FASES DE EXECUÇÃO DE UM TRABALHO EM MADEIRA (por exemplo: caixilhos, portas engradadas, engradadas, etc.)
1. ESTUDO DO PROJECTO Nesta fase faz-se a análise e interpretação dos vários desenhos que constituem o projecto, verificando os vários planos desenhados e por menores, bem como as respectivas cotas. No caso de omissão de cotas, será necessário medir no desenho e converter à escala para se ter a dimensão real pretendida. 2. MEDIÇÃO DO MATERIAL Faz-se o preenchimento do mapa de medições, tendo como base as dimensões fornecidas no projecto.
Para uma melhor leitura do mapa de medições, este deve ser organizado por artigos e dentro dos artigos , estes devem ser organizados por (1) altura ou espessura das peças, (2) comprimento das peças e (3) largura das peças. 3. SELECÇÃO DO MATERIAL No caso de madeira maciça, esta deve, sempre possível, estar isenta de nós, fendas ou empenos. No caso de isto não ser possível, a mesma deve ser seleccionada de tal modo que os defeitos acima referidos no diminuam a resistência das peças que os incluem. 4. PLANTEAMENTO PLANTEAMENTO Aqui se faz a marcação das peças em bruto (isto é, antes de serem aplainadas), motivo pelo qual as suas dimensões são marcadas por excesso e de acordo com a seguinte regra não rígida: C (planteamento) = C (projecto) (projecto) ± 3 cm L (planteamento) = L (projecto) ± 1 cm A (planteamento) = A (projecto) ± 0,5 cm
C comprimento L largura A altura ou espessura
Nesta fase, ao fazermos o planteamento devemos considerar primeiro o comprimento de cada peça e depois a sua largura. Deve-se começar primeiro pelas peças de maior comprimento e maior largura e só depois as de menores larguras as e as de menores comprimentos.
5. SERRAGEM A serragem pode ser de dois tipos: transversal e longitudinal. Deve fazer -se pela ordem atrás referida. A serragem transversal destina-se a cortar as tábuas ou outras peças ao comprimento. Utiliza-se para tal a serra de fita ou , no caso do comprimento ser grande, usa -se o serrote universal ou de traçar. A serragem longitudinal tem por objectivo o corte das peças à largura. Normalmente é usada a serr a de fita ou serra circular (ou de disco) e só excepcionalmente o serrote universal.
6. APARELHAMENTO APARELHAMENTO O aparelhamento consiste em aplainar as superfícies das peças obtidas depois da fase serr agem e colocálas nas dimensões definidas pelo projecto no que diz respeito à largura e espessura, pois ao cumprimento as peças só serão definitivamente cortadas após a montagem e colagem. Nesta fase executa-se o aparelhamento de uma das superfícies longitudinais de maior largura, que será a Face e depois uma outra que, normalmente, lhe é perpendicular que será a Junta ou Canto. Para a execução da junta ou canto a face da peça deve ficar devidamente apoiada na paralela da máquina para que a mesma fique perpendicular è primeira ou com o ângulo previamente definido. Estas operações realizam- se, mecanicamente, na Garlopa Mecânica. De seguida, na Desengrossadeira, executam- se as restantes operações, ou seja, primeiro o Galgamento e depois a Contra-face, Desengrosso ou Tardoz. Para a realização destas operações, as peças devem ficar com a junta ao canto e com uma face respectivamente apoiadas na mesa da máquina ou seja viradas para baixo.
7. MARCAÇÃO DAS PEÇAS Nesta fase executa-se todas as marcações necessárias em todas as peças, antes de qualquer outra fase ou
operação.
As marcações relativas à espessura dos furos e das respigas, embora se deva fazer em todas as
samblagens, se a mesma for feita mecanicamente basta apenas marcar numa das samblagens (pois poupa-se muito 9º Carpinteiro de Limpos
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tempo), uma vez que as máquinas ( furadeira e serra de fita) depois de ajustadas e calibradas para uma samblagem, fica automaticamente calibrada para as outras, bastando apenas que esteja marcada a largura dos furos e respigas. A marcação da posição e da largura dos furos e das respigas deve ser feita com o auxílio do graminho. Nesta altura e após ter em sido executadas todas as marcações, deve fazer-se a verificação de todas as medidas e posição das mesmas nas peças, a fim de se evitarem erros que conduzam à inu tilização das peças e consequente prejuízo. Só após esta verificação e verificada a conformidade é que se deve avançar para a fase seguinte.
8. FURAÇÃO A furação pode ser executada, manualmente, com o auxílio do bedame e do maço de madeira ou mecanicamente com a furadeira. Sendo mecanicamente, a profundidade a furar deve ser tal que não ultrapasse a largura das peças (ou em certos casos a espessura) total das peças. Deve ser realizada, do lado da junta ou canto e depois do lado do galgamento ou vice-versa, a fim de evitar o rebentamento das peças do lado contrário à furação, ultrapassando os limites do mesmo. As peças devem ser sempre colocadas na máquina (furadeira) sempre com a face voltada para a mesa da mesma, isto leva, com a face vi rada para baixo. 9. RESPIGAGEM A respigagem pode ser realizada manual ou mecanicamente. Se for manual usa-se o serrote universal se as peças forem de largura ou profundidade grandes. Se for mecânica usa-se a serra de fita . Quando respigagem é mecânica, isto é realizada com a serra de fita, deve recorrer ao auxílio da paralela da máquina a fim das respigas ficarem com a mesma medida e paralelas à face das peças. Deve para tal registar a paralela de modo a que faça o corte na respiga do lado mais próximo da face ou da contra-face.
10. REBAIXOS, GARGALOS, GANZEPES OU MOLDURAS Estas fases executam-se apenas depois de todas as peças estarem furadas e respigadas. Os rebaixos e os gargalos podem ser feitos ao auxílio da s erra circular (ou de disco), mas é mais ap ropriada a utilização de tupia. Quanto aos ganzepes e molduras, estes devem ser sempre executados na tupia.
11. ENGRADAMENTO Nesta fase é feito o ensaio de todas as samblagens. Primeiro, deve ensaiar-se cada uma individualmente e depois todas em conjunto. É nesta ocasião que se procede ao ajustamento das várias samblagens e à verificação das dimensões da mesma em conformidade com o projecto.
12. MONTAGEM E COLAGEM
Nesta fase, depois de aplicarmos cola nas respectivas samblagens, as peças são montadas de maneira a formar o conjunto pretendido pelo projecto. Para ajudar ao ajustamento das samblagens usa-se o sargento ou cingento e colocam-se cunhas de madeiras nas ranhuras previamente executadas nas respigas, a fim das mesmas formarem malhete que impede a sua saída do furo. Para melhor fixação das samblagens, também pode usar -se, pregos ou parafusos.
13. ACABAMENTO Depois de se proceder à preparação das superfícies, fazendo primeiro o afagamento dos cortes, raspagem e lixagem e só depois é que se faz a aplicação dos produtos de acabamento, tais como: tinta, verniz ou cera.
Depois de aplicado um primário (tapa-poros, no caso de verniz ou sub-capa, no caso de tinta) e depois de despolido, aplica-se o produto final definido em, pelo menos, duas demãos, te ndo-se o cuidado de fazer o despolimento entre cada demão.
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N.º
Fase
Operações
Ferramentas
Material
Estudo do projecto
Interpretar Medir Converter
- Régua graduada - Lápis
Projecto
2
Medição do material
Medir Organizar Verificar
- Lápis
Mapa de medições
3
Selecção de material
Medir Escolher
- Fita métrica
Madeira
1
Marcar Traçar
4
5
Planteamento
Serragem
C (plant) = C (proj) ± 3 cm L (plant) = L (proj) ± 1 cm A (plant) = A (proj) ± 0,5 cm Serrar transversalmente Serrar longitudinalmente
- Fita métrica - Lápis - Régua
- Serrote universal - Serra de fita - Serra circular (ou de
Madeira
Madeira
disco)
6
Aparelhamento
Face Junta ou canto Galgamento Contra-face, desengrosso ou tardoz
- Garlopa - Desengrossadeira
Madeira
Marcação das peças
Marcar Traçar
- Fita métrica - Lápis - Esquadro - Graminho - Suta - Compasso
Furação
Furar manualmente Furar mecanicamente
- Bedame - Maço de madeira - Furadeira
Madeira
9
Respigagem
Respigar manualmente Respigar mecanicamente Serrar Picar
- Serrote universal - Serra de fita - Serrote de costas - Bedame - Formão
Madeira
10
Rebaixos, gargalos, ganzepes e molduras
Executar rebaixos, gargalos, ganzepes e molduras
7
8
11
12
13
Engradamento (ensaio)
Montagem e colagem
Acabamento
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Engradar Verificar Ajustar
Montar Colar Pregar Aparafusar Afagar Raspar Lixar Pintar Envernizar Encerar
Madeira
- Serra circular (ou de disco) - Tupia
- Maço de madeira - Serrote de costas - Grosa - Formões - Bedames - Goivas - Maço de madeira - Pincel - Martelo de orelhas - Chave de fendas ou aparafusadeira
- Plaina - Raspador - Lixadeira - Pincel
Madeira
Madeira
Madeira Cola Pregos Parafusos
Lixa Tinta Verniz Cera
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