Referências ABNT. NBR 6022: 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 5 p. ABNT. NBR 6023: 6023: informação e documentação: elaboração: referências. Rio de Janeiro, 2002. 24 p. ABNT. NBR 14724: 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 6 p. COMARELLA, Rafaela Lunardi. Educação superior a distância: distância : evasão discente. Florianópolis, 2009. 125 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Gestão do Conhecimento) – Centro Tecnológico, Tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
Patrimônio Público, Materiais e Logística
DAL MOLIN, Beatriz Helena et al. Mapa referencial para construção de material didático para o Programa e-Tec e-Tec Brasil. Brasil . Florianópolis: UFSC, 2008. 73 p.
Mauro José Kummer SOBRENOME, Nome. Título do livro. livro . Cidade: Editora, ano. SOBRENOME, Nome. Título do artigo: artigo : complemento. Nome da Revista, Cidade, v. X, n. X, p. XX-XX, mês ano. SOBRENOME, Nome. Título do trabalho publicado. In: NOME DO CONGRESSO. Número, ano, cidade onde se realizou o Congresso. Congre sso.Anais Anais ou Proceedings ou Resumos... Resumos ... Local de publicação: Editora: data de publicação. Volume, se houver. Páginas inicial e final do trabalho. AUTOR. Título Título.. Informações complementares (Coordenação, desenvolvida por, apresenta..., quando houver etc...). Disponível em:
. Acesso em: dia mês ano.
PARANÁ
Curitiba-PR 2011
Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância
© INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - PARANÁ EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil - e-Tec Brasil. Prof. Irineu Mario Colombo Reitor Profª. Mara Christina Vilas Boas Chefe de Gabinete Prof. Ezequiel Westphal Pró-Reitoria de Ensino - PROENS Prof. Gilmar José Ferreira dos Santos Pró-Reitoria de Administração - PROAD Prof. Paulo Tetuo Yamamoto Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação - PROEPI Neide Alves Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Assuntos Estudantis - PROGEPE Prof. Carlos Alberto de Ávila Pró-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional - PROPLADI Prof. José Carlos Ciccarino Diretor Geral de Educação a Distância Prof. Ricardo Herrera Diretor de Planejamento e Administração EAD - IFPR
Profª Mércia Freire Rocha Cordeiro Machado Diretora de Ensino, Pesquisa e Extensão EAD - IFPR Profª Cristina Maria Ayroza Coordenadora Pedagógica de Educação a Distância Mercia Denise Gomes Machado Carlini Coordenador do Curso Adriana Valore de Sousa Bello Fábio Decker Karmel Louise Pombo Schultz Kátia Ferreira Suelem Souza Santana de Freitas Assistência Pedagógica Profª Ester dos Santos Oliveira Profª Linda Abou Rejeili de Marchi Idamara lobo Dias Revisão Editorial Eduardo Artigas Antoniacomi Diagramação e-Tec/MEC Projeto Gráfico
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Apresentação e-Tec Brasil Prezado estudante, Bem-vindo ao e-T e -Tec ec Brasil! Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 d e dezembro 2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distância (SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e escolas técnicas estaduais e federais. A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros. O e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais. O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profissional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética. Nós acreditamos em você! Desejamos sucesso na sua formação profissional! Ministério da Educação Janeiro de 2010 Nosso contato [email protected]
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Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e outras. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.
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Sumário Palavra do Professor-autor
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Apresentação da Disciplina
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Aula 1 – Recursos e patrimônio público 1.1 Recursos 1.2 Administração de Recursos Patrimoniais
15 15 17
Aula 2 – Gestão de materiais na área pública 2.1 A Gestão de Materiais na área Pública 2.2 Estoques
21 21 22
Aula 3 – Ética na gestão de materiais 3.1 Ética na Gestão de Materiais
25 25
Aula 4 – Ética nas negociações 4.1 Ética em compras 4.2 Sustentabilidade 4.3 Responsabilidade social
31 31 32 33
Aula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais 5.1 As influências sobre os gestores de Materiais 5.2 O que são insumos de produção? 5.3 Fatores impactantes nas reduções de preço na compra de produtos
36
Aula 6 – Gestão de compras 6.1 A estrutura organizacional 6.2 Fornecedores como fonte de informações 6.3 Modismos na gestão de materiais
41 41 42 43
35 35 36
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Aula 7 – A evolução da gestão de materiais 7.1 Evolução do pensamento administrativo 7.2 O modelo burocrático proposto por Max Weber 7.3 A gestão pela qualidade 7.4 A gestão estratégica 7.5 Custos
45 45 46 46 47 47
Aula 8 – Estoques na área pública 8.1 Os diferentes tipos de armazéns e de estoques 8.2 Modelo de estoque 8.3 Estoques como valor para o beneficiário
49 49 51 53
Aula 9 – Estoques 9.1 O que são estoques? 9.2 Tempo, quantidades e controles 9.3 Formas de controle de itens em estoque
55 55 57 58
Aula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques 10.1 Custos associados aos estoques 10.2 Dinâmica dos estoques
61 61 63
Aula 11 – Logística e cadeia de suprimentos 11.1 Logística 11.2 Mas o que é cadeia de suprimento?
67 67 69
Aula 12 – O renascimento da logística 12.1 Renascimento da logística 12.2 A influência dos sistemas de qualidade na logística 12.3 A desregulamentação do setor logístico
71 71 72 73
Aula 13 – A competência logística e o trabalho da logística 75 13.1 Competências e habilidades 75 13.2 A divisão do trabalho na logística 76 Aula 14 – Objetivos operacionais 14.1 Objetivos operacionais X indicadores operacionais
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79 79
Aula 15 – A incerteza na logística 15.1 Modais 15.2 Incerteza nos processos logísticos
83 83 84
Aula 16 – Definição de nível de serviço 16.1 Nível de serviço 16.2 Tipos de níveis de serviço 16.3 Aumento das expectativas dos beneficiários
87 87 88 89
Aula 17 – Serviço de atendimento básico e perfeito 17.1 Percepções sobre serviços 17.2 Serviços básicos 17.3 Pedido perfeito 17.4 Serviço de valor agregado
91 91 92 93 94
Aula 18 – Gerenciamento de transportes 18.1 Gerenciamento de transportes 18.2 Agências de regulamentação 18.3 Sistemas de informação para transportes 18.4 Restrições de tráfego
95 95 96 97 97
Aula 19 – Gerenciamento de depósitos 19.1 Depósitos 19.2 Depósitos e o projeto de rede logístico 19.3 Características de armazenagem 19.4 Plano de estocagem 19.5 Localização
99 99 99 100 101 102
Aula 20 – Movimentação de materiais 20.1 Movimentação de materiais 20.2 Ergonomia 20.3 Tecnologias de movimentação e manuseio
103 103 103 105
Referências
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Atividades autoinstrutivas
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Palavra do Professor-autor Prezado aluno, este material de apoio para suas aulas foi desenvolvido com muito cuidado. Por meio dele você encontrará informações relevantes e atuais sobre as atividades relacionadas aos profissionais que trabalham com a Gestão de Materiais, Patrimônio e Logística. Esta disciplina está articulada com a disciplina de Ética, Finanças e Contabilidade. Apenas o texto não é suficiente para esgotar assuntos tão importantes e cheios de nuances. Assim incentivo-o a dar continuidade as suas aprendizagens, por meio de p esquisas em sites e em diferentes materiais. A Formação em áreas associadas à tecnologia exige dedicação e interesse. Certamente você o terá. Bons estudos e bom proveito. Professor Mauro José Kummer
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e-Tec Brasil
Apresentação da Disciplina A administração pública vem se modernizando rapidamente. Estudar administração pública em suas diversas áreas se transformou em excelente oportunidade de desenvolvimento. A formação técnica permite ao funcionário público, apoiado em bases morais e éticas, modificar as realidades locais, regionais e mesmo nacional. O uso de tecnologias associado às modernas práticas de gestão rapidamente ganham espaço na realidade que t ransforma as organizações públicas. A tendência é tornar as organizações mais desenvolvidas, posto isto cabe ao administrador buscar novas formas em termos de resultados para romper com o paradigma estabelecido. A chamada década da logística moderna se iniciou em 1980. Estamos vivendo um momento de profundas mudanças. A questão fundamental da moderna logística é a relação entre o tempo e o custo, o que se traduz pelo nível de serviço a ser acordado aos beneficiários. A gestão de materiais está profundamente atrelada a questão logística, tanto que é comum usá-la como sinônimo. É preciso destacar que o processo de gestão de materiais permite economias consideráveis às organizações. As mudanças decorrentes dos princípios qualitativos também transformaram a gestão de materiais de forma irreversível. A administração patrimonial envolve a administração de recursos vultosos. Além da questão financeira do custo dos materiais também é de interesse que os mesmos sejam cuidados com atenção, pois um item de pequeno valor de custo pode ser de grande preocupação do gestor público. A logística embora seja vista como responsável pela movimentação dos materiais também é de interesse da realização das políticas públicas. Outra característica importante da moderna logística é o fator tempo. A administração da logística está diretamente atrelada a esta questão. As três unidades da disciplina estão interligadas. Quem cuida de patrimônio pode ter entre suas atribuições a compra de bens. Quem administra materiais, pode ter entre outras atividades o envio destes materiais para outros lugares assim como zelar pelo seu retorno. Portanto, falar em Patrimônio, Administração de Materiais e Logística remete a uma relação entre as áreas e como esta relação pode ser mais bem aproveitada pelas organizações.
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Aula 1 – Recursos e patrimônio público Prezado aluno, nessa aula você encontrará os primeiro termos relacionados à disciplina. Serão definidos termos, como: Despesa Pública, Patrimônio Público, Bens Públicos e recursos. Objetivos da aula: Proporcionar os primeiros contatos com o tema Recursos e Patrimônio Público
1.1 Recursos Toda organização efetua processos de transformação. Objetos e pessoas são continuamente transformados. Em Administração, a ação de transformar chama-se processo e já foi sinônimo de produção (Gestão de Processos Fabris). O termo Produção foi expandido e com o passar do tempo foram incorporadas atividades relacionadas à área de serviços. O conceito passou então a chamar-se de operações (Gestão da Produção e de Serviços). Assim uma organização, seja qual for independente do que ela faça ou proporcione pode ser entendida sob a visão da Gestão de Operações.
Figura 1.1: Gestão de Operações Fonte: Elaborado pelo autor
O processo de transformar pode resultar em saídas tangíveis (produtos) ou intangíveis (serviços).
Figura 1.2: Transformação de Recursos em Produtos e/ou Serviços Fonte: Elaborado pelo autor
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Como nada se cria a partir do nada, para haver uma saída de um processo deve necessariamente haver uma entrada (recurso). Em uma transformação existem dois elementos relacionados à entrada de um processo, são eles elementos a serem transformados e elementos transformadores. Os elementos a serem transformados são chamados de recursos . São cinco os tipos de recursos:
Figura 1.3: Tipos de Recursos Fonte: Elaborado pelo autor
Então, vamos nos concentrar no estudo sobre recursos e aprofundar a questão sobre os denominados materiais e patrimoniais, muito embora todos os tipos de recursos sejam importantes e estejam interligados vamos deixar para vocês buscarem mais conhecimentos sobre os demais tipos de recursos classificados como: Capital, Humanos e Tecnológicos. Não existem recursos infinitos ou renováveis, ou seja, e les sempre são finitos, portanto cabe à Administração buscar alternativas para mitigar o seu uso e aproveitá-los melhor.
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Patrimônio Público, Materiais e Logística
1.2 Administração de Recursos Patrimoniais A administração dos recursos patrimoniais trata da sequência de operações que vão desde a identificação dos fornecedores, passando pela compra e recebimento do bem, para depois lidar com sua conservação, manutenção e, quando for o caso, de sua alienação.
Bens são muitas vezes considerados como riqueza e, frequentemente, são tratados como sinônimos para recursos. Uma ambulância (aut omóvel) é considerada como um bem (móvel), mas seu uso é tratado como recurso para se atingir um fim (saúde pública).
Figura 1.4: Ambulância SAMU Fonte: http://www.es.gov.br
1.2.1 O que é despesa pública? São gastos fixados em lei orçamentária ou em leis especiais destinadas a execução de serviços públicos e dos aumentos patrimoniais. São divididas em dois grupos, a saber: Despesa Orçamentária e Despesa Extra-orçamentária. Despesa orçamentária é aquela que depende de autorização legislativa e é fixada no orçamento público. Despesa extra-orçamentária é aquela paga à margem da lei orçamentária, não depende de autorização legislativa, mas depende de receitas extra-orçamentárias.
Figura 1.5: Gastos Públicos Fonte:www.shutterstock.com
Aula 1 – Recursos e patrimônio público
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1.2.2 O que é Patrimônio Público? Corresponde ao conjunto de bens, direitos e obrigações avaliáveis em moeda corrente, das entidades que compõem a Administração Pública. O Código Civil Brasileiro, em seu artigo 65, determina que “são públicos os bens de domínio nacional pertencentes à União, aos Estados, ou aos Municípios”. Todos os outros são particulares, seja qual for à pessoa a quem pertencem. Os bens públicos são: De uso comum do povo como mares, rios, estradas, ruas e praças.
Figura 1.6: Patrimônio de uso comum Fonte: www.shutterstock.com
Aproveite e faça uma visita virtual ao palácio Iguaçu, sede do governo do Estado do Paraná, no link : http://www.casacivil. pr.gov.br/ipix/vis_index.php .
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De uso especial como edifícios ou terrenos aplicados a serviço ou estabelecimentos federais, estaduais ou municipais.
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Patrimônio Público, Materiais e Logística
Dominicais, isto é que constituem o patrimônio da União, dos Estados, ou dos Municípios, como objeto de direito pessoal, ou real de cada uma dessas entidades. (artigo 66). Bens Dominicais: constituem o patrimônio público, e são considerados para efeito de escrituração e de registro contábil. Bens Patrimoniais são recursos das organizações.
1.2.3 O que é Patrimônio? Patrimônio pode ser conceituado como um conjunto de bens, valores, direitos e obrigações de uma pessoa ou organização seja ela pública ou privada. Administrar o patrimônio significa gerir direitos e obrigações. Bens patrimoniais podem ser entendidos como instalações, prédios, terrenos, equipamentos e veículos das organizações.
Resumo Nessa aula você aprendeu o que são recursos organizacionais, estudou o conceito ampliado de operações, iniciou a compreensão sobre a importância da administração patrimonial, estabeleceu uma associação entre recursos e despesa pública e o que é patrimônio público.
Atividades de aprendizagem •
Pesquise sobre como é elaborado o orçamento público em seu município e se isto não for possível pesquise como é feito no seu lugar de trabalho.
Aula 1 – Recursos e patrimônio público
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Aula 2 – Gestão de materiais na área pública Nesta aula você conhecerá um pouco mais sobre o que é Gestão de Materiais e o que são estoques. Objetivos da aula: Estudar e aprender sobre a Gestão de Materiais na área Pública e sobre os estoques.
2.1 A Gestão de Materiais na área Pública Vamos relacionar estes processos de Gestão de materiais às suas causas geradoras, representadas pelo desequilíbrio que existe entre a necessidade de consumo e a necessidade de fornecimento. A Gestão de materiais é a etapa seguinte a da adjudicação da licitação. O combate ao desperdício, amplamente defendido pela popu lação brasileira, a globalização da economia, a diminuição das barreiras comerciais são fatores impulsionadores da chamada “compra correta”.
Compra correta é um conceito complexo que envolve quantidade, qualidade, custos e prazos.
Adjudicação
s.f. Direito Ato, judicial ou administrativo, que dá a alguém a posse de determinados bens. Atribuição do objeto adjudicado ao adjudicatário.
O conceito de compra correta terá um significado mais claro ao decorrer dos estudos nas próximas aulas. Para iniciarmos a defesa das razões e da importância da gestão de materiais para as organizações públicas, vamos recorrer ao exemplo simples representado pela caixa de água. Em uma caixa d’água existe uma entrada (a fonte de suprimento). A entrada de água pode se apresentar de forma variável, como nas nossas residências, em algumas horas do dia a água está disponível e em outras pode ocorrer à falta em determinados períodos (curtos ou longos) ou mesmo a interrupção total dos serviços. Isto representa a chamada imprevisibilidade e o fator de risco do abastecimento. Como imprevisibilidade, teremos todos os fatores internos e externos que contribuirão negativamente para que ocorra falta de itens em estoque. O risco está associado à imprevisibilidade e é objeto de preocupação dos gestores. Ações para minimização de riscos fazem parte das tarefas dos gestores. A imprevisibilidade e o risco são motivos da existência da caixa de água. Se existisse contínuo abastecimento de água, na quantidade necessária, não haveria necessidade da caixa d’água, certo?
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Analisando o tamanho do orçamento da estrutura pública como uma organização, pode-se ter uma ideia da dimensão da importância que a gestão de materiais tem, seus efeitos internos sobre a organização estatal, seus beneficiários assim como seus efeitos sobre seus fornecedores e a sociedade. Quando o governo estabelece um processo de compras ocorre intensa mobilização na economia, pois os valores envolvidos são muitas vezes significativamente elevados e em grandes quantidades. Entender a dinâmica das compras (além do processo de licitação), posicionaram-se a frente das situações emergenciais, ter estoques para poder fazer a máquina pública continuar em movimento, tudo isto dentro de um padrão ético e sob constante vigilância formam o conjunto de desafios da gestão de materiais na administração pública.
Figura 2.1: Atendimento médico Fonte:www.shutterstock.com
2.2 Estoques Todas as organizações têm estoques e que de acordo com as políticas públicas e dos modelos de gestão praticados, estes estoques poderão ser maiores ou menores. É importante diferenciar estoques de armazenagem. Quando falamos em estoques nos referimos a coisas tangíveis, ou seja, ao dinheiro público armazenado sobre a forma de produtos. Armazém se refere à estrutura física e operacional para conter, proteger, proteger, manter e disponibilizar estes estoques. Armazenagem é o ato de guardar coisas em armazéns.
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Patrimônio Público, Materiais e Logística
Figura 2.2: Estoque Fonte:www.shutterstock.com
O armazém, assim como as pessoas que nele trabalham, normalmente não é percebido no dia a dia das organizações públicas. São consideradas estruturas de apoio para atividades meio e não atividades fim. Essas representam as pessoas e equipamentos que estão por trás das paredes realizando um serviço importante, mas longe dos olhos dos demais.
Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão do Patrimônio Público e algumas de suas implicações. Além disso, você teve contato com o elemento de d e ligação desta aula com a próxima, que vai aprofundar o tema sobre materiais. Lembre-se que os temas são relacionados, quem cuida do patrimônio acaba se envolvendo com a administração de materiais.
Atividades de aprendizagem •
Aproveite e pesquise onde se localiza o armazém que abastece o seu local de trabalho. Descubra também quem são as pessoas que lá trabalham. Isto é importante, pois você fará um estudo deste lugar e sobre as atividades destas pessoas. Anote!
Aula 2 – Gestão de materiais na área pública
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Aula 3 – Ética na gestão de materiais Nesta aula você estudará a relação entre a ética e a gestão de materiais e a formulação de códigos de ética. Objetivos da aula: Compreender a relação da ética envolvida na questão da gestão de materiais e a aplicação de um código de ética pública.
3.1 Ética na Gestão de Materiais Antes de entrarmos na parte técnica do assunto de Gestão de Materiais, Patrimônio Público e Logística é preciso estudar a questão da ética e da moral em Gestão de Materiais. A gestão de materiais e bens patrimoniais necessariamente passa pela compra, armazenagem e destinação de produtos e serviços. Assim é preciso conceituar alguns termos para evitar má interpretação. Primeiramente volte nos seus estudos e reveja a parte já estudada sobre ética. O ponto de partida é que existe certa confusão entre o que vem a ser moral e o que vem a ser ética. Vamos rever as definições que você já aprendeu, mas agora com ênfase em Gestão de Patrimônio:
Definição de Moral: você poderá pesquisar e comprovar que existem diversas definições para o termo, uma delas, segundo o Moderno Dicionário da Língua Portuguesa é: “Parte da filosofia que trata dos atos humanos, dos bons costumes e deveres do homem em sociedade e perante os de sua classe” (MICHAELIS, 1998). Definição de Ética: Da mesma forma que para moral, existem diversas definições para ética. Novamente do dicionário vamos buscar “Parte da filosofia que estuda os valores morais e princípios ideais de conduta humana”. (MICHAELIS,1998) De certa forma a moral está fora do homem e a ética dentro do homem, ou seja cada um de nós sabe extamante o que é certo e o que é errado. Isto está dentro de nós, portanto é ética. Outra forma de ver a questão é aceitar a ética como o julgamento da moral. A moral é do grupo, dos outros, você e eu como indivíduos podemos querer fazer parte de um grupo , ou seja moral
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é um conjunto de atos e pensamentos, praticados e aceitos por determinado grupo de pessoas, portanto como existem diversos grupos, existem diversas morais, mas a ética é apenas nossa, portanto é única.
3.1.1 Aética e antiética: o que significam? Aética é uma palavra formada pelo sufixo “a” mais a palavra ética. O “a” significa a não existência de discussão e da necessária compreensão para determinada situação, é como se o campo do conhecimento ainda não tivesse sido suficientemente estudado e discutido e portanto não alcançado uma clarificação, limite no qual não existe uma opinião formada sobre algo. Antiética, da mesma forma é uma palavra formada pelo sufixo “anti” e a palavra ética. Neste caso “anti” significa a negação de algo, ou seja a negação da ética. É assim que se descreve um comportamento contrário ao que a ética afirma ser o certo. Uma outra maneira de se ver a relação entre moral e ética é que a ética é o julgamento da moral. Bom, então por que se estuda ética em administração de materiais? Transcendental
adj. Filosofia. Que pertence à razão pura, a priori, anteriormente a qualquer experiência, e que constitui uma condição prévia dessa experiência: segundo Kant, o espaço e o tempo são dois conceitos transcendentais.
Esta é uma resposta simples e ao mesmo tempo complexa. Uma delas é porque os profissionais de compras trabalham com a saída de dinheiro das instituições e por esta razão são alvo de pessoas inescrupulosas, que querem amealhar parte do dinheiro público de forma ilícita. A outra é transcendente, justifica-se pela nossa imperfeição como criatura e a nossa continua busca por sermos melhores.
Não basta ser ético e honesto, é essencial parecer como tal.
Você já deve ter aprendido que o desvio do dinheiro se dá tanto pela saída do caixa, por meio dos pagamentos efetuados, mas há outra forma de se desviar dinheiro das instituições públicas se dá pela entrada de dinheiro, ou seja, pela arrecadação.
Pesquise as chamadas disfunções da burocracia apontadas por Max Weber no livro: “Introdução a Administração” de Antonio Cesar Amaru Maximiniano.
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Outra questão que envolve a ética se dá sobre o comportamento de funcionários públicos inescrupulosos que criam dificuldades operacionais aos beneficiários (clientes) e fornecedores e exigem benesses em contrapartida. Está é a chamada disfunção maxweberiana (Max Weber).
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Patrimônio Público, Materiais e Logística
A legislação pública se vale de dispositivos legais, que punem os funcionários que agem de má fé contra a gestão dos recursos públicos.ética é o julgamento da moral.
3.2 Código de ética em compras É importante que as empresas públicas além das questões legais pertinentes, desenvolvam um código de ética no intuito de estabelecer um conjunto de procedimentos a serem observados e seguidos pelos negociadores profissionais e que leve em consideração, entre outros, os seguintes temas:
a) Integridade pessoal dentro e fora da organização;
Analise o código de ética do Conselho Brasileiro dos Executivos de Compras, para tanto visite o site http://www.cbec.org.br você poderia aplicá-lo em sua organização?
b) Competência pessoal; c) Cumprimento das legislações que afetam os negócios; d) Conflito de interesses; e) Manifestações de hospitalidade e presentes; f) Confidencialidade de informações empresariais; g) Comportamento nas negociações; h) Sustentatbilidade; i) Responsabilidade social.
As organizações devem criar seus códigos de ética tanto para a área de compras, quanto para a área de entrega (vendas) de produtos e serviços.
3.2.1 O que é conflito de interesses? É desejável que o funcionário tenha em sua pasta funcional uma declaração assinada sobre a aceitação das consequências de seus atos e sobre atividades que não possam ser desenvolvidas durante o exercício de sua função que deva ser seguido, sob pena de demissão por justa causa. Por exemplo, um comprador de órgão público não pode ser sócio de empresa privada que venda produtos e serviços ao governo, pior ainda se a venda for feita para o próprio setor no qual o funcionário é o comprador. Cabe ao negociador perceber que seus interesses pessoais poderão conflitar ou po ssam ser vistos
Aula 3 – Ética na gestão de materiais
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como passíveis de afetar sua imparcialidade no julgamento dos processos, no decorrer da atividade negocial, ele deve informar sua supervisão para que esta julgue sobre o eventual conflito de interesses.
O comprador não pode ter conflitos de interesse com a organização
3.2.2 O que são manifestações de hospitalidade e presentes? Fornecedores podem usar, intencionalmente e com frequência, de técnicas para agradar aos clientes. Isto pode ser feito de diversas maneiras. Um simples “brinde” como uma caneta, uma agenda, ou mesmo uma refeição ou ainda viagens com hospedagens e diárias pagas. As organizações devem explicitar o que é permitido ao funcionário público e o que não é. Discuta com seus colegas sobre as diferenças de percepção sobre o valor que uma pessoa atribui a um presente serem totalmente diferentes daqueles percebidos por outra pessoa. Ou seja, a mesma ética aplicada em compras deve ser seguida em vendas (ou entrega dos produtos e serviços). Lembre-se que existem organizações públicas que vendem produtos e serviços. Nas manifestações de hospitalidade como convites para “almoços de negócio”, a boa prática é que o comprador pague suas despesas normalmente, não aceitando que os fornecedores as paguem. Em caso de eventos como feiras, simpósios, congressos e atividades similares proporcionadas por fornecedores e que normalmente são realizadas para lançamento de produtos, a frequência, dimensão e facilidades colocadas para o convidado devem ser observadas com cuidado para que não sejam excessivas e venham a exercer impacto na cooptação do comprador pelo excessos de “bondades”.
O servidor público deve cuidar para não aceitar brindes que comprometam sua capacidade de discernimento
3.2.3 O que é a confidencialidade de informações empresariais? O tema da confidencialidade de informações pode ser visto sob dois ângulos diferentes; um relativa às informações internas da organização pública e outro relativo a dos fornecedores com os quais desenvolve os contatos comerciais.
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Patrimônio Público, Materiais e Logística
Informações da organização pública: Por sua atuação profissional, o comprador participa dos processos de discussão internos e toma conhecimento de dados de sua organização e, alguns, particularmente de grande necessidade de sigilo. Nas relações e contratações com os fornecedores, o comprador deve ater-se ao estrito limite do uso das informações relativas aos produtos e serviços, objetos da negociação e, caso seja necessário o fornecimento de informações consideradas sigilosas aos fornecedores; deve obter dos mesmos, por escrito, mediante contrato de confidencialidade, declaração ou declarações de manutenção do sigilo sobre as mesmas.
A organização e o fornecedor quando necessário devem estabelecer contratos de confidencialidade de informações para evitar transtornos e possíveis processos jurídicos. Os compradores das organizações públicas devem deixar claro em seus contratos com fornecedores que estes não poderão, salvo após autorização escrita e expressa, utilizar em suas peças promocionais o nome ou marcas da empresa contratante.
3.2.4 O que são informações dos fornecedores? O comprador toma conhecimento de informações de seus fornecedores sobre preços, capacidades, condições comerciais, aspectos societários e cadastrais, etc. Tais informações devem ser utilizadas exclusivamente para o processo negocial com seu fornecedor, não devendo nunca ser divulgadas para terceiras partes, não importando se para obter vantagens em negociações com terceiros ou não. Um cuidado especial ocorre nos processos licitatórios nos quais são abertas as propostas comerciais, dos diversos pretensos fornecedores de produtos e serviços. Neste momento é permitido a apresentação de recursos de parte de fornecedores, contra outros fornecedores concorrentes, por entender haver prejuízo na disputa.
Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre as relações entre a ética e a gestão de compras de materiais e de patrimônio público e algumas de suas implicações. Lembre-se que quem cuida de patrimônio acaba se envolvendo com a administração de materiais e com as compras.
Aula 3 – Ética na gestão de materiais
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e-Tec Brasil
Atividades de aprendizagem •
Para ser um bom profissional você precisará desenvolver a linguagem técnica pertinente. Aproveite e pesquise em livros ou em sites confiáveis definições para: superfaturamento e subfaturamento.
Anotações
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Patrimônio Público, Materiais e Logística
Aula 4 – Ética nas negociações Nesta aula você fará um aprofundamento na questão da ética relacionada com as compras públicas, estudará a emergente preocupação das compras com a sustentabilidade e com a responsabilidade social. Objetivos da aula: Estabelecer a relação entre a ética e a atividade de compras públicas sob uma nova óptica sustentável e socialmente responsável.
4.1 Ética em compras Como vocês já puderam verificar na aula anterior é mais do que justificado o estudo da ética na administração de materiais. Como a área de materiais é bastante ampla, vamos aprofundar um pouco mais a questão e explorar o julgamento ético nas negociações. Durante uma negociação existem vários aspectos a serem observados. Fornecedores concorrentes poderão usar de todos os tipos de instrumentos e informações que obtenham para tentar alcançar os melhores resultados em uma negociação, inclusive transgredindo o limite ético. A Lei 8.666 é um claro exemplo do cuidado da coisa pública com esta questão, pois estabelece uma série de cuidados. Do lado do comprador o mesmo pode exagerar sobre volumes de compras para com isso tentar obter preços menores. Isto não é barganha. Esta é uma atitude desonesta para com seu fornecedor. O fornecedor estará se baseando em uma possível promessa de compra, que no futuro não se realizará e então, posteriormente deixará de confiar em suas informações. Outro cuidado é o de não deixar de mencionar aspectos do projeto ou dos produtos e serviços, que no futuro impactarão os custos adicionais ou em nível de serviço adicional por parte do fornecedor. Trata-se de potencializar futuros conflitos pela não informação de um fato relevante. A omissão deliberada também é um atentado contra a ética. Outro aspecto a se observar é a prática de negociar com o ganhador de uma concorrência. Negociar com segundos ou terceiros colocados é atitude
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que depõe contra a imagem do comprador e da empresa, gerando sempre desconfiança por parte dos fornecedores, pela falta de respeito com suas propostas. Considera-se que as negociações de itens de consumo frequente devem ser feitas com a intenção de manter contratos de fornecimento por períodos o mais longos possíveis, procurando formar parcerias, mantendo sempre o cuidado de auditar periodicamente se as condições de fornecimento se mantém competitivas. Tais negociações devem ser conduzidas dentro dos princípios “ganha-ganha ”, assegurando o equilíbrio financeiro dos contratos para ambas as partes. Afinal, ninguém quer acabar com um bom fornecedor. Negociações envolvendo itens de consumo esporádico não necessitam ser realizadas dentro do princípio da busca por parceria. Tais contratações devem ser realizadas buscando-se o preço mais favorável para o comprador, dentro das especificações. Neste tipo de aquisição o conceito “ganha-ganha” não se aplica ao processo de negociação. A reciprocidade nos negócios que limitar a competitividade e a própria atuação do profissional de compras deve ser evitada. Em sendo a reciprocidade o resultado de orientação superior, esta condição deverá ser documentada no processo de compra. Os profissionais de compras estão em permanente contato com fornecedores, por meio de visitas ou de reuniões de apresentações técnicas, como forma de se manterem atualizados com o mercado ou no desempenho de suas atribuições normais. Estes contatos deverão ser realizados sempre com a participação mínima de dois funcionários da organização da qual são funcionários.
4.2 Sustentabilidade Não se pode mais deixar de considerar como um problema ético a preocupação com os aspectos que envolvem nossas atitudes em relação ao meio ambiente. A meta é produzir com mais valor e menos impacto ambiental! Mas o que é sustentabilidade? A questão da sustentabilidade é um conceito recente para os gestores brasileiros. As escolhas feitas na década de 19 50 implicaram em ações desenvolvementistas. Até 1980 desenvolvimento era sinônimo de poluição. Sendo a poluição o preço a ser pago para atingirmos o desenvolvimento. Desenvolvimento significava riqueza. Precisávamos ser
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um país rico. Em 1972, em Estocolmo, ocorreu a primeira grande conferência para discutir sobre os rumos que os governos estavam imprimindo ao planeta. Em 1992 na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a chamada Rio 92, houve forte mobilização para se incluir nas agendas dos paises ações concretas quanto ao meio ambiente. Existem diversas leis brasileiras recentemente publicadas sobre o tema e que ainda não são de amplo conhecimento. Esta é uma nova preocupação para os profissionais de compras, que devem estar atentos para que seus fornecedores tenham processos produtivos que: •
Reduzam a intensidade no uso de materiais;
•
Reduzam a intensidade no uso de energias;
•
Reduzam a dispersão de substâncias tóxicas;
•
Aumentem a reciclabilidade e reusabilidade dos componentes e mesmo dos produtos finais;
•
Otimizem o uso de materiais não renováveis;
•
Prolonguem o ciclo de vida dos produtos;
•
Aumentem a intensidade de serviços prestados pelo produto.
4.3 Responsabilidade social Na atividade de compras, profissionais da área têm grande influência em fazer com que seus fornecedores adotem posturas de responsabilidade social importantes. Ao elaborar contratos de fornecimento com seus fornecedores, devemos deixar claro que não são tolerados: •
•
Que os fornecedores contratem funcionários abaixo dos limites de idade ou sujeitos a trabalhos inadequados a sua idade, como estabelecidos pela legislação do país; Que os fornecedores mantenham seus funcionários em situações de baixo nível de segurança, higiene ou em condições de restrição de liberdade;
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Que os fornecedores pratiquem discriminação na contratação de seu pessoal, como de sexo, raça, religião, opção sexual, idade, convicção filosófica, estado civil, deficiências físicas etc.
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Os critérios de compras devem ser compatibilizados e de conhecimentos de todos os funcionários. O problema ético de compras não se restringe aos compradores, mas também aos funcionários das áreas técnicas, que normalmente especificam um bem ou serviço a ser comprado. É normal encontrarmos especificações tão detalhadas, e muitas vezes mandatórias, que praticamente restringem o fornecedor a uma única empresa. Em licitações isto é chamado de licitação dirigida ou viciada. E o comprador, nesse caso, o que pode fazer? Cabe à gerência e à alta direção da organização ficarem atentas a todos esses aspectos, questio nando sempre a validade das especificações e a sua justificativa e em se comprovando tal prática suspender a licitação e emitir novo edital. Os temas sustentabilidade e responsabilidade social são novos para os atuais gestores, formados ainda dentro do paradigma desenvolvimentista que não conhecem amplamente suas implicações. Ainda demorará algum tempo até que os novos gestores, conhecedores destas questões, possam imprimir um modelo de gestão mais adequado.
Resumo Nesta terceira aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo da ética em compras e sustentabilidade e da responsabilidade social associadas às compras.
Atividades de aprendizagem •
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Pesquise em livros ou em sites confiáveis duas definições sobre o significado da palavra meio ambiente.
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Aula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais Nesta aula você encontrará esclarecimentos sobre as influências que existem sobre os gestores para a obtenção de materiais; encontrará os fatores presentes na composição de preços dos produtos e também de que alternativas os fornecedores dispõe para reduzir os seus preços. Objetivos da aula: fornecer informações para os gestores poderem negociar com seus fornecedores melhores preços.
5.1 As influências sobre os gestores de Materiais Nem sempre é fácil gerir o setor responsável pelos materiais, pois cada vez mais os beneficiários dos serviços públicos se tornam exigentes, querem produtos e serviços superiores, tempos reduzidos de entregas e inovações. Os produtos mudam por que existe uma pressão para que o ciclo de vida seja encurtado constantemente e contínuamente. Esta pressão é causa das substituições frequentes de equipamentos a título de subjetivismos (carroça) de desempenho superiores aos necessários (avião) e modismos. Isto significa que se os custos na administração pública estão e m patamares contínuos de crescimento, a sua margem para outras despesas tenderá a diminuir, causando a asfixias dos serviços públicos. Para fugir desta situação é preciso diminuir os custos de compras dos bens continuamente.
Custo fixo mata! Você deve saber que na composição de custos em bens manufaturados as matérias-primas podem variar entre 20% e 80% do custo final do produto. Fica evidente que quaisquer ganhos nos processos de compras públicas podem trazer resultados expressivos para a organização. Autores defendem que o peso dos insumos de produção em média corresponde a 50% do custo dos produtos manufaturados. Ou seja, os outros 50% correspondem aos encargos e custos da mão de obra a grosso modo.
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5.2 O que são insumos de produção? São considerados insumos de produção, materiais a serem consumidos no ato de transformação de um produto. Podem ser dividios em materiais auxiliares e matéria-prima. Materiais auxiliares são aqueles que apenas permitem que o processo aconteça tais como material de limpeza ou de lubrificação e os materiais diretamente aplicados, ou seja, aqueles que vão com o produto, por exemplo, uma mesa. Materiais auxiliares estão conectados as atividades meio das organizações. Matéria-prima é aquela consumida no processo de transfo rmação e é percebida no produto final. Está ligada a atividade final da organização.
O peso dos insumos produtivos pode ter um impacto muito significativo no custo final dos produtos, o que deve ser repassado aos seus clientes compradores, no caso os orgãos públicos.
5.3 Fatores impactantes nas reduções de preço na compra de produtos Estudar sobre as diferentes formas de precificar produtos e serviços que as organizações fornecedoras utilizam. Uma boa referência está no livro “Vantagem Competitiva” escrito por Michael Porter, editora Campus, 2004.
O comprador de um produto na verdade compra o preço e não o custo do produto. Isto está bem claro nos processos licitatórios. Porém o que está por trás da redução de preços? Para formar o preço de um produto os fornecedores utilizam vários modelos. Não vamos discutir as formas de precificação de produtos e serviços. Se considerarmos que no preço estão inseridas quatro partes principais já mencionadas, o custo das matérias primas, custos da mão de obra, os impostos e o lucro e que destas quatro partes, duas são possíveis de se trabalhar, o lucro e os custos das matérias primas, pois não é possível alterar os impostos e nem reduzir o salário dos trabalhadores. O fornecedor tem então duas alternativas para concorrer e ter chances de fornecer. Uma é abrir mão do lucro esperado e a outra é trabalhar nos componentes dos custos da matéria-prima. A alternativa de reduzir o lucro do fornecedor é limitada. As empresas fornecedoras precisam realizar o lucro para poderem sobreviver.
Uma organização que não produz lucros não tem como re-investir na produção de novos produtos
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O lucro é uma espécie de garantia de um futuro para as organizações. Como todo empreendedor tem uma relação pessoal com seu empreendimento ele aceitará negociar a redução do lucro até certo limite. A partir deste limite ele abandonará a negociação. Isto é ruim para a barganha. Resta então ao fornecedor trabalhar para reduzir os custos das matérias primas. Esta não é uma tarefa para amadores. Alterar processos produtivos para poder usar novas matérias primas para produzir produtos e serviços a custos menores exige muito conhecimento técnico. Quando um edital de compras não é suficientemente claro, maus gestores poderão usar esta oportunidade para aumentar o seu lucro ao invés de produzir de forma mais econômica. Bons gestores poderão alterar a composição de seus produtos e serviços, mantendo a qualidade exigida e praticando preços menores. Este é o caminho a ser trilhado. Vamos compreender como isto funciona? Considere que na compra de um bem para a Administração Pública a composição de preço do produto, na figura 5.2 a margem de lucro é de 10% e que as matérias-primas tem impacto de 60% do valor total. Vamos considerar que, você atue como comprador público, e precisa de uma redução de preços totais do produto objeto da compra da ordem de 5% (figura 5.1). O seu fornecedor pode diminuir o preço concedendo 5% de desconto, mas para isto ele precisa de redução dos custos da matéria-prima por ele empregada.
Figura 5.1: Redução de preços Fonte: Elaborado pelo autor
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Portanto é necessário que a matéria prima seja alterada ou substituida e que o peso da mesma no preço seja reduzido dos atuais 60% para 55%. Isto significa que o fornecedor precisa alterar o seu produto para obter uma redução 5/60 = 8,33%, desta forma ficam mantidas as demais condições. Perceba que quanto maior a composição da matéria prima na formação dos custos, mais fácil é a redução, sem implicar em outras questões.
Figura 5.2: Composição de preço de um produto Fonte: Elaborado pelo autor
Vamos analisar a mesma questão, mas agora considerando que não é possível alterar o custo da matéria prima. Neste caso resta ao fornecedor optar por demitir trabalhadores. Se o objetivo é obter os mesmos 5% de redução no preço, considerando que os impostos e o lucro são de 10% e a mão de obra corresponde a 20%, para se obter os 5% o peso da mão de obra na composição final do preço deveria passar de 20% para 15%. Isto significa uma redução de ¼ ou 25%. Um fornecedor terá muita dificuldade em fazer um corte desta magnitude. No caso de negociações se o fornecedor se utilizar, como forma de pressão, ameaças de demissão de trabalhadores você saberá que não é tão fácil assim de se fazer e poderá contestar o blefe! Para produtos com alta contribuição de custos da matéria prima na formação do preço, as reduções de pessoal precisam ser muito significaticas para poder provocar algum efeito perceptível, isto pode ser observado em produtos que agregam alta tecnologia e empregam pouca mão de obra.
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É muito mais fácil obter reduções de custo na obtenção da matéria prima do que mexer com o custo da mão de obra.
A obtenção de reduções de custo nos preços dos insumos significa t ransferir ao seu fornecedor o ônus da produtividade. Não se deve estabelecer com o fornecedor uma relação de desconfiança; a moderna gestão de materiais defende uma relação entre governo e fornecedor que não se baseie no pressuposto de que alguém tem de perder para que alguém ganhe. É preciso criar e construir uma nova relação entre governo e fornecedores.
Resumo Nesta aula você encontrou esclarecimentos sobre as influências que existem na composição de preços e também de que alternativas os fornecedores dispõe para reduzir os seus preços.
Atividades de aprendizagem •
Pesquise o significado de Mark up e qual é a função deste conceito. Cite um exemplo de Mark up.
Aula 5 – Influências na composição dos preços dos materiais
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Aula 6 – Gestão de compras Nesta aula você encontrará aspectos ligados a Gestão de Materiais e algumas preocupações dos gestores e funcionários desta área. Objetivos da aula: estudar e compreender a estrutura organizacional da área de gestão de materiais (compras), o papel dos fornecedores como fonte de informações e dos modismos administrativos aplicados na gestão de materiais.
6.1 A estrutura organizacional A estrutura das organizações pode ser interpretada como uma extensão física do pensamento do gestor que se manifesta fisicamente por uma relação de poderes e atribuições. Pessoas são colocadas para trabalhar juntas por diversos motivos. A representação física das relações de poder e de dependência entre estas pessoas é chamada de organograma. Nas organizações públicas encontramos formas diferentes de nomear os departamentos responsáveis pelas atividades de compras e de gestão de materiais, tais como departamento de compras, engenharia de compras, central de compras, gestão de materiais, departamento de logística e por aí afora. Estas diferentes formas de nomear representam a diversidade do pensamento administrativo (teorias da administração).
Figura 6.1: Trabalho Fonte: www.shutterstock.com
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Vamos simplificar a questão e chamar simplesmente de gestão de compras. A gestão de compras pode ser descrita, de forma simples, como sendo a interface entre a unidade pública e seus fornecedores, para obter informações, produtos e serviços. Esta definição coloca a função compras como atividade meio e não como atividade fim. Isto pode desagradar profissionais da área que gostariam de ver o seu departamento como o mais importante da organização pública.
A organização pública deve ser vista como um sistema, onde não existe nenhum departamento mais importante do que o outro. Uma primeira atividade da gestão de compras é de estabelecer os contatos com os fornecedores.
6.2 Fornecedores como fonte de informações
Figura 6.2: Conectados Fonte: www.shutterstock.com
Pró-ativo
adj. Que pensa e age antecipadamente. Que, por antecipação, adota medidas para evitar ou resolver futuros problemas.
O profissional da gestão de compras tem suas atividades facilitadas pelos próprios fornecedores, pois em muitos casos são eles que normalmente procuram as organizações públicas e oferecem produtos, serviços e informação. Esta forma reativa de trabalhar pode levar os profissionais da gestão de compras a um acomodamento. Você deve investigar novos fornecedores potenciais, na busca constante por fornecedores de tecnologias emergentes. Você deve manter-se pró-ativo para não cair nas armadilhas da passividade. A gestão de compras deve fornecer suporte técnico às operações governamentais, pois vivemos na era da informação e os próprios fornecedores são fontes valiosas de conhecimento. As operações precisam ser continuamente realimentadas por informações sobre os insumos, recursos transformadores, também chamados de matérias-primas e recursos auxiliares, também chamados de materiais auxiliares.
6.2.1 O que são materiais auxiliares? São aqueles empregados nos processos, mas que efetivamente não são entregues ao beneficiário. Um médico pode medir a temperatura do paciente, mas não precisa entregar o termômetro ao mesmo. A gestão de compras deve abrir canais de comunicação, por meio de solicitações de demonstrações, visitas a feiras nacionais e internacionais e atuar no desenvolvimento dos fornecedores.
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O gestor deve ter sempre em mente que o ciclo de vida dos produtos interfere na decisão de compras.
Figura 6.3: Feira Internacional Fonte: www.shutterstock.com
6.3 Modismos na gestão de materiais Existe certo “modismo” atualmente em se terceirizar, de remeter tudo quanto possível à organização para ser feito fora, por outras pessoas, sem refletir muito sobre a questão. A linha de defesa desta forma imediatista de pensamento adiminstrativo é a de que é preciso concentrar o esforço no foco principal da organização. É bom frisar que este tipo de raciocínio levou as organizações a terceirizar processos e que depois tiveram de voltar atrás. Outra crítica feita neste caso é a falsa ideia de se utilizar a terceirização como alternativa para fugir da lei de responsabilidade fiscal.
Em primeiro lugar se deve analisar a possibilidade de se fazer a atividade internamente e só depois de se comprar externamente. existe nenhum departamento mais importante do que o outro. A decisão de se fazer externamente deve ser considerada, quando não haja capacidade marginal disponível. Os fatores, custo, qualidade, rapidez, confiabilidade e flexibilidade servem de parâmetro para apoiar a escolha da decisão.
A decisão de fazer ou comprar deve ser estrategicamente ponderada!
Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Patrimônio Público e algumas de suas implicações.
Aula 6 – Gestão de compras
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Atividades de aprendizagem •
Pesquise quais são os limites impostos pela lei de responsabilidade fiscal, no que se refere a gastos para pagamento de funcionalismo. Se você fosse o gestor responsável como resolveria uma situação hipotética na qual você estaria acima do limite permitido.
Anotações
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Aula 7 – A evolução da gestão de materiais Nesta aula você aprenderá sobre a evolução do pensamento administrativo, aplicado a gestão de materiais, compreenderá o que vem a ser burocracia e seus desvios. Como a gestão pela qualidade e o pensamento estratégico afetam a gestão pública e por que os custos são importantes. Objetivos da aula: Compreender a relação sistêmica e holística da administração de materiais nas organizações públicas.
7.1 Evolução do pensamento administrativo Quando Henry Ford iniciou a “Ford Company”, tinha como objetivo ganhar em todas as etapas do processo de fabricação. Pensava em fazer tudo para sua atividade fim, queria ser autossuficiente e independente. Afinal para qu e trabalhar com fornecedores e gerar lucro para os outros se ele poderia fazer por si? Seria ótimo ficar com esta parcela dos lucros. Enquanto organizações como a Ford pensavam na sua autossuficiência como alternativa, organizações como a General Motors - GM pensavam de forma diferente, na medida em que compravam outras organizações fabricantes de veículos, mantinham a independência destes, e isto contribuia para uma pluralidade de ações, na competição entre elas no tocante a usar componentes comuns. No caso da Ford a gestão de compras não se desenvolveria tanto quanto na GM. Nesta época, e até os dias de hoje, o pensamento dominante é de que a relação entre comprador e fornecedor pendia para a relação ganha-perde, ou seja, enquanto alguém ganha o outro perde, seja o estado seja o fornecedor. Após a reconstrução dos países arrasados pela segunda guerra mundial, a relação entre oferta e demanda se alterou drasticamente. Na medida em que as organizações públicas assumiam características de um estado centralizador, percebiam que seus resultados deixavam de ser suficientes para se concentrar no processos internos, na busca de eficiência e eficácia.
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O fordismo é um sistema de produção, criado pelo empresário norte-americano Henry Ford. Sua principal característica é a fabricação em massa. Ford inventou este sistema em 1914, para sua indústria de automóveis projetando um sistema baseado numa linha de montagem. Fonte: Ataptado de http://www. infoescola.com/economia/ fordismo/
Um filme interessante que aborda o taylorismo e o fordismo é “Tempos Modernos” (1936), produzido e estrelado por Charles Chaplin. O filme faz uma crítica ao sistema de produção em série, além de mostrar a combalida economia norte-americana após a crise econômica de 1929.
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7.2 O modelo burocrático proposto por Max Weber O sociológo Max Waber propôs que a burocracia seria a melhor forma de administrar países e governos, por conseguinte organizações. As ideias de Weber tiveram ampla aceitação e passaram a dominar nas f unções públicas.
Burocracia não é algo bom nem mau.
Algumas tentativas de desburocratizar o serviço público, foram feitas durante o regime militar, para aprofundar seu conhecimento visite o site: http://www. desburocratizar.org.br
Lá você poderá entrar em contato com as ações tomadas pelo então ministro da desburocratização Hélio Beltrão, as quais ainda são válidas. O que você percebe entre a situação atual e a situação de então?
É necessário advogar em favor da burocracia e desmistificar o senso comum. O senso comum produz a falsa ideia de que a burocracia é algo ruim. Na verdade os desvios do pensamento proposto por Max Weber, a chamada disfunção da burocracia é que é criticável. A burocracia pela burocracia, o controle pelo controle, a limitação da ação do funcionário público, os desvios de conduta no qual o funcionário cria dificuldades para depois “vender” favores não são compatíveis com a definição proposta por Weber de burocracia. Este processo continuou evoluindo até que na década de 1980, na Inglater ra e nos Estados Unidos, e depois no Brasil a gestão neoliberalizante impulsionou a sociedade a cobrar dos órgãos públicos melhorias significativas, e entre elas a simplificação dos processos de compras públicas. A lógica por trás dos chamados sistemas de gestão, baseados na qualidade é colocar o beneficiário como centro das ações. Uma das maiores dificuldades para os processos púb licos é a inconstância do abastecimento de insumos, o que obriga as organizações públicas a investir em estoques de segurança. Esta inconstância na verdade é um problema que está atrelado ao fato dos órgãos públicos “importam problemas” de seus fornecedores.
O processo produtivo, na medida em que percebia os estoques como “problemas” buscou alternativas em compras.
7.3 A gestão pela qualidade A revolução da qualidade no Brasil começou com o governo de Fernando Collor de Melo. Foi criada a Fundação Prêmio Nacional da Qualidade. A partir dai a administração brasileira mudou significativamente. Os princípios qualitativos passaram a ser incorporados na elaboração de produtos e serviços. O comportamento do beneficiário (cliente) mudou radicalmente.
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7.4 A gestão estratégica O uso de ferramentas estratégicas pela administração permite que as organizações tenham melhores resultados operacionais nas políticas públicas de curto a longo prazo. O uso da estratégia na administração foi mais uma das formas de se buscar vantagem em um mercado altamente competitivo. Na administração, com viés em planejamento estratégico, afirma-se que se deve transformar as ameaças (externas) em oportunidades (externas), ou seja, a ameaça representada pelo fornecedor (inconstância) na oportunidade (parceria) com o fornecedor. Isto exige uma mudança radical na maneira de se ver a relação entre a instituição pública e fornecedor.
Viés
Fig. De maneira indireta. Tendências, propensão.
Se analisarmos o que um fornecedor objetiva, veremos que pode ser o crescimento de seu faturamento, outro objetivo pode ser a diminuição do custo de vendas, que pode ser obtido pela diminuição do tamanho da carteira de clientes. Da mesma forma que o fornecedor tem seus objetivos estratégicos o governo também os tem: rapidez, confiabilidade, flexibilidade, qualidade e custos.
7.5 Custos Se os custos são um problema para as organizações públicas, a redução do tamanho dos estoques e a melhoria no processo de compras, sem prejudicar a operação, é um objetivo a ser conquistado. Uma das formas de se diminuir o tamanho dos estoques é eliminar a incerteza do reabastecimento, ou seja, aumentando a confiabilidade da entrega do fornecedor. Outra forma é aumentando a rapidez da entrega, mas isto também pode significar aumento de custos. Se o fornecedor pode ser mais flexível na entrega esta também é um ponto que permite ganhos ao estado. A qualidade do produto entregue também reduz os estoques, pois se pode trabalhar com qualidade assegurada e desta forma os estoques podem ser menores e consequentemente os custos. Os custos devem ser observados não de forma pontual e isolada como preço por unidade comprada, mas se deve enchergar o valor t otal, que envolve todas as perdas decorrentes da falta de flexibilidade, da falta de confiabilidade, da falta de qualidade, da baixa rapidez e os custos sociais como a poluição e o excesso de consumo de energia.
É preciso enchergar os custos de forma global e não pontual.
Aula 7 – A evolução da gestão de materiais
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Desta forma, as organizações sejam elas públicas ou particulares (fornecedores) podem negociar sobre uma base mais clara e objetiva. Um fornecedor pode ter a sua carteira de pedidos para uma organização pública aumentada enquanto o governo pode obter produtos com maior confiabilidade na entrega. Assim se estabelece uma relação de parceria ganha-ganha . A gestão de compras pode e deve desenvolver os fornecedores utilizando as boas práticas de sua organização como, por exemplo, um sistema da qualidade e um sistema de informações eletrônicas. Muitos fornecedores trabalham com pouca tecnologia ou ainda com controles manuais e arcaicos. Essa prática inviabiliza a eficácia no controle de custos e consequentemente aumenta os ricos de perdas.
Figura 7.1: Computador bolsa de valores, Nasdaq Fonte: http://olhardigital.uol.com.br
Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Patrimônio Público e algumas de suas implicações.
Atividade de aprendizagem •
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Pesquise o que diz a Lei 8.66 6 de 21 de junho de 1993 a cesse o link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666compilado.htm e verifique as modalidades de julgamento constantes no artigo 45º.
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Aula 8 – Estoques na área pública Nesta aula você aprenderá que os estoques podem ser classificados em tipos, entenderá o valor que os estoques têm para os beneficiários e por fim estudará o modelo simplificado de funcionamento de estoques. Objetivos da aula: aprender sobre os tipos de estoques, a criação de valor para os beneficiários e estudar sobre o funcionamento dos estoques.
8.1 Os diferentes tipos de armazéns e de estoques É comum acontecer de se chamar estoques de armazéns, mas isto não é correto. Será que todos os armazéns são iguais? Será que todos os estoques são iguais? A pergunta será respondida em partes. Vamos começar dizendo que não. Os armazéns refletem a condição que os produtos em estoque exigem da armazenagem. Outra questão está associada à finalidade dos estoques, portanto os estoques também são diferentes. Então, o que diferencia os tipos de estoques é a sua finalidade? Isto mesmo! Resumidamente temos quatro tipos de estoques. Estoques de proteção , estoques intermediários, estoques de ciclo, estoques de produtos acabados e uma variação deste chamado de estoques de canal.
8.1.1 O que é estoque de proteção? É aquele que protege, no caso, a organização pública, contra a falta de insumos necessários para o funcionamento dos processos. Este tipo de estoque impede que a organização pare de transformar. Ele é formado pelos materiais produtivos e improdutivos necessários. Normalmente são encontrados nas entradas dos processos das organizações (estoques de entrada). Os estoques de proteção servem para diminuir o risco e a incerteza do abastecimento, que ocorre nas organizações e podem ser significativamente onerosos. Normalmente são planejados para atender certos períodos de faltas.
Toda organização tem estoques por menores que eles sejam!
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8.1.2 O que são estoques intermediários? Absenteísmo
ou absentismo/absenteísmo é usado para designar as ausências dos trabalhadores no processo de trabalho, seja por falta ou atraso.
São aqueles que ocorrem no meio do processo e são decorrentes dos descompassos que ocorrem entre as diversas etapas dos processos como: falhas em equipamentos, ritmos diferentes de trabalho entre etapas nos processos, não conformidades de qualidade nos materiais, absenteísmo e outras causas. Normalmente este tipo de estoque não é planejado.
8.1.3 O que são estoques de ciclo? São aqueles que ocorrem quando utilizamos as mesmas máquinas e equipamentos para diversos processos. Pense num laboratório estadual que produz medicamentos; onde encontramos vários tipos de máquinas e equipamentos de uso comum para todos os produtos ali industrializados, uma máquina para embalar pode processar todos os tipos de medicamentos. É preciso produzir quantidades suficientes de medicamentos para atender aos beneficiários enquanto um novo ciclo de bateladas é feita. Se mais de um tipo de remédio é produzido, a batelada terá de ser suficientemente grande para suportar a demanda por todo o período até que se possa repetir a nova batelada do primeiro tipo de remédio feito, fechando um ciclo. Normalmente este tipo de estoque é planejado para que o tempo, no qual os produtos produzidos ficam disponíveis seja maior que o tempo necessário para o consumo. Veja na figura 8.1 a representação de estoques de ciclo:
Figura 8.1: Representação de estoques de ciclo Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)..
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Aula 8 – Estoques na área pública
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Vamos analisar três possíveis situações:
a) quando entra mais água na caixa do que sai b) quando entra menos água na caixa do que saí; c) quando a quantidade de água que entra na caixa é igual a que sai. Se Te é maior do que Ts é facil perceber que o nível do estoque cresce. Representado o esquema teríamos
Te > Ts então E aumenta A segunda possibilidade analisa o que ocorre quando Te é menor do que Ts, então o estoque diminui. Representado o esquema teríamos:
Te < Ts então E diminui Na terceira situação temos uma condição de equilíbrio, onde a entrada de água corresponde a saída de água e, portanto, o estoque não cresce. Representando teríamos:
Te = Ts então E permanece no mesmo nível Apesar de não manifestarmos neste momento opiniões sobre as duas primeiras situações a terceira situação parece ser a propositalmente desejada, pois aponta para uma condição de estabilidade. É mais fácil gerenciar algo estável do que instável, portanto é preferível administrar uma organização em uma situação de estabilidade do que em uma situação de instabilidade. Processos sob controle e estáveis permitem ações planejadas de melhoria contínua. A busca pela estabilidade se apresenta como um dos maiores desafios para o gestor de materiais. Atuando desta forma a gestão de materiais proporciona condições de estabilidade para a Administração, que por sua vez procura conciliar as diferenças entre a demanda e a oferta. Um mau sistema de gestão de materiais se reflete pelo aumento da dificuldade ao gestor, podendo até gerar prejuízos consideráveis aos beneficiários da organização pública.
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8.3 Estoques como valor para o beneficiário Outro grande desafio da gestão de materiais é conciliar os tempos de reabastecimento, com os volumes necessários, com a qualidade especificada no pedido de compras e com custos competitivos. Esta complexidade de fatores aumenta o desafio de se trabalhar com os processos de gestão, exigindo profissionais altamente qualificados e com uma visão sistêmica e holística da organização pública. As modernas administrações dirigem seus esforços para acrescentar valor aos produtos e serviços por ela produzidos. Acrescentar valor se dá por meio de operações que melhoram os produtos e serviços, adicionando características que os beneficiários creditam como valor.
O valor de um produto ou serviço é “percebido” pelo beneficiário O valor associado ao produto ou serviço é entregue por meio de políticas públicas como valor final ao beneficiário. A diferença entre o custo de aquisição de um produto ou serviço, a disponibilização e entrega deste produto/serviço corresponde a margem de valor que o produto/serviço produz.
Resumo Nesta aula, você iniciou o estudo sobre tipos de Estoques e algumas de suas implicações. Aprendeu como o valor dos estoques é percebido pelos beneficiários.
Atividade de aprendizagem •
Qual dos quatro tipos de estoque apresentados corresponde ao exemplo da caixa de água? Discuta com seus colegas.
Aula 8 – Estoques na área pública
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Aula 9 – Estoques Nesta aula você aprenderá que os estoques podem ser classificados de formas diferentes e compreenderá a relacionação da quantidade a ser estocada, com o tempo que os bens ficarão estocados e a necessária forma de controle sobre os itens estocados. Objetivos da aula: expandir a interpretação do que é estoque, relacionando os fatores tempo com quantidade e com sistemas de controle.
9.1 O que são estoques? Na aula anterior explicamos os tipos de estoques. Agora vamos aprofundar a questão. Uma forma bastante simples de responder a esta questão é por meio do conceito de acumulação. Portanto, estoque é a acumulação de algo. O que será este “algo”? Dentro da administração este “algo” pode ser chamado de objeto transformado ou ainda de recurso a ser transformado, assim podemos ter estoques de: •
Materiais;
•
Informações;
•
Beneficiários (consumidores).
A ideia mais simples ao pensar em estoques é a de bens tangíveis, objetos comprados e guardados para uso posterior. Outra forma mais recente de se pensar sobre estoques é extender seu conceito e aplicação para informações. Veja o caso da companhia de energia e eletricidade de seu estado, em todos os domicílios consumidores de energia elétrica dos estados estão armazenados e cadastrados nos bancos de dados da Companhia. Outro exemplo é o seu RG, o seu CPF que são informações e são estocados. Este conjunto de informações armazenadas pode ser processadas para diversos fins.
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Figura 9.1: Rede Elétrica Fonte: http:// www.bohnen.com.br
Um ponto bastante polêmico é pensar em estoques de pessoas (os beneficiários), porém se pensarmos que uma fila é um estoque não fica mais difícil pensar em pessoas como estoques. Este ponto é polêmico, pois envolve uma questão ética. Tratar pessoas como objetos é uma grave falha do gestor público. Ao tratar pessoas é preciso uma atenção especial, o gestor necessita outras competências adicionais. Se a Secretaria de Saúde planeja atender pessoas em um posto médico, provavelmente haverá uma fila, na Secretaria de Educação se deve pensar nas filas para matrículas dos alunos, portanto outro estoque. O Tribunal Eleitoral organizará atendimento à população e gerenciará filas. Filas são estoques em movimento. Veja que foi apresentada a você a ideia dos estoques em movimento. Vamos nos concentrar um pouco mais na questão dos estoques físicos referentes a materiais tangíveis.
O gestor deve cuidar ao gestionar pessoas como estoques. Os estoques também podem ser compreendidos sob outra forma de análise, uma relacionada a materiais necessários para a atividade fim do órgão público e outra relativa a materiais não relacionados a atividade fim (atividade meio). Mas o que é atividade fim e atividade meio? Para simplificar vamos pensar em um item comum achado em vários órgaõs públicos, a tinta para impressoras. Se um órgão público tem por finalidade prestar serviços de impressão de documentos e imprime todos os contra-cheques do funcionalis-
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Aula 9 – Estoques
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Sazonal
adj. Relativo à estação do ano, à sazão.
A tecnologia hoje oferece diversos modelos de sistemas de controle. Existem técnicas de previsão que permitem ao gestor determinar os períodos nos quais deverão ser feitas as compras. As técnicas de previsão devem considerar as variações cíclicas e sazonais e os períodos de validade.
9.3 Formas de controle de itens em estoque Os produtos estocados podem ter características que afetem a forma como são controlados. Se um produto se apresenta estável em suas características físicas, ou seja, não é afetado (inerte) com o passar do tempo o gestor pode controlar de uma forma mais simples. Os últimos itens podem ser misturados com os já existentes sem que isto represente problemas. Outros itens podem sofrer ação do tempo, neste caso devem ser respeitados os prazos máximos de armazenagem que ainda garantem o uso do produto em condições (validade). Os primeiro materiais podem ser controlados pelo sistema Último que Entra é o Primeiro que Sai – UEPS, e o segundo tipo pode ser controlado pelo sistema Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai – PEPS. Uma variação do sistema PEPS é chamada de Primeiro que Expira (validade) é o Primeiro que Sai. Outra forma de controle dos itens em estoque é chamada de curva ABC. A curva ABC é uma classificação econômica dos itens em estoque. Como os valores e as quantidades variam significativamente quando é calculado um fator.
Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Patrimônio Público e algumas de suas implicações. Além disto, você teve contato com o elemento de ligação desta unidade com a próxima, que vai aprofundar o tema sobre materiais. Lembre-se que os temas são relacionados, quem cuida de patrimônio acaba se envolvendo com a administração de materiais. E também aprendeu mais sobre estoques e como os fatores tempo e frequência interferem nas escolhas relacionadas à quantidade a ser estocada, com o tempo que os bens ficarão estocados e a necessária forma de controle sobre os itens estocados.
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Patrimônio Público, Materiais e Logística
Atividade de aprendizagem •
E o atendimento ao cidadão? Como fica? Assista a matéria do “Jornal Nacional” da rede Globo disponível no link: http://jornalnacional. globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL644934-10406,00-HOSPITAL+PU BLICO+SOBRE+DENUNCIAS+EM+TERESINA.html Qual sua opinião sobre tratar gente como estoque?
Aula 9 – Estoques
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Aula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques Nesta aula você aprenderá sobre os diferentes tipos de custos associados aos estoques e a dinâmica associada a eles. Objetivos da aula: Estudar sobre a formação de custos associados a estoques e compreender a dinâmica associada às decisões do gestor sobre os volumes a serem comprados, relacionando custos e volumes.
10.1 Custos associados aos estoques Manter estoques custa dinheiro sem dúvida. Para uma melhor compreensão deste assunto é preciso começar a separar estes custos. Vamos começar pelo custo de obtenção, ou seja, o custo de comprar. A apropriação de custos em uma estrutura pública pode ser compreendida da mesma forma que ocorre em uma organização não pública. A nova lei da contabilidade unificou este conceito. Esta é uma boa prática que permite clarificar e dar transparência as ações dos gestores públicos. Normalmente as organizações não públicas buscam continuamente a redução de seus custos para que se mantenham competitivas frente a concorrência.
Gestão de custos é muito importante! Porém nas organizações públicas, esta busca frenética por redução de custos, não ocorrre com a mesma intensidade. Não existe concorrência entre organizações públicas, uma não precisa ser melhor do que a outra. Este tipo de visão é antiquada e ultrapassada. Por que então ser melhor? Uma resposta simples. Pelo povo! Embora esta não seja ainda uma preocupação em escala diferente das organizações não públicas, ela existe e a falta dela pode ser punida pelos orgãos competentes como crime de prevaricação. Nas organizações não públicas o cuidado com o gasto do dinheiro é feito com maior cautela por que afeta diretamente o dono da organização. Na organização o controle é feito de forma coercitiva por meio de leis. A estrutura de custos públicos carece de acompanhamento que considere o fator competitividade, isto implica em certa acomodação da máquina pública. O efeito equivalente que o mercado produz sobre empresas não públicas (concorrência) o governo deve produzir por meio de leis.
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Coerção
Ato de constranger alguém a fazer alguma coisa.
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Vamos voltar a questão dos custos. Comprar também custa, tente estabelecer o quanto pode custar montar um processo licitatório, este é um bom exercício de gestão. Na aula anterior vimos que podem ser necessárias compras seguidas. O gestor público pode ter a falsa sensação que comprar não custa, por já estar nos custos da instituição. Isto é um erro. Outro custo a ser contabilizado é decorrente da perda dos descontos de preços. Se eu comprar em quantidade, posso negociar um desconto, posso barganhar.
Barganhar não é errado. O custo da falta de estoques também é significativo, principalmente, sob o cunho do descumprimento de políticas de governo. Outro custo importante é o custo do capital de giro, lembre que o dinheiro parado também custa, se eu não tenho o dinheiro posso ter que pedir emprestado. Agora vamos pensar no custo de armazenagem, o custo da estrutura física, prédios, equipamentos, pessoas, tecnologia, informação, materiais de consumo e alimentação.
Figura 10.1: Armazém Fonte: www.shutterstock.com
Aos estoques podem ser incorporados ainda custos de o bsolecência e custos de ineficiência operacional. Como vocês puderam ver, são vários os custos relacionados aos estoques. Antes de aprofundarmos a questão vamos analisar o comportamento dos estoques. Volte e reveja o modelo da caixa d’água.
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Aula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques
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este consumo. Esta reta representa a taxa de consumo (quantidade de algum item consumida por unidade de tempo). É possível relacionar o par de informações (quantidade e tempo) e como ponto de destaque temos um instante quando o estoque é zerado (0). Outro ponto que merece ser conhecido é a metade do valor de Q (Q/2 é chamado de estoque médio). Este ponto tem importância para o cálculo a ser apresentado adiante, por hora não se esqueça dele. Se após atingir o ponto de mínimo que corresponde ao zero (0) houver um reabastecimento instantâneo de estoque na quantidade Q e se mantendo o mesmo consumo se estabelece um ciclo representado pela curva “dente de serra” mostrada no gráfico. Se o nível de estoque Q é diminuído pela demanda D de forma contínua haverá um instante em que novamente atigiremos o ponto nulo, a diferença entre estes dois instantes permite calcularmos o intervalo de tempo correspondente a cobertura do estoque, a isto chamaremos de tempo consumo. Observe a figura 10.3 a seguir, ela representa a mesma situação, porém a dinâmica é diferente. Repare que são novos limites, que a demanda é igual, mas que a quantidade comprada é outra, portanto o intervalo de tempo de cobertura se alterou.
Figura 10.3: Dinâmica de Estoques Fonte: Elabora pelo autor
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Observe também que o valor de Q/2 (estoque médio) é menor agora. Reflita um pouco sobre isto.
Resumo Nesta aula, você aprendeu sobre os custos de se manter itens em estoque e suas implicações.
Atividades de aprendizagem 1. O que é crime de prevaricação? Conheça o conceito, no art. 319 do Código Penal. ANOTE!
2. Pesquise sobre precatórios. O que são? Para que servem?
Aula 10 – Custos de estoques e dinâmica de estoques
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Aula 11 – Logística e cadeia de suprimentos Nesta aula você encontrará as definições para a velha logística e para a nova logística, terá oportunidade de estudar o que é cadeia de suprimentos. Objetivo da aula: Iniciar os estudos sobre logística e a extensão do conceito que levou a criação da chamada Cadeia de Suprimentos, os fatores que levaram ao renascimento da logística.
11.1 Logística Mas o que é Logística? A Logística não é algo nada novo. A logística é bastante antiga e tem características militares. Antes de se entrar em guerra com outro reino os senhores da guerra mandavam espiões na frente que estudavam o território inimigo. Um grupo de batedores seguia logo após para preparar o território, para receber os responsáveis pelas estruturas de apoio, barracas, cozinhas, fortificações e somente depois o grande exército se movia em segurança. Era preciso provisionar o exército para se assegurar o êxito da campanha.
Figura 11.1: Segunda Guerra Mundial (1939-1945) Fonte: www.shutterstock.com
A logística é tão antiga quanto as organizações.
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A arte da guerra ganhou velocidade e dinamismo durante a segunda guerra mundial com a blitzkrieg alemã também conhecida por “guerra relâmpago”. O objetivo era invadir com o exército rapidamente para não dar tempo de reação ao oponente. Com isto os processos logísiticos militares se aceleraram significativamente. O fator tempo passou a ser decisivo na conquista. Com o fim da II guerra mundial os exércitos foram fortemente desmobilizados, as organizações públicas e civis receberam muitos ex-oficiais dos exércitos (vencedores e vencidos). A influência militar na administração pode ser atribuida como um ponto de partida para o aprimoramento desta prática nas modernas organizações.
No pós guerra as organizações adotaram práticas militares em seus processos administrativos. O conceito atual de logísitica envolve questões diferentes: onde antes haviam exércitos em guerra, hoje temos organizações públicas ou privadas tentando chegar aos seus beneficiários (clientes). O objetivo não é conquistar o território alheio, mas sim atender ao beneficiário rapidamente.
A logística posiciona os produtos (itens) para uso dos beneficiário s. Outra questão da nova logística é atuar para criar valor para o beneficiário. Criar valor para o beneficiário é um dos objetivos da gestão pública. Este não é um curso sobre políticas públicas, porém a existência da logísitica como a temos hoje é decorrente deste pensamento. A logística deve estar ligada diretamente as políticas públicas e se traduzir em ações necessárias para que estas políticas se realizem, isto cria valor para os beneficiários.
As ações logísticas viabilizam os desejos dos beneficiários. Mas qual é a relação entre compras e logística se estamos falando sobre políticas públicas? Tenha em mente que as organizações devem ser vistas como um sistema complexo e as boas práticas de gestão obtidas devem ser usadas no atendimento aos beneficiários, assim o resultado será melhor para o sistema. Ver a organização como um sistema significa ver a interrelação entre cada uma das partes de uma organização, compreender que um efeito produzido sobre uma parte produz resultados sobre outras partes. Complexo significa que uma organização é feita de diversas partes e que a constituição destas partes não é simples. Complexo não é sinônimo para
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Aula 11 – Logística e cadeia de suprimentos
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Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo do tema Gestão Patrimônio Público e algumas de suas implicações. Além disto, você teve contato com o elemento de ligação desta unidade com a próxima, que vai aprofundar o tema sobre materiais. Lembre-se que os temas são relacionados, quem cuida de patrimônio acaba se envolvendo com a administração de materiais.
Atividade de aprendizagem 1. Analise o vídeo sobre as eleições no Brasil, assista em: http://www.tse. gov.br/internet/institucional/o_tse_video.htm
2. Pesquise o termo blitzkrieg em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Blitzkrieg como ela se parece com a atual logística. Estabeleça um paralelo entre elas.
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Aula 12 – O renascimento da logística Nesta aula você, aluno encontrará os aspectos relacionados ao chamado renascimento da logística. A influência dos sistemas de gestão da qualidade na logística e os impactos da gestão neoliberal sobre a mesma. Objetivos da aula: Estudar a evolução histórica da logística e mais recentemente as influências que ela recebeu dos sistemas de gestão pela qualidade o do pensamento neoliberal.
12.1 Renascimento da logística Como vimos a logística não é algo novo, na verdade é algo muito antigo. Mas porque a logística ganhou força na atual administração das organizações públicas e não públicas? Na verdade estamos vivendo a década da logística. Para responder a esta questão é preciso entender o contexto das organizações em dois momentos distintos.
Figura 12.1: Transporte rudimentar Fonte: www.shutterstock.com
Como visto na fase do pós-segunda guerra mundial havia um desequilíbrio nas relações entre oferta e demanda em favor da oferta. Quem detinha o poder de produção definia os volumes, modelos e ciclos de vida dos produtos. Rapidamente o desequilíbrio passou para o lado da demanda o que obrigou as organizações a buscar alternativas para superar as dificuldades em um contexto que passava da situação de desabastecido para a situação de abastecido. O poder passou para o lado dos consumidores (clientes ou beneficiários).
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A partir de 1960, as teorias administrativas emergentes defendiam que as práticas organizacionais precisariam deixar de focar na eficiência e buscar a eficácia. Não importava mais fazer bem feito, mas sim fazer o que deveria ser feito. Antes da década de 1980 a questão logísitica tinha apenas o enfoque econômico, as organizações públicas viam a questão logística, apenas como uma mal necessário, o custo do transporte e da armazenagem eram administrados sem muito foco, era difícil quantificar os custos da (in)satisfação dos beneficiários. Na década de 1970, o preço do petróleo disparou, houveram dois grandes choques do petróleo com o barril aumentando de preço de U$2,00 para U$17,00, causando sérios transtornos aos países emergentes e entre eles o Brasil.
Figura 12.2: Plataforma de petróleo Fonte: www.shutterstock.com
A logísitica estava adormecida, pois não se via ganhos, apenas custos com os processos logísticos. Outro fator que impedia o ranascimento da logística era a falta de suporte computacional, os computadores eram caros e de baixa capacidade de processamento, exigiam ambientes caros, controlados e operadores especialistas. Os recursos lógico-matemáticos empregados eram rudimentares. A partir da década de 80 ocorreram diversas mudanças que atuaram de forma a impulsionar a logística no mundo como a temos atualmente.
Figura 12.3: Computador Fonte: www.shutterstock.com
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12.2 A influência dos sistemas de qualidade na logística Na busca por eficácia, sem perder a eficiência, aparecem na década de 19701980 os sistemas de gestão baseados na qualidade, com destaque no caso brasileiro com a criação da Fundação Nacional da Qualidade e do Prêmio Nacional da Qualidade, vulgarmente conhecida como NBR ISO9000.
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Aula 12 – O renascimento da logística
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A gestão neoliberal favoreceu a desregulamentação das operações dos modais logísticos.coloca a satisfação do beneficiário como elemento principal.
A explosão do mercado de informática com a maciça adoção da arquitetura computacional descentralizada, o crescente aumento da capacidade de processamento computacional, o significativo incremento nos sistemas de telecomunicações fixas e móveis, a drástica redução de preços de co mputadores ocorrida (por exemplo, custavam U$1.500,00 e hoje custam U$500,00), as facilidades de uso de interfaces amigáveis entre o compu tador e o usuário, o aparecimento da internet como opção para negócios são alguns fatores que impulsionaram a logística na última década.
Sistemas computacionais permitem identificar e rastrear cargas com muita facilidade. Com a adoção das boas práticas de gestão em curto espaço de tempo a logísistica se apropriou rapidamente do uso de indicadores para medir os processos, da adoção de pesquisas de satisfação junto aos beneficiários, da padronização das atividades e processos, do uso de ferramentas da qualidade, estes foram mais alguns fatores de suporte ao desenvolvimento dos modernos processos logísticos. A mudança estratégica ocorrida nas organizações permitiu a criação de parcerias e alianças entre as empresas públicas, processos de uso compartilhado de rotas e equipamentos tem se mostrado uma opção muito criativa e proveitosa.
Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de estudar os fatores interferentes no renascimento da logística e algumas de suas implicações.
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Aula 13 – A competência logística e o trabalho da logística Nesta aula você encontrará as definições sobre competência e habilidades logísticas e a forma de divisão existente sob o que se chama logística. Objetivos da aula. Estudar sobre os conhecimentos que um gestor deve ter sobre as operações logísticas e expandir a percepção sobre as diversas partes que compõe a logística.
13.1 Competências e habilidades Embora sejam empregados como sinônimos competência e habilidade são diferentes:
Habilidade é a capacidade de executar alguma operação como, por exemplo, andar de bicicleta, emitir um pedido de compras, ou escrever (copiar) uma carta. O habilidoso sabe apenas executar uma ação. Competência se situa num patamar acima, a competência exige uma formação maior do indivíduo e o resultado da ação do mesmo também é superior. É competente quem sabe executar uma ação e sabe por que deve ser feito daquela maneira e não de outra. É competente quem sabe ensinar alguém a desenvolver uma habilidade. O competente sabe julgar e decidir pela melhor resposta a um problema. A Logísitica exige um profissional em constante aprendizagem. Competência em logística significa atender aos beneficiários, conforme o grau de serviço acordado. Uma organização é competente em logística se na avaliação de seu beneficiário ela fornece um serviço superior, de forma contínua ao menor custo possível. Uma maneira de se medir a competência logística de uma organização é por meio da capacidade que esta organização tem de criar valor para o beneficiário. Criar valor significa entender e atender sua necessidade. De uma forma resumida ser competente logísticamente significa cuidar dos aspectos do beneficiário como se fossem seus, com eficiência e eficácia. Partindo da ideia que uma organização pública é um sistema, a logística deve ser int egrada na
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organização e as suas ações devem ser articuladas para o atendimento das necessidades de seus beneficiários.
13.2 A divisão do trabalho na logística O trabalho da logística pode ser dividido em cinco partes: a parte que cuida do projeto da rede logística, a parte responsável pelos sistemas de informações necessários, a parte que cuida dos sistemas de transportes, a parte responsável pelo gerenciamento de todos os estoques e por fim a parte responsável para atividades de armazenagem, embalagem e manuseio de materiais. Um ponto de partida é que organizações públicas devem reconhecer a necessidade de cooperar com outras organizações públicas para alcançar um processo logístico de excelência. Um exemplo disto é a justiça eleitoral, a qual presta serviços de votação, por exemplo, para escolas ensinarem seus alunos a votarem usando as urnas eletrônicas.
Logística exige competência e reconhecimento operacional! Vejamos a divisão do trabalho em logística: •
Para exemplificar este caso pesquise como os “Correios” rastreiam as encomendas, verifique no sítio dos correios em http://www.correios.com.br
e veja como se faz o rastreamento de cargas e documentos.
•
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Projeto de rede - objetiva determinar os tipos e quantidades de instalações empregadas, sua localização e o tipo de trabalho a ser executado em cada uma delas. Como as organizações estão em constante mudança, um bom projeto de rede deve prever as modificações de forma estratégica. É frequente haver área disponível nas estruturas logísticas para serem ampliadas e construídas. Pense na distribuição de remédios a população, existe uma unidade centralizada de produção de remédios, que os distribui aos municípios, que por sua vez os distribui aos postos de atendimento público e hospitais. Sistema de informação - está diretamente associada com a política de atendimento aos beneficiários. Os sistemas de informação processam informações e permitem a tomada de decisão sobre a estrutura logística. Para que funcione bem a informação tem de ser verdadeira, deve ser entregue a pessoa correta e em tempo hábil. O fator tempo e o fator custo determinam o nível de serviço a ser entregue ao beneficiário e é desta forma que ele percebe o valor criado pela logística. A atual tecnologia disponível permite atender aos mais exigentes requisitos dos beneficiários (informação). O grande problema é a qualidade da informação, pois um sistema rápido carrega e processa erros apenas de forma mais rápida. Erros podem resultar em falta ou excesso de itens. Uma grande dificuldade hoje está na falta de pessoal qualificado em operar os sistemas de informação, os quais estão mais complexos a cada dia. Patrimônio Público, Materiais e Logística
Aula 13 – A competência logística e o trabalho da logística
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portante porque muitas coisas podem acontecer nos armazéns que podem comprometer os produtos lá armazenados. Por fim, a gestão dos armazéns cuida das operações de carga e descarga, dos serviços de separação e coleta dos diversos pedidos. No caso dos remédios imagine que os despachos para os diversos municípios são diferentes em quantidades e variedades de remédios.
Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre competências logísticas e algumas de suas implicações.
Atividades de aprendizagem •
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Pesquise como se dá a distribuição de remédios na sua cidade e no Posto de Saúde do seu bairro. De que órgão eles são oriundos e como são distribuídos para a população. Há falta de remédios? De quanto em quanto tempo o posto recebe medicamentos da central de medicamentos do governo? Os medicamentos chegam com frequência? Anote. Descubra o que é rede do frio?
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Aula 14 – Objetivos operacionais Nesta aula você aprenderá o que são objetivos operacionais e como o gestor deve medir os resultados dos processos logísticos. Objetivos da aula: Estudar o que são indicadores e objetivos operacionais e como um gestor deve se apropriar deles para sua gestão.
14.1 Objetivos operacionais X indicadores operacionais Na década de 1960, Peter Drucker afirmava que não se administra o que não se mede. Para ele tudo deveria ser medido, pois caso contrário não poderia ser gerido. Com base no ensinamento de Drucker um bom gestor deve se preocupar em obter informações sobre os processos sob sua responsabilidade, pois um processo logístico precisa ser planejado e comparado, e para tanto deve utilizar indicadores. Os indicadores são obtidos a partir do estudo dos objetivos operacionais. Bowersox e Closs (2001) sugeriram um conjunto de seis indicadores a serem aplicados nas operações logísticas. Eles permitem a análise das atividades. Os indicadores são: resposta rápida, variância mínima, estoque mínimo, consolidação da movimentação, qualidade e apoio ao ciclo de vida.
Peter Ferdinand Drucker, (19 de novembro de 1909, em Vienna, Áustria - 11 de novembro de 2005, em Claremont, Califórnia, EUA), filósofo e economista. É considerado como o pai da administração moderna, sendo o mais reconhecido dos pensadores do fenômeno dos efeitos da globalização na economia em geral e em particular nas organizações subentendendo-se a administração moderna como a ciência que trata sobre pessoas nas organizações, como dizia ele próprio. Fonte: http://pt.wikipedia.org/ wiki/Peter_Drucker
Resposta Rápida é a habilidade da organização em satisfazer as exigências dos clientes em tempo hábil. O nível de serviço ao cliente é determinado pela relação da rapidez com o fator custo. Imagine a distribuição de remédios em uma situação de epidemia.
Figura 14.1: Tempo Fonte: www.shutterstock.com
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Variância Mínima é resultado de qualquer acontecimento inesperado que perturbe o desempenho do sistema. Um dos objetivos do gestor em logística é diminuir ou eliminar as causas das variações temporais em seus processos. Imagine a distribuição de alimentos para as escolas públicas, se houver muita variância pode ocorrer falta de alimentos em um período e excesso de alimentos em outro, pois o estoque ainda pode ser significativo e produtos alimentícios têm data de validade. A gestão logísitica necessita de indicadores para seus processos. Estoque Mínimo é o total de investimento (dinheiro) distribuído em todo o sistema logístico na forma de estoques. Outra característica a ser observada pelo operador logístico é a necessidade de se reduzir custos pela diminuição dos estoques, até o ponto mínimo definido pelo nível de serviço estipulado. Imagine a polícia em seu estado, é preciso ter vários pontos de atendimento para reparos das viaturas, em cada um deles existirão algumas peças de uso comum e rotineiro.
Figura 14.2: Queda Fonte: www.shutterstock.com
Consolidação da Movimentação é uma forma de reduzir o custo dos transportes. Dentro da definição do nível de serviço a ser oferecido existe a possibilidade da consolidação de cargas como fator de economia ou do aproveitamento do retorno em vazio. Imagine se a cada transporte de produtos e serviços o veículo estiver parcialmente ocupado, serão necessárias várias viagens para fazer pequenas entregas de cada vez o que resulta em custos maiores que os necessários.
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Aula 14 – Objetivos operacionais
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Atividades de aprendizagem •
Você tem visto e ouvido nos meios de comunicação sobre epidemias como a da Gripe A. Pesquise como o governo trata de situações como esta. Há controle sobre a doença? O que a logística tem a ver com essa situação? Anote.
Anotações
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Aula 15 – A incerteza na logística Nesta aula você aprenderá o que são modais de transporte e que as variações nos tempos de percurso e de processos internos são causas da incerteza logística. Objetivos da aula: Estudar os diferentes tipos de modais e aprender sobre os fatores que levam a incerteza nas operações logísticas.
15.1 Modais Nos objetivos operacionais, estudados na n a aula anterior, vimos que os fatores rapidez e variância têm impacto direto no resultado qualitativo do processo logístico. Os diversos modais (aéreo, rodoviário, ferroviário, aquático, dutoviário) empregados nas atividades logísticas, enfrentam diferenças em suas velocidades de operação e possibilitam significativas variações em seus processos operacionais. Modais são modelos de transporte. O modal mais comum no Brasil é o rodoviário. O modal rodoviário tem pequena capacidade de carga e a velocidade de transporte é da ordem de 60 km por hora. O modal ferroviário tem capacidade de transporte superior e apresenta quase a mesma velocidade média. O transporte aéreo é o mais rápido e tem capacidade pequena de transporte. O transporte aquaviário é mais lento, mas de grande capacidade e o modal dutoviário apresenta grande capacidade de transporte e baixa velocidade. O sistema dutoviário normalmente não é visto, mas é um dos mais importantes. O petróleo é enviado às refinarias por meio dos dutos. A água e os esgotos são transportados por dutos.
Figura 15.1: Meios de transporte Fonte: www.shutterstock.com
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15.2 Incerteza nos processos logísticos
Consulte o livro "Logística Empresarial", de Bowersox e Closs, editora Atlas (2001) nos capítulos: 10 Infraestrutura e 11 Gerenciamento de Transportes para melhores esclarecimentos e aprofundamento dos conceitos aqui apresentados.
Uma empresa de transportes rodoviários entre Curitiba e Foz do Iguaçu p ode cobrir os 600 km em 8 horas. Se ocorrerem obras na rodovia o veículo pode sofrer um atraso. Isto representa variações na velocidade. Tempo de viagem é sinônimo de velocidade. Este é um fator externo ao controle da organização, mas a organização pode ter variações em seus processos internos, como na emissão de pedidos onde erros de preenchimento de formulários podem representar a suspensão do envio de materiais para a correção de dados, implicando que o tempo para processar um pedido se altere isto produz variância. Para o beneficiário os atrasos ocorridos serão somados representando uma variação maior, a qual pode ser extremamente significativa. A Transmissão de pedidos de um posto de saúde pode ocorrer desde meio dia até o máximo de três dias. O processamento de um pedido pela central de medicamentos pode ser efetuado entre um e quatro dias. Estes efeitos começam a ser somados, aumentado o chamado tempo do ciclo do pedido.
Figura 15.2: Variações nos processos logísticos Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)
A Separação do pedido na central de medicamentos acrescenta tempos de um a vinte dias, o transporte de mercadorias (remédios) acrescenta tempo de dois a dez dias e finalmente a entrega a unidade beneficiária (cliente) pode consumir de meio dia a três dias, totalizando uma janela de tempo que varia de um mínimo de cinco dias até um máximo de quarenta dias.
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Aula 15 – A incerteza na logística
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Aula 16 – Definição de nível de serviço Nesta aula você aprenderá o que são níveis de serviço, alguns tipos de níveis de serviço, o papel do aumento das expectativas dos beneficiários na determinação dos níveis de serviço. Objetivos da aula: aprender sobre a aplicação de níveis de serviço na logística pública e a pressão que os beneficiários fazem sobre os serviços logísticos públicos.
16.1 Nível de serviço O serviço ao beneficiário pode ser definido como o resultado da ação de uma atividade, como o serviço prestado pelos Correios na entrega de documentos e objetos. Este serviço pode ser quantificado e colocado em termos de nível de desempenho. Voltando ao exemplo do correio, se os Correios prestam serviços postais para outros órgãos públicos como, por exemplo, entregas de documentos para os órgãos de trânsito em determinado período de tempo.
Descubra os serviços e os níveis de serviço prestados pelos Correios: http://www.correios.com.br
O correio brasileiro também oferece o serviço SEDEX em várias opções como o SEDEX 10, o SEDEX Hoje, o SEDEX Mundi e outros. Se a organização coloca que: “encomendas efetuados no dia anterior serão entregues até às 10 horas do dia seguinte” em determinadas cidades, se pode dizer que se trata de uma filosofia de gestão se todas as ações são dirigidas neste sentido.
Figura 16.1: Sedex Fonte: http://r enatotavares.com
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Nível de serviço elevado ao beneficiário implica em maiores custos.
16.2 Tipos de níveis de serviço Os níveis de serviço podem ser classificados em diferentes tipos. As variações poderão tomar muitos graus diferentes. Vamos simplificar e estudar três deles, o chamado serviço básico, o serviço de atendimento ao pedido perfeito e o serviço de valor agregado. O nível de serviço básico envolve a chamada:
a) disponibilidade, que é a capacidade de ter produtos em estoque no momento desejado pelo cliente; b) o desempenho operacional, que é medido em termos de velocidade, consistência, flexibilidade e planos de contingência, em caso de falhas e da recuperação do funcionamento do sistema; c) a confiabilidade derivada do conceito qualitativo sobre o posicionamento de suas entregas. Vamos Estudar o gráfico para ver como funciona a Janela de Serviço? O atendimento ao pedido perfeito é o ponto limite no qual a disponibilidade de estoques é máxima (100%) e o tempo de ciclo é mínimo, tendendo a zero (entrega instantânea). O atendimento do pedido perfeito é derivado dos conceitos da qualidade largamente implantados desde a década de 1980, como o zero defeito e ultrapassa o chamado nível de serviço básico.
Figura 16.2: Compreensão da Janela de Serviço Fonte: Elaborado pelo autor, aptado de Slack, Chambers e Johnston (2002)
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Aula 16 – Definição de nível de serviço
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Aula 17 – Serviço de atendimento básico e perfeito Nesta aula você encontrará esclarecimentos sobre os diferentes tipos de serviço, os fatores associados à percepção qualitativa sobre os serviços logísticos. Objetivos da aula: estudar sobre a formação da percepção dos beneficiários, frente à recepção de serviços logísticos e os diferentes níveis de ofer ta de serviços logísticos.
17.1 Percepções sobre serviços Vamos refletir? Pelo ponto de vista do fornecedor a prestação de qualquer serviço pode ser considerada estática? O cliente muda sua opinião com o passar do tempo? As possíveis respostas para estas questões devem ser procuradas pelo gestor público. Será o beneficiário alguém que sempre espera receber mais do que a ele é ofertado? Vamos tomar nós mesmos como exemplo e resposta as questões formuladas. Você concorda que um serviço que antes lhe era satisfatório, no momento seguinte não é mais? Por que mudamos de opinião? Vamos deixar estas dúvidas por aqui e buscar mais conhecimento!
Figura 17.1: Vidente Fonte: www.shutterstock.com
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17.2 Serviços básicos O serviço básico é frequentemente confundido com serviço simples ou mesmo com um serviço abaixo de certo padrão. É preciso desmistificar a questão. O serviço básico não é serviço de segunda categoria, nem é serviço abaixo do padrão. O serviço básico de atendimento ao beneficiário tem como característica o atendimento a ampla camada da população, destinado ao maior número possível de beneficiários. O serviço de atendimento básico pode ser medido em termos de: disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade. A disponibilidade é a capacidade de atendimento imediato da necessidade do beneficiário, ou seja, refere-se a existência de itens em estoqu e em determinada quantidade. A disponibilidade é feita a partir de itens em estoque. O alcance (tamanho) deste estoque é determinado por duas decisões de gestão. Uma decisão baseada na estimativa de consumo do produto e outra decisão baseada na segurança contra imprevistos, que você quer proporcionar para sua operação. A disponibilidade também depende da sua estrutura física, da sua rede logística, isto é do número de depósitos, da localização destes, tamanho e também depende da sua estratégia para a entrega dos itens (produtos). A (in)disponibilidade pode ser medida em termos de frequência da falta de itens em estoque (tem ou não tem o item), índice de disponibilidade (quantidades parciais do item, em relação ao que é pedido) e pela expedição de pedidos completos. O desempenho operacional também é medido em termos de: velocidade, consistência, confiabilidade e falhas e recuperação. Lead time é o tempo de processamento de um pedido, desde o momento que é colocado na empresa até o momento em que o produto é entregue ao cliente. Atualmente as empresas trabalham muito para reduzir o lead time e o grande desafio é torná-lo zero. O problema é como fazer isso sem aumentar os estoques.
Velocidade é definidio como a quantidade de tempo transcorrido entre um pedido e o recebimento do item, este lapso de tempo também chamado de lead time. A velocidade (tempo decorrido) deve sempre ser considerada pelo ponto de vista do beneficiário. Considerar o beneficiário como elemento de referência na medida do tempo (velocidade) é uma filosofia derivada da abordagem utilizada nos sistemas de gestão pela qualidade, como a ISO9000 ou o Prêmio Nacional da Qualidade – PNQ. A logística se apoia nos sistemas da qualidade na busca da satisfação dos beneficiários.
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Aula 17 – Serviço de atendimento básico e perfeito
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importante papel neste caso. Devem ser privilegiados serviços expressos. Os custos do pedido perfeito são superiores aos custos do serviço básico. Assim como o serviço básico o pedido perfeito é normalmente mal compreendido.
Figura 17.3: Avião de carga Fonte: www.shutterstock.com
17.4 Serviço de valor agregado O serviço de valor agregado não está associado ao desempenho operacional e nem a disponibilidade. O serviço de valor agregado complementa qualquer um dos tipos de serviços. São outros serviços oferecidos tais como: embalagens, horários especiais de atendimento, inserção de informações adicionais junto ao produto (item).
Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo qualidade de serviços.
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Aula 18 – Gerenciamento de transportes Nesta aula você encontrará temas relacionados à gestão de transportes e alguns cuidados que o gestor público deve ter ao cuidar deste tipo de operação. Objetivos da aula: Aprender sobre gestão de transportes nas cidades e entre as cidades.
18.1 Gerenciamento de transportes O serviço de transporte é a parte mais visível em uma operação logísitica, se você sair na rua de sua cidade ou na estrada, ou mesmo em um aeroporto ou em uma estação de trens de cargas, verá anúncios e propagandas sobre os serviços logísiticos. É também a área da logística d e mais fácil apuração de custos. O serviço de transporte também concentra os maiores custos logísiticos e por esta razão, seu controle deve ser mais próximo e continuamente aperfeiçoado.
Figura 18.1: Gerenciamento de transportes Fonte: www.shutterstock.com
A estratégia de gestão de custos está diretamente relacionanda com a característica dos veículos transportadores e o nível de serviço acordado com o beneficiário. Um nível de serviço mais baixo pode significar adotar um modal de transporte mais econômico (lento) como o marítmo e um nível de serviço mais elevado pode significar a opção pelo transporte aéreo (rápido) que é significativamente mais caro. 95
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Níveis de serviços diferentes podem significar serviços de atendimento básico, serviço perfeito e serviço de valor agregado. Consequentemente a apropriação de custos varia.
A relação custo benefício de um nível de serviço deve ser maximizada sem afetar a qualidade percebida pelo beneficiário. A rede de transporte ferroviário brasileira se mostra de certa forma rígida e inflexível. O transporte ferroviário permite o transporte de grandes quantidades de materiais a baixos custos.
Figura 18.2: Transportes ferroviário e rodoviário Fonte: www.shutterstock.com
O transporte rodoviário é muito mais flexível alcança uma capilaridade muito grande, porém há um custo superior. Combinar os modais ferroviário e rodoviário parece uma solução muito interessante do ponto de vista logístico.
A combinação de diferentes modais permite economias significativas nas operações logísiticas!
18.2 Agências de regulamentação A permissão para operação intermodal (utilização e troca entre modais por uma mesma organização prestadora de serviços) estava restrita (proibida) até pouco tempo atrás, não só no Brasil como em muitos países. A visão estatal era de que o estado deveria intervir no mercado para que não houvesse a possibilidade de monopólios. A gestão neoliberalizante e a globalização permitiram que o estado brasileiro diminuisse a sua ação sobre os sistemas de transporte. O estado passou a ser o agente regulador, deixando que as leis de mercado atuassem de forma livre e aberta.
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Aula 18 – Gerenciamento de transportes
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Aula 19 – Gerenciamento de depósitos Nesta aula você encontrará informações sobre depósitos, os cuidados associados a eles, as operações feitas e as tecnologias encontradas. Objetivos da aula: conhecer as operações de gestão de depósitos e os cuidados associados a elas.
19.1 Depósitos Outro grande ponto de apoio aos processos logísiticos são as estruturas de depósitos (armazenagem). Os depósitos flexibilizam a trabalho logístico e suportam os elevados padrões de nível de serviço ao beneficiário. Os princípios operacionais de armazanagem nos depósitos são decorrentes do: projeto de rede, da tecnologia de manuseio e do plano de estocagem.
Figura 19.1: Armazém Fonte: www.shutterstock.com
19.2 Depósitos e o projeto de rede logístico O projeto da rede logísitica é elaborado tomando por base caracterísiticas das instalações físicas, da movimentação interna dos produtos, da localização externa e dos acessos rodoviários, por exemplo, opta construir prédios de um pavimento, para economizar (energia) ao elevar cargas pesadas ou desajeitadas, disposição das entradas e saídas dos prédios, de forma que o percurso seja linear ou em forma de “U”. A segurança do armazém está associada ao número de acessos.
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Figura 19.2: Mapa rodoviário Fonte: http://www.adbragantina.com.br
19.3 Características de armazenagem Os armazéns devem permitir que os produtos ali depositados sejam mantidos em condições estáveis. Produtos de maior movimentação devem ficar nas áreas mais próximas aos sistemas de movimentação, produtos mais pesados na parte inferior das estanterias e produtos mais leves na parte superior das estanterias, produtos de grandes dimensões ou “esbeltos” na parte inferior das estanterias, produtos de pequenas dimensões na parte superior das mesmas. Outros critérios de ocupação devem ser levados em consideração na escolha dos endereços internos dos produtos, como custo dos produtos, cuidados com higiene, pericolusidade, validade ou fragilidade dos produtos. Armazéns para alimentos podem ter sistemas sofisticados para controle de temperatura.
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Aula 19 – Gerenciamento de depósitos
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19.5 Localização Um depósito dentro de uma região urbana estará limitado por alguns fatores como: a velocidade dos veículos de transporte, tipo do veículo (algumas cidades impedem que caminhões grandes trafeguem na região central), ao crescimento urbano. Cidades com grande crescimento como São Paulo impedem que os depósitos sejam ampliados por falta de espaço. O local do depósito também tem de considerar o tipo de mão de obra a ser empregada e os serviços locais necessários e disponíveis tais como bancos, comércio, restaurantes, hospitais, postos policiais e de postos combustíveis. Legislações municipais e estaduais também podem ser restritivas a ponto de causar sérios transtornos às operações logísticas como com líquidos inflamáveis, materiais tóxicos, patogênicos ou radioativos. Um depósito deve ter em seu projeto a previsão de área para expansão. É comum se ocupar áreas livres de 3 a 5 vezes superiores a área construída inicialmente. Em alguns casos é necessário um tipo de solo e de piso que suportem grandes pesos como nas indústrias de base.
Resumo Nesta aula, você teve oportunidade de iniciar o estudo da gestão de armazéns.
Atividades de aprendizagem •
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Se sua cidade dispõe de aeroporto operado pela INFRAERO você pode fazer uma pesquisa sobre o funcionamento dos diversos depósitos que existem em um aeroporto. Caso contrário verifique que outros tipos de depósitos existem relacionados às empresas de transporte público ou privado.
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Aula 20 – Movimentação de materiais Nesta aula você encontrará princípios de ação de gestão sobre movimentação de materiais. Objetivos da aula: estudar os fatores inerentes a movimentação de materiais como: equipamentos, riscos de acidentes e tecnologias.
20.1 Movimentação de materiais Além de proteger os produtos, um armazém tem por função armazenar e facilitar a movimentação dos produtos. A movimentação de materiais deve levar em conta as caracterísiticas físicas dos produtos, a tecnologia disponível, os custos e seus beneficiários. Para que o sistema logístico tenha ganhos que se reflitam para a organ ização e para seus beneficiários é preciso o uso intenso de tecnologia. A criatividade nas operações e a busca por soluções alternativas tem se mostrado como o maior e melhor desafio para os operadores logísiticos. A movimentação exige cuidados com segurança, pois a possibilidade de acidentes é grande. Os veículos de carga exigem operadores certificados e habilitados. Os operadores devem conhecer os primeiros socorros, assim como operar os equipamentos de segurança. Um armazém pode funcionar 24 horas por dia e necessita de operad ores, supervisores, pessoal de manutenção, pessoal de segurança, primeiro socorros e de serviços de alimentação. O emprego de mão de obra feminina é uma realidade nesta área. As mulheres tem tido melhor desempenho do que os homens na operação de máquinas.
20.2 Ergonomia Outro grande dilema de gestores está entre decidir adaptar o homem ao ambiente ou adaptar o ambiente ao homem. Para esclarecer a questão va-
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mos buscar nos ensinamentos históricos as referências necessárias. Uma delas vem de Vitruvio, entre outras atividades era arquiteto. Na arquitetura o homem é a medida das coisas. Ou seja, a altura, o tamanho dos braços, das pernas é utilizado na produção das edificações. Os móveis e utensílios devem ser aproximados das dimensões humanas. O corpo humano é frágil e deve ser cuidado. O Homem Vitruviano é um desenho de 1492, feito por Leonardo Da Vinci, no qual expõe o traçado e proporções do corpo humano. Também é um conceito da obra “Os dez livros da Arquitetura”, do arquiteto romano Marco Vitruvio Polião. Fonte: http://www.infoescola.com/ desenho/o-homem-vitruviano
Figura 20.1: Homem de Vitruvio, de Leonardo da Vinci Fonte: http://rabiscosesafanoes.blogspot.com
Lombalgia
s.f. Dor na região lombar. (A expressão “mal dos rins” é sinônimo de lombalgia, mas os rins propriamente ditos raramente são responsáveis por esse mal, visto que na maioria das vezes se trata de lombartrose ou de lumbago).
A movimentação de materiais potencializa a ocorrência de acidentes. A postura ao apanhar cargas manualmente deve ser fonte constante de preocu pação dos gestores. Várias doenças ocupacionais são decorrentes de descuidos ou de falta de informação. Entre as doenças mais comuns, estão as lombalgias, podendo chegar ao extremo de causar afastamento ou mesmo aposentadoria precoce.
Figura 20.2: Acidente de trabalho Fonte: www.shutterstock.com
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Aula 20 – Movimentação de materiais
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Outros equipamentos são utilizados na movimentação interna nos armazéns. Você encontrará desde esteiras transportadoras, praleteiras, pás-carregadeiras, guinchos, pontes rolantes, empilhadeiras entre outros. O uso de sistemas de etiquetas com leitores de códigos de barra facilita as operações, pois aumenta a velocidade e diminui os erros permitindo operações mais seguras. Sistemas de transmissão por rádio frequência e outros dispositivos de comunicação, facilitamos processos evitando que os operadores retornem para buscar por informações. A variedade tecnológica disponível atende aos mais elevados níveis de serviço, favorecendo o resultado operacional do armazém.
Resumo Nesta aula você teve oportunidade de iniciar o estudo sobre movimentação de materiais, dos riscos associados ao trabalho e do emprego de tecnologias nos depósitos.
Anotações
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Referências Martins, Petrônio Garcia; Alt, paylo Renato de Campos Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. Editora Saraiva, São Paulo, 2006. Bowersox e Closs Logística Empresarial editora Atlas, São Paulo, 2001.
Referências das Figuras Figura 1.1: Gestão de Operações Fonte: Elaborado pelo autor Figura 1.2: Transformação de Recursos em Produtos e/ou Serviços Fonte: Elaborado pelo autor Figura 1.3: Tipos de Recursos Fonte: Elaborado pelo autor Figura 1.4: Ambulância SAMU Fonte: http://www.es.gov.br/site/noticias/show.aspx?noticiaId=99667114 Figura 1.5: Gastos Públicos Fonte: www.shutterstock.com Figura 1.6: Patrimônio de uso comum Fonte: www.shutterstock.com Figura 2.1: Atendimento médico Fonte: www.shutterstock.com Figura 2.2: Estoque Fonte: www.shutterstock.com Figura 5.1: Redução de preços Fonte: Elaborado pelo autor Figura 5.2: Composição de preço de um produto Fonte: Elaborado pelo autor Figura 6.1: Trabalho Fonte: www.shutterstock.com Figura 6.2: Conectados Fonte: www.shutterstock.com Figura 6.3: Feira Internacional Fonte: www.shutterstock.com Figura 7.1: Computador bolsa de valores, Nasdaq Fonte: http://olhardigital.uol.com.br/negocios/digital_news/noticias/hackers_invadiram_nasdaq_diversas_vezes_ em_2010_revela_jornal Figura 8.1: Representação de estoques de ciclo Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002).
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Figura 8.2: O efeito r egularizador dos estoques Fonte: Elaborado pelo autor Figura 9.1: Rede Elétrica Fonte: http://www.bohnen.com.br/Noticia.aspx?NoticiaID=288 Figura 10.1: Armazém Fonte: www.shutterstock.com Figura 10.2: Representação gráfica da dinâmica dos estoques Fonte: Elaborado pelo autor Figura 10.3: Dinâmica de Estoques Fonte: Elabora pelo autor Figura 11.1: Segunda Guerra Mundial (1939-1945) Fonte: www.shutterstock.com Figura 11.2: Cadeia de Suprimento Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002) Figura 12.1: Transporte rudimentar Fonte: www.shutterstock.com Figura 12.2: Plataforma de petróleo Fonte: www.shutterstock.com Figura 12.3: Computador Fonte: www.shutterstock.com Figura 12.4: Selo de Certificação de Finalista e troféu Prêmio Nacional da Qualidade Fonte: http://www.albras.net/certificacoes.htm e http://www.fnq.org.br/site/397/default.aspx Figura 14.1: Tempo Fonte: www.shutterstock.com Figura 14.2: Queda Fonte: www.shutterstock.com Figura 14.3: Caminhão lotado Fonte: http://meme.yahoo.com/mariano/p/svx-wRc/?.mo=1 Figura 15.1: Meios de transporte Fonte: www.shutterstock.com Figura 15.2: Variações nos processos Logísticos. Fonte: Elaborado pelo autor, adaptado de Slack, Chambers e Johnston (2002) Figura 16.1: Sedex Fonte: http://renatotavares.com/calcular-frete-do-sedex.html
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Referências
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Atividades autoinstrutivas 1. PROCESSO pode ser definido como: a) toda ação de transformação b) o que vem antes entrada c) o que vem depois da saída d) a primeira etapa da gestão e) a última etapa da gestão 2. RECURSOS são: a) ações para bloquear um resultado b) entradas de um processo c) resultados de um processo d) produtos finais de um processo e) a soma das entradas e do resultado final 3. Despesas pagas à margem da lei são chamadas de: a) neomarginais b) supraordinárias c) alter-orçamentária d) infraorçamentária e) extraorçamentária 4. No modelo da caixa d’água o nível d’água representa: a) a vazão de entrada b) a vazão de saída
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c) o estoque d) a compra e) o beneficiário 5. A relação entre estoques e políticas públicas pode ser definida por: a) pequenos estoques permitem políticas públicas melhores b) grandes estoques permitem políticas públicas neutras c) não existe relação entre os estoques e as políticas públicas d) estoques determinam as políticas públicas e) políticas públicas determinam o tamanho dos estoques 6. ESTOQUES podem ser definidos como: a) dinheiro público armazenado sob a forma de coisas tangíveis b) emprétimos públicos sob a forma de coisas intangíveis c) empréstimos públicos sob a forma de coisas tangíveis d) dinheiro público virtual em forma de coisas intangíveis e) dinheiro público virtual em forma de coisas semitangíveis 7. O Sr. Schereck, prefeito de um município de muito, muito distante, autorizou o uso de patrimônio público para a construção do estádio de um time de futebol do município que sediará alguns jogos da copa de 2014. A AUTORIZAÇÃO pode ser considerada: a) como ação moral porque outros municípios farão o mesmo b) como ação ética, pois estará ajudando ao povo c) como ação amoral, pois ajudará o povo e o time de futebol d) como ação antiética, pois não se deve empregar dinheiro público em bens particulares e) como ação imoral, pois contraria os interesses da oposição
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12.Os funcionários que elaboram as especificações para a compra dos produtos, devem ficar atentos aos ciclos de vida dos produtos, pois...: a) existem subjetivismos e vieses pessoalidades que devem ser evitados b) buscar produtos com ciclos de vida mais curtos c) evitar comprar produtos que tenham mais de uma aplicação d) a duração do ciclo de vida não importa e) esta é um problema do próximo responsável pelas especificações técnicas 13.Os fornecedores obtêm reduções dos preços dos produtos por meio: a) dos modismos na administração b) de alterações nas matérias-prima dos produtos c) da falta de interesse dos beneficiários d) das pressões dos fornecedores por maiores vendas e) da falta de barganha 14. A gestão de compras pode ser descrita como: a) A pós-face entre o beneficiário e o fornecedor b) A média-face entre o fornecedor e a organização pública c) A interface entre a organização pública e o fornecedor d) A extraface entre o beneficiário e o fornecedor e) A ultraface entre a organização pública e o fornecedor 15. Os fornecedores de produtos são importantes, pois adicionalmente podem...: a) prestar informações valiosas b) emprestar dinheiro c) conceder crédito d) conceder prazos extraordinários e) transferir bens e-Tec Brasil
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16. A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL não permite ao gestor público...: a) aumentar os gastos sem precisar de verbas discriminadas b) empregar parentes aprovados em concursos c) reduzir as terceirizações de mão de obra para gastar além dos limites legais d) terceirizar para fugir dos limites legais impostos e) desempregar funcionários públicos ao usar mão de obra mais barata 17. A GESTÃO PELA QUALIDADE tem como foco principal...: a) o fornecedor b) se opor aos movimentos sindicais c) a redução do funcionalismo d) o beneficiário e) a logística interna 18. Complete: A gestão estratégica... a) não é importante para a Administração, pois a cada quatro anos ocorre troca de governo b) tem importância relativa, apenas para as secretarias de estratégia c) não tem importância nenhuma d) não interfere na gestão de materiais e) permite ao gestor trabalhar, utilizando objetivos alinhados às políticas públicas de curto e de longo alcance 18. Devem ser preocupação do gestor: a) comprar produtos que apresentem consumo de energia elevado b) comprar produtos que tenham produzido poluição excessiva c) comprar produtos que tenham empregado mão de obra infantil d) comprar produtos de ciclo de vida curtos e) as alternativas A, B, C e D estão incorretas Atividades autoinstrutivas
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19. O estoque de canal...: a) corresponde a compra e armazenagem de vários canais b) é o espaço por onde circulam os navios de mercadorias c) é uma área específica que existe dentro dos armazéns d) corresponde ao estoque intermediário e) corresponde aos produtos, quando são transportados por longos períodos 21. O que são ESTOQUES de ciclo? a) são aqueles que ficam dentro dos armazéns para serem ciclados b) são aqueles provenientes da logística reversa c) são estoques gerados, enquanto os recursos de transformação estão ocupados d) são estoques associados ao ciclo das águas e) não existem estoques de ciclo, mas de reciclo 22.Os beneficiários compreendem os estoques como: a) valor b) dinheiro mal gasto c) os beneficiários não compreendem os estoques por que não são administradores d) como os prédios públicos nos quais estão guardados documentos e) informação a ser utilizada 23. São tipos de estoques: a) Materiais, aplicações e serviços b) Materiais, Informações e pessoas c) Aplicações, componentes virtuais e recepções d) Componentes virtuais, pessoas e transmissões de dados e) Transmissões de dados, recepções técnicas e serviços
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24. O sistema de controle PEPS significa que o: a) Primeiro que entra é o primeiro que sai b) Primeiro que entra é posterior ao que sai c) Posterior que entra é o primeiro que sai d) Posterior que entra é o posterior que sai e) um tipo de refrigerante não alcólico 25. São produtos controlados pelo sistema PEPS a) asfalto e lâmpadas b) tinta de impressora e remédios, c) giz escolar e papel para impressora d) combustíveis e óleos lubrificantes e) água e envelopes 26. Nas organizações públicas os custos de compra...: a) não existem custos de compras b) existem custos de compras, mas não precisam ser controlados c) existe e devem ser controlados d) existem, mas como a compra é pelo menor preço o gover no sai ganhando e) não existem custos porque as compras sempre são licitadas 27. Estoque médio corresponde a: a) metade da quantidade comprada para um período de consumo b) metade da quantidade restante ao final do exercício c) metade da quantidade existente no meio do exercício d) mediana calculada para um exercício e) moda calculada para um período de consumo
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28. Pode-se definir a logística como a área operacional? a) que remove os produtos destinados aos beneficiários b) responsável por posicionar os produtos para os beneficiários c) que armazena os beneficiários d) que beneficia os armazéns e) a área que apenas controla os modais 29. Uma cadeia de suprimentos envolve: a) as operações feitas entre beneficiários b) as operações feitas a partir dos beneficiários até chegar à organização c) as operações feitas entre os fornecedores d) as operações feitas entre os fornecedores e a organização e) as operações feitas desde os fornecedores até os beneficiários 30. A logística foi afetada pelos sistemas de gestão pela qualidade, pois o foco é...: a) os fornecedores b) os beneficiários c) a organização d) a cadeia de fornecedores e) a cadeia das organizações 31. A moderna logística pode ser associada a ...: a) gestão clássica b) gestão miliciana c) gestão participativa d) gestão conservadora e) gestão neoliberal
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32. A percepção do que vem a ser competência logística é do (a): a) beneficiário b) fornecedor c) organização d) cadeia de suprimentos e) todas as alternativas estão corretas 33. A logística é dividida em: a) projeto de rede computacional, sistemas de transporte, sistemas de armazenagem, estoques virtuais, embalagens b) projetos de teia, sistemas de transporte, sistemas de modais, sistemas de estoques, armazéns c) projeto de rede, sistemas de informação, sistemas de transportes, gerenciamento de estoques, armazenagem, embalagem e manuseio d) sistema de modais, sistema de estoques, sistemas de armazéns, sistema de projetos de teia, e) sistemas de teia, sistemas de informação, sistemas de publicações, sistemas de beneficiários 34. São alguns dos objetivos operacionais: a) resposta rápida, covariância, b) variância, estoque máximo, c) estoque mínimo, apoio ao ciclo de morte do produto d) consolidação da movimentação, apoio ao ciclo de vida do produto, e) desvio padrão e consolidação dos sistemas 35. O objetivo operacional que corresponde à logística reversa é: a) variância reversa b) retro-estoque
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c) apoio ao ciclo de vida do produto d) resposta contrária e) consolidação da armazenagem de retorno 36. São modais? a) os últimos lançamentos da moda b) trem e estação c) dutos e caminhões d) navios e aeroportos e) estoque em movimentação e armazéns 37. A incerteza logística é devida a ...: a) constância dos estoques b) transmissões sem erros c) avaliações dos beneficiários d) variações dos processos e) estoques máximos 38. No modelo da caixa d’água, em termos de processos, o que significa quando a vazão de entrada é igual à vazão da saída? a) significa que são processos instáveis, portanto não deve ser procurados b) nesta situação sempre é necessário o uso da caixa d’água c) nada significam, pois a gestão de estoques não pode utilizar o modelo d) significam que processos estáveis são mais desejáveis para gerenciar e) significa que a variância é máxima 39. Níveis de serviço são ...: a) padrões impostos pela organização aos beneficiários b) padrões ofertados pela organização e aceitos pelos beneficiários
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c) padrões impostos pelos fornecedores e aceitos pelos beneficiários d) padrões ofertados entre os fornecedores e) padrões impostos pelos beneficiários aceitos pelos beneficiários 40. Serviços de valor agregado significam...: a) atendimento ao pedido perfeito b) atendimento ao pedido básico c) transformam pedido básico em serviço perfeito d) são outras atividades associadas tanto a pedido perfeito quanto ao serviço básico e) o oposto aos serviços perfeitos desagregados 41. Serviço básico significa ...: a) um padrão abaixo do mínimo acordado b) um padrão acima do mínimo acordado c) um nível qualquer acordado entre as partes d) um nível com estoques máximos e entrega imediata e) um nível negativo de estoques e entregas instantâneas 42. O serviço básico pode ser medido em termos de: a) disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade b) indisponibilidade, desempenho estratégico e estoques c) disponibilidade estratégica, incerteza e modais d) desempenho, certeza e confiabilidade acadêmica e) indisponibilidade, confiabilidade acadêmica e velocidade
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43. No gerenciamento de transporte os custos são: a) de difícil apuração b) de fácil apuração c) são combinados com o fornecedor d) não existem custos por ser empresa pública e) são transferidos e cobrados do beneficiário 44. Complete: Modais mais rápidos ... a) tem custos menores b) transportam mais carga c) têm custos maiores d) não precisam de contingência e) exigem sistemas de informação mais lentos 45. A ANTAQ é a agencia de regulação dos sistemas de transporte... a) aéreo b) rodoviário c) ferroviário d) dutoviário e) aquaviário 46. A logística aplicada nos sistemas de esgoto para os resíduos coletados é chamada: a) direta b) reversa c) transversa d) cíclica e) higiênica
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47. O projeto de rede logística implica em: a) determinar o tráfego nas rodovias b) determinar o uso de satélites para transporte de cargas c) determinar as localizações dos depósitos e as operações realizadas neles d) um conjunto de computadores conectados em rede e) impedir que os produtos em circulação sejam aprisionados nos computadores 48. Produtos esbeltos devem ser ...: a) armazenados na parte de baixo das estanterias b) admirados deitados c) na parte de cima das estanterias, apoiados por estais d) na parte média das estanterias de forma enviesada e) não devem ser armazenados, pois são consumidos para emagrecer 49. Ao elaborar o plano de estocagem o gestor deve considerar...: a) as características metafísicas dos produtos b) características dos sistemas de transportes c) características físicas dos produtos d) características dos sistemas de informação e) o sistema inercial 50. A ergonomia é a ciência que...: a) estuda o ergon na logística b) estuda qual a melhor forma adaptar o homem ao ambiente de trabalho c) estuda a arquitetura dos transportes d) estuda a incerteza logística e) estuda qual a melhor forma de adaptar o ambiente ao homem
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