y ( \I \
I, \1 I I
1)1111,1111
A geografia
.uuoidcruificação. inrcrrclacionarncnro teorias
de estudos
díspares.
ou como
fornecia
o indicador
suas
caráter
exogâmica
a "paisagem",
tradição
pretensão
específicas, ou-tras
que acompanha os títulos
linear
acadêmica
por forres
"essência" a história
desta
coleção
um
Em
do campo com
O
Uma área de diálogos ciências.
e conexões
Enfim,
um
geográfico. geografia
contemporânea. exrradisciplinares.
foram
"moderna" Uma
Algumas
universalizanre
uma
campo
uma
,...,
realidade terrestre"
ciência
telúrica.
advindo
da sobreposiçâo
de
mobilizados
nas tentativas
de
- foi se sedimen-rando,
tradição Nessa
como
a "superfície
conformando
os fenômenos
tarnbérn
enquanto
entendido
concepções,
disciplinar,
e o "lugar"
um patamar
conceito,
algumas
nexo entre
outras especializadas.
almejando
erninenternenre
com
do objeto
influências
sintética.
outras
que uma eventual
Conheça
e processos. de diferenciadas
da realidade.
ral função,
ou episremológica)
marcada
identificado
a especificidade
- razoavelmente
umas com
ernpírico,
Mais
esteve
cumpria
A "região",
uma
aberras,
disciplinas
fenôme-nos
de aproximação
de observação
que delimitava
(onrológica
insritucionalmente, singulares,
de variados
comum
inregrador
visões, o "espaço"
Em tal percurso fronteiras
tópicos base
um ângulo
espacial idades.
construção
com
Uma
raro este inruiro
material Em outras
('SH..:VC
auant Ia lettre.
rransdisciplinar, Não
f\IHIIII~
1\lIlhll
de OUlrOS conhecimentos,
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1\ dt'II(llllill:l~'flo "gco 'ra(l:1" sempre d,1
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1\1111111111
com demarcações
dinâmica,
corporificarn-se
diretamente quase
derivadas
filosófico.
Umas
teórica
cambiantes geografias de debates
e e
A PRODUÇAO CAPITALISTA DO ESPAÇO
de marcado
teóricas. geográfica,
da disciplina.
a presente Mapear
coleção
visa captar
as geografias
a diversidade
e a dinâmica
e suas adjacências.
no final do livro.
Tradução: CARLOS SZLAK Seminário Temá~·~.,q~~~-, LUGAR CÊNICO E IMAGEM DIALÉTICA Professora FÁTIMA COSTA DE LIMA
[email protected], 48.8469.2944 / 3321.8353
PPGT -
2015/2 -
ANN~LUME
Sextas-feiras,
8h-12h.
í!) l);1V id Harvey, 200 I Spaccs 01 Capital: Towards a Crit ical Gcography Eelinburgh Univcrsity Prcss Ltcl
Centro de Documentação
e Informação
Formação e Assessoria 1127:[
Polis Instituto
de Estudos,
em Políticas Sociais
Harvey, Oavid A produção capitalista do espaço. / Oavid Harvey. (Coleção Geografia e Adjacências) 252p.; 16 x 23 cm Extraído de Harvey, Oavid. Edinburgh: Edinburgh University
São Paulo: Annablume,
2005.
SUMÁRIO
Press, 2001
ISBN 85-7419-496-4 1. Geografia Urbana. 2. Planejamento Urbano. 3. Sociologia Urbana. 5. Teona MarX1Sta. 6. Geopolítica do Capitalismo. 1. Título. n. Série
4. Capitalismo.
CDU 659.3 CDO 301.11
A PRODUÇÃO
CAPITALISTA
DO ESPAÇO
APRESENTAÇÃO
7
PREFÁCIO
9
CAPÍTULO I - A reinvençào da geografia: 13
uma entrevista com os editores da New Left Review Projeto e Produção Coletivo
Gráfico
CAPÍTULO Il- A geografia da acumulação capitalista:
Annablurne
Preparação e Revisão
uma reconstrução
39
da teoria marxista
Celso Cruz
Paginação Maria Augusta
73
CAPÍTULO III - A teoria marxista do Estado
MOla
Capa
CAPÍTULO IV - O ajuste espacial:
Zeca Li ns a partir ele obra de E. Z. Lievin
93
Hegel, Von Thünen e Marx CONSELHO EDITORIAL
Maria Odila Leite da Silva Dias Cclia Maria Marinho de Azevedo Gusiavo Bernardo Krause Maria de Lourdcs Sekelf (in memoriann Pcdro Roberto Jacobi l.ucrécia D' Aléssio Ferrara
CAPÍTULO VI - Do administrativismo a transformação
'I.
11\1\\
111111111,)11111'
"1111
I"
ao empreendedOlismo: urbana no capitalismo
tardio
161 189
'APÍTULO VIII - A arte da renda: a globalização
,'OIIIIIIIW:",:ltI
I{ 11:1 I l\Il I >'<' , I I 1\111.1111,' O')') I (i .' I I S:III 1',,,11,,';1' li, .r.rl '1",'1 I' lux 10"1 \',1'11), I, I, I. 11\1.." 1'.1'1
da governança
CAPÍTULO VII - A geografia do poder de classe
I a edição: março de 2005 T edição: janeiro de 200ú !\NN!\I\I,IIMI;,t'dll4lr;l.
125
CAPÍTULO V - A geopolítica do capitalismo
Peüucla Canizal Norval Baitello Junior
Eduardo
HIBLlO 11",
,RAFIA
e transformação
da cultura em commodities
217 231)
Preparado para a Conference realizada
na Tate Modern, em Londres,
011.
Global and Local,
em fevereiro de 2001.
É inegável que a cultura se transformou em algum gênero de mercadoria. No entanto, também há a crença muito difundida de que algo muito especial envolve os produtos e os eventos culturais (estejam eles nas artes plásticas, no teatro, na música, no cinema, na arquitetura, ou, mais amplamente, em modos localizados de vida, no patrimônio, nas memórias coletivas e nas comunhões afetivas), sendo preciso pô-I os ~ parte das mercadorias normais, como camisas e sapatos. Talvez façamos isso porque somente conseguimos
pensar a seu respeito como produtos e eventos que estão num
plano mais elevado da criatividade
e do sentido humano, diferente do plano das fábricas
de produção de massa e do consumo de massa. No entanto, mesmo quando nos despimos de todos os resíduos de pensamento
tendencioso (muitas vezes, com base em ideologias
poderosas), ai nda assim continuamos considerando como muito especiais esses produtos designados como "culturais". Como a condição de mercadoria de tantos desses fenômenos se harmoniza com seu caráter específico? A relação entre cultura e capital, é evidente, requer inquirição cuidadosa
e escrutínio matizado.
A renda monopolista e a competição Começo monopolista, econômica
com certas
reflexões
sobre
o significado
do termo
buscando entender como os processos contemporâneos se relacionam
de globalização
com as localidades e as formas culturais.
A categoria "renda monopolista" da economia
renda
é uma abstração
política. Para os mais interessados
advinda da linguagem
em questões
de cultura, estética,
valores afetivos, vida social e coração, esse termo talvez seja muito técnico e árido para suportar o peso dos assuntos humanos, além dos possíveis cálculos dos fi nancistas, dos incorporadores,
dos especuladores
imobiliários
e dos locadores.
csp ro mostrar que o termo possui um poder multiplicador
nt , pode propiciar
p 'sStl:lis r .sultantcs pol
ti
'o
T()IH
mÍl'os
interpretações
do n 'xo cntr
IOl'lIis
l'
-vn!u
'/lU
No entanto,
muito maior: se elaborado
valiosas sobre muitos dilemas práticos
lobalização capita li: ta. desenvolvimentos lo~ ~t'llIid()s cuuurnis
c dos vnk
1\':- vsI0Ii\·(1~,.
.1
'1'lItII 1I'IIdll 1011' 1)11,,1/1110podl'l' IllOIIOpollNtlldOI PIOWII'I 1'1(1plll'lIlIlI dl'll'I'l111lIildllS!lon;oes do plllll '(11,/\ 1"lIdllllltlllOpollSIIl
n
podem au 111'lI(al' S '11
ti ' I' .nda por 111 LIi(o ( nnpo,
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pOl'qtl\' (IS 111(11(' 1111111
rtudc 10con Imll' ('
I
111li "
'!ISO
do p rllv/O 11' 11 1 'I ingham, I ela rainha). 1~1l1I' 'IH .uo à categoria
sobre algum item, lirctu ou indiretarncru " comer 'ializiív 'I, que ,'/11 1I1'1I111~ 1111(11111 crucial, único e irreplicável.
Há duas situações em que a cale ioria I''nda 11101101'"11 1'1
alcança o primeiro plano. A primeira situação surge quando os atores so 'inis ('(111111 tI'llIl algum recurso natural, mercadoria
ou local de qualidade especial em r 'lu '110 1(11111
tipo de atividade, permitindo-lhes
extrair renda monopolista
daqueles que d(' ( 111111
usar tal recurso, mercadoria
ou local. No domínio da produção, Marx (I
775) afirma que o exemplo
mais óbvio é o vinhedo que produz vinho de ('/1'vIIIIII
qualidade, que pode ser vendido preço monopolista cria a renda". A versão localizacional em relação, por exemplo, . (para a cadeia hoteleira) por causa
monopolista.
seria a centralidade
à rede de transportes
(para o capitalista c )111('11 IlIiI
e comunicação,
de alguma atividade muito concentrada
Não se comercializa
ou a prOXinlldllll1 (como um t'('11111I
imobiliários
são casos indiretos
de n'lIlIll
a terra, o recurso natural ou o local de qualidrul, S
'lllHl1I
da terra ou do recurso (como quando as vinhas 1III
de primeira
multinacionais
Esses
ou serviço produzido por meio do seu uso. No
caso, tira-se proveito diretamente financistas
li"
contradiçê
qualidade
são vendidos
com fins especulativos).
para capitalistas
('
A escassez se cria pela rei '11,1111
cio turismo (ou, no
..
da renda
monopolista,
cs. Arribas são importantes para a argumentação
vrnculam-se
duas
a seg~Ir..
.
Em primeiro lugar, embora a singularidade e a particularidade seJa~ . . d f' .:d "qualidades especiais" o rcq u i sj to relativo a cruclals para a e 1I11çao e " . _ . negociabilidade significa que item algum pode ser tão UIllCO ou tao especial, ,que não possa ser calculado monetariamente.
Um Picasso tem de ~er um valor ~o~etano,
. como u m Monet " um Manet a arte aborígene, os objetos arqueológicos, os assIm . edifícios históricos, os monumentos antigos, os templos budistas, assim como as experiências
de sua acessibilidade.
singular, mas a mercadoria os terrenos
Nessa circunSlôlll'lll,
O capitalista comercial e o hoteleiro se dispõem a pagar um ágio plllll
financeiro). terreno,
por preço rnonopolisra.
111 I
1\\1 Ill'io UIlSpl:{ili'IlS ti' mar! ninu da indústria
srlo, 11'1" 'lul\1
de descer as corredeiras do rio Colorad.o, de ~star em Istambul ou no
topo do Everest. Como se evidencia a partir dessa lista, ha, nesse caso, uma certa dificuldade de "criação de mercado". Embora mercados tenham se criado em torno de obras de arte e, até certo ponto, de objetos arqueológicos documentados,
(há alguns casos bem
como a respeito da arte aborígene australiana, do que ocorre qua~do
alguma forma de arte é atraída para a esfera do mercado), há',evidentemente, itens da lista difíceis de ser incorporados de Westminster). indiretamente.
Diversos
A contradição,
~lIltos
diretamente (esse e o problema da abadia
itens até talvez não sejam fáceis de ser negocl~dos nesse caso, é que, quanto mais facilmente negociaveis
se tomem tais itens, menos únicos e especiais eles se afiguram. Em alguns casos, o próprio marketing
tende a destruir as qualidades
exclusivas
(em esp~clal, s,e essas A
da terra ou do recurso para uso presente, especulando-se renda monopolista
desse tipo pode ser estendida
sobre valores futuros, /\
à propriedade
de obras de IIrl '
dependem de qualidades como vastidão selvagem, grande distância, pUle,za ~e a~guma experiência
estética etc.). Geralmente,
quanto mais facilmente negocraveis
(e sujeitos à replicação
(como um Rodin ou um Picasso), que podem ser, e são cada vez mais, compradus (' vendidas como investimentos. É a singularidade caso, formam a base para o preço monopolista.
aqui do estudante que se queixou sobre o quão inferior foi sua experiência na Europa
Freqüentemente,
do Picasso e do terreno que, n 'SSi'
as duas formas de renda monopolisra se cruzam. Pode Si'
negociar uma vinha (com seu castelo e cenário físico únicos), renomada vinhos por um preço diretamente
na propriedade.
eventuais
arrendado
e, depois,
monopolista.
A proximidade
como indiretamente objetivos. improvável
Um Picasso pode ser adquirido para ganhos
para alguém,
que O põe à mostra por um prcçn
de um centro financeiro pode ser negociada tanto direta
com uma cadeia hoteleira,
No entanto, é importante
clefensorda privatização
que a utiliza para seus próprios
a diferença entre as duas formas de renda. (.:
(ainda que não impossível),
e o palácio de Buckingham
menos eles proporcionam
em comparação
fraudes, 1.rrutaçoes ou
a base para a renda mon~pohsta.
Lembro
com a Disney W orId:
por S'lIS
monopolista, assim como os vinhos exclusi varncntr
cheirosos produzidos
simulacros),
por falsificações,
s~o tais
itens ou eventos
Na Disney
World,
disso, mostra-se falam línguas
todos os países
estranhas
e as coisas são sujas. Algumas
não se vê nada interessante coisa diferente divertido.
durante
sempre acontece,
Tudo
estão juntos e muito mais perto. Além
o melhor de cada país. A Europa é maçante.
vezes, na Europa,
dias, mas na Disney
World
e as pessoas ficam felizes.
é muito bem planejado
(citado em
As pessoas
KELBAUGH,
alguma
É muito mais 1997: 51).
por exemplo, que a abadia de Westrninstor
sejam negociados diretamente
(mesmo o mais ardenn,
talvez rejeite isso). No entanto, podem ser, e provavelmenle
Embora
pareça uma opinião risível, é sensato refletir sobre o_quanto a
Europa está tentando se replanejar de acordo com os padrões Disney ~e nao apena~ para se aproveitar
dos turistas americanos).
No entanto, e aquI esta o centro da
222
DAVID HARVEY
A
CAPíTULO VIII'
.ontradição, se torna.
quanto mais a Europa se toma "disneificada",
A homogeneidade
insípida
commodities suprime as vantagens
provocada
pela transformação
monopolistas.
é preciso encontrar algum modo de conservar
mercadorias
ou os lugares (posteriormente, a vantagem monopolista
muito competitiva. competitivos tolerados,
refletirei
ou seriam
vistos
como
mercantil
os monopólios
desejáveis?
as
sobre o que isso significa),
numa economia
dominantes,
se
únicos e particulares
Aqui,
de qualquer tipo seriam a segunda
do mais apto, na guerra de todos contra todos, elimina
empresas mais fracas. Quanto mais violenta a competição, oligopólio,
quando não ao monopólio.
as
mais rápido se tende ao
Portanto, não é casualidade
alguma que, no
últimos anos, a Iiberalização dos mercados e a celebração da competição no mercado produzissem
uma concentração inacreditável
Bertelsmann,
de capital (Microsoft, Rupert Murdoch,
serviços financeiros e uma onda de aquisições, fusões e consolidações
em empresas
aéreas,
automobilística,
no varejo
petrolífera
e mesmo
nas indústrias
tradicionais,
etc.). Há muito tempo, essa tendência
como
foi identificada
e fusões na Europa.
No entanto, são defesas fracas contra uma força esmagadora. Essa dinâmica estrutural fato de que os capitalistas meio disso,
cultivam,
eles realizam
marketing,
não teria a importância
de modo ativo, o poder monopolista.
um controle
para estabilizar
que tem se não fosse
o ambiente
de longo alcance empresarial,
sobre a produção
permitindo
O
Por e
o cálculo racional
e o planejamento
a longo prazo, a redução do risco e da incerteza e, de modo mais
geral, a garantia
de um vida relativamente
Em conseqüência,
a mão visível
muito mais importante do mercado, últimos
anos,
contemporânea. aparece
para a geografia
muito alardeada como poder
pacífica e tranqüila
da empresa,
como Chandler
histórica capitalista da ideologia
neoliberal
do monopólio
meios de produção lembremos, de qualquer
ad nauseam, nos da globalização
No entanto, é aqui que a imagem refletida da primeira contradição
à vista com mais clareza: de modo decisivo,
dependem
foi
do que a mão invisível
por Adam Smith, e pavoneada diretriz
para si mesmos. a denomina,
individual
da mais-valia,
é um retorno proveniente porção do planeta).
dos capitalistas incluindo
os processos
as finanças
do poder monopolista
O poder rnonopolisrn
de mercado
(de todos os tipos) sobre
os
e a terra (toda renda,
privada privudn "
ela propriedade
du propriedade
existe na origem de todo o negócio
um problema importante
sonegação,
nos mercados capitalistas.
raros e cronicamente
suficientemente
instáveis
A dificuldade competitivas,
conduta
avarenta)
A competição pura de mercado,
e a racional idade perfeita
para as decisões de consumo. econômicas
(açambarcamento,
de mercado
para a produção
são, desse
coordenada
consiste na manutenção enquanto
se sustentam
de classe em relação à propriedade
Esse último ponto requer uma elaboração ainda mais do assunto em questão. Admite-se,
os privilégios privada,
adicional para nos aproximar
e concentração
também equivocadamente,
do capital em megaempresas.
admite-se amplamente
sinalizado
que as pequenas empresas são um
Assim, o antigo capitalismo
cada vez mais monopolizado
ao longo do tempo. O erro surge porque
da empresa
ignora totalmente
localizacional
envolve
em grau considerável, estavam protegidos
"competição
seu contexto em considerar
monopolista".
competitivo
espacial,
se tomou a teoria
ainda que aceite
a questão) que a vantagem
No século XIX, por exemplo,
os fabricantes de cerveja, pão e castiçais, nos mercados da competição
que o
De modo contrário,
sinal de mercado competitivo. econômica
que são
ampla mas equivocadamente,
poder monopolista do tipo supremo e culminante seja mais evidentemente pela centralização
e
de relações
como sistema político-econômico.
(nas raras ocasiões em que condescende
como um aspecto incômodo da dinâmica capitalista; por isso, a legislação antitruste dos Estados Unidos e o trabalho das comissões de monopólios
capitalista,
inegociável
tomando a opção de não-negócio
os alicerces do capitalismo
como Marx notou há muito tempo, sempre tende para o monopólio (ou oligopólio), pois a sobrevivência
Um direito jurídico
do indivíduo e do monopólio
que, na raiz, revela-se uma imagem refletida da pri meira. A competição,
contradição,
capitalista.
modo, mecanismos
onde os mercados
encontramos
portanto, tanto o ponto de partida como o ponto final de toda a atividade
a troca livre de mercadorias
e, freqüentemente,
No entanto, por que, num mundo neoliberal,
são supostamente
pura em
Para a renda monopolista
materializar, mantendo
menos única e especial
223
ARTE DA RENDA
por causa do alto custo do transporte.
locais, O poder
monopolista local era onipresente e muito difícil de ser quebrado em todos os setores, de energia a suprimento
de alimentos.
Assim,
o capitalismo
do século XIX era
muito menos competitivo do que agora. Neste ponto, é que as mudanças nas condições entram como variáveis determinantes cruciais. À medida
de transporte e comunicações
que as barreiras espaciais diminuíam por meio do pendor capitalista para a "anulação do espaço pelo tempo", muitas indústrias e serviços locais perdiam suas proteções locais e seus privilégios monopolistas. Foram forçados à competição contra produtores de outras localidades;
de início,
relativamente
próximos,
produtores situados em locais muito mais distantes.
mas, depois,
Sob esse aspecto,
contra
a geografia
histórica do setor cervejeiro é muito instruti va. No século XIX, a maioria das pessoas tomava cerveja local, pois não tinha opção. No final desse mesmo século, na GrãBretanha, a produção considerável,
ela cerveja Guinncsx, (ornuu nuciunul , no
sut),
e o consumo de cerveja tinham se regionalizado
mantendo-se
IlIiI\\H
(11
assim até a década de 1960 (as importações,
eram inexistentes).
Ncwcnstlc
dI'
IW uunur
No entanto,
Brown e a Scottish illtcrllll{'iolllll
nessa época, o mercado se
Youngcrs nparcccr.un
(slIllit:IIIWIIII',
num grau
com exceção
IIS illl]lOI'IIIl'Il\'S
em Londres virnnuu
-'1111liA1I1NIJA 1110<111), S(' 1101'11111)\11 P'SSUUh 'h'
por (lp '110, "1'111111 '111' por IIPllI1l
"I'V 'jll 10 .nl.
tipo ti, li 'a '/ O .orn a 10'ali Ia I' ou por .ausn ti, uluuma quulidudc
'sp' 'illl dll
cerveja ( orn base na técnica, na água, ou no que quer que seja), qu " SUpOSlll111 '111" ao longo do tempo, o espaço c .on uni 'o dt'
a diferencia das outras, Evidentemente,
competição mudou tanto na forma como na escala. Também subsi tem outras barr ,i I'IIS . à movimentação privilégios
espacial.
monopolistas
As tarifas
protecionistas,
por exemplo,
protegem
os
'sklll h IIIiltll1l1,U10 .orn o 10 'ai c as localidu lcs, ' que cada vez mais enredada
porque as alegações de singularidade
articuladas
enquanto alegações
de elevada qualidade,
monopolista conferida historicamente
Portanto,
as rendas monopolistas
ao comércio (protecionismo)
não pode existir sem poderes monopolistas,
que foram muito reduzidas,
quando
pelos assim chamados "monopólios
também
a ser obtidas por esse meio. No entanto, O e busca meios de reuni-los.
a ordem do dia é como reunir os poderes monopolistas não eliminadas,
numa situação em
as proteções
proporcionadas
naturais" do espaço e da localização, assim como
as proteções políticas das fronteiras nacionais. A resposta óbvia é centralizar E vi mos bastante
o capital em megaempresas
disso. A segunda
ou estabelecer
ou aéreo), para dominar os
via é assegurar,
ainda com mais
firmeza, os direitos monopolistas de propriedade privada mediante leis internacionais de comércio,
que regulam todo comércio
os pretensos "direitos de propriedade de batalha,
global. Em conseqüência,
intelectual"
A indústria farmacêutica,
as patentes e
se tomaram um importante campo
através do qual o poder monopolista,
reivindicações.
de modo mais geral, faz suas
para tomar um exemplo
paradigrnático,
adquiriu grande poder monopolista;
em parte, por meio de centralizações
de capital,
as proteções
e, em parte, mediante
licenciamento.
Além disso, essa indústria
das patentes
está, com avidez, buscando
materiais
genéticos
de todos os tipos (inclusive,
em relação
florestas
tropicais,
tradicionalmente
pelos
Conforme
se reduzem
os privilégios
a tentativa
desesperada
de preservar
meios. Diversos desse
desenvolvimento
de
ainda mais
coletadas monopoJistas
a plantas raras de
habitantes
indígenas).
de uma fonte, testemunhamos
e reunir privilégios
monopolistas
por outros
livros e artigos estão sendo escritos sobre esse processo. Não sou
capaz de examiná-Ios aspectos
maciças
e dos acordos
à medida que procura estabelecer direitos de propriedade sobre
poder monopolista,
aqui. No entanto, guero observar com mais atenção alguns
processo,
que
afetam
local e das atividades
há conflitos constantes
podem ser melhor
e irreplicáveis.
Começo com o
dado pelo "vinhedo que produz vinho
que pode ser vendido por um preço monopolista".
sobre a definição
mais
As aventuras no negócio do vinho Nos últimos 30 anos, o negócio do vinho, como o da cerveja, ficou cada vez mais internacional, e a pressão da competição internacional criou alguns efeitos curiosos, Sob pressão da União Européia, por exemplo, os produtores internacionais de vinho concordaram
(depois de prolongadas
batalhas jurídicas
e negociações
intensas) em
interromper o uso de "expressões tradicionais" sobre os rótulos das garrafas de vinho, que, eventualmente,
poderiam
incluir termos como "chateau"
como termos genéricos como "champagne",
e "domaine",
assim
"burgundy", "chablis" ou "sautemes".
Desse modo, a indústria européia do vinho, liderada pela França, procura preservar
alianças mais amplas (como no setor automobilístico mercados.
'1IIlUI'U" 'sl:í
a proteção
pelos altos custos de transporte e comunicação,
embora a remoção das barreiras institucionais capitalismo
i I iu I'"
e autenticidade
culturais distintivas
exemplo mais óbvio de renda monopolista,
tl
de reass gurur tal p d I' n onopolista,
dentro do espaço do Estado-Nação.
O recente surto de globaJização diminuiu significativamente
tenha reduzido
com as tentativas
exatamente
Talvez agora seja possível, de modo mais claro, prever a direção da minha argumentação.
'I' I
diretamente
culturais. Inicialmente, de poder monopolista,
os problemas
rendas monopolistas, sustentando as virtudes exclusivas da terra, do clima e da tradição (virtudes reunidas sob o termo francês "terroir") e a distinção do produto, certificada por um nome. Reforçado por controles institucionais como "appellation contrôlée", o negócio francês do vinho se sustenta sobre a autenticidade produto, que estabelece
a singularidade
e a originalidade do seu
em que se baseia a renda monopolista. A
Austrália é um dos países que concordou com essa mudança. O fabricante do Chateau Tahbi lk, em Victoria, forçado a retirar a palavra "chateau"
do seu rótulo, afirmou,
jocosamente, que "somos orgulhosamente australianos, sem necessidade de usar termos herdados ele outros países e culturas do passado" dois fatores que, quanelo combinados,
.47
Como compensação, ele identificou
"conferem ao Tahbilk uma posição única no
mundo elo vinh".
rn primeiro lugar, o vinho é produzido em uma das seis únicas
regiões viní olus d
mund
onde o mesoclima é muito influenciado pela massa de
água interior (os di v 'I'SOS lagos e lagunas locais abrandam e esfriam o clima). Em segundo lugar,
ti
I 'ITU
I' um tipo único (encontrada apenas em um outro lugar, no
estado ele Vi ,tol'iu • ti 'S .ritu 'orno uma marga avermelhada
arenosa, tingida por um
conteúd: muito ,I 'vado ti' ixido íérrico, que "tem um efeito positivo na qualidade da videira, adi .ionundo dois Fator s
S'
IIIll
'11'10 'ul'ilt 'I' regional distintivo aos nossos vinhos". Esses
jlll111l111 P 1111 ti 'I'iliiI' "Nauumbic Lakes" como região vinícola exclusiva
do
desejo mostrar que que é possível que
47. Tahblik Wil1l'('1111! ( '000), WIIII'1'111111' (' 1\111111, 'di~:I()de anelViu 'Y:IIIl,'l'lIhlilI, li 1111111 AIIIIIIIIIII
15 de junho
de 2000, Tahblik
Winery
DAVID, HARVEY
226
(a ser autenticada, presumivelmente,
pelo Australian Wine and Brandy Corporation's
se relaciona com as cozinhas regionais, e, portanto, encaixa-se naquelas práticas qlw
Geographical Indications Committee, criado para identificar regiões vinícolas em toda a Austrália). Assim, o produtor do Tahbilk estabelece relação às rendas monopolistas,
uma alegação contrária em
com base numa combinação
exclusiva
CAPíTULO VIII • A ARTE DARENDA
de fatores
transformam caJifomiano
ambientais da região em que se situa. Faz isso de uma maneira que se assemelha e concorre com as alegações
de singularidade
concernentes
aos termos
"terroir" e
"domaine" impostas pelos produtores franceses de vinho. negociáveis, e, portanto, em algum sentido, são comparáveis, não importa sua origem. que ele publica periodicamente.
(a maior parte dos outros guias são patrocinados
Ele é notoriamente
independente
vinho). Parker dá notas aos vinhos conforme seu próprio e distintivo gosto. Ele tem muitos seguidores nos Estados Unidos, um mercado muito importante. Se ele dá nota 65 a um vinho de Bordeaux e 95 a um vinho australiano, os preços são afetados. Os produtores
de vinho de Bordeaux
estão apavorados
com ele. Eles processaram,
são tanto "uma influência do discurso", como resultado do empenho enquanto reflexão do produto. No entanto, se for abandonada
a linguagem
os últimos anos, Parker e muitos outros envolvidos no negócio do vinho inventaram ameixa, com um toque de tomilho e groselha". A linguagem parece bizarra, mas essa correspondente
à ascensão
do vinho, assumiu
da competição
e globalização
um papel distintivo,
refletindo
internacional
no negócio
transformação
em C01711710dities do consumo do vinho dentro de linhas padronizadas.
para uma investigação
proveitosa. Para muitas pessoas, é uma experiência
estética. da comida
à mitologia (Dioniso e Baco), à religião (o sangue de Jesus e os rituais de comunhão) conhecimento
na poesia,
dos vinhos e a apreciação "apropriada"
classe, sendo analisável expressaria).
em festivais,
nas canções
na literatura. O
são, muitas v "/, 'S, 11msinal de
como uma forma de u11 i1<1 I "t'IIIII1I'1"" ( '()Illll llourdi iu
O vinho Correio talvez tenha ajudn l
impõe a procura
de critérios
A incessante busca por rendas monopolistas
de especialidade,
singularidade,
originalidade
e
pelo apelo ao "terroir" e à tradição, ou pela descrição direta do sabor, outros modos idealizados para garantir a veracidade dessas alegações (o vinho que garante a sedução, ou o vinho que evoca a nostalgia e o fogo da lenha são tropos publicitários
correntes
nos Estados Unidos). Na prática, o que constatamos no negócio do vinho são diversos discursos concorrentes, todos com alegações diferentes e verazes sobre a singularidade e vaivéns discursivos,
assim como muitas das mudanças e reviravoltas
estratégias para controlar o mercado internacional
ocorridas nas
do vinho, possuem, em sua raiz,
~ão apenas a busca do lucro, mas também a busca das rendas monopolistas. originalidade,
especiais avulta em abundância. força poderosa, ~onopolistas
singularidade
A generalidade
com a segunda contradição que procura garantir
da propriedade
e qualidades
Nisso, a
irreplicáveis
do mercado globalizado
que identifiquei
gera, de
anteriormente,
não apenas a continuidade
privada,
resultam da descrição de mercadorias
certa, existem todos os tipos de outros referentes da tradição ocidental, que remontam e às tradições celebradas
como entre consumidores).
uma
dos privilégios
mas também as rendas monopolistas
que
como sendo mercadorias. incomparáveis.
a
No entanto, o consumo do vinho possui muitas dimensões, abrindo sendas Além do prazer absoluto (para alguns) de um bom vinho acompanhado
produtores,
modo compatível
uma linguagem em que os vinhos são descritos em termos de "sabor de pêssego e discursiva,
em dinheiro e lucros, mas também
envolve cultura em todos os seus sentid~s (da cultura do produto até as práticas
linguagem de autenticidade,
relativa ao "terroir" e à tradição, que tipo de discurso pode ser posto em seu lugar?
mudança
Mondavi, ainda que esse seja vendido no aeroporto de Atenas).
O negócio do vinho está interessado
do produto. No entanto, e aqui volto ao meu ponto de partida, todas essas mudanças
Ele desafia a base das
rendas monopolistas desses produtores. As alegações monopolistas, podemos concluir, a respeito das qualidades
V;I:-'
um jarro de vinho
de distinção deverão serinvocados para estabelecer alegações e discursos monopolistas,
por setores influentes da indústria do
denegriram e insultaram Parker, e até o agrediram fisica~ente.
Zorba, o Grego, bebendo
autenticidade em cada um desses domínios. Se não puder se estabelecer a singularidade
Parker avalia os vinhos pelo seu sabor, não dedicando atenção particular ao "terroir" ou a quaisquer outras alegações histórico-culturais.
num modo de vida marcado por estruturas distinii
(fica difícil imaginar
culturais que cercam seu consumo e o capital cultural que pode evoluir tanto entre
Mas, então, deparamo-nos com a primeira contradição. Todos os vinhos são /"Entra Robert Parker, e o seu guia Wine advocate,
a regionalidade
de sentimento
IHIIlS11' >tí .ios
(qu '111pode .onfinr '1)1;l1'(1'111<111'11~()slIh' ::-'('111111'1 111111'11111111) () I' Itlo do vinho
o
empreendedorismo urbano, . a renda monopolista e as formas qlobais Os conflitos recentes no negócio do vinho fornecem um modelo útil para o entendi mente de diversos fenômenos na fase contemporânea conflitos Iêm particular importância
para o entendimento
.onomin p
da globalização. Esses de como os cálculos da
das rendas monopolistas,
lIh~OI'WI'1I111 ON 11'1\I'IIVolvilll'1l1llS
S'
cultural
vin .uln ;ll) d s
',io
local, como na til'
'xtmir (' se
tll)lUI"11t1IIi llil 11111111('111\111 II 111j11l11l1 III,~dI' III(!Oi'om, lipos (inclusrv,',
1I
111111:--
"
"T"rr-------IIr-~--_;~~--~~~~~~----------~--------------------------------------'1',
,Ir"
d\ls lillllllt'iNlllS
nldll'lllIlll'
lucrnt ivux dos poderes
contradição:
in: 'I'IUI 'i\llwis)
1111'11111\\111' p '1IIs Pl'I'SPl\ 'livlIS
Nt' "dmWIII
mono: olisrus, imcdintumonto
p
'I"
urnu I 'r' 'i 1'11
'!l'1ll0S
que o mais ávido adcj to da glol ali:t,u '110 upolur I os dcscnvolvirn
locais com potencial para produzir rendas monopolistus
vi-r
11
IOhlilli',1I.no .on O uma unidade inclilcrcn 'ia Ia, mas si m .omo uma p IdrOl1iZII'no
ico '1'1I1'i '1111\ .ntc articulada elas atividade,
'nlos
. No entanto,
(m srno se o resulta 10 til:
o que significa
exatamente
falar de "uma I adronizuçrí« lcogrMi 'o
ênfase na singularidade e pureza da cultura local balinesa talvez seja e sencial à r ti '
desigual (numa variedade de escalas) e, ao menos, alguma teorização
convin .cnre
}2-0teleira, às empresas aéreas e à indústria turística, mas o que acontece quando isso
para entender
estimula
um movimento
comercialização?
balinês
de resistência
vai iosa, exatamente por causa da sua singularidade, contradição,
violenta
O país basco talvez seja uma configuração
à comercialização.
Investiguemos
à
local contrário
1\
globalizaçãcl).
à "impureza"
ela
cultural potencialrnent
mas o ETA 48 não parece recepti
com um pouco
mais de profundidade
à medida que a mesma afeta a política do desenvolvimento
' VI)
essa urbano.
articulada"?
.apitalistas globais.
Há muita evidência de desenvolvimento
tal apoio seja a criação de um clima político
geograficamente
e das relaçõe:
sua lógica capitalista.
conv~n~ais,
como a busca dos capitais
comercial e produtivo van~gens
tendo capacidades
na produção e na apropriação
pode se identificar
algumas tendências
Para isso, requer-se situar essa política em relação à globalização. Nas últimas décadas,
explorável
o empreendedorismo
para as decisões
de investimento.
internacionalmente. na govemança nacional (câmaras
se tornou importante
Por empreendedorismo
tanto nacionalmente
urbano, entendo o padrão de condu Ia
urbana que combina poderes estatais (local, metropolitano,
ou supranacional),
diversas
de comércio, sindicatos,
grupos comunitários,
formas organizacionais
igrejas, instituições
civil
educacionais
e de pesquisa,
ONGs etc.) e interesses privados (empresariais
e individuais),
de um tipo ou outro. Há agora uma extensa literatura
sobre esse tema, que revela
como "regimes
urbanos", "máquinas
regional") variam amplamente,
de crescimento"
dependendo
(diversament '
ou "coalizões
das condições
el'
locais e elo
arco de forças operantes dentro desses sistemas. O papel desse empreendedorismo urbano em relação à forma neoliberal
ele globalização
também foi analisaelo em
detalhe, mais geralmente sob a rubrica das relações local-global "dialética
espaço-lugar".
A maior parte dos geógrafos
que examinaram
concluiu corretamente que é um erro categórico considerar causal com respeito ao desenvolvimento afirmam
eles acertadamente,
escalas, em que as iniciativas
e da assim chamada
a globalização
o problema uma força
local. Nesse caso, o que está em jogo,
é um relacionamento
mais complicado
através das
locais podem alcançar uma escala global e vice-versa,
ao mesmo tempo que certos processos, dentro de uma definição específica de escala - competição interurbana e inter-regional sendo os exemplos mais evidentes -, podem reelaborar
as configurações
local/regional
da globalização.
rmos
financeiro,
sob esse aspecto) em aufcrir
da mais-valia por meio do giro. De Iato, ajustáveis a modelos simples, concernenres
se torna o farol guia para a mobilidade
do capital
'
compensatória,
No entanto, há múita evidência
que ~ug~r~ ser isso uma simplificação
excessi va, quando ressaltada como explicação do desenvolvimento
geral, o capital flui com facilidade
geográfico
desigual. L:111
tanto para regiões de altos salários, como pnrn
de baixos salários, e, muitas vezes, parece ser guiado geograficamente
por critérios
diferentes daqueles descritos na economia política tanto burguesa quanto marxisui. Em parte (mas não inteiramente), desconsiderar investimentos
a categoria
geograficamente especialmente
o problema
de capital fundiário
resulta
e a importância
ti '
do hábito
consid 'nível dm,
a longo prazo no ambiente construido, que são, por definição, i111(lwi:, (exceto no sentido de acessibilidade
relativa). Tais investirn 'nlns.
quando são do tipo especulati vo, invariavelmente
ondas de investimento
requerem novas
se a primeira onda se provou rentável (para lotar um e \111'()
de convenções, precisa-se de hotéis, que exigem melhores transportes e cornunicaçõ
'S,
que requerem uma expansão do centro de convenções ...). Assim, há um elemento d ' causa circular e cumulativa.em
funcionamento
~rea metropolitana
por exemplo, toda a renovação da zona elas docas"
londrina
(considere-se,
e a viabilidade
investimentos,
financeira
tanto públicos
quanto
na dinâmica dos investimentos
do Canary privados).
Wharf'," que estimulou
urbano em todas as partes: a orquestração
processo de investimento
e
LI
provisão de investimentos
tempo certos, para fomentar o êxito na competição
na
novos
Eis o que freqüenternent
máquinas de crescimento
são
da dinâmica do
públicos chave, no luuar
interurbana
e inter-regional.
Portanto, não se deve
'1"'
48.
(com o capital
I
causal urnca a respeito da dinâmica
urbano/regional
que as formas, atividades e objetivos desses sistemas de governança crescimento
regional,
da sociedade
formando coalizões para fomentar ou administrar o desenvolvimento
conhecidos
quanto
móveis
diferentes
em
a "uma corrida para a parte mais baixa", em que a força de trabalho mais barata c mais facilmente
urbano
Algo disso pode ser entendido
Na Espanha, organização política que quer estabelecer um governo independente para o povo basco. e costuma usar métodos violentos para tentar alcançar seus objetivos (N. T.).
49. Gra~de e moderno empreendimento, CIlV Ivcu a construção de residcncias c de cscritóriux 1111 rcgiao leste do centro de Londres . junto ao, rio 'I'âmi: a, principalmente durante a década de 19RO (N. '1'.). 50. Parte da zona das docas lom'!:"la. que 11\ '',111 o Cnnary Wharf Tower, o cdilicio mais alto da (;ra IIr~I;II"';I, e multas outros grandes CCItItCIOS de cscru wios. IIIml m construídos na década de 1<)() (N. '1'.).
, 11/
-----"
Nn .ntunro, isso 11110S 'riu IIssill1 man 'ira pela qual tarnb conhecida monopolista
1Ill'lIl'lllll (rnmo
m pode obter rendas monopnlistu».
dos incorporadores
mais alugável
1110
imobiliários,
parte do terreno
tomando
Hong Kong muito atraente
para o capital
com muita
o governo
de Cingapura
monopolistas,
e foi muito bem-sucedido,
meios político-econômicos
de investimento
de bens imóveis.
negociar
Casualmente,
.
finan .ciru
Naturalm '111,,,
devido à sua localizuçnu,
força,
oferecendo
começou
vanta 'l'lI/
a capturar
r ndu
de forma quase similar, ainda que
pOI
urbana se orienta principalmente
para a crinçrlu
não apenas em infra-estruturas
físicas, conu:
locais de investimentos,
transportes e comunicações,
instalações portuárias, saneamento
de água, mas também em infra-estruturas no processo
de urbanização,
tanto pelos
interesses
sociais de educação,
de vida. O propósito
controle social, cultura e qualidade
como pelos poderes
obtêm êxito. mas mesmo
os exemplos
em termos
de insucesso
ser en~endidos
do seu fracasso
monopolistas.
No entanto, a busca de rendas monopolistas iniciativas
ciência e tecnolo .iu, rendas rnonopolistu
estatais.
inteil~amente,
imobiliários,
básico, fomecim '11111
é gerar sinergia sufici '1111'
para que se criem e se obtenham
privados
de empreendimentos
.
muito diferentes.
Esse tipo de govemança
governamentais.
'OV('IIIII
pelas vendas controludn
de singularidade,
monopolistas.
esforcos
1\'11(111
os bens imóveis em rendas monopolistu
que opera por meio do mercado
a qual pode também
de padrões
11\'111
muito elevados, dos terrenos públicos para empreendi mculu
Hong Kong possui outras alegações sobre
ill
s gov '1110
podem adotar as mesmas práticas.
Por sua vez, isso converte
internacional,
para extrair
do restante do projeto.
de Hong Kong, como o entendo, é custeado largamente imobiliários.
é) H' IUIO I'WlNI' I1
Jmll 'slrlll ~
de algum empreendimento
astutos, com os poderes necessários,
rr nY'"~---,,, -------------,-~~~~--------------------__;ii,i'1II---
é cons ervur 1111)'111m I
por exemplo,
dessa parte depois da realização
a preços monopolistas
li'
Nem todos esse podem, parcial 011 em realizar
rendus
não se limita às práticu«
econômicas
e recursos
Essa busca possui uma aplicação bem mais ampla.
di" '\lI VII
'\li 1I\)
lo~ xmflitos bux .ados m ratos n ai .riuis. Muitus
'11ll1l1ll'lIlivllS hisl iricas, interpretaçõ se
na construção de tais alegações. Logo que estabelecidas,
inrn
porém, tais alegações podem
ser devolvidas com força ao ponto de origem para a extração das rendas monopolistas, já que, na mente de muitas pessoas ao menos, não existirão lugares outros além de Londres, Cairo, Barcelona,
Milão, Istambul, São Francisco, ou seja onde for, para
obter acesso a tudo quanto seja supostamente único a tais lugares.
O ponto de referência mais evidente onde esse processo funciona é o turismo contemporâneo,
mas considero um erro basear a questão nisso. Pois o que está em
jogo é o poder do capital simbólico coletivo, isto é, o poder dos marcos especiais de . distinção vinculados a algum lugar, dotados de um poder de atração importante ~m relação aos fluxos de capital de modo mais geral. Bourdieu, a quem devemos o uso genérico desses termos, infelizmente os restringe aos indivíduos (quase como átomos t1utuando num mar de juízos estéticos estruturados),
quando para mim parece que as
formas coletivas (e a relação dos indivíduos com essas formas coletivas) talvez fossem de interesse ainda maior. O capital simbólico coletivo vinculado a nomes elugares como Paris, Atenas, Nova York, Rio de Janeiro, Berlim e Roma é elegrande importância, conferindo a tais lugares grandes vantagens econômicas
em relação a, por exemplo,
Baltimore, Liverpool, Essen, Lille e Glasgow. O problema para esses lugares citados em segundo lugar é elevar seu quociente de capital simbólico e aumentar seus marcos de distinção, para melhor basear suas alegações relativas à singularidade geradora ela renda monopolista. Dada a perda _deoutros poderes monopolistas por causa do transporte e comunicacão mais fáceis " e a reducão de outras barreiras para o comércio, a luta pelo , capital simbólico coletivo se tomou ainda mais importante como base para as rendas monopolistas. De que outro modo podemos explicar o alarde provocado pelo Museu Guggenheim,
em Bilbao, da grife arquitetônica de instituições
interesses internacionais,
coletivo, os marcos de distinção e as rendas monopolistas
'S S' IIP\
entidos das memórias coletivas, si inif ,,,dos
das práti 'as culturais etc.: sempre há um forte elemento social e eli 'cursivo 01 .runtc
explicar a disposição
o capital simbólico
111, '11;(
Gehry? E também como podemos
financeiras
importantes,
com consideráveis
de financiar tal projeto?
A ascensão de Barcelona à proeminência
do sistema europeu de cidades,
para considerar outro exemplo, deu-se, em parte, com base na sua firme acumulação tanto de capital simbólico como de marcos de distinção. Nesse caso, enfatizou-se
Se as alegações de singularidade, autenticidade, particularidade e especialidade sustentam a capacidade de conquistar rendas monopolistas,
então sobre que melhm
prospecção da história e da tradição caracteristicamente e seus marcos distintivos de estilo cI viela
culturais historicamente
avalanche
especiais
(incluindo,
essas alegações,
assim ~mo
no das características
ambienrais
é claro, os ambientes sociais e culturais construídos)?
como no negócio do vinho, são tanto resultado
Tod.»,
das construçoo,
Além
de publicações,
disso,
houve
radiocomunicação
(Gaudí, é claro),
tradições literárias, com o apoio de uma
exibições e eventos culturais celebrantes
novos
a
catalã, o marketing a respeito
de suas importantes realizações artísticas e heranças arquitetõnicas
terreno é possível fazer tais alegações do qu~ no campo dos artefatos e das práticm, constituídas,
...
ernbc l zarncntos
arquitetõnicos
da distinção. (a antena
de
de Norrnan Foxtcr e () Museu de Arte Moderna branco fulgurante
A Ir Mel 'r, 'no m 'io ti, .onstru '( 'S Li ' iru lu lus do .iduclc ve lhu), i IlV 'SI i Illl'I1l0S
à praia,
P,II'H pcu itir o !',íciI acesso ao port
r .cup .rundo
P 'SII los
bnld~)s paru
1'1'1' '110,S
Vila Olímpica (com referência sagaz à utopia elos Icários), c a uunsformnção
111111 1111111111111
\111111
11
do t'lIpillll
SIII1\)t)1I
do 11.1'
.ontribu
1'1I111. Por
1i quv N' uncnrox du POI UIUyllO
'li, 1>"1'11 () quul
lcv
'111 S'
lodos, em seus pr iprios
ti rc deixar a r n Ia monopolista
I '11 ,ri .iur III,ii.
c distintivos
vinculada
modos.
ao capital sirnbóli 'o
fora antes uma vida noturna lúgubre e perigosa num panorama aberto cI csp 'lÜ .ulo
ser auf rida up nas pelas rnultinacionais
urbano. Todo esse processo ainda recebeu a ajuda dos Jogos Olímpicos ele 1992, qu '
burguesia
propiciou
delas com tanta crueldade e tanto sucesso ao longo dos anos (principal rnent , por
grandes
Samaranch,
oportunidades
presidente
para acumulação
do Comitê Olímpico
de rendas monol~o~i, tas (Juan
Internacional,
por coincidência,
unha
local? Mesmo Cingapura,
sua vantagem
localizacional
muitos interesses imobiliários em Barcelona). No entanto, o sucesso inicial de Barcelona parece ter tomado o rumo lu
distribuídos
primeira
a indústria do conhecimento
contradição.
Enquanto
-monopolistas se apresentavam
as oportunidades
de apropriação,
ou por uma pequena e poderosa parcela du
que criou rendas monopolistas
e política),
cuidou
em abundância, com base no capital simbólico coletivo
de que os benefícios
f'oss m
por meio da oferta de habitação, saúde e educação. Pelos tipos de motivos exemplificados
das ren~las
e se apropriou
pela história
recente de Barcelona,
e do patrimônio, a produção cultural, a arquitetura
grife e o cultivo de juízos estéticos
distintivos
se tornaram
poderosos
d
elementos
de Barcelona enquanto cidade (os preços dos imóveis explodiram e o Royal Instituto
c~nstitutivos
of British
que de modo mais particular na Europa). Em um mundo altamente competitivo,
Architects
arquitetõnicas), transformação
seu irresistível
empreendimentos
multinacional
para abrir avenidas
substituem
e homogeneizada.
na cidade
o comércio
local,
da cidade transfere os moradores
antigas, e Barcelona
Que memória
Essa contradição
As fases postenor
os migrantes da Andaluzia;
contra Franco; os nacionalistas
tem valor (os arquitetos
celebremente
silenciados,
exatamente
simbólico coletivo acumulado e qualidades
são de difícil acumulação dos movimentos
Acrópole,
por Barcelona
em Liverpool,
por exemplo,
na
gerou protestos
por
11
Tais contestações
indiretas.
antigos, como a - estaria
bem
podem ter implicações
Considere-se,
por exemplo,
a
emaranhada em torno da reconstrução de Berlim, depois da reunificação
para definir o capital simbólico de Berlim. De modo evidente, Berlim pode entre
o leste e o oeste.
com base na sua potencialidade
Sua posição
estratégica
Soviética) propicia evidente vantagem.
cultura,
particularmente
em relação
geográfico desigual do capitalismo contemporâneo
estética
e tradição.
problemática
de ao
(com a abertura
No entanto, há outro tipo de
batalha por identidade sendo travado,' que invoca memórias história,
os guardiõ 's
mesmo
fixar uma alegação a respeito de singularidade
da ex-União
sem suscitar a questão do exercício local de poder, mesmo
difundidas,
imaginar
alemã. Todos os estilos de forças divergentes colidiram ali, conforme se desenrolava
mediação
Tais marcos locais de distinção
Mesmo monumentos
agora - assim se poderia
estão sujeitos à contestação.
muito
desenvolvimento
deRende dos valores de autenticidad "
coletivo e do capital cultijral (os museus, as universidade~,
políticas
aluta
Qu .
de Barcelona,
Nesse ponto, normalmente,
cujo significado
argumentação
Os debates desse tipo não podem
específicas irreplicáveis.
coletivo continua. No
inicial de toda menção ao comércio de escravos
do Alberto Dock."
estabelecido,
c
porque é evidente para todos que o capital
populares e oposicionistas.
do capital simbólico
poderosos
A supressão
em Berlim, despertou muitas c~ntrovér~a?
mais
catalães;
ou um velho aliado de Franco, como Sarnaranch)?
a
parte da população excluída de ascendência caribenha, e o Memorial do Holocausto,
de regiocs
é marcada por questronarnentos
como Bohigas)? Por que aceitar a "disneificação"? ser facilmente
reconstrução
velha,' lojas de propned~d'
o "enobreci mento"
urbano, em muitos lugares (ainda
entanto, isso suscita todas as questões relativas às opções de memória coleti va, estética e beneficiários.
de transito
antigos e destrói construções
da política do empreendedorismo
luta para acumular marcos de distinção e capital simbólico
s
papel importante na história de Barcelona; os
que lutaram tão bravamante
estética realmente
il
coletiva deve ser celebrada pela cidade (os anarquistas,
como os Icários, que desempenharam
singularidade
mais e mais
perde alguns dos seus marcos de distinção. Há inclusive sinais
nada sutis de "disneificação".
republicanos,
por realizações
do mundo ocidental, os espantosos congestionamentos
multinacional
resistência.
sua medalha
à margem do mar parecem exatamente como quaisquer ~utros
pressões
desvalorizadas
a toda a cidade
chamariz atraiu, como conseqüência,
em commodities
dos empreendimentos provocam
concedeu,
Contemplo
apenas
coletivas, mitologias, uma única dimensão
dessa luta, uma dim~nsão que não é necessariamente
dominante,
e cuja capacidade
para fundamentar
monopolista
sob a competição
global não é clara
alegações OLl
em relação
à renda
certa.
classe dos mecenas e o aparelho estatal) fecham suas portas, e tratam de manter lol'l! a ralé (ainda que, em Barcelona, o Museu de Arte Moderna, ao contrário da maiorin das instituições sensibilidades
desse tipo, continuou, populares).
surpreendente
Nesse caso, os interesses
e construtivamente, são significativos.
aberto
~l;
Trata-se dI'
51. Uma doca em Liverpool. conhecida antigos armazéns vitorianos (N. T.).
por suas lojas e seus restaurantes,
construídos
dentro
ckr-,
--------------~--------------~·~"~-"nIT~~--~---r~---••~~-.rrrr~·A'A~I-117171~IA717i1~N~IIA~--------------------------------------~\n-I---
." I l JI1II1
de urquit '[OS'
1'11',110
10 "tis
pl:111'jndor 'S
.om () IIpoio
I'
.crtu
parte do aparato estatal local) procura r validar as rOrmélSar ruitct ini 'as da 13irlim dos séculos XVIII e XIX, e, em particular, realçar a tradição arquitetõnica
de
.hinl 'I,
excluindo quase todo o resto. Essa posição talvez seja vista como simples que .tão cI ' preferência estética elitista, mas possui diversos significados, memórias coletivas, a monumentalidade,
que têm a ver c m as
o poder da história e a identidade
políti
'li
da cidade. Também se associa ao clima opinativo (articulado em uma variedade d ' discursos)
e não é, e quem tem direito à cidade, em
que define quem é berlinense
()
doi! .•
.uinnr plll'll bt'lll.llllllO
dn
puru
'iillií'.Ilçll0,
'OIIl'I'
1\(\ <\\I\"
di/'. I' 'sp 'ilO 111ll\I'dl'l' os 11111' 'os ti, distin -fio subjnc 'nt 'S às I".ndus monopolisrns,
termos bem definidos de estirpe ou de adesão a valores e crenças específicas. Prospecia
Ia oral' mar 'os ti, dlstin trunsacioná-los
'ao
0\1
muito especiais, no que diz respeito a ser muito diff ·il
- estão sempre pre entes. No entanto, como no negócio do vinho,
sempre há fortes efeitos discursivos
em jogo, definindo
o que é ou não é muito
especial sobre um produto, um lugar, uma forma cultural, uma tradição, uma herança arquitetõnica.
As batalhas discursivas
se tomaram parte do jogo, e os patronos (na
mídia e na academia, por exemplo) conquistam sua audiência, assim como seu sustento financeiro em relação a esses processos.
Há muito a conquistar,
por exemplo, por
uma história local e uma herança arquitetõnica carregadas de conotações nacional iSI,IS
meio do apelo à moda (de modo interessante,
e românticas. Num contexto em que os maus-tratos e a violência contra os imigrantes
das cidades acumularem
são comuns, talvez até ofereça
estão bem cônscios disso, e devem, portanto, engajar-se nas guerras culturais, assim
(grande
legitimação
tácita a tais ações. A população
parte da qual agora é natural de Berlim)
forçada a abandonar
ignorada.
abordagem
tradicional
contemporâneos amplamente
sofreu muitas afrontas,
o centro da cidade. Sua contribuição
inteiramente
à monumentalidade,
os projetos de Albert Speer (esboçados
que, nos projetos
do Reichstag,
de arquitetos modernistas
internacionais
com a posição inicialmente
coletivo. A
importado pelas multinacionais
mencionada.
reconstrução
(Schinkel,
a estética excludente
monopolista
cI
local à ameaça
acabar sendo um elemento de interesse
possui considerável
do século
XVIII
estética e significados
para os capitalistas
pode
mérito arquitetônico, facilmente
e as práticas discursivas'se
especiais
transacionará
o porão largamente
coletivo, que a governança
e a
se prestar
~I
tornarem dominantes, com liberdade,
fora da globalização.
pois
O poder
urbana é capaz de comandar, pode sempre
ser orquestrado em oposição ao cosmopolitismo
deve necessariamente
alemão
ser de grande importância
A renda monopolista e os espaços da esperança
banal da globalização multinacional.
Dei a impressão,
dirá ela, que o capitalismo
produz culturas
estéticos e, desse modo, domina iniciativas
impedir o desenvolvimento
de qualquer tipo de diferença que não esteja diretamente
seria uma deturpação
da minha mensagem.
conceito de' renda monopolista
O que espero ter exposto, ao invocar o
dentro da lógica da acumulação
capital possui meios de se apropriar e extrair excedentes variações culturais
locais, para
do capital. Não posso impedir tal leitura, mas isso
locais e dos significados
do capital, é que o
das diferenças locais, das
estéticos, não obstante a origem. Nos
Estados Unidos, a indústria da música, por exemplo, tem grande êxito na apropriação da fantástica
criatividade
de origem popular e localizada dos músicos de todos os
tipos (quase sempre em benefício da indústria e não dos músicos). A desavergonhada transformação
em commodities
e cornercialização
de tudo são, afinal, indicadores
-dos nossos tempos. é uma forma contraditória.
A busca por
essa renda leva o capital global a avaliar iniciativas locais distintivas
(e, em certos
aspectos, quanto mais distintiva a iniciativa, melhor). Também (N. T.).
econômico da
locais, molda significados
No entanto, a renda monopolista
. 2. O parlamento
pelo menos por
sempre é um objeto do desejo
de todos os tipos.
incluída dentro da circulação
da renda monopolista podem terminar. Se os projetos
o capital simbólico coletivo criado dificilmente suas qualidades
patrimônio,
minha argumentação.
No entanto, o possível aspecto negativo da história desperta interesse,
pois realça como as contradições limitadores,
podem ser conquistadas,
um tempo. Se, como afirmo, a renda monopolista
Enquanto isso, a crítica contestará o aparente reducionismo
(largamente
complexo relativo a diversos marcos de distinção
afinal,
de um castelo
"disneificação").
A reação romântica
pode simplesmente
inocente num empreendimento para a cidade
da moda e da estética, pois é precisamente
de autoria de Norman Foster, por exemplo, ou o grupo
em oposição aos arquitetos locais), para dominar a Potsdamer Platz, são incompatíveis dominação multinacional
Os capitalistas
Felizmente, isso não é tudo
que está entrando em cena em Berlim, na busca por capital simbólico reconstrução
coletivo).
capitalista, os meios de obtê-Ia através de intervenções nos campos da cultura, história,
replica
para Hitler na década de 1930)
para o Reichstag.P
como nas moitas do multiculturalismo,
ser um centro da moda é uma maneira
capital simbólico
. por esses meios que as rendas monopolistas
se ajusta i\
(embora sem referência específica e até talvez sem saber),
para um primeiro plano monumental
sendo
a Berlim como cidade
Além disso, esse estilo romântico/nacionalista concernente
turca
considerável
singularidade,
da autenticidade,
da particularidade.
leva à avaliação da
da originalidade,
e de todos os
,
'" Ilpm;
de outrus dim 'nsO 's
singularidade, circunstâncias diferenciação,
da mercadoria.
base para a apropriação em que o capital
das rendas
fez exatamente
monopolistas
como é freqüentemente
é achar os meios de cooptar,
mercadorizar
para os movimentos
singularidade,
autenticidade
novas possibilidades
oposicionistas e significados
e alternativas,
li
li '
cultural local divergente ao seu próprio e suav '
isso. As lutas resultantes, entre a apropriação
disto. O '
a abrir
da comunidade contrária
preocupado
ao capitalismo
ainda que geralmente
e a criatividade
fragmentadas,
novas
formas
culturais
já há muitos sinais preocupantes que a esquerda deve combater.
pois o capital não pode se permitir fechá-Ios está gradualmente
aprendendo
de oposição à globalização
completamente,
pelos capitalistas
localidade,
à globaiização,
indica uma política alternativa.
que se abriu a essa iniciativa. estão sendo mobilizadas Trabalhadores)
'
Não é inteiramente
Berlim, São Francisco
ou Milão
Em Porto Alegre, as. forças da cultura e da história
por um movimento
de modo diferente,
buscando
político
(liderado
pelo Partido
cios I
um outro tipo de capital simbólico
de globalização
as contradições Ao procurarem coletivas
em que as forças progressistas
dos espaços chave do capital em vez do contrário.
em
mas a quer em condições muito diferentes. Naturalmente,
não por acaso foi Porto Alegre e não Barcelona,
"
1110sl1'11l1l
viável. No
história, cultura, memórias
a construção de um tipo alternativo de globalização, da cultura se apropriam
estão ali,
ao encontro anual, em Davos, das elites empresariais
dos líderes governamentais),
de autenticidud
de oposição. É um dos espaços chave de esperança para
neoliberal, como revelado em Seattle, Praga, Melbourne,
Porto Alegre (em oposição
que niio
podem ser tanto planejadas como perseguidas. Esse espaço merece intensa investigação
das quais
Mundial,
definições
quando buscam renda monopolista.
e a oposição de esquerda
no Fórum.Social
em Porto
será apresentada a nós a partir do alto. Terá de vir de dentro dos espaços múltiplos locais, ligados num movimento mais amplo.
a como melhor usá-los. Os fragmentados movimentos
e Nice, e, agora, mais construtivamente,
e novas
entanto, é evidente que altemativa alguma à forma contemporânea
por toda a Europa. Essa é uma ,contradição básica, Os espaços para políticas de transformação
de distinção em acumulação
em uma única cidade não é um conceito
guinar par"
do tipo neofascista,
ou nu 11i11pliU(,:II()
'in , 'll113ilbao,
em particular, ou se submeta ao capitalismo
da cultura, sejam bases adequadas
políticas de identidade local, regional ou nacionalista,
mh
e tradição. Esse é um caminho difícil de ser seguido, como
e cultivo pelos movimentos
e mesmo a prática
de oposição. Pode-se muito facilmente
'Os
I I
e tradição, abrem espaço para a reflexão e a ação política, nas .q.ua!s alternativas
multinacional.
e a uma estética de particularidade
(lu
multinacional, em geral. Ao se concentrar na mobilização popular, está construindo.
explorar valores de autenticidade,
para fazer
com questões culturais para o lado com uma política
para uma política progressista
antagônica
tire partido da' rendas monopolistas,
da exclusão, muitas vezes vinculados a valores "puros" de autenticidade,
originalidade
Bangcoc
Londres. Os mar
'li
ori iinam da sua luta para moldar uma aiternativa à globalização,
S'
enfrentadas
artística, podem levar um segmento
No entanto, não é nada certo que o conservadorisrno reacionária
Mus
Nesse caso, é que assumem certa importância estrutural
em vez de permitir que essa validação seja usada
muito difundidas
capitalista
nuido no
de 1960 e 1970. O socialismo
e monetizar tais diferenças
compulsiva
'111
osl
exemplos anteriores, como as experiências notáveis na Bolonha vermelha das décadas
O problema para o capital
tanto o poder como a inclinação
TIII ' (11111.ry,
AI 'gr'
originalidade
Para criar um terreno mais fértil do qual possam ser extraídas rendas rnonopolistas por aqueles que possuem
'no no
de modo ativo,
oposicionistas
e estéticos de maneira
VIlI 'Iivll llllll'llll
du
(e há muuus
é usar a validação da partic~laridad. culturais
AAltIIllAllINllA
'l1'idlld'
apenas o suficiente para ser capaz de se apropriar. das rendas monopolistas problema
CAI'IIIIIIIVIII
o caso, que os movi mentox
ali entrincheirados.
subordinar,
r
\V~
isso), deverá apoiar formas
que possa ser antagônico
não estejam firmemente
'I"
não d 'slruir rotulm 'n~ ,
É em tais espaços que todos os tipos de movimentos
podem se organizar; pressupondo, oposicionistas
in 'oIl1j1111(v 'is ('0111 li llol11o Para o capital
assim como deverá permitir o desenvolvimento
e, em algum grau, incontrolável, funcionamento.
social
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