1979 1979 1986 1986
Sag Publicat Publications ions Inc. Inc. Princeto Princeto Universi University ty Pres
19971997- Copyr Copyrigh igh da trad traduy uyoo oo co direito direito cedido cedido para esta ediy ediyllo llo DUMAR
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DISTRIBUID DISTRIBUIDORA ORA
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PUBLlCA<;:OES LTDA.
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2201122011-00 00 Riode Janeir Janeiro, o, RJ Tel. Tel. (021 (021 542-0 542-024 24 Fax: Fax: (021) (021) 275-02 275-02
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UFRGS. Biblioteca Setorlal de Bibliote,onom1a
Comun, Comun,caca cacai) i)
N° CHAMADA:
Tradur;tio Angela Angela Ramalho Ramalho Vianna Vianna
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02, . . . ." /',
-J
Revistio
Argemiro de Figueiredo Figueiredo
Capa
Gustavo Meyer Desenho Desenho de M. C. Escher
N° D8RA:
Instit Instituto uto Salk especial especialment ment ao professor professor Roge Guillem Guillemin in cuj desinter desinteresse esse tornou tornou possivel esta pesquisa. pesquisa.
Ao
,/1-123'1 N° O t U I . " U :
;(Jj(J'Sf, .iATA:
Editorar;tio Dilmo Milheiro
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O:':"::U_--1
3061-.10 ..... ...- - - '
CIP-Brasil. CIP-Brasil. Catalogayoo Catalogayoo-na-fon -na-fonte. te. SindicatoNacion SindicatoNacional al dos Editore Editore de Livros Livros RJ. Latour, Latour, Bruno laborat6ri 6ri produ produyl yllo lo do fatos fatos cientlfico cientlfico Bruno Latour, Latour, de laborat SteveWooigar; [traduyil [traduyil AngelaRamalho Vi anna anna].].- RiodeJaneiro Relu Relume me Dumara, Dumara, 1997 1997 Tradu Traduyl yllo lo de La vi de laboratoire Inclui bibliografi ISBN 85-7316-123-X 85-7316-123-X I. Cienci Filoso Filosofia. fia. I. Wooigar Steve. yila yila dosfatos cientlfi cientlficos. cos.
97-0910
11.
Titulo.
1Il.
Titulo: Titulo:
produ produ
CDD 501 CDU 50:1 50:1
Todos os direito reservados. reservados. reproduy reproduyllo llo n l l o ~ a u t o r i z a d a desta publicayll publicayllo, o, por qualquer qualquer meio, meio, sejaela total total ou parcial, parcial, constitu constitu viol violayi ayilo lo da Lei n° 5.988.
SUMARIO
Advertencia dos editores editores brasileiro brasileiro Embo Embora ra este este livr livr tenh tenh sid orig origin inal alme ment nt escr escrit it em ingl ingles es presente tradUy30
concordancia d o
Princeton University Press editora editora original original
parti parti da
e d i ~ a o
france
justifica ica-se -se porque porque ur do autore autores, s, Bruno Bruno Latour Latour acornp acornpa a 0P9aO justif
nhou
tradw;:ao para sua lingua materna,
mesma mesma tempo tempo TIatas de rodape
france france
introd introduzi uzindo ndo ao
refen3ncias bibliognifica bibliognifica adicionai adicionais. s.
prirne prirneir ir capitu capitulo lo fo reescr reescrit ito, o, adaptad adaptad para pIo. pIo. Fora Forarn rn tarn tarnbe bern rn suprir suprirni nidos dos prefaci prefaci
americana, porque, segundo Latou Latour, r, era
urn
public public rnai rnai arn arn
posfac posfacio io da edi9ao edi9ao norte
de "polleD interesse
yam distanciados das controversias angio-saxOnicas".
esta
Capitu Capitulo lo ETNOGRAFIA ETNOGRAFIA DAS CIENCIA CIENCIA
Capitu Capitulo lo VISITA
DE
UM
ANTROPOLOGO
AO
LABORATORIO
Capitu Capitulo lo CONSTRU<;AO CONSTRU<;AO DE
U M F AT AT O
S O DO
TRF (H)
35
101
Capitu Capitulo lo MICRO-SOCIOLOGIA MICRO-SOCIOLOGIA DO
159
FATOS
Capitu Capitulo lo 205
CREDIBILIDA CREDIBILIDADE DE CIENTiFICA
Capitu Capitulo lo ORDEM ORDEM CRlAD
BIBLIOGRAFIA
PARTI PARTI
DA
DESORDEM
265
299
CAPITULO
E T N OG R A FI A D A S C I EN C IA S
T R E C H O D E U M D I A RI O D E C A M P O '
9.05: Wyli atravessa sal
entr na escrit6ria Diz algumacaisa
apressadamente. Fal qu fe umagrande babagem Mandau
artiga...
(a rest naa se campreende). 9.05.3 Barbar entra. Pergunt usar na calonias. Jean respand
de
Jean qu tipa de salvente deve dentra da escrit6ria. Barbara va
embara, volt para sua bancada. 9.05.4 Jane entr
pergunta
intravenosa com martina que escreve sentado
Marvin "Quand vace prepar
solw;ao
salina ou s 6 c o
mesa, responde sem levantar
agua?" Marvin,
cabe9a. Jane saL
9.06.15 Guillemi entrana sala di umaespiada nas escrit6rias, esfar,anda-se para juntar gent
bastante para faze um reunia de
trabalha: "Esse
mi d6lares.
urn
neg6cia de
precisa resalve-Ia na
maximo nos pr6ximo minutes. Ele some. 9.06.20: Nick entr pela parta da se,aa
de
quimica. Entreg
frasca
Marvin "Aqu esta seus 20 microgramas. Naa esque,a de
anotar
numero de c6digo no livro." Nick sai.
observar.;:Oes sao feitas pelo numero do diario, Todas as referencias conversas seguido do numero da pagina dos dados do etn6grafo, Brun Latour durant os dais ano de trabalho de campo, 1975-1977. As demai referencias, co nome de autar data, estao na bibliografia.
10
E T N O GR A F I
Silencio
vemos os outros qu trabalha
as
no laboratoria, em esparyos
9.09 Larr entra mastigand um ma,§. Lan,a um olhadela
ultimo numero de de computador
ao
Nature.
9.09.1 Catherine entra senta-se come,a
il
grande mesa, desenrol folhas
preenche um folha
Marvin s a d o escrit6rio, alha por sabre
de
papel quadriculado.
ombro. "Humm, parece que
v a i nd o bern."
9.10: Uma secretilria surge pela port de entrada, vai ao escritorio de Wylie, trazend
artigo recem-datilografado. Discutem durant
urn
respeito dos compromissos da agenda. "E para terya-feira,
ultima chance", diz ela. 9.10.2
er atnl dela entra Rose
encomendas El di
Wyli qu
custar 30 dolares. Conversa
assistente encarregada da
aparelh qu el quer compra va escritorio de John Risos. El sai.
silencio volta. 9.12: Wylie come,a gritar, de dentro do escritorio: "Ei Marvin
voce conhece urn grupo que acha que as celulas cancerosas secreta somatostatina?" Marvin responde aos gritos sem sair do lugar "Li
alga
esse respeito nos resumos da conferencia de Asilomar; foi
apresentado como
urn
fato comprovado." Wylie: "E
q u e ra m e s
ses dados?" Marvin: "'Nem se mais ele observaram urn crescimen to de [palavra desconhecida]
concluira
qu isso er por causa da
somatostatina Nao lemhro mais se testaram diretamente atividad biologica Talvez. Nao sei." Wylie: "Por u e v oc e
t en t n a s e
gunda-feira, no proxim bioteste?" .1
Nick
Catherine entram na sala ruidosamente, terminando
uma discussao. "Nao acredito ern uma palavra dest artigo", diz Nick. "Nao", responde Catherine, "est ta mal eserito. Corn certeza foi redi
gido por urn medico". Laoyam urn olhar em direyao gargalhada.
...
T R E C H O S DE UM C O M E N T A R l O
suas mesas. Atraves das
profusamente iluminados.
urn tempo
D A S C I E NC I A S
sala de reunioes esta vazia. Mergulhados na penumbra,
algun pesquisadores escrevem, sentados v i d r a ~ a s
E T N O GR A F I
DAS CIENCIAS
Marvin
caem na
Todo dia assim. as trabalhadores entra do namao sacola de pape pard co
almo,o.
tecnicos
c o m e ~ a m
preparar os biotestes, limpam as mesas de dissecayao
imediatamente ou pesa
no laboratorio, trazen
produtos quimicos. Recolhem
do contadores
as
pilginas de dados qu sae
da calculadora qu ficara
funcionand durant
noite. As seeretarias sentam-se em suas maquinas de escrever
eome
corrigir os manuseritos eternament atrasados. Os pesquisado
yam
res chegam urn poueo mais tarde, urn depois do outro, trocando breves comentirios sobr
qu deve ser feit naquel dia. Depoi
de
alguns
instantes, vao para suas bancadas. Outros empregados depositam carre gamento de animais, produtos quimico
Dir-se-ia que Ou
trabalh de todos eles
qu eles formam
chegue
urn
pilhas
de
correspondencia.
guiado por urn campo invisivel,
quebra-cabe,a quas terminado
qu talve
se completar ainda hoje. Tanto os edificios e m q u essas pes
soas trabalham quant as carreiras que seguem estao salvaguardados pel lnstituto Salk
dinheiro do contribuinte norte-american cheoa
todo mes, via National Institute of Health
ou
National Science Foundation.
As vezes ha coletas privadas, organizadas para garantir
pesquisadores. As futuras conferenc;ias aguardadas portodos. todo
cad dezminuto
telefone toea, ampliado em
laboratorio pel alto-falant das secretirias:
ponsilve por
urn
jomal,
urn
trabalho dos
exposiyoes sao ansiosamente urn
colega,
funcionilrio. No laboratorio
continuo de brincadeiras, de argumentos
hil urn
res tluxo
de conselhos: "'Por que voce
nao tenta fazer isso?" Os grandes quadros-negros estao cheios d e n s
criyoes. Os computadores cospem listagens sem parar. Sobre as escri vaninhas, acumulam-se paginas de dados que pouco os artigo dos colegas, generosamente anotados.
No final do dia, manuseritos, capias
pouco, cobrem
algumas amostras de subs
tancias caras embaladas em geloseco foram remetidos pelo correia. Os
tecnico ja foram embora.
atmosfera fica mais relaxada. Corre-se
menos As brincadeiras entre os pesquisadores aumentam, eles, com os
12
E T N O G R A F I A DA
E T N O GR A F I
CIENCIAS
D A S C I E N CI A S
pes em cima da mesa, bebem uma enesima dose daquel horrive caf
ou extracientificos.
norte-americano, em copinhos de plastico. Hoje foram gastos alguns
amplamente exagerada
13
"dimensao cognitiva" nao estaria, ai tambem, que. dizer do antropologos de gabinete
milhares de d6lares. Alguns diapositivos, picos vales, como ideogramas
quejamais estiveram no campo Agraciado co
chineses, foram acrescentados ao botim do laborat6rio. Talvez tenha side decifrado urn caractere minusculo do livro da natureza. Algumas
9a Fulbright escolhi urn laboratori da Califtlrnia, dirigido por urn pesquisador de origem francesa da Borgonha com eu
intui90esfortaleceram-se Algun enunciadostivera
rico celebre fomecia urn excelente contrastecom os funcionarios costa
suacredibilidade
levemente aumentada ou diminuida, como os pontos do indice Dow
urna bolsa da Funda lahoratorio,
martinenses que eu acabara de estudar.
Jonesna Bolsade NovaYork. Talve tenha sido ur diaperdido Talve
Cheguei ao Instituto Salle Vi apenas casamatas de concreto. "Parece
os animai tenham side sacrificados em vao, talvez se tenha desperdi
qu estarnos em urn filme de
9ad radioatividad na cultura de celulas. Mas talvez pelo contrario,
visitantes. Na esplanadade marmorevazia, desenbadapelo arquitet Khan,
algumas ideias minusculas tenham se unido de fonna mais estreita. Agora urn empregad filipino lava urn dia como os outros.
lixo.
ch
Fil6sofo, ao presta me
respeito d o q u aconte
tado
f r e q i h ~ n c i a
os
Jona Salk vi-m diante de urn sabio. Disseram-m que para todo
os norte-americanos medio est sabio, mielite,
0'
propri irnage
homem da vacina contra
polio
do saber- como Pasteur, homemda raiva, na
Fran9a De qu me fala Jones? De Picass ele atualrnent abriga em seu labirinto.
da mulher do Minotaur que
Saio do escritorio. Diante da falesia, urn cruzador de esquadra dei
A P R E S E N T AC;AO DE C A M P O s e r v i ~ o
cientifica", diziam com
encontrei-m diante de urna misturade templo grego maysoleu. Apresen de
pergunta-s com chegou at ali.
T R E C H O DE UM
9ao, tiv
at
laboratorio tica vazio. So permanec
observador, que se interroga, com espanto, ce diant de seus olhos
e sv az i
f i c ~ a o
xa
nacional em regime de coopera
e ns ea d d e a n D ie g
p ri me ir a b as e n av a m il it a d o m un d
para acertar'os I'onteiros pelos marcos eletranice de La Jolla, diante
sorte de encontraros antropologos do ORSTOM na Costa do
do Instituto. }:as fundura de urn dos canh5es submarinos mai profun
Martim Com eraformado pelometodo deles pediram-me par expli
dos da costa oeste, os homens-ras do Institut Oceanogratic Scripps
car por que as sociedade francesas tinba
tantaditiculdade em encon
testam os instrumentos d e s ua s pr6ximas buscas. No ceu, destaca-se
trar profissionais costa-marfinenses competentes para substituir as
uma nuvem de homens voadores multicoloridos, saido diretamente de
expatriados (Latour 1973). Varias resposta "cognitivas" ofereciam-se
ur desenb de Da Vinci. Suas asas-delta, vindas diretamente do pro
para respondera essa questao Falavam-me da mentalidade africana, da
gram espacial tica
imovei gra9aS.a fort corrente de ar qu sobe
alma negra
perpendicularment
Black Beach, unica praia nudista dest pais ta
brir se tos.
de psicologia.
pesquisa entretanto levava-me
menor diticuldade, dezena de fatores sociai bern explici
dimensao cognitiva tinh ombros largos Ao le
antropologos urn
literatura do
ao fala com eles percebi se cientiticismo. Eles estu
davam outras culturas mas com
desco
lunda
outras praticas com urn respeito meticuloso
de ciencia. Perguntei-me enta
curso cientifico se ele foss estudado com tern quando estudam
que dizer do dis
cuidado que os etn6grafos
culturas, as sociedade
os discursos pre par
hipocrita.
P r o x i m ~
ao riacho qu corr ao long da esplanad de mar
more, Franci Crick,
home
home da origens, conversa ouvido "Ele sao Ger :os." Guiam-me ate o· ler, em letra douradas,
do codigo genetico
Leslie Orgel,
animados Alguem cochicha no me
Ibsolo Por tras da divisorias de vidro, poss ~ a b o r a t o r i e s f o r
yo passar dois anos Este
0'
Neuroendocrinology.
meu campo Apresentam-me
aique Wyli
E T N O G R A FI A D A S C I E N C IA S
14
Vale. urn sulista,
estrela ascendente do grupo, comentam Depois
urn pequeno hornem ruivo, redondo como urn ana da Brancade Neve,
Roger Burgus ur dos quimicos do grupo. Dizem que este notave qui ha been
que quer abandonar
quimica para predica em
uma escola fundamentalista. Depois apresentam-me
Catherin Rivier depois
um
suiya,
Nick Ling, um quimico chines Outro s
Jean Rivier recebe-me de bra90S aberto e,
u i ~ o .
seguida, me introduz
a o l iv ra s d e c on ta bi li da d d o g ru po : c il lc ul o d e c re di to , q u e quanta
quem; que
melhor; quem
ideia de quem quanta custar
mais citado: que
proxima e
d ev e
rouball
Ache que estava
x p e r h ~ n c i a .
15
arno Quando ele entrou todo sentira
U m i sr ae le ns e L ar r
L az ar us , p ux ou -m e d e lade
s ob r s e c ap it a d e c re di to , q u
estav mal achava que
f al o
s ob r
r en di a m ui to ; e l
crectito de que dispunha impedia-o de concluir
os artigos Queria ir embora.
rn jovem mexicano nao falo de eredito,
as perna tremerem Parecia
doentes. Eu tambem. Todo mundo suou Eu tambem. Nao, eu nao tinha lid aquele livro, nao eu nao entendia essa palavra. Haviam misturado d ua s l et ra s u m a mo st r n il o t in h c he ga do ; o s r at o t in ha m bayo ocorrer uma contaminayao Fulan nao sal de fisiologia...
u r o uv i a
s er i d e c at as tr af es , t od a e la s
irremedhiveis Mais informados do que eu, elescalculavam mentalmente s ua s t ax a d e a dr en al i n tensao. Era n el es ,
b ai x do acid asc6rbic pravocadas pela
n a n o r at os , q u s e f az ia m e xp er ie nc ia s s ob r de
p e r s e g u i ~ i l o
do g ru po , d is s
mim mesmo: "Somos cobaias." Fizeram-me percorrer
laborat6rio.
mulheres de jaleco b ra n o ,
e la s
direita, na fisiologia, s6 ha
p ar a
d e t ra b l h r . S 6 h a
homem na fisiologia urn negro colossal, com argolas nas orelhas
ma de purifica 5es. Embora eu tivesse recebido um severa educa9ao
criado
religiosa, nao compreendia ainda po q u
segundo me dizem, incestuosos ha dezenas de gerayoes.
demora de um
purificayao
pelo
havia citado as mar
gens de eITO haviam side calculadas as pressas; faltava uma liimpada na
harmonios. Ja t om ad o p el o d el ir i
na Bolsa. c i t a ~ o e s ,
E T N O G R A FI A D A S C I E N C IA S
matador de ratos brancos. Ha milhares de ralaS, ratos puros, na guilhotina
podia ser motive de tristeza. Vi ur alemao dua vezes doutor, de que
que rolam suas cabeyas. Mao habeis quebra
nao goste logo de cara Ur garota entrou na sala Era Marvin Brown,
rebro, separam cuidadosamenteas hip6fises, que sao depositadassobre
ur medico. lucros de
conversa generalizou-se. Falou-se de investimentos, de
e s p a ~ o s ,
d e b ol sa s d e s
u b v e n ~ o e s ,
de vantagens comparati
l ei t d e Hio, que
s ec o
r es t d o c or po s
cranios, extirpa
ce
p o st o em sacolas de pape
grande zeIador de animais ir incinera em seguida Em ou
vas. Perceb que estava lidand com jovens executivo dinfunicos. Fa
tros lugare nao se matam ratos. Uma tortur controladaos interrog
lou-s de estrategia, de forma de auxilio, de pontos de passagem obri
obriga
gat6rios de investir em lugares, de ordenar ideias de arruinar reputa
excisoes, injeyoes, manipulados, disciplinados, vigiados controlados.
~ o e s ,
de Ii qui da adversarios, de guerrilhas. Ache que tinhaateITissad
no mei de umareuniaode Estado-maior. Falou-s de controle,de vigi lancia de teste de ~ i l o
c o n t a m i n a ~ a o ,
de
t r a i ~ a o ,
de inteligencia tom rela
ao inimigo Ache que estavatratando com algum dispositiv poli
cia! Falaramde viradas radicais, de das, de minas
r e v b l u ~ o e s ,
de
t r a n s f o r r h a ~ o e s
de explosao. Achei queestavaem meio
D e s ub i to , e le s s e t ra ns fo rm ar a g ue m q u e o s h av i a r o u ba do , q u e expropriara, que os explorava. Todos i
rapi
conspiradores
v it im as . S 6 f al av a
de l
d es vi ad o s eu s r ec ur so s q u o s ; - a ~ d v a m
de urn unico, ausente,
c on fe ss ar . E Ie s d or me r
vermelho do sangu
e m g ai o la s
v ft im a d e i nc is oe s
branco da pel sao igualmente cegantes sob
Ju cruados projetores Eunao sabiamaisse esse real eraracional se essa hecatomhe tinha
COmo objetivo atingir
melhor dos mundos
cientificos possiveis Nietzsch havia me ensinado falara da c ru el da d d e
h om e
f al ar a d a c ru el d ad e d e u m h om e Da fisiologia fu levado
gueiro
carrascos", disse
qu
perguntar: que
quer ser enganado? Quem
q u n il o q ue r s e e n g an ar ?
quimica. "Sao cozinheiros,
nao ayou
mim mesmo. Na verdade, s6 se falava de
pureza. Vma ascese que eu j ar na i a t e nt a v ir a e r e xe rc id a s ob r
E T NO G RA F I
bilionesima parte de grama de extrat
D A S C I EN C I A
cerebro. Qualque hip6fise
que penetrasse nesse local deveria passar por uma seqUenci de provas
ETNOGRAFIA DAS elENe/As
17
finlandes que achav que falava ingles
professor Guillemin permitiu
muito generosamente q u
assistiss tadas as reuni5es, que lesse correspondencia qualquer rascunho chegou mesmo deixar
mai longas que qualquer ritual iniciat6rio narrado por ur etn6grafo
tod
Soment as fra95es mai pura resistiam Moidas liofilizadas extrai
qu eu trabalhasse de jaleco branco como ur auxiliar de laborat6rio.
da
acetato, filtrada no ge leitos da colonias Sephadex nova
Ao fina de algun meses, este etn610go frances, ma balbuciando
mente liofilizadas fracionadas, mai urna vez filtradas depois disper
g U ~ s
sadas em papeis absorventes finos, empurradas
havia alguma visita
po
bombas, esquarte
laborat6rio, indieava
me escrit6rio "Aqu
jadas entr potentes campos magneticos, bombardeadas por espectr6
est.
metros as moleculas arrancada de qualquer outr rela9ao nao podi
la, nossoespectr6metr de massa. Fo e n t a ~ qu comecei
am se mais pura do qu isso Incapaze de se ocultar pormai tempo,
mente aquele mund estranho.
alijazem, invisiveis, em frascos de plastico cuidadosamenteetiquetados Mas pel que pud compreender, havia uma molecul qu os qui micos ainda nao haviam obtido Elanuncaestavasuficientemente pura. medida quemencionavam
pureza
excita9ao aumentava. Os asce
tas tornavam-se ca9adores Falava-se ao telefone, de T6quio Os colegas, muito distantes maldiziam certo laborat6rio, pudera acuar
besta, pur licorn da ascese Cristalizada,
aguardava. Extraid do cerebro onde reagia co nheiras, abandonad pela proteina qu
Oxford unico que molecula
qu na pude
lar-se em milhOe de artefatos misturar-se ao ruido de fundo, deslizar Dutro.
Se nom ja corria nas
bocasdos homens debranco atras da estreit parede de plastic quimi
camente inerte Compreendi que se conseguissempurifica-la ainda mais, iriam tomar champanhe cad qual escreveri dezena de artigo
vol
tari os olho par um constru9ao sueca chamad Karolinska Como
me haviam dito, eu iria presenciar descobertas cientificas. Em ur breve paper anunciei-Ihes corajosamenteque, voltando da Africa eu iri agora estuda-Io com se ele fossem urnatribo ex6tica. Comel;aram lmicabagage
rir, sem acreditar muito no que Quviam. Eu trazia como
livro de MarcAuge (1975)
noss cromat6grafo de alt pressao aqui nosso fil6sof residente
trais, nao me furtei heterogenea
estuda s e r i a ~
maneira do antrop610gos meus ances
dar urn poueo de orde
eompreensao
desordem
confus de urn laborat6ri de biologia Ap6s dois anos de
presen9a ininterrupta no Cora9a deste laborat6rio, uni-me, na hora de redi gir, Steve Woolgar, soci61ogo ingles que eoncluia uma tese sobre deseo
bertados pulsa (Woolgar, 1978) que se apaixonara pela etnometodologia, asslm com pelo problema da reflexividade (Woolgar, 1976a, b). Decidi mo redigirem conjunto esta primeira etnografi de urn laborat6rio.
milhares de compa
protegiam
ram resistir tripsina, elanao podiaatuar como sempreatuara, dissimu
como lima enguia de urn peso molecula
in
ignorant em materi de ciencia, tamara-se invisivel. Quando
decidi construir redes de
prov semelhante as rede de acusa9ao de bruxaria qu el tao bern construira. Deram-me urn escrit6rio queeu dividi comurn encantador
R A Z A O DE SE
DA E T N O G R A F I A DE UM L A B O R A T O R I O
Para nos sa grande surpresa, esta e r d e f a
primeira. Cente-
nas de etn61ogo visitaram todas as tribos imagimiveis penetraram
N:epoca
que est livro escrito, ignonivamos que Mike Lynch,em Los Angeles, alouns ,QUllometros do Instltuto Salk tambem acabava de entrar em um laborat6rio, Garfinkel (1985), q u p ro v q u nas ciencias inexatas tambem ha :Ob eglde d e ~ c o b e r t a s slmultaneas". Karin Knorr-Cetina (1981) publicou mais tarde urn estudo metlcu!oso sobre um outro l a b ~ r a t 6 r i o , tambern de biologia, ainda trabalha, na Alemanha, em um estudo comparatlv dos tres laborat6rios. Outros campos parciais foram Para levantamento mai atual, verWooiga (1982) Knorr-Cetina (1983). e s t ~ d . a d o s , ~ n I C O 1I,;ro escnto por antrop610go profissional, Sharon Traweek, sobre tisica (0 ~ a m p o eo acelerador Imear Standford). Particle Physics Culture: Buying TIme and Takmg Space, esta para ser publlcado na Harvard University Press (ver tambem Traw 1980 1981); Franya, Gerar Lemaine Bernard-Pierre Lecuyer foram os p i o n e i r o : ~ ~ tarde, grupo de et e s t u d ~ dos ClentlStas no trabalho Lemame esboyou ~ I g u n s estudos de campo mas sob urn angulo mais episternol6gico do que etnografico (Gerard Dannon, na neurofisiologia, Dominiqu Lestel, na etologia).
E T N OG R A F I
18
D A S C I E N CI A S
ETNOGRAFIA DA
fiorestas profundas, repertoriaram os costumes mai ex6ticos foto g r af ar a
d o cu m en t ar a
a s rela,5es familiares ou o s c ul to s m ai s
c o mp l ex o s E , n o e nt a nt o , n o ss a i nd u st ri a n o ss a t ec ni ca , nossa ci
encia, nossa administral(ao permanecem bern pOlleo estudadas. Ex p ul so s d o campo na Africa, na A m er i c
etn61ogos 56 se sente
os
capaze de estudar, em nossas sociedades, campos q u
parecido
a rt e
L at in a o u na A si a
tradi,5es p o pu l ar es ,
a ca ba va m d e d ei x r :
b r ux a ri a a s representa,5es simb6li
c as , o s c am p on e se s o s m ar gi n ai s d e t od o o s t ip o s os guetos. E:
co
temo
escrupul qu avan9a
ao cerne delas, estuda
em nossas cidades. Chegando
sociabilidade dos habitantes, ma nao ana
lisam as co is a s f ei ta s p e lo s u rb an i st as , p el o s e n ge n he ir o s d o m et r ou p e l
c am a r m un i ci p al ; q u an d o penetram
s al t
lt
uma
fabrica, estudam os openirios que ainda se parecem urn pOlleD corn o s p ob r e e x6 ti co s
m ud o q u o s e tn 6l og o t e as
h ab it o d e s uf o os
Tern
urn pOlleo mais de coragem quando se trata da medic ina, reputada
como um cienci "mole" Mesm oest caso cantudo, ele estu dam de preferenci
etnomedicina ou as medicinas paralelas.
as
medicos propriamente ditos, as medicina centrais na sao objeto de qualquer estudo meticuloso. Nem falemos da biologia, da fisica, das
matematicas Ciencia da periferia, antropologia nao sab voltar-s para
centro. situa,ao, com sempre
mais grave aindaquand se tratade cien
cia exatas Ao levanta noss bibliografia, percebemos que nao havi ur
unic livro, nem mesmo urn Unico artigo que descrevesse pratica cientffi ca de primeira milo, independentemente do que os pr6prios cientistaspu-
dessem dizer,
quefosse simetriCo em suas explicaryoes, redefinindo tam-
bern as noryoes vagas das ciencias humanas. Passemos em revista esses diversos limite que procuramos ultrapassa no presente trabalho. Entre os antrop6logos, provavelmente foi Robert Horton que primeir reconheceu problema, isso de forma mai clara mai corajosa(1967; 1982) Ver tambem critica que Goody (1979) fez de pensamento selvagem, de Levi-Strauss.
ou
19
CIENCIAS
literatura sobre ciencia gigantesca. Mas, ta como teologia apologetica, no caso da religiao, ela sup5e que se considere cien
ciacomo fato adquirido. For dessa literatur pia- da qual um granct"e part se parece mais com0 Manua do inquisido
contam-se nos de
do de um da maos alguns livros excelentes de mem6rias
de anali
ses, escrito pelo pr6prios cientistas,.como os de Watson (1968 ou de F le c ( 19 79 ) P 6 r m ai s e st im ul an te s q u s ej a pode
remedia
t r a d i ~ a o .
e ss a o br as , e la s n a
ausencia de pesquisa, de observa,a direta, de o;
Imagine
que
ciencia economica pudesse ser reduzida
lembran,as por mais apaixonantes que fossem, de Marcel Dassault, ou de Jea Riboud Qu
ciencia politicapudesse se ensinada nas esco
p ar ti r d a M em 6r ia s d o g en er a Sant Helena?
centa,
G au ll e o u d o M em or ia l d e
situa,ao naomelhoranem ur pouc quando se acres
literatura pia
as mem6rias, aquilo que poderiamos chamar de
literatura "licenciosa", em que os cie'ntistas, humanos, muito humana ment sa "desnudados" exibidos em se lodo
ao avesso, sej pelos
colegas, sej por jomalistas. Essa literatura divert os pesquisadores ao mesm tempo que os aborrece ma nao destr6i
literaturapia com
qual forma par. Uma dessas obras, n o e n a nt o m er ec e s e l id a ao mesm tempo que
presentetrabalho. Nicholas Wade (1981 publicou
ur relato detalhado da competi,ao entre Roger Guillemi
Andrew
Schally pelo premio Nobel. Pode-se ler proveitosamente ess panfiet
caso se queira acrescentar ao relate que se segue os "pequenos fatos" os "aspecto psicol6gicos" dos grandes cientistas. Par da independencia as analises da ciencia,
necessario, pois,
nao se basea unicamente no que os pesquisadores
descobridore di
ze
d e s i m es mo s mes d ev e
t om ar -s e
q u o s a nt ro p6 10 go s c ha
ma
de "informantes", certamente informantes privilegiados, mas sem-
Sera preciso dize que leitor ilao vai encontrar neste livro nem desmistificayao, nem, den uncia de uma ciencia cujo ideal estaria pervertido pel homem, ou desviado peJa industria, -pelo dinheiro pel seculo? Os que denunciam cienci ou querem desmistifica-Ia sao cientista ou missionarios, talvez, da assim, cientistas ate rai dos cabelos.
E T N O G R A F I A D A S C I E NC I A S
pre informantes de quem se duvida Fo nessa linha que, co
sociologia ou de psico-sociologi_a da
nom de
desenvolveu-se uma titeratu
c i e n c i a ~
fa cada vez mais irnportante sabre as instituivoes cientificas;
s o ~ r e
coo
E T N OG R A FI A D A S C I E N C I A S
21
quando se trat de Copernico ou de Newton
correncia entr pesquisadore (Lemaine Matalon, 1969; Bow-dieu, 1976),
hist6ria da Cienci ainda
sobre evolu,aodas disciplinas (Lemaineet aI., 1976), ou sobre sua psico
maior parte das vezes, ela nao passa de
logia(Mitroff 1974).
ideias, qui,a da epistemologia.
importanci desses trabalhos para compreensao
da institui,ao cientific nao precisa ser demonstrada. E, no entanto, eles mantem intacto quebra-cabe,a antropologic que queremos resolver. Na verdade, essa literatura cheg
cientifico,
que
"fatores sociais" que questao. Edge m ui t
s ab r
r ad io as tr on om i
socialdo objeto cientifico- fo se ta no entanto, efetua-se
contexto
Edge 1982 escreveram um
desenvolvimento da radioastronomia. Nela, apren
radioastronomos. Aparentemente, entao
cientifico
rela,ao ao conteudo
"dirnensao cognitiva" dos
circundam. Dais Iivros servelll...para ilustrar essa
Mulkay (1976; Mulkay
excelente obra sabre d e- s
se urn impass co
no mesmo el isola
da
uniao
contexto social.
a lg um a c ai sa s s ab r a s
tema central- istoe, produ,a
duvidaabordado. Em nenhu momen entre esses dais conjuntos
conteudo
conteudo fossem dois liquidos que podemos fingir misturar pela
agitayao, mas que se sedimentam tao logo deixados em repollso.
que
demonstrarn Lemaine et al. (1977) em estudo sobre trabalho de Jouvet, grande fisiologista liones. As pesquisas sobre
Litna
No entanto, nos ultimos 20 anos,
na Franya e, na
roupagem da hist6ria das
hist6ria social da ciencia foi
XI
para se implantare
co
bravur no seculo XX pond rapida
mente em OperayaO as conjunyoes com as sociologias, como pl
Bloor (1982) Collin (1982 ou Pinc (1982)
no apoiamo ness literatura (CalIo
exem
evidente qu
Latour 1982 1985). Collin
caminho: cumpr estudar cienci atua1, que esta sendo feita,
indica em meio
controversia, d e m od o
toda
sair definitivamente do con
forto intelectual dos historiadores que estao sempre chegando atrasa
dos. Em lugar de estudar as ciencias "sancionadas", cab estudar as ciencias abertas
incertas.
despeito do progresso consideravei qu esses estudo repre
sentani com relayao
antiga hist6ri das ciencias, uma anaHse atenta de
seus resultado (Shapin, 1985) revela que, embora agitados co
cia, os dois liquidos continuam ais de Collins
sono por urn
sociedade do fisiologistas, por outro, encontram-se justapostos em tran
muito timida, sobretud
totalment renovada pelos ingleses qu abandonaram os seculo XVII
como se
misteri permanece irresolvido.
distancia temporal subs
distancia espacial do antrop610go. Parec menos absurdo ligar fisica de IKe,pler ao seu seculo d o q u de Einstein ou Feynman Mas titui
aSlu
nao se misturar. As explicayoes soci
seus colegas ainda ficam muito distantes da suti estru
tura cognitiva que elas revelam. Tudo em vao, as ondas gravitacionais
excedem em muit as disputas de Weber
~ o b r e
faz fisio10gia? Misterio. Uma socio10gia dos saberes superpoe-se, mistura
periencia (Collins 1982), assim com
bacteriologia nascente ultra
se
um epistemologia.
passa de muit
Ao lade dessas literaturas, existe, felizrriente, em cruzamento com
Farll
qiiila coexistencia, como agua
hist6ria social
azeite em repouso Como
urn
fisiologista
sociologia, uma serie de trabalhos adminiveis, es
mei social
Pasteur
replicayao de sua ex
Pouchet reconstituid por
Geison (1982) Quando se observarn com ciJidado as analises
de Shapin (1982) ou de MacKenzie (1985) distingue-s facilment urn
sencialmente em lingua inglesa, qu se esfor,am por tra,ar rela,ces,
sanduiche um deliciosa fatia de historia da ideia entre duas fatia de
nos maiores detalhes, entre contexto conteudo.
pao sociologico as vezes urn pouco dormido. Iss porque os historia
hist6ria das
presta-se melhor ao estabelecimento de urn la,o estreito entr do pesquisadore
aos fil6sofo
os objetos qu ele produzem.
historiadores para
c i t ~ n c i a s
prMica
coragem qu falta
estudo das ciencias atuais retorna
dores
s ' ~ c i a i s ,
assi
como os soci610gos das controversias, prendern-se
ao documento, (arquivos artigos, transcri,ces de entrevistas), v a ~ : d i t e t ~ r , n e n t e
na
ao campo. Ess retirada estrategica impede-os d e v e
22
E T N OG R A FI A D A S C I E N CI A S
que embora renovem piofundamente absolutamente naa renovam
nossa imagem da ciencia eles
sua imagem, e, portanto, nossa imagem
da sociedade. Todo eles pensam pode aplica estatisticas
bacteriologi uma concepya da sociedade do grupos,
das pr'ticas que fora duro.
termodiniimica
forjada lODge de qualquer objeto um pouco
que sabemos da sociedade de se funcionamento de sua pr'ti
ca? Muit pouc coisa, umavezque ossoci610go trabalha tiomirios
entrevistas,
co
ques
que os mestre da observalYao, ista e, os
etn6grafos nunca estudam as sociedade complexas industriais cen
modemas. Muito cedo percebemos que, para ultrapassar os limi
trais
metria parece bastant estranb paraos epistem610go que se nutrem de retificac;ao dos conceitos erroneos,
Bachelard.
gica com
ess "filosofi do nao ta ardentemente desenvolvida por Bachelard opoe-se de maneira absoIuta ao argument de Bloor. Em Forma,iio s'bios do seculo X V l l ~
cienci correta, ou pelo meno de
tre os vencidos da hist6ria das ciencias
os vencedores, esses famosos
revoluciomirios sempre bramindo doutrina
Bloor
guilhotina do corte
Iimpid mesm quando exig
praticamente0 abandono de toda filosofia da ciencia: ou as explicayoes
toma
decisa de estuda um laboraterio, colocando
entre parenteses ao mesma tempo nossas cren9as sabre sa crenya sobre sociedade s6 estamos prolongando
cienci nos programa for
te formulad porDavi Bloo (1976 trad franc. 1982). Esse programa triplamente forte. Ele
fortement crltico (Bloor, 1981) fortemente
sociais, psicol6gicas, economicas sao usadas apena para explicar por que urn cientista enganou-se, entao elas nao tern valor, ou devem ser explicar por que esSe cientista
empregadas simetricamente, de modo errou
por que aquele outro acertou. Fazer sociologia para compreen
der por que os franceses acreditam na astrologia, mas nao par compre
criticad (Lecuyer, 1983 Isambert 1985).e fortement critic'vel..
ender por queeles acredimro na astronomia, isso
ide!" original de Bloor eTa encoraja os historiadore
sociologia para entender
queainda hesitava
la logique, esforya
se ao contrario, par restabelecer um simetria tota de tratamento en
epistemol6gico
mais arduo.
para ope-los
em constante retificayao. Bloor, em Socio/logie
retificadores
Quando
do
espirito cientijico, Bachelar na cessava de ridicularizar os pseudo
is squ
ruptura episternol6
revoluc;ao permanent no amago das ciencias,
passado,
tes da literatura que nos precedia seri preciso naa acredita nos cienf'cil-, mastambem nao acredita nos soci6Iogos
23
E T N O GR A F I A D A S C I E NC I A S
os soci6logos
empassa de um hist6riae de umasociologia do
nao faze-I para
descobert do atom pelos fisico nucleares isso
cientistas par um hist6ria
uma sociologia das ciencias. Bloor cha
assimetrico (Latour 1985). Ou be
maya
ideia
do verdadeiro assi
suficiente cercar
"di
assimetrico. Fazer
medo que os franceses tern do atomo, mas possivel faze um antropologia
como do falso, do cientifico, como do pre-cienti
mensao cognitiva" das ciencias com uns poucos "fatores sociais" para
fico do central como do periferico, do presente com do passado, ou
te
entao
direito de se chamad
historiado
oci610go
programa
forte exigia, ao contra-rio, que se investisse na fortaleza, no nucleo, no sant do santos no conteudo
pouco import qual seja
Segund ele, nenhum estud poderiamerecer
nom de sociologiaou
de hist6ria das ciencia cas nao levasse em conta tanto
cia quanto
conteudo cientifico,
metMora.
contexto so-
isso tambern nas ciencia te6ricas,
como matem'tica (Bloor 1978). Para obter esse efeito Bloor exig qu toda as explicayoe do desenvolvimento cientifko sejam simetricas. Essa nOyao-chave de sl-
absolutamente inutil dedicar-s
antropologia qu nunc pas
saria de urn meio perverso de desprezar os vencidos, dando respeit'-Ios, como
mu ilustr
impressao
pensamento selvagem, de Levi
Strauss (1962). nOyao de simetriaforma bas moral deste trabalho.
corage
par analisar detalhadament
ela que nos
produya do verdadeiro, se
qu no percamos nas pequenas variantes, nos aspectos sociol6gicos dos
pesquisadores que com eles acabam enganando-se. C
u m p r ~
apenas esten
de aind mais nOyao de simetria desenvolvida por Bloor. Na verdade,
24
E T N OG R A F I
D A S C I E N CI A S
famoso "programa forte" logo se enfraquece quando se desce, com ire
mos fazer, ao planQ dos aminoacidos, dos honm6nio do cerebro das cul luras de celulas. Ness mundo, nao mais possivellevar para pastoreio rebanho dos fatore sociai desenvolvidos pelos nossos grandes soci610 gos: sociedade classe campo, Mbitos, sil)lbolo, papel social pretendido, interal'ao. S6 se pode fazer uma sociologia das ciencias quando se penma quando elas sa tomadas em bloco. parti do
ETNOGRAFI
25
D A B C I E N C IA S
Esse livro pretende ser uma
o b s e r v a ~ a o
de prirneira ,ma:o do traba
Iho do saber, que utiliz pesquisadores como informantes za informantes privilegiados, sem usar que fazem. E, no entanta,
com certe que eles dizem para explicar
livro nao se contenta em tratar dos
eITOS
ou
dos tramites de sua cotidutas, mas esfon;:a-se para mostrar, por meio de explicac;oes simetricas, por que, muitas vezes, ele esta certos.
nece longe das ciencias
momento em qu conseguimos nos aproximar das ciencias, tratando-as em
detalhe,
preciso desfazer-s das n0l'oes habituais da sociologia
Q U E S T ,0.0 D O O B S E R V A DO R
forjar
Quem fala de ciencias conhecendo-as em detalhe
de prime ir mao
outras nOl'oes, por mais esquisitas qu elas possa parecer. nOl'aO de simetria implica, para n6s alg mals d o q u para Bloor: curnpr nao so mente tratar nos mesma tennos os vencedores as vencidos da historia das ciencias, mas tambeff tratar igualmente enos mesmos termos natureza
mediac;ao dos cientistas. "Para falar das ciencias preciso ser especialista",
sociedade. Na podemos acha qu primeira dura como ferro, de modo explica segunda; nao podemos acreditar bravamente nas classes
dedara-se,de modo bloquear de antemao qualquer pesquisa direta de campo. Esse estado de coisas seri muit chocante em politica ou em eco
sociai para melhor duvidar da flsica ...
nomia. Imaginemo urn politico dizendo: "S6 os politicos esta apto falar de politica"; ou urn economista "Cabe somente aos empresarios dizer que querem que sao"; ou urn jomalista: "Eu sou corrente de trans
sociologia,
economia viveram tant tempo ao abrigo da ciencias
pode
antropologia das tecnicas que
se utilizadas tais como elas sao, para explicar objeto duros.
preciso tambe reelaborn-Ias. trabalho de campo que aqu apresentamos e, por conseguinte, duas vezes simetrico: aplica-se ao verdadeiro ao falso, esforl'a-s por reelaborar COnStrul'aO da natureza
da sociedade'
Esse motivo pelo qual com exce9ao do capitulo 5, n110 se ira encontrar neste livro qualquer "fator social", tal como eles sil habitualmente apresentados no trabalho dos soci610gos. essa ausencia que toma sociologia das ciencias tao dificil para os fran ceses. Como eles tern, por urn lado, uma sociologia. uma economia, uma hist6ria, lima etnologia completamente apartadas das ciencias das tecnieas e, de outro, uma epistemologia (ehamada, por antifrase, "hist6ria das eiencias") completameJ'He aparta d a d a sociedade ou da eultura. nenhuma pesquisa desse novo dominio pode ser lida ser.1 ser logo coloead de urn lado o u d e o ut r dessa grande cisilo constitutiva da socie dade francesa (Bowker Latour. 1987). Os livros quenao se eansam de declarar impos sive sociologiadas cieneias sem qu haja uma profunda renova9110 de nossa coneep9ila da sociologia sao, n110 obstante, critieados como "redu90es da eieneia soeiedade". Escaldados pelo caso Lyssenko, os epistem61ogos franeeses pode dizer: "quando ou90 palavra social, puxo rev6Iver". Que deixem nas cartucheiras. Na se trata aqui do social que os soci610gos elaboram ha cern anos. bern ao abrigo das coisas duras.
Os pr6prios cientistas. Tambe falam de ciencia os professores, os joma listas, grande publico, ue am longe, a u o m incontomavel
missao dos politicos, aquela que explica ao publico que preciso pensar." deontologia do pesquisador ou do jomalista exig qu eles tenham pesquisado mais livremente possivel, que tenha duvidado de seus infor mantes que estejam familiarizados, com maior independencia, com as coisas de que falam. No momenta ern que se trata de ciencia, contudo, deontologia inverte-se, as regras morais tomam-se loucas como urna bus sola perto de urn p610 magnetico. jomalista cientific orgulha-se de es
tender tapete venmelho da vulgarizal'aO sob os pes do cientista, sociolo gia emudec de respeito, economista cala-se humildemente contenta-se em falar
partir de uma posil'a O inferior. "Que nao entre aqui quem nao fo
geometra. Os pr6prio cientistas fazem suas ciencias, seus discursos sobre
ciencia, sua etica da ciencia, suas politicas da ciencia e, quando sao de esquerda, suas criticas
politicoe epistemol6gic
autocrfticas da ciencia. Os outros ouvem.
ideal
que na haja uma palavra da metalinguagem da
ciencia qu na seja tomada dos pr6prios cientistas.
26
DAS CIENCIAS
E T N O GR A F I
Nossa pesquis tern por finalidade abri
aproximar-se da ciencia, contornar . z a r- s c o
d i s c ~ r s o
p r od u ,a o d o f at o
explicando
urn
carninb diferente:
d ep oi s v ol ta r- s s ob r s i m es ma , qu
linguagem que se quer analisar. Em resumo,
dever
trata-se de faze
qu faze
todo os etn6grafos
aplicar ciencia
deontologia habitual as ciencias humanas: familariza-se com urn cam po permanecendo independente del
"Mas, em-ciencia, apesar de tuda, Ah que aviso encantador! Entao
de
ca'Ya
primeiro do termos na
E ss a i de i d e q u
urn
maior intimidad sobre
bacharel
em
mais dificil, ma
mund da pesquisa do qu
urn
pendencia dejulgarnentoquando se
tambem urn pesquisador, urn oci
dental ur intelectual Ha alguem ta ignorant em cienci qu poss lan,ar urn olhar verdadeiramente novo sobr
antrop610g qu estuda as pniticas
u e p ar a f a r · d e m ag i
que estuda pre
p re ci s n a a pe na s s e
nar
olhar, manter
verdadeiro desafio,
de conhecimentos, cuja dificuldade
a q u i s i ~ a o
mada.
distancia. Ai esta
atividad cientifica
clarament superesti
busca de distancia: ele era verdadeiramente ignorante em cienci se analfabet em ~
p i s t e m o l o g i a .
co, Calif6rnia, trabalhando com uma lingu estrangeira nao tinbajulgamentos previo sobre
precise qu os soci610gos
etn6grafo esteja
familiarizados de nas
centra o u p o diploma com as sociedades que estudam
que
centem qualquer comentario as linguagens que recolhem, qu
e n t a ~ ,
todas
ciencia huinanas deve
e n t a ~
prAticas
naD
acres
conclusao,
serjogadas fora Se ao
contrario, admite-se que urn jovem ou uma jovem familiarizar intimamente co
fo
mundos
anos possa se the sao estranhos,
par que seria mai dificil que se tor'nassem mai intimas dos fisi r sa y d o
a la d a no s
n as c d o
em
B er ry ? D e q u
mundo nao seriamos capazes de nos familiarizar em dois ou tres anos intens observa,ao participante? Alem do mais paraurnsoci610go france de ur bi610g france parada
distanci qu se infima quando com
qu separa Jeann Favret-Saada do Berry, ou Mar Auge de
Boniface. E, no entanto parec que
mundo inteiro pod se estudado,
meno os laboratorio refrigerados de nossas cercanias. Nao decididamente, ness mistur suti de familiaridade
distan
ingles. Quase
verdad cientifica, em rela,an
qua era digamos, agn6stico Finalmente estava chegando da Africa podi aplicar, no caso do cientistas selvagens
urn
a pa re lh o u sa d p ar a p o o s
distancia, aparelho for de rnoda na antropologia, ma per
feitamente adaptado ao Instituto Salk, uma vez que, de maneira polemi'
cada nova tentacrao de se tomar cientista, ele se lem
ca, permitia que,
brasse do mandamento: "Facra que quiser, mas sua metalinguagem."
linguagem deles nao
pode se tomar
Cumpre admiti qu urnaregra de metodo
estudam os pobres
quem
em desuso quando se
etnologo arrasa com seus comentarios
renova-se quando se estudarn as elites qu bombardeiarn
pesquisador
com sua metalinguagem. Quantos antropologos escrevem livros, teses ou artigo que sao lidos comentado
criticado pelas pessoa que eles
estudararn? Quantos etn610gos interrogam as pessoas que sao mai for
tes, mais falantes, mais ricas universitirrio?
ci qu qualquer metodo em ciencias humana dev resolve (Latour,
qua
Estava em ur mundo realment ex6ti
iniciado, como tambem acrescentar aDs rituais de magia algum comen um tese de antropologia?
na na
etn6grafo dessapesquisa fo ajudad por virrios fatores em sua
tirrio a1gumaexplica,ao Pode-s dize que bruxariados aladianos necessari
observador que
nele se imiscuiu durante varios anos claramente urn preconceito que derrubamos sem menor pesar. Mas como manter distancia inde
Certarnentee sobre ess ponto qu se dev trabalhara questao, discipli
(Favret-Saada, 1977)? Pode-se dize qu para estuda os Bantus
linica metalinguage
segun
ciencias exatas pode fala co
distancia.
feiti.yaria .em Bocage poderia ser de uma ignorancia crassa
c is o n as ce r b an tu ?
CIENCIAS
precise saber algurna caisa?"
naD precisaria conhecer alguma coisa sabre elas?
com ardor
1981 1988b)
dos cientistas, familiari
qu fazem os pesquisadores, comuma metalinguage
nlio deix nad
ETNOGRAFIJ; DA
cer co r e l a ~ o e s
mais influentes em seu proprio mundo
antropologia dos pobres sab hoj qu dev estabele
os informante
dura,l.te tanto temp po ela parasitados
de igua paraiguaL Mas ailtJanao chegou0 tempo dessa igual-
28
E T N O G R A F I A DA
dade par
antropologi do senhores.
ri dele
CII3:NCIAS
despropor,ao entre repert6
nosso grande demais. Sabemo muito bern qu essaideia
d e u m metalinguagem dos informantes, propria
mito. E, no entanto,
independente,
urn
urn recurso necessaria, sobretudo na Fran9a para
acrescentar nossa pequeno grao de areia ao esmagador discurso da epistemologia do saber. Contornar
problemada familiaridad
tarefa da mai faceis, dad
dadistancianao sen um
despropor,ao entre
raridad da investiga,oes independentes. Ma mais complex quando
elaacrescentamos duas outras camisa de for
da etnometod%gio e a
,a
discurso erudito tarefa torna-se ainda
etnometodologi
reflexividade.
nome dess movimento de rea,ao contra
abuso, em sociologia, da metalinguagem que recob;e sociaisdizem faze
na pratica(Bernes
que 95 atores
Law, 1976 Garfinkel 1967
Lynch, 1982 1985a, 1985b; Wooigar, 1983).
Em
luga de imputa ao
atores sociais, cada vez, interesses, calculos. classes, habitos, estrutu ras supondo-os marionetes da sociedade, etnometodologia quer esva
sociologia de tada
ziar
pnitica como ator,
eo
sua metalinguagem
unico soci61ogo competente. Entre
melbor confiar no atar. Entre
que acrescenta desordem, demo
car
quer tamar
ator
soci6logo falastrao
soci61ogo que p5e ordem
melhor confiar no ator
sua
pior para
atar
desor
Nossaregr dehigiene- na usar discurso dos cientistaspara expli que fazem
parece estar em contradiyao com
etnometodologia.
Exigimo um profunda desconfian, comrela,ao aos nosso informantes no proprio momento em que, em outros lugares. tanto na antropologia exo
tica como na sociologia, Se perguntamos
infonnante esta plenamente reabilitado. urn
pesquisador
de?Na maio part da veze qu sopra
qu el faz, quem no respon
epistemologia,
filosofi da ciencia
respostas. El fala de metod cientifico
experiencia
crucial, de falsificayao, de paradigma, de conceito ou de realismo ra cional.
mesma coisa que pesquisar uma aldeia da Amazonia, onde
todo mundo da aul com As estruturas eiementare deparentesco. Quan ma
pesquisador
celebre,
rna is
dura
sua ciencia, mais ele
E T N OG R A FI A D A S C I E N C I A S
digamos
letrado
mais ele
que el di se parece co
frances; e, ao mesmo tempo, meno
sua pratica ou com os discursos menos sofis
ticado de seus jovens colaboradores
preciso, entao ultrapassa
discurso ordenad do sabios para chega desordenados m ei r
praticas
ao discurso
mais interessante do pesquisadores. Respeitar
pri
r el e p el o m en o B ac he la rd , K oy re , C an gu il he m K uh n o u
i'opper. Naorespeitar os segundos seria mergulharmais um ve
pra
tica competente dos pesquisadores em outra metalinguagem tomada de emprestimo dest ve na
filosofia, ma
sociologia
observa,a
dade: desconfia ao maxim do discurso filos6fic que sabernecessanamente tern
respeitar ess metalinguagem desordenada qu
tura intimamente
pnitica.
se
mis-
filosofia das ciencias exib para os pes
quisadores urn espelho sedutor, mas que s6 seduz alguns grandes sabios qu posa
como Claude Bernard; el torna infelize todo os outros
pesquisadores que nao sabem como reconciliar laborat6rio com aquilo qu dize
campo nao
vida quotidiana do
qu ele devem fazer. Ess estudo de
sedutor? Pelo menos nao
normativo. Quem,sedutores ou
antrop610gos respeita mais os pesquisadores? Cab ao leitor decidir. born emprego da ignorancia, essa desconfianya respeitosa dian
informante, essa forma de contomar
filosofia espontanea dos
cientistas, essa regulagem delicada da distancia
da proximidade nao
livro de Mike Lynch (1985) define uma etnometodologia bern mais radical que nossa, uma vez que ele nilo reconhece outra metalinguagem alem da pratica tecnica competente dos pr6prios pesquisadores. Nilo ha sociologia ou antropologia dos neuroanatomistas que ere estuda, uma vez que essa cienci human seria urn discurso sabre neuroanatomia. preciso tornar-se urn neuroanatomista, ou, na impossibili dade disso, analisar que ser urn neuroanatomista competente. Eis fundo da critica d e L yn c a o nosso Iivro (1982). Para ele, Iivro aind sociologia. comunidade cientific acredita no momento que esta melhor servida p o u m epistemologia da verdad do que po uma descriyilo meticulosa da pesquisa. Esta uma visil pequena comunidade tern todo interesse em conciliar sua pnitica seu discurso, porque este unic meio de compreender por q ue , e m u m sociedade como nossa, cultura cientifica tao pouco difundida equal custo dessa difusilo. epistemologia dota de armas que brilham, porque silo de mentira. Quando cheg hora de luta de v.erdade, no teatro das operayOes, essas armaduras de papelilo nilo silo de grand utilidade.
ETNOGRAFIA DAS e l E N e / A S
resolve
problema mais dificil,
pode enfeitar-s co
plurna
da reflexividade. Tod soci610go
pavao
preiende se urn s ab io . M a
qu pode fazer urn soci610g da ciencias que busca
esfon;a por explicar com as meSilla termos
erra
entr
verdadeiro
fals
distin,a entr
to ta atento dos cientistas.
distin
natureza'e
cultu
ra. Se desconstruimos as ciSncias exatas, que eredito cleve ser concedi-
do
nossa desconstru,ao?
co
essa questa do relativism (Collins
soqiologia das ciencias lutoudesde
1982 Ashmore, 1985). Os qu destroe E ss a q ue st a s 6
Cox,
977; Hollis
come,o Lukes,
cienciadestroem si mesmos
e sp in ho s p ar a o s q u p re te nd e
e sc ap a
principia da simetria, eximir as ciencias humanas da desconstruc;ao das ciencias arrogar-se
direito de criticar todas as, ciencias duras salvo
sua pr6pria como as "moles (Wooigar 1976 1983 1988). Ao pri
var-nos da distinc;ao entre verdadeiro
falso, entre natureza
cultura,
nos nos privamos, do direito de estabelecer uma metalinguagem forte qu
propomo
da ciencias Ma essa priva,ao no fa bern
mais
sao cientificos, as nossos tambem
sao. Se
descoberta,de urn pulsar
acusa,ao de relativismo ou de autocon
tradi,ao s6e pesadaparaaquele qu acha
qu
reflexividad qu esperamospara garantira nossasaude. fa
cil. As normas que se impoem ao relat sa tao numerosas que decidimas inventar, capitulo por capitulo, urn abservador f i c t i c i ~ que tomara p ar a
t ar ef a d e r eg ul am en ta r urn do problema qu acabamos de
abordar:
observado do capitulo
urn perfeito ignorante que entr
no laborat6rio como se entrasse em uma casa bantu; urn historiador pugnaz em guerra contra
'0
do capitulo
epistemologia, que desconstr6i
exata verda<;le de urn fato cientifico; do capitulo
urn etnometod610go
atent paraas competencia pr6prias dos pesquisadores cuja linguage ele come,aa compreender;
do capitulo
que existem. No capitulo 6, camp em noss luga
urn sociologodos mais classicos
hora de reconciliar essa "equipe" enviada ao
de fechar questa da reflexividade.
analis qu
(Woolgar, 1978) ou de urn hormonio sao relatos, enta nosso relato nao pretende sermais verdadeiro.
elabora,ao de nossos pr6prio relato quanta ao relato
problem do observado de urn laborat6rio cientifico na
pelo meno tlio [raca quant as ciencia estudadas Nao
pedimo qualquer priviIegio (ve capitulo 6) Se os fato construidos
verdad se enfraque
ce quando del se fa urnaconstru,ao ou urn relato N6s, qu s6 busca
mos as materiais dessa constrw;ao
natureza dos relatos consideramo
no em igualdad de condi,oe co
aquele qu estudamos Ele con-
Deixamos de lado s c ' i ' u ~ A o que consiste, f o r ~ a de autoamllise de autocritica em pr6pria s o ~ i o l o g i a de todos os preconceitos, d e m od o finalmente t o ~ a - l a cientifica, objetiva, sem que seja custa de urn terriveI esfon;o. Essa reflexividade duas vezes c i e n t l ~ c a , porque ela supOe que qualquer explical;ilo cientifica deve se livre de qualquer c o n t a m i n ~ o social que ideal da ci!ncia pura urn ideal desejavel. Essa questao do relativismo passo receber respostas bern mais radicais mais simples quando permitiu urn novo estud da assimetria entre os observadores (Calion, 1986: Latour 1984 1987, 1988a: Woolgar, 1988). purgar
troem, n6 construimos. As diferen,as virao depois Estaremos portan
nature
z a e a sociedade?' El priva-s de duas da mais fortes pragas ,a
tam, n6s contamos eles experimentam, n6s experimentamos eles cons-
simetria que se verdade,
31
E T N O GR A F I A D A S C I E N C I A S
L 1M IT E
D E U M E S T U D O DE L A S O R A T O R I O
laborat6rio queescolhemo estudare
dros6fil da filosofia das
ciencias. Alguns caracteres interessantes encontram-se ai exagerados, como para favorece os designios do observador Mas seri perigoso
nao dirnensionar seus limites. grande diferen, entrea etnografiaclassica no fato de qu enquanto
da segundatomaa form
dos por Aug vivem entre lagoa e m t er r f ir m
das ciencias resi
camp da primeiraconfunde-s co umarede. oceano
n a g ra nd e c id ad e
urn territ6rio,
aladianos estuda
parte algumas incursoes
A bi dj an . M a o s h or mo ni o
cereoro de nosso laborat6ri encontram-se na Suiya, em uma industria em
urn fisiologista; em Dallas, em
concorrentes no Nationa Institute of Health em Paris, em Nov York e m L a J ol la .
hormonios na sao meno locais do qu os processo
de bruxaria, mas distribui,a das circunstancia
tal que
etnografia
32
E T NO G R AF I A D A S C I E N C I A S
ETNOGRAFIA DA
CIENCIAS
deve viajar mais As malhas dess red muita veze sa laboratarios, mas pode se tambem escritarios fabricas hospitais gabinete de
berta" do laborat6rio de origem com a"cienciajustificada" dos outros.
advogados de negacios residencias privada todos os lugares em qu se faz desfaz existencia dos hormonios do cerebro. Por que entao parar em urn local determinado nao sair dele? Este urn erro, so que perdoavel. laboratario escolhido bern fechado entre muros, fortemente enraizado em
nosso laborat6rio nao passa de urn pOlito, essa gama de t r a n s f o r r n a ~ 5 e s nao inteiramente descrita. Este urn limite do noss estud de todos aqueles que permanecern em urn local, sern percorrer rede.
seu paradigma, reunindo toda as disciplinas necessarias conduzido por se parece tanto com urn campo classico que urn diretor de pulso firm chega enganar. Nele, local geografico as fun,oe serem estudadas sao bastante coincidentes para q u s e possa ignorar rede. Mas essa ausencia de circula'Y3o toma mais clificH com excec;ao do qu
expost no capitulo
ignora
distin,ao entr "contexto de
descoberta" "contexto de justifica,ao". tir
possivel, na verdade, admi
existencia de uma pratica de laborat6rio, de uma competencia lo
Na ausencia, contudo de urn estudo complementar sobre rede da qual
10
segundo limite desse laboratario que ele se ocupa de "fatos", descobert de cehilas nervosa capaze de produzir nilo de teorias. honnonios, e, por conseguinte, fusao em uma tinica disciplina da neurolo gia da endocrinologia datam da Primeira Guerra Mundial Desd entao, paradigma niio foi tocado (capitulo 2). Dezenas de hormonios milhares de 11
fun,oe centenas de localiza,oes acurnularn-se sem que ninguem n o a boratario estudado se preocupe em pOr isso em ordem exceto, de tempos em tempos,
sem acreditar muito no que faz. Nosso laboratario
dros6fila ideal par estuda
urna
trabalho empirico, mas nao se pode contar
cal, de habilidades tacitas e, ao mesmo tempo, fingir que tudo isso nao existe. Basta distinguir contexto de descoberta, cheio de s o furia,
com el para aprendermuito sobre
de desorde
(Livingstone, 1985). Em contrapartida seria injusto concluir que seguimos esses "colecionadores de selos" tao desprezados pelos tearicos que sobre isso nao seria possivel tirar qualquer conclusao relativa "a ciencia". Urn ano depois do final da nossa pesquisa Roger Guillemin recebia Premio Nobel de Medicina pela carateriza,ao do TRF (capitulo 3). Ciencia nor mal, sim ciencia marginal nao.
de paixoes,
ele opor
ordenado. Uma ve estabelecido
contexto de justifica,ao, calmo
fato,
absolutament intitil de seer
para pequena cozinha do laboratario. Certament ess cozinha enecessaria, mas depois nao teni mais importancia. as que vao para
cozi
nha chegam mesmo ir para o· fundo dela perdem tempo. cienci pass como os nao esta ai. possivel, ao contrario, observa pass pesquisadores passam das circunstancias locais para outras circunstan das em queas condic;oes originais de prodw;a nao contam mais (capi tulo 4). Desde entao, em lugar de uma distin,a entre contextos de descoberta de justifica,ao, temos uma gama continua de transforma "ciencia da desco'Yoes, de tradU(;oes, de deslocamentos que reata
Hoje, dez ano mai tarde, cindido em dua equipes concorrentes no mesmo Instituto, laborat6rio permanece sendo uma unidade de local de paradigma. S6 modificou profundamente seus equipamentos agora aproximou-se da biologia molecular. Essa relativa estabilidade justifica escolha do etn6grafo, mas sublinha ao mesmo tempo carater excepcional do laborat6rio. Trinta anos co isso nao mesmo paradigma ,acontece com muit frequepcia.
as teorias. Para isso, seria c o n s t r u ~ a o precis estuda os fisico (Traweek no prelo) ou os matematicos
Nao procuramos reconstruir
mundo interior,
vivido dos pes-
questao do movimento, do deslocamento da posiyii do laborat6rio tomou-se urn II! tema, ap6 varia pesquisas. Ver, para arqueologia do Iaborat6rio, excelente obra de Shapin Schaffe (1985); para uma integrayaoda rede do laborat6rio, Knorr (1981, 1982); para exemplo de Pasteur, Latour (1984); para analise das redes, Calion et at. (1986) Latour (1987). Nao acreditamos que estudo de campo no sentid geogratico seja uma panaceia. Tivemos sorte. Outros, menossortudos, estudaram em vao laborat6rios isolados. II Como iremo v e e m seguida, entendemos por fato urn "enunciado" q u n a esta mais acompanhado por qualquer outro enunciado que modifique sua natureza (isto e, ele nao mais "modaJizado"). Essa definiyao s6cio-semi6tica pode, pois, aplicar-se qualquer enunciado, inclusive uma teoria. 1550 posto, perrnanece uma diferenya de escrit6rio de urn de profissiio entre laborat6rio de urn fisiologista e q u i p a m ~ n t o te6rico. esta diferenya aqui realyada.
E T N O GR A F I
quisadores,
este
D A S C I E N CI A S
terceiro limit de nossa pesquisa. Ou os cientistas
CAPITULO
nao iriam se reconhecer nesse es!udo, au eles nao veriam interesse em
expor todos esse detalhes nao relacionados com
ciencia. Ao contra 12
ri do canone do etn6grafo, qu torn veross(mil
aqueles que ele estuda, nos distanciamos se
VISITA
mund visto po
A N T R OP O L OG O A O LASORATORIO
procurarmos ser psicolo
gicamentejustos. Nao falta literaturasobre grandeza, paixao, bele za,
risco do oficio <\e pesquisador. Ela abundant demais Era preci
so um descri,ao vist do exterior de
urn
trabalho co
qual no sen
timos bastante familiarizados Deixatnos Mais important que
psicologia para rnais tarde. respeito por urn "vivido" tantas vezes apre
sentado, uma unic questao antropol6gica domina este relata: como objetividadeque na te sodedade? Parafala
sociedad per orige
como Bachelard, com
com Serres (1987) com Shapin
produzida por ess
feito
urn
fato? Parafalar
objeto chega ao coletivo? Par fala com
Schaffer (1985) com
politica da'experiencia produz um
anlrop610g qu pela primeira ve penetr em se camp de pesquisa,o laborat6rio, est convencid de qu poderadar sentid aquil qu observa
registra bastando par isso aplica
:icar firmemente abalado em su
experiencia infinitament distante de teda paUtica. Para dizer como Bloor, como conteudo emerge de seu contexto? unicament com
dar o rd e
reia,ao
confusao, se-nao
essa questa diversamente forrnulada qu se deve julgar os qu trabalha
laborat6ri de Guillemin? Fala
sobre isso agora, em alguma frases, seria usar
ender
conteudo
costumes da trib em questao, entr
qual ao qu tudo indica rein
mais total absurdo. Como atingir
objetivo que ele
as observa90es de maneira sistematica, enquanto
cabe9a enre
dam-se as seguintes questoes: que diabo essa gente est fazendo? De que estao falando? Para que servem essas divis6rias, esse tabiques?
que queremos fazer.
leitor deve apre
contexte no mesrn movimento. Como
etn6gra(0 el deve penelrar
na possibilidade de sistematizar
destacar os fatos
certos de sua interpreta90es isola os hormonio de seus contextos resumo voltarsobr tud
fo
a s suas observa90es, porque sera desarrnado pelos usos
linguagem dos ma
nuais ou da vulgariza9aO. Seria necessario voltar em
principio sobre
fixara inicialmente? Ele, que prometera si mesmo classificar relatar
limite dest primeira pesquisa de campo." fato sobr
urn
',:ual se baseiatodo trabalh cientifico. Esse observador ideal arrisca-s
pr6prio
apalpadelas na selvados fatos, se
Por que esta sala esti mergulhada na semi-obscuridade enquanto bancadas esta fortemente iluminadas? Quem sa esse animai qu guincham na gaiolas
pos
Se na tivossemos na
suir map ou bussola.
menor no,ao do qu
os capaze de faze
respeito dela
dotad de sentido estariamos mergulhados Os membros do laborat6ri divertiram-se bern meno com nosso livro do que com de Wade (981), bastante mais digerivel. O s q u l er a nosso Iivro, disseram: "Mas tod mundo sab disso, por qu entao escrever um livro?" Homenagem nossa exatidao. mas nao ao nosso talento. 11 Variosoutros limites foram assinalados pelos criticos deste livro. Ver em particular Austin 12
(1982), Gieryn (1982). Hackin (1988), Isambert (1985), Tilley (1981
Westru
(1982).
as animais estao sendo preparados
algurn ritual adivinhat6rio durante
pesquisa cientifica idoi de
em urn
urn
conjunto
universe absurdo.
serem comidos? Trata-se de qual inspecionam-se as entranhas
dos ratos Os individuos que passam horas discutind diante de papoi
rabiscados com anota90es
numeros sao advogados? as debates ani
rnados que se travam no quadro-negro faze
parte de urn tomeio Ese,
VISITA DE
36
UM
A N T R O PO L O G O A D L A B O R A T O R I O
V I S I T A DE UM A N T R OP O L O G
A D LABORATORIO
afinal essas pessoa sao ca9adoras de urn tipo especial que, depois de
Ariadne qu gui
tere
confusao. Neste capitulo, seguiremos as
passad hora imobilizadas diante
rn espectr6grafo, de re
pente paralisam-se com cae de ca9 qu farejara As especula90es
as questoes qu
um pista?
suscitaram sao absurdas
claro, porque supoe-se qu n6s, observadores sabemo alguma coisa sobr as atividades qu se desenvolve
urn laborat6rio.
observador no labiriht em que reinam
principio organizado das prirneiras observac;:5es no laborat6rio.
sentido
qu nele pracuramos encontra na vern do fato de qu est ou aquela
ores.
difkil
descrever
ma de conhecimento adquirido
observador
conhecimentos
INSCRI<;AO L1TERARIA
experiencias anteri
qu se passa em ur laborat6ri se
lan9ar
respeit de certo aspectos da ciencia.
nem precisamos mencionar
de urn personagem fic
ticio, "observador", que escolhe noc;:ao de inscric;:ao literaria como
montagem experimental nos sejamfamiliares, ma da possibilidade que temos de faze-las corresponde
a t r i b u l a ~ 5 e s
caos
tern uma forma de
Suponhamos qu nosso observado possuaa mesma cullur geral qu os cientistas, ma quejamaistenha atravessado pOrla de urn laborat6rio nao tenha qualquer conheciment do domini da pesquisas em questao. El compreend
utilidade das divis6rias, da cadeiras do jalecos etc.
organizar quest5es, observayoes notas de acordo com suas preferenci
ma su cullura na the permite apreender
as culturais Apenas urn pequeno numer de questoes tern relayao
TRF, hemoglobin ou tampao [sso na impede que, desd logo el se
tema e, portanto fa algum sentido. Ei
amos integralmente urn novifo. Mas
razao pel qual nunca serf
observador nao pade se situar no
Dutro extrema, ist e, confiar cegamente na versao que as cientlstas dao
sobre
vida no laborat6rio. Um descri9a
da
cienci qu contivesse
significado de termo como
choque com uma separa9i!o muit clara entr duas zonas do laborat6rio. Um (a se9a
da Figura2.1)esta chei de aparelho diversos
se9ao A) contem exclusivamente livras, dicioniuios artigos.Na se9ao observado constata qu
aparelhagem
utilizada em diferentes tarefas
exclusivamente tennos utilizados pelos cientistas seria incompreensi
corta-se, cose-se, mistura-se, agita-se, marca-se etc. Na
v e p ar a t od o a qu el e q u n a s a c ie nt is ta s S e p ar a s ab e
apenas com material escrito le-se, escreve-se, bate-se
ciencia na sua pratica, adotass<,nos
iriamos aprender muito pOlleD:
cientista que serve de guia
qu
versao qu deladao os cientistas,
observador apenas iria macaquear urn
uma visita no laborat6rio.
d o n o i 9 ( ca s i de a i ne xi st en te )
d o m em br a
da
disso, se aqueles que pertencem
equipe (quant
sec;:ao
A,
sec;:ao
trabalha-se
maquina. Alem
que na usamjaleco branco,
passam lange tempo discutindo com seu colega de jaleco branco da se c;:ao
observado ocupa, portanto um posi9a intermediari entre
oUlra (a
B,
contrario raramente acontece. Os "bachareis" da
sec;:ao
escrevem sentados as mesas, enquanto os "tecnicos" da se9ao
h ~ e m
passa
maiorparte do temp ocupados com os aparelhos
mais ele se integra, menos consegue se comunicar produtivamente com comunidad de seu colega observadores).
tos estagios de
a v a n ~ o
de sua pesquisa,
tendenci irresistivel com
r e l a ~ a o
pravavel que,
cer
observador experimente uma
urn ou
outro dos extremos. Sera
preciso, no entanto, que ele escolh urn principio organizador capaz de lh fomecer um visa do laborat6rio suficientement diferent daque q u os cientistas tern, mas 1ue tambem possa interessar tanto aos bi610gosquanta ao leigos Esse principioorganizado dev ser0 fi de
Iremos supor que "0 observador" urn personagem ficticio, de modo chamar aten9ii sobr processo que pusemos em opera9iio para construir urn relatorio (ver capitulo 1 ) O s paraleiismos entre nossos procedimentos de constru9iio de relat6rios os utilizados pe!os cientistas em urn laborat6rio para gerar corroborar fatos iriio sur gindo ao !ongo do !ivro. Esse ponto sera expiicitamente tratado no capitulo 6. n09iio de inscri9iio, tomada de emprestimo de Derrida (1967), designa uma opera 9ii anterio escrita (Dagognet, 1973, 1984). Ela serve aqui para resumir os tra90s, tarefas, pontos, histogramas, numeros de registro. espectros, graficos etc. Ver Latour de Noblet, 1985.
VISIT
D E U M A N TR O P OL O G O A O L A S a R A TORIO
V I S I T A D E U M A N TR O P OL O G O A D L A B OR A T OR I O
Pode-s ainda subdividi as s
e ~ 5 e s
B.
composta
s e ~ a o
por duas ala distintas na ala denominad "fisiologia", estao animai aparelhos; na ala "quimica" nao ha animais. Muit dificilmente as pes
,..
soa qu trabalham em um da alas va ate se entr as qu escrevem fala fam
outra.
discam as mimero telefOnicos. Tambom ess divisa
par uma compartimenta,ao.
"biblioteca"
urna tela
"secretaria" 0a sala das maquinas de escrever onde trabalham
Que relayao ha entr ;j
biblioteca"
rn
observador
e
C)
i=
a:
c:r:
;j
"'C
..
...
No::t
Sl,..
........
~ ~ J ~ ~ ' t 7 ~ t 1 t t , · t-;· 1=1--/
( O ~ . ~ :
~ , . . ~ =
t+
c.
••
part
parte
da correspond;;ncia.
("meu escrit6rio", "0 escrit6rio", "a
("as bancadas") Existe
pergunta-s
noss
uma instituiyao au urn 6rgilo qu apresente divisa simi
difici ve um fabric ou urn 6rga administrativo organizado
desta forma. Em uma fabrica, as escritorios (parte A) ocupam meno espa,o.
qu viriam faze na administra,ao as pessoas que trabalham
na bancadas (B) Se
exist;;ncia de duas ala de tal modo interligadas
pod ser encontrada em varias unidades de produ9ao gulariza-s par um rela,a especifica entr escrit6rio
laborat6rio sin
espa,o ocupad pelo
espayo da bancadas Em primeiro lugar, toda as tardes
os tecnicos transportam pilhas de documento da bancadas par os es crit6rios
ijec
documento qu equivalern, em um fabrica ao relat6rio do
que foi processado questa constitue
produzido. No Iaboratorio, as documentos em material qu foi processado
produzido. Em se
gundo lugar, as secretaria enviam pelo correi artigo qu saem do
:!
...
lar?
marcad
mesas,
as pessoas qu cuidam da chamadas telefOnicas (J)
divide
constituid par oito es
uma sala de rn
s e ~ a o
ao telefone as pessoas qu datilogra
laborat6rio, numa media de urn
cada de dias as artigos, longe de
serern os relatorios do que foi produzido na filbrica, sao considerados pelos mernbros da equipe com os produtos de sua usina singular Urna ve qu se produzem documentos em papel, estariamo lidand co urn orgao do tipo administrativo? De modo algum, porque bast um
,.. ,..
.c:r:
passad de oIho sabre as artigo para qu se perceba qu as numero diagramas qu eles contem sa exatament os do.curnento produzidos na Se9aO 8, alguns dias ou algumas semanas atras.
VISITA DE UM A N T R O PO L O G O A Q L A B O R AT O R I O
VISIT
foto 13
ilustra perfeitamente
tipo de
41
Varias incursoes na parte das bancadas convence
Noss observador perceb qu urn principi simple da sentid it atividade do laborat6rio.
D E U M A N T R OP O L O G O A D L A B O R A T O R I O
nossa observa qu aquele qu ai trabalham escrevem de forma compulsiv
do
trabalho cientific realizado em urn laborat6rio: os artigo de revis
sobretudo maniaca. Tod bancad dispoe d e u r grande livro de regis
t a c ob re m
tro forrad de couro,
m es a d e
d o " do ut or es " d a s el 'a o
d is ti ng ue -s e it
esquerda urn numero aberto da Science, e, it direita, urn esquema a o p as s
urn resumo do dados empilhados mais adiante,
tambem it direita.
como se oi tipo
de
literatura estivesse jus-
tapostos: publical'oes externas ao laborat6rio zido no interio
laborat6ri
documento produ
esquemas rabiscadoscom press
culosamente
qual os membro daquel sel'ao anotam meti
qu acabara
anotartudo
qu veem co
complexidade passa
folhas de papel em branco
de romances ou relat6rios, com as pagina cheias de to de interrogal'a
modifical'oes.
n ho s d o r as cu nh o de urn romance o u t r o s ~
mostra
c o r r e ~ 5 e s ,
pon
qu diferenci esse rascu
que ele esta cheio de remis
artigos, esquemas, quadro ou documentos ("como
figur ...
"0
quadro... ", "pade-se ver que ..."). Urn estudo numero da Science aberto sobr
mais atento (fot 13 revelaque
medo de um falh de mem6ria. Parece
Ihe qu os tecnicos quando naoestiio controlando os aparelho de granae
esta no centro da mes
co
urn determinado numero de
tos romancistas particularmente escrupulosos que se sentem obrigados
varias folhas de pape contendo numeros. So os dociImento qu rascunho qu se parece
de faze co
c6digo Estranho comportament qu lembra ao nosso observador cer
tempo listando longas coluna de numero em quando na
15
no papel passam urn enor
me temp escrevendo no vidros de centenas de tubo de ensaio
at
mesmo no polo do ratos. Aeontece tambem de usarem tira de papel colorid para marcar algu
bequer ou diferente fileiras da superfici
brilhante de uma mes cirurgica Ess estranha mania de inscril'a tra duz-s numa proliferal'a de ficharios documentos dicionarios. Dest m od o a le m d o d ic io na ri o v er na cu l
d o d ic io na ri o D ay ho f
mesa est citado no rascunho. Considera-se, nele, que um parte das
peptidios, encontra-se
experiencia descrita no artigo da Science nao pode ser repetida
riais"
afirmal'a fundad sobre os documento situados it direita da mesa
tes de tubos de ensaio contendo amostras, cadaqual etiquetada por urn
tambem citados no rascunho.
numero de c6digocontendo dezalgarismos. Uma grande quantidade de
mesa surge como
noss unidad de produl'ao uma vezque novo tura
15
sobre ela qu se fabricam
de artigos, porjustaposil'a do qu
er do exterior
eixo centra de
ois tipos de litera
foto 2, por exemplo, mostra urn refrigeradorque guardasupor
produtosquimicos est arrumadaem ordem alfabeticanas prateleiras, que facilita
manipulal'ao por parte do tecnicos. Exempl ainda mai
gritante de "dicionario" material
produzidano laborat6rio.
fato de queos cientista leiam os escrito publicados nao surpre ende nosso observador Ele espanta-se mais, em contrapartida,
qu poderiamos chamar de "dicionarios mate
aD
cons
fundo
colel'ao de rascunho (fot
4, no
milheir de ficharios que contem dados, em qu cada folha 15
catalogad por urn numerode c6digo Acrescente-s
isso varios docu
tatar qu urna grand quantidad de literatura emana do laborat6rio
mento (faturas, cheques, planejamentos, inventarios, relat6rios do cor
Atrave de qu medial'a chega-se
reio etc.) classificados it parte, como em quas toda as empresas
partir desses aparelho caros,
desses animais, desses produtos quimico
senvolvern no laboratorio
da atividades qu se de
produzir urn documento escrito?
qu esse documentos tern tant valoraos olho da equipe
por
Quando passa do laborat6rio par
espal' do escrit6rio,
vador se ve mergulhado em urn universo no qual
escrita
obser
ainda mai
impregnante. Os escrit6rio esta coh,rtos de fotoc6pias de artigos. Alguma palavra estao sublinhadas, as margen estao cheias de pontos
Ver
relat6ri fotografico.
de exclamal'ao. Os rascunhos de artigo misturam-se aos esquemas ra-
42
V I S I T A D E U M A N T R O P O L O G O AD L A B O R A T O R I O
biscados apressadamenle em peda90s de papel ja usado:
carta de urn
VISIT
sofrem I1ma transforma9fio radical long de modificar ou de eliquelar a mo sl ra s
colega, as lislagen provenienles da se9lio ao lado Pagina cortadas de urn artigo sa
coladas em outros, excertos de artigos em
passaro de mao em
mao,
mesa Os textos sa
p r e p a r a ~ a o
as versoes mais acabada circulam de mesa em
constantemente modificados novament
dalilografados corrigido mais um vez e, segund
caso, adaptados
D E U M A N T R O P O L O G O AD L A B O R A T O R I O
eslli escrevendo nOs quadros (folO
10), diland cartas ou preparando transparencias par
proxim expo
Desse modo, nossa observador antrop61ogo ve-se confrontado com um eslranba Irib qu pass marcando, lendo
maio part de se temp codificando,
escrevendo. Qual e, pois
codifica9ao
marca9ao
port
it
escrita,
revisao? Veem-se, por exemplo, na foto 4, duasjovens
que cuidam dos ratos. Mesma que se perceba IAria
direita, de tubas de ensaio numerados
presen9a de urn farmu
ordenados em urn Sll-
de urn relogi ao fundo qu mede dura9liO do experimenlo, as
jovens nao estao lendo nem escrevendo.
mulher da esquerda injeta
v ar io s m il ha re s
chei de numeros Noss observador, felizmenle experimenlado, ja viu
excentrico em outras pesquisas anterio
res Relalivament pouc abalado, pergunta-se qual sera proxima sur presa. Ela nlio demara de urn long lesle, II). Depoisque
chegar
folh cheia de numeros, produl fina
usadapara alimenla de dados
compulado (foto
impressora emiliu umanova lislagem elae novamen
te avaliada. A i e s
climax do processo. Quanto
!ista inicial. ela
simplesmente arquivada enlr milhares de outras semelhantes, qu en chern biblioleca. nou.
seriede Iransforma90es, conludo ainda nlio lermi
folo 12 mostra uma lecnica que eSluda diferenles listagens pro
duzida pelo computador Alguns inslante depois de lirada
seringa, que passa
lecnic fo chamad
sua colega; esta, porsua vez, esvazia conteudo da
anotam escrupulosamente
tempo decorrido
se intervalo, animais foram mortos
pipetas, seringas
I!i
a te ri al ,
dolares -, agora perderam qualquer valor. So ha interesse poressa folha
urn liquido com uma seringa; ela aspira urn outro liquido em uma outra
sering dentr do tubo. Somente ai comecya estagio da escrita: as duas
!!
alividad qu se pode avaliar, lanl em ler
l em p d e t ra ba lh o c om o d e
significado das alivida
des aparentement nao relacionadas co
d ep oi s
veis. Em outro termos, os tubos. que sao manejados com grande cuida do duranl um semana
comportament ta absurdo
si9lio.
n u e ro s ( fo l
f o h a q u s a d a i mp re ss or a
examina-lacom cuidado, decide qu os tubo eslli novamenl disponi
ao formalo dest ou daquel revisla Quando nli eSlli garalujando em urn papel os membro da se9li
m aq ui n c os p u m f o h a c he i
m a d a p es so a a rr an c
numero do tubo. Nes
diversos materiais
eter. algodao,
foram utilizados. P o q u r az a os animais foram
mortos? Qual
rela9lio entre
utiliza9li desses maleriais
alividade
de escrever?
exame alentodo conleudo do suport delubos de ensaio
urn dos escrilorios, onde lh moslraram
fOIO,
produto
de todos os seu esfor90s um simples curvatra9ada comeleganci em papel milimetrado. Mais um ve
alen9lio desviada as lislagens sl
arquivadas; nos escritorios comentam-s os pico
com entusiasmo: "Como
os vales da curva
surpreendente!", "Ela desce depressa?"
"Como esses doi pontos se parecem!" Alguns dia mai tarde. oobser v ad o
d ia nt e d e s eu s o lh o u m n ov a e r i o p as s ad a
i mp o
nao toma as coisa mais claras para nosso observador. Ao longo de vAri
mesma curva, pront para ser publicada. Quando
os dias os tubos sa arrumados.. em fileiras, outros liquidos sao acres-
to,
centados
encontrada em outras mesas, onde estara contribuindo para renovacyao
eles as mistura obtidas sao agitadas, depois os tubos sa
do processo de justaposi9lio
recolocados na geladeira. rOlina de manipula9lio dos lubos da. As amoslras eXlraida do ralo sl
curva sera vist pelos futuros Ieitores
periodicamenle interrompi inlroduzidas em aparelho
Para concluir
amostras em ratos
artigo estiver escri
provavelmente podera ser
de constru9lio literarias.
processo que se desenvolve entre publicacyao de uma curva,
retirada de
necessaria uma quan-
DE UM A N T R OP O L O G O A O LABORATORIO
VISIT VISIT
D E U M A N T R OP O L O G
A D L A B OR A T O RI O
tidade gigantesca de aparelhos sofisticados (foto 8) Qu contraste en tre
custo,
tamanh da aparelhagem
produt fina
ess simple
folh de papel ond se desenhou umacurva, urn esquem ou urn quadro de figuras!
sobr el qu se debru,am os pesquisadore em busca
urn "significado". Ela toma-se "dado" e m u m demonstrac;ao au em urn
artigo. Assim uma longa serie de transforma,oe
conclufd por urn
document qu se transforma- isso sera vist mais adiant
ria-prima para
em mate
construc;:ao de uma "substancia". Em certo aparelhos
da se9ao de "quimica", em particular, parece qu as substancias finna diretament suas assinaturas (foto 9) Enquanto os que trabalham no
escrit6rios dedicam-se
escrever novos textos,
resta do laboratorio
parece urn enxame fervilhand de escrita Musculos seccionados, fei xe lurninoso
at mesmo peda,os de papel absorvent aciona
relhos de registro qu produzem
inscri,oes pontos
apa
partid da
escrit dos pesquisadores. Os aparelhos qu produzem resultado sob forma escrit devem portanto serobjeto de nossa aten,ilo. Fic evidente,na verdade, qu se pod atribuir
ele urn significado particular.
claro quenem todos os
aparelhos do laborat6ri pertencema essa categoria: certas"maquinas" apenas transformam urn estad damateria em outro.
foto 3, porexem
pia, mostra urn evaporador rotativo, urn centrifugador, urn agitador urn triturador. Em contrapartida, os que transform am materia em escrita
serao chamados "inscritores"
Jfemos mais precisament designar com
este vocabulo todo elemento de um montagem ou tod combina,il de aparelhos capaze de transformar uma substanci material em uma fi g ur a o u e m urn diagram diretamente utilizilveis por urn daqueles que
pertencem ao espac;:o do "escritorio". lfemos falar mais adiante sobr disposi,ilo dos aparelhos que pode desempenha urn papel crucia na produ,il de um inseri,il utilizilvel. lsso nilo que dize qu IOdo os
elementos dessa configurac;ao sao interessantes por si mesmos. tado da foto 6, por exemplo, Ver not 2.
urn inscritor porque
con
qu sa dele
nilo
diretamente utilizavel na argumenta,ilo. Mas el faz parte de urn
bioteste.
inscritor,
no,ilo de inscritor tern um conseqUencia esseneial ela estabe Ieee um rela,ilo diret com bre
"substanci original" As discussoes so
propriedade da substanci vid&
tern
com foeo
qu separa essa duas etapas
longos
caro
discute
significado do dados obtidos.
qu elas desencadeara
esquem ou
os processo fica
curva.
por vezes
ocultado quando se
diagrarna fina toma-se pon
to de partid do processo sempre renovado de escrit dos artigos sobre substancia em questilo Nos escrit6rio silo produzidos os artigos que
comparam
opoem esses diagramas
ao qu se encontra
outros que com eles se parecern,
no artigo ja publicados.
observador experiment urn sentimento de alivio: afinal do laborat6rio nilo Tudo cheg mesm
tilo absurda quanto th parecer indica qu as capacidade
relhos, mani de marcar, de codifica co
inscri,il do apa
de fichar assernelham-se muito
qualidades exigidas da pessoa qu exerce
liteniria: saber escrever, persuadir
vida
primeira vista.
discutir.
dar sentido as atividades mais obscuras
do
um profissilo
observador consegue t < ~ c n i c o
que tritura cere
bros de ratos, por exempl -, porque agor el sabe qu
finalidade
ultim de tod ess atividade pode ser ur esquem ao qual
conferido
urn grande valor.
qu
he parecia ser soment urn cao de nfuneros
nOyao de inscritor sociol6gica por sua pr6pria natureza. Ela permite descrever toda uma serie de atividades que se desenvolvem no interior do laborat6rio sem que nos tenhamos que preocupar com grande diversidade de material. Por exempio, urn "bioteste de TRF cont como urn unico inscritor, embora ocupe cinc pessoas durante tres semanas se espalh por varia peyas de urn laborat6rio. Seu trayo distintivo produzir, ao finaJ de urn percurso, uma figura. Urn aparelho de dimensao imponente, espectrometro de ressomincia magnetica nuclear, raramente usado como dispositivo de inscriyao. Em vez disso, utilizado para controlar urn processo de prodUl;:ao de peptidios. Mas urn mesmo aparelho, uma balanr;:a, par exemplo, pode ser considerado ora como urn inscrito (quando utilizada para obter informar;:Oes sabre urn novo composto), ora como maquina (quando usad para pesar urn p6), ora, ainda, como urn aparelho de controle (quando empregada para verificar se uma outra operar;:ao se desenvolveu de acord com previsto).
VISIT
D E U M A N T R O P O L O G O AD L A B O R A T O R I O
adquire finalmente valor de argument em uma discussao entre "douto
observador, portanto, forma
res".
ideia
laborat6rio
de qu
urn
VISIT
revista. Ora, as discussoes
De repente, varios fen6menos que pareciam estranhos encontram
objeto aquilo que constitui
dominic da literatura, podem
mal.
urna cadeia qu vis
seT
interpretados como as elementos de
obte um inscri9ao
energi empregad (fot 1)
Fabbri 1977).
Em outros termos as trocas informais tern invariavelmente por
umaexpIica9ao Outros tipos deatividade distantes primeir vist do
no laboratorio, por exemplo,
as breves trocas de infonna9ao ocorridas
no laboratori versam, praticamente sem exce9ao, sobre urn ou varios pontos abordados na literatura publicada (Latou
sistema de inscric;ao litenlria.
47
D E U M A N T R O P O L O G O AD L A B O R A T O R I O
propria substancia da comunica9ao for-
maior parte das comunica90es informais tern com referencia
literatur publicada Qualquer apresenta9ao
qualquer discussao do
urn material intermediario, cujo consu
resultado sa feita por mei da proje9ao de diapositivos da apresen
mo permite garantir que as inscritores irao funcionar corretamente.
ta900 de folhas de formulario rascunhos, etiqueta ou artigos.As trocas
Quando se levaem cont
mais informais sempre tern, direta ou indiretamente, rela9a co
pre9 do animai
do produtos quimicos
utilizados, pode-se avaliar em varios milhares de doIares
custo de urn
esse
documentos. Na maio parte do tempo, mesmo quand se faIa ao teIefo
cicio de produ9ao qu terminacom urn pequen relatorio cheio de figu
ne, discutem-se documentos seja para combinar
ras.
artigo, seja para corrigir uma ambigliidade contida em artigo ja enviado
precis ainda acrescentar
doutores
aDS
inscritores
for9
trabalho do tecnicos
materiais fornecido para garantir para produzir
do
funcionamento dos
divulgar as artigos.
tendencia da sociologiadas ciencias que vaIoriza
parapublica9ao ou aind par discutiruma tecnic recent apresentad em uma reuniao. Se
importancia que atribuimos ao documento contrasta com uma pape desempenha
colabora9a em urn
conversa telefonica nao faz referencia direta
urn
artigo publicado, ela trata, muitas vezes, de anunciar urn resultado, ou de assinalar
importancia de inclui-lo em urn artigo em prepara9ao.
do pelas comunica90es informai na atividade cientifica. Muitas vezes
Dedica-se uma energia consideravel inventando-se meios para chegar
observou-se, por exemplo, qu
quaIquer form de tra9 escrit qu poss se ofertado
difusa da informa9a cientificasegu
leitura. Por
depreferenci os canais informais (Garveye Griffith, 1967 1971). Isso
ocasUio dessas trocas de informa9ao, os pesquisadores preveem as ob
acontece sobretudo no locais onde exist uma densa rede de contatos
je90e que podem ser Ievantada contra suas demonstra90e
que ag com uma especie de confraria invisivel (Price, 1972 Crane,
pa
1 96 9
onipresen9a da literatura, nosentid em qu
9 72 ; C hu bi n 1 98 3) . O s p ar ti da ri o d es s
freqUentemente minimizaram
mais de
c o m u n i c a ~ a o
p on t
d e v is t
papel desempenhado pelos canais for
na transferencia da
i n f o r m a ~ a o
as respostas Em resumo
na um pequena part ir surgir so
definimos,
essa
da qual ape
form de publica9ao
preferiram ex
plicar sua persistencia em termos de uma arena em que se estabelecem
CU
prioridades (n caso de dois ou mais pesquisadore anunciarem qua se simultaneamente mesma descoberta)
anteci
qu se deve reter, porenquanto,
as conseqUentes atribui90es
Aquele qu sabe
T U R A DO L A S O R A TORIO
em qu consiste
de credito (Hagstrom 1965). As observa90es feitas em nosso Iaborato
tera aprendido grande cois co
ri levam-nos, contudo
de inscri9ao literaria continua
adota um atitud prudente quanto
inter
cultura do laboratorio na
qu fo dito at agora. Ma
n09a
levantar problemas para urn antrop61o-
preta9ao da importilncia relativ dos diferentes canai de comunica9ao.
go. Como dissemo acirna, nosso observado ocupa uma posi9ao inter-
Designamos po comunica9a formal tudo qu se refere ao escritos
mediaria: co
bern estruturados co
qu el na se confunda co
estilo perfeitament definido do artigos
certeza,
cultur que partilh com os cientistas permite os objeto qu reconhec
co
os even
DE UM ANTROPOLOGO AO L A B O R A T O R I O
VISIT
os ue
d es en vo lv e
d i n t d e s eu s o lh o
Ma el
acatar passivamente as descri\,oe que os cientistas,
it
se
recusani
sua maneira fa
ze
do funcionarnent do laborat6rio. Vma das conseqiiencias da posi
\,
de intermediario do observado
qualquertipo de audienci pIo, que
que sua avalia\,ao na satisfa
que el se dirija Pode-se objetar por exem
fato de descrever os cientistas como leitores autores nao diz
nada sabre
conteudo de suas leituras
vado atrair
de seus escritos. Enosso obser
ff ri do membro do laborat6rio, pouc inclinados
ver se trabalho assimilado
um atividad do tipo literario. Em pri
meiro lugar, porque essa descri\,ao na os distingu de outros tipos de autores. Em segundo, porque vern sobre alguma caisa, ista e,
que conta aos olha deles,
vador, pres do desooimo diz para
conduziu-o
que escre
"neuroendocrinologia". Nossa obser si
mesm qu se
fio
de Ariadne
urn impasse.
VISIT
D E U M A N T R O PO L O G O A Q L A B OR A T OR I O
"em urn campo" facilitava
correspondencia entre urn grupo, uma rede
ou ur laborat6rio particular, uma mistura complexa de cren\,as, Mbi tos tradi\,oe orais ra",
pr:\ticas. Ess ultimo jogo de atributos
termos antropoI6gicos
muitas vezes
"paradigma", quando aplicad itqueles que se autodenominar cientis tas.
Parece que
neuroendocrinologi tern toda as caracteristicas de
umamitologia ela tern seus fundadores miticos, suas revolu\,oes(Meites et al., 1975). Na sua versao mais simples,
nervosas tern tarnbe
qualquer conexao nervos entre teri por efeito liga Vma teoria concorrente,
cerebro
as publica\,oe exter
exatamente porqu ess literaturarepresenta um
santa escritura (Knorr, 1978
que urn estudo minucios da mitologi
da qua os pesquisadore extraem suas atividadespode no levara com ta
term "mitologia" na tern qualque
conota\,a pejorativa. Cumpre entende-Io como urn quadro de referen cia no sentido amplo no interior do qual sepodem localiza
ativida
as praticas de um cultura particula (Barthes 1957) Nosso observador notou que, quando um pessoa totalmente es
tranha ao laborat6rio interrog os membros da equipe, estes respondem que trabalham em "neuroendocrinologia" (ou que sao "neuroendocri n6Iogos") Prosseguem explicando que nos anos quarenta
crita como
c i t ~ n c i a
que nao
hip6fise, conexa que
sistem nervos central ao sistem hormonal. "model de feedback hormonal", fo venelda
neuroendocrinologia nasceu
partir de umahibrida\,a entr do sistema nervos
Scharrer 1963).
exempl de
inumeras visoes mitol6gica do passado, atualment expoe-s
Vimos que os pesquisadores dao sentido it justaposi\,ao que fazem de diferentestipos de literaturaquando se refere
de
celula
propriedade de secretar hormonios
ao fmal de um longa batalha que opo protagonista hoj considera
Artigos sabre neuroendocrinologia
p re en de r d e q u e l
mitologi apresenta-se as
sim: depois da Segund Guerra Mundia percebeu-s qu
do antigo combatente (Scharre
nas ao laborat6rio.
"cultu
qualificado como
neurologi
endocrinologia-
rolar da lut em termo de entidade abstratas conceito conseguinte
pesquis atua parece
conceitual particula sobre
qu
teT
tido origem
o s i en ti st a n a
desen
ideias Por urn evento
ma
qu
aprofundar. Eis uma formula\,ao tipica disso: "Nos ano cinqiienta pro duziu-seuma subit cristaliza\,ao de ideias varios resultados dispersos aparentement semrela\,a un com os outros, de repente ganharam um
significado passaram
ser intensament reunidos reexaminados."
relate mitico pelo qual um cultur representa-s
si mesm
nao est necessariament desprovido de fundarnento. Assim,
urn
certo
numer de publica\,oe atesta que quantidadede artigos que tratarn da neuroendocrinologia, depois de 1950, cresceu de forma exponencial. propor\,ao de artigos sobreneuroendocrinologia em seu conjunto, pas so de3%, em 1968 para6%, em 1975 Dessaforma
crescimento da
des
cienci
do sistema hormonal. Ocorreu ao nossa observador que este situar-se
Nossa observador conhecia difusao do terma, atribufda Kuhn (1983) os debates que se sucederam respeito da ambigOidade de sua aplicaya com relayil aos modelos de desenvolvimento cientifico (ver, por exemplo, Lakatos Musgrave, 1970).
V I S I T A D E U M A N T RO P O LO G O A O L A B O R A T O R I O
VISIT
51
D E U M A N T RO P O LO G O A O L A B O R A T O R I O
neuroendocrinologia parece conformar-se ao esquema "de desenvolvi ment da ciencia" conduzid por certos socialogo da ciencias (por
(Meites, 1970).'
exemplo, Crane, 1972; Mulkay ef al., 1975).
vimento, no entanto, raramente mencionada durante atividade diaria
considerado crucial para estudo dos fatore de liberac;:ao. Nosso observador esta agora pronto para descrever seus interlocu
do laboratario. No plan local,
difici sabe sea ausencia de alusa
tores como leitore
mitologia explica-se porque ela
urn resto distante
menor do passado,
veem em certo textos publicado durante os ultimo cinco anos obras
p ar t
urn conjunto de
mitologiado desenvol
s e p od e e r a tr ib ui d tradiyoe conhecida
aceitas por todos.
as
oficios, habitos
aparelho de qu dispoem estao
todo organizados em torno de um material especific (0 hipotaJamo),
autores de literatura neuroendocrinol6gica que
de primeir importancia
as
textos em questao mencionam
estrutura
de varios fatores de liberaya em frase qu contem palavras ou feno
Depois de alguns dias no laboratario, nosso observado
mais
menos no quai aparecem as substancias chamadas aminoacidos. Em
ouviu falar de neuroendocrinologia. As conversas cotidiana versavam
geral, estruturade qualquer substiinci de natureza peptidica exprime
sobr um outr seri de val ores culturai que, embora ve po outr
se por um cadeia de aminoacido (por exemplo, Tyr-Lys-Phe-Pra).'
relacionados neuroendocrinologia, acabaram por Ihe parece proveni
Todos os nossos interlocutores consideram urn grande progresso os tex
entes de umaoutra cultura (ou"paradigma"). Para identifica-Ia, na no
tos em que foram introduzidas as estruturas dos primeiros fatores de
nao
prendemos ao fato de qu umaespecialidad representa um subconjunto
liberayilo (verCapitul 3) "Em 1969 descobrimo
d e u m disciplina mais extensa. Isso corresponderia
n a ~ 5 e s
de liberayao da tirotropina"; em 1971 descobriu-se ou confirmou-se
cultur
estrutura de um outr fator de liberayao,
pensar as
Bouarees como subgrupo etnico do Boukara Na realidade
refere-se ao conjunto dos valores das recorre na vida cotidiana, as
que constantemente se
c r e n ~ a s
que suscitam paixoes, ternores
membro do laboratario afirmam qu trabalham co
respeito.
substancias
qu chamam de "fatores de liberayao" (para um vulgarizaya desta nOyao, ver Guillemin
Burgus 1972; Schall ef aI., 1973; Vale 1976;
Wade, 1981). Para as pessoas de fora qu possuem um formayao cien
estrutur do fato
LRF; em 1972, estrutura de
uma terceira substiincia, cbamadasomatostatina(paraos leitore quedese jarem saber mais sobre
questao, aconselha-s Wade, 1981 Donovan ef
al., 1980).
importancia desses textos que apresentavam
estrutura dos fa
tores de liberaya pode ser atestada pelo grand numero de artigos que
eles se seguiram.
as
artigos escritos por outros autores constitue
tifica, eles apresentam seus trabalhos como esfon;os para "isolar, carac terizar, sintetizar rayilo".
compreender os modo de ayao do fatore de libe
po isso mesm qu eles se distinguem de seus colega de
neuroendocrinologia.
isso tambem qu os diferenci culturalmen
t e q u o s p ar ti cu la ri za , q u s us te nt a s e c am p d e t ra ba lh o perspectivas de sucesso.
rebro controla
sistema end6crino, c
r e n ~ a
ce
que dividem com urn vasto
g ru p c ul tu ra l d a n eu ro en do cr in ol og ia . pecifico
s ua s
mitologia em vigor indica-Ihes que a s s u c ul t ur a t e
fato de conter um postulado suplementar, segundo
de es qual
c on tr ol e p el o c er e br a f az -s e p o m ei o
s ub st ii nc ia s q ui mi ca s
d is cr et as , o s f at or e d e l ib er ay ao , q u s a
d e n at ur ez a p ep ti di ca "
"0
Usamos termo "peptidio" segundo acep9ao corrente. defini9ao classica que os manuais fornecem da liga9ao peptidica esta "Uma liga9ao co-valente entre dois aminoacidos, na qual grupo alfa-amino de urn dos aminoacidos liga-se ao grupo de carboxilas do outro, com elimina9ao do Hp" (Watson, 1976). Na pnitica, "peptidio" sinonimo de smallproteine. Mas importante ter consciencia d e q u esses termos nao precisa ser definidos como se tivessem urn significado universal, que se estende para alem do universo cultural especifico no qual Sao utilizados. Como fazemos para os termos usados par uma trib qu se estuda sera usados entre aspas nas nossas discussOes; tentaremos descreve-Ios em termos nao tecnicos. Os corpos contem apenas cerca de 20 aminoacidos, os unicos constituir proteinas peptidios; cada aminoacido tem um nome, por exemplo, tirosina, triptofano prolina. Utilizamos muitas vezes uma simples abreviatura desses names (que corresponde as tres primeiras Jetras do nome do aminoftcido).
52
D E U M A N T R O p 6L O G O A D L A B D R A T 6 R I D
VISIT
literatur extern qu alimenta rat6ri
processo de
ve como
c r i a ~ a o
i n s c r i ~ 5 e s
qu sae
das p
p r o p o r ~ a o
do fatores de l
i b e r a ~ a o
do labo
Isso indica qu para valoriza
r-
175
definidas por urn artig inaugural. De re
u b l i c a ~ 5 e s
53
DE UM ANTROPOLOGO AD LABORATORIO
de novos artigos. Na Figura2.2 pode-se
nlimero de artigo sobre diversas substancias subiu rapida
mente depois que ela fora pente,
alem da
VISIT
em neuroendocrinologia que trata
passou de 17%, em 1968 para 38%, em 1975
"especialidade do fatore de I
i b e r a ~ a o
neuroendocrinologi em se conjunto
laborat6rio representa na
p u b l i c a ~ 5 e s
contribuiu part qu
especializadas cai de 42% em
1968 para 7% em 1975,' em raza mesm do sucess de suas pesqui sas, porque
interesse pel questa desenvolveu-s amplament for
do laborat6rio. Pararecolocar esses dado em se contexto, importan te notar que, em 1975 os artigo sobr os fatore de I ya
em39%das p
u b l i c a ~ 5 e s
i b e r a ~ a o
em neuroendocrino10gia;
figura
100
neuroendocri
nologia representava apenas 6% de toda endocrinologia send qu est as
somente urn dos diversos ramo da biologia. Iss que dizer qu
p u b l i c a ~ 5 e s
ta da
do laborat6rio representavam, em 1975,0,045% do to
p u b l i c a ~ 5 e s
em endocrinologia.
preciso, portanto, ser extre
mament prudente quand se tenta generalizar as caracteristicas do la borat6ri em particularpara
atividade cientific
em
seu conjunto.
Dissemos ate agora qu cad inscritor formad por urn conjunto especifico de maquinas, de materiai
de tecnicos Para produzir urn
artigo toma-se comofundamento algun escritos externos ao laborat6 ri
(explicita ou implicitamente
rn part do qu esta estocado no
laborat6rio. Esse estoque contem uma boa amostr teriais"
p e d a ~ o s
registros. Ei que
de
de cerebro, por exempl -, a ss i nosso observador agora
Ire as atividades do laborat6rio, varias
"dicionarios ma c om o l iv ro s
capaz de distinguir, den
o r i e n t a ~ 5 e s ,
c ad a u m d el a
correspondendo ao tip de artigo finalmente produzido Cab cobrir, em cada urn deles,
eledes
pessoa responsavel, situa-Iano laborat6rio,
Esses numeros brutos tern por finalidade dar uma ideia da escala. Ele se baseiam no lugar ocupado pelos diferentes temas no Index Medicus.
1966 971
1975
Figura 2.2. curva representa numero de artigos publicados po an para cada urn dos fatores de l i b e r a ~ l I o . oa combinayllo caJculo est baseado no SCI Permuter das diferentes referencias aDs fatore de libera9ilo. Os nomes sabre curva sao os utilizados pelo laborat6rio estudado. Constata-se uma mesma ascensilo abrupta para TRF, em 1970,0 LRF, em 1971, somatostatina, em 1973. P o d e m ~ s e cornpara as !Jis curvas com a s d o C R F euja estrutur permanece desconhecida (1981).
V I S I T A D E U M A N T R OP O L O G
conhecer
OS
Menicos que the
ga identifica
tipo
daD
A D L A B O RA T O R I
assistencia, os inscritores que empre
literatura externa
com traba-
tern
Iho dessas pessoas. No momento do nosso estudo, tre grandes orienta
90es de produc;a de artigos puderam, assim, ser identificadas, orienta90e5 que os a!ores denominam "programas". Como mostra
2.1, eles na ocupam difere
quadro
V I S I T A DE UM A N T RO P O L OG O A O L A B OR A T OR I O
na se,ao "fisiologia
impact qu representam. Quando exa
qu
produzid por urn dispositivo de registro -,
"cidos de purificayao", na sec;ao "quimica". purificac;ao sao inscritores c om un s a o
iremos nos dete sabre
mesm luga na prodw;oe do laboratori
tambem pelo cust
teste,
uma substancia quando se superp5em duas series de inscric;ao:
cicio de
descric;ao desses inscritores.
Apesar de sua diversidade (bioteste, testes direto
test
r e programas. Dessa forma,
indiretos, testes radioimunol6gicos
in
vitro
in
vivo, testes
bio16gicos) toda essas
minar de perto esse tres programas nosso observado esper pode
atividades esta fundadas no mesm principio (Rodgers 1974). Urn
caracterizar as atividades especificas do laboratorio.
aparelho de registro (miografo, computador gama ou simple pape
primeiro tipo de artigo escrit
no laboratorio diz respeito as
novas substdncias naturais no hipotalamo (ve capitulo 3) Obtem-se
milimetrado)e ligado urn organism (celula, milsculo ou anima intei ro), que pode dess modo produzir urn tra,o facilment legive!. Admi nistra-se no organismo em questao uma substancia, cuj efeito para
Quadra 2.1
Numero
de artigos
Primeiro programa (isoiamento de uma subst'lncia nova) Segundo programa: tota (analogas fun90es donde: arefa (analogas) n, our Tarefa (c1inica) Tarefa (quimica
31
fins de controle,
Total
15%
78
efeito produzido sobr
substancia desconhecida cuj efeito tambem emitirjuizos sobe",
organismo
registrado. Result da
uma diferenqa entre os d oi s t ra ,o s d if er en , a s ob r
da
37%
"M
ua
p od e
partir de uma percep9ao direta ("sao as mesmas", "uma
um pico"). Interpreta-s
um ve qu
diferen,a detectada, no caso de
sina de uma "atividade da substanci desconheci especificidade dess cultur
defini qualque
atividade par meio d e u m a suhstancia quimic discreta, cumpre testar substancia desconhecida no segundo tip de inscritor, fazend co
24%
19
7,6
9%
21
3%
7,2 10,6
(modo de a,80)
Total
24
conhecido.
se tra90 serv com marca. Administra-se em seguida uma
el existir, com
22%
Artigo gerais Qutros
Nilmero de cita,oes posteriores por artigo
inscrito
9%
que
ela passe por urn cicio de purifica,ao, em outr part do laboratorio. cici de purifica,ao
por finalidade isolar
entidade qu
julgamo responsavel pel diferen, do doi tra,os registrados. Sub metem-se peda,os de cerebr de rato
um seri de discriminaqoes
(An6nimo, 1974). Par isso usa-se material de escritorio
ge ou urn
peda,o de pape absorvente -, empregad como filtro par retardar
transforma,ao progressiva de um amostr de peda,o de cerebro (pela
10
5%
213
100%
gravidade, pela for,as eletrica ou pela fixa,ao celula
Heftmann
1967). Ao fina do processo, as amostra sa transformadas em varias fra,oes cujas propriedades fisica que no interessam podem se
~ s t u
dadas. Os resultados traduzem-se pel presen,a de virios pico qu
56
V I S I T A DE UM A N T R O P O L O G O AO L A B O R A T O R I O
V I SI T A D E UM A N T R O P O L O G O AO L A B O R A T 6 R I O
aparecem no papel milimetrado. Cada urn deles representa um fra,ao
si,ilo da substancia. Masaindadeve serdeterminada ordem particula
distinta
dos aminoacidos. As amostras precedentessao transportada para outra
urna dela pod corresponder
urn corpo quimic discreto,
responsavel pela atividade observada durant
t es te . A s f ra , oe s s a
levada paraa se,ao de fisiologia, ond sao submetida
ur nov tes
sala, ond ficam os equipamentos de inscri,ao muito caros. Os respon saveis pel funcionament dos aparelhos
qu neles trabalham
tem
te demodo seter certezada presen,ada substanciaem questao. Quan
po todo tern diplom de doutorado. Os dois principais aparelhos,
do se superpo
"espectrometro de rnassa"
resultado desse Ultimo teste com da purifica,ao que
precedeu, constata-se urn c ru za me nt o e nt r seja possivel repetir
o ut ro . C as o
fra,ilo quimica
uma
el da-se urn nome.
"substfmcia",
"aparelho que produz
seqiienci de
peptidio por degrada,ilo de Edmann", fornecem espectros escritos qu permite substancia Sa raro
urn
diagramas
conhecer seqiienciados aminoacidos presentes na memorivei momentos do primeiro programa
cicio de purifica
determina,ao da estrutura constitui epis6dio mais excitante exaustant
(foto 7) concluidopela identifica,ao deuma substanci "isolada".
do trabalbo aquele deque os atores irao se lembra durante anos No pr6
No cas ideal, ,a
cruzamento diz-se qu
p ic o
transit entre test (fot 4)
Isso praticament nao acontece, porque, quando se repete parec
maior part da diferen,as entr atividades
teste, desa
CR por exem
ximo capitulo, vamos retra,ara hist6ria de urnadessa substancias em de talbe,
voltaremos
abordaras atividade qu aqu fora
segundo programa
plo, substancia cuja existencia fora postulada, transitou por seis labora
do
laborat6rio visa reconstruir substancias
t6rios desde 1954 (ve Figura 2.2) Muitas vezes, mesm quando il
(cuja estrutura ja fo determinada) co
desaparece
industria quimica,
as diferen,as entre atividades, niloM mai tra,os da subs
esbo,adas.
aminoacidos fornecido pel
avaliar sua atividade. Trata-se essencialmente de
tanciano fina do process de purifica,ilo. Como iremos ve em segui
produzir artificialmente substancias chamadas analogas, cuja proprie
da
dades
elimina,ilo dessas substancias de existenci eremera (conhecidas
com "artefatos") constitui
m ai o c ui da d d a n os s " tr ib o" . S e
exatament porquediferem dassubstanciasoriginai
ca,oes na medicin
detalhes do process de elimina,il sa extremament complexos,
sa pode ser dividido em quatro etapas."
principio gera
duzir quimicamente
bastante simples.
Na maior part do tempo, aqueles qu afirma
te "isolado"uma
substancia escrevem isso entre aspas. Pode-se v e a i urn sinal d e q u suas afmna,oes dependem essencialmente de criMrios locais Quando isso se produ dentro do laborat6rio,
fra,ao quimicasai do flux tes
te-purifica,ilopara entrar em ur outro circuito: elapassa paraurn novo inscritor,
"analisador automatic de aminoacidos (AAA), que regis
primeira consiste em pro
analogas Em luga de comprar
de obte-Ias de urn outro pesquisador, tancia
tern apli
em fisiologia. Ess segund program de pesqui analogas ou
laborat6rio pode produzir subs
pre,o relativament barato em sua pr6pria se,ao de quimica.
process de produ,ao de analogas aparelhos como
altamente mecanizado, gra,as
sintetizador automatic de peptidios Sa varios os
aparelbos de inscri,ilo analiticausados parapurificar substancia (como espectrometr de massa, analisador automatico de aminoacidos ou
tra automaticamente os efeito da amostr isolada sobre uma serie de
outros "reagentes" quimicos,
exprime diretarnente
efeito produzido
em termo quepertencemao vocabulari dos aminoacidos. Dessemodo, substanciae inscrita usando-se letras nilo m ai s p ic o
porexemplo Glu, Pyro His-,
v al es . E, contudo, ainda naO e st am o n o f in a d e
nossos trabalbos Sabe-s agora que os aminoacidos entram na compo-
H! Ainda uma vez, essas divisOes silo totalmente artificiais, porque bern mais vastas muito rigidas para corresponder diretamente maneira pela qual os membros do labo rat6rio avaiiam su atividade. Alem disso, esse programas adquirira uma grande estabilidade banalizaram-se com mlay! aos dos outros laborat6rios. Nossa inteny!o limita-se aqui fomecer ao leitor pano de fundo necessario para compreender os capitulos seguintes. Para uma seqOench detalhada de uma serie de analogas, ver Latou (1981).
V I S I T A DE UM A N T R O P O L O G O AD L A B O R A T O R I O
espectrometro nuclear de ressonancia magnetica) para
servem
que tarnbe
produzi-Ias artificialmente. Mas no segundoprograma. esses inscritores
V I S I T A DE UM A N T R O P O L O G O AD L A B O R A T O R I O
59
terceira etapa, os principais autores dos artigos resultante desse quarto processo sao externo ao laborat6rio.
Abordamos at aqui doi programas principais:
servem para controlar processo de reconstruc;ao, na.o para produzir uma
que isola nova
que as reproduz por sintese.
nova infonnaylio. Na segund etapa, trata-se daquil que se chama "rela
substancias naturais
yees estrutura-funylio". Os fisiologistas tentam identificar, em an.logas
rn e, segundo dizem os atores, aquele que nos pennite compreender os
levemente diferentes, os layos existentes entre os efeitos do bioteste as combinayees de an.logas que os produziram. Por exemplo, substancia
mecanismo
natural que inibe liberaylio de uma substfulcia chamada honn6nio de cres
biotestes Utilizam-se diferente vias desd
ciment
comportamentais em estad natural ate
composta de 14 amino.cidos Obtem-se uma substancia mais
terceiro progra
interaylio das diversa substancias.
volve-se na seylio de fisiologia do laborat6ri
trabalho desen feit po meio de
criaylio de respostas
registr da taxa de sintese de
potente substituindo-se uma fanna dextrogira por uma fanna levrogira no
A D N e m f un yl i d o contato honnonal, de modo testar avalia
aminoacido em oitava posi9aO. Issa tern conseqiiencias essenciai para
ma pela qual as substancias reagem umas co
tratamento
da
diabetes.
tentativas de acerto sao seguidas com
por isso que essas operayees que procede por
eITO,
que constituem 24% dos artigos publicados,
mais vivo interesse pelos organismos financiadores
pela industria quimica (Latour, 1981 b). Aterceir etapa, que representa 9% da
literatura publicada
estudo das relayees estrutura-funylio no efeito
dessas substancias sobre homem. escrita com
maioria dos artigos sobre questlio
colabora9ao de cIinicos. Trata-se.
a1.
de inventa amilogas
as
tres programas representam respectivamente 15%,37%
do tota do artigos publicado pelo laborat6rio entr Mas raramente as autores mencionam
for
as outras
1970
22%
1976.
programa em que trabalham.
percepylio que tern de sua atividad nlio leva em conta as caracteristicas eo
conjunto particular dos aparelhos. Em lugar de "eu purifico", eles
dizem: "Eu purifico substancia X" Nlio q u a s preocupa, mas siro "isolar
estudo do
purificayli enquanto tal
CRF". Nero
sintes de analogas,
Alem disso, os objetivo atribuido
que correspondam quas exatamente as substancias naturais, necessarias
mas
para finalidade clfnicas. Seria desejavel, por exemplo produzir urna ana
cada programa mudam em algun meses.
nOylio de programa revela
loga do LRF que impedisse liberaylio de urn outro honn6nio L H lugar de dispara-Io. Isso pennitiria produzir uma pilula anticoncepcional
se, pois inadequada, no sentido d e q u ela
apenas urn mere dispositi
vo intermediario que serviu para nosso observador se familiarizar com
de melho qualidade d o q u a s h oj e existentes, seria, portanto, urn objeti
seu campo. Agora ele sabe
v o d e pesquisaaltamente apreciado (e generosamente financiado).
conhece as combinayees de pessoa
ta
quar
que distingue ess laborat6rio do outros de inscritores que levam it produ
ultima etapa, que contribui apenas com 3% na publica90es, cansiste
ylio deste ou daquele tipo de artigo Iremo fazer,
u m colaboraylio dos pesquisadores em quimica fundamental sobre
da atividade do laborat6rio, segund os individuos, os periodos hist6ri
configuraylio das moleculas que constituem
substancia. Se
papel do
cos, as trajetorias
seguir,
avaliaylio
os aparelhos.
laborat6rio Iimita-se fomecer material, os resultados slio d e u m grande importancia para os estudos das "relayees estrutura-fonna". Como na Disseram ao observador, por exemplo. qu "quand urn quimico mostr qu configuraltao espacial da somatostatina tal que urn aminoacido particular esta muito exposto ao exterior da estrutura molecular, isso pode significar que, seele for substituido ou protegido, pode-se observar uma nova atividade. II
"A
vislio que mentos escrito
fenomenotecnica"
observador tern do laborat6rio privilegia os docu os dispositivos de inscriylio.
nOylio de literatura
fomece-Ihe basicamente urn principi organizador que Ihe pennite da
ISIT
ISIT
D E U M A N T R O PO L O G O A O L A B O RA T O R I
sentido as suas observa,iies
mesm tempo, evit qu el fiqu
aprisionado pel discurso dosatores. Ela indic
papel de primeirissimo
DE UM A N T RO p 6 L OG O A O L A B OR A T 6R I O
Mas, como ja indicamos, na se limita apena
61
especificidade cultura do laborat6rio
mitologiaproposta par aquele qu dele faze
plano desempenhad pelo documentos de diversa naturezas assi
parte. Alias, encontramos situa,iies semelhantes em outros laborat6
COmo por esse aparelho destinados
produzi inscri,iies que se con
rios. Na realidade,
que sao, por sua vez, utilizadas
cular do aparelho qu chamamos de inscritores.
sideram relativas
uma substancia,
para produzir novos artigos. Apresentamos urn inventirrio do material do laborat6rio, procurand explicita ,a
que queremos dizer por aplica
da no,ao de inscri,ao literirria com rela,ao aos instrumentos. form pel qual os inscritores sa utilizados no laborat6ri dis
tingue-s por urn tra,o essencial: um ve qu i ns cr i, a
rapidarneme
intermediirrias que tornara
dispii do produt
esquecido
conjunto da etapas
possivel sua produ,ao.
aten,ao Concen
importante
laborat6rio distingue-se pela configura,iio partiqu os torn ta
at de qu nenhum do fenameno "aos quai eles
referem" poderi existi se
eles. Sem
bioteste, por exemplo, na
c om o d iz e q u u m s ub st an ci a x i t e
b io te st e n a
urn simples
meio de obter urn substanciadada de maneira independente. Ele cons titui
processo de constru,a da substancia. Do mesm modo na se
pod dizer qu existe urna substanci se
colunas de fracionamento
( fo t 7 ) u rn a v e q u u m fra,a deve Sua exist"nci ao process de
tra-se sobr os esquemas ou figuras, enquant sa esquecidos os proce
discrimina,ao.
dimento materiais que lhe deram nascimento, au melhor, ha urn
espectrametro de ressonancia magnetic nuclear (RMN foto 8)
aCOf-
mesm acontece co
espectro produzido por urn se
do par relega-los ao domini da pur tecnica." Dess modo acaba-se
espectrametr na ha espectro Na verdade os fenamenos dependem
em primeiro lugar, por considerar as inscri90es como indicadores dire
do material, eles sao tota/mente constituido pelos instrumentos utiliza
tos da substancia que constitui
objeto de estudo. Em aparelhos com
analisado automatic de aminoacido (foto 9)
pr6pria substancia
lidade artificial da qual os atores fala
como se foss um entidade
parece inscreve sua assinatura (Spackmann ef 01., 1958). Em seguida
objetiva. Ess realidade, qu Bachelard (1953) chama de "fenomeno
desenvolve-se
Menica", toma aparenci do fenomeno no pr6prio processo canstru,ao pela tecnica materiais
tendenci contraria, au seja,
de pensar as ideias, as
conceitos au as teorias particulares em termos de confirmayao, de refu ta,ao, de provapr6 ou deprova contra." Assiste-se enta
,a
transforma
daquil qu na pass do simple resultad de urna inscri,ao em
Passou em seguida pel cabe,a de noss observador que, sem retirado alguns dos aparelhos que equipam
mitologia em vigor. Ess transforma,ao esclare
plicaria
ce-nos sobr as atividades do atores Ta curva, por exemplo, pode
questao.
constituir urn avan,o cientifico. Aquel folb rabiscada de esquemas
laborat6rio compra urn novo aparelho. 14
vern apoia essa ou aquela teoria anteriormente postulada.
te do materia influencia
urn objet que adere
no Se.ria urn ~ r r o ~ o m a r como ponto de partida as diferen9as entre que que nilo CleO.Cla. As diferen9as silo elas mesmas objeto de importantes negociayOes. Idela fOi pal11cularmente desenvolvida em sociologia das tecnicas, por Calio (1975). Ver capitulo 6.
fos
laborat6rio, iss im-
subtra,ao de pel meno urn do objeto da realidad em qu
produz quando urn aparelho quebra ou quando clar quenem todas as par
do mesm mod
exist"nci dos fename
produ,aodos artigos. Quandosejogam osrestos fora por exem
11
U : ~ m ~ o n ~
Constata-se mesma tendencia debates de sociologia das ciencias critica-la, atitude segundo qual os fenomenos materiais sAo as manifesta900S d; entldades conceituais.
primeiro a n d e estudo, foi testado urn novo metoda de cromatografia 14 Durante (HPLC) no laborat6rio. Burgus foi encarregado de experimenta·lo tentoll durante urn ana, adapta-Io ao programa de purificayoo definido pelo grupo. partir do momento que conseguiu que queria, Burgus encarregou um tecnico de se ocupa do IDstrumento, que se tomou entiio uma peya puramente "tecnica".
62
VISITA DE UM ANTROPOLOGO AD LABORATORIO
plo, nlio ha risc de se modifica
proprio processo de pesquisa. Pode
se perfeitamente passar sem as pipeta automaticas mesma q u s e p er ea urn pOlleD de tempo realizando manualmente
contador gam quebra ser dificil medir
operacrao. Mas se
radioatividade olh
nu!
VISIT
pectrometros qu se reconhec urn
lizado de formas muit variadas par estudar diferentes subareas
tador (Yalow
estudar
nlio houvess tubos qu transportam agua ma esse tubos
nlio
Como disse Aristotele sobr
vida vegetativa,
os
tubos slio
condi,li
necessaria de uma vida superior, mas n a s u condic;ao suficiente. ot
poderi te sido tirada emqualquer usina, ma
fica de
urn
eletrico
estrutur de um substancia as culturas de celula servem para
foto
especi
laboratorio. Com exce,lio do secado de cabelos, do motor
da duas capsulas de hidrogenio todo os outros aparelho
sintese do ADN na biossintes dessas mesmas substancias. especificidad cultura do laboratori vern tambern do fato de
oxigenio da usina (foto I),
interferem na produ,lio de artigos no laboratorio.
que ele
( mi c l ug a e m q u se encontram certo inscritores.
aos radioimunotestes. Cada test compoe-s de centenas de seqUencias e, par vezes, ocupa d ua s o u t re s pessoas em tempo integral, durante
varios dias ou semanas, sem interrupryao. As listas das instruryoes re
seguida par
realiza,ao de
imunotest do TRF ocupa
urn
foram concebidos com finalidade especifica de auxiliar na construcrao
pagina cheias
mas pequenasetapa pode ser automatizadas-
exemplo,
inventado em 1924 por Svedberg El
foi
criac;ao da
00.;.3.0
d e p ro te in a
responsavel pel
p er mi ti r q u
s ub st an ci a
exis
tencia da maiorparte da substancia deve-se, na verdade, aos biotestes
dos objetos de laboratorio.
centrifugador (a esquerda na foto 3) por
Em
espectrometro de massa, por exemplo, serv par produzir artigos so br
laboratorio deixaria de funciona se
marca da neuroendocrinologia
mesmo lugar encontra-s reunida toda uma serie de inscritores uti
observa,lio da radioatividade depend totalmente da presen,a do con Berson, 1971).
63
DE UM ANTROPOLOGO AO LABORATORIO
por exemplo
se seis
parecem uma receit complicada Como somente algu utiliza,lio de pipetas
processo baseia-se essencialmente nas habilidades
-,
dos tecnicos experientes. Urn t e t e
urn processo
indiferenciada se discriminassem pela rota,lio (Pedersen, 1974, 1987;
idiossincrittico no sentido de que depende da habilidad dest ou da
Elzen, 1986). Se
quel tecnico
ultracentrifugador
molecula da proteinas.
se poderi fala de peso
evaporadar rotativo (a direi a, na foto 3)
inventad por Craig, em 1950 no Institut Rockefeller(Moore 1975),
qu
toma possive
pitulo 4)
remo,lio de solventes da maiorpart do processos de
purifica,lio em laboratorio,
substitui
ga Tafa de Claisen, anterior
da utilizaryao de anti-soros retirados de certas cabras
bern particulares em detenninados mornentos do ano
existenci da substancia Os
laboratorio
urn
membro da equipe prezam muit
urn
fato
qu exista no
biotest que ') pesquisadores qualifica
com "perfeito
para os honn6nios de crescimento",
mente utilizada evidente que alguns aparelhoster ur pape mais importante do que outros no processode pesquisa.
vigor de urn laboratorio nlio est
bilidade".
da que eles retira
d e urn "teste de CR de alta sensi
orgulho contribui,oe para literatura
Seria superfluo opo os aspectos conceituais aos aspectos materi-
tant na posse dest ou daquele aparelho ma na presen,a de um con
ai da atividade de
figura,lio particula de aparelho especificamente concebidos para res
hoje em dia utilizadas muitas vezes vern de urn
ponder
seqUencia de operaryoes
urna necessidad bern definida
saiba que tipo de pesquisa mos centrifugadore pesquisa em bio10gia.
fo
nlio
permit qu se
feit nest laboratorio, porque encontra
evaporadores rotativos em inumeros centros de pel presen,a de biotestes de imunotestes de
radioimunotestes de colonias de Sephadex
de tod um gamade es
por esse motive
assunt estritamente local (ve Ca
urn
laboratorio. lnscritores, habilidades
outro dominio.
Uma
urn teste atualmente banalizados f or am , n o
passado, objeto de debatee produzira Os aparelhos
maquina
as habilidades de
urn
publica,6esem outro dominio
dominio materializam os resulta
dos finais de debates ou controversias ocorridas em Dutro esparyo. Esses resultado entrara
no laboratorio por meio indireto.
nesse sentido
VISIT
V I S IT A D E UM ANTROPOLOGO AO LABORATORIO
que Bachelard (1953) referia-s aos aparelhos com "teori reificada"
inscritor produz i
n s c r i ~ o e s
<;;
que podem, por sua vez, servir para qu se
escrevam artigos Oil para qu se fa9am interven90es significativas, correbend aparelhos
;':co
'" Ol
parti de teorias ja ber estabelecidas Essa trans-
Ol
'"
""
forma9ao, por su vez, produz novas inscri90es, novos modelos e, se ocasia se apresentar. novo aparelho (ve capitul 6) Quando urn
estatistica.
potencialidade da eletr6nic
outro, qu se utiliz do espectr6metr RM
para controlar
pureza de seus compostos, usa
'" "",, 'C
.",
da
(fot 8)
teoria do spin
m5 0.'-
a. ... ga:s ~ . 2 § 00",
.....
E'Q)
'S
Ql
a. :J
!!! a.
'"
os
estrutura espacial de urn fato de libera,ao,
eral ha varios decenios.
'"
de alguns principios de imunologia
suficiente
co-
Ol
'".:
"!
ll
::l
""
"0
ae radioatividade
,5 Ol
Cl
dr 2. apresenta, co do no laborat6rio,
qu
o ri gi n r a
d at a
qu
oram importados par suanova area de aplica,ao. No capitulo seguin-
e , i re mo s v e por que
maior parte desse material vern de dominios
reputados como mais "duros do que Como
materia representa
rn defazage temporal entre urn dominio,
ondente, em outro. nscritores confirma
discuti-
"'a.
exam da data de concep,a do diferentes fato. Em geral, ele sao originarios d e u r
a;
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de conhecimento ja ber estabelecido.
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Ol
reifica,ao do conhecimento estabemomento em que urna teori
'" 0'
'"
endocrinologia.
lecido na literatura de urn outr dominio, produz-se necessariamente
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rela,ao ao aparelhos mai importantes utiliza-
d om in i
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qua-
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Berson, 1971). Todo progresso realizad em urn laborat6rio
st de certa forma ligado ao qu se pass nos outros dominios
'"
'" C, '"
!!!
"0
mesm acontece quando se realiz urn
radioimunoteste para procura uma nova substancia: heciment
'§
potencialidade da
utilizam-s implicitament os trabalhosdesenvolvido pelaquimicaem
(Yalow
Ol
painel de controle do espectr6metr RMN
eoria. Quando se discut
'"
'" ,a
:::>0
ivier 56 conhecesse os rudimentos da teoria do spin, isso seria suficiara utilizar segundo suas pr6prias finalidades
E ~
OO "0"
esultado de 20 ano de pesquisa em fisica fundamental. Mesmo que nt par el comandar
.",
:::>'"
membro do laborat6rio, por exemplo, trabaihaem urn computador (foto I), el recorre, ao mesm tempo,
.-
",,,,,,"
""
65
D E U M A N TR O PO L OG O A O L A BO R AT O RI O
-0
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C t i ~
a.
{)a;
{)a.
V I S I T A DE UM A N T R O P O L O G O AD L A B D R A T O R I O
ainda constitui urn dominio bastante ativo de pesquisas quimicas. Mas aparelho queela criou que usado no laboratorio remont aos traba Ihos de Porath no ano cinqUent (Porath, 1967).
espectrometro de
massa, instrumento essencial da analise, esta fundamentado em uma teoria fisica que ja tern meio seculo (Beynon, 1960). dize do us da tecnicas estalisticas
mesm se pode
programa,llo
laboratorio
apropria-se do gigantesco potencia produzid por dezena de outros dominios de pesquisa, tomand emprestado urn saber bern instituid incorporando-o sob
forma de urna aparelhagem ou de um seqUenci
de manipula,oes. M a e ss a a cu mu la ,l l d e t eo ri a
p ra ti ca s q u
r ef er e
ao
material baseia-se em certas qualidades de fabrica,llo. Per exemplo, fato de existiruma disciplina com ciente para qu
fisic nuclea nllo condi,llo sufi
laboratorio tenha ur contado beta. Foi preciso pri
meiro fabrica-Io Se
inven,llo de Merrifield, por exemplo, nllo ha
veria sintes do estado solido e, portanto, nllo haveri qualquer mei de efetuar uma sintes automatica de peplidios (Merrifield, 1965 1968).
Mas se nao existisse
companhia Beckmann, ainda assim haveri
prototipo no Instituto Rockefeller, loca em que contado beta foi in ventado,
el poderiaser usad poroutros cientistas Co
pipeta automatica, dispositiv simple
exce,llo da
cuj unica importllnciae
nomia de tempo, todo os outros aparelho qu equipa
eco
laboratorio
sllo fundamentados em principios desenvolvidos por outro laboratori os cienlificos.
industria, no entanto, desempenha urn papel importan
te na concep,llo, no desenvolviment
na difusllo desses prototipos
Narealidade, de inicio soha ur ou dois prototipo de cad nov apare Iho.Caso essasitua,llo perdurasse, os pesquisadore teriam que percor rer longa distancia parater acesso as maquinas de qu precisavam, fomada de artigo sobr os tema pesquisados seria bern menor do qu existente.
transforma,llo do prototip original de Merrifield em
maquin disponive no mercado, aut6noma confiavel
compacta, ven
did sob nome de aparelh de sintes automatica de peptidios da uma indica,lloda dividaque os laboratorioster comrela,llo atecnica(Ano-
VISIT
DE UM A N T R D P O L D G D AD L A B O R A T O R I O
nimo 1976a). S e o s inscritores sao as maquinas sao
das pniticas,
da teoria
r e i f i c a ~ a o
forma-mercadoria dessas r
material que constitui
67
e i f i c a ~ 5 e s .
equipament de urn laboratorio
de elementos, muito do quai co
[eito
uma long historia rica em contro
versias. Cada elemento tomou-se urn inscritor especifico, cujos estiletes agulha marcam as folhas cimentos
pape milimetrado.
qual toda curv deve su existenci
cadeia
aconte
muit long para qu
urn observador, tecnico ou pesquisador dela se recordem. E , n o entanto,
cad urna da etapas crucial: caso seja omitid ou maldesempenhada todo
processo
reduzido
nada
bern mais difici obter um "bela
curva" do qu uma nuvem ca6tica de pontos aleat6rios cuja configura ,llo nllo pode ser repetida. Par evitar essas possibilidade catastrofi
cas, foram realizados tindo-se seja numa
e s f o r ~ o s
f o r m a ~ a o
no sentido de rotiniza as
inves
a ~ 5 e s ,
apropriada para os tecnicos, seja na
automatiza,llo Quando
cadeia de opera,oe est organizada como
um seri de atividades
rotina, pede-s contemplar plenamente os
dados novos, abstraindo-se que listicas
eletronica presidira
imunologia,
fisica atomica, as esta
sua obten,llo.
partir do moment em
queas folhas de dado estllo sobre as mesas detrabalho, podem-s ocultar
as virrias semanas de
e s f o r ~ o s
que esses resultados custaram para os
tecnicos as centenas de d6lares investidos na os artigo esta escritos
que
p r o d u ~ a o
novo inscritor, nada melho do qu esquecerque depend de fatore materiais. chega-se
negligenciar
"ideias", das "teorias"
bancad
teristica: el
urn
produ,llo do artigo
relegad
segund plano,
existenci do laboratorios Est
horadas
inscritores sao
da "razoes". Parece
m ai s v al or iz ad o q ua nt o m ai s s ua v t om a manual as ideias
Uma vez que
resultado essencial deu origem
t ra ns i, ll o
t ra ba lh o
ambiente material tern portanto, um dupla carac qu toma possive
facilment esquecer. Se
fe om no
qu
de
ele, nllo se poderi dize qu urn objeto do
laboratorio existe. E, no entanto, ele so
mencionad muito raramente
este paradoxo, tra,o essencial da ciencia, qu iremos passar dera de maneir mai detalhada
consi
I: 68
VISITA DE UM A N T R O P OL O G O A Q LABORATORJO
,a
FA TO
DOCUMENTOS
VISIT
69
D E U M A N T R O P O L O G O A O L A SO R ATORIO
admitir qu essa manipula,a na tern nad de estranha Em tod
caso, nao hA nad qu necessite uma explica,ao em outro termos do
Quando nosso observador comparou leitores
de autores qu passa
rat6rio. Essatribo da
formar urn sentido sobre
labo
impressao de ter desenvolvido habilidade con
que os Ulilizadospor seu interlocutores. Mas elepermanece no fundo, trespassad por ess questa lancinante: por qu urn m il ha o
no qu se refere ao aspect mate
quanto na arte da persuasao. Essa ultima habilidad serv para
que os pesquisadore conven
m ei o
dolares (1975) sa gastos por an para permitir qu 25 pessoa escre yam cefca de quarenta artigos?
tanto na art de construir dispositivos capazes de definir fi
guras, tra,os ou inscri,oe fugidias rial
uma tribo de
dois ter,os de seu tempo trabalhando
em grandes inscritores, ele comecrou ' ~ i d e n l v e i s ,
laboratorio
Alemdos artigo propriament ditos, existe urn outr meiode pro
duzir documentos em outros laboratorios. Como dissemos acima, nosso laboratorio tern doi objetivo principais:
purifica,ao de substancia
fabricavao de amUogas de substancias conhecidas. Fra90es
naturais
zem, da verdade do que dizeme do interesse que existe no financiamen
purificadas amostras de substancias sinteticas muitas vezes sao manda
to
da para outro laboratorios Cadaanalog custa em media 1.500 dola
s eu s p ro je to s
c ap ac id ad e d e p er su as a
t a q u e le s c on se
guem conveneer os outros, nao porque estejam eles proprios convenci
res (1975), ou seja, 10 dolare por miligrama valor bastante inferior ao
dos mas porque estao seguindo umaorienta,ao coerent de interpreta
d o p ep ti di o
,a
dos dados. Outros estao persuadidos de qu na estao persuadidos,
d e q u nao ha qualquer intermedia
m er ca do . N a r ea li da de , s eg un d
i vi er ,
v al o
mercad de todo os peptidio produzido pelo laboratori chegari 1,5 milhao de dolare (1975), ou seja, urn montante equivalente ao or
que
realidade. Sao tao convincentes que, no contexto de seu laboratorio,
,amento global do laboratorio. Isso quer dizer qu
possivel esquecera dimensao material do laborat6rio, das bancadas
ria financiar suas pesquisa vendendo analogas Ma
influencia do passado, para consagrar-se exclusivamente aos "fatos
numero
laboratorio pode quantidade,
naturez do peptidios produzido pelo laborat6ri sa ta deles. Alem do mais
postos em evidencia Nao surpreendente, nessas condi,oes, qu nosso
exorbitante que nao existe mercad para 99
observador antrop610g experimente urn cert mal-esta diant dessa
praticamente todo os peptidios (90%) sa fabricados par consum
triba. Enquanto outras tribos aereditam em deuses ou em mitologias
interna, e, portanto, naD estao disponiveis como mercadoria.
complicadas os membro desta tribo insistem no fato de qu suaativi
tivamente sa do laborat6rio (3.2 gramas em 1976, por exemplo) tern
d ad e n a p od e d e m od o a lg u
urn valo potencial de mercad de 130 mi d6lares. Como os custo
ou
s e a ss im il ad a a c r en ,a s ,
u m c uI tu r
uma mitologia. Pretendern interessar-se somente pelos "fatos em
estado bruto".
observador espanta-se co
locutore quando afirmam que, aqui tud
assegurar qu se
insistencia de seus inter direto Chegam mesmo
observador fosse urn cientista, ele teria
mesma
produ,ao gira
da
em torno do 30 mi d6lares, as amostras sa ofereci
pesquisadores externo qu fora
membros da equipe de qu
capazes de convencer urn dos
objeto de suapr6priapesquisa
do maior
interesse. Embora os membros da equipe nao exijam que seu nomes
compreensao. Noss antrop610go fica dolorosamente atingido por ess
figure
argumento. Ele ja aprende bastant sobre
amostras,
laborat6rio, le varios ar
que efe
em artigo sobr os trab.lho resultaIjtes da utiliza,ao dessas
capacidade de produzir analogas incomuns
muito caras
tigas. De agara em diante, pod reconhecer inumeras substancias. Co
constitui uma riqueza. Mas as q"-,antidades produzidas nao ultrapassam
me
alguns microgramas. Iss nao
compreender as fragmentos de con versa entre os mem
bros da equipe Seu interlocutores passam
faze-lo vacilar, ele come-
l ab or at 6r i
p e r j : ~ l i l e
que os pesquisadores externos ao
q u s e b en ef ic ia m d es sa s a mo st ra s
p ro ss ig a
s ua s
VISIT
DE UM ANTROPOLOGO AQ L A B O R A T O R I O
71
V I S I T A DE UM A N T R O P O L O G O AD L A B O R A T O R I O
pesquisa de maneira suficient para faze umadescobert (ver capitulo
conteUdo dos artigos Esperamo desta form aborda
4)." As substancias purificadas
trais colocadas por nosso observador po que urn artigo
os anti-soros raros tambem saoconsi
derado trunfo importantes. Quando um membro da equipe fala deixar
grupo, ele faz isso expressand
tece co
as anti-soros as fra<;5es
cuidado com
em
que ira acon
tempo ta caro para ser produzido
fe que as atores tern co
explica
as
questOes cen ao mesma
tao altament valorizado?
que
relai;ao ao conteudo dos artigos?
as amostras pelos q ua i s e sente
responsavel. Sao exatamente as substancias purificadas
os anti-soras
list depublica,oes
que, acrescidos dos artigos que est pesquisador escreveu constitue se cacife para se estabelece em outr luga suaatividad de autor de textos Ele te
toda
dar prosseguimento il as
chances de encontrar,
Pode-s conhecer
numero
aleanc do artigo produzido no
laboratorio consultando-se um lista regularmente atualizada pelo
em outros locais, inscritore simi/ares mas nao os anti-soros especifi
membros da equipe Examinamos os titulos qu figuram na lista entre
co qu
1970
testes,
Ihe
permitiriam realizar est ou aquele imunoteste Alem do
laborat6rio produz habilidades. Os membros de uma equipe
qu adquirem essa habilidades, ve por outra, deixam par exerce-Ia em outro local. Mai um vez, meio par se chegar il finalidad ultima
colegas, at t6rio.
Os
de
um
pelos pesquisadores. CinqUent por cento do artigos de tip tradicio nal, tern virrias paginas
sao publicados em revistas especializadas
Vinte por cento sao resumos ou abstracts apresentados em congressos
realiza,ao dess objetivo necessita de uma
de especialistas Dezesseispor centosao constituidos por contribui,oes
cadeia de opera,oes de escrit rabiscado em um peda,o
apena artigo.
parte do artigo na fo publicada." Para classificar os artigos, iremos usar os mesmos criterios adotados
f in al id ad e
O s a to re s r ec on he ce m q u essencial de suaatividade.
habilidad
produ,ao
laborat6rio
1976 Embora ela seja chamad de "lista de publica90es", uma
p ro du ,a o d e a rt ig o qu va desd
papel
um
primeiro resultado
comunicad co
entusiasm ao
classifica,ao do artig publicado no arquivos do labora
inumeros estagios intermediario (conferencia co
proje,oes,
difusa do rascunho etc.)tem rela,ao, de um formaou de outra, co
encomendadas por ocasiao de conferencias, e, dentre eles, apenas metade
foi
publicada
em
atas
de
congressos Finalmente os atores co
laboraram em coletaneas de artigos Os
qu constitu 14
do total
artigo podem tambem ser classificado pel gener literario
definido tanto por sua caracteristicas formais (tamanbo, estilo
apre
portanto necessario estudar com cuidado os di
senta,ao de cada artigo quanto pelanatureza
public
ferentes processo qu resultam na produ,a de um artigo. Par isso
gem. Porexemplo, 5% do total do artigos era
destinado
cocne,aremos por trataros artigos como objetos, il maneira de produtos
co profano, com os leitores de ScientificAmerican, Triangle
manufaturados. Elp um segundo momento, iremo no interessa pel
Year, ou os medicos, para os quais os ultimo progresso da biologia
produ,a literaria
sao apresentados s o Os calculos saO-,llproximados, porque estao baseados no ofl;ament global do laborat6rio, computado partir das grandes aplicay(ks. custo de funcionamento do isso simplesment laborat6rio aproximava-se de urn milhao de d6lares, em 1975. para conecta-Io ao resto do Instituto Salk (foto 1); compra de equipamentos no mercado custa cerca de 300 mil d61are por ano; os pesquisadores titulare com doutorado ganham urn salario anual medio de 25 mi d6lares; os tecnicos, cerca de 19 mil d61ares por ano. massa salarial global eleva-se cerca de meio milhao de d61ares por ano. labo rat6rio tern, portanto, urn oryamento total de 1,5 milhao de d61are por ano (1975). IS
qu se diri urn
publi
Science
f or m edulcorada n a r e vi s ta s Clinician,
Contraception ou Hospita Practice. Emboraesse tip
de
artig repre-
1(, grande vantagem de se observa uma lista de publicayOes atualizada que ela contern qualquer item produzido pel grupo inclusive os artigo r e c u s a d ~ s , . as conferencias nao publicadas, os resumosetc. Os numero que se seguem tern por ObJetlVO dar uma ideia da escala de produyao dos artigos. evidente que apenas urn laborat6rio estavel pode fornece uma listagem conthive de publicayOes.
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O A
UM A N T R O P O L O G O AQ L A B O R A T 6 R I O
s en t a p n a u m p eq ue n p ro po r, a d o t ot a d e s cr it o q u
liberayao da acetilcolina eletricamente induzida no plexos mioenterrico
laborat6rio, el preenche uma important fun,ao de rela,lles publicas
pela somatostatinal'. Esses artigos, que
no sentido de que pod desempenhar urn papel na obten,ao de financi
cidos, para urn grupo seleto de iniciados, elementos minusculos
amentos public
longo prazo. Urn segundo genero constituido por
27% da produ,a total,
destinado ao pesquisadores cujo dominios
forma,ao, fora
(18%) BBRC (10%)
se "Hormonios de libera,a do hipotalamo" "Fisiologia quimic do
generos seja
hipoMlamo", "Hormonios
ra
de
artigo, as substancias especificas, os testes sua rela,lles analise mais
conferencia dada por professore convidados.
nas
qu
importantes do pont
qu soment
os
Quando
de
os
artigos do doi primeiros
vist do ensino eles conside
artigo do dois ultimo genero (estado atua da
pesquisa resumido por novas informac;oes.
freqiientemente encontrada nos manuais de nivel superior, nos Iivros de referencia, nas revistas nac especializadas, nas resenhas de livros
in
Journal a/Medical Chesmistry (10%). Embora
os membros do laborat6rio julgue
hipotalamo isolamento, caracteriza,ao
de
sobretudo publicado na revistas Endocrinology
sa extemo ao do fatore de libera,ao. Dentre os titulos, destacam
estrutura-fun,ao". Raramente analisam-se em detalhe, nesse genero
por finalidade tornar conhe
urn
iniciado
observador dividiu
artigo especializados) contem or,ament anua do laboratario
pel numero de artigos publicados (co
exce,ao dos artigospuramente
informa,lle conti
de divulga,ao) pod calcular que
cust de produ,a
da nesses artigos sa muitas veze utilizada pelos estudante ou pes
chegava 60 mi d6lares, em 1975
30 mi d6lares
quisadores de outras disciplinas. Ess tip de artigo e, co
doriabastante carat As despesasparecem exagerada quando os artigos
incompreensive para par os qu pertence resume
Urn
frequencia
na apresent qualquer tra,o not"vel
ao domini do fatore de libera,ao. El apena
estado da
especializados. total
profano
As
rt
pa
o s p e sq ui sa d or e s e xt e rn o
terceir genero qu representa 13
analoga de somatostatina: rela,lles estrutura-fun,ao",
" At iv id ad e b io lo gi c d e S S
" Qu im ic a
implica,lles essenciai par Urn
naD
da produ,a
constituido portitulos tai como "Fator de libera,aodo hormonio
luteinizante
na tern impacto. Ao contrario parece
f is io lo gi a d e T R
metodo fundamenta para
at barata quando eles er
relacionar cust de produ,a hist6rico da cita,lles. Noss
Science Citatio Inde (SCI par fazer estatistic
da cita,lles do 21 iten entre 197
17
publicados pelo membro do laborat6rio,
1976. Foram eliminados os iten nao citados(artigos escri
ovina sintetico". Os artigos sao especializados, pais fazem pOlleo sen-
to por profanos conferencia na publicadas,
tido fora de sua area Caracterizam-se pelo numer anormalmente ele
obter). Organizou-se
vado de co-autore (5,7, em media, em lugardos 3,8de todas ascatego
que
riasjuntas
retomam muita vezes as
a p r e s e n t a ~ o e s
em reunioes pro
fissionais, com as organizadas pela Endocrin Society, ou os Peptide Chemistry Symposia. Os artigos deste terceir genero permite
colega
mantenha
disciplina. Finalmente,
informados sobr
qu
,a
de
De
evolu,ao mais recent da
gener qu representa 55% da produ,ao total is LRF. Purifica,ao de sintes
fora
(e
rest entr os qu fora
resumo dificeis bastante citado
gera trata-se de capitulo de livros
de
os
resumos)
Uma vez que rnuito rararnente curva de citac;oes atinge urn pico quatro anos ap6s
data da publica,iio,
observador calculou
urn
indice de
os
dos artigos altament especializados, com os indicado pelos titu os "(Gly) 2LR
niio
artigo 1976 Merca
pesquisa fundamenta ou aplicada.
valo dos artigos consist em recensea observador usou
em
caracteriza
dua analogas de LR antagonica ao LRF" ou "A inibi,ao da
17 Usamos termo "item" para designar os diferente tipos de materiais publicados: artigos, resumos, conferencias etc. Scienc Citation Inde bicho-papao dos pesquisadores um dos trunfo dos observadores. Na Filadelfia, em um arranha-ceu, dezenas de operarios cruzam as citayOes feitas em centenas de revistas com outras tantas, permitindo que se saiba, ana ano, quem citou quem. Para uma critica, ver Calion (1987).
V I S I T A D E U M A N T R O P O L O G O AO L A B O R A T O R I O
impact par cad item basead na cita95e durant
an seguinte
VISIT
DE UM A N T R OP O L O G O A Q L A B O RA T O RI O
75
concluslio urn tanto tautologicade que os iten qu envolvem umataxa
da publica9li enos dois ano imediatamente posteriores.
de retorno elevada slio aquele que tratam de quest5e de interesse para
tax de impact global (numero de cita95es poritem)
12,4
os pesquisadore externos ao laboratorio
cita95es por item (c.p.i.) no cinc anos qu serviram de base para calculo (1970-1974). Ma essa tax ocultatres fontes principai de va ria9lio. Em primeiro lugar, Quandose leva
taxa de impact vari segund
em contaapenas os artigos"padrlio"
sobe par 20 c.p.i. Alem disso, soment como "padrlio ma
publicados no qu os membro do laboratori cha
de "boas" revistas deixara
de 1976 Em segund lugar, 23, c.p.i. para os
10
an
de ter qualquer impacto antes do fina
taxa
impact vari no tempo. Er de
itens publicados em 1970 ma apenas de
para os 39 iten publicados qu 1970 fo
tax de impac
dos itens identificado
17
em
1974
Tipo de enunciado
genero.
c.p.i.
singularidade explica-se por
um descoberta essencia (ver capitulo 3) Em
Emboraas cita95e revele noss observadorter opta por dedicar-se
umavariabilidade do impacto dos itens,
impressli de nlio teravan9ado muito. Ele pode urn
estudo mais sofisticad
mais complexo da
historia da cita95es, na esperan9ade qu acabar por surgir urn mode 10
de cita9li claramente identificavel. 18 Ma noss observador nlio es
tav nem urn pouco convencido de qu er essa
form pela qual el
poderia supera sua dificuldade fundamental de compreender por que
esse item ocupava
primeiro lugar em numero de cita'Yoes. Preferia
terceiro lugar, com fica demonstrado na coluna da direit do quadr
raciocina pensando que devehaver algumacoisa no
2.1
go qu explique maneira pel qual slio avaliados Deste modo noss
tax de impact variatambem segundo
programa Nostres pro
gramas que descrevemos anteriormente os itens relativos ao isolamen to
caracteriza'Yao das substancia sao as que apresentam uma taxa
observadorcome90 para descobrir
conteudo
dos arti
se dedicar um leitur atentade alguns artigos
raz5es explicativas de se valo relativo Ma qu
mais elevada(24 c.p.i.) Somente produ9li de analogas, feita em cola
decep9 lio P ar a l e a qu il o e r
bora9lio com medicos, apresent um taxa comparave (ponto
conhecer vario termos, como os nomes das substancias dos aparelhos
do se
gundo programa). Os iten resultante da outra atividades tern impact ber menor. 22% par
produ9li globa (e
de apena 10,6 c.p.i.
urn
terceiro programa por exemplo contribuiu em itens) ma co
urna taxa de impact
estagio2 do segundo programa contribuiu co
um propor9lio simila par
verdad qu consegui re
ou do produtos quimico qu ja havia encontrado antes. Senti que estrutura das frases nao eram fundamentalmente diferen gramatica te da qu el propri utilizava. Ma sentia-se totalmente incapaz de
compreender
"significado" dos artigos, se
dize que ele nao enten-
produ9li total (24%), ma tern impact
aind menor (7, c.p.i.) evidente qu
h in e
cresciment da produ9li nlio garant automati
camente uma taxa elevada de retorno, quando consideramos
taxa de
impacto como urn indicadorbrut do efeito de retorno dos custos inici ai
Produ9li de iten
mais
freqiienci de aparecimento do iten como artigo "padraa".
literatura
fator dominant parece ser
Mas isso empalidecido, ao mesm tempo pela varia95e no tempo pel atividad particula associada cad item Chegamos por isso
interessante observar as diferenyas entre os que sustentam ponto de vista de que preciso desenvolve uma teoria do comportamento das citayOes antes de'faze usa dos dados de citayao fomecidos pelos soci610gos, aqueles que dizem que desenvolvimento m a tipologia das citayOes permitiria ao analista superar as dificuldades tecnicas inerentes ao uso dos dados de citayao. Ver, por exemplo, Edge (1976) outras contri buiyOes Simp6sio Internacional sobre os Metodos Quantitativos na Hist6ria das Ciencias, em Berkeley, Calif6rnia, de 25 27 de agosto de 1976. Ver tambem numero especial de Social Studies of Science nO 7, maio de 1977. partir dai, "ciencia da citayao" tomou-se uma verdadeira industria. Ver revista Scientometrics para os desenvolvimentos recentes. 18
76
VISIT
D E U M A N T R O PO L O G O A O L A B O RA T O R I
77
V I S I T A DE UM A N T RO P O L OG O A O L A B O R A T O R I O
dia com ess significado poderia ser fundament de toda uma cultu
"fatos", puros produtos dessas mesmas opera90es Ha, portanto, uma
ra. Como os folcloristas que haviam penetrado n o a ma g d a cerimoni-
congruencia essencial entre urn "fato"
asde bruxaria nelas s6tinha
visto tolicese bobagens, eleagora tinha
diversos processos de inscri9ao literaria. Deste modo, urn texto ou urn
descobert que os produtos finai de umaseriede opera,oescomplexas
enunciado podem se lidos com "contendo" urn fato, ou '''estando sub
eram soment algaravia. Desesperado voltou-se par os membro do
metidos"
laborat6rio. Mas diante das demandas do observador para que esclare
debate
cessem
eidos. Inversamente, uma forma de compreende
significado dos artigos, os pesquisadore responderam que
sucesso do andamento dos
urn fato, quand os leitores tern
esse respeito
c o n v i c ~ a . o
de qu
a o ha
d e q u os processos de inscri9ao foram esque "grau" de facticidade
aten9ao soment sobre os processos
eles nao tinham interesse ou significado nele mesmos: eram apenas urn
de urn enunciado pode ser atrair
meio de comunicar "importante descobertas" Quando perguntav em
de
que consistiam essa descobertas os atores contentavam-se em repetir,
em mente nosso observador decidi examinar co
de maneir ligeiramente modificada
tes tipos de enunciado presentes no artigos. Em particular, pesquisou
dia
qu
conteudo dos escritos. Respon
artigos. Somente quand ele abandonass priamente dito "fatos" que
fato possive!. Conservando isso aten,ao os diferen
obsessao qu ti
por qu certo enunciados apareciam, rnais d o q u outros como fatos. E m u r extremo, os Ieitore estao de ta mod persuadidos da exis
interesse pelos artigo pro
qu poderi compreende
Iiteraria que tomaram
importfutci real dos
observador estava decepcionado porque
nha pel literatura Ih haviafeito perder de vista
i n s c r i ~ a o
"significad real" do
teneia do fato qu na se fa qualque refereneia explicitaa eles
outros termos, diversos elemento do saber sao sirnplesmente tornados
como adquiridos
artigo continha.
desprezo demonstrado pelos membro do laborat6rio poderia
inieio,
utilizados no decorrer de urn argumento que visa, de
demonstrar explicitamente urn outro fato Era diftcil perceber,
ter mergulhado nosso observador em abismos de depressao. Felizmen-
portanto, quand se lia minuciosament os artigos,
te, eles retomaram imediatamente suas discussoes sobre os artigo em
to tornados com adquiridos. Ele fundamentavam-se imperceptivel
p r e p a r a ~ a o ,
corre9ao
ta,ao do diversos tra,os
revisao das provas de impressao
interpre
figuras que acabavam de sairdos inscritores.
ment
ocorrencia d e f a
pano de fund da pesquisas, da habilidade
mentos tacitos de retina Mas pareceu
do conheci
noss observador qu tudo
Afinal disse nosso observador par si mesmo, deveexisti uma rela,ao
que era considerado como rotineiro no laborat6rio sem duvida havi
estreita entre os processo de inscri9a.o literaria
sid objeto de controversia no artigo precedentes. Havia decorrido
"verdadeiro signifi-
urn periodo intermediario durante
cado" do artigos. desacordo acima constatad entre
observado
os membro
qual urn desenvolvimento progres
sivo tinha se produzido, transformand urn debate animad em urn fato
da equi pe repousava sobre urn paradoxo qu ja fo mencionad varias
instituido, na litigioso qu agora passav despercebido Fo por isso
veze no decorre dest capitulo
que
diversos procedimentos de escrita do peloterm inscri,ao literaria.
produ,ao
urn artigo depend de
observador chegou
urn esquem de classiftca,ao composto de
de leitura, que podem se resumi
cinco pontos que correspondem ao diferente tipos de enunciados. Os
fun,ao da inscri,ao literaria con
enunciado referente
seguir persuadir os leitores, mas este s6 ficam plenarnente convenci-
urn fato tid com adquirido fora
chamados
enunciado de lipo 5. Nosso observador notou que, precisamente por
do quando toda as fontes de persuasao parecem ja ter desaparecido.
que eram tornados como adquiridos, esses enunciados nunea surgiam
Em outras palavras, os atores consideram que as diversas
de
na discussoe entre os membro do Iaborat6rio, exceto quand os no
de leitura que ap6iam urn argumento nao correspondem aos
vatos pediam que se explicasse de ond ele tinham saido. Quanto mai
escrita
o p e r a ~ 5 e s
78
VISIT
DE UM A N T R O PO L O G O A O L A S O R A TORIO
ignorancia do novato mai
or
informante deve penetrar profunda-
mente nas camada do conhecimento implicito,
mais se
direl'il ao passado. AJem de ur determinad ponto,
em
a v a n ~ a
novato, que ir
79
VISITA D E U M A N T R O PO L O G O A D LABORATORIO
neurossecretoras do nucleos paraventriculares" (Olivecrona, 1957; Nibbelink, 1961). Silo enunciados de tipo
Eles contem enunciados iss nosso observador qualifica como
sobr outros enunciados
3.
levantar questoes incessantes sabre "caisas que todo mundo sabe", sera
modalidades." Quando se subtraem as modalidade caracteristicas dos
considerado socialmente incapaz. Durante uma discussao, por exem
so enunciados de tipo 3, possivel obter enunciados de tipo possuem como modalidad nome de seu enunciador. diferenlYa encuja maioria extratre os enunciado do manuais esses de tipo
pia, Bloom nao cessa de afirmar que, "no teste de imobilizac;ao, os ratos nao reage Bloom,
como se estivessem so
forl'a do argumento
efeito de neurolepticos". Para
clara. Ma Guillemin,
urn
pesquisador
qu trabalha em outro dominio, tern questoes preliminare "0
qu voc que dizer com test de imobilizal'ilo?
teado, Bloo que
Ie urn
para olha para Guillemi
adot
to
manual: "0 test classic de catalepsi
vertical Ha uma rede eletrica Poe-s
colocar
tant desnor
Urn
de urn professor urn
animal nesta rede
test de tela urn
animal
que tomou uma injel'il de neuroleptico permaneceranesta posil'i lO;
urn
idade artigos publicados em revista (Greimas 1976)- pod sercarac terizada pela presenl'
ou
ausenci de modalidades.
dades. Dest modo, frase: "Diz-seque estruturade GR.R equival
por exemplo caracteriza-s pel presenl' de uma referencia
conhece
modalidades que exprimem
nao
exige qualquer
explical'i lo complementar Depois dess interrupl'ilo, ele retoma excitado do comel'0
tom
Alem dess formula, abundam no manuais cientificos frases do B". Por exemplo "as proteina
ribossomica ligam-se aos pre-ARN desd
comel'0 das transcril'oes"
(Watson, 1976 p. 200). Chamaremos esses enunciado de tipo bora
relal'il apresentada no enunciado
nilo
merit do autor ou
qu postulou pel primeira vez
cente
Scharrer 1963).
pode
ser encontrados na criticas dos artigos. No laboratorio no en
litigiosos do que aquelas criticas
muitas veze considerada como prototipo de um afir encontrada no trabalhos dos
enunciados de tipo
nos textos destinados aos estudantes ja faze
part de
Ha outro tip de enunciados os que conte
silo
mais corrente
um
saber aceito.
outra: "Aindanil se sabe bern por que mecanismo os estimulo enviados para as gonadas" (Scharre qu
oxitocina
ma
hipotillam rete Scharrer 1963).
produzida pela celula
rascunhos, enunciado que parecem mais
Recentemente Odell (referencia) escreveu qu os tecidos do hipotalamo, quando incubados [ . . } devem aumenta dificil garantir que isso ocarra,
expressoe da forma:
"A tern certa relaya com B". Essa expressao esta embutida
"Em geral, considera-s
prioridade daquele
pauta: "Ess metodo fo
fomecida por (referencia)..." (todas as cital'o es foram retira
de enunciados
Os
em
Como fo anteriormente mencionado, varios enunciado do tipo
Em
esteja sob questilo ela
foi
da de Scharre
clarament expressa, ao contn\rio dos enunciados do tipo 5. Ess classe
pesquisadore do laboratorio.
relal'i l
ramente estabeleceram que (referencia) ... ", "Vma prova mai convin
tanto, circulam, em artigos
mal'i l cientifica Ma rara veze ela
alem da afirmal'oe de
data. Outros enunciados cantem
primeiramente descrit por Pieta Marshall. Varios pesquisadorescla
volta ao argumento inicial.
tipo: "A tern determinada relal'il co
nilo
destacou diferentes tipo de modalidades Uma da formas enunciadas
base
urn enunciado de tipo 5, que
X"
afirmar "A estrutura de GR.RH eX". Noss observador
animal nilo tratado simplesment vaidescer" (IX 83) Para Bloom, que
teste, este
evidente que um
enunciadotoma um nov form quando se deixar de lado as modali
au
quantidade de TSH.
mio [..].
No sentido 16gico tradicional, "modalidade" uma proposiyao que modifica ou quatifica urn predicado. Em sentido mais modemo, modalidade designa todoenunciado sobre urn outro enunciado (Ducrot Todorov, 1972). Os argumentos desenvolvidos seguir devem muit Greimas (1976). Ver Bastide (1985), Greimas Courtes (1979). 11
DE UM ANTROPOLOGO AD LASaRA TORIO
VISIT
Nao sabemos ainda se
VISIT
tong prazo desses composlOs
atividad
vern de sua atividade inibidora potencial (Scharrer
DE UM A N TR O PO L O G
A D L A SO R ATORIO
81
Pete sugeri qu hipotdlamo de urn peixe verme/ho tern urn e/ei to inihilario sabre secrer;iio de TSH.
Scharrer., 963).
Hil tambem esse rapaz da Cahf6rnia. Eles acham que conseguirarn
impressao de que os enunciados desse
Nossa observador tern
tip aproximam-se mai de afirma,oes
de
urn precursor para
Talvez
pressao surg porque as modalidades que acompanham as expressoes das rela'Yoes de bas parece
afetamessa relal'a o de base. Os enunciados que contem essas formas de modalidades sao designado com de tipo 2. Por exemplo: lnumeras prova apoiam azoto
lese do controle do hipotcilam azolo
desempenham papel diferenl no TR
It improvcivelque
pelo
primeira vista, parec qu eles podem ser dispostos lange de urn continuum, em que os enunciados de tipo representariam
esterifica<;iio
esse respeilo (Scharrer
sa aquele qu con
tern modalidadesnas quais se insist sobre generalidade do dados de que se disp5e (ou nao) As relal'5e de base sa em seguida embutidas
geralmente conhecido", o u " a q u se pode razoa-
velment pensarque acontece". Nos enunciadosde tipo
as modalida
d e h ip 6t es e p os si ve i q u d ev e
sistematicament testaGaspor pesquisas posteriores, de mod
incorporados na pr
tipo 1, as
elucidar
chegam
constituir objeto
um
mudanl'ade tipo de enunciado correspondea um mudanl'a da destruil'a da modalidades, por exemplo no enunciad
de tipo 3, result em urn enunciado de tipo 4, cuj grau de facticidade aumenta em prOpOrl'a o Em urn plan geral, parece plausive qu u d n l' a d e t ip o d e enunciado correspondam
m ud an l' a d e
facticidade. Mas no plano da verifical'ao empirica, esse esquema geral esbarra em alguma dificuldades.
se
qualquer instanci dada parece qu na ha relal'ao simple entr
form do enunciad
gra de facticidade Isso pod ser mos
trado, por exemplo, quando se considera urn enunciado que contem uma
valor da relal'ao estudada It preciso niioesquecerque os tecidoshipolaldmicoscontem quantida des nao despreziveis de TS [..], quepodem aind complicara interpreta
.j. Seri interessanteconfirmarem que medida seumateri
similar [..j. It muitosurpreendenleque
gos ou em conversas privadas:
os
formulal'a explicita, mesmo quando sao ignorados. Pode-se enta di facticidade.
Mai precisamente, os enunciados de tipo
culal'5e (sobr umarelal'ao) qu figura
to
6, que corresponde aos fato de ta mod tornados t'leitos, de ta mod
piie-se de p o u ca s p r o va s experimentais
Finalmente os enunciado de tipo
do
assertivas mais especulativas. Pode-se, aMm disso, acrescentar urn tipo
racemiza9iio se produza duranle
or
a pr ox im a
no LRF
Scharrer. 1963)
d e p o v e e s t om a
d ed u s ab r a s
do grupo imidazol da histidina
segundo um ou outr dosprocedimentos anteriormenle citados, mas dis
em apelos ao "que
que se ve, d i
Nosso observado chegou portanto identificardiferentestipos de
a fi rm al '5 e q u m a
Parece que
al
signifiqu que tudo
enunciados.
cerebro.
<;50 do dado
iSSG
opiaeeos pode nao ser necessariamente apJicado as endorfinas.
aten'Yao para circunstancias que
atrair
..]. Acabo de recebe urn rascunho do artig del
(lIJol0).
o s a ce it os .
.. (ScharrereScharrer 1963).
contem conjecturas ou espe geralmente
fina dos arti
uma referencia. Nosso
assertiva sobr
rela'Yao entre duas variaveis
observador
classificar esse enunciado no tipo 3, send que
d ~ v e
dalidade seri constituida pel referencia
mo-
subtral'a o da modalidad
deve deixar luga paraurn enunciado de tipo 4. Podemos perguntar se iss aperfeil'oou ou deteriorou facticidad do enunciado. Por urn lado, inclusao de uma referenciachama atenl'a O sobr belecimento da relal'a o,
tern como conseqUenci
contexto do esta enfTaquecimento
do carater indiscutivel dessa relal'ao: fica-s meno inclinad
considera-
VISITA DE UM ANTROPOLOGO AQ LABORATORIO
lacomo adquirida. se aceita
presen9a de umareferenei diminui as chances de
enunciad enquanto ta como um "fat objetivo da nature
za", simplesmente porque se observ qu su produ9ao resulta de um interVeOy30 humana Mas, por
Dutro
inclusao de uma referenda
lado,
pade conferir .peso urn enunciado que, de outro modo, apareceria como uma pura assertiva, se
provas Desta forma,
VISIT
D E U M A N T R O P O L O G O AD L A B O R A T O R I O
pesquisadores para pediresclarecimentos ou ajuda. Ale do mais, com as mudanc;as de form gramatical dos enunciados dos cientistas observador pOde descreve
atividad do laborat6ri como um luta
fazer aceita certos tipos particulares de enunciado.
censtante para criar
enunciado ampliaria
seu gra de facticidad pel pr6pria presen9a da refereneia. Determinar se
ofere
cem possibilidade de mudar seuconteudo(ou seugrau de facticidade),
interpreta9aoda fun9ao de um modalidad
transformar;iio do tipos de enunciado
cor
r et a o u m ai s a pr op ri ad a d ep en de , d e m od o f un da me nt al , d e n os s
Apesar da simplicidade
esquem de c1assifica9a abaixo apre
conhecimento do contexte d e a d casa particular. Se, por exemplo, ternos boas razoes para supor que um arrig
inclusao
modalidade em
um dispositivo de apresenta9ao concebido par melhora
aceita9a de um enunciado, enta temo qu fomece os detalhes do contexto no qua q u d iz e
dispositivo fo utilizado
verdade que ha aqueles
q u n a e xi st e e s t t ip o d e r el a9 a d e d et er mi na 9a o e nt r
interpretayao particular do enunciado. Mas para
c on te xt o
a ti ng ir mo s n os so s o bj et iv os , b as t n o ta r q u
m ud an 9 d e t ip o d e
enunciado oferecea possibilidade de modificar
gra de factieidade
trop610go um mei deordena suas observa90es no laborat6rio que seja,
ao mesma tempo, consistente com
previa de inscrir;ao litenlria.
n o ~ a o
atividade do laborat6rio transformaenunciados de um tipo em outro. objetivo dess jogo possiveI, de modo
criar tantos enunciados de tipo
fazer face
q ua nt a f o
um variedad de pressoes que tendem
mergulha as assertivas em modalidade que iraQ transforma-las em artefa tos. Em resumo,
objetivo persuadir os colega
deixarde lado todas as
modalidades utilizadas com um assertiva particular
faze-los aceitar
do enunciados. Mesm que, para cada instancia particular, esteja-
retomar essa assertiva como urn fata estabelecido, de preferencia citando
mo impossibilitados de espeeificar, sem ambigUidade,
dire9a da
artigo no qua elaaparece. Mas com fazer paraconseguir isso Quais sao
possibilidade de
exatamente as operac;oe que pennitern levar born tennO essa transforrna-
mudan9a de facticidade ainda permanece aberta
que estas mudanyas correspondam as transformayoes de tipo de enun-
9ao dos enunciados
ciado.
Consideremos
Com nosso observador esra conscient tant das dificuldades de especificar
graude facticidade de um enunciado quanto de explicita
exempl seguinte, no qual Wyli Vale interrompe
um colega Knigge, que descreve um t es t
pondenciaentr que percebe
tipo de enunciad
e fe it o
LH foi
aparentemente bloqueado
dire9a da mudan9 de facticidade em qualquer exempl dado el acha qu na pod apostar toda
q ua l
Vale: Como
fichas na determina9l! da corres
me/atonin inib
LH, nao podemos
que voc nao est simp/esment medind
grau de facticidade. Fo enta
Knigge Niio acredito nesse dado sobre
grande utilidade da n09aode inscri9l!0 literaria, Embora
me/atonina f.
nao tenha compreendid muita cois do conteudo do arrigo qu lera,
ele constmiu uma tecnica grarnatical simples, que the pennit diferen
ler certeZQ
de
me/atonina. /iberar;ii de L H p e / a
.], niio no me sistema (VI, 18).
Em luga de aceita simplesmente
enunciado precedente de
ciar os tipo de enunciado. Este era urn meio de se aproximar da subs-
Knigge Vale acrescenta uma modalidad ("na podemo ter certe
tanci dos enunciados cientificos
za")
ver obrigado
recorrer
aDs
h ip 6t es e n a
d it a d e q u o s p es qu is ad or e s e s ta va m s om en t
VISIT
DE UM A N TR O PO L O G
A D L A SO R AT O R I Q
85
VISITA D E U M ANTROPOLOGO A O L A B OR A T O RI O
"medindo
melatonina" Co
isso Va lan9 um duvida sobre um
enunciado origina na dito, e, portanto de tipo 5, recorrendo quaIifica9ao sobre
A.B
quisadore te
c on se ns o d e c er te z
(nos temos). Disso resulta que um enunciado origi
transforma-se em um enunciado altamente conjectural
de tipo 2.
transforma9ao processa-se particularmente bem no caso
br
precede fundamenta-se so
f al t d e s eg ur an 9 d o p es qu is ad or . " Co m o
LH"
u m e nu nc ia d
vi
tipo
fundamentar novamente
(A.B)
"Nao
de
acreditando" nas circuns
estabeIecimento do fato de que "a melatonina
inibe LH", Knigge tenta cortar
argumento de V a e , q ue , p o seu
t um o t en t c or ta r d ef in it iv am en t
(A.B)
d i9 a
resposta de Knigge tenta
enunciadojustificativo de tipo
el acrescentando umamodalidade. ta.ncia que envolvem
m el at on in a i ni b
j u t if ic a
modalidade it hipotese original na dita
(3)
um
s up o q u o s p es
n a d e tipo
mencionado, porqu ajustificativa que
(A.B)
ue
h ip ot es e n a
qual "se est simplesmente medind segundo exempI
d it a s eg un d
melatonina".
retirado de
um
artig escrito por Vale
"Nossas observa90es originai (referencia) do efeitos da somatos tatin sobr
(5)
A.B
secre9li de TS
fora
confirmadas
com referenci
cujos enunciado encontravam-se agor confir
mados. No primeiro artigo n a s ob r
enunciado "as efeitos da somatostati
s ec re 9l i d e T S H
de tipo 2 , m a a go r e l s ur g c om o
uma assertiv embutida na referencias "foram agora confirmadas" Fo assi tar Figura 2.3. esquema representa as diferente etapa pela quai um enunciado A.B dev passar para se tornar um fato. Urn fat nada mai do que um enunciado scm modalidade - M - e sem autor- X. Aultimaetapa 6- caracterizaa dimensao implicita de um enunciado que esta d e modo incorporado na p ra ti c q u n a ha mais necessidade de menciona-Io. Para faze co qu urn enunciado passe de urn estado outro necessario efetuar determinadas operar;oes. Como est indicado pelas tlechas, estatuto de urn dado enunciado pode evoluir para urn fato de 1 a 6 - ou para urn artefato de (ver capitulo 4).
outros labo
ratorios (referencia)" Vale havia escrito urn artigo, ao qual el cita
urn
e nu nc ia d
e mi ti d
real9ada peIa modalidad
que Va
consegui aprovei
p o o ut ro s d e m od o
t ra ns fo rm a s e
propri enunciado em enunciado de tipo 3. Os exemplos precedente ilustra .;:oes ligadas entre
d al id ad e e x is t en t e q u
facticidade de
urn
utiliza9a de 'dua opera
primeira produz uma
m u d a n ~ a
m a mo
p ad e a um en ta r a u d im in ui r
enunciado dado.
segund tom emprestad
de um
tipo de enunciado existente para aumentar au diminui sua facticidade (Latou Fabbri, 1977).
V I SI T A D E UM A N T R OP O L O G O A O L A B O RA T O R I O
observadoragora estapronto para fonnular
que antes Ih pare
c er a u rn a m is tu r d e r ed e d e t ex to s c on te nd o u m a m ul ti pl ic id ad e d e enunciados. sobr
redepropriamente ditae constituida de varias opera,6es
entre enunciados. Torna-se possivel portanto, retra,ar
r i d e u m a a ss er ti v p ar ti cu la r p as sa nd o d e o,
dizer qu sechego du
histo
t ip o d e e nu nc ia d
ur "objeto".20 Do mesmo modo quando se intro
ou melhor. reintroduz
urn
entr
subjetividade do a ut o
produ,ao de ur enunciado, pode-se diminuir d es t
87
DE UM A N T R O P O L O G O AQ L A B O R A T O R I O
VISIT
m es m
gra de facticidad
e nu nc ia do . N o l ab or at 6r io , chegarn-se
'''objetos''
superpondo-se varios documentos produzidos por diverso inscritores
p er ce be r c om o s e g r a d e f ac ti ci da d a um en t a au diminui
do propri laboratorio, ou artigos qu emanam dos pesquisadore ex
constantemente, como resultad de diversa operavoes. Mencionamos
ternos ao laboratorio (vercapitulo 4). Nenhu
anteriormente de form preliminar,
tide sem referencia
natureza da opera90e pelas
enunciado pode ser emi
docurnento existentes. Esse enunciado estao
quai tipo de enunciados acabam se transformando. Examinemos ago
portanto carregados de documento
ra mai minuciosamente ur criteria qu permite assegurar
seu aval Por conseguinte as modalidade gramaticai ("talvez", "defi
sucesso
dessa opera,ao.
de modalidade qu constitue
nitivamente estabelecidos", "improvavel", "nao confirmado" age
Nosso observado lembra-se de que as inscri,6es produzidas po certas montagens 0.u aparelhos foram "levadas
serio"
partir do mo
muita vezes como se estivessern conferindo urn preyo aos enunciados, o u p ar a u ti li za r u m a na lo gi a m ec an ic a a ge m c om o
e xp re ss a d o
menta que puderar ser identificada com outras inscri90e produzidas
peso de ur enunciado. Ao acrescentar au suprimir niveis de documen
nas mesmas condi90es. Em termos simples os membro do laborat6rio
tos, os pesquisadore aurnentam ou diminuern
aceitam melhor ambigliidade
de qu um
esteja relacionada sem
do
uma substanci que pertence ao mundo "exterior (out
plo,
i n s c r i ~ a o
there) quando conseguem encontrar uma outr inscriyao simila Do mesmo modo, quando os outros reconhece
ela.
ur enunciadosimilar,
q u s e p o d e nc on tr a e m
(referee): "Concluir que ra,ao d e P R
in
maturo." Em seguida era
combinaya de doi ou mais enunciados aparentemente similares con
mais
existenci de ur objeto exterior ou d e u m
c o n d i ~ a
objetiva
p ar ec e d e
c om it o e di to ri a
efeit de Pheno [. J, qu diz respeito alibe-
vivo. aconteceu po intermedio do hipotalam
iss desempenha ur pape important na aceita,ao de ur enunciado cretiz
alcance de ur enunci
s e peso modifica-se proporcionalmente. Aqu esta, po exem
feitas tre referencias que limitava
valordas conclus5e do autor
tado ur enunciado de tipo
leitor reformulou-o como ur enun
ciad de tipo 1. Consideremos aind
as fontes de "subjetividade" desaparecem quando entr em jogo mais
u sa ra m
de ur enunciado
tecido. Que eu tenha conhecimento, mio ht precedentes,
enunciado inicia pode s e l ev ad o a o p e da letra,
semreservas (cf Silvennan, 1975). Pode acontece tambe
que nossos
pesq_isadore rejeitem ur pica sobreurn espectr de ur cromatografo, atribuindJ-o
seguint enunciado: "a
autores
m ei o b er n m ai s p ot en t d e r om p e na
literatura,
de fracionamento subcelula bem-sucedid do tecido cerebral. Neste caso,
leitor lan,a
d uv id a s ob r
u ti li za ,a o
u m m aq ui n q u
ur ruido de fundo. Masquandoele aparec mais de uma
vez (em circunstancia consideradas independentes), conhece
ainda
embora autortivess apresen
da qual esse enunciado sao considerados como indicadores. Assim,
P ol yt ro n q u
pre-
tendencia
presen,a d e u m a s u bs ta nc i d a q ua l e ss e p i c
Q ua nd o v ar io s e nu n ci ad o s
v ar ia s infonna,6es s a
maneiraque todosos enunciados esteja
re
i nd ic io .
s up er p os to s d e
relacionados com alguma cois
quese situa fora ou alem da subjetividad do leito ou do autor, pode-se
Utiliza-s aqui nOyilo " ob je to " p or qu e e l t e u m r ai z c om u c o "objetividade" fato de qu urn enunciado dad sej objetivo ou subjetivo mio pode ser determinado for do contexto do laborat6rio. Este trabalho tern exatamente par finalidade construirurn objetosobre qual se pod afirma qu exist alemde qualquer subjetividad (ve capitul 4) Com di Bachelard "a ciencia nilo objetiva, ela projetiva".
10
88
V I S I T A D E U M A N T R O P O L O G O AD L A B O R A T O R I O
produz
OS
documentos sobr
referindo-se
OS
quais
argument se funda.
fa is so
ausencia manifesta de qualquer enunciad capaz de jus-
tificar e, portanto, aumentar resultado
qu
valo da afirmayao original do autores.
afirmaya (nao apoiada) do autore elida como
modalidade negativas tai como "nao ha provas de apoio".
afirma
20
operayoe entre (e sobre enunciado na
nOyao
50 minutos." Cada figura ag com
40 minutos mas nao entre 40
urna representaya ordenad de documentos (obtido
parti de urn
test radioimunol6gico) utilizada no texto como apoi
de urn ponto
particular. Nao se trata simplesmente de "os resultados mostram que.. ".
as
resultados tern uma referencia externa
sao
"0
q u m os tr a
resultado que,
compreende
tres paragrafo que se seguem remetem
analise,
uma existencia indepen f at o d e i nc lu i
f ig ur a 2" pode portanto realya
literatura, nosso observador readquire confianya em sua capacidade de organizaya do artigos Para saber at onde
89
A N T R O P O L O G O AD L A B O R A T O R I O
dente, apoiada pel presenya da " fi gu r 2 "
yaO perde qualque valor.
Armado co
VISITA D E
outr modo na estaria fundamentada
seyao anterior,
e xp re s
validade do nada Os
dos "resulta
tomada oeste sentido, pade avan9ar, examinemos urn dos artigos pro
dos ("Essas experiencias mostra
duzido pel laborat6ri (Latour
fundarnenta-se, ela pr6pria, em figura que dependem do inscritores
Frabbri, 1977).
panigrafo introdut6rio faz referencia
quatro artigo anterior
mente publicados pelos membro do laborat6rio, no quais ele postu ram
soes
estrutura de uma substancia particular, B. Trata-se de fazer remis documentos qu lida
co
problemaem questao. Mais preci
que... ")
seyao do "resultados"
anteriorrnente descritos. Dessa acumulayao de referencias destaca-se urn efeito de objetividade
" fa to "
q u "a substancia sintetica
inibaGH no ratos" pod serconsiderado pelo leitorcomo independen te da subjetividade do autor, e, portanto, com fato digno de credito.
antigos artigo pade se considerado como urn
Ao mesmo tempo, quando se estabelece urn enunciado, sao intro
apoio it empreitada atual (e isso por uma razao muito simples: os quatro
duzidos outro enunciados: "Os mecanismo de ayao do barbiturico em
recurso
samente,
... nao estao bern compreendidos."
artigo em pauta foram objeto de 40 citayoes todas ela confirmand
modalidade "nao esta bern com
as hip6teses). Mas ao mesmo tempo, os artigo saoconsiderados enun
preendidos" na tern por objetiv diminuir qualquer afirmayao prece
ciados de tipo 3, que receberam apoio suplementar grayas ao seguinte
dente sobre
a rg um en to : " Es t b re v n ot a r el at a o s d ad o o bt id o c o
alguma via possiveis de pesquisa.
confirmar
g ur ad o d e m od o
"os
mecanismos da ayaO do barbirurico" Ela sugere aqui ou2.
discussao que se segu toma ess enunciad com uma nova
maneira pela qual os inscritores fcram confi-
proposiyao: "Poderiamos tombem considerar qu ele [o mecanis
o bt e o s d ad os .
i nf or ma ya o a pa re c a qu i s o
mos provocam
inibiyao da secreyao de umasubstancia
hip6tese que nao
cimentos tao difundidos entre publico de leitore potenciaisque nao
enunciado esta l ig ad o
necessari fazer qualquer citayao "Todas as preparayoes de sintese da
aproximar d es t
substanci
da deve se
demonstram uma plen atividade biol6gica ta com fic
provado por quatr ou cinco teste
in
vitro
resultados que aparecem na figura
u m o pe r ay a
h ip 6t es e c o
" de cn ti ca ". 2
novo
" Ir em o n o
urn teste radioimunol6gic que ain-
concebido."
pel analis fatorial."
Em cada urn dos enunciados seguintes, retirados da se9ao do arti
go intitulada"resultados", faz-se referencia
end6gena,
incompativel corn as dados." Finalmente,
forma de enunciado de tipo 5. Em outros termos, apela-se para conhe
"a
enunciado entao de lipo
tres paragra
ampliam nossos resultadosprecedentes."
fos seguintes descrevem
r at os , q u
um figura
mostram que substancia
faz baixar de mane ira significativa os niveis de GH no sangue durante
Utiliza.se em semi6tica termo "deontico" para designar tipo de modalidade que corresponde a o q u d eve se feit (Du cro Todorov, 1972). Embora grosseira, essa analise tern como finalidade, como resto dest capitulo fornecer uma introdur,:ilo ao problema geral da literatura cientifica. Elementos mais precisos sabre esse tema podem ser encontrados em Gopnik (1973), Greimas (1976 Bastide.
21
VISIT
N a e s qu e, am os ,
DE UM A N TR O PO L OG O A D L A SO R A
e nt an to ,
q u e ss e a rt ig o t am be m
integrante de uma longa serie de operayoes internas
e m c on t
p ar t SCi
se fossem afrrma,5es qu jazem no limbo. Em contrapartida, podem-se
c on cl us a ( o s ej a q u
s ub st an ci a s in te ti c
i ni b G H
urn
fato
nas operayoes deonticas descritas ao final do artigo original
dela
retorna
sugestao de qu era necessario desenvolver trabalhos comple
mentares; dai artigo do mesmo autar citavam confirma,a de seus trabalho anteriores;
vas dados para confirmar lav duvida sobre
original como uma
quatro artigo usavam no
original. Urn (mic artigo formu
test utilizad par
elabora,ao de uma da figu
ras mencionadas no quinto enunciad ("ha divergencias entre seus re
as oossos")
artigo que analisamos fornece temas para
d ep en de ,
m es m t em p
observar assertivas que muda ie
da literatura
precedente, dos inscritores, dos documentos dos enunciados, assim como das realY5es que provocou.
rapidamente de status, seguindo uma espe
dan,a de vai-e-vem. Sa provadas depois refutada
comprovadas. Apesar da inurnera opera,5es
muito poucas vezes mudam lotalment de forma. Esses enunciado repre natimorto que ficam estagnados, poluilYao.
t os ,
comu
i ma g
maneira de wna gigantesca nodo de
passar desses enunciados outros. Em certos momen
f ic a m ai s c la ra . U m d a o pe ra ,o e e fe tu ad a a ni qu il a
irrevogavelmente urn enunciado, que nunca mais ser levado em ra,ao. Em contrapartida, quando urn enunciado
conside-
imediatament tornad
de emprestimo, utilizadoe reutilizado, chega-s logo ao estilgi em qu el
mais objeto de contestalYao. No centro desse movimento browniano
constituiu-se urn fato. Este quando ele
se
produz,
urn acontecimento relativamente raro. Mas
enunciado integra-se ao estoque da aquisi,5es
cientificas, desaparecendo silenciosamente das preocupalY5es da atividade cotidiana dos pesquisadores.
fate
rios, o u p o vezes, toma-se
CONCLUSAO
novament
qu estao submetidas, so
sentam apenas wna pequen parte de centenas de artefatose de enunciado
nao
opera,5es
le
trabalha sobr os enunciados por
outros artigos. Dentre estes, 31 simplesmente 56 Ievavam
artig fo objeto de
se utilizavam na introdw;ao; aito artigo estavam apenas interessados
sultados
enunciado superfluos. Seus mem
bros discutem publicam ma ningue
ele emitidos.Neste caso, os enunciado qu produze sao de tipo 1, como
1977
assim como substancia natura atu sobre rato com
ya
gumas equipes praticamente produze
91
cita,5es expli
revela que, entr 1974
citas
sua area.
D E U M A N T R OP O L O G O A D L A B O R A T O R I O
incorporad aos manuais universita
ossatura de urn novo aparelho Diz-se
freqUentemente qu esses fato sao os reflexos condicionados do "bons"
Os pesquisadore de wn laboratorio passamseutempo efeluando ope ralY5es sobre enunciados acrescimos de modalidades citalY5es, aprimora
cientistas, ou qu sao parte integrant da "Iogicado raciocfnio". Armado da no,ao
inscri,ao literaria, noss observador
mentos subtra,5es,emprestimos proposi,a de novas combina,5es. Cada
paz de encontrar urn caminho no labirinto. Agora, ele esta pronto
wna dessas opera,5e pod resulla em wn enunciad diferente ou mais
plicar em termo qu
apropriado Porsua vez, cad enunciadotoma-se wn foco de aten,ao par desenvolvimento de opera,5essimilares em outros laboratorios
que os membros da equipe ordenam conscienciosamente
assim
que acontece
com seus pr6prios enunciados: como sao rejeitados, tornados de empresti
Ihe
ex
sao proprios, os objetivo perseguidos pelo
laboratori
os produtos qu del saem Come,a
se organiza
t ra ba lh o
conta. As duas se,5es
ca
po qu
compreender como
p r od u, a o l it er ar i
t id a
t a a lt a
l ab or at or i a pa re ce m p ar a e l c om o
elementos do mesma processo de inscrilYao literaria.
que se chama de
mo, citados ignorados confrrmado ou suprimidos pelo outros Certos
componente materia do laboratorio est estabelecid sobr os produ
laboratorios desencadeiam wna intensa atividade de manipula,ao deenun
tos reificados de controversias passadas, que constituem
ciados que, em outros lugares, eram vistos como relativamente inertes. AI-
publicada. Por sua vez, esses mesmos elementos materiais penn item
literatura
92
V I S I T A DE UM A N T R O P O L O G O AD L A B O R A T O R I O
que se escrevam artigo
que se realize
avan90s. Aleffi disso
p610go sente-se tranqliilizado no se desejo
manter
antro
perspectiv
antropol6gica diante do sortilegi de seu interlocutores, que se apre sentam como cientistas descobridores de fatos.
obstinadamente que eles sao escritores
antrop610go sustenta
leitores que busca
se con
veneer convencer aos outros Se, de inicio esse ponto de vista parecia esteril, quando nao absurdo, agora parece bern mais razoavel. Trata-se, para os atores, de convencer as leitores de artigo (e do esquemas figura qu dele faze se
parte)
aceitar seus enunciados como se fos
fatos. Fo com essa finalidad qu sangraram
esfolaram ras, consumira
produtos quimicos, gastou-se tempo. Fai
por isso que se construiram carreiras, fabricararn
decapitaram ratos,
autras se desfizeram,
acumularam inscritores no laborat6rio. C o
teimosia imperturbavei, nosso antrop61ogo observador resistiu yao
ua tenta
deixar convencer pelos fatos. Iss levou- aver na atividade
do laborat6rio urna organizayao da persuasao pel inscriyao literaria. Sera qu gramas
antrop610g fo el pr6pri convincente? Usou fotos, dia nurneros
seu enunciado co .'
bastante para convencer os leitores rnodalidades
nao restringir
inforrnayao de que
acatar
laborat6rio urn sistema de inscriyao liteniria? Infelizmente, por raz5es qu mais adiant serao explicitadas (ve capitulo 6) negativa.
respost dev ser
observado na pod pretender ter desenvolvido
de vista que resist
urn
ponto
qualquer possibilidade de questionamento.
que
el fe de melhor fo criar urn pequen espay Permanece aberta
em
que se pod respirar
possibilidade de um futura reavaliayao dos enun
ciados Como iremos ver no capitul seguinte, nosso observado obrigado discutir
foi
retomar os rneandros do labirinto, uma vez que se trat de evoluyao hist6rica de
urn
fat particular.
'.
Fot 2. Refrigerador com as amostras.
VISITA D E U M ANTROp6LOGO AO LABORAT6RIO
Fot 5.
na
Foto
J.
s e ~ a o
bioteste bancada.
Urn
de qulrnica.
~
_
-
i
..
Fot 6. Urn bioteste. Dado saindo de urn processador Foto4.
Urn
bioteste. Fas preparat6ria.
gama.
VISIT
V I SI T A D E UM A N T R Op 6 L O G
D E U M A N T R O p6 L O G O A O L A B O R AT 6 R I
A O L A B OR A T 6 RI O
.,.--
.'
-;1'
Foto 8.
espectrOmetro de ressonancia magnetica.
-.
FotD 7. Colunas de fracionamento.
Fot 9. T
r a ~ a d o
do analisador automatico de aminoacidos.
97
VISIT
DE UM A N T R O PO L O G O A O L A B O R AT O R I O
VISIT
Fot
'0) Fot
10
Discussao no espal; do escrit6rios.
DE UM A N T R O P OL O G O A O L A B O RA T O R I
salados computadores.
11
· ~ \ W
\ ~ i i Y
- ~ ~ " "-r
'-
l: .."
oto 12. Exarninando
'J".
os dados.
VISIT
DE UM ANTROp6LOGO AO LABORAT6RIO
CAPITULO
CONSTRUyAo
TO
UM
CASO
No capitulo anterior. presenciamos as peregrinavoes de ur antro
p6lago em ur laboratorio
ai se desenvolvem
vimos como ele relatav as atividade que
laboratori aparecia com ur sistema de inscri
,lio literaria cuja finalidade e, po vezes, conveneer que ur enunciado Foto 13. Mesa de escrit6rio. Ajustaposil;l!o de literaturas.
rn fato Dess pont de vista, hi!. umatendenci
fato
considera qu ur
aquila que se inscreve em urn artigo Assim, aGuIta-se
tru,lio social
historia dessa constru,lio. Compreendend
su cons natureza
de ur fato nesse termos, nlio caberi qualquer tentativa de aplica q u s e c h am a d e "0 programaforte" em sociologiadas ciencias. Neste capitulo tentaremos analisa como ur fato adquir uma qualidade qu acaba po faze-I escapar as explica,oes sociologicas resumo, po meio de que processos chega-se c ia l
h is to ri c d e q u d ep en d
ur casa concreto:
constru
iremo determinar code se situarn, no pro
cesso de constru,ao de ur fato forma,li pela qua
contexto so
constru,ao de ur fato? Par respon
dera ess quesHlo, iremos nos restringi
v a d e urn fato particular
eliminar
historicas Em
moment
lugarpreciso da trans
enunciad toma-se fato liberando-s assi
da
circunstancias de sua produc;ao II'""
Ur fato
reconhecido enquanto tal quando p er d e t o d o o s seus
atributos t er n po ra i ~ - - - "
Foto 14. Na secretaria, datilografand
produto final.
i n te gr a- s e m
v as t
conjunto de conheci-
Usamosesse termo no sentidoem qu fo desenvolvido por Bloor (1982) (ve capitulo 1). Interessamo-nos em particular, pelo que Bloor cham de "imparcialidade"(1982).
10
CONSTRUC;:AO D E U M
ATO:
CAS
(H
DO
CONSTRUC;:AO D E U M
FA TO:
CAS
DO
10
(H
mentos edificados por outros fatos. Quando se pretende escrever
vo do dois grupos
hist6ria de urn fato esbarra-se em um dificuldad essencial: el
coleta desse material relativamente exaustivo sabre urn episodio
perdeu, pordefinil'fto qualquer referencial hist6rico. Existe um gran
pequeno permit analisa em detalhe
de diferen,a entr
Em terceiro lugar, optamos po estuda
enunciad litigios
sua posterior (ou ante
pesquisa qu trabalharam co
TRF(H).2
construyao social de urn fato.
genese hist6rica do qu
rior) aceita,ao como fato instituid (ve capitulo 2) Os historiado
agora considerado urn fat solidamente instituido.
r e d a ciencias esfon;:am-se por torna clar
almente urn objet com estrutura molecular perfeitamente definida
processo de meta
morfos qu ocorre entr esse doi estagios geralmente conside
que,
TRF(H)
primeira vista, pode parecer pouco'releyante para
atu
analis
rando os fato instituidos como pontos de partida recuando no cur
sociol6giea. Se conseguirmos demonstrar
so do tempo (por exemplo, Olby 1974). Ma ess procedimento tor
social de urn fate de solidez tao manifesta este sera urn argumento de peso em favor do programa fort da sociologia da ciencias.
na necessariamente diffci
aprecia,a de um situa,ao na qua
nfio
hci caminhos Na maior parte das vezes, reconstrw;ao hist6rica passa
necessariamente ao larg do processo de solidifica,a p el o q ua l
e nu nc ia d
po sso qu
e st ab el ec e c o
de inversao
f at o ( ve r c ap it ul o 4 )
soci610gos da ciencia (Collins, 1982 achara
,6es hist6ricas.
despeito dessas dificuldades metodol6gicas (ber conhecidas po a qu el e q u p ra ti ca m hist6ria c ie nc ia s
Rudwick, 1985), vamo teutar reconstrui alguns acontecimento isso po tres razoes prin
cipais. Em primeiro lugar, com indicamo no capitulo precedente,
sucess do laborat6rio devem-se tatina).
credito
qu desfruta
decisiio de construir
somatos
novo laborat6rio, em 1971
tomada depois do sucess do programa Apenas co
seus membro
caracteriza,ao de tre substiincias (TRF LR
oi
estudo do TRF, em 1969
muita dificuldade se poderia imaginar urn aparelho, urn
pedido de financiamento, urn aspect
do comportameut
mesm um caracteristic da organiza,a
genese do
ta ve
espacial do laborat6ri
RF
refor,ar
c o n s t r u ~ a o
como objetivo fomece
pano de fund par os capitulo seguintes, explicar laborat6ri desempenha
me
Ihor valer-se da escrit do debate contemporiine do qu da descri
historicos ocorridos em nossa laborat6rio
Noss estudo
processo de
influencia qu
credit qu el pode reclamar para i,
pont de vista de qu os fato brutos sa perfeitament com
preensiveis em termos de sua e o n s t r u ~ a o social. Em urn certo sentido, as analises hist6ricas Sao necessariamente fic,6es literaria (D Certeau, 1973 Foucault 1966). Os historiadores, como fic demonstrado no textos hist6ricos, pode nO
passado. Eles possue
viajar livrement
conhecimento do futuro tern possibilida
de de estuda os contextos nos quai nao viveram (e em qu nune vive
rao) tern acesso as motiva,5e do atores e, com Deus desfrutam da faculdad de tudo sabe
de tud ver, desempenhand
papel d o b er n
d o m a Podem construir hist6rias nas quai uma eoisa uma outra
em que as disciplinas
"sinal" de
as ideias "brotam", "amadureeem"
ou "secam". Nosso interesse pela hist6ria nao procura calcar-se no inte
resse dos historiadore profissionais. Nao tentamos produzi um cro nologi precisa dos acontecimentos na area ou sabe "0 qu realmente
qu na dependessem, de um form ou de outra, da descobert an
se passou". Nem ao menos tentaremos expor historieamente
t er io r d o
volvimento da especialidad do "fatores de libera,ao". Em
s eg un d l ug ar ,
a na li s d a c on st ru ,i i d o T R
fo efetuad ua medida de nossas possibilidades. Recolhemo lidade do artigo referentes
TR (ve adiant
disso,
tota
defini,ao desse
corpus), realizamos 15 entrevistas com aquele que desempenharam urn pape de destaque nessa empreitad
desen
tivemo acesso ao arqui-
Uma vez que urn de nossos interlocutores foi premiado com Nobel de medicina por conta dest epis6dio, dispoe-se de urn grande numero de textos redigidos por jornalis tas esse respeito. interessante compara-Ios com present estudo. Ver sobretudo Wade (1981) Donovan et al. (1980).
10
C O N ST R U C; A O D E UM FATO:
CAS
CONSTRUC;AO
(H
DO
ATO:
lO
(H
CASO
interessa-nos mostrar como urn fato brut pode ser sociologicamente
artigos ou 'uma das obras que apresenta
desconstruido. Essa abordagem hist6rica urn tanto especial nos permiti
estudantes terlio tornad conheciment do TRF pelo manuais.
ni- esperamo
enriquecer
tas
fundamentais
c o n t r a d i ~ e s
za
conhecimento do passado, evitando cer-
descobert mats important entre presente edh;ii as anteriores foi elucida9ii da estrutura do TRH. realizad praticamente ao mesm temp pelo pesquisadores associado ao laboratorios de Guillemin Schally (Williams. 1974, p. 784).
ausencia de simetria que caracteri-
um grand parte da hist6ria da ciencias (Bloor 1982).
Alguns dosfatores de liberar;lio
T R F ( H ) EM S E U S D I F E R E NT E S C O N T E X T O S
essencial
slio peptidios curt os, lorarn isolado
que
rng d o f a to r de
ueidos hipotaldrnieos lornecidospelos abatedouros.
n a p ar ti r d e urn conhecimento qualquer
identijiear;lioe
TRF(H)". Come9amos portanto, especifican
d o o s d iv er so s s en ti do s d a p a la v r T R F( H s eg un d o
. .] . Ele sli pro-
Fberar;lio da tirotropina (TRF) lo obtido partir de varias toneladas de
g ic o para nao cair em urn dos principais truques da analise hist6ri do que "realmente
de inibir;li do hipotcilarno que identijieado
duzidos apenas ern pequenas quantidades cere de
para evitar urn desvio de nosso objetivo sociol6
ca anteriorment citados
essa substancia. Se forero
r;QO,
c on te xt o e m
sintese de certo fatores de liberar;lioe de inibi-
realizadas nos laboratarios de R. Guillernin de A.
tituirarn urn progresso extraordinario para
(Lehninger. 1975.
utilizada.
p.
Sehally, cons-
endocrinologia bioquimica
810).
Quando definimos um rede com urn conjunto de posi90es na quais urn objet como rede particulares.
despeito do carMer "extraordimirio"
TRF adquire urn significado, fic evidente que
facticidad de urn o bj et o
r el at iv a p en a p ar a u m r ed e o u p ar a
maiori de seus leitores conhec apenas essa linhas sobr
faci avaliara extensa de umarede Bast indagar
quanto sa os qu conhecem Ternos certeza d e q ue , para
significad do term TRF(o TRH) maioria dos leitores ele n a q ue r dizer
grande coisa, quilYa absolutamente nada.
termo nao abreviado, fator
(hormonio) de libera9a da tirotropina (em ingles, Thyrotropin Releasing Factor- Hormone), fa co
que urn maior numero de pessoa aproxi
"essencial", as obra de
mai de mi paginas dedicam essadescoberta somente alguma linhas. TRH.
E, no entanto, para inumeros pesquisadores estudantes de cursos mais avanlYados,
TR
na
simplesmente uma substancia cuja estrutura
fo recentemente descoberta. Elapode serutilizada par se criare vo testes Quando se examina ticularidade espantosa
no
TRH el nlio apresent qualquer par
somente urn p6 branc comprado de umagrande
me- de ciencia. Urn gropo mais restrito sabe queele tern rela9lio co
firm de produtos quimicos ou fornecido, no laborat6rio, por urn cole
dominio da endocrinologia. Par alguns milhares de medicos, por exem
gao
plo,
TR estarelacionado
urn tipo de teste utilizado para confirmar
proveniencia das amostras de TRH
mencionada nos artigos, nas
rubrica intituladas "Agradecimentos ("Agradecemo ao doutor X,
as possivei disfun90e da hip6fise. Para outros milhare de endocrin6
gra9as ao qual pudemo dispor do TRH"), ou "Materiais
logos,
("
TRF est ligado
um disciplina em plena efervescencia. EIe
TRH fo comprado de... ") Ma
TR
metodos
tambem apresentad no
reconhecem no TRF um da familias de fatores recentement desco
artigos com fato bern estabelecido Lembra-s de ond vern
bertos.
io
to, embora cada vezmenos freqiientemente (ver Figur 3.1), citando-se
lido pelo menos algun dos 698 artigo pu
de mem6ria urn ou dois artigos dentre os oito que sa sempr os mes
possivel qu esse pesquisadore em atividade,
endocrin610gos tenha b li ca do s ( e
1 97 5 c o
qu
t er m T R n o t it ul o ( ve r F ig ur a 2 .2 ) S e
eles sa medicos, ha chances de que tenham lido pel meno urn dos
mos. Nesse contexto que0 "TRH regul
TRH
concei
aceito como urn fato: basta mencionar
libera9a de TSH pela hip6fise", qu "suaf6rmul
10
C O N S T RU C ; A o D E U M
quimicae Pyro-Glu-His-Pro-NH,",
ATO:
CASO DO T R F ( H
C O N S TR U C ; A o D E U M
ATO:
CASO DO T R
(H
10
qu pod ser encontrado nest ou
naquela firm de produtos quimicos. lss permit ao meno produzir artigo que tem com titulo "Pesquisa relativas il hipotermia induzid p el o T R e m r at os " o u transmembrana
efeito do TR
sintetico sobre
arias". Esses artigos tratarn de assuntos outros que naG do
potencial
q ue , n ol es , n a p as s d e
a9ao (ve capitul 4)
150
f at o d e
impura, permit aos pesquisadores eliminar uma das inurn eras
variavei desconhecida
ACEITA<;:Ao
c a r a c t e r i z a ~ a o
s im pl e i ns tr um en to .
utilizar em urn teste uma substancia bern caracterizada, em vez de uma f r a ~ a o
MEDIDADE
resistenciadas membranas das celulas adenoipofisi
Numero
Numero
de c i t a ~ 6 e s
de artigos
TRF tem, portan
to nesse artigos um fun9ao de instrumento no sentido de qu poupa um preocupa9a ao pesquisador, ou dito de outro modo poupa-Ih
100
100
urn fonte de ruido Para urn grupo ainda mais restrito composto no maximo por cerca de 20 individuos
um meia-duzi de laboratorios,
simples instrumento.
urn
teda uma subdisciplina. Para alguns dos indivi
duos qu integram noss estudo ol titu sua vidas profissionais,
tod um carreira
TR
cons 50
principaljustificativa do crMito de qu
desfrutarn da posi9a que conseguirarn conquistar. Oeste modo, t e s eg un d
TRF adquireurn significado extremamente diferen
r ed e p ar ti cu la r
N o c as u p re se nt e
i nd iv id uo s p ar a o s q ua i e l s e d ir ig e
g ra nd e c ha nc e d e q ue , c en tr an do -s e
estudo
sobre algunsindividuo do laboratorio, sejapossivel analisar TRFem t er mo s d a c ar re ir a p ro fi ss io na is . t ra ta ss e d e e st ud a
s er i
n a t ec ni ca , c as u
r ed e m ai s v as t d e p es so a q u
instrumento de analise. dev ocultar
TR
utiliza
como
afirma9aodo carater universal da ciencianao
fato de qu
TRF
uma"nova substiincia recentement
descoberta", no contexto de uma rede constituida pelo endocrinolo gos.
urna substiincia nao problematica para um mei restrito, consti
tuido por algumas centenas de novas pesquisadores. Fora dessas redes, TRFnaotem existenciapropria(ve capitulo 4) Nas maos de pessoa totalment extemas il area, fica9ao,
desprovido de qualque etiqueta de identi
TRFnao passa de urn "po branco banal". So podetomar-se
1970
1971
1972
1973
1974
1975
combinaylio de duas fantes de informaya.o. Sabre eixo das Figura 3.1.0 esquema ordenadas, esquerda, estA numero de citarrOes dos artigo finais sobre TRF publi cados por Schally (GJ) Guillemin (G. II). Fica bem claro que credito medido pelo numero de citayOes quase mesmo nos dois casos; tambe fica claro que os artigos foram cada vez menos citados medida que TRF(H) tomava-se um fato aceito. Sabre eixo da direita figuram numero de artigos cujo titul inclui TRF(H) (ve Figura 2.2) diferenrra das inclinarrOes das reta da direita da esquerda ilustr t r a n s f o r m a ~ rrao do fato.
CONSTRU<;AO D E U M
ATO:
CAS
(H
DO
TR quando coiocado na rede da quimic do peptidios, da qual
gimlrio. Mesma urn fato
ori
sentido quando separa
instituido
do de seu contexto. s i t u a ~ a o ainda complicad porque as rede diferem entre
si
no
e s p a ~ o
TRF citam-se un ao outros
Em 1970, TRH desloca-se de umaredea outra Entre 1962 artigos fora tratava
publicados por
um
grop de meno
exclusivament do isolament do TRH Depois de 1970,
a ~ a o .
c i t a ~ o e s
pais que aconteceu
grande virada.
isolamento do TRF fora
de
seus modo
de alguns artigo anteriores
as artigos que
i t a ~ o e s
i970, de
dizem respeito ao
citado 53 veze entr 1962
numer de c
1970
m u d a n ~ a
t r a n s i ~ a
de
um rede
1970 Entr
cresce at 870, ma 80% dela sa fevereir
outr pode tambem se vist pela
de autori dos artigos cujos titulos menciona
TRH Ante
de 1970, quas todos eram de neuroendocrin6iogos que tentava substancia ou estuda seus modo de
disso, os autores passaram
um
evidente
do oito artigo pubiicados entr janeiro de 1969
c i t a ~ o e s
de
na
entre as redes
interalYao
pela permanenci das
1975
1970,64
25 pessoa qu
de
TRH aparece em artigos assinados por
numero bern m ai o d e autores.
1970
a ~ a o
isoiar
(ver capitulo 2) Depoi
vir de diversas areas afins.
numero daqueles q u n a pertenciam
AleID
disso,
area da endocrinologia era su
perior ao qu dela faziam parte Esse tres fatore (numer de artigos publicados, modelos das c qu osatore dividem-se dela.
As
i t a ~ o e s
especialidade dos autores) indica
duas comunidades: os da areae os de fora
licitosupor que os oito artigos freqUentement citados fornecem
chaveparaque secompreenda como fo
do que seentende
e v o l u ~ a
porTRH entre aqueles par os quais ei na passa
de
uma pura tecnica.
Os mimero citados sao provenientes de tres fontes: usamos inicialmente as Iistas de publical;oes dos dois principai grupos que trabalham com t e m a ~ em seguida. anota mos toda as referencias esses artigos; finalmente, comparamos esse corpus Index Medicus Permuterm (SCI), para verificar se estava completo. Todas as referencias esse artigos foram retiradas d o SCI ou de outros artigo do corpus.
CASO DO TR
ATO:
(H
10
quest5es cemrais abordadasnest capitulosao sabercomoe por qu
essa
ocorreu.
t r a n s i ~ a o
qu se emend por TRF varia no pr6prio interior da red forma da por aqueie que el dedicam suaexistencia No primeir trecho um
pel qua os diferentes artigos sobr
de
CONSTRUc;:Ao DE UM
do manuais acima citados lia-se qu
"praticamente ao mesmo tempo pelo pesquisadores associados aos borat6rios de
Guillemin
R.
constata qu
segunda
A. V. c i t a ~ a o
de
descobert fora reaiizada la-
Schally". Mais surpreendente ainda fa referencia ao TRF. enquanto
primeir trata do TRH. N6s mesmos acabamos menle as duas abreviaturas Na verdade, essa
de
usar indiferenciada
f o r m u l a ~ o e s
correspondem
dirctamente aquela utilizada respectivamente pela equipes de Guillemin
de
Schally. Ficou clar que se tratavana reaiidad
de
dois
nomes diferentes para designar
mesma coisa, depois que os membros
do laborat6rio nos disseram que
"0
lugares, como "TRH". sem razoes cado como
TRF" fora denominado, em outros
mais disseram que
outrogrupo arrogava-se
direito de descobert da substanci que havia um
hormonio (H), quando de fato er
duas equipes nao
que
g r a ~ a s
as
identifi
fato (F).'
descoberta havia sido simultanea.
Cad qua pretendia ter side primeira, acusando do os creditos
um
outra de te recebi
deliberadas ambigtiidade do relatorios de
pesquisa. diferenl;a entre essas duas expressoes reflete, alem do mais, uma diferenl;a de paradigma. utilizal;ao do termo hormonio significa q u n a se trat de um nova classe de substiincia. Os trabalhos sobre os "hormonios" correspondem perfeitamente, na verdade, ao quadr da endocrinologia Chlssica. Ao contrario, chamar uma substiin cia de "fator permite integra-Ia e m u m o ut r serie de termos (neurotransmissor, por exemplo), ou em uma nova classe como tal (ciberninas, por exemplo). Ver, em particu lar, Guillemin, 1976. Ha varios relat6rios sobre esta controversia (Wade, 1981), alguns dele assinados pelos proprios contendore (Donovan et al., 1980). tema fo tratado ad nauseam tanto nas publical;oes da endocrinologia quanta na grande imprensa. Os a r t i g o ~ centraram-se sobre urn tipo de fato social evidente, m a q u n a diz respeit direta mente aos nossos focos de interesse. Nossa i n t e n ~ a o aqui analisar propria natureza do TRF. Nao temos como finalidade examinar controversia sobre cronologia da descoberta. Por motivos praticos, iremos nos aproxima mais do ponto de vista do gru po californiano.
11
ATO:.
CONSTRU<;:AO D E U M
CASO DO TR
Apesar da controversi entr os proprietarios do TR
os membros de uma rede mai ampla
naD
tomaram uma
CONSTRU<;:AO D E U M
(H)
ou do TRF,
em
p o s i ~ a o
massaa favo de um ou de outra da versoes. Emtermos de cita9ao,
i9
ATO:
CASO DO TR
(H)
se fe pormei da publica9ao em 1969 de oito artigos conside
rados definitivos, pel resolu9a do problem centra da pesquisa. Do mesm modo quas todos os artigo escrito pelo qu estavaru no n
credit divide-se de maneir igualitaria entre as dua equipes, em parte
terior da are ante
p or qu e
a rt ig o p ub li ca do s m ai s o u m en o e m 1 96 2 N a r ef er en ci a
1969fazem referenciaa umpequen numero de
tinhar qualque vontad de tomar partido na controversia, em part
e ss e artigos encontram-se freqlientement expressoes como "primeiro", "re
porque delanem haviamtornado conhecimento (Figura3.1), ou ainda,
centementedemonstrado", "resultados acumulados etc.
porque estava
conseguinte, que os desenvolvimentos realizados em 1962 tenharu tido
p es so a q u n a p er te nc e
n en hu m d o d oi s g ru po s n a
mai interessados no TRF(H) com instrumento do que
com objeto de contesta9ao. Mas
simple fat de sugeri que
credi
to da descoberta deveri ser equitativaruent dividido entre as duas equi pes teve, com efeito po mai lenha na fogueira. Ur membro da equi pe de Schally, por exemplo, laruentavaque se "a pretensao de arrogar-se
metade do credito, quando na verdad
eles haviam chegad mais tarde".
rn membro do grupo de Guillemi
teci comentarios similares dizendo que s ob r
m et ad e
merece-Io.
grup de Guillemintives
outrogrupo tinha pretensoes
c re di to , q ua nd o n a r ea li da d n a h av i f ei t
po
diminui9ii gradua do niuner de cita90es indica qu
questa desaber que
havia feit
ria ser citado, perdera aos
POllCO
como efeito concentrar as dire90es da futura pesquisa de um form simila
aDOS
um
dos grupos convidavaru-nos prudentemente
ISOLA MENTO
DE UM
principio regulador da secre9ao de TSH Em urn gropo mais restrito de artigos fincaram os
trecho seguire tipicodas referencias
do principi estabelecido ante de 1962
enunci
problem dai re
sultante: Apesar das informar;oes acumuladas (nove citat;iies
dancia quase universal sabre urn
f at o
qu
da
concor
cerebra deve desempenhar
papel importante na regular;a da s e c r e ~ i i o da tirotropina
nature-
za e xt e s ii o d es s pape/ ainda nao foram estabelecidas (TSH) (Bogdanove, 1962, p. 622).
urn
comparar as datas de pu
prioridade.
G ~ N E s E
urn
marcos de urn novo problema.
por efei
blica9aoe de apresenta9ao dosartigos, de modoa estabelecer"correta
"definitivamente"
existencia de
provar
mais tarde, uma certa amargura. Quando respon duvidativera
pont de
dad grupo de artigos. Depoisde 1962 ur cert numero
seu lugar, as referencias
interess aos allios da comunidade
conflit apenas adormecido), os membros de cad
um
deles deixou de ser citado exatament aquele que tinham por objetivo
descoberta, e, portanto, quem deve
diar as nossas questoes sociologicas (qu se to reaviva
da transi9a realizad em 1969 No dois casos,
partid:,foi
em seu conjunto Mas os qu faziar part da duas equipes ainda ex
pressavam, sete
possivel, por
Nenhum dos nov autore citado no trecho acima vei da nov especialidade. Ante qu se produzisse
tomar parte
primeir transi9ao, as
pesquisas versavam sobre wna substancia cuja existencia era universal mente postulada ma cuj estrutura era desconhecida. Depois da segunda transilYao,
sUBDlsCIPLlNA:
pel
C A R A CT E R IZ A C ;: A O D O T R F ( H )
f ma l d e 1 96 9
externo, mais importante, que se constituiu partir daquela data.
da
substancia era universalment aceita, mas se pa os
trabalho de pesquis do periodo pre-I962 estavar centradossobre " c ~ n
Distinguimos at agora urn gropo de investigadores que estavam no interior de ur domini de pesquisa at
natureza
sua relevancia fisiologica tomararu-s problemftticos. Em suma
g ru p
tran-
trole pelocerebro da secre9ao de TSH".
objetivo das pesquisas realiza
das antes do fina de 1969pode ser igualment resumid no esclarecimen
to da formul pelaqual "TRF(H)
Pyro-Glu-His-Pro-NH,".
11
do
CONSTRU<;:A CONSTRU<;:A DE UM
ATO:
(H
CASO DO
claro claro que se pod tentar tentar recuar recuar no tempo tempo par determ determina ina quan quan porque se emit emitiu iu prim primei eiro ro enun enunci ciad ad sobr sobr cont contro role le do TS
CONSTRU<;:A CONSTRU<;:A DE UM FATO:
paradigma
numero de fatos c;ao de urn grande numero fatos se
nao
1967 1968
nesses nesses artigos. artigos. Medicus
fichario fichario fo duplamente duplamente verificado, verificado, comparadoao Index
ao Scienc Citation Citation Inde (SCI) Permuterm. Em seguida
Scha Schall ll de inic inic as pesq pesqui uisa sa sobr sobr TRF( TRF(H) H) em 19 3. grupo grupo de Guil Guille lemi mi mante manteve ve sua prese presen9a n9a nesse nesse campo campo de period period 1962-1 1962-1969 969 Encont Encontram ram-s -s outros outros arti arti
go redigi redigidos dos por difer diferent entes es autore autores, s, ma eles eles na fora fora
integr integrado ado
as
redes redes de cita9 cita90es(querdize 0es(querdizer, r, eles eles citava citava outro outro arti artigo gos, s, ma nao eram eram citado citados) s) Exclui Excluimos mos do corpus os arti artigo go cent centra rado do sobr sobr a9ao a9ao do TRF( TRF(H) H)
na sobre sobre
modo modo de
se desenv desenvol olvim viment ento. o.
Figura Figura 3.2 repres represent ent de maneir maneir esque esquemi milt ltic ic subdis subdiscip cipli lina na TRF(H) TRF(H) entre entre 1962 1962
'"
19S9
foi Q.
..
respecti respectivame vamente nte por Schibuza Schibuzawa, wa, no Japao, Japao, por Schreib Schreiber, er, na Hungri Hungria, a, abandonar abandonaram am as pesquisas por raz5es que iremos esclarecer adiante.
pesqui pesquisa sa durant durant tod
.. '.
TRF(H) TRF(H) da cita cita90e 90e contid contidas as
enriqu enriqueci ecido, do, depois depois dessa dessa verif verifica ica9ao 9ao pelos pelos arti artigos gos crit critico icos. s. Ao todo, todo, quatro quatro equipestrabalha equipestrabalharamno ramno isolam isolament ent do TRF. TRF. Dua delas, delas, dirigi dirigidas das
equi equipe pe Soment Soment
~ ~ - -
1966
quetratam quetratam exclu exclu
pesqui pesquisa sa sobr sobr
'.
1965
aceit aceita a
sivam sivament ent do isol isolame amento nto do TRF(H) TRF(H) fora fora agrupa agrupados dos u r fichario const construi ruido do partirdas partirdas list listas as de artigo artigo produz produzido ido pelos pelos doi labora laborat6 t6 rios rios que realiz realizara ara
..
artigos
1964
que fossem examinadas as suas
196
.. '"
construvoes.
Todo Todo os arti artigospubli gospublicad cados os entre entre 196
novos
150
proces processo so
de constrw; constrw;ao ao dos fatos, cumpTe examinar urn episodio particular,
estud estud do period periodos os mals mals long longos os impori impori
importayoes
".
quisa quisador dores es que ingre ingress ssar aram am na are partir partir de 1962 1962 pudera pudera confia confia nasduas grand grandes es linh linhas as dadas dadas por Bogdano Bogdanove ve (1962) (1962) com base base sufici sufici
11
MEDIDA MEDIDA DO CRESCIME CRESCIMENTO NTO
50
pesqui pesquisas sas seguin seguintes tes sobre sobre TRF(H) TRF(H) chegar chegaram am fato fato totalm totalment ent fun dado dado no cara carate te na prob proble lema mati tico co enun enunci ciad ad prec preced eden ente te Os pes pes
longos periodos.
(H
..-
pelo pelo cereb cerebro ro Ma este este seri seri urn procedime procedimento nto inut inuti! i! is so por duas duas razo razoes es em prim primei eiro ro luga luga come come90 90 cons consid ider erar ar part partir ir de 1962 1962 ue enun enunci ciad ad rela relati tivo vo ao TS er urn fato fato na prob proble lema mati tico co As
ent de info inform rma9 a90e 0es. s. Em segun segundo do luga lugar, r, par compre compreend ender er
CASO DO TR
196 (inc (inclu lusi sive) ve)
cresci crescimen mento to da eixo vertical vertical
..exportayoes Figura 3.2. Representa?ao e s q ~ e m a t i c a do crescimento da especialidade TRF. Cada representa urn artl.go; artl.go; elxo horizontal representa ntimero acumulado de artiartigos cl.tados por esses artlgos; na ordenada, esta eixo tempo. limite superior (canto fina da controversia sobre existencia do TRF' s . u p . e n ~ r e s ~ u e r d o ) corresponde ao fina I.!mlte m f e n o ~ (canto i n f e ~ i o r direito) direito) corresponde corresponde ao final da controversia Sabre TRF. numero de artlgos, distanci distanci de cada urn deles com relac;:ao ao precedente precedente urna v e em tempo em nurnero de rnateriais citados fomecern urn rnateriais novos citados model? geraJ d i f e ~ e ~ s p e t a c u l ~ e n t e de urna area para outra. forma forma gera gera da c u ~ a ilustra Importancla Importancla dos artlgos importad importados os (ver Figura Figura 3.4) 3.4) das cital;Oes prode outras outras areas. areas. Nessa representa/fao, cada artigo esta Iigado todos os artigos que v e m ~ n t e ele CI.ta tral;ado aqui que ele citado. mapa geral impassivel de ser tral;ado t o d o ~ area de todas as o p e r ~ e s que nel se efetu permlte dar uma ldela aproximada da area efetuam. am. p o n ~
11
C O NS NS T TR R U <; <; : A
representa
tempo tempo
D E UM
eixo horizontal, horizontal,
ATO:
(H
CASO DO
numero numero acumula acumulado do de artigos artigos
cita citados dos pelos pelos arti artigos gos qu trat tratam am do TRF( TRF(H) H) Assi Assim, m, cad arti artigo go publi publi cado cado
assi assina nala lado do no diag diagra rama ma em f
(b do nume numero ro de
c i t a ~ 5 e s
d a d at at a d e
u n ~ a o
p u b l i c a ~ a o
nova nova que rece recebe beu, u, alem alem da qu ja recebera
em artigos anteriores. Para uma especialidade cujos artigos anteriores. Para artigos alimenta alimentamm-
se continuamente na mesma fonte, fonte, esperav esperava-se a-se obter uma curv curv mai vertic vertical. al. Doi
t r a ~ o s
TRF(H aparece aparece ceber
caracte caracterist risticos icos do cresci crescimen mento to da especia especialida lidade de
nesta nesta curva. curva.
aume aumento nto da taxa taxa
mento:
Em urn
primei primeiro ro moment momento, o, pode-se pode-se per
publica,5es
de
ano
1969.
artigos que faziam fartas referencias
as
seguida seguida foram foram publicados publicados font fontes es rece recent ntes es Esses Esses ponto pontos, s,
representados na curva por reeuos para
esquerda (e indi indicad cados os por
setas, setas, no esquema esquema correspo correspondem ndem aosanos Como iremos iremos ver adiante,
dua fase fase de desenvol desenvolvi vi
em
de
1962, 1962, 1965, 1965, 1966 1966
forma da cueva corresponde
as
1968 1968
recordayoes
interlocut cutore ores, s, evocadas evocadas durante as entrevistas que realiza de nossos interlo mos.
brusco brusco aumento aumento das fontes, por exemplo, exemplo, novamen novamente te citada citada em
1966, 1966, corres corresponde ponde
entrad entrad da equip equip
de
Scha Schall ll na area area Es
mo
menta contrasta contrasta com as seyoes quase verticais da curva, curva, que corresponde
peri periodo odo qu as pess pessoa oa entre entrevis vista tadas das quali qualifi fica ca
pressa pressa
com
de
de
CONSTRU<; CONSTRU<;:AO :AO DE UM
d e t e r m i n a ~ a o
g r a ~ a s
ATO:
da
Desse Desse modo modo para
11
(H
do aminoa aminoacid cidos os
c o m p o s i ~ a
a s d e varios hormo hormonio nio (como (como
D O TR
CAS
insu insuli lina na
das seqUenci
ocitoc ocitocina ina
vasopr vasopress essina ina). ).
prev previs isao ao de que se pode poderi ri desc descob obri ri uma seqUencia
T RF RF (H (H ) n a c h g av av a
objetivo objetivo exigiu exigiu tomada tomada e nd nd e p o q u
de
e r u m n ov ov id id ad ad e M a
b us us c d es es s
decis5e decis5e difice dificeis is arrisc arriscada adas. s. Paracompre
programa
de
pesquis pesquisas as do TRF(H) TRF(H) fundame fundamentou ntou-se -se
sobre sobre deci decis5e s5e de futu futuro ro ince incert rt acontecimentos passado tantes de acontecimentos
na sobre sobre decis decis5es 5es logi logica cas, s, resu resul l precise examinar
-,
que teri teri
acontecid acontecid caso outros caminhos fossem fossem seguidos. seguidos. Em prim primei eiro ro luga lugar, r, obser observava-se se que na fora fora desc descobe obert rt qualqu qualquer er outr outr fato fato hipo hipota talf lfun unic ic desd desd 1962 1962
anal analog ogia ia om os honn5n honn5nio io
efetivamente descobertos nao passa d e u m m er analog ogia ia como como fica fica er a anal indic indicad ad pel propr proprio io us do tenno fato fato (Har (Harri ris, s, 1972 1972). ). Embor Embor quisa quisa sobre sobre os fato fatore re hipot hipotal alam amic icos, os, progressos tangiveis, De acor acordo do co epoca,
em urn
pes pes
fisiol fisiologi ogia, a, tenha tenha conheci conhecido do
mesmo nao acontec aconteceu eu com pesquisa pesquisa qufmica.
testemunhas estava-se imerso, nessa maior maior parte parte das testemunhas numero numero consider considerave ave de a
Varios Varios artigo artigo publicado publicado
nao produtivos.
em
nO
f i r m a ~ 5 e s
period period faze faze
jovem campo campo da fisiol fisiologi ogi
ec
nao fundamentadas. fundamentadas. essa essa
f r u s t r a ~ a o :
hip6fise se hipotald hipotaldmica mica je esta da hip6fi
;uncado de hip6tesesmortas de outra agonizante agonizantes. s. Provavelmenteestou Provavelmenteestou UM
aumentando
nume numero ro das viti vitimas mas ao aprese apresenta nta um nov proposi proposifaO faO premalur (Bogdanove, (Bogdanove, 1962, p. 626) 626)
E S C O L H A DE E S T R A T E G I A S
evidente que ha inconvenientes quando se permanece no ambito da anal analis is da publica,5 publica,5es es ou da
c i t a ~ 5 e s
par descrev descrever er
e v o l u ~ a o
isso leva leva muito apressadamente apressadamente urn dominio. Em particular, isso
de
eoneluir eoneluir
qu os limi limite te de um are de pesqu pesquis is sa objet objetiva ivamen mente te indepe independe nden n
quese estran estranha ha quandoseJala quandoseJala dassubstdnci dassubstdncias as hipotal hipotaldmi dmicas cas que nunca nunca no me conhecimen conhecimento to
naosernasdemonst naosernasdemonstrafo rafoes es do mons mons
tro do lag Ness Ness ou do Abominave Abominave Home Home
das Neve
existe existenc ncia ia de
-,
objetoshipoteticosJoi objetoshipoteticosJoi indicada indicada po tao grandenumer de provas indire indire
las (Greep (Greep 1963, p. 511) 511)
te daqu daquel eles es qu dela dela part partic icip ipam am Para Para evit evitar ar esse esse obst obstac acul ulo, o, irem iremos os reeorrer
i n f o r r n a ~ o e s
complementares. Vamo mostr mostrar ar qu
deria ter se desenvolvido desenvolvido em
d i r e ~ a o
area po
totalmente totalmente diferente. diferente.
M ai ai s o u m en en o e m 1 96 96 2 d es es co co br br iu iu -s -s e
urn
c er er t
n um um er er o d e
1980). honnonios honnonios quenao TRF(H) TRF(H) (Meite (Meite et al., 1975 1975 Donovan Donovan et al., 1980).
Depoi Depoi da Segund Segund Guerr Guerra, a,
endocr endocrino inolog logia ia passou passou por uma m
u d a n ~ a
Urn
fannacolog fannacolog de destaqu destaqu teceu teceu
mesmo mesmo tipo de comentario:
As unie unieas as eois eoisas as em que aere aeredi dito to ness ness (Gui (Guill ller erni nin, n, 1975 1975). ). Po volt volt de 1962 1962
as
s i t u a ~ a o
as retrayoes"
pesquisa pesquisa sobr
fato postulado postulado (0 CRF, CRF, ve capi capitu tulo lo 2) esta estava va de anos anos atra atras, s,
re sa
primeiro
no mesm mesm esta estado do
ainda ainda iri prolongarprolongar-se se por mai
15
anos anos
de
11
CASO DO TR
C O NS NS T RU RU C ;;:: A O D E U M F AT AT O
(H
existe existenci nci de varios varios fatore fatores, s, uma vezpostulada vezpostulada nao fo confirm confirmada ada an te
1976 1976
conv conviv ivia ia-s -s co
urnaprofu urnaprofusa sa de arte artefa fato to (capi (capitu tulo lo 4)
Virtualm Virtualmente ente qualquerefeito minimamenteconsistente minimamenteconsistente recebia urn nome, algum algumas as etapas etapas prelimi preliminare nare da purifi purifical cal'ao 'ao partirda partirda salada salada formada formada pedal'os os de cerebro cerebro era por pedal'
sufiei sufieient entes es parajustific parajustificara ara redal'a redal'a de urn
artigo. artigo. Muitas vezes considera considerava-se va-se que
efeito era coerente
bastante
artigo sabr alguns alguns aspectos do com para merecer que se escrevesse urn artigo portame portamento nto do ratos, ratos, E m s eg eg un un d TRF levou levou
nive nive do caleio caleio ou
ug r,
d ec ec iiss a d e
termor termorreg regula ulal'a l'ao. o.
C O NS NS T RU RU C ;;:: A O D E U M
esse esse fato fatore re eram eram pept peptid idio ios. s. Embor Embor na epoca epoca
idei idei
qu
qu
cerebr cerebr
CASO DO TR
(H
11
conhecimento de quimica. Viam-na como ancilla ancilla physiologicae. physiologicae. Em bora Harri Harri
McCann McCann tenham tenham aceitad aceitad presta prestar-se r-se ao trabal trabalho ho de isolar isolar
substanc substancias, ias, eles nunea admitiram ver servi servi ao fins fins da
fisiologia relegad relegad ao papel de
prat pratic icas as do quim quimic icos os (Har (Harri ris, s, 1972 1972). ). Ur do argu argu
mentos mentos que levant levantara ara
era qu nao gostav gostavam am nem da obriga obrigal'o l'oes es liga liga
prati pratica ca do ensi ensino no ne
da extrem extrem monot monoton onia ia do trab trabal alho ho coti coti
diana em quimica.
e mb mb ar ar ca ca r n a p es es qu qu is is a s ob ob r
postul postulal' al'ao ao da existe existenci nci de novos novos fatore fatore discre discretos tos
ATO:
Nao se pode edEr edEr aos estud estudant antes es que leve leve cortar cere bros. Ii
preciso dar
tod
se
tempo tempo
e/es coisas interessan interessantes tes parajazer. Nao
passive!conjind passive!conjind-losa -losa tare/as tare/as rotinei rotineiras ras que niio niio tertia tertia resulta resultados dos tan
regulava regulava hip6fise hip6fise fosse fosse ur pre-requisi pre-requisito to para ser neuroend neuroendocri ocrin610 n610go, go,
g iv iv ei ei s a nt nt e
regulay layao ao devia-s devia-s tambern era possivel afirmar qu essa regu
para preparar seus seus dout doutor orad ados os se esper esperam am ler ocas ocasii iiio io de escre escreveral veral
como conhecidos, como
ocit ocitoc ocin in
vaso vasopr pres essi sina na
fatores
revi revist st Science, por
exemplo, exemplo, recusou, recusou, ja em 1969, urn artigo artigo de Guille Guillemi min, n, pretex pretextan tando: do:
"sabe-se que
vasopres vasopressina sina libera
TSH in vitro
in vivo". Outro
pesqui pesquisad sador, or, McCann McCann nao estava estava intere interessa ssado do no TRF, TRF, por ele conside conside rad
rnpuroartef rnpuroartefat ato;julga o;julgava va qu
efei efeitodo todo TR na podia podia serexpli serexpli
cado cado por meio meio de um subst substan anci ci conbe conbeci cida da (Dono (Donova va P ar ar a q u
ef al., 1980).
TR fo oss s c on on si si de de ra ra d urn novo novo fato fator, r, era preci preciso so have have
uma hip6tese hip6tese complement complementar, ar, ist e, e r p re re ci ci s p ro ro va va r q u
f at at o e r
guns artigos, artigos,
dupl duplo: o: er neces necessa sari ri um subst substane aneia ia nova nova ma
post postul ulad ad era
quim quimic ic do obje objeto to
devia devia permanec permanecer er sendo sendo classi classica, ca, devia devia ser importa importada da de campos campos exter exter
Ii
preciso preciso que
ponive poniveis is em quanti quantidad dades es infi infima ma (milh (milhare are de veze veze menore menore do que os hormon hormonios ios identi identific ficado ado por Du Vigne Vigneaud aud). ).
substancias, ja bastant bastant estabel estabelecid ecid pelos pelos trabal trabalhos hos de Du Vignea Vigneaud ud
vasopr vasopress essina ina
ocitoc ocitocina ina nao se ajustava
formayao em fisio
logi dos neuroend neuroendocri ocrin610 n610gos. gos. Harris, Harris, Scharrer, Scharrer, McCann Guillemi Guillemin, n, por exemplo, eram mestres na arte de realiz realizar ar biotestes biotestes sofisticados, sofisticados, de cultiv cultivar ar celula celula
de preparar preparar cortes cortes anatom anatomico icos, s, ma quase quase nao tinba tinba
qu Schal Schally ly
As pessoas tornaram-se desconfiadas [. .j Estavam Estavam habituadascom habituadascom peptidiosde peptidiosde alto rendim rendiment ento, o, com as Qutr Qutros os (ocito (ocitocin cina), a), [..j dia
compreen compreender der po que na chega chegavam vamos os
ess estr estrutu utura ra
n a po-
.j Nao
era muit gentilda parte delas, delas, eraprecisoque criassemosuma criassemosuma tecnologia tecnologia od a a s p er er ;a ;a s [ para t od
sabre
tratam tratament ent de
exprime da seguinte maneira:
lhoe
cara caract cter eriz izar ar as
coleta coleta
milhoes milhoes de hipotala hipotalamos mos represent representou ou umatarefa colossal colossal
nos, nos, depo depois is de ter sofri sofrido do as modi modifi fica cal' l'oe oe apro apropr pria iada das. s. Volt Voltar arem emos os
estrategia para se isol isolar ar
seja interessante (McCann, (McCann, 1976).
pesas consideravei consideraveis, s, porque, porque, embora existam existam os peptidios s6 estao dis dis
questao questao mai adiante. adiante. Em tercei terceiro ro luga lugar, r,
iSSG
urn laboratorio
decisa decisa de buscara buscara estrut estrutura ura do TRF(H) TRF(H) tambem tambem envol envolveu veu des des
urn
conb conbec ecid idas as no campo campo do fato fatore re de libe libera ral' l'ao ao Assi Assim, m,
c in in c a u s et et s n os os . Se ele reco recorr rrem em
. .] .] ,
.j
hipotti hipottilam lamos os [..j
in ue
a nt nt e d e n o t ev ev e q u ! id id a c o
fatorfator-cha chave ve na
dinheiro,
mi
vonta vontade de
obst obstin inar ar;ao ;ao brutal brutal de dedicar dedicar 60 horas po semana, semana, durante durante um
ano, para se ohter um milhao defragmentos (Schal (Schally, ly, /976).
Pode-se Pode-se fazer fazer uma ideia ideia da resiste resistenei nei comp compara ara
ess programa programa quando quando se
estr estrat ateg egia ia adota adotada da por Guil Guille lemi mi com
de Harr Harris is urn dos
fund fundad ador ores es da disc discip ipli lina na Mesm Mesm depo depois is de te alic alicia iado do rn quim quimic ic cuja (mica (mica funl'a funl'a era isola urn outro outro fato fator, r,
LRF, LRF, teste teste que Harrisfez Harrisfez
CONSTRUC;:AO D E U M FATO:
18
era leoto
malconcebido, impedia
frayoe superior
quimico de filtrar urn numero de
cinco ou ait por meso Se tivesse deixad
quimico
trabalharem se pr6pri rilmo teri obtidofra,aes em quantidade bem aiores do ue
habita, no entanto,
qu
fisi61ogo teria conseguido tratar. Como de
quimico teve que se curvar,
teste que ele considerava mais interessante. seu ex-colegas disse
fisi6logo manteve evidente, como urn de
respeito de Harris:
El queri quese isolasse [...]. ma el proprio niio pas
miio na
..
isso. chegamos ate esse to .. el na podia adivinharque eraprecis ce vezes mais (Fawcett 1976). .. }.
CAS
ATO:
(H
DO
ca Mesmoque na se tivesse decidido pesquisar estrutura do TRF(H), subdisciplina dos fatore de liberayao teria surgido.
teria
c la r q u s e
usado quantidades minimas de extratos bruto ou parcialmente
purificados, ma teria sid possivel estudar, quando na resolver todos os problema da fisiologia Cumpre na esquecer que, ante de 1969 nada indicava que as estrategias adotadas por Guillemi se
se mostra corretas. Na verdade, tud
la data leva
massa p a r i s ol a r esses fatore [. .j, porqu era fundamental um neuroanatomista Convencimandar busca hipotalamos nos Es tado Unidos
CONSTRU<;AO D E U M
(H
CASO
mula
Schall fos
qu se passouantes daque
decisao de refor-
crer que era urn erro, em 1962, tomar
disciplina Do mesm modo pensava-se qu Guillemi teri
agico melhor aguardand que se fizesse urn progresso ootavel na amilise dos peptfdios,
qu teria permitido resolve
problema do TR
usando-se quantidades da ordem do picograma comum cust bastante inferior (Arimura 1976).
estrategi de Schall era completament diferente: ELiMINA<;:AO D O S C O N CO R R EN T E
Na me interess pelafisiologia [...j Quer ajudar os medicos, os cUnicos [. .. }.
unicaforma
extrair esse compostos isola-los efor-
necer enorme quantidades deles para os medicos co
vitamina C.
[...].
agora no temo toneladas. por ess motiv qu escolh
lh era boa
unic
.J, como acontece
precisoque alguem tenh coragem parafazer isso
como lutar contra Hitler.'
extrat;iio Niio fOi por opt;iio.
precisoataca-lo. Niio havia escolha.
esco
serfeit (Schally 1976).
decisa de redefinir
subdisciplin TRF unicament em termos
de determina,ao da estrutura da substanciareformulo completament pratica profissional da subdisciplina, embora ela se situasse num Iinha direta do conceitos centrais da endocrinologi em seu conjunto. decisa qu Guillemi tomo
exatamente porqu su estrategia era
coerent com rela,ao ao objetivo da endocrinologi
na chego
constituir uma revolw;ao intelectual. Como estrategia de Guillemin levou-o ao sucesso, ficamos tentado
p en sa r q u
d e i sa o q u e l
decisa de reformular
PO
MEIO DE N O V O S t N V E S T t M E N T O S
o mo u e r
campo na decorria
( m c a c or re t
Ma
um necessidade 16gi-
Para Schally provavelmente nao d o re s ( Gu il le mi n
S ch al Iy ) q u
por acaso qu os dois pesquisa
o us ar a m e n tr eg a r- s e
reformular campo sao imigranles.
do pape qu teve su iniciativatomada rica Ei
observa,aes qu tece Ele
instituit;ao
estava dado [. .]
..
t a re f a d e
testemunho de Schallye revelador partir de um posi,ao perife
respeito
McCann
nunc teve qu fazer nada [. }, tudo lhe barco nunc ouso investirno ..
claro qu eleperde
que era preciso:fort;a bruta Guillemin
eu somos imigrantes, obscuro
doutorzinhos, precisamos luta para chega ao topo: eo qu aprecio em Guillemin nospelo menos lutamos [aponta para as distinr;oes recebi das, emolduradas penduradas na parede} tivemo mais distinr;oe do que os outros (SchaUy, 1976).
caso ilustra bastante bem das especialidades.
que ja sesabea respeit daforma,a
enormidad da tarefa de pesquisaatra sobretudo
aqueles q u n a estavam ern posi9aO de se satisfazer com
fisiologia
12
sob 'Yao
C O N ST R U <; A O D E U M
forma existente
ATO:
(H
CASQ DO
que nao estavam preparados para uma revolu
conceitual. Eles ocupavam urn nicho que as levou romper c o
metodos existentes, por meio de notono, caro
repetitivo
urn
trabalho considen\vel irduo, mo
tipo de nich do qual todo mund procura natureza da decisao ex
pequen mimero daqueles qu se lan,aram nessa dire,ao. Ex
plicam tambem depois de tere
destin de pesquisadores qu abandonaram dado algumas contribui,5e iniciais
Urn
por exemplo fala da "falsa via" seguida por Schibuzawa
ser
entrara em campo redefinira subdisciplina por
qualquer pre,o, estava pront
energia de rola compressor. Schibuzawa contentara-se em avan9a
deiranente da fisiologia cIassica Era
quese poderia ehamar
os que conheciam TRF
"cieneia normal
mesmas escolbas qu Guillemin. composi,ao
.] Assim, todos
camp podiam emitir dedu<;oes sobre
qu era
..}, sua conclusoes estavam corretas, masfora
ano para provd-las
necessarios dez . .] . At hoje mioacredit qu tenham alguma vez
visto aquilo de que/alavam. Eles Schibuzawa
TRF diss mesm qu apresento
estrutura
consagra il obten,a da solu,a um
Schreiber. esereveram
um grande quantidade de artigo qu /orneciam as eomposi<;f5es dos aminodcidos. Agor nao hti mats suposi<;ao logiea Na ht qualquer mei de se postula
eomposi<;iio em amtnoaeidos de uma substaneta
deseonhecida (Guillemin 1975).
problem do TR em dois anos se trabalho suscitou va
ria quest5es.
artigos de sua autori fora
criticados palavr por
palavra, ejulgou-se impossivel por em evidenci
atividade dessas fra
,5es em outros laboratorios Segundo um testemunba, el na Ihe
porque mais algue
questoes relativas ao a t d e se isola substancias, mas sem sair verda
Schreiber:
deurnaminoacido par se peptidio. Ma long de seraclamad porter
quando
um prova.
Se as afirmavoes de Schibuzawa eram inaceitaveis, issa acontecia
parti dos conhecimentos acumulados Introduziu alguns retoque nas
nii foram eonfirmadas (Bogdanove, 1963, p. 623)
resolvido
defini,ao do qu
adical po qu passou ness meio tempo.
tema
ram-no TRF (Jator de libera<;ao da tirotropina ejulgaram qu se trata va de um substaneia neuro-humoral. Ate presente, suas deseoberta
Parec que Schibuzawa fe
m u d a n ~ a
12
(H
dos criticos,
Schibuzawa seus co/ega estudara urn polipeptidio qu podi extraidodo hipotalamo do lobulopituitdrioposterior . .] . Chama
Afirmo ter isolado
casso, ma da
C A S O DO
meio de uma nova serie de regras, e, disposto descobrir
se livrar. enormidad do trabalh de pesquis plicam
as
C O NS T RU C ;: A O D E U M FATO:
pedira
Nos termos descritos
par repeti nO
experienci
em
fugi
outro laboratorio.
capitulo 2, realizaram-s sobre os artigos de
Schibuzawa opera,5e,s de dtivid
deprecia,ao. Depois de 1962
Em outro termos, na havia qualquer atalho qu ligass
que ja
era reconhecido elucidac;ao da sequencia. Como Guillemin estava fir
memente resolvid
identifica
seqUenci do TRF,
com na hesi
tou em operarurn reformula,a tota da disciplina centrada ness ob jetivo crucial, surgira
novos criterio de confiabilidade. Assim, os
dados, as testes, os metodos, os enunciado que havia
side aceitos de
Schibuzawanao publicoumais qualquer artigo novo, foi-Ihe recusad
acordo com outras perspectivas, agor nao tinham mai cabimento.
merito pela resolu,ao do problema do TR
su substanciafoi cons i-
trabalbos de Schibuzawa, que poderiam terside aceitos em outros contex
situa,ao fe comque el abandonasse pesquisa. P6de-se observar no entanto, que, apesar da incapacidade que
tos, estava invalidados. as criterios epistemologicos de validade ou falsi
derada urn artefato
Schibuzawa demonstrara na ocasiao de comprovar afirma,5es, dez anos mais tarde elas fora da composi,a do aminoacido). Na
dade sa insepariveis da no,ao sociologica de tomadade decisao.
validade de suas
brusc mudan,a do criterio de aceitabilidade fo tomada expIi
confirmada (com exce,ao
cit em urn Iongoartig de umarevista publicadaem frances (Guillemin,
deve ve ai
prov de ur fr
1963). Neleafirmava-se que se devi preencher 14 criterios para que se
12
CONSTRUC:;:AO D E U M
ATO:
C A S O DO
TR
(H
CONSTRUC;:AO D E U M
pudess chegar uma conclusao sabre existencia de urn nOvo fator de l i b e r a ~ a o . Os criterios eram ta estritos que apenas alguns sinais podiam se distinguir do ruido de fundo. Isso significava qu era preciso, portanto abandonar
maior parte da literatur existente sabre as fato
res de libera,ao (Latou
Fabbri 1977).
afirmar q u
estimular;ii
em urn certo sentido, mas que tern um grande
concebido para e1iminar
priori
par os laboratorios com urn material cujas especificidades correspondiam as exigencias do rigo desejado. Por conseguinte, cada criteri especifi cado no artigo envoivia aquisi,ao, pel laborat6rio, de aparelhos necessarios para iso1ar
TRF.
validar;ao fisioI6gica de uma substancia de origem hipotalamic
como mediadora hipojisiotropica urn empreendiment consideravelque envolv tecnicas multiplase por vezes complexas. tanto em neurojisiologia .} quanto em bioquimica .. .} em morfologia ... indispensavel, contudo preencher maiorparte das condi<;oes acim citadas ante de
12
all. frar;iio hipotaldmica Ii urn mediador
Ess novo investimento teve uma conseqUencia imediata sobre ram-se tao restritas que urn dos quimicos de Harris preferiu abandonar linha de pesquisas. Porque eu sabia que estavamos envolvido e m u m competi<;iio com ess pais [os Estados UnidosJ, em termos de dinheiro, de nivel de trabaho .. J, qu nito havi qualquer meio de se atingir mesmo nivel, se voce quiser na lnglaterra. na mesm epoc (Krulick 1976a).
qua1quer possibi1idade posterior de
aceitac;ao desses criterio demandava urn investimento par equi
(H
estrategia de Harris. As regras do jogo definidas por Guillemi torna
do como um dominio de artefatos Guillemi propos varios criterios
artefato, ou, pelo menos, afastar qualquer possibilidad de artefato no novo contexto.
TR
Um projeto com este s6 pode ser desenvolvidopor um grupo, uma equipe em que cada urn tenha urn talento diferenciado mas complementar, de modo leva adiante idei mestra em torno da qua equipefoi concebida organizada. Ai esta, com certeza, caracteriza<;iio propria necessaria dessa nov orienta<;iio dajisiologia, que neuroendocrinologia (Guiliemin, 1963, p. II).
exclusiva da secrefiio de urn harmonia
importancia- qu estabelecimento de limite marc propri existen cia do TRF, porque esses limites precedem as primeira experiencias definem de antema qu pode qu nao pod se aceilO. No artigo em questao, Guillemi afirma qu disciplin caracterizava-se ate enta por artefatos porafirma,oe nao fundamentadas, por hipoteses ele gantes, ma na por fatos. Apoiando-se nessa reconstitui,ao do passa
DO
artigo citado insiste sobre dificu1dade de satisfazer os criterios faze face aD custo do investimento correspondente.
hipojisiario, all. mesm que aquele protocolo experimental corresponde soment essa explica<;iio fGuillemin, 1963. p. 14).
Pode-s dize
t a l s u bs td nc i
CAsa
hipofisiotr6pico (Guillemin, 1963, p . / 4) .
Esses ertlerios rigoroso retira qua/quer significado de urn grande numero de publicar;i5es que concluira apressadamente que tal subs taneia ag po
ATO:
As exigencia impostas pela nova estrategia foram retomadas nos artigos seguintes, que avaliavam os trabalhos de Schibuzawa ou de
Schreiber. Ela vigorara
na maio part dos
referee
que tinbam como
efeito desacreditar as contribui,oes precedentes. As expressoes "afir maC;ao gratuita", "teste que nao tern nada de especifico", "nao real
mente demonstravel", "nao confiavel tornaram-se moeda corrente. Em contrapartida, festejava-se of.
primeiro artigo do grupo de Guillemin et
(1962) (apresentado, por exemp10, como "primeir prova nao con-
troversa"), entusiasmo persistiu no decorrer do anos seguintes. Nenbuma das 90 cita,oes do artigo (a listagem prove do SCI, entre 1963 1969) tem uma conota,ao negativa (Latour 1976).
12
CASO DO
(H
nov acumulavao de normas tev como resultad
exclui
C O N S T RU < ; A O D E UM
Schreiber cia corrida.
intelectuais reduziu
ATO:
eleva9ao das exigencias tanto materiais como niimero de concorrentes. Segundo urn de seus
colegas, Schreiber retirou-s por diversas razoe materiai
estrategicas.
CONSTRU<;:Ao DE UM
dnlsticadecisao
ATO:
CASO DO
muda de cimaa baix asregras emvigor na
subdisciplina caminhava de par co consistiaem nao gastar ne
aquele ascetism estrategico que
urn tostilo ate que se tivesse acumulado urn
milhao Ess ascetism estava presente nas decisoes de resistir custas se
que custasse
simplifica9a do objeto de pesquisa, de constitui
n ov a t ec ni ca s d e r ea li za r t es te s
p ar ti r d e n ad a
ment critieado .. ele erafalso quanta eomposir;iio em aminodeido . } sua idiias eram eoerente eleflzera as experiencias necessdrias
maiorfirmezatudo
mas, naquela epoea, era muit difici encontra hipotalamos .. .j ele
objetivos de pesquisa, ou seja, determina
propri deveri ter-se dad conta; ningue
reparo qu na erampre
eisos 200, ma 20. 000 . .] . Entao elepercebe qu naopodia participar da competir;ao [. .. na se conseguia encontrariodo radiativode alta atividade especifiea, tinhamos qu esperar seis meses antes de consegui 10
na lnglaterra, de modoque na pudemosfazer os testes. [...] nao/az
sentid perder tempo em uma area na qua na se tem competitividade
12
(H
TR
dizend
qu
d e r ej ei ta r c o
qu for dito at entao. Pode-s resumi
situa9ao
fronteir do aceitave era dad pelo imperativo do estrutura
qua/querpret;o
At entao, fora possivel realiza trabalho de pesquisa em fisiologia
com 'Jrna fra9ao semipurificada, porque
objetivQ consistia em obter
urn efeito fisiologico. Agora que se tratava de determina um estrutu ra os pesquisadore deviam poder confia totalmente na precisao seus biotestes.
(Kru/ick,1976b).
Assim, as novas exigencias da pesquisa foram definidas ao mesma tempo pel nov objeto pelos meios qu deviam ser postos em opera
No mesm texto, ha um explica9ao sobr
recu de Schreiber
que alega motivos ideologicos
para determinar
estrutur das substancias. Oaf resultou
de pesquisadore como Schibuzawa Schreibe
Depois qu os comunista invadira Praga, endocrinoiogia ja mi tinh mais ar saudavei. [. .j naqueie tempo, ligar;ao entr sistem nervos
9aO
sistem endoerino na era clara
t eo ri a
Harris Caso na ti
vess obtid ur apoi das organiza90es financeiras, Guillemin poderi te passado por urn simples detrator do trabalhos alheios. Mas os su
cessos que ele tivera anteriorment eram
garantia de que podi reali
Mesilla ness contexto,
feedback, triunfante na epoca, naoera acei/a, porque defendia um siste
zar pesquisas segundo essa novas normas
ma independente .. .] foi por isso qu na desenvolvi trabalhos em endoerinologia . . tod mund era contra pesquisa nessa area [...}
ningue
passaram-se cinco au sete anos at qu pudessemos volta eta, ess na era apena uma questao de reflexo condicionado (Krulick.. 1976b).
de hipotaIamos, ou seja, urn numero bern maio do qu
Isso fornece urn exemp! de como era percebida
intluencia do
f a to re s m a cr o -s o ci o lo g ic o s n a a r ea , mais
as multiplas
determinante sociai sutis com as quais estivemos lidand at agora. D e v e - s ~
assinalar, no entanto, qu ess formula9ao na teve
sort
agradara todos os protagonistas. Guillemin, por exemplo, diz que ess tipo de enunciad sobr as intluencia ideologica na va alem da ex pressa racional do fato de que Schreiber tinha "perdido
barco".
exclusao
esperava, em 1962- dataapos qual ainda se dedicaria
anos para determinar
oit
estrutura -, que se consumissem vario milh5es qu se havi
imaginado. As nova l i m i t a ~ ( ) e s que Guillemin imp6s ao problema em questii foram aprovadas pel maiori dos organismos, sobretudo os norte-americanos Ele ja adquirira con f i a n ~ a de muitos; podia-se adiantar-Ihe capitais com uma certa chance de retorno, mes rno que suas exigencias se situassem em urn nivel particularmente elevado. Guillemi escreveu, por exernplo, ao apresentar urn pedido de creMito de urn milha. de d61are para comprar hipotalamos: "Ja houve urn investimento consideravel nest programa, em termo de dinheiro, de tempo de e s f o r ~ o s . Considero present pedido uma con d i ~ a o sine qua non para sucesso"(1965).
12
CON5TRU<;:Ao DE UM
C O N S T R U c ; : A o DE
UM
CASO DO TR
ATO:
(H
CONSTRU<;:Ao D E U M
CASO DO TR
ATO:
12
(H
elaborar urn bioteste de TRF sabre uma base tota/mente nov (Guillemin.
N O V O O B J ET O
1975).
Apa ter identificado as diferentes rede na quai
sentido
de ter apresentado s u
"obter
Mas esse tipo
d e formulayao, descrevemos
t ra ns i9 a q u d e n as ci me nt o a o c am p
fisiologia
TR adquire
TR
it
subordina,ao da
Jamais consegu compreende como Schreibe p6d utilizar esse
quimica, decorrente de urn novo imperativo da pesquisa:
estrutura
mesm tempo
qualquer prevo".
cust do programa
pesquisa. Os neuroendocrin61ogos
regras
trabalho de
mos tud
mao
Fo assi
qu surgiu urn novo objeto de estudos, e m u r periodo
.]
da endocrinologi clcissica (Guillemin, 1975).
conjunto reconheceram
validad do program financiado por organismos
american os.
teste ridiculo quand tod mund poderia terfeU que jizemos em 1961 montad um verdadeiro teste do TRF [...] nao era dificil, tinha
nova estrategi aumentou ao amplio
test estava bastante difundid na epoca:
pesquisa norte
nova estrategia provocou cantude, eliminavao dos tra da
normal da ciencia. Said diretament da endocrinologia classica el ampliav ao resultava do encontro entre experiencia de urn tecnic
Inglaterra. Agora iremo nos interessa pelo c am p d o TRF propria
das exigencias, gra9as it decisa estrategica de Guillemin Come90u-se
ment dito
po desenvolve
balhos da equipe conCOITentes d o J ap ao , d a T ch ec os lo va qu i
No inicio Guillemin prometera si mesma determinar qualquer fator de Iibera9ao. Varias razile explica
estrutura de
por qu ele se limitou
ao TRF. Depois de urn long period de pesquisas infiutiferassobre CRF, grupo de Guillemin interessou-s pelo L RF , e m razlio do nov teste de
novo objeto em escala loca do laboratario ma na
demoro muito par qu ele chamasse
temos. Mas co
aten9a do pesquisadore ex
precise ter cuidado para nao analisar esse nov objeto
os olho de hoje nao era
TRFde 1963 1966 1969ou 1975 De
urn ponto de vista purarnente etnografico,
objeto resultava, no inicio,
McCann. Guillemin decidiu, alem do mais, inspirar-se no classico teste de
da superposi/;ao de dois pico obtido por meio
medida de TSH, de McKenzie par conceber urn novo teste, porque urn
Em outrostermos el fo construid
tecnic recem-ehegad ao laboratario tinha experiencia com
duas curvas. Vamos explicitar isso descrevendo brevemente
TSH
que perrnitiu que se chegasse Eu na sabia exatamente qua da parcelas do resultados de
Schibuzawa Schreiber deveri ser levad
serio. Fo
quis dedica muit tempo ao TRF [. .] em seis meses relativamente conclusivo (Guillemin, 1975).
por
iss qu na
test revelou-se
cundario. "Em seguida, perceb clarament qu poderiamos pesquisa v er if ic a
h ip at es e d e
Schreiber?
principio considera-seque
curva obtida partirde urn bioteste
urn padrao pelo qua se podem estudar varia90es Em seguida, tra,a-
u m " cu rv a
elu,ao"
p ar ti r
urn bioteste sobr
t es to u e nc on tr a
um fra,ao
a ti vi da d b io la gi c d e c ad a f r a, a o p ur if ic ad a Q ua nd o i fe re n
n tr e
c ur v
p ur if ic ad a p od e- s a fi rm a q u
t ra t
"atividade de tipo
TRF".
caso de verified-las. Se comel;dsse
verifica esse tipo de coisa. na sefaria mais nada
idei er
e fe r n ci a um
r a9 a
da
ao um
Como ja virnos no entanto sao rnuito comuns
as afirma90es da presen9a de substancias
N ao , e u as desprezei naoera
os
processo
constrw.;ao de urn novo objeto
purificada (vercapitulo 2) As dua curvas sao superpostas, depois que
Inicialrnente, essa linh de pesquisa constituia urn prograrna se T RF " ( Gu il le mi n 1 97 5) . T ra ta va -s e
varias tentativas
partir dadiferen9 entre picos de
de atividades. Muitas vezes
as diferen9as entr as curvas observadas nos biotestes reduzem-se, em ultima an:\lise, ao ruido de fundo. Acusa-se entao uma falta de estabili-
12
CONSTRUC;:AO D E U M
dade
ATO:
C A S O DO T R
anirncio da descoberta da nov substfulci
cara-se de maneira mais seria eventualidade da p
Hl
abandonado. En da nova subs
r e s e n ~ a
CONSTRUC;:AO D E U M
dano caso
TR (vercapitulo
12
(H
CASO DO
ATO:
Hacking, 1988).
que insistimos na importancia de na "reificar
por ess motivo
processo de afinna-
tancia anunciada quando uma mesma frac;ao persiste proYocando mes
,a
rna atividade. Em outros tennos, os crjterios de repeti¢
existe como diferen,a entr duas inscri,aes. Em outras palavras
dade sao suficientes para que ocorra essa fra,ao qualidades coerentes, corpo.
de similari-
anuncio. Em seguida, atribui-se nom (TRF)
come,a
ganhar
Mesma nessas condic;oes, as profissionais evitam afirmar cate substancia em questao
goricamente que
atividade constatada ser atribuida
par
mesma
ocasia dos biotestes repetidos pod
exatamente para operar uma distinc;ao en
tre nov substiinciae qualquer outra atividade conhecida Elas exige manifesta,ao de urn sina claramente diferenciado daqueles que cons tituem
ruido de fundo.
enta qu
cheg
realiza ess distin,ao
trata-se de urna substiincia estavel, distinta, nova
procedimento nao tern nada de inaugural
objeto na passa d e u r sina qu do camp
opera,ao para qu
descobertade urn nov objeto (um fra,ao qu tern um atividade existencia dess objeto na fo desmentida por quaI
quer teste, em todos os estagios do processo de purifica,ao. Ao contra
estatisticas
reputa,ao
utiliza,ao de testes (para CR
Schreiber,
descobert
pI elora de precau,aes qu se tomo na analises
laborat6ri qu realizou MHS
ocitocina
descobert
vasopressina
LRF,
ACTH fo tamanhaque afasto qualquer tentativ de obje,ao
qu pudess ser levantada pelos colegas. de um nova entidad discreta ma ningue
bert um suLstancia Ainda na se conhecia ne seqUenci dos aminoacidos qu nunca se chegue obte cas do CRF.
constituiam.
bioteste.
it ma de ferr de
organiza,ao da tarefa rotineiras
dizer qu
TR
um constru,ao na signific po em duvida su precisolevar em conta
motiva,ao qu contribuira
procedimento,
para qu esse fato foss estabe
list do artigo tecnicos publicados pelo grup de Guillemi entre 1962 1966 fomece um indica,ao do contexto no qual
TRF fo
estabelecido como objeto estaveI.' Em primeir lugar, na maiori do casos, os artigo tecnicos sobr
TR remete
tambem tratam do RF Isso indica reagiu intemamente co
outros artigo qu
form pel qual
subdisciplin
rela,ao it nova seri de regras impostas pela
estrategi de Guillemin Em segundo lugar, os artigo publicado du rante os primeiros anos de existenci da subdisciplin sa os mais cita dos. Ele surgem, portanto, como forjadore da bas teCllica da futuras
obten,aorepetid de dois picos, em 1962 parecia indicara pre sen,a
gra,as
ria ao born desempenh da experiencia no laborat6rio. Mais um vez, solidezcomo fato.lndica qu
claro, mas
rn base estave para
havia cuidado para qu fossem tomada toda as precau,ae necessa
lecido.
ri da fra,aes encontrada po Schibuzawa
reconhecimento de se carater
disponha
urn pesquisador qu controlava
como foi posto em opera,ao no laborat6rio de Guillemin tomou possi
nao foi contestada
extra,ao de urn sina
Ess empreendimento s6 pod ter resultado
luga
de tipo TRF)
urn
ruid de fund gera
do ruid produzid pelo instrumentos Cois aind mais
importante
maneira
ve
distingu
urn objeto s6
distintiv dependem do procedimento dificultoso caro quee posto em
TRF.
uma substancia conhecida, como ocitocina As Donnas
de que antes falamos serve
da existenci de um substancia Pode-s dize qu
afirmo ter desco composi,ao ne possivel tambem que
substfulcia, com foi, durant muito tempo,
mesmo qu se encontrasse um seqUencia, ela poderia
ser somente urn artefato. Ess eventualidad na fo totalmente exclui
opera,aes. Emterceiro lugar, variastecnicasforamtomadas de empresDurante primeiro ano, Iiteratura produzida pelo grupo compreendia: urn anigo que descrevia "metod de dlculo de analise dos resultados do teste de McKenzie para tirotropina", urn estudo estatistico que compreende programas detalhados de computaM dar; artigos descrevendo "teste modificado de McKenzie"; "urn projeto de norma" comparalfiIo para facilita as metodos pesquisas; artigos sabr purificayilo de coleta de dados" As tecnicas os metodos assi definidos constituem contexto no qual existencia do TRF adquiriu estabilidade (ver Figura 3.4 capitulo 6).
13
C O N ST R U c ;: i \
DE UM
ATO:
C A S O DO
TRF (H
tim aos programas desenvolvido peIo grupo (por exemplo, testes de LR
CRF) Em quarto lugar, urn certo nilmer de t"cnico fo impor
tado de disciplinas afins. Esses emprestimos externos ocorreram duran te etapas cruciais do desenvolvimento da disciplina do TRF. Em 1962 citavam-s t"cnicas, estatisticase enzimologia; em 1966e 1968 citava se sobretud
bioquimica Dess modo pode-s ve qu
constru9ao
do TRF baseia-se na acumula9ao de inscri90e armazenadas peIo auto partir dos instrumentos reunidos no laborat6rio. Por Dutro lado,
so
lidez dess objeto, garantia para qu el na sej considerad ne
urn
produt da subjetividade ne
urn artefato,
feita pe1a mobiliza9ao re
gular das tecnicas. Ante
1966 os artigo sobr
neira de dispor os instrumentos
TRF tratavam sobretudo da ma
de aprimorar os procedimento de
purifica9ao Essa preocupa9oes principalmente tecnicas pressupunham
necessariamente
existenci do TRF
permitiam, por isso mesma uma
melhoria da purifica9a da fra9ao Mais ou meno em 1966 obteve-s urn material quase puro qu fo submetido ao instrumental analitico da quimica. (l se conhecia desde 1965 mas
composi9a desse material em aminoacidos
resultado nao era considerado muito concreto. De
poi desse grande saito
program passou por urn period mais lento,
porque surgiu urn problema pratico qu nao fora previsto. Talvez
maissurpreendente nesses resultado era
ro de cerebros (hipolalamos) necessarios para
D E UM
purificaqao de um peevidente
ATO:
13
(H
CASO DO
honnonios em quantidades suficientes. as esforlYos feitos no sentido de canhecer estrutura dos fatores de liberaij:ao viram-se continuamente barrados pela dificuldade de se dispor de hipotalamos na quantidades
necessarias. Em 1966 chegou-s
grama
encara
eventualidad deabandonar pro
curto prazo. Caso isso ocorresse, poder-se-ia continuar
utili
zar as fra90e parcialmente purificadas no estudo do modos de a9ao prosseguir na localiza9a
na fisiologia classica. Guillemin, diante desse
impasse, teria perdid algun ano de trabalho (Fawcett, 1976).0 TRF teria so juntad ao GR ou ao
qu manifestam um cert ativida
de no biotestes, ma cuja estruturas quimicas s6 fora 1981 (GRF) Chegou
obtidas em
1982 (CRF). momento de explicita urn ponto-chave de nosso desen
volvimento. Esfor9amo-no por evitar emprego de termos qu modi ficassem
natureza das questOes tratadas. Quando colocamos
tOnica
no procedimento de constrw;oo das substancias, quisemos afastar as descri90e do biotestes queconsideram na problematicas as rela90es entre significantes
significados. Opusemos aos cientistas que susten
tam
id"i de qu as inscri90es podem ser representa90es ou indicado
res
u m substancia "exterior" (out there)
substancias s6 era
grande mlme
quena quantidade dessefator neuro-humoral hipotahimico.
C O N S TR U < ; A
argument de qu essas
construidas peIo pr6pri us da inscri90es. Nao se
trata simplesmentedo fata de qu
curvas indica
presen9ade um
as curvas que manifestam as substancias
substancia,
apresentam diferen9as perceptiveis. Por esse motivo, abstivemo-nos de
que seri preciso um numero ainda maior de cerebros que fornecessem
usar expressoes como:
polipeptidios suficientes para qu se descobriss
bioteste", ou "verificou-se que objeto resultada identifica9a de dife
ricidos [. .j Desse modo.
sequencia de amino
problema da disponibilidade de grandes quan
tidade defragmentos de hipotrilamo recolhido em condir;oes adequa da er
condir;Cio previa absolut para que se rea/izasse um programa
para iso/ar substaneias (Guillemin et al. /965. p. 1136).
Tratava-s de uma situa9a especifica il disciplina do fatores de l ib er a9 ao .
e nd oc ri no lo gi a e m s e c on ju nt o s em pr e d is pu se r d e
r e n ~ a s
"A
substancia foi descoberta por meio de urn
entre dais picas". Empregar tai expressoes seria veicular
impressao de qu certos objeto esta presentes rand qu algu
priori,
falsa
apenas espe
sabi queir revela sua existencia Na atribuimo
absolutamente aos cientistas
intenlYao de utilizar estrategias como
desveIamento de verdades dadas eat" entao dissimuladas Na realida de, os objeto (neste caso, as substancias) sao constituidos pel talent
criativo dos homens de ciencia. Nao deixa de ser interessante observar
32
CONSTRUCAO D E U M
ATO:
CASO DO TR
qu nossa tentativa de afastar uma terminologia qu implica
(Hl
existen
cia previa de objetos em seguid revelados pelos cientista criou-nos certa dificuldades de orde estilistica. Achamos que isso se deve exa tamente prevalencia de uma determinada forma de discurso nas desdos processos cientificos. Fic extremamente dificil formular fals impressao de l e s de atividades cientificas que na geram
c r i ~ i l e s
d e s c r i ~ i
que
cienci trat
da descoberta
(mais do que da criatividade
da
CONSTRUCAO D E U M FA TO:
AMm disso,
aumento da
CASO DO T R
13
(H
experienci passad Ievou os atores preyer urn de aminoacidos, medida que se obtinham fra-
p r o p o r ~ a o
~ i l e s cad vezmais puras do peptidio. Mas, em 1964, esse aumento nao chegou se materializar. mais, uma nov serie de testes enzim:\ticos
qu deviam destruir atividad das f r a ~ i l e s falhou. resultad dos testes dependia ao mesmo tempo do numero de enzimas utilizada do grau de
c a r a c t e r i z a ~ a o
de sua
a ~ a o .
Por volt de 1966, list das enzimas
Antes de tentar compreende melhor sua natureza, pre
utilizadas no teste crescera de maneira impressionante, mas ninguem
ciso naa apenas mudar ordem de prioridades da ciencia, mas exorci zar as f o r m u l a ~ i l e s que caracterizam as d e s c r i ~ i l e s do desenvolvimento da pnltica da ciencia.
conseguira destruir atividade ta como deveria ser feito. Podia-se con-
c o n s t r u ~ a o ) .
cluir disso, logicamente qu substiinci em questa na er urn pep,idio. Conseguiu-s efetivamente destrui atividade da f r a ~ a o algun ano mais tarde, quando uma enzima foi acrescentada lista. E , n o entanto, ja se havi "provado", nessa epoca, que
NATUREZA PEPTIDICA DO TR fim de urn periodo de trabalho cansativo, inicio de tres anos de f r u s t r a ~ i l e s . Ate enmo escolha
ano de 1966 marcou mas gratificante, dos procedimentos
u t i 1 i z a ~ a o
de instrumentos analiticos havia
guiadas pela hipotese fimdamental de que
sid
TRF era urn peptidio. Essa
hipotese nao foi contestada durante fase inicial da nov especialidade. No entanto, naturez peptidica da substiincia permanecia sendo urna defmi-
peptidio Isso mostra qu
prov
o b t e n ~ a o
dependem totalment do contexto no caso presente, da disponibili dade de certas enzimas. Nos artigos publicados em m a r ~ o 1966, equipe Guillemin tirava uma conclusao logica de resultados negativos: Esses resultados sao compativeiscom
(oi considerad como urn fato jei adquirido.
1963 confrrmou natureza peptidica da substiincia partir de urna primeira serie de tentativas desse tipo:
as
dessas substancias; em
ou
urn
TRF pode
Fomo levado
questiona
hip6tese qu durant muit tempo
au seja de qu TRF LRFsao de natureza peptidico (Guillemin et al.. 1966, p. 2.279).
atore encontraram apenas uma porcentagem extremamente
pequena de aminoacidos na amostr mais pura. Considerou-se entao
possibilidade de que urn importante constituinte do TR tivesse uma
parcial au tota/mente
natureza quimica totalmente diversa. Conseqiil3ncia: cabia pensar em
tripsica por aquecimento
mudar os instrurnentos os procedimentos para que se pudesse estudar esse constituinte Assim ocorreu uma mudanc;a de significado do TRF.
atividade biol6gica delas
destruida par ingesttio enzimaticapepsica
nao ser
hip6tesede qu
polipeptidio simples, com se acreditava ate agora.
contextual. Em particular, ela pode ser reafrrmada pela resistencia de urna f r a ~ a o em urna longa serie de tentativas envolvendo usn de diferentes enzimas. substiincia poderia ser considerada urn peptidio se sua atividade foss destruida durante essas tentativas. Assim, urn artigo com data de
Apresentamo nessa nota argumentos afavor da naturez peptidiea
substancia era urn
de conclusiles logicas
presenqa de deid cloridrico (Jutis et aI., 1963,
p.
235).
mudanca de tonica em gera encontrada no estudo das religioes, mas deve ime diatamente estender-se para ciencia. Sabre esse problema do relativismo, ver Latour (1983).
Er provave qu fosse precis modificar quimica usada par estudar substiinciae qu isso tivesse importantes repercussiles sobre propria o r g a n i z a ~ a o
da especialidade.
13
CONSTRU<;:AO D E U M F A TO :
o v h i 6 te s
ab r,
pequen propor9ao de peptidios as nao peptidica
cem-chegad
C A S O DO
(H
T R e r c on st it ui d p o u m um grande propor9aode substanci
foi confinnada experimentalmente por Schally, re
area El havi ganh um bols de p6s-doutorado no
laborat6rio de Guillemin. Seuestilo contrastava bastante com aborda gem prudente
positivista de Guillemin. Enquanto est expressava-s
sobretud em termos de metodo aquele falava de estrategia Schally descrevi suas tentativas para conseguir enormes quantidades de hipotilamoscomo umaquestiiode "terpeitoe usa que
metodo cientifico
Napoleao
for9 bruta".Achava
qual se inspirav vinha da campanha
falava da disciplina do TR com
urn
"campo de batalha
coalhado de cadaveres de concorrentes. "E uma locomotiva", dizia urn colegasobre Schally. Suaforma9ao em quimica permitia-Ihe supervisi onar diretament mas recorria
part
programa de TR relativo
urn fisiologista para realizar
purifica9iiO
bioteste Guillemin, ao
contrario, era fisiologista de fonnac;:8.o devia ter urn assistente na parte Uimica Ne
ur ne
encia de terceiros, mas
outr gostavam de te qu faze
so da experi
i ss a s e viam obrigados, porque reconheciam
importancia do problema. 1966 quando Schall publicou seus trabalhos sobr Schreiber ja se havia retirado campo.
TRF,
grup de Guillemin estav sozinh
em
metodologi adotad po Schall era aproximadamente
mesma de Guillemin
unico pont sobre
trabalhava com cerebros de suines Apesar da identidade do camp
Dutro,
qual diferiam era qu
urn
com cerebros de bovinos.
da similaridade do metodo entr
GuiIlemin Schally, um diferen9a essencia separava-os em termos de convic90es.
equip de Guillemin nao acreditavatanto nos resultados
Voltaremos aessa nOyilo no capitulo 6. Este nilo somente urn termo cognitivo. Refe re-se tambem avaliayilo dos investimentos serem feitos em urn campo de pesquisas, aos tipos de equipamento que deve ser adquiridos. aos tipos de dispositivos de inscri yilo mais valorizados, ao que constitui uma prova etc. Guillemi definiu c.ampo de modo tal que, quando Schally fundou urn laborat6ri ?oncorrente, teve pratlcamente que copiar organizayao do laborat6rio de Guillemin. preciso compreender nOyao de assimetria da convicyao, mantendo-se present no espirit essa situayao material.
CONSTRUc:;:Ao D E U M F AT O
CAS
produzido pelo grupo de Schall quanto va no resultados obtido pel grup
13
(H
DO
equipe de Schall acredita
GuiIlemin. Essa assimetri per
mite compreender po qu foi Schally quem conseguiu confirmar
na
tureza na peptidica do TRF. Entre 1962
1966 (inclusive), os dois grupos publicaram 41 arti
go ao todo, exclusivamente dedicados as tarefa de isolar
caraeteri
zar
g ru p d e
ra
Schally rna
2 4 a rt ig o
g ru p d e G ui ll em i
diferen9 reflete fato
qu
TR era
17
principa progra
do grupo de Guillemin, ma na passav de urn programa secunda
rio ,lara
equipe de Schally,
ainda
1969 qu na se interessava pelo TRH.
em
isso durante quatro anos Schall dizia,
analise das cital;oes revela uma outra assimetria entre os do is grupos Os membro da equipe
Guillemi citara
103
veze seus
pr6prios artigos sobre TRF, s6 mencionaram os artigo do grupode Schally 25 vezes.
grupo
Schally por su vez, cito seu pr6prios
artigos 47 vezes, quas tanta quantas citou
grupo de Guillemin (3
vezes) No laborat6rio de Guillemin os artigos pr6prios, ma qu na versavam sobre
TRF, fora
citados apenas 28 vezes No de Schally
e ss e n um er o e le va va -s e p ar a 5 7 P od e- s p er ce be r u e
g ru p d e
Guillemin eriou uma metodologi nova, da qua fazia ampla utiliza9iiO, enquanto
de Schally baseou-s
de outras fontes externas
assimetria
em
trabalhos do grupo de Guillemin
equipe.
ainda mais surpreendente quando se leva em conta
context de cital;oes entre os grupos,
nao mais simplesmente
seu
numero. IO Diferenciamos em todos os artigos de Guillemin citado por Schall (e vice-versa
opera90e
transforma9ao. As Figura 3.3 cita90e de Guillemi por Schall
cita9iio po emprestim
po
3.3 representam respectivamente as de Schall por Guillemin As ope
contexto de citayao remete ao capitulo (ultima seyao) ao artig de Latour III Fabbri (1977). N a s e trata simplesmente da referencia, mas da frase na qual referen cia encontra-se inserida. Com certeza esta uma reflexao apressada, feita parti da soma mesmo so o p e r a ~ j j e s efetuadas pelos artigos sobr outros. da dA uma indica/(ao uti! sobre as discussoes.
13
C O N S T R U y A O DE UM
ATO:
CAS
DO
TR
(H
C O N S T R U y A O D E U M FATO:
CASO DO
TR
(H
13
Operayoes Operayoes
de S. sobre
G.
de G. sobre S.
3.3b As Figura fora retirada da Figura 3.2. Nela sAo vistas apenas as p u b l i c a y ~ e s principais. Fora separadas, par fins de i l u s t r a ¥ ~ o , as publicaCOes d a e qu ip e d e G ui ll em i ( G a s da e qu ip e S ch al l ( S. ) T an t o a figura 3.3 quant oa 3.3b, os artigo da equipe de Guillemi esti10 situados oa diagonal,e os dogrupa de Schall de urn lad de outro dadiagonal As principais Figuras 3.3
operacOes de citacllo de ur grupo com relacao aos artigos do Dutro estilo represen tadas pela seta entr artigos. As operayOes de emprestimo estilo representadas pelas setas qu vao dos artigo qu cha par os artigos citados; as operayOes de transformat;Cio estilo representadas pelas setas em senti do inverso. Os sinais indicam sentid da transformay4o
13
CONSTRUC;:AO D E U M
ATO:
CASO DO T R
CONSTRUC;:AO DE UM
(H
ATO:
CASO DO TR
ra,Des de emprestimo estao ai representada por setas qu va dos arti
nova hip6tese de Guillemin Schally foi levad
gos citados aos artigo citadores. Nas opera,Des de transformat;iio,
de qu
TRF(H) na
m en t n ot av e s e
ca
Schall na estivess invalidand
qu
opera,ao
transforma,a
um confirmat;iio ou um refu-
do primeiros trabalhos de Guillemi
constituiam opera,Des de em
conte
tres aminoacidos,
artigo). Isso reflete
(Schally et al. 1966).
qu Schall na acho util modificar contrapartida, quas toda as cita,Des
feitas por Guillemin sao transforma,Des negativas. Urn exam mai apro
r ec e
acido glutamicoe para 30%
TRF
prolina, em
p es o d o T R s ec o
carate extraordinariodesse enunciado ir apa contexto (ver adiante) Em 1966,
Guillem in nao acreditav na descobertas de Schally. Ficava evidente,
fundad mostra qu as cita,Des de Guillemi qu realizam opera,De
tan.bem, que ne
modo escreveu el
firmado os trabalhos de Guillemin. Urn do artigo de Guillemin, po
exemplo, continha
histidina,
que contribue
d a f u r a mudan,a
de emprestimo saode artigo de Schally qu havia
anteriorment con
e ss a i nt er pr et a, a
composi,ao em aminoacidos que
ele mesm descobrira: "Depois da hidr6lise, percebeu-se qu rela,ao equimolar,
fato
aceitar interpreta,ao
e xa ta me nt e p or qu e a ce it o
prestimo ou de confirma,ao(excetuando duas cita,Des negativas de urn descoberta de Guillemin.
13
urn peptidio. Iss nao teri nad de particular
seta orienta-se no sentido inverso. Os sinais mais (+) ou menos (- indi tat;iio. As figuras mostram quetodas as cita,Des feitas por Schall era
(H
Schall acreditavaem suas pr6prias descobertas. Desse fina de urn artig de 1966
TRF nao qu Os resultados estii de acordocom hip6tese lemos, conluse julgava ate agora, ma
seguinte comentario: "Ess artigo [trata-s de urn
urn polipeptidio simples, com
artigodo grupo de Schally] confirmou nossa hip6tese precedente. Tais
do,
diferen9as sao espantosas demais para serem simplesmente interpreta
prova da presen9 de tres aminoacidos ness maleeul (SchaU et
aI.. 1966).
da com diferen, na pniticas de cita,ao. Achamos queelas refletem, P ar a t es ta r
antes, uma assimetria essencial na confianc;a entre os dais gropos Ja mencionamos que
significad do TRF(H) foi negociado, ten
do como referencia os contextos particulares constituidos ao mesma
tempo pel equipamento de cad laborat6ri
pelas estrategias pr6prias
ao dois grupos concorrentes Isso pod ser ilustrado pOr urn exemplo. Em 1966 Schally publicou urn artigo fundamentado na proposi ,a
Guillemi de qu
T R p od i n a s e urn polipeptidio
havi sido avan,ad outrora pelo grup do sa compativei co
Guillemi
qu
"Esses resulta
hip6tese de qu
TR poderi na ser urn
simples polipeptidio" (Burgus et al. 1966
fo retomado quas como
urn fato por SchaIly, em se artig de 1966 "Os materiai purificados
h ip 6t es e d e q u
urn peptidio Schally
encomendou oito compostos de sintese uma firma de produtos qufmi cos. Cad urn desses composto continha tres aminoacidos (His, Pro Glu) em todas as combina,De possiveis. Schall testo cada compos to Alguns mese mais tarde, na havi encontrado
atividade. Entao ele concluiu: "Iss indica que
que
menor tra,o de
c o n s t i ~ u i
pelo menos
70% da molecul de TRFe essencial paraa atividade biol6gica" (Schally et al., 1968). claro qu se Schall naohouvesseadotadoahipotese de Guillemi el teria descoberto, em 1966 estrutura do,TRF(H) Se
ue
a i t ar d h av er i d e s e t or na r
ess hip6tese, Schall teria concluido qu
parecem na se simples polipeptidios, uma vez que os aminoacido 56
falta de atividad explicava-se necessariamente por um combina,ao
entram em sua composi,ao numa propor,a de 30%" (Schally et al.,
particular dos tres aminoacidos. Do mesm modo, se Guillemin tivesse
1968). Como ja fo observado pode-s considera que um baix con
dad credito ao resultado de Schally, ele tambem poderi ter encontra
centra,ao de aminoacidos determina, segundo
do
ta.ncia nao
pura, ou que ela nao
contexto ou qu
subs
urn polipeptfdio. Como acreditara na
lou",
estrutur em 1966 Ma quando Guillemi fala qu Schall "iso
termo vern sempre entre aspas. Produziu-se uma troca de posi-
14
CONSTRUC;:AO DE UM
ATO:
CONSTRUC;:AO DE UM
(H
CASO DO
ATO:
CASO DO
9a muito curiosa. Schally abandonou sua hip6tese porque Guillemin
Schally"Iogicamente deduziuque
havi sugerido que
nas levando em conta que
TRF podi nao se ur polipeptidiosimples. Mai
TR
(H
14
TRFnao eraur polipeptidio ape
teoria de Guillemin tinha na epoca urn peso
maior qu
prov qu el pr6pri produzira. Quando Guillemi afir
p o r c on t d e s u e st ra nh a t eo ri a p ub li ca d n o Comptes rendus, qual
maya que
teste com as enzimas mostrava que
s ej a q u o s h or m6 ni o
polipeptidio el s6 dava provas de urna atitude logica
tarde, ele iri se arrepender "A areamergulhou em urn grave confusao
(cartade Schally
l ib er a9 ao , e
TRH na
s a p ol ip ep ti di os "
d ep os it av a s u c on fi an 9 m ai s n o t es te s c o
Guillemin, 1968).
Em 1968 Guillemin descobriu "independentemente" qu os tres SaO
suscitando e xu mo u
nao era urn medida qu
e nz im a d o q u n a
hip6tese da natureza peptidic de todos os fatore de libera9ao. Con
Glu) existem em rela9a equimolare qu 80%
cordando com Bloor(J 982) diriamos que as outras possibilidades "16-
representado pelos aminoacidos Schally respondeu res
gicas" foram afastadas em nome das convic90es. Guillemin, por exem
aminoacido (His Pro d o p es o
TRF
programa anterior, que praticamente deixara de existir, a rt ig o d e 1 96 6 c om o e le me nt o d e u m c ro no lo g i q u t in h
p o f in al id ad e m os tr a q u e l e st av a c o
ramo d es d
in io
p lo , e li mi no u
e ve nt ua li da d d e q u u r t es t c o
incompleto. Quando testou
e nz im a f os s
atividade da diferentes permuta90e de
aminoacido sinteticos Schall exclui
possibilidad de que as mu
de 1966 na o br a d e
dan9as de estrutur quimica de ur aminoacido fossem responsavei
Schallyfica evident no motivo qu el alega par na ter dado con
pelaatividade desse mesmo aminoacido. Qualquermodifica9a do con
tinuidade aos resultados de 1966.
texto ger diferente dedu90es, todas elas igualmente 16gica (ve a
ambigUidad do reajuste retrospectivo do artig
diante).
importanteter present que, quando se dizque um dedu9a
Schally: Niio vejo interesse dessa disCUSSQo. Ern 1966, t in h es trutura [..j todo mund concorda com iSSG [. .} esta tudo escrito. P: Mas po qu pas em diivida sellS pr6prios resultados Schally: Mas eu abandone questiio Eu niio me interessava por eta.
da em nom de urnaconvic9ao, ou ainda quandose admit
Estava interessad na reproduf;iio no controle dos hormonios de cres-
cuo,
cimento [..j Eu nao tinha urn born quimico, entreguei
a va li a
tarel
Bowers
El estav muito ocupado. Tinh mi coisas para fazer [. .j Nunca veto mever co
um resultado durant dois ou tre ano nao se fez nada.
P: Mas par que voce concluiu que
TRH nao era urn peptidio?
Schally: Porque ele mio tinh atividade. Acreditamos em Guillemin. [Schally levanta-se, apanha c6pia de urn artigo de Guillemin comeera ler citaeroes ... P: Par que voce acreditou no errO de Guillemin? Schally: Nao acreditamo [. .j um cois muito difici .. .j encontramos frar;oes impuras [. .j nao havia atividad [. .j quando Guillemin idei de
parcel na peptidica, no
seguimos.
uma
coisa quesempr pode acontecer (Schally, 1976).
nao
16gica quando se afirma que urna possibilidade 16gica fo afasta
dad de outra dedu90e subseqUentes isso
possibili
feit por meio de ur re
esse recuo estabelec ur outro contexto, dentr do qua se pod c ar at e 1 6g i
o u i l6 gi c d e u m d ed u9 ao .
possibilidades altemativas que nos permite uma dedu9ao
avaliar
conjunto das carater16gicode
sociologicamente (e nao logicameote) determinado
por isso qu fica mais elegante fala de s6cio-16gicas. Porvoltade 1968
TRF havia importado paraseu campo imirne
ra tecnica proveniente de outra disciplinaspelo n ti me r d e c it a9 0e s n ov a q u TRF(ver Figura3.2). te
estrutur
e nc on tr a
que podeser atestado n o a rt ig o s ob r
escolh de urnaestrategiaque consisteem "ob
tod pre90" engendrou
recurs
tecnicas vindas de
outra disciplinas e, em seguida um modifica9ao da natureza da pes quisa (Figur 3.4) De inicio os autore apelaram parasetore melho
16gica da dedu9a nao pode ser isolada
estabelecidos da endocrinologi classica para obter biotestes confiaveis.
de seus fundamentos sociol6gicos. Podemo dizer, por exemplo que
Depois, tomaram emprestadas tecnica de purifica9ao da quimic dos
Ess exemplo mostra que
CONSTRU<;:Ao DE UM FA TO:
14
CASO DO TR
C O N ST R U C; A O D E U M
(H
ATO:
14
D O TRF (H
CAS
.peptidios. Isso tornar-se-ia relativamente simple depois que Guillemin obteve uma purificavao da orde do milionesimo, em 1966. Em segui da, os atores acumularam uma grand quantidade de extratos de cere ...
..
bro. Embora dificil, essatarefa praticamente demandav apenasque se
conduzisse uma administravao de forma correta ...
que se acumulasse
um boa dose de paciencia Tal transforma9a do TR em plano tripl elevou consideravelmente os padroe de pesquisa. Na verdade,
Estudos do TRF ...
i...
...
te na competi9ao (e que, segund os termo de Schally, "na tinham
...
peito") esfacelaram-se.
'9,
...
°c@&
..00:
gra
de habilidade qUimic demandad era tao alt que varios grupos atuan
...
...
is'9'-:2
"'-0
:;0",
Aomesm tempo,
ad09ao de um estrategi do tipo tud ou nad
envolvia enormes riscos. Mesmo quand obtinham materiai altamente 'b
...
...
purificados, os pesquisadore nao veriam seu esfor90 recompensados se nao chegassem
i s ' ~ ...
determinar
estrutura desses materiais.
utiliza
9a de tecnicas provenientes da quimica analitica tomava-se bern mais car em termo de habilidades de equipamento do qu os da quimica
...
da purifica9ao. Um da razoe disso era que
instrumentaliza9ao da
quimic analitica baseava-se amplamente nos progressos recentes da ...
fisica.
quimica dos peptidios, em particular, desenvolvera instrumen
tos possante para determinar estrutur dassubstancias biol6gicas. As ...
pesquisas, no entanto, sofreram dificuldade parase recielar nessa dis ciplina afim.
medida que
TRF situava-s no campo da fisiologia
ele pennanecia sendo uma subsUlncia interessante: podia-se estudar seu modo de a91io, embora estrutura s6 pudesse ser ambiguamente identi CIRCULA9Ao DA
TECNICAS
ficada. Para isso, era preciso situar
substancia no novo context da
quimica analitica dos peptidios. As dificuldades enfrentadas pelos pes Figura 3.4. Como na Figura 3.3, trata-se a qu i d e u m representayao simplificada da area constituida pe1 TRF Desta vez s6 estao representados os artigos de Guillemin as opera 13es que correspondem tomadas de emprestimo de tecnicas. As setas continuas indicam g ra u e m q u grupo cita seus pr6prios artigos as setas descontinuas indi cam partir de que areas importantes (e quando) foi preciso realizar uma importayao para desenvolvimento do TRF. Mais uma vez, grade completa de todas as opera 13es permite que se tenha uma idei bastanteaproximada da are em todo caso, n o q u diz respeito aos artigos. Ness caso ela mostra os elementos do material sobr as quai pOde-se contruir existenci do TRF.
quisadore que tentaram se recielar estao bern ilustradas na seguint passagem, datada de 1968 Nossos esfon;ospara caracteriza varam-nos
estrutur quimic do
conclusii de que estiivamos /idando com
lativamente dificil,
para
cujasolu9iio
um
TRF
le
problema
re-
metodologia cliissic niio!orne
ciaqualquer ajuda. Os preparados que estudaramos ate entlio de altamentepurificado, mostravam-no qu se tratav de
um
TRF
materialniio
CONSTRUc;:J\
14
DEUM
CASO DO TR
ATO:
pressQo atmosferica q u n o impedia cromatografiagasosa -, seja emvacu do orde de 10- torr
volatil, seja
impedi de usar
(H
u ti li za r que nos
espectrometria de maSSQ. As derivadas classicas em
geral obtidas nessas condi90es (metil trimetil sililico, pivalile
nao
mons/raram ser de qualquer ajuda, ate presente, no estudo dessa ques tao. as espectros de ressonancia magnifica nuclear de TRF altamente purificado 60, 100 220 megahertz nao apresentaram qua/quer infor m a ~ a o
signijicativa, excet
de qu talve estivessemo lidando co
um estrutura alicic/iea au he/erode/iea saturada co periferia semque esteja completament excluida
grupos CH no
possibilidadede um ultravioleta tam-
estrutura poliamidica. as espectro infravermelho
bern nao resultaramem grande coisa Um dos principaisproblemas com os quai no confrontamos
que geralmente possuimos infima quanti-
dade de material; precisamos, pois esticar as medidas ate
sensibili
CONSTRUc;:J\O D E U M
se realizad entr
t r a n s i 9 ~ 0
isolamento
mai modestos. comite de
fmal de
a v a l i a 9 ~ 0
m ar co u
do NI
fisica
motecula de TRF,
metodos que
quimica organic atualment podem nosofirecer talvezseja
caso
quimic analitica, Os investido so
a po ge u d a c ri se .
reuniu-s para estuda
qu
lidade do pesquisadoresem quimicae saberem qu medidaera funda mentad
esperan9 de
obte
estrutur (Burgus, 1976 McCann
1976; Guillemin, 1975; Wade 1981) Ficou claro que
eramais hora
de ligorar0 principi do laissez-aller. Emjaneiro de 1969 reuniram-se os pesquisadores da disciplina em Tucson par relata em qu ponto amea9a explicit de
Guillemin, que estava prestes sive para adia
s u s p e n s ~
dos financiamentos
obter novos resultados, fez
como outros membro do laborat6rio, el percebia qu publica de resultados preliminares teria efeitos nefastos. de
Em outra palavras, tinha-se
cial, que consistia em procurar
de qu
i m p r e s s ~ o
estrategia ini
nao os modos de ac;ao,
seqUencia,
podia esta errada No simp6sio de T6quio ond
reuniu
maiori
dos pesquisadores especialistas no TRF, houv intens intercambio en tr os partidarios da abordagem quimic Harris,
via
os fisiologistas que como
qualquer interesse em orientartotalmente
par esse caminho. Em 1966,
disciplina
premi da Endocrine Society fo conce
dido McCann. Isso repesentou uma l
e g i t i m a 9 ~ 0
da abordagem da fisi
c o l a b o r a 9 ~ 0
atraido
co
de qu
quimic analitic seri
substancia inapreensivel, como fora
caso do CR (Burgus, 1976). Na
Guillemin
era quimico
como Schally havia interrompid os tra
ballio no programa, Burgusera par
unico quepoderi realizar abertura
quimica umadisciplina mais dura
difici saber se0 program
teriaside interrompido nessaetapa caso, Burgus de extratosde cerebrocertament passoupor um
Vario protagonistas tinham agor consciencia das diferen9as ra dicais implicadas na nova abordagem, da c grupos dirigido por Schall
Guillemi
o m p e t i 9 ~ 0
crescent entr os
da enonne dificuldad da
ti para um
verdade, tudo dependia da competencia quimica de Burgus Como
lhava
quimica.
trabalho tema tinha
quimic depois qu el se convencera- ao constatara estabi
lidade do test de TR
do resultados convincentes,
e x t r a 9 ~
d i v u I g a 9 ~
Burgus estava apena come9ando
ologiaclassica no pr6pri momenta emque Schally Guillemin mergu na parte mais difici de se trabalho de
pas-
col6quio por varios mese (Guillemin 1975). Tal
logico do TRFforom mai gratificantes (Guillemin et aI., 1968,
579).
de
rega90 da fisiologia classica mais
de desenvolver um novo metodo [ . . ] As experiencias sobre as estudosfisiop.
do estava
dando certona disciplina, e, em particular par apreciar grau de habi
vere for9ados voltar para barata porem mai rentavel.
a v a n ~ a d o s
14
os resultados alcan9ados eram cad vez
estavam, sob
preciso urn metodo qu se situe dentre os mais
(H
os organismos financiadores Durant oit anos havia ma cad ve mais elevadas
na informa9iio obtida. Em raziio do cust muitoelevado dos materiais que, para qu se possa caracterizar quimicamente
TR
mai surpresos coma reviravolta dos acontecimentosna disciplina era
dade mai elevada; iss significa um perdacorrespondente deprecisiio da pequen quantidade de TRF p ur o q u d el e s e pode extrair, parece
CASO DO
ATO:
no de 1968 E, no entanto,
tivesse apresenta
processo de a c u m u l a 9 ~
de materiais
e s t a g n a 9 ~ 0
durante
acesso it quimicapoderia ter side impedi
do pel falt de financiamentos
atraso poderia te side maior, caso
os organismos de financiament tivesse
amea9ado
programa.
14
CONSTR CONSTRUC; UC;:AO :AO D E U M
ATO:
(H
CASO DO
No simp6 simp6si si de Tucso Tucson, n, emjaneiro emjaneiro de 1969 1969 os vario vario partic participa ipan n te da mesa mesa quese segui seguira ra
it abertura fora
tornados per urn intense
desa desani nimo mo Nao fora fora feit feit qualqu qualquer er progre progress sso, o,
quimic quimic usada usada estava estava
send question questionada, ada, chegou-s chegou-s mesmo mesmo
disputa disputa aberta aberta entre entre
quimica quimica C;OU
endocrino endocrinologi logia. a. Mas
assisti assisti
clima clima mudou mudou quando quando Burgus Burgus come come
sua interven9ao: Gra9QS
mg de subs substa tanc ncia ia qu pude pudemos mos cons conseg egui ui hci apenas
alguma alguma sema semana nas, s, foma fina/m fina/men ente te capazes capazes de obler obler um analis analis em aminoacidos:
His: 28.5
Glu: 28.1
Pro: Pro: 29.2
[. .j esses aminoacidos contribuem, contribuem, em conjunto, para 80%do peso
total do preparo preparo (Burgu (Burgu
CONSTRU<;AO DE UM FATO:
CASQ DO
(H
14
imediatame imediatamente. nte. Do pont pont de vist dos participant participantes es do simp6sio, entre tant tanto, o, os resul resulta tado do de Burgus Burgus foram foram vivido vivido com urn alivio. Todo
os oradores. Urn dos
mundo
do par avalia avalia qualid qualidade ade do aspec aspectos tos rela relati tivos vos it sua discipl disciplina, ina, fez esses comentarios: Gostaria Gostaria de/elicitar de/elicitar as doutor doutores es Burg Burgus us
Guil Guille lemi min, n,
doutor Schal Schally ly pelas duas comunicQ(;oes muito muito elegantes elegantes qu jizera jizera
sobre sobre
tambe tambe animadoras animadoras
quim quimic ica. a. Esto Esto certo certo de qu muit muitos os do pres presen ente te
acham acham queestamos queestamos no aproxi aproximan mando do do objet objetivo ivo os criter criteriosde iosde pureza pureza ~ i i o
extrem extremame amenteimpress nteimpressionan ionantes tes nosdois casos (Meite (Meites, s, 1970, 1970, p. 238). 238).
Guillemin, Guillemin, 1970a, 1970a, p. 233).
objetivo objetivo em quest questli lio, o, perseguid perseguid tanto tanto por Guillem Guillemin in quanto quanto por Ficava Ficava assim assim demonstr demonstrado ado que
TR coutin coutinha ha tres tres amino aminoaci acidos dos
em propor proporl'l l'lio io equimol equimolar. ar. Em outras outras palavras palavras
idei de que
era urn peptidio provavelmente era falsa. falsa. Inverteu-s Inverteu-se, e, pais, to segun segundo do
qual
era urn peptidio peptidio nava se
TRF
er inat inativ ivad ad por enzi enzima ma
S ch ch al al ly ly , e r o bt bt e
e st st ru ru tu tu r d o T R
TRF nlio nlio
pepti peptidio dios. s.
do padroe padroe de pureza pureza na front frontei eira ra da duas duas espe especi cial alida idades des Vario Vario
qu el nl
crite criterio rio impre impress ssion ionant antes es refl reflet et
partici participant pantes es do simp6si simp6si lembra lembra na estava estava salva salva
nli ficaremos ficaremos espantado COm Niioadmir Niioadmir qu as enzi enzimasprote masproteoli olitic ticas as niioajam niioajam sobrea sobrea motec motecuula quando quando se constd constdera era qu expli expliea ea tamb tambem em
1970a,
os tre aminot aminotici icidosprese dospresente ntes. s. Tamb Tambem em encaenca-
possibili possibilidade dade da prese presem;a m;a de um peptidio peptidio eic/ie eic/ie ou protegido protegido p.
resi resist sten enci ci
pr6tases (Bur (Burgu gu aos pr6tases
Guil Guille lemi min, n,
236).
Mas Burgu nlio chegava chegava
pretenderque pretenderque
TRF era urn peptidio peptidio
ponto ponto fina final. l. Quando Quando Ihe pergun perguntar taram am sobre sobre isso isso durant durant posterior it sua expo exposi sil' l'li lio, o, el insi insist stiu iu sobre sobre
disc discus ussl slio io
virada virada espeta espetacul cular ar qu
experiencia ia ainda nlio nlio tiver prosse prosse OCOITera, explicando por que essa experienc
guimento: "Nossa apreensao apreensao sobr
natureza desse material em termos
de polipepti polipeptidio dio mudou, mudou, fundame fundamenta ntalme lmente nte no deco decoIT ITerdas erdas dua ou tres ultimassemanas ultimassemanas (Burgus (Burgus Guille Guillemin min 1970b, 1970b, p. 239).Os detalhes detalhes pre ciso ciso do cami caminb nbos os qu havi haviam am leva levado do
essa essa muda mudanl nl'a 'a nl
surg surgir iram am
sensa sensal' l'li li de otimis otimismo: mo:
elev eleval al'l 'lio io discipli discipli
os financiame financiamentos ntos nao seriam cortados.
no lemb lembra rarm rmos os do qu
efeito efeito os trabal trabalhos hos preceden precedentes tes
ram as
u s d a q ui ui mi mi c d o
argumen
explic explical' al'lio l io da ausencia ausencia de inati inatival val'li 'li da enzima enzima tor
refe refere renci nci
f az az en en d
oi ante anteri rior orme ment nt dito dito sobr sobr Scha Schall lly, y, real real'a 'a
dele, dele, que foi bern diferente. diferente.
grupo grupo que el dirig dirigia ia pouco pouco havia havia parti particip cipad ad da disc discus ussl slio io public publicada ada
exceto para observar que "incidenta "incidentalmente lmente fomos as primeiros encon trar(1966) os tre aminoac aminoacidospresen idospresentesna tesna moleculade moleculade TRF" (Meite (Meites, s, 1970, p. 238). Mas sua lembra lembranl' nl'as as ficam ficam mai vivas vivas em urna urna entrev entrevist ista: a: Ma nocol6quiode nocol6quiode Tucson, quando ouvi Guilleminfal Guilleminfalar. ar. me Deus, Deus, pense que esttivamo esttivamo nocaminh certo em 1966. Fot um surpresa surpresa completa para mim
haviamos trabalhado trabalhado como condenados condenados [...] entiio .] haviamos
(iz imediatame imediatamente nte um pacto com Folkers Folkers (Scha (Schally lly entrev entrevista ista 1976). 1976).
No novo conte contexto xto aberto aberto pelos pelos result resultado ado de Burgus Burgus
artig artig de
Schally Schally de 196 nlio nlio somente somente setomava aitame aitamentecoufia ntecoufiavel,como vel,como tam ber elevava elevava-seretros -seretrospect pectivam ivamenteao enteao planode precursorda precursorda comunica comunica I'li l i de Tucs Tucson on
conced concedia ia ao autor autor sua princ principa ipa font font de credi credito. to.
CONSTRUc;:.AO DE UM
14
CASO
ATO:
DO
TR
(H
CONSTRUC CONSTRUC;:..c ;:..c..O ..O D E U M
com urn tri, hexa
R E T RA RA I M EN EN T O D A S P O S S I B I L I D A D E S
OU
14
(H
CASO DO
ATO:
nonapeptidio. VIDa v e
s e s ou ou b
p es es o
TRF, TRF, pude pudera ram-s m-s elimi elimina na as hipo hipote tese se qu afirm afirmav avam am qu Pode-se Pode-se conceberurn conceberurn biotest biotest realiza realizado do sobr urna urna f
r a ~ i l o
parcial
mai do que ur nonape nonapepti ptidio dio porque porque haveria haveria incomp incompatib atibilid ilidade ade com
mente purificada purificada como uma tecnica "mole", "mole", no sentido e m q u se pad
valor valor em ques questi tilo lo Ale
interpr interpretar etar cada i
ser amplia ampliado. do. Burgus Burgus por exempl exemplo, o, nilo nilo acredit acreditava ava que
n s c r i ~ i l o
da resu resulta ltant nt de 36 form formas as dife difere rent ntes es Em
cont contra rapa part rtid ida, a, um anali analise se de amino aminoac acido ido (AAA) (AAA) nilme nilmere re
enun enuncia ciado do qu pode pode corre correspo sponde nde
al., 1958 menor (Moore (Moore et al., 1958). ).
nilo nilo implic implic qualque qualque especiede especiede a abso absolu luto tos. s.
e nt nt r
d i f e r e n ~ a v a l i a ~ i l o
cad
"dura" "dura" porque porque er
i n s c r i ~ i l o
t eecc ni ni c m ol ol e
d ur ur a
de suaquantidad suaquantidad em termos termos
dureza dureza refe refere re-se -se simp simples lesme ment nt ao fato fato de qu uma conf confi i
g u r a ~ i l o
materi material al particul particular ar permite permite eliminarprevi eliminarpreviamen amente te ur maio nil nil
mere de
e x p l i c a ~ 6 e s
menor a
v a n ~ o .
e s f o r ~ o s
M as as , p o v ol ol t d e 1 96 96 8 e l a in in d TRFtomaraTRFtomara-se se f
plo mensur mensurave ave (I mg em
s ob ob r
ativanos biotest biotestes es
r a ~ i l o
analis analisad ador or de amin aminoa oacid cidos os
anali analitic tic permi permitiu tiu mostr mostrar ar qu
ur exem exem quimic quimic
exist existen enci ci do TRF podia podia tamb"m tamb"m ser
umamultiplicidadede umamultiplicidadede outras outras coisas: coisas: histidina histidina ;icidoglutamic ;icidoglutamic em qualq qualquer uer urna urna da seis seis c
es
h av av i o bt bt id id o
o m b i n a ~ 6 e s
prolina, prolina,
poss possiv ivei eis. s. Ou aind ainda, a, urna urna se
espectr espectr da
que lhe era retrospectivamente necessaria. De maneir maneir simil similar, ar,
que
qualqu qualquer er metod metod novo novo qualq qualquer uer inte interc rcam ambi bi diret diret com os coleg colegas as qua'quer m urna
de
u d a n ~ a
a m p l i a ~ i l o
a v a l i a ~ i l o
ou urna urna
Tucs Tucson on
r e t r a ~ i l o
das
c o n v i c ~ 6 e s
d o l eq eq u d e
ano de trabal trabalho ho ingra ingrato, to, nilmero nilmero de c
a r a c t e r i z a ~ 6 e s
reduzi reduzia-s a-s incriv incrivelm elment ente, e, deu origem origem
uma grande grande e
podia podia-se -se dizer dizer qu
TRF era urna
c o m b i n a ~ i l o
enti entilo lo conhec conhecidos idos Por volt de 1966 1966 pliara-se:
TRF era t aam m b" b" m u m
c o m b i n a ~ i l o
des. des. Depois Depois de 70 anos anos
objelivo i1ltimo era la com substi substiinc incia ia origin original. al.
experiencia fechava fechava Cada nova experiencia siveis." siveis." Por exempl exemplo, o,
q u s e s ab ab i
p es es o
n t e r p r e t a ~ o e s
pos
T R e r c om om pa pa ttii ve ve l
substancia substancia sob
angulo
tamb"
porque porque estrat estrategi egi escolhid escolhid fazia fazia
ser conhec conhecido ido Aristot Aristotele ele defmia defmia urna urna
subs substi tiin inci ci como como algo algo alem alem de se atri atribu buto to Na quimica, quimica, urn substiinc substiincia ia reduzreduz-se se de tal mod
espectro das i
am
substiincias nilo nilo de substiincias
que urn vezatingido, vezatingido, poder-sepoder-se-iaproduzir iaproduzir urn replica replica sint;,ti sint;,ticae cae compara compara com qu nilo nilo houves houvesse se mais mais nad
sibilidade sibilidade dos instrumento instrumentos. s.
i n t e r p r e t a ~ 6 e s
estru estrulu lura ra parti particu culardo lardo TRF. Era i1ltimo por
liti litica ca Ma
delica delicada,porqueos da,porqueos pesquis pesquisado adores res estavampr6xi estavampr6ximosdos mosdos limite limite de sen
1962 1962
estr estrate ategi gi utiliz utilizad ad na quimica quimica analiti analitica ca par
ess resultado consistia em estudar
mero de possib possibilid ilidade ades, s, graps as tecnicas tecnicas importad importadas as da quimica quimica ana das i1lti i1ltima ma possibilidades possibilidades era cada vez mais
possiv possiveis eis do TRF m o ~ i l o .
pept peptid idic icas as E, em 1969 1969 el tomoutomou-se se uma entr entr 20 ou 30 possi possibi bilid lida a
de sua estrutu estrutura ra primari primari (Lehni (Lehning nger, er, 1975) 1975)
e l i m i n a ~ i l o
No colo colo
do 20 amin aminoa oaci cido do
espect espectro ro de
varias vezes e, por qu nilo, ur composto composto de urn molecula molecula ativa maior, maior, entre entre 1966e 1966e 1969 1969 Burg Burgus us tinha tinha limit limitad ad de maneir maneir espeta espetacu cular lar nil
dos colega colega produzia produzia
i n t e r p r e t a ~ 6 e s .
silb silbit it tomadade tomadade consc conscien ienci ci de que, que, depois depois de sete sete
chegar
evident que
podia
TRF era
muito muito menos menos ur tripept tripeptidio idio Em seguid seguida, a, ele retardou retardou
qUencia qUencia de tres, tres, seis ou nove aminoacidos (a mesma mesma seqUen seqUenci ci repetida um vezque 20% do peso peso nilo nilo eram eram leva levado do em cont conta. a.
i n t e r p r e t a ~ 6 e s
sua escolh escolh fina final, l, ao consi conside derar rar ur lequ lequ de poss possib ibili ilida dade de maior maior do
quio quio
altemativ altemativas as (ver capitu capitulo lo 6).
Em 1962, 1962, Guille Guillemin min decidiu decidiu concentr concentrar ar seu t rru u tu tu r d o
peptidio peptidio puro puro
do mais mais
seuatributo seuatributo quee possiv possivel el obte urna urna substi substiinc incia ia em
todos todos ospontossimilares ospontossimilares de novo (Bache (Bachelar lard, d, 1934 1934). ). Issoexplica Issoexplica em part fascf fascfni ni que
objetiv objetiv exercia exercia sobre sobre os pretag pretagonis onistas tas Se fosse fosse obtida obtida
estrutu estrutura ra exata, exata, urna urna part da quimicae quimicae da biologi biologi molecula molecula poderia poderia ser altemativa. Ressalta do que foi aU: agora dito que Ver capitulo para n o ' t ~ o de altemativa. numero de alternativas possiveis depende do estado das discussOes, que e l i m i n a ~ i I o alternativas depende do peso relativ relativ atribu atribuido ido qualquer de um ou de outra das alternativas 11
nscri 9iIo.
enxertadana enxertadana endocrin endocrinolog ologia. ia. Poder-se-iapelomenoselimfna Poder-se-iapelomenoselimfna urn incognit incognit ("0 qu exatam exatament ent estamo estamo enxert enxertand ando") o")
tomar-se-jam tomar-se-jam mais sofisticados.
todos todos os biotest biotestes es posteri posteriore ore
15
CONSTRUC;:AO D E U M F A T O :
As exigen exigencia cia para estabil estabiliza iza
TR
(H
Sabia-se Sabia-se soment soment que tres aminoacidos estava
presentes presentes na substan-
q u u m ( m c a combin combinaya aya desses acidos acidos poderi poderi desenca desencadear dear
atividade.
Quadro 3.1 ilust ilustra ra
dificu dificulda ldade de diante diante da qua se estav estava, a,
em 1969 1969 par identi identific ficar ar ess combina9 combina9ao ao particular particular de aminoacid aminoacidos. os. Cad umadas estrut estrutura ura propos propostas tas result resultava ava da apli aplica ca9a 9a
de urn meto
do novo novo ao prob proble lema ma Nenb Nenbum um dela dela resi resist stiu iu mais mais do qu algu alguns ns me ses. Cabe Cabe
C O NS NS T RU RU < ;A ;A O D E U M
estrutura estrutura eram simples: cumpria
linguagem da quimica as tra/yos obtidos nos inscritores.
transpor para ci
C A S O DO
claro, mostrar exat exatam amen ente te com ess plet pletor or de nome nome di
ferentes ferentes acabo por estabilizar-se em uma seqUencia (mica.
ATO:
Antes Antes de 1962
Eo
Depois Depois de 1962
Eo
mesm caminho caminho em 1969 1969 tambem constatou que nenhum dos
pept peptid idio io sint sintet etic icos os demo demons nstr trav av ativ ativid idad ade. e. Ma em 1969 1969 muda mudara ra Em luga luga de conc conclu luir ir
com Schall Schall fizer fizer dois dois anos anos ante ante -, que
Cere Cere de 1966 1966
algum algum coisa coisa co
grupo grupo
termi terminal nal". ". Era precis precis prosse prossegui gui co
experiencia experiencia quimicas quimicas sobre os sei peptidio peptidios. s.
mostrou qu urn peptidio Unico tinha sas manipulayoes, manipulayoes, "a acetilavao", mostrou um ativ ativida idade: de: "Parece "Parece qu
D it it o d e o ut ut r Eo
seqU seqUen enci ci R-Glu R-Glu-Hi -His-P s-Pro ro
necessar necessaria ia
cas para qualqu qualquer er da distri distribui bui90e 90e
o do do ,
q ui ui mi mi c
conbec conbecim iment ent do TR
natu natural ral
s in in te te s p er er mi mi ti ti u r es es tr tr iin n gi gi r d e s e
par um as sequen sequencia cia possi possivei vei do TRF, TRF, se
urn peptidio
qu houves houvesse se necess necessida ida
de de toca nos precio preciosos sos micro microgra grarna rna de extrat extrat natu natural ral
Poderia Poderia nao
Ma
opera9 opera9ao ao apenas apenas mostr mostrou ou qu
substa substanci nci sintet sinteticaR-Gl icaR-Glu u
His-Pro era biol biolog ogic icam amen ente te ativ ativa, a, ma na qu era ess
a o um peptidio
TR natu natura ral. l. Par tal, tal, rest restav av aind aind comp compar arar ar Seja R-Glu-Hi R-Glu-His-Pro s-Pro seja R-Glu-His-Pro-R. nem Pyro-Glu Pyro-Glu-His -His-Pro-Pro-OH OH nem Pyro-Glu-H Pyro-Glu-His-Pr is-Pro-Me o-Me nem Pyro-Glu-H Pyro-Glu-His-Pro is-Pro-NH, -NH,
Nove Novemb mbro ro de 1969 1969
as
resul resultad tad de um des des
Desse Desse modo modo dispos dispos-sede -sede um replic replic sintet sinteticado icado TRFante mes mes
ser um peptidio
Abri Abri de 1969 1969
TR nao era ur pepti peptidio dio
os resulta resultados dos negat negativo ivo foram foram consid considera eradosa dosa prov de qu "cabiafaze
mo que se acabas acabasse se de estabe estabelec lecer er
ur TRF e?
situ situa9 a9ao ao
part partir ir dess desses es resu result ltad ados os nega negati tivo vo
dos tre aminoacid aminoacidos" os" (Burgus (Burgus et al., I969a, p. 2.116 2.116). ). al., I969a,
TRF?
qu
15
(H
E,
seguiu
ativid atividade ade biol6 biol6gic gica. a. Esse Esse na Quadro 3.1
C A s a DO
TRF
Pyro-Glu-His-Pro-NH,
partir partir dos mater materia iais is natur naturais ais co
as dos sinte sinteti ticos cos
estr estrut utur ur do
inscr inscri9 i90es 0es obtida obtida grupo grupo de Schal Schally ly
tentou tentou faze isso isso comparan comparando do as cromatog cromatografi rafias as em carnada carnada fmas fmas (TLC, (TLC, duas substa substanci ncias as em 20 siste sistemas mas di Thin Thin Layer Chromatogr Chromatography) aphy) da duas f er er en en te te s M a i ss ss o n a Guille Guillemin min Saber se
a ce ce it it o c om om o p rro o v p eell o l ab ab or or at at 6r 6r i d e
numero numero ou
quali qualidad dad das insc inscri ri90 90es es consti constitui tui
urna urna prov depend dependia ia das negoc negocia ia90e 90e entre entre os membro membro do labora laborato tori ri os envolv envolvido idos. s. Era extrem extremame amente nte dific dificil il decidi decidi
questa questa da simil similari ari
dad das duas duas cromat cromatogr ografi afias as (corre (correspo sponde ndente nte as amost amostras ras sintet sintetica ica natura natural) l) Burgus Burgus achava achava qu as pequen pequenas as difer diferen en9a 9a era
Existe urn meio indiret indiret para determinara determinara seqUen seqUenci cia: a: fazer sinte sinte se da seis seis comb combin ina9 a90e 0e poss possiv ivei ei do tres tres arni arnino noac acid idos os qu esta estava va presentes presentes em rela9ao rela9ao equimolar equimolar no TRF. TRF. Foi
qu Schall Schall fez, fez, em 1968 1968
v as as : " Se Se nd nd o d ad ad a
ativid idad ad espe especi cifi fica ca diferen,a de ativ
signif significa icati ti
de comp compor orta ta
mento em varios varios sistem sistemas as cromat cromatogra ografic ficos, os, parece parece evidente que PyroGlu-His-Pro-OH niio origem em (Bur (Burgu gu et at., niio era idimti idimtieo eo ao TR de orig at., 1969b, p. 226). 226). Burgus Burgus entao entao propos propos um modifi modifica9 ca9ao ao suplem suplement entar, ar,
15
CONSTRUC;:AO DE UM FATO:
CASO DO
qu reduziria as pequena diferen9as remanescente
cificar uma seqUencia para
TR
(H
CONSTRU<;A.O DE UM
Enquanto
permitiria espe
TRF: "Vma das estruturas mai interes
CAS
FATO:
(H
DO
15
grup de Guillemi considerava mais possibilidades
do que as necesslirias
grupo de Schall publicav dois artigo (escri
santes seria pyro-Glu-His-Pro-amido, porque existe ur grande niimero
tos por Folkers, submetidos ii aprecia9ao em8 deagosto 22 de setem
de polipeptidio biologicamente ativo com ur
br
terminal amidado"
6 9) .
d oi s a r i g
simp6sio de Tucson ne
(Burgus el al., 1969b p. 227). hip6tese de qu ur peptidio poderiatambe qu se fabricasse ur compost destinad
ser amidad levo
reduzir
diferen9a entr
1966
1969
na
e nc io na m
r ev e a 9a o f e
q u s e p as sa r em todo
artig de 196 era descrito como
tar um analis corret de aminoacidos.
no
periodo entre
primeiro
apresen
p ri me ir o d o a rt ig o d e
as duas series de observa90e no cromat6grafo Um ve sintetizado,
Folkers, que tinha como titulo "Descoberta da modifica9a da seq1i(;n-
observou-se que novo composto comportava-se tal como TRF natu
cia tripeptidica sinteticado TRH qu tern urna atividade", apresentav
ral tanto nos biotestes quanto em outros inscritores: "As propriedades do TRF estao muitoproximas daquelas do amid
sintese,
pont de
Pyro-Glu-His-Pro-NH, com um enlr wirios peptidios ativos. Mas Guillemin afrrmou que
ideiatransitav de ur grup
nao se dislinguirem em quatro sistema diferentes de TL tratados como
versas infonnais, durante
misturas" (Burgus el aI., 1970).
(1969) Fica ta diffei estabelecer
Na
nOSso prop6sito concluir simplesmente que
pyro-Glu-His-Pro-NH,.
diferen9 ou
reunHio da Endocrine Society, em junho veracidade dess fato quanto da
ao
respost de Schally (comunica9a fechada, 1976): el ja conheeia essa
em
modifiea9ao, ma "haviam-lh pedido qu na falass sobr ela" No
TR
identidad nao existe
outro, em con
si ela dependem ao mesmotempo do contexto no qua saoutilizados
segundo artigo, publicado por Folkers em 196
intitulado"Identidade
de Pyro-Glu-His-Pro-NH," (Boler el al., 1969), figura
das negocia90es entre pesquisadores. Era possivel tanto rejeita um
do TRH
diferen9a, com se elafoss ur ruido de fundo semqualquer importiin
cisao de considera como identicas as substfulcias naturais
as sinteti-
cas. Para refor9ar essa pretensao de prioridade, Folkers cit
artigo de
cia, quanta, ao contrario, ve-I como uma divergencia essencial
gru
po de Guillemin observo "breves diferen9as" entre os compostos na
Burgus: "Burgu el al. (1969b afirma
turais
nao
sinteticos, surgidas em vario inscritores. as membros da equi
pe levaram-nas tao
serio que escreveram no artigos publicado em
julho: "Desse modo
estrutur do TR nao
Pyro-Glu-His-Pro-OH,
do
y ro -
u -H is -P ro -
qu qu
de
estruturado TRF ovin a o s e p od e e xe lu i u m
amida9ao secundliri ou tereiliria" (Boler el aI., 1 96 9
7 07 ) M as ,
euriosamente, Boler el al. parecem contradizer ess enunciado no para
nem Pyro-Glu-His-Pro-OMe, nem Pyro-Glu-His-Pro-NH," (Burgu el
g ra f s eg u n t d o
al., 1969b,p. 228). Semessafrase na haveriaconflitopara sabe que
Pyro-Glu-His-Pro(NH,), enta certas possibilidades parecem eviden
deveri leva
tes" (Bole el al., 1969 p. 707). Dito de outro modo, Folker joga eom
c rM it o
h is t6 ri a
T R t er i c es sa d e m j u lh o
1969."
es
rt
"S
possibilidade de varia estrutura para
es ru ur do TR
TRF, mesmo que
ao
do
titulo do
artigo indique qu ele fixar definitivamente sua escolha por uma delas. ooeao de (1m Mais uma vez precise nilo levar discurso hist6rico ao pe da letra de urn hist6ria (ver acirna) dependia da estrategia adotada por Guillernin para obter estrutura; era essa estrategia que definia que devia ser "born desfecho". Ela tambern dependia da forma pela qual urn enunciado era qualificado por Burgus et al no artigo de 1969b, cujos desdobrarnentos encontram-se em varios relat6rios de Schally Guillernin. 12
Este
rnbor exempl do qu pode produzi
enunciado de Schall permitira tro grupo de us de linguage como
estilo de urn artigo. Os
ao grup de Guillemi aeusar
ou
ambigua. Schall tambemnao dispunha,
grup de Guillemin, de urna prova deeisiva de qu Pyro-Glu
His-Pro-NH era
estrutura
grupo de Guillemin vi os enunciado
C O N ST R U< ; A
15
C A s a DO
D E U M F A TO :
(H
de Schall com urnaexpressao de confianl'ana argurnental'aOde Burgus
como urn meio de combater, em dai meses, los" do quimico. Burgus na podi recorrer
"excesso de escnlpu Schall (cf. acima) era
precis que estabelecesse novas fontes de informal'ao. Em
na epoca,
i st a d o
espectrometria de massa
era capaz de fomecer um resposta plenament satisfatoria par blema da avalial'aO das diferenl'as entre t es e U m v e q u
d is pu se ss e
poderia se oporas conclusoes. 13
urn
TR natura
CAsa
ATO:
pro
Ihanl' de tral'os deixados pela substanci natural t e t i ~ a
espectr6metro, ninguem mai
15
pela substiincia sin
passam coincidir as espectrometros de massa, que fornecem da
do noplan da estTUtura at6mica, na deixam
porta abertaa
estabelecer
utilizal'a O da espectrometri de massa infelizmente permanece limitad at entao, porque amostra de TRF na era vollitil Com na exist,
meio de tormi-Ia volatil, na se pode determinar
sem ambigilidades. Seguiu-se
estudar
quais as pesquisadores testaram diversos meios de inserir
qu el constitui par
urn
quimico dos peptidios, ur argurnento final
sintetico
questa de form
pod sermedid pel fisica que el contem. Nao nosso proposito aqui historia social da espectrometria de massa. Bast observar
mil hares
dos cromatografos. Era
por isso que Burgu previaque os espectros do TRFnatura fosse ele quais fossem permitiria definitiva (ver Quadr 3.1).
TR de sin
potencia do espectr6metr de mass
(H
TR
de interpretal'oes, ao contrario do bioteste
organizayao da quirnica dos
peptidios Burgus considerav qu soment
CONSTRU<;AO D E U M
urn
espectr6metrode massa, de mod
estrutur
periodo de vario mese durant toma-Ia volAtil. "Na
os
amostra no urn
progres
Como diz Burgus: "Ela elimina praticamente todas as possibilidades
so tecnico de primeira impormncia, mas
conservando apena
program em particular [.. isso explic por qu investimo tanto tem
ya
urn
numero infim delas." Somente porque utiliza
cromatografos, os quimicos pudera
tese de qu
seguir sustentando
estrutura do TRF era diferente em
unic form de evitar qualquer discussa
d e m a vez por tadas
utilizal'ao que
camada finas (TLC): "Tod
quimico dir: quea TLC nao constitui um prova. mass
po nisso: fo precis parare desenvolver ess tecnica" (Burgus, 1976).
propondo interpretal'oes
altemativas Burgus comentou nesses termo (1976) Schally fazia da cromatografia
hipo
born
espectrometri de de regulamentar
questa-a. Embora em outros sistemas
seme-
urn pass adiante para este
Finalmente, chegou
pede introduzir
di (e
setembro de 1969 em qu Burgus
amostra natural no espectrometro de massa
te daquel da substanci de sintese: "E urn
corp natura
primeiravez qu
controversias.
estTUtura de
determinada por sua similaridade com urn produto
de sintese" (Burgu
Guillemin 1970)."
Atingimosaqui um virad na historia do TRF. Nenhu I) espectrometro de rnassa uma caix preta. Exatamente por isso, ele constitui maior parte do carAter "duro" do dominio (ve capitulo 6) prot6tipo imponente dos comum, contendo urn computador que aODS tdota tornou-se urn aparelho compacta efetua maioria das interpretaQ13es iniciais. Foi aplicado quimica organica durante 30 aoos, mais especificamente quimic dos peptidio partir de 1959. extensao de seu usa para as fatore de Iibera ao representa apenas uma etapa relativamente peque oa de sua hist6ria Vma vez estipulada estrategia de Guillemin, nao se dispunha de qualquer Dutra prova final. patencia do equipamento reside no fato deque inscriyao (0 espectro) obtida por cantata direto do fluxo de eletrons com amostra de molecu las (Beynon, 1960). Embora numer de mediacOe sej muit grande (Bachelard, 1934), cada uma das indicacOes concebida como uma caixa preta considerada como resultado final julgado nao sujeito urn elemento do cenArio. Por conseguinte,
obter
ur espectro que nenhum especialista pudesse interpretar como diferen
dorda disciplina di mals qu
pesquisa
TRF natura tern urn espectro "similar
a" Pyro-Glu-His-Pro-NH" nem que TRFera "como" urn composto de sintese Pyro-Glu-His-Pro-NH, Produziu-se um mudanl'a ontologica maior (ve capitulo 4) diante que
TRF
Os
atores passaram
Pyro-Glu-His-Pro-NH,.
dizer, desse moment
em
predicado tomou-se ab
solulo todas as modalidades foram abandonada
nome quimico tor-
14 essa particularidade que permite que fil6sofos como Hacking (l988) reutilizem constru;iio. esse exemplo para defender posiClIo realista qu aqui se ve atacada exata, mas rarissima, deve-se ao fato de que existe, em todo univer so desde inicio dos tempos, urn unico pote de TRF.
C O N ST R U< ; A
15
nou-se
nome
D E U M F A TO :
um estrutur real
mente transfonnado:
ele tomou-se
DO
TR
(H
C O N S TR U C ;A O D E U M
estatuto do TRF fo imediata
fato,
pressoes como: "Guillemin Schally
CAS
passaram
estabeleceram
se
qu
difundir TR
ATO:
CAS
DO
TR
P yr o
ge
os de Guillemi
Schally. Entr esse circulos havi grupo
laborat6rios que jamais quereria
fra90e impuras problematica (as
se novo grupo puseram-se rapidament
P A S S A P A R A O U T RA S REDES
uma aquisi9ilo fra9il pura de TRF, obtida gra9as ao instrumentos altament
pouc
um cadeia de oit silabas. Ess denomina9ilo permanecera livrede quimic analitic
de mass permanecere
inalteradas
TRF
qu era
da estrutura final em tre aminoacidos,
TRF ante desta data
tancia finalmente obtidos,
de 41 artigos cheios de enunciadoscontradit6rios, de interpreta90es par
encena9ilo do col6quio
de quimic maldesenvolvida.
parti de novembro de 1969
contrario bastavam oit silabas para transmitir ne de bocaem boca, 9ilo abriu
passou
novidade por telefo
ess possibilidad de difusilo rapida da informa
grup muit pequen de especialista ocupara-se de um mesm
simplicidade
despropor9ilo entr as tonela
competi9il fero entr os dois grupos Tucson ei
qu explic
significar alguma cois em um outra rede-
TRF tomou-s materi de relatos,
por
que
TRF
da imprensa
consum de toneladas de cerebr
de carneiro tomou-s um mito Os que nilo haviam dad
caminh par um mudan9 radica na estrutura da rede
problema durante anos) contentando-se em cita urn numero relativa
pouco
TRF vei sim
das de hipotalamos tratados os poucos microgramas de precios subs
seria necessari uma pesquisa cansativa sobre um conjunto complexo ciai
TR como
algumas cicatrizes restantes perdera
interess para os pesquisadoresem atividade.
defasagem entre oit anos de esfor90s pesado
no contexto relativament restrito da quimic analitica parece evidente desd novembro de 1969 Para saber
considerar
ples'lJente juntar-se massa do instrumentos utilizados no decorrer de longos programas de pesquisa
fisica da espectrometri
vantagem de ter situad
nilo confiaveis). Es
hist6ria de sua descobert desfez-se de maneir pro
gressiva, alguns tra90S
sofisticados da quimic analitica, pOde ser identificad simplesment ambigiiidades enquanto
postas
em circula9ilo entr grupos de pesquisadore bem distante dos de ori
qu s6 eram ativas durant os testes incomoda
por
15
za9ilo amostras nilo problematicas do material purificado fora
ex
Glu-His-Pro-NH,." TR
(H
interess pelo 4I artigo qu levara podiam agora apaixonar-se pel epilogo, nha ajudado Humina dramatizar.
menor sina
de anos par serproduzidos qual, em contrapartida, ti
mente pequen de artigos. Agora, um publico consideravelmente am p li ad o p od i u ti li za r
f 6r mu l d e o it o s il ab a
t om a- I c om o n ov o
pont de partida de suas pesquisas. Outra vantagem nad desprezive d es s f 6r mu l e m t re s a mi no ac id o
q u e l p er mi ti a q u c ad a q ua l
encomendasse uma quantidade tilo grand quanto desejavel de substan ciaem um industri quimica, tend como limite disposto
som qu estivess
gastar.
Neste capftulo, acentuamos colheu um estrutura purificad
seguinte ponto: um ve qu se es apenas um unic entr todas
es
truturas igualmente provaveis produziu-se umatransforma9ilo decisiva na natureza do objeto construido. Algumas semana depois da estabili
1$
Ver, por e ~ e r n p l ~ ,
Medical
World News, 16jan. 1970,
I.e
Monde, 15 jan 1970. Cada
urn. dos .vanos artlgo desse periodo insiste na fero cornpetiyo que op6 Schally
sobre a. irnportancia clinica de suas descobertas. premio Nobel, em am pela hist6ria do TRF, provocou uma nova erupy!O de relatos slmllares na Imprensa. G U l l l e r n ~ n
p.la .rnedlda ~ o n c e d l d o
CAPITULO
FATOS
MICRO-SOCIOLOGIA DO
(!
primeiro contato com
laborat6rio nos permitiu estabelecer
papel centra que nele desempenh
inscri,li liteniria. Nele, slio per
manentemente produzidos documento de natureza diversa, tendo por finalidad operar um transforma,lio entr vario tipos de enunciados, transforma,lio que Ihes confer ou subtra
estatuto de fato cientifico.
No capitulo anterior examinamos historicamente particular
mostramos que
genese de urn fato
contexto do laborat6rio influi sabre
mer de enunciado alternativo qu pode
ser formulados.
Urn
nu-
enun
ciado so adquir estatuto de fat em virtude da defasagementre as dua redes de circula,lio. Pode-s argumenta qu nlio penetramos no pro pri cerne da atividade cientifica, qu noss descri,lioda constru,liode um fato deixou d e e va r e m canta
voltamos
"16gica"
"raciocinio". Por isso
fazer, oeste capitulo, urn exame profunda das atividades
quotidianas do laboratorio. Desejamos estender nossa pesquis at os urn
trocas entre os pesquisadores, pelos gestos de sua vidas quotidianas iremo analisar em que medida esses detalhes dlio lugar "Iogicos" com eles permitem que se obtenh vas"
como opera
argumentos
qu se chamam "pro
que se chamam os "processos de pensamento".
exame da atividade quotidiana do laboratorio levou qu no interessassemos pela maneira c om o o s g es to s mais insignificantes
aparentement
contribuem par
constru,lio social do fatos.
Em
outros termos estudamos aquimicroprocesso de constru,lio social dos
16
M I C R O - SO C I O L O GI A D O S F A T O S
fatos. Com dissemos no inkio, empregamos
palavr social distin
guindo-a da influencia manifesta da ideologia (Forman 1971) do es
MICRO-SOCIOLOGIA DOS F A T O S
161
nao cientificas. Mas, como iremos mostrar, essa tentalYao vern em parte do fato de qu as praticas cientifica sa muitas veze deserita invo
candalo (Lecourt 1976) ou dos fatore macro-institucionais (Rose
cando-s termp com hipotese, prova
Rose, 1976) poi esse fatore na esgotam
especifieaa pratic cientifica ma na esta muit clar se eles nao es
caratersocia da ciencia
Ale disso, quando nao se manifestam imediatamente, corre-s de ve certos sociologos da ciencias conclulrem qu
risco
atividad qu
dedu,ao.
us desse termos
ta sendo usados emsentido tautolOgico. Garfinkel (1967, cap. 8) por exemplo,
descrever
atividad cientific segundo Schutz (1953)
observam escapa de se dominio de competencia, Na historia do TR
fomece de criterio de racionalidad do sens comu
apresentada no capitul anterior, por exemplo, so se destac urna veza
quatro, que ele sugere que sejam considerados como especificos
influencia
encia. Urn desses quatm criterios
discutivel- da ideologia (p 114)
incidencia indireta da
que os cientistas buscam
determina,ao de ascenderna carreiraprofissional observadaurna fuli
tibilidad da rela,oes fim-meio co
ea ve (p 109)
Mas
os fatore institucionais soment tres veze (p 134,
por exemplo). S e n o detivessemos no termo "social" da maneira como utllizado por alguns sociologos, Irlamo observa apenas um pequen numero de exemplos qu manifestam de form clar ideologia, desonestidad evidente,
influencia da
preconceito etc Mas seri incor
reto concluirque historiado TRF so parcialment marcad por fato re de ordem sociologica Dizemos ao contrario, que
TRF
total-
criteria correspondente na
aparecimento, no primeiro, do termo "16gi-
ca formal" Com caracteristica definidor da ciencia no,ao de logic formal
qu
utilizad com tautologia Um outro criterio
"a compatibilidade da defini,ao de uma situa,ao co
co",
ci-
"compa-
os principio da logicaformal".
unica diferenya entre este criteria
pratica do sensa comum
acrescenta
identico ao que se di sobr
saber cientifi
vida quotidiana,
nao se pel
mente urn constru,ao social No sentido que entendemos termo soci
inclusao da palavra "cientifico". Ainda uma vez, tra'Yo caracteristico de distin,a utilizado tautologicamente. Embora manobra sej bem
al esperamo poder prossegui com
frequent em outros autores com Althusser (1974), ela
programa fort em um plano que
particular
se situ par alem da sociologia. Retomand as palavras de Knorr, de
mente surpreendent quando aparee said da pen de
sejamos mostrar
Schutz que tem como finalidad declarad descreve fenomenologica
contextual
carate idiossincratico, local heterogeneo,
diversificad da praticas cientificas (Knorr 1981) Pro
pomos considerar
carater aparentement logico do raciocini apenas
como um parte deurnfenameno be chama "pratica de interpreta,ao"
mais complexo, qu Auge (1975) que
feit de negocia,oe locais
instiincias do discurso cientifico
na
Essa urna tautologia Nossa posi,a consist
praticas de interpreta,ao. Vamo analisar com as diferen,as entr pniticas de interpreta,a cientificas
nao cientificas criam-se
man
tem-se no interior do laboratorio tentador partirda premissa de que natureza da atividade cien tifica difere essencialmente das pratica interpretativas das atividades
thes
atividade prfltic dos pesquisadores.
entes ou institucionalizados.
diret da cienci emerge no decorrer dessa
as no,oes qu
foram fomecidas pelos epistemologos julgam que seja facil identificar as os
cren,a no carater logie
autor como
mente pratle efetivados pesquisadore no momento em que exerce sua atividades Os observadores familiarizados co
tacitas, de avalia,oes constantemente modificaveis, de gestos ineonsci que queremos mostrar neste capitulo:
urn
pesquisadores parece
agir eientificamente, porque em
silo
pesquisadores.
afumar que
Se
existem
essa diferen,as sua existencia deve ser demonstrada empiricamente por isso quetentaremos evitar uso de conceito epistemologicos em nos sa descril'ilo da atividade cientifica Noss exam dos processos de trabalho no laboratori fundamen ta-s sobre observa,a de um pratie real de laboratorio
material
recolhid no contexto de nossa abordagem quase antropologica con
16
MICRO-SOCIOLOGIA DO
vern particularmente fica Par ur de n6s,
FATOS
analise dos infimos detalhes da atividade cienti fat de partilha da vida quotidian dos pesqui
sadores durante dai aDOS forneceu
i n f o r m a ~ o e s
que ultrapassa
literatura. Pudemos construir nossos relat6rios
partir de observac;5e de encontros cotidianos, de discuss5es de traba Iho, de atitudese de todauma variedadede comportarnento nao calcu lados.' Na primeira sec;ao do capitulo iremos explorar
gama de interes
ses preocupac;5esque aparecem em todasas interac;oes entre as mem bros do laborat6rio. Vamo examinarespecificament por m ei o d e q u processos os fato pode
sercriadosou destruidos por ocasiao de con
versas particularmente breves Em seguida iremos considera
pro
cess de transforma,ao da ocorrenci dessetipo detrocaem descri,oes da genes de "ideias" ou de "processo de pensamento" Finalmente, vamos discutir as fante de resistencia
compreensao dos fato com
construc;oe sociais. Como podemos explicar sociologicamente, s 6 t em po , texto
a us en ci a d e e nu nc ia do s q u n a d ep en de ri a
urn
d e s e c on
crenc; em vigor sobr esse enunciados?
N e st e c a pi t ul o u ti l iz a mo s a pe na s u m p e qu e n p ar t d o m at e ri a r e la t iv o a o microprocessos. Noss inten9ao e, em primeiro lugar, fomecer uma visao geral do tra balho do laborat6rio. Paratal, tivemo qu simplificar urn pouco analise das conver sas do relat6rios. Uma analise completa particularmente quando ela aspira ao rigor da "analisedos discursos" (po exemplo Sacks, 1972; Sack et ai., 1974), demandaria urn tratamento bern mai detalhado do qu aquele aqui desenvolvido Ver tratamento meticuloso das conversas em Lynch, 1985 Este aspecto qu os etn61ogo chama de problema da "indexicabilidade" da ciencia (Lynch, 1985), queja fo anteriorment abordado. Barnes Law(1976) por exemplo afirmara qu nenhuma das expressOes utilizadas pelos pesquisadores esca pa da indexicabilidade. Nem po iss as expressOes cientificas estao melhor qualifica da paraveicular urn sentido do qu qualqueroutra expressao usad em contextos "nao cientiticos" ou de senso comUffi. Pode-s considera qu Garfinkel (1967) bota lenha na fogueira dessaconclusao. Na mesma ordemde ideias urn ccrtonumero de semioticos europeus comc9aram recentemente ampliar os instrumento daanaliseliterariapara estudo da ret6ricaem diverso dominios: poesia publicidade, Iinguagem forense, cien cia (Greimas 1976 Bastide, 1985 Latour Fabbri 1977) Os semi6ticos veema cien cia como uma form de discursoentr outra (Foucault, 1966), da qual urn dos efeitos
16
FATOS
CONSTRU<;:AO
DE FATOS
D E M O Ll < ; : A
AS C O N V E R S A S
de
muit aquela obtida pela entrevistas, pelo estudo de arquivos pela pesquisa sabre
MICRO-SOCIOLOGIA DO
Vma forma de examina os microprocessos que interve tru,ao de urn fato de cienci consiste em observar com
na cons
se desenvol
ver conversase discussoes entr membros do laboratorio. Por diversa razoes muitas vezes nao fo possivel gravar as discussoe no laborat6 rio Conseguimos, contudo fazer
registro escrit de 25 discussoe no
total, anotando medida de tempo, descri,oes de atitude
entona,oes.
Urn certo mimerode descri,oes informais, entre as quais fragmentos de
conversas no laborat6rio no corredor d a m es m m an e ir a S e precisil necessaria o u " co n fu so "
gr
no restaurante foram anotada d e f it as , e ss a n ot a c ar ec e
da
"analisedo discurso". Mesmo nesse estado brul
n ot a c on st it ue m
m at er ia l
p ar a u m a na li s
aprofundada da constru,ao dos fatos Come,aremos considerando tre trechos breves de uma discussao
informal de mod
ilustra certos procedimentos pelos quais os argu
mentos sao constantemente modificados, refor,ados ou rejeitados du rante um interac;ao comum no laborat6rio. Essa conversa passou-se entre Guillemin, Floyd, Bloom
Roger Burgus no corredor Burgus
estava saindo quand Guillemi come,ou
f al a
u m e xp er ie nc i
que haviam realizado alguns dia atras: (aJ GUILLEMfN (a Bloom): Voce sab camo esse test de ACTH
cit, pela quantidade mais baixa [...} eu dizi para mi bern, durante 15 anosdesperdice dinheiro com esseteste
difi-
mesmo, tudo .} Jean Rossier
calculou umacurv ideal. Da ultima vez, e/ errou porque, se olharmos
eo "efeito de verdade" qu (Il maneira de outro efcho Iiterarios) emerge parti da caracteristicas textuais, como temp do verbos, estruturado enunciado, as modali dades etc. despeit da enormes diferen9a entre os estudos anglo-saxOes sobre pape da indexicabilidade os da semi6tic europeia continental todo mundo est de acordo em negar aodiscurs cientifico qualque estatutoprivilegiado ciencia naose caracteriza nem po sua capacidade de escapar da indexicabilidade, ne pela ausencia
de dispositivos ret6rico ou persuasivos.
16
MICRO-SOCIOLOGIA DO
as dados, cad vez que
ACTH desce,
FATOS
endorfinadesce, cada vezque
endorfin sobe. Entao, nos quer[amos ca/cular entr as dua curvas. Scottfez isso 0,8.
ACTHsobe
ajuste
ment lieita
vamos fazer
media,
m es m c o
que
da, at qu tern como referencia
va
escrevend par
enta
incidente do passado.
comentario
q u Guillemin toma seus
perjeita
Burgus deixa
local quando Guillemi propoe
c us sa o d o a rt ig o p ar a Bloor come9a
16
seguinte de Bloom ("E inquietante") desencadeou uma resposta q u s e
vai ser, tenh certeza, 0,9 (XII. 85).
Guillemi
FATOS
pade considerar indicativa da alta coota
BLOOM: Olimo.
GUILLEMIN:
M I C R O - S O C I O L O G I A DO
discutir urn artigo qu esta
Science. Como Burgus se preparasse de novo
retomad da dis
Science. Entao Guillemi mostra
Bloom urn
novo mapa da vasculariza9ao da hip6fise, que Ihe havi sid mandad por urn colega europeu. Ei
discussao qu se seguiu:
para sair Guillemi virou-se para eIe: (c) GU/LLEM/N De todomodo
(b) GUILLEMIN (a Burgus, que saia): Naverdade onle eu vi no computador uma correla((iio de 93% [entre}
hemoglobin [. .] sei !ti? Le
IV Podemos po iss no papel?
(a Bloom): Voce sabe do qu estamo Jalando? Noss amigo Schally um anuncio ontem, na reuniiio da Endocrine Society, u e
tiva [Bloom refere-se
CRF Voce sabe
que aconteceu com
encontrouuma homologi de 98% coma hemoglobina,
BLOOM:
que
t,
iss dependedos peptidios ... mas
ri
inquietante.
GUILLEMIN (rindo): Depend para quem... [XIII. 85]
le
artigo ..
BLOOM: Voce sabe,
aquele. em que ..
GUILLEMIN Ah eu lenho. BLOOM:0 limite de
endorfina
refor9ada pel idei
Bloom ficam con-
opera9ao corresponde aos padroes profissionais de
sejados. Na segunda passagem, ao contrario,
tese
jeitada por c au s d a h om ol og i q ua s p er fe il a e nt r liberal'ao que vamente trivial
muito se pesquisava, efeit de recusa
entre suarecent hip6tese
rn colegae re f at o
hemoglobina, protein relati
acentuado pel lal'o estabelecido
celebre erroque
mesmo colegacomete
ra haalgun anos Schally, na verdade, afirmarater encontrado ur fator de libera9a muito importante qu se revelar ser apenashemoglobina. hip6tese recent de Schall e, desse modo, seriamenteposta em duvi-
OK.
Jig. .. OK. Se queremo injetar nessesratos (precisa
mospe los menosalguns microgramas). ..
ur provavel aperfei90amento do
ajuste entre duas curvas. Por conseguinte, Burgus vencidos de que
muito importanteJazer. ..
GU/LLEM/N: Vou lhe dar os peptidios, e, devemosJazer. .. mas eu gosta
levedo no ar. ..
BLOOM:
que aceitamos comoresposta nega
um artigo que indica um resultado positivo de
pois da utiliza9iio de "en ormes quantidades de peptidios.] GUlLLEMIN: Quantos
GRF Roge n6.o sei
umaquestiio pnitica ...
BLOOM:
Burgus tinha um programa de computado para estudar as homologias [..]
prova de
que haja um eJeito psicotropico qualquer desses peptidios injetados por
veda? ..
aminoacido para
questiioa sercolocada neste artigo
q u eu ja mencioneiem um das outras versoes: niiose te
uma questiio pratica (XII, 85).
contrari da passagen precedentes, aqui vemo Guillemi formulando um serie de perguntas. Pode-s considera que se estatu to
de Bloo
sa praticamente identicos, embora Bloo
sej cerca
dez anos mais novo qu Guillemin. Os dois sa diretore de Iabora t6rios
membro da Academia de Ciencias Ma Bloo
urn especia
listada area dos efeitos psicotr6pico dos neurotransmissores enquan to Guillemi
iniciant nessa especialidade. Guillemi precisa, portan
to do conhecimento de Bloo
para escrever co
versoe preliminares ja estava
pronla no moment da discussao). Em
el urn artig (cuja
particular, Guillemi quersaber sabre0 que se fundamenl
afirma ao
FATOS
M I C R O - S O C I O L O G I A DO
16
d e q u o s p ep ti di o
a ti vi da d q ua nd o s a
i nj et ad o p o
intravenosa (IV) para poder r e t r u e ~ r qualquer argumento eontrario primeira vista, de
Bloom.
urn
partidario
de
Popper fieari delieiado co
evidente, no entanto qu
ment da presen,a
da auseneia
mostra que eladepend tiva. Paraoles trata-se
do de
queeles
de
eomentario
esco/hem aceltar com
urnaquestao pratica
Guillemi prossegue versando sobr cessarios paraindicar
resposta
questa na depend simples provas
de
Bloom
prov nega
conversa entre Bloo
quantidade de peptidio ne
presen,a de efeitos psicotr6picos. Guillemin
fabricou esses peptidios raros
dispendioso em se pr6prio labora
t6rio. Assim,
c ol oc av a p ar a B lo o
questa qu
se
quantidad de peptidio Guillemin estava disposto cussao envoIvia, portanto, uma
n e g o c i a ~ a o
e r s ab e q u fornecer.
complexa sabre
dis qu se
pode chama um "quantidad razoavel de peptidios. Guillemi t i n ~ a
c on tr ol e
f or ne ci me nt o
s ub st an ci as . B lo o
t in h
conhecimento necessari para determina as quantidades demanda das. Ao mesma tempo, na literatura, afirmava-se qu eram necessa rias "enormes" quantidades de peptidios De repente, Guillemin,
do
efeito
s e p es o D e o ut r
um inje,ao sobre
nega,ao, por
comportamento perdia
l ad o G ui ll em i a fi rm av a q u
q ua nt i da d
peptidio anteriorment utilizada er grotesca porqu er
com rela,ao
tud
prosseguir
excessiva
que interfere em escala fisiol6gica. Assim mes
mo, Guillemin aceito fornecer pesquisa usando
os
peptidios
quantidad
pel outro pesquisador. Decidirar qu er argument de Guillemin.
Bloo de
M I C R Q - S O C I O L O G I A D O S FATOS
concordou em
peptidios mencionada
unico mei de sustentar
important observa quea experienciatinha
sid planejada depois qu Guillemin ja redigira sua obje,ao.'
Tend em vist evidente qu
16
contexto em qu essa discussoes acontecem,
n e g o c i a ~ a o
na da avalia,ao qu faze
Guillemin nao depend ape
entr Bloo do
fundament epistemol6gic de se tra
balho. Dito de outr modo estamo bern long da visa idealizad da
atividade cientifica e m q u os atores avaliam
importancia de uma pes
quisa particular pela contribuivao que ela representa para
progresso
do conhecimento. As passagens anteriormente citadas mostram qu in tervem considera,oe completament diferentes. Quando, por exem
plo, B lo o toda
Ui
d i "Mas
muito importante fazer ... ", pode-se imaginar
na gama de outras respostas sobre
liza,ao do peptidios. Na verdade, da
importancia relativa da uti
resposta de Guillemi ("Vo
peptidios" indica qu el entend
como
urn
pedido de peptidios
mandas Bloo
Em
Ihe
qu Bloom esta dizend
luga de contentar-se em faze de
formul se pedid insistindo sobr
importanci da
pesquisa. Dit de outro modo, as fonnulac;oes epistemol6gicas ou em termos de avalia9aO da atividade cientifica sa destinada
resolver
uma negocia'tao social.
Assim, uma discussao cuja dura'tao nao ultrapassa alguns minuto pode se compostaporuma seri denegocia,oes complexas. deque
ACT
endorfin tern um rela,a
tement formulada por Schall urn
projet par consolida
obje,ao
refor,ada, tese recen
desacreditada, enquanto
se
elaborou
resistencia diante do provaveis ataque
contra obje,ao de Guillemin sobre ausencia de efeito psicotr6picos que pode s e r r e ti r ad o de certos
de certos peptidios.
microprocessos de construc;ao de fatos que ocorrem constantemente no laborat6rio.
troc de qu
se
falo
tipica de centenas de outras simi
lares. No decorrer dessas discussoes, as convicc;oes modificam-se, va
lorizam-se enunciados enquanto outros sao desacreditados, fazem-se Esse fenomeno foi muitas vezes observado durante estudo. Isso nilo,significa que os artigos estilo coalhados de ideias p r e ~ c o n c e b i d a s ou que os dados sejam falsiflcados em grande escala. Mostra, antes. como sugerimos no capitulo 2. que relacilo entre dados pontos analoga que existe entre tipos de municilo alvos. por isso que nilo ha qualquer razil para que os artigos reflita exatamente atividade de pesquisa do labo rat6rio (Medawar 1964; Knorr, 1981).
desfazem-s reputa,oes, modificam-se
as
alian,as entr pesquisadores.
nosso ver, caracteriza essencialmente essa tracas que elas sao desprovidas de enunciados "objetivos", no senti do de qu eles es que,
capam influenci da negocia,ao entre os participantes. Alem nad indica qu esses intercambios ou trocas integrem
urn
do
mais,
tip de pro-
68
M I C R O - S O C I O L O G I A DO
FATOS
M I C R O - S O C I O L O G I A DO
16
FATOS
cesso de raciocinio radicalmente diferente daqueles que caracterizam
acredita que as duas substancias estava
as intercambios em ambientes nao cientificos. Se, como fic sugerido,
que os pesquisadores ingleses tinham chegad
hi similitudes entre as trocas qu toma
identidad de estrutura entre as dua substiincias. Guilleminjulgou que
form de conversa no labo
rat6rio aquela qu se passam no exterior,
possivel que as diferen9as
atividade cientifica as de sensa comum sejam melbor caracte
entre
rizada po outros aspectos qu
ao
processo de raciocinio (ver
capitulo 6)
conclusao de quehavia
resultado em termos de aminoacidos,
seqUencia, era uma coisa "que
nao
na como
pegava bern". Agradava-lhe que as
pesquisadore ingleses tivessem declarad prematuramente
identifi
ca9aO da substancia A, enquanto ele (Guillemin tenlav estabelecer
Uma similaridade evidente entr os intercambio cientifico laborat6ri
fato de exprimir
relacionadas), eles achara
aquele qu se da em urn contexto nao cientific
mesma identifica9ao, buscando determinar diretament
seqUenci da
sua
substiincia A. Burgus, no entanto, via naquesta mais do qu urn assun
heterogeneidade. Varias preocupa90e aparentemente diversas surgem
to de pegar bern ou mal. El arriscav su credibilidade, porqu temia
em intervalo de tempo que nao ultrapassam alguns segundos. Aconte
que urn artigo posterio propusesse umaestrutura diferente para subs
ceu, por exemplo
tancia A,
seguinte intercambio entre cientistas que discutiam
versao prelimina de urn artigo escrit em conjunto;
qu levari
qu el pr6pri
de deduzir prematurament
os ingleses fossem acusados
estrutur da substancia
parti da ana
lise em aminoacidos. Ess eventualidade era refor9ada pel conheci BURGUS:
Eu
devialer coberto toda
sequencia, masniio tenho tempo
GUILLEMIN Mas aquele rapaz da lnglaterra s6 inclui nos artigos sua analise em aminoacido, BURGUS: c i s ui n
iSSG
nao pega
bern ..
perigoso porqu hi um variiinci definid entresequen ov na
v oc e n ii o pode deduzi
sequenciade um aniilise
ment qu os atores tinham da tentativas feitas
passado para obter
outras estruturas. Referindo-se ao dicionario Dayhoffde peptidios qu ele guardavaem se escrit6rio, Burgus podi mostrarque estrutur de inumeras substancias variava segundo as especies de animais dos quais os peptidios eram extraidos. Mesm assim, quando adiantava qu na
de aminaacido (IV, 37).
se podi deduzir estrutura partir da analis em aminoacidos, Burgus Na ocasia dess troca, Burgus
Guillemi estava
sentados ao
redo de uma mesa, cercados por rascunhos liYros de registro pias de artigos. Embor ja tivessem redigido
metade
fotoc6
artigo qu
eslava escrevendo, naodispunham aind de dados para sustentar seu argumentos. Burgus observou qu p ar a o bt e dispor.
conjunto da tarefa necessarias
d ad o l ev ar i m u t o m ai s t em p
qu poderi
artigo assinad pelos pesquisadores ingleses, que for men
cionado por Guillemi (e ao qual referencia) diz qu urna substiincia
pr6pri artigo dele deveria faze recentemente descoberta
sim
nao apelava para qualque regra absolutaquanto ao procedimento
seguido. Porque, em uma n o c he i
r eg ra s
s i t u a ~ a o
urn caso no qual
dicionario na revelasse
qualquer varia9ao, estrutura poderia ter sid deduzid daquela ma neira. Com os pesquisadore ingleses ja haviam adiantado ess de dU9aO, G ui ll em i
salto.
B ur gu s p od ia m f ic a t en ta do s
decisao entre
possibilidade de se contenta em afirmar cias
da
identidade da substan
dependia pois de diversos fatore levado em conta por
G ui ll em i
conhecida. Como Burgus
suficient dependia da form pela qual Burgus julgav
analis em
aminoacidos da substancia
era identic
um por9ao da analis em
aminoacido da substancia
(e eles tinham razoes suplementare para
B ur gu s P o e xe mp lo , s ab e s e s e d is pu nh a d e t em p
cia relativa da outras tarefa qu devia cumprir. deduzir
mesmo
necessidade de se efetuar experiencias ou
plesmente uma parcela qu entra na composi9ao de urna substancia Guillemi observaram qu
ser
menos arriscada, em urn grupo me
importan
importanci de
estrutura de form aut6noma dependia da maneira como
17
MICRO-SOCIOLOGIA DOS FATQS
Burgu avaliav as objel'oes possivelmente levantada em futuros artigos.
MICRO-SOC/OLOGI
17
D O S FATOS
pais de trocas em conversas. carla qual correspondendo
uma nova
serie de preocupal'oe expressas pelo atores.
qu uma
primeiro tip de troca faz referencia aos "fatos conhecidos".
rede complexa de avalial'oe est presente em qualque dedul'ao ou decisao. No ultimo exemplo, tratava-se de avaliar nivel de exigencia
Raramente as discussoe versa sobre fatos ha muit estabelecidos: acontece quando eles tern relal'ao co algu ponto de atuali is
Os exemplos de conversas entre pesquisadore mostra
da prOtica profissional, as imposil'5e de tempo turas controversia
eventualidade de
fu-
urgencia relativa de interesses concomitantes de
pesquisa. abundancia de avalial'oes impede qu se concebam processos de pensamento ou procedimentos de raciocinio que se desenvolveriam separadamente do dispositivo material real em que essa conversas acontece ram. Estudemos mais precisamente maneir como esses diferentes tipos de preocupal'ao entram em jogo nos interc1imbios entre pesquisadores.
Tod afirmal'ao pod comporta uma ou varia preocupal'oes dife rentes. Assim, nao importa em que contexto dado diverso interesses podem estar simultaneamente presentes em uma afirmal'ao Quando uma pessoa se exprime, ela pode passar rapidamente de urn interess outro Po exemplo, urn conjunto de afirmal'oes relacionados com
que
se sabe sobr alguma cois pode se subitament interrompido da luga preocupal'oe de nalureza bern diferente (Que fez isso? Sera
que born?) Mas esse pr6prios interesses pode mudar rapidamente (Ond como devo publicar?). afirmal'a seguint tambem pode se referir outra preocupal'oes (0 que podemos dize nest artigo?). Alem do mais, parec que
discussa pode qualquer momenta ser interrom
pid po uma quest1io qu na se reiaciona aparentemente com ela (Mike, onde voce pas os suportes de tuba de ensaio?). Nao
nossa intenl'ao tral'ar uma tipologia exaustiv dos interesses
que entram em jogo na discussoes entr pesquisadores. Pode-se no entanto discernir, embor de maneira preliminar, quatro tipos princiConsiderar os comentarios dos outros como perigosas objer;Oes depende, por sua vez das decis()es de Burgus quanto sua carreira. S e e l deixasse de fazer pesquisa (para dedicar-se ao ensino), sua sensibilidade diante de objer;Oes poderia se modificar Em contrapartida, vimos no capitulo c om o s e podia levar as objer;Oe bern serio, mesmo quando elas se revelavam pouco significativas.
dade.
mais freqUente discussao de fato conhecidos recentement comprovados. Muitas veze ouvimos frases como essas: "Diga, aiguem ja fez isso?" "Ha urn artigo sobre esse metodo?" "0 qu va acontecer se tentarmos tampao? Quando discussa comel'a sem referencia ao passa,io, nao se passa muit temp at q u u m d a partes envolvidas
evoque existencia de urn artigo recentemente publicado Iatamos uma co vers durante almol'o:
seguir, re-
DIETER: NiJ uma r e l a ~ i i o estrutural entre MSH Beta LPH? CATHERINE RIVIER: S a b e ~ s e que MSH tern pantos e m c om u c o Beta LPH. .. [Catherin Rivie prossegue explicando que aminoacidos sao as mesmos. De repente e1a pergunta Dieter]: Voce esperaVQ encontrar enzimasproteoliticas no sinaptossoma? DIETER: Ah. esperava, CATHERIN RIVIER:
sabe dissa
hiJ muito tempo'
DIETER: Sim mio... hd urn artigo de Harrison que mostra que eles niio conseguiram (VJI, 4/).
intercambio comel' pelo tip de enunciado que se espera encontrar em urn manual (ve capitul 2). Ma os atores achavam ao mesdesinteressante afinnar que uma coisa ja bern conhecida Catherine Rivier queria sabe quanta tempo fenomeno mo tempo insuficiente
era conhecido Dieter em seguida evocou urn artigo que continha enun ciados diretamente relacionado com
tema.
atenl'ao foi rapidamen
te reorientada, de urn elemento de conhecimento propriamente dito, para
avalial'ao da proximidade da fronteira, seu lugar data de publical'ao. Dal surge
possibilidade de uma controversi ("Sim
nao").
claro
que esse tipo de intercambio funciona como difusa da informal'ao, permitindo que os membros da equip apele
continuamente par os
17
M I C R O - S O C / O L O G I A DO
conhecimento
habilidade un do outros
seus pr6prios conhecimento intercambio ajudam
modo
FATOS
aumentar
se pr6pri grau de habilidade. Esse
reencontrar as pniticas os artigos as ideias do
passado que estao ligado
its
preocupa90es do momento.
segundo tip de troca acontece, por exemplo, durante um ma nipula9ao,
urn
b io te st e A i e nc on tr am -s e
"Quanto rato devo usar para tras?" "Pass
g er a f ra se s d o t ip o
controle?" "Ondevoce po
amos
pipeta" "J" aplicamos inje9a hit dez minutos". Trata
se de componente verbais de muitas vezes referem-se
urn
conjunto de troca nao-verbais qu
maneira correta de fazer as coisas. Essas tra-
ca realizam-s entr tecnicos ou entr pesquisadores
tecnicos (ou
M I C R O - S O C IO L O G I A D O S F A T O S
que subentendem exemplo,
urn
s6temp
de
na
foi
convencido pelo argumentos de Hills. Depoi
sever sobr
os
questoes visava
apenas
eliminar alguma obje90es evidente no
metodo de Hills. Este havi chegad
metanol era impuro, fosse porque
um colabora9ao sobr
ra
mencionadas- qu
mesm cheg
frasc de cultur no selima dia, etas parecem diu/as acrescentamos um novomeiaque
estiio diferenciadas -,
crescimento.
VALE: Nos tentamos jazer iss
varios anos Apesar da os
esfor90s para
isolar substanci foram vaos. Na verdade segundo Vale varias vezes elas
pensar no au
qu na
substancia sobre qual el trabalhav custar
test detalhadament du
HILLS: ... penso em metano puro ne
minimiza
discussa sobre os meto
concessao dess nectar de varios milh5es de d6lares havia
Nao
mais durant
partes presente sabiam- mesm
respeit da confiabilidade
metanol puro?
Vale
qu tentassem isola um substanci qu po
ao laborat6rio uma gigantesca subven9ao,
WYLIE VALE Voce fala de metano!'"
crescimen-
queri .. evitar que se pedisse ao quimicos do laborat6rio para colaborar
do Por exemplo, no di em qu Hill veio ao laborat6ri para propo
/ros.. usamos
seus resultados foss porque
meio nao minimizava
to, ou finalmente porqu elehaviautilizado um mesmo recipiente.
do de Hills, toda
rante uma hora. Foi interrompido varias vezes:
julgamento muito
projetos de Hills, porque sabia qu seupatrao, Guillemin
rada, ela tratam da avalia9ao da confiabilidade deste ou daquele meto
normals.
um
tinhaparticularment vontade de colaborarcom Hills Segundo Vale as
dia revelar-se ur artefato.
do test que preconizava. Hill apresento
contelid da discussao. Por
disso, Vale contou-no que ele hesitava em fazer
com Hills, par faze co
sa el tev queconvenceros pesquisadore
form
interesse que Valedemonstra ao final, d" uma falsa impres
entre pesquisadore atuando comoMcnicos). Em suaforma mals elabo
separa9ao de uma certa substancia controver
17
afirmado qu se conseguira isola
substancia, ma
em
todas
Doticia teve que ser desmentida. Nessa discussa aparenternente
tecnica do metod de Hills, Vale na realidade estava sondando toman do precau90es, porque conheciaas perspectiva de colabora9ao dese java evita qu se trabalhass sobre
um
artefato. Tud isso levando-se
em eant os investimentos atuais do grupo.
de certo.
HILLS: Interessante.
GUILLEMIN: Foiessa
raza que voc aehou, Ujllie
HILLS: Entaoquando eu aerescento
.] maisminhasubstaneta, nao hci
resposta. VALE: Sempre no mesm jraseo de eultura?
HILLS: No despejamos VALE: Hum!
depots obtemos sempre
mesmaresposta.
interessante.
primeira vista,
convers
puramente Mcnica. Mas como
ja
demonstramos no primeiro case, sempre ha urn cert numer de fatores
As discussOes tecnicas nao difere intrinsecamente das outras elas correspondem uma determinada etapa certas pressOes no interior do campo de controversias. transil;ao qu Guillemi oper entre as questOes te6ricas ("Como voc explic esse organismo?") as questOes tecnicas gerais ("Que teste, voce tentou?") depende da con fianl;a que se deposita nos colegas. Quando ela Iimitada, ele faz perguntas mai espe cificas ("Mostre·me seu livro") e, mesmo assim, coisa emperra. Em certas ocasiOes, Guillemin sondaos interlocutores usando procedimentos relativamente desp6ticos: ("Que voce usou, ond voce obteve p6? Como numerou as suportes de de ensaio?"). De sua confian(f de seU interesse dependia essencialmente tipo de per gunt que ele fazia.
17
M I C R O - SO C / O L O G I
D O S FATOS
De quando em vez produzia-se urn terceirotipo de troca, versando
essencialmente sobr questaes te6ricas. Com isso queremo dize que nao se fazia qualquer referencia ao estado anteriordos conhecimentos, eficaci relativadas diferentes tecnicas ou
artigos ou pesquisadore
em particular Ess tipo de troca dava-s principalmente entre Vale Marvin Brown:
VALE: Mas
muit a/em qu hoje tecnicamente realiztivel. BROWN: Ma essa duma atitude saudavel. mesm cois qu dize que quando se define criterio para as neurotransmissores deflne-s pesquisajutura co ospaddlesatuais naoha qualquerprov de qu TRF desempenhe um papelfisiologico. VALE: Rejormulemos questiio.. desde
o ri ge m quero dizer,
{ilogeneticamente, os neurotransmissores eram os primeiros; os recep tores desenvolveram-se
tomara
lugar dos neurotransmissores; os
peptidio mio estiiotiio evoluidos: de repente ha menos receptores; mas eu nii vejo nenhum rnodificar;iio relativa aos neurotransmissores (XIV, 10).
rem que interpretamos uma discussao te6rica superestimando e nt e
questoes puramente
te6ricas, mas elatern rela<;ao estreit com outros temas. De infcio ob serva-se que elada continuidade uma outradiscussa
respeitode ur
r es um o q u B ro w d ev er i m an da r n aq ue l m es m d ia , pareci indicar que
ambi
q u e st e
u rn a constru,ao artificial, podemos responde que os
cientista passa
se tempo fazend ta tipo de interpreta,ao quando
avalia
seu programas de pesquisa. constituido pelas discuss6es sobre ou
tros pesquisadores Po veze trata-se de evoca lembran,a do qu se fe no passado. Isso habitualmente acontec depois d o a lm o ,o , ou noite, quando se relaxa tensao do trabalho.' Na maio part das vezes as COllversas tern
por objetivQ avalia
eredito dos individuos em par
ticular. Ela freqilentement acontecem durante
discussa de
urn
ar
gumento desenvolvid em ur artigo Em luga de avaliar
enunciado
nele mesma, os atore tendiam fala do autore
enunciado
em
explicar
tennos de estrategia social do autore au de sua caracteristicas
psicol6gicas. Burgus
Rickert po exemplo, discutiam urn resumo que
haviam escrito. Diante dele estava
os esquema de Rickert, produzi
dos por uma estagiaria de p6s-doutorado que trabalhava no laborat6rio
Essetipo de discussa parece dize respeit
TRF era ur artefato
quer fun,ao fisiol6gica. Em seguida
n o q ua l e l
nao desempenbav qual
discussa faz referencia implici
ta as preocupa,aes de Valee Brow sobr
futuro da disciplina sobre
orienta,ao que os trabalho do laborat6rio deveriamadotar. ,a
da disciplina. Ao mesmo tempo, Guillemin ja havia reorientad sua pesquisapara os aspectospsicotr6picos das substancias. Se argumenta
quart tipo de troca que voce qualifica de fisiologicament significativo val
17
M I C R O - S O C I O L O G I A DOS F A T O S
dele
discussa er sobre
capacidade da estagiaria
BURG US: Voce acredita na capacidad dela parajazer maiscinco [tes tesem animaisj? RICKERT Na honestidade dela?
BURGUS Niio na honestidade niio .. voce confio quando elafez os outros ... RICKERT' Ah mio. ness nivel, ela de total confianr;a (IV, 12).
mudan
da defini,ao dos horm6nios peptidicos era importante par eles Se
Finalmente Burgus
os horm6nios peptidico erar definidos como neurotransmissores, nao com fatore classico de libera<; o, seria precis utilizar outros
quais nao tinbam confian,a total.
metodos, firmar novas colabora,6es
dade da mO,apesou nadecisao.
e la bo ra r o ut ro s p ro gr am a d e
"mais
Ricker deixara
eles tinba
perder do que
assunto de lado porque
ganhar" publicand resultados no forma como avaliaram
personali
primeirafras de Burgusnao
clara:
pesquisa. Ess discussa ocorre no momento em qu se descobriu que TRF apresentava ur numero cada vez maior de efeitos sirnilares aos
dos neurotransmissores,
que estava pois ultrapassand as fronteiras
Na maiori da discussOes em qu alocayil de creditos.
passado intervem
interessefocaliza-sesobre
17
MICRO-SOCIOLOGIA DO
pergunta se
c o n f i a n ~ a
qu sepodeter no dado depend de urn
de personalidad do individuo de Burgus revel
resposta de Ricker
II
t r a ~ o
primeira frase
c o n f u s ~ o .
referSncia ao fato hurnano que participa da p ciados
FATOS
r o d u ~ ~ o
de enun
bern frequente. Na realidade, as discuss5e mostra
autor de urn enunciad cont tanto quanta
isso
propri enunciado (ver
capitulo 5). Em urn certo sentido, essas discussoes constituem uma ciologia
segui mostra
como os pesquisadore utiliza
su pr6pria sociologi da ciSnci par tomar decis5es
enunciarjulga
mentos: Na tenho multa von/ad de fazer urn grande estudo cometa, porqu el
... por causa do espirit de supercompetir;iio que eta tern.
FATOS
17
aqui), urn pesquisador que acabava de assistir
um conferSnci co
mentou que Goldstein "se porto como urn imbecil". Imediatamente ele ligou esse ataqu pessoa ao enunciado agonistico: "Goldstei conti nua falando de novo peptidios, mai potentes." Depois para uma discussao sabre as tecnicas mico da equipe de Goldstein
locutorpassa
narra seu encontr com urn qui-
50
urna psicologi da ciSncia complexas feitas pelos pr6prios
atores As passagen
MICRO-SOCIOLOGIA DO
Va-
mo esta em ultim lugarna cita(fa do artigo, mai exatament em 12°
lugar, entre 15 nomes [risos] (IV, 92).
Depois de qualro horas no laborat6rio anado
.. julgando
.} eu
nao fiquet impressi-
traba/ho pub/ieada fic ainda mai embarar;o-
so ... [0 quimic da equipede Goldstein
suaNemesi sao
ca/canhar
,. Aqui/es de Goldstein X , 1 )
Dess modo no decorrer de um brev
d i s c u s s ~ o ,
fala-se de urn
assunt dado de pessoas, de enunciados emitidos e m u m conferencia, de tecnicas utilizadas em urn outro laborat6ri
de
d e c l a r a ~ 5 e s
riores feitas pelo concorrentes Depois de uma pausa, interlocutor retoma tema:
ante
mesmo
As frases foram extraida de dua discuss5es que dois pesquisado res mantiveram para s ab e s e cabia ou nao realizar uma experiencia
particular.
depend da estrategia serprovavelmente adota
d e c i s ~ o
p o urn dos colaboradores. E le s n a progesterona,
c on he ce m hci
negocio. Deve ser p o rq u e e le s
anos sabemos qu el
analgesica
..
am
depois hd
tambem um bandeira nisso tudo Os ingleses descobriram, elespuxam
brasapara eles
Do mesm modo
normal (Vll, 42).
comentarios sobre
maneira
claro q ue , n a maior parte das discussoes, passa-se constante-' outro, embora
possa
passagem, urn elemento m at er ia l
l ab or at 6r i
(o
anticorpos) ao mesm tempo ligado ao domini agonistico ao traba lh do pr6pri locutor. Esse mesm trecho mostr
multiplicidad do
JEAN ROSSlER: Temo um cois interessante para um unic dosede B, matamos os animai co
microonda
.j demos .j
claro
quefizemos alguns controles sem aplicar qualquer inje(fao
distinguir os quatro
tipos anteriormente mencionados de trocas em conversa. Por exemplo, i s c u s s ~ o
Nessa
rea
centros de interesseabordados depois quedoisoutrosmembros daequipe vieram se somar conversa.
que os pesquisadores tSm de tratar uma descoberta
durante uma d
rapidamente somos os unico
critica precedent (sobre urn enunciado emiti
do pelos pesquisadores ingleses) conte
ment de urn assunt
Agor as coisas vao evolui be
ter anticorpos para essa substancia... parec qu somos os unicos Iizar um trabalh que ja sentido (X; 2).
(muito long pra ser integralment reproduzida
Chamamos de "agonisticas" relacOes de concorrencia, de competicao, de estimulacao, talvez de brincadeira de colaboraCao. Essas relacOes nao sao too antagonisticas assim. terrno, importado da ret6rica, tambe empregado na neuroeqdocrinologia.
M I C R O - S O C IO L O G I A D O S F A T O S
17
M I C R O - S O C I O L O G I A DO
GUILLEMIN Hum, hum. ROSSlER: testamos endorfina Alf GUILLEMIN: Todo cerebra? ROSSlER: E,
t iv em o
confiavel, ou qu os resultados fossem frot da presen9a de um outr
Beta.
grande surpresa
substancia.
dUGS
horas
ROSSlER: ". d e a in d h av e 4 0 esse (apontando com
DUGS
horas
ROSSlER:
met ..
rentes afirmalYoes. Durant todaa discussao nao hesitaram em consul
valo de sua interpreta90es de enunciado
d o v al o d e B et a ... as va/ore sa
deda sabre umafolha de papel cheia de garran-
perfetto. ma podemos con-
err de Bet nii tern importancia ..
ROSSlER: Nila, niio eu ach ... GUILLEMI (a/hando para afolha de papel): Esse ponto Ii estatisticamente diferente? ROSSlER: Oh e, eujiz... de qualquer modo, GUILLEMIN: Eo que comrole
diferente do controle ..
retomaros argumento ai expostos, de mod l 6g ic a d el e
ao
er
da
evitaras
elas opond obje
dedu9ao intelectual.
diminar
toda
altemativa possivei
se prever Ao coloca
em operalYao esse microprocessos, eles tentavam orienta urn enuncia do rum
uma dire9ao particular No caso anterior
teoria imaginada
para explicar os resultados obtidos (0 pretenso modelo de incorpora 9ao) na durau mais de tres dias
um cerebroextraido da mesmamaneira [. .j mas
Alfa.
dado mencionado por Rossie
Umaanalise exaustivade todas as conversasque anotamos duran te
pesquisa ultrapassaria muito
noss prop6sito aqui Ma
con
versa entre pesquisadore engajados em umaprMic cientifica consti
GUILLEM1N lsso estcificand interessante. valor
validade das dife
foram em seguid considerados pradutos de urn artefato.
esse controle
podemo dizer um coisa... Nesse comrol hci 25 veze mai Bet do que
ROSSlER:
sobre
Correspondiaantes ils prMica profissionais de urn grupo qu se debatia para
GUILLEMIN: Acho que nest caso
se perguntar sobre
armadilhas qu podiam se preparadas para eles un o.
test Beta nao
(jar...
ROSSlER:
tar urn artigoe
inacreditavel!
clar qu
considerar objelYoes eventuais,
ma
nipula figuras,
chas). GUILLEMIN:
participante dessa trocapuseram-se, em seguida,
m ei a m a t t ar -
de ..
GUILLEMIN: (anotand cuidadosamente):
17
FATOS
tuem um font de dado desdenhada no estudo sobr
..
pratica cien
GUlLLEMIN: Estd multo tarde para mandar um resumo para as
tifica (Lynch 1985). Em primeiro lugar, analis dasconversa mostra
Federations Proceedings? ( X
muito claramente diversidade de interesse mescla
intercambio OCOrreu enquanto os atores estudavam varia folhas contendo nUmeros. Expressoes como "e inacreditavel" ou "grande sur presa" explicam-se porque se esperava qu
peptidi Beta se degra
dass rapidamente, ao contrario do que os dado indicavam.
us qu
Guillemi fa da palavra "interessante no fina do trech citado pode ser compreendid quando se lembra
as controversia sobre
possibi
lidadede Betae Alf serem artefatos Cadaperguntade Guillemin ante cipa um obje9a de fundo com rela9a aos resultado do teste.
capa
cidade de responder ou de antecipa essas questoes dependetotalmente do context local Em outros termos, era possivel que test nao foss
lugar, demonstramos ateque ponto ra
de preocupa90es que se
nas discussoe entre pesquisadore (Figur 4.1). Em segund difici realizar um separa9ao cla
entre asdiscussoe de natureza puramente descritiva, t
te6ri
ca Os pesquisadore passamconstantemente de urn centro de interesse outro, durant urna mesm discussao.
as discussoes na pode
se
interpretadas abstraindo-se interesse que nos informam sobre seus con teudos Em terceiro lugar, pareceu-no qu
process misterioso de
pensamento, utilizad pelo pesquisadore nao difere fundamentalmente d o m ei o p os to s da
vida diaria
para to,
defender
vamos
em
opera9ao para fazer face aos acontecimento
evident qu ponto
nos limitar
de
cabe
aprofunda essa argumentayao
vista de maneir satisfat6ria
sugerir qu
Por
enquan
possivel descreve as situalYoes
MICRO-SOCIOLOGIA DO
18
FATOS
MICRO-SOCIOLOGIA DO
ue al mo evitando
l a n ~ a r
om
x il i d a
ma de
181
FATOS
de
n o ~ a o
e x p l i c a ~ 5 e s
c o n s t r u ~ a o
epistemol6gicas
de urn fato,
ad
hoc.
PROFISSAO Analis sociol6gic do "processo depensamento" Ao contnirio da maiori da fontes escritas disponiveis no labora torio as discussoe informais constitue (,'I
sofre qualquer c
:s ",0 <,,0
ou f
uma materia-prim qu nao
Nao de espantar portanto,
o n n a l i z a ~ a o .
abundancia da provas da interferenci
de fatores
~ o c i a i s
nas trocas
quotidianas entre pesquisadores. Ma essa analis pode ser estendida Gl
para
domini do pr6prio pensamento Propomos ao leitor
seguir
nos no percurso do estudo do laborat6rio e, depois dissa, no exam
(f)
Oque?
o r r e ~ a o
Postular-argumentar
microssacio16gica de urn fato isolada. Na (f
fatas. Ma
L1.
precedente examina na constrw;:a do
analis do pensament deveri escapar qualquer investi
socioI6gica! Podem nos opor porexempla, quea solidao do pes
g a ~ a a
quisador escapa par
CJ
s e ~ a a
mo com as tracas efetuadas em conversas influe
d e f i n i ~ a a
do soci61aga. Os [atores saciai estaa
evidentement ausentes da atividade de pensar go naa poderi de modo algu
demonstrar
abservadar-soci610
carater social do pensa
mento porque ele encontra-se impossibilitado de apresentar qualquer registro escrit do pracesso de pensamento.
Pod parecer mais sabio evitar em materia de
TECNICA
16gica, romper
i n v e s t i g a ~ a o
socio
limit do pensament individua mud par dar lugara
psicologi (Mitroff, 1974),
psicamilise as mem6rias do homen de
cienci (Lacan 1966). Ma isso seri da provas de incoerencia com Figura 4.1 Esse esquema representa os diferentes temas da conversas que observa mas no laborat6rio. Todo discurso pade sec situado no centro das linhas de interseyilo If: passivel de mudanyas beuseas por interferencia de qualquer serie de preocupayoes aqui indicada. As serie principais sao os fatas ja construidos (etapas 5), os princi pais atores que contribuiram para sua construyao, serie de assertivas no processo de fabrica9! (etapa 1a 3),e, enfim corp das praticase do inscritore qu permitem efetuar as opera l5es. Todo discurso, portanto, integrayiI dessa inumeras avalia yOes. ness sentid qu podemo dizer qu urn enunciad cientific socialmente construido.
r e l a ~ a o
tud que desenvolvemo ateagora. Se fracassarmos em expli
car em tennos sociol6gicos
fonna pel qual os cientistas pensam os
conceitos adhoc que tentamos afastar VaG ressurgir encontrar refUgi Umadas principais vantagens de nossa perspectiv sociol6gica que ela fundamenta se sobre umaabundancia de documento escritos: artigos Iivros de registro artigos de jomal, cartas mesmo transcriyllodas conversas medidaque se dispOe desse docu mentos escritos, pode-s aplicar sobre ele os instrumentos da semi6tica, da exegese da etnometodologia. primeira vista, contudo os "processos de pensamento" nao se prestam ess tip de tratamento
M I C R O -S O C I OL O G I A D O S F A T O S
18
no "processo intimo de pensamento". E, mais uma vez,
18
MICRO-SOCIOLOGIA DOS FATOS
cienci sera
nova versao: em primeiro lugar em razao de uma exigencia institucio
coroad por umaaura de coisa extraordim\ria. Nossa posi,ao lembra os opositores do vitalism na biologia do seculo XIX. Os conjunto do
na impost pel Universidade da Calif6rniaaos seus estudante eles tiveram que obter unidade de valor em uma area completamente estra
progressos consumados pelo bi610gos par explica
vida em termos materialistas nao suprimiram todas as zonas de
nha
puramente mecanico sombra. Durante todo
tempo, as nOyoes de "alma" ou de "forya vital"
rela,ao co
estiveram presentes Do mesmo modo sempre existe
ideia de que ha
sua especializayao -, umajovem aluna de Slovik, Sara, realizou
urn estudo sobre
t in h
selenio. Escolhera esse objeto porque tirlha uma vaga
sua op,ao principal de estudo. Em segundo lugar
M bi t
p ed i
l un o avanpdos que expusesse
grup temas
na eienei algo de particular, de estranho de misterioso, que escapaas
sem relayao co
explica,oes construtiva ou materialistas. Ma essa idei permanec
informais. Por isso ele obtinham unidade complementare de valor.
quand se caracteriza
espirit cientifico como urn processo de pensa
suas preocupayoes centrais na ocasiao de seminarios
En terceiro lugar, durant um da se,5es Sara fe um exposi,ao so
mento cientifico Par completar noss argumenta,ao cortar pela rai
bre
as tentativas de reabilitar
legas imunologistas,
visa ex6tic da ciencia, cabe provisoria
ment nos orientarmos nesse nov nive de microanalise.
ausencia de qualquer suport escrito
selenio. Elaabordou questOes que poderia
influenci do teor de selenio da agua sobre
como dissemos
interessar seu co
outras sem relayao com
imunologia como
cfmcer. Slovik assistiu
se,ao. Alguns anos ante el propusera urn test de cultura de celula
obstaculo maior ao estudo dos processos de pensamento. As coisas apre
que inicialmente ningue
sent.am-se felizmente de maneir mai complexa, como fica demonstra
reproduzido em certo locais, mas na em todos.
do no seguinte trecho, retirad de uma conversa com urn pesquisador
ciado test dependess da localiza,ao geografic er no minimo des
de urn laborat6rio vizinho.
concertante, porque
Slovik propos um teste, ma esse test na funcionav em outros lugares Na se conseguia repeti-lo Um dia, ele teve ideia de questio nar seleniopresent na agua. Tentou correlacionar isso co os luga res em que
testefuncionava
{uncionava quando
idei de Slovikrevelou-se boa
teste
conseguira reproduzir, ma que depois for fato de qu
d e encontro ao principio admitido por todo so
bre validade universa da teoria cientificas. At
tecnic que traba
Ih va para Siovik revelou-se incapa de faze se pr6pri test co agua enviada por outro laboratorio S6 puderam reaIiza teste com
sucesso quando transportaram todo os materiais
aparelhos necessa
rio do laborat6rio de Siovik para outro lugar. Ma ne
nive de selenio da agua er alt (Xll 2).
efica
reproduzindo
as condi,5es identicas for do laborat6rio de Slovik fo possive sabe
Essa hist6ria revela
tipo de processo em opera,ao na exeges
biblica (Bultmann 1973).
um anedot do tipo "urn di fulano teve
uma ideia", que se encontra com freqliencia
ci sabe
diss
os historiadores da cien
no relato de mem6riados homens de ciencia.
de observar que esta
quea agu er
fato critico. Outrora as tentativa de repetir os testes
de Siovik haviam fracassado, ao que tud indicava, pela naturez das celula utilizada pelos outros pesquisadores.
fato
Sara mencionou, ao final de sua exposiyao, terem sugerido re
uma anedota tern uma conseqUencia importante.
centemente qu um infima quantidade de selenio na agua produzia
Mais do q u s e extasiar com
cara-ter genial da ideia de Slovik com
determinada forma de cancer
acrescentou: "Ninguem leva essa
maravilhos justeza de su intui,ao, sera formulad um versao dife
hip6tese
rente dessa descoberta utilizando-s argumento de orde
bui,ao geografic do nive de selenio na agua poderia explicar qu
fundamentados sobr
sociol6gica
material constituido pelas entrevistas. Ei uma
serio" Ma Slovi apanhou no ar
i de i
qu
d is tr i
certos fenomenos particulares se produzissem em determinados 10-
A D
18
S F
A D
cais. Como as testes 56 funcionavam em "determinados lugares", era
res sociais sao bern visiveis) na subit emergencia de uma ideia pessoal
possivel que urn teor elevad de seleni correspondess ao caso em qu
t es t n a f un ci on av a S lo vi k p ul o p ar a
colega qu nao havia
conseguido reproduzir
nb um ideia. Sar sugere qu
t el ef on e
causapoderi ser0 teo de seleni na
agua. Voce ja verificou?"
veis.
urn
tant quanto
prim
i-
relatoconstruido, ela destaca-s da outr em pontos nota
principal personagem da primeir versao
Slovik
ha
i ss o d iz e q u
i de ia s
os
processos de pensamento individuais
toda um serie de condi,oes sociai materiais coletivas Se do leva esse genero de anedotas ao
da letra, ser difiei el mostra
certas leis do "genera", ele padeni
tempo arnpliar analis da constru9a de urn fato ge
de certos relato sobr
ideias
exempl anterior leva-nos sociol6gico
grupos, semimrrios, sugestoes, discussoe etc. Fat ainda mais signifi
cativo, primeira versa estc contida na segunda.
i de ia s
qu
os pensamentos.
compreender de urn ponto de vista
muita vezes transformado
a s m en te s
c la r q u
manual). Ji
Watson
urn s6
compreendera ori
p ro du ti v
em
relato sobre com
f a ze r r ef e re n ci a
heideggeriana: "Gedanke ist Handwerk (0 pensarnento
diss aos colega que Ihe ocorrera um ideia.
observa
carater socialda constru9a de urn fato. Se ao contrario, trata-os com
primeira real9 uma ideia in
segunda menciona obriga,oes institucionais, tradi90e de
Slov
indica qu nenbum processo de pensamen
"contos" que obedecem
teor
cimentos acidentalmente interligados. dividual;
co
segund
primeira versao descreve cancer. selenio uma subita tomada de consciencia segunda, uma sucessao de aconte-
relayao entr
Esse exempl tende
to escapari ao estudo do soci610gos ou do psic610gos Queremos resultam de uma form particularde apresenta9ao de simplifica9ao de
Embor essa segund versao se apresent a- co
abstrata, qu na traz em si qualquer tra90 de constru9a social."
d is s a o
teste: "Ou9am eu te
18
S F
urn
m ax im a trabalho
descobridor da Mliee dupl da ADN, ilustr
atribui,aode credito depende, em arnpl medida, da versao que
auto
ess maxima (1968) de maneir extraordinari no celebr epis6di
ridade da respeit do fato Pode-s na verdad dize qu
mais
que entra Donohue. Watson descabelava-se falando de seu"belo mode
d e S io vi k d o q u d e S ar a
a mo s v ol ta r
e xa mi na r
idei
a pr op ri a9 a
ideias pelos atores no capitulo seguinte. Por ora observe-se que te um idei (com cont
primeir versao resume um situa9ao
materialcomplicada. Um vezestabelecido la90 entre eo
10"
fato
teor de selenio
teste, todas as circunstancias concomitantes desaparecem. Ao trans-
formar
segunda versa na primeira,
narrador transfonna uma serie
de circunstancias localizadas, heterogenea
materiai (em que os fato-
Essa operal;:110 corresponde definil;:110 que Hesse (1966) process anal6gico Em termos de procedimento de triagem, interesse especial de pelo cancer subtraido, nOl;:a<> de uma superposilt110 entre teor de selenio na agua de alga que varia somada importada para problema especifico de Siovik. semelhanl;:a anal6gica que explicam proximidade etapa subsequente "urn fenomeno que varia de um regiao para outra". Nosso interesse nao esta, contudo, na nOl;:aO de raciocinio anal6gico per se, m a que se pode explicar deslocamento sem recorrer nOl;:ilo de at raciocinio (anal6gico ou outro).
em
de emparelhamento das bases da helic dupla, na tanto absorvido
por seus pensamentos mas em urn escrit6rio real de Cambridge, manipuland fisicament modelo reai de papela qu representava bases. Nao diss qu teve ideias mas, ao contrario, qu dividi co
as
sala
Jerry Donohue. Quando Donohu fe obje,oes sobrea escolha
Watson por um forma enol6gica para representa as bases, est ultimo remeteu Donohue
as
obras de quimica.
'!
n09110 de ideia compreendid como resumo de uma serie de circunstancias que estaria de acordo com crenl;:a na existencia de urn eu pensant deve muit maneira como Nietzsche trata verdade cientifica. II simples transformal;:ao de enunciados sobre as coisas em hist6rias tipicas de urn genero base da Formgeschichte (Bultmann, 1973). Embora evidente quando se trata da exegese biblica, essa transformaltao nao objeto de grande atenl;:ao quando se lida com estudo da ciencia. 10
18
M I C R O - SO C I O L O G I
DOS FATOS
Quand respond qu varios outros texto representava
do mes timina, isso nao causou menor espanto em Jerry. Felizment eleatacoudizendo qu durante ano osquimicos havim o m od o
g ua ni n
amfornecido arbitrariamenteformas tautomerasparticulares em detri
FATOS
M I C R O - S O C I O L O G I A DO
da substancia P,
neurotensina.
18
bombesina, produzia efeito identico ao da
isso apesar de bombesina nilo ter qualquer
mento de outras empregandofundamentos muitopouco solidos (Watson,
grama que suscitou considenivel em09iio: parecia qu
1968, p. 120).
nha
Watson preferiu crerem Donohu do que na opiniiio geral expres
sa pelos manuais,
isso por varias razoes. Em particular em
avalia9ii que fazia da c ar re ir a
iremos ve no capitulo 5,
f u n ~ a o
da
D on oh u a t a qu el a d at a. " C om o
julgamento sobre carreiras
individuos in
t1uenciana avalia9iio que se faz sobre sua hipoteses. Watson publicou assim,
novOs
modelo de bases de papelii e, depoisde te-Io manipula
do durante urn tempo sobre
mes de trabalho, percebeua simetri dos
modelo de papeliio do pare timina-guanina Watson
niio
tivesse escrito
complexida
d e d es s m an ip u a 9 i o t er i s e t ra ns fo rm ad o e m a ne do t
Watson teve
ideia de tentar forma cetonica"
au em
" Ur n d i
urn
duelo epis
temol6gico de titas entre teorias rivais. etnografi das ciencias ve-s diante de urna dificuldade de vul to geralment chega muit tarde ao teatro de opera90es idei vei
mente de urn pesquisador. Ess dificuldade pod ser parci
enunciado
constru9iio de
urn
novo
as anedotas qu surgem depois de sua formula9iio. Ei
urn
exemplo: Marvin Brown trabalhav no laboratorio co
neurosina
tancia P e a s an'logas desse do is peptidios. Ele testou to de doi peptidios, ma niio parecia satisfeit co
dos resultados desse programa foi
subs
comportamen
os resultados.
Urn
com
bombesina ti
efeit desprezivel sobre temperatura de ratos expostos ao frio
amplitud inesperada do efeit provocou inumero coment'rios laboratorio Em outro testes
no
quantidad de bombesina ativa conta
va-se em microgramas; desta vez, bastou
urn
nanograma par que tem
peratura baixasse No laboratorio, proclamou-se em alto
born so
que.'quelaera um important descoberta. Quandose perguntou Brown porque el havi usad
bombesin em urn test nunc ante realizad
no laboratorio, ele respondeu: Espere durante mult tempo qu alguem me apresentasse urn bom teste do sistema nervosocentral. bra, testeia temperatura Ma
temperatura
..
Testei um mont de coisas... voc lem-
vibraqaoda cauda Nuncaficava satisfeit
importante ...
efeit sobre
artigo de Bissette... central.. (IX, 68).
desejava mesmo
Eu
..
facilmente mensuravele esta direta-
mente relacionada com
fica reduzid
recolher as anedotas em qu se relata retrospectivamente com um almente superada quando se observa in situ
urn
adenina-citosina Se
livro, niio h. duvida de que
l a ~ o
estrutura da neurotensina Ur tempo depois, Brown publicou urn dia
sistem nervosocentral. Houve ..
um
teste do sistema nervoso
artigo de Bissett descrevia efeito da neurotensina sobre tempe ratura de ratos expostos ao frio Brown sabia, com bas em testes anterio
res qu
bombesina estavafuncionalmente-
cionada com
neurotensina. Teve entao
d a b om be si n s ob r
niio
estruturalmente- rela
ideia de testar urn efeito similar
t em pe ra tu ra . D es s m od o s e
i nt er es s p el a
bombesinae analogiaque percebeu existirentre os efeitosda neurotensina os da bombesina levaram-no testar urn nov efeito."
via revelar-s 100 mil vezes mai ativa que
bombesinade
neurotensina.
seguinte: pareci qu uma amUoga
Watson (1977) explicaram depoi como Watson confiara suficientemente em 12 Crick Donohue ponto de superar sua crenca na autoridade dos manuai de quimica. Lem bravam que fato d e q u Donohue era (mica pesso (com excecao de Pauling) em quem se podia acreditar, ai desempenhou urn papel crucial.
I) Mais uma vez esse exernplo corresponde ao modelo de Hesse (1966). Os trabalhos de Bissette sobre neurotensina foram c1assificados, foi tornado de emprestimo princi pio de urn teste de temperatura. importado para dominio da bombesina da neurotensina. cruzamento ou hibridaCao no entanto, da-se mai sobre aconteci mentos fisicos d o q u sobre nocoes ou conceitos: urn teste cruzad com uma nova substtincia.
18
M I C R O -S O C I O LO G I A D O S
No artigo submetido
bombesina
Science
depois dess episodio,
DO
lal'o entr
Logo
siste
ma nervoso central. Mas como vimos essa importancia resultav da
experiencia, nao constituia sua justificativa anterior. Quando, dais me se mais tarde, perguntaram b om be si n
Brow com el estabelecer
lal'o entr
t em pe ra tu r d o c or po , e l e xp li co u q u e ss a e r u m
"ideia logica.. ela th acudir imediatamente, em vista da importancia da termorregulal'ao em ras (na quais se havia isolado originalment bombesina). Esse exempl revela na tant
fato de qu Brow modifico
relato de sua descoberta no decorrer do tempo (Woolgar, 1976 Knorr, 1978), ma bombesin
torio, fez c o
propria natureza da modlfical'ao No inicio, termorregulal'ao era debil.
lal' entre
contexto local, no labora
q u ele tivesse somente que transpor urn pequeno degrau
par passa de um substanci
outra.
depois de urn tempo, ess lal'
tornou-s de um acentuad conexao logica Brow pareci te dado urn passo de gigante. Vario dos qu observara
atividade cientffic reconhecera
p ap e p re po nd er an t q u n el a d es em pe nh a
r ac io ci ni o d e t ip o
analogico Alias, existe um abundant literatura sobr
naturez da
analogi na cienci (por exemplo, Hesse, 1966 Black, 1961 Mulkay 1974 Edge 1966; Leatherdale, 1974) Esses autore discutira
os pro
cessos de hibridal'ao em vigor na formal'a de novos enunciado e, por
isso mesma, contribuiram para classificar de mane ira meticulosa os fn1 geis layos que unia
as ideias existente
em qu esta envoltos os atos
xoes logica da form "A
que desvelavam
l em br a B " , " po d s e q u
s ej a
B" Esse tipo de liam analogico revela-se particularmente heuristic em questa cientffica
plo,
despeft de sua imprecisao logica. Por exem
silogfsmo correspondente it s it ua , a d es cr it a p od e t om a
guinte forma:
bombesinalaz
temperatur baixar.
Esse silogismo apresenta-se
fica bern claro -logicamente incor
todavia esse tipo de raciocinio
reto.
neurotensina
temperatura hoixar.
suficiente para da surgimento
uma pesquisa que deveri produzir resultados saudados como contri
bui9ao excepcional. 14 Vma vez aceito
nov enunciado, modificam
se-Ihe as premissa (que aparecem em urn documento escrft ou em qualquer outraforma de descri,ao retrospectiva) paratornar silogismo formalmente correto (Bloor, 1982).
Po que
q u o s cientistas fazem,
que muitas vezes
classifica
do como raciocfnio analogico na fic bern capturado pel vag no,ao
de
r a c i o c ~ ~ i o .
Brow queri te sucesso em urn teste, tinha bombesina
no laborat6rio
queria fazer algo com ela. Acumulou dados sobre
similitude entre
bombesina
adotou
neurotensina, leu
teste descrito no artigo Ao retoma
tagem, as condil;oes os acasos que interferira
mon
no decorrer do desen
volvimento da experiencia, parec claramente que os efeitos da bombesina sobre
artigo de Bissette
qu haviam sido
decisa de medir
temperatura representava soment urn
pequen passo, em tud distante do saito 16gico audacioso com seria mafs tarde aclamado. Como as condfl'oe locai mudava damente, tudo
muit ra i-
qu lhes fazi referenci desapareceu depois qu
passo fo dado Os atores COmo
observador, so tinham agora it sua
disposil'ao um versao edulcorada do acontecimento: tud
qu er
misterio
suacria,ao. Percebeu-seque as cone
B" sa apena um part de um famili de
conexoe analogicas da form "A
18
bombesina as vezes comporta-s com neurotensinafaz
neurotensina nao era mais anal6gico. Apareci como
urna conseqilenciada importanciado papel da bombesina sobre
FATOS
se
se expressao tomada do relat6rio de urn comite de leitura. "As descobertas silo uma extensilo do trabalho original de Bissette seus colegas sobre neurotensma, mas acentuada influencia da bombesina ... sobre temperatura uma contribui9ilo excepcional". Os termos "extensilo" "excepcional" indicam que referee o p e ~ a no processo ana16gico. primeiro artigo publicado guarda alguns trayos do encammha mento anal6gico. " E r az il o d a similitudes entr as atividades biol6gicas desses peptfdios sua distribuiyil no sistema nervoso central. testamos vario ~ e p t j d i o s natu rais." artigo seguinte come9a pel novo papel desses peptidios no sistema nervoso central. l'
19
MICRO-SOCIOLOGI
DOS FATOS
contingente desapareceu. Retrospectivamente, as duas substancias (as pnHicas
as enunciados) pareciam nao ter qualquer relac;ao entre si
Por conseguinte, DaD interessa qual dos lac;os assume urn carater "ex-
cepcional" Dess modo, descreve
~ m e r g e n c i a
de um descoberta(ou de urn
enunciado, ou, ainda, de urn fato novo leva transforma,ao. Por urn lado, lugar
abordage
seri complexa de contingen
urn la,o 16gi o. Poroutro lado
cias locais que permitira la,o fh\gil
qu seefetu um dupl
anal6gic muitas vezes cede
que se estabelecesse momentaneamente urn
substituid por lampejos de intui,ao.
teve uma ideia" resume Este igualmente
form "algue
processo de maneira altament condensada.
la,o qu permite superar
contradi,ao essencia
contida nos procedimento utilizados pelo cienlistas: se
e l ~ s
sao 16gi-
cos, sao estereis; se sao proficuos, estao logicamente incorretos. Issa na que dizer que os processos de pensamento podem se facilmente apreendidos em termos sociol6gicos. Ao contrario, importa estudar as descri,oe praticadas pelos pr6prios cientistas, porque por mei deJa que se cria
delas se outre
nOi;ao extremament elaborada
derivada
de "processo de pensamento".
FATOS
abordado em detalh no
derivado da rai facere factum (fazer).
considerado proveniente de urna entidade ob
jetiva independente, que, por conta desua exterioridade, "out-thereness", n a p od e s e m od if ic ad o
circunstancia qualquer. sabercriado pelos atores
v on t d e
n a p od e s e m ud ad o s o u m
tensao entre urn saber existente priori
dera
tese da cienci como produ,a social (por exemplo, Bloor,
1982 Knorr, 1981).
despeito desses sucessos os fato recusam-s
ser sociologizados. Parecem capazes de voltar
seu estado de exterio-
ridade, escapando, assim,a tentativ de analise sociol6gica. Desse modo
alcance de noss microanalise dos fatos pode se contentar em ser temporaria.
pouco verissimel qu os leitores-
tas em atividad
sobretud os cientis
pont de vist de qu os
adotem pormuito temp
fato s': o socialmente construidos. Eles tera pressa em volta para conceplYao de que os fatos existem
que seu oflcio consiste precisa
mente em revelar existencia deles.15
por isso que vamos nos ater, na
ultima parte deste capitulo, sobre discussao da origem dessa resisten
cia
explicalYao sociol6gica. Para que reivindica.-Ia para
programa
forte da sociologia do conhecimento se nao se compreende por que esse argumento sistematicamente considerado absurdo? Nao bast mostrar que alg
umailusao, comoaconselhav Kant
preender por qu
ilusao
preciso tambem com
necessaria
Mostramos, no caso do TRF, quando
onde se produziu
meta
urn
Pyro-Glu-His-Pro-NH," ningue
meno obje,ao. Nos laborat6rios em que na havi interesse
p el a s ag a
TR
q u d u o u n ov e n o
u fi ci en t t om a
enunciado com ponto de partida, citando-s os artigos publicados no fina de 1969
enunciado constitui urn fundamento suficient par
ordenar os materiais sinteticos aqueles que
para diminuir
ruido nos testes. Para
utilizavam os tra,os da produ,ao dess fato na tinha
qualquer interesse, na Ih
dizi respeito Cinco anos mais tarde, os
nomes do quetinham"descoberto
TR ja nao evocava
mai nada
(cf. Figura 3.2)
urn tema queha bastant temp preocup os
fil6sofos (Bachelard, 1953) os soci610go da ciencias. Alguns soci6 logo tentara
satisfatorios. Mais recentemente alguns soci61ogos das ciencias defen
levanto
palavra tern duas acep,oes contradit6rias. De urn Iado,
De outro lado, urn fato
191
Luckman 1987), ma os resultados em gera na fora
Schall enunciaram que "0 TRF
ARTEFATOS
podemos toma-Ia, na perspectiva quase antropol6gic que adotamos no sentido etimol6gico fato
plo, Berger
ATOS
morfose do enunciado em fato Quando no fina de 1969 Guillemi
paradoxo ligado ao term "fato" capitulo 2.
M I C R O - S O C I O L O G I A ,?OS
fazer um sintes entre osdois pontos de vista(por exem-
IS claro qu essa perspectiva adotada por necessidade pratica. Os pr6prio atores esta:o sernpre conscientes de qu esta:o engajados em urn processo de constru9ao.
19
M I C R O - S O C /O L O G I A D O S F A T O S
Tivemos mo
cuidad de mostra que maneir pel qua determina
pont de estabiliza,a
moment
qu
enunciad desem
M I C R O - S O C I O L O G I A PO
FATOS
19
difici detectar qualquer tra,o de su produ,ao. Observemos co aten,a
qu
pass
mais
pont de estabiliza,ao.
b ar a, a- s d e o do s d et er mi na nt e d e t em p ug q ua lq ue r refer6ncia aqueles que produziram, assi com ao processo de sua
tin,ao do enunciados entr os verdadeiro
produ,a
subjetivos, os bastante verossimeis au as somente provaveis no mo-
na depend de noss hip6tese de qu
simplesmente estav esperand ser descobert
"verdadeir TRF acabo por se tornar
visive em 1969.0 TRF podia revelar-s urn artefato. Ninguem ainda mostrou, porexemplo, de maneir comprovada que
TRFesta presen
Os membro do laboratorio na t€
ou modificadas. Ma uma vezque
enunciado come,a
cament significativa". Embor tenha sido reconhecida
c i n d i ~ 9 . .
ra medi-la no corpo.
fracasso na tentativade estabelecer
pape fisi
016gic do TRF fo atribuido falt de sensibilidade do testes, na eventualidad de
TR se urn artefato Ma bastari um pequen
altera,a de context par no levara um interpreta,ao diferente, em particular, dess ultimaeventualidade.
pont de estabiliza,ao depen
de da condi,5es que prevalecem em urn contexto particular.
liza,ao de urn enunciado fa co
processo de sua constrw;ao. ,a de urn fato. Os fato
estabi
que el perea qualquer refer€ncia ao
desse modo q u s e caracteriza constru-
mente verdadeiros falsas.
De urn lado, ele
as pr6prias pernas.
as enunciados situam·se sabre urn continuum
emque suaposi,ao depend do gra emque elesapela
par as condi
urna seqUencia de palavras qu enunciam
como se
enunciado de origem tivesse projetado
Antes da estabiliza,ao, os cientistas ocupavarn-se de enunciados No moment
qu el se opera, aparecem ao mesm temp objeto
enunciado sobr esses objetos Urn pouco depois atribui-s cada vez mais realidade ao objet
cada ve meno enunciados sobre oobje-
to. Produz-se, conseqilentemente, uma inversao za pela qual
enunciad objeto
enunciado torna-se sim,
imagem virtua do enunciado;
enunciado "0 TRF
plesmente com "0 TRF
se pape de
persuasao. Alem dess limite ou se consider que eles na t€
nad
ma-s tarnbe
Pyro-Glu-His-Pro-NH," justifica-se sim
passad
duz inevitavelment lentos
Nao queremos dizer que as fatos
DaD
enunciado desempenha.
sao reais au que eles sao puramen-
te artificiais. Nao afirmamos apenas que as fa/os siio s0.cia/mente construidos. Queremos mostrar tambem que
poe
em jaga
processo
de
consfru9iiO
utiliza,aa de certas dispasitiva pelos quai fica muit
TR sempre existiu, simples
hist6ria de su constru,a transfor
partirdesse nov ponto de vistasedutor
fragilizar
estatut de fato estabelecido que
inverte.
constru,aoapresenta-se com
ver om as condi,5es de sua constru,ao, ou tenta-se, integrando-os
seguida,
efetivamente Pyro-Glu-His-Pro-NH,". Ao
mesm temp
urna exig€nci para qu eles desempenhe
ra
imagem no espelh da realidade "exterior". As
ment esperava ser descoberto.
,ao. Esta
objet torna-s
oi formulad na origem No come,o da es
limite oeste continuum, fazem referencia
condi90es d e s u constru-
urn objeto que and co
urn imagem virtua dele mesmo, que existiria for del (Latour, 1980).
,5es de suaconstru,ao Alguns deles quese situamaquem de urn certo as
estabilizar-se,
enunciad torna-se entidade
alg sobr urn objeto. De outro, ele mesmo
tabiliza,ao
os artefato nao correspondem enunciados respectiva
process agonistico as
modalidades sao constantement acrescentadas, suprimidas, invertidas produz-s um importante mudan,a.
atividade do
os falsos os objetivo
mento em que sa formulados. Enquant dur
teno corp so aforma de Pyro-Glu-His-Pro em quantidade "fisiologi Pyro-Glu-His-Pr de sintes nos testes, aind na se consegui ate ago
condi,5es de operar um dis
processo de
busc de urn carninho simple que con
"verdadeira" estrutura
somente gra,as ao ta
ao esfor,os do "grandes sabios qu se puderarn supera os
falsos problemase os impasses
qu
estruturarea pOde ser revelada
pelo que elaera
Vma vez que
inversao ocorreram, m e m o o s observa-
dore mai cinicos os relativistas empedernidos terao as maiores difi-
19
M I C R O - S O C I O L O G I A DOS F A T O S
culdades para resistir RF
qu
impressao de qu se encontro
enunciado refletia
mais um vez, ao confrontar qual eles correspondem, tre
realidade
espantar-s com
emmciado formulado por urn cientista
espant
"verdadeiro"
sem qualquer cienciapara dele extrair conhecimento {. .} Em urn mun
observador fic tentad
seri de enunciados co
d o c om o
continuariam co
realidade extema. II> Como
Ihosa adequati rei et intel/ectus Propomos aqui essa explica,ao. Nao
exame das observa
ados prove contexto
do
da cisCio
da inversiio de urn enunciado no interior do
laborat6rio. Essa afirma,ao pode ser demonstrad de tres
farmas. Em primeiro lugar, dament
extremamente dificil descrever apropria
natureza da"exterioridade" na qual os objetos supostamente
residem, porque as descri,6es da realidade cientifica compreendem muitas vezes uma
r e f o r m u l a ~ a o
qu pretende "sersobre
ou uma re-enuncia9ao do enunciado
realidade. Porexemplo afirma-seque
Pyro-Glu-His-Pro-NH,. Ma para descrever co
TRF
maximo de deta
Ibes naturezadeste"TRF exterior", out there, cumpre repetir esteenun ciado.
opera,ao teve portanto qu inclui um tautologia Vamo
citar urn argumento Ievantado em favor d e u m "teoria realista da cien cia"
modo
evitar qu
leito veja ai uma caricatura injustificada
da posi,a realista Afirmamo qu
ao
poderi fala de teoria da
ciencia sem fazer referenda a o q u chamamos "objetos intransitivos do conhecimento cientifico". Podemosfacilmente imaginar um mundo que se assemelh ao nos so contendo os mesmo objeto intransitivo de saber cientifico mas 1( Isso constituiu os fundos de cornerci dos fil6sofos desde que Hurne propos urn trata mento radical da questAo.
continuari
:''1l
urn grande milagr qu os enun
gra de correspondencia entre objetos enunci
nosso conheciment
Wide mann-Franz
..
as mares
desses fenomenos
lei de
ser valida, embora niio houvess nin
para formula-la, para estabelece-Ia experimentalment ou para
deduzi-Ia Dois atomos de hidrogenio continuariam
combinar-s com
atomo de oxigenio e, em circunstdnciasfavoraveis,
osmose continuaria
mesma coisa.
Afirmamos que
mund com esse
seu movimentoe os metaisprosseguiriam conduzindo
para produzir
gue
ciado pare,am corresponderta exatament as entidades extemas: ele
sao uma iinica
realidad mi
de agir de interagir
eletricidade, comofazem sem que um Newton o u u m Drude estejam la
observador se ponha
constru,ao desse tip de ilusao no laborat6rio, de modo rom
per de ve co
qu poderi ressurgir,
de mu/tiplasfor mas diferentes.
inventar todo tipo de sistemas fantasticos para explicar essa maravi ,6es da
s e q u ja existi
seria expressa e, no entanto, as coisas niiodeixaria
realidad
perfeita concordancia en
ma da filosofia, nada impede qu
19
M I C RO - S O CI O L OG I A D O S F A T O S
fenomeno da
se produzi (Bhashkar, /975, p. 10).
autor acrescenta que esse objeto intransitivo saO "de fato in dependente de n6s" (p 21).
prossegu co
sao: "Na esta fora do alcanc mo muit sobr eles (p 22). Muit riment co
rela,ao
espant qu
autor expe
estatuto ontol6gico concedid
esse
real,ad pelo carate vago do termos qu os
descrevem. Por exemplo, seguiriam conduzindo
ern!
independenci da realidade contradiz todaa sua
constru,ao inicial. Ou seja objetos independentes
um espantos confis
noss conhecimento porqu sabe
enunciado qu afirma qu "os metais pros
eletricidade, como fazem" implica uma com
plexidade que 56 est disponive depois do esfor,os concentradosdiri gido pe!a busc ,a
pela revela,ao da realidad qu da origem
fomecida nest capitulo
17
descri
autors6 pode lembrar-se darealidad
da le de Widemann-Franzrecorrendo ao ep6nimo. Dito de outro modo el toma
idado de limita su discussa
newtoniana. Talvez
flsica
fisica pre
"independencia" dos "objeto intransitivo do
conhecimento cientifico" pudesse parecer mai problematica quand 11 Quando se pede qu se descreva objeto de urn enunciado que foi "descoberto", os cientistas invariavelmente repetem enunciado. Ao repeti-Io menos detalhadamente, contudo, possivel transmitir impressilo de que ele nilo tern mais relayiIo com reali dade do qu que dito. carater incompleto dessa descriyiIo deve ser tornad como uma indicayiIo do fato d e q u objeto nilo se reduz totalmente ao conhecimento que dele se tern (Sartre, 1943).
19
M I C R O - SO C I O L O GI A D O S F A T O S
relacionada somos ou
fenomenos mais recenternent construidos fisica nao-newtoniana por exemplo.
as cromos
perspectiva realista
M I C R O - S O C I O L O G I A DOS F A T O S
sobre urn laborat6ri
terior"
19
desconstru9iio da realidade.
realidade "ex
mais uma vez refund ida em urn enunciado cujas condivoes de
ilustrada pelo exempl anterior est fundad em um comunica,ao
produ,ao tomaram-se explicitas. Ja demos urn determinado numero de
tautol6gica:
exemplos dess processo de desconstru,ao. Durante alguns anos
naturez do objeto independente s6 pod ser descrita
por meio do termosque os constituem. Preferimo observa os proces 50S
de cisa
que tarnam essas conviq:5es
de
gurada at
dia em qu se descobriu qu el na passava de um arte
fat do processo de purifica,ao.. Acontece que
possiveis. pr6prios cientista passa
urn born tempo perguntando-se se
este au aquel enunciado tern "verdadeiramente" to "exterior", se ele nao
relalYao
com urn obje
urn produto da imagina'fao au urn artefato,
resultado dos procedimentos utilizados.
po ss qu na
exis
tencia material do TR foi considerada urn fato El pareci esta asse
dos muda dia plo,
dia e, por vezes, mesmo, hora
estatuto de uma substancla,
t a c u ~ ~ r
endorfma, variar de maneira espe
em urn perfodo de alguns diasY Na
pica indi av
p od e d i
estatuto do enuncia
hora. Vimos, por exem
t e r ~ a - f e i r a ,
pensava-se que
presenc;:a d e m a substancia real. Mas, na quarta
zer que os homen de ciencla ocupam-se do temas cientificos deixan
f ei ra , e l f o c on si de r ad o r es ul ta d d e u m medi,ao nao confiavel
do ao fil6sofos os debates entr realismo
Na quinta-feira, depois de um serie de amostragens, conseguiu-s
relativismo Tud depend
da problematica do laborat6rio, da epoca do an dade da controversia ,a
do carater de atuali
pesquisadores tambem podem adotar
posi
do realista do relativista, do idealista, do relativista transcendental,
do cetico etc. Dito de outr modo na no,ao
f at o n a
a pa na gi o
debate sobre
paradoxo contid
s o 6 10 g o u d o f il 6s of o E, por
conseguinte, quando nos prendemos as difereo9as essenciais entre es sesponto de vista, estamo soment debatendo temas estudados
questao, portanto, na
se resolvem os debates, ne
como urn processo pratico
temporari
Par
soci610go,
um tarefa importante mostra qu
tenta,ao de fomece um ex
argument mais poderoso em favor da cisa
da inversao
existencla de artefatos. Um modifica,ao produzid
texto social do laborat6rio pode ter com conseqtienci modalidade pel qual ur enunciad aceito duvida. Iss talvez lev
um dupla caracteristica: ou sa explicado por entidades
externas. Quando
estatuto de urn enunciado tende para ur fato sob
us
sem
im
pulso de uma serie de forc;:as agonfsticas, ha outras forc;:as que, ao con trario tendem
faze dele urn artefato Isso pode ser vist no inter
loca
urn enunciado
for,as (Figur 4.2) f o rm a, a o
estatu
tod instante depend da resultant dessas
observa,ao direta permit segui
d e a ba nd on o d e urn dado enunciado
urn "objeto exterior", de repente ma,ao do estatuto de urn enunciad
processo
qu era vist como
qualificado como "pura cadeia de
palavras", "fic,ao" ou "artefato" (Latour, 1978). Observa
plica,ao geral do fenomeno
duvid
existenci de urn
causas locai (subjetividade ou artefato) ou se refere
constru
monstrad quando se consideram toda as etapas do processo de cons quando se resist
mesmo.
cambios entre pesquisadores citados no inicio deste capitulo.
d a r ea li da d n a d ev e s e e l p r6 pr i r ei fi ca da . I ss o p od e s e d e
tru,ao da realidade
f o d ec la ra d o
p on t d e e re s ee r d e m an e ir a l en ta . M ai s t ar de ,
ela fo aniquilada. Na fronteira da ciencia, os enunciado constante mente manifesta
pr6pri contelid do
tentar compreende com
gera est ou aquela posi,ao.
,ao
encontrar urn p ic o q u novo objeto e st av a
transfor
de [ato em artefato signific urn
con um
reconhecid ou post em
mais fascinante observa,a que se pode fazer
Iremo conta em outro local hist6ria da constru911o dessa substancia Ao contrario do caso do TRF, observador desta vez estavapresent desde as primeiras tentativas de se construi essa substancia ate fase final de estabiliza9110 de utiliza9110 em procedi mentos industriais. IH
19
M I C R O - S OC / O L O G I
DOS FATOS
M I C R O - S O C I O L O G I A DO
19
FATOS
tronfa da maior imponancia: quando se consegue mostrar que de verdade" da ciencia esta submetido
·"efeito
urn movimento de fluxo
fluXQ, torna-se bern mais dificil sustentar que
re
fato distingue-se do
artefato, porqu eS!aria fundado na realidade, enquanto
segundo arte
fato seria
mero produto das circunstancias locais ou de estados psico
16gicos.
distin,a entre realidade condi,oe locai s6 existe depois
que urn enunciado estabilizou-se como fato. Em outra palavras,
para explicar
qu
argumento de "realidade s6 pod ser usado
processo pete qual
realidade Isso se produz cas Q)
CO
"Den
Q)
.....
:::J
Q)
en
.... Q) U-o.
enunciado torna-s fato uma vez
soment depois qu el se tomou urn fate qu surg
termos de "objetividade", de "exterioridade".
houve uma controversia que
efeito de
efeito de realidad se apresent em
exatamente porque
enunciado cinde-se
m a entidade
em urn enunciado sabre essa entidade Ess clivage
d u a nt e d a resolu,ao da controversia
Dunea
se pro
evident qu isso parece
trivia para urn cientista qu trabalhasobre urn enunciado controver tido Nao se espera ver oHio que poria fim
cidos. Essa
TR surgir inopinadamente em um reu
controversia sobre sua composic;a em aminoa
raza pela qual transformamos aqui esse argument
em precauc;ao metodologica. Nao usamos como os cientistas, realidad para explica
,a
estabiliza,a
no
urn enunciado (ver
capitulo 3), porque ess realidade uma conseqoenci daquel esta biliza,ao. 19 Que na sejamos malcompreendidos: longe de n6 fate
ou
realidad
vistas. Apenas afirmamos que essa "exterioridade" trabalho cientifico, atenc;ao par
idei de que
exislem. Nest pont na somo relati
na su causa.
conseqiiencia do
por essa razao que chamamos
importancia do momento
u e as coisas acontecem.
co
C\I
questil aqui colocada saber que tipo de explica(filo aplicavel ao regulamento da controversia, dado que seu enunciado de verdade nilo pode ser utilizado. Embora indi· prossigamos esbo(fando um modelo quemos alguma das respostas no cas d o T R geral de explica(fB.o no capitulo 6, nossa prime ira inten(fB.o extrai da questil os vesti gios da POSiy30 realista.
M I C R O -S -S O C I O LO LO G I A D O S F A T O S
Emjaneiro de 1968,0 TRF pareciauma pareciauma constr construl' ul'ao a o social social contin contingen gente, te, os pr6prios cientistas eram reiativistas, porque
DaD
excluiam
even even
M I C R O - S O C I O L O G I A DO
20
FATOS
laborat6ri laborat6ri mantem mantem multiplas multiplas r e l a ~ o e co os cHoi cHoico co in enunciado particu particu dustria, atraves das patentes. 21 Consideremos urn enunciado
tual tualid idad ad de qu
cons constr trul ul'a 'a da reali realida dade de foss foss urn artefato. artefato. Mas em
lar: lar: "A somato somatosta statin tin bloque bloqueia ia
jane janeir ir de 97
mesm mesm TR er urn objeto objeto da naturez naturez descob descobert ert
mento, mento, como fica demonstra demonstrado do em ur teste radioimunolo radioimunologico." gico." Esse valida valida fora fora da cien cienci cia? a? E,
pelos pelos cienti cientista sta que, que, naquel naquel inte interv rva1 a1 de tempo, tempo, transf transform ormara aram-s m-s em
enun enuncia ciado do
realis realistas tas empede empedemido midos. s. Uma ve qu
radioimunologico radioimunologico revelou-s
consid considera era-se -se que quan quanta ta dura dura
realid realidade ade
cont contro rove vers rsia ia
real realid idad ad
segu cada urn de seusmea seusmeand ndro ro foss foss
controv controvers ersia ia foi regulamentada,
causa causa dess regu regu1a 1ame ment ntal al'a 'ao. o. Mas en cons conseq eqUe Uenc ncia ia do deba debate te
cad um de suas suas volt voltas as como como se ela
PodePode-se se obje objetar tar qu
susp suspen ensa sa da contro controver versia sia na
a ce ce it it a
r ea ea li li da da d c om om o f at at o
v al al id id ad ad e
(mic (mic urn
enunciado enunciado cientifico cientifico for do laboratorio laboratorio constitui constitui por exemplo, exemplo, uma bas suficiente suficiente para qu se acei aceite te su corr corres espo pond nden enci ci co
dade. 20 Urn fato fato
ond
seja seja verd verdad adei eiro ro
conti'vel."
o nd nd e
Isso Isso na impli implica ca qu
es enun enun
to toda da parte, parte, partic particula ularme rmente nte no lugare lugare
teste teste radioi radioimun munolo ologic gic na fo impla implant ntado ado Quando Quando se anali anali taxa taxa
se horm hormon onio io
somato somatosta stati ti
cres cresci cime ment nto, o, na
qualquer
meio de respon responder der ess questao sem efetuar urn teste radioimuno radioimuno logico logico da somato somatosta statin tina. a. Pode-s Pode-s acreditar qu
esse esse efeit efeit
somato somatostat statina ina tern tern pode pode-s -s mesmo mesmo afir afirma mar, r, po induc;:ao, que enunciado
absolu absolutam tament ent verdad verdadeir eiro, o, ma tratatrata-se, se, entao, entao, de um convie conviel'a l'a
real reali i
porque ele funcio funciona na quando quando apli apli urn fato, dir-se-', porque
em
a llii d
s a 0 s an an gu gu e d e urn doente doente hospit hospitali alizad zad para saberse na a, :o
sombra sombra da preocu preocupal pal'oe 'oe cienti cientitic ticas. as.
r az az a q u l ev ev a
ciad ciad
libera liberal'a l'a dos hormon hormonios ios de cresci cresci
de uma afirmac;:ao,
nao de uma prova. 23 Para provar
cado cado fora fora da cien cienci cia. a. Essa Essa obje objel' l'ao ao pode pode ser resp respond ondid id do mesm mesm
preciso preciso estende estende
modo modo com fizemo fizemo com
cabe cabe tran transfo sform rmar ar um ala do hospital em urn anexo anexo do labora laborator torio, io,
enun enunci ciad ad
argumento sabr sabr
cois cois obje objeti tiva va
torio mostra que
equivalencia entre urn
obse observ rval al'a 'a da ativ ativid idad ad do labo labora ra
caniter caniter "objetivo" "objetivo" de urn fato
conseqiiencia
do trab trabal alho ho do labo labora rato tori rio. o. Nunca Nunca pude pudemo mo observ observar ar um veriti veritica ca
modo modo ad
abrig abrigar ar
malha malha na qua
enunciado,
test teste. e.
teste teste radioi radioimun munolo ologic gic
valido,
impossiv impossivel el provar que urn dado enunci enunci
verific' verific'vel vel fora fora do labo labora rato tori rio, o, um ve qu
propri propri exis existe ten n
ci desse desse enunci enunciado ado depend depend do contex contexto to do labora laborator torio. io. Nao se tra-
I'ao a o indepe independe ndente nte em um outr instan instancia cia de urn enunciado enunciado produzi laborat6rio, mas observamos uma
extensiio
de certas certas praticas
de labo labora rato tori ri para para outr outros os setor setores es da real realid idad ad soci social al
hosp hospit ital al ou
indust industria ria por exempl exempl (Latou (Latour, r, 1984 1984). ). Ess observ observal' al'ao ao teri pouco pouco pes se
labora laborator torio io se ocupasse
excl exclus usiv ivam amen ente te do qu se chama chama pesqui pesquisa sa fund fundam amen enta tal. l. Ma noss noss
Bachelard, 1934),0 argu 2(1 Muitas vezes, nas hist6rias da epistemologia (por exempio, Bachelard, mento da eficacia usado quando argument realidade torna-se torna-se insustentavel; os argument de realidade realista sta se desdiz desdizem em (e convencionalistas eotram eotram em cena (Poincare 1905) quando quando os reali vice-versa). argumento que consiste em alegar funcionamento de urn fen6meno nao correspondencia com realidade. Neste nem mais nem menos misterioso do que da correspondencia sentido, posiyao que adotamos aqui esta tilo distante do pragmatismo quanto do rea pela mesma mesma razilo). convencionalismo (e pela lismo o u
analogas sobre as quais falamo falamo no capit capitulo ulo Inumer Inumeras as das substancias (e suas analogas anteriore anteriore sao patenteadas. patenteadas. As substancias "descobertas" no laborat6ri laborat6ri silo legalment descritas nos informes sobre patent patentes es como tend sido"inventad sido"inventadas". as". lsso mostra mostra que enunciado tern pouc chance estatuto ontol6gico dos enunciado chance de ser regu1amentado para sem pre: segundo os interesses interesses dominante das partes, mesmasubstancia mesmasubstancia pode receber urn novo estatuto. estatuto. 22 nOya de confiabilidade esta sujeita negociayOes (Collins, 1974; Bloor, propria nOya 1976). Quando, por exemplo, varios laborat6rio laborat6rio fracassam fracassam na tentativa de confirmar os resulta resultados dos produzi produzidos dos pelos membros do nosso laborat6ri laborat6rio, o, este ultimo simplesmen reveze como ilustra te interpreta esses reveze ilustrayOes yOes da incompetencia do outros outros (VII, (VII, 12) desejamos desejamos desenvolv desenvolver er uma outra versao do proble problema ma da induyilo em termos 1) Nil outra versao filos6ficos; simplesmente queremos colocar problema em u m posiyao empirica, de modo abrir seu estudo estudo para os soci610g soci610gos os da ciencia. Em uma base empirica, nem permaoen TRFnem somatostatina escapa as malhas sociais materiais em q u sao permaoen temente temente construid construidos os desconstruidos. Para caso da somatostatina, ve Braze Brazeau au Guillemin (1974) (1974) Latour (1981). 11
M I C R O - S O C I O L O G I A DO
t a d e n eg eg a
FATOS
ex xii st st een n ci ci a d a s om om at at os os ta ta ttii na na , n e
a ttu u an an te te , m a d e d iz iz e q u e l n a p od od e
sair
d a r ed ed e d a p ra ra ttii ccaa s s o
natu naturez rez para parado doxa xa do fato fato na tern tern nada nada de part partic icul ular arme ment nt que, que, um ve resolvi resolvida da
contro controver versia sia ele sejam sejam torna tornado do comofatos comofatos adquir adquirido idos. s.
origem origem do
parad paradoxa oxa est na obserVa9aO das prati praticas cas cient cientif ifica icas. s. Quando Quando urn ob servado servado consid considera era qu perceb perceb qu
estrut estrutura ura do TRF
TRF "real" tambem tambem
deslum deslumbra brado do co
espirito humano
Pyro-G Pyro-Glulu-His His-Pr -Pro-N o-N
Pyro-G Pyro-Glulu-Hi His-P s-Proro-NH NH
natureza. Mas urn exame exame mai apro aprofu funda ndado do do
misteriosa: a: bern menos misterios
ca sa
dentes dentes pela simples simples r ' l a o de qu tern tern
apenas
el fica fica
esse esse magni magnific fic exemp exemplo lo de corresp correspond ondenci enci entre entre
proces processos sos de prodU9aO reve revela la qu essa essa corre corresp spon onde denc ncia ia
trivial
er mais mais
enuncia enunciado do sa corres correspon pon
mesma mesma origem origem Sua Sepa Separa ra9a 9a
mesma modo, modo, etapafinal etapafinal doprocesso doprocesso de sua cons constru truqo qoo. o. Do mesma
varios cientist cientistas, as,
assim como varies nao cientistas
-,
ficam maravi
Ihad Ihados os com eficac eficacia ia de urn fato fato cienti cientific fic for da cien ciencia cia Na
mes mes
rna extraordinario que uma estrutura peptfdica peptfdica descoberta descoberta na California
func funcio ione ne no meno do hospit hospitais ais daArabi Saudit Saudita? a? Mas ela so funci funcio o na nos laborato laboratorios rios clinicos clinicos bern bern equipado equipados. s. LevandoLevando-se se em contaque mesm mesm conjun conjunto to de opera9 opera90es 0es produ as mesma mesma respos resposta tas, s, ha poucas poucas razoes razoes para ficar ficar marav maravil ilhad hado: o: com os mesm mesmos os teste teste sera produzi produzido do
mesma objeto. 24 espanto particularmente acentuado nos temas temas da ciencia Ninguem fica espanta d o d eq u e primeira primeira maquina vapo de Newcastle tenha se desenvolvido para formar uma red de estrada estrada de ferro que atuaJmente atuaJmente se estende peJo mundo inteiro. inteiro. Do mesmo modo ninguem ninguem consider consider essa extensdo como prova de que urna rnaquina pode circu· lar, rnesrno qu nilo trilhos! Assirn, Assirn, importante Jernbrar que extensilo de urna nilo haja haja trilhos! trilhos sobr os rede urna operayi operayilo lo car que as maquinas vapor s6 circul circularn arn em trilhos quais foram concebidas para circular. Do mesm mesm modo modo os observadores da ciencia muitas vezes extasiam-s com "verificayilo" de urn fato fato no interior darede no qual ele construido. ido. Ao mesrno tempo, eles esquece foi constru esquecern rn com facilidade custo da extensa. da suposiya.o de qu urn fato seja urna rede. (mica explicaya.o para essa dupla norma empirica dos laborat6rios impossibilita essa idealizaya.o ideia. Infelizrnent Infelizrnente, e, aobservaya. empirica dos fatos fatos (Latou (Latour, r, 1984). 24
Com essa intr introd odu9 u9aO aO ao microproce microprocesso sso de produ9ao produ9ao dos fatos fatos qui qui mostrar tre caisas: em prim primei eiro ro luga lugar, r, exame semos mostrar exame detalh detalhado ado cia vid de urn laborator laboratorio io nos fornece fornece urn mei para enffentar enffentar problemas problemas
ciai ciai qu tornam tornam sua existe existenci nci possi possive! ve! miste misterio rioso. so. Os fato fato sao constr construid uidos os de mod
M I C R O -S -S O C I O OL LOGIA DOSFATOS
que habitual habitualment ment sao da al9ada al9ada dos epistemol epistemologos. ogos. Em segundo segundo lugar lugar anali analise se desses desses micro micropro proces cessos sos nao requer requer absolu absoluta tarne rnent nt
acei aceita ta9a 9a
qualquer especifici especificidade dade da atividade atividade cientif cientifica. ica. Em terceiro terceiro prior de qualquer luga lugar, r, final finalme ment nte, e, devemo devemo abste abster-n r-nos os de invoca invoca ou
carate carate operac operacion ional al do qu
liza liza9a 9a
cienci cienci produz produz par explic explicar ar
do fato fatos, s, porque porque ess reali realidad dad
conseq"e conseq"enci ncia, a,
na
reali realidad dad exterio exterio estabi estabi
ess operac operacion ionali alidad dad sa
causa causa da ativid atividade ade cient cientifi ifica. ca.
CAPITULO
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
Apresentamos, em cada um dos capitulos capitulos anteriores anteriores urna urna perspec perspec tiva tiva dife difere rent nt da vida vida de um labora laborat6r t6rio. io. No capitu capitulo lo 2, adotamo adotamo um abor aborda dage ge
de tip antro antropo pol6 l6gi gico co na qual qual subl sublin inha hamo mo
desempenhada desempenhada pela
i n s c r i ~ i l o
permiti permitiu-n u-nos os mostra mostra qu na
c o n s t r u ~ i l o
litenlri litenlria. a. No capitulo capitulo 3,
import importan ancia cia analise analise hist6rica hist6rica
ambien ambiente te materi material al tem urn papel relevante relevante
de urn fato fato No capi capitu tulo lo 4, inva invadi dimo mo
terr terren en
epistem epistemolo ologia gia par revelar revelar os micropr microproce ocesso sso qu entram entram em
da
o p e r a ~ i l o
quand se "tem ideias", ideias", quando quando se"utilizarn se"utilizarn argurn argurnent entos os 16gi 16gico cos" s" quan quan uma apresental(ao autorizou-nos obtem "provas" Essa apresental(ao realizar cortes transversais nas inurn eras distin
das vantagens dela ~ 5 e s
que geralm geralment ent divide divide
lambem, lambem, no capitul capitul 3,
estu estudo do da cien cienci cia. a. Pude Pudemo mo anal analis isar ar
ativid atividade ade cienti cientific fica, a, se
no situar situarmos mos de urn
ou de outr outr lado lado da barrei barreira ra qu se ergu ergu entr entr fato fato
tentamo igualme igualmente nte tulo anterior. tentamo
relativista nem
nao
arlotar nem
arte artefa fato to No capi capi
ponto de vista
realist realista. a. Evitamos Evitamos nos posicionar com relal;ao
essas essas
distin90es distin90es essenciais) essenciais) porque constatamos que elas eram utilizadas de maneir maneir vari variav avel el que essas essas
"acalo "acalorad rada" a" pelo pelo ator atores es do labo labora rat6 t6ri rio. o. Vm ve
d i s t i n ~ 5 e s
demons demonstra trarar rar ser constit constituid uidas as pela pr6pria pr6pria ativi ativi
dade dade do labo labora rat6 t6ri rio, o, pare parece ceuu-no no supe superf rflu lu recorr recorrer er
preender
que acontece.
Ainda hit uma d d i s t i n ~ a o
elas elas par com com
entre entre
i s t i n ~ i l o
p r o d u ~ a
papel papel nesse nesse proces processo. so.
particul particular ar qu nilo nilo aborda abordamos mos Falamo Falamo da de fatos fatos
as pessoa pessoa que desemp desempenh enham am um
claro claro que falamo falamo do pessoa pessoa respon responsav savel el pel
C R E D I BI L I D A D
CIENTIFICA
CREOIBILIDADE CIENTiFICA
funcionament do dispositivos de inscri,fi (capitul 2), dos qu tern
nas rubricas "sociologia", "economia"
posi,fio de decisfio dos investidores
mo pormostrar qu um acep,fi ampliada da palavr crMito permite
dos que propoe
ideia
argu
"epistemologia" Comec;:are
mentos (capitulo 4). Ma falamos muit pouco sobre os pesquisadores
uni aspectos que parecem esta separados na atividade do laboratorio
como individuos. Em particular, evitamos tomar
Nasegundapartedo capitulo, iremos aplicar no,fio de credito as carreiras
pesquisador como
pont de partid ou como elemento principa da mllise
estrutura dess grupo qu forma
qu pode
noss laboratorio em particular.'
parecer estranho em urn ensaio que declara interessar-s pela constru yao social dos fatos. Mas iss correspond exatament a o q u observa mos no laboratorio:
impressfio gera que formamos
tomada em camp
que, mais qu urn individu ou urn espirito, cada
urn de nosso interlocutore
C R E D I T O : R E C O N HE C I ME N T O
que rnativ as pesquisadores?
membr de urn laboratorio. Por conse
Por que os pesquisadores sao levado
guinte as seqUencias de trabalho, as redes as tecnicas de discussfio naD os individuos
apropriadas
aparecem espontaneamente como unidades mais
nossa analise. AJem dos mais
distin,fi entre
indivi
seu trabalho
ur elemento importante par analisar com os
fatos sfio construidos
fato human pod serutilizad com ur meio
para evitar
reconhecimento do estatuto de fato cientifico. Por varias
vezes, nossas interlocutores nos dissera
CREDIBILIDADE
partir da notas
estar na origem de uma certa
verartigos
construirobjetos
ramo qu leva urn pesquisador
laboratori
outro,
que
operar inscritores, escre
ocupardiferente posi,oes? Qual passar de urn objet
outro, de urn
fa escolher este metodo esta parl do
dados, aquel forma estilistica,aquele caminhoanalogico? Pode-se res ponder rante
essa questfio postuland que
pesquisador fo marcado, du
sua formac;:ao, po normas que foram sendo silenciosamente
ideia, enquant os outros membros do laborat6rio afirmavam que ideia
impostas ao longo de suacarreir anterior. Com ja fo observado, con
emanav do "processo de pensamento do grupo"
tudo. as tentativas de derivar
os atores utilizavam distin,fi entr individuo
observa,fio de qu suas atividades con
fortou-no em nossa reticenci diante da tenta,fi de toma
individuo
existenci das nonnas
partir de urn
que tinhamo em maos esbarram em dificuldades mai
ores (Mulkay, 1975). Em particular so
possive discerni urn apelo
explkito as norrna da cieneia em ocasi5es muito raras. Tratava-se,
como ponto de partid da analise. Nest capitulo, iremos trata da validade dessa distin,fio. Vamo ver, alem do mais de quemodo elafunciona Varios pesquisadore do que observamos usaram com sucesso
material como
d i s t i n ~ a
para construir suas
co
frequencia de urn apelo
contra-norma (Mitroff 1974): "Cad
qua se ocupados seus proprios negocios
normal
Normal? -Quero
dize humano" (IV, 57). Outra observa,oes parecem estar presentes
carreiras individuais, carreir que se diferencia c1aramente dos aspec
apenas par dar um boa impressfio Assim, quando Natha ped
to materiai
tecnico para preparar uma montagem para
economicos da atividade do laboratorio. Menos afortu
seu
proximo bioteste, ele res
nados algun tecnicos dependemtotalmente em suas carreiras do ele-
ponde "Se nfio fizermos
mento material do laboratorio. Tentaremos descreve
que os numeros presentes em nosso artig sao resultado de outra co i-
maneira pela
qual desenvolvem-se as carreiras individuais, sem separar dela resultante da atividad qu el exerce par
dupla verifica,fio, as pessoa pode
dizer
individuo
estabelecimento de
fatos. Par tanto, vamos recorrera no,fi de crMito relacionando dife rentes aspectos da atividad do laboratorio habitualment classificada
No presente capitulo usaremo entrevistas n1io direcionadas muitas dela registradas em gravador, listas de publicayOes, curriculumvitae, pedidos de financiament outros documentos fornecidos pelo atores Tambem obtivemos alguns dado participando de certos conflitos da dimimica do grupo.
20
CRED/81L1DADE CIENT(FICA
VALE: Parque traha/harcom essasubstaneia?Nao somo as me/hares
sa." Quando mais tard Ih perguntaram por qu havia usad aquel instrumenta, Nathan respondeu "Na ciencia,
prudencia Dunea
mais (X, 2).Ajustificativa na se fa mai comreferenci au
nessa area Investima muito na area do [alare de liberQ(;ii
de
ur debate
em b o r s e ja m invisiveis. Mas mesmo admitindo-se esse tipo de inferencia as normas na sao suficiente par explica laboratorio
escolh do
are da pesquisa ou aquele dad particular Na melhor
das hipoteses as normas simplesmente esbo,ararn as grande tenden cias do comportamento; na piar, elas reduzem-se d is cu r s
h on or i fi c
Isso ilustra us qu se fa da
clar qu se pad dizer, com fun
dament na primeira fras de Nathan qu as Donnas esrn presentes,
explicativo da normas est. longe de satisfazer mos: compreenderao mesma temp
poder
objetivo que tra,a
cienciae as pesquisadores que
fazem. comportamentodos pesquisa
dores, concedendo-se maior aten,ao ao termosque ele empregam par designa seu proprio comportarnento
mas 56 muito raramente invocara
pesquisadore que encontra
Donnas. Mas constatamos uma cla
ra tendencia sobretudo entre os mais jovens, para descreve
que fa
de investimento de retor
prirtic mantem-se ao longo das discussoe sobre os padroe de carrei ra Marvi Brown relatou-nos espontaneamente as razoes pelas quais gostav de ciencia. Era urnamistur complex de liberalismo economi co
de endocrinologia: Tudo depend do feedback, do qu voce considera como seu /i miar de satisfaryiio sarios
da rapide do retorn do investimento neces
d if lc i considerar t od a a s v ar id ve is . E u e r
.j
queria ganhar mai de 20 mil do/ares po
m en t
uma outra maneir de explica
n o ~ o e s
est. presente apenas em alguma declara,oes isoladas. Ess
invocar temas do
( Mu lk ay , 1 97 5) . D e q u al q ue r m od o
.j so
mo os me/hores na area deveriamos prosseguir ne/ (Vll 183)
uma critic eventuais Ela reformulada em atenc;ao ao observa
dorextemo emtermos de Donnas.
20
CREDI81L1DADE C/ENTfFICA
.] mas eu queria um efeito de retorn positivo
medicina
que provasse qu eu era algue
le queme daria
m ed ic o
.] era obrigatoria
ana
iss
de destaque
.] nao era
os doen
.] Euprocurav uma mercadoria muito rara:
ser reconhecido pelos meuspares. Voltei-m para
pesquisa
mas e u o lh o para longe [.. .] nao quero um retorn
OK,
rapido, como
Guillemin. Escolh temas que nao me renderam muito no comery (VI, 52).
zero em termos economicos. Eis alguns exemplos: DIETER: Esse instrumento pode me renderdez artigo por ano (Il, 95).
maiori dospesquisadoresfez um avalia,ao, quandoaindaera principiantes, das perspectivas oferecidas pela area. Nossos interIocu
RIVIER Tinhamo umaespeciede conta conjunta comele; el recebi
tares desenharam par nos, em cinc ocasioe diferentes um curv
cridito enos tambem; agora, no niiopodemo mai tirarproveito (VI, 12).
que representava v id ad e d el e
Mesmo no interio do pequen grupo qu foi objeto de nosso estudo encontram-se acentuadas entr r e p r e s e n t a l ; ~ e s domundo ou ideologias. Semque iss tenh constituido objeto sistematico de estudo, estamos interessados no qu Althusser (1974 chama de "a filosofia espontaneados sabios". Guillemintinha uma represental;i1o dacienciasimplesment positivistae queele retiravade ClaudeBernan.; (1865) Dutro, Burgus tinh umavisaomisticada cienciae relacionavaseu trabalhoa urna abordager religiosafundamentalista. Urn terceiro, Brown,tinha urn concepyMcornerciaI de sua atividade adotava uma epistemologia de nouveau riche. Um quart trabalhavacom urn modelo economic de investimento.
crescimento de sua disciplina, explicand qu
e nt ra r
s ai r
d ep en di a da f lu tu a, a
ati
d a c ur va . P o
exemplo:
d i f e r e n ~ a s
Essa
quimic do peptidios, esta inchad
.j Como eu sabia qu
ponto de esgarryar
laboratorio de Schally so trabalhav nessa
area nao f u i p ar a la, mas agora.. [ele rabisca urna nov curva ascen
dente] esse ofuturo. biologia molecular, eu sabia que est labora torio'aqui mudariamais rapidamente para ess are (XIII, 30).
'1
:' 10
C R E D I B I L I D AD E C I E N T f F IC A
impassivel dizer se esse enunciados refletem as motiva90e reais do locutor. NaG seriam elas simplesmente um serie de justificativas
c6modas? Mas
nao
significativQ que nossa interlocutores falem cons
tantement de investimentos de estudos que rendem de estimulantes Muita vezes reJaciona
chamam
de opoI1unida
seus esfon;:o com
que
flutuac;oes do mercado traij:8ffi curvas mostrando com
essas tlulual'aes se retletem em suas atiludes
complexidade desses
auto-retratos que utilizar metaforas econ6micas ou comerciais contrasta bastantecom simplicidade da normas. Essa complexidade ilustrada pela explica,a de Larr Lazaru par se desej de abandona
pes
quisa pelo ensino
21
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
politica financeir geral de ur
1;3.0
Estado norte-americano,
publica
re ep93-o de s eu s a rt ig os . C om o t od o s e ss e f at o re s i ri a
variar no tempo,
principal preocupa93.0 de Lazaru er determinar
melhor momenta para aproveitar
oportunidade qu se apresen
tassem. Embora nossos interlocutores use
co
facilidad analogias eco
narnicas, n3-o sao as modelo economico que explicammelhor0 com
portament deles. Mas os modelos assinalam
inadequal'a da expli
cal;oe fundadas apenas em nonnas sociais. Aind mais significativ
fato .. clarament ilustrad pelos exemplos citados
de qu os cien
tistas misturam no mesm ealdeirao os numero que representa
pesquisa fOI para mim muit insatisfatori diante do que investi .] Possaprever que
mesmo valacontecer matstarde
dad trabalhei com tamanho afincoque nito pude ver
.] Eu na ver
que recebicomo
dos as oriental;oe
sere
adotada
da
suas carreiras. Parece que eles
assumem urn model de se propri comportament qu na fa qual quer distin9a
entre fatores internos
externos.
retorno. B. L:
que voce que dizer com isso?
LAZARUS: Por retornoeu entendo problema
gratificaryito que se obtem quand comunicamo iss aos
outros (VI. 71).
pes
quisa, ma qu est erauma questao de tud ou nada, porque se traba Iho na era um "[...] pesquis barata Eu precisavade 10
por ano paraequipar
il dolare
laboratOrio". Por outro lado, vislumbrava que
Estado ondeiria fixar residencia iri tomar-sesuficientement ric para financhl-Io:
do
limites do credito-reconhecimento
Os exemplos anteriores pode
ser interpretados dizendo-se qu
os cientistas usa metafora eeonamicaspara fala de eredito. Por exem
Lazaru prossegui explicando qu lamentav abandonar
daqu
Os
satis/aryao de ter resolvido um
plo,
avalia,ao da oportunidade
da medida do retorno do investi
mento inicia sao reformulal'aes metaforicas dos processos de alocal'a de eredito.
verdade que
sas no laboratOrio
termo eredito reaparece em varias conver
observado encontra, ao folhea seus diitrios de
campo, referencias quase cotidianas it distribui,aode eredito v r a pa re e t am be m n a e nt re vi st as . D e
quatro acepl'aes diferentes. Primeiro
m od o g er al ,
credit
pala u sa d
um mercadori que
possibilidade de encontrarum trabalhoem pesquisa seramaior
se pode trocar Po exemplo, um cart qu Guillemi escreveu para
um ano, depots dapublicaryaodos artigo que estamosescreven
agradecer urn coleg por ter-Ih emprestado slide termin da seguin
.} Mas se e u e sp er a m at s u m a n d ep oi s de ter comeryad
aulas, estareifora do pare
dar
(VI, 73).
te maneira: Obrigad ainda pa terme dad autorizaryao para usa-lo em con
D es s f or ma , e m s eu s p i an o s L az ar u s l ev av a e m conta
tante do financiamento disponivel,
mon
medida do e fe it o d e r et or no ,
ferenciasfuturas. Voce pode esta certo de que reconhecerei minh divi da com voce.
CREDIBILIDADE c l E N T I F l c A
Em segund lugar,
crMito pod ser dividido
21
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
condic;oe locais impuseram-se explicac;ao da abundancia extraor
dinaria da referencias aD eredito. Guillemin dividi maiorparte do credit comigo que foi muito generoso da parte dele porque na epoc eu niio passava de urn jovem prineipiante malcrescido.
ele, nosso: no vamo credito.
credito pode se acumulado ou desperdi,a-
d if er en te s u so s i nd ic a
qu
credito p os s
demasiada importiincia ao crMito
moeda de troca na ge
n es e d o comportamento d o p es qu i sa do r es , i ss o l ev a
cutores mencionou
u m e x ce s i-
mas
em autras. Ao estudar com atenc;ao essas duas series de situ
1 l . ~ l n c a
a,5es, tem-se
atnis da orelha. Quando ur estranho entra no laboratorio e ti q ue t a d e s oc i ol o g
d o e re di t
pulga
sobretu
ele deve razoavel
c er ta s situac;oes,
m es m i n a ns av el me nt e
Porexemplo,
impressa de que, por mais important qu el seja ur problema secundario.
somente no fina de uma long carta qu solicita subs
tancias, propoe experiencia
sugere id6ias que Guillemin exprime seu
agradecimento pel acolhida qu havia recebid em urn congresso re cente,
va simplifica,ao.
abundiincia de referencias ao credito deixou-nos com
credito. Paradoxalmente, os atores fa1am Iivre
m en t
eredit como sinonirno de reconhecimento
t od a
racteristicas de umamoeda Mas vamo mostrar que quando se con
do quando e l o st e nt a
ao crMito. Quando Ihes pergunt<\vamos duranteas entrevistas, por qu probIematica ou urn metodoparticulares, nenhum de nossos 20 interlo
El di "meu laboratori ", ma ii trabalho el quem va leva faze tod
do.
lar, quandofalam sobre seus dados ou sobre seu futuros, pouco aludem haviam ingressado nest Iaboratorio, ou por que tinham escolhid uma
Em terceir lugar, el pode serroubado:
Em quarto lugar,
Mas os pesquisadores nao discutem soment cn!dito. Em particu
acrescenta: "A r es pe it o d o s e t ra ba lh o a nt er io r c o
certamente
merece leva todD
por teT side
[azeT essas observac;5es tao agudas sabre
se pode contudo formar uma i de i
comportamento..." Nao
r es pe it o d o teor d o r es t
mente esperar ouvir centenas de historia de credito consideradas
carta fundamentando-se apenas na referencia
pelos seus interlocutores com umaform natura de desenterrar tod
do passado.
tipo de escandalo. C o m o s atores sao incapazes de, pelo meno ern
[..]
primeiro da
e ss e t in ic o e p is o di o
No fina de um discussa com Brown, po exemplo Guillemi
urn primeiro momento, discutir detalhadamente seus trabalhos cien
fez esse comentario: "Iss va th render urn enorme credito. Ma is so
tificos com gente de fora, eles tern uma tendencia
na
f al a d e a ss un t o
qu Ihes parecem corresponder aquilo q u s e espera deles: fofocas,
a ut or iz a
e xp li ca r t ot al me nt e e m t e nn o d e b us c d e c re di t
e ss a d is cu s sa o d e d ua s h or as . A o t er mi n
l on g r eI at or io , urn
escandalos boatos. Po conseguinte, deve-se esperar que as referen c ia s a o c re di t o sejam mais numerosas por ocasiao dos intercambios co
a s p es s oa s de f or a d o q u d ur an t a s t r oc a e n tr e colegas. Em
nosso laboratorio, esse efeito era exacerbado pelos acentuados res sentirnentos provocados pa c er t o c as o r ec en te s d e r n d i st r ib ui de credito entre Guillemi preciso convencer os atores nao
Os o ut ro s E m v ar ia s o ca - s i5 es , f o
discutirern
f o rm a c om o s e d iv i di a m o s c re di to s
conteudo da pesquisa, claro que determinadas
pressa exercida pelos interlocutores Urn do maiore problemas de nosso estudo sobre observador, nosentido de dar-Ihe i n f o r m a ~ a o quejulgam queele desejaescutar Fo poriss qu ouvimo tantashist6rias sobrea politicado laborat6rio tambe po iss decidimo nao utiliza-las. Porsob essas hist6rias havi estrategias muito c1aras de investimento, presenl;a do observador era usad com mei pel qual os pesquisa dores podiam determinar esse investimentos natureza das real;Oes dos outros. De inicio encaradocomo histori6grafo do diretor, observadors6 teveacesso as informal;13es do outros pesquisadores depois de uma"rusga" com aquele qu havia "introduzido" no campo. Esses problemas sao bern conhecidos pel etn6grafo.
21
C R E D I B I L I DA D E C I E N T f F r c A
membra de
comite de leitur escreveu: "McCana,
urn
2.
primeiro
claro que
Mas isso nilo explic
3.
leito lembrava um regra de divisilo de credito.
guinte
profusilo dos comentarios precedentes. Porque
em
limitado
fenomenos, como por exemplo,
atras na partilh de re
cursos logo ap6s uma descoberta cientifica.
ideia de qu fora
Por conseguinte,
nilo
fala
disso ou quando
estimulados pelo premio do credito-reco
explicass por qu
motivo rea
(0
credito) aparece tilo
raramente entr as motivac;:oe expressas. Em luga de busca explica ad
melhorsupo qu
hoc,
reduzao credilo qu eles pode
il atividad economica.
pode
um
pagamento
re
urn
do pesquisadores
m o t i v a ~ i l o
nilo
se
obtercom seus trabalhos. Se po exem
credito
cren9a, ao
fato de se conceder crectito ao nosso
pesquisadores tern portanto urn sentido
bern
modelo economic integrado de p
maisample do qu
urn
Simples
que eles fazem referencia suge-
credito
de fatos. Para examinar
r o d u ~ i l o
ess possibilidade, olhemos de perto carreir de urn pesquisado mo avaliar
nhecimento. Mas, para issa, seria precise que existisse urn sistema de recalque
claro que se pode associar
reconhecimento. Em particular,
Pode-se evidentemente pretender que os pesquisadore silo moti vados pel busca de credito, mesmo quand
~ o e s
instituif;iio seja considerad dign de conjian-
futuro.
suficiente para
comportamento do pesquisador. Ela 56 explica urn n((mera
rejeitam
ou
questliode hens oude dinheiro naperspectiv de
estrutura do grupo ou as questOes de prioridade. Por conse
n09ao de eredito como reconhecimento naD
analisar
Reputa9iiode solvabilidade de probidadenos neg6cios. permi-
tindo qu um pessoa
as inumeras referencias que ele faz ao eredite dizem respeito mais ao
passado,
Influencia pessoa/ que tem origem na confian<;aconcedida pelos
outros.
dopamina inib [... in vitr [... j, deveri estar citado
afirma qu aqui."
foi
21
C R E D I B I L J D A D E CIENTfFICA
d e f i n i ~ a
de crectito que Ihe
Dietrich revelou-nos, durante obtido
tente
mais apropriada.
entrevista que depois d e
diplom de medicina ele abandonar
consult6ri pela
pesquisa: " E n a estava muito interessado no dinheiro
pesquisa
era mais interessante mai dificil era urn desafio" (XI, 85). El tev em seguid de decidir
loca onde da continuidade
seus estudos:
plo, nosso interlocutores dizem ter escolhido certo metodo porqu el
"Berna nao era mal, mas Munique er uma escolha muito melhor, de
produz dados confiaveis,
m e n ~ i l o
m ai o r p re st ig io , m ai s i nt er es sa nt e
rad um form
de busca de credito? Quando urn deles no
d i s f a r ~ a d a
conta qu que resolver
aprendizage
confiabilidade deve se conside
problema do funcionamento do processo de
no plan do cerebra, deve-se ver a i u m fanna ohscura
de dizer qu ele est querendo mesmo obter
urn
credito?
outros autores,
lugar ond
urn (a)
( XI , 8 5) . C om o ja mostraram pesquisador(a) realiza seu estu
dos desempenh urn papeI determinante lando do ponto de vista economico, em Munique u!trapass
s u futura carreira. Fa-
valo do estudo superiore
muito
um
f o r m a ~ a o
equivalente em
Berna. Dito de outro modo, Dietrich sabia que seu credit seria bern a i e le va d
Busca de credibilidade OxfordDictionary d. varias d
de credito dentre as quais
e f i n i ~ o e s
somente uma("reconhecimento do merito")correspondea a por alguns soci6Iogos das ciencias para designar
mento.
diciomirio foroec com
c e p ~ i l o
dada
credito-reconheci
como
M un iq ue .
ve
o nt o
p ar ti d
implic uma serie de decisoes
pelas quais cada urn constitui progressivamente seu pr6prio estoque de rem
para o s o ut ro s
irao
que podera ser investido em Dietrich.
d e f i n i ~ o e s :
Eu I.
e l e st ud as s
uma carreira cientific
Atributo daquil em que se ere
em
gera! [..
credibilidade
assistia
um
congresso
em
Ei!at [. .. Tome consciencia do in
teresse pela neurofisiologia [...] Eta
me
pareceu uma boa area pouc
21
C R E D I B I L I D A D E CIENTfFICA
populosa, des/inad
ter uma importfmcia cadavez malor
c om o a cancer: um di val-se encontrara solut;ii
..
nao era
iss acabara c o
feito por
neurofisiologia,
portanto, pet "interesse" que viana area Ao mesma tempo, descobri jovem pesquisador us par avalia as perspectiva oferecida por as oportunidade qu se apresenta
par ele.
assim que
merl suas chances de obter qualquer coisacomo retorno do que inves tiu. Par Dietrich
etapa seguinte consisti em escolher algue
que
apoio de
para que ele conseguisse urn emprego. Tomou-s
urn
fo suficiente
pesquisador com
credibilidade, capaz de produzir urn trabalh serio na area
mos em seu prop6sitos as elementos de calcul quas econ6micos que um are
termos de reconhecimento
trabalho de Dietrich nile recebeu grande acolhi
da nile fo considerad excepcional. Ma
Dietric explica sua decisilo de trabalhar co
urn
havia dad frutos Mas,
resultado fo parco.
pesquisa (Xl, 85).
17
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
E ss a e nz im a a in d n a h av i s id o m ui t b e que
e st ud ad a M os tr e
qu se afirmav er fa/so {...] haviam-n purificad mil veze
afirmara-s que elaera pura. Purifiquei-a 30 milvezes
moslre que ela
[. .] Poss dizer qu conlribui para
caraclerizar;ao
ai:ui nao era
dessa enzima (XI, 85).
trabalhass na area Ess contribui9a constitu uma nova etapa na ciencia qu apre 'Ouvifalar de
beu
naquele congresso Fuive-Io, mas ele nao me rece
.] naoqueria medicos
dejovens
.] nao linha vonlade deformar urn grupo
.] foi tempo perdido (XI,65)
melhor
na especialidade Em outras palavras, para Dietrich, ur investimento revelar-se-iamais rentavel1d que mesmo investimento
q ua lq ue r o ut r g ru po . negocia,ilo durante que
p ro ce ss o de investimento envolve uma
qual cad um da partes tentou avalia
capital
outro podia oferecer aconselhou-m a v e r co
no [InstitUlo)..
t e / ~ ·
disse-me: "Trabalhe
esse lema em um ano voce podera terminar eu Ih dare apoio para
..oO, porque esto
Escrev minh les
temaconsistia em loca
.] ele enganou-se completamentesobre
ate agora c o
quefia um emprego, segui
q ue st a
conselho del
.]
a be rt o c on se gu i
.] m a e u
em
.]
publiquei wirios artigos (XI, 85).
exemplo ilustra urn pontode partida bastantesuave Os inscritore produzira
documentos em quantidade suficiente par qu Dietric
pudesse fazer sua tes
process semelhant ao que exami
namos anteriormente (capitulo 2): mudan,a das normas de purifica,ilo o s " Cu ri os am en te , s a m ui to s o s q u e st ud ar a acetilcolina ma
il poucos os que estudaram
d eg ra da 9a o d a
suasintes [.
SO
especialista mundia [acrescentou el rindo] ness enzima." Esse pe queno produtor de fato abri
urn
mercad para si gra,as
its
contribui
,oes que deu Disso resultaram novos convite paratodos os col6quios
em qu
ta enzim estava em qu sUio El fo citado em todos os ar
i-
gos sobre tema. Conseguiu, dess modo,transforma sua parcas "eco
conseguirum empregopermanenl em [ . . ] "; lizar umaenzima no cerebro
urn
e, paralelamente da tecnica. Dietric resumi sua posi9a nesse ter
que el ouviu no congressoconvenceu- de queX er no grupode
sent toda as carateristica de
pubIicasse artigos Em resumo,
investimento
nomias em uma "renda" substancial. Parafazer
mapa do cerebr commetodos da imunoflorescencia
preciso urn anticorpo monoespecifico,
para obter esse anticorpo,
preciso uma enzimapura. Par mim, comoeu disse, mesmo purificad 30 milvezes el ainda mio estapura
bastante para ser especijica
.]
mas alguem em Houston achava qu elaera um enzimapura.
Par queesse dados tenha
valor, seri precise
tivesse procedimentos Mcnico especificos. de fund foss muit forte,
urn
inscritor que
evidente que se
ruido
confiabilidade dos dados nile estaria ga
21
C R E O I B I L I D A D E CIENTfFICA
rantida. Havia no mercad um demanda de um enzima pura Como naose tratasse de uma informavao que pudesse se comunicada. Dietrich foi para Houston colaborar com Z. Dietric esperav obternovos dados usando seus pr6prios motodos sobre tativa acabou em fracasso porque
material p ur o d e
afirmavao
enzim nao existia. Tendo acess
mentos
M a sua ten
nao
de
tinha funda
recursos mais importan
tes Dietrich t o mo u c o ns c ie n ci a d a o p or t u ni d a d q u
ofere c i p ar a
e l e m uma Dutra especialidade.
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
conferia-Ihe uma credibilidade ootavel, a o m e sm a tempo er teTrnas de prestigio
de recursos materiais Porque pertencia aD Instituto Dietric
tinha aceSSQ
a s r e d e de
comunicac;ao, as substancias
Sempr interessei-mepel os peptidios [. .] eu estava um pouco b eu
l o ~
tam
aDs servic;os de
tecnicos. P o di a m e sm a outrir-se do vasto capita de recursos materiais descritos no capitul 2. Os investimentos feitos por Dietrich reduplica r am , e m parte porque
Instituto concentrava c re di to , e m p ar t
importancia da demanda de
i n f o n n a ~ a o
Alemanha n il o I h
o s c i l a ~ 5 e s
os c ro di to s q u
e s p a ~ o
do laborat6rio, os tocnicos,
e ra m postos
e ra m o fe re ci do s sob
d i s p o s i ~ i l o
Dietrich conseguiu ganhar ur financiamento sob As bolsas sao ur
c o l a b o r a ~ i l o
form de bol
com Floy Bloom, no Instituto Salk.
investimento concedido pelas
privadas
i n s t i t u i ~ 6 e s
dament reinvestidos em novos inscritores
ou federais p a r o s pesquisadores que ja tenham dado provas de solven
cia. Por conseguinte, esses investimentos sao reembolsados indireta
proximidad com
co
p u b l i c a ~ 5 e s
com
p r o d u ~ i l o
de fatos. " P e l
mostrar que podia trabalhar por conta propria, era isso
rentaveis ele perderia sua credibilidade. Sob este
comportamento dos pesquisadores
marcado pela notavel
de ur investidor capitalista:
preciso que eletenha
m e n o eu
acumulado previamente ur
estoque de credibilidade. Q u an t o m a io r
que mais
esse estoque, m ai o re s s er a
o s l uc ro s q u
mentando, assim
contava." Por acaso, Guillemin fez Dietrich trabalharcom urn tema bern rnais
investidor recolhenl, au
rn capita em constante aumento.
Como ja dissemos, seria nocivo considerar que
importante d o q u a s enzimas. Em outras palavras, c o m u m quantida
reconhecimento constitui
de identicade trabalho
verdade, est seria apenas u m a p e qu e n p a r t d e
tennos de acesso
nova area foi bern maior (em
financiamentos. de citac;6e
gressos) do q u e s o br e c i a ~ i l o
impacto sobre
e s p a ~ o ,
riais) p a r a v o l t a r p a r a
de t';cnicos, de independencia
d e m at e
Alemanha. "Veja s6, a g or a s o u ur especialista
umaepocaem
tema
m a du r o n a A l e m a nh a
ele tern tilo poucos p ep t id i o l a ( XI , 8 6) . No Instituto, Dietric tinha maiores facilidades de a ce ss o teria na Alemanha.
obtenc;a de urn
objetivo ultimo da atividade cientifica. Na grande c ic i
de
de convites para con
are anterior. Como conseqUencia d e s u asso
com Guillemin, Dietrich foi objeto de ofertas cada vezmais atra
entes (em termos de
ser rap i-
na produc;ao de dado nu
moricos, de artigos de fatos Se os investimento no trabalho de Dietric nao se mostrasse angulo,
m en t
dele na
f or m de reconhecimento.
Tratava-se, na realidade, de recurso materiais que deveria
sa, para trabalhar em
de divisas.
b er n m ai s a lt o na Alemanha, p o r c a us a do
trabalho n0S Estados Unidos. Mas i n de pe nd en ci a
p el a
confiave naarea. AM do mais,
nacionalidade alemil permitia-Ih jogar com as Ele podia obter u r r et or n
queado ness area me patrao tinha um humor di/icilim [ . be conhecia Guillemin, queria irpara cost Oeste.
21
mercado b e
m ai s a ti v
d o que
simple fato de se associado
Guillemin
Bloo
Um grande partedcssadiscussaoesta amplamente baseadanos trabalhos de Bourdieu (l972; 1 97 7) .
m ot iv o d is s simples as amilise econ6mica da ciencia limitam-se a o e s tu d o d e f at or e e m c a de i a m ui t o g er ai s m es m q u an d o e la s s a o d e se n vo l vi da s pormarxistas, com Bernal (1939) Sohn-Rethel(1975)e Young. Fo apenasquando se introduziu noryao d e c ap it a s im b6 1i c ( d q ua l c ap i ta l e c on 6 mi c o a p en a s urn subconjunto) que ficou possivel aplicar argumentos econ6micos ur comportamento nao econ6mic (Bourdieu, 1977) Ver t a mb e m K n o r ( 1 97 8 ) e L at o u ( 19 8 3 p a r u m a a p li c ay a o d i re t a n a c ie n ci a . N o e n ta n to . d es d q u s e q u ei r a r ei n tr o du z i conteudo especifico das ciencias nOyao de capita simb6lic perd muitoem utilidad (Latour, 1985).
C R E D I B I L I O A D E CIENTIFICA
investimento em credibilidade. credibilidad qu permit
canlteressencial desse cicio reinvestimento
de credibilidade. Por conseguinte nao
urn
ganho
ganh posterior
outro objetivo ultimo do in
vestimento cientifico alem do desdobramento continuo de recursos acumulados. sadore
nesse sentid qu relacionamos urn
credibilidad dos pesqui
dos confiaveis, do mesma modo que os individuos
sao confiaveis
n09aO
(fatos)
os instrumentos
de credibilidade pode, por conseguinte apli
car-se ao mesm tempo,
pr6pri substancia da produ9ao cientifica
influenci de fatores extemos: financiamentos
institui90es
n09ao de credibilidad permite ao soci610g ligar fatore intemo fatore extemos,
cicio de investiment de capital.
22
C R E D I B I L I D A D E CIENTIFICA
vice-versa
mesm n09a de credibilidad pode
ser aplicada as estrategias de investiment dos pesquisadores, as teo rias epistemol6gicas, ao sistema de reconhecimento cientificos
conversiio de umaforma de credibilidade em autra E mb or a D ie tr ic h a o o ng o
ensino cientifico.
s u c ar re ir a t en h s id o l ev ad o
tomar umaserie de decisoes fundadas sobre calculos de vantagens pre
ciso
complexQs, cumpre ainda estudar natureza exata dessas vanta-
gens Se restringimos nhecimento,
motiva9a par
cienci
busca de
reco
c U ~ n c i a .
Q ua nd o s e s up 5
qu
a s p es qu is ad or e
i nv es te m m ai s na
credibilidad do que na vontade de obter reconhecimento pode-s fa
ter investid por de anos el permanecia pratica
de outro modo poderiam parece estranhos porque os pesquisadore
urn
el nao recebeuqualquer premioe fezpoucos amigos Mas se estende n09aO
desloque se,.' dificuldades entre esses diferentes aspectos das rela90es
sociais na
cilmente interpreta inumeros casas de comportamento cientifico, que,
relato de
mente desconhecido: seu nome fo citado meno de oit veze por ano mo
ao
soci610go se
fra
cas de Dietrich seria evidentement
casso. Depois
urn
credibilidade permite portanto que
de credit
convertem umaforma de credibilidad em outra. Quatro exemplos per
mitem explicitar esse ponto de vista:
n09a de credibilidade, descobrimos entao urn
cas exemplar de sucesso na carreira. Dietrich tern boas referencias, produ dado confiaveis usando dois tipo trabalha em um are nov
metodo
atualmente
importante, em um institui9ao quedispoe
a) GUILLEMIN: Quand considero tudo
qu investi nessasubs-
tancia, no laborat6rio, quando lev em conta tambe f at o nao cheg mesmO te um bo test qu seadapt ela [...] Se Raynao conseguiraprimora esse teste, el vaiser afastado (XIII, 83).
de meio gigantescos. Se do ponto de vist da busc de reconhecimen
to,
carreira dele
de credibilidade, sua carreira fo Distingui urn
investiment aqui em pauta pod ser compreendido tant sob
pouco invejavel, do ponto de vista do investirnento urn
form de dinheiro quanto de tempo. Espera-s obter
magnific sucesso.
credito-reconhecimento do credito-credibilidade nao
mero jogo de palavras
credito-reconhecimento refere-se ao
sistem de reconhecimentos de premios que simboliza mento, pelo pares, de um obr cientifica passada.
reconheci credibilidade
baseia-se na capacidad que os pesquisadore tern para efetivamente
praticar ciencia. Virnos no final do capitulo do estad de afirma9a par
que urn enunciado pass
estado de fato por melo de documentos
que tomamsuperfluaa introdu9a continuade modalidades.Esses enun ciados sustentados por docurnentos apropriado podem ser considera
form de dados senvolvid em
serern mencionados como apoi
urn
artigo que ainda va sair
savel pelostestes depende da qualidadedo test teste fracassa Ra perd ao mesmo tempo
mento
urn
ro so
urn argurnento de-
valor da pessoa respon do dados obtidos. Se credibilidade,
investi
as dados necessarios para sustentar seu argumento. Par conse-
guinte, Guillemi preveniu Ra (mesm qu de mod indireto) que seu e mp re g e st av a e m j og o D es s m od o o s d ad o o bt id o biotest saonecessarios paraapoiar urn argumento.
p ar ti r d o
sucessodo biotest
necessari paraapoiara autoridad de Ray. Essa pr6pria autoridad
22
CREDIBILIDADE CIENTiFICA
necessaria para justificar se emprego. Finalmente. os investimen tos de Guillemin devem ser sustentados ou recompensado por um nov artigo. b)
dados altamente controvertidos exemplo,
explosiio ocorre
b r u s ~
pada pel outro cientista ("I:: um figurao").
.] Esperava-se tanto
que as pessoaspublicassem artigos sem experiencias, pura especular;fio [. .] Depots comer;aram (azer [ . . ]
obler rear;oes negativQ quand se tentou
d) JURGEN O/h esses numeros, nao est nada mal SCOTT: Hum, acredite em minha experiencia quando mio ultra· passa 10 na nada bom Ii ruido de lundo.
reR
JORGEN
acumu/ar;ii de resultado negativos decepcionou radas as
expectativas (VIII, 37)
Jorgen contavam amostras em um contado beta Scott te
quinze ano mai que JOrgen.
camente depots da experiencia de Selye [. ..} Muitos mergulharam nessa e[ depots de urn certo tempo, depots que nad de novo fot pro duzido [efa pareci cadavez malsextravagante
um investimento de capital. Neste
investimento pode ser rentabilizado graps it posi<;ao ocu
Scot apoge da areajicou para tras {. .]
22
CREDIBILIDADE CIENTfFICA
no entanto
ruidoparece quas consistente.
SCOTT: El nao v ar i
ma co
e ss e r ui d
nao conse
gUiremo convencer as pessoas, quer dizer, as pessoas importantes (XIII,30).
Oai resultou que urn detenninado numero de pessoas, entre as quai Selye, come<;ou
abandonar
area.
experiencia inicial havia provo
cad umacertacorridado ouro Assistiu-se reiras,
um reorienta9ao da car
medida qu os pesquisadore investiam na nov area. De inf
Segundo certos epistem6logos, seria de se esperarque duos na especialidade. Por conseguinte,
j ul ga me nt o q u
cio, as normas eram tantas qu na se fazi necessario realizar experi
dados na deveria esta tilo abertamente ligado it
encias Quas toda as
persuasao, assi
p r o p o s i ~ O e s
excitafYao reinante. Depois,
g ra nd e n um er o d e r o
if
recebiam credit na atmosfer
afluxo de dado "duros fe co s , u m a p6 s
o ut ra , f os s
qu urn r ef ut ad o
Por su vez, os resultados negativos modificaram as orientafYoes das carreiras. Eis
c) Apoieios primeiros resultado dele {.
;ulgava ..
que interpreta, ne
como na deveri variar segundo
queeles erabons para ir para
enquantocertas pessoas
lixo. El
umfigurao na are
o p e r a ~ a o
acordo co
publico para
qual se dirige
retoric de individuo os resul
tados. No entanto, exemplos como anteriormostram queos pesquisa dore freqiientemente estabelecem epistern6logos juIgava
qu di Vale sobre um pesquisado de outra area:
confiabi
lidade dos dados fosse algo totalment distinto da avalia<;ao dos indivi
tencem
l a ~ o
entr essa quest5es qu os
na esta relacionadas Na verdade, ela per
um unic cicio de credibilidade. Nao
que um pesquisador avalie nive do public
mesm temp
surpreendente, pois
qualidad do dados,
sua propri estrategi de carreira.'
agora me convid para reuniOes qu sii uma boa oportunidade
paraencontrarpessoas novas em um outra are (.¥, 48).
Assim,
fe qu Wyli tinb na p
r o p o s i ~ a o
de um outro cientist
foi finalment convertida em convite par reunioes. Wylie ve nessas reunioes oportunidades para fazer novos conhecimento mar-se sobre novas ideias. Essas
i n f o r m a ~ o e s
vertidas em um nova experiencia. Tambem
para in for
seriam em seguid con c o n f i a n ~ a
concedid
Pode-s ter urn exemplotipico daconversilo dessasvariaveis nas mern6ria de Hoagland: "Gregory Pincu eu fizemo doutorado em Harvard em 1927, enos tornamos bon amigos. Depois queeu sai, el permaneceu como professorassistente no departamento contrato del nile foi renovado, apesar do de C ro zi er , m as , a o f in a d e t re s a no s t ra ba lh o b r il h an t q u d es en vo lv eu . E u d es ej av a a rd en t em en t q u e l v ie s s m e encontrarem Clark, para que,juntos, pudessemos reunir fundo suficientes de diversas Fontes externas para queele pudess vircomo professor visitante. Par volt de 1936, ele publicou livro as avosdas mamifero mais urn grand numero de artigos em que contava como for bem-sucedida pel primeiravez partogenese em urn marnifero, au
22
CREDIBILIDADE C I E N T I F I C A
Figura 5.1 ilustra dade toma possive
cicIo da credibilidade.
CREDIBILlDAD CIENTIFICA
22 Leitura
no,ao de credibili
conversil entre dinbeiro, dados, prestigio, refe
roncias, areas dos problemas tratados, argumentos artigos etc. Ao con trario de varios estudos sobre
cioncia centrado sobre urna parcela
especifica do circulo, podemo dize qu cada um dessas faceta soment um parte de urn cicI se
ti
de investimento
de conver
silo. Quando se afirma por exemplo qu os pesquisadores silo motiva do pel busca de reconhecimento isso signific explicar apena um pequen parte da atividad observada. Em contrapartida, quando se sup6e que eles esta engajados na busca de credibilidade, situamo-nos em melhor luga par dar sentido ao mesm tempo,
interesses
( s u b v e n ~ a o )
seus diferentes
ao processo de conversao de uma forma de cn5dit em outra.
Dinheiro
exigencia de uma informa,iio confitive/
Par compreender toda dito com reconhecimento distinguir
significa,ao da difereny entre
credit com credibilidade
cre
precis
processo de concessa do reconhecimento do processo
seja, coelho que tinham mae, mas na tinham pai. 1550 fo objet de grandeaten9aO, t an t p o p ar t d a i mp re ns a c ie nt if ic a q u an t a d a i mp re ns a e m g er al , m a e l r ec eb e
uma acolhida das maismodestaspor part de alguns universitfuios conservadores. Eu achava conhecimento de Pincus sabre os honn6nios ester6ides eram fascinantes. que interesse Ele ja desenvolvera metodos aprimorados de determinalfao dos ester6ides urinario haviaos aplicarl problema end6crinos." (Meites et al. 1975). Cada frase narra conversA entre uma forma outrade credibilidade. assim que podemos vercomo diplomas, rela<;:Oes sociais, posi<;:Oes, dinheiro, credito, interesses
convic<;:Oes pudera ser intercambiados. Hoagland nAo "recompensou apenas se amig Pincus. El precisava de sua tecnicas de sua ideias, e, assim, aposto nelase tentou convenceros outros tinanciar aventura (, Uma da principai vantagens da n o ~ A o d e c ic i
q u e e l a n o s I ib er a d a n ec es s id ad e de especifica motivat;iio psicol6gic ultima que subjaz atividade social observada Mais precisamente, p o d e ~ s e sugeri quea forma<;:Ao de urn ciciosem time responsavel pel extraordinari sucess da ciencia. Os comentarios deMarx sobr subitaconversao dovalo deuso emvalordetrocapode seraplicadoscomsucesso prodUl;:ilo cientifica razao pela qual se p r od u z e t a n to s e n u nc i ad o s cada qual, d o s f at o s isoladamente nao tern valor de usa ma urn valor de troca que permit conversA a ce le r a e p o d < ;: a d o c ic i d e c r ed ib i li d ad e E s s p o nt o d e vista ter tarnbern implica<;:oes sobre quechamamosde rela<;:Oes entr ciencia industri (Latour, 1983).
Figura 5.1. figura representaa conversil de urn tipo de capital em outro, necessari p a r q u urn pesquisador progrida em uma are cientifica. esquema mostra qu o bj et o d a p re se nt e a na li s circul completo, nAo uma se<;:ao particular. Como acontece com capital monetilrio, ambito velocidad da conversao sAo criterio maximo qu permit estabelecer eficacia de uma opera<;:ao. Pode-s observar qu os t er rn o q u c o rr e sp o nd e r a s d i fe r en te s a b or d ag e n ( p o e x em pl o , e c on 6 mi c a epistemol6gicas) esta unificados nas fases d e u r cicio unico
de avalia,il da credibilidade. dade, tern orige d or e f az e
reconhecimento como
credibili
essencialmente no comentarios qu os pesquisa
s ob r s eu s p ar es . A ss ir n r n
no
c on ce ss a
d e urn
promio Nobe depende das diferentes candidaturas, da recomenda ,6es
dos julgamentos emitido par pesquisadores em atividade.
Ma so qu forma aparece
esse comentarios de avalia,il no la
borat6rio? Dais trayos caracterizam-nos Em primeiro lugar as ava
22
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
lia,ces feita pelos pesquisadores na faze
Para urn pesquisador em atividade,
qualquer distin,ao en
suas afirmac;oes cientificas. Em
tr os pesquisadores como pessoas
segundo, esses comentarios indicam sobretudo
avaliac;ao da credi
bilidade qu pod esta investida na declara,ces de urn individuo. outorgade urn reconhecimento umaconsidera,ao marginal Pode
22
CREDIBILIDADECIENTrFICA
"Pague minh divid so go qu escrevi?".
questao mais vita na e:
form de reconhecimentopelo born arti
"Ele esta confiavel
pont de se acredita
nele Posso confiar nele/n qu diz? Ser capaz de me fomecer fa to brutos?" Desse modo, os pesquisadores interessam-se pelos ou
se te um ilustra,ao exemplar diss no seguint caso Guillemi
t ro s
Bloo
norma de reconhecimento dos trabalhos alheios, ma porque cada
estavam na sal de bioteste quando Guillemin pedi
Glenn
que sintetizasse urn peptidio que urn colega Ungar,julgava ser mais ativ do qu
endorfina Guillemin preparava-s par injetar um
s er in g c he i d e p ep ti di o
urn
to
e st av a s ob r
m es a d e
po qu
o br ig ad o
p o urn sistem especial de
ter necessidade do outro par aumenta sua pr6pri produ,ao de informa,ao confiavel Nossadiscussao comrespeit
it exigenciade informa,ces confiaveis
contrasta com dois modelos importantes que descrevem os sistemas de
opera,ces.
troca na ciencia, propostos por Hagstrom (1965) pep/idEo nao vaifazer nada [...] essa conjianry que eu tenh em me colega Ungar. [Guillemin aplica i n j e ~ /tao dirige-s ao rato]: OK, Charles Ungar, diga-nos que aeon/eee. .] talvez [Passaram-se algun minutos.] O/he na aeon/eee nad rat somente tenh ficado ainda mals rigEda [suspiro). Ah, me caro Eu estoufalando que
Ungar. .. lui ao labara/orio del em Houstone vi seus rela/brios [. (ora
que
publicados[ .j fiquet multo constrangido Entao todosvoces silo
testemunhas? [.}(V, 53).
Naloxone
be
mais potente qu
truque de Unga
Ambo fora
Bourdieu (1976).
clarament influenciados pela teorias economicas.
modelo de Hagstrom fa referencia il economia da sociedades pre-in dustriais
descrev
rela,ao existente entr doi pesquisadores como
ao modo de Maus
um dildiv seguid po urna contra-dildiva
Mas segundo Hagstrom,
que se esper em troca nunca
explicit a-
mente declarado: Quandose desaprova publicament os cientista por mamfestarem desej de serem recompensados por uma contribui9ii cientifica, isso
incidente assinala urn pesquisado
confusa qu freqUentemente se fa entre
substancia co
credibilidade da proposi,a tivesse
efeito desejado sobr
qual trabalha identificam-se
daquel que rato,
postula Se
substilnci
credibilidade de Ungaraumen
taria. Se ao contn\rio, GuiIlemin tivess confiad mais em Ungar, ele ficari surpres com
resultado. Iss toma-se particularmente espan
toso no exemplo seguinte: Na semana passada meu prestigi estav muito baixo Guillemir dizi qu niio s e p o di a conflar em mim, qu meus resultados era po
bres qu el naoestav be impressionad .] Ontem mostrei-lhe os resultados .] Meu Deus agor eleesta muitogentil, diz queficou im pressionado
que agora me credito aumentou (Xl, 85).
niio signific qu essa expectativa esteja ausente; fac impassivel do vendedor de kula tambem niio signific que ele nooesta esperando um contra-dadiva. (Hagstrom, 1965,
p.
14)
Em vilrio casos por n6s observados, houve referencias explicitas sadoresdeveriam alimenta
ilusao de que naoestavam esperand nada
em troca Por conseguinte na parec possive afirmar que os pesqui sadores praticam
pot/ach.
Devemos, antes, retomar questa propos
ta por Hagstrom: Mas por que or
potlach seria importante na c ie nc i s e e l
troc relativament obsoleta na malo parte do setore da
22
CREDIBILIDADE CIENTfFICA
vid modema em particular na regioe mals abertament das "? (Hagstrom, 1965, p. 19)
Hagstrom ni
da qualquer explica,a para
ancHI na comunidade cientifica
t r a d i ~ a o
"civiliza
troca de dons [a
persistencia dess
nao ser
norm de servir;o},
el
medidaque se opoe
capacidade
qu as pessoas be socializad tem de traba/ha de maneira indepen dente dos contro/esformais. (Hagstrom 1965, 21
Par Hagstrom pois
de
refor,ar
c a ~ a o
sistema arcaico do pot/ach como urn meio
sistemacentral de normas Mesmo
estrategias de publi
as
desenvolvidas pelos pesquisadores Sao manifesta,oes de confor
midad co
as norma de participa,il na troca desejo de reconhecimento social leva
de
dadivas.
pesquisado 965, p.
confor
6)
atividade cientificae governada por normas cujo r
e f o r ~ o
transfonna
economicas tipicas do
o p e r a ~ o e s
capitalismo modemo. Hagstrom fico espantado com
ausencia apa-
rente de transferencias de dinheiro. Mas essa caracteristica nao deveria levar formula
respeito
normas? Urn individuo
que os outros escrevem
artigo para for,ar
Ie urn
ler os artigos de sua autori tambem?
ter todo
auto deste
sistema de troca de Hagstrom
ar urn pouco for,ado de cont de fadas:
pesquisadores leem os artigos,
porcortesia queos
por educa9ao que agradecem a o o u
tros. Observemos mais urn exemplo de troca cientifica para mostrar que inutilmente complicado.
do mais graves problemas co
Urn
qu estudavam
diabete er
dificuldad
os quai se confrontaram os de
diferenciar os efeito da
insulina dos efeitos do glucagonio na taxa de glicose de diabetico.
Em
outra palavras os
urn
paciente
para estuda os efeito da
e s f o r ~ o s
interferencia do "rurdo" do glucagonio, cujos efeitos
insulina sofriam cia
somatostatina (em uma are totalmente diferente) que se revelou
inibidora da secre9ao de hormonios de crescimento (Brazeau
Guillemin, 1974).
p or ta d p ar a dra
investiment constant
nao se conseguia suprimir. Ora, em 1974 isolou-se uma nova substan-
mar-s com as normas cientificas, ao enriquecer. com as suas descober tas um comunidade mais ampla. (Hagstrom
contrario, que
ess ponto de vista
sistem arcaic de trocas de presente
uma condil;:a funcionalmente necessaria para mante as normas socais. Em autras palavras, ele ve
aD
de no ma
particularmente adotada nos sis
temas social em qu se concede um grande confiam;
nos,
credibilidade no laborat6rio refletem
aparece em autra esferas profissionais. Entao, prossegue ele:
troca ou aD intercdmbio contraluais,
22
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
engen
ar
de glucagonio
somatostatina fo imediatament
d e s tu do s d a d ia be te s
im-
u sa d p ar a d im in ui r
efeitos do glucagonio.
existencia de urn sistema especial de trocas de dadivas. Mas esse
sistemanuncae mencionado pelos atores
fato
de
que os pesquisado
re neguem expectativade uma dlidiv podeser considerado uma pro va do sucesso de sua forma,a
de sua conformidad rigorosa co
normas Com Hagstrom, temos um em tennos de nonnas que travel que doxa!. Por
e x p l i c a ~ a o
de ur
as
sistemade trocas
descoberta do hormoni GH -,
que inib
libera9QO do harmonia
somatostatina, poderia abrir urn caminho para umaava1ia9ii obje
tiva d o p a p e do glucagonio na diabetes. Logo, seri possivel acompa nhar paciente diabeticos cuj secre9ti de glucagonio foi totalmente suprimida.
ao mesmo tempo empiricament indemons-
pr6prio autor considera urn arcafsmo inexplicavel para-
que Hagstrom deveria usa uma analogia co
mitiva de troca par explicar
Esse trecho, escrito por urn medico, indica
importancia potencial
glucagonio Se ness etapa, alguem houvesse dito ao medico qu as r e l a ~ o e s
um form pri
entre pesquisadores Parece
conhecia estrutura da substancia que suprimia pulado
em
p es co ,o . S er i p o q u
glucagonio, ele teria
medico estava tornad pelo
30
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
desejo de conferir reconhecimento qu
esse individuo pela contribui<;ao
loca de um competit;ii quese caracteri Ocampo da ciencia za pelo monop6/i da autoridade cientijica definida ao mesmo tempo
ledera ou por qu el tinha umadividade gratidao com relal'a
esse individuo? Nao.
23
CREDIBILlDADE CIENTfFICA
com potencial tecnico poder social. (Bourdieu, 1976)
real'a violenta do medic viria de sua capaci
dade urn vez possuindo ess nova informal'ao, de se precipitar sobr As estrategia dos investidore sao assimiladas outras estrategia
bancada de seu laborat6rio estabelecer urn protocolo no qua pudesse controlartoda as causas de ruido do inscritor.
medic na seri nem
mesmo obrigado desembolsar urn crectito para I'a o ne
estariaobrigad
citar
portador da i
artig dele
qu
n f o r m a ~
economicas. Nao se ve claramente, contudo, por qu razoe os pesqui sadores se interessar pel qu os outro produzem. Par Bourdieu:
informal'ao teni transmutar;ao do antagonism anarquico de interesses particu
de util de crucial qu elapermiteengendrar urna nova informal'ao-
concessao de reconhecimento pesquisador.
lares ;' interior de uma diateticacientifica torna-secada vez mai com pleta medidaque interesse que todoproduto de benssimb6/icos tem
somente uma preocupac;ao secunda
ria par
Em se
modelo de troca cientifica Bourdieu compar
portament do pesquisadores co
dos modemos h om en s d e n e
g 6c io s
comerciantes pre-capitalistas
na co
a us en ci a com
de mercadores
m oe d n a
ciencia. Para Bourdieu (1976), lizand om
investimento de outros recursos, aleffi do dinheiro. Uti nOl'a o de capital simb6lico, Bourdieu descreve as estrate
m es mo s t er mo s q u
educacyao
os
esbar
mesmo meios. (Bourdieu
1976)
Ess explical'a tautol6gica do interesse agravadapela ausencia de qualquer referenci ao contelido da cienci produzida. Em particular, nao hil analiseda
maneiracomoa tecnicarelaciona-se com
ausencia pod na significar
d o c ap it al is m m od em o E l c he g aCUffiU-
n a d e u m p er sp ec ti v p ur am en t e
urn
problema quando
tarnento do pesquisadores em termos de normas
cessos de socializacyao, as desvio o ci a d o
Bourdieu afirm qu se pod estudar
As
compor
normas, os pro
reconhecimento sa mai conse ua
u sa s D o m es m
ciencia se
Nem Bourdieu ne
estuda
"haute
Hagstromajudarn-nos compreende por que
que Bourdie
permit quese leve em c te
forjar explical'o es
o n s i d e r a ~ i l 6
fracasso dos doi ao tratar dos conteudo da ci,encia Como mostrou va
c on t
Bourdieu fome
cern-nos explical'oe uteis sobrea distribuil'a o de credito como proces
Desse modo, para Bourdieu,
<;lio
estrategias adotadas pelos investidores que buscam maximiza se lucro simb6lico.
ser aplicado quando
conteMo da ciencia. Hagstrom
sos compartilhados ma que na no ajudar
serie de
pre-capitalista, na
demanda. Essa fragilidade refle
CaIlo (1975), os modelos economicos s6 pode
o do ,
maneira
Hagstrom tern de encara os modelo economicos, qu
ad hoc, usanda-se tennos de outras regras mai usuai da economia.
motor da atividade
podersocial. Essa
os pesquisadore tern interesse em le os escritos dos outros. vern respectivarnente, da ecol1omias capitalista
Ao contr'rio de Hagstrom, Bourdieu nao tentaexplica
q ti en ci a d a a ti vi da d
importantespara os outros...
couture" (Bourdieu 1975), ma el e,absurda no cas da ciencia.
analisar as estrategias comerciais do ponto de vista da
l al 'a o s im b6 li c d e c ap it al , moneta-ria.
que, com diz Fre Rei[ "nao sliosomente inte
ra nos concorrentes capaze de aplica
nao
trocaeconomica pode incluir acu
gia de investiment em dominios t3i5 c om o
ate
elaborar produtos
ressantes para ele, ma tambe
embaral'a, porqu ele tern experiencia
estud do sistemas de tracas em outro dominios qu
mulacyao
em
com
compreender
produ-
do valor
Suponharnos agora que os pesquisadores seja credibilidade. Da; resulta crial'a O de
urn
mercado.
investidore de informal'a o ad
23
CREDIBJLlDADE C I E N T I F I C A
23
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
quiriu valor, com ja vima anteriorrnente. Eta autoriza os DutroS pes
de. De fato, nassas pesquisadores dispoe
quisadore
do que
produzir infonna,ao que possibilite
retorn do capital
dinheiro para explicar
de urn meio bern mais suti!
sucesso au simplesmente para medir
investido. Da parte do investidores, ha um demanda por infonna,ao
os retomos.
sucess de cada investimento
ha um ofer-
rapidez com
qual ele favorec
qu pod aumentar
poderde seu pr6prios inscritores.
to de informa,ao por parte dos outros investidores. As leis da oferta da demanda criam
volar da mercadoria, qu flutua constantemente
gressao do pesquisador no cicio. mas recebidos,
dores
demonstra
do equipamento do produtores. Levand em cont a i c ha nc e d e s e r e u ne ra da .
flutuavoe explica aD mesma tempo
flutua,ao
sua credibilidade onde ela a va li a, a
q u f az e
d es sa s
referencia que as pesquisadores
fazem aos "problemas interessantes", aDs "temas rentaveis", aDs "bons metodos"
aDs "colegas em quem se pade ter confianva",
explicam
a c e i t a ~ a o
de seus artigos,
pel se trabalho
f u n ~ a o
da
pro
sina de urn investimento bem-suce
did para urn pesquisadorpode ser por exemplo
segund os montante da oferta da demanda, do niImer de pesquisa desse mercado, os pesquisadores investe
avaliad em
conversao de credibilidad
niImer de telefone
interesse que os outros
fato de qu el seja mais facilmente
acreditad ou ouvid commaioraten,ao, qu Ihe proponham melhores ocupa,oes, qu seus testes deem resultado, ue seus dados se acumu Iem de maneir mai confiavel
credito.
formem urn conjunto mai digno de
objetivo da atividad de mercado
estender
acelerar
cicl do credibilidade tornado como urn todo. Os qu na conhecem
por qu os pesquisadores gastamseu tempo mudand de area, lanyando
atividade cotidianados cientistas podera achar ess quadro estranho at
novos projetos de colabora,ao, confinnando
tomarem consciencia de qu raramente
afastando hip6teses ao
sabor das circunstancias, substituindo urn metoda por DutroS, tude issa
caracteristica central de nossa modelo de
mercad com um simple troc de bens por dinheiro. Na verdade, na etap prelimina da p r od u, a
fa os
t ro c d ir et a d e i nf or ma ,o e
por reconhecimento pod nao OCOITer, porque na se opera,
qual-
quer distin,ao entr
equi
pesquisador
sua hip6tese. Qual
entao
valente da compra em nosso model econ6mico da atividade cientifi ca Os pesquisadore s6 de ve em quando analisam
sucess de suas
opera,oes emtennos purament de credito Elestern, porexemplo,ape na um idei vaga do niImer de veze qu seus trabalho fora dos. Nao se preocupam normalmente com
cita
distribuiyii de premio
interessam-se muito pouco pelas questOes de credit
que se "compra" no futuro.
submetido it extensao do cicio de credibilidade.
Seri inexat tamar
9ao.
de priorida-
Pode-se perceber ai com c1areza duplo padrao usado por certas pessoas quand se trata de ciencia. Quando urn homem de neg6cios abandona vende uma sociedade em decadencia, considerado cupid interesseiro. Mas quando urn cientista abandona uma are em declinio o u u m hip6tese desacreditada (isto e, ninguem esta mais sensiveJ para "comprar" argumento), ele visto como desinteressado.
objeto da "compra"
infonna
capacidade do cientista produzir uma informa
rela9ao entre cientistas parece mai com a s q u vigoram
entre as pequenas empresas do que as vigentes entre urn dono de armazem
seu fregues. As empresas medern seu sucess observand de suas opera,oes
crescimento
intensidad da circula,a de capital.
Com observamos anteriormente. laborat6rio escolhido para nosso estud caracterizava·se por uma preocupa(fao quase patol6gica com credito. No entanto, ficou claro que "ponto de honra" do fato de receber credito nao estava em jogo e m s i mesmo. Cada ator adotava diferentes estrategia em razao da modifica(fao do campo: luta se dava nao pel crMito, mas pelo espa(fo, pelos program as de pesquisa pelos equipamentos. Tanto isso verdade que, quando havia acordo sobr esses pontos, eram poucas as querelas para saber quem receberia crMito. Quand havia desacordo, tangivel do conflito er uma disputa por vezes amarga sobre divisao do credito entre Guillemin seus principais capitiles. Essa comparayao via vel desde que nao se restrinja nO(fao economica it circula(fao de moeda. Ela poderia se estende para todas as atividades impregnadas pela existencia de urn capital sem valor cujas (micas finalidades si!o acumula(fi!o expansa:o. Isso difere dos esfor90s da escola de Chicago para retratar atividade em termos econ6micus, mesmo quando nao qualquer capital. la90 entre prodU9ao cientifica dos fatos economia capitalista moderna provavelmente bern mais profundodo qu uma simples rela9ao (ver Latour, 1987, cap. VI).
23
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
Ante de utiliza esse modelo par interpreta dos nasso cientista no laboratoria,
comportamento
importante sublinha qu ele
independetotalmente de qualquer argumenta9lio relativa its motiva90es psicol6gicas As explica90e qu apela ment obrigam-nos
par
n09lio
supor qu os cientistas tern
Mbit
reconheci esconder
suas motiva90es reais sempre qu ela deixem entrever interesse ou tro qu nlio aquele fundados sobre
credito
reconhecimento. Pel
contrario, nosso modelode credibilidad podeacomodar-se umagrande variedade de motiva90e psicol6gicas Nlio
preciso, portanto, por em
duvid as motival;oe expressas no discurso de nossos interlocutores. Os pesquisadore podem muito bern falar de se interesse pela solU9aO de problemas diflceis, de seu desejo de obte urn cargo, de sua vontad
23
CREDIBILIDADE CIENTfFICA
m ot iv a9 0e s
a mo r p el a c ie nc i
f in an ci am en to . S ej a q ua l o r
se9lio do cielo qu tenham escolhido privilegiar ou considerar com
objetivo de seu investimento, eles terao necessariamente que passar por todas as outra se95es
E S T R A TEGIAS, POSI<;OES
T R A J E T 6 R I A S DE CARREIRA
Na primeir part deste capitulo discutimos os investimento do pesquisadores que estudamos com Agor vam"s tentaraplica
investimento de credibilidade.
n09lio de credibilidade situa9lio particu
lar de nossos pesquisadore no laboratorio.
r es ol ve r a s m is er ia s d a h ur na ni da de , d e s e p ra ze r e m m an ip ul a
Curriculu
vitae
instrurnento cientificos ou mesmo da busc do pur conhecimento As curriculum vita (CV de urn pesquisadorrepresenta urn balan
diferentes expressoes das motiva90e slio os temas de configura9lio psi col6gica, elimas ideol6gicos, pressoes de grupo, da moda, de naciona
90 de todos os seu investimento ate
lidade etc
nome
1O
Como
do qual um form
cici de credibilidade
urn circul unico atrave
credit pode serconvertid em outra, pouc im
porta qu os cientista coloquem em primeiro lugar, par justifica sua
idade,
sexo
dia de hoje
C V t ip ic o t ra z
situa9li familiar e, no mais da vezes, quatro
partes, cada qual correspondendo
um significa9lio particular, todas
relacionadas com credibilidade. Na rubric "Escolaridade" por exem plo, pode-s ler:
medida na qual as atividades dos cientistas de que tratamos silo estrategias conscientes explicitas. Essa uma questilo que nilo podemo resolver em abstrato porque cada cientist est tambem engajado em urn debate para tamar 16gicas, explicitas au necessarias sua escalhas de carreira. Nao queremo dizer que as eientistas estao "realmente" interessados, embora nao eonfessem, au que eles soo "real mente" determinados pela area, emborajulguem gozar de certas liberdades meritos ao escolhereste ou aquele caminho. Deixamos abertas essas questoe de motiva<;a para que deJas se alimentem os psie610gos historiadores. Alguns eientistas tentam mostra que deeidiram conscientemente escolher aquele tema explieando que mesmo, porque tempo estava passando. Em outra urn eolega nao poderia ter feito ocasia.o, mesmo interlocutorpode tentar p e r s u a d i r ~ n o s deque ele noo estava de maneira alguma consciente, qu agi por algum tip de intuil;a.o artlstica, para declarar alguns dias depois que tudoe muito 16gico que ele quas noo teve eseolha. Essa considera<;ao importante, porqu nossa finalidade certamente na.o propor um modelo de c o m p o r ~ tamento no qual os individuos fazem calculos para maximizar seus lueros 1550 seria reeair na economia benthamiana. As questoes de caleulo dos meios, de maximiza<;a.o da presen<;a do individuo estao de tal modo em perpetua muta<;ilo que na.o podemos considerawlas como ponto de partida. 10
Urn problem relacionad com esse
962: diploma de bachare/ em Ciencias
Agricultura, Vancouver.
1964: mestrado em Ciencias, Vancouver; B.c', Canada 1968: doutorado (Bi%gia ce/u/ar), Universidade da California
Ess list de qualifica90e representa credibilidade do pesquisador. Ela nlio
qu se poderi chamar
urna condi9li suficient par
faze do individu em questlio urn pesquisador, ma th permite se admitid no jogo. Em termos de investimento esse individu tern
referencias necessarias par arriscar. Essas referencias representam retorno forma de ur amplo emprestim de dinheiro feit pelos contri buintes (ou, por vezes porfundos privados)e investidona forma9li do individuo.
e vi de nt e q u
d at a
sao importantes. Por exemplo
l oc a
m at er i
c ad a d ip lo m
CREDIBILIOAOE CIENTIFICA
dr. Hoaglandobteve seu diploma de bachareladoem Columbia od p.
mestradono MI eo de doutorad emHarvard. (Meite 145)
natureza desses diplomas est destinad
produzir
efeito do que os do exempl anterio (Reif, 1961). objeto
genetica bacteriana,
dOUlorado
vantagem clara, po is elepretende fazer part de especialista na area Os diploma de capita cultural qu
de
de
Urn
Essa list de bolsas de premio da um idei do qu ja fo inves tido nesse individuo. Ele tern refon;ado portanto, credibilidade repre sentad por seus diplomas
maior
urn
mesmo modo, se
de valoriza,a laborat6rio
pesquisado tern um urn
de
de
de
130
porque eventualmente cada qua ter
seu.
qu import
infor
mar;:ao contida na segunda parte) intitulad "Experiencia profissio-
nal":
individuo trabalhou:
1966-1968: estagi dep6s-doutorado, Microbiology Institute, Uni versidade de Copenhague, Dinamarca, N.o.. Kierkegaard Sponsor
anos-homens
diploma de doutorado na particulariza os pesquisadores,
urn
Universidad de Haifa.
capacidade. Os pesquisadores rna is
que
do diretore do
Quimica. Laboratorio de Nathan 0. Hakan, Departamento de Quimica.
urn
educa,ao superior
em
pela su posi,ao Um font suplementa
inclui os nome do conselheiros
1973-1975: responsdvel pa pesquisas, pesquisador convidadoem
grupo quedemanda
pesquisador constituem
nosso laborat6rio acumularam
universidade
aI., 1975,
resultado de investimento multiplos em termos
de dinheiro de tempo, de energi os tecnicos
urn
Do
et
C R E D I B I L I D A D E CIENTfFICA
Incluir esse
me
os dos padrinhos, capazes de escrever
cartas de recomendac;ao, reflet
importancia das relayoes
estabelecidas com font de credibilidade Os leitores podera utili zar os nomes para conhecer grad
pesquisador esta inte
rede na qual
para identificar aquele qu pode
da garantia de su cre
dibilidade.
evidente que nenhuma dessa caracteristicas de curriculum vitae
197(): responscivel po pesquisas no Instituto. 1968-1970: estagio de pos-doutorado em QuEmica, Universidade da California Riverside. 1967-1968: assistente de pesquisa, Universidade da California, Riverside.
Essa informa,a indica ao mesm temp qu mitido
qu tern se desempenhado bern no jogo
individuo pont
de
foi
ad
ter obtido
urn cargo. Pela mesma razao, citam-se, em urn CV, todos os financia
mentos
premio recebidos
1) Alpha Omego Alpha, Hoover Medical Society, Alpha Chapter.
particular ao pesquisadores. grau
(o su designa,ao), ma
re podem desejar conhece conjunto da tecnicas, familiarizado
os
qu os distingu na
tant
seu
posi,ao qu ocupam naarea. Os leito problema que
pesquisador resolveu
tipo de especialidade co
as quai el esta
tip de problemas queele pr6pri levantou par resol
ver mai tarde. Mas, freqUentemente,
enunciado dos graus
das posi
,oes na area estao confundidos: Posic;oes 1962-1964: sintese de compostos pyrrole, Stat College
Arizona
2. Prizer Scholar. 3. Arizona Medica Studen Research Award
1964-1965: mestre, laboratario de Qu
ca Universidade de
Stanford. 1965-1969: isolar
elucida
estrutur dos alcalaides Universi
dade de Stanford
Public Health Servic Traine in Endocrinology, 1965-1969.
1969-1970: cristalograjia X. Universidade de Stanford.
Public Health Service Postdoctoral Fellowship.
1970-
responscivel po pesquisas no Instituto Salk
CREDI81L1DADE CIENTIFICA
AS quatro primeiros iten dizem respeito
em lugare de particularprestigio.
ultimoe
tema desenvolvido gra obtidocomo resul
As lista de publica,ilo silo os principai indicadores da posi,oes titulos dos artigos, as revistas em que fora lista determina leitur do
nomes do co-autores, os publicado
tamanh da
conjunto do valo de urn pesquisador.
curriculum vita
depois da
da cartas de recomenda,ilo, que dilo
medida do valor de urn individuo qu se tom
uma represental'i lo conceilua da disciplina (os problemas engendram outros problemas) ou
decisilo d e h e atribuir
de pesquisa. Mas, entaa,
, il o
e l m_Tcar alguns pontos
colaborar co
CV tam
bern pod sercomparado ao relat6rio financeiro anual de uma empresa.
dual
capita qu os membro do laborat6ri tinham acumulad para
nem
havia deixad
laborat6rio quando concluimo nosso estudo Alem
exigid pela for,as
coesao
estrategia individual nilo passa campo. Assim,
muit complexa El esta na interse,a entr
no,il de posi estrategia indivi
configura,ilo do campo, considerando-se qu ne
estrategi
individuo silo variaveis independentes. Consideremo uma ana
logi co
guerra para
UCI'dar
esse ponto
12
Urn pequeno morr nilo ter qualquer importilnciaestrategica nel
pouco Onz pesquisadore tinbam publicado apenas 67 textos e, mes metade dele era frut do trabalho de urn individuo que ja
noss ateo9ao seria
santes mas marcad pela presen,ade urn individuo dotado da ambi
,ilo
ingressa no institut era relativament pequeno. Tinham publicado
que escaparia
entre os tre aspectos. campoli nao aparece cheio de problemas mais ou menos interes
urn cargo de Ihe conceder subven,ilo de alicia-lo ou simplesmente de
eleem urn programade pesquisasespecifico.
contra as
urna economia politic qu
centrass sell foca sabr as instiruif;oes, os orvamentos ou as politicas
daquil qu
mo assim,
um visilo de individuos qu luta
for,as da administra,ilo, ou finalmente
tad da conversilo da credibilidade acurnulad ate entilo estrategicas ocupadas por urn pesquisador.
23
CREDIBILIDADE CIENT(FICA
mesma. Mas se ocorrer uma batalha nas vizinhantyas,
morro adquire
importilnciaparticular. De pur elemento de paisagem, el toma-se
po-
disso, os membro do laborat6rio tinbam anteriormente ocupadocargos
sir;ii estrategica potencial. Mas isso acontece somente porque urn es
universitilrios. Todos exceto urn, tinham tid bolsas de p6s-doutorado.
trategista milita avali as posi,oes da tropas adversilrias
Por isso, em termos de capital, os membro do laborat6rio chegara al
,il
mai co
para urn dos campos com um oportunidade paraatacar linha inimi
promessas de credibilidade do que com urn estoque acurnulado.
for,a entr combatentes.
pequen
ga. De repente, ele ganha urn sentido.
estrategista apaixona-s por
aquilo qu el consider um oportunidade excepciona for,as ue pesquisadores passam de urn. posi,ilo it outra, tentando ocupar queconsideram melhor colocada Pode-s observar, contudo, quetoda posi9aO
constituida ao meSilla tempo por urn grau universitario (como
urna bolsa de p6s-doutorad ou urn carg de professor), de urn posi,ilo na especialidade (a naturez do problemas abordado
os metodo
utilizados) por um silua,ilogeografic (0 laborat6rio em particular identidade do colegas) Essa tres faceta da posi,ao sao cruciais para compreender com desenvolve-s
carreira dos pesquisadores. Se
urn desses pontos fosse negligenciad na analise, poder-se-ia chegar
correla
peda,o de morrO surge
mobiliza as
rn il su disposi,ilo Prev qu um ve transformado
II palavra campo aqui utilizada denota simultaneamente campo cientifico idtia de urn "campo agonistico". Nasegundaacep9ao, palavra "campo" (usada par Bourdieu) denota efeito de urn individu sobr os movimento de todos as outros refere-se uma organizayao. mais afirmayOes do qu tempo, 12 Nosso uso do termo "campo de batalha" talvez esteja garantido, ao mesm peJa palavra campo pelo emprego freqOente de metaforas militare por part dos pr6prios pesquisadores. Embora nao fomeyamos dado quantitativos de apoio, t i ~ e ~ o s impressaode que as metaforas mais amiUd utilizadas no laborat6ri sao, em pnmelro lugar, epistemol6gicas ("prova", "argumento", "convincente" etc.); em segundo lugar, economicas; em terceiro, militares; e, finalmente, psicol6gicas ("prazer", "esforyos"
"paixOes").
CREDIBILIDADE CIENTiFICA
morro em p
el ter
o s i ~ i l o ,
de impor golpes decisivos sobre estrategista tenta atingir morro ocupa
c o n d i ~ o e s
os inirnigos. Por conseguinte,
sucess de su empreitada depend
10. f o r ~ a s
for,.s
rest
estado da
c o r r e l a ~ i l o
de sua habilidade paracomandar ou par avaliar
vez atingido
de
camp de batalha, da amplitud de suas proprias
objetivo
mOrro
ra
credit nunc mais fora
retomados por outros pesquisadores.
grupo ganhou corpo. Tinha mai peso. Os pesquisadoresobtinham cada
vez mais credito, atraiam mais assistentes, criavam conceitos
campo
modificou-se em lorna de novas posi{:oes
perigo Uma
transformado em ponto de apoio, as
24
CREDIBILIDADE CIENTiFICA
experiencia de Guillemi no camp do fatore de urna excelente
l i b e r a ~ a o
do conceito estrategico de atividade cientifi
i l u s t r a ~ a o
tensoe no campo de batalha irao se modificar. Os outros tentaril ex
ca Desd
pulsar noss estratego. Su capacidade de resistenci depende mai
urn de seus investimentos centrais seria obter urn bioteste confiavel para
uma vez, de seu desempenho anterior, dos recursos d e q u dispoe (con tingente, armas visibilidade,
da "ajuda qu
m u n i ~ o e s ) ,
s i t u a ~ i l o
morro signific (melhor
dominante, rochas etc.
usa essaajuda Do mesm modo
p o s i ~ i l o
de su habilidad para ocupada por urn pesquisa
resultado de sua trajetoria de carreira, da disciplina do recursos qu el dete p o s i ~ i l o
reinante na
s i t u a ~ i l o
da vantagen oferecidas pela
quisadores reveladas pelas entrevistas.
atividade cientific em nosso
laborat6rio compreende urn dominic de controversias no qual fatDs sao argumentos sao refutados, carreiras sao desfeitas
prestfgi se reduz. Esse campo 56 existe it medida que por aquele qu dele faze c e p ~ i l o
parte.
area, Guillemin percebe qu
TRF (ve capitulo 3) Fixando-s em urna estrategia, mobilizou cole gas em busca do test
agarrou
sorte que lhe p6s nas maos uma mu
Ihe cuja habilidade correspondia exatamente
mais
percebido
natureza precisa dessaper
depend do modo pelo qual osatores nele sesituam no pont
de
finalidade que ele tinha
Obteve rapidamente os dado confiaveis que Ihe serviram como funda mento para enuncia urn certo numer de existencia do TRF,
g r a ~ a s
mapa
cerebr foi
a f m n a ~ o e s
ao qual atraiu para si
colegas. Na mesma ordem de ideias
em qu ele investiu. analogia anterio corresponde fielmente as estrategias do pes
produzidos, prova
primeiro contatos co
para postular
reconhecimento dos
que impedi Dietrich de levantar
ausencia de urn anticorpo do qual dependia
para isolar uma enzima pura. Por conseguinte, ele resolveu instalar-se
em urn pai ond poderia trabalhar em qu possuia mente na
p o s i ~ a o
com pesquisadores
c o l a b o r a ~ i l
enzima Su decisilo de partir baseava-s quase total na qua ele queria investir.
Fica evidente que os elemento sociol6gicos, tais como estatuto, nivel, honra, cn!dito
situalYao social, sao sobretudo meios usados na
partida. Disseram-nos varias vezes: "Na epoca eu me interessava por
batalh para obte um
essa tecnica, essa area, aquel individuo".
credibilidade do pesquisador. Seri enganoso dizer que os pesquisado
au:
"Tomei consciencia do
i n f o r m a ~ i l o
confiave
aumentar
propri
interesse de ... Ou entilo "V um oportunidade par aprender..." etc.
res estilo engajados por urn lado na p
Nossos interlocutores contaram como se apropriavam de urn metoda ou
dura, e, por outro, em urn caIculo politic relativo
do funcionamento de urn inscritor em particular e, com isso, modifica
mentos. Na realidade eles sa estrategista que escolhem
ra
oportuno, envoIvem-se em colaboravoes potencialmente ricas, avali
su
p o s i ~ i l o ,
po meio de trabalhos
p u b l i c a ~ o e s .
disseram-nos: "Nao funcionou", ou "nao levou
luga algum". Nossos
interlocutores relataram os tramites que levaram instrumento, de urn metodo,
Varias vezes
descoberta de urn
colaborado ou de um idei
ue
r o d u ~ i l o
am aproveitamoportunidades correm atra de Na entrevistas,
estrategia il
racional de urna ciencia trunfos
i n f o r m a ~ o e s
confiaveis.
pesquisadore investem sua capacidade politicas no proprio amago
transfonnar
da ciencia. Quanto melhores suas qualidade de politicos
rapidament
qu na de
gistas melho
na area Alguns do enunciados
momento
apenas urna questa periferica. Os
pennitiu que eles avanlYassem. Estavam prontos, entao, s i t u a ~ i l o
investi
ciencia qu produzem
de estrate
42
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
N a d ev em o c on tu d n eg li ge nc ia r
fa
de ue
nO
p os i ,a o ,
sentido em qu aqui entendemos, define-se de mane ira purament re lativa Dito de outr modo elanao tern sentid se cole,ao de estrategias. Quant ao campo, el
C R E D I B I L l D AD E C I E N T f F I C A
urn camp au um
conjunto da posi,6e
avaliadas par urn ator Alem disso, um estrategia s6 tern sentid
capitulo
(nfuner de cita,6es par artigo publicado ap6s cada mu
dan,a) tambem sao levado em conta. Dess modo cad linh do ba lan,o apresenta urn movimento, isto e, urna mudan,a de posi,ao (Qua
dro 5.1) Ur individuo pode ir par urn outr laborat6ri conservando
seu tema
seu grau, assim como pod permanecer no laborat6rio, mu
interiorde ur campo em rela,ao as posi,6es percebida pelos outros.
dand
Na
seu programa
d ev e r ei fi ca r
no,ao d e p os i, ao . U m posi,ao na existe en
quanta tal, simplesmente rn qu
espera de alguem qu
ato perceba-adess modo
venba ocupar, mes
natureza da posi,6e
sere
conquistadas esta constantemente no centro das negocia,6es. As posi ,6es s6 sa
detinidas como posi,6es vaga retrospectivamente Mais
um ve esse tipo de percep,ao s6podeser compreendido co
rela,ao
ao campo. Quando se diz que "G. ocupou uma posivao", isso nao passa
de urn resumo para noss compreensao retrospectiva da maneira pela qual G. determinou carreira.
configura,ao do campo, de seus meio
su
pr6prio pesquisadorpode retrospectivamentejustificar fato
are de su pesquisa au ainda, muda
cial que se acrescenta aos beneficios obtidos em dan,as anteriores. Do mesmO modo qu
modificar
d e c o r n ~ n c i a
das mu
ur capita pode se desperdi
,ado, as trajet6ria individuais podem levar
urn insucesso Grant, pa
exemplo, chegou ao laborat6rio com urn doutorad de bioquimica carta de recomenda,ao Essa refenlncias nao era media. E, no entanto,
melhores do quea
primeiro artigo del signitico urn extraordina
rio investimento Ele sintetizou urn fato de libera,ao centen de vezes, em grande part porque
fo citado um
fato de libera,ao estava
relacionado com areas da medicina particularmente sensiveis (como esterilidade
qu ocup aquela posi,ao em termos de se interesse.
grau se
pesquisa. Cada mudan,a come,a com ur capita ini
porque
sintes teve importante implica,6es par
contra Ie da natalidade. Em outras palavras para atingir urn vast publi
co, foi preciso usar
Trajetoria
monotoni do padr6e da estrategia de carreir par n6 le
vantados reflete
monotonia do processo de investimento:
Estudeiessa questiio. Encontrei ca,
substancia recem-sintetizada em centenas de ex
perioncias. Os sei co-autores emprestaram-lhe umaparte de seu capital
em
seguida
urn
forma de instrumentos, detecnica, de espa,o de credibilidade),
de modo quemal se podia distingui
Maddox, desenvolviessa tecni
publiquei esse artigo, propuseram-me
(so
cargo
tal
/ugar. encontreiSweetzer, publicamos aque/e artigo. Decidi passar para
contribui,ao especific de Grant
Ele permaneceu na mesma are durante quatro anos tizar analogas da mesma substancia, ma co
continuou sinte
ur retorn menor. (At
1976 cada rn de seus sete artigo sucessivos fo citado respectiva
essa area.
mente, 0 , 0 , 10,4,
As carreiras compreendem urn certo numer de posic;5es sucessi
vinb do loca em qu el se encontravae daexistencia
par contapr6pria Ma
vament ocupadas As mudan,as de posi,ao podem ser avaliadas ima
da do fato
ginando-s um especi de balan,o queapresentaas carreiras individu ai em termas de credito disponivel
Instituto, se
r al , c ap it a s oc ia l o pe ra ,6 es )
d e p o si , 6e s e m q u
cesso percebido em cada mudan,a
i nv es te .
indice brut do impact evocad
na percebera qu
dia, se
possibilidade de utiliza
credito de financiament
pessoa tivess aumentado com rela,ao atividades
maiorpart de se capita urnademan
libera,ao especifico qu el tinba sintetizado.
trou-se, da noit par
pontode partida (capita cultu
vezes. Grantdecidiu mudar de rumo trabalhar
se
encon
espa,o do
qu sua credibilidade
e po c e m q u i ni ci ar a s ua s
tentativa de modificar su posi,ao revelou-se rn fra-
CREDIBILIDADE C I E N T I F I C A
cass do pont de vist da conversao de credibilidade, isso acontece
Quadro 5.1
porque ele nao era dono do credito, Acabou licenciad pelo laborat6 ri
tento trocar se capita cientifico par urn carg de professo au
urna
o c u p a ~ a o
na industri quimica,
45
C R E D I B I L l D A D E CIENTIFICA
Nivel
universitario
POSig8o na area
Posiyao geografica
fato de qu tenba said do cicI
de credibilidade traduziu-se par uma l i q u i d a ~ a o de seus investimento
em medicina
cientificos.
importitncia do loca qu entram
visive na trajet6ri do pesquisadore
laborat6ri
inicio de carreir
deixam-n depois de
urn prazo muit breve, Uma analise comparativ da produtividade de
cinc pesquisadore tres ano seguintes it p
medid pelo numero de
periodos situados antes, durante
par artigo no
c i t a ~ 6 e s
revela acentuada
u b l i c a ~ a o
d i f e r e n ~ a s
entr as
Iaborat6ri co
suas pesquisas, quatro dele fora
de reinvestir au de poupar
credibilidade qu adquirira
incapaze
ma nenhum do artigo qu publicou
levados
graduado Neurafisiologia Labor.
1970
Oll
na industria.
claro -, essas mudancyas representavam
investimentos insignificantes. Em contrapartida,
Doutorado cargo
de enzimas
1972
Isolamento da enzima
1973
Especialista convidado para coI6quio EUA, Labor.
Zem Houston
1975
Peplidios oce
citado Tres outros fora
liquidar seus ativos ingressando no ensino
Forma9ao
no ponto de
partida, Urn dele obteve urn estatuto mais elevad com pesquisador,
Em termos de credibilidade
1968
depois da permanenci no laborat6
rio (Quadro 52), Embora as cinco tenham incontestavelmente benefi elado
1976
Calif6rnia, Bloom
Celebr em toda parle, par causa de trabalhos em colaborayao com Bloom Guillemin sabre as peplidios do cerebra
provclvel que as gan-
hos tenham side mais palpaveis em termos de dinheiro
de segurancya.
ultim dos cinco, Larr Lazarus, conseguiu urn carg de pesquisador emparte porque ja tinba capita independente Acrescid pelaestad no laborat6rio, ess capital foi suficient paraser trocad pel cargo "Se duvida tudo isso ajudou-me bastante" [IV, 98],
1978
Estrutura do grupo
No qu se refere it
p r o d u ~ a o
formad pela convergencia de multiplas trajet6rias, Sua o r g a n i z a ~ a o pod ser interpretada com
a c u m u l a ~ a o c o n j u n ~ a o
titui um hierarquia de
p o s i ~ 6 e s
dos movimento
Professor
Alemanha, de urn
de fatos pode-s dize qu urn grupo
timentos de seu membros,
Relayao
dos inves
dastrajet6ria do atores cons
administrativas quase perfeita. Uma
laborat6rio
Nota: quadro 5.1 representa um b a l a n ~ o slmpllflcado dos mOVlmentos de Dietrich. Cada Iinha corresponde um moviment no qual um do tres aspectos da posi9:8.o de Dietrich foi modificada. Cada coluna corresponde a. t r a j e t 6 r ~ a carreira de Dietrich, medida com ajuda de um dos aspectos de sua posl9:ao. coluna da direita indica qu el ganhou ern cada movimento. Urn sinal de igual (=) indica qu na houv mudan9:a.
CREDIBILIDADE CIENTfFICA
Quadro52
Pesquisador
Antes
Grant
Durante
capital quanta Depois
13
Ensino, neg6cios 2,5
Monahan Lazarus
Conversao
Neg6cios
Amoss Brazeau
14
C R E D I B I L l D A D E CIENTIF1CA
36,6
Melhor situa9iio na
t ra ba lh o
m a s em an a
mo
c ap it ul o
qu
acumula<;:ao, e m
mesmo local, de umadestacada fory de trabalho, co <;:oes
profissionais
diversa forma
de equipamentos de todD tipopermitiu superar certas
dificuldades inerentes ess tip de atividade Uma parte do trabalh automatizada gra,as as pipeta
ao contadores automliticos Na sua
pesquisa
10
grande maioria, os tecnicos eslava
Industria
dado qu em seguida era
22
Meihor situ89a na pesquisa
lo
informa,ao
radioimunoteste, que geralmente ocupa varics individuos durante algu
incumbido da tarefa de produzir
retomados pelo pesquisadores.
estatuto de um tecnic depend da diversidade ou da extensilo da opera,lie da quai el se ocupa. Os encarregado da limpez dos vidros tern evidentemente urn estatuto inferior aDs qu assume
res
ponsabilidade por ur processo em seu conjunto, como determina930 da seqiienci dos peptidios por degrada,ao de Edmann ou
funciona
base extensa, formad por t"cnicos na diplomados estav so dire ao cinco tecnicos titulares que, por sua vez, estava so autori
ment de
dadede oitopesquisadoresprofissionais (titulare com doutorado) Entr
as tecnicos especializado em uma au mais tarefa rotineira
os ultimos, havia cinco assistentes de pesquisa, doi coordenadores de
o cu pa m c o
pesquisa Wyli Vale Roge Burgus era tambem diretor).13
estatuto intermediario. No enlanto distin,ao ne
um professor Guillemin (qu
As fun,lies sociologicas correspondente nistrativa estao diretament ligadas
essa posi,lies admi
pape qu cada individu de
sempenb noprocesso de produ,ilodos fatos. Vimos no capitul 2, que a re a d o f at or e d e l ib er a9 a e xi g
inscritor como rn todD, ta como
espectrometro de
ressoniincia magneticanuclearou um radioimunoteste (vercapitulo 2). a ni ma i
os tecnicos assume
co
sempre
tern
clara, em particularquando
certa responsabilidades proprias aos pesquisado
res. Madelein Butcher, por exemplo, um tecnic cuj nome aparec nas publica,lies, disse-nos:
c on su m i nt en si v t an t Sei mai sobre as purifica((oe bioquimicas do que Rivier {urn
grup de tecnico apresentav um alto in dice de renovacao; os tecnicos nao eram sindicalizado na se beneficiava com contratos de long prazo; seu niveis salari ais variavam de 8 m i 15 mi d6lare porano (1976) os recem-doutores sem contrato ganhava .entre 12 mi 20 mi d6lares; os professores-assistentes contratados ganha aproxlmadamente 25 mi d6lares; os professores-associados-titulares, cerca de 40 mil d 6 1 ~ e s . Nao se conhece sahlriodo diretor, qu titular tem control do e s p a ~ c? .-:sslm .salarios nao diferem fundamentalment do vigente em empresas nao clentlficas Importante observa que os salario sao insuficientes para permitir uma a c u ~ u l a ~ a o de capital monetari comparavel mesm qu de longe, acumulaCa do capital clentifico. I:,
qu se
funcionament das pipetas
dor}. {Quandoperguntam por queest
ponto de ~
de]: Aqui eu esto empacada eu ach [. .] quisa [. .]
g os t m es mo ,
e i x a r
p e s q u i s a ~
grupo, el respon
c la r q u
a do r
p es -
foi por i ss o q u e sc ol h v i p ar a c a [. .]
Ma estou empacada Nil tenh capacidadepara ingressar no dautorada
capacidad ou possibilidade? M.B. Nil tenha capacidade [...] parafazer pesquisa, HI.:
precis imagi
na((ilo, originalidade .. Mia passochegarnesse nEvel [. .] te correncia,
muit con-
com posso entrar em um doutorado nest momenta [. .]
24
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
uma ques/ao de dinheiro. Ganho rnais que Rivier... Tambem acho .]. e, vocesabe, a/guem que tenha um doutorado que nao realiz qualque trabalho intelectual [.. .} posso eita maisde urn aqui, sao supertecnicos .. /a/ve seja QI, nii tenho Qi para faze pesquisa; nao tenho vontade de bala/har durant anas par oble um doutorad acaba como superteeniea [IV 88}.
diferenc;a entre urn tecnic
nao
que niiotenh von/adede metorna um supertecnica f.
Ao contrario do pesquisadores, os tecnicos na tern cia de credibilidade (u
capital ini
doutorado necessari paraaumentar seucre
dite. Mesma que as tecnicos estejam menDS interessados em converter
entilo
rios, e1es demonstra
um preocupa9ii coma distribui,ao de crectito
com os termos de reconhecimento. Faland de urn pont
vist eco
urn "supertecnico" era insuficiente
investimento de varios anos de trabalho arduo. Qual t\
parajustificar
especificidade do supertecnicos que tern urn doutorado?
As listasde cita,oes do oit pesquisadore do laboratoriosao muito disparatadas. Tre dele foram citados em media ISO veze po ano, os
outros, cerca de cinc vezes. quisadore de primeira
diferenc;a entre
,oes individuai
que se chama de "pes-
segund divisao" (Cole eCole, 1973
mai espantosaquand se examin
ainda
espectro das cita,oes da publica
(Figuras 5.2a 5.2b
5.2c). Cada espectro revela
minimo de cita,oe para cadaartigo citad mais deduas veze porano. espectrosde cita,oe indicam, pois, envergadura da carreir de urn
reinvestir na credibiIidade cientifica do que nos sala-
em moeda
24
C R E D I B I L IO A D E C I E N T I F I C A
pesquisador, artigo
parte do esfor,o
do sucess
obsolescencia
cada
espectro de Paul Brazeau, porexemplo (que na aparec aqui
nomico os tecnicos aproximavam-se mais do trabalhadores do qu
i nd ic a q u
dos investidores. Seu salari retribui
contrapartida, tern urn espectro saudavel(nao representado), mesmo que
trabalho, ma est nao constitui
urn capita passivel de reinvestimento. Nao se trata, contudo, de negar
le
c it ad o por urn u ni c
a rt ig o M ar vi n B ro wn , e m
56 tenha sid citado urn numero relativamente pequeno de vezes.
que eles usam diversas estrategias para melhorar sua sorte, como por
diferenp ilustr
exemplo, mudar de lahorat6rio. Mas essas mudanc;as Dunea asseguraram para eles uma paridade eom os investidores que detem urn doutora-
os supertecnicos (segunda divisao) Em media, os membros da segund
divisao sa melhor pagos que as tecnicos
do.
topo da list de autores.
isso qu explica
deixaram
um ro
t ec ni c
c in c
laboratorio durante nossa perman en cia, para seguir os cur-
sosde prepara,ao par tecnicos espera
doutorado. Comessa qualifica,a no bolso, os
que se trabalho possa Ihestrazer melhores salarios
uma credibilidade
mais, ambos suscetiveis de reinvestirnento.
14
Madeleine considerava os "supertecnicos" pesquisadores qualifi cado qu estava
simplesmente incumbidos pelo outros de efetua
tarefas de rotina. Elaachava que urn doutorado representaria urn parco rendimento, porque varios pesquisadores tinha passavam
maior parte do tempo fazend
t it ul o d e d ou to r
trabalho do tecnicos. Par
entre os Iidere (primeira divisao) muitas vezes figurar
no
artigo deles sa citados, ma isso so Ihes
confere uma pequen credibiJidade, insuficiente para que obtenham re
cursos tais como urn
e s p a ~ o
autonomo all financiamentos de pesquisa.
Foram os membro da segond divisa que marcaram ponto na Iitera tur
produzira
dados. Mas produzir dados
resultado habitua de
decisoes tomadas pelos pesquisadore da primeir divisao.
mem
bros da segunda divisao com certeza realizararn biotestes complexQs, sintetizaram peptidios
trabalharam em regime de colabora,ao, quan
isso Ihes fo pedido Tiveram, assim, ocasia de escrever artigos, mas os passos importantes foram franqueados principalmente por aque
les que tiveram Sete tecnicos foram entrevistados (tres com gravador) bern antes d e s ai re r d o laborat6rio. Em geral, irnportancia deles na prodm;ao de urn fato subestirnada. Mas como nos interessamo aqui pelo cicio de credibilidade, na por outros aspectos da vida de laborat6rio, nao iremos usar esse material 14
distin,ao qu
iniciativa de conceber as biotestes au de instaurar as
colabora,oes. Entre 197
1975 os quatr pesquisadore da primeira
divisao escreveram cern artigos cuja lista de autores eles encabec;avam. Cada urn desses artigos foi citado em media ,3 veze durant os anos
CREDIBILIDADECIEN TiFICA
CREDIBILIDADECIENTi FICA
25
Espect Espectro ro de cita90 cita90es es de Guillemin partir de 1965 1965 (a partir 1975
1975
'Espectro de cita9 cita90es 0es de Burgus Burgus
I· I,
1970
1970
II ,'
II
II
I.
1965 1965
1965cj 1965
1970
..
1975
Figura Figura 5.2a, 5.2a, 5.2b. 5.2b. 5.2e 5.2e esca escala la da r e c e p ~ a o d e u r trabalh trabalh cientifi cientifico co pode pode ser ilustra ilustrada da po urn "espectr "espectro" o" que mostra mostra nume numero ro de arti artigo go publi publicad cados os po urn pesquisa pesquisador dor (como (como primei primeiro ro autor) autor) impacto impacto desses desses artigo artigo em numero de cita cOes de qu ele foi objeto. Os artigos artigos estao representado representados, s, no momento de sua pu pont sobr sobr escal escal vert vertic ical al de temp tempo; o; se em seguid seguida, a, ele sao b l i c a ~ a o , por urn pont
citado citado mais mais de uma vez. vez. sao represe representa ntados dos po urn circul circulo. o. hist6ria hist6ria da cita citacO cOes es de cada artigo artigo (font (fonte: e: SCI) est assina assinalad lad pela pela barras barras vertic verticais ais propor proporeio eionais nais ao numero de citacO citacOes es recebidas recebidas em urn determi determinad nad an (escala (escala de temp horizon horizon tal) tal) espe espect ctro ro fome fomece ce pois pois urn resumo resumo grafico grafico das carrei carreiras ras indivi individua duais is do ci entist entistas. as. Pode-s Pode-s pereeb pereeber er qu Guille Guillemin min (Figura (Figura 5.2a) 5.2a) tev poueosueess poueosueess no artiarti-
- - - - - - - - - - . ,
25
25
CREDIBILJDADE C I E N T I F I C A
CREDIBILJDADE C I E N T I F I C A
seguint seguintes_ es_ Os oito pesquisadores pesquisadores da segunda divisao escreveram apenas
vezes.15 70 artigo artigos, s, que foram citados set vezes. forma de se caracterizar Outra forma
1975
II
spect spectro ro de cita9 cita90e 0e de Vale Vale
III,
1'1 ,1 .1111
hierarquia
avalia.;ao que se faz
das pessoas, considerando-as substituiveis ou nao. Vma informa. informa.;ao ;ao mais mais vali valios os quan quando do p o s i ~ a o
orig origin inal al Isso Isso querdize querdize qu os qu oeup oeupam am um
mais mais elevadana elevadana hierarqui hierarqui sa os mai difieilm difieilment ent substit substituiv uiveis. eis.
ConsideraConsidera-se se mai difieil difieil substituiros substituiros superteenie superteenieos os do que os teenieos. teenieos. Este Estes, s, porsua vez, vez, sa mais mais difi difiee eeis is de subs substi titu tuir ir do qu os enca encarre rrega ga do de tare tarefa fa roti rotine neir iras as Pode Pode-s -s muda muda de faxi faxine neir ir ou de jardin jardineir eir se
afetar afetar
processo processo de p
de fato fatos. s. Por exempl exemplo, o,
r o d u ~ a
quisad quisadore ore da primeir primeir divisa divisa fe partid partid iminen iminente te de
urn
dos pes pes
respei respeito to da
superteeni superteenico co do laborat6 laborat6rio: rio: "E clar clar qu va
mos conseguir encontrar urn quimico para efetuar De acordo acordo co
urn
seguin seguinte te coment comentari ari
sintese."
ess interl interloeu oeutor tora, a, qualque qualque outro outro indivi individuo duo pod
fun.;ao ao que consiste em fornecer as substfulcias de maneir maneir preencher fun.; tao eficaz eficaz quanto quanto
970
vi sa
quim quimic ic qu esta estava va de part partid ida. a. Ma el tinh tinh um
difere diferente nte de se pr6pri pr6pri trabal trabalho: ho: se
ela ter-se ter-se-ia -ia produz produzido ido urn
numero bern menor menor de informac;:5es novas. l6
dificil descrever as car car
reir reiras as do oito oito memb membro ro da segu segund nd divi divisa sa de acord acord co
rent rentab abil ili i
dade dos investimen investimentos tos que fizeram fizeram em um area, area, porqueos porqueos supert supertecn ecni i co trabal trabalham ham princi principal palmen mente te paraos outros outros
capita capita deles deles em geral geral
nao aument aument de modo substancial substancial Eles nao estao aptos r ec ec eb eb e
p o s i ~ 5 e s ..
s u b v e n ~ 5 e s .
"comprarl'
Podem, Podem, contud contudo, o, empresta empresta seus seus
troca da segur seguran. an.;a ;a de urn ern conhecimentos para urn pesquisador, em troca p re re g
d e a lg lg um um a
s a t i s f a ~ 5 e s
na mate materi riai ais. s.
mobi mobili lida dade de dele dele no
mercado mercado assemelha-se assemelha-se il do tecn tecnic icos os qu cheg chegar aram am ao topo topo da hier hierar ar quia quia Nao sao admitid admitidos os pelaoriginal pelaoriginalida idade, de, mas de acordo acordo com
1965 1965
1970
1975
gos publicados entre 1967 1967 1975 1975 espectro de Burgus (Figura 5.2b) revela urn publicalfOes rnai recentes receberarn pouca rapido envelhecirnento, urna vez que suas publicalfOes espectro ro saudav saudavel. el. maio maio contni.rio rio (Figura (Figura 5.2c), apresenta urn espect atenlfao. Vale, ao contni. r i d e suas publicayOes publicayOes recentes citada.
m e n d a ~ a o
de
urn
pesquisador,
em f u n ~ a o
da
c o n f i a n ~ a
qu
reco reco na
1$ Essa diferen diferenya ya seri aind maior sem generosa politica que autoriza os membros da divisa serem colocados na primeira posiyi1o como autores. segunda divisa
batalha pela originalidade esta no amago da produyao produyao dos 16 Como dissemos acima, fatos. Desse modo, questao: " E q u e u sou original?", para os atores, atores, vale mesmo que: "Em que minha infonnalf<1o f<1o tern valor?" minha infonnal
25
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
55
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
capacidade de eles produzirem certos tipos de clados necessarios ao
propos proposto to um seri seri de norma norma rigor rigorosa osa (capi (capitul tul 3) Co
progre progress ss do trab trabal alho ho de urn outro pesquisador. pesquisador.
fora eleito para
laborat6rio io criem informac;ao origiEspera-se que os dirigentes do laborat6r nal.
Urn
deles,
diretor, diretor, pode aliciartecnic aliciartecnicos os
balhar balhar so sua d
i r e ~ a o .
pesquisa pesquisadores dores par tra
Ele tern tern capital capital de credibi credibilida lidade de sufici suficient ent para
vez maio maiore re
conse consegui guira ra persuadir urn quimic (Burgus) (Burgus) que ja tinha uniT-s uniT-s ao gropo. Ao mesma mesma tempo, tempo, Guillemi Guillemi for for
uma bela carreira
mOll dais jovens estudantes que se tomaraID sellS assistentes, quando
tornar tornar desnec desneces essa sario rio se reinv reinves esti time mento nto dire direto to no traba trabalho lho da banca banca
obte obteve ve para para os dois dois bals balsas as de pospos-do dout utor orad ado. o.
da do labora laborator torio. io.
Guillem Guillemin in
urn
capit capital alis ista ta por exce excele lenci ncia, a, uma vez qu pod
ter se capit capital al subst substanc ancia ialme lmente nte aume aumenta ntado, do, se engaj engajar ar diret diretam amen ente te na pesq pesqui uisa sa em tempo tempo integr integral al se pape pape
Em
te el propri propri que
trab trabal alho ho dele dele
de
urn
investidor
lugar lugar de produz produzir ir dados dados de leva levanta nta hipot hipotes eses es
gara garant ntir ir qu as pesq pesqui uisa sa irao irao
dese desenv nvol olve ve em terr terren enos os
promiss promissores ores que os dados produ, produ,zi zidosserao dosserao confiav confiaveis eis que borado boradore res, s,
laborato
maior parte possivel de credito, credito, financiamentos financiamentos
rio ira receber qu
se
de
as c o n v e n ~ o e s
urn
tipo tipo de cred credit it
cola cola
outr outr irao irao
dar da maneir maneir mais mais suti suti poss possiv ivel el
das entrevistas entrevistas Ocasionalmente, Ocasionalmente, quando qUente
c r i a ~ a o
de
urn
de
urn
his his
antropolog antropolog tern tern sorte sorte de
d e s i n t e g r a ~ a o
novo novo tipo tipo de o
ma um ideiasobreas ideiasobreas regra regra
preci preciso so examin examinar ar
d e u m t ri ri b
r g a n i z a ~ a o ,
d a s ub ub se se
ele imediatamente imediatamente for
comporta comportament ment que permane permanecem cem ocul
signi signifi fica cati tivos vos par isol isolar ar urna urna subst substanc ancia ia que tinha tinha
no contr controle ole da nata natali lida dade de Pensou Pensou-s -s enta enta em const construi rui
ante anteri rior or
dotado dotado daqui daquilo lo qu er desc descrit rit como como "0 melhor equipamen
todo mund mundo" o"
potenci potencial al dos resulta resultados dos das pesquis pesquisas as coor
a p l i c a ~ a o
denadas denadas por Guille Guillemin min suacredibilida suacredibilidade de os sucess sucessos os do grupo perm perm if u n d a ~ a o
do novo novo labor laborat atori ori no Inst Instit itut ut Salk Salk entao entao em pleno niJmero
de c i t a ~ o e s
do grupo grupo aumen aumento tou. u. Os
Burgus urn acresci acrescirno rno substancial substancial de
cred credit ito. o. El fo nomea nomeado do diret diretor or da parte parte do nov labora laborator torio io trabalha trabalhava va uma equipe equipe
de
urn experie experienciade nciade
c o o r d e n a ~ a o
inform informal al de uma equipe equipe composta composta por
dois dois (e depoi; tres tres pesqu pesquis isad adore ores. s. Os trabal trabalhos hos que real realiz izou ou sobre sobre os modos modos de a
~ a o
as
analogas
de
substancias substancias recem-caracter recem-caracterizadas izadas ele
rede rede conjun conjunta ta que produz produzia ia um seri seri de novaS estrut estrutura uras. s.
urn
contrato
que
fato fato de ter trabal trabalhad had em um grande grande equipe equipe de fisiol fisiologi ogi quant co
rante
de
em
quimic quimicos os doutore doutores. s. Vale Vale lucrou lucrou tant com
vo
n e g o c i a ~ a o
urn
maior de pessoas que novo laborat6rio, com urn numer tre vezes maior
ta durant durant period periodos os de ativi atividad dad norma normal. l. Por sort sorte, e, prese presenci nciamo amos, s, du period period de estu estudo do no labor laborat at6ri 6rio, o,
entre
c o l a b o r a ~ a o
1969, 1969, ele consegui conseguiram ram determi determinar nar
grupo grupo rece recebeu beu urn imenso imenso credit credito. o. Guillem Guillemin in tambem tambem
e s f o r ~ o s
a p l i c a ~ a o
em
trabal trabalhos hos em quimica valeram
reconstruc ruc;ao ;ao dos curricu curriculos los partir da reconst
estar estar prese presente nte no moment moment da
investiu
desenvolvimento. Entr Entr 1969 1969 1972 1972
Par compre compreend ender er dinam dinamic ic do grupo grupo t6ri t6ri de seus seus invest investime imento ntos, s,
Burgus Burgus deu frot frotos: os:
urna urna estr estrut utur ura. a.
tiram tiram
Dinami Dinamica ca de grup
base base niss nisso, o,
Academia de Ciencias, recebera recebera financiament financiamentos os carla
p o s i ~ a o
dele dele na area area Todo Todo
grupo grupo esta estava va organi organiza zado do com um estrutura estrutura
de pesquisatotalme pesquisatotalmente nte novo assisti assistimos mos it diaspo diaspora ra do grupo. grupo. Antes Antes de
da somatost somatostati atina na tornou-s tornou-s uma nova fonte fonte
falar sobre isso, lancemos um breve olhar sobre
po, porque porque se desc descobr obriu iu por acas acas que sua sint sintes es tinha tinha grande grande impl impli i
grup ate
period period em qu
Entre Entre 1952 1952
estudamos.
c a ~ o e s
1969 1969 Guil Guille lemi mi acum acumul ulou ou
credibi credibilida lidade, de, pois ocupava ocupava urna urna p l i b e r a ~ ~ o .
desenvolvimento do
Havi atingido atingido essa p
o s i ~ a o
o s i ~ a o
ni
urn
gran grande de capi capita ta de area area do fato fatore re de
depois depois de ter propost propost metodos metodos
q u a in in d d ev ev er er iiaa m s e s eg eg ui ui do do s 2 5 a no no s m ai ai s t a d e
d ep ep oi oi s d e t e
de
credibilidade para
gru
no trata tratamen mento to da diabe diabete tes. s. Enqua Enquanto nto Guill Guillem emin in recebi recebi varios varios
premi premios os
convi convite te par confe confere renci ncias as por causadess causadess traba trabalho lho Burgus Burgus
Val obtiver obtiveram am
que
eles
consideraram urn efeit de reto retorn rn mais mais
signifi significat cativo: ivo: credibil credibilidad idade. e. Embor Guillemi Guillemi tivesse tivesse trabalha trabalhado do muito muito pouco pouco na bancad bancad propri propriam ament ent dita dita ele havia havia dedic dedicado ado um
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
energi consideravel para trocar
por financiamentos de modo
trabalho realizado pelos outros
manter ou ampliar
produ,ao no laborat6rio. Assim,
tros constitui
G ui ll em i
25
C R E D IB I L I O AD E C I E N T f FI C A
200
atividad de
rela,ao entr Guillemi
ou
especie d e " co nt a c on ju nt a" . Q ua nt a m ai s
t or na d f ig ur a d e p ro a
nacional, meno el pr6pri p as sa va m
g ru p
dedicava-s
o bt in h c el eb ri da d trabalho Seus artigo
a d v e z m en o c it ad os ,
t od o d el e t ir a
proveitos (ver Figura 5.3). Entr 1972
1975
insucess na produ,ao de um nov substan
ci fez-se acompanha de mudan,as na estrutur intern do grupo. Va rias pesquisadores abandonaram ho em
quimica restringir-se, porqu
habilidade quisa.
'.
laborat6ria porque receberam pro
pastas externas. Mesma Burgus, por exemplo, vi se acesso ao traba seu conhecimento
the
pediam para concentrar suas
em um
\-L.
100
program particular de pes
'f
capacidade qu el tinh de produzir informa,a decresceu
assim como
nilmer de cita,ces de artigo de su autoria Impossibi
litado de renovar seu capital, assistiu degrada,ao
de
su posi,ao, em
bora seu estatut permanecesse inalterado. Dais jovens supertecnicos,
Lin rna
Rivier adaptaram-se co
facilidad
rotina do segund progra
de pesquisa (a produ,ao de analogas). Ficara
produ,ao de analogas, mantendo urn papel auxi1ia ,a
de fisiologia. Co
credibilidad aumentada
,a
da se,ao de fisiologia
chegou
Rivier
responsavei pela no
trabalh da se
Vale
tomo
dire
serconsiderado chef oficia da
opera,ces Fo assinado um contrato de varios milhOes de d6lares par que
laborat6rio se dedicasse, durante cinco anos,
diabetes, controle da natalidad tral
nome
Guillemi
efeito sobre
desempenho
assinatura do contrato embor ficass qu Vale iri assumi capita estava
em
sistema nervoso cen p ap e d ec is iv o p ar a
implicitamente combinado
dire,ao do trabalho cientifico. Nesse estagio,
Guillemi (e
termos
queda, enquant
Vale Brown Jea
urn
pesquisas sabre
cita,ces com principa autor)
de Vale subi muit (ve Figur 5.3)
Catherine Rivier formavam
grupo dentro do laborat6rio.
nilele de urn novo
1971
Figura 5.3
SCI foi usado para determinaro numero total de citayOes de cad membr do grupo porana, desde 1969, dat em que grupo assumi sua formaatual. Ao contnuio da Figura 5.2, esse calculo considera conjunto das c i t a ~ o e s de ur dad autor por urn outro autor, sem levar em coola quais os artigo citados. No eotantD, uma comparayl! das curvas fomeee uma a p r o x i m a y ~ aind que grosseira, do peso dos pesquisadores. cruzamento das curvas no decorrer dos anos corresponde de perto as mudanyas que ocorridas na estrutura do grupo, tais com no foram reveladas nas entrevistas. retorno it cena de Guillemin depois de 1975, leota elimina9ao de rnais surpreende diferen9a persistente entre os "chefties" Burgus, continua ascensao de Vale "segundadivisiio". Mas somente combinando esquema co os espectros individuais qu se pode ter uma ideia global de um carreira.
58
C R E D IB I L ID A D E C I E N T I F IC A
Estavamos em 1975 Ess fo
epoc do inicio de nossa pesquisa
25
CREDIBILIDADE CIENT(FICA
eram imer.sos os interesses em j og o
posityao de Guillemin mudou
em grande medida realizada por incentivo de Guillemin, que convidou
completamente no intervalo de sei meses. Em 1975, el era urn pangare
Bruno Latou par estudar epistemologi
par investigar
quas fora do pareo. Em mar,o do an seguinte er
grup
solicitado do grupo, nilo em virtude de se prestigi passado, ma pel
biologia
"de qu modo os pesquisadore mais antigo deixam rn qu os mais novo tome
permi
poder" Ma em luga de sairdo labo
membro mai
recentissim credibilidade que havia conquistado na area.
aumento
rat6rio paraampliarsua posi,il no circuit de credibilidade, Guillemin
espetacular do nfunero de cita,oes de Guillemin em 197 (Figura 5.3
reinvestiu seutempo suaenergiano trabalho das bancadas. Enfrentan
devia-s totalmente ao novo trabalbo. Ess nova mudan,a transtornou em absoluto
do
desenvolveu urn trabalho em meio neir de urn jove
frascos, colonias, biotestes
pesquisado qu acab de concluir
ma
doutorado.
qu dav reconhecimento mesm tempo
Guillemin
descobert da substanci nov estabeleceu urn la,o
Evidentemente, trabalho que realizava consumiaenorme recurso do
bern mais fort entr
grupo. MasGuillemi fe
la,o qu nilo se estabelecer co
ca tres mese
trabalho por contapr6pria Optou por dedi
dos opiaceos
endorfina, qu te
embora os
endocrin610go se interessassem mais por esse fatore do que os neu rologistas. Essanova substancia suscitou urn interesse consideravel en
neurobiologia Ma Guillemin decidi que, explo
rand os recursos
neuroendocrinologi
os fatore de libera,il
ca
problemaja havi sido abordado em outras areas, como
farmacologi
estudo do cerebr
mesm atividad
urn problema que considerav estrategico: isolar
racterizar urn novo peptidio
contrato anterior
credibilidade ao outros Ao
laborat6rio, el poderi resolver
problema no
tr os especialistas do cerebro, particularment em Floyd Bloom que acabava de instalar-se no laborat6rio vizinho. Assim, co
base em urn
trabalho de apena alguns meses, Guillemin conquistou um situa,ilo
espa,o detres meses, pormeio de tecnicas ja classicas em bioquimic
de destaque, enquanto Burgus Vale caiam na rotina Ele continuaram
fisiologia Segundo Guillemin, as outras abordagens do problemahavi
escrevendo artigos sobr os fatore de libera,il classicos, com efeitos
am sido feitas por pessoa pouc informadas: "Essas pessoa nilo sa
d e r et or n
be
qu
Guille!J1in agor nilotinh mais vontade de seretirar, poi ocupav um
duzir
estrutura ern urn pOlleD rnais de tres mese
quimic do peptidios" Ma ou bern el consegui pro
rente havia
que seus
conCOT-
posi,il simila
tentado durant tres anos Esse esfor,o de pesquisa tev
profundas repercussoe sobre
estrutura do grupo.17
nov substan
p ro gr es si va me nt e d es ce nd en te s ( Fi gu ra s 5 .2 b
5 .2 c) .
do come,o do TRF.
Esse exemplo de mudan,a suhit esclarec pessoas concedem ao crectito
importancia qu as
ao reconhecimento Guillemin investiu
cia, que em seguida pode ser produzida em grande quantidades (gra
todo
,a ao segundo program de pesquisa ver p. 52
telefone, contatou varios colegas em outros laborat6rios, lan,ou pes
seguintes), desempe
se eredit em recursos para uma nova area. Usanda muit
nhav pape importante tant na farmacologia quant na quimica do
quisas de ampl envergadura trocou de substilncias de serun
cerebro area que estavampassando, na epoca por urna fase de ascen
zi novos dados no interior da subdisciplina recem-definida Gra,as
silo, assi
ao contatos co
comoos problemasde toxicomaniae de doenp mental. Como
produ
Bloom, tornou-s membro de urna confrari total
ment diferente. Outrosesfor,os de pesquisa desenvolvido pelo grupo Harry Small (comunicayoo pessoal), pudemos confirma que em 1977, Guillemi fazi pan d e m a "nova rede", qual nil estava associado nenhum dos membro habituais da neuroendocrinologia. 17
Gra(j:as
fora
eclipsado pel sucess espetacula da novas substancias. Os
equipamento
as tecnicas fora
cad vezmais mobilizados par dar
assistenciaa essa nova tarefa. Guillemin os outros tomararn conscien-
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
26
CREDIBILlDADE CIENTIFICA
c i d e q u t od a investida ados
c ap ac id ad e
l ab or at 6r i p od er i f a i lm en t s e
m a area potencialmente bern mai remuneradora do que
fatore de l
Ao
i b e r a ~ a o .
mesmotempo, Brow
aumen
c o m e ~ o u
tar seu investimento em um serie de substancias novas, qu tinham
programa prioritario, tentando ampliar seus
importancia marginal para efeitos de retorno.
corpora,ao estava
ponto de implodir Era preci
so definir urn novo contrato. 18
Co
rela,ao questao da estrategia de produ9ao, fatores tais com
personalidade ou "point d'honneur desempenha
pape relativarnen
te pequen na long seri de conflito qu acompanhou
implosao do
existencia do grup baseava-se em urn
grupo. Durante cinco arros,
antigo acordo entre os tres investidores mais experientes, no sentido de
trabalhar sobre
problema que na epoca eraconsiderado urn mei mui
to eficaz de subscrever
urn
que ser remanejada
virtude da mudan9aocorrida na especialidadee
em
dado paradigma
nas estrategias individuais.
que constituiam
equipamento,
situa9ao contudo, teve dinheiro
capital fixo do laborat6ri tivera
idos. Burgus foi embor
autoridade
que ser redistribu
tornou-s pregador professor Pau Brazeau,
depois de um permanencia relampag no laborat6rio, volto par Canada Wyli Vale
Marvi Brown formaram
seus supertecnicos Jean Rivier
onde implanta
nov ntideo.
urn
novo grup
om
esposa Fo precis decidi como
eredibilidade do grupo recem-consti
tuido atraiu oferta interessantes (dire9ao, espa,o de laborat6rio dota
complexidade das rela,ces entr os membro do grup
esti
mativa que faziam da defini9a do credito surgiram daramente depoi da cisao.I'J Comparou-se Guillemin
urn capitalista, no sentido de que
sua atividade de tempo integral consistia em gerenciar seu capital, nfro em
trabalhar diretamente na produ9a de dados confiaveis. Como vi
mos, no entanto, seus assalariados tambern eram investidotes no mes mo mercado. Estavam por conseguinte. em condiyoes de fazer concor renci direta com e le .
foi exatamente
que aconteceu. Vale decidiu
especula com sua credibilidade. De modo totalmente inesperado, per cebeuque el erasuficient par que
pr6prio Instituto Salk lh conce
desse uma subven9ao, permitindo-Ihe equipar urn laborat6rio em todo os
aspectos semelhante ao laborat6rio de que estava saindo.
miu
Guillemin equipara-se outrora empresa rival
Em
aliciou Brown Jean
assu
termos econ6micos fundou um Catherin Rivier
tecnico de Guillemin As figura 5.2c 5. representam reaula da curva de cita,ces de
Vale
(com
de mod diferente para
Burgus El revelou-se incapa de converte toda fo obrigado como Sparrow,
maiori do
crescimento
recem-chegado Brown
supertecnico Riv[er). As coisas se passara area
Vale
comando do grupo, reuniu se pr6prio pessoal equipou-se com
credibilidad na
liquidar seus ativos
ingressa
no ensino (Figur 5.2b). Guillemi conservo um grande quantidad de capital fixo (e
termos de equipamento),
urn
pouc de dinheiro
9ao) de variasregices dos Estados Unidos, emboranenhumadelas igua l as s
situa,ao d o l ab or at 6r i
a nt e d a e st ra te gi a m od if ic ad a d e
Guillemin. P o s u p ar te , este sentia-se suficientemente confiant em
sua capacidade de adquirir dispersa do grup qu
urn
n ov o c ap it al , d e m od o
f az e
he havi permitid obter credit no passado.
Com isso, pensava poder recome9ar com urn nov grupo dejovenspes quisadore em estagio de p6s-doutorado.
Essa era
situa
3.o
ate 1977. Ver adiante.
Isso fundamenta-se em urn brevissimo exame das entrevistas feitas depois de 1978. uma mudanya substancial das resultad dos acontecimentos ocorridos nessa epoc caracteristicas do laboratorio, descritas no capitulo 2. maior parte dos equipamentos la, mas dais dos antigos participantes. mais i m p o r t a n ~ e ainda que, embora laboratorio tenha sido concebid i n i c i ~ l m ~ n t e p a ~ a produzu determinados tipo de fatos, parece que atualmente urn laborat6no nval esta ponto de inundar mercado com fatos construido segundo linhas similares Par as atores, trata se de saber como equipamento descrito no capitulo pode ser usado de diferentes maneiras em diferentes areas. Por falta de espayo, nilo podemos falar sobre tema de modo detalhado Basta observar que objeto de nosso estudo era correspondencia bastante habitual entre urn grupo, urn espal;:O, um equipamento uma serie de problemas. situa 3.o particular que nos permitiu perceber inumeras caracteristicas da construl;:ilo dos fatos era extraordinaria pode nilo mai se repetir.
26
CREDIBILIDADECIENTfFICA
um pequena
de trabalbo Doravante, precisava marca novo
f o r ~ a
26
CREDIBILIDADE CIENTIFICA
tecnicos, pressionados para que encomendem mais nipido possivel os
pontos para acionar massa de investimento anteriorment aplicados
animais,
no laborat6rio
claro qu esse tipo detensao vigor em qualquer unidad de de dados confiaveis, com vimos
p r o d u ~ a o
cicl
credibilidad
mei de ativar
urn
de p6rem moviment "a
Mai tarde, os pesquisadore pode
empenbar-se par converte credi
ideias"(p. 17
economia politic da verdade". e nt a a fi rm a
u e " ti ve ra m
seguintes) qu se trata do laborat6ri "deles", qu fo
ram ele que conseguira utna base par suas
atrair dinbeiro equipamentos para garantir
o p e r a ~ 6 e s .
Dess ponto de vista, na esta muit
distantes do homens de neg6cios. Mas
ao
mesmo tempo, sao empre-
gadas do govern federal. Pormais importante que seja,
capital cien
para terem cuidado na r e a 1 i z a ~ a o
carate especifico qu el assume no laborat6ri
"comercio da cien
cia" ou como diz Foucaul (1978)
b il id ad e e m p ro ve i t p r6 pr io . P od e
material,
mesmas
tantemente se ped par presta contas sobre re fica
presos
se laborat6rio.
ele seria posta de lado. N a or
j og o
na se
t iv es s
se exclusivamente com as pr6prias contas. Mas se
n6micas que cercam
ao
o m sorte, virem
mesm tempo, permanece
tambem
ser empregadores. Mas,
send empregados
dente p o s i ~ a o ,
de
urn
de
modo
carg de titula ou
urn
ficaria, nicho
possivel explicar se com
"normas", de metodo cientifico ou de busc superfluo
pesquisador,
empregado qu
pesquisador decidisse parar
r ec eb er i mais financiamentos
anteriorment construid por el mesmo. de reconhecimento, ma isso
do podem acabar com empregados ou supertecnicos. Pode
Se urn
criar novos enunciados, rapidamente
de realizar nova experiencias
portament em termos
se tornar independentes
dinbeiro que th fo adi
antado Por causa desse duplo sistema de pressiles, nosso pesquisado
tifico dele na pod ser trocad por capita monetario. Trabalhando tomarem cuida-
os pes cumprir
qu est submetido urn empregado que cons
o b r i g a ~ i l e
com artesaos paraproduziros pr6prios dados, ele preocupam-s qua DaD
p r o d u ~ a o .
f o r ~ a
Por urn lado,
tomarem as
qu
dos testes.
so
sa
tamanhas
as
for,a eco
urn 56 tempo capitalista indepen-
torn possivel prende-lo solidamente nessa
extrai dele
urn
fat igualmente s61ido
20
sentid de qu
sao pagos para gerencia fundos privados ou impostos dos contribuin tes, qu lbes fora
concedidos
titul de emprestimo Os pesquisado
r e q u observamos tambem estavam, economicamente falando, entre dois fogos: deviam gerenciar constanteinente
capital
de
credibilidade
de qu dispunbam; mas, ao mesm tempo, tinbam qu justifica z a ~ o
qu faziam do dinheiro da
c o n f i a n ~ a
Em urn laborat6ri em funcionamento, urn permanente provas
e x c i t a ~ a o
utili
que Ihes foram creditados. atmosfer reinante
em torn de novo enunciados
ambito de validade desses enunciados da
de
de
novas
c o n s t r u ~ a o
de
instrumentos da conversao da credibilidade de seureinvestimento tensao qu envolv sala urn
de d i r e ~ a o
estado-maior de
urn
period de crise, na
batalM em guerra ou urna nada pert da atmosfer de
laborat6rio em urn dia normal Ess tensao dirige-se paraas secreta
rias pressionada par datilografar
temp os manuscritos
para os
realizayao do capital pelos pesquisadores, atraves de seu movimento nos estudos clinicos, na industria na cultur nao examinada aqui. No entanto, claro qu soma dos investimentos no cicio de credibilidade precis ser explicada. Isso evidente, por exemplo, na apresentayao dos pedidos de financiament redigido pelo pesquisado-
2<1
res.
CAPITULO
ORDEM CRIADA
PARTIR
DESORDEM
Quando examinamos apresentamos
constru,ao do fato
laborat6rio,
organiza,ao gera da instala,a vist por um profan
em ciencia(capitulo 2) Mostramos como hist6ria de alguns sucessos do laborat6ri podi ser utilizada para explica fato "duro (capitulo 3)
Em
estabiliza,a
qu intervem na constru,ao do fatos, insistind na no,ao
de
fat (capitulo 4). Interessamo-nos
no
em
paradoxo contido
seguida pelo indi
viduos que trabalham no laborat6rio, tentando encontra para suas carreira pitulo 5)
Em
de um
seguida, analisamo algun microprocessos
buscando avalia
um
sentido
solide de suas produ,6es (ca
cada urn desse capitulos definimos termos que se distin
guem daquele qu os cientistas os historiadores os epistem610go os
soci6logo da ciencias empregam. Agor estamo pronto F1araR-.
sumir
que ja tematizamos nos capitulos anteriores, tentando relacio-
nar de maneir mai sistematica as diferente conceitos utilizados. Va-
mos aproveitarpara passarem revist alguns problemas metodol6gicos abordado at agora.
leitordeve ter constatado, por exemplo que um
problema maiorsurg de nossa afirma,ao de que atividade cientifica e'feit da constru,ao
da defes de pontosde vist ficcionais que, por
vezes sao transformados sera
em
objetos estabilizados.
Se
assim, qual
estatut da nossa pr6pri constru,ao da atividade cientifica Na primeir part dest capitulo vamo resumir
agora desenvolvido.
Em
lugar
de
simplesmente seguir
argumento at apresenta,ao
dos capitulos precedentes, iremos identificar seis conceito essenciais,
ORDEM CRIADA
26
usados ao longo do livra,
PARTI
vamos mostrar brevemente com eles estao
interiigados Na segunda parte, introduziremos uma tar,
D A DESQRDEM
passagem da ordem
n o ~ a o
suplemen
desordem, que nos permit situar nossa
O R D E M CRIADA
26
PARTIR D A D E S O RD E M
reo9a entre fatos
artefatos era necessaria para
fina do capitulo 4) sobr signar ao mesmo tempo
maneira pela qual que
qu na
n o ~ s a
fabricado. Ao observa
argumento em um quadro mais geral da sociologia da ciencias. Final
constru9i! de artefatos mostrarnos que realidade era
mente, na terceira sevao, vamos comparar nossa pr6pria "ciencia" com
da
ados
como aceita
P R I N C IP A l S E L E M E N T O S DE N O S S A A R G U M E N T A < ; : A O
1981). qual as
c o n s t r u ~ a o i n s c r i ~ o e s
construr;ao (Knorr,
refere-se ao process materiallento pr!ttico pel
objeto
sujeit
entr fato
a f i r m a ~ a o
de qu as
entre
d i f e r e n ~ a s
artefato na deveriam se
mais importante
-dirigida, nao para
acom
sobr enunciados
em fato sejaem artefato. No decorrer do capitulo 3, por exemplo, acom
segundo
mostramos
depois de oito ano fazend os inscritores funcionarem sobre
extratos purificados de cerebros
enunchido foi suficientement es
tabilizado para permitir qu el passasse para um outr rede na er tant condicionado por
f o r ~ a s
TR
sociais como era construido
constituido por fenomenos microssociais. No capitulo 4, mostramos que os enunciados sofrem uma
" m o d a l i z a ~ a o "
uma
discussao entr pesquisadores transforma algun enunciado em puros fato da n ~ Essa
urn'
de uma subjetividade individual,
outros, em
t u r e z a .
c o n s t a n t e f l u t u a ~ a o
da facticidade do enunciados permite
nos, grossa modo desc;ever os·diferente estAgios da c o n s t r u ~ a o
dos
fatos, como se um laboratoriofoss urnausin onde fato fossem obje to produzido em uma linh de montagem
resultant de toda essa
atividade do cientista o p e r a ~ 5 e s
o p e r a ~ o e s
de agonistica contrasta muito co
c i e n t i ~ t a s
realizadas campo
ponto de vista
ocupam-se da "natureza". Na verdade, evi
naturez em nossa a
que um do seus elemento atuais criado
enunciado particular, conseqtiencia, 'e nao uma
realidade
r g u m e n t a ~ a o ,
seja
exceto para mostnir
estrutur
incorporado ao nosso conhecimento atual do corpo.
fora natureza
urn conceito qu so pode se usad como subproduto da atividad
agonistica.' Ela na no ajuda da vantagens da
n o ~ 1 l : o
explica
atitude do cientistas Um
de agonistica qu elaintegr ao mesmo tempo
" d e s m o d a l i z a ~ a o "
constante durant conversas travada nas bancadas do laboratorio. i m a g i n a ~ a o
qual os
se
"realidade", mas para essas
n o ~ a o
tamos invocar
de
fatos sao construidos por operayoes concebidas para
Seos
se livrar de modalidades relacionadas
agonistico.
coletiva de uma estrutura quimica
por fazer do
segundo conceit essencial que constantemente usamos agonistica.
panhamento das o p e r a ~ o e s pr!tticas que transformarn um enunciado seja c o n s t r u ~ a o
e s f o r ~ a m - s e
fato qualque cois de dado.'
ponto de
partida do estudoda atividade cientifica. El deveria ser, antes,
produto da
artefato na 's dand cont
causa dessa constnu;ao, isso significa que.
portanto, nossa
como
entr fato
que
r e f o r ~ a ,
panhamos
a d i f e r e n ~ a
se superpoem as descric;oe sa mantidas ou refuta
das Iss
consequencia
causa. Embor evidente,
process pel qual os cientista do laboratorio
CRIA<;:AO DE UM L A B O R A T O R I O :
r g u m e n t a ~ a o
na
ess ponto fo desdenhad por virrio analistas da ciencia, que tomarar
cientista cuj atividade afirmamos ter compreendido
primeiro elemento de nossa a
m a i s u ta ,
r e g u l a r n e n t a ~ a o
discussao (no
term "fato" pode de
d e s m i s t i f i c a ~ a o da dife-
Bachelard mencionou esse ponto varias veze (porexemplo 1934; 1953). Mas nunca se interessou pelas "media9t'les" presentes no trabalho cientifico, Seu "materialismo cientifico", segundo suas pr6prias palavras, era, na maio parte das vezes, chave para distinguir ciencia das ideias "pre-cientificas". Seu interess exclusivo pelo "corte epistemol6gico" impediu-o de realizar uma pesquisa de natureza ~ o c i o 1 6 g i c a sobre ciencia, embora muitas de suas observaltOes sobre ciencia tenham peso maiot:quando colocadas em contexto sociol6gico. principio, observador estava espantado com despropor911o quase absurda entre enormidade dos aparelhos asmimisculas quantidades de extratos de cerebro tratados. interaltllo entre "espirito" cientifico "natureza" nll pode explicar corretamente essa assimetria.
ORDEM C R I A D A ORDEM C R I A D A
P A RT I
D A DESORDEM
na sa mais ne varias caracteristicas do conflito social (controversias relal'oe de for ya
alianyas
P A R TI R D A D E S O R D E M
explic os fenornenos descrito at aqui
menos desordenadas do quequalque discussao entre
jurista ou poHticos.
termos
us qu fazemo da agonistic na tern por finalidade insinuar
epistemologico (prova, fato validade, por exemplo) Um vezque se
que existe urn atributo pernicios ou desonest qu caracterizaria os
admite qu as yoes do pesquisadore sa orientadas para o·camp
pesquisadores. Embor as interal'oes entr pesquisadores possam pare
agonistico, pouco se ganha corn insistenciana distinyao entr
cerantagonicas, ela nunc se referern exclusivarnente
tica da cienci
sua"verdade" Asmesmas qualidade "politicas" sa
pastas ern OperayaO mostramo issonos capitulo urn avanyo
"polf
pararealiza
para por urn concorrente for de combate
Urn campo agonistic
solidez do argurnento'e sern
pre
carate construido dess soli
ponto noda da controversia Ma
dez significa que
muitos aspectos similar
qualquer
avaliayoes psi
col6gica au pessoai dos concorrentes.
agonistica necessariament desernpenha urn papel
na determinal'a daquele qu
mais fort do argumentos de convic
outro campo de controversias com aspoliticas por exemplo. Os arti
yao. Em noss argumentayao, nem agonistica nem aconstruyao foram
go atirados ao public par sere
usadas par mimr
deglutidos transformam os tipos de
·enunciados. Mas as varias posiyoesque ja constituern cia
campo intluen
as chances que urn argument tern de produzir urn efeito
fato
qu um operal'a seja coroad de sucesso depend do niImer de ato
solide do fato cientificos.
raza pela qual
utilizamos esses termos e m u r sentido nao relativist v.ai surgir clara mente quando tratarmos do terceiro argument principal. Insistimos sobre
importanci que os elementos' materiai do
re na area do carate inedit do qu esta emjogo, da personalidad
laboratorio desempenha
na produl'a do fatos. Por exemplo, no
da filial'ao instituciona dos autores das apostas' do estilo do artigo
capitulo 2, dissemos qu
existenci enquanto ta de objetos de es
por isso qu
t ud o d ep en d d a a cu mu la l' ao , n o i nt er io r d a q ua tr o p ar ed e d o l a
a.§
areas cientificas nao possuern aquele carater ordenado
qu algun amllista da ciencia gostam de opo aos sobressaltos ca6ti cos da vid poiitica. Dess modo preende inurneros enunciado n a l oc al .
Ma isso apenas nos permit descrever
varias substancia tern existenci ape
de pesquisadores em urn i ns ta nt e d ad o
f at o d e l ib er al 'a o do MSH, por exemplo, so existe em
Louisiana, na Argentina, em urn laborat6ri canadense na Franya
boratorio, do qu Bachelard havia chamado de "fenomenotecnica".
are da neuroendocrinologia corn
maior part da literatur sobr
tema
em
outro,
considerada por
e qu ip am en t d e u r n g ru p a lg u
m om en to , c ad a
aparelho fo objet de um seri de controversias em um disciplin vizinha Por conseguinte na se deve tornar com adquirida entre
equipamento "material"
dife
os componentes "intelectu
nossos interlocutores como desprovido de seriedade. As negociayoes
ais" da atividade do laborat6rio
sobre
telectuai sera integrada, como se pod demonstrar, com pel'a de
qu cont como prov ou sobr
que constitui urn bor teste
aparelho algun importanci da aposta vari segundo contexto. Porexemplo. importancia da somatostatina para t ra ta me nt o d a d ia be te s g ar an t q u c a d a rt ig o g ru p s ej a rigorosamente controlado No casoda endorfina, ao contrario, tod artigo (sej qual fo gra de audaciada hip6tes formulada) seraa principioaceitocomo fato, prontoa ser urn nao·fato mai adiante. No dia em quechego ao laborat6rio, nosso observador foi saudado com uma maxima qu th foi repetid sem cessar, sob formas iigeiramente modificadas, durante tod tempo em qu permaneceu em campo: "Na verdade 99,9% (90%) da Iiteratura na fazem sentido ('sao bobagens') ".
m o b re ve me nt e laborat6rio acaba
meSm seri de componentes in
os mais tarde. Do mesm f in a
odo' menciona
c ap it ul o 5 , c om o o s i nv es ti me nt o d o
pa materializar-s em estudos cHnico
na in
dustria farmaceutica Chamaremos ess processo de materializar;iio Baseamos esse argumento em vadas conversas ocorridas entrejuristas cientistas. Infelizmente. nao obtivemo direito de usa explicitamente ess material
ORDEM CRIADA
ou reifica,ao (Sartre, 1943), de modo
P A RT I R D A DESORDEM
insistir sobr
importiincia
de sua dimensil temporal. Um vez que urn enunciado do no camp agonistico el
reificad
estabiliza
esse ponto. de credibilidade (Bourdieu,
1976). Usamos esse term par designar os diferentes investimento laborat6rio. (como
as conversoes entr diferente aspectos do
credibilidade facilita
dinheiro,
sintes da
economic as
n o ~ o e s
rendimento co
o r ~ a m e n t o
as n
o ~ o e s
episte
A le m d o m ai s e l p er mi t i ns is ti r s ob r cora.
a na li s e m termOS
i ns cr it o q u
d ev e u ti li za r
fa
qu
ais
o b j e ~ o e s
carreir do pesquisadore em as
na-
potenci-
em energia ja anteriorment realiconcei
eredito, referenci,as ingles, credential), contas
sere
de contas",
credit dad
~ ' c r e d i t o
a s ' c r e n ~ a s
("credo" "crivel")
em conta"). Isso fornec c o n s t r u ~ i l o
resumido em uma tentativa de mostra qu elas estilo ligada priltica. Nilo dizemo simplesmeme que TRF est envolvido enciado,
essa influ
parcialmente dependent ou causad pelas circunstiincias
Chegamos ao ponto de afirma qu mais:
ciencia inteiramente produt da
precisamente pelas pniticas especificas loca-
d o f at o
aD
1974; Knorr, 1978: Wooigar, 1976),0 conceito de circunstiincia foi tam ber desenvolvido em um perspectiv filos6fica, por Serres (1977) capitul
um analis da circunstiincias qu toma
tencia de objetos estaveis emneuroendocrinologia em q u r ed e
as
exis
o s t r a m o ~
mesmo acontec
tambem, no capitulo 4, qu as conver
sacy5es diarias tornam presentes circunstancias locais au idiossincraticas.
p r e s t a ~ i l o
observador uma
e mb ar al h
possivel
capitulo3 mostra
T R p od e c ir cu la r o r do laborat6rio no qual foj
construido No fina do capitulo 4, lembramo qu para somatostatina. M
prestadas ("prestar contas de seus atos", "
visilo homogenea da
volta) de ma
neir independente da pratica da ciencia.' Noss argument pod se
lizada que cienci pareceescaparde qualque circunstiincia Embora
credibilidad permit liga um rede
n o ~ i l o
mesmo
de circunstdncias.
isso tenha sid mostrado por alguns soci610gos (por exemplo, Collins,
pr6prio custo varia segund os investi
mentas em dinheiro, em tempo zados.
a r g u m e n t a ~ i l o ,
i nf or
form do artigo ao tipo de revist
dos leitores.
sociol6
beneficios aplica-s ao tipo
quesHio, as decisoes dos organismos financeiros, assim como, tureza dos dados,
quinto conceito qu usamos em nossa que apenas de urn ponto de vista programatico,
circunstancias.
mol6gicas (certeza, d6vida prova) m a ~ i l o
27
Em geral consideram-se as circunstiincia (0 qu est
quarto conceito que abordamo foi feito pelos pesquisadore
PARTIR DA DESORDEM
arbitrarias entre os fatore econ6micos, epistemol6gicos gicos.
integra-se as habilidade
'tacitas ou ao equipament material de urn laborat6rio, Voltaremos mais adiant
ORDEM CRIADA
d iv is oe s
crucial que tudo possa ser reificado, seja qua fo Para Rossa d e m o n s t r a ~ a o , caeate mitico, absurdo, extravagante·au 16gico qu anteceda au s u ce d a acontecimento Calion (1977) po exemplo, mostrou qu aparelho tecnocratico pade leva quese tome deciseies muit estranhas Mas, uma reificadas, essas decisOes desempenham urn papel de premissas nos raciocinios 16gicos subseqoentes. Em termos mais filos6ficos, nao se pade compreende ciencia aceitando argumento hegeliano: "0 real radonal." Com excey!o de algumas pagina de Lacan (1966)e algumas ideias indiretas expressas abordagem psicanalitica desses tipo de investimento energetic por Young, permanecem ate agora amplamente inexplorada.
Machlup (1962 Rescher (1978), por exemplo, tentaram compreender Mercado da informaya em termo econ6micos. abordagem deles, no entanto, mai amplia do que transforma nOyao central de investimento economico. Ao contrario, Bourdieu (1976) Foucault (1978) esboyaram urn esquema geral d e u m economia politica da verdade (o do credito) que reduz economia monetaria uma forma particular de investimento.
Pode-se caracterizar empreendimento filos6fico como tentativa de eliminarquaJquer trayo de circunsti'i.ncia. Desse modo, tarefa de S6crates, em Apologiade Socrates de Platao, consiste em eliminar as circunstancias fomecidas peJo artista, peJo homem de lei etc Essa eliminayao prevo pago para se estabelecer existencia de uma "ideia". Soh Rethel (1975) mostrou qu esse tipo de operayao filos6fica desempenhava urn papel essencial no desenvolvimento da ciencia da economia. Pode-se portanto sustentar que tarefade reconstruir as circunstancias fundamentalmente entravada peJaheranQa da maior parte de nossa tradiyl!o filos6fica.
ORDEM CRIADA
No capitulo 5, usamos
n o ~ a o
de
para explica
p o s i ~ a o
cunstancial das carreiras. Mais d o q u u m ordenado urna are
formad por
seguintes)
permite-nos falar do momento "justa", do
carater cir
s tr u u r a u urn esquema que influenciam as outras
p o s i ~ o e s
de maneira nilo ordenada (ver p. 22
PARTIR OA DESORDEM
"teste
ma os termos de Habermas (1971) de restaurar
n o ~ a o
de
p o s i ~ i l o
"born", au para r
exatamente, teoria
ultimo conceito queutilizamos r e l a ~ a o
do sina co
sa da atividad cientifica na Allan, 1972), mas
Assim, nilo tentamo caleula com referencia
t r a ~ a d o s
qu os atore fizera
escritos qu saia
seguintes).
i n f o r m a ~ a o
a c o n t ~ c i m e n t o s
medida
equiprovaveis.
pelo meno metaforicament
as
quando estavarn ocupados em le os p. 38
de alternativas equiprovaveis permite-nos igual
n o ~ i l o
in
espectrometria de massa delimita
TR
c ap it ul o
i n f o r m a ~ a o
urna
dos relatorios, reservado antes mund duro
a p r e c i a ~ a o
solido do
duziu. Agora qu passamo em revista os principais argurnento desen volvidos nos capitulos precedentes, importa mostra que
qu explic como funciona
ideia cici de
l a ~ o s
eles man
tern entre si, porque os conceitos acima listados foram tornados de em
prestimo-d varias areas diferentes Comecemo pel conceito de ruido. Para Brillouin urna qu
r e l a ~ a o
i n f o r m a ~ i l o
de probabilidade Quant mais urn enunciad difere do
espera dele mais el contem
i n f o r m a ~ o e s .
Disso resulta uma
questllo essencia par cad ato qu evoca urn enunciad no campo agonistico: sao quanto os outros enunciados equiprovaveis? Quando sepens qu ha urn grande nUmero, desprovido de
s i g n i f i c a ~ a o ,
enunciado original considerado
o u p ou c
d is ti n u e o s o ut r s .
outros parecem bern menos provaveis do que
apel
numero de evento provaveis No
de demanda, qu no permiti desenvolve
n o ~ a o
d e u r mercado de
para compreen
do inscritore (ver capitulo
ment descrever capitulo 5,
de ruldo (ou, mais
sinal/ruido produzida pelo labo
urn p an o d e u nd o d e
conceito de ruid corresponde o b s e r v a ~ o e s
as, ela simplesmente desaparece
analis politica do qu
tilo importante qu dedicamos grande parte de nosso argurnent para especificar descrever momento precise em que essa inversao se pro
nov (Brillouin 1964 Singh, 1966 r e l a ~ i l o
nilo
historicidad na ci
p l i c a ~ a o
ratorio! Ma conservamosa idei centra de qu
c o n v i c ~ o e s
intervem de mod algum na solidezda ciencia. Quanto as circunstdnci-
fatos! Embor ess tip de iI1versilo nilo sejaespecific da ciencia, 10 ele
utilizada de maneir bastante metaforica.
n o ~ a o
que os participantes podem afirmarque economia as
ruido) tornad de emprestimo da
(Brillouin 1962) Sua a
da i n f o r m a ~ a o
P A RT I R D A DESORDEM
e t o ~
encia (Knorr 1978) sext
ORDEM C R I A D A
emergir
passaraa serconsiderad urn
enunciado original, este
c o n t r i b u i ~ a o
essencia1. 11 Quan
do urn membro do laboratori Ie urn pic em urn analisador de aminoa cidos, porexemplo(fot 9) el precis primeiro convencera simesm
credibilidade estava fundamentad sobre premiss de qu toda dimi n u i ~ a o
de ruid da
u tr o a to r
o p e r a ~ a o
az
de urn ator elev ue
capacidade qu
urn
ruid diminu tamhem em outr
lugar. resultado da constru<;iio de urn fato qu el parece na ter sido construido.
resultado da persuasiio retoricaem urn campo agonistico
que os participante fica cidos.
convencido de que nilo estao bern conven
resultado da materializa<;iio
qu as pessoas podem jurar que
as considerayoes materiais sao apenas urn componente menor do "pro cesso de pensamento".
resultado do investimento em credibilidad
peculiar economia modema. 10 Barthes mostrou que tal tipo de transformav!o possivel, po is, que se consiga fazer uma reaproximav!o uti! entre nov!o de fetichismo, de Marx, fetiche de fato cientlfico. (0 fato mesma orige etimoI6gica.) N o d oi s casos, est!o em jogo diversos processos complexos, os atores esquecem que que "exterior" (out there) produto de seu pr6prio trabalho "alienado". utiliza palavra verossimel em urn sentido contrario intuivao. somente II Brilloui quando urn enunciado nao verossimel que ele contem informac!o, porque sua distancia com relavao Iinha de enunciadosequiprovaveis muito grande. Em Iinguagem comum, podemos dizer, contudo, qu urn enunciado emerge medida qu mais verossimel que os outros. razao dessa aparent contradicAo que informavllo nao passa de um relavAo sinal/ruido.
ORDEM CRIADA
(ou OS outros) de qu
PARTIR DA DESORDEM
pica distingue-se do ruid de fundo. Como ja
O R D E M CRIADA
P A R TI R D A D E SO R DE M
mentos des,igualmente provaveis Ao mesmo tempo, essa opera9aO apela
examinamos antes, isso em part depend de seus colegas. Se quando
para as atividades de persuasao (agonistica)
el afirma "Olh este pico", respondem-lhe, "Nao ha pico isso na
de modo
passa de ruid de fundo, voce tambem poderi dize qu pequen manchado outro lado" (verfoto 8)
pico
um
enunciado nao tern valor
assume
ue a
m e a ~ a
destrui todos os enunciado (e as carreiras)
form condicional, "voce tambem poderia dize qu ... ".
segue-se urna !ista.de enunciados igualmente provaveis. dessa
muitas veze
f o r m u l a ~ a o
Desse modo
d i s s o l u ~ a o
resultad
do enunciado em ruldo.
finalidad do jogo manobrar para obrigar
dor (o seus colegas)
pesquisa
admitir qu os enunciados altemativos na sa
plausivel na mesm medida Apresentamos algumas dessas manobras os capitulo
4.
constru,iio
Quando mostramo ao colegas mentamo
um dessas manobras habituais.
de preferenci
dois deles,
distancia entr
picae
linh de base
diversos enunciados possiveis tambe
d i f e r e n ~ a
ira aumentar. Se
f o r ~ a
vicyao suficiente, os outros yao cessar de Ievantar objeyoes, ciado va adquiri urn estatuto de fato Em lugar de ser da i
na
os picas de .uma analise em aminoacidos, ou quando au-
apenas urn
m a g i n a ~ a o
de
c o n s t r u ~ a o
da
i n f o r m a ~ a
( c o n s t r u ~ a o ) ,
desigualdade em urn conjunto de enunciado
igualmente provaveis fazendo co gad pelos pesquisadore
que urn enunciado seja considera tecnicamais freqiientemente empre
aumentar
custo, par os outros daquil
que se esper da altemativas tambem provaveis. No capitulo 3, por exemplo, mostramo qu fatores de l tes.
i b e r a ~ a o
i m p o s i ~ a o
n ov o p ad ro e
efetivamente arruinou os
mesm modo quando Burgus usou
a re a
dos concorren
e s f o r ~ o s
espectrometr de massa
para estabelecer urn ponto ele-tomou dificeis.a outras possibilidades, porque elassignificariam, segund ele, contestar toda
fisica Depois
que se projet9u urn diapositiv em qu aparecem toda as linhas do espectro correspondent pouc provavel que algue
urn atom da seqiiencia de aminoacidos,
levant urna o
b j e ~ a o . 1 4
controversia est
entr os
regulada Ma quando se apresenta urn diapositiv
da con
mancha produzidas po um cromatografi em camada fmas de
e nU TI -
puro produt
(subjetiva), elese tomar um "cois objetivareal" cuja
existencia na podera mai se posta em duvida. o p e r a ~ a o
Como introduzir
de escrita
sinaVruido.
r e l a ~ a o
do mais provavel do que outros?
afirmativo (ness contexto). fras
aurnenta
13
quimicos irao se levantar d i f e r e n ~ a ,
uma prova".
p od e f ac il me nt e entanto,
epis6
di de Donohue, p. 175). Ess questa seri evidentement tautol6gica se de m
a t e r i a l i z a ~ a o ,
ou de reifica,iio, qu ante definimo
demo agor faze mellto uso. autopersuasao 12 Durante nossa discllssao, tentamos rninimizar as distinr;Oes entre at de persuadir os outr05. Nas entrevistas, passagem d e u m coisa outr er ta comum ("Eu queri estar certo, nao queria que Vote! chegasse me contradissesse") sociologia. Nossa que renunciamos fazer essa distinr;ao artificial entre psicologi experiencia sugere q ue , n o recondito de sua pr6pri consciencia. 'urn pesquisador argumenta com conjunto do campo agonistico antecipa cada umadas obje9()es que seus colegas poderiam Ih opor Um pesquisador nunc est s6. corresponde impressao os pesquisadores te de I, Essa uma area desordenada: um area na qual se pode dize tudo, ou, mais precisamente, na qual todos estao em·igualdade de condi9()e par dizer qualquer coisa.
q u c ad a q ui mi c
encontrar urn defeit no metodo utilizado (ver
transforma, assim, todo
conjunto de evento igualmente provavei em urn conjunto de ele-
afirmar que "isso nao
n o s eg un d c as o
qu se veem
n o ~ i l o
central
da qual po
espectrometr de mass
part
que tod c o n t e s t a ~ a o 14 Nao se trata de dize por principio imposslvel quando se trata de uma medida dada por espectrometro de massa. Mas sera tAo dificil e, carD modificar os fundamentos da teoria que ninguem, na prAtica, vai tentar fazer isso. (A exce9ao talvez seja que acontece durant uma revolu9aO cientlfica.) d i f e r e n ~ a entre que q u p od e e r feito "na pratica possivel "em principio" pivO de nossa argumenta9ao. Como di Leibniz: "Tudo posslvel, mas ne tudo compossiyel." processo pelo quto'j. are da compossibilidade estendida foi explorado no capitulo 3. mais dign de c o n f i a n ~ a do que cromatografia em espectrOmetro de massa na camadas finas. Simplesment ele
mais potente.
27
ORDE
CRIAD
P A R TI R D A D E SQ R D E
reificad de umaarea da fisica em seu conjunto. pament qu integr cientifica.
uma parcela do equi
maio part de urn corpus anterio da atividade
custo da controversia sabre os resultados dess inscrito
revelou-s gigantesco. !sso explica por que Guillemi ~ a r a m - s e
desde
Burgus esfor inicio para "ter acesso urn espectrometro de massa".
O R D E M CRIADA
27
PARTIR DA DESORDEM
concorrente Em um competil'ao na qua estao em jogo milhoes de d6lares, como
caso do TRF, nao ha lugarpara enunciado alterna
tivo As regras sao tantas qu nenhum investimento pod igualar-s ao qu ja fora feito. Po conseguinte, todos os enunciado ja credita do serao tornados como adquiridos Alem disso, eles sera usados
Mas no cas da cromatografiaem camada finas, muito pouco trabalho
como pontos de partida em outros laborat6rios
interpretativo fo reificado Por conseguinte,
m er ca d
faci contestar qualque
d ef in id o
c ap it ul o
P ou c
essa natureza do
i mp or t s e e ss a e st ru tu r
urnadas etapas do argumento fundados sobre urn cromat6grafo pro
peptidic considerada com ja adquirida assume
por urn outro argurnento alternativo. Uma vez que urn grande numero
gument na problemiltic ou de umaamostra de p6 branco
de argumentos anteriores foi incorporado em uma caixa preta, 15
coisa que interessa
da formulal'a o de alternativas torna-se proibitivo.
pouco provavel,
por exemplo, que se encontre alguem para contestar computador da foto 11, ou
fundado, ou
estatistic sabr
qual
caixas pretas
teste "t" esta
p ar t d e urn fenomeno mai vasto, dinheiro
autoridade
credibilidad
credito qu te
adquire) contesta os
enunciado qu nel estao presentes evidente qu os conceitos decusto, de reifical'ao de crMito sao ace ito, seja
par
l u d e nossos argumento anteriores. Tuda qu razdo for sera reificado, de modo
que foi
aumentar
custo das objel'oes que poderiarn ser levantadas. Urn pesquisador, por
relal'a
exemplo, pode conquista um posil'ao ta que, quando el define urn
confianya e, marginalmente, com
problemacomo importante, ninguem se sint capazde contraria-Io, afir
primeir questa qu se coloca quando urn enuncia na
ado e/oude se autor. Essa
(mic
sabe se fica mais difici para urn concorrente
qu tom emprestado esse peptidio (o qu
cornpreendidos
possivel por causa da credibili
dad (capitulo 5) Como mostrarno anteriormente,
recompensa
red eletrica do
nom do vasos na hip6fise.
operal'a
com
custo
form de urn ar
um questa diretamente anaIog
mand qu aquela
um questa trivia!.
are pode sertefundid em
torn dessa questa importante os creditos na demorarn ja
epis6dio de Donohue,
alluir No
preferencia do quimicos pel form enol da
mencionada questa dos custos Que tipo de investimento preciso
quatro base do
fazer para fabricar urn enunciad de probabilidade igua ao de urn
Watson tev todas as dificuldades para questiona-Ia para argurnentar
DN estava estabilizada
que forma cetonic tambem erapossive!. lerma "caixa preta" lembra tambem argumento de Whitley (1972), pelo qual os soci61ogos da ciencia nilo deveriam tratar cultura cognitiva dos cientistas como uma entidade em si, ao abrig de qualquer investigayilo sociol6gica. Esse pont de vista tern nossa simpatia, mas pensarnos que Whitley passou ao larg de urn pont crucial. atividade de criar caixas pretas, dedistinguir os itens, de saber da circunstancias de sua criaya.o precisarnent aquela qual os cientistas dedicam maior parte de seu tempo. maneira como funciona as caixas pretas na c i ~ n c i a reveste-se, portanto, dl;; grande interesse para pesquisa sociol6gica. Vma vez que urn aparelho ou urn conjunto de gestos aparece em urn laborat6rio, toma·se muito dificil transforma-Ios de novo em urn objeto sociol6gico. custo de revelary! dos fatore sociol6gicos (0 de descrever por exemplo, g ~ n e s e do TRF) reflete importancia da atividade "caixa preta" no passado. (Ver Latour, 1987.) IS
reificad
manuais,
analis em termos de cus
to-beneficio va varia em funl'a da circunstdncias dominantes, de modo qu nenhurna regra gera podera serestabelecida. artigo pode ser ta qu fiqu difici par
estilo de urn
leito na acredita nele
precisao na formulal'a o do enunciado pod desarmar as objel'oes do
leitores. Para urn outro publico, as referencias, sob pe-de-pagina, podem aumentar ainda mai se chegar mesm
forma de notas de
poder de convicl'ao Pode
reduzir os concorrentes ao silencio, acuando-os ou
acusando-o de fraude (Lecourt 1976).
regr do jog
avalia
custo dos investimentos com relal'ao sua capacidad de produzi efei-
27
QRDEM C R I A D A
o s d e r et or no . seT
jogo na
PARTIR DA DESOROEM
jogado segund regras eticas qu pode
vistas atraves de uma analise superficial. 16 descri,ao qu result da combinal'1lO do conceitos que usamo
ao long de noss a r g u ~ e n t a , a o ter uma caracterlstica central:
con
junto do enunciado considerados muito caros par serem modifica dos constitui
qu entendemo por realidade.
uma Iuta renhida para
nao trata da "natureza", ela dade
tabora/ario
atividade cientific
localde trabalho
construir
reali
conjunto da for,as produ
ORDEM CRIADA
descric;ao da vida de laboratoria, utilizando como meta-fora
noc;ao de
ordem, parceira do celebre personage
mitico de Brillouin,
demonio
de Maxwell.
seguint (Singh 1966):
versao mais simples
Urn demoni qu est sobre urn f o a o f ri o d ev e s e c ap a d e a u
mentar quantidad de calor fazendo comque as moleculas mais rapi das se reuna
de urn lado mantendo-as ali. Para isso
possuir uma informa,ao sobr
possui ur truque paraatral-Ia ou repeli-Ias de acordo comsuas quali dades aU
estabilizado ele reintroduzid no laborat6rio (so
mente selecionadas de escaparem
na de inscritor, de saber, de rotina de pre-requisitos programa etc.)
enunciados.
al utilizado paraaumenta
tao cam
por em
torna um tarefa impossive!.
causa
dedu,ao, de
diferen,a entre diversos
enunciado r e i f i c ~ d o que essa se
realidade e, entao, secretada
17
At aqu resumimos os pontos fundamentais de nossa argumenta
demonio deve
estado das moleculas, assi como dev
tivas qu torn essaconstru,a possive!. Cadavez qu ur enunciado forma de maqui
27
P A R T I R DA D E S Q R D E M
de umacaix fechad qu imped as molecula cuidadosa
aleat6rio. Sabemos agora que
voltarem ao estado de movimento
pr6prio demonio conSome uma peque
na quantidad de energi par curnprir sua tarefa. "E impossivel obter qualquer cois
partir do nada, nem mesm
.yao, mostrando as rela90es que existem entre seis dos conceitos princi
tece nrr laboratorio. lit consideramos
pai que utilizamos. Para terminar, centramo
interior do qual os trabalhos anteriore encontram-se reunidos
foco sobr
no,ao de
laboratorio como urn recint no
laborat6rio da qual partimos no segund capitulo. Mas exist um ou
aconteceria se esse recint se abrisse ~ m a g i n e m o s
tra maneir de descrever
efetue
vid de laborat6rio.
novo
informa9ao", diz
proverbio. Esse relat oferece-nos urna analogia esclarecedor do qu acon
seguinte experiencia: entrando, durant
que
que
observador
noite, no laborat6rio
deserto, el abr urn do grande refrigeradores da foto 2. Com sabe ORDEM
mos, cada amostra do suporte de tubos de ensaio correspond
PARTIR DA DESORDEM
etapa do processo de purifica,ao; transforma,ao de ur conjunto de enunciado equiprovavei em urn conjunto de enunciado desigualment provaveis lembra
da orqem (Brillouin, 1962 Atlan 1972). Passemos, po is,
cria,ao u m n ov a
uma
est etiquetad com ur grande nu
mer de c6digo quese refereaos livro de protocolos Pegando, um uma, cada amostras,
observado descol as etiquetas, joga-as for
recoloc as amostras nuas no refrigerador. No di seguint de manha elesemduvid ir presenciarcenas de extrem confusao Ningue
por esse motivo que
preeisamos reeorrer um eonjunto de regras diferentes nara universo politico universo cientifico. Do mesm modo, consideramos honestidade ou desonestidade cientificas partir apenas da perspectiva anaHtica. fraude honestidade nAo silo tipos de comportamento fundamentalment -diferentes. sao estrategia cuj valor relativo depend das circunstancias do estado do campo agonistico. realidade significa alguma coisa, ela que "resiste" pressa de um forca 17 Se discussilo entre realistas relativistas exacerbada pela ausencia de um definiCao adequada da realidade. Pode serque isso baste: que nAo podeser mudado vontade aquilo que conta como real (Latour, 1984, primeira parte) 16
nAo
capa? de dize
qu corresponde
sera
cada um da amostras Pode-s
levar cinco, dez talvez vint ano (temp que se gastouetiquetando as amostras par substitui as etiqueta
menos,
claro, qu as tecnicas
qulmicas tenham progredido nesse mei tempo. Como constatamos an
terionnente, uma amostra poderia ser qualquer outra amostra Em ou tras palavras,
desordem
ou, mais exatamente,
entropia
do labo
rat6ri tera aurnentado: pode-s dizer qualquer cois sobre cad amos-
ORDEM CRIADA
tra. Ess experienci de pesadel destaca
PARTIR D A D E SQ R DE M
importanci do sistem de
truque para qualquer demonic de Maxwell competent qu queira di minuir desordem. 18 Talvez sej
momento de fazerjusti9a it n09ao aparentemente es
tranha de inscri,iio, produzida no capitulo 2. Al desenvolvemo gument de qu
ar
escrita na era tant urn metodo de transferencia de
informa9ao, ma urna opera9ao material de cria9a da ordem. Ilustre mo
importiincia da escrit fazendo referencia
vad
cab pel observador durant su estadano laborat6rio. Com
mencionamos no capitulo I,
um experiencia le
soci610g trabalhav com ajudante de
ORDEM CRIADA
c e s s ~ i o
28
PARTIR DA D E S Q R D E M
seT
milagr pn\tic (n sentid empregad por Boltzmann) qu da nasci mento umacurvapadrao. Umaabundancia de habilidades subentend inscri9ao material Tod curva est envolvida em ur flux de desor demo Ela s6 se escapa da dissolu9ao porque tudo esll escrit ou organi
zado, porque as rotinas sao incorporadas de uma forma ta que urn pon n a p od e e st a e m o ut r
u ga r em
l iv r
dem, el soment conseguira faze co
qu el diminuisse
observa9ao participante Fo encarregado por
coisa qu hayia ganho, em bornportugues, era
Guillemin de refazer
teste par
ras, para comer
varia9ao de pigmenta9a de fragmentos de pel de ra Felizment para n6s,
observador revelou-se ur pessim tecnic em urn laborat6rio
extremamente zeloso da eficacia. Por conseguinte sua fragilidades
puseram
n n a s raizes da competencia de seus interlocutores.
tarefa mais delicada eraa dilui9ao
Vma
das
adil'a de dose no bequeres.
o bs er va do r t in h q u l em br a e m q u b eq ue r d ev i p o a s d os e anotar por exemplo, qu havi post
dose
no beque 12 Morria de
i nf el i ao faze
isso,desperdi9araanimais produto quimicos, tempo dinheiro.
laborat6rio durante
MSH ur teste classico, obtido pela
n ot as . M a
observador nao fizera dessas as snas normas Em vez de eria mais or-
as
as coxas das referidas
Daite, com os amigos!
burocrata mais inseguros
as escritores mais obsessivos
preocupam-se menos com as inscril'oes do qu os cientistas. p ar a o s c ie nt is ta s d o c ao s
u m p ar ed e
livros de protocolos de nllmeros
cumentos fomece
fulic
de artigos." Ma essa mass de do
Unico meio de eria mais ordem e, assim
demoni de Maxwel
de aurnentar
rn lugar. Conservar rn tra9
qu se
a rq ui vo s d e e ti qu et as , d e
tal como
quantidad de informa9a em
fu co meio de ve um organiza9a
vergonha quando esqueci se tinh tornad nota ante ou depois de ter
emergir da desordem Talve seja impossivel diferencia urn peptidio
posto as doses Ele naotinha reparado se tinha tornado nota Ur senti
entre outros mi igualment ativos em um mistura de extratos de cere
ment de panico apossava-s dele qu empurrava
tubo da pipet no
bro na purificados. Mesmo que se fizessem cuidadoso testes de sepa
bequer 12. Ma talvez foss porurn dose dupla no bequer 2. Se ss
ra9a de urn do 'peptidios, ma sem anota-Ios, os tecnieos deveriam
·acontecesse
recome9ar todo
leitur seri falsa. Ele riscava0 nllmero.
falta de aten
9a do observado fe comque elecontinuasseassim Nao de admira
trabalho. Nao haveri qualquer mei de discriminar
os enunciados, porque naohaveri superposi9ao de tral'OS e, por conse
t es te , p on to s q u d e
guinte constru9a de objeto Quando ao contrario registra-se um se
urna grande difusao. Ur dia de trabalho perdido. Era ne
rie de curvas quesao esparramadassobre grande mes de urna biblio
Ignorado pela maior parte dos soci61ogos da ciencia, Brillouin deu destacadas par uma anaJis materialista da p r o d u ~ a o da ciencia. Ele considera toda atividade cientifica (ai inclufdos seus aspectos ditos "intelectuais "cognitivos") como operacOes rnateriais em todos os pontos analogas ao objeto usual da fisica. Como fomece uma ponte entre materia informayao, ele preenche igualmente fossa tao crucial para estudo da ciencia entre os fatores intelectuais e,os materiais.
melhor descriyil do trabalho nas bancadas 19 que compara com atividade de direto de teatro de escritor. As arnostras esta dispostas em suportes de tubos de ensaio coloridos, sao colocadas de urn lado da mesa de cirurgia sao deslocadas com vagar. as movirnentos silo controlados por urn cronOrnetro registrados em urna folha de papel. Mesrno ness nlvel, conjunto de precauyOe tornadas quando se efetua esse trabalho permit que se e1iminem as eventuais o b j e ~ O e s (ver relat6ri fotogntlico).
u e n es sa s c on di 90 es , e l t en h o bt id o c o monstrava
18
c o n t r i b u i ~ O e s
ORDEM CRIADA
28
teca para serem estudada
it
vontade,
trou emfas de constru9a (Latou
ai
P A R T I R DA O E S O R D E M
pode-s dize qu
objeto en
Noblet 1985).Os objetos surgem
por meio da constante atividade de classifica9ao. Os fino tra90 legi vei (produzido pelo inscritores)sao registrados produzind de
ordem no qual ne
valem oito ano
de
tud
documentos urn
foco
igualment provavel. Comparada ao que urn
material de
urn
milhao de dolares
gam do enunciados possiveis sobre estrutur do TR custo da sele9a de
urn
enunciado fora dessa gam
restrita
demonio de Maxwell fornec urna metlifor da atividade do la criada
ordem
que essa ordem nao pre-existe, de modo algum, as manipula
realidade cientific urn foco de orde criado 0es do demonio p ar ti r d a d es or de m is f ei t c ap tu ra nd o- s cada s in a q u corresponde ao que ja esta fechad Par explorar plenamente
for9 dess modelo,
examinara rela9a entr orde desordem na
ao que fecha, custe
soment
necessario contud diluem os enunciados
emitido pelo tecnico ineficazes. Paradoxalmente, tambe
que custar
desordem de maneira mai detalhada. ruid no qual
laboratorio esta
empenhad na prodUl;ao da desordem Registrand todos os
acontecimentos conservando os tral;os que sae de todos os inscritores, laboratori esta submergido em listas saida do computadores em folhas de dados
l iY r o
de
protocolos, esquema etc. Mesm
resista com sucesso desordem exterior, sordem dentro de sua paredes.
beta." Esse enunciado emerg cia massade llUmeros, ele destaca-se. Urn
artigo come/Y3. ser redigido, que constitui urn documento de segundo gra (representado na Figura 2.1 pelas divisoes do laboratorio). classifica9ao, raramente coroadas
colet
de
docurnenta9ao sa opera90e caras,
sucesso. Qualquer cochilo pode mergulha
urn
enunciado em nova confusao. Iss acontece porque urn enunciado exis te na por si mesmo, ma no campoagonistic (o do mercado, capitu lo 5) constituido pelos laboratorios qu se esfor9am por faze diminuir
proibitivo.
boratorio, no sentido emque el mostr ao mesm tempo qu
28
P A R T I R D A D E S O RD E M
ORDEM CRIADA
qu el
se proprio ruido.
tema Talvez el sej redun
dante, ou simplesment falso. Talvez el nunc se destaque do ruido. processo de produ9ao do laboratorio parecenovament caotico: os enun ciados deve ataques,
ser impulsionados trazidos
esquecimento ou
it
luz, defendidos contr
desdem. Muitos
apoderados por todos os que faze
POllCOS
os
enunciados sao
parte da area, porquesua utiliza9a
engendra urna economiaenorme na manipula9ao de dados ou de enun
ciados. Fala-se que esses enunciados "fazem sentido", ou "explicam urn monte de coisas", ou permitem uma diminuil):ao espetacular do ru
id de urn dos inscritores "Agora vamo obter dados confiaveis" Es
ses acontecimentos ta rams de fund
emergencia de fatos
partir do ruido
muitas veze sa coroados om grande pomp pelo premio
Nobel. demonio de Maxwel cria o rd em . E ss a a na lo gi a n o d a n a
proprio laborat6ri gera de
ruido demilhares de extratosde cere
enunciado ir emergirdo campo ou va novamente
mergulha na mass da literalur sobre
apenas urn meio de resumir
de relaciona os principais conceito
bro substituido pelo ruid dos dados acurnulados
informa9ao pare
utilizado na descri9ao que fizemo da atividade do laboratorio. El
cede nov um agulhaque caiuno palheiro. Nenhu
modelosurge. Os
no ajudatambem responde it obje9ao quese pod levantarcontra n6s, ou seja, de q u n a explicamos qu fa com que uma contro
participante afasta dentr
esse perigo eliminand materia seletivament
mass de dados acurnulados.
isso qu fornec importancia
ao enunciados, cuj genealogia tra9amos no capitulo 2. na
mais discerni
urn
parti da massa de pico
problema
pic de urn ruid de fundo, masler urnafrase CUTVas
reunidos. Uma curv particulare sele
cionada aperfei90ada, fotografada em diapositivo enunciado: "0 estresse libera simultaneamente
apresentada com
ACT
endorfina
versia se resolva, n-em
urn enunciado se estabilize. Mas
essa obje9a so tern sentido quando se supoe que te de
urn
o u d e o ut r m od o
it
orde
pre-exis
sua"revela9ao" pel ciencia. Ou qu
elae algo diferente da desordem. Ess hipotes filosofic basica oi recentement contestada. Nossa inten9ao, no desenrola deste capi tu o,
m os tr a q u
uz
m od if i a 9a o d a h ip ot es e p od er i lanpr
ORDEM CRIADA
PARTIR DA DESORDEM
ORDEM C R I A D A
P A RT I R D A DESORDEM
fim nesse sobre atividade do laborat6rio. Se prosseguirmo at caminbo, ultrapassaremos as fronteiras do dominio habitualmente cobert pela sociologia da ciencia, e, evidente, os limite do obje to qu delimitamo par present monografia po isso qu ire mas nos restringir apresentar uma nov analogia da forma como
laborat6rio funciona figura6.1 mostratres etapas de urnjogo de go, narrado por Kawabata (1972). No inicio, tabuleiro do jogo de go esm vazio. Acada lance, deve se acrescentar urna pel'a. As pel'as nil sil deslocadas no tabuleiro, como, por exemplo, em urn jogo de xadrez. Por conseguinte, os primeiros lances silo bern mais contingentes qu os seguintes, embora haj aberturas classi cas (Figura 6.la).
medida que
jogo avanl'a, toma-se cada vez mais
dificiljogar, nilo importa onde. Acontece mesmo em urn campo agonistico: que foijogado antes influi sobre conjunto dos futuro lances possiveis. Nem todos os lances silo igualmente possiveis (Figur 6. b). Alguns deles chegam se absolutarnente impossivei (por exemplo, nilo se pod colo
pel' branca no canto superior direito), outros silo pouco provaveis, outros praticamente inevimveis (por exemplo, lance 64 deve seguir 63, na Figura 6.lc). Como no campo agonfstico configural'ilo m6vel nilo ordenada. No canto inferior direito, ou no centro do tabuleiro, pade-se jo gar pratfcamente em qualquer lugar. Mas sftual'ilo no cant esquerdo esta car
definitivamente regulada. Pode-se decidi defender urn territ6rio, de acor do co as pressoes exercidas pelo adversario.
territ6rio foi apropriad (Figur 6.1c
jogotermin quando todo quando todas as parcelas de terri
•• Figura 6.1a As figuras 6.1a-c foram tomadas de urn romance de Kawabata (1972). Nelas se veem tees momentos do desenvolvimento de uma partida de go. figura 6.1a mostra jogo no 10° lance; figura 6.1 b, no 80 lance; figura 6.1 c, no final da partida. jogo de go fomeee urn modelo de c o n s t r u ~ a o de fonnas ordenadas, mas imprevisiveis. As mesmas pedras aparecem em cad urn do tres esquemas. Os lances mais importantes foram indicado pelo numeros.
t6rio que estavam sob disputa foram divididas (por exemplo, as pel'as do alto).
partir de urn inicio totalmente contingente, os jogadores chegam
(sem apelarpara urna ordem exterior ou pre-existente) urn estagio final do jogo em qu certos lances silo
principio tod lance indivi dual pode ser jogado nilo importa onde. Na pratica, prel'0 de rej)'ftar urna jogada necessaria proibitivo 20
10
necessarios.
Varios outros aspectos da analogia com jogo de go poderia ser aplicados ciencia. principal vantagem da analogia que ela fomece uma i1ustral;ilo aproximativa da
dialetica entre contingencia necessidade. Dutr montagem: ela mostra processo de reificayilo na ciencia. Na figura 6.1c, por exemplo, peyajogad no quarto lanc esta vizinha de um outra, jogada no 148 lance. Urn grupo de peyas brancas fo cercad eJas foram retiradas do jogo lss pode ser comparado ao movimento da contradiyao abordado no capitulo 3 : u m a informayiio vistaou nao como contradit6ria (necessitando ou na se eliminada) de acordo com contexte local com as pressoes do campo agonlstico. Nesse caso, eliminaya.D resulta da decisilo da pretas de jogar em uma certa posiyao.
28
ORDEM CRIADA
••
0.00
••• •• ••
ORDEM CRIADA
P A RT I R D A D E S O R D E M
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•••••••
83
.
0i@@.
••• 228
•• r e l a ~ i l o
entr
ordem
c o n s t r u ~ i l o
do fatos,
desordem, qu subentende nossa des bastante familiar para os bi 10go
(Orgel 1973 Monod 1970 Atlan, 1972). uma de
c o n f i g u r a ~ i l o
m u t a ~ j j e s
~ j j e s
~
.
0 0 0 . 0••••••
o
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[email protected]
193.
1@0.
€>
113
Figura 6.1c
Figura 6.1b
da
.000
••••
·1 79
c r i ~ i l o
28
PARTIR DA DESORDEM
ordenada qu emerge
aleat6rias
da
ej desordem pel surgimento
fund no qua repousam todas as representa
biol6gicas da vida. ParaMonod, por exemplo necessidade (mecanism de
emergenci de uma
o r g a n i z a ~ i l o
partir da desordem, se
c 1 a s 3 i f i c a ~ i l o )
complexa.
qu se recorr
acaso (desordem)
bastam para explicar realidade
qua1quer
construida
r e p r e s e n t a ~ i l o
pre-
existente da vida. Varios membro do laborat6rio utilizam terrno com acaso, ca
m u t a ~ i l o ,
nicho, desordem
bricolage (Jacob, 1981) par expli
pr6pria vida Ma parece qu os soci610gos da ciencia tern enor
mes reserva para introduzi conceitos similares na t r u ~ a o
da realidade. Afinal de contas
fica nilo
mai complexa do
c o n s t r u ~ i l o g e r a ~ i l o
e x p l i c a ~ i l o
da cons
da realidad cienti
do organismos As tres
breves analogias acima citada (0 demonio de Maxwell, 0jogo de acaso necessidade, lidade familiariza
go
partir de Monod) tinbam simplesment por fina leitor co
ligeira
m o d i f i c a ~ i l o
do contexto, bern
28
ORDE
CRIAD
P A R T I R QA DESORDEM
conhecido em diversas outras disciplinas ma que parece ter escapado aten9ilo dos analista da ci€ncia. orde
regra
tad em tod part em qu isso
minada da politica
qu
possivel
considerar que as caisas desordem deve serafas desordem sempre fo eli
da etica, assim como da ciencia. Caracteristica de
nossa visilo do mundo
afirma9ilo de que um configura9il ordenada
pode emergi da desordem Essa hip6tese fora
recentemente
questionadas por vario fil6sofos principalmente por Michel Serres e l p r 6p r i
b a st an t
Boltzmann
i nf l ue nc ia d o por a ut or e c om o B ri ll ou i
s id er ad a
ou
pelos recentes trabalhos desenvolvido na biologia. Ele
acham que as hip6teses deve r eg ra ,
o rd e
ser invertidas: desorde s er i
x ce 9i l
argurnento tornou-se
outra, bern mais comum, em
fo recentemente ampliada para inclui
pr6pria ci€ncia como caso limite de ur cert tip de organismo soci al caso particular ma ni Jacob, 1981 Serres 1977 argumenta9il
estranho de negentropia (Monod 1970 1977b)
part qu no interess nessa
afirmativ de quea constru9il daordemrepousasobre
exist€ncia da desordem (Atlan 1972 Morin, 1977). Quand se aceit
hist6ria de ci€nci comourn escla
recimento da cadeiade cjrcunsffincias de acontecimentos fortuito que
urnadas razoes pela quai
lev em conta
se
em
a co rd o
opoe com tant freqti€nci
modifica9ilo de nossa hip6tese sobre
essa oposi9ilo nilo
ruido de fundo,
mai necessari (Feyerabend, 1979; Knorr, 1978).
R et om an d a s a na lo gi a d e T ou l i n o u d e J ac ob , resultado da brico/age
p r6 pr i v id a
do acaso, torna-se superfluo pensar qu neces
sitamo de principio mais complexos paraexplicara ci€ncia.
"hista-
ria/actual" (Foucault 1978) da ci€ncia feita pelo historiadores atinge cerne da constru9il do fatos. Em segund
lugar, os soci610gos demonstram
importiincia da
comunica9il informal na atividade cientifica Ess fenomeno bern do cumentado adquire
urn
novo significad
lu da hip6tese qu
foi
aqui
modificada: produ9ilode uma informa9ilo nova necessariamente fei ta pela interpreta9il do encontros inesperados das redes informais pela proximidad social.
fluxo informa de informa9ilo nilo contradiz
modelo ordenado da comunica9ilo formal Parece-nos antes, qu
estrutura da informal
If
mais informal nasce da referencia constant
c o m u n i c a ~ a o
substancia da za9ilo
social da ci€ncia. 21 Consideremos agora quatr? dessa abordagens.
d if ic i p o
solide dos progresso finalment reali
"contexto de justificativa" ao "contexto da descoberta". Quand se
nossa abordagem outras concep90e aparentement diferente do estudo Pode-se de iniciocaracteriza
e ss a o u a qu el a d es co be rt a M a
zados. Essa
dev ser con
familiardesde qu se passou considerara vidacomourn acontecimen
to negentr6pico, tendencia que se opoe favor da entropia. Ess image
l ev ar a
28
P A R TI R O A O E SO R OE M
massa do acontecimentos
Nossa concep9aO do mundo leva-nos estiloordenadas, qu
O R DE M C R I AO A
c o m u n i c a ~ a o
regra.
formaL D o m es m m od o
comunica9ilo formal
posteriori qu
c o m u n i c a ~ a o
exce9ilo como racionali
do processo real
Em terceiro lugar, aquele que amilisam as cita90esjii demons traram
gigantesc desperdici de energi qu hana atividade cien
t if ic a
m ai o p ar t d o a rt ig o p ub li ca do s jamais elida, o s r ar o
a rt ig o l id o n e
s em pr e € m g r an d c re di t
os
o u 2% restan
te silo transformados ou deformado por a qu el e q u o s u ti li za m Nilo se trata, par 065, de afirmar que estamos adiantando urn "paradigma original para analise da ciencia. Pretendemos simplesmente mostear que nossa p o s i ~ a . o de antrop61ogos esta designada em Qutros estudos pelo terma mais ample de "sociologia da ciencia". Ressalta, ate agora, que essas abordagens (a) nao tern qualque relayllo com as Dutcas, (b) hesitam urn pouco sobre estatuto fina de suas descobertas. modifical;a.o leve, mas radical, do contexto qu aqu ilustramos procura urn ponto de vista privilegiado parti do qual se pode apreciar importancia dessas descobertas. 21
M a e s s d es pe r di ci o s e a ce it a
h ip 6t es e
p ar e c m ai s qu
o rd e
r eg ra . P ou co s f a o s e me rg e
p ar ti r
taocial. As circuostancias da descoberta ma
c ru ci ai s p a r
que
ciencia exista
p a ra d ox a l a ss i xc 9i
qu r ui d
q ua nd o
d es or de m f un d s ub s
processo de troca infor-
p r oc es s d e pr o du 9i lo : s i
q u f az e
co
ORDEM CRIADA
No fu da contas
PARTIR DA DESORDEM
crescent interesse sociol6gic pelo deta
Ihes da negocia9ao entr cientistas acentua
pouc confian9 qu se
pode depositar na lembranps do pesquisadore
na incoerenci de
sua descri90es. Cada pesquisadoresfor9a-se par puxa
bras par
sua sardinha, em urn caos de acontecirnentos. Toda vez que se poe urn inscritor em funcionament tanciado ruid de fund
qu
damultiplicidad de parametro qu escapa
seu contrale; teda vez que confronta-se co rr
cientista estaconscient da impor
cientista
Ie
Science au
Nature, ele
uma por9ao de conceitos contradit6rios de futilida t od a
a rt ic ip a
ma is
ic
submerso em um torrente de paixoe politicas. Esse pano de fund onipresente cimento raro
emergenci de umaparcel de estabilidade urn aconte diversidad da descri90es
incoerencia do argu
mentas cientificos nao deveriam, no entanto, ser considerados fenomenos surpreendentes Ao contrario, emergencia
fate su aceita9i10 sao
suficientemente raros·para nos swpreender, quand surgem.
ORDEM CRIADA
fica. No capitulo 1, recusamo-nos aceita ge do social
NO
FIC<;:Ao
mostramos de que modo ele se encontram relacionados Es
tabelecemo tambem liga9a desses argumento comos trabalho do soci610gos da ciencia. Vamo agora passar em revista os problema metodol6gico surgidos ao long de nossa argumental'ao, dedicando particular atenl'ao it espinhosaquestao do estatut de n o ~ s a pr6priades cri9ao. Sobre
qu se fundamenta noss afirma9a de qu os cientis
ta produze
ordem partirda desordem Parece que, deacordo co c o n d i ~ o e s
su
pr6pria construl'a o. De que tipo de desordem sai nossa descri9ao No campo agonistico, estamo em condi9oes de juntar as diferenl'as entre fato
fic9aO? Nao cansamo de destacar
importancia de evita certas distin
90es comumente adotadas por aquele que analisam
que emer
afastar qualquer distinl'ao de naturez entre fatos artefatos No capitu lo 3, mostramos que
d i f e r e n ~ a
entre fatores internos fatores extemos
era conseqlienci da elaboral'a do fatos,
na
um ponto de partida
para compreender sua genese. No capitulo 4, tomamo posil'a da sllspensfio das distinlYoes
priori entre
sensa comum
cientifico. Mesmo distin9aoentre"pensamento
favor
raciocinio
habilidade deve ser
evitada como meio de explicac;ao, porque ela surge com? consequencia do trabalh cientifico no laborat6rio. Da mesm forma, no capitulo 5, afirmamos qu
maneira pela qual os pesquisadore definem-s com
individuo resulta do conflitos de apropria9ao ocorrido no contexto do laborat6rio. Estilisticamente falando, substitui
evitar essas distin90es obso
leta sa coisas qu levantam graves dificuldades Quando se faze capitulo 3) somo obrigado
de
utilizar
um terminologi que tenderiaa reintroduzir aquela distin90es. Ess
EM L U G A R DA ANTIGA?
todasas evidencias, nosso ponto de vista escapa as
entre
aproxima90es com est ou aquele genero literario (por exempJo,
Ate aqu resumimos,os argumento apresentados nos capitulos an teriores
d i f e r e n ~ a
qu emerge datecnica. No capitulo 2, fomo levado
bate "hist6rico" abordado UM
29
P A R T I R DA D E S Q R D E M
atividade cienti
raza pela qual coub indagarroo-nos sobr!, palavras.
us qu fazemo da
termo "social" por exemplo, tern conota9ges tais qu se
toma difici evitar importa9a de distin96es, com entre sociale tecnico. Do mesmo modo,
qu se estabelece
termo "familiar" obscurece
sentid particula qu gostariamo de inseri na antropologi da cien cia. No capitulo 3, sobretudo tivemo que resisti it tenta9ao de usar terminologiacorrente nos relato hist6ricos, porque. eJ tenderia trans forma os fato construidos em fato "descobertos" No capitulo 4, utiliza9a da expressao "tenho uma ideia" ou mo "cientifico bastam para destruir
uso tautoJ6gico do ter
conteud de noss argumenta
,aD. Por conseguinte, era necessari discutir certos termos utilizado pelos epistem610gos. Empregando palavra credit
explorand sua
diferentes significa90es contomamos algumas das distin90es que habi tualmente vern it cabe9a quando utilizamos termo como estrategia, m o t i v a ~ o e
carreiras.
29
ORDEM CRIADA
Tomamo qu pudesse
PARTIR D A D E SO R D E
cuidado, pois de afastara tenninologia as distin90es comprometer nossa descri9ilo da vid de laboratorio.
Resta-nos contud expor
qu diferencia nosso pont de vista sobre
vida do laboratorio dos ponto de vist habitualment produzidospelos cientistas. Ha uma distin9il essencial entr constru9a
natureza de noss propria
aquela utilizad por nosso objetos?
resposta dev ser
P A R T I R DA D E S O R D E M
ORDEM CRIADA
observado oi obrigado
organizar esse fluxa
por imitar grosseiramente temp sobr
urn
cria alguns bolsoe de orde
para
impressoes. LanC;Qu-se ess tarefa comeyando metoda de seus interlocutores Marcava
dos eixosde um folh de pape milimetrado escrevia
nome do pesquisadore sobr inscreveu quem fazi
qu
outr eixo Armado de
Iagio
quando Dess modo, come90
produzi
possibilidade dessa ultim
informac;ao ordenada. Em outras ocasi5es, extraia nillneros das cita
distin9a qu os argumentos do presente capitulo encontram sua coe
90e dos artigos escritos pelo membros do grupo, selecionando-os em
nao categorico.
urn
rencia
apena rejeitando
n09ao de cria9a do fato
partirdas circunstancias aplica
se tanto it constru9ao de nossa propri descri9ao quand
it
dos pesqui
sadores do laboratorio. Portanto, com sabemos com eles sabem De que maneira construimos nossa descri9a
da Produ9 lO do
fatos quando os pesquisadores do laboratori acaba comas fic90es, queeles empurra
ao maxim para
se ajeitando interior campo
agonistlco? Se voltamo
situa9aO (descrit no capitul 2) de
urn
observador
primeiros relatorios nascem inegavelment na desordem. Ele nao sabia q u o bs er va va ,
olhos
pais
it
massa constituida pel SCI. Com todo demanio consciencios
cita90e
os
nomes de que tinhanecessidade, contava as
inscrevia-as em colunas. Ur dos resultados est representa
do na tigura 5.3. Sucess relativament modesto, lh fornece
urn
verdade, ma qu
brev moment de satisfa9ao Conseguiu, fundamen
tando-se nesse resultado, produzir
urn
enunciado. Aos interlocutores
que argurnentavam que suaatinna9aonao tinha sentido, mostroua tigu it
ingenuo que visita urn laborat6rio "estranho", podemos notar que seus ne
meio
de Maxwell, ele filtrava
n om e d o o bj et o
mais el apena tartamudeava
em
u e t in h d ia nt e d o
ingles vinh de ur outr
era, em materia de ciencia, d e u m ignorancia eras sa. Ao contra
d e seus interlocutores, que demonstravam
teT
uma total confianya
em suas proprias a90es, nosso observado sentia-se pouco
it
vontade.
ra queproduzira
queproduziu efeitoacalmar0 auditorio pel menos
provisoriamente. No tinal de alguns meses, nosso observado dispunha de urn gran deniImero de tigura daquel tipo, assi d e n ot a q u a cu mu la r
P ar a r et om a
como de outros documentos a na lo gi a
come90u por faze lances em casa aleatorias Depois,
go,
jog it
medida qu
progredia percebia qu nao podi mais fonnula qualquer enunciado com base no material qu recolhera AI"m do mais nosso observado
Perguntava-se code se seotar, quando se levantar, como se apresentar
viu-se incapacitad paracontrariar ou sustenta alguns argumentos pre
que questoes perguntar. Urn monte de fofocas, de piadas de conferen
sentes na literatura sobre
cias de explica90es, de impressoe primeir contat com
de sentimentos emergia
laboratorio.
de seu
despeito disso, el lan90u ma
ciencia. as artigos poderiam tambe
fonnar-s em fato ou em artefatos. El pas-se
escrever artigo
agir em seu propri camp agonistico Mas, nesse estagio os relat6rios
de urn inscritorrudimentarpara controlarseus dados. Viu-sena posi9ao
que produzia era
de ur observado diante de um tela (seu caderno de notas), registran
Os interlocutores nao deixava
do os efeito da observa9ao co
plos contraditorios, defendend outras interprela95es
auxili de
urn
primeiros "sociotestes" continham muitos mida
gravador. Mas esses eram extremamente
trans
ta fragei que qualquer descri9ao parecia razoavel. de soterra-I sob urn avalanche de exem prlmeiro artigo
publicado(Latour, 1977) valeu-lbeurna surr de varade marmelo. Essa"
caoticos Os diario de campo revela
confusa das primeira anota
grande vantage
90es: bobagens generalidades, ruido...
mai ruido.
confronta os escrito dos interpretadorescom
do antropologo da ciencia: se levado constantemente os
dos interpretados.
ORDEM'CRIADA ORDE
PARTIR DA DESORDEM
PARTIR DA DESORDEM
CRIADA
similaridade entre esses dois papeis comelfava Voltando as etapas iniciais do estudo, podemos p0I1anto discemir uma similaridade essencial entre os metodos de nosso observador
os
de seu interlocutores. Mesmo assim, era dificil saber quem imitava quem Os pesquisadores imitavam
observador, ou vice-versa? Como ja mencionamos anteriC!rmente, observador retirava parci
feicao desconcertante. De vez em quando nosso observado sentia-se completamente "assimilado" "seu" laborat6rio. Chamavam-no Submetia seu artigos sos ocupava-s
do
II
em quando vestia
ciente
realizava urn teste de horm6ni
de
sala de bioteste
estimul a¢o da melanotropina(MSH),
em lugar de tralfar as curvas das citalfoesou de transcrever entrevistas. Diante do observador estavam
livro
pape de dados em branco Ele apanhava esfolava-as
de
rils
protocolo uma folha
saltitantes, decapitava-as,
mergulhav pequenas parcelas de pel no bequeres. De
pois, colocava cada urn dos bequeres sobre uma fonte luminosa reflect6metro
via a no
de
as
indica,aes, qu anotav
nO
papel No fina
do
lia no dia, ha
do
gram de extrat
pessoas. Par estuda se
de
laborat6rio, noss observado eslava sozinho. no
test de MSH, os outros na para
pipeta assim";' "deixe eu refazer sua diluilfao"; "contrale novament e ss a m ed id a" )
na maior parte das
de varias tonelada
formavam urna grande equipe de
debru,ar sobr seus ombros para critica-Io ("na segure
escrito sobre
seu ehef
su pr6pri constru,ao Para estuda meio
Na bancada, quando trabalhava
computado (Foto II). Esse elemento serviam-Ih de base para
desenhar uma curva qu ele levava
novos inscritores do preenchi
cerebro, eles dispunha
de
material de milhOe de d61are
yarn de
de
do mais, ele estava dolorosament cons
enorme foss cavadoentrea aparente solide da constru,aes
de seus interlocutores
uma eert quantidade de numeros, prontos par entrar
c ~ m u l a d o
"dou
aprecia,ao, encontrav os colega em congres
funcionamento
mento de questiom\rios Ale
guarda-p branco ia para
de
tor", ele tinha seus pr6prio livros de protocolo, suas transparencias
almente sua experiencia da atividade de tecnico no laborat6rio. De vez urn
assumir uma
p ar a c ha ma r s u aten,ao para teste. Fazend
provisado para analisar
urn
do 60 artigo
montagem de alguns metodo im
trabalh do laborat6rio, ele tinha poucos
vezes extremamente eetieo -, com quem discutia as leves diferenlfas ou
contato em geral
similaridade co
pesquisadores tinham
urn
estaveis de sua area
observador na dispunha de recurSos equiva
outras curvas, co
men inedito. Algumas aproxima,aes entr da curva padraodo MS
finalidad de indica
urn
feno
conslru,aoda curv decita,aes
sa evidentes Na verdade, ela compartilham
de massa
de
constituem
urn
pequen nlimer de iten emmeio um gran
dados. Cinc ou de nome dentre os muitos
milhOes
que
is
sao privilegiados pelo pesquisador.
dados sa isolados,
produzir pico facilmente discemiveis
do
de registr de
ruido de fundo. Finalmente, comque sejadificil sustentar
qu existe um diferen,a fundamenta entr
ciencia "dura"
os da ciencia "mole".
ocupa
e st ud o
urn espa,o
t in h
no labo
s up li ca r p ar a
urn
n a i ni ci ad o T ud o v in h
e le s
l e t in h q u
se
deslocar para
viver no mei deles. diferen,a de credibilidade entr as constru,aes do observa
dore as de seus interlocutores deve ser post em rela,ao direta com
m od o
os nlimeros obtido sa usados com pe,as de convenciment em uma discussao Esses pontos em comum faze
u ti li za d c om o o bj et o
que fornecessem informalfoes para ele, urn estrangeiro, urn profano,
SCI, algun fragmento de peleno conjunto formad pel
organismo complexo de umara. Depois os efeito passiv
idei
r at 6r i
qual se apoiar. 22
laborat6ri qu reunia todo os objeto
lentes A!em do mais el er obrigado
varios tralfos caraeteristicos. De inicio os inseritores que eles usam tern por finalidad isola
nenhum precedente sobre
metodo da
Isso deve-se, por urn lado, ao isolamento do observador sua falta de treino e, par outro, ausencia total de estudos antropol6gicos sobre ciencia moderna Uma fonte q u se revelou p a r t i c u l a n r . ~ n t e util foi analise de Auge (1975) sobre feitiyaria na Costa do Marfim, que Ihe fomeceu urn quadro intelectual que capacitou para resistir ao empreendimento da abardagel'; ~ j e n t i f i c a . II
29
ORDEM C R I A D A
dimensao dos investimento anteriores. As vezes, quando a s m em b ro s
l ab or at or i d eb oc ha va m d a r el at iv a f ra qu ez a
c an \l e
fragil do dado do observador el contrapunha-Ihes
desequili
b ri o e nt r
d ua s p ar te s em presen,a. "Par compensa esse dese
quilibrio" dizia ele, "seria precis cerc vadores
so
par faze este estudo
ORDEM CRIADA
P A RT I R D A DESORDEM
um centen de obser
campo, cad qual co
mesmo
29
PARTIR D A D E SO R D E
englobam fotografias esquemas, outros artigo
curvas
Nossa descri,ao da constru,a de urn fato biologia nao los
ne
superio ne
proprio cientistas El na
de urn melhar acesso
inferior as
em urn
d e s c r i ~ o e s
laboratorio de produzidas pe
superio porqu na pretende dispor
"realidade", assim como nao pretendemos esca
poder sobr seus objetos qu voce tern sobr seus animais. Em ou
par da propri descri,ao qu fizemos da atividade cientifica:
tras palavras, seria precis registrar em fita de video
,a
em
que acontece
cada escritorio. Seria precis dissimular microcomputadores nos
telefone
na mesas. Deveriamos ter
encefalogramas. Enos reservariamos
liberdad
faze electro
direit de cortar as cabe,as
dos participantes, se fesse necessari fazeT urn exame intern delas.
de escre
ver relatorios qu tern por finalidad persuadir.23
dos
fatos partir da circunstancias, sem
ordem pre-existente.
Em ur
pass
24
um fic,ao
membros
do
se
faze apel
constru qualquer
sentid fundamental nossa descri,ao na t om a i nf er io r it atividade do
laboratorio. Eles tambem ocupam-s da constru,ao de
descri,oe qu sera lan,adas no camp agonistico conferindo-lhe
Se dispusessemos dessas liberdades, poderiamo produzir dado
diversas cargas de credibilidade de modo que, um vez convencidos,
duros" Essas observa,oes tinham invariavelmente com efeito fa
ou outros integram-nas
se elas ja fossem adquiridas,
ze co
se fossem fato estabelecido
em suas proprias constru,oes da reali
u e o s a to re s f ug is se m
resmungand que Pouc Iho.
d ar -s e c on t
s al a
dade Tambem na
observador adquiriu confian,a em seu traba
pilh de informa,oe sobre suamesa come,ou qu
d i fe r en , e nt r s u a ti vi da d
essencial entre elas era que estava
exogenas come,o
qu foss precis
recursos
de inves
apelar par quaisquer qualidades
naturez da atividade. Por conseguinte
it
tra,os, sentados
it
mesa
biblioteca po exemplo,
eles pareciam muit pouc diferente dele proprio. Eles refletiam, debru,ados sobre esquemas punham alguns dele for,a
dos outros arriscava
lado avalia
tecer frageis la,os analogicos e,
dessa forma, engajavam-se na lenta constru,ao de urn relatario. Por seu turno, curvas
observador escrevia urn relat6rio ficcional com base em
documento improvisados as pesquisadores
do partilha
aind
arte
se
baseia
as
um
laborat6rio. Quanto
fontes de credibilidad na
parafor,ar as pessoa nos, temo
como
abandonarem as
(mic diferen, urn
texto,
qu eles
presente texto.
observador
do
capitul 2) pondo em cena conceitos, invocando fontes
relacionando argurnentos do camp da sociologia, tentamos diminuir as fontes de desordem
propor enunciado mais verossimeis qu outros,
observador
se senti meno intimidado Quando seus interlocutore
interpretava
enos
diferen, entre
OU
semelhan,a
engajados no mesm oficio As
diferen,a podiam ser explicada em termos
quais ele
hit
modalidade do enunciados propostos.
a d o s seus in
terlocutores na tinh nad de especia ou misterioso.
timentos se
t es te ,
Big Brothe estava entre eles.
pouco,
Aumentand
t od a p re ss a p ar a
observa
interpretar textos confusos (texto qu
Parece que prot6tipo basico da atividade cientlfica nao deve ser procurado na area das matematicas ou d a 16gica, mas, como afirmam com freqUencia Nietzsche eSpinoza, no trabalho de exegese. exegese herrneneutic sao os instrumento em torn d o quais ideia de produl;ao cientifica foi historicamente forjada (Derrida, 1967). Afirmamos que nossas observa/fOes empiricas da atividade do laborat6rio estao perfeitamente de acordo com esse ponto de vista (Latour Noblet, 1985; Goody, 1979). 24 Cumpre tomar "fiC/filo" em urn sentido neutro ou "agonistico", aplicavel integralidade do processo de p r o d u / f ~ de fatos, masnao umade sua etapas em particular. Ocupamo nos aqui da p r o d u / f ~ da realidade, na de qualque estigio fina (0 estagio do capitulo 2). principal interesse de se recorrer ao terrno "fic/fao" conota/fao Iiteraria de escrita de relatos descritivos que ele tern. De Certa (comentArio pessoal) dizia: "A ciencia s6 pode ser fic/fa cientifica". (Bastide, 1979.) 23
29
ORDE
CRIAD
P A R TI R O A D E S OR D E M
criand bolsoes de ordem. Mas essa descri9il tamb"m assumir ur papel determinant de urn campo de enuncia9ilo. Quantas pesquisas fu turas, gerand investimentos, quanta redefini90es do campo
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quanta
transforma90esdaquilo que conta como argumento aceitavel silo neces sarias para tamar ess relata mais plausivel do que as outros?
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