UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – NEaD
Inglês Instrumental I Livro-texto EaD
Natal/RN 2010
DIRIGENTES DA UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP Reitoria Sâmela Soraya Gomes de Oliveira Pró-Reitoria de Graduação e Ação Comunitária Sandra Amaral de Araújo Pró-Reitoria de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação Aarão Lyra
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DA UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP Coordenação Geral Barney Silveira Arruda Luciana Lopes Xavier Coordenação Pedagógica Edilene Cândido da Silva Coordenação de Produção de Recursos Didáticos Michelle Cristine Mazzetto Betti Coordenação de Produção de Vídeos Bruna Werner Gabriel
Revisão de Linguagem e Estrutura em EaD Priscilla Carla Silveira Menezes Thalyta Mabel Nobre Barbosa Úrsula Andréa de Araújo Silva Apoio Acadêmico Flávia Helena Miranda de Araújo Freire Assistente Administrativo Eliane Ferreira de Santana Gabriella Souza de Azevedo Gibson Marcelo Galvão de Sousa Giselly Jordan Virginia Portella
Coordenação de Logística Helionara Lucena Nunes
O48e
Milanez, Maria Kassimati. Inglês instrumental I / Maria Kassimati Milanez. – Natal: EdUnP, 2010. 178 p. : il. ; 20 X 28 cm Ebook – Livro eletrônico disponível on-line. ISBN 978-85-61140-46-5
1. Inglês instrumental. I.Título. RN/UnP/BCSF
CDU 811.111
Maria Kassimati Milanez
Inglês Instrumental I 1a Edição
Natal/RN 2010
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS Organização Luciana Lopes Xavier Michelle Cristine Mazzetto Betti Coordenação de Produção de Recursos Didáticos Michelle Cristine Mazzetto Betti Revisão de Linguagem e Estrutura em EaD Priscilla Carla Silveira Menezes Ilustração do Mascote Lucio Masaaki Matsuno
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO Delinea - Tecnologia Educacional Coordenação Pedagógica Margarete Lazzaris Kleis Coordenação de Editoração Charlie Anderson Olsen Larissa Kleis Pereira Coordenação de Revisão Gramatical e Normativa Michelle Christie Olsen Revisão Gramatical e Normativa Morgana do Carmo Andrade Barbieri Coordenação de Diagramação Alexandre Alves de Freitas Noronha Diagramação Michelle Cristina Damasco Ilustrações Alexandre Beck
Hello! Meu nome é Maria Kassimati, sou grega, mas moro no Brasil desde os quatro anos de idade. A maior parte de minha vida passei no Rio de Janeiro, onde comecei a estudar inglês aos 14 anos, e nunca mais parei de me envolver com essa língua interessantíssima. Graduei-me em Letras, Licenciatura Português e Inglês, pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em Niterói, estado do Rio de Janeiro, em 1985. Moro em Natal, Rio Grande do Norte, desde 1992. Sou mestre em Linguística Aplicada pela UFRN (2009) e, atualmente, sou doutoranda na mesma área, também na UFRN. Tenho muito interesse em estudar sobre o ensino de Inglês Instrumental e esse é o tema da minha dissertação de mestrado e da minha tese de doutorado. Sou professora DNS III do curso de Letras na UnP e também atuo na Pós-Graduação de Língua Inglesa da instituição e em outros cursos e pós da UnP. Fui professora substituta no curso de Licenciatura em Letras, modalidade Inglês, da UFRN de 2005 a 2007 e, quando estava escrevendo este livro, exercia a mesma função com vigência até 2012. Sou professora de língua inglesa em escolas de línguas desde 1982 e, também, já atuei como professora de Português no ensino médio. Tive um curso de inglês em Natal por seis anos. Também trabalho com revisão de textos acadêmicos e outros tipos há mais de 27 anos, bem como com tradução de textos.
CONHECENDO O AUTOR
MARIA KASSIMATI MILANEZ
Inglês Instrumental é uma modalidade do ensino da língua inglesa que está focalizada nas necessidades específicas do públicoalvo que, no caso deste livro-texto, é a leitura e a interpretação de textos variados na língua inglesa. Assim, outras habilidades/ competências inerentes à língua, como falar, ouvir e escrever não são alvo desta disciplina. Este livro-texto visa ensinar o aluno a ler e interpretar corretamente variados tipos/gêneros de textos em inglês, tais como: propagandas, gráficos, textos dissertativos de todo o tipo, receitas, letras de música, artigos de jornal, revista ou eletrônicos. O estudo desta disciplina lhe possibilitará ler e compreender textos em inglês, mesmo que você não tenha um domínio da língua inglesa falada e mesmo possuindo um vocabulário mínimo em inglês. O livro-texto também tem como objetivo aumentar o vocabulário que você já possui, a fim de facilitar a sua compreensão dos textos em inglês por meio de exercícios indutivos de preenchimento de lacunas, por exemplo, e outros. Ademais, você saberá usar os prefixos e sufixos para entender palavras derivadas desconhecidas em inglês. Você também aprenderá a usar o seu conhecimento prévio, o contexto, as palavras cognatas e as conhecidas para deduzir o significado de palavras desconhecidas. Por fim, você perceberá que é possível ler e compreender um texto em inglês sem precisar ser um falante dessa língua. Bom estudo!
CONHECENDO A DISCIPLINA
INGLÊS INSTRUMENTAL I
Capítulo 2 - Usando a estratégia da dedução e do conhecimento prévio .................................................... 39 2.1 Contextualizando .......................................................................................................... 39 2.2 Conhecendo a teoria .................................................................................................... 40 2.2.1 Esquemas mentais .............................................................................................. 42 2.2.2 O vocabulário de que você precisa .............................................................. 47 2.2.3 Deduzindo pelo contexto ................................................................................ 52 2.2.4 Usando o dicionário ............................................................................................ 54 2.3 Aplicando a teoria na prática ..................................................................................... 56 2.4 Para saber mais .............................................................................................................. 58 2.5 Relembrando .................................................................................................................. 58 2.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................ 59 Onde encontrar ..................................................................................................................... 61 Capítulo 3 - Como interpretar um texto em inglês .................................. 63 3.1 Contextualizando .......................................................................................................... 63 3.2 Conhecendo a teoria .................................................................................................... 64 3.2.1 O que são palavras cognatas e como elas podem nos ajudar na compreensão de um texto em inglês? .................................................. 66 3.2.2 Palavras com radical cognato e terminações regulares, que possuem correspondente em português .................................................. 67 3.2.3 Palavras conhecidas ........................................................................................... 69 3.2.4 Expressões idiomáticas e phrasal verbs ...................................................... 71 3.2.5 Com um vocabulário maior, como traduzir um texto em inglês? ..... 73 3.3 Aplicando a teoria na prática ..................................................................................... 75 3.4 Para saber mais .............................................................................................................. 76 3.5 Relembrando .................................................................................................................. 76 3.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................ 77 Onde encontrar ..................................................................................................................... 77
SUMÁRIO
Capítulo 1 - Estratégias de leitura rápida: skimming, scanning e tópico frasal ......................................................... 13 1.1 Contextualizando .......................................................................................................... 13 1.2 Conhecendo a teoria .................................................................................................... 14 1.2.1 Skimming ............................................................................................................... 14 1.2.2 Scanning ................................................................................................................ 15 1.2.3 Marcas tipográficas ............................................................................................ 20 1.2.4 Tópico frasal .......................................................................................................... 24 1.2.5 Título ........................................................................................................................ 25 1.2.6 Conhecimento prévio......................................................................................... 25 1.2.7 Deducting .............................................................................................................. 28 1.2.8 Infering ................................................................................................................... 30 1.3 Aplicando a teoria na prática .................................................................................... 31 1.4 Para saber mais .............................................................................................................. 33 1.5 Relembrando .................................................................................................................. 33 1.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................ 34 Onde encontrar ..................................................................................................................... 37
Capítulo 4 - Gêneros textuais ........................................................................................ 79 4.1 Contextualizando ................................................................................................................................... 79 4.2 Conhecendo a teoria ............................................................................................................................. 80 4.2.1 Diferença entre gênero textual e tipo textual ................................................................... 81 4.2.2 Como usar os gêneros textuais para entender um texto em inglês .......................... 83 4.2.3 Gêneros textuais comuns em nosso dia a dia ................................................................... 87 4.3 Aplicando a teoria na prática .............................................................................................................. 93 4.4 Para saber mais ....................................................................................................................................... 93 4.5 Relembrando ........................................................................................................................................... 94 4.6 Testando os seus conhecimentos ..................................................................................................... 94 Onde encontrar .............................................................................................................................................. 97 Capítulo 5 - Vocabulário: palavras cognatas, conhecidas e falsos cognatos ............ 99 5.1 Contextualizando ................................................................................................................................... 99 5.2 Conhecendo a teoria ...........................................................................................................................100 5.2.1 Palavras cognatas .......................................................................................................................101 5.2.2 Falsos cognatos e cognatos enganosos ............................................................................102 Actual ................................................................................................................................................104 5.2.3 Palavras conhecidas ..................................................................................................................106 5.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................108 5.4 Para saber mais .....................................................................................................................................110 5.5 Relembrando .........................................................................................................................................110 5.6 Testando os seus conhecimentos ...................................................................................................111 Onde encontrar ............................................................................................................................................112 Capítulo 6 - A estrutura gramatical e sintática da língua inglesa ............................113 6.1 Contextualizando .................................................................................................................................113 6.2 Conhecendo a teoria ...........................................................................................................................114 6.2.1 Os grupos nominais: estruturas diferentes das do português ..................................116 6.2.2 Tipos de modificadores em um grupo nominal .............................................................123 6.2.3 Como reconhecer um grupo nominal em um texto .....................................................127 6.2.4 Os verbos e os grupos verbais em inglês ..........................................................................128 6.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................130 6.4 Para saber mais .....................................................................................................................................131 6.5 Relembrando .........................................................................................................................................131 6.6 Testando os seus conhecimentos ...................................................................................................132 Onde encontrar ............................................................................................................................................133 Capítulo 7 - Formação de palavras: composição, derivação e conversão ...............135 7.1 Contextualizando .................................................................................................................................135 7.2 Conhecendo a teoria ...........................................................................................................................136 7.2.1 Alguns sufixos mais comuns na língua inglesa ...............................................................140 7.2.2 Alguns prefixos mais comuns na língua inglesa .............................................................148 7.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................151 7.4 Para saber mais .....................................................................................................................................152 7.5 Relembrando .........................................................................................................................................152 7.6 Testando os seus conhecimentos ...................................................................................................153 Onde encontrar ............................................................................................................................................154
Capítulo 8 - Coesão e coerência no texto em inglês: uso dos elementos de coesão .................................................................155 8.1 Contextualizando .................................................................................................................................155 8.2 Conhecendo a teoria ...........................................................................................................................156 8.2.1 Coesão ...........................................................................................................................................156 8.2.2 Elementos de coesão em inglês ...........................................................................................158 8.2.3 Referenciação pronominal .....................................................................................................163 Pronomes de caso reto ....................................................................................................................164 Pronomes possessivos .....................................................................................................................164 Pronomes reflexivos .........................................................................................................................165 Pronomes demonstrativos ...............................................................................................................167 Pronomes relativos............................................................................................................................168 8.2.4 A coerência textual ....................................................................................................................169 8.3 Aplicando a teoria na prática ............................................................................................................170 8.4 Para saber mais .....................................................................................................................................171 8.5 Relembrando .........................................................................................................................................171 8.6 Testando os seus conhecimentos ...................................................................................................172 Onde encontrar ............................................................................................................................................173 Referências .....................................................................................................................................................175
Capítulo 1
CAPÍTULO 1 ESTRATÉGIAS DE LEITURA RÁPIDA: SKIMMING, SCANNING E TÓPICO FRASAL
1.1 Contextualizando A leitura de textos, mesmo em nossa língua materna, requer estratégias que, muitas vezes, esquecemos de usar ou as desconhecemos por completo. Nem todas as respostas ou informações encontram-se dentro do texto lido: muitas delas estão fora dele, ou além dele. Torna-se necessário, portanto, conhecer algumas estratégias que poderão nos ajudar na interpretação de textos em língua inglesa. Neste capítulo, você irá aprender as estratégias de leitura rápida, como skimming, scanning e tópico frasal. Elas vão ajudá-lo a entender o assunto, ou o tema de um texto em língua inglesa, sem precisar ler todo o texto, ou, então, quando você estiver procurando uma informação específica em um dado texto e não quiser ler o texto todo. Outro ponto que vale ressaltar e do qual o leitor muitas vezes se esquece é o conhecimento prévio que ele tem do assunto do texto. Quando se tem conhecimento do assunto, essas informações poderão ser acessadas durante a sua leitura e certamente o ajudarão a deduzir, ou inferir, o que não está claro ou se desconhece. É preciso, portanto, muitas vezes, parar a leitura e refletir sobre o assunto que está sendo lido e usar as informações que se tem a esse respeito, o que tornará a compreensão bem mais fácil. É necessário que o leitor tenha também domínio da estrutura de sua língua materna para que possa fazer, quando possível, as equivalências entre as duas línguas e, com isso, facilitar a dedução de certas estruturas, expressões e palavras de um texto em inglês. Não poderíamos deixar de lado também o uso do bom senso, da lógica e da intuição que todos nós possuímos em maior
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ou menor grau e que, certamente, farão a diferença na interpretação final de um texto em língua inglesa. Assim, ao final deste capítulo, esperamos que você seja capaz de: • aplicar as estratégias de skimming e scanning e de tópico frasal para ler rapidamente um texto em inglês; • ativar seu conhecimento prévio para entender um texto em inglês; • usar as informações verbais e não verbais presentes no texto para a compreensão do assunto do texto.
1.2 Conhecendo a teoria 1.2.1 Skimming Muitas vezes, só queremos saber do que trata o texto para, então, começar a lê-lo de verdade. A estratégia de skimming é muito útil nessa situação, evitando que percamos tempo lendo um texto todo que, no final, não nos interessa. O skimming é especialmente útil para ganhar tempo em testes e provas que apresentam perguntas sobre o tema central do texto e não requerem pormenores ou, então, quando estamos decidindo qual bibliografia usar em um trabalho científico, por exemplo. Lemos apenas a informação mais destacada como, o título, subtítulos, a fonte, consideramos a linguagem gráfica, não verbal, como gravuras, gráficos, mapas, as palavras que se repetem ao longo do texto.
DEFINIÇÃO Skim em inglês significa tirar a nata do leite, tirar da superfície, isto é, como estratégia de leitura, significa tirar do texto a informação relativa ao assunto do texto.
Usando a estratégia de skimming, podemos concluir que o Texto 1 a seguir trata de estampas tribais (tribal prints). Observe:
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TEXTO 1 Celebs in Tribal Prints Get inspiration and tips for incorporating this crazy-fun trend into your summer wardrobe! Beyoncé turned heads in Brazil while filming the video for “Put It in a Love Song,” an Alicia Keys track that she’s featured on. The tribalinspired blazer paired with floral shortyshorts might be a little crazy to wear out in public, but on the set of a fun music video in Brazil, anything goes! Find a structured tribal blazer like Beyoncé’s and layer a black tank underneath. Then finish the look with a pair of dark denim skinny jeans or black leggings. AFP/Getty Images Fonte: Disponível em:
. Acesso em: 3 jun. 2010.
1.2.2 Scanning Scanning é um termo usado na informática e que todos nós conhecemos. Escanear é um anglicismo, adaptação de uma palavra inglesa para o português. No entanto, já que escanear em computação é copiar um texto ou imagem através de um scanner para o computador, isso pode dar uma ideia errada do que seja esta estratégia. Nesse caso, seria melhor compreender como se dá o escaneamento para entender o que esta palavra tem a ver com uma estratégia de leitura e interpretação de texto.
DEFINIÇÃO Em inglês, scan significa esquadrinhar, perscrutar, examinar atentamente, alcançar com a visão.
É isso o que o scanner faz para copiar um texto ou figura para o computador: ele esquadrinha, faz uma varredura no texto todo primeiro para poder transferir o seu conteúdo para o computador.
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Pela estratégia de scanning, é exatamente isso o que fazemos com o texto: examinamos, esquadrinhamos para encontrar alguma informação específica. Lembra-se dos filmes O exterminador do futuro ou Robocop? Os personagens-máquinas eram computadorizados e toda vez que eles procuravam algo ou alguém, a imagem que aparecia para nós no filme era a de um scanner esquadrinhando a cena à procura de algo ou alguém específico e que parava, sinalizando que achou algo, quando finalmente o alvo era encontrado. É exatamente assim que nosso cérebro funciona quando está à procura de uma palavra-chave, por exemplo, e, quando ele a encontra, paramos de procurar e lemos esta palavra (e também a informação que está ao seu redor). Esta é uma estratégia que também nos poupa tempo no caso de um teste ou de uma prova. Ela é especialmente útil para encontrarmos informações específicas contidas em questões de prova, por exemplo, usando as palavraschave sem precisarmos ler o texto todo. Suponhamos que você quer achar palavras no texto a seguir, que tenham relação com o ganhador do American Idol nº 9 (corresponde ao programa de televisão “Ídolos”), Lee DeWyze, e com o namorado da concorrente, Simon Cowell. Então você faz uma varredura no texto e para nas palavras Lee DeWyze e Simon Cowell, lendo o trecho que gira ao redor dessas palavras, para saber o que o texto declara sobre eles. Você descobre que: a outra concorrente da final, Crystal Bowersox, admira o rival e torce para que ambos tenham uma ótima carreira. Descobre que ela não ficou surpresa por ele ter ganhado e que o acha um cara muito legal. Também descobre que Crystal terminou o namoro com Simon Cowell, porque ele não se adaptava ao novo estilo dela por ser um rapaz de cidade pequena. O restante do texto você nem lê, porque não lhe interessa e, sim, o que diz respeito a Lee DeWyze e Simon Cowell. Vamos tentar? Observe o Texto 2 a seguir. Nele assinalamos onde o nome do ganhador do American Idol n° 9 aparece por completo, ou parcialmente, bem como o nome do namorado de Crystal e a palavra boyfriend, que significa namorado. Essas são as partes do texto em que seus olhos vão parar quando estiver usando a estratégia de scanning.
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TEXTO 2 American Idol runner-up Crystal Bowersox still feels like she won American Idol finale: And the winner is... “I feel like I’ve won because Lee [DeWyze] won, and I have such respect for him as an artist and a human being,” Bowersox said backstage after the finale. “Both of us are going to have very successful careers and we’re going to be friends for a long time.” Bowersox, 24, said she wasn’t surprised DeWyze was crowned Idol’s ninth winner. “I knew Lee was going to win and people seemed to be surprised by that, but I just had a feeling,” Bowersox said. “I couldn’t be happier for Lee. It couldn’t have happened to a nicer guy.” “I said before the show [he would win],” Bowersox continued. “I just had this strange sense of peace and calm. I’ve been that way through the whole season if you hadn’t noticed. I’m just mellow and I was willing and ready and happy for whatever the outcome was.” Read our recap of the American Idol finale Besides going on the Idol tour, Bowersox said the first thing she’ll do is “hug my baby boy and get back to living,” Then she plans on recording an album while on tour. “Now the real work begins.” So what did she learn from her Idol experience? “That I can walk in heels,” Bowersox joked, adding more seriously: “I’ve learned a lot about myself and I’ve learned a lot about the business. I already knew who I was, but I was just picking the things that I like and adding to it. I’m never going to be the same; my life is never going to be the same.” American Idol alums say farewell to Simon Cowell Another thing that won’t be the same: her boyfriend. “He wasn’t cool with the lifestyle,” Bowersox told Ryan Seacrest on his 102.7 KIIS-FM radio show Thursday. “He’s a small-town guy and it’s fine. But I’m a small-town girl but I want this.” Fonte: Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2010.
a) Palavras-chave
CONCEITO Chamamos de palavras-chave todas aquelas palavras que têm relação direta com o tema central do texto e que, sem sabermos o seu significado, ficaríamos sem entender a ideia central do texto.
Normalmente, podemos representar, por meio de um diagrama, a relação das palavras-chave de um texto a partir do seu tema, mesmo antes de lermos um texto. Chamamos a isto de ativação do conhecimento prévio, isto é, uma maneira de alertar nosso cérebro para o que poderá vir pela
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Capítulo 1
frente em termos de vocabulário relacionado ao tema. Mas isto só poderá ser feito uma vez que percebamos qual o tema central do texto que queremos interpretar. Isto poderá ser conseguido pela leitura do título, das marcas tipográficas (elementos não textuais, como gravuras, forma do texto, cor e forma das fontes etc.), do título e do primeiro parágrafo do texto. Observe um exemplo de diagrama (Figura 1) das palavras-chave de um texto sobre a dengue:
mosquito blood
epidemics
Aedes Egipty
fever
Dengue
deaths
haemorrhagic
still water
bites flu-like symptoms
Figura 1 - Palavras-chave de um texto sobre a dengue
EXPLORANDO Pesquise no dicionário online o significado destas palavras-chave sobre a dengue. Acesse: www.babylon.com>.
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b) Palavras Repetidas Muitas vezes observamos, ao passar os olhos rapidamente por um texto, que algumas palavras se repetem ao longo dele, o que é uma poderosa dica de que aquelas são palavras-chave relacionadas ao tema principal do texto. Essa repetição acaba se constituindo em uma marca tipográfica, já que podemos percebê-la sem precisar ler todo o texto e ter uma ideia do tema principal logo desde o primeiro contato com ele. Fique atento a essas palavras e, se souber o seu significado, você já poderá ter uma ideia do que trata o texto que está para ler. Veja as palavras-chave destacadas no Texto 3, a seguir, sobre o carro elétrico do futuro: algumas delas se repetem ao longo do texto. TEXTO 3 An Electric Car Test Drive—In 2020 With the Nissan Leaf, the Chevy Volt and other plug-in cars entering the market, potential buyers wonder: How will recharging stations work? What will a “fill up” cost? To answer those questions, we talked to dozens of experts and spent a day with a hypothetical EV driver from the future. Santa Monica, California, 12 AM, August 4, 2020 At midnight, your car wakes up. The hefty, 15-pound charging cable tethering the front of the vehicle to a 220-volt outlet in your garage goes live, pulling 5 kilowatts of power from the grid. In just 5 hours, it will nearly double your home’s average daily electrical consumption. Across California, hundreds of thousands of plug-in hybrids and pure electric vehicles are doing the same, sipping electricity from a power network at rest. Some of those vehicles have different charging regimens, communicating more with the local utility, or even allowing that utility to actively control when and how to recharge their batteries. But yours follows a simple pricing scheme, automatically charging during what is typically the cheapest time of the day, between midnight and 5 am. That’s when the utilities have power to spare, when the office buildings in downtown Los Angeles have gone dark and sweltering. In the daily rhythm of the grid, this is off-peak. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2010.
Sem saber o significado dessas palavras, fica difícil entender o texto, porque todas elas se relacionam diretamente com o tema tratado no mesmo. Se você não souber o seu significado, este é o momento de consultarum dicionário e verificar o que elas significam para então reiniciar a leitura e usar as outras estratégias conjuntamente para entender esse texto.
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c) Palavras Cognatas e/ou Conhecidas
DEFINIÇÃO Cognata significa conhecida e vem do latim cognecer, que significa conhecer.
Chamamos de palavras cognatas aquelas que já conhecemos por se parecerem com a nossa língua materna como: exercise, television, attention, conversation, public etc. Mas também podemos considerar como palavras conhecidas todas as palavras em inglês que já são de domínio público como love, yes, no, hamburguer, fast food etc.
LEMBRETE Lembre-se de que comentamos anteriormente sobre a atitude correta diante de um texto em língua inglesa: levar em conta sempre o que já sabemos e não nos deixar desanimar sobre o que ainda não sabemos. Neste ponto, nunca é demais ressaltar que as pessoas sabem mais palavras na língua inglesa do que imaginam, já que a exposição a esta língua nesses tempos de globalização é enorme, portanto, não se subestime com relação ao seu conhecimento da língua inglesa.
1.2.3 Marcas Tipográficas Hoje em dia o apelo visual é muito grande e na linguagem escrita também podemos observar isto. Os textos, muitas vezes, vêm acompanhados de figuras, gráficos, cores, tipos de letra, fotos, formatação, tudo para chamar a atenção do leitor. Esta característica, cada vez mais presente em textos escritos e que chamaremos de marcas tipográficas, muito pode nos ajudar na compreensão desses textos. Se pudermos perceber o assunto ou o tema central do texto antes mesmo de lê-lo cuidadosamente, nosso cérebro ficará mais atento às informações no decorrer da leitura e faremos as relações entre as palavras e os blocos de informação mais facilmente. Observar todas as marcas tipográficas para saber o assunto do texto antes de começar a lê-lo predispõe nosso cérebro a entender melhor do que trata esse texto.
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Algumas marcas tipográficas mais comuns são: • figuras, fotos, gravuras, imagens em geral – elas geralmente traduzem o assunto principal do texto e são poderosas dicas sobre o tema central, por isso, não devem ser ignoradas; • gráficos, tabelas, esquemas, diagramas – normalmente eles mostram dados estatísticos do texto e também são uma eficiente dica sobre o tema central do texto. Na maioria das vezes, usam números, que são uma linguagem universal, o que facilita ainda mais o seu entendimento e podem auxiliar na compreensão do tema central do texto; • layout ou formatação do texto – nem sempre os textos têm uma formatação padrão. Se o texto está formatado em colunas, normalmente trata-se de um artigo de revista ou jornal; se possui uma formatação incomum, como em forma de coração, ou circular, por exemplo, normalmente refletirá o tema central do texto, neste caso, amor ou a Terra, respectivamente. A distribuição dos parágrafos também é importante, já que cada parágrafo introduz um aspecto diferente do parágrafo anterior; • cores e formatos das letras – muitas vezes as cores de algumas letras (normalmente as que iniciam os parágrafos) também carregam algum tipo de informação a respeito do texto. Uma letra com fonte do tipo usado por máquinas ou computação poderá significar que o texto é futurístico, por exemplo, ou de que trata de máquinas; • caracteres diferentes de letras – quando se percebe em um texto o uso repetido de caracteres que não sejam as letras do alfabeto, pode-se deduzir que o tema central do texto está intimamente relacionado com aqueles caracteres. Por exemplo, se percebemos muitos cifrões e números decimais, deduzimos que se trata de assunto financeiro; se existem muitos sinais de porcentagem, podemos deduzir que se trata de estatísticas ou economia. A presença de números geralmente é uma marca tipográfica, já que, dependendo do tipo de números (anos, datas, cifras, porcentagens, decimais, frações etc.), poderemos deduzir do que o texto está tratando se eles se repetirem ao longo da leitura.
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Como se pode perceber neste item, nem sempre é preciso LER todo um texto para se extrair informações, mas é preciso ficar atento a cada detalhe e sempre usar a dedução, a lógica, a intuição e o conhecimento prévio para se chegar a conclusões corretas antes mesmo de se começar a ler o texto. Antes de começar a ler um texto na sua própria língua, você forma expectativas com relação ao texto que irá ler baseadas no seu conhecimento do mundo e da sua língua: chamamos a isso de predição (em inglês, prediction) (TOTIS, 1991). Normalmente, fazemos as predições com relação a um texto baseados no título, subtítulo, nas figuras e, até mesmo, na fonte e no autor e, então, ao lermos o texto propriamente dito, confirmamos ou não essas predições. A predição é, portanto, uma estratégia bem útil para que possamos ativar nosso conhecimento prévio e prepararmos nossa mente para o conteúdo provável do texto. Aqui a palavra-chave é OBSERVAÇÃO. Não basta ler, é preciso, antes, observar as marcas tipográficas no texto e sempre levá-las em consideração antes mesmo de ler esse texto, tentando prever do que tratará. Ao fazer isso, você ativará o seu conhecimento prévio sobre o assunto que será tratado, fazendo um brain storm, que, no nosso caso, significa pensar sobre as possíveis palavras e expressões relacionadas ao assunto previsto pelas marcas tipográficas. Tais marcas podem aparecer ao longo do texto, pois elas poderão, muitas vezes, preencher os vazios que, porventura, surjam na leitura (palavras e/ou expressões que desconhecemos), facilitando, assim, a interpretação correta desse texto.
CURIOSIDADE O brain storm é tão importante que, cada vez que um professor vai trabalhar um texto em uma turma, normalmente ele faz um brain storm coletivo, conversando sobre o assunto. Algumas vezes, inclusive, ele faz perguntas a respeito do assunto do texto para induzir os alunos a pensarem nas palavras relacionadas ao texto e que se espera que apareçam no decorrer da leitura. Infelizmente, por falta de informação à turma do uso desta estratégia, muitos alunos pensam que o professor não está dando a aula propriamente dita. Na verdade ele está simplesmente usando a estratégia da predição para preparar a mente do aluno para o conteúdo do texto a ser lido.
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Veja estes dois exemplos de textos (Textos 4 e 5) em que as marcas tipográficas falam por si, sem que precisemos entender as palavras. TEXTO 4 Are You Normal or Nuts? Find out what human behavior crosses the line from wacky to worrisome, and what you really shouldn’t worry about. By Jancee Dunn John Cuneo Join the discussion. What habits do you have that concern you? We all like to think we’re regular folk, but even the most straitlaced among us has a boatload of habits that are downright peculiar. Which is as it should be. We’re only human, which means we’re all a little weird. As Whoopi Goldberg put it, “’Normal’ is nothing more than a cycle on a washing machine.” So it’s a sure bet that your nutty quirk-the one you think is so freakishly unusual-is shared by plenty of other people, whether it’s an addiction to lip balm (yes, there’s a Lip Balm Anonymous) or peladophobia (fear of bald people). Do you have a fear of flying? Find out how to assuage this completely normal occurrence. Fonte: READER´S DIGEST. Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2010. TEXTO 5 The 10 Best Weight-Loss Tips Ever Dieting sucks and never seems to work long-term anyway. These easy habits will slim you down. By Zoe Ruderman Losing pounds doesn’t have to be torture (we’re looking at you, cayenne-pepper cleanse). Adopt at least three of these behaviors — they’re simple to integrate into your day-to-day routine, and all are enthusiastically backed by nutritionists — and you’ll be thinner and healthier in days. (Plus, the weight will stay off) Fonte: Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2010.
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Capítulo 1
1.2.4 Tópico Frasal O tópico frasal é a frase que resume o tema central de um parágrafo em um texto dissertativo. Se este for o primeiro parágrafo, este tópico frasal representará o tema central do texto. Neste ponto, torna-se importante fazer uma distinção entre assunto e tema de um texto.
CONCEITO Assunto: É mais geral, pode ser comum a vários textos, cujos temas poderão ser diferentes. Normalmente é representado por uma só palavra ou expressão sobre assuntos gerais. Ex.: ecologia, economia, pobreza, capitalismo, política, países desenvolvidos, violência urbana etc. Tema: É uma delimitação do assunto, é mais específico e não pode ser resumido em uma palavra. Normalmente é uma frase que, comumente, vem no início do primeiro parágrafo do texto.
Portanto, para se ter uma boa ideia do tema central, basta ler a primeira frase do primeiro parágrafo do texto e, de preferência, o parágrafo inteiro. Vale ressaltar que cada parágrafo tem seu tópico frasal, isto é, o tema abordado naquele parágrafo, que não poderá conflitar com o tema central do texto, e, sim, desenvolvê-lo. É como se fossem desdobramentos, aprofundamentos ou detalhamentos do tema central do texto. Veja este exemplo do primeiro parágrafo do Texto 6, onde o tópico frasal foi sublinhado. TEXTO 6 New photos from the Hubble Space Telescope show once again the value of having a decades-old orbiting observatory. After examining identical photos taken 10 years apart, scientists measured the speeds of individual stars in a distant nebula — a feat akin to seeing the apparent thickness of a human hair 500 miles away. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2010.
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Percebe-se que o tema central do restante do texto é o Telescópio Espacial Hubble apenas lendo-se o tópico frasal. Concorda?
1.2.5 Título O título normalmente visa dar uma ideia do assunto do texto e não do tema, portanto, cuidado para não se enganar. Muitas vezes, o título pode até confundir um leitor mais desatento, pois pode conter linguagem figurada, como ironia, eufemismo (figura de linguagem usada para amenizar uma informação, ou o significado de uma palavra, por ser chocante ou inadequada para a situação) etc. Portanto, sempre leia o tópico frasal do primeiro parágrafo ou o parágrafo inteiro para se certificar do que trata o texto. Vamos a um exemplo de título que pode confundir: TEXTO 7 Tribute to Daddy Daddy the pit bull was Cesar Millan’s right-hand dog since the beginning of Dog Whisperer. See photos of this legendary canine and find out how you can help honor his legacy of helping to rehabilitate other dogs. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2010.
O título do Texto 7 induz o leitor a pensar que o assunto é paternidade ou uma homenagem a um pai. No entanto, ao lermos o texto, nos damos conta de que Daddy é o nome de um cão e nada sobre paternidade é mencionado!
1.2.6 Conhecimento prévio Já comentamos esse assunto anteriormente, mas nunca é demais enfatizá-lo. É preciso que você esteja sempre atualizado com todos os assuntos, dos mais banais aos mais importantes da atualidade. Conhecimento geral é pré-requisito para tudo hoje em dia, desde o Vestibular até as entrevistas de emprego. Esteja sempre lendo: • revistas semanais com notícias recentes atuais e mundiais; • jornais; • revistas femininas (deixe de lado o preconceito, principalmente se você for homem, porque atualmente as revistas femininas trazem assuntos muito relevantes, que vão desde saúde à ecologia);
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• revistas e jornais científicos, literatura (muitos textos fazem referência a obras mundialmente conhecidas, às vezes estabelecendo paralelos entre elas e o texto, ou usando metáforas com base nos personagens ou em passagens famosas); • obras literárias nacionais e estrangeiras; • a Bíblia (novamente, deixando os preconceitos de lado, já que este é um livro de cunho histórico e literário e não somente religioso e é citado em muitas obras importantes) é uma importante fonte de conhecimento; • a mitologia grega (esta é citada em muitas obras e até mesmo no nosso dia a dia seus personagens estão presentes); • noticiários e programas de reportagens também são uma ótima fonte de conhecimentos gerais. Também vale usar outras mídias como fonte de conhecimento, tais como: • filmes; • televisão (especialmente os noticiários, documentários, entrevistas); • música, já que as letras podem mencionar desde eventos históricos até o cotidiano das pessoas comuns e refletem a cultura de uma língua; • teatro; • sites da internet variados. No entanto, de nada adianta acumular tanto conhecimento geral se esquecermos de aplicá-lo na hora em que dele mais precisarmos que, no nosso caso, é na leitura e interpretação de um texto em língua inglesa. Mencionamos anteriormente que nem todas as respostas encontram-se no texto e, sim, no leitor. O leitor que possui o conhecimento do assunto do texto já está a um passo da interpretação correta, mesmo que não saiba TODAS as palavras que estão lá. Mas é preciso que ele use este conhecimento no momento da leitura juntamente com suas tentativas de compreender o significado das palavras em inglês. O que acontece normalmente é que o leitor fica tão absorto com a leitura do texto e com suas tentativas de compreender o sentido das palavras desconhecidas, que se esquece de parar por um momento, “sair” do texto, e fazer uma ponte entre o que ele já conseguiu entender e o que sabe do assunto que está lendo. É nesse momento que a lógica, as deduções e o bom senso poderão ajudá-lo a entender melhor o texto. Jamais tente entender um texto apenas decodificando o significado de suas palavras.
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REFLEXÃO Quando você lê um texto em sua língua materna, você LÊ e ENTENDE cada palavra ou usa seu conhecimento prévio do tema que está sendo tratado no texto e de sua própria língua para compreender os blocos de palavras e o texto como um todo?
Um texto é um todo e não somente um amontoado de palavras que possuem um significado individual. É a habilidade de entender blocos de informação de cada vez, e não as palavras isoladamente, que resultará na interpretação correta do texto todo (CARRELL, 1990). O tema do Texto 8, a seguir, é bem conhecido pelos brasileiros que gostam de futebol. Use o seu conhecimento prévio para entender do que trata o texto TEXTO 8 Full name: Ronaldo Luiz Nazário de Lima Date of birth: September 22nd 1976. Place of birth: city of Rio de Janeiro, in the State of Rio de Janeiro. Height: 1.83 m (6 ft) Nicknames: when Ronaldo first came to the Brazilian team, in 1994, he was fellow of center-defense Ronaldão (Ronaldão = big Ronaldo); thus, despite being tall, he was dubbed Ronaldinho (Ronaldinho = little Ronaldo). By 2002, Ronaldão had left the Brazilian team, and another Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, had joined it; for some time, Brazilian fans were used to see Ronaldinho and Ronaldinho Gaúcho playing side by side. At the time, the fans of Internazionale in Milano were already calling him Ronaldo, the Phenomenon; Brazilian fans and media adopted the name. Today, Ronaldo is simply Ronaldo (or, Fenômeno), and Ronaldinho is Ronaldinho (or, Ronaldinho Gaúcho). The first professional team where Ronaldo played was São Cristóvao, in the outskirts of Rio de Janeiro, from 1991 to 1993. Like every aspiring footballer in Rio, Ronaldo applied for tests in the football school maintained by his favorite team, Flamengo, but he was not approved. In 1993, he was taken by Jairzinho, the Hurricane of the 1970 World Cup, to sign a contract with Cruzeiro, one of the major teams in the State of Minas Gerais. In Cruzeiro, Ronaldo’s abilities soon drew attention of coach Carlos Alberto Silva. Ronaldo played for the first time in Cruzeiro at age 16 during an excursion to Europe; back to Brazil, he was already a principal. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2010.
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REFLEXÃO No Texto 8 sobre Ronaldo, o Fenômeno, será que entendemos o texto porque muitas das palavras são cognatas ou conhecidas, ou porque sabemos bastante sobre a vida deste craque brasileiro? Por que ele deixou de ser chamado Ronaldinho e passou a ser conhecido como Ronaldo? Qual sua cidade Natal? Qual foi o seu primeiro time profissional? Ao ler essas informações, será que você está realmente lendo e interpretando as palavras em inglês ou está respondendo às questões porque você já tem o conhecimento prévio deste tema?
1.2.7 Deducting Muitas vezes não sabemos o significado de algumas palavras, mas sabemos de outras. É nesse momento, baseados no que já sabemos, que vamos deduzir o que não sabemos. Essa é uma das técnicas mais úteis para suprir a falta de conhecimento de vocabulário em inglês. Mas, para isso, é preciso também ter um bom conhecimento do português para poder estabelecer paralelos entre as duas línguas. É importante também conhecer a estrutura da língua inglesa, porque, muitas vezes, ela é bem diferente da do português.
CONCEITO Deducting é deduzir, usar a lógica, o conhecimento prévio e o bom senso para deduzir o significado de uma palavra expressão ou frase.
Observe o exemplo: He did not want to *** anything because his stomach was already full of the good food of the French restaurant.
É fácil deduzir que é a palavra COMER (eat em inglês) a que melhor substitui os *** deduzindo-a a partir do restante da frase. Palavras como food,
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restaurant, stomach são cognatas, isto é, parecidas com o correspondente em português, o que facilita a dedução de COMER nesta frase. Agora, observe este texto: Madonna is a WXYZ singer. She LMBD dancing and singing. It´s her favorite hobbie. She is also a mother of two HGSR. She VUYR a girl and a boy. Madonna LMDB going out with them to the park, where they can FQPÇ with other children and have fun. They LMDB their mother so much. She is a WXYZ mother besides being a singer and a VTHS.
Provavelmente você conhece quase todas as palavras que fazem parte deste texto, com exceção, é claro, das que estão em maiúsculas, pois elas não existem. No entanto, não é difícil deduzir o que elas querem dizer. Vejamos o texto em português com as mesmas palavras inventadas. Madonna é uma WXYZ cantora. Ela LMBD dançar e cantar. É o seu passatempo preferido. Ela também é mãe de duas HGSR. Ela VUYR um menino e uma menina. Madonna LMBD sair com eles para o parque, onde podem FQPÇ com outras crianças e se divertir. Eles MBD tanto sua mãe. Ela é uma WXYZ mãe além de ser cantora e TMHS.
Foi fácil deduzir as palavras inventadas? O mesmo deve ter acontecido com o texto em inglês, se você conhecia a maioria das palavras. Como você pôde ver, o nosso cérebro completa o que não sabemos a partir do que já sabemos. Aliás, essa é a maneira pela qual aprendemos qualquer coisa: nosso cérebro parte do conhecido para descobrir o desconhecido.
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PRATICANDO Você consegue ler o texto abaixo mesmo com as letras trocadas por números? 35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!
Viu só? Não foi difícil, não é? É assim que o nosso cérebro completa ou substitui a informação desconhecida (os números, neste caso), somente se baseando no que já conhecemos da estrutura lexical de nossa própria língua. É assim que o seu cérebro vai agir toda vez que você ler um texto em inglês e não souber algumas palavras. Baseado no que você já sabe, o seu cérebro usará a dedução para completar a informação que falta, utilizando a informação que você já decodificou ou o seu conhecimento prévio do assunto.
1.2.8 Infering Infering significa inferir, que é deduzir o que o texto quer dizer além das palavras escritas. É ler entre as linhas, por assim dizer. Muitas vezes o autor não diz explicitamente o que quer dizer, mas o faz de maneira indireta, seja usando linguagem figurada ou, mesmo, deixando “no ar” algo que é de fácil dedução, ou, ainda, lançando mão de eufemismos, ironia ou reticências. Não é tão fácil inferir o que o autor deixou de dizer, mas quis deixar no ar. É preciso ter um maior domínio do vocabulário e da estrutura da língua inglesa, bem como usar, novamente, a intuição, a lógica, o bom senso e o conhecimento prévio do assunto. O que ajuda muito nas inferências é sempre levar em conta o contexto e não somente a palavra ou a expressão que se está tentando entender. Aliás, considerar o contexto deve ser uma prática que todo o leitor brasileiro de língua inglesa deveria seguir sempre que lesse um texto em inglês. Nunca é demais recomendar que não se deve ficar preso ao trecho do texto que
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se está lendo, mas lembrar-se sempre de que aquilo faz parte de um todo e, muitas vezes, apenas fazendo isto já o ajudará a entender melhor o que parecia tão difícil.
DESAFIO O que o autor não diz claramente, mas que pode ser inferido no trecho abaixo com relação a um crime que algumas pessoas cometem? People do not know to research properly. They usually just read some information and paste it on their own text using ctrl C + ctrl V as if they have created the text themselves. It is an absurd that has many names but in all of them it is clear that people are acting anti-ethically because no credits are given to the original author of the text.
1.3 Aplicando a teoria na prática Você precisa responder às questões a seguir, a fim de poder fazer um trabalho, cuja referência bibliográfica é o Texto 9 em inglês, que se segue. Use algumas das estratégias de leitura rápida para responder a essas perguntas: a) Qual o tema central do texto? b) De que trata cada parágrafo? c) Usando seu conhecimento prévio e/ou escaneando o texto, em que lugar do torneio mundial ficou o país tratado no texto? d) Por que eles são chamados de champions? e) Quais são as palavras-chave do texto?
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TEXTO 9 Uruguay football team get heroes’ welcome By Veronica Psetizki Montevideo They may have finished fourth in the football World Cup but that was enough for Uruguay’s national side to be given a champion’s homecoming. Hundreds of thousands of Uruguayans followed and cheered the team in a long motorcade as they paraded along the sea promenade of the capital city, Montevideo, on Tuesday. The players waved to the crowd from the bus, holding flags, some of them filming on their own camcorders to cherish this moment forever. On the sides of the bus, a large banner summed up the nation’s feeling: “Orgullo celeste”, Spanish for “Light blue pride”, referring to the colour of Uruguay’s shirt. “Thank you, champions! You gave us our pride back!” read one of the hundreds of banners that flanked the squad’s 30km-long parade. (…) Fonte: Disponível em: . Acesso em: 14 ago. 2010.
Então, tentou resolver as questões? Vamos às respostas de cada uma? a) O tema é a volta para casa da seleção uruguaia depois da copa de 2010 e como eles foram recebidos pelo povo em Montevideo. b) 1º parágrafo - Apesar da colocação na copa, eles foram tratados como campeões na volta para casa; 2° parágrafo - A carreata de milhares de uruguaios nas ruas de Montevidéu vibrando com sua seleção; 3º parágrafo - Os jogadores seguravam bandeiras e filmavam o momento de interação com a multidão; 4º parágrafo - Uma faixa nos lados do ônibus da seleção resumia o sentimento do povo: orgulho celeste, referindo-se à cor da camisa da seleção; 5° parágrafo - Centenas de faixas de agradecimento por terem trazido de volta o orgulho dos uruguaios viam-se nos 30 km do desfile. c) C. No primeiro parágrafo aparece o numeral ordinal forth, que significa quarto.
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d) Porque, apesar de terem ficado em quarto lugar, foi muito significante para os uruguaios e eles consideraram isso como uma questão de trazer o orgulho uruguaio de volta à nação. e) Uruguay(ans), parade(d) champion(s), pride, banners são as palavras que mais se repetem ao longo do texto.
1.4 Para saber mais Site: English Made in Brazil URL: Neste site, você poderá encontrar textos para praticar as estratégias apresentadas neste capítulo.
Site: Inglês Online URL: Neste endereço, você encontrará pequenos textos com glossário para ajudá-lo a aumentar o seu vocabulário.
1.5 Relembrando Neste capítulo, você estudou as seguintes estratégias de leitura de textos em inglês: • Skimming É uma estratégia de leitura rápida, cujo objetivo é saber o assunto do texto de uma maneira geral. Para isso, você poderá usar: as marcas tipográficas, que podem ser gravuras, gráficos, números, tamanho, forma e cor das fontes; as palavras-chave, que podem ser palavras repetidas, cognatas ou conhecidas; títulos e subtítulos.
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• Scanning É uma estratégia de leitura rápida, que visa procurar palavras ou expressões em particular no texto e ler a informação referente a elas. • Tópico frasal É uma estratégia de leitura rápida, que visa encontrar o tema central do texto e/ou de cada parágrafo do texto. • Deducting/infering Estratégias, que visam descobrir o significado de uma palavra ou expressão a partir de outras que conhecemos, pelo contexto, utilizando o nosso conhecimento prévio ou, mesmo, usando o nosso bom senso e dedução lógica e pelo que conhecemos da estrutura da nossa própria língua.
1.6 Testando os seus conhecimentos Responda às perguntas a seguir, usando as estratégias de leitura que aprendemos até agora. 1) Como seria um diagrama para ativação do conhecimento prévio com 10 palavras que se relacionem com o assunto ANOREXIA? 2) Qual a estratégia mais apropriada para se usar no caso de você estar procurando os preços de produtos em um texto de propaganda de uma loja? a) b) c) d) e)
Skimming Deducting Infering Scanning Tópico frasal
3) Complete as lacunas abaixo com significados em português usando as estratégias de deducting\infering e/ou o seu conhecimento prévio para compreender todo o trecho. Use também as palavras cognatas e conhecidas.
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The _____________ of the United Sates, Barak Obama, has declared that he is interested in considering the Nuclear Weapond __________ a top priority in his government. He will try to establish an agreement with __________ such as Iran, North Korea and Afghanistan. They have _________ opinions about using nuclear power in defending their territories but Obama says he will try to reach to an __________ that is good for all of them and also for the world. 4) Marque as alternativas que mais se aproximam do que você aprendeu neste capítulo a respeito de ler um texto: a) A interpretação correta de um texto depende apenas de quanto conhecemos as estratégias de leitura aprendidas. b) Se soubermos usar corretamente as estratégias de skimming e scanning, conseguiremos saber qual é o tema central de um texto, mesmo que não tenhamos conhecimento prévio. c) A interpretação de um texto depende em boa parte do conhecimento prévio que se tem sobre o assunto do texto. d) É possível saber o tema de um texto sem usar nenhuma das estratégias deste capítulo, apenas usando o nosso conhecimento prévio do assunto. e) O conhecimento prévio sobre o assunto pode ajudar se não soubermos o significado de algumas palavras. 5) Como podemos encontrar o assunto de um texto sem ler esse texto? 6) Para que servem o título e o subtítulo? 7) Que tipo de palavras nós devemos procurar no dicionário se não as conhecemos ou não as pudermos deduzir pelo contexto? a) b) c) d) e)
Falsos cognatos Palavras desconhecidas Palavras do título Palavras cognatas Palavras-chave
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8) Observe o Texto 10, a seguir, e responda: TEXTO 10 How Green Is the World? View the results of the annual Greendex survey and then calculate your score to find out how you rank compared to the rest of the world.
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 jun. 2010.
Qual o assunto do texto? a) b) c) d) e)
O mundo O verde no mundo Resultados O verde Cálculos
9) Observe o Texto 11, a seguir, e responda: TEXTO 11 Tribute to Daddy Daddy the pit bull was Cesar Millan’s right-hand dog since the beginning of Dog Whisperer. See photos of this legendary canine and find out how you can help honor his legacy of helping to rehabilitate other dogs. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 jun. 2010.
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Capítulo 1
Apenas pelas palavras conhecidas e/ou cognatas, qual é o tema central? a) b) c) d) e)
Um cão pit bull Um cão honrado Uma lenda sobre reabilitação Um cão que ajuda a reabilitar outros cães Reabilitação de pit bulls
Que inferência nós podemos fazer a respeito do cão Daddy? a) b) c) d) e)
Ele não tem dono. Ele morreu. Suas fotos têm legendas. Ele mordeu a mão direita de Cesar Millan. Seu legado é uma honra.
Onde encontrar CARRELL, P. J. D.; ESKEY, D. Interactive approaches to second language reading. Cambridge: CUP, 1990. TOTIS, V. P. Língua inglesa: leitura. São Paulo: Cortez, 1991.
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CAPÍTULO 2 USANDO A ESTRATÉGIA DA DEDUÇÃO E DO CONHECIMENTO PRÉVIO
2.1 Contextualizando No capítulo anterior, apresentamos a dedução e o conhecimento prévio como estratégias de leitura rápida. Neste capítulo, vamos nos aprofundar na teoria a respeito do conhecimento prévio, estudando pormenorizadamente como se dá o processo de leitura e interpretação de um texto e como podemos usar nossa dedução para esclarecer partes do texto que não sabemos. Você perceberá, cada vez mais, a importância de se manter informado sobre o que acontece no mundo e à sua volta, e de sua participação na construção do sentido enquanto você interpreta um texto em inglês. Ao final deste capítulo, esperamos que você seja capaz de: • usar seu conhecimento prévio para entender o assunto de um texto sem que precise conhecer todas as palavras que ele contém; • deduzir partes de textos que possuem palavras desconhecidas usando a lógica e seu conhecimento prévio; • por meio da teoria dos esquemas mentais, entender como se dá a construção do significado em um texto; • usar o dicionário adequadamente para descobrir o significado de palavras desconhecidas.
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2.2 Conhecendo a teoria No capítulo anterior, usamos algumas estratégias de leitura de textos em inglês. As estratégias de leitura são divididas em dois tipos: ascendentes e descendentes. Já se deu ênfase a uma ou a outra em épocas diferentes, mas, hoje em dia, reconhece-se que nem um tipo, nem outro, separadamente, tornam eficiente a leitura de textos em inglês. Defende-se, atualmente, a abordagem interativa, na qual o fluxo de informação seria caracterizado pela bidirecionalidade, ou seja, a informação fluiria tanto do texto para o leitor (leitura como processo perceptivo), quanto do leitor para o texto (leitura como processo cognitivo), em geral, de forma simultânea. Entendamos melhor o que esses tipos de estratégias representam, na prática. Quando você usa a estratégia de skimming, por exemplo, está lançando mão de uma estratégia descendente, pois você considera o texto como um todo (de cima) para chegar a um ponto mais específico, como descobrir seu tema central (para baixo). Por outro lado, se você usa a estratégia das palavraschave e/ou repetidas, estará usando uma estratégia ascendente, pois, a partir de uma ou mais palavras (de baixo), tentará descobrir qual o tema central do texto (para cima). Você deve ter percebido que no capítulo anterior usamos várias estratégias ao mesmo tempo (dos tipos ascendente e descendente) para interpretar os textos propostos. Isso só vem comprovar o que os teóricos defendem nos dias de hoje: que as várias habilidades presentes no ato da leitura agem concomitantemente e não separadamente. Na verdade, os dois processos são complementares: um precisa do outro para que o entendimento do texto se concretize. Assim, de acordo com o que foi tratado até agora, o modelo ascendente tem o input visual como a dimensão mais importante na leitura. Em função disso, é chamado de orientado para os dados (no caso, o texto impresso). O modelo descendente, por outro lado, pressupõe os esquemas mentais prévios como a dimensão mais importante na leitura. Por isso, é chamado de orientado para o conceito (o conhecimento prévio). Comentamos sobre a importância do conhecimento prévio no capítulo anterior. Entretanto, vamos nos deter mais pormenorizadamente neste conceito de agora em diante, já que é um dos fatores mais relevantes na leitura de um texto de língua estrangeira ou de língua materna.
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A habilidade na leitura, na verdade, depende o mínimo possível do uso dos olhos e, à medida que nos tornamos leitores fluentes, aprendemos a confiar naquilo que já conhecemos, naquilo que está além dos olhos e, cada vez menos, no que está impresso na página diante de nós. “A compreensão eficiente (de um texto) requer a habilidade de relacionar o material textual com o conhecimento prévio” (CARRELL; EISTERHOLD, 1988, p. 76). Beck
A leitura é um processo não linear, dinâmico na inter-relação de vários componentes utilizados para o acesso ao sentido, e é uma atividade essencialmente preditiva, de formulação de hipóteses, para a qual o leitor precisa utilizar seu conhecimento linguístico, conceitual e a sua experiência (KLEIMAN, 1989). É um processo seletivo, no qual o (bom) leitor usa o seu conhecimento prévio do mundo para levantar hipóteses que são confirmadas, ou não, durante o desenvolvimento do processo. A testagem das previsões feitas seria eficiente devido à grande redundância existente na linguagem natural, assim como à capacidade que o leitor tem de fazer as inferências necessárias a partir de seu conhecimento prévio. Tal conhecimento pode ser entendido como o conjunto de conhecimentos extratextuais que o leitor emprega “para detectar a intenção do autor e, consequentemente, perceber o efeito que este desejava causar” (MOTTA-ROTH, 1991, p. 95). Citando Freire (2001, p. 8): “a compreensão de um texto vai além do texto em si, englobando também o contexto. Essa compreensão se concretiza não no nível da manipulação mecânica das palavras, mas numa relação dinâmica que envolve língua e realidade.” A aprendizagem de uma língua estrangeira é um processo global, que envolve todo o repertório cultural das duas culturas envolvidas.
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É por isso que, no capítulo anterior, enfatizamos tanto a importância de você se manter informado sobre o que acontece no mundo, no seu país, na sua cidade. Quanto mais conhecimento geral você tiver e usá-lo no momento da leitura de um texto em inglês, mais fácil será interpretá-lo satisfatoriamente. A leitura de um texto, mesmo se tratando de um texto técnico, envolve a compreensão da cultura que lhe dá origem. É importante, pois, a questão da origem do texto, bem como a sua tipologia. É por isso que devemos observar a fonte de onde se origina o texto antes de lê-lo e estar familiarizados com os vários tipos de gêneros textuais existentes, tais como: anúncio, artigo científico, artigo de revista, carta, letra de música, pois cada um deles envolve um tipo de vocabulário, estrutura, cultura e contexto. “A compreensão eficiente (de um texto) requer a habilidade de relacionar o material textual com o conhecimento prévio” (CARRELL; EISTERHOLD, 1988, p. 76). Além da interação no fluxo de informação, pode-se postular que a leitura tem ainda um caráter dialógico, ou seja, que a interação ocorre não somente no fluxo da informação, mas também entre os participantes no discurso. Esse caráter dialógico, por sua vez, amplia sensivelmente a concepção interativa que se possa ter sobre a leitura (MOITA LOPES, 1996). Assim, convém aludir novamente ao conceito de esquemas que, segundo Moita Lopes, são estruturas cognitivas armazenadas em unidades de informação na memória de longo prazo (MLP), ou seja, constituem o nosso pré-conhecimento e são empregadas no ato de compreensão. Assim, os esquemas do leitor são vistos como fornecendo, na direção descendente, a informação oriunda do texto que está sendo processada de maneira ascendente (MOITA LOPES, 1996).
2.2.1 Esquemas mentais Os esquemas mentais vêm sendo estudados há décadas, mas receberam uma maior atenção a partir da década de 70.
DEFINIÇÃO Esquemas mentais são nada mais nada menos do que estruturas mentais hipotéticas para representar conceitos genéricos guardados na memória.
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Eles funcionam como uma espécie de script e são criados em nosso cérebro a partir de nossas experiências com as pessoas, com os objetos e com os eventos no mundo. Por exemplo, quando encontramos a palavra RESTAURANTE em um texto, em nossa mente iniciamos certas generalizações envolvendo nossas experiências com restaurantes e desenvolvemos certas expectativas do que podemos encontrar em um restaurante. Você, na verdade, já possui os esquemas mentais relacionados a um restaurante, como saber que restaurante envolve mesa, cardápio, comida, bebida, garçom, pedido, conta etc. Ao ler um trecho que contenha a palavra restaurante, algumas lacunas (palavras que você não sabe) são normalmente preenchidas com essas informações automaticamente, porque você já possui em sua mente um script com os eventos e elementos que fazem parte da situação de estar em um restaurante.
DEFINIÇÃO Os esquemas mentais podem também ser definidos como o seu conhecimento anterior que o leva a prever ou esperar aspectos na sua interpretação de um texto.
Acredita-se que a informação nova (do texto) juntamente com o nosso conhecimento anterior é que constrói a representação mental que nos faz entender um texto. “A mente estimulada pelas palavras-chave ou expressões no texto, ou pelo contexto, ativa os esquemas de conhecimento.” (COOK, 1989, p. 69). A partir deste ponto de vista, podemos concluir que os esquemas mentais são ativados por um ou outro desses modos: a) Uma informação nova do mundo exterior pode ser cognitivamente recebida e relacionada a uma informação já armazenada na memória pela lembrança ou acesso. Neste caso, novos conceitos são assimilados juntamente com a informação já existente, a qual pode ser alterada ou expandida.
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b) Uma informação nova pode ser representada por novas estruturas mentais. Nesse caso, na ausência de esquemas mentais já existentes, o novo conhecimento constrói novos esquemas mentais. Uma maneira de auxiliá-lo a ativar seus esquemas mentais antes de ler um texto é fornecer atividades de pré-leitura, tais como: a) perguntar-se o que você sabe sobre o assunto mencionado no título; b) ler o primeiro parágrafo e, a partir dele, tentar perceber qual o tema do texto; c) fazer a leitura dos tópicos frasais de cada parágrafo do texto para tentar descobrir quais são os subtemas do texto, ou como ele está desenvolvido; d) ler o último parágrafo: a conclusão do autor; e) fazer esquemas de palavras do texto, relacionando-as semanticamente umas com as outras (você se lembra dos diagramas de palavras do capítulo anterior?). Você já deve ter percebido, a essa altura, que VOCÊ é uma parte imprescindível na compreensão de um texto e não somente as palavras que ele contém! O leitor não é um coadjuvante, um mero decodificador de palavras. Na verdade, acredita-se que o autor de um texto contribui menos para a sua compreensão que o leitor. Qualquer texto não carrega em si um significado, a menos que haja um leitor para interagir com ele e então atribuir-lhe significado. Como Koch (2006) afirma, o texto, seu autor e o leitor são indissociáveis. É preciso a interação dos três para produzir um significado. Você não fica satisfeito em saber que é uma das peças-chave na leitura de um texto? Que o conhecimento de mundo e os esquemas mentais que você possui são as peças fundamentais para desvendar o mistério que cada texto traz com relação ao que o autor quer dizer? Vejamos o Texto 1 em português, de Rubem Alves:
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TEXTO 1 Quando começo a escrever deixo de ser dono de mim mesmo. Fico à mercê de idéias que nunca pensei. Elas aparecem sem que eu as tenha chamado e me dizem: “Escreva!“ Não tenho outra alternativa. Obedeço. Cummings, referindose a um livro seu, ao invés de dizer “quando eu escrevi esse livro“, disse “quando esse livro se escreveu.“ Não foi ele... O livro já estava escrito antes, em algum lugar. Ele só fez obedecer às ordens que o livro lhe deu. Nikos Kazantzakis, autor de Zorba, o Grego, confessou que as letras do alfabeto o aterrorizavam. E isso porque, uma vez soltas, elas se recusavam a obedecer as suas ordens. “As letras são demônios astutos e desavergonhados — e perigosos! Você abre o tinteiro e as solta: elas correm — e você não mais conseguirá trazê-las de novo para seu controle! Elas ficam vivas, juntam-se, separam-se, ignoram suas ordens, arranjam-se a seu bel-prazer no papel — pretas, com rabos e chifres. Você grita e implora: tudo em vão. Elas fazem o que querem [...]. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 jun. 2010.
REFLEXÃO Você já se sentiu como o autor deste texto ao escrever uma redação, um texto de sua autoria? Quem você acha que são Cummings e Nikos Kazantzakis? Por que o autor de Zorba, o Grego, disse que as letras do alfabeto são demônios? Você também crê que as ideias têm vida própria e é difícil controlá-las no ato de escrever?
Você percebeu que se você não souber responder à maioria dessas perguntas fica difícil entender esse texto, mesmo se tratando de um texto em sua própria língua?
EXPLORANDO Que tal você pesquisar quem são os dois autores mencionados no texto? Assim, aumentando seu conhecimento de mundo, fica mais fácil entender este texto.
Agora, vejamos o Texto 2, em inglês, que também requererá de você conhecimento prévio e, é claro, conhecimento de um vocabulário básico de inglês.
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TEXTO 2 What makes a successful business person? Business people who are tops in their field have a lot in common, and art professionals can learn a lot from their successes and strategies I have a theory on doing business. If my business is good, it’s not because of the weather, the time of year or the economy. It’s because of me. I’m doing something right. If my business is bad, it’s not because of the weather, the time of the year or the economy. It’s because of me. I’m doing something wrong. Somebody is always buying something from somebody, so how can I make them buy from me? First of all, you need confidence in yourself and your merchandise with clear goals and knowledge of the products you are selling. Only then can you inspire dedication from your staff and a willingness to buy from customers. Successful business people, no matter what their industry, have been found to share similar traits. Today’s world is no longer satisfied with simply success-we want to know how the successful get to the top. The Russians developed a concept called “anthropomaximology,” in which they try to answer the question of why some individuals outperform others. Through the years I’ve done some anthropomaximology of my own and found there are certain qualities that describe successful business people. […] Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 jun. 2010.
Primeiramente, existem palavras que você precisa conhecer no Texto 2 (se é que já não conhece, pois elas são amplamente usadas no mundo dos negócios e mesmo fora dele), tais como: business, merchandise, staff, goals, buy e outras, que são cognatas, mas de igual importância neste texto: economy, success, qualities.
EXPLORANDO Sugerimos que você procure as palavras do Texto 2 em um dicionário eletrônico no endereço . Use este recurso sempre que achar necessário!
Feito isto, você precisa descobrir o que significa a palavra anthropomaximology. Esta é difícil de achar em um dicionário, pois não é nada comum, mesmo na língua inglesa. Ela foi atribuída a um conceito usado pelos russos, de acordo com o texto, mas, na verdade, ela tem a sua origem na língua grega: anthropos em grego significa homem, pessoa. O restante da palavra contém maximo+logy, respectivamente,
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máximo (do latim maximus) e estudo (do grego logia). Então, o significado dessa palavra seria mais ou menos “o estudo da maximização do homem”. Para saber disso, você teria que ter um conhecimento de mundo com respeito à língua grega e à latina. Na verdade, você já conhece a palavra antropologia (o estudo do homem) que contém duas das três palavras de origem grega, que fazem parte de anthropomaximology. A chave é acessar esse conhecimento na hora em que precisa e não ficar confuso com uma palavra tão pouco familiar. Você precisa confiar no seu conhecimento de mundo. Essa é a hora de parar e fazer as ligações com as informações que você já possui e não se perder no texto e em suas dificuldades. Além disso, você precisará usar a dedução e a lógica para descobrir o significado da palavra toda a partir do significado de cada uma das três palavras que a compõem. Como você pode ver, a sua participação, as suas estratégias de leitura, a sua lógica são importantíssimas, porque nem sempre teremos um dicionário à mão e nem sempre encontraremos tudo o que precisamos no mesmo. O seu conhecimento de mundo é que solucionará muitas das encruzilhadas semânticas (de significado) com as quais você irá se deparar em um texto em língua inglesa.
2.2.2 O vocabulário de que você precisa É fato comum entre os teóricos o reconhecimento de que, para se adquirir vocabulário na língua inglesa, é preciso se expor à língua, lendo o máximo de textos possível (CELCE-MURCIA, 2001). A exposição às mesmas palavras em contextos e textos diferentes é que lhe dará condições de aumentar cada vez mais o seu vocabulário na língua inglesa. Embora as estratégias de leitura existam para suprir eventuais falhas no conhecimento de vocabulário em inglês, somente elas não dariam conta da interpretação mais profunda de um texto em língua inglesa. Devido a essa constatação em cada capítulo desse livro, estaremos direcionando você a ler outros textos além dos expostos aqui, assim como esperamos que, por conta própria, você tome a iniciativa de ler o máximo possível de textos em inglês.
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Uma das maneiras de facilitar a aquisição de vocabulário na língua inglesa é relacionar certas palavras a seus antônimos e/ou sinônimos, por meio de diagramas, por exemplo, ou fazer diagramas semânticos, como o que já fizemos no capítulo anterior. Observe alguns exemplos de diagrama a partir do Texto 3 a seguir. As palavras-chave estão destacadas e, a partir delas, montaremos os diagramas (Figuras 1, 2, 3). TEXTO 3 A Parent’s Guide to Twitter By Rebecca Vander Meulen Chances are your teen has a page on Facebook, the social-networking website with a massive following among users ages 9 to 99. And, chances are, if you’ve heard of Facebook, you’ve probably also heard of Twitter, another player in the ever-expanding fray of social networking platforms, micro-blogs and the like. Perhaps you have a Twitter account. But does your child have one too? And as a parent, should you be concerned about Twitter in the hands of your child? The short answer: There’s no reason to ban your child from Twitter, but it’s important that both of you understand its ins and outs, its pros and cons and how to use it properly. While 14 percent of America’s 30 million Twitter users are 17 or younger, according to Web analysis firm Quantcast, the site is more popular among adults and has a more professional feel than Facebook. Faye Rogaski, founder of Socialsklz :-), which teaches communication skills for the modern age to young people, says teens often start Twitter accounts and then tend to forget about them. Still, Twitter is potentially a means through which personal information can fall into the hands of people who shouldn’t have it. The key – especially for kids and teens – is to be smart and to be careful. “Kids and teens often don’t have the maturity level to understand that what goes online stays online,” says Sue Scheff, founder of Parents’ Universal Resource Experts and co-author of Google Bomb. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 jun. 2010.
Iniciaremos pelas palavras cognatas e conhecidas, já que o Texto 3 é sobre redes de relacionamento na internet e, por isto, imaginamos que muitas das palavras usadas neste texto com relação a esse tema você provavelmente já conhece.
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micro-blog Facebook
online
users
Google
Internet
website
account
Web
Twitter socialnetworking
Figura 1 - Diagrama com palavras-chave relacionadas à internet
Se você não conhece algumas dessas palavras, procure saber com quem faz parte do Facebook e/ou do Twitter, ou com alguém mais envolvido com redes de relacionamento online e a internet de modo geral. Todas essas palavras estão relacionadas semanticamente, pois envolvem um mesmo tema: a internet e as redes de relacionamento. Vejamos agora as palavras-chave não necessariamente relacionadas com esse tema, mas que, neste texto, foram relacionadas ao tema por seu autor:
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Kids
Child
Younger
Ages Young People
Teens
Adults
Parent
Figura 2 - Diagrama com palavras-chave relacionadas a ages
Estas palavras estão semanticamente relacionadas, pois se referem a fases da vida, idade cronológica e relações de parentesco. Crianças, filhos (que, em inglês, são a mesma palavra: kids, children (child no singular), adolescentes (teens = adolescents), pai (mãe e pai) (parent), adultos (adults), idades (ages), mais jovem (younger), jovens (young people). Finalmente, vejamos outro grupo de palavras que está fortemente relacionado ao tema central do Texto 3:
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Ban
Concerned
Shouldn´t
Stays
Ins and outs
Professional
Careful Experts
Smart
Maturity level
Goes
Understand
Pros and cons
Figura 3 - Diagrama com palavras-chave relacionadas a careful
Pais preocupados (concerned) com o uso que seus filhos fazem da internet podem querer proibir (ban) seu uso, mas devem considerar as vantagens e as desvantagens (ins and outs) e os prós e contras (pros and cons) dessa ferramenta. O Twitter é mais popular entre os adultos, possui um perfil mais profissional (professional) e normalmente os adolescentes desistem logo de usá-lo. No entanto, ele é um meio pelo qual as informações pessoais poderiam cair nas mãos de quem não deveriam (shouldn´t). A chave é que os adolescentes e as crianças sejam espertos (smart) e cuidadosos (careful) para evitar que isso aconteça. Especialistas nesse assunto afirmam que as crianças e os adolescentes geralmente não possuem o nível de maturidade (maturity level) para entenderem (understand) que o que vai (goes) para a internet fica (stays) na internet.
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PRATICANDO Você se lembra do nosso exemplo do restaurante (restaurant)? Agora, você irá criar um diagrama de palavras-chave em inglês relacionadas a este tema.
Esperamos que você, ao ler outros textos na língua inglesa, possa fazer o mesmo com as palavras-chave e/ou repetidas do texto para aumentar o seu vocabulário sempre. Não se esqueça de consultar um dicionário toda vez que não puder deduzir uma palavra-chave do texto, usando as estratégias até aqui estudadas.
2.2.3 Deduzindo pelo contexto Neste momento, voltaremos a tocar em um ponto já mencionado anteriormente: o contexto. Halliday (1985) defende que a língua é uma representação do real e um sistema potencialmente capaz de gerar significados, os quais somente se realizam no contexto. A construção dos significados linguísticos é negociada e processual: não pertence isoladamente ao falante (ou enunciador de qualquer tipo), à gramática da língua, ou ao contexto, mas surge da relação dinâmica desses componentes, validados pela cultura da comunidade linguística.
DEFINIÇÃO Contexto é o “ambiente” ou a “situação” em que está inserida uma informação.
Por exemplo, uma informação do tipo “A velha é inútil.”, dependendo do contexto em que ela foi transmitida, pode ter várias interpretações. Se o contexto for uma conversa entre marido e mulher a respeito da mãe dela, que virá morar com eles, deduzimos que o termo “a velha” refere-se à sogra do marido. Mas se o contexto é uma conversa em uma oficina de automóveis, em que o mecânico está explicando ao dono do carro a razão da troca de uma peça por uma nova, o termo “a velha” refere-se a uma peça do carro. Você pode imaginar mil e uma
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situações (contextos) diferentes em que essa mesma informação em questão poderá ser interpretada de modos variados. Por isso, nunca devemos desprezar o contexto em que uma informação é dada, até mesmo em conversas e não somente em textos, pois isso poderá evitar muitos mal-entendidos.
REFLEXÃO Já imaginou passar por uma sala e ouvir alguém dizendo: “Temos que matar a desgraçada!” Você vai logo achar que se trata de uma trama para assassinar alguém. No entanto, pode ser que as pessoas estejam falando sobre uma barata, por exemplo. Seria engraçado se não fosse trágico, porque imagine a confusão que daria se você fosse correndo à polícia denunciar a “quadrilha”. Tudo porque você ouviu uma informação descontextualizada.
Em textos em língua materna e em língua estrangeira pode acontecer de você deduzir o significado de uma palavra sem considerar o contexto em que ela está inserida, com consequências bem menos trágicas, é claro, mas com prejuízos ao entendimento do texto. Portanto, quando se deparar com uma expressão ou palavra desconhecida, não se esqueça de considerar todo o contexto antes mesmo de partir para um dicionário, porque o contexto ajudará inclusive na escolha da opção de significado mais apropriada ao consultar uma palavra no dicionário. Tenha sempre em mente que, para se deduzir uma palavra ou expressão que desconhecemos, devemos considerar todas as outras palavras envolvidas na frase, ou trecho, que estamos lendo, por isso, precisamos conhecer, pelo menos, algumas palavras do trecho para, então, deduzir as que não conhecemos. Mais uma vez, ressaltamos o fato de que é necessário possuir um vocabulário mínimo na língua inglesa para aplicar essa estratégia. Vejamos alguns exemplos práticos: a) Doctor Ivo Pitangui is a famous surgeon. He had operated many famous celebrities such as Sônia Braga, Sofia Loren and Bo Derek. Aqui você poderia deduzir que a palavra surgeon significa cirurgião, apenas com seu conhecimento de mundo. Mas, mesmo que você nunca tivesse ouvido falar
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no Dr. Ivo Pitangui, poderia deduzir o mesmo significado pelo fato de se tratar de um doctor (médico) e também porque ele operated (operou) várias celebridades. b) Sexual harassment is very common in offices, especially with secretaries. The boss usually thinks that the woman who is under his orders can be approached with offensive words or proposals. This is a crime and the offended woman can denounce her boss for this inconvenient attitude. Neste caso, temos as palavras-chave (que você precisaria conhecer, mas a maioria é cognata): sexual, offices, secretaries, boss, orders, offensive words, proposals, crime, inconvenient attitude. Por essas palavras somente, daria para se deduzir que a palavra harassment seria assédio. Aqui também vale o seu conhecimento do mundo a respeito do assunto e da existência da expressão assédio sexual na nossa língua. c) There are many foreigners who come to Brazil looking for beautiful beaches and women: Americans, Italians, French, Argentineans and many others. They love our sun, hospitality and food. Every year, tourists from all the world arrive in Brazil looking for pleasure and fun. Neste trecho, as palavras-chave que o ajudarão a deduzir o significado da palavra foreigners (estrangeiros) são as nacionalidades, pois são cognatas, e as palavras beautiful, beaches, women, tourists, from all over the world arrive. Novamente, o conhecimento do fato de que muitos estrangeiros vêm para o Brasil por causa do sol e das mulheres também poderá ajudar na dedução do significado dessa palavra.
2.2.4 Usando o dicionário Já que muitas vezes não é possível deduzir as palavras que não sabemos em um texto em inglês, será necessário, às vezes, lançarmos mão de um dicionário. Mesmo nesse caso, é preciso sempre considerar o contexto, porque ao procurar uma palavra em um dicionário, você vai encontrar vários significados para ela. Assim, para saber qual dos significados é o mais adequado para o texto em que a palavra está inserida, deve-se considerar o trecho de onde ela foi retirada e também todo o contexto em que está localizada. Além disso, para facilitar ainda mais esta escolha dentre os vários significados oferecidos pelo dicionário, seria muito útil saber a classe gramatical da palavra que você está procurando.
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No caso de a palavra ser um verbo, por exemplo, você precisará saber a forma original desse verbo, isto é, o seu infinitivo, pois os verbetes de verbos nos dicionários trazem sempre o verbo na forma infinitiva, nunca em sua forma conjugada (no passado, particípio ou gerúndio, por exemplo). Normalmente, essas formas verbais são conseguidas pelos sufixos acrescentados ao infinitivo, ficando fácil descobrir a sua forma primitiva. Vejamos alguns exemplos: worked - passado e particípio do verbo work. Nesse caso, basta retirar o sufixo -ed ara se procurar pelo infinitivo work no dicionário. suffering - particípio presente (gerúndio) do verbo suffer. O sufixo acrescentado para este tempo verbal é o -ing. Ao retirarmos esse sufixo, temos o infinitivo desse verbo.
Infelizmente existem alguns verbos irregulares em inglês, cuja forma verbal no passado não possui sufixos. Nesse caso, você precisaria recorrer à lista de verbos irregulares e achar o infinitivo do verbo para, então, procurar o seu significado. Na internet, você encontra vários sites em inglês, que contêm essas listas de verbos irregulares da língua inglesa. Sugerimos que você tenha uma dessas listas sempre à mão. Inclusive muitas delas trazem também o significado desses verbos além de seus tempos verbais.
EXPLORANDO Uma sugestão é o site , onde você pode encontrar uma lista de verbos irregulares com o seu significado.
Se o verbo estiver no presente, você poderá procurá-lo facilmente no dicionário, porque a maioria dos verbos em inglês tem seu presente e infinitivo na mesma forma. Apenas tome cuidado para que, se o verbo terminar em -s, -es ou -ies, retirar esses sufixos antes de procurar o verbo, pois eles são a marca da terceira pessoa do singular do presente em inglês e não fazem parte da forma infinitiva. Por exemplo: dances - infinitivo dance, watches infinitivo watch, studies, infinitivo study.
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Existem muitas palavras em inglês que possuem a mesma forma, mas têm classificações gramaticais diferentes, dependendo do seu uso dentro de um texto. A maioria delas são verbos e substantivos, como: love - verbo amar e substantivo amor; call, verbo chamar, ligar e substantivo chamada, ligação; research - verbo pesquisar e substantivo pesquisa; taste - verbo provar e substantivo gosto, paladar. Felizmente, como você pôde notar, o significado das duas palavras vem de uma raiz semântica comum, por isso, não fica difícil deduzir, por exemplo, se você conhece o significado do verbo work (trabalhar), que o seu substantivo significa trabalho, e assim por diante. Quando você escolher um dentre os vários significados oferecidos por um dicionário para uma palavra que você está procurando, retorne ao texto e leia o trecho de onde ela foi retirada, mas, agora, com esse significado escolhido por você e perceba se ele faz sentido no trecho em questão. Se não fizer, volte ao dicionário e veja se outro significado se encaixaria melhor para esse trecho.
2.3 Aplicando a teoria na prática No Texto 4, a seguir, deduza o significado das palavras em negrito sem consultá-las no dicionário, usando apenas o contexto, o seu conhecimento prévio e as palavras conhecidas. TEXTO 4 The Beatles - The “Fab Four” from Liverpool The Beatles were one of the most famous rock and pop groups in history. The “Fab Four”, as the Beatles were called, came from Liverpool, England. Most of the songs were written by John Lennon and Paul McCartney. George Harrison played the lead guitar and Ringo Starr played drums. In the past 50 years the Beatles have sold over a billion records and CDs. They had more number one hits than any other British pop group. Towards the end of the 1950s John Lennon formed a group called the “Quarrymen”. Up to 1960 they changed their names a few times but finally called themselves the Beatles. In the early phase the Beatles were influenced by American rock and roll musicians like Chuck Berry and Elvis Presley. In 1961, a Liverpool record store owner, Brian Epstein, became their manager. The first hit single Love Me Do became an immediate success. Teenagers all over England went crazy when they saw and heard the new stars, not only because of the music but because of their personality and new hairstyle. […] Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 jun. 2010.
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Tente primeiro responder sozinho e, em seguida, iremos resolver juntos este exercício. Vamos lá? A primeira palavra, came, vem antes de um nome de cidade e de um país. Se considerarmos que o início do texto apresenta o grupo musical em questão, não fica difícil deduzir que essa palavra significa vêm ou vieram. No próximo trecho, temos: _______ canções foram ______ por John Lennon e Paul Mc Cartney. Most poderia ser deduzido como muitas ou a maioria (que é o significado real) e a outra lacuna fica fácil de preencher usando o seu conhecimento prévio, o contexto desse trecho e os esquemas mentais relacionados à música. Canções são escritas. Como os dois componentes do grupo são conhecidos, não fica difícil deduzir que written significa escritas: A maioria das canções era/foram escritas por John Lennon e Paul Mc Cartney. No próximo trecho, você precisaria conhecer um pouco mais a respeito dos Beatles para saber que Ringo Star tocava bateria (drums), mas é claro que você poderá procurar a palavra (substantivo) no dicionário. As próximas duas palavras também devem ser deduzidas usando-se o contexto e as palavras conhecidas CDs e billions. Records está perto de CDs, então podemos deduzir que significa a mesma coisa, ou algo parecido. Se considerarmos que na década de 50/60 não havia CDs (conhecimento prévio), então records significa discos de vinil e pelo fato de a palavra bilhões (billions) estar perto de discos e CDs, fica fácil deduzir que os Beatles venderam (sold) essa quantidade de discos e CDs naquela época. No próximo trecho, temos changed, que vem próxima à palavra conhecida names. Na frase anterior, temos a informação que John Lennon formou um grupo de nome “The Quarry men” e mais adiante a informação do nome Beatles. Então deduzimos que o trecho fala da mudança do nome do grupo, que, finalmente (finally), chamou-se (called) Beatles. No outro trecho, temos a palavra hit e logo depois a palavra single e o nome de um dos sucessos (success) dos Beatles, Love me do. Podemos deduzir, a partir do nosso conhecimento prévio e da lógica da frase, que hit é uma música de sucesso.
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2.4 Para saber mais Site: The English Magazine – Interactive learning URL: Revista com artigos interessantes sobre vários assuntos de níveis de dificuldade variados.
Site: ESL Monkeys URL: Esse site contém artigos com linguagem simplificada para estudantes de inglês como língua estrangeira. Lá você encontrará algumas narrativas, histórias infantis e outras de nível mais fácil para aumentar o seu vocabulário. Você pode escolher a faixa etária das histórias e controlar o nível de dificuldade do vocabulário.
2.5 Relembrando Neste capítulo, você estudou sobre: • Estratégias ascendentes e descendentes As estratégias de leitura são classificadas em dois tipos: de baixo para cima (ascendentes), quando você parte da palavra ou grupos de palavras, a fim de entender o texto todo; de cima para baixo (descendentes), quando você parte da compreensão geral do texto para chegar ao significado de uma palavra ou de um grupo de palavras. Ambos os tipos são essenciais para se obter a compreensão do texto e devem ser usadas concomitantemente e não em separado. • Esquemas mentais Os esquemas mentais podem ser definidos como o seu conhecimento anterior, que o leva a prever ou esperar aspectos na sua interpretação de um texto. O seu conhecimento do mundo o ajudará a completar estruturas já conhecidas por você, os scripts, como, por exemplo, o que esperar de uma ida ao cinema: pipoca, entradas, fila, carteira de estudante, luzes apagadas, trailers.
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• O vocabulário de que você precisa Você deve ler constantemente textos em inglês para aumentar o seu vocabulário. Os diagramas semânticos de palavras-chave podem ajudá-lo na memorização das palavras importantes em um texto. Você pode procurá-las no dicionário e perceber a relação entre elas no texto. Também pode fazer diagramas de antônimos e sinônimos, que o ajudarão a memorizar melhor essas palavras. • Deduzindo pelo contexto Usar o contexto em que uma informação está inserida pode fazer toda a diferença no momento de deduzi-la. A mesma palavra em contextos diferentes pode ter significados diferentes, por isso, nunca devemos tentar interpretar uma palavra sem considerar todo o texto em que ela está. • Usando o dicionário Muitas vezes, não temos outra saída senão procurar uma palavra desconhecida no dicionário. Para tanto, precisamos considerar quais dos vários significados oferecidos pelo dicionário é o mais adequado ao trecho de onde a palavra que estamos procurando foi retirada. Também devemos considerar a classe gramatical dessa palavra para facilitar a procura pelo seu significado assim como quais dos significados são mais adequados para o trecho em questão, de onde ela foi retirada.
2.6 Testando os seus conhecimentos Vamos deduzir as palavras em negrito no Texto 5 a seguir, a partir das que você já conhece e do contexto, não se esquecendo de usar o seu conhecimento prévio. Explique como você chegou ao significado de cada uma delas. A partir do significado dessas palavras, explique de que trata o texto, qual o seu tema central?
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TEXTO 5 Flattering Styles For Women With Curves by Her Plus Life
Are you one of those fabulous women that has curves, and you would like to know a fun way of showing them off? Being confident and following a few basic rules on how to buy the right clothes will make you look like the woman you want to be. The first rule is to go out and buy the correct size bra. If you are a 42 don´t buy a 44 bra. A good bra will make your outfits look the way that they should. It is amazing what a great bra can do for your figure. The second rule is buying clothes that are the right size for you. So, go ahead and throw away all those clothes that are too large on you. Wearing sizes too big or small for your body frame will only accentuate your weight, and not your lovely curves. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 3 jun. 2010.
Onde encontrar CARRELL, P.; EISTERHOLD, J. Schema theory and ESL writing.” In: CARRELL, P; DEVINE, J; ESKEY, D. (Eds.), Interactive approaches to second language reading. Cambridge, UK: Cambridge UP, 1988. p. 73-92. CELCE-MURCIA, M. Teaching English as a second or foreign language. 3. ed. London, Heinle Heinle: Thomson Learning, 2001a. COOK, G. Discourse in language teaching: a scheme for teacher education, Oxford: Oxford University, 1989. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2001. HALLIDAY, M. A. K. An introduction to functional grammar. London: Edward, Arnold Publ. 1985. KLEIMAN, A. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas, SP: Pontes, 1989. KOCH I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.
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MOITA LOPES, L. P. da. Oficina de lingüística aplicada: a natureza social e educacional dos processos de ensino/aprendizagem de línguas. Campinas: Mercado de Letras, 1996. MOTTA-ROTH, D. O processamento de sentido na leitura de textos em inglês como língua estrangeira. Letras:[S.l.], v. 1, 1991.
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CAPÍTULO 3 COMO INTERPRETAR UM TEXTO EM INGLÊS
3.1 Contextualizando Você já deve ter percebido que interpretar um texto em inglês requer, além das estratégias de leitura que estudamos e outras que ainda iremos estudar, um certo conhecimento do vocabulário básico em inglês e, da mesma forma, algum conhecimento do mundo. Para interpretarmos adequadamente um texto em inglês, é necessário usar tanto as estratégias descendentes quanto as ascendentes e, além disso, usar o conhecimento prévio para deduzirmos palavras que não conhecemos. Faz parte do seu conhecimento prévio o vocabulário básico da língua inglesa, pois para aprendermos algo, sempre partimos do conhecido para o desconhecido. Neste capítulo, buscaremos desenvolver o seu vocabulário básico na língua inglesa, para que você possa usar as estratégias ensinadas de maneira mais eficaz na leitura e na interpretação de um texto na língua inglesa. Ao final deste capítulo, esperamos que você seja capaz de: • conhecer mais palavras do vocabulário básico em inglês; • diferenciar palavras de expressões idiomáticas e de verbos preposicionados; • interpretar palavras em inglês que possuam terminações com um correspondente em português; • perceber que já possui um vocabulário de palavras em inglês que fazem parte de nosso dia a dia; • usar as estratégias de leitura aprendidas até o momento juntamente com o vocabulário adquirido em língua inglesa.
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Capítulo 3
3.2 Conhecendo a teoria Ter um vocabulário básico na língua inglesa é imprescindível para se interpretar um texto em inglês, porque sempre partimos do conhecido para o desconhecido no processo ensino-aprendizagem. Nenhuma estratégia de leitura funcionaria adequadamente se não partíssemos do que já conhecemos: conhecimento prévio do mundo e também de algumas palavras básicas importantes da língua inglesa. Já imaginou se tivéssemos que recorrer ao dicionário a cada palavra de um texto em inglês para entendê-lo? As estratégias que aprendemos até o momento, você já deve ter percebido, partem todas do pressuposto de que se sabe pelo menos um mínimo de palavras em inglês. No entanto, você pode questionar “Mas se eu não tenho um bom vocabulário, então não vou conseguir interpretar um texto em inglês?” Calma, nós temos boas notícias para você. Segundo Rubens Queirós de Almeida, em seu livro “As palavras mais comuns da língua inglesa”: As 250 palavras mais comuns compõem cerca de 60% de qualquer texto. Em outras palavras, se você conhece as 250 palavras mais comuns, 60% de qualquer texto em inglês é composto de palavras familiares. Para facilitar ainda mais a nossa tarefa os cognatos, que são as palavras parecidas em ambos os idiomas (possible e possível, por exemplo), totalizam entre 20 a 25% do total das palavras. Como o significado dos cognatos nos é de fácil compreensão, devido à semelhança com palavras de nosso idioma natal, temos então de 80 a 85% do problema de vocabulário resolvido. Se subirmos o número de palavras mais comuns a 1.000, chegamos a 70%. Somando a este valor os cognatos chegamos a valores entre 90 e 95% de um texto (ALMEIDA, 2003).
Você pode ainda argumentar “Mas ainda assim, isto não significa 100%. E o restante das palavras?” Já resolvemos isso nos capítulos anteriores: dedução, intuição, contexto são usados para preencher essa lacuna. Na maioria das vezes estamos corretos na nossa intuição com relação à dedução das palavras que não conhecemos partindo das que conhecemos. Ainda, segundo Almeida (2003): Pensemos em nosso texto como um enigma a ser desvendado. Possuímos alguns elementos familiares, as palavras que conhecemos, e outros que nos são desconhecidos. Devemos deduzir, por meio de nossa intuição, de nossos conhecimentos anteriores, o que as palavras desconhecidas podem significar.
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Capítulo 3
Não precisamos nos preocupar com todas as palavras, mas apenas com aquelas que desempenhem um papel importante no texto. Quais são elas? Se uma palavra aparece com relativa frequência em um texto, ela certamente desempenha um papel importante na compreensão do todo. Se uma palavra aparece apenas uma vez, muito provavelmente não precisaremos nos preocupar com ela.
A maioria das pessoas encara essa abordagem com suspeita, porque pensa: “Como é possível ignorar uma palavra desconhecida e continuar lendo como se nada tivesse acontecido?” Nós não consultamos o dicionário toda vez que não sabemos uma palavra em inglês, não é? Na nossa própria língua já fazemos isso, só que não percebemos porque isto já está automatizado pelo nosso cérebro. Nossa leitura se dá com frequência sem interrupções, sem pararmos para consultar um dicionário, porque deduzimos as palavras que não conhecemos na nossa língua. As palavras desconhecidas são intuídas, quase que subconscientemente, e passam a integrar o nosso vocabulário. Não adquirimos o nosso vocabulário na língua materna de uma hora para outra e, sim, com o tempo. Como já somos adultos, esse processo pode ser acelerado no caso de uma língua estrangeira, mas, mesmo assim, é preciso exposição a essa língua diariamente com a intenção de aprender palavras novas. Foi feito um estudo pela Universidade de Berkeley, Califórnia e, segundo a pesquisa, 50% da conversação usual, rotineira de um americano ou britânico de classe média, é composta por apenas 500 palavras. Considerando um universo de quase 500 mil palavras listadas no Dicionário Webster, não é tanto assim, não é mesmo? De qualquer forma, você pode ir aumentando o seu vocabulário à medida que vamos trabalhando com textos variados a cada capítulo deste livro, mas não se limite a apenas esses textos. Como já aconselhamos, você deve procurar ler qualquer coisa interessante em inglês, desde um anúncio de pasta de dentes a um artigo sobre o seu artista preferido. A exposição a vários tipos de textos (chamados gêneros textuais e que veremos no próximo capítulo) vai proporcionar um aumento gradativo do seu vocabulário básico na língua inglesa. Que tal alguns exemplos das palavras mais comuns da língua inglesa?
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• • • • • • • • • •
A, an (um, uma) Ex. I have an idea! about (sobre, a respeito de). Ex. What do you know about love? after (depois, após). Ex. See you after the class. again (de novo, novamente). Ex. Let me try again! all (todo, toda, todos (as)). Ex. Do you work all the week? almost (quase). Ex. We are almost there! also, too (também). Ex. Nice to meet you, too... always (sempre). Ex. I will always remember you. and (e). Ex. She kissed her and walked away. any (qualquer, nenhum). Ex. Do you have any question?
PRATICANDO Você não gostaria de tentar escrever essas frases em português?
3.2.1 O que são palavras cognatas e como elas podem nos ajudar na compreensão de um texto em inglês?
LEMBRETE Você já deve ter percebido que em inglês existem bastantes palavras parecidas com o português: real (real), calm (calma), cinema (cinema), palm (palma), curious (curioso) e muitas outras. Essas palavras são chamadas de cognatas, do latim cognecere, conhecer. São palavras cujo radical tem origem latina ou grega, por isso, elas nos são familiares, pois muitas línguas de origem não latina sofreram influência dessas duas línguas, inclusive o inglês.
A língua inglesa possui muitas palavras cognatas, o que pode ajudar você a aplicar as estratégias ensinadas até o momento, pois, mesmo que não conheça tantas palavras em inglês, como acha necessário, você pode sempre contar com as cognatas e deduzir as que você não sabe. Aproximadamente 50% das palavras da língua inglesa são parecidas (cognatas) com o português e isso é uma ótima notícia, não? É claro que é necessário ter atenção para perceber as semelhanças. Uma
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palavra que pode ser cognata para uma pessoa pode não ser para outra, porque isso também dependerá do seu conhecimento do mundo, de atenção e da capacidade de relacionar uma palavra em inglês ao português, atribuindo-lhe semelhança. É importante chamar a sua atenção para o fato de existirem palavras em inglês que se parecem com o português, mas cujo significado nada ou pouco tem de semelhante com a correspondente em português. Essas palavras são chamadas de falsos cognatos ou false friends (falsos amigos). Felizmente, elas representam uma pequena porcentagem na língua inglesa e nós as estudaremos no capítulo 5 deste livro-texto. Existem cerca de 1600 cognatos entre o português e o inglês. Vejamos somente alguns exemplos: capital original international anniversary contrary dictionary organization authorization
attention university quality sensibility basic academic pacific possible
responsible invisible motivated associated indicated problem system program
PRATICANDO Você consegue lembrar-se de mais algumas palavras cognatas em inglês? Quais?
3.2.2 Palavras com radical cognato e terminações regulares, que possuem correspondente em português No capítulo 7 deste livro-texto, estudaremos a formação de palavras derivadas em inglês, mas antes mesmo de estudar os sufixos e os prefixos da língua inglesa e como eles podem nos ajudar a descobrir o significado das palavras que desconhecemos, se elas forem derivadas, vamos estudar algumas palavras derivadas por sufixação, mas que são cognatas e possuem um padrão de terminação regular, o que nos possibilita deduzir facilmente seu significado em português.
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Isso certamente aumentará o seu vocabulário instantaneamente, uma vez que você aprenderá não uma lista de palavras, mas, sim, um padrão que poderá aplicar em muitas palavras derivadas e cognatas em inglês. Considerando que você poderá potencialmente conhecer 4000 palavras com essa regularidade, memorizar somente as 24 terminações e os seus significados não parece muito, não é? Existem palavras em inglês que possuem a terminação -tion, o que sempre traduziremos como o sufixo -ção em português; palavras que terminam em -ity, que em português ficam -idade; palavras que terminam em -ly, que em português ficam -mente e palavras que terminam em -ence, ficam -ência em português. A seguir, apresentamos uma amostra de como essas regularidades podem ajudar você a aumentar o seu vocabulário a partir do que já sabe: o radical da palavra que é cognato e o significado de 24 terminações, que têm correspondente em português. Vamos a elas:
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1) -al = -al annual – anual accidental – acidental biannual – bianual baptismal – batismal cathedral – catedral
4) -ar = -ar bipolar - bipolar peculiar - peculiar radar - radar vehicular – veicular
7) -et = -eto duet - dueto panphlet - panfleto amulet - amuleto cianuret - cianureto
2) -ance = -ância constance - constância redundance – redundância vigilance – vigilância tolerance – tolerância
5) -ary = -ário dictionary - dicionário presidiary - presidiário missionary - missionário sanctuary – santuário
8) -ence = -ência science - ciência reverence – reverência essence - essência sequence - sequência
3) -ant = -ante
6) -ble = -vel
brilliant - brilhante
notable - notável
giant - gigante
incredible - incrível
extravagant - extravagante
permissible - permissível
implant - implante
adorable - adorável
9) -ent (excetuando-se as palavras terminadas em -ment) = -ente incongruent incongruente fluent - fluente prudent - prudente solvent - solvente
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10) -gy = -gia energy - energia letargy - letargia sinergy - sinergia alergy - alergia
15) -ist = ista realist - realista masoquist - masoquista pluralist - pluralista seminarist - seminarista
20) -ory = -ório provisory - provisório satisfactory - satisfatório ilusory - ilusório compulsory - compulsório
11) -ic = -ico supersonic - supersônico amnemic - anêmico psichiatric - psiquiátrico canonic – canônico
16) -ive = -ivo constructive - construtivo alternative - alternativo selective - seletivo massive – massivo
21) -ous = -oso populous - populoso cancerous - canceroso sinuous - sinuoso marvelous - maravilhoso
12) -ical = -ico statistical - estatístico logical - lógico topical - tópico (adj.) surgical - cirúrgico
17) -ment = -mento parliament - parlamento cement - cimento trainment - treinamento ligament - ligamento
22) -sion = -são television - televisão fusion - fusão ilusion - ilusão confusion - confusão
13) -id = -ido acid - ácido torrid - tórrido solid - sólido putrid - pútrido
18) -ly = -mente commonly - comumente occasionally - ocasionalmente naturally - naturalmente simply - simplesmente
23) -tion = -ção invention – invenção frustation – frustração nation - nação lamentation - lamentação
14) -ism = -ismo protestantism - protestantismo pedantism - pedantismo euphemism - eufemismo islamism - islamismo
19) -or = -or mentor - mentor doctor - doutor sensor - sensor colaborator - colaborador
24) -ity = -idade naturality – naturalidade capacity - capacidade city - cidade velocity - velocidade
3.2.3 Palavras conhecidas Muitas vezes, as palavras que entendemos não são cognatas, mas nos são conhecidas porque as vemos por aí, na mídia, na internet, no comércio, enfim, no nosso dia a dia. Às vezes, não nos damos conta de quantas palavras em inglês aprendemos passivamente. Essas palavras variam de pessoa para pessoa, é claro, dependendo da profissão, da área de estudo e do estilo de vida, mas existe um grupo de palavras que provavelmente é comum a todos. Leia as palavras abaixo e veja se não conhece a maioria, porque já as leu no seu dia a dia. • Alimentos e bebidas: cheeseburger, cookies, diet, fast food, ice-cream, ketchup, light, milk-shake, pizza, sandwich, self-service, snack, soda, sundae, whisky.
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• Entretenimento, lazer e jogos: baseball, basketball, bike, camping, cinema, doping, drive-in, film, fitness, game, golf, handball, handicap, happy end, HP, jeep, jogging, karting, knockout, match, motocross, mountain-bike, movies, park, poker, pub, show, skate, story, striptease, surf, tennis, topless, trailer, videotape, volleyball, windsurf, video-game, walkie-talkie. • Diversos: flat, king-size, kitchen, WC, blackout, checkup, diesel, happening, ice, kit, laser, mix, premium, spray, standard, step, master, city, house, park, star, universe, place, rush, street, flash, freezer, tape, telephone, planet, universe, star. • Negócios: bank, best seller, boutique, business, cash, charter, club, container, credit, credit-card, delivery, express, feedback, flat, folder, follow-up, envelope, franchising, free, gold, holding, hotel, lobby, made in… magazine, mail, management, manager, market, marketing, MBA, megastore, merchandising, news, offset, outdoor, paper, Ph.D. press, rent a car, report, royalty, sale, service, shopping center/mall, slide, slogan, speaker, speech, duty-free, taxi, ticket, trademark, trainee, van, design, drive-thru, export, home banking, import, money, office, motel. • Vestuário, acessórios e moda: baby doll, bikini, black tie, blazer, casual, cotton, lycra, fashion, jeans, legging, on sale, off, stretch, shorts, sports wear, top. • Música: black music, blues, CD, CD player, compact disc, concert, country music, dance music, DJ, DVD, flashback, funk, gospel, heavy metal, jazz, LP, new age, new wave, rap, rave, rock, stereo, swing, techno, twist. • Informática: output, input, backup, bit, byte, CD-ROM, chip, connection, data, database, e-mail, enter, fax, modem, graphic, hardware, HD, hard drive, homepage, internet, intranet, keyboard, media, media player, monitor, mouse, multimedia, net, off-line, online, print, printer, processor, scanner, software, speaker, update, upgrade, shift, enter, escape, delete. • Sociedade e comportamento: boyfriend, friend, girlfriend, lady, mister black, black power, gay, GLS, high society, king, President,
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Queen, serial killer, full-time, part-time, happy, love, relax, sex appeal, sexy, stress, baby-sitter, barman, cowboy, doctor, freelance, model, movie star, office-boy, top model.
3.2.4 Expressões idiomáticas e phrasal verbs Não poderíamos encerrar o tema sobre vocabulário sem informar a você que, além das palavras que não são cognatas ou conhecidas, existem na língua inglesa (assim como na portuguesa) expressões idiomáticas, isto é, conjuntos de palavras, normalmente pares, que possuem um significado único, independentemente de seu significado isolado. Por exemplo: out of the blue = de repente, do nada. Observe que o significado da expressão nada tem a ver com o significado isolado de cada uma das palavras que a compõem: out = fora; of = de; the = o; blue = azul. Além de ter que aprender palavras novas que você ainda não conhece para aumentar o seu vocabulário em inglês, você também precisará aprender expressões idiomáticas, pois quase sempre a tradução não se dá palavra por palavra e, sim, por grupos de palavras. Isso ocorre em qualquer língua e não só no inglês. A fim de ilustrar esse aspecto da língua inglesa, vamos aprender mais algumas expressões. É claro que você pode consultar um dicionário só de expressões idiomáticas, quando não souber interpretar alguma expressão em um texto em inglês, assim como você faz ao consultar palavras isoladas em um dicionário de palavras. in two minds - indeciso Ex. I´m in two minds about this problem.
bed of roses - mar de rosas Ex. I didn´t promise you a bed of roses, Mary.
in your shoes - em seu lugar kick the bucket - bater as botas, morrer Ex. The old man finally is going to kick the Ex. If I were in your shoes, I would marry him. He is perfect! bucket tonight. in high spirits - entusiasmado Ex. Pau lis in high spirits today because he received a promotion.
make up your mind - decidir-se Ex. Come on, make up your mind about going or not to the party, Susan.
like chalk and cheese - completamente diferentes, como água e vinho Ex. My sister and I are like chalk and cheese, very different in many aspects.
I don´t give a damn - não estou nem aí, nem ligo Ex. You don´t want to come with me? I don´t give a damn!
by the way - a propósito (quando se quer mudar de assunto em uma conversa) Ex. I forgot my pen again. By the way, Jane, where is yours?
ups and downs - altos e baixos Ex. Everybody has their ups and downs.
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PRATICANDO Por que você não tenta interpretar essas frases e passá-las para o português?
Além das expressões idiomáticas compostas normalmente por substantivos, temos outras, compostas de verbos, que são chamadas phrasal verbs, ou expressões idiomáticas verbais. Normalmente são verbos seguidos de uma ou mais preposições ou advérbios, que mudam, radicalmente, muitas vezes, o significado do verbo sozinho, e que são traduzidas como um novo verbo. Não se deve traduzir o verbo e a preposição isoladamente, mas, sim, considerar o conjunto todo como tendo um só significado. Vejamos alguns exemplos: ask out - convidar para sair Ex: It´s the third time he asks me out this week!
try on – experimentar uma roupa Ex: She´s in the changing room, trying on a dress.
blow up - explodir Ex: The soldiers blew up the enemy bridge.
write down – anotar Ex: If you write down your appointments you don´t forget them.
call off – cancelar Ex: The game was called off due to the heavy rain.
break down – parar de funcionar Ex: Susie was going to work when her car broke down.
get over – se recuperar de algum problema Ex: I hope you get over his death soon.
give in – ceder Ex: The two boys fought until one gave in.
give up – parar de, desistir de, abandonar Ex: He gave up football.
go off – tocar Ex: My alarm clock usually goes off at 6 o´clock.
let down – desapontar alguém Ex: Don´t let me down!
show up – comparecer Ex: Not many people showed up for the contest.
put off – adiar Ex: “Never put off till tomorrow what you can do today.”
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PRATICANDO Vamos tentar passar para o português essas frases com os verbos preposicionados?
3.2.5 Com um vocabulário maior, como traduzir um texto em inglês? Agora que o seu vocabulário está maior, você deve estar se perguntando: “Mas afinal, como é que eu coloco tudo isso em prática juntamente com as estratégias de leitura que já aprendi nos dois outros capítulos?” Você lembra que, no capítulo anterior, estudamos sobre os tipos de estratégias de leitura? Elas se dividem em estratégias descendentes e ascendentes: do geral para o específico e do específico para o geral, isto é, muitas vezes você parte do texto todo, sua forma, suas marcas tipográficas, seu assunto geral, para descobrir o significado de unidades menores, como palavras e expressões. Outras vezes, você tenta descobrir o significado de palavras e expressões e, a partir daí, procura entender do que trata o texto de modo geral. Se você usará um tipo de estratégia ou outro é a necessidade que vai dizer, mas, na verdade, o que acontece é que usamos tanto um tipo de estratégia quanto outro, como nós já aprendemos no capítulo anterior. Neste capítulo, aprendemos basicamente vocabulário e como descobrir o significado de palavras pela semelhança com a nossa língua e de palavras comuns em inglês no nosso cotidiano. Essas foram estratégias ascendentes, porque focamos no específico, na palavra ou na expressão. Mas já deve estar bem claro para você que, se usarmos somente este tipo de estratégia, não vamos conseguir interpretar um texto em inglês em sua totalidade. É necessário que usemos as outras estratégias, as descendentes, para que possamos ser bemsucedidos nessa empreitada. Vamos relembrá-las? • skimming: Um passar de olhos pelo texto para ter uma ideia geral do assunto tratado, lendo o tópico frasal de cada parágrafo e o primeiro parágrafo;
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• scanning: localização rápida de uma informação no texto; • uso de pistas não verbais (ilustrações, diagramas, tabelas etc.) para contextualizar; • uso de títulos, subtítulos, legendas do texto para contextualizar; • uso do brainstorm e de diagramas de palavras para antecipar do que trata o texto; • dedução do significado pelo contexto e pelos esquemas mentais; • uso do conhecimento prévio sobre o assunto para deduzir palavras que não conhecemos. Entender um texto em inglês sem possuir um vocabulário básico de inglês seria praticamente impossível, apesar das estratégias de dedução, conhecimento prévio e das outras estratégias ensinadas no primeiro capítulo. Na verdade, não existe mágica, existe conhecimento e estratégias para potencializar este conhecimento. Falamos bastante do conhecimento prévio, mas isto inclui não apenas o conhecimento do mundo como também o conhecimento de um vocabulário de quem já passou pelo ensino médio e que está exposto a muitas palavras em inglês na internet, na televisão, nas revistas e na mídia em geral. Não estamos afirmando que apenas um vocabulário básico é suficiente para interpretar qualquer texto em inglês. Certamente você terá que ir aumentando o que possui com as leituras que recomendamos anteriormente e com uma atitude constante de aprendiz da língua inglesa para leitura. Isso significa que, sempre que você se deparar com uma palavra nova em inglês, mais a situação, o contexto em que ela se encontrar, fornecer-lhe seu significado, sua atitude deverá ser a de tentar memorizá-la. Ao guardar a situação em que ela apareceu em sua mente, ficará mais fácil para você lembrar o seu significado. Uma vez que você possui o vocabulário básico necessário, deverá aplicar as estratégias que estudamos até o momento e outras mais que viremos a estudar, para entender um texto em inglês mais detalhadamente.
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3.3 Aplicando a teoria na prática Observe o Texto 1 a seguir: TEXTO 1 How the World Sees Barack Obama All American presidents -- indeed, all public figures of any stature -- have to contend with what might well be the world’s oldest form of free speech: caricature. Frequently fond in both intent and execution; occasionally vicious; and always striking, caricature is visual shorthand -- an immediate glimpse into its creator’s take on the subject (and the politics) at hand. Other presidential depictions might resemble caricatures, but in fact have absolutely no political purpose whatsoever, and are meant only to entice buyers. Whatever their aims, those men and women around the globe who have made use of Barack Obama’s singular visage -- to praise, to damn, or simply to capitalize on the man -- have employed an astonishing variety of techniques, materials, and emotions in their depictions. Obama depicted on a float during the 126th Nice Carnival, February, 2010, on the French Riviera. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 20 ago. 2010.
No Texto 1, as palavras sublinhadas são cognatas e as sombreadas fazem parte do grupo de palavras conhecidas, que estudamos na seção 3.2.3 deste capítulo. Observe que algumas das cognatas possuem as terminações que estudamos na seção 3.2.2. Outras palavras, como all, em itálico, estão na lista das 100 palavras mais conhecidas. Olhando para todas as palavras marcadas de uma forma ou de outra no texto, podemos observar que elas representam mais da metade das palavras que compõem o texto. Como já havíamos afirmado antes, a maioria das palavras usadas em um texto foram mencionadas nas seções anteriores e, portanto você só terá que aplicar as estratégias de leitura do primeiro e do segundo capítulo para deduzir as que não fazem parte desse grupo. Use tudo isso para descobrir sobre que tema versa o texto! Então, conseguiu interpretar o Texto 1, usando todos os recursos que já aprendeu até o momento? Vamos agora resolver juntos esta atividade. Pelo levantamento das palavras repetidas, já podemos ter uma ideia do que o texto trata: caricature(s), Obama, presidents, presidential, politics, political, depictions (esta teremos que olhar no dicionário, pois ela aparece mais de uma vez, portanto, é palavra-chave): caricaturas de Barak Obama.
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Também, pelo tópico frasal, confirmamos que se trata de uma reportagem sobre caricaturas de presidentes dos Estados Unidos e de todas as figuras públicas. Lendo a observação final em negrito (todas as informações extras são relevantes em uma leitura em inglês), percebemos que se trata de uma caricatura de Barak Obama no Carnaval de Nice (aqui você poderá descobrir que esta cidade fica na França, porque logo após aparece Riviera Francesa).
3.4 Para saber mais Título: Instant Brazilian Portuguese Vocabulary Builder Autor: Tom Means
Editora: Hippocrene Books
Ano: 2006
Neste livro, Tom Means relaciona 4000 palavras e 24 sufixos, ou terminações, que podem facilitar muito a sua compreensão de bastantes palavras com radical cognato em inglês. Deseja visualizar algumas páginas do livro antes de acessá-lo por completo? Acesse o site . Digite o nome do livro no campo de busca.
Título: As palavras mais comuns da língua inglesa Autor: Rubens Queirós de Almeida
Editora: : Novatec
Ano: 2003
Este livro contém as palavras mais frequentes na língua inglesa. É interessante tentar conhecer aos poucos cada uma delas já que elas estão sempre sendo usadas em textos em inglês.
3.5 Relembrando Neste capítulo, você aprendeu sobre a importância de aumentar seu vocabulário e maneiras de fazer isso de um modo otimizado. Você aprendeu sobre os seguintes tipos de palavras, que podem fazer parte do seu vocabulário em inglês: • as palavras mais conhecidas da língua inglesa; • cognatas com terminações que possuem uma correspondente em português; • palavras que fazem parte do seu cotidiano; • expressões idiomáticas e verbos preposicionados. Também aprendeu que agora que o seu vocabulário está maior, você poderá usar as outras estratégias combinadas com as palavras que agora sabe para deduzir mais facilmente as palavras que não sabe.
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3.6 Testando os seus conhecimentos Marque todas as palavras que você conhece agora (cognatas, conhecidas, as mais comuns da língua inglesa) no Texto 2 a seguir e, por meio delas, descubra sobre o que o texto trata. TEXTO 2 Smart Snacking for an Active Lifestyle Regular snacking is vital to a healthy and active lifestyle. Fitness-friendly snacks should be quick, delicious, and balanced to satisfy your exercise and nutrition needs (as well as your hectic schedule). Active women should aim for snacks in the 100- to 200-calorie range (active men may need a bit more) and keep in mind, you may need to eat up to two snacks a day between meals to keep your energy levels steady all day long.
Leia o texto 3 e responda: qual o tema central desse texto? Quais são as palavras conhecidas, cognatas e as mais comuns da língua inglesa que você já aprendeu e que aparecem nesse texto? TEXTO 3 Public School vs. Private School As a parent, you’re always looking out for your children, trying to make the best decisions for them and their futures. When it comes to schooling, parents often have to work out whether to send their children to private school or keep them in public school. Hopefully this article will help you decide which school is best for your family. We’ll first talk generally about some of the different factors that impact decisions regarding public and private schools. Then we’ll go over some national statistics regarding public and private schools. Finally we’ll leave you with a conclusion that should help you decide what is best for you Fonte: Disponível em: . Acesso em: 20 ago. 2010.
Onde encontrar ALMEIDA, R. Q. de. As palavras mais comuns da língua inglesa. 2. ed. São Paulo: Novatec, 2003. MEANS, T. Instant brazilian portuguese vocabulary builder. New York: Hippocrene Books, 2006.
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CAPÍTULO 4 GÊNEROS TEXTUAIS
4.1 Contextualizando Temos visto alguns textos até o momento. Você reparou como eles são diferentes? Um artigo de revista não é igual a um anúncio, por exemplo. Como ainda veremos mais alguns textos até o último capítulo deste livro, é necessário explicar o que são os gêneros textuais, as suas características, a razão de seu uso neste livro e também a diferença entre gênero e tipo textual. Também precisamos ilustrar com exemplos os gêneros mais comuns, ou pelo menos os que usaremos aqui. Ao final deste capítulo, você será capaz de: • saber a diferença entre gênero e tipo textual; • entender a importância da diversidade textual para o estudo da língua inglesa instrumental; • conhecer as características de alguns gêneros textuais; • saber o que esperar de um texto, dependendo do gênero a que ele pertence.
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4.2 Conhecendo a teoria Não é possível comunicar-se verbalmente sem um texto. Mesmo quando falamos, estamos usando um texto. Texto, ao contrário do que alguns acreditam, não é só um enunciado escrito: a comunicação se dá efetivamente por meio de um gênero textual (BAKHTIN, 1997; BRONCKART, 1999). Os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia a dia (MARCUSCHI, 2005). Segundo Marcuschi (2005), a língua é uma forma de ação social e histórica que, ao dizer, também constitui a realidade. A língua deve ser tratada em seus aspectos discursivos e enunciativos e não em suas peculiaridades formais, o que constitui uma noção de língua como atividade social, histórica e cognitiva. Os gêneros textuais são como ações sociodiscursivas para agir sobre o mundo e dizer algo sobre o mundo, e, de algum modo, constituindo-o. Para Bhatia (1997), os gêneros permitem tratar a difícil questão: Por que os membros de comunidades discursivas específicas usam a língua da maneira como o fazem? (MARCUSCHI, 2005).
Você nunca parou para pensar, por exemplo, por que todos que escrevem uma monografia de final de curso fazem mais ou menos a mesma coisa? Do mesmo jeito, isto é o que acontece com discursos políticos, resenhas de livros, receitas culinárias. Cada gênero desses circula em ambientes que têm a ver com eles mesmos. Os objetivos pelos quais as pessoas escrevem esses textos também são variados. Por exemplo, uma monografia é escrita para se obter uma nota, um discurso político é escrito (e falado) para convencer o eleitor, uma resenha é escrita para se mostrar que se leu um livro, ou para mostrar a opinião sobre ele.
CURIOSIDADE Caso você esteja se perguntando qual a importância do estudo dos gêneros em um livro-texto de inglês instrumental, gostaríamos de lembrá-lo de que nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) este tema aparece destacado nas áreas de ensino de língua materna e estrangeira. Você sabia que o nosso livro-texto é um dos poucos que contém esse tema já que esta é uma noção introduzida no ensino de línguas recentemente?
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Como observa Marcuschi (2005, p. 32), a importância do estudo dos gêneros cresce a cada dia desde que os PCN introduziram esta ferramenta no ensino de língua materna e estrangeira. Na escola, os gêneros textuais deixam de ser ferramentas de comunicação e passam a ser objeto de estudo. [...] pode-se dizer que o trabalho com gêneros textuais é uma extraordinária oportunidade de se lidar com a língua em seus mais diversos usos autênticos no diaa-dia. Pois nada do que fizermos lingüisticamente estará fora de ser feito sem algum gênero. Assim, tudo o que fizermos lingüisticamente pode ser tratado em um ou outro gênero. [...]Tendo em vista que todos os textos se manifestam sempre num ou noutro gênero textual, um maior conhecimento do funcionamento dos gêneros textuais é importante tanto para a produção com para a compreensão. Em certo sentido, é esta idéia básica que se acha no centro dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), quando sugerem que o trabalho com o texto deve ser feito na base dos gêneros, sejam eles orais ou escritos.
4.2.1 Diferença entre gênero textual e tipo textual Existe uma confusão entre tipo textual e gênero textual. Vamos esclarecer desde o início a diferença entre essas duas terminologias. Segundo Marcuschi (2005): • Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas, como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. • Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Se os tipos textuais são apenas meia dúzia, os gêneros são inúmeros. Alguns exemplos de gêneros textuais seriam: romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concursos, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo por computador, aulas virtuais e assim por diante.
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Capítulo 4
É importante esclarecer que a expressão tipo textual é muitas vezes equivocadamente usada, sendo confundida com gênero textual. Uma carta para a mãe não é um tipo de texto e sim um gênero. É claro que, em um gênero, estamos realizando um tipo textual. Por exemplo, na carta para a sua mãe, você pode usar a narração (tipo de texto) para contar algo que lhe aconteceu, mas, também, poderia usar, ao mesmo tempo, num só tipo de gênero, uma descrição (outro tipo de texto), descrevendo para sua mãe a sua nova casa. Em textos narrativos prevalece a sequência temporal, já nos descritivos predominam as sequências de localização. Os textos expositivos apresentam predomínio de sequências analíticas ou explicativas. Os argumentativos se caracterizam pelo predomínio de sequências contrastivas e os injuntivos pelo predomínio de sequências imperativas. Vejamos alguns exemplos de tipos de texto, segundo Werlich (1975 apud MARCUSCHI, 2005, p. 28): • Descrição: “Sobre a mesa havia milhares de vidros.” • Narrativa: “Os passageiros aterrissaram em Nova Iorque no meio da noite.” • Exposição: “Uma parte do cérebro é o córtex.” “O cérebro tem 10 milhões de neurônios.” • Argumentação: “A obsessão com a durabilidade nas Artes não é permanente.” • Injunção: “Pare!” “Seja razoável!”
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Segundo Marcuschi (2005, p. 29): Como já lembrado, os gêneros textuais não se caracterizam como formas estruturais estáticas e definidas de uma vez por todas. Bakthin (1997) dizia que os gêneros eram tipos “relativamente estáveis” de enunciados elaborados pelas mais diversas esferas da atividade humana. São muito mais famílias de textos com uma série de semelhanças. Eles são eventos lingüísticos, mas não se definem por características lingüísticas: caracterizam-se, como já dissemos, enquanto atividades sócio-discursivas. Sendo os gêneros fenômenos sócio-históricos e culturalmente sensíveis, não há como fazer uma lista fechada de todos os gêneros.
CURIOSIDADE A expressão “gênero” esteve, na tradição ocidental, especialmente ligada aos gêneros literários, cuja análise se inicia com Platão [...] Atualmente a noção de gênero já não mais se vincula apenas à literatura, como lembra Swales (1990, p. 33), ao dizer que “hoje, gênero é facilmente usado para referir uma categoria distintiva de discurso de qualquer tipo, falado ou escrito, com ou sem aspirações literárias”. É assim que se usa a noção de gênero textual em etnografia, sociologia, antropologia, retórica e na linguística (MARCUSCHI, 2005).
4.2.2 Como usar os gêneros textuais para entender um texto em inglês Você vai perceber que, de agora em diante, como você já sabe o que é um gênero textual e a sua importância para a comunicação de modo geral, iremos trabalhar com gêneros variados na língua inglesa, para que você tenha a oportunidade de interpretar textos em várias situações histórico-sociais. O gênero compõe-se de três dimensões essenciais para a sua definição (PINTO, 2005): • conteúdo; • estrutura particular; • configurações específicas das unidades de linguagem. Se estamos lendo uma carta formal de reclamação para uma loja, por exemplo, esperamos encontrar referências à data de compra do produto, número da nota fiscal, modelo do aparelho em questão: este é o conteúdo. Também
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esperamos que haja um remetente e um destinatário: isso já se refere à estrutura particular de uma carta desse tipo. Finalmente, esperamos que seja usada uma linguagem formal e que esta siga a norma culta, obedecendo à concordância, regência etc. Estas são as configurações específicas das unidades de linguagem. Você pode estar se perguntando: “Em que isso facilitará minha compreensão de um texto em inglês?”. Você deve se lembrar que falamos sobre você usar seus esquemas mentais para facilitar a dedução no capítulo 2. Também falamos sobre fazer previsões a partir do título e do tema central no capítulo 1. Com relação às previsões, elas preparam o seu cérebro para o que você pode esperar de um texto, ficando assim mais fácil deduzir certas palavras que você não sabe o significado porque você ESPERA que elas apareçam. Observe como tudo isso fica ainda mais fácil se aprendermos a identificar logo de início o gênero textual. Cada gênero possui um conteúdo, uma estrutura e configurações específicas de linguagem características. Então, se você conhece o gênero carta formal de reclamação e você se depara com as expressões destacadas no Texto 1, você já pode deduzir mais facilmente o seu significado, porque sabe o conteúdo, a estrutura e as configurações particulares de uma carta desse tipo: TEXTO 1 Mario Gonzáles 125, Pine Street, New Jersey 678952 Nov 10 th, 2008. Customer Services Manager Sears Roebuck 2065, 7th Ave., New York 885431 Re: damaged Phillips TV set Dear Customer Services Manager, On October, 10 th, I bought a TV set at Sears Department Store. I am disappointed because your TV set has not performed as it should because the image on the screen changes to black and white all the time. Therefore this product is not of satisfactory quality as laid down by the law. To resolve the problem I require you to repair the product or to exchange it whilst reserving my right to claim against you. Enclosed is a copy of the receipt.
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I look forward to hearing from you and to a resolution of this problem. I will wait for one week before seeking help from The Consumer Rights Group. Please contact me at the above address or by phone: 5552348 Yours sincerely Mario Gonzáles Enclosure: a copy of the receipt Fonte: Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2010.
Se você não conhece este gênero textual, deixe-nos ajudá-lo com um exemplo em português, que contém, basicamente, os mesmos elementos sublinhados: TEXTO 2 Remetente: João da Silva Rua dos Joaquins, nº 1, Bairro JJ 000-000 Campinas do Sul Destinatário: COMPUTERLY, LTDA. Rua do Equívoco, nº 2 0000-000 Campinas do Sul Campinas do Sul, 29 de Fevereiro de 2009. Assunto: computador entregue com estragos aparentes Exmo(s). Senhor(es), No último dia 05 de Fevereiro, dirigi-me ao seu estabelecimento a fim de comprar um computador. Após escolher o modelo que me interessou, solicitei que a mercadoria fosse entregue na minha casa. Para tanto, assinei a nota de encomenda e paguei a taxa para que fosse realizado o serviço. No dia 10 do mesmo mês, foi-me entregue o computador encomendado, no entanto, após ligar o aparelho na tomada, constatei que o mesmo emitia mais de 8 apitos e não funcionava. Diante deste fato, recusei o computador e solicitei que me fosse enviado outro exemplar em excelente estado, o que faria jus ao valor já pago. Entretanto, até a presente data continuo esperando. O atraso na resolução do problema vem ocasionado vários transtornos ao meu cotidiano. Por este motivo, demando que outro computador de mesma marca e modelo seja entregue, sem falta, dentro de 3 dias úteis. Caso contrário, anularei a compra e exigirei o dinheiro do pagamento de volta. Atenciosamente, João da Silva. Anexos: fotocópias da nota fiscal de compra e do recibo da taxa de entrega. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2010. (com adaptações).
Se você comparar os dois modelos de carta, ficará bem mais fácil concluir o que significam as partes sublinhadas no modelo em inglês.
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PRATICANDO Agora, você já pode tentar deduzir as partes sublinhadas na carta em inglês, baseando-se na carta em português.
O que você espera encontrar em uma receita culinária, por exemplo? Vamos pensar um pouco a esse respeito. Normalmente, temos o nome do prato como título, depois vem a lista dos ingredientes com as quantidades especificadas ao lado de cada ingrediente e, finalmente, o modo de preparar o prato. Atualmente costuma-se, ao final, também acrescentar alguma informação nutricional como o número de calorias, quantidade de colesterol, gordura, fibras, por exemplo. Então, se você estiver lendo uma receita na língua inglesa e já tiver percebido, pela estrutura e conteúdo, que se trata de uma receita, você já pode antecipar esses elementos no texto em inglês, o que facilitará muito a sua compreensão. Observe o Texto 3: TEXTO 3 Dark Chocolate Cake I Ingredients • • • • • • • • • •
2 cups boiling water 1 cup unsweetened cocoa powder 2 3/4 cups all-purpose flour 2 teaspoons baking soda 1/2 teaspoon baking powder 1/2 teaspoon salt 1 cup butter, softened 2 1/4 cups white sugar 4 eggs 1 1/2 teaspoons vanilla extract
Directions 1.Preheat oven to 350 degrees F (175 degrees C). Grease 3 - 9 inch round cake pans. In medium bowl, pour boiling water over cocoa, and whisk until smooth. Let mixture cool. Sift together flour, baking soda, baking powder and salt; set aside. 2.In a large bowl, cream butter and sugar together until light and fluffy. Beat in eggs one at time, then stir in vanilla. Add the flour mixture alternately with the cocoa mixture. Spread batter evenly between the 3 prepared pans.
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3.Bake in preheated oven for 25 to 30 minutes. Allow to cool. Nutritional Information Amount Per Serving: Calories: 427 | Total Fat: 18.3g | Cholesterol: 111mg Fonte: Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2010.
Não é difícil deduzir que as partes sublinhadas correspondem ao nome da receita, ingredientes, modo de preparar (a informação com os graus Celsius e Fahrenheit, é claro, refere-se à temperatura do forno, e a informação que contém os minutos refere-se ao tempo de cozimento no forno, de onde concluímos que oven é forno, pois aparece nos dois trechos com os números, que são marcas tipográficas universais, portanto, fáceis de entender em qualquer língua), informação nutricional e o número de calorias (cognato) e colesterol (idem). Se você está mesmo familiarizado com esse gênero textual, se gosta de cozinhar e usar receitas, também deduzirá que amount per serving só pode ser quantidade por porção. Você percebeu como conhecer vários gêneros textuais na sua própria língua o ajudará a antecipar as informações e o tipo de linguagem usada em um texto qualquer em inglês? Entendeu agora a importância do estudo dos gêneros textuais? Mais especificamente, percebeu a importância de ser exposto aos vários gêneros existentes na nossa vida?
DESAFIO A partir das noções que aprendemos no capítulo passado a respeito da importância do vocabulário, juntamente com as noções a respeito de gênero deste capítulo, por que você não procura entender as outras partes da receita, como os ingredientes, por exemplo? Claro que você poderá consultar um dicionário, mas, se você já fez um bolo de chocolate, pode usar esse conhecimento prévio e deduzir alguns ingredientes que normalmente são usados nesse tipo de bolo, assim como a maneira de prepará-lo.
4.2.3 Gêneros textuais comuns em nosso dia a dia Os tipos de gêneros textuais com que você convive no seu cotidiano vão variar de acordo com a sua profissão, a sua área de estudo e os seus interesses pessoais. No entanto, existem alguns tipos de gêneros comuns a todos nós,
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principalmente os veiculados pela mídia, à qual nós todos somos expostos diariamente, conforme Marcuschi (2005, p. 20) observou muito bem: Hoje, em plena fase da denominada cultura eletrônica, com o telefone, o gravador, o rádio, a TV e, particularmente o computador pessoal e sua aplicação mais notável, a internet, presenciamos uma explosão de novos gêneros e novas formas de comunicação, tanto na oralidade como na escrita. ...] Daí surgem formas discursivas novas, tais como editoriais, artigos de fundo, notícias, telefonemas, telegramas, telemensagens, teleconferências, videoconferências, reportagens ao vivo, cartas eletrônicas (e-mails), bate-papos virtuais (chats), aulas virtuais (aulas chats) e assim por diante.
É interessante notar como essas formas novas de discurso acabaram por desfazer de vez a fronteira entre linguagem oral e escrita, pois elas desenvolveram formas comunicativas próprias, desafiando a velha dicotomia oralidade/escrita ainda presente em muitos livros didáticos. Além disso, esses gêneros permitiram a integração dos vários tipos de semioses: signos verbais, sons, imagens e formas em movimento em uma linguagem cada vez mais plástica. Observamos o fenômeno do uso dos formatos de gêneros mais antigos com novos objetivos. Por exemplo, tomemos o gênero “artigo científico”. Se esse texto fosse publicado em um jornal diário, ele passaria a ser um “artigo de divulgação científica”. O texto é o mesmo, no entanto, os gêneros são diferentes, pois não estão em um mesmo suporte, ou contexto. É por isso que não podemos classificar os gêneros apenas por sua forma ou conteúdo, mas temos que considerar os seus aspectos sociocomunicativos e funcionais. Com o avanço da tecnologia, surgiram novos gêneros textuais, tais como: e-mail, postagem de blog, postagem de miniblog (Twitter, por exemplo), perfis (em sites de relacionamento), mensagem-texto em celular e outros. Você já deve estar familiarizado com estes gêneros textuais na sua própria língua e poderá usar este conhecimento para antecipar o conteúdo desses gêneros em inglês. Vejamos alguns exemplos desses gêneros textuais na língua inglesa.
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TEXTO 4 Hi everyone! I’d like to know how you’d normally punctuate the salutation of an email. I know there are no established rules for this; that’s why I’m asking about your own experience. Which of these are acceptable? To a friend: Hi John! Hi, John! Hi John, Hi John. Hi John: Hi John To a company / colleague / manager: Dear X, Dear X: Dear X. Dear X Thanks a million! Mara.
Se você já escreveu um e-mail informal a um site pedindo dicas sobre algum assunto, você lembrará que a saudação e a despedida são informais, normalmente usamos “oi” ou “olá” e nos despedimos com um “obrigado” ou “um abraço” e usamos o nosso primeiro nome. Também não nos preocupamos em usar uma linguagem formal e escrevemos praticamente como falamos, com o uso até de contrações do tipo “pra, né”. Não é diferente na língua inglesa. Observe que o e-mail abre com “hi” e termina com o primeiro nome e “thanks a million”, bem informal, se comparado a uma carta formal que inicia com “dear” e termina com “yours sincerely” (dê uma olhada na carta formal da seção anterior e compare com este e-mail). Além disso, observe o uso abundante de contrações: I´m, You´d, I´d, That´s características da oralidade. Quanto ao tema, você poderá constatar que se trata de perguntas com relação à pontuação de e-mails formais e informais (o que pode ser deduzido observando a lista de saudações com hi e pontuação diferente, e as saudações com Dear e pontuação diferente para cada opção. Além disso, as opções vêm logo depois da pergunta: Which of these are acceptable? Onde reconhecemos a palavra which (qual), o verbo be are acceptable (aceitável) palavra cognata com terminação -ble que significa -vel em português, como já vimos no capítulo 3. Temos também as palavras friend, colleague (amigo, colega) e company
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(companhia) que deixa claro que uma lista de opções é para uma saudação informal e a outra é para uma formal. Vejamos agora um perfil de um site de relacionamentos: TEXTO 5 I am an ordinary man with an extraordinary talent and attitude and desire to become the best in my field in the coming years. My work is my passion and hard work and consistency is what I believe in. I am optimistic, yet sensible and understanding. My goals in life are realistic and I hope to achieve them on my own. Would want to associate myself with a funny, caring and smart girl. Thanks! Fonte: Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2010.
Nos perfis de sites de relacionamentos, esperamos encontrar uma descrição de uma pessoa, portanto, o texto será escrito em primeira pessoa e certamente repleto de adjetivos relativos às características dela. Observe os adjetivos cognatos e conhecidos desse perfil: ordinary, extraordinary, the best, optimistic, sensible, understanding, realistic. Também esperamos que haja uma descrição da pessoa que se está procurando, já que é um site de namoro. Também notamos o uso de adjetivos: funny, smart. Alguns substantivos e seus respectivos adjetivos também se relacionam à pessoa em questão: talent, attitude, desire, work, hard work, passion, consistency, goals, life. Concluímos que se trata de uma pessoa talentosa muito ligada ao seu abalho, otimista, mas realista que possui metas para sua vida e quer se relacionar com uma garota engraçada e inteligente. Vejamos um exemplo de postagem em um blog a seguir:
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TEXTO 6 Crisis: a problem or an opportunity? Recently I went through a situation that many people would call it a problem. I lost my job when I was expecting to be promoted! Instead of sitting down and crying I immediately looked for another one. The next day I was part of a selection test for another company. There were many people there looking for that position but I passed and soon I had another job which I am loving, better than the previous one. I could realize that my previous job was not satisfying me, although the salary was great! Now, I´m working with people that I like and I feel so recognized and respected in a manner I was not before in my previous job. How about you? Do you feel that every crisis is a problem or an opportunity? Think about that next time you are going through a difficult situation in your life. Sometimes what looks like a closed door is only an open window of a better opportunity for you!
Uma postagem em um blog normalmente é escrita em forma narrativa, descritiva ou argumentativa e, às vezes, um pouco de cada uma. Normalmente, a pessoa que é a dona do blog quer compartilhar uma experiência pessoal, ou não, com seus leitores. Faz parte deste gênero um título sobre o tema a ser abordado na postagem. No nosso exemplo, temos Crisis: a problem or an opportunity, o que já pode nos dar uma ideia do que será tratado. Temos três palavras cognatas: crisis, problem, opportunity no título. Percebemos, pelo tópico frasal (a primeira frase do texto), que a pessoa (I) passou por uma situação (situation) problemática (problem). Na segunda linha, temos as palavras lost (lembra do seriado?) e job. Deduzimos que se trata da perda do emprego, uma situação realmente de crise para qualquer um, ainda mais quando se estava esperando ser promovido: expecting, be promoted. Percebemos que a pessoa não ficou sentada chorando (sitting, crying), em vez disso, ela imediatamente (immediately) procurou outro (another) emprego. Continuando a leitura, encontramos a expressão selection test e logo depois I passed. Confirmamos então que a pessoa fez um teste de seleção e passou. Ela está amando (loving) o novo emprego que é melhor (better) do que o anterior (previous). Descobriu que o emprego anterior não a satisfazia (not satisfying me) embora o salário (salary) fosse ótimo (great). Agora ela trabalha (work) com pessoas (people) de quem ela gosta (like) e se sente respeitada (respected) e reconhecida (recognized), diferentemente do emprego anterior (previous job). O autor finaliza com a pergunta do título, ou seja, se uma crise é um problema ou uma oportunidade? E ele fecha o assunto comparando a crise não a uma porta fechada (closed door) e, sim, a uma janela aberta (open window) de uma melhor oportunidade (better opportunity for you) para você. Inglês Instrumental I
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Para terminar esta seção, vejamos um gênero que é comum tanto na internet quanto em revistas e jornais: o anúncio impresso. TEXTO 7
Fonte: Minimalism (2010) Normalmente, em um anúncio, temos uma informação já conhecida (minimalism = minimalismo), seguida de uma nova: a arte de continuamente remover coisas até restar apenas beleza (beauty). Vejamos algumas frases de campanhas publicitárias de todos os tempos que ficaram famosas. Observe o uso do imperativo, a fim de convencer o consumidor a comprar o produto. Pense nas frases de campanhas publicitárias em português e perceba o mesmo padrão. • • • •
Volkswagen, “Think Small” (Doyle Dane Bernbach, 1959) - Pense pequeno; Nike, “Just do it” (Wieden & Kennedy, 1988) - Apenas faça; Coca-Cola, “The pause that refreshes” (D’Arcy Co., 1929) - A pausa que refresca; Crest toothpaste, “Look, Ma! No cavities!” (Benton & Bowles, 1958) - Olhe, mamãe! Sem cáries!; • M&Ms, “Melts in your mouth, not in your hands” (Ted Bates & Co., 1954) Derrete em sua boca, não em suas mãos; • BMW, “The ultimate driving machine” (Ammirati & Puris, 1975) - A máquina de dirigir definitiva; • Cadillac, “The penalty of leadership” (MacManus, John & Adams, 1915) - A penalidade da liderança. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2010.
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4.3 Aplicando a teoria na prática Vamos pensar nos textos em inglês que você lê no seu dia a dia. A que gêneros textuais eles pertencem? Pense nesses gêneros na sua língua materna. Quais são as características desses textos quanto aos três aspectos abordados neste capítulo? • conteúdo; • estrutura particular; • configurações específicas das unidades de linguagem. Discuta o resultado com seu tutor e colegas de turma!
4.4 Para saber mais Título: Produção Textual, análise de gêneros e compreensão Autor: Luiz Antônio Marcushi
Editora: Parábola Editorial
Ano: 2008
Você encontrará neste livro, no capítulo 2, uma explicação mais aprofundada sobre os gêneros textuais e sua utilidade na produção de textos em nossa língua, o que poderá esclarecer, ainda mais, sobre a importância dos gêneros textuais para a compreensão de textos na nossa língua e, por extensão, em língua inglesa.
Título: Gêneros Textuais e Ensino Autor: Ângela Paiva Dionísio, Maria Auxiliadora Bezerra e Anna Rachel Machado
Editora: Lucerna
Ano: 2005
Título: Gêneros discursivos e ensino de língua inglesa Autor: Abuêndia Padilha Pinto Publicado na obra organizada por: Ângela Paiva Dionísio, Maria Auxiliadora Bezerra e Anna Rachel Machado Livro: Gêneros textuais e ensino
Editora: Lucerna
Ano: 2005
Vale à pena ler o capítulo “Gêneros discursivos e ensino de língua inglesa” desta obra. Nele, a autora mostra a importância dos gêneros textuais no ensino da escrita em língua inglesa e dá exemplos de textos escritos por alunos, mas que não seguem o que o gênero pede, mostrando que conhecer o gênero ajuda até mesmo na produção de um texto. Ela também aponta as características dos tipos de texto.
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4.5 Relembrando Neste capítulo, nós lemos sobre a noção de gênero textual e: • Percebemos a importância dos gêneros textuais para a leitura de textos em inglês, porque podemos fazer um paralelo com os gêneros na nossa própria língua, o que facilita a expectativa do que poderemos encontrar no texto em inglês. • Também vimos a diferença entre tipo textual e gênero textual, que muitas pessoas confundem. Aprendemos que, em um gênero, podemos ter mais de um tipo textual, como narração, descrição, argumentação, e que os tipos textuais são fixos e poucos enquanto que os gêneros são inúmeros, pois eles são os textos que encontramos na nossa realidade diária. • Aprendemos como usar nosso conhecimento sobre gênero textual na nossa língua materna para prever o que virá em um texto em inglês e, assim, deduzir mais facilmente as palavras que não conhecemos. • Vimos alguns exemplos de textos usados na internet e fora dela, mas que são comuns no nosso cotidiano.
4.6 Testando os seus conhecimentos A que gêneros pertencem os textos a seguir? TEXTO 9 Mom, I went to the disco with my friends. I come back before midnight, don´t worry. P.S. I gave food to Rex! Donna TEXTO 10 Please join us for Joshua´s 10 th birthday party August 10, 2010 5 p.m. San Antonio Mall Our Arcade 1254 Pine Ave. San Francisco, CA, 12457 RSVP by July, 30 at 555345628
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TEXTO 11 Hello, Goodbye Beatles By: Lennon / McCartney You say yes, I say no You say stop and I say go, go, go Oh, no You say goodbye and I say hello Hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello Hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello I say high, you say low You say why, and I say I don’t know Oh, no You say goodbye and I say hello Hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello Hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello Why, why, why, why, why, why Do you say good bye Goodbye, bye, bye, bye, bye Oh, no You say goodbye and I say hello Hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello Hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello Hello
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TEXTO 12 Harry Potter and the Philosopher’s Stone by J. K. Rowling (1997) You’ve probably heard of this book already, and if you haven’t read it yet I think you’ll enjoy it. This is a story about Harry and his two new friends settling down for their first year at Hogwarts School of Witchcraft and Wizardry only to discover that they have a part to play in the downfall of the evil Sssh! You-Know-Who. You will like Harry Potter. He’s shy and self-doubting and puts up with a lot from his awful aunt Petunia and uncle Vernon and fat cousin Dudley. Poor Harry lost his parents, supposedly in a car crash, when he was a baby and that was when he received the strange lightningshaped scar across his forehead. Ever since then he has slept in the cupboard under the stairs at the Dursleys’ perfectly normal house in Privet Drive and the best thing he has to look forward to is starting at the local secondary school next term - well away from Dudley who will be going to his father’s old, expensive school, Smeltings. But, other people know a lot more about Harry than Harry does himself. That lightning-shaped scar is a matter of enormous interest and Harry is about to discover that he has a lot of friends, and enemies, in a rather different kind of world from the one he was brought up in. This is a book about magic, but there’s plenty of reality. Settling into a new school, making friends, learning who to trust and who not to trust and when to obey school rules and when to overlook them. There’s a great deal of humour in the book. You might find the magic funny - visit Diagon Alley to purchase all your Hogwart’s kit - but there is strong evil magic too and you won’t doubt the courage that Harry has to show in the final chapter. Written in a strong narrative style with straightforward but not over-simplified language there is enough in this plot to think about whether you are Harry’s age or Sssh! You-Know-Who! Fonte: Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2010. TEXTO 13 Today, we’ll be talking to Leo Laporte, the main man behind the TWIT podcast network; the purveyor of so many podcasts that you’re bound to be subscribed to at least one of them. Leo, thanks for being in the studio today! Leo Laporte: Thanks for having me. It’s great to be here! However, I believe you mean netcast, not podcast. Apple was running around sending out cease and desist letters a few years back, saying that other people using the term “podcast” infringed on their trademarks, so I coined the term “netcast” to sidestep that issue and alleviate confusion, because some people also thought that you could only play them on iPods due to “pod” being part of the name. […] IWFP: Um, ok. Hey, did you just mutter something? L: Nah, just had an itch in my throat. IWFP: Hmm. I’m pretty sure that you’re muttering the names of your podcast network’s sponsors everytime you cough. L: Naw, that ain’t me. [...]
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IWFP: Moving on. So, are you happy with the current selection of podcasts that you have in your network so far, or are there some other subjects that you are thinking about moving into at some point? L: Well, I can talk about pretty much anything for long periods of time, so the sky’s the limit. Audible. Maybe I’ll start one about news editors, you know… TWINE! Or audible maybe one about technical travel expense reports…I think that would be called TWITTER. […] IWFP: Great. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2010.
Onde encontrar BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes,1997. BRONCKART, J-P. Atividades de linguagem, textos e discursos. São Paulo: EDUC, 1999. MARCUSCHI, L. A.; XAVIER, A. C. (Orgs.). Hipertexto e gêneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. ______. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 3. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. MINIMALISM: the art continually removing things until all you have left is beauty: LCW chair. 1 fotografia, color. 2010. Disponível em:< http:// adsoftheworld.com/media/print/the_green_ant_minimalism>. Acesso em: 3 jun. 2010. PINTO, A. P. Gêneros discursivos e ensino de língua inglesa. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. SWALES, J. M. Genre analysis: english in academic and research settings. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
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CAPÍTULO 5 VOCABULÁRIO: PALAVRAS COGNATAS, CONHECIDAS E FALSOS COGNATOS
5.1 Contextualizando Neste capítulo, vamos nos aprofundar ainda mais na questão do vocabulário, pois, no capítulo 3, ficou bem claro para você que, sem um esforço de sua parte para adquirir cada vez mais vocabulário na língua inglesa, será difícil interpretar um texto em inglês apenas com as estratégias até agora aprendidas, já que todas elas partem do princípio de que é a partir do conhecido que desvendamos o desconhecido, como acontece com todo o processo ensino-aprendizagem. Conheceremos os tipos de palavras cognatas existentes e aprenderemos o que são falsos cognatos e quais são os mais comuns na língua inglesa. Incrementaremos a sua lista de palavras conhecidas para que você tenha um vocabulário maior em inglês para, então, poder usar todas as estratégias de leitura aprendidas até agora de uma maneira mais efetiva. Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de: • saber a diferença entre uma palavra cognata e um falso cognato; • reconhecer e saber o significado correto de uma palavra polissêmica (com mais de um sentido); • ler um texto com mais facilidade, pois já terá aprendido mais palavras na língua inglesa e como aplicá-las na interpretação de um texto.
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5.2 Conhecendo a teoria Já vimos algumas palavras cognatas no capítulo 3, porém, elas tinham uma característica em comum: suas terminações (sufixos) possuem um sufixo correspondente em português. No entanto, existem outras palavras cognatas que não têm esta característica, mas que são parecidas com o português e, portanto, são facilmente interpretadas. Por outro lado, existem palavras que se parecem com o português, mas cujo significado nada ou pouco tem em comum com a correspondente similar em nossa língua: são os falsos cognatos. Nas próximas seções, veremos esses dois tipos de palavras em detalhe. Também aprenderemos que existem palavras que possuem mais de um sentido, sendo tanto cognatas quanto falsos cognatos.
5.2.1 Palavras cognatas Chamamos de palavras cognatas ou transparentes aquelas palavras em inglês e português, que possuem a mesma etimologia e o mesmo significado nas duas línguas. Os cognatos podem ser idênticos, quando a ortografia é exatamente igual à do português; parecidos, quando uma ou duas letras são diferentes, ou podem não ser tão transparentes, quando apenas o radical é o mesmo. Geralmente, estas palavras são de origem latina ou grega (KATO, 1999; KLEIMAN, 1985). Vejamos alguns exemplos: COGNATOS IDÊNTICOS OU PARECIDOS
COGNATOS NÃO TRANSPARENTES
real (real)
institution (instituição)
president (presidente)
consolidate (consolidar)
candidate (candidato)
society (sociedade)
Ainda existe mais um grupo de palavras cognatas: as que, além do significado aparente, também possuem outro significado: É o caso da palavra abstract. Esta palavra significa “abstrato” e “resumo”. Outro exemplo desse mesmo tipo de palavras cognatas é argument, que significa “argumento” e “discussão”. Chamamos essas de palavras polissêmicas (em grego, poli = muito; sema = significado), as que possuem mais de um significado. Você pode estar pensando que isso tudo é muito complicado, pois como você vai saber qual dos dois significados você vai escolher se este tipo de cognato aparecer em um texto? Esperamos que você esteja lembrado da importância do
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contexto, como foi visto no capítulo 2. Nessa situação, quando uma palavra cognata com duplo sentido aparecer, você considerará o contexto em que ela está inserida. Veja o exemplo a seguir: I need to write my abstract for my monograph.
Pelo contexto, não fica difícil perceber que o significado de abstract, neste caso, é “resumo”, pois todo mundo sabe que numa monografia é necessário escrever-se um resumo, que, aliás, se chama abstract, quando é feito em inglês. Vamos a outro exemplo? I do not want to talk to Peter. We had an argument yesterday night.
Aqui também fica fácil deduzir que argument se refere a uma discussão, pois a pessoa não quer falar com Peter porque teve uma discussão com ele ontem. Vejamos exemplos de algumas palavras cognatas e seus significados. Inglês
Português
Inglês
Português
Radio
Rádio
Different
Diferente
Real
Real
Connect
Conectar
Music
Música
Comic
Cômico
Area
Área
Material
Material
Human
Humano
Potential
Potencial
Idea
Ideia
Minute
Minuto
Factor
Fator
Economy
Economia
Garage
Garagem
Accidental
Acidental
Regular
Regular
Example
Exemplo
Latin
Latim
Persistent
Persistente
Mission
Missão
Decide
Decidir
Offensive
Ofensivo
Future
Futuro
Comedy
Comédia
Positive
Positivo
Video
Vídeo
Important
Importante
Anthena
Antena
Psicopath
Psicopata
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Capítulo 5
CURIOSIDADE Nem todo mundo reconhece um cognato quando o lê se ele não for um cognato transparente como real, area, video, por exemplo. A noção de cognato, portanto, é bem pessoal, e depende de se fazer relações lógicas entre o inglês e o português. Psicopath pode ser cognato para uns e não ser para outros assim como mission, que pode não lembrar missão para algumas pessoas. O importante é prestar atenção no radical e deduzir a terminação. É claro que, nesses casos de cognatos não transparentes, o contexto ajudará a deduzir a palavra.
5.2.2 Falsos cognatos e cognatos enganosos Normalmente, as pessoas referem-se aos falsos cognatos como aquelas palavras em inglês que se parecem na forma escrita com palavras em português, entretanto, possuem significados diferentes nas duas línguas. Na verdade, existem dois tipos de palavras em inglês que parecem com o português, mas possuem significados diferentes nas duas línguas: elas podem ter etimologias (origens) iguais, mas os seus significados serem diferentes. Estes são os cognatos enganosos. Em contrapartida, elas podem ter etimologias diferentes, mas se parecerem fonológica ou morfologicamente (no som ou na escrita). Estes são os falsos cognatos (SANTOS, 1981). Eles são falsos cognatos porque, na verdade, as suas origens são diferentes: existe apenas uma coincidência na forma de escrever. Por exemplo, bald parece com balde, mas as origens dessas duas palavras são diferentes: bald (careca) é de origem inglesa e balde não se sabe a origem, mas, pelo significado, vemos que são completamente diferentes. É importante também lembrar que é forte a presença de vocábulos de origem latina no inglês, sendo que a porcentagem de ocorrência dessas palavras como falsos cognatos em relação ao português é insignificante - menos de 0,1%. Portanto, o iniciante no aprendizado de inglês não deve preocupar-se com qualquer probabilidade de erro ao interpretar palavras do inglês parecidas com palavras do português. Observe os exemplos a seguir: • Exemplos de Cognatos enganosos
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Capítulo 5
VOCÁBULO
SIGNIFICADO
ETIMOLOGIA COMUM
Attend Atender
frequentar (escola) dar atenção, prestar auxílio
Lat.: attendere Lat.: attendere
Expert Esperto
perito espertalhão, inteligente
Lat.: expertu(m)
Fabric Fábrica
tecido, pano estabelecimento industrial
Lat.: fabrica Lat.: fabrica
Intend Entender
pretender, tencionar compreender
Lat.: intendere Lat.: intendere
Lat.: expertu(m)
• Exemplos de Falsos Cognatos VOCÁBULO
SIGNIFICADO
ETIMOLOGIA
bald
careca, calvo
Ing. balde/belde/ball (ficar redondo como uma bola, como quando o cabelo é removido)
balde
recipiente
origem controversa
bravo
muito bem!
It. bravo (muito bem)
bravo
furioso, irado
Lat. Barbaru
contest
competição
Lat. Contestari
contexto
encadeamento das ideias de um texto
Lat. Contextu
Que tal um exemplo de um pequeno texto com um falso cognato? Este é um trecho da música The great pretender, composta por Buck Ram e cantada por Fred Mercury, do grupo musical inglês Queen: TEXTO 1 Oh yes I’m the great pretender Pretending I’m the great pretender Pretending I’m doing well My need is such I pretend too much I’m lonely but no one can tell...
Se você considerar o contexto e entender o 3º e 6º versos, verá que pretend não é “pretender” e, sim, “fingir”, pois a letra diz nestes versos: “fingindo que estou bem” e depois: “Estou só mas ninguém pode perceber”. Veja como os dois versos são opostos: primeiro a pessoa diz que está bem, depois ela diz que está só e que ninguém pode perceber. Podemos concluir,
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Capítulo 5
então, que pretend, pretending e pretender significam “fingir”, “fingindo” e “fingidor”, respectivamente. São variações de um mesmo falso cognato: pretend. O verbo “pretender” em inglês, caso você esteja curioso(a), é intend. Observe estes exemplos com um falso cognato:
Actual Devido à frequência com que é empregado e à similaridade que tem com a palavra portuguesa “atual”, o adjetivo actual faz parte da lista clássica de falsos cognatos. Actual significa real, verdadeiro - ou, dependendo do contexto, propriamente dito ou em si. Veja nos exemplos: The students didn’t fully understand the text until the teacher explained to them the actual meaning of some of the words in it. Os alunos não entenderam completamente o texto, até que o professor explicou a eles o verdadeiro significado de algumas palavras. “This is just the trailer”, Bob explained to his friends. “The actual movie hasn’t started yet.” “Isto é só o trailer”, Bob explicou aos amigos. “O filme em si não começou ainda.” Como dizer “atual”? Duas opções usuais são os adjetivos present e current: Dennis is not happy with his present job and plans to look for another one. Dennis não está contente com o emprego atual e planeja procurar outro. “What’s the current status of the project?”, Mr. Dalton asked the engineers. “Qual é a situação atual do projeto?”, o sr. Dalton perguntou aos engenheiros. A seguir, alguns dos falsos cognatos e cognatos enganosos da língua inglesa. Esperamos que, com o tempo, você possa memorizar vários deles. Isto
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facilitará a sua compreensão correta de textos em inglês. Que tal alguns exemplos de frases contendo falsos cognatos? • I love novels but I don´t like soap operas. (Adoro romances, mas não gosto de novelas.) • Paul could not realize that Chris was sick. (Paul não podia perceber que Chris estava doente.) • The policy of this company does not admit this behavior. (A política desta empresa não admite este comportamento.) • Go through the exit door to get to the other side. (Vá pela porta de saída para ir ao outro lado.) • She does not support me. (Ela não me apoia.) Outra dificuldade em interpretar o significado de algumas palavras reside na polissemia. Denomina-se polissemia a multiplicidade de significações para a mesma palavra. Se o leitor não dominar o assunto do texto, ou não considerar o contexto, cairá em verdadeiras armadilhas. Vejamos alguns exemplos: Affection - afecção (med.), afeição Assume (v.) - assumir, admitir, aceitar Anecdotic - não documentado, anedótico, narrativa jocosa. Aspect - aspecto, lado, face Attend - atender, acompanhar, frequentar Casuality - casualidade, acidente, desastre Compass - compasso, bússola Consistent - consistente, compatível, congruente Elegant - elegante, precisão científica (pesquisa) Envelope - envelope, invólucro, envoltório Fatality - fatalidade ou morte por acidente Figure - figura, número Fluid - líquido, fluido Inoculate (v.) - inocular, propagar, disseminar
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Instance - instância, exemplo, caso ilustrativo Legend - lenda ou legenda Medicine - medicina, remédio Sequel - sequela, sequência Subject - sujeito, tema, matéria Succeed - suceder; ter êxito, ser bem-sucedido. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 20 set. 2010 (Traduções com adaptações).
5.2.3 Palavras conhecidas Chamamos de palavras conhecidas aquelas palavras em inglês que fazem parte do vocabulário básico de um estudante de inglês instrumental. São aquelas palavras que a maioria dos universitários conhece, mesmo sem saber falar inglês, porque as aprendeu na escola ou no seu cotidiano. O ensino do inglês instrumental para leitura de textos é ministrado aos alunos do ensino fundamental e do ensino médio, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, 1999). Portanto, tendo já passado pelo exame Vestibular, o aluno universitário deveria possuir um vocabulário básico de inglês adquirido anteriormente com o qual pôde realizar o exame. Hoje em dia, por causa do fenômeno da globalização e do acesso à Internet, este número de palavras é cada vez maior, mesmo para quem não domina o inglês falado. Você poderá observar isso nos exemplos a seguir: • • • • • •
Love (amor) Life (vida) Printer (impressora) Big (grande) Boy (menino) Girl (menina)
EXPLORANDO Este é um ótimo site contendo narrativas em inglês e a tradução lado a lado. Uma boa maneira de aumentar o seu vocabulário e de ler histórias interessantes.
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Como interpretar o léxico Você já deve ter percebido, pelo capítulo 3 e por este capítulo, que o léxico (as palavras de uma língua) é essencial para se entender um texto em língua inglesa e em qualquer língua, na verdade. Você percebeu que, quanto mais palavras você souber, mais fácil fica entender um texto? Mas é claro que somente conhecer palavras soltas em inglês não vai dar conta de interpretarmos corretamente um texto em inglês. Quando falamos de palavras conhecidas, também nos referimos a expressões conhecidas, como: You´re welcome (de nada, em resposta a um agradecimento), by the way (a propósito, para mudar de um assunto para outro). Gostaríamos de chamar a sua atenção de que, nas línguas, as palavras não vêm sozinhas. Na maioria das vezes, elas vêm aos pares, ou em grupos, formando um só significado. Esse fenômeno é chamado de chunking em inglês, que quer dizer agrupamento (LEWIS, 1993). Ter essa noção é importantíssimo para se ler um texto em inglês, pois os alunos, em geral, se preocupam demais com as palavras isoladas, quando deveriam perceber que a nossa compreensão não se dá palavra por palavra, mas, sim, por grupos de palavras. Vejamos mais alguns exemplos de chunks, ou agrupamentos de palavras: • • • • • • • • • • •
Up to now - até o momento Upside down - de cabeça para baixo If I were you - se eu fosse você A long way off - um longo caminho pela frente Out of my mind - fora de mim Totally convinced - totalmente convencido Strong accent - sotaque carregado Terrible accident - um acidente terrível Sense of humour - senso de humor Sounds exciting - parece excitante Brings good luck - traz boa sorte
Você deve estar se perguntando qual a utilidade de saber esses e outros grupos de palavras. Relembrando a estratégia da dedução, ou previsão, se você vir uma parte dessas expressões, e se você já as conhecer, fica fácil deduzir
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o resto. Em português, por exemplo, há o agrupamento estar redondamente enganado. Não se usa redondamente errado, ou redondamente certo. Se alguém começa falando: Você está redondamente _______, completamos automaticamente com enganado, pois é assim o seu uso na língua portuguesa. Em inglês procede-se do mesmo jeito. Se alguém começa falando It brings good ____________ só podemos completar com luck, porque é assim que se usa esta expressão na língua inglesa. O mais importante dessa noção é nos conscientizarmos de que lemos e entendemos grupos de palavras, portanto, de nada adianta apenas saber o significado isolado de cada palavra e, sim, perceber com que outras palavras ela está combinada e, aí, sim, entender este grupo de palavras como um todo. Por exemplo, pensando no substantivo “ônibus”, em inglês bus, que combinações de palavras nós podemos usar com esse substantivo? De forma isolada, a palavra pode ser bastante conhecida por muitos estudantes de inglês, porém, apenas conhecê-la não ajudará tanto no entendimento de um texto, já que esta palavra pode vir combinada com várias outras e é preciso conhecer o seu significado como um todo. A seguir, veremos alguns exemplos de combinações com a palavra “ônibus”: pegar o ônibus, esperar pelo ônibus, entrar no ônibus e perder o ônibus.
Catch the
Wait for the
BUS Get on the
Miss the
Como você pôde perceber, além de conhecer o significado da palavra bus, é preciso saber com que outras palavras ela pode aparecer para sabermos o significado de um grupo de palavras que sempre aparecem juntas.
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5.3 Aplicando a teoria na prática Vamos aplicar os conhecimentos sobre cognatos, falsos cognatos e palavras conhecidas? Leia o Texto 2 e veja quantas palavras cognatas ele contém, o que facilita sua interpretação. Além disso, ele contém palavras conhecidas e marcas tipográficas, como números. Cuidado com dois falsos cognatos. TEXTO 2 After just eight months in office, President Luiz Inácio Lula da Silva of the leftwing Workers’ Party has won congressional approval for economically critical and politically controversial pension and tax reforms. Now, however, da Silva faces a bigger challenge: reviving Brazil ‘s economy. In 2003’s first half, Brazil’s economy fell into recession. Most economists expect growth for the entire year to be a miserly 1%. And a government linked research group recently embarrassed ministers by predicting growth of just 0.5% in 2003. Taxes are a serious obstacle to growth. Brazil’s tax burden is among the highest in the world, equal to 41.7% of salaries. Reforms now proceeding through Congress will simplify the tax system, but won’t reduce the total burden. That will be possible only if interest rates fall and the government can keep spending in check, thereby reducing the amount of money needed to pay its own debts. For now, Brazil’s economy is going nowhere. Fonte: Wheatley, J. (adaptado de Business Week. set, 2003).
Então, resolveu a questão? Vejamos agora juntos os resultados: as marcações em negrito referem-se às palavras cognatas, o sublinhado, às palavras conhecidas e o sombreado, aos dois falsos cognatos (interest, na verdade, é uma palavra polissêmica, pois pode significar “interesse”, mas, no texto, por causa do contexto, ela significa “juros”) e tax, taxes é um falso cognato que significa “imposto(s)” e não “taxa(s)”. After just eight months in office, President Luiz Inácio Lula da Silva of the leftwing Workers’ Party has won congressional approval for economically critical and politically controversial pension and tax reforms. Now, however, da Silva faces a bigger challenge: reviving Brazil ‘s economy. In 2003’s first half, Brazil ‘s economy fell into recession. Most economists expect growth for the entire year to be a miserly 1%. And a government linked research group recently embarrassed ministers by predicting growth of just 0.5% in 2003. Taxes are a serious obstacle to growth. Brazil ‘s tax burden is among the highest in the world, equal to 41.7% of salaries. Reforms now proceeding through Congress will simplify the tax system, but won’t reduce the total burden. That will be possible only if interest rates fall and the government can keep spending in check, thereby reducing the amount of money needed to pay its own debts. For now, Brazil’s economy is going nowhere. Fonte: Wheatley, J. (adaptado de Business Week. set, 2003).
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Praticamente metade das palavras do Texto 2 são cognatas. Lendo apenas as palavras em negrito, as que estão sublinhadas e sabendo os falsos cognatos, você consegue ter uma ideia do que trata o texto. Ela trata das reformas do governo Lula, aprovadas pelo congresso para ajudar o Brasil a sair da recessão (esse texto é de 2003) e com uma previsão de crescimento pequena (de 0,5% a 1%).
5.4 Para saber mais Título: Guia prático da tradução inglesa Autor: A. S. Santos
Editora: Cultrix
Ano: 1981
Você encontrará neste livro um glossário dos falsos amigos, homônimos e parônimos do vocabulário inglês contemporâneo, com tradução e interpretação de todos os significados estranhos à língua portuguesa.
Título: Os falsos cognatos na tradução do inglês para o português Autor: MASCHERPE, M.; ZAMARIN, L.
Editora: Difel
Ano: 1980
Neste livro, os autores mostram como não traduzir de maneira errada, prestando atenção aos falsos cognatos, com exemplos de frases e como traduzi-las. Ele também traz uma lista exaustiva dos falsos cognatos, além de expressões idiomáticas enganosas.
Título: Inglês na ponta da língua. Método inovador para melhorar seu vocabulário Autor: Denilso de Lima
Editora: Elsevier
Ano: 2004
Este é um livro sobre como usar a combinação de palavras para entender melhor o inglês e o autor dá outras sugestões para melhorar o seu vocabulário.
5.5 Relembrando Neste capítulo, você aprendeu que: • As palavras cognatas representam uma grande parte do vocabulário da língua inglesa e estão divididas em cognatos transparentes e não transparentes.
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• Existe 1% de palavras em inglês que se parecem na forma com palavras em português, mas possuem significados diferentes: são os falsos cognatos ou cognatos enganosos. • Existem palavras que são polissêmicas, isto é, possuem mais de um significado, tanto podem ser cognatas como serem falsos cognatos, tudo dependerá do contexto em que elas são usadas. • Não devemos tentar entender um texto palavra por palavra, mesmo que estas sejam conhecidas, e, sim, perceber os agrupamentos (chunks) de palavras como um todo, tentando entender esses grupos de palavras, pois, nas línguas, o entendimento não se dá por palavras isoladas, mas por grupos de palavras.
5.6 Testando os seus conhecimentos No Texto 3, a seguir, quais palavras são cognatas e quais são falsos cognatos? Existe alguma palavra nesses dois grupos que pode ter mais de um significado (polissêmica)? Leia o texto extraído de uma entrevista com um americano que se mudou para a China e teve que aprender a falar Mandarim. TEXTO 3 […] What do you think is important for Americans to understand about China? Before we went, I thought this is a massive country of 1.3 billion people and it’s like a monolith — one big, unified nation of people who are all moving in the same direction very fast. But after being there on the ground in the country, I learned that it is actually a country of 1.3 billion individuals who are all working in their own personal way to try to make their lives better. The daily life of China is much more like a Chinese fire drill than it is a nation acting in unity. It’s important not to be fearful of this country, but rather to learn as much about it. We have less to fear and more to embrace in our relationship with China than we might think. What about the language? Should more Americans be learning Chinese? More Americans should be learning any language and more languages, not just one. But certainly for this generation of kids, it would be a really wise choice to start to learn some Mandarin because it will open such a world to them. Not that Mandarin is going to take over the world, but that it will open opportunities to work, to live, to communicate, to understand a country that is going to be so important in our future. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 10 set. 2010.
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Capítulo 5
Onde encontrar BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira. Brasília, 1998. ______. ______. Secretaria de Educação Média. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília, 1999. KATO, M. O aprendizado da leitura. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. KLEIMAN, A. Estratégias de inferência lexical na leitura de segunda língua. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 1985. LEWIS, M. The lexical approach. Hove: Language Teaching Publications, 1993. LIMA, D. de. Inglês na ponta da língua: método inovador para melhorar seu vocabulário. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. MASCHERPE, M.; ZAMARIN, L. Os falsos cognatos na tradução do inglês para o português. São Paulo: Difel, 1980. MUNHOZ, R. Inglês instrumental: estratégias de leitura. São Paulo: Textonovo, 2000. OLIVEIRA, S. R. Estratégias de leitura para inglês instrumental. Brasília: Ed. UnB, 1994. SANTOS, A. S. dos. Guia prático da tradução inglesa. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cultrix, 1981.
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CAPÍTULO 6 A ESTRUTURA GRAMATICAL E SINTÁTICA DA LÍNGUA INGLESA
6.1 Contextualizando Neste capítulo, vamos estudar a estrutura gramatical e sintática da língua inglesa, isto é, como se organiza cada oração em inglês e também outras estruturas menores. Veremos ainda que a língua inglesa, no geral, possui estrutura oracional semelhante à do português. No entanto, existem algumas exceções, as quais nós estudaremos mais detalhadamente, pois essas estruturas são diferentes das do português e podem causar dificuldades no momento de sua interpretação. Dentre essas estruturas menores que uma oração, os grupos nominais merecem destaque, porque são estruturas inversas às do português. Saiba que estaremos tomando como base Milanez (2009) em nossas discussões. Ao final deste capítulo, você será capaz de: • Interpretar mais facilmente as orações em inglês por conhecer a sua estrutura; • Reconhecer um grupo nominal e aplicar as estratégias de interpretação específicas para esta estrutura; • Deduzir, pela estrutura, as partes de uma oração que contêm palavras não conhecidas.
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Capítulo 6
6.2 Conhecendo a teoria A estrutura sintática das orações em inglês é semelhante à do português, isto é: sujeito + verbo e complemento + circunstâncias. Para facilitar a compreensão e não sermos muito técnicos, simplificaremos esta formulação da seguinte forma:
Quem? + O quê? + Como?/Quando?/Onde?/Por quê?
Toda a oração em inglês (e também em português) possui alguém (Quem?) que faz ou sofre alguma coisa (O quê?) em uma determinada circunstância (Como?/Quando?/Onde?/Por quê?). Vamos a um exemplo disso: 1)
John eats a sandwich everyday. (John come um sanduíche todo dia).
Quem? = John O quê? = eats a sandwich Quando? = everyday Diferentemente do português, a ordem dos elementos desta estrutura é mais ou menos fixa em inglês. Nossa língua permite muitas inversões e não se pode garantir nunca que esses três termos venham sempre nessa ordem. Vejamos alguns exemplos: 2) 3) 4) 5)
Todo dia, John come um sanduíche. Come um sanduíche todo dia o John. Um sanduíche John come todo dia. Um sanduíche todo dia John come.
Em inglês, a única alternativa possível para esta frase (mesmo assim, essa ordem não é muito usada) seria: 6)
Every day, John eats a sandwich.
Existem outras posições para algumas circunstâncias de tempo (Quando?) e veremos alguns desses exemplos mais adiante.
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Capítulo 6
Cremos que você deve estar percebendo que, por não ser tão flexível quanto a nossa língua, em inglês fica mais fácil descobrir esses três elementos essenciais de uma oração. Nas frases afirmativas, como a do nosso exemplo, Quem vem sempre antes de O quê e Como/Quando/Onde/Por quê? vem geralmente por último, podendo vir também no início. Já que o Quem e o O quê vêm sempre na mesma ordem, mesmo que as circunstâncias (Como/Quando/Onde/Por quê?) venham deslocadas, fica mais fácil descobri-las, porque serão as que restarem depois de identificados o sujeito (Quem?) e o verbo com seu complemento (O quê?). Vejamos alguns exemplos com as circunstâncias de tempo (em negrito) em posições variadas: 7) 8) 9) 10) 11)
The girls always come to school late. (As meninas sempre vêm para a escola tarde.) This bus is never early. (Este ônibus nunca está adiantado.) Sometimes, I go to the movies. (Às vezes, eu vou ao cinema.) I sometimes go to the movies. (Eu, às vezes, vou ao cinema.) I go the movies sometimes. (Eu vou ao cinema às vezes.)
Sometimes é o único advérbio (circunstância) em inglês que pode aparecer em tantas posições dentro da oração, mas é uma exceção. Vamos tentar encontrar nesses exemplos Quem e O quê? 7)
Quem? = the girls O quê? = come to school
8)
Quem? = This bus O quê? = is early
9)
Quem? = I O quê? = go to the movies
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Capítulo 6
PRATICANDO
Que tal fazer o mesmo com os exemplos 10 e 11?
6.2.1 Os grupos nominais: estruturas diferentes das do português Você deve ter notado que, dentro dessa estrutura maior, que é a oração, aparecem estruturas menores, que fazem parte do Quem e do O quê. Também pôde observar pelos exemplos, que, normalmente, essas estruturas possuem um verbo e/ou um substantivo como palavra mais importante (núcleo) no que se refere ao sentido. Isso acontece porque os verbos e os substantivos são as classes de palavras mais importantes das línguas. É a partir delas que construímos o significado. Quando um único termo não é suficiente para suprir a referência necessária a um substantivo, normalmente acrescentam-se mais termos para limitar este termo mais geral. Quando um substantivo não é bastante específico para o que se pretende comunicar, acrescentamos os modificadores (adjetivos ou palavras com função adjetiva), a fim de construirmos uma referência mais específica. “Modificador é um termo técnico em lingüística que não significa mudar realmente algo e sim limitar, restringir ou caracterizar o significado” (KURLAND, 2003, p. 2). Temos, assim, um grupo nominal.
DEFINIÇÃO Um grupo nominal é composto por um núcleo (um substantivo), podendo ter um modificador, ou modificadores (adjetivos, substantivos ou verbos com função adjetiva), e/ou determinantes (artigos, pronomes, numerais etc.) (TAYLOR, 2002).
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Na língua inglesa, assim como na língua portuguesa, os adjetivos podem ser classificados em atributivos, quando são ligados diretamente à palavra a que se referem, ou em predicativos, quando esta ligação dá-se por meio de um verbo, como no exemplo (12). Interessam-nos os adjetivos atributivos, como no exemplo (13), já que são eles, juntamente com o substantivo-núcleo (SN), que formarão os tipos de grupos nominais que estudaremos. Observe o exemplo de adjetivo predicativo: 12)
The girl is beautiful. (A menina é bonita.)
Existem dois tipos de grupos nominais na língua inglesa: aqueles cujos modificadores antecedem o núcleo (adjetivos atributivos) e aqueles cujos modificadores estão posicionados após o núcleo (locuções adjetivas): Como o segundo tipo (14) possui a mesma ordem que as locuções na língua portuguesa, não nos ateremos a ele neste capítulo. Estudaremos apenas o primeiro tipo (13), pois, por ter a ordem dos elementos inversa à do português, ele pode causar dificuldades de interpretação. Veja os exemplos dos dois tipos de grupos nominais: 13)
An interesting woman.
14)
A man of respect. (Um homem de respeito.)
Em alguns aspectos, certas estruturas de unidades lexicais da língua inglesa são bem diferentes das do português. É o que acontece com os grupos nominais que possuem adjetivos atributivos, como o exemplo (13), onde o modificador antecede o núcleo. Este é o tipo de grupo nominal mais comum na língua inglesa. A interpretação dos grupos nominais em português, assim como de toda nossa língua, dá-se da esquerda para a direita, diferentemente deste tipo de grupo nominal em inglês, cuja interpretação dá-se da direita para esquerda. A estrutura sintática mais comum dos grupos nominais com adjetivo atributivo na língua portuguesa é: (DETERMINANTE(S)) + NÚCLEO + MODIFICADOR(ES) Exemplo: 15)
Uma mulher interessante.
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Na língua inglesa, no entanto, este grupo nominal possui a estrutura: (DETERMINANTE(S)) + MODIFICADOR(ES) + NÚCLEO Exemplo: 16)
Five different boxes. (Cinco caixas diferentes.)
O fato de a ordem dos elementos desta estrutura em inglês ser diferente da do português pode acarretar dificuldades de interpretação por parte de leitores brasileiros de textos escritos na língua inglesa. O grupo nominal é uma das unidades lexicais mais comuns nas frases da língua inglesa (KURLAND, 2003). Isto pode ser comprovado tomando-se qualquer trecho de um texto escrito em língua inglesa, qualquer que seja o gênero, como este retirado de uma notícia de jornal (17), por exemplo: 17)
The stock market´s summer swoon turned into a dramatic rout Monday as the Dow Jones industrial average plunged (KURLAND, 2003, p. 4). (A queda de verão do Mercado de Ações transformou-se em uma segunda-feira confusa dramática quando a média industrial do Dow Jones caiu.)
Kurland (2003) acrescenta que os determinantes podem aparecer em primeiro lugar em um SN ou nem mesmo aparecerem, e que estas palavras assinalam o início de um SN. Esta noção é muito importante para o leitor de inglês não nativo perceber que se trata de um SN e que, portanto, ele deverá ter atenção redobrada ao interpretá-lo. Vejamos quais são os tipos de determinantes que podem iniciar um grupo nominal em inglês: • Especificação: a, the, very (um, uma, o, os, a, as, muito (a)); • Designação: this, that, those, these (este, esta, isto, aquele, aquela, aquilo, esse, essa, isso, aqueles, aquelas, esses, essas, estes, estas); • Possessivo: my, your, its, their, Mary´s (meu, seu, dele, dela, deles, delas, de Mary); • Número: one, many (um, muitos(as)). Em inglês, os adjetivos não possuem uma forma característica e pode ser difícil reconhecê-los meramente pela estrutura fonética, sendo necessário
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analisar a estrutura sintática em que estão inseridos. Na ocorrência de mais de um modificador e, principalmente, quando este tem origem substantiva ou verbal, as dificuldades de interpretação são ainda maiores. Em português, não é comum o uso de vários modificadores antepostos, como em inglês, por exemplo (21), e é raro o uso de substantivos como modificadores, fato que só acontece em português nos substantivos compostos, como no exemplo (18), onde o substantivo modificador aparece posposto ao substantivo núcleo. Na nossa língua, os modificadores envolvendo substantivos normalmente vêm acompanhados de preposição, formando uma locução adjetiva posposta ao núcleo, como no exemplo (19): 18)
Homem-bomba.
19)
Reunião de gabinete.
No exemplo (19), o modificador é de gabinete e o núcleo é reunião. O mesmo grupo nominal, em inglês, seria: 20)
Board meeting.
No exemplo (20), o núcleo é meeting e o modificador é board e este antecede o núcleo. Compare com o correspondente em português e observe a diferença: Em inglês não existe a preposição antes do substantivo gabinete (board) e este vem antes do núcleo. Na ocorrência de mais de um modificador representado por substantivo, como em (21), onde temos três substantivos funcionando como modificadores, a única maneira de identificá-los como tal é a sua posição à esquerda do núcleo, pois eles não estão acompanhados de preposição como em português no exemplo (19): 21)
Toy Formula-1 race car.
22)
Carro de corrida de Fórmula 1 de brinquedo.
As locuções adjetivas, que aparecem após o núcleo em português, são compostas de preposição e substantivo, o que torna mais fácil o reconhecimento do núcleo carro. O mesmo não ocorre em inglês com os modificadores antepostos ao núcleo, onde temos apenas a sucessão de substantivos, um após outro, e
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cabe ao leitor perceber a relação sintática e semântica entre o substantivo mais à direita (núcleo) e os outros substantivos modificadores (22) à esquerda.
CURIOSIDADE Para um leitor brasileiro sem muita experiência na língua inglesa, o grupo nominal em (21) pareceria apenas uma sucessão de substantivos sem nenhuma relação aparente entre eles: toy (brinquedo), Formula-1 (Fórmula 1), race (corrida), car (carro), o que torna mais difícil a sua interpretação. Já em português (22), temos a relação estabelecida pelas preposições (de) e fica fácil perceber que se trata de locuções adjetivas, isto é, de modificadores do substantivo-núcleo carro.
Mesmo quando o leitor possui um vocabulário razoável na língua inglesa, ele ainda precisa lidar com o fato de que, ao interpretar os grupos nominais com modificadores antepostos ao núcleo, precisará parafraseá-los, incluindo preposições que indicarão o tipo de relação sintática e semântica que o modificador possui com este núcleo. Isso requer não só o conhecimento da estrutura gramatical da língua inglesa e das relações semânticas mais comuns entre modificador e núcleo, mas também o conhecimento de sua própria língua para escolher quais preposições em português indicarão essas relações. Podemos notar que, em termos estruturais, os adjetivos em posição predicativa em inglês assemelham-se aos da língua portuguesa com relação à sua posição na oração. Em função disto, normalmente não há muita dificuldade em interpretar tais estruturas em inglês, já que a ordem das palavras é a mesma nas duas línguas. Por esta razão, não nos ateremos aos adjetivos em posição predicativa nesta seção. Vejamos dois exemplos: 23)
A lua estava incrível. (The moon was incredible.)
24)
Ela o chamou de louco. (She called him insane.)
Por outro lado, o mesmo não acontece com os adjetivos em posição atributiva. Devido à diferença na estrutura desses grupos nominais entre as duas línguas, os grupos nominais formados por adjetivos em posição atributiva e por outras classes de palavras com função adjetiva são motivo de especial dificuldade na interpretação de textos da língua inglesa.
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Segundo Cunha (1972, p. 268, grifos do autor), com relação à língua portuguesa: Sabemos que, na oração declarativa, prepondera a ordem direta, que corresponde à seqüência progressiva do enunciado lógico. Como elemento acessório da oração, o adjetivo em função de adjunto adnominal deverá, portanto, vir com maior freqüência depois do substantivo que ele qualifica. Mas sabemos, também, que ao nosso idioma não repugna a ordem chamada inversa, principalmente nas formas afetivas da linguagem, e que a antecipação de um termo é, de regra, uma forma de realçá-lo.
A ordem mais comum dos adjetivos atributivos em inglês é o que Cunha (1972) chama de ordem inversa, em português, isto é, o adjetivo vem antes do substantivo-núcleo. A fim de ilustrar esta diferença entre as duas línguas, no que se refere aos adjetivos atributivos, vejamos os seguintes exemplos: 25)
Um dia triste.
26)
Um viandante negro, sombrio, pálido, arquejante (CUNHA, 1972 apud ALVES, 1960, p. 270).
27)
A charming, elegant, blond-haired woman. (Uma mulher loira, elegante e charmosa.)
O uso de vários adjetivos coordenados em posição atributiva um após outro não é muito comum na língua portuguesa, salvo em textos literários, como no exemplo (26), enquanto que na língua inglesa encontramos este tipo de estrutura na língua escrita de modo geral, como no exemplo (27). Outros grupos nominais em inglês não apresentam coordenação, mas apenas os modificadores em sequência, sem preposições, como no exemplo (30). Este tipo de estrutura inexistente em nossa língua. Nosso interesse é estudar a interpretação desses tipos de grupos nominais, e de outros incomuns em português, porque esses são mais difíceis de interpretar por leitores não nativos de inglês, visto que essas estruturas são diferentes nas duas línguas. Alguns grupos nominais em inglês são curtos, como em português: 28)
The table (a mesa).
29)
The wooden table (a mesa de madeira).
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Capítulo 6
Entretanto, outros podem ser bem mais longos. Isso ocorre em português apenas com os adjetivos coordenados por conectivos ou pontuação, ou por adjuntos adnominais em série, que contêm preposição (KURLAND, 2003, p. 4): 30)
The second shiny red Swedish touring car. (O segundo carro de passeio, sueco, vermelho e brilhante.)
31)
My carved green Venetian glass salad bowl. (Minha tigela de salada de vidro veneziano verde entalhado.)
Os grupos nominais mais longos, como nos exemplos (r) e (s), por não serem tão comuns na língua portuguesa, merecem especial atenção no momento de sua interpretação do inglês para o português. Kurland (2003) chama a atenção para o fato de que cada uma destas construções funciona como uma única unidade. O autor acrescenta, ainda, que a habilidade de reconhecer e entender um grupo nominal é importante para lermos ideias e não palavras, já que a compreensão de textos dá-se por grupos de palavras e não por palavras isoladamente (NUTTALL, 1998). Isto já foi visto no capítulo anterior, pois o conhecimento das várias possibilidades de se construir um grupo nominal mais longo é essencial para a interpretação de um texto em inglês. Quirk et al (1985) observam que não podemos dizer se uma palavra é um adjetivo apenas olhando para ela isoladamente, pois a forma não indica necessariamente a sua função sintática. Alguns adjetivos até possuem sufixos que os caracterizam, como, por exemplo –ous, -able, como em generous, sociable (generoso, sociável), ou –y, nos adjetivos derivados de substantivos, como cloudy, sunny (nublado, ensolarado), mas outros tantos adjetivos muito comuns não possuem nenhuma identificação em sua forma: good, bad, old, thin (bom, mau, velho, magro), por exemplo. Quirk et al (1985) chamam a atenção para o fato de que a maioria dos adjetivos pode ser modificada por um intensificador como very em: 32)
Very happy children. (Crianças muito felizes.)
Finalmente, os adjetivos podem tomar a forma comparativa e superlativa em sua maioria. Veremos estas estruturas com maior detalhamento no próximo capítulo:
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33) 34)
The children are happier now. (As crianças estão mais felizes agora.) They are the happiest people I know. (Eles são as pessoas mais felizes que conheço.)
Quirk et al (1985) explicam que os adjetivos são atributivos, quando modificam os substantivos, e que aparecem entre o determinante e o núcleo do grupo nominal, que é o substantivo. 35) 36)
The beautiful painting. (A bela pintura.) His main concern. (Sua preocupação principal.)
Outra característica apontada por Quirk et al (1985, p. 140) é o fato de alguns adjetivos serem derivados do particípio passado e presente de verbos. Veremos este fenômeno com mais detalhamento no próximo capítulo. 37) 38)
His surprising views. (Suas visões surpreendentes.) The offended man. (O homem ofendido.)
Estes adjetivos possuem a mesma forma dos particípios, o que causa grande dificuldade aos leitores brasileiros de textos em língua inglesa, pois, comumente, eles são confundidos com os verbos que lhes deram origem. Com relação aos adjetivos antepostos, Quirk et al (1985, p. 400) observam que “mais de um modificador anteposto pode ser relacionado a um único núcleo, sem nenhum limite gramatical quanto ao número (desses modificadores)”.
6.2.2 Tipos de modificadores em um grupo nominal Com relação aos tipos de modificadores que podem aparecer em um grupo nominal, eles podem ser: adjetivos e/ou substantivos. Vejamos essas estruturas mais detalhadamente e com exemplos. São quatro as estruturas com tipos de modificadores diferentes, em inglês, para os grupos nominais: • Adjetivon + substantivo • adjetivon + substantivon + substantivo ou substantivon + adjetivon + substantivo • substantivon + substantivo • substantivon + ´s + substantivo (caso genitivo)
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Quando temos um ou mais substantivos funcionando como modificadores em um grupo nominal eles podem ser tanto modificados por um adjetivo ou por um substantivo e, caso sejam por esse último, este, por sua vez, poderá ser também modificado (QUIRK et al, 1985, p. 402). Veja nos exemplos a seguir: 39) 40) 41) 42)
The elegant furniture. (Elegant: adjetivo) The tax office furniture (A mobília do escritório de impostos.) (tax e office substantivos) The property tax office furniture. (A mobília do escritório de impostos sobre propriedade.) (property, tax e office: substantivos) The elegant property tax office furniture. (A mobília elegante do escritório de impostos sobre propriedade.) (elegant: adjetivo, (property, tax e office: substantivos)
Ainda com relação aos substantivos que funcionam como modificadores, Swan (1995, p. 376) ressalta que existem duas estruturas morfossintáticas básicas em que eles aparecem sozinhos: substantivon + substantivo (I) e substantivon + ´s + substantivo (II). O sobrescrito (n) refere-se ao número de substantivos modificadores. Essas duas estruturas são importantes, porque, em português, elas não existem nesta forma e, por isso, causam muita confusão para quem as quer interpretar. O importante, nesse caso, é que quando você vir dois ou mais substantivos em série, identificar que o último (à direita) é o núcleo do grupo nominal, isto é, será interpretado como substantivo mesmo e os anteriores, quantos forem, serão interpretados como locuções adjetivas, isto é, terão preposições acrescentadas por você para que façam sentido em português. Observe as preposições (sublinhadas) nos exemplos a seguir: I) substantivon + substantivo Exemplos: 43) 44) 45) 46)
A bicycle factory. (Uma fábrica de bicicletas.) A war film. (Um filme de guerra.) The table leg. (a perna da mesa.) Coffee beans. (grãos de café.)
Swan (1995, p. 377) ainda acrescenta que, nesta estrutura, o primeiro substantivo modifica ou descreve o segundo, mais ou menos da mesma forma que um adjetivo. Observe mais alguns exemplos:
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47) 48) 49) 50) 51) 52) 53)
A horse race. (Uma corrida de cavalo.) - um tipo de corrida. A race horse. (Um cavalo de corrida.) - um tipo de cavalo. Milk chocolate. (Chocolate ao leite.) - um tipo de chocolate. Chocolate Milk. (Leite (de chocolate) achocolatado) - um tipo de leite. An oil well. (Um poço de petróleo) - a well that produces oil. (Um poço que produz petróleo.) The airport bus. (O ônibus do aeroporto.) - the bus that goes to the airport. (o ônibus que vai para o aeroporto.) A shoe shop. (uma loja de sapatos.) - a shop that sells shoes. (uma loja que vende sapatos.)
Swan (1995, p. 377) aponta para o fato de que uma cadeia de substantivos (vários substantivos com a função de adjetivo) pode ser difícil de interpretar até mesmo para um nativo e dá como exemplo as manchetes de jornal que usam esta estrutura para poupar espaço. Neste caso, o núcleo do grupo nominal é o último substantivo e todos os demais que o antecedem são seus modificadores, tal como no exemplo a seguir: 54)
Furniture factory pay cut row. (desacordo na redução do pagamento em fábrica de móveis.) Nossa sugestão é que se leia de trás para frente esta estrutura, a fim de entendê-la melhor, e que se adicionem os conectores e as palavras necessárias de acordo com a relação existente entre cada substantivo (conectores sublinhados nos exemplos a seguir): Você deverá usar esta estratégia todas as vezes que tiver que interpretar um grupo nominal com substantivos funcionando como modificadores para evitar uma interpretação equivocada.
55)
A row about a cut in a pay at a factory that produces furniture. (um desacordo sobre uma redução de um pagamento em uma fábrica que produz móveis.)
A outra estrutura a que se refere o autor é a do caso genitivo (SWAN, 1995, p. 376). Também aqui você deverá usar a estratégia que acabamos de mencionar. Observe os conectores acrescentados na versão em português:
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II) substantivon + ´s + substantivo Exemplos: 56) 57) 58)
My sister’s car. (o carro de minha irmã.) The bird’s nest. (o ninho do pássaro.) Cow’s milk. (leite de vaca.)
Neste tipo de estrutura, também o primeiro substantivo modifica o segundo, mas estabelece uma relação de posse com o segundo. Chamamos a isso de caso genitivo. Ele corresponde a estruturas onde o primeiro substantivo (com o apóstrofo s) é o possuidor e o segundo a coisa possuída. Veja nos exemplos a seguir: 59) 60) 61) 62)
My mother’s car. (o carro de minha mãe -> minha mãe tem um carro.) The commitee’s report. (o relatório do comitê -> o comitê fez um relatório.) Goat’s Milk. (leite de cabra -> cabras dão este tipo de leite.) The train’s arrival. (a chegada do trem -> o trem chegou.)
Observe que esta estrutura é bem diferente da do português, onde usamos a preposição de para estabelecer a relação de posse entre dois substantivos e, neste caso, a coisa possuída vem primeiro, e depois da preposição é que vem o possuidor (em negrito), exatamente o contrário da língua inglesa, daí a dificuldade de se interpretar os casos genitivos, pois eles também são um grupo nominal. Vamos aos exemplos? 63) 64) 65) 66)
A cotação da Bolsa de Valores. (the Stock Market´s tax.) A inflação do primeiro semestre. (the first semester´s inflation.) O ferimento da perna do paciente. (the patient leg´s injury.) As estruturas da língua portuguesa. (the portuguese language´s structures.)
6.2.3 Como reconhecer um grupo nominal em um texto Você deve estar se perguntando: Como vou saber se um grupo de palavras é um grupo nominal no meio de tantas outras estruturas em um texto? A maioria dos grupos nominais possui determinantes (reveja os tipos na seção anterior) e estes sempre marcam o início do grupo nominal. Portanto, sempre que você encontrar um determinante (artigo, pronome demonstrativo, numeral, pronome possessivo etc.) saberá que um grupo nominal virá a seguir. É
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claro que você pode encontrar apenas um substantivo após este determinante (o que não deixa de ser um grupo nominal, mas do tipo simples, e este não é difícil de interpretar nem exige nenhum estratégia especial, pois é igual aos grupos nominais simples do português). São exemplos de grupos nominais simples (só possuem um substantivo): 67) 68) 69) 70) 71)
The book (o livro). An apple (uma maçã). Two rings (dois anéis). My car (meu carro). This magazine (esta revista).
São exemplos de grupos nominais complexos (possuem, além de um substantivo, pelo menos um modificador (adjetivo ou substantivo): 72) 73) 74) 75)
A beautiful woman (uma mulher bonita). Three interesting movies (três filmes interessantes). This sea star - esta estrela do mar. Her gorgeous Monalisa´s smile - seu lindíssimo sorriso de Monalisa.
Observe que todos esses exemplos iniciam-se com um determinante e terminam com um substantivo. Essa é a maneira de delimitar o início e o final de um grupo nominal complexo, quando este possui um determinante. E se o grupo nominal complexo não possuir um determinante? Como vou saber o seu início? Existem várias maneiras de limitar um grupo nominal sem determinante, mas a mais prática é lançando mão do conhecimento sobre a estrutura geral do grupo nominal (modificador + núcleo) e dos seus conhecimentos sobre a estrutura da oração em inglês, que vimos no início do capítulo: • Quem? - será sempre representado por um pronome ou por um grupo nominal, complexo ou simples; • O quê? - terá sempre como núcleo um verbo seguido de um grupo nominal simples ou complexo; • Como?/Onde?/Quando?/Por quê? - nunca será um grupo nominal e, sim, adverbial ou advérbios.
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Veja os grupos nominais sombreados no Texto 1: TEXTO 1 BAT STARS (Patiria miniata) Habitat: Bat stars typically are found on sandy and rocky bottoms. Average adult size: Adults can grow to be 8 inches across. Natural history: In sea stars, it is easy to see the five-sided symmetry of the echinoderms. Most species have five arms coming from a central disk. On the underside is the mouth and the tube feet. The tube feet are used to move about, cling to the bottom and capture prey. A unique feature of the echinoderms is a system of water filled-tubes. This “water vascular system” controls the movement of the bat star’s tube feet. Bat stars are well-adapted to life in the kelp forest. They will eat almost anything. Their diet includes plants and animals, as well as scavenging dead or dying animals. They can extend their stomachs outside their bodies in order to feed. The bat star oozes its digestive juices onto its prey and slurps up its liquefied lunch. Bat stars are the most abundant sea star on the west coast. They are especially numerous in kelp forests. When some sea stars are captured by a predator, they may cast off an arm to escape, just like a lizard losing its tail. But the sea star can regenerate the arm, growing back a new arm where the old one was lost. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 10 set. 2010.
6.2.4 Os verbos e os grupos verbais em inglês Como já dissemos anteriormente neste capítulo, além dos substantivos, os verbos são a classe de palavras mais importante em uma oração. Os verbos fazem parte do O quê na estrutura oracional. Sempre existirá algo fazendo alguma coisa. Isso pode ser chamado de processo, ou ação (embora nem todos os verbos representem uma ação, como no caso dos verbos de ligação, por isso, processo é um termo mais adequado). Em inglês existem grupos verbais, como em português (verbo auxiliar + verbo principal). Por exemplo: Dolphins can swim very fast. (Golfinhos podem nadar muito rápido.) O verbo can é o auxiliar e o verbo swim é o principal. Nas frases afirmativas, em inglês, o verbo vem sempre depois do sujeito (Quem) e logo após vem seu complemento (esses dois juntos são o O quê). No entanto, em inglês, nas frases interrogativas, o verbo auxiliar vem sempre antes do sujeito e logo após do sujeito vem o verbo principal e seu
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complemento (O quê). Observe os exemplos (verbos auxiliares em negrito e os principais sublinhados; sujeito (Quem) sombreado): 76) 77) 78) 79) 80) 81) 82)
Can you do me a favour? Do you know Paris? Did they see the robbering? Is Bob a nice man? Will inflation rise next year? Were you sick last week? Would Gwen give me a present on my birthday?
Observe que o verbo be, por ser um verbo de ligação e irregular, faz o papel de auxiliar e principal nos exemplos citados. Os auxiliares do, did, would e will indicam o tempo presente, passado, futuro do pretérito e futuro do presente. Os auxiliares do e did só são usados em interrogativas e negativas. As frases negativas em inglês também possuem estrutura peculiar: a partícula not (advérbio de negação) vem sempre logo depois do verbo auxiliar e pode ser contraída com o mesmo. A estrutura é basicamente igual à frase interrogativa, com exceção do acréscimo do not. Observe os exemplos: 83) 84) 85) 86)
Frank isn´t happy with his salary. Dylan did not come to my party. Sue can´t pay for this apartment. They will not vote on that dishonest man.
No próximo capítulo, veremos mais profundamente a estrutura verbal da língua inglesa com relação ao passado, particípio passado e particípio presente.
6.3 Aplicando a teoria na prática Você se lembra do Texto 1 com os grupos nominais na seção 6.2.3? Tente interpretar os grupos nominais sombreados! Não se esqueça de usar a estratégia de se ler da direita para a esquerda e de acrescentar os conectivos necessários para que a expressão faça sentido em
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português. E não se esqueça também de usar o contexto, como já vimos em capítulos anteriores, para ajudá-lo a deduzir o sentido da expressão, se houver dúvida. Caso encontre alguma palavra que não possa ser deduzida, procure-a em um dicionário eletrônico ou convencional. E então, conseguiu interpretar todos eles? Aqui está a tradução integral do texto. Procure a interpretação de cada um dos grupos nominais dessa atividade e veja se você acertou. TEXTO 2 (tradução do Texto 1) ESTRELAS-MORCEGO (Patiria miniata) Habitat: As estrelas-morcego são tipicamente encontradas em fundos arenosos e rochosos. Tamanho adulto médio: os adultos podem crescer até chegarem a oito polegadas de um lado ao outro. História natural: Nas estrelas-do-mar é fácil ver a simetria de cinco lados dos equinodermas. A maioria das espécies tem cinco braços advindos do disco central. Do lado de baixo estão a boca e os pés tubulares. Os pés tubulares são usados para locomover-se, agarrar-se ao fundo e capturar presas. Uma característica única dos equinodermas é um sistema de tubos cheios de água. Este “sistema vascular de água” controla o movimento dos pés tubulares da estrela-morcego. As estrelasmorcego estão bem adaptadas à vida na floresta de algas. Elas comem quase qualquer coisa. Sua dieta inclui plantas e animais, bem como escavar animais mortos ou agonizantes. Elas podem estender seus estômagos para fora de seus corpos a fim de se alimentarem. A estrela-morcego esguicha seus sucos digestivos em sua presa e suga seu almoço liquefeito. As estrelas-morcego são a mais abundante estrela-do-mar na costa oeste. São especialmente numerosas nas florestas de algas. Quando algumas estrelas-do-mar são capturadas por um predador, elas podem soltar um braço para escapar, exatamente como o lagarto ao perder sua cauda. Mas a estrela-do-mar pode regenerar o braço, fazendo crescer de volta um novo braço onde o antigo foi perdido. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 10 set. 2010.
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6.4 Para saber mais Título: A compreensão de grupos nominais em inglês como LE Autor: Simone Correia Tostes Revista: Revista Brasileira de Linguística Aplicada
Ano: 2004
URL: . Nesse artigo, você poderá encontrar mais exemplos em inglês de grupos nominais e o resultado de uma pesquisa sobre esse assunto com relação à dificuldade de interpretação dessas unidades especiais na língua inglesa por parte de alunos universitários brasileiros.
Título: Gramática prática da língua inglesa: o inglês descomplicado Autor: Nélson Torres
Editora: Saraiva
Ano: 2007
Em linguagem acessível e informal, este livro é uma excelente obra de consulta, adequada como material de apoio para quem está aprendendo inglês instrumental e geral, graças às suas vantagens imbatíveis: tem explicações em português, aborda as dúvidas comuns dos estudantes brasileiros, apresenta as traduções de todos os textos e traz um índice geral que permite a localização rápida do tema ou assunto a ser consultado.
6.5 Relembrando Neste capítulo, você aprendeu que: • A estrutura gramatical e sintática das orações em inglês é semelhante à do português: Quem? + O quê? + Como?/Quando?/Onde?/Por quê?. • Existem estruturas em inglês que são inversas às do português e é necessário usar uma estratégia diferente para interpretá-las. Os grupos nominais devem ser lidos da direita para a esquerda, pois a sua estrutura geral é: (DETERMINANTE(S)) + MODIFICADOR(ES) + NÚCLEO. • Os grupos nominais podem ter quatro tipos de estruturas específicas: adjetivon + substantivo adjetivon + substantivon + substantivo substantivon + substantivo substantivon + ´s + substantivo (caso genitivo).
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• Para encontrar mais facilmente um grupo nominal em um texto, você precisa usar o seu conhecimento sobre a sua estrutura geral e também sobre a estrutura das orações na língua inglesa.
6.6 Testando os seus conhecimentos Leia o Texto 3 a seguir, retirado e adaptado da revista Newsweek, onde a atriz Angie Dickinson fala sobre a sua filha autista. Encontre todos os grupos nominais complexos e interprete-os usando as estratégias que aprendeu neste capítulo. Encontre também as três partes de cada oração do último parágrafo: Quem? O quê? Como?/Quando?/Onde?/Por quê? TEXTO 3 Autism in the Spotlight Will one celeb’s story make a difference? […] Nikki Bacharach, (actress Angie) Dickinson’s daughter with composer Burt Bacharach, was born three months premature in the summer of 1966. She weighed 1 pound, 10 ounces. The baby was immediately put into a preemie isolette and no one was allowed to touch her—a fate Dickinson believes was linked to her daughter’s lifelong sense of isolation. “Even the doctors back then didn’t know the value of touch, that if you never get touched or hear a loving voice or get held in those first months, you won’t ever feel real or feel connected to anything. Not so long ago I was watching 2001: A Space Odyssey for the twentieth time with Nikki, and it hit me: you know that scene where the astronaut gets cut off and just floats into space? That’s how Nikki felt—how kids who have autism feel every minute of their lives. For the rest of us who can connect and ground ourselves so easily, it’s impossible to comprehend.” Nikki didn’t talk until she was three, but she did develop into an athletic kid who participated in gymnastics, horseback riding, ballet, scuba diving, and swimming. At four, “she could play piano like a prodigy,” Dickinson writes, but she had disturbing behaviors—she cut the hair off her dolls and the tails of her toy horses. And she saved everything, including an old battery and dog poo, on top of a dresser in her closet. […] Fonte: Disponível em: < http://www.newsweek.com/2010/08/31/angie-dickinson-speaks-out-on-autism.html>. Acesso em: 10 set. 2010 (Com adaptações).
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Onde encontrar CUNHA, C. F. Gramática da língua portuguesa. Rio de Janeiro: FENAME, 1972. KURLAND, D. Complete reference: the noun phrase. 2003. Disponível em: . Acesso em: 19 set. 2010. MILANEZ, M. K. A interpretação dos sintagmas nominais com adjetivos atributivos por alunos de inglês instrumental. 158 f. Dissertação (Mestrado em Lingüística Aplicada) - Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2009. NUTTALL, C. Teaching reading skills in a foreign language. 2th ed. Oxford: McMillan Heinemann, 1998. QUIRK, R. et al. Comprehensive grammar of the english language. London: Longman, 1985. SWAN, M. Practical english usage. New York: Oxford University Press, 1995. TAYLOR, J. R. Cognitive grammar. New York: Oxford University Press, 2002. TORRES, N. Gramática prática da língua inglesa: o inglês descomplicado. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. TOSTES, S. C. A compreensão de grupos nominais em inglês como LE. Revista Brasileira de Lingüística Aplicada, Belo Horizonte, v. 1, p. 217-230, 2004. Disponível em: . Acesso em: 10 set. 2010.
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CAPÍTULO 7 FORMAÇÃO DE PALAVRAS: COMPOSIÇÃO, DERIVAÇÃO E CONVERSÃO
7.1 Contextualizando Neste capítulo, você aprenderá a compreender palavras derivadas, analisando seus sufixos e/ou prefixos, o que aumentará em muito o seu vocabulário. Mesmo que você não as conheça, basta perceber seu papel na estrutura oracional e/ou saber a palavra primitiva de onde se originam. Também aprenderá a distinguir entre classes de palavras que, normalmente, causam confusão e quebrar certas noções equivocadas quanto ao papel de alguns sufixos comuns na língua inglesa. Além da derivação, você aprenderá que podemos formar novas palavras por composição e por conversão. Ao final do capítulo, você será capaz de: • reconhecer a classe da palavra derivada que está tentando entender apenas analisando seu sufixo; • pelo sufixo e conhecendo a palavra original, deduzir o significado da palavra derivada; • aumentar bastante seu vocabulário apenas estudando os prefixos e sufixos; • distinguir a classe de duas palavras iguais pelo contexto; • deduzir o significado de uma palavra composta, conhecendo as duas palavras primitivas que a originaram.
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7.2 Conhecendo a teoria O estudo da morfologia, ou seja, da formação de palavras, serve para demonstrar a flexibilidade da língua. No caso do inglês, ele servirá para você aumentar o seu vocabulário e reconhecer partes da estrutura da oração, mesmo não sabendo o significado de uma palavra, apenas observando o sufixo e percebendo se ela é um substantivo, adjetivo ou advérbio. Palavras primitivas são aquelas que não sofreram nenhum processo de formação, isto é, já “nasceram” assim. No entanto, a partir de uma palavra primitiva, podemos formar uma nova palavra por meio de um dos processos de formação. São três os processos de formação de palavras em inglês: afixação, conversão e composição. Vamos conhecê-los? a) Afixação: É a adição de prefixos e sufixos a uma palavra primitiva. Divide-se em sufixação, prefixação, prefixação e sufixação. Observe os exemplos: Primitiva: pleasant (agradável) - derivada: unpleasant (desagradável) Primitiva: mean (significar) - derivadas: meaningful (significativo) meaningless (sem significado) • Sufixação: Dos dois tipos de afixos - prefixos e sufixos - os sufixos são aqueles que apresentam maior produtividade, isto é, a porcentagem de incidência é mais alta na língua inglesa. Os sufixos, além de modificar o significado da palavra primitiva, também modificam a categoria gramatical das palavras a que se aplicam. Isto é, um determinado sufixo, ao ser aplicado a uma determinada categoria de palavra, modificará, na maioria das vezes, a classe dessa palavra primitiva. Você se lembra de um exercício nas aulas de português no nível fundamental, onde o professor dava uma palavra primitiva de uma classe gramatical e você tinha que pensar em uma palavra derivada de outra classe? Por exemplo: mãe - materno, maternidade; irmão - fraterno, fraternidade; águia - aquilino; víscera - visceral etc. Observe como algumas derivações em português são complicadas, porque o radical da palavra primitiva muda, devido a se recorrer à palavra primitiva original do latim (mãe = mater (latim) = materno). Já em inglês é bem mais fácil, pois raramente há modificação no
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radical e, quando acontece, ela é bem sutil, não mudando muito a palavra primitiva. Observe isso nos exemplos a seguir: Primitiva: forget (verbo: esquecer) - derivada: forgetful (adjetivo: esquecido) Primitiva: beauty (substantivo: beleza) - derivada: beautiful (adjetivo: bonito) Primitiva: parent (substantivo concreto: pai (pai ou mãe)) - derivada: parenthood (substantivo abstrato: paternidade - de pai ou de mãe) Primitiva: happy (adjetivo: feliz) - derivada: happiness (substantivo abstrato: felicidade) Primitiva: different (adjetivo: diferente) - derivada: differently (advérbio: diferentemente) • Prefixação: Os prefixos, por sua vez, normalmente não alteram a categoria gramatical da palavra a que se aplicam. Seu papel é predominantemente semântico, isto é, eles alteram o significado da palavra original, conforme você pode observar nos exemplos a seguir: Primitiva: able (verbo: habilitar) - derivada: disable (verbo: desabilitar) Primitiva: convenient (adjetivo) - derivada: inconvenient (adjetivo: inconveniente) Primitiva: agree (verbo: concordar) - derivada: disagree (verbo: discordar) Primitiva: stable (adjetivo: estável) - derivada: unstable (adjetivo: instável) Primitiva: understand (verbo: entender) - derivada: misundertand (verbo: entender mal) • Prefixação e sufixação: Algumas vezes, pode-se derivar uma palavra primitiva tanto por prefixação quanto por sufixação, como acontece em português. Veja os exemplos a seguir: Primitiva: understand (verbo: entender) - derivada: misunderstanding (substantivo: malentendido) Primitiva: forget (verbo: esquecer) - derivada: unforgetable (adjetivo: inesquecível) Primitiva: use (verbo: usar) - derivada: unuseful (adjetivo: inútil) Primitiva: read (verbo: ler) - derivada: prereading (substantivo: pré-leitura) Primitiva: connect (verbo: conectar) - derivada: disconnected (adjetivo: desconectado)
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b) Conversão: É a adoção de uma palavra de outra categoria gramatical usando-a em uma categoria diferente, sem modificar a sua forma. Estes pares de palavras são abundantes na língua inglesa e, se você conhecer o significado de uma das categorias, fica fácil deduzir o significado quando ela for usada como uma outra categoria. É claro que você precisará dominar o vocabulário de sua própria língua para fazer essa dedução. Normalmente esses pares de palavras com a mesma grafia, mas com significados e classes gramaticais diferentes, são verbo e substantivo. Para distinguir uma classe da outra, você terá que lançar mão de seu conhecimento sobre a estrutura oracional da língua inglesa (aprendida no capítulo anterior) e/ou do contexto. Vamos a exemplos: Drive (verbo: dirigir) - drive (substantivo: direção) Love (verbo: amar) - love (substantivo: amor) Work (verbo: trabalhar) - work (substantivo: trabalho) Kiss (verbo: beijar) - kiss (substantivo: beijo) Cross (verbo: cruzar, atravessar) - cross (substantivo: cruz) Hate (verbo: odiar) - hate: (substantivo: ódio) Link (verbo: ligar) - link (substantivo: elo, ligação) He gave me a beautiful golden cross. (Ele me deu uma linda cruz dourada.) You have to be very careful when you cross the street. (Você tem que ser muito cuidadoso quando atravessar a rua.) I have to work hard this weekend. (Tenho que trabalhar duro neste final de semana.) Their work received a very good evaluation. (O trabalho deles recebeu uma avaliação muito boa.) Love is the most important thing in life. (O amor é a coisa mais importante na vida.) We need to love someone. (Precisamos amar alguém.)
Usando os conhecimentos que você adquiriu no capítulo anterior, sobre a estrutura da oração na língua inglesa, não fica difícil deduzir as categorias dos pares de palavras que sofreram conversão. Por exemplo, um verbo sempre virá após o sujeito nas frases afirmativas e um substantivo poderá vir
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acompanhado de um determinante (artigo, numeral, possessivo) ou de um modificador (adjetivo ou substantivo com função adjetiva). Observe isso nos exemplos anteriores. c) Composição: Refere-se à junção de duas palavras para formar uma terceira. Você precisa aprender a reconhecer quando uma palavra é composta por outras duas, pois se conhecer o significado das duas palavras isoladamente, você poderá deduzir o significado da palavra composta mesmo que nunca a tenha visto. As palavras compostas são, na verdade, grupos nominais com modificador substantivo que, pelo uso, se transformaram em uma única palavra. Então, você poderá usar a estratégia de interpretação dos grupos nominais (ler da direita para a esquerda e ir acrescentando os conectivos necessários) para compreender essas palavras quando você não as conhece, mas sabe o significado isolado de cada substantivo que as compõe. Verifique isso nos exemplos a seguir: Tea (chá) + pot (recipiente) = teapot (bule de chá) Arm (braço) + chair (cadeira) = armchair (poltrona) News (notícias) + stand (banca) = newstand (banca de revistas) Sea (mar) + food (comida) = seafood (frutos do mar) Bed (cama) + room (aposento) = bedroom (quarto) Pencil (lápis) + case (caixa) = pencil case (estojo de lápis) Spider (aranha) + man (homem) = spiderman (homem-aranha) I broke my beautiful teapot yesterday. (Quebrei meu lindo bule de chá ontem.) James cannot eat seafood because he is alergic. (James não pode comer frutos do mar, pois ele é alérgico.) Go to my bedroom and get my glasses, please. (Vá ao meu quarto e pegue os meus óculos, por favor.) I forgot my pencil case at school. (Eu esqueci meu estojo de lápis na escola.) You can buy this magazine in a newstand. (Você pode comprar esta revista em uma banca de revistas.)
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7.2.1 Alguns sufixos mais comuns na língua inglesa Na internet, ou nas gramáticas, existem listas extensas dos vários sufixos (e também dos prefixos) existentes na língua inglesa. Não é nosso propósito relacionar todos os sufixos (e prefixos) nesse livro-texto. No entanto, gostaríamos de comentar alguns sufixos que podem causar confusão na interpretação. • -ing Os alunos tendem a interpretar o sufixo -ing unicamente como gerúndio, quando, na maioria das vezes, ele aparece como forma substantivada de um verbo, ou, ainda, como adjetivo. Além disso, ele pode ser interpretado não como gerúndio, na maioria das vezes, e, sim, como particípio. Só será gerúndio quando vier acompanhado do verbo be em qualquer tempo verbal. Se a palavra terminada em -ing for um substantivo, ela poderá figurar na frase como sujeito, enquanto que se for um verbo no gerúndio, jamais poderá ser interpretado como sujeito nem como complemento. Este é um detalhe que muito frequentemente compromete seriamente o entendimento. Já se ele for adjetivo, virá sempre depois do verbo be ou antes de um substantivo. Observe os exemplos: Verbo
Ex: We are planning to travel. (Estamos planejando viajar.) What are you doing? (O que você está fazendo?)
Substantivo
Ex: He likes fishing and camping, and hates accounting. (Ele gosta de pesca e acampamento (ou pescar e acampar) e detesta contabilidade.) This apartment building is new. (Este prédio de apartamentos é novo.)
Adjetivo
Ex: This is interesting and exciting to me. (Isto é interessante e excitante para mim.) That was a frightening explosion. (Aquela foi uma explosão assustadora.)
-ing
• - ed O sufixo -ed também causa algumas confusões no momento de interpretação. Ele também tem origem verbal e é mais conhecido como uma desinência verbal de passado e particípio. Só que, como em português,
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também em inglês temos adjetivos que se originaram do particípio dos verbos. Veja os exemplos na nossa língua: Verbo: cansar - particípio: cansado (Ele havia cansado muito o cãozinho.) - adjetivo: cansado (O menino estava cansado.) Verbo: amaldiçoar - particípio: amaldiçoado (Haviam amaldiçoado o dia em que nasceram.) - adjetivo: amaldiçoado (Este amuleto está amaldiçoado.) Verbo: ferir - particípio: ferido (Ele foi ferido à faca). - adjetivo: ferido: (Cuidado! É um leão ferido.) Em português, percebemos, nessa situação, se é um verbo ou um adjetivo pela estrutura da oração e pelo sentido dado pelo contexto. Em inglês é a mesma coisa. Observe os exemplos a seguir:
Verbo (particípio) -ed
Ex: He tired his wife with his stories. (Ele cansava sua mulher com suas histórias.) Mary got interested in science fiction movies. (Mary ficou interessada em filmes de ficção científica.
Verbo (particípio) Ex: I am so tired today! (Estou tão cansado hoje!) Interested people do everything to learn. (As pessoas interessadas fazem tudo para aprender.)
Observe, a seguir, os pares de derivadas de uma mesma palavra primitiva: um verbo. Muitos alunos ficam confusos com sua interpretação. As que terminam com -ing possuem um significado mais ativo, sugerindo que a ação do verbo primitivo é realizada pelo substantivo a que se referem. Já as que terminam em -ed possuem um significado mais passivo, isto é, sofrem a ação do significado do verbo de que se originam. Interest (interessar): interesting (interessante = interessa a alguém) e interested (interessado = alguém ficou interessado) Tire (cansar): tiring (cansativo = cansa alguém) e tired (cansado = alguém ficou cansado) Change (mudar): changing (em mudança = muda alguém) e changed (mudado = alguém foi mudado) Inspire (inspirar): inspiring (inspirador = inspira alguém) e inspired (inspirado = alguém foi inspirado) Confuse (confundir): confusing (confuso = confunde alguém) e confused (confundido/confuso = alguém ficou confundido/confuso)
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These instructions are very confusing! I am complete confused. (Estas instruções são muito confusas. Estou confuso.) Working out is tiring I am tired now. (Malhar é muito cansativo. Estou cansada agora.) The book was very inspiring. I hope Josh gets inspired too. (O livro foi muito inspirador. Espero que Josh fique inspirado também.) This is a changing world. Everything is changed. (Este é um mundo em mudança. Tudo está mudado.)
• - less e -ness Normalmente, os alunos confundem esse dois sufixos, que não têm nada em comum quanto ao significado, porque apenas a escrita é parecida. Vejamos a diferença: Originado da palavra less, que significa “menos”, o sufixo -less possui esse significado de falta ou sem. Veja nos exemplos a seguir: Jane and Bert are childless. (Jane e Bert não têm filhos.) Childless = sem filhos (child = criança, filho) I´m penniless today. (Hoje estou sem um centavo.) Penniless = sem centavo (penny = centavo de libra) This is a wireless telephone set. (Este é um aparelho de telefone sem fio.) Wireless = sem fio (wire = fio) There are many homeless people on the streets of New York. (Há muitos sem-teto nas ruas de Nova Iorque.) Homeless = sem-teto (home = casa, lar) Some TV series are endless. (Algumas séries de TV são sem fim.) Endless = sem fim (end = fim) Já o sufixo -ness não tem nenhuma conotação negativa como o -less. Ele apenas indica que a palavra é um substantivo abstrato. Observe os exemplos a seguir: His enviromental consciousness makes him defend the environment. (Sua consciência ambiental o faz defender o meio ambiente.) Consciousness = consciência (conscious = consciente) The old woman´s kindness called everybody´s attention. (A gentileza da senhora chamava a atenção de todos.)
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Kindness = gentileza (kind = gentil) The Police could not find the body in the darkness. (A polícia não pôde achar o corpo na escuridão.) Darkness = escuridão (dark = escuro) Maya felt the softness of the sheets. (Maya sentiu a maciez dos lençóis) Softness = maciez (soft = macio) We all look for happiness. (Todos nós procuramos a felicidade.) Happiness = felicidade (happy = feliz) • -ful e -ous Estes dois sufixos possuem a mesma conotação: “cheio de”. O sufixo -ous corresponde em português ao nosso sufixo -oso, -osa, que também significa “cheio de”. O sufixo -ful origina-se da palavra full, que significa “cheio”. Observe nos exemplos a seguir: Dangerous = perigoso (danger = perigo) Famous = famoso (fame = fama) Incestuous = incestuoso (incest = incesto) Scrupulous = escrupuloso (scrupul = escrúpulo) Meaningful = significativo (meaning = significado) Beautyful = belo, bonito (beauty = beleza) Careful = cuidadoso (care = cuidado) Helpful = útil, prestativo (help = ajuda) Skillful = habilidoso (skill = habilidade) He is so skillful. (Ele é tão habilidoso.) These streets are very dangerous. (Estas ruas são muito perigosas.) Be careful when driving at night. (Seja cuidadoso quando dirigir à noite.) John is always helpful. (John é sempre prestativo.) That gesture was very meaningful for me. (Aquele gesto foi muito significativo para mim.) Madonna is a famous American singer. (Madonna é uma cantora americana famosa.)
• - er Este sufixo tem dois significados, dependendo da classe da palavra na qual ele é acrescentado.
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a) Se a palavra primitiva for um verbo, vai significar aquele/aquela que faz a ação indicada pela palavra primitiva, isto é, o verbo. Encontramos esse sufixo em palavras que significam as várias profissões. Veja os exemplos: Work - worker (trabalho - trabalhador) Love - lover (amor - amante) Teach - teacher (ensinar - professor) Kill – killer (matar - matador/assassino) Consume - consumer (consumir - consumidor) Boxe - boxer (boxe - boxeador) Bake - baker (assar - padeiro) Employ - employer (empregar - empregador) The employer dismissed many workers. (O empregador dispensou muitos trabalhadores.) Muhamed Ali was a famous boxer. (Muhamed Ali foi um boxeador famoso.) The man hired a killer to solve his problem. (O homem contratou um matador para resolver o seu problema.) The consumer´s rights must be respected. (Os direitos do consumidor devem ser respeitados.)
b) Se a palavra primitiva for um adjetivo, -er indicará o grau comparativo, assim como -est indicará o seu grau superlativo. Observe os exemplos a seguir com atenção redobrada, pois, em português, os graus comparativo e superlativo não acontecem adicionando-se sufixos ao adjetivo. Nice - nicer - nicest (simpático/a - mais simpático/a (do que) - (o/a) mais simpático/a) Pretty - prettier - prettiest (bonita - mais bonita (do que) - (a) mais bonita) Big - bigger - biggest (grande - maior (do que) - (o/a) maior) Soft - softer - softest (macio/a - mais macio (do que) - (o/a) mais macio/a) Cold - colder - coldest (frio/a - mais frio/a (do que) - (o/a) mais frio/a) Narrow - narrower - narrowest (estreito/a - mais estreito/a - (o/a) mais estreito/a) Lovely - lovelier - loveliest (adorável - mais adorável (do que) - (o/a) mais adorável)
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Karl is nicer than his brother. In fact, he is the nicest person of the family. (Karl é mais simpático do que o irmão dele. De fato, ele é a pessoa mais simpática da família.) Brazil is bigger than Argentina. Actually, it is the biggest country of Latin America. (O Brasil é maior do que a Argentina. Na verdade, é o maior país da América Latina.) That armchair is softer than this one. I want the softest of the store. (Aquela poltrona é mais macia do que esta daqui. Eu quero a mais macia da loja.) Rio Grande do Sul is colder than Rio Grande do Norte. It is the coldest place in Brazil. (O Rio Grande do Sul é mais frio do que o Rio Grande do Norte. É o lugar mais frio do Brasil.) Your hall is narrower than mine. I think it is the narrowest hall I have ever seen. (O seu corredor é mais estreito do que o meu. Acho que é o mais estreito que já vi.)
• -ly Esse é um dos prefixos mais usados e mais fáceis de ser interpretado em inglês. Normalmente, ele é acrescentado a adjetivos, transformando-os em advérbios de modo, e corresponde ao nosso sufixo -mente, também presente nos advérbios de modo em português. Veja os exemplos a seguir: Certain - certainly (certo - certamente) Frequent - frequently (frequente - frequentemente) High - highly (alto - altamente) Effective - effectively (efetivo - efetivamente) Final - finally (final - finalmente) Late - lately (último - ultimamente) Probable - probably (provável - provavelmente Quiet - quietly (silencioso - silenciosamente) The disease came quietly. (A doença veio silenciosamente.) People are very stressed lately. (As pessoas estão muito estressadas ultimamente.) Children frequently get hurt. (As crianças frequentemente se machucam.) The president finally decided to adopt the economical measures. (O presidente finalmente decidiu adotar as medidas econômicas.) That certainly was a very good Idea. (Isso foi certamente uma boa ideia.)
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• -ive (-ative) e -able -ive (-ative) é outro sufixo muito comum em inglês e igualmente fácil de interpretar, pois corresponde ao sufixo -ivo em português, na maioria das vezes, que significa “ter a capacidade de”, assim como o sufixo –able, que corresponde em português a -ável também com o mesmo significado. Eles são acrescentados a verbos primitivos, transformando a palavra em adjetivo. Vejamos alguns exemplos: Attract - attractive (atrair - atrativo, atraente) decorate - decorative (decorar - decorativo) Offend - offensive (ofender - ofensivo) Negate - negative (negar - negativo) Talk - talkative (conversar - conversador) Produce - productive (produzir - produtivo) Permit - permissive (permitir - permissivo) Provoke - provocative (provocar - provocativo) Explode - explosive (explodir - explosivo) Act - active (agir - ativo) Correct - corrective (corrigir - corretivo) Expand - expansive (expandir - expansivo) Conserve - conservative (conservar - conservador) He is a very conservative person. (Ele é uma pessoa muito conservadora.) This is an explosive combination. (Esta é uma combinação explosiva.) Some sectors in industry are not so productive. (Alguns setores na indústria não são tão produtivos.) Lady Gaga is such a provocative artist. (Lady Gaga é uma artista tão provocativa.) My mother is old but she is pretty active. (Minha mãe é idosa, mas é bastante ativa.) George is so talkative. (George é tão falante.) Marilyn Monroe was a very attractive woman. (Marilyn Monroe foi uma mulher muito atraente.) The victim attacked the criminal with offensive words. (A vítima atacou o criminoso com palavras ofensivas.)
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• -ship e -hood Embora estes não sejam sufixos tão produtivos na língua inglesa, é importante conhecê-los, já que eles transformam substantivos concretos em abstratos e, por isso mesmo, são comuns em textos científicos ou mais formais. Observe os exemplos a seguir: Brotherhood - irmandade (brother = irmão) Neighborhood - vizinhança (neighbor = vizinho) Parenthood - paternidade (parent = pai (de mãe ou pai)) Motherhood - maternidade (mother - mãe) Chilhood - infância (child = criança) Priesthood - sacerdócio (priest = sacerdote) Citizenship - cidadania (citizen = cidadão) Retationship - relacionamento (relation = relação) Partnership - parceria (partner = parceiro, sócio) Ownership - propriedade, posse (owner = proprietário) Dictatorship - ditadura (dictator = ditador) Friendship - amizade (friend = amigo) Her friendship is very important for us. (A amizade dela é muito importante para nós.) Parenthood is a very serious thing. (A paternidade é uma coisa muito séria.) Gert had to prove her American citizenship. (Gert teve que provar sua cidadania americana.) Our partnership will help the company. (Nossa parceria ajudará a companhia.) As he felt in love, he had to give up priesthood. (Como ele se apaixonou, teve que desistir do sacerdócio.) This neighborhood is very noisy. (Esta vizinhança é muito barulhenta.) The military dictatorship in Brazil finished in the 80´s. (A ditadura militar no Brasil terminou nos anos 80.)
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7.2.2 Alguns prefixos mais comuns na língua inglesa • un- , dis-, in-, il-, im- e irun- é um dos prefixos mais comuns em inglês e corresponde aos prefixos -in e - des em português, da mesma forma que o prefixo dis-. Eles são acrescentados a adjetivos e lhes emprestam um significado oposto ao da palavra original. Veja alguns exemplos: Unable - incapaz (able = capaz) Unfair - injusto (fair = justo) Unclear - obscuro (clear = claro) Unkind - grosseiro (kind = gentil) Unhappy - infeliz (happy = feliz) Unpleasant - desagradável (pleasant = agradável) Untidy - desorganizado (tidy = organizado) Unpaid - não pago (paid = pago) Unemployed - desempregado (employed = empregado) Unexpected - inesperado (expect = esperar) Unauthorized - não autorizado (authorized = autorizado) Jude was so unkind with Victor. (Jude foi tão grosseira com Victor.) What an unpleasant visit! (Que visita desagradável!) The tribunal´s decision was unfair. (A decisão do tribunal foi injusta.) Tom, your bedroom is untidy! (Tom, seu quarto está desorganizado!) They had a very unhappy marriage. (Eles tiveram um casamento muito infeliz.) Your instructions were unclear. (Suas instruções foram obscuras.) Unauthorized people entered the president´s room. (Pessoas não autorizadas entraram na sala do presidente.) I was unable to help him with his problem. (Fui incapaz de ajudá-lo com seu problema.)
Além deste sentido, un- também é usado para dar ideia de reversão, isto é, ele é acrescido a verbos e lhes empresta um sentido de desfazer a ação representada pelo verbo original. Veja os exemplos a seguir:
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Do - undo (fazer - desfazer) Cover - uncover (encobrir - revelar/cobrir - descobrir) Load - unload (carregar - descarregar) Dress - undress (vestir - despir) Mask - unmask (mascarar - desmascarar) Lock - unlock (trancar - destrancar) Pack - unpack (embalar - desembalar) Tie - untie (amarrar - desamarrar) You have to undo everything you did right now! (Você vai ter que desfazer tudo o que fez agora mesmo!) Please, unload the truck. (Por favor, descarregue o caminhão.) She wanted to unmask him in front of his family. (Ela queria desmascará-lo na frente de sua família.) The detective had to uncover the real story. (O detetive teve que revelar a história real.) Can you untie your sneakers before taking them off? (Você pode desamarrar seus tênis antes de tirá-los?)
Também têm conotação negativa, ou de oposição, os prefixos in-, il-, im- e ir- e podem ser acrescentados a adjetivos, substantivos ou verbos, conferindolhes uma conotação oposta à original. Disconnect - desconectar (connect = conectar) Dislike - não gostar (like = gostar) Disobey - desobedecer (obey = obedecer) Disloyal - desleal (loyal - leal) Disorder - desordem (order = ordem) Dissociate - desassociar (associate = associar) Illogical - ilógico (logicaL = lógico) Inevitable - inevitável (evitable = evitável) Impossible - impossível (possible = possível) Incorrect - incorreto (correct = correto) Irresponsible - irresponsável (responsible = responsável) Irrelevant - irrelevante (relevant = relevante) Illegal - ilegal (legal = legal) Improper - inapropriado (proper = apropriado)
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That question is incorrect. (Aquela questão está incorreta.) Abandoning animals on the streets is illegal. (Abandonar animais nas ruas é ilegal.) My living room is in complete disorder! (Minha sala de estar está uma completa desordem!) Hurting him was inevitable. (Magoá-lo foi inevitável.) I dislike sushi. (Eu não gosto de sushi.) This answer is totally illogical! (Esta resposta é totalmente ilógica.) Never disobey your boss. (Nunca desobedeça a seu chefe.)
• misEste prefixo também possui conotação negativa, mas significa fazer “de maneira errada” uma ação (ele é acrescentado a verbos) e corresponde, às vezes, ao nosso prefixo mal-. Observe os exemplos: Misunderstand - entender mal, mal interpretar (understand = entender) Misbehave - comportar-se mal (behave = comportar-se) Mislead - direcionar errado (lead = direcionar, guiar, liderar) Mishear - ouvir mal (hear = ouvir) Misconduct - conduzir mal (conduct = conduzir) Mistreat - maltratar (treat = tratar) I hate to misunderstand things. (Eu detesto interpretar mal as coisas.) The boy wanted to misbehave but he could not. (O menino queria se comportar mal, mas não pôde.) There are people who mistreat the elderly. (Há pessoas que maltratam os idosos.) Sorry, I think I misheard what you said. (Desculpe, eu acho que ouvi mal o que você falou.)
Como você pôde perceber, ao conhecer o significado dos prefixos e sufixos, fica mais fácil deduzir uma palavra desconhecida, contanto que você conheça a palavra de onde ela se originou e aplique esse conhecimento. Você notou como em toda a seção nós, propositalmente, negritamos os prefixos e sufixos? Isto é para que você se acostume a visualizá-los nas palavras derivadas e saiba perceber a palavra primitiva dentre os afixos. Desse modo, você poderá aplicar os conhecimentos aqui adquiridos para deduzir uma palavra derivada que você nunca viu, mas sabe o significado da palavra primitiva de onde ela se originou.
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7.3 Aplicando a teoria na prática No Texto 1, a seguir, procure descobrir a palavra primitiva nas palavras derivadas em negrito e, pelo que você aprendeu sobre prefixos e sufixos neste capítulo, tente deduzir o significado das palavras derivadas. TEXTO 1 Loneliness Do you realize that this is probably the first time in the history of man that society has been deliberately structured to alienate people? A mood of separateness, isolation, loneliness (is everywhere. Only the last generation has grown up in the most isolated environment ever created: the nuclear family and television. Last week I heard a radio talk-show in which the participants were trying to discover the reasons for so much student unrest (rest). One person speculated that one reason may be a ‘racial memory of the extended family’ that is, young people are unconsciously experiencing dissatisfaction with the lack of extended-family participation. Whether or not the explanation (explain) is valid, America certainly does suffer from a lack of full family life [...] Fonte: Fairfield (1972, p. 86).
Então, conseguiu deduzir a maioria das palavras em negrito? Vejamos como deduzi-las somente identificando a palavra primitiva e usando os conhecimentos sobre prefixos e sufixos. Deliberately (deliberate = deliberar) - deliberadamente Separateness (separate = separar) - separação Isolation (isolate = isolar) - isolamento Loneliness (lonely = solitário) - solidão Isolated (isolate = isolar) - isolado Unrest (rest = descansar) - inquieto Uncounsciously (conscious = consciente) - inconscientemente Dissatisfaction (satisfy = satisfazer) - insatisfação Explanation (explain = explicar) - explicação
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7.4 Para saber mais Título: Inglês: as 1.500 Palavras Indispensáveis Autores: Rui Scarinci, Jaime Zechin e Cristina Schumacher
Editora: Elsevier
Ano: 2003
Além de explicações sobre a estrutura da oração da língua inglesa com exemplos e de palavras do dia a dia em inglês, incluindo listas de verbos irregulares, este livro, em seu anexo B, contém listas de palavras derivadas com explicações de como deduzi-las. Você poderá visualizar o anexo e outras partes do livro pesquisando no Google books (). Este livro dispõe de um recurso em CD que muito poderá ajudar na memorização de palavras básicas.
Título: Português-inglês Autor: Lino Vallandro
Editora: Globo
Ano: 1979
Dicionário diferente de inglês, apresentando também locuções, palavras derivadas e compostas, regências nominais e verbais, gírias e termos técnicos de uso comum.
7.5 Relembrando Você aprendeu neste capítulo que: • existem várias maneiras de formar palavras na língua inglesa: derivação (prefixação, sufixação, prefixação e sufixação), composição e conversão; • a derivação pode ser feita acrescentando-se um sufixo, um prefixo, ou os dois ao mesmo tempo, à palavra primitiva; • a composição faz-se unindo duas palavras primitivas para obter uma terceira com um novo significado. Esta união normalmente é por justaposição, isto é, normalmente sem espaço entre as duas palavras primitivas, mas podendo, às vezes, ter um espaço entre elas; • existem centenas de pares de palavras em inglês exatamente iguais (conversão), mas com classes gramaticais e sentidos diferentes. Você pode deduzir a sua classe gramatical usando os conhecimentos sobre a estrutura da oração;
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• é possível deduzir o significado de uma palavra derivada destacandose a primitiva e, sabendo-se o seu significado, deduzir o da palavra derivada apenas usando os conhecimentos sobre prefixos e sufixos.
7.6 Testando os seus conhecimentos Esta é a continuação do texto de Fairfield (1972) da seção 7.3. Que tal tentar descobrir sozinho o significado das palavras derivadas em negrito, usando a mesma estratégia de descobrir a palavra primitiva e depois aplicar os seus conhecimentos sobre prefixos e sufixos? […] One remedy for this deficiency (deficient) is offered by the communal movement: a realignment and restructuring of human relations to allow for more sharing, whether it is simply a strong sense of neighborliness or the evolution of an intense and involved group marriage. In anthropological terms, the extended family consists of people related by blood and marriage ties. In communal life, it consists of unrelated people who have come together as loving friends. Loneliness and isolation gather together in the cities, where people tend to remain cut off from one another even in the most physical crowded situations as the rush hour on New York City’s subway system so aptly and sadly illustrates. ‘All the lonely people, where do they come from?’ is a line in the Beatles’ song, ‘Eleanor Rigby’. Why ask? Just listen. They are there, all around you. The need for human contact stands out on the surface of the skin (what do people really go to church for?). Right now, if you are not alone, grasp the hand of the person on either side of you and say “hello”. Is it a little embarrassing for you to do? Embarrassing? Do you understand what it means to be embarrassed just to hold a person’s hand and greet him, be he stranger, friend, or acquaintance? (FAIRFIELD, 1972, p. 86-87).
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Onde encontrar FAIRFIELD, R. Communes USA: a personal tour. Baltimore: Penguin Books, 1972. SCARINCI, R.; ZECHIN, J.; SCHUMACHER, C. Inglês: as 1.500 palavras indispensáveis. Rio de janeiro: Elsevier, 2003. SWAN, M. Practical english usage. New York: Oxford University Press, 1995. VALLANDRO, L. Português-inglês. Porto Alegre: Globo, 1979.
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CAPÍTULO 8 COESÃO E COERÊNCIA NO TEXTO EM INGLÊS: USO DOS ELEMENTOS DE COESÃO
8.1 Contextualizando Neste capítulo, você aprenderá sobre coerência e coesão em textos na língua inglesa. A coesão textual trata da ligação, da relação, da conexão entre as palavras de um texto, usando elementos formais, que assinalam o vínculo entre os seus componentes. Já a coerência textual trata da relação que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido. Ela está, portanto, ligada ao entendimento, à possibilidade de interpretação daquilo que se ouve ou lê. Você pode perceber, portanto, como é importante o estudo desses dois tópicos para poder compreender melhor um texto em inglês. Ao final deste capítulo, você será capaz de: • entender as relações entre as ideias de um texto conhecendo os seus conectores e os seus significados; • perceber qual a lógica entre duas ideias, analisando os seus elementos de coesão; • reconhecer mais facilmente a que trechos ou palavras em um texto os pronomes se referem e compreender melhor este texto.
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8.2 Conhecendo a teoria 8.2.1 Coesão Um texto não é um amontoado de palavras sem nenhuma lógica ou vínculo entre elas. Quando se escreve, também se estabelece uma relação entre as ideias, e existem palavras, chamadas de conectivos, que servem para estabelecer esta relação de uma maneira formal, isto é, aparente. Também usamos outra categoria de palavras, os pronomes, por exemplo, para estabelecer relações com palavras já citadas no texto ou que ainda vamos citar. Chamamos isso de referência pronominal. Estes vínculos com partes do texto – que já passaram ou que ainda virão – aos quais chamamos de remissão, é que estabelecem a coesão, assim como o uso dos conectivos, fazendo com que o texto fique unido, coeso e não parecendo uma colcha de retalhos. Na modalidade remissão, a coesão pode desempenhar a função de (re) ativação do referente (palavra a que se quer referir). A reativação do referente no texto é realizada por meio da referenciação anafórica (quando usamos palavras para nos referirmos a outras anteriormente citadas no texto) ou catafórica (quando usamos palavras para nos referirmos a outras que ainda serão citadas no texto), formando-se cadeias coesivas mais ou menos longas. A remissão anafórica (para trás) realiza-se por meio de pronomes pessoais de 3ª pessoa (retos e oblíquos) e dos demais pronomes, mas, também, por numerais, advérbios e artigos. Observe o exemplo a seguir: André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, eles são diferentes. Este não briga com quem torce por outro time; aquele o faz.
O termo isso retoma o predicado são fanáticos torcedores de futebol; este recupera a palavra Pedro; aquele, o termo André; o faz, o predicado briga com quem torce por outro time. A remissão catafórica (para a frente) realiza-se preferencialmente com o uso de pronomes demonstrativos ou indefinidos neutros, ou de nomes genéricos, mas, também, por meio das demais espécies de pronomes, de advérbios e de numerais, como no exemplo a seguir:
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Qualquer que tivesse sido seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele, o professor, gordo e silencioso, de ombros contraídos.
O pronome possessivo seu e o pronome pessoal reto ele antecipam a expressão o professor. Para Leonor Fávero (2003, p. 11), a coesão e a coerência textuais constituem níveis diferentes de análise. Isso porque, segundo a autora, pode “haver um seqüenciamento coesivo de fatos isolados que não têm condição de formar um texto”. Vamos ver um exemplo em que isso ocorre? Maria está na cozinha. A cozinha tem as paredes com azulejos. Os azulejos são brancos. Também o leite é branco.
A autora observa que “apesar de haver uma coesão relativamente forte no encadeamento das sentenças [...], as relações de sentido não unificam essa seqüência.” (FÁVERO, 2003, p. 11). Deu para perceber isso? Observe agora um exemplo: Comemora-se este ano o sesquicentenário de Machado de Assis. As comemorações devem ser discretas para que dignas de nosso maior escritor. Seria ofensa à memória do Mestre qualquer comemoração que destoasse da sobriedade e do recato que ele imprimiu a sua vida, já que o bruxo de Cosme Velho continua vivo entre nós (FÁVERO, 2003, p. 12).
Observando o exemplo, a autora comenta que o nome “Machado de Assis” foi substituído algumas vezes (por “bruxo de Cosme Velho”, “nosso maior escritor” e “Mestre”). Assim, o leitor precisa conhecer alguns fatos da vida do escritor para compreender esta mensagem. Essas informações não são obtidas a partir do conhecimento da língua, mas, sim, da cultura, registra a autora. Veja que a autora confirma o que temos insistido desde o início: é preciso ter conhecimento de mundo para se entender um texto, mesmo na nossa própria língua.
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Como muito bem coloca Leonor Fávero (2003, p. 10): A coesão, manifestada no nível microtextual, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, as palavras que ouvimos ou vemos, estão ligados entre si dentro de uma seqüência.
CONCEITO O conceito de coesão se refere à ligação correta entre os elementos de um texto. Um texto é coeso quando o autor emprega corretamente as conjunções, as preposições, os pronomes relativos etc., ou seja, o que garante a coesão textual é o uso adequado dos elementos estruturais formadores de um texto.
É importante ressaltar que os aspectos relativos à coesão textual, como a concordância e o emprego dos conectivos, por exemplo, interferem na coerência de uma mensagem. Para uma melhor compreensão sobre a coesão em textos de língua inglesa, precisaremos conhecer os elementos de coesão em inglês e saber o seu significado para entendermos qual a lógica que eles estabelecem entre as ideias do texto.
8.2.2 Elementos de coesão em inglês Conjunções são palavras que ligam duas orações ou termos semelhantes, dentro de uma mesma oração. Existem três tipos de conjunções: coordenativas, correlativas e subordinativas. As coordenativas ligam duas orações independentes introduzindo uma ideia de adição, oposição, alternância etc. Elas também podem ligar termos menores da oração, como dois verbos, dois substantivos, estabelecendo as mesmas relações. As correlativas possuem função semelhante às coordenativas. A diferença é que elas vêm em pares, mas também servem para ligar elementos com a mesma função gramatical, como as coordenativas.
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Já as subordinativas ligam orações dependentes a independentes. a) Conjunções correlativas: either... or... - ou... ou..., neither... nor... nem... nem..., not only... but also... - não apenas... mas também..., both... and... - tanto... quanto.. b) Conjunções Coordenativas • Adversativas São aquelas que introduzem ideias opostas. But – mas However – entretanto Nevertheless – não obstante, mesmo assim While – enquanto que • Consecutivas ou conclusivas São usadas para terminar frases, fazer conclusões. So – então Therefore – portanto Thus – por isso Consequently – consequentemente Then – então, depois Hence – daí, logo • Aditivas Introduzem uma ideia de acréscimo, de continuidade. Besides – além disso Moreover – além do mais Furthermore – além disso In Addition – ademais
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• Explicativas Para dar explicação a algo, uma razão. Because – porque As – como Since – desde, já que For – pois, visto que, porque c) Conjunções Subordinativas • Concessivas Introduzem uma ideia de concessão, permissão (também introduzem uma ideia de oposição). Although, though – embora Even though – muito embora In spite of – apesar de • Condicionais If - se Unless – a não ser que As long as – desde que Provided that – contanto que • De Tempo After – depois que Before – antes que When – quando Once – assim que Until – até que By the time – quando While – enquanto Whenever – toda vez que, sempre que
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• Finalidade In order to – a fim de So that – para que Vejamos exemplos com algumas dessas conjunções e como elas estabelecem a lógica entre as ideias das frases. • Before having dinner, I spend half an hour doing homework. (Antes de jantar, passo meia hora fazendo o dever de casa.) • We can stay together as/so long as you truly love me. (Podemos ficar juntos contanto que / desde que você me ame de verdade.) • The food was nice, although it was a bit cold. (A comida estava boa, embora estivesse um pouco fria.) • After the party, we went to have a snack. (Depois da festa, fomos lanchar.) • Linda studies everyday at home, so she’s ready for the test. (Linda estuda todos os dias, por isso, ela está preparada para a prova.) • I like her, but I don’t like her father. (Gosto dela, mas não gosto do pai dela.) • Not only hadyou disappointed me, but also you didn´t give a damn. (Você não apenas me decepcionou, mas também não deu a mínima para isso.) • Neither Bella nor Steve came to my party. (Nem Bella, nem Steve vieram a minha festa.) • He is either at home or at work. (Ele está em casa ou no trabalho.) • Both Phil and Alison know I love them. (Tanto Phil quanto Alison sabem que eu os amo.) • Beth plays both soccer and volleyball. (Beth joga tanto futebol quanto vôlei.)
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• As you were busy, I decided to help. (Já que /Como você estava ocupado, decidi ajudar.) • Because I ate quickly, my stomach started aching. (Porque comi rápido, meu estômago começou a doer.) • Let´s go before you change your mind. (Vamos antes que você mude de ideia.) • In spite of the snow, we had a great time together. (Apesar da neve, tivemos ótimos momentos juntos.) • He didn´t eat much at lunch. However, he was not hungry during the day. (Ele não comeu muito no almoço. Entretanto, não ficou com fome o dia todo.) • If you meet my sister, give her a kiss. (Se você encontrar minha irmã, dê-lhe um beijo.) • Once you learn a language you start seeing the world differently. (Depois que você aprende uma língua, você começa a ver o mudo de modo diferente.) • Since you are here, you can stay for the party. (Já que você está aqui, pode ficar para a festa.) • He got up early in order to catch the first bus. (Ele acordou cedo para / a fim de pegar o primeiro ônibus.) • Until now I have packed only one suitcase. (Até agora só fiz uma mala.) • By the time you read this note, I´ll be miles away. (Quando você ler este recado, estarei muito longe.)
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8.2.3 Referenciação pronominal Você deve se lembrar de quando estava desenvolvendo a sua habilidade em escrever na sua língua materna. Muitas vezes o professor recomendava evitar repetições desnecessárias no seu texto. Para solucionar isso, um dos mecanismos da língua é o uso dos pronomes. Um pronome serve para se referir e/ou substituir um nome, isto é, um substantivo. No entanto, embora torne a redação mais enxuta ao evitar a repetição de uma mesma palavra muitas vezes e até mesmo na mesma frase ou parágrafo, às vezes, o uso dos pronomes pode não ser bem interpretado pelo leitor de um texto, porque ele terá que prestar muita atenção ao que já foi mencionado, ou o que ainda será, para saber a que palavra está se referindo aquele pronome usado para substituí-la. Vejamos mais um exemplo em nossa língua: Fábio estava muito cansado por ter treinado muito. Ele prometeu que não faria mais isso todos os dias.
Observe que o pronome pessoal do caso reto ele foi usado para se evitar repetir o substantivo Fábio e da mesma forma o pronome demonstrativo isso para não se repetir ter treinado muito. Observe que você precisa relacionar Fábio a ele e isso a ter treinado muito. Na nossa língua, normalmente fazemos isso de maneira automática, mas, às vezes nos perdemos nas referências e temos que reler o trecho anterior ao pronome para descobrir a que palavra ele se refere. Em inglês, teremos que fazer isso o tempo todo, já que não é tão automático como na nossa língua. Vejamos um exemplo em inglês: Samuel was so excited about the show. He promised Meg to take her there.
He, pronome pessoal do caso reto, refere-se a Samuel. Her, pronome pessoal oblíquo, refere-se à Meg e there, pronome demonstrativo, refere-se ao show. É claro que você precisa conhecer os pronomes em inglês para poder relacioná-los aos substantivos a que eles se referem.
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Pronomes de caso reto CASO RETO (SUJEITO) SUBJECT PRONOUN
CASO OBLÍQUO (OBJETO) OBJECT PRONOUN
I (eu)
me (me, mim)
you (tu, você)
you (lhe, o, a, te, ti, a você)
he (ele)
him (lhe, o, a ele)
she (ela)
her (lhe, a, a ela)
it (ele, ela [neutro])
it (lhe, o, a)
we (nós)
us (nos)
you (vocês, vós)
you (vos, lhes, a vocês)
they (eles, elas)
them (lhes, os, as
Quadro 1 - Pronomes de caso reto
Os pronomes do caso reto (Quadro 1) referem-se ao sujeito da oração, isto é, quem realiza ou sofre a ação expressa pelo verbo da oração. Os pronomes oblíquos referem-se aos complementos do verbo, objetos direto e indireto, que nada mais são do que partes do significado do verbo, ou sobre quem recai a ação expressa pelo verbo. Em inglês, por sua estrutura menos flexível, fica bem mais fácil encontrar esses elementos da oração. Em uma frase afirmativa ou negativa, o sujeito (s.) aparece sempre antes do verbo e o objeto direto ou indireto (o.), depois do verbo. Observe os exemplos a seguir: • We saw him at the bookstore. (Nós o vimos na livraria.) (s.) (o.) • He saw us at the bookstore. (Ele nos viu na livraria.) (s.) (o.) • I gave you a flower. (Eu lhe dei uma flor.) (s.) (o.)
Pronomes possessivos Os pronomes possessivos acompanham o substantivo como um adjetivo, atribuindo-lhes uma característica (Este é o meu carro). Também podem substituir este substantivo (O carro é meu - substituindo carro) e, neste caso, eles têm função de substantivo. Em português, os pronomes possessivos adjetivos ou substantivos são os mesmos, como você pôde observar nos exemplos entre parênteses. Em inglês, os possessivos adjetivos são diferentes dos possessivos substantivos, mas o seu significado é igual. Observe esses pronomes no Quadro 2 a seguir:
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PRONOMES POSSESSIVOS ADJETIVOS POSSESSIVE ADJECTIVES
PRONOME POSSESSIVOS SUBSTANTIVOS POSSESSIVE PRONOUNS
my (meu, minha)
mine [(o) meu, (a) minha]
your (teu, tua, seu, sua)
yours [(o) teu, (a) tua, (o) seu, (a) sua]
his (dele)
his [(o)/(a) dele]
her (dela)
hers [(o)/(a) dela]
its [dele, dela (neutro)]
its [(o)/(a) dele, (o)/(a) dela (neutro)]
our (nosso, nossa)
ours [(o) nosso, (a) nossa]
your (vosso, vossa, seu, sua, de vocês)
yours [(o) vosso, (a) vossa, (o) seu, (a) sua]
their [deles, delas (neutro)]
theirs [(o)/(a) deles, (o)/(a) delas (neutro)]
Quadro 2 - Pronomes possessivos
Observe os exemplos: • • • • • • • • • • • • • •
My jacket is new. (Minha jaqueta é nova.) Our car is red. (Nosso carro é vermelho.) This is your purse. (Este é (a) sua bolsa.) Is that car your car? (Aquele carro é o seu carro?) Is that car yours? (Aquele carro é o seu?) I have my wife and you have yours. (Eu tenho a minha esposa e você tem a sua.) The tango and its steps. (O tango e seus passos.) This car is ours. (Este carro é nosso.) These carros are ours. (Estes carros são nossos.) This woman is mine. (Esta mulher é minha.) These flowers are mine. (Estas flores são minhas.) Sheyla and George are friends of ours. (Sheyla e George são nossos amigos.) He is a relative of hers. (Ele é parente dela.) She was an enemy of theirs. (Ela era uma inimiga deles.)
Pronomes Reflexivos Os pronomes reflexivos são usados quando uma ação expressa por um verbo é realizada pela mesma pessoa (sujeito) que sofre a ação (objeto). Por exemplo: Eu me cortei (I cut myself.) A ação de cortar é realizada pela 1ª pessoa do singular (eu, I) e quem sofre a ação de cortar também é a 1ª pessoa do singular (me, myself). Também poderíamos dizer a mesma coisa de outra forma em português: Eu mesma me cortei, ou eu cortei a mim mesma. Observe o Quadro 3: Inglês Instrumental I
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PRONOME PESSOAL - PERSONAL PRONOUNS
PRONOME REFLEXIVO - REFLEXIVE PRONOUN
I (eu)
myself (a mim mesmo, -me)
you (tu, você)
yourself (a ti, a você mesmo(a), -te,-se)
he (ele)
himself (a si, a ele mesmo, -se)
she (ela)
herself (a si, a ela mesma, -se)
it [ele, ela (neutro)]
itself (a si mesmo(a), -se)
we (nós)
ourselves (a nós mesmos(as), -nos)
you (vocês, vós)
yourselves (a vós, a vocês mesmos(as), -vos,-se)
Quadro 3 - Pronomes reflexivos
Vamos a alguns exemplos? • Jack wrote the letter himself. (O próprio Jack escreveu a carta.) • I myself will make my food. (Eu mesmo farei minha comida.) • She was waiting for her husband by herself. (Ela estava esperando sozinha pelo seu marido.) • Sometimes Richard prefers to be by himself. (Às vezes Ricardo prefere ficar/estar sozinho.) Existem outros tipos de pronomes reflexivos em inglês, que são chamados de reflexivos recíprocos: each other/one other. Observe a diferença entre os pronomes reflexivos ourselves, yourselves e themselves e os reflexivos recíprocos. Usamos esses pronomes quando a ação expressa pelo verbo é realizada pelas mesmas duas pessoas que a sofreram, uma de cada vez. Por exemplo: Eu e Carlos nos olhamos (Isto é, eu olhei para Carlos e ele olhou para mim). Vamos a mais exemplos? • Julia and I looked at ourselves in the mirror. (Julia e eu olhamos para nós mesmas no espelho.) • Julia and I looked each other and started to laugh. (Julia e eu olhamos uma para a outra (nos olhamos) e começamos a rir.) • Our mother thinks that we should be more careful to each other. (Nossa mãe acha que deveríamos ser mais cuidadosos um com o outro.) • Make sure you and Julia don’t hurt yourselves! (Cuidem-se para que você e Julia não se machuquem!) • Julia and I enjoyed very much ourselves during the party. (Julia e eu nos divertimos muito durante a festa.)
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• Julia and I don’t see one other every day. (Julia e eu não nos vemos / não vemos uma a outra todos os dias.)
Pronomes Demonstrativos Os pronomes demonstrativos servem para apontar, indicar e mostrar alguma coisa, lugar, pessoa ou objeto. Esses pronomes podem atuar como adjetivos, antes do substantivo, ou como pronomes substantivos. Observe mais detalhadamente os pronomes demonstrativos a seguir. THIS - ESTE, ESTA, ISTO THESE - ESTES, ESTAS • This is my book. (Este é o meu livro.) • This pen is blue. (Esta caneta é azul.) • These are our children. (Estes são nossos filhos.) • These computers are modern. (Estes computadores são modernos.) THAT - AQUELE, AQUELA, AQUILO, ESSE, ESSA, ISSO • That is my daughter. (Aquela é a minha filha.) • That chair is new. (Aquela cadeira é nova.) THOSE - AQUELES, AQUELAS, ESSES, ESSAS • Those are Spanish films. (Aqueles são filmes espanhóis.) • Those glasses are fashionable. (Aqueles óculos são modernos.) Os adjetivos, em inglês não possuem gênero e número. Os Demonstrativos, com função de adjetivo, são os únicos que concordam em número com o substantivo que acompanham. Por exemplo:
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• Those clothes are expensive. (Aquelas roupas são caras.) Neste exemplo, nota-se que apenas o pronome demonstrativo those é que concorda em número com o substantivo que o acompanha, no caso clothes. O adjetivo expensive permanece no singular, já que os adjetivos não possuem gênero nem número em Inglês. Os pronomes demonstrativos também podem ser usados: I. Ao se apresentar alguma pessoa: • Roy, this is my friend, Lucy. (Roy, esta é a minha amiga, Lucy.) • These are my brothers, Bob and Paul. (Estes são os meus irmãos, Bob e Paul.) II. Ao falar ao telefone: • Hello. This is Debra. Can I talk to Mr. Connor? (Alô, aqui é Debra. Posso falar com o Sr. Connor? • Is that you, Silvia? How are you doing? (É você, Silvia? Como vai indo?)
Pronomes relativos Pronomes relativos servem para ligar duas orações independentes para uni-las em uma só frase e evitar repetições. Os pronomes relativos, that (que), usado para se referir a pessoas ou coisas, which (o qual, a qual, os quais, as quais, que) usado para se referir a coisas e who (o mesmo significado de which, mas usado para se referir a pessoas) sempre se referem a um antecedente, isto é, a uma palavra, expressão ou oração já mencionadas anteriormente, de preferência há pouco tempo. A exceção é o pronome relativo whose (cujo, cuja, cujos, cujas), que se refere à palavra imediatamente após esse pronome. Observe os referentes sublinhados dos pronomes relativos em negrito nos exemplos. • The man who killed the president is in prison. (O homem que matou o presidente está na prisão.) • This is the car that I told you. (Este é o carro de que lhe falei.) • That is the girl whose father died last week. (Aquela é a menina cujo pai morreu semana passada.) • He came early today, which is very strange. (Ele veio cedo hoje, o que é muito estranho.)
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Agora que você conhece muitos dos pronomes em inglês, ficará mais fácil entender a que partes do texto eles se referem, fazendo com que a interpretação fique mais eficiente.
8.2.4 A Coerência textual O conceito de coerência refere-se ao nexo entre os elementos argumentativos ou narrativos de um texto. Trata-se do princípio de inteligibilidade, isto é, aquilo que garante a compreensão da mensagem. A coerência está ligada ao sentido decorrente da organização das ideias: “a falta de coerência em um texto é facilmente deduzida por um falante de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as proposições de um enunciado oral ou escrito” (CEIA, 2005). Segundo Leonor Fávero (2003, p. 10): A coerência, por sua vez, manifestada em grande parte macrotextualmente, refere-se aos modos como os componentes do universo textual, isto é, os conceitos e as relações subjacentes ao texto de superfície, se unem numa configuração, de maneira reciprocamente acessível e relevante.
Em um texto, para que a coerência ocorra, as ideias devem se completar. Uma deve ser a continuação da outra. Caso não ocorra uma concatenação de ideias entre as frases, elas acabarão por se contradizerem ou por quebrarem uma linha de raciocínio. Quando isso acontece, dizemos que houve um quebra de coerência textual. A coerência é um resultado da não contradição entre as partes do texto e do texto com relação ao mundo. Ela é também auxiliada pela coesão textual, isto é, a compreensão de um texto é mais capturada com o auxílio de conectivos, preposições etc. Vejamos alguns exemplos de falta de coerência textual: • They are cutting down many trees that is why the forest gets to survive. (Estão derrubando muitas árvores e, por isso, a floresta consegue sobreviver.) • Everyone saw the lion but I could not listen to the nightingale. (Todos viram o leão, mas eu não ouvi o rouxinol cantar.) • Everybody destroys the nature except the other people. (Todo mundo destrói a natureza menos as outras pessoas.) Inglês Instrumental I
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Quando o entendimento de determinado texto é comprometido, imediatamente alguém pode afirmar que ele está incoerente. Na maioria das vezes, esta pessoa está certa ao fazer esta afirmação, mas não podemos achar que as dificuldades de organização das ideias se resumem à coerência ou a coesão. É certo que elas facilitam bastante esse processo, mas não são suficientes para resolver todos os problemas de interpretação de um texto.
8.3 Aplicando a teoria na prática Vejamos agora um texto (Texto 1), onde aparecem sublinhados alguns dos pronomes que vimos na seção anterior. A que palavras do texto cada um se refere? Em negrito estão os conectores. Qual seu significado dentro do contexto em que eles estão sendo utilizados no texto? Este texto é sobre o fato descoberto por pesquisadores de que as mães, de modo geral, tratam os filhos homens de maneira diferente das filhas, favorecendo os meninos na maioria das vezes. TEXTO 1 Most mums admit favoring sons, say researchers Survey of 2,500 for parenting website reveals 90% of mothers treat boys and girls differently. Mothers are more critical of their(1) daughters than their(2) sons, and admit to having a stronger bond with their(3) little boys, according to research. The 2,500-strong survey by parenting website Netmums found that although almost one half of mothers say they(4) know it is wrong to treat boys and girls differently, almost 90% admit they(5) do exactly that(6). Mothers are, the research shows, twice as likely to be more critical of their(7) daughters than their(8) sons, while over half admitted that they(9) feel a stronger tie to their(10) son than their(11) daughter. The research shows that mums “type” their(12) children according to gender, with boys being labeled with far more positive traits than their(13) sisters. More than one in five mothers questioned admitted that they(14) turn a blind eye to behavior of boys for which(15) they(16) would reprimand their(17) girls. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2010.
Respondeu às questões? Vamos às respostas: Com exceção do pronome their (13), que se refere a “boys” (meninos), todos os pronomes they e their do texto referem-se à palavra “mothers” (mães).
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That (6) refere-se a “it is wrong to treat boys and girls differently” e which (15) a “behavior” (comportamento). Com relação aos conectivos, temos: although (embora) e while (enquanto que) que emprestam uma ideia de oposição entre duas ideias. Veja como fica a tradução das duas frases que contêm esses conectivos: • Embora (although) a maioria das mães dissessem que sabiam ser errado tratar diferentemente meninos e meninas, a maioria admitiu que fazia isso. • Duas vezes mais mães têm a tendência de serem críticas com suas filhas enquanto que (while) mais da metade admitiu sentir um elo mais forte com seus filhos.
8.4 Para saber mais Título: Ler e escrever: estratégias de produção textual Autores: Ingedore Villaça Koch e Vanda Maria Elias
Editora: Contexto
Ano: 2009
No capítulo 6 deste livro, você pode ver mais exemplos e uma explicação mais profunda sobre a referenciação, com vários textos em português. Esses exemplos e explicações podem ser aplicados para a língua inglesa de igual modo.
Título: Oficina de Texto Autores: Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza
Editora: Vozes
Ano: 2009
Neste livro, no capítulo 3, os autores mostram, matematicamente e com exemplos em português, as relações lógicas entre as ideias usando os conectores. É a mesma relação lógica na língua inglesa, agora que você já conhece muitos conectores e os seus significados.
8.5 Relembrando Neste capítulo, você aprendeu que: • um texto não é um emaranhado de palavras soltas, mas elas se relacionam umas com as outras, por intermédio de conectores e de referentes, estabelecendo a coesão textual;
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• os conectores servem para estabelecer a lógica entre as ideias de um texto e dar-lhe coesão e coerência; • os referentes são pronomes, em sua maioria, usados para evitar a repetição de palavras ou trechos, e se referem a eles ou os substituem; • entendendo o significado dos conectores e dos referentes, você consegue mais facilmente entender um texto em inglês.
8.6 Testando os seus conhecimentos Procure no Texto 2, a seguir, todos os pronomes e descubra a quais palavras ou trechos eles se referem. Procure também os quatro conectores presentes e estabeleça, pelo seu significado e contexto, a relação lógica entre as ideias, isto é, se de oposição, adição, explicação etc. TEXTO 2 The brain Written by Steve Gillman […] Your brain uses a fifth of all your blood. It needs it to keep up with the heavy metabolic demands of its neurons. It needs not only the glucose that is delivered, but of course, the oxygen. […] The human brain weighs an average of a little over three pounds, or 1.4 kilograms. Albert Einstein’s brain may have been smaller than yours, because he was smaller than average. There is a general correlation between body size and the size of our brains. An elephant’s brain is huge - about six times as large as a human brain. However, in relation to body size, humans have the largest brain of all the animals, averaging about 2% of body weight. A cat’s brain? It weighs about one ounce, a little over 1% of body weight. […] 2There are about 100,000 miles of blood vessels in the brain. If they were stretched out (there’s a nice thought!) they would circle the earth more than four times. Fonte: Disponível em: < http://www.english-magazine.org/index.php/sci-tech/1227-science-article.html>. Acesso em: 10 out. 2010 (Com adaptações).
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