ANSIEDADE E AMEAÇA AO SELF
A ansiedade, outra característica do homem moderno, é ainda mais fundamental que o vácuo e a solidão. Pois ser vazio e solitário só nos preocupa quando nos sentimos presos daquela dor e confusão psicológica peculiares, chamadas ansiedade. Basta ler os jornais para nos convencermos de que vivemos numa época de ansiedade. Duas guerras mundiais em trinta e cinco anos, mudanças e depressões econômicas, a explosão da barbárie fascista, a ascensão do comunismo totalitário e agora intermináveis conflitos menores e as perspectivas de guerra fria durante várias décadas, enquanto literalmente deslizamos à beira da terceira guerra mundial, com suas bombas atômicas. Estes fatos, colhidos em qualquer jornal, bastam para demonstrar até que ponto estão estão abalado abaladoss os fundam fundament entos os do nosso nosso mundo mundo.. Não Não é para admirar ad mirar que Bertrand Russell escreva: «A coisa co isa mais penosa do nosso tempo é que são tolos to los os que têm convicções, e os que possuem imaginação e raciocínio vivem cheios de dúvidas e indecisão». Apontei em obra anterior — «The «The Meaning of Anxiety» (O Significado da Ansiedade) — que que o século XX vive mais mergulhado em ansiedade que qualquer outro período desde a Idade Média. Os séculos XIV e XV, quando a Europa estava imersa no pavor da morte, nas dúvidas sobre o significado e os valores da existência, na superstição e no temor do demônio e dos feiticeiros, constituem o período mais aproximado do nosso. Basta ler «medo da destruição atômica» onde os historiadores da Idade Média escreveram «medo da morte», perda da fé e dos valores éticos em lugar de «agonia da dúvida», e obtém-se um esboço dos nossos tempos. Nós também temos superstições na forma de ansiedade com discos voadores e homenzinhos de Marte, e nossos «demônios e feiticeiros» são os diabólicos superhomens nazistas e de outras mitologias totalitárias. Os que desejam provas mais minuciosas da ansiedade moderna — que se manifesta na crescente incidência de suicídios, transformações políticas e econômicas — poderá encontrá-las na obra acima mencionada. Na verdad verdade, e, a expre expressã ssãoo «era «era de ansi ansieda edade» de» já é quase quase um um luga lugarr comu comum. m. Esta Estamos mos tão tão acost acostuma umados dos a viver viver em esta estado do de de semi-ansiedade que nosso verdadeiro perigo é a tentação de mergulhar a cabeça na areia, à maneira do avestruz. Viveremos entre revoluções, choques, guerras e boatos de guerras durante as próximas duas ou três décadas e o desafio à pessoa de «imaginação e entendimento» é enfrentar abertamente tais transformações e verificar se, graças à coragem e à compreensão, poderá usar de maneira construtiva a sua ansiedade. É um erro crer que as guerras, as depressões econômicas e as ameaças políticas sejam a única razão de nossa ansiedade, pois pois esta, esta, por sua vez, vez, cau causa sa tais tais cat catás ástr trof ofes. es. A ans ansie ieda dade de do do nosso nosso tempo tempo e a suces sucessã sãoo de desas desastr tres es eco econôm nômic icos os e polít polític icos os que que têm têm varrido o mundo s mundo sãão sisintomas da da me mesma ca causa su subjacente, isto é, as traumáticas mudanças ocorridas na sociedade ocidental. O totalitarismo nazista e fascista, por exemplo, não surgiram porque Hitler e Mussolini decidissem tomar o poder. Quando uma nação é presa de insuportável crise econômica e se encontra vazia psicológica e espiritualmente o totalitarismo surge para preencher o vácuo e as pessoas vendem a liberdade pela precisão de livrar-se da ansiedade demasiado intensa. A confusão e o espanto reinantes em nosso país manifestam em ampla escala tal ansiedade. Neste período de guerras e promessas de conflitos sabemos o que temos pela frente, isto é, a ameaça totalitária à liberdade e à dignidade do homem. Confiamos em nosso poderio militar, mas ficamos na defensiva; somos como um animal forte e acuado, voltando-se para um lado e para outro, sem saber se deve lutar neste flanco ou naquele, se esperar ou atacar. Como nação temos tido grande dificuldade em decidir até onde avançar na Coréia, se lutar aqui ou ali, se traçar uma fronteira contra o totalitarismo neste ponto ou mais adiante. Caso alguém nos atacasse estaríamos completamente unidos. Mas permanecemos confusos no que se refere a metas construtivas. Trabalhamos unicamente pela defesa. E até os novos objetivos, contendo magníficas promessas de um mundo novo, como o Plano Marshall, são questionados por vários grupos. Quando um indivíduo sofre de ansiedade durante um prolongado período de tempo fica com o corpo
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vulnerável a doenças psicossomáticas. Quando um grupo sofre contínua ansiedade sem tomar medidas eficazes, seus
membros, mais cedo ou mais tarde, voltam-se uns contra os outros. Quando o país se encontra em confusão e tumulto ficamos expostos a venenos como os assassinos morais do macartismo e as pressões ubíquas, que tornam cada qual desconfiado de seu vizinho. Passando da sociedade ao indivíduo verificamos as mais óbvias expressões de ansiedade na prevalência de neurose: e outras perturbações emocionais que, quase todos, de Freud em diante, afirmam ter raízes na ansiedade. Esta é o denominador comum psicológico das perturbações psicossomáticas, tais como úlceras, várias formas de afecções cardíacas, etc. A ansiedade é, em suma, a forma contemporânea da peste branca — a maior destruidora da saúde e do bem-estar humanos. Ao aprofundarmos a ansiedade individual descobrimos que provém de algo mais íntimo que a ameaça de guerra e a instabilidade econômica. Vivemos ansiosos por ignorar que papel devemos assumir, em que princípios de ação devemos crer. A ansiedade pessoal, semelhante à de toda a nação, é uma confusão e um desnorteamento básico a respeito de nossos objetivos. Devemos lutar pelo êxito econômico, segundo nos ensinaram, ou para sermos «boas praças», estimados por todos? Ambos é impossível. Obedeceremos aos ensinamentos da sociedade com respeito ao sexo, permanecendo monógamos, ou seguiremos a média, «o que todo mundo faz», conforme revelou o relatório Kinsey? Demos apenas dois exemplos de uma condição que será aprofundada mais tarde neste livro, isto é, a confusão fundamental sobre os objetivos e os valores do homem contemporâneo. O dr. e a sra. Lynd, estudando uma cidade americana do centro-oeste na década de trinta, MiddletowninTransition (Cidade em Transição), registraram que os cidadãos desta comunidade típica foram envolvidos no caos de padrões controvertidos, «nenhum dos quais totalmente condenável, mas nenhum claramente aprovado e isento de confusão». A principal diferença entre Middletown na década de trinta e nossa atual condição, creio eu, é que o desnorteamento aprofundou-se, descendo para o nível dos sentimentos e desejos. Em tal situação, muitas pessoas ressentem a apreensão do jovem do poema de Auden, ÉpocadeAnsiedade: Está ficando tarde. Alguém nos convidará? Ou somos Simples indesejáveis? Se alguém crê que existem respostas simples para estas perguntas não compreendeu as questões, nem os tempos em que vivemos. Estamos numa época em que, conforme disse Herman Hesse, «uma geração inteira ficou presa... entre dois períodos, duas modalidades de vida e, por conseguinte, perdeu toda capacidade de autocompreensão, pois não tem padrões, segurança, ou simples aquiescência». Mas é bom lembrar que ansiedade significa conflito e enquanto este existir é possível uma solução construtiva. Na verdade, as perturbações do presente são ao mesmo tempo sinais de catástrofes no momento e prova de novas possibilidades para o futuro, conforme veremos adiante. Para utilizarmos de maneira construtiva a ansiedade é preciso, antes de mais nada, admitir com sinceridade e enfrentar esse perigoso estado, individual e socialmente. Como ajuda neste sentido procuraremos dar uma idéia mais nítida do significado da ansiedade.
QUE É ANSIEDADE?
Como definiremos a ansiedade e como a relacionaremos com o medo? Uma pessoa que atravesse a rua e vendo um carro aproximar-se a toda velocidade sente o coração bater acelerado e apressa o passo, calculando a distância entre o carro e ela própria para saber o quanto ainda falta para se encontrar em segurança. Ela sente medo, que a estimula a correr para local seguro. Mas se, ao atravessar, for sur preendida no meio da rua por carros vindos de direções opostas, fica sem saber para onde se voltar. O coração bate ainda mais depressa e, em vez da sensação anterior de medo, entra em pânico, sente a visão nublada e o impulso —
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que, esperamos, saberá controlar — para correr cegamente em qualquer direção. Depois que os carros tiverem passado, talvez sinta fraqueza e um vazio na boca do estômago. Isto é ansiedade. Quando temos medo sabemos o que nos ameaça, somos dinamizados pela situação, nossa percepção é aguçada e tomamos medidas para fugir ou evitar de outras maneiras o perigo. Quando estamos ansiosos, porém, sentimo-nos ameaçados sem saber o que fazer para enfrentar o perigo. A ansiedade é a sensação de estar «agarrado», «oprimido»; e em vez de tornar mais aguda a percepção, em geral torna-a embotada. A ansiedade pode ocorrer em maior ou menor intensidade. Pode ser uma leve tensão antes do encontro com alguém importante, ou a apreensão antes de um exame em que o futuro da pessoa está em jogo e ela ignora se está ou não bem preparada. Ou pode ainda ser um profundo terror, que cobre a testa de suor, enquanto se espera para saber se um ente amado sofreu ou não um desastre de avião, se um filho afogou-se, ou voltou em segurança de uma tempestade no lago. Sentimos ansiedade de todas as maneiras: uma dor nas entranhas, uma compressão no peito, confusão generalizada; ou talvez a sensação de que o mundo que nos rodeia é negro ou cinzento, ou um grande peso na cabeça, ou ainda algo parecido com o terror da criança que descobre estar perdida. A ansiedade pode assumir todas as formas e intensidades, pois é areaçãobásicadoserhumanoaumperigoqueameaçasuaexistência, ouumvalorqueeleidentificacomsuaexistência. O medo é uma ameaça a uma parte do self. — Quando uma criança briga talvez se machuque, mas esse machucado não seria uma ameaça à sua existência; um estudante universitário talvez se sinta meio assustado com um exame de meio do ano, mas sabe que o mundo não virá abaixo se tirar má nota. Mas tão logo a ameaça se torne bastante séria para envolver o self total, a pessoa experimenta ansiedade. Esta nos atinge no âmago de nós mesmos. E’ o que sentimos quando nossa existência como selves4 está ameaçada. E’ a qualidade e não a quantidade de uma exper iência que determina a ansiedade. Pode-se sentir um leve aperto no
estômago quando uma pessoa que consideramos amiga passa por nós na rua sem cumprimentar; embora a ameaça não seja intensa, o fato de o aperto continuar e a gente se sentir confusa e procurar uma «explicação» para a atitude do amigo demonstra que a ameaça é algo fundamental para nós. Quando muito intensa, a ansiedade é a emoção mais penosa sentida pelo animal racional. «Perigos pre sentes são menores que a previsão do futuro», disse Shakespeare; e sabe-se de pessoas que saltaram de barcos salva-vidas por não conseguirem enfrentar a agonia da dúvida, a incerteza de ser ou não salvo.
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Selves — plural de self.
A ameaça da morte é o símbolo mais comum da ansiedade, mas a maioria das pessoas de nossa era «civilizada», com poucas exceções, não se vê diante de um revólver, ou de outras ameaças semelhantes. Tom, o homem que terá um lugar na história científica porque possuía um orifício no estômago através do qual os médicos de um hospital de Nova York podiam observar suas reações psicossomáticas em momentos de ansiedade, medo e outras tensões, muito bem ilustrou tudo o que dissemos. Na ocasião em que estava ansioso por não saber se conservaria o emprego no hospital, ou teria que viver da caridade do Estado, exclamou: «Se não puder sustentar minha família prefiro atirar-me ao mar». Isto é, se estivesse ameaçado o valor de ganhar honestamente a vida, Tom, como o caixeiroviajante Willie Loman e inúmeros outros em nossa sociedade, sentiria ter deixado de existir como self e preferiria morrer. Isto é exato, de um modo ou de outro, para quase todo ser humano. Determinados valores, como o sucesso, o amor, a liberdade para falar a verdade, como no caso de Sócrates, ou de Joana d’Arc fiel a suas vozes interiores, são considerados o «âmago» da razão de viver de uma pessoa, e se tal valor é destruído, ela sente que sua existência pessoal poderia ser igualmente aniquilada. «Liberdade ou morte» não é uma simples figura de retórica, nem um lema patológico. Já que os valores dominantes em nossa sociedade reduzem-se, para a maioria das pessoas, a ser estimado,
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aceito e aprovado, grande parte da ansiedade de nossos tempos advém da ameaça de não ser querido, viver isolado, solitário, abandonado.
A maioria dos exemplos de ansiedade acima apontados são «normais», isto é, proporcionais a uma ameaça real. Num incêndio, luta, ou exame decisivo na universidade, por exemplo, qualquer pessoa ficaria ansiosa, em maior ou menor grau. Todo ser humano experimenta, de diferentes maneiras, ansiedade normal, à medida que evolui e enfrenta as várias crises da existência. Quanto mais capaz de enfrentar e sobrepujar essas «crises normais» — o desmame, a ida para a escola, e mais cedo ou mais tarde a responsabilidade da carreira e do casamento — menos ansiedade neurótica sentirá. A ansiedade normal é inevitável e deve ser francamente admitida. Este livro se ocupará principalmente da ansiedade sentida pela pessoa que vive numa época de transição e das maneiras construtivas com que pode ser enfrentada. Naturalmente, porém, muita ansiedade é neurótica e precisamos pelo menos defini-la. Suponhamos que um jovem, um músico, saia com uma moça pela primeira vez e, por razões que ele desconhece, sente medo dela e não se diverte nem um pouco. Suponhamos que evite o problema real, fazendo um voto de afastar de sua vida todas as jovens e dedicar-se exclusivamente à música. Alguns anos mais tarde, solteiro e musicista de grande êxito, percebe que se sente estranhamente inibido junto às mulheres, não consegue falar-lhes sem corar, tem medo de sua secretária e fica apavorado com as senhoras que fazem parte dos comitês que organizam a programação de seus concertos. Não consegue descobrir uma razão objetiva para estar tão assustado, pois sabe que elas não lhe farão mal e, pelo contrário, têm muito pouca autoridade sobre sua pessoa. O que ele sente é ansiedade neurótica, isto é, desproporcional ao perigo real e resultante de um conflito inconsciente. O leitor já terá suspeitado que o jovem músico teve com a mãe um sério conflito, que se prolongou inconscientemente, levando-o a temer tôdas as mulheres. A maioria das ansiedades neuróticas provêm de conflitos psicológicos subconscientes. A pessoa se sente ameaçada como que por um fantasma; não sabe onde se encontra o perigo, como combatê-lo e dele fugir. Esses conflitos inconscientes em geral têm início numa situação ameaçadora anterior, que a pessoa não teve forças para enfrentar por exemplo, uma criança diante de mãe dominadora ou possessiva, ou obrigada a enfrentar o fato de que os pais não gostam dela. O verdadeiro problema é recalcado, porém surge mais tarde na forma de ansiedade neurótica. A maneira de resolvê-lo é trazer à tona a experiência real anterior, temida pela pessoa, e em seguida transformá-la numa ansiedade ou mêdo normal. Para tratar de qualquer ansiedade neurótica séria a medida mais sensata é procurar um psicoterapeuta profissional. Mas a nossa principal preocupação aqui é aprender a utilizar de maneira construtiva a ansiedade normal. Para tal é preciso esclarecer um ponto muito importante: a relação entre a ansiedade e a autopercepção. Após uma experiência aterradora, como uma batalha ou um incêndio, muita gente diz: «Fiquei atordoado». Isto ocorre porque a ansiedade derruba, por assim dizer, os suportes da
autopercepção. Como um torpedo, ataca abaixo da superfície, no plano mais profundo, no âmago de nós mesmos, e é neste nível que nos sentimos como pessoa, como sujeito agindo num mundo de objetos. Assim, a ansiedade em maior ou menor grau tende a destruir a autoconsciência. Quando o inimigo ataca a linha de frente, por exemplo, os soldados que se encontram na defensiva, apesar do medo, continuam a combater. Mas se o inimigo consegue destruir o centro de comunicações à retaguarda, o exército fica desorientado, as tropas movimentam-se a esmo, perdem a noção de unidade combatente. Os soldados ficam ansiosos, ou em pânico. Isto é o que a ansiedade causa ao ser humano: desorienta-o, afastando temporariamente o conhecimento nítido do que e de quem ele é, enevoando a realidade que o rodeia. Esta confusão referente a quem somos e o que deveríamos fazer é o aspecto mais penoso da ansiedade. Mas existe um lado positivo: assim como a ansiedade destrói a consciência de nós mesmos, esta pode destruir a ansiedade. Isto é, quanto mais forte a consciência, de nós mesmos, tanto melhor podemos lutar e vencer a ansiedade. Esta é sinal de luta interior. Assim como a febre é sintoma de que o corpo está mobilizando as forças físicas para combater uma infecção, por exemplo os bacilos da tuberculose, a ansiedade é prova da existência de um conflito psicológico ou espiritual. Observamos acima que a ansiedade neurótica é sinal de um conflito não resolvido e enquanto este existir há uma possibilidade de tomarmos consciência das causas desse conflito e encontrarmos uma solução em plano mais elevado e saudável. A ansiedade neurótica é, por assim dizer, um meio de que usa a natureza para indicar que precisamos resolver um problema. O mesmo é exato em relação à ansiedade normal — sinal para fazermos apelo às nossas reservas e lutar contra a ameaça. Como a febre é sintoma de combate entre as forças do corpo e os germes da infecção, a ansiedade é prova de luta entre a energia psíquica e um perigo que ameaça liquidar nossa existência como selves. Quanto mais eficaz for a ameaça, tanto mais a autoconsciência cederá, ficará diminuída, embotada. Quanto mais forte o nosso eu — isto é, quanto maior a capacidade para preservar a consciência pessoal e do mundo objetivo que nos rodeia — tanto menos seremos dominados pela ameaça. Há esperança para um paciente de tuberculose enquanto ele tiver febre; mas nos estágios finais da doença, quando o corpo cede, por assim dizer, a febre desaparece e em breve o paciente morre. A única coisa que significaria perder a esperança de vencer nossas presentes dificuldades, como indivíduos e como nação, seria a queda na apatia, o fracasso no sentir e enfrentar de maneira construtiva a ansiedade. Nossa tarefa é, portanto, reforçar a consciência de nós mesmos, encontrar forças integradoras que nos permitam resistir, apesar da confusão que nos rodeia. Eis a finalidade central desta obra. Contudo, em primeiro lugar procuraremos ver com mais clareza como nos encontramos no atual dilema.