PRÓT PR ÓTESE ESE TOT TOTAL AL Em busca da Excelência Estética e Funcional
NAKAGOMI MUKAI •
Prótese Total em Busca da Excelência Estética e Funcional
Prof. Dr. Kunihide Terakawa
Prótese Total em Busca da Excelência Estética e Funcional Toshio Nakagomi RDT Técnico em prótese dentária Formado na Escola Técnica de Odontologia de Yokohama Diretor da Academia Japonesa de Prótese Dentária
Michio Mukai DDs Cirurgião-Dentista Graduado pela Faculdade de Odontologia de Meikai Diretor da Academia Japonesa de Prótese Dentária
© 2013 Elsevier Editora Ltda. Tradução autorizada do idioma japonês da edição publicada por Sambare. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. ISBN: 978-85-352-6277-3 Copyright © Toshio Nakagomi, Michio Mukai 2012 This book was originally published in Japanese under the title of:
ISBN: 978-4-9906-144-0-9 Capa Folio Design Editoração Eletrônica Rosane Guedes Elsevier Editora Ltda. Conhecimento sem Fronteiras
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NOTA Como as novas pesquisas e a experiência ampliam o nosso conhecimento, pode haver necessidade de alteração dos métodos de pesquisa, das práticas profissionais ou do tratamento médico. Tanto médicos quanto pesquisadores devem sempre basear-se em sua própria experiência e conhecimento para avaliar e empregar quaisquer informações, métodos, substâncias ou experimentos descritos neste texto. Ao utilizar qualquer informação ou método, devem ser criteriosos com relação a sua própria segurança ou a segurança de outras pessoas, incluindo aquelas sobre as quais tenham responsabilidade profissional. Com relação a qualquer fármaco ou produto farmacêutico especificado, aconselha-se o leitor a cercar-se da mais atual informação fornecida (i) a respeito dos procedimentos descritos, ou (ii) pelo fabricante de cada produto a ser administrado, de modo a certificar-se sobre a dose recomendada ou a fórmula, o método e a duração da administração, e as contraindicações. É responsabilidade do médico, com base em sua experiência pessoal e no conhecimento de seus pacientes, determinar as posologias e o melhor tratamento para cada paciente individualmente, e adotar todas as precauções de segurança apropriadas. Para todos os efeitos legais, nem a Editora, nem autores, nem editores, nem tradutores, nem revisores ou colaboradores, assumem qualquer responsabilidade por qualquer efeito danoso e/ou malefício a pessoas ou propriedades envolvendo responsabilidade, negligência etc. de produtos, ou advindos de qualquer uso ou emprego de quaisquer métodos, produtos, instruções ou ideias contidos no material aqui publicado. O Editor CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
N152p Nakagomi, Toshio Prótese total : em busca da excelência estética e funcional : (a máxima naturalidade em prótese total) / Toshio Nakagomi ; tradução Tomomi Harashima. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2013. 352 p. : il. ; 28 cm. Apêndice Inclui bibliografia e índice ISBN 9788535262773 1. Prótese dentária. 2. Odontologia. I. Título. 13-00203 CDU: 616.314-089.843 16/04/2013
CDD: 617.69 16/04/2013
Revisão Científica e Tradução SUPERVISÃO DA REVISÃO CIENTÍFICA
Mario Kawagoe
Cirurgião-Dentista pela UNESP-Araraquara Mestre em Prótese Dentária pela USP Master em Implantodontia e Reabilitação Oral pela Universidade de Paris Cretéil Especialista em Reabilitação Oral pela UNESP-Araraquara Coordenador dos Cursos de Especialização em Prótese Dentária e Implantodontia do CETAO-Brasil Professor e Coordenador do CETAO-Japão REVISÃO CIENTÍFICA
Juliana de Souza Gonçalves
Técnica em Prótese Dentária Consultora Técnica Labordental Especialista em Resina e Cerâmica TRADUÇÃO
Tomomi Harashima
Mestre em Endodontia Especialista em Laser em Odontologia CD Participante do Grupo de Ronco e Apneia do Departamento de Otorrinolaringologia da Santa Casa de SP Coordenador do Atendimento de Roncopatia e Apneia do CETAO
Prefácio Gostaria de transmitir a Toshio Nakagomi as mesmas palavras que recebi do Mestre Doutor Prof. Sumiya Hobo quando publiquei minha obra “The Metal Ceramic” por serem estas palavras de um estado de espírito próprio, muito francas e apropriadas à obra. Terminado um belo trabalho, existem várias formas de elogiá-lo. Por exemplo, talento, inteligência, criatividade, esforço, pesquisa, etc. Mesmo com todas as dificuldades e agruras do caminho, as pessoas que se dedicam ao campo científico sem pestanejar não perdem tempo, pois transmitem o seu legado. Penso que “dedicação” seja todo o empenho e apreço dispensados por Toshio Nakagomi à sua obra “Prótese Total - Em Busca da Excelência Estética e Funcional.” Após 25 anos de aperfeiçoamento e pesquisa sob a orientação do Prof. Terakawa, os autores finalizam sua obra “Prótese Total - Em Busca da Excelência Estética e Funcional.” Por ser uma obra técnica, os capítulos do livro foram subdivididos em tópicos que abrangem desde materiais de moldagem, gesso, resina, sistema de polimerização, materiais
de isolamento até montagem no articulador, para que fosse possível a compreensão clara e objetiva dos detalhes do passo a passo da confecção dos trabalhos. Acredito que quem utiliza os materiais deve ter seu ponto de partida baseado no conhecimento profundo destes, para que possa extrair deles o máximo de aproveitamento. No decorrer dos capítulos veremos a confecção da Prótese Total desde a fase clínica, a morfologia, confecção dos modelos e moldagem de transferência, até a fase laboratorial de montagem dos dentes, polimerização da resina, ajuste oclusal no articulador, e a confecção e utilização de dentes posteriores em porcelana, polimerização, e tudo isso utilizando as novas técnicas inovadoras desenvolvidas pelos autores. Posso compreender perfeitamente todo o empenho e esforço dedicados pelos autores à sua obra. M. YAMAMOTO, Ceramista
Agradecimentos Antes de escrever este livro experimentei andar nas areias amareladas próximo ao Monte Takasaki e Vale Tsurumi e naquele dia encoberto com uma fina garoa e brisa, o sol do amanhecer embelezava o ambiente, e neste momento, desejei de coração, como gostaria que meu mestre estivesse ao meu lado. As plantas, como no período de amor, brilhavam e os pássaros passeavam sob o vento. A natureza mostrava o seu brilho da beleza e do que Deus propiciou. O mestre me deixou vários ensinamentos. O conteúdo deste livro contém explicações de como nós, profissionais da saúde bucal, podemos fazer para a reabilitação de um paciente edêntulo. Porém, a Prótese total que confeccionamos não é algo que a natureza produz, é algo que o homem produz, mas ciente de que todo o tratamento deve ser realizado da maneira mais verdadeira e correta possível. À medida que a confecção desta obra ocorria, tivemos o apoio e a colaboração de muitas pessoas. Pessoas da clínica Alpes, Japan Alps Dental Evolution.
Os mestres Profs.Terakawa e Igarashi, o técnico em prótese dentária Sr. Takao Naito. O presidente da Shofu Sr. Negoro Noriyuki e aos diretores Srs. Kinmoti, Deguti, Okimoto, Fujimura e Kitamura. As ilustrações deste livro foram realizadas pela técnica em prótese dentária Sra. Hiroko Sawahata e figuras e fotos pela Sra. Takashigue Sawahata. Algumas escritas em pincéis foram elaboradas pela Sra. Miria Mukai. O sumário, desenho de edição pela Sras. Akiko Mori e Setsuko Ihara. Gostaria de deixar aqui meus profundos agradecimentos a todos os colaboradores. Verão de 2011 Toshio Nakagomi Michio Mukai
Apresentação A nossa vida é uma incógnita. Não sou nenhum gênio, gosto de construir coisas e mesmo assim, acabei por escrever um livro e esta é a sensação que fica. Como penso que as informações devem ser passadas de forma correta, os artigos deste livro foram todos escritos por mim, inclusive com relação à moldagem, registros oclusais, conteúdo que um cirurgião-dentista deveria escrever. Logicamente não é só a minha maneira de pensar, mas sempre em conjunto com os conhecimentos do meu colega Mukai. Obviamente tivemos toda a nossa base sob os ensinamentos do Prof. Terakawa. Os casos clínicos deste livro são todos da Clínica Alpes, pacientes do Mukai e os tratamentos realizados em conjunto Mukai/ Nakagomi. As fotos foram tiradas por Mukai, Sawahata e Nakagomi. Este livro apresenta uma visão protética, uma vez que eu como autor principal sou protético. O principal objetivo desta obra é o de mostrar mundialmente a confecção perfeita de uma Prótese Total e neste sentido provavelmente é um livro único. Assim, os artigos escritos deste livro são de minha total responsabilidade. Tive o privilégio de conviver num ambiente muito bom durante a minha carreira protética. O mestre, professores, amigos e a equipe são todos fantásticos. O coautor Mukai já tem comigo um convívio de mais de quatro décadas e desse modo posso compartilhar sobre assuntos profissionais e particulares numa relação de amizade e, mais, posso dizer que sinto como se fôssemos uma só pessoa. Neste meio, me foi atribuído muitos momentos de reflexão e pensamentos. O mestre Terakawa nunca me dizia “faça isto ou aquilo”,
mas sempre observava com carinho tudo que eu fazia, ficando muito feliz, mais do que ninguém, quando se conseguia bons resultados. O mestre me disponibilizava conhecimentos, experiência clínica e colegas que compartilhavam tudo isso comigo. Gostaria de deixar os meus profundos agradecimentos para um mestre como este e os colegas com quem convivi. Apesar deste livro, a minha empolgação com relação à Prótese Total ainda persiste. Existem muitos pontos a serem estudados e coisas novas para se aprender. Porém, isso será transferido aos seguidores Sawahata e outros discípulos. Isso porque acabei de exteriorizar o meu pensamento aqui e portanto surgirão novos pontos de vista e que não poderei ser um obstáculo para tal. Torço que através deste livro, novos horizontes se abram e apesar da responsabilidade deste conteúdo, já possuo um próximo objetivo e desejo me dedicar a ele. Como escrito nas colunas, o desejo de escrever sobre a Prótese Total tem como base o livro do Prof. Yamamoto “A Metalocerâmica”. A primeira vez que li este livro foi aos 20 anos, portanto já se passaram 27 anos desde então. Sou um aficcionado por leitura e tenho por hábito ler um mesmo livro várias vezes, mas neste período longo, deixo-o por perto e não lembro de repetir outra leitura senão esta. O que posso dizer por mim, esta é a obra perfeita. Gostaria de recomendar a leitura a todos que objetivam ser um cirurgião-dentista, técnicos em prótese dentária e técnicos em saúde bucal. Para a geração de novos protéticos, gostaria de colocar alguns pontos que sempre foco em minhas palestras ou na hora de escrever um artigo.
1. Na palestra diante das pessoas devemse ter todos os conhecimentos básicos e transmitir tudo de forma embasada e correta. 2. Na prática clínica, há coisas que se consegue e não se consegue realizar. Coisas que podem ser favoráveis se realizadas e coisas desnecessárias. Estas devem ser bem distinguidas com embasamento. 3. Não fale de coisas que não se faz rotineiramente, ou por interesse do fabricante ou por influência de outros profissionais. Sempre tenha o seu ponto de vista e concentre-se no que você realmente faz na prática. 4. Sempre respeite o conhecimento do professor, mas sempre agregando ao seu conhecimento. 5. As atitudes de escrever e falar são distintas. Apesar de terem o mesmo sentido de argumentação, na prática são bastante diferentes. 6. Objetive para que seus seguidores aperfeiçoem e sigam o seu raciocínio e também que assim apaguem sua sombra. 7. Facilitar (simplificar) as dificuldades e as complicações, tornndo-as divertidas. Se não consegue fazer isso não há valor para se argumentar.
Atualmente não há conclusão do tratamento odontológico sem a presença do protético. Sempre tive a convicção de que o protético é um cientista tecnológico e para isto devese ter embasamento em tudo que se faz para se conseguir explicar para terceiros. Não há procedimentos protéticos feitos por imaginação ou sensibilidade, assim o protético não é um artesão, um artista, mas um cientista tecnológico. Acredito que pensando e agindo dessa forma no dia a dia conseguiremos evoluir. Desejo que o cirurgião-dentista possa compreender tudo isso de modo a criar um convívio correto com a classe. Para finalizar, o nome do paciente do caso clínico do livro é Sr. Yokozuka, que se prontificou a nos auxiliar inclusive na publicação do seu caso clínico autorizando o uso de sua imagem, de modo a contribuir com todos aqueles pacientes edêntulos que buscam uma solução. Sem a sua autorização, o livro não sairia e portanto gostaria de deixar os meus profundos agradecimentos. O conteúdo do livro se baseia em toda a experiência dos nossos veteranos e gostaria de deixar sinceros agradecimentos a todas estas pessoas que nos auxiliaram com os seus conhecimentos.
Aproveitando os pontos anteriores, gostaria de deixar mais uma coisa a respeito. Isto se refere ao significado de “o que é ser protético”.
Oita Ken, outono 2011 Toshio Nakagomi.
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Sumário
Introdução ........................................................................................................................................xix Dando forma a PT .....................................................................................................xxi ● Ideologia da base ................................................................................................xxiv Capítulo 1.
Análise dos materiais usados na confecção de uma prótese total ...........................1 1. Com relação ao material de moldagem ...............................................................2 2. Com relação ao gesso ........................................................................................15 3. Com relação à resina para base da prótese total ..............................................18 4. Com relação ao isolante .....................................................................................25 5. Com relação ao articulador ................................................................................ 27 6. Articulador para os modelos. Sistema de transferência ....................................28 ● Relação entre cirurgião-dentista e protético .................................................30
Capítulo 2.
Transmissão das informações ..................................................................................31 1. Informações básicas que o dentista deve possuir ............................................32 2. Informações obtidas do paciente ......................................................................41 3. Informações que se deve passar ao paciente ...................................................42 ● Tratamento com a prótese total e o auxilar ...................................................47 ● Avaliação Home Care .....................................................................................48
Capítulo 3.
Confecção da prótese de estudo .............................................................................49 1. Considerações na confecção de uma prótese de estudo .................................50 2. Objetivos da prótese de estudo .........................................................................52 3. Moldagem para obtenção do modelo de estudo ..............................................53 4. Confecção do modelo e delimitação da área basal. Confecção da base de prova ..............................................................................................................54 5. Requisitos dos dentes artificiais para a prótese de estudo ...............................61 6. Montagem dos dentes artificiais e enceramento ..............................................64 7. Prova em cavidade bucal e registro oclusal .......................................................65 8. Remontagem final e montagem do arco gótico ................................................69 9. Definição do traçado do arco gótico e posição dos maxilares ..........................71 10. Ajuste oclusal e finalização ................................................................................75 11. Confecção da forma da prótese total com TCII Soft .........................................77 ● De quem é a responsabilidade do planejamento da prótese? .....................83 ● Sistema de secagem a ar ..............................................................................84
Capítulo 4.
Ajuste da prótese de estudo ....................................................................................85 1. Avaliação da prótese de estudo .........................................................................86 2. Confecção da parte externa da prótese total ....................................................86 3. Análise final ........................................................................................................90 ● Sobre o Professor Kunihide Terakawa ...........................................................93 ● Sobre a Clínica Alpes de Shinjuku .................................................................94
Capítulo 5.
Confecção da moldeira individual .............................................................................95 1. Devemos observar alguns itens na confecção de uma moldeira individual ......96 2. Técnica de duplicação da prótese .....................................................................97 ● O céu da noite de verão ..............................................................................105
Capítulo 6.
Moldagem final e transferência ..............................................................................107 1. Pensamento a respeito da moldagem final .....................................................108 2. Preparativos para a moldagem final .................................................................110 3. Obtenção do molde final ..................................................................................111 4. Preparativos para a moldagem de transferência .............................................114 ● Fio vermelho ................................................................................................122 ● O aprendizado do cirurgião-dentista através da montagem dos dentes ....122
Capítulo 7.
Modelo de trabalho e transferência .......................................................................127 1. Confecção da dicagem (boxing) .......................................................................128 2. Confecção do modelo e transferência .............................................................130 3. Confecção da base de prova ............................................................................136 ● Caminho a saber ..........................................................................................142
Capítulo 8.
Montagem dos dentes artificiais ............................................................................143 1. Seleção dos dentes artificiais (por que escolher os dentes NC Veracia?) .......144 2. Embasamento para a montagem dos dentes .................................................145 3. Prática na montagem dos dentes de forma forte, dinâmica e alegre .............147 4. Montagem de caso clínico ...............................................................................158 ● Guia posterior ..............................................................................................161 ● O perigo dos incisivos laterais .....................................................................162
Capítulo 9.
Prova ........................................................................................................................163 ● Prótese total e disfunção temporomandibular ............................................166
Capítulo 10.
Método para finalização de uma prótese total ......................................................167 1. Ceroplastia gengival. Confecção da superfície polida .....................................168 2. Polimerização da resina ....................................................................................181 3. Ajuste oclusal ...................................................................................................189 4. Polimento e finalização .....................................................................................200 ● Oclusão e articulação ..................................................................................205 ● Formato anatomomecânico .........................................................................206
Capítulo 11.
Instalação da PT ......................................................................................................207 1. Instalação da PT finalizada ...............................................................................208 2. Pós-instalação e ajuste .....................................................................................214 ● Com relação ao título ...................................................................................215 ● O reverso do S e do M ................................................................................216 3. Dados dos casos clínicos..................................................................................217
Capítulo 12.
Reembasamento e troca da base ...........................................................................231 1. Técnica de reembasamento .............................................................................232 2. Procedimento de troca da base .......................................................................235 ● Sentimento de gratidão ...............................................................................237 ● Cadeira própria para o tratamento com prótese total .................................238
Capítulo 13.
Caracterização da prótese ......................................................................................239 1. Fundamentos da caracterização ......................................................................240 2. Filosofia e técnica da caracterização ...............................................................242 3. Desenvolvimento da caracterização ................................................................246 ● Adesão e técnica laboratorial ......................................................................247 ● Artesão e artista ...........................................................................................248
Capítulo 14.
Confecção da base de metal de uma prótese total ...............................................249 1. Orientação para a base de metal de uma prótese total ..................................250 2. Técnica de confecção da base de metal .........................................................251 3. Metal utilizado e processo de adesão .............................................................262
Capítulo 15.
Confecção de dentes artificiais posteriores em cerâmica ....................................265 1. Requisitos para os dentes artificiais utilizados em prótese total ....................266 2. Pensamento com relação à confecção dos dentes posteriores em cerâmica .....................................................................................................267 3. Passo a passo da confecção dos dentes artificiais posteriores em porcelana ..........................................................................................................275 4. Modelo de montagem ......................................................................................284 ● Eu e a Shofu .................................................................................................288
Referências Bibliográficas ..............................................................................................................289
Introdução Dando Forma a PT
Introdução
Este livro explana sobre o planejamento e técnica na reprodução de Prótese Total desenvol vidos na Clínica e Laboratório Alpes Dental. Planejar significa ter como base a repetição de algo até se atingir a perfeição. Já a técnica é dar forma ao planejamento na prática. Então, possuindo esses dois itens, pela primeira vez podemos dizer que conseguimos confeccionar uma boa Prótese Total. Como se costuma dizer, podemos dividir os pacientes edêntulos em dois grupos distintos. No primeiro grupo, o meio bucal está pronto para receber uma PT que se adaptará bem ao organismo No segundo grupo, após a instalação da PT é feito um ajuste de acordo com as características de cada paciente. Então finalmente observa-se que a prótese total se adaptou bem ao paciente. Se observarmos quanto ao tempo, a segunda classificação é mais demorada, por esse motivo não teria nenhum sentido fazer apressadamente e não conseguir reproduzir uma “boa PT”. Por essa razão, é de suma importância que a prótese total esteja bem adaptada ao organismo. Por esse motivo procurei me concentrar nos pontos mais importantes para a confecção de um bom trabalho. Esta publicação não se trata de um livro didático e sim de um “manual prático” para confecção de prótese total. Acreditamos que, como clínicos, compreendemos a importância e profundidade do tema e nos esforçamos muito para apresentar o limite do fundamento. No entanto, se formos pensar apenas na teoria sem conseguir obter resultados positivos no trabalho final não existiria nenhuma lógica. Nós sabemos que para se atingir 100% de xx
um tratamento clínico, 33,3% se constituem de evidência, 33,3% se constituem de bom senso e o restante é a capacidade individual. O bom relacionamento do clínico e do técnico, assim como a união do fundamento e da sensibilidade, é fundamental para se conquistar a confiança do paciente e alcançar um bom resultado. Será que são poucas as pessoas que conseguem unir esses três requisitos? Dessa forma, penso que na Clínica Dental Alpes do mestre prof. Kunihide Terakawa colocava-se em prática esses três elementos os quais supriam a necessidade dos pacientes edêntulos. Esta obra foi desenvolvida a partir do estudo dos materiais e de práticas clínicas na Clínica Dental Alpes Shinjuko juntamente como o mestre prof. Kunihide Terakawa visando o aperfeiçoamento da base dos materiais e das técnicas utilizadas e reconstruindo e simplificando o método. Quando um escritor começa a sua obra é claro que a sua prioridade é mostrar da melhor forma o seu “modo de pensar e de manusear”. Porém, eu gostaria de explanar passo a passo, detalhadamente, o modo e a utilização dos materiais e técnicas para que possam utilizá-los no seu dia a dia. Nesse ponto ficaremos muito satisfeitos se todos compreenderem bem a obra. Procuraramos utilizar termos para que seu conteúdo seja bem compreendido. Nos preocupamos em utilizar termos técnicos simples, usados no dia a dia dos consultórios, para que fosse possível a sua utilização como manual. Assim como os pontos mais importantes foram sublinhados. Pensando em facilitar ainda mais a compreensão do leitor, o livro foi ilustrado com desenhos e fotos. Não existe satisfação maior em devolver a saúde aos pacientes edêntulos.
Introdução Dando Forma a PT
O objetivo principal do tratamento de prótese total é preparar o meio bucal do paciente edêntulo para a confecção adequada da prótese total, devolvendo as mesmas condições de quando havia 28 dentes. Devolver as mesmas condições significa: reabilitar os movimentos mandibulares, função fisiológica da dicção, levar uma vida saudável, sendo a restauração da estética facial o foco principal. Assim, a parte mais importante da tarefa é devolver ao paciente edêntulo todas as condições citadas anteriormente. Sob esse ponto de vista, reabilitação bucal é devolver uma posição mandibular adequada para a mastigação e o sorriso. Além da confecção adequada da prótese total ainda se fazem necessários ajustes periódicos para adaptação às mudanças físicas, manutenção da peça e acompanhamento para que se atinja o objetivo. Assim, o mais importante nesta fase é Confeccionar adequadamente a prótese total. Se isso não for bem executado, a manutenção se torna inútil. Mesmo dentro das várias modalidades de prótese podemos dizer que a prótese total está entre uma das mais difíceis. Existem vários motivos para isso, vejamos alguns. 1. Em muitos casos, o paciente já não confia mais no dentista devido a experiência anterior ruim.
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2. Há muitos casos em que o paciente chega com problemas de saúde, inclusive no aparelho bucal. 3. O problema da ineficácia da mastigação não se resume somente aos dentes, mas também pelo comprometimento dos tecidos de sustentação. 4. Falta informação para a obtenção de próteses de qualidade dentro do laboratório. Além disso, é muito difícil para os principiantes acompanhar os supracitados. 5. Entre os pacientes há muitos idosos, tornando-se difícil a comunicação. 6. Existem muitas linhas de raciocínio e outros tantos métodos de confecção o que dificulta a escolha. Devido à falta de informação e se comparado com as outras áreas da prótese, a prótese total apresenta muito mais fatores de dificuldade na sua execução. Por exemplo: 1. É difícil determinar a dimensão vertical correta do paciente. 2. É difícil a escolha e a montagem dos dentes artificiais mais adequados ao paciente. 3. É difícil delimitar o término da forma da base da prótese total. 4. É difícil redefinir a posição mandibular perdida.
Método para a finalização de uma prótese total
Inicia-se a confecção de uma prótese total sem referência alguma e deve-se prosseguir até a sua conclusão. Deve- se ter em mente também que estamos trabalhando com pacientes de idade avançada o que engloba uma série de outros fatores como a saúde física e psicológica do paciente, bem como levar em consideração que estes possam eventualmente carregar problemas clínicos no meio bucal, na articulação temporomandibular e sistema neuromuscular, o que também dificulta o trabalho. Dessa forma, como podemos proceder para solucionar todas essas questões? Em primeiro lugar temos que definir o que o paciente edêntulo espera da prótese. 1. Que não solte e não desloque 2. Que não se movimente dentro da cavidade bucal 3. Que não sinta dor 4. Que devolva estética natural e seja bonito 5. Que seja durável Se conseguirmos oferecer tudo isso ao paciente ele ficará satisfeito. Se traduzirmos tudo isso para os termos técnicos então teremos: 1. 2. 3. 4. 5.
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Retenção Estabilidade Suporte Estética Proteção do rebordo alveolar e seleção de bons materiais.
FIG. 1 A Prótese Total é confeccionada por 3 faces: a de moldagem, a oclusal e a face polida.
Esses são os pontos determinantes para uma boa confecção da prótese total. Assim, para a confecção da prótese total, o técnico deve seguir três itens (Fig. 1) . 1. Superfície de moldagem 2. Superfície oclusal 3. Superfície polida O segredo da prótese total é levar em consideração esses três itens juntos e não isoladamente (Fig. 2) . Entende-se por superfície de moldagem, a porção que entra em contato direto com a mucosa maxilar. No entanto, existe também a transição da superfície polida. Essa porção de transição refere-se à região da borda da base do contorno máximo. Existe uma linha divisória da margem entre a superfície polida e da superfície de moldagem
Método para a finalização de uma prótese total
A superfície de contato dos dentes anteriores superiores estende-se desde a borda incisal dos dentes até a face lingual, e os dentes posteriores superiores vão desde a ponta da cúspide vestibular até a face oclusal e desta até a face lingual. No caso dos dentes anteriores inferiores a face incisal significa a proximidade da borda incisal, e os posteriores inferiores vão da cúspide lingual até a face oclusal e desta para a face vestibular. Mostrando, assim, a superfície de contato. A superfície polida vai além das partes citadas anteriormente, mas também a porção que mostra parte dos dentes artificiais, como, por exemplo, da forma das faces vestibular e lingual dos dentes anteriores superiores e inferiores e da forma das faces vestibular e lingual dos dentes posteriores superiores e inferiores. É bom pensar que tudo isso está incluso na superfície polida.
FIG. 2 Relação da Prótese Total com o modelo. A face de moldagem corresponde à parte amarelo em contato com a parte vermelha, a face oclusal onde há o contato com os dentes superiores com os inferiores e o restante corresponde à face polida. A porção labial dos maxilares e uma parte lingual e vestibular também pode ser considerada como face polida
A relação do modelo de gesso com a prótese total. A superfície de moldagem corresponde à união entre as partes amarelas e vermelhas, a porção inferior e superior dos dentes de estoque corresponde à superfície oclusal, e o restante compreende à superfície polida. Resumindo, se juntarmos todas as três faces teremos uma prótese total superior e inferior. Então qual seria o melhor método de confecção da prótese total passo a passo? Uma das formas de se pensar é a seguinte: A RETENÇÃO, ESTABILIDADE, SUPORTE, ESTÉTICA E PROTEÇÃO DO REBORDO ALVEOLAR dependem da obtenção das três superfícies, (moldagem, oclusal e de polimento). Nos próximos 15 capítulos abordaremos cada um desses assuntos explicando o passo a passo de forma eficiente. Podemos aprender muito com os trabalhos científicos e teóricos deixados por nossos antecessores. Se estudarmos a prótese total detalhadamente iniciando pelos menores detalhes, o trabalho final se tornará muito mais leve, caso contrário é impossível a visualização do trabalho pronto. Assim, se estudarmos em pequenas partes conseguiremos visualizar a prótese total como um todo. Acreditamos que a observação de cada pequena parte torna o estudo e a prática mais eficientes. Como já mencionado, o ponto de partida para a obtenção de uma boa prótese total é ajustá-la ao organismo, inclusive para o próprio paciente, e a prioridade é a confecção de uma “boa prótese total” e não somente uma prótese total cientificamente perfeita. Então para confeccionar uma prótese total é necessário conseguir “ver nem só as árvores e nem só as florestas, mas árvores e florestas. Possuindo o olhar dos pássaros e dos insetos.”
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Método para a finalização de uma prótese total
Assim, para se visualizar a forma ideal de uma prótese total é necessário que treinem e aprendam com a experiência, se voltando para o objetivo de obter bem as três superfícies que formam esta prótese total. Para atingir esse objetivo juntamente com o clínico, o técnico e o higienista, é fundamental colocar o paciente no centro das atenções desses profissionais a fim de se obter a chave do sucesso. Por esse motivo, dentro deste livro apresentamos 5 casos clínicos da Alpes Dental para
a verificação das próteses e para a melhor visualização de uma imagem que irá auxiliá-los no aprendizado. A partir dos próximos capítulos serão apresentados a forma de confecção das próteses totais passo a passo, o modo de “raciocínio” e o método técnico para alcançar a “chave do sucesso” nos trabalhos, bem como a comunicação com os pacientes.
QUADRO
Ideologia da base Mesmo que haja fundamento e que esteja certo teoricamente, se não houver reflexão na confecção da prótese, nada disso faria sentido. Por outro lado, mesmo que a confecção da prótese esteja magnífica, se não houver fundamento ou mesmo se conseguirmos explanar teoricamente o valor também será perdido. Esse é o nosso pensamento fundamental e intransferível.
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Capítulo 2 Transmissão das informações
Capítulo 2
Transmissão das informações
Neste capítulo abordaremos as informações necessárias para o tratamento de uma prótese total que são: 1. Informações básicas que o dentista deve possuir 2. Informações necessárias que se deve obter do paciente 3. Informações que se necessita passar ao paciente As informações que o técnico deve possuir são os conhecimentos anatômicos e de materiais citados no Capítulo 1, que são básicos para a confecção de uma prótese total. Precisamos obter informações com relação ao estado físico e emocional do paciente. As informações que precisam ser passadas ao paciente são as referentes ao tratamento e utilização da prótese total. Abordaremos detalhadamente cada item.
1. INFORMAÇÕES BÁSICAS QUE O DENTISTA DEVE POSSUIR O conhecimento básico que o técnico deve possuir se refere aos conhecimentos acadêmicos, como a técnica e o conhecimento dos materiais utilizados para a confecção de uma prótese total. Nos empenharemos em detalhar os conhecimentos abordados neste livro e desejamos que à medida que nos aprofundemos ocorram maior entendimento e compreensão. 32
Apesar de não termos nem a formação clínica nem anatomista, gostaríamos que tivessem um conhecimento anatômico, como anatomistas clínicos renomados com vários artigos publicados. Colocamos neste livro a sequência das informações anatômicas que julgamos importantes. Para o tratamento com a utilização de uma prótese total tanto a relação dos tecidos en volvidos quanto a forma da prótese total serão ilustradas e explicadas em figuras.
1. Palavras utilizadas e necessárias de linguagem técnica anatômica Aqui colocaremos na sequência que julgamos necessário. Logicamente há vários termos anatômicos, mas neste capítulo será colocado o que julgamos básico na prática da prótese total. As explicações se seguirão levando-se em conta que os leitores deste li vro já tenham os ensinamentos obtidos anteriormente na odontologia e tenham auxílio do livro de anatomia.
● Osso estruturas relacionadas com a maxila • forame incisal • rafe palatina • linha cervical dos dentes superiores • processo maxilar • fossa palatina • forame pterigóideo
Transmissão das informações
estruturas relacionadas com a mandíbula • processo articular • processo condilar • fossa mentoniana • linha cervical dos dentes inferiores • espinha do mento • linha do músculo milo-hióideo • linha oblíqua interna • fossa supra-hióidea • trígono retromolar • linha oblíqua externa • osso vestibular (arco)
grupo de músculos da língua • músculos milo-hióideo • genioglosso • músculo gênio-hióideo • glosso-mental músculos da expressão • músculo zigomático maior • músculo zigomático menor • músculo elevador do lábio superior • músculo elevador da asa do nariz e do lábio superior • músculo elevador do ângulo da boca • risório • bucinador • músculo depressor do ângulo da boca • músculo depressor do lábio inferior • mentoniano • músculo orbicular da boca • músculo orbicular do olho • comissura labial
● Músculos músculos mastigatórios • masseter • temporal • pterigóideo exter no • pterigóideo interno
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FIG. 1 Vista frontal da relação entre a musculatura da expressão e a PT. A. Músculo orbicular da boca B. Músculo risório C. Músculo zigomático maior D. Músculo zigomático menor E. Músculo elevador do ângulo da boca F. Músculo depressor do ângulo da boca G. Músculo depressor do lábio inferior Pela vista frontal, o músculo que envolve circularmente a fenda bucal é o orbicular da boca, e as fibras musculares dos demais músculos se inserem em forma de feixe (radiante) nas proximidades do ângulo da boca. Este ponto de junção é a comissura labial.
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Transmissão das informações
Figuras 1 a 10 ilustram cada lado de uma prótese total e os respectivos grupos musculares relacionados. Isso porque não adianta termos um conhecimento anatômico técnico se não houver a compreensão dessa relação com a forma da prótese total, principalmente no detalhe e na finalização da forma da prótese total em relação ao rebordo e à musculatura.
outros músculos • rafe pterigomandibular • músculo glossopalatino
● Glândulas • Glândula sublingual • Glândula parótida
2. Tecidos relacionados com a estrutura de uma prótese total
● Estrutura do rebordo maxilar e
Seguem-se aqui as explicações dos conhecimentos anatômicos para a confecção de cada parte da estrutura de uma prótese total. As
porção vestibular anterior Nesta parte, a musculatura ao redor da boca será o determinante na confecção.
A
tecidos envolvidos
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FIG. 2 Vista frontolateral da relação entre os músculos mastigatórios, músculos da expressão e a PT. A. Músculo orbicular da boca B. Músculo risório C. Músculo zigomático maior D. Músculo zigomático menor E. Músculo elevador do ângulo da boca F. Músculo depressor do ângulo da boca G. Masseter H. Temporal O músculo risório parte da fáscia muscular do masseter e também da pele da porção central do vestíbulo e se insere paralelamente em direção ao ângulo da boca. O músculo zigomático maior parte do tubérculo do osso vestíbulo-temporal, direcionando-se para a região do ângulo da boca. O músculo zigomático menor parte da porção da metade anterior do assoalho da mandíbula, direcionando-se para o ângulo da boca e estaciona-se na pele do lábio superior. Na figura, o músculo depressor do lábio inferior não foi especificado.
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Capítulo 6
Moldagem final e transferência
Capítulo 6
Moldagem final e transferência
1. PENSAMENTO A RESPEITO DA MOLDAGEM FINAL
Após a confecção da moldeira individual parte-se para a moldagem final. Gostaria de organizar aqui a forma de se pensar com relação à moldagem final. A moldagem de uma prótese total se divide basicamente em duas partes – uma é a moldagem do contorno marginal de toda a base da prótese total, e a outra é a moldagem interna da base da prótese total. Apesar de estas duas partes serem moldadas ao mesmo tempo, gostaria de dividir em partes no que se refere à forma de pensamento sobre a moldagem. As bases para se definir a forma final da base da prótese total se dividem em – qual comprimento e qual espessura confeccionar. Formato do osso, posições de inserção dos músculos como o bucinador e ao redor da boca, posição do masseter e função definem a espessura e o comprimento. A força dessas musculaturas terá influência. A posição dos maxilares vertical e horizontalmente também influenciará no formato. Por exemplo, quando o molde é obtido com grande abertura de boca, o comprimento e a espessura são muito boas e também o deslocamento da posição horizontal dos maxilares influenciará na forma da base marginal da prótese total (principalmente na diferença de espessura dos lados direito e esquerdo). Por
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isso, na medida do possível, deve-se estabelecer o formato final das bordas da prótese com uma definição final da posição dos maxilares. À medida que se confecciona as linhas da prótese com anatomia próxima da prótese final, tanto a montagem dos dentes artificiais quanto as faces polidas terão um melhor resultado. E, assim, à medida que a moldagem final é realizada com uma moldeira individualizada com um formato muito próximo da prótese final, será possível obter corretamente o formato das linhas-limites. A moldagem da face interna da prótese é a moldagem da mucosa da cavidade bucal e, diferentemente da moldagem de tecidos duros, há a necessidade de se prestar muita atenção, pois sofrem alterações devido a diversos fatores. Mostraremos a forma ideal de se obter o molde interno da prótese. A moldagem de uma prótese total tem como objetivo mostrar a forma do conjunto osso-mucosa. Quando se refere à moldagem para prótese total, há uma dúvida por escolher entre moldagem com ou sem pressão. A dúvida é entre se deve-se moldar sem pressão para que a mucosa não deforme ou com compressão para reproduzir o formato da mucosa durante a mastigação. Então vamos colocar concretamente a nossa forma de pensar.
Moldagem final e transferência
os dentes), com isso o masseter (porção marginal da base da prótese) e a porção interna do músculo milo-hióideo incha na moldeira, que deve ser removida e ajustada. Como as bordas do superior e a face interna não sofrem influência dos músculos de mastigação não há necessidade de se ocluir fortemente (Figs. 17 a 19) . Após o término do processo, verificar a parte oclusal com o uso de carbono e fazer o ajuste, se necessário. As faces desgastadas de vem ser polidas posteriormente com pontas de silicone. Estão finalizados os preparativos para a moldagem final.
FIG. 1 Posicionar a moldeira individual original e verificar se não há dor ao morder levemente.
3. OBTENÇÃO DO MOLDE FINAL
A moldagem final é simples. Remover toda a vaselina da face interna da moldeira, colocar TC II Soft e ocluir. Isso deve ser feito individualmente no superior e no inferior, mas recomenda-se fazer primeiro no superior. Após a colocação do material no maxilar pede-se para o paciente ocluir e fazer biquinho e depois succionar. Repetir este processo algumas vezes e depois esperar a presa. Apesar de alguns profissionais puxarem o freio labial para frente e para os lados, como descrito no Capítulo 2, esta operação é desnecessária. Após a presa, remover uma vez e retirar os excessos, porém, se algum lugar apresentar falta de material ou uma bolha grande, acrescentar uma pequena quantidade na região e moldar novamente. O mesmo procedimento será realizado no inferior. Após os exercícios dos lábios, o operador pressiona a prótese total para baixo segurando-a e solicita-se para que com a língua consiga lamber o lábio inferior algumas vezes e, então, espera-se a presa em oclusão. Remo ver da boca e fazer os ajustes. Assim, finalizase a moldagem final (Figs. 20 a 28).
FIG. 2 Analisar a superfície interna da moldeira superior e inferior independentemente. Na figura observa-se o posicionamento na boca, sem pressão.
FIG. 3 Pressionar a região 2° pré-molar e 1° molar com os dedos, verificando a isquemia da região interna da moldeira.
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Moldagem final e transferência
FIG. 4 Observação do estado sem pressão pela vista oclusal.
FIG. 5 Da mesma forma observa-se a região com compressão.
FIG. 6 No inferior, verifica-se a retenção, sem compressão.
FIG. 7 Observação da região e retenção com compressão.
FIG. 8 Visualização pela face oclusal, sem compressão.
FIG. 9 À medida que se pressiona, consegue-se verificar uma forte retenção. Nesta fase, faz-se o ajuste de acordo com a retenção.
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Moldagem final e transferência
FIG. 10 Utilizando o material apropriado, analisa-se a face interna e as margens da prótese. Não se utilizam materiais à base de silicone, utiliza-se o TC II Soft após untar a prótese com vaselina.
FIG. 11 Posicionar na boca, pressionar com os dedos e fazer a oclusão levemente (para se manter a posição vertical dos maxilares).
FIG. 12 Verificar a adaptação da moldeira individual, pela face interna para verificar a retenção e a margem (borda da PT).
FIG. 13 Com relação à margem da prótese precisamos fazer o ajuste de acordo com a espessura ou a profundidade conforme o fundo do sulco.
FIG. 14 Há uma região visivelmente sobre-extendida na borda (contorno externo) da região anterior. Demarcar com lápis.
FIG. 15 Ajustar com carbide.
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Moldagem final e transferência
FIG. 30 Utilizamos vários materiais para registro de mordida e acreditamos que o TC II é mais preciso.
FIG. 31 Registro em cera da oclusão em lateralidade direita e esquerda. Não há necessidade de registro em protrusão.
FIG. 33 Ajustar para que o arco analisador fique paralelo com o plano de Frankfurt.
FIG. 32 Fazer o registro das informações faciais através do Sistema Kois. Centralizando a haste vertical e o arco analisador paralelo à linha bipupilar.
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Capítulo 9
Prova
Capítulo 9
Prova
Após a finalização da montagem faz-se a prova em boca, e um dos requisitos é a presença do protético, pois é ele quem realiza a montagem. Nesta parte os personagens principais são o paciente e o protético, o dentista é apenas o mediador. Um bom resultado é obtido quando os familiares também estão presentes durante a prova. Em poucos casos, o paciente coloca a prótese e se sente satisfeito com o resultado e, ao chegar em casa, os familiares não gostam do resultado, e o paciente volta frustrado. Por isso, o resultado melhora com a presença dos familiares. A ordem para se fazer a prova é a seguinte: 1. Se a posição dos maxilares está agradável 2. Se sente dor 3. Se a montagem, posição, forma, cor dos dentes estão de acordo 4. Se o formato final está de acordo 5. Se obteve naturalidade Durante a colocação da prótese em cera, deve-se explicar que a prótese não está bem justa para não gerar insegurança ao paciente no caso de a prótese se soltar durante a prova. Solicitar para ocluir suavemente e, se não sentir dor, fazer a avaliação oclusal. Na ausência de problemas o profissional deve avaliar a posição dos dentes, as faces polidas e o 164
formato do rosto como um todo e se houver algum local para ser ajustado, o faz imediatamente (Fig. 1). Neste estágio, fazer a montagem dos dentes posteriores inferiores. Se a montagem superior estiver bem feita, este trabalho pode ser terminado em menos de 30 minutos. Para isso também a presença do protético é desejável (Figs. 2 a 4) . Após o ajuste, parte-se para a satisfação do paciente. Neste momento é importante não entregar um espelho para o paciente, porque às vezes o paciente se concentra em apenas uma parte dos dentes anteriores relacionados com pequenos detalhes de cor e formato, sem conseguir uma correta avaliação e pode ficar confuso. A análise deve ser feita sempre de frente para um espelho maior, que mostre o corpo da cintura para cima. O paciente fica no centro e a seus lados direito e esquerdo o dentista e o protético para fazerem a avaliação correta em conjunto. Inicialmente com a boca fechada e depois com sorrisos elevando os ângulos da boca e depois sorrindo com a boca aberta. Durante o sorriso mostrar e explicar a linha do sorriso construída pela combinação da curvatura da montagem dos dentes anteriores superiores e a curva do lábio inferior (Fig. 7). Assim se o paciente mostrar satisfação, segue-se para a avaliação. Quando trabalhava na Clínica Alpes, as pro vas eram feitas dessa forma, geralmente na esquerda ficava o Professor Terakawa, na di-
Prova
reita o protético e no centro o paciente. No caso da prova de outros tipos de trabalhos protéticos era da mesma forma, mas o dentista não deve se dirigir ao paciente com palavras gentis como “como está se sentindo?”. O professor Terakawa sempre se dirigia com palavras como “Ficou muito bom, hein?”, “Que bom aspecto!”. Ou então, fazia os ajustes até chegar a um bom resultado e depois mostrava para o paciente. Após a prova final
com os especialistas, é interessante também que os outros profissionais que trabalham na clínica se dirijam ao paciente com palavras como: “Que bonito”; “Ficou muito bom”; e participarem conjuntamente para melhorar ainda mais o resultado. Isso tudo é para que o paciente sinta que valeu a pena iniciar o tratamento, e isso também vale no momento da colocação da prótese. Seguimos na prática estes procedimentos.
FIG. 1 Prova da PT em cera. Deixar a região posterior
FIG. 2 Observando a oclusão corretamente fazer a
em cera e checar a oclusão.
FIG. 3 Vista do lado direito da montagem dos dentes
posteriores inferiores.
montagem de todos os dentes. Se a monta gem superior estiver correta, consegue-se uma rápida finalização.
FIG. 4 Vista do lado esquerdo, fazer a confecção da
base gengival.
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Dados dos Casos Clínicos
Dados Fundamentais (todos em mm) (Imagem Total) a. Dentes anteriores superiores e inferiores b. Dentes posteriores superiores e inferiores c. Polimento dos superiores e inferiores (Maxilar) d. Distância da papila do incisivo central até a face vestibular do incisivo central. e. Distância da borda da prótese até a borda incisal do incisivo central. f. Distância da borda da prótese até o primeiro molar. g. Distância do espaço mesiolingual dos primeiro molares. h. Distância da borda da prótese até a borda incisal do incisivo central. i. Distância da borda da prótese até o primeiro molar. Caso Clínico 1 .......................................................... 218 Sexo: masculino Materiais usados: dentes artificiais NC Veracia e Resina Fit C1 na base Estado após a confecção a. b. c. d e. f. g. h. i.
43 direita 38 esquerda 38 12 22 direita 17 esquerda 17 48 24 direita 23 esquerda 21
Caso Clínico 2 .......................................................... 220 Sexo: masculino Materiais usados: dentes artificiais NC Veracia, Resina Fit C1 na base e Super Gold PT rosa na base metálica Personalização da PT com logo da empresa onde trabalhava a. b. c. d. e. f. g. h. i.
38,5 Direita 42 esquerda 34 Direita 5 esquerda 7 12 21 Direita 17 esquerda 18 46,5 22 Direita 22 esquerda 23
Caso Clínico 3 .......................................................... 222 Sexo: feminino Materiais usados: dentes artificiais NC Veracia e Resina Fit C1 na base Estado após a confecção a. b. c. d. e. f. g. h. i.
38 Direita 41 esquerda 38 Direita 5 esquerda 5 11 20 Direita 19 esquerda 19 42 21 Direita 22 esquerda 21
Caso Clínico 4 .......................................................... 224 Sexo: feminino Materiais usados: dentes artificiais NC Veracia e Resina Fit V3 na base Estado após a confecção a. b. c. d. e. f. g. h. i.
38 Direita 42 esquerda 45 Direita 6 esquerda 6 11 19 Direita 19 esquerda 20 45 23 Direita 22 esquerda 24
Caso Clínico 5 .......................................................... 226 Sexo: masculino Materiais usados: dentes artificiais NC Veracia e Resina Fit C1 + V3 (1:1) na base Estado após a confecção a. b. c. d. e. f. g. h. i.
42 Direita 40 esquerda 38 Direita 5 esquerda 7 13 23 Direita 18 esquerda 19 47 23 Direita 24 esquerda 23
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Caso Clínico 1
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Capítulo 13 Caracterização da prótese
Capítulo 13
Caracterização da prótese
1. FUNDAMENTOS DA CARACTERIZAÇÃO
É uma técnica que procura aumentar a qualidade estética e obter mais naturalidade nas faces polidas tanto pela vestibular quanto pela face lingual. Para isso, existem técnicas e materiais. 1. Técnica na qual usamos resinas com cores específicas para a caracterização na parte superior da face do gesso. Após isso, se injeta a resina da base 2. Após finalizar a prótese, colocar a resina com cores específicas nas regiões superiores: • uso de resinas com polimerização rápida; • uso de resinas duras. Recomendamos o procedimento 1. Posteriormente será apresentado o kit de resina para caracterização Denture Color Ring da marca Nissim. Os motivos da escolha do procedimento 1 são os seguintes: 1. Na técnica 2, durante a polimerização da resina colocada na superfície, há uma alteração na resina da base devido a contração, o que promove um desajuste
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2. Por ser difícil conseguir uma adesão ideal quando se coloca a resina sobre uma resina já polimerizada, há um risco de descolamento durante a utilização da prótese 3. No caso de usar uma resina rígida na técnica 2, , há o risco de descolamento por alterações na elasticidade e expansão térmica com a resina da base da prótese total 4. No caso da técnica 2 comparado com uma resina PMMA, a adesão de placa bacteriana é mais facilmente visível Assim estes itens podem ser todos solucionados na técnica 1. (1) Pelo fato de a resina de caracterização estar polimerizada durante a polimerização da resina base, em que não há uma interferência na qualidade da polimerização na base da prótese na qual foi utilizada a resina caracterizada (2) A resina para caracterização Denture Color Ring é polimerizada juntamente coma resina da base (3) A elasticidade da resina caracterizada e também a expansão térmica, é praticamente a mesma da resina base, portanto não há risco de descolamento
Caracterização da prótese
FIG. 1
Kit de
caracterização para próteses totais. Três tonalidades de rosa, duas de rosa-marrom, sete de roxo e fibras vermelhas.
FIG. 2 A superfície é denominada área de caracterização.
FIG. 4 Em seguida, faz-se a divisão de cada dente e seus respectivos alvéolos e a porção entre a raiz e o espaço que envolve as raízes como observado na figura, dessa forma, a distribuição de cores torna-se mais fácil.
FIG. 3 Primeiro divide-se em 1/3 na horizontal, na sequência, área de mucosa alveolar, gengiva inserida e gengiva marginal livre.
FIG. 5 A ilustração acima corresponde ao desenho da caracterização.
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Caracterização da prótese
FIG. 18 Aspecto final do marrom-claro na região anterior.
FIG. 20 Aspecto da coloração nas papilas interdentais anteriores.
FIG. 22 Aspecto do gesso da área de caracterização.
FIG. 19 Distribuição do lilás #17 nas papilas interdentais, por possuir baixo brilho, cria um efeito de profundidade, deve-se, porém, tomar cuidado para não colocar em excesso e criar um aspecto escuro. Neste ponto, colocam-se finas camadas do rosa #13, marrom-claro #15 e lilás #17.
FIG. 21 Coloração da gengiva inserida com rosacereja #12.
FIG. 23 Além do rosa-cereja, utilizar a resina para coroas #80.
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