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JOH JO H N W E S L E Y
ROMANOS NOTAS EXPLICATIVAS
Tradução de D U N C A N A L E X A N D E R R EI EIL Y
JOH JO H N W E S L E Y
ROMANOS NOTAS EXPLICATIVAS
Tradução de D U N C A N A L E X A N D E R R EI EIL Y
Todos os direitos reservados
Copyright © da IMPRENSA METODISTA METODISTA Wesley, John Romanos: Roma nos: notas explicativas /Joh /Johnn Wesley; tradução tradu ção Duncan Alexander Alexand er Reily - São Paulo: Paulo: Cedro 2000 2000 112 p. Título original: Romans ISBN 85-87680-06-4 1. Bíblia -N -N.T. .T. - Romanos - Crítica Crítica e interpretação interpretação I. Título Título CDD 227.106 Consultoria Editorial
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Apresentação É imp ossível descrev er a alegria que é ter nas mãos a tra dução das Notas Explicativas do Novo Testamento (Romanos) de João Wesley. Em primeiro lugar, pela importância que esta obra tem para o Metodismo no Brasil. As Notas se constituem em parte das fontes que definem os alicerces doutrinários do metodismo e, somente agora, pelo esforço do prof. Reily, é que aparecem e m português. Em segundo lugar, por ver o desejo de inúmeros m etodistas - inclusive eu - de ter em m ãos esta peça imp ortante de nossa história e doutrina. Eu me recordo de que, já na década de 80, quando ingressei na Faculd ade de Teologia, uma pergunta que eu constantemente fazia ao meu professor de História do Metodismo - o querido prof. Reily - era a respei to da tradução dessas notas para o português, e essa não era uma pergu nta solitária. Em todos os cantos do país se ouvia esse clamor. Em terceiro lugar, é uma alegria apre sentar um livro de alguém que desde 1948 dá uma contribuição efetiva ao Metodismo no Brasil, como missionário e professor. Por esses motivos, apresentar esta tradução é uma alegria e uma honra. Ao ler as Notas Explicativas do Novo Testamento encon tramos, m ais que um texto básico de nossa doutrina, um princí pio wesleya no: o de colocar a Bíblia nas m ãos do povo e ajudálo a compreendê-la. Nessa possibilidade de compreender o tex to bíblico pôde repousar o sucesso do Metodismo nascente da Inglaterra no período de Wesley Os pregadores leigos, além da vasta bib liografia prep arad a por Wesley, contava m com a possi^ bilidade de compreensão do texto bíblico para usá-lo nas mais diversas atividades missionárias.
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Wesley não pretendeu fazer uma nova tradução do texto bí blico. Sua intenção era, basicamente, oferecer pistas para a inter pretação. Porém , para os estudiosos, a interferência de Wesley nas traduções de sua época mostra que ele não se ateve a uma tradu ção corrente do texto, mas confrontou-a com os recursos exegéticos de que dispunha e retrabalhou o texto à luz dos resultados. Esse retrabalhar o texto bíblico se constituía em um dos grandes
obstáculos da tradução desta obra para o português. O trabalho não poderia resumir-se somente à tradução das notas. Seria neces sário revisar a tradução do texto bíblico apresentada por Wesley e destacar os mom entos em que ele, fugindo da versão corrente, apre sentava uma tradução mais coerente com o trabalho exegético. Por isso, o prof. Reily seria o único habilitado, no Brasil, a fazer esse trabalho. Diante disso, este livro se constitui em uma mina de ouro para os pesquisadores da Bíblia e do Metodismo. Ainda que, para os pesquisadores da Bíblia - diante do núm ero muito grande de descobertas de textos e de informações sobre o mundo bíblico nos últimos anos - as notas possam ser consideradas "ultrapassadas", o texto de Wesley representa um período da história da interpre tação e do desenvolvimento do método histórico-crítico. Um exem plo d isso poderá ser visto nas notas ao evangelho de Marcos (que espero p ossa sair em breve) nas quais Wesley diante da d ificulda de literária de Mc 1.2-3 - o evangelho atribui a Isaías uma citação de Malaquias - resolve esse problema optando p or uma variante que o corrige. Para os pesquisadores do Metodismo, ao iniciar a tradução das Notas por Romanos, o prof. Reily escolheu um livro que marca profundamente as raízes do Metodismo e da vida do próprio João Wesley. Não podemos esquecer que a experiência do "coração aque cido" de Wesley se deu ao ouvir a leitura do comentário de Lutero aos Romanos. Por tudo isso, creio que não há nada mais oportuno do que agradecer ao prof. Reily pelo esforço na tradução deste texto. Ele, que já marcou o metodismo brasileiro através da formação de lei gos e leigas, pastores e pastoras, por mais de meio século, e por meio de suas publicações, marca este momento histórico colocan do em nossas mãos este texto tão precioso. Paulo Roberto Garcia Professor de Novo Testamento da Faculdade de Teologia da Igreja M etodista/Março de 2000
Sumário Introdução.......................................................................5 Romanos 1 ....................................................................... 11 R o m an o s 2 ....................................................................... 22 R o m a n o s 3 ....................................................................... 30 R o m a n o s 4 ....................................................................... 37 R o m a n o s 5 ....................................................................... 44 R o m a n o s 6 ....................................................................... 52 R o m a n o s 7 ....................................................................... 57 R o m a n o s 8 ....................................................................... 63 R o m a n o s 9 ....................................................................... 77 R o m a n o s 1 0 .....................................................................89 R o m a n o s 1 1 .....................................................................9 3 R o m an o s 1 2 .....................................................................1 01 R o m a n o s 1 3 .....................................................................1 0 7 R o m a n o s 1 4 .....................................................................111 R o m an o s 1 5 .....................................................................1 16 R o m an o s 1 6 .....................................................................1 22
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In t r o d u ç ã o Muitos dos livros do Novo Testamento foram escritos na form a de epístolas. São ep ístolas não ap enas as de Pau lo, Tiago, Pedro e Juda s, mas tam bém os dois tratados de Lucas e todos os escritos de João. Além disso, temos sete epístolas no N ovo Tes tam ento que o próprio Senhor Jesus enviou pela mão de João às sete igrejas [da Á sia]; na verdad e, o A pocalipse inteiro não p as sa de um a de suas epístolas.
Autoria, data e local No que concerne às epístolas de Paulo, devemos ter pre sente que ele escreve de uma maneira àquelas igrejas que ele próprio plantou, e de outra àquelas que não haviam visto, na carne, o seu rosto. Nas cartas às primeiras, há uma familiarida de, quer am orosa, quer severa, à m edida que o compo rtamento delas se adaptasse ou não às exigências do evangelho. Às últi mas comunidades, ele propõe o evangelho puro, sem qualquer mistura, de maneira mais geral e abstrata. Qu anto ao ano em que ele escreveu as epístolas, é prová ve l que as tenh a escrito po r volta do ano de C risto1, de acordo com o cálculo comum: 48 — D e C orinto, a Epístola aos Tessalonicenses. 49 — Da Frigia, aos Gálatas. 52 — De Éfeso, a Primeira aos Coríntios. De Trôade, a Prime ira a Timóteo. 1 Istoé,d.C.
Notadotradutor Apalavra“São”,queantecedeonomedosapóstolos,foieliminada.Seuuso eramuitocomumnotempodeWesley, masatualmenteéraro. R o
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52 — Da M acedônia, a Segunda aos Coríntios e a Epístola a Tito. De Corinto, aos Romanos. 57 — De Roma, aos Filipenses, a Filemom, aos Efésios e aos Colossenses. 58 — Da Itália, aos Hebreus. 66 — De Rom a, a Segunda a Timóteo. Q uan to às epístolas gerais, parece que Tiago escreveu um pouco antes da sua morte, que ocorreu em 63 d.C.; Pedro, que sofreu o martírio no ano de 67, também escreveu sua segunda epístola um pouco antes da sua morte e não muito depois da primeira. Judas escreveu depois dele, quando o mistério da ini qüidade2 avançava rapidamente. Comumente se crê que João tenh a escrito todas as suas epístolas um pou co antes da sua par tida. O A pocalipse, ele o escreveu em 96 d.C. Podem os deduzir (pela apresentação de Febe, um a serva da igreja de Cencréia, porto de Corinto, aos Rom anos3 e pela m enção das saudações de G aio e de Erasto4) que Paulo escreveu esta epís tola de Corinto. As pessoas para qu em ele endereçou a carta pare cem ter sido na m aioria estrangeiras, tanto judeus quanto gentios, cujo meio de vida os havia atraído de outras províncias, o que se tom a evidente pelo fato de que ele escreveu a epístola em grego e pelas suas saudações a diversos dos seus antigos conhecidos. Seu principal propósito aqui é mostrar que: 1. Nem gentios, pela lei da natureza, e nem judeus, pela lei de M oisés, podiam obter a justificação frente a Deus e que, por tanto, era-lhes necessário buscá-la por meio da livre miseri córdia de D eus, p ela fé; 2. Deus tem um direito absoluto de mostrar misericórdia, sob quaisqu er termos que lhe agradem, e de recusá-la àqueles que não querem aceitá-la sob as condições que ele estabelece. 2 2Ts2.7 3 Rm 16.1 4 Rm 16.23 8
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Esboço
Esta epístola se compõe de cinco partes: I. A introdução — 1.1-15 II. A proposição resum idam ente com provada 1. Da fé e da justificação 2. Da salvação 3. Da igualdade de crentes, quer judeus, quer gentios — 1.16,17 Não apenas o próprio tratado mas também a exortação correspondem, na mesma ordem, aos pontos mencionados aci ma, a saber: O primeiro — 1.18 - 4.25 O segu ndo — cap. 5 a 8 O terceiro — cap. 9 a 11 III. O tratado 1. C on cern ente à justificação , que não é (1) Pelas obras, po rque — 1.18 os gentios — 2.1-10 os jud eus — 2.11-29 estão conjuntamen te debaixo do pecado — 3.1-20 (2) m as pela fé — 3.21-31 como fica provado pelo exemplo de Abraão e pelo testem unho de Davi — 4.1-25 2. Da salvação — Capítulos 5-8 3. Dos privilégios iguais de crentes, quer judeus, quer gentios — Cap ítulos 9-11 IV. A Exortação — 12.1-2 1. Da fé e de seus frutos, na form a de am or e de santi dade prática — 12.3 - 13.10 2. Da salvaçã o — 13.11-14 3. Da conjunção de judeus e gentios — 14.1 - 15.13 V. A Conclusão — 15.14 -1 6 .25
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Propósito Para e xpressar o prop ósito e o conteúdo desta epístola um pou co ma is com pletam ente, o apóstolo procura, através de todo o texto, fixar na m ente da queles a quem ele escreve uma p rofun da percepção da excelência do evangelho, e levá-los a agir de form a ade quada frente a ele. Para tal propósito, depois de um a saudação geral (1.1-7) e de uma demonstração de seu afeto por eles (1.8-15), ele declara não se envergon har de defender o evan gelho em Roma, por ser o poderoso instrumento da salvação, tanto p ara judeus com o para gregos, por m eio da fé (1.16-17). E, para provar isto, ele m ostra que: 1. O mundo carecia grandemente de uma tal dispensação, estando os gentios num estado de completo abandono (1.18-32), e os judeus, embora condenando os outros, não gozavam de situação melhor (2.1-29), do que, apesar de algumas objeções inconseqüentes que ele superou (3.1-8), suas próprias Escrituras testificam (3.9-19). Assim, todos se achavam na necessidade de buscar a salvação pelo mé todo m encionad o acim a (3.20-31). 2. O s próp rios Ab raão e D avi buscaram a salvação pela fé, e não pelas obras (4.1-25). 3. Todos que crêem são trazidos a uma cond ição tão feliz que suas m aiores aflições são transformad as em alegria (5.1-11). 4. Os m ales que Adão legou à hum anidade são recompensados abund antem ente a todos os que crêem em Cristo (5.12-21). 5. Longe de desfazer a obrigação da prática da santidade, o evangelho a aumenta por obrigações seculares (6.1-23). Visando convencê-los mais profundamente destas coisas e desfazer o seu apego à lei m osaica (sendo eles agora casados com Cristo pela fé nele — 7.1-6), Paulo mostra a incapacidade dos m otivos da lei em produ zir aquela santidade que os crentes obtêm por um a viva fé no evangelho (7.7 - 8.2). Depois, ele faz uma apresentação mais particular das coisas que tomavam o evangelho eficaz para este grande fim (8.3-39). 10
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Um pon to de extrema imp ortância é o fato de que mesm o os gentios, se cressem, participariam destas bênçãos, e os judeus, se não cressem , seriam ex cluídos delas, razão por que o apóstolo dedica os capítulos nove, dez e onze à sua solução. Ele inicia o nono capítulo expressando seu tem o amor e alta estima à nação ju daica (w . 1-5) e então m ostra que: 1. A rejeição de uma grande parte da semente de Abraão e também de Isaque era fato inegável (9.6-13). 2. De us não hav ia escolhido os judeus para tais pa rticulare s privilégios por qualquer espécie de bon dad e neles ou nos seus p ais (9.14-24). 3. Sua aceitação dos gentios e rejeição de muitos dos judeus hav iam sido profetizadas tanto por Oséias quanto po r Isaías (9.25-33). 4. Deu s hav ia oferecido a salvação aos judeus e gentios nos m esmo s termos, m as os judeu s haviam rejeitado (10.1-21). 5. Embora a rejeição de Israel por causa da sua obstinação fosse geral, ela não era total; havendo entre eles um rema nescente que abraçava o evangelho (11.1-10). 6. A rejeição dos outros judeus também não era final, mas finalm ente todo Israel seria salvo (11.11-31). 7. No ínterim, mesmo sua obstinação e rejeição serviam para exibir a insondável sabedoria e amor de Deus (11.32-36). O resto da epístola contém instruções e anotações práti cas. Em particular, ele recomend a: 1. Consagração total deles próprios a Deus e preocupação em glorificá-lo pelo em prego fiel dos seus respectivos ta lentos (12.1-11); 2. Dev oção, paciência, hospitalidade, simp atia mútua, hum il dade, paz e mansidão (12.12-21); 3. Obediência aos magistrados, a justiça em todas as suas facetas, o amor, o cum prim ento da lei, e a inteira san tida de (13.1-14); R o
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4. Tolerância mútua entre os que pensavam diferentemente quanto à obed iência à lei mosaica (14.1 - 15.17). Ao reforçar seus argumentos, ele é conduzido a mencio nar o m ontan te dos seus labores, bem como sua intenção de v i sitar os romanos, rogando-lhes, então, as orações a seu favor (15.18-33). E depois de m uitas saudações (16.1-16) e uma ad v er tência contra aqueles que causavam divisões, ele conclui com um a ap ropriada bên ção e doxologia (16.17-27).
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ROMANOS 1 1. P aulo, servo de Jesu s Cristo, cham ado para ser apóstolo, se parado para o evangelho de Deus, 2. o qual foi por Deus outrora prometido por intermédio dos seus profetas nas Sag radas Es crituras (Dt 18.18, Is 9.6,7,5 3.1, 61.1, Jr 23.5), 3. com respeito a seu Filho, Jesus Cristo nosso Senhor, o qual era da descen dência de Davi segundo a carne, 4. [Ele foi] de clarado, porém , Filho de Deus com poder, segu n do o espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos, ▼
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1. Paulo, servo de Jesus Cristo — Esta introdução encontra correspondência na conclusão (Rom 15.15ss). Chamado para ser apóstolo — e feito apóstolo por aquele chamamento. Quando Deus chama, ele faz o que ele chama. Visto que os mestres judaizantes disputavam o ofício apostólico, é com grande propriedade que o apóstolo o assevera na própria abertura de uma epísto la na qual seus princípios são inteiramente derrubados. Vários outros pen samentos, corretos e importantes, são sugeridos nessa curta introdução, notadamente as profecias concernentes ao evangelho, à descendência de Jesus da linha de Davi, as grandes doutrinas da sua divindade e ressurrei ção, o envio do evangelho aos gentios, os privilégios dos cristãos e a obri gação à obediência e santidade por força da sua profissão [de fé em Cristo]. Separado — Por Deus, não apenas do grosso dos outros homens, de outros judeus, de outros discípulos, mas até de outros mestres cristãos, para ser um instrumento peculiar de Deus na expansão do evangelho. 2. O qualfoi por Deus outrora prometido — Na antigüidade, freqüente e solene mente. 3. O qual, segundo a carne, era da semente de Davi. A saber, segundo a sua natureza humana. Ambas as naturezas do nosso Salvador são mencionadas aqui; a natureza humana, porém, é mencionada primeiro, porque a natureza divina não se havia manifestado na sua plena evidência antes da sua ressurreição. 4. Mas poderosamente declarado ser o Filho de Deus segundo o Espírito de santidade. Isto é, segundo a sua natureza divina. Pela ressurreição dos mortos. Porque isto é ao mesmo tempo a fonte e o objeto da nossa fé; e a pregação dos apóstolos era a conseqüência da ressurreição de Cristo. R o
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5. por intermédio de quem viemos receber graça e apostolado, para a obediência à fé em todas as nações, por causa do seu nome, 6. de cujo núm ero sois também vós, chamados para serdes de Jesus Cristo. 7. A todos os am ados de Deus, que estais em Roma, chamad os e santos. Graça a vós e paz da parte de Deus nosso pai e do Senh or Jesus C risto. ▼ 5. Por intermédio de quem viemos a receber. Eu e os outros apóstolos. Graça e apostolado— O privilégio de ser apóstolo e a capadtação para desempenhálo. Para a obediência a fé em todas as nações — Ou seja, para que todas as nações possam abraçar a fé de Cristo. Por causa do seu nome. Por amor dele; por causa da estima a ele. 6. De cujo número — As nações trazidas à obediênda por meio da fé. Sois vós também — mas Paulo não lhes atribui nenhuma proeminênda acima dos outros5. 7. A todos que estais em Roma—Amaioria destes era pagã de nasdmento (v. 13), embora houvesse alguns judeus misturados com eles. Encontravam-se espa lhados aqui e ali naquela grande cidade, e ainda não tinham se organizado em forma de uma igreja. Apenas alguns haviam começado a se reunir na casa de Áquila e Priscila. Amados de Deus — E do seu livre amor, não de qualquer mérito de vocês, chamados pela sua palavra e por seu Espírito, e agora pela fé, santos como ele é santo [Lv 11.44-45, etc]. Graça— o peculiar favor de Deus. E paz—Toda espéde de bênção temporal, espiritual e eterna. Esta é tanto uma saudação cristã quanto uma bênção apostólica. Da parte de Deus nosso Pai e do Senhor ]esus Cristo. Esta é a maneira que os apóstolos costumam falar, "Deus o Pai", "Deus nosso Pai". Nem usam freqüentemente o termo "Senhor" ao falarem dele, porque tal sugere o nome próprio de Deus, Jeová. É verdade que, no Antigo Testamento, os homens santos geralmente diziam: "o Senhor nosso Deus", porque então eles eram, por assim dizer, servos; agora, porém, são filhos, e filhos conhecem seu pai tão bem que não predsam mendonar, com freqüênda, seu nome. É a mesma paz e a mesma graça, que provêm de Deus e de Jesus Cristo. A nossa confiança e a nossa oração têm seu foco em Deus, sendo ele o Pai de Cristo; e em Cristo, porque ele nos apresenta ao Pai. 5 Aqui Wesley, protestante, advertecontraatendênciado catolicismo romanoematribuiraRomaumaautoridadeacimadaquelajustificadapelo NovoTestamento. 14
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8. Primeiramente dou graças a m eu Deus mediante Jesus Cris to, no tocante a todos vós, porque em todo o mundo é divulgad a a vossa fé. 9. Porque Deu s, a qu em sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, é m inha testem unha de com o incessantemente faço m enção de vós, . 10. sem pre sup licando em todas as m inhas orações que eu pos sa vos visitar, se de algum m odo, finalm ente, tenha eu um a próspera viagem. T
8. Dou graças — Bem no começo desta única epístola encontram-se os traços de todos os sentimentos espirituais, principalmente o da gratidão; com tais expressões quase todas as epístolas de Paulo se iniciam. Particularmente, ele agradece a Deus, pelo que já fora feito em Roma. Meu Deus — Esta expressão expressa fé, esperança e amor e, conseqüentemente, a totalidade da verdadeira salvação. Mediante Jesus Cristo — Todas as dádivas de Deus passaram a nós, por Jesus Cristo, e todas as nossas petições e ações de graça passam por Cristo a Deus. Porque é divulgada a vossa fé — Nesta espécie de para béns, Paulo descreve o cristianismo como um todo, como em Cl 1.3, etc, ou de alguma parte específica dele, como ICo 1.5. Desta forma, aqui, de acordo com o seu propósito, ele menciona a fé dos romanos (v. 12,17). Em todo o mundo — Esta alegre notícia se espalhara por toda a parte e havia cristãos também na cidade imperial. A bondade e sabe doria de Deus estabeleceram fé nas principais cidades, especialmente em Jerusalém e em Roma; destas cidades, ela poderia ser difundida a todas as nações. 9. Deus, a quem sirvo — Como apóstolo. Em meu espírito — Não apenas com meu corpo, mas com o mais íntimo da minha alma. No evangelho — Por pregá-lo. 10. Sempre — Em todas as minhas solenes conversas com Deus. Se de algum modo, finalmente — Esta aglomeração de partículas declara a força do seu desejo6. 6 Adificuldadedetraduzirafrasesetornaevidentepelasdiferençasencontradasnasdiversastraduçõesdejnoç. R o m a n o s
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11. Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco al gum dom espiritual, para que sejais confirmados, 12. isto é, para que, entre vós, reciprocamente nos confortem os, por interm édio da fé mútua, vossa e minha. 13. Po rque não quero, irmãos, que ignoreis que m uitas vezes me propu s ir ter convosco, no que tenho sido até agora imp edi do, para conseguir igualmen te entre vós algum fruto, com o também entre os outros gentios. T
11. Afim de vos repartir. Face a face pela imposição de mãos, pela oração, pela pregação do evangelho, por conversas em particular. Algum dom espiritual — tais dons, os coríntios, que tinham gozado da presença de Paulo, os ti nham em abundância (ICo 1.7; 12.1; 14.1). Tinham-no também os Gálatas (G13.5); na verdade, todas as igrejas que contaram com a presença de qual quer um dos apóstolos tinham vantagens peculiares desse gênero, da im posição das mãos destes (Atos 19.6; 8.17, etc; 2Tm 1.6). Até então, no entan to, os romanos lhes estavam grandemente inferiores a esse respeito; por essa razão, o apóstolo, também no capítulo 12, diz pouco ou nada acerca dos seus dons espirituais. Por isso, ele deseja transmitir alguns dons para que eles pudessem ser confirmados; pois é por eles que o testemunho de Cris to seria confirmado entre eles. O fato de que Pedro não estivera em Roma antes que Paulo, na época da escrita da epístola, fica comprovado tanto pelo seu teor geral quanto neste lugar em particular, porque, de outra for ma, o que Paulo quer transmitir aos romanos já teria sido transmitido por Pedro. 12. Isto é, eu almejo ser confortado pelafé mútua, vossa e minha— Ele não só asso cia os romanos consigo, mas os prefere mais do que a si próprio. Quão dife rente é o estilo do apóstolo do modo de ser da corte de Roma. 13. Irmãos — Um tratamento freqüente, simples, doce, porém grande. Os apósto los só raramente chamampessoas pelos seus nomes, como "Ó Coríntios", "Ó Ti móteo" .Paulo geralmente usa o nome "irmãos"; às vezes, em exortação, como "Meus amados" ou "Meus amados irmãos". Tiago [usa]: "Irmãos", "Meus ir mãos", "Meus amados irmãos"; Pedro e Judas [preferem] sempre "amados"; João [emprega] freqüentemente "amados", uma vez "irmãos" e mais de uma vez "Filhinhos meus".No que tenho sido até agora impedido— Quer pelo serviço (Rm 15.22), ou por conta da perseguição (lTs 2.2) ou pelo Espírito (Atos 16.7). Para conseguir algumfruto— dos meus labores ministeriais. Como já obtive das muitas igrejas que plantei e regueientre os outros gentios. 16
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14. Pois sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes; 15. po r isso, quan to está em m im, estou pronto a anunciar o evan gelho tam bém a vós outros, em Rom a. 16. Pois nã o m e envergonho do evangelho , porque é o po der de De us para a salvação de todo aqu ele que crê, tanto do judeu com o do grego, 17. visto q ue a justiça de Deus se revela no evang elho, de fé para fé, como está escrito (Hb 2.4): O justo viverá por fé. ▼
14. A gregos como a bárbaros — Ele inclui os romanos na categoria "gregos"; portanto, esta divisão compreende todas as nações. Tanto a sábios como a ignorantes — Porque havia ignorantes mesmo entre os gregos e sábios entre os bárbaros. Sou devedor a todos — Eu tenho a obrigação, pela minha mis são divina, de lhes pregar o evangelho. 16. Pois não me envergonho do evangelho — Para o mundo é loucura e fraqueza (1 Co 1.18); portanto, no conceito do mundo, ele devia se envergonhar dele, especialmente em Roma, cabeça e palco do mundo. Mas Paulo não se en vergonha, sabendo que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê — Este é o meio gloriosamente poderoso de se salvar todos que aceitam o próprio meio de Deus. Da mesma forma que Paulo comprime a substância do evangelho nesta epístola, ele compacta a essência da epístola neste versículo e nos seguintes. Tanto do judeu como do gentio — Há nestas pala vras uma enorme franqueza e um amplo sentido; por elas, ele, de um lado, mostra aos judeus sua necessidade absoluta do evangelho, e, do outro, conta/para a nação maior e mais culta do mundo, que sua salvação depen dia de como este evangelho era recebido, razão por que em todos os luga res era primeiramente oferecida aos desprezados judeus7. 17. Ajustiça de Deus — Esta expressão significa geralmente a eterna e essencial justiça de Deus, a qual inclui tanto justiça como misericórdia e é mostrada com destaque na condenação do pecado, mas também na justificação do pecador. Por vezes, significa aquela justiça pela qual um homem, por in termédio do dom de Deus, se toma e passa mesmo a ser justo; isto por receber a Cristo pela fé; e pela conformidade com a justiça essencial de 7 Nesta últimaparte sobre “primeiro aoferta”dasalvação,Wesley parece teresquecidoqueeleeliminouaexpressão“primeiroao[judeu]”comona KJVetambémemAlmeida,etc,nabasedejipanov R o m a n o s
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18. A ira de D eus s e revela do céu contra toda im piedade e per versão dos hom ens que detêm a verdade pela injustiça, 19. porqu anto o que de Deus se pode conhecer é m anifesto entre eles, po rque D eus lhes manifestou. ▼
Deus. Paulo, ao tratar da justificação, tem em mente a justiça da fé; portan to é chamada a justiça de Deus porque Deus descobriu e preparou, revela e dá, aprova e coroa. Neste verso, a expressão significa todo o benefício de Deus por intermédio de Cristo para a salvação de um pecador. Se revela — Faz-se menção aqui e no v. 18 a uma dupla revelação — da ira e da justiça: aquela, pouco conhecida da natureza, é revelada pela lei, enquanto esta, totalmente desconhecida da natureza, o é pelo evangelho. Cada uma, diz o apóstolo, se revela no tempo presente, em oposição aos tempos da ignorân cia. De fé para fé — Por meio de uma série de promessas, cada uma mais clara que a anterior. Como está escrito — Paulo acabava de estabelecer três proposições: (1) a justiça é pela fé (v. 17); a salvação é pela justiça (v. 16); (3) [isto vale] tanto para os judeus como para os gentios (v. 16). Agora todas essas proposições são confirmadas por aquela única frase: O justo viverá por fé — O que foi primeiro falado a respeito daqueles que preservaram suas vidas, quando os caldeus sitiaram Jerusalém, por crerem nas declara ções de Deus e agir de acordo com elas [Hc 2.4], Aqui [em Romanos] signi fica: Ele obterá o favor de Deus e continuará nele, por crer. 18. Porque não existe outra maneira de obter a vida e a salvação. Tendo coloca do sua proposição, o apóstolo agora passa a prová-la. Seu primeiro argu mento é que a Lei condena a todos por estarem debaixo do pecado. Portan to, ninguém é justificado pelas obras da lei. Esse tratamento vai até 3.20. E deste primeiro argumento ele conclui: portanto, a justificação é pela fé. A ira de Deus se revela — Não apenas por freqüentes e notáveis interposições da providência divina, como também nos oráculos sagrados e por nós, seus mensageiros. Do céu— Esta expressão fala da majestade daquele cuja ira é revelada, do seu olho que tudo vê e da extensão da sua ira: tudo que está debaixo do céu está sob os efeitos da sua ira, menos os crentes em Cristo. Contra toda impiedade e perversão — Estas duas coisas são tratadas a partir do v. 23. Dos homens — Ele fala aqui dos gentios e, especialmente, dos mais sábios entre eles. Que detêm a verdade— Pois ela luta contra a perversidade. Pela injustiça — Palavra que neste lugar significa também impiedade. 19. Porquanto o que de Deus se pode conhecer — Aqueles grandes princípios que são indispensavelmente necessários para se conhecer. É manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pela luz que ilumina a todo homem que vem ao mundo. [Jo 1.6] 18
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20. Porque os atributos invisíveis de D eus claram ente se vêem , assim o seu eterno pod er como também a sua própria divin dade, claramen te se reconhecem, desde o princípio do m un do, sendo percebidos po r meio das coisas que foram criadas. Tais hom ens são por isto indesculpáveis, 21. porquanto, tendo conhecim ento de Deus não o g lorificaram com o Deus, nem lhe deram graças, antes se tornaram n ulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o cora ção insensato. 22. Inculcando -se por sábios, toma ram -se loucos, 23. e mudaram a glória de Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quad rúpedes e répteis. 24. Por isso D eus entregou tais hom ens à imun dícia, pelas concupiscências de seus próprios corações, para deson rarem os seus corpos entre si. ▼
20. Porque os atributos invisíveis de Deus claramente se vêem —Pelo olho da men te. Sendo entendidos — São vistos por aqueles, e somente por aqueles, que usam do seu entendimento. 21. Porquanto, tendo conhecimento de Deus — Porque os pagãos mais sábios re almente sabiam que havia um Deus supremo; no entanto, por motivos vis e escusos, eles se conformavam com a idolatria da ralé. Não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças — Não lhe agradeceram os benefícios e nem o glorificaram por causa das suas perfeições divinas. Antes se perderam em vãos arrazoados, vãos como os ídolos inúteis que adoravam, em meio a tais pomposas pretensões à sabedoria. 22. Perderam-se em vãos arrazoados — Vãos como os inúteis deuses que adoravam, seus arrazoados sendo vários, incertos e tolos. Que exemplo terrível temos dis so nos escritos de Lucrédo! Que vãos arrazoados e que coração obscurecido, etc. 23. E mudaram — Com a máxima tolice. Eis aqui três níveis de impiedade e de punição: o primeiro é descrito nos vv. 21-4; o segundo, nos w. 25-7; o ter ceiro no v. 28 e seguinte. A punição em cada um dos casos é expressa pelas palavras Deus entregou tais homens. Se alguém se recusa a adorar a Deus como Deus, esta pessoa é de tal forma abandonada que ela acaba lançando fora sua própria humanidade. Répteis — Ou coisas que rastejam, como os besouros e várias espécies de serpentes. 24. Por isso— Uma punição do pecado decorre da sua própria natureza, como no v. 27; outra punição, como neste verso [24], vem da justiça vingadora. R o
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25. pois eles m uda ram a verdade de Deus em mentira, adoran do e servin do a criatura, em lugar do Criador, o qual é ben dito eternamente. Amém. 26. P or causa d isso os entregou Deus a paixões infames, porque até suas mulheres mudaram o modo natural de suas rela ções íntimas, por outro contrário à natureza; 27. semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram m utuam ente em sua sen sualidade, com etendo torpeza, hom ens com h omens, e rece bendo a justa recompensa do seu erro. 28. E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o pró prio Deu s os en tregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, 29. repletos de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; pos suídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade, sendo detratores, T
Imundície — Impiedade e imundície são freqüentemente associadas (lTs 4.5), como também o são o conhecimento de Deus e a pureza. Deus entregou tais homens— Ao retirar sua graça restringidora. 25. Pois eles mudaram a verdade— A verdadeira adoração de Deus. Em mentira — Idolatrias falsas e abomináveis. Adorando no íntimo. E servindo— Visivelmen te. 26. Por causa disso os entregou Deus a paixões infames — Às quais os romanos pagãos estavam, nesse tempo, entregues ao máximo grau, com destaque para os próprios imperadores. 27. Recebendo a justa recompensa do seu erro. Sua idolatria; eles foram punidos com aquela cobiça antinatural, que era uma desonra tão horrível ao seu corpo como o era a idolatria a Deus. 28. Deus os entregou a uma mente incapaz de discernir — [esta questão] é tratada no v. 32. Para praticarem coisas inconvenientes— Até as coisas mais infames, das quais os w. 29-31 tratam. 29. Repletos de toda injustiça — Esta se encontra em primeiro lugar, e, no últi mo, sem misericórdia. Fornicação — Inclui aqui toda espécie de imundície. Malícia — O vocábulo grego propriamente implica uma disposição que se deleita em machucar uma outra pessoa, mesmo que isto não traga qual20
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30. caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, pre sunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, 31. violadores da aliança, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. 32. Ora, conhe cend o eles a sentença de Deu s, de que são passí veis de morte os que tais coisas praticam, não somente os fazem , m as tam bém aprovam os que assim procedem. ▼
quer vantagem pessoal. Detratores— Aqueles que difamam, secretamente, os outros. 30. Caluniadores — Aqueles que falam contra outros pelas costas. Inimigos de Deus — Isto é, rebeldes contra ele, os que negam sua providência, ou acu sadores da sua justiça nas suas adversidades; são os que têm uma interna inimizade de coração contra sua justiça e santidade. Inventores de coisas más — De novos prazeres, novos meios de obter lucros, novas maneiras de ma chucar os outros, particularmente na guerra. 31. Violadores da aliança8 — É bem conhecido que os romanos, como nação, desde o começo de sua história, nunca tiveram escrúpulos de abando nar totalmente o mais solene acordo, se dele não gostassem, mesmo se feito pelo seu supremo magistrado, em nome de todo povo. Eles depu nham o general que o promulgara e então pensavam que estavam total mente livres dele. Sem afeição natural — O costume de expor seus pró prios filhos recém-nascidos para morrerem de frio, de fome ou devora dos pelas feras, prática tão comum no mundo pagão, especialmente entre os gregos e os romanos, é um estarrecedor exemplo disso; como tam bém o é a prática de matar seus velhos e indefesos pais. Agora isto é comum entre os pagãos americanos9. 32. Não somente os fazem, mas também aprovam os que assim procedem — Este é o mais alto grau de maldade. Alguém pode ser incentivado pelas suas pai xões para fazer alguma coisa que odeia; mas aquele que tem prazer na queles que praticam o mal ama a maldade, só por causa da maldade. Desta forma, ele os incentiva ao pecado e amontoa o pecado dos outros sobre sua própria cabeça. 8 Ooriginal,eminglês,écovenantbreakers,palavraqueaparecesóaquina KJV;oconceitoseencontraemoutroslugares,notadamenteemEz16.59 e17.18;cf.tambémJr33.20etc. 9 Wesleyse referiaprovavelmenteaocanibalismodosindígenas. R o
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ROMANOS 2 1. Portanto és indesculpável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas; porque no que julgas a outro, a ti mesmo te conden as; po is praticas as próprias cousas que condenas. 2. Bem sabem os que o juízo de Deus é segundo a verdade, con tra os que praticam tais cousas. 3. Tu, ó homem, que condenas aos que praticam tais cousas e fazes as m esma s, pensas que te livrarás do juízo de D eus? 4. Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento? 5. Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente acumulas con tra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do juízo de Deus, ▼
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1. Portanto — O apóstolo agora faz uma transição, dos gentios para os ju deus, até o v. 6, onde ele indui a ambos. É indesculpável — Pelo fato que conhecimento sem prática só aumenta a culpa. O homem — Tendo falado antes ao gentio na terceira pessoa, ele fala agora ao judeu na segunda. Mas ele o chama por um termo comum [homem], como se não o reconhecesse como judeu. Quem quer que sejas, tu que julgas — Censuras, condenas. Por que no que julgas a outro — O pagão. A ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas — Com efeito; muitas vezes. 2. Bem sabemos — Sem teu ensino. Que o juízo de Deus— não o teu juízo que te livra da sentença divina. É segundo a verdade — É justo, não faz exceção (w. 5, 6,11) e atinge tanto o coração como a vida. 3. Que [tu] te livrarás — Em vez de gentio. 4. Ou desprezas — Vais mais longe ainda, passando da esperança de escapar à ira de Deus ao abuso do seu amor? A riqueza — a abundância. Da sua bonda de, e tolerância, e longanimidade — Diante do fato que tu já pecaste, pecas e pecarás. Todas essas qualidades são depois incluídas na única palavra bon dade. Conduz-te — Isto é, Deus pretende que tal bondade te conduza ou te incentive ao arrependimento. 5. Acumulas ira — Embora penses estar acumulando todas as coisas boas, que tesouro pode uma pessoa ajuntar, de qualquer dessas formas, nesta curta vida? 22
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6. que retribu irá a cada um segun do as suas obras (Pv 24.12): 7. dará a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e imortalidade; 8. mas ira e indignação aos facciosos que desobedecem à ver dade, e ob edece m à injustiça. 9. Tribulação e angústia virão sobre a alma de qualquer hom em que faz o mal, do jude u primeiro, e tamb ém do grego; 10. glória, porém, e honra e paz a todo aque le que pratica o bem ; ao judeu primeiro, e também ao grego. 11. Porqu e para com D eus não há acepção de pessoas.
6. Para ti — Não para aquele a quem tu julgas. Para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus — Exatamente o oposto da bondade, tolerância e longanimidade de Deus: Quando Deus for revelado, então também serão "re velados" os segredos dos corações dos homens (v. 16). Tolerância e revelação dizem respeito a Deus e são opostas entre si; longanimidade e justo juízo dizem respeito ao pecador; bondade e ira são palavras de significado mais genérico. 7. Aos que procuram glória — Pois o amor puro não exclui a fé, a esperança e o desejo (lCo 15.58). 8. Mas aos facciosos — Como tu, ó judeu, que lutas contra Deus. O caráter de um falso judeu é desobediência, teimosia, impaciência. Indignação e ira, tri bulação e angústia—Aqui há uma alusão ao Salmo 78.49. "Ele lançou contra eles [isto é, contra] os egípcios, o furor da sua ira, cólera, indignação e cala midade"; [o apóstolo] sugere também que os judeus seriam, no dia da vin gança, punidos ainda mais severamente do que foram os egípcios, quando Deus fez suas pragas tão maravilhosas. 9. Do judeu primeiro — Aqui temos a primeira menção explícita dos judeus neste capítulo, introduzido com grande propriedade. Instruídos na verda deira religião e tendo sido Cristo e seus apóstolos enviados primeiro a eles, colocam-se na primeira fileira dos criminosos que não obedecem a verda de. 10. Glória, porém — Diametralmente oposto a "ira", que viria da divina apro vação. Honra — O oposto de "indignação", pela divina atribuição; e paz agora e para sempre, o contrário da tribulação e angústia. 11. Porque para com Deus não há acepção de pessoas. Ele retribuirá a cada um conforme as suas obras (Mt 16.27). Mas isto está bem coerente com sua distribuição de benefícios e oportunidades de melhoramento segundo o beneplácito da sua vontade. R o m a n o s
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12. Assim, pois, todos os que pecaram sem lei, também sem lei perecerão, e todos os que com lei pecaram, mediante a lei serão julgados. 13. Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, m as os que praticam a lei hão de ser justificados. 14. Qu ando, pois, os gentios que não têm lei, procedem por natu reza de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. 15. Estes m ostram a obra da lei, gravada nos seus corações, tes temun hand o-lhes também a consciência, e os seus pensam en tos mutua m ente acusando-se ou defendendo-se; ▼
12. Assim, pois, todos os que pecaram — Ele fala como se fosse do passado, por que todo o tempo será passado no dia do juízo final. Sem lei — Sem ter qualquer lei escrita. Também sem lei perecerão — Sem referência a qualquer lei externa, sendo condenados pela lei escrita nos seus corações. A palavra também mostra a concordância da maneira do pecar com a do sofrimento. Perecerão — Ele não podia dizer propriamente: serão julgados sem lei. 13. Porque os simples ouvidores da lei não são, mesmo hoje, justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados — Finalmente inocentados e retribu ídos; esta é uma verdade certíssima e importante, que diz respeito também aos gentios, embora principalmente aos judeus. Paulo fala daqueles (w. 14 e 5) e destes (w. 17 e seguinte). Aqui não há parêntese, porque o v. 16 tam bém depende do v. 15, não no v. 12. 14. Quando, pois, os gentios — Isto é, qualquer um deles. Paulo, tendo refutado o juízo perverso dos judeus concernente aos pagãos, passa a mostrar o jus to juízo de Deus contra eles. Agora ele fala diretamente dos pagãos, visan do convencer os próprios pagãos. No entanto, a concessão que ele faz ser ve mais fortemente para convencer os judeus. Procedem por natureza— Isto é, sem uma regra externa; embora, isto também, estritamente falando, acon teça pela graça preventiva. De conformidade com a lei — Os dez mandamen tos são apenas a lei da natureza. Não tendo a lei escrita, servem de lei para si mesmos — Ou seja, o que a lei é para os judeus, eles são, pela graça e Deus, para si mesmos, a saber, uma lei de vida. 15. Eles mostram — A si mesmos, a outras pessoas e, em certo sentido, ao pró prio Deus. A obra da lei — A substância, mas não a letra, dela. Gravada nos seus corações — Pela mesma mão que gravou os dez mandamentos sobre as tábuas de pedra. Sua consciência — Sobre ela, a alma tem menos domínio 24
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16. no d ia em que Deus, por meio de C risto Jesus, julgar os segre dos dos homens, de conformidade com o meu evangelho. 17. Mas se tu és chamado de judeu, repousas na lei e te glorias em D eus; 18. que con heces a sua vontad e e discirnas as coisas que diferem entre si, sendo instruído na lei; 19. que estás persuadido de que és guia dos cegos, luz dos que se encontram em trevas,
do que sobre qualquer outra das suas faculdades. Testemunhando — Num julgamento, existem o promotor, o acusado e as testemunhas. A consciên cia e o pecado são testemunhas contra os pagãos. Seus pensamentos — Às vezes os inocentam, às vezes os acusam. Mutuamente — Alternadamente, como promotor e acusado. Acusando-se ou defendendo-se — A própria ma neira de falar mostra que eles têm muito mais possibilidade de acusar do que de defender. 16.N o dia — Isto é, os que mostram isto no dia. Tudo será mostrado como o que realmente o é. Naquele dia aparecerá a lei escrita no seu coração, como freqüentemente acontece na vida presente. Em que Deus julgar os segredos dos homens— A verdadeira qualidade de ações depende de circunstâncias secretas, freqüentemente desconheddas pelos próprios atores (v. 29). Os homens costumam formar seus julgamentos, de si mesmos e geralmente do que é aparente. De conformidade com o meu evangelho — Conforme o teor daquele evangelho confiado aos meus cuidados. Disto toma-se evidente que o evangelho também é lei. 17. Mas se tu és chamado de judeu — Este ponto mais elevado do gloriar-se dos judeus (depois de intercalar uma descrição mais plena disto, w. 17-20, e de refutá-lo, vv. 21-4) é refutado (w. 25 e seguinte). A descrição consiste de dois conjuntos, cada um de cinco pontos; o primeiro conjunto (w. 17 18) mostra aquilo em que eles se gloriam, em relação a si mesmos, e o outro, aquilo em que eles se gloriam, com respeito aos outros. O ponto inicial (vv. 19-20) do primeiro conjunto corresponde ao primeiro ponto do segundo conjunto, o segundo ponto ao segundo, etc. Repousar na lei — Confias nela, embora ela só possa te condenar. E te glorias em Deus — Como o teu Deus, à inclusão de todos os outros. 19. Cegos, em trevas, ignorantes, crianças — Eis os apelidos que os judeus costu mavam dar aos gentios10. 10 “Ignorantes,crianças”seencontramnov. 20. R o m a n o s
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20. instrutor de ignorantes, mestre de crianças, tendo na lei a form a da sabedoria e da verdade; 21. tu, pois, que en sinas a outrem, n ão te ensin as a ti m esm o; tu, que dizes que n ão se d eve furtar, furtas; 22. tu, que dizes que não se deve cometer adultério, o com etes. Tu, que abom inas os ídolos, cometes sacrilégio. 23. Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei. 24. Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gen tios por vossa causa. 25. P orque a circuncisão tem v alor se praticares a lei. Se és, po rém, transgressor da lei, a tua circuncisão já se tornou incircuncisão. ▼
20. Tendo a forma da sabedoria e da verdade— A saber, o mais exato conhecimen to da verdade. 21-24. Tu não te ensinas a ti mesmo — Aquele que não pratica o que prega não ensina a si mesmo. Tufurtas, cometes adultério, despojas o templo — Isto é, pecas gravemente contra o próximo, contra ti mesmo, contra Deus? Paulo havia mos trado aos gentios que estavam primeiro contra Deus, depois contra eles mes mos e então contra o próximo. Aqui ele inverte a ordem: porque os pecados contra Deus são os mais evidentes em um pagão, mas não num judeu. Tem que abominar os ídolos — Isto faziam todos os judeus, desde o cativeiro babilónico. Tu despojas seus templos11— Isto é, tu fazes pior que os gentios, roubando da quele "que é Deus sobre todos" [Rm 9.5] a glória que lhe é devida. Nenhuma dessas acusações foi feita temerariamente contra os judeus daquele tempo, porque, como seu próprio historiador conta, alguns, até dos seus sacerdotes, viviam da rapina e outros viviam em grossa impureza. E, quanto ao roubo de Deus e do seu altar, isto vinha sendo redamado desde o tempo de Malaquias12. Assim, os exemplos são dados com grande propriedade e justiça. 25. A circuncisão tem valor — Ele não diz [que a circundsão] "justifica". Até que ponto tem ela valor é mostrado nos capítulos 3 e i . Atua circuncisão já se tornou incircuncisão. Com efeito, já está assim. Tu não vais te beneficiar dela como se nunca a tiveste recebido. A mesma observação vale também com respeito ao batismo. 11 Veja Bí blia deJerusalé m 12 Malaquias 1.614;3.612. 26
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26. Se, pois, a incircuncisão observa a justiça da lei, não será sua incircuncisão considerada como circuncisão? 27. E se aquele que é incircunciso por natureza, cumpre a lei, certamente ele te julgará a ti qual pela letra e pela circunci são, transgride a lei. 28. Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que está visível na carne. 29. Po rém jud eu é aqu ele que o é interiorm ente, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não seg undo a letra, e cujo lou vor não procede dos homens, m as de Deus. ▼
26. Se a incircuncisão — Isto é, uma pessoa não circuncidada. Observa os precei tos da lei — Caminhar conforme ela. Não será sua incircuncisão considerada como circuncisão aos olhos de Deus? 27. E se aquele que é incircunciso por natureza — Os que são, literalmente falan do, incircuncisos. Cumpre a lei — Quanto à sua substância. Julgar-te-á a ti — Condenar-te-á naquele dia. O qual, pela letra e a circuncisão — O qual, tendo a mera, literal e externa circundsão, transgride a lei. 28. Porque não é judeu — No sentido mais importante, a saber, um membro do povo amado de Deus. Quem o é apenas exteriormente — Na aparência. Nem é aquela a verdadeira, aceitável circuncisão, que é visível na carne. 29. Porém judeu é aquele — Isto é, pertencente ao povo de Deus. Que é interior mente — Nos recônditos mais íntimos da sua alma. A aceitável circuncisão é a do coração — Referindo-se a Deuteronômio 30.6, o desfazer-se de toda a imundície interior tem sua sede no espírito, na alma mais íntima, renovada pelo Espírito de Deus. Não segundo a letra — Não na cerimônia interna. Cujo louvor não proceda dos homens de Deus — O único que sonda os corações [SI 139.23; Rm 9.27],
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ROMANOS 3 1. Q ual é, pois, a van tagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? 2. Muita, sob todos os aspectos. Principalmente porque aos ju d eus foram confiados os oráculo s de Deus. 3. E se alguns não creram? A sua incredulidade virá desfazer a fidelidade de Deus? 4. De m aneira nenhum a! Seja Deus verdadeiro, e m entiroso todo h om em , segu nd o está escrito: (SI 51.4) Para seres ju s tificad o nas tuas palavras, e venhas a vencer q uando fores ju lgado. 5. M as, se a no ssa injustiça realça a justiça de Deus, que d ire mos? N ão será Deu s, ao aplicar a sua ira, injusto? (Falo como homem.) ▼ Notas
1. Qual é, pois alguns podem perguntar, a vantagem do judeu? ou da circun cisão? — Isto é, qual a vantagem dos judeus, circuncidados, sobre os gentios? 2. Principalmente porque aos judeus foram confiados os oráculos de Deus — Isto é, as Escrituras, nas quais há tão grandes e preciosas promessas13. Ou tros privilégios se seguiram [Rm 9.4-5]. Aqui, porém, Paulo ensina uni camente esta vantagem; por meio dela, após retirar a objeção, ele os con denará ainda mais. 3. A incredulidade deles virá desfazer a fidelidade de Deus? Deus não há de cumprir suas promessas àqueles que crêem? 5. Mas, pode-se objetar, se a nossa injustiça contribuir para a glória de Deus, ele não será injusto ao nos punir por causa dela? Falo como homem — Como a fraqueza humana seria capaz de falar. 13Cf.2Pe 1.4;versofavoritodeWesley,queoleu namanhãdesuaexperiênciareligiosa,a24demaiode1938. 28
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6. Q ue Deu s o proíba! Do contrário, como julga rá D eus o mundo? 7. E, se por causa da m inha m entira fica em relevo a verdad e de Deu s para a sua glória, por que sou eu ainda condenad o como pecador? 8. E po r que não dizem os, com o alguns calun iosam ente afir m am que o fazemos: Pratiquem os males para que venham bens? A cond enação destes é justa. 9. Qu e se conclui? Temos nós qualquer vantagem ? Não, de for ma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaix o do pecado; ▼
6. Que Deus o proíba!u De modo algum. Se Deus for injusto em servir aquela injustiça que contribui para sua própria glória, como julgará Deus o mundol — No julgamento, toda a injustiça no mundo realçará a justiça de Deus. 7. Mas, poderá responder o questionador, se a verdade de Deus abundou — Foi mais abundantemente demonstrada. Por meio da minha mentira — Se mi nha mentira, a saber, minha prática, contraria a verdade, conduz à glória de Deus, fazendo sua verdade resplandecer com maior vantagem. Por que sou eu ainda condenado como pecador? — Pode isto ser de alguma forma conside rado pecado ? Não devo eu fazer o que, de outra forma seria um mal, para que venha "tanto bem"? [Cf. v. 8]15. A esta objeção, o apóstolo não se digna dar uma resposta direta, mas encurta o argumento do questionador com uma severa repreensão. 8. A condenação destas é justa — A condenação de todos que falam ou agem desta maneira. Assim o apóstolo nega totalmente a justiça de "praticar o mal", seja ele qual for, "para que venha o bem". 9. Que se conclui? — Aqui ele resume o que disse no v. 1. [do presente capítulo]. Debaixo do pecado — Sob a culpa e o poder do pecado: os ju deus, por transgredirem a lei escrita; os gentios, por transgredirem a lei da natureza. 14Asúltimaspalavrascitadassãodov.5.Nasuatradução,Wesleyseguea KJV: “GodForbid”=QueDeuso proíba. Estaexpressão seencontra 14 vezesnaKJVnasCartasPaulinas,naKJVrepetidoporWesley,massua notaaquimostraqueeleconheciaoverdadeirosentidodogrupooriginal. 15 Wesley nemsempre se restringe ao verso que elecomenta. Doravante apenasindicaremosoverso citado,entrecolchetes. R o m a n o s
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10. Com o está escrito: (SI 14.1ss) Não há justo, ne m sequer um, 11. não h á qu em en tenda, não há quem bu sque a Deus; 12. todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. 13. (SI 140.3) A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua urde m engano, ven eno d e víbora está abaixo de seus lábios, 14. (SI 10.7) a bo ca eles a têm cheia de m aldição e de am argura; 15. (Is 59.7-8) são os seus pés velozes para derra m ar sangue, 16. nos seus ca m inhos há destruição e miséria; 17. desconh eceram o caminho da paz. 18. (SI 36.1) N ão há temor de Deus diante de seus olhos.
10. Como está escrito — Que todas as pessoas estão debaixo do pecado se torna evidente dos vícios que têm abundado em todos os tempos. Por tanto, Paulo corretamente cita Davi e Isaías, embora tenham falado prin cipalmente da sua própria era, falando de que tipo de homem Deus vê quando "do céu olha o Senhor" [SI 14.2]; não o que ele faz deles pela sua graça. Não há justo — Esta é a proposição geral. Os particulares seguem: suas disposições e intenções (vv. 11-12); seu discurso (w. 13 14); suas ações (vv. 16-18). 11. Não há quem entenda — As coisas de Deus. 12. Todos se extraviaram — Do bom cáminho. A uma se fizeram inúteis — Sem amparo, impotentes, inçápazes de fazer bem a si próprios ou aos outros. 13. A garganta — É tão nocivo e perigoso como um sepulcro aberto. Obser vam o progresso do mau falar, procedendo do coração, pela garganta, língua, lábios, até encher toda a boca dele. O veneno de viioras, infeccio so, caluniador mortífero, difamador, bisbilhotador, falando mal dos ou tros, está debaixo (porque o mal está neles) dos seus lábios. A víbora é uma cobra venenosa. 14. Maldição — Contra Deus. Amargura — Contra o próximo. 17. Da paz — Que só pode nascer da justiça. 18. Não há temor de Deus diante de seus olhos — E muito menos está o amor de Deus no seu coração. 30
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19. O ra, sab em os qu e tudo o que a lei diz aos que vivem n a lei o diz, para qu e se cale toda a boca, e todo o mun do seja culpá vel perante Deus, 20. portanto nenh um a carne será justificada diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. 21. M as agora, sem lei, se m anifestou a justiça de D eus testemu nh ada pela lei e pelos profetas; 22. justiça de Deu s m ediante a fé em Jesus Cristo, pa ra todos e sobre todos os que crêem; porqu e não há distinção, T
19. Tudo que a lei — o Antigo Testamento — diz aos que vivem debaixo da lei o diz — A saber, aos que reconhecem a sua autoridade; aos judeus e não aos gentios. Paulo não citou nenhuma Escritura contra eles, mas argumentou com eles unicamente à luz da natureza. Toda boca — cheia de amargura (v. 14) e, no entanto, de jactância (v. 27) — seja culpável — seja plenamente condenada e evidentemente passível da mais justa condenação. Estas coi sas foram escritas há muito tempo e foram citadas por Paulo, não para tornar pessoas criminosas, mas para provar que o são. 20. Nenhuma carne será justificada — Ninguém será perdoado e aceito por Deus. Por obras da lei — Fundamentado no fato de ter guardado a lei. Paulo quer dizer principalmente a parte moral da lei (vv. 9,19; 2.21-22, 26). Esta é a única parte que não é abolida (v. 31). E não é sem razão que ele tão freqüentemente menciona as obras da lei, quer cerimoniais, quer morais: porque foi só com elas que os judeus contavam, estando total mente ignorantes das obras que surgem da fé. Em razão de que pela lei vem apenas o pleno conhecimento do pecado, mas nenhuma libertação, seja da culpa, seja do poder deste pecado. 21. Mas, agora a justiça de Deus — Isto é, a maneira de se tomar justo que Deus estabeleceu. Sem lei — Sem aquela obediência prévia que a lei requer, sem referência à lei ou dependência dela. Se manifestou — No evangelho. Teste munhada pela própria lei e pelos profetas — Por todas as promessas do Anti go Testamento. 22. Para todos — Os judeus. Esobre todos— Os gentios. Os que crêem; porque não há distinção — Quer quanto à necessidade da justificação, quer quanto à maneira de obtê-la. R o m a n o s
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23. pois todos peca ram e não alcançaram a glória de Deus, 24. sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que h á em Cristo Jesus; 25. a quem Deus propôs como propiciação, pela fé no seu san gue, para se manifestar a sua justiça, pelo fato de no tempo da sua p aciência, ter Deus remido os pecados a nteriormen te cometidos. 26. tendo em v ista a m anifestação da sua justiça no tempo pre sente, para ele mesmo ser justo e, ao mesmo tempo, ser o justificador daquele que tem fé em Jesus.
23. Pois todos pecaram — Em Adão, e na sua própria pessoa; por uma natureza pecaminosa, personalidade, sentimentos e ações pecaminosos. E não alcan çaram a glória de Deus — O supremo fim do ser humano, carente da sua imagem na terra e do seu gozo no céu. 24. Sendo justificados — Perdoados e aceitos. Gratuitamente — Sem qualquer mérito próprio. Por sua graça — Não sua própria justiça em obras. Medi ante a redenção — O preço que Cristo pagou. Gratuitamente por sua graça — Um desses termos [gratuitamente/graça] poderia ter servido para trans mitir o sentido do apóstolo, mas ele repete a declaração, a fim de nos dar a mais plena convicção da verdade e a nos impressionar com a dimensão da sua peculiar importância. Não é possível achar palavras que excluam de modo absoluto todo o mérito jáélnossas próprias obras e obediência ou que mais enfaticamente atrib,úam a nossa justificação à bondade gra tuita e imerecida. 25. A quem Deus propôs — Perante anjos e homens. Como propiciação — Para aplacar um Deus ofendido. Mas se, como alguns ensinam, Deus nunca fosse ofendido, não haveria necessidade desta propiciação. E, nesse caso, Cristo morreu inutilmente. Para manifestar a sua justiça — Para demons trar não só a sua clemência, como também a sua justiça e mesmo sua justiça vingativa, cujo caráter essencial e ofício principal é punir o peca do. Pela remissão de pecados anteriormente cometidos. Todos os pecados que antecedem à sua crença. 26. Tendo em vista a manifestação da sua justiça — Tanto da sua justiça e da sua misericórdia. Para ele mesmo ser justo — Mostrando sua justiça sobre seu próprio filho. E ainda o misericordioso justificador de todo aquele que temfé 32
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27. Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? D as ob ras? N ão, pelo contrário, pela lei da fé. 28. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, inde pend entem ente das obras da lei. 29. É, porventura, o Deus som ente dos judeus? N ão o é tam bém dos gentios? Sim, tam bém dos gentios, 30. visto q ue D eus é um só, o qual justificará, p or fé, o circunciso e, mediante a mesma fé, o incircunciso, 31. anulamos, pois, a lei, pela fé? Não, de maneira nenhuma, antes confirmamos a lei.
em Jesus. Para ele mesmo ser justo — Para que ele tomasse evidente sua estri ta e inviolável justiça na administração de seu governo, mesmo quando ele é o misericordioso justificador de pecados que tem fé em Jesus. O atributo de justiça deve ser preservado inviolado; e ele o será se houver uma real im posição de punição sobre nosso Senhor. Nesse plano, todos os atributos se harmonizam; todo atributo é glorificado e nenhum deles é invalidado e nem sequer diminuído. 27. Onde pois a jactância de judeu ou de gentio? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não. — Isto teria deixado espaço para jactância. Pelo contrário, pela lei dafé, uma vez que esta lei exige de todos, sem distinção, que pleitei em como pecadores culpados e impotentes a livre misericórdia de Deus em Cristo. A lei da fé é aquela constituição divina que faz a fé, e não as obras, a condição da aceitação. 28. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela f é — E mesmo a fé, não como uma obra, mas enquanto algo recebido de Cristo; conseqüentemente, ela tem algo essencialmente diferente de todas nossas obras, quaisquer que sejam. 29. Certamente, também dos gentios — Como mostram tanto a natureza como as Escrituras. 30. Visto que Deus é um só, o qual — Exibe a misericórdia a ambos [o circunciso e o incircunciso] e pelo mesmíssimo meio. 31. Confirmamos a lei — Sua autoridade, pureza e seu fim, que é mostrar como ela pode ser cumprida na sua pureza.
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ROMANOS 4 1. Que diremos, pois? Diremos que nosso pai Abraão achou [algo] segundo a carne? 2. Porque se Abraão foi justificado por obras, tem de que se gloriar, porém não diante de Deus. 3. Pois, qu e diz a Escritura? Abraão creu em D eus, e isso lhe foi imp utado para justiça. (Gn 15.6) 4. O ra, ao que trabalha, o salário não é considerado com o g ra ça, e, sim, como dívida.
▼ Notas Tendo provado por argumento (1) que a justificação é pela fé, e (2) que ela está livre para os gentios, ele passa a prová-la pelo exemplo, e tal exemplo devia ter mais peso com os judeus do que com qualquer outra raça. 1. Que nosso pai Abraão achou16. A aceitação por Deus. Segundo a carne — Isto é: pelas obras. 2. O sentido é, se Abraão tivesse sido justificado pelas obras, ele teria tido espaço para se gloriar. Mas ele não teve nenhum espaço para se gloriar. Portanto, ele não foi justificado pelas obras17. 3. Abraão creu em Deus — Naquela promessa de Deus concernente à numerosidade da sua semente (Gn 15.5,7), mas especialmente na promes sa concernente a Cristo (Gn 12.3); por meio de quem todas as nações seri am abençoadas. £ isso lhefoi imputado parajustiça— Deus o aceitou como se ele tivesse sido inteiramente justo. 4. Ora, ao que trabalha — Tudo que a lei exige, o galardão não é favor, mas uma verdadeira dívida. Estes dois exemplos são escolhidos e aplicados com a máxima justiça e propriedade. Abraão foi o mais ilustre modelo de pie dade entre os patriarcas judeus. Davi foi o mais eminente dos seus reis. Se nenhum destes foi justificado pela sua própria obediência, se os dois alcan çaram aceitação por Deus, não como seres justos que poderiam reclamá-la, mas como criaturas pecaminosas, qu£ tinham que implorar por ela, a con seqüência é mais que evidente. É uma conseqüência tal que deve impres sionar cada mente aberta e falar à sensibilidade de cada pessoa individual. 16algo 17AquiWesleydetectaumsilogismo,umadasformasmaissimplesdalógica. 34
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5. M as ao que não trabalha, porém crê naqu ele que justifica ao ímp io, a sua fé lhe é im pu tada como justiça. (SI 32.1-2) 6. A ssim também D avi declara ser feliz o homem a quem D eus imp uta justiça, indepen dente de obras: 7. Felizes são aqueles cujas iniqüidades são perdoadas e cujos pecad os são cobertos; I
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5. Mas ao que não trabalha — O que lhe seria impossível sem fé. Porém crê, sua fé lhe é atribuída como justiça. Portanto, a afirmação de Deus sobre Abraão, que a fé lhe fora imputada para justiça, daramente mostra que ele não tra balhou; ou, em outras palavras, que ele não foi justificado pelas obras, mas somente pela fé. Disto vemos com clareza quão infundada é a opinião de que santidade ou santificação precede à nossa justificação18. Porque o pe cador, sendo primeiro convencido do seu pecado e conseqüente perigo pelo Espírito de Deus, se encontra tremendo perante o terrível tribunal da justi ça divina e não tem nada a reivindicar, senão sua própria culpa e os méri tos de um mediador. Cristo aqui se interpõe; a justiça se satisfaz: o pecado é remido, e o perdão se aplica à alma, por intermédio de uma fé divina operada pelo Espírito Santo, o qual então começa a grande obra da santificação interior. Assim Deus justifica o ímpio. Ele, porém, permanece justo e fiel a todos os seus atributos! Mas que ninguém presuma, por causa disto, que possa "permanecer no pecado", [6.1] porque, para o impeniten te, "Deus é fogo consumidor" [Hb 12.29, etc]. Naquele que justifica ao ímpio — Se fosse possível ao homem fazer-se santo antes de ser justificado, isto poria inteiramente de lado a sua justificação, visto que ele não poderia, pela própria natureza da coisa, ser justificado, se não fosse, na mesma hora, ímpio, [pois Deus justifica o ímpio]. 6. Assim também Davi— Davi é, propriamente, apresentado após Abraão, por que ele também recebeu a promessa e a transmitiu. Declara — O homem é justificado só pela fé e não pelas obras. Independentemente de obras— Isto é, sem levar em conta quaisquer boas obras supostamente praticadas por ele. 7. Felizes são aqueles cujos pecados são cobertos pelo véu da divina misericórdia. Se de fato existir a felicidade na terra, ela é a porção daquela pessoa cujas iniqüidades são perdoadas e que goza a manifestação daquele perdão. Bem pode ele suportar alegremente todas as aflições da vida e encarar a morte com conforto. Ou que não lutemos contra ela, mas honestamente orar para que tal felicidade venha a ser nossa! 18AssimWesieyencapsulagrandepartedasuacompreensão dajustificaçãopelafé.
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8. Feliz o ho m em a quem o Senhor jamais im putará pecado. 9. Vem, pois, esta felicidade exclusivamente sobre a circunci são, ou também sobre a incircuncisão? Visto que dizemos: A fé foi im putad a a Abraão para justiça. 10. Como, pois, lhe foi imputada? estando ele já circuncidado ou aind a incircunciso? N ão no regime da circuncisão, e, sim, quand o incircunciso. 11. E recebeu o sinal da circuncisão, como selo da justiça da fé que teve ainda incircunciso; para vir a ser o pai de todos os que crêem na incircuncisão, a fim de que tam bém a eles fosse im putad a a justiça. 12. e pai da circuncisão, isto é, daqueles que não são apenas circuncisos, mas também andam nas pisadas da fé que teve nosso pai Abraão antes de ser circuncidado. 13. Porque a promessa de ser herdeiro do mundo, não foi para Abraão, ou sua descendência, por intermédio da lei, e, sim, m ediante a jus tiça da fé. ▼ 9. Estafelicidade - Mendonada por Abraão e Davi. Sobre a circuncisão—Somen te os drcundsos. Afé foi imputada a Abraão para justiça — Isto é plenamente coerente com o nosso ser justificado, isto é, perdoado e aceito por Deus ao crermos, por causa daquilo que Cristo fez e sofreu. Porque, embora isto, e tão-somente isto, seja a causa meritória da nossa aceitação por Deus, mesmo assim, pode-se dizer que a fé "nos é imputada para justiça", pois ela é a única condição da nossa aceitação. Devemos observar aqui que o perdão, o não imputar do pecado e o imputar da justiça significam a mesma coisa. 10. Não no regime da circuncisão — Não depois de se circuncidar, porque ele foi justificado antes de nascer Ismael (Gn 15), mas só foi circuncidado quando Ismael tinha 13 anos (Gn 17.25). 11. £ — Depois de ser justificado. Ele recebeu o sinal da circuncisão — Circunci são, que foi um sinal ou marca de que partidpava de um pacto com Deus. Como selo — Uma prova, da parte de Deus, de que ele o tinha como justo, por ter crido, antes de ser circunddado. Os que crêem, na incircuncisão. Isto é, embora não circunddados. 12. E pai da circuncisão — Dos que são drcundsos e crêem, como o fez Abraão. Aos que não crêem, Abraão não é pai, nem são eles semente dele. 13. A promessa de ser herdeiro do mundo — É a mesma coisa que ser "o pai de todas as nações", [Rm. 4.17,18] a saber, pai daqueles em todas as nações 36
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14. Porq ue, se o s herdeiros fossem os da lei, a fé ficaria nula e a prom essa sem efeito. 15. porque a lei suscita a ira; mas onde não há lei, também não há transgressão. 16. Essa é a razão por que prov ém d a fé, para que seja segun do a graça, a fim de que seja firme a promessa, para toda a des cendência, não somente ao que está no regime da lei, mas também ao que é da fé que teve Abraão, o qual é o pai de todos nós, 17. como está escrito; Por pai de muitas nações te constituí, pe rante Deu s em quem creu, o qual vivifica os mortos e chama à existência as coisas que existem. (Gn 17.5) T
que recebem a bênção. O mundo todo é prometido a ele e a eles, conjunta mente. Cristo é o herdeiro do mundo e de todas as coisas; e também o são toda a semente de Abraão, todos que crêem nele com a fé de Abraão. 14. Porque se os herdeirosfossem apenas os da lei—Aqueles que guardaram toda a lei. Afé fica nula, obtendo-se dela nenhuma bênção e assim a promessa [fica] sem efeito. 15. Porque a lei — Considerada à parte daquela graça, a qual, embora na reali dade estivesse misturada com a lei, não faz parte da dispensação legal, [a lei] é tão difícil, e nós tão fracos e pecaminosos, que, em vez de nos trazer bênção, ela só suscita a ira; toma-se para nós uma ocasião de ira e nos expõe à punição como transgressores. Mas onde não há lei em vigor, não pode ha ver transgressão dela. 16. Essa é a razão por que a bênção provém da fé, para que seja segundo a graça — Que ficou evidente que flui do livre amor de Deus e a fim de que seja firme a promessa. Certa e eficaz, para toda a descendência espiritual de Abraão'9; não só aos judeus, mas também aos gentios, se seguem a sua fé. 17. Perante Deus — Embora diante dos homens nada disso era evidente, estan do tais nações ainda por nascer. O qual vivifica os mortos — Os mortos não são mortos diante dele; e mesmo as coisas que não existem estão perante Deus. E chama a existência as coisas que não existem — Convocando-os a se levantarem à existência e a comparecerem perante ele. A semente de Abraão 19“DeAbraão”nãoconstadotexto,nemdaKJVenemdaversãodopróprio Wesley— masé evidentequeadescendênciaédeAbraão. R o m a n o s
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18. E le, con tra toda a esperan ça, creu na esperança, a fim de vir a ser pai de m uitas nações, segundo lhe fora dito: assim será a tua descendência. (Gn 15.5) 19. E n ão estan do fraco na fé, ele não levou em conta o seu pró prio corpo am ortecido, tendo ele já cem anos, nem o ventre sem vida de Sara, 20. n ão d uvidou da prom essa de Deus, por incredulidade; m as, pela fé, se fortaleceu, d ando glória a Deu s, 21. estando plenamente convicto de que ele era poderoso para cum prir o que prometera. 22. Pelo que isso lhe foi imputado para justiça. 23. Ora, não foi escrito som ente por causa dele [a frase] "isso lhe foi imputado", 24. mas também por nossa causa, posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós se crermos naquele que ressuscitou dentre os mortos a Jesus nosso Senhor, T
ainda inexistia; no entanto, Deus disse: "assim será a tua descendência" [v. 18]. O ser humano pode dizer ao seu servo realmente existente. "Faça isto" e ele o faz: mas Deus diz à luz, enquanto não existe: "Vem para fora" [apa reça] e ela vem [2Co 4.6]. 18-21. O apóstolo mostra o poder e a excelência daquela fé à qual ele atribui a justificação. O qual contra a esperança — Contra toda a probabilidade, creu e esperou na promessa. A mesma coisa é apreendida tanto pela fé como pela esperança. Pela fé, como algo que Deus falou; pela esperança, como uma boa coisa que Deus nos prometeu. Assim será a tua descendência — Tanto natural quanto espiritual, uma multidão como as estrelas dos céus. [At 1.10, etc.] 20. Dando a Deus a glória da sua verdade e poder. 23. Não somente por causa dele — Para prestar homenagem pessoal a ele. 24. Mas também por nossa causa — Para nos orientar na busca da justificação pela fé, e não pelas obras; e também para proporcionar uma resposta ca bal aos que dizem: "Ser justificado pelas obras implica apenas aceitar o judaísmo, ou ser justificado pela fé significa abraçar o cristianismo, isto é, seu o sistema de doutrinas. E certo que Abraão não poderia, nessa acepção do termo, ser justificado nem pela fé e nem pelas obras; e é igualmente 38
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25. o qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitou para nossa justificação. T
certo que Davi (interpretando as palavras desta maneira) foi justificado pelas obras e não pela fé. [Naquele] que ressuscitou dos mortos a Jesus — Como o fizeram, de certo sentido, tanto Abraão como Sara. Se cremos na quele que ressuscitou a Jesus — Deus pai, então, é o verdadeiro objeto da fé justificadora. Deve ser observado que Paulo aqui toma a parte pelo todo. E ele menciona aquela parte, com respeito a Abraão, que naturalmente afetaria mais os judeus. 25. O qual foi entregue à morte. Por causa das nossas transgressões — Como propiciação por eles. E ressuscitou para nossa justificação — Para nos capaci tar a receber a propidação pela fé.
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ROMANOS 5 1. Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por m eio de no sso Sen hor Jesus Jesus Crist Cristo; o; 2. por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e nos regozijamos na esperanç a da glória de Deus. 3. E não som ente isto, isto, mas também nos gloriamos gloriamos nas próprias tribulações sabendo que a tribulação produz a paciência; 4. e a pa ciência, exp eriência; e a experiência, esperança, 5. E a esperança não decepciona, porque o amor de Deus é der ramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.
▼Notas Justifi ifica cado dos, s, pois pois,, median ediante te a f é — 1. Just — Esta é a súmula dos capítulos anteriores. mais sendo inimigos de Deus [v. [v. 10] e nem mais mais Temos paz com Deus— Não mais temendo a sua ira [v. 9], Temos paz, esperança, amor e poder sobre o peca do, o que constitui a substância dos capítulos 5,6, 7 e 8. Eis os frutos da fé justif justifica icado dora; ra; onde onde ele eless não não se enco encont ntra ram m, essa essa fé não não exi exist ste. e. 2. [Acesso] a esta graça — Este estado de favor. 3. Também nos gloriamos nas próprias tribulações — As quais, longe de as enca rar como sinal da desaprovação de Deus, nós as recebemos como evidênci as do seu amor paterno, pelas quais somos preparados para uma felicida de mais elevada. Os judeus arrazoavam que o fato da perseguição dos cris tãos era incoerente com [a situação] do povo do Messias. É, portanto, alta mente apropriado que o apóstolo mencione mui freqüentemente as bên çãos que surgem da perseguição. 4. E paciênc paciência ia opera mais experiência da autenticidade da nossa graça, e do poder e da fidelidade de Deus. 5. Ora, a esperança não confunde — Pelo contrário, ela nos proporciona o mais sublime motivo de nos glorificar. Pois nos gloriamos nesta esperança, por que o amor de Deus é derramado em nossos corações — A divina convicção do amor de Deus para conosco, bem como aquele amor a Deus que é tanto o penhor como o começo do céu. Pelo Espírito Santo — A causa eficiente de todas essas bênçãos do presente e o penhor das do futuro. 40
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6. Porque C risto, risto, quando nós ainda éram éram os fracos, fracos, morreu na hora certa pelos ímpios. 7. D ificilmen ificilmen te alguém morreria por um justo; ora, ora, por um ho m em b om talvez talvez alguém ouse morre morrer. r. 8. M as D eus eu s recom enda20 enda20o seu próp rio amor am or para conosco, p elo fato de ter Cristo morrido po r nós, nós, sendo nós aind a pecadores. 9. L ogo, m uito m ais agora, agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. T
6. Como podemos duvidar duvidar do do amor de Deus? Porque quando nós ainda éramos fracos — fracos — [Fracos demais] para pensar, querer ou praticar o bem. Na hora certa — certa — Nem cedo, nem tarde; mas exatamente no ponto do tempo que a sabedoria de Deus sabia ser mais adequado do que qualquer outro. Cristo morreu pelos ímpios — ímpios — Não apenas para estabelecer para eles um modelo e nem somente para lhes proporcionar a capacidade de imitá-lo. Não é evi dente que a expressão "morrer por alguém" tenha outra significação do que a de salvar a vida de uma outra pessoa por dar a nossa própria. 7. Umjust todos a sua porção devida. devida. O bom Alguém ju stoo — Alguém que dá a todos bo m — Alguém eminentemente santo; cheio de amor, de compaixão, bondade, mansidão e de toda a disposição celestial e amável. Talvez —alguém —ouse — morrer. Cada palavra aumenta a singularidade do fato e declara ser mesmo isto [o entregar-se por um ser humano em] algo grande e incomum. 8. Mas Mas Deus eus recom recomend endaa— Uma expressão elegantíssima: costuma-se recomen dar alguém a nós, antes desconheddos des conheddos por nós ou afastado de nós. nós. Sendo nós ainda pecadores — pecadores — Estávamos tão longe de sermos bons que bons que nem jus nem justos tos éra éra mos. 9. Pelo seu sangue — sangue — Pelo seu derramamento de sangue. Serm Se rmos os por ele salv salvos os da ira, ira, a saber, de todos os efeitos da ira de Deus. Haverá então ira em Deus? Não é a ira uma emoção humana? E como pode este sentimento humano estar estar em Deus? Podemos responder responder a isto por uma uma outra pergunta: pergunta: Não é o amor um sentimento humano? humano? E como pode este sentimento sentimento huma no estar em Deus? Mas, para responder diretamente: a ira no homem e, as sim, o amor no homem, homem, é uma paixão humana humana.. Mas a ira em Deus não é uma paixão humana; e nem o amor, como este está em Deus. Portanto os escrito res inspirados atribuem os dois a Deus apenas em um sentido analógico. íí
20Wesley,talvezinfluenciadopeloKJV,usa“recomenda”aqui.Comumente nasversõesseencontra“prova”,“mostra”,“demonstra”,etc.
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10. Porque se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com De us m edian te a morte de seu Filho, Filho, m uito mais, estando já reconciliado reconciliado s, serem os salvos pela pela sua vida; vida; 11. 11. e não isto apenas, ma s também nos gloriamo gloriamo s em Deu s por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem acaba mos agora de receber a reconciliação. 12. Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no m undo, e pelo pecado a morte morte,, assim assim tamb ém a m orte pas sou a todos o s homens, porque todos pecaram. pec aram. ▼
10. Se — Se — Tão certo como; é isto que a palavra geralmente significa, espe cialmente aqui e no capítulo oito. Seremos salvos — salvos — Santificados e glori ficados. Pela sua vida — vida — Aquele que vive para sempre para interceder por nós [Hb 7.25], 11. E não isto apenas, mas também nos gloriamos — gloriamos — O trecho todo, do v. 3 ao 13, pode ser entendido assim: Nós não apenas "nos regozijamos na es perança da glória de Deus", [v. 2] mas também em também em meio a tribulações nos gloriamos no próprio De Deus us por nosso Senho Senhor, r, Jesus Cristo, Cristo, por intermédio intermédio de quem acabamos agora de receber a reconciliação. 12. Portanto — Portanto — Isto se refere a todo o discurso anterior, do qual o apóstolo deduz o que segue. Portanto, ele não faz, propriamente, uma digressão, mas volta a falar sobre o pecado e a justiça. Assim Assim como como por um homem homem.. Adão, que é mencionado como sendo o representante da humanidade, e não Eva. Entrou o pecado no mundo — mundo — O pecado propriamente dito e sua conseqüência, uma natureza pecaminosa. E morto — morto — Com tudo que a acompanha. Ela entrou no mundo quando mundo quando veio à existência; porque ele não existira antes. Pelo pecado — pecado — Conclui-se que ela não poderia ter exis exis tido antes. Ass antes. Assim —A saber, por um homem. Porque assim im também também —A Porque assim a pa lavra é usada também em 2 Coríntios 5.421. Todos pecaram — pecaram — Em Adão. Estas palavras indicam a razão por que a morte veio sobre todos os ho excetuados, porque todos mens; os mens; os próprios infantes não estão excetuados, porque todos pecaram. pecaram.
21Aexpressãoeminglêsé in tha that.EstaexpressãonãoaparecenemnaKJV nemnas Notas,em2Coríntios5.4.Wesleyestásereferindo,semdúvida, ao grego, grego, onde encontram encontramos os èip’ ip’
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13. Porqu e até ao regime d a lei hav ia pecad o no m und o, mas o pecado n ão é im putado quando não há lei. 14. Entretanto reinou a morte desde Adão até Moisés, mes m o sobre aqueles que não pecaram à sem elhança da trans gressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.
13. Porque até ao regime de lei havia pecado no mundo — Todos, digo eu, haviam pecado, porque o pecado estava no mundo muito tempo antes de existir a lei escrita; mas, admito, o pecado não é tanto levado em conta, nem punido tão severamente quando não há lei escrita, para convencer os homens dele. No entanto, que todos haviam pecado, mesmo nessa era, fica evidente no fato de que todos morrem. 14. Reinou a morte — E como é vasto o seu reino. Dificilmente podemos olhar um rei com tantos súditos quantos são os reis a quem ela ven ceu. Mesmo sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão. Mesmo sobre infantes que nunca pecaram, como o fez Adão, na sua própria pessoa; e sobre outros os quais não haviam, como ele, pecado contra qualquer lei expressa. O qual prefigura aquele que havia de vir. Cada um é uma pessoa pública e cabeça federativa da humani dade. O primeiro foi a fonte do pecado e da morte à humanidade pela sua ofensa; o segundo [foi a fonte] da justiça e da vida pelo seu dom gratuito. Até aqui o apóstolo mostra a semelhança entre o pri meiro e o segundo Adão; depois, mostra as diferenças entre eles. A semelhança pode ser assim resumida: assim como por um só homem o pecado entrou no mundo e pelo pecado a morte, assim por um ho mem a justiça entrou no mundo, e pela justiça, a vida. Como a morte passou sobre toda a humanidade porque todos pecaram, assim a vida passou sobre todos (os quais estão no segundo Adão pela fé) porque todos estão justificados. E como a morte reinou pelo pecado do pri meiro Adão mesmo sobre aqueles que não pecaram a semelhança da trans gressão de Adão, assim, pela justiça de Cristo, mesmo os que não obe deceram, à semelhança da obediência dele, reinarão na vida. Deve mos acrescentar: como o pecado de Adão, sem os pecados que come temos depois, trouxe a morte, assim a justiça de Cristo, sem as boas obras que depois praticamos, nos traz a vida, embora toda a boa obra, como toda a má obra, merecerá sua devida recompensa.
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15. Todavia, não é assim o dom gratuito com o a ofensa; porq ue se pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de D eus, e o d om pela graça de um só hom em, Jesus C risto, foi abund ante sobre muitos. 16. E não como a perda por um [só] que pecou, assim é o dom: porque o julgamento foi por causa de uma ofensa, para a condenação, mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação . 17. S e pela o fensa de um, e por meio de um só, reinou a morte, m uito m ais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça, reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. 18. Pois assim com o por um a só ofensa veio a sentença de morte sobre todos os homens para a condenação, assim também por um só ato de justiça veio o dom gratuito sobre todos os homens para a justificação que dá vida. ▼
15. Todavia, não — Paulo agora passa a descrever a diferença entre Adão e Cristo, de um modo mais direto e expresso do que descreve a semelhança entre eles. Ora, a queda e o dom gratuito diferem: (1) Na amplitude (v. 15). (2) Aquele do qual proveio o pecado e do qual o dom gratuito veio (chamado também "do dom da justiça" [5.17] difere em poder (v. 16). (3) A razão dos dois é conexa (v. 17). (4) Estabelecida essa premissa, a ofensa e o dom gratuito são comparados, no que tange ao seu efeito (v. 18) e quanto à sua causa (v. 19). 16. 0 julgamento foi por causa de uma só ofensa para a condenação de Adão, provo cando a sentença de morte a ser cumprida sobre ele, a qual, conseqüente mente, apoderou-se de sua posteridade. Mas a graça transcorre de muitas ofen sas, para a justificação — A saber, para a consecução dela para toda a humani dade, apesar das muitas ofensas. 17. Existe uma diferença entre graça e o dom. A graça é o oposto da ofensa; o dom é o oposto da morte, sendo o dom da vida. 18. Ajustificação que dá vida — É aquela sentença de Deus pela qual o pecador, condenado à morte, é julgado [digno] de vida.
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19. Porque, como pela desobediência de um só hom em m uitos se constituíram em pecadores, assim também por meio da obe diência de um só m uitos constituir-se-ão em justos. 20. Interveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abun dou o pecado, su perabundou a graça; 21. A fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim tam bé m reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, m edian te Jesu s C risto nosso Senhor. T
19. Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos (isto é, todos) se tor naram pecadores — Estando então nos rins22 do seu primeiro pai, o cabeça comum e representante de todos eles, assim também por meio da obediência de um só, pela sua obediência até à morte, pelo seu morrer por nós, muitos (todos os que crêem) se tornarão justos — Justificados, perdoados. 20. Interveio a lei — Isto é, pôs-se entre a ofensa e o dom gratuito. Para que se avultasse a ofensa — A saber, a conseqüência (embora não a intenção) da vinda da lei foi, não a remoção do pecado, senão o seu aumento. Mas onde abundou o pecado superabundou a graça — Não só na remissão do pecado que Adão trouxe sobre nós, mas também de todo o nosso próprio pecado; não só na remissão dos pecados, mas também a infusão da santidade; não só na libertação da morte, como também na admissão à vida eterna, uma vida muito mais nobre e excelente do que aquela que perdemos pela queda de Adão. 21. Como o pecado reinou — Assim também reinou a graça, a qual não podia reinar antes da queda, antes que os homens tivessem pecado. Pela justiça para a vida eterna mediante Jesus Cristo, nosso Senhor — Aqui a fonte de todas as nossas bênçãos é indicada: a rica e livre graça de Deus. A causa meritória e não quaisquer obras de justiça do ser humano mas somente os méritos de nosso Senhor Jesus Cristo, o efeito ou fim de tudo isso; não apenas perdão, mas vida; vida divina, que conduz à glória.
22“Loins” em inglês, ou seja, órgãos reprodutores: cf. Hb. 7.10,
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ROMANOS 6 1. Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça m ais abundante? 2. D e mo do n enh um 23. Com o viveremos ainda no pecado, nós os que estam os m ortos para o pecado? 3. Ou, po rventura, ignorais que todos os que fom os batizado s em Cristo Jesus, fom os batizados na sua m orte? 4. Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em n ovi dade de vida.
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Notas
1. O apóstolo aqui se firma, para mais amplamente das conseqüências sugeridas adma, [Rm 3.7-8] derivar mais amplamente sua doutrina [da justificação pela fé]. Naquele lugar ele apenas o havia negado e renuncia do, mas agora ele remove o próprio fundamento dessas sugestões. 2. Mortos para o pecado. Livres tanto da sua culpa como de seu poder. 3. Todos os que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na sua morte — No batismo somos, pela fé, imputados em Cristo e recebemos nova vida espiritual desta nova raiz, pelo seu Espírito, o qual nos dá forma semelhante à dele e particularmente no que concerne à sua morte e ressurreição. 4. Fomos sepultados com ele — Uma alusão à forma antiga do batismo, pela imersão. Para que, como Cristo foi ressuscitado pela glória — O poder glo rioso. Ao Pai, assim também nós (pelo mesmo poder) possamos ressusci tar; e, como ele, viver uma nova vida no céu. Assim também andamos nós em novidade de vida. Tudo isso, está dizendo o apóstolo, o nosso próprio batismo significa para nós.
23Wesleytraduz literalmente (“Que Deus o proíba”). Osignificado é: “De modoalgum!”ou“Demodonenhum!” 46
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5. Porqu e se fom os plantados juntos com ele na semelhan ça da sua morte, certamen te o seremos tam bém na sem elhança da sua ressurreição; 6. sabendo isto, que foi crucificado com ele o nosso velho ho m em, p ara que o corpo do pecad o seja destruído, e não mais sirvamos o pecado com o escravos; 7. porque aq uele qu e está morto está livre do pecado. 8. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viverem os; 9. sabedores qu e havendo Cristo ressuscitado den tre os m or tos, já nã o m orre: a mo rte já não tem dom ínio sobre ele. 10. Pois, pelo fato de ter m orrido, de um a vez para semp re m or reu para o pecad o; m as pelo fato que ele vive, ele vive para Deus. T
5. Porque — Sem dúvida, estas duas coisas devem ir juntas, de modo que, se nós nos tomármos como ele na sua morte, conheceremos o poder da sua ressurreição24. 6. Nosso velho homem— Tão antigo como o nosso ser e tão velho como a que da; nossa natureza má; uma forte e linda expressão da depravação da corrupção total, a qual, por natureza, se alastra pela pessoa inteira, sem deixar qualquer parte isenta de infecção. Esta [natureza], no crente, foi cru cificado com Cristo, mortificada, gradativamente morta, por causa da nossa união com ele. Que o corpo do pecado (todas as inclinações, palavras e ações, as quais são os "membros" do "velho homem" — Cl. 3.5) seja destruído. 7. Porque aquele que está morto com Cristo está livre da culpa do pecado passado e do poder do pecado presente, assim como o estão os mortos das ordens dos seus antigos senhores. 8. Morremos com Cristo — Tomados semelhantes à sua morte, por termos morrido para o pecado. 10. [Ele] morreu para o pecado — Para fazer expiação pelo pecado e aboli-lo. Ele vive para Deus — Uma vida gloriosa e eterna, tal qual nós também vivere mos. 24[Cf.Fp3.10]Avalorizaçãodo martírionaIgrejaantigaestámuitoligadaa esseconceitodequeaplenaimitaçãodeCristoincluitambémmorrerpela fécomoCristomorreu. R o
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11. Assim tam bém vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para D eus em Jesus Cristo. 12. Não reine, portanto, o pecad o em vosso corpo m ortal, de ma neira que obed eçais às suas paixões; 13. nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deu s com o instrum entos de justiça. 14. Porq ue o p ecado não terá dom ínio sobre vós; pois não estais deb aixo da lei, e, sim, da graça. 15. E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e, sim, da graça? De modo nenhum. 16. Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obe diência desse m esm o a quem obedeceis sois servos, seja do peca do p ara a m orte, ou da obediência para a justiça? 17. M as graças a Deu s porque, outrora escravos do pecado, con tudo viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; T
12. Não reine o pecado nem mesmo em nosso corpo mortal — O qual tem que ser sujeito à morte, mas não precisa ser sujeito ao pecado. 13. Nem ofereçais cada um os membros ao pecado — Isto é, à natureza corrompida, um mero tirano. Mas oferecei-vos a Deus — O vosso legítimo Rei. 14. O pecado não terá domínio sobre vós — Ele não tem nem o direito e nem o poder para tanto. Pois não estais debaixo da lei — Uma dispensação de terror e escravidão, que apenas revela o pecado, sem dar poder para vencê-lo. E, sim, da graça— Sob a dispensação misericordiosa do evangelho, o qual traz plena vitória sobre o pecado a todos que estão sob a poderosa influência do Espírito de Cristo. 17. A forma de doutrina a quefostes entregues— Literalmente, seria o molde em que fostes derramados. Isto não só contém uma linda alusão como também uma admoestação muito instrutiva; sugere que nossa mente, toda maleável e dútil, deve conformar-se com os preceitos do evangelho, como os metais fundidos tomam a forma do molde em que são derramados. 48
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18. e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. 19. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravi dão da impureza, e da maldade para a maldade, assim oferecei agora os vossos mem bros com o servos de justiça para a santificação.
18. E, uma vez libertados do pecado — Podemos apreciar o método do apóstolo até aqui num relance: Capítulo
1. Escravidão ao pecado 2. 0 conhecimento do pecado pela lei; uma sensação da ira de Deus; morte intensa 3. A revelação da justiça de Deus em Cristo pelo Evangelho 4. 0 centro de toda a fé, abraçando essa justiça 5. A justificação, na qual Deus perdoa todo o pecado passado e livremente aceita o pecador 6. 0 dom do Espírito Santo; a consciência do amor da parte de Deus; nessa vida inteira 7. 0 livre serviço da justiça
Verso
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9
3
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3 3
21 22
3
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5 6
5 12
19. Falo como homem— Assim é necessário que a Escritura desça à linguagem de homens. Por causa da fraqueza da nossa carne — A lentidão de entendi mento provém da fraqueza da carne; a saber, da natureza humana. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza, e da maldade para a maldade, assim oferecei agora os vossos membros para servirem a justiça para a santificação. A maldade (da qual a impureza é uma parte eminente) é aqui vista como o oposto da justiça, e para a maldade é o oposto de para a santificação. A justiça aqui é a conformidade com a vontade divina; santi dade e conformidade com a natureza divina inteira. Observai, os que são servos da justiça prosseguem à santidade, mas os que são servos da maldade não vão mais além. A justiça é serviço, porque vivemos segundo a vonta de de uma outra pessoa; mas é liberdade, por causa da nossa inclinação para isto e da nossa alegria em fazê-lo. R o m a n o s
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20. Porq ue q uand o éreis escravos do pecado, estáveis livres em relação à justiça. 21. Que fruto tínheis então, daquelas coisas das quais agora estais envergonhados? 22. A gora, porém, libertos do pecado, transform ados em servos de Deus, tend es o vosso fruto para a santificação, e por fim a vida eterna. 23. Porque a morte é o salário do pecado; mas a vida eterna é o dom de Deu s, po r Jesus Cristo, nosso Senhor. T
20. Quando éreis escravos dó pecado, estáveis livres da justiça— Conforme a razão, então, deveis estar agora livre da injustiça; [deveis] estar tão constantes e zelosos em servir a Deus como éreis em servir ao diabo. 21. Aquelas coisas — Ele fala delas como estando longe. 23. A morte— Tèmporal espiritual e eterno. É o justo salário do pecado; mas a vida eterna é o dóm de Deus. A diferença é notável. As más obras merecem o galardão que recebem; as boas obras não merecem. Aquelas exigem salá rio; estas aceitam um dom gratuito.
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ROMANOS 7 *
1. Porventura ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei) que a lei tem dom ínio sobre um hom em enqu anto esta [a lei] vive? 2. Ora, a m ulher casada está ligada pela lei ao marido, enqu an to ele vive; mas se o seu marido estiver morto, ela fica livre da lei de seu marido. 3. De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o m arido, unir-se com outro homem ; porém, se m orrer o m ari do, estará livre da lei, e não será a dúltera m esm o se se casar com outro homem. 4. Assim, m eus irmãos, tam bém vós m orrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para poderes se casar com um outro, a saber, aquele que ressuscitou d entre os m ortos, e deste mod o frutifiquemos para Deus.
▼ Notas 1. O apóstolo continua a comparação entre o antigo e o presente estado do crente e, ao mesmo tempo, sé esforça por desatrelár os crentes judeus da sua afeição para com a lei mosaica. Falo aos que conhecem a lei — Principal mente aos judeus. Enquanto — Durante tal período, e não por mais tempo. Este viver 25 — A lei é aqui tratada por meio de uma figura de linguagem, como uma pessoa, à qual, como a um marido, a vida e a morte são atribu ídas. Mas ele fala sem distinção de a lei estar morta para nós, ou nós para ela, embora o sentido seja o mesmo. 2. Desobrigadafica da lei do seu marido — Da lei que lhe dera uma propriedade particular nela. 4. Assim, também vós — Sois agora tão livres da lei mosaica como o é um ma rido cuja esposa está morta. Por meio do corpo de Cristo — Oferecido em sacrifício; isto é [são livres], pelos méritos da sua morte, pois a lei expirou juntamente com ele. 25 A frasetraduzida por “enquanto esta viver” é, no original, as long as it liveth, “it”sendo palavra neutra. Almeida, com a maioria dos tradutores hodiernostraz“ele”. R o m a n o s
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5. Q uand o estávam os na carne, nossas prop ensões ao pecado, que eram pela lei, de tal forma atuaram em vossos m em bros que elas produziram fruto para a morte. 6. A gora, po rém , libertado s da lei, estam os mortos para aqu ilo a que estávam os sujeitos, de modo que servim os em no vida de de espírito e não na caducidade da letra. 7. Que diremos pois? Diremos que a lei é pecado? De modo nenhum. Mas eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei; pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás. ▼
5. Quando estávamos na carne — Tendo a mente carnal, sendo pessoas natu rais; antes de crermos em Cristo. Nossos pecados, que eram pela lei — Aci dentalmente provocados ou aguçados por ela. Atuaram em nossos mem bros — Espalharam-se por todo o nosso ser26. 6. Estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos — Ao nosso antigo mari do, a lei. De modo que servimos em novidade de espírito — Em uma nova e espiritual maneira. E não na caducidade da letra — Não duma maneira po bre, literal e externa, como fazíamos antes. 7. Que diremos pois? Esta é uma espécie de digressão, que vai até o começo do próximo capítulo. Aqui o apóstolo, visando mostrar, da forma mais vivaz possível, a ineficácia da lei, muda a pessoa e fala como se fosse a si mesmo, concernente à miséria de alguém debaixo da lei. Paulo faz isto freqüentemente, quando não está realmente falando da sua própria pes soa, mas apenas assumindo um outro caráter (Rm 3.5; ICo. 10.30; 4.6). O caráter que ele assume aqui é o de um homem, primeiro ignorante da lei, depois debaixo dela, e sincera, mas ineficazmente, se esforçando por servir a Deus. Falar dessas coisas de si mesmo, ou de qualquer verdadeiro crente, poderia parecer impróprio ao teor do seu discurso e, na realidade, total mente contrário a ele, bem como ao que está expressamente declarado (Rm 8.2). É a lei pecado?— Pecaminosa em si mesma, e promotora de pecado. Eu não teria conhecido a cobiça— A saber, o mau desejo. Eu não o teria conheci do como pecado; e mais: talvez eu não teria conhecido que tal desejo exis tisse dentro em mim. Ele não ficou aparente até ser avivado pela proibição. 26Wesleytomouumacerta liberdadecomotextoparatornarmaisclara suainterpretação. 52
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8. Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, desper tou em mim toda sorte de desejo; porque sem lei estava m or to o pecado. 9. Outrora, sem a lei, eu vivia; mas sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri. 10. E o m and am ento que m e fora para a vida, verifiquei que este m esm o se me tornou pa ra a morte. 11. Porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo m esmo m andam ento me enganou e me matou. 12. Por conseguinte, a lei é santa; e o mandamento, santo e ju sto e bom .
8. Mas o pecado — Minha corrupção inata. Tomando ocasião pelo mandamento, o qual proibia, mas não dominava tal corrupção, a qual foi só irritada, e despertava em mim cada vez mais toda a sorte de desejo. Porque, enquanto eu estava sem o conhecimento da lei, o pecado estava morto — Não tão aparen te, nem tão ativo; e nem tinha eu qualquer percepção de qualquer perigo dele proveniente. 9. Outrora, sem a lei, eu vivia — Sem a rigorosa aplicação dela. Tinha (ou assim pensava eu) muita vida, sabedoria, virtude e força. Mas quando o preceito — A saber, a lei, uma parte colocada para o todo; esta expressão, porém, par ticularmente sugere sua força compulsiva, a qual restringe, incita, proíbe, ameaça. Sobreveio — Na sua acepção espiritual, ao meu coração, com o po der de Deus. Reviveu o pecado e eu morri — Meu pecado congênito pegou fogo e toda a minha virtude e força esmoreceram; então eu vi que estava morto no pecado e passível de morte eterna. 10. E o mandamento que me fora para vida— Sem dúvida, ele fora originariamen te proposto por Deus como um grande meio de preservar e aumentar a vida espiritual, levando à vida eterna. 11. Me enganou— Enquanto eu esperava vida da lei, o pecado veio sobre mim, inesperadamente, e matou todas as minhas esperanças. 12. O mandamento — Isto é, todas as partes da lei. É santo e justo e bom — Surge e participa da natureza santa de Deus; ele é, em todo o sentido, justo e certo em si mesmo; foi planejado unicamente para o bem da humanidade. R
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13. Acaso o bom se me tomou em morte? De modo nenhum; pelo contrário, o pecado, para revelar-se como pecado, por meio de uma cousa boa, causou-me a morte; a fim de que pelo m andam ento se m ostrasse sobremaneira m aligno. 14. Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, ven dido à escravidão do pecado. 15. P orque aquilo que faço, eu não aprovo: porque não pratico o que quero praticar; pelo contrário, o que detesto é o que pratico. 16. Ora se faço o que não quero, con sinto com a lei, que é boa. 17. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. 18. Porque e u sei que em mim, isto é, na m inha carne, não habita bem nenhum : p ois o querer o bem está em m im; não, porém, o efetuá-lo. ▼
13. Acaso o bem se me tornou a causa do mal; até de morte, a qual é o mal maior? De modo nenhum. Pelo contrário, foi o pecado que se tomou morte para mim, pelo fato que causou-me a morte, mesmo por meio de uma coisa boa — [a saber] pela boa lei. Afim de que pelo mandamento o pecado se mostrasse sobre maneira maligno — A conseqüênda é que o pecado congênito, assim agindo furiosamente a despeito do mandamento, se mostrou sobremaneira maligno, sendo sua culpa grandemente agravada. 14. Eu sou carnal — Paulo, tendo comparado a situação do crente passada à presente, ou seja "na carne" e "no espírito" (v. 6), ao responder a duas ob jeções (É a lei pecado? — v. 7; e é a lei morta? — v. 13), passa a demonstrar todo o processo de alguém arrazoando, gemendo, se esforçando e esca pando da condição legal para a evangélica. Vendido à escravidão do pecado — Completamente escravizado; os escravos, comprados por dinheiro, esta vam ao inteiro dispor de seu amo. 16. Boa — Este único adjetivo significa todos os três empregados antes, no v. 12, "santo e justo e bom". 17. Quem faz isto já não sou, propriamente falando, eu, mas, pelo contrário, o pecado que habita em mim — Que faz, por assim dizer, uma outra pessoa, que me tiraniza. 18. Na minha carne — A carne aqui significa o ser humano inteiro, como é por natureza. 54
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19. P orque não faço o bem que prefiro, mas o mal qu e não qu e ro, esse faço. 20. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim. 21. E ncon tro então um a lei, que, quand o quero praticar o bem , o m al está presente com igo. 22. Porque eu m e com prazo na lei de Deus segundo o hom em interior. 23. M as vejo nos meus m embros outra lei que, guerreando con tra a lei da min ha m ente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus m embros. 24. D esven turado hom em que sou! Quem m e livrará do corpo desta morte? T
21. Encontro uma lei — Uma força constrangedora no meu íntimo que emana do preceito da natureza corrupta. 22. Porque eu me comprazo na lei de Deus — Isto é mais do que consinto com [a lei]. O dia da libertação se aproxima. O homem interior — Chamado de "men te" nos w. 23 e 25. 23. Mas vejo nos meus membros outra lei — Uma outra força constrangedora no íntimo, a de inclinações más e de apetites corporais. Guerreando contra a lei da minha mente, a qual se deleita na lei de Deus [cf. v. 22; SI 1.2] Me faz prisioneiro — A despeito de toda a minha resistência. 24. Desventurado homem que sou — A luta já chegou ao auge; e o homem, descobrindo que não há nele nenhuma ajuda, começa quase despercebidamente a orar: Quem me livrarál Então ele procura e busca a liberta ção, até quando Deus em Cristo aparece para responder à pergunta. A palavra que traduzimos por livrará implica em força, e, na verdade, sem esta, não pode haver libertação. Do corpo desta morte — Isto é, este corpo de morte; esta massa de pecado, que conduz à morte eterna e que se apega tão internamente a mim, como ao meu corpo — o meu corpo, a minha alma.
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25. G raças a D eus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De m aneira que eu, de mim m esmo, com m inha m ente, sou escravo da lei de Deus; mas, com a minha carne, sirvo a lei do peca do. T
25. Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. A saber, Deus me libertará por intermédio de Cristo. Mas o apóstolo, como costuma freqüentemente fa zer, entretece sua declaração com ação de graças; o hino de louvor corresponde, de certa forma, à voz da tristeza: "Desventurado homem que sou". De maneira que—Aqui ele resume o todo e conclui o que começou no v. 7. Eu, de mim mesmo — Ou melhor, aquele em cujo caráter estou encenan do, até ser efetivada a libertação. Com a mente sou escravo da lei de Deus— A minha razão e a minha consciência apóiam a Deus. Mas, segundo a carne, a lei do pecado — Mas minhas corrompidas paixões e apetites ainda se rebe lam. O homem [que Paulo aqui retrata] está agora totalmente exausto da sua servidão e à beira da libertação.
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ROMANOS 8 1. Agora, pois, já nenh um a condenação há para os que não an dam segundo a carne, mas segundo o Espírito. 2. Por que a lei do Esp írito da vida em Cristo Jesus me livrou da lei do pecado e da morte. 3. Por quanto o que fora imp ossível à lei, no que estava fraca pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em sem elhança de carne pecaminosa e como sacrifício pelo pe cado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado. 4. A fim de que a justiça da lei se cum prisse em nós que não andam os segund o a carne, mas segundo o Espírito. 5. Os que vivem segundo a carne se preocupam com as coisas da carne; mas os que vivem segundo o Espírito, com as coi sas do Esp írito. ▼
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1. Agora, pois, já nenhuma condenação há — Quer por questões do presente, quer do passado. Agora ele alcança o resgate e a liberdade. O apóstolo aqui retorna ao fio do seu discurso, que fora interrompido no capítulo 7, v. 7. 2. A lei do Espírito— A saber, o evangelho. Me livrou da lei do pecado e da morte— Isto é, da dispensação mosaica. 3. Porquanto o quefora impossível à lei— De Moisés. No que estavafraca pela carne — Incapaz de vencer a nossa natureza má. Se pudesse vencê-la, não teria sido necessário que Deus enviasse seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa — Nós, com nossa carne, estávamos condenados à morte. Mas Deus, enviando seu próprio Filho, em semelhança daquela carne, embora sem pecado, condenou o pecado que estava em nossa carne; decretou que o pecado fosse destruído, e o crente completamente libertado dele. 4. Afim de que a justiça da lei—A santidade que ela exigia, descrita nos w. 5-11. Se cumprisse em nós que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito — [Nós] que somos guiados em todos os nossos pensamentos, palavras e ações, não pela natureza corrompida, mas pelo Espírito de Deus. Daqui em dian te Paulo descreve primeiramente a condição de crentes e a dos incrédulos somente para ilustrar aquela. 5. Porque os que vivem segundo a carne — Os que permanecem sob a direção da natureza corrupta. Preocupam-se com as coisas da carne — Têm seus penR o
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6. Ora, fixar a mente na carne é morte, mas fixá-la no Espírito é vida e paz. 7. Por isso a men te carnal é inimizad e contra Deus, pois não está sujeita à lei de Deus, nem mesm o pode estar. 8. Portanto os que estão na carne não podem agrada r a Deus. 9. Vós, po rém , não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de D eus habita em vós. E se alguém não tem o Espí rito de Cristo, esse tal não é dele. 10. Se, porém , C risto está em vós, o corpo, na verd ade, está m or to por causa do pecado, mas o espírito é vida por causa da ju stiça.
sarnentos e afeições fixas nas coisas que agradam à natureza corrupta; a saber, em coisas visíveis e temporais; nas coisas terrenas, no prazer (dos sentidos e da imaginação), na fama ou na riqueza. Mas os que vivem segundo o Espírito — Que são guiados por ele. Preocupam-se com as coisas do Espírito — Pensando e se deleitam em amar as coisas eternas, as coisas que o Espí rito revela, opera em nós, move-nos e promete nos dar. 6. Porquefixar a mente na carne — Isto é, cuidar das coisas da carne. É morte — A marca certa da morte espiritual e o caminho para a morte eterna. Mas fixá-la no Espírito — A saber, cuidar das coisas do Espírito. É vida — Uma marca certa de vida espiritual e o caminho para a vida eterna. E acompa nhada da paz— A paz da parte de Deus, a qual é o antegosto da vida eter na; e paz com Deus, oposta à inimizade mendonada no verso seguinte. 7. Da inimizade contra Deus — Contra sua inexistência, seu poder, sua pro vidência. 8. Os que estão na carne — Debaixo do domínio dela. 9. No Espírito— Debaixo do seu domínio. Se alguém não tem o Espírito de Cristo — Habitando-o e govemando-o. Esse tal não é dele— Ele não é membro de Cris to, não é cristão; não está no estado de salvação. É uma dara e expressa dedaração, que não admite exceção. Quem tem ouvidos, ouça! [Mt 11.15, etc.] 10. Se, porém, Cristo está em você — Onde está o Espírito de Cristo, lá está Cristo. O corpo, na verdade, está morto — Jurado à morte. Por causa do pecado — Co metido até o presente momento. Mas o Espírito é vida—Já verdadeiramente vivo. Por causa da justiça — Agora alcançada. Desde o v. 13, Paulo, tendo terminado o que começara em Rm 6.1, descreve exclusivamente a condi ção dos crentes. 58
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11. Se ha bita em vós o E spírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os m ortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também os vossos corpos mor tais, por m eio do seu E spírito que em vós habita. 12. P ortanto, irmãos, não som os deved ores à carne, obrigados a viver segu ndo a carne. 13. Porqu e, se viverd es segun do a carne, m orrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes os feitos da carne, certam ente vivereis. 14. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de D eus são fi lhos de Deus. 15. Porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de ado ção, basead os no qual clamamos: Aba, Pai. ▼
12. Não somos devedores à carne — Não devemos segui-la. 13. Osfeitos da carne — Não apenas ações más, mas desejos, inclinações, pensa mentos. Se mortificardes — Destruirdes tais coisas. Vivereis — A vida de fé mais abundantemente aqui e a vida de glória no porvir. 14. Pois todos que são guiados pelo Espírito de Deus — Em todos os caminhos da retidão. São filhos de Deus — Aqui Paulo inida a descrição daquelas bên çãos que ele inclui no escopo da palavra "glorificou" (v. 30), embora, na verdade, ele não descreva a glória em estado puro, mas aquela que ainda se mistura com a cruz. A carne é a glória por meio do sofrimento. 15. Porque [vós] — Que sois verdadeiros cristãos. Não recebestes o espírito de escravidão — O Espírito Santo não fala propriamente de um espírito de es cravidão, mesmo nos tempos do Antigo Testamento. Havia, porém, algo de escravidão que restava mesmo naqueles que haviam recebido o Espíri to. Outra vez — Como os judeus fizeram antes27. [Nós] — Todos e cada crente. Clamamos — O termo denota um falar vee mente, com desejo, confiança, constância [persistência]. Aba, Pai— A se gunda palavra explica a primeira. Ao usar o vocábulo tanto no siríaco como no grego, Paulo parece indicar o clamor conjunto de crentes judeus e gregos. O espírito de escravidão parece neste lugar significar, diretamen te, aquelas operações do Espírito Santo, pelas quais a alma, nas suas pri27EmrelaçãoaotextodeRm8.15em inglês, estepequenocomentáriofica maiscompreensível;osentidoé:“nãorecebestesoEspíritodaescravidão paraviverdesoutraveznomundo— comoviviamosjudeus.” R o
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16. O m esm o Esp írito testifica com o nosso espírito que som os filhos d e Deus. 17. Ora, se som os filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo: se com ele sofrermos, para que tam bém com ele sejamos glorificados. 18. Porqu e para mim tenh o por certo que os sofrimentos do tem po presente não são para com parar com a glória por vir a ser revelada em nós. 19. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. ▼
meiras convicções, se sente escravizada ao pecado, ao mundo e a Sata nás, e merecedora da ira de Deus. [O Espírito da escravidão], portanto, e o Espirito de adoção são um e o mes mo Espírito, apenas manifestando-se em várias operações, segundo as di ferentes circunstâncias das pessoas. 16. 0 mesmo Espírito testifica com o nosso Espírito — Com o espírito de cada verdadeiro crente, por um testemunho distinto daquele do seu próprio es pírito, ou de testemunho de uma boa consciência. [Cf. 2Co 1.12] Felizes são aqueles que fruem deste testemunho, clara e constantemente! 17. Co-herdeiros— Para que saibamos que a herança que Deus nos dará é gran de, pois ele deu uma tal herança para o seu Filho. Se com ele sofrermos — Pronta e alegremente, por causa da justiça. [Cf. Mt 5.10] Esta é uma nova proposição que se refere àquilo que se segue. 18. Porque para mim tenho por certo — Este verso fornece a razão porque só agora ele menciona sofrimentos e glória. Quando a glória for "revelada em nós", então os filhos de Deus também serão revelados. 19. A ardente expectativa — A expressão significa uma esperança viva de algo que se aproxima e um veemente anelo por ele. Da criação — De todas as criaturas visíveis, menos os crentes, que são mencionados à parte; cada espé cie [de criatura] conforme sua capacidade. Todas elas foram sofredoras por causa do pecado; e para todas elas (a não ser os que são impenitentes até o fim) redundará refrigério da glória dos filhos de Deus. Pagãos justos não devem, de forma alguma, ser exduídos dessa ardente expectativa; pelo con trário, possivelmente algo dela possa encontrar-se até nos mais inúteis entre os homens; os quais (embora, na pressa da vida, eles tomem a vaidade por liberdade e parcialmente abafem e dissimulem seus gemidos) no entanto, nas suas horas sóbrias, quietas, insones e sofridas, derramam muitos suspi ros nos ouvidos de Deus. 60
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20. Porqu e a criação foi sujeita à vaidad e, não volun tariame nte, m as por vo ntade d aquele que a sujeitou. 21. Na espera nça de que a própria criação será redimida do ca tiveiro da corrupção, para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. 22. Porqu e sabemos que toda a criação a um só tempo gem e e suporta angústias até agora. 23. E não som ente ela, mas também nós que tem os as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguar dando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. 24. Porque som os salvos pela esperança. Ora, espera nça que se vê n ão é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? ▼
20. Porque a criação foi sujeita à vaidade — Abuso, miséria e corrupção. Por von tade daquele que a sujeitou — A saber, Deus (Gn 3.17; 5.29). Adão apenas tomou a criação passível da sentença que Deus pronunciou; não, porém, sem esperança [da sua restauração]. 21. A própria criação será redimida — A destruição não é redenção; portanto, o que é destruído, ou que deixa de existir, simplesmente não é redimido. Será, então, qualquer parte da criação destruída? Para a gloriosa liberdade — O estado excelente no qual foram criados. 22. Porque toda a criação a um só tempo geme — Com gemidos conjuntos, como se fosse a uma só voz. E suporta angústias — Literalmente, está em dores de parto, para ser libertada do peso da maldição. Até agora— Até esta própria hora e, doravante, até o tempo da libertação. 23. E também nós que temos as primícias do Espírito—A saber [temos], o Espírito, que são as primícias da nossa herança. A adoção — Pessoas, anteriormente adotadas secretamente entre os romanos eram, com freqüência, apresenta das no Fórum, e lá publicamente reconhecidas como filhos por aqueles que as haviam adotado. Assim, na ressurreição geral, quando o próprio corpo for redimido da morte, os filhos de Deus serão publicamente reconhecidos por ele na grande assembléia de homens e anjos. A redenção de nosso corpo—Da corrupção para a glória e a mortalidade. 24. Porque somos salvos pela esperança — Nossa salvação agora está só na espe rança. Não possuímos ainda esta plena salvação. R o
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25. M as, se esperarm os o que não vemos, com paciência o aguar damos. 26. Tam bém o Espírito, semelhantemente, nos assiste em n ossas fraquezas; porque não sabemos as coisas pelas quais orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós so bremaneira com gemidos inexprimíveis. 27. E aquele qu e sonda os corações sabe qual é a mente do Esp í rito, po rque segu ndo Deu s é que ele intercede pelos santos. 28. Sabem os que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.
26. Também o Espírito — Não, não é só o universo, nem só os filhos de Deus, mas o próprio Espírito de Deus, por assim dizer, geme, enquanto nos assiste em nossasfraquezas. Nosso entendimento é fraco, particularmente no que tange às coisas de Deus; nossos desejos são fracos; nossas orações são fracas. Não sabemos muitas vezes as coisas pelas quais devemos orar e, muito menos, a orar por ele como convém, mas o Espírito intercede por nós — Em nosso coração, como Cristo o faz no céu. Com gemidos — Cuja matéria vem de nós, mas o Espírito os forma; e são, com freqüênda, inexprimíveis, mesmo pelos pró prios fiéis. 27. Mas aquele que sonda os corações — Onde o Espírito habita e intercede. Sabe — Embora o ser humano não o possa exprimir. Qual é a mente do Espírito, porque ele intercede pelos santos— Os quais estão próximos de Deus. Segundo Deus — Segundo a sua vontade, como é digno dele e aceitável a ele. 28. Sabemos— De modo geral, embora nem sempre exatamente, pelo que deve mos orar. Que todas as coisas — Conforto ou dor, pobreza ou riqueza, ou as milhares de mudanças de vida. Cooperam para o bem — Forte e suavemente pelo bem espiritual e eterno. Daqueles que são chamados segundo o seu propósito — Seu grarioso desígnio de salvar um mundo perdido pela morte do seu Filho. Esta é uma nova proposição. Paulo, prestes a recapitular toda a bên ção contida na justificação (chamada de glorificação, v. 30), volta primeiro ao propósito ou decisão de Deus, mencionado freqüentemente nos Escritos Sa grados. Para explicar isto um pouco mais plenamente (quase nas palavras de um eminente escritor): Quando alguém tem perante si uma obra de tempo e importância, ele pára, consulta, planeja, e tendo estabelecido um plano, resolve ou decide proceder em conformidade com este plano. Tendo obser vado esse procedimento em nós mesmos, não hesitamos em aplicá-lo tam bém a Deus, e ele, em deferência a nós, o tem aplicado a si próprio. As obras de providência e de redenção são vastas e maravilhosas; por 62
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29. Po rqu anto aos que de antem ão con heceu , tam bém os predestinou co nforme a im agem de seu Filho, a fim de que ele seja o prim ogênito entre mu itos irmãos. T
isso, somos capazes de pensar de Deus como pensando profundamente ou consultando sobre elas e, depois, decidindo agir de acordo com "o conselho da sua própria vontade", [Ef 1.11] como se, há muito antes da existência do mundo, ele estivesse planejando a criação e seu governo, depois escrevendo seus decretos, tão irrevogáveis como a lei dos medos e dos persas [Dn 6.8,12,15]. Ao passo que tomar tal "consultar" e "decre tar" num sentido literal seria tão absurdo como atribuir um verdadeiro corpo humano e paixões humanas ao Deus sempre abençoado. Tudo isso não passa de uma representação popular do seu conhecimento infalível e sabedoria imutável; a saber, ele faz todas as coisas tão sabiamen te como um ser humano possa fazê-las, depois da mais profunda consulta, e firmemente segue o método mais adequado como possa fazer alguém que adrede estabeleceu um plano para tanto. Embora, porém, sejam os efei tos tais que pareçam indicar anterior consulta e decisões da parte do ho mem, qual seria a necessidade de consulta, mesmo por um instante, por aquele que enxerga tudo em um único relance? Semelhantemente, Deus não tem mais necessidade de parar e estabelecer regras para a sua própria conduta, desde a eternidade até agora. Ora! Havia algum medo de que ele errasse depois, se ele não tivesse antes preparado decretos, para ordenar o que ele devesse fazer? Ou dirá alguém que Deus era mais sábio antes da criação do que depois? Ou teria ele então mais tempo para que aproveitasse a oportunidade para pôr seus afazeres em ordem e estabelecer para si regras, das quais ele nunca variasse? Indubitavelmente ele tem a mesma sabedoria e todas as outras perfeições hoje que teve em toda a eternidade e é agora capaz de fazer decretos, ou melhor, ele não tem mais necessidade delas agora de que antes; seu entendimento é igualmente claro e brilhante, e sua sabedoria igualmente infalível. 29. Aos que de antemão conheceu, também os predestinou conforme a imagem de seu Filho — Neste lugar, o apóstolo declara quem são aqueles aos quais ele conheceu de antemão e predestinou para a glória; a saber, os que estão conforme à imagem do Filho. Esta [semelhança] é a marca dos que são conhe cidos de antemão e serão glorificados (2Tm 2.19; Fp 3,10,21)®. 28AversãodeWesleycertamentevalorizademaisaausênciadoverbo“serem”;elenãoincluiovocábulo,massuaversão,eminglês,pareceincompleta.Elecita2Tm2.19eFp3,10,21,emabono,aplicandosuaregrade interpretação de passagens difíceis, asaber, “conferindo coisas espirituaiscomespirituais”(1Co2.13),tentando,atodocusto,eliminardapassagemapredestinação,umatarefaaltamentedifícil. R o
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30. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que cham ou, a esses tam bém glorificou. 31. Q ue d iremo s, pois, à vista destas cousas? Se Deus é po r nós, quem será contra nós? 32. A quele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamen te com ele todas a coisas? ▼
30. A esses — No tempo certo. [Ele] chamou — Pelo Evangelho e pelo seu Espí rito. E aos que chamou— Quando obedientes ao chamado celestial (At 26.19). A esses também justificou— Perdoou e aceitou. E aos quejustificou— Se "con tinuaram na sua bondade" (Rm 11.22). A esses também ele finalmente glorifi cou — Paulo não afirma aqui, e nem em qualquer outra parte dos seus escritos, que precisamente o mesmo número de pessoas é chamado, justifi cado e glorificado. Ele não nega que um crente possa cair e ser cortado entre seu chamado especial e sua glorificação (Rm 11.22). Nem nega que muitos são chamados e nunca são justificados. Ele só afirma que este é o método pelo qual Deus conduz, passo a passo, para o céu. [Ele] glorificou — Ele fala como quem olha da perspectiva do alvo da corrida da fé, pois, na verdade, a graça, como o princípio da glória, é tanto um penhor como um antegozo da glória eterna. 31. Que diremos, pois, à vista destas coisas? [Que estão] relacionadas aos capítulos 3,5 e 8? É como se ele tivesse dito: "Não podemos ir, pensar ou desejar além disso". Se Deus é por nós — Aqui seguem quatro períodos, um geral e três particulares. Cada um começa com a glória na graça de Deus, seguido por uma pergunta apropriada, desafiando todos os adversários. Estou bem certo etc. [v. 38] é a resposta geral. O período geral é: Se Deus é por nós, quem será contra nós? O primeiro período particular, relacionado ao passado, é aquele que não poupou o seu próprio Filho, porventura não nos darágraciosamente todas as coisas? O segundo, que se refere ao presente, é: E Deus quem os justifica. Quem os condenará O terceiro relacionado ao futuro é: É Cristo quem morreu —Quem nos separará do amor de Cristo? 32. Aquele que— Este período gramatical contém quatro cláusulas: Ele não pou pou a seu próprio Filho; portanto ele nos dará graciosamente todas as coisas. Ele por todos nós o entregou; conseqüentemente, ninguém pode intentar acusação contra nós. Graciosamente — Porque tudo que vem depois da justificação é também um dom gracioso. Todas as coisas— As que são necessárias ou úteis para nós. 64
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33. Q uem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. 34. Qu em os cond enará? É Cristo Jesus quem m orreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. T
33. Os eleitos de Deus — O escritor mencionado acima nota que muito antes da vinda de Cristo, o mundo pagão revoltou-se contra o verdadeiro Deus e [seus habitantes] foram, por isso, reprovados ou rejeitados. No entanto, a nação dos judeus foi escolhida para ser o povo de Deus e, em vista disso, era chamada "a prole" ou "os filhos de Deus" (Dt 14.1), "povo santo" (Dt 7.6; 14.2), "descendência escolhida" (Dt 4.37), "eleitos" (Is 41.8, 9; 43.10); "chamados de Deus" (Is 48.12). E estes títulos eram dados a toda a nação de Israel, incluindo bons e maus. Ora, tendo o evangelho uma ligação muito estreita com os livros do Antigo Testamento, onde essas frases ocorrem com freqüência, e nosso Senhor e seus apóstolos sendo judeus naturais, e começando a pregar na terra de Israel, a linguagem em que pregavam na turalmente conteria abundância de frases da nação judaica. Destes fatos toma-se fácil entender por que aqueles dentre os judeus que não queriam receber a Jesus eram chamados de reprovados [Cf. 2Co 13.5, 6,7], Pois eles não mais continuavam a ser o povo de Deus. Contudo, este e os outros títu los honrosos continuavam a ser aplicados aos judeus que abraçavam o cris tianismo. E as mesmas designações que outrora pertenciam [só] à nação judaica eram agora atribuídas também aos cristãos gentios. Junto com os títulos, foram investidos de todos os privilégios de "povo escolhido de Deus"; e nada poderia separá-los desses privilégios, a não ser sua apostasia deliberada. Não é evidente que mesmo os bons homens fossem jamais cha mados de "eleitos de Deus" antes de mais de 2.000 anos após a criação. Foi a eleição ou escolha da nação de Israel por Deus, e a sua separação de todas as outras nações, as que estavam afundadas na idolatria e iniqüidade, que primeiro deu ocasião a essa espécie de linguagem. E sendo a separação dos cristãos dos judeus um evento semelhante, não é de se estranhar que ela foi descrita por semelhantes palavras ou frases. A única diferença é que o ter mo eleito fora antigamente aplicado a todos os membros da Igreja visível, mas no Novo Testamento ele é aplicado apenas aos membros da Igreja in visível. 34. Ou antes, quem ressuscitou — Nossa fé não deve parar com sua morte, mas devia ser exercida também na sua ressurreição, reino e segunda vinda. Inter cede por nós — apresentando lá [à direita de Deus] sua obediência, seus R o m a n o s
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35. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou pe rseguição, ou fome, ou nud ez, ou perigo, ou espada? 36. Com o está escrito: (SI 44.22) Por amor de ti, somos entregu es à morte o d ia todo, som os considerados como ovelhas para o matadouro. 37. Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedo res, por m eio daquele que nos amou. 38. Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, 39. nem altura, nem profund idade, nem qualquer outra criatura pod erá separar-nos do am or de Deus, que está em C risto Je sus, nosso Senhor.
sofrimentos, suas orações, e as nossas orações santificadas por intermédio dele. 35. Quem nos separará do amor de Cristo para conosco? Será tribulação, ou angús tia — Ele procede em ordem, do problema menor ao maior: Pode qualquer um [destes problemas] nos separar da proteção do seu amor? E, se ele achar por bem, da própria salvação? 36. O dia todo — A saber, diariamente, continuamente. Somos considerados — Pelos nossos inimigos, por nós mesmos. 37. Somos mais que vencedores — Não somente não somos perdedores, como lucramos muito com todas essas provações. Este período parece descrever a plena segurança da esperança. 38-39. Estou bem certo — Isto é deduzido do v. 34, numa ordem admirável: [versos 38-39] "Nem morte" [nos separará do amor]; "Nem vida"; "Nem anjos, nem principados, nem poderes, nem coisas do presente e nem do porvir"; "Nem alturas, nem profundidade, nem qualquer outra criatura". [verso 34] Porque "Cristo está morto"; [Porque Cristo] "ressusdtou"; 66
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[Porque Cristo] "está a direita de Deus"; [Porque Cristo] "faz intercessão por nós". Nem morte — Por terrível que seja para os homens naturais; uma morte violenta em particular (v. 36). Nem vida — Com todas as aflições e angústia que a vida possa eventualmente trazer (v. 35); nem uma vida longa e confortável; nem todos os seres humanos vivos. Nem anjos — Se jam eles bons (se fosse possível que eles tentassem [tal separação]), sejam maus com toda sua astúcia e poder. Nem principados, nem poderes — Nem mesmo os da mais alta patente ou o poder mais eminente. Nem coisas do presente — Que podem eventualmente nos acontecer durante nossa pere grinação; ou o mundo todo, antes de deixar de existir. Nem coisas do porvir — Que podem ocorrer quando nosso tempo na terra tiver acabado ou quando tiver chegado o fim do próprio tempo. Nem altura, nem profundi dade — A sentença anterior tratava de diferenças de tempo, esta, de dife renças de lugares. Quantas grandes e variadas coisas são contidas nestas palavras, não sabemos, nem podemos e nem precisamos saber ainda. A altura — No sublime estilo de Paulo, isto significa o céu. A profundidade— Significa o abismo. Isto é, nem a altura, não digo dos muros, das monta nhas, dos mares, mas do próprio céu, pode nos abalar; nem o próprio abismo, sendo que o próprio pensamento dele pode pasmar a mais cora josa criatura. Nem qualquer criatura — Nada abaixo do Todo-poderoso; os inimigos visíveis ele nem se digna mencionar. Poderá — Quer pelâ força (v. 35), quer por reclamação legal (w. 33-34). Separar-nos do amor de Deus que está em Cristo — Este amor seguramente salvará, protegerá e livrará a nós que cremos, em, por e de todas as circunstâncias29.
29Wesley,emcomumcomescritoresinglesesdoseutempo,juntadiversos versosou diversas preposiçõescomum objeto comum, um estilopouco usadoemportuguêseque,portanto,nossoaestranho. R o m a n o s
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ROMANOS 9 1. D igo a verda de em Cristo, não minto, testem unha ndo com i go, no Esp írito Santo, a minha consciência: 2. que tenho g rande tristeza e incessante dor no coração; 3. porqu e eu m esmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne. ▼
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No presente capítulo, Paulo, depois de declarar fortemente seu amor e estima pelos seus patrícios, propõe-se a responder à grande objeção que faziam; a saber, que a rejeição dos judeus e a recepção dos gentios contrariavam a palavra de Deus. Que aqui não tinha o menor pensa mento da eleição ou reprovação pessoais é manifesto, (1) porque isto estava totalmente fora da sua intenção, que era mostrar serem a rejeição dos judeus e a recepção dos gentios coerentes com sua palavra; (2) por que tal doutrina não tenderia a convencer os judeus; antes, tenderia obviamente, a endurecê-los; (3) porque quando, ao final do capítulo ele resume seu argumento, ele não diz palavra alguma sobre isto ou sugere semelhante coisa. 1. Em Cristo — Isto parece sugerir um apelo a Cristo. No Espírito Santo— Pela sua graça. 2. Tenho grande tristeza — Um alto grau de tristeza e de alegria espirituais pode existir um ao lado do outro (Rm 8.39). Por declarar sua tristeza pe los judeus incrédulos, os quais se excluíam de todas as bênçãos que acaba de enumerar, ele mostra que o que agora ia falar não provinha de qual quer preconceito contra eles. 3. Eu mesmo desejaria. Meras palavras humanas são incapazes de descrever as emoções de almas plenas de Deus. É como se tivesse falado: eu pode ria desejar sofrer em seu lugar; sim, ser o separado de Cristo em seu lugar. Não se pode dizer em que grau ele desejou isto, a menos que alguém tivesse perguntado ao próprio Paulo e que ele tivesse dado a resposta. Mas por certo ele não estava, de forma alguma, pensando em si, mas só nos outros e na glória de Deus. Tal coisa não podia acontecer; mesmo assim, o desejo era piedoso e sólido; embora sob uma condição tácita, isto se fosse certo e possível. 68
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4. São israelitas. Pertence-lhes a adoção, e também a glória, as alianças, a legislação, o culto a De us e as prom essas; 5. deles são os pais e tamb ém deles descendem o Cristo, segun do a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. 6. E não como se a palavra de Deus tenha falhado, porque nem todos são Israel, os que são de Israel. T
4. Pertence-lhe a adoção, etc. — Ele enumera seis prerrogativas, das quais o pri meiro par concerne ao Pai, o segundo a Cristo, o terceiro ao Espírito Santo. A adoção, e também a glória — Isto é, Israel e o filho primogênito de Deus e o Deus da glória e seu Deus (Dt 4.7, SI 106.20). Estes são relativos, um ao outro, a uma vez, Deus é o Pai de Israel, e Israel o povo de Deus. Paulo não fala aqui da arca da aliança ou de qualquer coisa material. O próprio Deus é "a glória do seu povo Israel" [Cf. Lc 2.32], As alianças, a legislação — A aliança foi dada muito antes da lei. É chamada de alianças, no plural, por que foi repetida tão freqüentemente e de tantas maneiras, e porque havia nela duas disposições (G14.24), uma prometendo e a outra exibindo a pro messa. O culto e as promessas — A verdadeira maneira de adorar a Deus e todas as promessas feitas aos antepassados. 5. Às prerrogativas já mencionadas, Paulo agora acrescenta mais duas. Deles são os pais — Os patriarcas e homens santos da antiguidade, sim, e o pró prio Messias. O qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre— As pala vras originais sugerem o ser auto-existente, independente, o qual era, é e será. Sobre todos— O supremo, como sendo Deus, e conseqüentemente ben dito para todo o sempre. Palavra alguma pode expressar mais claramente sua divina, suprema majestade e sua graciosa soberania sobre judeus e genti os. 6. E não como se — Os judeus imaginaram que a Palavra de Deus deveria fa lhar, se toda a sua nação não fosse salva. Paulo refuta este pensamento e prova que a própria palavra havia previsto sua apostasia. A palavra de Deus — As promessas de Deus a Israel. Tenha falhado — Isto não poderia ser. Mesmo agora, diz o apóstolo, alguns desfrutam das promessas; e, posteri ormente "todo o Israel será salvo" [Rm 11.26], Isto é a essência dos capítu los 9,10 e 11. Porque — Aqui ele entra nas provas da sua declaração. Nem todos são Israel, os que são de Israel — Os judeus sustentavam o contrário; a saber, que todos os que nasceram como israelitas, e só eles, eram povo de Deus. A primeira parte dessa tese é refutada aqui; a última, nos w. 24 e 25. R o
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7. Nem por serem sementes de Abraão são todos filhos; mas: (Gn 21.12) Em Isaque será será chamada a tua semente. 8. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus: m as os filhos da prom essa são considerados a semente. 9. Porque esta é a palavra da promessa: (Gn 18.10) Por esta época eu virei e Sara terá um filho. 10. E não é só isto: m as tam bém Rebeca, ao co nceber de u m só, nosso pai Isaque; ▼
A conclusão é que Deus aceita todos os crentes, e só eles, e que este de forma alguma contraria a sua palavra. Pelo contrário, ele tem declarado na sua palavra, tanto por tipos como por testemunhos expressos, que crentes são aceitos como filhos da promessa", enquanto incrédulos são rejeitados, embora sendo "filhos da carne" [Rm 9.8]. Não todos são Israel — Isto é, nem todos estão no favor de Deus que são descendentes genealógicos de Israel30. 7. Nem por serem sementes de Abraão resultará que todos são filhos de Deus31 — Isto não foi o caso nem com toda a família de Abraão, e muito menos o seria na casa dos seus descendentes remotos. Mas, disse Deus então: Em Isaque será chamada a tua descendência — A saber, Isaque, não Ismael, será chamado tua semente; a semente para a qual se faz a promessa. 8. Isto é, Estes filhos não, etc. É como se tivesse dito: aqui temos um claro tipo das coisas do porvir; mostrando para nós que em todas as gerações futu ras, não são os filhos da carne, os descendentes genealógicos de Abraão, mas osfilhos da promessa, aqueles aos quais a promessa é feita, ou seja, os crentes são os filhos de Deus. 9. Porque esta é a palavra da promessa — Pelo poder pelo qual Isaque foi conce bido, e não pelo poder da natureza. [A palavra] não é: Todo aquele que nasce de ti será abençoado, mas [ele diz]: Por esse tempo — Que agora deter mino. Virei, e Sara terá umfilho, o qual herdará a bênção. 10. E que a bênção de Deus não pertence a todos os descendentes de Abraão fica evidente, não só por este exemplo, como também quando pelo caso de 30OcomentáriodeWesleyexigeasuaprópriaversão. 31 Wesleynãoincluiaspalavras“deDeus” nasuatradução. Nocomentário eleasacrescenta,grifadas,comosefossepartedotextobíblico,provavelmenteparadeixarevidenteasuainterpretaçãodapassagem. 70
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11. e aind a não eram os filhos nascidos, nem tinham p raticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus segund o a elei ção permanecesse firme, não por obras mas por aquele que chamou), 12. foi-lhe dito, (Gn 25.23) o m ais velho s erá servo do m ais moço. 13. C om o está escrito: Amei a Jacó e me aborreci de Esaú. 14. Qu e diremos, pois? H á injustiça da parte de D eus? De m odo nenhum. T
Esaú e Jacó, sendo que Jacó já fora escolhido para herdar a bênção, antes que qualquer dos dois tivesse praticado o bem ou o mal32. 0 apóstolo men ciona isto para mostrar que nem os antepassados [dos judeus] foram acei tos por causa de qualquer mérito próprio. Que o propósito de Deus quanto à eleição permanecesse firme — Sendo esse propósito o de eleger ou escolher a semente prometida. Não por obras — Não por causa de qualquer mérito antecedente da parte daquele a quem Deus escolheu. Mas por aquele que chamou — De acordo com a própria vontade daquele que chamou para tal privilégio aquele que ele próprio quis chamar. 12. O mais velho — Esaú. Será servo do mais moço — Não na sua própria pessoa, pois isto nunca aconteceu, mas na sua posteridade. Assim, os edomitas freqüentemente foram sujeitos aos israelitas. 13. Como está escrito — Com a palavra falada há tanto tempo em Gênesis, a de Malaquias concorda. Amei a Jacó — Com um amor peculiar; isto é, aos israelitas, à posteridade. Porém, comparativamente, me aborreci de Esaú — Isto é, dos edomitas, a posteridade de Esaú. Mas prestem atenção para: (1) Isto não diz respeito à pessoa de Jacó ou Esaú; (2) nem diz respeito ao esta do eterno, deles próprios ou da sua descendência. Até aqui o apóstolo vem provando sua tese; a saber, que a exclusão de uma grande parte da descen dência de Abraão, e mesmo de Isaque das promessas especiais de Deus, longe de ser impossível, já tinha realmente acontecido, conforme as Escri turas. Ele agora passa a refutar uma objeção. 14. Há injustiça da parte de Deus? Deus será injusto pelo fato de dar a bênção a Jacó em vez de Esaú? Ou por aceitar crentes e estes tão-somente? De modo nenhum. Isto é bem coerente com a sua justiça, porque ele tem o direito de fixar as condições sob as quais ele mostrará misericórdia, consoante a sua declaração a Moisés, intercedendo por todo o povo depois de ter praticado a idolatria com o bezerro de ouro. 32“Obemouomal”écitadodov.11. R o m a n o s
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15. Po is ele diz a M oisés: (Ex 23.19) Terei m isericó rdia de qu em m e aprou ver ter m isericórdia, e com padecer-me-ei de quem m e aprouver ter com paixão. 16. Assim, pois, não depende de quem quer, ou de quem corre, mas de Deus que faz misericórdia. 17. A lém disso, a Escritura diz a Faraó: (Ex 9.18) Para isto m es m o te levantei, p ara mostrar em ti o meu poder, e para que o m eu n om e seja an unciado por toda a terra. ▼
15. Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia — Conforme os termos que eu próprio estabeleci. E compadecer-me-ei de quem me aprouver ter com paixão —A saber, aos que se submetem às minhas condições, que aceitam a compaixão da maneira que eu determinei. 16. A bênção, portanto, não depende de quem quer, ou de quem corre — Ela não resulta nem da vontade e nem das obras humanas, mas da graça e do po der de Deus. A vontade do ser humano aqui se opõe à graça de Deus, e o seu correr à operação divina. Também esta declaração geral não se aplica apenas a Isaque, a Jacó e aos israelitas no tempo de Moisés, mas também a todos os seus descendentes, até ao fim do mundo. 17. Além disso — Deus tem o direito incontestável de rejeitar aqueles que se recusam a aceitar as bênçãos sob as condições dele. Ele exercitou tal direito no caso de Faraó; após muitos atos de teimosia e rebelião, Deus disse, como se encontra registrado na Escritura: Para isto mesmo te levantei — A saber, a não ser que tu te arrependas, isto certamente será a conseqüência do fato de ter eu te levantado, fazendo de ti um grande e glorioso monarca, para mostrar em ti o meu poder (como realmente aconteceu, por submergir a ele e ao seu exército no mar) e que meu nome seja anunciado por toda a terra — Como o é no dia de hoje. Isto pode ter ainda um outro sentido. Parece que Deus estava disposto a mostrar seu poder sobre o rio, os insetos, outros animais (bem como as causas de sua saúde, doenças, vida e morte), sobre os meteoros, o ar, o sol (os egípcios adoravam todas estas coisas e outras nações aprenderam destes as suas idolatrias), e, ao mesmo tempo, sobre seus deuses, por aquele terrível golpe, matando todos os seus sacerdotes e suas vítimas prediletas, os primogênitos dos seres humanos e das bestasferas. Tudo isto se fez com o propósito não apenas de libertar seu povo Israel (para que uma só ação de onipotência teria sido suficiente), mas tam bém de convencer os egípcios de que os objetos da sua adoração não pas savam de criaturas de Jeová, inteiramente sob seu controle, e a atraí-los e 72
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18. Logo, tem ele m isericórdia de quem quer, e tamb ém endure ce a quem lhe apraz. 19. Tu, porém , me dirás: De que se queixa ele ainda? P ois quem ja m ais resistiu à sua vontade? 20. Q uem és tu, ó hom em , para discutires com Deus?! Porventura pode o artefato perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? 21. Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso p ara honra e outro para desonra? T
às nações vizinhas, as quais ouviriam de todas essas maravilhas, da sua idolatria e para a adoração do único [verdadeiro] Deus. Para a execução deste desígnio (visando à demonstração do poder divino sobre os vários objetos do seu culto, através de uma variedade de atos maravilhosos, que, ao mesmo tempo se constituíram em justas punições pela sua cruel pres são dos israelitas), Deus se agradou em elevar ao trono de uma monarquia absoluta, um homem, não um homem que ele havia tomado iníquo de propósito, mas um que ele descobriu assim, o mais orgulhoso, o mais ou sado e obstinado de todos os príncipes egípcios; e que, sendo incorrigível, bem mereceu ser colocado naquela situação na qual o juízo divino caiu pesadíssimo. 18. Jogo — Isto é, ele de fato mostra a misericórdia sob suas próprias condi ções; a saber, aos que crêem. [Ele] endurece — Isto é, ele os abandona à du reza de seu coração. A c\uem lhe apraz — A saber, os que não crêem. 19. De que se queixa ele ainda? O vocábulo ainda é fortemente expressivo da mur muração mal-humorada e rabugenta daquele que faz a objeção. Pois quem jamais resistiu à sua vontade? — A palavra "sua" também expressa sua inso lência e aversão a Deus, de quem ele nem se digna mencionar o nome. 20. Mas quem és tu, ó homem. Homem pequeno, impotente e ignorante. Para discutires com Deus? Ter que acusar Deus de injustiça, por ele próprio esta belecer os termos sob as quais ele mostrará a misericórdia? Porventura pode o artefato perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? — Por que me fizeste capaz de honra e imortalidade só pela fé? 21. Ou não tem o oleiro direito sobre a massa? — E quanto mais não tem Deus direito sobre suas criaturas, para designar um vaso, a saber, o crente, para honra e um outro, a saber, o incrédulo, para desonrai Se examinar o direito que Deus tem sobre nós de um modo mais geral, no que tange às suas criaturas inteligentes, Deus pode ser considerado de dois ângulos diferentes: como R o
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22. O ra, se D eus querendo m ostrar a sua ira, e dar a conhe cer o seu poder, suportou com m uita longanimidade os vasos de ira, preparados para a destruição. 23. E para que desse a conhecer as riqueza s da sua glória so bre vaso s de m isericórdia, que para a glória preparou de antemão, T
criador, proprietário e Senhor de tudo, ou como seu governador e juiz. Deus, na qualidade de Senhor soberano e Proprietário de tudo, dispensa seus dons ou favores com perfeita sabedoria, porém, não de acordo com quaisquer regras ou métodos que nos são familiares. A época em que nós existiremos, o país em que viveremos, nossos pais, a constituição do nosso corpo ou o feito mental: estas e inumeráveis outras circunstâncias são, sem dúvida, ordenadas com perfeita sabedoria; mas por regras que nos são invisíveis. Os métodos de Deus em tratar conosco como Governador e Juiz, porém, são claramente revelados e perfeitamente conhecidos; a saber, que ele, no fim, retribuirá a cada um conforme as suas obras [Mt 16.27]. "Quem crer será salvo: quem não crer será condenado" [Mc 16.16], Portanto, embora "ele tem misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz" [v. 18], isto é, ele permite que se endureçam como conse qüência da sua maldade obstinada; mesmo assim, sua vontade não é a de um ser arbitrário, caprichoso e tirânico. Ele só deseja aquilo que é infinita mente sábio e bom; por isso, sua vontade é uma regra justíssima de julga mento. Mostrará misericórdia, como já nos assegurou, só aos verdadeiros crentes e nem endurecerá a ninguém, exceto os que obstinadamente recu sam sua misericórdia. 22. Se Deus, querendo — Isto se refere aos w. 18-19. A saber, embora seja agora sua vontade, por causa da sua obstinada descrença. Mostrar a sua ira — A qual necessariamente pressupõe o pecado. E dar a conhecer o seu poder — Isto é repetido no v. 17. Suportou — Como fez com Faraó. Com muita longanimidade — A qual os deveria ter levado ao arrependimento. Os vasos da ira — Os que haviam movido sua ira por continuar a rejeitar a sua mise ricórdia. Preparados para a destruição— Por causa de sua própria impenitênda voluntariosa. Haverá injustiça nisso? 23. Para que desse a conhecer — E se, por mostrar tal longanimidade mesmo aos "vasos da ira", ele mostrou mais abundantemente a grandeza da sua glorio sa bondade, sabedoria e poder, aos vasos de misericórdia; aos que ele próprio, pela sua graça preparou para a glória. Existe nisso alguma injustiça? 74
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24. os quais som os nós, a quem tam bém cham ou, não só dentre os judeu s, mas tam bém dentre os gentios? 25. Assim como tam bém diz em Oséias: (Os 2.23) Cham arei povo m eu ao que não era m eu povo; e, amad a à que não era m inha amada; 26. e no lugar em que se lhes disse: (Os 1.10) Vós não sois meu povo ; ali mesm o serão cham ados filhos do Deus vivo. 27. M as Isaías testifica, concerne nte a Israel: (Is 10 .22-23) Aind a que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, só o remanescente é que será salvo. 28. Porque o Senhor cumprirá a sua palavra sobre a terra, cabal mente e em breve; porque o Senhor, em breve, executará sua senten ça sobre a terra. 29. Co m o Isaías já disse: Se o Senhor dos Exércitos não n os tives se deixado uma semente, ter-nos-íamos tornado como Sodom a e semelhantes a Gomorra. ▼
24. Os quais somos nós— Aqui o apóstolo chega à outra proposição, a da graça livre para todos, quer judeu, quer gentio. Dentre os judeus — De que ele trata no v. 20. Dentre os gentios — Tratado no mesmo verso. 25. Amada — Como esposa. À que antes não era amada — Conseqüentemente, não eleita incondicionalmente. 26. Ali mesmo serão chamados filhos de Deus — Assim, eles não precisam deixar seu próprio país e vir à Judéia. 27. Mas Isaías testifica que (assim como muitos gentios serão aceitos) muitos judeus serão rejeitados e que de todos os milhares de Israel, só o remanescen te é que será salvo. Isto foi falado originalmente dos poucos que foram pou pados da destruição pelo exército de Senaqueribe. 28. Porque o Senhor cumpriráa sua palavra33—Agindo com rigorosa justiça, ele dei xará apenas um pequeno remanescente. Haverá uma destruição tão genera lizada que apenas poucos escaparão. 29. Como Isaías já disse — A saber, em Isaías 1.9 [e 7.1], que se refere aos que foram sitiados em Jerusalém por Rezim e Peca. Se o Senhor não nos tivesse 33OsentidodotextonaKJVetambémnodeWesleyéumtantodifícilde interpretar.Porserbemmaisclaro,aquiseguimos Almeida. R o m a n o s
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30. Qu e diremo s pois? Que os gentios, que não buscava m a jus tiça, vieram a alcançá-la, todavia a que decorre da fé; 31. ao passo que Israel, procurando uma lei de justiça, não che gou a atingir essa lei. 32. E por quê? Porque não a procuraram pela fé, e sim, como que pelas obras. Tropeçaram na pedra de tropeço. 33. Como está escrito: (Is 8.14) Eis que ponho em Sião uma pe dra de tro peço e rocha de escândalo, (Is 28.11) mas quem nela crer, não será confundido. T
deixado descendência — O que significa (1) a carência presente e (2) a abun dância futura. Ter-nos-íamos tomado como Sodoma — Portanto, o revoltar-se contra Deus pela maioria da nação judaica e a conseqüente morte nos seus pecados não são coisas sem precedente. 30. Que diremos pois? O que devemos conduir de tudo isso, a não ser que os gentios, que não buscavam a justiça — Os quais antigamente não tinham co nhecimento da justiça e nem se preocupavam com ela. Vieram a alcançá-la — ou seja, a justificação. Todavia a justiça que decorre da fé — Eis a primeira conclusão que devemos tirar das observações anteriores. 31. A segunda é que Israel (os judeus), procurando uma lei da justiça, a lei que, devidamente empregada, teria levado esse povo à fé e, daí, à justiça. Não chegou a atingir essa lei — A saber, não alcançaram aquela justiça ou justifi cação que é o único grande fim da lei. 32. Por quê? — Será porque Deus decretou eternamente que não a atingissem? Não encontramos aqui coisa semelhante; mas, coerente com o seu argu mento, o apóstolo nos dá uma boa explicação: Porque não a procuraram pela f é —A única maneira de atingi-la. E, sim, como que pelas obras — Com efeito, se não declaradamente, das obras. Porque tropeçaram na pedra de tropeço — Isto é, Cristo crucificado [Cf. IPe 1.8]. 33. Como está escrito — Prenunciado pelo vosso próprio profeta [Isaías], Eis que ponho em Sião — Exibo na minha Igreja aquilo que embora realmente sendo o único seguro fundamento da felicidade, mesmo assim será uma pedra de tropeço e rocha de escândalo — Isto é, a ocasião de ruína para muitos, por causa da sua incredulidade obstinada.
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ROMANOS 10 1. Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles é para que sejam salvos. 2. P orque lhes dou testem unho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento. 3. Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus, e procurando estabe lecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus. 4. Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê. 5. Ora, M oisés descrev e a justiça que é pela lei, (Lv 18.5) aquele que pratica estas coisas viverá p or elas. 6. M as a justiça que é pela fé assim diz: (Dt 30.14) Não p ergu n tes em teu coração: Quem subirá ao céu? (isto é, para trazer do alto a Cristo); ▼ N otas
1. Minha súplica a Deus é para que sejam salvos. Ele não teria orado assim, se eles fossem totalmente reprovados. 2. Eles têm zelo, porém não com entendimento — Eles tinham zelo sem entendi mento; nós temos entendimento sem zelo. 3. Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus — Isto é, do modo que Deus esta belecera para a justificação do pecador. E procurando estabelecer a sua própria [justiça] — Seu próprio modo de aceitação por Deus. Não se sujeitaram à que vem de Deus — O caminho da justificação que ele estabeleceu. 4. Porque o fim da lei é Cristo — A saber, seu escopo e sua finalidade. É o pró prio desígnio da lei de levar pessoas a crerem em Cristo para a justificação e a salvação. E só ele concede o perdão e a vida que a lei revela estarem faltando, mas que ela não pode dar. De todo aquele — Quer judeu, quer gentio (assunto tratado nos w. 11-12) que crê — Tratado nos vv. 5-6. 5. Ora, Moisés descreve a única justiça que é pela lei, quando diz: O homem que praticar essas coisas viverá por elas — Isto é, aquele que guarda todos esses preceitos em todos os pontos, ele, e só ele, pode reclamar vida e salvação por preceitos. Mas este método de justificação é impossível a qualquer um que já transgrediu qualquer lei em qualquer ponto. 6-7. Mas a justiça que é pelafé — O método de se tomar justo pelo ato de crer. Fala um idioma muito diferente, e [tal justiça] pode ser entendida como R o
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7. ou: Quem descerá ao abismo? (isto é, para levantar pela se gunda vez a Cristo dentre os mortos). 8. Mas o que é que ele diz? A palavra está perto de ti, na tua bo ca e no teu coração ; isto é, a palavra da fé que pregam os. 9. Se co m a tua bo ca co nfessares a Jesus com o Senhor, e em teu coração creres que D eus o ressuscitou dentre os mortos, se rás salvo. 10. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa p ara salvação. 11. Po rqu anto a Escritura diz: (Is 28.16) Todo aqu ele que nele crê não será confundido. 12. Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. ▼
expressando-se desta maneira para adaptar ao nosso presente assunto as palavras que Moisés falar, no tocante à clareza da sua lei: Não perguntes em teu coração: quem subirá ao céu ? Como que para trazer do alto a Cristo: ou, quem descerá ao abismo? Como que para levantar a Cristo dentre os mortos — Não penses que estas coisas devem ser feitas agora, a fim de conseguir teu perdão e salvação. 8. Porém, que é que ele diz [Isto é] Moisés? Ele diz estas palavras, tão maravi lhosamente aplicáveis ao assunto perante nós. Tudo está pronto e à tua mão. A palavra está perto de ti — Ao teu alcance, fácil de se entender, lem brar e praticar. Isto é iminentemente verdadeiro no caso da palavra dafé, o evangelho, que pregamos — O cerne é: Se o teu coração crer em Cristo e tua vida o confessar, tu serás salvo34. 9. Se com a tua boca confessares —Mesmo em meio à perseguição, quando se melhante confissão pode te levar aos leões. 10. Porque com o coração — Não só com o entendimento. Se crê para justiça — Para obter a justificação. E com a boca se confessa — Visando obter a salvação final. Neste lugar, "confissão" significa toda a religião exterior; e a fé signi fica a raiz de toda a religião íntima. 12. O mesmo Senhor de todos é rico — De forma que suas bênçãos nunca se esgo tam, nem é ele jamais obrigado a deter sua mão [por falta de bênçãos a 34AcitaçãoérealmenteAt30.1214. 78
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13. Porque: (Joel 2.32) Todo aquele que invocar o nome do Se nhor, será salvo. 14. Como, porém, invocarão aquele em que não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? 15. E com o pregarão se não forem enviado s? Com o está escrito: (Is 52.7) Quão formosos são os pés dos que anunciam boas novas de paz, que trazem alegres notícias de coisas boas. 16. M as nem todos obedeceram ao evangelho; pois Isaías diz: (Is 53.1) Senhor, quem acreditou na nossa pregação? 17. E assim, a fé vem pela pregação, e a pregação p ela palavra de Cristo. 18. M as pergunto: Porven tura não ouviram? Sim, por certo: (SI 19.4) Por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as suas pala vras até aos confins do m undo. T
distribuir]. A grande verdade colocada no v. 11 é de tal forma repetida aqui, bem como no décimo-terceiro e confirmado (w. 14-15), a não só encerrar [a verdade] que "todo aquele que invocar o seu nome será salvo", [v. 13] como também sugere que a vontade Deus é que todos lhe invoquem o nome para sua salvação35. 15. Mas como pregarão se não forem enviados? Por uma corrente de raciocínio, a partir da vontade de que também os gentios deveriam "invocar-lhe o nome", Paulo deduz que os apóstolos foram enviados por Deus para pregar tam bém aos gentios. Os pés — Suas próprias pegadas: sua vinda. 17. Afé, na verdade, geralmente, vem pelo ouvir [da pregação do Evangelho], isto é, pelo ouvir da palavra de Deus36. 18. Mas sua descrença não se devia à falta de ter ouvido. Porque ouviram. Sim, por certo— Tantas nações já ouviram os pregadores do evangelho, que pos so em certo sentido dizer deles como Davi falou das luzes do céu37. 35OtermodeWesleyé“savingly”. 36WesleysegueaKJVaqui.Ovocábulo cikot ] significatantooouvir/ouvido como acoisaouvida (a mensagem,apregação).Muitasversões modernas,comoAlmeida,seguem asegundatradução. 37Wesley alude ao SI 136.7: Rendei graças... aquele que fez os grandes luminares,porqueasuamisericórdiaduraparasempre. R o
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19. P ergunto m ais: Porventu ra não terá chegado isso ao con he cimento de Israel? Primeiro Moisés diz: (Dt 32.21) Eu vos p ro vocarei a ciúmes p or m eio daqueles que não são um a nação; por um a na ção insensata vos provocarei à ira. 20. Mas Isaías é mais ousado e diz: (Is 55.1-2) Fui achado pelos que não me procuravam, revelei-me aos que não pergunta vam p or mim. 21. Quanto a Israel, porém, diz: Todo o dia estendi as minhas m ãos a um povo descrente e contradizente. ▼
19. Porventura não será chegado isso ao conhecimento de Israel? Eles deveriam ter sabido, da parte de Moisés e Isaías, que muitos dos gentios seriam recebi dos e muitos dos judeus sujeitados. Eu vos provocarei a ciúmes por aqueles que não são uma nação — Como os judeus seguiam deuses que não eram deuses, assim ele aceitou em seu lugar uma nação que não era nação; a saber, uma nação que não tinha aliança com Deus. Uma nação insensata — Como são todos que não conhecem a Deus. 20. Mas Isaías é mais ousado e diz: E fala abertamente o que Moisés apenas sugeriu. 21. Um povo descrente e contradizente. Diametralmente contrário àqueles que criam com o coração e confessavam com a boca.
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ROMANOS 11 1. P ergun to, pois: Terá Deu s, porventura , rejeitado o seu povo? De m odo n enhum; porque eu também sou israelita da des cendên cia de Ab raão, da tribo de Benjamim . 2. Deu s não rejeitou o seu povo a quem de antemão conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura refere a respeito de Elias, com o insta perante D eus contra Israel, dizendo: 3. (lRs 19.10) Senhor, mataram os teus profetas, arrasaram os teus altares, e só fiquei, e procuram tirar-m e a vida. 4. Q ue lhe disse, porém, a resposta divina? Reservei para m im sete mil hom ens, que não dobraram joelhos diante de Baal. 5. A ssim, pois, tam bém agora, no tempo de hoje, sobrevive um rem anescen te segundo a eleição da graça. 6. E se é pela graça, já n ão é pelas obras; do c ontrário, a graça já não é graça. E se for pelas obras, já não se rá pela graça; pelo contrário, obras já não são obras. ▼ N otas
1. Terá Deus, porventura, sujeitado todo o seu povo — Todo o Israel? De forma alguma! Pois já hoje existe "um remanescente" (v. 5) e posteriormente "todo o Israel será salvo" (v. 26). 2. Deus não rejeitou aquela parte do seu povo a quem ele de antemão conheceu — Falando segundo o modo dos homens. Porque, na realidade, conhecer e pré-conhecer são o mesmo para Deus, o qual conhece ou vê todas as coisas de uma só vez, da eternidade à eternidade. Ou não sabeis - Que, num caso paralelo, em meio a uma apostasia geral, quando Elias pensava que toda a nação houvesse caído em idolatria, Deus "sabia" existir "um remanescen te" de verdadeiros adoradores? 4. [... Não dobraram joelhos diante] De Baal — Nem [a Baal] e nem aos bezer ros de ouro. 5. Segundo a eleição da graça — Segundo aquele gracioso propósito de Deus, "aquele que crê será salvo" [Cf. Mc 16.16, já citado acima, referente a Rm 9.21], 6. E se é pela graça, já não é pelas obras — Quer cerimoniais, quer morais. Do contrário já não é graça — A própria natureza da graça seria perdida. E se for R o
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7. Que diremos, pois? O que Israel busca, isso não conseguiu; m as os eleitos alcançaram; e o resto foi tom ad o cego. 8. Com o está escrito: (Is 29.16) Deus lhes deu espírito de entor pecim ento, o lhos para não ver e ouvidos para não ouvir, até ao dia de hoje. 9. E diz Davi: (SI 69.22-23) Tome-se-lhes a mesa em laço e ar madilha, em tropeço e punição; 10. Escureçam -se-lhes os olhos para que não vejam, e fiquem p ara sem pre en curvad as as suas costas. 11. Pergunto, pois: Porventura tropeçaram para que caíssem? De m odo n enhum ; mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para pô -los em ciúmes. ▼
pelas obras, já não será pela graça: pelo contrário, obras já não são obras. Pois a sua própria natureza será destruída38. Há algo tão completamente contrá rio entre ser justificado pela graça e ser justificado pelas obras que, se al guém defende um desses pronunciamentos, necessariamente exclui o ou tro. Porque o que se dá pelas obras é o pagamento de uma dívida, enquan to a graça pressupõe um favor imerecido. Portanto, o mesmo benefício não pode, pela própria natureza das coisas, resultar de ambos [graça e obras]. 7. Que diremos pois? — Qual a conclusão de tudo isso? É a seguinte: que Israel na sua totalidade não conseguiu a justificação; mas somente os israelitas que crêem. E o resto foi tornado cego — Por causa do seu próprio preconceito voluntarioso. 8. Deus finalmente retirou o seu Espírito e os entregou a um espirito de entor pecimento; esta profecia [de Isaías] é cumprida até ao dia de hoje. 9. E diz Davi— Naquela maldição profética que é aplicável a eles bem como a Judas. Punição— Pela sua maldade anterior. Assim o pecado é punido pelo pecado; portanto, o evangelho, o qual deveria ter alimentado e fortalecido suas almas, se tomou um meio de destruí-las. 11.Porventura tropeçaram para que caíssem — Total e finalmente. De modo ne nhum. Mas pela sua queda — ou deslize — é uma palavra muito branda no original. Veio a salvação aos gentios — Atos 13.46 é um exemplo disso. Para pô-los em ciúmes — Isto é, os próprios judeus. 38 Estaparte quenãoseencontraem Almeidaconstada KJVedasNotas. 82
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12. O ra, se a queda d eles for a riquez a do m undo e a sua perda a riqueza dos gentios, quanto m ais a sua plenitude? 13. Dirijo-me a vós outros, que sois gentios! Visto, pois, que eu sou ap óstolo dos gentios, honro o m eu m inistério, 14. para ver se de algum modo posso incitar à emulação os da minha carne, e salvar alguns deles. 15. Porque, se o fato de terem sido eles rejeitados trou xe reconci liação ao m undo, que será o seu restabelecimento, senã o vida dos m ortos? 16. E, se forem santas as primícias da ma ssa, igualm ente o será a sua totalidade; se for santa a raiz, tam bém os ram os o serão. ▼ 12. A primeira parte deste verso é tratada em 13-14; a última parte, Quanto mais a sua plenitude? (Isto é, a plena conversão dos judeus nos vv. 23-24). Tantas profecias apontam para esse grande evento que é surpreendente que qualquer cristão possa dele duvidar. E as profecias são abundante mente confirmadas pela maravilhosa preservação dos judeus como um povo distinto até hoje. Quando for completada, será tão forte demonstra ção [da verdade tanto do Antigo Testamento quanto do Novo Testamen to] que, sem dúvida, convencerá milhares de deístas em países nominal mente cristãos, dos quais haverá, é claro, crescentes multidões entre cris tãos meramente nominais. E isto será um meio de propagar o evangelho rapidamente entre os maometanos e pagãos. Eles provavelmente teriam recebido o evangelho há muito tempo, se tivessem tido contato só com cristãos genuínos. 13. Eu honro o meu ministério — Longe de me envergonhar de ministrar aos gentios, eu me alegro nisso; e tanto mais prontamente porque tal ministé rio pode ser um meio de provocar ciúmes em meus irmãos. 14. Da minha carne — Meus parentes. 15. Vida dos mortos — Vida superabundante para o mundo, que estava morto. 16. E isto certamente acontecerá. Seforem santas as primícias, igualmente o será a sua totalidade — a consagração daquelas era considerada a consagração da totalidade; assim, a conversão de alguns poucos judeus é um penhor da conversão de todo o resto. Sefoi santa a raiz— Os patriarcas de onde se originam; por certo Deus finalmente tornará os descendentes santos tam bém. R o m a n o s
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17. Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles, e te tornaste participan te da raiz e da seiva da oliveira, 18. não te glories contra os ramos; porém se te gloriares, [sabe que]39 não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. 19. Dirás, pois: Alguns ram os foram quebrados, para que eu fosse enxertado. 20. Bem! Pela sua incredulidade foram quebrados; tu, porém, m edian te a fé estás firme. N ão te ensoberbeças, m as teme. 21. Porque se Deu s não poup ou os ramos naturais, tenha cuida do que tam bém ele não te poupe. 22. Considera, pois, a bond ade e a severidade de Deus; para com os que caíram, severidade; mas para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte também tu serás cortado. ▼
17. Tu — Ó gentio. Sendo oliveira brava — Se o enxerto fosse mais nobre que o tronco, mesmo assim a sua dependência para a vida e o sustento o deixa ria sem espaço para se jactar contra o tronco. Quanto menos, quando, contrariamente à prática comum das pessoas, a oliveira brava é enxerta da em tronco bom! 18. Não te glories contra os ramos — Não fazem isto os que desprezam os ju deus? Ou negam a futura conversão deles? 20. Bem! Pela sua incredulidadeforam quebrados; tu, porém, mediante a fé estásfirme — Ambos de modo condicional e não absoluto; se fosse absolutamente, poderia ter havido espaço a se vangloriar. Mediante a fé — Pelo livre dom de Deus, o que, portanto, te deveria tomar humilde. 21. Não te ensoberbeças, mas teme40— Devemos notar que o temor aqui não é o oposto da confiança, mas do orgulho e da [falsa] esperança [Cf. v. 20]. 22. Doutra sorte tu também serás — Também, tu que agora "mediante a fé estás firme", tanto total como finalmente cortado. 39Acrescentamos,comAlmeida,aspalavras“sabeque”,paramaisclarezadesentido. 40 Istoé,dov. 20, mesmonaKJV. 84
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23. Eles tam bém , se não p erm anecerem na incredulidade, serão enxertados; p ois De us é poderoso para os enxertar de novo. 24. Pois se foste cortado da que, por natureza, era oliveira brava, e contra a natureza enx ertado em boa oliveira, qu anto mais não serão enxertad os na sua própria oliveira aqueles que são ram os naturais! 25. P orque não quero, irmãos, que ignoreis este m inistério, para que não vos tenhais na conta de sá b ios41, que veio endu reci m ento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: (Is 59.20) Virá de Sião o Libertador, ele apartará de Jacó as impiedades. 27. Esta é a m inha aliança com eles, quando eu tirar os seus pe cados. 28. Quanto ao evangelho, são eles inimigos por vossa causa; quan to, porém, à eleição, amad os por causa dos patriarcas;
24. Contra a natureza — Pois segundo a natureza, nós enxertamos o ramo frutífero no tronco bravo; mas aqui o ramo bravo é enxertado no tronco frutífero. 25. Paulo chama toda a verdade, conhecida só a poucos, um mistério. Tal fora outrora o chamado dos gentios; tal era agora a conversão dos judeus. Para que não vos tenhais na conta de sábios [Cf. Pv 26.12], orgulhosos das presentes vantagens, sonhando que vós sejais a única igreja ou que a Igreja de Roma não pode falhar. Veio endurecimento em parte a Israel, até que— Israel, portan to, nem é total nem finalmente rejeitado. Haja entrado a plenitude dos gentios — Até que haja uma vasta colheita entre os pagãos. 26. E assim todo o Israel será salvo — Sendo convencido pela vinda dos gentios. Mas haverá uma colheita ainda maior entre os gentios, quando todo o Is rael entrar. Virá o Libertador — Na realidade, o Libertador já chegou: mas não o pleno fruto da sua vinda. 28. São eles agora inimigos — Do evangelho de Deus e deles próprios, tudo isto sendo permitido por Deus. Por vossa causa; quanto, porém, a eleição—Aque la porção deles que crê e é amada.
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41 Amesmaexpressãoocorreem Rm 12.16.
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29. porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento. 30. Porq ue assim como vós também outrora fostes desobed ien tes a Deus, m as agora alcançastes m isericórdia à vista da de sobediência deles, 31. assim também estes agora foram desobedientes, para que igualmente eles alcancem misericórdia, à vista da que vos foi concedida. 32. Porque Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de m isericórdia para com todos. 33. Ó pro fundidad e da riqueza, tanto da sabedoria, com o do co nhec imen to de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos! ▼
29. Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis— Deus não se arrepende42 dos seus dons para os judeus ou sua vocação dos gentios. 32. Porque Deus a todos encenou na desobediência — Permitindo cada um, por sua vez, a se revoltar contra ele. Primeiro, na antiguidade, Deus permitiu aos gentios revoltarem-se e tomou a família de Abraão como uma semente peculiar para si. Depois, ele os deixou a cair, através da sua descrença, e recebeu os gentios, incrédulos. E ele chegou a fazer isto para provocar ciú mes aos judeus e assim finalmente trazê-los também à fé. Este foi deveras um mistério na conduta divina, a qual o apóstolo adora com tão santa ad miração. 33. Ó profundidade da riqueza, da sabedoria e do conhecimento de Deus. No capítulo nono, Paulo navegara apenas num mar estreito; agora ele se encontra no oceano. A profundidade das riquezas ele descreve no v. 33; a profundidade da sabedoria, no v. 34; a profundidade do conhecimento, na última parte do pre sente verso. A sabedoria governa todas as coisas para o melhor fim; o conhe cimento vê esse fim. Quão insondáveis são os seus juízos — No tocante a des crentes. Seus caminhos — No tocante a crentes. Seus caminhos estão num nível elevado43; seus juízos são "um abismo profundo" (SI 36.6). Mas mes mo seus caminhos nos são inescrutáveis. 42Nosentidoliteraldotermo,elenãomudarásuamentesobreaquestãode donsevocação. 43Istoé,nãoacidentados 86
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34. (Is 40.13) Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? 35. O u quem prim eiro deu a ele para que lhe venh a a ser res tituído? 36. Porque dele e por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a g lória eternamente. A mém . ▼
34. Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? — Antes ou além da sua própria revelação. 35. Ou quem primeiro deu a ele — Quer sabedoria, quer poder? 36. Dele — Como criador. Por ansiedade— Como preservador. Para ele— Como o fim último, são todas as coisas. A ele, pois, a glória das suas riquezas, sabe doria e conhecimento. Amém— Uma palavra de conclusão, na qual a emo ção do apóstolo, tendo alcançado seu auge, encerra tudo.
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ROMANOS 12 1. Exorto-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corp os po r sacrifício vivo, santo e ag ra dável a Deu s, que é o vosso culto racional. 2. E não vos conformeis com este mundo, mais transformaivos pela renovação da vossa mente, para que experimen teis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. ▼
Notas
1. Exorto-vos — Paulo costuma adaptar suas exortações às doutrinas que ele vem expondo. Assim neste lugar o uso geral do todo é contido nos vv. 1 e 2. Os usos particulares vêm depois, desde o v. 3 até o fim da epístola. Pelas tenras misericórdias de Deus — Todo o sentimento aqui é derivado dos capí tulos de 1 a 4 de Romanos. A própria expressão é precisamente oposta à ira de Deus (Rm 1.18). Abarca aqui o evangelho todo, toda a economia (opera ção) da graça e da misericórdia, livrando-nos da "ira de Deus" e nos im pulsionando a todo o dever. Que apresenteis — Isto (Rm 6.13 e 16.19)44 sig nifica de fato mostrar [o corpo] diante de Deus. Os vossos corpos — Isto é, a nós mesmos; uma parte é colocada pelo todo; e isto com mais propriedade, porque no antigo sacrifício de animais o corpo realmente era tudo. Tam bém os corpos são especificados em oposição àquele desprezível abuso do corpo mencionado em Rm 1.24. Seguem-se diversas expressões que, de igual modo, são uma referência direta a outras expressões no mesmo capí tulo. Por sacrifício — Morto para o pecado; e vivo — Por aquela vida que é mencionada (Rm 1.17,6.4 etc.) Santo— Tal qual a lei exige (Rm 7.12). Agra dável — Rm 8.8. Que é o vosso culto racional — A adoração dos pagãos era totalmente irracional (Rm 1.8-9); o mesmo se deu com a jactância dos ju deus (Rm 2.3-4). Os cristãos, pelo contrário, agem em todas as coisas a partir da razão mais elevada, inferindo o seu dever da misericórdia de Deus. 2. £ não vos conformeis — Quer em juízo, espírito ou comportamento. Com este mundo— Pois ele negligencia a vontade de Deus e busca a sua própria. Para que experimenteis — Para conhecerdes por experiência própria; isto se toma fácil para aquele que desta forma se apresenta a Deus. Qual seja a boa, agradá44AidéiadaentregadocorpoedoseraDeusenãoaomalignoestápresentenosversosmencionados,não,porém,ovocábulo“apresentar”. 88
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3. Porq ue p ela graça que me foi dada, digo a cada um den tre vós que não pense em si m esmo além do que convém, antes, pense com m oderação segundo a m edida da fé que D eus repartiu a cada um. 4. Porque assim com o num só corpo temos muitos membros, m as nem todos os mem bros têm a mesma função; 5. assim tamb ém nós, conquanto muitos, somos um corpo em Cristo, e membros uns dos outros, 6. tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos é dada: se profecia, seja segund o a analogia da fé;
vel e perfeita vontade de Deus — A vontade de Deus deve ser entendida aqui como toda a parte preceptiva do cristianismo que é, em si mesma, tão exce lentemente boa, tão agradável a Deus e tão aperfeiçoada da nossa natureza. 3. Digo — Ele agora procede a mostrar o que é aquela vontade de Deus. Pela graça que me foi dada — Ele acrescenta isto, por modéstia, para não parecer que se esquecia da sua própria exortação. A cada um dentre vós — Crentes em Roma. Felizes, se tivessem sempre mantido esse presente: a medida dafé — [assunto] tratado no primeiro e nos capítulos seguintes, [o dom] do qual os outros dons e graças procedem. 5. Assim também nós — Todos os crentes. Somos um só corpo — Intimamente interligados em Cristo, e, conseqüentemente, devemos ajudar um ao outro. 6. Tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada — Os dons são vários; a graça é uma só. Se profecia — Ela, considerada um dom extraordi nário, é o dom pelo qual os mistérios celestiais são declarados aos homens ou coisas do porvir são preditas. Mas aqui parece significar o dom comum de expor as Escrituras. Profetizamos segundo a analogia45 da fé. Pedro o ex pressa assim: "de acordo com os oráculos de Deus"; [IPe 4.11] segundo o teor geral deles; de acordo com o grande sistema de doutrina que é apre sentado neles, no tocante ao pecado original, justificação pela fé e presente, íntima salvação. Há uma maravilhosa analogia entre todos eles; e uma vez por todas foi entregue aos Santos." [Judas 3] Cada artigo [de doutrina], portanto, no tocante a qualquer questão, deve ser decidido segundo esta regra; toda a escritura em dúvida [deve ser] interpretada de acordo com as grandes verdades que perpassem o todo. 45Wesleyusaanalogiaaqui,umatraduçãosemdúvidainfluenciadapelogrego originalavakoyí a,cujatraduçãocomuméproporç ã o. R o m a n o s
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7. Se ministério, dedique -se ao ministério, se ensino, ensinan do; 8. se exortação, exo rtando; o que contribui, com simp licidad e; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria46. 9. O amor seja sem dissimulação. Detestai o mal, apegandovos ao bem. 10. Am ai-vos cordialm ente uns aos outros com am or fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. 11. [Sede] diligentes em vossos afazeres [e] fervorosos de espírito, servindo ao Senhor; ▼ 7. Se ministério — Como diáconos. Se ensino — Catecúmenos; para os quais instrutores particulares eram nomeados. Se exortação47— Cuja responsabili dade particular era incentivar os cristãos ao serviço e a confortá-los nas suas tribulações. 8. O que preside — Aquele que cuida do rebanho. Quem exerce misericórdia — De todas as maneiras. Com alegria — Regozijando-se quem tem tal oportu nidade. 9. Tendo falado da fé e seu fruto (v. 3 e seguintes), ele chega agora ao amor. Os vv. 9,10 e 11 se referem ao capítulo 7; o v. 12, ao capítulo 8, e o v. 13, que trata da partilha com os santos, quer judeus, quer gentios, ao capítulo 9 e o seguinte. Uma parte do v. 16 é a repetição de 11.25. Detestai o mal, apegandovos ao bem — Tanto interior como exteriormente, apesar da má vontade ou perigo que possa resultar. 10. Preferindo-vos em honra uns aos outros — O que fareis se habitualmente considerais o que é bom nos outros e o que é mau em vós mesmos? 11. Tudo quanto fazeis, fazei-o conforme as vossas forças [cf. Ec 9.10]. Em to dos os afazeres, [estejai] diligente e fervorosamente servindo ao Senhor — Fazendo tudo para Deus, não para o ser humano. 46Pressupõese aqui (w. 7 e 8) que cada crente em Cristo Jesus deve exerceraomáximoodomqueDeuslhedá.Wesleyinsere,comaKJV,a expressão wait uporr,ouseja,“dediquemonosa”que,emcertosentido, seaplicaacadaserviçomencionado. 47Édov.8. 90
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12. regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes; 13. compartilhai as necessidades dos santos; praticai diligente m ente a hospitalidade; 14. aben çoai os que vos perseguem , abençoai, e não am aldiçoeis. 15. Alegrai-vos com os que se alegram, e chorai com os que choram. 16. Tende a m esm a estima uns pelos outros. Não vos preo cupeis com as coisas tidas po r grandes, mas cond escend ei com o que é humilde; não vos tenhais na conta de sábios. 17. N ão tom eis a ninguém m al por mal; pensai antes, para que o vosso com portamen to público esteja acima da crítica. 18. Se possível, quan to depen der de vós, tende paz com todos os homens; 19. não vos vingueis a vós mesmos, caríssimos, mas dai lugar à ira; porq ue está escrito: (At 32.35) A m im m e pertence a vin gança; eu retribuirei, diz o Senhor. ▼
12. Regozijai-vos na esperança — Da perfeita santidade e da feliddade eterna. Até aqui [Paulo vem tratando] da fé e do amor; agora também da esperança [vide os capítulos 5 e 8]; depois [tratará] dos deveres para com os outros: para os santos (v. 13); perseguidores (v. 14); amigos, estrangeiros, inimigos (w. 15 em diante). 13. Compartilhai as necessidades dos santos — Aliviai as necessidades de todos que estão na penúria. É digno de nota que o apóstolo, tratando expressa mente dos deveres que provêm da comunhão dos santos, não diz sequer uma palavra sobre os mortos. Diligentemente pratica a hospitalidade — Não apenas aproveitando-vos das oportunidades oferecidas, mas buscando opor . tunidades para praticá-la. 14. Não amaldiçoeis — Nem mesmo no coração. 15. Alegrai-vos — O oposto direto do choro é o riso, mas isto não convém exata mente ao cristão. 16. Não vos preocupeis com as coisas grandes— Não deveis desejar riqueza, honra ou a companhia dos grandes. 17. Pensai antes — Fazei todo o possível para não ofender os outros. 19. Caríssimos — Assim ele abranda o espírito rude. Não vos vingueis a vós mesmos, mas deixai isto com Deus. Possivelmente a frase poderia ser com R o
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20. P elo con trário, (Pv 25.21) se o teu inimigo tiver fom e, dá -lhe de com er; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, faze ndo isto, am ontoarás brasas vivas sob re a sua cabeça. 21. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.
maior propriedade traduzida por: "dai lugar à ira"; isto é, à ira de Deus, ao qual a vingança realmente pertence. 20. Dá-lhe de comer — Com a tua própria mão: sendo necessário, pondo o pão na sua boca. Amontoarás brasas vivas sobre sua cabeça — A sua parte mais sensível. Assim os artesãos derretem o inexpressivo minério de chumbo, amontoando brasas vivas sobre a sua cabeça; no bondoso calor, o metal aprende a brilhar e a prata, purificada da escória, flui abaixo. 21. E se não vês fruto no presente, persevera. Não te deixes vencer do mal — Como são todos que vingam a si mesmos. Mas vence o mal com o bem — Vence teus inimigos pela bondade e paciência.
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ROMANOS 13 1. Qu e todos estejam sujeitos às autoridad es superiores; por que não h á autoridade que não proceda de D eus; e as autori dad es que existem foram p or ele instituídas. 2. De mod o que aquele que se opõe à autoridade, resiste à or denação de Deus; e os que resistem receberão para si mes m os condenação. 3. Porq ue os gov ernan tes são um terror, não para bo as obras, mas para as más obras. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem , e terás louvor dela; ▼
Notas
1. Paulo, escrevendo aos romanos, cuja cidade era a sede do império, fala muito de obediência aos magistrados, e isto era também, com efeito, uma pública apologia da religião cristã. Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores — Uma advertência particularmente necessária para os judeus. Autoridade, no singular, é a autoridade suprema; autoridades [no plural] são as pessoas investidas de autoridade. Aquela é mais prontamente re conhecida como sendo de Deus do que esta. O apóstolo afirma com res peito às duas: todas [autoridades] são de Deus, o qual constituiu toda [autoridade] em providência geral, e permite cada uma em particular pela sua providência. /Is autoridades que existem foram por ele instituídas. Esta frase poderia ser traduzida: se subordinam a [Deus] ou estão ordenadamente dispostas abaixo de Deus; isto indica que são despertados ou vicergente de Deus; visto que o poder deles é com efeito de Deus, tal poder exige nossa obediência consciente. 2. De modo que aquele que se opõe à autoridade — De qualquer maneira diferente daquela que as leis da comunidade ordenam. Receberão para si mesmos con denação — Não apenas do magistrado, como também de Deus. 3. Porque os governantes são — De modo geral, apesar de algumas exceções particulares. Um terror para as más obras — Tão-somente. Queres tu então não temer? Há um temor que antecede a ações más, e faz desviar delas: este deve sempre permanecer. Há, porém, um outro temor, que vem depois de más ações: aqueles que fazem o bem estão livres dele. R o
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4. visto que a autoridade é ministro de Deu s para teu bem . En tretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espad a; pois é m inistro de Deus, vingador, para castiga r o que pratica o mal. 5. É necessário que lhe estejais sujeitos, não some nte [por cau sa] da ira, mas tam bém por dever de consciência. 6. Por esse m otivo tam bém pagais tributos: porque são m i nistros de Deus, atendendo constantemente a este próprio assunto. 7. Pag ai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem direitos alfandegários, direitos alfandegários; a quem temor, temor; a quem honra, honra. 8. A ningu ém fiqueis devend o cousa alguma, exceto o amor com que vos am eis uns aos outros: pois quem am a ao próxi mo, tem cum prido a lei. ▼
4. A espada— 0 instrumento dà pena de morte que Deus autoriza o magistra do a infligir. 5. Não somente pelo temor da ira — Isto é, da punição infligida pelo homem. Mas também por dever de consciência — Que emana da obediência a Deus. 6. Por esse motivo — porque são ministros (ofidais) de Deus para o bem-estar público. A este serviço — O bem-estar público. 7. A todos— Os magistrados. Tributos— Impostos sobre nossa pessoa ou bens. Direitos alfandegários48 — sobre bens importados ou exportados. Temor — Obediência. Honra — Reverênda. Todas estas coisas são devidas ao poder supremo. 8. De nosso dever para com os magistrados, ele passa a deveres gerais. Amar um ao outro — Uma dívida eterna que nunca pode ser suficientemente sal dada; se, porém, o amor for convenientemente praticado, ele salda todas as outras dívidas. Pois quem ama ao próximo — Como deve amá-lo. Já tem cumprido toda a lei, para com o próximo.
48ÉinteressantenotarqueWesleysempreinsistiunesseponto,chegando atéaincluílonas Regras Gerais.AtentaçãodocontrabandoeraespecialmenteforteemportoscomoodeBristol. 94
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9. Pois isto: N ão adulterarás, não m atarás, não furtarás, não di rás falso testemunho, não cobiçarás, e se há qualquer outro m andam ento, tudo nesta palavra se resume: resume: A m arás ao teu teu próximo como a ti mesmo. 10. 10. O am or não pratica o m al contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor. 11. E dig o isto a vós o utros que conheceis o tempo, que já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está agora m ais perto do que quando no princípio princípio cremos. cremos. 12. 12. Vai alta alta noite e vem chega ndo o dia. dia. Deixem os, pois, as obras das trevas, e revistamo-nos da armadura da luz. ▼
Mandam ament entoo — Referente ao próxi 9. Se há qualquer outro — Mais particular. Mand mo; como há muitos mandamentos na lei em geral. Tudo nesta palavra se resume — De forma que, se não tivesse tal mandamento presente, mas se o teu coração estivesse cheio de amor, tu o cumpririas. cumprimento da lei é o amor — 10. De sorte que o cumprimento — Porque o mesmo amor que nos coíbe de praticar o mal nos incita a praticar toda sorte de bem. 11. Efaze49 isto. Cumpre lei do amor em todas as dimensões acima menciona Vóss outros que conheceis conheceis o tempo — Cheio de graça, mas passageiro. Que das. Vó já é hor horaa de de vos vos despe desperta rtarde rdess do do sono sono — Quão belamente belamente a metáfora se desen volve. Esta vida, uma noite; a ressurreição, o dia; o evangelho brilhando sobre o coração, a aurora de um novo dia; estamos despertos do sono; para levantar e lançar fora a roupagem da noite, apropriada só para a escuridão, escuridão, e colocar vestes novas; e, como soldados, cercados por por tantos inimigos, de vemos pegar em armas e preparar-nos para a batalha. O dia amanhece quando recebemos a fé, e então o sono se vai. Então é hora de levantar, pegar em armas, andar e trabalhar, para que o sono não nos domine de novo, paulatinamente. A salvação final, a glória, está mais perto de nós do que quando no princípio cremos cremos — Ela avança continuamen te, voando em frente sobre as mais rápidas asas do tempo. E o espaço entre a hora presente e a eternidade é, comparativamente, apenas um momento. 49O 49O verbo verbo não não apare aparece ce no greg grego. o. Wesley Wes ley segue segue a KJV, mas mas as versõ versões es modernasgeralmentenãoofazem. R o
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13. 13. A ndem os dignam ente, como em pleno dia, di a, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em con tendas e ciúmes; 14. mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne, no tocante às suas concupiscências. T
13. Orgias — Orgias — Festas luxuriosas e elegantes. 14. M 14. Mas — Nisto é contida a totalidade da nossa as revest revesti-v i-vos os do Senh Senhor or Jesus Jesus Cris Cristo to — salvação. É uma forte e linda expressão da expressão da mais íntegra união com ele, e de estarmos revestidos de todas as graças que nele havia. O apóstolo não diz [literalmente]: "Revesti-vos de pureza e de sobriedade, mansidão e bene volência"; mas ele diz tudo isto e mil vezes mais de uma vez ao dizer: Revesti-vos de Cristo. E nada disponhais para — para — Levantar desejos tolos ou, sendo esses levantados, satisfazê-los.
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ROMANOS 14 1. Acolhei Aco lhei ao qu e é débil na fé, fé, não, porém, para discutir opiniões. opiniões. 2. U m crê que de tudo pode comer, m as o débil come legumes, 3. quem com e não despreze ao que não come; e o que não com com e não julgu e o que com e, porque Deu s o acolheu. acolheu. 4. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senh or está em pé ou cai; cai; mas estará estará em pé, porqu e o Senhor é pode roso para o suster. suster. 5. Um estima um dia acima do outro; outro julga iguais todos os dias. dias. Cada um esteja esteja plenamente persuadido em sua pró pria mente. 6. Q uem distingu e entre dia e dia, dia, para o Senho r o distingue; e ele que não distingue, para o Senhor ele não o distingue. Q uem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não com e, e dá graças a Deus. ▼ N o ta s
1. Ao que é débil débil — — Por causa de escrupulosidade exagerada. Aco exagerada. Acolhei lhei — — Com todo o amor e cortesia na comunhão cristã. Não, porém, para discutir opi niões — niões — Sobre pontos questionáveis. 2. Tudo— Toda a espécie de comida, mesmo mesmo aquela proibida pela lei [judaica]. [judaica]. Tudo— Toda 3. [Não] despreze ao que não come com e— Como Como escrupuloso demais demais ou supersticioso. supersticioso. [Não] julg [Não] julgue profano, ou como tomando tomando muitas liberda li berda ue o que que com come — Como profano, des. Porque Deus o acolheu — acolheu — Entre o número dos seus filhos, apesar disso. 5. [Um estima] um dia acima de um outro — outro — Como luas novas e outras festas judaicas. judaicas. Cada um esteja plenamente persuadido — persuadido — Que a coisa em questão seja correta, antes de praticá-la. 6. Para o Senhor o distingue — distingue — A saber, de um princípio de consciência para Deus. Para o Senhor ele não o distingue50. Ele também age age com um princí princípio pio de consciência. Quem não come carne. come carne. Dá graças a Deus pelos Deus pelos legumes que Deus providenciou. 50 Esta Estapart parte edo do verbonão apareceem apareceem Almeida, Almeida, masWesl masWesley ey, , segund segundo o KJV, JV, amantém. R o
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7. Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. 8. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Se nho r morrem os. Quer, pois, vivamos ou m orram os, som os d o Senhor. 9. Foi precisam ente para esse fim que Cristo morreu e ressur giu; para ser Senhor, tanto de mortos com o de vivos. 10. Tu, porém , por que julga s a teu irmão? E, tu, por que d espre zas o teu? Pois todos permanecemos perante o tribunal de Deus. 11. Com o está escrito: (Is 45.23) Por minha vida, diz o Senhor, diante de m im se dobrará todo joelho, e toda língua confes sará a Deus. 12. Assim , pois, cada um de nós dará contas de si m esm o a Deus. 13. Não nos julgu em os m ais uns aos outros; pelo contrário, tom ai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão. ▼
7. Porque nenhum de nós — Cristãos, nas coisas que fazemos. Vive para si mes mo — Está a seu próprio dispor; faz a sua própria vontade. 10. Ou porque desprezar o teu [irmão]? Até aqui, o apóstolo tem falado para o irmão fraco [na fé]; agora ele fala para o mais forte. 11. [Juro] por minha vida — Um juramento próprio ao Senhor, porque só ele possui a vida infinita e independente. Aqui Cristo é chamado tanto Senhor e Deus, porque é para ele que vivemos e morremos. Toda língua confessará a Deus51 — Hão de reconhecê-lo como seu verdadeiro Senhor; o que só en tão será realizado plenamente. O Senhor permita que achemos misericór dia naquele dia; e que ela seja concedida àqueles que têm pensado diferen temente de nós! Sim, mesmo os que nos censuraram e condenaram por coisas que fizeram no afã de agradá-lo, ou que nos recusamos a fazer, por medo de ofendê-lo. 13. Pelo contrário, tomai o propósito — Concernente a nós mesmos. De não pordes tropeço — Por incentivares o irmão a agir como tu, contrariando a cons ciência dele, ou escândalo, fazendo-o odiar ou julgar a ti. 51WesleysegueaKJVnatraduçãodogrego.
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14. Eu sei, e disso estou persuadido pelo Senhor Jesus, que ne nhuma coisa é de si mesmo impura, salvo para aquele que assim o considera; para esse é impura. 15. Se p or causa de tua com ida o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa da tua comida não faças perecer aquele a favor de quem Cristo m orreu. 16. N ão seja, pois, vitupe rado o vosso bem. 17. Porqu e o reino de Deus não é com ida nem bebida, mas ju sti ça, e paz, e a legria no Espírito Santo. 18. A qu ele que d este m odo serve a Cristo, é agradáv el a Deu s e aprovado p elos homens. 19. Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também as da edificação de uns para com os outros. T
14. Estou persuadido pelo Senhor Jesus — Talvez por uma revelação particular. Que nenhuma coisa — Quer carne, quer legumes. É de si mesmo impura — Proibida ao cristão52. 15. Se o teu irmão se entristece — Isto é, [se] é prejudicado, conduzido ao pecado. Não faças perecer aquele a favor de quem Cristo morreu — Portanto aqui vemos que aquele por quem Cristo morreu pode ser destruído. Por causa da tua comida— Não valorizeis mais a tua comida do que Cristo valo rizou a própria vida. 16. Não seja, pois, vituperado, o vosso bem — A saber, vossa liberdade lícita, por dar ofensa aos outros. 17. Porque o reino de Deus — A saber, a verdadeira religião, não consiste de cerimônia interna. Mas justiça — A imagem de Deus estampada no cora ção; o amor para com Deus, para com o ser humano, acompanhado da paz que excede todo o entendimento [Fp 4.7] e alegria no Espírito Santo53. 18. Deste modo— Pela justiça, paz e alegria. Homens — Isto é, os homens sábios e bons. 19. Apaz e a edificação são intimamente ligadas. A teologia prática conduz igual mente à paz e à edificação. A teologia apologética tende menos diretamen te à edificação, embora, às vezes, nós, como aqueles da antiguidade, não podemos edificar sem ela (Ne 4.17). 52Nooriginal, unlawful under thegospei 53EstetextoeraumdostextosprediletosdeWesleyparaapregação.
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20. Nã o destruas a obra de Deus por causa da comida. Todas as coisas, na verdade, são limp as, mas é mau para o hom em o com er com escândalo. 21. É bom não comer carne, nem b eber vinho, nem fazer qu al quer outra coisa com que teu irmão venha a se ofender. 22. Tens fé? Tem-na para ti m esm o perante Deus. Feliz é aquele que não se condena n aquilo que aprova. 23. M as aqu ele que tem dú vidas, é condenado, se comer, porque o que faz não provém de fé; e tudo o que não provém de fé é pecado. ▼
20. A obra de Deus — A qual Deus edifica na alma pela fé e na Igreja pela con córdia. Mas é mau para o homem o comer com escândalo — De acordo a ofen der uma outra pessoa pelo seu comer. 21. Seja causa de tropeço a teu irmão — Por imitar-te a ti, contra a consciência dele e contrário à justiça. Ou enfraquecido— Assim hesitando entre imita ção e rejeição, resultando na perda daquela alegria no Senhor que fora sua força. 22. Tensfé que todas as coisas são puras? Tem-na para ti mesmo perante Deus — Em circunstâncias como estas, faze segredo disso para que não ofendas os outros por causa da tua convicção. Feliz é aquele que não se condena — Por um uso inconveniente de coisas em si inocentes e feliz aquele que está livre de uma consciência vacilante! O que tem uma consciência vacilante pode aprovar a coisa em questão e se condenar por causa dela. 23. Porque não provém da fé — Ele não crê que seja lícito; e, em todos os casos desta natureza, tudo que não provém de fé é pecado — Tudo quanto alguém faz sem uma plena convicção de que seja lícito é, para ele, pecado.
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1. Ora, nós que som os fortes, devem os suportar as debilidad es dos fracos, e não agrad ar-nos a nós m esmos. 2. Qu e cada um de nós agrade ao próximo para o bem dele, visand o a edificação. 3. Porqu e Cristo não se agradou a si mesm o, antes, como está escrito: (SI 59.9) As injúrias dos que te ultrajavam, caíram sobre mim. 4. Pois tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência, e pela consolação das Es crituras, tenhamos esperança. 5. Ora, o Deu s de paciência e consolação vos conceda o m esmo sentir de uns p ara com os outros, segundo Cristo Jesus, 6. para que vós, concordem ente e a um a voz, glorifiqueis ao Deu s e Pai de nosso Senh or Jesus C risto. 7. Portanto acolhei-vos uns aos outros, como tam bém C risto nos acolheu p ara a glória de Deus. ▼
Notas
1. Portanto nós que somos fortes — De raciocínio mais esmerado e livres desses escrúpulos. £ não agradar-nos a nós mesmos — Sem levar em conta os senti mentos dos outros. 2. Para o bem dele — Esta é uma palavra geral: edificação e uma espécie de bem [geral]. 3. Antes ele tomou sobre si não só as enfermidades [cf. Is 53.4] dos seus ir mãos — mas também as injúrias que lhes pertenciam; e assim ele cumpriu a escritura citada. 4. Outrora — No Antigo Testamento, afim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança— Que através da consolação que Deus nos dá pelas Escrituras, tenhamos mais paciência e uma alegre esperança. 5. Segundo o poder de Jesus Cristo. 6. Para que nós — Tanto judeus quanto gentios, crendo concordemente e con fessando a uma voz. 7. Acolhei-vos uns aos outros — Fracos e fortes, com amor mútuo. R o m a n o s
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8. Digo , pois, que Cristo Jesus foi servo da circuncisão, em prol da verda de de Deu s, para confirmar as prom essas feitas aos nossos pais; 9. e para que os gentios glorifiquem a Deus por causa da sua m isericórdia, com o está escrito: (SI 18.49) Por isso eu te con fessarei entre os gentios; 10. E também diz: (At 32.43) Alegrai-vos, ó gentios, com o seu povo. 11. E ainda: (SI 117.1) Louvai ao Senhor, vós todos os gentios, e todos os povos o louvem. 12. Tam bém Isa ías diz: (Is 11.10) H averá a raiz de Jessé, a qu e le que se levan ta para go verna r os gentios; ne le os gentios esperarão. 13. E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo. ▼
8. Digo, pois — O apóstolo mostra aqui como Cristo nos recebeu. Cristo Jesus — Jesus é o nome, Cristo o sobrenome. Este nome foi conhecido primeiro pelos judeus; aquele pelos gentios. Assim ele é chamado Jesus Cristo quan do as palavras aparecem na sua natural e comum ordem. Quando se in verte a ordem como aqui, o ofício de Cristo é mais solenemente conside rado. Foi servo — Do Pai. Da circuncisão — Visando a salvação dos circun cidados, os judeus. Em prol da verdade de Deus — Para manifestar a verda de e a fidelidade de Deus. 9. Como está escrito — No Salmo 18, onde se fala de gentios e judeus juntos adorando o Deus de Israel. 12. Haverá a raiz de Jessé — Que reis e o Messias viriam da sua casa fora prome tida a Jessé antes do que o foi a Davi. Nele os gentios esperarão. — Os quais outrora estavam sem esperança (Ef 2.12). 13. E o Deus da esperança — Um glorioso título de Deus, mas antes desconhe cido dos pagãos, porque sua deusa Esperança não era nada; seu próprio templo em Roma foi queimado por um raio. Foi, na verdade, se construin do não muito depois, mas mais uma vez queimado ao chão. 102
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. E certo estou, m eus irmão s, sim, eu mesm o, a vosso respeito, de que estais plenos de bondad e, cheios de todo o conheci m ento, aptos para vos adm oestardes uns aos outros. 15. Entretanto vos escrevi em parte mais ousadamente, como para vos trazer isto de novo à m emória, por causa da graça que m e foi outorgada por Deus, 16. para que eu seja servo de Jesus Cristo aos gentios, minis trando-lhes o evan gelho de Deus, para que a oferta dos gen tios seja aceitável, uma vez santificada pelo Espírito Santo. 17. Tenho, pois, m otivo de gloriar-me em Cristo Jesus n as coisas concernentes a Deus. 18. Porque não ousarei falar sobre coisa alguma que Cristo não operou po r mim, para tom ar obedientes os gentios, por [mi nha] palavra e obra, 19. por poderosos sinais e prodígios, pelo Espírito de Deus; de modo que de Jerusalém e circunvizinhanças, até ao Ilírico, tenho p regado em toda a parte o evangelho de C risto, 20. esforçando-me deste modo por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio;
14. Há diversas conclusões desta epístola; a primeira começa com o presente versículo. A segunda, Rm 16.1; a terceira, v. 17; a quarta, v. 21; e a quinta, v. 25. Estais plenos de bondade — Por terdes sido criados de novo. E cheios de todo o conhecimento — Por longa experiência das coisas de Deus. Para admoestardes — Para instruirdes e confirmardes. 15. Por causa da graça — Isto é, porque sou apóstolo aos gentios. 16. A oferta dos gentios — Como sacrifícios vivos. 17. Tenho, pois, motivo de gloriar-me por Jesus Cristo — Todo o meu gloriar está em Jesus e por ele. 18. Por palavra — Pelo poder do Espírito. Por obra — A saber, "por poderosos sinais e prodígios" [v. 19]. 20. Não onde Cristo já fora anunciado — Estes lugares ele geralmente evitava visitar, embora não sempre, pois possuía uma santa ambição (assim é o R
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21. antes, com o está escrito: (Is 52.15) A queles qu e não tiveram no tícia d ele verão, e os que nada ouv iram com preende rão. 22. Essa também foi a razão que, por tanto tempo, fui impedi do de ir ter convosco. 23. Agora, porém, não tendo mais campo para meu trabalho nestas regiões e d esejando há m uito cheg ar até vós, 24. qu ando for para a Espanha, espero ver-vos de passagem e para lá ser por vós encaminhado, depois de desfrutar um pouco da vossa com panhia. 25. Mas agora estou de partida para Jerusalém a serviço dos santos. ▼ sentido correto do vocábulo grego)54 para fazer a primeira proclamação do evangelho em lugar onde ele era totalmente desconhecido, a despeito de todas as dificuldades e perigos que isto encerrava. Para não apenas edificar sobre fundamento alheio — A providência de Deus parecia de ma neira especial (geral mas não inteiramente), para que os inimigos do após tolo, os quais buscavam toda ocasião para menosprezá-lo, não pudessem alegar que ele estava atrás dos outros apóstolos, não podendo, ele pró prio, plantar igrejas, senão apenas capaz de pregar onde outros jd estiveram antes; ou que ele esquivava-se da parte mais difícil do ministério. 22. Esta tambémfoi a razão porquefui por tanto tempo impedido de ir convosco. Pois entre nós Cristo já se havia dado a conhecer. 23. Agora, porém, não tendo mais campo para meu trabalho nestas regiões—Onde Cris to já fora pregado em todas as cidades. 24. Para a Espanha — Onde o evangelho não fora pregado ainda. Depois de desfrutar um pouco da vossa companhia — Quão digno de nota é a modéstia com que fala! Os romanos poderiam antes desejar desfrutar a companhia de Paulo. Um pouco — Sugerindo a brevidade de sua estadia; ou, talvez, que só Cristo pode totalmente satisfazer a alma. 54Comovemos,WesleyacompanhaaKJVnasuaversão;masaquiele dá o sentido literal do grego, no que é seguido pormuitostradutores modernos.
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26. P orque aprouve à Maced ônia e à A caia levantar um a coleta em b enefício dos pobres dentre os santos que vivem em Je rusalém. 27. Isto lhes pareceu bem, e mesmo lhes são devedores; porque se os gentios têm sido participantes dos valores espirituais dos judeu s, devem também servi-los com bens m ateriais. 28. Tendo, pois, concluído isto, e have ndo-lhes consignado este fruto, passand o por vós, irei à Espanha. 29. E bem sei que, ao visitar-vos irei na plenitude da bê nção do evangelho de Cristo. 30. Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e tam bém pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas o rações a Deu s a meu favor, ▼
26. Os pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém — Não se pode inferir dessa expressão que a comunhão de bens entre os cristãos já não existia. Tudo que se pode concluir destas palavras é que nesse tempo de grande escassez (Atos 11.28-29), alguns dentro da Igreja passavam necessidade; o resto po dendo apenas subsistir, eles próprios, impossibilitados de suprir as neces sidades dos seus irmãos. 27. Isto lhes pareceu bem; e mesmo lhes são devedores. Isto é, eles são constrangidos a assim agir, tanto por justiça quanto por misericórdia. Valores espirituais — Pela pregação do evangelho. Bens materiais — Coisas necessárias ao corpo. 28. Havendo-lhes consignado este fruto — Quando tiver seguramente entregue a eles, como sob selo, o fruto do amor dos seus irmãos. Passando por vós, irei à Espanha— Assim foi o seu propósito, mas não parece que ele realmente foi à Espanha. Há muitas vezes propósitos santos nas mentes de homens bons que são anulados pela providência de Deus, de modo a nunca se realiza rem. Mesmo assim, são preciosos aos olhos de Deus. 30. Rogo pelo amor do Espirito — A saber, pelo amor que é o genuíno fruto do Espírito. Que luteis juntamente comigo nas orações — Quem deseja que os outros lutem juntamente com ele em oração deve orar, ele próprio. De to dos os apóstolos, só se registra de Paulo a solicitação das orações dos fiéis em prol de si. E ele geralmente faz isto nas conclusões das suas epístolas: Não, porém, sempre da mesma maneira. Porque ele fala de uma maneira àqueles que ele trata como seus filhos, com a gravidade ou até com a seve ridade de um pai, como Timóteo, Tito, os Coríntios, os Gálatas; de outra R o m a n o s
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31. pa ra que eu possa escapar das mãos dos incrédulos que vi vem na Judéia, e que este meu serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos; 32. A fim de que, ao visitar-vos, pela vontade de D eus, chegu e à vossa presença com alegria, e possa recrear-me convosco. 33. E o Deus de paz seja com todos vós. ▼
maneira àqueles que ele trata mais como iguais, tais como os Romanos, os Efésios, os Tessalonicenses, Colossenses e Hebreus. 31. Para que eu possa escapar das mãos — Ele age com tal urgência por perceber a importância da sua vida para a Igreja. De outro modo, ele se regozijaria de "partir e estar com Cristo" [Fp 1.23]. E que este meu serviço seja bem aceito — A despeito de todos os preconceitos deles; para que os crentes judeus e gentios sejam entrelaçados num temo amor. 32. A fim de que chegue a vossa presença — Esta parte se refere aos incrédulos. Com alegria — Refere-se aos "santos", [ambos] do verso anterior.
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$*í,
1. Reco m end o-vos a nossa irm ã Febe, que é um a serva da igreja de Cencréia, 2. pa ra que a recebais no Senh or como con vém ao s santos, e a ajudeis em tudo que de vós vier a precisar; porque tem aju dado a muitos, e a mim inclusive. 3. Sau da i a Priscila e a Á quila, m eus cooperad ores em C ris to Jesus, 4. os quais pela m inha vida ofereceram o seu próprio pescoço; e isto lhes agradeço, não somente eu mas também todas as igrejas dos gentios; 5. saud ai igua lmente a igreja que se reúne na casa deles. Saud ai a meu querido Epêneto, primícias da Ásia, para Cristo. ▼ N otas
1. Recomendo-os Febe— A portadora da carta. Uma serva — O vocábulo grego significa uma diaconisa. Da Igreja de Cencréia — Na era apostólica, algumas prudentes e piedosas mulheres eram nomeadas diaconisas em cada igreja. Seu ofício não era ensinar publicamente, mas visitar os enfermos, especial mente mulheres, e ministrar-lhes nas suas necessidades tanto temporais quanto espirituais. 2. No Senhor — Isto é, pelo amor do Senhor e de maneira cristã. Paulo parece gostar muito dessa expressão. 4. Os quais pela minha vida, por assim dizer, entregaram seu próprio pescoço— Isto é, expuseram-se ao máximo perigo. Mas também todas as igrejas dos gentios — Inclusive de Roma, por [esse casal] ter preservado uma vida tão preciosa. 5. Saudai a igreja que se reúne na casa deles — Áquila fora expulso de Roma, durante o reinado de Gáudio, mas já estava de volta e desempenhava o mesmo papel que Gaio fazia em Corinto (Rm 16.23). Onde qualquer cris tão possuísse uma casa grande, lá todos eles se reuniam; a essa altura, porém, não havia em Roma nem bispos e nem diáconos, tão longe esta vam de qualquer sombra de poder papal. Pelo contrário, parece não ter existido em toda a cidade mais do que uma destas igrejas domésticas55. 55Afirmaçãoduvidosa,àvistadosvv. 14e15. R o
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6. Sa ud ai a M aria que mu ito trabalhou por nós. 7. Sau dai a A ndrô nico e a Jún ias56, meus parentes e com pan hei ros de prisão, os q uais são notáveis entre os apó stolos, e esta vam em C risto antes de mim. 8. Saud ai a Am plíato, meu dileto amigo no Senhor. 9. Saud ai a Urb ano, que é nosso cooperador em Cristo, e a meu amad o Estáquis. 10. Saudai a Apeles, aprovado em Cristo. Saudai os da família de Aristóbulo. 11. Sau dai a m eu parente Herodião. Saudai os da família de N ar ciso, que estão no Senhor. 12. Saudai a Trifena e a Trifosa, as quais trabalham no Senhor. Sau da i a estim ada Pérside que também mu ito trabalhou no Senhor.
De outra forma, não pode haver dúvida de que Paulo lhes teria sondado também. Embora o apóstolo nunca tivesse estado em Roma, mesmo as sim ele tinha muitos conhecidos lá. Mas não há menção a Lino ou Cle mente57: O que prova que eles não vieram a Roma até depois disto. Prin cípios da Ásia — O primeiro converso da Ásia Proconsular. 7. Os quais são notáveis entre os apóstolos — Parecem ter sido entre os mais antigos conversos. 9. Nosso colaborador — De mim mesmo e de Timóteo (v. 21). 11. Os da família de Aristóbulo e de Narciso que estão no Senhor56. Parece que ape nas parte das famílias deles estava convertida. Provavelmente alguns não eram conhecidos pessoalmente por Paulo, senão apenas por informação. A fé não gera a rabujice, mas cortesia, a qual nem a circunspecção de um apóstolo impedia. 12. Saudai a Trifena e a Trifosa — Provavelmente eram irmãs59. 56Muitasversõesmodernas,inclusiveaBíbliadeJerusalém,traduzem Júnias, nomefeminino,significandoquenaeraapostólicaexistiamapóstolas. 57ConformeEusébio,LinofoioprimeirobispodeRoma,apósPedroePaulo. DepoisteriamvindoAnacletoeClemente. (História Eclesiá stica, Livro III, capítulos2,12,15). 58Wesleyjuntaosw . 10e11. 59Possivelmenteatégêmeas. 108
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Saudai a Rufo, eleito no Senhor, e igualmente a sua mãe e a minha. Saudai a Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas e aos irm ãos que se reúnem com eles. Sau dai a Filólog o e a Júlia, a N ereu e sua irmã, a O limp as e a todos os santos que se reúnem com eles. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. Todas as igre ja s de Cristo vos saúdam. 17. . Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provo cam d ivisões e escând alos, em d esacordo com a dou trina que aprendestes; afastai-vos deles,
13. Saudai a Rufo — Talvez o mesmo mencionado em Mc 15.21. E igualmente a sua mãe e a minha — Esta expressão pode denotar apenas o carinhoso cuida do que a mãe de Rufo lhe havia proporcionado. 14. Saudai a Asíncrito, Flegonte, etc. — Parece que ele agrupa aqueles relacio nados por parentesco, proximidade de habitação ou qualquer circuns tância semelhante. Ser saudado pelo nome não poderia deixar de animar especialmente os pobres, pois possivelmente eles não sabiam que o após tolo sequer havia ouvido falar deles. Pode-se observar que, embora o apóstolo não se esqueça de ninguém que mereça ser lembrado, ele ajusta a natureza da saudação à proporção do merecimento daqueles a quem ele saúda. 15. Saudai a todos os santos — Se Pedro tivesse estado em Roma na época, Paulo o teria indubitavelmente saudado pelo nome, desde que ninguém neste catálogo numeroso era tão eminente como ele. Mas se ele não esta va em Roma, toda a tradição [católico-] romana, no que tange à sucessão de bispos, desmorona no seu artigo mais fundamental. 16. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo — Chamado por Pedro de "ósculo de amor" (IPe 5.14). Assim terminavam todos os seus ofícios, os homens saudando os homens, e as mulheres as mulheres. E parece que tal costu me apostólico tenha continuado por um bom tempo em todas as Igrejas cristãs. 17. Que noteis bem aqueles que provocam divisões — Portanto havia tais também em Roma. Afastai-vos deles. R o m a n o s
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18. porque tais pessoas nã o servem ao Senhor Jesu s Cristo e, sim, a seu pró prio ven tre; e, por boas palavras e belos discursos, eles engan am os corações dos inofensivos. 19. Pois a vossa obediência é conhecida por todos; por isso me alegro a vosso respeito; e quero que sejais sábios para o bem e símplices para o mal. 20. E o Deus da paz em breve esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso Senhor Jesus seja convosco. 21. Saúda-vos Timóteo, meu cooperador, e Lúcio, Jasom e Sosípatro, meus parentes. 22. Eu, Tércio, que escrevi esta epístola, vos saúd o no Senhor. 23. Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro e de toda a igreja. Saúdavos Erasto, tesoureiro da cidade, e o irmão Quarto. ▼
18. Por boas palavras — Concernentes a eles próprios, prometendo grandes coi sas. E belos discursos — Concernentes a vós, louvores e lisonjas. Dos inofen sivos — Os quais, não praticando o mal eles próprios, não se previnem contra aqueles que o fazem. 19. Quero que sejais — Não só obedientes como também prudentes. Sábios para o bem — O mais instruído possível, no bem. E símplices para o mal—Quanto mais ignorante do mal, melhor. 20. E o Deus da paz— O autor é amante da paz, que abençoa a nossa prudência. Esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás [cf. Tm 3.15] — Derrotará todos os artífices daquele semeador de joio e unir-vos-á à cada vez mais estreita mente em amor. 21. Timóteo, meu cooperador — Aqui Timóteo é mencionado pelo nome, mesmo antes dos parentes de Paulo. Mas, por nunca ter estado antes em Roma, ele não é mencionado no começo da epístola. 22. Eu, Tércio, que escrevi esta epístola, saúdo-vos — Tércio, o qual escrevia o que o apóstolo ditava, inseriu essa saudação, por ordem ou pleno consenti mento de Paulo. Gaio— O coríntio (ICo 1.14). Meu hospedeiro e de toda igreja — Que provavelmente se reuniu por algum tempo na sua casa60. 23. O tesoureiro da cidade — De Corinto. 60AmençãoaGaioestánov.23.
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24. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém. 25. Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o m eu evangelho e a pregação de Jesus C risto, (conforme a re velação do mistério, guardado em silêncio desde o começo do mundo, 26. e que agora se tornou manifesto, e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo o mandamento do D eus eterno, para a obediência po r fé, entre todas as nações.) 27. Ao único Deus sábio seja dada a glória, por meio de Jesus Cristo, por todo o sempre. Am ém.
25. Ora, àquele que é poderoso—As últimas palavras da epístola correspondem exatamente à primeira parte (1.1-5): em particular, concernente ao poder de Deus, o evangelho, Jesus Cristo, as Escrituras, a obediência da fé, to das as nações. Para vos confirmar — Ambos, judeus e gentios. Segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo — A saber, segundo o teor do evangelho de Jesus Cristo que eu prego. Conforme a revelação do mistério — Ao chamado dos gentios, que por claramente tivesse sido prenunciado nos profetas, ainda estava escondido mesmo de muitos judeus crentes. 26. Segundo o mandamento — O fundamento do ofício apostólico. Do Deus eter no — Não poderia haver um [título] mais apropriado. Uma nova dispensação não implica qualquer mudança em Deus. Conhecidas dele são todas as suas obras [At 15,18, KJV] e toda a variação delas, desde a eternidade. Foi dado a conhecer entre todas as nações — Não meramente que elas pudes sem conhecer, mas também desfrutá-la, por obedecer a fé. 27. Ao único Deus sábio — Cuja multiforme sabedoria é conhecida na Igreja por meio do evangelho (Ef 3.10). "Aquele que é poderoso" [v. 25] e "ao Deus sábio" se juntam [aqui] como em ICo 1.24, onde Cristo é cognominado "a sabedoria de Deus" e "o poder de Deus". A ele seja dada glória por meio de Jesus Cristo para todo o sempre — E que todo o crente diga: Amém!
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