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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
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FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Seção de Processamento Técnico do SBD/FEA/USP
FIPECAFI: 40 anos de formação e disseminação de conhecimento / editado por Heloísa Belluzzo Castro; coordenado por Iran Siqueira Lima. São Paulo : Êxito, 2014. 72 p. 1. Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras – FIPECAFI 2. Fundação – História I. Castro, Heloísa Belluzo, ed. II. Lima, Iran Siqueira, coord. CDD – 657
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
EQUIPE EDITORIAL
Coordenação FIPECAFI
Coordenação Editorial
Projeto Editorial, Texto e Edição
Projeto Gráco e Direção de Arte Fotograas Colaboração Especial
Prof. Iran Siqueira Lima Heloisa Belluzzo Castro Ana Lúcia Guimarães Neiva Dalton Flemming José Amaral Prof. Eliseu Martins Ivete Perrone Julia Amparo Villanueva de Barker
Revisão de Texto Realização
Impressão
Vera Helena Mojola Pessoa de Mello e Lara Êxito Editora Comunicação e Eventos Ltda. Prol Editora Gráfca Ltda.
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
APRESENTAÇÃO 8
INTRODUÇÃO
BODAS DE RUBI 11
CAPÍTULO 1 - O COMEÇO
REVOLUÇÃO CONTÁBIL CONSTANTE 12
CAPÍTULO 2 - AS NORMAS
PRESENÇA INTERNACIONAL 20
CAPÍTULO 3 - OS CURSOS
FORMAÇÃO DE QUALIDADE 28
CAPÍTULO 4 - OS PROJETOS
PROPAGAÇÃO DE CONHECIMENTO 40
CAPÍTULO 5 - AS PESSOAS
PATRIMÔNIO INESTIMÁVEL 54
CAPÍTULO 6 - A LIDERANÇA
MAIS VIDA À FIPECAFI 64
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APRESENTAÇÃO Por Prof. Iran Siqueira Lima
A “
proximadamente oito meses antes de eu ingressar no Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da FEA /USP, a FIPECAFI foi criada e, desde então, o que já era do meu conhecimento pela leitura de livros, teses e artigos escritos pelos eminentes professores do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP, acabou se efetivando na oportunidade de conviver com esses grandes mestres. Na realidade, a ideia de o Departamento ter uma Fundação a ele ligada que, no início, parecia algo difícil de se concretizar, foi aos poucos tomando corpo, pois as responsabilidades a ela atribuídas se resumiam na seguinte expressão: ‘órgão de apoio institucional ao Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP’. Foram essas as sementes que frutificaram para que todos aqueles que gravitavam junto à FIPECAFI se enchessem de mais entusiasmo e viabilizassem as fontes de recursos necessários à recém-criada Fundação. Lembro-me bem de que me foi uma vez observado que à USP caberiam as atividades de ensino e pesquisa e às fundações, as atividades de extensão. Estava aberto um campo fértil para a FIPECAFI se dedicar à captação de recursos, pois dispunha de vários produtos — cursos de curta e longa duração, eLearning (educação a distância), consultorias, pareceres técnicos e direitos autorais (provenientes de livros que conseguisse vender, hoje na casa dos 4 milhões de exemplares) —, frutos de um programa bem estruturado de colocação dos mesmos no mercado. E como poderia, naquela época, um jovem professor, torcedor do Fluminense, vindo do Rio de Janeiro, com breve passagem por Brasília, na qualidade de funcionário concursado do Banco Central do Brasil, colaborar, ou seja, empenhar-se com os contatos que havia amealhado nesse curto espaço de tempo? Apresentei à FIPECAFI e consegui, com essa valorosa equipe de professores, fechar o máximo possível de programas in company, aproveitando o momento em que as leis nº. 6.385/76 (que criou a Comissão de Valores Mobiliários) e nº. 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) foram sancionadas. Esses normativos exigiam, pela sua complexidade, um suplemento que melhor explicasse o
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que se tentava trazer ao público, utilizando uma forma já testada e aprovada nos treinamentos das grandes empresas. Assim, foi elaborado o primeiro Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. E foi com base nesse instrumento que a FIPECAFI conseguiu se aproximar das grandes corporações e ministrar-lhes os conhecimentos de que necessitavam. Sem prejuízo dessas iniciativas, outras se sucederam com bastante êxito: a contratação de cursos por estatais como Eletrobrás, Banco Central do Brasil, CVM, Petrobras, Banco do Brasil, Vale do Rio Doce — atual Vale S.A. — e de outras centenas de cursos de curta duração por empresas que precisavam conhecer, em maior profundidade, o objetivo das novas normas legais e a sua aplicação. A partir daí, passei a dividir outras tarefas quer no setor público (Banco Central, Sest, Telebrás) e setor privado (BNP) com as necessidades da FIPECAFI. Até que, a partir de julho de 1993 (data de minha aposentadoria do Banco Central do Brasil), passei a dedicar-me praticamente em tempo integral às atividades do EAC e da FIPECAFI. Nesse período foram lançados vários cursos de longa duração, culminando em janeiro de 1994 com o oferecimento ao mercado do bem-sucedido MBA Controller, ao qual se seguiram vários outros de sucesso, também na modalidade de MBA, alguns dos quais com a celebração de parcerias de significativas associações de classe (Abamec-SP – hoje Apimec-SP, Ibri, IBGC, Anefac, dentre outras). Hoje, essa pequena menina chamada FIPECAFI adquiriu a robustez idealizada pelos seus instituidores, em especial o Professor Antônio Peres Rodrigues Filho, e praticamente adquiriu a maturidade ao receber do Ministério da Educação a autorização para funcionar na forma de uma Faculdade (IE), oferecendo o Curso de Graduação em Ciências Contábeis e já se preparando para disponibilizá-lo também a distância. Seu apetite de crescer não para por aí, pois em junho próximo passado deu entrada no MEC de um pedido para ofertar ao mercado o Curso de Mestrado Profissional, sem prejuízo ao Curso de Graduação para já formados em outras áreas. Tudo isso ministrado em modernas e próprias instalações, fruto do trabalho sério realizado pelos professores e funcionários que compõem o quadro de colaboradores da FIPECAFI. E o trabalho desse jovem professor com a equipe que conseguiu amealhar foi o de trazer para a FIPECAFI ideias novas que puderam criar raízes profundas dentro da filosofia de sustentabilidade, o que se pode resumir na frase: ‘A FIPECAFI é um ser vivo e não pode parar de crescer, sempre observando as normas e diretrizes emanadas pelo seu Conselho Curador’.” 9
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INTRODUÇÃO
BODAS DE RUBI
Q
uarenta anos de vida! Conhecimento, garra, ousadia, partilha... Valores preciosos que fizeram 40 professores do Departamento de Contabilidade e Atuária – EAC, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo – FEA/USP apoiarem institucionalmente o projeto visionário do Prof. Antônio Peres Rodrigues Filho: criar uma fundação que pudesse viabilizar iniciativas acadêmicas e convênios voltados para as áreas de Contabilidade, Atuária e Finanças. Assim, em 1º de agosto de 1974, nascia a FIPECAFI. De lá para cá, muitos ajudaram — e ainda ajudam — a instituição a trilhar uma trajetória bem-sucedida. Surgiram obstáculos. Ocorreram desvios. Houve adiamentos e cancelamentos. Mudanças foram feitas. Mas nada tirou a vontade, em cada um dos professores, mestres, doutores e especialistas, de continuar a disseminar informações, dados, pesquisas, teorias e fórmulas nas salas de aula, nos congressos, nas apostilas, nos livros, nos computadores, nos tablets. De forma presencial ou on-line. E é esse entusiasmo em educar e formar profissionais das áreas Contábil, Atuária e Financeira que garante à FIPECAFI um longo e vitorioso caminho, sempre permeado por ética e transparência — a mesma que faz o genuíno rubi ser uma das gemas mais admiradas em todo o mundo.
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1º CAPÍTULO – O COMEÇO
REVOLUÇÃO CONTÁBIL CONSTANTE
E
m 1964, dez anos antes da criação da FIPECAFI, o clima era de transformação no Departamento de Contabilidade e Atuária – EAC, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo – FEA/USP. O Prof. José da Costa Boucinhas — ao lado dos Profs. Sérgio de Iudícibus, Armando Catelli e Alkindar de Toledo Ramos — introduziu novo método ao ensino da Contabilidade, enfatizando a importância de o mesmo estar direcionado para o mundo dos negócios e das transações financeiras. Traduzindo: o modelo contábil, que veio do europeu em geral, do italiano em particular, passou a ser o anglo-saxônico, que privilegiava a transparência, sem dar tanto peso para a abordagem fiscal e tributária. Era uma linha de pensamento mais moderna e arrojada. Ousada mesmo. Naquele ano, foi sancionada a lei nº. 4.357, que tornou obrigatória a correção monetária do ativo imobilizado e do capital de pessoas jurídicas, minimizando as distorções causadas pela inflação nos relatórios, e instituiu a depreciação do valor corrigido do imobilizado, demonstrando melhor a realidade dos bens das empresas. Em 1965, ocorreu a regulamentação do mercado de capitais no Brasil, por meio da lei nº. 4.728.
A GRANDE SACADA Já 1966 ficou marcado como o ano da escola de correção monetária, em que o Prof. Sérgio de Iudícibus defendeu, no EAC, a tese de doutorado sobre a contribuição à teoria dos ajustamentos contábeis. “A grande sacada foi perceber a importância da correção monetária no Brasil. Talvez minha tese tenha sido a primeira, sob o ponto de vista teórico, a tratar do assunto”, diz o Prof. Sérgio. Essas e outras novidades no setor e as modificações na grade curricular do EAC deixavam claro quanto a Contabilidade tinha enorme utilidade econômica e social, sendo capaz de fortalecer empresas e também atuar de forma única no mercado de capitais. Como resultado desse turbilhão de acontecimentos, foi lançado em 1971, pela Editora Atlas, o livro Contabilidade Introdutória, sob a coordenação do Prof. Sérgio de Iudícibus, que assinou o texto com os colegas 12
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“O século 21 é o século da Contabilidade, da informação, da transparência, da contability. Todo o mundo tem de prestar contas do que faz, independentemente do cargo.” Prof. Sérgio de Iudícibus
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Alkindar de Toledo Ramos, Eliseu Martins, Stephen Charles Kanitz, Eduardo Weber Filho, Edison Castilho, Ramón Domingues Júnior e Luís Benatti, todos do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA-USP. A publicação, composta por três volumes — livro-texto (hoje na 11ª edição, 4ª tiragem), livro de exercícios (hoje na 5ª tiragem) e manual do professor (entregue gratuitamente ao docente) —, passou a ser adotada em quase todas as faculdades brasileiras. No ano seguinte, os Profs. Stephen Kanitz e Eliseu Martins apresentaram suas teses de doutorado no EAC — Contribuições à teoria do rateio e dos custos fixos e Contribuição à evolução do ativo intangível, respectivamente —, trazendo à tona novos temas que continuariam a mexer com o universo contábil.
CELEIRO DE IDEIAS Tamanha agitação fez com que vários projetos interessantes surgissem aqui e acolá, mas infelizmente muitos não saíam do papel. O EAC, sob as normas rígidas que regem o funcionamento de uma autarquia, como a USP, tinha dificuldades de colocá-los em prática. Foi nesse cenário acadêmico fértil de ideias, porém burocraticamente engessado, que o Prof. Antônio Peres Rodrigues Filho e outros 40 professores deram início a um projeto inspirador em 1º de agosto de 1974: a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras - FIPECAFI. “O Prof. Peres marcou uma reunião, explicou como funcionaria a instituição e a gente aceitou. Ele já tinha tudo planejado. Era um visionário”, conta o Prof. Eliseu Martins, um dos fundadores da instituição, atual presidente, membro nato e vitalício do Conselho Curador da Fundação. O Prof. Peres foi também o grande responsável pela criação do curso de Mestrado em Contabilida- Prof. Antônio Peres (ao centro, de bigode) mais uma reunião da FIPECAFI na FEA. de (no formato atual), pela expansão física do EAC e pelo Acomanda criação da Fundação foi devidamente início do processo de inclusão da palavra Contabilidade no noticada pelo Diário Ocial. nome da FEA. “Nos primórdios, a Faculdade era só Ciências Econômicas e Administrativas. Depois se tornou Faculdade de Economia e Administração. E, quando eu era diretor do departamento, conseguimos acrescentar o nome Contabilidade. Isso só faz 25 anos”, revela o Prof. Iudícibus. A nova Fundação — que no primeiro momento ocupava uma sala de 12 metros quadrados dentro do Departamento de Contabilidade e Atuária - EAC — logo teve a sua missão definida: promover a pesquisa, a produção e a divulgação do conhecimento em Contabilidade, Atuária e Finanças; dar suporte opera-
“É difícil destacar um único ponto alto da Fundação. O ápice sempre estará por vir, uma vez que a FIPECAFI tem como tradição a busca pela excelência da prática contábil e financeira no Brasil, e essa excelência é obtida sobretudo por anualmente formar profissionais que farão a diferença em suas áreas de atuação.” Prof. Renê Coppe Pimentel
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Em 1971, o novo prédio da FEA foi inaugurado na Av. Professor Luciano Gualberto, 908, campus da USP. Três anos depois, a FIPECAFI nascia nesse mesmo endereço.
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“Os principais títulos da Biblioteca FIPECAFI, inaugurada em 2011, são das áreas de Controle, Contabilidade, Finanças, Atuária, Gestão de Riscos, Governança Corporativa, Controles Internos e outros”, explica Mirtes Aparecida de Brito, bibliotecária responsável.
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cional e financeiro ao Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP; oferecer ao mercado serviços de excelência para a formação executiva de profissionais e capacitação organizacional; primar pela excelência e diferenciação no conteúdo por meio da especialização em vários segmentos da área Contábil, Atuarial e Financeira; e disseminar o conhecimento na forma de cursos, publicações, seminários, palestras e consultorias. “Quarenta anos depois, a FIPECAFI continua sendo um modelo de sucesso e é absolutamente fundamental para suprir recursos para algumas atividades do departamento para as quais não há verba, não há fundos”, comenta Prof. Nelson Carvalho, professor, pesquisador e atual diretor de pesquisas da instituição.
SOB MEDIDA
A ‘bíblia’ contábil, em sua nova versão, está na segunda edição e é uma das publicações mais consultadas pelos estudantes e prossionais do setor.
Em novembro de 1975, foi lançado o primeiro curso de extensão universitária intitulado Auditoria Geral Aplicada ao Mercado de Capitais, com 240 horas/ aula, sob a coordenação do já conhecido Prof. José da Costa Boucinhas. Em janeiro de 1976, a turma de Contabilidade Tributária, de responsabilidade do Prof. Edmundo Éboli Bonini, iniciou as aulas. Nesse mesmo ano, o atual presidente da Fundação, Prof. Iran Siqueira Lima, começava a dar seus primeiros passos na história da FIPECAFI. Funcionário do Banco Central do Brasil, em 1975 veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, para São Paulo, onde fez mestrado em Contabilidade na FEA. “Não demorou muito para ele trazer pesquisas e trabalhos do Banco Central para serem executados pela FIPECAFI”, comenta Prof. Eliseu. “Já naquela época a gente também criava cursos específicos de um ano para bancos, corretoras e distribuidoras, visando à capacitação profissional”, completa Prof. Sérgio, atual membro do Conselho Curador da Fundação. A qualidade do trabalho feito pela instituição rapidamente foi percebida pelo setor financeiro. Tanto que, em 1976, após a promulgação da Lei das Sociedades por Ações (nº. 6.404/76), que entrava em vigor naquele ano, a Comissão de Valores Imobiliários – CVM enxergou na FIPECAFI o parceiro perfeito para propagar não só as novas regras contábeis, que introduziriam mudanças profundas na contabilidade das companhias abertas e fechadas, como também as normas de contabilidade norte-americanas, já bastante esmiuçadas nos cursos de graduação e pós-graduação do EAC/FEA.
A ‘BÍBLIA’ CONTÁBIL Dessa urgência mercadológica surgiu, em 1978, outro fenômeno editorial na história da Contabilidade brasileira: o Manual de Contabilidade
“A FIPECAFI é resultado de muito trabalho e comprometimento daqueles que acreditaram nesse projeto. Professores, pesquisadores, colaboradores, alunos, parceiros, todos, de alguma forma, ajudaram a construir essa história de 40 anos. Fazer parte desse grupo é uma grande realização pessoal e profissional.” Prof. Carlos Alberto Pereira
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das Sociedades por Ações. “É a ‘bíblia’ do contador”,
explica o Prof. Sérgio de Iudícibus, que coordenou e escreveu os textos com os Profs. Eliseu Martins e Ernesto Rubens Gelbcke. A publicação visava a orientar as empresas, os profissionais e o mercado em geral a respeito de tantas e importantes evoluções nos últimos anos, a partir principalmente da década de 1960. A ‘bíblia’, também publicada pela Editora Atlas, chegou à 7ª edição, 6ª tiragem. Porém, o mercado contábil, que não para de se transformar, fez a FIPECAFI cessar sua impressão para lançar em 2012 outra ‘bíblia’. Esta já está na 2ª edição e incluiu, no grupo de autores, o Prof. Ariovaldo dos Santos, que já coordenava a publicação anterior há tempos. “Trabalhei nas modificações de conteúdo nas quatro últimas edições. Registrava tudo. Com as normas internacionais, porém, entendemos que deveríamos fazer um novo livro. A mudança do nome é bem sutil. Agora ficou Manual de Contabilidade Societária, mas continua sendo conhecido como o Manual da FIPECAFI. É uma verdadeira referência no mercado.” Há outra novidade: a cada edição, muda-se a ordem no nome dos autores. Na inaugural, o Prof. Iudícibus ficou em primeiro lugar. Na segunda, foi para o fim da lista, cedendo o lugar ao Prof. Eliseu Martins. Na pró xima, será o Prof. Ernesto Rubens Gelbcke quem encabeçará a autoria. “É um rodízio de autores”, finaliza Prof. Ariovaldo, que avisa: “Talvez em 2015 saia uma nova edição. Porque o mundo contábil é inquieto e está sempre se aprimorando”.
APOIO FR ATERNAL Para garantir a intensa participação nesse universo em eterno movimento, a FIPECAFI conta com um órgão-irmão, o Instituto Brasileiro de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras - Ipecafi. “Criado durante os recessivos anos 1980, numa fase em que a Fundação passou por dificuldades, ele nasceu com o objetivo de dar suporte político-financeiro”, explica Prof. Iran Siqueira.
“É enorme a contribuição que a FIPECAFI prestou para o desenvolvimento da Contabilidade no Brasil, por meio de cursos inéditos, seminários, pesquisas, publicações de livros, artigos e consultorias. Grande parte dos avanços da teoria contábil brasileira surgiu a partir de ideias e discussões no ambiente da Fundação.” Prof. Alexandre Assaf Neto
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Em 1974, quando a FIPECAFI foi constituída, Ivete Perrone era funcionária do EAC. “Eu estava presente quando todos os professores, na frente do tabelião, assinaram a Ata de Constituição. Depois disso, participei das primeiras reuniões da Diretoria e do Conselho Curador. Na época as atas eram escritas à mão, num livro (à direita), e as primeiras fui eu quem redigi”, conta, orgulhosa, Ivete, que continua integrando a diretoria da Fundação.
NOITE DE LUA CRESCENTE Há dois, três anos, o Prof. Antônio Peres compartilhava
do Conselho do EAC. Além dos professores, alguns alunos
com os colegas a ideia de criar uma fundação de
de pós-graduação se posicionaram à mesa oval,
direito privado para promover cursos, fazer pesquisas e
bastante grande, para discutir a legislação. A provada
consultorias. “A proposta original do Prof. Peres era montar
a constituição, foi decidido o valor que cada um teria de
o Instituto de Pesquisas Contábeis e Atuariais - IPECA.
doar para formar o patrimônio inicial. O total arrecadado
Porém, com a criação da Fipe, em 1973, percebeu-se
foi de Cr$ 60.000. “Lembro que o clima da reunião era
que a gura da fundação caberia muito melhor do que
de muita expectativa, porque estávamos concretizando
a de instituto. ‘FIPECA’ não soava bem. Daí se resolveu
um sonho que acalentávamos há bastante tempo.
expandir para Finanças e tornou-se FIPECAF I”,
Saímos de lá muito contentes”, conta Prof. Eliseu.
relembra Prof. Eliseu Martins.
Os que não puderam comparecer pediram depois
Com o estatuto já adaptado da Fipe para a FIPEC AFI,
para constar como membros instituidores: assinaram,
Prof. Peres marcou uma reunião para a noite de 1º de
contribuíram e assim seus nomes guram naquela
agosto de 1974, uma quinta-feira de lua crescente, na sala
primeira e tão importante ata da Fundação.
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2º CAPÍTULO – AS NORMAS
PRESENÇA INTERNACIONAL
E
m 1973, um ano antes da criação da FIPECAFI, um grupo formado por 16 institutos econômicos e financeiros de 10 países — Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos, França, Irlanda, Japão, México, Países Baixos e Reino Unido — começou a trabalhar em prol da elaboração de normas contábeis legítimas e genuinamente internacionais. Nessa época, o mundo dos negócios era praticamente regido pela legislação norte-americana, a mesma importada pelo Prof. Boucinhas, no começo dos anos 1960. As principais transações aconteciam na Bolsa de Valores de Nova York, que naturalmente ditava as regras — porém, estas não deixavam de ser domésticas. Criou-se, então, o Comitê Internacional de Normas de Contabilidade, cuja sigla em inglês era Iasc – International Accounting Standards Committee. “Durante mais de 20 anos, esse comitê produziu normas independentes de qualquer regime jurídico nacional”, esclarece Prof. Nelson Carvalho. Mas foi somente em 1995, com o apoio da Organização Internacional das Comissões de Valores – Oicv – o clube das entidades que regulam o mercado de capitais em todo o mundo, que o Iasc ganhou uma força extraordinária e maior projeção no cenário contábil mundial. Com o endosso público, o Comitê decidiu acelerar a produção de conteúdo, aumentando a frequência de reuniões na capital inglesa. Nesses encontros, profissionais capacitados discutiam, davam pareceres e faziam sugestões, apro vando ou não as normas. A partir de setembro de 1996, o Prof. Nelson Car valho, integrante do Instituto Internacional dos Executivos de Finanças – Ibef — uma das 16 entidades fundadoras do Iasc —, passou a acompanhar a troca de informações em território londrino. “Dessa forma, conseguimos trazer esse conhecimento para cá. Fui uma espécie de precursor, estudando as normas internacionais”, conta o acadêmico.
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Órgãos somaram forças para estudar e estabelecer as normas internacionais.
“Tudo o que um departamento de universidade de primeiro mundo oferece — participar de congressos internacionais, trazer professores estrangeiros, nanciar
livros, teses e pesquisas — aqui, no Brasil, contamos com o auxílio da Fipeca.” Prof. Nelson Carvalho
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“A FIPECAFI nasceu com a losoa de
servir como fonte de trabalho, de dinheiro, de experiência para professores e alunos. Ela sempre oferece a oportunidade de aprender, ensinar, treinar.” Prof. Eliseu Martins
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PARTICIPAÇÃO ATIV ATIVAA Tal fluxo de informações veio ao encontro da proposta dos Profs. Eliseu Martins, Mar tins, Ariovaldo dos Santos, Lázaro Plácido Lisboa e Nelson Carvalho, entre outros acadêmicos e profissionais do setor, de estabelecer as normas internacionais no ordenamento jurídico contábil brasileiro há tempos. Após muitos estudos, pesquisas e ajustes, os docentes entregaram, em 1995, um projeto de lei para o então ministro da Fazenda Pedro Malan. O texto ficou doze anos tramitando pelo Congresso Nacional. Uma década depois, em 2005, duas grandes conquistas merecem destaque. destaque. A primeira foi o Brasil ser devidamente representado pelo Prof. Nelson Car valho, escolhid escolhidoo para ser o presi presidente dente do Conselho Consultivo do International Accounting Standards Board – Iasb — órgão que em 2001 assumiu as responsabilidades ponsabilidad es do Iasc. “Até 2008, fui todos os meses para Londres conduzir reuniões e fiquei ainda mais próximo da gestão dessas normas. Continuei trazendo dados que foram usados por muitos professores, estudantes de mestrado e doutorado, em dissertações e teses”, lembra Prof. Nelson. A outra vitória rumo à adoção das diretrizes internacionais ternacion ais deu-se em território verdeverde-amarelo, amarelo, com a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, formado por seis entidades: a Associação Brasileira das Companhias Abertas – Abrasca, a Associação Nacional dos Analistas e Profissionais de Investimento Investimento de Mercado de Capitais – Apimec, a Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo – BMF&Bovespa, o Conselho Federal de Contabilidade – CFC, o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – Ibraco Ibraconn e a FIPECAFI. Formado por seis grandes instituições, o CPC, criado em 2005, participou do processo de reestruturação contábil no Brasil. E até hoje atua intensamente quando o assunto é norma internacional.
SENSO COMUM Frequentemente Frequentemen te o CPC se reunia — e continua se reunindo — com a Receita Federal, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários Mobiliários - CVM, a Superintendência Superintendência Nacional de Seguros Seg uros Privados Pr ivados - Susep, a Confederação Nacional da Indústria e a Federação Brasileira de Bancos - Febraban para debater as normas internacionais. “A intenção sempre foi a de acertar os ponteiros,
“A FIPECAFI FIPECAFI atua de forma cooperativa com o EAC, provocando o avanço da área contábil no País. Reunir talentos, viabilizar pesquisas e documentar achados relevantes são exemplos pelos quais sua trajetória de 40 anos foi traçada.” Prof. Edgard B. Cornacchione Jr.
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porque, por exemplo, a Receita Federal tinha regras contábeis diferentes das do Banco Central do Brasil e das da CVM. Todos se juntaram para apostar numa única regra. E a saída era mesmo adotar um padrão internacional”,, explica internacional” ex plica Prof. Eliseu. Em 27 de dezembro de 2007, finalmente o então presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a lei nº. 11.638 — a mesma entregue em 1995, em que se sugeria o abandono das normas antigas em detrimento das internacionais — para entrar em vigor v igor no dia 1º de janeiro jane iro de 2008. A participação do CPC nesse processo de reestruturação contábil nacional foi de extrema importância, pois o trabalho básico de tradução das normas já esta va bem evoluí evoluído. do. Para Para auxiliar, a FIPE FIPECAFI, CAFI, em em parceria com a Ernst & Young, lançou, ainda em 2008, o Manuall de Normas Internacionais Manua Internacionais, com 364 páginas, publicado pela Editora Atlas. O livro tratou t ratou do assunto com tanta abrangência e profundidade que vendeu 10 mil exemplares logo na primeira edição.
CAPACITAÇÃO
A publicação traz similaridades e diferenças entre entre as IFRS e as normas e práticas contábeis brasileiras, dando ao leitor condições de entender as principais características do novo padrão.
IN COMPANY
Progressivamente, até 2010, 2010, 100% das normas internacionais foram sendo adotadas pelas companhias estabelecidas no Brasil, instituindo não só o balanço consolidado das empresas como como também o individual. indiv idual. “Nós viramos uma estrela na constelação contábil mundial, porque dos mais de 100 países que estavam convergindo para a norma internacional, somente 10 adotaram integralmente os dois balanços” balanços”,, explica ex plica Prof. Nelson. Entretanto não está sendo fácil seguir os novos padrões, principalmente por falta de capacitação profissional. É aí que mais uma vez a FIPECAFI marca presença, difundindo o conhecimento por meio de cursos in company para atender às necessidades necessidades de empresas, como a CVC, C VC, o Banco Central do Brasil, o Banco Itaú, a Eletrobrás, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, o Banco Ba nco da Amazônia, Ama zônia, o Banco do Nordeste, KPMG, Terco Terco Grant Thornton e a Petrobras Petrobras.. Também aumentou a procura pelo curso de MBA em IRFS - Normas Internacionais de Contabilidade, criado pela Fundação há mais de 15 anos. “Afinal, temos um núcleo excelente de professores e um conteúdo bastante robusto, pois sempre nos mantivemos atualizados nessa área”, diz Prof. Nelson, que é o
“O entendimento de que academia e mundo corporativo caminham lado a lado e um retroalimenta o que é desenvolvido e aprimorado no outro é o segredo do sucesso dos 40 anos da FIPECAFI. Sua importância para o mercado consiste em ser sempre uma referência nas áreas de contabilidade, finanças, atuária e gestão de negócios.” Prof. Luiz Paulo Fávero
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vice-coordenador vice-coorde nador de assunto assuntoss internaci internacionais onais do do CPC, do qual faz parte o Prof Prof.. Ernesto Rubens Gelbcke, um dos autores do conheci conhecido do Manua Manuall da FIP FIPEC ECAFI AFI. Hoje em dia, a relação do Brasil com o Iasb está melhor do que nunca. Explica-se: quando está elaborando uma nova norma internacional, o instituto promove reuniões fora de Londres para pa ra debater detalhadamente seu conteúdo. E é na cidade de São Paulo, no prédio da FIPECAFI, que um desses encontros encontros é realizado. Antes o circuito de discussão era formado por Nova York, Tóquio, Hong Kong, Frankfurt Frankf urt e Milão. “Nós nos tornamos um patamar patama r de excelência” excelência”,, define o Prof. Nelson.
SETOR EM AVALIAÇÃO
Prof. Nelson Carvalho e o Príncipe de Gales, que criou o Accounting for Sustainability , numa reunião anual do seleto conselho de 40 pessoas que discutem como o contador pode ajudar na sustentabilidade das empresas.
Além de ser uma das anfitriãs do órgão mundial voltado à internacionalização das normas contábeis, a FIPECAFI tem demonstrado preocupação e interesse na formação acadêmica do profissional de contabilidade dentro e fora do Brasil, participando de reuniões da Isar, Isa r, grupo intergovernamental pertencente pertencente à Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento – Unctad, um segmento da Organização das Nações Unidas – ONU. O grupo abraça temas dos quais a Iasb não cuida, como governança corporativa, pequena e média empresa e principalmente educação contábil. contábil. “O nível de desenvolvimento da profissão em todos os países é totalmente desalinhado”, revela o Prof. Nelson, representante da FIPECAFI nas reuniões. Na verdade, o acadêmico marca presença no Isar desde 1991, 1991, quando foi diretor da Comissão de Valores Mobiliários – CVM por um ano. Foi ele quem formou a delegação brasileira, composta por professores e representantes das entidades fundadoras do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC. No momento, está sendo colocado em prática o projeto Construção de Capacidade em Contabilidade, a fim de combater a desarmonia do setor entre as nações. Por meio de 350 questões, divididas em quatro pilares, os órgãos responsáveis pela área contábil de cada governo se autoavaliam, fazendo um verdadeir ver dadeiroo raio X. “Por “Por enquan enquanto, to, oito oito países países se dispuseram dispuseram a fazer fazer essa autoaautoanálise. E o Brasil está entre eles”, eles”, conta Prof. Nelson.
CONTABILIDADE VERDE Novamente veio de Londres, mais precisamente do Palácio Clarence House, uma proposta que envolveu o diretor de pesquisas da FIPECAFI: integrar o projeto Accounting for Sustainability – A4S, idealizado pelo Príncipe de Gales em 2004.
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A iniciativa, desde então, visa a ajudar a comunidade empresarial e o setor público a reconhecer os benefícios de considerar o meio ambiente e a sociedade em geral como parte de suas decisões de negócios no dia a dia. O trabalho desenvolvido abrange especificamente a comunidade de contabilidade e finanças. Dentro desse projeto, que conta hoje com 2 mil pessoas sob o comando do Príncipe de Gales, foi criado em 2010 um grupo: o International Integrated Reporting Council – IIRR. “É um conselho de 40 pessoas do mundo inteiro convidadas por ele para discutir de que forma o contador envolverá a empresa em questões de sustentabilidade”, explica Prof. Nelson. Em três anos e meio, os seletos profissionais — contadores e não contadores — apresentaram a estrutura conceitual de um relatório integrado, composta de seis princípios, que deveriam ser seguidos pelas empresas em seus pareceres anuais ao tratarem de sustentabilidade. Em abril de 2013, essa minuta foi lançada no pregão da Bovespa, em São Paulo, em audiência pública, e simultaneamente em Frankfurt, Nova York, Singapura e Hong Kong. “Durante 90 dias, esperamos o retorno desse texto inicial”, conta Prof. Nelson. De julho a novembro, foram analisadas cerca de 200 cartas, com críticas e sugestões pertinentes. Finalmente, desde o dia 5 de dezembro de 2013, a versão revisada encontra-se disponível para empresas que priorizam a sustentabilidade, agora contando com a orientação da área contábil. Tamanho reconhecimento da importância da Contabilidade só reforça uma das missões da FIPECAFI: oferecer ao mercado serviços de excelência para a capacitação organizacional. NATUREZA LEVADA A SÉRIO Uma das cadeiras do atual Curso
e esta eventualmente houver prejudicado
de Graduação em Contabilidade
o meio ambiente, ele pode car com os
da FIPECAFI é justamente a de
seus bens indisponíveis. O prossional
Contabilidade Ambiental. “O assunto
responde civilmente por não ter vericado
é tão sério que qualquer dano ao meio
corretamente essa questão”, explica
ambiente não prescreve. Mesmo se
Prof. Iran Siqueira, que continua: “Houve
a empresa for vendida, o proprietário
um banco que, antes de vir para o Brasil,
anterior continua sendo responsável
mandou averiguar todas as empresas que
pelo mal provocado à natureza. E se,
haviam causado qualquer problema ao meio
por exemplo, o auditor contábil der um
ambiente e deu uma ordem expressa: elas
parecer favorável a uma companhia
não podem receber crédito”.
O termo “contabilidade ambiental” está, cada vez mais, surgindo em matérias especícas
do setor, destacando a importância do papel do contador “verde” nas companhias.
“Chegamos até aqui por meio do trabalho de todos nós. Cada um fazendo a sua parte, com contribuições diferentes, somando forças. O Prof. Barbieri se empenhou muito e ainda continua na ativa. Tem o Lázaro, o Fábio, o Reinaldo, o Carvalho e tantos outros. Há muita gente atuando em prol da Fundação. E isso faz a diferença.” Prof. Ariovaldo dos Santos
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
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3º CAPÍTULO – OS CURSOS
FORMAÇÃO DE QUALIDADE
D
isseminar o conhecimento. Eis um dos pontos mais importantes na missão da FIPECAFI, que logo nos primeiros meses de vida criou um curso de extensão universitária, outro de curta duração, além daqueles sob medida para empresas, como Eletrobrás e Banco Central do Brasil, com duração de um ano, um ano e meio. Era evidente: o mercado estava realmente em busca de formação de qualidade. Sempre atenta a essa movimentação, a Fundação lançou entre 1977 e 1978 um curso de longa duração. Batizado de Especialização em Contabilidade, Controladoria e Finanças – Cefin, atualmente se encontra sob a coordenação geral do Prof. Alexandre Assaf Neto. Totalmente repaginado em 2009 e agora sendo concluído em apenas um ano, é um dos mais procurados por profissionais recém-formados nas áreas de Administração, Atuária, Direito, Economia, Engenharia e Contabilidade. Inicialmente forma e conteúdo foram elaborados em parceria com os Bancos Itaú e Unibanco. Registrado pela USP e com carga horária de mais de 500 horas, distribuídas em quatro semestres, o curso era presencial: três dias em sala de aula, no EAC, e dois de leitura, resolução de exercícios e estudos de casos. Muitos dos discentes trabalhavam em instituições bancárias, na Receita Federal e na Secretaria da Fazenda. Posteriormente, funcionários do antigo Banespa também participaram desse curso. “Os primeiros auditores do Banco Central foram formados por nós. Lembro-me de uma declaração feita pelo banqueiro Olavo Setúbal. Ele preferia que os executivos do Itaú se especializassem no nosso curso a serem enviados para o exterior. Aqui, eles estudavam de manhã e, à tarde, aplicavam o que aprendiam no cotidiano da empresa”, conta Prof. Geraldo Barbieri.
APOIO FUNDAMENTAL Foi em sua gestão na diretoria financeira da Fundação, em 1985, que apresentou a proposta de conceder bolsas de estudo aos alunos do EAC. “O curso de Contabilidade da FEA era gratuito, mas muitas vezes o estudante não tinha 28
40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
“O primeiro grande marco da FIPECAFI é sua criação. Depois, o Manual de Contabilidade Societária. O terceiro é a elaboração dos cursos, principalmente os de longa duração. Oferecemos sempre o melhor para os prossionais.” Prof. Geraldo Barbieri
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O auditório que homenageia o mentor da FIPECAFI, com capacidade estimada para 80 pessoas, possui infraestrutura completa para receber palestrantes nacionais e internacionais durante todo o ano.
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
dinheiro nem para a condução, muito menos para comprar livros e outros materiais. Por isso sugeri que ajudássemos futuros profissionais a terem condições de concluir a faculdade”, explica Prof. Barbieri. Quando recebeu o sinal verde da FIPECAFI, o acadêmico fez uma pesquisa entre os estudantes. Dois deles se destacaram: uma coreana, cuja mãe tinha mais cinco filhos, era viúva e costureira, e um rapaz, filho de um taxista e uma faxineira. “Ele, na verdade, pediu para que lhe pagássemos um curso de inglês e nós o apoiamos. Só fizemos uma ressalva: sermos avisados quando não precisassem mais de ajuda, porque, assim, poderíamos transferi-la para outras pessoas”, conta Prof. Geraldo. No segundo ano da bolsa, ambos abriram mão do generoso auxílio, pois haviam arrumado emprego e poderiam bancar o gasto com os estudos. Desde então, muitos outros alunos e professores continuaram usufruindo desse apoio para fazer mestrado e doutorado, dentro ou fora do Brasil, e para participar de congressos, seminários e afins. “Seja para assistir, seja para apresentar, sempre é interessante ter um dos nossos marcando presença nesses eventos. É a FIPECAFI integrando, trocando informações, formando e capacitando pessoas. É a nossa essência”, conclui Prof. Geraldo.
FERRAMENTAS PRECIOSAS Outro grande marco na trajetória de difundir dados e apoiar profissionais da área contábil foi o lançamento do MBA Controller, em 1994, o primeiro da instituição. “Logo de início, montamos duas turmas com 30 alunos cada”, relembra Prof. Iran, orgulhoso. A repercussão foi tão grande que no ano seguinte, em agosto, a FIPECAFI recebeu a proposta de ministrar o mesmo MBA para uma turma fechada de 31 funcionários do Banco do Brasil, em Brasília (DF). Foi o Prof. Geraldo Barbieri quem assumiu essa missão pioneira fora da FIPECAFI. Até hoje ele é responsável por diversos cursos em várias localidades no Brasil. “Já os negociei em pleno aeroporto, depois de encontrar ex-alunos, que, naquele momento, ocupavam cargos profissionais estratégicos”, relembra o acadêmico, que continua: “Há duas grandes vantagens nesse processo: uma, é que as aulas são planejadas de acordo com o interesse da companhia, e a outra, a intensa troca de experiências entre funcionários nas diversas áreas da própria empresa”. Em 1998, surgiu outra ferramenta eficaz para atender às necessidades dos clientes corporativos: a videoconferência. “Foi a antecipação do movimento de educação a distância que surgiu sete anos depois”, explica Prof. Edgard B. Cornacchione Jr. No projeto MBA Controller, por exemplo, o professor se deslocava para a sala de videoconferência da Petrobras, na capital paulista, onde estavam apenas alguns alunos. As aulas eram transmitidas para 18 polos da companhia
“Vejo a FIPECAFI como um ser vivo que o tempo todo está à procura de projetos inovadores. E os professores também são assim: estão de olho em oportunidades diferentes, dentro e fora do Brasil. O compartilhamento de dados enriquece a Fundação, torna-a atraente, dinâmica, visionária. Sempre foi assim, e sempre será.” Prof. Iran Siqueira Lima
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petrolífera, em tempo real, com possibilidade de interação entre docente e participantes, dispersos geograficamente. Já o programa com a Vale do Rio Doce – atual Vale S.A. –, sob coordenação do Prof. Edgard B. Cornacchione Jr., intercalava videoconferências com semanas presenciais intensivas, nas quais todos os participantes se deslocavam para São Paulo. Os alunos contavam ainda com o apoio didático pela internet, que permitia a disponibilização de material e interação. Convém destacar que, a partir de 2008, o MBA Controller passou a receber apoio da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade - Anefac e continua sendo um dos mais procurados pelos profissionais da área. As aulas ocorrem em São Paulo e na cidade paulista de Jundiaí.
ANTECIPANDO TENDÊNCIAS No mesmo ano em que o MBA Controller se projetou positivamente no mercado, deu-se o início ao Curso de Especialização de Analistas – Pós-Graduação em Mercado de Capitais, o famoso CEA. Coordenado pela Profa. Marina Mitiyo Yamamoto, foi estruturado com a Associação Brasileira dos Analistas do Mercado de Capitais de São Paulo - Abamec-SP (hoje Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais - Apimec -SP). Logo depois, o CEA foi convertido em MBA Mercado de Capitais, como se mantém até os dias de hoje. Ainda sob a supervisão da Profa. Marina, nasceu, em 2001, o MBA Finanças, Comunicação e Relações com Investidores. Dessa vez, o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores – Ibri, por meio do então diretor de desenvolvimento profissional Marco Antônio Panza, procurou a FIPECAFI para oferecer, em conjunto, um curso de especialização voltado para a área de RI, que despontava no mercado. “Parcerias assim somam forças, e quem sai ganhando é o estudante”, garante o Prof. Iran, que aposta nesse formato de curso, antecipando tendências para atuar num universo cada vez mais competitivo. Atualmente a Fundação tem na grade curricular, além dos três MBAs citados, mais sete, todos reconhecidos pelo Ministério da Educação - MEC: MBA Contabilidade Pública e MBA Tecnologia, Inovação e Gerenciamento, ambos recém-lançados; MBA Controles Internos - Compliance, MBA Finanças e Risco, MBA Gestão Atuarial e Financeira, MBA Gestão Tributária e MBA IFRS - Normas Internacionais de Contabilidade, mencionado anteriormente pelo Prof. Nelson Carvalho.
“Esses 40 anos confirmam que a dupla formada pelos Profs. Antônio Peres e Sérgio de Iudícibus era perfeita. Eles se completavam. O primeiro era prático e o segundo, teórico. Não adiantava nada criar a FIPECAFI sem ter a qualidade de conteúdos para embasar esse projeto visionário, que mudou o rumo da Contabilidade no Brasil.” Prof. Eliseu Martins
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
As salas de aula contam com projetores, computador para uso do professor e dos alunos, rede wireless, lousas com quadro magnético e quadro-negro.
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ENSINO VIRTUAL Onze anos após a estreia do MBA Controller, em 2005, a FIPECAFI apresentava ao mercado mais uma forma de transmitir conhecimento: o ensino a distância, eLearning. O projeto teve intensa participação do Prof. Edgard B. Cornacchione Jr., que analisou um programa de mestrado 100% on-line durante sua estada na Universty of Illinois at Urbana-Champaign meses antes, nos Estados Unidos, coletando informações fundamentais para estabelecer processo idêntico na Fundação. A proposta do Prof. Edgard, elaborada após uma série de reflexões com as Profas. Silvia Casa Nova e Maria Rosa Trombeta, contou com total incentivo do Comitê de Tecnologia e Educação On-Line, formado pelos Profs. Eliseu Martins, Fábio Frezatti, Iran Siqueira lima, Nelson Carvalho, Masayuki Nakagawa, Reinaldo Guerreiro e Sérgio de Iudícibus. A intenção unânime foi planejar, desenvolver e viabilizar o eLearning de forma a atingir os públicos interno e externo, criando uma solução apropriada para a realidade de parceiros e colaboradores. Mais do que educação a distância, foi proposto o conceito de aprendizado a distância, em que o aluno da área de negócios se sentisse motivado a trocar informações e experiências com os professores e os outros discentes. Para tanto, foram disponibilizadas mídias complementares, como aulas virtuais, exercícios práticos, dinâmicas de grupo, textos e referências de bibliografia, bem como atividades de expansão do tema. Tudo isso com atendimento educacional personalizado, que acompanhava de perto a movimentação on-line do aluno — caso ele se distanciasse, a equipe da FIPECAFI fazia contato e procurava descobrir o que estava acontecendo. “A interação com os especialistas — autores, docentes, tutores e equipe técnica — sempre foi profissional e de qualidade, garantindo, dessa forma, uma experiência acadêmica ímpar aos participantes”, explica Prof. Edgard.
EM HORAS OU MESES Para cada um dos cursos on-line de curta duração – que variam de 8 a 48 horas —, a FIPECAFI oferece palestras-chat em que professores especialistas tratam assuntos relevantes e atuais, nas áreas de desempenho da Fundação. Já para os de longa duração e extensão — meses ou anos — são organizadas aulas-chat semanais, cujos conteúdos, teorias e conceitos são discutidos visando à aplicação prática. Nesses, também são preparados encontros presenciais, para fortalecer o vínculo entre professores e alunos. Em 2006, logo depois que o eLearning entrou em ação, a Fundação foi procurada por Heider Aquino, então responsável pela Divisão de Planejamento da
“Um dos pontos altos da Fundação é a preocupação de também proporcionar um futuro melhor aos funcionários, investindo em seus estudos, ajudando-os financeiramente para que se formem e se tornem profissionais competentes. Tenho certeza de que muitos que passaram por aqui atualmente estão inseridos no mercado de trabalho.” Julia Amparo Villanueva de Barker
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
CURSOS ON-LINE DE CURTA DURAÇÃO - 2014 - Análise de Viabilidade Econômica de Projetos - Avaliação de Empresas - Combate e Prevenção ao Crime de Lavagem de Dinheiro - Contabilidade para Não Contadores - Contabilidade Regulatória - Setor Elétrico - Curso Preparatório para Atualização CPA-10 - Curso Preparatório para CPA-10 - Curso Preparatório para Atualização CPA-20 - Curso Preparatório para CPA-20 - Financial Reports: evidenciação do negócio para credores e investidores - IFRS - Ativos - IFRS - Concessões - IFRS - Grupo de Empresas - IFRS - Instrumentos Financeiros - IFRS - Obrigações - IFRS - Relatórios Financeiros - Matemática Financeira - Mercado Financeiro - Novas Normas de Auditoria I - Novas Normas de Auditoria II - Novas Normas de Auditoria III - Orçamento Empresarial - Relações com Investidores: contexto e conceitos
CURSOS ON-LINE DE LONGA DURAÇÃO E EXTENSÃO
Atualmente localizada na sobreloja da FIPECAFI, a biblioteca ocupa área de 127 m² e dispõe de excelente infraestrutura, oferecendo aos seus usuários espaço de leitura individual, salas de estudo em grupo, acervo totalmente informatizado com acesso local e via web.
- Balanced Scorecard como Ferramenta de Gestão - Coaching sobre Orçamento: problemas com o orçamento ou um processo não planejado? - Extensão Blended - IFRS Avançado Grupo de Empresas - Extensão em IFRS - Gestão de Empresas Familiares - IFRS para o Setor de Petróleo e Gás - Introdução à Psicologia Econômica - Mapeamento de Controles Internos Sox – Subsídios para Prática Corporativa - Metodologias, Filosoa e Cultura na Gestão de Riscos - Tributação Internacional
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CURSOS DE EDUCAÇÃO EXECUTIVA - 2014 - Aprendendo a Investir em Ações - Análise das Demonstrações Contábeis - Análise de Custos e Formação de Preços - Análise Técnica / Grasta no Mercado de Capitais - Auditoria Interna e Controle de Riscos - Basileia III - Cálculo Financeiro de Tesourarias - Combinação de Negócios - Compliance e Gerenciamento de Riscos - Consolidação Contábil em IFRS - Contabilidade Bancária - Contabilidade de Concessões -Contabilidade de Seguradoras e Entidades de Previdência - Contabilidade e Análise de Balanços de Empresas Construtoras - Contabilidade e IFRS para Empresas do Setor de Energia Elétrica - Contabilidade Governamental - Contabilidade para Não Contadores - Contabilidade para Não Contadores (Rio de Janeiro) - Contabilização de Instrumentos Financeiros - CPC 29 - Ativos Biológicos e Produtos Agrícolas - CPCs para Pequenas e Médias Empresas - Curso Preparatório Certicação CPA-10 - Curso Preparatório Certicação CPA-20 - Custos para Não Contadores - e-Social - SPED Folha de Pagamento - EFD Contribuições (PIS / COFINS / INSS) - Estatística, Modelagem e Tomada de Decisão com SPSS - Ética Empresarial - Extensão em Engenharia Econômico-Financeira - Finanças para Prossionais Não Financeiros - Fundamentos da Previdência Social e Complementar - Fundos de Investimento Imobiliário - Gestão de Carreira - Gestão de Carreira, Motivação e Liderança para Profs. de Finanças e Contabilidade - Gestão de Impostos - Gestão de Projetos - Gestão de Risco Operacional e Compliance - Gestão de Tributos sobre Operações Financeiras – IOF e IRRF De MBAs a e-Learning, passando pelos cursos presenciais na Fundação ou in company , de curta ou longa duração, a FIPECAFI oferece inúmeras opções para capacitar o prossional de diferentes
áreas, como Administração, Economia, Direito, Contabilidade, entre outras.
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
- Gestão Estratégica de Controladoria - Gestão e Análise de Risco de Crédito - Hedge Accounting - IFRS - Normas Internacionais de Contabilidade - IFRS - Normas Internacionais de Contabilidade - Rio de Janeiro - IFRS e Lei 11.638 - Prático (Cases e Exercícios) - IFRS para Grupo de Empresas - Intensivo Avançado de Contabilidade - Intensivo Avançado de Normas Internacionais de Contabilidade - IFRS e Pronunciamentos CPC - Intensivo de Mercado Financeiro - Introdução ao Mercado Financeiro - IPSAS – Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (International Public Sector Accounting Standards) - IPSAS – Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (International Public Sector Accounting Standards) - Brasília - Lei 11.638/07 e Pronunciamentos CPC – Operações de Crédito - Marketing de Relacionamento para Prossionais de Finanças e Contabilidade - Matemática e Cálculo Atuarial - Matemática Financeira Aplicada aos Negócios com o Uso da HP12C - Matemática Financeira e Análise de Investimentos com Excel - Modelagem para Risco Operacional - MP 627 - Impactos Fiscais - Operador de Mercado Financeiro - Precicação de Derivativos - Precicação Estratégica e Tributação - Previsão de Vendas - Pronunciamentos Técnicos CPC - Relação com Investidores (R.I.) - Reorganização Societária: fusões, cisões, incorporações e aspectos tributários - Simulação de Empresas sobre o Ponto de Vista Econômico-Financeiro - SPED Fiscal e Contribuições - SPED Fiscal ICMS e IPI - Técnicas de Modelagem e Previsão para o Mercado Financeiro - Técnicas de Modelagem Quantitativa Aplicadas ao Mercado Financeiro - Técnicas de Negociação - Tópicos Avançados de Mercado Financeiro - Tributação no Comércio Exterior - Valuation: avaliação de empresas
Construtora Norberto Odebrecht, para desenhar um programa a distância sob medida para a formação na área de controladoria e finanças. Com 364 horas, distribuídas em oito meses, o projeto evoluiu para um curso de especialização livre, com 414 horas, e foi batizado de ‘vinte-vinte’. “Com essa ferramenta de educação on-line, a Odebrecht quer treinar seus principais executivos até 2020”, explica o Prof. Iran Siqueira. O Conselho Federal de Contabilidade – CFC também bateu à porta da FIPECAFI para estabelecer uma parceira on-line. O tema a ser explorado? A lei nº. 11.638/07, que entrou em vigor num zás-trás no comecinho de 2008. Os Profs. Eliseu Martins e Ariovaldo dos Santos desenvolveram uma palestra virtual com mais de duas horas de duração, de acesso livre, com a possibilidade do envio de dúvidas que eram respondidas por uma equipe de especialistas. Hoje, o CFC oferece alguns cursos de eLearning em condições subsidiadas para os contabilistas. Atualmente, mais um convênio foi firmado, envolvendo a FIPECAFI, o Ibracon, o sistema CFC/CRCs e o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID. “O projeto, que está sob a coordenação da Profa. Maria Rosa Trombeta, envolve todas as faculdades que têm a cadeira de Ciências Contábeis. Elas vão indicar um professor para se atualizar sobre as Normas Internacionais de Contabilidade. A estimativa é treinar cerca de 1.200 docentes nesse curso on-line de 220 horas”, detalha Prof. Iran. Quase uma década depois, segundo o Prof. Edgard, o projeto e-Learning mostra-se bem-sucedido e com potencial ainda maior. “Mesmo com toda a vanguarda dessa ferramenta, o mundo mudou muito e rapidamente. Por isso, as abordagens adotadas estão sistematicamente em discussão para que possamos buscar sempre as melhores condições de desenho instrucional ao construirmos nossos programas nas modalidades on-line, ou blended, com adoção otimizada dos componentes síncronos e assíncronos. São programas de peso, longo alcance e muita visibilidade, que apontam a qualidade da solução técnica-educacional em prática aqui na FIPECAFI”, finaliza, entusiasmado, Prof. Edgard.
MAIS OPÇÕES Em 2007, ano em que a lei das normas internacionais foi sancionada, a FIPECAFI tirou outra carta da manga. Apostou na educação executiva, oferecendo conteúdo elaboradíssimo em cursos de curta duração — com carga horária que variava de 8 a 120 horas. O público-alvo era formado por executivos, empreendedores, consultores, pesquisadores e estudantes de Finanças, Contabilidade, Economia, Administração, Auditoria, Controladoria e Atuária. A proposta,
“Nessas quatro décadas, a FIPECAFI adquiriu grande projeção no Brasil e, por isso, é chamada para desenvolver projetos mais complexos, tanto para empresas privadas como públicas. Atuar na área de consultoria nunca foi seu foco, mas a Fundação é referência quando o assunto é contabilidade, controller e governança.” Prof. Heraldo Oliveira
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hoje, ainda se difere pela abordagem de temas específicos dentro das áreas de negócios, com vistas à tomada de decisão. “Esses formatos têm sido bastante procurados pelos profissionais que, no momento, não podem se dedicar a uma especialização, porém querem se atualizar, estudar e se aprofundar no conhecimento de determinado assunto”, explica Prof. Luiz Paulo Fávero. Atualmente, a FIPECAFI oferece 75 cursos de educação executiva. Para completar o leque de opções, a Fundação credenciou, pelo MEC, em 24 de outubro de 2011, o Curso de Graduação em Ciências Contábeis, com a nota máxima 5. “Por todo o conhecimento contábil, pela maioria dos livros de contabilidade lançados por nós, pela participação nas normas internacionais, é natural que tenhamos um curso desse porte”, explica Prof. Barbieri. Existem duas turmas: uma de 13 alunos e outra de 10. “Eles estudam na FIPECAFI em horário integral, com bolsas de estudo também integrais e recebem, logo no primeiro dia de aula, dois livros essenciais para o curso e um tablet. “Nós já demos entrada do pedido no MEC para oferecer esse mesmo curso de graduação a distância principalmente para auditores que não são contadores”, revela Prof. Iran. E há mais novidades! A partir de agosto de 2014 começará o Curso de Ciências Contábeis para não graduados em Contabilidade. “Os alunos serão os formados em Administração, Economia, Estatística, Atuária, Direito e Engenharia”, esclarece o atual presidente da Fundação, que futuramente o vê também no formato e-Learning. Enquanto isso, o Curso de Mestrado Profissional em Controladoria e Finanças também está sendo formatado pela FIPECAFI. “Já demos entrada do pedido no MEC. Será de dois anos, de segunda a sábado, direcionado para quem eventualmente não quer fazer o mestrado acadêmico”, declara o atual presidente da Fundação. Realmente a FIPECAFI não se cansa de encontrar as melhores soluções para formar, cada vez mais, profissionais qualificados e preparados para participar do mercado contábil.
Cerca de 800 estudantes frequentam as salas de aula da Fundação toda semana, no prédio da Rua Maestro Cardim, e 169 assistem ao curso in company dentro e fora da Instituição. Em 2013, cerca 3.100 alunos zeram cursos on-line.
“Nesses 40 anos, a FIPECAFI cresceu de forma estruturada, ousando tomar decisões para favorecer a expansão de seus projetos. Caso contrário, a Fundação seria pequena para poucos, em vez de ser, como é hoje, grande para muitos. E tudo isso sem perder de vista seu objetivo primordial: apoiar o Departamento de Contabilidade da FEA.” Mario Fernandes
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
NEM TUDO SÃO FLORES Em 2001, a FIPECAFI esteve muito perto de ministrar o
Dessa forma, a FIPECAFI não implementou a criação da
Curso de Graduação em Ciências Atuariais, que desde
Faculdade Brasileira de Gestão de Negócios, que abrigaria
1983 não era mais oferecido pela USP. A iniciativa levou
o Curso de Graduação em Ciências Atuariais e t ambém
em conta dois pontos: a diculdade de a Universidade
o Curso de Mestrado Prossionalizante em Ciências
conseguir mais recursos orçamentários para reativar o curso
Atuariais, na oportunidade, em fase nal de aprovação.
e a demanda do mercado prossional, formado
Mas a FIPECAFI não desistiu! Continuou a alertar sobre a
por instituições nanceiras e investidores institucionais.
necessidade de o curso voltar a ser oferecido pela USP,
Estava tudo certo: de infraestrutura a grade curricular,
o que ocorreu somente em 2006, com a primeira turma
passando pela aprovação do MEC. Porém, a iniciativa
diplomada no nal de 2009. Resumindo: foram 26 anos
não foi entendida pela Administração da USP.
sem graduados em Ciências Atuariais.
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CAPÍTULO 4 - OS PROJETOS
PROPAGAÇÃO DE CONHECIMENTO
À
s vésperas dos anos 1990, o Brasil vivia um período efervescente, sobretudo na economia. A inflação batia todos os recordes: em 1989, alcançou a marca de 1.765%, quase o dobro do ano anterior, que foi de 933%. O Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA contribuiu desenvolvendo cursos para acompanhar os planos econômicos, que sempre surgiam com uma nova questão e a urgência de uma fórmula mágica contábil. Exemplo? O Plano Verão, promulgado por José Sarney, que fez um período de 60 dias ter apenas 51. Situações como essa inspiravam diversos trabalhos acadêmicos, demandando a necessidade de publicá-los. Mas onde? A escassez de veículos levou, em outubro de 1989, à criação do Caderno de Estudos da FEA – USP. “Baseado num periódico francês, sugerido pelo Prof. Eliseu, o Caderno era modesto, simples e barato e desde o primeiro número teve o apoio da FIPECAFI”, relembra Prof. Fábio Frezatti, atual editor-chefe da publicação. À época, o Prof. Sérgio de Iudícibus, que presidia o Conselho Curador da Fundação e chefiava o EAC, assinou o primeiro artigo, Lucro Contábil – Cre púsculo ou Ressurgimento?, em resposta ao famoso texto dos colegas professores da Fundação Getúlio Vargas, Hélio de Paula Leite e João Carlos Hopp, Cre púsculo do Lucro Contábil — ambos até hoje objetos de estudo e debate entre docentes e discentes de Contabilidade.
JOGO DE CINTURA E COMPETÊNCIA A Profa. Jacira Tudora Carastan, recém-admitida no Departamento em tempo integral, assumiu a edição do Caderno. Pesquisadora de métodos de ensino, apresentava o perfil ideal para gerenciar a publicação: paciente, educada, pertinaz e dedicada, havia sido aluna de praticamente todos os professores, o que facilitava o desenvolvimento dos trabalhos. “Foram tempos muito complicados, pois tanto a insuficiência de recursos como a de artigos dificultavam a periodicidade da circulação. A importância do trabalho da Profa. Jacira evidenciava-se pela tenacidade e habilidade em conseguir textos dentro da demanda existente”, declara Prof. Frezatti. 40
40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
REFERÊNCIA NO SETOR A primeira edição do Caderno de Estudos contou com a
Em 2008, mudou de nome para Revista Contabilidade
polêmica matéria assinada pelo Prof. Sérgio de Iudícibus
& Finanças — ou simplesmente RC&F —, tornando-se
(acima), até hoje fonte de pesquisa de e studantes. Ainda na
importante referência para o setor devido ao altíssimo nível
gestão da Profa. Jacira, o periódico ganhou novo visual.
acadêmico dos artigos publicados.
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A RC&F , atualmente 100% on-line (acima), é reconhecida pelos mais importantes órgãos indexadores do mundo, como o Scientic Electronic
Library Online – Scielo, a norte-americana EBSCO Information Service, a brasileira Sumários e a Redalyc, voltada para os países ibero-americanos.
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
A jovem docente conduziu o Caderno até 2000, quando faleceu, sendo responsável por 24 edições. Nelas, os artigos, em sua maioria, eram assinados por professores e alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis – PPGCC. Continham um estilo de apresentação livre e uma abordagem essencialmente normativa e de explicitação de modelos — os textos se caracterizavam pelo posicionamento do escritor. Entre os autores, estava o Prof. Armando Catelli, para quem, segundo Fábio Frezatti, “a criação do Caderno era um sonho do Departamento e a sua realização trouxe orgulho e mais unidade”. Com a partida inesperada da Profa. Jacira, Prof. Lázaro Plácido Lisboa assumiu o Caderno até 2008, enfrentando, logo de início, diferentes parâmetros de avaliação de periódicos impostos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes. Para comportar o novo direcionamento, a publicação foi rebatizada de Revista Contabilidade & Finanças e teve sua periodicidade redefinida para quadrimestral. Os textos, mais empíricos, passaram a ser avaliados pelo sistema double blind review e a contar com a participação de autores externos ao Departamento de Contabilidade e Atuária bem como de estrangeiros — a Seção Internacional estreou em 2002. Uma das conquistas mais relevantes dessa gestão foi a RC&F ser reconhecida pela Scientific Electronic Library Online – Scielo. “Ter uma publicação registrada em determinados órgãos, inclusive internacionais, certifica maior credibilidade ao conteúdo. Para ser incluída na Scielo, por exemplo, a Revista foi devidamente preparada pelo Prof. Lázaro, cumprindo um conjunto de pré-requisitos muito duro, difícil mesmo de ser atendido”, comenta Prof. Eliseu. “Como prêmio pela dedicação e pelo trabalho, a avaliação foi também excelente, no melhor nível dos periódicos nacionais da área de Administração, Contabilidade e Turismo da Capes”, revela Prof. Frezatti. Em tempo: a publicação também está indexada à base de pesquisas norte-americana EBSCO Information Service (EUA) e à brasileira Sumários.
PUBLICAÇÃO CONTEMPORÂNEA Em 2009, o posto de editor-chefe foi entregue ao Prof. Gilberto de Andrade Martins. Sob sua rápida gestão — até agosto de 2011 —, a Revista Contabilidade & Finanças passou a ser exclusivamente on-line. Ele ainda iniciou o processo de indexação do periódico no Redalyc, sistema eletrônico de informação científica dos países ibero-americanos, e tomou a iniciativa de captar mais recursos, para somar com os da FIPECAFI. Quarto editor da Revista, Prof. Fábio Frezatti encontra-se no meio do segundo mandato. O cenário, como sempre, está diferente. Em 2014, enquanto mais
“A atualização de informações sempre foi uma preocupação nessas quatro décadas. Tanto que os professores e coordenadores de curso são responsáveis pela indicação de obras a serem adquiridas e pelos livros e periódicos relativos às áreas de atuação da FIPECAFI. Assim, a biblioteca mantém o acervo em dia.” Mirtes Brito
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de 35 periódicos no Brasil usam no nome a palavra contabilidade ou atendem parte da demanda por publicação na área, a Revista Contabilidade & Finanças firmou-se no conceito tanto da comunidade acadêmica quanto de pesquisadores e profissionais, figurando entre as publicações de mais elevado nível, segundo a recente avaliação do Qualis/Capes, que lhe conferiu, depois de 64 edições, a classificação Nacional A2. De qualquer forma, o compromisso da Revista não se resume a uma nota atribuída por um órgão regulador, mas à constante divulgação do conhecimento relevante. “Hoje vivemos num mundo em que, além da concorrência interna, temos a do mainstream e a necessidade de os autores publicarem fora do Brasil. A maior dificuldade não é perder um bom artigo para um periódico coirmão, mas perder uma citação de um autor nacional antes não reconhecido”, explica Prof. Frezatti. Atualmente, os principais direcionamentos da RC&F são: exercitar o pluralismo ontológico e epistemológico quanto ao que se pretende comunicar; sistematizar a publicação em duas línguas (português e inglês ou espanhol e inglês) para todos os artigos, aumentando a visibilidade dos autores nacionais; apoiar os autores perseguindo os indexadores mais eficientes para proporcionar maior exposição e chance de serem citados; introduzir sistema de gestão, o Scholar One, possibilitado pelo indexador Scielo; e continuar buscando financiamentos adicionais à FIPECAFI — agora com o Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBi, da USP, e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, que possibilitam não só reconhecimento, mas flexibilidade para dispor de recursos.
CONVÊNIO BEM-SUCEDIDO Enquanto a RC&F comemora os 25 anos de existência, reforçando umas das premissas da Fundação — promover a pesquisa, a produção e a divulgação do conhecimento em Contabilidade, Atuária e Finanças —, outro projeto FIPECAFI festeja 18 anos primando pela disseminação de dados na forma de publicações e consultorias: o gerenciamento das informações do anuário Melhores & Maiores, da revista Exame, Editora Abril, publicado pela primeira vez em 1974, com elementos relativos a 1973. A princípio, era o Prof. Stephen Charles Kanitz , um dos 40 professores que assinaram a ata de criação da Fundação, quem gerenciava o projeto com equipe própria. Em 1996, ele o repassou aos cuidados dos Profs. Nélson Carvalho e Ariovaldo dos Santos com total apoio da FIPECAFI. “Desde então, um grupo de 20 pessoas, entre elas alunos do curso de pós-graduação do EAC/FEA, en volve-se com o projeto, analisando os balanços apresentados pelas empresas”,
“Para coroar os 40 anos, a Fundação está às voltas com a Revista FIPECAFI. Ela é eletrônica e voltada para o contador no dia a dia, para professores e alunos. Os professores do conselho editorial são de peso, gabaritados. E todos estão trabalhando para o sucesso de mais esse veículo de disseminação de conteúdo de qualidade.” Prof. Eric Martins
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
“O espírito da Fundação é o de ser muito próximo do EAC, ajudar no que for preciso. E isso não pode mudar. A FIPECAFI se mantém além de seus fundadores e dos professores mais antigos. Com a gente ou não, ela vai continuar apoiando o departamento.” Prof. Ariovaldo dos Santos
Cerca de 20 pessoas, sob a coordenação do Prof. Ariovaldo, analisam os balanços anuais da empresa para montar o tão esperado ranking da Melhores & Maiores , da revista Exame.
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explica o Prof. Ariovaldo, que tecnicamente coordena todo o processo, o qual define o ranking das 1.000 maiores empresas pelo seu desempenho em vendas em dólares, excluindo as instituições financeiras. Foi justamente a primeira edição assinada em parceria com a Fundação que gerou certa polêmica. José Roberto Caetano, editor executivo da Exame, dá os detalhes. “Ocorreu uma controvérsia sobre a Empresa do Ano, a principal destacada em cada edição. Isso porque a vencedora foi a TAM, decisão que teve de ser confirmada em meio à comoção causada por um acidente com um avião da companhia, ocasionando quase cem mortes. Na festa de premiação, houve protesto de parentes das vítimas”, relembra o jornalista.
DADOS CONSISTENTES Contestações à parte, o fato é que, ano a ano, o resultado adquirido pela equipe da Fundação se baseia em critérios claramente definidos pela publicação — rentabilidade do patrimônio, liquidez corrente, riqueza criada por empregado, crescimento de vendas e liderança de mercado —, conquistando o respeito e a credibilidade. “É lógico que esses parâmetros podem ser questionados sob o ponto de vista do conceito, mas não da aplicabilidade”, explica o docente, que afirma ser muito importante e gratificante para a equipe e a FIPECAFI ter o ranking Melhores & Maiores tão aguardado por empresários, executivos e investidores do País e do exterior. Além de prestar serviços, permitindo simultaneamente o treinamento de pessoal especializado, outro ponto alto desse convênio com a Editora Abril é a disponibilização do banco de dados para o corpo discente. “Com essas informações em mãos, podem-se desenvolver diferentes trabalhos acadêmicos. Há cerca de 450 textos baseados nos números atualizados de companhias brasileiras abertas e fechadas, divididos em teses de livre-docência, teses de doutorado, dissertações de mestrado, trabalhos de graduação, artigos em periódicos e em anais de congressos”, detalha Prof. Ariovaldo. Vale destacar que, em 2006, surgiu o Anuário Exame do Agronegócio, também sob os cuidados da FIPECAFI. Nele, os produtores agropecuários, as empresas fornecedoras de insumos ou prestadoras de serviços a esses produtores, as indústrias que compram o produto agropecuário para processamento e as que integram a primeira etapa do processo de transformação do produto do campo são igualmente criteriosamente avaliados. Por decisão da Editora, o anuário foi integrado à MM em 2009. “No total, nós analisamos o balanço individual e o consolidado de companhias de 18 setores econômicos brasileiros”, destaca o coordenador geral do projeto, Prof. Nélson Carvalho.
“São 40 anos de muito trabalho. Começamos numa sala de 12 m 2 e hoje estamos num edifício próprio de 12 andares. Nossa preocupação foi desenvolver bem cada projeto, cada curso, e o resultado apareceu. O Manual de Contabilidade, o prêmio Melhores & Maiores, o Troféu Transparência, tudo contribuiu para nossa visibilidade.” Prof. Geraldo Barbieri
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
A festa de entrega do troféu Melhores e Maiores é uma das mais esperadas pelo empresariado brasileiro. O ranking de 1996, publicado no ano seguinte, já contou com a participação da FIPECAFI.
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Outro evento anual bastante aguardado pelo mundo dos negócios é o Troféu Transparência. Profs. da FIPECAFI Iran Siqueira Lima, Nelson Carvalho e Ariovaldo dos Santos, entre outros, entregam a estatueta a alguns dos vencedores do ranking validado pelo Fundação.
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
BALANÇOS TRANSPARENTES Outro projeto vitorioso da Fundação completa 17 anos em 2014: o Troféu Transparência, apelido do Prêmio Anefac-FIPECAFI-Serasa Experian, criado em 1997. A comissão julgadora formada pelos Profs. Sérgio de Iudícibus, Eliseu Martins, Ariovaldo dos Santos, Nelson Carvalho e José Ronoel Piccin, representante da Anefac, analisa a clareza nas demonstrações financeiras publicadas, a qualidade das informações colhidas e divulgadas e a idoneidade dessas organizações — tudo isso se reflete diretamente na imagem das empresas perante seus acionistas, colaboradores, fornecedores, governos e consumidores. Alunos de pós-graduação, mestrado e doutorado de Contabilidade da FEA são envolvidos nesse projeto, utilizando os mesmos balanços que determinam o ranking MM. Depois de tudo apurado, os jurados analisam os resultados e, se necessário, enumeram novos parâmetros, fazendo com que as empresas se sintam obrigadas a trabalhar, no próximo ano, com mais clareza, pois isso agrega valor a elas e a seus produtos. “Não interessa se deu lucro ou não, mas a transparência das informações que a empresa divulga em suas demonstrações contábeis”, explica o Prof. Iran Siqueira Lima. O mercado, em geral, também respondeu bem a esse prêmio, reconhecendo sua grande importância — o Troféu Transparência tornou-se o Oscar da Contabilidade. “Todo mundo fica esperando para saber quem integrará a lista das dez empresas mais transparentes. Só de ser indicada para a premiação, a companhia já se sente vencedora”, conta Prof. Ariovaldo.
DOCENTES ATUALIZADOS Vitorioso mesmo é o Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, promovido pela FEA com o apoio da FIPECAFI, entre outros patrocinadores e apoiadores. Na última edição, em 2014, mais de 850 participantes marcaram presença nesse evento que promove o intercâmbio de estudos e experiências, bem como a divulgação de ideias nacionais e internacionais. “Desde 2001, quando ainda era apenas um Simpósio, organizado pelo Prof. Gilberto Martins, a intenção foi reunir alunos, professores, profissionais e pesquisadores acadêmicos”, explica Prof. Iran Siqueira. Em 2004, paralelamente surgiu o Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade, em que, desde então, estudantes podem apresentar trabalhos para serem avaliados por profissionais renomados. “É enorme a participação dos alunos, entusiasmados com a oportunidade de expor seu artigo, suas ideias”, conta o atual presidente da FIPECAFI e integrante do Conselho Científico, que define diretrizes estratégicas para o Congresso, delineando as perspectivas de melhorias para os próximos anos.
“Fica muito claro para mim que, nesses 40 anos, a FIPECAFI, sempre apoiando o EAC, ajudou a mudar a imagem do contador no Brasil. Seu estereótipo até há alguns anos era o de um homem de viseira, praticamente um guarda-livros. A nossa luta foi transmutar essa visão: o contador é sim um elemento essencial para administrar empresas.” Prof. Sérgio de Iudícibus
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Desse seleto grupo, participam também os Profs. Edgard Cornacchione Jr., Fábio Frezatti, Reinaldo Guerreiro, Ariovaldo dos Santos, Luiz P. Fávero, Nelson Carvalho, Natan Szuster, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mauro Túlio C. Vasconcelos, da Universidade Federal de Pernambuco, o espanhol Salvador Carmona, o americano Lee Radebaugh, a colombiana Mary Vera-Colina, Valmor Slomski e Wellington Rocha — ex-coordenadores do Congresso. O Prof. Gerlando Lima atualmente coordena o grande encontro acadêmico, cuja temática em 2014 foi Novas Perspectivas na Pesquisa Contábil e contou com palestrantes internacionais, como Ahmed Rashad Abdel-Khalil, Brooke Elliott, Christine Cooper, Jasmijn Bol e Mark Peecher. “O papel da FIPECAFI sempre é vital para o sucesso do Congresso, pois dá suporte institucional, logístico e financeiro”, declara o Prof. Welington. Prof. Iran Siqueira faz questão de frisar que a Fundação apoia a participação de docentes do Departamento de Contabilidade e Atuária – EAC em congressos de qualquer parte do Brasil e do mundo. “Se um professor escreveu um artigo, poderá apresentá-lo aonde for, porque a FIPECAFI vai custear a passagem, a estada e cederá uma quantia para gastos com alimentação e locomoção. Como a Fundação é uma instituição privada, a aprovação sai rapidamente. A intenção é a mesma de 40 anos: manter os professores sempre atualizados.”
ESTUDOS FREQUENTES Esse fomento constante faz a roda do conhecimento girar sem parar e o corpo docente produzir mais e mais dados. Dessa forma, estruturou-se a área de pesquisa da FEA/Fundação em quatro grandes linhas: controladoria e contabilidade gerencial; contabilidade aplicada para usuários externos; mercados financeiros, de crédito e de capitais; educação e pesquisa em contabilidade. O setor contempla também laboratórios e centros de estudo, como o Centro de Estudos em Governança Corporativa – CEG, que realiza atividades de pesquisa, consultoria e educação continuada em governança corporativa por meio de uma abordagem multidisciplinar; o Gestão Econômica – Gecon, que possui sistema de informação baseado em gestão por resultados econômicos visando a mensurar o Valor Econômico da Empresa - VEE a qualquer momento; o Centro de Estudos e Pesquisas do Mercado Financeiro – CMF, referência para o mercado brasileiro no que diz respeito à regulamentação e ao funcionamento do mercado financeiro, abrangendo, também, o internacional; e o Centro de Pesquisas em Logística Integrada à Controladoria e Negócios – Logicon, que se dedica exclusivamente à consultoria, ao ensino e a pesquisas de pós-graduação na área de Avaliações Estratégicas & Econômico-Financeiras de programas de Supply Chain Management e Logística Integrada.
“A criação da Revista Contabilidade & Finanças é um verdadeiro marco na trajetória da Fundação por ser uma obra coletiva, fruto de um anseio de professores e alunos. A publicação se desenvolveu e amadureceu, constituindo-se num importante veículo para a comunicação de pesquisas na área de contabilidade, finanças e atuária.” Prof. Fábio Frezatti
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
O Congresso USP de Controladoria e Contabilidade e o Congresso USP de Iniciação Cientíca, que
contam com o apoio da FIPECAFI, são verdadeiras vitrines para docentes e discentes do Brasil e do exterior. Também é a oportunidade de se lançar livros.
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Há ainda o Laboratório de Contabilidade Internacional – Labin, o Centro de Estudos de Mercado de Capitais – Cemec e o Centro de Estudos em Seguros, Previdência e Atuária – Cespa. E a qualquer momento um novo grupo pode surgir. Como se cria um? “Nós, da FIPECAFI, não possuímos dons premonitórios ou advindos de poderes estranhos. Apenas acompanhamos a evolução da sociedade, principalmente em seus aspectos econômicos. Procuramos, então, prever como a contabilidade vai se acoplar às mudanças. Na verdade, nossa intuição ou visão é mais fruto de ‘suor’ do que de ‘inspiração’”, explica o Prof. Sérgio de Iudícibus.
PARA O DIA A DIA Foi observando o mercado que, há cerca de um ano e meio, a Fundação vem amadurecendo outro projeto pioneiro, com previsão para entrar no ar no segundo semestre de 2014: a Revista FIPECAFI, eletrônica e gratuita. Sob a coordenação de Eric Martins, professor da Fundação, o veículo quer atingir escolas técnicas, estudantes, contadores e administradores de empresa por meio de um texto mais acessível, sem o rigor acadêmico exigido pela RC&F. “É também a oportunidade para as pessoas que gostam de escrever, têm boas ideias e sugestões compartilharem suas impressões sobre o mercado. O conselho editorial, formado por professores gabaritados, analisa o conteúdo e, se for interessante, publica”, explica Prof. Eric. Sem periodicidade definida, a Revista FIPECAFI promete publicar ‘traduções’ dos artigos científicos — que frequentemente trazem informações importantes para o dia a dia do contador —, artigos não acadêmicos, teses, dissertações, resenhas de livros e entrevistas com profissionais consagrados no meio contábil. “A intenção é estimular a troca constante de informações com todo o mercado”, finaliza Prof. Eric, reforçando uma das missões da instituição: divulgar o conhecimento em Contabilidade.
Tendo como editor-chefe o Prof. Eliseu Martins, a Revista FIPECAFI surge como uma opção de consulta e estudo para o leitor que vive o dia a dia da Contabilidade.
CLUBE DE INVESTIMENTO CANGURU
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Em 7 de julho de 2006, os Profs. Iran Siqueira Lima,
que seja feito o aporte inicial para part icipar do clube.
Ariovaldo dos Santos, Gerl ando Augusto Sampaio
“A ideia central do Canguru é inspirar em toda a
Franco de Lima e o aluno do programa de pós-
comunidade do EAC e da Fundação a importância da
graduação Rodrigo Paiva Souza davam início, por
formação de poupança em investimentos de longo
intermédio da ABN AMRO Real Corretora de Câmbio
prazo que possibilitem iniciar, manter ou aumentar o
e Valores Mobiliários S.A., ao Clube de Investimento
patrimônio de cada um, sempre levando em conta os
Canguru, nome escolhido por votação pelos alunos de
aspectos de segurança, rentabilidade e l iquidez que
graduação do EAC. Recentemente a gestão do clube foi
devem estar subjacentes a esse tipo de investimento.
transferida para a XP Investimentos - CCTVM S.A.
Adicionalmente, o Canguru permite que técnicas
O Canguru possibilita que alunos de graduação, pós-
de análises sejam discutidas durante as aulas e os
graduação, professores, pesquisadores, estagiários,
cursos ministrados, tanto no EAC quanto na FIPEC AFI,
funcionários do EAC e da FIPECAFI realizem
e possam ser praticadas, ou seja, é possível o
investimentos mínimos no mercado de c apitais,
desenvolvimento do conhecimento individual de f orma
da ordem de R$ 150, sem a necessidade de haver
bem didática em instrumentos financeiros o que, para
contribuições adicionais periódicas — basta apenas
muitos, não seria tão acessí vel”, explica Prof. Iran.
40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
CONSULTORIA AD HOC Desde 1974, a FIPECAFI oferece projetos de consultoria
consultoria em governança corporativa; gestão estratégica
sob medida para o governo, nas esferas federal, estadual e
de preços e custos – simulador MCh; planejamento
municipal, e empresas públicas e privadas. Seja por meio
empresarial & orçamento; planejamento orçamentário
de cursos de capacitação (como citados no capítulo 3),
– Strategic Budget Plan - SBPL; análises setoriais;
seja pela criação ou reformulação de um projeto contábil,
análises econômico-nanceiras; modelagens de negócios;
a Fundação conta com a expertise de professores
assessoria em projetos para abertura de capitais;
altamente preparados, oferecendo soluções práticas p ara
assessoria em governança corporativa e esclarecimentos
o dia a dia das companhias. “Um exemplo é a elaboração
sobre assuntos do mercado de capitais com base nas
do manual sobre juros, direcionado para o cliente do
normas e consultas aos órgãos reguladores. A Fundação
Banco Itaú que não consegue entender os reajustes de
também assina pareceres técnicos em questões como
contratos”, explica Heraldo Oliveira, professor da
reorganização societária, planejamento tributário, conito
FIPECAFI e consultor responsável pelos projetos.
de interesses societários, alternativa de captação de
Entre as soluções oferecidas pela Fundação, estão
recursos, elaboração de análises e projetos para o setor
avaliação de carteiras de crédito; business plan:
público bem como os demais assuntos nas áreas do
elaboração, análise e crítica; consultoria atuarial;
conhecimento de Contabilidade, Atuária e Finanças.
CLIENTES FIPECAFI Anefac
Economus
Previ
Apimec
Editora Abril
Sabesp
Asa Alimentos
Emae
Santista Têxtil
Banco ABN Amro Real
Embraer
Secretaria da Fazenda
Banco Bradesco
Empresa Folha da Manhã
Banco Central do Brasil
Ernst & Young Auditores Independentes
Banco da Amazônia
Febraban
Banco do Brasil
FIA - Fundação Instituto de
Banco Itaú Banco Nossa Caixa Banrisul
Administração Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
de Minas Gerais Sefaz - Secretaria da Fazenda de São Paulo Serasa Sindifumo STJ - Superior Tribunal de Justiça
BM&F
Fundação Osesp
Tegma Logística
BNDES
Fundação Seade
Telebrás
Bovespa
Hydro Brasil Óleo e Gás
Unibanco - União de
Caixa Econômica Federal
Ibri
Casa Civil
Instituto Unibanco
Unibanco Aig Seguros
Cesp
Ipesp
Visanet
Cia. de Seguros Aliança do Brasil
Kontik
Coca-Cola
Libbs Farmacêutica
Coimex Logística Integrada
Mendes Junior Engenharia
Companhia Vale do Rio Doce —
Metrus
atual Vale S.A.
Multi-Tek
Construtora Norberto Odebrecht
Neth Importadora
Correios
Petrobras
Cteep
Prefeitura do Município de São
CVM - Comissão de Valores Mobiliários Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes
Bancos Brasileiros
Bernardo do Campo Prefeitura do Município de São Paulo Prefeitura Municipal de Itabira
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CAPÍTULO 5 – AS PESSOAS
PATRIMÔNIO INESTIMÁVEL
N
o começo dos anos 2000, o Prof. Edgard B. Cornacchione Jr. afivelou as malas e passou quatro anos estudando na University of Illinois at Urbana-Champaign, nos Estados Unidos. Mais recentemente, o Prof. Luiz Fá vero frequentou a norte-americana Columbia Business School por mais de um ano, enquanto o Prof. Alexsandro Broedel Lopes cruzou o Oceano Atlântico para se matricular, por três anos, na London School of Economics and Political Science, na capital inglesa. Em 2013, a portuguesa Isabel Costa Lourenço ficou seis meses em São Paulo responsabilizando-se por vários cursos referentes a IFRS. Nessa época, outros seis renomados profissionais da área contábil passaram uma temporada em solo brasileiro para estudar e também ministrar aulas. Em comum: todos receberam apoio total da FIPECAFI. Histórias como essas ilustram as quatro décadas da Fundação, que nasceu para ajudar o Departamento de Contabilidade e Atuária – EAC, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo – FEA/ USP, a manter o corpo docente atualizado e sempre à frente do seu tempo. Em sua missão, outro tópico foi acrescentado: estimular os professores mais jovens a vestirem a camisa da FIPECAFI, para que várias outras pessoas continuem tendo a oportunidade de se capacitar com os melhores orientadores. Como aconteceu com Luiz Carlos de Oliveira, atual agente de controles internos do Bradesco. Após o curso de Controles Internos e Compliance na Fundação, alcançou um upgrade em sua carreira. “Estudar na FIPECAFI faz a diferença na vida profissional. Meu grande mestre foi o Prof. Nilton Cano Martins, por sua garra, clareza, dedicação e coragem. Ele, ao lado do Prof. Geraldo Barbieri, sempre preocupado em oferecer o que a Fundação tem de melhor, inspirou-me a ser o que sou hoje”, declara o ex-aluno.
BEM-ESTAR ACIMA DE TUDO A preocupação em formar bons profissionais também existe com o time da casa. Atualmente, a instituição conta com uma equipe de aproximadamente 100 pessoas, entre professores, consultores e funcionários administrativos, e 54
40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
“Vários fatos marcaram minha trajetória na FIPECAFI, mas, para mim, o que mais vale são as ótimas amizades que z aqui. Mario
(camiseta azul, à frente), Julia (de marron), Liliane e o Prof. Iran não são somente colegas de trabalho. Sei que poderei contar com eles e tantos outros para sempre.” Ivete Perrone 55
oferece condições para que todos possam continuar adquirindo conhecimento. Desde 2008, a FIPECAFI está instalada num “A gente vê os colaboradores crescendo, tornando-se líderes na própria Fundaedifício de 12 andares. ção. Muitos não somente fizeram a graduação, mas cursos técnicos, de extensão No topo, o telhado verde: pequeno centro e pós-graduação. Eu mesmo concluí a pós-graduação com o apoio da FIPECAde lazer e descanso FI”, conta Mário Fernandes, controller da instituição. para os funcionários da Fundação, com árvores E é ele também quem relata o cotidiano da Fundação. De manhã, um café que orescem o ano todo é servido para todos. “É o momento de conversar, falar do que tem feito fora dae bancos para repouso. Idealizado pelo Prof. qui, de se conhecer. Essa interação dos funcionários faz com que eles se sintam Iran, cará pronto até o mais comprometidos não só com a FIPECAFI, mas uns com os outros. E isso é m de 2014. muito positivo”, explica Mário. “É o nosso centro de conversa”, reforça o Prof. Iran, que marca presença na confraternização diária quando possí vel. Sempre de olho no bem-estar físico e emocional de todos, há três anos contratou uma professora de educação física para fazer ginástica laboral três vezes por semana com a equipe. “A Fernanda também é nutricionista e dá algumas dicas para o pessoal, inclusive por e-mail”, detalha Prof. Iran, que acabou de abrir as inscrições para o Coral FIPECAFI. “Eu fiz parte de coral e sei que ele aproxima, faz as pessoas se soltarem, liberarem aquilo que está preso no peito, no coração. É uma troca intensa de energia. E isso Sempre movimentada, a lanchonete foi eleita pelos alunos e professores como ponto de encontro para colocar a conversa em dia. é muito bom”, conclui o presidente da Fundação. Vale comentar a criação do FIPECAFI Escuta, direcionado para funcionários, professores e alunos. “A gente precisa ter esse canal para se comunicar, ouvir o que está incomodando o outro”, explica Prof. Iran. Há também um encontro mensal, em que durante 30 minutos, o Prof. Iran apresenta a demonstração contábil da instituição. “É importante que todos saibam como funciona a FIPECAFI, de onde vem o recurso, se um projeto é aprovado ou não. Envolvê-los nisso faz com que se sintam mais parte do time.” A FIPECAFI é uma das instituições que divulga mensalmente, no seu site, os resultados obtidos no mês anterior, como forma de prestação de contas, dentro do conceito accountability.
“A FIPECAFI, dada à qualidade do ensino, do corpo acadêmico e da capacidade de inovação, teve um capítulo ímpar na minha formação. O Prof. Ariovaldo dos Santos se tornou uma referência. Com ele tive o prazer de, na sequência do curso MBA Controller, desenvolver e implantar com a FIPECAFI dois MBAs, um aberto e outro fechado.” Prof. Elder Aquino
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
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PRIMEIRO ENDEREÇO FORA DA USP Em suas bodas de prata, em 1999, a FIPECAFI inaugurou a primeira sede na Rua Alvarenga, bem
pertinho do endereço original. “Em dia de muito trânsito, pulei o muro da USP para chegar a tempo
na Fundação”, relembra Prof. Ariovaldo. O espaço, bastante iluminado, foi idealizado com salas de aula e laboratórios, como o Gecon, escritórios administrativos e estacionamento próprio. Porém, a instituição não parava de crescer. Assim, nove anos depois, a FIPECAFI mudava para a região da Avenida Paulista.
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
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INFRAESTRUTURA E SEGURANÇA Outro ponto importante é a informatização. Desde 1998, o processo de eliminar papel continua a todo vapor. “Imagina que nós tínhamos três salas alugadas só para armazenar arquivos. Apostamos em sistemas de informática e, desde então, estamos nos livrando desse volume enorme de impressos gerado pela Fundação, o que garante também mais segurança na transmissão de informações”, explica Prof. Iran. Para Mário, o projeto “despapelização” visa a três pilares: precisão, agilidade e habitualidade. “É necessário treinar as pessoas a adotarem esses procedimentos, já que se deve digitar os dados com precisão, para que sejam rapidamente encontrados e estejam sempre atualizados. Assim todos podem ter acesso a informações de qualidade”, explica o controller. A soma desses tópicos — colaboradores estimulados e infraestrutura de primeira — faz a FIPECAFI ser referência no meio contábil. “Estamos no prédio da Rua Maestro Cardim desde 2008 e ele é perfeito para a constante expansão da Fundação, que não para de criar projetos e lançar cursos, gerando, assim, a receita necessária para se manter e apoiar 100% o EAC”, reforça Mário.
SEMPRE HÁ UM NOVO CAMINHO A mais recente empreitada da instituição foi, após ser certificada com o grau de utilidade pública municipal e estadual — que traz mais transparência e visibilidade ao negócio, dar entrada em 2014 no Ministério da Justiça para igualmente obter a certificação do grau de utilidade pública no âmbito federal. “Com esta última em mãos, a FIPECAFI pode captar recursos no mercado, com o atrativo de que a empresa parceira os abaterá do imposto de renda. E isso é excelente para darmos continuidade ao nosso propósito. Afinal, a FIPECAFI é um ser vivo que pulsa o tempo todo”, finaliza Prof. Iran Siqueira.
“Um dos grandes segredos da FIPECAFI é a união entre nós, professores. Tenho a impressão de que houve aí grande identificação intelectual e também espiritual. Nós temos divergências, lógico, mas elas não chegam ao ponto de abalar a harmonia que existe. Acima de tudo, há muito respeito, admiração e carinho um pelo outro.” Prof. Nelson Carvalho
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
O CORPO DOCENTE Os cursos da FIPECAFI são desenhados e ministrados por professores doutores e mestres, em sua maioria titulados pela FEA/USP em Contabilidade e áreas ans, com experiência no mercado e na docência de pós-graduação lato sensu (MBA). Completam o quadro prossionais inuentes no mercado de trabalho e em projetos de pesquisa para trazer o que há de
mais recente nas suas respectivas áreas. A seguir, em ordem alfabética, o time de ouro da Fundação.
Abreviaturas e titulações utilizadas após o nome do docente
Carla Trematore
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Carlos Alberto Pereira, Dr.
Esp. Especialista
Carlos Antonio Vergara Cammas, Me.
MBA Master in Business Administration (no Brasil ou no exterior)
Carlos Elder Maciel de Aquino, MBA
PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
Carlos Renato Theóphilo, Dr.
Me. Mestre
Cassio Roberto Leite Netto, Esp.
MSc Master of Science (Mestrado no Exterior)
Catarina Moraes, Esp.
Dr. Doutor
Celso Cláudio de Hildebrand e Grisi, Dr. e LD.
PhD Philosophy Doctor (Doutorado no Ex terior) DBA Doctor in Business Administration (Doutorado no Ex terior)
César Biancolino, Dr.
Pós-Dr. Pós-Doutorado
Claudia Emiko Yoshinaga, Dra.
Postdoc Postdoctor (Pós-Doutorado no Exterior)
Daniel Pacíco Homem de Souza, Me.
LD. Livre Docente
Daniel Ramos Nogueira, Me.
Tit. Titular
Diana Lúcia de Almeida, Me. Diogo Toledo do Nascimento, Dr.
Abrão Blumen, Me.
Douglas Yamashita, Dr.
Adalberto A. Fis chmann, Dr. e Postdoc
Edgard B. Cornacchione Jr., Dr., PhD, LD. e Tit.
Aderbal Alfonso Hoppe, Me.
Edmir Lopes de Carvalho, Me.
Alberto Weimann Gergull, Me.
Edson Barbero, Dr.
Alcides Teixeira Lanzana, Me.
Edson Duarte Jardim, Esp.
Alessandra Montini Ventura, Dra.
Edson Ferreira de Oliveira, Dr.
Alexandre Assaf Neto, Dr. e LD.
Edson Luiz Riccio, Dr. e LD.
Alexandre Di Miceli da Silveira, Dr.
Eduardo Fraga Lima de Melo, Dr.
Alexsandro Broedel Lopes, Dr. PhD e LD.
Eduardo Pozzi Lucchesi, Dr.
Alvaro Ricardino, Dr.
Eduardo Vieira dos Santos Paiva, Me.
Amaury José Resende, Dr.
Elionor Farah Jreige Weffort, Dra.
Ana Claudia Akie Utumi, Dra.
Eliseu Martins, Dr., LD., Tit. e Benemérito da USP
André M. C. Goulart, Dr.
Eloane Fernandes, Me.
André Luiz Oda, Dr.
Eloisa Maria dos Reis Branquinho, MBA
Andson Braga de Aguiar, Dr.
Emanoel Marcos Lima, Dr.
Antonio Carlos Colangelo Luz, Esp.
Ênio Bonafé Mendonça de Souza, Dr.
Antonio Carlos Cordeiro Côrtes, MBA
Eric Aversari Martins, Dr.
Antonio Carlos dos Santos, PhD.
Eric Barreto de Oliveira, Me.
Antonio Cesar Amaru Maximiano, Dr. e LD.
Ernesto Rubens Gelbcke, Esp.
Antonio Claudio Reis de Paiva, Dr. e Ph.D
Evandro Luis de Oliveira, MBA
Antonio Westenberger
Fabiana Lopes da Silva, Dra.
Ariovaldo dos Santos, Dr., LD. e Tit.
Fabiano Guasti Lima, Dr.
Artur Franco Bueno, Me.
Fábio Frezatti, Dr., LD. e Tit.
Bruno Meirelles Salotti, Dr.
Fábio Garrido Leal Martins
Camila Pereira Boscov, Me.
Fábio Rodrigues de Oliveira
Carla Fernandes de Moura Caruso, Me.
Fernando Caio Galdi, Dr. e PostDoc
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Fernando Dal Ri Murcia, Dr.
Leslie Marko, Me.
Flávia Zóboli Dalmácio, Dra.
Lindolfo G. de Albuquerque, Dr. e LD.
Flávio Torres Urdan, Dr.
Luciana Aparecida Martinez Zaina, Me
Francisco D’Orto Neto, Ms.
Luciane Reginato, Dra.
Francisco Henrique Figueiredo de Castro Júnior
Lucy Sousa, Dra.
Frank Pizo
Luís Eduardo Afonso, Dr.
Freddy Poetscher, Dr.
Luiz Augusto Ferreira Carneiro, PhD.
George André Willrich Sales, Ms.
Luiz João Corrar, Dr. e LD.
Geraldo Barbieri, Dr.
Luiz Paulo Lopes Fávero, Dr. e LD.
Geraldo Lino de Campos, Dr. e LD.
Maísa de Souza Ribeiro, Dra., LD. e Tit.
Gerlando Augusto Sampaio Franco de Lima, Dr. e LD.
Manuel Enriquez Garcia, Dr.
Gilberto de Andrade Martins, Dr., LD. e T it.
Mara Jane Contrera Malacrida, Dra.
Giovani Antonio Silva Brito, Dr. e Me.
Marcelo Coletto Pohlmann, Dr.
Guillermo Oscar Braunbeck, Dr.
Marcelo de Aguiar Coimbra, Msc.
Hamilton Luíz Corrêa, Dr. e Postdoc
Marcelo Petroni Caldas, Esp.
Helcio P. Previtalli Jr.
Márcia Regina Calvano Machado, Me.
Hélio Eduardo Martinez Pavão, MBA
Marcial Tadeu Borelli, Me.
Henrique Formigoni, Dr.
Marcio Yamachira, CFA, C AIA
Heraldo Gilberto de Oliveira, Me.
Márcio Bobik Braga, Dr.
Hosannah Minervino dos Santos Filho, Me.
Márcio Luiz Borinelli, Dr.
Humberto Silva Aillón
Marco Antonio de Barros Penteado, Dr.
Ingrid Neubauer, Esp.
Marco Aurélio Morsch, Me.
Iran Siqueira Lima, Dr.
Marcos Ferraz Paiva
Irene Kazumi Miura, Dra.
Marcos Peters, Dr.
Jacqueline Veneroso Alves da Cunha, Dra.
Marcus Frederico Botelho Fernandes, Esp.
Jankel Lebesch Fuks, Esp.
Maria do Carmo Colturato e Silva
Jerônimo Antunes, Dr.
Maria do Carmo Whitaker, Me.
Joanília Neide de Sales Cia, Dra.
Mária Pereira Martins de Carvalho, Esp.
João Carlos Prandini, Dr.
Marina Mitiyo Yamamoto, Dra. e LD.
João Domiraci Paccez, Me.
Mário Rodriguez Amigo, Me.
João Muccillo Netto, Dr.
Marta Cristina Pelucio Grecco, Me.
João Roberto Rodrigues Bio
Masayuki Nakagawa, Dr., LD. e Tit.
Jorge Andrade Costa, Me.
Mauro Fernando Gallo, Dr.
Jorge de Souza Bispo, Dr.
Melânia de Lourdes Vaz, Me.
José Antônio Patrocínio
Miguel Leoncio Pereira, Esp.
José Dutra de Oliveira Neto, Dr.
Milena Sanches Tayano dos Santos, Esp.
José Dutra Sobrinho
Milton Barossi Filho, Dr.
José Francisco Azank, Esp.
Mônica Sionara Schpallir Calijuri, Dra.
José G. Lupoli Júnior, Dr.
Nadia Wacila Hanania Vianna, Dra.
José Roberto Kassai, Dr.
Nahor Plácido Lisboa, Dr.
José Roberto Rosa, Esp.
Nancy Assad, Esp.
José Silvério Accetturi, Esp.
Napoleão Verard Galegale, Dr.
Juarez Alexandre Baldini Rizzieri, Dr. e Postdoc
Nelci Moreira de Barros, Dr.
Jussara Pimenta Matos, Dra.
Newton Cezar Conde, Me.
L. Nelson Car valho, Dr.
Ney Galardi
Lázaro Plácido Lisboa, Dr. e Postdoc
Nilton Cano Martin, Dr.
Lélio Lauretti, Esp.
Otávio Gomes Cabello, Me.
40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
Patricia dos Santos Vieira, Dra.
Samir Sayed
Paulo Henrique Pêgas, Me.
Sandra Lima Santos, Esp.
Paulo Renato dos Santos, Dr.
Sérgio Augusto Malacrida Júnior, Me.
Paulo Roberto da Rosa, MBA
Sergio Rodrigues Bio, Dr.
Plínio Barreto da Silva
Sérgio Rogante Bio, MBA
Plínio Setti da Costa
Silvia Pereira de Castro Casa Nova, Dra. e LD.
Rafael Sasso, Me.
Sílvio Hiroshi Nakao, Dr.
Renato Ferreira Leitão Azevedo, Me.
Silvio Secanechia Paixão, Esp.
Renê Coppe Pimentel, Dr.
Simão Davi Silber, PhD
Reinaldo Guerreiro, Dr., LD. e Tit.
Tania Casado, Dra.
Reinaldo Passadori
Tânia Regina Sordi Relvas, Dra.
Ricardo Hirata Ikeda, Dr.
Tatiana Albanez, Dra.
Ricardo José de Almeida, Dr.
Thaís Alves
Ricardo Lopes Cardoso, Dr.
Tiago Nascimento Borges Slavov, Me.
Ricardo Madrona Saes, Esp.
Turíbio Silveira Neto
Ricardo Pacheco, Dr.
Valdeci José da Silva, MBA
Robert Henry Srour, Dr.
Valdir Domeneghetti, Me.
Roberta Carvalho de Alencar, Dra.
Valmor Slomski, Dr.
Roberto Coda, Dr. e LD.
Vera Rita de Mello Ferreira, Dra.
Roberto Luiz Martins de Castro
Vilma Geni Slomski, Dra.
Rodolfo de Castro Souza Filho, Me.
Vinícius Aversari Martins, Dr.
Rodrigo Octavio Marques, Dr.
Vladimir Grijó, Esp.
Rodrigo Takashi Okimura, Dr.
Wanderlei Lima de Paulo, Dr.
Ronaldo Nogueira e Nogueira, MBA
Washington Lopes da Silva, Me.
Roni Cleber Bonizio, Dr.
Welington Rocha, Dr.
Ruy Lopes Cardoso, Me.
A FIPECAFI contém em seu quadro mais de 190 acadêmicos, muitos deles doutores em Contabilidade, como o Prof. Geraldo Barbieri.
63
CAPÍTULO 6 - A LIDERANÇA
MAIS VIDA À FIPECAFI “O Conselho Curador da FIPECAFI deliberou — sem que ele soubesse — dedicar esta parte do livro comemorativo dos 40 anos da Fundação ao Prof. Iran Siqueira Lima, não só o seu mais longevo como presidente, mas o que a colocou neste patamar ímpar. Sendo assim, pediu à sua esposa, Maria Ercilia, para materializar esse tributo e reconhecimento, o que acabou suscitando uma mistura de diferentes emoções. Professor Iran, nosso eterno muito obrigado e nossas eternas homenagens. O Conselho Curador.” Por Maria Ercilia Mota Lima
“
64
F
alar dos 40 anos da FIPECAFI leva-nos ao Prof. Iran, que nos remete a compromisso, luta, coragem, persistência, determinação, características deste homem com quem compartilho a caminhada de vida desde 1967. Naquela data nossos caminhos se cruzaram pela primeira vez, num certo baile de formatura, num certo Hotel Glória, do Rio de Janeiro... Em 1969 a professora primária do antigo Estado da Guanabara (hoje Rio de Janeiro) e o futuro economista, contador e professor universitário resolveram transformar esse encontro num compromisso mais forte, duradouro e abençoado por Deus, iniciando uma vida em comum que permanece até hoje, 45 anos depois. A construção de uma carreira se confunde com a história de vida da pessoa, com a prática dos próprios valores, com suas crenças, que vão moldando sua tra jetória com maior ou menor dificuldade. No caso do Iran, as conquistas vieram acompanhadas de muita luta, pouco conformismo, muito estudo, valores muito fortes, bem distantes de frases como ‘vai dar tudo certo’, ‘não se preocupe’, ‘não precisa se esforçar tanto’. Pelo contrário: ‘estude!’, ‘lute!’, ‘acredite!’, ‘não desista!’. Essa trajetória de vida foi entremeada de algumas ‘idas e vindas’, desde o Rio de Janeiro, onde nasceu nosso filho Luis Eduardo, passando por Brasília, quando chegou a nossa menina Ana Gabriela, vivendo em São Paulo, para o mestrado em 1975, voltando a Brasília para assumir compromissos no Banco Central do Brasil e novamente com retorno a São Paulo, na condição de professor da USP, dentre outros desafios profissionais. É fato que as mudanças foram exigindo da família certa dose de disponibilidade e flexibilidade, não raras vezes alcançadas com algum custo pessoal. Caso do meu curso de graduação universitária, que passou por todo esse ca-
40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
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minho, com transferências, trancamentos até ser concluído, sempre com seu apoio e orientação. Quando cursava o mestrado em 1975, a FIPECAFI entrou definitivamente em sua vida! Criada em 1974 por professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras surgiu com o objetivo de atuar de forma diferenciada a fa vor dos profissionais dessas áreas. A partir de então, Prof. Iran passou a contribuir para o engrandecimento e sucesso da Fundação, como órgão de apoio à pesquisa e educação acadêmica, tendo como proposta a valorização das áreas Contábil, Atuarial e Financeira no Brasil, o que se transformaria numa missão em sua vida. Dentre os exemplos dessa dedicação à FIPECAFI, posso mencionar dois casos: o difícil momento da aquisição do Edifício Sede da Fundação, em 2008, e a criação do Curso de Graduação em Ciências Contábeis, em 2011, projeto avaliado pelo MEC com nota máxima. Nas duas situações, o empenho pessoal na busca de uma solução suplantou, e muito, a responsabilidade profissional de um diretor presidente! Falar do Prof. Iran é também discorrer sobre alguém que se orgulha em contribuir para o desenvolvimento dos outros. Sempre disponível para explicar, tirar dúvidas, orientar, ensinar no sentido mais completo da palavra. Ele não apenas repassa conhecimento, mas compartilha experiências, tenta encontrar alternati vas para a condução de dificuldades pessoais, não só com seus alunos, mas com
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL DE PRIMEIRA
66
Mestre e doutor em Controladoria e Contabilidade da
ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis - FACPC.
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Consultor, palestrante e parecerista da área nanceira em
da Universidade de São Paulo. Graduado em Economia
empresas dos mais diversos portes e áreas de atuação.
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ e em
Foi e é membro de Conselhos de Administração e Fiscal
Contabilidade pela Associação de Ensino Unicado do
de diversas companhias abertas. É membro da Comissão
Distrito Federal - AEUDF, é pós-graduado em Engenharia
de Arbitragem da Bolsa de Valores de São Paulo e da
Econômica e Administração Industrial pela Universidade
Comissão de Listagem (Bovespa-Mais) da Bolsa de Valores
Federal do Rio de Janeiro UFRJ e em Mercado de Capitais
de São Paulo. Membro de Conselhos Editoriais de diversas
pela Fundação Getúlio Vargas - FGV, além de Especialista
revistas, autor de artigos de Finanças e Mercado de Capitais
em Mercado Financeiro, com diversos cursos nos Estados
e diretor geral de pesquisa do livro Manual de Contabilidade
Unidos e Japão. Prof. Iran foi executivo nas áreas de
dos Fundos de Investimentos, editado pela FIPECAFI.
Finanças e Mercado de Capitais em empresas de porte
É coautor de livros, destacando-se os mais recentes:
e setores variados e, também, diretor em instituições
Contabilidade e Controle de Operações com Derivativos;
do Governo Federal, destacando-se Banco Central do
Mercado Financeiro - Aspectos Históricos e Conceituais;
Brasil, Telebrás, secretário executivo da Sest - Secretaria
Fundos de Investimento - Aspectos Operacionais e
de Controle e Orçamento das Empresas Estatais e do
Contábeis; Fundamentos dos Investimentos Financeiros;
Cise - Conselho Interministerial de Salários das Empresas
Mercados de Investimento Financeiro; Curso de Mercado
Estatais. Atualmente é diretor presidente da Fundação
Financeiro. É professor de Finanças e Mercado de Capitais
Instituto de Pesquisas Contábeis Atuariais e Financeiras
dos cursos de MBA da FIPECAFI e professor dos cursos
- FIPECAFI, diretor geral da Faculdade FIPECAFI,
de graduação e pós-Graduação do Departamento de
presidente do Conselho Curador da Fundação de Apoio
Contabilidade e Atuária da FEA-USP.
40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
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5
7 6
Em 1982, Prof. Iran foi nomeado diretor de Mercado de Capitais do Banco Central do Brasil (1). Ao lado de Masayuki Nakagawa e Sérgio de Iudícibus nos 20 anos da FIPECAFI (2). Na capa da revista Anefac (3) e ministrando palestras em eventos organizados pela instituição coirmã (4 e 5). O acadêmico foi homenageado pelo Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (6) e recebido pelos alunos do Colégio Bandeirantes, na capital paulista (7).
todos os que o procuram. Orgulha-se em comentar que conversa com todos na Fundação, pois as pessoas, segundo ele, ‘merecem todo o respeito e atenção, independentemente da função que exercem’. Uma das frases que tenho ouvido com muita frequência é ‘minha sala é como coração de mãe, sempre tem lugar’. Essa filosofia de vida tem sido repassada a todos que com ele convivem. Ninguém é apenas profissional, e o Prof. Iran também tem seus momentos mais ‘intimistas’. Embora não muito ‘ligado’ em festas, gosta de esportes (tênis e vôlei), música (Vinicius, o poetinha), piano e canários. Mas hoje seus momentos de descontração estão direcionados para duas menininhas muito especiais: Sophia, uma australianinha de 4 anos, e Laura, uma carioquinha de 3 anos, netinhas queridas, que, embora um pouco distantes, estão presentes em nosso coração! Gosto muito de uma frase da grande Cora Coralina, que acredito conser var um alinhamento com as crenças e os valores praticados pelo Prof. Iran: ‘Não podemos acrescentar dias a nossa vida, mas podemos acrescentar vida aos nossos dias!’. A família FIPECAFI e eu desejamos muita vida aos dias do Prof Iran, para que possa acrescentar muitos dias vitoriosos à Fundação!” 67
FIPECAFI POR DENTRO INSTITUIDORES DA FIPECAFI Aguinaldo de Andrade Filho Albino Mayrink Alecseo Kravec Alfredo Kazuto Kobayashi Alkindar de Toledo Ramos
Antonio de Loureiro Gil Antonio Pereira do Amaral Antônio Peres Rodrigues Filho
Armando Catelli Bernardo Fontana Cecília Akemi Kobata Chinen Edmundo Éboli Bonini Edson Castilho Eduardo Weber Filho Eliseu Martins Erich Dietrich Lemmermann Ernesto Rubens Gelbcke
Hirondel Simões Luders João Tápias Olivério Joaquim Eduardo de Almeida Magalhães Jacob Ancelevicz Jorge Chican José Cláudio Curioni José da Costa Boucinhas José Gomes da S. Sobrinho Keyler Carvalho Rocha
Lázaro Plácido Lisboa Luís Alves da Silva Luiz Benatti Lydiberto dos Santos Villar Manuel de Jesus Gomes dos Santos Masayuki Nakagawa Milton Improta Nelson dos Santos Oswaldo Denone Rolf Mário Treuherz
Sérgio de Iudícibus Sérgio Rodrigues Bio
Stephen Charles Kanitz Waldemar Giomi
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
PRESIDENTES DO CONSELHO CURADOR De 1974 a 1978 – Prof. Laerte de Almeida Moraes De 1978 a 1980 – Prof. Antonio Pereira do Amaral De 1980 a 1984 – Prof. Antônio Peres Rodrigues Filho De 1984 a 1986 – Prof. Alkindar de Toledo Ramos
De 1987 a 1998 – Prof. Sérgio de Iudícibus De 1999 a 2002 – Prof. Alkindar de Toledo Ramos
De 2003 a 2005 – Prof. Iran Siqueira Lima De 2005 a 2008 – Prof. Eliseu Martins De 2008 a 2011 – Prof. Sérgio de Iudícibus Desde 2011 – Prof. Eliseu Martins
DIRETORES PRESIDENTES DA DIRETORIA E XECUTIVA De 1974 a 1980 – Prof. Antônio Peres Rodrigues Filho
De 1980 a 1985 – Prof. Sérgio de Iudícibus De 1985 a 1990 – Prof. Eliseu Martins De 1991 a 1996 – Prof. Iran Siqueira Lima De 1997 a 1998 – Prof. Eliseu Martins De 1999 a 2002 – Prof. Iran Siqueira Lima De 2003 a 2004 – Prof. Ariovaldo dos Santos De 2005 a 2015 – Prof. Iran Siqueira Lima
DEMAIS CONSELHEIROS E DIRETORES DESDE 1974 Alecseo Kravec Alexandre Assaf Neto Antonio Delm Netto
Ariovaldo dos Santos Armando Catelli Carlos Alberto Pereira Cecília Akemi Kobata Chinen Diogo Toledo do Nascimento Edison Castilho Edmundo Éboli Bonini Edson Luiz Riccio Ernesto Rubens Gelbcke
Fábio Frezatti Geraldo Barbieri Hirondel Simões Luders Jacira Tudora Carastan João Domiraci Paccez João Tápias Olivério José Carlos Marion José da Costa Boucinhas José Raphael Guagliardi
L. Nelson Carvalho Lázaro Plácido Lisboa Lenita Corrêa de Camargo Luiz Benatti
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Luiz João Corrar Lydiberto dos Santos Villar Márcia Martins Mendes Marina Mitiyo Yamamoto Masayuki Nakagawa Milton Improta Nelson dos Santos Nena Gerusa Cei Reinaldo Guerreiro Roberto Braga
Sílvia Pereira de Castro Casa Nova Stephen Charles Kanitz Welington Rocha
William Celso Silvestre Wlademiro Standerski
EQUIPE DIRETIVA FIPECAFI - 2014 CONSELHO CURADOR Presidente – Prof. Eliseu Martins
MEMBROS NATOS Prof. Ariovaldo dos Santos Prof. Fábio Frezatti Prof. Masayuki Nakagawa Prof. Reinaldo Guerreiro
Prof. Sérgio de Iudícibus
MEMBROS ELEITOS ATÉ 2015 Prof. Gilberto de Andrade Martins Prof. Lázaro Plácido Lisboa Profa. Marina Mitiyo Yamamoto Profa. Roberta Carvalho de Alencar
Prof. Edgard Bruno Cornacchione Jr. Prof. Gerlando Augusto Sampaio Franco de L ima Profa. Joanilia Neide de Sales Cia Profa. Luciane Reginato
Prof. Márcio Luiz Borinelli
DIRETORIA EXECUTIVA Diretor presidente – Prof. Iran Siqueira Lima Diretor Administrativo/Financeiro - Prof. Carlos Al berto Pereira Diretor de Cursos - Prof. Luiz Paulo Lopes Fávero Diretor de Pesquisas - Prof. L. Nelson Carvalho
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40 ANOS DE FORMAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO
CONSELHO FISCAL MEMBROS EFETIVOS
Prof. Edison Castilho Prof. João Domiraci Paccez Prof. Nelson dos Santos MEMBROS SUPLENTES
Prof. José Roberto Kassai
Prof. Luiz Eduardo Afonso Profa. Tânia Regina Sordi Relvas IPECAFI
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente - Prof. Ariovaldo dos Santos Diretor Administrativo/Financeiro - Prof. Geraldo Barbieri Diretor de Cursos - Prof. Fábio Frezatti Diretor de Pesquisas - Prof. Reinaldo Guerreiro
ASSOCIADOS Abel – Associação Brasileira das Empresas de Leasing Ancor – Associação Nacional das Corretoras de Valores, C âmbio e Mercadorias
Antunes Auditores Associados S.C. Apply Auditores Associados S.C. Baker Tilly Brasil Auditores Independentes S.C. Banco Bradesco S.A. Banco Central do Brasil Banco do Brasil S.A. Banco Itaú S.A. Banco Nossa Caixa S.A. Boucinhas & Campos Soteconti Auditores Independentes Bovespa – Bolsa de Valores de São Paulo Conde Consultoria Atuarial Ltda. CVM – Comissão de Valores Mobiliários Directa Auditores Ernst & Young Auditores Independentes S.C. Febraban – Federação Brasileira de Bancos FIPECAFI Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil Itausa – Investimentos Itaú S.A. J.A.G. Contábil S.S. Ltda. KPMG Auditores Independentes L & M Consultores As sociados S.C. Ltda. Macso Legate Consultores Ltda. Mafer Consultoria Contábil S.C. Ltda. Magalhães Andrade S.C. Auditores, Advogados, Consultores Mérito Auditores Independentes PRA Consulting Ltda.
Starrett Indústria e Comércio Ltda. Unibanco – União de Bancos Brasileiros S.A. 71