Introdução às Técnicas Verticais Verticais
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Sumário 1.
Definição de Técnicas verticais
2.
Segurança
3.
Equipamentos 3.1. Fibras 3.2. Equipamentos Metálicos 3.3. Proteção Individual
4.
Nós e Amarrações 4.1. Nomenclatura 4.2. Nós de encordoamento 4.3. Nós de ancoragem 4.4. Nós de união 4.5. Nós auxiliares 4.6. Nós autoblocantes 4.7. Nós especiais 4.8. Cadeirinhas improvisadas 4.9. Acabamento
5.
Ancoragens
6.
Sistemas de ancoragem
7.
Técnicas 7.1. Escalada 7.2. Rappel 7.3. Progressão em corda fixa 7.4. Tirolesa 7.5. Içamento de carga
8.
Termos
9.
Bibliografia
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Sumário 1.
Definição de Técnicas verticais
2.
Segurança
3.
Equipamentos 3.1. Fibras 3.2. Equipamentos Metálicos 3.3. Proteção Individual
4.
Nós e Amarrações 4.1. Nomenclatura 4.2. Nós de encordoamento 4.3. Nós de ancoragem 4.4. Nós de união 4.5. Nós auxiliares 4.6. Nós autoblocantes 4.7. Nós especiais 4.8. Cadeirinhas improvisadas 4.9. Acabamento
5.
Ancoragens
6.
Sistemas de ancoragem
7.
Técnicas 7.1. Escalada 7.2. Rappel 7.3. Progressão em corda fixa 7.4. Tirolesa 7.5. Içamento de carga
8.
Termos
9.
Bibliografia
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Técnicas Verticais 1. Definição de técnicas verticais: •
É o conjunto de técnicas de subidas, descidas e movimentação em desníveis verticais usando equipamentos de segurança, como cordas, fitas, mosquetões, cadeirinha e outros acessórios específicos.
2. Segurança: •
Acidentes:
Acontecem sim, mas na maior parte dos casos por somatória de erros; erro no aprendizado das
técnicas, erro na aquisição e manutenção dos equipamentos, erro na execução dos procedimentos. A prática de “deixar acontecer para depois resolver” e a falta de uma cultura de prevenção fazem parte dessa somatória, às vezes antes da emergência propriamente dita, acontecem alguns pequenos incidentes que nos avisam como “sinais” de que a situação esta propicia para um acidente. E acidente gera acidente, por po r efeito cascata, pelo “vulto” do acidente, ou no momento m omento de tentar solucionar o problema, no transporte da vitima vi tima até o socorro ou do socorro ate a vitima.
Infelizmente presenciamos muitos erros na utilização das técnicas verticais, que aumentam os riscos e podem gerar situações de emergência, sem o devido cuidado com a segurança pessoal e de terceiros, desconhecimento total das técnicas, falta de equipamento adequado e excesso de improvisações. É importante saber improvisar, mas antes devemos dev emos ter todos os procedimentos padronizados, as regras claras e definidas, e uma padronização inclusive de como e quando improvisar. Grande parte dos acidentes ocorre em itinerários fáceis, durante excursões, ascensões de vias clássicas e durante os rapeis, quando o cansaço e a falta de atenção estão presentes, ou quando o tempo piora ou escurece. Uma analise de acidentes ocorridos é de grande valia, pois se pode po de aprender com o erro dos outros. •
As principais causas de acidente são:
- Ignorância; - Inconsciência e subestimação; Saber dos perigos a que estamos expostos, é a melhor forma de poder pode r evitá-los, assim como o conhecimento de nossas próprias limitações e de nossos companheiros. Devemos sempre ter em conta que um grupo é tão t ão forte quanto o seu elemento mais fraco.
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•
Como evitar acidentes:
- Profundo conhecimento do meio e das técnicas; - Treinamento constante; - Equipamento adequado - Bom estado psicológico; - Sensatez: Prudência e covardia, valor e temeridade, são atitudes que devemos saber distinguir; - Dificuldade e perigo não têm porque estar associadas, isto é muito importante na hora de eleger uma rota. •
Atuação frente a um acidente:
Além de adotarmos as medidas de prevenção mencionadas, devemos estar preparados. As informações de primeiros socorros, meios de fortuna e auto-resgate devem fazer parte da formação de todo montanhista ou técnico de cordas. •
Princípios básicos:
- Proteger; - Buscar ajuda (comunicar); - Socorrer; •
Buscar ajuda:
Quando temos pessoas disponíveis e a situação permitir, estas devem partir com equipamento suficiente para garantir a sua segurança. Devem conhecer o terreno e as técnicas para sua transposição. Devem deixar o caminho marcado caso seja necessário. Mais importante que a rapidez é chegar ao local de socorro com segurança, e garantir que o socorro chegue ao local correto. •
Choque Ortoestático;
A permanência de qualquer pessoa inerte em qualquer tipo de cinto de segurança pode causar sérios danos fisiológicos. Caso a vitima esteja consciente estes problemas não ocorrem pois a pessoa se movimenta mudando os pontos da compressão causada pelo cinto, o que não ocorre com a vitima inconsciente. Sérios danos circulatórios em conseqüência da compressão dos vasos sanguíneos podem acarretar comprometimento cerebral a até morte. O tempo entre a perda da consciência e o surgimento dos agravos fisiológicos é muito curto, portanto é necessário atendimento rápido e eficaz. Após 04 (quatro) minutos inicia um processo de deficiência de oxigênio na circulação, chamado de epóxia; mais 04 (quatro) minutos, inicia o processo de deficiência de oxigênio no cérebro, chamado de ipóxia, após estes 08 (oito) minutos a pessoa pode entrar em choque ortoestático, já podendo ter seqüelas irreversíveis. Ao retirar a vitima da suspensão inerte, devemos fazer retornar a circulação gradativamente, pois esta parada cria toxinas que se forem liberadas de imediato, podem causar um colapso na circulação.
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3. Equipamentos: 3.1. Fibras: •
Cordas:
Seja em uma escalada, içamento de carga, rapel ou em uma operação de resgate a corda é, sem dúvida, o equipamento mais importante. É nela que, de maneira direta ou indireta, nós depositamos toda a nossa confiança. Muitas vezes é o único equipamento que não possibilita backup. Até os anos quarenta utilizavam-se fibras naturais, principalmente de cânhamo. A partir de 1950 começava-se a adotar, para a fabricação das cordas, fibras sintéticas como a poliamida (Nylon). Graças à utilização destes materiais tem sido possível desenvolver e aperfeiçoar, com objetivo de ampliar a gama de utilizações e a segurança, cordas dotadas de uma estrutura diferenciada, definindo assim, um modelo de fabricação que todas as indústrias respeitam: cordas compostas de alma e capa trançadas. Construção:
As cordas modernas são construídas seguindo a metodologia Kermantle que significa alma protegida por capa. A alma é a parte interna da corda. Elemento que define a flexibilidade, elasticidade e capacidade das cordas. Geralmente possui uma única cor (branca ou preta).
Fios paralelos. Menor elasticidade.
Fios torcidos entre si e em conjunto. Maior elasticidade.
A capa é o revestimento externo da corda. É trançada ao redor da alma e tem a função de protegêla contra a abrasão e outras influências externas tais como: penetração de objetos (areia, espinhos, arestas cortantes e raios ultravioleta.) e pode ser impregnada com líquidos impermeabilizantes. O comprimento "padrão" das cordas dinâmicas é de 50 metros porque a maioria das vias possui enfiadas de, no máximo, 50 metros. Cordas mais curtas podem não permitir que o guia chegue à próxima parada. Há quem goste de cordas de 55 ou 60 metros para ganhar mais alguns metros na hora do rapel e para poderem, com o tempo, cortar as pontas gastas pelas sucessivas quedas. •
Cordas dinâmicas:
A corda normalmente usada em montanhismo e escalada é do tipo dinâmico, isto é, dotadas de uma elasticidade bastante elevada: uma pessoa suspensa no final de 50 metros de uma corda de 5
11 milímetros causa um alongamento de cerca de três metros, para 50 metros de uma corda de 9 milímetros o alongamento é ao redor de quatro metros. Esta elasticidade serve para atenuar os esforços conseqüentes de uma queda importante, dissipando o esforço em um trecho maior de corda. É necessário distinguir entre corda simples com um diâmetro que, de acordo com os modelos pode ser de 10, 10.5 ou 11 milímetros, e meia corda, 8,5 ou 9, mm de diâmetro, e cordas gêmeas (sempre em par) de 8,2 mm, com base para os empregos diferentes. •
Cordas estáticas:
As cordas estáticas são dotadas de uma elasticidade muito inferior as dinâmicas: uma pessoa suspensa em 50 metros de uma corda de 10 milímetros alonga a corda em um pouco mais de meio metro. Não são concebidas para assegurar quedas. No começo foram produzidas para a espeleologia e trabalho em altura, que usam cordas para subir lances verticais. Em caso de quedas muito grandes os esforços gerados nas cordas podem ser fatais. Elas não são empregadas para a escalada guiada, ou onde você tenha que resistir a quedas. Em contrapartida elas permitem ações muito precisas nas fases de manobra. •
Fitas tubulares:
São fitas de trama extremamente resistente, e que se assemelham a uma corda sem a alma, ou seja, só a capa. Por isso são mais flexíveis e menos volumosas. Além da fita tubular comum, que pode ser adquirida em qualquer tamanho e amarrada com um “nó de fita”, existem ainda as fitas “anéis”, que são fitas com as pontas já costuradas e que são usadas para resgates, equalização de paradas, auto-seguro, etc. E existem as fitas “expressas”, utilizadas juntamente com dois mosquetões, formando as costuras. •
Estribos:
São degraus geralmente feitos de fita tubular ou plana, muito uteis para lances em artificial e ascensões em corda fixa. 6
•
Cadeirinhas:
Cinto de segurança que envolve o quadril e as pernas, fazendo com que o impacto de uma queda seja absorvido pelo corpo. Fabricados com fitas de nylon. Com um ou dois pontos de encordoamento, alguns com peitoral conjugado (para trabalho em altura) e fivelas de metal para regulagens do tamanho das pernas e cintura. Atenção: Qualquer sistema de encordoamento com a corda usado para substituir a cadeirinha, por
sua confecção artesanal é incomodo e perigoso frente a uma queda grave ou ficar suspenso por tempo prolongado, devemos utilizá-los somente para casos excepcionais e devemos estar seguros de sua perfeita realização. •
Cordeletes:
São cordas de calibre mais fino, utilizadas como meio de fortuna em técnicas de içamento de carga, progressão em corda fixa e auto-segurança no rappel. •
Absorvedores de energia:
O princípio de funcionamento do absorvedor de energia baseia-se no rompimento dos pontos de costura de uma fita de nylon com o valor de no máximo, 6 KN, ou seja, no momento da retenção de uma queda, havendo ancoragem crítica, o absorvedor vai rompendo sua costura de forma a garantir que a força aplicada ao trabalhador não ultrapasse a 6 KN. 7
Conservação das fibras:
Um dos maiores responsáveis pelo encurtamento da vida útil de uma corda é o sol. Como sabemos, o sol agride as fibras sintéticas, enrijecendo-as e tornando-as quebradiças. O que devemos evitar é deixar a corda exposta ao sol, principalmente quando queremos secá-la. É melhor deixá-la na sombra, em lugar seco e arejado. O segundo inimigo da corda é por incrível que pareça a própria rocha. O negócio é evitar o atrito desnecessário. Devemos ter uma atenção especial à técnica conhecida como Top rope ou Corda de cima. Apesar de ser uma excelente técnica para quem está iniciando no mundo da escalada em rocha, é também um agressor fenomenal às cordas, pois devido ao atrito com a rocha, a capa acaba por se desgastar mais que o normal, causando danos irreparáveis e às vezes até danificando permanentemente a corda. Para resolver isso, verifique bem o ponto de ancoragem do Top rope, e os pontos em que a corda tem contato com a rocha. Se puder, use um protetor de corda, evitando o atrito. Evite o pêndulo, no caso de queda do escalador. Como o fator de queda é praticamente inexiste neste tipo de escalada, dê preferência a cordas mais velhas (mas que estejam em condições) e mantenha as novas para escaladas com maior risco de queda. Caso você venha a sofrer uma grande queda, tipo fator 2, faça uma vistoria em toda a extensão da corda, verificando se houve ou não rompimento da capa e/ou rompimento ou enrijecimento da alma. Caso encontre estes defeitos, inutilize a parte defeituosa. Se notar que ocorreram várias rupturas ao longo da corda, não mais a utilize para escalar. Também não se deve "marcar" o meio da corda com tinta. Pode agredir a fibra da corda, enfraquecendo-a. O mesmo se aplica a colas de fitas adesivas. Muitos fabricantes, inclusive, não recomendam a utilização de esparadrapos nas cordas, uma vez que o material do adesivo pode deteriorar as fibras. O uso de equipamento de freio também agride a estrutura da corda dinâmica. O freio oito, por exemplo, torce demasiadamente a corda. Quando ocorrer isso, o melhor a se fazer é deixá-la pendurada, com toda a sua extensão aberta por algum tempo. Outro cuidado muito importante, diz respeito à velocidade da descida, quando do uso de equipamentos de freio. O atrito da corda com o equipamento, se a utilização for muito rápida, pode gerar temperaturas acima de 300ºC, e acaba por fundir a alma e a capa da corda, enfraquecendo-a, e impossibilitando seu uso, além de prejudicar o próprio equipamento de freio. Não pise na corda, pois algumas partículas de cristais e terra ficam presas na capa da corda, e
quando se pisa nela, estes cristais adentram a alma da mesma, podendo causar pequenas rupturas, que a enfraquecem. Pelo mesmo motivo devemos evitar arrastá-la na terra ou sujá-la em demasia. Se isto ocorrer lave-a em uma banheira, tanque ou em uma bacia grande, utilize apenas sabão neutro, de preferência de coco, e deixe-a secar na sombra por alguns dias. Não utilize qualquer tipo de secagem mecânica ou por temperatura, pois poderá ocorrer enfraquecimento das fibras da corda. Quando for guardá-la, evite deixar nós apertados. Para a sua estocagem, prefira lugares secos e ventilados, longe dos raios de sol e do calor.
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Vida útil:
As fibras são "aposentadas" pelos seguintes motivos: 1° Seguindo a tabela abaixo. Uso intenso.
05 dias / semana.
01 ano.
Uso regular.
07 dias / mês.
03 anos.
01 dia / ano.
Máximo 05 anos.
Uso ocasional. 2° Se você encontrar:
- Capa e/ou alma danificada. - Pontos duros sob a capa indicando danos locais.* - Fibras da capa derretidas. * * Nestes casos você deve cortar a corda na região do dano. - Monitore o seu desgaste constantemente. - Fibras com mais de 05 anos perdem a garantia de fábrica. 3.2. Equipamentos Metálicos •
Mosquetões:
Existe uma infinidade de tipos de mosquetões com formatos e cargas de rupturas diferentes; cada um deles apresenta vantagens e desvantagens de acordo com o uso para qual foi concebido. Formatos básicos de mosquetões:
Os mosquetões são fabricados em uma grande variedade de formatos, destinados a usos específicos. Originalmente, foram projetados em formato oval. Quando o mosquetão oval é submetido a uma carga, o esforço é o mesmo em ambos os lados, distribuindo-se igualmente entre corpo e trava. O formato que melhor se aproveita da força do corpo do mosquetão é o formato em “D”. Isto se dá pelo fato de corpo do mosquetão ser mais alongado do lado oposto ao gatilho, com topo e base do mosquetão curvando-se ate o gatilho. Isto significa que quando submetido a uma carga, o material (cordas, fitas) conectado no mosquetão, tende a deslizar para o lado do corpo, resultando em um maior esforço do lado mais forte. Desde o desenvolvimento do mosquetão em “D” (simétrico), outros formatos foram criados, tais como o “D” modificado (assimétrico). 9
Atenção: A graduação de resistência para mosquetões em formato “D” usualmente representa
uma situação ideal, quando o material é tracionado apenas em uma pequena área próxima ao corpo. Se o mosquetão for tracionado através de uma área maior em suas extremidades (como no caso de uma fita larga), então haverá maior esforço no lado do gatilho. Conseqüentemente, o mosquetão poderá se romper com uma carga menor que a resistência nominal. Construção:
Inicialmente, todos os mosquetões eram feitos de aço. Hoje em dia, grande parte dos mosquetões é feita de liga de alumínio 7075 chamado "zicral". É composto por 88% de alumínio, 6% de zinco, 4% de magnésio e 2% de cobre. Este material é submetido a um tratamento térmico para atingir resistências próximas aos 70 Kg/m2. Atualmente os mosquetões de aço são mais utilizados para atender as necessidades específicas da área Profissional e de Resgate. Devido ao peso tendem a ser utilizados apenas em situações de grande fricção do equipamento com outras partes metálicas, principalmente em sistemas de transporte de cargas. Possuem maior resistência ao desgaste mecânico. Sob tensão extrema tendem a deformar até o rompimento (e não a "estourar"). Utilização: •
Mosquetão com trava:
Oval
Pêra
tipo “D”
Para operações de maior risco - segurança e rapel - um mosquetão com trava é essencial. Muito simples, porque com trava o mosquetão não abrirá inesperadamente. Um tubinho é enroscado por cima da abertura do mosquetão impedindo que este se abra. Um mosquetão de rosca pode parecer mais robusto, mas não é mais resistente que um simples. Ele simplesmente fica fechado com mais segurança. Lembre-se que ele somente é um mosquetão de trava se você lembrar-se de travá-lo.
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•
Mosquetão sem trava;
Os mosquetões sem rosca normalmente são utilizados para compor as costuras e em operações onde não haja risco de abertura acidental e rotação do mosquetão. Se houver alguma chance de que o gatilho seja aberto numa situação qualquer e só estejam disponíveis mosquetões sem trava, dois mosquetões devem ser colocados reversos e em oposição. Isto é, o par de mosquetões deve ser arranjado de forma a posicionar seus gatilhos reversos e opostos. Abertura acidental do gatilho:
A principal função de um mosquetão é manter o seu elo com outros elementos de um sistema vertical. Para isso, seu gatilho deve permanecer fechado de forma segura. Se isto não acontecer, os elementos conectados se desligarão e o sistema falhará. Existem varias maneiras através das quais um mosquetão pode abrir acidentalmente. Entre as situações mais comuns estão: - O mosquetão é pressionado contra a rocha ou aresta de um edifício, forçando a abertura do gatilho; - Uma corda ou fita é empurrada contra o gatilho do mosquetão, forçando sua abertura. Tração em três direções:
Existem determinadas situações nas quais um mosquetão está sujeito à tração em três direções, podendo gerar forças de tração cruzadas, potencialmente perigosas. Soluções possíveis para tração em três direções:
- Utilizar um mosquetão grande em formato de pêra para conexão com a cadeirinha. Posicione os dois pontos de conexão da cadeirinha através do lado maior do mosquetão e a outra conexão no vértice oposto. Deve-se tomar cuidado para que o mosquetão não gire tracionando seu gatilho. - Utilizar uma malha rápida semicircular ou triangular no lugar do mosquetão de encordoamento. Estes dispositivos são projetados para suportar tração em qualquer direção. 11
Quando descartar um mosquetão:
Se um mosquetão estiver com o gatilho levemente preso ou não fechando por completo, deve-se verificar se não há sujeira ou oxidação e eliminar o problema através de limpeza ou lubrificação. Mas se ele apresentar qualquer outra disfunção – trava quebrada, corpo ou gatilho empenado – deve ser imediatamente marcado e descartado. No caso dos mosquetões de alumínio, a liga usada sofre envelhecimento natural mesmo que o mosquetão nunca seja utilizado, sendo assim, a garantia de desempenho total de um mosquetão e de no máximo 05 anos. Após esse período, o mosquetão pode se romper com uma carga menor do que a nominal. Recomendações gerais:
Mantenha todos os mosquetões longe de umidade ou maresia, equipamentos ou roupas úmidas, areia e também agentes químicos Limpe o gatilho na região articulada, soprando o pó e a sujeira. Se uma limpeza adicional for requerida, lave o gatilho em água quente com detergente neutro. Enxágüe bem e lubrifique a articulação com pó de grafite ou WD-40. Retire o excesso de lubrificante. •
Malha Rápida:
São elos em aço que possuem uma luva de rosca no lugar do gatilho. Estão sendo utilizados com grande freqüência em substituição aos mosquetões em situações de tração em três direções. Vantagens:
- Carga admissível em todas as direções; - Baixo custo;
Desvantagens:
- Deve ser fechada por completo para manter a resistência a tração; - Devido ao numero de voltas para abri-la e fechá-la, sua operação é lenta; •
Aparelhos de freio e segurança:
São aparelhos de frenagem utilizados junto à corda e presos a uma pessoa, possibilitando a redução significativa do peso da corda ativa. São empregados nas descidas de corda e na segurança em lances de escalada. Qualquer que seja o sistema empregado para descida e segurança, a corda passiva (onde está a 12
mão freio), jamais deve ser largada. Em todas as manobras de recolhimento, como de soltura, a corda deve deslizar por entre a mão do segurador; estes movimentos devem ser treinados para serem executados com rapidez e perfeição. •
Freio Oito;
Por muitos anos o Oito foi o equipamento mais utilizado para rapel e segurança na escalada, mas com o surgimento de aparatos que desgastam menos a corda e facilitam os procedimentos, os oitos estão sendo substituídos. •
ATC e Plaquetas;
As plaquetas são aparelhos dotados de furos com pequenas dimensões para se passar a corda e conectar em um ou dois mosquetões de preferência com rosca. A grande vantagem destes aparelhos é que não torcem a corda, resolvendo problemas de “cocas” durante o rapel ou segurança melhorando o desempenho e a vida útil da corda. Outras vantagens são a dissipação do calor e a leveza do material.
•
Piastrina multiuso;
A piastrina multiuso (Gigi), trata-se de um monobloco com dois furos de engate e outros dois paralelos e alongados para a passagem das cordas. Permite várias manobras de segurança e descida em corda dupla.
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•
Aparelhos autoblocantes;
Existem diversos modelos de aparelhos de freio e segurança autoblocantes. Apesar de custar em média 5 vezes o preço de outros materiais para o mesmo fim, a comodidade e segurança de um aparelho autoblocante é muito bem vinda. Este funciona como um cinto de segurança de carro, quando se solta a corda aos poucos, esta sai suavemente, mas se a corda levar um tranco esta trava instantaneamente. As desvantagens estão no peso e no fato de servir apenas para uma corda e com um diâmetro entre 9 e 11 mm. •
Bloqueadores polivalentes;
Existem vários modelos, servem para assegurar uma descida como backup, auxiliar em manobras de içamento e até na regulagem de alguns sistemas. Funcionam de forma parecida aos ascensores mecânicos e os freios autoblocantes. •
Ascensores Autoblocantes;
Ascensores são dispositivos usados para subir através de uma corda fixa. Todos possuem o mesmo principio básico: quando corretamente conectados à corda, a ação de sua came (eixo) permite que o mesmo deslize livremente em um sentido (para cima), travando quando solicitado em sentido oposto. Pelo menos dois ascensores conectados ao usuário são utilizados para efetuar uma subida na corda. Existem diversos modelos, cada um deve saber qual combinação se adapta melhor. Atenção: Alguns punhos ascensores cortam a capa da corda quando carregados acima de 400 kg.
Conseqüentemente, não devem jamais ser submetidos a cargas superiores ao peso de uma pessoa, ou choque de carga.
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•
Polias:
Trata-se de um equipamento extremamente útil por reduzir o atrito em diversas manobras. Deve-se levar em conta a carga sustentada, que sempre é bastante alta e pode forçar perigosamente a polia, principalmente se usada com um mosquetão inadequado. Isto pode causar uma torção horizontal, ou caso ela seja instalada em uma ancoragem que não permita uma rotação, poderá sofrer uma torção vertical. Nestes casos corre-se o risco de que a polia se desmonte e a corda se solte caso a polia não tenha a flange inferior de segurança. •
Gerenciadores de atrito:
Os gerenciadores de atrito são muito importantes para evitar a fricção da corda em arestas. Eles não só ajudam a protegê-la do desgaste por fricção, como também auxiliam em sistemas de tração. 3.3. Equipamentos de proteção individual: •
Capacete:
Equipamento essencial para técnicos que trabalham em ambientes verticais e expostos. É necessário utilizar um capacete adequado que além de oferecer proteção contra a queda de equipamentos e ferramentas, proteja nossa cabeça de impactos contra o solo ou anteparos. Apesar de o nosso crânio ter uma resistência muito grande, um só golpe pode nos ocasionar uma seqüela irreversível do tipo amnésia, perda total ou parcial de algum sentido e morte. Existem no mercado diferentes modelos de vários fabricantes. 15
Atualmente existem modelos nacionais e importados, que variam na forma, material utilizado, ajustes e peso, já sendo possível adquirir um produto de qualidade com preço acessível. Seguem algumas considerações gerais sobre esse equipamento de segurança, sendo importante que o escalador leia e siga as recomendações do fabricante, constantes do manual. Um bom capacete deve possuir acabamento esmerado, proporcionar adequado ajuste à cabeça, ter fechos e fivelas resistentes e confiáveis, sendo também recomendável que possua suporte para fixação de lanterna de cabeça. Verifique se o equipamento escolhido foi fabricado em conformidade com as normas técnicas internacionais e se é homologado por alguma certificadora idônea. A resistência ao impacto e à penetração deve estar de acordo com essas normas. Ajustes: Primeiro deve-se ajustar a cinta de contorno da cabeça e, em seguida, a cinta e fivelas
que passam pelo queixo (jugular); essa cinta não deve apertar a laringe. O capacete só oferecerá a segurança desejada se a fivela estiver devidamente fechada. Depois de ajustado e com a fivela fechada o capacete não deve mover-se em excesso na cabeça. Resistência: O capacete pode danificar-se ao receber um forte impacto. Como todo equipamento
de escalada, o capacete deve ser examinado antes e depois de ser utilizado.
Substituição: O capacete deve ser imediatamente substituído se sofrer um grande impacto ou
tiver entrado em contato com algum produto químico corrosivo ou solvente. Normalmente os fabricantes recomendam a substituição do capacete bem cuidado decorridos cinco anos da aquisição. Manutenção, Limpeza e Desinfecção: O capacete pode ser lavado com água morna (máximo 40
graus) e sabão neutro, e deve secar na sombra. Podem ser usados desinfetantes que não contenham alógenos (flúor, cloro, bromo, iodo). Consulte o manual do equipamento. Recomendações: Não faça modificações no capacete (furos para melhorar a ventilação ou
diminuir o peso). Além de perder a garantia, a resistência do equipamento fica comprometida. - Não pinte o capacete.
- Não coloque objetos entre a cabeça e o capacete, este espaço é necessário para amortecer a força de um possível impacto. - Tenha muito cuidado ao retirar o capacete nas paradas ou platôs, ou mesmo na base ou final da via, para que ele não caia ou role. - Use o capacete também durante a descida em rapel. - Não sente em cima do capacete.
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4. Nós e Amarrações: 4.1. Nomenclatura: • • • • •
•
•
•
Bitola: Diâmetro da corda. Seio: Parte central da corda. Cocas: Pequenas voltas ocasionais que aparecem nas cordas. Chicote: É a extremidade livre da corda. Meia-volta ou nó simples: Sua principal função e servir como base ou parte de outros nós.
Muitas vezes, a meia-volta aparece espontaneamente em uma corda mal acondicionada; convém, então, desfazê-la imediatamente, porque, depois de apertada, é difícil de ser desfeita. Uma corda com meia-volta perde mais da metade de sua força. Voltas: São dadas, com o chicote ou com o seio de uma corda, em torno de um objeto qualquer. Cote: É uma volta singela em que uma das partes da corda morde a outra; é raramente usado, servindo para rematar outras voltas. Azelha ou Zelha: Alça que pode ser feita de várias maneiras, dependendo da maneira em que ela será empregada.
Resistência dos nós:
Ao fazer uma amarração qualquer, convém lembrar-se que nenhum nó pode ser resistente quanto à própria corda. A razão é simples, pois enquanto no vivo da corda o esforço é distribuído uniformemente pelos cordões, nos pontos de amarração há dobras mais ou menos acentuadas é há distorções que ocasionam a sobrecarga do esforço sobre um trecho menor da corda. Por isto, se uma corda tem um nó, e sofre um esforço de tração demasiado, é quase certo que se parta no ponto de amarração. A resistência aproximada de alguns tipos de amarração em percentagem da resistência da própria corda é dada no quadro abaixo, organizada pelo Columbian Rope Company, NY , EUA, de acordo com as experiências feitas em cordas novas: Corda Volta da Ribeira, volta-redonda e dois-cotes Lais de Guia Volta do Fiel Oito duplo Azelha simples Sete Nove Borboleta Pescador duplo Nó Direito Nó simples ou meia-volta
100% 70% 60% 60% 55% 50% 50% 70% 50% 55% 45% 45%
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4.2. Nós de encordoamento: •
o nó mais aconselhado por absorver bem as tensõ s, deve ser observado o correto alinhamento das oltas, caso estas se sobreponham o nó perde resistência, e dificulta a soltura. Oito duplo:
4.3. Nós de Ancoragem:
o nó simples duplo, sendo o mais simples de ser confeccionado, mas difícil de ser desfeito quando tencionado. til para ancoragens auxiliares que ão recebam carga.
•
Azelha:
•
Lais de guia: Fácil de executar em ancoragens fixas tipo árvore u rocha. Sua alça deve ser
arrematada.
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•
Volta do fiel ou Nó de porco: Com várias aplicações, pode ser utilizado para se auto
assegurar em uma ancoragem, fácil de ser fito sobre o mosquetão com uma mão, e fácil de regular. Em superfícies lisas tende a deslizar com cargas superiores a 400kg. Não deslizando em superfícies rugosas ou de grande diâmetro. A coca que suportará a carga deve estar do lado fixo do mosquetão. Convém aprender a executá-lo pelo chicote.
•
Nove: Ideal para suportar grandes cargas, principalmente quando se utilizam cordas
estáticas. Confecciona-se dando uma volta a mais que o oito. Normalmente executado pela alça, sendo de difícil confecção com o chicote.
•
Boca de lobo: Muitas vezes confundido com o volta do fiel, não é tanto um nó, mas sim
uma laçada para prender uma fita ou um cordelete fechado através de um galho, vergalhão ou grampo.
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4.4. Nós de União
um nó que só pode ser usado para unir cordas do esmo diâmetro.
•
Nó direito:
•
Pescador duplo: Forma o por dois nós duplos em volta da cord contrária, que se apertam
quando tracionados. Utili ado para unir cordas, fechar cordeletes ou anéis de ancoragem. Permite a união de cordas de diferentes diâmetros. Difíceis de se em desfeitos após grande carga.
•
Oito duplo: Interessante para unir duas cordas ou fechar um anel. Para desfazê-lo
posteriormente, é aconselhável colocar um dos chicotes por dentro do nó.
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•
Zelha dupla: Para emendar cordas de mesmo diâmetro em um rapel. Tem a vatagem de
não se enroscar quando recuperado o rapel. Fácil de desfazer. Devem ser deixadas pontas com pelo menos 50cm para fora do nó.
•
Nó de fita ou Nó d’água: É o nó simples confeccionado pelo chicote, utilizado para
emendar fitas planas e tubulares.
4.5. Nós Auxiliares: •
Sete: Serve para atar uma corda fixa a outra ancoragem intermediária, deve ser
confeccionado na direção solicitada. Para orientá-lo na direção desejada, deve-se orientar a coca inicial na direção oposta.
•
Borboleta: Para realizar no meio da corda, na instalação de cordas horizontais e para o
isolamento de trechos danificados da corda.
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•
Volta da ribeira: Volta rápida e fácil de ser desatada, serve para içar i materiais de peso
moderado.
•
Nó Carioca ou de Cami honeiro: Nó de tração. Deve ser utiliza o apenas para pequenas
cargas devido ao fato de haver atrito entre fibras.
4.6. Nós Autoblocantes •
Marchard com duas alças: Bloqueia nos dois sentidos e solta-s muito bem quando não
está com carga. Aproveit a resistência do cordelete em 100%. A alças que se engatam no mosquetão devem ser m is curtas possível. Recomenda-se no mínimo 5 voltas.
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•
Bachman: Bloqueia apenas em um sentido, utilizando-se um mosquetão. É prático para
ascender sobre cordas fixas, mas perigoso para outros usos.
•
Prussik: Bloqueia nos dois sentidos, é o mais conhecido, mas o menos prático, por ser
difícil de soltar e tende a deslizar em cordas molhadas
. •
.
Belonesi: Bloqueia apenas em um sentido. É a melhor opção em cordas do mesmo
diâmetro.
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•
Blocante feito com fita: Bloqueia bem em apenas um sentido, ideal para ser confeccionado
com fita tubular ou plana, funcionado também com cordelete.
4.7. Nós Especiais: •
Nó dinâmico, UIAA ou meia volta do fiel: É um nó deslizante polivalente e seguro que
pode ser utilizado para assegurar convencionalmente, rapel de emergência ou baixar alguma carga. Para seu melhor funcionamento deve ser executado em um mosquetão pêra largo (com rosca), para que não trave ao ser mudado de sentido. A carga deve sempre estar do lado de dentro do mosquetão e nunca da abertura.
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•
um nó de travamento do sistema que pode ser utilizado sobre qualquer aparelho de freio ou diretamente sobre o mosquetão. Nó de mula:
4.8. Cadeirinhas improvisada :
•
Balso pelo seio: També
Cadeira de Bombeiro.
conhecido como Lais de guia duplo. A mesma finalidade da
4.9. Acabamento: •
Falcaça: A Falcaça é us da para impedir que as pontas das cordas se desfaçam com o
tempo.
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5. Ancoragens:
O termo ponto de ancoragem indica um único lugar de fixação (grampo, chapeleta, equipamento móvel, árvore, pedra, estrutura metálica, dentre outros.), enquanto ancoragem é o ponto de fixação principal de uma manobra, obtido conectando-se vários pontos de ancoragem através de um sistema de ancoragem. •
Pontos de ancoragem naturais:
As ancoragens naturais podem ser pedras, galhos grossos a árvores firmes. São geralmente muito confiáveis e práticas, porem é preciso experiência e pratica para usá-las. Elas têm uma tendência a danificar as cordas ou fitas da ancoragem, e nem sempre possuem a capacidade de sustentar cargas em todas as direções. Uma avaliação cuidadosa de cada ponto de ancoragem é necessária com o propósito de garantir uma eventual mudança na direção da tração. Como no caso de uma mudança na direção de descida ou se um dos pontos de ancoragem vier a falhar e a carga recair sobre o outro.
•
Grampos e Grampos de fenda (Pítons):
Requer uma grande experiência da quem executa a colocação, porque é muito grande a variação do comportamento do grampo de acordo com o tipo de rocha em que ele é colocado. Os grampos devem ser colocados somente em ultima estância, pois danificam permanentemente a rocha. O método insubstituível de avaliar a fixação de um grampo é o de ouvir o som produzido durante a sua colocação: se o grampo “canta” a colocação é boa. Os grampos de fenda também requerem experiência do técnico para serem colocados. Eles variam em tamanho para se adaptarem às mais variáveis fendas e fraturas naturais da rocha. Uma boa colocação produz um efeito sonoro, ele deve ser marretado até causar uma pequena deformação na sua cabeça. Uma vez fixo pode-se testar o grampo colocando uma fita e executando golpes firmes e secos com o pé. •
Equipamentos móveis:
Nas últimas duas décadas foi produzida uma infinidade de modelos de equipamentos móveis, que são pontos de ancoragem, de varias medidas, os quais são inseridos em fissuras e fendas, e retirados após o uso. 26
São equipamentos muito confiáveis, porem, o conhecimento de suas características e a pratica no seu manuseio são indispensáveis para uma utilização segura. Sempre que houver a possibilidade de se utilizar equipamentos móveis, devemos evitar o uso de grampos e chumbadores, pois estes danificam e interferem na estética da rocha. Alguns dos equipamentos móveis para ancoragem são: - Nuts e stoppers: Encaixados em fissuras cuja espessura diminui de forma a afunilar-se, moldando-se ao formato da peça. - Cames: Propiciam a ancoragem através de um momento de torção reativo à força a que é submetido, tendem a expandir-se por rotação na fenda. - Excentrics: Peças de 04 orientações de encaixe que propiciam ancoragem por entalamento ou momento de torção. - Friends e camalots: Proporcionam encaixe de tamanho variável por ação de cames tensionados por molas. - Grampos de fenda (pítons): São colocados em fissuras e fendas, utilizando-se uma marreta.
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Chumbadores:
Pinos de expansão que são utilizados para fixar chapeletas. As cargas de ruptura dos chumbadores são muito elevadas se colocados em rocha sã, resistem por vários anos. O local de fixação do chumbador deve ser testado com uma martelada para verificar se “soa” bem (rocha ou concreto sólido). A colocação deve ser feita a, no mínimo, vinte centímetros de qualquer descontinuidade da parede (fraturas, quinas e tetos) e de outros grampos ou chumbadores. 27
•
Chapeletas:
Chapeletas são chapas de aço com um elo orifício de conexão, são colocadas em conjunto com os chumbadores, existem diversos modelos no mercado. Obs: Nas chapeletas simples (iguais a da imagem) não se deve passar a corda diretamente, pois a
área de contato é pequena e afiada, podendo cortar a corda. A Bonier (marca nacional) fabrica chapas duplas com olhal arredondado, sendo as únicas no mercado recomendadas para a passagem direta da corda no momento do rappel. 7. Sistemas de ancoragem:
A regra geral para qualquer sistema de ancoragem de uma operação é que tenha ao menos três pontos de ancoragem que sejam resistentes a grandes cargas. Se há duvida sobre a confiabilidade do ponto de ancoragem devemos aumentar o número de pontos: neste caso é necessário ter um grande cuidado no pré-tensionamento do sistema, de modo que as cargas estejam bem distribuídas. Com isto evita-se que a carga concentre-se em um só ponto. •
Ancoragens equalizadas:
As cargas que submetemos às ancoragens podem ser muito elevadas, principalmente em manobras de resgate, de tal modo que é necessário subdividir o esforço sobre vários pontos. Em geral são usados anéis de corda para unir todos os pontos de ancoragem. Devem ser feitos com muito cuidado para que, caso um ponto arrebente, este não cause maiores conseqüências ao sistema. Por isso, devemos evitar anéis de corda com comprimento muito grande que podem causar um grande deslocamento para baixo, caso ocorra uma falha no ponto de ancoragem. Quando se coloca uma carga entre dois pontos distantes (como no caso das tirolesas e das ancoragens equalizadas) pode haver problemas, pois um dos pontos de ancoragem pode receber uma carga muito maior do que a suportada pelo sistema de ancoragem. O motivo é que cada trecho de corda deve suportar não só o peso da carga, mas também a tensão por estar afastada na horizontal. Esta tensão aumenta quanto maior for o ângulo da corda tracionada.
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Visto que os pontos de ancoragem recebem uma carga maior quanto mais horizontal ficar a corda, é necessário que entre os trechos de corda do sistema de ancoragem equalizada o ângulo seja inferior a 90º. (figura abaixo).
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Ancoragem equalizada em dois pontos:
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Ancoragem equalizada em três pontos próximos:
•
Ancoragem em apoios naturais:
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7. Técnicas: 7.1. Escalada:
A escalada consiste em progredir sobre uma determinada superfície utilizando as mãos e os pés como apoio. Pode ser esportiva (em ambiente natural ou indoor), mas também pode ser industrial (plataformas, torres). 7.2. Rapel:
É uma atividade vertical praticada com uso de cordas e equipamentos adequados para a descida de paredões e vãos livres bem como outras edificações. O que significa que requer preocupação com a segurança do praticante. Este deve ter instruções básicas e acompanhamento de especialistas. Cursos preparatórios são indispensáveis. Rappel é uma palavra que em francês quer dizer "chamar" ou "recuperar" e foi usada para batizar a técnica de descida por cordas. O termo veio da explicação do "criador" do rappel, Jean CharletStranton, por volta de 1879, quando explicava a técnica: "je tirais vivement par ses bouts la corde qui, on se le rappelle...." que quer dizer em tradução livre "Quando chegava perto de meus companheiros eu puxava fortemente a corda por uma de suas pontas e assim a trazia de volta para mim..." , ou seja, ele chamava a corda de volta ao terminar a escalada e a descida de uma
montanha ou pico.
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Categorias de Rappel
Quando os pés têm contacto com a parede, durante a descida, utilizam-se as técnicas de Rappel em Positivo. Do contrário, quando praticado em vãos livres, onde não há contato dos pés com a parede, a técnica é de Rappel em Negativo. Rappel Clássico
Muito utilizado antigamente, quando não existiam cadeirinha nem equipamentos de descida, necessitando apenas uma corda e roupa grossa ou proteção (couro, etc.). Caso um dia encontrese nesta situação, sem mesmo uma fita e um mosquetão para improvisar, boa sorte! Caso contrário, evite-o sempre que puder. 7.3. Progressão em corda fixa:
Consiste na movimentação por uma corda já fixada no local. Toda progressão para cima ou para os lados, implica no deslocamento de no mínimo o peso de seu corpo. Quando empregamos o uso de blocantes com nós ou mecânicos e a técnica adequada, podemos nos movimentar facilmente pela corda, estando ela na vertical, em travessias horizontais ou em encostas. 32
7.4. Tirolesa:
Tirolesa ou linha aérea consiste basicamente em uma corda ligando um ponto ao outro, por onde pessoas e equipamentos podem passar. Em algumas ocasiões, uma travessia horizontal por uma corda tensionada sobre o vazio evita ter que efetuar uma operação perigosa ou complicada, como cruzar um rio ou um vale. 7.5. Içamento de carga:
Para o içamento de uma carga ou para a recuperação de pequenos ou longos trechos, é preciso utilizar técnicas de fracionamento de peso. São várias as técnicas e equipamentos empregados neste tipo de operação.
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8. Termos: Fator de queda: É um calculo matemático que traduz o esforço a que o sistema é submetido
quando ocorre uma queda.
Força de choque: É a força que o escalador recebe ao ter a sua queda interrompida pela ação da
corda. Esta força aumenta em função da aceleração da gravidade (relacionada à altura da queda) e diminui em função do atrito da corda nos mosquetões e no freio, do contato do escalador em queda com a rocha, do movimento do segurador, do aperto dos nós e da elasticidade da corda. Força de choque deve ser a mais baixa possível para obter-se maior segurança e conforto. A melhor corda é aquela que possui a menor força de impacto. O valor da aceleração da gravidade na Terra é de 9,81 metros por segundo ao quadrado.
Fator de segurança: Relação entre a carga máxima esperada e a carga de ruptura do ponto mais
fraco do sistema. Quanto maior a relação, maior será o fator de segurança da operação. Kilo Newton: Unidade de medida. 1KN (quilonewton) = 100 kg.
Força tensil: Medida do maior alongamento longitudinal que uma corda pode resistir sem romper. Meios de fortuna: Técnicas rústicas para a substituição de aparelhos que hoje existem no
mercado. Como por exemplo, ascensão em corda fixa fazendo uso de cordeletes ou da própria corda, ou técnicas de auto-resgate com pouco equipamento. Pode-se chamar de improviso bem feito.
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