INTRODUÇAO A ONTOLOGIA O título “Introdução à ontologia” contradiz o propósito dessas reflexões, reflexões, pois à filosofia filosofia não se pode introdu introduzir. zir. E a ontologia ontologia perfaz perfaz a cerne cerne da da filos filosofi ofia. a. o sentido sentido usua usual,l, introduz introduzir ir signi signifi fica ca condu conduzir zir algu!" algu!" de fora fora para dentro. #as, #as, da filoso filosofia fia,, não esta"os $a"ais fora. E introduzir%se no &ue se"pre $' se est' soa u" tanto estran(o. o entanto, entanto, ! possí)e possí)ell (a)e (a)err u"a u"a introdu introdução ção no &ue &ue se"pre se"pre $' se est' est' dentro. dentro. Ou "el(or "el(or,, não ser' assi" &ue todos os fen*"enos (u"anos são casos típicos, nos &uais, por estar"os se"pre $' dentro, se necess necessita ita de de u"a u"a introduç introdução+ ão+ O "odo co"o se introduz no &ue se"pre $' se est' est' dentro ! diferente do "odo co"o se faz a introdução de u"a "at!ria escolar no ensino escolar das cincias positi)as do curso acad"ico. esse esse sentid sentido, o, as segu seguinte intess reflex reflexões ões não são são introduç introdução. ão. Elas Elas não não nos fornece fornece" " dados dados ele"entares, ter"inologias, "!todos, (istória da ontologia, e"-ora proporcione" ta"-!" u" pouco de tudo isso. isso. #as co"eça" co"eça" logo, diga diga"os, "os, co" reflexõ reflexões es fil filosó osófic ficas. as. Essas reflexões não t" pois a pretensão de ensinar e introduzir algu!" nu"a disciplina &ue ele ainda não con(ece, "as, atra)!s de u"a con)ersação na cercania da ontologia, possi-ilitar tal)ez, &ue o estudioso da filosofia se sinta "ais fa"iliar no trato co" a ontologia e si"patize co" ela. E, na "edida e" &ue nos sentir"os "ais fa"iliares co" a ontologia, co"eçare"os a co"preender co"o ! o "odo de entrar na&uilo e" &ue $' se"pre esta"os dentro.
Reflexão 1: Como se dispor para estudar a ontoloia essa essa pri"ei pri"eira ra refl reflexã exão, o, )a"os )a"os con) con)ersa ersarr $untos $untos so-re so-re algu" algu"as as precauçõe precauçõess &ue seria seria -o" )oc o-ser)ar ao iniciar iniciar o pri"eiro se"estre no estudo da ontologia. o"inal o"inal"e "ente, nte, ontologia ontologia diz diz loia do on. ostu"a%se traduzir a logia ou logos do on co"o cincia do ser. a filos filosofi ofiaa se se costu"a costu"a disting distinguir uir cinci cinciaa do ser e cincia do ente. O ad$eti)o para dizer o ser ! ontol!i"o. O ad$eti)o para dizer o ente ! #nti"o. /ssi" se distingue "i$n"ia ontol!i"a e "i$n"ia #nti"a . / cincia ontológica se c(a"a então ontoloia. 0or en&uanto, so"ente enfileira"os ter"os filosóficos, se" nada explicitar. a realidade, se co"preender"os a fundo o significado desses ter"os 1 ser e ente, ontológico e *ntico e cincia, i. !, logia ou logos 1, portanto, por tanto, se co"preender"os co"preender"os co" ade&uada profundidade profundidade o &ue ! 2O3O4 e O, estare"os por dentro da ontologia. Isso por&ue a ontoloia "onsiste na %us"a do sentido &loos' do ser &on' . o"o )oc ainda não a estudou, não sa-e de &ue se trata, &uando se fala da ontologia. E agora na (ora presente, "es"o ou)indo u"a fileira de ter"os aci"a usados, ainda não entende nada, pois nad nadaa foi exp explic licado. ado. /t! agora agora só "enci "enciona ona"os "os apenas apenas no"es. no"es. E, E, no entanto, entanto, do &ue &ue foi "encionado aci"a, (' u"a coisa, na &ual )oc $' (' algu" te"po est' "etido, &ueira )oc ou não, a sa-er, ciência ôntica. Isso se d' por&ue cincias *nticas são as "i$n"ias positi(as . a filos filosofi ofia, a, )oc )oc de)e co"eçar co"eçar a -uscar -uscar $unto $unto da&uilo da&uilo,, no &ual &ual )oc est' "etid "etidoo at! o pescoço pescoço..
o"eçar $unto ao &ue est' -e" perto de nós, no &ual esta"os i"ersos, for"ulado de outro "odo, significa significa co"eçar co"eçar $unto dos entes, portanto, portanto , $unto da situação *ntica. / nossa situação *ntica (o$e ! u" tanto co"plexa. 0ois )i)e"os ao "es"o te"po u" entrecruza"ento de )'rios "odos de ser, se" poder"os di)is'%los nitida"ente, co"o &ue u" i"enso terreno, sulcado de diferentes paisagens, ou co"o u"a cidade, onde se "istura" -airros antigos, "odernos, fa)elas, arran(a%c!us nu"a esp!cie de caos ur-ano. #as, se de algu"a for"a &uise"os di)isar certa ordenação nessa "istura "istura de di)ersos "odos de ser &ue po)oa" a nossa situação *ntica, pode"os pode"os distin distinguir guir de u" lado o "odo de de ser do uso e da (ida e seus entes, e o "odo de ser das "i$n"ias positi(as e seus entes. 0ara )isualizar "el(or essa situação e" &ue esta"os "etidos, )a"os rapida"ente, se" entrar e" detal(es, exa"inar p. ex. o "odo de ser das cincias, i. !, o nosso "odo de ser científico. ão tanto falan falando do so%re as cincias, "as si" das cincias co"o nós usual"ente experi"enta"os. /ssi", experi"ente fazer o seguinte5 a6 7iscuta e" grupo, e" &ue sentido esta"os "etidos at! o pescoço nas cincias5 experi"ente perguntar, perguntar, p. ex.5 ex.5 % u"a pessoa &ue )i)e no interior e nunca estudou cincias pode estar en)ol)ido pelas cincias+ % "encione u" exe"plo de coisas &ue de nen(u"a for"a este$a referida a cincias8 -6 Enu"e Enu"ere re os no"e no"ess das das cinc cincias ias &ue )oc )oc con(ec con(ecee ou ou)iu ou)iu falar. falar. c6 Enu"ere as cincias &ue )oc $' estudou de algu" "odo, desde &ue entrou na escola at! c(egar a&ui nesse instituto de filosofia. d6 Expon(a a experincia e )i)ncia &ue te)e co" essas cincias &ue )oc $' estudou. e6 E tente dizer, a partir dessas experincias e )i)ncias, o &ue são cincias para )oc. Essa discussão, -e" conduzida, nos "ostra &ue a nossa situação *ntica, al!" de ser confusa e "uitas )ezes )aga, não nos diz "uita coisa de "ais nítido, acerca da essncia das cincias positi)a positi)as. s. E, no entanto, entanto, no "odo "odo de racioc raciocina inar"os r"os,, no "odo "odo de a-ordar"os a-ordar"os a realid realidade ade,, existe existe na nossa situação *ntica u"a preponder9ncia do "odo de ser científico. Essa preponder9ncia "uito nos dificulta dificulta a estudar"os a ontologia, ont ologia, pois o "odo de ser da ontologia e das cincias cincias *nticas ou positi)as ! inteira"ente diferente, e"-ora estas este$a inti"a"ente referidas entre si, en&uanto cincias. :a"os exa"inar se do &ue disse"os at! agora não pode"os tirar algu"as notícias so-re a ontologia, por "ais pri"iti)as &ue se$a". ;' te"os duas dicas acerca da ontologia5 %
1) O *ue fa+er diante da ontoloia, *ue - diferente d iferente do *ue usualmente "on.e"emos/
a6 ão &uerer ali)iar a a-ordage", por "eio de u"a introdução= #as co"o+ ão de)e ser o contr'rio+ > exata"ente por&ue ! total"ente diferente diferente de tudo &uanto sa-e"os at! agora &ue necessitaría"os de u"a -oa introdução= #as, por outro lado, co"o se introduzir nu"a coisa da &ual nada sa-e"os+ sa-e"os+ 0ara dar u"a introdução, $' se de)e sa-er. #as, se a ontologia ! inteira"ente inteira"ente diferente de tudo &uanto $' sa-e"os, sa-e"os, a introdução &ue $' sa-e"os, sa-e"os, e" )ez de nos conduzir para dentro da ontologia, nos conduzir' para dentro da própria introdução. E assi" por "ais introduções &ue der"os, se"pre estare"os passando de u"a introdução à outra, outr a, $a"ais atingindo atingindo a própria ontologia. #as não ! assi" &ue, e" todas as nossas aprendizagens acad"icas, pri"eiro se d' a introdução, onde se explica de de &ue se trata, trat a, se expõe ter"os usados, se d' o seu (istórico, se explica so-re o "!todo, se fornece" infor"ações necess'rias etc. etc.+ erta"ente tudo isso de algu"a for"a se pode fazer e fare"os ta"-!". 0. ex. a infor"ação so-re a diferença entre o ontológico e o *ntico ! u"a dessas infor" infor"ações ações introdutórias. o entanto, ! de u"a decisi)a decisi)a i"port9ncia &ue )oc perce-a desde o início do estudo da ontologia o seguinte5 na filosofia não existe nen.um re"urso, por mais erudito, sofisti"ado *ue se0a, *ue possa su%stituir o empen.o ".eio de dor, sofrimento, lutas e difi"uldades de um "ontato e "onfronto "orpo a "orpo "om a pr!pria filosofia, filosofia, portanto, a*ui "om a ontoloia . Esse fato, todo próprio, do ensino da filosofia, i"plica u" outro fato &ue ! ta"-!" decisi)o, &ue de)e ser perce-ido para poder -e" estudar ontologia, a sa-er5 o tra%al.oso e rduo "ontato "orpo a "orpo "om a ontoloia ela mesma - mais frut2fero, mais efi"iente, sim mais f"il para (o"$ entrar realmente realmente na ontoloia, do *ue toda essa informa3ão de introdu34es *ue *uerem fa"ilitar e ameni+ar a aprendi+aem aprendi+aem da filosofia, f ilosofia, a*ui, da ontoloia) o" outras pala)ras, as dificuldades de co"preensão não são negati)as nesse tipo de a-ordage". 0elo contr'rio, pode at! ser sinal de progresso. 0ois todo e &ual&uer contato s!rio e real co" a realidade não con(ecida por nós, nos causa dificuldades e sofri"entos, por&ue ela não se deixa encaixar no &ue $' sa-e"os, no &ue nos ! fa"iliar. E, se o contato ! real, ela nos estran(a e nós a estran(a"os, não )ai co"o &uere"os e sa-e"os8 nós de)e"os nos adaptar a ela, deixar u"a porção de coisas nossas, para nos dis%por"os a ela. E na "edida e" &ue fizer"os isso, aos poucos )ai nascendo u" no)o con(eci"ento, nos transfor"a"os, de tal "odo &ue não so"os nós &ue faze"os algu"a coisa co" a ontologia, "as a ontologia faz algu"a coisa conosco. Essa "aneira "aneira de tra-al(ar corpo a corpo, tentando experienciar experienciar na nossa própria carne o &ue ! a ontologia, se" tentar su-stituir ou ali)iar ali)iar esse tra-al(o necess'rio necess'rio de contato co" a "oisa ela mesma, se c(a"a estudar por estudar . > por isso &ue no estudo da filosofia filosofia se reco"enda desde o início, aos estudiosos, &ue assu"a" o estudo por ele "es"o.
5studar por estudar , (o$e, ! co"preendido de for"a destorcida. destorcida. 0ois estudar por estudar parece parece ser u" u" estudo estudo alien alienado, ado, longe longe da apli aplicaç cação ão pr'tica, pr'tica, u"a u"a esp!cie esp!cie de hobby, enclausurado na torre de "arfi" de u"a -urguesia ou de u" acade"is"o ensi"es"ado e egoísta. Essa for"a destorcida de entender a pala)rin(a por, da expressão “estudar por estudar”, na realidade, realidade, )e" da nossa "aneira usual%funcion'rio de agenciar a realidade. #as, so-re esse ponto, falare"os e" detal(es e co" "ais profundidade &uando falar"os da funcionalidade na ontologia. /&ui, o-ser)e"os apenas &ue esse "odo funcion'rio de a-ordar a realidade se"pre fala de u"a realidade, e" )ista de, e" função de, instru"entalizando%a. E isto e" )ista de, e" função do &ual a realidade ! )isualizada, ! se"pre u" interesse, u" plano, u" o-$eti)o de u" su$eito &ue
se c(a"a eu ou nós. Esse "odo de a-ordar a realidade nunca deixa ser a realidade nela "es"a, "as se"pre e" função de u"a outra coisa. /ssi", esse "odo de tra-al(ar nunca nos conduz à coisa ela "es"a, "as se"pre nos a-andona, afastando%nos do contato i"ediato real. 0ara nós, a&ui, estudar por estudar significa, corpo a corpo, se" preconceitos ou -lo&ueios, co"o algu!" &ue agarra co" duas "ãos a onto logia, para cordial"ente, co" "uita curiosidade, si"patia e interesse tentar entend%la co"o ela !, e não co"o nós gostaría"os &ue ela fosse. /ssi", perten"e metodi"amente ao estudo da ontoloia, essa atitude "ordial de estudar por estudar. ?" estudo co" esse teor de )ida, longe de ser u" estudo alienado, ensi"es"ado e egoísta, ! dese"pen(o de u" e"pen(o c(eio de alegria, 9ni"o intr!pido e coração generoso, cu$o )igor a"adurece co"o u" con(eci"ento certeiro, profundo e origin'rio da realidade ?"a pessoa &ue est' e"pe e"pen(ada n(ada assi", assi", e" e" contato corpo a corpo co" o estudo, est' enterrada at! o pescoço no &ue faz. / "aneira de a-ordar a realidade de u"a tal pessoa ! se"pre co"eçar co" o &ue est' "ais próxi"o, i. !, $unto dos entes, no "eio dos &uais esta"os enterrados at! o pescoço. pescoço. E os entes, entes, no no "eio "eio dos dos &uais &uais esta"os esta"os enterrado enterradoss at! o pescoço pescoço,, são os entes entes &ue &ue encontra"os e &ue so"os nós "es"os no uso e na (ida .
6) O estudo da ontoloia "ome3a 0unto dos entes *ue estão ao redor, 0unto a n!s, no uso e na (ida /ntes, aci"a, disse"os &ue a nossa situação *ntica (o$e ! preponderante"ente científica. E &ue por isso isso "es"o "es"o te"os dific dificuld uldade ade de co"pre co"preende enderr o "odo de de ser da ontologia, ontologia, &ue ! diferen diferente te do "odo de ser das cincias *nticas ou positi)as. :i"os ta"-!" &ue, e"-ora a nossa situação *ntica se$a preponderante"ente científica, o ! nu" sentido -astante a"-íguo. /"-íguo por&ue o fen*"eno das cincias não aparece co"o u"a do"inação li"pida"ente distinta, "as est' entre"eado e i"pregnado do cotidiano de uso e )ida. Exe"plos5 Exe"plos5 pro-le"a da interpretação científico%exeg!tica das 4agradas Escrituras e a crença popular8 a atitude de u" pes&uisador científico &ue e" casa, ao -rincar co" os fil(os, te" u" "odo de sentir e pensar, e u" outro no instituto de pes&uisa. Experi"ente fazer u" pe&ueno le)anta"ento de exe"plos dessa a"-iguidade. / realidade no "eio da &ual esta"os "etidos, e" &ue esta"os )i)endo, ou "el(or, a realidade &ue em "on"reto somos no uso e na (ida se c(a"a realidade pr-7"ient2fi"a. ?" outro ter"o para indi indicar car o "es"o "es"o ! pr-7ontol!i"a ou tam%-m pr-7predi"ati(a . 7eixando de lado por en&uanto a explicação "ais detal(ada so-re por &ue se c(a"a assi", apenas "encione"os &ue pr!%cient pr!%científi ífico co sign signifi ifica ca antes antes de se constituir constituir co"o "i$n"ias8 pr!%ontológico, antes de se constituir co"o "i$n"ia do ser 8 e pr!%predicati)o, antes de se estruturar dentro do processo de predi"a3ão, i) -, do 0u2+o . /&ui o ad$eti)o científico e predicativo predicativo dize" a "es"a coisa. /ssi", cincias, cincia do ser e predicação ou o $uízo te" algo a )er "utua"ente. 4e, e" )ez de cincias, disser"os cincias *nticas ou positi)as, e e" )ez de cincia do ser, ontologia, pode"os pode"os dizer dizer &ue &ue essa essa reali realidade dade &ue so"os so"os nós "es"os "es"os e &ue se c(a" c(a"aa pr!%cie pr!%cientí ntífic ficaa ou pr!% pr!% ontológica ou pr!%predicati)a, pr!%predicati)a, - o imenso terreno onde %rotam as "i$n"ias #nti"as ou positi(as e tam%-m onde se d a ontoloia , e"-ora e" diferentes di"ensões. o" isso, te"os u"a indicação para a se&uncia das nossas reflexões. /ssi", na pri"eira parte falare"os da realidade pr!%científica. a segunda, das cincias *nticas ou positi)as. E na terceira parte, da ontologia.
A7R5ALIDAD5 8R97CI5NTIICA 8R97CI5NTIICA
Reflexão 65 / dificuldade de se aperce-er a realidade pr!%científica. E"-ora operati(amente )i)a"os co"o realidade pr!%científica, todos os dias no uso e na )ida, não ! f'cil perce-%la temati"amente. 0ara isso, ! necess'rio u"a certa pr'tica. O &ue dificulta te"atizar o &ue so"os e perce-e"os operati)a"ente ! u" "odo de ser &ue co"preende o ser co"o fato7o"orrente. ?sual"ente, pois, entende"os entende"os o ente co"o fato ocorrente, u"a coisa. Isso por&ue, &uando dize"os dize"os entes, ol(a"os ao nosso redor e aponta"os para isto ou a&uilo &ue nos cerca, e &ue est' ali diante de nós co"o u"a coisa%pessoa, coisa%ani"al, coisa%planta, coisa%o-$eto coisa%o-$eto etc. etc. ocorrente, ocorrente , i. !, entes &ue estão ali à "ão. "ão. /gora experi"ente fec(ar fec(ar os ol(os e pense e" todos os entes &ue estão ao seu redor. 0ri"eiro 0ri"eiro -e" próxi"o próxi"o de )oc, depois cada )ez "ais longe, co"o &ue au"entando o di9"etro de círculos ao seu redor, estendendo%se pelo uni)er uni)erso so a fora. fora. E então então diga5 diga5 o uni)e uni)erso rso e os os entes entes no uni) uni)erso, erso, inclus inclusi)e i)e eu. o"o o"o )oc )oc representa os entes+ ão ! co"o 'to"os%coisas ocorrentes, co"o &ue pontos, -olas, algo dentro de u" i"enso recipiente+ /gora a-ra os ol(os e exa"ine -e" esta pedra, esta roc(a, esta flor, este ani"al, esta pessoa diante de )oc ou ao seu lado, este c!u a-erto e estrelado, esta floresta incrí)el &ue nos en)ol)e etc. etc. :oc logo perce-e a diferença. Os entes a&ui, agora não são ne" pontos, ne" 'to"os%coisas ou algo ocorrentes, "as si" coisas -e" concretas, realidades, presenças, )i)as, plurifor"es e )ariegadas, co" contornos -e" próprios e pl'sticos. @ente desfocar a representação do ente co"o 'to"o%coisa ocorrente e a)i)ar o "ais possí)el possí)el a percepção percepção direta direta das das coisas coisas concretas concretas ness nessee con)í con)í)io )io.. E "anten "anten(a%s (a%see -e" -e" afin afinado ado a essa percepção percepção direta. direta. /gora, aos poucos, co" "uito cuidado, co"ece a )er as diferenças das coisas no seu "odo de ser, no seu interrelaciona" interrelaciona"ento, ento, no seu surgir, crescer, consu"ar%se e desaparecer, no seu uso, na sua estruturação5 )oc est' i"erso at! o pescoço na realidade pr!%científica, nessa i"ensa pre$ac pre$acnci nciaa din9 din9"ic "ica, a, )i)a )i)a de i"pl i"plica icaçõe çõess e possi possi-il -ilid idade adess pulsa pulsantes. ntes.
4e )oc co"eça agora a exa"inar paciente"ente ao seu redor essa i"ensidão pre$acente de realidades, inclusi)e )oc "es"o, )ai perce-er &ue os entes não são pontos ne" -locos ne" nAcleos de factualidade ocorrentes, "as si" 'reas, ca"pos, regiões, pregnantes de realidade5 os entes são entidades, ou "el(or, entificações, i. ! atuações de u"a presentificação des)elante. 0ara &ue a nossa percepção consiga per"anecer por "ais te"po afinada co" esse "odo de ser da pre$acncia pr!%científica ou pr!%ontológica, faça"os a&ui exercícios de )er alguns entes no seu presentificar%se5 presentificar%se5 p. ex.5 % ?"a pedra no "eio do ca"in(o8 % ?" c'lice de )in(o e u"a $arra8 % O sapato da ca"ponesa, de )an 3og(8 % ?" "artelo pendurado no prego de u"a oficina. oficina. % onfor"e a necessidade, acrescentar "ais exe"plos de entes. Esse "odo de ser din9"ico de presentificação des)elante est' expresso na pala)ra ente, &ue ! o particípio particípio presente presente ati)o ati)o do )er-o )er-o ser, ser, e signi signific fica5 a5 o sendo. sendo. E" grego ! on, e tin(a a conotação phaínestai6. de p.ain!menon i. !, o aparecendo B phaínestai
Reflexão ;5 0r!%conceitos acerca da realidade pr!%científica. Essa realidade pr!%científica, &ue ! u"a paisage" ri&uíssi"a, c(eia de propriedades )ariegadas e "ultifor"es de fen*"enos concretos ! o &ue usual e )aga"ente c(a"a"os de :ida. O ter"o
especial, usado na ontologia "oderna, por Ed"und Cusserl ! mundo "ir"undante (ital Lebenswelt 6. B Lebenswelt 6. 3rande dificuldade de )er o "undo circundante )ital ! o "odo de ser &ue co"preende o ente co"o ocorrncia factual%coisa. #as a dificuldade "aior pro)!" de u" pr!%conceito &ue, e" oposição ao pr!%conceito coisista factual%ocorrencial, entende a realidade pr!%científica pr!%científica co"o )ida, e su-su"e so- o ter"o vida algo co"o )italidade naturalista, naturalista , p. ex., )ida co"o !lan )ital, )italidade -iológica, i"pulso, instinto, energia%)italidade, espontaneidade natural, natureza pri"iti pri"iti)a, )a, não ela-o ela-orada rada pela pela cultura cultura etc. etc. etc. 0ara ilustrar essa situação de dificuldade na co"preensão do &ue ! "undo circundante )ital, faça"os e" grupos o seguinte exercício5 experi"ente detectar o significado da pala)ra vida ou seu ad$eti)o nas seguintes frases5 0uxa )ida=D :ida de ani"ais sel)agensD
Reflexão <5 / Lebenswel Lebenswelt t , o "undo )ital circundante. Lebenswelt . /ci"a disse"os &ue o ter"o usado na ontologia para essa realidade pr!%científica ! Lebenswelt :a"os a&ui explicitar u" pouco "ais essa realidade, atra)!s da explicação "ais concreta da Lebenswelt , pois ela se presta a "uitas e&ui)ocações. própria pala)ra pala)ra Lebenswelt Lebenswelt se Leben(s) e Welt . Lebens ! geniti)o, e / pala)ra Lebenswelt se co"põe de duas pala)ras5 Leben(s) significa5 da )ida. Welt significa significa "undo. Lebenswelt , est' e" fisgar co" precisão, o O pi)* da &uestão, na co"preensão co"preensão do &ue se$a a Lebenswelt &ue significa a&ui )ida. 0ois, por vida co"preende"os usual"ente ou a )ida -iológica ou a )italidade, diga"os, não tanto no sentido da cincia c(a"ada -iologia ou psicologia, "as no sentido da )ida natural, (o$e diría"os, ecológica. ão ! nesse sentido &ue de)e"os entender Lebenswelt t . O preconceito de entender a realidade pr!%científica a&ui a pala)ra Leben da Lebenswel pr!%científica co"o o "undo pri"iti)o, "undo das pessoas ignorantes e si"ples, diga"os do "ato, )e" dessa pressupos pressuposiçã ição, o, i. !5 !5 )ida )ida )ida )ida natural natural da natureza natureza ecológic ecológica. a.
/&ui, de)e"os co"preender )ida B Leben6 co"o os afazeres (u"anos. #as não e" particular, co"o esse afazer e a&uele afazer, "as co"o a (ida *ue se le(a "otidianamente nos nossos afa+eres. /&ui, por!", ! necess'rio ficar -e" atento, para não deixar o fen*"eno deslizar para u"a co"preensão )aga e confusa da )ida cotidiana dos nossos afazeres. > &ue o nosso cotidiano est' entrelaçado de ele"entos da )ida natural ecológica, da )ida de afazeres, e pedaços de )ida científica. /ssi", o pai de fa"ília &ue sai para o seu tra-al(o, ao se despedir, -ei$a o fil(in(o, e
sente o c(eiro de leite B)ida natural%ecológica6, tira o lenço e l(e li"pa a -oca B)ida de afazeres6, e identifica o c(eiro de leite co"o o leite característico da estl! B)ida científica6, f'-rica de ali"entos, onde ele tra-al(a co"o &uí"ico... 0ortanto, dize"os nós, a nossa )ida de afazeres est' entrelaçada desses )'rios ní)eis deferentes de )ida... #as, na realidade, a )i)ncia do pai ao -ei$ar -ei$ar o fil(i fil(in( n(o, o, ! -astante -astante dife diferente rente,, co"o uso e (i($n"ia , de toda t oda essa descrição. 0ois, a )ida de afazeres no uso e na )i)ncia ! anterior a todas essas deter"inações. #as essa anterioridade não ! anterioridade no sentido de "aterial pri"iti)o, ainda não tra-al(ado, ne" no sentido de u"a etapa &ue antecede a u"a e)olução "ais perfeita, explícita, "as si" anterioridade, diga"os, de ní)el de ser. o"o tal, a )ida cotidiana nos afazeres (u"anos, i. !, a (ida .umana não ! pri"iti)a, não ! natural ou nasci)a ou espont9nea, não ! indeter"inada, por ser ainda deter"inada, "as si" de u" ní)el de concreteza, clareza e distinção, din9"ica e deter"inação, perfil perfil e contornos contornos difer diferenc enciado iados. s. Essas Essas dife diferenc renciaç iações ões e deter"in deter"inaçõ ações, es, por!", por!", não não são são entre si, si, co"o de coisa para coisa, "as por assi" dizer para dentro de si, nu" "o)i"ento de estruturação totalizante, unificadora, unificadora, &ue su-su"e su-su"e de ante"ão tudo tud o nu"a presença de profundid profundidade ade oculta oculta e não não perceptí) perceptí)el, el, a não não ser operati operati)a" )a"ente ente no uso e na )i)nc )i)ncia. ia. /ssi", no exe"plo ci"a, o c(eiro de leite, identificado pelo &uí"ico co"o a&uela "istura &uí"ica, est' su-su"ido co"o c(eiro do fil(in(o. 7eixando intacto o fato de o leite ser ele"entos &uí"icos da f'-rica estl!, o c(eiro do fil(in(o, ainda infante, ! u"a realidade fa"iliar, &ue est' por sua )ez su-su"ida pela realidade fa"ília etc. etc. /&ui o Leben, a )ida co"o afazeres cotidianos, se a-re co"o Welt , "undo, i. !, clareira, a-ertura, co"o u" todo de sentidos, &ue constitui a "orada (u"ana -e" deter"inada, constituída a partir e dentro da Lebenswelten ten de Lebenswelt Lebenswelten en e diferentes i"ensidão da possi-ilidade de ser. @e"os assi" Lebenswel i"plicações de possi-ilidades de sentidos, nu"a sinfonia ri&uíssi"a de realizações do sentido do ser. Lebenswelt , co"o sentido do O surgir, o aparecer dos entes co"o estruturações con%cretas da Lebenswelt phainómenon, e ! esse aparecer concreto o ser da )ida cotidiana de afazeres (u"anos se c(a"a phainómenon sentido do particípio ati)o neutro do )er-o ser, tó on, o ente.
/ pri"eira pri"eira tarefa da Onto%logia Onto% logia ! despertar de no)o e" nós a percepção dessa realidade anterior &ue so"os nós "es"os, e" sendo no uso e na )i)ncia.
= 7 A> CI?NCIA> Essa realidade pr!%científica ! a terra so-re a &ual surge" e cresce" as cincias. Feflita"os, pois, pois, acerca acerca das das cinc cincias ias..
Reflexão @5 / teoria ingnua das cincias Co$e, se &uizer"os sa-er, o &ue ! cincia, de)e"os recorrer à assi" c(a"ada teoria das "i$n"ias BWissenschaftstheorie, e" ale"ão6. ?" outro ter"o para indicar essa disciplina parece ser metaciência. O pro-le"a, a&ui, por!" 1 co"o e" toda parte (o$e, ali's 1, ! &ue existe" )'rias teorias das cincias, de diferentes ní)eis e procedncias. o entanto, aos poucos, a conscincia crítica acerca da própria cincia, surgida dentro das próprias cincias, co"eça a nos dizer o &ue ! o-soleto dentro da teoria das cincias. :a"os enu"erar u"a dessas co"preensões o-soletas, &ue pode "uito -e" po)oar ta"-!" as nossas "entes clericais, &uando fala"os das cincias, (o$e, ou da necessidade de estar"os “aggiornados” para a nossa era científica. O &ue segue, est' -aseado -aseado no artigo artigo de Cein Ceinric ric(( Fo"-a Fo"-ac(, c(, “Gisse “Gissensc nsc(a (aft ft und und 0(ilo 0(ilosop( sop(ie” ie” B4tudienfu B4tudienfue(r e(rer, er, zur Einfue(rung in das Hritisc(e 4tudiu" der Erzie(ungs% und 4ozialissensc(aft,
Gissensc(aftst(eorie J, J.J.K Wissenschaftstheorie und Philosophie, p. JK%JL, #uenc(en%Gien5 4c(riften des Gill"ann%Instituts6. /&ui, dare"os u" pe&ueno resu"o de u"a pe&uena parte desse artigo. @rata%se de u"a concepção das cincias, &ue podería"os c(a"ar de teoria ingênua das ciências. E"-ora o-soleta, essa teoria ingnua das cincias est' e" toda parte, ainda (o$e, ou na nossa co"preensão usual e popularizada da cincia ou ta"-!" nas pu-licações, "es"o especializadas so-re o assunto, e na "ente de "uitos cientistas, eles "es"os. O &ue caracteriza a teoria ingnua das cincias ! a inenuidade ou a %oa f- despreo"upada co" &ue generaliza e a-solutiza, si", dog"atiza e fixa um conceito unilateral da cincia. E" geral, esse conceito Anico unilateral, o teor!tico ingnuo das cincias tira%o da cincia, na &ual ele ! especialista. Ela faz essa generalização, por&ue acredita ingenua"ente &ue existe u"a Anica esp!cie de cientificidade. onfor"e essa crença, ta"-!" (istorica"ente, existe so"ente u"a Anica for"a de cientificidade. 0ode" se "ultiplicar con(eci"entos científicos. 4urgire" no)as cincias. E)oluir. #as todas elas t" o "es"o conceito da cincia. / cientificidade e" todas elas ! se"pre a "es"a. > o típico do "odo de pensar de /. o"te, &ue fala de Mr!gi"e d!finitif de la raison (u"aine”, i. !, a era da "i$n"ia positi(a . > o conceito de cincia do positi)is"o e" todas as suas nuances e )ariantes. 4egundo essa concepção da cincia, o &ue est' fora dela ou anterior a ela ! u" Mcon(eci"entoM relati)o e su-$eti)o, pri)ati)o%(istórico. /o passo &ue o sa-er científico ! o-$eti)o, definiti)o, real, a-soluto e supra%(istórico. /ssi", a teoria ingnua das cincias se caracteriza pelos seguintes pr!%conceitos5 a6 incia ! u"a for"a de sa-er, deter"inada, est')el, constat')el, so-re a &ual se pode dar infor"ações -e" deter"inadas, est')eis e constat')eis. Estas infor"ações nos dize" o &ue ! o-$eti)a"ente cincia e nos dão a "edida geral da cientificidade de toda e &ual&uer cincia. -6 /ssi" /ssi",, exis existe te propria" propria"ent entee so"ente so"ente u"a cinci cinciaa Be cientif cientifici icida dade6. de6. / "ultip "ultiplic licida idade de das das cincias surge apenas de)ido à "ultiplicidade dos o-$etos da cincia. /s cincias, na sua "ultiplicidade, são co"o &ue diferentes o-$etos, so-re os &uais se e"posta" as "iradas científicas, cu$a estrutura e cu$o "odo de ser ! Anico. 0or isso, &ue" con(ece u"a cincia, con(ece a cincia. c6 C' certa"ente e)olução, desen)ol)i"ento nos con(eci"entos científicos. C' correturas e re)isões dos con(eci"e con(eci"entos ntos científicos. científicos. o entanto, tudo isso ocorre dentro do (orizonte de u"a Anica, -e" deter"inada, est')el e definti)a definição da cientificidade da cincia. 0or isso, atra)!s das (istórias de desen)ol)i"ento dos con(eci"entos científicos, corre u"a lin(a contínua e -e" definida, do &ue se$a e o &ue de)e ser cincias. O conceito da cincia não te" (istória. Cistória só te" os con(eci"entos, &ue dentro desse conceito e)olue", cresce" segundo a cientificidade. / (istória dos con(eci"entos científicos se d' dentro de u" Anico, supra%(istórico e i"ut')el (orizonte de cientificidade. d6 O desen)ol)i"ento e o alarga"ento dos con(eci"entos científicos, por diferentes &ue se$a" as cincias, se dão dentro de u" (orizonte de cientificidade, de tal sorte &ue, se pode constituir u" progresso siste"'tico e lógico se" lacuna. lacuna. E tudo t udo &ue não segue esta lógica ou est' fora dela só te" )alor de )erdade, en&uanto de algu"a for"a ! redutí)el a ela. > interessante o-ser)ar &ue essa teoria ingnua das cincias, &ue est' no fundo de nossa co"preensão usual da cincia, cai nu" dog"atis"o "uito se"el(ante ao &ue encontra"os na teologia, onde a cincia ! con$unto de con(eci"entos perenes, )erdadeiros, ate"porais e i"ut')eis. 4ó &ue, a&ui na teologia, esse "odo de ser do con(eci"ento pode não ser u"
dog"atis"o, dog"atis"o, sendo &ue o "odo de ser dog"as, &ue aparente"ente aparente"ente parece ser dog"atis"o, dog"atis"o, pode pro)ir pro)ir do do "odo de de ser próprio próprio e ade&uado ade&uado da cinci cinciaa sui sui gen generis eris,, c(a"a c(a"ada da teologia teologia88 ao passo passo &ue nas nas cin cincia cias, s, onde onde se pretende pretende ser ser radical radical"e "ente nte &uestiona &uestionador dor e crítico crítico,, o "aior "aior pecado, pecado, &ue se pode pode co"eter, co"eter, ! o dog"at dog"atis"o is"o..
Reflexão : A no(a "ons"i$n"ia "ient2fi"a ós co"eç co"eça"o a"oss a desperta despertarr para a consc conscin incia cia crítica crítica da da no)a no)a teoria teoria das cinc cincias ias,, &uando &uando a-andona"os esse dog"atis"o ca"uflado da teoria ingnua das cincias e co"preende"os &ue, e" diferentes cincias reais, de)e" se for"ar e ati)ar cada )ez diferentes tipos de cincias. E &ue não existe a "i$n"ia, "as "i$n"ias. E se pode"os falar, de algu"a for"a, de cincia co"o u"a totalidade, essa totalidade não ! u"a estruturação geral e Anica, segundo a &ual as cincias de)e" ser logicizadas, "as si" u" organis"o din9"ico, co"plexo e ri&uíssi"o de diferenciações, ní)eis e di"ensões, constituído pelas cincias particulares, &ue atra)!s das diferenças de cada tipo de cincia, nu" "o)i"ento din9"ico de confrontos, correturas, entrec(o&ues, su-su"pções "Atuas, )ai crescendo nu"a trans"utação contínua. /ssi", o reinado do a-solutis"o do conceito unilateral da cincia est' no fi". > o &ue nos )e" de"onstrando o progresso das cincias, cincias, &ue progride", não tanto pelo alarga"ento alarga"ento e &uantificação &uantificação de no)os dados e no)as desco-ertas, desco-ertas, dentro de u" deter"inado deter"inado (orizonte de pes&uis pes&uisa, a, "as "as pela pela destruiç destruição ão de suas pressuposi pressuposições ções e seus seus conce conceitos itos funda funda"en "entai tais, s, atra)!s atra)!s das crises de seus funda"entos, para a-rir%se a u" (orizonte no)o, "ais profundo, "ais )asto e "ais origin'rio. /ssi", )ie"os assistindo a sucessi)as &uedas da "onar&uia do conceito racionalístico da cincia, segundo o "odelo da "ate"'tica e da lógica, do conceito e"piristico%positi)ista, segundo o "odelo da física e da -iologia, do conceito "aterialista ao "odo da &uí"ica, do conceito relati)ista ao "odo da (istoriologia etc. etc. / no)a conscincia científica (o$e te" a tarefa principal de des"ascarar essas superstições do dog"atis"o, &ue se infiltra" nas cincias. Ela, a conscincia científica no)a, nessa tarefa de des"ascara"ento, não )ai contra a cientificidade das cincias. 0elo contr'rio, e" des"ascarando a a-solutização e (ipostatização anticientíficas dos conceitos unilaterais da cincia, tenta a-rir ca"in(o à cientificidade "ais (u"ana e plena de u" sa-er científico futuro, &ue se a)ia na "edida e" &ue, nu"a reflexão de fundo e" direção à raiz de cada tipo de cincias, desencadeia u" confronto e di'logo uni)ersal de todas as cincias "utua"ente entre si. Essa no)a atitude científica da no)a conscincia, &ue co"eça a despertar por toda parte nas cincias, pode ser caracterizada "ais ou "enos da seguinte for"a5 aa6 ão (' u" conceito da cincia, fixo, parado, portanto, não (' u"a for"a funda"ental da Mcientificidade co"o talM. / cincia )i)e e" transfor"ações, tanto no todo da sua for"a co"o nas for"as das suas particularidades. Entre a&uele e estas, se d' iteração "Atua de influncia. --6 o progresso progresso cient científi ífico co não não (' u" cresci" cresci"ent entoo uní)oco uní)oco e unit'ri unit'rioo do con(ec con(eci"e i"ento, nto, unilinear, sucessi)o e e)oluti)o. 0or isso, os crit!rios &ue decide", o &ue ! con(eci"ento científico e o &ue não !, de)e" ser exa"inados cada )ez, na "edida e" &ue a)ança" as cincias, segundo o estilo de transfor"ação assinalado e" aa6 aci"a. cc6 ão (' conceito de cincia &ue se$a aplic')el se" "udança a todas as cincias particulares. onceitos funda"entais, co"o experincia, funda"ento, funda"entação, causa, pro)a, de"onstração, "!todo etc., etc., significa" coisas diferentes, e" diferentes cincias particulares ou e" diferentes grupos de cincias. dd6 o"o existe pluralidade de "!todos das cincias particulares, assi" ta"-!", dentro de u"a
e "es"a cincia particular pode existir pluralidade de "!todos, &ue coexiste" nu"a a"-iguidade co"ple"entar. Os "!todos rece-e" o seu a)ia"ento, a partir do to&ue de a-ordage" principial, e assi", dentro de u"a "es"a cincia particular, pode" ocorrer duas ou "ais a-ordagens, &ue efetua" dois ou "ais "!todos. "!todos. Estes, por sua )ez, nu" confronto "Atuo, "antendo cada &ual a sua diferença, cria" u"a co"ple"entaridade, &ue não ! ne" a$unta"ento, ne" síntese, ne" su-stituição ou "istura, "as u"a tensão, &ue cont!" a espera de u"a desco-erta, p. ex., a a-ordage" ondulatória e a a-ordage" corpuscular da luz na física. /ssi", a "anutenção da pluridi"ensionalidade ! u" característico da cientificidade das cincias e não a sua negação. ee6 ada cincia per"anece em *uestão at! a raiz de seus funda"entos, dos "ais principiais at! os -'sicos. #es"o as -ases confir"ada"ente )'lidas e Mdefiniti)asM, co"pro)adas por )'rias cincias, pode" ser su-)ersadas co"o u" caso parcial de u" todo "aior ou co"o u"a ausncia de u"a diferenciação e aprofunda"ento "ais rigorosos e radicais. ff6 / no)a conscincia científica no &uestiona"ento dos funda"entos i"anentes das cincias, sonda, ao "es"o te"po, sua decisão i"anente. #as sa-e &ue as regras de $ogo i"anente à própria cinci cincia, a, pro)en pro)enien ientes tes dos dos funda funda"en "entos tos autoconstit autoconstituti)o uti)oss da deci decisão são i"a i"anen nente te das das cincias, cont" ta"-!" decisões e funda"entações sócio%(istóricas. /ssi", ao acionar%se co"o cincias, se sa-e" partícipes das con)icções operati)as funda"entais do seu te"po e da sua sociedade. 0or isso, não paira ou do"ina altaneira so-re o seu te"po ne" so-re a sua sociedade. ão a-strai, "as assu"e plena"ente a pren(ez e pregn9ncia situacional sócio% (istóricas. #as, ao "es"o te"po, e)ita de cair no dog"atis"o do (istoricis"o e do sociologis"o. 0or isso, não considera a cincia si"ples"ente co"o produto ou i"itação de u"a sociedade. 7eixa assi" de se deter"inar dentro da ingnua e irrefletida colocação Msu$eito% o-$etoM, deixa tanto o o-$eti)is"o co"o o su-$eti)is"o de lado, assi" co"o u" dog"atis"o não científico. gg6 / contraposição su$eito%o-$eto, e" todas as suas "anifestações, "anifestações, co"o p. ex. sa-er%o-$eto, (o"e"%realidade, teoria%pr'xis etc. etc., não ! "ais colocada ingenua"ente, externa e "aterial"ente, "as si" co"o circulação de "Atua iteração. / cincia não est' diante, contra, e" frente à )ida, à realidade, "as est' nela inserida. E a )ida (u"ana pr!%científica não ! autar&uia, "as $' i"plica co"porta"entos e "odos do pensar científico. Esta no)a co"preensão din9"ica das cincia, à pri"eira )ista, parece dissol)er toda a nitidez e clareza da cientificidade a u" fluxo, certa"ente din9"ico, "ais diferenciado e rico, "as confuso, se" contorno e se" deter"inação, portanto a u" relati)is"o, (istoricis"o, a u" )italis"o caótico, onde tudo, &ual&uer opinião, pr'xis ou tentati)a de -usca $' ! u"a cincia. a realid realidade ade,, no entanto, entanto, não não se trata trata de disso dissoluçã luçãoo à confusã confusãoo e ao caos caos relati relati)i )ista. sta. 0elo 0elo contr'rio, trata%se trata% se de li-ertar as cincias cincias da infiltração infiltração de )el(os e o-soletos ídolos dos dog"atis"os dog"atis"os e torn'%las t orn'%las claras e distintas B7escartes6, não confor"e o totalitaris"o de u"a "edida unilateral a-solutizada, "as confor"e a exigncia da plurifor"idade e pluridi pluridi"e "ens nsiona ionalid lidade ade de u"a u"a mat.esis uni(ersalis .
C 7 A ILO>OIA Essa clarificação pluridi"ensional das cincias co"eça a nos "ostrar a estrutura interna das cincias e o seu relaciona"ento co" a filosofia.
Reflexão 5 incias e filosofia
/ no)a concepção da cincia, aci"a "encionada, nos proporciona u"a no)a co"preensão do relaciona"ento entre cincias e filosofia. #as, para poder"os co"preender esse relaciona"ento, ! necess'rio deixar de lado o es&ue"a usual e" &ue costu"a"os explicar esse relaciona"ento. ostu"a"os representar o relaciona"ento das cincias entre si, entre as cincias e a filosofia nu" es&ue"a,onde es&ue"a,onde te"os diante de nós o o-$eto Brealidade, Brealidade, a coisa, o ca"po, a região, a 'rea etc.,6 so-re o &ual as cincias, a filosofia, a teologia e"posta" a "irada do seu ponto de )ista, e cada &ual, as cincias, a filosofia, capta u" aspecto parcial desse o-$eto. E a$untando%se os resultados dessas captações te"os con(eci"ento cada )ez "ais glo-al. 0or isso, &uanto "ais captações de diferentes pontos de )ista, tanto "el(or, "el(or, por&ue se so"a" as infor"ações infor"ações de diferentes aspectos. /&ui, as cincias, a filosofia são duas "iradas diferentes, u"a ao lado da outra, so-re u" "es"o o-$eto, cada &ual co" seus con(eci"entos parciais do o-$eto, con(eci"entos &ue pode" ser so"ados entre si, dando assi" infor"ações cada )ez "ais a-undantes so-re o "es"o o-$eto. Esse es&ue"a ! ingnuo de"ais para poder ser le)ado a s!rio. @rata%se si"ples"ente de u" es&ue"a estereotipado, &ue não faz nen(u" $us à realidade co"plexa do relaciona"ento das cincias. > u"a representação ingnua de u" realis"o episte"ológico caricatural, &ue na realidade realidade não diz nada. E, no entanto, no uso co"u", "es"o entre entre nós, ! fre&uente encontrar"os tal representação, orientando a co"posição de u" progra"a de estudo da filosofia. 7e)e"os pois a-andonar essa ingenuidade dog"atizada se &uiser"os co"preender as cincias, a filosofia, (o$e. Essa representação ingnua do o-$eto diante de "i" e eu a&ui, co" o "eu ponto de )ista das cincias, da filosofia, a "irar o o-$eto, ad&uirindo infor"ações so-re o o-$eto, ! na realidade u"a a-stração. 0ois a realidade não est' diante de nós. ós, $unto co" tudo &ue nos cerca, tanto por dentro co"o por fora, na sua totalidade, tudo isso $' ! realidade, $' so"os so"os realidade realidade e sua co"preensão. E, na representação ingnua da realidade realidade co"o o-$eto, isto &ue ac(a"os estar diante de nós aparece co"o estando diante de nós, por&ue nós nos pontualiza"os pontualiza"os co"o esta coisa%o-$eto a&ui relacionada a a&uela coisa%o-$eto pontualizada l', e corta"os por assi" dizer a ligação ligação )i)a e concreta co" a experincia anterior anterior a toda essa operação de pontualização pontualização o-$eti)ante, experincia essa, &ue nos possi-ilita essa pontualização dual, eu a&ui e coisa l' co"o su$eito e o-$eto. Essa experincia anterior ! a percepção direta%i"ediata si"-iótica da realidade &ue so"os nós "es"os co"o a totalidade do "undo.
Reflexão B5 / Lebenswel Lebenswelt t e e o a-is"o des)elante a no)a no)a teoria teoria das das cinc cincias ias essa essa realid realidade ade da percepç percepção ão direta direta e i"ed i"ediat iata, a, e" sendo sendo co"o co"o totalidade "undo, se c(a"a realidade pr-7"ient2fi"a . 7essa realidade pr!%científica nós $' fala"os rapida"ente nas reflexões J, K, N. Essa realidade pr!%cient pr!%científi ífica, ca, ! confund confundida ida pela teoria ing ingnua nua das cinci cincias as dog"atiza dog"atizada, da, $' "encio "encionad nadaa aci"a aci"a,, co" "undo pri"iti)o, i"erso na o-scuridade da )italidade irracional, ainda infante e se" conscincia. a realidade, trata%se da presença e plenitude da totalidade din9"ica da possi-i possi-ilid lidade ade da )ida )ida,, no nosso nosso )i)e )i)er, r, e" sendo, sendo, na pregn9nc pregn9ncia ia da e)id e)idnc ncia ia i"edia i"ediata ta da coisa coisa ela "es"a. Essa realidade na concreção )ida, Ed"und Cusserl c(a"ou de M2e-enseltM. Esse ter"o ale"ão ! usado se" tradução trad ução na no)a teoria das cincias, cincias, "as &ue podería"os traduzir tradu zir Lebenswelt ! co"o M"undo )ital circundanteM. Essa Lebenswelt ! o espaço a-erto da plenitude da possi-i possi-ilid lidade ade,, &ue podería"o podería"oss c(a"a c(a"arr de insond(el a%ismo des(elante das possi%ilidades do ser.
Lebenswelt , &ue não ! Ora, toda cincia se funda e est' assentada nesse a-is"o des)elante, na Lebenswelt u" espaço escancarado e (o"ogneo, "as i"plicações de diferentes ní)eis e di"ensões de Lebenswelt Lebenswelten en nu"a contensão, pregn9ncia e din9"ica de possi-ilidades gen!ticas infinita"ente ricas e plurifor"es de ser. > desse a-is"o des)elante &ue pro)" as diferentes decisões de possi-i possi-ilid lidade adess epocai epocaiss da (istória. (istória.
/s cincias, cada )ez, e" diferentes epocalidades, e" se fundando e se assentando nesse e desse Lebenswelten en, e co"eça a trazer cada )ez a-is"o des)elante, co"o &ue se fixa nu"a dessas Lebenswelt "ais à tona as i"plicações dessa possi-ilidade. #as, e" fazendo essa explicitação, esta-elece u"a corte, u" ental(e na totalidade dessa i"ensidão do a-is"o des)elante, e co"eça, por assi" Lebensweltentalh entalhee, todo dizer, a construir e" ci"a desse Lebenswelt to do u" "undo de explicitações, explicitações, ordenações, coerentes, desen)ol)idos desen)ol)idos a partir do d o "odo de ser próprio ali dado nesse Lebenswelt Lebensweltentalh entalhee. /s cincias, portanto, se "o)i"enta" ao "es"o te"po e" duas direções. a6 0ara ci"a, no sentido de construção positi)a de estruturações, &ue são explicitações explicitações das Lebenswelt , so-re a &ual e a partir da &ual se ergue" essas possi-i possi-ilid lidade adess da Lebenswelt essas estruturações. E ! Lebenswelt &ue da Lebenswelt &ue elas col(e" os seus conceitos funda"entais, o "odo de ser do "!todo etc. etc., &ue então se transfor"a" e" pressuposições funda"entais de cada cincia. > esse "o)i"ento construti)o &ue d' às cincias o seu característico de "i$n"ias positi(as , i. !, cada positum, i. !, o e"-asa"ento, cincia te" o seu positum e"-asa"ento, o posiciona"ento, posiciona"ento, o assenta"ento na terra f!rtil Lebenswelt(en) (en) do a-is"o des)elante da )ida. daBs6 Lebenswelt Esse "o)i"ento construti)o das cincias positi)as, e" te"atizando, e" explicitando, e" ordenando, gan(a e" clareza e precisão no "apea"ento e na presentificação das possi-ilidades, Lebenswelt , so-re a &ual repousa, "as, ao "es"o te"po, perde na radicalidade, na dadas pela Lebenswelt i"ensidão e orginariedade da sua pertença ao a-is"o des)elante, se nas "i$n"ias, "ontinuamente e "ons"ientemente não - tra%al.ado o mo(imento de penetra3ão, sondaem e aus"ulta atenta do sentido do ser, *ue in"essantemente emere emere do a%ismo des(elante (ida) Lebenwelt , a -6 Esse Esse "o)i "o)i"e "ento nto de penetração penetração,, sondage" sondage" e auscult auscultaa do sentid sentidoo do ser da Lebenwelt e"ergir do a-is"o des)elante, ! o segundo "o)i"ento das cincias, &ue )ai na direção oposta Lebenswelt . ao "o)i"ento construti)o, portanto para -aixo, para as profundezas da Lebenswelt
Esse "o)i"ento de penetração na raiz da própria cincia não ! construti)o, "as si" destruti)o. #as não destruti)o no sentido de agressão a u"a posição para ani&uil'%la, i"pondo%l(e u"a re"ondu+ir, i) -, redu+ir toda e outra posição. 7estruti)o no sentido de, se"pre de no)o re"ondu+ir, &ual&uer construção positi)a das cincias à radicalidade da sua pertença ao a-is"o des)elante, desfazendo toda e &ual&uer infiltração ou sedi"entação de dog"atis"os e unilateralidades, (ipostatizações e a-solutizações, "antendo se"pre de no)o e no)a a a-ertura à possi-ilidade a-issal a-issal de reno)ação e ao to&ue t o&ue do inesperado. inesperado. 7o $ogo desse "o)i"ento "o)i"ento construti)o e destruti)o, do $ogo desse "o)i"ento "o)i"ento estruturante%constituti)o e do "o)i"ento "o)i"ento desestruturante% reducti)o se d' a funda"entação da cincia, e a cientificidade e o &uilate de u"a cincia se "ede" pela li"pidez e pelo e&uilí-rio desse $ogo.
5sse mo(imento *ue se dirie profundidade radi"al do a%ismo des(elante , &ue caracteriza a no)a cincia e a distingue de ideologia e "undi)idncia, aora le(ado a ltimas "onse*u$n"ias e temati"amente %us"ado, "onstitui o mo(imento da filosofia . Isto significa &ue as cincias e a filosofia copertence" inti"a"ente. / filosofia ! no fundo o "o)i"ento de redução, &ue corre c orre no próprio seio das cincias, $unta"ente $unta"ente co" o "o)i"ento "o)i"ento da constituição.
Essa "aneira no)a de co"preender as cincias nos seus dois "o)i"entos constituti)o% reducti)os pode ser tal)ez es&ue"atizada co"o u" "o)i"ento espiral centrifugal%centripetal. @al)ez se$a Atil o-ser)ar &ue os dois "o)i"entos não são propria"ente lineares opostos, "as si" "o)i"entos espirais e" i"plicação centrifugal%centripetal.
Reflexão E5 O ensino da filosofia o passado passado,, &uando &uando o ensin ensinoo da teologia teologia e da filo filosof sofia ia ao clero clero esta)a esta)a esta-e esta-elec lecido, ido, nu"a nu"a -e" ordenada e fixa estrutura do ensino "anualístico da escol'stica, a filosofia "inistrada era escol'stica, escol'stica, ou "el(or, "el(or, neo%escol'stica, tin(a seu conteAdo, seu "!todo -e" deter"inados, deter"inados, e tin(a a função de ser a Fan"illa t.eoloiaeF , ser)indo de proleomena da teologia. #as u"a )ez &ue, tanto a teologia co"o a filosofia tin(a" o "es"o estilo escol'stico, (a)ia u"a coordenação e sintonia perfeitas entre a"-as as disciplinas, de tal sorte, &ue a filosofia, no fundo, era u"a iniciação à teologia siste"'tica. esse sentido, a filosofia do antigo ensino clerical, fora do "eio eclesi'stico, não era considerada propria"ente co"o filosofia, "as si" $' teologia. Essa totalidade -e" coesa e coerente do ensino teológico%filosófico era ainda, "es"o nu"a escala $' institucionalizada e padronizada e co" apoucado )igor especulati)o, u"a (erança da grandiosa síntese con&uistada pelo pensa"ento "edie)al, repristinada pelos esforços do assi" c(a"ado "o)i"ento da neo%escol'stica. E co"o tudo &ue ! )erdadeira"ente grande no pensa"ento, se -e" "inistrado, for"a o pensa"ento, as pessoas &ue se dedica)a" co" e"pen(o ao estudo da teologia e filosofia escol'stica, principal"ente e" contacto direto co" os textos dos grandes "estres cl'ssicos da escol'stica, rece-ia" u"a for"ação coesa, coerente, -e" assi" assi"il ilada ada e assenta assentada, da, e"-ora e"-ora ta"-!" ta"-!" corresse" corresse" o grande grande risco risco de deixare deixare"%s "%see doutrinar, doutrinar, e e" )ez de aprender a pensar grande, caire" no dog"atis"o intransigente e estreito de funcion'rios clericais, adestrados ideologica"ente, se" a capacidade de pensar. O re)igora"ento nas pes&uisas (istóricas so-re a Idade #!dia, no)as desco-ertas e edições críticas dos grandes "estres do pensa"ento pensa"ento da Idade #!dia, desencadeara" desencadeara" dentro da Igre$a u" estudo cada )ez "ais )asto e profundo do pensa"ento "edie)al, e a grande síntese teológico%filosófica da escol'stica co"eçou a )ir à tona co"o u" dos Msiste"asM de pensa"ento "ais -e" tra-al(ados e consu"ados do Ocidente, re)elando u" )igor especulati)o inaudito. Essa redesco-erta da escol'stica "edie)al deu início, no estudo da filosofia no seio da Igre$a, a u"a tentati)a c(a"ada c(a"ada de n!o%escol'stica, n!o%escol'stica, na &ual, se tentou reto"ar e continuar o tra-al(o tr a-al(o &ue na Idade #!dia realizara" os grandes "estres da teologia, de fazer, a partir do Mfides &uaerens intellecltu"M u"a síntese teológico%filosófica, onde agora as no)as filosofias, "odernas e conte"por9neas, fosse" assi"iladas, co"o contri-uições )aliosas no cresci"ento do pensa" pensa"ento ento católi católico, co, co"o co"o as antigas antigas filo filosof sofias ias não%cristã não%cristãss o fora" fora" para para os "estre "estress "edie "edie)a )ais. is. /ssi", no ensino da filosofia na for"ação intelectual do clero, (o$e, e" "uitos países, princip principal al"e "ente nte l' l' onde onde a Igre$a Igre$a ainda ainda te" "uit "uitaa influ influn ncia cia e guarda guarda a tradiçã tradição, o, o ensino ensino de filosofia se d' no estilo da filosofia n!o%escol'stica5 o nAcleo do pensa"ento ! constituído de teses funda"entais da escol'stica, "as co" "uita a-ertura às filosofias no)as, "odernas e conte"por9neas, às cincias e às &uestões di)ersas dos nossos te"pos. E a n!o%escol'stica te" for"ado dentro da Igre$a gerações de grandes intelectuais, intelectuais, autores e professores. / n!o%escol'stica n!o%escol'stica na filosofia, filosofia, no entanto, fora a !poca do seu floresci"ento floresci"ento no seio da Igre$a, nas d!cadas passadas, onde aderira" ao "o)i"ento grandes intelectuais, "uitos deles con)ertidos, $a"ais encontrou no "eio filosófico extra%eclesi'stico, "uita credi-ilidade. E e"-ora se recon(ecesse particular"ente o "!rito e a co"petncia acad"ica de seus grandes representantes, filosofica"ente a n!o%escol'stica ela "es"a parecia u" ser (í-rido, "ais u" con$unto de doutrinas teológicas da "undi)idncia católica do &ue propria"ente filosofia. /
no)a conscincia científica de (o$e, &uer na filosofia co"o nas cincias, )ia, na "aneira co"o a n!o%escol'stica, a priori, a-orda)a a filosofia e as cincias "odernas, u"a esp!cie de instru"entalização da filosofia e das cincias, e" função da "anutenção da "undi)idncia teológica católica. /l!" disso, o conceito de filosofia pressuposto nesse siste"a teológico%MfilosóficoM parecia $a"ais poder aceitar e co"preender, si" ad"itir a autono"ia, co"o a rein)indica)a a no)a conscincia científica da filosofia "oderna co"o sendo a essncia da filosofia, pois, $' a partir do seu siste"a, a n!o%escol'stica não ad"itia o direito e o de)er da a-soluta e total autono"ia do pensar à filosofia, e a considera)a no fundo co"o u"a "undi)idncia. a pr'tica pr'tica,, na for"a for"ação ção inte intelect lectual, ual, esse siste"a siste"a de ensi ensino no da filoso filosofia fia,, a neo%es neo%escol' col'stic stica, a, so- a ca"uflage" do ensino siste"'tico e te"'tico, aca-a)a no fundo reduzindo a filosofia à (istória da filosofia, onde a filosofia era dada co"o u"a sucessão inter"in')el de "undi)idncias de diferentes !pocas, so-re as &uais se fala)a, resu"ida"ente, nu"a interpretação $' padronizada, co" as &uais a MfilosofiaM Bleia teologia6 cristã se confronta)a para exa"inar o &ue ! )erdadeiro e o &ue ! falso. @al ensino, $' &ue o ensino de filosofia usual"ente dura)a K anos, $a"ais conseguia real"ente for"ar intelectual"ente algu!" na filosofia. /ssi" co"eçou a produzir pseudo%intelectuais, &ue fala)a" de todas as filosofias e da filosofia, co"o o faz u" ideólogo crente, &ue sa-e $ulgar tudo co" toda a segurança de &ue" cr &ue tudo sa-e, se" sa-er &ue nada sa-e, deter"inando o &ue ! certo e o &ue ! errado. Entre"entes, o próprio ensino ensino da teologia, depois da grande a-ertura do :aticano II, co"eçou a entrar na tentati)a de u" no)o ca"in(o do ensino teológico. E as influncias das teologias e das filosofias "odernas e das cincias, desen)ol)idas fora da a"-incia clerical%católica, co"eçara" desencadear "udanças significati)as dentro do ensino tradicional da teologia. o" isso, no ensino da for"ação intelectual clerical, co"eçou a des"oronar a&uela coesão e unidade org9nica da escol'stica na sua síntese teológico%MfilosóficaM "edie)al. O no"e escol!stica se transfor"ou aos poucos nu"a deno"inação pe$orati)a para indicar u" ensino de teologia e filosofia tradicionalista, fec(ado e o-soleto, anacr*nico. /s disciplinas teológicas e filosóficas, &ue for"a)a" u"a unidade -e" estruturada, co"eçara" a se dispersar, cada &ual para si, no estilo, no "odo de ser e na filiação a diferentes MescolasM de pensa"ento, correspondente"ente antigo ou "oderno. a escol' escol'stic stica, a, o &ue segura)a segura)a nu" pulso pulso din9" din9"ico ico e fir"e fir"e as disc discipl iplin inas as e as unia unia nu"a nu"a ordenação "Atua de confrontos, de-ates, e"-ates, di'logos di'logos e correturas corretu ras "Atuas de aprofunda"ento e" direção a u"a síntese cada )ez "ais profunda, )asta e origin'ria, su-su"ida pela f!, desaparec desaparecia ia co"p co"pleta leta"en "ente, te, restando restando apen apenas as a organiza organização ção insti instituci tuciona onall externa externa de u" instituto, de u"a uni)ersidade uni)ersidade ou centro de estudos co" seus progra"as. 0or dentro, por!", por !", esse ensino não possuía "ais ne" unidade, ne" coerncia, a não ser dentro de u"a ou outra disciplina particular. o"eçou a (a)er a infiltração de diferentes "undi)idncias, $ustaposições de "!todos, ni)ela"ento de di"ensões de diferentes cincias. Essa confusão e a perda do centro co"eçara" a a-aixar "uito o ní)el de for"ação intelectual. O apelo unilateral, prag"aticista e pouco refle refletido tido à ação e à pastoral pastoral enga enga$ad $adaa diante diante da a)ala a)alanc( nc(ee de urgncia urgnciass e nece necessi ssidade dadess da (u"anidade (o$e, ao caluniar a for"ação intelectual co"o luxo -urgus se" efeti)idade, a-aixou ainda "ais o ní)el da for"ação intelectual. E (o$e, diante dessa situação inc*"oda e -astante confusa da for"ação intelectual nossa, esta"os &uerendo reagir a tudo isso, para reto"ar"os co" seriedade e "uito e"pen(o a for"ação intelectual para )aler.
o entanto, entanto, &uando &uando le"os le"os dentro dessa dessa situação situação os docu"entos docu"entos eclesi' eclesi'stic sticos os acerca acerca da for"ação intelectual intelectual do clero, (o$e, a Igre$a parece ter diante de si o "!todo, a concepção de filosofia e cincias do siste"a de pensar &ue aci"a caracteriza"os co"o escol'stica, ou "el(or, n!o%escol'stica. E surge u"a suspeita5 suspeita5 a Igre$a não est' &uerendo colocar orde" nessa confusão e le)antar le)antar o ní)el da nossa for"ação intelectual, reto"ando o ideal da n!o%escol'stica+ ão ! isto u" anacronis"o, u"a tendncia tradicionalista, &ue te"e real"ente u" di'logo e confronto "ais s!rio co" a no)a conscincia científica de (o$e, &uer na filosofia &uer nas cincias+ ão ! agarrar%se a u" siste"a, &ue não deu certo, por i"plicar, e" seu siste"a, pressuposições não te"atizadas o suficiente para nos trazer "aior e)idncia+
Reflexão 5 / filosofia, o "o)i"ento de redução à profundidade do a-is"o des)elante. o entanto, entanto, o &ue est' est' sendo sendo dito dito pelos pelos docu"e docu"entos ntos ecle eclesi' si'stic sticos os acerca acerca da da nossa nossa for"a for"ação ção intelectual pode significar u"a coisa -e" diferente de u"a )olta tradicionalista a u" estilo de for"ação n!o%escol'stico, "es"o &ue toda a linguage" e as concepções ali pressupostas acerca da filosofia e das cincias apresente" u" colorido acentuada"ente n!o%escol'stico. > &ue, a própria n!o%escol n!o%escol'sti 'stica ca ! u"a "aneir "aneiraa de realiza realizarr u"a concepçã concepçãoo &ue, por por ser neo, $' capta a própria escol'st escol'stica ica nu" ní)el ní)el $' -astante -astante pouco pouco pensado pensado e "ingu "inguado ado na sua profun profundid didade ade e )igor. ão so"ente isso, a própria escol'stica, "es"o na consu"ação cl'ssica da sua plenitude, ! uma realização concreta de outro )igor essencial e transcendente, cu$a realidade não coincide ne" co" a escol'stica cl'ssica "edie)al ne" co" a n!o%escol'stica "oderna. 0ois esse )igor outro e transcendente ! o a-is"o des)elante da )ida, &ue possi-ilita essas concreções co"o a escol'stica e a n!o%escol'stica, ele "es"o se nos ocultando e ao "es"o te"po nos acenando nessas próprias concreções da escol'stica ou da n!o%escol'stica, para &ue nos a)ie"os a u"a -usca -usca intr!pi intr!pida da de de u"a u"a sa-edo sa-edoria ria &ue &ue )e" )e" das das alturas alturas e profunde profundezas zas desse desse a-is a-is"o "o inso insond' nd')el )el,, inundando co" o seu sopro )ital todas as nossas possi-ilidades, co"o a sa-edoria do 7eus de ;esus risto5 a teo%logia. o" outras pala)ras, pala)ras, não são os docu"entos eclesi'sticos eclesi'sticos &ue fala" a partir e dentro da n!o% escol'stica ou da escol'stica. 0elo contr'rio, são a n!o%escol'stica e a escol'stica &ue fala" e pensa" pensa",, de algu"a algu"a for"a, for"a, de "odo -asta -astante nte insu insufic ficien iente, te, a partir e dentro da grande grande tradição tradição da da Igre$a. E se a escol'stica e de algu"a for"a a n!o%escol'stica fora" apoiadas, fo"entadas pela Igre$a na for"ação intelectual do seu clero, ! por&ue elas de algu"a for"a ecoa" no grande pensa" pensa"ento ento &ue &ue flui flui e palpita palpita na tradiçã tradiçãoo da Igre$a. Igre$a. Isto significa &ue as reco"endações da Igre$a na for"ação intelectual do clero, &uando fala Mescol'stica e neo%escolastica"enteM, propondo u" Msiste"aM se"el(ante ao defendido e apresentado pela escol'stica e n!o%escol'stica, n!o%escol'stica, não nos estão dizendo, &ue (o$e, no s!culo , de)e"os de no)o "ontar u" ensino co" escol'stica e n!o%escol'stica. #as si", estão nos dizendo &ue, se &uizer"os nos for"ar intelectual"ente co"o pessoas &ue pertence" a essa grande realidade do corpo "ístico de risto, de)e"os colocar co"o id!ia Bleia eídos6 reguladora do nosso intelecto e da nossa for"ação intelectual u" sa-er na plena pregn9ncia da presença presença do do 7eus de ;esus ;esus risto, risto, onde 7eus 7eus Bco"pre Bco"preendi endido do a partir partir desse desse "es" "es"oo sa-er sa-er e não a partir de de u" outro (orizonte6, (orizonte6, e" e" tudo e e" todas as coisas, coisas, co"o co"o sa-e sa-edoria doria insond' insond')el )el,, &ue &ue inunda e penetra todas as coisas, ! luz, lógica, con(eci"ento &ue nos guia e orienta na nossa ca"in(ada ca"in(ada atra)!s de todos os te"pos, portanto, po rtanto, u" sa-er e ideal de u" sasa-er er &ue, no passado, -ril(ou -ril(ou por u" instant instantee e de "odo frag frag"en "ent'rio t'rio,, "as concreto, concreto, na for"a for"a do pensa" pensa"ento ento dos dos grandes "estres da escol'stica "edie)al e &ue se tentou reto"ar na neo%escol'stica, se" no entanto consegui%lo. consegui%lo.
#as, tudo isso, )ire )oc o argu"ento co"o )irar, na pr'tica, não aca-a nu"a i"plícita reco"endação reco"endação de tentar u" e"preendi"ento e"preendi"ento co"o o tentado no te"po relati)a"ente relati)a"ente recente do floresci"ento da neo%escol'stica+ E co"o na pr'tica não existe nen(u" siste"a extra%cristão de filosofia &ue ten(a esse característico reco"endado pela Igre$a, e" Alti"a inst9ncia, não aca-a"os adotando a n!o%escol'stica co"o o ensino de filosofia, apoiado e reco"endado pelos docu"entos eclesi'sticos+ @udo isso não teria nen(u"a incon)enincia, se a preco"preensão de filosofia, &ue est' na própria n!o%escol n!o%escol'sti 'stica ca ti)es ti)esse se u" u" ní)e ní)ell filosó filosófic ficoo ade&uado ade&uado às às exig exignci ncias as da filos filosofi ofia. a. O &ue não acontece, por&ue co"preende a filosofia co"o filosofia cristã, i. !, teologia. 4urge assi" u"a pergunta5 por &ue ensinar a filosofia na for"ação intelectual clerical+ 0or &ue não ensinar só a teologia, plena"ente, profunda"ente, exclusi)a"ente, co"o u" grande e co"pleto sa-er, se" acrescentar filosofia e cincias nu" ní)el tão pro)isório, instru"entalizado, a "odo de "undi)idncias+ 0or &ue estudar filosofia e cincias, se o &ue ali ! "inistrado não ! "ais ne" filosofia ne" cincias, "as si" MpreparadosM co" aparncia de filosofia e cincias, para ser)i ser)irr de não sei sei o &ue &ue para a for"açã for"açãoo teológica teológica do do clero+ clero+ 0or 0or &ue a própria teologia teologia não não assu"e interpretações e infor"ações Ma$eitadasM da filosofia e das cincias a seu "odo para a teologia, para "inistrar a seus alunos co"o teologia+ 0or &ue recorrer à filosofia e às cincias, se $' de ante"ão, no "odo de ser da Msacra doctrinaM, a partir da sua colocação, a teologia não pode aceita aceitarr as exig exignc ncias ias da plena plena e a-solu a-soluta ta autono"i autono"iaa das das pes&uis pes&uisas as filosó filosófic ficas as e cient científi ífica cas+ s+ /ssi", as "ais recentes reco"endações dos Alti"os docu"entos eclesi'sticos acerca da for"ação intelectual do clero, de &ue se to"e a s!rio cientifica"ente o estudo da filosofia e &ue se "inistre a teologia e a filosofia distinguindo nitida"ente, no ensino, a diferença destas duas "at!rias, ou soa" co"o "eras retóricas curiais ou co"o sinto"as da falta de rigor e precisão na co"preensão do &ue a no)a conscincia científica co"preende por essncia da filosofia e das cincias. Ou ser' &ue, apesar de toda essa aparncia, esse "odo de )er e falar pensa u"a outra coisa e te" plena razão+ :a"os a-ordar -re)e"ente o ponto ne)r'lgico da &uestão. 4egundo a no)a conscincia científica na autoco"preensão da filosofia e das cincias, (o$e, a filosofia, segundo a co"preensão &ue o ensino da teologia te" da filosofia, não - filosofia, mas sim mundi(id$n"ia . 0or isso, se a filosofia &uiser dar o "el(or de si à for"ação intelectual do clero, não pode ser ensinada nu" siste"a assi", por&ue não pode, se" perder inteira"ente a sua identidade, identidade, corresponder à expectati)a do ensino ensino clerical. clerical. #as, se apesar de tudo, t udo, for ensinada, não co"o "undi)idncia, "as na precisão e no rigor da sua McientificidadeM, ou per"ane per"anece ce paral paralela ela à teologia, teologia, ou ou ser' consi considera derada da por ela ela co"o co"o sua sua destruiç destruição. ão. o" outras pala)ras pala)ras,, &uanto &uanto "ais "ais a teologia teologia e a filo filosofi sofiaa &uis &uisere" ere" per"ane per"anecer cer fi!i fi!iss à sua identid identidade ade,, tanto "ais parece" ser irredutí)eis u"a à outra, de tal sorte &ue pensar nu"a síntese, co"ple"entação ou coisas si"ilares, se torna u" sinal do descon(eci"ento da &uestão. E, no entanto, exata"ente nesse i"passe, onde co"eça a aparecer u"a fenda irredutí)el entre a teologia e a filosofia, na&uele siste"a coeso e unit'rio do ensino teológico%MfilosóficoM eclesi'stico tradicionalista escol'stico, parece co"eçar a se insinuar insinuar u"a solução= ?"a solução &ue não apaga os contornos das diferenças, não facilita o di'logo aparente superficial, "as exige o "'xi"o na precisão e no rigor e" "anter%se li"pida"ente atinente, cada &ual à sua identidade profunda profunda e origin'r origin'ria. ia. E a partir partir dessa dessa insi insinu nuaçã açãoo de u"a u"a possí)el possí)el solução, solução, tal)ez tal)ez possa"os possa"os entender as reco"endações de colorido Mneo%escol'stico e escol'sticoM escol'sticoM dos docu"entos eclesi'sticos, nu" sentido "ais profundo, e" referncia a nossa for"ação intelectual. #as co"o+ e e" &ue sentido+
Explicitando "el(or, repita"os a&ui nu"a for"a es&ue"'tica a co"preensão de filosofia, dada pela no) no)aa consci conscinc ncia ia cientí científic fica, a, co"pre co"preensã ensãoo esta $' $' "enc "encion ionada ada ite" P aci"a aci"a.. a6 /s cincias são u" con$unto ordenado de con(eci"entos, na "Atua i"plicação e fundação, construído co"o u" todo cada )ez "ais crescente, so-re e a partir de u"a experincia i"ediata, Lebenswelt t . / inesgot')el e insond')el i"ensidão no uso e da )ida, do existir (u"ano, c(a"ada Lebenswel Lebenswelt . do a-is"o da possi-ilidade pulsante do ser aparece, cada )ez e" concreto, co"o Lebenswelt Lebenswelt , i. !, co"o "undo%circundante, &ue so"os nós "es"os, cada )ez e" sendo o"o Lebenswelt no uso e na )ida, te"atiza"os u" setor, u"a incisão, u" 'ti"o, u"a 'rea, u"a região ou u" ca"po dessa dessa i"ens i"ensidão, idão, para fazer"os fazer"os deste ca"po destacado o (orizonte dentro dentro e a partir do &ual )a"os explicitando, segundo a lógica desse (orizonte, as i"plicações ali pre$acentes co"o positum de u"a cincia 1, construindo u" con$unto coeso de con(eci"entos, possi-i possi-ilid lidade adess 1 o positum a partir dos princípios, princípios, conceitos funda"entais funda"entais e do "odo de proceder, oferecidos por esse ca"po. -6 Esse Esse "o)i "o)i"e "ento nto construti) construti)o, o, co" toda a sua sua estruturação estruturação "ater "aterial ializa izada da co"o con(eci"entos, con(eci"entos, "!todos, instituições, ensino, ensino, pes&uisas etc. etc. perfaz a constituição, a concreção externa, diga"os, diga"os, exot-ri"a Bi. !, )irada para fora6 das cincias. cincias. Os conteAdos de u"a cincia, co"o con$unto de con(eci"entos trans"issí)eis, pertence" a essa parte exot!rica das cincias. > no processo dessa construção positi)a, p ositi)a, nos tr9"ites de seus passos de explicitações explicitações &ue pode" surgir surgir des)io des)ios, s, defas defasage agens, ns, extrapolaç extrapolações, ões, insu insufic fici inci ncias as na dife diferenc renciaç iação, ão, es&uec es&ueci"e i"entos ntos da lógica do (orizonte, "istura inde)ida de (orizontes etc. etc. Essas defasagens, às &uais o processo processo de construç construção ão de u"a u"a cin cincia cia est' contin continua" ua"ent entee exposta, exposta, transfo transfor"a r"a" " a cinci cinciaa e" e" ideologias, "undi)idncias, co" os seus inA"eros dog"atis"os, con(ecidos so- diferentes títulos, &ue traze" e" geral a ter"inação “%is"o”, co"o p. ex. naturalis"o, positi)is"o, racionalis"o, (istoricis"o etc. c6 O "odo co"o se processa esse "o)i"en "o)i"ento to exot!rico Bi. !, )irado para fora6 da construção das cincias, na sua plurifor"idade e pluridi"ensionalidade e seus "Atuos relaciona"entos, est' resu"ido nos pontos $' "encionados no n. N. d6 0ertence essencial"ente à cincia a "ons"i$n"ia "r2ti"a da sua cientificidade. Essa conscincia crítica não ! "ais a fixação referencial à id!ia unidi"ensional da cincia da teoria ingnua das cincias co"o foi descrita no n. N, "as si" a li"pidez, a precisão, o pulso certeiro positum de cada ca"po, dentro e a partir do &ual as cincias de sondage" da lógica i"plícita no positum rece-e" a possi-ilidade de sua construção. Esse "o)i"ento de sondage" e ausculta para a raiz% (orizonte de u"a cincia, cincia, portanto, esse "o)i"ento "o)i"ento de recondução ou re%dução da construção a seus princípios, a sua funda"entação, as suas pressuposições funda"entais, ! u" "o)i"ento contr'rio ao "o)i"ento "o)i"ento da construção, ! u" "o)i"ento "o)i"ento )irado para dentro, i. ! esot-ri"o, "o)i"ento para a profundidade, para a interioridade de u"a cincia. > desse "o)i"ento &ue depende, se a construção de u"a cincia se processa co"o cincia )erdadeira ou não. > esse "o)i"ento &ue "ant!" o )igor, a precisão e a )italidade de u"a cincia, ! dele &ue depende a cientificidade de u"a cincia. e6 Os grandes proressos re)olucion'rios de u"a cincia não se dão na parte exot!rico% construti)a, e"-ora na pu-licidade, as no)idades e as desco-ertas espetaculares nessa parte das cincias se$a" cele-radas co"o progressos re)olucion'rios de u"a cincia. O autntico progresso progresso re)oluci re)olucion' on'rio rio de u"a cinci cinciaa se d', &uand &uando, o, de)ido de)ido a u"a sondage sondage" " de penetração penetração positum do (orizonte, dentro e ausculta do positum dentr o e a partir par tir do &ual a cincia le)anta le)anta a sua construção, Lebenswelt "ais acontece u"a recolocação do ca"po para dentro de u"a Lebenswelt "ais profunda, "ais rica e
"ais a-rangente, operando u"a "udança dos conceitos funda"entais de u"a cincia, possi-i possi-ilit litand andoo e pro)ocan pro)ocando do a re)isã re)isãoo de toda toda a construção, construção, a partir partir e dentro de u" (orizonte (orizonte "ais profundo, "ais )asto e origin'rio. f6 Esse "o)i"ento de redução na ausculta da possi-ilidade pre$acente no (orizonte de u"a cincia não tem "ontedo . ão constitui, portanto, con(eci"ento do tipo conteAdos e sa-er co"o o te" a parte exot!rica das cincias. > "o)i"ento, din9"ica de penetração, sondage", ausculta, ! a din9"ica de precisão e sensi-ilidade no ler entre lin(as, i. !, do intelecto. g6 0or não ser conteAdo, não est' deli"itado deli"itado a u" deter"inado sa-er ou con(eci"ento. con(eci"ento. Ele nada te", nada sa-e de ante"ão, a tudo exa"ina, exa"ina, a tudo a-orda, sondando o sentido das pressupos pressuposiçõe ições, s, inclu inclusi) si)ee e princip principal al"e "ente nte das das suas suas própria própriass in)es in)estiga tigações ções,, &ue pode" pode" se depositar co"o conteAdos. (6 Esse duplo "o)i"ento caracteriza a cientificidade de u"a cincia. Esse duplo "o)i"ento, nas suas respecti)as respecti)as polaridades, polaridades, apresenta o seu "odo próprio de se processar, algo co"o "o)i"ento centrifugal e centripetal de u" rede"oin(o espiral.
Reflexão 1H5 / finitude, a po-reza da filosofia a6 a filosofia, propria"ente propria"ente não se te" conteAdos. @udo &ue ali aparece aparece co"o conteAdos, p. ex., explicações, explicações, argu"entos, descrições da realidade, ter"os, conceitos, são "ateriais do exercício da colocação das &uestões, &ue no fundo, são u" Anico e"pen(o e intr!pido "o)i"ento de, e" sondando e auscultando, -uscar o sentido do ser, &ue e"erge nas Lebenswelt Lebenswelten en, da i"ensidão a-issal do ser. E o sentido do ser não ! nen(u" conteAdo deter"inado, "as si" u" des)elar%se do a-is"o da serenidade do nada, &ue afeiçoa cada )ez "ais a nossa -usca, a sa-er"os cada )ez "enos, a fi" de nos dispor"os cada )ez "ais, a "el(or ou)ir, a "el(or auscultar e a "el(or rece-er as no)as possi-ilidades de ser, e"ergentes dessa plenit plenitude ude a-is a-issal sal do nada. nada. Essa Essa -usca -usca,, &uanto &uanto "ais "ais -usca, -usca, tanto tanto "ais "ais se torna pura pura disponi-ilidade da espera auscultaste do inesperado, na total po-reza do sa-er, na plenitude do )azio de u"a recepção atenta, na )ulnera-ilidade da finitude alegre e grata. -6 > esse esse não%sanão%sa-er, er, co"o co"o a dispo disposiç sição ão de auscu ausculta lta do fundo, fundo, &ue &ue disso dissol)e l)e e faz per"e') per"e')el el o fundo de u"a cincia, i. !, o seu (orizonte fundante, dentro e a partir do &ual u"a cincia le)anta o seu edifício, possi-ilitando%l(e u"a funda"entação "ais profunda e "ais )asta, u"a radicalização nos ní)eis e nas di"ensões "ais origin'rias do ser, a-rindo assi" à cincia no)os (orizontes. c6 / filosofia, propria"ente não apresenta nen(u" conteAdo, "as se a)ia cada )ez à ausculta e ao aprofunda"ento nos a-is"os do sentido do ser, no per"eio dos conteAdos conteAd os das cincias, cincias, (o$e. ão so"ente no per"eio dos conteAdos das cincias, cincias, "as ta"-!" ta"-!" $unto $unto de todo e &ual&uer conteAdo da existncia, (o$e, onte", a"an(ã, a&ui, l', cada )ez, onde o e"pen(o da
Lebenswelt . 0or isso, ela -usca -usca se concretiza concretiza,, a partir partir e dentro dentro de u" deter"ina deter"inado do (orizont (orizontee da Lebenswelt to"a diferentes for"as de apareci"ento, constituindo )ariegadas e infindas "odalidades de MfilosofiasM, &ue po)oa" os "anuais da (istória da filosofia.
d6
inesperado, &ue constitui a essncia da filosofia, não de)e ser confundida co" )i)ncia M"ísticaM de Mpassi)idadeM pietista. /ntes, ! o "o)i"ento intenso de tra-al(o intelectual, i.!, o e"pen(o "'xi"o de, no per"eio da "aterialidade desta ou da&uela )icissitude da existncia (u"ana Bessa o-ra, esse autor, essa arte, essa &uestão etc. 6, 6 , exercitar%se na disponi-ilid disponi-ilidade, ade, &ue real"ente real"ente penetre penetre no a-is a-is"o "o de de profund profundidad idadee do sentid sentidoo do ser. esse esse e&uí) e&uí)oco oco de identif identifica icarr a espera espera do inesperado co" a passi)idade pietista cai o )italis"o, o espontaneís"o, o espiritualis"o, ei)ados de esteticis"o. Essa espera do inesperado, na plena atenção atenção no per"eio do tra-al(o 'rduo e intenso, ! antes u" la-or oper'rio, corpo cor po a corpo co" o sentido da )ida. Exige enga$a"ento enga$a"ento de toda a nossa li-erdade, li-erdade, de todo o nosso ser (u"ano. l6 a linguage" de RierHegaard, a disponi-ilidade da espera do inesperado ! o est'gio !tico, le)ado a sua "'xi"a consu"ação.
D 7 A ONTOLOGIA Feflexão JJ5 7i)isão da filosofia de (ristian Golf e o lugar da ontologia Feflexão JK5 Ontologia co"o disciplina e co"o &uestão do ser. Feflexão Feflexão JN5 / &uestão do ser e as ontologias regionais. Feflexão Feflexão JP5 / &uestão do ser e as ontologias epocais. Feflexão JQ5 / ontologia "edie)al5 u"a ilustração de co"o poderia ser a exposição de u"a ontologia epocal. Feflexão JP5 /lgu"as &uestões funda"entais da ontologia co"o &uestão do ser5 4er e ente 4er e existncia 4er e (istória 4er e )erdade 4er e de)er 4er e )ida 4er e tudo
5 7 T5TO 7 =I=LIOGRAIA
Questão da ontologia
A palavra existência e similares, como existencialidade, existencial , estão sendo usadas na reflexão no sentido da fenomenologia de Ser e tempo (Martin Heidegger). Indicam o próprio do ser do homem ou da “vida humana. !m ve" de o próprio de o ser do homem , podemos tam#$m di"er o ontologicum do humano. %eralmente, &uando diferenciamos o ser do homem, do ser de outros entes não'humanos, marcamos certamente a diferena entre ente e ente, mas não “entre o ser do ente humano e o ser do ente não'humano. om outras palavras, não temati"amos a diferena ontológica, mas apenas a *ntica. A palavra existência e seus derivados, no seu uso espec+fico fenomenológico, indica de imediato o próprio do homem, no sentido da diferena *ntica, mas ao mesmo tempo, acena tam#$m para a diferena ontológica i. $, a diferena &ue se d no sentido do ser, ao pensarmos com maior precisão o ser do homem e não o homem como ente. - grande desafio em se manter na temati"aão da diferena ontológica $ a de não representar a diferena entre/ ser e ser como se fosse uma diferena a modo da distinão entre ente e ente. A diferena ontológica só vem 0 fala se, em se operando #em a diferena *ntica e marcando na mira de nossa atenão a diferena entre ente e ente, divisarmos numa mira/, digamos, o#l+&ua a din1mica do in'stante do lance livre da totalidade &ue se estrutura como mundo. 2 nesse surgir do mundo, nesse “intus “ire como ser'no'mundo, &ue nos mira nesse in'stante o sentido do ser na sua criatividade cada ve" nova e gratuita. - ente &ue tem como o seu próprio o apangio de ser clareira do desvelamento do sentido do ser se chama homem, não mais entendido como su#st1ncia ou su3eito, mas sim como a responsa#ilidade livre e criativa pelo sentido do ser4 $ exist5ncia. •
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6entido do ser não $ id5ntico com significaão da palavra ser . 6entido, propriamente, pouco tem a ver com signo ou significaão, em#ora tenha muito a ver com aceno. 6entido, usualmente, indica os 7 sentidos, &ue por sua ve", de modo não muito claro, se referem am#iguamente ao sensorial, ao sensual, ao sens+vel, 0 sensi#ilidade est$tica. Mas, sentido di" tudo isso, por&ue em todas essas refer5ncias, est presente o sentir . ! o sentir est tam#$m no sentimento. Mas, então, o &ue $ o sentir8 9o sentir, h recepão. 9a recepão, se $ afetado previamente por um “anterior, para &ue se rece#a. Mas a&ui não se d, não h o &u5, &ue afeta. A anterioridade do pr$vio, do a priori na recepão, não $ anterioridade factual, *ntica, de um algo &ue ocorre antes, em si, e então afeta, mas sim atin5ncia ao to&ue de um aceno &ue deixa ser sempre de novo, cada ve" diferente e nova a possi#ilidade do eclodir silencioso da estruturaão do mundo. :rata'se, portanto, não de fato, mas sim de operaão ou ato nos seus momentos. •
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