culto Reflexao sobre moderno dos deuses fe(i)tiches
culto Reflexoo sobre moderno dos deuses fe(i)tiches
C o o r d e n a ~ a
Editorial
Irm Jacint Jacint Turolo Turolo Garcia Garcia
Latour
Bruno
Assess Assessori ori Administrativa
Irma Teresa Teresa An Sofia Sofialli lli
T
R
A
D
Sandra
C o o r d e n a ~ a o
da C o l e ~ a o
Filosofia
U
~
A
O
Morei.ra
,I
Politica
Lui Eugenio Eugenio Vesc Vescio io
F I L O S O F I A ~ ) P O L i T l C A Edftor. d. Unlvlraldld, Unlvlraldld, do Slgr,do
C o r . ~ i o
culto Reflexoo sobre moderno dos deuses fe(i)tiches
C o o r d e n a ~ a
Editorial
Irm Jacint Jacint Turolo Turolo Garcia Garcia
Latour
Bruno
Assess Assessori ori Administrativa
Irma Teresa Teresa An Sofia Sofialli lli
T
R
A
D
Sandra
C o o r d e n a ~ a o
da C o l e ~ a o
Filosofia
U
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Morei.ra
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Politica
Lui Eugenio Eugenio Vesc Vescio io
F I L O S O F I A ~ ) P O L i T l C A Edftor. d. Unlvlraldld, Unlvlraldld, do Slgr,do
C o r . ~ i o
Sumario
Prefacio
Prolago Primeira parte: objecos-encantados. objecos-encantados. objeros-feicos* Como os modernos modernos fabric fabricam am {eei {eeich ches es entre aquel aqueles es com quem e n tr tr a m e m contato
Como os modernos consegue
construir seu pr6prios pr6prios {eei {eeieh ehes es
modernos Como as modernos ......
e s f o r ~ a m - s e para distinguir riches riches sem, concudo, concudo, consegui-lo consegui-lo
Com fara fara modernos Como
a ta ta s
{eei {eeieh ehesconfundem esconfundem suas suas virtudes virtudes mesma entre entre as
pta. pta.ri rica ca do fe(i fe(i)ti )tiche che esca escapa pa
Como estabelecer
perfil perfil de
tu
(eoria
antifetichista
Como representar representar os fe(i)t fe(i)tich iches es clivado clivado dos modernos -p a v o re re s * * Segunda p a r t e T r a n s -p
Nota do tradutor original original fran france ce grafa grafa /aitiche. Est eerm eerma, a, se equi equiva va l e c e e m p or or tu tu gu gu es es , c on on de de ns ns a d ua ua s f on on te te s e ti ti mo mo 16 16 gi gi ea ea s que apres apresen entam tam ao rnes rnesmo mo tempo, tempo, fone fonema ma quas quas iden identi tieo eos: s: fait a dj dj . f ei ei to to ; f ei ei to to , f et et ie ie h s .m .m . fetiche. Isto permite estabele<;,a, em fran qu france ces, s, urn jogo jogo sutil sutil entte s en en t id id a /aitic iche he fetiche. as sonoridade sonoridade das palavra palavra /ait r er er m a q qu u i s ug ug e rido, rido, fe(i fe(i)t )tie iehe he buse buse eons eonser erva va tais tais suti sutile leza zas, s, eond eonden ensa sand ndo, o, igualmente, os senti sentido do do termo termo em portug portugues ues "fei "feito to "fe "fe tiehe", tiehe", tomados tomados na aeepc;ao propos proposta ta pel auto autor, r, onde onde primei ro "par "paree ee remete remete real realid idad ad exte exteri rior or", ", segundo, segundo, "a eren eren ,as absurdas do sujei sujeito" to" grande grande dificu dificulda ldade, de, em portug portugues ues eons eonsis iste te em reprod reproduzi uzi sono sonori rida dade de do termo em frances.
Como obret, g contrabando
r ~ a s
ao migrantes migrantes de perife periferia ria as divindad divindades es de
Como Como sepriva da interior interiorida idade de Com estabe estabelec lecer er
da exteri exteriorid oridade ade
"cader "caderno no de encar encargos gos da diyinda diyindades des
Como transferir transferir as paYo paYore re Como compreender uma at;a at;a "superada "superada pelo acontecim acontecimentos" entos"
No original: objets-/ies,objets-/aits. Os termos termos se valem valem dos difere diferente nte sentid sentidos os de dai fonem fonemas as quase quase identi identicos cos em frances: fi adj. aquila que encantado, encantado, que possui possui poderes poderes magicos; magicos; s.f fada, fada, feitice feiticeira ira efait adj. adj. feit feito; o; s.m. s.m. feit feito, o, fato fato tr dut; dut; na cons conseg egue ue capt captar ar sutil sutilez ez desta rela. rela.;a ;ao. o. (N.T.) ** No original: trans-/rayeurs. T er er m q u c o on n de de n nss a s en en ti ti do do s d e transferencias [trans/erts] pavores pavores [frayeursl confor conforme me designad designad pel termo original estabele Psicologi Psicologia. a. estabelece ce urn duplo sentido sentido sonoro sonoro en tre trans/erts [transfere [transferencia ncias] s] trans-/rayeurs [trans-pa [trans-payore yores}. s}. (N.T.)
Tobie Nathan
s.."ua
equipe equipe recebe receberamram-me me durant tres tres me
ses em suas suas cons consul ulta ta de etnops etnopsiqu iquiat iatri ria. a. Isab Isabel elle le Sten Stenge gers rs pe diu-me que vies viesse se explic explicar ar em se semimi semimiri ri
efeito efeito desta expe expe rienda, qu tento definir definir algun algun anos anos sobr sobr antro antropo polog logia ia modernos nos Philippe Philippe Pignarre Pignarre propos propos-me -me acol acolher her esra esra re£ledos moder xao, muito prov provis isor oria ia no ambito ambito de su cole<;ao, f i d e c e e car dialogo entre aqueles que fala fala do fato fato aque aqueles les que fa la os feti fetich ches es Acei Aceite te oportu oportunid nidade ade que me oferec oferecera era de comparar cenos efeitos da soci sociol olog ogia ia da cien cienci cias as co algu alguns ns tra<;os da etnopsiquiatria. etnopsiquiatria. Escolh Escolh centrar minha compar compara<; a<;ao ao na no<;ao multiforme multiforme de cren<;a. De fato fato noss nossos os ante antepas passa sado dos, s, adepto adepto do pensame pensamento nto li vre, vre, zomb zombar arem em de no sa cren<;as extravag extravagante ante e, ao mesmo tempo, tempo, do outro outros, s, lega legara ra iron ironia ia qual Voltaire Voltaire apos apos tant tantos os soub soub da tom. tom. Ma para para ridi ridicu cula lari riza za assi assi todo todo os cultos, cultos, paraderrubar todos todos os [dolos [dolos seria seria precis precis acreditar acreditar na ra zao, zao, unica for<;a capa capa de refutar refutar toda toda essa essa louc loucura uras.. s.. Com fa la simetr simetrica icamen mente te de como como os outr outros os se acre acredi dita ta ne na raza raza ne na cren<;a, respeitando, ao mesmo mesmo tempo, tempo, os fetich fetiches es os fato fatos? s? Esfo Esforc rcei ei-me -me par real realiz izar ar isso isso de forma forma um tanto desa desa jeitada, jeitada, definindo definindo agnosticis agnosticismo mo como uma form form de acre acre dita ditar, r, em abso absolu luto to na no<;3:o de cren<;a. P o m ei ei o de seus seus prudentes prudentes cons conselh elhos, os, Isabel Isabelle le Stenger Stengers, s, Antoine Hennion, Emilie Hermant, Tobie Nathan, tentaram tornar tornar este este texto texto meno meno biza bizarro rro mas como como eu os asses assessor sorei ei mal,
eles eles quas quas na conseg conseguir uiram am real realiz izar ar tal tare tarefa fa donde donde esse esse "ob jeto compacto que fala de outros outros objetos objetos compac compactos tos Agrade,o Agrade,o igual igualme menre nre aos pesq pesqui uisa sado dore re do Cres Cresal al de Saint-Etienne, por sua uteis sugest5e sugest5es. s.
"Diz"Diz-se se que os povo povo de pele pele clar clar qu habita habita fajx fajx setentrion tentrional al do Atlantic Atlantic praticam praticam uma forma forma particular particular de cult as divi divind ndad ades es le partem partem em e x p e d i ~ a o outr outras as n a ~ 5 e s , apro priam-se priam-se da esratu esratuas as de seus seus deuse deuses, s, as destroem destroem em imen imensa sa fogueir fogueiras, as, conspurcan conspurcando-a do-a com as palavra palavra 'fetic 'fetiches! hes! fetich fetiches!' es!' que em sua lfngu barbar barbar parec parec signif significa ica ' f a b r i c a ~ a o , falsida de mentir mentira'. a'. Ainda Ainda que afirm afirmem em na poss possuir uir nenhum nenhum feti fetich ch ter recebi recebido do apen apenas as de si pr6pri pr6prios os miss missao ao de livrar livrar as outras outras na C;5es do mesmos mesmos parece parece que sua divindades divindades sa muito podero sas. Na verdade, verdade, suas suas expe expedi dic; c;5e 5e aterrorizam aterrorizam assombram assombram os po assi assi atac atacad ados os por mei de deus deuses es conc concor orre rent ntes es que le chamamde chamamde Mau Din, cujopoder parece parece se cao misterioso misterioso quan to inve invenc ncfv fvel. el. Acredi Acreditata-se se que tenham erguido erguido vari varios os templos templos que os cultos cultos real realiz izad ados os no interior interior do mesmo mesmo sejam sejam taO estra nhos nhos assus assusta tador dores es barbar barbaros os quanto os realiz realizado ado no exteri exterior. or. decorr rrer er da grand grandes es ceri cerimo moni nias as repe repeti tida da de geraC;ao em No deco g e r a ~ a o e s d es es tr tr oe oe m s eu eu s i do do lo lo s g ol ol pe pe s d e m ar ar te te lo lo ; partir de enca que declar declaramam-se se livres livres rena renasc scid idos, os, na tend encao, o, nem ancest ancestrai rais, s, nem mestre mestre Acredi Acreditata-se se que tirem tirem grande grande be nefi nefici ci dest destas as ceri cerimo moni nias as pois pois livr livres es de todo todo os seus seus deus deuses es podem faze fazer, r, durant est periodo periodo tudo que quiser quiserem, em, combi combi forc;as as do quarro nando as forc; quarro Elem Element entos os aque aquela la do is Rein Reinos os do trinea trinea seis seis Infe Infern rnos os se se sentirem, de mod algum, algum, res res ponsav ponsaveis eis pela violenc violencias ias assi provoc provocada adas. s. Um ve termina termina o rg rg ia ia s d iz iz -s -s e q u e nt nt ra ra m e m g ra ra nd nd e d es es es es pe pe ro ro , q ue ue ,
suas estatuas destrufdas resta-lhes apenas, acreditar-se responsaveis p o t ud o q u a co nt e ce u que chamam 'humano' au 'sujeit livre de si', au ao (oorraeio, que nao sa responsaveis encontram inteiramente submetidos ao que cha po n ad a ma 'natureza' au 'ohjeto causa d e t u do ' traduzero mal na noss lingua. Assim, como que aterrorizados por sua aos pes de
propriaaudaci para por fi ao seu desespero, restauram as di vindades Mau Di que acabara de dest!uir oferecendo-lhes milhares de oferendas milhares de sacrificios, recolocando-as no cruzamentos, protegendo-as com areas de ferro, como faze mo co fundo do toneis Diz-se, po fim, que forjaram urn deus sua imagem, i5tO e, como eles, ora senhor absoluto de tudo que fabrica, ora inteiramente inexistente. Estes povo bar baro parecem nao compreender que agir quer dizer." (Relat6 ri do conselheiro Deobale enviado China pela corte da Co rei., na merade do ,eculo XVIII).
rte Objetos-encantados, objetos-feitos Pri
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Como as modernlliftlltam fetiches entre ,1ii1!hA;'di:;"b+A aqueles am em en cantat
ur estado mental, ma urn efeico da rela v is it an t sabe, visitado acredita OU, ao contcirio, visitante sabia, vi sitado faz compreender que el acreditava saber. Apliquemos este prinefpia caso do modernos. P o t o da s os lugares oode lanc;a aneora estabelecem fetiches, isto e, os modernos veem, em r od o a s p ov o que encontram, adoradore de objeto que nao sa nada. Como tern que explicara si peoprios bizarriades ta adorac;ao, code nada de objetivo pode se percebido, de su poem, entre a s s el va ge ns , u r e st ad o m en t a que remeteria ao que interno n a ao que externo. m e di d a e m que frente de c o l o n i z a ~ a o a v a n ~ a v a , mundo se povoava de crentes. mo derno aquele que acredita que outros acreditam agnostico ao contdrio, n a s e pergunta se preciso acreditar au nao, ma p a q u a s m od er no s t er n tanta necessidade da c r e n ~ a para entrar e m c a nt a t a com as outros acusas-ao, pelos portugueses, cobertos de amuletos da Vir ge do santos c o m e ~ a na costa da Africa Ocidental, e m a l gu m l ug a n a G ui ne : o s n eg ro s a do ra va m f et ic he s I nt im ad o p e o s portugueses responde primeira questao: "Voces fabricara com suas pr6pria maos os idolo de pedra, de a rg i de madei ra que voce revereneiam?", os guineense responderam sem hesi tar que sim. Intimados responder segunda questio: "Esses ido los de pedra, de argila de madeira saO verdadeiras divindades?", os negros responderam coma maio inocenci que sim, claro sem c r e n ~ a
nao
c;5es entre os pavos; sabe-s disso desde Montaigne.
os teriam fabricad com suas pr6prias maos Os q ue , portugueses, escandalizados mas escrupulosos nao querend con denarsem provas oferecern um iiltima chance ao africanos: "Vo ces na pode dizer que fabricaram seus fetiches, que este sao ao mesm tempo, verdadeiras divindades, voces tem que escolher, ou bern ur ou bern outro; meno que, diriam indignados oces na tenham miolos que seja insensfveis ao prindpio de con tradiC;ao com pecad da idolatria". Silehcio embotado do ne gro que na falt de discernimento da contradiC;ao provam fren te ao seu embarac;o, quantos degrau os separam da plena com plet humanidade.. Pressionado pela questoes obstinam-se repetir que fabricaram seus fdolos que, por conseqiiencia, os mesmos sa verdadeiras divindades. Zombarias, escarnio, aversao do portugueses frente tanta rn fe. Para designa aberrac;ao do negros d a C o st a da Guine para dissimtllar mal-entendido, os portugueses (muito cat6li cos, exploradores, conquistadores, a t m es m mercadores de escravos), teria utilizad adjetivo ftitifo, originario de feito, partidplo passado do verbo fazer, forma, figura, configura.;ao por fim, fascina mas tam bern artificial, fabricado factfcio etimologia recusa-se, do encantado Desde prindpio,
1. Le-s no dicionario Aurelio de pottugues as seguintes defini (observar que em portugues ftififo vem do frances, por in termedio do presidente de Brosses): f e i t i ~ o [de feit i ~ o J ; 1. adj. artificial, factlcio; 2. p o s t i ~ o , fal so; 3. maleficio de feiticeiros 4. ver bruxaria; 5. ver fetiche; 6. ~ o e s
f e i t i ~ o contra encanto, f a s c i n ~ a o , fascinio. Proverbio. "vira feiticeiro"; feitio [d feit io]; forma, figura c o n f i g u r ~ a o , feic;ao; fetiche; 1. objeto animad ou inanimado feit pelo home au produzid pela natureza, ao qual se atribu pader sobrenatura se presta culto, [dolo, manipanso [depois, s a o s mesmos signi ficados do frances}. Observar aspecto admicivel do italiano, que da ao mesmo verba /atturare sencido de: 1. falsificar, adulterar; 2. faturar; 3. e n f e i t i ~ a r .
como os negros
escolhe entre que coma forma atrave do artiffcio fahricado essa recusa, ou hesitac;ao con duz fascinac;ao, induz aos sortilegios Ainda que todos os di cionario etimol6gicos concordem sobr tal origem, p re si d en t e d e Brosses, inventor, em 1 7 60 , d a palavra "fetichismo", fatum, destino, palavra qu d a o ri g e a o s ub s agrega aqu tantivo fad {fee], como ao adjetivo na expressa objeto-en cantad [objet-feel.' trabalho
Os negros da Costa Ocidenra da Africa mesm os do inte rior das terras are Nubia, regiao limltrof do Egito, tern par objet de a d o r ~ a o algumas divindade que os europeus chamam de fetiches termo forjad por nossos comerciantes do Senegal, sabr palavr portuguesa Fetisso (sic), ist e, cois encantada ciivina ou qu pronuncia oraculos cia raiz latina Fatum, Fanum, Fari. (p.15) Qualquer que seja raiz preferida, escolh cominat6ria permanece escolha evocad pelos portugueses recusada pelos negros: "Quem fala no oraculo humano que articula ou ob jeto-encantado divindade real ou artificial?" "O dois", respondem os acusados, sem hesitar, incapazes que d e c om preender oposiC;ao. "E precise que voce escolham", afirmam os conquistadores, sem menor hesitac;ao As duas rafzes da pala vr indica bern ambigiiidade do objeto qu fala que fabri m a s6 expressao os dais sentidos, que cado ou, par reunir urn fazer-falar Jaz Ja/ar. Sim, fetich Pena que os africanos nao tenham devolvido elogio. Te ria sido interessante que eles perguntassem aa traficantes por tugueses eles haviam fabricad seus amuletos da Virge ou
2. Brosses, Charles de. Du culte des dieux/ftiches (1760), r e e d i ~ a o Corpus des reuvre de philosophie. Fayard Paris: 1988 eti mologi de Charle de Brosses na retomada em nenhum ou tro lugar. Trata-se de uma c o n t a m i n ~ a o entre as palavras fadas fetiches?
,I
se s te s c af a
d ir et am e nt e d o e u " Ci nz el ad o c o a rt e por por os os ourives" teriam respondid orgulhosamente. s ag ra do s? " t er ia m e nt a p er gu nt a d n eg ro s "Mas claro, benzidos solenemente na igteja Noss Senhor do Remedios, pelo arcebispo na presenc; do rei" "Se voces reco nhecem e n t a ~ , m es m t em po , t r n sf or m c ;a o o ur o da p ra t n o c ad in h d o o ur iv es , c ar at e sagr\do de seus [cones pa que no acusam de contradic;ao n6 que na dizemo outra coisa? Para feitic;o feitic;o meio." "Sacrilegio! Ninguem pode confundi idolos sere destrufdos co kones sere louva dos" teria respondido portugueses indignados um se gunda vez, com tanta imprudencia. P od em o a po st ar , c on tu do , q u e l t er ia m a pe la d ur te6log para livro-Io do mbar c; no qua as rnergulhar ur pouco de antropologia simetrica Teria sid necessaria ur sabio suti para ensina-Ios distinguir "latria" "dulia". "A imagen religiosas", teria pregad te610go, "nao sa nada pa si pr6prias, ja que apena evocam Iernbranc; do modelo que dev ser, so mente ele, objet de urna legitima, enquanto que seus fdolos rnonstruosos seriam, segundo suas declarac;oes as pr6prias divindades que vo confessarn fabricar irnpunemente. Por que se comprometer, alias, com discussOes teol6gica com sim ple primitivos? Envergonhado por tergiversar, tornado por urn zelo sagrado, te610go teria derrubad os idolos, queimado os fetiches consagrado, em seguida, no casebres desinfetados Ver dadeira Image do Cristo sofredor de su Sant Mae. Mesm se ajuda deste dialogo imaginario, compreen demo bern que negros id6latra na se opoem aos portuguese imagens. Vemo povo cobertos de amuletos ridiculari zac outros povo cobertos de amuletos Nao t er no s d e u r l ad o icon6filos do outro iconoclastas ma de iconodlilios mais iconodlilios. Entretanto, mal-entendidopersiste poi todos se recusa escolher termos que lhes sa pr6prios. Os portu gueses recusam-se em hesitar entre os verdadeiros objeto de pieda de sangue dos de as mascaras patibulares cobertas de gordur sacrificios. Cad porcugues, na Cost do Ouro, tornad pelo
zel indignado de Moises contr veado de ouro. "Os idolos ter l ho s n a v ee m o uv id o a o e sc ut ar n n a f al am . Quanto aos guineenses eles na pereebem bern diferen, en tre fetich derrubad icon eoloeado em se luga espa C;O. Relativistas at/ant fa fettre, pensam que as porcugueses agem como eles justamente essa indiferenc;a essa incompreensa que os condena aos olhos do portugueses. Esse selvagen na discernem nem mesmo diferenc;a entre "latria" "dulia" entre kones santos de Seus invasores; recusam-se com seus fetiches preender a bi sm o que separa construc;ao de urn artefat feit pelo home re lida definitiva daquil qu ningue m ai s c on st ru iu . M es m e nt r e t ra ns ce nd en ci a d i f e r e n ~ imanencia pareee escapar-Ihes... Como na ve-Ios com primitivos fetichismo como uma religiao primitiva, visto que es se selvagen persiste diabolicamente no erro
Piet resume de m a n ; i ~ " ' ; ~ ~ ~ r ; ~ ~ e i n v e n ~ a o do president de Brosses: "Fetishism was radicall novel category it offered an atheologica explanation of the origin of religion one that accoun ted equally wel with theistic beliefs and nontheisti superstitions it identifie religious superstition with false causa reasoning about physical nature making people's relation to material ob ject rather tha to God the ke question fo historian of reli gio and mythology; an it reclassified the entire of ancien and contemporary religious phenomema (.. ). In shor the discourse abou fetishis displaced the grea object of Enlightenment cri ticism religion int causativ problemati suite to it ow secula cosmology, whos "reality principle wa the absolute spli betwee the mechanistic-material realm of physica nature (th blin determnisms of whos events excluded any principle of teleological causality, that is Providence) and the end-oriented human realm of purpose and desire (whose free intentionality distinguished its events as moral action, properl determined by rational ideals rather than by the material contingency of merely natura beings). Fetishism wa the definitive mistak of pre-en lightene mind it superstitiously attributed intentional purpos and desire to material entities of the natura world whileallowin social action to be determine by the (clericall interpreted)will
Tres seculo mai tarde, no Rio de Janeiro contemporaneo, d e n eg ro s d e p or tu g ue se s o bs ti na m- s e m d i e r n o m es m t o m q u s u d iv in da de s m es m t em po , c on s tmfdas, fabricadas, "assentadas" que sao, par conseqiiencia, reais. Vejamo como antropolog Patricia de Aquin compilae tra duz tescemunho do iniciados do candombles m e s t i ~ o s
Eu fu raspad (iniciado) para Osala em Salvador mas preci sel assentar Yewa (que pediu atraves da divinac;ao para ser assen t a c l a ~ a e Aninha (sua iniciadora me mandou para R i J an eI r p or gu e n a p oc a r a por assi dizer ur Orisa em i a d e extins;:ao. Muitos ja nao conheciam mais os oro [Yo rub par palavras ritos] de Ye O ba , O b guas que ja morre porgue ninguem sabe assentar ela, ninguem sabe !azer, entao eu vi para ca (nes t e c an do mb le ) p or gu e a gu i e u f u r as pa d g en t e n a v a guece os awo [segreclos em Yoruba] para/azer ela. 4*
of contingently personified things, whic were in truth, merely
the externalized material sites fixing people' own capricious li bidina imagining (fancy in th language of that day)". William Fetishism as Cultllral Discourse. Pietz, Cornel Universir P r s s I rh ac a 1 99 3 p . 1 38 . (0 ferichism er um caregoria radicalmente nova oferecia um explicac;ao ateo16gica da origem da religia que levava em conta ranro as crenc;as tefsricas quanro as supersric;oes nao-refsricas; associava supersric;a religiosa com urn fals raciodnio causa sobre natureza Hsica, fazend da relas;:ao d a p es s a s c o o bj et o m at er ia is , n a c o D eu s questiio-chave para os historiadores da religia da mirologia reclassificav todos os fenamenos religiosos antigos contem pora-neo .. ). Em resumo os discursos sobre fetichism subsri rdigiao tllfram g ra nd e o bj et o d a c rl ti c i l um in i sr a uma problematica causativa que se adequava sua propria cos mologia secular cujo prindpio de realidade eraa absolur sepa rac;ao entre esfera material-mecanicisra cia narureza ffsica (os determinismos cegos cujos evenros exclufa qualquer prindpio de causalidade releo16gica ou e j P ro vi de nc ia ) e sf er a hurnana de prop6sitos desejo (cuja intencionalidade livre dis tinguia seus evento com moral, propriamenre determina d a p el o i de ai s r ac io na i n a p el a c on ti ng en ci a m at er ia l d e merosseres naturais) fetichism foi eerodefinitivo da mente pre-iluminista el atribufa de modo supersticioso prop6siro desejo intencionais as enridades mareriais do mundo natural, ao mesmo t e mp o e m que permiria gue uma ac;ao social foss derer minada pela vonrades (clericamente interpretadas de coisas conringentemenre personificadas que eram na verdade, mani festas;:oes concreca que estabeleciam as propria fantasia libidi nosa extravaganres das pessoas
antifetichismo que r ep ou s e m n a p e d suponar despudo destas frases Escondam essa f a b r i c a ~ a o , esse jazer, que no na conseguirfamo ver! Como voce podem confessa de ma neira tao hipocrita que precise fabricar, assentar, situar, constroi essas divindades que se apoderam de voce que entretanco Ihes enca e s c a p ~ a m ? Voce ignora diferen<;a entr constroir que provem de voce recebe queprove de outr lugarqualquer? Por odos as lugare ond desembarcam, os portugueses, chocados com mesm despudor, tiveram que compreender fetichismo relacionando-o, ora ingenuidade, ora ao cinismo. Se vo ces reconhece que fabrica inteiramente seus fetiches reconhe e rn , e nt ao , q u e m an ej a os 60 como fari urn marionetista.
4. Patricia de Aguino (comunicac;iio pessoal). Agrades;:o-Ihe por re me autorizadoa utilizaresresdadosextrafdos de seuDEA (Di plame d' estudes approfondies Diploma de estudos aprofunda dos) La constructio de la personne dan Ie candomble" Ri de J a n e ~ r o Museu Nacional Ve tambem Patricia de A q u i ~ o ; Jose FlavlO Pessoa de Barros (994), "Leurs noms d'Afrique en terr ~ ' A m e r i ~ u e " , No!'velle revile d'ethnopsychiatrie, o l 2 4 p . 1 11 -2 5 Ur:n Onsa de extinc;ao uma expressao da ecologia gue deslgna as espec1es er via de desaparecimento! Em pOrtugue no original. As palavras entre parenreses sa do original frances. (N.T.)
Voces os manipulam furtivamente para impressiona os outros. Manipuladores das e r e n ~ a s populares, voces se junram porranro, essa legiao de sacerdotes de falsificadores que comp5em, os olho do anticlericais, longa hist6ria da religioes. Ou entao, se voce deixam surpreender por suas pr6pria marionetes, acrescentam fe os disfarce da mesmas (o antes os seus pr6 prios) ist prova um tal ingenuidade que voces e n g ~ o s s a r a o as massas eternament credula ludibriadas que formam, sempre aos olho lucidos mass de manobr da hist6ria da religioes. Da boc do Fontenelle do Voltaire, do Feuerbach, sur ge sempre mesma escolha cominat6ria "O bern voces manipulam cinicamenre as cordas, ou bern deixam enganar". Mais ingenuamente ainda: "O b e s o c on st ru fd o por voces ou bern verdade". os adeptos raspados do candomble insisti rem tranqiiilamente: Eu s o d e Dada ma como na se sabe fa gente entreg S an g ou Osala pra eles pegarem zer D ad a e a b e ~ a da pessoa"*.. Enguanro os adepro designam algo gue
nao
nem inteirament n ~ i i o
auronomo nem inteiramente construl
de eren,aguebra em duas parres essa
o p e r a ~ i i o
deli
cada essa ponte fragillan<;ada entre fetich fato, permite aos modernos ve em todos os outros povos crentes ingenuos, habeis manipuladores au cfnicos que iludem si pr6prios Sim, os modernos recusam-s escutar os idolos quebram-nos como co cos, de cada metade retiram duas formas de logro: pode-seen ganar os outros pode-se engana si pr6prio. Os modernos acre ditam na c r e n ~ a para c om pr ee nd e r o s o ut ro s a de pt o n a acreditam na cren<;a n e p ar a compreende os outros n e p ar a compreender si pr6prios. Poderfamos recupera para nosso usa estas maneiras de pensar?
I' 5. Rejeitand cren)a ingenua na cren)a ingenua Paul Veyne nao escapa essa alternativa, sena fazend de toda as cultu ras, criadoras demiurgica de mundos incomensuraveis se re r e t a ~ a o com as coisas les Grecs ont-ils cru la)a entr i, Essa stir /'imaginatio constittlante Paris: Le leurs mythes Seuil: 1983 "Bast dar i m a g i n a ~ a o constituinte do homen esse poder divino de constituir, isto e, de cria se modelo pre vio" (p.137) ab mito en d i f e r e n ~ a entr contra-s abolida, ma ao pre)o de uma virada gera da imagi na)a criadora ligada alias, se ambiguidade vonrade de potencia nietzschiana "Ela [as doutrinas miticas} prove da m e s m ~ capacidade organizacional das obra da natureza uma complexa" (p 132) Somore nao verdadeira nem falsa; et bre modelo do "poder divino", que inspir os mais implaca veis anti-religiosos, ve ultima parte. 6. "rna fe" do "canalha" sartriano, permitindo, contudo, ope ra passagem de uma escolh outra Veremo mais adiant que pensar destes argumenros. Em portugues no original (N.T.)
,l
Como os moder' seus
eguem construir
etiches
aceitamos no deixar instruir por aqueles qu nao acredi veremos que os mooernos nao acreditam nesta mes rn renc;a roai do que negros da Costa. Se os branco acusam os selvagen de fetichismo nao sao, po isso, ingenuos antifetichis ras. acreditar seria passar de Cila Caribde Terfamo salvado os negras da en transformad agor em a c u s ~ a o feita pelos branco sabr algo qu nao compreendiam mas mergulharfamos os brancos em urn abism de ingenuidade. Estes acreditariam que outros creem! Nos tomarfamos os broncos por negras que acabamos de faze para os fetichistas anteriormente, precisari sec feir agora para os antifetichistas, enos mostrarmos caridosos com un com fomo com outros aCllsac;ao de fetichismo nao descreve em Ora, a ss i m c o m Se
tam na
c r e n ~ a ,
pratica dos negros da Costa, reivindica\,ao de antifetic hi s m n a l ev a em conta, em a bs o lu t o pratica dos brancos. lugare onde instalam suas maquinas de destruir fe Por todos produzir os r ic he s b ra nc o r ec om e\ ,a m c om o n eg ro s mesmos sere incertos, os quai na saberiamo dize se saocons trufdos au compilados, imanentes au transcendentes. Conside remos, pa exemplo, tudo do que capa objeto fetiche, acu sado, entretanto, de nada fazer. nada
7 . V e magnifico capitulo sobre martelo do escultor em Ser re Michel, StatNes. Paris: F r a n ~ o i s B ou ri n , 1 98 7 p . 1 9 s. Ao fal a d a Pieta, de Michelangelo, de s cr ev e " O f ur o n o p e
Como definir ur antifetichista? aquele que acus urn outro de se ferichisra. Qual conreudo desra denuncia ferichis acusa<;ao, estari enganado sobr mo segund origem da forc;a. Ele fabricou fdol co suas maos com se propri trabalho hu mana, suas proprias fantasia humanas, ma el atribui est traba lho estas fantasias estas f o r ~ a s ao propri objeto por el fabrica f et ic he , aos olho do meno do antifetichistas age, se as sim podemo dizer, maneir de ur retroprojetor. imagem produzida pel professo que coloco sua transparencia no vidro fosco da lampada, ma da "parece" jorca da rel em dire<;a ao au dit6ria, como se oem professor, oem retroprojetor tivessem nada ve co isso Os espectadores, fascinados, "atribuem ima gem urna autonomia qu el na possui Derrubar fetichismo equivale portanto inverter inversao retifica imagem restituir iniciativ da a ~ a o ao seu verdadeiro mestre. No cami nho contudo, verdadeiro mestre desaparece no trajeto! ob jeto que na er nada realiz algo Quanto origem cla a<;ao, eis que el se perd em uma disputa terrivelmente emaranhada. Assi que antifetichista desvenda inefici.cia do fdolo, el mergulha, na verdade, em uma conrradi<;ao da qua na sai mais. No moment em que se que que fetich na seja nada ei que mesm come<;a agi deslocar tudo. El capaz em particu lar, de invertera origem da for<;a. Melhorainda, ja que, segundo os antifetichistas, efeito do fetich so tern eficacia se seu fabricante ignora origem do mesmo, el deve se capa de dissimula total ment su pr6pri f a b r i c a ~ a o . G r a ~ a s ao fetiche, com urn s6 golpe de condao se fabricanre pod se metamorfosear de manipulador dnico em enganadorde bo Fe. Assim ainda que fetich nao seja
nas m a D S do Cristo morto, n or m h a em seu fianco, as marcas de lan<;as ou de pregos cravados co martelo difere do ferimentos infiigidos martelo sobre de marmore da mae de mar-more por urn louco perigoso, no domingo de Penre costes de 1972, ou do golpe desferido em Moises pel proprio es cultor, lan<;and sobre ele martelo cinzel ordenando-o lar? Ou do golpes que talharam?" p.203.
nada sena aquilo que
homem faz dele, ele acrescenta, conrudo, al origemda a ~ a o , ele dissimu!a rcabalh hu mano de manipula<;ao ele tramforma criador em criatura. Mas feriche faz ainda mais: de modific qualidade da a<;ao r ev el a q u do t ra ba lh o h um an os . E nt re ta nc o fort;a aos objetos, pensador crftic do homem da vo a ~ a o d ev er i i nv er te r o ri ge m i nv er s da c ol oc a f im , d e uma p o r r od as , ilusao dos feriches. Aqude que acrediras se (ingenuamente) escutar vozes, se transformari em ventrflo quo. Ao coma conscienci de se jogo duplo, ele se reconcilia ri consigo mesmo. Aquele que acreditasse depender da divin dades, perceberi que esta na verdade, sozinh co su vo in terior que aquilo que as divindades possuem, fo dad apenas por ele. Enfim desenganado, el veria que nao ha nada se vis E l t er i d ad o f i sua alienat;ao mental, religiosa, eco n om ic a p ol ft ic a - v is t q u nenhum alien viria mai parasitar constru<;a de suas maos calejada de seu espfrito criador homem se encontraria Entusiasmado pel denunci crftic e nf im , u ni c s en ho r d e p ro pr io , e m u r mundo para s e m p r ~ esvaziado de s eu s f d l os . f og o que Prometeu furtara ao deu ses, pensamenco crftico furtaria ao propri Prometeu. fogo t er i o ri ge m a pe na s h o me m , s om en t n el e at que as coisas se com Soment nele Nao totalmente plicam novamente. Ta qua um escrivao que t e q u dividi herant;a de urn intestado, pensador crftic na sabe jamais quem restituir fort;a atribufda, por erro, ao fetiches neces sari devolve-l ao indivIduo, senhor de si c om o d o U ni ve rs o o u uma sociedade de indivfduos? Caso responda-se que p r ~ i s o devolver sociedade que el pertence perde-se novamente dominio herant;a do fetiches, agora recuperada, dispersa-se em uma nuvem de herdeiros, od eles legftimos Apc ter in vertido inversao da idolatria, apos ter "retroprojetado retroguma coisa: de inverte
8 . R et or n a qu i argumento esbot;ado p o r H e n n io n , Antoine; Latour, Bruno ( 9 9 3 ) . "Objet d'art, objet de science. Note sur le limites de l'anti-fetichisme". Sociologie de tart, v. 6, p. 7-24.
I'
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",
proje<;ao da for<;a, nao comigo, indivfduo trabalhador, que se pode deparae- de imediato, mas com urn grupo, um multidao,
uma coletividade. So
faneasia do fetiche agota dissipada
humano esclarecido percebe que, po
a o e st a m ai s s oz i nho, qu divide sua exisrencia com u m a m u lt i d a de agentes. alien que se acredirava eliminado, r er or n s o f or m t er ri ve l mente complicada d a m u l ti d a social. aror humano nada fez senao trocar um transcendeneia p o r o u tr a , como se v e b er n em Durkheim, na mao do qual, social aparec urn pouco menos qu ofusca. Marx em sua ce opaco qu religiao qu explic lebre defini<;ao do fetichismo da mercadoria ilustra primorosamente, com prolifera aquilo que, entretanto, nada faz: soment uma determinada relar;ao social do homen entr form fantasmagorica de um re1ar;ao entre as coisas Para encontrar uma analogia para este fenomeno temo de ir busca-la na regia nebulosa do mund da religiao. Aqui, os produtos do cerebr humano tern aspect de figura aut6no mas, dotada vida propria, qu mantem relar;6es n tr e com os homens Da-s mesmo co os produtos da ma huma na no mundo da mercadoria. que cham por fetichismo, que adere aos prooutos do (rabalho tao logo se apresentam como mercadorjas, fetichismo inseparavel deste modo de produr;ao.
si qu assume
anrropologia economica testemunha disso de form bas tante eloquente; as rela<;5es entre homens, ferichizadas ou na por intermedio da mercadorias na parecem mais simple nem mais transparente que as rela<;5es enrre as divindades. 'o S e a s mercadorias perdem sua aparente autonomia ninguem recupera, em fun<;ao disso, domfnio, muito menos trabalhador ineansavel.
9. Marx, Karl. Ie Capital, Paris: p. 69. t. 1. Garnier-Flammarion. 10. Ver, por exemplo, Thomas Nicholas Entangled Objects Exchange, Material Cltltltre and Colonialism in the Pacific Univer sity Press, Cambridge, Mass: Harvar 1991 sobrerud chissic Polanyi Kar1. la Grande Trans/ormation. Altx origines politiques et iconomiques de 'lOtre temps. Paris: Gallimard, 1983. (1945)
povoado po tantos aliens quanto inversao da inversao da u r u ni vers dio instave quanto mundo pretensamente invertido pela cren<;a ilus6ria nos fetiches. Os antifetichistas, tant quanto os fe quem tichistas, nao sabem quem a g e ng an a s ob r o ri ge m quem alienad ou possufdo Assim, senho da a<;ao, quem longe de ser esvaziado de sua eficacia, mesmo entre os modernos, fetich parece agir constantemente para deslocar confundir, in verter, perrurbar o ri ge m da c r e n ~ a c er re z de urn dominio for<;a que se quer retira possivel. fetiche ele recupera no mesmo instante. Ninguem acredita. Os branco na sa mais an tifetichista do que negros sa fetichistas. Acontec que $0 mente os brancos estabelecem idolo po toda parte, entre OJ outraJ, para em seguida destruf-Ios, multiplicand por tod parte, entre des mesmOJ, os operadore que disseminam origem da a<;ao. Sim antifetichistas, como fetichistas, prestam aos fdolos ur culto bastante estranho, qu precisamos esclarecer.1I mundo sem fetich
mundo do fetiches
11. Ao faze-lo, dou contiouidad ao movimeoto iniciado por Boltanski Lue; Thevenot, Laurent. De la justification. les Economies de la grandeur, Paris: Gallimard, 1991, que conduz da sociologia critica sociologia da crltica. Pode-s dizer mesmo que estendo analis reflexiv feita por alguns antrop610gos sobr propri conceito de fetiche. palavr tral aos aorrop610gos mas lem branr;as, nao aparece Oem mesm em Boore, Pierre; Izard Mi chel (Org.). Dictionnaire de I'ethnologie et de I'anthropologie, Paris: PUF, 1991 pequen livro, de Alfons Iacono Le Fetichisme. Hhtoir d'"n concept, Paris: PUF, 1992, reconstroi historia do fetichismo e m c or n da nor;ao de recusa do outro desconstroi em detalhes livro de Charles de Brosses. Contudo, como na obra de Pietz, William (993). op.cit., ele nao saberia nos guiar muito longe, visto que ele nunca questionou as virtude do antifetichis mo. Se ambos criticam co razao, mito racist um reli giao primitiva as extravagancia sistematicas de Auguste Com te, esses dois livro tomam com maior seriedade se menor distanciamento, partido de Marx de Freud. Na maos destes, as ciencias sociais, linica livres das fantasias da crenr;a, julgam todos os oueros oegros brancos.
I,
Como as moderno as atos as fetich
m-se par distingui ntudo, consegui-/o
Por que as moclerno devem reeoerer
faemas complica d e a cr e l ir a n a cren<;a ingenua do outros seu proprio saber sem cren<;a? Por qu devem faze como se os outro acreditassem no fetiche enquanto de pr6prios pratica riam mais austero antifetichismo Por qu nao confessar simplesmente que nao h a n e fetichismo oe antifetichismo, re conhecer efid:cia singular desses "deslocadores de a<;ao" aos quais nossas vidas estao intimamente ligadas?12 Porgue 'as mod er oo s e st a m ui c l i ga do s um diferen<;a essencial entre fa to fetiches. re <; naa tern po objetivo oem explicar es tado mental dos fecichistas oe ingenuidade dos antifetichis t as . E l e st a ligada a lg o inteiramente diverso: d i s t i n ~ a o do s ab e da ilusao, ou antes, como veremos mais adiante, sepa pea.rica nao faz essa e nt r e u m a forma de ~ a o , um f or m d e vida te6rica que mantem. Olhemos mais de perr com funcion duplo repert6rio qu n o ~ a o de c r e n ~ a esca encarregada de manter em compartifi
12 maior interess do livro de Cassin Barbara. l'Effet sophistique. Paris; Gal1imard, 1995, descrever positivamence os sofis tas, que na teriam jamais acreditad na crent;a, ao inve de rea bilita-Ios segundo maneir usual, imputando-Ihe sua l i g ~ a o os dissimuIados El desenh "cen primitiva ond se que brou (pela primeira vez? sinonimiaencre que fabricad rea1. qu
:1
I'
I)
partir do momenta em que mentos separados antifetichis ta denuncio crenc; ingenua, com intuito de revelar traba Ih do ato humano ptojetado por erro sobr idolos de madei ra de pedra, denunciara pa conseguinte, crenc; ingenua que ato individua humano acredit poder arribuir sua propria ac;ao. Nada fadl, aos olho do antifetichistas, comportar-se c om o u r a to r c om um ! No s e t ir m o a o se consegue jamai acompanhar danc;a. Se voce acredita se manipulados pelo idolos, vamos rnostrar-Ihes que voce os criaram com suas pr6 pria maos ma se voces se vangloriam orgulhosamente de po der acreditar tao livremente, vamos mosrrar-Ihes que voce sa manipulados por forc;as invisiveis organizado sua propria re velia. pensador critic triunfa dupfamente sobr ingenuidad consumada do atorcomum el trabalho invisivel que ator tambem projeta sobre as divindade que manipulam, ma as forc;as invisiveis que rnovimentam ato quando el acredit estat manipuland livremente! pensador critieo filh da Luzes, ve-s bern na par de manipular os invisiveis; grande liberrador multiplic os aliens). Como os modernos faze par enquadra ac;ao do atores comuns por mei de duas denuncias tao contraditorias que, ao objeto-encan inve de urilizar ur sooperador eles utiliza dois tado de urn lado objeto-feito do outro. Quand denunciam cren c;a ingenu do atores no fetiches, os modernos se servem da ac;ao human livre, centrada no sujeiro. Ma quando denuncia cren c;a ingenua do atores na su propria liberdade subjetiva, os pen sadore criticos se servem do objetos ta como sa conhecidos pe la dencia objetivas que eles estabeleceram na quais confia plenamente. Eles alternam entao os objetos-encantado os obje tos-feitos fi de tornarerna se mostrar dupfamente superiores aos ingenuos comuns. Com siru c;ao arrisc complicar-s rapidamente, urn es quema podeci servir de guia Consideremos inicialmente, p ri me ir a d en un ci a c ri ti ca . a ro r h um an o r e- s d er er mi na d pel for.;a do objetos, or.; esra que Ih prescrev urn comporra memo Felizmente pensador critic conrrola denuncia du-
pl jogo do ator que, "n verdade" projeta sobr ur objeto iner te forc;a de su propria ac;ao. 13 Poderiamos acreditar que trabalho de denuncia termina ra. Sobrio liberado libertado, sujeito agora retoma energia que Ih pertenci recusa as suas e o n s t r u ~ o e s imaginarias, au ronomiaque elas nunea souberam possuir Entretanro, trabalho d e d en un ci a a o p ar a po i , r et or na d e m s eg ui da , m as , no sujeit humano livr autBnorn se vanglori urn outro sentido. pouc rapido demais de se caus primeira de roda as suas pro jec;6es manipulac;6es Felizmente, aqui ainda, pensador criti co infatigavel, revela desra vez, trabalho da determinaC;ao sob as ilusOes da liberdade. sujeit acredita-s livre, quand "n verdade" levado de ur lado par outro.
Denuncia crltica: farc;a prajetada paloator sobre urn o b je t o q u e n 5 a f e z n a d a denuncia
Objeto tornado como proJe<;ao fetiche
Ator human reveJodo coma livremanipulador
c r e n ~ a
Crenc; ingenu no Forc;a do objeto sobre otor humon
Figura 1: primeira denuncia critica inverte as diret;oes da crent;a re velando, so projet;a de se propri trabalho por f o r ~ a do objeto, ur ato hurnano livr automanipulado.
13 Retorn aqu argurnenro desenvolvido de rnaneira rnai aprimorada, por Hennion, Antoine fa Passion musicale. Une socio fogi de fa mediation. A.-M. Paris: Metailie 1993 p. 227 s.
P ar a e xp li ca r t ai s d e te r mi n a\ o es , r ec or re re mo s f at o objetivos tai como no sao revelados pela ciencias naturais, hu manas ou sociais. As leis da biologia, da genetica, da economia, sujeito que se acredita da sociedade, da linguagem, vao cala v a s e nh o d e s eu s a to s g es to s Creno;a ingenua na for<;:a do ator humono capa de proje ta livremente
crensa Objeto tomad como causolidacle objetiva
Alor humano manipulado pela determinao;5es objetivas
denuncia
sujeito; quatro listas que na devem se confundir so hipotese al guma. Dito de maneira brutal, pensador crftico colocara na lista de objetos-encantados tudo aquilo em que el na acredita mais religiao, claro ma tambem cultur popular, moela, as supers midia, ideologia etc. e, na listados objetos-causa, tudo t i ~ i 5 e s , aquil em que acredita comJictamente economia sociologia lingiHstica, genetica, geografia, as neurociencias, rnecanica etc Reciprocamente, ele va compo se pOlo sujeito, inscrevendo no credito todos os aspecto do sujeit peIo quais ter considera <;00 responsabilidade, liberdade, inventividade intencionaiidade, c . - n o d eb it o tudo que the parece inutilou maleavel- os es tados mentais, as emQ\'Oes, os cornportamentos, as fantasias, etc. Segundo os pensaclores, extensao,como conteuclodas listas, ira variar ma na essa q u a d r i p a r t i ~ a o
Denunciocr[lico: foro;:o cujoalor humano acreditovo-s dOlodo, provem des determinao;:Oes reconhecidos pelos ciimcios
Figura 2: flecha da c r e n ~ a como da denuncia mudara de senti do; objeto-feito comOll lugar do objeco-encamado; marionere hwnana roma lugar do livre ator. As duas formas de denlincia se parecem tanto ponto de se confundirem, pensador cdtico, ocupand com sua crenr; na causas (figur 1) mesma posi\ao qu ingenuo, co sua cren no idolos (figur 2) alg parece serdenunciado pela sobre posi\a do dois diagramas haveria de se propria denlincia, ja que elainvert novamente origem da for\a, da qual el preten dia anteriormente reverter origem invertida! Ma se trata tan to da denlinci feita pelos pensadores cri'ticos q ua nt o d a c re n\ a ingenua e n tr e
a to re s c om un s d e cren\a permite aos modernos compreender, ao mod deles, o r ig e m da a\a pel du plo vocabulario do fetiches dos fatos Na verdade, os dois diagramas desenhado anteriormente nao sa jamais sobrepostos, dever da crenr; justamente impediresta sobreposi\ao Por que Porqu denlincia crftica se faz p a rt i d e quatro listas diferentes, dua para p ol o o bj et o d ua s p ar a polo
SUJEITO I: A l a r h u m an o livre
Primeiro denunda crflico
crenl; a ingenue
I: Objeto-encanlado
CRENCA
II: A t e r h u m a n o
c r e n ~ a
ingenuo
I, II. Obielo-feito
determinada
Segundo denUflcia cdlko
POLO OBJETO
Figura 3: duplo jogo das duas denuncias crlticas se duplo reper torio, mantidos distancia pel crenc;a na crenC;a, qual nao remete ne um paixao ne uma capacidade de conhecimento, mas forma de vida tota do modernos Assim, cr nc ingenua ao olho do antifetichistas, en g an a- se , c ad a v ez , de direr;ao. Ela atribu ao objetos-fetiche urn poder que ver da linica engenhosidacl humana que bruscamente revelad pel primeira denunci (no a lt o d a lhe
figura 3) se arribui um liberdade que Ihe concedida po urn grande mimero de determinac;5es causais, qu agem em des peito d o q u iS50 the provoca, revelando-lhe, de forma compla c en te , segunda denuncia critica (parte inferior cia f ig ur a 3 ) d ua s a em a d e p ro ce di me nt o nao s e m e l h a n ~ a entre surpreende jamais espfrito, pois ohjeto-feirD, qu s e ~ e se gunda critica, provem de um lista de solida c ~ u s a s o b J e ~ l v a ~ ,
enquanto que
objeta-encantado, que
C om o virtudes, mes
onfundem suas os
modernos
denuoClado na pnmel-
a pe na s projec;ao de llma miscelanea de crenc;as mais ou ca, m en o v ag a s ab r u r substrata se irnportancia Inversamen te, sujeiro ativo que serve primeira denuncia se ve confiado ao papd de urn a ra r h u m an o e m revolta contra alienar;ao, qu reivindic corajosameote sua plena inteira liberdade. enquant o q u aquele da segunda den uncia. constituiu um marionete todas as d e t e r m i n a ~ 5 e s causais que m e c a n ~ zam em codo os sentidos. Co c o n d i ~ a o d e m a nt e u m a estrl ta s e p a r a ~ a o entre parte superiore inferior da f ig ur a 3 , a pensamento cdtico n a t er a portanto, nenhuma dificuldade em pretender qu ator humane livre autonomo crie seus p r o p ~ i o s f et ic he s q ue , mesmo tempo, seja completamente defimdo pelas d e t e r f f i i n a ~ 5 e s objetiva reveladas pelas cieneias exatas ou
d e s p e d a ~ a d a po
socIals. Podemo agora chamar pa c r e n ~ a conjunto da operafao es tabelecid pel figura 3. Tornamos compreender qu c r e n ~ a nao remere, d e m o d algUffi. um capacidad cognitiva. mas um c o n f i g u r a ~ a o complexa pela qual os modernos constroem si proprios ao proibirem, com objetivo de compreender ~ 5 e s , retorno ao fetiches os quais, com veremos codavI ele utilizarn.
,1A!2,WW,!i;jt;J:k1:"W
capitulo
longe de explicar as atitudes do feti Portanto. c r e n ~ a , chistas, longe de justifica adtudes do antifetichistas, permite manter distancia dois repertorios de a ~ a o opostos, mesmo contraditorios, e nc ar re ga do s d e d is s im u la r ponto transposto desde sempre pel tranqliila a f i r m a ~ a o do negros da Costa d o O u ro . s e gu nd o q ua l e le s c on st r oe m a qu i l q u os supera. Ora. os modernos. mesmo par produzir as ciencias exa tas, na se urilizamjamais desta d i f e r e n ~ a , sobre qua parecem, e o nt u do , r ea l me nt e i ns is ti r p ar ti r d o m om en t e m q u se suspende aparat da c r e n ~ a , percebe-se qu todos os cientistas fala como os negros. condenado ao silencio pelos portugueses. ur pouco rapido demais Eseutemos, pa exemplo, Loui Pasteur, urn cientista de la boratorio defensor daquilo que demonstravel pela prova; falar, nao de fato fetiehes ma daquilo que com forma em se la boratorio. Ao aplicar d e f i n i ~ a o que damos sobr e r e n ~ a , deve damos intima-Io escolher entre eonstrutivismo realismo AU bern ele construi socialment seus fato aerescent ao reperto rio do mundo apenas suas fantasias preeoneeitos, h:ibiros me moria, ou bern os fato sa reais, ma entao, ele nao os fabricou em se laboratorio Esta c o n t r a d i ~ a o parece tao fundamental que ocupa, ininterruptamente, ha tres seculos, filosofia da eiencias O r a e l o cu p muito pouco Pasteur, que o bs t in a c om o b or n n eg ro , n a c om p re en de r i n t i m a ~ a o , n e m es m v e d if ic ul da de . E l a fi rm a n o mesmo r o q u os negros, que fermento de seu
<;ao, com Silas p r6 pr ia s m ao s
c en a onde e l fermento se revela por si SO. Indigna<;ao do realistas: "Voc concede muito ao construtivistas ao confessar que fez tudo sozinho!" Simetrica indignar;ao do construtivisras sociais: "Como pretender que se fermento do acido latico exisra por voce, enquanto voce mane;a sellS fios!" Pasteur obstina-se tranqUilamente, com v el h s en ho r r as pa d e n tr a nd o n o c a nd o mb l e para "as sentar" ou para "fazer" sua divindade: No decorrer desta lembranlja, refleti sobr hipotese de qu rn se vivoe qu nova levedura esca organizada que se trata sua ac;ao qufmica sobre ac;u.car correlativa de seu desenvolvi ment de sua organizalja.o. Se me dissesse que nestas conclu sees VOII alim dos fatos, responcleria que isto verdade, medida que me posiciono francamente em uma orckm de idiias que, falando rigorosamente, nao podem ser irrefutavelmente demonstradas Eis minha maneira de ver. Tocl vez que urn qufmico ocupar-se deste fenomeno misteriosos. se tive felicidade da ur asso importante, ele sera instimivamente levado colocar as causa pri meiras de tais fenomeno em uma ordem de realjees em relafao movimemo aos resultados gerai de sua propria pesquisas. logico do espirito humano em rada as questee controversas (sem grifo no original).14 Na
se poderia ser mais construtivista. Thomas Kuhn ou
Harry Collins poderiam ter redigido estas frases, onde se reve1a com primor,
trabalho do cientista para constrlli sellS facos, ne les pro;etando habitos profissionais seu pressuposcos, ate mesmo seu preconceicos, os habico do grupo ao qual pertence, os i n st i nt o s d e s e c or po , 1 6g ic a do espfrito humano. Infeliz m e nt e , p a r soci6logos da ciencias Pasteur acrescenta, sem nenhuma solu<;,ao de continuidade, seguinte frase:
14 analise completae as referencias encontram-s em "Les ob jets ont-ils un histoire? Rencontre de Pasteur et de Whitehead dans un bain d'acid lactique" In: Stengers Isabelle (org.) l'EIfet Whitehead, Paris: Vrin, 1994 p. 197-217
Ora suponho qu no pont em qu se encontram meu conhecimentos respeito da quesrao, todo aquele que julgar COm impa:cialidade os resultado dest trabalho daqueles qu publica breve,. reconhecerd, como ell, reI fermentac;ao se mostra aqm, correlatlv da vida da organizac;ao dos glObulos nao da mort da putrefa<;ao desces globulos, tanto quanto ta fermen taljao nao surge como fenomeno de contato ond transforma c;ao do aljucar se faria na presenlja do fermento, sem lhe dar nada se th tomar nada Este wtimos fatos, veremo em breve, sao pc/a experiencia.
Trai"ao! El mudou com urn 56 golpe s u a f il os of i d a construtivismo cornou-s realisca, da especie mais ciencias. rasa, mais c om u m O s fatos fala po s6 o lh o c ol e gas imparciais! Pasteu se contradisse Sim aos olhos do pensamento crfti co Nao! ao seus pr6prios olho e, porranto, ao nossos Par el construtivismo realismosao termos sinonimos. Os faros sao facos sabemo desd Bachelard, mas pensamento crfric nos p r e p a r a ~ Enquanto fabricamo os fatos em nossos laboratorios, com nossos c ol eg as , n o s o i ns cr um en to s n os sa s m ao s e le s t o rn ar i am , urn efeito magico de inversao, algo q u e n i ng u e jamais fa bfICOU, algo que resiste coda variat;'a o de opini5espolfticas, coda as tormentas da paixao algo que resiste quando b at e v io lentamente c o mao sobre mesa exclamando "Aqui estao fat.o imutaveis!".15 Apos rrabalho de conscrur;ao, os antifeti fato "conquistaria sua auconomia" C ~ l S t a s sustentam qu AlOda que mesma palavra queira dizer na realidade, no mesm tom, aquilo que fo fabricad aquilo qu nao fo fabricado por ninguem, deverfamos ver aqu uma contradir;ao recoberc por
15 Encontraremo em Ashmore; Malcolm; Edwards, Derek; Potter Jonatha (994). "The Botto Line: the Rhetoric of Reality Demonstrations". Configurations, v. 2, n. 1, p. 1-14, uma encantadora descri<;ao ecnol6gica dos gestos do realismo.
uma o p e r a ~ a o magica depois dissimulada na crenlia, antes de ser, enfim, soterrad so rn fe?16 Nao necessariamente. Vm outra s o l u ~ a o no oferecida, ma ela supo abandono do pensamen t o c dt ie o r en un ci a de ;a de magia, de rn fe, n o ~ 5 e s de autonomia, perd dess fascinante dominio que no transfor mar em modernos e, orgulhoso por se-losY novo reperr6rio surge tao logo se contorna antifetichis rna par del fazer, na mai recurso essencia de noss vid in telectual, mas ohjeto de estudo da antropologia do modernos. primeiro repert6rio os obriga escolher entre dois sentidos da palavra faro: ele consrruido? Ele real segundo, acompa nh Pasteur, quand el tom por sinonimo as duas frases "Sim, verdad que eu construi no laborat6rio" "por conseguinte, aos olho dos observadores fermento autonomo surge por si imparciais".18 Enquanto r ep er r6 ri o m od er n a lt o d a f ig ur a i m e d que acontec;a, seja q u m.eio, so condi-
c;ao de se prender pelo pe
as piruetas da dialetica, tudo ocoere n o i nt er io r d o r ep er to ri o n ao -m od er no , m Om e t o c r c i quando Pasteur, por ter trabalhad bem, pOde deixar se fermen to, enfim autonomo visivel, agir, alimentando-se co prazer da cultur que acabav de se inventada para el Enquanto noc;ao de fat esta quebrada em duas partes no alto do diagrama el se ve, na part inferior de passe para estabelecer que se chama jus tamente p o r " um a s o l u ~ a o de continuidade entre trabalho human independenci do fermento laborat6rio aciona fazfazer. d up l articulafao do laborar6ri de Pasreu permir ao faz-faze de fazer-falar, reencontrando assim as dua etimologias da palavra fetich da palavra fato laboratorio torna-se, se nos atrevemo dizer, aparelho de f o n a ~ a o do fermento do ;ici litico assim como de Pasteur, da articulac;aode Pasteu de "seu fermento, do fermento de "seu Pasteur.
RepertOrio FATO .. fobricodo
16. Eu mesmo utilize essa metafora em fa Vie de Laboratoire. Pa ris: La Decouverte, 1988. Nesta epoca, em 1979, fracasso da ex plica<;ao socia nao se mostrava ainda. S6 tirei conclusoe disso mais tarde, ao suprimir palavr "social" da reedi<;ao do livre depois, ao desenvolvercom Miche CalIon principio da simetri generalizada, em les Microbes, guerre et paix, seguid de Irriductions, em seguida, em la A.-M Metailie col. Paris: Pandore, 198 Science em action. Paris: La Decouverte, 1989. Ja havi detectado ta fenomeno ma fora necessario vinc anos para eu com preender sinonimia destes dois verbos construir-superar. da no<;ao de antropologiasi 17. Sobre hist6riadesse domini metrica, ver NorIS n'avons jamais it modernes. Essai d'anthropologi symitrique. Paris: LaDecouverte, 1991. 18. Nao considero aqui tema referente ao "venun ao "factum" (por exemplo, em Vico que reutiliza, no qu di respeito ao ho mem, argumento teol6gic sobre conhecimento que pod ter u r mundo aquele que criou Ve Amo Funkenstein, Theology and the Scientific Imagination frm the Middle Ages. Princeton: Princeton Universit Press, 1986. Na verdade, temasup6eurna teologia urna antropologi da tecnica que se op6e totalm<;nte 11 lic;ao que procur tirar do fetiches Ve Ultima parte.
modemo
FATO .. nccrfabricodo
quebra
Construido pelo homem e, porfanto, irreol
R ea l e , portanto, nco construido pelo homem
Reperkirio ncio-moderno FATO
fermento outonomo
Pasteur outonomo
posse
FATO
Faz-fazer
Fazer-Falar
Figur 4: repert6ri moderno obriga Pasteur esco/her entre constru tivismo realismo reperr6ri nao-moderno permite acompanhar Pas t eu r q ua nd o t om a fabrica<;ao verdad por dois sillollimos par ur s6 unico "faz-fazer"
"science stu dies" o u d a antropologia da ciencias Elas a ge m c om o u r ver dadeiro clinamen, quebrando simetria invisive1 qu permitia crenc; exercer seuS direitos. 19 De fato, aO t eo ri a l ev a a na li s s oc ia l d a s c ie nc ia s em conta pratica d o s e ie n ti s ta s d o i r ep er t6 ri o s for<;a e x pl i ca r o s f at o i n eo n te s combina te da cieneias po meio de reeursos elaborados para dar conta ompreende-s
importancia decisiva da
dos fetiches!2 Ela certamente fracassa. Na se pode explica os buracos negros p o r m e i d a p r i me i r a d e n u nc i a c ri t ic a i n ve n ta d a contra
tas
f et ic he s
e x p l i c ~ 5 e s
contra os deuses. Mas
deix desamparado, ponc
fracasso mesmo des
ponco, tod
POLO SUJEITO I:
Ator humano livr
19 Pouc import moment exat dest clinamen. Q ua nt o mim, situo na exempla aneropologia da ciencia que Michel Serres conduziu de Lucrece Statues assim como no livro sfmbo 10 de Bloor, David Sociologie de la logique ou le limites de l'ipisthnologie. Paris: Pandore, 1976 (1982), mesmo se outros preferem reconhecer tal distinc;a no trabalho de Kuhn Thoma la Strtlctu redes revolutions scienti/iques, Flammarion, Paris [1962] (1983). que importa virad pel qua as hurnanidades as ciencias sociais retomam as ciencias exatas ao abandonar as quaer postu ras: da reconstruc;a racional, do ceticismo, do irracionalismo da hermeneutica que as haviam guiado at entao na relac;ao des tas com sabe reconhecido como tal Exagero, evidentemente imporcancia de minha disciplin ao afirma que na consegui damos superestima importancia historical Na verdade, el coincidiu com imensa reviravolt do modernismo, que Ihe deu sentido energia. 20. Para uma apresentac;ao do /racasso da explicac;ao social afron tada co objetos demasiadamence complexos ve CalIon, Mi chel Latour Bruno les Scientifiques et leurs alliis. Pandore Paris (1985) Calion Michel Latour Brun (Org.) la Science telle q;/elle se fait. Anthologi de la sociologi des sciences de la langue a,,glaise. Paris: La Decouverte 1991. (Edic;ao revista amplianda). fracasso possui virtudes filos6ficas superiore ao sucesso, coo tanc que se possa tirar dali conclusoes.
c r e n ~ o
I: O b i e t ~ n c o n t o d o
ingenue
Felix culpa das "science studies"
Ator humano determJnado
II:
c r e n ~ o
..
ingenua
II.Objeto-feito ,-,.,"
Segundo denuncio critica
pen
sarnento crideo. Descobre-se entaO, claramente, ao aplica-las so fraqueza c o ng e ni t a d a p r im e ir a d e bre "objetos verdadeiros"
Primeiro denuncio crftico
POLO OBJETO
Figura 5: p o u r d e manipulac;iio as "science studies" cmzam as dua denuncia cornam visfveis sua simetrias perfeitas, suspendendo, de repence, conjunro da operaljao que permitiria crenlj na crenlja. n un ci a m a compreende simetricamente impotencia dos objetos controversos, socializados, enredados em suas c o n d i ~ 6 e s (sociais?) de produc;ao, que servem d e b i go r n d e m a rt e l na d e t e r m i n a ~ a o c au sa l d a v on ta de s h u ma na s e x p l i c a ~ a o social n a v al er i t al ve z n ad a m a c au sa li da d objetiva nao valeri mais tarnpouco. Era precise r e to m a t u d d o z er o
e sc u ta r n o
vamente os prop6sitos d o a t o c o mu m .
Felix culpa, que permite n a m ai s a cr e di t a n a d i f e r s en ci al , r ad ic al , f u nd ad o r d o f at o d o f et ic he s M a
e n ~
es n ta O
paraque serve esta
d i f e r e n ~ a e l n a o p e r mi t e n e m m e sm o jus prodw;ao cienrifica?2 P o rq u e i n si s ti r t a n t sobre um d i s t i n ~ a o absoluta que n a pode jamai aplicar? Porque ela serve ;ustarnente para completar as vantagens da pratica atraves
tificar
21. Paradoxalmenre, as "science scudies", longe de politiza cien cia, permitiram ver qu ponto toda as teorias do conhecimento, desde os gregos ate nossos dias, estao sob jugo de definiljao polfticaque obriga separac;ao dos fatos dos fetiehes. Liberada da polftica, as ciencias voltam sec apaixonantes aberta wna descriljao tuna
1 : : 1 i : 9 W f M ~ ! f 9 # @
da vantagen da teoria duplo repertorio do modernos na pod se desvendad pel. d i s t i n ~ a o do f.ros do fetiches ma s e p a r a ~ a o do fa os pela segunda d i s t i n ~ a o , m ai s s ut il , e nt r dos fetiches feita reoricamente, por u r l ad o p as sa ge m da pratica, que difere totalmente desta, o ut ro . , c r e ~ ~ ~ t ~ m a u r o u tr o s en ti d endo: q u e p er m lt e m a nt e dlstanCl o rm a d e v id a p ra ti c o nd e se faz f az er - as f o r m a s ~ de v i ~ a teoricas ond se deve escolher entr fato fetiches melO de purificar indefinidamente teoria se arriscar entretanto,
capitulo
oa
ad
se
teoria
as conseqilencias desta purifica<;[o.
Desd qu c o m e ~ o s avalia pratica, percebemos que ator comum, modern ou nao, pronuncia exatament as mes mas palavra dos negros da Costa do adeptos do candomble, na c om pa nh i d o q ua i i ni ci e e st a p eq ue n r ef l o . a to r o evidenci mesmo, sa mu afirma, diretamente aquilo que ber, que el ligeiramente superado por aquilo que consrruiu. "Somos manipulados por f o r ~ a s que nos superam", de poderia dizer, cansado de ser sacudid de todos os lado de se acusad de in genuidade. "Pouc importa se as chamamos divindades, genes neuronios, economias, sociedade au e m o ~ 6 e s . Nos no engana mo talvez sobre apalavra que designaria tai forc;as, ma na so bre fato que elas sa mais i mp o rt an te s d o q u e n o . " a to r mu poderia continuar dizer, ao contrario "temos raza em di zerque fabricamo nosso fetiches, ja que estamos na origem des sas f o r ~ a s diversas da quais voce querem no privar no fazen do de marionete manipulada pela f o r ~ a s do mercado, da vo l u ~ a o , da sociedade ou do intelecto Talvez no enganemos sobr nome se dad noss liberdade ma na sobre fato que agi mos de acordo co outros, que os chamemos divindade ou aliens. que fabricamo jamais possui au perde su autonomia" palavra "fetiche palavra "fato" possue mesma eti mologi. ambigu. ambigu para os ponugueses como par os filosofo da ciencias. Ma cad uma da palavras insiste simetrica mente sabre nuance invers da outra. palavra "fato" parece re meter realidade exterior, palavra "fetiche" as crenc;as absurdas
do sujeito. Toda as dua dissimulam, na profundeza suas cal trabalho intenso de c o n s t r u ~ a o que permlte verda zes latinas est verdade que precisamos de dos f a t ~ s como ados espiritos. distinguir, sem acreditar nem na e l u c u b r a ~ 5 e s de ur sujeit psi co16gico saturado de devaneios nem na existencia exterior de ob jetos frios a-hist6rico que cairiam nos laboratorios como do ceu. Se acreditar, tampouco, na crenti ingenua. Ao j un ta r d ua s fontes etimo16gicas, chamaremos feei)tiche firm certeza que per mite pratica passar ac;ao, sem jamais acreditar na diferenc;a en 22
tre constrw;ao compilac;ao, imanencia transcendencia. Tao logo comec;amos assi considerar pratica, sem mai no preocuparmos em escolher entre construc;ao verdade, todas as atividade humanas na somente aquela do adepto do candomble ou dos cientistas de laborat6rio, c o m e ~ a m fala sobre mesmo passe, sobre mesmo fe(i)tiche. Os romancistas ") nao dizem tambem que sao" levados pa seus personagens. as oS acusamos, verdade, de rna fe submetendo-os primeiramen questa-o "Voces fabricam seu livros? Voce sa fabricado te por eles?" eles respondem, obstinadamente, como as negro
22. Seria necessario acrescencar aqui artefato em urn sentido emprestado do i n l e que designa, no laboratorios ur pa casita tornado erroneamence como urn nov sec como quando Tincin(a despeito da leis da otiea!) t o mo u u m a aranh que pas seav sobre telescopio do obsecvatorio po urn estrela que Tecra. Ao contrario do fato, a m e a ~ a v a a r t e f ~ t o surp:eende, pocque descobcimos ali humana q u a n ~ o _nao esperavamos por isso palavraassegura portanco, t r a n s l ~ a o entre s,urpce d o f at o ados fetiehes. Nao hi mais raza par abdlCa da palavra "fetiche" comO da palavra "fato", so pretexto de os modernos teriam acreditad na c r e n ~ a qUlseram desaeredl tar os fato para ater-s ao fetiehes. Na verdade, ninguem ?un ca acreditou no fetiches ead urn preoeupou-se, astuelOsa m e n te , c o m os fatos. As dua palavras eontinuam, porranto, in taetas. Como d i f e r e n ~ encr os fonemas "fi" "fait" nem sem pre audfvel poderfamos preferir "factiche", entretanc meno elegance (jactish
em ingles).
como Pasteur, atrave d e u m de sua admiraveis formulas cujo sentido corre sempre risc de se perdido: "Somos os io de que nao venham no dizer que eles esta se va nossas obras" lendo da dialetica, que sujeito, ao se autoposicionar no obje t o r ev el a a proprio, alienando-s atrave dele, poi os artistas, ao z o mb a re m d o sujeit assim com do objeto passar justa dois, sem tocar, em nenhum momenta, nem su mente entre jeito, senho seus pensamentos, nem objeto alienante. l3 To dos aquele que se sentaram na frent de urn tecIad d e c o mp u ta o r s ab e que tai romaneistas tinham conseiencia qu pensavam sobr aquilo que estavam escrevendo, m a q u na se pode, por isso confundi-Ios em u r j og o d e l i ng u ag e m o u ima gina que urn Zeitgeist lhe diria que escrever sua propria re velia, pela excelent raza que esses manipuladores d e s e gu n d categoria nao teria maio controle sobre ta Zeitgeist d o q u autor p os su i s ob r t ex to . E xp er ie nc i b an al , r or na d incom preensivel pela dupla suspeita da cririca remetida, por est ra zao, ao meio-silenci da "simples pcitica". P o q u exigir do negros que escolham entre f a b r i c ~ a o humana do fetiches suas verdade transcendentes, enquanto que n6s, brancos, modernos jamais escolhemos exceto se nos submetere essa questa no f o r ~ a r e m quebrar passagem continua que, na pcitica, acabamos de explorar?24 Em cada um de nossas atividades, aquilo que fabricamos no supera. Do mesmo
23. Cada pincoc poderia dizer que sua tel "acheiropoeitos" (nao feita pe1a ma do homem) entretanto de nao especa ingenua mente, ve-l eai do ceu inteiramente pronta 24. Expliearei, mais adiante, sentido dess ruptura, fabriea tecniea, apesar da apacencias nao eseap questao eomina toria, visto que os tecn610gos dividem-se eonsideravelmente en tre os que seguem os determinismos materiais dafunfcio os que seligam ao arbitrari do eapricho h u m an o o u social da forma. 50br este dualismo ve Latour Bruno Lemonnier, Pierr (Org.) !'Intelligence sociale des De la prihistoir aux missiles balistiques displ/tatio entre os dois techniques. Paris: La Decouverte, 1994 autores em Ethnologiefranfaise. v. XXVI, 1 7- 36 , 1 99 6
I'
mod que os romancistas, os cientistas ou feiticeiros os polIticos intimado deitar na mesma cama de Procusto so pen de passarem por mentirosos. "Voces constroem representac;ao nacio nal? "Sim diriam eles necessariament completamente." "Voces inventam, portanto, atrave da manipulac;ao, da propagan da do conchavo aquilo que os representado deve dizer? "Nao, somo £leis no os mandatos porque construimos jusra mente vo artificial que eles nao tedam sem nos. "Ele blasfe mam!" exclamariam os criticos. " P o q u e ternos qu ouvi-Ios por mai tempo? Eles nan consegue nem mesmo, no se illusio, per ceber suas proprias mentiras!."2 Entretanto, do mesmo modo que os politicos condenado ao silenci ha dois longos seculos, se acha rodo os dias, de manha: noire, entre essa construc;ao arti ficial essa verdade precisa; os cientistas, obrigados escolheren tre conStnlc;aO er ad e no s m an ua i l ev a muitas noites, para constmi no laboratorio verdad verdadeira. escolh proposta pelo modernos naose da, portanto, en tre realism construtivismo, ela da entre propria esco/ha existencia pratica, que nao compreende nem seu enunciado nem
25. Pode-s ler em Bourdieu "La delegatio et Ie fetichisme po litique". In Choses dites. Paris: Minuit, 1987. p. 185-202, exposic;ao desse desprezo pela representac;ao polftica na qual an tifetichismo levado ao seu limite extremo. "0 misterio do mi nisterio s6 pode agi caso ministro dissimul su usurpac;ao, ber como imperium que el Ihe confere, afirmando-s com urn simples hwnilde ministro" (p.191), ainda: "Logo, violenci simb61ica do ministro s6 pode se exercida co essa especie de curnplicidade que Ihe concedem pel efeito de desconhecimen denegaC;ao estimula aquele sobre os quais se exerce ess violencia (id.). Nao se pod menospreza mais trabalho da repreSentac;ao assi com sabedori dos representados. Soment illusio permite aos soci610gos n a v e contradic;ao gritante do antifetichismo, enquant el utilizada (ingenuamente?) pd soci610go crftico par retratar incapacidade do atores comun em ve contradic;ao gritante do fetichismo Nenhurn outro rei esta mais nu do qu soci610go cdtico, que se cre tinico ltici do em ur asil de loucos
sua imporrancia. Se antes so podfamos nos alternar violentamen_ te entre os dois extremos do repertori moderno ou "supera los" por meio da dialetica, como Barao de Miinchhause "su pera" as leis da gravidade podemos agora, escolher entre dois repertorios aquele onde somos intimados esco/her entre constru c;ao verdade, aquele onde construc;ao realidad tornam-s sinonimos. Por ur lado esramo paralisado com ur asno de Bu ridan, que deveria escolhe entre fato fetiches; pa Dutro, passamos g r a ~ a s aos fe(i)riches. Assim, ator comum quando par no interrogado, ffiul tiplicar explicitamente, com uma inteligencia absurda, as £ora s d e v id a que permitem passar, grac;as ao fe(i)tiches se ja mai obedecer escolha cominatoria do reperrori moderno En tretanto, essa teocia refinada conrinuacl encobertas vist que tinic meio de represenca-Ia oficialmente situa-s na escolha se feit entr construc;a autonomia sujeit objeto, fato fetiche Tenhamos cuidado em nao simplificar situac;ao: na se pod ignora nem multiplicidad do discurso que falam do passe ao se desvia da escolh moderna, ne imporcanci da teoria dos modernos que obriga uma escolha, que parece nun ca ervi para nada Existe algo de sublime na comparac;ao desta coleha de discursos, de dispositivos de praticas de reflex5e re finadas pelas quai as "zatoreszelesmesmos" declara eviden ci da aci! passagem entr os dai lado da palavr "fato" como da palavr "fetiche" preocupaC;ao minuciosa, farisaica, com qual desde qu procuramo no acredita moclerno (isto e, radi calmente nao relativamente diferente do negros), acreditava se qu passagem estava fechada para empre.26
No original les "zacteurszeuxmemes". (N.T.) 26. Daf fato, sem qual, dificilmente explicave1, de sociologia dos "zatoreszdesmesmos" possa afirmar que se comen ta, ao mesmo tempo, em coletar as declarac;6es dos atores qu acrescenta alguma coisa, eotretanto, qu des jamais dizem Londa um vo ao sem-voz, au de fazec simples teoria de suas praticas, ela se contenta em fazer passar contra os diktats do
Avancemos urn pouco. nOt;aO mesmo de pratic que provem da exigenci impost pelo modernos Na falt po dermos no exprimie segundo os teemos cominatorios do pensa mento critico, somos obeigados continuar fazendo que sem pre fizemos mas clandestinamenteY p r at ic a s ab ed or i d is simulada do passe que insiste em d iz e ( ma s c om o e l n a p od e mais dize-lo, ela se contenta ;ustamente em faze-la, em murmura-lo mei voz) que construc;a realidade sinonimos. Es tranh clandestinidade, diriamos ja que e l t am b em , n a e xp e riencia comum, urn segred de polichinelo, confessad de mi maneiras segundo mil canais Sim ma teoria continua por razoes tao boas que precisamos agora compreender na leva seri essa multiplas confissoes Chamaremo agor crent;a, operac;a que permite manter um teoria oficial m ai s l on g e possivel d e u m pratica oficiosa sem nenhuma relat;ao entre as dua ale dest preocupac;ao apaixonada ansiosa, meticulosa, para manter separat;ao Chamaremos agnosticismo descriC;ao antropologica dest operaC;ao.
pensamento critico, as formas de vida comuns que d es d s al a d o f un do s a t v i tr i n d e uma loja Donde as noc;oe de de simetria, de nao-modernidade no<;oes infrate6ricas, que na visa nem expressao m u i t b e m m a nt i d pelo acores ne x pl ic a( ii o i g ua l me nt e m ao s d o a to re s m a s om en t sua compilafao que os atores poderiam de faro encontrar grac;as ao leve excedente que lhe oferecid pela humanas ciencias. soci610go comum se encontra, portanto, no mesm nivel dos ato re comuns, com os negros os branco e, pelas mesmas razoes 27. Coisa curiosa; pragmatismo, que poderiamos acreditar se filosofia cia pratica, continu de tal mod intimidado pela po siC;ao de autoridade de seus adversario que obrigado descre ve p ra ti c s o um aspect modesto, limitado, utilitario, humanista comodo, ocupand assim, sem quesrionamento, luga que th [o preparado pela filosofia critica. modestia s6e uma virtude filos6fica se e l d ec id e p o p r6 pr ia , m an ei r p el a qual se privara de faze se dever ou de propor fundamentos.
omo estabelecer
um
antifetichista
eficacia misteriosa desta separac;ao en pranca, seri precisopoder dispo de descriC;5es de an tlfetJChlstas. ~ o _ d e r f a m o s , entao, contra-analisar os moderno fa z : n d ~ d e s c r l C ; ~ o etnognifica de seus gesros iconoclastas Como nao d l s p o m ~ s alOda d e ~ s e s estudos,28 pelo que sei, escolhi junto urn r ~ m a n c i s t a da india contemporanea uma anedora esclarece dora J a g a n ~ a r u r b ra ma n d o t ip o m od e n i d or . E l querla deStrUl fetiches libera da alienaC;ao os parias empre gad os par pedra sagrad da nove na or ;ando-os toca cores, shaltgram de seus ancestrais Ur fim de tarde apos tra balho, el agarro pecl do altar, depois diante de su tiae do P ~ r a
c o z : : ~ r e e n d e r
t ~ r ~ a
..
i s 6 ri a d a r t ofereceria contudo
urn
tl'CO
para e s r ~ a ~ t r o p o ~ o ~ l a hist6ric da iconodasia ancig modema. Ve ChrlstlO, OltvIer. Une revolution symbolique. Paris: Minuir 1991,; K o e r ~ e r , J os ep h " Th e I ma g in Quotations: C r a ~ nach Portratts ~ f L u t h e r Preaching", In Shop Talk. StNdies in Honor of Seymotlr Sltve. Mass Cambridge Harvard University Pres 1995. P,: 1 ~ 3 - . 6 . assim com os trabalho de Dario G a m b o ~ i (1983) Meprlses et mepris. Elements pour une etude de l'icode nocIasme comemporain" en SCIences sodates c. es ere,
vol. 49, p.2-2B Vet tambem Heinich, Nathalie (993). "les J ~ t s - p e r s o n n e s . Fetiches, rdiques er oeuvre d'art". Sociologie art, v. 6 , p . 2 5- 56 .
de
29 U.R Ananrha Murthy Bharathipllra, In: Another India. Pen
gum, Harmondsworth: 1990. p. 98-102. (rrada<;a do autor).
..
II
I' '"
sacerdot e, horrocMizados
c an t q ua lq ue r peito d o q u
s,
sinar-Ihes nao servirapara nada. El a m e ~ o u tremulo: "Toquem, toquem, voces Ao ToeA-LA!" Fo com se grir de urn lou eo anima enfurecido dilacerasse par inteiro. El er s6violen cia; le na senria nada alem disso. Os parias aehava mai que Bhutaraya fo espfrito demonio do deu local] a m e a ~ a d o r ar exaJava urn odor infect de sellS gritos. "Toquem toguem, to quem!" Para as parias tensao er muito forte. Mecanicamenre, e1es a v a n ~ a r a m , tocaram de leve aque1a cois queJagannat lhes apresentava partiram no mesmo instance Esgotad pel violencia pela d e c e p ~ a o , Jagannath l a n ~ o u sha/igram para lado, Vm grande angustia terminara de modo grotesco Mesm ti podi continua humana quando tratav os paria com intooiveis. EIe, par su vez, perdera su huma nidade, par urn instante. El tamar asparia par coisas despro vidas de signiflcat;ao. El meneava c a b e ~ a se perceber qu os parias haviam parcido. noir cait quando eompteendeu qu estava sozinho. Desgosroso de sua figura c o m e ~ o u a nd a e m rurno. El se indagava: "quando as paria tocaram pedra, pet deram, tanto quanto eu su humanidade Esramo morcos Onde e sr a f a h a s s t ud o e r r ni m o u n a s oc ie da de ? havi tesposta Apos uma longa carninhada el volrou para casa aparvalhado. (p. 102)
qui~ ~e;:-pl~t::S J : ; ~ ~ : t ~ ~ ~ ~ ~ : O : ~ mel
estav fazendo, entao p at o
s e mdagou,
ra pedra nao nada, ... el- par voces. toquem ul era mas meu corai)3.o se ltgou a e a e pegu de me esse cornDll 0 p o o v 'I na, toquem aqUl que s d mi [minha r i na A q u e : e ~ e ; ~ : : : : : ~ e : das imuneraveis ligai)Oes pirito.Toquemos Jp mm presperando; Qual ev se oe ao Born de tornOll wn shaI) 'lhe r:ago Nao se ao cerro: isto sente qu el tocareffi urna pedra. Se voce apresenro como 19ra porqu p ar a m in h a r i p ar a enca.o ele se tornara. wna pe ra sacerdote. Porgue eu ofedceci, p o r q u r e c ' l v m O ~ ~ t : ~ : : : : : d ~ o 1 t e , e a n e haliuram! Que este shaligra rodos lorarn testern _r /:>". que esra pedra se rranSLorma em J: se rransforrne em pedra (p. 101) As palavras p a ra r a
n a s u a g a rg a nt a .
Mas para g ra nd e s ur pt es a d e ]agannath, destruidor de aram aterronza,; ' d o lo s l i be r t ad o r , a n t if e t i ch i s t a os panas recu co urn ,; Jet melO dos E l e [ l e o u s oz in ho , n o melO ri g r it a nd o d e vergo ' . dade' sacerdote
; ; ~ : a d ~ : , l : n ; : ~ : t o a ~ u e l e s qu ele vam
malS
ng
queria lib:rtar se amontoa
posslvel do sacrificador saenlego.
;' seu tom profespro e:lU Se voces soral: "E so urn pedra Toquem-na voce ~ e r a o em. ep sh oat ,s os od ,; El na eompreendia que aconteCla com os panas. amontoava-se mai longe possfvel assustado sem ousa
do! de
ou ficar. Com el d e s e j a r ~ , .contudo: est m ~ : e : t ~ ~ : g g : do os parlas tDCarlam, en e m o q ' T na "!
f.~:;'~~f ~:~~~:~:; :r%"~ ::~:';~;: ~cupar~: 'l~~e ::::~~ ad
crueldade monstruosa
tlU ram com eriaturas hornve1s que rasteJava El mordeu se hibi ordeno co uma
fi
l rm e
I"
"Pilla! Toque-a, SlID, toque-a. '. pOll [0 eonrramestre] contlOUVa Jagannat senriu-s esgot
pe
es
,;
d'do Tudo
]agannath destinou a o f et ic he , a o i do la , a o
destrufdo, d is pe r so , n a
)agan nath tentOU seduzl-10s
.0
golpe qu
passado, as correntes da servidao, fo desviado.
sve inflexfvel:
iscando os olhos. qu tentara en-
fetiche, mas
qu
jaz agora,
sua humanidade,
do sacerdote. El acreditou te fe(i)tiche que se rompeu. De tepente,
como a d o s parias, de sua tia destruido
fetiche,
fo
s e c or no u u r n "animal selvagem",
riveis",
os parias "criaturas hor
objetividade estupida da pedta aquela qu ]agannath
queria faze-los verifiear com suas p r 6p r ia s m a os , p as so u pelos
servos, eles p r 6 p ri o s t r a ns f o r ma d o s em "coisas desprovida de s i g n i f i c a ~ a o " . Inverrendo os d o n m a g ic o s do rei Midas, ]agan nath fez do sha/igram a l g q u e t r an s fo r m em pedra aqueles qu tocam para dessacraliza-lo, El
queria dissipar
"deuses e, amarga ironia!, aqui esta de Bhutataya", Se ele consegui sem,
i lu sa o d o
mais " a m e a ~ a d o r qu
enfim, que os p a ti a t h obedeces
porque eIes cederam ao terror dest
coalizao de divinda
des a m e a ~ a d o r a s , aquelas de seu senhor, acrescentada
do es-
pi'rito-demonio ainda, os servos 56 the obedecera "mecani camente" Animais, coisas maquinas, ei que eles passa por todas as n u a n ~ a s d o i nu ma no . M ai s g ra v a in da , s en ho r servos "esta monos", porque fe(i)tiche, um destrufdo, na consegue mais manter, externamente, que os tornav humanos. "Onde esni falha?", pergunta-s Jagannath. h um ao o ao residiri mais no sujeit liberad de suas correntes no des truidor de idolos no modernizadorque possui urn martelo, ma e m o ut r o l ug ar , ' li ge ir am en t e m outro lugar? precis real mente manter-se sombr do fe(i)tiches para na morrer Par nao se t or na r b ic ho , p ed ra , a ni ma l m aq ui na ? preciso uma simple pedra para na se tornar duro f ri o c om o uma p e d r ~ ? Ao se enganar de alvo indiano modernizador no ensm muito sobre el proprio, mas sobretudo, sobre os brancos. esta l i ~ a o que precisamo seguir. 30 Para que se;am cientistas criado res politicos, cozinheiros, sacerdotes, £leis, operadores, artesaos salsicheiro fil6sofos, preciso que os modernos passem com autonomia. Se vivessem sem fe(i)ti c o n s t r u ~ a o ches, brancos na poderiam viver, eles seriam maquinas, coi sa animai ferozes, mortos Na Ih pedido por isso que "acreditem no fetiches que atribuarn alma as pedras segund horrive cenografia do antifetichismo. Justamente, shaligram uma pedra apenas uma pedra; todo concordam com isso s6 denunciador, d e s t r u ~ d o r de idolos na sabe El aprende isso muito tarde. El eqUlVOca-s com os gritos do sacerdot de su tia. Jagannath acredita que eles assistem horrorizados, ur sacrilegio libenador Ora, par ele, soment por le que os dois se sentem cobenos vergo nha. Com el pod conferir-lhes sentimentos tao terrivels; com de pod attibuir-lhes ado"",ao da pedtas idolatti monsttuo sa? os p:irias ;a sabiam que Jagannath desti
30 Sobr os parias ve admicivel livro de Viramma, ~ a c i n e , Josiane Racine, Jean-Lue Un vi de paria. Le rire des aSServzs. Inde d" Sud, Paris: PIon-Terre Humaine, 1995.
cobre ao ~ a l h a r golpe na se trata absolutamente de crenlia, mas de atltude Nao se trata da pedra-fetiche, mas de fe(i)tiches, esse sere deslocados que no permite viver, ist e, passar con tinuamente cia COnstID\aO autonomia sem jamais acreditar em verdad per u m a a u em outra. G r ~ a s aos fe(i)tiches, c o n s t I D ~ a O manecem sinonimos. Vma ve quebrados tornam-se antonimos. Nao se p o d ~ mais passaro Nao se p od e m ai s N a se pode mai viver. preciso, entao, restabelecer os fe(i)tiches. Gra,as Jagannarh efidcia do fe(i)tiche torna-se agota mai clara. Partimos cia escolh cominat6ria que impunha deci di se construiamos os fato as fetiche au se, ao contcirio, eles nos permitiam atingir r ea li da de s q u n in gu e m j am ai s o ns truiu. Pereebemo que ess escolha jamais obedecida na pcitica cad ur passa por outro lugar discretamente, sem dificuIda e s a tr ib ui nd o m es m r o mo o ri ge m humana a ss i c om o a ut on om ia . P ar a f al a d e f i o s f i n in guem nunc soube disringuir entre imanenci transcendencia. Ma essa o b s t i n a ~ a o em recusar escolha, compreendemo ago ra sempre existiu, como uma simple pratica, como aquilo que na pod se acolhid ne com palavras nem teoria mesm se os "zatoreszelesmesmos na param de dize-I de oferecer s u d es cr i\ a c o g ra nd e l ux o de precisoes.31 golpe em fals do desttuidor de fdolos como felix culpa do estudo sabre as ciencias, no permitirao examinar defi-
31 Ist torn generalizar como Miche CalIon eu freqiien tement mostramos, virada etnometodologica esrendendo-a por inrermedio da semiotica, metafisiea, como unic organon nossa disposic;ao que pode eonservar se assombro, diversida de do modos de existenci ao re ;o verdade, da transposi c;ao para uma forma textua par uma linguagem; restric;ao que procuramos conrud superar, estendendo as proprias eoisas as definic;oe demasiad restritivas da semiotica. Reeaimos, enrao, sobre as entidades que no interessavam desde i ni ci o s o que g o n om e d e t or -r ed e o, ur t em po , r ea is , o ciais discursivas
nitivamente
ant etl
h'
Ism,
de descrever, do exterior,
reto;;ar aparato da c re n, a crabalho de a n ~ ~ 7 1 ~ g ~ ~ a ~ l a operador, fe(I)t1che, qu dOdalos do telativismo culsem se comparac;ao, m a s . Ao leva agnosticism rural sem mai acred1tat.na c r e n ~ a . aDS moderno sem fe alidaeste ponto, nao ternos matS qu noS opot
riches, revelando aos o l ho s d o s n e g b r ~ s ddO: ~ : : : S p ' r ~ r a p r ~ ~ e reprelsmo d' f ar ce s o r de exteno s e ridiculariza as mO Nao cernos matS gu 'r h'smo taO ingenuamente sentac;oes InterlaCes. d' tu tl am as velha tla deroos que acre ltaCt f et i h e quanta tarobem urn fe(i)tiche, modernos (em em seuS shaligrams. idamente surit trickster astueioso Resta esboc;-ar ap apalxonan, t e s u f or m c om pr e en de r s u eflCaCla.
Como represen do
fi)tiche clivado os
Zomba-se, as vezes, do carater grosseir do fetiches, tron m a e sc ul pi do s p ed ra s mal talhadas mascaras caricatas 32 Desculpem-me, portanto, propor uma d e s c r i ~ a o sobre os fe(i)ti ches modernos tambem desajeitada, ur esguem sobre Macin tosh muito pouc desbastado. particularidad interessante de nosso fe(i)tiches reside no fato qu os os quebramos duplamen te, u m a p r im e ir a ve verticalmente, uma segund ve lateral m en te . p r im e ir a r u pt u r p e rm i t separar, violentamente, polo sujeito polo objeto, mundo da representati0es das coisas. segunda, separa obliguamente, d e m od o mais violento ainda, forma de vid teorica, que levaa serioesta primeira dis d o s uj ei to s e, um forma de vida pratica, t i n ~ a o d o o bj et o c om pl e ta rn en t d if er en te , a tr av e d a g ua l c on du zi mo s n os s muito tranqliilamente, confundindo sempre e x i s r ( ~ n c i a , que fabricado po nossas maos gue esta ale de nossas maosY
32 Desde presideme de Brosse, faz-se muiro caso sobre este fe tiches materiais pesados toscos, estupido brutos 1sto signi fica esquecer qu res extensa s6 brutal aos olhos de urn espiri to conhecedor. Suas materias de madeira osso, argila, piuma ou marmore, pensam falam se articuIam com todas as outras ma terias Um pedr nao te nada de particularment informe. Suas articulat;oe permitem tanto "fazer-falar" quantO aquelas do fermento Iatico. 33 Este diagrama oferec ur pOUCD de corpo aDs esquemas ex cessivament abstratos do livrD sobre os modernos op.cit., 1991.
II,
'"
1,1
'j
'J
Primeira fratura realidade
construc;:oo
polo sujeito
polo obieto
ALTO: ESCOLHER CLARAMENTE ENTRE FATOS FETICHES
restourac;:ao
Segunda fratura passagem cofldiana cornentada por urn discurso sutil entrecortado
AIXO: NA ESCOLHER, PASSAR GRACAS AO FEUITICHE MAS SEM DIZE.L EM ABSOLUTO, OU MOSTRA·LO
Figura 6: fe(i)tiche modern possui p a r t i c u l a r i d a ~ e d: cornar t r ~ S vezes invisfvel aquilo que torna eficaz; no alt? n a h a f e t ~ c h e ' b e to mas urn escolh cominat6ria entre dOlS extremos,.em . a l x d ~ ' ,,0 solu d ev e J am a ze fe(.i)tiche permite passagem, laz-Iazer, ma..: nao se 10 claramente; enfim, alt baixo sao hermetlcamente dlSttntoS.
Frente astucia deste dispositivo compreendemos.por que os modernos podem acredita que, unicos entre os demal povos, escapam as c r e n ~ a s ao fetiches. No alto da figura 6,_a q u e b ~ a entr as sujeitos construtores os objetos a u t o n ~ ~ o s naO ~ e r . m l Embaix efieaeia do [e(l)oehe te v e a qu l 11 (,')ti
desdobra-se, mas discurso indefinid que fala desta eficaCla n a p ar a d e interromper sua continuidade, de se deslocar, . c o ~ o se ele devess codificar trabalho incessante de suas m e ~ l a ! o e s para torna-Ia invisiveis teoria. Entre os d oi s s e ~ a ~ a t ; a o to tal, s e p a r a ~ a o que protege, m e sm o tempo, e ~ c ~ c l a do pas s es , e mb ai x o p ur ez a da teoria no alto. fe(l)t1che dos mo-
Substituo dupl separat;ao naturezalsociedade de urn lado, pu rificat;1io/mediat;ao de outro, po ur objeto manten: ambo cuja present;a, descrit;ao, composit;ao poderao ser obJetode estudo empiricos.
deroos permaoece porranto, tre veze invisivel ranto qu ou eros, em outros lugares, como Jagannath, a o f or ne ce m imagem unificada desses fe(i)tiches. Tao logo compreendemo essa imagem, esse retrato percebemo que fe(i)tiche reside no conjunto desse dispositivo. necessari estabelecer fe(i)tiche f i de compreender p a r q u e os modernos acre por c om p le t o se acredita desprovidos de fetiches. ditam na c r e n ~ a Em todo luga ond os m od er no s t er n q ue , a o m es m t e m po, construir se deixar leva por aquilo que os arrebata, na pra publicas, no laboratorios, as igrejas no tribunais no su permercados, os asilos os atelie de artistas na fabricas no seus quartos, precis imagina que tais fe(i)tiches sa erigido au as todos, como os Hermes castrados por Alcibiades todos sa des truidos, quebrados golpes de martel pa urn pensamento criti co,cuja long hist6ria no remeteri ao gregos que abandonaram os idolos da Caverna, ma erigiram as Ideias aos judeus destrui dares do Bezerr de ouro, mas construtores do Templo ao cris di.os queimando as esratuas pagas, mas pintando os kones; aos protestantes caiando os afrescos mas erguendo sobre pulpito texto veridico da Biblia aos revolueion:irios derrubando os anti go regimes fundando ur culto deusa Razao; ao fil6sofo que se valem do marcelo, auscultando vazio cavernoso de todas as es tatuas de todos os cultos, ma tornando erigir as antigos deuses pagaos do desejo de podet Com se pode obsetvat no dois Sao Sebastiao feitos por Mantegna, em Viena ou no Louvre, os moder nos s6 podem substituir os antigos idolos que jazem destruidos seu pes, p o u m a outra estatua, tambem de pedea tambern sobre urnpedestal,mas tamWnz quebrada pelo martir, atravessada pa fle chas log destruida. Para fetiche, fetich meio Ma nao, estou enganado, precis acrescenta ainda algu rna cois esse fe(i)tiches. preciso retomar diagrama acres escatua destruidas. Sabemos que as etn610go como os et nopsiquiatras admiram, com razao, os pregos, os cabelos, as plu mas, os buzios, escarificar;5es tatuagens com os quais os antigos
os fetiches destitufdos do cia Costa antes de serem jogados
f o ~ u e l r a
ou no m u s e u ~
dizer enrao, da exrraordiruiria p r a h f e r a ~ a o d e f m a r ~ a s , r,:a de barbame, de pregos de plumas de aram ar 0, : e s ~ e adesiv de alfinetes, de grampos, co as quaIs r e s t a u ~ - s e , sempre' alt clivado do fe(i)tiche modernos, asslffi c o : o ancho' que as manrem sabre seus pedestais? mu 0, es co rasgo remendos lficessantes. up sempre, restaurou d a ~ o s
Primeira fratura construc;:ao
realidade p61a
polo sujeito
Segunda Iratur passage cotidiano comentada entrecortado par urn discurso suti
s se I
nt op
pesquisador do Instituro Pasteur que apresenta par inocentemente dizendo: "Born dia eu sou coordenador do cromossomo 11 da Ievedura de cerveja" diz apena est famosa pesquis.dor rambe confunde ra "O Borara sa Araras". cia Ievedura de cerveja, como Pasteur sua propriedades com confundia se corpo ao do aciclolatico, como n a ~ o e s doAma zonas confundiam sua culturas com sua narurezas domesricas.3 Claro que noss pesquisador na se t om a p o urn cromossom tanto quanto os Boraro por ur papagaio Ma ao fi da conver sa apos rer discorrido, durante t re s h or as , s ob r E ur op a i n dustria da cerveja, os programa de v i s u a l i z a ~ a o de sobre Macintosh, genoma de Saccharomyces cerevisiae, ele DN mi
bra do fetiches precise acrescentar, par se dupla permite restau Figura 7: oi oq compreender os modernos, o d o p e r a ~ o e s de salvamenro, ra os p e d a ~ o s esparsos, ?or_ tuna sue de r e s t a u r a ~ i 5 e s de e x p l ~ o e s . Por que s e
fez n a C os t d a a ~ a o com sempre de cima Eles passaria Africa Ocidental, como sempre s e f a no vasto pai tagarela si lencioso cia pratica. Pa que esta bizarra configurac;ao? Por que destruir para resraurar em seguida, fato que surpreendeu co rean cujo texto inventei no prologo? que ao remeter prati ca subterranea preocupac;ao de resolver c o n t r a d i ~ a contfnua imposta pela quebra violenta do fe(i)tiche transportadores mediadores, os modernos puderam mobilizar f o r ~ a s extraordimi rias, s e q u elas jamais aparecesse com a m e a ~ a d o r a s ou m on st ru os as . a lt o d es tr uf d d o ti he u r illllSio mais, uma ideologia que dissimularia pela fals consciencia, verdadeiro m un d d a pratica. Est alt desorganiza teoria da mundo independente cia p ra ti ca , l h permite des a ~ a o , cria dobrar-se sem ter que pres tar contas instantaneamente. G r a ~ a s aos fdolos destrufdos, pode-se realizar i n o v a ~ o e s se risco, se res ponsabilidade, sem perigo. Gutros, mai tarde, em algum outro lugar, suportarao as conseqiiencias, medido impacto, avaliado repercuss5e limitacao os estragos.
pa esses rna-
ravilhoso rernendos, que perrnitem r e s t ~ u : a r t o d ~ s os : ; s ~ :eoI'd dell rnl'1 maneuas I l l , efidcia do fe(l)"che, amda entre construc;a ap re rIa ten p ar t Se eles tivessem sid realmente destrUldos, m ~ g u e . m , .d SI
g u r n ~ , ~ l ' d Ip de martelo, oS modernos na destrUldos por urn so l O g O d' alrnente do outras Na h av en a n e me d ml S ot 1 d ~ ~ U 1 n a m rn'rr: parte d e b ai x d e e u f e( i) ti ch e p ar t
34 Ve sabre esta eanfus5es b el a l iv r d e D es eo la , P hi l ip pel Natur domestiqlle. Symbolisme et praxis dans I'ecologie des Achuar. Paris: Maiso de Sciences de l'Homme, 1986 r e i n t e r p r e t a ~ a o literaria reflexiva em les Lance dl Cripuscule,
Paris PIon 1994.
. n c en t nt eu estoU fazendo confessa-me, tambem d· •" 1" Agui se n c n tr a a p e u en a ode se mOVlmenapenas A ta ta s de simetna. POlS : ~ ; o r o r o se abale, vice-versa, posslvel ta sem u r c ro mo s omo qu movimen-
; : ; o ~ : : : : ~ ~ ~ t : s : ; i ~ ~ : ~ ~ m a
ciencia, comOcromosso seeste d U P I 0 1 ~ b ~ ~
mo Quando de d e l e apenas preen era, levedura de cervej surgl! nO m ~ n . 0, n at ur ez a n o alto na clari
10 56 perturbasse fatcs
uma 56 vez inesperadament u mc a Em assaI to, DUrroS deverao Sil I t ~ e n .. eticas poHticas econoffilcas ." consequenClas te oc upar-se f: ci "apenas clenCl rf relCO, esta fundo de seu laboratoria, revolUclOoar
:;ac:.'
' fi c
:~~t~\':~:nt~t
e ne s dar n ov a f o rm a a o n a s C I m ~ n pto:'ses,
tede6pl~~: pa:a~:~:,d:p:~::o:t:~c:~~:'
iss s6 aparecera como um Slm ,,, No alt na clatidadedos fetiches desttufdos so se c ~ ~ ~ lado, e, de liherdade, de outrO sem q ~ e , J a m a I s os de CIa, p ro dl gl os o r em e 0, lados de confundam, m e s m ~ se, po da vi r ar a c ir cu i to s de ebradas sem nunca s t u r r no juntarmo as duas partes qu no a lt o _ . r od a '5"
alma. .; as v an a i x T od a as vantagens da di tinas vantagens da pratlca -d e r : n ~ a d o s ' Todas as vantagens da passa meticulosa entre os 015 om ~ o d o conhecimento (pratico) rn de 35 .; da uebra, do p as s da restaurac;ao. d' dos tre repertorIos, de interesVoce percebe que os branco sa ta em 19nos
vamente
oderno sigam, em suas idas vindas as Ie Principe responsaque os conseqiienClas de suas ~ o e s , dos .t·,' Par'·s· Cerf 1990 os coma par negr porque eXlg des petC aro d' 11 e. medir as conseqlienclas lSSO, qu modernos, sem 'orc ser exemplar: lrfz oquerazla- su l' 'J ustamente 'd ruptur na onttnU al responsablhd parc .a d fatos da a, nSlvel a p a f 1 ~ a o surpresa lndcomprjeedo de responsabilidade etica, de outro. eu
35. Ao
j a qu
sabem oferece muitos tra\,os discincivo aos olhos da
antropologia comparada... Qu me compreenda bern. Nao r eb ai x a qu i a s m od er nos devid ao seu fracasso piedade monstruosa barbar co q ua l a cr ed it a ter definitivamente rompido. Nao r et or n cern dos fdolo do fanlm, do templo, do mercado, para acusa os sensacos de acreditar,apesar d e t u do , maneir dos negros au dos parias. Nao as encorajo, como fil6sofo qu se val do marcelo, clestruir enfim, pa urn ultimo heroico esfor\,o as ultimas su p e r s t i ~ O e s que repousariam ainda na ciencias na democracia d e f i n i ~ a o m es m a d o monsrro, da barbarie, dos fdolos, do mar t el o cia ruptura que precis ser novamente retomada. Nun ca houv barbaros no nunca fomo modernos, nem mesmo em s on h o s o br et u d em sonho! Se coloco n o m es m o nfve os por tugueses cobertos de amulecos osguineense igualmente cober tOS de amuleros, os fetichisras os anrifetichiseas os adoradores do shaligram os bdmanes iconoclastas, pelo alto, nao por baixo fa\'o. Quem conhece melhor t a a ss un to ? M a c la ro , s a que aqueles qu sempre imputaram seu fe(i)eiche condic;a de servirem de passagem tao logo construfdos, aquilo que os supe ra Somos capazes, no tambem, os modernos, desta grandeza Ma claro, tranquilizem-se, se qu voce na poderia re zar, acreditar, pensar, descobrir conseruir fabricar trabalhar, amar. Acontece que noss particularidade provem destetra\,o dis tintivo: nosso fe(i)tiehes, ainda que destrufdos, encontram-se de tal forma remendados, que eles remetem pratica que teoria so pod apteender so dupl forma da guebm da testautac;ao Esea nossa tradifclo, ados destruidore dos restauradores de fe riche, estes sao nossos ancestrais, sere respeitados sem excessi vo respeito como se faz em toda linhagem 36
q u e ~ e r
'J
36. Nao nos e s q u e ~ a m o s qu devemos tambem aos modernos soment des, est outradicotomia entre respeic pelo ances trais, d e u r l a o , liberada de tod entrave do pas i n v e n ~ a sado,de outro. R e a ~ a o r e v o l u ~ a o , t r a d i ~ i i o i n o v a ~ i i o , emergem concepc;ao
Aprecio bastante, confesso,
ohtido quando el
r e tr a t
d o mundo moderno
testabelecido em todos os pontos todas as
prac;:as, t o d c u me , t o d f r on t io , t o d t e mp l o t o d r a m i f i c ~ a o , todo cruzamento, multidao de fe(i)tiche rompidos, refeitos,
praticos. Na precisamos mais opor mundo desencantado, virtual, ausente, desprovid de territ6rio, outro, rico, intimo, compacto completo, dos primitivos que jamais viveram na quietude fetal do sonhos do bon selvagens. Ma na devemo tampouco imagina que vamos, graCias verdade, efica.cia, rentabilidade, sair do horrivel magma barbaro, em direC;ao do qual, se na tomassemos cuidado, noss passado no lanc;ari mo os barbaros na existe mai do que s el va ge n n 6s , dernos, com nossas ciencias, nossas tecnicas, nossos direitos, nos so mercados nossas democracias na somos tampouco barba ros, contrariamente imaginaC;a dos heideggerianos.-'"' Somo como todo mundo (onde esca dificuldade?, onde esca perda?, onde esra perigo?), ca pr6ximos, que estamos ligados por mil lac;os ao fe(i)tiche particulares nosso ancestrais, nossas tradic;6es, nossas linhagens, qu nos permitem viver passaro Somos herdeiros desses destruidores desses restauradores de feti ches antropologia comparativa possu agora meios de res tabelecer urn dialogo q u m e parec mais fecund que p ro postoS pelo NN ou pelo ressentimentos enfadonhos do an-
movimentos reacionarios dest seculo qu quiseram 37. fazer dogie do paganismo que deseja qu querem aind destrui universalidade da razao, enganam-se terrive1ment tanto sobre qu adoramcomosobr qu execram: e1es descre ve selvageri desejave segund exotism mais raso de testam razao naquil qu el ptetend ser, ao pass qu el mostta, na pratica, mais civilizada, mais fina mais sociali zada mais localizada mais coletiva das forma de vida. Caso se dev reanrropologizat mund modemo pe alto pe ciencias tecnicas nao POt baixo, dando credibilidade visao que tre seculo de clericalism de racism comuns acreditaram poder oferecer sobre os primitivos os pagaos.
tiimperialismo. Pela primeira a ~ o s ,
prlmeIra
sem
z t
nao ten amos malS nem no exterior, nem, sobretudo, em noss mei Pela
e s ~ e t e ~ m o admiravel seja cingido po forc;as o b s c ~ ~ ~ so * e S t ~ C 1 a m espera d e u m palavra d e o r de m para transpor
~ ~ n ~ ~
e v a s t ~ r . t ~ d o , - Pela primeira vez, talvez, possamos no que as clvlIrzac;oes na sa mortais.'s
;sZ7;a fr07teirir;a de uma p r o v i ~ c i a do Imperio Romano (N.T.)
om embra Marshall Sahlms em um recent art" 19O SentJmentai Pessimism and Ethnogtaph" 1C xperlenc or Why CuI ture IS Not DIsappearing Obj'ect" no pre enquant antropo ate p o ~ u c ~ t ~ m p o se desesperava com fim das culruras proprJa Jmplosa pOs-moderna_ el enconrra-se gora lfivadJdapela renascenra de novas '} cu tura qu nao sao moderqu pedem par se estudadas. Nos nao terminam lIar quant reequilibrio em beneficio da A" a v ~ F' Sla I V l a os OCJa J s ~ In: ma consciencia europeia. Jnkio da antropologia I i s ~ ~ e : a r a z v l ~ o l r o s a quanto as sociedade que ela deve poder a n a ~ 1; e- as perecer.
Trans-pavores
' i : ! 9 i ; % : % 1 ; [ i ~ , - : ~ ) ; i i
Como obter, gra<;a as divinda
capftul
rantes de periferia, ntrabando
Podemos agora definir com precisao
antifetichismo: humana que fabri ca as entidades autonomas que ali se formam, que al se reveIam Ao ( on tt ar -i o p od em o d ef i ni r a n tr o po l og i s im et r ic a c om o aquila que revoga esta proibic;ao, confec ao fe(i)tich ur senti fe(i)tiche pode sec definido, portanco, com do positivo sabedoria do passe, com aquila que permite passagem cia fabricac;ao realidade; como aquila que ofetece autonomia que nao possui' mas sere qu naoa possue tampouco, mas que, po iss mes mo, acaba por nos concede-lao f e( i) ti ch e que faz-fazer, qu faz-faJar. " G r a ~ a s ao fe(i)riches" poderia dizer os feiricei res, os adeptos, os cientistas, os artistas, os politicos "podemos produzir sere ligeirament aut6nomos qu no superam ate cer to ponto: divindades fatos, obras, representac;oes" Infelizmente esta formulac;a reutiliza os termo "nos", "produc;ao", "autono mia", "supera\,ao" que foram forjado durante seculos, para ali mentar polemic antifetichista da qual procuramos justamente nos desvencilhar.' Apo te investigado durante muit tempo os proibifdo de apreender como se passa cia
acs:ao
1. Pode-s le em Hutchins Ed Cognition in theWild. MIT Press, Mass:Cambridge 1995, ainda que represencand uma tradi<;ao compleramenc diferente, da "cogni<;ao distribuida" mesm exterioriza<;a do rrabalho do pensamento, sua transposi<;a para antropologia, sob formas compativei com as da presenc reflexao.
avatareS do objeto veriftcad que de jamais ocupa, ne po sir;ao de objeto-encantad nem de objeto-causa, e. p.reciso ag.ora voltar-s para avatares do sujeito. construt!vlsmo. sOCIal no obriga, co efeito no iluclirmos t a ~ t o ~ o ~ r e as enttclades que mobiliza quanto sobre trabalhador mfattgavel qu.e el su poe trabalhar regido por uma tarefa. Se P a s ~ e u r ~ ~ d e dlz:r, se se contradizer, que tornou fermento do aclclo lanco autonomo; se adepro do candomble pode wrmar, se hesitar, qu ~ e v e aprender faze su divindade se agannath pode dlzer, se piscar que shaligranz nacla m ai s d o q u uma p e ~ r a , qu que el lhes permite viver, po sujei.to concebld com.o fonte de a<;ao deve mudar tanto quanro obJeto-alvo. Eu ?reClsaria de urn lugar, diferente do laboratorios para prossegUl esta dabora<;ao do sujeitos que corresponcle simetricamente elabo ra,ao do fatos Tobi Nathan ofereceu-me taliugar, ao qua quero tentar faze justi<;a sem certamente c o n s e g u l t . . Esse evento tern lugar periferia, em ur np de Vlslt de control formad pela reunHi de psiquiatras, p s i c o l o ~ o s , . e s ~ tudantes, etnologos, visitantes, jornalistas, curiosos, de I n d l ~ l duos impertinentes, transeuntes que p a r ~ i c . i ~ a : a m da s e s s ~ o . Neste drclllo, ur entre outros, sem prlvlleglO nem Inferlo ridade, paciente N6s thedamo este nom fi preencher os registros da previdencia social, ma ele qllas na merece, poi el bastante ativo. Nada r , e m t o d ~ caso, com as apre tempo em senta<;oes dos doentes noS asilos que conhecl os fi16sofos prestavam seus exame par certlficado de pSlCOlogia. Por certo que paciente presente su d ~ e n < ; a se a ju st a e r su pe so ma el s e d e sp re nd e r a p l . ~ a m e n ~ te que na mais rnerecer nome de doen<;a. precise manter e st e n om e v er n c o s u p ri m ei r a f a mi li a t i ~ , m ae , p ai , i rm a o u f il ho s m a t am be r c o s u s eg un d ~ a m ~ lia juizes, assistente sociais, psic6logos, educadores. pr mel m ai or i n eg r o u p ar da , s eg un da , pacientefa su ou suas linguas. Urn p t 1 ~ e ~ r o t r a d l l ~ o r comenta em frances, depois cad urn faz sua propna tradu<;ao.
Fica-s ur pouco surpreso que paciente na esteja no centro da sala nem da conversa. Alguns tentam [ala dele dota-i de uma interioridade, d e u m historia propria, cle uma responsabi lidade "Ele est melhar el se encarrega mai de si proprio, el esta aherto, el se comunica", ma isso parec interessa pouc aos outros Eles olha para baixo, para cima, par lado par outro lugar, fala de qualquer outra coisa. Do que? Da divin dades. No inicio, paciente se espanta constrangido Esgotad po dezena de entrevista psico16gicas (seria preciso dizerpsico genieas), ele pateee entediad de fala disto. Disto? Nao absolu tamente, voce na esra compreendendo. Nao se procur de modo algurn neste cfrculo passa da sala de jantarpara cozi n ha , de la par os fundos da cozinh ou para pOl·aO. Nao, as pessoas na se interessa em absolut por ele, nem por su su perffcie nem po sua profundidade Se vieram para fala do 6que declicamos dua hotas de noss tem l ho , e m a po. Se vieram par tratar da irma, pelo tio que fico no se pais de orige que no interessamos. Se vieram par compreende crime cometido por urn heue, vamo dedicar manha: as rela c;oes Al co ai c on st ra ng im en t d o c ie nt e d ur a D ep oi s d e a lg u t em po , interessado, ele se mostra atento, junta-se convers com se falassemos de ur ou de urn outro, na verdade que se fala em varias lfnguas. tro Ele acrescenta, as vezes, sal as feridas. Acontece ate mesma coi sa espantosa par observado moralist psicologizad que sou, que se ria as gargalhada co ele, pIOp6sit do dramas horrfveis que se tramam no seu exterior Estamo todo no asilo, prontos para camisa de forc;a na saida? Nao, poi assistimos em Saint-Denis", na Franc;a, uma curiosa experiencia: aquilo que as entrevistas de psicologi pode fazer, uma sessao de etnopsi quiatria pede desfazer sujeito responsave cloente, sabe-s
Jovem norte-africano, nascid na Frant.;a de pai migrantes. (NT.) Municipalidade francesa, situada ao norr da regiao merropo lirana de Paris. (N.T. **
desde Foucault, na existe desde sempre preciso, para rete-la, para mance-Io, urn aparato cuidadoso, i n s c i c u i ~ O e s a mp la s 6 lidas, exerdcio de disciplina de inquisic;ao. Ma caso se modi fiquem as condic;5es da experiencia, caso se jogue paciente-da psicologia e m u m sessao do Centro George Devereux·, ei que ele se transforma em uma "empreitada" completamente diferen teo como se em treS horas, assistlssemos liquefac;ao progres siva do sujeito psicologico que se desprenderia lentamence do paciente migraria pouc pouc par mei da consulca ter minaria por ali se dissolver, para se configura inteiramente de o ut r do doen<;a, n a m ai s e nc on tr an d q u se prende p ar t e d e f or m p re ci pi ta d t am b em , m a n i ng u e d a realment importanciaa is o. Com bern diss Freud, pacien te sera necessariament curado...
Outros podem descreve tais sessOes muito melhor que eu." Visto que dispositivo da cur impede observa<;ao fria do ig norance que sou, pacience impaciente, doenc sadio compac Fiquem rranqiiilos, na vo expor to mulciplo, que quero miOOa psicologia mas, ao contcirio aproveitar-me do testemu 000 da cura para eu t a mb e m m e desfazer dela durante consul ta acompanhand essa migras;:ao progressiva da alma, ss desli gamento,para compreende do que sao feicos os sujeitos brancos Como se pode despsicologizar em treS horas urn pacient sobre carregado por quarent oit anos de s6lida psicogeneses? Entrecanto, isco na deveria me espantar. Em tres hora em urn laborac6rio, vinc anos compreender que eraprecis "de sepiseemologizar" todos os objetos das ciencia exacas Confessem que simecria excremamenc bela No Centr George Deve-
Centro Universitario de Ajuda Psico16gica as Familias Migran res, da Universidadede ParisVIII situado em Saint-Denis. (N.T. 2. Nathan, Tobie ...Fier de n'avoir ni pays, ni amis, queUe sottise ,'ftait. Paris: La Pense sauvage 1993 !'Influence qui guirit Paris: OdileJacob, 1994; Nathan, Tobie; Stengers, Isabelle. lHidecins et sorciers. Les Empecheur de penser en rand, Paris: 1995.
r e ~ , mi.granees reenconrram suas divindade ao perdere suas pSlCologlas; bulevar Saine-Michel·, no CSI, cientistas reencon traz:n suas e q ~ i p e s ao. perdere suas epistemologias Eu na po den: perder I S S ~ . D o ~ s cenews que na estava ligado por nada na se pel sI1enclOso onibus que garant ir v i d e u m a ver sabedoria de urn 616sof belga) fazern rnesrno trabalho duas vezes, ur sobre os objetos, outro sabre os sujeitos Com se pareceri Paris se eu juntasse os doi centros ese, aos ob Jeto novament socializados pela nova hist6ria das ciencias fossem acrescentados os sujeitos aos quais etnopsiquiatri torna oferecer sua divindades? Nao terfamos mais cientista racionai eficazes uteis, tentando integra Republic migrante em de mode ni o. Os objetos multiplos do primeiros na se manteriam mais no luga do que os ancestrais do segundos Urn paciente (eu, voce ele)que, ur minuco antes na sala de espera, ~ r e p a r a v a - s e para que se eu superficial ou profundo f ~ s s ~ examlOado, encontra-se pres por divindade cuja existen Jgnorava, isento. da d e p o ss ui r u r e u g u e t er i s id o d o ta d o d e uma Interioridade de uma consciencia, assis o ~ s e r v a s ; : a o participante ao quescionamento dagueles que lhe. d.ao apenas um atenc;ao passageira, c om o acenc;ao dada pela divindades, que so se interessam por ele por urn feli aca so. Nao mais dele justamente que se crata, elesera talvez cu rado dis.so. p a ~ a compreender esse deslocamento, essa per da das J!usoes seCla precis oferece novamente uma morada para os f et i h e c on st ru i u r p om ba l o nd e d iv in d d e c om o e m u_m voo de p o m b ~ s , possar voltar par tagarela v on ta de . N a o t ra t de aceJtar, cornpreendi isso rapidament durante o , d e entrar na "representac;5es culturais" do ~ i ~ o c r i s i a condescendenc do psicologos e, de a c o r e ~ acredltar dIvlOdades sob pretexto que os migrantes carn ber acreditam nela ( ~ o r n o esse louco de historias em quadri nhos ond os enfermeuos, par acalma-los faze de conta gue
Avenid situad no centr de Paris. (N.T.)
';m@!@i;1nJ;@;
tambem sa apoleao). Na se trata, justamente, nem de aere e r e n ~ a comurn As divindades :gem dirar nem de suspende so inhas. Ma como, em qual mundo, s o ~ u ~ l forma. Tal vez vamos, enfim colher os frutos de nossos fe(l)t1ches. Ao mo dificar ta profundamenre d e f i n i ~ a o de c r ~ n ~ a , ao l e v ~ r nosticismo taO longe, sera que consegUlrel sltua malS facll
capItul
Como
se
pr da
nterioridade
dade
mente est trafic de divindades?
Dev se possIvel dar novamente lugar as divindades co condi<;ao de modificar espafo ond elas poderiam se manifes tar. preciso, par tanto redefiniras e s p a ~ o s plenos como as va zios determinados pela nO\a de c r e n ~ a . pensamenro cdrie funcionava, se quisermos, como uma gigantesca bomba aspiran te refluenre. So pretexco d e q u ajudamos fabricar os sere no quai acreditamos, tal pensamento esvaziav codo os ob jeros-encantados expulsando-o do mundo real par transfor rna-los, uns ap6s os ourros, em fantasias, em irnagens em ideias. pensarnenro cdrico, deseja funcionava como uma gigan tesca pompa aspirant refluenre. So pretexto de qu ob jeros-feitos, uma ve elaborados no laborat6rio, parece existi se l e a li nh av a a t e m b at al ho e c om p r e s e n ~ a , paetos compond urn "mundo real", eontfnuo, se lacuna, se vazio, se humano. pensamento cdrico estabelecia, assim, plena. Ao evitar por duas ez s, curios pratic que exig qu os objeros-encantados como os objetos-feitos seja fabricados por humanos, essa pompa aspirant refluenr crio simulta neamente, por s u b t r a ~ a o por a d i ~ a o , por s u c ~ a o por pressao, por esvaziamento por preenchimento, interioridade como exterioridade. Quanto mais e s p a ~ o para as divindades, mais su jeitos jogados, por engano em ur mundo de coisas Mais espa para
VAZIO
PLENO
interioridade preenchida pa sonhos vazios se refereneia ne realidade conhecida pela ciencias exatas au sociais. Pode-s ve que sujeito da interioridade serve de conrra partidapara os objeto da exterioridade Par faze ligaS-ao, in em seguida noC;ao de representafao. Grac;as ela, v e ~ ~ a r e m o ~ sUJett da Interioridade comec;a projetar sobre "a realidade ex terior" seuspr6priosc6digos- asquai lh seriam dado de fora nhuma
Interioridade
"Mundo sonhado"
ftMundo real ft
Extro900 de lodo as obietos-encantodos,
Mulliplico900 de lodos as objetos-feitos, para fozer dos masmas as ingrediente
pora fazer dos mesmas fantasia
continuos do mund exterior
quapovoa
interior dossujeitos
urn encadeamenco causa dos mai impressionantes das da lingua do inconsciente do cerebro, da hisr6ria da soeledade. Desta ve confusiio completa. Urn sujeito fOnte da ac;ao, d ~ t a d o . de interioridade de um consciencia, frag mentatla arbttrartamente realidade exterior que existiriainde pendentemente dele, determinaria po ur outr canal, esta mesmas representac;5es aquelas pessoa pretendiam atormen os negtOs da Costa! Deeididamente, hospital que zomba candade. Pior decididos na mais repetir condescenden c t d o p ~ r t u g u e s e s conquistadores alguns hip6critas preten clem respettar os selvagens afirmando que estes, deliram com ele q u eSses negros au bcimane infelizes teriam tambem chan c.e de possuir " r e p r e s e n t ~ 6 e s sociais que fragmentaria rea lIdade segundo outros vieses OUtros arbltrios Mod estranho de respeitar os outros, fazendo-os parceiro emocionados reco n he ce do re s d o d el ir io s m od er ni st as ! r el at iv is m c ul tu ra l acreseenta urn ultimo deliri codo os que precederam. pa
t r u ~ u r a s
FE(I)TICHES Entidades que possue sues pr6prias condi90es de satisfo<;50 sues pr6prias maneiro de sar Figura 8:
dupla amissao dos fe(i)tiches permite criar ao m e sm o t e m po, p o u m a especie de bomba aspirante refluente, interioridade das fantasias, que ter com origem apenas as profundezas do s uj ei t exterioridade d o m u nd o real, que constituida apenas por urn tendo continuo de fato objetivos.
Olhando este esquema compreende-se melhor por psicologia na pede mai no servirpara situa os sujeitos do que e pi st em ol og i p ar a d es cr ev e h is to ri a b iz ar r d o o bj et os . Vma, d e f at o n a e xi st e s e o ut ra . A ss i c om o os objetos de hoj na se parece de modo algum com aquilo em que se acre ditava recentemente quando se acreditava que se sabia, s e i n termediario sem m e d i a ~ a o , d o m es m m od o os sujeitos na se patecem, de modo algum, q u se acreditava, quando se acreditava sabe qu existia, em algum lugar, uma sabe navegava no mesmo barco; eles c r e n ~ a ingenua. C r e n ~ a seguiram mesmo rumo. Como mundo estava abarrotado de causa objetivas, conheciveis ou conhecidas, mas que alguns pri mitivos arcaicos, infantis inconscientes, obstinavam-se em povoa-Io com sere fetiches inexistentes, era precis coloca em allugar esta fantasia produzidas pa c a b e ~ a s vazias. Onde gu enfia-Ias? Nas cabec;as vazias justamente. Ma elas esra cheias Pouc importa, vamo esvazia-Ias! Inventemo no<;ao de uma
Seri com cerreza possivel privar-se completarnent da in terioridade naturalizando v id a i nt er io r p en sa me nr o c rf ti e oferece, de faro ur reperr6ri rico demasiad rico demasiad facil, demasiado vantajoso para mergulha s U j e i t ~ nas causas objetivas que m an ip ul ar ia m v e f ig ur a 2 ) N ad a m ai s que faze do sujeito efeit superficia de u r j og o de lingua gem, capacidncia provis6ri que emergiria de uma rede neu ronal, fen6tip de urn gen6tipo, consciente de ur incons ciente, "idiot cultural" de uma estrutura social, consumidor de ur rnercado mundial Cortar brac;os pernas aos sujeitos ro do soubemos dessas amputac;5e ao lermos os jornais. Somos
preparados para morre do homem desde DEUG'. Felizmen ce tai procedimentos nos sao interditados desde pequeno es dindalo assinalad anteriormenre: felix culpa da anrropologia das ciencias. Seria preciso, com efeiro, faland serio acreditar na varias ciencias sociais au naturais, importadas,
no todo o u parte, para calar as faladores Mas passar brucal mente do sujeitos autonomos ao objeto cientificos qu a s d e a n ti f et i ch i sm o i nv e d e l iv ra r- s terminam, prolongaria dele. Na queremos confundir Pasteur, arento os gestos preci seu fermento, tanto como nao desejamos perder 50S que revela noss adept do candombIe que fabrica sua divindade, ou igno rar como ancestrai de )agannath fizeram um simples pe dra aquila que os mantem vivos Nossa ceoria cia clev reu nir exatamente qu eles produzem como algo particular, no mom en t e m q u sao ligeiramente superados po suas a ~ o e s . Curiosamente via do fe(i)tiche (parce de baixo da figura 8) parece muito mai simples mais economica mai razoavel sim, mai razoavel Ao inve de dedicar-se, primeiramente, objetos causa, que preenchem inteiramente totalidad do mundo exte rior; em segundo lugar, sujeitos-fonte dotados de um interiori dade abarrotados de fantasias e m ~ O e s ; em terceiro lugar, re presentac;5es mais ou menos arbitcirias, que tateiam, com maio ou menor sucesso, para estabelece um ligac;ao fragil entre as ilus5es dura realidade conhecida somente pelas ciencias; em do eu quarto lugar, novas determinac;Oes causais fim de explica ori gem arbitci ria destas representac;6es; p o r q u e na abandona du pIa n ~ a o de s a b e r / c r e n ~ a , povoar mundo com as entidades de senfreadas' que saem da boca dos "zatoreszelesmesmos" Pasteur nao pede qu se fermento de acido latico seja ex t e ri o r a e le , ja. que dispoe d o m e sm o no laborat6rioe, em f u n ~ a o de seu preconceitos, confessa ingenuamente, qu the deu mes-
Diploma de estudos universirarios gerais (N.T.) 3. Sabre esta noe;ao ver (1994), "Note sur certain objets cheve Ius". Nouvelle revue d'ethnopsyehiatrie, v. 27, 21-36.
moum
0,
para que el aparecesse com
ur
ser
v l v o ' d E n t r e t a n t o ~ Pasteur p e d q u e se identifique esse fermen to autonoml da qual de capaz. adeptos do candomble
nao
pretendem, de modo a lg u m q u e sua divindades Ihes falem lfetamente p o r u m a vOZ G ud a .. '" ceu, Ja qu confessam tamt: ~ n g e n u a ~ e n : e , qu sua divindades arriscam se c or na r n a ta uma tecfilca, um "especie em via de extinc;ao" En ..
tanto, em s ~ a s . b o c ~ s , "essa conf1ssao reforc;a ao inves propna exlStencia da divindade que Ihe fal
e n ; ; : ~
quecer
J d a g a n N n ~ r h ~ e d e que pedra seja autra coisaalem d ~ u ~ : a p e : Inguem ra. IS manIlescou, concretamente uma crenc;a lng.enua em urn ser.qualquer. Se exisre crenc;a, ela'e atividade maIS ~ o m p l e x a , s of is ti ca da , m ai s c r[ ti c m ai s r'l reflex ,UI,mals h"5M Iva qu a. as est surileza na pode J'a mai se 'C rar cas annes em pnmeiro lugar, fragmenta-Ia em objetosausa, em s ~ J e l t o s - f o n t em representac;oes. Privar cren de ? n t o ~ o d g I a , sob pretexto qu eia tomaria Iugar no interi;r do sUJelto, esconhecer mesmo t e mp o a s a wr e ma os conseguIr a u n g u sabedori dos fe(i)riches
4.
urn do
'rafi' e xe m a s canOll1COS revirado pel IStorlOg moderna, como no admirave exempl estudado por Russel, Jeffrey Burton Inventin Fla Earth Co! der H" um us an '''dOYlans, Ne York Praeger, 1991. Enrretanro como se ZOrn au esse l' al onges, astante mgenuos, por acreditarem ~ e r r ~ plana! t e m en t autor prova, co brio ue eSSa c r e n ~ a na c r e n ~ a mgenua data do seculo XIX ,eanaotl_ a a ja que el participava da bela ceno_ raft ~ a s , as uzes, que emergia dos periodo obscuros 5. Umaobraparam' 1m eCIslva, D ar bo -P es ch an sk i C la u ~ e ~ ~ s c ~ , r s du partieulier. Essa sur /'enquete hirodotienne. Paris: de to T r a ~ a u x ) , (1987), p od e ;:;::lr d l v ~ r s l d a d e de p ~ s i ~ o e s . que noe;ao de crene;:d e s t ~ i a . os q u malS proximos ve Gomart Ie travail des homiopa;hes. D E A - E c ~ l e ~ e ( 1 9 9 ~ ) , Enquete ~ u t e s etudes en SCIences sociales Rem Elizabeth 099?) es vlperes lachies par hilieoptere, anthrot>olooie d'un ph -; enomene appet r t I melJr. (d autora 0). Universite Paris-V.
h'
L:
proverbio chines, "Quando s ab i m o st r a L ua , imbecil olh par dedo", se aplica primorosamente atitude de nunciadora do pensamento critico. Ao inve de olhar para que c ha m a pa ix on ad a d o a to re s a n ti f et i ch is t a cr a t e n ~ a o muito astucioso porque denuncia, com u r d a d e o m br os , o b j et o d a c r e n ~ a que sabe, pela ciencia infusa au antes, confusa, e xi st e - d ir ig e s u a t e n ~ a o p ar a d ed o d ep oi s p ar a que l e punho, p ar a c or ov el o p ar a medula espinhal, e, de l a p a r cerebra, depois para espfrito, de onde torna descer em segui da l on g d a c au sa li da de s o bj er iv a o fe re ci da s p el a o ut ra s ciencias, na d i r e ~ a o da e d u c a ~ a o , da sociedade do genes, da evo lw;ao, em suma, do munclo pleno, que fantasia do sujeitos nao conseguiriam a m e a ~ a r . Um hip6tese muito mai simples, m ai s i n te l ig en t e m ai s e co no mi c e, finalmente, po que nao dize-Io, mais cientffica consiste em dirigir olhar, como pro v er bi o c on vi d fa n a a pe na s em d i r e ~ a o Lua,6 mas tam bern na d i r e ~ a o do fermentos de
sellS pares para 6. Sabe-s do sofrimento necessario Galile d i ri gi r p ar a lu d ed o o cu la r do telescopio.
das, que eles existarn sob forma de fatos brutos, continuos, obstina_ dos, inflexiveis. Quando Elizabeth Clavetie segue em peregrina,ii MedJugoCJe· par ve a p a r i ~ a da VirgemMaria, ao meio-dia em ponto, elanao se componacomo idiorado proverbiochine nao ~ o m e ~ a se d ~ z e r , pavoneando-s de sua superioridad c i e ~ t f f i c a : Com bern se quea Virge ao existe nem aparece, You tentar SOffiente compreender COffiO os humildes trabalhadores franceses podem acreditar na sua existenci por quais ra.zOes".7 El segu ded que indica Virgem atitude extremamente sensata, sobre tudo extremamente sabia. Sim claro, Virgem aparece, tod mun e, prov m ~ c i d a o , no crepicar da Polaroids, obce dessa a p a r l ~ a o . Eltzabec cambem ve: com na ve-la? Ma caso agora se eSCute as voze mwtiplas que se elevam na multidao em preee, ass.im como murrntirio emocionad no crem que reconduz as peregrmos par Paris, percebe-se com surpresa, que em nenhum momenco os focografos esperavam ver Virgem se ftxar Como uma estatua de Saint Sulpice no papel fotogcifico V i t g e ~ niio exige, de mod algum, ocupar p o s i ~ a o de cois se vist au de ilusao serdenunciada; fermento de Pasteur nao exige, em momenco algum, para que possa realmence exiscir, papel de objeco construl d o - o u d e o bj et o d es co be no ; shaligram na exige jamais se ou t r c oi s a le m d e u m s im pl e p ed ra . em1olt6rio OJ2tolOgico criado pela Virge salvadora seu "caderno de encargos",pode-s ousar di zer, obedec exigencias que na recorcam em nenhum mOmenc do
os dois pOlos da pobr existencia
da pobr representa\iio. El f";
Pequena localidad ao su da Bosnia-Herzegovina. local de in desde 1981, quando seis jovens dedararam ter VIStO Vugem Maria que segundo relatam lhes envia men sagens diariamente. t e n s ~ p e r e g r ~ n a ~ a o ,
7. ~ l a v e r i e ~ Elizabeth (1990). "La Vierge Ie desordre la criti que. Te;ram,. v. 14, p. 60-75, (1991) "Voi apparaiere regar de vOIr. Ratsons Pratiques, v. 2, p . 1 -1 9
8: Ver ~ I s ? ? n
Je ts
modelo propose em "Did Ramses II Die of Tuberculo the Relative E x i ~ e e n c of Existing and Non-existing Ob I n D as to n lotrame (ed.) no prelo.
algo complecamente diferente elaocupa m u nd o - s im , e u d i m u nd o d e u m f or m q u e s ur pr ee nd e a n os clerigos como os anticlericais. unico exemplo de cren<;a ingenua que possufmos, viria portanco, da cren<;a ingenua dos escudioso no faco de que o s i g noranCes acreditariam ingenuamence? Na completamence, pois existe de faco, ignorances que r ep ro d uz e b as ta nc e b er n imagem que os estudiosos goscariam que ele fizessem de si pr6 prios. Os for6grafos de discos voadores os arque610go de cida de espaciai perdidas os z061ogos que b us ca m v es tf gi o d o yeti*, aqueles que m an ti v er a c on t at o c o p eq ue no s h om en s verdes, os criacionistas em luta contra Darwin, toda essaS pes q u P i r r L ag ra ng e e st ud a c o aten<;ao apaixonada de urn colecionador, procura efetivamente fixa entidade que te ria aparentemence as mesmas propriedades de existencia mesmo cadern de encargos que as entidades que segundo os epistem610gos, saer do laborat6rios Cois curiosa, eles charnados de "irracionalistas", quando seu maiordefeit prove antes da confian<; apaixonada que m an if es ta m e m u r m et o d cienrific que dar do s<'culo XIX, na e x p l o r a ~ a o do unic mod de existenci que eles consegue imaginar: da cois jala, pre sente, esperando se fixada, conhecida, inflexfvel Ninguern mai positivista que os criacioniscas ou os uf61ogos, visco que s6 consegue imagina outra maneira de se de fala descreven do matters of fact. Nenhum c ie nt is t t a i ng en uo , m en o n o laborat6rio. De modo que, paradoxalmente, unico exempl de cren<;a ingenua que possufmos parece vir dos irracionalistas, que pretender constantement derruha cienci oficia com fato obstinados encobertos por urn compl6.
Abominavel homem da neves. (N.T.) em andamenco (em loogo andamenco! de Lagran 9. ge Pierre seus artigo (1990) "Enquete sur le soucoupe vo lances". Terrain, v. 1 4 p . 76-10, 1991 olimero especial de Ethnologiefranfaise, v. XXIII, n. 3, 1993, organizado por ele.
isso mai de perro, mesmo essa espe acusa<;ao de ingenuidade, poi b us c tntermznavel do uf61ogos visa objeros desordenado E ~ t r e ~ a n t o ,
o l h a ~ d o
Cle de C 1 ~ n t I s m ~ ~ o d e r l a escapar por certo, ~ m p ? b r e c i d o s
q u e n a c on se gu e o be de ce r ao pa Clentlsm Ihes preparara. Curios mal-entendido, que cren<;a ingenua se nenhu exemploque pro deIXarta, . e n : a o ~ resultado seria engra<;ado. Os epistem610gos v e . s ~ a . e x l S t e n c l a . eXlbulam aos nossos olhos por conseguinte, unic caso verda segura de cren<;a ingenua, em primeir grau Novo d e i ~ m e n t COgltO, novo ponto fixo crei na cren<;a, logo, so moderno! En inten t ~ e t a n t ~ , .mesmo este hapa na esta provado, visto que cren<;a na cren<;a, despeito da uni <;ao polltlCa q u e m a nt e versalidade de todos os contra-exemplos que derruba assi principio da indu<;ao determina urn objet exagerado interes sant muito! Existem boas razoes politicas para acredi;ar nadi politica. 10 feren<;a entre raza qu
10. Pa:aacompa.nha essapoHtica da raza que salv concretamene P . l s t e m o l ~ g l a de sua propri teoria ve Srengers, Isabelle !' l n v e n t ' o ~ des scIences modernes. Paris: La Decouverte, 1993 livro
te
CasSIn,
g % ~ { ! ~ : "
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1 F
c a p i t u l ~
das
des
Quando declo indicar Lua, olharemo parrir de ent1io p ar a ua p en sa me nt o c on t m en o que os seres pensados; este que devemo os ligar. Munido dess resultado, procu remo volta para consulta Naquel momento, na tinh ur lugar para instala as divindades se delas faze r e p r e s e n t a ~ o e s . Ma como pretender respeitar entidade que teriam sid inicial mente privadas de existencia existencia na faz parte do ideai indispensaveis ao respeito, alg que nOt;aO de c r e n ~ a nao permite jamais conservar?l1 preciso, entaO, que eu rerorn fenda entre as questoes epistemol6gicas as quest5es ontol6gi nova hist6ria da ciencias permitiu-me deslizar entre as cas. d ua s f er me nr o d o
11
s o l u ~ a o
que consisce em peodmir,
parcir disso, significan
ces distribuidos por regras inconscientes, permitiu aos estrutura
Jistas belo efeico de inceligibilidade mas pode-seavalia melho agora p r e ~ o que tiveram que paga par elaborar essa cibteia do nonsense: foi precise que ele abandonasse sentido das pratica privassem pensamenr da ontologia sutil que ele manifestava tanto no momenc oportuno, como no inoporcuno Mais vale certamente, l6gica do significanc que delirio do "pensamen to primitivo", mas solw;ao mais vancajos permanece, encretan to, de povoa mundo com sere sobr os quais os atores £alam, segund as e s p e c i f i c ~ 5 e s diversas que eles reivindicam.
da divindades. Ele tampouco reri se luga 'n mundo caso os se necessari dividir as coisas em causas inrerioridades repre senrac;5es Vanragem da simetria: ao romar exemplo dos sere mai respeirados por uma cultura, nossa lanc;a-s uma luz so bre os sere mais despreziveis de uma outra. Todos este sere pe dem para existir, nenhum se ampara na escolha, que se acredira de born senso, entr consrruc;a realidade, ma cada urn requer formas particulares de existenci das quai preciso esrabelecer, com cuidado, caderno de encargos. Ja preenchi primeira condifiao desse caderno: as divinda
de investidas na cur realmente existem Corro risc de evi dentemente, enfraquece de imediato esse reconhecimento ao disringuir tal existencia com demasiad generosida A. pri meira vista de fato temos coisas demais levar em conta, visco que os sonhos os licornes, as monranhas de ouro, devem convi ver, se nenhuma selefiao, com os deuses os espiritos, os fer mentos do acid hitico, as obra de arte, as sociedades, os shalias aparic;5es da Virge Maria. Como nos prigrams, os g en e vamo voluntariamente do recurso oferecido pd antifetichis c om o n a p od em o m ai s o rg an iz a t od a e nt id ad e mo nas quatto listas do repert6ri cdtico ( ve r f i gu r 3 ) t em o i m pressao vertiginosa that anythin goes. Ao lad desse relativismo ontologico, rdativismo cultural parece quas inocenre. Como os hebreus no deserro, suspirand frent lembranc;a das cebo las que lhes era concedidas po seus senhore egipcios sera que lamentaremos solid diferenc;a entre psiquismo, as re presentac;oe v an ra ge m as causas Tal diferenc;a tinha menos de ordenar toda essa miscelane de noS o b ri g a d is tingui;, cada vez, aquilo que estavainerte na interioridade do sujeitos daquilo que jazi na exterioridade da coisas Este novo e cu m en is mo , d em as ia d l ax is ta , n o m e rg u lh a n a n oi t o nd e codos os gatos SaO pardos. Horrorizados por essa confusao, nao s er ia mo s t en ta do s r e u ar , n o c ol oc a n o va me nt e q ue s tao, sombrados fe(i)tiches clivados dos modernos Isso cons rrufdo por nos? a ut on om o ? E st a n a cabec;a? Es na coisas Somos os senhore ou fomos superados?
Antes de v ol t a e sr ag io , d ev em o c om pr ee nd e de .semelhante ecumenismo para compreende cura Nao s u c u m ~ J m o s mais ao irracionalismo, quando acompanha urn ~ a o e n t e que mobiliza sua divindacles do que devemos fi de seguir form como Passucumbu ao racionalismo" teur se confunde co se fermento. Nao hd mais vertentes. Em tod caso na hi mai dua vertentes, m'as varias, que formam outra tanras facera ou desdobramentos Pergunrar sas enrJdades se manrem, um ve arrancados os doi s6lidos su p ~ r t e s , do ~ u ! e i t o d o o bj et o l ev a a perguntar para onde van os S?JS, as galaxJas os planeras quando se perde cosmos aristote quadr de referen l ~ c o . Elas se man tern sozinhas contanto que CIa de urn o:undo finito dorado de u r a lt o de ur baixo, na venha rnaJS for'i af, em ur moviment relativo, cair ou su bu. Da mesma forma, as entidades irredutiveis se manter mui to bern uma as ourras Elas descansa em se mundo se ex cess nem residuo. Caso se admita essa quesrao, ser possivel falar com" ~ e r v o r , calor enrusiasmo sobre Pasteur revolvendo se seu fermenta considera com frieza l a b o ~ a : o r J O , c ~ r r e i r a dJstancJa os adeptos do candombl preparand su p ~ e ~ J s a o Nada impede porranto, ~ J v J n d a d e ~ . utiliza'ia imprrfpria dos que le na correspondem mais aos do ' o ~ o ~ de lmguagem, outro quentes mInJOS ontol6gico no quais uns seriam frio uns abertos, outros fechados uns espirituais outro mareriai m e t a ~ e inferior dos fe(i)tiches para dize-Io de outr f o r ~ rna, na no m t r ~ d ~ z n o m is te ri o E l s om br a po m ei o d a soo:bra que l h feaa pela parte superior, que aspira sozinha c l a ~ J d a d e . Afastemos esr claridade! Nossos olho se habituam rapJdamente luz fosforescenre que parece vir dessas entidades ~ o m ~ as matrizes ativas da tela plana de computador que J l u ~ m a m n ad a n o e xt er io r l in g ua ge m d o m is te ri o as osei l a f i o e ~ os r r e ~ o r e s de voz, as inquietafioes, os desassossegos, t ~ d o JSSO provmha dessa desastrosa transcendencia que se que tJ acrescentar ao simples mundo tal como conhecl" somente v a ~ t a g e m
'A
Clenoa. De a to , n a p o de nd o m ai s s ir ua r as inumeraveis entJdades com as quais misturamo nossas vida (j que ima
p e l ~
tt dicional
cia
ciencia no descrevera este baixo mundo reno renao t a m p o ~ c o
gem pleto de causalidades eficazes)
trans o r ~ ~ n no amago do n o s ~ o fantasias, complexos ou jogos de slgmficantes, so rInh: om r ec ur s inventar urn outro mundo, preenchldo rna ma e S p l r I t l ~ ~ O deuses diabos espfritos que, nas sessoes nifest.:n com g ol pe s s o br e u r objeto ou sucubos rIca r a ~ ~ e exotica, abrigo cia goose, celeiro de coda : n e r c ~ d o r l a or mafIa meta-vo com New Age. Falar de misterio, ou piar, fala tonalidade misreriosa, seria blasfema contra rodos as ches contra aqueles da divindades certamente, mas t a m b e ~ c o n t ~ a aqueles dos laboratorios. Dividir m u n d ~ e m a lt o balem natureza sobrenatureza seri i m pe d t q u e se c ~ m xo, mesma tempo Pasteur s e fermento, paClen nn th s u preen te suas divindades, peregrino V l r g ~ m , aga pedra Na existe o ut r o m u n d senao baiXO mundo. Na si
narmo em aloja-Ias
asge
tern t ~ m p o u c o que sucumbir as fantas,ia do e x ~ r . : m ~ minadas estas tres concep<;5es, nao eXlste malS mlsteno parti cular au a o m e no s mist€rio torna-se como bor senso 'mais bern partilhada no mundo. S om o t od os , c om o fOi e nc lO n o . s u
pavores
Vm vez qu as divindade esteja instaladas na existencia, podemo registrar no cadern de encargos que se pode descreve las co uma linguagem X at a p re ci sa , s e u ti l iz a r nenhuma das cenografias do e xo ti sm o e , s e te necessidade de acreditar que elas vieram de urn outro mundo, diferente do nosso_ supos to, pa contraste plano, baixo, pleno, causal razoavel que precisoacrescentarainda para qu m o d d e existenciadessa divindades seja distinguidodo modo de existencia do outros? De paro-me aqui COm uma nova dificuldade Dev acredira no que as etnopsiquiatra dize sobre que f az em , o u s eg ui r s u p ra ticas? Nao esque<;amos que, entre m od er no s p ar t e a lt a b ai xa s o s f e( i) ti ch e o p6 e c om pl e ra me nt e qu v er da deiro para os fil6sofo da ciencias pode ser ta b er n p ar a er nopsiquiarras. Ora, consulta da qua participei realizou-s na periferia, e1a reuniu etnias diversas que jamai teriam se encon trado fora do solo da Republica elafoi feit em varias linguas, foi gravada em video, foi reembolsada pe1a previdencia social al guns migrantes que l i a o e st a h a muito tempo integrados sua nOva terra de acolhida enfim.sao tratados al tambern, aque da Borgonha", Diffcil irnaginar ur dis les que vern da Beauc
La Beauce regiao da Bacia Parisiense sicuad ao norc da re giao francesa chamada "Centro"; Bourgogne: regia francesa si tuada ao centro-lest da F r a n ~ a . (N.T.)
positiv mai heterogeneo, menos tradicional. justamente por se tratar de ur instrumento artificial que ele me interessa. Pou co importa pois, meu ver, que ss aparelho, semelhante ur acelerado ou uma maquina de calcular, estej revestid de todo ur foldor que falaria de culturas de autenticidade, de retorn aos ancestrais, de assembleias de aldeias, de baoba ou de curan deiros tradicionais. q ue sd i d e e p r ar , n o q u e se segue, efeito produzido por esse instrumento experimental de grande al eane da etnografi por mei do qual seria desejave defini-lo." Urn tip de energi particular aqu ptoduzida, mobiliza da ajustada, dividida, trabalhada, eonstrufda, distribufda. Com capta esta energia? Com defini-la? Apc ter afastado preten autenticidad que contradi propria naturez da inova que nao permitiria faze j u s t i ~ a su originalidade preci so afastar urn Otitro fenomeno certament importante, ma que perturba interess nest ass unto (ainda aos o lh o d e p a c ie nt e d e i gn or an te ) S a e i o s e s f o r ~ o s p o i nt er me di o d a cura, par dotar os doentes uma identidade, par congrega-los no vamente, par reinseri-Ios em ur territorio. Ora f a b r i c a ~ a o identidade exig outros vefculos outros meios, outros procedl mentos, outrOS arranjos que aquele que mobiliza as divinda des. Nos os branco que descendemo do macacos, na somo menos associarivos que aqueles que descende do heteis, do torens ou do clas f ut eb ol , rock, as drogas, as eleit;5es,
12. isso que explica, no meu entender incompreensao de cer [Os antropologo pelo trabalho de Tobi Nathan; eles b ~ c a m autenticidade da "etnicidade" qu na consegue aqul encon trar, sem saber que originalidade do laboratorio do Centro De xpr edes aa 1 3 C ha m e st e t ra ba lh o d e r e p r e s e n r a ~ a o . em constante mOVlmento, por transportes de vontades, el coincide n a m i nh a opi niiio, com aquilo que chamamos usualment poli'tico. Sobr aquele cujo ancesrrais sa macacos. ve livro de Haraway, Donna. Primate Visions. Gender Race and atur in the World. Routledge and Kegan Paul, Londres: 1989.
salariado, escola congrega talvez, tao seguramente quant os ancestrais, rat;a, terra, os mortos. Ou m en os , c o n s t r o ~ a o transformac;a da culturas sa fenomenos demasiado comple xos par que seja reduzidos substanei de uma identidadede finitiva que seria reencontrada voltando-se as origens. cultura lismo r u i h a muito tempo, junt co exotismo que condu 14 zia. Nao se pode mai justifica cur reavivando este espectro As d es en vo lv em -s e e m m u it a d i e t 5 e e n t r e l ~ a m - s e muito rapidamente, formam rizomas na r a m i f i c a ~ 5 e s demasiado surpreendentes para que se espere congregar as cloentes tratan do-o originalment com baul *, ou como aquele que vern da Cabila ou da Beauee de nova eul mig""ao turas, neste momento, no mundo inteiro, tornaria de tod fo ma, impossive semelhante exercfcio. Imaginar, alias que somen te as negros da Costa possuiriam culturas fortes ancestrais en raizados, ao pass que os branco erraria se alm se mor tos seri inverter racismo do president de Brasse faltar pe_ cado capita no me entender, com os principios de simetria. teoric da etnopsiquiatria no interessa pais, meno do que prdtico. que este faz? Ele trataa cloente, por meio de ges-
14. Apesa da formulas ambigiias, p r o d u ~ a o de identidade na cura, renovada por Tobie Nathan, nao se baseia em nada sobr culturalismo, mas sobre c r i ~ a o volunrarista, por vezes violen de wn a s s o c i a ~ a o exaramente taO artificial quanro disposi tlVO de consulta. Ver, por exemplo uma f o r m u l ~ a o recenre em Nathan, Tobie (1995). "L haine. Reflexion ethnopsychanalyti_ q ~ e s sur l'appartenance culturelle". Nouvelle revue d'ethnopsychia_ trle, v. p: 7-.17. Esre pont capital pois el que distingue etnopslqU1atcla do pensamento reacionario, que pretende, ao contracio encerrar para sempre idenridade ernica e m u m per t e n ~ e r natural. Aqui ainda, artifkio a li ad o n a i n im ig o d a reahdade, quer se trate do dispositivo de laborarorio ou da cria ~ i i o de a f i l i ~ o e s . No original Baoules Povo da Costa do Marfim (N.T.) ** Regia montanhos ao norte da Argelia, que abriga tribos berberts. (N.Y.)
de urn dispositiv
experimental artificial, qu .-
re;ela urn tipo particularde energia cuja existeOCl h a v l a ~ o s
ecido de tanto epistemologizar noSSOS objetos de p S l c o l o g ~ n o s s ~ s sujeitos. Ele ur grand " c h a r l a t ~ o " : el naa t ~ n a Odo que e l a nt e de te restltUldo urn sentldo
compreen
positiv
est palavr qu serve comumente para e s t 1 g m a t ~ a r No dispositivo cia ( '; lr a a s n eg ta s c om o a s r a ~ ados este fenomeno que gostarla
ma m e d i c o . l ~
., co se encontram uespSlCO ogzz de iso/ar, aproveitando as c o n d i ~ o e s e x t ~ e m a s do diSpOSItiVO erimental montado em Saint-Denis. est meu ferment em no meu entender, in ;a aciclo latico. v , cia recriarao no interior do laboratoria, d e u r n m o ~ u : o p e r a n d ~ cuItlam avalIa 'l .as n ~ o e s de crenc; de representac;ao nao n: as ,, divindades nao saO substanClas naO matS, De caro L' encaCIa.
alias qu
fermento leitico. Ela sa toda ac;ao. Por certo literatura etnografica a bu nd a e m escrIc;oes m' as selvage cujo retrato ela descreve, permane'L'"
f tatS artulCIOS, u r t eo ri c brico/eur que recorta mundo er:n u.n<;ao Pooe-se efetivamente,salva prImItIvO, mas a ~ n pensamen pOSSIVe! buindo-Ihe urn pensamenro teoric taO proXImo quan
15. Ve texto de Stengers, Isabelle que comp6e segunda ~ ~ r t e d e Nathan Stengers (1995) op.cit. " v o n c a d ~ de f a ~ e r Clen eharlado, tornado sabio da pa ld de c om lreetder influenci que exerce Ve Stengers, Isabelle !a V o l o ~ de faire science, le Empecheur de penser rond ,:arls, ( ~ e e d l ao 1996) que permite dar urn sentido pOSJtIVO n a entICO .ao r'vro de Boreh-Jacobsen Mikkel Souvenirs d'Anna O. Vne mystific ~ t i o n centenaire. Paris: Aubier 1995. Ao aplica:aos . h u m ~ n o s urn ara modelo epistemo16gico q u e n e n hu m c i e n t i ~ t a jamalSap hc ao: ob' etOS, os psiquiatra na teria e o n s e g ~ : d o , c o m p r ~ e ~ d e ~ , po 1. od d a ClenCla, ongmahdade J m J t ~ a o
propria da eura. Paradoxalmence, p ~ e ~ I s o : r ~ t a r os£] u ~ e a ~ ~ ~ un como Pasteu trata fermenco de se aCldo latlc "1 'ar" de maneira interessante. Sobre toda est os m e ~ a r 11 osconfusii dos modelos de d o m i n ~ i i o , S te ng er s I s "L
n2opolitiques (em
p r e p a r ~ i i o ) .
daquele que se acreditava noss quando acreditavamos nas cren<;as e, portanto, no saberes! Infelizmente cienci da qual no servi mos para esta argumenta<;a deve tudo teoria dos epistern6Iogo n ad a pratica do palha<;os.lI) Ao inve de comparar as teorias, comparemos as p ra ti ca s s en ti d d ef in id o a nt er io rr ne nt e somhra dos fe(i)tiches Ninguem pode suhsriruir anttop61ogo para descreve coecencia de ur sistema de pensamenro; ma nin guem pode substiruir etnopsiquiatra par recria eficacia do g es r q ue , a qu i a go ra , n a p er if er ia , c ur a p el o duplo artificio do dispositivo de consuita d e u m afiliac;a voluntarista. Noss caderno de encargos alonga-se pouco pouco. Essa d iv in da de s e xi st em ; e la s s a o bj et o de urn discurso positivo sem nenhum misrerio; elas nao sa substancias, mas modus ope randi; pode-se constatar sua passagem entre negro com en tr brancos em condir:;oe rao artificiais quanto quisermos, contanro q u t ud o g ir e e m torno d o g e st o qu cura. Acrescenterno ainda urn rra<;o, antes de pode defini-Ias: as divindade nao se confundem com os deuses. deuses que sal yam po meio daquilo qu chamarei de estar na presen<;a, sa ex cdentes vefculos par fabricar pessoas, ma pobre agentes par
16. Levi-Strauss desenvolveu hi mnito tempo, partir disso, urn genero literario, ma pode-s encontra est teoria da ciencia ate no artigo apaixonante de Moisseeff, Marik 1994. "Les objets culturels aborigenes ou comment representer l'irrepresentable", Geneses. Science sociales et histoire, v. 1 7 8-32, que pretende afastar-s das metafora da linguagem para voltar-seao objeto mais alt grandeza q ua l l a p od e c om pa ra r "puro significante" (p 28). Da mesma forma, Auge, Marc Ie Dietl objet, Paris: Flammarion 1988, s6 encontra maneiras mais elevadas de falar dos deuses-objeto rransformando-os em pensa mentos "A r e l a ~ a o tern necessidad da materi para ao mesm tempo, representar-se dizer-se, atualizar-se materia necessi ta da r e l a ~ a o para tornar-se objeto de pensamenco" (p. 140) Nao se avalia jamais suficiente que ponto positivismo do etno logos no que se refere se ace-sso natureza, forma de antemao muito diffcil encontra ernografias sua defini<;iio de cultura. que saibam se desfazer de Kanc.
deuses escapa e f e t i ~ a m e n isso, curado. 18 Se a ~ t l g o su jeito da psicologia podiaacumular sabre mesmo, no S ~ l O de sua interioridad tatalidade de seu ser, aquele que aqUl aparece, quase-sujeito' misturado aos quase-objetos, a s s e m e l ~ a - ~ e antes com alg disposto em camadas, como um massa Jot a, atra vessado po diferentes vefculos onde cada ur define em parte, deter completamente. Como se po e.per as s e j am ai s a l : b : r ao menos eu espeto, abandonar as d i f e r e n ~ a s entre as lllt:rioridades da psicologia as e x t e r i o r i d ~ d ~ s eplstemologla na entre as. r e ~ r e s e n tacnaa misturar t ud o A o se perder d l s t m ~ a f at os , a o mergulha de form alguma mdlferen t a ~ 5 e s ciado. Seguir os diversos vefculos permite, ao contrano, r e t r a ~ a r outras d i s t i n ~ 5 e da dua unicas impostas p e l ~ < ) cenografia moderna, enos convid registrar outros contrastes. ca.-las da
17
sujeit constitufd
m ~ r t e , m a n a s a d el a
po
17 Nao deve pais, causar espanto que judaismo c r i ~ t i . a n i s islamism tenham condenado regularmente dlvmda des,"ma que tenha codos, sob diferentes formas," delxad pro liferar as cura se pede integra-las as sua teologlas. sobre -e te id lura contra os idolos, J'udafsmo sobr ass.' H a Halberta Moshe; Margalit, AVlshai. Iuolatry. M arvr d -'f«
18 Chamo transportes de pessoas essa media<;ao partlCular, tao dl e r e ~ t e daquel aqui estudada, quanto dos t r a n s p o ~ t e s de ~ ~ n t a d e , se fabricam identidades represemac;oes. Ver Q ~ n d pe Ber'ln_ le os ange sont de bien mauvaJS m e s s a g e r ~ n. a, Cle'de 'J tre, sciences. et au le,ons d'un amateur de ParIS: La D e c o u v e r ~ e , 1993 "On the Assomption ofScience a? lrgm ary "mJones e. Galison P. (eds.), no prelo. Inuol sublmhar qu os d e u s e ~ sem s ~ b s t 3 . n c i a aqui invocados diferem tanto d a q u ~ l e ~ da teologla ra'onalista quanto os abjetos das ciencias se d l s t m ? U ~ m d o s o : ~ o s dos epistem6logos ou quant as d ~ v i n d a d e s dlstmguem es pfritos misterioso ou seres C I 19. esta diferenc;a entre trabalh iniciado por MlChe Ion hi quinze anas sobr os atores-red qu c o m e c ; ~ o ., uco. Ver CalIon, Michel Riseaux et coordination. A-M. M e t a l l ~ e , televisa em branco pret dos atoces-rede, deseJa-
tomada propria Qual d iv in da de s S eu s m od o de atraic Seus passes? Ela constroem aquil que as assentam ou as fabricam; este tra<;;o faz parte tam bern do caderno de encargos. Se la m oc re mo s COmo compreendeu Jagannath, no m e i d o patio, no momenc m e sm o q u e sacralizou dessacrali_ zou shaligram de sua famnia mai precisamente, na pod er fa mo s s e d iv in da de , d es fa ze r de outras divindades que poderia ameac;ar nossa existencia. Cada divindade surge, endo, como uma antidivindade. Na falta de nao te procedido com aten<;;ao em relac;ao elas, outcas divindades poderia tama Seu lugar. Na no enganamos muito talvez, ao defini-las como urn generO muito particula de re!t1fOes de /orfa. Fo justa mente assim queJeanne Favret-Saada estabelecera este sentido.20 Para encontrar modelo referente isso talvez Fosse necessario se voltar na dire<;;ao da s oc io lo gi a c om pl ex a d o m ac ac o t a como descrevem os novo primat610gos.21 a i nd a n a d i r ~ a o d e a lg un s t ip o d e r e l a ~ 5 e s poifticas analisadas por Machiave q u e p o de m ser encontradas, em urn estado quase puro, na rela <;;oes internacionais. Nada de psicologico neste caso Encontra rno-nos constantemente a m e a ~ a d o s po for<;;as qu t er n n o entanto, particularidade de poderem serderrubadas ou mais exa dragoes de nossa tamente, invertidas por Urn gesto. "Todos v id a i nd ag av a R il ke , n a s er ia m b el a j ov en s q u e p e de m para ser socorridas?" Ao inves de for<;;as que exerceriam continuamen_ te seus efeitos temos aqui f o r ~ a s capazes de modificar brutalmen_
damo agor substituir um imagem em cores, por intermedio da fabricac;ao feita por numeroso psic610go par regiStra os principais Contrastes que parece importances aos "zatoresze1es mesmos", nossos unicos senhores. 2 0 E m Seu classico livro les iliots, fa mort Ie sort. Paris: Gallimard, (1977), mas, sobretudo em sel artigo com Contreras, Josee (1990), "Ah! La feline, la sale voisin ... ", Terrain, vol. 14. p. 20-31. 21 Strum, Shirley. Voyage che les babollins (reedi<;ao). ie Seuil. Point Poche, Paris: 1995 aal, Fran De reconciliation chez les primates. Paris Flammarion, 1992.
em rincesas de carruagens em ab6 Po m e l h ~ r g u pode fazer, sob te seus rumos de dragoos boras, de shaltgrams em ed a m s de c ndo cuidaclo" perSlStlr por dominio de eais f o r ~ a s , Des m at S coma po, tomando algun as p r e ~ a ~ 5 concrario cia negligen Michel Serre definlu rehglao em relaconstance atenc;ao ,' E xi st e e fe ti va me nt e Iglao quem eCIa po.rqu ra.o aOS petigos que nos a m e a ~ a r l a m , 'l am em noss socorro. vir " . vemoS noss eXlstenCl nao po co divindanflm para ellnlC tat
A rr i sq u em o s u r r er m o onho chama-las pavores, r er om an d b el a e x l ca ,a o vantagem es. Prop dada por Tobie Narhan par esra pa avra, gu III essoa 22 Os paVOfes n a n e Of ""I t" Cchove")o d e n a supo nem essenCla, ne sieam mai do sujeito pessoadl do que :s r g ~ : p l r ~ : ; o estabelecer ue c ac l r n e nc ar g Lern cemoS lares de s e d o paVOfes n a c o n od parucu
~ , ; : exisrencia brura obsr;,nada da s vern, na somente lllverter r u s ~ a m e
~ ~ s : ~ ~ : i ~
~ : ~ ; ; . : ~
tambem passar ou fazer
benefico de suas r e l a \ o e ~ , ~ a s ' d ~ v e m efeito provem do fato passaro Sua principal p a r ~ t c u e, d ev e m a b so l ut a n a s e detem Jamals no SUJetto qlu ur momento qu permane\a a v saltam sobre sujeito; mente tgnorar, para gu e s ~ e ultimo, sera po engano, quase Pd orque se enganaram inadvertencia; caso eles :se odem rransmu alvo. Serie de substitui\oes s er n l ei , p av or e terror Donde todo instante qualquer ser e m o ut r ser. ta
mats. lesS s ~ a p v : e r : ~ a
que, com razao, suscttam.
22. Nathan, Tobie 1994. op.cit. 'nquo destas as man tern on 23 rrna entre virias ourras, a s s o c l a ? a ~ substitui<;5es ontolog lCas que saO um outra versao da ar l or a a o d o s er _e nq ua nt o- ou tr o e e p _ c; "f -falar no laboratorio artIfiCial do dIva tlcula<;a que az
Hesito em reempregar termo, mas dese;ariafalar par des creve esse movimento, em transferencias de pawres. 24 Se os termos que empreg nao sa terrivelmente inadequados, curar equivale fazer passa pavor, vindo de lugar nenhum, de outro lugar mai distante, na importa de onde mas sobretudo, sobretudoque pa vor na se detenha, que el na sefixe no paciente, tomando-o por urn Dutro, leve substituindo-o por outros, em sua louca seri de substitui\Oes, sempr diferentes. Par isso precis valer-se de artimanhas. artimanhareside neste modode ser, de tu ladoa ou tro. preciso enganar pavor, as custas d e u m complicada nego c i a ~ a o , da qual se da conta, com freqUencia, por termos empresta
do da transa\"Oes, das n e g o c i a ~ 6 e s , da trocas Tomemos ante palavra encantamento, dando-Ihe novamente sentido vigoroso que lingua perdeu encantamento permite ser astucios par com pavor segundo formula bastantegeral: "S voce pode me tomar po ur outr qualquer voce tomara talvez este outr por mim". Artiffcio necessario cuja mitologia oferec centenas de exemplos. Imaginemos enrao, form provisori dest quase-sujeito da di vindades, que substituiria sujeito-da-psicologia: cercado por pa vores que podem possuf-lo, por engano, apelandopara oscontrapa vores que sa objet d e u m p r e o c u p ~ a o condnua, pacienre cria
24. Ou melhor, "transpavores" (em frances, "transfrayeurs") Nao ha: tanto perigoquanto seacredita, na reutilizac;ao da antigalingua gem da psicamuise pais, no fina da comas urn vez reintroduzi
do diva, consultorio, dinheiro, as a s s o c i ~ 6 e s profissionais, as comroversias, as obras, esrilo, os ancestrais, isso termina pa criar urn dispositivo ra artificial, ra pauco psicologico e, parranro, tao interessante quanto da ernopsiquiatria. Vantagem da simerria, to dos os "redurore de cabes-a" podem serestudados da mesmaforma. ecnopsiquiatria entregasua mlttlra materiale coletiva umapciti capsicanaliticacuja teoria prerendia que ela repousasse sobr os su jeitos queela fosse urna ciencia sedenra de verdade importan t e n ot a q u como os fe(i)tiches, recusa obedecer es s i m u l ~ a o colha cominatoria real, simulado? No laborat6rio, como sabr diva, simula<;ao recusa justamente escolherentre artificial verdade. Ve Borch-Jacobsen, 1995 op.cit.
d o s e possa dizer por afasta as f o r ~ a s um envolt6rio bastante frouxo, rev VI dO' encantamentos, on 'd nh Nan se trata de urn sujeito. El na urna q ~ t l nem vontade. Papai-mapor meW de uma artlma a.
consClenCla, fi mo 's Se ele dehra, fjd"p Iuem lora por series de subso,.na mae, sabe-se desde Antzos SOCtUS que exp com mOO 0, c o s m , ainda' nenhu deus eSlg Nenhuma identid
tern nem InterlOCl
',t;
g.J..
pode erigi-lo e m u m a pesso
submete um d' rel't o nenhuropersona-
nhuma i n t e ~ a o
.,
-0 SUJelta-O ur l' nenhuma transa.,a vern pratica; nenhuma Iga,a hahira-Io po mew ra, uma __ cere ponto, ge vern '0 eXl'ste at al Mas esse eovo (OrI ..." n t lh rudo que se pode dizer dess antlSUlelC __ tu o. apesar escofo suficiente para nao set possUldo,
e on r n t q u
resistir urn mVlSl
po
ze
n oi t d l compreendemos
[dade desses pavore nao provem 'a E l n a p ro ve m
i ss o a go ra , . e extra-sensorial, sobrenatural, me poueo d a o n ge m extraterres .' cleve pode troca dos prerendidos espmtos Aq af
go
m-
rapidamente de sentido, transdforbmando-sem' a l e ~ ~ ~ e mal bern; em for" versao da re at;oes ob pena de possessao ou em o ut r u ga r aquilo que rrup 5es de um forma "5 u bs ls t s e m t e '1 de loucura aqul que as c o m b i n ~ 5 e s do h vr e a ss oC l" a par outra, oranode ser desviad pela intervenc;a de urn en pode permanecer visivel, con cosmos; aqUIlo que lSSO nao .oso' tU cantamento astUCl muniveis serve par outinuamente, o b s t i n a d ~ e ~ t e . a ~ O n S t e l r a r o - e s outras relac;oes exiva o ut r "5 eros usos. om el 0, exige Longe de serem 26 aa in contlUUl ge
2 5 D el eu ze , G Il le s
u a ~ t a r l ,
Felix I'Anti-CEdipe. Capitalisme et
Paris' Mmult rente. l'
das transformafOes de interafoes, que caso, em partlCU a ~ , . dament "tecnicas" Sobr esta chamamos, ur pouc p r e C l p l ~ ~ '(1994) "0 Technical forma muito particular de me l ~ a o , ver (1994),
sc.
lZOP
M e d i a t i o ~ " . C ~ m m o n
K ~ : W l ~ d ~ o ~ ~ ~ h e : r i ~ U
"Vne s o C ~ o l o 1 ? l e sans o. vite". SoclOlogte dil travatl, v.
n 4
,p
sur l'interobjecti587-607.
inVlSlvelS p o rq u e s u s ub st an ci a i n d ui r i a a l gu m misterio, as transferencias de pavores man tern tal invisibilidad pel dareza mesmo de suas c o n d i ~ 5 e s de s a t i s f a ~ o . m is te ri o dito de outra forma, nao reside na transferencias de pavores, mas soment na tors-ao que lhes imposta aplica este veiculo particular, as condis-Oes de satisfat;ao pr6prias outros vefculos, mais freguente mente, aquelasdos transporte de i n f o r m ~ a o . 2 7 Intimada trans r e f e r ~ n e i a s , as palavras parecem ta pobre portar o rm a quanto os "abracadabras que desespera os amances do exotis mo. encantamentos, como os anjos sa mall rnensageiros
travessia des Ao reformular na minha pobr linguage se invisiveis, nao pretendo te compreendido etoopsiquiatria, nem ter f ei t s u t eo ri a F o somente por mim, claro, que me interessei, ou antes, por esse infelizes brancos, quai se quer privar de sua antropologia, eneerrando-os em seu destino mo consulta reeria, no se proprio arti d er n o d e anrifetichismo. d e t e e ~ a o dos invisl ficio, as eondiS-Des de laborat6rio pr6pria veis entre n6s na periferia. Ela expoe, sessao apo sessao gesto terapeuticos habeis objetos ber feitos qu parecem escapa ao diseurso, mas cujo discurso, ao contrario, pareee-me suscetivel de um d e s e r i ~ a o precisa, contanto que se e s t a b e l e ~ a eaderno de encargos das entidades mobilizadas, assim como as c o n d i ~ O e s de s a t i s f a ~ a o referentes ao engajamento d a m es ma s n a ali"aO. 28
27. q u c ha ma , e m m e jargaa "a m6bil imutavel cambi navel" Sabr as transformafOes de in/ormafOes ver, par exemplo, "Le 'Pedofil' de Boa Vista". In' (993). op.cit. 28. Nao esque<;amos q u i de i m es m wn pratica inefavel era provenienteapenas da ilusao do epistem61ogos sobre forma lismo expl1cito do discurso cientlfico. Eu meus colega aprende mos, as nossas expensas, dificuldade de exprimir em palavras trabalho da ciencias Mas, por caus disso, nenhum pratica mais fckil ou difici de explicita que outra Sobre trabalho do formalismo, ver fascioance ensaio de Bryan Rotman, cuj titul sozinho ja ur program por completo, Ad In/initttm. The Ghos in Touring Machine Taking God out 0/ Mathematics and plJtting the Body Back In. Stanford: Stanfor University Press, 1994.
pena escolho com
passar
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anriga "grand dlvlsao .' varren
u r r i p de fenomeno qu ne p si co lo gi a - s e o b ~ t o a_ ngar. i sc e o lo gi a - s e sujeito parecem-me In;'ressam-me somenre as quesr5es que essa reformula,ao per mite calocar. agora que dispomos de uma base ~ o m p . a r a t l v ~ matS simetric mai vasta: ja que eles DaD tern matS p S l ~ o l ~ g l a o ut ro s q ua i s s a d i vi n da de s d o b r a ~ c .. Q u a ~ s .sao os 10 visfveis indispensaveis construc;ao provlsona fragtl.cde seus fazem para alas ta as nv61ucros de seus pavore para transferi-lo para Dutro lugar? Por mew de ~ u ~ s e nc an ta me nt os ? P o m ei o d e q ua i a rt im an ha s P o n:,elO quai dispositivos Quem sa seus curandeiros? Quem sao seu etnopsiquiarras?29
,. a s Se c on se gu ir mo s r es po n e r s t gu os brancos ficarao, de faro, e m f e ; : ~ : ~ : o ; a n : ' p e s q u i s a empirica dos fe(i)tiches d , u p l a m e n ~ e fra mencados astuciosamence remendados, devenamos er en_ c on tr a- lo s o r e xe mp lo , n a f u n ~ c e s e s p a n t o s ~ do me lC en Philippe les Deux Mtdechles, Medlcaments, psychotroIgnarre, trJeTapellttq1le, P' La Decouverte 1995) ou da (Os et suggestion pes l.L
dro as (ve tese, em andamento, de Gomart, E m l ! ~ e so re m; ad este interessedo novo trabalhodos s o c 1 0 1 0 g o ~ a m d ic ona, in a ( r a uma apreciac;a da obra, ver 0, ? n e , Pres~,;~ Marc (6rg,), in Medicine, Harvard U O l v e r s I , ~ Ak Madeleine' Dodler NlColas (Org,), I.es rIC" pre 0, de la Medecine". Techniq1les et Cultures, , 2 , 1
Como
compree pel os
capitulo
12
ac;:ao "superada entos"
No decorrer desta pequena reflexao, propus tres aeepc;5es diferentes para "cult modern dos deuses fe{i)tiches". Como de COStum no pensamento critico, reucilizei, inicialmente sentido p ej o ra t iv o d a p al av ra s " fe ti ch e " c ul t o" . Os moder mostram p a rt i r d e entao desprovidos de fetiche, ne desprovidos de c uI t o c om o e le s s e a er ed ie av a s ej a para se vangloriarem seja para d es es pe ra re m E le s t er n u r e ul t o r oa i estranho de todos eles negam as coisa qu fabricam autonomia que conferem as mesmas, ou negam aqueles qu as fabri autonomia qu esta conferem aos mesmos. Eles pretendem cam, nao ser superados pelos acontecimentos Eles querem manter dominio, eneontrar ta Fonte n o s uj ei t h um an o o ri ge m da q ua l e st a aC;ao.'o Ou entao, p o u m alternancia brutal com
mos agora familiarizados, as modernos, ressentidos por nao po d e e xp li ea c aC;ao peio t r ab a lh o h u ma n o q u er e m a n iq u il a r sujeito-fonte, sufoeando- na linguagens, na genetica, no tex
30. Encontraremos em ]ullien, Franc;ois. La Propension des choses, Le Seuil Paris 1992, (colec;ao Travaux), uma OUtra teori da ~ a o , na China que tampouco se adapta teori dos ocidencais, pois e1a ignora, ao mesmo tempo, imanenciae transcendencia, sujei t o c om o objeco Parece que os chinese na interpretac;ao de ]ullien apresencarn uma linguagem prarica, cia qual os bran co nunc se desfizerarn, mas que filosofi deste ultimos por razce poUtica interessantes, desejou freqiiencemente, renegar.
n o c am po s n o i nc on sc ie nt es , n as , c ~ u s a l ~ d a d e s d i v ~ r s ~ s . "Visto que sujeito na ter total dOffiInlO hberd:de [ : l v l . n dicado pei sujeito sartriano entao, ninguem podera malS dlS por d e a l dominio liberdade!" exclamam os rr;odernos com furor. sabre amontoado d e s eu s Iciolos destrUldos, eles l a ~ ..
homem. Os responsaveis pela r e s t a u r a ~ a o , irao:,en: ~ e g U 1 da d ep os it o d e entulhos, p ar a a l remendar sUJeIto de direieo". existencialismo, estruturalismo, os dlreltos d o h o mem, avatares sucessivos do (ulre dos fetiches, daqueles que se creem muito astutoS porgue se cree livres para sen:pre r ic he s d a c re nr a da ingenuidade, ao pass que Olnguem ja nem m es m o .es. mais acreditou ingenuamente no fetlche T om ei , l og o a po s e xp re ss a com urn segundo sentldo, poder palavra fe(i)tiche como palavr que restituia v al o culto. hip6tese muito m ai s s im pl es , o s m od er no s n a v e ~ dade, nunca abandonaram Aquele que a g n a t er n 0, d O ~ I nio daquilo que faz; outros, que p as sa m a ~ a o . s u p ~ r ~ m , a fo ga r SUJeIto no mar deses perc. Na existe e m l ug a a l gu m urn acido capa de dissolver.o sujeito. Este ultimoganha autonomia, ao conceder autonOmla qu nao possui os sere que advem g r a ~ a s e ~ e . E l a p re nd e m e d i a ~ a o . Ele provem dos fe(i!tiches. Ele morrena expressao parece diffcil que el seja comparada aparelhagem inverossimil, com todos seus maquinismos, engrenagens, c ~ n t r a d i ~ 5 e s , feedbacks, reparos, epieiclos, dialetica c o n t ~ r ~ o e s destes marionetes-marionetistas, enredados em seus ~ o s , a s . ~ e ze visivei invisiveis, mergllihando na c r e n ~ a , rn c o n s c l e ~ r n fe, v ir tl la li da d illusio... Ao q u e r e ~ faze n:a1 simples que os fe(i)tiches, os moderno fizeram m a I ~ comphca do. Ao q ue re r a i l um in os o f iz er a o bs cu ro . homem. Q ue m q ue r fazer anjo, faz Sim os modernos ter que pres ta u r c u lt o explkito aos fe(i)tiche:, as m e d i a ~ 5 e s , ao passes ja que nunc.a tiveram do minio do que fazem born seja assim. Imagem da ma rionete vern bern prop6sito, contanto que se mdague urn pouNadaque autorize, contudo,
co
rnarionetistaY Ele l h e d i ci , Como todo mundo, com rod
criador
manipulador que sua marionete lh ditam seu com faze agir que elas se exprimem atrav€ dele, que ele nao saberia manipuIa-Ias nem automatiza_las. En mantem, as domina as controla Ele ic confes tretanto, el sar, naturalmente, que ligeiramente superado por aquilo que controla Sllponhamos agora, que Urn marionetist de segund categori venha manipular nosso arrista Nao faltarao candida tos: t ex to , H ng ua , e s pi ri t d o t e mp o , habitus, socieda de, os paradigmas, as epistemes, os estilos, qualquer agente fara portamento, que elas
trabalh par controlar noss marionetist Como este controla suas marionetes. Mas, justamente esse agentes, ta poderoso o s f iz er em , s er a s up er ad o p el o m ar io ne ti st a quanto COmo este superado por suas marionetes. Voce jamais melhor do que isso; vOces jamais tem ra sob controle Ao in ves d e u m cadei causa qu transmitiria uma f o r ~ a , que atua lizaria Urn potencial, que realizaria um possihilidade, Voces oh terao apenas sucessoe de ligeira s u p e r a ~ 5 e s . Sim, acontecimentos Outro nOm do fe(i)tiche do cuI to que lhe Mas r e f a ~ a m o s toda cadeia; suponhamo urn manipulado de 60S, en6m mestre, enfim criador, urn ser tod poderoso Urn deus antiga onisciente, onipotente. Isso na mudaria nada. El naopoderia faze mai d o q u e isso Criatura entre as criaturas, el tambem seria ligeiramente superado pelo qu faz, aprendendo com que fabrica no que ele consiste, conquistando Sua autonomia no contato Com sua criaturas, Co n6 conquistamos todos, noss existencia ao descobrir, por ocasia de encontro com outras en tidades, aquil que nao sahfamos ser capaze no minuto anterior. do antifetichismo, esconde-s uma teolo gia da c r i a ~ a o , lamentavel fmpia. Imaginamo urn deu criado Por tras da o s t e n t ~ a o
que na seria superado pelo que faz
que dominaria suas criatu-
31. Se esquece da etimologi que no lembrara, muito oportu namente, que se trara aqui de uma formula afetuosapara designar as "pequenas Sant Maria" virgen mediadoras por e x c e U ~ n c i a .
ras! Mesm quando negamo su existeneia
sobretud quando
g ~ s t . a r i ~ o s de negamo e, contudo, est modelo de a ~ a o usurpar ao homem. construtivismo socIal cnaClomsmo pobre. Nao ha mais cria<;ao po urn deus-fonte do que constru<;a po urn homem-fonte. Ao quere rebaixar o r ~ u ~ h o d o h o me m construtor pelo gross fi do deu criador os clerlgos se engana r a t an t q u an t o os livres de preconceitos que p r ~ t e n d e n : c o ~ tar todas as l i g a ~ o e dominar qu fabricam, abalxo de SI pro p ri os , e m n e nh u m s en ho r a ci m d e p ro pr io s q ue ? n; genheir controlari suamaquina Pasteurseu ~ e r m e n t o de . a c ~ d ~ latico Urn programador se programa? Urn cnador su c n ~ a o . Urn autor se texto? Ma precis jamais ter as:ido par p e n s a ~ um cois dessas para proferi tais sacrilegios! porqu: D eu s t a ~ ~ a uma criatur porque nossas criar;oe possue p ar a autonomia quanto no possuimos par Ele, qu podemo reunhzar, de verdade, as palavras references constru<;ao como aqu:las referentes cria<;ao. 32 Se tivemo durant tanto tempo necesslda-
32. Rara sa as descobertas em teologia; e n t r e t a n ~ o . a ~ u e l a efe tuadapor Whitehead, respeito do deu criatura, efetlvamente uma descoberta. Na verdade, de descobre meno do que com h a v i ~ c o m ~ preende. por uma outra liguagem q u t od o preendid anteriormente, de outra f o r ~ a : deus ~ e W h l t e h e ~ d . e encarnado. "Al actua entities share with God thiS charactens tlc of self-causation Fo this reason ever actua entity also s h a r ~ s with God the characteristic of transcendin al othe enti ties including God", p. 222 Process and Reality. Art Essay In Co:mology, New York Free Press, 1978 "Todas as .entidades a t ~ s divide co Deus este carate de sec causa de Sl. Por est razao, cad entidade atua divide tambem com Deus carace de ttans cende toda as outta entidades atuais incluindo Deus", Alfre Whitehead, North Proces et realite. Essa de cosmologie. G a l l i ~ a r d , Paris: 1995, p . 3 58 . A ct ed it a q u D eu s po c o n s e g u m ~ e , m e ~ m o etro. As cnadissipar-s na criaturas, repetir sempr turas na sa imanentes. M e d i ~ 6 e s , aconteomentos passes fe(i)tiches tais criaturas na servem nem para d i ~ s i ~ a r , ne para dissolver, ma paraproduzit. Ela surgem Elas dlstmguem-se
de da aparelhage complicada do determinismo, da liberdade pel falra, ralvez de re compreendid os fe(i)riches. "Nem deus ne senhor deveri servir de slogan somente aos anarquistas Esse sloga deveri ser tambem escrit sobre pe destal dessas estatuas invisfveis, destrufda depois restauradas que permitem a<;ao so todo os aspectos. Se acontecimentos existem, ninguem deles senhor. muito menos Deus. "E necessario autorizar i m p o r t a ~ a dos 'djinns'?".w in daga Tobie Nathan, terceir ultimo sentido qu migrantes passeiam com suas divin confer ao meu dtulo. dades na periferia, mesmo em Paris, mas c ul t o d e s eu s d eu fe(i)tiche bern moderno, qu vivem, mesmo tempo, desenraizado reenraizados. Em todo t a c ul t se parece em n ad a c o q ue l d e s e p a s ad o Entretanto, os migrantes r ec on fi gu ra ra m p ar a n o s ab ed or i d o p as se , o bs tinando-se em n a a cr ed it a e m s eu s d eu se s p as s q u n o n o o b st in av am o e m a cr ed it a qu eles adorariam ingenua m at er i bruta, t in h m o iv do da mente qu c r e n ~ a para penetrar e t n o p s i q u i a t r i ~ talvez consi ga, felizmente, curar os migrantes; na sere eu juiz. Ma os migrantes conseguem nos curar, em todo caso pude testemu nhar i ss o E l man t er n e n ti da d e em estados multiplos interessantes, frageis, se exigir qu elas durem obstinada m en t a u qu provenham de noss psicologia. Eles desfiam portanto, p a r n o d i f e r e n ~ a entre f a b r i c a ~ a o realidade do realismo Eles passa taga minio c r i a ~ a o , consrrutivism relando la onde so poderfamos passa com meia palavra. Eles nos permitem compreender com mais exatidao nossas ciencia nossa tecnicas, essa fabrica<;oes qu se poderi acreditarque eles ignoravam ou qu elas os dominavam. Encontr mais exada gra<;a,
33. Nao confundircom questa da i m p o r t a ~ a o dos "jeans", se a ne do t b el g q u c on ta ri a se el na me tivess sid contada por urn fil6sofo da mesm etnia! Djinn: espirito do at geni na c r e n ~ a s arabes (N.T. gundo