MÓDULO: RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Módulo VI Recursos didácticos na Formação e as Novas Tecnologias da
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F ICHA T ÉCNICA
Título: Autoria: Coordenação: Edição: Composição Gráfica: Direitos de Autor: Autor: este artigo não pode ser reproduzido, no todo ou em parte, qualquer que seja o modo utilizado, sem prévia autorização dos autores.
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ÍNDICE:
.................................................................. .................................................................... ................................................. ................ 2 F I C H A T É C N I C A ...............................
1. A SELEÇÃO, ELABORAÇÃO E EXPLORAÇÃO DE AUDIOVISUAIS NA FORMAÇÃO .... 4 1.1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................4 1.1.1 O que são os audiovisuais? ............................................................. .................................. 4 1.1.2 Porquê os audiovisuais? ..................................................................................................... 5 1.1.3 Escolha do audiovisual ........................................................... ............................................. 7 1.2 PRINCIPAIS MEIOS AUDIOVISUAIS ..................................................................................................................9 1.2.1 Meios visuais não projetáveis........................................................................................... 9 1.2.2 Meios visuais projetáveis ................................................................................................. 18 .............................................................. 2 2 2. CRIAÇÃO DE CONTEÚDOS E APRESENTAÇÕES ..............................................................
2.1 CRIAÇÃO DE CONTEÚDOS PARA AS AÇÕES DE FORMAÇÃO .................................................................... 22 2.2 REGRAS PARA A CRIAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE DIAPOSITIVOS .......................................................... 22
3. AS NOVAS TECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO .................................................................... .................................................................... 2 4 3.1 ENSINO ASSISTIDO POR COMPUTADOR ...................................................................................................... 24 3.1.1 Introdução ............................................................................................................................. 24 3.1.2 A auto-formação assistida por computador .............................................................. 27 3.2 ENSINO À DISTÂNCIA ........................................................................................................................................ 38 ................................................................... .................................................................. ..................................................... .................... 47 BIBLIOGRAFIA ..................................
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1. A Seleção, Elaboração e Exploração de Audiovisuais Audiovisuais na Formação Formação 1.1 Introdução 1.1.1
O que são os audiovisuais?
A palavra “audiovisual” foi empregada pela primeira vez, pelos pedagogos americanos por volta de 1930 (“audio -visual aids”, “audio -visual media”) fruto do desenv olvimento da reprodução sonora
e da radiodifusão, logo seguida do cinema sonoro. Foi, no entanto, no decorrer dos últimos anos da 2ª Guerra Mundial, que os meios audiovisuais ganharam um maior incremento, ao serem utilizados na Formação acelerada de soldados sobre novos equipamentos e novas técnicas. De então para cá, a expressão passou a ser aplicada, com certa incorreção, a novos meios, só visuais ou só sonoros ou a meios que associam som e imagem. O termo “audiovisual” encontra -se em todo o lado e não há nenhum domínio onde não se venha a
encontrar este tema. Agora tudo é audiovisual. Isto é tão verdade que aceitamos ambiguamente como meios audiovisuais aqueles que são só visuais ou só auditivos. Não há uniformidade quanto ao que se deva considerar meio audiovisual, no entanto, damos esta definição: “Meios audiovisuais são um conjunto de documentos e ou aparelhos desenvolvidos
pela tecnologia moderna para facilitar a aprendizagem e a informação, através de experiências sensoriais, sonoras e ou visuais" Segundo esta definição, os meios audiovisuais podem obedecer à seguinte classificação:
Auditivos Gira
Discos; Guarda Som;
Qualquer Sonorização.
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Episcópio; Retroprojetor;
Com Projeção
Animados: Filme Mudo
Fixos
Diapositivos; Filme Fixo.
Visuais
Desenhos; Cartazes; Gravuras; Quadros (preto, verde, porcelana, magnético, de papel, eletrónico);
Sem Projeção
Flanelógrafo; Maquete; Modelo.
Audiovisuais
1.1.2
Montagem audiovisual (diaporama);
Filme Sonoro;
Televisão;
Computador;
Máquina de Ensinar (livro mais fita ou disco ou programa de computador).
Porquê os audiovisuais?
O Formador deve procurar todos os meios e técnicas que facilitem aos Formandos a aquisição dos conhecimentos ou das atitudes que lhe vão ser transmitidas.
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O ambiente que cerca o aluno cria aspetos de grande importância para a aprendizagem. Se pensarmos nesse conjunto de contingências que influem no processo de aprendizagem, poderemos até falar de “ecologia da aprendizagem”.
Nessa “ecologia” ocupam lugar de destaque os recursos audiovisuais.
Comunicar , hoje em dia, é ser capaz de utilizar criteriosamente o conjunto de meios de que o homem moderno dispõe. É ser capaz de recorrer à tecnologia tanto para emitir como para receber mensagens.
A linguagem oral, recurso de ensino mais utilizado pelo professor, pode ser apoiado por outros recursos que estimulem outros sentidos.
Os sentidos são a ligação entre o homem e o mundo exterior e, se pensarmos numa “ecologia da aprendizagem” deveremos criar um ambiente que permita estimular o maior número de
sentidos possível. Na verdade, para a apresentação de ideias e novos conceitos, o nosso cérebro recorre a todos os cinco sentidos de que dispõe. Ao estudarem os cinco sentidos, os cientistas concluíram que a visão é o que apresenta maior
possibilidade percentual de aprendizagem.
1% Através do Gosto
1,5% Através do Tato
11% Através da Audição
83% Através da Visão
20% do que escutamos
30% do que vemos
50% do que vemos e escutamos
70% do que dizemos e discutimos
90% do que dizemos e realizamos Estes números demonstram, assim, que a palavra não é só por si suficiente para uma aprendizagem efetiva.
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A imagem torna-se pois um complemento fundamental da palavra em virtude de poder ser: Permanente; Concreta; Precisa. A eficácia de um Formador assenta na forma como associa a imagem à Palavra.
A combinação do oral e visual permite uma alta retenção e, portanto, uma facilidade muito maior na aprendizagem. Os recursos audiovisuais formam, portanto, a combinação simples que oferece as melhores contingências para a aprendizagem. É importante levar em conta a participação da pessoa que aprende. Ela não deve ter uma atitude passiva, mas, ativa, fazendo com que os sentidos, em maior número possível, sejam estimulados para absorver as informações.
Salientemos também outros motivos que justificam o uso dos meios audiovisuais:
1. Grande impacto no auditório; 2. Aumentam o interesse e a atenção dos participantes;
MOTIVOS QUE
3. Facilitam a retenção na memória;
JUSTIFICAM O
4. Permitem economia de tempo na sessão;
USO DOS
5. Facilitam a atividade do monitor no que diz respeito à apresentação da comunicação e ao cumprimento do programa que se propôs; 6. Facilitam a troca de ideias entre os participantes pois os dados são apresentados a todos simultaneamente.
1.1.3
Escolha do audiovisual
O audiovisual é um apoio, ou recurso, a que o monitor deita mão para melhorar a eficácia do seu ensino, será um precioso auxiliar se for cuidadosamente selecionado e elaborado e corretamente utilizado.
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Deve ser adaptado ao currículo, à idade e ao nível intelectual dos participantes e estar perfeitamente integrado no tema que vai ser abordado.
Assim, a eficácia ou ineficácia de um apoio audiovisual depende da sua: Escolha; Elaboração; Exploração. Vários são os fatores que condicionam e influenciam a escolha do apoio a utilizar pelo monitor:
1. O Objetivos da sessão e o assunto a ilustrar; 2. Os meios audiovisuais de que o monitor dispõe; 3. O tempo e a capacidade que o monitor tem para preparar a sua sessão e elaborar os respetivos apoios audiovisuais;
FATORES QUE INFLUENCIAM
4. A duração prevista para a sessão e o local onde ela se realiza; 5. A funcionalidade do meio e o conhecimento que dele tem o monitor; 6. Os custos envolvidos
Perante estes fatores será errado dar “receitas” ou exemplos que poderiam afe tar ou condicionar o critério do formador. Cada monitor, cada sessão, cada grupo de participantes, tem as suas características próprias que têm de ser consideradas ao estruturar uma sessão de Formação. O importante é saber utilizar pedagogicamente os meios audiovisuais fazendo deles instrumentos de criação, expressão e comunicação.
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1.2 Principais Meios Audiovisuais Os meios de maior divulgação, no momento atual, são os seguintes e podem agrupar-se em
dois grandes grupos:
1.2.1
Meios visuais não projetáveis
Os meios visuais não projetáveis compreendem todos os estímulos visuais que não necessitam de nenhum equipamento especial (ótico ou eletrónico) para serem observados e ou analisados pelos Formandos.
Nesta categoria englobamos um conjunto de documentos bastante diversificados, tais como:
Documentos gráficos: fotografias, cartazes, notícias técnicas, gráficos, etc.
Quadros: quadro preto, branco ou de aderência, de papel, Flanelógrafo,
eletrónico.
MEIOS VISUAIS
Recursos do meio ambiente: Modelos e Maquetes, Etc.
NÃO PROJECTÁVEIS
Não são caros;
São de fácil preparação e utilização.
OS DOCUMENTOS
GRÁFICOS
Estes meios de comunicação, oferecem enormes possibilidades ao formador e oferecem as vantagens seguintes: São documentos utilizados para comunicar factos, ideias, mensagens de uma maneira simples e precisa – graças à disposição ou utilização de desenhos, palavras, imagens.
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Podemos utilizá-los sempre que tenhamos necessidade de ilustrar uma informação de carácter descritivo.
Os documentos gráficos propriamente ditos apelam a técnicas variadas:
Desenhos;
Letragem;
TÉCNICAS A TER EM
Aplicação da cor;
ATENÇÃO NOS
DOCUMENTOS
Colagem;
GRÁFICOS
Recorte,
Fotografias;
Os documentos gráficos não são necessariamente obras de arte, no entanto devem possuir um certo número de qualidades a fim de assegurarem a sua eficácia:
A. Os Cartazes Dentre os meios de comunicação visual, o cartaz aparece como um dos mais utilizados em virtude da sua versatilidade e por atrair o olhar do espectador e transmitir-lhe imediatamente a ideia desejada.
Assim, os cartazes utilizados para o ensino podem ser de três tipos
Motivadores
Instrutivos
Divulgadores
TIPOS DE CARTAZES
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O cartaz caracteriza-se por apresentar através de ilustrações, textos, etc. uma mensagem clara e direta do tema escolhido.
Os elementos que compõem um cartaz são:
ELEMENTOS QUE
Tema;
Ilustração;
Letragem;
COMPÕEM UM CARTAZ
Tema Consiste
Para
A
basicamente na mensagem que se pretende transmitir;
cada cartaz o tema deve ser único a fim de possibilitar uma assimilação rápida;
utilização de símbolos facilita a memorização do tema e permite uma economia de
palavras do texto.
Ilustração Refere-se
A
à figura ou desenho que dá vida ao cartaz;
ilustração pode ser desenhada ou “montada”.
Um cartaz desenhado, quando bem feito, produz um grande impacto, no entanto, nem todas as pessoas têm habilidade para o fazer. Neste caso, aconselhamos a utilização de outra técnica de ilustração de cartazes, através de colagens de recortes ou fotografias desde que os motivos sejam suficientemente bons para cumprir os objetivos.
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Letragem
A letragem pode ser feita através dos seguintes:
Mão livre;
Escantilhão;
Letra de
INSTRUMENTOS OU PROCESSOS PARA LETRAGEM
decalque / auto-adesiva;
Dactilografia;
“Dymo”;
Compositora;
Qualquer que seja o processo utilizado para a letragem, devemos escolher sempre tipos de letras simples e fáceis de serem lidas. Um projeto de elaboração dum documento gráfico pode ser destruído por uma letragem mal feita. Quando as letras são desenhadas ou colocadas manualmente há que evitar o erro de as separar por espaços iguais, o que devido à diferença das áreas ocupadas pelas diferentes letras pode causar espaço estreitos entre umas e demasiado largos entre outras. Na letragem não se deve utilizar letras grossas e baixas ou finas e altas, pois esses tipos causam confusão na leitura. O destaque de uma palavra dentro de uma frase ou de uma frase dentro do texto pode ser feito através do: Estilo;
Tamanho;
Cor.
A Cor Os estudos sobre a utilização das cores e o seu efeito sobre as pessoas têm sido cada vez mais aprofundados em virtude do seu poder em despertar a atenção. 12 de 47 | P á g i n a CURSO: FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE FORMADORES B-LEARNING
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A cor é um factor importante na comunicação visual gráfica. Ao planear um cartaz, deve-se estudar minuciosamente as cores a serem utilizadas. Não utilize cores em demasia, um cartaz excessivamente colorido prejudica a mensagem a ser transmitida. Use no máximo 3 cores além da cor de fundo. Legibilidade das cores O contraste é um fator determinante da legibilidade e do efeito que pode produzir a imagem.
ALGUMAS
A combinação de uma cor escura com uma cor clara acentua a qualidade de cada uma das cores;
As cores parecem mais escuras sobre um fundo claro e viceversa;
A justaposição de uma cor suave e duma viva tornam mais apagada a primeira e aumenta o brilho da segunda;
A maior parte das cores dão bem com o preto.
REGRAS SOBRE O
CONTRASTE
Para um documento opaco, podemos obter uma legibilidade satisfatória e um efeito estimulante, utilizando, as combinações apresentadas na tabela da página seguinte. Para que um cartaz seja efetivamente comunicativo e consiga atingir os objetivos propostos é necessário que todos os elementos que acabámos de ver sejam levados em consideração. Aconselhamos a feitura de um borrão ou esboço do documento a realizar. É o ensaio, as grandes linhas que permitem avaliar rapidamente algumas qualidades tais como o equilíbrio, a harmonia e forma geral.
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COR DE FUNDO
COR DAS LETRAS OU SIMBOLOS
Branco
Vermelho, verde, azul, preto, castanho, violeta
Amarelo
Vermelho, azul, preto, castanho, verde
Azul claro
Amarelo, castanho, violeta, preto, azul-escuro, vermelho
Verde-escuro
Preto, branco, amarelo
Vermelho claro
Verde, preto, azul
Vermelho escuro
Verde, branco, amarelo
Castanho-escuro
Vermelho alaranjado, preto, branco, verde-claro, amarelo
Castanho claro
Verde, azul-escuro, vermelho escuro, preto
Cinzento claro
Azul-escuro, dourado, vermelho, preto
Preto
Dourado, branco, vermelho, azul claro, prateado, verde
Azul-escuro
Vermelho, dourado, verde, prateado, amarelo, branco
Verde-claro
Dourado, castanho, vermelho, preto
B. Os Quadros Tipos e Características Este apoio visual pelas suas qualidades e pela resposta que dá a uma grande variedade de situações comuns em Formação, tem-se mantido atual apesar de ser o mais primitivo dos audiovisuais.
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Atualmente existem uma grande variedade de quadros:
Quadros negros (ou verdes) para escrita a giz;
Quadros brancos (ou de porcelana) para escrita a marcador de água, álcool ou secos; podem ser magnéticos, permitindo a fixação de objetos e documentos com o auxílio de pequenos ímans;
Quadros de papel (ou cavalete de papel) para escrita ao marcador, lápis de cera ou outros; têm a vantagem de permitir a preparação prévia de documentos, bem como o seu arquivo mantendo-os acessíveis;
Quadro de flanela ou Flanelógrafo para suportar velcro ou cola com areia, pequenos objetos e documentos;
“Copyboard” (ou quadro com fotocopiadora acoplada).
Interativos ou estações interativas
TIPOS DE QUADROS
De um modo geral, os quadros: São
muito económicos e pouco suscetíveis de avarias;
São
de uso muito simples;
Permitem Não
o uso de grandes áreas;
necessitam, antes pelo contrário, do escurecimento da sala.
Os cuidados a ter na elaboração ou escrita da mensagem nos quadros aplicam-se a qualquer tipo de quadro. A realização da escrita tem lugar, na maior parte dos casos, em plena sessão, frente aos participantes o monitor deve ter o cuidado de sintetizar a mensagem focando somente os pontoschave. 15 de 47 | P á g i n a CURSO: FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE FORMADORES B-LEARNING
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Para além do giz e do lápis de cera para a escrita nos quadros há ainda dois tipos de marcadores.
Secos: para uso no quadro branco e apagáveis com um pano seco ou apagador de papel.
Características dos Quadros: Fixos ou permanentes (de água ou álcool) que serão utilizáveis quer no quadro branco quer no de papel. Tanto uns como outros aparecem no mercado nas quatro cores básicas preto, azul, verde e vermelho. No cavalete de papel aconselhamos o uso de lápis de cera que têm a vantagem de não ser “bebidos” pelo papel o que permite a utilização do verso das folhas.
Iluminação e localização dos quadros Os quadros necessitam de estar num sítio particularmente bem iluminado. Consoante as dimensões da sala, o grupo de participantes e a sua distribuição física. Pode haver necessidade de dispor de um foco de luz orientável para iluminar convenientemente a zona do quadro.
A má iluminação provoca perda de contraste e má legibilidade O que muitas vezes se traduz num excesso do esforço, cansaço e consequente desinteresse dos participantes. Normalmente, e pelas suas dimensões, os quadros encontram-se fixos na parede por detrás do monitor e a sala é montada tendo em atenção a necessidade da sua visualização. Os cavaletes de papel estão normalmente montados em suporte facilmente deslocáveis, o que permite mantê-los arrumados, desimpedindo a zona de quadro até à sua utilização, se for caso disso. No entanto e desde que não estorvem, o ideal é começar a sessão com cada apoio no seu lugar para evitar que a sessão seja interrompida.
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A localização mais adequada é do lado esquerdo do monitor desde que bem visível para os participantes.
Dimensão dos caracteres A maior parte dos utilizadores faz um tipo de letra corrente e muito pequena. A letragem deve ser relativamente grande e simples tendo em atenção a distância a que vai ser lida. O desenho causa problemas a muitos Formadores que pretendem não ter talento para o fazer. Para os auxiliar a desenhar são sugeridos os desenhos por perfuração e o uso dos projetores de opacos ou o episcópio.
Utilização e exploração Quando utilizar o quadro tenha em atenção os seguintes aspetos:
Proceda de forma a evitar quebras na comunicação com os participantes enquanto escreve no quadro;
Escreva frases breves e simples;
Quando registar uma opinião procure compreendê-la e resumi-la;
Utilize abreviaturas e aspas sempre que possível;
Destaque os detalhes mais importantes sublinhando ou usando a cor;
Quando tiver acabado e depois de ter verificado a total compreensão, apague o quadro ou vire a folha do cavalete para entrar num assunto novo.
O cavalete de papel (quadro de papel ou conferência) O cavalete de papel embora possa ser utilizado para quase todas as situações ele tem uma utilização bem distinta devido à sua característica principal – possuir folhas de papel que se podem virar nos dois sentidos: para obter uma nova e para recuperar um assunto já tratado. 17 de 47 | P á g i n a CURSO: FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE FORMADORES B-LEARNING
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Assim aconselha-se a sua utilização como complemento ao quadro branco para: Sumário;
Registo de conclusões ou decisões;
Esquemas ou desenhos que pela sua complexidade devem ser feitos antes da sessão.
1.2.2
Meios visuais projetáveis
PROJECÇÂO FIXA A. O Retroprojetor O retroprojetor é um aparelho que permite projetar apoios visuais realizados em filme transparente (acetatos ou transparências), por sobre o ombro do Formador, para um ecrã que se encontra por detrás dele. Este aparelho permite, assim, que o monitor faça uso dele sem deixar de estar voltado para a audiência. Como tem um grande poder luminoso pode ser utilizado em condições de luz ambiente muito próximas das normais, o que dá grande mobilidade ao monitor pois não necessita de escurecer a sala antes de cada utilização, o que seria um motivo de quebra de ritmo e de distração.
Documentos para retroprojetar Há basicamente três processos de elaboração de transparências: 1. Escrita direta no acetato (utilizado para o efeito marcadores ou lápis especiais, letra set, etc.); 2. Por fotocópia (através de máquinas especiais – Termo copiadores ou através de copiadores normais, usando acetatos adequados); 3. Por impressão (através de impressoras de jato de tinta ou laser, usando acetatos).
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Qualquer que seja o processo escolhido para realizar uma transparência, há alguns aspetos que precisam de ser cuidados: a) Conteúdo da mensagem; b) Legibilidade do documento; c) Forma de realização. B. O Projetor de Diapositivos Este apoio audiovisual permite “transportar” para a sala de aula desde uma célula a um
computador, paisagens, etc. Quando não é possível apresentar o objeto real, a fotografia (neste caso dispositivo) é uma boa solução, relativamente económica e fácil de conseguir. No dispositivo mais do que no acetato os “ruídos visuais” podem prejudi car ao ponto de destruir o
objetivo da comunicação. Com os ecrãs metalizados melhora-se, substancialmente, as condições de projeção mas, mesmo assim, a sala tem de ser total ou parcialmente escurecida. Por isso a comunicação monitor/Formandos tem de ser reforçada durante a projeção para evitar uma quebra de rendimento e da atenção. O monitor deve preocupar-se de sobremaneira com o planeamento da sessão estudando a ordem, a sequência lógica da apresentação. O diaprojetor é um apoio audiovisual de grande impacto mas a sua utilização requer moderação. Cada sessão não deve ultrapassar os 20 minutos pois, para além deste tempo, o interesse e atenção dos participantes diminui muito. O diaprojetor pode ser explorado de uma forma diferente e que tem grande aplicação em situações de Formação – é a sequência de narração sincronizada versão muito simplificada do diaporama.
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Consta de um grupo de dispositivos, dispostos em sequência num diaprojetor especial, o qual é comandado por uma gravação em cassete, que para além da locução, tem gravado sinais sonoros (não audíveis) que são traduzidos em impulsos elétricos, que por sua vez, fazem avançar o diaprojector: desta forma é garantida a correspondência entre o som e a imagem (sincronismo).
C. O Episcópio (Projetor de Opacos) Embora este aparelho possa ser utilizado nas sessões de Formação especialmente pelo tipo de documentos que ele permite projetar, cuja variedade é quase ilimitada e não necessitam de nenhuma preparação particular. O seu poder de ampliação pode servir também para reproduzir, num cavalete de papel ou no quadro, a imagem ampliada e, com o auxílio de marcadores decalcar a figura. Feito o esboço bastará completá-la colorindo-a ou legendado se for caso disso. Qualquer documento impresso pode ser projetado: imagens de revistas, jornais, livros, gráficos, textos, diagramas, esquemas, desenhos, manuscritos, etc. Este equipamento tem um fraco poder de iluminação o que implica grande escurecimento da sala é muito pesado, pouco flexível o que limita as suas possibilidades de exploração. PROJECÇÃO ANIMADA
A. VideoProjetor O videoprojector é um dos equipamentos mais utilizados nas ações de formação. Recorrendo ao videoprojector é possível reproduzir os conteúdos presentes num computador ou noutro equipamento informático. A transmissão de informação do computador para o videoprojector pode ser feita recorrendo a um cabo ou a tecnologias mais recentes sem fios. Dependendo do videoprojector, normalmente estão disponíveis diferentes ligações, das quais se destacam as seguintes:
HDMI para ligação digital a televisores de alta definição
VGA IN para ligação da entrada
Monitor OUT para ligação de um monitor adicional para duplicação 20 de 47 | P á g i n a
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S-Video e Vídeo Composto para ligação a equipamentos de TV mais antigos
Associados aos videoprojectores estão diferentes modos de visualização:
Só computador;
Duplicar;
Expandir (modo preferencial para as apresentações)
Só projetor.
B. Quadros interativos Os quadros interativos, também designadas de estações interativas, começam a ser fortemente utilizadas das ações de formação. A sua utilização permite melhorar significativamente o processo de ensino/aprendizagem, recorrendo às ferramentas desenvolvidas pelos fabricantes. Este tipo de quadro está claramente a substituir os restantes quadros, impulsionado pela redução de preços destes equipamentos. Estes quadros apresentam apesar de tudo algumas desvantagens. Apenas funcionam juntamente com um computador de apoio o que aumenta significativamente o custo total desta solução, mas a principal desvantagem é o grande número de fabricantes com tecnologias incompatíveis entre si. Qualquer conteúdo elaborado para um tipo de quadro interativo não é compatível com ferramentas de outro fabricante. As estações interativas podem ser utilizadas como um simples videoprojector, mas as suas verdadeiras capacidades podem ser exploradas recorrendo a ferramentas e aplicações desenvolvidas especificamente para cada quadro interativo.,
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2. Criação de conteúdos e apresentações
2.1 Criação de conteúdos para as ações de formação Para a elaboração de conteúdos multimédia, existem várias ferramentas que podemos utilizar, tornando-os mais atrativos e melhorando o processo de ensino. Este tipo de conteúdos favorecem a interação entre aluno e formador e devem ser utilizados sempre que se justificar. Com o surgimento do ensino à distância, torna-se ainda mais importante a utilização de diferentes recursos. Na tabela seguinte é apresentada um resumo das principais ferramentas utilizadas para a criação e elaboração de alguns conteúdos. Tipo de conteúdo
Ferramenta gratuita
Ferramenta comercial
Criação de documentos
OpenOffice Writer
Microsoft Word
Criação de PDF's
PrimoPDF
Adobe Acrobat Professional
Criação de apresentações
OpenOffice Impress
Microsoft Powerpoint
Edição de imagens
Gimp
Adobe Photoshop
Folha de cálculo e gráficos
OpenOffice Calc
Microsoft Excel
Equações matemáticas
OpenOffice Math
Microsoft Equation
Para a disponibilização de conteúdos aos formandos, o formato de eleição é o pdf. Este formato já é universalmente aceite e apresenta a vantagem dos ficheiros não estarem num formato editável. Estes ficheiros permitem ainda a introdução de mecanismos de segurança que possibilitam a proibição de copiar os conteúdos, de permitir ou não a impressão, entre outros.
2.2 Regras para a criação e apresentação de diapositivos Um dos recursos mais utilizados nas ações de formação são a apresentação de diapositivos recorrendo a ferramentas como o Microsoft Powerpoint. Como na grande maioria das sessões é ministrada recorrendo a recursos elaborados em Powerpoint, é importante destacar algumas dicas essenciais.
Manter o texto curto em cada slide: colocar alguns tópicos sobre o assunto, mas não um texto completo que precise ser lido. 22 de 47 | P á g i n a
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O importante da apresentação é falar, e não ler o que está escrito no computador ou equipamento de projeção.
O Powerpoint é um apoio da aula. - Evitar o uso de animações! Se muito, devem ser usadas muito pouco e apenas se for estritamente necessário para entendimento do contexto!
Máximo de 6 palavras por linha, máximo de 6 linhas por slide
Fundo escuro com letras claras. A escolha das cores deve ser muito cuidada, devendo optar por cores para o texto e para o fundo com muito contraste.
De preferência devem ser usadas as Fontes Helvetica ou Arial (Times New Roman pode ser interessante no monitor, mas numa projeção o efeito não é o mesmo.
Optar por tamanhos de letra grandes, sempre superiores a 18.
Não usar somente maiúsculas.
O Powerpoint pode apresentar a numeração do slide no canto inferior direito. Uma dica é, no Slide-mestre, colocar um “/xx” neste campo, onde “xx” é o número final de slides que compõem a apresentação. Desse modo, na aula, o aluno verá no canto da tela “1/76” e em seguida “2/76” e sucessivamente. O número de página serve essencialmente para visualização da progressão da apresentação. É um instrumento fundamental para o formador.
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3. As Novas Tecnologias na Formação 3.1 Ensino Assistido Por Computador 3.1.1
Introdução
A auto-formação assistida por computador é uma situação pedagógica original e muito diferente das situações clássicas de Formação. As situações de Formação mais frequentes, mais conhecidas e portanto mais bem dominadas pelos especialistas, são as seguintes:
A. Situação pedagógica entre Formador e aluno; B. Situação pedagógica entre Formador, aluno e instrumentos audiovisuais.
O Papel e os Estatutos dos Parceiros na Situação A O Formador – É essencialmente aquele que sabe e aquele que fala O seu estatuto de mestre apoia-se na diferença que ele tem, em termos de saber e poder perante os seus alunos. É um estatuto de facto e de direito. Toda a conceção clássica do ensino repousa neste estatuto. A Formação do mestre consiste simplesmente em adquirir o saber que pretende e em seguida distribuir pelos seus alunos, sobre a matéria que domina.
O Aluno – É aquele que quer ou que deve aprender aquilo que o mestre sabe. A sua posição é de recetor. Tradicionalmente ele encontra-se em posição de dep endência do mestre. Daí os termos utilizados como sinónimos de aluno, tais como, discípulo, aprendiz. Caricaturando um pouco, poder-se-á perguntar se o papel do Formador na situação tradicional que nos encontramos a descrever, não é um pouco “subsidiária”: o seu papel não é outro senão ajudar os alunos CURSO: : FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE FORMADORES B- LEARNING
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a atingir o seu próprio nível, sabendo que o seu estatuto vive justamente baseado na diferença entre, o que ele sabe e os outros que não sabem.
A Relação Pedagógica O Formador – constitui o veículo de transmissão de conhecimento e tem por objetivo fornecer aos alunos uma certa forma de comportamento e de atitude. A forma como o Formador transmite a matéria está, bem entendido, ligada à matéria propriamente dita, mas também à cultura, talentos e gostos do Formador, embora possa tomar diferentes formas: exposição magistral, através de documentos, exercícios, etc.
O Aluno – recebe, armazena e utiliza imediatamente ou em diferido a informação recebida. Note-se que o estatuto de receção do aluno não corresponde à totalidade do tempo de Formação, pois existem trabalhos práticos, trabalhos de grupo e trabalho pessoal que acaba por completar grande parte do tempo de informação magistral e contribuem também para uma boa parte da assimilação da matéria.
A Informação de Retorno ( f e e d b a c k ) – desde que se estabeleça uma situação de comunicação entre o emissor (Formador) e o recetor (aluno), com a condição de que estejam em presença uns dos outros, o emissor recebe sempre uma informação difundida pelo recetor (aluno) quer seja passiva (atenção, sonolência, qualidade do silêncio, etc.) quer seja ativa (questões, dúvidas, interrupções, etc.). Quer a informação seja passiva ou ativa, o feedback é um meio, muito eficaz para o Formador adaptar o seu discurso ao seu público e em tempo real. O bom Formador tal como o bom comediante tem a capacidade de sentir o seu auditório, sabendo interpretar todos os sinais de feedback. O feedback tem pois o papel de regulador essencial na comunicação pedagógica.
O Papel e o Estatuto dos Parceiros na Situação B
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O Formador – neste caso o Formador perde a exclusividade e deixa de ter o monopólio do saber, e o seu estatuto de mestre é ligeiramente abalado. Esta rutura é de importância variável e está diretamente ligada à intervenção da ferramenta audiovisual na ação de Formação. De qualquer maneira é um fator de alteração no estatuto do Formador. Este deixa de ser o que sabe tudo, para ser o que ajuda o aluno a se apropriar da matéria.
Os instrumentos audiovisuais – estes instrumentos (videocassetes, filmes, diaporamas, etc.) quando intervêm numa ação de Formação, estabelecem uma relação exclusiva entre eles e os alunos ficando o Formador totalmente esquecido e mesmo excluído. Uma intervenção da sua parte seria uma inabilidade, interpretada como uma incongruência. É esta auto-suficiência aparente destes instrumentos que faz muitas vezes esquecer que por detrás da sua escolha e da sua utilização existe o Formador que os utilizou como estratégia pedagógica e após cuidada análise sobre como utilizá-los e quando.
O aluno – neste caso o aluno é um duplo recetor. Recebe por um lado o discurso formalizado e distribuído pelo Formador e por outro lado recebe as mensagens distribuídas pelos utensílios audiovisuais utilizados. A modificação produzida no papel do Formador e em paralelo acompanhada por uma modificação simétrica no papel do aluno. O Formador pode ser substituído, ainda que parcialmente. O Formador perde poder e modifica a sua imagem. Já não é aquele que sabe, mas aquele que pode ajudar a aprender dispondo quando oportuno, de ferramentas audiovisuais que tornam mais eficaz o seu próprio discurso. Estabelece-se então, entre o Formador e o aluno, uma relação que já não passa pelo Formador, pois passa a ser uma relação entre o aluno e a matéria. E se a introdução de uma ferramenta audiovisual provoca uma brecha no estatuto do Formador, amplia-se por contrapartida, o campo de ação do aluno e outros instrumentos surgirão, sem dependência total do formador tais como leituras, trabalhos pessoais, trabalhos de grupo, etc.
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A Segurança O aluno perante todos os meios colocados à sua disposição, deve utilizá-los o melhor possível. Por outro lado o papel do Formador (que continua a ser aquele que sabe...) será o de garantir a qualidade da informação e a evolução do trabalho a desenvolver pelos alunos. A isto o Formador acrescenta um papel importante e fundamentalmente pedagógico o garantir a segurança da assimilação do seu saber pelo aluno. Ele garante também o bom funcionamento do sistema (organização, materiais disponíveis, etc.) Ele garante ainda segurança no êxito do percurso a percorrer pelo aluno. Este por sua vez passará de uma atitude irresponsável para uma atitude responsável e autónoma, capaz de se auto-formar com os meios colocados à sua disposição. Auto-formar é correr o risco de uma certa independência. E nesta situação, o Formador tem também um papel de educador.
3.1.2
A auto-formação assistida por computador
A auto-formação não é uma situação nova nem original. Formar-se sozinho, gerindo nós próprios, os meios de a fazer, sempre existiu e designa-se por auto-didatismo. Por vezes os Formadores de Formação clássica, consideram o auto-didatismo de uma forma depreciativa. No entanto, a auto-formação utiliza-se em situações de exceção, como por exemplo: isolamento com utilização de tele-ensino, necessidade de novos conhecimentos para efeitos de promoção, necessidade de adquirir conhecimentos em matérias raras, complemento de formação opcional, sendo o restante, ou seja, o essencial, assegurado pelos meios de Formação tradicionais.
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A Ausência do Formador O aspeto essencial das situações de auto-formação assistida por computador é a ausência do Formador e em consequência a perda de dois elementos importantes na relação Formador/aluno:
A segurança;
A dimensão afetiva.
Com efeito o aluno perde a segurança quanto à matéria: o mestre “que sabe” não está pr esente e
não pode ser interrogado para corrigir, completar ou reformular. O aluno perde também a segurança pedagógica que o ajuda a avançar na assimilação da matéria. E perde enfim, a segurança técnica assegurada pelo Formador. Deste modo na falta da presença física do Formador, será oportuno, mas dependerá dos casos, permitir ao aluno um meio de se desembaraçar no caso de algum acidente, através de uma ligação telefónica, uma espécie de “HELP”, para evitar uma situação de pânico.
A dimensão afetiva da relação Formador/aluno é bem mais difícil de substituir. É para atenuar esta ausência, que a voz e os diálogos do E.A.C. são estudados para recriar artificialmente uma relação simpática com a máquina. “Bom dia”, “Como está a correr o dia”, são
exemplos de textos nos ecrãs.
Relação Aluno/Computador A ausência do Formador reduz a situação pedagógica a uma relação computador (ecrã/teclado) e aluno. Sendo a máquina passiva, a primeira reação do aluno é sentir uma total liberdade na condução da sua Formação, liberdade quanto ao início, liberdade para trabalhar ao seu ritmo, liberdade de se enganar e recomeçar, liberdade de experimentar e de escolher.
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O Diálogo Computador – Aluno A palavra diálogo é um pouco enganadora e significativa do muito sustentado sobre o E.A.C. Nalguns casos têm a aparência de diálogo:
O ecrã afixa mensagens;
Os periféricos audiovisuais mostram imagens e difundem frases;
O aluno é solicitado, e faz desfilar os ecrãs, responde, escolhe e decide;
O computador analisa as respostas e reage em função da sua análise.
Mas trata-se de um diálogo organizado e codificado, totalmente artificial, sem espontaneidade nem riqueza e sem o feedback da comunicação inter-pessoal. O diálogo, neste caso é imposto e o sistema fica à espera de uma resposta que muitas vezes tarda a vir. O diálogo, neste caso não é mais do que, perguntas, respostas e pedidos e o seu número varia em função da riqueza do produto informático e da análise pedagógica que esteve na sua conceção. A liberdade do aluno está limitada e foi fixada pelo autor do produto informático quando o definiu e preparou.
Etapas para a Realização de um Produto Didático Informático
Produzir um produto desta natureza é uma tarefa apaixonante e complexa. Em virtude da sua complexidade é fundamental seguir um método de trabalho, e evitar que o entusiasmo nos ponha a improvisar ecrãs, com efeitos especiais, pois o objetivo a atingir pode não ser esse. As improvisações dão sempre origem a um conjunto de trabalhos realizados que mais cedo ou mais tarde poderemos vir a abandonar e recomeçar tudo de novo.
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Apresentação de um Método de Trabalho A produção de um produto didático faz-se em 3 etapas distintas: Conceção
do produto;
Realização
do produto;
Qualificação
pedagógica.
Cada uma destas fases deve ser analisada com um rigor exaustivo, pois uma lacuna provocada por um erro de análise pode comprometer a qualidade do produto e o respetivo investimento.
A Conceção do Produto Esta etapa que se situa a jusante da utilização do computador constitui uma etapa essencial do trabalho do autor, e divide-se em duas fases:
A. Os estudos pedagógicos; B. A criação do produto didático.
A. Os Estudos Pedagógicos A fase dos estudos pedagógicos começa com a decisão de fazer um Produto Didático. Esta grande decisão supõe resolvidas algumas questões, e que enunciamos a seguir:
A escolha e disponibilização dos materiais;
A disponibilidade dos meios em homens que uma primeira aproximação já permitiu estimar;
A compatibilidade pedagógica entre o sujeito a tratar e a utilização das tecnologias do E.A.C.
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O principal objetivo desta frase é analisar e concretizar os parâmetros fundamentais do produto didático a desenvolver, e que são:
A-1. Os objetivos do produto didático; A-2. O nível de entrada exigido pela população-alvo; A-3. A definição exata do conteúdo temático; A-4. As escolhas e a estratégia pedagógicas. Bem entendido, todos estes parâmetros encontram-se mais ou menos misturados uns com os outros. Contudo, para maior clareza, rigor e eficácia, será necessário estudá-los um após outro. O conjunto destes parâmetros rigorosamente definidos constituirá o “Caderno de Encargos” do
produto didático.
A – 1. Os Objetivos do Produto Didático São de dois tipos: A
quem se dirige o produto? (Constitui a definição da população-alvo);
Pretende-se
obter que resultados? (Constitui a definição dos objetivos propriamente
ditos). No 1º caso, a população-alvo deve ser definida de modo preciso e exaustivo. Um produto definido para alunos do 5º ano não deve poder ser utilizado para adultos em Formação permanente. Por outro lado, mesmo num determinado domínio os conhecimentos alteram-se e os programas informáticos também.
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No 2º caso, para se definir o resultado que se espera de um produto, deve-se responder à questão: “Que diferença se pretende obter entre a população definida antes e a população definida depoi s da
utilização do produto didático? “ As diferenças devem ser expressas em termos de saber, saber-fazer e as de modificações ao nível do comportamento (saber-ser).
A – 2. O Nível de Entrada A definição do nível de entrada não é mais do que caracterizar os pré-requisitos, ou seja os conhecimentos que se devem considerar como adquiridos pela população-alvo, antes da utilização do produto didático. O não respeito pelos pré-requisitos que definem o nível de entrada pode pôr em causa a garantia do produto didático quanto à qualidade.
A – 3. Conteúdo Temático Pretende-se definir, analisar e concretizar toda a matéria que é necessário ensinar.
Duas aproximações permitem ajudar a efetuar esta inventariação: Definição
em extensão.
Os conceitos e itens devem ser todos listados, de forma ordenada ou não. A lista permitirá determinar em qualquer momento o que deve ser introduzido no produto didá tico. Definição
das relações.
Determinam-se as ligações que unem os conceitos entre eles, e futuramente no produto didático, e as ligações lógicas que unem os conceitos do produto didático aos conceitos que são tratados noutros sistemas de apoio (dicionários, bases de dados, documentação, etc.).
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Este segundo ponto, permitirá estabelecer “pontes” com outras fontes de informação e Formação, sem sobrecarregar o produto didático em desenvolvimento.
A – 4. As escolhas e a estratégia pedagógica A definição da adequada Estratégia Pedagógica é da responsabilidade da empresa que encomenda, organiza e financia a Formação, e dos Formadores que a ministram em função da população-alvo. Os responsáveis pelo desenvolvimento do produto didático, também designados autores, apenas irão traduzir as opções pedagógicas em factos. Assinalaremos aqui um obstáculo perigoso e frequentemente encontrado: confundem-se muitas vezes a lógica própria de uma matéria, com as escolhas pedagógicas que devem ser realizadas e colocadas no produto didático. Em termos práticos, a definição das escolhas e portanto da estratégia pedagógica, não é mais do que tentar fornecer uma resposta precisa à questão seguinte: “Como se vai utilizar a informática neste produto didático para que responda a objetivos precisos?”
Não é ainda possível nem desejável estabelecer uma tipologia sobre as diferentes utilizações possíveis do computador face às diferentes situações pedagógicas habituais. Subsiste ainda uma grande dose de empirismo e de especialidade. De qualquer forma a utilização pedagógica do computador situa-se entre os seguintes extremos possíveis:
Ensino diretivo ou não diretivo;
Processo de Transmissão de Informação ou Aquisição através de um processo estritamente ativo;
Exercícios utilizados como medida e ou sanção ou como meio de investigação ou de aprofundamento (utilização pedagógica dos erros).
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B. A Criação do Produto Didático Nesta fase, teremos que atender aos seguintes aspetos:
Numa 1ª etapa estruturar e ordenar logicamente e cronologicamente todos os componentes da matéria, numa coleção de elementos que designaremos por “atómicos” por analogia com os elementos mais ínfimos à face da terra;
Em seguida, segue-se a ligação entre cada componente e todos os outros.
Como já vimos anteriormente a matéria é organizada em função da estratégia pedagógica escolhida. O resultado da estruturação propõe aos alunos um ou vários caminhos possíveis em função das respetivas respostas e escolhas. Deste modo, a estrutura deve ser rica e com um leque de opções variado. Assim é fácil compreender que um produto d idático desta natureza é bastante com plexo de conceber, e exigirá suportes informáticos de razoável dimensão. Uma vez fixadas as grandes linhas do percurso, cada etapa será desenvolvida até à unidade mínima de diálogo. Este elemento “atómico” do diálogo designa -se segundo os autores ou os diversos sistemas
desenvolvidos para E.A.C. por: Passo;
Item;
Unidade de Interação;
Etc.
Nesta fase de criação do produto didático e tendo em atenção que a sua aplicação está orientada para uma utilização autodidática, não se deve perder de vista que as imagens dos ecrãs constituem o primeiro e muitas vezes o único contactos dos alunos com o sistema E.A.C.
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Uma qualidade pedagógica deficiente ou imagens de ecrã pouco cativantes podem provocar por parte dos alunos uma rejeição ao produto didático desenvolvido. Isso acontece, por muito potente que seja a tecnologia informática de suporte ao desenvolvimento do sistema. Deste modo é necessário nesta fase do projeto ter em atenção as seguintes questões:
Análise dos diálogos que constituem a cadeia de perguntas e respostas;
Redação dos textos e precisão da sua localização no ecrã;
Escolha de casos mais apropriados, assim como os elementos gráficos, visuais e sonoros;
Definição dos “comparadores” a utilizar para a correção das respostas dos alunos às
questões.
A Realização do Produto Nesta etapa o autor encontra-se numa das duas situações seguintes:
Dispõe de linguagens informáticas standard, tais como: Visual Basic, Cobol, Forstran, Delphi, etc. ou linguagens mais orientadas para a formação tais como: Can 8, Tutor, Pilot etc.
Ou então
Dispõe de um “Sistema - Autor”
No 1º caso será necessário assegurar que a programação do sistema seja realizada por um programador já especialista neste tipo de sistemas, cujo trabalho será validado pelo responsável do projeto, o autor. No 2º caso trata-se apenas de escolher no mercado o produto didático que melhor se adeque aos nossos objetivos, e ter em atenção o nível de qualidade sob o ponto de vista lógico, formal e pedagógico.
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Alguns cuidados a ter na seleção de um produto didático informático:
A qualidade dos ecrãs;
A qualidade dos textos;
As inversões de vídeo devem ser evitadas;
Não se deve abusar das cores;
Deve-se evitar carregar os ecrãs com texto;
Não se deve contrariar os hábitos clássicos de leitura (de cima para baixo e da esquerda para a direita);
Não se deve colocar tudo em relevo.
Relativamente às questões, em que o sistema aguarda uma resposta ao aluno, estas, quando estão abertas, devem ser cuidadosamente planeadas, isto é, a redação, se por um lado deve ser suficientemente aberta para não induzir a resposta, deve por outro lado, ser suficientemente precisa para que a forma de resposta dada pelo aluno, entre nas hipóteses de análise previstas pelo autor. Não há nesta matéria regras absolutas. No entanto, o sistema deve estar preparado também para se defender das respostas “aberrantes” dos alunos, quando se encontram totalmente livres no seu posto de trabalho. No que se refere às respostas dos alunos, a análise destas respostas constitui também uma das tarefas mais difíceis e meticulosas do autor do produto. Este trabalho consiste em prever o maior número de respostas possíveis. O autor necessita nesta fase de uma equipa de trabalho, pois quando se conhece a resposta exata a determinada questão, tem-se tendência a subestimar a abertura e dificuldade da questão. Uma equipe de pessoas são fundamentais para medir a qualidade da questão e a amplitude das possibilidades de resposta.
A Qualificação Pedagógica Quando se conclui o desenvolvimento do produto e antes de se entrar na fase de exploração regular, este deve ser cuidadosamente validado do ponto de vista pedagógico.
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Trata-se de medir sobre uma população teste, se o resultado obtido está de acordo com os objectivos fixados na fase dos estudos iniciais, ou seja, utilizando um subconjunto da população-alvo, analisarse a modificação do saber e do comportamento. No caso de constatação de deficiências do produto, o estudo pedagógico deverá ser retomado, através de:
Novos exames dos objectivos e pré-requisitos (mal formulados, ambíguos, demasiados ambiciosos);
Novo exame ao alcance da matéria;
Mudança de estratégia pedagógica.
Características É sem dúvida neste último ponto que residirá o maior esforço, sendo muitas vezes necessário trabalhar por aproximações sucessivas.
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3.2 Ensino à Distância
Vantagens
Separação Professor / Aluno, quase permanente Existência de uma estrutura organizacional que planeia e prepara os materiais pedagógicos e apoia os alunos Utilização de meios técnicos (escritos, áudio, vídeo ou informático), para a ligação Professor / Aluno Ensino mais individual do que em grupo; Descentralização geográficas;
do
ensino
/
ultrapassando barreiras
Oferta de grande variedade de cursos;
Atinge um maior número de Alunos;
Utilização dos Professores mais qualificados;
Facilita a Formação contínua ao ritmo mais ou menos individual.
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Pode ser uma tarefa solitária, que torne difícil manter a motivação durante períodos longos de tempo; Muitos Formandos sentem a necessidade de um apoio psicológico para continuar a estudar; Muitos Formandos sentem que têm hábitos de estudo que não conduzem a uma aprendizagem independente eficaz. Sofrem do “síndroma do isolamento”;
Desvantagens
Componentes
Para muitos Formandos, a transição da Formação tradicional, presencial, com a presença permanente do Formador, para uma situação de ensino à distância, é demasiado violenta. O Formando é muitas vezes resistente a esta ideia, pelo menos até adquirir a autoconfiança necessária.
Meios Pedagógicos
Sistema de gestão do curso e de apoio aos Alunos
Sistema de avaliação dos Alunos
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Manuais para ensino à distância;
Outros livros já existentes;
Testes de auto – avaliação;
Cassetes áudio;
Meios
Cassetes vídeo;
Vídeo interativo;
Diapositivos;
Emissões de televisão;
Software informático;
Teleconferência.
A escolha dos meios pedagógicos é condicionada por :
Custo;
Acessibilidade para o Aluno;
Domínio do meio pedagógico pelo Professor;
Tempo disponível para produção.
Sistema de apoio aos alunos:
Tutor – é essencialmente um “ facilitador “, ou seja, ajuda o aluno ou grupo de alunos a colaborar entre si, potenciando as capacidades de cada um.
A sua atividade pode desenvolver-se através da organização de:
Sessões Troca
de curta duração ou jornadas de trabalho no fim-de-semana;
de correspondência;
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MÓDULO: RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO Comunicações
telefónicas ( help-line );
Teleconferência.
Deve atribuir-se ao Tutor um papel importante na avaliação contínua, o que pode revelar-se decisivo, na medida em que fortalece a relação Professor / Aluno.
Apoio das Chefias – está provado que a motivação dos Alunos, está intimamente ligada à forma como o seu esforço é visto e reconhecido pela hierarquia.
Centros de Apoio – são locais onde os Alunos podem encontrar apoio ou condições de estudo.
Podem, ainda, revestir formas de “ workshop “ ou outros tipos de ações.
Apoio de outros Alunos – um sistema de comunicações bem arquitetado, pode tirar partido das grandes potencialidades do trabalho de grupo, permitindo a troca de conhecimentos e experiências entre colegas.
O Círculo de Aprendizagem em Ea d – um círculo de aprendizagem é Formado por um grupo de Formandos com os mesmos objetivos, um outro membro da Organização (Chefia direta por exemplo) e por um especialista em Formação, que intervirá apenas em momentos específicos.
Não é necessário que esse outro membro da Organização – a chefia direta – seja perito no conteúdo do curso, o Tutor ou os próprios materiais pedagógicos desempenham o papel de perito.
O círculo de aprendizagem pode ser uma das soluções para ultrapassar o “síndroma do isolamento”.
Como Funciona um Círculo de Aprendizagem em Ead
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A primeira tarefa dos membros do círculo é definirem os seus objetivos individuais, discutindo-os depois com o grupo, identificando assim um determinado número de objetivos que possam ser trabalhados em conjunto, listando-os e acordando em prazos para os atingirem.
O círculo discute então qual a parte do trabalho que pode ser feita em conjunto e qual a que deve ser feita individualmente.
Com o auxílio do Supervisor, o círculo faz então uma listagem dos recursos que possui: conhecimentos e experiência relevantes de alguns dos membros e acesso a materiais e informação.
Em seguida, é feita uma lista de recursos adicionais que sejam julgados necessários e que podem ser de variadíssimos tipos: pessoas, salas disponíveis, “hardware”, tempos
livres...essa lista é discutida com o Supervisor.
O círculo produz, então, um “contrato” que passa ao papel os acordos a que chegou em
termos de: Objetivos, planeamento de tempo, plano de trabalho (de grupo e individual), uso dos recursos existentes, lista de recursos que o Supervisor acordou em facilitar-lhe.
A concluir esta primeira fase, o Supervisor acorda com os membros, observarem o processo de aprendizagem durante a vida do círculo.
O especialista faz normalmente uma curta introdução sobre teoria da aprendizagem e convida os membros a observar as suas próprias tendências no processo de aprendizagem e experimentar novas formas, procurando o estilo mais eficaz para cada indivíduo.
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Os membros do círculo começam então a trabalhar com os materiais individualmente ou em pequenos grupos, conforme estabelecido no plano.
Encontram-se periodicamente com o Supervisor para sessões, nas quais o foco de interesse é normalmente a relação entre a teoria e a prática.
O Supervisor partilha a sua experiência de como o que está a ser aprendido é aplicável na prática diária e debate-se a organização dos recursos que serão necessários nas fases seguintes.
A intervalo regular, todo o círculo se reúne para rever o processo.
No final do período de estudo o círculo reúne-se novamente para rever toda a experiência vivida.
O foco desta reunião é os resulta dos do “contrato” redigido no início: os obje tivos atingidos ou não e o modo como as pessoas trabalharam em conjunto para facilitar a aprendizagem. A um nível mais individual os membros do círculo são encorajados a refletir sobre o seu sucesso em “aprender a aprender” e a identificar práticas que os ajudarão a aprender
organizadamente no futuro.
O círculo de aprendizagem funcionou, portanto, como “rede de segurança” para os iniciados
em EAD, deu um toque e um suporte humano e ajudou os indivíduos a superar o medo de se envolverem num processo desconhecido, a usar a sua própria experiência e a sentir motivação para estudos no futuro.
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Dada a natureza da experiência, haverá decerto uma maior facilidade na transição para métodos de aprendizagem altamente individualizada e portanto tornará mais reais as vantagens do EAD.
Foi adicionado o “toque humano” que faltava...
No Ensino à Distância a avaliação deve ser tendencialmente contínua, permitindo, assim, o estabelecimento de um ritmo de trabalho, adequado a cada Aluno.
SISTEMA DE AVALIAÇÃO DOS
A avaliação deve ser formativa, estabelecendo-se, no entanto, periodicamente, um sistema de avaliação sumativa. Estes tipos
ALUNOS
de avaliação podem ser feitas pelos próprios Alunos e/ou pelo Tutor.
As perguntas mais utilizadas são as de escolha múltipla, pois permitem uma maior objetividade e uma rápida correção.
Custos do Ensino à Distância
Estudos elaborados permitem concluir que, em termos médios, o Ensino à Distância custa cerca de 30% a 50% do ensino presencial.
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O elevado número de Alunos diminui os custos fixos, por amortização do investimento inicial na criação do curso. Depois dos custos fixos amortizados, os custos totais diminuem com o aumento do número de Alunos.
Considerações Finais
Seguir um determinado programa de formação é, ou deveria ser, um processo de
desenvolvimento pessoal, através do qual o indivíduo adquire novos conhecimentos, capacidades, valores e atitudes.
Dizem alguns teóricos que à medida que o indivíduo amadurece:
O
conceito de si próprio evolui da dependência para a independência;
Torna-se um reservatório fantástico de experiência e portanto uma fonte de
aprendizagem;
A
sua aptidão para aprender é cada vez mais o produto das exigências dos papéis
sociais que desempenha;
Passa
a ter uma visão da aprendizagem orientada para a resolução de problemas
e não para muitos dos conceitos.
Como tal, um sistema que pretenda efetivamente adotar uma perspetiva de desenvolvimento pessoal e encorajar uma aprendizagem independente, como é o caso do
Ensino à Distância, deve:
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MÓDULO: RECURSOS DIDÁTICOS NA FORMAÇÃO E AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Encorajar os Alunos a ser mais responsáveis pelo seu próprio processo de
aprendizagem;
Dar
aos Alunos a possibilidade de envolverem a sua própria experiência e usá-la
como fonte de aprendizagem;
Adequar
os programas às reais necessidades dos Alunos;
Encorajar
uma aprendizagem orientada para a resolução de problemas.
CURSO: : FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE FORMADORES B- LEARNING
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