Pais e Mães Vitale +
Caminho das pedras (notas, observações, destaques):[ 1] 2 ARQUÉTIPO DE SATURNO OU A TRASFORMAÇÃO DE TRASFORMAÇÃO DO PAI
A.
Vitale
Na maioria das vees, n!o " #$%il empreender a des%riç!o de uma re&i!o do in%o in%ons ns%i %ien ente te
%ole %oleti tivo vo, ,
%omo %omo
pret preten endo do
#ae #aer, r,
porq porque ue
o
tema tema, ,
n!o n!o
send sendo o
ra%ional, n!o pode ser sistemati%amente sistemati%amente ordenado de maneira l'&i%a. omente a lembrança de su#i%ientes #atos empri%os poder$ o%asionar a intuiç!o de um motivo arquetpi%o, %onduindo*nos a uma re&i!o de nossa psique onde %ada elemento pode ser usado %omo ponto de partida para sua des%riç!o. ' quando tivermos %ompletado o per%urso " que poderemos %ompreende*la de modo adequado. ALGUNS ASPECTOS ASPECTOS DA MELANCOLIA
+nde poderemos en%ontrar a eperi-n%ia da melan%olia /ndi%arei apenas um esbo esboço ço, ,
em
pou% pou%as as
linh linhas as, ,
da
mela melan% n%ol olia ia, ,
tal tal
%omo %omo
se
apre aprese sent nta a
na
psiquiatria psiquiatria e em al&umas %ondições pe%uliares da assim %hamada vida normal, %omo no luto, na nostal&ia e na adoles%-n%ia * e que tamb"m se epressa em %ampos espe%iais da atividade humana, da Arte, da Weltanschauung #ilos'#i%a e da reli&i!o.
0osterio 0osteriormen rmente, te, pro%urar pro%uraremos emos um motivo motivo %omum, %omum, que poder$ poder$ nos introdu introduir, ir, por ampli#i%aç!o, na investi&aç!o psi%ol'&i%a dos arqu"tipos. 1s%olhemos o arqu"tipo de aturno, o pai ne&ativo. +utros motivos e ima&ens arquetpi%as poder!o se revelar i&ualmente v$lidos, mas esse aspe%to #i%ar$ mais %laro ao #inal do arti&o.
+s estados psqui%os a que %hamamos de melan%olia tem todos al&umas %ara%tersti%as %ara%tersti%as %omuns. %omuns. +b2etivament +b2etivamente, e, o%orre o%orre uma diminuiç!o
do nvel nvel de
ener&ia na na maioria das #unções psqui%as %ons%ientes3 os rela%ionamentos rela%ionamentos toda todas s
as
suas suas
epr epres essõ sões es
s!o s!o
redu redui ido dos, s,
assi assim m
%omo %omo
desa desa%e %ele lera rado dos s
e os
pro%essos e as atividades mentais. A melan%olia vai desde a total inibiç!o, %omo %om o em al& al&um umas as dep depres ressõe sões s
psi%'t psi %'ti%a i%as, s, ate as mai mais s
animo. ani mo. 0or 0orem, em,
%asos, %as os, ei eiste ste uma %on %ons%i s%i-n% -n%ia ia
em
todos tod os
os
leves lev es &ra &radaç dações ões de sub2et sub 2etiva iva
de
Pais e Mães Vitale +
tristea, li&ada a um sentimento de impot-n%ia ou in%apa%idade de se usar as pr'prias #a%uldades. Consideremos al&uns aspe%tos da melan%olia que podem ser #a%ilmente observ obs ervado ados. s.
Num
etrem et remo, o,
en%ont en% ontram ramos os
a
depres dep ress!o s!o
da
psi%os psi %ose e
mana% man a%o* o*
depressiva, #req4entemente %hamada de 5 melan%olia6 . 1is o que 7aspers, #iloso#o e psi%opatolo&ista, es%reve sobre as %ara%tersti%as da depress!o melan%'li%a:
Seu ponto central e uma tristeza profunda e sem motivos, acrescida de uma inibição de todas as atividades psíquicas. Alem de ser subjetivamente experi exp erimen mentad tada a
de
forma for ma
doloro dol orosa, sa,
e
também tam bém
observ obs erváve ável l
no
compor com portam tament ento o
objetivo da pessoa. odos os impulsos instintivos são inibidos! o paciente ano deseja nada. A melancolia vai desde a diminuição do desejo de movimento e atividade ate a imobilidade completa. "en#uma decisão ou atividade pode ser empreendida pelo paciente. $altam%l#e associaç&es psicolo'ias. "ada l#e vem a
mente! men te! queixa%s queixa%se e
capa capaci cida dade de
prod produt utiv iva a
da sua mem mem(ri (ria a
e
lame lament nta a
sua sua
pertur per turbad bada! a! sen sente te fal falta ta de sua
insu insufi fici ci)n )nci cia, a,
inse insens nsib ibil ilid idad ade e
e
esvaziamento. *xperimenta essa aflição profunda como uma sensação peculiar no peito e no abd+men, quase como se pudesse a'arra%la ali. "a sua profunda tris triste teza za, ,
o
mund mundo o
l#e l#e
pare parece ce
cinz cinza a
dent dentro ro
do
cinz cinza, a,
indi indife fere rent nte e
e
desconsolado. rocura apenas o lado desfavorável e infeliz de tudo. Sente que teve muitas culpas no passado! o presente oferece apenas infort-nio e o futuro parece aterrorizador, com vis&es de ruína e depauperamento. "esse esta'i est a'io o
de melanc melancoli olia, a, a
ansied ans iedad ade, e, o
enfado enf ado e o
desesp des esper ero o levam levam ao
suicídio como saída.
e
toma tomarm rmos os
obse observ rvar arem emos os indol ndolen ente te, ,
que que uma
a tem tem
mela melan% n%ol olia ia o
%ondi ondiç! ç!o o
no
si&n si&ni# i#i% i%ad ado o de
ma&o ma&oa, a,
sent sentid ido o de um
um
quot quotid idia iano no esta estado do
de
a#un a#und dar*s ar*se e
ou alma alma
em
lite liter$ r$ri rio, o, somb sombri rio o
medit editaç aç! !o
e e
irrita irr itabil bilida idade de ou, mai mais s rom romant anti%a i%amen mente, te, um est estado ado de aba abatim timent ento o va& va&o o e resi&nado, resi&nado, uma dor meditativa e intima.
1mbora 1mb ora nos %as %asos os et etre remos mos da mel melan% an%oli olia a a ini inibiç biç!o !o pre preval valeç eça, a, em todos tod os os out outros ros ha, ale alem m
da apa aparen rente te ina inativ tivida idade de e
apatia apa tia, ,
um int intimo imo
anseio, uma pro%ura sem des%anso, um trabalho e um tormento %onstantes, e
Pais e Mães Vitale +
tristea, li&ada a um sentimento de impot-n%ia ou in%apa%idade de se usar as pr'prias #a%uldades. Consideremos al&uns aspe%tos da melan%olia que podem ser #a%ilmente observ obs ervado ados. s.
Num
etrem et remo, o,
en%ont en% ontram ramos os
a
depres dep ress!o s!o
da
psi%os psi %ose e
mana% man a%o* o*
depressiva, #req4entemente %hamada de 5 melan%olia6 . 1is o que 7aspers, #iloso#o e psi%opatolo&ista, es%reve sobre as %ara%tersti%as da depress!o melan%'li%a:
Seu ponto central e uma tristeza profunda e sem motivos, acrescida de uma inibição de todas as atividades psíquicas. Alem de ser subjetivamente experi exp erimen mentad tada a
de
forma for ma
doloro dol orosa, sa,
e
também tam bém
observ obs erváve ável l
no
compor com portam tament ento o
objetivo da pessoa. odos os impulsos instintivos são inibidos! o paciente ano deseja nada. A melancolia vai desde a diminuição do desejo de movimento e atividade ate a imobilidade completa. "en#uma decisão ou atividade pode ser empreendida pelo paciente. $altam%l#e associaç&es psicolo'ias. "ada l#e vem a
mente! men te! queixa%s queixa%se e
capa capaci cida dade de
prod produt utiv iva a
da sua mem mem(ri (ria a
e
lame lament nta a
sua sua
pertur per turbad bada! a! sen sente te fal falta ta de sua
insu insufi fici ci)n )nci cia, a,
inse insens nsib ibil ilid idad ade e
e
esvaziamento. *xperimenta essa aflição profunda como uma sensação peculiar no peito e no abd+men, quase como se pudesse a'arra%la ali. "a sua profunda tris triste teza za, ,
o
mund mundo o
l#e l#e
pare parece ce
cinz cinza a
dent dentro ro
do
cinz cinza, a,
indi indife fere rent nte e
e
desconsolado. rocura apenas o lado desfavorável e infeliz de tudo. Sente que teve muitas culpas no passado! o presente oferece apenas infort-nio e o futuro parece aterrorizador, com vis&es de ruína e depauperamento. "esse esta'i est a'io o
de melanc melancoli olia, a, a
ansied ans iedad ade, e, o
enfado enf ado e o
desesp des esper ero o levam levam ao
suicídio como saída.
e
toma tomarm rmos os
obse observ rvar arem emos os indol ndolen ente te, ,
que que uma
a tem tem
mela melan% n%ol olia ia o
%ondi ondiç! ç!o o
no
si&n si&ni# i#i% i%ad ado o de
ma&o ma&oa, a,
sent sentid ido o de um
um
quot quotid idia iano no esta estado do
de
a#un a#und dar*s ar*se e
ou alma alma
em
lite liter$ r$ri rio, o, somb sombri rio o
medit editaç aç! !o
e e
irrita irr itabil bilida idade de ou, mai mais s rom romant anti%a i%amen mente, te, um est estado ado de aba abatim timent ento o va& va&o o e resi&nado, resi&nado, uma dor meditativa e intima.
1mbora 1mb ora nos %as %asos os et etre remos mos da mel melan% an%oli olia a a ini inibiç biç!o !o pre preval valeç eça, a, em todos tod os os out outros ros ha, ale alem m
da apa aparen rente te ina inativ tivida idade de e
apatia apa tia, ,
um int intimo imo
anseio, uma pro%ura sem des%anso, um trabalho e um tormento %onstantes, e
Pais e Mães Vitale +
tamb tamb"m "m
#ant #antas asia ias s
e
pens pensam amen ento tos s
que que
ano ano
%onh %onhe% e%em em
seus seus
#ins #ins
nem nem
suas suas
ne%essidades. e um ob2etivo dese2$vel e vislumbrado, o indivduo %ho%a*se %ontra %on tra uma ini inibiç biç!o !o dol doloro orosa, sa, uma ine inepl pli%$ i%$vel vel imp impotot-n%i n%ia a ou um rod rodeio eio inde%iso e in%on%lusivo. audades sem esperança, perda de um bem insubstituvel, tal %omo num elio elio ou na dor do luto luto
* sentiment sentimentos os desse desse tipo est!o est!o %ontidos %ontidos, , por
assim dier, no estado de melan%olia, possibilitando*nos a ampli#i%aç!o de seu si&ni#i%ado.
8a mesma #orma que a saudade e o luto, a #eli%idade, que se %onhe%eu vivend viv endo o naq naquel uela a ilimit ili mitado ado da #eli%i #el i%idad dade e
terra ter ra ou per perto to daq daque uele le pre pre%i %ioso oso ser ser, ,
mem'ri mem 'ria. a. No pre presen sente te tud tudo o
outror out rora a
eperi ep erimen mentad tada3 a3 tod toda a
e a
esta est a pre presen sente te no
sombri som brio, o, ten tendo do em vis vista ta tal eistei st-n%i n%ia a
e
%ondi% %on di%ion ionada ada, ,
as
eperi-n%ias quotidianas s!o sempre mensuradas e obstinadamente %omparadas %om a mem'ria, %omo se para %on#irmar que o que se eperimenta ho2e ano vale a sombra do que 2$ se perdeu.
1 %omo se eistisse uma esp"%ie de poder que se opõe a reuni!o %om o que #oi #oi
perdid per dido, o,
um
poder pod er
opress opr essivo ivo, ,
advers adv erso o
e
in#le in# leve vel l
que
pare%e par e%e
paralisar a vontade, provo%ando um sentimento doloroso de impot-n%ia. 9udo 9udo
isso isso
e
muit muito o
bem bem
eem eempl pli# i#i% i%ad ado o
na
mela melan% n%ol olia ia
que que
a#et a#eta a
#req4entemente #req4entemente os adoles%entes. adoles%entes. + mundo adulto e per%ebido pelo adoles%ente %omo a dura realidade, realidade, espinhosa, espinhosa,
sem poesia poesia e ao mesmo tempo tempo inevit$vel, inevit$vel,
em opo oposiç siç!o !o a um mun mundo do de son sonhos hos e poesi poesia a sen sentim timent entalm alment ente e %ol %olori orido do e apre%i apr e%iado ado, ,
&eralm &er alment ente e
in# in#n% n%ia ia. .
+
asso%i ass o%iado ado
adol adoles es%e %ent nte e
a
lembra lem brança nças s
mela melan% n%'l 'li% i%o o
#abulo #ab ulosas sas
epe eperi rime ment nta a
a
e
nostal nos tal&ia &ia
da
irre irreso solu luç! ç!o, o,
a
perpleidade e a depress!o de se situar entre dois lados opostos de sua eistei st-n%i n%ia: a:
pr$ ele ele, ,
tornar tor nar*se *se adu adulto lto e
despo2ad despo2ado o do mundo brilha brilhante nte
inevit ine vit$ve $vel, l,
mas si& si&ni ni#i% #i%a a
ser
nost$l&i nost$l&i%o %o da in#n%ia in#n%ia. . V- o mundo adulto adulto
%omo al&o representado por pessoas que ano podem entender esses valores e, mais do que isso, %açoam deles. Contrariamente ao adoles%ente, os adultos tem tem
pode poder, r,
#or% #or%a a
de
vont vontad ade e
e
auto auto%o %on# n#ia ianç nça a
e,
medi median ante te
sua sua
simp simple les s
eist-n%ia, en#atiam a insu#i%i-n%ia e in%ompletude do 2ovem3 a#irmam uma realidade que pare%e ao adoles%ente des%olorida e dura.
Pais e Mães Vitale +
+ adoles%ente melan%'li%o
eperimenta sentimentos de in#erioridade,
impot-n%ia e %ulpa, porque ano a%eita os 5 valores 5
do mundo adulto, e ao
mesmo tempo eperimenta amar&ura e despreo por um mundo ao qual se sente, apesar de tudo, atrado por uma irresistvel %orrente subterrnea. ;e#u&ia* se no que sente ser uma atmos#era mais a%eit$vel, msti%a, artsti%a ou #ilos'#i%a.
Na
vida
prati%a,
eperimenta
desperd%io,
in%on%usso,
inde%is!o, %on#us!o %omo %onseq4-n%ia da %ontradiç!o e da perpleidade, porque a tentativa de resolver os dois aspe%tos da vida #ra%assou. adoles%ente melan%'li%o #req4entemente %ede a id"ia
+
da morte %omo o 5
alme2ado nau#r$&io 5 que poderia livra*lo da realidade %ruel. Na nossa eperi-n%ia en%ontramos a2udam nossa tare#a
outras #ormas
de melan%olia
que
de desdobrar e ampli#i%ar esse estado psi%ol'&i%o, na
tentativa de des%obrir seus %omponentes in%ons%ientes. +
pessimismo
#ilos'#i%o
pode
ser
%onsiderado
uma
mani#estaç!o
sistem$ti%a de uma melan%olia de temperamento que se re#lete no pensamento e se torna uma
eltansc#auun'. 0ode ser apenas um aspe%to do %ar$ter, uma
tend-n%ia obsessiva a ver apenas o lado errado da vida. 9odos os aspe%tos da
vida
traem
imprevid-n%ia, eperimentam
id"ias ate
esse
de
mesmo
de%ad-n%ia, morte
pessimismo,
por a
desordem,
desperd%io,
esque%imento.
impress!o
de
1iste, que
peri&o
naqueles
al&u"m
deve
e
que ser
respons$vel3 %omo disse
?).
Nessas #ormas de melan%olia, o mundo e a realidade apare%em, por um lado, dotados
de
um
poder
insuper$vel,
e
por
outro,
de
uma
inabal$vel
ne&atividade3 o homem e visto %omo um brinquedo nas m!os de um destino ir@ni%o. 9oda a %riatura viva, na qual deveria apare%er a belea e a bondade, sus%ita, ao %ontrario, ima&ens de morte, destruiç!o, e %orrupç!o. + #r$&il tra
a mente a destruiç!o e o e#-mero, a ilus!o e a dor.
Ate a&ora abordamos os aspe%tos ne&ativos da melan%olia. No entanto, ha outras mani#estações que traem a tona seu lado positivo, atrav"s das quais o indivduo eperimenta, na sua mem'ria, ima&inaç!o ou intuiç!o, um aspe%to da vida dos mais dese2ados, embora sempre ne&ado. ;e#iro*me a melan%olia
Pais e Mães Vitale +
asso%iada a eperi-n%ia do belo,
tamb"m aquela, talve muito semelhante a
primeira, que se apodera do homem em suas eperi-n%ias msti%o*reli&iosas.
8e um lado, o en%ontro %om a #r$&il #lor da belea provo%a, uma ve mais, pensamentos
li&ados
a
#ra&ilidade
de
tudo
o
que
e
humano.
Como
di
0etrar%a, 5tudo o que e belo e mortal, n!o perdura5. +u, nas palavras de =eine: 5mur%har, ser despido das #olhas e mesmo esma&ado sob os rudes p"s do destino3 tal e, meu ami&o, o destino de tudo o que e belo na terra 5 . Assim , o estado de %ontemplaç!o melan%'li%a toma %orpo %om a uni!o do bem mais dese2ado e sua inevit$vel %ondenaç!o. No entanto, a %one!o entre a belea e a melan%olia pare%e ser ainda mais pro#unda e se%reta. e&uramente, o elo entre a belea e a melan%olia tem sido
eperimentado
pelo
homem* talve
somente
por um
%erto
tipo,
atrav"s dos tempos. 0odemos %itar '%rates em edro: 5 quando al&u"m v- a belea aqui embaio, evo%ando a verdadeira belea, estende suas asas e in#lama*se no dese2o de voar3 mas, %omo n!o pode, lança seu olhar aos %"us, %omo um p$ssaro, esque%endo*se das %oisas daqui da terra, sendo a%usado de viver num estado de lou%ura ... 5 +u, %omo disse Baudelaire: 5 A melan%olia e a nobre %ompanheira da belea, na medida em que n!o %onsi&o %on%eber qualquer belea que n!o %ontenha em si al&uma in#eli%idade 5 . arsilio
i%ino,
humanista
do
s"%ulo
DV
e
#undador
da
A%ademia
0lat@ni%a em lorença, deu espe%ial relevo a estreita %one!o entre belea e melan%olia. 1m seu trabalho /e vita tríplici, %olo%a a melan%olia %omo passo intermedi$rio numa esp"%ie de pro%esso de individuaç!o que %omeça %om o %onhe%imento da belea transitoriedade.
+s
e por sua ve provo%a tristea por %ausa de sua
membros
da
A%ademia
diiam
que
este
estado
de
melan%olia estava sob o si&no de aturno, o deus planeta que tamb"m era patrono da A%ademia. elan%olia e amor pela belea provo%am o dese2o ode &erar a #im de imortaliar a vida. 1m outras palavras, a melan%olia pode abrir o %aminho para a vida %riativa.
0odemos men%ionar, resumidamente, o tipo de melan%olia en%ontrado na vida reli&iosa. 1m al&umas pessoas a eperi-n%ia reli&iosa apare%e %omo uma %rise sEbita. 1m tais %asos e muitas vees pre%edida por um estado de melan%olia etraordinariamente semelhante a 5melan%olia patol'&i%a5 .
Pais e Mães Vitale +
0a um sentimento de vácuo, de desespero
e
de culpa. 1
mundo
e
percebido como se #abitado por um monstro do mal, #orrível e aterrador, em cujo est+ma'o o #omem experimenta a aflição de uma continua morte. udo e desprovido de sentido! o modo comum e normal de vida parece impossível de se entender! a pessoa se sente abandonada e sem esperança.
+
aspe%to
5
positivo 5
da eperi-n%ia reli&iosa,
em tais
%asos,
rela%iona*se estreitamente %om o estado pre%edente, porque a pessoa tem a intuiç!o
de
que pode
es%apar
daquele
muno
insuport$vel
atrav"s
de
um
se&undo nas%imento em outro mundo, onde prevale%e a purea per#eita de 8eus. +s msti%os s!o espe%ialmente in%linados a eperimentar um estado de uni!o %om o ser per#eito e in#inito, no qual tudo e pleno de sentido e amor*
um estado que pode ser %onsiderado %omo o polo oposto da melan%olia.
2"3*S24A561 A"A78429A :A;72$29A561<
A
repetiç!o
de
%ertos
motivos,
dentro
de
um
estado
psi%ol'&i%o
ato
#req4ente e ato ri%o de emoções, leva*nos a pensar que nos en%ontramos no %ampo &ravita%ional de um arqu"tipo. Como n!o e possvel o %onhe%imento dos arqu"tipos em si, devemos pro%urar al&umas mani#estações no mesmo %ampo &ravita%ional, em outras es#eras
A
mitolo&ia
&eralmente
da epress!o humana.
apresenta
uma
possibilidade
pe%uliar
de
pesquisa desse tipo, devido a espontaneidade, variedade e riquea de suas epressões. Com respeito a melan%olia, uma velha tradiç!o, respeitada ate ho2e, asso%ia*lhe o nome de aturno. Como na mitolo&ia &re%o*romana as #i&uras de aturno e Cronos se 2ustapõem, #aremos re#eren%ias a ambos os mitos. 9entemos analisar o mito de aturno, tendo em vista a #enomenolo&ia da
melan%olia.
+s
elementos
mti%os
e
psi%ol'&i%os
podem
es%lare%er,
ampli#i%ar e epli%ar uns aos outros.
A melan%olia, sendo ato di#eren%iada, elementar e %omum, pode ser en%ontrada atrav"s de uma ampli#i%aç!o mitol'&i%a i&ualmente primitiva e
Pais e Mães Vitale +
ar%ai%a. 1 este o %aso do mito de Cronos*aturno, que nos %onta as ori&ens primordiais da %osmo&onia humana3 n!o se trata do esta&io dos her'is nem dos deuses
antropom'r#i%os, mas sim dos
9it!s e
da ori&em da pr'pria
esp"%ie divina.
8e a%ordo %om
=esodo, a
est'ria
de Cronos se desdobra em tr-s
est$&ios. No %omeço ele e 5 Cronos , o astu%ioso 5 , %u2o poder %onsiste na artimanha e no ataque de surpresa, #ilho mais novo e Frano e ;ea, o %asal ori&inal. Frano impede o nas%imento de seus #ilhos do %orpo da m!e. 1sta d$ a Cronos a #oi%e %om a qual o #ilho %astra e mata seu pai, dessa #orma libertando*se e aos outros 9it!s do %orpo materno. No se&undo est$&io, o pr'prio
Cronos
torna*se o
;ei dos
8euses3
no
entanto,
prevenido
pela
pro#e%ia de sua m!e, teme por sua ve ser destronado por um de seus #ilhos e ent!o, para evitar esse peri&o, devora todos os #ilhos que ;ea &era.
No ter%eiro est$&io, mediante um estrata&ema de ;ea, os #ilhos s!o liberados do est@ma&o do pai. ;ea d$ a Eltimo
#ilho.
7Epiter.
1ste,
%riado
marido uma pedra em lu&ar de seu em
se&redo
na
ilha
de
Creta,
e
prote&ido pelos Coribantes, que o%ultavam seu %horo %om o barulho de seus instrumentos,
destrona
Cronos,
liberta
seus
iramos e
torna*se
;ei dos
8euses. + velho 8eus, destrona*o, %u2o smbolo %ontinua sendo a #oi%e, e enviado o #im do mundo, onde passa a reinar na ilha dos bem aventurados, deus e rei da #eli /dade de +uro
A est'ria de aturno %oin%ide %om a de Cronos. aturno e o anti&o deus
it$li%o
da
a&ri%ultura,
%u2o
smbolo
e
a
#oi%e.
8estronado
por
7Epiter, en%ontra abri&o na re&i!o do
do ano, era %elebrada do solst%io de
inverno. Cara%teriava*se pela tro%a de presentes, pelas #olias e pela aboliç!o tempor$ria das di#erenças entre es%ravo e senhor. Cronos*aturno e, portanto, o semeadura
8eus
da A&ri%ultura, da
%olheita &uardada e
tamb"m da
Pais e Mães Vitale +
Na
medida
em
que
pro%uramos
nos
aproimar
do
mito
alem
do
seu
si&ni#i%ado aparente e super#i%ial, %omeçamos a per%eber a vastid!o do horionte
e
das
#or%as
que
nele
entram
em
aç!o.
9entemos
%aptar
intuitivamente o sentido %ontido no mito.
+ destino de Cronos se desenvolve em tr-s est$&ios, nos quais a sua poten%ialidade
se
desdobra
e
se
mani#esta.
No
primeiro
esta&io,
o
nas%imento de Cronos e uma %rise violenta e revolu%ionaria. Conse&ue vir ao mundo somente as %ustas de uma violenta rebeli!o %ontra seu pai. e&ue*se um se&undo esta&io, no qual a #i&ura de Cronos adquire sua %ara%tersti%a %entral: %olo%ado entre o %"u e independente,
%ontradit'rio,
a terra (seus pais)
peri&oso
e
torna*se um ser
problem$ti%o.
Gera
#ilhos
destinados a destitui*lo do poder que %onquistou. 1perimentou no primeiro esta&io o teste severo de um pai que impediu sua liberaç!o do ventre #"rtil e envolvente da ame, e %ontra tal obst$%ulo voltou a desmedida viol-n%ia de sua sede pela liberdade. A&ora e ele pr'prio ameaçado pela mesma #or%a e viol-n%ia, nas%idas %omo
%onseq4-n%ia
inevit$vel
de sua vida
e
de seu
destino. A esse esta&io podemos %hamar de %onservador.
No primeiro e se&undo est$&ios a estoira de Cronos e essen%ialmente %onstituda por um rela%ionamento pai*#ilho mar%ado por %ompetiç!o mutua, desa#io e viol-n%ia. Assim %omo no primeiro esta&io Cronos so#re a durea do pai em seu e&osmo, no se&undo, por sua ve,
ele mesmo e o pai ameaçado
pelas possibilidades de seus #ilhos, servindo*se ele tamb"m de artimanhas e viol-n%ia para sobreviver e %onservar seu poder.
No
ter%eiro
esta&io
%ontemplamos
o
desmoronamento
dessa
#i&ura
dram$ti%a: Cronos e destitudo de seu reino e, enquanto a &eraç!o dos deuses +lmpi%os %omeça, volta*se para o outro lado de seu destino. 1 a&ora rei de uma terra muito di#erente do titni%o %ampo de batalha anterior. A naturea do deus e trans#ormada: torna*se o soberano saibo e ben"#i%o dos homens #elies3 a terra produ seus #rutos em abundn%ia3 homens e animais vivem em harmonia.
Pais e Mães Vitale +
8e a%ordo %om outra tradiç!o, tamb"m men%ionada por =esodo, Cronos, ap's ter sido %on#inado nas pro#undeas da terra, envia espritos ben"#i%os aos homens, tornando*os %apaes de sabias resoluções. 1sse ter%eiro esta&io e %hamado a 5 trans#ormaç!o 5 .
0odemos a&ora tentar obter um %onhe%imento melhor do arqu"tipo de Cronos*aturno,
ampli#i%ando
seus
%onteEdos
%om
elementos
de
outros
%ontetos. Na tradiç!o herm"ti%a, #ala*se epli%itamente de aturno, assim %omo na astrolo&ia, na alquimia e no #ol%lore. Na primeira, aturno, o planeta %u2a orbita e a mais ampla, %orresponde a ra!o , ou melhor, ao intele%to no sentido n!o*ra%ionalista do &re&o 5 nous
5, que e a #a%uldade
de %onhe%er dando unidade e #orma ao ob2eto, o principium individuationis no
sentido
es%ol$sti%o. (
etimolo&ia de aturno era
0ara
a
A%ademia
Neoplat@ni%a
de
lorença
a
sa%er nous, mente sa&rada ).
1ntre os metais, aturno e o %humbo, o es%uro e pesado ponto de partida na es%ala de valores que leva ao ouro. Na mais anti&a representaç!o do oda%o, %ada planeta tem duas %asas situadas ao mesmo nvel, nos dois lados de uma tra2et'ria dupla, primeiro des%endente, depois as%endente. aturno o%upa a %asa no ponto mais baio, onde o de%lnio termina e %omeça a as%ens!o. aturno %orresponde aqui ao sol noturno3 e o solst%io de inverno, o lu&ar da es%urid!o e da morte. eu smbolo representa a #oi%e da lua
na
mais
baia
posiç!o
%om
respeito
ao
%rueiro.
1m
termos
de
%ons%i-n%ia, %orresponde a um estado %a'ti%o de submers!o no %orpo. 0or outro lado, a 5 trans#ormaç!o 5 , a mudança de de%lnio para as%ens!o o%orre realmente na %asa de aturno. A vida do sol e do ouro es%onde*se no pro#undo e obs%uro %aos do %humbo, onde a lu
e o %alor pare%em etin&uir*
se.
No mito alqumi%o o ;ei +uro deve ser morto e enterrado, para poder reapare%er em toda sua &loria, e " pre%isamente na %asa de aturno que e enterrado. + tEmulo do rei e portanto %hamado de aturno. + adepto tem que %ompletar todo o per%urso para ter a revelaç!o da sabedoria herm"ti%a. eu ponto de partida e a mais o%idental das sete bo%as do Nilo, e l$ vive aturno * o mais #rio, o mais pesado e mais distante do sol, o planeta que
Pais e Mães Vitale +
simbolia a obs%uridade, melan%olia, abandono e medo, a estrela do mau a&ouro, o misterioso e sinistro senis, que trans#orma a %he&ada em
domas
barbe, a %asa onde 5o mais s$bio de todos5, =ermes (9rime&istos), 5tr-s vees o maior5, %on%ede a sabedoria.
No
pro%esso
de
trans#ormaç!o
da
alquimia,
o
dominado por aturno, %orresponde ao ene&re%imento
e
primeiro
esta&io,
obs%ure%imento, a
putrefacto e mortificatio. As %ores de aturno s!o o %ina e o ne&ro, mas as %inas que permane%em ap's a %ombust!o, a %al%inaç!o dos metais b$si%os e a mateira bruta tamb"m %onstituem a mateira pre%iosa, o sedimento do qual o ouro ser$ obtido posteriormente. er$ o sal sapientiae ou sal saturni, o amar&o sal da sabedoria, que torna imbebvel, embora lmpida, a $&ua da vida, a á'ua permanens. 1sta e a tintura, o Etero do filias p#ilosop#orum, a alme2ada substan%ia %elestial.
9. Bu%Hhardt, em seu %oment$rio sobre o primeiro esta&io do ma&ist"rio, es%reve: "o começo da realização espiritual esta a morte, como uma morte do mundo. A consci)ncia deve ser distanciada dos sentidos e convertida ao interior mais profundo. ;as a luz interior não apareceu ainda= portanto essa retirada do mundo
exterior e
experimentada
como a
noite
ne'ra
e
profunda, >nox profunda>.
+ misti%ismo %rist!o %ompara esse estado %om o &r!o de milho, que para #ruti#i%ar deve permane%er na terra e morrer. aturno e tamb"m %hamado pelos alquimistas de 5&overnado da pris!o5, aquele que tem o poder de manter prisioneiro ou libertar3 e o supremo 2ui.
Na astrolo&ia, aturno e o re&ente do si&no de Capri%'rnio3 %ara%teria*se pelas qualidades de pro#undea, austeridade e renun%ia, assim %omo pelo pessimismo, des%on#iança e e&osmo. aturno e representado por um velho de barbas e %abelos bran%os, #req4entemente %om sinais de en#ermidade #si%a, empunhando a #oi%e e uma ampulheta. Corresponde ao 5pai5 ou a uma pessoa importante e idosa. uitas de suas %ara%tersti%as %onver&em para um +s ponto: preo%upaç!o apaionada, pro#unda e %ontinua %om seu pr'prio destino,
Pais e Mães Vitale +
que pode se mani#estar %omo uma %on%entraç!o e pa%i-n%ia no dever, ou %omo duvidas eaustivas des%on#iança,
introspeç!o sobre o
mau
humor
ou
dever em si, ou
hipo%ondria.
aturno
%omo inve2a,
representa
o
poder
impulsivo da aç!o que impele um homem a viver seu pr'prio destino3 e a tend-n%ia ao eame minu%ioso de seus pr'prios pensamentos e sentimentos, disse%ando %ontinuamente suas pr'prias ações, atormentando sem des%anso a si e aos outros. as Capri%'rnio e tamb"m um si&no de sabedoria e de perseverança
espiritual,
de
%apa%idade
de
renun%ia,
austeridade
e
%on%entraç!o.
aturno tamb"m e o re&ente do si&no que se&ue Capri%'rnio, isto e, Aqu$rio, que
si&ni#i%a
astrolo&i%amente
a
trans#ormaç!o
possvel
em
direç!o
a
valores so%iais positivos de humanitarismo e #raternidade universal. 1sse #ato nos #a lembrar o ultimo est$&io do mito de aturno: a /dade do +uro.
Nos %ontos de #adas en%ontramos #req4entemente a #i&ura do velho. 1 o 5velho s$bio5 , o 5#eiti%eiro5, ou 5espirito da montanha5, que mora num %astelo ou numa %averna. 9em uma naturea amb&ua
e uma surpreendente
%apa%idade
#adas
de
trans#ormaç!o.
1m
al&uns
%ontos
de
essa
naturea
amb&ua e %ambiante se eprime pelo #ato de que o velho tem apenas um lado * um olho, uma perna, uma m!o * sendo o outro invisvel, o que naturea
antit"ti%a
do
velho.
1le
eer%e
um
papel
de
revela a
a2udante
ou
de
inimi&o, ou de um 2ovem no %aminho de se tornar 5her'i5 e tamb"m o papel do pai, ou aquele que mant"m prisioneira a prin%esa a quem o 5her'i5
e
destinado.
Como 7un& di :
1 vel#o aparece sempre que o #er(i esta em situação desesperada e sem esperança, da qual somente uma reflexão profunda ou uma idéia afortunada % em outras palavras, uma função espiritual ou um automatismo endopsíquico qualquer % pode libertá%lo. :*sta aparição é ... < um processo dotado de intenção
com
o
objetivo
de
manter
unidos
todos
os
elementos
da
personalidade total no momento crítico, quando nossas forças espirituais e físicas s!o desafiadas, e com essa força de união abrir de uma vez a porta
Pais e Mães Vitale +
do futuro. "in'uém pode ajudar o menino a fazer isso! ele tem que contar apenas consi'o mesmo. "ão #a volta para traz. A compreensão fornecera a necessária resolução as suas aç&es. Ao forca%lo a enfrentar o problema, o vel#o l#e poupa a preocupação de se decidir. "a verdade, o vel#o constitui% se na pr(pria reflexão dotada de prop(sito e na concentração de forcas morais e físicas que sur'em espontaneamente no espaço psíquico fora da consci)ncia, quando a reflexão consciente não é ainda % ou ano é
mais %
possível.
as
5 o velho tem tamb"m um lado mau, assim %omo o m"di%o primitivo3
e ao mesmo tempo aquele que %ura e a2uda e o terrvel preparador de venenos 5 . 1 5 al&u"m que auilia, mas tamb"m o arti%ulador de um peri&oso destino que pode tornar #a%ilmente #atal 5 .
5 I1 um assassino ... e a%usado de
en%antar toda uma %idade, trans#ormando*a em #erro, isto e, tornando*a im'vel, r&ida e paralisada.
No seu papel de &uardi!o da prin%esa,
5 o arqu"tipo #atal do velho
tomou da anima do ;ei * em outras palavras, roubou*lhe o arqu"tipo da vida, personi#i%ada pela anima * e #or%ou*o a sair a pro%ura do en%anto perdido, o 5
tesouro di#%il de ser %onquistado, trans#ormando*o assim no her'i
mti%o, a personalidade superior que e epress!o do i*mesmo. 1nquanto isso, o velho atua %omo vil!o e deve #orçosamente ser removido... 5 . 5 Assim ... observamos o arqu"tipo do velho dis#arçado naquele que produ o mal en%ontrado em todos os meandros e voltas do pro%esso de individuaç!o, que termina su&estivamente %om o #ieros 'amos? , o %asamento sa&rado.
CA;AC91;J9/CA 8+ A;KFL9/0+ 81 C;+N+*A9F;N+
Como epli%aremos depois, de modo mais detalhado, #alar sobre um arqu"tipo e uma tare#a
que envolve %ertos peri&os. Arris%amos sempre perder seu
si&ni#i%ado se tentarmos apenas epli%a*lo, %omo se #osse uma %onstruç!o ra%ional ou me%ni%a. 8evemos nos %ontentar %om uma des%riç!o. as, de a%ordo %om 7un&, 5 o si&ni#i%ado ultimo e %entral de um arqu"tipo pode ser %ir%uns%rito, mas n!o des%rito. esmo assim, a mera %ir%uns%riç!o indi%a um
Pais e Mães Vitale +
pro&resso essen%ial em direç!o ao nosso %onhe%imento... 5 N!o deveramos nos esque%er
de %onsiderar as %ara%tersti%as
pe%uliares do arqu"tipo n!o
%omo %on%eitos de#inidos, mas %omo ima&ens ri%as de %onteEdos emo%ionais e nun%a isolados de
seu inter*rela%ionamento. 9entemos ent!o delinear o
nE%leo estrutural %omum, o arqu"tipo ativo, em todas essas epressões e %riações humanas que se re#erem epli%itamente a ima&em de Cronos*aturno.
+
mito
&re&o
se
desenvolvimento
reporta
a
endopsqui%o:
um o
aspe%to
elementar
rela%ionamento
e
primordial
pai*#ilho.
Cronos
do e
primeiramente o #ilho impossibilitado pelo pai de sair do %orpo da m!e3 depois, e o assassino de seu pai, e por #im torna*se ele mesmo o pai que en&ole seus #ilhos.
A historia toda de Cronos pare%e &uiada pelo motivo de sua bus%a obstinada e da de#esa de sua pr'pria individualidade. 1sse aspe%to dram$ti%o e o que distin&ue Cronos de todos os outros deuses * por eemplo dos +lmpi%os, %u2os atributos s!o de#inidos desde o %omeço.
+s ris%os que Cronos %orre s!o basi%amente de morte: na primeira etapa, morte sob a #orma de n!o*nas%imento, de ser impedido de nas%er3 na se&unda, morte %omo perda de si mesmo. 1m ambos os %asos, a ameaça da morte penetra na relaç!o pai*#ilho, e o assassino e sempre Cronos, que mata sempre em de#esa pr'pria. 1iste um anta&onismo #undamental e absoluto entre esses aspe%tos dominante
de
pai
e
um
e
#ilho,
pois
pressentimento
a
eist-n%ia
de
morte
os
separa.
insuport$vel
+ e
sentimento no
entanto
inevit$vel. 0ode*se re%onhe%er a depress!o e a an&ustia, nos pro%essos herm"ti%os e alqumi%os, %omo a %ondiç!o de ouro es%ondido e aprisionado no %humbo, do sol no interior das entranhas da noite e do sepultamento debaio da terra, que si&ni#i%am tEmulo e putre#aç!o,
i&norn%ia, obs%uridade e
abandono.
A
poten%ialidade
alqumi%a quando
de
trans#ormaç!o
e
tamb"m evidente
na
tradiç!o tanto
herm"ti%a. aturno e o ponto mais baio da par$bola e o
lu&ar mais pro#undo, onde termina a des%ida e a nova as%ens!o %omeça. A direç!o e invertida, o si&ni#i%ado de seu ser e trans#ormado3 a des%ida
Pais e Mães Vitale +
torna*se a possibilidade de uma nova as%ens!o, o sepultamento torna*se o %ontato %om o #"rtil e pro#undo seio da noite, o abismo pro#undo torna*se a possibilidade de sabedoria, a putre#aç!o se torna liberaç!o da morte. + que esta morto quebra e se dissolve, libertando o elemento pre%ioso que estava anteriormente vin%ulado ao impuro.
+ %on#lito pai*#ilho de Cronos epressa, na maneira in%ompar$vel das ima&ens mti%as, o que os #il'so#os %on%eberem em lin&ua&em abstrata %omo sendo o dinamismo essen%ial do ser e do vir a ser. + velho &era o novo. as, essa %ontinuidade n!o se d$ pa%i#i%amente, porque o velho eperimenta a trans#ormaç!o %omo uma ameaça, a qual rea&e en&olindo
toda a
nova
&eraç!o. As 5novas6 #or%as revolu%ionarias se opõem a essa #ase rea%ion$ria e %onservadora numa %on#rontaç!o irre%on%ili$vel: um dos dois deve morrer e o ven%edor reinara. Na tradiç!o herm"ti%a, Cronos*aturno e o teste mais alto, a prova a ser ven%ida, o &overnador da pris!o em %u2as m!os esta a liberaç!o ou o %on#inamento.
+utro aspe%to importante da depress!o satErni%a " a inibiç!o da vontade. N!o se trata nem de #alta nem de #raquea primitiva da vontade, mas de um bloqueio
provo%ado
por
um
en%ontro
%om
uma
vontade
%ontr$ria
e
mais
poderosa. ob a super#%ie da melan%olia psi%'ti%a eiste n!o uma etinç!o da vontade (%omo por eemplo pare%e a%onte%er na esquio#renia %atat@ni%a), mas sim uma impossibilidade de se libertar do emaranhado e dos obst$%ulos que est!o prendendo a pessoa, um quebrar a %abeça tentando des%obrir a sada e uma %olis!o %ontinua %om um obst$%ulo maior e mais #orte. 1 a %ondiç!o de ter sido en&olido e sepultado, tal %omo a%onte%e aos #ilhos de Cronos, ou ao ouro no esta&io de %humbo, ou ao rei na tumba. 8o mesmo modo que a $&ua se torna petri#i%ada no &elo, o #rio e $rido aturno interrompe o movimento e o #luo espontneo da vontade. Na #ase depressiva da psi%ose mana%o*depressiva, muitas vees pare%e que a atividade in%essante da #ase mana%a e revertida para dentro, mani#estando*se ent!o #ebrilmente %omo uma lu%ide prevendo presente.
ea&erada
na
destruiç!o
e
per%epç!o
dos
so#rimento
aspe%tos
%omo
ne&ativos
desenvolvimentos
da
eist-n%ia,
inevit$veis
do
Pais e Mães Vitale +
0ode*se dier que a inibiç!o satErni%a e #ruto de um e%esso de %ons%i-n%ia e de uma lu%ide #atal que paralisa todas as tentativas de se %aminhar, atrav"s da vis!o de um #ra%asso %atastr'#i%o e terrvel. as a ansiedade que dai de%orre e tamb"m %onseq4-n%ia do #ato de que a pessoa n!o pere%e, mas testemunha %om lu%ide o seu pere%imento %ontinuo. Fm tipo etremo de melan%olia sndrome
psi%'ti%a revela essas de
Cotard,
bastante
%ara%tersti%as
#req4ente
nas
em
estado puro.
#ormas
L
involutivas
a de
melan%olia. Começa %om id"ias de trans#ormaç!o3 a pessoa sente seu %orpo em estado de de%omposiç!o, sentada %omo petri#i%aç!o de seus 'r&!os.
destinado
a
testemunhar
para
sempre
sua
pr'pria
morte
e
dissoluç!o.
A
inatividade
melancólica
a!cia"e
a
#ma
$i%e&atividade
inte&i!&'
(l!)#eada em #a %!i(ilidade de mani*eta+,! . N!o deve ser %onsiderado uma %ontradiç!o, pois, se no #ol%lore en%ontramos na &rande #amlia dos #ilhos de aturno, homens %ontinuamente empenhados em %onsertos, produindo %omo
artes!os
e
a&ri%ultores,
%arpinteiros
e
sapateiros,
al#aiates
e
pedreiros, artistas e poetas. 1sse motivo do trabalho %ontinuo ( embora #req4entemente n!o visvel
)
aproima*se e
se 2ustapõe aos motivos
2$
%onsiderados do impulso de trans#ormaç!o e individuaç!o.
+ si&ni#i%ado do devoramento pelo pai, %onstante na psi%olo&ia satErni%a, pode
ser epli%ado %omo
um bloqueio ao impulso
de trans#ormaç!o. L
a
epress!o arqu"tipa de um momento pe%uliar do pro%esso de di#eren%iaç!o do e&o. Aqui o 5solidi#i%ado5, isto ", tudo o que 2$ #oi #eito, os poderes estabele%idos e a 5historia6, impede o impulso do 2ovem em direç!o as %han%es do #uturo3 e as 5%han%es do passado6, #as%inantes mas re&ressivas, li&adas ao reino da m!e, emer&em ent!o da es%urid!o.
1sse estado apresenta um ea&ero
da %ons%i-n%ia, da lu%ide
mental, d
per#eiç!o nas realiações. + poder que o puer alme2a 2$ esta nas m!os de outro3 a eperi-n%ia que dese2a 2$ #oi realiada3 a verdade que pro%ura 2$ #oi en%ontrada. Cronos mostra a sua desa&rad$vel #a%e de senis ao juvenes,
Pais e Mães Vitale +
e este sente a ur&ente ne%essidade de re2eitar tudo o que o pai #e. aindo do
ventre
materno
trans#ormaç!o,
o
%om
o
#res%or
prota&onista
da
manha
en%ontra
a
em
sua
obstinada
r&ida
#i&ura
de
bus%a
de
Cronos,
inevit$vel e adverso %omo a morte.
Continuando essa
%ir%um*ambulaç!o
em
torno
da
#i&ura de
Cronos,
outro
aspe%to que podemos eaminar e a onipresente %ons%i-n%ia da morte. A morte a%ompanha as diversas etapas do pro%esso %omo %ontraponto inevit$vel3 sem ela
n!o
ha
trans#ormaç!o.
1ntre
os
persona&ens
do
tr$&i%o
drama
do
desenvolvimento da %ons%i-n%ia pare%e n!o eistir possibilidade de a%ordo, mas somente atrav"s da morte de um dos oponentes. Cada de um %orresponde a derrota e morte do outro. 0ai
vit'ria e a#irmaç!o
#ilho v-em re#letido um
no outro o que lhes esta reservado * velhi%e inevit$vel e de%ad-n%ia para o 2ovem, destituiç!o e des%r"dito para o velho. Nas mani#estações %lini%as da psi%ose melan%'li%a ha #req4entemente um delrio de %ulpa. Fm sentimento de %ulpa o%ulta*se nos pensamentos dos #il'so#os
pessimistas
e
no
mpeto
apaionado
dos
msti%os.
Cronos
e
dominado por uma 5 m$*%ons%i-n%ia 5. Conquistou a eist-n%ia ao preço do assassinato de seu pai e da quebra violenta da unidade indi#eren%iada de seus pro&enitores. 1 o pe%ado ori&inal a que se re#erem a reli&i!o e a #iloso#ia eisten%ialista. Na tradiç!o herm"ti%a e alqumi%a essa %ulpa e a impurea do entrelaçamento do elemento pre%ioso %om as %inas, a terra e o %humbo. A impurea se revela %omo %ulpa ori&inal, na medida em que e ne&aç!o e aus-n%ia do estado #inal ao qual todo o pro%esso alme2a. A ne%essidade revolu%ionaria de novos valores deve so#rer e ven%er, ou ent!o opor*se
aos valores estabele%idos, o
que %ria
%ulpa em todo
pro%esso de trans#ormaç!o do novo em relaç!o ao velho. as tamb"m ha uma %ulpa obs%ura do velho em relaç!o ao novo, porque o velho sabe que deve su%umbir e que sua maneira de ser e de #aer %ontradi esta lei superior de trans#ormaç!o. 0si%olo&i%amente, pare%e que a %ulpa a%ompanha uma %erta #ase de %ada pro%esso de trans#ormaç!o, em que um aspe%to de %ulpa se asso%ia
a
outros:
ne%essidade
de
trans#ormaç!o,
inibiç!o
da
vontade,
%ons%i-n%ia da morte. A ne%essidade de trans#ormaç!o pare%e ser uma ameaça #undamental ao se atual. uma ve que o 5 horionte 5 do e&o esta li&ado as suas identi#i%ações presentes, embora se ve2a obri&ado a mudar.
Pais e Mães Vitale +
A %ulpa e psi%olo&i%amente asso%iada ao %asti&o, ao sentimento de estar nas m!os de um poder que pode destruir. 0ara o #ilho este poder e Cronos, o velho rei, o pai ne&ativo. Cronos*aturno e o arqu"tipo do teste pelo qual se tem que passar, a pessoa %om a qual se tem que a2ustar %ontas, e %u2o lu&ar se tem que tomar. 1le e maior, mais s$bio, mais poderoso, e o medo
do
%on#ronto
%om
sua
#i&ura
%ausa
uma
parada
no
pro%esso
de
trans#ormaç!o e uma esta&naç!o da libido, ao mesmo tempo que um aumento na tens!o endopsqui%a. alando sobre =ermes*er%Erio na alquimia e nos herm"ti%os, 7un& di que a naturea ambivalente dessa #i&ura pode ser %onsiderada %omo um 5 pro%esso 5 que %omeça no mal e termina no bem. aturno, epli%a, representa o lado mau %ontido no er%Erio. 1m seu trabalho sobre o 1spirito er%Erio, 7un& di tamb"m que o principium individuationis deve ser en%arado %omo o espirito que #oi %on#inado e aprisionado. Aquele que aprisionou e o 5 enhor das Almas 5 ,
mas o #e %om boas intenções, porque somente atrav"s
do sentimento de %ulpa que e sur&e %om a separaç!o do bom e do mau e que pode ser desenvolvida a %ons%i-n%ia moral. 1le di: 5 Fma ve que sem %ulpa n!o ha %ons%i-n%ia moral... devemos re%onhe%er que a estranha intervenç!o do senhor das almas era absolutamente ne%ess$ria para o desenvolvimento de qualquer tipo de %ons%i-n%ia, e nesse sentido #oi para o bem 5. No mesmo trabalho,
7un&
nos
lembra
que
para
a
#iloso#ia
pessimista,
%omo
para
%hopenhauer e para o budismo, o prin%ipio de individuaç!o e a #onte de todo o mal. Assim, Cronos*aturno, a estrela da depress!o, da separaç!o, do so#rimento
moral, da
%ulpa, senhor da
pris!o,
representa
o
ne%ess$rio
momento ne&ativo do pro%esso de individuaç!o. 1m ;@sterium 9oniunctionis, 7un& epressa o momento em que a %ulpa revela sua possibilidade
positiva: 5
omente
ent!o
poder$ o
indivduo
per%eber que o %on#lito esta nele, que seu desa%ordo e sua atribulaç!o s!o suas riqueas, que n!o dever!o ser desperdiçadas no ataque aos outros3 e que, se o destino lhe %obrar um debito sob a #orma de %ulpa, e uma divida para %onsi&o mesmo6 . as Cronos*aturno torna*se deus da a&ri%ultura que reina sobre os homens, ensinando*lhes as artes do %ultivo depois de derrubado e #or%ado a vomitar os #ilhos que en&oliu. A semente que morre e a que #ruti#i%a3 a