, parte do Media Centre), The Recess (duas salas que dão apoio para apresentações e conferências) eThe Base (um business business cente r criado criado para dar apoio às salas de apresentação). Os trabalhadores e seus clientes também podem aproveitar uma área de refeições contemporânea chamada The Foundation. O novo local de trabalho foi concebido para ser transparente, aberto e para melhorar o ambiente profissional, de forma a permitir que sua equipe trabalhe de forma mais moderna. O átrio possui oito pavimentos, é chamado de The Source, e tem uma escultura cinética, feita pelos artistas colaborativos Greyworld, À direita no topo da página: Bolsa de Valores de Londres, Londres, Reino Unido Uma parede envidraçada cria uma vista para a sala de mídia. À direita no centro: Bolsa de Valores de Londres, Londres, Londres, Reino Unido O movimento é acentuado pelas paredes curvas das salas de reunião. À direita abaixo: Bolsa de Valores de Londres, Londres, Reino Unido Áreas de reunião informais ficam espalhadas em todo o prédio.
240 Portfólios
consistindo de 729 esferas azuis suspensas que sobem e descem independentemente para refletir as dinâmicas do mercado.
Projetos Projetos im portantes Sede da Burberry, Londres, Reino Unido A nova nova sede da Burberry, Burberry, em Londres, Londres, reúne reúne 850 funcionários sob o mesmo teto. O prédio é organizado ao redor de um átrio que conecta todos os sete pavimentos do imóvel, o térreo é aberto para a rua e emoldurado por grandes janelas janelas envidraçadas envidraçadas que recebem os mais recentes anúncios das campanhas publicitárias da empresa. Ao fundo da recepção, há uma enorme tela que mostra os mais recentes desfiles da marca. A Gensler estruturou estrutu rou o interior dos escritórios para permitir flexibilidade no
No topo da página: Sede da Burberry, Londres, Reino Unido A q ualid ade absol utam ente inquestionável dos novos elementos contrasta fortemente com as texturas originais do imóvel.
A es qu erd a: Sed e da Burberry, Londres, Reino Unido Balcões em balanço sobre o átrio criam locais informais para se sentar. Ac ima : S ed e d a Bur berr y, Londres, Reino Unido A área da rece pçã o tem uma qualidade formal, extremamente profissional. profissional.
Gensler 241
Sede da Hakuhodo, Tóquio, Japão
trabalho, bancadas de trabalho longas e clean permitem que os funcionários escolham onde
A Hakuhodo Hakuhodo é a segunda segunda maior agência agência de
sentar, e fileiras de computadores
publicidade do Japão e contratou a Gensler
complementam esse local de trabalho
para desenvolver uma imagem que fosse
moderno e funcional. A identidade do interior é
criativa, ainda que corporativa, dinâmica,
derivada do icônico trench coat da coat da Burberry, e
confiável, cooIe cooIe também frenética. A
suas cores naturais são utilizadas nos pisos e
abordagem da Gensler foi criar uma área
paredes. No último pavimento, a sala do
pública dramática no meio do escritório, onde
diretor criativo é ladeada pelo estúdio de
ficam a recepção, o piso executivo, um café, a
design e pelas mesas de corte; é ali que as
biblioteca e uma universidade. A inspiração
novas novas idéias são testadas test adas e desenvolvidas. desenvolvi das. A sala do diretor criativo tem vista para o rio Tâmisa e tem duas sacadas que poderão ser
-
veio do conceito de " Ugoku, Deau, Tsukuru" ou "Mover, Encontrar, Fazer'.' Todas essas novas áreas são muito
usadas apenas quando obtiverem a
calmantes e unidas por um forte senso visual
autorização do MI5, o órgão britânico de
do espaço. Os móveis são propositalmente
inteligência que tem sua sede do outro lado do
baixos para permitir que o visitante tenha uma
rio. A abertura dos interiores e as conexões
vista distante, além da pressa do escritório.
entre os espaços permitem que as equipes
Os designers distribuíram cuidadosamente
mantenham comunicação livre e constante no
elementos e objetos projetados para atrair o
prédio, ideia que a Gensler defendeu
olhar, sejam eles a recepção ou um display
instalando sistemas de videoconferência de
publicitário ou mesmo uma vista para fora do
ponta, bem como redes de telecomunicações,
prédio. Os móveis baixos são uma mistura
de forma a permitir que o CEO faça
eclética de cores e formas que tornam esses
comunicados para a empresa regularmente.
espaços casuais, quase informais.
Sede da Burberry, Londres, Reino Unido O showroom rigorosamente ortogonal cria um ambiente rigidamente ortogonal para expor os produtos sofisticados da Burberry.
242 Portfólios
Escritórios da Edeiman, Londres, Reino Unido
A Gensler Gensler foi chama chamada da para para criar os ambientes de trabalho para o escritório de Londres da Edeiman, uma das maiores empresas de relações públicas do mundo, e a solução deveria incluir uma série de atitudes e identidades. A Edeiman precisava transmitir uma abordagem que fosse profissional mas também criativa, confiável e ligeiramente excêntrica, para mostrar que eles eram capazes de pensar de forma dinâmica, ainda que em completo controle. O método que a Gensler adotou foi criar um ambiente altamente flexível, que pode ser alterado rapidamente para refletir as mudanças das necessidades do negócio. Desde a recepção com o concierge, a galeria, o bar bistrô, a área de encontro e a biblioteca até as áreas de planta livre, muito poucas coisas nos ambientes são permanentes e praticamente tudo pode ser movido. Os móveis e os acessórios são coloridos e contemporâneos, com altíssima qualidade e extremamente
Acima Ac ima : Esc rit ór ios io s da Edeiman, Londres, Reino Unido Divisórias Divisórias colorid as criam uma atmosfera leve e divertida no escritório.
À e sq uer da: da : Esc rit ório ór ioss da Edeiman, Londres, Reino Unido A ilum inação artificial é filtrada através dos lustres pendentes e cria pontos focais nas mesas de reuniões.
duráveis. Por tudo isso, a reorganização é um processo simples de apenas mover os móveis de lugar. O grande imóvel, com 7.620 metros quadrados, é um ambiente de trabalho dinâmico e envolvente. Gensler 243
Land Design Studio A em pr esa Com sede em Londres, o Land Design Studio foi criado em 1992 por Peter Higgins. Seu trabalho é predominantemente dedicado ao projeto expográfico e ao design de interiores que representam as necessidades dos clientes por meio de sofisticadas tecnologias de comunicações utilizadas lado a lado com soluções pragmáticas de design. Peter Higgins é professor de design narrativo e de experiência na Faculdade Central de Artes e Design Saint Martins, em Londres.
Conceitos fundamentais Pensamento rápido, bom humor e diversão envolvente caracterizam muitos dos projetos do Studio, mas a interpretação dos materiais para as exposições e para o projeto é sempre
colaborativas poderosas com profissionais de
executada de forma rigorosa e racional.
disciplinas relacionadas, como pesquisadores,
A intersecção com outras disciplinas, como
mesmo assuntos que impactam no financiamento do negócio e nas estratégias de marketing." O Land Design Studio faz parcerias
escritores, desenvolvedores de mídia,
artes gráficas e multimeios, está sempre
designers gráficos, artistas, planejadores,
presente em seus projetos, que mostram sua
consultores de acessibilidade e uma nova leva
fascinação pelas novas tecnologias e pela
de designers de som e de iluminação, que são
vontade de transmitir idéias e mensagens.
contratados para dar apoio técnico e criativo
A narrativa narrativa e o movime m ovimento nto são parte
especializado. Isso permite que o escritório
fundamental de todos os projetos e
monte um time especializado e talentoso para
frequentemente o ponto de partida do
cada projeto, que seja absolutamente
processo de design. "Nós descobrimos no
adequado para resolver o problema de design,
início que o nosso objetivo básico é estender e
em vez de apenas escolher quem está com
articular as informações primárias contidas no
menos trabalho no escritório.
próprio briefing do briefing do cliente, que foi preparado
O Studio trabalha com o que há de mais
por vários representantes, como curadores,
moderno para inovação no design e para
pesquisadores, departamentos de
criação, além de ser conhecido por sua
intepretação, especialistas em educação e até
confiabilidade e sua originalidade, duas
mesmo gerentes de brand. A brand. A resposta pelo
qualidades fundamentais para a empresa.
design conceituai inicial fornece propostas preliminares para a sequência narrativa, os protocolos de mídia e de comunicação, planejamento operacional e funcional, e até
244 Portfólios
Projeto princi pal pal The The British Britis h Music Experience, Experience, The The 0 2 Arena, Londres, Reino Unido 0 Land Land Design Studio foi um dos primeiros primeir os colaboradores a ser recomendado para
The British Music Experience, Londres, Reino Unido O projeto expográfico apresenta diversas idéias diferentes com formas de divulgar a m úsica popular.
desenvolver esse projeto expográfico, portanto, seu envolvimento com o projeto foi muito maior do que o normal para esse tipo de trabalho, executando uma parte fundamental da pesquisa na criação do projeto. A empresa estava envolvida com a equipe de desenvolvimento, grandes experts da música escolhidos no mercado fonográfico e com os jornalistas da área área..
Land Design Design Studio 245
ís l
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0 local local era irregular e difícil de ser
objetos de coleção. Essa coleção interativa
trabalhado, portanto, a primeira decisão do
até ensinava os mais empolgados a dançar.
projeto foi criar um espaço central circular com
Os designers explicam: "O nosso ponto de
estações perimetrais. Cada uma representava
partida para estabelecer o princípio
um período definido da história musical e tinha
organizacional foi com base no conceito de
um tratamento gráfico completamente
que os tipos variados de visitantes que eram
diferente, o que ajudou a criar diferentes
esperados deveriam se refletir no mecanismo
ambientes para dar suporte às diferentes
de fluxo absolutamente livre, com numerosos
músicas. O uso de interatividade digital foi
níveis de informação. Nós queremos estimular
intenso: as instalações permitiam ao visitante
a descoberta individual em vez de criar um
investigar a geografia da música, descobrir
passeio didático prescritivo'.'
aspectos de sua transmissão e ouvi-la em
246 Portfólios
* • » « * » *
Ac ima im a à esq uer da: The British Music Experience, Londres, Reino Unido Todos os visitantes ganham fones de ouvido para que sintam que sua jornada é individual diante da complexidade do museu.
Acima, Ac ima, e à direi di reita: ta: Th e British Music Experience, Londres, Reino Unido Os visitantes podem participar da exposição por meio de dispositivos interativos.
À es qu erd a: The Bri tish tis h Music Experience, Londres, Reino Reino Unid o A ex posiç ão cons iste de uma série de murais que descrevem as diferentes fases da música popular.
Land Design Studio 247
Projetos Projetos im port antes The Golden Age of Couture: Paris and London Lon don,, 1947 1947-1 -195 957, 7, Muse Mu seu u V&A, V&A, Londre Lon dres, s, Reino Unido O lançamento da linha de roupas New Look de Christian Dior, em 1947, marcou o início de uma década memorável na indústria da moda a que Dior chavama de "anos dourados'.' Nessa exposição, na qual a maioria dos objetos pertenciam ao acervo do próprio Museu Victoria & Albert, o design cenográfico do Land Studio apresentou uma das mais glamorosas décadas da moda até hoje. Começando pelo impacto do New Look de Dior, o Land projetou uma exposição que explorava o processo de fabricação em uma cena de rua cinematográfica com displays envidraçados. Eles Eles ficavam em frente fren te ao panorama de uma cidade em constante mudança. "Era como se os ateliês famosos tivessem sido desconstruídos e distribuídos para criar uma cena urbana com um ciclorama projetado em constante mudança',' explicam os designers. A penúltima galeria exibia uma
. enorme enorm e instalação-exposição com trilha sonora de Mantovani, que criava o cenário grandioso para os 35 vestidos de festa, incluindo aqueles que foram usados pela rainha, por Margot Fonteyn e Audrey Hepburn. Esse display era estático e ganhava vida com uma projeção abstrata em slow motion, motion, que que havia sido feita no interior do salão de bailes de Osterley House. A exposição foi concebida concebida como uma uma narrativa que explora a alta-costura desde os seus primórdios até o final dos anos 1950, quando as principais casas de moda haviam se tornado marcas globais.
Aci ma: The Golden Gol den Ag e of o f Couture, Mus eu V&A, V&A, -Londres, Reino Unido Um clima histórico foi criado na galeria para complementar a era das roupas.
À es qu erd a, e à es querd qu erd a no centro: The Golden Age of Couture, Museu V&A, Londres, Reino Unido A trilh a son ora de M antovani complementava a exposição dos vestidos de baile. A linha do tempo da moda era exibida de forma clara e concisa.
248 Portfólios
Playzone, Domo do Milênio , Londres, Reino Unido A Playzo Playzone ne era era uma das 14 zona zonas s dentro do Domo do Milênio, o controverso projeto que foi construído em Londres para celebrar a chegada do ano 2000. O conteúdo do Domo
A circulação circulação,, ou o movimen m ovimento to físico, era era o fundamento da experiência: tudo deveria ser apreciado em movimento dentro do pavilhão. A entrada entrada era era elevad elevada, a, de forma que o visitante poderia ter uma ideia completa da instalação já na chegada, então ele era
era dividido em áreas temáticas: "Quem
conduzido ao longo de diversas instalações
somos" "O que fazemos" e "Onde vivemos'.'
projetadas até uma área de mecanismos
Uma equipe de arquitetos e designers
digitais interativos. O processo era
conceituados foi montada para projetar cada
propositalmente difícil de se realizar, e o
seção, e o Land Design Studio foi convocado
visitante deveria fazer um esforço para se
para criar a área chamada Playzone. Ela ficava
envolver e não apenas perambular pelo local
dentro da seção "O que fazemos',' ao lado de
sem foco. "Como em todos os nossos
"Tra "Traba balha lhar',' r',' "Descansar "Desc ansar"" "Conversar" "Convers ar"
trabalhos, o planejamento do exercício é
"Dinheiro" "Trajeto' e "Aprender'.' O objetivo
fundamental para responder ao movimento
era desenvolver uma experiência interativa
das pessoas, ao tempo de abrigo e à
para envolver e entreter um público variado.
sequência, e nós descobrimos por observação
O público visitante diário esperado era de
que, ao contrário da regra máxima do design
30 mil pessoas, então o pavilhão deveria
de interiores, frequentemente nós não criamos
conseguir absorver grandes grupos de forma
espaços para o relaxamento e para o conforto
significativa e agradável, além de fazer com
hedonista."
que fossem embora com um sentimento positivo memorável e duradouro. O Land Design Studio criou um pavilhão independente por onde os visitantes poderiam entrar.
Playzone, Domo do Milênio, Londres, Reino Unido Os displays interativos têm uma qualidade divertida e exuberante.
Land Design Studio 249
Bibliografia comentada Livros BROOKER, G raem e; STONE STONE,, Sally. Sally. Basics Inte rior Arch itecture :
FAJARDO, FAJARDO, Julio. Julio. Wow! Conve rted Spaces. Page One, One, 2008.
Form a nd Structure. AVA Publishing, Publishing, 2007.
Uma série de ótimos estudos de caso de espaços interiores no mundo todo.
______. B a s i c s I n t e r i o r A r c h i t e c t u r e : C o n t e x t a n d E n v i r o n m e n t . AVA P ub lis hi n g, 20 08 .
______ , B a s i c s
I n t e r i o r A r c h i t e c t u r e : E l e m e n t s a n d O b j e c ts ts . A VA VA
Publishing, 2009.
Esses três livros são parte de uma série de cinco volumes examinando o processo de arquitetura e design de interiores.
______ ______ ; _____ . R e r e a d i n g s :
HARVEY HARVEY,, David. The Condition o f Pos tmo dern ity: an Enquiry into into Interior Architecture and the
P r i n c i p ie ie s o f R e m o d e l lili n g E x i s t i n g B u i l d i n g s . R I B A E n t e r p r i s e s , 2004.
Uma exploração e análise do processo de reforma dos imóveis preexistentes e uma discussão teórica acerca da natureza dos interiores utilizando estudos de caso do mundo todo.
______ ; _____ . Coates,
GREGOTTI GREGOTTI,, Vittorio. Vittorio. Inside Architecture . The M IT Press, Press, 1996. 1996.
Uma análise concisa e cheia de idéias sobre o papel do modernismo no final do século XX.
the Origins o f Cu ltural Change. Blackwell, 1990.
Um tratado abrangente e de muito agradável leitura sobre o desenvolvimento da condição da pós-modernidade e como ela afetou não apenas o mundo em geral mas também o design e a arquitetura. HUDSON, Jennifer. Inter ior Arc hitectu re Now. Laurenc e King,
Michael. The Visual Diction ary o f Inter ior
A rc h ite ct u re a n d D es ig n. AVA P u bl is hi n g , 20 08 .
Uma visão geral da terminologia e da linguagem da disciplina de design e de arquitetura de interiores.
2007.
Uma seleção muito útil e colorida de designers de interiores do mundo todo. INTERIORS FORUM SCOTLAND. Thinking Inside the Box:
C A T A CU CU Z IN IN O , S h e r b a n . R e - A r c h i t e c tu tu r e : O l d B u i ld ld i n g s / N e w
a R e a d e r in in I n t e r i o r D e s i g n f o r t h e 2 1 s t C e n tu tu r y. y. M i d d l e s e x
Uses. Thames & Hudson, 1989. 1989.
University Press, 2007. 2007.
Uma análise análise da reutilização de imóveis p reexistentes utilizando estudos de caso do mundo todo.
Uma coleção de artigos e trabalhos acadêmicos do mundo todo sobre as mais recentes idéias e assuntos no design e na arquitetura de interiores. interiores.
C O L O M IN IN A , B e a t r iz iz . P r i v a c y a n d P u b l i c i ty ty : M o d e r n A r c h i t e c t u r e as Mass M edia. M IT Press, 1996.
A repre senta ção do espa ço, espe cialm ente po r meio da fo tografia, sempre foi um assunto interessante. A autora explora as obras de Le Corbusier e de Adolf Loos por meio de suas atitudes e respostas à representação de sua obra.
KURTICH, John & EAKIN, Garret. Inte rior Architecture. Van N o s t r a n d R e i n h o l d C o m p a n y , 1 9 9 3. 3.
Uma visão seminal das idéias e dos acontecimentos no design dos espaços interiores históricos e contemporâneos. LITTLEFIELD, David & LEWIS, Saskia. Architectural Voices:
CRAMER, Johannes; BREITLING, Stefan. Architecture in
Listen ing to O ld Buildings. John W iley iley & Sons, Sons, 2007. 2007.
E x i s t i n g F a b r i c : P l a n n in in g , D e s i g n a n d B u i l d in in g . B i r k h ã u s e r, r,
Um estudo poético sobre como os traços históricos podem influenciar a forma na qual um prédio é co nvertido.
2007.
Um estudo ambicioso do processo de transformação dos imóveis antigos. CURTIS, CURTIS, W illiam illiam J. J. R. R. Mo dern Ar chitectu re since 1900. Phaidon, 1982.
Uma análise muito completa e bem escrita sobre os principais movimentos arquitetônicos do século XX.
MALNAR, Joy Monice & VODVARKA VODVARKA,, Frank. The The Interior D i m e n s i o n : a T h e o r e t i c a l A p p r o a c h t o E n c l o s e d S p a ce ce . J o h n Wiley an d Sons, 1992. 1992.
Uma extensa análise da abordagem teórica do design dos espaços interiores. M AR AR O OT T , S e b a s ti ti e n . S u b - U r b a n i s m a n d t h e A r t o f M e m o ry ry .
DAL CO, Francesco; MAZZARIOL, Giuseppe; SC ARP SC ARP A, Ca rio . Cario Scarpa: The Complete Works. Electa, 1984.
As obras com ple tas do grand e d esig ner italiano, con hec ido pela reutilização delicada e cuidadosa que faz dos imóveis preexistentes.
A rc h it e c tu ra l A ss o c ia ti o n P u bl ic at io ns , 20 03 .
Uma análise da abordagem contextual que pode ser utilizada pelo designer. MASSEY, MASSEY, Anne. Interior Des ign o f the 20 th Century. Century. Tham es &
DILLER, Elizabeth & SCOFIDIO, SCOFIDIO, Ricardo. Flesh: Arc hitec tura l Probes. Princeton Arch itectu ral Press, 1994.
A o bra dos des ign ers radic ados em No va York é utiliz ada pa ra ilustrar as preocupações e os interesses do design contemporâneo.
Hudson, 1990.
Aind a hoje , a me lhor e mais rel evante d esc riçã o da histór ia re cente e da profissão de designer de interiores. PILE, PILE, John. John. A Histo ry of Interior Design. Lau rence King, 2000.
E V AN AN S , R o b in in . T r a n s la la t i o ns ns f r o m D r a w i n g s t o B u i l d i n g a n d
Organiza as várias idéias e formas na história do design.
Othe r Essays. AA Pu blications, 1992.
Os textos do historiador Robin Evans trataram de uma grande variedade de assuntos, como o envolvimento da sociedade nos tipos de imóveis, relações espaciais interiores e modos de projeção.
250 Bibliografia
PLUNKETT, Drew. Drawing for Interior Design. Laurence King, 2009.
Um recurso prático e útil para estudantes que inclui todos os aspectos do projeto de espaços interiores.
Periódicos POWELL, Kenneth. Architecture Reborn: Converting Old
A b it a re
Bu ildings fo r New Uses. Uses. Rizzoli, Rizzoli, 1999.
http://www.abitare.it
Organizado dentro das várias funções do design de interiores, esse livro mostra diversos estudos de caso sobre a reutilização de imóveis preexistentes.
Blueprint
P R AZ AZ , M a r i o . A n l l lu lu s t r a t e d H i s t o r y o f I n t e r i o r D e c o r a t i o n : F r o m
Domus
Pom peii to A rt Nouveau. Nouveau. Tham es & Hudson, 1982.
http://www.domusweb.it
Uma completíssima jornada através da história da disciplina. disciplina. A introdução é brilhante e levou 18 anos para ser escrita, de forma que não foi inclusa na primeira edição, de 1964.
Frame
RISSELADA, Ma x (ed.). Raum plan Versus Plan Libre: Ad olf Loos
Icon Magazine
an d Le Corbusier. Uitgeverij, Uitgeverij, 1991.
http://www.iconeye.com
O catálogo de uma exposição, este livro examina as duas diferentes estratégias de planejamento planejamento do espaço de Le Corbusier e Adolf Loos.
Interior Design Magazine
http://www.blueprintmagazine.co.uk
http://www.framemag.com
http://www.interiordesign.net
R O BE BE RT RT , P h i l ip ip p e . A d a p t a t i o n s : N e w U s e s f o r O l d B u i l d in in g s . Princeton Architectural Press, 1991.
Sites e blogues
Este livro apresenta uma série de estudos de caso muito bem escritos utilizando exemplos raros e incomuns da reutilização de imóveis antigos no mundo todo.
h ttp://www. idec.org
O site do conselho dos Educadores Americanos de Design de Interiores ( Ame Ame rican Inte rior D esign Educ ators Coun cif).
SCHITTICH, Christian (ed.). Building in Existing Fabric: R e f u r b i s h m e n t , E x t e n s i o n s , N e w D e s i g n . B i r k h ã u s e r, r, 2 0 0 3 .
h t t p : / / w w w . ecia.net
Uma série série de estudos de caso que ilustram diferentes abordagens para uma reforma. reforma.
O site do Conselho Europeu de Arquitetos de Interiores ( European Cou ncil of Interior Architects ) oferece diversos recursos para profissionais, profissionais, estudos de caso, livros e contatos de membros.
il—Inter ior Spaces: Space, Light, Materials. ______. In Deta il—Inter Birkhãuser, 2002.
h ttp://www . idea-edu. com
Uma série série abrangente de estudos de cas o contemporâneos muito bem analisados e pensados.
O site da Associação dos Educadores de Design de Interiores/ Architecture Arquitetura de Interiores Interiores ( Interior Des ign/Interior Architecture Educators Association) Association) na Austrália e na Nova Zelândia.
SCOT SCOTT, T, Fred. Fred. On A ltering Architecture . R outledge, 20 08.
Uma ótima seleção de artigos discutindo a reforma do preexistente. Os assuntos vão desde o design de interiores interiores até a arquitetura e pintura.
h ttp://ww w. in terioreduc a tors. co. uk
A página da IE, a associação de educadores de interiores interiores radicados no Reino Unido, que representa os programas de arquitetura e design de interiores.
SLOTKI SLOTKIS, S, Susan J. Fou ndation s o f Inter ior Design. Lauren ce King, 2006.
http://www.interiorsforumscotland.com
Um olhar abrangente abrangente para todos os as pectos do design de interiores, desde como fazer um contrato até os estudos de caso.
O site da Associação Escocesa de Educadores de Interiores Interiores
S P A N K IE IE , R o . B a s i c s I n t e r i o r A r c h i t e c t u r e : D r a w i n g O u t t h e
http://www.msa.mmu.ac.uk
Interior. AVA Publishing, 2009.
Um blogue que discute diversos aspec tos do design e da arquitetura. arquitetura. É editado p or acadêmicos, des igners e arquitetos, e explora as conexões entre o design do passado, do presente e do futuro.
Uma série de estudos de caso ilustrados examinando os vários métodos de representação do espaço interio interior. r.
(Scottish Association of Interior Educators) Educators)..
TAYL TAYLOR OR,, M ark & PRESTON, PRESTON, Julieanna. Julieanna. Intim us: In terio r Design Theory Reader. Reader. John Wiiey & Sons, 2006.
h t t p : / / w w w .t .t h i n g s m a g a z i n e . n e t
Uma coleção acadêmica de trechos de trabalhos seminais seminais sobre a teoria dos interiores. interiores.
Uma estranha revista eletrônica que surpreende e informa sobre as áreas menos conhecidas do design e da estética.
WHARTON, WHARTON, Edith & COD MA N Jr., Jr., Ogden B.T. B.T. The De coration o f
h t t p : / / w w w . design addict. com
Houses. Batsford, 1898.
Um site que traz uma grande variedade de objetos, livros, artigos e informações.
Provavelmerie. o primeiro v o que tratou do design design de interiores interiores como uma discip ma ndepenoente.
h t tp tp : / / b l d g b l o g . b l o g s p o t . co co m
Um ótimo blogue que também foi transformado em livro! Cheio de artigos, imagens e idéias muito irreverentes e obscuras!
Bibliografia 251
Glossário A c a ba m e n to
A finalização de um interior é chamada de acabamento. Ele pode incluir a aplicação de materiais, detalhes, revestimentos, arremates e outros itens que sejam necessários para deixar um interior pronto para ser ocupado e visualmente aceitável, conforme o projeto. A c ú s tic a
O entendimento e análise do som e das qualidades auditivas de um espaço. No design de interiores, as propriedades acústicas específicas de um ambien ambiente te podem ser controladas por meio da aplicação de diferentes materiais que afetam a reverberação do som no espaço.
espaço normalmente é chamado de circulação. Ela descreve os métodos que os usuários de um imóvel irão utilizar para acessar todas as áreas do seu interior. A circulação pode ser organizada organizada como rotas horizontais, com passarelas, corredores e pontes, ou verticais, por meio de escadarias, rampas, elevadores e escadas rolantes.
E a reforma dos interiores de imóveis preexistentes em grande escala. Além de grandes alterações no imóvel, a arquitetura de interiores também inclui problemas complexos relacionados a estrutura, meio ambiente e outras questões técnicas e de infraestrutura. Também é chamada de retrofit e pode envolver a mudança da função ou programa do imóvel.
A co luna e a viga fformam ormam os componentes básicos de um sistema estrutural. Ela é o elemento vertical de uma construção e pode ser feita de concreto, aço ou madeira, entre outros materiais.
Um conceito é uma ideia abstrata que pode funcionar como o ponto de partida do design de um interior. Ele pode ser uma preocupação pragmática, como atender aos requisitos de um projeto, ou pode ser mais abstrato. abstrato. Conservação
Conservação é a arte da preservação das estruturas existentes, seja no estado como foram encontradas, seja seja retornando-as à sua aparência original.
A r t d éc o
Um estilo de design que foi muito popular na Europa e na América do Norte no início dos anos 1900. Sua estética é caracterizada por linhas puras e formas geométricas. Á tr io
Esse termo se refere a um espaço interior que normalmente tem um teto envidraçado que permite a entrada de luz e calor solar para um ambiente. Normalmente, fica no centro de um interior e pode ter vários pavimentos que se abrem para ele. Circulação
O movimento através de um
252 Glossário
Decoração de interiores interiores
A decoração de interiores é a arte de d ecorar ambientes internos para dar a eles uma identidade e uma atmosfera específica para o local. Normalmente, inclui revestimento, ornamentação, móveis, móve is, objetos, acess órios e iluminação.
Coluna
Conceito A rq u ite tu ra de in te ri o re s
apresentam e indicam a posição de paredes, pisos, tetos e outros elementos estruturais.
Contexto
No design de interiores, o contexto consiste das condições do entorno do imóvel e o próprio imóvel em si. O contexto é a situação ou o ambiente no qual o interior está localizado. Esses fatores podem estar próximos ou distantes do interior, e ter ou não impactos sobre o novo interior. Corte
O designer pode traçar uma linha em qualquer ponto da planta de um imóvel para visualizar um corte vertical através através dos espaços. O s cortes explicam como os volumess e os espaços se volume
Design de interiores
O design de interiores é uma prática mu ltidisciplinar ltidisciplinar que envolve a criação de uma série de ambientes interiores que articulam em identidade e atmosfera por meio da manipulação do volume espacial, espacial, da colocaç ão de objetos e móveis específicos e do tratamento das superfícies.
Estrutura
A estrutura pode ser descrita como materiais materiais que suportam as cargas e forças às quais são sujeitas. E um dos elementos fundamentais na construção e pode ser feita de diversos materiais, como concreto, madeira ou aço. “A forma segue a forma ”
Uma expressão que se aplica especialmente à reforma de imóveis preexistentes. É uma abordagem que discute a natureza do imóvel e seu impacto e relação com o novo interior. “A forma segue a funçã o"
E uma frase que foi criada no fim do século XIX e é a afirmação modernista de que nos novos imóveis os espaços interiores interiores são determinados pelas funções que eles irão abrigar. Função
Elevação
Uma elevação é uma representação (um desenho) bidimensional, geralmente de uma fachada ou parede exterior de um imóvel. Ela irá demonstrar a posição de portas, janelas e quaisquer outros detalhes do exterior do do imóvel.
O tipo de uso de um espaço, seja ele um uso novo ou já existente, é chamado de função e, em situações mais técnicas, de programa. Iluminação
É a manipulação da luz natural ou artificial, consideração fundamental ao projetar um interior.
Engenheiro
O engenheiro civil, mecânico, ambiental, entre outros, tem um conhecimento especializado e é consultado por arquitetos e designers para desenvolver os projetos complementares de um imóvel ou interior.
Intervenção
É um procedimento que ativa o significado potencial ou reprimido de um local. Funciona verdadeiramente quando a resposta arquitetônica às modificações parte do disc urso existente no imóvel.
Ergonomia
É o estudo das relações espaciais e proporções do corpo humano. O New Metric Handbook é Handbook é uma publicação que cataloga essas relações e define os “padrões" ergonômicos. Os objetos podem ser descritos como tendo um design ergonômico, ou seja, projetados para a melhor relação possível com o corpo humano.
Inserção
É a colocação de um objeto dentro de um imóvel, uma prática que estabelece uma forte relação entre a construção original original e o elemento inserido. Ainda assim, permite que o caráter de cada um deles exista de forma independente e marcante.
Instalação
É a estratégia da disposição de uma série ou conjunto de elementos que têm relação entre si no contexto de uma construção existente. E um processo que aumenta a consciência sobre um imóvel existente sem criar efeitos negativos sobre ele.
isso acaba com a necessidade de paredes autoportantes, ou seja, que servem de apoio para a estrutura. Também traz liberdade e flexibilidade para o projeto d os interiores, interiores, pois as paredes internas não são necessárias necessárias para suportar o imóvel, e abre caminho para grandes espaç os fluídos.
Legislação
O projeto e a construção de imóveis e interiores devem obedecer uma legislação legislação específica que controla o planejamento, acesso e questões de saúde e higiene do imóvel. Também há legislações específicas para acessibilidade, a fim de garantir que todos os imóveis e interiores possam ser acessados de forma fácil e segura por todas as pessoas.
O processo de design é o método pelo qual um novo projeto é criado e executado. Ele geralmente é descrito e ensinado como um processo linear, mas também pode ser uma ação fragmentada que terá diferentes pontos de início e variados resultados. Promenade
Retro fit
Um dos cinco pontos da Nova Arquitetura de Le Corbusier é o conceito do movimento contínuo por meio de uma construção, o passeio arquitetônico, ou promenade
Retrofit é o processo de alteração profunda em um imóvel. Sua função é a alteração mais óbvia, mas também há outras alterações que podem s er feitas ao imóvel, como sua estrutura, as rotas de circulação e a sua orientação. Ele pode receber expansões e também pode ter partes demoli demolidas. das.
Processo de design
architecturale. Raumplan
P a t r im im ô n i o t o m b a d o
Quando um imóvel, um interior, um monumento ou até mesmo uma ponte são considerados importantes para a história, ou quando têm um significado cultural importante, devem ser protegidos de demolição ou descaracterização (alteração da sua aparência original), e entram para a lista do patrimônio histórico. No caso de um imóvel, essa proteção pode se referir à sua fachada, apenas, pode incluir a fachada e seus interiores, ou apenas algumas caracteristicas. como o método construtivo ou detalhes da sua ornamentação. Planta livre
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Nova Araurteíura Arau rteíura ne ILe ILe Corbusier Corbusier.. A o a: tê e j — sistema sistema de i r i erc ziu ziue jdfaa colunas como accuic estrutura. ccnseajenrei-e-iT-
Restauro
Restauro é o processo de retorno das condições de uma estrutura ao seu estado original e, frequentemente, envolve a utilização de materiais e técnicas originais do período em que foi erigido para garantir que o imóvel ou a estrutura pareça como se tivesse sido construído(a) construído(a) recentemente.
Layout
A organização de um interior em um desenho bidimensional bidimensional distribuindo os espaços, móveis, estruturas e objetos.
A função permanece a mesma e a estrutura geralmente não é alterada, mas a forma como o prédio é usado é atualizada atualizada.. Normalmente, atende também a infraestrutura do imóvel, como os sistemas elétrico, hidráulico, etc.
Criada pelo arquiteto vienense Adolf Loos, a Raumplan, ou planta de espaço, é mais bem entendida em seus projetos para as casas Müller e Moller, em Praga e Viena. As casas consistem de uma série de espaços compactos, fechados e intimamente conectados, e a circulação entre eles era organizada de forma tridimensional. Ready-made
Arte criada a partir de achados, ou objetos de uso diário, que normalmente não seriam seriam considerados arte por si sós. O termo ready-made foi inventado pelo artista Marcei Duchamp, que criou uma série de objetos de arte, como uma roda de bicicleta, um porta-garrafas e um míctório. Reforma
E o processo de renovação e atualização de um imóvel.
desnecessário ao redor do mundo. Textura aplicada
A identidade visual e a atmosfera de um espaço interior podem ser criadas com o uso de materiais específicos, também chamados de revestimentos. Essa superfície final pode ser alterada pela aplicação de uma nova camada superior, chamada de textura aplicada. Isso pode ser feito de praticamente qualquer coisa, como vidro, metal, tecido, plástico ou madeira. Viga
Uma viga é um componente básico da estrutura. É um suporte horizontal normalmente feito de concreto, aço ou madeira, entre outros, e tem pontos de apoio nas suas pontas em uma coluna ou em outras estruturas de alvenaria. Também pode ser chamada de lintel quando está posicionada sobre pequenas aberturas em uma parede.
Sequência
É um termo que descreve a ordem dos ambientes que o designer pretende que o visitante siga em sua promenade através do imóvel. Sustentabilidade
No segmento do design, a sustentabilidade está relacionada ao uso racional dos recursos naturais na execução e no uso de um imóvel ou interior. Refere-se aos materiais que são utilizados para não exaurir suas fontes naturais de modo desnecessário ou exagerado. A sustentabilidade também está relacionada à compra de materiais e aos métodos construtivos que não contribuam para a mudança mudança climática por meio do uso exagerado em suas fontes naturais ou pelo transporte
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índice 120BLOndo, 164 3DStudio Ma Max, x, 54 6a architects, 144, 148 acessórios, 12, 48 achados, 24, 36-41,48, 147 adaptação, 28-32, 73 Adjaye, David, 116 afiliados, 22 Agence Andrée Putman, 194-199 Agência Internacional de Energia, 42 águas cinzas, 44 águas pluviais, 44 Alemanha, 42, 70, 126, 131,137, 144, 199 alunos, 6 Amostras, 113, 119 Amsterdã, 186 Anne Fontaine boutique, 199 Aparic o + Fernàndez-Elor Fernàndez-Elorza, za, 121 apartamento Beistegui, 18 A-Poc, 86 AppIePly, 126 Apresentação, 57-58 aquecimento global, 42 ar-condicionado, 45 ARB, 23 Arca Architects, 68 Armazém Richmond, 178 Arqueologia, 34 Arquitetura, 6, 11, 14, 17, 18, 26 35, 45, 54, 80, 90, 114-115, 134-135, 140 arquitetura de interiores, 6, 12, t4 , 17, 22-23, 28, 54, 77 arquitetura vernacular, 32, 45, 144 Arribas, Alfredo, 126 Arsenale, 140 art déco, 17 artes gráficas, 8, 45 Asia, 18, 22 Associação Instituto Asiático Internacional de Design (Asia International Design Institute Associ ation —Al D IA), 18 Atkinson, Robert, 17 Atmosfera, Atmosfera, 12, 41,4 4, 46, 49-50, 53-54, 56, 70, 72, 88, 90. 110, 112-113, 128, 131, 137, 148 Austrália, Austrália, 175, 175, 178, 181 ,236 Áustria, 99, 125, 131 AutoCAD, 54 Banq, 125 BarTen, 215 Barcelona, 103, 154-156, 158 Basis Wien, 124 Bauhaus, 20-23 Behnisch Architekten, 93 Ben Kelly Design, 153, 212-217 Berlim, 50, 131 Betsky, Aaron, 140 Biblioteca das Mulheres, 80 Bibliotecas, 63, 71, 78, 80, 106, 147 Bienal de Arquitetur a de Veneza, Veneza, 140 Block, Klaus, 25 Blue Spa, 199 Bolsa de Valores de Londres, 239-240 Boston, 125 Bourgeois, Francis, 116 Bournemouth, 203 Bouroullec, Ronan e Erwan, 86, 150 Bourriaud, Nicolas, 39 British Music Experience, 245-246 Brown Architects, 152, 160-167 Budapeste, 209 Burberry, 241-242 Cabinet War Rooms, 225-226 cadeira Barcelona, 142 Café Bongo, 52 CaixaForum, CaixaForum, 80 Califórnia, 96 Callas Café, 209
254 índice
Calvin Klein, 52 Câmara de Comércio de Hamburgo, 92-94 Canadá, 42 Canova, Antonio, 76 Canteen, 190 Caráter, Caráter, 41,4 6, 50 , 64, 73, 71, 112-113, 135 Carta de Atenas, 33-34 Casson, Hugh, 22 Casson Mann, 25, 153, 224-229 Catálogos, 46 Cenários, 18, 144 Cenografia, 27, 116, 144 Centro de Documentação Documentação Arquitetônica, 120 Chemetov, Huidobro e Allio, 104 cinemas, 78-79 circulação, 48, 74, 76, 121, 139 Cistercienses, 52 Civic Amenities Act, 35 Click 3X LA, 172 Clima, 42,114 Clive Wilkinson Architects, 71, 152, 218-237 clientes, 14 Coates, Nigel, 52 Colaboração, 27 Colagem, 39, 54 Colefax, Sibyl, 17 Collins, David, 152, 206 Colônia, 137 Comme des Garçons, 11 0 Commerzbank, 126 Comodidade, 10 Computadores, 23, 57, 80, 1 13 Comunicação, Comunicação, 54-59, 84, 142-144, 148 Concertgebouw, 186-187 Conhecimento, 60, 63, 78-83, 104-107 Conservação, 10, 26-27, 32-35 consumo de energia, 42-43 Constable, John, 67 Coop Himmelb(l)au, 99 Coréia do Sul, 192 Corian, 86 Crate House, 91 Cuines SantaCaterina, 158 Cultura, 29-30, 32, 46, 60, 63, 72-77, 100-103, 126, 147 Culver City, 169 Curador, 140 custos, 20, 23 D.E. Shaw, 71 David Archer Architects, 152, 200 -205 David Collins Studio, 206-211 Decoração, 6, 10-11, 14, 17, 22-23, 66 decoração de interiores, 6, 10-11, 14, 23 Desenfans, Noèl, 116 Desenho, Desenho, 23, 54-56, 58 desenhos tridimensionais, 56 design comunitário, 63 design de produto, 26-27 detalhes, 55, 58, 69, 110,112-13, 115, 134 dióxido de enxofre, 42 Domo do Milênio, 249 Dover Street market, 110 Draper, Dorothy, 17 Droog Design, 108 Duchamp, Marcei, 25, 38 Edelma, 243 Edifício Daily Express, 17 Edifícios de Energia Zero, 42 educação, educaçã o, 20-24 elevações, 58, 82 elevadores, 48-49 Eliden, 192 Emissões, 42
Emporio Armani, 52 empresa em Guangdong, 43 engenheiros, 27 entidades de classe, 18 entretenimento, 18 ergonomia, 49, 62, 70, 100, 142 esboços, 23, 54, 55, 76 esboços analíticos, 55 esboços conceituais, 55 escala, 34, 54, 69, 76, 106 escadarias, 48-49, 71, 112,118, 122 Escola Central de Artes e Ofícios (Central School of Arts and Crafts), 21 Escola de Arte de Manchester (Manchester School of Art), 2 Escola de Arte de Nottingham (Nottingham School of Art), 21 escola de artes, 21 -22 Escola de Dança Siobhan Davies (Siobhan Davies dance school), 77 Escola de Design de Interiores de Nova York (New York School of Interior Design), 22 Escola de Design Parsons (Parsons School of Design), 22 Escritórios, 12, 20, 26, 63, 82, 94, 98-99, 116, 139, 142 Escultura, 40, 49, 76, 86, 90 espaço de exposições Cordiere, Cordiere, 140 espaços de conveniência, 18 Espanha, 80, 120, 154-58 Estados Unidos da América (EUA), 35, 163-64, 166, 169, 171-72, 180, 189, 210, 219, 221,223, 228 estágio de aprendizado, 21-22 estética, 8, 52, 100, 131 Estocolmo, 150 Estofadores, 14, 17, 21,26 Estratégia, 60, 62, 64-111 Estrutura, 10, 56, 60, 64, 96. 100, 115 estruturas sob medida, 46, 48, 150 Europa, 18 Evans, Robin, 54 Eventos, 18 Exposição Camouflage, 228 Exposições, 12, 18, 26-27, 76, 88, 94, 103-4, 126, 135-37, 140, 147 Faculdade Birkbeck (Birkbeck College), 78 Faculdade de Arquitetura de Manchester (Manchester (Manchester School of Architecture), 103 Faculdade de Design de Rhode Island (Rhode Island School of Design), 106 Faculdade Real de Arte (Royal College of Art), 22 Federação Internacional de Designers e Arquitetos de Interiores (International Federation of Interior Designers/Architects Designers/Architects - ifilDA), ifilDA), 18 Fendi, 230-233 Firmeza, 10 Fleet Street, 17 FNP Architekten, 144 Forma, 34, 45, 49, 54, 56, 60, 112, 115, 134 Formação, 21-22, 24 formZ, 54 Foster + Partners, 50 Foster, Norman, 126 França, 197, 199, 230 Frankfurt, Frankfurt, 1 26 Fuksa, Doriana e Massimiliano, 52 Fujimoto, Sou, 151 Função, 8, 10, 60, 62, 112, 124, 126 Galeria de Pinturas de Dulwich, 116 Galerias, 12, 38, 62-63, 76, 82, 91, 116, 122, 137 Gamble, James, 128
ganho solar, 45, 64 GAS Eatery and Supplies, 236 Gensler, Gensler, 152, 238-24 3 Gherkin, 142 Glasgow, 215 Golden Age of Couture, 248 Gordon Square, 78, 80 grafite, 50 Graft Lab, 131 Grand Central Station, 228 Grandes Projetos, 104 Graz, 131 Great Expectations, 228 Guangzhou, 43 guerrilla store, 110 guildas, 20 Gymbox Covent Garden, 216
Haçienda, The, 212-214 Herzog & de Meuron, 62, 80 Higiene, 131 História, História, 11,14- 20, 23 -24, 26, 30, 33, 36, 50, 60, 62, 64 Holanda, 136, 182, 185-186 Hong Kong, 52 Horus Capital, 227 Hotéis, 12, 23 Hotel Bayerischer Hof Spa, 199 Hotel OMM, 154-156 House, 40 Howell, Bill, 72 Hungria, 209 Identidade, 12, 35, 45-46, 49-50, 52, 54, 70, 72, 84, 88, 92, 99, 108, 126, 128, 131, 134, 148 Igreja de Saint Paul em Bow, 100, 102 Igreja Glenlyon, 174-175 Indústria, 8, 18, 26, 52, 62, 70-71, 78, 90 Inglaterra, 69 Ink Bar, 203-204 Instalações, 6, 9, 26, 32, 90, 93, 110, 116, 131 Instituto Americano de Decoradores de Interiores (American Institute of Interior Decorators), 18 Instituto Britânico de Decoradores (Incorporated Institute of British Decorators Decorators - IIBD), 18 Instituto Britânico de Design de Interiores (British Institute of Interior Interior Design Design - BIID), 18 Instituto de Tecnologia da Moda (Fashion Institute of Technology), Technology), 22 interiores autônomos, 62, 88-111, 113, 134-151 interiores responsivos 62, 64, 66-87, 111,114-33 interiores de residências, 12 14 Irmãos Bouroullec, 142 Irmãos Herter, 17 Isolamento, 42, 44, 70 Itália. 32, 34, 108, 110, 144, 235 Jamie Fobert Architects, 142 Janelas, 42, 44, 58, 64, 69, 71, 76 Japão, 52, 151, 242 John Luce Company, 163 Justaposição, 46, 52, 108, 140 Kelly, Ben, 25 KMS Design Agency, Agency, 70 Koolhaas, Rem, 84 Kumakura, 151 Kunsthalcafé, 185 Kvadrat, 116, 150 Lan, David, 73 land art, 26 Land Design Studio, 153, 244-249 Layout,, 5 8 Layout
Lazzarini Pickering Architetti, 152, 23023 7 Le Corbusier, Charles Edouard Jeanneret, 17, 18 Le Spa Guerlain, 197-198 legislação, 6, 144 Lehrer Architects, Architects, 96 Lei de Preservação H istórica Nacional (National Historie Preservation Act) , 3 5 Leis, 35 leis de planejamento, 20 Levitt Bernstein Bernstein Architects, 100 Lincoln’s Inn Fields, 66 Lindy Roy, 122 Livraria Livraria Selexyz Selexyz Dominicanen, 18 2-184 Livros, 17, 18 loja de roupas masculinas Johan, 131 Loja e sede Stella McCartney, 189 London NYC, The, 210 Londres, 21,36, 40, 62, 66-67, 71-72, 77-78, 99-100, 110, 116, 142, 148, 190, 200, 205, 207, 214, 225, 228, 241,243, 245, 248-49 Loos, Adolf, 17, 18 Los Angeles Angeles,, 98, 171, 219, 221 ,223 LOT-EK 40, 90 Lotte Department Store, 192 Luz, 12, 17, 27, 34, 46, 48-49, 52, 56, 66-68, 71,76, 78-79, 84, 90, 98, 112-113, 115-119, 125, 133, 136-139 Lynx Architects, 70
Maastricht, 182 Machado, Rodolfo, 24 Madri, 80, 120, 157 Malha, 52 Manchester, 100, 103, 139, 212 Mandarina Duck, Duck, 10 8 Manhattan, 86, 90 mão de obra, 29 maquete(s), 54, 57-58, 76, 80, 140 marcas, marcas, 46, 62, 84, 88, 92, 108, 110, 144, 147 materiais, materiais, 12, 20, 22-23, 43 -44, 48-50, 52-53, 55-56, 60, 68-69, 71 ,84, 86, 112, 114-15, 128, 131, 148 mausoléu, 116 Mclnnes Usher McKnight Architects (Muma), 128 McQueen, Alexander, 86 meio ambiente, ambiente, 12, 23, 45, 49 Melbourne, 178, 181,236 Merkx + Girod, 15 2, 182-187 métodos analógicos, 54 mezanino, mezanino, 66, 1 42 Mies van der Rohe, 142 Milão, 110 Minimalista, 50, 131 Mitterrand, François, 104 mixagem, 39 Miyake, Issey, Issey, 86 Moda, 8, 26, 86, 110 Modernismo, 39, 134, 141. 178 Moldes, 40 Monastério de Novy Dvur, Dvur, 50 Monumentos, Monumentos, 32-3 3’ Morecambe, 69 Morgans HoteL 195-196 Morton Duplex, Duplex, 90 Morris, Wüfcam. 1 28 Moscou, 227-228 Mother, 99 Móveis, 12.17, 27. 48 -49 , 54 , 58 , 10 6 . - 2 2 - 2 : . Multiplicrty. 153. '74-1 EU Munique. 70. 799 Museu Churchil. 225 Museu da CaSear CaSearai ai ae .xc a . 22 Museu da Guerra Guerra r-iperm. 2 25 Museu de A le •o u—ca. 27
Museu de História Nacional, em Paris, 10 4 Museu Gipsoteca Possagno, 76 Museu Groninger, 136 Museu Victoria & Albert, Albert, 128, 248 Museus, 12, 39, 63, 78, 104, 116, 128, 136 Narrativa, 50, 116 Neoclassico, 10, 120 New Order, 118 Next Generation House, 151 North Tile, 150 Nova York, 22, 40, 71, 84, 86, 90, 122, 189, 195, 210, 228 0 2 arena, arena, 245 objetos, objetos, 113, 120-123, 140 -143 1 objetos “ direto da praleteleira” (off-the-peg items), 38, 40 obras públicas, 32 Office dA, dA, 106, 125-126 Ofícios, 20-21 Ogden Codman, 17 oki-ni, 148-149 OMA, 84 Omaha, 163-164 OMI Architects, 139 orçamento, 28, 71, 106, 144 orientação, 44, 64 óxido nitroso, 42 padrões, 12 Palladio, Andréa, 144 Pallotta TeamWorks, 219-22 0 papel de parede, 53 papel do design de interiores, interiores, 60, 8-13, 18 Paperfish, Paperfish, 22 3 Paredes, 50, 58, 134, 142, 144, 150 Paris, Paris, 18, 86, 108, 197, 197, 199, 230 , 248 Passivhaus, 42 patrimônio tombado, 32 Pavilhão chileno, 140 Pawson, John, John, 50, 5 2, 131 Pearl River Tower, 43 Pellegrini, Pietro Cario, 32 Photoshop, 54 Pintura, Pintura, 21, 22, 26, 5 4 pintura de paisagens, 26 piso, 48 plantas, 58 plástico, 520 86, 113 Playzone, 249 poluidora, 42 portfólios, 152-249 pós-graduados, 6, 23 Positano, 235 pós-produção, 39 Poulson Kjeldseth Advertising, 166 Poynter, Edward, 128 Prada, 84 prédios públicos, 12 Prêmio Turner, 40 Preservação, Preservação, 26, 32-35 Princípios, 6 produto pronto, 38 Profissionais, 6 , 17, 21 programa de Arquitetura Reciclada (Recycled Architecture Unit), 103 programa Rhino, 126 programas de computador, 54, 126 Programas de transformação de ambientes na TV, 6, 66 projeto arquitetônico, 58 proporção, 52 publicidade, 99 Pugh + Scarpa, 152, 168-173 Putman, Andrée, 152, 194-199 quakiade do ar, 42 auafcdaòes acústicas, 70-71, 151 ouafcficações. 20, 23 Quarterâo dos Museus, 124
R-2000, 42 Ranalli, George, 90 Reciclagem, 44 Reforma, 11,18, 23-24, 29, 30, 32-34, 36, 38, 39, 44, 62, 64, 80, 100, 125, 139, 144 Registros, Registros, 32, 1 06 Rei Kawakubo, 110 Reichstag, 50 Reino Unido, 18, 22-23, 35, 42, 139, 190, 200, 203, 205, 207, 212-214, 225, 228, 2 39, 241, 243, 245, 248-249 Renascentista, Renascentista, 14 4 Representação, 54-59 República Tcheca, 50 Residência, 60, 62, 66-69, 90-91, 151 Residência de Laetitia Laetitia e Sebastian, 181 Restaurante(s), Restaurante(s), 12, 82, 86, 94, 125 Aaya, 20 0- 20 2 Bob Bo b Ricard, Ricard, 207-208 Isarn, 205 Restauro, 26, 32-35 reutilização, 6, 11, 23-25, 27-28, 36, 39, 41,4 4-45 , 70, 72-73, 72-73, 78, 106 reutilização reutilização de imóveis, imóveis, 6, 11 ,23-2 5, 27-29, 44-45, 70, 72 revestimento revestimento (s), 20-23, 49, 5 0-53, 100, 112-113, 126, 128-133, 135, 148-151 Rheinland-Pfalz, 144 Riba, 23 Roterdã, 185 Rússia, 227-228 Santa Mônica, 172 Saskatchewan House, 42 Savile Row, 148 Saville, Peter, 116, 118 Scamozzi, Vincenzo, 144 Scarpa, Cario, 34, 76 sede da Hakuhodo, 242 sede da Jigsaw, 171 Segunda Guerra Mundial, 18, 50 Seti, 67 Seul, 192 Shoreditch, 116 Silverlake, 96 Silvestrin, Cláudio, 50, 131 Silvetti, Jorge, 32 Simon Conde r Associates, Associates, 68 simulado, 54 Sioux City, 166 sistemas de aquecimento, aquecimento, 42, 44 sistemas passivos, passivos, 44, 115 Skidmore Owin gs Merril LLP, LLP, 43 Soane, John, 66-67, 116 Sociedade Americana de Designers de Interiores (American Society of Interior Designers Designers - ASID), 18 Sociedade dos Designers (Chartered Society of Designers Designers - C SD), 18 SoHo, 84 Solà-Morales, Ignasi de, 30 St Mary Axe, 142 Stanislavski Museolobby, 227 Starck, Philippe, 136 Steven Holl Architects, 71 Suécia, 150 Sufragista, 14 Superfícies, 113, 124-127, 144-147 Surface Architects, 78, 80 Surrealista, 18 Sustentabilidade, 10, 23, 26, 42-45 Table, Joyn, 143 Tarruella & López, 153-159 Task 13, 42 Tate Modern, 62 Tática, 60, 112-151 TBWA/Chiat/Day, 221 Teatro da Bolsa Real, 100 Teatro Teatro da Co rte Real, 36-39 Teatro Teatro Olímpico, 14 4
Teatros, 23, 27, 63, 72-74, 82, 100, 116, 144 Tecelagem, 22 Tecnologia, 30, 64, 71,90 Terry, Emilio, 18 Têxteis, 52, 116, 150-51 Textura, 6, 50 Tompkins, Tompkins, Haworth, 36-39 , 73 Tóquio, 52, 242 Trabalho, Trabalho, 18, 60, 63, 70-71, 92-9 9 Tradição, 115, 134, 142 Turner, J.M.W., 67 Turrell, James, 11 6 Universal Universal Design Studio, 152, 188-193 Universidade de Massachusetts (Massachusetts University), 91 Universidade Politécnica da Catalunha (Universitat Politécnica de Catalunya), 103
Varejo, 12, 18, 23, 26, 60, 62-63, 84-88, 108-111, 122, 135, 141, 147-148 Vectorworks, 54 Veils, 116 Ventilação, Ventilação, 42, 45, 8 0 Vialis Shoes, 157 Vicenza, 144 Victoria, 175 Viena, 99, 124 Viktor & Rolf, 110 Villa, 235 Vistas ortogonais, 58 Vitoriana, 118 Vitra, 122, 142 Vitrúvio, 10 Volume, 12, 54, 56, 58, 68, 77, 88 Wall Works, 116 Webb, Philip, 128 Wexler, Alex, 91 Wharton, Edith, 17 White C ube, 91 Whiteread, Rachel, 39 Wigglesworth, Sarah, 77 Wolfe, Elsie de Wright & Wright Arc hite cts, 80 Xap Corporation, 169-170 York and Sawyer, 106 Young Vic, 72-74 YouTube, 80 Zumthor, Peter, 137
índice 255
Créditos e agradecimentos Graeme Brooker gostaria de agradecer: Shelley McNulty e Howard Cooper (equipe MMU ID) por seu apoio; Fredo Viola, Ben Evans, Sylvain Rebut-Minotti e Jasper Wilkinson por serem quem são; Mido El-Alfy e Finn Salter, Salter, por dirigirem com segurança; Claire, Claire, por toda a sua força. Sally Stone gostaria de agradecer: Eamonn Canniffe por seu incentivo; Reuben, Ivan e Agnes por sua tolerância; e Dominic por sua perspicácia e assiduidade. assiduidade. Graeme e Sally gostariam de agradecer: os estudantes de design de interiores de Manchester por seus desenhos; todos os fotógrafos e designers que deram sua permissão para que seus trabalhos fossem utilizados; e Jane Roe, por sua enorme paciência durante a produção do livro.
256 Créditos
Créditos Créditos das image im agens ns
3: Andi Albert Photographie. 7: Graeme Brooker (GB). 8: Design de Softroom e Virgin Atlantic Design Team; fotografia de Richard Davies. 9 (à esquerda acima e abaixo): GB. À direita © Givenchy. Cortesia Jamie Fobert Architects. 10: Cortesia Diller Scofidio +Renfro. 13: Killian 0'Sullivan da Light Room Photography. Cortesia Surface Architects. 14: © Pawel Libera/Corbis. 15: © Ludovic Maisant/ Corbis. 16: Albertina, Viena. 19: © Martin Jones/Arcaid/Corbis. 20. Rachel Vallanc Vallance. e. 21. Michaela 0 ’Hare. 22. Jo Matssonn. 25: Cortesia C ortesia Ben Kelly Design. 26: Paul Tahon e R & E Bouroullec. 27: GB. 29-31: Cortesia Richard Murphy Architects. 33: (no topo) Cortesia London Metropolitan Archive (abaixo) David Grandorge. 34: GB. 35: © Richard Richard Bryant/Arcaid/Corbis. 3 6: (no topo) Antoni Malinowski; Malinowski; (abaixo) Andy Chopping. 37: Fiaworth Tompkins. 38: Andy Chopping. 39: © Richard Richard Lewis/epa/Corbis. 40: Cortesia Pugh Pugh + Scarpa. Scarpa. 43: © Brecelj Brecelj Bojan/Corbis Sygma. Sygma. 44: © Construction Photography/ Corbis. 45: Cortesia Wright & Wright Architects. 46 David Grandorge. Cortesia 6a architects. 47 (no topo): GB. 47 (abaixo): © Richard Richard Bryant/ Arcaid/Corbis. 48: Cortesia Ben Kelly Design. 51: Richard Davies. 52: GB. 53 (no topo à esquerda): Paul Tahon e R & E Bouroullec. 53 (abaixo): Cortesia Architecture Research Office (ARÓ). 55 (à esquerda): Samantha Hart (à direita) Alex Johnson. 56 (no topo à esquerda): Cortesia 6a Architects (à esquerda no centro): Kara Latham (à direita); Cortes ia propellor z (abaixo): Irmãos Irmãos Bourrellec. 57: Samantha Hart 58: Jo Matssonn. 59 (no topo): Dave Smith (abaixo): Cortesia OMI Architects. 61: GB. 63: GB. 65: © Chris Gascoigne/View. Gascoigne/View. 66-6 7: Cortesia Simon Simon Conder Associates. Associates. 68: © Chris Gascoigne/View. Gascoigne/View. 70: © Victor S. S. Brigola/Artur/Vie w. 72 (no topo) and 73 (no topo e no centro): Haworth Tompkins. 72 (abaixo) and 73 (abaixo): Philip Vile. Vile. 74-75: Haw orth Tompkins. 76-77: GB. 78-81: Cortesia Cortesia Wright & Wright Architects. 82-83: Cortesia Greg Greg Epps. 84-85: Morgane Le Ga.ll. 86-87: Frank Oudeman. 89: © Wouter VandenBrink. 91: © Allan Wexler. 92-97: Cortesia Behnisch Architekten. 98: Cortesia Lehrer Architects. 99: Adrian Wilson. Fornecidas por C.W.A. 100-102: GB. 103: Sally Stone. 104-105: GB. 106-107: John Horner Photography. 109: © Wouter VandenBrink. 110-111: Andréa Martiradonna. 112: Ben Kelly Design. 114: GB. 117: © Richard Richard Bryant/Arcaid/Corbis. 118- 119: Ed Reeves Reeves.. Cortesia Cortesia Kvadr Kvadrat. at. 12 0-121: © Roland Roland Halbe/artur images images.. 122-1 23: GB. 124: Sally Stone. 125-126: John Horner Photography. 127: Cortesia Alfredo Arribas. 128-129: Alan Williams Photography. 130: GB. 132-133: Andi Albert Photographie. 135: GB. 136 Cortesia Philippe Starck. 137. Sally Stone. 138-139: Cortesia OMI Architects. 140-1 41: GB. 142: © Dennis Dennis Gilbert/View. Gilbert/View. 143: © Vitra Fornecida Fornecida por Irmãos Bouroullec. 145: Cortesia FNP Architekten. 146-147: David Grandorge. 148: David Grandorge. 149: Esboços da 6a Architects. 149 (abaixo) e 150-151: Paul Tahon e R & E Bouroullec. 155-156: Rafael Vargas. 157: Luis Asin. 158-159: Eugeni Pons. 160-167: Cortesia Randy Brown Architects. 169-170: Benny Chan. 171-173: Marvin Rand. 174-179: EmmaCross. 180-181: Cortesia Multiplici Multip licity. ty. 1 82-185 : Roos Aldershoff. 1 86-187 : Cortesia Merkx + Girod. 188-189 e 192-193: Cortesia Universal Design Studio. 190-191: Simon Phipps. 194-199: Eric Laignel. 201 -204: Keith Collie. 205: Joakim Blockstrõm. 206-211: Cortesia David Collins Studio. Studio. 212-2 17: Cortesia Ben Kelly Design Design.. 218 -223 : © Fotowork Fotoworks. s. 224 -22 9: Cortesia Cortesia Casson Casson Man Mann. n. 23 0-2 37: Cortesia Lazza Lazzarin rinii Pickering Pickering Architetti. Architetti. 2 38-2 43: Cortesia Gensl Gensler. er. 244 -249 : Cortesia Land Design Studio.
O design de interiores pode ser definido como a arte de plane planejar jar e arranjar ambientes segundo padrões de funcionalidade e estética. Porém, a pergunta que dá nome à obra, 0 QUE E
DESIGN DE INTERIORES?, é respondida ao longo deste manual completo sobre a profissão. No primeiro momento, a história do design de interiores como campo profissional é abordada abordada com teorias intrínsecas à prática e às questões contemporâneas relativas ao ofício, como restauração,
conservação e sustentabilidade. O designer de interiores pode projetar residências, salas comerciais, lojas ou espaços em locais públicos, usando estratégias e táticas próprias da profissão, profissão, e trabalha com itens relativos ao mobiliário, à iluminação, iluminação, aos objetos, às superfícies e aos revestimentos, assuntos amplamente explorados neste livro. E, para ilustrar toda t oda a teoria, teoria, o livro livro traz traz “Portfólios" “ Portfólios" contendo conte ndo projetos dos designers mais mais aclamados mundialmente mundialmente e
uma gama de trabalhos desenvolvidos por empresas de design de interiores de todos os tamanhos e áreas de atuação, acompanhada de belas fotografias. Esta é uma publicação do Senac São Paulo direcionada a estudantes e profissionais da área de design de interiores, arquitetura, urbanismo, decoração, vitrinismo, e a todos os interessados em aprofundar o conhecimento nesse campo campo tão multidisciplinar, porém específico, que é o design de interiores.
Inclui projetos de
Tarruella & López Randy Brown Architects Pugh Pugh + Scarpa Architects Multiplicity Merkx Merkx + Girod Universal Design Studio Agence Andrée Putma Putman n David Archer Architects David David Collins Studio Stud io Ben Kelly Design
Clive Wilkinson Architects Casson Mann Lazzarini Pickering Architetti Gensler Land Design Studio Bouroullec 6a Architects Haworth Tompkins Architects Archite cts Foster + Partners Partners Wright & Wright Architects
Droog Herzog and de Meuron Behnisch Architekten Office dA Aparicio + Fernánd Fernández-E ez-Elorz lorza a propellorz Graft Lab Architects Phillippe Starck OMI Architects PeterZumthor