Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Couro cabeludo Ouvido
Corte da pele
Olhos Nariz Boca, lábios, língua
Pulmões Pele
Corte da parede intestinal
Bexiga, rins Ânus Vagina
Corte do nefrónio
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
EMUNCTÓRIO INTESTINAL É a via mais importante de excreção pelo seu poder de eliminação que ocorre em toda a extensão da mucosa digestiva e, pelas glândulas que aí actuam, principalmente o fígado e o pâncreas. Em cada dia e, de uma forma contínua, chegam às vias digestivas: - 1500 g de saliva; - 1500 g de suco gástrico; - 6 a 800 g de suco pancreático; - 500 a 1000 g de bílis e suco intestinal em quantidade mal determinada. Compreende-se facilmente as consequências que podem advir em caso de disfunção intestinal (obstipação), transferência e manifestação de catarro acumulado.
Nota:
O intestino é assim um emunctório primordial e, de acordo com o poder funcional de cada um, segue--se o rim, a pele, os pulmões e as glândulas excretoras: fígado, pâncreas, etc. A embriologia dos emunctórios confirma esta classificação: no embrião humano, o tubo digestivo aparece primeiro e só depois se estabelecem sucessivamente as diferenciações do aparelho urinário, cutâneo e por fim, o aparelho respiratório. respiratório. A digestão dos alimentos passa por três fases digestivas: - A fase bucal; - A fase estomacal; - A fase intestinal (intestino delgado e intestino grosso). A parte que mais nos interessa é o papel do intestino grosso. É um órgão motor provido de glândulas de muco para facilitar o trajecto e, de fraca absorção para as substâncias nutritivas, mas de forte absorção para a água e sais. (1) O quimo intestinal é composto por produtos digeridos de forma incompleta no intestino delgado, ou seja, polipeptídeos, lípidos, amido e sobretudo celulose, não atacados no intestino delgado e os diferentes produtos de fermentação bacteriana dos glícidos. (2) No seu conjunto, os microrganismos intestinais realizam in vitro, as mesmas acções diastásicas que os sucos digestivos. Elas colaboram nas acções químicas da digestão, digestão, sob duas formas: a) As fermentações dos glícidos, sob a influência de colibacilos, bacilos lácticos e butíricos. Os glícidos são transformados em meio ácido, em ácidos diversos (láctico, butírico, acético), em álcool e em CO 2. A celulose que resiste aos sucos digestivos é em parte hidrolizada pelo bacillus cellulosae dissolvens, para fornecer 50% de glucose, glucose, que será reabsorvida. reabsorvida. b) As putrefacções ocorrem na segunda parte do intestino grosso. Os prótidos são atacados com produção de amoníaco, ácido sulfídrico, ácido carbónico, hidrogénio e uma série de produtos muito característicos, tais como fenóis, ácidos oxiaromáticos, indol e scatol.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Nota: Segundo Bouchard, o intestino é um laboratório de venenos, principalmente ptominas e leucominas, entre as mais tóxicas. É o fígado que transforma os fenóis em fenilsulfatos, o indol em indolsulfatos e o amoníaco em ureia. As acções sobre os lípidos são muito reduzidas. A bílis tem por finalidade a redução da bilirrubina em urobilinogénio que passa no sangue na forma de estercobilina eliminada com as matérias fecais.
COMPOSIÇÃO DAS EXCREÇÕES DO INTESTINO GROSSO As fezes representam o resíduo da secreção e da digestão intestinal.
Peso médio: 150 g
25% de elementos sólidos 5 a 15% de azoto 6% de lípidos 3 a 6% de glícidos
Constituição: - Restos da secreção digestiva; - Alimentos parcialmente digeridos (celulose); - Detritos do epitélio intestinal; - Bactérias aeróbias e anaeróbias tão numerosas que formam a maioria das fezes desidratadas; desidratadas; - Produtos da decomposição bacteriana dos prótidos e dos glícidos; - Estercobilina resultante da redução de bilirrubina; - Sais insolúveis de cal, ferro, manganês; - Fosfatos, cálcio, magnésio, bário, chumbo, mercúrio, por vezes com ulcerações. Em demasiada quantidade, estas substâncias provocam diarreias de eliminação. Para concluir, os mecanismos de defesa de emunctório intestinal obedecem aos mesmos mecanismos de defesa que os emunctórios anteriores. anteriores. FASE II – Hiperfuncionalidade Hiperfun cionalidade → diarreia; FASE III – Hipofuncionalidade Hipofuncionalidade → obstipação, fermentações, putrescência, atonia do intestino (ptsoses); FASE IV – Disfunção → limitação e transferência sobre os primários; FASE V – Transição → Transferência sobre os secundários; secundários; Quando ocorre obstipação há uma redução das secreções biliares e das glândulas de muco o que implica um reequilíbrio alimentar, principalmente principalmente em fibras. Segundo Carton, as mulheres sofrem mais de obstipação que os homens, mas possuem o substituto uteral eficaz, pelas percas vaginais. A partir do estádio IV, a ptose intestinal conduz a um dolicocólon, e depois a uma diverticulose. Nesta fase o regime alopático suprime todos os legumes pelos riscos de oclusão intestinal. Esta medida aparentemente lógica é, de facto, muito contestável, uma vez que esta fisioanatomopatologia é curiosamente a consequência de uma inapetência destes doentes para as fibras (cruas). O intestino grosso preguiçoso, hipofuncional, acaba por se alongar e curvar. A prescrição alopática vai no sentido dos gostos do
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal doente, evitando os legumes crus, o que acentua o risco de diverticulose e sua consequente operação cirúrgica. Nota: Em Naturologia é preciso iniciar com urgência uma reeducação re educação intestinal, reintroduzindo muito progressivamente legumes crus na alimentação que, nos primeiros tempos, devem ser finamente picados até que o intestino reencontre um tónus suficiente. A alimentação exclusivamente cozida e semi-líquida semi-líquida é muito prejudicial à reversibilidade desta patologia.
EMUNCTÓRIO RENAL O rim constitui a via essencial de excreção dos produtos doo catabolismo azotado. A composição da urina varia em função de numerosos factores: - Regime alimentar; - Actividade muscular; - Temperatura ambiente; - Idade; - Sexo; - Etc.
I. AS EXCREÇÕES FISIOLÓGICAS NORMAIS O pH deve ser aproximadamente 6 e a ureia deverá existir entre 13 a 17 g, para não lesionar os órgãos. Os cloretos são constituídos, principalmente por cloreto de sódio (NaCl), de cloreto de potássio (KCl), de cálcio (Ca) e de magnésio (Mg) e, são provenientes dos cloretos alimentares. Nota:
Os sulfatos, ou mais exactamente, exactamente, o enxofre apresenta-se sob três formas: a) Enxofre oxidado de origem alimentar contido nos aminoácidos; b) Enxofre dos corpos sulfuro-conjugados que derivam igualmente de aminoácidos; c) Enxofre neutro nos corpos orgânicos, onde não é oxidado (cistina, taurina, ácido oxiproteico, glutatião...). glutatião...).
Atenção! É costume inserir o amoníaco no grupo das substâncias orgânicas azotadas, uma vez que se trata de uma substância mineral (origem renal no indivíduo normal). As substâncias orgânicas azotadas da urina são o resultado da actividade hepática. A síntese de ácido hipúrico é sobretudo renal, a partir do ácido benzóico e do glicocolo. A cor da urina é devida a dois pigmentos: - O urocroma (rico em enxofre), - A urobilina derivada da bilirrubina (quando o fígado é normal, uma grande parte da urobilina é retida por ele e transformada de novo em bilirrubina; logo, atenção à urobilinúria: insuficiência hepática).
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal AS VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS DA URINA O volume da urina é extremamente variável, em função essencialmente, do regime alimentar, da quantidade de bebidas absorvidas e da importância da secreção sudorífera (elevação da temperatura por esforço muscular e aumento da ventilação pulmonar). A sua composição química varia segundo o regime alimentar: •
•
Regime com predominância de carne: a urina límpida, fortemente colorida tem uma reacção francamente ácida. Contém uma forte proporção de ureia, ácido úrico e uratos. Regime com predominância vegetariana: diminuição da acidez, torna-se alcalina e turva devido à precipitação de fosfatos. Contém uma forte proporção de ácido hipúrico e muito pouco ácido úrico.
Portanto, atenção ao regime alimentar antes de interpretar uma análise da urina, para situar as fases I, II, III, ou IV das defesas emunctoriais. emunctoriais.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA URINA por litro
em 24 horas
950 g
1300 a 1500 cc
Cloretos
8 a 10 g
12 a 15 g
Sulfatos (expressos em SO3)
1,3 a 2 g
2a3g
Fosfatos (expressos em P 2O5)
1,5 a 2,5 g
2,5 a 3,5 g
Ureia
15 a 20 g
25 a 30 g
Corpos úricos
0,3 a 0,6 g
0,5 a 1 g
Corpos púricos
0,15 a 0,3 g
0,2 a 0,4 g
Ácido hipúrico
0,3 a 0,6 g
0,5 a 1 g
Creatinina
0,6 a 1,5 g
1a2g
Ácidos aminados e polipeptídeos
0,1 a 0,3 g
0,2 a 0,4 g
Amoníaco
0,4 a 0,6 g
0,6 a 0,8 g
Indoxyle
0,002 a 0,05 g
0,003 a 0,07 g
Ácido láctico
vestígios em repouso
variável com o trabalho
Ácido oxálico
0,006 a 0,015 g
Água
ELEMENTOS MINERAIS
ELEMENTOS ORGÂNICOS
Urocroma
0,3 a 0,4 g
Urobilina
0,01 a 0,02 g
0,01 a 0,02 g 0,4 a 0,6 g 0,02 a 0,025 g
II. AS EXCREÇÕES PATOLÓGICAS DO RIM -
A glicose, A albumina, Os pigmentos e sais biliares, A acetona e os corpos cetónicos, A hemoglobina, Certos medicamentos (ácido salicílico, salicilato de sódio, iodetos, brometos, arsénico, álcool), Sobretudo os cilindros granulosos, granulo-gordurosos, granulo-gordurosos, hemáticos, hemáticos, característicos característicos de um estado inflamatório do tubo urinífero (nefrite), Eritrócitos, Leucócitos mais ou menos alterados, Micróbios, Sedimentos cristalinos em crescimento: cálculos.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Para terminar sobre as insuficiências renais, é preciso reter que: (1) A relação HT – e insuficiência renal (exemplo assistólica – insuficiência TA = insuficiência de filtração glomerular). (2) Retenção hidrocloreto de sódio a) A retenção sódica é devida a um distúrbio primitivo de permeabilidade renal: - Aumento da água para manter o equilíbrio osmótico dos humores; - Formação de edemas. Nota:
Aumento do peso do doente: 1 kg por 7 g de sal.
b) A retenção aquosa é primitiva e resulta do aumento +++ da filtração capilar geradora da linfa intersticial, ocorre: 1. A seguir a uma paralisação sanguínea; 2. Quando há diminuição da taxa proteica no sangue. A água difundida nos espaços intersticiais retém uma quantidade de cloreto de sódio e conduz a uma diminuição da sua excreção renal c) A retenção azotada é consecutiva a uma esclerose renal, com atrofia da substância cortical do rim (glomérulo e vasos glomerulares) e daí uma insuficiência de excreção e retenção nos casos graves de ácido úrico, ureia e creatinina. Nota: Para as transferências emunctoriais -
-
A glicosúria revela um distúrbio extra renal. A hemoglubinúria é consecutiva a um processo hemolítico de uma parte do organismo. As albuminúrias são frequentemente devidas a danos glomerulares, mas também a factores mecânicos: Paragem circulatória devida a uma insuficiência cardíaca. Albuminúria, dita ortostática (transitória) nos adolescentes em posição de pé , prolongada – contracções do pedículo renal, rebatido por uma curvatura lombar excessiva. Albuminúria ligeira e transitória a seguir a um trabalho muscular intenso e prolongado: albuminúria de fadiga devida provavelmente a um aumento dos metabolitos ácidos, consecutiva aos grandes esforços musculares. • •
•
Para terminar sobre o emunctório renal: Na Fase II (hiperfuncional): o rim aumenta globalmente as suas excreções. Na Fase III (hipofuncional) um estado de limitação: o rim excreta pouca urina, e esta é pastosa em períodos febris. Se nesta fase III o organismo recupera, voltamos à fase II com a crise poliúrica das convalescenças. Na Fase IV (disfuncional primário): oscilação sindromática ou transferência patogénica sobre outro emunctório: pele, pulmão... Na Fase V (transacional secundário): a transferência sobre os secundários.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Atenção! Nas fases IV e V – ácido úrico igual a cálculos por neutralização – calcificação nos rins, pulmões, vesícula biliar e articulações. Nota: A acidez da urina é devida a um aumento do consumo de carne – acidose – insuficiência hepática. Para alcalinizar: regime vegetariano. Num fígado em mau estado, não há retoma dos ácidos aminados excedentários para a sua transformação em ureia.
Na faseVI (fase lesional) emissão de pus, sangue, medicamentos, etc.
EMUNCTÓRIO PULMONAR Nota: Contrariamente ao Dr. Paul Carton, classifico os pulmões como emunctórios primários e não secundários.
Um emunctório é por definição, um órgão que elimina do organismo os resíduos dos seus metabolismos. O papel da função oxidativa dos pulmões sobre os resíduos do organismo é, no mínimo, tão importante como os outros três emunctórios: pele, rins e intestinos. O emunctório pulmonar compreende a mucosa do aparelho respiratório, das fossas nasais aos alvéolos pulmonares. No plano funcional a frequência respiratória é variável com o porte, a idade e o sexo do indivíduo considerado. De um modo geral, a frequência respiratória varia do seguinte modo: À nascença: 5 anos : 15 a 20 anos : 20 a 25 anos : 25 a 40 anos :
45 movimentos/minuto 25 movimentos/minuto 20 movimentos/minuto 18 movimentos/minuto 15 movimentos/minuto
Capacidade pulmonar: Ar residual + ar de reserva Capacidade vital: Ar de reserva + volume normal + ar complementar
I. AS EXCREÇÕES FISIOLÓGICAS NORMAIS Composição do ar alveolar e pressão parcial dos seus componentes em relação à pressão global de 760 mm Hg. O2 CO2 N2 H2O
13,2% 5,2% 75,4% 6,2%
100 mm Hg 40 mm Hg 573 mm Hg 47 mm Hg
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Factores que influenciam as trocas respiratórias: -
A espécie O porte e a superfície do corpo O sexo A respiração As variações de pressão barométrica A temperatura exterior do corpo O sono (diminui cerca de ¼) A capacidade cerebral (varia consoante a emoção) O exercício muscular A influência do jejum (diminui) A digestão (aumenta globalmente e selectivamente segundo a natureza dos alimentos).
A finalidade da ventilação pulmonar é a actividade celular. A ventilação pulmonar permite a entrada de O 2 no organismo e a rejeição de CO2 e H2O. Hierarquicamente, os tecidos que consomem mais O2, rejeitam mais CO2 e são: Nota:
1. 2. 3. 4.
O cérebro O fígado Os músculos Os rins
5. O baço 6. Os tendões 7. Os ossos
Os pulmões, para além de excretarem vapor de água, CO 2 e O2 (residualmente) na sua função primária, podem como emunctórios secundários, eliminar ácido carbónico e corpos voláteis, odores fétidos, aliáceos, cetónicos, clorofórmicos, álcool..., por expectoração ou infecção, testemunhando a importância desta via excretora. Na fase V, os pulmões e as vias respiratórias em geral, reforçam as suas defesas no que respeita a emunctórios patológicos, por mecanismos de drenagem espectaculares: corizas, laringites, bronquites, inflamação pleuro-pulmonar, constipações (resfriados) e intensificando a intensidade das reacções vitais do organismo para recuperar a sua intensidade. As vegetações (ou só adenóides), amigdalites, etc. participam igualmente na fase V.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
EMUNCTÓRIO CUTÂNEO PELE Revestimento com aproximadamente 1,5 m 2. São cinco as funções clássicas de base (camada córnea e basal): 1. Protecção, isolamento (despende 2800 cal para 65 kg) Choque Químico Radiação Viral, microbiano 2. Termorregulação central com o hipotálamo (5 a 600 g/dia até 10 l em 24 horas) 3. Função nervosa (táctil, calor...) 4. Função metabólica (vitamina D, activando o colesterol) 5. Função emunctorial (normal, compensadora, patológica).
I. AS EXCREÇÕES FISIOLÓGICAS NORMAIS DA PELE A) Secreção sudorípara B) Secreção sebácea
A) A SECREÇÃO SUDORÍPARA é realizada pelas glândulas sudoríparas (120/cm 2 = 2,5 milhões no total) que têm uma massa equivalente a 1/8 do rim. O pH médio é ácido (aproximadamente 6, excepto a axila e a virilha que podem apresentar no limite, pH = 4,5 e pH = 7,5 respectivamente). Couraud, pelas suas análises, demonstrou o papel excretor da pele na sua função sebácea, comparável aos elementos do sangue da urina e do suor. Os ácidos do suor são, na maioria, ácidos gordos voláteis: -
Acético Fórmico Butírico Capróico Caprílico Propiónico
Combinações fracas com as bases, formam sais pouco estáveis.
O ácido liberta-se facilmente, dando ao suor o seu odor particular: existem igualmente e em pequena proporção, ácido fosfórico e ácido sulfúrico na forma de sulfatos, mas principalmente, ácido láctico, resultante do metabolismo celular. Nota:
Importante: As substâncias medicamentosas ou tóxicas introduzidas no organismo são eliminadas parcialmente, pelo suor: iodo, iodetos, arsénico e sais de mercúrio, de valeriana, álcool, quinina, princípio odorífero do alho, narcóticos, tranquilizantes, etc.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal A secreção sudorípara não é mais que um simples dialisado. Esta função necessita da participação activa da célula glandular que é preponderante e é influenciada pelas condições circulatórias e pela acção do sistema nervoso. Nota:
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO SANGUE, DO SUOR E DA URINA (resultados expressos em g/litro) SANGUE
SUOR
URINA
900 75 1 1,5 0,08 0,35 6 0,1 0,03 0,2 0,3 0,01 0,001 0,03 0,005 0,02 0,01 0,25 .......
990 0,05 0,1 vestígios vestígios 0,05 4 0,1 0,02 0,4 0,4 0,04 0,1 0,4 vestígios 0,05 0,002 2 3a4
950 0 0,02 0 0 0,3 9 0,1 0,1 1,2 20 0,5 0,5 1,5 1,5 1,5 0,5 0,15 15 a 40
Água Proteínas Glucose Colesterol Creatina Aminoácidos ClNa Ca Mg K Ureia Creatinina Amoníaco Fosfatos minerais (em P2O5) Sulfatos (em SO3) Fenóis Ácido úrico Ácido láctico Ácidos orgânicos
Para além da secreção sebácea, o suor contém uma pequena quantidade de gorduras neutras e de colesterol. Para as substâncias azotadas, é preciso assinalar: - A ureia, 0,5 g/l; - O ácido úrico; - Os uratos; E em pequena quantidade: - Sais amoniacais; - Aminoácidos e creatinina. Para os sais minerais: - Cloreto de sódio +++; - Carbonato de potássio; - Cloreto de potássio; - Sulfatos alcalinos; E ainda vestígios de fosfatos alcalino-terrosos.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal PAPEL DO SUOR a) Depuração da desidratação do sangue; - Sobretudo eliminação de alcalis; - Excreção de ácidos gordos voláteis; - Eliminação do ácido láctico; - Complementar a excreção urinária, mas equilibrando os diferentes órgãos que excretam a água como pulmões, rins, intestinos e pele. b) Regulação do calor animal Por perspiração e transpiração. c) Manutenção da maleabilidade de pele Por perspiração mais secreção sebácea.
B) A SECREÇÃO SEBÁCEA Composição : 2/3 água 1/3 de matérias gordas tipo coloidal
-
Oleína Palmitina Oleatos Palmitatos alcalinos
Mais as substâncias albuminóides análogas à caseína, um pouco de colesterol e sais minerais. Para a pele, acabamos o estudo da fase I. Fase II : Fase III : Fase IV : Fase V : Fase VI :
aceleração quantitativa da excreção estado de limitação – hipofuncionalidade transferência emunctorial para os primários substituição emunctorial sobre os secundários alteração estrutural da pele; estado inflamatório crónico; supuração em pústulas; feridas que não cicatrizam, etc.
II. AS EXCREÇÕES PATOLÓGICAS DA PELE A pele desempenha um papel suplementar importante na falta dos emunctórios primários e dos secundários. Uma CM – TLH orgânica muito elevada, não corrigida, enfraquece os emunctórios primários específicos (intestinos, rins, pulmões) e acabará por ser eliminada pela pele. Clinicamente: herpes, furunculose, eritemas, eczemas, psoríase, urticária, micoses cutâneas, acne, alopecia, ulcerações, etc... caracterizam este tipo de substituição. A repressão a este nível conduz a graves transferências patogénicas (exemplos clássicos: asma, eczema). Nota:
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
OS EMUNCTÓRIOS SECUNDÁRIOS O organismo carregado de CM – TLH, cria alternativas defensivas entre os emunctórios primários e se não for suficiente, cria ainda substituição ao nível dos emunctórios secundários. Os primeiros ficam no estado de limitação (recuperação) e os segundos num estado de hiperfuncionamento compensado. As transferências sindromáticas, a alternância que se observa habitualmente em clínica, traduzem a complexidade destes mecanismos de defesa e depuração do metabolismo orgânico, que são sistematicamente contrariados pelas outras medicinas, ditas “naturais” e, pelas técnicas alopáticas, obcecadas pela repressão das manifestações sintomáticas. Nota:
Esta incompreensão da fenomenologia dos mecanismos de defesa do organismo, e as técnicas paliativas utilizadas por estes tipos de medicina, danificam seriamente a integridade orgânica, agravando a patologia inicial. De entre os emunctórios secundários o mais importante é o fígado, depois o pâncreas, etc.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
OS DEZ EMUNTÓRIOS I. EMUNCTÓRIO HEPÁTICO Anatomicamente, o fígado representa 1/30 do peso do corpo (cerca de 2 kg). O débito mn do sangue: 1500 cm 3 Capacidade do sangue: 1000 a 2000 cm 3 O fígado possui uma importância funcional muito importante. Nota:
1) A FUNÇÃO BILIAR Dupla função: 1) Digestiva 2) Excretora •
•
Na sua função digestiva, o fígado está inteiramente ligado à digestão, uma vez que os sais biliares reforçam a actividade diastásica do suco pancreático, a emulsão e absorção dos lípidos, a excitação da motricidade intestinal, a acção antipútrida e antifermentescível. O papel excretor do fígado é igualmente importante e demonstrado por experiências clínicas e experimentais. - A secreção biliar do fígado, é contínua (quando não ocorre digestão, acumula-se na vesícula biliar). - A secreção biliar existe durante a vida fetal ( meconium). - Durante o jejum (sem trabalho digestivo).
Em caso de retenção biliar – passagem de bílis para o sangue, ocorrem manifestações tóxicas características. Nota:
A bílis representa, sem dúvida, uma via de depuração do organismo. Nas retenções biliares, a presença de elementos da bílis no sangue, provoca hemólises e lesões renais secundárias devidas à acção irritante das substâncias anormais eliminadas pela urina sobre o parênquima renal.
2) FÍGADO E NUTRIÇÃO A posição do fígado interposta na via principal de absorção digestiva desde a sua origem, permite compreender a importância na digestão.
O FÍGADO REGULA VÁRIOS METABOLISMOS Metabolismo dos glícidos, com dupla função: a) Formação do glicogénio (polilósidos vizinhos do amido); b) Transformação do glicogénio em glucose.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Nota:
1. Uma sobrecarga glicérica sobrecarrega o fígado que satura a cerca de 12% do seu peso. Nesta fase, o fígado está esgotado = hiperglicémia transitória (ver glicosúria). Na realidade, o rim não excreta glicose, até que a sua taxa no sangue não ultrapasse 1,80 g/l. a) O fígado produz glicogénio a partir do ácido láctico no trabalho muscular. b) Forma glicogénio a partir dos prótidos utilizando 11 aminoácidos glicoformadores, em 28. c) O fígado retira, igualmente, glicogénio a partir dos lípidos, durante o jejum. Verifica-se então, que a dupla função do fígado na sua função glicogénica (armazenagem do glicogénio e libertação de glicose) representa um tampão entre o acréscimo de energia e o abastecimento dos tecidos. 2. A formação do glicogénio ocorre em vários tecidos, mas a função de armazenamento é assegurada essencialmente pelo fígado e pelos músculos.
3) FÍGADO E METABOLISMO PROTÍDICO O fígado pode ser considerado, igualmente, como um reservatório de prótidos que irá libertando, conforme as necessidades: a) Síntese da maioria das proteínas plasmáticas, entre as quais o fibrinogénio e a albumina. b) Mantém o nível de aminoácidos constante no sangue.
Os aminoácidos a) Os aminoácidos são fixados pelo fígado e, menos intensamente, pelos músculos e rins. b) O fígado liberta aminoácidos para manter o seu nível constante, por exemplo, durante a inacção. c) O fígado transforma os aminoácidos que fixou, em glucose. Os nãoglucoformadores degradam-se em corpos cetónicos. d) O fígado pode fazer a síntese de certos aminoácidos a partir dos glícidos, passando pela etapa do ácido pirúvico. A função uropoiética do fígado Formação de ureia derivada do amoníaco que deriva do seu próprio trabalho de desaminação. O fígado e as nucleoproteínas As nucleoproteínas são, no final, degradadas e assimiladas sob a forma de nucleósidos, pelo fígado, via capilares da veia porta. As bases púricas (guaranina e adenina) dão origem, após várias transformações, ao ácido úrico.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal 4) FÍGADO E METABOLISMO LIPÍDICO Funções: mesma função de regulação homeostásica sanguínea que no caso dos glícidos e dos prótidos. a) Fixação dos lípidos no fígado sob a forma dissimulada de lipído-proteicos. b) Não há formação de lípidos, mas sim acumulação de lípidos extra-hepáticos (lípidos de reserva). c) Destruição dos lípidos. A destruição das gorduras e ácidos gordos (corpos cetónicos) pelo fígado é bem evidente. d) Lembremos simplesmente que o glicerol está na origem da formação da glicose e de glicogénio e que o colesterol, para o qual o fígado tem capacidade de síntese, é também eliminado pela bílis.
5) FÍGADO: HEMATOPOIESE E LEUCOPOIESE Participação do fígado na hematopoiese fetal: a) Actua sobre as proteínas plasmáticas e nitidamente na formação de soro, albumina e de alfafetoproteína. b) Actua sobre os glóbulos vermelhos, interferindo umas vezes na formação e noutras, na destruição das hemácias. c) Sobre os glóbulos brancos. A leucopoiese do embrião e do feto é importante e desaparece quase completamente no adulto normal (excepto, por exemplo, na leucemia mielóide).
6) FÍGADO E COAGULAÇÃO SANGUÍNEA 1. Síntese do fibrinogénio pelos hepatócitos e da protrombina pelas células de Kupffer. 2. Acção anti-coagulante pelas peptonas, designada por Howel, como Heparina.
7) FUNÇÃO ANTI-TÓXICA DO FÍGADO 1. Actua sobre toxinas de origem endógena, derivando essencialmente da absorção digestiva normal ou patológica. 2. Actua sobre as toxinas microbianas e corpos microbianos. 3. Actua sobre os metalóides, metais e pelos sais: mercúrio, bismuto, arsénico, chumbo, ouro... 4. Actua sobre os alcalóides diversos (nicotina, estriquinina, digitalina, muscarina). A expulsão pelas vias biliares (icterícia, cálculos,...) pode ser devida à expulsão de substâncias irritantes e de germes infecciosos. Nota:
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
II. O EMUNCTÓRIO SALIVAR As glândulas salivares podem ser utilizadas para a eliminação de resíduos orgânicos. A sua inflamação (parótidas, cálculos salivares) determina-se como para a glândula hepática, por um elevado teor de CM – TLH. a) As eliminações medicamentosas (estomatites de mercúrio). b) Ácidos (entupimento dos colos dentários e descalcificação dentária assinaladas por Ferrier). c) Os depósitos calcários que se formam sobre as dentaduras, devido aos orifícios excretores das glândulas sub-linguais. São provas da função emunctorial das glândulas salivares. São os problemas da composição fisiológica da saliva, juntamente com as eliminações pelas amígdalas, que provocam a virulência dos micróbios, hóspedes habituais das cavidades buco-faríngias e que constituem a causa de gengivites, estomatites e anginas. Nota:
III . O EMUNCTÓRIO URETRAL E VAGINAL São igualmente emunctórios importantes. Em cada período menstrual é efectuado um trabalho de libertação tóxica, pondo em libertação tóxicos ou toxinas destinadas a ser expulsas por via uterina. Nota:
1. A passagem de resíduos nocivos no sangue ocasiona cefaleias, cansaço, problemas de carácter e outros sintomas gerais da fase pré-menstrual (a fadiga é proporcional à eliminação emunctorial). 2. A alcalinidade protectora do plasma pode ser reduzida, se o estado humoral é deficiente e originar assim, infecções (herpes, erisepela). 3. As adolescentes sofredoras antes da puberdade, melhoram nitidamente, logo que as menstruações se estabelecem regularmente. Da mesma forma, a menopausa provoca frequentemente, problemas devido à paragem do emunctório uterino, mais do que à paragem da secreção interna do ovário. Tratamento: Supressão das causas dos problemas: jejum breve ou alimentação ligeira e alimentos laxantes durante dois ou três dias. 4. A leucorreia, as metrorragias ocorrem quando o estado geral está defeituoso (pletora, intoxicação artrítica). 5. É graças a esta poderosa drenagem uterina que a maioria das mulheres são menos abrangidas por doenças diatésicas (diabetes, gota, hepatites, calvície, etc.).
Carton sublinha a inutilidade e o perigo dos tratamentos locais, cirúrgicos que entrava e suprimem o papel deste emunctório, sem tratar a causa tóxica geral que provoca os problemas metríticos.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
III. O EMUNCTÓRIO MAMÁRIO Rapidamente, os medicamentos e tóxicos alimentares passam para o leite e podem intoxicar as crianças de peito.
IV. O EMUNCTÓRIO LACRIMAL A acidez e a toxicidade das lágrimas são a causa das inflamações do meio externo do olho: - Conjuntivites Glândula lacrimal - Queratites - Treçolhos (terçol) Etc. Esclerótica vista através da conjuntiva Canal lacrimal Meato inferior
Aparelho lacrimal
Íris vista através da córnea Carúnculo
Pupila
Perspectiva frontal do olho
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
OS EMUNCTÓRIOS PATOLÓGICOS Os emunctórios patológicos da fase VI, ocorrem quando os emunctórios suplentes têm um funcionamento insuficiente. O organismo devido a uma sobrecarga em CM – TLH cria lesões nas zonas fracas que servirão de emunctórios: Por exemplo: -
Epistase; Hemoptises; Hemorragias gástricas, intestinais; Hemorróidas.
Numerosas feridas, úlceras ou queimaduras acidentais manifestam um retardamento ou paragem do processo de cicatrização, pelo facto de serem utilizadas como emunctórios, excretórios por um organismo profundamente perturbado por uma sobrecarga de CM – TLH. Nota:
TRATAMENTO Uma derivação intestinal com rectificação da alimentação conduz à prova irrefutável desta patogenia activando a cicatrização de feridas rebeldes e de fístulas incicatrizáveis. A terapêutica sintomática é catastrófica. Nós sabemos que as doenças exprimem reacções de defesa do organismo, que tenta recuperar o seu equilíbrio, comprometido pelas agressões inerentes às condições de vida habituais. As sobrecargas humorais resultantes do catabolismo celular, potencializadas por diversos resíduos tóxicos, químicos, alimentares e até medicamentosos, sobrecarregam os emunctórios, daí as fases de defesa: a) Hiperfuncional, determinada clinicamente, ao que parece, por patologias marcadas, por um lado, por excessos nas reacções funcionais, e, por outro, através de análises de laboratório, como uma sobrecarga de resíduos metabólicos, classicamente reprimidos, quando eles testemunham uma boa defesa orgânica nos processos de eliminação. b) Hipofuncional que se caracteriza clinicamente por insuficiências funcionais, claramente nos estados transitórios de limitação, logo de recuperação que devem ser respeitados! Estas manifestações clínicas incompreendidas por outras técnicas médicas e sobretudo alopáticas, justificam intervenções directas: a) Estimulantes sobre os emunctórios em limitação, logo em fase de recuperação, com os maiores riscos disfuncionais e até lesionais. b) Inibidores sobre um emunctório hiperfuncional que compensa um aumento da CM – TLH, desta vez, com riscos precipitados de transferência para outros emunctórios, por uma medicação quimioterápica obcecadamente correctiva que terá paradoxalmente participado na elevação de CM – TLH, reduzindo o limiar de descompensação funcional do emunctório dominante, no momento da intervenção.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal As técnicas sintomaticamente correctivas, em contrapartida ao conforto que produzem, mascaram as origens das manifestações patológicas que persistem e se agravam insinuosamente, com uma sucessão de transferências patológicas de intensidade decrescente, causando uma alteração da vitalidade geral, atingindo a cronicidade e, até problemas degenerativos. É preciso salientar que as reacções de defesa num doente, são individualizadas e em função: - Da vitalidade do doente; - Da natureza dos problemas; - Das agressões que sofrem, quer sejam “terapêuticos”, ecossistémicas ou relacionais (socio-profissionais). Por outro lado, a programação do processo de defesa é relativamente estável nas suas fases de arranque. Lembremos que os diferentes graus de patologia podem ser reagrupados em cinco níveis de defesa: 1. 2. 3. 4. 5.
Os emunctórios primários; Os emunctórios secundários; Os emunctórios patológicos; Os suplentes dos emunctórios primários; A fase das intervenções externas em urgência.
Como exemplo, podemos seguir o clássico síndroma asma/eczema. No início ocorre, frequentemente um aumento importante da TLH e a primeira defesa é o hiperfuncionamento dos emunctórios primários e seus suplentes sucessivos. Depois, a transferência para os emunctórios secundários reforça a luta contra a TLH. Na sua última fase de defesa, os emunctórios primários desencadeiam as suas funções suplentes e tentam drenar e eliminar para fora do organismo, uma sobrecarga em TLH, que ameaça a sua integridade funcional. O balanço sindromático entre os emunctórios primários, nas suas funções suplentes, demonstram que o organismo não tem os meios necessários para lutar eficazmente contra a TLH, que toma sucessivamente, a forma clínica de uma crise de eczema e depois uma crise de asma. As medicações quimioterápicas inconsideradas apenas reprimem e reforçam a frequência das transferências que acabem por esgotar os emunctórios, mesmo nas suas funções suplentes, iniciando assim as patologias degenerativas.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
OS EMUNCTÓRIOS ARTIFICIAIS -
Cáusticos; Sedenhos; Moxas; Grande vesicatório; Abcesso de fixação de Fochier; Sangrias.
Apenas agem como excretores, emunctórios secundários na fase V. O modo de derivação para os emunctórios primários torna supérfula a prática destes procedimentos bárbaros. Ainda que, em certos comas do tipo “congestivo”, a sangria possa ser utilizada com sucesso. É bom ter presente a lei enunciada por Broussais: “A diminuição da vitalidade do sistema ou de um aparelho provoca frequentemente, a exaltação de um ou de vários outros e, por vezes, a sua diminuição”.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
É IMPORTANTE ADQUIRIR BONS HÁBITOS TOMAR SUPLEMENTOS ALIMENTARES Para compensar as carências, consumir os seguintes complementos: pó de ossos, algas marinhas, clorofila, geleia real, pólen, iogurte, gérmen de trigo, vitaminas naturais, extractos de ervas e de plantas, etc. Dosagem segundo as recomendações de um naturólogo.
BEBER ÁGUA NATURAL
Suprimir o café, o chá excitante (chá preto), as bebidas gasosas, os aperitivos e o vinagre branco. Pode ser permitido um pouco de cerveja e de vinho. Beber substitutos naturais do café, água natural da fonte se possível, ou utilizar um filtro em casa.
DEITAR CEDO
É absolutamente necessário deitar-se por volta das dez horas, de outro modo o organismo não poderá eliminar as suas toxinas e recuperar as suas forças. Para retomar a vitalidade normal, deve-se repousar durante o dia.
REPOUSAR FREQUENTEMENTE
Evitar a sobrecarga física e a excitação intelectual. Reduzir as actividades e ganhar algum tempo livre. Trabalhar mais devagar e menos nervosamente. Não desperdiçar energias em coisas fúteis ou em disputas vãs.
TOMAR UM BANHO QUENTE FREQUENTEMENTE
Entrar na água morna e aumentar gradualmente o calor da água, para transpirar. Duração: 15 a 30 minutos de manhã, cerca do meio-dia ou ao serão se o banho o ajuda a dormir. Escovar e massajar a pele, que desta forma elimina muitas toxinas. Ou então fazer sauna com chá de cavalinha ou palha de aveia; deixar a cabeça de fora – fazer a sauna das 10h às 11h00 ou das 19h às 20h00.
EVACUAR DIARIAMENTE
A obstipação envenena todo o corpo. Contra a obstipação tomar uma tisana para os intestinos à noite. A utilização da tisana é temporária. Os frutos e os legumes crus re ularizam os intestinos.
RESPIRAR AR PURO
O ar das cidades é poluído, pelo que se deve procurar a natureza para oxigenar o organismo. Procurar viver em espaços amplos e abertos e não na atmosfera viciada dos escritórios, ateliers e casas. Respirar amplamente, abrir as janelas, fazer exercícios de respiração profunda.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
OS TRÊS CONCEITOS DA NATUROLOGIA Vitalismo – Humorismo – Causalismo A NATUROLOGIA baseia-se em três conceitos: - O Vitalismo - O Humorismo - O Causalismo
O VITALISMO Existe, no organismo vivo, uma força vital inteligente que tende sempre para a saúde e contra todos os acasos da existência. Vejamos alguns exemplos: 1. Estamos no Outono e, de repente, o tempo arrefece. Ao nível da nossa pele ocorre uma vasoconstrição dos capilares de forma a reduzir a perda de calor por irradiação e o nosso organismo vai aumentar a intensidade das combustões, nitidamente, sob a influência da tiróide. 2. Ao contrário, na Primavera, produz-se uma vasodilatação dos vasos periféricos para aumentar a perda de calor por irradiação e, sempre sob a influência da tiróide, uma diminuição das combustões internas. Tudo isto é uma adaptação ao tempo. Esta adaptação é comandada pela extraordinária Força Vital Inteligente que vive em nós, desde o nascimento até à morte e que assegura a perenidade de vida. 3. Estamos a jantar com uns amigos, comemos demasiado e não fazemos a digestão. Neste momento, produz-se um aumento de fermentações e de putrefacções no tubo digestivo, com a libertação massiva de venenos, que podem envenenar o organismo. A Inteligência Somática, inteligência de todas as células não aceita este envenenamento e vai fazer tudo para o evitar. Ela vai desencadear vómitos e diarreias para eliminar a massa em fermentação e em putrefacção. Deste modo, a vida será protegida do envenenamento.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal 4. Desenvolve-se no nosso organismo, uma infecção viral; os mecanismos que normalmente mantêm a temperatura entre 36,7ºC e 37,3ºC vão disparar um aumento da temperatura até 38ºC, 39ºC ou até mais. Esta hipertermia vai conduzir a uma determinada acidificação do organismo, eliminação ao nível da pele, um aumento do factor fagocitário dos glóbulos brancos (capacidade dos leucócitos ingerirem bactérias e vírus) e hiperactividade do sistema reticuloendotelial, ou seja, do fígado, do baço, da medula óssea, dos gânglios linfáticos e do timo, todo o sistema que, no organismo, está encarregue da defesa anti-microbiana e anti-viral. Este sistema vai fabricar anticorpos específicos à infecção viral. É a defesa do organismo contra a infecção; a defesa é comandada e coordenada pela Força Vital Inteligente da vida, uma vez que uma injecção de vírus dada a um cadáver não provoca hipertermia, logo esta não é devida ao vírus, mas sim à própria vida, à nossa força vital, à nossa própria Inteligência Somática. Não se sabe exactamente, quais os centros nervosos que são o centro desta força vital, embora se presuma que seja o hipotálamo. Sabe-se no entanto, que esta força existe e podemos constatá-la. Poderemos ter verdadeiramente, uma demonstração experimental da existência da Força Vital Inteligente quando um indivíduo jejua. Não vamos falar aqui, porque que é que um jejum inteligentemente orientado é susceptível de recuperar e recupera frequentemente, vamos só falar de autólise. 5. Autólise : Quando por um acaso da vida, alguém é obrigado a não comer durante vários dias, o que acontece? O organismo “não pode viver mais que alguns minutos sem alimento”; as células vivas do organismo alimentam-se constantemente. Ora, apesar desta ausência de alimento, o indivíduo vive, enquanto que deveria morrer inevitavelmente. Que se passa então? A Força Vital Conservadora entra em acção, desencadeando no organismo, um processo extraordinário: a autofagia ou autodigestão ou ainda autólise de alguns tecidos para alimentar outros. Assim vão ser autolisados primeiro, os tecidos gordos e os tecidos patológicos (fibromas, quistos, partes esclerosadas ou doentes e furúnculos) e em segundo lugar, os tecidos do fígado, do baço e do rim. Mas, mesmo após três semanas de jejum, nem o coração, nem o sistema nervoso, nem as glândulas endócrinas terão sofrido autólise. A autólise efectua-se na razão inversa à importância dos tecidos; quanto mais um tecido é vital ao prolongamento da vida, menos esse tecido é autodigerido e viceversa. Isto revela que a autólise é dirigida por uma inteligência fantástica. O tecido gordo vai ser autolisado em ácidos gordos e glicerol e o tecido muscular em aminoácidos. Uma parte dos aminoácidos e do glicerol vão ser utilizados no fabrico de glucose. Nos tecidos, as reservas de vitaminas vão ser libertadas. Assim, os tecidos vitais receberão aminoácidos, ácidos gordos, glicerol, glucose e vitaminas e serão alimentados da mesma forma como se o indivíduo se alimentasse normalmente. Mais prodigioso ainda, é o facto de, como o tecido patológico é destruído, muitas lesões serão assimiladas, muitas patologias irão desaparecer. Neste caso, ocorre a recuperação de numerosas doenças, mesmo consideradas como incuráveis.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Não temos dúvidas quanto à existência desta Força Vital Inteligente - o “Vitalismo” em todos os organismos vivos. Este é um dos conceitos fundamentais em Naturologia. E o Naturôlogo tenta utilizar da melhor forma esta Força Vital Inteligente e aumentar no organismo, através de um modo de vida saudável, exercícios bem doseados, uma alimentação bem equilibrada, o mais natural possível, um equilíbrio emocional, etc. Ele tenta aumentar a quantidade de Força Vital disponível no seu paciente, dirigir e utilizar ao máximo esta Força Vital Inteligente para a recuperação, para a cura.
O HUMORISMO O humorismo é a ciência dos humores. O que são os humores? São o sangue, a linfa circulante e os líquidos intra e extracelulares que constituem aproximadamente 70% do nosso organismo. Desde o nosso nascimento, até à nossa morte, neles são lançados resíduos da vida celular: ureia, ácido úrico, CO 2, etc... aquilo a que chamamos os catabolitos celulares, ou seja, os resíduos do catabolismo. O anabolismo compreende a absorção dos alimentos, a digestão, a sua passagem no sangue, a nutrição e a assimilação. O catabolismo compreende a desassimilação e a eliminação: é a segunda fase. 1. Os catabolitos celulares formam a primeira fonte de resíduos, uma fonte fixa, visto que não se altera muito, qualquer que seja o tipo de vida do indivíduo. 2. Os venenos intestinais formam a segunda fonte. Durante a digestão, os resíduos digestivos sofrem uma putrefacção e uma fermentação. Aí ocorre uma produção de venenos intestinais: ácido sulfúrico, ácido láctico, álcool, sulfureto de hidrogénio, etc..., quantidades razoáveis de venenos intestinais são produzidos desde o nascimentos até à morte. 3. Os tóxicos exógenos. Como tudo isto não era suficiente, o homem resolveu introduzir na sua alimentação diária, inumeráveis aditivos de síntese. - Pesticidas, fungicidas, etc,... utilizados na agricultura - Corantes, pós para levedar, aromas e perfumes de síntese, emulsionantes, etc... empregues na indústria alimentar. E finalmente, utiliza há milhares de anos, mas mais frequentemente de algumas décadas para cá, os estimulantes: chá, erva-mate, cola, cacau, café, tabaco, álcool que são tóxicos naturais (produzidos pela natureza) e que são verdadeiros venenos para o nosso organismo. O café com leite não destrói o cálcio, mas impede a sua boa absorção intestinal. A mistura de café com leite, no meio ácido do estômago forma grumos insolúveis. São os taninos do café que, precipitam a caseína do leite, sendo os responsáveis por este resultado pouco satisfatório do ponto de vista nutricional. Independentemente da sua indigestibilidade, estes grumos são rebeldes à acção do suco gástrico e apresentam o inconveniente da não serem correctamente assimilados. Nota:
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Felizmente, face a estas três fontes tóxicas e toxínicas impregnando o organismo, este dispõe de emunctórios especiais para eliminar os catabolitos celulares, os venenos intestinais e os tóxicos exógenos: -
O fígado através da bílis O cólon através das matérias fecais A pele com o sebo As células queratinizadas com o suor Os pulmões com o dióxido de carbono, as mucosidades Os rins com a ureia, etc.
Salienta-se ainda que existe uma porta de entrada para os alimentos, mas existe uma porta de saída para os resíduos. Isto prova a primazia para a Vida, da função de eliminação. Apesar destes cinco pontos de saída, vivemos de um modo tal que não são sempre suficientes, para eliminar a massa de catabolitos, venenos e tóxicos, verificando-se então uma retenção, provocadora da doença em geral. Para o Naturólogo: A saúde = equilíbrio entre a produção e a eliminação. A doença = desequilíbrio entre a produção e a eliminação.
Eliminação
Estado de saúde
Produção
Eliminação
Produção
Se a produção pesa mais que a eliminação é porque estamos a produzir demasiados tóxicos, venenos e catabolitos para eliminação.
COMO SE PROCESSA ESTE DESEQUILÍBRIO? Nós vimos que a produção de catabolitos é uma fonte relativamente estável, mesmo o hipertiroidiano não produz um maior “empastamento” celular que um indivíduo normal.
COMO SE PROCESSA ESTE DESEQUILÍBRIO? Nós vimos que a produção de catabolitos é uma fonte relativamente estável, mesmo o hipertiroidiano não produz um maior “empastamento” celular que um indivíduo normal. Por outro lado, os venenos intestinais, em certas condições podem-se decuplicar e, nesse caso, o fígado não consegue destruir totalmente estes venenos que passam no sangue e ocorre o envenenamento humuro-celular. A Força Vital Inteligente vai expulsar estes venenos pela pele e irão surgir diferentes dermatoses: acne, eczema, psoríase e outras; às quais se junta por vezes, uma infecção por estafilococos ou estreptococos, como no acne. O problema é proveniente do intestino.
Estado de doen a
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Os venenos podem-se decuplicar, devido ao nosso modo de vida incorrecto e à utilização dos seguintes elementos: - Inibidores de digestão - Alimentos demasiado indigestos - Superalimentação global
A SUPERALIMENTAÇÃO GLOBAL É uma das causas do retardamento da digestão, geradora de fermento-putrescências, em particular a sobrecarga em farináceos feculentos e corpos gordos (quer sejam biológicos ou não). Todo o excesso de pão, pastas, batatas e de matérias gordas é uma das causas fundamentais da indigestão. Evitar também o detestável hábito de “petiscar” entre as refeições. São necessárias três refeições por dia e deixar ocorrer um tempo de repouso no tubo digestivo entre as refeições, senão este esgota-se, visto que o trabalho da digestão é gigantesco. A digestão necessita de vários litros de secreções digestivas. É um trabalho enorme para todo o organismo: - Para o coração que deverá enviar uma quantidade considerável de sangue para o tubo digestivo. - Para o sistema nervoso que deve coordenar a incrível complexidade das operações enzimáticas.
O LANCHE Uma das razões da proliferação dos pediatras é o conceito de lanche. A criança que recebe três refeições contendo glícidos (de manhã, pão; almoço e jantar, pão cereais ou batatas) não tem necessidade de uma quarta refeição de glícidos por volta das 16 horas. Caso isso aconteça a digestão retarda-se e ocorrem dermatoses, catarros crónicos e infecções variadas, tendo a sua origem no tubo digestivo. Ao lanche uma criança deve ingerir fruta e um pouco de queijo branco, ou fruta e um iogurte, ou fruta e um ovo cozido mal passado, ou seja, um fruto e uma proteína. Um lanche hiperglúcico é ainda mais catastrófico, porque retira o apetite da criança para o jantar. A criança deixará de ingerir alimentos essenciais como os ovos, o peixe ou a carne, apenas petiscará quando muito, algumas guloseimas e ficará desde o almoço até à manhã seguinte sem ingerir proteínas. Assim, este conceito habitual de lanche é duplamente nocivo: conduz à sobrecarga glucídica responsável por dermatoses, catarros e infecções, mas mais ainda, perturba o crescimento por carência proteica na refeição da noite. É preciso saber que estas misturas são indigestas, é preferível ingerir fruta (e tomate) e iogurtes fora das refeições, visto que, às refeições, a fruta e o tomate permanecem no estômago várias horas sem digestão, fermentam e provocam a fermentação do bolo alimentar. Logo, só deverão ser ingeridos às refeições se a capacidade digestiva for muito forte.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal A INDIGESTÃO CRÓNICA Quando abordamos a indigestão crónica, abordamos também muitas vezes, inconscientemente, a causa fundamental do cancro. Se excluirmos os cancros hormonais dependentes, o cancro da bexiga, dos pulmões devidos ao tabaco, apercebemo-nos que a quase totalidade dos cancros envolvem o tubo digestivo e as glândulas anexas.
O HUMORO-CELULAR Este termo não é científico, mas é muito preciso na natureza. Este humoro-celular devido às toxinas (venenos intestinais) ocorre quando a digestão se retarda sob a influência dos três factores que já referimos (inibidores da digestão, alimentos demasiado indigestos e superalimentação). Esta é a causa fundamental da maioria das nossas doenças (dermatoses, catarros, infecção crónica) todas estas infecções crónicas são recuperadas assim que se trata o tubo digestivo. A doença surge quando geramos mais venenos intestinais do que o nosso fígado pode destruir. A doença (desequilíbrio entre a produção e a eliminação) pode derivar também da intoxicação exógena. Se abusarmos do chá, cola, cacau, tabaco e bebidas alcoólicas irá ocorrer uma intoxicação exógena que vai também originar a doença. Este humorocelular não é devido aos venenos intestinais, mas sim à intoxicação exógena.
OS FACTORES DE ACIDIFICAÇÃO A ALIMENTAÇÃO COM EXCESSO DE ÁCIDOS O corpo acidifica-se quando a quantidade de alimentos ácidos e acidificantes consumidos é superior à dos alimentos alcalinos.
As quantidades dos três diferentes tipos de alimentos, respectivamente citados abaixo, durante uma refeição dependerá da maior ou menor quantidade de ácidos que o organismo deverá enfrentar, logo da maior ou menor possibilidade para o organismo se acidificar.
1. LISTA DE ALIMENTOS ACIDIFICANTES ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦
Carne, aves, charcutaria, extractos de carne, peixe. Ovos Queijos (os queijos fortes são mais ácidos que os suaves) Produtos lácteos ricos em soro: iogurte, leite coalhado, queijo branco, kéfir Partes gordas dos animais Óleos vegetais, sobretudo de amendoim e óleos endurecidos ou refinados Cereais completos ou não: trigo, aveia, sobretudo milho miúdo. Pão, pastas, flocos e alimentos à base de cereais Leguminosas: amendoim, soja, feijão branco, favas,... Açúcar branco refinado Guloseimas: xaropes, pastelaria, chocolate, bombons, rebuçados,... Frutos oleaginosos: nozes, avelãs, etc (excepto amêndoa) Café, chá, cacau, vinho
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
2. LISTA DE ALIMENTOS ÁCIDOS (não necessariamente acidificantes) ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦
Soro de leite: iogurte, leite coalhado, kéfir, queijo branco pouco escorrido. Frutos pouco maduros (quanto menos maduro, mais ácido). Frutos ácidos. Pequenos frutos: groselhas, framboesas. Citrinos: limão, toranja, lima, laranja,... Certas variedades de maçãs, cerejas, ameixas, pêssegos. Excesso de frutos doces. Legumes ácidos: tomates, ruibarbo, azedas, agrião. Choucroute. Sumos de fruta, sumo de limão (no molho da salada!) Bebidas industrias açucaradas: limonada ou outros à base de cola. Mel Vinagre.
3. LISTA DE ALIMENTOS ALCALINOS ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦
Batata Legumes verdes crus ou cozidos: saladas, feijão verde, couve, alface etc. Legumes coloridos: cenouras, beterrabas,... excepto o tomate. Milho (grão ou farinha). Leite (líquido ou pó), natas. Bananas Amêndoas, nozes do Brasil Castanhas Frutos secos (moderadamente e excepto o alperce). Águas minerais alcalinas Bebidas com puré de amêndoa.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
AS DOENÇAS DEVIDO À ACIDEZ 3 Causas
•
•
•
Agressão pelos ácidos – desmineralização Diminuição das defesas orgânicas Formação de depósitos
LISTA DE DISTÚRBIOS ORGANISMO
RESULTANTES
DA
ACIDIFICAÇÃO
DO
Na lista que se segue, as manifestações patológicas resultantes do terreno ácido estão classificadas por órgão ou parte do corpo. Sublinhemos ainda que os distúrbios mencionados não são devidos exclusivamente à acidificação do terreno. Um mesmo problema de saúde pode ter várias causas. Por exemplo, o sangramento das gengivas pode resultar de uma carência em vitamina C, ou de uma má higiene bucal ou ainda de uma desorganização das gengivas pelos ácidos. Geralmente, um indivíduo sujeito a uma insuficiência metabólica relativamente aos ácidos, sofrerá de vários distúrbios que poderão aparecer simultaneamente ou sucessivamente no tempo.
ESTADO GERAL Falta de energia – sensação constante de fadiga – perca de tónus físico e psíquico – diminuição da actividade – aparecimento prematuro da fadiga – dificuldade em recuperar após um esforço – sensação de dor nos membros – desfalecimento frequente – enfraquecimento energético súbito após o consumo de alimentos ácidos. Diminuição da temperatura corporal – sensação de frio interior intenso e profundo – frigidez. Perca de peso específica por degradação cálcica dos ossos. Tendência para infecções por diminuição das defesas orgânicas. ESTADO PSÍQUICO Perca de vivacidade, do entusiasmo e da alegria de viver – tristeza – ideias negras – tendências depressivas – irritabilidade – sensibilidade nervosa extrema – nervosismo – agitação estéril – hiperemotividade – sensibilidade e contracções nervosas (estremecimentos) aos ruídos agudos. CABEÇA Grande palidez (devido à contracção dos capilares) – dores de cabeça – olhos lacrimejantes e sensíveis – conjuntivite – keratite – blefarite. BOCA Saliva ácida – dentes descamados – gengivas inflamadas e sensíveis – aftas – fissuras nos cantos dos lábios – irritação das amígdalas e da faringe que leva a infecções reincidentes das mucosas. DENTES Dentes sensíveis e embotados quando há consumo de alimentos frios, quentes ou ácidos. Cáries dentárias – fissuras e esboroamento dos dentes – nevralgias dentárias. Os ácidos agridem os dentes pelo exterior (pelos alimentos ácidos e a saliva ácida) e pelo interior (sangue ácido).
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal ESTÔMAGO Acidez estomacal – arrotos ácidos – espasmos e dores estomacais – gastrites – úlceras... INTESTINOS Emissões intestinais libertadores de ácidos – ardores rectais – predisposição para inflamação das fezes por esgotamento hepático. RINS E BEXIGA Urina ácida – irritações e ardores na bexiga e uretra – poliúria por imitação renal – cálculos renais e vesicais. VIAS RESPIRATÓRIAS “Gota no nariz”, extrema sensibilidade das vias respiratórias ao frio – constipações e bronquites frequentes – sinusite – anginas – hipertrofia das amígdalas – adenóides – tendência alérgica – tosse e raspagem da garganta por irritação. PELE Suor ácido – pele seca – pele vermelha e irritada nas regiões de forte sudação (nas dobras dos membros, ao nível da cintura, por baixo da bracelete do relógio, ou sob os anéis que enegrecem) ou em redor dos orifícios do corpo (olhos, boca, ânus, vulva). Fissuras e gretas entre os dedos e à volta das unhas. Micoses – urticária – prurido – borbulhas – eczemas diversos. UNHAS As unhas enfraquecem-se, dobram-se e partem-se facilmente. Estrias nas unhas. Manchas brancas nas unhas.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
OS PILARES DA SAÚDE AS RAÍZES DA DOENÇA O EQUILÍBRIO DOS TRÊS PILARES DA SAÚDE A saúde é um equilíbrio delicado e difícil de equacionar. Parece prático simbolizá-la como um edifício suportado por três pilares: psiquismo, mecânico e bioquímico. Cada pilar é essencial, visto que da resistência e do equilíbrio de cada um depende a solidez do conjunto. Se um deles enfraquece, todo o edifício é atingido e o balanço tende para o desequilíbrio, de início reparável (problemas energéticos, depois, funcionais e orgânicos reversíveis), em seguida, inclina-se progressivamente ou brutalmente para a doença orgânica irreparável. A energia representa o cimento que mantém a coesão de cada pedra (células).
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
ENERGIA O M S I U Q I S P
O Ã Ç I R T U N
O C I S Í F
HEREDITARIEDADE
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
A ÁRVORE DA TOXEMIA
(As folhas representam os sintomas das doenças)
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal “O homem evolui como uma árvore em que todos os anos, nasce um novo anel. Este obtém energia a partir do intestino no qual a flora bacteriana (rizoma) juntamente com os sucos digestivos, prepara os metabolitos nutritivos. Durante o crescimento, ele sofre doenças, a acção das vacinas, etc., ao nível somático e, a influência do seu meio psíquico, estando tudo rodeado pela atmosfera cósmica envolvente. Todas as perturbações ficam marcadas e memorizadas na sua estrutura”.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
A ÁRVORE DA DOENÇA
A I M E X O T O Ã Ç A V R E N E
FALTA DE APETITE
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
AS PATOLOGIAS HUMANAS: CAUSAS, EFEITOS, RECUPERAÇÃO Carências Excessos - Excesso de calor - Abuso do sol - Excesso de frio Hidroterapia abusiva ou incorrecta - Abuso sexual - Falta de repouso e de sono - Insuficiência de ar - Sedentaridade completa - Superalimentação global ou sectorial
Doenças profissionais - Trabalho robotizado - Trabalho em cadeia - 3x8 - dia/noite - Conflitos de trabalho - Sobrecarga física - Poluição no local de trabalho - Desemprego
Hereditarieda - Defeitos hereditários - Mestiçagem
Desequilíbrios emocionais -
Ciúme Possessividade Paranóia Ódio Nevrose Obsessão Ideia fixa Suspiros Medo Separação Divórcio Luto Desgosto Violação Problemas de comportamento - Dificuldades escolares
Males do espírito
Tóxicos
- Falta de ideal - Afastamento do espírito (magia) - Dependência de um guru (escravatura) - Prisão espiritual - Bruxaria
-
Pesticidas Adubos químicos Drogas/Tabaco Álcool Açúcares, limonadas Café, chá Coca, chá-mate Aditivos alimentares
-
- Raios x - Contaminação radioactiva - Cirurgia abusiva - Queimaduras - Vacinas - Florações - Anestesias - Medicamentos sintéticos - Medicamentos naturais tóxicos
Medicações Iatrogénicas
Barulho Agitação Precipitação Poluição do ar Publicidade agressiva - Habitação patogénica - Vestuário tóxico
ENERVAÇÃO – INTOXICAÇÃO
“IRRITAÇÃO” - Febre - Diarreia, obstipação - Acne - Constipação, bronquite - Timidez
“INFLAMAÇÃO” - Amigdalite, apendicite - Hemorróidas, varizes - Hérnia - Asma
“ULCERAÇÃO” -
“ENDURECIMENTO” - Reumatismo, artritismo - Esclerose - H.T.A. - Psoríase
Úlcera, colite, gastrite Eczema Anginas Alucinações
“TUMEFACÇÃO “
“CANCERIZAÇÃO” - Cancro, leucemia - Diabetes - Tuberculose - Anemia - Loucura
-
Os factores naturais de saúde - Água, ar, sol, alimentação - Clima psico-afectivo
As terapias não iatrogénicas - Medicina do terreno - Dietoterapia, bioterapia
Tumor, quisto Obesidade Fibroma, pólipo Cirrose
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
AS DOENÇAS CURAM-SE PROCURANDO A RAIZ
Doenças infecciosas
Doenças digestivas
Doenças oftálmicas
Doenças reumatismais
O. R. L.
Doenças cardiovasculares
“ A parte particular do corpo que está atingida pela doença é o indício que a natureza nos dá acerca da desordem interior que se iniciou; ao indicar a origem da doença, é o sinal da sua causa. Revela também a natureza da resistência que impede o ser de avançar, no seu conjunto, com a mesma rapidez. E isto ensina-nos quais os tratamentos e a cura”.
Afecções ginecológicas
Doenças respiratórias
Doenças neuropsiquiátricas
Doenças endócrinas
Doenças da pele
Doenças genitourinárias
“Se se pudesse compreender qual a origem do erro, encontrar onde faltou a receptividade, abrir esta parte à força e à luz, seria possível restabelecer num momento a harmonia que foi alterada e a doença desapareceria imediatamente”.
Indiferença Falta de confiança em si próprio
Arrogância Ressentimento Rigidez física e mental
Abusos Sensualidade Alcoolismo Tabagismo Meio ambiente
Falsa educação Ignorância e transgressão das leis naturais
Atavismo Hereditariedade Causalidades metafísicas
Danos no solo, ar e água...
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
A CAUSA DAS DOENÇAS SEGUNDO TILDEN (1851-1940) STRESS AMBIENTE – HÁBITOS DE VIDA
TENSÃO FÍSICA – MENTAL – EMOCIONAL – AMBIENTAL
ENERVAÇÃO
INSUFICIÊNCIA DE ELIMINAÇÃO PELOS EMUNCTÓRIOS PULMÕES – RINS – INTESTINOS – PELE
RETENÇÃO DE RESÍDUOS
TOXÉMIA
REACÇÕES DOENTIAS CRISES AGUDAS CONDIÇÕES CRÓNICAS E DEGENERATIVAS
A NATUREZA DA DOENÇA É DETERMINADA PELA PREDISPOSIÇÃO INDIVIDUAL OU DIATÉSICA E OS EFEITOS DOS TRATAMENTOS MEDICAMENTOSOS
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
A FILOSOFIA DA NATUROLOGIA A FILOSOFIA DA NATUROLOGIA A filosofia das terapêuticas naturais é baseada na ciência em relação com as leis e os princípios naturais descobertos e redescobertos e com a sua aplicação aos fenómenos da vida, da morte, da doença e da recuperação.
O PRINCÍPIO CONSTRUTIVO DA NATUREZA A Naturologia é um sistema de cultura humana em harmonia com os princípios construtivos da natureza, no plano físico, mental, moral e espiritual do ser humano. O princípio construtivo da natureza é o princípio que constrói, melhora e corrige, que realiza o tipo perfeito cuja actividade na natureza é designada como reaccional e construtiva e que se opõe ao princípio destrutivo da natureza. O PRINCÍPIO DESTRUTIVO DA NATUREZA O princípio destrutivo da natureza é o princípio que desintegra e destrói as formas existentes e os indivíduos, cuja actividade na natureza é designada como degradante e destrutiva. O que é normal ou natural está em relação harmoniosa com a finalidade vital do indivíduo. A SAÚDE A saúde é a vibração normal e harmoniosa dos elementos e forças que constituem a entidade humana no plano físico, mental e moral da existência, em conformidade com o princípio construtivo da natureza aplicado à vida individual. A DOENÇA A doença é uma vibração anormal dos elementos e das forças que constituem a entidade humana num ou em vários planos da existência, em conformidade com o princípio destrutivo da natureza aplicado à vida individual. A PRIMEIRA CAUSA DA DOENÇA A primeira causa da doença é a violação das leis da natureza (excepto os traumatismos acidentais e cirúrgicos do organismo humano e dos elementos hostis do meio à vida humana).
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal OS GRAUS PRIMÁRIOS DA DOENÇA Os efeitos da violação das leis da natureza sobre o organismo físico são: 1. Diminuição da vitalidade. 2. Composição anormal do sangue e da linfa. 3. Acumulação de resíduos, de matérias patogénicas e de venenos. Estes estados são idênticos à doença, uma vez que tendem a reduzir, a bloquear ou a inibir as funções normais (vibrações harmoniosas) das células do corpo e porque originam e favorecem a destruição dos tecidos vivos.
AS DOENÇAS AGUDAS O que correntemente se designa por doença aguda, representa na realidade, o resultado dos esforços da natureza para eliminar do organismo, resíduos, substâncias patológicas e venenos, e para reparar a destruição dos tecidos vivos, ou seja, cada doença aguda é o resultado do esforço de desintoxicação e de recuperação da natureza. A verdadeira doença é uma vitalidade reduzida, uma composição anormal de líquidos vitais e uma acumulação de resíduos e de “venenos”. A doença crónica é um estado do organismo durante o qual diminuem as vibrações (vitalidade reduzida) devido à acumulação de substâncias patogénicas e venenos tendo como consequência a destruição das partes vitais e dos órgãos e que progrediu ao ponto em que as forças naturais construtivas e curativas não são mais capazes de reagir contra os estados patológicos por esforços curativos agudos. Existe um estado do organismo, no qual as substâncias patológicas e os venenos tendo atingido a supremacia, impedem as reacções agudas (crise de auto-recuperação) de parte das forças construtivas da natureza. Existem dois tipos de crises: a crise de auto-recuperação e a crise patológica.
A crise de auto-recuperação é uma reacção aguda resultante da supremacia das forças curativas da natureza sobre os estados patológicos. A sua tendência é a recuperação e é por isso que está em conformidade com o princípio construtivo da natureza. A crise patológica é uma reacção aguda, resultante da supremacia dos estados patológicos sobre as forças de saúde do organismo. Está orientada para o desfecho fatal e, como tal, está em conformidade com o princípio destruidor da natureza. MÉTODOS DE TRATAMENTO As Terapêuticas Naturais consideram o tratamento como um reajustamento do organismo humano às funções e condições normais, a partir de funções e condições anormais.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal De facto, a Naturologia utiliza métodos de tratamento que estão em conformidade com os princípios construtivos da natureza. Os métodos são os seguintes: -
Estabelecimento de um meio normal e de um modo de vida natural. Economia das forças vitais. Formação de sangue a partir de bases naturais, pelo fornecimento , ao sangue, dos seus constituintes naturais em proporções correctas. Incentivo à eliminação de resíduos e de venenos de uma forma inofensiva para o corpo humano. Estimulação da responsabilidade individual e pessoal e da ajuda a si mesmo.
Os medicamentos – Por vezes, os medicamentos estão em conformidade com os princípios construtivos de natureza, na medida em que são nocivos ou destrutivos para o organismo humano e constituem alimentos para os tecidos, ou favorecem a neutralização e eliminação de substâncias patogénicas e de venenos. Drogas e cirurgias – As drogas tóxicas, as cirurgias feitas sem critério, não estão em conformidade com os princípios construtivos da natureza porque: - Suprimem as doenças agudas ou as crises que podem, nalguns casos, representar os esforços purificadores e curativos da natureza. - São nocivos e destrutivos para a vida humana. - Podem ser substituídos pela obediência às leis da natureza e esforço pessoal, com a ajuda de si mesmo. A Naturologia está em conformidade com o princípio construtivo da natureza, porque ensina que a primeira causa da fraqueza e da doença é o desobedecimento às leis da natureza: - Estimula o indivíduo a estudar as leis naturais e demonstra a necessidade de uma estrita obediência a essas leis. - Fortifica a consciência de responsabilidade pessoal do indivíduo para o seu próprio estado de saúde e para a sua situação hereditária, os traços e tendências dos seus progenitores. - Encoraja a ajuda de si próprio e o esforço pessoal. Adopta um meio e hábitos de vida conforme as leis naturais. - Ajuda a natureza nos seus esforços purificadores através de meios simples e naturais e métodos de tratamentos que não são nocivos para a saúde e para a vida e que estão ao alcance de cada um.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal MODO DE VIDA E TRATAMENTOS NATURAIS De entre os modos de vida e tratamentos naturais distinguem-se: 1. O retorno à natureza pela regulação da alimentação, da bebida, da respiração, do banho, do vestuário, do trabalho, do repouso, do pensamento, da vida moral, das actividades sexuais e sociais, etc., sobre bases normais e naturais. 2. Tratamentos elementares tais como: alimentação seleccionada e combinada cientificamente, medicação bioquímica, ervas simples e infusões, extractos, decocções, etc. 3. Tratamentos mecânicos tais como: ginástica correctiva, massagens, osteopatia, quiroprática e, em determinados casos, electroterapia e raios de sol. 4. Tratamentos mentais e espirituais, tais como relaxação científica, sugestão normal, atitudes mentais construtivas, a oração e a fé. CONCEPÇÃO DE VIDA Quando consideramos a causa e a natureza da doença, devemos começar pelo início, ou seja, pela própria vida, visto que os processos de saúde, doença e de recuperação são manifestações variadas daquilo a que chamamos vida, vitalidade, elementos vitais, etc. Quando nos esforçarmos por sondar o mistério da vida, apercebemo-nos que nos debruçamos sobre um problema que nenhum espírito humano é capaz de resolver ou explicar. Só podemos estudar e compreender ainda através das suas manifestações e não na sua origem e na sua essência real. Existem dois conceitos dominantes, mas largamente divergentes, no que diz respeito à natureza da vida ou Força Vital: o conceito Materialista e o conceito Vitalista. -
O conceito Materialista considera que a vida ou força vital é uma manifestação de actividade eléctrica, magnética e química dos elementos físicos materiais que constituem o organismo humano – uma espécie de “combustão espontânea” ou “uma sucessão de fermentações” – ou de transformações químicas.
Esta concepção materialista de vida, no entanto, é já considerada antiquada do ponto de vista dos biólogos mais evoluídos, devido às maravilhosas descobertas da ciência moderna que ligam os reinos materiais e espirituais da existência, ultrapassando o abismo que os separa. Mas, a ciência médica como é ensinada nas escolas oficiais é sempre dominada pelo antigo conceito grosseiro e mecânico de que a força vital é em grande parte responsável pelos seus maiores erros, na teoria e na prática. -
O conceito Vitalista, por outro lado, considera a vida ou a força vital como sendo a principal de todas as forças e proveniente da grande Força Central Toda- Poderosa.
Esta força que preenche, renova e anima todo o Universo da criação é a expressão da Vontade Divina que movimenta turbilhões no éter, como os electrões e os iões, que são formas positivas e negativas de electricidade. A electricidade é uma forma de energia. É como energia inteligente, senão não se poderia deslocar com a mesma precisão maravilhosa, nos electrões dos átomos, nos sóis e planetas do universo sideral. Esta energia inteligente só pode ter uma origem: a Vontade e a Inteligência do Criador, o “Grande Sol Central do Universo”.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal É por isso que a matéria bruta em vez de ser a fonte da vida e de todos os fenómenos mentais e espirituais complexos, não é mais do que a expressão da Força da Vida, sendo ela mesma uma manifestação da Grande Inteligência Criadora, a que alguns chamam “Deus”, outros, a Natureza, Brahma, o Grande Espírito, etc., consoante a melhor compreensão de cada um. Nesta inteligência suprema está o Poder supremo que impregna cada átomo, cada molécula e cada célula do corpo e que é o verdadeiro recuperador, a “ vis medicatrix natural” que se esforça sempre por reparar, recuperar e restabelecer o indivíduo perfeito. Tudo o que os médicos podem fazer é suprimir os obstáculos e estabelecer as condições normais quer no doente, quer à sua volta, de modo a que o “recuperador” interno possa desempenhar o seu papel, trabalhando em harmonia com a natureza.
CONCEPÇÃO DA DOENÇA A ciência médica ortodoxa atribui a doença a causas acidentais: uma infecção surge por acaso, sob o efeito de bactérias, de gemes ou de parasitas, devido a correntes de ar, a resfriamentos, pés molhados, etc. O crente atribui frequentemente a doença e outras atribulações à sentença arbitrária de uma insondável providência. A Naturologia apresenta uma concepção mais racional da doença, da sua causa e do seu objectivo, sabendo que a doença se produz pela violação das leis da natureza, que é correctiva no seu princípio e, que só pode ser ultrapassada pela obediência às leis naturais. Nenhum sofrimento, doença ou infelicidade pode ocorrer, se a lei natural não for transgredida por alguém, em qualquer parte. A lei pode ser transgredida por ignorância, indiferença ou por teimosia, mas os efeitos serão sempre proporcionais às causas. Esta concepção transfere para cada um de nós, a responsabilidade das nossas doenças. A ciência da vida e da recuperação natural mostra claramente que, aquilo a que chamamos doença constitui, antes de mais, o esforço da natureza para eliminar substâncias patogénicas e para restabelecer as funções normais do corpo e que não devemos reprimir ou suprimir, o processo da doença, mas sim, cooperar com ele. É esse o único meio de prevenção da doença e a única cura. A lei fundamental da recuperação, a lei da acção e da reacção e a lei das crises, tais como a Naturologia as revela, indicam que não existe nenhuma arbitrariedade acidental nos processos da saúde, da doença e da recuperação. Cada alteração está em harmonia ou em desacordo com as leis da existência e apenas por uma submissão total a estas leis, podem atingir e manter uma saúde física perfeita.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal O DOMÍNIO DE SI MESMO: CHAVE DA SAÚDE E DO RESTABELECIMENTO O grande valor educativo para o indivíduo e para a raça reside no facto de a Naturologia nos convencer constantemente e energicamente do efeito inexorável das leis naturais. O homem que conseguiu controlar os hábitos e apetites de forma a conformar-se às leis da natureza no plano físico, e que recuperou a sua saúde corporal, apercebe-se que o esforço pessoal e o autocontrole são as únicas chaves capazes de estimular o desenvolvimento da existência no plano mental e espiritual, e que o domínio de si próprio e os esforços pessoais incessantes e desinteressados são os únicos meios de perfeição plena, individual e da saúde social. O homem que recuperou a saúde e a força por obediência às leis da vida goza de uma grande satisfação, felicidade e entusiasmo, que a simples manifestação de saúde física, não pode explicar. As mais puras e elevadas aquisições não são os resultados de um simples bem-estar físico, mas sim a paz e a harmonia que apenas podem advir da obediência às leis da natureza. LONGEVIDADE Existe uma estreita relação entre o mecanismo e funcionamento de um relógio e o do corpo humano. O bem-estar depende de leis e princípios de base semelhantes. O corpo humano e o relógio podem funcionar de uma forma anormal sob o efeito de um dano acidental ou de condições exteriores desfavoráveis, tais como o frio ou o calor extremo, etc. Existe um limite bem definido ao trabalho do relógio quando enfraquece a tensão da mola, por falta de cuidado, o mecanismo pára. Do mesmo modo, a forma viva da vida vegetal, animal e humana parece ser reavivada pela natureza para funcionar durante um certo intervalo de tempo, de acordo com as leis que governam o crescimento e o desenvolvimento. Mesmo os animais mais sãos, vivendo no meio mais apropriado, em liberdade na natureza, não ultrapassam a duração de vida concedida, nem morrem antes da expiração desse período. Regra geral, quanto maior é o período de vida entre o nascimento e a maturidade, mais longo é também, o tempo de vida do animal. Todos os mamíferos, de diferentes famílias, vivendo em liberdade, vivem até à expiração do tempo de vida que lhes foi concedido pela natureza. O homem é a única excepção. Segundo as leis da longevidade, a duração média de vida, deveria ultrapassar largamente a centena, enquanto que, segundo as estatísticas, a idade média ronda os 72 anos. Isto mostra a diferença brutal que existe entre a longevidade possível e a longevidade actual do homem. Esta curta duração de vida não significa muito, uma vez que grande parte da humanidade sofre de problemas físicos e mentais, degenerescência, etc., durante parte desse tempo. A “Christian Science” afirma: «Não existe doença». A marca da natureza na íris do olho declara: «Não existe saúde perfeita». Os factos provados de redução considerável da longevidade e do carácter anormal universal da raça humana, mostram que há algo de radicalmente erróneo em qualquer dos hábitos do Homem, de tal modo que há amplos motivos e razões para a existência de movimentos de grandes reformas da saúde, que surgiram na Alemanha, em meados do século XIX , sob o impulso de pioneiros de Naturologia, como Kuhne, Priessnitza e Schroth. A partir deste momento, a Naturologia difundiu-se rapidamente, sob numerosas formas diferentes a todas as partes do mundo civilizado. Para atingir o ideal em matéria de saúde física, mental e moral, sucessivas gerações deverão aderir a meios naturais de vida e de tratamento das suas doenças, se a actual geração não o consegue atingir. Nós estamos de tal modo incapacitados pelos erros do
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal passado, que o melhor, que a maior parte dos adultos pode fazer, é um trabalho de “reparação” para atingir um estado razoável de saúde tentando atingir a plena duração da vida, concedida pela natureza.
A SAÚDE É POSITIVA – A DOENÇA É NEGATIVA Quanto mais o afluxo de vida invade o organismo com facilidade, maior é a vitalidade, a força, o poder positivo, a resistência e a recuperação. A saúde é positiva, a doença é negativa; o balanço alternativo do positivo e do negativo, o esforço para equilibrar uma polaridade insuficiente, constitui o verdadeiro fluxo e refluxo da vida. A vida é uma polaridade perturbada. Estados positivos ou negativos exagerados, quer sejam físicos, mentais ou espirituais, tendem para a doença, nos seus respectivos planos vitais. Os alimentos, os medicamentos, as sugestões e todos os outros diferentes métodos de tratamento terapêutico exercem sobre o indivíduo, sujeito a eles, uma influência positiva ou uma influência negativa. É por isso que é de extrema importância que uma pessoa que deseja seguir e trabalhar em harmonia com as leis da natureza, compreenda esta importante questão de polaridade magnética. Uma vitalidade reduzida – primeiro grau da doença – significa uma vibração reduzida, mais lenta, mais grosseira e, em casos de reduzida resistência, conduz à acumulação de substâncias patogénicas, venenos, produtos infecciosos, germes e parasitas. É o que designamos por “estado negativo”. Mas em caso de vibração vigorosa, boa vitalidade, imunidade natural ou de poder recuperador, estamos perante um “estado positivo”. Quanto mais intensa é a acção da força vital, mais rápidas e vigorosas são as actividades vibratórias dos átomos e moléculas das células, órgãos e tecidos do organismo. Quanto mais rápida e vigorosa for a actividade vibratória, mais poderosamente se repudia e expulsa as substâncias patogénicas, venenos e germes de doenças que tentam denegrir o corpo e destruir o organismo. A doença ou a saúde, afinal reside na célula que apesar de ser apenas microscópica , é um ser vivo independente que come, bebe e morre, tudo como a grande célula, o homem. Se a célula individual se porta bem, o homem, a célula complexa também se porta bem e vice-versa. Disto, resulta claramente, que em todas as considerações sobre os processos de saúde, de doença e de recuperação, devemo-nos ocupar em primeiro lugar da célula individual. A actividade vibratória da célula pode ser reduzida pelo declínio da vitalidade, conduzido de forma natural pelo avanço da idade, ou de forma artificial por um modo de vida erróneo, por atitudes mentais e emotivas erróneas, por sobrecarga, estímulos artificiais e pelo enfraquecimento de natureza e causas variadas. Por outro lado, pode haver obstrução do afluxo da força vital nas células e a sua actividade vibratória pode ser reduzida por acumulação de resíduos e de substâncias patogénicas nos tecidos, nos vasos sanguíneos e nas vias nervosas do corpo, como o pó que se acumula dentro do relógio e se opõe ao funcionamento anormal deste e à vibração das cremalheiras e do pêndulo. É evidente que os estados “negativos” podem ser produzidos por uma hipersensibilidade do organismo físico, entupindo-se de resíduos e de substâncias patogénicas que se opõem ao afluxo e à distribuição de força vital. Parece que em tais casos, os métodos Naturológicos de tratamento eliminativo como: regime de alimentos puros, hidroterapia, massagens, osteopatia, Naturológica, electroterapia, movimentos correctivos são métodos inestimáveis para eliminar essas obstruções e para favorecer o afluxo e a livre circulação de correntes eléctricas e magnéticas vitais.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal O segundo grau de doença foi anteriormente definido como sendo “uma composição anormal do sangue e da linfa”. O organismo humano é constituído por um certo número de elementos, em proporções bem definidas, tendo até agora sido descobertas pela química, catorze substâncias em quantidades apreciáveis e estabelecidas as suas funções na economia humana. Estes catorze elementos devem estar presentes nas proporções correctas para realizar uma textura, estrutura e um funcionamento normais das partes e órgãos constituintes do corpo. As células e os órgãos recebem o alimento pelo sangue e pelas correntes linfáticas, o que implica que estes líquidos devam conter todos os elementos necessários aos órgãos, em quantidades correctas, o que depende do carácter e das combinações alimentares. Cada doença que surge no organismo humano a partir de causas internas é acompanhada de uma deficiência do sangue e dos tecidos em importantes elementos minerais (sais minerais). É incontestável que a maioria destas doenças são causadas por um regime desequilibrado, por um envenenamento a partir de alimentos ou de bebidas. Más combinações alimentares geram, por um lado, uma sobrecarga em resíduos e em substâncias patogénicas no sistema e, por outro lado, não fornecem os elementos minerais positivos (sais minerais) de que depende a eliminação de resíduos e de venenos orgânicos. É por isso que o problema do Naturólogo no tratamento através da alimentação natural é saber como restaurar e manter a positividade do sangue e do organismo por inteiro, fornecendo pela alimentação, pela bebida e por medicamentos uma quantidade abundante de sais minerais positivos sob a forma orgânica. O terceiro grau da doença foi citado atrás, como “acumulação de substâncias patogénicas e de venenos”. Foi referido como a vitalidade reduzida e a composição anormal dos líquidos vitais favorecem a retenção de venenos orgânicos no corpo. Se, para além disso , a alimentação e as bebidas contêm demasiados resíduos, hidrocarbonetos, hidratos de carbono e sais, então os resíduos e os materiais patogénicos acumulam-se no sistema e este tende para a congestão dos tecidos por precipitados ácidos e depósitos terrosos. Esta acumulação de resíduos e de substâncias patogénicas está na origem de todas as doenças que surgem no organismo. Mais nocivos, mais perigosos e mais difíceis de eliminar que os diferentes tipos de venenos orgânicos (ou seja, os que surgem no organismo) são os venenos medicamentosos, sobretudo se são administrados sob a forma mineral.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
A UNIDADE DA DOENÇA Vejamos algumas manifestações secundárias da doença, resultantes de três causas primárias: 1. Marcas constitucionais e hereditárias de sicose, escrófulas, psora, sífilis, hidrarginismo, iodismo e muitas outras formas de intoxicação crónica. 2. Febres, inflamações, erupções cutâneas, descargas de catarro, úlceras, abcessos, germes, bactérias, parasitas, etc. 3. Luxações mecânicas, distorções e deslocamentos das estruturas longas, músculos e ligamentos. Fraqueza e perca da razão, da vontade e do domínio de si próprio conduzem a estados negativos, sensitivos e subjectivos que abrem a via da prostração nervosa, com influência de outras pessoas (influências hipnóticas, obsessão, possessão). Diferentes formas de demência, epilepsia e de pequeno-mal (ausências). No que respeita às doenças hereditárias, poderíamos pensar que a hereditariedade seria a primeira causa das doenças, mas verifica-se o contrário, trata-se de um efeito e não de uma causa primária. Se os pais possuem uma boa vitalidade, sangue e tecidos puros e normais e efectuam com previdência e clarividência necessárias os cuidados pré-natal e pós-natal, não poderá ocorrer nenhuma doença hereditária. Para criar tendências hereditárias anormais, os pais ou parentes mais afastados violaram as leis da natureza, na sua ignorância ou deliberadamente; uma tal violação conduz a uma vitalidade reduzida e a uma deterioração do sangue e dos tecidos. O corpo humano com os milhões de células e de colónias celulares, desenvolve-se por multiplicação com uma diferenciação progressiva da célula reprodutora. As suas anomalias de estrutura, de materiais celulares e de tendências funcionais reproduzem-se tanto como os seus constituintes normais. Face a estes factos da doença hereditária, subsiste contudo um consolo: se a criança é tratada segundo os princípios da Filosofia da Naturologia, as tendências e obstáculos hereditários anormais, podem ser vencidos e eliminados em poucos anos. Se o organismo da criança se encontra sob correctas condições de vida e de tratamento, em harmonia com as leis da sua existência, o princípio vital tenderá, cada vez mais, para o restabelecimento do indivíduo perfeito.
IMUNIDADE NATURAL No que diz respeito aos germes, bactérias, parasitas, febres, inflamações, etc. a ciência médica moderna está baseada na teoria microbiana da doença e do tratamento. Desde que o microscópio revelou a presença de certos microrganismos, aparentemente dotados de uma actividade inteiramente perniciosa, pretende-se que as bactérias sejam a primeira causa da maioria das doenças. A Naturologia tem um ponto de vista diferente sobre esta questão. Os germes não podem ser a causa da doença, uma vez que existem germes nos corpos sãos. A verdadeira causa deverá ser outra. A Naturologia defende que são os resíduos e as substâncias patogénicas existentes no organismo, que oferecem aos microrganismos da doença, a oportunidade de se desenvolverem e de se multiplicarem. Os microrganismos não são mais do que manifestações secundárias da doença e as bactérias e parasitas só vivem, proliferam e se
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal multiplicam até a um ponto crítico, se se trata de um organismo enfraquecido. Se assim não fosse, a raça humana em breve extinguir-se-ia. É por isso, que a medida adequada a adoptar não é matar os germes, mas sim eliminar as substâncias patogénicas, no meio das quais eles vivem, em vez de eliminar os germes dos quais não podemos escapar. A Naturologia esforça-se por fortalecer o sistema, elaborar sangue e linfa, sobre uma base normal e purificar os tecidos dos seus obstáculos patogénicos, de forma a estabelecer a imunidade contra a actividade destrutiva dos germes; tudo o que contribua para tal, sem danos para o sistema devido a drogas tóxicas ou operações cirúrgicas, é um bom tratamento Naturológico. Todos os bacteriologistas afirmam unanimemente que os germes patológicos não se encontram apenas nos corpos doentes, mas também nos corpos de pessoas de boa saúde aparente. Por outro lado, a incapacidade das bactérias de criar, por elas mesmas, as doenças é confirmado pelos factos bem conhecidos de imunidade natural contra a infecção específica ou contra um contágio. Toda a humanidade é mais ou menos afectada por defeitos doentios hereditários e adquiridos, obstáculos patogénicos e envenenamentos por drogas, resultantes das violações das leis da natureza por gerações inteiras e da supressão de doenças agudas, mas, mesmo no estado, quase universal, de enfraquecimento da vitalidade, de degenerescência patogénica hereditária, física e mental, verifica-se que, face a condições idênticas de exposição às correntes de ar ou a infecções, somente uma parte dos indivíduos expostos apanhará um resfriamento ou contrairá a doença. A imunidade natural é confirmada pela experiência comum, assim como por clínicas e laboratórios de escolas médicas e de centros de pesquisa. Se inocularmos partículas de cancro, a um certo número de ratos e coelhos, apenas uma pequena parte desenvolverá o tumor maligno e acabará por sucumbir.
AS LEIS DA CURA A Naturologia não se afasta das leis fundamentais da cura. A alopatia considera as doenças agudas como sendo nocivas e destrutivas da saúde e da vida, devendo ser curadas, ou por outros termos, suprimidas por drogas ou pelo bisturi. No entanto, a Naturologia considera que estas auto-limpezas vigorosas são benéficas e necessárias enquanto as pessoas continuarem a desprezar as leis naturais. Regra geral, um doente crónico que adopta um tratamento natural, irá sentir nas primeiras semanas, ligeiras melhoras. Entre a quinta e a sétima semana, instala-se um período de actividade eliminadora aguda, podendo revelar-se sob a forma de febres, erupções cutâneas, diarreias, abcessos, inflamações, constipações, ou ainda outras formas agudas pelas quais a natureza se esforça por eliminar do corpo, as substâncias patogénicas acumuladas. As doenças inflamatórias e febris são também naturais, normais e legítimas, como qualquer outra coisa na natureza e, é por isso que uma vez iniciadas, não devem ser travadas ou suprimidas por drogas tóxicas ou por operações cirúrgicas. Entravar e suprimir as doenças agudas antes que tenham percorrido a evolução natural equivale a suprimir os esforços purificadores e curativos da natureza, adquirir complicações fatais e alterar as reacções construtivas agudas em estados patológicos crónicos. Se permitirmos que a inflamação siga o seu percurso normal, pelas diferentes fases da actividade aguda e pela fase final de reconstrução, a doença aguda qualquer que seja o seu nome e descrição, mostrar-se-á benéfica para o organismo porque as substâncias patogénicas, os corpos estranhos, os venenos e os microrganismos terão sido eliminados do sistema, e os tecidos anormais e patológicos terão sido destruídos e reconstruídos de novo, num estado mais puro e mais normal.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal A doença aguda age sobre o organismo como uma trovoada, sobre o ar de um dia sufocante de Verão. Desembaraça o organismo de impurezas e de influências destrutivas e restabelece as condições sãs e normais. Quando os produtos tóxicos são eliminados do sangue e dos tecidos, sob a influência de um tratamento Naturológico geral, os sintomas locais, encarregam-se de si mesmos e pouco importa que se manifestem sob a forma de pústula ou de cancro, ou de simples constipações ou tuberculose. “Cada doença aguda é o resultado dos esforços de saúde da natureza”. Aquilo a que chamamos habitualmente crise, reacção aguda, ou doença aguda, é na realidade, o esforço da natureza para restabelecer a saúde. Aplicadas à actividade física do corpo, as leis da compensação podem-se exprimir do seguinte modo: “Cada agente que afecta o organismo humano, produz dois efeitos: o primeiro é o aparente temporário e o segundo é durável. O efeito secundário durável é sempre oposto ao efeito primário transitório”. Por exemplo: o efeito da água fria quando aplicada sobre a pele, é impelir o sangue para a zona central do corpo, mas para compensar o deficit local, a natureza reage, reenviando sangue em maior quantidade para a superfície, o que produz um aumento de calor e uma melhor circulação superficial. O primeiro efeito de um banho quente é produzir um afluxo de sangue à superfície, mas o efeito secundário é de reenviar o sangue para o interior, deixando a superfície sem sangue e arrefecida. Da mesma forma os estimulantes, produzem um efeito enganador, queimando as reservas de energia vital no organismo, o que conduz inevitavelmente à fraqueza e ao abatimento na mesma proporção da excitação anterior. O primeiro efeito temporário, é geralmente devido aos esforços da natureza para destruir e eliminar as substâncias tóxicas administradas. O efeito secundário durável deve-se à retenção no sistema de venenos medicamentosos e à sua acção no organismo. Na teoria e na prática, a alopatia apenas considera os primeiros efeitos, ignorando os efeitos duráveis de drogas e operações cirúrgicas e administra medicamentos cujo primeiro efeito se opõe aos estados patológicos; é por isso, que de acordo com a lei da acção e da reacção, o efeito secundário durável de tais medicamentos é similar ao estado patológico. Todos os dias a experiência mostra que assim é! Os efeitos secundários dos estimulantes e dos tóxicos de qualquer tipo, consistem no aumento da debilidade e o seu uso prolongado conduz frequentemente ao enfraquecimento completo e à paralisia das potencialidades mentais e físicas. Os pós para enxaquecas, os analgésicos, a aspirina, os opiáceos e os hipnóticos podem paralisar o cérebro e os nervos e torná-los insensíveis temporariamente, mas se as causas das dores, nervosismo e insónia são constitucionais, os problemas reaparecerão com dupla força. Absorvidos habitualmente, estes agentes tendem invariavelmente a provocar problemas cardíacos e paralisia. Os medicamentos contra a constipação e o catarro, tais como a quinina, produtos à base de betume, etc., suprimem os esforços da natureza para eliminar os resíduos e as substâncias patogénicas existentes nos pulmões, provocando assim, pneumonia, catarros crónicos, asma e tuberculose.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Se o sarampo, a febre, a escarlatina e outros problemas febris da infância, são convenientemente tratados pelos métodos Naturológicos, então os seus efeitos sobre o sistema são curativos ou correctivos e representam processos bem definidos, normais e naturais para a eliminação de defeitos patogénicos hereditários ou adquiridos, de venenos medicamentosos, etc. se são bloqueados ou suprimidos antes que a natureza tenha oportunidade de estabelecer as condições normais, as condições anormais fixamse e tornam-se crónicas. Para além disso, os venenos e os soros utilizados para afastar os processos patológicos, afectam frequentemente os órgãos vitais provocando uma deterioração progressiva das células e dos tecidos, abrindo a via à tuberculose, às infecções crónicas dos rins, ao cancro, etc., nos anos seguintes.
DOENÇAS CRÓNICAS A velha escola de medicina define as doenças agudas como sendo as que têm uma evolução breve, mais ou menos violenta e, as doenças crónicas como as que têm uma evolução prolongada e com tendência para reincidir. Do ponto de vista da Naturologia, o estado crónico representa um problema patológico latente, constitucional, enquanto que a doença aguda representa o esforço da natureza para rectificar as condições anormais e restabelecer as estruturas e funções normais. Por exemplo: no caso de psoríase permanente ou reincidente, o médico da velha escola considera que esta erupção cutânea é uma doença “crónica”, enquanto que o Naturólogo vê uma tentativa das forças curativas da natureza para desembaraçar o sistema da sarna interna latente, hereditária ou adquirida, que constitui a verdadeira doença crónica. É evidente que as erupções externas não deveriam ser suprimidas por meio algum, mas sim, o único tratamento verdadeiramente eficaz consiste em eliminar do organismo o agente psórico interno latente. Depois de se conseguir isto, o “mal de pele” externo desaparece. Do ponto de vista da Naturologia, a doença crónica significa que o organismo está de tal modo saturado em substâncias patogénicas que já não é capaz de eliminar esse entupimento por um esforço de eliminação, vigoroso e agudo. É por isso que o estado crónico representa o tipo lento e frio da doença, caracterizado por esforços fracos e ineficazes para eliminar elementos patogénicos latentes e outros problemas do organismo. Estes esforços podem-se manifestar sob a forma de feridas abertas, erupções cutâneas, descargas de catarro, etc., mas se tratarmos as doenças agudas em harmonia com as leis da natureza, elas deixarão o corpo num estado mais puro e mais são. Com um tratamento erróneo, como o da “velha escola”, a febre e a inflamação (método natural de eliminação) são reprimidos por drogas, soros e antitoxinas em vez de se purificarem e fortificarem as células e os tecidos; as partes afectadas são extraídas pelo bisturi do cirurgião e a natureza perde a possibilidade de se desembaraçar dos elementos patogénicos, permanecendo estes no organismo. É esta a forma como surgem as piores formas de doenças crónicas que afligem actualmente os povos civilizados. Não existem doenças crónicas nas raças primitivas dos povos da Terra, tais como os negros de África ou da Austrália, os esquimós do Árctico, assim como também não existem entre os povos que não utilizam drogas. As diferentes formas de doenças de natureza crónica são desconhecidas nas regiões onde os habitantes vivem em harmonia com a natureza. Se estudarmos o estado real das células, tecidos e órgãos do corpo na doença crónica, a situação é mais fácil de compreender. O corpo humano é constituído por milhões de
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal células de protoplasma vivo, cujo conjunto depende das partes que o constitui. No corpo humano, tal como numa nação ou numa cidade, o bem-estar da comunidade inteira depende do bem-estar dos seus membros individuais. É nosso dever fornecer as condições mais favoráveis de existência às pequenas células que constituem o organismo humano individual. Se agíssemos assim, não haveria nenhuma possibilidade de doença. O resultado seria uma “Imunidade Natural”. É esta a diferença vital entre a Naturologia e o sistema alopático no que diz respeito à atitude em relação à doença. O sistema alopático concentra todos os seus esforços no combate aso sintomas patológicos, enquanto que a Naturologia procura criar as condições de saúde nos hábitos e no meio vital do doente. A Naturologia representa a única esperança para fornecer às células a alimentação correcta, para conseguir uma recuperação, para a eliminação dos tecidos velhos e construção de novos tecidos. Quanto maior for a transformação do regime alimentar mais importantes e rápidas serão as alterações das células e tecidos. Compressas frias e tratamentos de água fria, assim como massagens sistemáticas completas são poderosos meios de eliminação. A osteopatia tem uma grande importância: todas as deslocações, subluxações dos ossos e dos ligamentos devem ser corrigidas. O tratamento osteopático ocupa-se das lesões da coluna vertebral e de outras estruturas ósseas, suprimindo as pressões anormais sobre nervos e vasos sanguíneos e estabelecendo um fluxo abundante de correntes nervosas e sanguíneas. Quando por métodos naturais de vida e por tratamento Naturológico, os obstáculos mórbidos forem suficientemente eliminados para fornecer e manter uma quantidade de sangue normal, uma melhor enervação e influxos nervosos desbloqueados, quando as lesões das estruturas ósseas forem corrigidas por um hábil ajustamento e quando, por atitudes mentais correctas se conseguir um afluxo de vida agradável e abundante, então as células e os tecidos do corpo serão capazes de estimular, por eles próprios, o esforço de eliminação aguda e o organismo está preparado para efectuar uma desintoxicação.
CRISE DE DESINTOXICAÇÃO (OU AUTO-CURA) A crise de desintoxicação é uma reacção aguda do corpo, resultante do melhoramento das forças vitais pelo tratamento Naturológico, permitindo eliminar do sistema os estados mórbidos. Esta crise tende para a recuperação e é por isso que apesar de desagradável e mesmo dolorosa, nunca é nociva ou perigosa para o doente, desde que sejam seguidas as instruções do Naturólogo. Se o modo de vida do paciente ou o seu estado não é propício a uma regeneração rápida, a crise será proporcionalmente retardada. Nalguns casos, esta crise toma geralmente a forma de estados patológicos agudos que o paciente sofreu anteriormente e que, na altura, foram suprimidas por meio de drogas, etc. Se a força nervosa estiver bloqueada por uma subluxação, por acumulação de impurezas ao longo dos trajectos nervosos, ou pela acção de drogas sobre os centros nervosos, etc., o resultado é que a actividade vibratória diminui e haverá acumulação de substâncias patogénicas. Se for aplicado um tratamento correcto, esta actividade celular aumenta e uma maior vibração da célula tende a eliminar as substâncias que aí estão acumuladas, de onde resulta que a corrente sanguínea e os órgãos depurativos passam exactamente pelos mesmos sintomas que manifestaram anteriormente, na altura em que a supressão da doença aguda provocou a obstrução das células. Exemplificando, uma roda que rola a uma determinada velocidade está limpa, devido a forças de fricção com o ar. Se ela diminui de velocidade a poeira tende a acumular. Se
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal esta diminuição de velocidade prosseguir durante um período de tempo bastante longo, a roda ficará coberta de uma camada mais ou menos espessa. Se a velocidade da roda aumentar até à normalidade de novo, a poeira será atirada para a atmosfera ambiente e a roda ficaria novamente limpa. Este exemplo demonstra, o que acontece na célula, ao nível microscópico, em resultado de um tratamento Naturológico regenerativo. O praticante ortodoxo poderia questionar porque é que a Naturologia pretende manter o monopólio dos tratamentos eliminatórios e levar a fim as crises de desintoxicação. Então os laxativos, os diuréticos, os catárticos, os sudoríferos e os tónicos não têm exactamente essa finalidade? Existe o calomelanos (preparação com mercúrio) acompanhado de uma dose de sais, para acordar um fígado preguiçoso e para limpar o tubo digestivo. A pilocarpina produz uma transpiração abundante uma vez que as cebolas marinhas e as folhas de buchu são excelentes estimulantes dos rins... Mesmo admitindo que os efeitos externos produzidos sejam os mesmos, os efeitos finais resultantes destas drogas tóxicas estão muito longe da crise de desintoxicação obtida por métodos naturais de tratamento. Todos os catárticos e laxativos são venenos. É exactamente por isso que podem produzir o seu particular efeito energético. Os tecidos e os órgãos com os quais contactam reconhecem o seu carácter perigoso e tentam eliminá-los do sistema tão rapidamente quanto possível. Com esta finalidade, as células secretoras e as membranas do fígado e do tubo digestivo aumentam rapidamente as suas secreções e produzem assim uma evacuação forçada. Esta purga energética pode aumentar artificialmente e superficialmente a secreção biliar e acidentalmente limpar o tubo digestivo, mas o esforço do organismo foi para eliminar o veneno de mercúrio. As células do indivíduo não foram libertadas das suas impurezas. A acção é seguida por uma reacção oposta e igual. A hiper-irritação temporária e a estimulação das membranas sensíveis são seguidas de enfraquecimento e esgotamento que necessitam de doses sempre maiores para vencer a atrofia sempre crescente. No decurso deste ciclo vicioso, as transformações degenerativas aceleram-se.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
NOÇÕES GENÉRICAS BÁSICAS TEXTO Nº 1
A OBSTIPAÇÃO A obstipação, segundo os números oficiais, em cada duas pessoas, atinge uma no estado adulto. Estas taxas parecem excessivas, mas na realidade, a obstipação é um dos motivos mais frequentes das consultas de gastrenterologia. A obstipação caracteriza-se pela diminuição das fezes, ou antes, da sua frequência. Existe obstipação quando o número de fezes evacuadas, por semana, é igual ou inferior a três. Por outro lado, constata--se uma diminuição do peso das fezes (menos de 35 g por dia) e uma diminuição do seu teor em água. A obstipação crónica é frequentemente acompanhada de um ou vários dos seguintes sinais: dores na expulsão, hemorróidas, sangramento, gases intestinais, edemas.
CAUSAS DA OBSTIPAÇÃO FALTA DE ACTIVIDADE FÍSICA O homem e a mulher modernos são cada vez menos solicitados pelo esforço muscular. Praticamente não têm necessidade de andar, respiram com 1/3 dos seus pulmões e praticamente não carregam pesos. Existem máquinas de uso doméstico e profissional que tendem cada vez mais a neutralizar a dificuldade do nosso trabalho. Tudo o que tende a libertar o homem do seu trabalho é iminentemente útil, a não ser que esta libertação se torne uma caricatura monstruosa se a utilizarmos para viver de um modo anti-natural, sem atenção às necessidades imperativas do corpo e da alma. A insuficiência da actividade física conduz ao atraso dos movimentos respiratórios e sobretudo, diminui a sua amplitude. Mais ainda, a musculatura abdominal atrofia-se por não ser exercitada. O intestino é assim, privado destes dois factores que normalmente lhe devem proporcionar uma respiração ampla e as contracções abdominais; terá de fazer progredir o quimo e os resíduos completamente sozinho. Por outro lado, a involução da cintura abdominal tem um outro inconveniente, uma vez que priva os intestinos do seu suporte, resultando o enfraquecimento dos órgãos ou ptose, do grego ptôsis que significa queda. Esta anomalia é frequente nas mulheres atingidas pela obesidade, quando em seguida, seguem um regime de emagrecimento sem precaução. Fazendo desaparecer as massas de gordura que sustém o seu abdómen distendido; elas reúnem as condições para uma ptose. A precaução consiste em substituir a gordura pela reconstituição da cintura abdominal. Neste caso, o regime de emagrecimento deve ser progressivo e é indispensável restituir, paralelamente, os músculos abdominais, através de uma ginástica apropriada.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal ERROS ALIMENTARES “A maioria das pessoas, escreveu Jules Payot, estão doentes porque se alimentam com contra-senso: estão num estado de desintoxicação permanente”. E o Dr. Pauchet dizia: “Não esqueçam que 90% das doenças são causadas por uma alimentação defeituosa (uso de excitantes, alcoolismo, tabagismo, superalimentação). Os erros alimentares mais frequentes são: insuficiência de mastigação, taquifagia (acção de comer depressa), excesso de alimento e, frequentemente, excesso de carne, pão branco, farináceos e insuficiência de celulose.
UMA INSUFICIÊNCIA DE LÍQUIDOS Seguindo o funcionamento do intestino, verificamos que a agitação do quimo o põe em contacto na totalidade, com a mucosa intestinal que absorve assim, a maioria da água que ele contém. Se esta dissecação é exagerada, as matérias prosseguirão dificilmente no cólon. Ora esta dissecação é exagerada quando o consumo de água é insuficiente. Mas recomenda-se de beber o menos possível, no decurso da refeição! Isto, para não dificultar a acção do estômago, diluindo numa grande quantidade de líquido, o ácido clorídrico que segrega. Entre as refeições é necessário ingerir muitos líquidos, veremos mais à frente como. É preciso referir que nem todos os intestinos têm o mesmo poder absorvente. Muitas pessoas com o mesmo peso, submetidas à mesma alimentação em quantidade e qualidades e ingerindo a mesma quantidade de líquido, principalmente água, não apresentam fezes com a mesma consistência. Numas, encontra-se 80% de água e as fezes são normalmente sólidas e ainda, noutras, 70% e a matéria é ainda mais seca e difícil de rejeitar. Para um teor de água inferior a 70%, existe obstipação. Estas diferenças estão relacionadas com factores pessoais de desidratação, actualmente mal conhecidos.
A RETRACÇÃO O hábito de se retrair quando surge a necessidade de evacuação, ocorre na escola, e por vezes, desde a infância. É uma consequência da civilização, dos bons costumes e também da higiene. Este hábito põe em risco numerosas pessoas, uma vez que reagem, dando origem a um reflexo inverso, em que, em substituição da libertação ocorre uma acção que faz subir as matérias e as mantém no cólon, instalando-se uma espécie de anti-peristaltismo. A suspensão dos impulsos de exoneração torna-se cada vez mais fácil, em detrimento da sensibilidade rectal e, pouco a pouco a obstipação instala-se e consolida-se. O sistema nervoso, como é fácil de perceber, pode também ser causa dos problemas e evacuação. O nervo pneumogástrico trava os movimentos do intestino e um nervo vagossimpático acelera-os. Quando o funcionamento do aparelho nervoso é perturbado, por pouco que seja, daí resulta inevitavelmente uma incidência intestinal que se traduz pela diarreia ou pela obstipação. Na mulher, o período da menstruação, com a fase de vagotonia e predominância do meio vago ou parassimpático, trava a expulsão das fezes. Acontece o mesmo no início da gravidez que inicia uma hipervagotonia.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal A OBSTIPAÇÃO PODE TER TAMBÉM UMA ORIGEM PSÍQUICA Um número importante de obstipados e de diarreicos são-no na sequência de conflitos familiares, de desentendimentos entre pai e mãe de que foram testemunhas durante a infância. Daqui resultou um problema psicossomático, com fundo de ansiedade com incidência inibidora sobre as secreções e a motricidade intestinais. Trata-se de obstipações nevróticas. Os emotivos hipersensíveis podem sofrer de obstipação, mas são mais frequentemente atingidos por diarreias. Existem também os incomodados pela obstipação. A mínima alteração na sua evacuação transtorna-os literalmente e, por autosugestão inconsciente, eles agravam o problema, que em seguida se esforçam por reduzir à custa de laxativos.
UM MAU FUNCIONAMENTO DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS Sabe-se que a tiróide e as paratiróides, a hipófise, as supra-renais, as genitais, etc. contribuem em larga medida para o equilíbrio do meio interior, o que se pode traduzir por integridade física. Por isso é frequente constatar que uma hipotiroidia conduz à obstipação, assim como um mau funcionamento dos ovários. No que diz respeito à tiróide, esta segrega uma hormona, a tiroxina com forte teor de iodo, que estimula ao nível do intestino, a circulação de água entre o sangue e este órgão. Se tivermos em conta que esta água está carregada do cloreto de sódio, compreendemos que esta circulação favorece o peristaltismo dos resíduos e sua progressão normal do cólon. Por outro lado, as estimulinas segregadas pelo lobo posterior da hipófise excitam as contracções dos músculos do intestino, pelo que, a mínima desregulação no funcionamento desta glândula capital, pode provocar a obstipação.
UM PROBLEMA DO APARELHO DIGESTIVO A hipercloridria (excesso de secreção do suco gástrico) provoca uma irritação do intestino e também espasmos, retardando a progressão do quimo e dos resíduos no cólon. A insuficiência na secreção gástrica dá origem a fermentações que conduzem a diarreias e a obstipação. O papel do fígado é importante. Diariamente, deve ser produzido um litro de bílis e esta deve ser amarelo-acastanhado, límpida e unicamente descarregada no intestino. Para tal, permitam-me de os aconselhar a manter bons sentimentos, uma vez que um mau humor, o azedume, a inveja, a cólera, a propensão para aumentar os pequenos inconvenientes inerentes à existência, as contestações, a misantropia, a maldade, a hipocrisia, excitam verdadeiramente a bílis e abrem a via da auto-intoxicação. Noutros termos, deveremos manter a bílis dentro dos limites normais, através do bom humor, da bondade, do amor, do bom senso... Ah! É difícil! Perdoem-nos esta digressão para precisar que qualquer deficiência hepática tem repercussões no intestino podendo-se traduzir por obstipação. Um grande número de lesões do intestino tem por consequência a obstipação: estenose, megacólon, dolicocólon, tumor, cancro, etc. Na mulher, os problemas genitais podem ser também, causa de obstipação. A inflamação das trompas uterinas ou salpingite (inflamação microbiana), o fibroma, o quisto do ovário exercem uma pressão que cresce à medida que aumenta o volume do tumor ou do órgão inflamado. Esta pressão comprime o cólon, originando uma dificuldade mecânica de evacuação.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal OS EFEITOS DA OBSTIPAÇÃO Actualmente, numerosos práticos apontam frequentemente, a obstipação como a causa de auto-intoxicação. Vejamos o que é a auto-intoxicação; sob o efeito da assimilação e da desassimilação – metabolismo – e da fadiga muscular e nervosa, formam-se substâncias tóxicas no nosso organismo! Este é um fenómeno normal, sendo estas toxinas neutralizadas pela acção do fígado, das glândulas endócrinas, tiróide e suprarenal e eliminadas pelos rins, pulmões e pela pele. Mas, quando surge um problema no metabolismo, no sistema nervoso, num órgão de neutralização ou de eliminação, instala-se uma sobrecarga de resíduos que se desenvolve mais ou menos rapidamente. O problema é sério, uma vez que se trata de uma alteração do meio interno e do tecido conjuntivo, ou mais exactamente reticulo-endotelial, esta “raiz biológica do organismo”. Mas é importante saber se a obstipação está na origem desta auto-intoxicação, se é verdadeiramente uma causa. Vimos que a flora microbiana vive no intestino e que as bactérias pululam no ceco e no cólon ascendente. Se, devido, a erros alimentares ou distúrbios na secreção das glândulas digestivas, o bolo alimentar não é perfeitamente digerido, produzem-se putrefacções ou fermentações microbianas intensas. O desequilíbrio da flora microbiana ao nível do intestino grosso provoca a formação de um meio tóxico. Estas observações permitem-nos chegar a uma conclusão importante: para um tubo digestivo funcionando normalmente, o conteúdo do cólon não é tóxico, caso as premissas sejam exactas. Uma outra questão se coloca agora: quando a flora microbiana está desequilibrada, as substâncias tóxicas passam através das mucosas do intestino grosso? Os Drs. G. e R. Leven escreveu a este propósito que “o hidrogénio sulfurado, que o cólon no estado normal, contém apenas alguns vestígios, foi considerado como um dos venenos mais activos na obstipação; mas, segundo Ewald, a quantidade não aumenta nos obstipados e Bergeon pôde, em 1986, tratar tuberculosos, injectando-lhes quantidades enormes deste gás, por via rectal, sem que daí resultasse nada a lastimar”. Os mesmos autores notam que a absorção de um excesso de amoníaco e de aminoácidos simples, não tem um efeito prejudicial, uma vez que o fígado os transforma em ureia não tóxica. Os ácidos gordos voláteis e a maioria dos produtos de decomposição bacteriana dos glícidos, oxidam-se rapidamente no organismo e, consequentemente, não existe o risco de produzirem efeitos tóxicos. Não podemos então, afirmar que as substâncias tóxicas provenientes da obstipação, se é que existem em todos os obstipados, passam para o sangue e são responsáveis pela autointoxicação. E depois, é preciso considerar que o intestino não é simplesmente uma estrutura porosa, absorvendo as substâncias capazes de “filtrar” através das mucosas e rejeitando os resíduos. Estas mucosas são tecidos vivos e quando estão sãs, elas têm um importante papel de defesa. O revestimento interno epitelial constitui uma verdadeira barreira "inteligente" contra as toxinas e os micróbios. Se, por acaso, uma pequena quantidade de toxinas ou de bactérias consegue passar, as defesas naturais de um organismo de boa saúde irão neutralizá-las. Não é fatalmente, a obstipação que lesa esta barreira, mas sim os erros alimentares ou, em termos gerais, os erros na conduta de vida e frequentemente, também, o abuso de laxativos e de clisteres. A obstipação, não sendo uma causa directa de auto-intoxicação, não é certamente uma causa de doenças infecciosas ou de degenerescência. Devemos então admitir que a obstipação é um efeito, um sintoma e não uma causa.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal O TRATAMENTO DA OBSTIPAÇÃO A obstipação é um sintoma, mais que uma causa de doenças. Não devemos deixar esta disfunção do intestino instalar-se e acentuar-se sem reagir. Embora seja muito importante tratar as causas (fígado, estômago, nervos, glândulas endócrinas, etc.) que podem estar na origem do problema de evacuação, é também importante tratar de reduzir este problema afim de o impedir por reacção, de agravar o mal primário e de perturbar perigosamente o organismo. Mas a grande regra a aplicar é a prudência e a brandura: não violentar a natureza.
OS ERROS A EVITAR Abuso de laxativos – doenças devidas aos laxativos. Muitas pessoas cometem o erro de recorrer abusivamente aos laxativos sob a forma de tisanas e de especialidades elogiadas por uma publicidade perseverante. É um erro. É suposto um medicamento laxativo produzir fezes normais ou quase normais; facilita o relaxamento do intestino sem diarreia, e é o que acontece se o indivíduo é prudente, se se limita às doses indicadas, quer seja uma tisana ou comprimidos. Mas este relaxamento do intestino não significa que o problema sigmóido-rectal, que inicia geralmente a obstipação banal, seja reduzido. Sob acção do medicamento laxativo, as glândulas digestivas segregam o seu suco em abundância, a mucosa intestinal irrita-se e daí um aumento dos movimentos peristálticos, o que provoca uma aceleração da digestão, ou mais exactamente da progressão do quimo. Este encaminhamento rápido, esta pressão faz com que o quimo não tenha tempo de secar nos cólon ascendente e transverso exercendo-se uma pressão nas fezes anteriores, estacionando estas no sigmóide ou no recto. O exame das fezes permite detectar uma parte dura, tipo rolha, envolvida por matéria semilíquida ou líquida. Substituindo o obstáculo sigmóido-rectal, ocorrerá de novo a estase dos resíduos, na próxima digestão e o laxativo será novamente necessário. O outro inconveniente é que, pouco a pouco, será necessário aumentar a dose. Mas, este aumento da dose de laxativos tem por consequência acrescer a irritação da mucosa intestinal e originar uma hipersecreção. É neste aspecto que o medicamento é pior que a doença. O abuso de laxativos é uma verdadeira agressão contra as túnicas do intestino e as glândulas digestivas, cujas estruturas são atingidas com todas as consequências graves que estas podem acatar. É preciso não esquecer, a propósito dos laxativos, que contêm quase sempre substâncias irritantes, mesmo em pequena quantidade e a presença de um antiespasmódico ou de uma mucilagem não neutraliza a acção de aquecimento dos primeiros, mesmo sendo frequentemente, extractos vegetais: amieiro-negro, cássia, cascara, aloés, ruibarbo, podofilina, boldo, por vezes associados a um composto químico. Regra geral, não se devem usar laxativos quando se é atingido por obstipação crónica, por não ter influência sobre a “ponte-sigmoidiana” e pela necessidade de aumentar as doses, com os riscos que já conhecemos. Por outro lado, os laxativos desprovidos de substâncias irritantes poderão ser utilizados em fracas doses, por pessoas com evacuações geralmente normais e que poderão ser atingidos por uma obstipação acidental. Este tipo de incidentes podem surgir no decurso de uma viagem, de uma alteração da alimentação, do clima, de hábitos, de uma imobilidade forçada na sequência de um acidente, por exemplo. Nestes casos, o laxativo pode acordar o intestino. Se o resultado esperado não ocorrer rapidamente, é preciso repetir frequentemente a pílula ou a beberagem, ou ainda reforçar a dose prescrita.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 2
REUMATISMO – ARTRITE O reumatismo é uma afecção caracterizada por “congestões” muito dolorosas que se manifestam principalmente nas articulações. A dor tem grande mobilidade e passa de uma articulação para outra. O reumatismo é uma afecção que atinge todas as classes da sociedade e que conta com numerosas vítimas. É-lhe reconhecida uma causa dupla: a predisposição do organismo e a influência do frio húmido. Algumas das afecções reumatismais podem derivar de um abrandamento da nutrição e da desassimilação. As células que compõem todos os órgãos são substituídas no meio, por materiais especiais que o organismo elabora com os alimentos que ingerimos. Esta combustão orgânica liberta resíduos, a maioria tóxicos, que são eliminados. Quando esta eliminação ocorre muito lentamente, ou quando a oxidação é imperfeita, a acumulação destes resíduos produz fermentos prejudiciais, venenos perigosos, que o sangue transporta um pouco por todo o lado, formando depósitos nas articulações, nas vísceras, nos nervos, nos músculos, etc.
“Reumatismo crónico”: As articulações são dolorosas sob pressão, os movimentos são difíceis, penosos e frequentemente acompanhados de estalidos. Ocorre perca de apetite e privação do sono. O doente é extremamente sensível às variações atmosféricas: a mínima alteração de temperatura ou de pressão barométrica desperta as dores. A doença percorre as grandes articulações, mas com o tempo, formam-se sobretudo no joelho e na anca, depósitos de materiais gelatino-albuminosas ou materializações tofáceas que deformam a articulação, tornando os movimentos quase impossíveis. Como o reumatismo surge no seguimento de uma nutrição lenta, todos somos susceptíveis de nos tornarmos reumáticos, visto que à medida que envelhecemos, a nutrição e a desassimilação dos resíduos ácidos se torna menos rápida. A causa das manifestações mórbidas do reumatismo é a acumulação, no organismo de urato e ácido úrico. Para ajudar a eliminação do ácido úrico, devemos beber 12 a 15 copos de água por dia. Como a obstipação é a acumulação de matérias fecais, o que é prejudicial, devemos evitar esta congestão para melhorar o reumatismo (Ver nº 1). Do mesmo modo, devemos cuidar da eliminação da urina e fazer com que os rins e a bexiga funcionem normalmente (Ver n º 10). A digestão deverá também ser normal (Ver nº 4).
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 3
ANEMIA – FALTA DE APETITE
(Existem múltiplas causas de anemia bem como múltiplos tipos de anemias, que não abordamos neste módulo de forma exaustiva)
A anemia é o resultado de um defeito de nutrição que conduz a uma forte diminuição dos glóbulos vermelhos no sangue. Ela surge no seguimento de hemorragias, de percas de qualquer natureza sofridas pelo organismo, de doenças agudas e crónicas, da privação de ar e de luz, de má digestão (Ver nº 4), de sobrecarga de trabalho, excesso de fadiga ou de prazer. É muito frequente, na mulher, durante a juventude. A anemia é caracterizada por um rosto pálido, mas acontece frequentemente, vermos anémicos cujo aspecto é satisfatório. Geralmente, qualquer pessoa cuja saúde não é perfeita, é anémica. O anémico queixa-se de dores de cabeça, de vertigens, de insónia (Ver nº 8); cansa-se muito ao mínimo exercício ou à mínima emoção. Por vezes, sangra do nariz. A causa destes problemas consiste numa diminuição sensível do número de glóbulos vermelhos. Normalmente, a relação de glóbulos vermelhos é de 120 a 130 g por 1000 g de sangue seco, e numa anemia pode descer a 100 g ou até 80 g por 1000 g de sangue seco. No seguimento deste enfraquecimento do sangue, todo o organismo fica debilitado. Todas as funções se encontram lentas e alteradas, tanto as do cérebro, como as dos membros ou do estômago. Podemos prever as consequências nefastas que podem resultar de um tal estado: incapaz de resistir, sem energia para reagir sobre os germes mórbidos, a anemia oferece um terreno propício às doenças epidérmicas e contagiosas. Na mulher, a anemia provoca leucorreia e problemas menstruais; os seus períodos (Ver nº 6) são dolorosos e pouco abundantes, podendo faltar completamente. O rosto é pálido, a pele, as gengivas, as mucosas e os conjuntivos estão descolorados, o doente sofre palpitações do coração, males de estômago, tem um aspecto triste, irritável (Ver nº 8). A obstipação é frequente (Ver nº 1). O apetite é irregular, faltando frequentemente. Qual é a causa da anemia? Durante muito tempo acreditamos que a anemia era devida exclusivamente à falta de ferro no sangue e que, absorvendo determinadas quantidades deste metal, o sangue retomaria a sua constituição normal. Acontece que os doentes ingeriram grandes quantidades de preparações ferruginosas, provocando assim a obstipação, o aquecimento intestinal prejudicando a sua digestão, contudo, todos permaneceram anémicos como antes. Porque é que o sangue não se apoderou desta grande quantidade de ferro? Na anemia ferropénica, o organismo não assimila suficientemente o que absorve. É unicamente aí que reside o mal. É preciso devolver ao sangue esta capacidade de assimilar o ferro. O ferro é necessário ao organismo e facilita as diferentes funções. A privação do ferro no sangue não é a causa de anemia, mas sim uma consequência. E a prova disto é que a anemia penetra em todas as classes da sociedade, quer naqueles em que a alimentação sempre foi abundante e variada, quer nos que são mal alimentados, mal vestidos, mal acomodados. Devemos combater a causa primordial desta doença, isto é, a atonia geral do organismo que faz com que todos os diferentes aparelhos do corpo funcionem mal, as digestões tornam-se incompletas, o sangue não transporta os materiais necessários, os princípios vivificantes que constituem a sua força e o sangue torna-se demasiado fraco para poder “sustentar” os diferentes órgãos do corpo.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Higiene e regime: Na anemia, é preciso adoptar um regime de superalimentação ligeira, evitando os alimentos pesados, irritantes e demasiado indigestos. Ingerir muitos legumes verdes, ovos, carne magra e sobretudo germinações (utilizar “Floradix”).
TEXTO Nº 4
A DIGESTÃO O funcionamento do estômago exerce uma influência sobre o estado geral da saúde e do carácter. O indivíduo que digere bem é alegre e de humor constante, enquanto que o que digere mal é triste e melancólico. O estômago mantém a vida, distribuindo os materiais que retira dos alimentos. Os males do estômago repercutem-se em todo o organismo. Se falta o apetite, o doente não come, fica pálido e emagrece; se o apetite existe, a pessoa dispõe-se a comer, mas uma dor de estômago impede-o de se alimentar. O estado geral torna-se inquietante; os intestinos, o fígado (Ver nº 5), os rins (Ver nº 10) são atingidos e o doente enfraquece.
Causas: As causas derivam sobretudo de uma má, ou incompleta higiene. O álcool, os maus alimentos ou insuficientes, ácidos ou condimentados, as indigestões repetidas estão na primeira linha das causas directas deste género de doenças. Frequentemente, é culpa dos doentes, que não respeitam um regime de higiene. Dispepsia: É uma dificuldade de digestão ; é mais um sintoma, que uma afecção particular. O que se passa na digestão? Esta inclui movimentos do estômago e secreções do suco gástrico. Se os movimentos não são normais, a digestão será difícil. Segundo o estado do organismo, ocorrem diversos tipos de dispepsia com caracteres diferentes: hipercloridria se existem ácidos em excesso; se as paredes do estômago estão fracas, se existe relaxamento dos músculos, da nervosidade (Ver nº 8), se a mucosa está ulcerada (Ver nº 19). Se a má digestão é devida ao enfraquecimento (convalescentes e pessoas idosas) é preciso fortificar o organismo. (Ver nº 3). Gastrite: A gastrite é uma inflamação da mucosa do estômago que resulta geralmente de um hábito de regime: refeições muito abundantes, abuso de condimentos, comidas ácidas, insuficiência de mastigação, excesso de tabaco, resumindo, uso de alimentos mal tolerados pelo estômago. Gases, flatulência: O tudo digestivo contém sempre ar que introduzimos no nosso organismo, com os alimentos. Este gás acaba por distender o estômago e os intestinos, e provoca vários tipos de mal-estar, tais como inchaço, náuseas, cãibras no estômago; os gases são originados por uma inflamação geral do tubo digestivo, devido frequentemente às más combinações alimentares.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 5
O FÍGADO O fígado é uma enorme víscera que ocupa a parte superior direita do estômago. Está separado por um sulco em lobo direito e lobo esquerdo. O fígado exerce uma acção sobre a composição de sangue, a formação e destruição dos glóbulos, sobretudo glóbulos vermelhos. A sua função especial é produzir açúcar. Podese considerar que o fígado é composto por duas glândulas distintas que se penetram reciprocamente: a glândula biliar que segrega bílis (aproximadamente 200 g/dia) e o fígado glicogénico que produz açúcar, o qual é lançado nas veias. Esta função glicogénica do fígado é regulada pelo sistema nervoso (Ver nº 8). A bílis é lançada no intestino delgado pelo canal colédoco e actua na digestão intestinal e na absorção, tanto na eliminação de elementos antigos, como na restauração de novos. Os alimentos ingeridos são modificados pelo aparelho digestivo, resultando um suco que vai alimentar o nosso organismo. A inflamação do fígado é frequente e quase sempre acompanhada de um inflamação do estômago e sobretudo de uma gastrite (Ver nº 4). Além das doenças digestivas acompanhadas de dores, como é o caso da gastrite, o doente sente uma dor na região do fígado, de opressão e batimentos cardíacos. Daí resulta a formação de elementos fétidos que o sangue conduz para todo o organismo. A obstipação (Ver nº 1) e as dores de cabeça (Ver nº 8) são frequentes. Nas doenças do fígado, é indicada uma alimentação fácil de digerir para não cansar o órgão. Por este motivo, deve-se beber leite desnatado e evitar as gorduras e os condimentos. Comer frutos e legumes, sumo de rabanete negro e de dente-de-leão. A formação de cálculos biliares na vesícula biliar exige a hospitalização e por vezes, a operação. Cada vez que a digestão é perturbada e que existem embaraços gástricos, o fígado fica congestionado. O doente sente um peso na parte superior do abdómen, do lado direito, uma dor surda que pode atingir o ombro; por vezes, ocorrem vómitos; a urina é vermelha e contém bílis.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 6
OS PERÍODOS MENSTRUAIS Em cada mês, uma vesícula da superfície de um ovário amadurece e deixa sair um óvulo. Este fenómeno é acompanhado por uma congestão sanguínea da matriz, em que a mucosa interna se torna vermelha, turgescente, a tal ponto que deixa escapar pelos capilares que sofreram ruptura, um corrimento sanguíneo, mais ou menos abundante, variando em cada mulher. É o que chamamos períodos menstruais que se sucedem em intervalos que variam entre 28 a 30 dias. Uma constituição débil ou má alimentação retardam o aparecimento da primeira menstruação; por outro lado, uma boa higiene, uma boa alimentação tornam-na precoce. Frequentemente, os períodos menstruais são acompanhados de complicações, mesmo nas mulheres com boa constituição, tais como peso nos rins, os seios e os órgãos muito sensíveis; muitas vezes, neste período, as mulheres tornam-se irritáveis e caprichosas, observam-se distúrbios digestivos e vasculares, ocorrem dores na região lombar ou na bacia, sem que exista nenhuma lesão no útero. A duração dos períodos menstruais é variável segundo a pessoa, mas em média, duram de 4 a 8 dias. Com o período menstrual, coincide o desenvolvimento periódico de uma vesícula e, em seguida, de um óvulo. Em caso de fecundação, não ocorrem os períodos menstruais durante toda a gravidez nem durante o período de aleitamento. Se o período menstrual não tiver uma duração idêntica à do mês anterior, ou surgir com um avanço ou atraso significativo, ou mesmo se a quantidade ou cor de sangue não for o mesmo, a mulher deverá resolver esta situação, mesmo que não sinta nenhuma dor.
Menopausa: Entre os 40 e os 50 anos de idade, deixa de existir período menstrual. É a idade da menopausa ou idade crítica. Amenorreia, Atraso, Ausência Natural ou Supressão da Menstruação: A menstruação pode faltar no seguimento da inflamação da matriz ou seus anexos, de uma dieta severa, de um grande desgosto, ou de uma anemia e em geral, todos os tipos de doenças crónicas. A menstruação pode sofrer um atraso devido a uma emoção, um grande cansaço, etc. A mulher pode sentir vertigens, dores de cabeça, acessos de calor, dores nos rins (Ver nº 10), problemas nervosos (Ver nº 8), males do estômago (Ver nº 4). Dismenorreia, Menstruação Difícil e Dolorosa: Provoca sensação de picadas na região lombar ao nível dos rins, cólicas uterinas irradiando para os flancos e para as coxas, ataques de nervos (Ver nº 8). Metrite: A metrite é a inflamação da matriz; pode-nos dizer que todas as mulheres terão esta afecção ou já tiveram. A metrite é muito frequente e constitui a principal causa de todos os sofrimentos que perturbam a existência da mulher. Todas as vezes que uma mulher sente dores vagas, mal definidas e persistentes, podemos afirmar, sem dúvida, que terá qualquer coisa do lado do útero. Os abortos, a anemia, a falta de alimento ou de exercício, a deslocação ou a queda da matriz, a vaginite são geralmente as causas da metrite. Os sintomas mais constantes são as dores no baixo ventre, nos rins, nos flancos, nas virilhas prolongando-se até às pernas. A obstipação (Ver nº 1) é frequente e ocorrem leucorreias ou percas amareladas.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal A pessoa torna-se irritável, excitada, apresenta uma tristeza sem causa, lágrimas, crises de nervos, nevralgias, gastralgias, dores frequentemente intensas.
TEXTO Nº 6
A VAGINA No seguimento das perturbações internas das menstruações, surgem frequentes corrimentos externos.
Vulvite: A vulvite é a inflamação da vulva. É provocada por anemia, vaginite, leucorreia. Os grandes lábios ficam intumescidos e tornam-se dolorosos, ao ponto de impossibilitar o andamento e o trabalho. Neste estado surge, um escorrimento purulento que mancha a roupa de verde amarelo ou branco; rapidamente a inflamação atinge os tecidos vizinhos provocando calor e prurido que obrigam a doente se coçar constantemente. Vaginismo: Consiste em dores agudas que provocam contracções espasmódicas dos músculos da vulva e da vagina. As suas causas são pequenas ulcerações da vulva, da vagina, das hemorróidas, fissuras (Ver nº 14) e as doenças nervosas (Ver nº 8). É frequente a sensação de calor e de ardor.
TEXTO Nº 7
A BRONQUITE A constipação: É a primeira e a mais ligeira “forma de bronquite”. Surge a seguir à inflamação da traqueia que é provocada pelo frio, humidade e pelos germes. Com efeito, o frio traz uma grande perturbação ao organismo. O sangue chega em quantidades exageradas aos vasos e provoca a congestão da mucosa traqueal. Por vezes, a inflamação atinge os brônquios e agrava-se. Uma simples constipação negligenciada pode degenerar em bronquite e até em pneumonia. Quando uma constipação não pode ser controlada, a inflamação atinge a mucosa dos brônquios que se congestiona e segrega em abundância, um líquido espesso. O doente sente dores, tem febre e a respiração é difícil. No início, a tosse é seca, penosa, fatigante e ocorre na forma de ataques violentos; seguidamente a expectoração destaca-se facilmente, torna-se muito abundante e a tosse é menos fatigante. A inflamação é menos fatigante. A inflamação estende-se cada vez mais e a expectoração branca torna-se amarela; é a bronquite aguda. A bronquite crónica: Se uma tosse dura duas ou três semanas, e tanto aparece húmida como seca, é porque a inflamação dos brônquios persiste e se tornou crónica. Não se pode negligencias esta situação. É preciso agir rapidamente se se quer recuperar. Se a bronquite crónica é negligenciada, a inflamação atingirá os pulmões e provocará uma doença ainda mais grave, congestões pulmonares, asma, pneumonias, pleuresias (Ver nº 12) e eventualmente, a tuberculose.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal A inflamação dos brônquios é caracterizada por ataques violentos de tosse, longos e muito penosos, que se repetem frequentemente. O andamento mais acelerado, uma conversão um pouco mais longa, tudo provoca um ataque de tosse. O doente liberta expectoração, frequentemente, que se revela espessa e amarelada; ele sente uma grande dificuldade na respiração e esta é, por vezes, sibilante. Não apresenta febre e conserva o seu apetite. Frequentemente, é atormentado por violentas angústias. O frio, a humidade, o nevoeiro provocam acessos de bronquites ou recaídas. Esta afecção, geralmente não é grave, mal tratada, ela provoca complicações de grande gravidade. Evite os produtos lácteos e o açúcar.
TEXTO Nº 8
OS NERVOS São conhecidas muitas doenças nervosas, sem que o sistema nervoso esteja alterado ou sem que se possa descobrir a mínima lesão nos órgãos. Designam-se por neuroses. Uma das causas pode residir na alteração do sangue, no mau funcionamento do tubo digestivo (Ver nº 4) e do fígado (Ver nº 5). Os desgostos, o aborrecimento, o isolamento moral estão muitas vezes na origem desta situação. O doente tem crises de nervos; todos os sentidos estão perturbados. É preciso encontrar a causa e seguir o tratamento com regularidade. As necessidades de vida aumentam cada dia e obrigam-nos a um excesso de trabalho que fatiga os músculos, o cérebro e enfraquece o organismo. O operário ou o trabalhador é obrigado a trabalhar durante longos períodos de tempo, sem poder repousar suficientemente. O empregado de escritório passa longas horas debruçado sobre os papéis, é sujeito a preocupações contínuas, é negligenciada a sua alimentação (Ver nº 4). Desta sobrecarga resulta o enfraquecimento dos nossos órgãos, sobretudo do cérebro e da medula, a fadiga nervosa que, no conjunto, constitui a neurastenia que todos os dias faz vítimas de todas as classes da sociedade. O excesso de prazer, de serões (vigília), as excitações de toda a natureza, o sofrimento, os suspiros provocam um grande dispêndio nervoso e conduzem igualmente à neurastenia. O homem activo torna-se mole, frouxo e fraco, perde a sua memória, o sono é agitado e, ao acordar sente-se mais cansado que à noite; não tem apetite (Ver nº 3), o dispêndio de energia intelectual e física não é reconstituída, os sistemas muscular e nervoso estão enfraquecidos, o sangue encontra-se cada vez mais fraco (anemia). As digestões não são normais, sente lufadas de calor com náuseas, a obstipação (Ver nº 1) é constante, as pernas não seguram bem o corpo. Por vezes, o indivíduo sente deslumbramentos e vertigens, sente que as forças lhe fogem, a face é pálida, apresenta-se magro; trata-se de uma debilidade completa. Por vezes sente dores na nuca, na cabeça, dores por baixo dos rins, um mau funcionamento dos órgãos, na mulher (Ver nº 6), assim como hipertensão (Ver nº 11). O seu espírito é atormentado por vários medos: a solidão, a multidão, os espaços vazios ou fechados, os acidentes causam-lhe grande angústia, um grande temor, mas é principalmente o medo das doenças que provoca o terror.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 9
A PELE: ACNE Doença de pele: As doenças de pele podem ser causadas, por um mau funcionamento do tubo digestivo (Ver nº 4). Se o estômago digere mal, se o fígado está doente (Ver nº 5), o produto da digestão será alterado, assim como o sangue, resultando daí, um distúrbio geral na nutrição dos nossos órgãos e da pele. A doença pode durar muito tempo e apenas ceder perante um tratamento enérgico. As doenças de pele são caracterizadas por erupções, borbulhas, pústulas, vermelhidão, que aparecem acompanhadas da sensação de prurido, formigueiro e por vezes de dor. Estas erupções são produzidas pelo amargor e os humores de que o sangue se desembaraçou rejeitando-os pela pele. Quando o sangue está saturado de novo, estas impurezas invadem a pele novamente. Todas estas manifestações nascem, vivem e perpetuam-se de uma forma crónica. Acne: Na espessura da pele, existe um grande número de pequenos órgãos ou folículos que segregam uma matéria gorda. Devido à presença de um parasita forma-se um pequena inflamação, seguida de borbulhas que se esvaziam após alguns dias de existência, deixando manchas vermelhas que desaparecem lentamente. Estas invadem a testa, a face, o pescoço e os ombros. Cada erupção é rapidamente substituída por uma outra. Assim se processa a acne ordinária ou “acne sebácea”. Acne Rosácea: Se a acne foi negligenciada, as borbulhas e a vermelhidão invadem completamente o rosto, renovando-se sem cessar formando manchas: as faces ficam inchadas, espessas e repletas de pequenas veias dilatadas congestionando-se facilmente. É a “acne rosácea” que dá ao indivíduo uma coloração violácea e um aspecto lívido pouco agradável. Acne sebácea: É a forma mais frequente. Ocupa preferencialmente o rosto, as costas, o tórax e observa-se nos indivíduos de pele gorda e brilhante. Os indivíduos atingidos apresentam problemas gastrointestinais (Ver nº 1), uma menstruação defeituosa (Ver nº 6), anemia (Ver nº 3), dores de cabeça (Ver nº 8).
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 9 A
A PELE: ECZEMA – PSORÍASE Eczema: De todas as doenças de pele, o eczema é a mais difundida: trata-se de uma afecção inflamatória da pele e das membranas mucosas. Na sua evolução, o eczema passa por três períodos: Período de formação - Na maioria dos casos, começa por aparecer um considerável número de vesículas ou de ampolas. Noutros casos, o eczema começa pela erupção de pequenas borbulhas grossas, como cabeças de alfinete, de coloração rosa. Também acontece frequentemente, a pele manter a sua coloração normal, mas descama-se e cai com o aspecto de poeira fina; surgem então fissuras, com o escorrimento característico. Período de escorrimento – A lesão primitiva tende sempre para ulcerações ou fissuras que deixam escorrer um líquido abundante, pegajoso, amarelo, que molha a roupa e termina formando crostas. Após a queda das crostas resta uma superfície esfolada, vermelha com pequenos pontos espalhados. Período de descamação – Após um período de tempo variável, a superfície escoriada seca, cicatriza e torna-se um lugar de escamação epidérmica incessante: a pele é reluzente, as lamelas são inicialmente largas tornando-se cada vez mais pequenas e finas como uma linha. O eczema é acompanhado de sensação de calor e prurido doloroso e encontra-se em todo o corpo, sendo mais frequente nas pernas, mãos e antebraços. Eczema das pernas – É o mais frequente e o mais grave. O eczema das pernas pode ser considerado como ponto de partida de feridas e úlceras varicosas. Eczema da face – Apresenta-se na forma de crostas e ocorre frequentemente no seguimento de um eczema do couro cabeludo. Existe ainda o eczema das pálpebras, dos lábios, das mãos e dos pés, etc. Devido a irritações múltiplas nas mãos e nos pés existe frequentemente um espessamento da pele.
Psoríase – É caracterizada por elementos escamosos brancos nacarados que recobrem uma superfície vermelha reluzente e apresentam um pontilhado hemorrágico, mais ou menos constante. Estas placas brancas destacam-se na forma de lamelas ou poeiras esbranquiçadas. Localiza-se especialmente nos cotovelos, nos joelhos, nos membros e no couro cabeludo. Os formigueiros são pouco acentuados, mas o prurido é intenso. Os ataques de psoríase podem ser frequentemente provocados por excessos de regime, doenças de estômago (Ver nº 4) ou do fígado (Ver nº 5), por emoções, medos, choques nervosos (Ver nº 8). A psoríase prateada revela uma pele farinhenta.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 10
RINS – BEXIGA Urinas: A urina pode ser carregada ou abundante em graus diferentes conforme o estado geral de saúde. Na albuminúria, a urina é fortemente espumosa e na diabetes de açúcar, a urina contém açúcar. A quantidade de urina emitida em 24 horas é variável de acordo com quantidade líquido absorvido e o grau de transpiração. Proporcionalmente ao seu tamanho, as crianças emitem mais urina que os adultos. No estado de saúde, a urina é amarelada; nos diabéticos, nas doenças nervosas e em caso de enxaqueca, a urina é incolor. Quando se tem febre, a urina é amarela avermelhada ou castanha esverdeada. Nas doenças da bexiga, o seu odor é fétido, amoniacal. Rins: Os rins são em número de dois e encontram-se um de cada lado da coluna vertebral, atrás do estômago e dos intestinos. Têm por missão segregar urina, filtrar o sangue e reter os resíduos e o ácido úrico, que é a causa das doenças diabéticas, libertando-os na urina para o exterior do organismo. Os rins são pois, dois filtros indispensáveis ao organismo para separar a urina do sangue, retirando as substâncias prejudiciais que o sangue recolhe no organismo. Muitas doenças têm origem na congestão ou obstrução dos rins. Logo que os rins funcionam mal, o sangue é mal filtrado e permanece carregado de venenos, cujos efeitos tóxicos não tardarão a se manifestar. O indivíduo é intoxicado pelo ácido úrico e manifesta um ou vários dos seguintes sintomas: dores nos rins, nas costas, no baixoventre e dos lados; a urina é turva, leitosa, filante e deixa um depósito avermelhado ou esbranquiçado, o odor é, por vezes, fétido; a necessidade de urinar é frequente, a bexiga fica irritada, os batimentos do coração tornam-se irregulares, os membros incham, com inchaço dos olhos, o doente tem cãibras nas pernas. O mau estado dos rins provoca igualmente lassitude, debilidade, fraqueza, perca de energia, gota, reumatismo (Ver nº 2), lumbago, tremuras, perca de apetite (Ver nº 3), e dores de cabeça (Ver nº 8). A bexiga, dificuldade em urinar: A “disúria” é a dificuldade em urinar. A “anúria” é a ausência de urina na bexiga. a retenção é o bloqueio da eliminação de urina que é acumulada na bexiga. no estado normal, a urina eliminada pelos rins, desce ao longo dos tubos membranosos, designados “ureteres” e cai, gota a gota na bexiga onde se acumula até sair pela uretra, cujo orifício vesical é controlado por um esfíncter. A bexiga não é mais que um reservatório que contém uma certa quantidade de líquido, até que este saia para o exterior fazendo sentir essa necessidade. Nesse momento a bexiga contrai-se sobre a urina, o que força a resistência dos esfíncteres e permite a eliminação pelo canal da uretra. Mas se as membranas da bexiga se encontram paralisadas de modo a não se contrariem, a urina continua a acumular-se, a distender o órgão: é a retenção. Frequentemente, a urina cai aos pés do doente e diz-se que a bexiga é preguiçosa. Este estado resulta de um enfraquecimento do sistema nervoso (Ver nº 8). A retenção pode ser o resultado de um enfraquecimento devido à distensão exagerada da bexiga (como o que acontece quando não podemos satisfazer a necessidade de urinar), pode também ser devida a uma obstrução da próstata, ao estreitamento do canal,
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal ou a qualquer outro obstáculo. A retenção urinária é acompanhada de dores intensas no baixo-ventre.
Incontinência urinária: É a saída involuntária de urina. É frequente após os 7 anos que se declara incontinência nocturna, podendo ser causada pelas emoções morais, o medo, em particular, tanto nas crianças, como nos idosos, um regime alimentar demasiado excitante ou picante podem ser a principal causa da incontinência; trata-se de uma nevrose que se traduz por uma irritabilidade excessiva da bexiga.
TEXTO Nº 11
CIRCULAÇÃO DO SANGUE – PRESSÃO ALTA (HIPERTENSÃO)
Existem dois tipos de problemas de circulação que provocam a elevação da pressão arterial. A primeira é física, devido aos resíduos calcários e ao mau funcionamento dos rins; a Segunda é psíquica devido ao nervosismo, mais frequente nos jovens.
O físico: As artérias devem permanecer maleáveis para assegurar uma boa circulação do sangue. O seu endurecimento provoca o envelhecimento prematuro, a arteriosclerose. As artérias são canais muito espessos que recebem o sangue arterial e o transportam a todo o corpo. Se a eliminação dos resíduos de ácido úrico é lenta (Ver nº 10), o que acontece a partir de uma certa idade, variável com o indivíduo, as impurezas do sangue acumulam-se nas artérias e acabam por obstrui-las. Preenchidas pelos resíduos calcários, as artérias sofrem um endurecimento fibroso e o coração bombeia o sangue com mais força, para que esta atinja as artérias mais longínquas. Nesta situação, o coração não tem apenas de fazer o sangue chegar a todas as artérias, mas também tem de vencer os obstáculos (resíduos e endurecimento das artérias). Para tal, é preciso redobrar o esforço para cumprir a sua tarefa, e daí a pressão arterial elevada. É indispensável impedir a obstrução das artérias, combatendo-a energicamente, sobretudo a partir de uma certa idade, senão pode sofrer-se consequências graves, tais como: congestão, sufocação, hemorragia cerebral e arteriosclerose. O psíquico: Os que têm uma mentalidade colérica (Ver nº 8) manifestam uma subida de pressão cada vez que se irritam e se contrariam, geralmente a propósito de coisas simples. Mais tarde, a pressão permanece alta e surgem problemas crónicos das artérias. O hábito de se irritar sem parar, conduz à hipertensão crónica. É preciso evitar o sal e a carne vermelha (porco fresco e vaca) e começar uma nova adaptação a uma “descompressão mental”.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 12
A ASMA A asma é uma doença nervosa das vias respiratórias, caracterizada por crises nervosas de opressão, provocadas pela convulsão dos músculos inspiradores da respiração e dos músculos dos brônquios. As paredes dos brônquios estão cobertas de mucosidades cuja secreção é devida à respiração de poeiras. O nevoeiro pode provocar acessos de asma. O doente sente uma enorme dificuldade em respirar. A opressão ocorre por acessos bruscos e geralmente de noite. De entre as numerosas causas de asma, encontra-se uma predisposição hereditária. Por outro lado, os vapores, os odores, os fumos irritantes, as poeiras, os risos violentos, a inflamação do fígado (Ver nº 5), as más digestões, o abuso do álcool, as emoções fortes, os trabalhos intelectuais, também provocam esta afecção. O clima, a temperatura, a humidade, a alimentação, todos estes factores desempenham igualmente um papel na manifestação da asma, bem como o esforço. Uma irritação da garganta, dores de cabeça, dores vagas são sinais precursores de um ataque que virá geralmente de noite, quando o doente está deitado. Abatido, muito pálido, o rosto e as pálpebras lívidas, os olhos congestionados, os lábios violáceos, o asmático está sujeito a uma angústia, uma sensação de opressão no peito, a respiração torna-se difícil e com pieira, o doente sente-se embaraçado e procura ar fresco; procurando facilitar a respiração, senta-se na sua cama, o corpo dobrado em dois, faz todos os esforços para respirar o ar que lhe falta e a angústia é extrema. Faz-nos crer que a asfixia está próxima, as faces cobertas de suores, os lábios por vezes violáceos. A crise pode durar 2 a 6 horas e pode terminar eventualmente por uma expectoração compacta cinzenta, ligeiramente espumosa e ataques de tosse. Finalmente, se forem tomadas medidas médicas adequadas, a respiração regulariza-se e torna-se normal. A história do tratamento da asma é interessante, uma vez que não existe um medicamento sintético para esta doença.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
ALGUMAS REACÇÕES ALÉRGICAS E OS FACTORES QUE AS DESENCADEIAM Alergia não transmitida Pela IgE:
Alergia ) s o p r o c i t n a s o r t u o u o ( E g I
transmitida pelo IgE: Alimentos Poeira
Produtos químicos Medicamentos, aspirinas, anestésicos Aditivos alimentares, cafeína Factores físicos: o frio, o calor Infecções (sobretudo virais) Exercício Emoções
Mastócitos ou células basófilas
Libertação de mediadores (histamina e outros)
Reacções do corpo
Inchaço
Alteração
Espessament
Inflamação
Urticária (pele) Depressão, irritabilidade ansiedade, Hiperactividade (cérebro).
no tónus
o das
Artrite
muscular
mucosas
(articulação
Outros
Enxaqueca e outras dores de cabeça.
Asma bronquite (vias res iratórias
Nariz que pinga ou sempre
Eczema (pele) Prurido Náuseas Vómitos Inchaços Diarreia Colite Obstipação (aparelho Gastrointestinal)
O esquema mostra uma grande variedade de factores no regime alimentar ou no meio ambiente para desencadear a alergia e produzir distúrbios em numerosas partes do corpo. Fonte: Adaptação de “Diagnostic Methods to Demontrate IgE Antibodies: Skin Testing Techniques” por W.T. Knicker e alii, Bulletin of the New York Academy of Medecine, sept. 1981.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 13
OBESIDADE A obesidade é caracterizada pela forma anormal de tecidos gordos que se acumulam em todos os órgãos e principalmente sob a pele, no ventre, no pescoço e nas ancas. O excesso de gordura destrói não somente as formas harmoniosas das mulheres e a beleza das pessoas, como também altera a saúde. As substâncias gordurosas que ingerimos são geralmente utilizadas para ajudar a respiração e produzir em nós, calor animal. Quando a gordura não é completamente utilizada pelas necessidades do nosso organismo, invade o coração (Ver nº 20), os rins (Ver nº 10), os músculos, os pulmões, o fígado (Ver nº 5), os intestinos (Ver nº 1 e nº 4), o que comprime os órgãos e entrava as funções do organismo: é por isso que as pessoas ficam ofegantes e facilmente sufocam ao mínimo esforço. O movimento e a marcha tornam-se lentos pesados e penosos; a fadiga surge facilmente. As digestões tornam-se difíceis; após as refeições, o sono torna-se uma necessidade impetuosa, a respiração é difícil, as noites são agitadas; o indivíduo está sujeito a palpitações (Ver nº 20), a aneurismas (Ver nº 2). A asma (Ver nº 12) e a albuminúria são também muito frequentes nos obesos. Mas antes de atingir este estado de obesidade, que altera a saúde, a gordura persistente destrói a graça das formas e o charme da juventude, os tecidos gordos invadem todas as partes do corpo, fazendo desaparecer o traço inicial das linhas do corpo. A roupa não fica bem, o ventre engrossa, o pescoço aterra sobre os ombros, a face parece soprada e tem uma expressão apática, podemos dizer que desaparece toda a distinção. As pessoas obesas sentem-se frequentemente incomodadas por observação a seu respeito, em lugares públicos. Podem rejeitar a vida social para evitar a sensação de desconforto emocional. No entanto, o emagrecimento antes de mais, proporciona prazer e a queda da barreira para a conquista da realização e da aceitação de si mesmo. “Como emagrecer”: A causa é uma vida secundária, uma alimentação muito abundante, a inactividade física, mas é sobretudo um mau funcionamento do fígado (Ver nº 5), numa nutrição insana. Nas mulheres, a causa é frequentemente a irregularidade dos períodos menstruais (Ver nº 6) e a menopausa (Ver nº 18).
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 14
HEMORRÓIDAS: DOLOROSAS – SANGRENTAS As hemorróidas são varizes que se localizam no orifício do ânus onde formam tumores de volume e consistência variáveis. Quando as hemorróidas constituem um obstáculo à defecação e tendem a degenerar, quando os sangramentos se tornam frequentes, quando as dores são violentas e retiram o sono, o apetite e se tornam um incómodo para as ocupações habituais, quando, devido ao escorrimento com a dor que produzem, nos obrigam a tomar determinadas posições a andar, as hemorróidas constituem uma verdadeira doença, um suplício em cada dia. É preciso recorrer, de início, a um tratamento conveniente para tentar eliminar as hemorróidas com o risco de surgirem complicações, tais como fístulas, fissuras, queda do recto, a digestão e as grandes funções do organismo podem mesmo alterar-se, assim como pode afectar a moral.
Predisposição: Os temperamentos sanguíneos e biliosos são predispostos a hemorróidas; a gravidez e a menopausa (Ver nº 18) contribuem para que esta afecção se torne frequente nas mulheres; mas a principal causa é a alimentação abundante, a obstipação habitual (Ver nº 1), as inflamações do intestino grosso, a posição prolongada sentado ou de pé, os enfartamentos do fígado (Ver nº 5). O doente sente um mal-estar geral, dores no estômago, flatulências, obstipação e dores lombares. Manifesta-se um peso e calor na região anal assim como a sensação de um corpo estranho no recto, o que conduz à necessidade frequente de ir à casa de banho. A região anal é dolorosa e esta dor estende-se até à anca. Em certos casos, os tumores produzem um fluxo mucoso, designando hemorróidas brancas. No período de congestão, as hemorróidas apresentam-se sob a forma de tecidos violáceos resistentes e desaparecem por pressão, para reaparecerem uma vez terminada a pressão. O escoamento de sangue em geral, por um escorrimento que aumenta até ao 3º dia, a partir do qual, decresce. Depois reaparece durante certos períodos que se assemelham ao fluxo menstrual. O sangue, tanto é negro, como vermelho. O verdadeiro fluxo hemorroidal não existe sem tumor, mas os tumores podem existir sem fluxo: tratase de hemorróidas secas. Acontece que os tumores hemorróidas saem pelo ânus no momento da evacuação e são estrangulados pelo esfíncter anal, inflamando-se, o que provoca uma sensação de calor ardente. Sendo as hemorróidas o resultado da congestão venosa do intestino grosso, podemos compreender a importância de evitar o entupimento do tubo digestivo. Se a massa hemorroidal cheia de sangue sai, é necessário proceder à sua redução com unguentos afim de evitar o seu estrangulamento.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 15
AS AMÍGDALAS As amígdalas são duas glândulas com forma de amêndoa que se encontram à entrada de cada lado da garganta e fabricam um líquido muito escorregadio que facilita a passagem dos alimentos sólidos.
Hipertrofia das amígdalas: As crianças que têm as amígdalas grossas mantêm a boca aberta; à mínima corrente de ar ou frio nos pés, as amígdalas incham tornam-se volumosas, tapam a garganta e dificultam a fala e a respiração. As amígdalas apresentam-se vermelhas, inchadas, cobertas de pontos amarelos e encontram-se aí grandes quantidades de mucosidades. A hipertrofia das amígdalas predispõe à surdez. As amígdalas mesmo hipertrofiadas ou degeneradas constituem uma preciosa barreira para os germes de uma série de doenças e para as poeiras prejudiciais que se encontram no ar inspirado. E é sem razão que se pratica frequentemente a sua ablação que apresenta o grave inconveniente de deixar penetrar pela boca e pela laringe os micróbios prejudiciais, podendo provocar graves doenças. A inflamação das amígdalas é provocada pela poeira e pelos micróbios; basta combatêlos desde o início para evitar uma hipertrofia das amígdalas e, mais tarde, uma operação sangrenta. Para fazer desaparecer a inflamação deve-se gargarejar com bicarbonato de sódio várias vezes ao dia.
TEXTO Nº 16
PARASITAS INTESTINAIS Vermes intestinais: Os vermes intestinais são raros nos bebés que mamam e aparecem geralmente aos três anos. Podemos reconhecer que uma pessoa tem vermes quando os encontramos nas fezes. Geralmente, os vermes são devidos à alimentação. Os vermes intestinais mais frequentes nas crianças e nos adultos são os oxiúros. São provenientes de ovos existentes nalguns alimentos e a sua evolução no intestino provoca diversos problemas. Podem surgir náuseas, diarreia, o rosto está pálido e sente comichões no nariz. De noite, surgem pesadelos e ranger dos dentes. Pode-se tornar anémica e emagrecer. Se os vermes passam para o estômago, vão surgir vómitos e se subirem até à garganta provocam uma tosse seca e incessante. Durante a noite, enquanto a pessoa está deitada, os vermes aparecem no ânus onde provocam prurido comichões insuportáveis, obrigando o indivíduo a se coçar. Bicha-solitária: Este é um verme plano, formado por uma colecção de anéis, representando cada um o animal completo e estão soldados uns aos outros para formar uma longa fita esbranquiçada com um comprimento de 3 a 15 cm. Estes fragmentos destacam-se da bicha-solitária.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal A extremidade onde se encontra a cabeça está muito retraída; a cabeça possui quatro ventosas à volta da boca. Distinguem-se dois tipos de bichos solitários: a bicha-solitária que vive primeiro como parasita no intestino dos animais e depois no do homem. O verme do porco tem a cabeça muito pequena e armada de ganchos que servem para se fixar às paredes dos intestinos. As pessoas que soa atingidas pela bicha-solitária sofrem problemas gástricos, cólicas e comichão no ânus. Reconhece-se a sua presença através dos anéis eliminadas com as fezes.
Verme do porco: O ovo vive no intestino do porco onde o embrião se instala nos músculos. Assim que o homem ingere carne crua ou ligeiramente cozinhada, o embrião fixa a sua cabeça no intestino do homem pelos seus ganchos, os anéis vão crescendo e produzem ovos. De seguida, os anéis destacam-se e são eliminados com as fezes. Verme de vaca: O ovo vive na vaca como no porco. É por isso que devemos comer a carne de vaca bem cozinhada. É preciso expulsar a bicha-solitária, inteira com a cabeça, uma vez que seja qual for o comprimento expulso, se a cabeça não for expulsa, o verme reproduz-se.
TEXTO Nº 17
FERIDAS Feridas, cortes, inchaços: Ter sempre um unguento em casa para tratamento imediato. Unguento para bebés: (menos de 5 anos) – Eczemas, borbulhas, vermelhidão provocada pelo uso externo de uma substância irritante, pelo frio, pelo calor. Calos nos dedos dos pés: As calosidades são provocadas pela fricção do sapato no pé. Os calos são provocados pelos sapatos mal ajustados dos pés. Verrugas: São excrescências arredondadas brancas ou cinzentas que surgem geralmente nas mãos.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 18
MENOPAUSA Na mulher, o desaparecimento dos períodos menstruais, corresponde geralmente à cessação da função ovárica e designa-se por menopausa. A supressão natural dos períodos menstruais geralmente surge entre os 45 e 50 anos, mas este período pode variar segundo o clima e diversas circunstâncias. A idade crítica não surge bruscamente. Antes de tudo, a mulher constata algumas irregularidades: tanto a menstruação é abundante, como quase insignificante e os períodos menstruais tornam-se irregulares. Assim que as funções menstruais cessam, surgem frequentemente situações de mal-estar, dores e até problemas como hemorragias, vertigens, palpitações, acessos de calor, calor súbito no rosto, gastralgias (Ver nº 4), problemas nervosos (Ver nº 8), dores de cabeça, peso no baixo-ventre (Ver nº 10), dores nos rins, lassitude (Ver nº 3), tristeza. Mas a mulher que está próxima deste período, não se deve assustar. É certo que a supressão de uma função importante não ocorre sem trazer alguns problemas ao organismo. Também é certo que a mulher de boa saúde atravessará este período crítico muito facilmente e sem consequências complicadas se, ao aproximar desta fase, tiver o cuidado de seguir um tratamento depurativo desde que sinta um distúrbio ou uma alteração de saúde. É preciso não esquecer que durante este período, os problemas nervosos normais agravam-se. Qualquer irritação ou dificuldade da vida que se agrava é tratada durante a menopausa. A menopausa dura aproximadamente 7 anos (se a pessoa foi operada durará mais tempo), o tratamento será seguido durante 2 meses ou até que os afrontamentos sejam controlados e, depois disso, voltar ao tratamento unicamente quando os afrontamentos se repetirem.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 19
ÚLCERAS DO ESTÔMAGO No seguimento de uma gastrite crónica, os folículos na vizinhança do piloro se forem atingidos produz-se uma ulceração que, por extensão, pode abranger todo o contorno do órgão. A superfície mucosa fica inchada. A úlcera é causada pela hereditariedade, tensão nervosa, ingestão de bebidas muito frescas ou alimentos muito quentes, especiarias e ácidos. A úlcera é uma doença séria mas que frequentemente se elimina se o tratamento é apropriado e se seguir o regime indicado. O doente com úlcera sente dores horríveis no cimo da cavidade epigástrica, que se podem prolongar até à cavidade dorsal. A dor parece queimar e é lancinante. Os alimentos irritantes exasperam o doente e aumentam o seu sofrimento; em seguida surgem os vómitos, que terminam com o sofrimento por alguns instantes. O duodeno, a parte do intestino que se liga ao estômago é frequentemente a zona de ulceras, em cerca de 90% dos casos. Aqui é a zona das dores, duas horas após as refeições. Se a úlcera se situa no piloro (o músculo que separa o estômago do intestino) as dores começam meia hora após cada refeição. O ácido clorídrico do estômago, que é sempre excessivo num caso de úlcera, continua a irritar e a manter a úlcera aberta. Daí, o tratamento se constituir parcialmente de uma dieta. É uma dieta de alimentos que não irritam o estômago, como é o caso do leite, sopa em creme, ovos, carne magra, batatas em puré, doces em creme, sêmola bem cozida. Os alimentos mais irritantes são: as especiarias, o pão (excepto se for torrado), os fritos e os ácidos
TEXTO Nº 20
O CORAÇÃO O coração está encarregado de enviar sangue para o organismo. As afecções do fígado (Ver nº 5) ou dos rins (Ver nº 10) e os reumatismos articulares (Ver nº 2) podem ser frequentemente as principais causas das doenças do coração. O mau funcionamento do coração provoca opressão, palpitações, falta de fôlego, congestão pulmonar e hidropisia. A respiração torna-se difícil, as pernas incham e as urinas são raras. Como podemos ver, as afecções do coração não constituem doenças propriamente ditas, mas sim uma alteração no mecanismo do órgão e podem ser consideradas como uma enfermidade que permite viver muito tempo, se se tiver o cuidado de evitar tudo o que a pode agravar. O doente e os que o rodeiam não devem esquecer que o coração é o único órgão que nunca repousa; bem regulado ou atingido por uma enfermidade, deve sempre trabalhar. Por isso, devemos andar calmamente, evitar a fadiga e as emoções; as pessoas que rodeiam o doente, devem evitar qualquer causa de irritabilidade.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Endocardite: É a inflamação da membrana que reveste o coração, sobretudo as válvulas; provoca opressão, angústia, palpitações e constituem a causa mais frequente das doenças do coração. O doente sente um peso ao nível do coração e mal-estar, a digestão é difícil, as pernas, as coxas e o tronco acabam por inchar. A endocardite surge na sequência do reumatismo, gota, difteria, varíola, excesso de fadiga, gravidez. Embolia: Obliteração brusca de um vaso por um coágulo de sangue, que se formou noutra parte do corpo e que foi conduzido espontaneamente pela circulação sanguínea. Angina de peito: É uma nevrose do coração, uma nevralgia cardíaca muito dolorosa, aparecendo inesperadamente. Subitamente, ou no seguimento de uma emoção ou de uma fadiga, o doente é atacado na região do coração por uma dor lancinante que se irradia em diversas direcções; frequentemente, a dor atinge o braço esquerdo, a mão e os últimos dedos, a pela da mão torna-se pálida. A dor é acompanhada por uma sensação terrível de constrição; o doente tem a sensação que a vida se extingue e é incapaz de fazer respirações profundas. Trombose : É a obstrução de um vaso sanguíneo por um coágulo de sangue. O que distingue a trombose da embolia, é que na trombose o coágulo forma-se no próprio local de obstrução no vaso sanguíneo e designa-se por trombo. A confusão cerebral é um a trombose arterial, a flebite é uma trombose venosa.
TEXTO Nº 21
DIABETES A diabetes de açúcar é localizada no pâncreas, um órgão situado atrás do estômago. O pâncreas contém os “Ilhéus de Langerhans” que produzem a insulina para digerir o açúcar do organismo. Quando envelhecem, estes “Ilhéus” destroem-se gradualmente produzindo menos insulina. Então, todas as pessoas ao envelhecerem, estão sujeitas ao diabetes (insuficiência de insulina natural) mas, controlando a ingestão de açúcar, a pessoa pode viver a sua vida sem dificuldade e sem medicação. No entanto, em certos casos, os “Ilhéus de Langerhans” destroem-se mais rapidamente e surge a diabetes; quando isto acontece é necessário excluir completamente o açúcar da alimentação e receber insulina animal (geralmente de vitela) através de injecções ou insulina vegetal, por via bucal com tratamentos de ervas. Esta doença é caracterizada pela presença persistente de açúcar na urina e pelo aumento da secreção urinária; pode surgir um emagrecimento mais ou menos rápido. No estado normal, o sangue contém uma fraquíssima quantidade de açúcar; na diabetes o organismo perdeu a capacidade de queimar o açúcar e a sua proporção atinge os 3%. A urina pode conter 200 g a 800 g por dia. Esta emissão provoca uma sede persistente e obriga o doente a beber frequentemente. A diabetes não controlada apresenta a longo termo diversos sintomas muito graves, por exemplo, úlceras em todo o corpo e a cegueira, úlceras varicosas nas pernas e impotência sexual.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
TEXTO Nº 22
ÚLCERAS VARICOSAS São úlceras que surgem na parte debaixo da perna, constituem a complicação frequente e, por assim dizer, fatal das varizes. Com efeito, os tecidos que envolvem as varizes estando mal nutridos por um sangue estagnante tornam-se fracos, formando-se feridas que supuram continuamente sem cicatrizar, durante meses ou anos. A obstipação (Ver nº 1), as fadigas (Ver nº 3), o frio, a necessidade de ter sempre as pernas flectidas e a diabetes predispõem as varizes à ulceração. As úlceras varicosas ocasionam grandes sofrimentos e, com a evolução têm tendência para inchar.
TEXTO Nº 23 E 24
SINUSITE – FEBRE DOS FENOS Sinusite: É a dilatação das veias nas cavidades da fronte, atrás do nariz e das bochechas, acompanhada de uma secreção mucosa. Frequentemente é o resultado de uma constipação da cabeça e provoca dores de cabeça. Febre dos fenos: Para além das características da sinusite, a febre dos fenos provoca comichões no nariz, espirros bastante frequentes, comichão nos olhos – onde a conjuntivite está empolada e os olhos choram continuamente. Existe sempre uma opressão e acessos de sufocação. A sinusite é crónica devida particularmente à constipação ou a uma fraqueza hereditária das vias respiratórias superiores. A febre dos fenos é aguda, periódica devido às poeiras ou ao pólen das plantas da Primavera e no Outono. É uma alergia, que caso não seja tratada, vai aumentando ano após ano. Nos dois casos, o tratamento é constituído por uma limpeza completa das vias respiratórias.
OS FRUTOS E A FEBRE É necessário reduzir a febre se ultrapassar um certo limite? E, qual é esse limite? É correcto durante a febre ingerir abundantemente água e sumos de fruta? Na maioria das publicações pode-se ler que é necessário evitar que a febre ultrapasse 40º ou 41º, temperatura a partir da qual o cérebro se pode alterar. Utiliza-se água fria ou quente, medicamentos “naturais” para controlar a febre. Para além disso, criou-se o hábito de prescrever sumos de fruta em abundância, “ricas em vitamina C, anti-infecciosa”. Ponderemos uma vez mais sobre cada uma destas práticas nefastas.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal 1. É NECESSÁRIO CONTROLAR A FEBRE? Se desde o início dos distúrbios for instaurado o jejum hídrico, com repouso deitado, num local conveniente para a temperatura, a qualidade do ar, a calma e a confiança, o organismo pode controlar a febre espontânea e eficazmente. Aquilo a que podemos designar como inteligência celular (ou inteligência do corpo, ou capacidade de homeostasia ou força medicadora natural) entra em acção sem que tenhamos de intervir nesse mecanismo. O essencial é a calma, a confiança, o “deixar em paz”. No entanto, é preciso contar com alguns problemas que dependem de intervenções anteriores. Se o paciente for recentemente tratado com medicamentos ou se foi recentemente vacinado, os processos orgânicos podem encontrar-se desregulados. Por exemplo, o “termostato do hipotálamo” não pode desempenhar correctamente a sua função. Desta forma, não deve ser imputada à febre, a responsabilidade das deteriorações. Por outro lado, uma vez que o paciente tenha sido longamente envenenado por tóxicos ditos alimentares, ou de outra natureza (tabaco, venenos do ambiente) as consequências podem ser graves e por vezes fatais. Uma parte destes tóxicos foi armazenada nas gorduras do organismo, mas é libertada durante o emagrecimento ou em “crises de desintoxicação”. O sangue e a linfa encarregam-se do seu transporte, mas no decurso da filtração do fígado ou nos rins, podem ocorrer alterações ao nível destes órgãos. Por ouro lado, podem ocorrer danos nos sistemas nervoso e humoral, o que poderá causar graves problemas orgânicos e psicológicos, devido à libertação dos tóxicos, no decurso de um jejum. A febre permanece normalmente “adaptada” à sua finalidade na sua intensidade e duração, se os cuidados de higiene vital, forem correctos e, neste caso, não devemos interferir na temperatura do paciente (noutra situação podem surgir riscos de convulsões). O corpo “sabe” melhor que a nossa inteligência o que é necessário para a sobrevivência do organismo e o seu restabelecimento. Aquele que se drogou e envenenou não deve contar com a normalidade das acções orgânicas. 2. É NECESSÁRIO TOMAR SUMOS DE FRUTA DURANTE A FEBRE? Qualquer pessoa pode constatar que a ingestão de frutos ácidos durante as crises agudas (biogonias dinâmicas com febre) tem por consequências uma maior duração dos distúrbios, um enfraquecimento da vitalidade, uma desmineralização, uma convalescença lenta acompanhada de distúrbios digestivos ou outros. Durante o período de febre, os ácidos dos frutos são dificilmente metabolizados. As reservas minerais que deveriam intervir na acção orgânica de auto-restabelecimento, são mobilizadas para neutralizar os ácidos. Nalguns casos, esta prática conduz a recaídas e a complicações com acetonemia, vómitos dolorosos, mal-estar geral, a recuperação é lenta ou difícil; podem mesmo surgir convulsões. Os sumos de frutos ácidos são desaconselhados no decurso de febre e de crises agudas. Nada de limão, laranja, toranja, kiwi, etc., contudo são ricos em vitamina C “antiinfecciosa”. Nada de sumo (suco) de maçã, de uva, de groselha, de mirtilo, de cássis, etc. Somente água ou, para prevenir a acetonemia, um pouco de seiva de cana do açúcar ou melhor, mel doce. Um pouco mais tarde, poder-se-á administrar a clássica “fervura de ervas” com um pouco de sal marinho completo e/ou um pouco de sumo de cenoura ou de beterraba vermelha. Em certos casos, o cloreto de magnésio, o cloreto de magnésio, o cloreto de magnésio poderá ser administrado em doses a determinar segundo a situação e o paciente.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Logo, para as crianças e para os adultos, nada de frutos, nem de sumo de frutos ácidos durante os períodos febris, que são uma das características essenciais da crise aguda (ou biogonia dinâmica).
A FIBROSE QUÍSTICA -
A fibrose quística é a mais conhecida e a mais perigosa das doenças hereditárias na infância. Uma em cada 1500 crianças nasce já atingida pela fibrose quística. Na maior parte dos casos, a doença não é identificada à nascença e declara-se nas crianças com idades entre 1 a 6 anos ou mais tarde. Uma pessoa em cada vinte, no mundo inteiro, é portadora do gene da fibrose quística. Ninguém pode saber se é portador, uma vez que nenhum teste o pode revelar. A fibrose quística actua sobre as glândulas exócrinas do organismo e ataca o sistema respiratório e digestivo. A fibrose quística é actualmente incurável. A maioria das pessoas atingidas morreu antes dos 30 anos. A fibrose quística é a doença hereditária responsável da maioria das mortes nas crianças canadianas. Esta doença foi identificada nos anos 40. As crianças morriam com uma idade aproximada de 2 anos. A pesquisa médica consegui prolongar a vida dos pacientes mesmo que se mantenha o mistério quanto às causas da doença. As pessoas que sofrem de fibrose quística devem submeter-se diariamente a drenagens de postura. Estas pessoas devem igualmente tomar uma grande quantidade de medicamentos. As pesquisas médicas, no mundo inteiro, exploram diferentes facetas da doença: •
•
•
•
•
•
Doença genética Os testes para identificar os portadores A amniocentese Melhoramento dos tratamentos Antibióticos que agiriam sobre as pseudomonas, micróbio tenaz que se encontra nas secreções destes doentes Enxertos pulmonares
A fibrose quística, mesmo sendo a mais perigosa das doenças hereditárias da infância quase não é conhecida. O problema não é aparente, exteriormente é o número de pacientes (1000 no Québec) aumentam muito lentamente devido ao elevado número de óbitos em cada ano e à fraca taxa de natalidade.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
ESTADOS INFECCIOSOS ESTADOS INFECCIOSOS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS FITOTERAPIA: Em todas as infecções das vias respiratórias Rebentos de pinheiro Tomilho Orégãos Canela Hortelã-pimenta
Mistura em partes iguais para 250 g
Para uma criança: uma colher de café desta mistura para infusão. Para um adolescente: duas colheres de café a repetir várias vezes ao dia. E continuar o tratamento 48 horas depois da recuperação. recuperação. Podem-se juntar tisanas com acção hepática: dente-de-leão, boldo, cardo mariano.
AROMATERAPIA: Mais eficaz ainda (não aconselhável a pacientes com antecedentes alérgicos ou asma). Óleo essencial pinheiro Óleo essencial orégãos Óleo essencial tomilho Óleo essencial canela Óleo essencial murta Óleo essencial niaouli
1 ml 1 ml 1 ml 1 ml 1 ml 1 ml
Álcool a 90%
94 ml/100 ml
Preparação sempre a 6%
Meia gota desta preparação por kg corporal, três vezes por dia num copo de água quente. Exemplo: Para uma criança de 20 kg, dão-se 10 gotas Para uma pessoa de 80 kg, dão-se 40 gotas Esta preparação é boa para todas as infecções respiratórias e urinárias, tais como cistite, nefrite, colibacilose, etc. Não se deve menosprezar a aromaterapia, visto que um erro numa vírgula na dosagem, pode quase matar. É preciso que a preparação seja feita a 6% em álcool a 90º (94 ml de álcool). Podem existir pessoas que não suportam a aromaterapia, o que se traduz por arrotos (eructação), ardor no estômago, etc... Não se deve administrar o óleo essencial puro, só a 6% em 94 ml de álcool (de gotas em água quente). Administrado puro poderia provocar fissuras anais, queimaduras na boca, no esófago, ou nas mucosas estomacais e necroses hepáticas. O óleo essencial é miscível em álcool e assim que se colocam algumas gotas desta preparação em água, o líquido torna-se opalescente, devido ao facto de a preparação ser miscível. Se se colocar o óleo essencial directamente na água, ela forma um sobrenadante que provoca graves queimaduras.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Actualmente, existem óleos essenciais em cápsulas de sílica coloidal. Parece muito cómodo e utilizei esta durante dois meses, mas tive problemas com os meus pacientes. Uma vez que a cápsula se dissolve no estômago ou no intestino e toda a dissolução se efectua em 3 ou 4 cm 2 de mucosas. Existe então uma concentração enorme de óleo essencial, logo há o risco de ulceração. Enquanto que o óleo essencial a 6% em 94 ml de álcool e misturado com um copo de água quente, se espalha sobre m 2 de superfície digestiva. Isto é muito importante. Em aromaterapia creio que o conceito de Exposição é muito importante. as preparações de aromaterapia devem sempre ser preparadas em farmácia, uma vez que exigem muita precisão. Podemos também recorrer à aromaterapia, por via transcutânea. Colocamos na mão uma gota de óleo essencial puro de cada frasco e friccionamos os pulmões e os brônquios por via transcutânea. Pode-se também colocar uma gota de cada frasco de óleo essencial num pouco de azeite ou óleo de amêndoas, doces e, do mesmo modo, fraccionar a pele. A mistura passa directamente para o interior do corpo através da pele. Se esfregarmos a pele de uma cobaia, sob a pata, com um pouco de óleo essencial de lavanda, e sacrificamos a cobaia, duas horas depois, sente-se o cheiro da lavanda.
ORGANOTERAPIA: Para estimular, vitalizar o sistema reticulo-endotelial. reticulo-endotelial. Timo Fígado Baço Medula óssea Gânglios linfáticos
10 ml 10 ml 10 ml 10 ml 10 ml
3X a.a.* 10 ml Q.S.P.* Total de 50
3X quer dizer para preparar uma diluição de fígado em 3 decimal. Faz-se macerar o fígado no álcool e faz-se um tintura-mãe. Uma tintura-mãe de plantas ou órgãos, faz-se macerando a planta ou o órgão em álcool durante vários dias. Se colocarmos uma gota desta tintura-mãe em 9 gotas de álcool, obtendo-se assim a 1ª decimal; se retirarmos uma gota, desta nova diluição e a recolocarmos em 9 gotas de álcool, isto torna-se a 2ª decimal ou 2X; se repetirmos o processo, com uma gota desta última diluição, teremos obtido a 3ª decimal ou 3X. Será uma diluição de 1/1000 e é uma diluição estimulante.
a.a. - Quer dizer, tanto de uma como de outra. Então aqui, nesta preparação, 10 ml de cada interveniente, o que dará um total de 50 ml. Q.S.P. – Quer dizer, Quantidade Suficiente Para, por exemplo, neste caso, 50 ml. Para uma criança de 20 kg, serão prescritas 10 gotas da preparação num pouco de água, ao levantar. Esta preparação estimula os órgãos e ajuda a lutar contra as infecções e pode ser utilizada para ajudar um canceroso fatigado. Esta preparação é muito polivalente. Qualquer fígado animal, em organoterapia terá esta acção de estimulação reticuloendotelial.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
OS ESTADOS INFECCIOSOS DAS VIAS URINÁRIAS Cistite, nefrite, infecções crónicas, colibacilose, etc... Em caso de infecção das vias urinárias, os colibacilos e outras bactérias tornam-se patogénicas patogénicas pelo aumento das fermento-putrescências fermento-putrescências e graças à inflamação e erosão da mucosa intestinal passam directamente para o sangue, vão colonizar as vias urinárias. Existe uma teoria médica que tenta explicar este fenómeno dizendo “quando a mulher vai à casa de banho e se limpa de trás para a frente, ela arrasta algumas matérias fecais para a vagina e vias urinárias e os colibacilos subirão”. Não é nada disto. Seja qual for a forma como a mulher se limpa, quando vai à casa de banho, não tem muito a ver com a infecção. É directamente do cólon e mesmo do intestino delgado que a infecção passa para o sangue e vai colonizar as vias urinárias. Estas infecções das vias urinárias tratam-se quase da mesma forma que as infecções das vias respiratórias.
1. REGULAR A ALIMENTAÇÃO Mesma dietética. Eliminar os inibidores da digestão, os alimentos supra-indigestos e a sobrecarga alimentar global.
2. TERAPIA FITOTERAPIA: Uva-ursa Urze Buchu Orégãos Tomilho
Mistura em partes iguais para 300 g (adulto) e 150 g (criança) ( criança)
Para uma cistite, por exemplo: 3 vezes por dia, uma infusão de duas colheres de sopa desta mistura. Também se podem juntar pinheiro e eucalipto. A uva-ursa é um bom desinfectante das vias urinárias. Há quem afirme ter curado blenorragias com esta planta. Existe uma excelente planta exótica de Kava Kuava (Piper métisticum) em cápsulas. Orégãos, tomilho e canela são os três melhores anti-infecciosos que podemos juntar a todas as preparações. São muito poderosas se estiverem na forma de óleos essenciais.
AROMATERAPIA: Óleo essencial de pinheiro Óleo essencial de sândalo Óleo essencial de niaouli Óleo essencial de orégãos Óleo essencial de tomilho Óleo essencial de canela Em álcool a 90%
94 ml
1 ml 1 ml 1 ml 1 ml 1 ml 1 ml
H.E. a.a. 6%
1 frasco de 100 ml
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Meia gota desta preparação por kg corporal em água quente. De manhã, ao almoço e à noite, 15 minutos antes das refeições, visto que depois pode atrapalhar a digestão. Em aromaterapia, chamo a atenção para um erro que tem passado despercebido, nos pequenos manuais de aromaterapia e que é o seguinte: é preciso saber que nas plantas ditas anti-diabéticas como a folha de mirtilo, o gerânio Robert, a lampsana comum, a nogueira, a amoreira, etc... É a planta total que é anti-diabética. Por exemplo, escreve-se que o óleo de essência do gerânio Robert é anti-diabético, o que não pode ser o caso, porque o gerânio de Robert não tem óleo de essência, mas sim, o Pelargonium ou o gerânio odorantissimum. Só que estes gerânios não são anti-diabéticos. O mesmo para a cebola e para o eucalipto. A folha do eucalipto e o bolbo da cebola são hipoglicémicos, fazem descer a taxa de glucose no sangue. Mas, os óleos de essências de cebola ou de eucalipto não são hipoglicémicos, não existem em aromaterapia, óleos essenciais hipoglicémicos. Para as doenças das vias urinárias, pode-se melhorar a eficácia destes tratamentos aconselhando pequenos semicúpios quentes, porque o calor é anti-infeccioso. O calor aumenta o poder fagocítico dos glóbulos brancos e activa a secreção de anticorpos. Mais ainda, os semicúpios são calmantes da dor e dos espasmos, pelo que devem ser aconselhados uma ou duas vezes por dia. Não esquecer que o café, o tabaco, a cola são poderosos irritantes das vias urinárias e, sem causar directamente a infecção, ajudam a mantê-la.
INFECÇÕES INTESTINAIS: As Enterocolites... Nas infecções e inflamações da mucosa digestiva: colite, enterite, inflamações do intestino delgado e do cólon, existem algumas plantas que têm acção. Três plantas aromáticas e carminativas (que expulsam os gases do tubo digestivo) superiores ao cominho, ao funcho e ao anis verde. São a hortelã, o anis estrelado ou badiana e a camomila. Três plantas anti-inflamatórias: o alcaçuz, a consolda e a camomila que tem as duas propriedades anteriormente referidas.
TRATAMENTO FITOTERAPIA: Hortelã Anis estrelado Camomila Alcaçuz Consolda
Mistura em partes iguais 60 g Total 180 g
As duas últimas plantas, o alcaçuz e a consolda, sendo raízes, devem ser colocadas alguns minutos (3 min.) em água a ferver antes de serem misturadas com as outras plantas. Tomar três vezes ao dia, 10 minutos antes de cada refeição duas colheres de café da mistura. Evitar ainda os inibidores da digestão, a sobrecarga alimentar e os alimentos superindigestos.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal As cápsulas de gelatina de pós micronizados podem substituir a tisana. Menta piperita Anisum stellatum Matricaria chamomilla Glycyrrhizza glabra Symphytum officinal
P.M. a.a. 100 mg por cápsula Total de uma cápsula 500 mg
O alcaçuz, a consolda e camomila resultam sobretudo nas inflamações do tudo digestivo: úlceras gástricas, enterite, colite, rectite, sigmóidite, ou seja, todas as inflamações da boca ao ânus. Inflamações e infecções. Nos casos de inflamação, pode-se também utilizar sumos de couve acabada de espremer e sumo de batata à razão de meio copo, durante as refeições, principalmente nas gastrites e nas úlceras de estômago. As inflamações intestinais tanto do cólon como do intestino delgado podem ser acompanhadas tanto de diarreia, como de obstipação ou de trânsito normal. Mas é nos casos em que as pessoas se queixam de dores e gases, ou seja, colite, que se deve utilizar.
AROMATERAPIA: Para as colites, mas também as infecções bucais e gengivais. Óleo essencial de menta Óleo essencial de camomila Óleo essencial de badiana ou basílico Óleo essencial de canela Em álcool a 90º
3 ml 1 ml 1 ml 1 ml
H.E. 6%
94 ml para 100 ml.
É sempre preciso ter 6% de O.E. (Óleos Essenciais) e 94 ml de álcool para um frasco de 100 ml no total. Como é difícil obter o óleo essencial de badiana, este pode ser substituído po óleo essencial de basílico que é também eficaz. O óleo essencial de canela produz bons resultados na colite. É um dos óleos essenciais mais anti-infecciosos, logo a seguir ao orégão, igual ao do tomilho. Diariamente tomar meia gota por quilo corporal, três vezes por dia, antes das refeições, num pouco de água quente. Para as infecções bucais e gengivais, podem recorrer a esta preparação nos casos de piorreias e de parodontoses. E sempre com meia gota, por quilo corporal, num copo de água quente e gargarejar sempre que houver infecções, preferir a aromaterapia.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
INFECÇÕES DA BOCA: Piorreias, paradontoses, etc... As causas são sempre as mesmas: inibidores da digestão, alimentos supra-indigestos, superalimentação global e mistura de fruta, tomate e iogurte com o amido. Por isso, tente suprimi-los e aconselhe uma alimentação equilibrada.
TRATAMENTO FITOTERAPIA
Maravilha Hipericão (Perfuratum) Orégãos Tomilho Canela
Mistura em partes iguais para 300 g ou 120 g
Uma a duas colheres de chá da mistura para infusão. Tomar 2 a 3 vezes por dia (tanto faz ser frio, morno ou quente). Com esta tisana pode-se gargarejar várias vezes ao dia. Substituindo esta tisana podem-se utilizar cápsulas de pó micronizado. Maravilha Hipericão (Hypericum perforatum) Plantago - tanchagem
a.a.
150 g para uma cápsula As cápsulas pesarão 450 mg cada, uma vez que possuem 150 mg de cada planta. Dar uma a duas cápsulas no meio das três principais refeições do dia. Logo num total de 2 a 6 a cápsulas por dia. •
Nos casos de cárie dentária: Não abusar dos frutos que provoquem desmineralização.
ASSIMILAÇÃO DOS FRUTOS SEGUNDO OS INDIVÍDUOS As pessoas com rosto pálido, orelhas e o lobo das orelhas pequenas, mãos frias e que são friorentas, têm reservas nervosas vitais, sanguíneas e minerais menores que as outras pessoas, visto que não “queimam” os ácidos dos frutos. As pessoas com rosto corado, lobos das orelhas desenvolvidos, mãos quentes resistentes ao frio, têm reservas sanguíneas importantes e “queimam” bem os ácidos. As pessoas que têm o queixo bem marcado, dentes brancos sem cáries, unhas duras, têm reservas minerais importantes. As pessoas com queixo retraído, unhas quebradiças, dentes facilmente cariados, têm fracas reservas minerais e “queimam mal os ácidos”. As pessoas que têm pálpebras inferiores marcadas, um bom sono, que são calmas, queimam bem os ácidos. Têm reservas nervosas importantes. As pessoas nervosas que têm um sono fraco, em qualidade e em quantidade, que são agitadas, queimam mal os ácidos.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
AS DOENÇAS VASCULARES I. HIPERTENSÃO A hipertensão encontra-se largamente difundida. O mais frequente é ser devida à sobrecarga de proteínas ou de sódio. Nos países, em que praticamente não se utiliza o sal de cozinha, a hipertensão praticamente não existe. Porque motivo aumenta a pressão arterial, no organismo? Assim que o rim está sobrecarregado de trabalho e que não elimina mais resíduos úricos de sódio, etc., a tensão aumenta para obrigar o rim a fazer o seu trabalho. Se no início a tensão elevada aparece como um mecanismo de defesa, ao fim de algum tempo, esta pressão muito elevada causa a fadiga do coração e a dilatação do ventrículo esquerdo e com o tempo, surge a fadiga cardíaca e a té mesmo a insuficiência cardíaca. Mais ainda, a pressão elevada favorece a esclerose em placas. Que fazer quando a tensão é muito elevada? Vejamos o exemplo de um homem com idade à volta dos 50 anos, que deveria Ter uma pressão de 12 ou 13 e cuja pressão é 17, 18, 19, 20 até 28.
1. ALIMENTAÇÃO a) Reduzir o sal na cozinha e os alimentos ricos em cloreto de sódio, tais como o queijo, a charcutaria e as conservas. Mais que o abuso de carne, ovos ou queijos, é o sal da cozinha que faz subir a tensão arterial. b) Aumentar a utilização de plantas aromáticas para que os alimentos cozinhados sem sal, não fiquem insípidos: tomilho, estragão, cebolinho, salsa, canela, hortelã, cominhos, coentros, funcho, etc. c) As pessoas que manifestam hipertensão são geralmente superalimentadas e não apreciam muito os regimes muito rigorosos. Dar um dia em cada sete, dieta com caldos de legumes.
2. TRATAMENTO FITOTERAPIA As plantas hipotensivas são: pilriteiro, oliveira, canafrecha empregue também como afrodisíaco e o visco, claramente hipotensivo. O visco é mais hipotensivo que o pilriteiro. Pilriteiro Folhas de oliveira Canafreha Visco
50 g 50 g 50 g 50 g
Mistura a.a. para 200 g
Duas a três colheres de café para uma infusão, várias vezes ao dia.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Cápsulas de pós micronizados Crataegus oxyac Olea curopea Heracleum spondylium Viscum alhum
100 mg 100 mg 100 mg 100 mg
P.M. a.a. 100 mg para 1 cápsula Q.S.P. 400
Duas cápsulas a meio da refeição, três vezes ao dia. O alho é aconselhado como hipotensor. Pode-se juntar um a dois dentes de alho à salada, se o estômago permitir. Quatro dentes de alho por dia darão uma acção hipotensiva. O alho tem também a vantagem de ser hiporedutor do colesterol e de outras gorduras do sangue. Não é necessário baixar a tensão arterial de pessoas hipertensas hereditariamente, sobretudo se esta hipertensão é bem tolerada. Um indivíduo com 40 anos, tendo 14 ou 15 de tensão, mas com saúde e descendente de uma família onde a tensão é elevada, não tem necessidade de fazer descer a sua tensão. Por outro lado, se um indivíduo tem sintomas como: dores na nuca, zumbidos nos ouvidos, sons de sinos, assobios, hemorragia nasal, pontos luminosos nos olhos, névoas, sensação de cambalear, etc, então é necessário fazer um tratamento hipotensor pelos métodos naturais.
ORGANOTERAPIA Oferece os melhores resultados, mesmo em tensões muito elevadas Vaso-pressina Aldosterona Artéria
30 CH a.a. 50 ml frasco de 150 ml
Meia a uma colher de café, três vezes ao dia. Em aromaterapia, não há nada que faça descer a tensão arterial, mas sim para a fazer subir, utilizando óleos de essências.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
II.
HIPOTENSÃO
A hipotensão pode ser causada por um excesso de fruta, uma intoxicação pelos ácidos cítricos, málicos, etc... No organismo, os ácidos dos frutos são queimados, oxidados, transformados em dióxido de carbono e em água, mas este potencial oxidante , comburante dos ácidos varia de indivíduo para indivíduo. Para quem queima mal os ácidos, estes serão neutralizados pelas básicas cálcicas, potássicas, sódicas do organismo e o indivíduo vai-se desmineralizar e desvitalizar. Uma das manifestações desta desvitlização será uma tensão demasiado baixa. Uma outra causa: as carências alimentares. Seja, por a pessoa seguir um regime de emagrecimento, ou um sistema draconiano, tais como o vegetalismo, crudivorismo, macrobiótica, alimentação dissociada, ou outra. Seja ainda por que a pessoa tem falta de soro, ou que foi sujeita a uma sobrecarga prolongada, durante muitos anos. Seja ainda derivada de choques psicológicos importantes ou um medo violento que siderou o organismo. Finalmente, também pode ser causada por uma anemia, que geralmente surge de carências alimentares ou de intoxicações.
1. ALIMENTAÇÃO Tudo depende da causa. Se a pessoa esteve muito tempo sobrecarregada, aconselha-se repouso. Se esteve sujeita a stress psicológico, é necessário uma psicoterapia. Se a hipotensão é devida à anemia, será aconselhável tomar comprimidos do fígado e aumentar o consumo de ostras e de ovos que fornecem a vitamina B12, ácido fólico e outras indispensáveis à regeneração do sangue. Se existe uma carência alimentar, será dada uma alimentação equilibrada e natural, com suplementos como fígado, ostras e multivitaminas. Assim, o indivíduo será fortificado através de um suplemento de vitaminas, de oligoelementos e de aminoácidos.
2. TRATAMENTO Existe uma planta, o cardio maria (Cardus marianus). Não confundir com cardus benedictus que é amargo, e indicado para falta de apetite, anorexias, deficiências em sucos gástricos, etc... O cardo maria é uma planta ligeiramente hipotensiva, tendo uma acção hepatotrófica, desintoxicante e protectora do fígado. Tomar várias vezes ao dia , infusões de cardo maria. Tanto a acupunctura como a auriculoterapia podem ajudar em caso de hipotensão ou de hipertensão. No que diz respeito aos suplementos alimentares. Sabemos que os oligoelementos têm um efeito regulador mas os revitalizantes em forte dose, tais como o pólen, o gérmen de trigo ou podem fazer subir a tensão arterial.
AROMATERAPIA Os óleos essenciais de salva, alecrim, zimbro e de pinheiro ou de tomilho são muito ligeiramente hipertensivas. Nada impede de utilizar estas plantas na cozinha, todos os dias (as plantas e não as essências) nos casos de hipotensão.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
III. O PROBLEMA TRIGLICÉRIDOS
DOS
LÍPIDOS,
COLESTEROL
E
Na medicina clássica, dá-se muita atenção à sua dosagem, associações, etc... No entanto, parece-me que esse não é o verdadeiro problema. Apenas penso que no que diz respeito à prevenção cardiovascular, os alimentos fornecedores de colesterol e de lípidos saturados têm uma importância e influência preponderante. Vejamos porquê. Tenho frequentemente constatado que as pessoas que comem ovos, manteiga, queijo e mesmo miolos, logo uma alimentação rica em colesterol e em lípidos saturados, não manifestavam nenhuma alteração do sangue, nem excesso de lípidos, colesterol e um estado cardiovascular perfeito. Por outro lado, existem vegetarianos de 35 anos e que apresentam o arco senil no olho. Ora, estas pessoas não absorvem proteínas animais e manifestavam uma taxa de colesterol catastrófica e um estado cardiovascular completamente defeituoso. Perante isto podemos pensar que algo não faz sentido. Por um lado, pessoas que comem abundantemente matérias gordas de origem animal, colesterol e lípidos saturados e que apresentam um estado cardiovascular perfeito e por outro, pessoas que apenas comem vegetais e que apresentam um estado vascular desastroso. A que se deverá isto? Apercebi-me então que as pessoas que comem vegetais, cereais, compotas e doces feitos com gorduras vegetais não saturadas, farinha e açúcar, comiam demasiado e por isso recebiam uma enorme quantidade de calorias, durante o dia. Por outro lado, as pessoas que comiam alimentos gordos saturados e que manifestavam um bom estado cardiovascular, alimentavam-se de um forma comedida e abaixo das suas necessidades calóricas diárias. Deduzi então o seguinte:
Não é a quantidade de lípidos saturados, nem de colesterol que interessa, mas sim a quantidade global de calorias. Qualquer que seja a alimentação, se absorvermos mais calorias que as que o nosso organismo necessita, estas calorias excedentárias são transformadas em lípidos saturadas e em colesterol. Isto é de tal modo verdade que observei um vegetariano com excesso de peso, com efisema e colesterol e que, após uma alteração alimentar compreendendo ovos, queijo e peixe ou carne, mas com redução do fornecimento de calorias dos cereais, compotas, etc., emagreceu, comendo mais colesterol e lípidos saturados e as suas análises ao sangue tornaram-se normais, uma vez que, globalmente havia reduzido a sua ração calórica. Ingerindo menos calorias que anteriormente, ele queimou o seu próprio colesterol e os seus próprios lípidos saturados.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
AS ANGINAS DE PEITO O músculo cardíaco é alimentado por vasos que envolvem o coração em coroa e que se chamam coronárias. Estes vasos podem ser lentamente ser obstruídos por placas de colesterol, sedimentos minerais e agregados de pequenas placas. A causa é a irritação crónica dos vasos estimulantes: cafeína, tabaco, álcool, etc. e o endurecimento dos vasos por estes elementos. Nas zonas de irritação acumulam-se colesterol, lípidos saturados, sedimentos minerais, calcário, etc..., estas placas designam-se por ateromas. Quando estas placas são muito importantes, o vaso é obstruído e o sangue não pode passar. Ocorre então o enfarte. O vaso que alimentava essa zona do coração, não poderá mais fazê-lo. É preciso rapidamente dilatar o vaso por meios artificiais, químicos e de síntese, mesmo porque é necessário rapidamente fluidificar o sangue ao máximo. Isto designa-se aterosclerose. Não confundir aterosclerose com arteriosclerose. A aterosclerose é devida sobretudo à superalimentação, excesso de calorias gerador de lípidos saturados e de colesterol. A arteriosclerose é devida ao abuso do tabaco, café e de álcool. O excesso de estimulantes irrita o vaso que deixa de ser liso e é sobre esta placa que se vão acumular os sedimentos. Angina de peito: é quando este processo ateromatoso atinge um vaso coronário que irriga o coração.
Arterite: é quando o processo ateromatoso atinge uma grande artéria da perna, tal como a artéria femural. Confusão cerebral: é quando o processo ateromatoso ocorre no cérebro e atinge uma artéria cerebral. Enfarte: é a obliteração total de um vaso. Tanto pode ocorrer ao nível da perna, provocando uma gangrena do pé, visto de que este não recebendo sangue terá falta de oxigénio de alimento e não poderá eliminar os seus resíduos. Ao nível cerebral, um enfarte provocará uma paralisia ou perca de um sentido, a vista ou a memória, por exemplo, dependendo do local onde ocorreu. O ateroma provoca o enfarte que toma um nome diferente, de acordo com o local onde se produzem. TRATAMENTO Tratamento de base para agir especificamente ao nível das coronárias. a.a. Ammivisnaga T.M. (tintura mãe) Cactus grandiflorus 3X 75 ml 50 gotas, três vezes por dia. Eis uma mistura vasodilatadora, sem toxicidade. Deverá também ser administrada uma hormona pancreática.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal GEMOTERAPIA Terapia pelos tecidos embrionários de plantas, os rebentos: Syringa vulgaris rebentos D-1
150 ml
60 gotas, três vezes por dia. Isto é o rebento do lilás macerado em glicerina. Para além do tratamento de base: rabanete negro, pianto dourado e cavalinha.
TRATAMENTO 1) Um em cada sete dias, dieta com caldo de legumes ou se se trata de um congestivo não friorento, uma dieta de fruta. 2) Em jejum :
1 ampola de rábano negro 1 colher de sopa de pianto dourado 1 colher de café de cavalinha O pianto dourado é uma planta escolhida pela sua riqueza em teor de metilo, o que favorece ao nível do fígado, a eliminação de lípidos e de colesterol. A cavalinha fornece sílica que protege os vasos da dilatação venosa e da falta de impermeabilidade valvular. Normalmente, o sangue sobe nas veias, mas não desce, porque existem válvulas, que funcionam como comportas, impedindo o sangue de voltar para trás. Mas se as paredes se afastam, as válvulas não estancam e o sangue volta para trás, criando um edema venoso. Ou 3) Meio a dois comprimidos de algas: o iodo actua sobre o metabolismo dos lípidos do colesterol. Em jejum, segundo a corpulência do indivíduo e a sua tolerância, meia a duas ampolas de rabanete negro (Bilifludine). Almoço e noite, a meio das refeições: 1 comprimido de cavalinha ou uma tisana de cavalinha. Este tratamento pode-se aplicar em caso de anginas de peito, etc... e deverá durar vários meses, sendo seguido de uma cura de manutenção 10 dias em cada 30. Não esquecer a dieta, uma vez por semana ou reduzir a alimentação global e quantitativamente. Podemos juntar tisanas de raiz de dente-de-leão, de folhas de alcachofra, boldo, cardo mariano ou de alburno de tília (Cholesterine), que agem ao nível do fígado, visto que todas as plantas hepatotróficas agem também ao nível dos lípidos e do colesterol. A meio das refeições, almoço e jantar, podemos juntar duas cápsulas de lecitina de soja que age sobre o colesterol e, pode-se substituir o óleo de cozinha por óleo de cártamo. As anginas de peito e o enfarte estão frequentemente ligados às taxas elevadas de colesterol.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
A TAQUICÁRDIA SINUSAL A taquicardia ocorre quando o coração tem demasiadas pulsações, 90/100, enquanto que o ritmo normal é de 55 a 80 pulsações. O coração cansa-se, uma vez que este aumento de pulsações se faz em detrimento do tempo de repouso, também designado tempo de diástole. O aumento das pulsações só é possível pela redução do tempo de repouso. É por isso que a taquicardia pode provocar a longo prazo, o desgaste cardíaco prematuro.
QUAIS SÃO AS CAUSAS MAIS COMUNS DA TAQUICÁRDIA? 1. ORIGEM CERVICAL Neste caso, existe uma ligeira luxação das vértebras cervicais. Quando um nervo que sai de um orifício de conjugação ou um vaso é ligeiramente comprimido, pode provocar manifestações à distância. Ou uma má posição que provoca a compressão de um nervo, de uma raiz raquidiana que se dirige ao miocárdio. Isto provocará uma taquicárdia ou problemas reflexos do ritmo cardíaco. Neste caso, é preciso consultar um bom osteopata ou um quiroprático ou um etiopata que colocará a vértebra deslocada no lugar. É necessário saber porque as vértebras se deslocam frequentemente. Pode ser devido a ligamentos muito frouxos, insuficientemente tónicos, o que se pode dever a carências de aminoácidos, sílica ou carências minerais, ou ainda a uma parasitose intestinal que utiliza o cálcio alimentar. Deve-se verificar se não há carência de vitamina D3, cálcio, fósforo, sílica, etc. Portanto, verificar a alimentação, senão as vértebras deslocar-se-ão e existirá sempre taquicárdia.
2. ORIGEM TIROIDIANA A taquicárdia pode ser devida a um abuso de estimulantes que estimulam anormalmente a tiróide, que por sua vez estimula anormalmente o coração. Será necessário, então, reduzir os estimulantes. Também pode ser devida a uma carência em vitaminas do grupo B ou A, que são os moderadores da tiróide. É necessário satisfazer essas carências. Pode ainda ser devida a uma carência em iodo. A tiróide tem necessidade de iodo e muitos dos desequilíbrios tiroidianos são devidos a uma falta de iodo. Neste caso, é preciso ser muito prudente. A meio de pequeno almoço, será introduzido ½ a 1 comprimido de algas. Mas atenção, certos desequilíbrios tiroidianos são melhorados pelo iodo, enquanto que outros, pelo contrário são agravados, depende de a tiróide estar em hiper ou hipotiroidismo. É preciso agir cuidadosamente, por tentativas, visto que nenhum exame nos permite saber se o problema será melhorado ou agravado pela alga. Pode-se também juntar um inibidor da tiróide, os dois não oferecem perigo. Lycopus europoea T.M.
90 ML
30 gotas, três vezes ao dia Se não houver Lycopus disponível, administrar ao almoço e ao jantar, antes das refeições ½ copo de couve acabada de espremer, visto que, para além das suas virtudes anti-ulcerosas, a couve é um inibidor suave da tiróide.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Em caso de hipotiroidismo, não abusar de couve, tal como quando há tendência para ganhar peso, etc. Comendo uma vez todas as três semanas não há problema, mas se comer todos os dois dias, favorece o hipotiroidismo.
3. ORIGEM TÓXICA Os estimulantes desregulam a tiróide no sentido hipertiroidismo e, em geral, há um aumento do ritmo do coração. Será necessário reduzir os estimulantes, suprimi-los mesmo, se houver muita coragem. Devem ser suprimidos suavemente em dois ou três meses, diminuindo metade na primeira semana, quinze dias depois, reduzir metade, etc.
4. ORIGEM CARENCIAL Trata-se da falta de oligoelementos ou de vitaminas A, vitamina B é um regulador do sistema nervoso da tiróide e do coração. A falta de cálcio, fósforo e magnésio pode, para além da espasmofilia, facilitar a taquicárdia. No caso de carência será bom adicionar à alimentação suplementos como comprimidos de ossos, fígado de bacalhau , ou óleo de fígado de bacalhau, para adicionar vitaminas A e D, leveduras ou pólen pelo seu teor em vitaminas do grupo B.
5. ORIGEM PARASITÁRIA Pode existir uma origem parasitária. Os parasitas consomem muito cálcio, o que pode provocar distúrbios na tiróide.
6. ORIGEM DEPRESSIVA Certos stress muito repetidos, stress psicológicos quotidianos, exemplificando, um casal que não se suporta mais um homem que trabalha para um patrão odioso e que assim permanece, por saber que fora daí, não encontrará trabalho, acaba por ficar desequilibrado do ponto de vista nervoso e do ponto de vista tiroidiano, para falar apenas destes dois orégãos. Que fazer nestes casos, onde não se pode suprimir a causa? É preciso acrescentar à sua alimentação pó de ossos, fígado de bacalhau, que não fortificar o sistema nervoso e a tiróide. É preciso reduzir as suas quantidades de estimulantes. É preciso que o paciente faça exercício. É preciso observar a sua coluna vertebral para verificar se não existe aí um problema que se acrescente ao stress. Qualquer que seja a forma de taquicárdia, interessa desacelerar o coração, com uma planta magnífica, que regulariza o ritmo cardíaco, o pilriteiro (Crataegus oxya cantha). Dosagem: 1 a 2 colheres de café duas a três vezes por dia. Pensa-se que seja útil em caso de hipotensão; é sobretudo um regulador. O pilriteiro não agirá sobre o hipertiroidismo, apenas sobre o ritmo cardíaco, seja qual for a causa. Em caso de hipertiroidismo, será bom juntar Lycopus ao pilriteiro. Assim,
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal 1. Pilriteiro (Crataegus oxya cantha) (se for de origem tiroidiana) 2. Lycopus europea a.a. Crataegus ox 75 ml 50 gotas três vezes ao dia. 3. Existe uma tisana que age bem como regulador do ritmo cardíaco, que é a tisana de feijão verde (vagens ou sumo de feijão verde) Também se pode administrar: Lycopus europoea Crataegus ox Phaseolus vulg.
T.M. a.a. 50 ml
O feijão verde é rico em potássio, logo também é um bom diurético e um bom regulador urinário.
IV. AS VARIZES O que provoca a dilatação venosa? 1. A hereditariedade 2. A superalimentação global que provoca o aumento do volume de sangue e sua perca de fluidez. O peso da coluna sanguínea sobre as válvulas e sobre as veias aumenta, dilatando-as. 3. Origem carencial – quanto mais uma mulher é mulher, mais estrogénio produz; este aumento de estrogénio vai provocar uma maior retenção de água, logo um aumento de volume de sangue. Daí as varizes. 4. Carência de vitaminas P e C, de que depende claramente o bom estado dos vasos. 5. Origem tóxica – também aqui os estimulantes provocam dilatações venosas. 6. A obstipação – por um efeito mecânico, a obstipação ao exercer pressão sobre a circulação sanguínea, pode favorecer a dilatação venosa, impedindo a circulação.
TRATAMENTO (segundo o caso) 2. Reduzir inteligentemente a alimentação. Menos farináceos e féculas, menos gordura. 3. Será necessário prescrever a tisana de dente-de-leão ( Alchemilla vulgaris) que fornece progesterona (antagonista da foliculina e do estrogénio). 4. Ingerir frutos às 17 horas para receber vitaminas P e C. 5. Diminuir os estimulantes. 6. Favorecer o transito ao nível do cólon. 7. Prescrever uma tisana que forneça tónicos venosos: hamamélis, castanha da índia, videira vermelha, noz de cipreste, bagas de azevinho e outros. O pequeno azevinho é excelente, tal como para as hemorróidas. Esta última tisana é excelente uma vez que também é muito diurética, o que é frequentemente desejável neste caso.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal Dente-de-leão Vinha vermelha Mistura em partes iguais Hamamélis Boldo Foi adicionado bolbo, uma vez que ocorre frequentemente uma deficiência hepática, visto que é o fígado que destrói o excesso de estrogénio. Se o fígado está cansado é preciso ajudá-lo a fazer o seu trabalho de destruição da foliculina. Poderá ainda ser aconselhado: - Cápsulas de gérmen de trigo, a meio das refeições, assim como a vitamina E que regulariza o eixo hipófiso-ovárico, etc. - Cápsulas de vitamina A que têm a mesma acção e tendem a regularizar a taxa de estrogénio e de progesterona. O consumo de sal deve ser normal, mas como na alimentação moderna, existe excesso de sal, é preciso reduzir ligeiramente o sal, excepto para os vegetarianos. Não é necessário suprimir totalmente o sal, uma vez que podem surgir uremias (por falta de sal). O rim necessita de sal.
A ALERGIA A alergia é uma supersensibilidade em contacto com uma toxina (alergeno) e frequentemente um envenenamento de origem digestiva: asmas, rinites alérgicas, etc. Neste caso, o fígado está hipoactivo enquanto que a tiróide está hiperactiva. A recuperação faz-se com ovos de codorniz. Ovos de codorniz - Excelentes nas alergias respiratórias : rinofaringite, rinite, asma, traqueíte, laringite, etc., de origem alérgica, às vezes também resultam em dermatoses. As minhas experiências não são concludentes neste domínio, pelo contrário, tenho obtido agravamentos. Para um adulto é necessário uma cura de 60 ovos de codorniz: 3 primeiros dias em jejum: 2 ovos de codorniz crus 3 dias seguintes em jejum: 3 ovos de codorniz crus 3 dias seguintes em jejum: 4 ovos de codorniz crus 3 dias seguintes em jejum: 5 ovos de codorniz crus 3 dias seguintes em jejum: 6 ovos de codorniz crus bater os ovos com queijo branco e frutos cortados, tal como ananás fresco, framboesas, cerejas (excepto banana), etc. evitar qualquer bebida quente antes do almoço, ou álcool. As codornizes “Bmina”, japonesas são as melhores. Por vezes existem contra-indicações nestes alimentos milagre; raramente podem fazer subir a tensão arterial.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal ISOPATIA (iso urinária) Nas alergias respiratórias, utiliza-se outra técnica: a iso-urinária. Guardam-se as urinas da manhã que se levam ao farmacêutico para fazer frascos de: 30 ml em 5 CH 30 ml em 7 CH 30 ml em 9 CH 30 ml em 12 CH 30 ml em 15 CH 30 ml em 18 CH 30 ml em 30 CH Com estes frascos faz-se o seguinte tratamento: 1ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 5 CH, em água. 2ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 7 CH, em água. 3ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 9 CH, em água. 4ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 12 CH, em água. 5ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 15 CH, em água. 6ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 18 CH, em água. 7ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 30 CH, em água. Em cada semana deitar fora o frasco, excepto o último, em 30 CH, que pode ser utilizado numa cura de manutenção (durante uma semana) de tempos a tempos. Para as crianças de 30 kg, dar-se-ão 10 gotas. É estritamente não tóxico.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
AS DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO AS DOENÇAS MENTAIS Sob o ponto de vista nutricional, a causa da doença mental é o envenenamento pelo álcool, tóxicos, cafeína, etc..., e por carências em vitaminas, oligoelementos, minerais como o fósforo, indispensáveis ao equilíbrio nervoso.
TRATAMENTO 1. 2. 3. 4.
Modificar a alimentação Introduzir suplementos com pólen e levedura Evitar os tóxicos Tentar a reflexologia e certas terapias naturais como a homeopatia, a simpaticoterapia que actuam, se são utilizadas com tacto e alquimia. 5. Medicina e dieta ortomolecular.
O REJUVENESCIMENTO Escreve-se muito em todos os países sobre o rejuvenescimento. Nos livros de gerontologia são descritas todas as manifestações de envelhecimento no organismo: desidratação da pele, fragilidade dos ossos, diminuição da sensibilidade dos órgãos sensoriais, enfraquecimento das glândulas endócrinas, involução do seio e do útero, na mulher, diminuição progressiva da sexualidade, espessamento da córnea, alteração das mucosas, esclerose dos vasos, etc... Mas não se assinala que todos estes fenómenos são precedidos, por outros dois que são essenciais: 1. Hipertoxicidade 2. Hiperviscosidade humoral A esclerose dos nossos tecidos, o hiperfuncionamento, a infiltração em colesterol, em lípidos, em sedimentos minerais são sempre precedidos destes fenómenos. Isto quer dizer que o sangue, a linfa, os líquidos circulantes intra e extracelulares tornam-se mais espessos e carregam-se de toxinas e de tóxicos. Se ignorarmos o que precede todas estas alterações de envelhecimento, não podemos saber como prolongar a vida activa e como eventualmente, rejuvenescer. Porque ocorrem estes dois fenómenos na pré-velhice? É simples quando compreendemos as grandes linhas da Naturologia. Nós comemos e produzimos venenos digestivos e catabolitos celulares e ainda juntamos certos tóxicos exógenos. Se comermos demasiado, teremos uma massa de materiais nutritivos considerável, no que diz respeito a lípidos e glícidos e, vamos espessar o nosso sangue. Este vai perder fluidez por superalimentação. Mais ainda, comendo demasiado, o nosso organismo vai fabricar lípidos saturados, colesterol, o sangue vai-se espessar ainda mais e irão formar-se depósitos nas artérias que vão impedir a perfeita irrigação sanguínea dos órgãos. A causa do envelhecimento é acima de tudo, a superalimentação que decuplica a produção de tóxicos intestinais e o contributo calórico. A superalimentação produz o
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal envenenamento do tubo digestivo e a perca de fluidez dos humores, visto que o sangue e a linfa transportam muitos materiais nutritivos. É uma forma de engorduramento humoro-celular, não pelos tóxicos e toxinas, ou catabolitos celulares, mas sim, pelo excesso de materiais nutritivos transportados. A moderação alimentar permite o prolongamento da vida. Mas a redução das quantidades alimentares deve respeitar o equilíbrio. Na se trata, como é frequentemente aconselhado aos idosos, de suprimir as proteínas como um adulto. Logo, é necessário reduzir as quantidades alimentares, mas também evitar as diversas intoxicações. Porque é este, um problema alimentar? O homem que envelhece tem sempre necessidade de minerais, prótidos, vitaminas, oligoelementos, glícidos e fibras. Por outro lado, deve reduzir as quantidades alimentares, visto que os rins, o fígado, os pulmões, intestinos, vão reduzindo lentamente sua capacidade eliminadora. Se ingerirem a mesma quantidade de alimentos, que ingeriam antes, vão produzir a mesma quantidade de resíduos que produziam na idade de adultos, só que infelizmente, os emunctórios não têm mais as capacidades que tinham, verificando-se a lenta infiltração de venenos, tóxicos, toxinas e catabolitos. Esta infiltração nos diferentes tecidos vai originar a esclerose se o retardamento dos líquidos circulantes e reduzir a oxigenação e a drenagem, daí o envelhecimento de todo o organismo. Se os órgãos eliminam menos, é preciso fornecer-lhe menos, comendo menos. Envelhecer conservando estas capacidades da juventude, tem o seu preço. Não existe um regime um regime milagre, é uma falsidade. A única possibilidade é fazer um reajustamento alimentar em função das capacidades redutoras dos emunctórios. Portanto vejamos: 1. Reduzir as quantidades alimentares respeitando o equilíbrio alimentar, ou um dia em cada sete, repouso com dieta de caldo de legumes, para as pessoas incapazes de reduzir. 2. Obrigatoriamente todos os dias, fazer exercício físico 15 a 60 minutos. Nada de desporto de competição, mas manter o exercício físico até às últimas instâncias. 3. Manter uma actividade intelectual. 4. De tempos a tempos fazer uma cura de drenagem: por exemplo, 10 dias por mês, uma ampola de rabanete negro (Bilifludine) numa infusão de cavalinha e de fucus vesiculoso (trata-se de uma alga) e uma colher de sopa de pólen* a meio do pequenos almoço. Uma vez que o pólen contém todas as vitaminas do grupo B, os oligoelementos, rutina protectora vascular e uretionina (um aminoácido com enxofre, desintoxicante do fígado) e vitamina E (tonicardíaca). O pólen é o leite do idoso. 5. Existem também as células frescas (celuloterapia, mesenquimoterapia). * O pólen deve ser bem mastigado ou bebido com água. Assegurar-se da proveniência do pólen para evitar alergias. É necessário uma colher de café por 20 kg de peso corporal.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal
IRIDOLOGIA DO ENGORDURAMENTO CELULAR DOS HUMORES Como se manifesta a indigestão crónica na íris? Em torno da collerette, uma mancha cor de ferrugem, tende a invadir a íris. A intoxicação, o envenenamento a partir do tubo digestivo produz principalmente diversas doenças de pele e diversos catarros. No caso de acne e de furúnculos, a cresce uma infecção proveniente do tubo digestivo. O eczema é devido a uma alimentação anormal com todo o mecanismo que já conhecemos. A partir das toxinas originadas no tubo digestivo, certos saprófitos são transformados em espécies patogénicas ou pode, simplesmente ocorrer exaltação da virulência de certas bactérias e vírus com poder patogénico latente.
As purgas : Penso que a limpeza do tubo digestivo não é o mais importante. o importante é suprimir a causa. Mesmo que limpemos, se recomeçarmos os mesmos erros, a intoxicação voltará de novo. Purgas e lavagens podem ser úteis (sobretudo antes de entrar em jejum) embora não seja fundamental. O essencial é regular a digestão. É sempre bom começar a limpeza no tubo digestivo na fase decrescente da lua, isto é, quando ocorre o fenómeno da desassimilação no organismo. Uma purga feita na fase crescente da lua , pode transtornar consideravelmente o organismo, orientado para a assimilação. No entanto, penso ser mais aconselhável uma limpeza regular do tubo digestivo. Em França prescrevi uma purga (sulfato de sódio) purgativa diluída em água em jejum. Deverá permanecer até à noite sem comer, apenas bebendo caldo de legumes, resultando 3 a 10 idas à casa de banho. Penso que é preferível tomar a purga de manhã, porque necessita de muita energia vital para a sua eliminação e é de manhã, após uma noite de sono, que possuímos mais energia nervosa. Para além do caldo de legumes, pode-se tomar tisanas com acção diurética: pés de cereja, barbas de milho, Erigeron canadensis, Ortosiphon, pilosela, funcho, etc... Quanto ao açúcar. De preferência, consumir açúcar amarelo. Não é necessário suprimir o açúcar, senão as pessoas tornam-se depressivas. Todos os glícidos e até o mel, são imediatamente transformados no tubo digestivo, em glucose. É sempre a glucose que passa para o sangue. O inconveniente dos açúcares (brancos, sacarose e outros) é que, em presença do ácido clorídrico, se transformam rapidamente em glucose, passando muito rapidamente, provocando uma descarga de insulina; só os açúcares rápidos solicitam esta acção do pâncreas, visto que o amido de um cereal completo se desdobra lentamente e passa lentamente para o sangue. A secreção de insulina será, neste caso, mais lenta, mais progressiva, mais regular. Uma descarga de insulina rápida cansa a longo prazo o pâncreas podendo provocar diabetes. É por isso que 100 calorias na forma de açúcar são mais perigosas que 100 calorias na forma de pão ou batatas. Pela mesma razão, duas tiras de chocolate no final das refeições são menos prejudiciais que duas tiras de chocolate ao fim da tarde. No final das refeições, a digestão do chocolate (a sacarose) vai ocorrer lentamente até este