FACULDADE ICESP
MANUAL DO I CURSO DE OPERADORES DE CÂMARA HIPERBÁRICA MULTIPLACE DE BRASÍLIA Coordenador do Curso: Prof. Lacerda Mestrando em Educação na Universidade Católica de Brasília Especialização Especialização em Direito Di reito Sanitário pela Fundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ Especialização Especialização em Docência do Ensino Superior pela Universidade Cândido Mendes/UCAM Especialização Especialização em Saúde do Trabalhador Trabalhador e Ecologia Humana pela Fundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ/ENSP Especialização Especialização em Direito Di reito Público pela Faculdade Projeção Graduado em Direito pela Universalidade Federal Fluminense/UFF Técnico de Enfermagem Hiperbárica pela Marinha do Brasil Inspetor Internacional de Serviços Hiperbáricos. Primeiro Sargento da Marinha do Brasil Parecerista do COREN-RJ em matéria de Hiperbárica Diretor de Segurança do Centro Hiperbárico de Brasília/CHB Adjunto do Diretor de Segurança do Serviço de Medicina Hiperbárica do Hospital das Forças Armadas/HFA. Professor e Instrutor há 16 anos (USP, (USP, Unirio, PUC-RJ, UFRJ entre outras) Professor de Cursos Preparatórios de Direito, Enfermagem, Educação e Saúde do Trabalhador Trabalhador.. Professor de Legislação, Ética e Bioética no Curso Cidade. Professor da Disciplina de Saúde Ambiental Ambiental e Biossegurança Biossegurança do Curso de Enfermagem da Faculdade ICESP. Preceptor de Estágio Supervisionado de Enfermagem da Faculdade ICESP. Possui trabalhos publicados em revistas científicas nacionais e estrangeiras.
Introdução: Bem-vindo ao I CURSO DE OPERADORES DE CÂMARA HIPERBÁRICA MULTIPLACE DE BRASÍLIA. Este curso tem por objetivo prover aos participantes uma visão abrangente desta modalidade de tratamento em extensão no nosso país, capacitando-os para a atuação em serviços de Medicina Hiperbárica. Objetivos: Ao fim da apresentação apresentação cada participante deverá se capaz de identificar os propósitos e objetivos do curso, bem como descrever o método de avaliação de seu desempenho. Carga Horária Total: Total: 30 horas/aula Carga Horária Teórica: Teórica: 16 horas/aula Carga Horária Prática: 04 horas/aula Carga Horária Estudo Dirigido: 10 horas/aula Instrutores: As aulas serão ministradas pelos seguintes instrutores: Elias Pereira de Lacerda, especialista em Enfermagem Hiperbárica Marcelo Fontoura, especialista em Enfermagem Hiperbárica Quanto à presença, à freqüência e à avaliação dos participantes:
Presença: 75% Avaliação: Prova Teórica e Prática + Avaliação de 02 (dois) Estudos Dirigidos. Aproveitamento de 60% na avaliação escrita e 60% na avaliação prática. Vedado uso de celular durante as aulas
I CURSO TEÓRICO-PRÁTICO DE OPERADORES DE CÂMARA HIPERBÁRICA MULTIPLACE DE BRASÍLIA 2017 Cronograma DATA: 04 e 05 de Fevereiro de 2017. AULA INAUGURAL: 04 de Fevereiro de 2017, Sábado. HORÁRIO: 08:00 às 18:00. LOCAL: Faculdade ICESP de Águas Claras. VAGAS: 30 vagas. OBJETIVO: Capacitar voluntários interessados na área de Câmara Hiperbárica Multiplace. METODOLOGIA: Problematização de Paulo Freire e LEPE de Demo. RESPONSABILIDADE SOCIAL: Este curso é objeto do projeto de responsabilidade social capitaneado pelo Prof. Lacerda, sem fins lucrativos em execução no Brasil. Durante o curso será solicitado 01 quilo de alimento não perecível destinado ao projeto de apoio aos portadores hipossuficientes de HIV e Hepatite do Distrito Federal.
INSCRIÇÃO: Etapa I: Solicitar a ficha de inscrição pelo email:
[email protected] [email protected].. Preencher completamente e corretamente e encaminhar para o mesmo.
Etapa II: Seleção dos inscritos dentro das vagas disponíveis. Apenas receberão o email de confirmação os 30 candidatos selecionados para o curso.
Etapa III: Confeccionar TODOS os 10 (dez) ( dez) Estudos Dirigidos encaminhados pelo coordenador do curso dentro do prazo estipulado e encaminhar para o email supracitado na etapa I.
Etapa IV: apresentar no início do curso o Estudo Dirigido Final composto de 20 questões respondido e impresso em folha A4, frente e verso.
CERTIFICAÇÃO: Receberão o certificado de 30 horas o aluno que cumprir todas as etapas do curso (inscrição, realização dos estudos dirigidos, 75% presença, estudo dirigido final, prova prática e prova escrita).
PROGRAMAÇÃO: Dia 04/02/2016 (sábado) – Prof. Prof. Lacerda 1ª Aula:
Apresentação Apresentação do Curso (08:00 ( 08:00 às 08:30) 2ª Aula: 2
ICESP 2017
Recursos Humanos Hiperbáricos (08:30 as 10:00) Intervalo (10:00 as 10:20). 3ª Aula: Prof. Fontoura Anatomia e Fisiologia aplicada ao Mergulho (10:20 às 11:00) – Prof. 4ª Aula (Manhã): Princípios da Física aplicada ao Mergulho (11:00 as 12:00) Intervalo de Almoço (12:00 as 13:00). 5ª Aula:
Acidentes Hiperbáricos (13:00 as 14:00) 6ª Aula: Cuidados de Enfermagem Hiperbárica (14:00 às 16:00) Intervalo (16:00 as 16:20). 7ª Aula: Câmaras Hiperbáricas Multipaciente e Acessórios (16:20 as 18:00
Dia 05/02/2016 (domingo) – Prof. Prof. Lacerda, Dr. Thales e Enfermeira Elizete
8ª Aula: Tabelas de Mergulho (08:00 às 10:00) Intervalo (10:00 as 10:20).
9ª Aula: Tabelas de Tratamento e Protocolo Clínico de OHB (10:20 às 11:00)
Acidentes de Mergulho (11:00 às 12:00) Intervalo de Almoço (12:00 as 13:00). 10ª Aula: Segurança Operacional Operacional (13:00 as 15:00) 11ª Aula: Resolução nº 1.457 do CFM (15:00 às 16:00)
Intervalo (16:00 as 16:20). 12ª Aula:
Painel de Controle da Câmara Hiperbárica Multipaciente (16:20 as 17:00) 13ª Aula:
Prova Teórica e Prática de Hiperbárica (17:00 as 17:40) Inquérito Pedagógico e Encerramento (17:40 as 18:00) .
_____________________ ________________________________ ___________ Elias Pereira de Lacerda Coordenador do Curso
Carga horária real Carga horária total
3
30 horas/aula 30 horas/aula
ICESP 2017
SUMÁRIO 1. Apresentação Apresentação do Centro Hiperbárico de Brasília/CHB...................................... Brasília/CHB................................................... ............. Pg. 04 04 2. Recursos Humanos Hiperbáricos ......................................................... ................................................................................. ............................ Pg. 06 3. Anatomia e Fisiologia aplicada ao Mergulho................................. Mergulho.......................................................... ................................. ........ Pg. 10 4. Princípios da Física aplicada ao Mergulho................................... Mergulho......................................................... ................................... ............. Pg. 20 5. Acidentes Hiperbáricos ............................................... ...................................................................... .............................................. ............................ ..... Pg. 28 6. Cuidados de Enfermagem Hiperbárica................................................ Hiperbárica....................................................................... ............................ ..... Pg. 29 7. Câmaras Hiperbáricas Multipaciente Multi paciente e Acessórios ........................................................ ........................................................ Pg. 35 8. Tabelas de Mergulho............................... Mergulho...................................................... ............................................. ............................................... ............................. Pg. 37 9. Tabelas de Tratamento Tratamento e Protocolo Clínico ....................................... ............................................................. ............................. ....... Pg. 49 10. Acidentes de Mergulho ............................................................. ....................................................................................... ...................................... ............ Pg. 52 11. Segurança Operacional .............................................. ...................................................................... ............................................... ............................. ...... Pg. 66 12. Resolução nº 1.457 do CFM ............................................................... ....................................................................................... ............................ .... Pg. 67 13. Painel de Controle da Câmara Hiperbárica Multiplace................................................... Multiplace................................................... Pg. 71 14. Considerações Considerações Finais........................................ Finais.............................................................. .............................................. ......................................... ................. Pg. 76 15. Referências ................................................. ........................................................................ .............................................. ............................................. ...................... Pg. 77 16. Estudos Dirigidos .............................................. ..................................................................... ............................................... ...................................... .............. Pg. 78 17. Inquérito Pedagógico........................... Pedagógico.................................................. ............................................. .............................................. ............................... ....... Pg. 84
1ªA u l a: A pres pr esent entaç ação do Cent C entrr o H i perbá per bár i co de Br B r asíl i a/CH a/ CH B (08: (0 8: 00 às 08: 30)
CAPÍTULO 1 CENTRO HIPERBÁRICO DE BRASÍLIA O Centro Hiperbárico de Brasília/CHB foi criado no ano de 2015 visando o atendimento humanizado, integral, holístico, seguro e eficiente aos seus usuários. O serviço é composto de uma câmara hiperbárica multipaciente com capacidade para 14 pacientes por sessão, hospital dia e tratamento de feridas em uma infra-estrutura médico-hospitalar capaz de atender todo tipo de paciente que esteja realizando atendimento neste serviço. O tratamento é realizado em sessões diárias com duração média de 90 minutos. O número de sessões por paciente depende da evolução de cada patologia e os pacientes são reavaliados a cada 10 sessões, por uma equipe especializada composta de médico e enfermeiro hiperbaricistas. De acordo com o Conselho Federal de Medicina através da Resolução nº 1.457/95. Não há tratamento de oxigenioterapia hiperbárica/OHB apenas com a exposição da lesão ao oxigênio. COMPETÊNCIA DO CHB 1. Coordenar, gerenciar e promover o atendimento do paciente portador de patologia das diversas áreas, com pessoal próprio e material necessário ao tratamento hiperbárico, em regime ambulatorial, com a finalidade de apoiar as demais Clínicas e Serviços; 2. Realizar os procedimentos de tratamento pertinentes à especialidade; 3. Elaborar respostas a pedidos de Parecer solicitados pelas demais Clínicas e Serviços; 4. Manter atualizadas e disponíveis as rotinas técnicas e procedimentos do Serviço; 4
ICESP 2017
5. Promover a manutenção dos equipamentos existentes sob sua responsabilidade, responsabilidade, em conjunto com as empresas contratadas pelo CHB; 6. Atender pacientes oriundos da rede particular e pública de saúde; 7. Atender o paciente de forma integral, holística e humanizada; 8. Avaliar se o diagnóstico do paciente está contemplado na Resolução nº 1.457 de 1995 do Conselho Federal de Medicina e/ou na literatura internacional; i nternacional; 9. Realizar o registro fotográfico do diagnóstico do paciente quando portador de feridas expostas a cada 10 (dez) sessões de Oxigenoterapia Hiperbárica/OHB; 10. Confeccionar o Prontuário de Oxigenoterapia Hiperbárica formado pelo Termo de Admissão, Termo de Consentimento Informado, Termo de Pesquisa, Declaração, Evolução Médica, Ficha de Classificação da Ferida e Anotação de Enfermagem; 11. Realizar anamnese específica do paciente relacionada às condições para ser submetido ao ambiente hiperbárico; 12. Encaminhar o paciente para investigação específica de outras especialidades de saúde que irão corroborar com a melhoria do processo de cura e mitigação miti gação dos gastos; 13. Orientar o paciente hiperbárico sobre os benefícios e riscos do tratamento hiperbárico; 14. Orientar os profissionais de saúde sobre os cuidados hiperbáricos exigidos para o tratamento t ratamento hiperbáricos; 15. Definir o protocolo clínico e de enfermagem para atendimento do paciente hiperbárico; 16. Emitir e responder parecer referente à OHB; 17. Acompanhar todo o tratamento hiperbárico na câmara multiplace; 18. Fornecer tratamento hiperbárico seguro de acordo com as normas de segurança vigentes; 19. Manter a segurança da sala de máquinas referente ao principio de funcionamento dos seus equipamentos, equipamentos, bem como a interação entre seus componentes com o sistema hiperbárico; 20. Providenciar a manutenção preventiva e reparadora do sistema hiperbárico; 21. Coordenar a execução das atividades de ensino referentes aos residentes, estagiários e voluntários, cumprindo os currículos pertinentes dos respectivos cursos; 22. Desenvolver atividades de ensino e pesquisa hiperbárica; 23. Organizar eventos de ensino (cursos e congressos), a fim de capacitar profissionais de saúde do CHB e instituições interessadas; 24. Participar de eventos científicos organizados pelo CHB; 25. Desenvolver capacitação capacitação e treinamento hiperbárica para a equipe hiperbárica e interessados; 26. Criar protocolos e procedimentos operacionais padrão relacionado ao ambiente hiperbárico; 27. Assessorar os setores responsáveis pela admissão e controle de funcionários referente à saúde dos trabalhadores submetidos ao ambiente hiperbárico; 28. Desenvolver o Projeto de Voluntariado de Oxigenoterapia Hiperbárica do CHB; 29. Orientar e acompanha visitas ao CHB; 30. Apresentar trabalhos científicos referente à hiperbárica em congressos nacionais e internacionais; 31. Publicar artigos científicos hiperbáricos em revistas nacionais e internacionais; e 32. Desenvolve atividade de pesquisa com os pacientes hiperbáricos, quando autorizados pelos mesmos e Comitê de Ética e Pesquisa/CEP correspondente. correspondente.
ORGANIZAÇÃO O CHB é constituído pelos seguintes segmentos: Medicina Hiperbárica Enfermagem Hiperbárica Segurança Hiperbárica Administração Hiperbárica
5
ICESP 2017
2ªA u l a:
CAPÍTULO 2 Recur Recur sos H um umanos anos H i per per bár i cos (08:30 (08: 30 as 10: 10: 00) Recursos Materiais, Recursos Humanos e Recursos Financeiros
LEGISLAÇÃO PERTINENTE A organização e padronização do CHB são pautadas na legislação vigente, enfatizando o Roteiro da ANVISA para Serviços Hiperbáricos, Ministério do Trabalho e Emprego, Marinha do Brasil, Conselho Federal de Medicina, Conselho Federal de Enfermagem e Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária/ANVISA através da RDC 50/2002 e RDC 51/2012 determinam o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos estabelecimentos assistenciais de saúde, bem como a RDC 63/2011 regulamentando as Boas Práticas de Funcionamento em Serviços de Saúde em consonância com a Lei Distrital nº 5321/2014 que institui o Código de Saúde do Distrito Federal. O Ministério do Trabalho e Emprego/MTE regulamentou a atividade especial dos trabalhadores submetidos às condições hiperbáricas no Anexo nº 6 da Norma Regulamentadora nº 15 e os Vasos de Pressão para Ocupação Humana na NR-13. O Ministério da Defesa/MD através do Comando da Marinha do Brasil regulamentou a atividade hiperbárica através da NORMAN-15 e Portaria nº 263 do Comando da Força de Submarinos/ComForSub, versando especificamente sobre equipe hiperbárica e as atribuições do Supervisor de Mergulho/Diretor de Segurança. O Conselho Federal de Medicina/CFM regulamentou as indicações hiperbáricas e a competência médica através da Resolução nº 1.457 de 1995. O Conselho Federal de Enfermagem/COFEN regulamentou a atuação da Enfermagem no ambiente hiperbárico na Resolução nº 100 de 2009. A Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica/SBMH tem contribuído para o uso segura e eficiente da oxigenoterapia hiperbárica através das Diretrizes de Segurança elaboradas a cada 02 (dois) anos. Normas Internacionais também são aplicadas no Brasil com o objetivo de intensificar os procedimentos de segurança do sistema hiperbárico – American Society of Mechanical Engineers/ASME PVHO-1, NFPA 99. EQUIPE DE SAÚDE HIPERBÁRICA A equipe de saúde hiperbárica será composta pelos seguintes trabalhadores: Médico Hiperbarista;
Enfermeira Hiperbarista;
Técnico de Enfermagem Hiperbarista;
Agente Administrativo; e
Equipe mínima para tratamento na Câmara Hiperbárica Multipaciente: 03 (01 Médico, 02 Técnicos de Enfermagem Hiperbaristas, desempenhando a função de guia interno, guia externo e guia reserva). Excepcionalmente a função de guia reserva pode ser desempenhada pelo médico hiperbaricista). Legislação pertinente a equipe mínima e seus requisitos para atuação no ambiente hiperbárico (Resolução nº 1.457/95 do Conselho Federal de Medicina, Resolução nº 100/2009 do Conselho Federal de Enfermagem, Portaria 263 do Comando da Força de Submarinos e Diretrizes de Segurança e Qualidade do Fórum de Segurança e Qualidade em Medicina Hiperbárica, 2015 da Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica. 6
ICESP 2017
ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE HIPERBÁRICA: A tr i bui bu i ções Comu n s:
Incumbe a toda equipe de saúde hiperbárica: 1. Tomar conhecimento das Rotinas do CHB (RSCHB) contidas no Manual de Rotinas e Procedimentos Hiperbáricos do CHB; 2. Cumprir e fazer cumprir todas as instruções, rotinas e procedimentos operacionais padrão em vigor relativa ao SMH; 3. Compor a Equipe de saúde hiperbárica do CHB; 4. Cumprir o expediente conforme escala enviada aos setores responsáveis pela freqüência; 5. Ao chegar ao CHB ser solícito e educado, cumprimentando todos os pacientes, acompanhantes acompanhantes e membros da equipe presentes; 6. Manter o CHB pronto para uso imediato de acordo com suas atribuições; 7. Usar Equipamento de Proteção Individual/EPI ao assistir o paciente, quando indicado pelo protocolo do Ministério da Saúde e CHB; 8. Zelar por sua própria segurança e pela segurança do paciente ao assisti-lo; 9. Ao ausentar-se do CHB avisar a equipe, preferencialmente ao Diretor Clínico ou Diretor de Segurança; 10. Comunicar toda irregularidade encontrada como mau funcionamento de aparelho ou falta dele ao Diretor de Segurança com urgência para o não comprometimento do serviço; 11. Ao afastar-se do CHB informar à Diretora de Administração e ao Diretor de Segurança (férias, atestado, licença e etc.); 12. O uniforme de trabalho no SMH para os guias internos, externo e reserva serão a calça e camisa de algodão 100% fornecidos pelo CHB, sendo recomendável o trânsito apenas em locais permitidos pelo Ministério da Saúde; 13. Zelar pela limpeza das instalações e pela boa apresentação pessoal, adotando as medidas corretivas e ou acionando os setores responsáveis, quando necessário; 14. Manter-se atualizado quanto aos materiais e equipamentos do sistema hiperbárico, para permitir calma, rapidez rapidez e segurança durante os atendimentos atendimentos hiperbáricos; hiperbáricos; e 15. Participar dos treinamentos e reuniões mensais organizadas pelo CHB;
A tr i bui bu i ções Especí E specí f i cas: Incumbe ao Médico Hiperbarista:
1. Indicar tratamento hiperbárico de acordo com a Resolução nº 1.457/1995 do Conselho Federal de Medicina e literatura internacional; i nternacional; 2. Determinar o protocolo clínico para o tratamento hiperbárico; 3. Avaliar o paciente no início do tratamento hiperbárico, bem como a cada 10 (dez) sessões de Oxigenoterapia Oxigenoterapia Hiperbárica/OHB, realizando o registro fotográfico e arquivando de acordo com as sessões realizadas no computador do Consultório do CHB; 4. Avaliar o paciente internado no hospital ou no CHB; 5. Avaliar o paciente hiperbárico dentro de no máximo 24 (vinte e quatro) horas da chegada do parecer ou solicitação; solicitação; 6. Providenciar e cumprir os requisitos para o pagamento do tratamento de OHB; 7. Confeccionar relatório médico na admissão e na alta do paciente hiperbárico; 8. Preencher o termo de admissão do paciente hiperbárico; 9. Classificar a ferida no ato da avaliação e reavaliação de OHB, caso a Enfermeira Hiperbarista não tenha realizado; 10. Evoluir diariamente o tratamento de OHB no prontuário do paciente; 11. Cumprir fielmente o horário agendado para tratamento de OHB com os pacientes; 12. Definir os parâmetros de saúde para o paciente ser submetido ao tratamento hiperbárico; 13. Supervisionar e acompanhar toda a realização da sessão hiperbárica na câmara hiperbárica multiplace e monoplace; 7
ICESP 2017
14. Fiscalizar a realização do tratamento hiperbárico no quesito da Medicina Hiperbárica; 15. Intervir e determinar condutas médicas nas emergências hiperbáricas; 16. Desempenhar Desempenhar as atribuições do Guia Externo ou Interno em caso de acidente com Guia Interno; 17. Assumir a liderança hiperbárica em caso de acidente de mergulho com o paciente ou trabalhador hiperbárico; 18. Entrar pela antecâmara para prestar assistência de saúde quando necessário; 19. Solicitar parecer; 20. Encaminhar paciente para outras clínicas que julgue necessário; 21. Participar das reuniões e adestramentos organizados pelo CHB; 22. Elaborar as rotinas de emergências hiperbáricas; 23. Abortar a sessão de OHB quando descumpri descumpri as normas de segurança; e 24. Cumprir os procedimentos operacionais padrão do CHB referente à Medicina M edicina Hiperbárica; e 25. Cumprir o Código de Ética Médica. I ncumbe ao Enf ermeiro (a) H iper iper barista: barista:
1. Exercer a profissão com justiça, compromisso, eqüidade, resolutividade, dignidade, competência, competência, responsab r esponsabilidade, ilidade, honestidade e lealdade; 2. Comunicar ao COREN e aos órgãos competentes, fatos que infrinjam dispositivos legais e que possam prejudicar o exercício profissional de enfermagem; 3. Supervisionar a realização da sessão hiperbárica no quesito enfermagem; 4. Organizar e direcionar os serviços de enfermagem hiperbárica e de suas atividades técnicas e auxiliares; 5. Elaborar instrumento para implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem de acordo com a exigência do COFEN; 6. Confeccionar e fiscalizar a execução do Processo de Enfermagem Hiperbárica; 7. Participar da elaboração, execução e avaliação do Plano de Cuidados Hiperbáricos; 8. Planejar, organizar, coordenar, executar e avaliar os serviços da assistência de enfermagem hiperbárica; 9. Emitir parecer sobre matéria de enfermagem hiperbárica; 10. Prevenir e controlar sistematicamente a infecção hospitalar no ambiente hiperbárico; 11. Prescrição da assistência de enfermagem hiperbárica; hiperbáricas; 12. Intervir e determinar condutas de enfermagem nas emergências hiperbáricas; 13. Realizar a seleção e o treinamento da equipe de enfermagem juntamente com o médico responsável; 14. Responder tecnicamente pela equipe de enfermagem, conforme leis vigentes; 15. Elaborar escalas de serviço; 16. Participar nas avaliações dos pacientes; 17. Elaborar o manual de normas e rotinas de enfermagem; 18. Supervisionar o serviço da equipe de enfermagem; 19. Realizar treinamentos periódicos com a equipe de enfermagem; 20. Realizar avaliação de desempenho da equipe com periodicidade semestral e anual; 21. Medir e registrar os indicadores de qualidade da clínica ou serviço hiperbárico; 22. Liderar e coordenar as atividades da equipe de enfermagem; 23. Prestar atendimento aos pacientes, médicos e acompanhantes; acompanhantes; 24. Executar e controlar as atividades administrativas do setor de enfermagem da câmara hiperbárica; 25. Capacitar os colaboradores para o desenvolvimento das atividades inerentes ao setor; 26. Gerenciar validade dos materiais e medicamentos; 27. Gerenciar manutenção dos equipamentos de saúde; 28. Promover reunião com a equipe de enfermagem periodicamente para avaliação e melhoria da assistência; 29. Participar de trabalhos científicos na área de Medicina e Enfermagem Hiperbárica; 30. Desempenhar Desempenhar as atribuições do Guia Externo, Guia Reserva e Guia Interno; e 8
ICESP 2017
31. Supervisionar o cumprimento dos Procedimentos Operacionais Padrão referente à Enfermagem Hiperbárica; 32. Cumprir o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. I ncumbe ncu mbe ao Di r etor de Se Segur ança:
1. Supervisionar o tratamento hiperbárico no quesito segurança do mergulho; 2. Fiscalizar o uso do sistema hiperbárico, composto pela sala de máquinas, câmara hiperbárica multiplace, bem como o painel de controle; 3. Fiscalizar e acompanhar a manutenção do sistema hiperbárico; 4. Verificar o funcionamento do sistema hiperbárico diariamente; 5. Fiscalizar a execução do checklist do guia interno e externo diariamente; 6. Elaborar o plano de segurança de mergulho do CHB; 7. Providenciar os testes dos equipamentos hiperbáricos; hiperbáricos; 8. Providenciar os pedidos de aquisição de material hiperbárico; 9. Cumprir e fiscalizar o cumprimento dos POPs referente às normas de segurança do mergulho; 10. Preparar e aplicar adestramentos para a equipe de saúde referente ao sistema hiperbárico; 11. Abortar a sessão de OHB quando descumpri descumpri as normas de segurança do mergulho; e 12. Acompanhar e providenciar avaliações e reparos da infra-estrutura física, elétrica e hidráulica do CHB.
I ncumbe ncu mbe ao Té cni co de En f er magem H i per per bari bar i sta:
1. Exercer a profissão com justiça, compromisso, eqüidade, resolutividade, dignidade, competência, competência, responsab r esponsabilidade, ilidade, honestidade e lealdade; 2. O Técnico de Enfermagem Hiperbaricista/TEH no CHB referente ao sistema hiperbárico exerce a função de Guia Interno, Externo e Reserva na clínica ou serviço hiperbárico; 3. Participar do planejamento e programação da assistência de enfermagem hiperbárica; 4. Executar ações assistenciais de enfermagem hiperbárica, exceto as privativas do Enfermeiro; 5. Orientar e acompanhar o trabalho de enfermagem hiperbárica em grau auxiliar, 6. Participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem hiperbárica em grau auxiliar; 7. Participar da equipe de saúde hiperbárica; 8. Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas; 9. Executar ações de tratamento hiperbárico; 10. Prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente hiperbárico; 11. Executar os Procedimentos Operacionais Padrão referente à Enfermagem Hiperbárica; 12. Desempenhar Desempenhar as atribuições do Guia Interno, Guia Externo ou Guia Reserva; 13. Cumprir todos os POPs do CHB; 14. Participar das avaliações das feridas; 15. Realizar curativos sob a supervisão da Enfermeira; 16. Realizar a limpeza e/ou desinfecção da câmara hiperbárica de acordo com a rotina do serviço; 17. Realizar o controle dos sinais vitais de acordo com a rotina (antes e após a sessão de OHB); 18. Verificar o agendamento dos pacientes hiperbáricos do dia; 19. Preencher o prontuário de OHB, exceto o termo de admissão do paciente; 20. Encaminhar, acompanhar acompanhar e auxiliar os pacientes na troca de roupa; 21. Cumprir as rotinas do serviço; 22. Realizar o check list prévio do paciente antes do início de cada sessão de oxigenoterapia Hiperbárica; 23. Realizar anotação de enfermagem, bem como das intercorrências no prontuário do paciente; 24. Manter ordem e limpeza na unidade; 25. Cumprir escala de atividades do dia;
9
ICESP 2017
26. Participar de treinamentos realizados pela Enfermeira Hiperbaricista, Diretor de Segurança e Equipe Médica do serviço; 27. Prestar assistência direta aos pacientes durante todo o tratamento de OHB; 28. O TEH deverá conhecer os fundamentos e funcionamento de todo o sistema hiperbárico da clínica ou serviço hiperbárico; 29. Verificar a validade dos materiais e medicamentos; 30. Verificar a manutenção dos equipamentos do sistema hiperbárico; 31. Participar de reunião com a equipe de enfermagem periodicamente para avaliação e melhoria da assistência; 32. Participar de trabalhos científicos na área de Medicina e Enfermagem Hiperbárica; 33. Cumprir o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. I ncumbe ao Admi ni strativo:
1. Confeccionar e tramitar documentos do CHB; 2. Confeccionar a parte administrativa referente aos pacientes hiperbáricos (impressão de modelos, capas, mapas de sinais vitais e etc); 3. Agendar avaliações de OHB, bem como solicitar responsáveis pelo transporte do paciente hiperbárico; 4. Confeccionar e atualizar planilha com os pacientes tratados e em tratamento no CHB; 5. Confeccionar estatística mensal; 6. Confeccionar pedido de material de saúde e de escritório; 7. Acompanhar os pedidos de material hiperbárico; e 8. Manter-se atualizada sobre as regras dos convênios com o CHB.
3ª Aula: CAPÍTULO 3 An atomia e Fi F i si ologia ologi a apli cada cada ao M er gul ho (10:20 às 11:00) 3.1-INTRODUÇÃO Fisiologia é o estudo das funções e processos vitais dos organismos vivos. Anatomia é o estudo das estruturas e organização de um organismo. Este capítulo apresenta uma discussão genérica da fisiologia e anatomia, necessária para uma compreensão básica de como o mergulho afeta o homem. Esta atividade torna-se segura somente através do conhecimento das alterações fisiológicas produzidas pela variação variação de pressão pressão e pelo meio subaquático subaquático por si, e dos limites impostos por estas estas alterações. Somente a partir daí os riscos inerentes à atividade de mergulho podem ser evitados ou reduzidos. O corpo humano consiste de vários milhões de células individuais. i ndividuais. Cada uma dessas microscópicas, mas complexas estruturas, contém toda informação genética necessária para a construção de todos os tecidos e órgãos de um corpo. Cada célula é como se fosse um organismo vivo separado e que precisa ser suprida com O 2 e nutrientes pela corrente sangüínea, que também tem a função de remover resíduos do metabolismo celular. Do ponto de vista do mergulho, o CO 2 constitui-se no mais importante produto resultante desse metabolismo. Cada célula tem um tempo de vida útil, e células estão constantemente morrendo e sendo criadas no corpo. Se uma célula é privada de O 2, morre rapidamente. Em órgãos menos importantes, para que se instale um dano, há necessidade de um tempo de privação de O 2 grande, mas em órgãos nobres, como o cérebro, um dano irreparável pode ocorrer em poucos minutos. Os tecidos de um organismo, organismo, compostos de diferentes tipos de células, são encontrados em órgãos, que por sua vez, estão organizados em aparelhos ou sistemas. Estes operam de maneira interdependente. Através de sua interseção, a vida se torna possível para cada organismo. Os sistemas de particular importância para a fisiologia do mergulho são: Sistema Músculo Esquelético, Aparelho Respiratório, Aparelho Circulatório, Sistema Nervoso e os Órgãos dos 10
ICESP 2017
Sentidos.
3.2-SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO O esqueleto constitui-se num rígido arcabouço que dá formação do corpo, suporta e protege os delicados órgãos internos. Os ossos são interligados por cartilagens ou ligamentos, que permitem vários graus de movimento. 3.2.1-Crânio O crânio é uma caixa rígida, feita de ossos chatos, que aloja e protege o cérebro e os órgãos dos sentidos. Os seios da face são cavidades cheias de ar, localizadas no osso frontal, ossos maxilares, ossos etmoidais e esfenoidais, tornando os ossos da face mais leves e dando d ando ressonância à voz. Eles se comunicam com a parte posterior do nariz, através dos óstios sinusais, que permitem a equalização das pressões pressões entre os seios da face e o meio externo. Qualquer bloqueio dos seios da face tornarão impossível a equalização das pressões, levando a interrupção do mergulho.
FIG. 3-1
3.2.2-Coluna vertebral A coluna vertebral é constituída por 33 ossos irregulares conhecidos como vértebras interligados pelos discos intervertebrais compostos de tecido cartilaginoso, e que suporta a cabeça e a parte superior do corpo. A medula nervosa se origina do cérebro e se localiza no centro da coluna vertebral. Danos à medula nervosa podem resultar em paralisia permanente. Lesões da medula nervosa devem ser manipulados com extremo cuidado. 3.2.3-Ossos longos Os ossos longos dos braços e das pernas se articulam com outros ossos, de modo a atuarem como alavanca, movimentados pelos músculos a eles inseridos. As superfícies são cobertas por uma camada de cartilagem macia e dura, lubrificadas pelo fluido sinovial. Os glóbulos vermelhos, responsáveis responsáveis pelo transporte de O 2 no sangue, são produzidos na medula desses ossos. 3.2.4-Músculos A musculatura esquelética é responsável pela movimentação do corpo. Estes músculos de controle consciente, voluntário, são constituídos pelo tecido muscular estriado. O tecido muscular liso é encontrado na parede de vísceras, Aparelho digestivo (estômago, esôfago e intestinos), Aparelho respiratório (brônquios e bronquíolos), Urinário (bexiga, uretra), e Circulatório (vasos sangüíneos, principalmente as artérias), de comando autônomo, independente da vontade do indivíduo. O músculo cardíaco é constituído de fibras musculares cardíacas, altamente especializadas, só encontradas no coração, e que também funcionam de maneira autônoma. 3.3-RESPIRAÇÃO E CIRCULAÇÃO Cada célula do corpo precisa obter energia para sobreviver, crescer e funcionar normalmente. As células obtém esta energia através da oxidação, um processo lento de queima de substâncias obtidas dos alimentos, queima esta que envolve a utilização de O 2, e que obtém como produtos, a liberação de energia, gás carbônico e água. O processo de respiração que se dá a este nível é chamado interno e implica em trocas gasosas (O 2 e CO2) entre o sangue e as células. 11
ICESP 2017
O aparelho respiratório tem por finalidade obter O 2, a partir da mistura gasosa chamada ar, e de eliminar do organismo o CO 2 produzido pelo metabolismo, o que constitui o processo de respiração externa. As trocas gasosas se dão por meio da circulação sangüínea. O sangue é exposto ao ar, através de uma larga superfície de difusão quando ele passa pela rede capilar pulmonar, próximo dos alvéolos. Quando o sangue alcança os tecidos, os capilares tissulares fornecem outra grande superfície onde o sangue e as células estão em íntimo contato. O processo completo da respiração inclui 5 importantes fases: -Ventilação dos pulmões com ar fresco; -Trocas gasosas entre o sangue e o ar, nos pulmões; -Transporte de gases pelo sangue; -Trocas gasosas entre o sangue e as células; -Utilização e produção de gases pelas células (metabolismo)
3.4-APARELHO RESPIRATÓRIO O ar penetra no corpo humano principalmente através do nariz. As cavidades nasais são forradas por mucosa, que tem por finalidade aquecer e umidificar o ar, além de filtrar partículas de poeira. A boca fornece uma via de penetração de ar que deveria ser secundária, mas na atividade de mergulho é freqüentemente primária, o que faz o mergulhador mergulhador perder os benefícios de aquecimento, umidificação e filtragem do ar proporcionados pela mucosa nasal. Em sua trajetória o ar passa pela nasofaringe e orofaringe, penetrando daí na laringe, após passar pela epiglote, uma estrutura que impede a penetração de sólidos e líquidos na laringe, desviando-os para o aparelho aparelho digestivo. A laringe contém as cordas vocais e externamente é identificada no pescoço através do pomo de Adão. A traquéia localiza-se logo abaixo, e é formada por uma sucessão de anéis cartilaginosos. Ela se estende por aproximadamente 10 cm, bifurcando-se em seguida para originar o brônquio principal direito e o brônquio principal esquerdo, que se dirigem para os pulmões direito e esquerdo, respectivamente. Estes brônquios por sua vez, se dividem sucessivamente, produzindo brônquios cada vez mais finos, até originar os bronquíolos, que terminam em minúsculos sacos de ar conhecidos como alvéolos. Cada alvéolo é circundado por uma rede de capilares pulmonares. O sangue e o ar estão separados somente por 2 delicadas membranas, a parede do capilar e a parede do alvéolo. Cada membrana é composta de somente 1 fileira de células, permitindo a livre difusão de gases. Os pulmões são 2 órgãos esponjosos, de cor rósea brilhante, localizados no tórax, onde se acham revestidos por 1 membrana que contém 2 folhetos chamada pleura. A pleura visceral reveste a face externa do pulmão, sendo inseparável deste, enquanto a pleura parietal reveste a face interna da parede torácica. Entre as 2 pleuras existe somente uma película de fluido chamado líquido pleural, que permite a ausência de atritos atritos entre as 2 membranas membranas pleurais. Os pulmões contém, contém, além de milhões de alvéolos, os brônquios, os bronquíolos e os vasos sangüíneos. Sustentando estas estruturas existe um tecido conjuntivo intersticial. 3.4.1-Mecanismo 3.4.1-Mecanismo da respiração A inspiração e a expiração ocorrem devido a um trabalho muscular que envolve principalmente o diafragma, músculo em forma de sino, que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal, e ao qual atribui-se 70% desse trabalho. Músculos intercostais vêm em 2º lugar em participação no ato de respirar. respirar. Músculos acessórios tais como músculos do pescoço (esternocleidomastóideo, escalenos), e do abdômen (retos abdominais) também colaboram por ocasião da realização de um esforço respiratório observado, por exemplo, durante uma corrida (pelo aumento da demanda de O 2). O controle da respiração é feito principalmente pelo centro respiratório, uma área do cérebro localizada no bulbo, e que é sensível ao aumento da pressão parcial do CO 2 sangüíneo. É também estimulado pelos nervos sensitivo-cutâneos, graças a percepção de sensações térmicas e dolorosas. Secundariamente existem sensores periféricos sensíveis a baixa PPO 2 sangüínea, localizados na 12
ICESP 2017
parede das artérias aorta e carótida. São os quimioreceptores aórticos e carotídeos. No entanto estes receptores normalmente não atuam até que a PPO 2 sangüínea caia a níveis criticamente baixos. Existindo uma PPO2 sangüínea baixa, existe uma estimulação do centro respiratório que dá início ao trabalho muscular que desencadeia desencadeia a inspiração. Através do abaixamento do diafragma ocasionada por sua contração e da elevação das costelas produzidas pela contração dos músculos intercostais, existe um aumento do volume intratorácico e intrapulmonar, com conseqüente diminuição da pressão, em obediência à Lei de Boyle. I mediatamente o ar é admitido nos pulmões através da inspiração. Receptores nervosos localizados nos alvéolos, enviam mensagens ao cérebro quando aquelas estruturas estão totalmente expandidas, obtendo-se como resposta o relaxamento muscular que determina uma redução do volume intratorácico e intrapulmonar, pelo abaixamento das costelas e elevação da cúpula do diafragma.
3.4.2-Volumes pulmonares Para melhor compreensão da dinâmica respiratória, o volume de ar contido nos pulmões pode ser assim dividido:
a) Capacidade total Maior volume de ar que pode ser contido nos pulmões pulmões após uma inspiração máxima. máxima. b) Capacidade vital Maior volume de ar que pode pode ser expelido expelido dos pulmões pulmões após uma inspiração inspiração máxima. 13
ICESP 2017
c) Volume residual Volume de ar que fica retido nos pulmões após uma expiração máxima. d) Volume corrente Volume de d e ar que se movimenta moviment a no ciclo respiratório respirat ório normal. e) Volume minuto Volume de ar que se movimenta nos pulmões em um minuto I) VM = Vol. Corrente x freqüência Normalmente os alvéolos pulmonares pulmonares são perfundidos pelo sangue dos capilares e ventilado pelo ar para permitir as trocas gasosas. Quando alguns desses alvéolos não são suficientemente perfundidos, ficando prejudicado seu funcionamento, temos a constituição do chamado espaço morto fisiológico, de grande importância na dinâmica respiratória. II ) CT = capacidade total (5 a 6 litros) li tros) III) VC = volume corrente (0,5 a 0,6 litros) IV) VR = Volume residual (1 a 1,5 litros) V) CV = capacidade vital (4 a 5 litros) 3.4.3-Espaço morto O espaço morto anatômico é aquele constituído pelos órgãos do aparelho respiratório não envolvidos nas trocas gasosas, ou seja as vias aéreas (nariz/boca-faringe-laringe-traquéia-brônquios(nariz/boca-faringe-laringe-traquéia-brônquios bronquíolos).Os alvéolos alvéolos são as únicas áreas do aparelho respiratório respiratório onde a hematose hematose é efetuada. efetuada. O espaço morto fisiológico é produto da má perfusão sangüínea de alguns alvéolos, no que resulta em uma deficiência ou até ausência de trocas tr ocas gasosas. Certas partes do equipamento de mergulho podem aumentar o espaço morto, por conterem algum volume de ar que será adicionado no espaço morto anatômico. Para compensar, o mergulhador necessita aumentar seu volume corrente. O ciclo respiratório compreende 1 respiração completa, incluindo a inspiração, a expiração e qualquer pausa que ocorra entre estas 2 fases. A freqüência respiratória consiste no n.º de ciclos respiratórios completos que ocorrem em 1 minuto. Em repouso, um adulto normal possui a freqüência respiratória entre 10 e 20 incursões por minuto (IPM). Esta taxa aumenta durante o trabalho. 3.4.4-Alterações 3.4.4-Alterações fisiológicas respiratórias respiratórias que ocorrem no homem durante o mergulho. Durante o mergulho, ocorrem ocorrem importantes alterações da função função respiratória. V ejamos: a) Aumento do espaço morto O espaço morto anatômico aumenta, primeiramente pelo acréscimo de peças do equipamento como máscara facial que introduz um aumento de até 250 cc. A distensão dos alvéolos pulmonares e bronquíolos pelas pelas condições hiperbáricas hiperbáricas aumenta aumenta também o espaço espaço morto anatômico. Por outro lado, há um colapso da circulação pulmonar provocado pela redução relativa da pressão na artéria pulmonar diante de uma pressão pulmonar agora aumentada. Surgirão assim novas áreas alveolares ventiladas e não perfundidas, aumentando o espaço morto fisiológico. b) Aumento da resistência resistência respiratória O aumento da pressão pulmonar e da pressão ambiente leva a uma redução da complacência pulmonar. pulmonar. Por outro lado, há uma pressão hidrostática, relativamente maior a ser efetivamente vencida. O movimento do ar passa a ser turbilhonado, e a resistência oferecida passa a ser proporcional à densidade da mistura, mistura, aumentada pelas condições condições hiperbáricas. O aumento da resistência respiratória leva a um aumento conseqüente do trabalho respiratório. c) Redução da ventilação alveolar Essa redução se dá por um lado, pelo aumento do espaço morto, já estudado e, pelo outro, por uma redução do volume minuto conseqüente por sua vez a uma redução de freqüência respiratória e do volume corrente pulmonar. pulmonar. 14
ICESP 2017
d) Elevação do teor de gás garbônico Pelo aumento do espaço morto, pelo aumento do trabalho respiratório com uma maior produção de gás carbônico, pela redução da ventilação alveolar e mais pela dificuldade no transporte de gás carbônico pelas hemáceas impregnadas pelo oxigênio, com sua pressão parcial aumentada, o teor de gás carbônico vai-se elevando no sangue e nos tecidos, provocando, por sua vez, uma vasoconstricção pulmonar que vem acentuar alguns dos mecanismos já estudados com a constituição do círculos viciosos. 3.5-APARELHO CIRCULATÓRIO O aparelho circulatório consiste num sistema formado de redes (vasos sangüíneos) com uma bomba (coração), responsável pela circulação da massa líquida (sangue) contida neste sistema. As artérias conduzem sangue do coração até os capilares. O retorno do sangue se faz através das veias.
FIG. 3-3 A necessidade de uma grande superfície de exposição do sangue ao oxigênio e ao gás carbônico carbônic o nos pulmões e nos tecidos, para que as trocas gasosas se efetuem por difusão, é satisfeita pela existência de uma rede de vasos extremamente pequenos e de paredes finas, que interseccionam cada parte do corpo humano. Nos pulmões estes capilares envolvem minúsculos sacos contendo ar (alvéolos), de forma que o sangue que eles conduzem possa ser exposto ao ar. Os capilares são constituídos por uma única camada de células estreitas. As artérias são constituídas de paredes espessas, constituídas por 3 camadas, por suportarem uma considerável pressão sangüínea. Uma camada de fibras elásticas proporciona às artérias condições de absorver alterações de pressão. Estes vasos contém também uma camada de fibras musculares que são controladas pelo sistema nervoso autônomo, e por certas substâncias que o organismo produz. Estas fibras são responsáveis responsáveis pela alteração do diâmetro das artérias (vasoconstrição e vasodilatação), vasodilatação), o que influencia infl uencia a pressão arterial e o fluxo sangüíneo em um determinado local. As veias trabalham em regime de baixa pressão, e não controlam o fluxo sangüíneo, por possuírem paredes finas e fracas, comparadas com as das artérias. Internamente os grandes vasos são revestidos por uma camada única de células estreitas, como as que constituem os capilares. 15
ICESP 2017
O coração possui possui o tamanho aproximado de um punho punho fechado. Suas paredes são constituídas constituídas de músculo estriado cardíaco, responsável pela ação de bombeamento. Está localizado na parte central e superficial da cavidade torácica, entre os 2 pulmões, exatamente atrás do esterno. A ponta do coração situa-se à esquerda, no tórax. O interior do coração é dividido no sentido longitudinal, em duas metades que não tem relação direta uma com a outra. O lado esquerdo é a bomba que impulsiona o sangue para a circulação sistêmica; o lado direito impulsiona o sangue para a circulação pulmonar. Cada lado é dividido em uma câmara superior, o átrio, que recebe sangue das veias cavas, no caso da circulação sistêmica, ou das veias pulmonares, no caso da circulação pulmonar, e um ventrículo. Este recebendo sangue do átrio, bombeia-o através da aorta (circulação sistêmica), ou da artéria pulmonar, no caso do ventrículo direito. Por realizarem a maior parte do trabalho de bombeamento, os ventrículos possuem as paredes hipertrofiadas hipertrofiadas e mais espessas. espessas. Como a maioria das bombas o coração possui válvulas de retenção, para manter o fluxo sangüíneo em uma só direção, evitando o retorno no intervalo entre os bombeamentos cardíacos. Existe uma válvula entre cada ventrículo e átrio correspondente, e também na saída de cada artéria principal de cada lado. Quando o coração se contrai, a válvula situada entre os átrios e os ventrículos impedem o retorno do sangue para dentro dos átrios. Quando o coração relaxa e reenche, as válvulas localizadas entre as artérias e os ventrículos impedem o retorno sangüíneo para o interior do ventrículo, com isso mantendo a pressão na artéria. 3.5.1-Função circulatória O sangue circula continuamente pelo corpo humano, através de um circuito fechado. Uma gota de sangue ao passar por um capilar em um determinado tecido, perde a maior parte do O 2 que transportava e é carregada com CO 2. Esta gotinha flui através de veias cada vez maiores, até alcançar uma das veias cavas, que desembocam no átrio direito, daí passando para o ventrículo direito. A próxima contração do coração (sístole), ejetará a gotinha através da artéria pulmonar. Circulando por seus ramos, ela alcança um capilar pulmonar, onde toma contato com o ar. Por difusão a gota de sangue perde o excesso de CO 2 e recebe O 2, retornando em seguida ao coração (átrio esquerdo), através do sistema venoso pulmonar. pulmonar. No próximo relaxamento cardíaco cardíaco (diástole), a gota passa do átrio para o ventrículo esquerdo, sendo a seguir bombeada para a artéria aorta. Daí ele segue por um de seus principais ramos para os capilares tissulares, onde se dá a troca de O 2 por CO2. A gotinha de sangue está pronta para retornar aos pulmões, onde o processo se reinicia. 3.5.2 - Componentes do sangue Em média o corpo humano contém 5 l de sangue (90 ml/Kg de peso). O oxigênio é transportado no sangue pelos glóbulos vermelhos. Para isto contém a hemoglobina, uma substância química que possui ferro em sua composição, e que se liga ao O 2 de maneira facilmente reversível. Quando a hemoglobina se encontra combinada com o oxigênio, o sangue se torna vermelho brilhante. Quando esta ligação se desfaz, o sangue se torna vermelho escuro. A absorção de O 2 pela hemoglobina depende da pressão parcial de O 2 a que esta substância é exposta. Nos pulmões a hemoglobina se agrega a 98% da quantidade total de O 2 que ela pode carregar. Nos capilares tissulares o sangue perde a maior parte parte do O 2 que carregava, devido à baixa pressão parcial deste gás nos tecidos. A hemoglobina também desempenha um papel importante no transporte de gás carbônico. O ganho ou perda de CO 2 pelo sangue depende da pressão parcial desse gás na área onde o sangue é exposto. Além dos glóbulos vermelhos, o sangue também contém glóbulos brancos, que servem para combater infecções. Um outro tipo de célula, as plaquetas, tem um importante papel na coagulação. Plasma é a porção fluida do sangue. Ele contém uma grande quantidade de materiais dissolvidos que são essenciais à vida. Fibrinogênio é outra substância relacionada com a formação de coágulos. Soro é a porção fluida fl uida do sangue que resta quando um coágulo sangüíneo é formado. 3.5.3-Pressão 3.5.3-Pressão arterial A pressão arterial depende da quantidade de sangue que o coração bombeia e da resistência do circuito. Estes dois fatores estão sob controle do sistema nervoso, que pode aumentar ou diminuir a freqüência cardíaca, assim como promover uma vasodilatação ou vaso-constrição. Sensores de pressão chamados pressoreceptores pressoreceptores localizados nas artérias carótidas (pescoço) e aorta (tórax) 16
ICESP 2017
fornecem ao cérebro, através de impulsos nervosos, informações sobre a pressão sangüínea. A partir partir dessas informações o cérebro pode fazer os ajustes necessários para manter a pressão dentro de certos limites, controlando a pressão ótima do fluxo sangüíneo através dos tecidos, para evitar a rotura de artérias mais finas pelo aumento da pressão arterial. O choque é a manifestação da falência da função cardio-circulatória, desencadeada por hemorragia, queimaduras extensas ou por outras condições que apresentem perda de sangue total ou somente plasma. Sob estas condições o organismo é incapaz de manter a pressão sangüínea, desenvolvendodesenvolvendose então uma hipóxia tissular séria. Ao exame físico encontramos pulso muito fraco e rápido. Tratase de uma emergência, que exige a rápida reposição r eposição de sangue, plasma ou seus substitutos. A pressão arterial é em média, para um indivíduo em repouso, 120 mm Hg, quando o coração está se contraindo (pressão sistólica) e 80 mm Hg, quando está na fase de relaxamento (pressão diastólica). Durante exercício físico, o volume de sangue que o coração tem que bombear é várias vezes maior do que o necessário em situação de repouso. Isto é devido a demanda aumentada de oxigênio pelas fibras musculares que que estão com o seu metabolismo metabolismo aumentado, aumentado, e também, para remover o CO 2 que está com sua concentração aumentada. Este volume sangüíneo é aumentado as custas do aumento da freqüência cardíaca e também do volume bombeado em cada sístole. O pulso se torna mais rápido e mais forte. Nestas condições a freqüência cardíaca salta de 80 bpm (batimentos por minuto) encontrados durante o repouso, para 150 ou mais bpm (batimentos por minuto).
3.5.4-Alterações 3.5.4-Alterações fisiológicas circulatórias circulatórias observadas no homem homem durante o mergulho. Ocorre no início do mergulho uma queda da freqüência cardíaca e também da pressão arterial, arterial , principalmente a sistólica. sistólica. O abaixamento do diafragma, diafragma, pela diminuição do volume das vísceras vísceras abdominais comprimidas, provoca uma retração do coração, que fica mais verticalizado. Isto se traduz em alterações eletrocardiográficas. eletrocardiográficas. Outra alteração observada é a redução do fluxo sangüíneo na na pele. Com Com relação à composição do sangue, sangue, encontra-se uma diminuição do número de glóbulos vermelhos e do seu teor de hemoglobina. hemoglobina. Observamos Observamos alterações qualitativas e quantitativas dos glóbulos brancos, com aumento do número dessas células. 3.6 - SISTEMA NERVOSO CENTRAL É o mais desenvolvido dos sistemas corporais, e consiste do encéfalo e da medula nervosa. Ambos são cobertos por membranas conhecidas por meninges. O líquor, ou fluido cérebro-espinhal, cérebro-espinhal, é um líquido claro, contendo glicose e sais minerais, e circula em volta do encéfalo e da medula nervosa, sob as meninges. Possui 3 importantes funções: atua como amortecedor de choque do encéfalo e medula nervosa, supre estes órgãos com nutrientes, e é responsável pela remoção de subprodutos do metabolismo. Nervos sensitivos são estruturas que conduzem impulsos nervosos a partir da pele, articulações e músculos, através da medula nervosa, até o cérebro. Os órgãos sensitivos mais sofisticados, como os olhos e os ouvidos, comunicam-se diretamente com o encéfalo. O cérebro envia ordens até os músculos através de nervos motores, controlando os movimentos voluntários e os involuntários. 3.6.1-Encéfalo O encéfalo pode ser dividido em cérebro, cerebelo e bulbo. O cérebro é formado por 2 hemisférios, direito e esquerdo, e é a maior parte do encéfalo. Ele controla todas as funções superiores, tais como pensamento lógico e fala, movimentos voluntários e muitas funções do corpo de que não tomamos consciência. O cerebelo é encontrado abaixo do cérebro e é similar a este em formato, mas bem menor. Ele exerce o controle inconsciente do tônus muscular, equilíbrio e outras funções básicas. O bulbo situa-se abaixo do cérebro e na frente do cerebelo. Para baixo temos a medula espinhal. O bulbo funciona como um retransmissor de impulsos nervosos motores e sensitivos. Contém também os centros respiratório e cardíaco. 3.6.2-Medula nervosa A medula nervosa localiza-se dentro da coluna vertebral, passando pelo centro das vértebras. Ela transmite impulsos nervosos motores e sensitivos. Feixes de nervos originam-se na medula nervosa 17
ICESP 2017
em diferentes níveis, dirigindo-se para várias partes do corpo. O nível de uma lesão medular pode geralmente ser indicado pela perda da sensibilidade abaixo do ponto da lesão. lesão. 3.6.3-Sistema nervoso autônomo Este termo designa as partes do sistema nervoso que não estão sob controle consciente. Inclui as fibras nervosas que enviam impulsos para glândulas e músculos involuntários, como os localizados nos brônquios, coração e nos vasos sangüíneos.
3.7-APARELHO AUDITIVO O aparelho auditivo é composto de ouvido externo, médio e interno. O ouvido externo é formado pelo pavilhão auricular e o conduto auditivo auditivo externo. O pavilhão auricular coleta coleta as ondas sonoras e as dirige para o interior do conduto auditivo. Este possui glândulas especializadas na produção de cêra que protegem o conduto e a membrana timpânica contra poeira, infecções e outros agentes externos.
FIG. 3-4 O ouvido médio é uma cavidade contendo ar, que se comunica com o meio exterior através da trompa auditiva, que se abre na rinofaringe. O ouvido externo é separado do ouvido médio pelo tímpano. As vibrações produzidas nesta delicada membrana, pelas ondas sonoras, são transmitidas através do ouvido médio por intermédio de uma cadeia de ossículos chamados martelo, bigorna e estribo. Estes, por sua vez, transmitem as vibrações sonoras através da janela oval, para a cóclea no ouvido interno. Terminações nervosas localizadas na cóclea conduzem estas informações ao cérebro. Os canais semicirculares, localizados no ouvido interno contém em seu interior endolinfa, um tipo de líquido orgânico. Estes canais, em número de três estão dispostos perpendicularmente entre si, permitindo ao SNC a correta identificação da posição do corpo em relação ao espaço, a partir da análise do deslocamento da endolinfa com o movimento da cabeça, dentro destes canais. O SNC é capaz de identificar a direção de onde vem um determinado som, pela percepção da pequena fração de tempo com que este som alcança cada ouvido. Na água, o som se propaga em 18
ICESP 2017
uma velocidade consideravelmente maior; comparado com o ar, e a diferença de tempo em que ondas sonoras atingem cada ouvido se torna muito pequena para ser distinguida pelo cérebro. Com isso o mergulhador se torna incapaz de localizar a fonte sonora na água.
3.8-TEMPERATURA CORPORAL E PERDA CALÓRICA O corpo humano funciona efetivamente dentro de uma faixa relativamente estreita de temperatura interna, normalmente em torno de 3 mecanismos fisiológicos, ajudados por medidas artificiais, tais como o uso de roupas protetoras e ambientes refrigerados ou ventilados. 3.8.1-Regulação 3.8.1-Regulação de temperatura corporal Os processos metabólicos do corpo geram constantemente calor. Caso o organismo não fosse dotado de mecanismos compensadores, a temperatura interna iria se elevar a um nível tal (em torno de 41 graus graus Celsius), Celsius), que altera de modo modo irreversível irreversível as células do organismo. organismo. A fim de manter a temperatura em níveis adequados, o organismo necessita perder calor na mesma velocidade com que produz. A transferência de calor se dá de várias maneiras. O sangue, circulando através do corpo, absorve calor e o conduz até os pulmões, onde parte dele é dissipado através da respiração. O calor também é carregado pelo sangue até a pele, onde é dissipado através da combinação de condução, convecção e radiação. O suor produzido pelas glândulas sudoríparas refresca a superfície do corpo quando evapora, facilitando a troca de calor entre o sangue e a pele. Quando o corpo está trabalhando arduamente, e portanto gerando uma quantidade maior de calor que o normal, os vasos sangüíneos próximos à pele sofrem uma vasodilatação, permitindo que um volume maior de sangue aquecido alcance a superfície do corpo, e as glândulas sudoríparas incrementem sua atividade. atividade. Se o ar circundante for quente, a taxa de transferência de calor se fará de modo mais lento, do que se daria se a temperatura ambiente fosse fria. A manutenção da temperatura corporal adequada é um problema particularmente difícil para um mergulhador mergulhador executando um trabalho subaquático. subaquático. Com relação ao controle da temperatura corporal interna, o principal problema do mergulhador é manter-se aquecido, uma vez que a água possui uma condutividade térmica elevada, e o mergulho em águas frias é mais freqüente que em águas quentes. Geralmente consideramos a temperatura corporal como sendo 37graus Celsius, mas na verdade esta só é uniforme internamente sendo variável e geralmente um pouco mais baixa superficialmente. Mecanismos termo-reguladores limitam a perda de calor pela redução do fluxo sangüíneo para a pele, através de uma vasoconstrição vasoconstrição cutânea automática induzida pelo frio. Este mecanismo, contudo, não fornece uma grande proteção contra a perda de calor, porque não funciona de modo contínuo e duradouro. A maior parte da perda de calor observada em águas moderadamente frias se dá através do efeito físico da condução, dos órgãos profundos para a superfície do tronco, e está livre de qualquer controle fisiológico. Exercício físico normalmente aumenta a produção de calor e com isto, a temperatura corporal. Paradoxalmente, exercícios efetuados efetuados em águas frias podem podem promover uma queda queda da temperatura corporal, devido a duas razões: Uma é o fato que o movimento dos braços agitam a água próxima à pele, criando uma turbulência que facilita a dissipação do calor, calor, por convecção. convecção. A outra razão é o aumento do fluxo sangüíneo para as extremidades, a fim de se adequar as necessidades necessidades aumentadas do O 2 pelos músculos, proporcionando uma perda de calor do sangue. 3.9-OUTRAS 3.9-OUTR AS ALTERAÇÕES ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS FISIOLÓG ICAS OBSERVADAS OBSERVADAS NO HOMEM DURANTE O MERGULHO. O mergulho inibe a produção de um hormônio (hormônio anti-diurético - ”ADH”) produzido por uma glândula localizada no cérebro, que normalmente age nos rins, inibindo a produção de urina. Com isto o mergulhador mergulhador urina mais, o que é sabido por todos que praticam o mergulho. O mergulho induz também a um quadro de desidratação discreta, além de alterações na composição do organismo de elementos minerais, tais como cálcio e potássio. 19
ICESP 2017
4ªA u l a (M anh an h ã):
CAPÍTULO 4 Pr i n cípios pi os da F ísi ca apli apl i cada ao M er gul gu l ho (11:00 (11: 00 as 12:00) 12: 00) 4.1 – INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Raramente prestamos atenção ao meio ambiente no que diz respeito aos princípios físico-químicos que regem os seus fenômenos. Somente com certo esforço, tomamos consciência do peso do ar, da sua composição, da pressão que ele exerce, etc. Entretanto, quando tentamos nos aventurar além dos limites das condições ditas normais, passamos a sentir com toda a intensidade a sua importância. É o que ocorre quando subimos para as grandes altitudes ou quando mergulhamos no meio líquido. Para o perfeito perfeito conhecime conhecimento nto de sua atividade, atividade, o mergulhad mergulhador or deve entender entender corretame corretamente nte esses esses princípios princípios e suas aplicações nas técnicas e equipamentos empregados. 4.2-A MATÉRIA E SEUS ESTADOS Matéria é tudo aquilo que ocupa lugar no espaço, e tem massa. Ela ocorre na natureza em três estados: sólido, líquido e gasoso. O estado sólido se caracteriza pela forma e volume definidos. Já os líquidos têm apenas volume definido e os gases nem forma nem volume, tendendo a ocupar todo espaço do recipiente em que estiverem contidos.
FIG. 4-1 4.3-OS COMPONENTES DA ATMOSFERA Um grande número de gases toma parte na composição da atmosfera. No mergulho a ar, nos preocuparemos preocuparemos principalmente com o oxigênio e o nitrogênio, principais componentes, e com alguns gases mais raros, mas de grande influência quando ocorrem no meio respiratório. 4.3.1-Oxigênio 4.3.1-Oxigênio (O2) O oxigênio existe em estado livre na atmosfera, da qual faz parte com aproximadamente 20% em volume, sendo o único elemento utilizado verdadeiramente pelo corpo humano, restando aos demais componentes as funções de diluí-lo e transportá-lo. É incolor, inodoro e insípido. É por si só suficiente para manter a vida se em concentração igual ou superior a 16% ao nível do mar, além disso, é usado, algumas vezes, em substituição ao ar como meio respiratório. Se respirado em pressões elevadas por tempo prolongado, torna-se tóxico, efeito que estudaremos mais tarde. Nada pode queimar sem oxigênio, mas ele sozinho não entra em combustão. 4.3.2-Nitrogênio 4.3.2-Nitrogênio (N2) No seu estado livre, corresponde a 79% em volume da atmosfera. Inodoro, incolor, insípido e inerte, isto é, não reage quimicamente, sendo incapaz de manter a combustão ou a vida. Sob altas pressões parciais, torna-se narcótico devido a suas propriedades anestésicas, além de aumentar consideravelmente a densidade da mistura respiratória, tornando pesada a respiração.
4.3.3-Hidrogênio (H2) É um gás mais leve e tão ativo que raramente é encontrado no seu estado livre. 20
ICESP 2017
Combinando-se na proporção de 2 para 1 com o oxigênio para formar a água. Essa reação é violenta e com grande liberação de calor, ocorrendo grandes explosões quando se misturam os dois gases em determinadas proporções. Têm sido conseguidas misturas adequadas ao mergulho profundo, mas as dificuldades em obtê-las com segurança, tem limitado as experiências.
4.3.4-Gás Carbônico (CO 2) Nas concentrações concentrações comumente encontradas no ar (0,04%) é, como os anteriores, desprovido de odor, cor ou sabor. Entretanto, em concentrações mais altas, apresenta cheiro e sabor ácidos. Formado pela combinação de duas partes de oxigênio para uma de carbono, é o resultado da queima de matéria orgânica e da oxidação dos alimentos nos organismos vivos. Sua presença, na mistura respiratória do mergulhador, é totalmente indesejável, pois em grandes concentrações pode ser extremamente tóxico. 4.3.5-Monóxido 4.3.5-Monóxido de Carbono (CO) e Gás Sulfídrico (H 2S) Resultantes respectivamente da combustão incompleta e da decomposição de matéria orgânica, são gases altamente tóxicos e instáveis. Reagindo com a hemoglobina do sangue, impedem a combinação desta com o oxigênio. 4.3.6-Vapor d'água O ar contém vapor d'água, que é considerado um gás, e é o responsável pela umidade no ar para mergulho. Em quantidade excessiva, pode provocar o embaçamento da lente, congelamento de redes e aumento da sensação de frio para o mergulhador. 4.4-C0NCENTRAÇÃO DOS COMPONENTES DA ATMOSFERA Para efeitos práticos, consideraremos a atmosfera composta de 20% de O 2 e 80% de N 2 em volume, embora se saiba que cerca de 1% corresponde a traços de outros gases. 4.5-UNIDADES DE MEDIDAS Dois sistemas de medida são comumente usados no mergulho: sistema métrico decimal (metro, quilograma, segundo); e sistema inglês (pé, libra, segundo). 4.5.1-Sistema Métrico Decimal Comprimento - metro (m) Área - metro quadrado (m2) Volume - litro (l) ou metro cúbico (m3) 1000 litros = 1m 3 Peso - quilograma (Kg) ou tonelada (T) 1000 Kg = 1T Densidade - Kg/l, Kg/m3 ou T/m3 Pressão - bar (bar) ou atmosfera atmosfer a (ATM) (ATM) Cada 10 metros de água salgada salgad a exercem uma pressão igual i gual a 1 bar = 1 ATM = 1 bar. 4.5.2-Sistema Inglês Comprimento - pé (ft) Área - pé quadrado (ft2) Volume - pé cúbico (ft 3) ou galão (gal) Cada 33 ft de água salgada exerce uma pressão igual a 1 atmosfera atmosfer a (ATM). (ATM).
21
ICESP 2017
4.5.3-Dados práticos Densidade da água do mar - 1,03 Kg/l, 1,03 T/m 3, 64,38 lb/ft 3, 10,3 lb/gal. Densidade da água doce - 1,0 Kg/l, 1,0 T/m 3, 62,50 lb/ft3, 10,0 lb/gal 1 bar é igual a 1 ATM 4.2.6-PRESSÃO A pressão pressão pode ser definida como uma força ou peso agindo sobre uma determinada área. A pressão exercida pela atmosfera terrestre em qualquer parte da mesma é denominada PRESSÃO ATMOSFÉRICA (ATM). Ela dependerá da altitude e, ao nível do mar, tem o valor de 14,7 LPQ, que é o seu valor nominal. Na superfície estamos sujeitos exclusivamente a esta pressão. Quando mergulhamos, a pressão será resultante de dois doi s fatores: O peso da coluna d'água sobre o mergulhador e O peso da atmosfera sobre a água. Todo mergulhador, em qualquer profundidade, deverá estar em equilíbrio com as forças reinantes no local. O organismo do mergulhador somente funcionará normalmente quando a diferença entre a sua pressão interna e externa for muito pequena. Existem três tipos de pressões envolvidas na atividade de mergulho: a)Pressão a)Pressão atmosférica É a pressão exercida pelo peso da massa de ar da superfície terrestre e atua em todas as direções. b)Pressão b)Pressão manométrica É a pressão exercida sobre um objeto deduzida a pressão atmosférica (14,7 psi). É a pressão obtida obtida através da leitura dos manômetros. manômetros. c)Pressão c)Pressão absoluta É a pressão resultante da soma da pressão manométrica com a pressão atmosférica nominal (14,7 psi). É expressa em termos de atmosfera absoluta (ATA). Ela pode ser calculada pelas seguintes fórmulas: Pressão absoluta = Profundidade em metros + 1 10 Pressão absoluta = Profundidade em pés + 33 33 A seguir são apresentadas as unidades de pressão mais comuns e suas equivalências. Kg/cm2
ATM
PSI
1,033
1
14,7
Coluna d’água doce
Metros 10,3
34,2
10
33
Milímetros de Mercúrio
Pés
760
Para cálculos simplificados 1
1
15
22
760
ICESP 2017
4.7 – TEMPERATURA TEMPERATURA A temperatura é medida em graus Centígrados ( OC) ou graus Fahrenheit ( OF). A escala Celsius foi criada no século XVIII pelo cientista sueco Anders Anders Celsius. Ela é baseada no ponto de ebulição da água e no ponto de fusão do gelo, respectivamente, 100 OC e 0OC. Atualmente é chamada de escala Centígrada. A escala Fahrenheit também foi criada no século passado pelo cientista Daniel Gabriel Fahrenheit. Foi originalmente baseada na temperatura do corpo humano, 100 OF, o, que se mostrou inadequado. Atualmente é definida a partir dos pontos de ebulição da água e fusão do gelo, 212OF e 32OF respectivamente. A fórmula abaixo permite a conversão entre as escalas Centígrada e Fahrenheit. C = (oF - 32) 5 9 Para a realização de cálculos é necessária a utilização de uma escala absoluta de temperatura. Esta escala é medida a partir do zero absoluto, menor temperatura que pode ser alcançada, na qual não não há nenhum movimento molecular molecular.. O seu valor valor é teórico, pois não pode pode ser ser obtido O O na prática, e corresponde a - 273 C ou - 460 F. Os graus absolutos na escala Centígrada são chamados de graus Kelvin ( OK) e os da escala Fahrenheit, graus Rankine ( OR). As conversões podem ser realizadas realizadas pelas seguintes seguintes fórmulas: fórmulas: temperatura absoluta ( OK) = temperatura ( OC) + 273 temperatura absoluta ( OR) = temperatura (OF) + 460 A comparação comparação entre as quatro escalas de temperaturas é mostrada na figura abaixo.
o
492 R
FIG. FIG. 2-5 Pontos de ebulição da água água e fusão do gelo nas escalas Fahrenheit, Fahrenheit, Centígrados, Kelvin e Rankine.
4.8-LEIS DOS GASES Os gases estão sujeitos a três fatores que estão intimamente relacionados entre si: temperatura, pressão e volume. O comportamento dos gases submetidos a diferentes pressões e temperaturas t emperaturas é explicado pela TEORIA DA ENERGIA CINÉTICA DOS GASES O termo cinética, que significa movimento, descreve efetivamente a condição normal de um gás, onde suas moléculas possuem sempre alta velocidade e colidem continuamente entre si, 23
ICESP 2017
num movimento aleatório. A energia cinética depende de dois fatores: a velocidade que as moléculas se movem, função da temperatura, e da massa (peso) de cada gás. A uma determinada temperatura, as moléculas de um gás mais "pesado" movem-se mais lentamente que as de um gás mais "leve", mas as suas combinações de peso e velocidade se equivalem, resultando no mesmo nível de energia cinética ou força de impacto (pressão). A Teoria da Energia Cinética dos Gases estabelece que: "A energia cinética de todos os gases, a uma dada temperatura, é a mesma". Para qualquer gás, se o número de impactos ou a força de impacto variar, haverá alteração na pressão. Se a temperatura aumentar, haverá um incremento da velocidade das moléculas que resultarão em impactos de maior força e frequência, aumentando a pressão. Se a temperatura diminuir, os movimentos das moléculas serão mais lentos diminuindo a força e a frequência dos impactos, a pressão, consequentemente, será menor. A variação de volume também alterará a pressão. Reduzindo-se o volume, o número de impactos por unidade de área aumentará e, consequentemente, sua pressão será maior. Se aumentarmos o volume, o número de impactos por unidade de área diminuirá e, consequentemente, consequentemente, sua pressão também diminuirá. Como estabelecido pela Teoria de Energia Cinética dos Gases, a mudança em um dos fatores (pressão, temperatura ou volume) resultará em alterações nos outros fatores.
Fig. 2-6 A energia cinética das moléculas dentro do recipiente (a) produz uma pressão constante em sua superfície interna. Quando o volume do recipiente é diminuido (b), o nº de moléculas por unidade volume (densidade) é aumentado com o consequente aumento da pressão. pressão. Com o aumento do nível de energia das das moléculas, provocado provocado pela presença de uma fonte de calor, calor, a pressão também aumentará (c).
Obs: Quando empregamos as Leis dos Gases, todos os valores de pressão e temperatura deverão ser convertidos para valores absolutos e as demais unidades deverão estar no sistema métrico decimal ou Inglês de medidas. 24
ICESP 2017
4.8.1-Lei de Boyle Se a temperatura permanecer constante, o volume de um gás variará inversamente com a pressão absoluta. absoluta. Matematicamente: P x V = Cte. P -> pressão absoluta V -> volume Usaremos as ilustrações da figura 2-7 para caracterizar a Lei de Boyle.
Como podemos observar, a variação de volume, de 1 para 1,5 litros, devido a mudança na profundidade de 20 para para 10 metros, é muito menor do que a ocorrida entre os 10 metros e a superfície (aumento de 1,5 para 3 litros). O entendimento correto deste processo é muito importante para o mergulhador porque demonstra que as alterações de profundidades próximas à superfície podem ser mais perigosas que alterações equivalentes em maiores profundidades. Na verdade, a mudança de volume do gás na faixa dos 10 metros até a superfície, durante a fase de subida, é maior que a ocorrida, por exemplo, durante a subida da profundidade de 20 para 10 metros. Aos 20 metros -> P1 = 3 ATA ATA -> P 1 x V1 Aos 10 metros -> p 2 = 2 ATA ATA -> P 2 x V2 Na superfície -> p3 = 1 ATA ATA -> P 3 x V3 25
ICESP 2017
Variação de volume: de 20 para 10 metros P1 x V1 = P2 x V2 3 V1 = 2 V2 V2 = 1,5V1 O volume aumentou 50% em relação ao volume inicial.
...os seis litros “CRESCERÃO” para 12 na superfície e os pulm pu lm ões n ão r esi esi stir ão, exp explo lodi di ndo. nd o. Um m ergul hador, a 10 metros da da prof undi dade com 6 litr os de ar nos seus seus pulm pu lm ões, es, terá ter áque exal ar para par a subi r, por que...
Fig. 2-8 a)Usando a lei de Boyle 1)Um balão a 50m de profundidade possui um volume de 1m 3. Que volume terá a 30m? P x V = Cte. 50 m -> 6 bar x 1m 3 = 6bar m 3 30 m -> 4 bar x V2 = 6bar m3 V2 = Cte P V2 = 6 m3 4 V2 = 1,5 m3 O balão terá o volume de 1,5m 3 2) Se o volume máximo do balão acima é 2,5 m 3, em que profundidade ele explodirá? P2 x V2 = Cte 30m -> 4 bar x 1,5 m 3 = 6 bar m 3 P2 x V2 = P3 x V3 P3 = _6_ 2,5 26
ICESP 2017
P3 = 2,4 bar -> 1 bar = 10m de coluna d'água, logo: (2,4 bar - 1 bar) x 10 = 14m O balão explodirá a uma profundidade inferior a 14 metros.
b) Lei de Charles "A pressão absoluta e o volume de um gás variam, cada um, diretamente com sua temperatura absoluta" Matematicamente: P1 = P2 = P3 = Cte. T1 T2 T3 V1 = V2 = V3 = Cte. T1 T2 T3 A figura abaixo ilustra esta lei.
F I G. 2-9
1 Kg/Cm2 = 2 Kg/Cm 2 = 3Kg/Cm2 100 OK 200 OK 300 OK 1 litro = 2 litros = 3 litros 100 OK 200 OK 300 OK
c)Lei de Dalton ou Lei das Pressões Parciais A figura 2-10 representa a pesagem de 10 Kg de mistura de feijões com 79% de grãos brancos (fb), 20% de grãos pretos (fp) e 1% de feijões amarelos (fa). Chamamos de "peso parcial", o peso de cada tipo de feijão isoladamente.
27
ICESP 2017
F ig. 2-10
c) Lei de Henry " A quantidade de gás que se dissolve em um líquido é praticamente proporcional a pressão parcial que este gás exerce contra a superfície do líquido, mantida constante a temperatura ". Em outras palavras, se a pressão parcial do gás inerte respirado pelo mergulhador dobrar, a quantidade de gás inerte dissolvida nos tecidos do seu corpo praticamente dobrará e a descompressão será mais longa. A pressão parcial do gás inerte variará com a profundidade e com a porcentagem deste gás na mistura respiratória. No mergulho mergulho a ar, a porcentagem porcentagem do gás inerte mantém-se constante e a descompressão dependera da profundidade e do tempo total de d e fundo. No mergulho com misturas diferentes do ar, além da profundidade, a mistura gasosa será considerada para o cálculo da descompressão. A Lei de Henry é aplicada a uma temperatura constante. Se a temperatura diminuir durante o mergulho, a capacidade dos tecidos do corpo em absorver o gás inerte aumentará. 5ªA u l a:
CAPÍTULO 5 A cide ci den n tes H i perbár i cos (13: 00 as 14:00) 14: 00) – TE L ace acer da. 1. 2.
Acidente Hiperbárico Elementos do Acidente
3.
Ação / Omissão Nexo Causal Resultado Acidentes Hiperbáricos ocorridos no Brasil e no Mundo.
28
ICESP 2017
6ªA u l a:
CAPÍTULO 6 Cui Cu i dados de E n f er magem H i per per bár i ca (14: 00 às 16: 00) – En f erme rm ei r a El i zete 2. DEFINIÇÃO: 1. A Enfermagem, segundo Wanda Horta, é a ciência de assistir o ser humano em suas necessidades básicas e torná-lo independente destas quando for possível através do autocuidado. Dessa forma, o acolhimento do paciente ao dar entrada na clínica ou serviço hiperbárico deverá ser realizado dentro desse conceito; 2. Os cuidados de enfermagem hiperbárica são prestados desde a chegada do paciente ao serviço para tratamento até a sua saída. Portanto, podem ser classificados em: Pré-OHB que são os cuidados prestados ao paciente antes de entrar na câmara hiperbárica para efetivo tratamento, trans-OHB referentes aos cuidados prestados ao paciente durante toda a sua sessão de tratamento, ou seja, desde o momento em que se iniciou a pressurização até o final da despressurização e pós-OHB que se referem aos cuidados prestados ao paciente imediatamente após a sessão de tratamento até a sua s ua saída da instituição; 3. Essa assistência é realizada pelos técnicos de enfermagem operadores de câmaras hiperbáricas, guias interno (GI) e externo (GE), responsáveis pelos controles interno e externo da câmara hiperbárica para a realização da sessão de tratamento, sob a supervisão do enfermeiro. 3. FINALIDADE/OBJETIVOS: 1. Prestar os cuidados de enfermagem hiperbárica pré, trans e pós-oxigenoterapia pós -oxigenoterapia hiperbárica; hiperbárica; 2. Prestar cuidado de enfermagem hiperbárica humanizado, seguro, holístico e eficiente no ambiente hiperbárico; e 3. Os cuidados de enfermagem necessários em uma unidade hiperbárica são aqueles realizados pela equipe de enfermagem, visando conforto, segurança e prevenção de acidentes; detecção precoce de possíveis intercorrências int ercorrências para intervenções imediatas, a partir de avaliação geral do paciente e maior interação paciente-equipe. 4. INDICAÇÃO: 1. Atendimento de enfermagem a pacientes hiperbáricos na clínica ou serviço hiperbárico; 2. Aplicação dos fundamentos da Enfermagem hiperbárica na clínica ou serviço hiperbárico. 5. CONTRAINDICAÇÃO: 1. Quando não houver indicação para o atendimento hiperbárico, determinado pelo médico hiperbaricista e verificado pelo enfermeiro (a) hiperbarista. 5. RESPONSABILIDADE: RESPONSABILIDADE: 5.1. Enfermeiro (a) Hiperbaricista; e 5.2. Técnico (a) de Enfermagem Hiperbaricista. 6. RISCO/PONTO CRÍTICO: 1. Equipe de Enfermagem inexperiente e sem treinamento para esse tipo de evento; e 2. Equipe de enfermagem omissa as participações de treinamento hiperbárico e desinteresse em desenvolver desenvolver novas habilidades no campo da terapia hiperbárica; 3. Ausência de apoio institucional da clínica ou serviço hiperbárico para padronização e efetividade do referido POP. 7. RECURSOS MATERIAIS: 8. ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM: 1. Cumprir todos os POPs da clínica ou serviço hiperbárico; 2. Apresentar com cordialidade para o paciente dizendo o seu nome e a sua função; e 3. Executar os cuidados pré, trans e pós-OHB de forma segura, humana e eficiente. 9. DESCRIÇÃO DA TÉCNICA OU ROTINA; A) – Cuidados Cuidados de Enfermagem Pré-OHB: 29
ICESP 2017
1. Os cuidados de enfermagem enfermagem na fase pré-OHB tem por objetivo preparar o ambiente terapêutico e o paciente, de modo a garantir segurança e conforto coletivo durante o tratamento; 2. Avaliar os sinais vitais do paciente hiperbárico de acordo com a classificação do paciente. Obs.: se o paciente for diabético, deverá fazer o Teste de Glicemia Capilar; 3. Verificar os sinais vitais do guia interno e guia reserva e anotar na ficha de controle de saúde do trabalhador hiperbárico; 4. Liga o aparelho televisor e inicia a exibição de um vídeo institucional de orientação dos cuidados a serem tomados antes do início das sessões de hiperbárica caso a clínica ou serviço disponibilize desse material didático; 5. Acompanha o paciente até o vestiário e o auxilia a colocar as roupas apropriadas (100% de algodão) e guarda as roupas do paciente num armário com chave. A chave do armário é guardada juntamente com o prontuário do paciente, numa prancheta específica para essa finalidade; 6. O guia interno é responsável por: 7. Promover um ambiente terapêutico limpo, organizado e confortável; 8. Checar o funcionamento dos equipamentos de fonia e daqueles que controlam temperatura, umidade, iluminação e concentração de oxigênio no interior da câmara hiperbárica; 9. Prover meios de entretenimento para os pacientes durante o tratamento; 10. Avaliar o material de composição das vestimentas dos pacientes, permitindo apenas o uso de roupas confeccionadas confeccionadas à base de fibras fibr as naturais (algodão ou linho); 11. Conferir os objetos que estão sendo levados para dentro da câmara, não permitindo a entrada de pacientes portando quaisquer elementos que sirvam de fonte de ignição na presença de oxigênio; 12. Solicitar a remoção de materiais como graxa, óleo, gordura, álcool e outros, caso estejam presentes na pele; 13. Verificar e solicitar para retirar r etirar se o paciente está utilizando utili zando algum produto de higiene pessoal ou de beleza (perfume, desodorante, hidratante corporal, e outros); 14. Solicitar ao paciente e/ou ao acompanhante para retirar os acessórios abaixo relacionados e checar a ausência deles. Devem ser retirados quaisquer dispositivos que possam produzir faísca ou ignição (óleo de banho, gel fixador para cabelos, maquiagem facial, esmalte ou base de unhas, telefone celular móvel, bip, brinquedos, fósforos, isqueiros, aquecedores de mão, aparelhos de vídeo games, jóias, bijuterias e afins, jornal, chupeta com componentes metálicos, goma de mascar e balas); 15. Retirar fralda plástica (substituir por lenços de algodão a 100%), tampões nasais, tampões vaginais, tampões auditivos e tampões retais; 16. Verificar drenos, sondas e cateteres estes devem estar sempre abertos e conectados ao frasco de coletas de PVC. Confirmar o preenchimento com água destilada dos balonetes dos cateteres, tubos e cânulas; 17. Verificar e solicitar ao paciente ou acompanhante para retirar próteses dentárias, aparelhos dentários moveis, próteses auditivas, protetores auriculares, abafadores de ruído, perucas, óculos, relógios, lentes de contato e revistas; r evistas; 18. Aparelhos ortopédicos metálicos externos devem ser envoltos em um pano de algodão úmido; 19. Marca passo externo só retirar sob orientação do médico. A retirada do aparelho do paciente é função do médico. Comunicar o médico e o enfermeiro para se estabelecer a melhor conduta); 20. Marca passo interno deverá desligar a função de adaptação de frequência e alterar a configuração p/ bipolar (função do médico). Comunicar o médico e o enfermeiro para se estabelecer a melhor conduta; 21. O paciente fará uso de pró pé e toca 100% de algodão para ser submetido ao tratamento de OHB. OBS: os pacientes que não deambulam não precisam usar o pro pé; 22. Orienta, verifica a presença e retira: celulares, bips, brinquedos, aparelhos eletrônicos de games, brincos, anéis, relógios, próteses dentárias, próteses auditivas, lentes de contato, óculos ou qualquer objeto semelhante, fósforos, isqueiros e aquecedores de mão. Nenhum 30
ICESP 2017
produto de higiene pessoal ou de beleza, como desodorante, gel, esmalte de unha, batom, “blush”, etc.;
23. Executa cuidados especiais com artigos invasivos como: desinsuflar os cuffs dos tubos orotraqueais e de traqueostomia, preenchendo-os com água destilada; preencher drenos e cateteres com soro fisiológico 0,9% ou água destilada; 24. Esvaziar bolsas coletoras dos drenos ou dispositivos urinários; 25. Esvaziar o cálice dos equipos de soro e interromper, a critério do médico (a) ou enfermeiro (a) hiperbaristas, a administração de líquidos parenterais, tendo o cuidado de manter a via de acesso venosa pérvea, empregando solução salina; 26. Checa o estado clínico geral do paciente, comunicando qualquer anormalidade ao médico, ensina e revisa as seguintes manobras de equalização das pressões nos compartimentos anatômicos aerados, como a orelha média e os seios da face, durante a pressurização, objetivando a diminuição dos riscos de barotraumas, como: fechar a boca, pinçar o nariz e assoprar sem liberar o ar; fechar a boca, pinçar o nariz n ariz e engolir; bocejar; realizar movimentos de lateralização da mandíbula; ingerir ou mastigar algo (geralmente água ou chiclete respectivamente); instrui o paciente a comunicar imediatamente sintomas de desconforto como dor, tontura, cefaléia e outros; 27. O guia interno deverá comunicar ao guia externo para não dar continuidade ao procedimento de pressurização se o paciente não estiver conseguindo equalizar a pressão nos ouvidos ou seios da face; 28. Somente após a compensação da pressão dos ouvidos e certificação de que todos os pacientes hiperbáricos estão bem deverá dar continuidade ao procedimento de pressurização até o final da sessão, que deverá ter uma duração de 90 a 120 minutos, conforme prescrição do médico hiperbaricista; 29. Encaminha o paciente à câmara hiperbárica; 30. Acomoda os pacientes dentro da câmara hiperbárica, priorizando aqueles com dificuldade de locomoção; 31. Checa o uso de todos os equipamentos no interior da câmara hiperbárica multipaciente antes de introduzir os pacientes hiperbáricos; 32. Portar EPI completo e adequado durante o tratamento hiperbárico; 33. O TEH ficar á como “Guia Interno” apenas uma vez ao dia. Se houver outra sessão no mesmo dia, deverá ser feita a troca por outro profissional, salvo caso de tabelas para tratamento de doença descompressiva, descompressiva, embolia traumática pelo ar e síndrome de hiperdistensão pulmonar; 34. O TEH como “Guia Interno” não fará uso do oxigênio puro ou ar medicinal respirável durante o tratamento hiperbárico, mas a clínica ou serviço disponibilizará um bib´s com máscara para caso de intercorrência no interior da câmara hiperbárica multiplace (por exemplo contaminação com óleo), excepcionalmente em caso de acidente hiperbárico o Médico Hiperbaricista Hiperbaricista ou o Diretor de Segurança Segurança poderão determinar o uso da máscara ao guia interno. 35. O guia externo é responsável por: 36. Identifica os pacientes iniciantes para dar-lhes orientações inerentes à terapia hiperbárica e quanto ao uso, cuidados e responsabilidades responsabil idades com a máscara de OHB. Esta deve ser compatível com o tamanho da face do paciente, de modo que haja conforto e não permita o vazamento de oxigênio para a atmosfera da câmara através de uma máscara inadequadamente superdimensionada para o tamanho do seu rosto, aumentando a concentração deste gás neste ambiente, para valores acima dos limites de segurança pré-estabelecidos. Da mesma maneira, não deve ser frouxo a ponto de permitir a entrada de ar do ambiente terapêutico no seu interior, diminuindo a eficácia do método devido à diluição do oxigênio inalado. 37. Encaminha para o interior da câmara os pacientes que deambulam, auxiliando o GI a acomodar os pacientes acamados e os que deambulam com dificuldade; 38. Checa o uso de todos os equipamentos no painel de controle, sala de máquinas no exterior da câmara hiperbárica multipaciente antes de introduzir os pacientes hiperbáricos, inclusive liga a pressurização durante 30 segundos e entra na câmara multiplace verificando normalidade do 31
ICESP 2017
ar comprimido em seu interior (observar ardência nos olhos, odores e outros); 39. O guia reserva é responsável por: 40. Observar, ligar e verificar funcionamento dos equipamentos da sala de máquinas e painel de controle; 41. Observar o cumprimento das normas de segurança nas adjacências e interior da clínica ou serviço hiperbárico; 42. Auxiliar o guia interno e externo durante o tratamento hiperbárico; 43. Ficar postado a porta da câmara hiperbárica antes de iniciar a sessão de OHB, verificando e fazendo cumprir as normas de segurança em relação aos pacientes; 44. Permanecer com EPI durante o tratamento hiperbárico; 45. Operacionalizar a sala de máquinas ao término do tratamento hiperbárico, bem como durante eventual acidente hiperbárico; 46. Permanecer na clínica ou serviço hiperbárico durante o tratamento t ratamento hiperbárico; B) – Cuidados Cuidados de Enfermagem Trans-OHB: 47. Estes cuidados são realizados durante a sessão terapêutica com o objetivo de viabilizar a adaptação do paciente ao ambiente hiperbárico, permitindo que o mesmo cumpra o tempo de tratamento protocolado. Os cuidados trans-OHB prestados durante a operação da câmara multiplace ou multipaciente (para 2 ou mais pessoas) são de competência do guia interno, enquanto que a câmara monoplace ou monopaciente (para 1 pessoa) exige cuidados de enfermagem apenas de um guia externo, que, deste modo, acumula as funções e responsabilidades dos dois técnicos de enfermagem envolvidos na operação de uma câmara multiplace; 48. Os GI nesta etapa promovem a melhor adaptação do paciente ao ambiente terapêutico, por meio das seguintes ações: - Pressurizar e despressurizar o vaso de pressão com uma velocidade compatível com aquela necessária para que os pacientes se adaptem, através das manobras de equalização já citadas, à variação de pressão que ocorre durante a pressurização; - Observar e detectar sinais de dificuldade de compensação das cavidades aéreas por parte do paciente, devendo, caso ocorram, orientá-lo prontamente, de modo a se obter a equalização destas cavidades. Simultaneamente, a pressurização da câmara deverá ser interrompida ou, caso persista o desconforto ou a dor manifestada pelo paciente, deverá dar lugar a uma pequena despressurização despressurização do equipamento, equipamento, até que o alívio destes sintomas ocorra; ocorra; - Informar o GE e solicitar ajuda do médico responsável caso observe a incidência de sinais e sintomas adversos ao tratamento; - Oferecer atividades de entretenimento; - Provêem um meio ambiente confortável e seguro, através do monitoramento da temperatura e umidade relativa do ar atmosférico dentro da câmara, da boa acomodação dos pacientes, de minimização dos ruídos ambientais com música ambiente neutra, promovendo, ao mesmo tempo, um clima de relaxamento nos pacientes, além de se demonstrarem solícitos para que o paciente se sinta à vontade para para informar suas necessidades necessidades e queixas;
49. Estes provêem o atendimento das seguintes necessidades básicas dos pacientes (durante o emprego da câmara multiplace ): - Necessidade hídrica: oferecer água durante a sessão prevenindo a desidratação e facilitando a compensação do ouvido médio, cuja trompa de auditiva se abre durante a deglutição; - Necessidade de mobilização/locomoção: auxiliar no melhor posicionamento do seu corpo com especial ênfase aos membros inferiores quando acometidos por feridas, por meio da utilização de bancos de apoio apropriados e quanto à prevenção de dores na região dorsal e lombar;
32
ICESP 2017
- Necessidade de eliminação: atender a essa necessidade respeitando os direitos de privacidade; - Necessidade terapêutica: ajustar e posicionar a máscara facial no rosto do paciente ou a tenda cefálica (“capuz”), para administração de oxigênio a 100%; administrar no horário
previsto a medicação de rotina ou a determinada pelo médico hiperbárico, por qualquer via, a qual deve ser devidamente preparada pelo GE, caso tenha que ser introduzida na câmara através de um dispositivo de transferência de material denominado “medical lock ”; esvaziar
o cálice do equipo de soro, aumentando o seu volume aéreo, de modo a se controlar a sua velocidade de administração e outros; - Necessidade de comunicação e entretenimento: mostrar-se solícito para esclarecimento de dúvidas e resolução de problemas que por ventura apresentem, além de permitir jogos, leitura de revistas e livros. Da mesma forma, durante o emprego da câmara monoplace o GE também deve mostrar-se solícito para esclarecimento de dúvidas e resolução de problemas que por ventura apresentem, apresentem, além de permitir a leitura de revistas e livros.
50. Realizam, quando necessário, cuidados emergenciais, para isto o GI, durante o emprego da câmara multiplace, deverá: - Implementar o Protocolo de Cuidados Emergenciais da Instituição; - Identificar de forma imediata sinais e sintomas adversos ao ambiente hiperbárico, apresentados pelos pacientes. - Comunicar imediatamente ao GE a intercorrência e solicitar orientação médica. - Intervir prestando os cuidados básicos necessários, até que o médico interceda lhe orientando, ou através da sua intervenção direta, quando ele se insere na câmara e passa a atuar no paciente.
51. O GE assume as seguintes responsabilidades: - Monitoramento da sessão a fim de garantir suporte ao GI (somente durante o emprego da câmara multiplace). - Controle da pressurização, não permitindo que ultrapasse a pressão equivalente a 45 pés de profundidade na água salgada salgada (2,36 ATAS – Atmosferas Atmosferas Absolutas). - Controle dos “tempos”, objetivando orientar o GI, caso se utilize a câmara multiplace, quanto aos períodos de interrupção no fornecimento de oxigênio aos pacientes, quando estes passam a respirar respirar ar comprimido, realizados realizados periodicamente periodicamente e ao término da sessão.
C) – Cuidados Cuidados de Enfermagem Pós-OHB: 52. São os cuidados de enfermagem prestados aos pacientes desde o término da sessão de tratamento até o momento da saída da área física do serviço. Tem por objetivo garantir a assistência completa completa ao paciente de OHB e permitir-lhe permitir -lhe estabilidade geral para retornar ao seu local de origem; 53. No caso de intercorrências o paciente deverá ser retirado, a qualquer momento, da câmara hiperbárica através da anti-câmara de despressurização ou câmara principal dependendo da determinação do médico (a) hiperbaricista, enfermeiro (a) hiperbaricista ou diretor de segurança, após isso o médico ou enfermeiro enfermeiro deverá dar a devida assistência assistência na área externa; 54. Ao chegar à superfície o médico e enfermeiro hiperbaricistas deverão avaliar o paciente hiperbárico e TEH deverá aferir os sinais vitais e observar o paciente durante 10 (dez) minutos no mínimo. Caso necessário o médico hiperbaricista deverá acionar o Serviço de Resgate ou encaminhar para o serviço de emergência ou internação dependendo do caso; 55. Verificar novamente os sinais vitais dos pacientes hiperbáricos e teste de Glicemia capilar nos diabéticos; 56. Verificar os sinais vitais do guia interno e anotar na ficha de controle de saúde do trabalhador 33
ICESP 2017
hiperbárico. 57. O GI deverá tomar providências como: recolher os rabichos e colocá-los nos devidos lugares para pronto uso dos pacientes da próxima sessão; verificar se houve esquecimento de algum objeto pessoal por parte dos pacientes para entregá-lo; informar ao Diretor de Segurança qualquer problema técnico que tenha ocorrido ou que preveja acontecer; ajudar o GE na retirada de pacientes em macas ou que deambulam com dificuldades. O GE é responsável pelas seguintes ações: ações: auxiliar os pacientes na saída da câmara; verificar sinais vitais; atender solicitações dos pacientes; auxiliar, quando necessário, no transporte dos pacientes que fazem uso de maca ou cadeira de rodas para o veículo de origem. 58. Em caso de acidente de mergulho ou hiperbárico o paciente deverá permanecer em observação no mínimo 10 (dez) minutos na clínica ou serviço hiperbárico, sendo liberado apenas pelo médico ou enfermeira hiperbarista. 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 1.1. A introdução de materiais na câmara hiperbárica que não consta nesse procedimento operacional padrão deverá passar pela avaliação do Diretor de Segurança da clínica ou serviço hiperbárico. 2. RECOMENDAÇÕES OU FREQUÊNCIA: 2.1. Anotações diariamente no prontuário do paciente hiperbárico; 2.2. Anotações diariamente no Check List do Guia Interno e Externo da Câmara Hiperbárica Multiplace; 2.3. Anotações diariamente na Ficha de controle de sinais vitais do trabalhador hiperbárico (Guia Interno e Guia Reserva); e 2.4. Anotações diariamente na Ficha de controle de sinais vitais dos pacientes hiperbáricos. 11. PADRÕES DE PRÁTICA:
10.1. Realização bem sucedida dos cuidados de enfermagem no ambiente hiperbárico. 12. AÇÕES CORRETIVAS: 12.1. Treinar a equipe de saúde hiperbárica periodicamente, de modo que, as atualizações possam ser implementadas na clínica ou serviço hiperbárico. 13. REGISTRO: 13.1. Os sinais vitais dos pacientes hiperbáricos serão anotados em ficha própria e diariamente transcritos para a folha de evolução/anotação de enfermagem da clínica ou serviço hiperbárico pelos responsáveis da assistência de enfermagem hiperbárica, constando data de início, SV, data final, tratamento realizado, intercorrência, carimbo e assinatura ou rubrica; 13.2. Os sinais vitais dos guias interno e reserva serão anotados em ficha própria e arquivados na pasta de saúde do trabalhador do trabalhador trabalhador hiperbárico, constando constando data de início, SV, data final, tratamento realizado, intercorrência, carimbo e assinatura ou rubrica. 13.3. O check list do tratamento hiperbárico na câmara multiplace será assinado e carimbado pelo médico hiperbaricista, enfermeira hiperbaricista, diretor de segurança, guia interno e externo, bem como arquivados diariamente na clínica ou serviço hiperbárico. 15. RESPONSÁVEL PELA FISCALIZAÇÃO DESTE POP: 15.1. Médico (a) Hiperbaricista; 15.2. Enfermeiro (a) Hiperbaricista; e 15.3. Diretor (a) de Segurança. 34
ICESP 2017
7ªA u l a:
CAPÍTULO 7 Câmar Câmar as H i per per bár i cas Mul M ul ti paciente e Aces Acessór i os (16:20 (16: 20 as 18:00) Para garantirmos, ao paciente, o tratamento com oxigênio hiperbárico são necessários alguns equipamentos especiais como as câmaras hiperbáricas – ambiente hiperbárico onde será feito o tratamento do paciente – , equipamentos acessórios para viabilizar a oferta de oxigênio puro (máscaras de OHB, tenda cefálica) e os sistemas de admissão e exaustão dos gases (ar e oxigênio), de controle da pressão e concentração dos níveis de O2 no interior da câmara, bem como sistema de supressão de fogo em caso de incêndio. As câmaras hiperbáricas são classificadas em multiplace, monoplace e animal, respectivamente acomodam mais de um paciente, um único paciente e não acomoda ser humano. Podem ser de compartimento único, duplo ou triplo; com formatos variados (esférico, cilindro horizontal ou vertical, retangular e outros). Sendo câmaras de uso clínico necessitam não só de suprimento de ar como os compressores de ar, mas também de suprimento de oxigênio líquido para o consumo de grandes volumes. Os limites de contenção e tubulação sobre pressão são regulados pela ASME - Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos. Como sistemas de fornecimento de gás a ser inalado podemos utilizar um sistema de fluxo constante – a a própria atmosfera da câmara (se monoplace) – ou ou um sistema de demanda que permite minimizar o consumo de oxigênio e pode ser adotado pelos dois modelos de câmara de ocupação humana. No sistema de demanda é importante o uso de máscara ou tendas cefálicas que se adaptem com firmeza eliminando vazamentos. Existem três elementos importantes para o monitoramento e controle de segurança do tratamento como o analisador de oxigênio, o sistema de exaustão, e os manômetros.
OPERACIONALIZAÇÃO OPERACIONALIZAÇÃO DAS CÂMARAS HIPERBÁRICAS As câmaras hiperbáricas são equipamentos de aço ou acrílico, selados, resistente a variação de pressão. São utilizadas com finalidade terapêutica (clínica ou prática do mergulho), de treinamento de pessoal (marinha) e de pesquisa. Classificadas como monoplace ou multiplace de acordo com o número de pessoas que consegue acomodar em seu interior. O uso do tipo monoplace tem com vantagem a possibilidade de monitorização de pacientes críticos com respiradores, bomba de infusão etc; espaço e mobilidade e não necessita de operador interno. Porém a relação custo x produtividade é ruim, não consegue atender mais de um paciente por vez. Já o uso da multiplace traz mais vantagens como uma boa relação custo x produtividade, permite acompanhamento direto do paciente com maior facilidade de identificação de problemas e intervenção imediata; melhor apoio emocional e também o acompanhamento acompanhamento de crianças. Apresenta Apresenta como desvantagens a exposição da equipe, grande número de profissionais envolvidos, espaço físico e capacitação dos profissionais envolvidos. CÂMARA MULTIPLACE (COMPOSIÇÃO) Enter lock: compartimento para resgate de pessoal e passagem de material de apoio. Main lock: compartimento de tratamento. Painel de Controle: Controle de todos os sistemas das câmaras. Medical lock: passagem de pequenos objetos de apoio para o interior da câmara.
PAINEL DE CONTROLE Analisador de Oxigênio: equipamento do sistema de segurança. Sistema de fonia: comunicação entre os ambientes internos e externos. Sistema de monitoramento externo: vigias ou câmeras de vídeo. 35
ICESP 2017
Sistema de controle geral do tratamento: pressurização/ despressurização despressurização e admissão/ admissão/ exaustão de oxigênio. Sistema anti- incêndio de controle externo: Liberação automática de água para o interior da câmara.
MAIN LOCK – CÂMARA CÂMA RA DE TRATAMENTO TRATAMENTO Sistema de controle interno do tratamento: tratamento: válvulas de pressurização/ pressurização/ despressurização despressurização e admissão/ exaustão de gás. Sistema anti- incêndio de controle interno: extintor (manual) Sistema de monitoramento interno: Higrômetro e termômetro. t ermômetro. Sistema de oxigenoterapia por fluxo de demanda: rabichos Sistema de oxigenoterapia por fluxo de constante: adaptação para a tenda t enda cefálica. ENTER LOCK – ANTECÂMARA ANTECÂMARA MEDICAL LOCK – ANTECÂMARA ANTECÂMARA ACESSÓRIOS Sistema de fonia: Fone Microfone Sistema de controle da sessão de OHB: Cronômetros Sistema de Oxigenoterapia hiperbárica: Máscaras de OHB Tenda Tenda cefálica. Sistema de promoção de conforto e bem-estar: Assentos/Apoios para o pé Mesa pra jogos e Macas
Fotos da Câmara Hiperbárica Monoplace e Multiplace + Painel de Controle
36
ICESP 2017
Dia 20/02/2016 (sábado) 8ªA u l a:
CAPÍTULO 8 Tabel Tabel as de de M er gul gu l h o (08: (0 8:00 00 às 10:00) No tratamento hiperbárico o paciente entra numa câmara hiperbárica onde é submetido a uma variação de pressão que simula a mudança de ambiente normobárico para um ambiente subaquático. Toda vez que injetamos ar dentro da câmara aumentamos a pressão como se estivéssemos nos afastando da superfície e nos aproximando do fundo do mar. O tempo gasto da “superfície” ao “fundo” é o que chamamos de tempo de compressão. E o retorno à “superfície” o tempo de descompressão. Muitas das vezes os grandes problemas estão na
velocidade em que ocorre essa mudança de ambiente, que com base em duas leis da Física do Mergulho – Lei Lei de Boyle e Mariot e Lei de Henry – termina termina por acarretar em malefícios para o paciente como por exemplo barotraumas (durante a pressurização) e doença descompressiva descompressiva (durante a despressurização). despressurização). Durante a pressurização ocorre o aumento da tensão superficial das bolhas de gás (O2, N2 e outros), a diminuição do tamanho destas bolhas facilita a dissolução dos gases e a sua absorção. As bolhas de gás comprimidas gradativamente percorrem pelo pulmão, se guem para o sangue até chegarem aos tecidos. Durante a descompressão o percurso das bolhas passa a ser no sentido tecido para o pulmão, retornando ao tamanho normal para então ser eliminada do organismo. O grande problema está numa descompressão inadequada com o não cumprimento de protocolos podendo levar a uma supersaturação de N2 aumentando o risco do que denominamos doença descompressiva (DDC), porém esse risco só existe quando quando se inala ar. ar. A DDC não é problema problema quando se inala O2. As tabelas de descompressão foram desenvolvidas com o escopo de evitar o ponto crítico de supersaturação do N2 no corpo e diminuir o risco de desenvolvimento de DDC e outros comprometimentos. As tabelas supramencionadas são fundamentadas pela Teoria da Descompressão que explica a formação das bolhas e a forma de convertê-las em profundidade. A quantidade de nitrogênio em excesso no corpo após a descompressão torna-se de crescente progressivamente progressivamente em um período de 12 horas. Sendo assim, quando se planeja uma segunda sessão de tratamento – “mergulho” – deve-se deve-se considerar o nitrogênio residual (TNR) da sessão anterior para a determinação determinação de um esquema esquema de descompressão descompressão apropriado. apropriado. O intervalo ideal entre uma sessão e outra – intervalo intervalo de superfície (S.I) – deve deve ser de 12h. Quando a sessão ocorre entre 10 minutos e 12horas após o anterior, consideramos “mergulho repetitivo” e
então precisamos considerar o N2 residual da primeira sessão, calcular o tempo de descompressão da segunda sessão e determinar a necessidade ou não de paradas descompressivas para facilitar a saída do nitrogênio dos tecidos.
8.0-DEFINIÇÕES a)Profundidade Quando usada para indicar a profundidade num mergulho, significa a profundidade máxima alcançada durante o mergulho, medida em metros ou pés de água salgada.
b)Tempo de fundo É o tempo total decorrido desde que o mergulhador deixa a superfície (DS) até o instante em que ele deixa o fundo (DF), iniciando a subida. É medido em minutos ( minuto cheio mais
próximo). 37
ICESP 2017
c)Parada de Descompressão Profundidade específica na qual o mergulhador deverá permanecer por determinado período de tempo, para eliminar os gases inertes dissolvidos em seu organismo.
d)Esquema de Descompressão Procedimento específico de descompressão para uma dada combinação de profundidade e tempo de fundo. É normalmente indicado em metros ou pés por minutos (18m/40 minutos, por exemplo).
e)Tabela de Descompressão um conjunto de esquemas de descompressão, organizado em ordem crescente de profundid profundidades ades e tempos tempos de fundo. fundo.
f)Intervalo de Superfície Tempo que um mergulhador passa na superfície entre dois mergulhos. Começa a ser contado quando ele chega à superfície (CS) e termina quando ele a deixa para um segundo mergulho (DS).
g)Mergulho Simples Qualquer mergulho realizado após um período contínuo maior que 12 horas na superfície.
h)Mergulho de Repetição ou Sucessivo Qualquer mergulho re-alizado após um intervalo de superfície (IS) menor do que 12 horas e maior que 10 minutos.
i)Nitrogênio Residual Nitrogênio Nitrogênio ainda dissolvido dissolvido nos tecidos tecidos do mergulha mergulhador dor após após sua sua chega chegada da à superfície superfície,, que que leva um certo tempo para ser eliminado.
j)Grupo j)Grupo de de Repetiç Repetição ão Indicado por uma letra, l etra, relaciona-se com a quantidade de nitrogênio residual no organismo de um mergulhador em um período de 12 horas após um dado mergulho.
k)Tempo de Nitrogênio Residual(TNR) É um tempo, medido em minutos, que deve ser adicionado ao tempo real de fundo de um mergulho sucessivo, de modo a compensar o nitrogênio residual proveniente de um mergulho anterior. Abreviação: TNR .
l)Esquema de Descompressão Equivalente É o esquema de descompressão de um mergulho sucessivo, no qual o tempo total de fundo é igual à soma do tempo real de fundo do mergulho sucessivo com o TNR.
m)Mergulho sem Parada para Descompressão Mergulho no qual o tempo de fundo para uma dada profundidade , permite uma subida segura sem paradas até a superfície, usando uma velocidade pré-estabelecida 60 pés por
38
ICESP 2017
minuto. 8.1-EM 8.1-EM PREGO DAS TAB TAB EL AS
Apresentam uma série de esquemas de descompressão, que devem ser seguidos rigidamente durante a subida, após um mergulho a ar. Cada tabela deve ser selecionada segundo condições específicas. Basicamente, estas condições compreendem a profundidade e tempo de fundo do mergulho em questão: a disponibilidade de oxigênio para o sistema de respiração das câmaras; condições ambientais como estado do mar e temperatura da água; e etc. As tabelas para mergulhos a ar, são as mesmas empregadas pela US NAVY NAVY,, a saber : -Tabela Padrão de Descompressão a Ar (TPD).
-Tabela de Limit Limites es sem Parada de Descompressão (TLSD) -Tabela de Tempo de Nitrogênio Residual (TTNR). -Tabela de Descompressão na Superfície usando Oxigênio (TDSO). -Tabela de Descompressão na Superfície Superfí cie usando Ar (TDSA).
8.2-CRITÉRIO PARA SELEÇÃO DAS TABELAS : Tabela Padrão de Descompressão a Ar (TPD). A situação permite a descompressão na água. Apresenta esquemas para tempos normais e excepcionais de exposição (tempos de fundo), sendo também usada para calcular a descompressão dos mergulhos sucessivos.
Tabela de Limites sem Descompressão (TLSD). Mergulhos sem parada para descompressão. Fornece ainda a letra designativa do grupo de repetição.
Tabela de Tempo de Nitrogênio Residual (TTNR). Para determinação do TNR em mergulhos sucessivos. Fornece grupos de repetição para intervalos de superfície maiores que 10 minutos e menores que 12 horas, com os quais, se determina o TNR.
Tabela de Descompressão na Superfície usando Oxigênio (TDSO). Usada quando se dispõe de câmara de recompressão com sistema para respiração de oxigênio. Seu emprego ocorre, em geral, quando se necessita abreviar a permanência na água, seja por problemas do mergulhador, seja por alteração das condições ambientais.
Tabela de Descompressão na Superfície Superfíci e usando Ar (TDSA). Usada na mesmas circunstâncias da anterior, quando não houver oxigênio disponível ou se o mergulhador apresentar intolerância a esse gás. Sua aplicação acarreta considerável considerável aumento no tempo total de descompressão, embora reduza a
39
ICESP 2017
descompressão na água.
8.3-FOLHA DE REGISTRO DE MERGULHO Todo mergulho deve ser registrado em modelo apropriado, conhecido como Carta de Mergulho.
8.4-Abreviaturas usadas no registro a)DS -
Deixou a superfície.
b)DF -
Deixou o fundo.
c)CS -
Chegou a superfície.
d)D -
Deixou uma parada.
e)C -
Chegou a uma parada.
f)TTF-
Tempo total de fundo.
g)TTD- Tempo total de descompressão. h)TTM- Tempo total do mergulho. i)GR j)PAE j)PAE-
Grupo de repetição. repetição. Pressã Pressãoo da ampola ampola de emergên emergência. cia. TABELAS DE MERGULHO A AR
TABELA DE LIMITES E DESIGNAÇÃO DE GRUPOS DE REPETIÇÃO PARA MERGULHOS A AR SEM PARADA DE DESCOMPRESSÃO PROF m 3 4,5 6 7,5 10 10,5 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57
pés 10 15 20 25 30 35 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190
Limites s/desc. min.
595 405 310 200 100 60 50 40 30 25 20 15 10 10 5 5 5 5 5
GRUPOS DE REPETIÇÃO A 60 35 25 20 15 5 5
B 120 70 50 35 30 15 15 10 10 5 5 5 5
C 210 110 75 55 45 25 25 15 15 10 10 10 7 5 5 5 5 5
D 300 160 100 75 60 40 30 25 20 15 15 12 10 10 10 8 7
E 797 225 135 100 75 50 40 40 30 25 20 20 15 15 13 12 10 10
F * 350 180 125 95 60 50 40 30 30 25 20 20 15 15
G
H
452 240 160 120 80 70 50 40 35 30 25 22 20
* 325 195 145 100 80 80 60 50 40 35 30 25
I
J
K
L
M
N
O
390 245 170 120 100 70 55 45 40
917 315 205 140 110 80 60 50
* 361 250 160 130 90
540 310 190 150 100
595 344 220 170
405 270 200
310
5 5 5 5
* Maior Grupo de Repetição para esta profundidade profundid ade independente do tempo de fundo.
40
ICESP 2017
TABELA DE TEMPO DE NITROGÊNIO N ITROGÊNIO RESIDUAL PARA PARA MERGULHOS SUCESSIVOS 0:10 * Mergulhos após intervalos de superfície maiores A 12:00 * que 12 horas não são sucessivos. Considere os 0:10 3:21 B 3:20 12:00 * tempos reais de fundo para entrada na TPD e a obtenção dos esquemas de descompressão de tais 0:10 1:40 4:50 C 1:39 4:49 12:00 * mergulhos.
0:10 0:24 0:24 0:36 0 :36 0:35 0:48
0:10 0:25 0:25 0:39 0 :39 0:37 0:51 0:49 1:02
0:10 0:26 0:26 0:42 0:40 0:54 0:52 1:07 1:03 1:18
0:10 0:28 0:27 0:45 0:43 0:59 0:55 1:11 1:08 1:24 1:19 1:36
0:10 0:31 0:29 0:49 0:46 1:04 1:00 1:18 1:12 1:30 1:25 1:43 1:37 1:55
0:10 0:33 0:32 0:54 0:50 1:11 1:05 1:25 1:19 1:35 1:31 1:53 1:44 2:04 1:56 2:17
0:10 0:36 0:34 0:59 0:55 1:19 1:12 1:35 1:26 1:49 1:36 2:05 1:54 2:18 2:05 2:29 2:18 2:42
0:10 0:40 0:37 1:06 1:00 1:29 1:20 1:47 1:36 2:03 1:50 2:19 2:06 2:34 2:19 2:47 2:30 2:59 2:43 3:10
0:10 0:45 0:41 1:15 1:07 1:41 1:30 2:02 1:48 2:20 2:04 2:38 2:20 2:53 2:35 3:08 2:48 3:22 3:00 3:33 3:11 3:45
0:10 0:54 0:46 1:29 1:16 1:59 1:42 2:23 2:03 2:44 2:21 3:04 2:39 3:21 2:54 3:36 3:09 3:52 3:23 4:04 3:34 4:17 3:46 4:29
0:10 1:09 0:55 1:57 1:30 2:28 2:00 2:58 2:24 3:20 2:45 3:43 3:05 4:02 3:22 4:19 3:37 4:35 3:53 4:49 4:05 5:03 4:18 5:16 4:30 5:27
1:10 2:38 1:58 3:24 2:29 3:57 2:59 4:25 3:21 4:49 3:44 5:12 4:03 5:40 4:20 5:48 4:36 6:02 4:50 6:18 5:04 6:32 5:17 6:44 5:28 6:56
2:39 5:48 3:25 6:34 3:58 7:05 4:26 7:35 4:50 7:59 5:13 8:21 5:41 8:50 5:49 8:58 6:03 9:12 6:19 9:28 9 :28 6:33 9:43 9 :43 6:45 9:54 9 :54 6:57 10:05
5:49 12:00 * 6:35 12:00 * 7:06 12:00 * 7:36 12:00 * 8:00 12:00 * 8:22 12:00 * 8:51 12:00 * 8:59 12:00 * 9:13 12:00 * 9:29 12:00 * 9:44 12:00 * 9:55 12:00 * 10:06 12:00 *
D
1O GR/IS
E
IS
F 2O
G
NGR
H
2O PMS
I
TNR
J K L M N 0:10 0:23 0:10 0:23 0:22 0:34
O
Z NGR
Z
O
N
M
L
K
J
I
H
G
F
E
D
C
B
A
Z
O
N
M
L
K
J
I
H
G
F
E
D
C
B
A
** **
** **
** **
** ** 349 187 124 97 80 68 58 52 47 43 38 35 32 31 29 27 26
** ** 279 161 111 88 72 61 53 48 42 39 35 32 30 28 26 25 24
** ** 229 138 99 79 64 54 47 43 38 35 31 29 27 26 24 22 21
** 917 190 116 87 70 57 48 43 38 34 32 28 26 24 23 22 20 19
** 399 159 101 76 61 50 43 38 34 31 28 25 23 22 20 19 18 17
** 279 132 87 66 52 43 38 33 30 27 25 22 20 19 18 17 16 15
** 208 109 73 56 44 37 32 29 26 24 21 19 18 17 16 15 14 13
** 159 88 61 47 36 31 28 24 22 20 18 16 15 14 13 12 11 10
797 120 70 49 38 30 26 23 20 18 16 15 13 12 12 11 10 10 10
279 88 54 37 29 24 20 18 16 14 13 12 11 11 10 9 9 8 8 8
159 62 39 25 21 17 15 13 11 10 10 9 8 7 7 6 6 6 6
88 39 25 17 13 11 9 8 7 7 6 6 6 5 5 4 4 4 4
39 18 12 7 6 5 4 4 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2
PROF. DO MERGULHO SUCESSIVO
m / pés 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190
257 169 122 100 84 73 64 57 52 46 42 40 37 35 32 31
241 160 117 96 80 70 62 55 50 44 40 38 36 34 31 30
213 142 107 87 73 64 57 51 46 40 38 35 33 31 29 28
Utilizar os tempos de nitrogênio residual residual listados na profundidade profundidade de 12m /40 pés. A descompressão do mergulho deverá ser feita pela TPD também utilizando a profundidade de 12m/40 pés ao invés de 9m/30 pés. ** Nos casos em que o Tempo de Nitrogênio Residual não é fornecido, f ornecido, o Grupo de Repetição do primeiro mergulho deverá ser mantido mantido como GR do mergulho mergulho sucessivo. sucessivo.
41
ICESP 2017
TABELA PADRÃO PADRÃO DE DESCOMPRESSÃO DESCOMPRES SÃO A AR PRO F Metros pés
12 40
15 50
18 60
21 70
TTF
TPP
Paradas para descompressão 15 50
12 40
9 30
6 20
TTD 3 10
min:s
GR
min
min:s
200 210 230 250 270 300
1:00 1:00 1:00 1:00 1:00
0 2 7 11 15 19
1:20 3:20 8:20 12:20 16:20 20:20
* N N O O Z
360 480 720
1:00 1:00 1:00
23 41 69
24:20 42:20 70:20
** ** **
100 110 120 140 160 180 200 220 240
1:20 1:20 1:20 1:20 1:20 1:20 1:20 1:20
60 70 80 100 120 140 160 180 200
1:40 1:40 1:40 1:40 1:40 1:40 1:40 1:20
1
240 360 480 720
1:20 1:20 1:20 1:20
50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170
2:00 2:00 2:00 2:00 2:00 1:40 1:40 1:40 1:40 1:40 1:40 1:40
0 3 5 10 21 29 35 40 47
1:40 4:40 6:40 11:40 22:40 30:40 36:40 41:40 48:40
* L M M N O O Z Z
2:00 4:00 9:00 16:00 28:00 41:00 50:00 58:00 72:00
* K L M N O Z Z Z
2 20 44 78
0 2 7 14 26 39 48 56 69 79 119 148 187
83:00 141:00 194:00 267:00
** ** ** **
2 4 6 8 9 13 19
0 8 14 18 23 33 41 47 52 56 61 72 79
2:20 10:20 16:20 20:20 25:20 35:20 45:20 53:20 60:20 66:20 72:20 87:20 100:20
* K L M N N O O O Z Z Z Z
* Veja a TLSD. ** Mergulhos sucessivos sucessivos não podem podem ser realizados realizados após um mergulho de de exposição excepcional.
42
ICESP 2017
PRO TTF F metros Pés
24 80
27 90
30 100
33 110
TABELA PADRÃO DE DESCOMPRESSÃO A AR TPP Paradas para descompressão descompressão TTD
min
min:s
40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
2:20 2:20 2:20 2:00 2:00 2:00 2:00 2:00 2:00 2:00 2:00
180 240 360 480 720
2:00 1:40 1:40 1:40 1:20
30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
2:40 2:40 2:40 2:20 2:20 2:20 2:20 2:20 2:20 2:00
25 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
3:00 3:00 2:40 2:40 2:40 2:40 2:20 2:20 2:20 2:20
180 240 360 480 720
2:00 2:00 1:40 1:40 1:40
20 25 30 40 50 60 70 80 90 100
3:20 3:20 3:00 3:00 3:00 2:40 2:40 2:40 2:40
15 50
12 40
17
9 30
2 21 55
3 10
min:s
2 7 11 13 17 19 26 32
0 10 17 23 31 39 46 53 56 63 69 77
2:40 12:40 19:40 25:40 35:40 48:40 59:40 68:40 75:40 83:40 97:40 111:40
* K L M N N O O Z Z Z Z
35 52 90 107 142
85 120 160 187 187
122:40 180:40 281:40 355:40 456:40
** ** ** ** **
7 13 18 21 24 32 36
0 7 18 25 30 40 48 54 61 68 74
3:00 10:00 21:00 28:00 40:00 56:00 69:00 78:00 88:00 103:00 118:00
* J L M N N O Z Z Z Z
3 7 10 12
2 9 17 23 23 23 34 41
0 3 15 24 28 39 48 57 66 72 78
3:20 6:20 18:20 29:20 40:20 59:20 74:20 86:20 99:20 119:20 134:20
* I K L N O O Z Z Z Z
29 42 73 91 122
53 84 111 111 142 142
118 142 187 1 87 187 187
204:20 285:20 418:20 505:20 615:20
** ** ** ** **
2 8 18 23 23 30 37
0 3 7 21 26 36 48 57 64 72
3:40 6:40 10:40 26:40 37:40 57:40 75:40 90:40 109:40 127:40
* H J L M N O Z Z Z
6 29 59 108
5
1 14 42 61 106
6 20
GR
1 7 12 15
* Veja a TLSD. ** Mergulhos sucessivos sucessivos não podem ser realizados realizados após um mergulho de exposição excepcional. 43
ICESP 2017
PRO TT TPP F F metros pés min
min:s
15 20 25 30 40 50 60 70 80 90 100
3:40 3:40 3:40 3:20 3:20 3:00 3:00 3:00 3:00 3:00
120 180 240 360 480 720
2:40 2:20 2:20 2:00 1:40 1:40
36 120
39 130
10 15 20 25 30 40 50 60 70 80 90
TABELA PADRÃO PADRÃO DE D E DESCOMPRESSÃO DES COMPRESSÃO A AR Paradas para descompressão 21 70
18 60
12 40
min:s
10 15 20 25 30 40 50 60 70 80
4:20 4:20 4:00 4:00 3:40 3:40 3:40 3:20 3:20
90 120 180 240 360 480 720
3:00 3:00 2:40 2:20 2:00 2:00 1:40
9 30
10 27 35 64 93 114
4:00 4:00 4:00 3:40 3:40 3:20 3:20 3:20 3:00 3:00
metros pés min
140
5 23 45 64 100
18 41 74
3 32
6 20
3 10
2 9 15 19 23
5 15 22 23 27 37 45
4:00 6:00 10:00 18:00 34:00 50:00 73:00 91:00 109:00 134:00 152:00
* H I J L N O O Z Z Z
19 37 60 93 122 122
47 76 97 142 142 142
98 137 179 187 187 187
178:00 286:00 398:00 553:00 656:00 775:00
** ** ** ** ** **
0 1 4 10 18 25 37 52 61 72 80
4:20 5:20 8:20 14:20 25:20 39:20 65:20 88:20 105:20 133:20 156:20
* F H J M N O Z Z Z Z
3 10 21 23 24 35 45
3 9 16 19 19
Paradas para descompressão 27 90
16
24 80
9 31 56
21 70
8 32 44 88
18 60
10 28 42 59 97
15 50
2 12 26 34 64 100 100
min:s
0 2 6 14 25 31 45 55 63 74 80
3 8
PRO TT TPP F F
42
15 50
TTD GR
12 40
9 30
TTD GR 6 20
3 10
min:s
4 10
2 6 16 19 23
2 5 16 24 23 32 41
0 2 6 14 21 26 44 56 68 79
4:40 6:40 10:40 20:40 30:40 48:40 78:40 99:40 127:40 157:40
* G I J K N O Z Z Z
14 14 32 50 84 114 114
18 36 54 78 122 122 122
42 56 94 124 142 142 142
88 120 168 187 187 187 187
168:40 242:40 388:40 513:40 686:40 803:40 926:40
** ** ** ** ** ** **
* Veja a TLSD. ** Mergulhos sucessivos sucessivos não podem ser realizados realizados após um mergulho de exposição excepcional.
44
ICESP 2017
TABELA PADRÃO PADRÃO DE D E DESCOMPRESSÃO DES COMPRESSÃO A AR Paradas para descompressão
PRO TTF TPP F metros pés
45 150
48 160
min
min:s
5 10 15 20 25 30 40 50 60 70 80
4:40 4:40 4:20 4:20 4:20 4:00 4:00 3:40 3:40 3:20
5 10 15 20 25 30 40 50 60
5:00 4:40 4:40 4:40 4:20 4:20 4:00 4:00
70
3:40
27 90
24 80
21 70
min:s
5 10 15 20 25 30 40 50 60
5:20 5:00 5:00 4:40 4:40 4:20 4:20 4:00
70 90 120 180 240 360 480
4:00 3:40 3:00 2:40 2:40 2:20 2:00
51 170
54 180
5 10 15 20 25 30 40 50 60
15 50
12 40
9 30
1
6 20
3 10 0 1 3 7 17 24 33 51 62 75 84
2 4 8 19 23 26 39 50
5 12 19 19 19
3 11 17
1
PRO TT TPP F F metros pés min
18 60
TTD G R
14
30 100
22 40
27 90
4 18 34 42
24 80
2 10 24 40 56
21 70
10 22 30 52 91
18 60
12 12 28 42 60 97
5:40 5:20 5:00 5:00 5:00 4:40 4:20 4:20
5:00 6:00 8:00 14:00 26:00 37:00 62:00 91:00 115:00 149:00 176:00
C E G H K L N O Z Z Z
2 9
2 7 16 19
1 3 7 11 23 23 33
0 1 4 11 20 25 39 55 69
5:20 6:20 10:20 19:20 32:20 43:20 74:20 101:20 135:20
D F H J K M N Z Z
17
22
44
80
169:20
**
Paradas para descompressão 33 110
min:s
15 50
12 40
TTD GR 9 30
6 20
3 10
min:s
2
1 5 15
2 4 10 18 22
2 4 7 13 23 23 37
0 2 5 15 23 26 45 61 74
5:40 7:40 12:40 24:40 37:40 48:40 84:40 112:40 155:40
D F H J L M O Z Z
8 12 18 34 50 98 100
17 14 32 50 70 114 114
19 34 42 78 116 122 122
51 52 82 120 142 142 142
86 120 156 187 187 187 187
186:40 249:40 359:40 538:40 684:40 876:40 1010:40
** ** ** ** ** ** **
3 5 10 17 23 30 44
0 3 6 17 24 27 50 65 81
6:00 9:00 15:00 29:00 43:00 56:00 96:00 131:00 171:00
2 5
3 9 16
1 3 6 14 19 19
D F I J L N O Z Z
* Veja a TLSD. ** Mergulhos sucessivos sucessivos não podem ser realizados realizados após um mergulho de exposição excepcional.
45
ICESP 2017
TABELA PADRÃO PADRÃO DE DESCOMPRESSÃO DESCOMPRES SÃO A AR Paradas para descompressão
PROF TTF TPP metros pés min
min:s
5 10 15 20 25 30 40
5:40 5:40 5:40 5:20 5:20 5:00 5:00
50 60
4:40 4:40
57 190
33 110
30 100
27 90
min:s
5 10 15 20 25 30 40 50 60 90 120 180 240 360
6:20 6:00 5:40 5:40 5:40 5:20 5:00 5:00 4:40 3:40 3:20 2:40 2:40 2:20
60 200
63 210
66 220
5 10 15 20 25 30 40 50
6:40 6:20 6:00 6:00 5:40 5:40 5:20 5:20
5 10 15 20 25 30 40 50
7:00 6:40 6:20 6:00 6:00 5:40 5:40 5:20
21 70
18 60
15 50
4 10
PRO TF TPP F metros pés min
24 80
12 40
9 30
6 20
TTD GR 3 10
min:s
1 8
2 5 8 14
1 6 6 11 19 23
0 3 7 20 25 32 55
6:20 10:20 17:20 34:20 47:20 66:20 106:20
D G I K M N O
13 17
22 19
33 50
72 84
150:20 186:20
** **
Paradas para descompressão 39 36 130 120
12
1 6 22
33 30 110 100
10 20 36
6 10 24 40
27 90
1 10 18 24 44
24 80
10 10 24 36 56
21 70
10 10 24 42 82
18 60
2 12 24 42 54 98
1
3
15 50
12 40
2 2 8 6 16 13 17 12 30 28 40 48 70 68 114 100 114
4 9
1 6 12
2 4 9 17
1 3 7 12 17
TTD 9 30
6 20
3 10
1 4 7 14 22 23 39 51 74 98 142 142 142
1 4 10 27 25 37 59 75 89 134 180 187 187 187
7:40 ** 11:40 ** 21:40 ** 43:40 ** 52:40 ** 76:40 ** 115:40** 115:40** 164:40** 202:40** 327:40** 476:40** 688:40** 845:40** 1061:40**
1 4 7 9 19 19
2 5 10 17 24 26 45
1 4 13 23 27 41 63 80
8:00** 13:00** 26:00** 44:00** 60:00** 85:00** 128:00** 178:00**
2 3 8 10 22 18
2 5 11 19 23 29 51
1 5 16 24 33 47 68 86
8:20** 14:20** 30:20** 46:20** 70:20** 95:20** 144:20** 194:20**
1 3 7 9 17 22 24 38 64 106 122 122
min:s
* Veja a TLSD. ** Mergulhos sucessivos sucessivos não podem ser realizados realizados após um mergulho de exposição excepcional.
46
ICESP 2017
PRO TTF TPP F metros pés min
69 230
72 240
75 250
78 260
81 270
5 10 15 20 25 30 40 50
min:s
TABELA PADRÃO PADRÃO DE DESCOMPRESSÃO DESCOMPR ESSÃO A AR Paradas para descompressão 39 130
36 120
33 110
30 100
27 90
24 80
21 70
7:20 6:20 6:20 6:20 6:20 6:00 5:40 5:40
5 10 15 20 25 30 40 50
7:40 7:00 7:00 6:40 6:20 6:20 6:00 5:40
5 10 15 20 25 30 40 60 90
7:40 7:20 7:00 7:00 6:40 6:40 6:20 5:20 4:20
5 10 15 20 25 30 40
8:00 7:40 7:20 7:00 7:00 6:40 6:20
5 10 15 20 25 30 40
8:20 8:00 7:40 7:20 7:00 7:00 6:40
18 60
1 5
1
8
10
10
4 10
10 10
10 10
1
5
3 8
5 10 28
2 6
2 3 6
15 50
2 7 14
1 4 7 15
2 6 9 12 28
1 3 6 11
2 3 6 11
12 40
9 30
TTD 6 20
3 10
min:s
2 4 8 15 16
1 3 5 8 12 22 24
2 6 12 22 23 34 51
2 6 18 26 37 51 74 89
9:40** 16:40** 34:40** 52:40** 78:40** 103:40** 160:40** 206:40**
3 4 8 17 16
1 4 6 9 15 22 29
3 6 15 24 22 39 51
2 6 21 25 40 56 75 94
10:00** 18:00** 39:00** 57:00** 86:00** 113:00** 171:00** 222:00**
2 7 22 27 45 59 79 164 186
11:20** 20:20** 42:20** 63:20** 96:20** 120:20** 182:20** 302:20** 518:20**
1 4 7 7 17 22 44
2 4 8 8 16
3 3 8 12 17
1 4 7 10 17 19 36 68
1 4 7 17 24 23 45 64 98
2 4 7 11 19 19
1 4 10 20 23 26 49
2 9 22 31 50 61 84
11:40** 23:40** 46:40** 71:40** 103:40** 130:40** 194:40**
2 4 9 13 22 22
1 5 11 21 23 27 51
3 11 24 35 53 64 88
13:00** 27:00** 51:00** 79:00** 111:00** 111:00** 143:00** 209:00**
* Veja a TLSD. ** Mergulhos sucessivos sucessivos não podem ser realizados realizados após um mergulho de exposição excepcional.
47
ICESP 2017
TABELA PADRÃO PADRÃO DE D E DESCOMPRESSÃO DES COMPRESSÃO A AR Paradas para descompressão
PRO TTF TPP F metros pés min
84 280
87 290
90 300
5 10 15 20 25 30 40
39 130
min:s
36 120
33 30 110 100
27 90
24 80
8:40 8:00 7:40 7:40 7:20 7:00 6:40
5 10 15 20 25 30 40
9:00 8:20 8:00 8:00 7:40 7:20 7:00
5 10 15 20 25 30 40 60
9:20 8:40 8:20 8:00 7:40 7:40 7:20 6:00
21 70
1 6
1
1 5
3
4
10
10
10
1 2 6 10
4 10
18 60
15 50
2 3 5 9 14
9 30
6 20
3 10
min:s
1 3 5 7 13
1 3 4 7 13 17
2 4 8 16 22 27
2 5 11 23 23 30 51
2 13 26 39 56 70 93
13:20** 30:20** 54:20** 86:20** 118:20** 155:20** 223:20**
1 3 5 6 15
1 3 7 8 16 16
3 6 9 17 22 32
2 5 12 23 23 36 51
3 16 26 43 60 72 95
14:40** 34:40** 57:40** 94:40** 125:40** 167:40** 233:40**
2 3 6 7 15 28
1 3 7 8 17 17 32
3 17 26 47 61 75 90 187
16:00** 37:00** 62:00** 102:00** 134:00** 177:00** 236:00** 465:00**
2 3 6
3 5 7
12 40
TTD
3 6 10 19 22 34 50
3 6 15 23 26 39 51 90
* Veja a TLSD. ** Mergulhos sucessivos sucessivos não podem ser realizados realizados após um mergulho de exposição excepcional.
EXPOSIÇÕES EXTREMAS - 75m (250 pés) e 90m (300 pés) Paradas para descompressão
PRO TF PP F
metros min: 60 57 54 51 48 45 42 39 36 33 30 27 24 21 18 15 12 9 6 3 pés min s 200 190 180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10
75 250
120 3:40 180 3:00 240 3:00
90 300
90 4:40 120 4:00 180 3:30 6
4 9
8
4 8
8 8
3 8 14
8 14 8 8 20
5 8 21 8 8 21
10 10 22 10 10 21
10 22 22 10 14 28
10 24 40 10 24 40
10 24 40 10 24 40
48
16 32 42 16 24 48
24 42 56 24 34 56
24 44 76 24 42 82
TTD min: s
36 48 64 94 142 187 688:20 60 84 114 122 142 187 935:20 98 100 114 122 142 187 1113:20 1113:20 34 48 64 90 142 187 698:00 58 66 102 122 142 187 895:00 895: 00 98 100 114 122 142 187 1173:00
ICESP 2017
9ªA u l a:
CAPÍTULO 9 Tabel Tabel as de Tr atamento atament o e Pr Pr otocol o Cl ín i co apli apl i cado no CH B (10: 20 às 11:00) TRATAMENTO DA DOENÇA DESCOMPRESSIVA E DA SÍNDROME DA HIPERDISTENSÃO PULMONAR
9.1-TRATAMENTO O tratamento da Doença Descompressiva e da Síndrome da Hiperdistensão Pulmonar (SHP) é conduzido em três fases distintas: a primeira fase compreende o atendimento imediato, dispensado por ocasião das primeiras manifestações, manifestações, e durante o transporte do paciente até o local onde está instalada a câmara de recompressão; a segunda, inclui o tratamento hiperbárico propriamente dito; e por fim, os cuidados cuidados pós-recompressão. pós-recompressão. 9.2-CUIDADOS IMEDIATOS a) Sindrome da Hiperdistensão Pulmonar (SHP) as primeiras manifestações da maioria dos casos de SHP ocorrem durante ou logo após a chegada à superfície de um mergulho. A prioridade nestes casos é a adoção de procedimentos de preservação da vida, enquanto são tomadas medidas para o rápido transporte até o local onde a câmara hiperbárica está situada. Com freqüência, alteração do nível de consciência ocorre ainda na água, durante a subida do mergulhador à superfície, e os cuidados para a reversão de um quadro de afogamento se tornam prioritários. O resgate e manobras de reanimação cárdio-respiratória serão as primeiras medidas a serem adotadas. A maioria dos autores concorda que o paciente com suspeita de Embolia, deve ser colocado com a cabeça em posição mais baixa que o restante do corpo, e virada de lado para prevenir a aspiração de vômitos, sendo mantido nesta posição até ser pressurizado. As vias aéreas superiores devem ser mantidas permeáveis, podendo ser necessária a entubação endotraqueal, endotraqueal, a ser realizada r ealizada por médico ou, na falta deste, por pessoal qualificado. b) Doença descompressiva O problema inicial mais comum em relação à Doença Descompressiva é fazer o diagnóstico. O início pode ser insidioso e existe uma tendência a atribuir uma manifestação dolorosa da Doença Descompressiva Tipo I ou II a um trauma, com o intuito de se evitar procedimentos de recompressão desnecessários. desnecessários. Como fator complicador, complicador, a Doença Descompressiva pode ocorrer após mergulhos em que foi cumprida a Tabela de Limite sem Descompressão. A falta de especificidade e a benignidade dos primeiros sintomas também dificultam o diagnóstico. O mergulhador freqüentemente, negligência sintomas tais como artralgias leves, fadiga profunda ou lesões cutâneas, achando que desaparecerão com o tempo, provavelmente não necessitando de tratamento. tratamento. No entanto, 20 a 30% dos casos de Doença Descompressiva Descompressiva Tipo I não tratados podem progredir para Doença Descompressiva Tipo Tipo II, com sintomas neurológicos.
49
ICESP 2017
50
ICESP 2017
51
ICESP 2017
10ªA u l a:
CAPÍTULO 10 A cide ci den n tes de M er gul gu l h o (11:00 (11: 00 às 12:00) 12: 00) 10.1-CLASSIFICAÇÃO Os acidentes de mergulho são classificados, de acordo com a sua etiologia (causa), em:
10.1.1-Causados 10.1.1-Causados pela variação da pressão ambiente (água/gás) a)Atuando sobre o volume dos gases nas cavidades aéreas
(Lei de Boyle)
I) Barotraumas:
-Ouvido médio. -Ouvido externo.
-Ouvido interno. -Seios da face. -Dental. -Facial. -Cutâneo. II)Vertigem II)Vertigem alternobárica.
III)Paralisia Facial. IV)Síndromes de hiperdistensão pulmonar. pulmonar.
b)Atuando sobre a pressão parcial dos gases alveolares (Lei de Dalton) que por sua vez atuará sobre a pressão parcial dos gases gases no sangue sangue e tecidos (Lei (Lei de Henry). I)Interações biofísicas: -Doença descompressiva. -Narcose pelo nitrogênio. II)Interações Bioquímicas: -Hipóxia (Apagamento). -Intoxicações gasosas (O 2 - CO2 - CO - H2S). 10.2-ACIDENTES DE MERGULHO CAUSADOS PELA VARIAÇÃO DA PRESSÃO AMBIENTE
10.2.1-Atuando sobre o volume dos gases nas cavidades aéreas. a)Barotraumas Os barotraumas ocorrem em função da Lei de Boyle, que determina uma variação volumétrica do gás contido contido nos órgãos ocos existentes existentes no nosso nosso organismo, organismo, em
52
ICESP 2017
função da variação de pressão a que o mergulhador está exposto durante a atividade de mergulho. Para que um u m barotrauma aconteça, há necessidade da ocorrência simultânea de 4 circunstâncias: cir cunstâncias: I)Variação de pressão ocorre durante o desempenho da atividade de mergulho. II)Órgão contendo ar É o caso do aparelho auditivo, seios da face e pulmões. III) Paredes rígidas dos órgãos que contem ar. IV)Inexistência IV)Inexi stência de comunicação dos órgãos que contém ar
com o meio exterior. exteri or.
A última circunstância, ocorrendo de modo temporário ou definitivo, é o que determina o barotrauma.
b)Barotrauma b)Barotrauma de ouvido médio Barotrauma Barotraum a de ouvido médio acontece na vigência da
obstrução da comunicação
do ouvido médio com o meio exterior.Na maioria das vezes esta obstrução se dá por secreção, em casos de resfriado ou rinite. Na impossibilidade de admissão de mais moléculas dos gases que compõem o ar para o ouvido médio, através da Trompa Auditiva, equalizando a pressão entre o meio interior e o exterior, a medida que o mergulhador vai se expondo a uma pressão crescente, a membrana timpânica se abaula para dentro, sendo neste processo lesionada. Nos casos de severidade severidade moderada moderada existe descolamento descolamento da mucosa mucosa que reveste internamente o ouvido médio e conseqüente sangramento. VELOCIDADE DE MERGULHO PROXIMIDADE DA SUPERFÍCIE FATORES
HÁBITO E TREINAMENTO TREINAM ENTO
PREDISPONENTES PREDISPONE NTES
FATORES PSICOEMOCIONAIS PSICOEMOC IONAIS
AO BAROTRAUMA BAROTRAUM A
INFECÇÃO DE V.A.S.
DO OUVIDO MÉDIO
TECIDO LINFÓIDE INTRATUBÁRIO INTRATUBÁRIO DESVIO DE SEPTO NASAL PÓLIPOS
I)Quadro clínico Diminuição da audição, dor, secreção nasal serossanguinolenta em casos de rotura 53
ICESP 2017
timpânica. II)Tratamento Suspensão da atividade ativida de de mergulho por tempo variável,
dependendo da
gravidade do acidente (nos casos leves e moderados, 2 a 15 dias; nos casos graves acompanhados acompanhados de rotura timpânica, 1 a 3 meses), uso de analgésicos, analgésicos, tratamento da causa base que conduziu à obstrução da Trompa Auditiva.
c)Barotrauma c)Barotrauma de ouvido externo Este tipo de barotrauma ocorre quando transformamos o conduto auditivo externo em uma cavidade fechada. Isto se dá pela utilização inadequada de tampões utilizados na prática de natação, capuzes de neoprene muito apertados, ou pela existência de uma rolha de cerúmen. Neste caso a pressão da água não pode ser exercida contra o tímpano e, na medida que o mergulhador se expõe a uma pressão ambiente crescente, o mesmo vai se abaulando para fora, produzindo sinais e sintomas similares ao do barotrauma do ouvido médio, acrescido acrescido de sofrimento sofrimento do conduto auditivo auditivo externo. I)Quadro clínico Dor, sangramento no conduto auditivo externo, diminuição da audição, secreção nasal serossanguinolenta serossanguinolenta (em casos de rotura timpânica). II)Tratamento Similar ao descrito na alínea b).
d)Barotrauma d)Barotrauma de ouvido interno Este barotrauma constitui-se num acidente grave se não for corretamente identificado e tratado. Ocorre devido à diferença de pressão entre o ouvido médio e o ouvido interno, devido à dificuldade de equalização das pressões no ouvido médio, por obstrução da Trompa auditiva. A diferença de pressão produz rotura da janela redonda ou da janela oval, com perda de líquidos (perilinfa) do ouvido interno para o ouvido médio (fístula perilinfática). Existem 2 mecanismos de produção deste Barotrauma: I)Explosão Neste mecanismo o mergulhador mergulhador encontrando, durante a descida, dificuldade para compensar o ouvido médio executa, erroneamente, uma manobra de Valsalva com grande esforço e longa duração. A pressão aumentada no meio líquido do ouvido interno, não sendo contrabalançada por um incremento de pressão no ouvido médio, conduz a uma rotura da janela redonda ou oval, com perda de perilinfa. II)Implosão O mergulhador, a partir da mesma execução errônea da manobra de Valsalva (com
54
ICESP 2017
grande esforço, esforço, por tempo prolongado), após após algum tempo, tempo, consegue vencer vencer a obstrução existente na Trompa Auditiva, o que provoca uma súbita onda de pressão que rompe a janela oval ou a redonda, com conseqüente produção de uma fístula perilinfática. III)Quadro clínico Dor, zumbidos, diminuição da audição, tonteira, náuseas de longa duração. IV)Tratamento Repouso absoluto no leito com a cabeceira elevada, uso de antitussígenos, laxantes, antieméticos, antibióticos, cirurgia.
e)Barotrauma e)Barotrauma sinusal Barotrauma dos seios da face acomete mais comumente os seios maxilares e os seios frontais, por conterem um volume maior de ar. Ocorre na vigência de obstrução dos óstios sinusais, normalmente por secreção, o que impede a equalização dos seios da face quando o mergulhador está exposto à variação de pressão. Na descida, a pressão negativa dentro do seio da face descola parte da mucosa, fragmentando-a e produzindo lesão vascular. A pressão desta maneira se equaliza às custas de elementos líquidos (sangue) e sólidos (fragmentos de mucosa). O Barotrauma sinusal mal tratado pode evoluir para sinusite crônica. I)Quadro clínico Sangramento nasal, dor na região do seio da da face acometido acometido (região frontal, debaixo do(s) olho(s), próximo ao nariz). II)Tratamento Afastamento da atividade de mergulho por até 15 dias, compressas
de
gelo,
uso
de
descongestionantes
sistêmicos, analgésicos, inalação de vapor d’água.
f)Barotrauma dental O barotrauma dental acomete em geral um dente já obturado, no qual incide uma infiltração com conseqüente formação de cavidade contendo ar. Na descida, não havendo equalização entre a pressão do ar existente no interior do dente, e a pressão externa crescente, ocorre o barotrauma. I)Quadro clínico Dor na região do dente acometido. II)Tratamento Reobturar o dente que apresenta problemas.
55
ICESP 2017
g)Barotrauma g)Barotrauma facial Durante a descida, o mergulhador, utilizando máscara de mergulho, terá que compensar a diminuição do volume de ar exalando pelo nariz. A não realização deste procedimento irá determinar o barotrauma facial, pois após a compressão máxima do ar dentro da máscara, só restará o mecanismo de sucção da pele e mucosa, geralmente dos olhos para equalizar as pressões. I)Quadro clínico Hemorragia conjuntival, edema e equimose periorbital. II)Tratamento Compressas frias, tratamento tratamento especializado especializado conduzido por oftalmologista, oftalmologista, nos nos casos mais graves.
h)Barotrauma h)Barotrauma cutâneo Barotrauma cutâneo é causado pela compressão de uma bolha de ar aprisionada na roupa seca do mergulhador, quando a mesma está muito justa. Esta bolha localiza-se, na maioria das vezes, nas regiões de dobras (joelhos e cotovelos), produzindo lesões cutâneas nestes sítios, por um mecanismo de sucção, em virtude da dificuldade de equalizar as pressões. I)Quadro clínico Equimoses na região anterior do cotovelo e posterior posterior do joelho. II)Tratamento Não há.
10.2.2-Interações 10.2.2-Interações Biofísicas a)Vertigem alternobárica A vertigem alternobárica ocorre, em mergulhadores que apresentam dificuldade para compensar o ouvido médio, devido a obstrução da trompa de Eustáquio por secreção, na maioria das vezes associada a resfriados. Este fenômeno f enômeno incide mais comumente na subida e sua causa real é desconhecida. I)Quadro clínico Tonteira de curta duração (geralmente inferior a um minuto), náuseas, nistagmo. nistagmo. II)Tratamento Não há; a remissão do quadro clínico é espontânea, espontânea, devendo-se devendo-se tratar a causa - base (resfriado comum).
b)Paralisia facial Em um pequeno numero de indivíduos, o nervo facial, quando atravessa o osso temporal, está exposto à pressão existente no ouvido médio. Se o mergulhador, com
56
ICESP 2017
estas características, apresenta dificuldades de compensar na subida, terá comprometida a vascularização do nervo facial pelo aumento da pressão dentro do ouvido médio, o que resultará numa paralisia facial. I)Quadro clínico Paralisia facial com duração variável entre 5 e 10 minutos. II)Tratamento Não há. A remissão do quadro clínico é expontânea. expontânea. Tratar a causa - base (resfriado comum).
c)Síndromes de hiperdistensão pulmonar (SHP) A Síndrome de hiperdistensão pulmonar decorre do escape do ar dos alvéolos por rotura dos mesmos. Este acidente acontece quando o mergulhador está respirando ar ou outra mistura gasosa sob pressão em uma determinada profundidade, e sobe sem exalar. O ar contido em seus alvéolos, obedecendo a lei de Boyle, vai se expandindo a medida que a pressão ambiente diminui, rompendo os mesmos. Bolhas de ar passam então para o espaço intersticial, dissecando os tecidos pulmonares junto ao trajeto de vasos sangüíneos e bronquíolos, e saem saem dos pulmões, localizando-se no espaço espaço me diastinal (pneumomediastino), daí sobem até a região do pescoço e fossa supraclavicular supraclavicular (enfisema subcutâneo). Os alvéolos próximos à superfície superfície dos pulmões que que se rompem rompem diretamente para para o espaço pleural promoverão um pneumotórax. Caso haja lesão capilar concomitante à rotura alveolar, e penetração de bolhas de ar na corrente sangüínea, através do vaso capilar roto, teremos uma embolia traumática pelo ar. (ETA). (ETA).
Hiperdistensão Pulmonar Rotura Alveolar Enfisema Intersticial Embolia Traumática pelo Ar (ETA)
Pneumomediastino
pneumotórax
Enfisema Subcutâneo I)Pneumomediastino -Quadro clínico Na maioria das vezes o mergulhador mergulhador apresenta dor retroesternal moderada,
57
ICESP 2017
freqüentemente descrita como dor surda ou constritiva, que piora com a inspiração profunda, tosse e deglutição. A dor pode irradiar para ombros, pescoço e região dorsal. Raramente, nos casos mais graves, o mergulhador mergulhador pode apresentar apresentar cianose, fome de ar, choque. -Diagnóstico Efetuado através de RX de tórax. t órax.
-Tratamento Observação e recompressão nos casos mais graves. II)Enfisema Subcutâneo -Quadro clínico Edema e crepitação no pescoço e fossa supraclavicular; dor de garganta, mudança no timbre de voz, dor à deglutição. -Diagnóstico Exame clínico e, nos casos leves, RX de tórax. -Tratamento Observação e recompressão nos casos mais graves. III)Pneumotórax É fenômeno raro, ocorrendo em 10% dos casos de hiperdistensão pulmonar. pulmonar. -Quadro clínico O início desta síndrome síndrome é caracterizada caracterizada pôr dor aguda na região torácica no lado lado acometido. Pneumotórax hipertensivo pode suceder se o mergulhador sofre um pneumotórax simples e é recomprimido, devido à ocorrência simultânea de uma ETA, antes da drenagem cirúrgica do ar contido no espaço pleural. Durante a compressão o ar comprimido inalado continua passando para o espaço pleural. Na descompressão, o ar aí contido aumentará de volume, o que acarretará a compressão do pulmão e coração do lado afetado. -Quadro clínico Cianose, aumento da freqüência respiratória e hipotensão arterial. -Diagnóstico Observa-se diminuição dos movimentos respiratórios do lado afetado, percussão torácica com som de tambor e ausculta pulmonar mostrando diminuição dos ruídos respiratórios típicos. O RX de tórax evidencia a presença de ar no espaço pleural, podendo haver haver desvio da traquéia. traquéia. -Tratamento Drenagem torácica fechada, que deve preceder a recompressão, na vigência 58
ICESP 2017
simultânea de ETA e pneumotórax, para se evitar a ocorrência de pneumotórax hipertensivo. IV)Embolia traumática pelo ar: (E TA) TA)
-Quadro clínico Sinais e sintomas de ETA classicamente classicame nte surgem de modo abrupto, ainda durante durant e o mergulho, na fase de subida, ou até 10 minutos após a chegada à superfície. Após este intervalo devemos pensar em DD tipo II. De acordo com o quadro clínico apresentado, classificamos a ETA em categoria 1 e 2. A categoria 1 caracteriza-se pela apresentação inicial de um quadro neurológico (paralisias, alterações de sensibilidade, confusão mental, coma, crises convulsivas, cegueira), enquanto na categoria 2 se enquadram aqueles que se encontram em parada cardio-respiratória. cardio-respiratória. -Tratamento Recompressão, Recompressão, tratamento emergencial emergencial de parada cárdio-respiratória.
10.2.3-Atuando sobre a pressão parcial dos dos gases gases (Lei de Dalton), Dalton), a pressão parcial dos gases no sangue e tecidos t ecidos (Lei de Henry)
que por sua vez atuará atuará sobre sobre
a)Doença descompressiva(DD) descompressiva(DD) A doença descompressiva ocorre devido a uma descompressão súbita de um mergulhador, a qual leva à formação de bolhas de gás inerte que, em último caso, conduzirão a uma obstrução vascular, à compressão e distorção tecidual. O quadro clínico da doença descompressiva é insidioso e de início tardio, variando de minutos, normalmente mais que dez, até vinte e quatro horas. O quadro abaixo é bastante ilustrativo quanto a este aspecto.
TEMPO DECORRIDO Durante a descompressão descompressão Durante a primeira hora Entre uma e duas horas Entre três e seis horas Entre sete e doze horas Entre treze e vinte e Quatro horas Entre vinte e cinco e trinta e seis horas Desconhecido Desconhecido Total
NO DE CASOS
PERCENTUAL PARCELADO
85 426 113 182 72 22
9.1 45.6 12.1 19.5 6.6 2.3
PERCENTUA L CUMULATIV O 54.7 66.8 86.3 92.9 95.2
3
0.3
95.5
42 935
4.5 100
100
I)Fatores predisponentes Exercício realizado no fundo e durante a descompressão, água fria, traumatismo 59
ICESP 2017
recente, obesidade, retenção de gás carbônico, idade, ingestão de álcool, desidratação e fadiga. II)Quadro clínico A doença descompressiva, descompress iva, de acordo com a gravidade de
seu quadro clínico, clínico , é
classificada em DD tipo I e DD tipo II. Na primeira forma observamos artralgia, (dores articulares) manifestações linfáticas e manifestações cutâneas. III)Artralgias A artralgia típica da DD envolve envolve grandes articulações,
principalmente ombro,
cotovelo, joelho e quadril, nesta ordem de freqüência, e varia de intensidade, de uma dor branda até uma dor muito severa, que impossibilita a movimentação do membro afetado, podendo simular, nestes casos, uma paralisia parcial (paresia), ou total (plegia). IV)Quadro linfático Aumento de volume de linfonodos linfonodos e edema edema de tecidos drenados pelos pelos linfonodos acometidos. V)Quadro cutâneo Prurido (coceira), com ou sem presença de manchas e brotoejas. Geralmente ocorre na descompressão ou logo após o término de mergulhos profundos, de curta duração, realizados em câmaras de recompressão. Acomete principalmente orelhas, face, pescoço, braços e parte superior superior do tórax. VI)Cútis marmorata Quadro cutâneo que se inicia com prurido intenso nos ombros, parte superior do tórax t órax ou do abdômen, surgindo na pele, após um período variável de tempo lesões que se assemelham a desenhos de pedra mármore. A DD do tipo II é caracterizada pela presença de uma das seguintes manifestações: sintomas respiratórios, sintomas neurológicos, choque e fadiga extrema. VII)Quadro respiratório Caracterizada por dor retroesternal, tosse e falta de ar. VIII)Quadro neurológico Dor de cabeça acompanhado por distúrbios de visão, défi cits de nervos cranianos e paralisia lateralizada; paraplegia paraplegia acompanhada acompanhada por retenção urinária urinária e incontinência fecal; zumbidos, surdez, tonteiras, náuseas e vômitos. -Tratamento Recompressão.
60
ICESP 2017
b)Narcose b)Narcose pelo Nitrogênio O nitrogênio, gás inerte que faz parte da composição do ar atmosférico, produz, quando inalado sob pressão, um efeito narcótico (anestésico), traduzido por um conjunto de sinais e sintomas bastante similares à intoxicação causado pelo álcool (embriaguez alcoólica). Este Este gás é bastante solúvel em gorduras (lipossolúvel) (lipossolúvel) e, e, sob pressão, se dissolve na membrana citoplasmática dos neurônios, que é muito gordurosa, provocando um aumento de sua espessura, o que interfere na transferência de impulsos nervosos, de natureza elétrica, entre neurônios. Este efeito parece estar relacionado com o alto peso molecular do nitrogênio (28), não sendo observado quando se emprega o hélio (peso molecular igual a 7). É observável a partir de 30-50m de profundidade, dependendo da susceptibilidade individual. I)Fatores predisponentes Retenção de CO 2, ingestão prévia de álcool, cansaço excessivo. -Quadro clínico Euforia, sensação exagerada de bem-estar e autoconfiança, sensação de leveza na cabeça, dormência periférica, reflexos diminuídos, prejuízo no julgamento e tomada de decisões, perda da memória, progressiva depressão sensorial, alucinações, alucinações, coma, inconsciência. inconsciência. Esta sintomatologia se instala rapidamente, assim que o mergulhador chega à profundidade na qual apresenta sintomatologia. Existe, até certo ponto, aclimatação ao quadro clínico, com diminuição da interferência na capacidade laborativa a médio prazo. -Tratamento A reversão de um quadro de narcose é instantânea, sem sintomas residuais (“ressaca”), quando o mergulhador, ao diminuir a profundidade do mergulho,
diminui a pressão parcial do nitrogênio respirada.
4.2.4-Interações 4.2.4-Interações bioquímicas . a)Hipóxia (Apagamento ) O Apagamento é o acidente que conduz ao maior número de mortes na atividade de mergulho, quando se inclui o mergulho livre nesta atividade. Nada mais é do que a perda da consciência debaixo d‟água, conduzindo à morte por afogamento. Para
entendermos este acidente é necessário rever a fisiologia do controle de respiração. Existe, normalmente, uma correspondência inversa entre o CO 2 e o O2 sangüíneo, de maneira que, a uma PPCO 2 elevada corresponde uma PPO 2 baixa e vice-versa. Quando a PPCO 2 aumenta no sangue, às custas do processo metabólico normal, o centro respiratório, localizado no bulbo, na base do crânio, determina a contração de
61
ICESP 2017
determinados músculos, principalmente o diafragma, que promoverão o alargamento da caixa torácica. O aumento do volume pulmonar produz uma aspiração do ar ambiente (inspiração), que terá como resultado, a oxigenação sangüínea, com concomitante eliminação de CO 2 do sangue através dos alvéolos e trato respiratório, na expiração. Apagamento, Apagamento, no mergulho livre, ocorre em duas situações. Na primeira o mergulhador executa manobras de hiperventilação, convicto de que estará aumentando a oxigenação do sangue. Na verdade, a série de rápidas e curtas inspirações e expirações conduz à uma baixa acentuada da PPCO 2 sangüínea, sem o equivalente aumento da PPO 2 no sangue. Com isto, a correspondência inversa entre esses dois gases é alterada; o mergulho é iniciado com uma PPCO 2 abaixo da mínima PPCO 2 observada ao cabo de uma única inspiração profunda, seguida da apnéia propriamente dita. Isto permitirá ao mergulhador um tempo maior de permanência no fundo, até o instante em que a PPCO2 elevada estimulará o centro respiratório, induzindo à ativação da respiração e proporcionando proporcionando simultaneamente a sensação de mal-estar e ansiedade própria de apnéia demorada. Neste ponto o O 2 terá sido consumido a um ponto crítico e, à medida que o mergulhador retorna à superfície, observar-se-á uma redução da PPO 2, proporcional à rápida redução da pressão circundante. Neste ponto o mergulhador sofrerá uma hipóxia cerebral aguda, incompatível com a manutenção da consciência, vindo a apagar. O segundo mecanismo de apagamento relaciona-se com indivíduos que possuem larga experiência em mergulho livre, normalmente praticantes de caça submarina que, altamente motivados para prolongar sua permanência debaixo d‟água,
como ocorre comumente durante sua participação p articipação em campeonatos de caça submarina, postergam postergam ao máximo m áximo o momento de interromper o mergulho e retornar à superfície. Nesta situação, situação, o consumo de de O 2 pelo organismo, abaixo do ponto necessário para manter-se o nível da consciência, determinará o apagamento. I)Tratamento O apagamento simples, não seguido de afogamento, é revertido quando o indivíduo, i ndivíduo, retirado prontamente da água, passa a respirar ar puro. Em casos de afogamento, o tratamento será mais complexo e abordado no subitem 3.1.1.
b)intoxicações gasosas I)Intoxicação pelo oxigênio. O oxigênio é um gás indispensável à vida, necessário para que se processe, a nível celular, a oxidação dos nossos "combustíveis", que são os elementos mais simples
62
ICESP 2017
obtidos da nossa alimentação, tais como açúcares e gorduras simples em primeira opção e, em último caso, aminoácidos, que são os constituintes das proteínas. Esta metabolização gerará energia, que permitirá o funcionamento normal do nosso organismo. No entanto, é um gás bastante instável, e suas moléculas estão freqüentemente se quebrando, dando origem aos chamados radicais livres, nocivos as nossas células. Normalmente possuímos enzimas que neutralizam estes radicais, mas uma pressão elevada de oxigênio irá gerar uma elevada quantidade de radicais livres, acima da capacidade do nosso organismo de neutralizá-las, ocorrendo daí uma intoxicação que afeta o SNC e o aparelho respiratório. II)Intoxicação neurológica. Este tipo de intoxicação se dá quando o mergulhador respira o oxigênio com uma pressão parcial superior a 1,6 ATA. No entanto, apesar de possível, é pouco provável a ocorrência de intoxicação quando quando se emprega o O 2 a esta pressão, sendo este fenômeno mais comumente visto quando o O 2 é utilizado acima de 2,5 - 3 ATA. O tempo de exposição a esta pressão é secundário neste tipo de intoxicação. -Quadro clínico Na forma neurológica da intoxicação pelo O 2, observamos sinais e sintomas que são memorizados através do emprego do acrônimo VANTIT, que significa:
V
Sintomas visuais, principalmente visão em túnel;
A
Sintomas auditivos, principalmente zumbidos;
N
Náus Náusea eas; s;
T
Tonteiras;
I T
Irritabilidade, melancolia, apatia, euforia; Tremores, principalmente de músculos peribucais e no dorso da mão; mã o;
Estes sintomas são relativamente benignos e podem preceder crises convulsivas, mas não necessariamente. Um mergulhador pode apresentar convulsões como único sintoma de intoxicação do SNC pelo O 2. -Tratamento Reduzir a pressão parcial deste gás na mistura respiratória utilizada. No caso do O
2
estar sendo administrado através de máscara, durante um tratamento hiperbárico, devemos imediatamente retirá-la do rosto do paciente, que passa a respirar O 2 numa pressão parcial muito inferior à anteriormente utilizada. Na forma neurológica, isto é suficiente para que os sintomas cessem em 1 - 2 minutos.
63
ICESP 2017
III)Intoxicação pulmonar Na forma pulmonar da intoxicação pelo oxigênio, o mergulhador mergulhador se expõe a uma PPO2 superior a 0,5 ATA, por um período de tempo longo, normalmente superior a 12 - 16 horas. -Fatores predisponentes Exercício físico, retenção de CO 2, febre e idade (os mais velhos são mais predispostos). -Quadro clínico Observamos, como sintoma inicial uma dor ou desconforto torácico ao final de uma inspiração profunda. Esta dor/ desconforto evolui para uma sensação de queimação e aparecimento de tosse após uma inspiração; inspir ação; nos casos mais avançados a tosse pode ficar incontrolável, vindo, a seguir, seguir, dificuldade de respirar e eliminação de catarro sanguinolento. Pode haver até 10% de diminuição da capacidade vital antes do aparecimento de qualquer sintoma. -Tratamento Similar ao tratamento da forma neurológica da intoxicação pelo oxigênio. Nos casos mais simples da forma pulmonar de intoxicação, os sintomas, com a providência de reduzir-se a PPO 2 inspirada, regridem em horas. Nos casos mais avançados, sintomas tais como a tosse respiratória e a inspiração dolorosa podem demorar dias para desaparecerem. IV)Intoxicação pelo CO 2 (HIPERCAPNIA) Na atividade de mergulho utilizando-se ar ou mistura
respiratória sob pressão, a
realização de exercícios físicos, com aumento na produção de CO 2, e dificuldade na eliminação do mesmo, em virtude da resistência oferecida pelo equipamento que fornece o gás respirado, existe uma predisposição à intoxicação pelo CO 2. Este acidente é mais comumente observado em mergulhadores de combate que empregam equipamento autônomo de circuito fechado, com utilização de absorvedor de CO 2 (cal sodada). Este composto químico quando se molha, ou tem sua capacidade de absorção de CO 2 esgotada, não mais retém este gás, permitindo sua reinalação pelo mergulhador. Em um mergulho dependente, o gás carbônico pode também ficar aprisionado dentro da roupa e do capacete do mergulhador, se a ventilação não estiver sendo executada apropriadamente, apropriadamente, e o mergulhador estiver realizando um trabalho pesado, com conseqüente aumento na produção de CO 2. No mergulho autônomo, uma manobra perigosa utilizada para aumentar a
64
ICESP 2017
autonomia do „aqualung‟ e, conseqüentemente o tempo de mergulho, é a
hipoventilação voluntária, que consiste num esforço voluntário para reduzir a ventilação. A hipercapnia predispõe à doença descompressiva, narcose pelo nitrogênio e à intoxicação do SNC pelo oxigênio. -Quadro clínico Respiração curta e acelerada, sensação de sufocação; taquicardia, frio ou calor excessivo; salivação excessiva, cefaléia leve a moderada; tonteira ou sensação de leveza da cabeça; sudorese; progressiva confusão mental; perda da consciência. -Tratamento Abortar o mergulho; respirar ar puro. No emprego de equipamento de circuito fechado, passar para circuito aberto. Os sintomas regridem rapidamente com a normalização da PPCO 2 sangüínea, podendo perdurar cefaléia e episódios de tonteira e hipotensão, que devem ser tratados sintomaticamente. V)Intoxicação pelo monóxido de carbono e gás sulfídrico O monóxido de carbono e o gás sulfídrico são gases insípidos, inodoros e incolores, exceto pelo fato do gás sulfídrico apresentar, apresentar, em baixas concentrações, concentrações, odor de ovo podre. As moléculas deste gases combinam-se de modo irreversível com a hemoglobina existente nos glóbulos vermelhos, impedindo o transporte do oxigênio por estas células, produzindo um quadro clínico de anemia aguda. Fontes de monóxido de carbono e gás sulfídrico na n a atividade de mergulho: O monóxido de carbono se origina da queima de gasolina, nos motores de combustão interna que poluirão o ar que está sendo aspirado pelo compressor, e da queima de óleo lubrificante em compressores defeituosos. O gás sulfídrico é originário da decomposição orgânica, tais como de seres vivos que vivem aderidos na parte submersa dos cascos de navios. -Quadro clínico Cefaléia, principalmente na região temporal; náuseas, falta de ar desencadeada desencadeada pelo esforço, confusão mental, inconsciência e morte. A coloração vermelho-cereja dos lábios descrita nos livros médicos é raramente observada na prática. -Tratamento: nos casos graves é de suporte da vida, no qual entre outras medidas, se garante uma adequada ventilação do acidentado. Pacientes com intoxicação leve pelo monóxido de carbono e gás sulfídrico, apresentando somente cefaléia e náuseas , são tratados com administração de O 2 a 1 ATA. Nos casos mais graves pode-se aplicar aplicar as tabelas de tratamento 5 ou 6.
65
ICESP 2017
11ªA u l a:
CAPÍTULO 11 Segur ança Operaci onal (13:00 (13: 00 as 15:00) A segurança operacional das câmaras hiperbáricas garante o bom funcionamento dos equipamentos de forma a evitar ou diminuir os acidentes. A Oxigenoterapia Oxigenoterapia hiperbárica é uma prática que exige muito cuidado e cumprimento de protocolos rigorosos de segurança. Falta de conhecimento, falta de senso de segurança, ignorância de princípios básicos de segurança, utilização de produtos fora de padrão e falha na observação de padrões de segurança são as causas mais comuns e primárias de incidentes. Cada tipo de câmara apresenta padrões de segurança distintos. Como esses padrões são norte-americanos é importante adaptá-los a realidade brasileira sem ferir aos fundamentos da segurança operacional como: 1. Integridade dos vasos de pressão 2. Segurança no manuseio dos gases 3. Segurança operacional propriamente dita 4. Segurança elétrica 5. Qualificação médica e dos demais profissionais envolvidos Todos os membros de uma equipe hiperbárica devem conhecer o potencial de ocorrência de acidentes e usar essa informação para operar de forma segura suas câmaras e e quipamentos de suporte. Não só isso, mas também privar pela segurança clínica tanto dos pacientes quanto dos profissionais envolvidos de modo a evitar barotraumas, intoxicação por O2 e N2, dentre outras complicações complicações inerentes a esse método terapêutico. Podem-se apontar como algumas medidas de segurança clínica o controle da velocidade de pressurização pressurização e despressurização, despressurização, controle da concentração e do tempo de oferta de O2, apoio emocional ao paciente, uso adequado das tabelas de descompressão, cumprimento dos protocolos de tratamento, cuidados específicos com dispositivos invasivos, treinamento de pessoal para assistência emergencial emergencial e etc.
66
ICESP 2017
12ªA u l a:
CAPÍTULO 12 Resol u ção n º1.457 1.4 57 do CF M (15: 15 : 00 às 16: 00) 00 ) INDICAÇÕES, CONTRA-INDICAÇÕES E COMPLICAÇÕES DE OHB Embora seja um prática bastante antiga, a oxigenoterapia hiperbárica foi adotada como uma modalidade terapêutica para tratamento de feridas em meados do séc. XX. No Brasil, a OHB foi regulamentada em 1995 pelo Conselho Federal de Medicina através da resolução no 1.457 que pondera pontos extremamente relevantes: - A indicação de OHB é de exclusiva competência médica. - A aplicação aplicação de OHB deve ser realizada r ealizada por médico ou sob sua supervisão. - Não são considerados como oxigenoterapia hiperbárica aplicações de O2 puro em ambientes normobáricos ou aplicações tópicas por tendas pressurizadas. - As aplicações clínicas atualmente reconhecidas da OHB (lesões indicadas) são: EMBOLIA GASOSA Causas: Entrada de ar ou gás na circulação sangüínea. Quadro clínico: Variável Variável com local de comprometimento. Em geral inclui alterações neurológicas. OHB Efeitos físicos Doença Descompressiva (DDC) Causas: Formação de bolhas de gás inerte (N2) nos tecidos e/ou sangue. Quadro clínico: Variável Variável com o local de comprometimento. Manifestações neurológicas, articulares e dermatológicas. dermatológicas. OHB Recompressão Recompressão a níveis pressóricos pressóricos superior ao que o paciente estava submetido anteriormente. Envenenamento por CO Causas: Inalação acidental de CO (gases de incêndio e fumaça de fontes de aquecimento), levando ao aumento da carboxihemoglobina carboxihemoglobina e conseqüente hipóxia local. Quadro clínico: Comprometimento neurológico e cardiovascular. OHB Importante nas primeiras 6 horas horas após o acidente. Interfere no nível nível de COHb. Envenenamento por cianeto Causas: Inalação de fumaça proveniente de combustão de plásticos ou ingestão de produtos que contenham cianeto. Quadro clínico: Colapso circulatório e/ ou insuficiência respiratória grave por hipóxia celular devido a formação de CNHb. OHB Reduz a toxidade por CN e aumenta aumenta a eficiência dos antídotos. antídotos. Gangrena Gasosa Causas: Infecção por espécies patogênicas do Clostridium sp de origem exógena ou endógena. Quadro clínico: Mionecrose rapidamente progressiva, não piogênica, com edema acentuado, necrose tecidual maciça com produção de gás em graus variáveis. Comprometimento sistêmico. OHB Bloqueia da formação da alfa-toxina, sendo bacteriostático bacteriostático tanto in vivo quanto in vitro.
67
ICESP 2017
Síndrome de Esmagamento (“crush”) e Síndrome Compartimental
Causas: Traumas, esmagamentos ou garroteamento de extremidades resultando em isquemias e obstrução do fluxo venoso. Quadro clínico: Dor, impotência funcional, e posterior comprometimento da pele, com cianose e necrose. OHB Oxigenação direta aos tecidos que estão em hipóxia e pelo potente efeito antiedemagênico mobilizando líquidos e reduzindo r eduzindo a pressão compartimental.
Pé diabético Causas: Hipóxia associada a alterações neurológicas (sensoriais, motoras e autônomas) e vasculares envolvendo vasos de grande ou pequeno calibre. Deformidades ósseas progressivas e alterações da autoregulação do fluxo sangüíneo térmico. Quadro clínico: Lesões com extensão e profundidade variáveis, com áreas de necrose, fibrina e secreção sanguinolenta sanguinolenta ou purulenta. Podendo haver exposição e necrose óssea. Infecção secundária por flora bacteriana mista podendo resultar resultar em comprometimento comprometimento sistêmico, SIRS e risco de óbi to. OHB Hiperoxigenação de áreas desprovidas de oxigênio com risco de necrose. Ações antibióticas, antiedematogênica antiedematogênica e neoangiogênica. neoangiogênica. Úlceras de pressão Causas: Isquemia por compressão de tecidos moles contra saliências ósseas, agravadas por diabetes, baixa imunidade, edema e desnutrição. desnutrição. Quadro clínico: Úlceras com profundidade e extensão variáveis, com necrose e infecção secundária. OHB Não é rotina. rotina. Indicado em em caso de sofrimento vascular e progressão pra necrose. necrose. Úlceras de Estase Causas: Hipóxia de tecidos da região inferior das pernas por insuficiência venosa crônica com estase. Quadro clínico: Úlceras rasas, dor local variável podendo comprometer grandes extensões de pele. Podem aumentar ou diminuir de tamanho, ser circulares e se tornarem crônicas com facilidade. OHB Efeitos terapêuticos característicos e em caso de úlceras rebeldes necessitadas de enxertia a OHB favorece a integração completa do enxerto. Úlceras Isquêmicas Causas: Hipóxia tecidual de extremidades decorrentes de obstrução de grandes e/ou pequenas artérias. Relacionada a doença arterioescleróticas, tabagismo e hipertensão arterial sistêmica. Quadro clínico: Úlceras de bordas de pique, de extensão menor e maior profundidade, profundidade, com áreas de necrose e infecção secundária, geralmente muito dolorosas. OHB Hiperoxigenação em caso caso de hipóxia persistente e suporte suporte para a integração de enxerto. enxerto. Anemia Aguda – impossibilidade impossibilidade de transfusão sangüínea Causas: Perda de volume de sangue em grande quantidade decorrente de hemorragias, hemólise ou aplasia de medula resultando na perda da capacidade sangüínea de transporte de oxigênio. Quadro clínico: Anemia Anemia grave (não há especificidade para o uso de OHB) OHB Impede o óbito por hipóxia e acelera acelera a síntese de Hb por processos processos naturais do organismo. organismo. Infecções Necrosantes de Tecidos Moles 68
ICESP 2017
Causas: Infecções por bactérias aeróbias ou anaeróbias Quadro clínico: Celulites, fasciites, miosites de início súbito podendo haver rápida progressão com febre e toxemia, insuficiência orgânica múltipla. OHB Restaura a função função fagocítica dos leucócitos, reduz reduz edema, diminui a hipóxia, acelera acelera o processo de de cicatrização resultando resultando na diminuição diminuição das intervenções intervenções cirúrgicas.
Gangrena de Fournier Causas: Lesão necrosante de fascias do períneo e posterior comprometimento subcutâneo e da pele, por perda de defesa local agravada agravada por má higienização. higienização. Quadro clínico: Dor intensa local, seguida de febre, toxemia e comprometimento posterior da pele após 1 ou dois dias. Progressão rápida do períneo para coxas e parede abdominal. OHB Redução de isquemia isquemia e edema; restauração restauração da função fagocítica fagocítica dos leucócitos e redução redução rápida da toxemia. Osteomielites Refratárias Causas: Infecções ósseas decorrentes de contaminação no momento do trauma ou da cirurgia ortopédica. Quadro clínico: Drenagem espontânea de abscessos com formação de fístulas, dor local e sinais flogísticos. OHB Corrige a hipóxia, permite a ação das das defesas locais e pontencialização pontencialização dos antibióticos. Lesões actínicas de partes moles e necrose óssea Causas: Lesões surgidas tardiamente pós-radioterapia terapêutica ou acidental. Quadro clínico: Feridas que não cicatrizam com áreas de necrose com tamanho variável. OHB Induz à neovascularização neovascularização e favorece favorece o aumento aumento de células células nos tecidos irradiados. Enxertos ou retalhos comprometidos ou de risco Causas: Evolução desfavorável dos enxertos e retalhos por leito irregular por falta de granulação, hipóxia local ou por tensão de sutura cirúrgica por circulação inadequada. Quadro clínico: Necrose de bordas da pele evoluindo pro centro, infecção secundária, descolamento e perda do enxerto e retalho. OHB Aumenta o estímulo aos fibroblastos e síntese de colágeno, melhora a microcirculação. microcirculação. Queimaduras Causas: Lesões oriundas da exposição dos tecidos a calor extremo, substâncias químicas e corrente elétrica. Quadro clínico: Dor local intensa, infecção, lesões com extensão e profundidade variáveis levando a toxemia e desnutrição. OHB Redução de edema preservando preservando o tecido viável viável e minimiza a cicatrização hipertrófica. hipertrófica. Abscessos Intraparenquimatosos Causas: Abscessos profundos causados por microorganismos em órgãos parenquimatosos pós trauma, via hematogênica ou por contigüidade. Quadro clínico: De acordo com localização, tipo de m.o, estado clínico e de comorbidades existentes. OHB Ação bactericida, bacteriostático, bacteriostático, antiedematogênica, antiedematogênica, neoangiogênica. - O uso do oxigênio hiperbárico tem algumas contra-indicações podendo ser: 69
ICESP 2017
1) Contr Con tr a-i n dicaç di cações A bsolu tas
a- Drogas: adriamicina, bleomicina, disulfiram, Cisplatina, sulfamilon, ciclosfosfamida, doxorrubicina. b- Pneumotórax não não tratado c- Instabilidade Hemodinâmica 2) Contr Con tr a-i n dicaç di cações Relati Relat i vas
a- Infecções de trato respiratório superior b- Histórico de doença doença convulsiva c- DPOC com retenção de CO2 d- Febre alta e- Histórico de pneumotórax espontâneo f- Claustrofobia - A OHB apresenta efeitos colaterais que se relacionam com a variação da pressão e/ou toxidade do oxigênio, depende da dose de oxigênio hiperbárico oferecido e o tempo de exposição ao tratamento hiperbárico. Os efeitos adversos podem ser:
Efeitos Colaterais a- Toxidade Toxidade pulmonar: edema pulmonar, pulmonar, tosse seca, dor retroesternal, r etroesternal, escarros hemoptóicos. b- Toxidade Toxidade neurológica: neurológica: parestesias, parestesias, paresias e convulsão convulsão c- Barotraumas auditivos d- Desconforto em seios de face e- Alterações visuais transitórias Sinais e sintomas da Intoxicação por O2 em humanos Palidez facial Espasmos diafragmáticos Diaforese Bradicardia Angústia Diminuição do campo visual Tinnitus Alucinações Auditivas Vertigem Convulsões Náuseas Vômitos espáticos Síncope Torção de lábios, malar, nariz e pálpebras
70
ICESP 2017
14ªA u l a:
CAPÍTULO 14 Pain el de Contr ole da Câmar Câmar a H i per per bár i ca M ul ti paci paci ente (16:20 (16: 20 as 17:00) Objetivo: Orientar os profissionais profissionais de saúde saúde sobre os procedimentos procedimentos a serem adotados para para a operação segura da câmara hiperbárica com r espectivo “check list” antes do início das sessões de OHB. Estabelecer a rotina diária de funcionamento funcionamento da câmara câmara hiperbárica hiperbárica observando rigorosamente o “check list” abaixo antes de iniciar qualquer procedimento procedimento com o paciente. No
final da sessão o responsável deverá imprimir os respectivos gráficos e assinar para arquivo. Rotina: O responsável pela sessão deve fazer a verificação dirigindo-se até o local l ocal da instalação dos equipamentos. Na parte externa (fundos da clínica), clínica), verificar: - Vaso de Pressão acumulador de ar comprimido, abrir válvula de dreno para remoção de água, fechar quando eliminada; - Compressor; ligar o equipamento e confirmar a pressão de trabalho. - Pressão interna nas garrafas de ar comprimido respirável (Back Up do compressor) deve estar entre 100 e 200 kgf/cm2, regulagem de pressão de saída entre 7 e 8 kgf/cm2; - Pressão interna nas garrafas de ar comprimido respirável (substituição do Oxigênio) deve estar entre 100 e 200 kgf/cm2, regulagem de pressão de saída entre 5 e 6 kgf/cm2; - Vaso Vaso de pressão para combate a incêndio (vermelho) deve ter t er entre 750 e 800 litros OBS: verificar mangueira de nível; Na parte externa (frente da clínica), verificar: - Se o tanque criogênico (branco) de oxigênio está completo, com pressão de saída em torno de 5,5 a 6,0 Bar; Após essa verificação, deverão ser inseridos no painel de comando da câmara os dados coletados. O sistema de segurança bloqueia o funcionamento se houver discrepância de informações, para garantir a segurança da operação.
Operação do Painel Elétrico: Descrição dos Componentes a) Chave Geral
Energiza / desenergiza o painel b) Botoeira Vermelha Vermelha (cogumelo) Trava – Incêndio Incêndio Somente acionada em caso de Incêndio interno na Câmara Hiperbárica. Seu acionamento acarreta na abertura da válvula solenoide, injetando água para dentro da Câmara Hiperbárica e ao mesmo tempo ocorre a “subida” ou despressurização da câmara. Para seu destr avamento avamento gira-se no sentido horário, com uma leve força para cima. c) Botoeira Vermelha (cogumelo) Trava – Emergência Emergência Somente acionada em caso de emergência interna ou externa a Câmara Hiperbárica. Seu acionamento provoca a “subida” ou despressurização.
Para seu destravamento gira-se no sentido horário, com uma leve força para cima. d) Sinaleira Verde: Sinaliza que o Painel está energizado. e) Botão Vermelho: Desliga operação da câmara hiperbárica. f) Botoeira Azul- Reset: Acionado somente quando ocorre uma falha. Somente é liberado quando não houver nenhuma falha e após inserido todos os dados no painel. g) Botão Verde: Liga para iniciar a operação da câmara hiperbárica. h) Interface Homem Máquina: Equipamento para parametrização, visualização dos dados e operação da câmara hiperbárica. i) Intercomunicador: Através dele é possível que os ocupantes internos da câmara se comuniquem com a equipe externa. j) Entretenimento: Seleciona Seleciona e controla o som interno da câmara. câmara. k) Manômetro de indicação de pressão na linha de Oxigênio: Realiza leitura da pressão nas garrafas de oxigênio.
71
ICESP 2017
l) Manômetro de indicação de pressão nas garrafas de ar respirável: Realiza leitura da pressão nas garrafas de ar comprimido respirável. m) Manômetro de indicação de profundidade câmara principal: Realiza leitura da pressão/ profundidade na câmara principal. principal. n) Manômetro de indicação de profundidade antecâmara: Realiza leitura da pressão/ profundidade na antecâmara. o) Manômetro de indicação da linha de ar comprimido secundária: Realiza leitura da pressão nos cilindros de ar comprimido. p) Manômetro de indicação da linha de ar comprimido principal: Realiza leitura da pressão no reservatório de ar. Telas IHM – Interface Interface Homem Máquina Tela 1 - Tela Principal de Navegação Através da tela principal de navegação é possível ligar a iluminação interna da câmara, bem como ter acesso as outras telas. Tela 2 - Tela de parametrização manual. Antes da sessão, devem ser inseridos valores de acordo com a tolerância de trabalho no campo “valor atual”. Os dados que estiverem fora do campo de tolerância ficarão com o status sta tus “não OK”, impedindo assim o início da sessão.
A quantidade de pacientes na sessão também deve ser informada, bem como o nome do responsável pela sessão. Após tudo confirmado e dentro do aceitável para a segurança de todos, o sistema permitirá o início da sessão através do botão “iniciar nova sessão”. No início do dia, apertar o botão azul, “Reset” e o verde “Ligar”.
Tela 3 - Tela de Operação da Sessão de Tratamento O equipamento permite 4 velocidades de descida (pressurização), sendo: Velocidade 1 – rápida rápida sem parada. Velocidade 2 – rápida, rápida, com paradas intermediárias. As paradas programadas podem ser alteradas utilizando a senha do administrador, tais paradas são ideais para compensação dos pacientes, para equalização e comunicação comunicação com o responsável externo. No caso de dificuldade de compensação de qualquer paciente, o botão de alívio pode ser acionado, assim, o equipamento alivia 0,05 ATA, facilitando a compensação. Para mudança de qualquer estágio, é necessário a pertar o botão de “mudança de estágio”. Velocidade 3 – normal normal sem parada.
Velocidade 4- normal com paradas intermediárias. Operação igual ao item da velocidade 2, porém, com velocidade menor. Para operação do equipamento é necessário selecionar previamente a velocidade, tal velocidade se deve ao comportamento conhecido dos pacientes. A disponibilidade de Oxigênio será a partir de 1,2 ATAs, para tanto, o botão “Oxigênio” deve ser acionado. O corte do fornecimento de O2 será com pressão menor do que 1,2 ATAs. Para subida (despressurização) a tela informa que iniciará a despressurização 1 minuto antes do término do tempo programado de tratamento, este tempo pode ser alterado com a utilização da senha do administrador. A despressurização (subida) ocorrerá até a pressão programada no quadrante “Subida da Câmara Principal”, ex. 1,2 ATAs no ponto 7 com parada de 5 minutos, podendo ser alteradas com a
utilização da senha do administrador. A subida (despressurização) (despressurização) deve ocorrer apenas com a válvula solenóide até atingir a profundidade de 5 metros de coluna d`água ou 1,5 ATAs, EM RAZÃO DE PRESERVAR A VELOCIDADE DE SUBIDA E NÃO COMPROMETER OS OCUPANTES. Com profundidade menor do que 5,0 metros de coluna d`´agua, a válvula manual de emergência pode ser acionada. acionada. A passagem de pacientes para antecâmara, ou entrada de médicos/ técnicos para o interior da câmara principal, sem despressurizar a referida câmara, ocorre com o acionamento do botão no 72
ICESP 2017
quadrante descida da antecâmara que pressurizará (descida) a mesma, até atingir a pressão da câmara principal, ajuste fino de equalização deverá ser feito pela válvula manual. Ventilação: Para diminuir a temperatura interna ou para ajustar os níveis de O2/ CO2 no interior da câmara, é necessário realizar retirada de ar e insuflamento de ar novo sem alterar a pressão momentânea, para isto o botão “Ventilação “Ventilação Manual” deve ser se r acionado.
A ventilação automática acontecerá acontecerá quando a temperatura interna atingir a temperatura programada. A subida (despressurização) da antecâmara deve ser feita manualmente. No final da sessão salvar o gráfico apertando o “Print Tela” e para iniciar nova sessão apertar o botão “Limpa Gráfico”.
Tela 4 - Esquema da Alimentação de Oxigênio e Ar Respirável. Mostra qual válvula está operando, no sistema existem 2 válvulas solenóides que operam alternadamente, 1 Normalmente Aberta (NA) para AR Respirável e 1 Normalmente Fechada (NF) para Oxigênio, Oxigênio, em verde aberta e em vermelho fechada. fechada. Em caso de acionamento do sistema de combate a incêndio são automaticamente colocadas na posição de NA para ar respirável e NF para oxigênio afim de evitar alimentar o foco do incêndio e preservar a vida vida dos pacientes. pacientes. Cada paciente tem a sua disposição uma máscara que está ligada em uma válvula manual exclusiva de alimentação para oxigênio e/ou ar respirável e também uma saída exclusiva com válvula manual para exalação exalação ao meio externo. externo. Obs.: cada válvula solenóide está instalada num sistema que permite operação manual em caso de defeito ou falta de energia elétrica, “By pass” lateral e corte em linha permitem a continuidade das
operações. Tela 5 - Esquema de Pressurização da Câmara Principal e Antecâmara Mostra o fluxo dos sistemas que atuam na câmara hiperbárica, válvulas em vermelho estão fechadas fechadas e em verde estão abertas. A tela identifica se o compressor está em funcionamento. O compressor mantém o vaso de pressão acumulado, que por sua vez é a reserva para manter o vaso de combate a incêndio permanentemente pressurizado, sem risco de retorno em razão da existência de válvula de retenção, a qualquer momento pode fornecer água em situação de incêndio. Um conjunto de garrafas de alta pressão utilizada para substituir o compressor em caso de falta de energia elétrica ou pane no mesmo, permitem a continuidade emergencial emergencial da operação. Com a abertura das respectivas válvulas de admissão tem-se a entrada de ar na câmara principal e na ante câmara, aumentando a pressão ou utilizada na ventilação do equipamento. Obs.: cada válvula solenóide está instalada num sistema que permite operação manual em caso de defeito ou falta de energia elétrica, “By pass” lateral e corte em linha permitem a continuidade das
operações. Tela 6 - Gráfico: Indicação das Pressões durante a sessão de Tratamento. Indica todos os eventos que ocorreram durante a sessão: velocidade de pressurização, tempo da sessão, velocidade de despressurização, tempo de fornecimento de O2, paradas, na descida (pressurização) (pressurização) e subida (despressurização). (despressurização). Este gráfico poderá ser impresso com a cópia em sistema removível (pen drive). No final da sessão salvar o gráfico apertando o “print tela” e para iniciar nova sessão apertar o botão “limpa gráfico”.
Tela 7 - Gráfico de Indicação da temperatura da Câmara Principal, tempo de ventilação e acompanhamento da eficiência da ventilação, pode ser impresso com a cópia em sistema removível (pen drive). Tela 8 - Tela de Manutenção de parametrização de Pressão Máxima de Tratamento, os valores podem ser alterados com a utilização da senha em poder do administrador, administrador, para se obter profundidades de tratamento para diferentes patologias. patologias. 73
ICESP 2017
Equipe de operação. É necessária uma equipe de operadores com treinamento suficiente, contando no mínimo com: 1 Médico: Responsável pelos procedimentos da operação, podendo ser operador externo, executará o controle da operação, terá à disposição informações necessárias necessárias para sua atuação. Sua comunicação com o guia interno define também também os eventuais eventuais passos da da sessão. 1 Guia interno: Ficará Ficará junto com com os pacientes dentro da Câmara, será o responsável pela comunicação com o exterior, dará apoio aos ocupantes da câmara e também deve ter treinamento t reinamento para operar os controles da câmara mesmo que internamente, deve também conhecer procedimentos de enfermagem para qualquer eventualidade. eventualidade. 1 Auxiliar externo: Preparado para substituir o operador externo em qualquer eventualidade, bem como para ingressar na câmara para dar apoio ao guia interno, caso necessário. Funcionamento: NOTA: A Câmara Hiperbárica modelo FH 220-5 foi projetada para atender até 14 pacientes por sessão, em caso de paciente acamado utilizar o suporte móvel para maca sobre 3 cadeiras. Existe ainda mais 1 ponto opcional para máscara de inalação de oxigênio, disponível ao guia interno para acelerar o processo de retirada do Nitrogênio residual na descompressão. descompressão. Após confirmar todos os itens descritos acima e se todos os pacientes estão adequadamente servidos de máscaras com funcionamento satisfatório, iniciar o procedimento conforme descrito abaixo: Pressurização da câmara principal: O aumento de pressão interna da câmara, descida por mergulho em profundidades equivalentes, são conferidos pela utilização de manômetros/profundímetros, internos e externos. Para o procedimento de aumento da pressão interna/ descida na câmara, proceder conforme segue: - Fechar a porta interna do “Medical Lock”; - Fechar a válvula de pressurização do “Medical Lock”; - Fechar as válvulas da tomada de equalização existente no tampo interno, para o procedimento de utilização da antecâmara, abrir uma das válvulas mantendo a outra válvula fechada, de forma que a equalização entre as câmaras possa ser feita do lado em que a válvula fora mantida fechada, ou seja, se o objetivo for retirar alguém de dentro da câmara principal para a antecâmara sem despressurização da câmara principal, a válvula de equalização do lado da câmara principal é que deve ser mantida fechada, caso o objetivo seja entrar alguém da antecâmara para a câmara principal, a válvula do lado da antecâmara é que deve ser mantida fechada e a outra aberta; - Fechar a válvula de equalização externa; - Fechar a porta de visita entre a câmara principal e a antecâmara; - Fechar a porta vertical da câmara principal; Os comandos de válvulas podem ser feitos de forma manual no local ou à distância pelas válvulas solenóides, através do acionamento no painel da velocidade selecionada. Monitorar pelo manômetro (profundímetro) externo da câmara principal até a obtenção da pressão interna desejada e então fechar novamente a válvula, v álvula, caso a mesma já não tenha sido fechada pelo programa de automação, verificar a velocidade de pressurização indicada para o caso. caso. Pressurização da da antecâmara: - Fechar externamente a válvula de saída de ar comprimido, mantendo a válvula interna aberta; - Fechar a porta de visita da antecâmara; - Acionar o botão no painel ou abrir a válvula externa de entrada de ar comprimido e monitorar pelo manômetro (profundímetro) externo da antecâmara até a obtenção da pressão interna desejada e então fechar novamente a válvula externa, caso a mesma já não tenha sido fechada pelo programa de automação, verificar a velocidade de pressurização indicada para o caso; - O ajuste de finalização da pressão da antecâmara deve ser feito pelas válvulas de equalização existentes no tampo intermediário e também na interligação entre câmaras, tanto de acesso interno, como externo. Observação: Observação: Nunca pressurizar a antecâmara com pressão acima da câmara principal, este procedimento pode danificar a porta entre as câmaras. Suprimento de oxigênio: O equipamento de Câmara Hiperbárica Multipaciente, opera com suprimento de oxigênio medicinal para máscaras. máscaras.
74
ICESP 2017
Inalação de oxigênio/ ar respirável: respirável: Deve-se inicialmente confirmar a correta fixação das máscaras nos engates “tipo rápido” e evitar todo e qualquer vazamento no interior da câmara. Manômetro calibrado e aferido está à disposição do operador que monitora a pressão dos reservatórios de O2, sendo que, caso haja diminuição desta pressão a níveis críticos, o sistema secundário deve ser acionado. As máscaras de respiração terão suas alimentações bloqueadas quando da retirada da mangueira das máscaras dos engates do “tipo rápido”. A pressão de entrada do gás nas máscaras deve ser constante e estar acima da pressão
interna da câmara entre 4,5 a 8,5 kgf/cm2, o ajuste fino existente nas máscaras deve ser feito para a necessidade do tratamento e também para o conforto do usuário no ato da respiração. Na condição de presença de fogo no interior da câmara, o sistema de ar respirável deve substituir o sistema de O2, com acionamento fechamento da válvula que libera o oxigênio e abertura da válvula que libera o ar respirável, r espirável, com acionamento das válvulas solenóides respectivas. A exalação para o exterior da câmara é feita pelo regulador de vácuo, para pressões internas na câmara acima de 1,2 ATAs. Ventilando a Câmara: Em se verificando a necessidade de renovação do ar interno, por não estar mantido a concentração de O2, com leitura no analisador de O2 (entre 19,5% a 23,5%), ou temperatura elevada (acima de 28°C), ou odor interno ou qualquer outra razão assim definida pelos operadores, proceder conforme segue: Acionar o botão “ventilação” ou abrir as válvulas manuais
respectivas, procedendo a entrada de ar novo e exaustão do ar interno sem alterar a pressão interna. O sistema automatizado pode efetuar tal função, porém, o acompanhamento do operador é fundamental. Despressurização da câmara principal: A despressurização da câmara principal deve ocorrer seguindo os tempos recomendáveis de subida (diminuição da pressão interna) para o tratamento em questão. Para a operação de despressurização da câmara principal deve-se certificar de que a antecâmara e o “Medical Lock” estão isentos de pressão (deve -se sempre evitar maior pressão na antecâmara e/ou “Medical Lock” em relação a câmara principal), manter internamente a válvula de exaustão do lado
da câmara principal aberta e abrir na mesma tomada externamente a válvula em referência, monitorar a diminuição da pressão/ subida, pelo manômetro/ profundímetro (lado da câmara principal) e controlar a velocidade de despressurização. despressurização. Caso a despressurização/ subida precise ser comandada internamente pelo auxiliar da câmara, verificar as pressões da antecâmara e “Medical Lock” como anteriormente citado. Não é prude nte tentar abrir a porta antes da completa despressurização despressurização da câmara. Despressurização da antecâmara: Para se despressurizar somente a antecâmara, manter a porta interna entre as câmaras fechadas, procedimento utilizado apenas para comunicação com o meio externo (entrada ou saída de ocupantes sem interferência com o tratamento em andamento). Manter internamente a válvula de despressurização (exaustão/saída) do lado da antecâmara aberta e abrir a mesma tomada externamente, monitorar a diminuição da pressão/subida pelo manômetro/ profundímetro da tomada (lado da antecâmara) e controlar a velocidade de despressurização. despressurização. Caso a porta interna esteja aberta, significa que a antecâmara e câmara principal estão trabalhando como se fossem uma única câmara, assim despressurizar somente uma câmara já será o suficiente para o processo. Não é prudente tentar abrir a porta antes da completa despressurização despressurização da antecâmara. Despressurização de emergência: A câmara possui um sistema de despressurização de emergência, para rapidamente baixar a pressão interna (subida do mergulho). Operação apenas manual. Verificar a viabilidade da velocidade elevada na subida, em conformidade com as orientações médicas para o caso. Intercomunicação: Intercomunicação: A Câmara Hiperbárica Multiplace é provida de um sistema de intercomunicação entre as câmaras e o operador externo, de modo que todo som emitido no interior das câmaras seja captado pelo operador externo sem que haja a necessidade de qualquer acionamento interno e para que o operador externo envie mensagens para o interior de cada câmara, acionamentos específicos são necessários. O ajuste de som é possível em todos os sentidos, interno e operador externo. Também é possível a instalação de som ambiente no interior das câmaras para entretenimento dos ocupantes.
75
ICESP 2017
Controle da atmosfera interna: A temperatura temperat ura e umidade interna do ar podem ser monitorados, para ações convenientes. convenientes . A concentração de O2 deve ser monitorada permanentemente pelo analisador de O2, através de fluxo contínuo de ar, sendo que caso sejam atingidos valores críticos, ações de ventilação devem ser tomadas ou substituição de eventual máscara com vazamento. Utilização do “Medical Lock”
Para se transportar materiais do lado externo para o interno da câmara principal e vice-versa, utilizase a tomada (“Medical Lock”). Lock”). Saída de materiais: fechar externamente a porta porta do “Medical Lock”, Lock”,
bem como, a válvula de despressurização, despressurização, internamente abrir a válvula de equalização das pressões no “Medical Lock”, após equalizada as pressões, abr ir ir internamente a porta e inserir os materiais desejados, fechar a porta interna e a válvula. Avisar o operador externo para que proceda a despressurização do “Medical Lock” por meio da abertura da válvula de despressurização, sendo
que após confirmado pelo respectivo manômetro a inexistência de pressão no interior do compartimento, abrir a porta externa e remover os materiais desejados. Entrada de materiais: fechar f echar internamente a porta do “Medical Lock” e a válvula de pressurização, após confirmar a inexis tência de pressão no interior do “Medical Lock”, abrir externamente a porta e inserir os materiais
desejados, fechar a porta externa e a válvula de despressurização. despressurização. Avisar Avisar o auxiliar interno para que proceda a pressurização pres surização do “Medical “Medic al Lock” por meio da a bertura da válvula de pressurização, após confirmada a equalização da pressão no interior do compartimento, abrir a porta interna e remover os materiais desejados.
Combate a incêndio dentro da câmara: No caso de princípio de incêndio no interior da câmara e sendo optado pelo auxiliar interno pela utilização do sistema de alagamento, o botão de emergência emergência deve ser acionado, assim, ocorrerão os seguintes processos: - Abertura automática da válvula de bloqueio para aspersão. Imediato alagamento; - Substituição do fornecimento de O2 por ar respirável nas máscaras; - Corte de toda e qualquer tensão elétrica interna no interior da câmara. Deve-se ainda iniciar o processo de despressurização de emergência para remoção dos pacientes. Utilização dos suprimentos secundários; Com a necessidade de utilização de qualquer suprimento secundário em substituição ao sistema primário (ar comprimido, oxigênio e ar para combate a incêndio), as válvulas do sistema secundário em referência devem ser abertas e imediatamente fechada a válvula do sistema primário. Gravação em vídeo: Antes do início de cada sessão, o operador externo deverá selecionar o comando do sistema de vídeo para monitoramento das atividades internas e gravação para registro da sessão. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Manual do I Curso de Operadores de Câmara Hiperbárica Multiplace de Brasília visa externar o compromisso com a melhoria na prestação dos serviços de medicina hiperbárica em nosso meio, bem como corroborar com a contribuição científica, visto que o tratamento pela OHB tem disponibilidade ainda muito restrita no país; entretanto, a amplitude de suas indicações aponta sua importância para a saúde. Assim sendo, a Oxigenoterapia Hiperbárica vem se consagrando como um método adjuvante e eficaz no auxílio à cicatrizações de feridas, combate a infecções severas, na proliferação de tecidos; na neovascularização; no crescimento ósseo e no tratamento da osteomielite crônica. 76
ICESP 2017
É oportuno enfatizar a tendência atual da medicina hiperbárica na capacitação da equipe para atuar em câmaras hiperbáricas situadas em Hospitais ou Clínicas. A educação e treinamento em serviço são estratégias a serem exploradas tendo em vista a aplicação de padrões de qualidade e prevenção de acidentes, considerando os tipos de câmaras monopaciente ou multipaciente e o perfil de gravidade dos clientes assistidos. Diante do exposto, a participação permanente da Medicina Hiperbárica representa o desenvolvimento de uma nova perspectiva de mercado de trabalho. Neste contexto, é recomendável a divulgação do tratamento hiperbárico, considerando a relevância deste tipo de oportunidade aos futuros profissionais de saúde. Acredita-se que a comunicação desse curso possa favorecer a atualização dos profissionais de saúde sobre a segurança no atendimento em câmaras multipacientes, bem como os benefícios advindos dessa terapêutica. Esforços devem ser envidados no sentido de que segurança hiperbárica seja visualizada como um novo papel dos profissionais da área, o qual deve ser incorporado pelos serviços hiperbáricos em nosso meio. Referências: 4. Caixeta MAF. Manual de Oxigenoterapia Hiperbárica. Rio de Janeiro (RJ): Marinha do Brasil; 2003. 1. Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM- 1.457/1995. Brasília: CFM; 1995. 2. Conselho Federal de Enfermagem (BR). Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (COREn-RJ). Código de Ética e Legislações. Disponível em: http://www.portalcofen.gov.br/Site/ 2007/default.asp. 3. Houaiss A, Villar MS. Minidicionário da Língua Portuguesa. 3ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva; 2009. 4. Iazzetti PE. Oxigenoterapia Hiperbárica em Feridas Crônicas ou de Alto Risco: Reestabelecimento e Potencialização da Regeneração em Lesões Refratárias Específicas. In: Jorge AS, Dantas, SRPE. Abordagem Multiprofissional do tratamento de Feridas. São Paulo (SP): Atheneu; 2003. 5. JAIN, K. K. Textbook of Hyperbaric Medicine. Hogrefe & Huber Publishers. 2nd Edition 1996; 7-9. 6. Kindwall EP, Whelan HT. Hyperbaric Medicine Practice. Flagstaff: Best Publishing; 1999. 7. KNOBEL, Elias et al. Terapia Intensiva – Infectologia Infectologia e Oxigenoterapia Hiperbárica, São Paulo, 2003.
77
ICESP 2017
8. Kubagawa LM, Urasaki MBM. Câmara Hiperbárica: Informações Básicas para a Equipe de Enfermagem. Rev Paul Enfermagem 2002 maio-agosto; 21(2):168-74. 9. Lacerda EP, Sitnoveter L, Alcântara LM, Leite JL, Trevizan MA, Mendes IAC. Atuação da enfermagem no tratamento com oxigenoterapia hiperbárica. Rev Latino-am Enfermagem 2006; 14(1):118-23. 10. LARSON-LOHR, Valerie; NORVELL, Helen C. Hyperbaric Nursing, 1ª edição. Flagstaff, AZ: Best Publishing Company, 2002. 11. Lei n. 7498 de 25 de junho de 1986 do Conselho Federal de Enfermagem (BR). Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, e dá outras providências. In: CORENSP. Documentos Básicos de Enfermagem: Enfermeiros, Técnicos, Auxiliares. São Paulo (SP): CORENSP: 2001. p.36-41. 12. Ministério da Defesa (BR). Diretoria de Ensino da Marinha – DENSM-300. DENSM-300. Manual Didático. Medicina Submarina. Rio de Janeiro (RJ): Marinha do Brasil; 1976. 13. Medicina Hiperbárica Zona Sul. Apostilas do IV curso fundamental de medicina hiperbárica, IV Curso avançado de segurança em medicina hiperbárica. São Paulo; Medicina Hiperbárica Zona Sul; 2008. 14. Ministério da Marinha (BR). Clínica de medicina hiperbárica. manual de oxigenoterapia hiperbárica. Brasília: Ministério da Marinha; 2008. 15. Resolução n. 1457 de 19 outubro de 1995 sobre oxigenoterapia hiperbárica do Conselho Federal de Medicina (BR). Diário Oficial da União, Seção 1: p. 16585 (19 outubro de 1995). 16. RIBEIRO, Ivan Jorge. Oxigenoterapia Hiperbárica nas Emergência. In: JUNIOR, José de Felipe et al. Pronto Socorro: Fisiopatologia, Diagnóstico e Tratamento, 2a edição. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 1990. 17. Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica. Manual para acreditação de unidades hiperbáricas clínicas. São Paulo; SBMH; 2008. 18. Sociedade de Medicina Hiperbárica. Diretrizes de Segurança e Qualidade. In: Fórum de Segurança e Qualidade em Medicina Hiperbárica. out 2003; São Paulo (SP), Brasil. São Paulo: Sociedade de Medicina Hiperbárica – SBMH; SBMH; 2003. 19. Uggueri CJR, Barros MCD. Cuidados de enfermagem pré-trans e pós oxigenoterapia hiperbárica: relato de experiência em um serviço de medicina hiperbárica do Rio de Janeiro [monografia]. Rio de Janeiro. Universidade Gama Filho; 2007.
78
ICESP 2017
ESTUDOS DIRIGIDOS 1ª Estudo Dirigido – Tema: Tema: Apresentação do Centro Hiperbárico de Brasília/CHB 1. Por favor crie sua Unidade Hiperbárica Multiplace referente aos recursos materiais e humanos mínimos com base na legislação brasileira e internacional versando obre o encontro ergológico de saberes na área hiperbárica (Medicina, Enfermagem, Segurança e Administração). Prazo de Entrega : 20/01/2017 até 16:00 encaminhar para o email
[email protected]
2ª Estudo Dirigido – Tema: Anatomia e Fisiologia aplicada ao Mergulho; Princípios da Física aplicada ao Mergulho e Acidentes de Mergulho e Hiperbáricos. 1. Descreva um RELATO DE CASO aplicando os fundamentos da Física do Mergulho, Anatomia e Fisiologia do Mergulho, Acidente de Mergulho e medidas de intervenção de saúde hiperbárica. Prazo de Entrega : 22/01/2017 até 16:00.
4ª Estudo Dirigido - Tema: Cuidados de Enfermagem Hiperbárica, Protocolo Clínico; Resolução nº 1.457 do CFM. 1. Descreva 03 cuidados de enfermagem hiperbárica de cada ( pré, trans e pós-OHB). 2. O que você entende por protocolo clínico? Exemplifique. 3. Cite 05 indicações de OHB previstas na Resolução nº 1.457 do CFM. Prazo de Entrega : 24/01/2017 até 16:00.
5ª Estudo Dirigido – Tema: Tema: Painel de Controle da Câmara Hiperbárica Multipaciente; Câmaras Hiperbáricas Multipaciente e Acessórios e Segurança Operacional. 1. Descreva 05 procedimentos de segurança hiperbárica referente ao Sistema Hiperbárico (Painel de Controle, Câmara Hiperbárica e/ou Sala de Máquinas). Prazo de Entrega : 26/01/2017 até 16:00.
6ª Estudo Dirigido – Tema: Tema: Tabelas de Mergulho e Tratamento. 1. Qual a diferença das Tabelas de Mergulho e das Tabelas de Tratamento? 2. O que você entende por TLSD? 3. Quais os parâmetros da TPDA? 4. Mergulhador realizou um tratamento em câmara hiperbárica multiplace a 45 pés com os seguintes dados: DS 8:00, CF 8:10, DF 9:30 e CS 9:40. Qual o protocolo clínico, TF, TTM, TTD e GR? Prazo de Entrega : 28/01/2017 até 16:00.
79
ICESP 2017
7ª Estudo Dirigido – Tema: Tema: Teoria da Descompressão 1. Paciente apresentou VANTIT aos 20 minutos de oxigênio puro a 50 pés. Explique fisicamente e fisiologicamente o que aconteceu com o paciente e 05 medidas interventivas do Guia Interno e Externo? Prazo de Entrega : 30/01/2017 até 16:00.
8ª Estudo Dirigido – Tema: Tema: Embolia Traumática pelo Ar 1. O guia interno e externo na situação citada no 7º Estudo Dirigido abortaram o mergulho abrindo todas as válvulas de descarga do sistema hiperbárico. Explique fisicamente e fisiologicamente e apresente quantos litros de ar o pulmão do paciente chegará chegará na superfície, bem como 05 medidas interventivas da equipe hiperbárica? Prazo de Entrega : 02/01/2017 até 16:00.
9ª Estudo Dirigido – Tema: Física do Mergulho 1. Cite 10 fatores predisponentes do Barotrauma. Cite 04 intervenções para evitá-lo? Prazo de
Entrega: 03/01/2017 até 16:00. 10ª Estudo Dirigido Final – Resumo Resumo do curso. Prazo de Entrega : por favor este é o único estudo dirigido que será impresso e entregue na abertura do curso de OPCAM 2017, 04/02/2017 às 7:30, os demais serão enviados para o email
[email protected]
80
ICESP 2017
FACULDADE ICESP I Curso de Operadores de Câmara Hiperbárica Multiplace
ESTUDO DIRIGIDO FINAL Data: Nome do Aluno: 1. Segundo o Conselho Federal de Medicina, são indicações médicas de hiperbárica, EXCETO: A. Anemia B. Embolia gasosa C. Úlceras refratárias D. Síndrome compartimental E. Trombose venosa profunda 2. Qual é a patologia ligada li gada a concentração de oxigênio mais comum de acontecer durante o tratamento hiperbárico? A. Barotrauma dental B. Barotrauma de ouvido médio C. Crise convulsiva D. Barotrauma de seios da face E. Nenhuma das anteriores 3. No Brasil qual o órgão ou entidade responsável responsável pela organização organização e padronização padronização das atividades hiperbáricas, EXCETO: A. ANVISA B. Ministério do Trabalho e Emprego C. Marinha do Brasil D. Conselho Federal de Medicina e Conselho Regional de Enfermagem E. Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica. 4. Segundo as Diretrizes de Segurança e Qualidade do Fórum de Segurança e Qualidade em Medicina Hiperbárica, 2015 da Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica, a equipe mínima para tratamento em Câmara Hiperbárica Multipaciente é formada form ada por: A. 03 (01 Médico, 01 Enfermeiro e 01 Técnico de Enfermagem, todos Hiperbaristas) B. 03 (01 Médico Hiperbarista e 02 Técnicos de Enfermagem Hiperbaristas) C. 05 (02 Médicos Hiperbaristas e 03 Técnicos de Enfermagem Hiperbaristas) D. 05 (01 Médico Hiperbarista e 04 Técnicos de Enfermagem Hiperbaristas) E. 06 (01 Médico Hiperbarista e 05 Técnicos de Enfermagem Hiperbaristas) 5. Em relação aos volumes pulmonares é INCORRETO afirmar: A. CT = capacidade total (5 a 6 litros) B. VC = volume corrente (0,5 a 0,6 litros) C. VR = Volume residual (1 a 1,5 litros) D. CV = capacidade vital (4 a 5 litros) E. O espaço morto fisiológico é aquele constituído pelos órgãos do aparelho respiratório não envolvidos nas trocas gasosas, ou seja as vias aéreas (nariz/boca-faringe-laringetraquéia-brônquios-bronquíolos) 6. Cada 10 metros de água salgada salgada exercem uma pressão pressão igual a: A. 1 bar ou 1 ATM. ATM. B. 2 Atas C. 3 Atas D. 1 Pé 81
ICESP 2017
E. 1520 mmHg 7. 50 metros tem quantas atas? A. 4 atas B. 7 atas C. 8 atas D. 5 atas E. 6 atas 8. Marque a única alternativa correta. A. Pressão atmosférica: é a pressão exercida pelo peso da massa de ar da superfície terrestre e atua em algumas al gumas direções. B. Pressão manométrica: é a pressão exercida sobre um objeto somada a pressão atmosférica (14,7 psi). É a pressão obtida através da leitura dos manômetros. C. Pressão absoluta: é a pressão resultante da soma da pressão manométrica com a pressão atmosférica nominal (14,7 psi). Não é expressa em termos de atmosfera absoluta (ATA). D. A Teoria da Energia Cinética dos Gases estabelece que: "A energia cinética de todos os gases, a uma dada temperatura, é a mesma". E. Lei de Boyle - se a temperatura permanecer constante, o volume de um gás variará diretamente com a pressão absoluta. 9. O efeito Joule Thompsom está ligado a qual lei dos gases? A. Lei de Charles B. Lei de Dalton C. Lei das Pressões Parciais D. Lei de Henry E. Lei de Gay Lussac 10. São fundamentos da segurança operacional, EXCETO: A. Integridade dos vasos de pressão B.
Segurança no manuseio dos gases
C.
Segurança operacional propriamente dita
D. E.
Segurança Orgânica Qualificação médica e dos demais profissionais envolvidos
11. Cite 03 cuidados de enfermagem pré, trans tr ans e pós-OHB.
12. O que vc entende por Humanização no ambiente hiperbárico?
82
ICESP 2017
13. Cite 02 protocolos referente a Segurança do Paciente Hiperbárico observado por você durante o curso OPCAM 2017.
14. Cite 05 procedimentos para intervir na convulsão hiperbárica.
15. Cite 05 procedimentos de segurança hiperbárica.
16. Cite 05 partes da câmara hiperbárica multiplace.
17. Defina Tempo de Fundo e TNR.
18. Conceitue Tabela de Limites sem Descompressão (TLSD).
19. A Tabela de Tratamento Hart / Kindawall é adequada para o tratamento de:
20. Descreva 05 procedimentos para a utilização do “ Medical Lock”.
Boa Sorte!!!!!
83
ICESP 2017
FACULDADE ICESP
I CURSO DE OPERADORES DE CÂMARA HIPERBÁRICA MULTIPLACE DE BRASÍLIA INQUÉRITO PEDAGÓGICO
1. Por gentileza, escreva suas sugestões e críticas ao curso?
2. Por gentileza, escreva suas sugestões e críticas aos professores do curso?
84
ICESP 2017