FALEIROS. Saber Profissional e Poder Institucional

FALEIROS, FALEIROS, V. P. P. Saber institucional e poder institucional. São Paulo: Cortez, ! ed., "##$. I%&RO'()*O +A presente publicaão re-ne tetos elaborados entre "#$# e "#/0 e cu1o te2a central 3 a an4lise d poder  institucional e do saber pro5issional.6 7p. $8 +%a perspecti9a de an4lise aui presente considera;se ue saber pro5issional e poder institucional são 5or2as anizaão do saber pro5issional são processos de do2?nio e de le>iti2aão de classe, de controle e de direciona2ento da din@2ica social. O saber 3 u2a 5or2a de en5rentar desa5ios da natureza co2o co2o de contor contornar nar ou esti2u esti2ular lar con5litos con5litos,, de 1usti5 1usti5ica icarr ou critic criticar ar a orde2 orde2 social social,, de articu articular lar a continuidade ou trans5or2aão da sociedade e se coloca no processo da luta de classes e da correlaão de 5oras sociais. O saber 3 pr4is, concepão de 2undo e2 con5lito, relati9o s relaBes de classes e 5oras sociais.6 7p. $;/8 +A construão de u2a 5ora social i2plica a descoberta de interesses co2uns, o estabeleci2ento de relaB relaBes es entre entre os atores atores,, a 5or2ula 5or2ulaão ão de estrat estrat3>i 3>ias as e t4ticas t4ticas,, e a 2obiliz 2obilizaã aão o de recurs recursos os na con1untura. (2a 5ora se constitui na dial3tica da identidade e da oposião, na descoberta de interesses pr=prios e2 con5lito co2 o ad9ers4rio, no en5renta2ento por de5ender ou conuistar posiBes. Para >anlobal das condiBes de 2anobra, isto 3, de a9anos e recuos i2ediatos e de lon>o alcance e das 2ediaBes necess4rias para isto, articulando;se or>anizaão, 2obilizaão e saber.6 7p. #8 +As instituiBes representa2, contraditoria2ente, a epansão da >estão do capital sobre a 9ida cotidiana e das 5or2as or>anizati9as e de 2obilizaão de recursos das classes do2inantes e2 relaão aos con5litos e a2eaas  orde2 social e  epansão das conuistas populares, de 5or2as de or>anizaão das cate>orias atendidas pelas instituiBes e de 2obilizaão por rei9indicaBes ue se torna2 epressa2  1usta2ente pela 5eião institucional ue assu2e2. assu2e2 . A >estão estatal 3 u2a >estão capitalista ue articula os con5litos e a2eaas ao processo >eral de acu2ulaão de capital. Esta articulaão, no entanto, não 3 2ec@nica e auto24tica. Ela se processa na din@2ica dos en5renta2entos de 5oras ue di9ide2 o pr=prio bloco de poder e as propostas internas das instituiBes.6 7p. #8 +Saber analisar estas 5oras e2 cada con1untura para nelas inscre9er estrate>ica2ente a atuaão 7saber  5azer8 pro5issional são processos dial3ticos 5unda2entais para superar o tecnocratis2o e o tecnicis2o. O pri2eiro se caracteriza pelo predo2?nio da ideolo>ia da racionalidade arbitr4ria, ue se coloca aci2a da sociedade co2 a l=>ica da oti2izaão de recursos e o se>undo pelo pra>2atis2o e2 isolar e trata cada proble2a 5ora da correlaão de 5oras.6 7p. "8 +7...8 o saber resol9er proble2as 3 resultado da correlaão de 5oras dos en5renta2entos e da luta pelo poder. Saber e poder são 2eio e 5i2 ue se articula2 e2 cada con1untura: saber para poder e poder para saber.6 7p. "8 +Estas propostas não são ar>u2entaBes isoladas, 2as 5or2a2 u2 paradi>2a de an4lise institucional e pro5issional. As cr?ticas a elas e e2 especial s 2inrupadas e2 trDs tipos: a cr?tica ao trabal2atiza e radicaliza o papel do trabale2onia bur>uesa e do e2pre>uis2o passa2 pela ideolo>ia do pro5issionalis2o, ue coloca o ator  institucional co2o 2ediador no con5lito de 5oras ou co2o solucionador de proble2as do ser e2 situaão, na busca da 9erdade.6 7p. ";""8 +A se>unda cr?tica pro9e2 de u2a 9isão esuerdista das instituiBes, pois no %o9o Gundo, no 2odo de produão do Ho2e2 %o9o 7...8 não ar 9ou re5erir;2e  posião ue ac
pelo assistente social no 2o2ento ia co2plea de 2ediaBes te=ricas e pr4ticas, constitui o trabalico do saber do trabalanizaão ue 2uda2 constante2ente co2 a 5or2aão de blocos e alianas, di9isBes e 5raciona2entos. Reduzir tudo isto a u2 relaciona2ento 9i9encial 3 es9aziar e personalizar as relaBes estruturaiscon1unturais das 5oras sociais, 7...8.6 7p. "K8

Parte " M A I%S&I&(I)*O: PO'ER E SANER Cap?tulo " POL&ICA SOCIAL E SERVI)O SOCIAL ". Retrospecti9a u2as teses ue 2ostra2 preocupaão co2 as pol?ticas sociais de sa-de, plane1a2ento e undo re5erente  pr=pria 2etodolo>ia co2o 5or2a de >eneralizar a atuaão pro5issional.6 7p. "8 +Naseado nu2a tradião de relaBes interpessoais, o Ser9io Social to2ou o relaciona2ento co2o 5or2a pri9ile>iada de atuaão pro5issional. Este relaciona2ento se basea9a nos processos de casos, >rupos e co2unidades, e2 ue o pro5issional pensa9a ou 1ul>a9a atuar atra93s de 5atores psicossociais inerentes  sua pr=pria personalidade para in5luir nas decisBes pessoais de sua clientela.6 7p. "8 +Esta concepão ad9inia ico 2ais pro5undo, a atitude de escuta tornou;se incQ2oda. E2 pri2eiro lu>ar, não trazia soluBes concretas  proble24tica apresentada. E2 se>undo lu>ar, não le9a9a a u2a a9aliaão 2ais cr?tica da situaão e 5ica9a;se nu2 relaciona2ento baseado nos 9alores sociais do pr=prio pro5issional. O aconseliti2aão de u2 processo de eploraão.6 7p. "8 +Esta ati9idade se 5oi 2odi5icando 5rente ao pr=prio uestiona2ento do pro5issional pelas classes do2inadas e pela ei>Dncia de produti9idade do pr=prio capitalis2o.6 7p. "$8 +O assistente social tornou;se então u2 solucionador dos proble2as ue se apresentasse2 diante dele. Contudo, era2 tantos os proble2as apresentados, ue se alar>ou e se es9aziou a pr=pria ati9idade pro5issional. Os proble2as era2 identi5icados pela pr=pria instituião, pelos pr=prios ob1eti9os do conteto e2 ue atua9a o assistente social, obri>ando;se este  2anipulaão de certos recursos e a partir deles pensar os proble2as apresentados.6 7p. "$8 +A di9ersidade de proble2as a partir da =tica institucional le9ou a u2a busca de uni5icaão 2etodol=>ica da atuaão pro5issional.6 7p. "$8

+%o entanto, a busca de u2 23todo co2u2 a tantos proble2as eli2inou a uestão central da discussão, isto 3, o conteto institucional e de poder da atuaão pro5issional.6 7p. "$8 +Esta eli2inaão se 5az de duas 5or2as: e2 pri2eiro lu>ar pela reduão da 2etodolo>ia a u2a s3rie de etapas de conis2o ue 14 5oi dura2ente criticado.6 7p. "$8 +7...8, não a, ele ser9iu de cobertura a u2 ia apenas u2 2eio de 2eluir os ob1eti9os institucionais.6 7p. "/8 +Esta con5usão ad932 da pr=pria realidade institucional e2 ue se situa o Ser9io Social e da inconsistDncia te=rica da pro5issão. 'o ponto de 9ista te=rico, ainda 5alta2 estudos e contribuiBes ue 9enanizacional.6 7p. "#;K8 +Se2 poder ter decisão ao n?9el >lobal, ele utiliza a 2anipulaão de peuenos recursos para re5orar seu pr=prio poder pessoal. 7...8, o relaciona2ento pessoal co2 a clientela esconde u2a relaão de poder  2uito 2ais a2pla ue o assistente social se insere 5rente a u2a populaão di9idida e carente de poder  sobre a 9ida.6 7p. K8 +O car4ter ideol=>ico da atuaão pro5issional 3 u2a 5or2a de ocultaão, 2as ta2b32 de in9ersão das relaBes de poder e2 relaBes pessoais. A pr=pria pr4tica do relaciona2ento pessoal 5az co2 ue as relaBes de poder e eploraão aparea2 co2o relaBes pessoais.6 7p. K8

+A re5leão a partir do trabaluis2o, a burocracia e o paternalis2o co2eara2 a ser 2ais pro5unda2ente uestionados. Viu; se então a necessidade de repensar as 2ediaBes da atuaão pro5issional nu2a perspecti9a 2ais >lobal, a ponto de situ4;la no conteto do Estado capitalista.6 7p. K8 . As 2ediaBes >lobais no estado capitalista +7...8 a re5leão sobre o Estado capitalista 5icou 9oltada apenas para a l=>ica da acu2ulaão. A 9inculaão estreita entre acu2ulaão de capital e inter9enão estatal le9ou a u2a consideraão do processo de acu2ulaão a2pliada, apenas de car4ter >en3rico, se2 ter;se e2 conta a ica da acu2ulaão e da do2inaão não são processos lineares, r?>idos, estandartizados, 2as as pr=prias relaBes de classe e de 5ora são processos estruturais ue condiciona2 o processo de acu2ulaão.6 7p. K"8 +A re5leão sobre este processo de acu2ulaão le9ou a considerar o Ser9io Social co2o u2a 5or2a de reproduão do capital atra93s da reproduão da 5ora de trabalica da acu2ulaão co2o u2 processo contradit=rio e não co2o u2 co2plQ ou 5ruto de u2a 5usão ?nti2a entre Estado e capital.6 7p. K"8 +O processo de acu2ulaão na A23rica Latina 9e2 se 2odi5icando ualitati9a2ente e re5orando a presena e2Qnica do capital 2ulti5uncional.6 7p. K"8 +As 5or2as desen9ol9idas pelo processo de acu2ulaão nas 4reas car, a l=>ica da acu2ulaão se 2ani5esta pela 2ercantilizaão dos ser9io sociais. Esta 2ercantilizaão i2plica a trans5or2aão de situaBes de perda de capacidade de trabalurado para indireta ou direta2ente pelos ser9ios e bene5?cios ue 9enatoriedade de u2a poupana co2puls=ria. Esta poupana per2ite o desen9ol9i2ento do capital 5inanceiro e os pro>ra2as cat=ria, atra93s de contribuiBes para a >rande uantidade de 5undos controlados pelo Estado, ser9e2 ao 2es2o te2po para 5inancia2ento de >randes pro1etos e não 9olta2 necessaria2ente  populaão.6 7p. K8 +%a A23rica Latina, a tendDncia ao autoritaris2o 5az co2 ue estes processos de 2ercantilizaão e de poupana obri>at=ria 9enrandes decisBes pol?ticas torna2;se cada 9ez 2ais centralizadas, torna2;se controladas pelo bloco do poder atra93s de 5or2as de do2inaão autorit4ria.6 7p. K8 +7...8, na pr4tica cotidiana, parece ue a l=>ica da eui9alDncia se des5az, 9isto ue certos bene5?cios e certos direitos são concebidos pelas relaBes pessoais e paternalistas.6 7p. K8 +O paternalis2o consiste na 2anutenão ou na distribuião de u2 direito co2o se 5osse u2 5a9or, obtendo;se e2 troca a lealdade do indi9?duo.6 7p. K8 +%o entanto, 3 necess4rio considerar outras 2-ltiplas 5or2as de >astos i2produti9os do Estado para atender s necessidades indispens49eis  9alorizaão do capital, 2as ue não são necess4rias  produão de 2ais;9alia.6 7p. K08 +(2a s3rie de pro>ra2as te2por4rios, espec?5icos, re>ionalizados e 2es2o controlados por caciues pol?ticos, são ainda instru2entos de inter9enão do Estado e neles se e2pre>a2 ta2b32 assistentes sociais.6 7p. K08 0. A >estão da 9ida cotidiana

+A ideolo>ia distributi9a sob  ual se apresenta9a o Ser9io Social 9e2 desaparecendo nas no9as relaBes ue o Estado e os 2onop=lios 9ão estabelecendo co2 a populaão no seu con1unto.6 7p. K08 +Para obter 2ais recursos o Estado est4 necessitando trans5or2ar a populaão toda nu2 e3rcito de contribuintes, por u2 lado, e de produti9os, por outro.6 7p. K08 +O cidadão se torna contribuinte 2as, pelo autoritaris2o, não te2 o direito de controlar a pr=pria aplicaão de seus tributos e os ser9ios prestados pelo Estado 9ão se tornando cada 9ez 2ais caros.6 7p. K08 +Au2enta2;se constante2ente os preos dos ser9ios p-blicos e as contribuiBes, e o indi9?duo da  A23rica Latina trabalar os tributos do Estado. Seu ora2ento 3 cada 9ez 2ais absor9ido pelas i2posiBes co2puls=rias do Estado. Se a e2presa produz ao 2es2o te2po o ob1eto e o pr=prio trabalador de i2postos.6 7p. K8 +Estas no9as relaBes do Estado co2 a populaão e sua inter9enão na 9ida cotidiana ei>e2 ta2b32 u2 contin>ente a2plo de 5uncion4rios ue de9a2 controlar e 5iscalizar estas contribuiBes. Gas a 5iscalizaão recai sobre o cidadão e não sobre as pr=prias condiBes ue >era2 o proble2a.6 7p. K8 . Os 2o9i2entos sociais e as no9as 2ediaBes +As reaBes a esta inter9enão do Estado na 9ida cotidiana 9D2 sendo desen9ol9idas por no9as e 9elanizaBes populares ue tenta2 2ediatizar u2a aão pol?tica para inter9ir e 2odi5icar as condiBes e2 ue se relaciona2 co2 o pr=prio Estado. As or>anizaBes populares ue 9D2 se desen9ol9endo para rea>ir s pol?ticas sociais coloca2 e2 uestão não s= estas pol?ticas a curto prazo, 2as seu processo de trans5or2aão a lon>o prazo.6 7p. K8 +As pr=prias pol?ticas sociais, ao classi5icar a clientela, ao 2ercantilizar os ser9ios, ao obri>ar certos tipos de contratos e de crit3rios, ao deter2inar a uantidade e a ualidade dos ser9ios, cria2 condiBes para u2a 2obilizaão, u2 uestiona2ento, u2 a>rupa2ento da populaão.6 7p. K8 +A inter9enão le9a a u2a cate>orizaão, 2as a cate>orizaão deter2inada pela pol?tica social 3 ao 2es2o te2po u2 5ator de con5lito e de reaão  inter9enão do Estado.6 7p. K8 +A pr=pria inter9enão do Estado não 3 2onol?tica. O Estado 3 u2a condensaão de 5oras e as 2ediaBes realizadas por ele são relaBes e não suportes.6 7p. K8 +As aBes estatais são relaBes, isto 3, são processo de en5renta2ento, de con5litos, não de indi9?duos isolados, 2as de 5oras ue se estrutura2, se or>aniza2 e se 2obiliza2 de 5or2a di9ersi5icada.6 7p. K8 +7...8, a co2preensão da inter9enão do Estado 9e2 se 2odi5icando na pr4tica cotidiana dos assistentes sociais. (2 dos conceitos 2ais utilizados atual2ente 3 o de espao no trabalDneo e preeistente, 2as ele 3 criado e reto2ado con5or2e cada con1untura.6 7p. K8 +A separaão r?>ida entre estrutura e con1untura le9ou a 9er a atuaão pro5issional apenas co2o u2a inter9enão con1untural nas relaBes pessoais e não co2o u2a relaão de 5ora, ue e ao 2es2o te2po din@2ica e contradit=ria.6 7p. K8 +A relaão do pro5issional no processo de inter9enão do Estado, na 2ediaão estatal, 3 9ista de 2aneira contradit=ria, possibilitando ao 2es2o te2po u2 re5oro do processo de acu2ulaão e do2inaão, co2o u2 re5oro e u2a contribuião ao 5ortaleci2ento das or>anizaBes populares.6 7p. K8 +O saber pro5issional, a co2petDncia le>iti2ada pela instituião ser9e ou te2 ser9ido 1usta2ente para desle>iti2ar e des2obilizar as or>anizaBes populares. O processo de conanizaBes populares.6 7p. K$8 +A 2anipulaão de recursos se coloca co2o u2 crit3rio de saber. O desa5io da atuaão pro5issional 3 desen9ol9er 2ediaBes ue le9e2 ao controle de2ocr4tico desses recursos institucionais pela populaão.6 7p. K$8 +O re5oro e o 5ortaleci2ento das or>anizaBes populares i2plica2 ta2b32 a reconsideraão dessas 2ediaBes e da? a necessidade de u2a an4lise dos processos espec?5icos, das correlaBes de 5ora e2 cada instituião, e2 cada local de trabalanizaBes populares.6 7p. K$8

+A pr4tica pro5issional se torna cada 9ez 2ais co2plea e não pode 2ais in>enua2ente ser reduzida a entre9istas, reuniBes e 9isitas e ne2 a u2 2ilitaris2o partid4rio sect4rio. Ela se torna u2 saber  estrat3>ico. Ela se torna u2 saber t4tico. (2 saber ue necessita situar;se nu2 conteto pol?tico >lobal e nu2 conteto institucional particular, 9isualizando as relaBes de saber e poder da e co2 a pr=pria populaão.6 7p. K/8 +Saber utilizar os recursos institucionais e2 5unão dos interesses da populaão 9e2 se tornando u2 desa5io cada 9ez 2aior da atuaão pro5issional. Ei>e;se ia institucional e e2 relaão aos >rupos populares.6 7p. K/8 +As relaBes da populaão co2 o Estado não pode2 ser eli2inadas por u2 passe de 24>ica e 2es2o nas sociedades não;capitalistas <4 u2a 2aior relaão da populaão co2 o Estado. J necess4rio repens4;las na pr4tica cotidiana co2o relaão de 5oras e nu2a perspecti9a te=rica aberta e capaz de traduzir;se 2etodolo>ica2ente.6 7p. K/8 +O desen9ol9i2ento das or>anizaBes pro5issionais 9e2 contribuindo para esse posiciona2ento, ue não 3 est4tico, 2as dial3tico e articulado e2 cada situaão concreta de 5or2a di9ersi5icada.6 7p. K/8 +&anto as 9isBes do Ser9io Social co2o aão bene9olente, uanto co2o contrapoder re9olucion4rio, estão sendo repensadas e re9istas no conteto da co2pleidade da inter9enão do Estado e da 2obilizaão popular. A contribuião de ra2sci te2 sido 5unda2ental para esta 9isão.6 7p. K/8 Cap?tulo K ESPA)O I%S&I&(CIO%AL E ESPA)O PROFISSIO%AL +(2a das cr?ticas ao 2o9i2ento de reconceituaão 5oi a de abandonar, de certa 5or2a, a consideraão do trabalia capazes de i2ple2entar a 2udana.6 7p. 8 +A principal 5alindo do trabalni5icati9as. São as no9as pol?ticas ei>idas pelo processo de 2odernizaão ue estão i2pondo no9os padrBes de e5ic4cia e e5iciDncia. %ão se de9e entender 2odernizaão co2o u2a e9oluão autQno2a, 2as co2o resultante do processo >lobal das contradiBes sociais.6 7p. "8 +A preocupaão co2 o trabalar, rea5ir2a a pr4tica estabelecida, nu2a reaão ao 2o9i2ento de reconceituaão e, e2 se>undo, u2a adaptaão  pr4tica de 2odernizaão.6 7p. "8 ".Espao pol?tica das instituiBes sociais +As instituiBes sociais ocupa2 u2 espao nos 2eandros das relaBes entre o Estado e a sociedade ci9il.6 7p. "8

+Elas se or>aniza2 co2o aparele2onia e direão sobre os processos sociais.6 7p. ";K8 +As instituiBes não são u2 si2ples 5enQ2eno superestrutural. São or>anizaBes trans9ersais a toda a sociedade. Elas aparece2 co2o 2ecanis2os re>uladores das crises do desen9ol9i2ento capitalista e2 todos os n?9eis. Ges2o distantes de u2a e2presa, elas pode2 co2pensar deseuil?brios do processo produti9o. %o interior de u2a e2presa produti9a, a institucionalizaão dos ser9ios sociais est4 9inculada ao processo pol?tico >lobal do desen9ol9i2ento das condiBes da acu2ulaão do capital.6 7p. K8 +A 5ace anizadas para con9encer, 2oldar, educar a co2preensão e a 9ontade das classes do2inadas.6 7p. K8 +%essa 2ediaão predo2ina2 os 2ecanis2os ideol=>icos e pro5issionais para cooptar as insatis5aBes >eradas pela 9i9Dncia dos proble2as cotidianos.6 7p. K8 +7...8, no interior das instituiBes, a coerão se eerce de 5or2a social, 2oral e psicol=>ica, utilizando as pressBes decorrentes da situaão de autoridade, disciplina e conorizaão institucionais se 5aze2 e2 no2e da nor2alizaão.6 7p. 8 +As instituiBes são 9e?culos da 2ercantilizaão de bens e ser9ios, trans5or2ando as relaBes sociais e2 relaão de co2pra e 9enda nos do2?nios da educaão, sa-de, do alber>ue.6 7p. 8 +As instituiBes, co2o instru2entos de pol?ticas sociais, estrutura2;se e2 5unão de cate>orias especiais de clientela, ue 9aria2 se>undo o conteto econQ2ico, social e pol?tico.6 7p. 08 +A a2eaa s classes do2inantes pode ser caracterizada 5unda2ental2ente e2 duas ordens: a2eaa  reproduão da 5ora de trabalorias, ue 5ra>2enta2 estas classes e2 setores 7...8. Aparente2ente, ne>a;se a eistDncia de classes sociais para e9itar u2a poss?9el consciDncia de classe.6 7p. 08 +As classi5icaBes t3cnicas e pro5issionais 1usti5ica2 e consolida2 esta 5ra>2entaão pol?tica. &ipi5ica;se a clientela ainda 2ais, se1a por suas caracter?sticas 5?sicas, psicol=>icas ou sociais.6 7p. 8 +A atuaão do pro5issional torna;se subsidi4ria da aão pol?tica.6 7p. 8 +A perturbaão da orde2 social, percebida pelas classes do2inantes co2o a2eaa, >era instituiBes para o controle, a circunscrião e a di2inuião do proble2a. 7...8 con5unde;se o desapareci2ento dos proble2as co2 a eclusão das pessoas do seu 2eio social.6 7p. 8 +A orde2 social e a paz social propicia2 as condiBes necess4rias para ue o processo de acu2ulaão do capital não se1a a2eaado pela perturbaão das relaBes sociais de produão, para ue a propriedade dos 2eios de produão não se1a a2eaada.6 7p. 8 +As classes do2inantes necessita2 de canais institucionais para dar 9azão 4s de2andas das classes do2inadas, apazi>u4;las e control4;las.6 7p. 8 +%o caso de 5ortes pressBes pol?ticas, as classes do2inadas se or>aniza2 co2o classe, recusando suas 5ra>2entaBes. As instituiBes de pol?tica social são então incapazes de absor9er essas pressBes, ue são trans5eridas  4rea da pol?tica de Estado.6 7p. $8 K.A dial3tica das 2udanas institucionais e suas 5or2as pr3;capitalistas e capitalistas +As instituiBes de pol?tica social são li2itadas a duas >randes cate>orias de clientela: os inaptos ao trabalDneo. 'i9er>Dncias entre ad2inistrados e ad2inistradores, cate>orias pro5issionais, trans5or2a2 esses lu>ares e2 ca2po de co2petião e luta. Os pro5issionais de5ende2 sua autono2ia de aão contra os burocratas ue uere2 au2entar os controles e as padronizaBes.6 7p. $8

+Essa con5rontaão e essa burocratizaão trans5or2a2 as instituiBes e2 5ins e2 si 2es2as, co2 5or2as espec?5icas de reproduão de suas nor2as e 5unBes. A clientela se trans5or2a e2 2eio para a realizaão pro5issional, a conuista do status e do poder. Estas contradiBes coloca2 as instituiBes e2 cando;as a 2udar seus 2ecanis2os de le>iti2aão e controle.6 7p. $8 +Essas lutas internas e os con5litos eternos 5aze2 das instituiBes processos [email protected] 7p. /8 +As instituiBes capitalistas, 2odernas utiliza2 a prestaão de ser9ios pro5issionalizados e burocratizados. Os casos são decididos e2 base aos coni2e salarial a ue são sub2etidos, pelo controle burocr4tico, pela especializaão de 5unBes.6 7p. #8 +As instituiBes se torna2 9e?culos para 2ediatizar a i>ualdade pela inte>raão ao 2odo industrial; urbano;consu2idor das populaBes consideradas 2ar>inalizadas, desinte>radas, des5a9orecidas.6 7p. 08 +A ideolo>ia tecnocr4tica acredita no a9ano cont?nuo do pro>resso tecnol=>ico e na aão racionalizadora dos processos decis=rios sobre as operaBes de produão e as aBes sociais.6 7p. 08 +As 5or2as de assistDncia e prestaão de ser9ios 5ora2 criticadas. Pode;se 2es2o 5alar de u2a crise institucional, a>ra9ada pela crise 5iscal do Estado, ue 9iu seus recursos restrin>idos pelo au2ento dos preos do petr=leo.6 7p. 08 .As 5or2as p-blicas e pri9adas +Assiste;se a u2 processo de centralizaão e de concentraão das instituiBes, co2 u2 =r>ão central controlador e unidades eecutoras locais ou re>ionais.6 7p. 0"8 +Os or>anis2os p-blicos e pri9ados se co2ple2enta2 2utua2ente. Os pri2eiros, e2 >eral, assu2e2 os ser9ios não;lucrati9os, tendo co2o cate>oria al9e1ada as ca2adas 2ais pobres da populaão e assu2indo os ser9ios 2ais caros, co2o os euipa2entos anizaBes pri9adas possue2 clientelas ue pode2 pa>ar  os ser9ios prestados, uando não são 5inanciadas direta2ente por elas, atra93s dos poderes p-blicos.6 7p. 0"8 +A di9isão social do trabalunda ualidade, burocratizados, lentos. Os ser9ios pri9ados aparece2 co2o e5icazes e r4pidos. Gas, e2 realidade, <4 u2a co2ple2entaão. (ns depende2 dos outros para certos ser9ios. A tendDncia 3 a utilizaão dos setores pri9ados co2o canais do poder p-blico, co2o 14 acontece co2 os bancos para o recola2ento de i2postos e taas.6 7p. 0K8 +A 2odernizaão das instituiBes i2plica a 2odernizaão de seus pro5issionais e t3cnicos. 7...8 a adoão de in-2eras estrat3>ias de ad2inistraão, plane1a2ento e an4lise institucional. Os pro5issionais de9e2 ser capazes de ordenar os recursos, elaborar 2eios e5icazes, alcanar os ob1eti9os propostos pelas instituiBes.6 7p. 0K8 0.Poss?9eis alternati9as de aão +Os pro5issionais são colocados e2 uestão e busca2 distintas 9ias para resol9er a contradião entre sua situaão de autoridade, poder e conicos.6 7p. 0K8 +A pri2eira estrat3>ia poss?9el para esses pro5issionais 3 de inte>rar;se no processo de 2odernizaão. &rata;se da 2odernizaão conser9adora, para utilizar a epressão de Narrin>ton Goore 7"#8T o ob1eti9o estrat3>ico dessa 2odernizaão 3 conser9ar e 2anter o processo de atenão institucional cate>orial; desi>ual;controlador, 2as e5iciente, plane1ado, e5icaz.6 7p. 0K;08 +A principal caracter?stica da tendDncia de 2odernizaão conser9adora 3 a de 2anter a pro5issionalizaão, se2 en>a1ar;se politica2ente, re5letindo a ideolo>ia da neutralidade. Gas re5orando e aceitando as 5unBes uesas.6 7p. 08 +(2a se>unda estrat3>ia poss?9el, oposta  pri2eira, i2plica a ne>aão do trabal
+7...8 as decisBes pro5issionais são clara2ente entrosadas co2 as decisBes pol?ticas, sendo, s 9ezes, di5?cil distin>u?;las, se não ico dessa alternati9a era a constituião de u2a 5ora capaz de >erar alternati9as particulares e >lobais de respostas reais aos proble2as sociais.6 7p. 08 +%esse processo 94rias tendDncias esta9a2 e2 pu>na: auto>estão, participaão, co;>estão, estatizaão, se2 ue olpe de "#$.6 7p. 08 +(2a terceira alternati9a poss?9el 3 a contra;institucional. Naseada na corrente contracultural, ela propu>na por u2a instituião não;institucional. (2a 2ani5estaão dessa corrente 3 a antipsiuiatria. Os ser9ios são despro5issionalizados, os clientes decide2 e participa2 7os 23dicos são destronados8, os re>ula2entos 2odi5ic49eis, os orias e >rupos das classes do2inadas 9isada pelos or>anis2os. &rata;se de u2a ruptura co2 a lealdade irrestrita  9iolDncia institucional.6 7p. 008 +Essa aliana se 2ani5esta e se concretiza de 5or2as 9ariadas se>undo as possibilidades concretas, 7...8.6 7p. 008 +A instituião passa a ser utilizada ao in93s de utilizar. Passa a ser utilizada para os 5ins propostos por  certos or>anis2os populares. 7...8 esta aão depende dos an3is criados no interior 2es2o das instituiBes e da 5ora das or>anizaBes populares, capazes de i2por, desde 5ora, co2pro2issos aceit49eis.6 7p. 008 Cap?tulo  SERVI)O SOCIAL %AS I%S&I&(I)ES: HEEGO%IA E PRW&ICA +O desa5io de en5rentar teorica2ente a uestão da pr4tica institucional 3 tão co2pleo uanto a pr=pria atuaão. J necess4rio le2brar ue 9iabilizaão i2plica con5litos e con5rontos de poderes e saberes.6 7p. 08 +7...8 analisar o proble2a M das instituiBes, do Estado, das classes, das teorias pro5issionais M 3 i2poss?9el de se 5azer co2 pro5undidade e2 u2 espao li2itado e se2 u2 processo de discussão.6 7p. 08 +Xue 5azer nu2a instituião para responder aos interesses populares se2 perder o e2pre>o, le9ar na cabea, e se2 cair no assistencialis2o e no controle da populaão6 7p. 08 +Xuais as brecerou ao 2es2o te2po a brecia, si>ni5icando ue nos 2eandros da tutela u2 descuido das classes do2inantes, aos uais o pro5issional de9e estar atento, para apro9eit4;los.6 7p. 08 +A instituião 3 9ista co2o o do2?nio do indi9?duo para sua adeuaão s ei>Dncias do poder ue sobre ele se estabelece, ou, e2 outros ter2os, para 2anter sobre ele u2a coerão se2 5ol>a, e2 5unciona2ento nor2al e co2o 5ora de traballobal de produão capitalista, de produão de 2ercadorias pela eploraão do trabalual aos bene5?cios sociais, pela inter2ediaão de u2 distribuidor ue se apossa dos recursos ou dos processos de conse>ui;los, trocando;os por 5or2as de obri>aBes ue se torna2 d3bitos da

populaão. Eli2inando;se a i>ualdade de acesso, caracter?stica do pr=prio direito bur>uDs, o clientelis2o >era a discri2inaão, a inco2petDncia, o a5ilociaão, 9indo i2postas de ci2a para baio e unilateral2ente. O unilateralis2o 9e2 a ser a predo2in@ncia ou a eclusi9idade dos interesses das classes do2inantes, ue não ad2ite2 ualuer  perda de seu do2?nio, tornando r?>idas as relaBes co2 as classes do2inadas. O autoritaris2o não aceita a contestaão, o uestiona2ento, a di9er>Dncia, utilizando a repressão co2o o 2eio pri9ile>iado de 2anter a orde2 social.6 7p. "8 +7...8, o clientelis2o e o autoritaris2o se articula2 co2 5or2as burocr4ticas de atribuião dos recursos, enuanto estabeleci2ento de u2a pan=plia ad2inistrati9a re>ula2entadora ue i2plica u2a tra2itaão enredada e co2plicada dos 5a2osos processos ou prontu4rios. A burocracia brasileira 3 pro5unda2ente centralizadora, concentrando e2 poucas 2ãos as decisBes e boicotando a populaão uanto  in5or2aão sobre seus pedidos e de2andas.6 7p. "8 +7...8 5ica claro ue o assistente social 3 antes de tudo u2 5uncion4rio p-blico e ainda não de9ida2ente classi5icado na 5unão p-blica, ao lado de outras pro5issBes de n?9el superior, e2bora atual2ente 14 oria para 2elia do bloco do2inante passa pela inte>raão social e pela tutela, 2as nunca articulaão pol?tica de or>anizaão, consciDncia e teoria, ue i2plica aão a lon>o, 23dio e curto prazos6 7p. K8 +As relaBes de 5ora não se con5unde2 co2 u2a polarizaão dicoto2izada, 2as se de5ine2 e2 con5litos e alianas entre classes, >rupos, 5raBes, cate>orias e indi9?duos nas lutas concretas do cotidiano. %o @2bito institucional, a >uerra de posiBes i2plica lutas pelo poder de decisão e de 2anipulaão de recursos e se 2ani5esta clara2ente no processo de escolos de cias e t4ticas para 5ortalecer o p=lo popular, a 2udana da correlaão de 5oras ue deter2ina o ob1eto de sua de2anda e suas alternati9as de aão.6 7p. 08 +O desa5io pro5issional consiste 1unta2ente na reorientaão de seu cotidiano de acordo co2 a correlaão de 5oras eistente, para 5acilitar o acesso da populaão ao saber sobre elas 2es2as, aos recursos dispon?9eis e ao poder de decisão.6 7p. 8 +A an4lise da con1untura 2ostra os li2ites e possibilidades de cada t4tica e2 5unão das estrat3>ias e pol?ticas e2 1o>o. Esta trans5or2aão da atuaão pro5issional te=rica e pol?tica se 2ani5esta na luta ideol=>ica para le9ar o Ser9io Social a desculpabilizar a populaão das situaBes;proble2a ue e2 seu i2a>in4rio apresenta2 as uestBes do cotidiano co2o resultantes de 5alarante2 a reproduão da 5ora de traballobal, sendo portanto contradit=ria e con5liti9a 7Faleiros, "#/T Sin>er, "#$$8.6 7p. /8 +As instituiBes se propBe2 co2o 2eta, co2o 5inalidade, o desen9ol9i2ento, e na pr4tica das or>anizaBes internacionais e nacionais o processo de 2udana e desen9ol9i2ento aparecer4 co2o ponto da inter9enão dessas instituiBes. 7...8 ser4 então o desen9ol9i2ento o resultado da aão dessas instituiBes Ser4 o desen9ol9i2ento o 5ruto do processo de u2a din@2ica pro5issional e de u2a inter9enão de especialistas6 7p. /8 +A concepão da corrente de pensa2ento 5uncionalista identi5ica o desen9ol9i2ento co2o u2 processo de di5erenciaão e de especializaão ue se daria pela 2odernizaão da sociedade e2 ue al>u2 setor 

din@2ico da econo2ia seria o l?der e daria u2 rit2o di5erente ao desen9ol9i2ento, ao ual os de2ais setores teria2 ue se adaptar para reeuilibrar o siste2a.6 7p. /8 +A especializaão si>ni5ica ue a situaão se di5erencia e2 partes distintas, criando ser9ios e2 5unão de deter2inadas ei>Dncias das relaBes entre as partes co2preendidas no todo e ue estaria2 se desen9ol9endo de 5or2a di5erente.6 7p. /8 +A concepão de desen9ol9i2ento 3 con5undida co2 a di5erenciaão, uer dizer, co2 u2a esp3cie de 2odi5icaão espec?5ica nu2 te2po deter2inado.6 7p. #8 +Esta perspecti9a coloca o desen9ol9i2ento co2o u2a seuDncia linear pro>ressi9a e a condião para a especializaão e para o desen9ol9i2ento 3 ue os peritos possa2 trabal ou co2o soluão de uestBes ue 9ão sur>indo especi5ica2ente. As instituiBes se coloca2 co2o soluBes de proble2as e as 2es2as seria2 deter2inadas por eles. Os pro>ra2as institucionais aparece2 co2o resposta a deter2inados proble2as ue seria2 pro9ocados pela 5alta de rit2o, inte>raão ou euil?brio do desen9ol9i2ento social.6 7p. #8 +%a realidade, e2 pri2eiro lu>ar criara2;se os pro>ra2as para e2 se>uida criare2;se as necessidades para esses pro>ra2as. E estes são postos nu2a l=>ica tecnocr4tica ue 9ai do estudo ao dia>n=stico, ao plane1a2ento,  a9aliaão e no9a2ente a outro estudo. 7...8, esta l=>ica 3 deter2inada por u2a relaão de poder, de ci2a para baio, e por u2a concepão da participaão popular 9ista e2 ter2os si2b=licos ou pura2ente consulti9os.6 7p. #8 +A soluão do proble2a de9e passar pelas nor2as estabelecidas para resol9D;lo e n=s sabe2os ue as nor2as estabelecidas para resol9D;lo e n=s sabe2os ue as nor2as estabelecidas cria2 proble2as, produzindo;se u2 e5eito contr4rio ao ue se ueria resol9er.6 7p. #8 +As nor2as institucionais são 5or2as de enuadra2ento dos proble2as ue elas 2es2as deter2ina2 uais se1a2 e a atuaão pro5issional, passa a ser 5or2a de inter9enão nesses proble2as institucionalizados nu2 esue2a 14 deter2inado pelas nor2as.6 7p. 8 +As or>anizaBes se apresenta2, no esue2a 5uncionalista, co2o u2 con1unto de nor2as estruturadas e2 5unão de ob1eti9os espec?5icos.6 7p. 8 +Os bene5?cios são de5inidos pela pr=pria instituião e os custos o são a partir de crit3rios internos a ela, de 2odo ue 2uitas 9ezes a din@2ica destas or>anizaBes nada 2ais 3 do ue u2 2odi5icaão das 5or2as pelas uais atua2. Ocorre u2a in9ersão, e2 ue os 5ins se torna2 2eios e os 2eios se con9erte2 e2 5ins da pr=pria or>anizaão, 7...8.6 7p. 8 +Passa;se a crer ue atra93s de si2ples arran1os tecnocr4ticos poder;se;4 resol9er os proble2as sociais. Esta crena na t3cnica 3 u2 no9o tipo de ideolo>ia. 7...8 u2a ideolo>ia ue est4 sur>indo co2 o pr=prio desen9ol9i2ento das >randes or>anizaBes.6 7p. 8 +O no9o 2odelo 7de >erDncia, ad2inistrati9o8 5ala da >estão da recessão, da crise 7>estion de la d3croissance8.6 7p. "8 +As or>anizaBes se burocratiza2 e 9ai;se acentuando o processo de nor2atizaão.6 7p. "8 +O cu2pri2ento das nor2a burocr4ticas passa a ser a l=>ica do trabalundo u2 tr@2ite. Se lue a orde2 estabelecida, <4 pro5issionais ue pode2 inter9ir nestes casos.6 7p. "8 +%ão 3 u2 proble2a do indi9?duo ue est4 e2 1o>o, pois se pode per5eita2ente 9i9er se2 docu2ento, 2as 3 u2 proble2a de perturbaão da orde2 institucional ue de9e ser tratado de 5or2a pro5issional.6 7p. "8 +A inter9enão pro5issional passa a ser enuadrada e2 5unão da perturbaão da orde2 institucional.6 7p. "8

+Para 2anter esta orde2, este controle pol?tico institucional, deter2inado e 9ari49el, con5or2e as 5oras presentes, o pro5issional de9e sub2eter;se s nor2as da instituião, criando;se u2a entes pri9ile>iados e a>entes co2ple2entares. Os atores pri9ile>iados de u2a instituião são aueles ue por sua pr4tica le>iti2a2 a eistDncia da instituião. Estes a>entes pri9ile>iados, cu1as pr4ticas são centrais para a pr=pria instituião, se autole>iti2a2 se2 necessidade de a>entes ou atores co2ple2entares, pro5issionais ue tD2 de se sub2eter s pr4ticas dos a>entes pri9ile>iados.6 7p. K8 +A pr4tica co2ple2entar caracteriza certas pro5issBes ue não tD2 na A23rica Latina u2a instituião espec?5ica para eles, 7...8.6 7p. K8 +%ão 3 a pr4tica do assistente social e2 si 2es2a ue se encontra pri9ile>iada nas instituiBes e por isso ele se coloca co2o ator co2ple2entar, atuando na 2anutenão da orde2 institucional deter2inada pelos a>entes pri9ile>iados.6 7p. K8 +A inter9enão pro5issional seria auela ue realizaria o be2 co2u2. Esta 3 a ideolo>ia intro1etada por  2uitos pro5issionais, crentes e2 ue, ao assu2ire2 deter2inada pro5issão, 9ão estar a ser9io do p-blico no interesse p-blico. O pro5issional se caracteriza por u2a s3ria de ele2entos, co2o pelo 5ato de 9i9er  co2 u2 sal4rio para atender a u2 p-blico e por ter u2a 5or2aão espec?5ica. Esta 3 u2a 9isão isolada do conceito de pro5issão, porue u2 pro5issional não pode ser de5inido por deter2inadas caracter?sticas. 7...8: as caracter?sticas de5ine2 o pro5issional e este 3 de5ino pelas caracter?sticas.6 7p. 8 +J necess4rio 5azer u2a an4lise 2ais pro5unda das instituiBes e uestionar não so2ente a relaão entre os atores dentro das instituiBes, 2as a relaão dessas instituiBes co2 o conteto >lobal de acu2ulaão do capital e de luta de classes. Ao 2es2o te2po, localizar o lu>ar do pro5issional nessa totalidade concreta.6 7p. 8 +7...8 o processo da pro5issionalizaão 3 u2 processo lobais. Podere2os identi5icar trDs 2odelos de pro5issionalizaão dependendo das relaBes de incerteza e autono2ia de u2a ocupaão, na relaão produtoconsu2idor.6 7p. 8 +%o pri2eiro 2odelo 2ani5esta;se o do2?nio da clientela sobre o pro5issional.6 7p. 8 +%o se>undo 2odelo, o pro5issional teria u2 crit3rio de do2inaão sobre o cliente, 7...8.6 7p. 8 +O terceiro 3 o 2odelo da 2ediaão, e2 ue o pro5issional 5aria a inter2ediaão entre a clientela e as nor2as institucionais, a2bas de5inindo as necessidades e as 5or2as co2o de9e2 ser satis5eitas.6 7p. 08 +A di9isão do trabalica da produti9idade.6 7p. 08 +As di9isBes de trabalentes produti9os.6 7p. 08 +A co2pleidade da produão conduz a u2a co2pleidade do consu2o, retirando do consu2idor o poder  de decisão sobre os 9alores;de;uso. Isto i2plica u2a no9a di9isão de trabalora 3 se 3 poss?9el 5azer 2ediaão na subordinaão, se 3 poss?9el 5azer u2a relaão de transi>Dncia entre os interesses da clientela ou da populaão ue se atende e as nor2as institucionais, sendo ue o pro5issional 3 sub2etido, subordinado s nor2as institucionais e ao conteto >lobal. J pois indispens49el le9antar o proble2a das relaBes entre o saber e o poder. %a realidade, a 9isão tradicional, do poder e2 relaão  pro5issão 5az u2a separaão entre o saber e o poder co2o se a2bos pudesse2 ser isolados e a inter2ediaão do saber pudesse ser apenas u2a uestão de 2etodolo>ia, caindo;se então no 2ito do 23todo. Co2o se u2a no9a 2etodolo>ia pudesse resol9er a proble24tica social. O saber estaria independente das relaBes do poder.6 7p. 08 +A uestão do poder nos le9a a considerar as instituiBes de u2a perspecti9a pol?tica e 9er as nor2as institucionais nu2a relaão de 5oras sociais. O saber se insere nessa correlaão de 5oras para traduzir  na pr4tica u2 con1unto de relaBes sociais de pr4ticas de classe ue poder?a2os ce2onia.6 7p. 8

+A e2onia s= pode ser 9ista nas relaBes de eploraão e do2inaão eistentes nu2a deter2inada sociedade. 7...8 3 o processo de realizaão da do2inaão atra93s, 1usta2ente, de sua aceitaão pelas classes subalternas.6 7p. 8 +A do2inaão aceita se torna le>iti2ada.6 7p. 8 +A do2inaão le>iti2ada se traduz concreta2ente nas instituiBes pela disciplina ue elas i2pBe2. A disciplina 3 5unda2ental para a 2anutenão do poder.6 7p. 8 +A disciplina 3 u2a estrat3>ia de trans5or2aão da clientela e2 su1eitos d=ceis e -teis. As instituiBes, ao se apresentare2 co2o proble2 sol9in>, estaria2 real2ente s= 2ostrando u2a 5ace, para desen9ol9er a disciplinaão social, o controle social. Os pro5issionais, ao inter9ire2 neste processo, não estaria2 eercitando o papel de policiais, 2as de policia2ento pol?tico, na din@2ica das relaBes estruturais e con1unturais.6 7p. 8 +As instituiBes trans5or2a2 as pr=prias 9?ti2as e2 r3us. Produz;se u2 processo pelo ual as instituiBes culpa2 as 9?ti2as dos pr=prios proble2as ue elas pensa2 resol9er. E2 9ez de resol9ere2 os proble2as reais, trans5or2a2;nos e2 proble2as dos indi9?duos ue tD2 acesso a essas instituiBes.6 7p. 8 +A luta para i2por a disciplina e o controle cotidiano sobre as pessoas e as coisas 9isa preser9ar a propriedade, a produão e o indi9?duo produti9o. O indi9?duo produti9o e consu2idor 3 5or2ado e controlado por u2a rede institucional, por aparatos de e2onia ue o 5aze2 -til e d=cil, ou, no 2?ni2o, 2enos in-til 7ao capital8 e 2enos rebelde.6 7p. 8 +A relaão disciplinar articula o poder ao n?9el do cotidiano co2 seu siste2a de reco2pensas e puniBes e a inculca co2o ideolo>ia pelo siste2a de culpabilizaão.6 7p. 8 +A inter2ediaão estatal nesse conteto se desen9ol9e e2 con1unturas espec?5icas, 5azendo co2 ue o po9o se1a destitu?do de seu poder e saber por inter2edi4rios, 5uncion4rios e pro5issionais ue passa2 a eercer esse poder no cotidiano.6 7p. $8 +As instituiBes são relaBes de 5oras. A burocracia, ao 2es2o te2po ue i2plica u2 processo de do2inaão, representa ta2b32 u2 processo de euil?brio inst49el de co2pro2isso entre as 5oras sociais.6 7p. $8 +A 2ediaão se torna poss?9el porue as 5oras sociais se en5renta2 no cotidiano e de 5or2a 2uito co2plea. J u2 erro s= considerar o con5ronto de classes e 5oras a n?9el dos sindicatos e do partido. Estas são 5or2as de or>anizaão ue não eclue2 outros tipos de en5renta2ento e, portanto, de estrat3>ias.6 7p. $8 +A batalens i2ediatas se>undo seus interesses.6 7p. /8 +%a A23rica Latina, a burocracia 5or2al e t?pica;ideal de Yeber te2 u2a si>ni5icaão di5erente da de outros pa?ses, pois est4 2arcada pela distribuião de 5a9ores, pelo nepotis2o, pelo paternalis2o.6 7p. /8 +%o conteto latino;a2ericano, a subordinaão pro5issional, al32 de estar 9inculada s 5or2as burocr4ticas, est4 inserida nos tipos de relaBes espec?5icas dos pa?ses latino;a2ericanos.6 7p. /8 +A atenão  clientela, al32 de caracterizada por disciplin4rio e a culpabilizaão possui o car4ter  clientel?stico, ue te2 sua ori>e2 no pr=prio processo i2ento das burocracias latino; a2ericanas.6 7p. /8 +A clientela não 3 considerada co2 os 5oros da cidadania e si2 co2o clientela. H4 u2a distinão entre o cidadão e o cliente. O cidadão te2 direitos, o cliente, 5a9ores.6 7p. /8 +J nas relaBes de poder ue o saber te2 condiBes e li2ites de ser 2ediador. Os interesses da clientela e os interesses de lealdade s instituiBes entra2 e2 con5lito não poucas 9ezes. J a? ue, 2ais do ue nunca, se torna i2prescind?9el a an4lise da situaão concreta da correlaão de 5oras.6 7p. #8 +Apesar da subordinaão do pro5issional, do 5ato de ser assalariado pela instituião, de estar sub2etido s nor2as institucionais, ele ta2b32 est4 9inculado ao cliente.6 7p. #8 +São as lutas sociais ue tD2 i2pulsionado no9as 5or2as de relaBes entre a clientela e as instituiBes de desen9ol9i2ento social, ei>indo destas a resposta a seus proble2as e 3 1usta2ente atra93s desta pressão ue no9as 5or2as estão sur>indo para buscar no9os tipos de relaBes entre as instituiBes e a populaão.6 7p. #8

+Co2 esta pressão, 94rios pro5issionais estão 2udando suas 5or2as de relaão e2 aliana entre eles e a clientela. Nusca2 utilizar;se das instituiBes para poder 9incular;se a al>u2a proble24tica ue as or>anizaBes populares e as oportunidades ue eiste2 e2 cada u2a delas.6 7p. #8 +Faz;se necess4rio, co2 esta estrat3>ia, saber a9anar e saber retroceder porue <4 2o2entos e2 ue o con5lito se torna tão >rande ue pode le9ar ao pr=prio 5ecicas.6 7p. $8 +(2a 9isão de2asiado econo2icista do processo de acu2ulaão te2 paralisado u2a to2ada de iniciati9a pro5issional tanto uanto a 9isão institucionalizada. A pri2eira re5ere tudo a u2 2auia9elis2o estrutural e, a se>unda, u2 9oluntaris2o dos atores. A pri2eira paralisa por ne>ar esta iniciati9a e a se>unda, por atribu?;la aos curana do e2pre>o, esuecendo;se de ue os cias de en5renta2ento de u2a >uerra de posiBes entre 5oras ue se desloca2 se>undo sua co2bati9idade, or>anizaão e 2obilizaão.6 7p. $8