HISTÓRIA BREVE DA LUA- António Gedeão AUTO EM 1 QUADRO NARRA- Vou contar-vos uma istória DORA !ue es"ero !ue vos a#rade$ A istória não tem idade% Vem de tem"os recuados conservada na memória dos nossos ante"assados$
FIGURANTES NARRADORA CAMPONÊS SENHOR DO MUNDO JERÓNIMO AGAPITO ASTRÓNOMO RAPARIGA
Ainda eu era "e!uena& mas recordo-me tão 'em( de estar com a mina mãe em certa noite serena& eu& aconce#ada a e)a& e)a& aconce#ada a mim& o)ando "e)a *ane)a o +rmamento sem +m$ ,o "roundo c.u estre)ado su'ia o disco da /ua como um 'a)ão "rateado en!uanto um #ato& na rua& miava de ra'o a)ado$
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─ mãe2ina& tu *3 viste
A cena representa uma paisagem campestre, arborizada, à hora em que a Natureza em eme erge rge do sono noturno, permanecendo o céu aind ainda a es estr trel elad ado. o. Nes esse se cé céu, u, que deverá observar-se numa ampl am pla a supe superf rfíc ície, ie, a ua ua está está ausente e apenas deverá apar aparec ecer er no momen momento to e!ato e!ato em que o te!to o indica. "uvem-se cantos de aves. #uando a cena se inicia estará presente a Narradora, mulher nova e insinuante, de face para os espetadores. $il%ncio.
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a /ua como est3 su*a4 arece arece !ue tem 6ma c7ru*a& uma vaca& ou )3 o !ue .( Gostava de a ver ao ".$ E tu& mãe4 De !ue te riste4 8 Das tuas su"osi9es$ su"osi9es$ ,ão . c7ru*a nem . vaca& nem macaco nem macaca& nem nada do !ue su"9es$ :ontou então mina mãe& sem"re 'ondosa e ami#a& a ta) istória muito anti#a !ue vou contar-vos contar-vos tam'.m$ Di2 essa istória !ue outrora a su"er;cie da /ua não era como . a#ora$ &' medida que a vai-se Narradora fala elev elevan ando do no cé céu, u, muit muito o lent lentam amen ente te,, uma uma enor enorme me ua cheia, impecavelmente branca, sem manchas.( Mostrava-se então "o)ida& 'ran!uina& macia e nua como uma "rata estendida$
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Assim era& at. !ue um dia& "or mi)a#re ou "or ma#ia& tudo num so"ro mudou$ A su"er;cie esma)tada a"ar@ceu toda mancada e assim& "7ra sem"re& +cou$ Uma enorme manca escura re"resentava a +#ura de uma umana criatura& "ereitamente vis;ve) era um omem !ue )3 estava& meBia as "ernas& andava& a'ria a 'oca& a)ava& !ue at. "ar7cia im"oss;ve)( C c)aro !ue isto . 6ma istória$ E essa istória tam'.m di2 !uem oi o desine)i2 !ue teve a su"rema #)ória de ser o "rimeiro na /ua$ !ue sorte ma)adada( Mas a istória continua at. 6star toda aca'ada$ ois )3 vai$ Era uma ve2 o "o're de um cam"ons
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SENHOR DO &estacando ao encarar com o MUNDO Camponês , e recuando num pulo(
I5
O !u4 Que ve*o4 Que . isto4 &pausa de espanto( Que . !ue tu a2es a!ui4
CAMP.
&$imultaneamente com as )ltimas palavras da Narradora entra o J0 pobre *aminha Camponês. curvado ao peso de um molho de lenha, para e retoma o passo. "uvem-se vozes alegres de aves, na alvorada, enquanto o céu J5 continua a cintilar de estrelas. " pobre a Camponês para descansar.( CAMPONÊS- mis.ria derradeira( Anda um "o're como eu a ossar a vida inteira "7ra não ter nada de seu( triste da mina vida( "esar do meu viver( Tanta #ente 'em comida e eu sem nada "7ra comer( Ando a a"anar #aravatos "or essas serras a).m e só rece'o maus tratos sem carinos de nin#u.m$ Fui assim desde criana$ em cu)"a *3 nasci torto$ A#ora& "erdida a es"7rana& só me resta cair morto$
&+ntra o Senhor do Mundo, e!uberante, sacudido e 115 dominador, o rosto quase invisível pela abundncia de barbas e de cabelo. +ntra, de sandálias, com passos largos e apressados, como quem 1<0 tem muito que fazer. A entrada do Senhor do Mundo é anunciada por um ribombar de troves, que logo amedronta o 1<5 Camponês , e durante a sua presena em cena ouve-se continuadamente um rumor de trovoada.(
SEN.
CAMP. SEN.
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CAMP.
&tremendo( enor( enor( &escarninho( e)o visto não te arreceias de mi( &na mesma( enor(
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&irado(
,ão 3 c3 senores( A#ora te ce#a o medo4 1>5 ,ão sa'es !ue não concedo nem "iedade nem avores aos umanos "ecadores& e !ue mais tarde ou mais cedo 150 "a#arão com suas dores4 7ra nin#u.m isto . se#redo$
&sempre aterrorizado( enor( ó "or esta ve2( Tende de mim com"aiBão( ou um "o're cam"ons SEN. Que anda a #anar o seu "ão( &sempre irado( ara #anares o teu "ão tens a semana conti#o$ ,ão merece com"aiBão
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!uem não res"eita o !ue di#o$
&mais irado( ,ão sa'es !ue o*e . domin#o4 :omo ta) não se tra'a)a4 ,ão sa'es !ue eu se me vin#o não 3 nin#u.m !ue te va)a4 CAMP. &patético( mis.ria sem uturo( Triste2a do omem "o're( ,unca "assa do "ão duro& dos tra"os com !ue se co're$ A)e#ria . coisa vã ,ão 3 es"7ranas !ue des"ontem$
SEN.
em"re o dia de amanã vem i#ua) ao dia de ontem$ Meu senor& tende "iedade( e o*e . domin#o e a!ui ando não . "or mina ma)dade !ue me o"ono ao vosso mando$ C tudo necessidade$ ,ecessidade& at. !uando4 &sempre irado( ,ão teno nada com isso( ecaste4 Vais ter casti#o( Teno tudo ao meu servio e nin#u.m 'rinca comi#o( O casti#o !ue vais ter ser3& "7ra ver#ona tua
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SEN. 1H5
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O)a "7ra a)i$
SEN.
CAMP.
SEN.
&parvamente(
C a /ua$
&irado( ois !ue . !ue avia de ser(4 &com dignidade( Essa /ua !ue a).m vs ir3 ser tua morada$ &a/ito( enor( ó "or esta ve2( ou um "o're cam"ons( K3 sei$ ,ão di#as mais nada$
CAM. SEN.
&olha em redor como quem procura o que 1J0 há de decidir. Apontando para a ua(
CAMP.
CAM.
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mas de mim nin#u.m se esconde$ Vais +car num s;tio onde toda a #ente "ossa ver-te$ ara sem"re na memória teu eBem")o +car3$ er3 essa a tua #)ória$ &bravamente, apontando para a ua( K3( &tremendo( enor(
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&mais forte( K3( &no má!imo do susto( enor( &de0nitivamente(
K3(
<< &*om o ribombo de um trov1o, a 0 cena escurece quando o Senhor do Mundo pronuncia o )ltimo 23á45. #uando a cena de novo se ilumina, o Senhor do Mundo e o pobre Camponês desapareceram, e a lua cheia, << no local em que estava, 5 patenteia agora as suas manchas, onde se evidencia, até foradamente, a 0gura do pobre Camponês com o molho de lenha às costas, em atitude de <= caminhante. A Narradora, que 0 permaneceu no palco durante toda a cena anterior, volta-se para o p)blico e diz, apontando NAR. para a ua( <= E )3 est3 e)e& coitado( 5 E da)i nin#u.m o tira( O !ue va)e . !ue . mentira "or!ue oi tudo inventado$ &pausa( Es"ero !ue tenam #ostado da )etra e do desem"eno <> da istória 'reve da /ua$ 0 Mas a "ea continua$ Eu vou )3 dentro e *3 veno$ &sai(
rocuravas esconder-te
<> 5
&+ntram dois homens do <5 povo, Aap!"o e #er$n!mo, 0 que logo se percebe virem a discutir a respeito da ua. é ignorante6 #er$n!mo Aap!"o n1o é tanto.( <5 5 JER. Tu .s teimoso& A#a"ito( &apontando a ua( Então não vs !ue . um omem4 AGA ois !ue "or 'urro me tomem . mas nisso não acredito$ Querias tu !ue osse a)#u.m !ue a)i estivesse estam"ado( +)o da tua mãe( Eu sou teimoso& est3 'em& mas tu .s 'urro ca"ado$
AST.
0
&+ntra o As"r$nomo, 0gura de sábio, bem disposto e divertido, velho, 5 despenteado e simpático. 7ransporta um tripé e um 8culo comprido que, na altura pr8pria, instalará em cena.(
JER. C verdade$ AST.
E !ue di2iam4 e ca)ar não se entendiam$
AGA :ada um +cou na sua$ . Ta)ve2 "ossa ser "rest3ve) AST. com mina sa'edoria$ Dedico-me astronomia$ ou astrónomo& e not3ve)$ :oneo o c.u "onta a "onta e os astros todos sem conta tão 'em como o meu nari2$
&batendo bem as sílabas( As-tró-no-mo . !ue se di2$ JER. E isso !ue .4 ,ão "erce'o( AGA. K3 oi dito$ ,ão ouviste4 e não "erce'es& desiste& não aas "a"e) de #e'o$
AGA. Este ca'ea de )ata não 3 meio de "erce'er& coitado& não com"reende& !ue a manca !ue a).m se estende &aponta para a lua( Ou som'ra ou )3 o !ue se*a& ,ão "ode ser a +#ura De nenuma criatura& De a)#um omem !ue )3 este*a$ AST. 6t3 certo& e at. ca)a 'em !ue vos vou tirar as teimas$ Eu c3 não sou de to)eimas mas& me)or do !ue eu& nin#u.m conece o mundo ce)este& vocs são omens de sorte( desde o su) at. ao norte& desde )este at. oeste$ &dispondo-se a montar o 8culo sobre o tripé para a observa1o da ua(
AST. JER. AST. AGA.
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AST. Mas vamos então )3 ver$ A+na) de !ue se trata4
JER.
AST.
Ora dai-me a!ui 6ma a*uda "ara assentar o tri".$ Essa coisa "7ra !ue .4
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K3 vai "erce'er$ :a)uda( &pegando no 8culo( E este #rande canudo4 e#ue ne)e com cuidado$ Tu não "odes 6star ca)ado4 Era 'om !ue osses mudo$
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5
&de boca aberta, a Agapito( JER. Que . isso de ser astrónimo4 AGA .
,ão se*as "arvo& Kerónimo(
"o)idos e trans"arentes como );m"idos cristais$ &referindo-se a cada um dos respetivos e!tremos do =>0 8culo( A )u2 vem "or este )ado& e . "or a!ui !ue se es"reita& "or esta a'ertura estreita$ E v-se tudo aumentado$ =>5 JER. &aparte, a Agapito( Tu não tens medo& A#a"ito4 Acas !ue isto não dis"ara4 AGA . Tem ver#ona nessa cara( JER. arece-me isto es!uisito$
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AST. &espreitando pelo 8culo( :3 est3 e)a( :3 est3 e)a( A /ua dos meus amores( Venam v-)a& meus senores& =55 E di#am se não . 'e)a$ &a 3er8nimo( Ora es"reite "or a!ui$ JER. &espreitando, com grande espanto( =?0 Ni$$ii$$iiii( A#arrem-me senão caio( :omeo a sentir-me aLito$ Es"reita a!ui& A#a"ito$ e não me acodem& desmaio( =?5 AGA . &espreitando( O( Mas isto va)e a "ena ver-se com todo o va#ar$ AST. Tem muito !ue a"reciar !ue a /ua não . "e!uena$ JER. &a Agapito( E o ta) omem !ue )3 6stava4 AGA Vem c3 tu$ V )3 se o vs$ . &espreitando( JER. ó ve*o covas 'rava$ A)i . !ue eu não andava
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&perante o 8culo 9á montado no tripé( Este tu'o tem 6mas )entes de eitios es"eciais$ ão vidros mas eBce)entes&
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JER. E 3 )3 uvas aos cacos e nos 'uracos 3 eras4 AST. ,ão$ ,a /ua não 3 vida& nem ")antas nem animais$ &declamando( C como 'arca "erdida& deso)ada e adormecida nos es"aos siderais$ &voltando ao mesmo tom( ,ão tem 3#ua nem tem ar$ AGA Então o !ue . !ue e)a tem4 . Tem rocas$ AST. E tem )uar$ JER. sso . da )u2 !ue )e vem AST. do o) !uando 'ate ne)a& como se a )u2 incidisse& 'atesse e se reLetisse nos vidros de uma *ane)a$ Essa )u2 !ue o o) )e d3 !uando 'ate nas montanas e nas crateras tamanas orma essas som'ras estranas !ue nós notamos de c3$ :om as ormas !ue a"resentam não admira !ue as tomem como sendo ormas de omem& AGA mas são coisas !ue inventam$ . Ouves& Kerónimo4 E então4 Quem . !ue tina ra2ão4 Di2 )3 com sinceridade$ JER. &abanando a cabea e torcendo o nariz( Essa coisa das montanas mais me "arecem "atranas do !ue a)as de verdade$ AST. &despindo o casaco( Então aamos de conta !ue o casaco . a montana$ Da)i vem o o) !ue a 'ana$
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!ue at. entortava os ".s( ois essa o"inião sua AST. . mais certa do !ue "ensa "or!ue a su"er;cie imensa do astro camado /ua . toda aos a)tos e 'aiBos com montanas e crateras$
e eu "e#o-)e a!ui na "onta$ ¶ 3er8nimo( 6t3 vendo as som'ras no cão4 V a mina e v a sua4 A; tem as mancas da /ua$ erce'eu a eB")icaão4
=I0
>= 0
AGA . Pem #ostava eu de sa'er as coisas !ue o senor sa'e( AST. Todo o tem"o . de a"render desde a ora do nascer at. !ue a vida se aca'e$
>= 5
JER. 6tar3 tudo muito certo mas eu não vou s "rimeiras$ AGA em"re oste muito es"erto$ . ,ão est3 "ensando decerto AST. !ue eu este*a a di2er asneiras$ ois se at. *3 me disseram JER. !ue 3 tem"o os *ornais a)aram nuns tais omens !ue estiveram na /ua& oram& vieram& e se "or )3 não +caram oi só "or!ue não !uiseram$ AST. E voc não acredita4 JER. &rindo( A( A( A( Que #rande +ta( AST. ois então +!ue sa'endo !ue oi mesmo como disse$ JER. &rindo( A( A( A( Mas !ue to)ice( ,ão acredito nem vendo$ AGA . Mas !ue teimosia a tua( JER. ó se os "useram na /ua com dois coices de *umento$
>> 0
>> 5
&Acende-se um pro9etor que dará no ch1o as ><5 sombras do casaco e das pessoas. " As"r$nomo suspende o casaco pela gola(
Foram /ua& vieram& e de es"anto emudeceram a umanidade inteira$
>H0
&+ntra a Rapar!a das %ases. :este um tra9o comprido, amplo e liso, com a frente branca e as costas pretas, de tal >H5 modo que vista de frente se v% toda branca6 de costas toda preta6 de per0l, metade branca e metade preta.( >I0 RAP. Descu)"em a intervenão$ :a)ou "assar "or a!ui e mesmo sem !u7rer ouvi toda a vossa discussão$ AST. Fa)3vamos so're a /ua$ RAP. Eu sei& eu sei$ E o senor a)ava como um doutor muito se#uro da sua$ into-me ceia de sorte e a"roveito a ocasião "7ra )e "r uma !uestão& no caso !ue não se im"orte$
>I5
>J0
AST. oder ensinar a)#u.m @ra mim . sem"re uma esta$
>5 0
RAP. ois então a!ui a tem$ A mina dvida . esta$ ,unca "erce'i "or!u nem sem"re a /ua se v co7a orma !ue deve ter$ não sei onde e)a se esconda "ara s ve2es ser redonda e outras ve2es não ser$
>J5
500
JER. Ande )3& ande$ Res"onda$ >5 5
AGA. Tam'.m me interessa sa'er$ JER. &aparte, para Agapito( 6tou a ver !ue esta seresma
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&rindo( A( A( A( Que at. re'ento( AST.
e não !uer acreditar isso a#ora . )3 consi#o mas !ue . certo o !ue )e di#o "osso *urar e *urar$ A not;cia !ue )e deram C de todo verdadeira$
*u)#a !ue a /ua . a mesma& mas são v3rias& "ois não são4 >? 0
AGA. Ai& Kerónimo& Kerónimo( ,ão nasceste "ara Sastrónimo$ :a)a a 'oca& "arva)ão$
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>? 5
AST. ¶ a ;apariga( e não erro& )3 na sua& o !ue a menina "retende . conse#uir ver se entende as !uatro ases da /ua$ ,ão . isso4
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EBatamente( RAP. e isso não )e der maada$ AST. ,ão me maa mesmo nada$ Fico at. muito contente$ &pigarreia e comea o discurso( Deve )em'rar-se da esco)a !ue a /ua . 6ma #rande 'o)a& como os astros todos são& e !ue andam vo)ta da Terra$ ,ão se atrasa nem em"erra$ :um"re a sua o'ri#aão$ JER. &a Agapito( arece-me isto mentira$ AST. E a).m disso tam'.m #ira como se osse um "ião$ e a /ua não se movesse& se estivesse a)i "arada& &aponta para a ua( !ua)!uer orma !ue tivesse não se mudaria em nada !uando a )u2 do o) )e desse$ Assim& o as"eto !ue tem nas v3rias ocasi9es de"ende das "osi9es de)a& do o)& e tam'.m da Terra& evidentemente$ RAP. Fi2-me entender4 :ertamente$ :om"reendi muito 'em$
AST. Da!ue)es v3rios as"etos !ue nos são a"resentados 3 !uatro casos concretos !ue tm nomes com")etos e 'astante a"ro"riados$ Em cada um se acentua a situaão !ue )e ca'e$ :amam-se as ases da /ua como toda a #ente sa'e$
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&apontando para a Rapar!a para que lhe responda( As ases são
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/ua ceia$
RAP.
5=0
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AST. AGA.
&apontando para Agapito( e#ue-se Quarto min#uante$
5>0
5>5 AST.
E de"ois4$$$
5?0
&aponta para #er$n!mo ( JER. &encolhendo-se( ,ão ao ideia$ C me)or "assar adiante$ AST.
RAP. AST. E a#ora& +na)mente &aponta para #er$n!mo (
AST .
JER. 6cusa de me "r "rova$ AST. &apontando para Aap!"o ( E de"ois AGA .
5H5
&apontando Rapar!a ( De"ois
de
novo
para
C a )ua nova$ &pega na m1o da Rapar!a e condu-la até ao fundo da cena( ?10 Ora co)o!ue-se a!ui vo)tada "ara este )ado$ a
O A#a"ito "9e-se a)i$
&satisfeito( AST. A!ui estão as !uatro ases$ Ora a"rendam& meus ra"a2es& e a menina i#ua)mente(
5I0
&
para
a
?00
a 5H0
&0ca voltada para direita do p)blico(
Quarto crescente$
5?5
?15
&aponta-lhe a boca da cena onde Aap!"o 0ca colocado de costas para o p)blico, distanciado da e ?<0 Rapar!a , agachando-se, se for preciso, para n1o a encobrir da vista dos espetadores. *ontinua, acenando para ?<5 #er$n!mo ( O ami#o a!ui& "er+)ado& &dirigindo-se Rapar!a (
para
a
e vo)tado "ara si$
&dirigindo-se a cada um por sua vez( A menina a2 de /ua& a Terra . o A#a"ito& e o Kerónimo atua como o o)& o mais 'onito$
?=0
?=5
no tra*o !ue tem vestido$
&afastando-se do con9unto e iniciando a e!posi1o que vai seguir-se(
RAP. C 'onito e . 'om tecido& e at. não oi nada caro$ AST. Fica-)e mesmo eião$
ois vena demora$
?05
RAP. E rea)a o tom da "e)e$
Eis a /ua i)uminada$ &apro!ima-se do intevalo entre a ?>5 Rapar!a e #er$n!mo e coloca-se e!atamente nesse intervalo e a terra estivesse a#ora neste es"ao co)ocada ver;amos )ua ceia& redondina como um !uei*o& do mesmo modo !ue a ve*o &aponta para a ua do cenário(
??0
ou esta& &muda a imagem para
&a ua do cenário passa a metade ( Tudo +ca 6sc)arecido o)ando "7r7o seu vestido$ erce'eram4 a
partir
desde
?J0
(
eu teno di+cu)dade em "erce'er de re"ente se essa metade 'ri)ante !uer di2er !uarto min#uante ou di2er !uarto crescente$
?J5
JER. e AGA. sso& isso& di#a )3$ ,ós tam'.m !u7remos sa'er$ AST. ois vou res"onder-vos *3 e *amais se ão de es!uecer$ e a )ua "arece um D
H00
&pro9eta-se a imagem
&acentua bem a primeira sílaba de 2decresce5( e !uando "arece um : &pro9eta-se a imagem
?H0
H05
(
devia di2er !ue Scresce$ JER. AGA.
?H5
(
6stava 'em di2er Sdecresce&
&aponta para a Rapar!a que durante ??5 a cena se mantém sempre com o corpo de per0l, voltada para #er$n!mo só v da /ua metade$
?I5
&aponta para o céu onde está (
?55
de
Mas se a Terra est3 da!ui *3 isso não . verdade$ :o7o o) co)ocado a)i& !uem o)ar da!ui "7r7a;
&s8
sem ?>0
RAP. &falando para o As"r$nomo ( Uma dvida me resta$ Quando ve*o só metade& !ue "ode ser esta
?50
neste c.u !ue nos rodeia$ 9unto
o)&
&um pro9etor, como se viesse de #er$n!mo, ilumina a frente da Rapar!a
AST. ois eu vou servir-me de)e "ara )es dar 6ma )ião$
&vem até Aap!"o (
o
AST.
&acentua bem o c inicial( Que coisa tão curiosa( Aco isso eBtraordin3rio( C eBatamente o contr3rio
H10
RAP. AGA . JER.
momento os 0gurantes se retiram das posies em que estavam( Muito certo$
"or!ue a /ua . mentirosa$ e tem a orma de um D &aparece a imagem ?I0
(
isso !uer di2er !ue cresce& e !uando "arece um :
&a #er$n!mo ( Quero crer !ue te convenas$
&aparece a imagem
,unca tina desco'erto a ra2ão destas dierenas$
si#ni+ca !ue decresce$
&em dic1o cantada em RAP., coro( H<0 AGA. ,e JER. Ai !ue #iro !ue isto .( Que coisa tão #raciosa de trocar o : co7o D( :omo a /ua . mentirosa( Ai !ue #iro !ue isto .( H<5 Vamos todos dar ao ". "or!ue a /ua . mentirosa( &*antam e danam todos repetindo os )ltimos tr%s versos, H=0 enquanto a luz esmorece até se apagar de lado. +ntretanto poderá surgir no céu uma lua caricatural, H=5 com olhos, nariz e boca, piscando o olho.(
FIM
(
H15