Alcantaro Corrêa Presidente da FIESC Sérgio Roberto Arruda Diretor Regional do SENAI/SC Antônio José Carradore Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC Marco Antônio Dociatti Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC Hildegarde Schlupp Diretora do SENAI/SC - Unidade Joinville
Equipe técnica que participou da elaboração da obra Conteúdo Organizado por Ronaldo Scoz Duarte
Projeto gráfico / ilustração FabriCO
Coordenação geral / EaD Raphael da Silveira Geremias
Bibliotecária Simoni Casimiro de Oliveira Revisão Gramatical Simone Rejane Martins
Confederação Nacional das Indústrias - CNI Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI Departamento Regional de Santa Catarina – SENAI/DR Unidade SENAI/SC Joinville
Curso de Aperfeiçoamento Profissional
Curso Complementar da NR10: Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas proximidades. Curso na Modalidade a Distância
Joinville 2007
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© 2007. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. SENAI/SC DR – Direção Regional Ficha catalográfica elaborada por: Kátia Regina Bento dos Santos CRB 14/693 - SENAI/SC - Florianópolis
D812c Duarte, Ronaldo Scoz Curso complementar da NR10 : segurança no sistema elétrico de potência (SEP) e em suas proximidades : curso na modalidade à distância / [organizado por]Ronaldo Scoz Duarte. Joinville: SENAI/SC, 2007. 286 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. 1.Aparelhos e materiais elétricos – Normas de segurança. 2. Eletricidade – Medidas de segurança. I. SENAI. Departamento Regional de Santa Catarina. I. Título. CDU 331.456
SENAI/SC – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de Santa Catarina Rodovia Admar Gonzaga, 2765. Itacorubi – CEP 88034-001 – Florianópolis/SC Fone: (48) 3231-4100 Fax: (48) 3334-1578 http://www.sc.senai.br SENAI/SC - Unidade Joinville Rua Arno Waldemar Doehler, 957. Zona Industrial Norte - CEP 89219-510 - Joinville/SC Fone: (47) 3441-7778 Fax: (47) 3441-7776
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Instituição credenciada conforme portaria MEC 4388, de 15/12/2005.
Agradecemos o empenho e a dedicação de toda a equipe de profissionais envolvidos na elaboração deste material. De modo especial, agradecemos empresa CHESF (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) que, disponibilizou a experiência dos integrantes da sua equipe técnica para específicas no desenvolvimento do material.
do SENAI/SC a iniciativa da prontamente, contribuições
APRESENTAÇÃO Estamos iniciando o Curso Complementar da NR10 - Segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas proximidades. Conforme estudado no curso básico, os trabalhadores que interagem com níveis acima de 1.000V em corrente alternada e 1.500V em corrente contínua, devem receber treinamento específico para intervenções em alta tensão. Sua finalidade é o aprofundamento nas questões de segurança e de proteção específicos para os trabalhos com circuitos elétricos integrantes do SEP. Nota: Conforme a NR10, é pré-requisito para freqüentar o curso complementar ter participado com aproveitamento satisfatório do curso básico. Este curso foi desenvolvido e dirigido especificamente para as condições de trabalho características de cada ramo (geração – transmissão – distribuição), padrão de operação, de nível de tensão e de outras peculiaridades específicas ao tipo ou condição especial de atividade. O curso focalizará a segurança dos trabalhos no SEP, enfatizando procedimentos para controle dos riscos elétricos promovida, principalmente, pelas medidas de proteção coletiva, como também a segurança nas atividades envolvendo a intervenção em instalações energizadas e desenergizadas, dando especial atenção à importância da organização do trabalho na segurança e ao homem e seu desenvolvimento como gestor da segurança. Lembre-se: você é o protagonista do aprendizado, portanto, seja participativo e aproveite ao máximo. Bons estudos!
PLANO DE ESTUDO Carga horária de dedicação 40 horas de atividades: • 32 horas à distância, distribuídas no ciclo de 45 dias e 8 horas em encontro presencial. Ementa Organização do sistema elétrico de potência (SEP). Organização do trabalho. Aspectos comportamentais. Condições impeditivas para serviços. Riscos típicos no SEP e sua prevenção. Técnicas de análise de risco no SEP. Procedimentos de trabalho – análise e discussão. Técnicas de trabalho sob tensão. Equipamentos e ferramentas de trabalho (escolha, uso, conservação, verificação, ensaios). Sistemas de proteção coletiva. Equipamentos de proteção individual. Posturas e vestuários de trabalho. Liberação de instalação para serviço e para operação e uso. Treinamento em técnicas de remoção, atendimento, transporte de acidentados. Acidentes típicos – Análise, discussão, medidas de proteção. Responsabilidades. Nota: os conteúdos apresentados neste curso foram avaliados e desenvolvidos, respeitando-se as especificidades das condições de trabalho características de cada ramo (Geração, Transmissão e Distribuição), bem como, outras especificações pertinentes (padrão de operação, nível de tensão, entre outras).
Objetivos do curso Geral Compreender os riscos referentes aos trabalhos no SEP e a implementação de medidas de controle para garantia da segurança e qualidade de vida. Específicos • Conhecer a estrutura do SEP, a identificação, análise e antecipação dos riscos típicos e desenvolvimento de metodologias seguras. • Abordar as áreas seguras e sua delimitação, obstáculos, a desenergizacão, riscos adicionais e seus EPI’s. • Examinar o trabalho em instalações energizadas, suas metodologias, equipamentos e vestuários adequados. • Estudar a organização do trabalho: modos de execução, informações prévias sobre a instalação, planejamento e permissões. • Avaliar o homem e seu desenvolvimento como gestor da segurança. • Abordar as questões de segurança com veículos e equipamentos de porte e o atendimento a acidentados. • Analisar acidentes típicos do SEP à luz da sistematização da NR-10. • Estudar as responsabilidades de todos os envolvidos nos trabalhos no SEP conforme a legislação brasileira.
Módulos de Estudo Apresentação do Curso Módulo 1. O SEP e seus riscos. Módulo 2. Sistemas de controle. Módulo 3. Trabalho sob tensão. Módulo 4. Organização como fator de segurança. Módulo 5.Você e o trabalho em equipe. Módulo 6. Treinamentos e práticas. Módulo 7. Aplicando a NR 10. Módulo 8. Responsabilidades. Orientações para estudo Para motivar e facilitar seus estudos na fase a distância, o conteúdo do Curso Complementar da NR10 possui estrutura didática planejada e interativa. Os módulos de estudo são subdivididos em lições. Cada lição compreende um conjunto de atividades que conduzirão suas reflexões sobre conhecimentos, habilidades e atitudes que você desenvolve durante o dia-a-dia de trabalho. Para contribuir com a eficácia destas reflexões, recomendamos os seguintes passos: • 1º Passo Realize seus estudos seguindo a ordem crescente dos módulos. Não alterne as leituras entre os módulos; • 2º Passo Primeiramente, inicie a leitura da apostila, na lição 1, do módulo 1. Faça suas reflexões sobre as atividades diárias, registrando suas conclusões;
• 3º Passo Após terminar a leitura da lição 1 na apostila, inicie seus estudos (da mesma lição) no ambiente virtual. O Ambiente Virtual apresentará um overview (visão geral) do conteúdo estudado; • 4º Passo Realize os exercícios e/ou atividades propostas no final da lição, para auto-avaliação e reforço do aprendizado. Efetue esses passos para todas as demais lições. Não esquecendo de realizar os jogos ao final dos módulos e de participar dos fóruns de discussão, para interação com os colegas e tutor. IMPORTANTE: todas as atividades e fóruns do Ambiente Virtual são obrigatórios para participação na aula presencial. Quadro-guia de estudo Observe o quadro guia de estudo, ele pode lhe auxiliar com sucesso durante o curso. • Para planejar e preenchê-lo, primeiro conheça o tempo necessário para sua dedicação aos estudos e as datas-chave do curso assinaladas no calendário disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem. • Escreva nos espaços em branco a quantidade de horas que você deve dedicar a cada módulo, as datas-chave para o cumprimento das atividades e as da sua disponibilidade para o estudo. Pronto, agora é seguir as datas propostas para manter controle dos estudos que você acabou de programar.
SUMÁRIO Módulo 1 O SEP e seus riscos............................................................................. 17 Lição 1 Organização do Sistema Elétrico de Potência (SEP)..................... 19 Lição 2 Riscos típicos no SEP e a sua prevenção......................................... 35 Lição 3 Técnicas de análise de risco no SEP.................................................. 51 Lição 4 Condições impeditivas para execução de serviços....................... 60 Lição 5 Procedimentos de trabalho; análise e discussão............................ 66 Módulo 2 Sistemas de controle........................................................................... 77 Lição 1 Equipamentos e ferramentas de trabalho....................................... 77 Lição 2 Sinalização e isolamento de áreas de trabalho............................... 93 Lição 3 Equipamentos de proteção coletiva............................................... 104 Lição 4 Equipamentos de proteção individual - EPI................................... 118 Módulo 3 Trabalho sob tensão.......................................................................... 145 Lição 1 Técnicas de trabalho sob tensão..................................................... 146 Lição 2 Procedimento de segurança para trabalho em painéis e cubículos......151 Lição 3 Equipamentos e ferramentas de trabalho..................................... 153 Módulo 4 Organização como fator de segurança......................................... 161 Lição 1 Métodos de trabalho.......................................................................... 161 Lição 2 Prontuário e cadastro das instalações............................................ 163 Lição 3 Programação e planejamento dos serviços................................. 168 Lição 4 Liberação de instalações e equipamentos..................................... 171
Módulo 5 Você e o trabalho em equipe.......................................................... 179 Lição 1 Aspectos comportamentais.............................................................. 179 Lição 2 Comunicação....................................................................................... 188 Lição 3 Relacionamento interpessoal........................................................... 192 Lição 4 Posturas...................................................................................... 198 Módulo 6 Treinamentos e práticas................................................................... 207 Lição 1 Treinamentos em técnicas de remoção, atendimento e transporte de acidentados........................................................................... 207 Lição 2 Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e equipamentos...212 Módulo 7 Aplicando a NR-10............................................................................ 239 Lição 1 Acidentes típicos: análise, discussão e medidas de proteção......... 239 Módulo 8 Responsabilidades.............................................................................. 263 Lição 1 Introdução a Responsabilidade........................................................ 264 Lição 2 O que é Responsabilidade? ............................................................... 267 Lição 3 Responsabilidade Civil....................................................................... 270 Lição 4 Responsabilidade Civil da Administração Pública........................ 276 Lição 5 Responsabilidade Criminal.............................................................. 278
CAPÍTULO 1 – O SEP E SEUS RISCOS Neste Módulo você estudará a estrutura do SEP, a identificação, a análise e a antecipação de riscos típicos e o desenvolvimento de metodologias seguras. Antes de iniciar o Módulo 1, e em conformidade com o que você estudou no Curso Básico da NR10, que tal rever os itens 10.7 e 10.8 da Norma que tratam sobre o trabalho envolvendo alta-tensão e habilitação, qualificação, capacitação e autorização dos trabalhadores? Se você tem dúvida sobre algum item da NR-10, anote as suas dúvidas a seguir e depois discuta com os seus colegas durante os fóruns e com o tutor por meio do “tira dúvidas”, no Ambiente Virtual de Aprendizagem. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________
O principal objetivo do curso complementar é dar condições para o trabalhador identificar os riscos presentes no Sistema Elétrico de Potência e implementar as medidas de controle por meio de procedimentos que devem constar no prontuário das instalações. Durante o estudo deste módulo, na Lição 1, você conhecerá os principais subsistemas que compõem o SEP. Na Lição 2, você verificará quais são os riscos típicos e os principais métodos de prevenção que devem ser aplicados a estes subsistemas. Em seguida, Lição 3, você aprenderá as técnicas de análise de risco e, na Lição 4, as condições impeditivas para serviço. Finalmente, você concluirá o Módulo 1 verificando, na Lição 5, como acontece o planejamento e a implementação dos procedimentos de trabalho. Antes de iniciar a Lição 1, reflita sobre os riscos que você encontra nas estruturas e nos sistemas com os quais trabalha diariamente. Será que você e seus colegas implementam todas as medidas de controle necessárias para a segurança? Durante a leitura da lição, descreva algumas atividades em que você percebe que todo trabalhador está seguro e outras nas quais é possível estabelecer procedimentos mais rigorosos. Anote as suas conclusões a seguir:
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LIÇÃO 1 Organização do Sistema Elétrico de Potência (SEP) 1.1 Aspectos organizacionais Você sabia que no Brasil, por força da Constituição Federal, o Poder Concedente, que regula e fiscaliza a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, é federal?
Sendo federal, as concessões são de responsabilidade do Ministério de Minas e Energia (MME), enquanto a regulação e a fiscalização são exercidas pela ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Saiba que, além da agência reguladora federal (ANEEL) e das estaduais, existem outros organismos também importantes e vitais para a adequada coordenação da expansão e operação do sistema. • ONS – Operador Nacional do Sistema, encarregado de planejar e coordenar a operação elétrica e energética de todo o sistema brasileiro. • EPE – Empresa de Planejamento Energético, encarregada de planejar a expansão dos sistemas elétrico e energético. • CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, responsável pelos contratos de compra e venda de energia e pela contabilidade da energia fornecida ou recebida pelos geradores, distribuidores, consumidores livres e comercializadores.
Para facilitar a descrição deste Módulo e o entendimento das atividades, você verificará que o conteúdo estará dividido em três segmentos que compõem o sistema elétrico de potência, a seguir: geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Você também verificará que esta lição realizará uma pequena abordagem sobre os aspectos da operação de sistemas elétricos no Brasil. Então, vamos lá! O sistema elétrico brasileiro apresenta, como particularidade, grandes extensões de linhas de transmissão e um parque produtor de geração predominantemente hidráulica. O mercado consumidor (47,2 milhões de unidades) concentra-se nas regiões Sul e Sudeste, mais industrializadas. A região Norte é atendida de forma intensiva por pequenas centrais geradoras, a maioria termelétricas a óleo diesel. Os sistemas de energia elétrica organizam-se numa estrutura baseada em processos verticais e horizontais, como você pode verificar no diagrama abaixo.
1.2 Geração ou produção de energia elétrica
Você, como trabalhador na área de instalações e serviços de eletricidade, sabe como é produzido a energia elétrica no Brasil? As principais fontes e os tipos de usinas? Verifique a seguir.
De acordo com os dados apresentados pela ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica, o Brasil possui um total de 1.633 empreendimentos em operação, gerando 99.488.716 kW de potência e a sua matriz atual de energia elétrica é apresentada na tabela A.
Está prevista para os próximos anos uma adição de 26.681.299 kW na capacidade de geração do país, proveniente dos 85 empreendimentos atualmente em construção e mais 518 outorgados.
Tabela A
Normalmente, as fontes de energia elétrica, ditas convencionais são as usinas hidrelétricas de grande porte (com potência acima de 30 MW) e as usinas termelétricas. A geração de energia por usinas hidrelétricas representa mais de 70% de nossa produção, concentrando–se nas regiões Sul e Sudeste do País. Verifique a seguir a definição dos termos, de acordo com a NBR 5460 – Sistemas Elétricos de Potência.
2.1 – Usina (elétrica) – é a instalação elétrica destinada a gerar energia elétrica em escala industrial, por conversão de outra forma de energia. 2.2 – Usina hidrelétrica – é a usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão da energia potencial gravitacional da água. Podemos encontrar usinas hidrelétricas do tipo: 2.2.1 – Usina (hidrelétrica) a fio d´água – usina hidrelétrica que utiliza diretamente a vazão do rio, tal como se apresenta no local; 2.2.2 – Usina (hidrelétrica) com acumulação – usina hidrelétrica que dispõe do seu próprio reservatório de regularização.
Você sabia que nas grandes usinas o nível de tensão na saída dos geradores está normalmente na faixa de 6 a 25 kV?
Com relação às usinas termelétricas, apresentam em geral, como característica básica, um menor custo de construção, maior custo de operação e de manutenção e a possibilidade de serem alocadas mais próximas do mercado consumidor.
Como profissional na área de instalação e serviços de eletricidade, você acredita que as usinas termelétricas seriam a melhor solução para a geração de energia elétrica no Brasil? Existem outras soluções?
É importante que você saiba que os Sistemas Isolados Brasileiros, predominantemente térmicos e majoritariamente localizados e dispersos na região Norte, encontram–se fora do SIN – Sistema Interligado Nacional. Esses sistemas atendem a uma área de 45% do território e cerca de 3% da população nacional, ou seja, aproximadamente 1,2 milhão de consumidores. Representam 3,4% da capacidade de produção de eletricidade nacional. Baseando-se na NBR 5460, verifique alguns termos relacionados a essa forma de geração. 2.3 – Usina termelétrica – usina elétrica na qual a energia elétrica é obtida por conversão da energia térmica. Os tipos mais utilizados no Brasil são: 2.3.1 – Unidade (termelétrica) a combustão interna – unidade termelétrica cujo motor primário é um motor de combustão interna; 2.3.2 – Unidade (termelétrica) a gás – unidade termelétrica cujo motor primário é uma turbina a gás; 2.3.3 – Unidade (termelétrica) a turbina – unidade termelétrica cujo motor primário é uma turbina a vapor; 2.3.4 – Usina nuclear – usina termelétrica que utiliza a reação nuclear como fonte térmica. As usinas termelétricas movidas a carvão mineral, óleo combustível, gás natural ou nucleares são também classificadas como fontes de energia elétrica convencionais, assim como a hidrelétrica, observando que, em ambos os casos, os geradores são do tipo síncrono operando na freqüência nominal de 60 Hz, que é a freqüência dos sistemas elétricos brasileiros.
No caso de geração nuclear, as usinas normalmente são situadas o mais próximo possível dos locais de consumo com o objetivo de minimizar os custos de transmissão, dependendo também dos aspectos de segurança e conservação ambiental. Como fontes alternativas de energia elétrica, existem uma gama de possibilidades, incluindo energia solar fotovoltaica, usinas eólicas, usinas utilizando-se da queima de biomassa (madeira e bagaço de cana-de-açúcar, por exemplo) e outras fontes menos usuais como as que utilizam a força das marés.
Você verificou que além das usinas hidrelétricas e termelétricas existem outras opções para a produção da energia elétrica. Por que, no Brasil, essas possibilidades de produção de energia ainda não se intensificaram?
Devido aos longos prazos de maturação de projetos de geração de grandes envergaduras, no Brasil, vêm sendo desenvolvidos estudos para a verificação da viabilidade técnica e dos custos associados à transmissão de energia da Amazônia para as regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do País, na qual estão envolvidas distâncias superiores a 2000 km. 1.3 Transmissão Baseados na função que exerce, pode-se definir transmissão como o transporte de energia elétrica caracterizado pelo valor nominal de tensão:
a. entre a subestação elevadora de uma usina elétrica e a subestação abaixadora em que se inicia a subtransmissão, alimentando um sistema de distribuição, e fornecendo energia elétrica a um grande consumidor; ou b. entre as subestações que fazem a interligação dos sistemas elétricos de dois concessionários, ou de áreas diferentes do sistema de um mesmo concessionário. As tensões usuais de transmissão adotadas no Brasil em corrente alternada podem variar de 138 kV até 765 kV, incluindo, neste intervalo, as tensões de 230 kV, 345 kV, 440 kV e 500 kV. As redes com tensões nominais iguais ou superiores a 230 kV formam a chamada “rede básica de transmissão”. Os sistemas de subtransmissão contam com níveis mais baixos de tensão, tais como 34,5 kV, 69 kV ou 88 kV e 138 kV e alimentam subestações de distribuição. Normalmente operam em tensões inferiores àquelas dos sistemas de transmissão, não sendo, no entanto, incomum operarem com uma tensão também existente nesses sistemas. Nascem nos barramentos das subestações regionais e terminam em subestações abaixadoras locais. Das subestações regionais, em geral, saem diversas linhas de subtransmissão tomando rumos diversos. Em um sistema é possível haver, também, dois ou mais níveis de tensões de subtransmissão como, ainda, um subnível de subtransmissão.
Você sabia que no Brasil existe um sistema que opera em corrente contínua, o Sistema de Itaipu, com nível de tensão de ± 600 kVCC?
No caso de transmissão em corrente alternada, o sistema elétrico de potência é constituído basicamente pelos geradores, estações de elevação de tensão, linhas de transmissão, subestações seccionadoras e pelas estações transformadoras abaixadoras.
Na transmissão em corrente contínua, a estrutura é essencialmente a mesma, diferindo apenas pela presença das estações conversoras junto à subestação elevadora (para retificação da corrente) e junto à subestação abaixadora (para inversão da corrente) e, ainda, pela ausência de subestações intermediárias abaixadoras ou de seccionamento. Saiba que as linhas de transmissão em corrente contínua apresentam custo inferior ao de linhas em corrente alternada, enquanto que as estações conversoras apresentam custo elevado. Portanto, a transmissão em corrente contínua apresenta-se vantajosa na interligação de sistemas com freqüências diferentes ou para a transmissão de energia a grandes distâncias. Sob o ponto de vista físico e elétrico, as linhas de transmissão e de subtransmissão se confundem e os métodos de cálculo são os mesmos. Em algumas empresas, as linhas de subtransmissão ficam sujeitas aos seus departamentos de distribuição, que as planejam, projetam, constroem e operam. Em outras empresas, elas estão a cargo dos departamentos encarregados das linhas e subestações. É uma opção de organização administrativa. Para efeito didático e para ajudá-lo a compreender esta lição, extraiu–se algumas definições da NBR 5460, as quais você pode verificar a seguir. 3.1 – Subtransmissão – transmissão de energia elétrica entre uma subestação abaixadora de um sistema de transmissão e uma ou mais subestações de distribuição. 3.2 – Subestação – parte de um sistema de potência concentrada em um dado local, compreendendo, primordialmente, as extremidades de linhas de transmissão e/ou de distribuição, com os respectivos dispositivos de manobra, controle e proteção, incluindo obras civis e estruturas de montagem, podendo incluir também transformadores, equipamentos conversores e outros equipamentos. Podemos citar dentre os tipos de subestação:
3.2.1 - subestação elevadora – subestação transformadora na qual a tensão de saída é maior que a tensão de entrada; 3.2.2 – subestação abaixadora – subestação transformadora na qual a tensão de saída é menor que a tensão de entrada; 3.2.3 – subestação de manobra (chaveamento) – subestação cuja finalidade principal é modificar a configuração de um sistema elétrico, mediante modificação das interligações de linhas de transmissão;
Cadeias de isoladores Durante o processo de manutenção da cadeia de isoladores, os cabos condutores estão provisoriamente sustentados por equipamentos tais como talhas
3.2.4 – subestação telecontrolada (desassistida) – subestação não–atendida cuja operação é controlada a distância. 3.3 – Linhas – conjunto de condutores, isoladores e acessórios destinado a transportar energia elétrica entre dois pontos de um sistema elétrico. Compõem-se basicamente de três partes principais: a. estruturas (ou suportes) e acessórios; b. cadeias de isoladores e acessórios; c. cabos condutores e acessórios. Protegendo esse conjunto, encontramos a malha ou o dispositivo de aterramento, composto de cabos pára–raios, fios terra e contrapeso.
Distribuição No próximo item você estudará com mais profundidade o processo de distribuição de energia elétrica.
Em resumo, sob o ponto de vista funcional e operacional, pode-se dizer que a estrutura de um sistema elétrico pode ser dividida em várias subestruturas baseadas nos seus diversos níveis de tensão: geração, transmissão, subtransmissão e distribuição (primária e secundária).
À medida que a demanda de energia aumenta, mais fontes necessitam ser exploradas e novas linhas de transmissão necessitam ser construídas para conectar essas novas estações geradoras aos novos pontos de distribuição e, também, às estações já existentes, surgindo assim a interligação de sistemas.
1.4 Distribuição
Você sabe quais são os principais componentes do sistema elétrico de distribuição? Como você trabalha com esses componentes? Quais são os cuidados que você toma para a sua segurança? Verifique, a seguir, os componentes mais importantes do sistema elétrico de distribuição. Os principais componentes do sistema elétrico de distribuição são: • redes primárias; • redes secundárias; • ramais de serviço; • medidores; • transformadores de distribuição; • capacitores e reguladores de rede. As linhas de transmissão e de subtransmissão convergem para as estações de distribuição, que é uma subestação rebaixadora que alimenta um sistema de distribuição, na qual a tensão é abaixada, usualmente, para o nível de 13,8 kV. Dessas subestações originam–se alguns alimentadores que se inter ligam aos transformadores de distribuição da concessionária ou a de consumidores em tensão primária.
Consumidores que possuem uma carga instalada superior a 75 kW serão atendidos em tensão primária (média ou alta, dependendo de sua demanda). Dentre os outros níveis de tensão primária de distribuição ainda encontrados no Brasil, podemos citar: 2,3 kV; 3,8 kV; 6,6 kV; 11,9 kV; 13,8 kV; 23 kV; 34,5 kV. A energia, em tensão primária de distribuição, é entregue a um grande número de consumidores, tais como indústrias, centros comerciais, grandes hospitais, etc. Os alimentadores primários suprem um grande número de transformadores de distribuição que abaixam o nível para a tensão secundária para o uso doméstico e pequenos consumidores comerciais. Quanto ao nível de tensão de distribuição dos sistemas secundários, observam-se os seguintes valores nominais mais freqüentes: sistema de 220/127 volts (entre fases e entre fase e neutro) e o sistema de 380/220 volts, deriváveis de sistemas trifásicos com neutro, e o sistema de 220/110 volts derivável de sistemas monofásicos. Esses sistemas incluem os secundários dos transformadores de distribuição pertinentes e os ramais de ligação dos consumidores. Operam com as tensões mais baixas do sistema e em geral seu comprimento não excede 200 a 300 m. O Centro de Operação da Distribuição – COD é o órgão destinado a supervisionar e coordenar as atividades operativas do sistema de distribuição, sua filosofia básica é a de centralização do comando operativo da rede elétrica em um só órgão e local e visa proporcionar: • adequado atendimento aos consumidores; • controle e análise das interrupções, visando minimizá-las; • manutenção da configuração planejada; • melhores condições operativas, diminuindo os riscos; • dinamização e controle das manutenções.
Glossário Fundação Comitê de Gestão Empresarial (Fundação COGE), criada em 1998 por empresas do setor de energia elétrica brasileiro, conta atualmente com 58 instituidoras dos setores público e privado.
De acordo com a FUNCOGE, o mercado de distribuição de energia elétrica atende cerca de 47 milhões de unidades consumidoras, das quais 85% são consumidores residenciais, em mais de 99% dos municípios brasileiros. Ao longo dos últimos 20 anos, o consumo de energia elétrica apresentou índices de expansão elevados devido à expressiva participação das classes de consumo residencial, comercial e rural, en quanto o segmento industrial teve uma participação menor.
1.5 Aspectos sobre a operação de sistemas elétricos Tanto os grandes motores industriais quanto os equipamentos eletrodomésticos são projetados e construídos para trabalharem dentro de certas faixas de tensão e freqüência, fora das quais pode apresentar funcionamentos não–satisfatórios ou até mesmo se danificarem. Essas exigências básicas impõem à operação dos sistemas elétricos um adequado controle da tensão e da freqüência na rede, a qual está sujeita às mais variadas solicitações de carga, as quais variam ano a ano, mês a mês e, o mais importante, podem variar muito durante um único dia, devido, por exemplo, à demanda nos horários de pico quando comparada com a da madrugada. Como não é possível armazenar energia elétrica comercialmente, deve ser produzida, a cada instante, na medida da demanda requerida. Além das variações de carga previstas, há também as de natureza aleatória, tais como a conexão e desconexão de cargas por manutenção ou o defeito de instalações da planta industrial ou comercial que ocasionam alterações, em geral, pequenas na freqüência e tensão da rede. Defeitos na rede que provocam o desligamento de linhas, geradores, grandes blocos de carga ou de interligações entre sistemas podem ocasionar oscilações ou variações mais significativas, as quais os equipamentos de controle procuram minimizar.
A freqüência é controlada automaticamente nos próprios geradores por meio dos reguladores de velocidade, equipamentos que injetam mais ou menos água, vapor ou gás nas turbinas que acionam os geradores, dependendo do aumento ou da diminuição da demanda. O controle da tensão pode ser feito remotamente nas usinas, por meio dos reguladores automáticos de tensão, podendo também ser efetuado em nível de transmissão, de subtransmissão e de distribuição. De um modo geral, o controle junto à carga é bem mais efetivo, uma vez que o controle remoto pode não ser suficiente. O controle é feito automaticamente por meio de transformadores com controle de tap, por compensadores síncronos ou compensadores de reativos estáticos e, manualmente, por meio de conexão ou desconexão de bancos de capacitores e/ou reatores em derivação.
Glossário Derivação existente nas bobinas de transformadores utilizados para o controle da magnitude de tensão.
Além dos aspectos ligados ao controle de tensão e da carga/freqüência, na operação das redes interligadas, existe o problema de como distribuir as cargas entre as diversas usinas do sistema, nas diversas situações de demanda. À alocação dessa geração dá–se o nome de despacho da geração, de cujo estabelecimento depende muito a operação racional e eficaz do sistema como um todo. É interessante que você saiba também que existem sistemas automáticos de supervisão e controle ou de despacho automático. O controle é feito por algoritmos de simulação/decisão em computador com dados monitorados continuamente sobre o carregamento das linhas de transmissão, as gerações das diversas usinas e o estado da rede de transmissão.
Você se lembra da questão proposta no início da lição, de identificar as atividades nas quais você trabalha com segurança e aquelas em que os procedimentos podem ser melhorados? Agora pense em quais componentes do sistema elétrico de potência, estudados na Lição 1, ocorrem mais acidentes e anote as suas conclusões. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
Você acabou de estudar a primeira lição deste Módulo, verificou os aspectos organizacionais, a geração de energia elétrica, transmissão, distribuição e os aspectos sobre a operação de sistemas elétricos. Provavelmente muitos desses temas não são novidades para você, porém é importante que compreenda a importância para a sua profissão. Na próxima lição você estudará os riscos típicos no Sistema Elétrico de Potência e a sua prevenção. Então, bons estudos!
LIÇÃO 2 Riscos típicos no SEP e a sua prevenção Os riscos típicos do SEP – Sistema Elétrico de Potência, são caracterizados por: 1. proximidade e contatos com partes energizadas; 2. indução; 3. descarga atmosférica; 4. eletricidade estática; 5. campo elétrico e magnético; 6. comunicação, identificação e sinalização; 7. trabalho em altura, máquina e equipamentos especiais; 8. ruídos, pressão e animais peçonhentos. Como profissional da área de instalações elétricas e serviços, você está exposto a todos os riscos citados anteriormente. Diante de tais riscos, como você se previne para evitar um acidente? Estude a seguir cada um desses riscos e procure refletir sobre a sua prática na área elétrica.
1. Proximidade e contato com partes energizadas
Você verificará que este item também abordará a zona de risco e a zona controlada, bem como o trabalho em proximidade.
Proteção contra o risco de contato • Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes. • Saiba que as partes de instalações elétricas a serem operadas, ajustadas ou examinadas, devem ser dispostas de modo a permitir um espaço suficiente para que você tenha um trabalho seguro. • As partes das instalações elétricas, não cobertas por material isolante, na impossibilidade de se conservarem distâncias que evitem contatos casuais, devem ser isoladas por barreiras que ofereçam, de forma segura, resistência a esforços mecânicos usuais. • Toda instalação ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos, mas que, eventualmente, possa ficar sob tensão, deve ser aterrada, desde que esteja em local acessível a contatos. O aterramento das instalações elétricas deve ser adequadamente de acordo com o item 10.2.8.3 da NR-10.
executado
• As instalações elétricas, quando a natureza do risco exigir e sempre que tecnicamente possível, devem ser providas de proteção complementar por meio de controle a distância, manual e/ou automático. • As instalações elétricas que estejam em contato direto ou indireto com a água e que possam permitir fuga de corrente, devem ser projetadas e executadas, em especial, quanto à blindagem, ao isolamento e ao aterramento.
• Respeitar as distâncias de segurança entre as tensões (fase-fase e fase-terra), utilização correta dos EPI’s e dos EPC’s (ao contato, ao potencial e a distância). • As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a condutibilidade, a inflamabilidade e as influências eletromagnéticas. • É vedado o uso de adornos (brincos, correntinhas, entre outros) pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades. • Os trabalhos que exigem o acesso à zona controlada devem ser realizados mediante procedimentos específicos respeitando as distâncias previstas na tabela B.
Você se lembra qual é a diferença entre zona de risco e zona controlada? Verifique a seguir.
Verifique na tabela a seguir a faixa de tensão nominal da instalação elétrica e a faixa de tensão para as zonas de risco e controlada. Rr – Raio de Faixa de tensão delimitação entre Nominal da zonas de riscos e instalação elétrica controlada, em em KV metros <1 0,20 ≥10 e <3 0,22 ≥3 e <6 0,25 ≥6 e <10 0,35 ≥10 e <15 0,38 ≥15 e <20 0,40 ≥20 e <30 0,56 ≥30 e 36 0,58 ≥36 e <45 0,63 ≥45 e <60 0,83 ≥60 e <70 0,90 ≥70 e <110 1,00 ≥110 e<132 1,10 ≥132 e <150 1,20 ≥150 e <220 1,60 ≥220 e <275 1,80 ≥275 e <380 2,50 ≥380 e <480 3,20 ≥480 e <700 5,20
Rc – Raio de delimitação entre zonas controlada e livre, em metros 0,70 1,22 1,25 1,35 1,38 1,40 1,56 1,58 1,63 1,83 1,90 2,00 3,10 3,20 3,60 3,80 4,50 5,20 7,20
Tabela B – Tabela de raios de delimitação de zonas de risco, controlada e livre Verifique nas figuras a seguir as distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre.
Figura 1 – Distâncias no ar que Figura 2 – Distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de delimitam radialmente as zonas de risco, controlada e livre risco, controlada e livre, com interposição de superfície de separação física adequada ZL = Zona livre. ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados. ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com a adoção de técnicas, instrumentos e equipamentos apropriados ao trabalho. PE = Ponto da instalação energizado. SI = Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos dispositivos de segurança. Caso você esteja em perigo, os serviços em instalações energizadas, ou em suas proximidades, devem ser suspensos de imediato.
Sempre que inovações tecnológicas forem implementadas, ou para a entrada em operações de novas instalações ou equipamentos elétricos, devem ser previamente elaboradas análises de risco, desenvolvidas com circuitos desenergizados e seus respectivos procedimentos de trabalho. Além disso, o responsável pela execução do serviço deve suspender as atividades quando verificar a situação ou condição de risco não prevista, cuja eliminação ou neutralização imediata não seja possível.
Trabalho em proximidade Para concluir este item, o trabalho em proximidade com partes energizadas é definido por:
2. Indução eletromagnética
Outro risco típico que você pode estar submetido é o produzido por indução. Mas você sabe como esse risco é produzido?
A passagem da corrente elétrica em condutores gera um campo eletromagnético que, por sua vez, induz uma corrente elétrica em condutores próximos. Assim, pode ocorrer a passagem de corrente elétrica em um circuito desenergizado se ele estiver próximo a outro circuito energizado. Por isso é fundamental que você, além de desligar o circuito no qual vai trabalhar, confira, com equipamentos apropriados (voltímetros ou detectores de tensão), se o circuito está efetivamente sem tensão. Saiba que nos trabalhos com linhas transversais e/ou paralelas deve-se utilizar o sistema de aterramento temporário, tantos quantos necessários. O aterramento temporário é um equipamento de proteção coletiva, destinado a promover a equipotencialização para proteção pessoal, contra a energização indevida do circuito em intervenção.
3. Descargas atmosféricas Ao longo dos anos, várias teorias foram desenvolvidas para explicar o fenômeno dos raios. Atualmente, temse que a fricção entre as partículas de água e gelo, que formam as nuvens, provocada pelos ventos ascendentes, de forte intensidade, dão origem a uma grande quantidade de cargas elétricas. As descargas atmosféricas são um dos maiores causadores de acidentes em sistemas elétricos causando prejuízos, tanto materiais quanto para a segurança pessoal. Com o crescente aumento dessas descargas, tornou-se necessário a avaliação do risco de exposição a que estão submetidos os edifícios, sendo este um meio eficaz de verificar a necessidade de instalação de pára-raios. Os pára-raios captam os raios e direcionam os mesmo para o sistema de aterramento. Os sistemas de aterramento têm como primeiro objetivo a segurança pessoal. Devem ser projetados para atender os critérios de segurança tanto em alta freqüência, descargas atmosféricas e telefonia quanto em baixas freqüências, como curtos-circuitos em motores trifásicos. Para que o aterramento seja eficaz, é necessário que seja um sistema estável, ou seja, que apresente uma invariabilidade nos valores da resistência de terra. Deve-se levar em consideração, também, a viabilização do projeto, objetivando o ponto ótimo no que se diz respeito à configuração do sistema e ao resultado desejado. Costuma-se adotar o valor da resistência de terra em torno de 10 Ω, mas na prática este valor pode ser bem variável. Adotando-se o aterramento com equipotencialização, por exemplo, o objetivo final é manter todo o sistema a um mesmo potencial. Deste trabalho, conclui-se a importância do conhecimento de projetos para os sistemas de aterramento e pára-raios de maneira minuciosa ressaltando suas características peculiares.
Como sendo um fenômeno da natureza, podemos apenas amenizar os efeitos utilizando métodos seguros de pára-raios e aterramento evitando trabalho com o tempo carregado (chuvoso). Você já trabalhou num dia de chuva com descargas atmosféricas? Você acha que é possível adotar procedimentos para realizar uma operação numa situação dessas? Reflita sobre isso.
4. Eletricidade estática Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática devem dispor de proteção específica e dispositivos de descarga elétrica. A eletricidade estática é uma carga elétrica em repouso. Ela é gerada principalmente por um desbalanceamento de elétrons localizados sob uma superfície ou no ar do ambiente. O desbalanceamento de elétrons (em todos os casos, gerado pela falta ou pelo excesso de elétrons) gera um campo elétrico capaz de influenciar outros objetos que se encontram a uma determinada distância. O nível de carga é afetado pelo tipo de material, pela velocidade de contato e pela separação dos corpos, da umidade e de diversos fatores. Você já recebeu um choque ao se encostar em um objeto metálico quando este se encontra num ambiente acarpetado ou num dia seco? Saberia dizer o motivo desse choque? E o que é um choque? 5. Campos elétrico e magnético A seguir você estudará por que os campos elétrico e magnético podem apresentar riscos para o trabalhador e como podemos adotar as medidas de prevenção e controle mais adequadas.
Campo magnético Você, como profissional da área de serviços de eletricidade, percebeu que a maioria dos equipamentos têm um certo grau de sensibilidade à perturbação de origem eletromagnética. Um simples raio que caia perto de uma instalação que tenha muitos sensores, transdutores associados a sinal e comandos pode causar um mau funcionamento, ou seja, não significa que esse equipamento será danificado, mas será levado a ele uma informação que será codificada, não como um raio que caiu, mas como uma informação que o equipamento tomará e que vai ser errada. Isso é uma perturbação de origem eletromagnética, porque o raio cria um campo eletromagnético que vai provocar o mau funcionamento dos comandos do controle de operação. Os sistemas de controle destinados à segurança devem estar protegidos contra esse fenômeno classificado como compatibilidade eletromagnética e os equipamentos devem estar imunes a esse tipo de interferência. Deve haver uma preocupação em imunizar o equipamento para evitar o mau funcionamento contra o fenômeno de perturbação e, ao mesmo tempo, evitar que o equipamento produza ruídos de natureza de campo eletromagnético que perturbe tanto o seu funcionamento quanto o de outros. Para isso que existe o estudo de um bom aterramento, da escolha adequada do tipo de aterramento para evitar correntes comuns, ou seja, assegurar, ao usuário da instalação, uma certa segurança para o equipamento instalado e evitar certos tipos de sobretensão que são provocados por falhas na rede elétrica, como um curto–circuito, por exemplo. Mais uma finalidade do aterramento é a de promover uma referência de potenciais para a boa operação dos sistemas elétricos, em especial quando há partes isoladas eletricamente, como um transformador.
No seu trabalho e nas atividades referidas devem ser adotadas medidas preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente quanto à altura, ao confinamento, aos campos elétricos e magnéticos, à explosividade, à umidade, à poeira, à fauna e flora e a outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança. Corrente elétrica gera campo magnético Existe grande controvérsia a respeito dos efeitos dos campos eletromagnéticos no ser humano. Não existe fundamentação científica em muitos trabalhos divulgados, porém algumas observações são feitas a seguir: • muitos trabalhos sobre o tema apresentam problemas metodológicos e muitos se baseiam em exposição anterior, que é de difícil mensuração ou comprovação; • a legislação brasileira não determina os limites de tolerância para exposição ocupacional aos campos eletromagnéticos. Do ponto de vista médico, não existe nenhum exame que possa ser formalmente realizado como indicador de efeito ou de exposição a campos eletromagnéticos.
• na Europa prevalece, em relação aos campos eletromagnéticos, o Princípio da Precaução, proposto na Conferência RIO-92: “O Princípio da Precaução é a garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento, não podem ser ainda identificados. Este Princípio afirma que na ausência da certeza científica formal, a existência de um risco de um dano sério ou irreversível requer a implementação de medidas que possam prever este dano”.
Um alerta ressaltado pela ACGIH – American Conference of Governamental Industrial Hygienists (Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais) – cita que o limite de tolerância pode não proteger trabalhadores com marca-passos cardíacos contra as interferências eletromagnéticas no funcionamento do equipamento. 6. Comunicação, identificação e sinalização É importante ressaltar que a comunicação e identificação são partes importantes do controle do risco, como padronização dos procedimentos de transmissão e operação, criando uma linguagem simples, fazendo uma nomenclatura e utilizando métodos seguros (cartões de segurança, painéis de controle e padronizações das cores) e utilização de cones, cercas e fi tas. 7. Trabalho em alturas, em máquinas e em equipamentos especiais Todo funcionário exposto a risco de queda deverá trabalhar protegido por corrimões, guarda-corpos, cintos de segurança, trava-quedas ou quaisquer outros equipamentos de proteção contra quedas. Também é importante que você conheça todas as máquinas e os equipamentos nos locais onde são realizados serviços com eletricidade, pois muitas vezes é necessário o controle de outras energias e dispositivos além da energia elétrica. Para o trabalho em altura são requeridas padronizações do cinturão tipo pára-quedista, com talabarte de segurança de acordo com a altura e estrutura a serem utilizadas (cintos abdominais, talabarte e trava-quedas) e padronizações de suas máquinas e equipamentos com o seu manual de procedimentos para a utilização adequada (como limite de abertura, carga instalada e condições de uso).
Você sabe quais são os cuidados que devem ser tomados para evitar acidentes de trabalho com máquinas e equipamentos especiais?
As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental, para isso estes devem ser localizados de modo que: a. seja acionado ou desligado pelo operador na sua posição de trabalho; b. não se localize na zona perigosa de máquina ou do equipamento; c. possa ser acionado ou desligado em caso de emergência, por outra pessoa que não seja o operador; d. não possa ser acionado ou desligado, involuntariamente, pelo operador ou de qualquer outra forma acidental; e. não acarrete riscos adicionais. Os pisos dos locais de trabalho onde se instalam as máquinas e os equipamentos devem ser vistoriados e limpos sempre que apresentarem riscos provenientes de graxas, óleos e outras substâncias que os tornem escorregadios. As áreas de circulação e os espaços em torno de máquinas e equipamentos devem ser dimensionados de forma que o material, os trabalhadores e os transportadores mecanizados possam se movimentar com segurança. As máquinas e os equipamentos de grandes dimensões devem ter escadas e passadiços que permitam acesso fácil e seguro aos locais em que seja necessária a execução de tarefas.
As máquinas e os equipamentos que utilizarem energia elétrica, fornecida por fonte externa, devem possuir chave geral, em local de fácil acesso e acondicionada em caixa que evite o seu acionamento acidental e que proteja as suas partes energizadas. Você não pode esquecer que as máquinas e os equipamentos que utilizarem ou gerarem energia elétrica devem ser aterrados eletricamente.
Regras gerais Verifique a seguir algumas regras essenciais para evitar acidentes de trabalho em sua empresa. 1. O local deverá ser sinalizado por meio de placas indicativas e ser feito um isolamento para prevenir acidentes com transeuntes ou com pessoas que estejam trabalhando embaixo. Ex.: Cuidado - Homens trabalhando acima desta área! 2. É obrigatório o uso do cinto de segurança para trabalhos em altura superior a 2 metros. 3. O transporte do material, para cima ou para baixo, deverá ser feito preferencialmente com a utilização de cordas em cestos especiais ou de forma mais adequada. 4. Materiais e ferramentas não podem ser deixados desordenadamente nos locais de trabalho sobre andaimes, plataformas ou qualquer estrutura elevada, dessa forma, evita-se acidentes com pessoas que estejam trabalhando ou transitando sob as mesmas. 5. As ferramentas não podem ser transportadas em bolsos, mas pode-se utilizar sacolas especiais ou cintos apropriados. 6. Recomenda-se que todo trabalho em altura seja previamente autorizado pelo SESMT da empresa contratante.
Recomendações para trabalho em altura Caso você esteja trabalhando em alturas, verifique a seguir os cuidados que você deverá ter para evitar acidentes. • Analisar atentamente o local de trabalho, antes de iniciar o serviço. • Sob forte ameaça de chuva ou ventos fortes, suspender imediatamente o serviço. • Nunca andar diretamente sobre materiais frágeis (telhas, ripas estuques), instalar uma prancha móvel. • Usar cinto de segurança ancorado em local adequado. • Não amontoar ou guardar coisa alguma sobre o telhado. • É proibido arremessar material para o solo, deve ser utilizado equipamento adequado (cordas ou cestas especiais). Caso não seja possível, a área destinada para jogar o material deve ser cercada, sinalizada e com a devida autorização do SESMT da empresa contratante. • Usar equipamento adequado (cordas ou cestas especiais) para erguer materiais e ferramentas. • Instalações elétricas provisórias devem ser realizadas exclusivamente por eletricistas autorizados. • Imobilizar a escada ou providenciar para que alguém se posicione na base para calçá-la. • Ao descer ou subir escadas, fazer com calma e devagar. • Não improvisar.
Medidas de controle de riscos elétricos Verifique a seguir as medidas de controle que você deverá adotar para evitar acidentes elétricos em sua empresa. • Desenergização. • Aterramento funcional (TN/TT/IT) de proteção temporário. • Equipotencialização. • Seccionamento automático da alimentação. • Dispositivo de corrente de fuga. • Extra baixa–tensão. • Barreiras e invólucros. • Bloqueios e impedimentos. • Obstáculos e anteparos. • Isolamento das partes vivas. • Isolações duplas ou reforçadas. • Colocação fora do alcance. • Separação elétrica.
Você se lembra da questão proposta no início da lição, de identificar as atividades nas quais você trabalha com segurança e aquelas em que os procedimentos podem ser melhorados? Agora pense em quais componentes do sistema elétrico de potência, estudados na Lição 1, ocorrem mais acidentes e anote as suas conclusões. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
O que você achou desta lição? Foi importante identificar os principais riscos do sistema elétrico de potência? Você teve alguma dificuldade para identificar os riscos e de como se proteger de possíveis acidentes? A seguir você estudará as técnicas de análise de riscos no SEP. Bons estudos!
LIÇÃO 3 Técnicas de análise de risco no SEP Os acidentes são provocados por uma seqüência concatenada de eventos, porém o potencial de acidentes industriais causados pelo homem tem crescido com o desenvolvimento tecnológico. O manuseio de materiais perigosos em quantidades acima de valor limite, específico para cada tipo de substância, exige o estabelecimento de um programa de gerenciamento de riscos a fim de garantir padrões mínimos de segurança, tanto para os empregados de uma empresa como para o público externo e o meio ambiente. Antes de prosseguirmos, é importante lembrar que enquanto o perigo está associado com a fonte com potencial de causar acidentes, o risco está associado à probabilidade e conseqüências. É importante que você saiba que todos os envolvidos nos serviços em eletricidade são responsáveis pela prevenção de acidentes. Portanto é fundamental que os profissionais que compõem as equipes de trabalho, apliquem as técnicas de análise de riscos, com o objetivo de reduzir as probabilidades de acidentes, em todas as etapas das intervenções realizadas no sistema elétrico de potência. 3.1 Objetivo
Você sabe quais são os objetivos das técnicas de análise de riscos do SEP?
3.2 Gerenciamento de riscos É a formulação e a execução de medidas e procedimentos técnicos e administrativos que têm o objetivo de analisar os riscos existentes no SEP, e propor medidas de controle objetivando mantê-lo operando dentro dos requerimentos de segurança considerados toleráveis.
Para gerenciar riscos é necessário, em primeiro lugar, uma mudança no conceito de segurança industrial, tanto no aspecto da prevenção como no aspecto da ação. A segurança, no seu conceito inicial, visa à prevenção como “minimização de acidentes com lesão pessoal e perda de tempo”. A ênfase nas taxas de acidentes, que causam afastamento de trabalhadores, eram vistas como metas em diversas empresas. Com isto alguns acidentes, com alto potencial de perdas, deixaram de ser estudados, pois não chegaram a causar acidentes pessoais com afastamento. No caso da ação, a mudança está na forma de atuação gerencial. No conceito inicial, o responsável pela segurança de uma indústria era centralizado em um órgão que tinha a função de prevenir e de minimizar os acidentes na empresa. É óbvio que por mais competentes que fossem esses profissionais, não poderiam estar em todos os lugares o tempo todo fazendo prevenção. Quem deve fazer a prevenção dos acidentes é o gerente e a sua equipe de profissionais que conhecem os procedimentos operacionais, de manutenção, de inspeção, etc., ou seja, a responsabilidade pela segurança deve ser de todos os envolvidos nas atividades desde o gerenciamento a operação, recebendo dos profissionais de segurança o apoio em termos de assessoria e de consultoria para assuntos específicos de segurança industrial.
Para gerenciar os riscos a que o trabalhador possa estar exposto é necessário conhecê-los, analisá-los, tomar as ações para reduzi-los e controlá-los.
3.3 Análise de riscos
As principais metodologias técnicas utilizadas no desenvolvimento de “análise de risco” são: Análise Preliminar de Risco - APR; Análise de Modos de Falhas e Efeitos - FMEA; Hazard and Operability Studies - HAZOP; Análise de Risco de Tarefa - ART; Análise Preliminar de Perigo - APP; dentre outras. Você sabe quais são os principais passos para a avaliação dos riscos? Verifique a seguir os três passos principais: • identificar e avaliar o perigo; • estimar a probabilidade e gravidade do dano; • analisar o risco; • decidir se o risco é tolerável; • controlar o risco (com medidas de controle).
Em outras palavras, avaliar riscos é responder a três perguntas. Confira. 1. A quais perigos o trabalhador está exposto? 2. Qual a probabilidade de ocorrer um acidente? 3. Quais medidas devem ser adotadas para que os acidentes não ocorram? A seguir, veremos exemplos de identificação em usinas, subestações, linhas de transmissão e distribuição, seus efeitos e as medidas de controle necessárias para garantir a segurança nas intervenções. Perigos Pisos escorregadios, irregulares ou com desníveis; descidas ou subidas de escadas.
GERAÇÃO (USINAS ELÉTRICAS) Efeitos Medidas preventivas - Observar a condição do Queda com possibilidade de piso. - Utilizar corrimão. lesões leves ou graves.
Água nos equipamentos decorrente de lavagem ou de goteiras. Parte baixa dos equipamentos e construções apresentando baixa altura. Aberturas expostas devido à retirada de tampas/grades.
Curto–circuito
- Acompanhamento no processo de lavagem e correção imediata das goteiras ou colocação de anteparos.
Pancada na cabeça com lesões leves ou graves
- Utilizar capacete. - Caminhar pelas trilhas definidas.
Queda com possibilidade de lesões leves ou graves.
Desprendimento de materiais ou de objetos.
Pancada na cabeça com lesões leves ou graves.
Explosão ou incêndio (reservatórios de ar e tanques com combustível).
Queimaduras, lesões leves ou graves.
Proximidade das bordas do reservatório na região da tomada d’água ou do vertedor.
Queda no reservatório com possibilidade de afogamento
- Observar a condição do piso. - Utilizar capacete. - Olhar para cima com o fim de observar se existem componentes suspensos ou em fase de montagem. - Não permanecer e, mesmo, evitar passar debaixo de pontes rolantes com material em suspensão. -Caminhar pelas trilhas definidas. - Não produzir chamas. -Alerta para alarmes. - Manter distância das bordas do lago.
GERAÇÃO (USINAS ELÉTRICAS) - Usar EPI’s (capacete e botina de segurança). - Não se aproximar dos Choque elétrico com pontos energizados e não queimaduras, contração Pontos/partes energizadas. tocar em painéis, cubículos, muscular/fibrilação ventribarramentos blindados e cular. cabos. -Caminhar pelas trilhas definidas. Desconforto, mal–estar, sobressalto, correria e queda devido ao grande Disjuntores de grupo. -Manter a calma estampido quando os disjuntores são manobrados. Manobras indevidas de Desligamentos, problemas equipamentos, acionamento - Não acionar qualquer operacionais e disparo de de dispositivos elétrico, comando. CO2. mecânico e válvulas. Equipamentos - Evitar a aproximação do girantes/correias de Lesões leves ou graves equipamento e obedecer à transmissão sinalização.
Perigos
SUBESTAÇÃO Efeitos
Pontos/partes energizadas.
Choque elétrico com queimaduras, contração muscular/fibrilação ventricular.
Disjuntores e chaves seccionadoras.
Desconforto, mal–estar, sobressalto, correria e queda devido ao grande estampido quando os disjuntores são manobrados, assim como na ocorrência de arco elétrico, quando da manobra de chaves seccionadoras.
Medidas preventivas - Não se aproximar de pontos/partes energizadas. - Não tocar em equipamentos, cubículos e estruturas. -Usar botas. -Aguardar 10 minutos para descarga dos capacitores.
- Manter a calma.
SUBESTAÇÃO
Parte baixa dos equipamentos e construções com baixa altura.
Pancada na cabeça com lesões leves ou graves.
Equipamentos girantes/ correias de transmissão.
Lesões leves ou graves.
Animais peçonhentos.
Envenenamento, necrose e sintomas diversos.
Manobras indevidas de equipamentos, dispositivos elétricos e válvulas. Barramentos e conexões de equipamentos apresentando baixa altura. Falha de equipamentos em manobra. Queda de parafusos.
Desligamentos e problemas operacionais. Induções elevadas e arco elétrico. Lesões leves ou graves. Pancada na cabeça com lesões leves ou graves.
- Observar as caixas de ar– condicionado das edificações. - Evitar se abaixar para observar a parte inferior dos equipamentos de grande porte. -Olhar para cima com o fim de observar se existem componentes suspensos ou em fase de montagem. - Não permanecer e, mesmo, evitar passar debaixo de carga suspensa. - Não se aproximar de equipamentos rotativos, principalmente dos ventiladores, mesmo se estiverem parados, pois podem voltar a girar a qualquer momento. - Caminhar em lugares abertos. - Evitar os locais onde os animais podem se abrigar (pedras,matas, entulhos). - Não acionar qualquer comando. - Manter distância de segurança; não levantar os braços, escadas e nem qualquer outro objeto. -Manter distância dos equipamentos em manobra. - Utilizar capacete.
Bases sem equipamentos.
Lesões leves ou graves.
- Não andar sobre as tampas das canaletas devido à possibilidade de quebra.
Tampas de canaletas quebradas ou enfraquecidas.
Queda com possibilidade de lesões leves ou graves.
- Evitar toque entre pessoas
SUBESTAÇÃO
Induções e cargas eletrostáticas.
Lesões leves ou graves.
Vazamento de hidrogênio nos CS.
Lesões leves ou graves.
Raio ultravioleta (UV).
Catarata, câncer de pele.
Perigos
LINHAS Efeitos
Pontos/partes energizadas
Choque elétrico com queimaduras, contração muscular/fibrilação ventricular.
Mais de três isoladores quebrados numa cadeia.
Lesões leves ou graves quando da ocorrência de descarga para a estrutura.
Animais peçonhentos.
Envenenamento
Entrada em propriedades privadas
Queda com possibilidade de lesões leves ou graves. Ferimentos com lesões leves ou graves
Descarga atmosférica.
Lesões graves.
Indução nas cercas.
Choque elétrico.
Poda de árvores com tombamento no sentido das linhas.
Lesões leves ou graves quando da ocorrência de arcos elétricos
Desnível acentuado da estrada de acesso.
- Não devem ter acesso às instalações, os portadores de aparelhos eletrônicos, a exemplo de marca–passos. - Observar a base, mantendo distância dos chumbadores existentes e eventual sobra de material. - Observar a distância. - Não produzir chamas. - Utilizar óculos com proteção UV. - Utilizar protetor solar. Medidas Preventivas – Não tocar nas estruturas e nem fazer o seu escalamento. – Não levantar peças metálicas de grande dimensão debaixo de linhas. – Usar bota. – Não se aproximar das estruturas com a cadeia danificada, principalmente sob chuva, ou mesmo quando o tempo estiver nublado. – Usar botas de cano médio. – Permanecer alerta para o perigo na existência de vegetação. – Observar a existência de grandes buracos no acesso. – Manter entendimento com o dono da propriedade. – Não ficar debaixo de árvores e nem nas suas proximidades. - Permanecer debaixo da linha ou deitado no solo. - Não tocar nas cercas. - Verificar o aterramento. - Solicitar instrução a profissional especializado.
LINHAS Escavação nas Lesões leves ou graves proximidades das em decorrência da estruturas com danos ao possibilidade de choque fio contrapeso. elétrico. Parte inferior das Pancada na cabeça com estruturas. lesões leves ou graves Queimadas.
Arcos elétricos com desligamento da linha
Aproximação de cabos energizados.
Choque elétrico podendo provocar lesões leves ou graves
Raio ultravioleta (UV).
Catarata, câncer de pele.
- Solicitar instrução a profissional especializado. - Utilizar capacete nos trabalhos na região das estruturas. - Não fazer fogueira na faixa e nem fumar na presença de vegetação seca. - Manter uma distância de segurança na utilização de máquinas e de caminhões (caçambas/munks) e na construção de empancaduras. - Utilizar óculos com proteção UV. - Utilizar protetor solar.
GERAÇÃO (USINA TERMOELÉTRICA) Perigos Efeitos Medidas preventivas Piso escorregadio, irregular Queda com - Observar o piso. ou com desnível; descida ou possibilidade de lesões - Utilizar corrimão. subida de escada. leves ou graves. Parte baixa dos - Utilizar capacete. Pancada na cabeça com equipamentos e construções - Caminhar pelas trilhas lesões leves ou graves. apresentando baixa altura. definidas. Queda com Aberturas expostas devido à possibilidade de lesões - Observar a condição do piso. retirada de tampas/grades. leves ou graves. - Utilizar capacete. - Olhar para cima com a finalidade de observar se existem componentes suspensos ou em Desprendimento de Pancada na cabeça com fase de montagem. materiais ou objetos. lesões leves ou graves. - Não permanecer e mesmo evitar passar debaixo de pontes rolantes com material em suspensão. -Caminhar pelas trilhas Explosão ou incêndio no definidas. Queimaduras, lesões - Não produzir chamas. interior da casa de força e leves ou graves. - Confirmar aterramento do planta de óleo combustível. caminhão tanque. Inalação do vapor de -Afastamento do local quando o Planta de óleo óleo com possibilidade problema for detectado. de intoxicação.
Ruído no interior da casa de força.
GERAÇÃO (USINA TERMOELÉTRICA) Perigos
- Utilizar protetor auricular.
Pontos/partes energizadas.
Perda auditiva Choque elétrico com queimaduras, contração muscular/ fibrilação ventricular.
- Usar EPI’s (capacete e botina de segurança) - Não se aproximar dos pontos energizados e não tocar em painéis, cubículos, barramentos blindados e cabos. -Caminhar pelas trilhas definidas.
Disjuntores de grupo.
Desconforto, mal-estar, sobressalto, correria e queda devido ao grande estampido quando os disjuntores são manobrados.
-Manter a calma.
Desligamentos, problemas operacionais e disparo de CO2.
- Não acionar qualquer comando.
Lesões leves ou graves.
- Evitar aproximação do equipamento e obedecer à sinalização.
Manobras indevidas de equipamentos, acionamento de dispositivo elétrico/ mecânico e válvulas. Equipamentos girantes/correias de transmissão. Perigos Pontos / partes energizadas
Acidente de trânsito
Animais peçonhentos Desnível acentuado da estrada de acesso. Descarga atmosférica
DISTRIBUIÇÃO Efeitos Medidas Preventivas - Não tocar nas estruturas e nem faChoque elétrico com zer o seu escalamento queimaduras, contração - Não levantar peças metálicas de muscular/fibrilação grande dimensão debaixo de linhas. ventricular. - Usar bota. - Direção defensiva; - Sinalização da área de localização de Lesões leves ou graves muncks e outros veículos; - Sinalização adequada da área de trabalho. - Usar botas de cano médio Envenenamento - Permanecer alerta para o perigo na existência de vegetação. Queda com possibilidade - Observar a existência de grandes de lesões leves ou graves buracos no acesso - Não ficar debaixo de árvores e nem nas suas proximidades Lesões graves - Permanecer debaixo da linha ou deitado no solo.
Poda de árvores com tombamento no sentido das linhas de distribuição Parte inferior das estruturas. Aproximação de cabos energizados.
Lesões leves ou graves quando da ocorrência de arcos elétricos. Pancada na cabeça com lesões leves ou graves Choque elétrico podendo provocar lesões leves ou graves
- Solicitar instrução à profissional especializado. - Utilizar capacete nos trabalhos na região das estruturas. - Manter a distância de segurança na utilização de máquinas, caminhões (caçambas / munks) e const. de empancaduras.
Agora é com você! Analise as tabelas anteriores e verifique quais são os perigos a que você não está exposto durante a realização de suas atividades. Pense se você tem a capacidade de se prevenir naquelas situações com as quais não se depara a todo o momento. Na sua opinião, quais são as técnicas que você deve aprender para gerenciar os riscos nos locais onde não tem familiaridade. Anote suas conclusões a seguir. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Agora que você já sabe a importância das técnicas para análise de riscos, verifique na próxima lição as condições que impedem a execução de serviços elétricos. Atenção para os principais elementos e como você pode solucioná-los no seu trabalho. Então, vamos lá! LIÇÃO 4 Condições impeditivas para execução de serviços A nova NR-10, visando a garantir uma maior proteção aos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade, estabeleceu diversos procedimentos a serem seguidos durante a realização dessas atividades.
Você estudará, nesta lição, cinco aspectos principais que contribuem significativamente para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores, esses aspectos são: as principais condições impeditivas; instalações elétricas desenergizadas e energizadas; trabalhos envolvendo alta-tensão; proteção contra incêndio e explosão; e sinalização de segurança. Para iniciar este estudo, você sabe quais são as principais condições impeditivas? 4.1 As principais condições impeditivas A ausência ou a deficiência de qualquer uma das condições a seguir impede o início ou o prosseguimento de serviços realizados em instalações elétricas do SEP. Vale ressaltar que essas condições são as principais, pois na análise de riscos do serviço podemos constatar outras situações que possam impedir a execução da atividade. São elas: • as intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 volts em corrente alternada ou superior a 120 volts em corrente contínua somente podem ser realizadas por trabalhadores que atendam o que estabelece o item 10.8 da NR-10 (habilitação, qualificação, capacitação e autorização); • os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles executados no Sistema Elétrico de Potência – SEP, não podem ser realizados individualmente; • todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aquelas que interajam com o SEP, somente pode ser realizado mediante ordem de serviço específica para data e local, assinada por superior responsável pela área; • todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles envolvidos em atividades no SEP, devem dispor de equipamento que permita a comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com o centro de operação durante a realização do serviço; • falta ou deficiência de EPCs e ou de EPIs.
É importante que você saiba que outros aspectos também devem ser considerados. Veja a seguir. Condições ambientais São elas: • condições climáticas - depende das características da atividade; • serviço em linha viva - só poderá ser realizado durante o dia e em condição climática favorável. Nenhum serviço deve ser iniciado se houver condições que comprometam a integridade física da equipe. Condições pessoais Antes do início das atividades todos os trabalhadores deverão fazer uma avaliação das condições físicas e mentais da equipe. 4.2 Instalações elétricas desenergizadas e energizadas Quando da realização de serviços em instalações elétricas desenergizadas, a NR-10 irá lhe informar que somente será considerada desenergizada a instalação elétrica se os procedimentos apropriados forem obedecidos, conforme a seqüência abaixo: a. seccionamento; b. impedimento de reenergização; c. constatação da ausência de tensão; d. instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos; e. proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada; f. instalação da sinalização de impedimento de reenergização.
Só depois de constatar que a instalação está realmente desenergizada é que deve-se efetuar a liberação dos trabalhos. Quando houver a necessidade de reenergização, esta deve ser autorizada a partir dos seguintes passos: a. retirada das ferramentas, utensílios e equipamentos; b. retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização; c. remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais; d. remoção da sinalização de impedimento de reenergização; e e. destravamento, se houver, e religamento dos dispositivos de seccionamento. As medidas constantes, nesses passos, podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas em função das peculiaridades de cada situação, por profissional legalmente habilitado, autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado. 4.3 Trabalhos envolvendo alta–tensão (AT) Realização de serviços em que os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com alta–tensão (acima de 1000V) deverão exercer as suas atividades dentro dos limites estabelecidos como zonas controladas e de risco.
Zonas controladas Essas zonas estão descritas no Anexo II da NR 10. Em caso de dúvida, entre na Biblioteca do Ambiente Virtual de Aprendizagem e verifique tal anexo.
Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o supervisor imediato e a equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia. Também deverão fazer o estudo e o planejamento das atividades e ações a serem desenvolvidas de forma a atender os princípios técnicos básicos de execução de trabalhos seguros envolvendo risco elétrico.
Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem ser realizados quando houver procedimentos específicos, detalhados e assinados por profissional autorizado. A intervenção em instalações elétricas energizadas em AT, dentro dos limites estabelecidos como zona de risco, somente pode ser realizada mediante a desativação, também conhecida como bloqueio, dos conjuntos e dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou equipamento. Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser sinalizados com identificação da condição de desativação, conforme procedimento de trabalho específico padronizado. Os equipamentos, as ferramentas e os dispositivos isolantes ou equipados com materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta-tensão, devem ser submetidos a testes elétricos ou ensaios de laboratório periódicos, obedecendo-se às especificações do fabricante, aos procedimentos da empresa e na ausência destes, anualmente. 4.4 Proteção contra incêndio e explosão As áreas onde houver instalações ou equipamentos elétricos devem ser dotadas de proteção contra incêndio e explosão. Os materiais, as peças, os dispositivos, os equipamentos e os sistemas destinados à aplicação em instalações elétricas de ambientes com atmosferas potencialmente explosivas devem ser avaliados quanto à sua conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação. Os processos ou equipamentos susceptíveis de gerar ou acumular eletricidade estática devem dispor de proteção específica e de dispositivos de descarga elétrica.
Nas instalações elétricas de áreas classificadas ou sujeitas a risco acentuado de incêndio ou explosões, devem ser adotados dispositivos de proteção, como alarme e seccionamento automático para prevenir sobretensões, sobrecorrentes, falhas de isolamento, aquecimentos ou outras condições anormais de operação.
Áreas Classificadas Local com potencialidade de ocorrência de atmosfera explosiva.
O que você achou desta lição? Foi importante perceber e verificar as condições impeditivas para a execução de serviços? Provavelmente você já enfrentou situações nas quais foi necessário suspender os serviços por falta de segurança. Descreva a seguir situações em que você ou os seus colegas precisaram parar uma atividade devido a uma condição impeditiva. Anote as suas conclusões a seguir. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
Muitas dessas condições impeditivas não eram novidades para você, porém é importante aprofundar tais assuntos para que ninguém corra riscos durante os trabalhos com eletricidade. Na lição seguinte procure verificar a importância da implementação dos procedimentos de trabalho. Vamos lá!
LIÇÃO 5 Procedimentos de trabalho; análise e discussão
Esta lição inicia com um exemplo de como efetuar uma análise em um procedimento de trabalho da empresa. Verifique a seguir:
5.1 Procedimento de trabalho As atividades de construção, operação e manutenção em instalações elétricas devem ser exercidas de acordo com as normas, instruções e os procedimentos emitidos pelos respectivos órgãos competentes de modo a ser executado corretamente e com segurança. Na execução de todo e qualquer serviço em instalações elétricas, deve-se levar sempre em consideração as instruções e recomendações pertinentes a cada caso específico. Verifique a seguir algumas realidades em que os procedimentos de trabalho são evidenciados. • Toda atividade operacional realizada por um trabalhador, que interaja no SEP, é passível de ser detalhada em uma seqüência lógica. • A garantia da segurança em serviços no SEP é fundamental e obrigatória. • Os trabalhos no SEP estão classificados nas áreas de construção/montagem, manutenção e operação de instalações.
• A técnica de linha viva é uma realidade de manutenção e construção na qual os trabalhadores atuam diretamente ou “em proximidade” dos equipamentos e condutores energizados. • Os trabalhos podem ser executa-dos em instalações industriais ou de concessionárias, de instalações localizadas em subestações e usinas ou linhas de transmissão e distribuição de energia, urbanas ou rurais. Você verificou que os procedimentos de trabalho são adequados e diferentes a cada uma dessas realidades ilustradas anteriormente e produzirão resultados diferentes por conta das análises de riscos e medidas preventivas necessárias caso a caso. Deverão ser tratados com uma abordagem específica e atenta às características para a elaboração de procedimento de trabalho. 5.2 Planejamento de serviços
O planejamento de serviço, que você estudará agora, é a etapa que antecipa e não deve ser confundido com a aplicação de um procedimento de trabalho.
Saiba que o planejamento recorre a situações não-repetitivas, enquanto que o procedimento se aplica ao processo de trabalho rotineiro e repetitivo.
O planejamento está ligado à experiência, à iniciativa, ao conhecimento técnico e à análise de situação, assim como o procedimento está ligado à aplicação da disciplina, da ordem e da constante preocupação de melhora. Um grande problema encontrado no dia-a-dia de muitos profissionais é a falta de tempo para preparar o serviço a ser executado. Você já deve ter vivenciado esse momento. Muitas vezes é dito que não há tempo para planejar os serviços de forma adequada, em particular, no tempo gasto para a análise e a prevenção de acidentes por conta dos riscos envolvidos nas atividades, porém sempre é necessário encontrar tempo para socorrer vítimas e reparar equipamentos em função dessa negligência. A fase de planejamento é fundamental para o sucesso da proposta dos serviços a serem realizados. A Análise de Riscos deve ser elaborada para a garantia da avaliação do trabalho a ser realizado, incluindo o modo de execução a ser adotado, os recursos humanos e materiais necessários, assim como os critérios e limites de riscos admitidos para essa realização. 5.3 Sistema de gestão de segurança No gerenciamento dos projetos Pode-se considerar qualquer intervenção em sistemas elétricos, energizados ou não, como fase posterior de um projeto em execução. Considerando que um projeto é uma ação temporária para produzir um serviço de propósito único e sob condições únicas de recursos, meio ambiente (sistema elétrico) e condições de segurança (níveis de perigo), deve ser tratado pelas normas e práticas adequadas de gerenciamento de projetos, para aperfeiçoar tempo e procedimentos, dessa forma, definindo os procedimentos para um bom planejamento de trabalho. As avaliações das condições de segurança passam, então, necessariamente por essa etapa.
No gerenciamento de processos O trabalho a ser desenvolvido, em sistemas elétricos, energizados ou não, independente de sua forma ou classificação, ou seja: • é composto por processos distintos; • a solicitação de um serviço é um procedimento que antecede a realização de qualquer trabalho; • os processos têm em comum uma definição clara de procedimentos. Ex.: serviços de montagem em instalações de alta-tensão; serviços de manutenção em instalações de altatensão; • serviços de operação em instalações de alta tensão, etc.
Agora você verificará como proceder para elaborar um planejamento de trabalho e uma Análise Preliminar de Riscos.
1 – Objetivo Um planejamento de trabalho tem como objetivo instruir os serviços realizados nas instalações do SEP, incluindo entre outros um programa de execução e uma técnica de análise de risco. 2 – Desenvolvimento executivo
do
programa
Verifique a seguir os itens que devem constar em um programa executivo. 2.1 – Descrição do trabalho Descrever detalhadamente a intervenção que será realizada para facilitar o entendimento em sua execução.
2.2 – Recursos humanos Determinar os recursos humanos que serão necessários para realizar a manutenção, discriminando nomes, funções e órgãos de origem. É imperativo que esses sejam habilitados para desenvolver os trabalhos programados. 2.3 – Recursos materiais Relacionar todos os materiais, equipamentos, ferramentas e instrumentos que serão utilizados na manutenção, deixando claro suas quantidades e referências, inclusive, para facilitar suas aquisições, de acordo com as seguintes ações: a. prever reserva estratégica dos itens vitais à intervenção; b. prever um checklist dos itens em tempo hábil de se adquirir/substituir algum componente; c. responsabilizar os órgãos/pessoas que adquirirão os itens e prazos. 2.4 – Transporte/comunicação a. Definir os veículos que serão utilizados para transportar as pessoas e os materiais para o local da intervenção. b. Definir o sistema de comunicação que será usado para receber/ entregar a instalação e para permitir comunicação confiável internamente à equipe de execução e, com a operação de instalação e/ou de sistema. c. Responsabilizar os órgãos/pessoas que providenciarão transpor-te/comunicação. d. Exigir teste da comunicação antes e durante a intervenção. e. Exigir que, pelo menos, um veículo esteja sempre pronto a prestar socorro a um eventual acidentado. f. Exigir que o motorista do veículo disponha do Plano de Atendimento ao Acidentado, contendo o roteiro das clínicas/hospitais mais próximos da instalação, e que o mesmo esteja familiarizado com o trânsito daquelas imediações.
3 – Providências preliminares São as ações que antecedem a intervenção propriamente dita para se obter sucesso na sua execução. Deve–se prever, caracterizando algumas responsabilidades. a. Estudo minucioso do local onde será executado o trabalho, complementado com diagramas, para identificar: • as dificuldades de acesso, ao lado da intervenção; • os pontos energizados nas proximidades; • as distâncias envolvidas; • os pontos de acesso de trabalho. b. No caso de trabalhos com instalações desenergizadas, a elaboração de um projeto de aterramento que identifique os pontos que serão aterrados, a técnica a ser empregada e os materiais/ ferramentas que serão usados, conforme os procedimentos de aterramento temporário para linhas e barramentos desligados. c. Estudo das normas e instruções técnicas de manutenção passíveis de serem aplicadas ao trabalho. d. Análise dos fatores mecânicos e elétricos envolvidos, de modo a segurança do pessoal e a condição de operacionalidade da instalação.
se garantir a
e. Análise da adequação do ferramental em relação aos fatores eletromecânicos envolvidos, à suportabilidade e à técnica a ser empregada.
f. Inspeção e/ou testes de todos os materiais, equipamentos e ferramental inclusive os EPI’s e os EPC’s. g. Solicitação de acompanhamento, quando necessário, de representante da Operação e da Segurança do Trabalho. Pode–se prever, quando se julgar adequado, o apoio, no local, de uma ambulância com profissionais da área médica (médicos e/ou enfermeiros). h. Providenciar a aquisição de kits de primeiros socorros. Exigir que todos os membros da equipe conheçam a utilização do kit e que estejam atualizados nas técnicas de primeiros socorros. i. Discussão do trabalho com a equipe, de modo que não fi quem dúvidas sobre o papel de cada um e dos participantes em cada etapa e também sobre os riscos envolvidos na intervenção. j. O responsável pela intervenção deverá inteirar–se com o operador encarregado da instalação ou operador supervisor de turno com relação às partes da instalação que ficarão energizadas durante a intervenção. k. Elaboração de diagramas coloridos que apresentem claramente as partes do sistema que ficarão energizadas durante a intervenção. l. Realizar, em conjunto com a Operação, a delimitação/sinalização da área liberada para intervenção. m. Realizar a delimitação da área de trabalho. n. Programa de manobras: confirmar se as manobras constantes no Programa de Manobras atendem a configuração/condições necessárias para realização da intervenção, especialmente. o. Bloqueio dos equipamentos/religamento de linha de transmissão: confirmar a realização do bloqueio dos equipamentos que, acidentalmente operados, possam energizar as áreas liberadas para intervenção, especialmente os equipamentos acionados remotamente. Confirmar a colocação de Cartões de Segurança nos acionamentos desses equipamentos. Para linhas de transmissões energizadas, confirmar o bloqueio do religamento automático.
p. Controle e numeração: a cada emissão de um programa executivo, o serviço de manutenção deverá numerá-lo a fim de possibilitar o seu arquivamento, controle e melhoria do processo. 4 – Descrição da técnica Esgotada a parte de análise e definição da técnica a ser empregada, deve–se partir para o seu detalhamento, conforme a seguir. a. Descrever cada etapa da intervenção, fazendo referência, quando for o caso, dos anexos e das instruções de manutenção inerentes e indicando os responsáveis por cada evento. b. Deixar claro, em cada situação, os processos de acesso do eletricista ao potencial. c. Para as intervenções em área desenergizada, deixar clara a realização de aterramento temporário da instalação. d. Definir, nominalmente, a supervisão técnica e a condição técnica dos trabalhos, de modo que se tenha, para a equipe, uma só voz de comando. e. Alertar, quando necessário, aspectos de segurança durante a descrição das etapas. f. Deixar claras as ações vitais à segurança da intervenção, tais como: • confirmar as condições de recebimento dos equipamentos; • confirmar a configuração da instalação (principalmente SE); • confirmar a realização de delimitação e a sinalização da área liberada; • confirmar a utilização dos EPI’s e dos EPC’s;
• confirmar a execução do aterramento temporário e a sua retirada após a conclusão dos serviços. g. Nos trabalhos em conexões elétricas exigir a utilização do pulo de continuidade temporário. 5 – Análise Preliminar de Riscos A Análise Preliminar de Riscos (APR) consiste no estudo e na reflexão, durante a fase de preparação do Programa Executivo, dos riscos que estarão ou que poderão estar presentes na execução dos trabalhos. Esses riscos são das seguintes naturezas: • riscos pessoais – poderão acidentar pessoas; • riscos operacionais – poderão desligar as instalações; • riscos estruturais – poderão danificar o sistema físico; • riscos do objeto de ação - poderão diminuir a qualidade intrínseca do trabalho. A APR é um procedimento imprescindível para processos não-padronizados do tipo: “Cada caso é um caso”. Quando o processo não está padronizado, deve–se identificar a seqüência dos trabalhos (o passo-a-passo). Após terminado o passo-a-passo, deve–se preencher o(s) formulário(s) de APR observando a matriz de riscos e, em seguida, qualificá-lo(s) no formulário da APR, explicitando se o risco é: • desprezível; • moderado; ou • crítico.
Para o caso de riscos críticos, deve-se trabalhar no Programa Executivo, visando reduzir a criticidade do risco por meio de novas técnicas ou equipamentos. A graduação dos riscos deve ser feita considerando que as medidas preventivas bloquearão os eventos. A coluna “conseqüências do evento” deve supor que as medidas preventivas falharão. 5.1 – Quantificação e critérios para riscos A graduação dos riscos é feita para cada atividade, enquadrando-a no seu grau de severidade: • mínima; • marginal; ou • crítica. Na probabilidade de ocorrências, tem-se: • rara; • remota; • média. 6 – Avaliação da execução da manutenção Após a execução da manutenção, deverá ser feita uma reunião com os componentes da equipe de modo a avaliar o trabalho realizado com vistas a aperfeiçoar o esquema adotado. Em programações longas, essa avaliação deve ser diária, objetivando possíveis alterações/correções de percurso. Durante a leitura do Módulo 1, você aprendeu como é formada a estrutura do SEP, os riscos que podemos controlar os que impedem os serviços e a importância dos procedimentos para garantir a segurança das operações realizadas.
Agora escolha uma atividade que você realiza com menos freqüência, descreva os passos do procedimento da tarefa, anote as suas conclusões e, posteriormente, discuta com os seus colegas e com o tutor se as medidas de segurança que você implementa são suficientes para garantir o total controle dos riscos. Anote a seguir suas conclusões. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
Você venceu a primeira etapa deste curso. Reflita sobre todas as lições apresentadas neste Módulo. É muito importante que você não tenha dúvidas, revise quantas vezes precisar cada lição. No próximo Módulo você estudará as áreas seguras e a sua delimitação, os seus obstáculos, a desenergizacão, os riscos adicionais e os seus EPI’s. Então vamos lá!
CAPÍTULO 2 – SISTEMAS DE CONTROLE Neste Módulo você estudará as áreas de risco e a sua delimitação, os obstáculos, a desenergização, os riscos adicionais e seus EPI’s. Antes de iniciar o Módulo 2, e em conformidade com o que você estudou no Curso Básico da NR-10, que tal rever os itens 10.2, 10.3 e 10.4 da Norma que tratam sobre o trabalho envolvendo medidas de controle, segurança em projetos e segurança na construção, montagem, operação e manutenção? Se você tem dúvida sobre algum item da NR-10, anote a seguir e depois discuta com os seus colegas durante os fóruns e com o tutor pelo “tira dúvidas” no Ambiente Virtual de Aprendizagem. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
LIÇÃO 1 Equipamentos e ferramentas de trabalho Nesta lição você estudará o item da Norma que se refere aos equipamentos e ferramentas empregados na construção, montagem, operação e manutenção. Você sabe o que esse item descreve a respeito dos equipamentos e ferramentas utilizados no seu trabalho? Quais são as principais características para que você e seus colegas tenham segurança quando realizam operações no SEP?
NR-10 10.4.3 – Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos e ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica existente, preservando-se as características de proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e as influências externas. 10.4.3.1 – Os equipamentos, os dispositivos e as ferramentas que possuam isolamento elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas e serem inspecionados e testados de acordo com as regulamentações existentes ou as recomendações dos fabricantes. 10.7.8 – Os equipamentos, as ferramentas e os dispositivos isolantes ou equipados com materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta-tensão, devem ser submetidos a testes elétricos ou a ensaios de laboratório periódicos, obedecendo-se as especificações do fabricante, os procedimentos da empresa e na ausência desses, anualmente. Conforme a alínea “c” do item 10.2.4, o prontuário das instalações elétricas deve conter a especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferramental, aplicáveis conforme determina esta NR.
Esta lição tem como objetivo lhe apresentar a orientação da Norma para trabalhar com equipamentos e ferramentas, bem como os procedimentos necessários para a sua segurança. Conheça alguns cuidados importantes que você deverá ter ao trabalhar com determinados equipamentos.
Cuidados especiais • Todo e qualquer serviço deve ser executado com equipamentos e ferramentas adequados aos serviços a executar e aprovadas pela empresa. • Os equipamentos e as ferramentas a serem utilizados devem ser previamente inspecionados, estar em bom estado de conservação e, após seu uso, serem limpos, inspecionados, acondiciona dos e guardados em locais apropriados. • Os que estiverem em mau estado ou defeituosos devem ser retirados de serviço e enviados para reparos ou substituições. • Ferramentas, equipamentos ou métodos de trabalho não-padronizados pela empresa não devem ser usados sem a aprovação prévia dos setores competentes. • As ferramentas de corte ou pontiagudas só devem ser usadas quando devidamente amoladas. • Fora de uso, as lâminas de corte e as pontas devem ser protegidas. • O empregado não deve trabalhar com ferramentas nos bolsos ou junto ao corpo, não deve, também, arremessá-las e nem colocá-las em local que ofereça risco de queda. • As ferramentas e os equipamentos, em geral, devem ser transportados em sacola ou em caixas adequadas e guardados em local apropriado. • Não é recomendado o uso, em serviços com eletricidade, de fitas e metros metálicos ou fitas de pano com reforço metálico. • Para içar e descer todas as ferramentas, equipamentos ou pequenas peças, deve ser utilizada a sacola para içar ferramentas com o auxílio de carretilha e corda de mão.
• Os cabos de aço de guindaste, o guincho, a talha de tração, o andaime e outros equipamentos devem ser substituídos quando apresentarem fios partidos, desgastes ou defeitos conforme orientações do fabricante e das Normas Técnicas vigentes. • Os cabos de aço devem ser fixados por meio de dispositivos que impeçam o seu deslizamento e o seu desgaste. • As lâmpadas elétricas portáteis só podem ser utilizadas se os punhos e os condutores estiverem com o isolamento em bom estado. 1.1 Equipamentos e materiais • alicate saca fusível cartucho; • alicate universal 210 mm com cabo isolado para 1000 volts; • lâmpada de prova (néon) para circuito elétrico; • canivete para eletricista; • jogo de chave de fenda; • punho saca fusível NH; • espora para poste de madeira; • maleta de lona; • lanterna portátil 6 voltas; • farolete manual; • binóculo; • carretilha com gancho para içar ferramentas; • detector de presença de tensão; • equipamento de resgate de acidentado; • caixa de primeiros socorros.
Além desses equipamentos citados, outros deverão ser empregados de acordo com a necessidade do serviço especificados pela supervisão técnica. Mas para isso, é importante que você observe os seguintes detalhes no uso dos equipamentos e das ferramentas: a. usar unicamente equipamentos e ferramentas adequados ao serviço, não empregando, por exemplo, o alicate para bater pregos ou desapertar porcas e parafusos ou a chave de fenda como ponteiro; b. não usar ferramentas, tais como martelo, machado, pá, foice, marreta, concha e cavadeira, cujos cabos não sejam adequados ou estejam soltos, rachados ou lascados. Deve-se colocar um cabo adequado nas ferramentas que dele necessitem; c. não usar ferramentas que normalmente recebam pancadas, tais como ponteiros, formões ou cunhas, quando suas cabeças estiverem deformadas; d. não usar chaves de boca quando estiverem danificadas e nunca usar cano, ou qualquer outra extensão do seu cabo, como alavanca; e. as ferramentas manuais e os equipamentos não devem ser abandonados sobre passagens, escadas, andaimes e superfícies de trabalho, devendo ser guardados em locais apropriados; f. todas as ferramentas, equipamentos ou pequenas peças devem ser içados e descidos por meio de bolsa de lona com o auxílio da corda de mão, com a máxima atenção, principalmente quando se tratar de peças metálicas; g. nas inspeções no interior de tanques de transformadores ou de disjuntores deve-se utilizar equipamentos para renovar o ar interno e melhorar sua condição de insalubridade, deve ser evitada a permanência de pessoas dentro do tanque por períodos prolongados e ininterruptos, mantendo-as sempre à vista e/ou em contato com o pessoal externo;
Glossário Hexafloreto de enxofre.
h. especial atenção deve ser dada quando o trabalho for realizado em equipamentos a SF6;
i. evitar o derramamento de óleo em pisos ou equipamentos, pois além de torná-los escorregadios, polui o meio ambiente; j. não fazer uso de ar comprimido para limpeza de vestimenta e da pele. Escada 1 Inspeção da escada Antes do início do trabalho, o responsável deve fazer uma inspeção visual na escada, examinando: a. se nos montantes há lascas, farpas, trincas ou desgaste excessivo pelo uso; b. se os degraus estão soltos, com lascas, farpas, trincas ou desgaste em excesso; c. se na roldana há folga excessiva no eixo; d. se na corda existem pontos corroídos, parcialmente cortados ou marcados; e. se nas catracas há mola ou parafuso solto, falta ou excesso de lubrificação ou se a lingüeta está quebrada; f. se há braçadeira solta, torta ou danificada; g. se há folga no aperto dos tirantes; h. se o verniz e a pintura da escada estão desgastados; i. a existência de corda para fixação da escada na parte superior. 2 Manutenção e guarda da escada O responsável pela manutenção e guarda deverá observar as seguintes condições:
a. sempre que necessário deve ser feita limpeza com água e sabão neutro a fim de retirar a graxa, o óleo, a terra e outros resíduos. Após a limpeza, aplicar uma fina camada de óleo de linhaça nas escadas de madeira e verniz nas de fibra; b. as escadas devem ser guardadas em local abrigado e seco, com boa ventilação e que permita o fácil manuseio; c. é expressamente proibido qualquer tipo de adaptação ou de reparo não especificado pelos desenhos ou pelas normas de construção, tais como furar os montantes para fixação da bandeira, pregar ou amarrar montante rachado ou substituir de graus. 3 Transporte escada No caso do transporte, o responsável deverá observar as seguintes condições: a. a escada de extensão deve ser transportada, sempre fechada e com os degraus na posição vertical por duas pessoas, equipadas com luvas de proteção contra abrasão. Deve ser apoiada pelas extremidades do mesmo montante sobre o mesmo ombro de ambas as pessoas. Este item também é válido para as escadas singelas com 19 ou mais degraus; b. nas viaturas, a escada deve ser apoiada no mínimo em dois pontos e fixada firmemente, observando-se o bom estado das borrachas existentes nos suportes a fim de não arranhar ou provocar desgaste em seus componentes; c. deve ser colocada, na sua extremidade, uma bandeira de sinalização e, à noite, luz vermelha ou placa refletiva, sempre que o comprimento da escada ultrapassar a 1 m da carroceria do veículo.
4 Cuidados preliminares para execução do serviço Os cuidados que se devem tomar antes do início dos trabalhos são especificados por: a. antes de subir na escada, verificar atentamente as condições de segurança, principalmente quanto à base do apoio; b. nunca se deve apoiar a escada em fio ou em cabo, exceto quando existir cabo mensageiro ou tirante para apoio e amarração da mesma; c. quando o serviço exigir que dois ou mais empregados trabalhem no mesmo ponto, cada qual deve estar em uma escada; d. em superfícies lisas deve-se usar escada com sapatas de segurança. 5 Colocação, fixação e retirada da escada O responsável deverá observar as seguintes condições: a. os pés da escada devem ser colocados no solo de forma que a sua distância da base de onde se irá apoiar seja, aproximadamente, de 1/4 (um quarto) da altura do ponto de apoio superior da escada; b. para colocar a escada na posição de trabalho, o ajudante deve permanecer atrás da mesma, segurando seus degraus com as mãos a fim de sustentar e guiar a escada até o ponto de apoio. O eletricista deve firmar a base da escada com um dos pés e levantar a extensão até o local desejado e amarrar com a corda sua parte inferior, na altura do quarto degrau, evitando que a mesma venha a escorregar e que pessoas circulem por baixo dela; c. na operação de estender uma escada, o ajudante deve apoiar seus degraus com as mãos espalmadas. Deve ser observado, com bastante rigor nesta operação, o deslizamento das guias e o bom funcionamento da catraca até o seu limite de extensão;
d. durante a subida do eletricista, a escada deve ser firmemente segura nos montantes pelo ajudante que ficar no solo a fim de evitar que a mesma venha a girar; e. para fixar a parte superior da escada, o eletricista deve subir segurando os montantes, cruzar uma das pernas no degrau adequado e amarrar a escada no ponto de apoio; f. o ajudante deve permanecer afastado da escada após o início do trabalho, porém atento aos movimentos do eletricista a fim de atendê-lo nas necessidades de serviço; g. antes de descer da escada, o eletricista deve cruzar uma das pernas no degrau adequado e desfazer a amarração. Durante a sua descida, o ajudante deve segurar firmemente a escada pelos montantes para evitar que a mesma venha a girar; h. para retirar a escada, o ajudante deve desamarrar sua parte inferior e, em seguida, colocar-se atrás da mesma apoiando seus degraus com as duas mãos espalmadas, enquanto o eletricista fica de frente para a escada firmando a sua base com os pés e fazendo deslizar lentamente a extensão. Guincho, talha ou moitão Para trabalhar com segurança na utilização de guincho portátil, talha ou moitão, devem ser observados: a. o seu estado geral e suas condições de segurança; b. se o guincho é adequado para suportar o peso das cargas a serem movimentadas; c. as condições de segurança dos pontos de fixação das cordas, dos cabos ou correntes; d. as condições de segurança das cordas, dos cabos e das correntes, que dependem da manutenção de suas superfícies lisas e uniformes, isentas de cantos vivos, de pontas, de rebarbas, de fi os partidos e de ferrugem;
e. conservar os guinchos, as talhas e os moitões suspensos em local onde não possam ser danificados; f. essas mesmas precauções devem ser tomadas na utilização dos estropos ou das ligas auxiliares, se for o caso. Sacola para içamento de ferramentas a. Nos trabalhos em planos elevados deve ser usada a sacola a fi m de suspender ou arriar ferramentas e peças leves de pequeno porte. b. Antes e após a sua utilização, a sacola deve ser inspecionada verificando-se o enfraquecimento do material, a existência de furos ou o desgaste em geral. 1.2 Especificação dos equipamentos e das ferramentas Os equipamentos e as ferramentas serão especificados com base na análise de riscos de todas as atividades de trabalho, no ato do planejamento. Para a sua segurança, você deve analisar todos os riscos presentes no ambiente de trabalho. Requisitos mínimos: fica recomendado que as empresas prestadoras de serviço devem utilizar equipamentos de características de qualidade similar ao da contratante. Controle de riscos Todos os equipamentos e as ferramentas de trabalho utilizadas deverão garantir e atender os seguintes requisitos para aplicabilidade em atividades de operação, manutenção e construção de sistemas elétricos de potência:
• ser ergonomicamente projetado; • ser dielétricamente isolado, quando pertinente; • possuir características de resistências mecânicas adequadas à sua aplicação; • prever outras características quando necessários. Os principais equipamentos de proteção utilizados no sistema elétrico de potência são: • conjunto cinto pára-quedista e acessórios (conforme especificação técnica da empresa e acessórios); • botina de segurança sem componentes metálicos tipo C4 e solado bidensidade (conforme especificação técnica da empresa); • botina de segurança com biqueira de aço para atividades sem contato com energia elétrica (conforme especificação técnica da empresa); • bota de cano longo sem componentes metálicos tipo C4 ou perneira (conforme especificação técnica da empresa); • óculos de segurança com característica UVA e UVB, tonalidade cinza ou transparente (conforme especificação técnica da empresa); • capacete Classe B; • equipamentos isolados para linha viva; • protetor solar; • capa de chuva ou similar; • vestimenta para remoção de insetos; • roupa e bota condutivas;
• vestimenta contra arco voltáico (conforme especificação técnica da empresa), coberturas (protetores) isolantes de borracha e de polietileno para atividades; • luva de vaqueta/raspa; • luva de proteção/cobertura para luvas de borracha; • luva isolante de borracha utilização de acordo com as classes de tensão; • conjunto de aterramento AT/BT; • detector de tensão; • load buster: dispositivo que permite a abertura de chave-fusível em carga, com segurança; • vara telescópica dotada de dispositivo anti-queda de cartucho, quando necessário. Todas as luvas de borracha devem ser utilizadas com as luvas de proteção mecânica. 1.3 Ensaios de ferramentas e equipamentos Ao fazer ensaios de ferramentas e equipamentos, você deverá levar em consideração as seguintes atividades: • todos os equipamentos de proteção individual e coletiva, bem como as ferramentas de trabalho, deverão ser ensaiados periodicamente conforme as normas de fabricação e internas das empresas, no mínimo observando rigidez dielétrica, resistência mecânica e avaliação das condições de ergonomia; • todos os ensaios deverão ser registrados de forma documental garantindo assim rastreabilidade, além de registrarem a data de validade dos testes de forma indelével nos equipamentos e nas ferramentas aprovados; • os equipamentos e as ferramentas, que por meio de tecnologia apropriada e certificada não possam ser recuperados, devem ser inutilizados de forma a impedir seu uso.
1.4 Outros equipamentos a. Detector de tensão Destina-se a sinalizar ao trabalhador as condições de energização ou não, que se encontra a instalação ou o equipamento onde se pretende trabalhar. As faixas de detecção do aparelho devem ser corretamente escolhidas e o mesmo deve ser autotestado antes do uso. Do seu uso correto depende a segurança dos funcionários que entrarão em contato com as instalações elétricas, contra choque elétrico, risco este bastante presente na fase inicial das tarefas. Deve ser usado, obrigatoriamente, para testar qualquer instalação ou equipamento cuja energização tenha sido interrompida para aterramento e intervenção. O detector de tensão deve ser mantido na embalagem original do fabricante (estojo de madeira ou plástico) e deve conter sempre um jogo extra de pilhas novas, além das que estiverem em uso. b. Detector de ausência de tensão Destina-se a informar ao trabalhador de linha viva as condições de energizamento da instalação na qual irá intervir. Deve ser colocado na instalação elétrica antes do início dos serviços e só retirado após a sua conclusão. Em caso de falta de energia, o detector dará o alarme, devendo ser paralisada a tarefa e retirados todos os funcionários do potencial da linha até que haja o retorno da tensão. Se a campainha soar após a instalação ser feita, significará ausência de tensão elétrica na instalação, denunciando falha na manobra ou no equipamento. Falhas e erros devem sempre ser considerados, pois são previsíveis de ocorrer. Por isso, se justifica plenamente a utilização do detector de ausência de tensão.
c. DAC – Dispositivo de abertura em carga Utilizado na abertura de chaves seccionadoras tipo “faca” ou fusíveis com carga e na tensão até 23 kV, à corrente máxima de interrupção de até 600/900 ampères. As chaves devem possuir ganchos para a fixação do DAC e ser de boa qualidade e robustez para não se quebrarem durante a abertura. Somente deve ser utilizado para as condições de carga definidas pelo fabricante e operado por funcionário devidamente treinado, manuseado em conformidade com os procedimentos operativos adotados pela empresa. Deve ser acoplado à vara de manobra com no mínimo três elementos de diâmetro de 38 mm. d. Ohmímetro É um aparelho destinado a indicar a resistência apresentada por uma instalação de aterramento num determinado ponto. e. Fasímetro É um equipamento eletrônico composto de duas peças que são colocadas diretamente em contato com as linhas energizadas com alta-tensão. Um dos componentes fica pendurado de um lado do circuito e o outro é acoplado à ponta de uma vara de manobra, por meio da qual se encosta o segundo componente à outra linha. Caso o faseamento da linha seja possível, o equipamento indicará a tensão. Caso o faseamento não seja possível, emitirá um assobio em tons alternados. É usado para confirmar ou para indicar a possibilidade de fechamento de anel entre circuitos diferentes de uma mesma SE.
f. Rádio VHF/UHF e radiocomunicação Caso você trabalhe com rádio, saiba que os rádios VHF existentes nos veículos operacionais devem ser utilizados estritamente para os serviços de operação e manutenção das RD’s, LT’s, SE’s e UHE’s, evitando-se tanto quanto possível a ocorrência de congestionamentos durante as manobras. Assuntos diversos à operação, tais como recados referentes a ligações, religações, inspeções, encomendas, etc., devem ser tratados preferencialmente por telefone, ligando o eletricista à agência, de onde estiver, a cobrar. As mensagens, tanto de quem transmite como de quem recebe, devem ser claras e objetivas. Todas as ordens recebidas devem ser repetidas ao emissor. Os rádios devem receber manutenção rotineira a fim de assegurar-lhes boa qualidade e confiabilidade durante o uso, além de serem mantidos livres de poeiras e de umidade. O sistema de comunicação via rádio é da maior importância, sendo seu desempenho diretamente relacionado com a segurança, qualidade e rapidez dos serviços executados, principalmente aqueles relacionados com a localização e o reparo de defeitos e o atendimento a consumidores. Não se deve transmitir informações duvidosas ou reter informações por se julgar alheio ao assunto. Os rádios portáteis deverão possuir baterias extras de modo a garantir a sua autonomia por toda a jornada, além de eventuais emergências. Exceto em casos emergenciais, não se deve sobremodular os colegas, nem utilizar de câmbios longos, a fim de não ocupar a freqüência além do necessário. As comunicações deverão ocorrer de modo cortês e educado, sendo proibido o uso de linguagem de baixo nível, palavrões, gírias e discussões via rádio. Os usuários desse tipo de equipamento devem ser treinados internamente com relação à legislação e à conduta ética operacional no serviço de radiocomunicação, sendo dispensados desse treinamento os funcionários que sejam radioamadores devidamente habilitados pelo Ministério das Comunicações (comprovação mediante apresentação da respectiva licença).
É proibido, ao condutor de veículo, falar ao rádio ou ao telefone celular enquanto dirige. Caso ocorra algum chamado, e não haja um companheiro ao lado que possa atender à comunicação, o condutor deve procurar o lugar mais conveniente e estacionar o veículo para atender ao rádio ou ao telefone. g. Seqüencímetro É um aparelho destinado a indicar a seqüência de fases em uma determinada instalação. Como é usado em fiação de baixa-tensão energizada, deve-se tomar as precauções necessárias para riscos elétricos. h. Volt-amperímetro Trata-se de um aparelho eletrônico, portátil, que pode indicar ao funcionário as condições de tensão e a corrente elétrica presente em uma instalação. É usado nos serviços de instalação de medidores, troca de TAP de transformadores, troca de transformadores na rede de distribuição, etc. Deve ser transportado dentro do estojo original e com cuidado. Você se recorda dos equipamentos propostos neste conteúdo? Você sabe identificar os equipamentos onde trabalha com segurança e aqueles nos quais os procedimentos podem ser melhorados? Então agora pense com quais equipamentos e ferramentas de trabalho empregados no sistema elétrico de potência, estudados nesta lição, ocorrem mais acidentes. Anote as suas conclusões. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
Esta lição abordou os principais equipamentos e ferramentas de trabalho que você utiliza, bem como os cuidados e a atenção que você deverá tomar para trabalhar em segurança. Na lição seguinte, você estudará como fazer o isolamento da área de trabalho e como esta área deverá estar sinalizada. Então, bons estudos! LIÇÃO 2 Sinalização e isolamento de áreas de trabalho Nesta lição você identificará quais são os equipamentos utilizados para a sinalização e o isolamento de áreas de trabalho, mas você se lembra como utilizá-los? Quais são os procedimentos necessários? Anote as suas conclusões e confira a seguir se o que você pensou está coerente com o conteúdo. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
2.1 Conceitos principais Os equipamentos de sinalização devem ser utilizados para de limitar a área de trabalho, diferenciar os equipamentos energizados e desenergizados, os canteiros de obras e o trânsito de veículos e de pedestres. Confira: a. a área de trabalho deve ser sinalizada ao nível do solo com os equipamentos de sinalização como cones, fitas e bandeiras refletivas, grades, placas assim como lanternas e sinalizadores luminosos intermitentes nos serviços noturnos, deixando-se um corredor de entrada; b. sinalizar os obstáculos ou as escavações que possam causar acidentes com cones, grades, fitas, bandeiras, etc.; c. onde for julgado necessário, colocar um ou mais homens com equipamentos de sinalização para orientação do trânsito de viaturas e pedestres; d. na sinalização noturna do trânsito de viaturas e pedestres, deve ser usado o sinalizador luminoso intermitente, assinalando os obstáculos e as escavações que possam causar acidentes; e. ninguém poderá deixar de cumprir os avisos, nem ingressar, sem autorização, nas áreas isoladas por cordas, fitas, bandeiras, grades, placas ou outros meios; f. na zona de ricso e zona controlada, além da sinalização, torna-se obrigatório o uso de protetores isolantes nas partes energizadas quando necessário. Bandeira de sinalização A bandeira de sinalização deve ser usada para auxiliar a demarcação de locais de trabalho onde possa haver risco de acidente.
A bandeira de sinalização, exigida pelas autoridades de trânsito, deve ser utilizada nas cargas transportadas que ultrapassem a 1 m da carroceria das viaturas, bem como para a orientação do tráfego de pessoas e veículos. Antes e após a sua utilização, a bandeira deve ser inspecionada para verificar perda de cor, rasgos e condições de fixação. Quando necessário, efetuar a limpeza ou a substituição da bandeira. Cone de sinalização No isolamento de áreas, orientação e sinalização do trânsito no local de trabalho, deve ser usado o cone refletivo. Antes e após a sua utilização, o cone deve ser inspecionado, verificando-se a perda de cor e dos dizeres, bem como a existência de fissuras ou de desgaste em geral. O cone, periodicamente, deve ser limpo com água e sabão neutro e enxaguado em água. A guarda dos cones deve ser feita por pilhas de, no máximo, cinco unidades, em local arejado e seco. Fita de sinalização A fita de sinalização deve ser usada no isolamento de áreas, orientação e sinalização diurna e noturna do local de trabalho. A fita deve ser encaixada na extremidade dos cones, podendo ser fixada também em grades portáteis, em cavaletes, em torno de postes, nas escadas e em outros equipamentos, delimitando a área de trabalho. A fita deve ser limpa com água e sabão neutro, sua guarda deve ser feita em local arejado e seco. Placa de sinalização A placa de sinalização deve ser fixada em local visível a fi m de alertar os riscos existentes a seguir. 1. PERIGO DE ALTA-TENSÃO – para ser fixada em local visível onde seja necessário alertar a presença de alta-tensão, para funcionários e terceiros.
2. É PROIBIDO FUMAR – para ser fixada em local visível e em locais onde haja risco de incêndio. 3. IMPEDIDO, NÃO LIGUE – equipamentos elétricos.
para ser fixada como aviso de impedimento em
Protetor isolante Nos trabalhos próximos a condutores ou a equipamentos energizados ou que ofereçam risco de energização, devem ser usados os protetores isolantes, devendo-se adotar o tipo adequado ao nível de tensão elétrica de trabalho (os mais utilizados serão vistos no módulo 3). Antes e após a sua utilização, os protetores devem ser inspecionados pelo usuário no sentido de verificar a existência de furos, rasgos, trincas e outros defeitos que comprometam a sua segurança. Os protetores devem ser guardados limpos e secos, isentos de óleo ou de graxa, acondicionados de maneira adequada, fora da ação solar direta, afastados da irradiação de qualquer fonte de calor, não podendo ser dobrados nem abandonados em local que comprometa a sua segurança. Quando retirados dos equipamentos nos quais tenham sido usados, devem ser arriados por meio de corda e nunca lançados ao solo. Os protetores armazenados devem ser encaminhados ao ensaio elétrico pelo menos a cada seis meses e os em uso a cada três meses. Entretanto, dependendo do estado dos protetores, os ensaios podem ser executados com maior freqüência. 2.2 Sinalização de segurança A sinalização de segurança consiste num procedimento padronizado e normatizado pela empresa destinado a orientar, alertar e advertir as pessoas sobre os riscos ou as condições de perigo existentes, proibições de ingresso ou acesso e cuidados ou, ainda, aplicados para a identificação dos circuitos ou partes.
É fundamental a existência de procedimentos de sinalização padronizados, documentados e que sejam conhecidos por todos os trabalhadores próprios e os prestadores de serviços. Saiba que os materiais de sinalização constituem-se de cone, fita, grade, sinalizador luminoso, corda, bandeirola, bandeira, placa, etc. A seguir você estudará os principais materiais de sinalização. Finalidade (figura 1): sinalizar o impedimento operativo de todos os equipamentos e dos dispositivos constantes nas condições de segurança estabelecidas, devendo ser acondicionado no bolso-envelope transparente o cartão de impedimento de operação, sendo afixado (magnético, adesivo e ilhóis) sobre o botão de comando, no acionamento do equipamento ou no dispositivo envolvido em painéis de comando centralizado.
Figura 1 – Bandeirola de sinalização pequena, média e grande.
Finalidade (figura 2): sinalização de circuitos elétricos desenergizados devendo ser instalada na fase de melhor visualização do circuito desenergizado, após a instalação de cada conjunto de aterramento móvel temporário. Finalidade situações:
(figura
3):
Utilizada
nas
seguintes
• cargas que excedam no comprimento dos veículos de transporte (ex.: escadas extensíveis);
Figura 2 – Bandeirola de sinalização liberado
• sinalização dos equipamentos locais envolvidos na condição de segurança devendo ser instalada em caráter obrigatório pela equipe de manutenção; • identificação/visualização dos cabos de aterramentos temporários devendo ser afixada firmemente no cabo, em local de fácil visualização e identificação; • identificação/visualização dos pontos de conexão do grampo de aterramento temporário à terra;
Figura 3 – Bandeirola de sinalização com botões de pressão e ilhoses
• delimitação do espaço livre de trabalho acima do nível do solo, após a instalação do aterramento temporário. Finalidade (figura 4): utilizada na sinalização de advertência de forma manual ou fixada junto ao cone, cargas excedentes e delimitação de áreas para execução de serviços. Figura 4 – Bandeira de sinalização com mastro de madeira
Finalidade (figura 5): utilizada em conjunto com o balizador cônico quando da delimitação e do isolamento de áreas de trabalho, podendo ainda ser fixadas em colunas/pórticos. Não deverá ser utilizada em suportes de equipamentos energizados e não pertencentes ao processo de liberação.
Figura 5 – Fita de sinalização
Finalidade (figura 6): sinalização de alerta quando de serviços em painéis de comando e de proteção. Podem ser utilizadas duas fi tas em forma de “X” . Figura 6 – Fita de sinalização afixada em forma de x (de 1 m e 1,5 m) .
Finalidade (figura 7): delimitação de áreas de trabalho de obras civis, serviços e obras executadas em áreas internas e externas e em vias públicas, podendo, se necessário, ser acoplada ao cone de sinalização.
Figura 7 – Fita de sinalização zebrada
Finalidade (figura 8): utilizada em conjunto com o balizador cônico quando da delimitação e do isolamento de áreas de trabalho em regime de linha energizada.
Figura 8 – Fita de sinalização – amarelo-limão
Também utilizada em conjunto com a placa Equipamento Energizado quando ocorrer a existência de equipamentos energizados dentro de áreas liberadas para serviços em regime desenergizado, nas quais o equipamento energizado deverá permanecer delimitado e sinalizado de forma a não existir acesso ao mesmo (sem entrada).
Finalidade (figura 9): sustentação da fita de sinalização nas delimitações de áreas para execução de serviços em pátios energizados de subestações, devendo, os mesmos, terem um espaçamento máximo, entre si, de 7 m para que não haja comprometimento da sustentação. Na sinalização noturna como suporte do sinalizador eletrônico a LED. Finalidade (figura 10): sinalização de áreas de serviços e de obras em vias públicas ou Figura 9 – rodovias e orientação de trânsito de veículos Balizador cônico e pedestres, podendo ser utilizado em conjunto com a fita zebrada, o sinalizador strobo, a bandeira, etc. Também tem a finalidade de identificação/visualização local de instalação de aterramentos temporários, durante os serviços executados nos períodos diurno e noturno. Figura 10 – Cone de sinalização
Finalidade (figura 11): isolamento e sinalização de áreas de trabalho, poços de inspeção, entrada de galerias subterrâneas e situações semelhantes. Finalidade (figura 12): para ser utilizado acoplado à extremidade su- Figura 11 – Grade perior do balizador cônico quando do dobrável isolamento de áreas internas, na execução de serviços no período noturno, devendo ser instalada uma unidade em cada extremidade da área isolada, funcionando sempre no modo intermitente.
Finalidade (figura 13): identificação dos pontos de aterramento temporário, em Figura 12 – serviços executados no período diurno e Sinalizador noturno, sendo apenas um sinalizador para eletrônico a led cada conjunto de aterramento temporário, devendo ser acoplado à extremidade superior do cone de sinalização ou fixado na estrutura por meio do imã; também na identificação de serviços, de obras, de acidentes e de atendimentos em ruas e em rodovias.
Figura 13 – Sinalizador strobo
Finalidade (figura 14): sinalizar os veículos operacionais indicando equipe trabalhando na via. Os veículos operacionais e de emergência devem possuir dispositivo de sinalização giratório de cor amarelo-âmbar, instalado de forma fixa ou móvel no teto da cabine do veículo. Deve ser acionada tanto durante o dia quanto à noite, quando o veículo se ache em condição delicada com relação ao fluxo de trânsito ou local onde esteja estacionado.
Figura 14 – Sinalização giratória em veículos
Figura 16 – Placa: não operar – “trabalhos”
Finalidade (figura 15): destinada a advertir as pessoas quanto ao perigo de ultrapassar áreas delimitadas onde haja a possibilidade de choque elétrico, devendo ser instalada em caráter permanente. Finalidade (figura 16): destinada a advertir para o fato do equipamento em referência estar incluído na condição de segurança, devendo a placa ser colocada no comando local dos equipamentos. Finalidade (figura 17): destinada a advertir e a sinalizar equipamento energizado, estando ou não no interior da área delimitada para trabalhos. Utilizada em conjunto com a fita de sinalização amarelo-limão. Destina-se, também, a sinalizar cubículos ou painéis adjacentes àquele liberado para manutenção a fim de evitar engano de identificação. Finalidade (figura 18): destinada a chamar a atenção para o fato de que na área delimitada/isolada serão executados serviços em regime de linha energizada.
Figura 18 – placa: trabalhos com instalações energizadas
Figura 15 – Placa: perigo de morte – alta-tensão
Figura 17 – Placa: equipamento energizado
Finalidade (figura 19): destinada a alertar quanto à possibilidade do equipamento entrar em operação a qualquer momento, sem aviso prévio.
Figura 20 – Placa: perigo não fume, não acenda fogo, desligue o celular
Finalidade (figura 20): destinada a advertir sobre o perigo de explosão quando do contato de fontes de calor com os gases presentes no ambiente. Ex.: depósitos de inflamáveis, salas de baterias. A mesma deve ser afixada no lado externo do ambiente em questão.
Figura 19 – Placa: partida automática
Finalidade (figura 21): destinada a alertar quanto à obrigatoriedade do uso de determinado equipamento de proteção individual. Finalidade (figura 22): destinada a alertar quanto à necessidade do acionamento do sistema de exaustão do ambiente, antes de se adentrar, para retirada da concentração de gases no local. Figura 22 – Placa: atenção – gases Finalidade (figura 23): destinada a alertar a Operação, a Manutenção e a Construção quanto à necessidade de espera de um tempo mínimo para fazer o aterramento temporário de forma segura e iniciar os serviços. Ao confeccionar essa placa, o tempo de espera deverá ser determinado de acordo com a especificidade do equipamento/local onde a placa será instalada. Finalidade (figura 24): advertir quanto ao perigo de choque elétrico ao adentrarem na área delimitada. Instalada nos muros e nas cercas externas das instalações com equipamentos energizados. – Figura 24 – Placa: perigo – não entre – alta-tensão
Figura 21 – Placa: uso obrigatório
Figura 23 – Placa: atenção para banco de capacitores e cabos a óleo
Finalidade (figura 25): advertir quanto ao perigo de choque elétrico. Instalada nas torres de transmissão.
Figura 20 – Placa: perigo – não suba
Agora que você já verificou os principais materiais de sinalização, observe que a sinalização de segurança atende diversas situações, as mais importantes você verificará a seguir.
Figura 26 – Identificação de circuitos elétricos
Figura 27 – Travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos
Figura 28 – Restrições e impedimentos de acesso
Figura 29 – Delimitações de áreas
Figura 31– Identificação de equipamento ou circuito impedido Figura 30 – Sinalização de impedimento de energização
Você se recorda da questão proposta no início desta lição? Você se lembrou de identificar os equipamentos com os quais trabalha necessários para aplicar a sinalização de segurança e como? Agora pense em quais situações a falta de componentes empregados para sinalização de operações realizadas no SEP, estudados nesta lição, oferecem mais situações inseguras ao seu grupo de trabalho e por que esse grupo está suscetível a acidentes. Anote as suas conclusões. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
LIÇÃO 3 Equipamentos de proteção coletiva Nesta lição você estudará os principais equipamentos de proteção coletiva. Então, antes de iniciar o estudo, pense nos principais equipamentos que você utiliza para a sua proteção e de sua equipe. Por que vocês devem usa-los? Em que momentos usar determinados equipamentos? Faça as suas anotações e verifique no conteúdo que segue os principais equipamentos que você utiliza ao trabalhar com condutores, equipamentos energizados ou que oferecem risco de energização. Conforme você estudou no Curso Básico, os itens 10.2.8.1 e 10.2.8.2 da Norma tratam: 10.2.8.1 Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. 10.2.8.2 As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a desenergização elétrica conforme estabelece esta NR e, na sua impossibilidade, o emprego de tensão de segurança.
Impõe-se que a desenergização elétrica, aplicada conforme definição contida no subitem 10.5.1, dentre todas as medidas de proteção coletiva ao risco elétrico, deve ser a primeira a se considerar, ou seja, ter a primazia de estudo da viabilidade para a aplicação. Quando a medida de proteção coletiva “desenergização elétrica” for impossível de aplicação, na seqüência seletiva de escolha da medida de controle coletiva a ser adotada, deve-se empregar a “tensão de segurança”, que no SEP não é operacional, restando então a opção de metodologia em linha viva ou energizada. Aterramento Este material tem o objetivo de divulgar a adequada técnica de aterramento temporário, para garantir segurança ao pessoal de manutenção de linhas de transmissão e das estações, durante a execução de serviços em equipamentos e/ou em instalações desenergizadas. Tipos: baixa e altas-tensões. Finalidade: equalizar as fases com o ponto aterrado. Inspeção visual: defeitos nas conexões, nas molas e nas travas e na oxidação. Limpar os grampos do conjunto de aterramento periodicamente com escova de aço, para garantir uma boa conexão. Em caso de atuação do conjunto de aterramento, o mesmo deverá ser inutilizado. Definições/fundamentos técnicos a. Aterramento elétrico temporário Ligação elétrica efetiva confiável e adequada intencional à terra, destinada a garantir a eqüipotencialidade e mantida continuamente durante a intervenção na instalação elétrica. b. Segurança pessoal O objetivo principal do aterramento temporário para intervenção em equipamentos ou em instalações é o de fornecer segurança ao pessoal envolvido (pela limitação da corrente que pode circular no corpo humano) em caso de energização acidental, descarga atmosférica, tensão estática e tensão induzida capacitiva e/ou eletromagnética.
c. Conjunto de aterramento temporário É o conjunto de componentes para ligações da malha terra (ou estrutura) aos condutores/equipamentos com os quais se executará os serviços com a finalidade de segurança pessoal, composto de cabo condutor, de grampos de fixação (à terra e aos condutores/equipamentos a serem aterrados), de bastões de manobra para aterramento, de bastões de manobras auxiliares, etc. 3.3 Características do conjunto de aterramento temporário O conjunto de aterramento temporário deve atender as seguintes características: • conduzir a máxima corrente de curto-circuito pelo tempo necessário à atuação do sistema de proteção, garantindo a segurança do homem de manutenção, no caso de energização acidental da linha ou da instalação, além de conduzir correntes induzidas de estado permanente; • suportar os esforços mecânicos criados pelas correntes de curto-circuito; • garantir um baixo valor de resistência ôhmica para a terra; • manter, por ocasião da corrente de curto-circuito, uma queda de tensão através de sua parte condutora; • os bastões para a execução do aterramento devem possuir isolamento compatível com a classe de tensão do equipamento ou da linha em que serão realizados os trabalhos. Não devem ser reutilizados conjuntos de aterramento que foram
submetidos à corrente de curto-circuito.
3.4 Características dos componentes do conjunto de aterramento temporário 1 Cabo condutor O cabo condutor do conjunto de aterramento temporário deve: • ser ótimo condutor; • ser extraflexível; • possuir revestimento transparente para visualização do condutor interno; • ter comprimento compatível necessidade da instalação;
com
a
• ter seção compatível com a corrente de curto. 2 Grampos de aterramento Os grampos para o cabo de aterramento devem: • ter capacidade de condução da corrente máxima de curto-circuito, suportável pelo cabo do conjunto de aterramento temporário; • fornecer boa conexão elétrica e mecânica no condutor a ser aterrado; • possuir dispositivo para fixar o cabo por cima do revestimento protetor (isolação), tornando rígida a conexão do cabo-grampo, evitando danos ao condutor por flexão; • possuir suporte de “descanso”com a finalidade de apoiar o outro grampo do mesmo cabo de interligação de fases (antes da conexão do último grampo desse cabo), há necessidade de dois grampos equipados com “descanso” em cada conjunto de três cabos para uso em estações.
3 Varas de manobra/bastão As varas de manobra para uso no conjunto de aterramento temporário devem: • possuir encaixe tipo universal; • possuir elevada resistência mecânica e excelentes qualidades dielétricas; • ter comprimento compatível (articulado quando necessário) com a classe de tensão da instalação sob trabalho, com respeito à distância de segurança mínima. 4 Suporte de descanso para grampo de aterramento Acessório instalado no grampo de aterramento, com a finalidade de transportar o outro grampo do mesmo cabo (que segue para interligação entre duas fases) quando da conexão do primeiro dos grampos; deve ser resistente a esse esforço mecânico, ter diâmetro compatível com a abertura dos grampos e de peso que não comprometa o conjunto grampo-descanso. 5 Conjunto de equipamentos auxiliares Acessórios com a finalidade de auxiliar no içamento do bastão de manobra já conectado ao grampo do cabo de aterramento temporário quando da fixação ao equipamento ou à instalação a ser aterrado. 6 Estojo para acondicionamento e transporte do conjunto de aterramento temporário O estojo ou sacola deve ser de material impermeável para a proteção das varas de manobra (e demais acessórios) e acondicionar somente um conjunto, de maneira tal que as varas não sofram atrito no interior do estojo (para que o verniz isolante do revestimento das varas não seja arranhado).
3.5 Procedimentos 1 Precauções no aterramento de linhas de transmissão e em estações • observar constantemente as instruções normativas vigentes relativas à segurança no trabalho em linhas de transmissão e em estações; • o aterramento só pode ser executado após o teste de ausência de tensão no equipamento/instalação, no qual se vai trabalhar; • com exceção dos trabalhos que obrigatoriamente exijam equipamento(s) ou instalação(ões) sem aterramento, nenhuma intervenção em equipamento/instalação será iniciada sem que o(s) equipamento(s) ou a(s) instalação(ões) esteja(m) perfeitamente sinalizado(s) e aterrado(s); • proceder quanto aos cabos pára-raios de linhas de transmissão isolados do mesmo modo que para cabos condutores; • considerar, antes do aterramento temporário, todos os condutores (inclusive os cabos pára-raios isolados) de média/altas-tensões como energizados; • tomar precaução e dar especial atenção (antes de executar o aterramento temporário) para equipamentos que, mesmo após desligados, permanecem com uma carga elétrica residual, por exemplo, aguardando 30 minutos, no caso de capacitores e cabos subterrâneos de 88 e 138 kV; 1 hora, para cabos subterrâneos de 230 kV; 4 horas, para cabos subterrâneos de 345 kV (ver instruções específicas na instrução normativa); • no caso de disjuntores que possuem capacitores de equalização em paralelo com câmaras interruptoras, após desligamento do disjuntor e desenergização completo do mesmo e, estando o disjuntor liberado para o pessoal da manutenção (seccionadoras anterior e posterior abertas), proceder da seguinte maneira, antes de qualquer serviço: • sinalizar a área; • efetuar o teste de ausência de tensão; • religar o disjuntor, a fim de descarregar os capacitores; • aterrar o disjuntor.
• caso o conjunto de aterramento (já conectado à vara de manobra) seja muito pesado, o homem de manutenção deve ser auxiliado por outro que, através da carretilha e corda, aliviará o peso do cabo. É proibida a prática de segurar o cabo pelo conector (com as mãos) no ato da conexão a um equipamento ou na instalação ao aterrar; • não utilizar pontos de neutro de equipamentos como aterramento, mesmo que sejam facilmente acessíveis, pois podem não estar diretamente ligados a terra; • manter o pessoal de manutenção posicionado (quando em serviço) afastado, se possível, dos cabos de aterramento temporário, fornecendo assim uma segurança contra os golpes dos cabos oscilados pela corrente de curto-circuito, numa eventual ocorrência; • o pessoal de manutenção situado no solo deve manter-se afastado das estruturas para evitar a possibilidade de choques elétricos (potenciais de toque). 2 Localização dos aterramentos temporários • nos condutores da linha desenergizada, nas estruturas anterior e posterior àquela em que o serviço será realizado; • em ambos os lados do ponto a ser seccionado, quando da execução da abertura ou do fechamento de jumpers ou da desconexão e conexão de cabos condutores; • nos condutores de ambos os lados da área de trabalho; • em local onde seja(m) facilmente visualizado(s); • em todos os terminais dos cabos de média e altas-tensões (de entrada e de saída, ou de ambos os lados) do(s) equipamento(s) sob intervenção.
3 Execução do aterramento temporário a. Em linhas de transmissão • comunicar-se com a equipe de operação solicitando o desligamento da linha de transmissão. • vistoriar as condições do equipamento de aterramento temporário (bastões, corda isolante, carretilha) aprontando-os para uso, verificando ainda as conexões entre os cabos de aterramento e os grampos de conexão (procurando detectar possíveis rompimentos no(s) cabo(s) e/ou anormalidade nos grampos); • planejar o aterramento, o responsável pela equipe deverá informar (e coordenar) quais os serviços que serão executados e onde serão executados, mostrando-os aos membros da turma para que não hajam dúvidas, deverá ainda distribuir as tarefas entre os membros da equipe; • executar primeiro o teste de detecção de tensão pelo aparelho de teste, para comprovar a real desenergização da instalação a ser aterrada; • içar os conjuntos de aterramento temporário pelo uso de carretilhas ou corda de serviço; • conectar o grampo de fixação (ponto de terra) do cabo de aterramento temporário a uma das peças da estrutura de forma a ser obtido um bom contato (no caso de estruturas pintadas, deve-se remover totalmente a camada de tinta no local da conexão);
• o cabo de aterramento temporário deverá ser acoplado na vara de manobra pelo grampo de aterramento. Em seguida, dirigi-lo ao cabo condutor da fase a ser aterrada e, por fim, apertar o grampo, observando que a seqüência de colocação é da fase inferior para superior ou da mais próxima ao eletricista para a mais afastada; • sinalizar as fases liberadas, conforme instrução normativa relativa à Segurança do Trabalho em Linhas de Transmissão Aéreas; A sistemática de retirada da sinalização e do aterramento temporário é inversa à de colocação, começando pela retirada da sinalização e desconexão do grampo fixado no condutor da fase superior (ou a mais afastada), levando em consideração que já não há mais necessidade do aterramento temporário e já existem condições de liberação do equipamento ou da instalação. • o responsável pela equipe, após a última atividade, deverá verificar se as sinalizações e os aterramentos temporários foram retirados e se não existe mais nenhum obstáculo para a entrega da linha de transmissão à Operação; • estando em condições (a linha de transmissão), o responsável pela equipe deverá entrar em contato com a Operação informando que todos os aterramentos temporários, sob a sua responsabilidade, foram retirados.
b. Em subestações • na subestação, o responsável pelos serviços deverá comunicar-se com o operador, solicitando a desenergização do(s) equipamento(s) ou instalação(ões); • preparar o equipamento de aterramento; • planejar o aterramento – o responsável pela equipe deverá informar (e coordenar) os serviços que irão ser executados, onde e por quem serão executados; • após as manobras executadas para o impedimento do(s) equipamento(s), o responsável e a equipe deverão, em conjunto, conferir as manobras executadas, confirmando a desenergização elétrica do(s) equipamento(s); • sinalizar e delimitar a área de serviço (conforme instrução normativa relativa à Segurança do Trabalho em Subestações);
• executar o teste de ausência de tensão para comprovar a desenergização elétrica (de ambos os lados) do(s) equipamento(s) ou da(s) instalação(ões); • conectar o grampo de conexão à terra do cabo de aterramento temporário à malha de terra, tendo o cuidado de limpar o condutor da malha no ponto de conexão, o outro grampo, conectar (com o auxílio de bastão) ao condutor da fase central; • esticar e amarrar o cabo de aterramento temporário em alguns pontos da estrutura do equipamento/instalação para evitar o chicoteamento provocado pelo esforço mecânico quando de uma descarga pelo cabo de aterramento temporário; • desconectar o grampo da haste de “descanso” e conectá-lo a um condutor de uma das outras fases ainda não aterradas (tendo o cuidado de executar o movimento de limpeza da área de contato); • proceder de maneira idêntica com a outra fase deste lado do(s) equipamento(s) ou das instalação(ões); • proceder de maneira semelhante para o outro lado do(s) equipamento(s), conforme os seis últimos subitens; 1. Se for necessário efetuar o aterramento utilizando-se outro arranjo (para atender necessidades específicas), analisá-lo previamente em conjunto com o responsável pelo serviço. 2. Nos casos em que a distância entre as fases do barramento for grande (por exemplo, nas classes de tensões 345 kV e 440 kV), o que dificulta a execução de jumper entre os condutores, o aterramento pode ser feito conectando-se cada fase diretamente à terra. Dessa maneira será utilizado um conjunto de aterramento muito pesado, para tanto, o eletricista deve instalar a carretilha com corda (que irá içar os cabos e os bastões para realizar o aterramento), posicionando-a na altura da fase que será aterrada e assim, sucessivamente, para as demais fases. O pessoal que estiver puxando a carretilha deverá ter o cuidado de observar o balanço da corda para evitar que esta venha a esbarrar em algum equipamento ou circuito energizado.
• no caso de instalação do cabo de aterramento no cabo de descida de pára-raios com contador de descargas, o ponto de conexão à terra deve estar abaixo do contador de descargas. O contador de descargas não pode ficar inserido no circuito de aterramento; • a operação de retirada do aterramento temporário e de sinalização deve ser executada na seqüência inversa à de colocação; • o responsável pela turma, após a última atividade, deverá verificar se todos os aterramentos temporários foram retirados e se não existe mais nenhum obstáculo para a entrega do(s) equipamento(s) ou da(s) instalação(ões). c. Em subestações blindadas a SF6
Glossário Hexafloreto de enxofre.
• os aterramentos são feitos por meio das chaves de aterramento existentes em vários trechos dos compartimentos da estação comandadas pela operação; • os procedimentos e os cuidados de isolação e de aterramento vão depender do arranjo e das instruções específicas para cada estação. d. Em usinas A sistemática de aterramento em usinas segue o mesmo procedimento das demais instalações, em conformidade com a NR10. Para considerar o circuito desenergizado o mesmo terá que, entre as demais condições, estar aterrado conforme os seguintes procedimentos, independente de ser de baixa tensão ou média tensão:
• prover a equipotencialização dos circuitos; • efetuar o aterramento, sempre conectando primeiro na malha de terra, para em seguida conectar aos condutores ou carcaça; • o conector deve ser do tipo com garra com parafuso (sargento); • a bitola do condutor de aterramento deve ser compatível com o nível de curto circuito no qual, o equipamento ou condutores estejam inseridos; • os condutores devem ser nus ou com isolação transparente; • quando da necessidade de desfazer o aterramento, o(s) primeiro(s) conector(es) a ser(em) retirado(s), será o da carcaça ou condutor, para em seguida o da malha de terra. 3.6 Manutenção do conjunto de aterramento Todos os componentes necessários para o aterramento de uma linha ou de um equipamento deverão ser periodicamente inspecionados, como descrito abaixo: • verificar se existem fios partidos ou danos físicos no cabo, principalmente próximo aos conectores, antes de cada utilização dos conjuntos de aterramento. A conexão entre os cabos e os grampos deve ser rígida e limpa. As mandíbulas serrilhadas devem ser limpas freqüentemente e substituídas quando estiverem danificadas; • limpar os bastões isolantes e inspecionar quanto à existência de fissuras ou outros danos, além de ensaio periódico de isolamento; • manusear, armazenar e transportar com cuidado o conjunto de aterramento, de modo a preservar a sua boa condição de uso.
3.7 Treinamento Devido à variedade de soluções adotadas nos projetos de linhas de transmissão, subestações e usinas, é muito difícil estabelecer normas rígidas que sejam eficientes para todos os casos. Portanto, é válido afirmar que algumas recomendações de caráter mais amplo se fazem necessárias, além das que estão descritas na presente instrução. Dentre essas recomendações destacamos, além do planejamento de trabalho para cada atividade, a necessidade de que todas as equipes de manutenção estejam treinadas e capacitadas para a execução do aterramento temporário, conforme orientações e procedimentos vigentes na empresa. Você se lembra da questão proposta no início da lição? Você já conhecia todos esses equipamentos de proteção coletiva apresentados? Quais você não utiliza no seu trabalho? Existe algum equipamento que você tem dificuldade em utilizar? Anote as suas conclusões. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
LIÇÃO 4 Equipamentos de proteção individual - EPI Esta lição abordará os principais equipamentos de proteção individual para garantir a sua segurança. Você se lembra dos principais? Por que utilizá-los? Anote as suas conclusões. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Este é um tópico importante para estudar, pois conforme a Norma Regulamentadora nº 6, equipamento de proteção individual – EPI é todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: a. sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b. enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e
c. para atender situações de emergência. A NR-6 (norma regulamentadora referente equipamentos de proteção individual) estabelece responsabilidades aos empregadores e empregados. Cabe ao empregador quanto ao EPI: a. adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade; b. exigir seu uso; c. fornecer ao empregado somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d. orientar e treinar o empregado sobre o uso adequado, a guarda e a conservação; e. substituir, imediatamente, quando danificado ou extraviado; f. responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e g. comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego qualquer irregularidade observada. Cabe ao empregado quanto ao EPI: a. utilizá-lo apenas para a finalidade a que se destina; b. responsabilizar-se pela sua guarda e conservação; c. comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e d. cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. Conforme o art. 157 da CLT Cabe às empresas: I. cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II. instruir o empregado, através de ordens de serviço, quanto às precauções a serem tomadas no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças profissionais.
Conforme o art. 158 da CLT Cabe aos empregados: I. observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; II. colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste capítulo (V). Parágrafo único – constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: • à observância das instruções expedidas pelo empregador; • ao uso dos equipamentos de proteção individual – EPI’s fornecidos pela empresa.
No Módulo 1 você estudou sobre os riscos com altura e alguns cuidados. Neste Módulo você estudará a especificação de cada equipamento.
4.1 Caracterizando os equipamentos de proteção individual para trabalho em altura 1 Equipamentos de proteção individual para trabalho em altura a. Cinto de segurança O cinto tem a finalidade de unir o trabalhador com o talabarte de segurança. Em caso de queda, o mesmo tem o objetivo de sustentar o usuário e distribuir a força de impacto por todo o corpo do trabalhador através das fitas ajustáveis ao tronco do trabalhador. Para isso, é necessário que o mesmo seja perfeitamente ajustado à morfologia do usuário.
b. Cinto de segurança tipo abdominal O cinto de segurança tipo abdominal somente deve ser utilizado em serviços de eletricidade e em situações em que funcione como limita-dor de movimentação, conforme NR-18, aprovada pela portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego. c. Cinto de segurança tipo pára-quedista O cinto de segurança tipo pára-quedista deve ser utilizado em atividades a mais de 2 m de altura do piso, nas quais haja risco de queda do trabalhador, conforme NR-18, aprovada pela portaria 3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego. Nota: os cintos de segurança deverão ser substituídos quando apresentarem deformações ou avarias em costuras,fitas ou argolas de fi xação de equipamentos de ancoragem e posicionamento ou quando houver queda do trabalhador. Em caso de dúvidas, o equipamento deverá ser encaminhado ao fabricante/fornecedor para avaliação. d. Talabartes Talabartes de segurança tipo “Y” Os talabartes podem ser confeccionados em fitas planas ou em cordas sintéticas. Esse equipamento deverá ser conectado ao cinto de segurança (pontos centrais frontais ou dorsais) por meio do mosquetão automático com três movimentos. O comprimento dos talabartes não deverá ser superior a 1,3 m e é definido entre as extremidades do mosquetão e do gancho de ancoragem.
O absorvedor de energia, equipamento opcional do talabarte de segurança tipo “Y”, não deverá ser utilizado em atividade onde, em caso de queda, o trabalhador fique exposto ao risco elétrico em função da distância de segurança.
Talabarte de posicionamento Equipamento destinado ao posicionamento confortável em um posto de trabalho ou para a limitação de movimentação. Esse equipamento não deverá ser utilizado como equipamento antiqueda. e.Trava-quedas para cordas O trava-quedas poderá ser utilizado como equipamento antiqueda para atividades de movimentação vertical em estruturas de linhas de transmissão. Para a instalação desse equipamento, o usuário deverá observar o sentido de instalação vertical do trava-quedas, ilustrado em baixo relevo, por meio de uma seta que deverá permanecer para cima, tanto para ascensão como para descensão. O formato construtivo e o diâmetro da corda deverão ser compatíveis com o equipamento. Higienização • Após o uso, escovar as partes metálicas. Conservação • Armazenar protegido da umidade e ação direta dos raios solares. • Manter afastado de produtos químicos. • Se molhado, secar à sombra e em local ventilado. f. Trava-quedas retrátil Os travas-quedas retráteis poderão ser utilizados para a movimentação vertical. A movimentação diagonal, em relação à ancoragem do equipamento, não deverá exceder a uma inclinação de 30º.
g. Cordas para trabalho em altura As cordas para segurança em trabalhos em altura deverão ser compatíveis com as atividades e os equipamentos utilizados. Essas cordas deverão ser do tipo “capa e alma”, confeccionadas em 100% poliamida ou mista com poliamida e poliéster. As cordas deverão possuir laudo de resistência de ruptura por tração estática emitido por laboratório idôneo.
h. Mosquetões Os mosquetões do talabarte de segurança tipo “Y” deverão ser do tipo “Pêra” com trava de três movimentos (Figura 33). Os mosquetões do talabarte de serviço deverão ser do tipo “Pêra D” ou “D” assimétrico com dois movimentos automático (Figura 34).
Figura 33 – Mosquetão tipo “pêra” automático com três movimentos
Figura 34 – Mosquetão tipo “d” automático com dois movimentos
i. Malhas rápidas As malhas rápidas são utilizadas para a união dos ganchos de ancoragem com o talabarte de segurança. Essas malhas deverão ser rosqueadas com auxilio de chaves para o torque necessário para impedir a abertura involuntária desse equipamento.
j. Fitas planas para ancoragens Estas fitas poderão ser utilizadas para a ancoragem de sistemas de segurança anti-queda ou para a confecção de vias de movimentação para conexão dos ganchos de ancoragem do talabarte de segurança.
2 Aventais a. Avental de couro • Deve ser usado na proteção do tórax, abdome e coxas contra o impacto de partículas, abrasão e queimaduras. • Deve ser usado por cima do uniforme de trabalho. • Fora de uso, não deve ser abandonado em local que comprometa sua segurança. b. Avental de plástico • Deve ser usado na proteção do tórax, abdome e coxas contra respingos de produtos químicos. • Deve ser usado por cima do uniforme de trabalho. • Periodicamente deve ser lavado com água e sabão neutro, devendo ser enxaguado em água corrente e colocado em local arejado, fora da ação do sol, até que fique completamente seco. • Fora de uso, não deve ser dobrado e nem abandonado em local que comprometa sua segurança.
As bolsas também são muito importantes para a garantia da segurança em trabalhos no SEP.
3 Bolsa de equipamentos de proteção • A bolsa de equipamentos de proteção individual deve ser utilizada para transporte e guarda dos EPI’s de cada empregado que compõe a equipe. • A bolsa de equipamentos de proteção individual deve ser mantida sempre trancada a cadeado e inspecionada diariamente pelo empregado antes de sua utilização.
4 Luvas a. Luvas de borracha para eletricistas • Nos trabalhos em condutores ou equipamentos energizados, ou que ofereçam risco de energização, mesmo quando operados com vara de manobra, devem ser usadas luvas de borracha, devendo-se adotar a classe adequada ao nível da tensão elétrica de trabalho. • As luvas de borracha para eletricistas somente devem ser utilizadas recobertas. • Devem ser cobertas externamente por luvas de napa, quando de baixa-tensão, e de vaqueta, quando de alta–tensão. • As luvas de borracha para eletricistas não devem ser amassadas e nem abandonadas em local que comprometa a sua segurança.
A luva não deve ser usada ao avesso com a intenção de seu aproveitamento na formação de um novo par.
• O empregado que utiliza as luvas de borracha deve ter as unhas cortadas rentes e as mãos desprovidas de anéis ou de outros objetos capazes de danificar as mesmas. Verifique na tabela abaixo a relação dos tipos/contatos/tarja para luva de borracha. TIPO Classe 00 Classe 0 Classe I Classe II Classe III Classe IV
CONTATO 500V 1000V 7,5 kV 17 kV 26,5 kV 36 kV
Tabela 3 – Tipos/contatos/tarja para luva de borracha
TARJA Bege Vermelha Branca Amarela Verde Laranja
Higienização • Lavar com água e detergente neutro, isentando-as de óleo ou graxa. • Enxaguar com água. • Secar ao ar livre e à sombra. • Polvilhar, externa e internamente, com talco industrial. Conservação • Armazenar em bolsa apropriada, sem dobrar, enrugar ou comprimir. • Armazenar em local protegido da umidade, ação direta de raios solares, produtos químicos, solventes, vapores e fumos.
Antes do uso, realizar o teste de inflamento para avaliação visual da luva em busca de rasgos, furos, ressecamentos, etc.
b. Luvas de cobertura • Para proteção das luvas de borracha para eletricistas, devem ser serem usadas separadamente das luvas de borracha. • Antes e após a sua utilização, as luvas devem ser inspecionadas, aquelas que apresentarem defeito devem ser substituídas. • A luva não deve ser usada ao avesso com a intenção de seu aproveitamento na formação de um novo par. • As luvas de cobertura não devem ficar dobradas nem abandonadas em local que comprometa a sua segurança.
• As luvas de napa ou de vaqueta devem ser guardadas em separado das luvas de borracha, completamente limpas e secas e em recipiente individual apropriado. Finalidade Exclusivamente como proteção da luva isolante de borracha. Higienização Limpar utilizando pano limpo, umedecido em água e secar à sombra. Conservação • Armazenar protegida de fontes de calor. • Se molhada ou úmida, secar à sombra. c. Luva de proteção tipo condutiva Finalidade Proteção das mãos e dos punhos quando o empregado realiza trabalhos ao potencial. Higienização • Lavar manualmente em água morna com detergente neutro, torcer suavemente e secar à sombra. Conservação • Armazenar em local seco e limpo. d. Luva de segurança em borracha nitrílica Finalidade Proteção das mãos e punhos do em pregado contra agentes químicos e biológicos. Higienização • Lavar com água e sabão neutro.
Conservação • Armazenar em saco plástico e em ambiente seco. • Secar à sombra. e. Luva de segurança em PVC (HEXANOL) Finalidade Proteção das mãos e dos punhos do empregado contra recipientes contendo óleo, graxa, solvente.
Quando utilizado para manuseio de produtos contaminados por PCB’s, as mesmas deverão ser descartadas, conforme legislação.
Higienização • Lavar com água. Conservação • Manter em local protegido da ação direta dos raios solares ou quaisquer outras fontes de calor. • Secar à sombra. • Nunca molhar o forro. 5 Manga de borracha • Nos trabalhos em condutores ou em equipamentos energizados devem ser usadas mangas de borracha, adotando-se a classe adequada ao nível de tensão elétrica de trabalho. • Devem ser tomadas as mesmas precauções de conservação das luvas de borracha citadas anteriormente e de reteste. • Devem ser especificada de acordo com as
orientações da engenharia de segurança. Finalidade Proteção do braço e do antebraço do empregado contra choque elétrico durante os trabalhos em circuitos elétricos energizados. Higienização • Lavar com água e detergente neutro. • Secar ao ar livre e à sombra. • Polvilhar talco industrial, externa e internamente. Conservação • Armazenar em saco plástico, em ambiente seco e ventilado. • Se molhada, secar à sombra. • Nunca secar ao sol (pode causar efeito de ressecamento).
Cabe salientar que todas as fotos e as figuras utilizadas são apenas ilustrativas.
6 Proteção da cabeça a. Capacete de segurança tipo aba frontal (jóquei) e capacete de segurança tipo aba total Finalidade Proteção da cabeça do empregado contra quedas do mesmo nível, níveis diferentes, impactos físicos (trabalho a céu aberto), provenientes de queda ou de projeção de objetos, choque elétrico e irradiação solar.
Higienização • Limpá-lo, mergulhando por um minuto num recipiente contendo água com detergente ou sabão neutro. • O casco deve ser limpo com pano ou outro material que não provoque atrito, evitando assim a retirada da proteção isolante de silicone (brilho), fator que prejudica a rigidez dielétrica do mesmo. • Secar à sombra. Conservação • Evitar atrito nas partes externas, mau acondicionamento e contato com substâncias químicas. • Lavar com água e sabão neutro. • Secar com papel absorvente. b. Capacete de segurança tipo aba frontal com protetor facial Finalidade Proteção da cabeça e face em trabalho no qual haja risco de explosões com projeção de partículas e queimaduras provocadas por abertura de arco voltaico. Higienização • Limpá-lo, mergulhando por um minuto num recipiente contendo água e detergente ou sabão neutro. • O casco deve ser limpo com pano ou outro material que não provoque atrito evitando, assim, a retirada da proteção isolante de silicone (brilho), o que prejudicaria a rigidez dielétrica do mesmo. • Secar à sombra. O protetor facial deve ser lavado com água e sabão neutro e seco com papel absorvente.
O papel não poderá ser friccionado no protetor para não riscá-lo.
Conservação • Evitar atrito nas partes externas, acondicionamento inadequado e contato com substâncias químicas. c. Capuz de segurança tipo balaclava Finalidade Proteção facial do usuário contra riscos provenientes de abertura de arco elétrico (tecido anti-chama). Higienização • Limpá-lo mergulhando um recipiente contendo água e detergente ou sabão neutro, deixando de molho por algumas horas, enxaguar e torcer na mão. • Secar à sombra. Conservação • Evitar atrito nas partes cortantes ou pontiagudas das ferramentas, acondicionamento inadequado e contato com substâncias químicas. 7 Óculos de proteção • De acordo com o tipo de serviço, no qual haja desprendimento de partículas, intensos raios luminosos ou poeiras, devem ser usados óculos de segurança. • As lentes devem ser mantidas sempre limpas e isentas de poeira, óleo ou graxa.
Antes de sua utilização, os óculos devem ser lavados com água e sabão neutro e, em seguida, deve-se aplicar líquido antiembaçante às suas lentes. • Fora de uso, os óculos não devem ser abandonados em local que comprometa a sua segurança, devendo ser guardados em local apropriado e sob condições ambientais normais. • Se as circunstâncias exigirem redistribuição, os óculos de segurança devem ser limpos e esterilizados. Finalidade Proteção dos olhos contra impactos mecânicos, partículas volantes e raios ultravioleta. Higienização • Lavar com água e sabão neutro. • Secar com papel absorvente.
O papel absorvente não poderá ser friccionado na lente para não riscá-la.
Conservação • Acondicionar na bolsa original com a face voltada para cima. 8 Proteção auditiva a. Protetor auditivo tipo concha Finalidade Proteção dos ouvidos nas atividades e nos locais que apresentem ruídos excessivos.
Higienização • Lavar com água e sabão neutro, exceto as espumas internas das conchas. Conservação • Armazenar na embalagem adequada, protegido da ação direta de raios solares ou de quaisquer outras fontes de calor. • Substituir as espumas (internas) e almofadas (externas) das conchas, quando estiverem sujas, endurecidas ou ressecadas. b. Protetor auditivo tipo inserção (Plug) Finalidade Proteção dos ouvidos nas atividades e nos locais que apresentem ruídos excessivos. Higienização • Lavar com água e sabão neutro. Conservação • Acondicionar na embalagem, protegido da ação direta de raios solares ou de quaisquer outras fontes de calor. 9 Proteção respiratória a. Respirador de proteção semi-facial filtrante (descartável); respirador de proteção semi-facial (com filltro); respirador de adução de ar (máscara autônoma) Finalidade Proteção respiratória em atividades e em locais que apresentem tal necessidade, em atendimento à instrução normativa nº. 1 de 11/04/1994 – (Programa de Proteção Respiratória: Recomendações/Seleção e Uso de Respiradores).
10 Proteção dos membros inferiores • Nos trabalhos envolvendo distribuição de energia elétrica, em todas a suas fases, devem ser usadas botinas de segurança industrial, adotando-se o tipo adequado para cada serviço. • As botinas devem ser inspecionadas pelo empregado antes e após a sua utilização, verificando se existem cortes, furos, desgaste excessivo do solado ou outros defeitos que justifiquem a sua substituição. • Para as botinas de segurança, devem ser tomadas as mesmas precauções adotadas para as botas de PVC, além da aplicação periódica de graxa apropriada para a sua conservação. • É proibida qualquer alteração nas características originais das botinas de segurança. • Nos trabalhos de campo, e nos demais, onde ofereçam riscos para os pés, devem ser usados calçados de segurança industrial, adotando-se o tipo adequado para cada serviço. a. Calçado de segurança tipo botina de couro Finalidade Conservação e higienização • Armazenar em local limpo, livre de poeira e de umidade. • Se molhado, secar à sombra. • Engraxar com pasta adequada para a conservação de couros. b. Calçado de segurança tipo bota de couro (cano médio coturno) Finalidade Proteção dos pés e das pernas contra torção, escoriações, derrapagens e umidade.
Conservação e higienização • Armazenar em local limpo, livre de poeira e de umidade. • Se molhado, secar à sombra; • Engraxar com pasta adequada para a conservação de couros. c. Calçado de segurança tipo bota de couro (cano longo - rodoviário) Finalidade Proteção dos pés e das pernas contra torção, escoriações, derrapagens, umidade e ataque de animais peçonhentos. Conservação e higienização • Armazenar em local limpo, livre de poeira e de umidade. • Se molhado, secar à sombra; • Engraxar com pasta adequada para a conservação de couros. d. Calçado de segurança tipo bota de borracha (cano longo) Finalidade Proteção dos pés e das pernas contra umidade, derrapagens e agentes químicos agressivos. Higienização • Lavar com água e sabão neutro. • Secar interna e externamente com papel toalha ou pano. Conservação • Armazenar em local protegido da umidade, da ação direta de raios solares, dos produtos químicos, dos solventes, dos vapores e dos fumos. • Não dobrar para não deformar.
e. Calçado de segurança tipo condutivo (coturno) Finalidade Proteção dos pés quando o empregado realiza trabalhos ao potencial. Conservação e higienização • Engraxar com pasta adequada para a conservação de couros. • Armazenar em local limpo, livre de poeira e umidade. • Se molhado, secar à sombra. • Nunca secar ao sol (pode causar efeito de ressecamento). f. Perneira de segurança para proteção em couro Finalidade Proteção das pernas contra objetos perfurantes, cortantes e ataque de animais peçonhentos. Conservação e higienização • Engraxar com pasta adequada para a conservação de couros. • Armazenar em local limpo, livre de poeira e de umidade. • Se molhado, secar à sombra; • Nunca secar ao sol (pode causar efeito de ressecamento). 11. Proteção para a pele Creme contra insetos, creme protetor solar e creme protetor labial Finalidade Proteção do empregado contra ação dos raios solares na pele e nos lábios e contra a ação de insetos. Conservação Manter a embalagem fechada, protegida da luz e do calor.
OBS.: uso conforme prescrição médica, ainda não considerado EPI por não possuir CA. 12.Vestuários de trabalho Conforme a NR-10, subitem 10.2.9.2,“As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas”. Vestimenta de trabalho é, no caso em análise, entendida como um equipamento de proteção individual – EPI destinada à proteção do tronco e dos membros superiores e inferiores contra os diversos riscos elétricos e, especialmente, protegê-los dos seus efeitos. • Condutibilidade para proteger contra os riscos de contato – as vestimentas não deverão possuir elementos condutivos. • Inflamabilidade para proteger contra os efeitos térmicos dos arcos voltaicos e de seus flashs, que podem provocar a ignição das roupas. • Influências eletromagnéticas para proteger contra os efeitos provocados por campos eletromagnéticos com intensidade que tenha potencial de risco, em certas circunstâncias, as roupas deverão ser condutivas. Lembre-se que a vestimenta deverá ser implantada mediante a realização da análise de risco criteriosa e adequada, respeitando a intensidade de risco, as peculiaridades de cada atividade profissional e o conforto. Salientamos que a especificação do grau de proteção requerido para as roupas anti-chamas deve ser compatível com a atividade e com a potência de curto-circuito características das instalações.
12.1 Caracterização dos vestuários de trabalho Nos serviços em instalações elétricas, a vestimenta representa importante fator de segurança, sendo necessário observar o seguinte: • a vestimenta fornecida pela empresa deve ser mantida limpa e em boas condições de uso, sendo proibidas alterações e o uso de vestuário impregnado de óleo, graxa ou substância inflamável; • não usar as calças com as suas pernas arregaçadas; • não colocar as pernas das calças por dentro do cano das botas; • os danos verificados no uniforme, nas ferramentas e nos equipamentos de segurança, devem ser comunicados à chefia imediata, para substituição; • roupas endurecidas por cimento, cal, graxa, óleo ou solvente não podem ser usadas. 12.2Vestimentas de segurança 1 Roupa anti-chama A roupa anti-chama tem como finalidade proteger os trabalhadores contra queimaduras na ocorrência de arcos elétricos. Lembre-se que durante um arco elétrico, são lançadas partículas de metal e plástico derretido devido à temperatura deste fenômeno atingir até 6000 °C. Para a total proteção do operador, devem ser cobertas todas as partes do corpo que possam ser atingidas pelas energias oriundas dos arcos-elétricos. Portanto é necessária a utilização de capuz, calça de segurança, camisa de segurança e/ou capa de segurança. Dependendo do grau de risco, os operadores podem utilizar apenas calça e camisa. Caso o grau de risco seja maior, os trabalhadores devem usar uma capa sobre a calça e camisa de segurança.
Camisa e calça antichama
Uso: Uso em situações que necessitam de uma proteção contra riscos de chama e às probabilidades de queimaduras de 2º grau na ocorrência de descargas e explosões causadas por arco elétrico. Capuz Uso: Apropriado para proteção a potenciais arcos elétricos ou curtocircui-tos, onde alta energia, temperatura e partículas volantes possam causar queimaduras e outros agravos na face dos trabalhadores. Capa
Uso: Uso em situações que necessitam de uma proteção contra riscos de chamas e às probabilidades de queimaduras de 2º e 3º grau na ocorrência de descargas e explosões causadas por arcos elétricos. Higienização das roupas antichama Lavar com água e detergente neutro. Não friccionar excessivamente a roupa. Se estiver muito suja, deixe de molho na água para que a sujeira se desprenda naturalmente. Secar pelo avesso. A secagem em tambor rotativo pode causar encolhimento. Armazenagem Guardar em local seco e arejado. 2 Blusão em tecido impermeável e calça em tecido impermeável Finalidade Proteção do corpo contra chuva, umidade e produto químico. Higienização
• Lavar, sacudir e passar pano limpo e seco nas partes molhadas. • Quando sujo de barro, limpar com pano umedecido com água e detergente neutro. • Quando sujo de graxa, limpar com pano umedecido com álcool. Conservação • Acondicionar em sacos plásticos fechados a fim de evitar que sejam danificadas. • Acondicionar em local protegido da umidade, ação direta de raios solares, produtos químicos, solventes, vapores e fumos.
3 Vestimenta de proteção para operador de motosserra a) Camisa e calça Finalidade Proteção do tronco e dos membros superiores e inferiores contra agentes cortantes. 4 Vestimenta de proteção tipo apicultor Finalidade Proteção contra picadas de abelhas, vespas, marimbondos, etc. Higienização • Lavar com água e sabão neutro. Conservação • Acondicionar limpa e dobrada na sacola original. • Se molhado, secar ao sol. 5 Vestimenta de segurança tipo condutiva Finalidade Proteção do empregado quando executa trabalhos em rede energizada ao potencial. Higienização • Lavar manualmente em água com detergente neutro, torcer suavemente e secar à sombra. • A roupa pode ser lavada em máquina automática no ciclo roupa delicada de 8 a 10 minutos, com água e detergente neutro, secar à sombra em varal sem partes oxidáveis, não fazer vincos ou passar a ferro. Conservação • Armazenar em local seco e limpo, em cabides não metálicos ou em bolsas para transporte, verificar se a roupa não está úmida ou com suor.
6 Vestimenta de segurança tipo colete refletivo • Em serviços externos noturnos ou diurnos, quando a sua necessidade seja comprovada (estradas, túneis ou ruas movimentadas), os empregados devem usar o colete refletivo. • O colete deve ser guardado sempre na bolsa de equipamento de segurança ou em local apropriado para evitar que o mesmo seja danificado por ferramentas ou materiais pesados. Finalidade Sinalização do empregado facilitando a visualização de sua presença quando em trabalhos nas vias públicas. Higienização • Quando sujo de barro, limpar com pano umedecido com água e detergente neutro. • Quando sujo de graxa, limpar com pano umedecido com álcool. Conservação • Armazenar em saco plástico fechado, a fim de evitar que seja danificado. • Manter limpo, seco, e isento de óleo ou graxa. • Manter em local protegido da ação direta dos raios solares ou de quaisquer outras fontes de calor e de produtos químicos. • Manter em local com temperatura ambiente inferior a 40 ºC.
Você se lembra das questões que foram propostas durante o seu estudo? Então, agora pense por que é importante conhecer os equipamentos de proteção individual estudados nesta lição. Anote as suas conclusões. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Você chegou ao final de mais um módulo. Teve a oportunidade de aprofundar o seu conhecimento a respeito das medidas de controle e segurança na construção, montagem, operação e manutenção. Verificou os principais equipamentos de proteção individual e como utilizá-los com segurança. Não esqueça de fazer as atividades propostas no Ambiente Virtual de Aprendizagem e de acessar a agenda deste curso. No próximo Módulo, você estudará as técnicas de trabalho sob tensão. Então, bons estudos!
CAPÍTULO 3 – TRABALHO SOB TENSÃO
Neste Módulo, você estudará o trabalho em instalações energizadas, suas metodologias, seus equipamentos e vestuários adequados. Serão abordadas as técnicas de trabalho sob tensão e todas as suas características. Antes de iniciar este Módulo, você sabe por que foi desenvolvida a técnica de trabalho com linha energizada? A técnica de trabalho com linha energizada (linha viva) foi desenvolvida em função da dificuldade de desligamento em alguns circuitos importantes e, hoje em dia, mais ainda, em função da remuneração das empresas que dependem da disponibilidade das instalações. Essa atividade deve ser realizada mediante a adoção de procedimentos e de metodologias que garantam a segurança dos trabalhadores. Nessa condição de trabalho, você verificará que as atividades devem ser realizadas mediante os métodos abaixo descritos: • Técnica de trabalho com linha viva método a distância; • Técnica de trabalho com linha viva método ao contato; • Técnica de trabalho com linha viva método ao potencial; • Procedimento de segurança para trabalhos em painéis e cubículos.
LIÇÃO 1 Técnicas de trabalho sob tensão Você estudará nesta lição as três principais técnicas de trabalho sob tensão. Anote as principais características e, em caso de dúvida, não hesite em entrar em contato com o tutor deste curso.
1.1 Técnica de trabalho com linha viva – método a distância Neste que foi o primeiro método desenvolvido, o eletricista executa as operações com o auxílio de ferramentas montadas nas extremidades dos bastões isolantes. Com esse método, é possível trabalhar em todas as classes de tensão. Em tensões de até 69 kV, onde as distâncias entre fases são menores, os condutores são afastados de sua posição normal por meio de bastões suportes, moitões, etc. Todo conjunto de equipamento é projetado para facilitar os movimentos dos eletricistas, no alto dos postes ou das estruturas, com total segurança, tanto na manobra das articulações para afastamento dos condutores como nas manipulações das cadeias de isoladores. Nesse método, o eletricista deve observar rigorosamente a distância de trabalho, ou seja, a sua distância com o condutor energizado. As distâncias mínimas para trabalho em linha viva são fornecidas a seguir. 3,8 kV – 0,64 m 34,5 kV – 0,75 m 69 kV – 0,95 m 138 kV – 1,10 m 230 kV – 1,55 m 345 kV – 2,15 m 500 kV – 3,40 m
Na execução dos serviços utilizando esse método, os eletricistas trabalham em potencial de terra, ou seja, posicionados em escadas isoladas, ou até mesmo em esporas executando todos Espora os serviços usando ferramentas e equipamentos adequados. Haste de metal utilizada para subida em estrutura de linha de transmissão
Na execução de serviços que utilizam esse método de trabalho, o eletricista deverá estar perfeitamente acomodado na escada, e todo o serviço será executado através de bastões. Em hipótese nenhuma será permitido que o eletricista toque redes diretamente.
Figura 1 - Troca de isolador em de transmissão de 138 kv (linha viva –, linha método a distância)
Descrição dos serviços Você sabe quais são as tarefas que utilizam esse método? E quais são os principais locais em que essas tarefas são úteis? No início da formação de uma equipe de linha viva, esse método é aplicado para executar as tarefas mais simples, como: • substituição de isoladores de pino e/ou acessórios como pinos ou amarração, cadeia com isolador de suspensão em estruturas simples ou duplas; • substituição de cruzetas, simples ou duplas, em ângulos suaves com isolador de pino ou suspensão;
• instalação e/ou substituição de postes com estrutura simples; • substituição de pára-raios e/ou de equipamentos. Nos locais de difícil acesso, como alto de morro ou local onde não se chega com a cesta aérea, aplica-se esse método de trabalho com muita eficiência para atendimento desse tipo de serviço. Também se mostra muito útil nas estruturas das subestações para se executar manutenção, limpeza de isoladores, pára-raios, etc. 1.2 Técnica de trabalho com linha viva – método ao contato Você verificará que no método ao contato, o trabalhador tem contato com a rede energizada mas não fica no mesmo potencial da rede elétrica, pois está devidamente isolado desta, utilizando equipamentos de proteção individual e equipamentos de proteção coletiva adequados à tensão da rede. Esse método consiste em proteger o eletricista com luvas e mangas isolantes, com o auxílio de uma plataforma, andaime ou veículo equipado com cesta aérea, ele executa os serviços diretamente com as mãos. Toda a zona de trabalho é protegida, também, com coberturas isolantes apropriadas e, à medida que decorrem as tarefas, vai-se descobrindo o espaço estritamente necessário à operação em causa, tais como executar uma derivação, substituir um isolador, efetuar uma emenda, etc. Dessa forma, anula-se a possibilidade do eletricista poder fechar dois pontos de potenciais diferentes ou que os elementos de trabalho (fios, chaves, ferramentas) o possam fazer ocasionando um curtocircuito. Esse método é utilizado somente para linhas de distribuição e de subestações com tensões de até 34,5 kV. Os eletricistas se posicionam em um potencial intermediário ficando isolados do potencial de terra. Na execução de serviços, nesse método de trabalho, o eletricista se acomoda em uma cesta aérea ou em cima de uma plataforma isolada ou, ainda, numa escada isolada (fiberglass) devidamente aparamentado com mangas de borracha, luvas de borracha com luvas de cobertura na classe de tensão da rede e, todo o serviço será executado diretamente na fase energizada.
Descrição dos serviços Praticamente todos os serviços que se fazem necessários nas redes de distribuição aérea podem ser executados com as redes energizadas, especialmente agora com o desenvolvimento de ferramentas e de equipamentos que garantem a segurança dos trabalhadores. 1.3 Técnica de trabalho com linha viva – método ao potencial Este terceiro método tem por fi nalidade permitir maiores recursos na manutenção, principalmente em linhas de extraalta-tensão, acima de 345 kV, nas quais as distâncias de Figura 2 - Manutenção trabalho são superiores a 3 metros, bem como nas realizada subestações a partir de 69 kV. O trabalho ao potencial baseia-se no princípio da Gaiola de Faraday e consiste no contato direto do eletricista com o condutor energizado, em tensões de até 800 kV. A Gaiola de Faraday é explicada na caixa ao lado. O método de trabalho no potencial consiste em levar o eletricista ao condutor energizado por meio de escada isolante cujo isolamento é previamente testado. Ao potencial da linha, o eletricista pode executar manualmente os trabalhos que, no método a distância, são feitos por meio de ferramentas adaptadas a bastões e pode, além disso, instalar e remover aparelhos e acessórios, seja próximo à estrutura, seja no meio do vão.
Nesse método é necessário o emprego de medidas de segurança que garantam o mesmo potencial elétrico no corpo inteiro do trabalhador, devendo ser utilizado conjunto de vestimenta condutiva (roupas, capuzes, luvas e botas) ligadas por cabo condutor elétrico e cinto à rede objeto da atividade. Para se proteger contra os efeitos do campo elétrico da instalação, o eletricista usa uma vestimenta condutiva fabricada em tecido especial que veste todo o seu corpo, deixando apenas parte da face descoberta.
Figura 3 - Manutenção executada em linha viva de transmissão, método ao potencial (trabalhador com vestimentas condutoras)
Quando próximo do condutor energizado, o eletricista conecta a sua vestimenta a esse condutor, que estará no mesmo potencial da linha. Antes da utilização da escada, da cadeira isolada, do andaime ou da cesta aérea, que permitem o acesso ao potencial, efetuam-se testes elétricos nas mesmas por meio de um microamperímetro, para assegurar-se de que seu isolamento está dentro dos limites de segurança.
Esses testes são efetuados no campo utilizando-se a própria linha como fonte de tensão, onde se faz um contato efetivo da extremidade superior do equipamento de acesso potencial. O microamperímetro é instalado entre a extremidade inferior do equipamento e o ponto de terra, para a medição da corrente de fuga, que deverá permanecer dentro dos limites estabelecidos por norma. Distância de trabalho A distância a ser mantida entre o eletricista ao potencial e a torre, ou outras partes aterradas, é estabelecida de acordo com a classe de tensão. Igualdade de potencial O eletricista, levando na mão o bastão para contato no potencial preso à fita de vestimenta condutiva, é levado gradualmente da torre até o contato direto com o cabo condutor.
LIÇÃO 2 Procedimento de segurança para trabalho em painéis e cubículos Intervenções em painéis e cubículos são atividades onde os trabalhadores estão freqüentemente expostos aos riscos de choque elétrico e arco elétrico. Ao realizar serviços nestes locais, você deve pensar na segurança em primeiro lugar. Se planejar seu trabalho cuidadosamente, seguir procedimentos seguros e usar o equipamento apropriado poderá evitar os acidentes. Antes de entrar em um cubículo de uma subestação, abrir um painel ou o gabinete de um equipamento, examine o ambiente de trabalho, onde você vai posicionar o seu medidor e seus outros equipamentos. Além disso, tome os seguintes cuidados: • Identifique uma rota de fuga que possa usar em caso de emergência; • Certifique-se de que sabe exatamente como acessar o equipamento em questão; • Procure trabalhar em uma posição confortável e segura; • Verifique se há riscos ambientais presentes, como galhos de árvores, animais ou água; • Tenha certeza de que a ventilação e a iluminação são suficientes; • Mantenha um ajudante qualificado por perto, que também entenda de segurança elétrica; • Sempre informe onde estará trabalhando. Utilize os procedimentos de sua empresa referentes a ordens de serviços e permissões para o trabalho; • Selecione adequadamente suas ferramentas e equipamentos de segurança; • Proteção para os olhos e ouvidos, luvas, vestimentas e tapetes isolantes;
• Verifique se suas ferramentas estão isoladas adequadamente; • Sempre que possível trabalhe em circuitos não energizados; • Siga os procedimentos de desenergização definidos pelo item 10.5 da NR-10, indicados no procedimento da tarefa que você está realizando; • Siga sempre os procedimentos de bloqueio mecânico dos circuitos desenergizados bem como a identificação dos mesmos. Importante: Caso precise realizar medições de tensão, certifique-se de que seu equipamento é compatível com o nível de tensão, e a categoria de risco respectiva ao circuito a ser medido. De acordo com a norma IEC 61010, são definidas 4 categorias de risco dependendo do local onde será realizada a medição. Quanto mais próximo você estiver da fonte de energia, maior a categoria e maior o risco. CAT IV – Origem da instalação. Cabines de entrada e outros cabeamentos externos. CAT III – Distribuição da instalação, incluindo barramentos principais, alimentadores e demais circuitos; cargas permanentemente instaladas. CAT II – Tomadas ou plugues; cargas removíveis. CAT I – Circuitos eletrônicos protegidos. Lembre-se, geralmente onde correntes de curto-circuito maiores estão disponíveis e conforme as voltagens e transientes aumentam, as medições tornam-se mais perigosas. Isto é refletido por uma classificação CAT mais alta. Portanto, durante o planejamento de sua atividade, tenha certeza de que os equipamentos que você irá utilizar são compatíveis com as categorias de risco, as quais você está se expondo. Os acidentes podem ser substancialmente reduzidos se os técnicos e demais trabalhadores utilizarem a combinação de planejamento, cuidado, práticas de trabalho seguras e uso de ferramentas apropriadas.
LIÇÃO 3 Equipamentos e ferramentas de trabalho Nesta lição você estudará os principais equipamentos e ferramentas de trabalho. Saiba que as ferramentas e os equipamentos utilizados na manutenção de redes energizadas, desde a especificação passando pelo processo de compra, recebem um acompanhamento técnico extremamente rigoroso. As análises técnicas das concorrências e a aceitação dos materiais em laboratórios passam por rígidos processos de engenharia. Além dos testes de recebimento, os materiais são necessariamente submetidos a outros testes e a ensaios elétricos. Em função disso, devemos implantar uma sistemática de controle dessas ferramentas e equipamentos que possam aumentar a sua vida útil, reduzir custos com reposição, aumentando sua disponibilidade para os serviços e garantindo maior segurança aos eletricistas que trabalham em redes energizadas. A seguir, você estudará os principais equipamentos e ferramentas utilizadas em trabalhos na linha viva. a. Dispositivos de isolação elétrica As coberturas protetoras para linha viva são usadas nos trabalhos pelo método ao contato, sendo instaladas com luvas isolantes de borracha ou pelo método a distância, uma vez que dispõem de olhais para serem operadas com o bastão de manobra.
Isoladores tipo calha.
São elementos construídos com materiais dielétricos (não-condutores de eletricidade) que têm por objetivo isolar condutores ou outras partes da estrutura que estão energizadas para que os serviços possam ser executados sem a exposição do trabalhador ao risco elétrico. Têm de ser compatíveis com os níveis de tensão do serviço. Normalmente são de cor laranja. Esses dispositivos devem ser bem acondicionados para evitar sujeiras e umidade que possam torná-los condutivos. Também devem ser inspecionados a cada uso. Veja alguns exemplos! • Calha isolante (em geral são de polietileno rígido). • Mantas ou lençol de isolamento
b. Escada A escada deve possuir isolação compatível com a classe de tensão dos locais onde os trabalhos serão executados. Além disso, é necessária a adoção de procedimentos de testes e de limpeza para garantia de isolação do equipamento. A escada a ser utilizada ao potencial deve ser submetida a um ensaio (antes de ser transportada ao local de trabalho) utilizando-se um microamperímetro para verificação das condições de isolamento, antes de sua utilização. Se a escada apresentar valores superiores aos descritos, deve ser submetida à limpeza e novamente testada, se os valores permanecerem superiores aos recomendados, não realize o trabalho nesse método e sim pelo método a distância. Requisitos elétricos e mecânicos Observe a seguir os principais requisitos elétricos e mecânicos de conformidade com as normas ASTM F 711 (Standard specification for fiberglass-reinforced plastic, rod and tubes used in live line tools – especificação para plásticos reforçados de fibra de vidro, tarugo e tubos utilizados em ferramentas de linha viva) e IEC 855.
a.Tubo isolante de fiberglass para linha viva
Acabamento superficial à base de tinta poliuretânica de alta rigidez dielétrica e resistente à ação dos raios ultravioleta. b. Cinta de encosto de nylon revestida de borracha
c. Degraus em fibra de vidro com tratamento superficial antiderrapante
d. Sapatas de borracha
e. Cestas aéreas
Confeccionadas em PVC, revestidas com fibra de vidro, normalmente acopladas ao munck ou à grua. Pode ser individual ou dupla. Utilizadas principalmente nas atividades em linha viva por suas características isolantes e devido a melhor condição de conforto em relação à escada. Os movimentos da cesta possuem duplo comando (no veículo e no cesto) e são normalmente comandados na própria cesta. Tanto as hastes de levantamento como as cestas devem sofrer ensaios de isolamento elétrico periódico e possuir relatório das avaliações realizadas. f. Plataformas e gaiolas Confeccionadas em fibra de vidro e alumínio e também utilizada em linha viva. Gaiola em grua dotada de extensão. g. Cadeira de acesso ao potencial Utilizada para a grua ou para a extensão da grua.
h. Gancho de escalada É utilizado para a escalada em torres de transmissão. Nesse gancho é fixada a corda guia com o trava-quedas. À medida que o operador escala a torre, transfere-a de posição encaixando num ponto superior da torre. i. Andaime O andaime modular isolante é um equipamento indispensável nas intervenções em instalações elétricas de alta e extra-alta-tensão energizadas, principalmente em subestações, proporcionando uma condição extremamente segura de acesso e posicionamento do eletricista em alturas de até 15 metros, para a realização dos mais diversos tipos de trabalho e pelos métodos a distância e ao potencial. j. Dispositivos de manobra São instrumentos isolantes utilizados para executar trabalhos em linha viva e operações em equipamentos e em instalações energizadas ou desenergizadas, nas quais existem possibilidades de energização acidental, tais como: • operações de instalação e de retirada dos conjuntos de aterramento e curto-circuitamento temporário em linhas desenergizadas (distribuição e transmissão); • manobras de chave faca e de chave fusível; • retirada e colocação de cartucho porta fusível ou de elo fusível; • operação de detecção de tensão; • troca de lâmpadas e de elementos do sistema elétrico; • poda de árvores; • limpeza de rede; • troca de isoladores; • troca de espaçadores.
k.Varas de manobra São fabricadas com materiais isolantes, normalmente em fibra de vidro e de epóxi, e, em geral, na cor laranja. São segmentos (de aproximadamente 1 m cada) que se somam de acordo com a necessidade de alcance. As varas de manobra são providas de suporte universal e cabeçote, nas quais, na ponta, pode-se colocar o detector de tensão, o gancho para desligar a chave fusível ou para conectar o cabo de aterramento nos fi os, etc. Nessa ponta há uma “borboleta” na qual se aperta com a mão o que se deseja acoplar. As varas mais usuais suportam uma tensão de até 100 kV para cada metro. Sujeiras (poeiras, graxas) reduzem drasticamente o isolamento. Por isso, antes de serem usadas, devem ser limpas de acordo com o procedimento. Outro aspecto importante é o acondicionamento para o transporte, que deve ser adequado. Para tensões acima de 60 kV, devem ser testadas quanto à sua condutividade antes de cada uso, com aparelho próprio. l) Bastões Os bastões são similares e do mesmo material das varas de manobra. São utilizados para outras operações de apoio. Nos bastões de salvamento há ganchos para remover o acidentado. O bastão de manobra, também conhecido como “bastão pega-tudo”, foi originalmente projetado para operação de grampos de linha viva e de grampos de aterramento, porém, face à sua versatilidade, possui hoje múltiplas aplicações, principalmente na manutenção de instalações elétricas energizadas.
O cabeçote de plástico reforçado proporciona maior segurança, principalmente nas operações em instalações com distâncias reduzidas de fase-fase e de fase-terra. Durante a leitura do Módulo 3, você estudou as técnicas de trabalho sob tensão, principalmente o que se refere ao método a distância, ao método ao contato e ao método ao potencial. Estudou também os principais equipamentos de proteção individual, vestimenta condutiva, equipamentos e ferramentas de trabalho. Diante de tais assuntos, descreva as suas principais dificuldades em relação a tais elementos, anote as suas conclusões e, posteriormente, discuta com os seus colegas e o seu tutor se os equipamentos e as ferramentas caracterizadas são suficientes para garantir o total controle dos riscos. Anote a seguir suas conclusões. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Você venceu mais uma etapa deste curso. Reflita sobre todas as lições apresentadas neste Módulo. É muito importante que você não tenha dúvidas, revise quantas vezes precisar cada lição. No próximo Módulo você estudará a organização do trabalho: modos de execução, informações prévias sobre a instalação, planejamento e permissões. Então vamos lá!
CAPÍTULO 4 – ORGANIZAÇÃO COMO FATOR DE SEGURANÇA Neste Módulo você estudará a organização do trabalho: modos de execução, informações prévias sobre a instalação, planejamento e permissões.
LIÇÃO 1 Métodos de trabalho Esta lição é muito importante para você. Aqui você estudará os principais métodos de trabalho e suas características de modo a evitar acidentes. Então, vamos lá!
Na execução de qualquer serviço que envolva energia elétrica, a escolha do método de trabalho a ser adotado pela sua equipe de trabalho é de fundamental importância para que se evite a ocorrência de acidentes. Os cuidados citados anteriormente são fundamentais para uma correta e segura execução dos serviços, sem a ocorrência de prejuízos materiais ou humanos, por meio de rigorosa observação dos controles de riscos, indispensáveis para a execução de trabalhos.
4.1 Manutenção com a linha energizada – linha viva Esta atividade deve ser realizada mediante a adoção de procedimentos e de metodologia específica que garantam a segurança dos trabalhadores conforme estudado no Módulo 3. a. Método ao contato Como o trabalhador tem contato com a rede energizada, mas não fica no mesmo potencial da rede elétrica, todos os equipamentos de proteção individual e de proteção coletiva devem ser adequados à tensão da rede para garantir que o mesmo esteja devidamente isolado. Portanto, todos os procedimentos de utilização de EPI’s e EPC’s devem ser seguidos obedecendo-se as técnicas de segurança para não haver falha durante as operações no SEP. b. Método ao potencial Como você já viu no Módulo 3, neste método, o trabalhador fica em contato direto com a tensão da rede, no mesmo potencial. Por isso, é necessário o emprego de medidas de segurança que garantam o mesmo potencial elétrico no corpo inteiro do trabalhador, devendo ser utilizado um conjunto de vestimentas condutivas (roupas, capuzes, luvas e botas) ligadas por meio de cabo condutor elétrico e cinto à rede objeto da atividade. É imprescindível que sejam feitos os testes com todas as roupas condutivas necessárias para manter uma perfeita equalização do campo elétrico distribuído no operador. c. Método a distância Lembre-se que neste método o trabalhador interage com a parte energizada a uma distância segura pelo emprego de procedimentos, equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes apropriados. Todos os equipamentos utilizados, como varas de manobra, bastões e escadas, devem ser submetidos a testes de isolação para garantir que não haverá potencial de choque elétrico para o operador.
4.2 Confirmação do desligamento Onde existe um Centro de Operações – CO, a equipe de trabalho deve verificar se os procedimentos, a serem utilizados para a realização dos serviços nas redes de distribuição e linhas de transmissão desenergizadas, são homologados e as atividades foram planejadas e elaboradas com antecedência pelo setor que necessitará da rede ou de parte dela desligada. LIÇÃO 2 Prontuário e cadastro das instalações Nesta lição você estudará o significado e a utilização de um Prontuário das Instalações Elétricas, que por sua vez deve contemplar o Relatório Técnico de Inspeções e o Laudo do Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas – SPDA. Fique atento aos significados e aos elementos constituintes. É importante que você saiba que a diferença básica entre o cadastro de um equipamento e o seu prontuário reside no elemento adicionado a este último para controle, o tempo. Podemos, ainda, dizer que o prontuário é o cadastro dinâmico que contém as informações do presente e do passado do equipamento e dos trabalhadores. Isso significa que todas as alterações, especialmente as dos equipamentos, devem ficar registradas. Esse material deve conter o registro de todas as informações referentes às instalações e às pessoas.
Glossário Nesse contexto que você se encontra, a palavra paradigma está relacionada com modelos.
O registro das mudanças dentro das instalações atende também a necessidade de consulta das equipes de manutenção e de operação que vierem a trabalhar no local. É muito importante registrar que o passado e o presente são essenciais para a projeção das tendências de comportamento e do estado das instalações elétricas e de seus equipamentos. Esses prontuários são relevantes até para a decisão de substituição de equipamentos ou de mudanças de paradigmas nas instalações.
Saiba que em todas as instalações elétricas, subestações, salas de comando das usinas, centro de operação, entre outras instalações, devem ser adotadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de riscos adicionais mediante técnicas de análise de riscos, de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho, bem como a operacionalidade do Sistema Elétrico de Potência –SEP. As medidas de controle adotadas devem integrar-se às demais iniciativas da empresa, tais como políticas corporativas e normas no âmbito da preservação da segurança, da saúde e do meio ambiente de trabalho. Pelo novo texto da Norma Regulamentadora NR-10, as empresas estão obrigadas a manter prontuário com documentos necessários para a prevenção dos riscos durante a construção, operação e a manutenção do sistema elétrico, tais como: • esquemas unifilares atualizados das instalações elétricas dos seus estabelecimentos; • especificações do sistema de aterramento dos equipamentos e dispositivos de proteção, entre outros que você estudará a seguir.
Os estabelecimentos com carga instalada superior a 75 kW devem constituir e manter o Prontuário de Instalações Elétricas atualizado com seus respectivos procedimentos. A partir da publicação da nova redação da NR–10, e com a publicação da portaria nº. 598 em 07/12/2004, que alterou a redação desta Norma Regulamentadora, as empresas passaram a ter a obrigação de manter um prontuário das instalações elétricas (item 10.2.4), que por sua vez deve contemplar o Relatório Técnico de Inspeções (item 10.2.4.g) e o laudo do Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas – SPDA. Em caso de dúvida, é importante que você releia alguns elementos da NR10 que relatam esse assunto, mas você sabe o que significa o Relatório Técnico de Inspeções e o laudo SPDA? Verifique a seguir as características de cada um desses documentos.
• Laudo SPDA é o relatório das inspeções e medições do sistema de aterramento elétrico e do sistema de pára-raios, segundo a NBR 5419. • O Relatório Técnico de Inspeções (item 10.2.4.g), por sua vez, pode ser subdividido em duas peças técnicas: o Laudo Técnico das Instalações Elétricas e o Diagnóstico dos Requisitos NR-10: • Laudo Técnico das Instalações Elétricas – é o relatório emitido após as inspeções e os ensaios nas instalações elétricas, atestando sua conformidade com as normas técnicas vigentes (ABNT NBR 5410, 5418, 5419, 14039 e outras);
• Diagnóstico dos requisitos NR-10 – é o relatório da auditoria do sistema de gestão de segurança elétrica da empresa que verifica o grau de implementação de todos os requisitos da NR-10, conforme enunciado na alínea “g” do item 10.2.4. quando se refere ao ”relatório atualizado com as recomendações, cronogramas de adequações contemplando as alíneas ‘a’ a ‘f’”. Conforme veremos adiante, são três tipos de Relatórios/Laudos Técnicos exigidos pela nova NR-10 que devem compor o Prontuário das Instalações Elétricas. O não cumprimento, sujeita a empresa às multas previstas em lei. Observe que não é qualquer trabalhador na sua área que elabora esses relatórios e laudos, mas sim um profissional legalmente habilitado (item 10.2.7 da NR 10) e devem atestar as condições técnicas das instalações elétricas segundo as Normas Técnicas oficiais (item 10.1.2). Os laudos devem incluir em seu relato as não-conformidades encontradas, as recomendações e o cronograma de adequações. Importante destacar que os laudos/relatórios constituem-se em “documentos técnicos” integrantes do Prontuário Elétrico (conforme item 10.2.4).
Outro item importante nesta lição é que as empresas que realizam trabalhos em proximidade do Sistema Elétrico de Potência (telefonia e TV a cabo) devem constituir prontuário contemplando as alíneas "a", "c", "d" e "e" do item 10.2.4 e as alíneas "a" e "b" do item 10.2.5 da NR.
Caso você não lembre o significado dessas alíneas, leia a NR- 10 e observe se está coerente com o estudado.
Caso a empresa não cumpra o que está apresentado na NR-10, sofrerá multas por infração à NR-10 especificadas pelas: • portaria nº. 126 / 2005 do MTE; • portaria nº. 143 / 2005 do MTE. A tabela a seguir apresenta os itens, os requisitos não cumpridos e o valor da multa em UFIR. ITEM DA NR-10 10.2.4 10.2.4.b 10.2.4.g
REQUISITOS Prontuário elétrico Laudo SPDA Laudo de instalações elétricas
MULTA (EM UFIR) 2.252 a 6.304 1.129 a 3.284 1.691 a 4.929
Tabela 1 - Tabela de multas por infração à NR-10. Fonte: Energy Center.
Saiba que o valor da UFIR é de R$ 1,7495, segundo SER, resolução 20/12/2006. O valor da multa é variável em função do número de trabalhadores.
Agora que você já sabe quais são as características de um prontuário e os cadastros das instalações, verifique a seguir a programação e os planejamentos dos serviços necessários para o trabalho na área de segurança em eletricidade.
LIÇÃO 3 Programação e planejamento dos serviços Programar é definir etapas ou procedimentos ordenados para a execução de serviços em determinado período de tempo, utilizando o método adequado, os recursos mínimos necessários, tanto pessoais quanto materiais, as ferramentas e os equipamentos, além de equipamentos de segurança, considerando as interferências possíveis do meio ambiente com o trabalho. Trabalhar com segurança em instalações elétricas requer organização e atenção do que se está fazendo. Organizar o trabalho antes de executar qualquer tarefa é de fundamental importância. Organizar significa pensar antes de iniciar a tarefa, mas pensar em quê?
Observe que esses itens não podem ser pensados separadamente, todos devem ser pensados juntos para que no final haja equilíbrio entre eles, de modo que um não prejudique o outro. Além disso, é preciso pensar, também, na quantidade e na qualidade das pessoas e dos materiais necessários, na hora e no local em que eles devem estar disponíveis.
Quando você faz, com antecedência, um estudo de todos os fatores que vão interferir no trabalho e reúne o que é necessário para a sua execução, você está na verdade organizando o trabalho para alcançar bons resultados. 3.1 Planejamento dos serviços
Planejar é pensar antes, durante e depois de agir. Quando planejamos, buscamos alcançar objetivos e quando queremos fazê-lo de uma forma participativa, compartilhamos diferentes saberes (interdisciplinaridade) e diferentes ações (intersetorialidade), necessariamente precisamos trabalhar com um método de planejamento.
Mesmo que diferentes, esses quatro modelos de planejamento visam ao mesmo objetivo. Planejar o ato de trabalhar é importante para a sua segurança. Em algum momento do seu trabalhou você planejou as suas ações? Dentre os fatores de acidente registrados no setor elétrico, podese afirmar que os acidentes do trabalho não têm como causa mais freqüente o ato inseguro do empregado, e sim as falhas de planejamento e de supervisão, incluídos os fatores organizacionais em primeiro plano. Você sabe quais são as funções do responsável diante do trabalhador e entre os membros da equipe? O responsável deverá: • apresentar os itens das normas e dos procedimentos relativos às solicitações de intervenção que tenham rebatimento nessa etapa. Falar sobre os prazos de desligamento; • fazer a apresentação completa das normas e dos procedimentos internos relativos ao Planejamento Executivo e à análise de riscos envolvidos na realização das atividades a serem desenvolvidas, em decorrência da liberação de instalações e de equipamentos. Nessa etapa, deverão ser discutidas e analisadas as responsabilidades entre os membros das equipes. Caberá ainda ao instrutor estabelecer casos práticos e enfatizar a necessidade de validação do planejamento in loco”; • os normativos internos relativos aos procedimentos para a solicitação de liberação de instalações ou de equipamentos, incluindo a realização de manobras, a delimitação e a sinalização da área de trabalho e o bloqueio de impedimento de reenergização (apresentar os itens das normas e dos procedimentos de operação, de manutenção e de segurança dos trabalhos pertinentes);
• execução dos serviços (inclusive o passo-a-passo de procedimentos de manutenção); • devolução para a operação e a normalização das instalações e do equipamento (apresentar os itens das normas e/ou dos procedimentos de operação, de manutenção e de segurança dos trabalhos pertinentes). LIÇÃO 4 Liberação de instalações e equipamentos Saiba que todas as informações aqui apresentadas são apenas ilustrativas, não substituindo de forma alguma as normas internas das empresas ou as determinações dos fabricantes. Nesta lição você estudará o processo de liberação de instalação para serviços em eletricidade, bem como as suas características e os seus processos. Então, bons estudos! Para iniciar esta lição, saiba que a liberação de instalações e equipamentos para serviços, operação e uso aplicam-se basicamente a: • manutenção; • melhoria; • expansão; • reparos; • reformas; • outros.
4.1 Liberação de instalações e equipamentos A necessidade de liberação de instalações e equipamentos
decorre
da
necessidade
de
manutenção preventiva, corretiva, emergencial e de urgência. Já que você está fazendo um curso que visa à sua segurança, saiba que para atender os requisitos de segurança preconizados pela NR-10 é imperioso o cumprimento das condições que se seguem.
a. Definição de desenergização A desenergização é o conjunto de ações coordenadas entre si, seqüenciadas e controladas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circuito, trecho ou ponto de trabalho durante o tempo de intervenção. Do exposto, conclui-se que somente será considerada desenergizada a instalação elétrica liberada para trabalho mediante os procedimentos apropriados e obedecida toda a seqüência que você estudará a seguir, porém o desligamento de circuito é diferente de desenergização de circuito. Na desenergização estão previstas todas as medidas contra reenergização acidental, já no desligamento não estão necessariamente contempladas todas as medidas contra essa reenergização. b. Desenergização de circuitos A desenergização de circuitos está dividida em: • seccionamento – nesta etapa a equipe de manutenção, em conjunto com a de operação, através da análise de diagrama funcional e de inspeção visual in loco, deverá verificar se efetivamente foi promovido o seccionamento do trecho onde haverá a atividade de manutenção em atendimento ao Planejamento Executivo e à Análise Preliminar de Perigo. O referido seccionamento deverá garantir que não existem fontes de tensão alimentando circuitos existentes na área de trabalho que possam colocar em risco a segurança dos trabalhadores envolvidos, direta ou indiretamente, na atividade de manutenção;
• impedimento da reenergização – nesta etapa, a equipe de manutenção, em conjunto com a de operação, através da análise de diagrama funcional e também da inspeção visual in loco, deverá assegurar-se de que a operação efetuou a aplicação de travamentos mecânicos, cadeados e dispositivos auxiliares de travamento suficientes para garantir que não haverá possibilidade de reversão indesejada do seccionamento elétrico das fontes de tensão que alimentam os circuitos objetos da intervenção e que possam oferecer risco a pessoas envolvidas na intervenção; • constatação da ausência de tensão deverá verificar a ausência de tensão com medidores testados, podendo ser realizada por contato ou por aproximação e de acordo com os procedimento específicos; • instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos condutores dos circuitos – constatada a inexistência de tensão, a equipe de manutenção deverá efetuar o aterramento temporário das partes elétricas que possam colocar em perigo os trabalhadores caso haja alguma entrada de potencial. Usando-se luvas isolantes e bastão compatíveis com o nível de tensão que se está trabalhando, os membros da equipe designados para a tarefa de aterramento deverão conectar as garras de aterramento aos condutores-fases, previamente desligados, obtendo-se assim uma equalização de potencial entre as partes condutoras no ponto de trabalho. Nessa etapa, deverá ser observado que esse procedimento está sendo realizado em uma instalação apenas desligada, o que pressupõe os cuidados relativos à possibilidade de ocorrência de arcos. É importante controlar a quantidade de aterramentos temporários implantados de forma a garantir a retirada de todas as unidades antes da reenergização;
• proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada – na impossibilidade da desenergização de algum circuito situado na zona controlada, para que não possam ser acidentalmente tocados, a equipe de manutenção deverá providenciar isolação conveniente através de: mantas, calhas, capuz de material isolante, etc., de forma a proteger as pessoas envolvidas na intervenção; • instalação da sinalização de impedimento de reenergização – a equipe de manutenção deverá verificar, em conjunto com a de operação, se foram adotadas todas as medidas de sinalização adequada de segurança destinadas à advertência e à identificação da razão de desenergização e da informação ao responsável através de cartões adequadamente fixados; • liberação da instalação para serviço de manutenção – somente após atendidas as etapas anteriores, as instalações poderão ser consideradas liberadas para os serviços de manutenção. c. Reenergização de circuitos O estado de instalação desenergizada deverá ser mantido até a autorização para a reenergização, devendo ser reenergizada respeitando a seqüência de procedimentos a seguir. Retirada de todas as ferramentas, utensílios e equipamentos – nesta etapa, a equipe de manutenção deverá efetuar a remoção de todo o ferramental e os utensílios para fora da zona controlada, a fim de permitir a liberação da instalação. • Retirada, da zona controlada, de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização – o coordenador responsável efetuará a contagem, a identificação e retirada da zona controlada de todos os trabalhadores não envolvidos no processo de reenergização.
• Remoção do aterramento temporário, da equipotencialização e das proteções adicionais – deverá ser providenciada a retirada dos materiais usados para a proteção de partes energizadas próximas ao local de trabalho e de utensílios empregados na manutenção da equipotencialização. É importante observar que esse procedimento se inicia numa instalação desenergizada, mas termina em instalações apenas desligadas, o que sugere a adoção de técnicas, equipamentos e procedimentos próprios para circuitos energizados. Preferencialmente, os membros da equipe designados para a desinstalação dos aterramentos deverão ser os mesmos que efetuaram a instalação. • Remoção da sinalização de impedimento de reenergização – a equipe de manutenção deverá acompanhar e apoiar, se for o caso, a retirada das placas e dos avisos de impedimento de reenegização pela equipe de operação. Essa atividade também será realizada com medidas e técnicas adotadas para os trabalhos com circuitos energizados. • Destravamento e religamento dos dispositivos de seccionamento – efetuar a remoção dos elementos de bloqueio, do travamento ou mesmo da reinserção de elementos condutores que foram retirados para garantir o não-religamento e, finalmente, a reenergização do circuito ou trecho, restabelecendo a condição de funcionamento das instalações. Nessa etapa, os membros da equipe de manutenção, que detêm algum componente do bloqueio em seu poder, deverão participar do destravamento em conjunto com a equipe de operação. • Liberação da instalação para serviço de operação – somente após atendidas as etapas anteriores, as instalações poderão ser consideradas liberadas para os serviços de operação.
d. Situações específicas As medidas constantes nos itens anteriormente apresentados podem ser alteradas, substituídas, ampliadas ou eliminadas em função das peculiaridades de cada situação por profissional legalmente habilitado, autorizado e mediante justificativa técnica previamente formalizada, desde que seja mantido o mesmo nível de segurança originalmente preconizado. e. Circuitos com possibilidade de reenergização Na execução de serviços em que as medidas de desenergização não sejam possíveis, caracterizando que o circuito está apenas desligado, deverão ser adotadas as técnicas de trabalho em circuitos energizados vigentes na empresa. De acordo com a NR-10, subitem 10.5.4 – Os serviços a serem executados em instalações elétricas desligadas, mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao que estabelece o disposto no item 10.6 – Segurança em Instalações Elétricas Energizadas. Além disso, é muito importante que antes de qualquer serviço, em alta tensão, seja realizada uma avaliação prévia para gerenciamento dos riscos, conforme a NR-10, subitem 10.7.5 – Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o superior imediato e a equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia, estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas de forma a tender os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança em eletricidade aplicáveis ao serviço. Isto quer dizer que antes do início de qualquer atividade no Sistema Elétrico de Potência, o responsável deverá reunir toda a equipe e abordar os seguintes tópicos:
• Revisar os procedimentos programados estudando e planejando as ações a executar; • Equalizar o entendimento de todos, com a eliminação de dúvidas de execução, conduzindo ao uso de práticas seguras de trabalho e as melhores técnicas, sabidamente corretas, testadas e aprovadas; • Alertar a cerca de outros riscos possíveis, não previstos nas instruções de segurança dos procedimentos; • Discutir a divisão de tarefas e responsabilidades; • Encontrar problemas potenciais que podem resultar em mudanças no serviço e até mesmo no procedimento de trabalho; • Identificar problemas reais que possam ter sido ignorados durante a relação de equipamentos de segurança e trabalho; • Difusão de conhecimentos, criando novas motivações. Você chegou ao final de mais um Módulo. Lembre-se que todas as informações aqui apresentadas são apenas orientativas, devendo ser complementadas com os normativos internos da empresa, da ANEEL, da ONS, etc. Caso tenha ficado alguma dúvida, releia o conteúdo, não deixe de fazer as suas anotações e sempre acesse o Ambiente Virtual de Aprendizagem, pois lá você poderá trocar experiências com outros colegas da área e também tirar as suas dúvidas. Faça as atividades propostas e procure exercitar o que você aprendeu até agora. No próximo Módulo, você estudará o homem e o seu desenvolvimento como gestor da segurança. Então, bons estudos!
CAPÍTULO 5 – VOCÊ E O TRABALHO EM EQUIPE Você estudará neste Módulo, o indivíduo e seu desenvolvimento como gestor de segurança. Verificará quais são os aspectos comportamentais que fazem parte do seu trabalho, bem como a importância da comunicação para o trabalho em equipe e uma orientação em relação à postura corporal (ergonomia) adotada em sua atividade. LIÇÃO 1 Aspectos comportamentais Esta lição irá explorar os aspectos comportamentais do trabalhador da área de serviços de eletricidade, mas você deve estar se perguntando por que é importante estudar tais aspectos? Saiba que: conceito do comportamento = atitude + postura. Este conceito é importante para qualquer profissão. Verifique nesta lição, os principais aspectos comportamentais do trabalhador. 1.1 Indivíduo As diferenças individuais constituem as formas pelas quais os indivíduos se distinguem ao agir. Essas diferenças podem ser percebidas através das seguintes abordagens: fatores físicos; emoções; atitudes; valores; personalidades; percepções; comportamentos; pontos de vista; níveis educacionais; habilidades sociais; etc.
As semelhanças podem ocorrer entre as pessoas no tocante a opiniões, atitudes e temperamentos, mas não se encontra igualdade. Cada sujeito é singular na sua totalidade e apresentará um comportamento diferente. Quando pensamos em comportamento, estamos falando de seres humanos, de motivação, de valores e crenças. Palavras que poderiam ser: • caráter; • personalidade; • paciência; • dignidade; • saber ouvir; • compreensão; • humildade; • respeito; • somatório = modo de ser. Como eu sou, como eu ajo, somos a imagem de nossas ações, portanto, somos a percepção interna e externa dos outros. Nada acontece por acaso. Cada indivíduo constrói o seu destino, por meio das suas ações e comportamentos.
Todos nós temos um modelo de comportamento adequado para algumas situações e inadequado para outras. Atitude é relacionado a comportamento, na segurança é a mesma coisa, lá fora, em outras realidades, pode ser diferente. É o modo de agir.
Sabemos que somos uma única pessoa, tanto em casa como no trabalho. Existe a tendência de falarmos: “temos que separar o pessoal do profissional”. A pessoa é somente ela, a separação da pessoa e do profissional não existe. Para sermos um bom profissional, temos que ser uma boa pessoa, não tem separação, não existe o capaz tecnicamente e o colega solidário. O caráter de uma pessoa se forma desde a sua infância e vem evoluindo progressivamente com informações vindas de um livro e assistidas de um filme, uma série de informações. O que você faz com essas informações e as reações que advêm delas, quando você questiona sobre algo, gera uma inquietude e gera novas visões, novos pensamentos. O que é questionar? Eu sei questionar? Quando posso achar que a minha posição está correta sobre um assunto? Eu sei aceitar questionamentos? Somente pelas informações que virão, do saber ouvir e do saber questionar que você poderá fazer uma auto-avaliação concisa e sincera de seu comportamento. Conseqüentemente, toda essa transformando em sabedoria.
atividade
proativa
gera
novos
conhecimentos,
Saber e não usar com sabedoria, é não saber. (Autor desconhecido)
O conceito de aprender é amplo como outros estudados aqui. Utiliza-se muito o termo “aprender a aprender”, ou seja, você e seus colegas, que estão participando deste curso, procuram desenvolver uma capacidade maior em receber novas informações e conseguir “digeri-las” adequadamente utilizando este material impresso ou o Ambiente Virtual. Existem várias formas de aprender, como por exemplo: estudar este conteúdo, a sua própria atividade profissional, os serviços nas usinas, subestações, nas redes e nas linhas.
A observação é um dos pontos para o aprendizado, alguém faz e você copia, você vê o que está acontecendo. Outra maneira de ocorrer a aprendizagem está no estudo, na pesquisa e na discussão com outros profissionais da área. Você gosta do que faz ou faz o que gosta? Gostar daquilo que você faz o ajudará a ser um bom profissional. Reflita sobre o seu trabalho, quais os elementos que fazem com que você não realize suas tarefas do modo mais adequado e ponha sua vida em risco? Será que você busca trabalhar em equipe, ouve as pessoas e procura dar a atenção necessária para cada atividade de intervenção no Sistema Elétrico de Potência? Será que as suas atitudes contribuem para um trabalho seguro?
A sua atividade profissional é importante e você a desenvolve praticando, quanto mais a pratica, mais sabe e, conseqüentemente, terá maior domínio e maior segurança. Estudar e pesquisar fazem parte de todo o processo de aprendizagem. Mas, além da técnica, para que tenhamos segurança, é importante ter atitude de sempre buscar desenvolver o seu trabalho interagindo da forma mais adequada com a sua equipe. 1.2 As bases do aprendizado Como trabalhador do SEP, você deve estar atento aos riscos e aos perigos de sua atividade, valorizar os controles dos riscos e as opiniões de seus companheiros de trabalho. Ao elaborar uma tarefa, é importante que se tenha uma atenção especial na elaboração da análise prevencionista de risco e na metodologia aplicada, entre outros. O planejamento é fundamental para a tarefa, tem-se que dominar todo o procedimento, senão poderão ocorrer incidentes, mas não basta somente planejar, é importante que se tenha uma visão, uma expectativa do processo e do resultado que se quer chegar.
1.3 Mudando a sua atitude Todos nós somos seres sociais logo, também na sua área, e para uma convivência com todos do seu trabalho, algumas dicas são sugeridas. • Comece a mudar, seja otimista, desenvolva o hábito positivo, apóie os colegas, veja as coisas boas. • Abandone o hábito do negativismo. Pense com empatia, raciocine com empatia, viva com empatia. • Não critique, proponha soluções. • Dizer bom dia, obrigado e volte sempre não custa nada, não seja um mau humorado, descubra primeiro os seus erros, invista em seus talentos naturais. • Olhe para as pessoas como “parceiros”, respeitando as individualidades. Respeite os outros. • Tenha um bom relacionamento com seus colegas de trabalho. A amizade não tem preço, o relacionamento com outras pessoas também. As palavras mais adequadas para relacionamento são: simpatia, respeito, empatia, amizade, humildade, solidariedade, profissão, amor e sinceridade. • Saiba trabalhar em grupo. A seguir, você estudará os principais aspectos comportamentais. Observe quais são os mais importantes para você, tanto na sua profissão quanto em sociedade:
a. Percepção A percepção pode sofrer distorções provocadas por fatores que podem alterar a realidade dos fatos. Dentre eles podemos destacar:
• fatores físicos – deficiência nos órgãos receptores dos estímulos. Quem sofre de deficiência auditiva, por exemplo, pode interpretar mal as mensagens que ouve; • emoção – reduz ou impede o raciocínio. Por exemplo, uma pessoa com raiva pode agredir alguém que nada teve a ver com a causa da raiva; • preconceitos – são crenças culturalmente aprendidas que deformam e limitam a percepção; • cultura – tende-se a perceber e emitir juízo de valor de acordo com as crenças do ambiente social no qual se adquiriu a cultura; • valores – percebe-se melhor o que se considera importante; • atenção – percebe-se mais o que está no foco da atenção; • interesse – o indivíduo focaliza o que é de seu interesse. Por exemplo, quando alguém compra um carro, essa pessoa tende a ver muitos outros carros iguais ao seu, que antes não percebia; • defesa psíquica – tende-se a não perceber o que for considerado desagradável. Um outro tipo de percepção que se pode caracterizar e, principalmente, relacionar ao seu trabalho é a percepção do risco, ou seja, esse tipo de percepção tem como base a experiência de cada um em relação ao trabalho a ser desenvolvido e ao conhecimento do conceito de risco e de perigo aliado à prática preventiva de evitar acidentes. Assim, quando a organização fornece os meios adequados, como, por exemplo, a capacitação do empregado e o estímulo ao trabalho de equipe, ela está adotando uma característica preventiva na busca do índice zero em acidentes.
Em outras palavras, a atualização dos conhecimentos fortalece a necessidade do ser humano de cuidar de si e dos outros com responsabilidade e o trabalho em equipe representa um estímulo à segurança da decisão que precisa ser tomada, assim como uma oportunidade da equipe de discutir suas práticas diárias, ampliando a percepção do empregado quanto aos assuntos ligados à segurança. Este é o objetivo deste curso, ou seja, que você desenvolva a cultura de realizar as suas atividades de forma segura, garantindo qualidade de vida para você e para a sua equipe. É importante o trabalho em equipe, o debate sobre a sua segurança e como realizá-la. b. Reações emocionais As emoções podem ser percebidas das formas seguintes. • Experiências emocionais – quando o indivíduo sente a emoção. • Comportamento emocional – quando é levado, pelo sentimento, a fazer algo. Por exemplo, uma pessoa com sentimento de raiva pode trazer à tona um sentimento de grande tristeza que provoca o choro “para desabafar”. • Alterações fisiológicas que correspondem ou são provocadas diretamente pela própria emoção: ficar “corado” de vergonha, ficar “branco” de susto, ter batidas do coração aceleradas por causa do medo.
Considera-se descontrole emocional o fato de uma pessoa ser dominada pela emoção e não conseguir raciocinar. Popularmente diz-se que a pessoa “perdeu a cabeça” ou “perdeu o juízo”. O descontrole emocional pode levar a pessoa a uma reação emocional explosiva como, por exemplo, um acesso de ira contra um equipamento ou contra outra pessoa. Outras reações emocionais menos intensas, como choro, tristeza, culpa, etc., podem alterar a atenção e a concentração necessárias ao bom desempenho do trabalho e provocar acidentes. Veja algumas das situações que podem fazer surgir ou agravar os estados de tensão emocional no trabalhador. Fadiga – é a sensação de fraqueza, falta de energia e exaustão. A fadiga dificulta a realização de suas atividades diárias. Sensação de incapacidade, falta de motivação, lapsos de memória, dificuldade de concentração e diminuição da libido (desejo sexual) também podem ser sintomas de fadiga. Alguns dos motivos que contribuem para a fadiga são: • carga horária de trabalho excessiva; • sedentarismo; • excesso de trabalho; • sono irregular. Espera-se que você não esteja vivenciando esse estado de tensão emocional. Deve-se atentar para a carga horária do trabalhador evitando excessos que poderão comprometer a qualidade do serviço e provocar o desgaste físico e mental acarretando, assim, em prejuízos à empresa e ao trabalhador, pois um empregado exausto pode ser a causa de acidentes de trabalho.
Estresse físico e psíquico – estresse pode ser entendido como “conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para adaptação” (SELYE, 1996). O trabalho e o tédio (monotonia) podem ser fontes de estresse. Daí a importância do trabalhador cuidar sempre da saúde física e mental, desenvolver hábitos saudáveis, cuidar da alimentação, da harmonia no lar, da manutenção das relações com os familiares, do ambiente de trabalho, etc. Por outro lado, a organização deve promover atividades de lazer no ambiente de trabalho, pausas nas atividades, exames periódicos, programas de controle de estresse e outros, visando o bem-estar físico e psicológico do trabalhador. Equilíbrio versus desequilíbrio – a noção de equilíbrio e de desequilíbrio nos faz relembrar quando aprendemos a andar de bicicleta. Existe um ponto em que é possível olhar para a frente, movimentar a roda, virar o guidão para esquerda e fazer a curva sem cair. No seu trabalho não é diferente, o equilíbrio físico e mental é necessário não só como um atributo pessoal, mas também como uma característica preventiva de acidentes, desde o planejamento até a execução. Os cuidados devem ser redobrados quando na sua empresa existem atividades e condições perigosas. O autocontrole, o autodomínio, a moderação e a prudência são exemplos de atitudes equilibradas que devem ser estimuladas individualmente e na sua equipe de trabalho. Limites do corpo humano – como força de trabalho, o corpo humano executa atividades que exigem força bruta, condicionamentos físico e mental, velocidade, precisão, habilidades motoras, etc., e quando o trabalho é bastante repetitivo e não permite maiores flexibilidades, pode acontecer uma sobrecarga. Toda empresa precisa sistematizar as rotinas e adotar metodologia apropriada para que o trabalhador produza e, ao mesmo tempo, tenha prazer e motivação no seu trabalho, desenvolvendo formas sadias de atuação, respeitando os seus limites e os limites dos outros.
LIÇÃO 2 Comunicação A comunicação humana é um dos aspectos mais importantes na segurança e no desenvolvimento de qualquer metodologia de trabalho. Mensagens mal formuladas ou mensagens não compreendidas corretamente podem ser fatores provocadores de acidentes. A base de cada pessoa e de toda a sociedade humana está na capacidade de os indivíduos transmitirem aos outros as suas idéias, percepções, intenções, desejos e sentimentos. O homem começou a se comunicar através de gestos e sons. O conjunto ordenado e sistemático de sons deu origem à palavra, que se tornou o instrumento básico da comunicação, quer na sua forma sonora (oral), quer na sua forma concreta (escrita). Pode-se, então, caracterizar a comunicação da forma seguinte. 2.1 Elementos da comunicação • Emissor – pessoa que emite a mensagem, diz algo a alguém. • Receptor – aquele que recebe a mensagem. • Mensagem – o conteúdo da comunicação. • Canal – meio de comunicação, a via de transmissão da mensagem. • Ruído – os problemas derivados de distorções não intencionais da mensagem.
2.2 Tipos de comunicação • Verbal – a mensagem codificada pela palavra. Pode ser constituída pela palavra falada: diálogos, pedidos, etc. • Escrita – são caracterizadas pela expressão gráfica: cartas, telegramas, livros, jornais, etc. • Não-verbal – a mensagem transmitida através de gestos, mímicas, expressões corporal e facial, olhar, atitudes, símbolos, etc. A comunicação não-verbal transmite mensagem continuamente, muitas vezes contradizendo as comunicações verbais. As comunicações podem ser ainda: • intrapessoal – é o diálogo interno, a comunicação que a pessoa faz com ela mesma; • interpessoal – quando se transmite uma mensagem para alguém. 2.3 Barreiras e distorções Uma comunicação nem sempre é realizada de forma clara, de maneira que um fale e o outro entenda corretamente a mensagem. Quando isso acontece dizemos que houve distorções ou barreiras na comunicação. Essas dificuldades podem ser tanto da pessoa que emite a mensagem como daquele que a recebe. • Barreiras mecânicas – são causadas pelos canais de comunicação. • Barreiras de linguagem – são caracterizadas pelas gírias, regionalismos, etc.
• Barreiras psicológicas – são devido às diferenças individuais. Entre elas podemos citar: a. seletividade – a pessoa só ouve ou lê aquilo que lhe interessa ou que coincida com a sua opinião; b. egocentrismo – o que nos impede de enxergar o ponto de vista do outro. É a atitude de quem se considera o sabedor de tudo,“o dono da verdade”; c. inibição – a inibição ou timidez de uma pessoa em relação à outra pode causar dificuldade na comunicação; d. competitividade – o excesso de sentimento de competição gera a incapacidade de ouvir o outro. Cada um corta a palavra do outro, fazendo questão de se fazer ouvir, tornando a comunicação “um diálogo de surdos”; e. estereótipo – acontece quando há uma distorção da imagem real de uma pessoa transferindo a ela uma imagem geral que é feita para todo um grupo. Esse “rótulo” é o que chamamos de estereótipo. A partir daí pode ser criado um sentimento de rejeição pela pessoa, ao qual damos o nome de preconceito. Os estereótipos, a partir das diferenças socioculturais, geram insegurança, ansiedade, desconfiança, arrogância e falta da receptividade, causando barreiras na comunicação. Todos somos iguais como seres humanos. Diferenças como pobreza e riqueza, muita ou pouca cultura, negro ou branco, subordinado ou chefe, nenhuma delas justificam sentimentos de inferioridade ou de superioridade. A falta de reconhecimento das necessidades do outro pode gerar o descaso. A partir daí, a indiferença em relação ao problema do outro e o desrespeito também causam barreiras à comunicação, que imperam ressentimentos e, muitas vezes, hostilidade, o que pode provocar acidentes.
Você percebeu que as barreiras podem prejudicar o desenvolvimento de um plano de trabalho e até mesmo trazer situações inseguras? Reflita um pouco sobre essas barreiras na sua profissão. Você já vivenciou em algum momento essas barreiras?
2.4 Recursos que facilitam a comunicação Sentimos, constantemente, a necessidade de nos relacionarmos bem com as pessoas com as quais convivemos. Não podemos viver isolados dentro do sistema social no qual estamos inseridos. Devem-se desenvolver certas características e habilidades no comportamento com as outras pessoas para que haja eficiência na nossa comunicação. 2.5 Uma boa comunicação requer que você: • melhore a transmissão de pensamentos; • aperfeiçoe a própria recepção. Saber ouvir – na comunicação existem mensagens não manifestas para as quais precisamos ter a sensibilidade de compreender. Saber ouvir implica um processo intelectual e emocional na busca de significados contidos na mensagem. Nossa capacidade de ouvir, em geral, é pouco desenvolvida. Algumas atitudes podem ajudar. • Ouça sem interromper. • Concentre-se em ouvir a pessoa que fala. Evite distrair-se. • Demonstre desejo de conhecer como pensam os outros.
• Certifique-se que compreendeu repetindo o que ouviu. • Não antecipe o que o outro vai dizer. • Esforce-se para compreender o ponto de vista do outro. • Abra o seu espírito para ouvir o que o outro diz. Empatia – significa, em termos mais simples, colocar-se no lugar do outro. Ao adaptar a nossa mensagem ao vocabulário, aos interesses, aos valores e aos sentimentos da pessoa a quem transmitimos uma mensagem, a comunicação tem maior probabilidade de ser eficaz. LIÇÃO 3 Relacionamento interpessoal As relações interpessoais permeiam a vida humana e se desenvolvem através da interação entre as pessoas. Este processo de interação envolve trocas, comunicações e contato entre as pessoas. Este processo denomina-se relações interpessoais. A convivência entre as pessoas influencia o sucesso ou o insucesso na formação de vínculos interpessoais na medida em que se constitui fonte de alegria ou sofrimento. Com isso, podemos inferir que as relações interpessoais podem determinar os níveis de autoestima de cada um (BERGAMINI, 1982). Os indivíduos tendem a apresentar três necessidades interpessoais: Inclusão, Controle e Afeição. a. Inclusão: consiste na necessidade do indivíduo de estabelecer e manter relacionamentos satisfatórios com outras pessoas, visando interagir e associar-se. Por meio destes relacionamentos a pessoa poderá vir a sentir que é significante e que tem valor pessoal. A fase de inclusão se encerra quando o indivíduo tem sua presença assegurada dentro do grupo e sabe que a sua ausência será percebida pelas demais pessoas.
b. Controle: consiste na necessidade do indivíduo de estabelecer e manter relacionamentos satisfatórios com as pessoas em termos de controle e força. Esta necessidade inclui um sentimento de ser capaz de respeitar e ser respeitado. c. Afeição: é compreendida como a necessidade de estabelecer e manter um sentimento mútuo de respeito. Nota-se que estas necessidades visam a manter o equilíbrio das relações, na medida em que almejam não somente o comportamento da própria pessoa como também das demais com as quais interage. As pessoas sentem, percebem, pensam e se comportam de maneira diferente e isto influencia a interação entre elas. Desta forma, percebe-se que os serem humanos têm alguns aspectos semelhantes e outros bem distintos, tais como: motivações, necessidades, atitudes, etc. Denominamos estes aspectos de diferenças individuais como vimos no início deste módulo. 3.1 Trabalho em equipe A garantia da segurança depende muito da coesão das equipes de trabalho. O alcance das metas e realização de trabalhos sem acidentes está fortemente associado a maneira como os membros de uma equipe interagem uns com os outros. O trabalho em equipe está relacionado a uma forma especial de organização que objetiva, principalmente, a ajuda mútua entre profissionais de uma mesma organização ou área de uma organização. O trabalho em equipe pode ser descrito como um conjunto de pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou um determinado trabalho e são interdependentes.
Você consegue trabalhar em equipe na sua empresa? É importante trabalhar em equipe? Para promover a segurança no seu trabalho é importante que você saiba respeitar as diferenças e saiba trabalhar com colegas que pensam e agem de formas diferentes?
Valorizando cada indivíduo e permitindo que todos façam parte de uma mesma ação, o trabalho em equipe, além de possibilitar a troca de conhecimento, é determinante nas relações humanas, pois motiva o grupo a buscar de forma coesa os objetivos traçados. A necessidade de desenvolvimento do trabalho em equipe passa por diversos fatores de importância para a evolução profissional, como a definição de prioridades, o ajuste de metas, o otimismo e o estar aberto a mudanças. Todas essas qualidades, quando são acrescidas ao indivíduo, podem significar o sucesso nas relações pessoais, o que formam um círculo virtuoso. É importante perceber que, quando se fala em trabalhar em equipe, fala-se em maior volume de atividades, mais responsabilidade, comprometimento, flexibilidade, colaboração e esforço pessoal, detalhes que acabam sendo descobertos a cada novo dia de trabalho. Entretanto, como benefício, um grupo coeso aflora muitas características que até então passavam despercebidas no individual, como a criatividade, a participação, a visão de futuro, o questionamento de posições e as colocações e o senso crítico. Trabalhar em equipe significa compartilhar uma direção comum. As atividades desenvolvidas em conjunto encorajam o grupo, melhorando o desempenho na hora de realizar as atividades, transmitindo autoconfiança, habilidade e união, características primordiais para o sucesso de cada tarefa.
Numa equipe integrada e coesa, o líder assume o papel de facilitador, consolidando o processo decisório e articulando as ações com o grupo.
Dicas para o trabalho em equipe. • Seja paciente. • Aceite as idéias dos outros. • Valorize os colegas. • Saiba dividir as tarefas. • Trabalhe. • Seja participativo e solidário. • Dialogue. • Planeje. • Evite ficar somente com o “pensamento do grupo”. • Aproveite o trabalho em equipe.
3.2 O papel do líder Em toda formação de equipe é importante destacar o papel do líder, aquele que cria nos liderados a sensação de um espaço próprio, onde eles podem desenvolver a sua criatividade e se auto-realizar na execução das tarefas. O papel do líder não é somente comunicar valores, mas também manter relações honestas, baseadas na confiança e, acima de tudo, garantir em suas ações a tradução dos valores e da missão da empresa. As habilidades modernas de liderança são classificadas em três diferentes dimensões, quais sejam, a dimensão organizacional, a dimensão interpessoal e a dimensão das qualidades individuais. Entre as habilidades do líder destacamos:
• Compreender bem a missão sócio-econômica da organização. • Conhecer bem os objetivos organizacionais e o ambiente social, econômico e político externo à organização. • Exercitar-se na busca de novas soluções e na descoberta de novos problemas. • Articular, agregar e processar continuamente idéias e alternativas de ação. • Ter visão e orientar-se continuamente para o futuro. • Reconhecer o valor das pessoas. • Aprender a aceitar as pessoas como elas são. • Valorizar relações pessoais. • Comunicar-se com as pessoas buscando obter um significado coletivo dos diversos valores, crenças, hábitos e símbolos que formam a cultura organizacional. Concluímos que a liderança tem mais a ver com a forma de lidar com as pessoas - ouvir, motivar, compartilhar, orientar e delegar – do que quantos funcionários você tem na sua equipe. 3.3 Cultura organizacional Quando uma pessoa ingressa em uma organização, já encontra uma cultura instituída através da definição da visão, da missão, dos objetivos, dos valores, das políticas e dos programas, etc., com a qual precisará aprender a conviver, observando os modos de produção e como as pessoas se organizam para realizar as atividades e alcançar os objetivos empresariais. Na sua empresa não é diferente, já existem objetivos claros de modo que você se organiza para cumpri-los.
Por outro lado, essa cultura é dinâmica, admitindo-se mudanças para atender as transformações, os desejos e as expectativas da sociedade por meio de novas políticas necessárias para a sobrevivência e o crescimento da organização, com foco no mercado e na competição empresarial. As características pessoais e profissionais dizem respeito aos valores, às crenças e aos princípios que todos, que estão ao seu lado, trazem consigo como produto de sua formação e que são confrontados com aqueles transmitidos culturalmente no ambiente de trabalho, o que corresponde ao poder de influência da organização sobre o indivíduo. Cada organização estabelece os direitos e os deveres do empregado, tais como: os limites de sua atuação, o poder que lhe será concedido, como deve se comportar, a quem deve explicações, enfim, construirá a ética da organização, conforme a sua natureza jurídica, finalidade e estrutura concebida. A cultura, o padrão normativo operacional das instituições e das variáveis externas à organização definem os procedimentos que orientam a maneira de como as atividades laborais e comportamentais devam ser conduzidas. Ocorre que nem sempre o que se percebe é aquilo que é levado a termo e condiz com uma realidade específica. Então, como você procederia nessas circunstâncias? O correto seria modificar o padrão normativo vigente ou a postura comportamental para atender as condições adversas, o que, evidentemente, demandaria da sua parte tempo, esforço e carga cognitiva.
Existe um traço cultural no povo brasileiro, muito interessante, quando se depara com questões “especiais”. Ele prefere deixar os padrões normativos inalterados e desatualizados, burlando-os com vistas a solucionar um determinado problema específico. O indivíduo que se comporta dessa maneira corre sério risco para consigo, para com a sua equipe, para com o Sistema Elétrico de Potência e para com a sociedade. Em trabalhos de alta periculosidade não se admite “jeitinho”. Interrompa imediatamente a atividade e refaça o planejamento. Lembre-se: não se deve confundir trabalhos emergenciais com improvisação (jeitinho); todas as atividades emergenciais devem fazer parte de um plano de contingência bem estruturado e redigido de forma clara, objetiva e compreensível. Um plano que traduza a maior parte possível das principais variáveis que, eventualmente, possam ocorrer em situações anômalas. Assim, os serviços e a análise de risco devem estar sintonizados e amparados pelas determinações normativas da organização, pois somente a ela cabe responder aos órgãos regulamentadores do setor elétrico e à Justiça, conforme veremos no Módulo 8 que tratará sobre responsabilidades (civil e criminal). LIÇÃO 4 Posturas 4.1 Posturas de trabalho Algumas posturas de trabalho são importantes para a saúde e o bem-estar do trabalhador. Fique atento a elas. A postura mais adequada ao trabalhador é aquela que ele escolhe livremente e que pode ser variada ao longo do tempo, sem prejuízo para a sua segurança e saúde. A concepção dos postos de trabalho ou do desenvolvimento das tarefas deve favorecer a variação de postura, principalmente a alternância entre a postura sentada e em pé.
O tempo de manutenção de uma postura deve ser o mais breve possível, pois seus efeitos nocivos serão em função do tempo durante o qual ela será mantida. Segundo Mairiaux (1992), a apreciação do tempo de manutenção de uma postura deve levar em conta, por um lado, o tempo unitário de manutenção (sem possibilidades de modificações posturais) e, por outro, o tempo total de manutenção registrado durante a jornada de trabalho. Todo esforço de manutenção postural leva a uma tensão muscular estática (isométrica) que pode ser nociva à saúde. Os efeitos fisiológicos dos esforços estáticos estão ligados à compressão dos vasos sangüíneos. O sangue deixa de fluir livremente e o músculo não recebe oxigênio nem nutrientes suficientes, os resíduos metabólicos não são retirados pela circulação sangüínea deficiente, acumulando-se, provocando a fadiga muscular e conseqüentemente a dor. Manutenções estáticas prolongadas podem, também, acelerar o desgaste das articulações, dos discos intervertebrais e dos tendões. A postura de trabalho adotada é em função da atividade desenvolvida, das exigências da tarefa (visuais, emprego de forças, precisão dos movimentos, etc.), dos espaços de trabalho, da ligação do trabalhador com máquinas e com equipamentos de trabalho como, por exemplo, o acionamento de comandos. As amplitudes de movimentos dos segmentos corporais como os braços e a cabeça, assim como as exigências da tarefa em termos visuais, de peso ou de esforços, influenciam na posição do tronco e no esforço postural, tanto no trabalho sentado como no trabalho em pé. Citamos, a seguir, alguns exemplos da influência sobre a postura sentada ou em pé, devido aos movimentos dos segmentos corporais.
A postura em pé De maneira geral, a concepção dos postos de trabalho não leva em consideração o conforto do trabalhador na escolha da postura de trabalho, mas sim as necessidades da produção. A escolha da postura em pé, muitas vezes, tem sido justificada por considerar que, nessa posição, as curvaturas da coluna estejam em alinhamento correto e que, dessa forma, as pressões sobre o disco intervertebral são menores que na posição sentada. Mas os músculos que sustentam o tronco contra a força gravitacional, embora vigorosos, não são muito adequados para manter a postura em pé. Eles são mais eficazes na produção dos movimentos necessários às principais mudanças de postura. Por mais econômica que possa ser em termos de energia muscular, a posição em pé ideal não é usualmente mantida por longos períodos, pois as pessoas tendem a utilizar alternadamente a perna direita e a esquerda como apoio para, provavelmente, facilitar a circulação sangüínea ou a reduzir as compressões sobre as articulações. A manutenção da postura em pé imóvel tem ainda as seguintes desvantagens: • tendência à acumulação do sangue nas pernas, o que predispõe ao aparecimento de insuficiência valvular venosa nos membros inferiores, resultando em varizes e sensação de peso nas pernas; • sensações dolorosas nas superfícies de contato articulares que suportam o peso do corpo (pés, joelhos, quadris); • a tensão muscular, permanentemente desenvolvida para manter o equilíbrio, dificulta a execução de tarefas de precisão; • a dificuldade da posição em pé pode ser reforçada se o trabalhador tiver ainda que manter posturas inadequadas dos braços (acima do ombro, por exemplo), inclinação ou torção de tronco ou de outros segmentos corporais;
O investimento das adaptações para melhorar o conforto do trabalhador é mínimo se comparados aos custos da redução na produtividade, oriundos da fadiga muscular ou da própria dificuldade na realização das tarefas quando executadas em pé por vários anos. A posição sentada O esforço postural (estático) e as solicitações sobre as articulações são mais limitadas na postura sentada que na em pé. A postura sentada permite melhor controle dos movimentos, uma vez que o esforço de equilíbrio é reduzido. É, sem sombra de dúvida, a melhor postura para trabalhos que exijam precisão. Em determinadas atividades ocupacionais (escritórios,
trabalho
com
computadores,
administrativo, etc.), a tendência é de se permanecer sentado por longos períodos. As dores da região dorsal, quando pré-existentes, são agravadas pela manutenção da postura sentada. De maneira geral, os problemas lombares advindos da postura sentada são justificados pelo fato de a compressão dos discos intervertebrais ser maior na posição sentada que na posição em pé. No entanto, tais problemas não são apenas decorrentes das cargas que atuam sobre a coluna vertebral, mas, principalmente, da manutenção da postura estática. A imobilidade postural constitui um fator desfavorável para a nutrição do disco intervertebral que é dependente do movimento e da variação da postura. A incidência de dores lombares é menor quando a posição sentada é alternada com a em pé e, menor ainda, quando se podem movimentar os demais segmentos corporais como em pequenos deslocamentos. A postura de trabalho sentado, se bem concebida (com apoios e inclinações adequados), pode apresentar até pressões intradiscais inferiores à posição em pé imóvel, desde que o esforço postural estático e as solicitações articulares sejam reduzidos ao mínimo. As vantagens da posição sentada são:
• baixa solicitação da musculatura dos membros inferiores, reduzindo, assim, a sensação de desconforto e de cansaço; • possibilidade de evitar posições forçadas do corpo; • menor consumo de energia; • facilitação da circulação sangüínea pelos membros inferiores, desde que devidamente apoiados. As desvantagens na posição sentada são: • redução dos deslocamentos e da atividade física geral (sedentarismo); • adoção de posturas desfavoráveis (vícios posturais) – lordose ou cifoses excessivas; • estase sangüínea nos membros inferiores, situação agravada quando há compressão da face posterior das coxas ou da panturrilha contra a cadeira, se esta estiver mal posicionada. Uma vez adaptado o posto para o trabalho sentado, é preciso observar certos critérios na escolha do assento. Como você avalia a sua postura no trabalho em usinas, em linhas de transmissão, em subestações? Qual é a sua posição de trabalho? Quais são os cuidados que você realiza para evitar problemas musculares? O ritmo de trabalho Aqui deve-se fazer uma distinção entre o ritmo e a cadência. A cadência tem um aspecto quantitativo, o ritmo qualitativo. A cadência refere-se à velocidade dos movimentos que se repetem em uma dada unidade de tempo. O ritmo é a maneira como as cadências são ajustadas ou arranjadas: pode ser livre (quando o indivíduo tem autonomia para determinar sua própria cadência) ou imposto (por uma máquina, pela esteira da linha de montagem e até por incentivos à produção) (TEIGER, 1985).
Há trabalhos que devem ser necessariamente executados em tempo previamente determinado (o restabelecimento da iluminação pública até às 18h), o que por si só constitui uma pressão temporal com sobrecarga de trabalho em determinados horários. A distinção entre ritmo e cadência é importante para que você entenda a carga de trabalho. Observe, por exemplo, uma afirmação contida em relatório do tipo “o trabalhador realiza 1.200 levantamentos por dia do braço direito até a altura do ombro”. Essa medida, por si só, não me permite fazer um julgamento sobre o que ela representa como carga para o trabalhador. Se ele executa esses movimentos ao realizar uma tarefa em que ele mesmo gerencia a sua cadência e, portanto, pode alterá-la ao longo do dia ou de um dia para o outro, provavelmente, ele tolerará melhor essa imposição. Se, no entanto, ele estiver operando uma máquina que exige que ele faça o movimento e, portanto, não lhe cabe variar a cadência, pode considerar sua carga com mais dificuldade. Acrescente-se a isso, se a cada levantamento do braço ele permanece com o braço levantado, por um longo tempo, suportando uma carga. A carga se torna maior então. O mesmo vale para o caso em que essa cadência for imposta por uma fila de clientes. Logo, medidas quantitativas, sem indicações do contexto em que elas ocorrem, não contribuem para a avaliação da situação. 4.2 Limites de uma norma A NR-17, como todas as normas, não aponta soluções para todas as situações precisas encontradas na prática. A solução dos problemas só é possível pelo esforço conjunto de todos os interessados.
Glossário Norma Regulamentadora de Ergonomia – define os espaços e as posturas para o trabalhador realizar as suas atividades de forma mais confortável possível para não adquirir doenças do trabalho.
É imprescindível, também, o acompanhamento das pesquisas realizadas recentemente e a consulta a manuais especializados em normas de outros países. 4.3 Critérios Os critérios para estabelecer os limites de carga são de caráter biomecânico, fisiológico e psicofísico. 4.4 Conclusões O levantamento de cargas é um dos fatores mais importantes nas causas de lombalgia e outras patologias musculoesqueléticas freqüentes. As posturas forçadas e as estáticas, as vibrações, a temperatura, a umidade, etc., são outros fatores que podem influenciar o aparecimento dos distúrbios de saúde e que deverão ter a sua influência avaliada através de outros métodos disponíveis ou complementares. Qualquer postura mantida de maneira prolongada é mal tolerada. A alternância de posturas deve ser sempre privilegiada, pois permite que os músculos recebam seus nutrientes e não fiquem fatigados. Uma tarefa tem exigências variadas, por isso não se pode, previamente, afirmar qual é a melhor postura baseando-se apenas em critérios biomecânicos. Por exemplo, um caixa de supermercado prefere ficar sentado quando manipula mercadorias leves, quando faz um troco ou quando confere cheques. Mas prefere se levantar quando lida com mercadoria pesada ou frágil. Um posto de trabalho, mesmo quando bem projetado, pode se revelar desconfortável se os fatores organizacionais, ambientais e sociais não forem levados em consideração.
A participação dos trabalhadores na escolha de mobiliário, ferramentas, equipamentos e definição de processos tem mostrado um bom resultado na prática de trabalho na área de segurança. Algumas empresas colocam determinadas opções para teste e decidem por aquelas que tiveram melhor aceitação obedecendo aos limites de segurança. Pode-se notar que, quando o usuário tem influência na escolha, os fabricantes dos equipamentos investem mais em pesquisas para aperfeiçoar o mobiliário. Você estudou mais um Módulo deste curso e observou o quanto é importante trabalhar em um lugar seguro e tranqüilo. Devemos manter o equilíbrio emocional para o sucesso da atividade e adotar uma postura corporal adequada. Não deixe de realizar as atividades propostas no Ambiente Virtual de Aprendizagem. No Módulo seguinte, você estudará as questões de segurança com veículos e equipamentos de porte e o atendimento a acidentados. Então, vamos lá!
CAPÍTULO 6 – TREINAMENTOS E PRÁTICAS Neste Módulo você estudará as questões de segurança com veículos e equipamentos de transporte e o atendimento a acidentados. Você pensa sobre a possibilidade de ocorrer alguma situação de emergência durante uma intervenção no Sistema Elétrico de Potência? Você já realizou alguma atividade em que poderia haver algum acidente e não sabia como poderia acionar os socorristas? Reflita sobre o seu dia-a-dia e, durante a leitura deste Módulo, busque aprender como você pode melhorar seus procedimentos de trabalho incluindo as equipes de socorro como um dos itens de segurança! Pense também sobre as suas atitudes quando utiliza automóveis e caminhões, será que você busca agir de forma segura quando é passageiro ou condutor? LIÇÃO 1 Treinamentos em técnicas de remoção, atendimento e transporte de acidentados 1.1 Resgate do eletricista A energia elétrica trouxe inúmeras vantagens para a humanidade, assim como mudou radicalmente o modo de vida e o desenvolvimento econômico ligado, direta ou indiretamente, à eletricidade. Em contra partida, a energia elétrica é perigosa e requer que você trabalhe com ela de modo responsável, observando a norma de segurança para uso e manipulação, tanto de aparelhos como de circuitos elétricos.
A evolução tecnológica e o aumento contínuo da quantidade de informações fizeram com que fossem aperfeiçoadas as técnicas de resgate e o salvamento quando em atividades operacionais. Cada empresa adota a técnica mais adequada ao seu público interno. Como você já estudou no Módulo Básico, os primeiros socorros são fundamentais para elevar as probabilidades de salvamento de um acidentado. Cabe a você, neste curso, estudar a evolução das metodologias de salvamento e de resgate destes e, por conseqüência, uma melhoria nas condições de resgate do acidentado. Esta lição tem o objetivo de fomentar o comportamento seguro dos funcionários e a mantê-los atualizados sobre os mecanismos para atender os acidentes e as situações de risco, identificar o potencial dessas ocorrências visando um pronto atendimento de qualquer situação de emergência que envolva vítimas, prevenindo, minimizando ou anulando os efeitos danosos associados a essas ocorrências, visando proteger a vida, bem como reduzir as conseqüências sociais do sinistro. Este material tem como objetivo secundário, iniciar amplo debate entre você e seus companheiros de trabalho, eletricistas, técnicos e engenheiros, objetivando alertá-lo da “falsa” idéia de que podemos salvar ou sermos salvos, rapidamente, em caso de acidente junto às redes, às linhas e aos equipamentos. Outro fator que pode minimizar os riscos na execução das tarefas de manutenção, inspeção ou na elaboração de projetos, está relacionado aos aspectos do planejamento antes da execução das tarefas.
Caso venha a ocorrer um acidente, este Módulo dará a você, parâ metros para colocar em prática um plano de socorro e de resgate da vítima sem que se exponha aos mesmos riscos dos acidentados e, também, conscientizar os eletricistas, os técnicos e os engenheiros da necessidade de executar todos os procedimentos de segurança e respeito às Normas. Iniciando esta primeira considerações iniciais.
lição,
observe
as
• O tempo gasto para aplicação da técnica de reanimação cardiopulmonar não deverá ultrapassar os três minutos para seu início. Tempo decorrido entre a Probabilidade de reanimação da parada e o início da massagem e vítima (%) respiração artificial em minutos 1 95 2 90 3 75 4 50 5 25 6 1 8 0,5 Fonte: NR-10 Comentada, João José Barrico de Souza e Joaquim Gomes Pereira • A posição da vítima não possibilita, na maioria das vezes, aplicação da reanimação cardiorespiratória, sendo assim necessário colocar a vítima em decúbito dorsal (conforme ilustração apresentada), preferencialmente no solo, o mais rápido possível. • Após três minutos de parada cardíaca, inicia a morte de células e a probabilidade de recuperação é menor a cada minuto, porém não devemos deixar de executar a reanimação cardiopulmonar, mesmo passado esse tempo.
• Quando ocorrer o resgate, ter pleno conhecimento dos elementos utilizados, como cordas, estropos, kits, etc. • O resgate somente deverá ocorrer quando o socorrista estiver seguro de suas ações. • Na aplicação do processo de resgate, devem-se tomar as precauções necessárias a fim de evitar o segundo acidente, que poderá ser de gravidade superior ao primeiro. Verifique, a seguir, uma definição referente ao resgate do eletricista. Emergência: trata-se de uma situação crítica e fortuita que representa perigo à vida, gerando um dano continuado que obriga a uma imediata intervenção. 1.2 Tipos de emergência Para efeito deste procedimento, caracterizam-se como emergência as seguintes situações: • acidentes com vítimas de trauma ou de mal clínico grave requerendo atendimento de emergência; • incêndios não extintos de imediato; • explosões de equipamentos pneumáticos e não classificados; • incêndio/explosão de queimadores; • vazamento de gás natural; • incêndio/explosão com gás natural; • incêndio em painéis elétricos; • incêndio/explosão em transformadores e disjuntores;
• vazamentos e contaminações com produtos perigosos diversos; • sinistros ocorridos no transporte rodoviário de produtos perigosos; • descargas atmosféricas no parque de tanques de armazenagem; • desastres naturais, como inundações, tempestades, etc. 1.3 Métodos de resgate Depois de você avaliar todos os aspectos citados até o momento, tome como referência uma equipe composta por dois eletricistas que poderão se envolver em uma situação crítica. Caso um de seus componentes se envolver em um acidente, o outro terá que tomar atitudes decisivas para o resgate de seu companheiro e providenciar o encaminhamento deste aos socorros médicos. Para que o resgate seja feito de forma adequada é necessário que todos os equipamentos passem por inspeções frequente e obedeçam os padrões exigidos pelas normas. 10.12.3 A empresa deve possuir métodos de resgate padronizados e adequados às suas atividades, tornando disponíveis os meios para a sua aplicação. 10.12.4 Os trabalhadores autorizados devem estar aptos a manusear e operar equipamentos de prevenção e combate a incêndio existentes nas instalações elétricas. A utilização do rádio já se faz necessário, visto que a equipe poderá pedir socorro a central de operação que terá condições de orientar as demais equipes para se dirigirem ao local, providenciando também socorros médicos.
Fique atento para: • a posição do(s) socorrista(s) para execução do resgate; • uso, manutenção e conservação dos kits de resgate; • observação da distância de segurança para o resgate; sempre haverá necessidade de reciclagem do(s) socorrista(s). LIÇÃO 2 Segurança com veículos e transporte de pessoas, materiais e equipamentos 2.1 Transporte de empregados em carrocerias de caminhão Em relação ao transporte e em casos excepcionais, o veículo deverá ser adequado conforme as normas específicas (CONTRAN). Abaixo segue algumas transporte de pessoas:
preocupações
no
• acesso à carroceria do caminhão com número de pessoas superior ao que comporta o veículo; • acesso à carroceria, a não ser pela escada existente para esse fim; • empregados viajando na carroceria junto com materiais e equipamentos; • empregados viajando nos estribos ou com qualquer parte do corpo fora do veículo; • subir ou descer de veículo em movimento; • não ter mais de duas pessoas viajando ao lado do motorista.
Os equipamentos e os materiais que forem colocados no interior da carroceria devem ser fixados de modo a não cair ou deslocar-se, nem a atrapalhar a passagem do pessoal da equipe. Ao utilizar um veículo, é importante que você aprenda alguns itens importantes para a sua segurança ao transportar pessoas e equipamentos. Estude com atenção os elementos seguintes. a. Cuidados preliminares • Todos os membros da turma de trabalho devem estar familiarizados com a operação, os sinais convencionais e as precauções de segurança relativos ao guindauto.
Glossário Automóvel com aparelho para suspender grandes cargas.
• O motorista deve conhecer todos os cuidados inerentes a esse tipo de carro e, na medida do possível, ser efetivado no mesmo com a finalidade de acompanhar o seu desempenho, manutenção e testes. • Somente pessoas autorizadas podem dar ordens e manobrar qualquer parte do conjunto do guindauto, entretanto, um grito de “PARE”, parta de onde partir, deve ser obedecido. • Todos os operadores do guindauto devem ser devidamente treinados e avaliados.
b. Inspeção Antes e após a sua utilização, o equipamento do guindauto deve ser inspecionado de acordo com as instruções estabelecidas no Manual de Uso, Conservação e Inspeção do guindauto, que deve estar sempre à disposição dos operadores.
c. Operação do veículo Durante a operação do veículo, saiba que devem ser observadas as seguintes condições: • o motorista deve ter em mente, além das regras de trânsito em vigor, que o veículo necessita de maior espaço livre para a sua movimentação do que os veículos normais; • é proibido movimentar o veículo com os braços da lança levantados, somente deve ser movimentado com os braços da lança fixados em seus apoios com as respectivas cintas; • somente executar movimento de ré mediante auxílio de um ajudante, posicionado fora do veículo; • estudar a situação do local de trabalho e colocar o veículo na posição mais conveniente. A lança deve alcançar o local de carga e de descarga sem necessidade de movimentação adicional do veículo; • estacionar o veículo somente em local permitido, providenciando-se a devida sinalização para o tráfego de veículos e de pedestres; • uma vez estacionado na área de trabalho, aplicar os freios de estacionamento e colocar calços nas rodas do veículo; • quando for necessário posicionar o veículo em ladeira, estacionar abaixo do local de trabalho, virar as rodas da frente em direção ao meio-fio, se houver. Jamais colocar acima do local de trabalho ou na transversal; • antes de acionar os controles das sapatas, ter certeza de que todos os componentes da equipe estão fora do alcance das mesmas; • nos casos de terreno acidentado ou macio, usar número suficiente de calços largos e adequados (planos e extensos com espessura não superior a 75 mm) debaixo das sapatas dos macacos, de modo a conseguir contato firme e seguro com o solo;
• o aterramento de veículo no pátio de subestação deve seguir o mesmo procedimento de aterramento de equipamentos. Só deve-se efetuar aterramento de veículos que estão executando trabalhos de manutenção, e não os que transportam pessoas ou material. Nesta referência enquadram-se os guindastes, as cestas elevatórias e as gruas. No momento do aterramento devem ser tomados os seguintes cuidados: • estudar a localização dos pontos de aterramento e de sinalização; • toda a estrutura do veículo deve ser aterrada em um mesmo chassi; • quando durante a manutenção for necessária a retirada parcial ou total dos aterramentos temporários, como exigência da atividade os mesmos devem, obrigatoriamente, ser repostos imediatamente após o término da atividade visando a continuidade de manutenção. d. Execução dos serviços Na fase de execução dos serviços, leve em consideração os seguintes elementos: • nunca deixar de usar o equipamento de proteção individual. A lança não tem qualidade isolante e isto obriga ao uso do equipamento de segurança tanto pelo operador quanto pelo pessoal de apoio. É obrigatório o uso de capacete, botas e luvas adequadas, bem como todos os outros equipamentos normais de serviço; • procurar trabalhar uma distância adequada de condutor energizado de acordo com o nível de tensão, não permitindo que a lança entre em contato com os condutores e equipamentos; Caso isto não seja possível, devem ser instalados protetores adequados, além da garantia do aterramento do veículo.
• nunca posicionar a lança sobre ou entre condutores; • não colocar ferramentas ou qualquer outro material no painel de alavancas de controle do guindauto; • nunca segurar uma alavanca de controle em posição aberta depois que seu movimento atingir o fim de sua trajetória; • não arrastar ou deslocar cargas, utilizando o sistema de giro. Nos casos em que a colocação do veículo não é favorável à carga e à descarga, evitar o arraste da mesma com operações simultâneas de levantamento e aproximação; • delegar a apenas um empregado a responsabilidade das operações necessárias à colocação da lança na posição de trabalho; • a operação da lança somente deve ser feita por pessoal autorizado, devidamente treinado para a sua correta movimentação e acionamento dos equipamentos e ferramentas especiais, em condições normais ou de emergência; • antes de operar a lança, não esquecer que a mesma está fixada ao suporte de apoio e que jamais deve ser movimentado o giro em primeiro lugar; • o operador deve olhar sempre na direção em que a lança é movimentada. É necessário que um elemento da equipe esteja junto à cabine da viatura, atento a todos os movimentos da lança, a fi m de que possa avisar, em tempo, ao operador da possibilidade de ocorrer acidente, principalmente em relação ao limite de elevação da lança e à proximidade mínima do condutor; • o operador deve suspender imediatamente a movimentação do braço, lança ou giro, se verificar a presença de ar ou de queda de pressão no sistema hidráulico, ou, mesmo, perceber qualquer falha ou folga nos seus comandos. Não tentar eliminar ou diminuir a falha, simplesmente desligar o motor e comunicar imediatamente o fato ao seu supervisor;
• nunca exceder à capacidade específica para um determinado raio de operação. Estar sempre atento ao diagrama de cargas. A capacidade nominal da lança não deve ser ultrapassada e as cargas máximas, a serem movimentadas, são proporcionais às distâncias da ponta da lança ao eixo da coluna, conforme tabela afixada na carroceria do veículo; • no içamento de cargas às elevações máximas, recomenda-se utilizar o guindauto com a lança recolhida, mesmo que a carga esteja bem próxima à coluna; • não movimentar o veículo com a carga suspensa pelo guindauto e não girar o equipamento com velocidade; • verificar, sempre antes de mover o caminhão, se as sapatas estão totalmente recolhidas. e. Manutenção A sua segurança depende principalmente da manutenção dos componentes. Recomendase observar a rotina de manutenção, conforme as instruções do Manual de Uso, Conservação e Inspeção do guindauto, destacando-se os seguintes pontos: • aos componentes do guindauto (braço, lança e giro) recomenda-se manter lavados e lubrificados, quinzenalmente, não devendo ser usada água sob pressão, nessa limpeza; • na orla marítima, ou em casos de contaminação acentuada, a superfície dos componentes do guindauto deve ser lavada e lubrificada diariamente;
• os equipamentos devem ser ensaiados antes e após sua utilização para assegurarse de que a manutenção adequada foi realizada. Reportar, imediatamente, ao supervisor, todos os vazamentos ou folgas existentes; • a programação da manutenção preventiva, tanto pelo usuário quanto pelas oficinas mecânicas, deve ser rigorosamente cumprida. 2.2 Equipamentos de proteção coletiva – EPC a. O veículo como ferramenta de trabalho Para muitas profissões o veículo é utilizado como ferramenta de trabalho. O veículo visto dessa forma deve merecer o mesmo tratamento que uma ferramenta, ou seja, deve-se realizar manutenções adequadas, seu uso deve obedecer as suas especificações e respeito aos limites estabelecidos pelo fabricante e pela empresa. O homem, como usuário consciente, necessita conhecer as suas próprias limitações e as da ferramentas para uma perfeita integração homem/máquina. b. Comunicação com celular e rádio Com um mundo moderno e com as novas tecnologias, a comunicação é, de fato, muito importante em toda e qualquer atividade, porém o motorista não deve utilizar celular ou rádio com o veículo em movimento, muitas vezes, acidentes ocorreram devido à distração momentânea durante a conversação. Glossário UHF: ultra hi-frequency VHF: very hi-frequency
A empresa deverá informar que a comunicação via celular e rádio VHF/UHF ficará a cargo dos que estão na condição de passageiro ou quando o motorista parar e estacionar o veículo, segundo as normas de trânsito vigentes no país.
c. Fatores que determinam o acidente de trânsito Você sabe quais são os fatores que determinam um acidente de trânsito? Você já vivenciou um acidente de trânsito? Quais são os cuidados que deverão ser tomados para evitar tais acidentes?
São três os fatores que determinam o acidente de trânsito: homem, meio ambiente e veículo. • O fator homem refere-se a todos os comportamentos do ser humano que contribuem para o acidente. • O fator meio ambiente refere-se às estradas, às ruas, à vegetação e ao clima. • O fator veículo refere-se à adequação do mesmo ao serviço e às suas condições mecânicas. Para realizar com segurança suas tarefas, o homem precisa estar equilibrado nos aspectos: • psíquico; • físico; e • social. Caso haja desequilíbrio em qualquer um desses aspectos, o homem estará mais exposto a acidentes. A seguir você verificará alguns sintomas que podem identificar o desequilíbrio: • dor de cabeça freqüente; • apatia, falta de disposição para o trabalho e dificuldade de concentração; • alteração de sono; • ansiedade, impaciência e agressividade; • tristeza, desânimo, esquecimento e cansaço. Quando você ou o seu companheiro de trabalho sentir um ou mais desses sintomas, procure seu gerente, coordenador ou supervisor direto, informe a situação e solicite a liberação para não realizar tarefas de risco nesse dia.
2.3 Direção defensiva
Por que praticar a direção defensiva no seu trabalho e no dia-a-dia?
Pesquisas realizadas em todo o mundo, sobre acidentes de trânsito, apresentaram a seguinte estatística: • apenas 6 % dos acidentes de trânsito têm como causa os problemas da via; • 30 % dos acidentes têm origem em problemas mecânicos; • a maioria dos acidentes (64%) têm como causa problemas com os motoristas. Dentre os principais problemas com o motorista têm-se: • dirigir sob o efeito de álcool ou substância entorpecente; • imprudência – trafegar em velocidade inadequada; • imperícia – inexperiência e falta de conhecimento; • negligência – falta de atenção, falha de observação. a. Elemento da direção defensiva
Muitas vezes, o motorista pratica a direção defensiva sem que perceba. Não importa onde a pratica e se a chama por esse nome, ou não. O que importa, na verdade, é que a direção defensiva, necessária para evitar acidente, requer conhecimento, atenção, previsão, decisão e habilidade. Conhecimento Dirigir com segurança requer uma boa dose de informações de fatos concretos. Esse conhecimento inclui o pronto reconhecimento de riscos e a maneira de defender-se contra eles.
O condutor de um veículo automotor, o motorista, precisa se manter em estado de alerta durante cada segundo em que se encontra ao volante, consciente de que está sempre correndo o risco de um possível acidente.
Previsão A previsão, que pode ser exercida sobre um raio de ação próximo ou distante, é a habilidade de prever eventualidades no trânsito e preparar-se para elas. A direção defensiva exige tanto a prevenção em curto prazo como em longo prazo. O motorista que revisa o seu veículo, antes de iniciar o seu trabalho, está fazendo uma previsão em longo prazo, enquanto que aquele que prevê complicações durante a realização de um trabalho, está fazendo uma previsão em curto prazo. Decisão Sempre que for necessário tomar uma decisão, numa situação de perigo, ela dependerá do conhecimento que o motorista tem sobre as alternativas possíveis de serem adotadas, do conhecimento sobre as possibilidades de seu veículo, das leis e das normas de segurança para a condução de veículos e do tempo e espaço que se dispõe para tomar uma atitude correta.
Essa decisão, ou tomada de atitude, vai depender da sua habilidade, tempo e prática de direção, previsão das situações de risco, conhecimento das condições do veículo e da via. Habilidade Esse requisito diz respeito ao manuseio dos controles do veículo e à execução, com bastante perícia e sucesso, de qualquer uma das manobras básicas. A habilidade do motorista se desenvolve por meio de aprendizado e da prática: tem que treinar a execução das manobras de modo correto e depois executá-las sempre dessa maneira. São sempre esses elementos que o tornarão um motorista seguro. Se usá-los a cada momento, sempre que estiver atrás do volante, você estará usando a cabeça. b. Condições adversas
Existem várias “condições adversas” e é importante lembrar que nem sempre elas aparecem isoladamente, tornando o perigo ainda maior. Você verificará algumas condições adversas mais importantes para que as conheça bem e tome os cuidados necessários a fim de evitá-las, ou de evitar os danos que elas podem lhe causar.
São elas: luz, clima, vias, veículo e motorista.
c. Prevenção de Acidentes Existem procedimentos que, quando praticados conscientemente, ajudam a prevenir ou a evitar acidentes. Pode-se chamar esses procedimentos de Método Básico na Prevenção de Acidentes e podem ser aplicados em qualquer atividade, no dia-a-dia, que envolva riscos.
Podem ser aplicados também no ato de dirigir, desde que se conheça os fatores que mais levam à ocorrência de um acidente. Além de conhecer esses fatores, você deve estar preparado, em todos os momentos, para atitudes que ajudem nessa prevenção. Saiba que prestar socorro é providenciar atendimento ou remoção do ferido da forma mais rápida e segura possível, dentro das normas de primeiros socorros, conforme apresentado no Curso Básico de NR-10. O cinto de segurança é um dispositivo simples que serve para proteger sua vida e diminuir as conseqüências dos acidentes. Ele impede, em casos de colisão, que seu corpo se choque contra o volante, painel e pára-brisas, ou que seja projetado para fora do carro. Em uma colisão de veículos a apenas 40 km/h, o motorista pode ser atirado violentamente contra o pára-brisa ou arremessado para fora do carro. Alguns motoristas pensam que podem amortecer o choque segurando firmemente no volante. Isso é ilusório, porque a força dos braços só é eficaz a uma velocidade de até 10 km/h.
d. Cinto de segurança
Uma dica importante ao usar o cinto de segurança é sentar-se corretamente no banco e com a coluna bem reta. O cinto abdominal deve ser colocado na região dos quadris e não na barriga. O cinto diagonal deve passar pelo ombro. O cinto não deve estar nem torcido, nem com folgas. Um dos principais argumentos das pessoas que preferem discursar e correr riscos a adquirir o hábito de usar o cinto de segurança é o de que “cintos Na realidade, a análise dos raros casos em que o cinto de segurança ocasionou algum tipo de trauma concluiu que, na imensa maioria das vezes: • o choque fora tão violento que os danos seriam maiores sem o cinto de segurança; ou • houve uso inadequado do cinto. Portanto, use o cinto adequadamente. É importante lembrar que além de obrigatório, o cinto faz parte da sua segurança e usá-lo, em todas as ocasiões, é a sua obrigação e só depende de seu uso constante para formar o hábito.
Você sabia que... • Para um carro bater num objeto fixo a uma velocidade de 60 km/h equivale a cair de um prédio de quatro andares (numa altura de aproximadamente 14 metros)? • Uma pessoa adulta só consegue suportar um peso, no máximo, três vezes superior ao seu próprio peso? • Mesmo que o veículo esteja numa velocidade de 20 km/h, o impacto sob um objeto fixo resulta numa força superior a até 15 vezes ao peso da pessoa? Daí resultam os graves ferimentos que, em muitos casos, podem ser fatais. • Quando dois veículos a 25 km/h se chocam as velocidades somam-se resultando num impacto correspondente a 50km/h? • 40% das mortes em acidentes são causadas por choque contra o párabrisa, o marco do pára-brisa ou o painel de instrumentos? • 30% das lesões fatais em colisões foram causadas porque a vítima bateu contra o volante? • Uma em cada cinco lesões aconteceu porque pessoas dentro do veículo bateram-se umas contra as outras? • Oito em cada dez pessoas que não usavam o cinto de segurança morreram em acidentes com pelo menos um dos veículos a menos de 20 km/h? • Os cintos de segurança são desenvolvidos tendo por base o indivíduo adulto? Por isso, não devem ser usados por crianças com menos de 1,40 m de altura. A correta utilização do cinto de segurança por crianças, grávidas e bebês é diversa da forma com que os demais passageiros a utilizam.
e. Deveres do motorista defensivo • Conhecer as leis e a sinalização de trânsito e obedecê-las sempre, em qualquer local e horário. • Usar sempre o cinto de segurança e os demais equipamentos obrigatórios (em boas condições de uso). • Conhecer o automóvel que está dirigindo e saber usá-lo corretamente. • Manter o automóvel sempre em boas condições de funcionamento e abastecido de combustível. • Prever situações inesperadas, ficar atento e ser capaz de evitar acidentes (situações perigosas). • Ser capaz de tomar decisões corretas com rapidez nas situações de perigo e executá-las. • Não dirigir cansado ou com sono, sob efeito de álcool, de drogas, de remédios ou de qualquer substância tóxica. • Não confie apenas na sua habilidade; os instrumentos do painel do veículo ajudam a tomar as decisões certas. • Procure ver tudo que está acontecendo à sua volta e certifique-se de que todos estão vendo o seu veículo e a sinalização que estiver usando de forma correta.
Esses deveres são importantes para qualquer motorista. Dirigir com segurança é dirigir com sabedoria.
f. Dicas para transporte de pessoas e volumes O transporte de pessoas e volumes em veículos deve obedecer às Normas do Código de Trânsito Brasileiro.
Atenção especial aos tópicos abaixo, pois eles são importantes para sua segurança. • Distribuição adequada e imobilização das cargas, fia m de evitar que se desloquem e que seja obedecido o preceito legal de peso máximo permitido por eixo. • Proibir e fiscalizar para evitar que as pessoas subam ou desçam de veículos em movimento ou viagem sobre suas carrocerias. • Responsabilidade do condutor pelo bom estado do veículo. • O transporte de ferramentas e de equipamentos deverá ser feito em compartimento separado dos passageiros por uma barreira física (grade, rede, tampão, etc.). g. Dicas para transporte de materiais ou de equipamentos • Acomodar todo o material ou o equipamento de forma a não se deslocar quando o veículo estiver em movimento. • Observar o centro de gravidade de todo o material. • Acondicionar os equipamentos nos veículos para que não haja possibilidade de tombamento dos mesmos. 2.4 Movimentação de cargas As empilhadeiras e guindautos têm considerável participação no índice de acidentes, inclusive quanto à gravidade, seja de lesão ou de grandes perdas. A sua vida, assim como a de seus companheiros, depende muito da maneira de como cada um realiza o seu trabalho. É a NR-11 (Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais) que regulamenta as Normas de segurança para a operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras.
Os equipamentos utilizados na movimentação de materiais, tais como elevadores de carga, guindastes, pontes rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras rolantes, serão calculados e construídos de maneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência e de segurança, conservados em perfeitas condições de trabalho. Especial atenção será dada aos cabos de aço, às cordas, correntes, às roldanas e aos ganchos que deverão ser inspecionados, permanentemente, substituindo as suas partes defeituosas. Dicas de segurança a. A movimentação de cargas deve ser feita com o máximo de cuidado e atenção, devendo para isso planejar o itinerário, o dimensionamento de pessoas, máquinas e acessórios necessários. b. O transporte de peças longas deverá ser feito na horizontal, por no mínimo duas pessoas, e uma terceira pessoa para orientar as pessoas que estiverem transportando. c. O transporte de peças pesadas, tais como transformadores ou disjuntores, deverá ser previamente planejado e executado com equipamento adequado. d. A carga e descarga de tambores com óleo devem ser feitas com guindauto e com dispositivos apropriados e adequados, atendendo as normas ambientais vigentes. e. O deslocamento de tambores dentro da subestação deverá ser feito sobre superfícies planas e, quando a superfície for irregular, devem ser utilizadas pranchas. f. Quando do transporte e da movimentação de disjuntor, de transformador de potencial, transformador de corrente e pára-raios, especial atenção deve ser dada ao seu travamento, às suas embalagens e à altura máxima disponível para a sua movimentação.
g. Quando de transporte de cargas perigosas, efetuar de acordo com a legislação vigente e por profissional devidamente capacitado, habilitado e autorizado. 2.5 Equipamentos operacionais Vejas quais são as principais dicas de segurança ao utilizar os equipamentos operacionais. a. Broca guincho • Inspecionar a broca guincho antes de utilizá-la, preencher checklist adotado pela empresa. • Não tocar no veículo quando da execução de serviços próximos à rede energizada. • Permanecer fora do alcance da carga ou do braço do guincho e certificar-se de que ninguém esteja próximo ao local onde serão apoiadas as sapatas. • Enrolar e/ou desenrolar o cabo de aço do guincho somente quando o mesmo estiver devidamente tracionado. • Observar, rigorosamente, as posições das alavancas de controle e dos freios, assim como as rotações indicadas no “Manual de Operação” do mesmo. • Utilizar a broca guincho para arrancar poste somente quando estiver previamente solto pelo saca-poste. • Implantar ou retirar postes de ferro somente com a rede desenergizada. • Utilizar o gancho no cabo de aço, ao levantar o poste, abraçando o mesmo a um palmo acima da placa que indica o centro de gravidade.
• Ficar sempre de frente para a direção na qual se dirige a carga ou o braço do guincho. • Manter a carga ou o braço do guincho fora das vias de tráfego e, caso seja necessário, sinalizar a área. • Executar tarefas somente com o auxílio dos ajudantes para orientar a trajetória dos objetos em suspensão. • Obedecer à capacidade de operação, conforme normas específicas do veículo. • Utilizar os EPI’s, as luvas, a bota, os óculos e o capacete. b. Cesta aérea • Inspecionar a cesta aérea antes de utilizá-la, preencher checklist quando adotado pela empresa. • Permanecer fora da caçamba quando o caminhão estiver em movimento. • Atentar para a altura dos obstáculos durante o deslocamento do veículo, sendo que o braço da cesta deve estar totalmente arriado e preso à cinta. • Não trabalhar dois empregados simultaneamente (quando da utilização de cestas duplas), em fases diferentes ou em pontos da estrutura e da fase quando a rede estiver energizada. • Evitar que a caçamba se encoste a qualquer equipamento, energizado ou não. • Isolar os condutores, os mensageiros, os tirantes, etc., quando da execução de trabalhos na rede primária energizada. • Utilizar somente para finalidade adequada. • Manter distância mínima de 20 cm das estruturas.
• Não tocar no veículo quando o braço estiver perto de redes energizadas, pois o caminhão pode estar energizado. • Certificar-se de que não há ninguém próximo ao local onde serão apoiadas as sapatas. • Posicionar-se de frente para o sentido que se dirige a cesta. • Evitar a permanência de pessoas sob a lança e a caçamba. • Manter os “braços” da cesta fora das vias de tráfego e, caso seja necessário, sinalizar a área de trabalho. • Permanecer somente um empregado em cada caçamba. • Proteger a caçamba e o braço com as capas apropriadas quando em trânsito ou nos serviços em redes desenergizadas. • Executar as tarefas com o auxílio de um ajudante treinado para atuar em caso de emergência. • Utilizar bota, capacete, óculos, cinturão de segurança, luvas de proteção, etc. c. Guindauto/Munck • Inspecionar o guindauto antes de utilizá-lo. • Permanecer fora do alcance da carga ou do braço do guindauto. • Executar as tarefas com o auxílio de ajudantes para orientar a trajetória dos objetos em suspensão. • Instalar ou retirar equipamentos utilizando-se o guindauto, sem exceder o peso estipulado. • Não utilizar o guindauto para implantar ou retirar postes com a rede energizada. • Para se transportar postes, as carrocerias dos veículos devem possuir malha para a proteção da cabina e para o berço de apoio. • Utilizar capacete, óculos, luvas de couro e botina de segurança.
d. Embarcações Algumas empresas utilizam embarcações próprias ou fretadas de terceiros para transporte de seus ocupantes e equipamentos, essas embarcações deverão ser adequadas às condições do meio pelo qual se deslocam. Não será permitido, em hipótese alguma, o transporte de peso além daquele recomendado pelo fabricante. O excesso de peso instalado, além da capacidade recomendada pelo fabricante, limita a dirigibilidade e a flutuabilidade da embarcação. A evidência de uma ou mais destas condições deverá ser considerada como um grande fator de risco, possibilitando a ocorrência de acidente. As embarcações deverão ser compatíveis com o tipo de trabalho as quais foram especificadas, navegando dentro de condições meteorológicas previstas, além de estarem portando os equipamentos obrigatórios exigidos por lei. Da mesma forma, os materiais transportados deverão estar contidos dentro dos limites da embarcação, sendo proibido o reboque de poste ou de outro material dentro d’água, que não possa ser amplamente sinalizado. Para facilitar a contratação de embarcações terceirizadas, durante falta de embarcação própria da empresa, recomenda-se manter um cadastro atualizado das empresas que fretam embarcações. Proceder inspeção prévia, verificar as condições de segurança, a capacidade de carga, a condição do motor e do casco dessas embarcações, assim como a data de validade das habilitações de seus respectivos condutores.
e. Circulação e permanência de veículos em áreas energizadas A circulação e a permanência de veículos em áreas energizadas são permitidas quando necessário, indispensável e após tomar as medidas de segurança cabíveis, respeitando as distâncias mínimas de segurança regulamentadas em relação aos pontos energizados mais próximos. Na transposição de canaletas, todos os veículos deverão respeitar a sinalização de passagem sobre a área reforçada. O deslocamento dos veículos nessas áreas deverá ser acompanhado pelo profissional responsável que orientará o condutor com a máxima segurança. Caso não exista a delimitação da área energizada, todos os veículos não-autorizados ao adentrarem nessas áreas, deverão trafegar somente pelo arruamento existente na instalação, atentando às distâncias mínimas de segurança entre os pontos energizados e o veículo utilizado. É proibido o estacionamento de veículos ou a permanência de pessoas embaixo de locais de trabalho e de cargas suspensas.
f. Distância mínima de segurança por classe de tensão Todo método ou posição para a realização de qualquer atividade deve garantir a integridade dos profissionais que a executarem. Para tal, deve-se atender as distâncias mínimas de segurança entre condutores expostos em tensão e qualquer outro ponto do corpo do executante ou das ferramentas por ele manuseadas com o braço estendido. Caso o ambiente não propicie essa condição, inviabilizando a realização do trabalho, os condutores deverão ser desenergizados.
Excetuam-se dessa prescrição os serviços realizados por profissionais capacitados e autorizados a realizarem trabalhos em instalações energizadas e com ferramentas apropriadas, mas devem atentar e garantir as distâncias mínimas entre executante e as partes isoladas, conforme definidas em instruções específicas para trabalhos em instalações energizadas. 2.6 Inspeção e manutenção operativa a. Inspeção Antes da utilização do veículo, deve-se realizar a inspeção e verificação dos seguintes itens: • pneus e rodas: • condições dos aros; • condições dos pneus; • estepe. Das ferramentas e dos equipamentos do veículo: • chave de roda; • macaco; • extintor de incêndio; • triângulo de sinalização; • cintos de segurança. Do sistema elétrico: • luzes de freio; • faróis;
• lanternas; • piscas; • buzina; • bateria; • limpadores de pára-brisas; • luzes de marcha a ré. Da carroceria: • funcionamento das portas e das fechaduras; • retrovisores; • avarias. Do sistema de freios e de embreagens: • testar funcionamento de freios (pé e mão); • drenar o reservatório de ar (freio pneumático); • nível de óleo do freio; • posicionamento da embreagem; • folga dos pedais. Dos veículos com equipamentos hidráulicos: • funcionamento dos equipamentos hidráulicos. b. Manutenção Ato ou efeito de manter. Medidas necessárias para a conservação ou permanência de alguma coisa ou de uma situação. Cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e permanente de motores e das máquinas.
Manutenção de veículos Conjunto de atividades técnicas que tem por objetivo manter o veículo em perfeitas condições de operação. c. Atribuições/responsabilidades do condutor Itens a serem observados antes de operar o veículo • Documentos (pessoal, veículo e administrativo). • Ferramentas (macaco, chave de roda, cabo da chave de roda, chave de fenda)• Estepe. • Extintor de incêndio. • Triângulo. • Cinto de segurança. • Níveis de óleo (motor e freio). • Níveis de água (radiador, lavador de pára-brisa e bateria). • Níveis de combustíveis (tanque e partida a frio). • Tensão e estado da(s) correia(s) do gerador, do alternador e da bomba hidráulica. • Iluminação. • Limpadores de pára-brisas. • Buzina.
Você chegou a mais um final de Módulo. Este Módulo teve uma importância particular no que diz respeito ao transporte de pessoas, equipamentos e materiais. Não deixe de realizar as atividades propostas para este Módulo e, antes de prosseguir, reflita de como é a sua atitude ao usar um veículo. No próximo Módulo, você estudará os acidentes típicos do SEP à luz da sistematização da NR-10. Esse é um estudo importante para a sua complementação. Então, bons estudos!
CAPÍTULO 7 – APLICANDO A NR-10
Neste Módulo você estudará os acidentes típicos do SEP à luz da sistematização da NR-10. Verificará os principais conceitos e observará alguns exemplos de acidentes fatais. Quando falamos de acidentes típicos, logo nos vêm à mente situações desagradáveis de pessoas que sofreram lesões. Normalmente tais situações são apresentadas através de fotografias e mostradas aos trabalhadores para que estes tenham medo e busquem a prevenção. Nosso objetivo neste Módulo não é a imposição do medo e sim a conscientização de que é necessário discutir os acidentes com o intuito de analisar as falhas nos procedimentos para que você trabalhe com um nível de segurança cada vez maior. Devemos observar por que determinados fatos continuam ocorrendo. Durante a leitura deste Módulo reflita sobre os atos e condições inseguras que devem ser eliminados para garantirmos saúde e qualidade de vida para nós e nossa equipe! LIÇÃO 1 Acidentes típicos: análise, discussão e medidas de proteção.
1.1 Conceitos básicos Verifique a seguir os principais conceitos que estão presentes na análise de acidentes. a. Condições abaixo do padrão Configuração ambiental ou fato que, comparado a uma determinada referência (regra, norma, recomendação e outros procedimentos reconhecidos pela organização) padrão, configura-se como potencial causador de dano pessoal, impessoal ou a combinação destes. b. Incidente (quase acidente) Evento não desejado que, sob circunstâncias ligeiramente diferentes, poderia ter resultado num acidente. c. Acidente Evento não desejado que resulta em danos ou lesão. d.Acidente de trabalho (com base na lei 8213/91 – art. 19 e 20) É o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou ainda pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho permanente ou temporário. d1.Acidente de trajeto O que ocorre no percurso usual entre a residência ou o local da refeição para o trabalho, ou deste para aquele, locomovendo-se o empregado a pé ou valendo-se de transporte próprio, da empresa ou coletivo.
d2. Acidente típico Acidente decorrente da característica da atividade profissional desempenhada pelo acidentado. d3.Acidente sem afastamento Aquela que permite ao empregado retornar ao trabalho até a próxima jornada imediatamente após o dia da ocorrência do acidente. d4.Acidente com afastamento Aquela que não permite ao empregado retornar ao trabalho na jornada do dia seguinte ao da ocorrência do acidente. e. Causa imediata São as circunstâncias que precedem imediatamente o contato da pessoa com o agente causador (real ou potencial) da lesão. Geralmente são vistas ou sentidas. Com freqüência podem ser denominadas ações ou práticas inseguras (comportamentos que possibilitam a ocorrência de um acidente) ou condições inseguras (circunstâncias que possibilitam a ocorrência de um acidente). f. Causa básica São as doenças ou as causas reais que desencadeiam sintomas; razões pelas quais os atos e condições fora do padrão ocorreram; os fatores que, se identificados, permitem um controle por meio da gestão dos riscos. Ajudam a explicar o porquê das pessoas realizarem práticas fora do padrão. Observe que as causas básicas se diferenciam das causas imediatas pela necessidade de um estudo mais aprofundado para se obter um controle sobre elas. A falta de controle é o que você estudará no próximo item.
1.2 Elementos de controle Se você trabalha com o controle, saiba que é uma das quatro funções essenciais da gestão: planejar, organizar, gerir (liderar/dirigir) e controlar. Essas funções se relacionam com as atividades de gestão (gerenciamento), independente de nível hierárquico. As principais reações decorrentes da falta de controle são: • sistema inadequado; • padrões inadequados; • não-cumprimento dos padrões. Verifique a seguir, alguns elementos importantes relacionados ao controle no trabalho. a. Segurança do trabalho e saúde ocupacional • Segurança do Trabalho Conjunto de medidas, resultante de estudo técnico, que determina as condições de trabalho visando a integridade dos empregados, dos trabalhadores temporários, do pessoal contratado, dos visitantes e de qualquer outra pessoa que possa adentrar na área de trabalho. • Saúde ocupacional Conjunto de atividades médicas que prioriza a saúde dos trabalhadores vinculados à empresa, a partir de estudos epidemiológicos e de métodos preventivos, diante da exposição direta ou indireta a riscos ambientais, em sua atividade laborativa. b. Profissionais de segurança do trabalho e de saúde ocupacional Compõem o serviço especializado em engenharia de segurança e medicina do trabalho e devem ser habilitados como:
• engenheiros de segurança do trabalho; • técnicos de segurança do trabalho; • médicos do trabalho; • enfermeiros do trabalho; • auxiliar de enfermagem no trabalho. c.
Metodologia
árvore
das
causas Glossário
Método analítico que permite ordenar os fatos que contribuíram diretamente para a concretização do dano ou da situação com potencial significativo de causar danos, estabelecendo uma seqüência lógica para identificar as causas básicas e imediatas do evento e auxiliar na definição das ações de controle e/ou de eliminação dos riscos.
Você aprofundará este tema mais adiante. Verifique também o Anexo II que apresenta um exemplo de árvore das causas.
d. Membros responsáveis pela investigação de incidentes/acidentes • Profissional de segurança do trabalho (de acordo com sua área de atuação). • Empregado membro da CIPA e por ela designado para esta atribuição.
• Empregado conhecedor das atividades da área onde ocorreu o evento. • Qualquer outro convidado especialista, empregado ou não, e com formação e/ou conhecimento técnico específico, que o grupo considerar necessário para melhor elucidar as causas do evento objeto de estudo.
e. Investigação e análise do evento Conjunto de ações que conduz ao entendimento do evento, à identificação dos fatores relevantes para sua ocorrência e favorece na tomada de decisão. f. Responsáveis É a designação de unidades preventivas e corretivas para todas as funções de tomada de decisão, em qualquer setor da empresa, independentemente do nível hierárquico (cargo) que o empregado ocupa. Exemplo: gerente, líder, supervisor, etc. 1.3 Procedimentos gerais Confira como os procedimentos gerais são divididos. a. Investigação menos criteriosa É estabelecida de acordo com a análise da freqüência e da gravidade. O Profissional de segurança do trabalho é o profissional necessário e suficiente para analisar o evento, identificar suas causas e propor as medidas preventivas e/ou corretivas necessárias ao gerente da área envolvida.
No caso de doença profissional ou acidente do trabalho, o profissional de segurança do trabalho deve envolver o membro da CIPA na análise das causas e nas proposições das medidas preventivas. b. Investigação mais criteriosa É estabelecida por uma análise da freqüência e da gravidade. O profissional de segurança do trabalho deve convocar os responsáveis para investigar e analisar o evento aplicando a metodologia mais adequada. Após a escolha da metodologia (que pode ser análise de falha humana, análise de falha e efeito – FMEA, análise de segurança de sistemas ou árvore de eventos) e a identificação das causas básicas e imediatas, o grupo deve propor ao gerente as medidas preventivas e/ou corretivas.
Caso haja acidente com danos ao meio ambiente, a área atingida deve ser informada de imediato.
c. Avaliação da descrição do evento Considerando a descrição do evento, os responsáveis devem iniciar seu estudo com o objetivo de identificar as causas que contribuíram efetivamente para a ocorrência do evento. d. Levantamento dos fatos Tem seu início a partir da comunicação e é sucedido pela visita no local onde o evento ocorreu (ou está prestes a ocorrer). Preferencialmente a visita deve acontecer logo após sua ocorrência ou da identificação do potencial. O levantamento dos fatos consiste na busca de informações por meio de entrevistas com testemunhas e análise dos vestígios e/ou outras evidências que possam elucidar o fato. Não devem ser consideradas as informações subjetivas, tais como, julgamentos e suposições. Somente os fatos reais, que apresentem evidências objetivas, devem ser considerados. Todos os vestígios devem ser preservados até que o trabalho esteja concluído. Sempre que houver dúvidas, essa fase deve ser retomada a fim de se obter maiores detalhes.
e. Elaboração da árvore das causas A elaboração da árvore das causas é importante para o entendimento de alguns elementos estudados até aqui. A montagem da árvore das causas tem seu início estabelecido pelo fato de maior relevância (dano pessoal ou impessoal ou condição de risco iminente). A partir desse fato (último acontecimento), sempre no sentido da direita para esquerda, determina-se a inter-relação lógica entre os fatos causadores e conseqüentes. Uma árvore pode ser considerada completa se contemplar as seguintes informações: • apresentar somente os fatos relevantes que contribuíram diretamente para a ocorrência do evento; • evidenciar as interferências dos fatores externos (eventuais/não habituais/nãopadronizados) nos procedimentos de trabalho; • identificar as causas imediatas e básicas que desencadearam o evento; • indicar as oportunidades de melhoria (controle e/ou eliminação dos riscos) relacionadas ao material, equipamento/ferramenta, método de trabalho, capacitação do empregado ou a adequação do posto de trabalho. f. Busca das prevenções Consiste em procurar a(s) prevenção(s) capaz(es) de eliminar cada fato que deu origem a uma seqüência de fatos não-desejados. É um momento no qual cada um dos participantes deve unir experiência, técnica, bom senso e criatividade para que alcancem o maior número possível de prevenções.
g. Escolha das prevenções Dentre as prevenções encontradas, deve-se escolher as ações que podem servir como sugestão ao gerente da área envolvida. As sugestões devem ser analisadas considerando os seguintes critérios: • conformidade com a legislação – a sugestão não deve confrontar com a legislação; • substituição do risco – a sugestão não deve eliminar um risco e criar outro que comprometa a integridade dos empregados; • custo – deve ser considerando o aspecto custo-benefício; • prazo – a implantação e/ou a execução da prevenção deve ocorrer no menor espaço de tempo possível; • aumento da carga de trabalho – a prevenção a ser adotada deve interferir o mínimo possível na carga de trabalho (ergonomia); • generalização – privilegiar a proposta que seja possível de implantação em outras áreas que desenvolvem atividades semelhantes; • estabilidade – privilegiar a proposta que mantenha sua eficiência e eficácia após a sua implantação. Depois de vencidas todas essas etapas, o processo deve ser finalizado pelo profissional de segurança do trabalho. As prevenções relacionadas à melhoria de materiais, equipamentos e/ou ambiente, tendem à maior estabilidade e menor generalização. As prevenções relacionadas ao comportamento das pessoas tendem à maior generalização e menor estabilidade.
h. Sugestões propostas (ações corretivas ou preventivas) As ações propostas e aprovadas pelo gestor do processo devem ser implementadas pelo responsável designado pelo gerente, o qual deverá acompanhar todo processo até a sua conclusão. Verifique, a seguir, alguns anexos importantes para o entendimento desta lição. ANEXO I - Matriz de severidade PROBABILIDADE:“Situação que determina a ocorrência”
GRAVIDADE: “Conseqüência do evento”
QUALIFICAÇÃO
BAIXA Sistema opera sem restrição, e ou danos materiais desprezíveis, e ou sem lesão pessoal. MODERADA Sistema opera com restrição e sem comprometimento, e ou danos materiais não desprezíveis mas contornáveis, e ou com lesão pessoal leve e sem comprometimento. CRÍTICA Sistema opera com restrição e comprometimento, e/ou danos materiais não desprezíveis mas contornáveis, e/ou lesão pessoal com comprometimento temporário. CATASTRÓFICA Sistema totalmente comprometido exigindo restauração de grande porte, e ou danos materiais irreparáveis ou perda total, e ou lesão pessoal grave e comprometimento permanente.
FREQUENTE
OCASIONAL
O fato pode ser admitido como certo.
O fato depende de uma única falha, inclusive humana.
REMOTA
IMPROVÁVEL
O fato depende de diversas falhas simultâneas, inclusive humana.
O fato depende de falhas do material ou falhas específicas do sistema.
REGIÃO DO SISTEMA QUE DISPENSA A INVESTIGAÇÃO MAIS CRITERIOSA
REGIÃO DO SISTEMA QUE EXIGE A INVESTIGAÇÃO MAIS CRITERIOSA
ANEXO II - Exemplo de Árvore das Causas
Tipo: impacto Hora: 8:50 Idade do acidentado: 35 anos Tempo na função: 14 anos Descrição: por ocasião dos preparativos para trabalhos de recuperação do enrolamento estatórico do gerador, mais precisamente durante a desmontagem das tampas e da excitatriz principal, houve um acionamento rápido da ponte rolante, o que provocou um deslocamento inesperado no moitão (papagaio) que veio a impactar na parte superior do bobinado estatórico, danificando 12 espiras. Causas prováveis do acidente: procedimento inadequado. O operador deveria ter recolhido todos os guinchos de suspensão, liberado todos os comandos da máquina, inclusive aliviado o acionamento de “homem morto”.
1.4 Análise de acidentes Neste tópico você verificará alguns exemplos de acidentes fatais. Em cada caso, reflita sobre as medidas de controle que estão à sua disposição. Será que você implementa os procedimentos de forma correta e busca garantir a segurança em todas as atividades?
Tipo: Choque elétrico Hora: 09:40 Idade do acidentado: 54 anos Tempo na função: 22 anos e 8 meses Descrição: uma equipe composta de dois eletricistas dirigiu-se a um edifício com o objetivo de suspender o fornecimento de energia elétrica de um consumidor inadimplente. À medida que um dos eletricistas desconectava os fios nos bornes do medidor, no quadro de medição trifásica situado no subsolo do edifício, dobrava as pontas do fio 6 mm com a intenção de dificultar o religamento por parte de terceiros, quando tentava dobrar a ponta do último fio bateu com o alicate numa das fases já desconectada ocasionando um curto-circuito entre fases provocando a explosão do medidor que o projetou, em chamas, sobre um veículo que estava estacionando nas proximidades, falecendo, dias após, em conseqüência das queimaduras sofridas. Causas prováveis do acidente: emprego de procedimento inadequado, deveria ter desligado a chave de alimentação existente situada antes do medidor. Tipo: Choque elétrico Hora: 10:00 Idade do acidentado: 53 anos Tempo na função: 1 ano e 6 meses Descrição: ao fazer a conexão do ramal de serviço à rede de distribuição, sofreu uma descarga elétrica ficando preso ao poste pelo cinturão de segurança, vindo a falecer, apesar da prestação dos primeiro socorros. Causas prováveis do acidente: falta de planejamento e supervisão, o eletricista deveria ter utilizado protetores isolantes (luvas, mangueiras, lençóis e coberturas isolantes). Tipo: choque elétrico Hora: 14:15 Idade do acidentado: 59 anos Tempo na função: 22 anos e 8 meses Descrição: ao subir na escada para executar a substituição de ligação monofásica de uma residência, tocou na rede energizada, perdeu o equilíbrio foi projetado ao solo, falecendo no local. Causas prováveis do acidente: falha de supervisão, a vítima não utilizava equipamento de proteção; a rede não estava coberta com coberturas de baixa-tensão e a escada estava mal posicionada.
Tipo: choque elétrico Hora: 15:00 Idade do acidentado: 32 anos Tempo na função: 1 mês Descrição: eletricista de turma de manutenção em linha desenergizada auxiliava turma de linha viva na execução da tarefa de instalação de poste de concreto em metodologia de linha energizada. A vítima segurava uma corda úmida, pois o tempo era chuvoso, guiando a base do poste ao centro do buraco quando recebeu descarga elétrica após o referido poste encostar na rede de 23 Kv. Morte no local. Causas prováveis do acidente: falta de treinamento, falta de planejamento, supervisão inadequada. Tipo: choque elétrico Hora: 11:20 Idade do acidentado: 32 anos Tempo na função: 12 anos Descrição: liberada a manutenção de religador em uma subestação, não tendo sido anotados, na Ordem de Serviço, o código das chaves que, na posição aberta, garantiriam o isolamento do equipamento, e tendo concluído a tarefa na fase A, o eletricista posicionou a escada junto à fase B.Ao tentar conectar o instrumento teste (DUCTER) nessa fase, recebeu uma descarga elétrica, pois a chave, anterior ao religador, encontravase fechada. Causas prováveis do acidente: energização indevida, houve falha na manobra que poderia ser detectada pelo uso do teste de ausência de tensão. Tipo: choque elétrico Hora: 16:15 Idade do acidentado: 49 anos Tempo na função: 16 anos e 1 mês Descrição: um operador de subestação subiu na escada com um cartucho de chave fusível, e tentou colocá-lo manualmente na chave do transformador de serviço da SE, sofrendo descarga elétrica em 13,8 kV. Não utilizava vara de manobra, luvas isolantes de borracha, capacete e botas de segurança. Causas prováveis do acidente: procedimento totalmente inadequado por parte do eletricista. Tipo: choque elétrico Hora: 15:00 Idade do acidentado: 36 anos Tempo na função: 6 anos Descrição: a vítima fazia parte de uma equipe de serviços de inspeção em equipamentos de subestação.Após concluir seus serviços, e no intuito de auxiliar uma outra equipe de manutenção, e sem comunicar seu superior, subiu numa estrutura que se encontrava próxima à chave do barramento de manobra (chegada de um alimentador de 33 kV), a qual se encontrava energizada.A área de trabalho não estava sinalizada por bandeirolas/fitas. Ao tentar substituir uma lâmpada, que estava programada para ser substituída em tais condições, não manteve a distância segura, aproximando-se do local energizado sendo atingido por uma descarga elétrica da chave do barramento, vindo a falecer em conseqüência. Causas prováveis do acidente: falha de supervisão, a vítima não executou os procedimentos adequados para esse evento.
Diante de tais acidentes, como você está agindo para que também não ocorra com você? Você já vivenciou algum acidente com um colega de trabalho? Verifique a seguir outros exemplos de acidentes que, caso não ocorra a prevenção, poderá ocorrer também com você. Acidente 1
Data do Acidente: 2/4/2004 Hora do Acidente: 09:30 Função: Turmas LD e RD desenergizada Data do último treinamento para a função: 21/11/2003 Descrição sucinta de acidente: Após o rompimento de uma chave em RDR, uma equipe vistoriou o local e desenergizou a rede porém, como Glossário RDR – Rede de era noite, a manutenção ficou para o dia seguinte. No outro dia um eletricista foi designado com um auxiliar em treinamento, para correr a Distribuição Rural; LD Linha rede que estava desenergizada e encontrar o defeito. Quando chegou no Desenergizada; local, percebeu que duas redes derivavam da mesma estrutura, uma estava RD – Rede de energizada e a outra desenergizada. O eletricista afirmou, convicto, que a Distribuição. rede defeituosa era a da direita e iniciou a caminhada.Após percorrerem 800 m, identificou o cabo da rede com a fiação de alumínio rompida e iniciou os procedimentos de reparo. Ele havia percorrido a rede energizada e não realizou nenhum procedimento de detecção de tensão, pois estava convicto que a rede estava desenergizada. Quando tocou o cabo da rede, recebeu a descarga elétrica. Aspectos de caráter comportamental: Exigência do cumprimento dos procedimentos de segurança antes de iniciar o reparo na rede. Divulgar e exemplificar que a vítima havia estado no mesmo local recentemente e conhecia a região. Aspectos de caráter técnico: Recomendação à área de projetos no sentido de que as redes antigas que derivam de uma mesma estrutura, não projetadas pela empresa há alguns anos, sejam modificadas e procedidas as devidas atualizações. Acidente 2 Data do Acidente: 8/10/2004 Hora do Acidente: 09:15 Função: Turmas LD e RD desenergizada Data do último treinamento para a função: 23/06/2004 Descrição sucinta de acidente: estava posicionado no poste, usando esporas, pronto para instalar uma chave faca, que seria a referente a um penúltimo desligamento solicitado, quando por engano aproximou-se da rede energizada, sofrendo descarga elétrica. Deixou de testar a ausência de tensão e não aterrou a rede a ser trabalhada. Aspectos de caráter comportamental: planejar as tarefas a serem executadas. Aspectos de caráter técnico: todos sejam orientados no sentido de seguirem as regras para a intervenção em redes desenergizadas, especialmente o teste de tensão e aterramento temporário.
Acidente 3 Data do Acidente: 23/01/2004 Hora do Acidente: 07:30:00 Função: Serviços junto a consumidores Data do último treinamento para a função: 22/07/2003 Descrição sucinta de acidente: ao atender emergência de falta de fase o empregado observou que a chave fusível da fase B estava aberta, fez a troca e ao bater houve novo rompimento. Abriu as outras duas chaves o foi verificar os pára -raios encostando a mão sem o uso de EPI.Tocou nos pára-raios da fase A e C sem alteração, mas quando foi tocar na fase B sofreu descarga elétrica de 13.8 kV. Aspectos de caráter comportamental: orientar os empregados para efetuarem os procedimentos, utilizando EPC (detector de tensão) e EPI (luva isolante de AT e de cobertura). Além de adotar postura segura. Aspectos de caráter técnico: conscientização dos empregados da obrigatoriedade de adoção dos procedimentos de trabalho, uso adequado e obrigatório de EPC e EPI, avaliar o ambiente e a estrutura de trabalho. Acidente 4 Data do Acidente: 11/512004 Hora do Acidente: 08:30:00 Função: Manutenção equipamentos de distribuição Data do último treinamento para a função: 05/10/2001 Descrição sucinta de acidente: aproveitando que a equipe de manutenção efetuava troca de um transformador, o empregado junto com um colega foi à Subestação verificar e conferir ligações do TC e TP de alta tensão e confirmar a ligação do medidor. Acreditando que a SE estava desenergizada o empregado entrou na cabine de medição para realização do serviço, quando veio a sofrer descarga elétrica. Aspectos de caráter comportamental: comunicar a outra equipe que esta trabalhando na rede; verificar se o local está realmente desenergizado com auxílio detector de tensão (EPC) e sinalizar para evitar religação. Aspectos de caráter técnico: ao aproveitar o desligamento de um trabalho avisar a outra equipe para evitar religação e energizamento da rede; efetuar os testes cabíveis para constatação de energia; sinalizar para não ocorrer religamento; verificar se há tensão.
Acidente 5 Data do Acidente: 26/11/2004 Hora do Acidente: 14:00:00 Função: manutenção equipamentos de distribuição Data do último treinamento para a função: 1/1/2002 Descrição sucinta de acidente: executava teste elétrico em transformador apoiado em caminhão, integrando equipe de manutenção de equipamento, quando houve energização antecipada da instalação elétrica, ocasionando descarga elétrica e eletrocussão. Aspectos de caráter comportamental: – Aspectos de caráter técnico: observar os procedimentos estabelecidos por norma para a realização de testes elétricos. Testes elétricos só devem ser executados por profissionais treinados para este fim e utilizando-se os EPIs necessários. Acidente 6 Data do Acidente: 26/05/2004 Hora do Acidente: 13:40:00 Função: Serviços isolados de LD e RD Data do último treinamento para a função: 10/6/2003 Descrição sucinta de acidente: dirigia-se à zona rural, com o objetivo de fazer leituras. Com base nas condições do veículo e do local, o empregado, após deixar o perímetro urbano, percorridos aproximadamente 300 m, assim que fez uma conversão acentuada à direita, com velocidade de 42 km/h, foi surpreendido por uma carreta transitando em sentido contrário, na contramão de direção, imprimindo velocidade incompatível com o local, na tentativa de desviar-se de buracos na pista. O motorista da carreta tentou desviar-se da motocicleta da Companhia, porém, a velocidade e o posicionamento da carreta na pista, não permitiram evitar a colisão. Com o impacto da motocicleta na lateral traseira esquerda da carreta, o empregado faleceu instantaneamente. Aspectos de caráter comportamental: proceder a divulgação do acidente em todas as áreas da empresa que utilizam motocicletas, enfatizando a necessidade de atenção redobrada na condução de motos devido aos riscos impostos por terceiros. Aspectos de caráter técnico: treinamento de reciclagem em direção defensiva para os motociclistas da empresa. Acidente 7 Data do Acidente: 26/06/2004 Hora do Acidente: 05:30:00 Função: Turmas LD e RD desenergizada Data do último treinamento para a função: 28/11/2003 Descrição sucinta de acidente: subiu numa escada para realizar serviço de manutenção em linha elétrica (substituição de um conector de AT), sem fazer uso de teste de tensão, quando aproximou-se de outra linha energizada, sofrendo descarga elétrica, caindo ao solo. Aspectos de caráter comportamental: atenção ao realizar suas atividades e conscientização para não usar de autoconfiança. Aspectos do caráter técnico: treinamento quanto ao uso correto de EPI’s e a forma detalhada quanto ao procedimento de sua atividade.
Acidente 8 Data do Acidente: 30/05/2004 Hora do Acidente: 07:20:00 Função: Operação de subestação Data do último treinamento para a função: 18/05/2004 Descrição sucinta do acidente: durante obra para entrada em operação de uma nova configuração dos alimentadores de uma subestação, o funcionário escalou uma torre para a retirada/corte de cabos e não realizou testes de segurança (ausência de tensão e aterramento). Ao se aproximar dos condutores, um destes estava energizado, houve a formação de um arco elétrico que atingiu o funcionário. Aspectos de caráter comportamental: implantação de método de análise de perfil para todos os cargos operacionais. Aspectos de caráter técnico: atualização do sistema de gravação entre o Centro de Operação e equipes operacionais. Formalização de métodos de análise preliminar de risco. Implantação de inspeção de segurança. Acidente 9 Data do Acidente: 31/12/004 Hora do Acidente: 09:42:00 Função: Manutenção equipamentos de distribuição Data do último treinamento para a função: 8/11/2003 Descrição sucinta de acidente: ao tentar realizar abertura de chave lado fonte do religador, provavelmente utilizando as mãos protegidas por luvas de couro. Sem testar ausência de tensão, veio a sofrer descarga elétrica de 22 kV, devido a energização indevida do alimentador por parte de outra concessionária. Aspectos de caráter comportamental: as recomendações de caráter comportamental para os empregados estão diretamente ligadas a não realização de práticas subpadrão dentro das atividades da Companhia. Aspectos de caráter técnico: as recomendações ligadas a este evento, direcionam-se para o cumprimento dos padrões operacionais estipulados nos Manuais da Companhia. Acidente em Usina Em uma Usina, foram programadas manutenções no Trafo Elevador 01T3 e no Trafo Regulador 01R2 para um mesmo período. A manutenção do Trafo Elevador ficou a cargo do serviço de manutenção de subestação e a manutenção do Trafo Regulador ficou a cargo do serviço de manutenção da usina. Durante essa programação, foi percebido pela operação que as fechaduras das portas dos cubículos dos reatores limitadores de correntes, os quais se situam próximos ao Trafo Regulador 01R2, estavam danificadas e precisavam ser substituídas. Dessa forma foi providenciada a compra de novas fechaduras.
Nesse intervalo, foi concluída a manutenção no Trafo Elevador pelo serviço de manutenção de subestação, tendo sido o mesmo reenergizado (ver diagrama). Como a substituição das fechaduras foi executada após a reenergização do Trafo Elevador 01T3, essa atividade foi acompanhada pelo encarregado da Operação, pelo fato de ser alto risco, pois os reatores limitadores de corrente encontravam-se energizados. Como os reatores encontravam-se energizados, o procedimento a ser adotado para a substituição das fechaduras era a de executar o serviço no cubículo de cada fase, só passando para o cubículo da fase seguinte após a conclusão e fechamento das portas daquele cubículo sob intervenção. Os trabalhos foram iniciados pelo cubículo da fase C, porém, estando a equipe concluindo as atividades no cubículo da fase B, houve a antecipação da abertura de uma das portas do cubículo da fase A, para marcação dos furos de fixação para a nova fechadura. Nessa ocasião, por dificuldade de aperto do último parafuso na porta do cubículo da fase B o encarregado da instalação solicitou o apoio do servidor que estava executando a furação no cubículo da fase A, que deixou momentaneamente a porta desse cubículo aberta. A ocasião da conclusão dos serviços de manutenção do Trafo Regulador 01R2 coincidiu com o período das atividades de substituição das fechaduras dos cubículos dos reatores limitadores de corrente. Após o término dos trabalhos de manutenção no Trafo Regulador 01R2 pela equipe do serviço de manutenção elétrica da usina, o supervisor dessa equipe se dirigiu ao equipamento para realizar a inspeção final, visando a sua devolução à Operação. Com a conclusão da referida inspeção no Trafo Regulador e pela proximidade dos cubículos dos reatores limitadores de corrente, o supervisor dirigiu-se para o cubículo do reator da fase A, que se encontrava momentaneamente com uma das portas aberta, sem ser percebido pela equipe que procedia a substituição das fechaduras.
Provavelmente, para realizar uma inspeção ou verificar o porquê da porta encontrar-se aberta, o mesmo aproximou-se do reator energizado, quando veio a acontecer o acidente fatal. A causa do acidente foi proveniente de uma descarga elétrica na tensão de 16 kV, entre o reator limitador fase A e o acidentado, devido ao rompimento da distância mínima de segurança.
Agora que já discutimos alguns acidentes, leia cada um dos casos de acidentes (na geração e em linhas de transmissão), a seguir, e defina as falhas nos procedimentos de trabalho indicando quais são os requisitos técnicos e hierárquicos que não foram respeitados.
a) GERAÇÃO 1º CASO Descrição do acidente O empregado estava debruçado sobre a tampa da turbina realizando reparo em chavebóia utilizada para comandar bomba de drenagem. O empregado retirou a proteção que envolvia o relé de acionamento expondo fiações energizadas com 127 VCA. Ao esticar o braço para concluir o reparo na bóia, veio a tocar nessa parte energizada havendo o aterramento elétrico através de seu corpo. Como estava com o queixo apoiado em estrutura metálica, sobre a qual estava debruçado, sofreu vários espasmos decorrentes do contato elétrico. Soltou-se sozinho do contato elétrico. Houve lesões decorrentes do choque (queimadura no braço e na boca) e lesão aberta na boca e na gengiva. Causas imediatas possíveis • Exposição de partes energizadas. • Deixar de isolar ou delimitar a área de risco. Causas básicas possíveis • Falta de supervisão. • Inexistência de padrões de segurança para essa tarefa. • Trabalho executado em condições de risco e sem acompanhamento. 2º CASO Descrição do acidente Os empregados estavam realizando trabalhos de finalização de montagem de uma turbina dentro do poço da turbina. Em dado momento, um empregado que estava utilizando uma lixadeira sofreu choque elétrico. O contato foi desfeito e o acidentado foi socorrido.
Causas imediatas possíveis • Más condições de conservação da ferramenta. • Falta de inspeção preliminar na ferramenta de trabalho. Causa básicas possíveis • Inexistência de padrões de segurança para a tarefa.
b) LINHAS DE TRANSMISSÃO 1º CASO Descrição do acidente A equipe de manutenção de linhas de transmissão efetuava a substituição de cruzetas em regime de linha desenergizada em uma estrutura 69 kV. Em dado momento houve a quebra do topo do poste de concreto fazendo com que os cabos viessem a tocar na rede primária da distribuição em cruzamento, logo abaixo, levando três eletricistas a sofrerem choque elétrico. Causas imediatas possíveis • Realizar manutenção (em regime de linha morta) acima de estrutura energizada sem as devidas proteções. • Não “bloquear” o religamento da rede, logo abaixo. • Quebra da ponta do poste. Causas básicas possíveis • Falta de isolamento ou de desenergização da rede de distribuição na área de possível contato com a linha de transmissão. • Estrutura comprometida, internamente, pelo tempo.
2º CASO Descrição do incidente A equipe de linhas de transmissão realizava serviço de substituição de discos de porcelana da coluna do braço da chave seccionadora da SE. A atividade consistia na substituição dos isoladores de discos, os quais teriam que ser retirados através de contato físico, ou seja, com as próprias mãos, não sendo permitida a utilização de nenhum caminhão guindaste para auxílio e nem andaimes isolados. Os serviços seriam realizados em regime de linha energizada, conforme solicitado pela equipe de manutenção, através do pedido inicial, porém os mesmos foram realizados em regime de linha morta quando os trabalhos foram interrompidos por um técnico de segurança (obs.: um dos pólos da seccionadora estava energizado). Causas imediatas possíveis • Falha de procedimento na execução da tarefa (linha desenergizada). • Falha na análise da operação. • Descumprimento de Norma interna. Causas básicas possíveis • Dúbia interpretação pelo técnico operacional responsável do termo regime de linha “energizada”, pois entendeu que esta tarefa poderia ser realizada em regime de rede desenergizada (linha morta) com um lado energizado e outro desenergizado, uma vez que trabalharia em regime de linha morta do lado desenergizado. • Falha no planejamento e na emissão do pedido e da autorização. • Falha na liberação do serviço (operação). • Desconhecimento dos procedimentos da tarefa em relação às atividades que podem ser realizadas pelas equipes de linha viva.
3º CASO Descrição do acidente Uma calculadora foi esquecida em uma banca de capacitor da SE, o operador da SE é solicitado para pegá-la. Existia um cercado para acesso no qual, para entrar, necessitaria da chave 02 (existiam duas chaves interlock não-separáveis). Para pegar a chave do cadeado do cercado, o operador deveria desligar a banca com a chave 01, retirá-la junto com a chave 02, mas o padrão estava alterado (chave 02 com argola removível). O operador retirou a chave 02 sem desligar a banca, abriu o cadeado do cercado e foi em direção à calculadora, que estava em cima da banca, com aproximadamente 40 kV de carga. Recebeu descarga elétrica, ocorrendo queimaduras de terceiro grau e o acidentado veio a falecer após cinco dias. Causas imediatas possíveis • Descumprimento de normas e procedimentos. • Falta de comunicação do operador com o Centro de Operações. • Falha na interpretação do risco. Causas básicas possíveis • Irregularidade no jogo de chaves (deveria ser impossível abrir o cadeado sem desligar a banca de capacitores). • Anomalia não comunicada para o Centro de Operações. Parabéns, você concluiu mais um Módulo. Você verificou os principais acidentes e as suas causas. Todos os exemplos apresentados são importantes para a sua segurança. No próximo Módulo você estudará as responsabilidades de todos os envolvidos nos trabalhos no SEP conforme a legislação brasileira. Então, vamos lá!
CAPÍTULO 8: RESPONSABILIDADES
Neste Módulo você estudará as responsabilidades de todos os envolvidos nos trabalhos no SEP, conforme a legislação brasileira. Antes de você iniciar e em conformidade com o que você estudou no Curso Básico da NR-10, que tal rever o item 10.13 da Norma que trata sobre responsabilidades? Durante a leitura deste Módulo, reflita sobre as suas ações e a maneira como você se preocupa com todos os aspectos pertinentes aos trabalhos que você e sua equipe realizam diariamente. Será que todos sabem quais são as responsabilidades civil e criminal a que cada um está sujeito, além das técnicas a serem aplicadas nos serviços em eletricidade? Anote suas dúvidas com relação ao tema em questão e, posteriormente, discuta com seus colegas e com o tutor no Ambiente Virtual de Aprendizagem. _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________
LIÇÃO 1 Introdução a Responsabilidade A norma regulamentadora estabelece os requisitos e condições mínimas ao implemento de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que - direta ou indiretamente interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.
Você já leu a NR-10 quanto às responsabilidades relativas ao seu cumprimento? Você sabe o que cabe aos trabalhadores em relação a sua segurança?
A NR-10 é clara quanto às responsabilidades dos empregados e empregadores. Você pode observar que a participação responsável aumenta quando o grupo aprende a analisar as condições de trabalho, desenvolvendo diagnósticos para resolução dos problemas. Quando isso acontece num ambiente propício o processo produtivo ganha liderança alinhada com atividades seguras, tomada de decisão em grupo, autoconfiança e autoestima.
Durante a leitura deste módulo reflita sobre suas ações e a maneira como você se preocupa com todos os aspectos pertinentes aos trabalhos que você e sua equipe realizam diariamente. Será que todos sabem quais são as responsabilidades civil e criminal a que cada um está sujeito além das técnicas a serem aplicadas nos serviços em eletricidade? Anote suas dúvidas com relação ao tema em questão e posteriormente discuta com seus colegas e com o tutor no ambiente virtual.
Fica evidenciado que a NR-10 contribui muito no surgimento de um sistema de gestão dos riscos e agregados com objetivos claros: manter os trabalhadores informados sobre os perigos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle contra os riscos elétricos a serem adotados, sua aplicação diária, interfaces com os projetos e atualizações, entre outros.Visa também apurar e melhorar a influência positiva que cada indivíduo exerce sobre os outros e suas ações, a partir do aperfeiçoamento das comunicações e redução dos conflitos entre equipes. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT, Decreto-Lei nº 5.452/1943): Art. 157 da Cabe às empresas: I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Art. 158 - Cabe aos empregados: I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela
empresa.
Todos têm a responsabilidade de zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho, em todos os cargos e funções; bem como de responsabilizar-se junto à empresa pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos preconizados de segurança e saúde. É importante destacar que todo trabalhador que - direta ou indiretamente - interaja em instalações elétricas e serviços com eletricidade, deve ser treinado e capacitado a fim de diminuir os acidentes envolvendo eletricidade. Esta gestão é de grande utilidade para as empresa, contribuindo com as ações dos SEESMT (Serviço Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) responsáveis pelas empresas, refletindo diretamente nos resultados dos incidentes e acidentes do setor. Na próxima lição você conhecerá o significado de responsabilidade e qual a sua importância para o seu trabalho.
LIÇÃO 2 O que é Responsabilidade?
Você estudará uma rápida apresentação, a qual fornecerá conceitos úteis e necessários ao trato do tema tanto na esfera civil quanto na criminal.
A responsabilidade sob o ponto de vista jurídico tem dois enfoques. O primeiro envolve a necessidade de que cada pessoa atue conforme o Direito, este entendido como o conjunto de normas que regem uma sociedade (Constituição, Lei, Decretos, Regulamentos, etc.). O segundo enfoque – decorrência do primeiro - é justamente a obrigação de reparar um indevido prejuízo proveniente da inobservância daquela(s) norma(s). A obrigação de comportar-se conforme a lei (entendida em sentido amplo) encontra-se no texto constitucional: Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ... II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; ... De forma semelhante nos dois diplomas abaixo: Na Lei de Introdução ao Código Civil (LICC, Decreto-Lei Nº 4.657/1942): Art. 3º - Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. E no Código Penal (CP, Decreto-Lei nº 2.848/1940): Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. ...
Para concluir se há ou não possibilidade de atribuir a alguém a responsabilidade pela ocorrência de um determinado evento danoso é necessário que se façam presentes os seguintes requisitos: a. Conduta: entendida em seu conceito amplo, podendo ser uma ação (conduta comissiva) ou uma omissão (conduta omissiva); b. Dano: que pode ser material (dano emergente e lucros cessantes), moral ou estético (doutrina e jurisprudência divergem acerca deste último estar ou não compreendido no conceito de dano moral); c. Nexo de Causalidade: a ligação, o elo entre os dois requisitos citados anteriormente, ou seja, a possibilidade fática de se atribuir a uma determinada conduta o advento de determinado dano. É normalmente este o requisito que se tenta desconstituir em âmbito judicial, quebrando assim o vínculo conseqüencial entre “a” e “b”. Dentro do conceito de conduta, ainda cabe verificar se ela se deu de forma intencional ou se decorrente da ausência de observância a um dever de cuidado. Você entra então nos conceitos de dolo e culpa em sentido estrito ou simplesmente culpa, ambos espécies do gênero culpa em sentido amplo. Trata-se aqui do chamado elemento subjetivo. Diz-se que agiu de forma dolosa aquela pessoa que concorreu intencionalmente para a ocorrência de determinado dano (dolo direto), querendo-o. Ou, no mínimo, aceitou – com seu mau comportamento - a ocorrência do dano, pouco ou nada se importando com seu advento (dolo eventual). Já de forma culposa atuou aquele que não observou determinada regra (dever) objetiva de cuidado, fazendo que o dano adviesse, apesar de não desejá-lo e confiante na sua inocorrência, prevendo-o ou não (culpa consciente e culpa inconsciente). É o agir irresponsavelmente por excelência.
Pode ocorrer de três formas: imprudência (praticar ato desnecessário ou praticar ato necessário de forma inadequada: é um “fazer”), negligência (deixar de praticar ato necessário: é um “não fazer”) e imperícia (falta de observância de determinada regra inerente ao desempenho de determinada profissão). Aqui reside o enfoque principal da norma regulamentar de que foi apresentado, vez que o agir dolosamente é inerente a pessoas mal intencionadas, e que o fazem não por simples inobservância do dever de cuidado. É necessário fazer breves comentários acerca de como se dará a apuração da responsabilidade na esfera jurídica, se objetiva ou subjetivamente. Você estudou da responsabilidade objetiva quando refere-se a obrigação em reparar o dano ocorrido independe de dolo ou culpa, ou seja, se aquela pessoa a quem se imputa a conduta causadora do sinistro agiu de forma dolosa ou culposa. Porém, não confunda, a presença dos requisitos de conduta, dano e nexo de causalidade é necessária. Sempre será! Entretanto, não importa a que título se deu a conduta, se houve dolo ou culpa, ou se a atividade foi desempenhada de forma a seguir os regulamentos, mas, não obstante, determinado terceiro suportou indevido prejuízo. Já na responsabilidade subjetiva faz-se necessária a comprovação de dolo ou culpa para se exigir de outrem a reparação pelo dano suportado pelo terceiro. Por fim, pelo fato de constituirmos um Estado Democrático de Direito - entendido como um território soberano que atua sob o império da lei -, a responsabilização se dará conforme a Constituição da República Federativa do Brasil de 05.10.1988 (CR/88) e determinados diplomas legislativos a ela submetidos. São eles basicamente: na esfera civil: Código Civil (CC/02, Lei nº 10.406/2002) e demais leis dessa natureza; e na esfera criminal: Código Penal (CP, Decreto-Lei nº 2.848/1940) e demais leis dessa natureza.
Convém destacar que a responsabilidade civil é independente da responsabilidade criminal. O infrator poderá responder em todas as esferas, seja ela administrativa (CLT ou lei estatutária, a depender do vínculo funcional entre empregado e empregador), civil, penal, etc. Ocorrendo assim o que pode denominar de cumulação de instâncias jurídicas, com supremacia da justiça criminal, uma vez que a demonstração probatória nesta última ocorre de forma bem mais rigorosa que nas demais. Art. 935 do Código Civil: A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. LIÇÃO 3 Responsabilidade Civil Existem diversos dispositivos no Código Civil que tratam do tema, tendo inclusive o novel diploma (CC/02) dedicado o Título IX do Livro I (do Direito das Obrigações) da Parte Especial inteiramente a ele. Existem, porém, dois artigos que merecem transcrição, face sua importância como normas balizadoras: Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fi ca obrigado a repará-lo.
Serão apresentados conceitos tradicionais de como pode-se dar a culpa, meramente auxiliares à compreensão do tema. A culpa in eligendo ocorre diante da má escolha do executante da tarefa, o qual não reunia os atributos necessários a tal desiderato. É a chamada “má escolha do preposto” (CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade Civil. 6 ed., rev., aum. e atual., 2ª tiragem. São Paulo: Malheiros Editores Ltda, 2006. P. 63). A culpa in vigilando acontecerá quando não houver o devido e obrigatório zelo no acompanhamento da execução de tarefas por parte de outrem. E, finalmente, a culpa in custodiando, que, numa modalidade especial da anterior, ficará evidenciada quando alguém se desincumbe de bem guardar coisa (s) ou animal (is) sob sua legal vigilância. Tais conceitos somente têm importância quando do trato de responsabilidade subjetiva. Perdendo sua importância com o advento do CC/02, vez que seu art. 933 privilegia a responsabilidade objetiva nas hipóteses explicitadas nos incisos I a V do art. 932 (CAVALIERI FILHO, Sérgio. Ob. cit. Idem): Art. 933 - As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
E uma daquelas hipóteses é justamente a que interessa no momento, a responsabilidade objetiva do empregador em eventos danosos causados por aqueles que agem em seu nome: Art. 932 - São também responsáveis pela reparação civil: ... III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.
Todavia, tal regra não impede a possibilidade do empregador agir regressivamente (cobrar judicialmente aquilo que pagou em virtude da irresponsabilidade de outrem) perante o funcionário faltoso, tema que será estudado a seguir, vez que as empresas (Pessoas Jurídicas de Direito Público ou Privado) que atuam no setor energético – inegável serviço de natureza pública - atuam direta ou indiretamente em nome do Estado, integrando, notadamente para efeitos de responsabilização civil, a Administração Pública. Verifique a seguinte norma do CC/02, supletiva ao art. 37, § 6º, da CR/88: Art. 934 - Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. Concluímos assim, que em relação à responsabilidade civil da administração pública, os referidos conceitos (culpa in eligendo, culpa in vigilando e culpa in custodiando) são de pouca importância, já que, conforme afirmamos anteriormente, nessa modalidade, a responsabilização independe do elemento subjetivo. De qualquer forma, esse conhecimento é necessário para o enriquecimento intelectual dos funcionários. Existem ainda outros tipos de culpa: a) quanto, à gravidade: grave, leve e levíssima; b) quanto ao vínculo com a vítima, à natureza do dever violado: contratual e extracontratual (também conhecida por aquiliana); b) quanto à sua comprovação: presumida ou contra a legalidade; e, porfi m, a culpa concorrente, da qual você estudará de forma breve (CAVALIERI FILHO, Sérgio. Ob. cit. P. 61 a 69).
O empregado também poderá, no que couber, evidenciando-se a ocorrência de ato culposo ou doloso, responder nos termos do art. 482 da CLT, acarretando assim sua dispensa imotivada: Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: a. ato de improbidade; b. incontinência de conduta ou mau procedimento; c. negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; d. condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena; e. desídia no desempenho das respectivas funções; f. embriaguez habitual ou em serviço; g. violação de segredo da empresa; h. ato de indisciplina ou de insubordinação; i. abandono de emprego; j. ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; k. ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem; l. prática constante de jogos de azar. Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional.
Para se eximir de responsabilização se faz necessária a presença de pelo menos uma excludente de responsabilidade civil, que, devido à exclusão do nexo causal, acarreta a isenção de responsabilidade (CAVALIERI FILHO, Sérgio. Ob. cit. P. 89 a 92). O autor traz como causas de exclusão na esfera civil as seguintes: o fato exclusivo (ou culpa exclusiva) da vítima, o fato de terceiro, o caso fortuito e a força maior. As duas primeiras excludentes falam por si só. As duas últimas são motivos de discussão. Uns entendem que o caso fortuito está ligado a eventos naturais e a força maior a interferência humana, outros o contrário. Há ainda quem defenda que o primeiro está relacionado a eventos internos à própria atividade e que o segundo estaria ligado à atuação exterior, seja humana seja natural. O certo é que ambas se caracterizam pelos atributos da inevitabilidade e da imprevisibilidade. Pode-se ainda falar em culpa concorrente, que não seria uma causa excludente, pois sua atuação é parcial, sendo uma causa de atenuação da responsabilidade, fazendo com que autor e vítima concorram para reparação do prejuízo na medida da culpabilidade de cada um (aqui entendida como a contribuição individual ao evento danoso). Nesse tema basta analisar com o que se convencionou chamar risco da atividade. O CC/02 trouxe tal teoria no seguinte dispositivo: Art. 927, parágrafo único - Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Ou seja, ao desempenhar certas atividades em que a possibilidade de ocorrência de um sinistro seja notória e convencionalmente maior, seja em virtude de previsão legal ou pela natureza da atividade (DINIZ, Maria Helena. Código Civil Comentado. 11 ed., rev., aum. e amp. São Paulo: Saraiva, 2005. P. 715) haverá a responsabilização de forma objetiva, e dentre elas caminha para estar o manejo de energia elétrica, resguardada é claro a possibilidade de exceção defensiva por meio da comprovação da existência de uma causa excludente de responsabilidade civil. É verdade que doutrina e jurisprudência ainda trabalham no esclarecimento do que seja atividade de risco, não obstante sua disciplina jurídica já se encontrar bastante delineada no dispositivo anterior. Verdade ainda que conforme afirmado anteriormente - por serem a geração e a distribuição de energia elétrica inegáveis serviços de natureza pública, a disciplina da responsabilização civil nestes casos se encontra no texto constitucional. Verifique algumas manifestações judiciais. APELACAO CIVEL (0199961-3 - PALMAS j. 16.09.02): Acidente de trabalho - responsabilidade do empregador – culpa comprovada - nexo de causalidade – morte por afogamento quando a vítima se encontrava no exercício do labor por falta de materiais de segurança, de orientações necessárias para evitar o infortúnio - sentença reformada para se julgar procedente a ação - vitima que percebia 5/3 do salário mínimo vigente a época do infortúnio- possibilidade de cumulação de dano material e moral - pensionamento a autora no importe de 4/5 do salário percebido pelo “de cujus” - dano moral fixados em 200 salários mínimos – recurso conhecido e provido.
APELACAO CIVEL (0211709-9 - CURITIBA - Ac. 15173 j. 12/11/02): Responsabilidade civil - indenização - acidente do trabalho pelo direito comum. Doença profissional - lesões por esforços repetitivos (ler ou dort) - operadora de caixa registradora em supermercado-culpa evidenciada.
RECURSO ESPECIAL (768992 - PB - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Órgão Julgador: SEGUNDA TURMA Data da decisão: 23/05/2006 Documento: STJ000696271) ADMINISTRATIVO – RESPONSABILIDADE CIVIL – MORTE POR CHOQUE ELÉTRICO – DANO MORAL – VALOR DA INDENIZAÇÃO – JUROS DE MORA – TERMO INICIAL – SÚMULA 54/STJ – Rel. Min. ELIANA CALMON: 1. O valor do dano moral tem sido enfrentado no STJ com o escopo de atender a sua dupla função: reparar o dano, buscando minimizar a dor da vítima, e punir o ofensor, para que não volte a reincidir. 2. Posição jurisprudencial que contorna o óbice da Súmula 7/STJ, pela valoração jurídica da prova. 3. Fixação de valor que não observa regra fixa, oscilando de acordo com os contornos fáticos e circunstanciais. 4. Acórdão que fixou o valor do dano moral em R$ 20.000,00 (vinte mil reais) reais que se mantém. 5. Em se tratando de ilícito extracontratual, incide o teor da Súmula 54/STJ, sendo devidos juros moratórios a partir do evento danoso. 6. Recurso especial improvido.
LIÇÃO 4 Responsabilidade Civil da Administração Pública Ao estudar a irresponsabilidade estatal (onde o Estado não respondia pelos atos danosos praticados pelo monarca e por aqueles que agiam em seu nome, pois vigorava o princípio segundo o qual o rei não pode errar!), passa-se pela responsabilidade subjetiva, para alguns pela fase da culpa anônima (inspirada na teoria da falta de serviço, onde este não era prestado, ou era de forma inadequada; foi uma fase de transição), chegando à
responsabilidade objetiva na modalidade risco integral (o inverso da primeira, onde não era possível ao Estado escapar ao dever de reparação comprovando alguma espécie de excludente; praticamente abandonada), chegando ao que hoje predomina na maioria dos Estados – inclusive no seu -, qual seja, a responsabilidade objetiva na modalidade risco administrativo (onde o Estado responde pelos danos causados a terceiros por seus prepostos, atuando nessa condição, independente de dolo ou culpa, podendo, porém, comprovando a presença de alguma excludente de responsabilidade civil, vê-se livre do dever reparatório). Esses conceitos são uma suma do que é verificado na obra de civilistas e administrativistas de grande peso, dentre eles Sérgio Cavalieri Filho e Hely Lopes Meirelles. Até o advento da carta constitucional de 1946 adota-se a teoria da responsabilidade subjetiva, passando então – como apresentado anteriormente - a reger pela última corrente, culminando nos dias atuais nas disposições adiante transcritas, a primeira constante da CR/88, e a segunda do CC/02: Art. 37, § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Art. 43 - As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
O direito de regresso – apresentando anteriormente - pode e deve ser exercido pelo empregador, uma vez que o tesouro público deverá custear a indenização, ao menos parcialmente. Apenas é informado que a responsabilização do funcionário faltoso (ação regressiva) se dará apenas quando comprovado dolo ou culpa em sua atuação (ação ou omissão) danosa (v. os dois dispositivos anteriores, parte final). Conclui-se assim que o seu ordenamento adotou a teoria da responsabilidade subjetiva para a responsabilização do empregado. LIÇÃO 5 Responsabilidade Criminal Os requisitos para responsabilização na esfera criminal são os mesmos daquela na esfera civil: conduta, dano e nexo de causalidade. Verdade que existem debates a respeito da necessidade de comprovação de ocorrência efetiva ou não de evento danoso (princípio da lesividade), porém, de fato, essa não é uma discussão que interessa no momento. O dispositivo adiante trata do nexo de causalidade: Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. Logo, a responsabilização nessa órbita é estritamente pessoal. Tudo bem que a atual carta constitucional inovou nesse conceito, prevendo a possibilidade de responsabilidade criminal da pessoa jurídica. Todavia, tanto legal, quanto doutrinária e jurisprudencialmente esse tema tem se demonstrado bastante tormentoso, razão pela qual dele estudar é não só dispensável quanto recomendável que não o faça.
Afinal, o que é crime?
Crime e contravenção penal são espécies do gênero ilícito penal. No Brasil, adota-se a teoria bipartite, onde crime e delito são conceitualmente idênticos. Outros países os diferem, adotando assim uma teoria tripartite (crime, delito e contravenção). No dizer de – para muitos - o maior criminalista, Nelson Hungria, a contravenção penal é um crime anão, tendo em vista a sua menor gravidade ao corpo social. Um crime é um fato típico (previsto em lei penal), caracterizado por ser ilícito (contrário ao Direito: antijuridicidade) e culpável (sobre a conduta que o realizou pode incidir um juízo de reprovabilidade). Esse conceito é doutrinário, amplamente aceito, mas sob o qual incidem algumas e pontuais controvérsias, as quais são irrelevantes ao objetivo deste módulo. O CP, ao tratar de crime, liga-o diretamente ao elemento subjetivo. Vejamos a lei: Art. 18 - Diz-se o crime: I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo; II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. Quanto ao crime doloso – inciso I –, é importante assinalar que o mesmo pode ocorrer de forma direta ou indireta. A primeira traduz a real intenção em cometer ato ilícito, é o chamado dolo direto. Já a segunda consiste em aceitar a ocorrência de determinado resultado indubitavelmente previsto, com ela não se importando, é o chamado dolo eventual.
O crime culposo - inciso II -, pode se dá por imprudência, negligência ou imperícia, conceitos sob os quais você estudou anteriormente, com nada de relevante a acrescentar ao objetivo do curso. Os principais ilícitos de natureza criminal em que se pode incorrer de forma culposa – principal enfoque desse subitem – quando do manejo de energia elétrica são os seguintes: a. Homicídio: Art. 121 do CP: Matar alguém: ... § 3º Se o homicídio é culposo: Pena - detenção, de um a três anos. § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
b. Lesão corporal: Art. 129 do CP: Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: ... § 6° Se a lesão é culposa: Pena - detenção, de dois meses a um ano. c. Perigo para a vida ou saúde de outrem: Art. 132 do CP: Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais.
Esse último delito é eminentemente subsidiário, ocorrendo apenas quando não verificado o homicídio ou a lesão corporal.
As excludentes na esfera criminal podem incidir sobre qualquer elemento do crime (tipicidade, ilicitude e culpabilidade), sendo, de pouca importância a sua apresentação, uma vez que você entraria num dos temas mais complexos da teoria do crime, desnecessária para o seu estudo neste módulo. Entretanto é necessário ressaltar que no campo do Direito Penal é possível a concorrência de culpas (cada agente respondendo na medida de sua culpabilidade, na medida de sua contribuição ao evento delituoso: artigos 29 a 31 do CP), porém, jamais, a compensação de culpas (verificadas condutas delituosas tanto do autor quanto da vítima, fazendo com que tais conceitos se confundam, cada um responderá em foro criminal conforme sua atuação). Verifique algumas manifestações judiciais: HOMICÍDIO E LESÕES CORPORAIS CULPOSAS – Acidente em obras de demolição de prédio - Responsável que recruta pessoal inexperiente e desprotegido - Culpa configurada “Se o réu, encarregado de demolição, não planeja a obra, escolhe operários tecnicamente despreparados e não lhes fornece instrumentos adequados e equipamentos de segurança, limitando-se a recomendar cuidado, age com manifesta culpa, por imperícia e por negligência”. (Apel. 350.921-7, da Comarca de S. Bento do Sapucaí; Apelante: Joaquim Berti sendo apelada a Justiça Pública; 4ª Câmara do Tribunal de Alçada Criminal; JTACRIM, v. 83, ed. Lex, pág. 299).
HOMICÍDIO CULPOSO - Acidente do trabalho - Morte de dois operários decorrente de deslizamento de terra, em obra, em construção Responsabilidade do engenheiro e do mestre-de-obras. “As normas de segurança do trabalho nas atividades da construção civil exigem que os taludes das escavações de profundidade superior a 1,5m devam ser escorados com pranchas metálicas ou de madeira, assegurando estabilidade de acordo com a natureza do solo”. (Apel. 349.049-0, da Comarca de Ribeirão Preto; Apelantes: José Antonio de Almeida e Enio Francisco, sendo apelada a Justiça Pública; 9ª Câmara do Tribunal de Alçada Criminal - JTACRIM, vol. 80, ed. Lex, pág. 499). A rigorosa observância das normas de segurança e higiene do trabalho deve ser perseguida pelos engenheiros, técnicos, supervisores, gerentes, cipeiros e trabalhadores, enfim! Afinal, todos podem ser vítimas de acidentes de trabalho. Logo, impedir a execução de atividades que aumentem as possibilidades de eventuais acidentes, e comunicar por escrito ao superior hierárquico os perigos detectados, fazendo inseri-los nas atas das CIPAs, munindo-se de testemunhas, com o objetivo de demonstrar que agiram com as cautelas necessárias e que não se omitiram no cumprimento de seu dever profissional devem ser as metas perseguidas por todos. Após este estudo, dificilmente haverá dúvidas de que a responsabilidade por eventos danosos não recai somente sobre as empresas, mas também sobre os funcionários que não cumpriram zelosamente sua função.
Você acabou de estudar o último módulo deste curso de complementação. Neste módulo você estudou as responsabilidades das ações e omissões em instalações e serviços com eletricidade. Caso você tenha dúvidas em alguma lição estudada, faça uma revisão dos principais tópicos, discuta com seu colega de trabalho e verifique quais os elementos importantes que você precisa saber sobre a segurança de trabalho. Parabéns por mais uma etapa concluída!
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