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Rev. Roney Pascoto “Estudo Bíblico do Livro de Malaquias“
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Primeira Igreja Presbiteriana Conservadora Goiânia - Goiás 2007 INTRODUÇÃO A palavra hebraica para "Malaquias" significa literalmente "Meu mensageiro". Não é completamente claro no contexto se “Malaquias” é um nome próprio ou um título do profeta. Muitos dos profetas dão uma data exata de suas profecias. Malaquias não. Contudo pode ser visto que as preocupações de Malaquias são aquelas que tiveram lugar nos dias de Esdras e Neemias. Nem Esdras nem Neemias faz referência a Malaquias, embora ele tenha sido provavelmente contemporâneo deles. * O livro de Malaquias pode ser esboçado em dois pontos principais . O amor de Deus por Israel e a sua resposta infiel (1-2) O Dia do Senhor e a Purificação de Israel (3-4) o
o
* O livro é composto de uma série de declarações e perguntas correspondentes entre Deus e o povo de Israel. 1.2
Deus diz: "Eu vos tenho amado"
O povo responde: "Em que nos tens amado?"
Deus tem abençoado Israel acima das outras nações
1.6
Deus diz: "Se eu sou pai, onde está a minha honra?"
O povo responde: "Em que desprezamos nós o teu nome?"
O povo não oferecia o seu melhor ao Senhor
2.10
O povo pergunta: "Não nos criou o mesmo Deus? Por que seríamos desleais uns para com os outros?"
As pessoas defraudavam umas às outras, principalmente principalmente na área do divórcio
2.17
Deus diz: "Enfadais o Senhor com vossas palavras"
O povo clamava por justice, mas não vivia de forma justa
3.1 3.1
Prom Promes essa sa do envi envioo de um mens mensag agei eiro ro
3.7
Deus diz: "Tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros"
O povo responde: "Em que havemos de tornar?"
O povo não trazia fielmente os dízimos à casa do Senhor
3.13
Deus diz: "As vossas palavras foram duras para mim"
O povo responde: "Que temos falado contra ti?"
Eles agiam como se fosse em vão que serviam a Deus
O povo responde: "Em que o enfadamos?"
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Primeira Igreja Presbiteriana Conservadora Goiânia - Goiás 2007 INTRODUÇÃO A palavra hebraica para "Malaquias" significa literalmente "Meu mensageiro". Não é completamente claro no contexto se “Malaquias” é um nome próprio ou um título do profeta. Muitos dos profetas dão uma data exata de suas profecias. Malaquias não. Contudo pode ser visto que as preocupações de Malaquias são aquelas que tiveram lugar nos dias de Esdras e Neemias. Nem Esdras nem Neemias faz referência a Malaquias, embora ele tenha sido provavelmente contemporâneo deles. * O livro de Malaquias pode ser esboçado em dois pontos principais . O amor de Deus por Israel e a sua resposta infiel (1-2) O Dia do Senhor e a Purificação de Israel (3-4) o
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* O livro é composto de uma série de declarações e perguntas correspondentes entre Deus e o povo de Israel. 1.2
Deus diz: "Eu vos tenho amado"
O povo responde: "Em que nos tens amado?"
Deus tem abençoado Israel acima das outras nações
1.6
Deus diz: "Se eu sou pai, onde está a minha honra?"
O povo responde: "Em que desprezamos nós o teu nome?"
O povo não oferecia o seu melhor ao Senhor
2.10
O povo pergunta: "Não nos criou o mesmo Deus? Por que seríamos desleais uns para com os outros?"
As pessoas defraudavam umas às outras, principalmente principalmente na área do divórcio
2.17
Deus diz: "Enfadais o Senhor com vossas palavras"
O povo clamava por justice, mas não vivia de forma justa
3.1 3.1
Prom Promes essa sa do envi envioo de um mens mensag agei eiro ro
3.7
Deus diz: "Tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros"
O povo responde: "Em que havemos de tornar?"
O povo não trazia fielmente os dízimos à casa do Senhor
3.13
Deus diz: "As vossas palavras foram duras para mim"
O povo responde: "Que temos falado contra ti?"
Eles agiam como se fosse em vão que serviam a Deus
O povo responde: "Em que o enfadamos?"
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3.16 Conclusã Conclusão: o: Promessa Promessa da Vinda, Vinda, Julgamen Julgamento to e Resta Restauraçã uração. o. Um exame mais profundo do livro revela que ele foi escrito em uma forma de quiasmo.
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O Senhor é justo: Ele ama Israel, mas destruirá a ímpia nação de Edom (1.1-5)
Os sacerdotes têm enganado a Deus em suas ofertas (1.6-14) O Senhor deseja que alguém feche as portas do Templo
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No passado Deus fez uma aliança com Levi (2.1-9) Levi guardou a aliança de Deus Vós tendes posto de lado essa aliança Parem de ser infiéis! (2.10-17) ( 2.10-17)
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No futuro virá um mensageiro de Deus (3.1-6) Ele será um mensageiro da aliança Ele preparará o caminho do Senhor
O povo tem roubado a Deus nos dízimos e nas ofertas (3.7-12) Deus abrirá as janelas do céu
O Senhor é justo: Ele recompensará o justo, mas destruirá o ímpio (3.13 - 4.6). A SITUAÇÃO EXISTENCIAL DA ÉPOCA DE MALAQUIAS:
a) o tempo doa milagres havia passado com Elias e Eliseu. b) o cativeiro babilônico era apenas uma lembrança amarga dos antepassados. c) as reformas feitas por Neemias estavam sendo esquecidas. d) os cultos não passavam de praticas rotineiras, sem nenhum entusiasmo. e) era um tempo de apatia e sonolência espiritual. Dentro desse contexto Deus chama seu povo a uma audiência. E nós estudaremos o primeiro verso: * O livro de Malaquias, ainda, pode ser esboçado em dois pontos principais . O amor de Deus por Israel e a sua resposta infiel infiel (1-2) O Dia do Senhor e a Purificação de Israel (3-4) o
o
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Capítulo Primeiro I – “DEUS CONVOCA SEU POVO PARA UMA AUDIÊNCIA” (Ml 1.1-5) Essa primeira parte do primeiro capítulo do livro de Malaquias pode ser divido da seguinte forma, para melhor compreensão: v.1 – A Mensagem Solene de Deus. v.2 – O Amor Eletivo de Deus. vs 3 e 4 - O Julgamento Solene de Deus. v.5 – A Grandeza Universal de Deus . Dentro desse contexto Deus chama seu povo a uma audiência. E nós estudaremos o primeiro verso: “A MENSAGEM SOLENE DE DEUS” (Ml 1.1) “Sentença pronunciada pelo SENHOR contra Israel, por intermédio de Malaquias” (Ml 1.1).
Este primeiro versículo é riquíssimo e não podemos passar por ele sem considerarmos algumas verdades. Verdades que são indispensáveis para uma boa compreensão de todo o livro. São elas: 1) a natureza da mensagem; 2) a autoridade da mensagem; 3) o destino da mensagem; 4) o instrumento da mensagem. Consideremos cada um destes pontos destacados: 1ª – A NATUREZA DA MENSAGEM: A mensagem pregada por Malaquias é uma SENTENÇA: “Sentença pronunciada pelo SENHOR” (1.1). É uma sentença, um fardo, um peso. Isto quer dizer que Deus não está consolando seu povo, mas sim, CONFRONTANDO, CENSURANDO. A palavra masâ “sentença” significa muito mais que uma palavra da parte do Senhor. É algo pesado, algo duro. (Jr 4.19).
* Por que o povo está ouvindo o masâ (a sentença) de Deus? Por causa da indiferença, da rotina nos cultos. Em virtude da apatia e da sonolência espiritual. Lição: Deus condena uma vida indiferente, apática. Vir à igreja por rotina, apenas por costume, tradição, etc., é uma afronta a Deus. E esses Deus convoca para um julgamento. 2ª – A AUTORIDADE DA MENSAGEM: Da onde vem a Palavra proferida? A mensagem (sentença) não é criada pelo Profeta Malaquias. De acordo com o verso ele apenas TRANSMITE a mensagem que provem do SENHOR. Amensagem vem de Deus, é de autoridade divina. Vem de cima para baixo, é vertical e não horizontal. A Palavra de Deus não falha, tudo se cumprirá: “E sucederá que, assim como vieram sobre vós todas estas boas coisas que o SENHOR, vosso Deus, vos prometeu, assim cumprirá
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o SENHOR contra vós outros todas as ameaças até vos destruir de sobre a boa terra que vos deu o SENHOR, vosso Deus” (Js 23.15). Leia ainda(Rm 9.28) 3ª – O DESTINO DA MESNAGEM: A quem é direcionada a Palavra do Senhor? Já vimos que a mensagem é uma SENTENÇA pronunciada pelo SENHOR, mas a quem? Voltemos ao texto: “Sentença pronunciada pelo SENHOR contra Israel (1.1). Malaquias entrega a sentença do Senhor a ISRAEL. Deus está contra Israel. Está condenando sua vida, sua atitude. Israel é o povo da aliança. O povo que havia desprezado a Deus. Que havia quebrado a aliança (ML 2.8,10).
LIÇÃO: Não temos autoridade para chamar o mundo ao arrependimento antes de acertar nossa vida com Deus. Mt 5.13 – se nosso sal for insípido seremos pisados pelos homens; 1Pe 2.8 – Se a igreja não andar com Deus será pedra de tropeço em vez de benção, de fonte de reconciliação. 4ª – O INSTRUMENTO DA VERDADE: De acordo com o versículo que lemos quem é o instrumento usado para levar a SENTEÇA de Deus a Israel? O verso diz: “por intermédio de Malaquias” (Ml 1.1). Isso mostra que Deus chama HOMENS para pregar aos homens. Mas para pregar a Sua Palavra e não o que os homens querem pregar e/ou ouvir. Deus me chamou para ser porta voz da Sua Palavra; Deus chamou você para ser porta voz da Sua Palavra. Devemos falar o que Ele quer que seja falado e, jamais o que nós desejamos dizer. Temos que pregar a Bíblia e não a respeito da Bíblia. “O AMOR ELETIVO DE DEUS” ( Ml 1.2) “Eu vos tenho amado, diz o Senhor; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? - disse o Senhor; todavia, amei a Jacó (1.2)”.
Antes de considerarmos o verso 2 de Malaquias é mistér voltarmos no livro de Gênesis e trazer à nossa mente “quem forão Esaú e Jacó. Quem foram Esaú e Jacó? a) Nascimento: Gn 25.21-23; b) Esaú vende sua primogenitura: Gn 25.27-34; c) Jacó engana seu pai: Gn 27 Por méritos próprios nem Esaú nem Jacó receberiam as bençãos de Deus. Mas Deus em por Sua soberana e Santa vontade decidiu escolher Jacó. Há injustiça nisso? Paulo responde (Rm 9.14-18). Deus age de acordo com Sua vontade, foi Ele quem criou todas coisas, é Ele quem governa, controla todas as coisas. Pois tudo foi criado para Sua p´ropria glória!
Mas quero ainda te convidar a pensar comigo: Porque Deus expulsou o homem do paraíso (jardim do Édem), da comunhão com Deus? Desobediência (Gn 3), quis ser igual a Deus (seu Criador)! Deixamos o homes de lado um pouco, e pensemos no que aconteceu antes da criação do homem. Porquê satanás foi expulso do paraíso (o céu) da comunhão com Deus? Desobediência, quis ser igual a Deus (seu Criador)!
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Qual a diferença entre o pecado de satanás e o pecado do homem? Nenhuma! Satanás foi expulso dos céu, correto? Você acha que Deus tinha obrigação de restaurálo? Não! - Você acha que Deus foi injusto com satanás ao expulsá-lo e não restaurá-lo? Claro que não! - Mas, e se Ele decide salvá-lo, seria injusto? Não! E, ele não desejou. Pense no homem novamente: Adão (o representante da raça humana) foi expulso do paraiso. - Você acha que Deus tinha obrigação de restaurá-lo? Não! Afinal ele foi avisado que poderia comer do fruto daquela árvore. - E não tendo obrigação de restaurar a raça humana, Deus decidiu escolher alguns para que fossem restaurados. - Há injustiça nisso? (Rm 9.14-18). Nós podemos ver isso ilustrado no quadro abaixo:
SÁTANAS
HOMEM
Desobediência (querer ser igual a Deus)
Desobediência (querer ser igual a Deus)
CONSEQUÊNCIA
Expulso do Céu – “Paraíso” (da comunhão com Deus)
Expulso do Édem – “Paraíso” (da comunhão com Deus)
DEUS TINHA A OBRIGAÇÃO DE RESTAURÁ-LO?
Não
Não
DEUS FOI INJUSTO POR ISSO?
Não
Não
COMO DEUS AGIU?
Com JUSTIÇA Deixá-lo na mesma situação
Com GRAÇA Restaurar alguns
DEUS FOI INJUSTO POR ISSO?
Não (Rm 9.14-18)
Não (Rm 9.14-18)
PECADO
O profeta Malaquias, nesse versículo, destaca três verdades solenes sobre o amor eletivo de Deus. Vamos ver quais são elas?
1º - o amor eletivo de Deus É UM AMOR DECLARADO (1.2). Nenhuma outra nação foi tão privilegiada diante de Deus quanto Israel. Ele escolheu essa nação, fez uma aliança com ela e a destinou para uma missão especial.
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a) - O amor de Deus pelo Seu povo é um amor deliberado e imutável (3.6). Era como o amor de um esposo pela esposa (2.11) ou de um pai pelo filho (1.6; 3.17). A escolha de Jacó foi motivada por um amor imerecido (Rm 9.13). O mesmo acontece conosco. - Deus nos amou por causa das virtudes que viu em nós? (Os 11.1). Não. A causa do amor de Deus está Nele mesmo e não em nós. - Deus escolheu Israel porque era à maior ou a melhor nação? (Jo 15.16). Deus escolheu Jacó antes dele nascer. - Deus nos elegeu porque previu que iríamos crer . (At 13.48). Isso é Arminianismo (a doutrina da Presciência). A fé não é a causa da eleição, mas sua conseqüência . - Deus nos escolheu porque viu em nós boas obras? (Ef 2.10). Não, ao contrário, fomos eleitos para as boas obras e não por causa delas. - Deus nos escolheu porque viu em nós santidade ? (Ef 1.4). Não! Ele nos escolheu para a santidade e não por causa dela. - Deus não nos elegeu porque viu em nós obediência? (IPe 1.2). Não! Mas fomos eleitos para a obediência e não por causa dela. b) - O amor de Deus por Seu povo é também um amor paciente . Deus amou Jacó, mas ele foi um homem enganador: ele enganou o irmão e mentiu para o pai. Muitas vezes, o povo de Israel voltou-se contra Deus e o provocou à ira. Mas Deus nunca desamparou o Seu povo. Tratou-o como um pai trata o seu filho. De igual modo, Deus é paciente conosco hoje. Mesmo que sejamos infiéis, Ele permanece fiel! c) - O amor de Deus por Seu povo é um amor triunfante. O amor de Deus por Seu povo é um amor contínuo. Ele não disse: "eu vos amei" nem disse: "Eu vos amo", mas disse: "Eu vos tenho amado". O amor de Deus por seu povo nunca cessou. 1 - Deus ama com um amor eterno (Jr 31.3). 2 - Deus prova o Seu amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós pecadores (Rm 5.8). 2º - o amor eletivo de Deus É UM AMOR QUESTIONADO (1.2). A raiz de todos os pecados de Israel era a sua falta de consciência do amor de Deus. Malaquias destaca duas atitudes do povo em relação ao amor de Deus:
a) A primeira atitude é a insensibilidade. A raiz do pecado do povo é a insensibilidade ao amor de Deus e à sua própria fraqueza. Por causa de seus pecados, eles foram castigados e levados para o cativeiro, mas não viram na disciplina divina um gesto de amor. Essa insensibilidade produziu dúvida, impiedade e relaxamento moral. Eles deixaram de ver a providência divina e de ouvir a Palavra de Deus. Eles foram disciplinados, mas não viram nisso o amor do Pai, ao contrário, sentiram-se injustiçados. O pecado sempre encontrará uma porta aberta, onde o amor de Deus é colocado em dúvida. b) A segunda atitude do povo em relação ao amor de Deus é a ingratidão. Apesar da declaração e das evidências do amor de Deus por Israel, eles ainda perguntam: "Em que nos tem amado?" (1.2) A ingratidão tem os olhos fechados para a benevolência recebida. Quantas vezes nós também questionamos o amor de Deus! Quantas vezes ferimos o coração de Deus com uma atitude de rebeldia e ingratidão (SI 78.9-17)! O povo de Israel achava certo que Deus julgasse Edom, mas achava injusto que Deus o julgasse. É sempre mais cômodo apelar para o juízo divino contra os outros. 3º - O amor eletivo de Deus É UM AMOR DEMONSTRADO (1.2). Deus oferece ao povo três provas insofismáveis do Seu amor.
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a) A primeira prova foi Sua escolha soberana. Deus escolheu Jacó. Deus escolheu Israel. 1 - Deus escolheu-nos soberanamente (Dt 10.15). A eleição é um ato da livre graça de Deus. 2 2 - Deus nos escolheu antes dos tempos eternos (2Tm 1.9). Ele nos escolheu quando não tínhamos nenhum mérito. Ele nos escolheu em Cristo. b) A segunda prova foi Sua proteção amorosa. Deus livrou Jacó, salvou-o e o abençoou. Formou um povo, libertou-o e o guiou. Deu-lhe provisão, proteção, a lei, uma terra, uma missão. c) A terceira prova foi Sua restauração milagrosa. Deus tirou o povo do Egito, guiou-o no deserto e o colocou na terra da promessa. Deus lhes deu Sua Palavra, enviou-lhes profetas, disciplinou-os em sua rebeldia, trouxe-os de volta do cativeiro e os restaurou. Concluímos, então, com as palavras de R. Tuck quando disse que o amor de Deus por Israel é um amor deliberado, paciente e triunfante.
“O JULGAMENTO SOLENE DE DEUS” (Ml 1.3,4) Porém aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança aos chacais do deserto. Se Edom diz: Fomos destruídos, porém tornaremos a edificar as ruínas, então, diz o Senhor dos Exércitos: Eles edificarão, mas eu destruirei; e Edom será chamada Terra-De-Perversidade e Povo-Contra-Quem-O-Senhor-Está-Irado-Para-Sempre (1.3,4).
Há vários pontos que precisam ser destacados aqui para o nosso ensino: 1º - Esaú rejeitou a sua primogenitura (Gn 25.34; Hb 12.16). Esaú não dava valor às coisas espirituais. Ele preferia satisfazer seu apetite a dar importância às coisas de Deus. Ele trocou seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas. Ao desprezar a sua primogenitura, Esaú desprezou as promessas de Deus (Hb 12.16,17). Deus jamais predestinou Esaú a ser um réprobo. Deus jamais predestinou o pecado. Esaú deliberadamente abandonou a Deus e as coisas de Deus. Ele caminhou pelas veredas tortas do pecado com as suas próprias pernas, segundo a inclinação perversa do seu próprio coração. Deus não pode ser o responsável moral pelos pecados e escolhas de Esaú. 2º - Esaú era impuro e profano (Hb 12.16,17). Esaú era um homem entregue à impiedade e perversão, ou seja, ele era profano e impuro. Ele desprezava as coisas de Deus e entregava-se ao pecado. Por isso, era capaz de chorar querendo a bênção, mas jamais se arrependeu sinceramente (Hb 12.17). O perverso é como Caim, ele chora pelas conseqüências do seu pecado que desabam sobre a sua cabeça, mas jamais chora pelo pecado. Ele não se arrepende do pecado, apenas entristece-se por sofrer suas inevitáveis conseqüências. Ele ama o pecado, mas fica triste ao colher seus frutos amargos. 3º - Os descendentes de Esaú, os edomitas, seguiram o seu caminho (Nm 20.14-21). Eles não deixaram Israel passar pelo seu território, ao contrário, perseguiram o povo de Deus. Eles se colocaram na contramão da vontade de Deus. Esta é uma triste realidade: o exemplo dos pais reflete nos filhos. Os pais sempre ensinam os filhos para o bem ou para o mal. Eles são bênção ou maldição, neutros jamais. A rivalidade entre Esaú e Jacó acabou por se projetar na história de duas nações, Edom e Israel, seus descendentes respectivos. Em Números 20.14-21, Moisés pediu ao rei de Edom para Israel passar por seu território. O pedido foi cuidadosamente feito: "Assim diz teu irmão Israel". O episódio, porém, termina com uma firme resolução dos edomitas: "Não passarás". E para abrir ainda mais a ferida e cavar ainda um abismo mais profundo, eles saíram armados ao encontro de seus irmãos para lhes impedir a passagem. Isaltino Gomes Filho diz que a rivalidade terminou em ódio, saque e matança. 4º - Os descendentes de Esaú, os edomitas, associaram-se com a Babilônia para matar o povo de Deus (Ob 10-14; Jl 3.19; SI 137.7).
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- Os edomitas saquearam Jerusalém com os caldeus (Ob 11,13). - Olharam com prazer a calamidade de Israel (Ob 12; SI 137.7). - Pararam nas encruzilhadas para matar os que tentavam fugir (Ob 14) - Entregaram à Babilônia alguns que tentavam escapar da morte (Ob 14). O ódio que Esaú nutriu por seu irmão Jacó não se apagou do coração de seus descendentes. Esaú perdoou Jacó, mas os seus descendentes não perdoaram os descendentes de Jacó. O ódio pode passar de geração para geração e provocar grandes tragédias. 5º - Os descendentes de Esaú foram também saqueados pelos nabateus, um povo árabe, logo depois do cativeiro babilônico (Ob 15,18,21; Ml 1.3,4). Setenta anos depois que Jerusalém caiu nas mãos da Babilônia com a ajuda dos edomitas, os nabateus, invasores do deserto, chamados de árabes no livro apócrifo de 2Macabeus (livro apócrifo), varreram o território edomita, obrigando sua população a se refugiar no Neguebe, ao sul de Judá. Seu país, mais tarde conhecido como Iduméia, tinha por capital Hebrom. O mal praticado pelos edomitas caiu sobre suas próprias cabeças. Ao perseguirem o povo de Deus, tocaram na menina dos Seus olhos e tiveram de sofrer as conseqüências de seu ato insano. 6º - Os descendentes de Esaú, os edomitas, nunca foram restaurados (1.4 ). Antes de considerarmos este ponto quero lhe fazer uma pergunta (baseada em tudo o que estudamos ate aqui): Qual é a grande prova do amor de Deus à Israel? Qual a resposta que veio a sua mente? Considere o quadro abaixo e tenta responder a pergunta feita:
PECADOR
PECADO
PUNIÇÃO (CONSEQUÊNCIA)
ATITUDE DE DEUS
RESTAURAÇÃO
ISRAEL
DESOBEDIÊNCIA (Afastamento de Deus)
CATIVEIRO (Babilônia)
GRAÇA e MISERICÓRDIA
SIM
EDOM
DESOBEDIÊNCIA (Afastamento de Deus)
CATIVEIRO (Nabateus)
JUSTIÇA
NÃO
Diante deste quadro podemos dizer, sem dúvida alguma, que a grande prova do amor de Deus por Israel é que Israel igualmente pecou e foi levado para o cativeiro. Mas Deus restaurou Israel e não restaurou Edom. Houve reconstrução para Jerusalém, mas para Edom não houve restauração (1.2,4). Ainda que Edom tenha procurado reconstruir sua cidade à parte de Deus, este não o permitiu. É como se Deus olhasse para Israel dissesse: "Olhem para os descendentes de Esaú! Eles pecaram, foram julgados e eu não os restaurei”. Agora, olhe para você mesmo. Considere o mesmo quadro colocando você no lugar de Israel e o ímpio no lugar de Edom. Qual é o resultado? Consideremos: PECADOR
PECADO
PUNIÇÃO (CONSEQUÊNCIA)
ATITUDE DE DEUS
EU
DESOBEDIÊNCIA Gn. 3; Rm. 3 (Afastamento de Deus)
CATIVEIRO Lc 13.16; Ef. 2.1-3 (Satanás)
GRAÇA e MISERICÓRDIA (Ef 2.4-10)
RESTAURAÇÃO
SIM
10
ÍMPIO
DESOBEDIÊNCIA Gn. 3; Rm. 3 (Afastamento de Deus)
CATIVEIRO Lc 13.16; Ef. 2.1-3 (Satanás)
JUSTIÇA
NÃO
Deus olha para você hoje e diz: “assim como o ímpio, você pecou, foi julgado e Eu te restaurei". Mas o que você tem feito para Mim? Como é o culto que você me oferece? Merrill F. Unger diz que os descendentes de Esaú receberam merecidamente o juízo de Deus e os descendentes de Jacó receberam imeracidamente o amor de Deus. Os esforços do ímpio são dirigidos por propósitos errados (1.4): “os edomitas querem reconstruir sem Deus. Os esforços do ímpio são conduzidos por um espírito errado (I.4). Eles disseram: "retomaremos e reedificaremos". Lição: Sempre que o homem procura levantar monumentos à sua própria glória, em seu próprio nome, pela sua própria força, ele tenta repetir o fracassado projeto de Babel. Em Babel os homens foram frustrados em seu propósito, confundidos em sua língua e espalhados pela terra. Os esforços do ímpio estão edificados sobre um fundamento errado (1.4). A terra de Edom será sempre uma terra de perversidade. A ira de Deus está sempre ardendo contra eles. A providência divina tanto restaura quanto derruba (Ec 3.3). O juízo de Deus é terrível (desolador) e irrevogável (irado para sempre).
“A GRANDEZA UNIVERSAL DE DEUS” (1.5) Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o Senhor também fora dos limites de Israel (1.5).
A grandeza do nome de Deus (1.5,11,14) é colocada em contraste com a falta de respeito que o povo tinha por Ele (1.6,12; 2.13,14). A grandeza de Deus é vista em Seus graciosos atos com Israel, Seu povo: Deus elegeu, protegeu, disciplinou e restaurou o Seu povo. A grandeza de Deus também é vista em Seu julgamento às nações. As intervenções soberanas de Deus não estão circunscritas apenas ao Seu povo. Deus não é uma propriedade da Igreja nem uma divindade tribal, mas o Senhor do universo. Se Israel olhasse mais ao seu redor, reconheceria melhor o amor de Deus, e veria como Deus fora maravilhoso com eles, em contraste com as experiências de outras nações. Israel precisa ver e anunciar a grandeza de Deus em toda a terra. Concluindo, podemos afirmar que o texto estudado nos apresenta seis lições práticas:
Primeira, A sentença de Deus é deveras pesada (v.1). Precisamos escolher entre o peso da glória ou o peso da ira. Deus disse por intermédio de Amós: "De todas as famílias da terra somente a vós outros vos escolhi, portanto eu vos punirei por todas as vossas iniqüidades" (Am 3.2). A graça de Deus não é uma licença para pecar, ao contrário, ela nos responsabiliza ainda mais. Maiores privilégios implicam maiores responsabilidades. Mas o que você tem escolhido para a sua vida: “o peso da glória ou o peso da ira?” Segunda, O amor de Deus é deveras benigno (v.2). O amor de Deus é verdadeiro ainda quando disciplina o Seu povo. O viticultor castiga a vinha, podando seus ramos para obter mais uvas e uvas de qualidade mais excelente.
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É uma triste prova da nossa depravação que o amor de Deus é menos confessado onde ele é mais manifesto (1.2; Ef 2.4-10). Muitas vezes diante das tribulações. Quando nos encontramos meio a uma terrível tempestade. Fazendo a mesma pergunta que Israel fez a Deus: “Em que nos tem amado? (Ml 1.2)” Talvez nesse momento uma terrível enfermidade atingi você ou um ente querido. Talvez a falta de emprego, dificuldade financeira. financeira. Talvez a perda de um querido. E você olha para esse momento e a única coisa quem lhe vem a mente e coração é: “onde está o Seu amor para comigo Senhor?”. Então o profeta Isaías te diz: “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera” (Is 64.4). Jeremias: “...Com amor eterno eu te amei...” (Jr. 31.3). Jesus: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Pedro: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo tempo oportuno, oportuno, vos exalte, exalte, lançando lançando sobre sobre ele toda a vossa ansiedade ansiedade,, porque porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.6,7). Não temos motivo para questionar questionar o amor de Deus por nós em nenhum momento. Mas temos muito motivos para sermos eternamente gratos por tudo o que Ele nós fez!
Terceira, O soberano e eterno propósito de Deus é o único fundamento de Seu favor a nós (v.2,3). A salvação depende do amor eletivo de Deus. Muitas vezes nos espantamos por saber que muitos estão caminhando para o inferno e que por mais que tentem fazer (embora nunca tentaram) por vontade própria será em vão. Mas o que deve nos espantar é o fato de Deus ter nos escolhido para Ele, sendo nós ainda pecadores (Rm. 5.6-10). A restauração espiritual de Israel não foi fundamentada nas suas virtudes, mas no amor e zelo que Deus tem pelo Seu próprio nome. Jeremias orou dizendo: “Posto que as nossas maldades testificam contra nós, ó SENHOR, age por amor do teu nome; porque as nossas rebeldias se multiplicaram; contra ti pecamos. Não nos rejeites, por amor do teu nome; não cubras de opróbrio o trono da tua glória; lembra-te e não anules a tua aliança conosco” (Jr. 14.7,21). O profeta Ezequiel assim descreve esse fato esperançoso: “Mas tive compaixão do meu santo nome, que a casa de Israel profanou entre as nações para onde foi. Dize, portanto, à Casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus: Não é por amor de vós que eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes [...] Tomarvos-ei de entre as nações, e vos congregarei de rodos os países, e vos trarei para a vossa terra. Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de rodas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis [...] Não é por amor de vós, fique bem entendido, que eu faço isto, diz o Senhor Deus” (Ez 36. 21,27,32).
Como é bom saber que a garantia da nossa salvação não está em quem somos ou no que fazemos, mas no amor de Deus! O Senhor Deus disse: “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos” consumidos” (Ml 3.6). O conh conhec ecim imen ento to dest destaa verd verdad adee é sufi sufici cien ente te para para que que noss nossaa vida vida seja seja entr entreg egue ue,, diariamente, diariamente, no altar de Deus como um “sacrifício vivo, santo e agradável” (Rm 12.1).
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Quarta, o amor de Deus pelo seu povo nem sempre é correspondido (v.4). A ingratidão ingratidão fere o coração de Deus, embora não o apague. A obediência cheia de gratidão gratidão deveria ser uma resposta ao amor de Deus por nós. Seu amor é eterno, infinito, imutável, sacrificial. Deus, ao nos amar, deu-nos o Seu melhor, deunos tudo, deu-nos Seu Filho, deu-nos a si mesmo (Jo ( Jo 3.16). Mas, nossa atitude muitas vezes é de questionarmos o amor de Deus. Quando deverí deveríamo amoss nos pergu pergunta ntar: r: “Que “Que darei darei ao Senho Senhorr por por todos todos os seus seus benef benefíc ícios ios para para comigo?” (Sl 116.12). Quinta, o poder do homem jamais pode revertera sentença de Deus (v.2). É Deus quem edifica e quem derruba. Quando Deus. Edifica algo, ninguém derruba; quando Deus derruba, ninguém edifica. É impossível lutar contra Deus e prevalecer. Deus é vencedor invicto em todas as batalhas. Colocar-se na contramão de Sua vontade é entrar em rota de colisão. Edom dizia que Deus poderia destruí-la que ela se ergueria. Mas, os fatos históricos mostram que Edom nunca mais se ergueu após ter sido destruída por Deus. Com Deus ninguém brinca, de Deus ninguém zomba! Jó disse: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (Jó 42.2). Tudo está sob o poder do Deus todo poderoso! Inclusive a mina e a sua vida!
Sexta, Deus será glorificado tanto no julgamento do pecado quanto na recompensa da obediência (v.3-4). A glória de Deus é manifesta na salvação do Seu povo e também na condenação dos ímpios que O rejeitam. Tanto o céu quanto o inferno devem manifestar a glória de Deus. Tudo foi feito para a Sua glória. Paulo disse em Rm 11.36: “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”.
PERIGOS EM RELAÇÃO AO CULTO (MI 1.6-14) “O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? -- diz o SENHOR dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome? 7 Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do SENHOR é desprezível. 8 Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? -- diz o SENHOR dos Exércitos. 9 Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? -- diz o SENHOR dos Exércitos. 10 Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta. 11 Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos. 12 Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do SENHOR é imunda, e o que nela se oferece, isto é, a sua comida, é desprezível. 13 E dizeis ainda: Que canseira! E me desprezais, diz o SENHOR dos Exércitos; vós ofereceis o dilacerado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta. Aceitaria eu isso da vossa mão? -- diz o SENHOR. 14 Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao SENHOR um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações” (MI 1.6-14).
O profeta MALAQUIAS inicia essa mensagem fazendo uma declaração indiscutível: "O filho honra o pai e o servo ao seu Senhor" (1.6). Assim, ele conquista a atenção dos sacerdotes antes de acusá-lo.
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A primeira relação descrita pelo profeta envolve afeição e a segunda respeito. Mas, de acordo com a passagem, os sacerdotes não demonstraram amor nem respeito a Deus. Desde o início, Deus tratou Israel como um filho amado, tirando-o do Egito, dando-lhe uma herança, proteção, revelação sobrenatural e missão especial. Não obstante Israel ser o filho primogênito primogênito de Deus (Êx 4.22), ele tornou-se um filho ingrato (Os 11.1) e rebelde (Is 1.2). Malaquias, também, acusa Israel de uma ingratidão inegável. Como foi que Israel retribuiu ao Senhor Seu amor gracioso? Do amor de Deus, o profeta volta-se para a ingratidão do povo. Deus o tratou como filho, mas Israel não o honrou como pai. Não houve honra nem respeito a Deus. Malaquias ainda fala sobre uma profanação abominável. abominável. O objetivo objetivo principal do homem é glorificar a Deus. Por isso, o culto é a essência da vida cristã. Adoração vem antes de missão, pois Deus vem antes do homem. Exatamente o culto foi deturpado e Deus desonrado. Vejamos quais foram os sinais da decadência do culto.
1º - O PERIGO DE UMA LIDERANÇA DECADENTE (Ml 1.6,7) “O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? - diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do Senhor é desprezível (1.6,7).”
O profeta Malaquias destaca alguns perigos graves que merecem nossa atenção: Primeiro: O Perigo De Fazer A Obra De Deus Deus Sem Andar Com Deus. Deus . Os sacerdotes tinham tinham perdido o relacionamento relacionamento pessoal com Deus. Se transformaram transformaram em profissionais da religião sem fidelidade à Palavra de Deus e sem vida com Deus. Eles tinham se corrompido doutrinária e moralmente. Faziam o contrário do que a Bíblia ensinava. ensinava. A teologia estava divorciada da vida: chamavam Deus de Pai e Senhor, mas não O honravam nem O respeitavam como tal. Consi Consider derand andoo a histó história ria da igrej igrejaa not notamo amoss que a aposta apostasia sia começ começaa sempre sempre na liderança. As falsas doutrinas começam nos seminários, descem aos púlpitos e daí matam as igrejas. Malaquias Malaquias (2.5) mostra que os antepassados antepassados respeitaram a lei e andaram na companhia de Deus, mas agora a nova geração a desprezava: A - Pedem a Deus prova do Seu amor (1.2). B - Querem saber em que desprezam o nome de Deus (1.6). C - Querem saber em que têm profanado o nome de Deus (1.7). Eles estão errados e não admitem. Estão cegos, endurecidos e cauterizados. O mesmo problema combatido pelo profeta Isaias (Is 1.2,3). O desvio da teologia leva ao desvio moral: O liberalismo, o sincretismo e a ortodoxia morta levam à vida relaxada! Que perigo corremos quando falamos sobre e queremos fazer a obra de Deus sem andarmos com Ele! Precisamos saber e jamais esquecer que há uma diferença enorme em conhecer a respeito de Deus e conhecer a Deus! Quando conhecemos a Deus, conhecemos também Suas leis. E quando conhecemos Suas leis (a Bíblia) sabemos o que Ele requer de nós. Quanto a isso Miquéias disse: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus” (Mq 6.8). Paulo reforçou: “... que ofereceis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável que é o vosso culto racional. E não vos conformei com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12.1,2).
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Segundo - O Perigo Da Liderança Ser Uma Maldição Em Vez De Uma Bênção . A liderança jamais é neutra: ela é uma bênção ou uma maldição. Concordamos com o ditado: tal líder tal povo. Sempre que a liderança é um exemplo positivo, o povo segue-lhe os passos. Sempre que o líder transgride, ele é um laço para o povo. Como Líderes: Devemos buscar a santificação pois, como líderes espirituais somos referenciais e marcos balizadores para as pessoas. - Somos e sempre seremos vistos como espelhos para elas. - Quando miramos o espelho, vemos a nos mesmos. O espelho nos mostra quem somos e o que precisa ser melhorado em nossa imagem. - O espelho possui algumas características, que lançam luz sobre o tema proposto. - a) O espelho é mudo – Ele nos mostra quem somos não através de som, mas através de imagem. Ele não discursa, ele revela. Ele não alardeia, ele reflete. Como líderes ensinamos não apenas com palavras, mas com exemplos. E, o exemplo não é apenas uma forma de ensinar, mas a mais eficaz de todas! - b) O espelho deve ser limpo – Um espelho embaçado ou sujo não pode refletir a imagem com clareza. Assim não podemos, como líderes espirituais, viver uma duplicidade, como atores, falando uma coisa e vivendo outra, quando há um abismo entre o que professamos e o que praticamos, quando os atos reprovam nossas palavras. Então, nós deixamos as pessoas confusas, decepcionadas, sem um padrão a seguir. - c) O espelho precisa ser plano – Um espelho cônvado ou convexo distorce e altera a imagem. Precisamos ser, como líderes espirituais, um referencial de vida pura e irrepreensível. Pois o pecado do líder é mais grave, mais hipócrita e mais nefasto. Mais grave porque os pecados dos mestres são os mestres do pecado. É mais hipócrita porque, ao mesmo tempo em que ele combate o pecado em público ele o prática em secreto. É mais nefasto em suas conseqüências porque o líder, ao pecar contra um maior conhecimento, sua queda torna-se mais escandalosa. Quanto maior a árvore, maior é o estrondo da sua queda. - d) O espelho precisa ser iluminado – Sem luz podemos ter espelho e olhos; e ainda assim ficaremos imersos em densas trevas. Deus é luz, a sua Palavra é luz. E sempre que um líder se afasta de Deus e da Sua Palavra sua luz se apaga e, todos aqueles que miravam para nós buscando sua referência ficam perdidos e confusos. A liderança é como um espelho. Líderes apáticos produzem crentes mundanos, vazios e omissos. Deus está mais interessado em quem você é do que no que você faz. Vida é mais importante do que trabalho. Piedade é mais importante do que atividade. Vida com Deus é mais importante do que desempenho. Deus não procura adoração, pois seu culto não O tornará maior e nem a falta dele O tornará menor! Deus procura cristão verdadeiros, vidas compromissadas, pessoas que através das suas vidas O adorem em espírito e em verdade. 2º - O PERIGO DE PRATICAR O MAL SEM PERCEBÊ-LO. O profeta Malaquias denuncia o pecado como se estivesse num tribunal. A acusação é feita: Eles não honram a Deus como Pai, não respeitam a Deus como Senhor (v.6) e, por isso, profanam a mesa de Deus (v.7) e mesmo assim, não percebem isso. E como perceberiam se suas vidas estão longe de Deus? Não é isso que vemos na vida dos ímpios? Você já viu algum deles reconhecerem seus erros diante de Deus? Eu também não!
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Mas o triste, e o que é perigoso, é que nesta passagem Deus não está tratando com ímpios. Deus está tratando com seu próprio povo. O povo escolhido, o povo amado. O povo com quem Ele fez uma aliança. Qual Ele tirou do Egito com mão forte (Ex. 13.14), o povo que O conduziu (Ex 13.19), protegeu e sustentou no deserto (Ex 14-17). O povo para qual deu a terra prometida (Josué). Mas este povo que experimentou todas essas maravilhas agora está em pecado e lamentavelmente não reconhece sua incredulidade. O que é mais triste ainda, é que mesmo conhecendo todas as conseqüências que caíram sobre Israel por levarem uma vida medíocre, inútil diante de Deus, nós, ainda assim, fazemos o mesmo hoje. Porque isso acontece? Você tem certeza que todas as suas atitudes que tem realizado com segurança e rotineiramente agrada a Deus? O problema na vida dos sacerdotes de Israel e conseqüentemente do povo era por realizarem o mal diante de Deus e acharem que realizavam o bem! E seu culto como tem Sid realizado? Se fosse possível, você arriscaria sua salvação na certeza que todos sua vida tem agradado a Deus? Pense nisso!
3º - O PERIGO DE NÃO ACEITAR A REPREENSÃO DIVINA. Aqui está talvez a maior dificuldade para o homem, reconhecer que errou e adorar a Deus aceitando as conseqüências do pecado! Israel e seus sacerdotes tinham os olhos fechados e o coração endurecido. Eles retrucaram quando foram, por Deus, acusados: "Em que desprezamos nós o teu nome?" (1.6); "em que te havemos profanado?" (1.7). Muitas vezes, as atitudes pecaminosas são os pecados ocultos da consciência do pecador. No passado, Caim ofereceu a Deus um culto indigno de Deus (Gn 4). Ele foi repreendido, mas em vez de mudar de vida, endureceu-se ainda mais. Caim ofereceu um culto a Deus sem observar os seus preceitos, ou seja, ofereceu um sacrifício incruento. Além disso, ele ofereceu um culto à Deus com o coração cheio de ódio e inveja (lJo 3.12). Caim ofereceu um culto a Deus mesmo maquinando e praticando o mal. Ele tentou esconder o seu pecado e livrar-se da sua conseqüência. Vemos o mesmo mal nos filhos do sacerdote Eli, Hofni e Finéias, quais também foram destruídos porque profanaram o culto divino (lSm 4). Deus havia alertado o profeta Eli por três vezes acerca do pecado de seus filhos. Eles faziam a obra de Deus, mas eram adúlteros. Eles oficiavam sacrifícios no altar, mas eram filhos de Belial. Eles carregavam a arca da aliança, mas ao mesmo tempo estavam vivendo em pecado e desobedecendo aos preceitos da lei quanto ao culto. Por isso, Deus os reprovou e eles morreram. A liderança deles foi uma tragédia para o povo. Trouxeram maldição sobre o povo em vez de bênção; morte em vez de vida. Temos ainda o relato de Coré, Datã e Abirão quais foram mortos por oferecerem fogo estranho ao Senhor (Nm 16). E você, como tem sido seu culto? Sua vida é semelhante ou diferente a vida de Caim? Você tem aceitado as repreensões divinas, tem dado glórias por isso? A palavra de Deus diz em Hebreus 12.6: “ porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe”. Você consegue ver o amor de Deus sobre você quando você é exortado (a) ou disciplinado (a) pelo pastor (instrumento usado por Deus) de sua igreja? E quanto à vida dos filhos de Eli, a sua tem sido igual ou diferente? Seu dia-a-dia qualifica ou reprova o culto que você oferece quando esta na casa de Deus? Que tipo de culto, qual a qualidade desse culto que você tem entregado a Deus? O culto é bíblico ou é anátema (maldito). Culto não é show nem entretenimento para agradar a preferência das pessoas. Não podemos ir à igreja buscando satisfação pessoal. Deus
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estabeleceu os princípios para o culto. Transgredir esses princípios é entrar num terreno perigoso. È afrontar a Deus. Não há dúvida que o culto é bíblico e que por isso é benção para o povo. Desta forma, quando oferecemos um culto a Deus dentro dos Seus preceitos temos algumas certezas: 1) que Deus aprovou nossa vida; 2) que Deus aceitou nossa adoração; 3) que nossa vida foi edificada, nossa alma alimentada e, nosso coração está satisfeito.
4º - O PERIGO DA IMPUREZA NA VIDA DO ADORADOR (Ml 1.8b,9, 10) “Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? - diz o Senhor dos Exércitos. Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? - diz o Senhor dos Exércitos. Tomara houvesse entre vós quem fiche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a vossa oferta” (1.8b,9,l0).
Vemos duas verdades são enfatizadas por Malaquias:
A - A vida do adorador precisa vir antes da oferta. - Ageu e Zacarias conseguiu motivar o povo a reconstruir o templo, - É mais fácil reconstruir a Casa de Deus do que viver nela para a glória de Deus. - Malaquias mostra que os sacerdotes estavam oferecendo pão imundo na Casa de Deus.
- Estavam profanando o santuário do Senhor. ** As ofertas deles eram um reflexo da vida errada que levavam.
Lição - Deus não busca adoração, mas adoradores que o adorem em espírito e em verdade. - Gn. 4 - Se Deus não aceitar nossa vida, Ele também não aceitará nossa oferta . - Is. 1 - A oferta, muitas vezes, revela a vida do ofertante. - Pecamos contra Deus pela maneira como O cultuamos: irreverência, superficialidade e leviandade. - Ml (1.10) - Deus diz: "Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a vossa oferta. B - O culto precisa ser em espírito e em verdade. - O culto é bíblico ou é anátema? - Os princípios que regem o culto precisam ser emanados da Palavra. Em Números 16 lemos que Deus não aceita fogo estranho em Seu altar. Aqui em Malaquias notamos que Deus não aceita sacrifícios impuros em Seu altar. Rm 12.1,2 – no mostra que Deus não aceita nada menos que o melhor! Sl 51 16,17 - declara que o culto precisa ser, também, de todo o coração, com sinceridade, com zelo, com amor, com alegria, com deleite.
5º - O PERIGO DE OFERECER A DEUS AS SOBRAS E NÃO AS PRIMÍCIAS (1.8,9,13,14) “Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? - diz o Senhor dos Exércitos. Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais. ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? - diz o Senhor dos Exércitos. E dizeis ainda: Que canseira! E me desprezais, diz o Senhor dos Exércitos; vós ofereceis o dilacerado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta. Aceitaria eu isso da vossa mão? - diz o Senhor. Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações” (1.8,9,13,14).
- Malaquias é enfático ao afirmar que Deus não aceita nada menos que o melhor.
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- É melhor não oferecer sacrifícios à Deus do que oferecê-los em vão. a) O que os sacerdotes estavam levavam à Deus? - animais cegos, coxos e enfermos (1.8). o dilacerado (1.13) e o defeituoso (1.14). - Na sua visão eles ofereciam a Deus o pior ou o melhor? - Estavam oferecendo sacrifícios a Deus de acordo com sua própria vontade ou de acordo com os princípios de Deus? O texto mostra claramente que as ofertas colocadas no altar do Senhor estavam fora dos preceitos Bíblicos. E de acordo com seus próprios corações, ofereciam a Deus o resto, o imprestável. - Ofereciam a Deus até mesmo a carniça. É esse mesmo o significado, na língua original, da palavra “dilacerado” encontrada no verso 13. Dilacerado traz o significado das sobras de um animal que foi estraçalhado por uma fera no campo. A sobra que não serve para mais nada e que está em decomposição, apodrecendo. b) Qual é a orientação bíblica sobre as ofertas entregues a Deus? - exigia um animal sem defeito (Lv 22.20; Dt 15.21). c) Porque os sacrifícios a serem entregues a Deus deveriam ser os melhores, serem perfeitos? - Esses sacrifícios tipificavam o sacrifício perfeito de Cristo (Jo 1.29; 1Pe 1.1821). d) Qual eram as atitudes dos sacerdotes e conseqüentemente do povo? - Pela descrição do texto, com certeza, diziam: para Deus qualquer coisa serve. - Eles retribuíam o amor de Deus com descaso! - Quando deviriam dar o melhor, davam a carniça! Mas a verdade incontroversa é que Deus não aceita nada menos que o melhor (1.9). - Malaquias ergue sua voz para dizer que Deus não aceita esse tipo de culto, vazio, formal, hipócrita, fraudulento, com ofertas que procedem de um coração distante (Sl 51. 16,17). Malaquias diz também que Deus não pode ser enganado pelos sacerdotes . Mas o povo tendo o povo o melhor, levava o pior para Deus (1.14). b) Prometiam primícias e traziam o resto, mas Deus não é Deus de resto. c) Eles estavam roubando a Deus nos dízimos e pensavam que Deus não estava vendo (3.8). a)
LEMBREMOS de Ananias e Safira, na Igreja Primitiva, tentaram enganar a Deus. Eles retiveram parte do dinheiro e disseram que estavam dando tudo. Por isso foram sentenciados à morte. Satanás encheu o coração deles para mentirem ao Espírito Santo (At 5.1-11). Vamos estudar um pouco de matemática? 1) Se meu salário é R$1.000,00. Quanto será meu dízimo? R$ 1.000 00 – 10% = R$ 100 00
O valor do meu dizimo seria R$ 100,00. Foi fácil encontrar a resposta? Claro! Muito fácil! 2) Vamos dificultar um pouco mais agora. Se meu salário é R$ 2.237,00, quanto será o valor o dizimo que devo entregar?
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R$ 2.237 00 – 10% = R$ 223 70
O valor do meu dízimo a ser entregue seria R$ 223,70. * Me responda outra pergunta agora: Como chegamos ao valor correto do dízimo que teríamos que dar de acordo com os dois exemplos de salários que citamos? A resposta a esta pergunta é ainda mais fácil! Chegamos aos valores fazendo uma conta muito simples! É só dividir o valor do eu salário por 10 e separar uma parte, essa é meu dízimo! Mas aqui está o grande problema que muitas vezes corremos ao entregar nosso dízimo a Deus. O grande problema é que esquecemos que Deus também sabe fazer, com muito mais facilidade, essas continhas que acabamos de fazer e achar simples! Esquecemos que Deus examina e conhece no coração, no bolso (sabe quanto você ganha), o envelope em que escondemos nossos dízimos e, o gazofilácio (quanto você deposita lá). O triste é que muitos, ainda hoje, tentam enganar a Deus trazendo ao altar o que dizem ser o dízimo, mas Deus está vendo que o valor que depositam no gazofilácio não é todo o dízimo! Eles sonegam e subtraem o que é de Deus e pensam que podem enganar a Deus e saírem ilesos. - Reter mais do que é justo é pura perda, é receber salário para colocá-lo num saco furado (Ag 1). - Ninguém pode enganar a Deus, pois Ele tudo vê e a todos sonda (Sl 139). - A Bíblia diz que Jesus viu a mulher viúva trazendo sua oferta ao gazofilácio (Mc 12.41-44) e afirmou que ela deu mais. Ela deu muito mais que todos aqueles. Não porque seu valor era exorbitante, mas porque deu de coração, deu de acordo com a Palavra de Deus! - O agrada a Deus não é o valor depositado no gazofilácio mas a vida do ofertante. Deus não precisa de nossas ofertas para continuar a ser Deus. Mas nós precisamos de Deus para continuarmos sendo seus filhos!
6º - O PERIGO DE HONRAR MAIS AOS HOMENS DO QUE A DEUS (1.8,9) “ Quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? -- diz o SENHOR dos Exércitos. 9 Agora, pois, suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? -- diz o SENHOR dos Exércitos” (Ml 1.8,9).
O povo estava tendo mais respeito com as autoridades políticas do que com o Senhor dos Exércitos. O povo era mais articulado na bajulação aos homens públicos do que na adoração a Deus. Eles não tinham coragem de ofertar ao governador o que estavam trazendo para a Casa de Deus. Eles honravam mais aos homens do que a Deus.
O triste é saber que muitas vezes, nós também, temos mais reverência diante dos homens do que diante de Deus: no falar, no vestir, no agir, na postura. Tememos mais ao o que as autoridades terenas nos podem fazer, do que o Deus todo poderoso pode fazer! Deixa-me fazer umas perguntas a você: - Você chega atrasado para uma audiência? Com certeza não, pois se não você é punido ou perde a audiência! - Mas quantas vezes você chega na igreja antes de começar o culto na igreja?
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- Você se veste de qualquer forma para ir a uma festa, viagem, ou até mesmo para estar diante de uma autoridade? Mas e para ir à igreja, onde você estará diante da autoridade máxima entre as todas, você tem o mesmo cuidado e zelo? - Você fala qualquer palavra para uma autoridade ou presta muita atenção (toma muito cuidado) antes de dizer qualquer coisa? Mas no culto à Deus, você tem a mesma reverência, o mesmo cuidado? No texto de Malaquias vemos que o povo buscava os favores de Deus (Ml 1.9), mas não queria agradar a Deus. Será essa atitude algo semelhante as nossas? Agora, quero que você pense comigo: - Se um governador (autoridade terrena, limitada) não pode se agradar nem ser favorável à alguém com a afronta de um presente indigno e impróprio à sua posição, como o povo de Israel estava oferecendo (animal cego, coxo ou enfermo), quanto mais o Deus dos Exércitos aceitaria os adoradores com ofertas tão aviltantes (ofensivas)! Sendo este Deus Santo, Santo, Santo (Is 6.3). A oferta que trazemos nas mãos revela nosso coração. Nossa oferta é uma radiografia do nosso interior. Lembre-se de Caim (Gn 4), os filhos do profeta Eli, Hofni e Finéias (lSm 4) e, Coré, Datã e Abirão (Nm 16). Quando conseguimos entender essas verdade nos torna claro o motivo pelo qual Deus: “não procura adoração, mas sim, verdadeiros adoradores”. Homens (adoradores) santos, que O adorem em espírito e em verdade. Cristãos que ofereçam, como Paulo sugere, pelas misericórdias de Deus, um sacrifício: vivo, santo e agradável a Deus, porque esse é o seu culto racional”(Rm 12.1). Porque assim deve ser a sua vida e, Deus não aceita outro culto se não esse.
7º - O PERIGO DE OFERECER A DEUS UM CULTO INÚTIL (1.10) “ Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta” (Ml 1.10).
De acordo com o texto que lemos, Deus prefere a igreja fechada a um culto hipócrita. É inútil acender o fogo do altar se nele vamos oferecer uma oferta imunda, se nossa vida está contaminada, cheia de impureza e ódio (Mt 5.23-25). - (Gn 4.5). Quando Deus não tem prazer no ofertante, Ele não aceita a oferta. Deus rejeitou a oferta, porque rejeitou primeiro o ofertante. Foi assim com Caim. - (lSm 15.22) - O profeta Samuel disse que obedecer é mais importante do que o sacrificar. - (Is 1.13) - Deus disse por intermédio do profeta Isaías: "Não continueis a trazer ofertas vãs, o incenso é para mim abominação [...] não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene". - (Am 5.21,23,24) - O profeta Amós, nessa mesma linha de pensamento, disse em nome do Senhor: ''Aborreço, desprezo as vossas festas e com as vossas assembléias solenes não tenho nenhum prazer [...]. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias da tua Antes, corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro perene". - (Mt. 15.8) - Jesus disse: "Esse povo honra-me com os lábios, mas o coração está longe de mim". - (Rm 12.1) - Paulo exortou: "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas mericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional".
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É tão comum em nossos dias ouvirmos que o importante é freqüentarmos a igreja em que nos sentimos bem. Que o importante no culto é fazer o que o coração manda. Mas quando confrontamos esses pensamentos com a palavra de Deus, notamos que isso não é verdade! Que o culto não foi instituído para que, primeiramente, o homem se sinta bem, mas para que ele se relacione com Deus. Para que Deus seja, por nós, exaltado e adorado. E quando não fazemos isso, nosso culto se torna inútil por vários por vários motivos: 1) Porque Deus não o aceita; 2) Porque desobedecemos a Deus ao oferecermos um culto de acordo com a nossa vontade e não de acordo com a vontade dEle, 3) Porque falhamos em nosso propósito; 4) Porque não fomos edificados E se isso aconteceu não houve culto.
8º - O PERIGO DE SE ENFADAR DO CULTO DIVINO (1.13) “E dizeis ainda: Que canseira! E me desprezais, diz o SENHOR dos Exércitos; vós ofereceis o dilacerado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta. Aceitaria eu isso da vossa mão? - diz o SENHOR” (Ml 1.13).
Israel o povo que deleitava nos caminhos do Senhor (Ml 2.6). Que havia declaro pelo Salmista Davi que tendo o Senhor como pastor isso basta (Sl 23). Que havia declarado que se alegravam quando iam à casa do Senhor (122.11). Agora diz: Que canseira!. O povo estava dizendo que estava cansado de Deus! Isso quer dizer, em outras palavras, que quem estava errado era Deus e não a vida promiscua de Israel! O que aprendemos com isso é quando desprezamos o culto divino, sentimos canseira e não alegria na igreja. Quando fazemos as coisas de Deus na contramão da Sua vontade: - encontramos não prazer, mas enfado. - não comunhão, mas profunda desilusão. O que nos deixa casado não é a vida com Deus, pois fomos criados para vivermos com Ele, por Ele e para Ele. O que cansa é o pecado. - Fazer a obra de Deus relaxadamente cansa. - Um culto sem fervor espiritual cansa. agrada:
Quando o culto é desprezado, uma pessoa vem à igreja e fica enfadada. Nada lhe - a mensagem a perturba, - os cânticos a enfadam.
deleite.
Ela está cansada, desanimada. O culto passa a ser um tormento, em vez de ser um Precisamos ter a motivação correta no culto e para a realização do culto a Deus: - tudo deve ser feito para a glória de Deus (lCo 10.31). - não podemos nos acostumar com o sagrado (l Sm 4), - é perigoso se enfadar de Deus (Mq 6.3), - se cansar de Deus (Is 43.22,23).
A geração de Malaquias estava bocejando no culto, resmungando acerca da duração do culto e dizendo: que canseira! Quando desprezamos o culto divino recebemos o completo repúdio de Deus. - Ele rejeita o ofertante e a oferta (1.10,13). - Deus rejeita o ofertante e sua oração (1.9). - Quando nossa vida está errada com Deus, não temos sucesso na oração. - Em vez de Deus ter prazer nesse culto, Ele diz que isso é um mal (1.8).
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- Em vez de Deus receber esse culto, Ele diz que ele é inútil (1.10). Qual tem sido sua disposição no culto a Deus? O quê te motiva a louvar a Deus? Se você tem achado o culto cansativo; as pregações do seu pastor cansativa; os cânticos cansativos sem emoção. Se nada disso tem te motivado a servir melhor a Deus. Mas, sim, te incentivado a abandonar a Deus ou a sua igreja, quero te pedir uma coisa. Antes de você criticar o pastor, a equipe de louvor, a liderança da sua igreja, a sociedade interna da qual você faz parte. Quero que você olhe para você mesmo, examine seu coração. Pergunte a você mesmo: Como está minha vida com Deus? Quantas vezes tenho orado por dia, qual tem sido o teor das minhas orações (se você tem feito)? Quanto tempo tenho separado para leitura bíblica? Após responder essas perguntas a você mesmo, com sinceridade, então estará pronto para olhar e criticar a igreja (se ela estiver errada) e você certo. Te peço ainda que não saia da sua igreja para ir a uma outra sem fazer essas mesmas perguntas a você e responde-las. Pois, se o problema não estiver com você, na forma que você está vivendo com Deus. Você estará prejudicando outra igreja e Deus te cobrará isso. Mas se sua conclusão for que o problema esta na sua vida. Que, de fato, você não tem servido a Deus como ele pede. Então, dobre seus joelhos ao chão e com o coração contrito e o espírito prostrado diante de Deus clame pelo perdão. Abra seu coração pedindo humildemente que Deus te ajude a adorá-lo como Ele pede. A ter uma vida santa e agradável à Ele. E se sua conclusão for que de fato a igreja está errando na forma de adorar a Deus. Peço-te que não saia, pois Deus está abrindo seus olhos e, com certeza, te coloca neste lugar para que você trabalhe em busca de um culto que agrade a Deus! Trabalhe para que sua igreja seja uma benção para a vida de outras pessoas!
9º - O PERIGO DE QUERER LIMITAR O PODER DE DEUS (1.5,11,14) 5”
Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o SENHOR também fora dos limites de Israel. 11Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos. 14 Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao SENHOR um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações” (Ml 1.5,11,14)
Consideramos anteriormente que Deus é Pai, e que os sacerdotes O reconhece como Pai, porém, não O honra como Pai. Agora, vemos, através destes versos que Deus não é apenas o Pai (Ml.1.6; Ex 4.22) e o Mestre de Israel, mas Deus é também o seu Rei. Israel desde muito cedo já havia reconhecido a soberania divina como Rei de sua nação (Nm 23.21; 24.7; Dt 33.5). Quando consideramos a história bíblica notamos que o Deus dos Exércitos não é uma divindade tribal. Deus não é propriedade de um povo, de um grupo, de uma denominação. - Ele não é apenas o Deus dos judeus; - O Deus da nossa igreja, - Mas o Senhor do universo. Seu nome é grande fora dos limites de Israel (1.5). Deus chama os seus eleitos das nações e Ele julga as nações. Israel o rejeitou, mas não frustrou o Seu plano, pois Deus formou para si um povo santo e o comprou com o sangue de Cristo (Ap 5.9). Todos quantos receberam a Cristo, o Filho de Deus, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus (Jo 1.11-12). Agora somos um só povo, um só rebanho, uma só família!
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Quando deixamos de cumprir os propósitos de Deus, Ele levanta outros para ocupar o nosso lugar. Não há pessoas insubstituíveis na obra de Deus. Ele não precisa de nós; nós é quem precisamos Dele. Deus não precisa do nosso culto, nós é quem precisamos cultuá-Lo. Nosso culto não pode fazer Deus melhor nem pior. Ele é perfeito em si mesmo. Se não cumprirmos nossa missão, Ele remove o nosso candeeiro e chama outro para ocupar o nosso lugar. De uma pedra Deus pode suscitar filhos a Abraão! Deus sem nós, é Deus; nós sem Deus, somos nada. Não podemos perder o tempo da nossa oportunidade! Concluímos, dizendo que Deus espera ser honrado pelo Seu povo por Sua grandeza. Pense nisto: Se o povo teme insultar o governador, ousaria desafiar o grande rei persa que o havia nomeado? Pois com muito maior temor e reverência deveriam eles estar ansiosos por agradar Àquele que considera as nações como "um pingo que cai dum balde e reduz a nada os príncipes" (Is 40.15,22). Deus ainda espera ser honrado pelo Seu povo por Seu amor. Deus requereu ser temido como Senhor, honrado como pai, amado como marido. Me responda mais uma ultima pergunta: - Qual é o ponto comum, a linha mestra, de tudo isso? Amor! Sem amor, o temor é um tormento e a honra não tem sentido. - O temor, se não vem contrabalançado pelo amor, é medo servil. - A honra, quando vem sem amor, não é honra, mas adulação. A honra e a glória dizem respeito a Deus, mas nenhum dos dois será aceito por Ele, se não forem temperados com o mel do amor. Capítulo Dois
O MINISTRO: BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO (Ml 2.1-9) De acordo com o verso anterior percebemos que o profeta MALAQUIAS ACABARA de exortar o povo (1.14). Mas, agora, ele volta sua profecia na direção dos sacerdotes (2.1), afim de mostrálos que Deus está reprovando-os: por sua descrença e desobediência (2.2,3), pelo ensino deturpado (2.4-8) pela parcialidade na aplicação da lei (2.9). Diante destes aspectos e como introdução ao segundo cápitulo deste livro, destacamos duas verdades solenes:
Primeira: a obediência produz bênção, enquanto a desobediência acarreta maldição (Dt 28.2,15). A desobediência de Israel foi a causa do exílio na Babilônia (Dt 28.64-67). Em vez de bênção, o povo colheu maldição, porque escolheu o caminho da rebeldia em vez das veredas da justiça. Com a volta do cativeiro, a monarquia não foi mais restaurada. Israel deixou de ser uma nação política e se tornou um rebanho religioso. Nesse contexto, o sacerdote era a figura principal. Ele também exercia o ministério docente e profético (Ne 8.18).
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Porém, agora, Deus está advertindo novamente sobre a maldição. Ela estava sendo provocada pelos sacerdotes (2.2). A maldição veio e Israel ficou mais quatrocentos anos sem voz profética, mergulhado em profundas angústias. A ausência de profetas foi um duro golpe em Israel e se tornou um marco histórico dolorido, uma verdadeira calamidade. Segundo, a liderança espiritual nunca é neutra, é uma bênção ou uma maldição. O desvio do povo começou na sua liderança. Primeiro, os sacerdotes se corromperam, desprezando o nome de Deus; Depois, o povo começou a trazer animais cegos, coxos, doentes e dilacerados para Deus. Quando os líderes não honram a Deus, o povo se desvia. Onde a palavra de Deus é despresada, o povo perece. (Os 4.6) - O profeta Oséias já alertara em nome de Deus: "O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento" Consideremos alguns pontos que são de mister necessidade para uma adoração verdadeira a Deus:
1º - AS BÊNÇÃOS DO MINISTRO TRANSFORMADAS EM MALDIÇÃO (2.1-4) “Agora, ó sacerdotes,para vós outros é este mandamento. Se o não ouvirdes e se não propuserdes no vosso coração dar honra ao meu nome, diz o Senhor dos Exércitos, enviarei sobre vós a maldição e amaldiçoarei as vossas bênçãos; já as tenho amaldiçoado, porque vós não propondes isso no coração. Eis que vos reprovarei a descendência, atirarei excremento ao vosso rosto, excremento dos vossos sacriftcios, e para junto deste sereis levados. Então, sabereis que eu vos enviei este mandamento, para que a minha aliança continue com Levi, diz o Senhor dos Exércitos” (2.1-4).
De acordo com o profeta Malaquias, podemos destacar três fatos nestes quatro primeiros versículo, a saber:
Em primeiro lugar, Malaquias fala sobre a natureza da maldição sobre as bênçãos. As bênçãos neste versículo podem ser uma referência tanto: 1) Nm 18.21 - as bênçãos físicas e matérias prometidas aos sacerdotes que recebiam os dízimos do povo; 2) Nm 6.24-27 – ou ao pronunciamento das bênçãos proferidas pelos sacerdotes na ocasião dos sacrifícios, quais se tornariam maldição sobre o povo e sobre suas próprias cabeças. V. 2 - A maldição cai sobre os próprios ministros "enviarei sobre vós a maldição"(2.2):. Isto é o reverso da promessa original para a obediência: "eu enviarei minha bênção sobre ti". V.2 - A maldição cai sobre as próprias bênçãos dadas pelos ministros: " ... e amaldiçoarei as vossas bênçãos" (2.2). Deus não diz: "eu vou enviar a maldição em vez de bênção" . Ele diz: "eu vou amaldiçoar as vossas próprias bênçãos". O povo recebe maldição dos sacerdotes ao tentarem abençoá-los. Quando os sacerdotes levantavam as mãos para abençoar (Nm 6.24-26) , em vez de receber bênção, o povo recebia maldição.
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Deus é capaz de transformar maldição em bênção (Ne 13.2) e bênção em maldição (2.1,2). É muito doloroso quando Deus remove Suas bênçãos de nós; mas quando Ele transforma as bênçãos em maldição, a dor é terrível. Como já dissemos, algumas vezes, um ministro nunca é uma pessoa neutra. Ele é uma bênção ou uma maldição. Ele é instrumento de vida ou de morte. Charles Spurgeon dizia que o maior instrumento de Satanás dentro da igreja é um ministro infiel. D. Moody afirmava que o maior problema da obra são os obreiros. Um líder impiedoso é pior do que um herege.
Em segundo lugar, O profeta Malaquias fala sobre a RAZÃO da maldição sobre as bênçãos. 1ª razão esta na conduta do ministro (2.2) – este verso nos mostra que a razão das próprias bênçãos serem amaldiçoadas está na conduta dos ministros que negligenciaram a Palavra de Deus: "Se o não ouvirdes, e se não propuserdes no vosso coração ... " (2.2). Ml. 2.1 – As Palavras de Deus são endereçadas especificamente aos líderes: “Agora, ó sacerdotes..”. A palavra hebraica miswa indica que não se pode recorrer do castigo que será pronunciado. Deus está enviando uma sentença irrecorrível, porque os pregadores relaxaram em instruir o Seu povo na Palavra. Os homens que deviam ensinar a Palavra de Deus não estavam fazendo isso adequadamente. Mas, e hoje, isso é diferente? Claro que não! Há igrejas cujos pastores são desencorajados de estudar, porque julgam que isso é carnalidade. Acham que podem abrir a Bíblia ao acaso e o que saltar aos olhos do pregador é o que se deve pregar. Depois, ainda dizem: "Foi o Senhor que mandou". Essa atitude perniciosa, relaxada e irresponsável, tem produzido: uma geração de crentes analfabetos da Bíblia, facilmente manipulável, verdadeira massa de manobra nas mãos de pastores inescrupulosos que querem tirar proveito do rebanho em vez de apascentá-lo com conhecimento e inteligência. Os pecados do líder são os mestres do pecado. Quando o líder despreza a Palavra de Deus, torna-se instrumento de maldição e morte e não de bênção e vida. 2ª razão está no desprezo ao nome de Deus (2.2): As bênçãos são amaldiçoadas também porque os ministros desprezaram o nome de Deus: "se não propuserdes dar honra ao meu nome" (2.2). Honrar significa "dar peso, mostrar atenção, considerar como importante". O nome de Deus estava sendo desonrado pela vida dos ministros, pelas ofertas trazidas à Sua casa, pela falta de fervor espiritual do povo. Quem não vive para a glória de Deus, vive de forma vã. Os pregadores não apenas negligenciaram a Palavra, mas também não a colocaram em prática.
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Em terceiro lugar, Malaquias fala sobre as implicações da maldição sobre as bênçãos. v.3 - A primeira implicação é uma descendência reprovada: "Eis que vos reprovarei a descendência ..." (2.3). A palavra "descendência” no hebraico é "semente". Assim, essa expressão foi interpretada de duas maneiras: Primeiro, pode ser que as colheitas seriam fracas , fazendo os dízimos e ofertas diminuírem. Desta forma, o sustento dos sacerdotes seria cortado . Segundo, pode também significar a posteridade. Assim, uma diminuição contínua de pessoas e colheitas era o julgamento de Deus.
v. 3 - A segunda implicação é uma liderança desonrada: "...atirarei excremento aos vossos rostos, excremento dos vossos sacrifícios" (2.3). Meu irmão, você entendeu o que Deus esta dizendo aqui? “atirarei excremento aos vossos rostos”. Você sabe o que é excremento? É isso mesmo, vezes dos animais. Deus diz que jogará fezes dos animais a serem sacrificados nos rostos dos sacerdotes. Dos animais coxos, doentes, dilacerado. Vamos ler Êx 29.14; Lv 4.11. O esterco dos animais do sacrifício deveria ser removido do santuário e queimado fora do arraial. Contudo, para Deus os que ofereciam sacrifícios sem valor eram tão revoltantes que eles e seus sacrifícios deveriam acabar no depósito de esterco, longe da presença de Deus. Deus esta dizendo que os sacerdotes mereciam o mesmo fim que os excrementos tinham. - Como eles trouxeram o pior para Deus, agora eles recebem o pior de Deus. - Como eles afrontaram a Deus, agora são desonrados por Deus. - Jogar algo no rosto de uma pessoa era uma ofensa muito grave. Qual sua reação se alguém jogar algo em seu rosto? E se esse algo for excremento de animais? Deus envergonha publicamente os sacerdotes. Deus está dizendo que os sacerdotes teriam a mesma sorte que as entranhas ou os excrementos que eram levados para fora, ao campo, e queimados. Em outras palavras, Deus está dizendo que os sacerdotes culpados seriam retirados da comunidade e destruídos.
A terceira implicação é uma liderança rejeitada : "... e para junto deste sereis
levados" (2.3). O excremento dos sacrifícios devia ser levado para fora do arraial e queimado (Êx 29.14; Lv 4.11).
Para Deus, os que ofereciam sacrifícios sem valor eram tão desprezíveis que eles e seus sacrifícios deveriam acabar no depósito de esterco, longe da presença de Deus. Os sacerdotes seriam tirados do templo e seriam lançados numa montanha de excremento.
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Os sacerdotes seriam depostos e não mais poderiam continuar no ministério, visto que seriam rejeitados por Deus. Há muitos líderes hoje que estão vivendo na prática do pecado e ao mesmo tempo estão pregando, aconselhando e ministrando a Ceia do Senhor. Esses ministros parecem cauterizados e anestesiados pelo ópio do pecado. Eles perderam a capacidade de ouvir a voz de Deus, embora estejam pregando a Palavra de Deus. Eles abafaram a voz da consciência, taparam os ouvidos às advertências de Deus e só irão retroceder na prática de seus pecados ocultos quando forem expostos ao opróbrio, quando forem flagrados e suas práticas vergonhosas vierem a público. A cada ano cresce o número de pastores e líderes se divorciando por motivos fúteis. A cada ano, cresce o número de líderes que naufragam por causa do sexo, do dinheiro e da sede de poder. A LIÇÂO é que, se os sacerdotes continuassem mostrando desrespeito para com Deus, eles mesmos viriam a ser tratados com desrespeito (2.9). Seriam eliminados do meio do povo de Deus, como os excrementos eram do santuário! O pior é que nós, membros, esquecemos que com a morte e ressurreição de Cristo, também fomos feito sacerdotes de Deus!
A quarta implicação é uma liderança que só atenta para Deus quando é tarde demais: "Então saberei.s que eu vos enviei este mandamento ... " (2.4). Nesse momento é mister lembramos que Levi foi o primeiro sacerdote oficial chamado por Deus. Deus fez uma aliança, um acordo inviolável com Levi e com seus descendentes (Nm 3.11-13). A tribo de Levi foi separada para trabalhar exclusivamente nos deveres do culto. Na distribuição das terras, em Canaã, é dito que a herança dessa tribo é o Senhor (Nm 18.20; Js 13. 1,32). Todavia, os sacerdotes desprezam este privilégio e Deus os chama para uma audiência. E, a mais de 2000 anos depois, encontramos, ainda, muitos ministros e líderes vão continuar desonrando a Deus, desprezando a Sua Palavra até serem apanhados e envergonhados em público. Todos têm notado que, infelizmente, vivemos uma profunda crise na liderança cristã. Há muitos líderes doentes emocionalmente. Há outros que estão perdidos doutrinariamente. Há aqueles que entraram no ministério por motivos equivocados e inconfessos. Há também outros que fizeram do ministério uma fonte de lucro, pois não é claro se evangelizam para arrecadar dinheiro ou se arrecadam dinheiro para evangelizar. Há uma nuvem imensa de pastores e líderes que têm deitado no colo das Dalilas e acordado tarde demais, sem visão, sem força e sem ministério. Jeremias 48:10 diz: “Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente!”. Maldito! Serão tratados como excremento, lançados fora do santuário de Deus, despresados!
A BÊNÇÃO DE SER UM VERDADEIRO MINISTRO (2.5-7) “Minha aliança com ele foi de vida e de paz; ambas lhe dei eu para que me temesse; com efeito, ele me temeu e tremeu por causa do meu nome. A verdadeira instrução esteve na sua boca, e a injustiça não se achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão e da iniqüidade apartou a muitos. Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque, ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos” (2.5-7).
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Após tratar sobre as maldições lançadas sobre os sacerdotes e conseqüentemente sobre o povo pela desobediência encontramos o profeta descrevendo sobre as benções aos servos fiéis. Assim, Malaquias destaca quatro marcas de um verdadeiro ministro.
Em primeiro lugar, UM VERDADEIRO MINISTRO MANTÉM UM PROFUNDO RELACIONAMENTO COM DEUS: "...com efeito ele me temeu, e tremeu por causa do meu nome ... andou comigo em paz e em retidão" (2.5,6). Precisamos ter em mente que “Andar com Deus é mais importante do que trabalhar para Deus”. O Senhor da obra é mais importante do que a obra do Senhor. Jesus chamou os doze apóstolos para estar com Ele. Só então os enviou a pregar (Mc 3.14). Aqui há um princípio importante: “Deus está mais interessado em quem nós somos do que no que nós fazemos”. Pois se somos pessoas compromissadas com a Bíblia, se somos de fato suas verdadeiras e fiéis testemunhas, se somos árvores boas, então, nossos frutos também serão os melhores. Por isso, Ele não quer ativismo vazio, quer vida no altar. Foi o que Paulo disse: “ Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”(Rm 12.1).
- Só o temor a Deus pode nos livrar da sedução do pecado. - Só o temor a Deus pode nos livrar de temer os homens. - Aquele que treme diante do nome de Deus não teme açoites, prisões, nem mesmo a morte.
- Foi esse temor de Deus que deu coragem a Martinho Lutero na dieta de Worms, em 1521, para enfrentar seus opositores. Quem teme a Deus não teme a mais ninguém!
EM SEGUNDO LUGAR, UM VERDADEIRO MINISTRO É INCORRUPTÍVEL NA DOUTRINA: ''A verdadeira instrução esteve em sua boca” (2.6). Perseverar na doutrina foi um dos principais conselhos que o apostolo Paulo deu ao jovem Timóteo. Um grande elogio, e uma das principais características da igreja primitiva (At. 2.42-47). Desta forma, há uma profunda conexão entre o que o homem fala e o que ele é (Sl 15.2; Pv 18.4; Mt 12.33-37; Lc 6.45; Tg 1.26; 3.1-12). Um ministro que sonega a Palavra de Deus ao povo, que torce a Palavra de Deus e diz ao povo o que Deus não está dizendo é um falso ministro, um falso profeta. Hoje estamos vendo a igreja evangélica em profunda crise. Há desvios sérios: liberalismo, sincretismo, pragmatismo e ortodoxia morta. O apóstolo Paulo diz: "No ensino, mostra integridade, reverência, linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito" (Tt 2.7,8). Um ministro que torce a Palavra e dá ao povo a palha da heresia em vez do trigo nutritivo da verdade, não é boca de Deus, mas agente do diabo. A heresia, muitas vezes, é mais popular e mais palatável que a verdade. Contudo, o verdadeiro ministro está mais interessado em ser fiel do que em ser bemsucedido. A verdade é mais importante do que o sucesso. Fidelidade é mais importante que popularidade. Importa mais agradar a Deus do que ser louvado pelos homens. A glória de Deus é melhor do que os aplausos humanos.
Em terceiro lugar, UM VERDADEIRO MINISTRO É ESTUDIOSO E PROCLAMADOR DA PALAVRA DE DEUS: "Porque os lábios do sacerdote devem
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guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque é mensageiro do Senhor dos Exércitos" (2.7). A Bíblia nos mostra exemplos de servos consagrados, dedicados a obra de Deus e preocupado com a proclamação do verdadeiro ensino sagrado. Lemos em Esdras 7.10: “ Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do SENHOR, e para a cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos”. Este é o exemplo para nossas vidas, dispor o coração a Deus: 1 – Para buscar, constantemente, a Palavra de Deus (Bíblia) 2 – Para cumprir a Palavra de Deus (Bíblia) 3 – Para ensinar a Palavra de Deus (Bíblia) Mas, infelizmente, não era a realidade na vida dos sacerdotes e, conseqüentemente do povo de Israel nos tempos de Malaquias. Mas Deus já havia alertado seu povo sobre as conseqüências de uma vida longe de Sua Palavra. Oséias disse: “ O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos” Os 4.6). Deus declarou em Isaías 1.3: “O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende”. Por falta de conhecimento o povo estava sendo destruído. Por falta de conhecimento, por desprezo a Deus os sacerdotes seriam lançados fora, como excremento. Assim, vemos que a relação entre o verdadeiro conhecimento do Senhor e a instrução sacerdotal na lei é expressa vividamente nas seguintes palavras: “Israel esteve por muito tempo sem o verdadeiro Deus, sem sacerdote que o ensinasse e sem lei” (2Cr 15.3). Há muitos ministros preguiçosos que não estudam a Palavra. Dão palha em vez de pão ao rebanho. Alimentam o povo de Deus com o refugo das idéias humanas em vez de apresentar-lhes o banquete rico das iguarias de Deus. Outros ministros perderam a paixão pela proclamação da Palavra de Deus e fazem a obra do Senhor relaxadamente. Os tribunais seculares envergonham os púlpitos evangélicos. Os advogados e tribunos são muito mais zelosos em suas prédicas do que a maioria dos pregadores evangélicos. Precisamos resgatar o entusiasmo pela pregação da Palavra de Deus. Somos mensageiros de Deus! A' única forma de vermos uma nova reforma na Igreja é uma volta à Palavra, uma volta à pregação fiel das Escrituras! Que sejamos líderes fiéis a Deus, dedicados e tementes a Deus como Esdras foi, como Oseías, Isaias, Malaquias e outros.
Em quarto lugar, UM VERDADEIRO MINISTRO É UM GANHADOR DE ALMAS: "...e da iniqüidade apartou a muitos " (2.6). O verdadeiro ministro é comprometido com o trabalho evangelístico. Ele é um semeador, ele fala a tempo e fora de tempo, ele aproveita as oportunidades. Ele crê no poder do evangelho, na eficácia da redenção, na virtude do Espírito Santo. Ele prega com lágrimas, na dependência do poder do alto. Ele sabe que uma alma vale mais do que o mundo inteiro. Ele tem pressa para arrebatar do fogo os que cambaleiam indo para a morte. Ele tem coração ardente, olhos abertos e pés velozes. Um verdadeiro ministro ama a Palavra e as pessoas para quem prega. Uma coisa é amar a pregação, outra bem diferente é amar as pessoas para quem pregamos. Precisamos reacender em nosso coração a paixão pela evangelização, o primeiro amor. A igreja que cumpre seu papel de ser benção entre as nações não vive para si mesma. A igreja evangeliza ou morre. Uma igreja que não evangeliza não pode ser evangélica. A igreja é uma agência missionária ou um campo missionário. Ou ela conquista pessoas ou terá seus membros conquistados por outras.
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Há uma recompensa para os ganhadores de almas: "...os que a muitos conduzirem à justiça, resplandecerão como as estrelas sempre e eternamente" (Dn 12.3). No texto de Atos 2.42-47 vemos que Deus acrescentava pessoas à igreja. Isso acontecia por que aquela igreja andava com Deus. Seus membros perseveravam na doutrina, na comunhão, no partir do pão, na oração. Havia temos em cada alma. Cada um e preocupava com o bem estar do outro. Eram alegres, singelos de coração e, assim louvavam a Deus. Qual o resultado disso irmão (a)? A igreja conquistava a simpatia das pessoas de fora, atraindo outros para dentro. Assim, Deus acrescentava dia-a-dia novos membros. Sua igreja tem vivido assim? Você tem colaborado para que ela seja assim? Note que o texto se refere a “todos”. Afinal, nós somos a igreja de Cristo! E quando falamos a igreja falha! Irmão, esta Palavra de Deus é para você e para mim. Você é um sacerdote de Deus. Você tem o conhecimento de Deus. Não guarde esse conhecimento só para você. Pregue a Palavra, abra a sua boca, anuncie o Evangelho. Afinal fomos chamados para pregar (Mc 16.15; At 1.8). Leve a Palavra de Deus para onde você for, aproveite cada oportunidade que você terá. Pois, o Evangelho é o Poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.
A MALDIÇÃO DE SER UM FALSO MINISTRO (2.8,9) “Mas vós vos tendes desviado do caminho e, por vossa instrução, tendes frito tropeçar a muitos; violastes a aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos. Por isso, também eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de todo o povo, visto que não guardastes os meus caminhos e vos mostrastes parciais no aplicardes a lei” (2.8,9).
Malaquias, depois de falar dos atributos do verdadeiro ministro, ele volta a falar sobre os sacerdotes que desonravam a Deus. Para isso ele destaca cinco marcas de um falso ministro.
Em primeiro lugar, UM FALSO MINISTRO NÃO ANDA COM DEUS EM FIDELIDADE: "Mas vós vos tendes desviado do caminho ... violastes a aliança de Levi ... visto que não guardastes os meus caminhos" (2.8,9). Esta é o oposto da primeira marca de um verdadeiro sacerdote “MANTER UM PROFUNDO RELACIONAMENTO COM DEUS”. Lembram disso (Ml 2.5,6)? O que Malaquias esta ressaltando é que não há uma terceira possibilidade, ou somos verdadeiros sacerdote (e temos um profundo relacionamento com Deus), ou somos falsos sacerdotes (e não andamos com em fidelidade com Deus). Havia no tempo de Malaquias um declínio vocacional. O fracasso tinha seu início na vida pessoal dos sacerdotes. Eles tinham vidas indigna e ensinos errados. A vida deles não era pautada pela verdade. Em Neemias 13.29, lemos o desejo do coração do servo fiel do Senhor: “Lembra-te deles, Deus meu, pois contaminaram o sacerdócio, como também a aliança sacerdotal e levítica”. As atitudes e as ações dos sacerdotes tornaram-se um mau exemplo para o povo. Eles abandonaram o seu verdadeiro chamado, que consistia em ensinar e praticar a verdade. A conduta deles era incompatível com o ministério. * Notem que o sacerdote não tem “vida digna” e conseqüentemente “não tem ensino fiel”. Poderíamos dizer: Ele não tem “ensino fiel” por isso também não tem “vida digna”. •
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vida.
Notem que essas duas coisas estão sempre entrelaçadas. Teologia e ética. Doutrina e
Por eles não terem doutrina certa, eles também não tem vida digna. Por eles não honrarem a Palavra eles não honram com Deus. Isso é importantíssimo, e por isso precisamos entender. Isso é atual e pertinente com o que vivemos ou não? Há uma grande diferença entre o que eles propunham fazer e o que eles faziam. *E como tudo começou? - Aqueles sacerdotes começaram mudando a Palavra de Deus; Abrindo margem para fazer concessão ao Absoluto de Deus, e logo suas vidas corromperam e agora não andam mais com Deus. Eles estão pregando, oferecendo sacrifícios, cantando, orando, mas nada disso é bem visto aos olhos Deus. Pois ao invés de benção o que estão recebendo é maldição! *E o que vemos hoje não é o abandono da sã doutrina? A pregação da palavra de Deus sendo substituída pela pura emoção. A pregação do Evangelho Cristocêntrico pelo evangelho humanista (antropocêntrico). As igrejas tem tirado Deus do centro e colocado o homem no lugar. - Não é mais o que Deus exige, mas o homem quem determina; - Não o que Deus quer, mas o que o home precisa; - Não importa se nosso culto está de acordo com a vontade de Deus, mas se o homem está se sentindo bem. Esse é um dos mais graves problemas da Igreja brasileira: a vida repreensível de muitos líderes. Como já mencionamos, para D. Moody, o maior problema da obra são os obreiros. Hoje há muitos pastores não convertidos no ministério. Há pastores que nunca foram chamados e entraram no ministério por outras motivações. Há pastores preguiçosos no ministério, que querem usufruir as benesses do ministério sem se afadigarem na Palavra. Há pastores confusos doutrinariamente, que vivem ao sabor do último vento de doutrina, liderando o povo pelos atalhos da heterodoxia. Há pastores emocionalmente enfermos no ministério que deveriam estar sendo cuidados e estão liderando o povo. Há pastores em pecado no ministério, subindo ao púlpito, ministrando a Ceia do Senhor, aconselhando jovens e casais, quando deveriam estar sob disciplina. Eles não irão parar até serem apanhados no flagrante do seu pecado. Sua vida reprova o seu trabalho. Há um abismo entre o que eles se propõem a fazer e o que eles vivem. Suas atitudes reprovam suas palavras! Estamos vivendo uma crise moral na liderança evangélica brasileira: pastores caindo em adultério, pastores abandonando a sã doutrina, escândalos de toda sorte irrompendo dentro das igrejas. A falta de verdadeiros pastores do rebanho Senhor trazem terríveis problemas para a igreja de Deus. No livro do profeta Ezequiel lemos: “Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do SENHOR: Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina e se tornaram pasto para todas as feras do campo, por não haver pastor,e que os meus pastores não procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas” (Ez 34.5-8).
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As ovelhas estão se perdendo, andam por lugares cada vez mais longe de Deus, por não haver servos fiéis para buscá-las, estão a mercê das feras. Quando os lideres deviriam honrar seu chamado e viverem como é recomendado em Atos 20.28: “ Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue”. Irmãos assim como nos tempos de Malaquias, hoje, há no meio evangélico líderes que começaram servindo a Deus, que andaram com fidelidade a Deus, que pregaram o verdadeiro Evangelho. Mas que hoje estão longe de Deus, que abandonaram a Bíblia. Mas a promessa de Deus para esses líderes é terrível: “ Assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu estou contra os pastores e deles demandarei as minhas ovelhas; porei termo no seu pastoreio, e não se apascentarão mais a si mesmos; livrarei as minhas ovelhas da sua boca, para que já não lhes sirvam de pasto” (Ez 34.10) .
Em segundo lugar, UM FALSO MINISTRO PERVERTE O ENSINO DA PALAVRA DE DEUS : "Violastes a aliança de Levi ... E por vossa instrução, tendes feito tropeçar a muitos" (2.8). Os sacerdotes tentaram obter popularidade mudando a lei de Deus. Estavam pastoreando a si mesmos (Ez 34.10). A teologia estava errada e por isso a vida estava errada. O que eles estavam fazendo? Exemplo: A Bíblia diz que eles deveriam entregar um cordeiro sem defeito (Ex 12.5; Lv 3.7 e 9.3; Nm 23.12; 6.14, etc). Isso é Deus quem disse. Mas é como se eles dissessem: “Não nós queremos sobrecarregar vocês, os dias estão difíceis. Pegar um macho um macho do rebanho, de um ano, perfeito, você pode estar pegando uma matriz. E ao pegar uma matriz você estará perdendo muito dinheiro. Então faz o seguinte, afinal, na faz diferença. Traga o aleijado, o cego mesmo. Para Deus não fazer diferença nenhuma. Qualquer coisa serve. Ele é amor, o que importa é nosso coração. E, desta maneira, procurando aliviar o que a Bíblia ensina. Desta maneira, torcendo o que a Bíblia ensina. Desta maneira dizendo: “olha, não importa não, qualquer coisa serve. Deus é misericordioso, Deus é tolerante. Ele vai aceitar de qualquer jeito. Com isso, eles estavam, irmãos, pervertendo o ensino da palavra de Deus. * Sabe como chama isso: PRAGMATISMO. O que é pragmatismo? Você sabe? Pragmatismo é quando você deixa de lado a verdade. Ou seja, quando o pensamento é o seguinte: “Não vou me preocupar com a verdade, o povo vai gostar disso. O povo vai se sentir mais aliviado. Sabe aquele animal que está lá no campo mesmo, aquele que foi mordido pela fera. Traz ele, vai apodrecer mesmo, vamos oferecê-lo à Deus. Isso é pragmatismo, acha que de qualquer jeito vai funcionar. Como se Deus disse que se pode negociar Sua Palavra (a Bíblia). Quando os sacerdotes deixam de lado a sã doutrina, a vida deles se corrompe. A impiedade leva à perversão (Rm 1.18). A heresia sempre desemboca em imoralidade. Oh! Irmão, quantos desvios teológico, quantas heresias, quantas novidades, quantos ensinos estranhos. Quantas pessoas que juraram diante de Deus fidelidade mas que hoje negam essa fidelidade. O Evangelho de Deus está se tornando num produto, num comércio. Quantas vezes o Evangelho é levado para uma parca de barganha. Quantas vezes a igreja usa o Evangelho para seu interesse particular. Muitos hoje estão vendendo a graça de Deus. •
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- A igreja passou a ser uma empresa particular, - O evangelho um produto, - O púlpito um balcão, - O templo uma praça de barganha e os crentes consumidores. E os crentes consumidores desse evangelho barato, falso, perigoso. Quantos abusos contra a santa Palavra de Deus. O povo de Deus está sendo destruído porque lhe falta o conhecimento. Há lobos travestidos de pastores. Há morte nos seminários, nos púlpitos, nos livros, nas músicas, na Internet. Há muitos conselheiros virtuais cujos dentes são de leões e cujas garras são de lobos vorazes. Precisamos nos acautelar. Para e refletir. Não podemos concordar com o que está acontecendo contra o Evangelho de Cristo. Não podemos viver como falsos sacerdotes, irmãos. Pois, a promessa para eles é que Deus tirará Suas ovelhas de suas mãos (Ez 34), que os lançará fora como eles lançavam os excrementos dos animais, porque não servem para nada além de contaminar (Ml 2.3), serão envergonhados pelo Senhor. De Deus ninguém zomba. Maldito todo o enganador que tendo o melhor oferece o pior a Deus (Ml 1.14). Maldito aquele que faz a obra do Senhor relaxadamente (Jr 48.10). Você tem zombado de Deus? Você tem tentado enganar a Deus? Você tem realizado a obra do Senhor de que jeito?
Em terceiro lugar, UM FALSO MINISTRO É PREJUDICIAL EM SEU ENSINO E EXEMPLO: "... e por vossa instrução, tendes feito tropeçar a muitos" (2.8). Note você. Os sacerdotes não somente falharam em ensinar o povo a guardar a lei, mas eles ensinaram o povo, pelo mau exemplo, a desobedecer a lei.O que é ainda mais grave. Eles não apenas deixaram de instruir o povo na verdade. Mas o instrui no erro: “fazendo tropeçar a muitos”. Em vez de andar na luz, anunciar a verdade, os falsos ministros torcem a Palavra de Deus e ensinam o erro; em vez de levar ao conhecimento de Cristo, desviam as pessoas de Deus. Em vez de serem ministros da reconciliação, são pedra de tropeço. Em vez de bênção, são maldição. Jesus denunciou os fariseus pelo seu proselitismo apóstata (Mt 23.1315). Não podemos separar a mensagem da vida, a doutrina do caráter, nem a teologia da ética. Por isso temos que ser como os crentes de Beréia: “Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” At 17.10). •
Em quarto lugar, UM FALSO MINISTRO É PARCIAL NA APLICAÇÃO DA LEI : “... e vos mos trastes parciais no aplicardes a lei" (2.9). Ser parcial é literalmente "mudar a cara” ou "mostrar favor", ou seja, usar dois pesos e duas medidas, favorecer uns e penalizar outros; usar para uns as benesses da lei e contra outros o rigor dela. O que está dizendo aqui? Que a Igreja, que um ministro, que um presbítero, que um professor de escola dominical, que um cristão (que os sacerdotes) não pode advertir uns e cortejar outros. Não pode agir com dois pesos e duas medidas. Não pode favorecer um e condenar outro. Não pode olhar para sua igreja, para suas ovelhas, para seus irmãos e ter posturas diferenciadas. Isso é parcialidade. A Bíblia adverte sobre isso. Oprimir o pobre e favorecer o rico. •
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No Antigo Testamento os sacerdotes, às vezes, exerciam funções judiciais (Dt 17.911). Os juízes não deviam demonstrar parcialidade com ricos nem com pobres (Lv 19.15). Assim, um falso ministro não é regido pela verdade, mas pela conveniência. Ele nunca busca honrar a Deus, mas ganhar o aplauso dos homens. Ele não visa a glória de Deus, mas o lucro. Ele tem duas caras, dois pesos e duas medidas. Ele favorece uns e penaliza outros. Sua consciência não é cativa da verdade. A Bíblia nos exorta a não fazermos acepção de pessoas. Por isso é importantíssimo buscarmos cada vez mais conhecimento Da e na Palavra de Deus, para nos precavermos desse tipo de ministro, de líder. Lembra do ditado meu irmão (a): “Conhecer a respeito de Deus é diferente de conhecer a Deus”. E precisamos como cristão conhecer muito a respeito de Deus para desmascararmos os falsos líderes. Mas, precisamos, muito mais de conhecer a Deus para andarmos com Ele! Você conhece a Deus? Ou tem apenas conhecimento a respeito de Deus? É possível conhecer a respeito DELE sem conhecer a ELE; mas é impossível conhecer a Deus, e não ter conhecimento a respeito DELE.
Em quinto lugar, um falso ministro SERÁ DESACREDITADO EM PÚBLICO: "Por isso também eu vos fiz desprezíveis e indignos diante de todo o povo ... " (2.9). Malaquias quer dizer que quem não honra a Deus será desonrado por Ele. Nos versos 6 e 7 do primeiro capítulo de Malaquias vemos que o povo chama Deus de Pai e de Senhor, mas não O honra como pai e, nem como Senhor. Mas querem o favor de Deus (Ml 1.8). Mas Deus diz que esses serão desprezados e achados como indignos diante do seu próprio povo! Mais cedo ou mais tarde tudo vem a tona. Deus revela nossas obras. Josué deixou claro para seu povo que a Palavra de Deus não falha, como nunca falhou, com nunca falhará! Nem as referentes as bênçãos, nem as referentes as maldições: “Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o SENHOR falara à casa de Israel; tudo se cumpriu” (Js 21.45); “ Eis que, já hoje, sigo pelo caminho de todos os da terra; e vós bem sabeis de todo o vosso coração e de toda a vossa alma que nem uma só promessa caiu de todas as boas palavras que falou de vós o SENHOR, vosso Deus; todas vos sobrevieram, nem uma delas falhou” (Js 23.14). Você também crê nisso meu irmão (a)? Se você crê, então preste atenção nisso: Aqueles que são líderes terão um julgamento mais severo. O líder será apanhado pelas próprias cordas do seu pecado. Quem zomba do pecado é louco. Os falsos ministros serão expostos ao vexame, ao opróbrio público e serão banidos do ministério. Concluindo, alertamos sobre o perigo da liderança violar a aliança do Senhor. Como já destacamos na introdução deste capítulo, os sacerdotes violaram a aliança do sacerdócio por três razões: Primeiro, desobediência à Palavra de
Deus; Segundo, corrupção no ensino da Palavra de Deus; Terceiro, parcialidade no aplicar a Palavra de Deus. Quero concluir, irmão dizendo mais algumas coisas. Os sacerdotes cometeram dois graves erros. Primeiro, deixaram de andar com Deus; Segundo, quiseram lisonjear os homens.
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Os sacerdotes não podem pecar sozinhos nem cair sozinhos. Eles sempre arrastam outros consigo. Se uma pessoa se recusa a ser ensinada pelo preceito, será ensinada pelo julgamento (2.3,4). O próprio público é o destino de todo líder infiel. De outro lado, destacamos a oportunidade da liderança ser uma bênção nas mãos do Senhor. Se nós esperamos de Deus bênçãos, devemos dar a Ele obediência (2.5). Um verdadeiro ministro usualmente terá a alegria de levar outros a Cristo (2.6,7). Diante de tudo isso, não podemos esquecer, jamais, que todos somos líderes. Que Deus nós chamou para sermos suas testemunhas, seus embaixadores em terra estranha (2Co 5.20). Fomos chamados para sermos : “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). Isso significa que todas essas palavras são ditas hoje para mim e para você! Você quer receber o que de Deus? Benção ou maldição? Se você quer receber benção, então deverá obedecer a Deus. Se você quer fazer a sua vontade, desconsiderar a Deus, o que lhe aguarda é a maldição. Ou a Palavra de Deus não é verdadeira, pois é isso que ela promete: bênçãos e maldições. Pense nisso!
FAMÍLIAS EM PERIGO: A infidelidade Conjugal (Ml 2.10-16) Alguém certa vez disse que a família é a causa principal dos nossos problemas. Quando olhamos para a história bíblica notamos que a crise na família recua aos tempos mais remotos. No começo da raça humana, Adão culpou Eva pela queda do homem. Daí em diante, vemos que na família de Adão e Eva floresceu a erva daninha da inveja e da ira descontrolada, o que levou Caim a matar seu irmão Abel (o primeiro homicídio registrado). Vale lembrar ainda que o piedoso Noé ficou embriagado, que Abraão mentiu sobre sua mulher, para salvar sua pele. Isaque acariciava sua esposa dentro do quarto, mas negava seu relacionamento com ela fora dos portões. Jacó enganou a seu pai e seu irmão Esaú, usando a mentira. Os filhos do sacerdote Eli cresceram dentro da casa de Deus, mas seus filhos eram de belial. Davi foi um homem de Deus, mas pôs sua vida, sua família e seu reino sob grande risco para satisfazer seus desejos lascivos. Ele cometeu adultério, matou e colocou uma grossa máscara para esconder seu pecado. As famílias atualmente enfrentam esses mesmos problemas. Os tempos mudaram, mas nós não. O divórcio tem sido estimulado como solução para os casamentos em crise ou relacionamentos partidos. Vários são os motivos alegados para o divorcio. Todavia é certo que essa não é uma solução sábia para a crise no casamento, o divorcio tem demonstrado ser, cada vez mais, um problema do que uma solução, capaz de gerar mais sofrimento e frustração. O triste é que a presença de casamentos quebrados e a quantidade de divórcios têm aumentado cada vez mais, não apenas entre os não cristãos, mas também entre os evangélicos. O número de divórcios cresce a cada dia, de forma assustadora, dentro das congregações evangélicas. Onde, também, muitos líderes religiosos são atingidos, ou seja, estão se divorciando.
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A infidelidade conjugal é um tema que está nas manchetes dos grandes jornais. Este é um tema atual, oportuno e urgente. Pois, graças á essa pratica a saúde e a vida das famílias corre um grande perigo. Se olharmos ao nosso redor não será difícil perceber que a maior crise que estamos vivendo não é a crise social, não é a crise política. A maior crise, é a familiar, e quando isso acontece todas as demais áreas são abaladas. Pois a família é centro da sociedade . O texto que lemos nos levará a considerarmos algumas questões como: O que é o casamento? Como Deus vê o casamento misto? E o divórcio? Como Deus encara o novo casamento? Estas e outras indagações fizeram parte da sociedade de Malaquias e, é sobre elas que vamos tratar através do texto separado (Ml 2.10-16). Todavia, antes de considerarmos sobre essas questões vitais. Precisamos definir dois importantes parâmetros.
Primeiro, A TEOLOGIA É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA PARA A VIDA . De acordo com o que vimos até o momento podemos dizer seguramente que A TEOLOGIA DETERMINA A VIDA. Nós já considerarmos anteriormente que os sacerdotes chamados para pregar a Palavra de Deus, eles não estavam pregando a Palavra de Deus. Encarregados de ensinarem as Escrituras com fidelidade, mas, eles não estavam ensinando as Escrituras com fidelidade. E por abandonarem o ensino fiel das Escrituras o povo estava se corrompendo. Por quê isso? Porque a teologia determina a vida. Primeiro se abandona o ensino verdadeiro e a vida se corrompe. Se deixa a pregação fiel das Escrituras e, com conseqüentemente o povo perde seus valores, seus absolutos e seus parâmetros. Práticas erradas são frutos de princípios errados. Eles estavam lidando de forma errada uns com os outros, porque estavam lidando de forma errada com Deus. Sua vida pessoal é um reflexo direto da sua vida com Deus. Segundo, A FAMÍLIA É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA PARA A IGREJA . Assim como dissemos que a teologia determina a vida, podemos também, seguramente, dizer que A FAMÍLIA DETERMINA A IGREJA. Os casamentos mistos estavam ameaçando a teocracia judaica, a integridade espiritual da nação, e o divórcio estava colocando em risco a integridade das famílias. Deus levantou Israel com propósito definido, ser integro ao seu Deus, a sua aliança com Deus, Para que pudesse ser luz as nações; para que pudesse ser o berço do nascimento do Messias. Mas o casamento misto estaria comprometendo esse projeto de Deus. Dessa maneira Israel se corrompia doutrinaria e moralmente, e deixaria de ser o povo de Deus, o mensageiro de Deus, a testemunha de Deus, a luz de Deus entre as nações. O abandono do cônjuge estava ameaçando o desmoronamento do lar em Israel. O que estava acontecendo aqui? Os homens estavam largando de suas esposas e se casando com outras mulheres, de outras nações, idolatras. Com isso, seus filhos, logo estariam se prostrando diante de deuses pagãos. Quebrando a aliança com Deus de Israel. E conseqüentemente o culto a Deus seria manchado com praticas pagãs. Famílias desestruturadas e quebradas desembocam em igrejas fragilizadas. Vida familiar é um reflexo direto de vida com Deus, por sua vez, a Igreja é um reflexo direto da vida familiar. Ou seja, quer saber como está a saúde da sua igreja, olha verifique como está a saúde das famílias dessa igreja. Nos versos em destaque encontramos o profeta advertindo o povo contra a “infidelidade conjugal”. Para isso Malaquias aponta dois grandes problemas: 1) O casamento misto (vs. 10-12); 2) o divorcio das esposas israelitas (vs. 13-16). Esses dois problemas são rigorosamente reprovados por Deus.
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A falta de fidelidade para com Deus coloca as relações humanas em profunda crise. Assim, Malaquias questiona e reprova seu povo pela facilidade com que alguns dos seus membros casam e descasam. Ao que tudo indica, o povo de Deus, aqui, está sendo criticado pela liberalidade com que alguns, entre eles os próprios sacerdotes do Templo, e divorciam para se casar de novo com mulheres estrangeiras, pondo em perigo a continuidade da raça eleita. A base da crítica é o fato de Deus ser o Pai de Israel (1.6 e 2.10). Desta forma, os membros do povo são todos irmãos. Sendo assim, esse tipo de comportamento é traição entre eles, à Aliança com Deus que é Pai e que exige respeito e compromisso fraterno. 2.10 “Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando a aliança de nossos pais?” Em geral, os judeus casavam-se muitos jovens e com mulheres de sua raça: “a mulher da sua juventude”. Passados alguns anos, eles se achavam no direito de repudiar a primeira mulher e se casar com uma estrangeira, por amor, ou por, o que é mais provável, por conveniências sociais. E por isso são fortemente criticados. A continuidade da acusação de Malaquias nos leva a entender que se trata de um divórcio com “segundas intenções” 2.11 “Judá tem sido desleal, e abominação se tem cometido em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do SENHOR, o qual ele ama, e se casou com adoradora de deus estranho.” Este verso parece mostrar que o divórcio era somente para se casar de novo. E isto é romper a aliança, símbolo da Aliança com Deus. Os casamentos eram realizados na presença de testemunhas e do próprio Deus. Como em geral se fazia para se celebrar os acontecimentos importantes da vida do povo judeu, os casamentos eram ratificados, ou seja, confirmados, com ofertas de sacrifícios. Desta forma o profeta insiste : 2.13-14 “Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão. 14 E perguntais: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança.” Em outras palavras, ele esta dizendo: não adianta chorar, Deus não pode aceitar suas ofertas, visto que não foram fiéis ao primeiro compromisso do qual ele mesmo foi testemunha. Por traz desse segundo casamento está a ambição dos sacerdotes e chefes judaicos, em aumentar suas fazendas, por aquisição de novas “heranças” em países estrangeiros. Através do casamento político, a elite se expandia dentro de outros territórios. E de acordo com as palavras de Malaquias, essa pratica tem graves conseqüências para a raça eleita. 1 – Poe em perigo a identidade do povo de Deus. Com isso o povo deixa de preservar a fé no Deus único e, conseqüentemente, coloca a própria cultura em risco (Ne 10.29-31; 13.23-31). O contato com outros deuses torna o povo vulnerável à idolatria (Dt 7.3,4). Essa prática acaba com a perspectiva da raça santa, do povo eleito (1Pe 2.9) 2 – “A mulher da juventude” – tanto suas primeiras esposas como também seus filhos ficam desamparados e sem proteção, o que aumenta a injustiça social. “Mulher viúva de marido vivo; filhos órfãos de pais vivos”.
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Isso é sério. Pois naquela época, mulher abandonada, sem “herança”, sem estrutura família, está a um passo da prostituição. Filhos soltos, sem família, estão destinados à escravidão. Parece que o povo, para defender a família como espaço de identidade e segurança para as pessoas, estão se distanciando de Dt 24.1-4, que admite o divórcio. A mesma atitude de Jesus em Mt 19.1-9. Considerado essa introdução sobre o assunto em pauta, vamos ver o que Malaquias nos ensina sobre o casamento.
I - O CASAMENTO É UMA ALIANÇA DE AMOR (2.14) E perguntais: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança (2.14).
Aqui Malaquias fala SOBRE OS LIMITES DA ALIANÇA CONJUGAL. Sobre essa questão ressalta quatro verdades. Mas, antes de considerar estas verdades consideremos um ponto importante para toda nossa compreensão. - A NATUREZA DO CASAMENTO: De acordo com a Bíblia o casamento é um relacionamento profundo que demanda abandono de outros relacionamentos. É uma separação antes de ser uma união. O casamento exige abnegação e devoção, demanda da constante renúncia e contínuo investimento. Dizem que casamento é igual uma conta poupança você deve fazer mais depósitos do que retiradas. Diante da Bíblia, creio que o segredo de um casamento feliz não é apenas encontrar a pessoa certa, mas também, ser a pessoa certa. Já ouvi, e concordo, que o casamento pode ser a ante-sala do céu ou o porão do inferno, um largo horizonte de liberdade, ou uma sufocante prisão. Um abrigo seguro ou uma arena de brigas. Vários são os motivos que afetam o casamento: alguns perdem o amor que sentiam um pelo outro; Outros naufragam na crise financeira; Outros, ainda, perdem a atração física pelo cônjuge; Ainda há aqueles que são agredidos física, emocional e psicologicamente; Mas tudo isso nos mostra que na verdade o que destrói os casamentos não são problemas graves, mas as pequenas tensões que vão se acumulando, dia após dia, até se tornarem insuportáveis. Talvez a principal causa da destruição dos relacionamentos seja a PARALISAÇÃO DO DIÁLOGO. E preciso dedicação de ambas as partes, caso contrário é impossível construir um casamento. Jogo de frescobol Sempre que alguém gasta mais tempo na frente da TV, ou com amigos, ou mesmo no trabalho, ele diminui a importância do casamento. É de suma importância entender a natureza do casamento no plano de Deus, conforme registrado no livro de Genesis. Afinal, foi isso que Jesus fez quando foi questionado, testado, pelos fariseus sobre o divorcio (Mt 19.3-6 – Gn 1.27 e 2.24), e nós devemos fazer o mesmo. Vejamos então como devemos considerar o CASAMENTO COMO UMA ALIANÇA DE DEUS. •
Primeiro, O CASAMENTO É UMA UNIÃO HETEROSSEXUAL (2.14). “ Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade”
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O casamento é a união entre um homem e uma mulher. Este é o princípio da criação (Gn 2.24) "Por isso, deixa o homem seu pai e sua mãe, se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne".
Gn 1.27 diz que Deus criou homem e a mulher, macho e fêmea. Não Adão e Ivo ou Ada e Eva. Essa é a verdade básica e fundamental. Está aqui o alicerce da relação conjugal, o princípio que deve reger todo e qualquer relacionamento matrimonial, em todos os lugares, em todas as culturas, em todos os tempos. O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, entre um macho e uma fêmea.
1 – O homossexualismo é condenado pelas Escrituras: Deus não criou Adão e Ivo, nem Ada e Eva. Desta forma, entendemos que a união homossexual é algo estranho ao princípio divino. O ensino bíblico é claro: "Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; é abominação" (Lv 18.22). O apóstolo Paulo diz que a união homossexual é um erro, uma torpeza, uma paixão infame contrária à natureza (Rm 1.24-28). É uma abominação aos olhos de Deus. E tem sido incentivado como uma opção sexual legítima. E o pais se orgulha disso (passeata gay 2004 mais de 1,5 milhões, 2005 mais de 1,8 milhões; 2006 cerca de 2,2 milhões de participantes). 2 - O homossexualismo não pode cumprir o propósito de Deus para a família. Além de ser eticamente condenado pelas Escrituras, a prática homossexual não pode gerar filhos nem criá-los segundo os padrões da sã doutrina e da ética sustentável.
A união homossexual não pode ser vista como uma união de amor, mas como uma paixão infame. O amor é um sentimento que emana de Deus, Ele é a fonte do amor, portanto é santo e puro. O amor procede de Deus, mas o pecado é uma ofensa a Deus.
3 - O homossexualismo corrompe os valores morais e traz o juízo de Deus. Vemos com perplexidade a espantosa apologia que se faz hoje do homossexualismo. Em alguns países, a união homossexual já foi legalizada. Todavia, por mais popular que essa prática possa ser, ela sempre será vista como coisa abominável aos olhos de Deus. Os costumes mudam, mas Deus não. Os homens, na sua miopia espiritual e torpeza moral, podem justificar e sancionar o homossexualismo e até mesmo validá-lo pela lei civil, mas a eterna Palavra de Deus sempre condenará essa prática como um terrível mal, capaz de provocar a santa ira de Deus. Os cananitas foram destruídos por essa prática (Lv 18.22-29) A cidade de Sodoma foi destruída pela mesma prática (gn 25.9 e Jd 7). Paulo exorta quanto ao perigo de não entrar no reino de deus pela prática homossexual (Rm 1.27 e 1Co 6.9,10). 4 – O homossexualismo é um pecado perdoável. Creio que ninguém nasce homossexual, e nem precisa viver como tal. Há esperança para quem está preso a esse vício vil. Creio que assim como o adultério o homossexualismo é uma prática aprendida e que precisa ser deixada. É isso que Paulo diz em 1Co 6.9-11: “Tais fostes alguns de vós...” A segunda verdade destacada por Malaquias é que O CASAMENTO É UMA UNIÃO MONOGÂMICA (2.14).
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De acordo com o Gn 2.24 o casamento é a união entre um homem e uma mulher. Não vemos no relato da criação que Deus tenha criado duas mulheres para Adão e, de forma semelhante, não criou dois homens para Eva. Com isso podemos dizer que tanto a POLIGAMIA (um homem com várias mulheres), como a POLIANDRIA (uma mulher com vários homens) são anti-bíblicas, ou seja, estão fora do padrão de Deus para o casamento. Responda-me uma coisa: Quanto são 1 (homem) + 1 (mulher)? Se sua resposta foi: 2 Você errou. Pois No casamento: 1+1 = 1 (Gn 2.24 – uma só carne - esse é o padrão Bíblico). O casamento é uma união MONOGÂMICA. A monogamia foi instituída na criação, confirmada na lei, reafirmada na graça. Sendo assim, podemos dizer, sem medo, que casamentos homossexuais ou outras formas de união são frontalmente contrários à vontade de Deus, não importa o quanto os psicólogos, ativistas sociais ou juízes e legisladores digam o contrário. Geralmente a pergunta que surge sobre essa questão é por que no passado alguns servos de Deus tiveram varas esposas? A resposta para isso é que a incidência da poligamia no Antigo Testamento foi fruto da desobediência e trouxe graves conseqüências. E, que, apesar de muitos homens de Deus no Antigo Testamento terem praticado a poligamia, o propósito original de Deus quanto ao casamento jamais foi alterado. A monogamia é o padrão de Deus para a humanidade em todas as gerações. O apóstolo Paulo afirma: lCo 7.2: "Cada um [singular] tenha a sua própria esposa, e cada uma [singular], o seu próprio marido".
Ao mencionar as qualificações do presbítero ele afirma: 1Tm 3.2: “É necessário, portanto, que o bispo seja... esposo de uma só mulher...”. Não há dúvida que o propósito absoluto de Deus para a raça humana em relação ao casamento sempre foi e sempre será a monogamia. E Jesus deixou isso bem claro quando disse: Mt 19.4-6: “Então ele respondeu: “Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher, e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem”.
Se analisarmos, veremos que todos os textos do Novo Testamento que tratam sobre famíla estão fundamentado no decreto original da monogamia estabelecido desde o princípio no Antigo Testamento (Mt 5.31,32; 19.3-9; Mc 10.2-12; Lc 16.18). Se prestar atenção ao considerar todos esses textos chegará a conclusão que todos proíbem a poligamia com o mesmo vigor com que o livro de Gênesis a proíbe. Norman Geisler diz que há muitos argumentos contra a poligamia no Antigo Testamento. Primeiro, a monogamia foi ensinada por precedência, ou seja, Deus deu a Adão apenas uma mulher e a Eva apenas um homem. Esse princípio deve reger toda a humanidade em todos os tempos. Segundo, a monogamia foi ensinada por preceito . Deus falou a Moisés: "Tampouco para si multiplicará mulheres" (Dt 17.17). Terceiro, a monogamia foi ensinada como um preceito moral contra o adultério . Assim diz alei de Deus: "Não cobiçarás [ ...] a mulher do teu próximo [singular]" (Êx 20.17 ). Quarto, a monogamia foi ensinada através das severas conseqüências decorrentes da poligamia. Todas as pessoas que praticaram a poligamia no Antigo Testamento sofreram amargamente por isso. Salomão é um clássico exemplo (lRs 11.4).
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A terceira verdade que Malaquias destaca é que O CASAMENTO É UMA UNIÃO MONOSSOMÁTICA (2.14). O sexo no casamento é ordem, é bom, é santo, é puro, é deleitoso. A união conjugal é a mais próxima e Íntima relação de todo relacionamento humano. A união entre marido e mulher é mais estreita do que a relação entre pais e filhos. Os filhos de um homem são parte dele mesmo, mas sua esposa é ele mesmo. O apóstolo Paulo diz que quem ama a sua esposa a si mesmo se ama (Ef 5.2 ). João Calvino afirma que o vínculo do casamento é mais sagrado que o vínculo que prende os filhos aos seus pais. Nada, a não ser a morte, deve separá-los'? O casamento é uma aliança em que deve existir lealdade e fidelidade. A infidelidade conjugal atenta contra a santidade dessa aliança. O cônjuge precisa ser um jardim fechado, uma fonte reclusa. A quarta verdade digna de destaque é que O CASAMENTO É UMA UNIÃO INDISSOLÚVEL (2.14 ). O casamento deve ser para toda a vida. É uma união permanente. No projeto de Deus, o casamento é indissolúvel. Ninguém tem autoridade para separar o que Deus, uniu. Jesus claramente afirmou: "o que Deus uniu não o separe o homem" (Mt 19.6). Marido e mulher devem estar juntos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade. Só a morte pode separá-los (Rm 7.2; lCo 7.39). A quebra da aliança conjugal é deslealdade. Não nenhum mandamento bíblico que diz que o casal deve permanecer juntos apenas até surgirem os primeiros problemas, ou sérias dificuldades, etc. O Divorcio é uma coisa horrenda aos olhos de Deus. - Não há divórcio sem dor - sem traumas - sem feridas - sem vítimas É impossível rasgar o que marido e mulher se tornaram (uma só carne) sem causar sofrimento. De acordo com a Bíblia somente a infidelidade conjugal (Mt 19.9) e o completo abandono (1Co 7.15) podem legitimar o divórcio e cancelar o pacto conjugal. Sendo assim, o divórcio não é somente antinatural, mas também, e principalmente uma rebelião contra Deus e contra sua lei. O casamento além de ser a pedra angular da sociedade, e a base fundamental da igreja em particular, e desempenha um papel decisivo na vida da humanidade Isso quer dizer que o relacionamento mais importante da sociedade é o relacionamento entre marido e mulher. Gn 2.24 – Por isso é que o homem deve deixar pai e mãe para unir-se a sua mulher. O relacionamento dos filhos com os pais é temporário e deve ser rompido na hora certa; mas o relacionamento do marido com a esposa é permanente e jamais deve ser quebrado. A finalidade do casamento não se esgota com a satisfação psicológica (autorealização), ou física (prazer sexual), nem com satisfação biológica (gerar filhos). Ela inclui também, proteção, sustento, educação, etc. E somente um casamento indissolúvel pode alcançar esses sagrados objetivos. •
Em segundo lugar, MALAQUIAS FALA SOBRE A NATUREZA DA ALIANÇA CONJUGAL. Duas verdades fundamentais são aqui ressaltadas sobre a natureza da aliança conjugal. Primeira, O CASAMENTO É UMA ALIANÇA VOLUNTÁRIA DE AMOR ENTRE UM HOMEM E UMA MULHER (2.14). O casamento foi criado por Deus para resolver o problema da solidão do homem e para dar continuidade da raça humana.
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Mas o casamento não é compulsório, antes é uma escolha voluntária. Ninguém obriga duas pessoas a se casarem. Quando elas se unem nessa aliança, devotam amor um ao outro. Elas aceitam entrar debaixo do mesmo jugo. Elas fazem uma aliança, um pacto de pertencerem um ao outro, de cuidarem um do outro, de serem fiéis um ao outro. O casamento é um pacto (Pv 2.17). A Bíblia exorta o marido a alegrar-se com a mulher da sua mocidade (Pv 5.18). A segunda verdade é que O CASAMENTO É UMA ALIANÇA DE COMPANHEIRISMO (2.14). O casamento não foi criado para os cônjuges competirem, mas para cooperarem. Eles devem cuidar um do outro, como cuidam de si mesmos. Eles são companheiros, ou sejam, devem estar juntos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade. Rubem Alves, educador e professor emérito da Unicamp, ilustra bem a questão da rivalidade no casamento. Em sua crônica Tênis e frescobol ele pinta um quadro sugestivo das tensões no casamento. Diz ele que existem dois tipos de casamento: o casamento tipo tênis e o casamento tipo frescobol. O casamento tipo tênis é uma fonte de raiva e ressentimentos e geralmente termina mal. O casamento tipo frescobol é uma fonte de alegria e tem grandes chances de ter uma vida longa. Tênis é um jogo agressivo. O objetivo do jogo é derrotar o adversário, e a derrota se evidencia quando o adversário erra, isto é, não é capaz de devolver a bola. Assim, a pessoa joga para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para esse ponto que ele vai dirigir a sua cortada. O prazer do tênis está em colocar o adversário fora do jogo, por não ter mais condições de continuar jogando. No fim, sempre vemos a alegria de um e a tristeza do outro. Frescobol é bastante parecido com tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para que o jogo seja bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se um jogador envia a bola meio torta, o outro sabe que não é de propósito e faz o maior esforço do mundo para fazer uma boa devolução, de forma que o outro possa alcançá-la. Não há adversário nesse jogo, porque nenhum dos jogadores sai derrotado: ou os dois ganham, ou ninguém ganha. Ninguém fica feliz quando o outro erra. O erro no frescobol é um acidente lamentável, que não deveria ter acontecido. O jogador que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas isso não é importante, pois eles reiniciam o jogo sem nenhum problema, já que ninguém marca pontos. Alguns casamentos são como uma partida de tênis, outros como um jogo de frescobol. O casamento deve ser como um jogo de frescobol e não como um jogo de tênis. A terceira verdade é que O CASAMENTO É UMA ALIANÇA TESTEMUNHADA POR DEUS (2.14). O casamento não é somente uma união entre um homem e uma mulher, envolvendo direitos conjugais, mas uma união que nasce do pacto de mutuas promessas, a saber: a) Deixar pai e mãe b) Unir-se ao seu cônjuge c) Tornar-se uma só carne. Essa aliança é feita diante de Deus, que se torna testemunha desse pacto. Malaquias descreve esse pacto da seguinte forma: “...SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança” (Ml 2.14).
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O livro de Provérbios ensina que o casamento é um compromisso bilateral entre um homem e uma mulher e condena o adultério como uma quebra dessa aliança conjugal (Pv 2.16,17) Deus é o arquiteto, o fundamento e o sustentador do casamento. Ele está presente como a testemunha principal. O casamento foi instituído por Ele e é feito na presença Dele. De tal maneira que quando um casamento é desrespeitado, quando a aliança é quebrada. Quando alguém, seja ele ou ela, torna-se infiel a essa aliança, está quebrando a aliança na presença de Deus! Deus está vendo tudo. Precisamos construir essa relação sobre Deus, entender que Ele está presente sempre. É interessante lembrar que temos o hábito, é costume ocidental, que em toda cerimônia de casamento, é costume os noivos convidarem testemunhas. Mas isso hoje não passa de uma função decorativa. Muitas vezes essa prática não passa de uma convenção social. Qual a função da testemunha? Apenas para tirar fotografia? Dar presentes? Essas pessoas ilustres, acabada a cerimônia, voltam à sua rotina e não mais acompanham a vida do casal. Você já parou para pensar sobre isso? Será que deveríamos explorar mais isso? Já que convidamos pessoas queridas, parentes, pessoas que amamos. Por que então essas testemunhas não podem ser conselheiros? Por que essas testemunhas não podem acompanhar o casal para ajudá-los nas dificuldades? Para estarem pertos em todos os momentos, como parte da família? Mas ainda que essas nossas testemunhas não possam nos acompanhar, ou não queira nos acompanhar. Ainda que nós não queiramos que elas nos acompanhem. Há uma testemunha que sempre estará presente, queiramos nós ou não. Esta testemunha é Deus. Deus é uma testemunha sempre presente. Deus estava lá no dia que você firmou a aliança, Deus estará lá no dia que você sentir vontade ou a audácia de quebrar essa aliança! Deus é testemunha disso. Nada acontece no relacionamento conjugal sem que Ele saiba. Ele vela pelos cônjuges, reprova a infidelidade e odeia o divórcio. Assim, quando o voto de fidelidade firmado no casamento é quebrado, Deus é testemunha dessa infidelidade. Esse quebra deliberada é feita diante de Deus, contra o cônjuge e contra Deus que instituiu o casamento. É Deus quem une marido e mulher no casamento. Esse é o ensino das Escrituras: “De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem”. Mt 19.6
Vemos que o casamento é a única instituição estabelecida por Deus antes da queda. Portanto, ele deve ser digno de honra por todos os povos, em todos os lugares, em todo o tempo: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros” (Hb 13.4). O casamento é uma instituição divina para todo, cristãos e não cristãos, e Deus é testemunha dessa aliança, quer todos entendam ou não. Por isso, Deus odeia o divórcio tanto daqueles que o conhecem quanto daqueles que não o adoram como Senhor : “Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis” (Ml 2.16).
O CASAMENTO MISTO É UMA VIOLAÇÃO DO PROPÓSITO DE DEUS (2.10-12) Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando a aliança de nossos pais? Judá tem sido desleal, e abominação se tem
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cometido em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do Senhor, o qual ele ama, e se casou com adoradora de deus estranho. O Senhor eliminará das tendas de Jacó o homem que fizer tal, seja quem for, e o que apresenta ofertas ao Senhor dos Exércitos (2.10-12).
Vimos que o casamento monogâmico, heterossexual, indissolúvel, santo é o propósito de Deus para o casamento. E que a poligamia, a homossexualidade, o divórcio são violações desse propósito Agora, Malaquias nos mostra outro perigo, muito sério, que também é uma violação do propósito de Deus para o casamento. Malaquias reprova a atitude do povo de Deus porque estão se casando e descasando com facilidade. Entre eles, provavelmente, sacerdotes do Templo que se divorciam para se casarem novamente com mulheres estrangeiram, pondo em perigo a continuidade da raça eleita. A base da reprovação é o fato de Deus ser Pai de Israel (1.6 e 2.10). Isso quer dizer que o os membros de Israel, do povo de Deus, são irmãos. Esse tipo de comportamento é traição à memória dos antepassados, à Aliança com Deus que é Pai e que exige respeito, santidade e compromisso paterno. Diante disso encontramos o profeta Malaquias ressaltando quatro fortes razões para provar que o casamento misto conspira contra o propósito de Deus. Em primeiro lugar, O CASAMENTO MISTO É UMA DESLEALDADE À PATERNIDADE DE DEUS (2.10). “ Não temos nós todos o mesmo Pai? Não nos criou o mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando a aliança de nossos pais?”
É interessante ressaltar que tanto Jerônimo (um dos pais da igreja) e João Calvino entenderam que Pai aqui é uma referencia a Abraão (Is 51.2). Para ambos o pai do verso 10 é Abraão. E tem uma versão bíblica que traduz o termo aqui por Abraão. Mas creio que isso seja demais. Quando pesquisamos opiniões de exegetas notamos que é quase unânime que Pai aqui é uma referencia a Deus e não a Abraão, Jacó, etc. E creio que, de acordo com a linha de raciocínio que Malaquias vem trabalhando (1.6) o texto refere-se a Deus mesmo. Ml 1.6 mostra que Deus é o Pai do Seu povo de uma forma especial. Ele fez Israel o povo de Sua possessão. Deus chamou Israel para ser o Seu povo particular (Os 11.1). Nós pertencemos à família de Deus, fomos adotados por Deus e também gerados pelo Espírito de Deus. Somos co-participantes da natureza divina (2Pe 1.4). E por esse motivo, o que acontece nesse momento, é uma tremenda deslealdade a essa Paternidade. Israel foi chamado com um propósito glorificar a Deus, ser luz para as nações. Para isso Israel deveria se manter religiosa, doutrinaria e teologicamente intacta, sem se misturar com o paganismo dos povos. Assim estariam se preparando para a chegada do Messias, como povo eleito, da promessa e, da aliança. Em geral, os judeus casavam muito jovens e com mulheres de sua raça: “a mulher a sua mocidade” (v.14). Mas, passados alguns anos, eles se achavam no direito de repudiar a primeira mulher e se casar com uma estrangeira, por amor ou, o que é muito provável, por interesses sociais. Então Malaquias questiona o povo v. 10. Deus fez conosco uma aliança de ser o nosso Deus e sermos o Seu povo para sempre. Ele requer de nós fidelidade. O casamento misto, porém, leva à idolatria e à adoração de outros deuses. Quando os homens de Israel abandonavam sua esposas, divorciavam delas para que se casarem com mulheres que adoravam deuses estranhos,o perigo batia a porta. Com essa união mista o povo de Israel comprometia a aliança com o Deus verdadeiro. E assim, o paganismo ia entrando no meio do povo santo.
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Derrepente esses israelitas começavam a se prostrarem diante de ídolos, outros deuses. Derrepente a paternidade de Deus ficava comprometida naquela geração. Não foi isso o que aconteceu na história de Israel? Não foi essa a história de Salomão que se prostrou diante de deuses por causa de suas mulheres Não foi isso o que aconteceu com Acabe que se casou com Jezabel e importou o culto de Baal para Israel? Foi assim que Israel começou a se afastar de Deus. Nós vamos ver que o casamento misto não foi um problema pequeno em Israel. E aqui cabe um alerta para os pais e jovens que ainda tem a oportunidade de definir essa questão. O casamento misto era uma porta de entrada para o desvio da fé. Foi assim na geração antediluviana. - Encontramos em Gn 6.1-7 que o casamento misto foi a causa principal da chegada do dilúvio. A decadência da geração antediluviana foi devido ao casamento entre os filhos de Deus comas filhas dos homens, ou seja, de uma geração piedosa com uma geração que não temia a Deus. O resultado disso foi a corrupção do povo de Deus e conseqüentemente a destruição de tudo e todos (salvando-se a família de Noé, 8 pessoas). - Foi assim também entre a geração que possuiu a Terra Prometida. Conforme Números 25, o relacionamento com as jovens moabitas preparou o caminho para a idolatria. O casamento misto foi a causa principal do desvio e da apostasia da nação de Israel quando foi introduzida na terra prometida. Foi esse tipo de relacionamento que levou o povo a destruição. - No período pós exílico aconteceu o mesmo, o casamento misto foi duramente reprovado por Esdras (Ed 9.1,2), Neemias (Ne 10.30; 13.23-27). - E Malaquias se vê diante do mesmo problema (2. 10,11) O casamento com pessoas não judias (misto) estava ameaçando a sobrevivência da fé da aliança. Feria a paternidade de Deus na vida da nação que é uma teocracia. O casamento misto era uma espécie de infidelidade conjugal com o Deus da aliança. Era uma traição e uma quebra da aliança (Êx 34.11-16; Nm 25; Nm 13.23-29). O apóstolo Paulo (2Co 6.15,16) pergunta: "Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos?" Em segundo lugar, O CASAMENTO MISTO É A QUEBRA DA ALIANÇA FEITA PELOS PAIS (2.10). O verso 10 fala sobre a profanação da aliança, mas que aliança era essa? Quando o povo entrou na terra prometida eles firmaram com Deus uma aliança. Então ele recebeu a lei de Deus no Sinai, e prometeu a Deus que não daria seus filhos ou suas filhas em casamento aos adoradores de outros deuses (Êx 34.16; Dt 7.3). Ou seja, prometeram não permitirem que seus filhos se envolveriam em relacionamento mistos, para que não quebrassem a aliança, não se afastassem de Deus, não se afastassem da fé! Prometeram que seriam firmes e fieis nessa aliança! Por que o casamento misto era a quebra dessa aliança. A questão não era os casamentos inter-raciais, mas a união com adoradores de deuses estranhos (2.11). O problema não era racial, mas religioso, pois a Bíblia menciona o casamento de Boaz com Rute, uma moabita. Embora estrangeira, ela foi convertida ao Deus de Israel e tornou-se membro da árvore genealógica de Cristo (Mt 1.5). Hoje, quando uma pessoa crente se casa com alguém não nascido de novo, está quebrando esse preceito bíblico (lCo 7.39; 2Co 6.14-17). Paulo está dizendo que não há nenhuma ligação entre o crente e o ímpio, e faz isso através de 5 comparações (2Co 6.14-17). Mas talvez você esteja nesse momento dizendo: Mas então o que dizer de crentes que se casaram com ímpios, e que mais tarde ouve a conversão dos mesmos?
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Não podemos esquecer que Deus de fato, pela sua rica misericórdia pode agir na vida do casal, mas isso não acontece com todos. E talvez na mesma proporção, ou até maior, é o número de pessoas que se afastam do caminho do Senhor! Deus condena esse tipo de união. Mesmo que as vezes haja conversões “apesar” da desobediência. Mas lembre-se que nunca será por causa da desobediência! Isso quer dizer que sempre será uma opção arriscada. Portanto, se quisermos honrar, respeitar e amar a Deus precisamos cumprir sua Palavra. E quanto a essa questão é: O casamento misto é contrário ao propósito de Deus, uma quebra a aliança! Em terceiro lugar, O CASAMENTO MISTO IMPLICA EM INFIDELIDADE A DEUS (2.11). Três são as razões que provam esse ponto.
A primeira razão é que o casamento misto atenta contra o propósito da família de viver para a glória de deus. A família deve ser a escola da vida conforme os preceitos do Eterno. É no lar que devemos aprender a amar a Deus e a obedecê-Lo (Dt 11.19). A vida cristã deve ser vivida exclusivamente para a glória de Deus. O casamento deve ser uma demonstração do casamento de Cristo com a Igreja . O lar precisa ser uma igreja santa, adorando ao Deus santo. Mas o que acontece com o casamento misto? O lar fica dividido. Enquanto um olha para a Bíblia como princípio de regra e fé para sua vida e deseja isso para toda sua família, o outro (o cônjuge), geralmente, vê de forma contrária. Salmo 127.1 diz algo sério: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam”. Se não for assim, o projeto de que seu lar deve ser para a glória de Deus, estar para o serviço de Deus, corre sérios riscos. Uma casa dividida não pode prevalecer. Algo ainda mais sério que esse casamento não pode mais representar, espiritualmente, a união entre Cristo e a igreja. O profeta Amós pergunta: "Andarão dois juntos se não houver entre eles acordo?" (Am 3.3). A segunda razão é que o casamento misto conspira contra a criação dos filhos no temor do senhor (2.15 ). Este verso 15 é o texto mais difícil de todo o livro de Malaquias. Ele é tão difícil que praticamente todas as traduções bíblicas apresentam o verso de forma diferente. Há variantes em praticamente todas as versões, o que mostra as dificuldades que os tradutores tiveram para interpretar o versículo, ao passá-lo para o português. - “um pouco de espírito”, o que significa isto? - “ele buscava a descendência que prometera”. Alguns entenderam que aqui se trata de Abraão, da problemática vivida com Abraão e Hagar. Mas na verdade o que eles queriam era justificar seus divórcios, suas atitudes com o ocorrido na vida de Abraão. Mas isso não pode ser irmão. Por que o propósito de Abraão se relacionar com Hagar não era de lascívia. Não teve relação sexual com Hagar para satisfazer seu desejo lascivo. Mas Abraão buscava uma descendência. Por outro lado, a Bíblia deixa claro que Deus não concordou com a atitude de Abraão. Que foi considerada como pecado, não souberam esperar, agiram precipitadamente, e pagaram caro por isso. Mas mesmo que fosse com desejo lascivo, o que Abraão e sua esposa queria era buscar a descendência, já que a mesma era estéril. Mas ao meu entender não é isso que Malaquias estava dizendo nessa ocasião. A versão Internacional, que também é considerada como uma versão fiel parece traduzir o texto da melhor forma, mais próximo do original, o que nos ajuda a chegarmos à
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melhor compreensão do pensamento de Malaquias: “Não foi o Senhor que os fez um só? Em corpo e em espírito eles lhes pertencem. E por que um só? Por que Ele desejava uma descendência consagrada. Portanto, tenham cuidado ninguém seja infiel a mulher da sua mocidade” (v 15) E após analisar a opinião de vários comentaristas entendo que o que Malaquias está fazendo aqui é voltando ao início da criação. E ele está enfatizando aqui que Deus o fez um só, uma e mulher, um só. “Por isso, deixai pai e mãe e se unam..tornado-se um só.” (Gn 2.24). Mas, por que Deus quis assim? Por que Ele fez um só? Por que ele instituiu um casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel? Por que meu irmão, Deus decidiu assim? A resposta é: v.15 VI – “Por que ele desejava uma descendência consagrada”. Malaquias quer dizer, que o divórcio como estava acontecendo, nessa época, para novo casamento com mulheres pagãs (casamento misto) ou a poligamia não podem produzir o resultado desejado por Deus que era uma descendência consagrada. Diante disso, podemos dizer que o casamento misto tem grandes dificuldades na criação dos filhos no temor do Senhor. Ef 6.4 - Ele constitui-se num sério obstáculo à criação dos filhos na disciplina e admoestação do Senhor. Ne 13.24 - Os filhos passam a falar meio asdodita. Uma casa dividida não pode manter-se em pé. Os filhos que nascem e crescem num contexto de casamento misto são puxados de um lado para o outro, ouvindo ensinos contraditórios, com exemplos contraditórios. Um diz é preciso ler a bíblia o outro diz: não é preciso não. Um diz é preciso ir à igreja, o outro diz: não é preciso não. Um diz só há o Deus (o Senhor), o outro diz, são todos iguais. O resultado disse é, sem dúvida, problemas para seu filho, que ficará dividido, com dúvidas no que a creditar, ou em quem acreditar. As maiores vítimas do casamento misto são os filhos. A terceira razão é que O CASAMENTO MISTO É UMA DECLARADA DESOBEDIÊNCIA AO MANDAMENTO DE DEUS (2.11). “Judá tem sido desleal, e abominação se tem cometido em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do SENHOR, o qual ele ama, e se casou com adoradora de deus estranho”.
Vemos que a continuidade da acusação do profeta Malaquias nos dá a entender que se trata, de fato, de um divórcio com “segundas intenções”. E acusa os judeus por três pecados terríveis: a) Traição: “Judá tem sido desleal” – O profeta está dizendo que Judá (o povo de Deus) cometeu uma traição, traição não somente à sua esposa, ao deixá-la. Mas, também a Deus que foi quem instituiu o casamento e quem é a Testemunha dessa aliança de amor. b) Depravação: “... e abominação se tem cometido em Israel e em Jerusalém” – o termo abominação” geralmente é usado com referencia às praticas religiosas idolatras, mas, é também usado para transgressão sexual (Lv 18.22,26,29,30). Malaquias diz que os judeus tem cometido coisas terríveis, odiosas aos olhos de Deus. Alguns judeus, entre eles sacerdotes estão se divorciando para se casar de novo. E para Malaquias isso é romper a aliança, símbolo da Aliança com Deus. Como já dissemos, os casamentos eram realizados na presença de testemunhas e do próprio Deus. Como em geral se fazia para celebrar os acontecimentos importantes da vida do povo, os casamentos eram ratificados, ou seja, confirmados com ofertas de sacrifícios. Diante dessa abominação, cometida pelos judeus, o profeta insiste: “não adianta chorar, Deus não pode aceitar suas ofertas como adoração a Ele, uma vez que vocês não foram fieis ao primeiro compromisso (casamento) do qual Ele mesmo foi testemunha”.
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c) Profanação do santuário: “... porque Judá profanou o santuário do SENHOR , o qual ele ama, e se casou com adoradora de deus estranho”. Assim como no verso 15, o verso 11 também possui uma palavrinha que traduzida de formas diferentes: “santuário” como “templo ou como corpo”. Mas aqui o termo não oferece problemas, pois, tanto o santuário (templo), como também o santuário (corpo) são contaminados quando o cristão entra em um casamento misto. Por que sempre que um filho de Deus se casa com adoradores de deuses estranho está profanado tanto o corpo que é santuário do Espírito Santo (1Co 6.16-20; 2Co 6.16), como também a igreja, o Templo do Senhor. Essa união mista é condenada por que compromete a fidelidade doutrinária do povo de Deus. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento não encontramos amparo para o casamento misto. Ele não é a vontade de Deus para o Seu povo (Dt 7.3,4; 2Co 6.14-17). Vale lembrar, ainda, que a imoralidade começa com o descaso e abandono da palavra de Deus como lemos no primeiro capítulo de Malaquias. Em quarto lugar, O CASAMENTO MISTO PODE RESULTAR EM TERRÍVEIS CONSEQUENCIAS (2.12) “O SENHOR eliminará das tendas de Jacó o homem que fizer tal, seja quem for, e o que apresenta ofertas ao SENHOR dos Exércitos”
Como podemos notar as palavras de Malaquias são duras, pesadas e diretas. O profeta não passa a mão na cabeça do povo, não tenta esconder o problema, ao contrario, ele trata de forma dura. No mesmo teor do inicio do livro (1.1): “sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel”. Mas hoje, quando o pastor fala algo duro, pesado e direto, como Malaquias falou, como Deus sempre tratou o pecado, o povo (igreja) acha ruim, querem deixar a igreja, falam mal do pastor ou do irmão que pregou. Meu irmão, note que pecado deve ser tratado com seriedade, não podemos jogar um pano por cima. Não foi isso que Malaquias fez, não foi isso que Deus fez, não é isso que Deus faz ainda hoje, e, com certeza, não é isso que Deus fará. - “O SENHOR eliminará...” - O que Malaquias está dizendo é que Deus pune a desobediência. Segue a mesma linha de raciocínio de Ml 2.3, Deus eliminará o pecador do meio do povo, seja ela de quem for. O jogará para fora da tenda de Jacó (2.12), o jogará para fora do arraial (2.3). - “... seja quem for ...” – Não interessa a posição que o pecador tem no meio do povo, o cargo que ele possui no meio da igreja. De acordo com as palavras do profeta Deus não olha para a pessoa e considera se ela é leiga ou um sacerdote (instruído). A desobediência traz conseqüências terríveis. O pecado é alvo certo do juízo de Deus. Deus não faz acepção de pessoas. Deus julga o pecado, e não premia a desobediência. As conseqüências podem ser amargas para aqueles que entram na contramão da vontade de Deus. A linguagem usada por Malaquias nos faz lembrar o juízo que atingiu Eli, cuja família foi eliminada do sacerdócio por causa da sua negligência e por causa das maldades cometidas por seus dois filhos (lSm 2.29-35). O mesmo aconteceu com Davi e sua família; com Ananias e Safira, etc. A desobediência tem um preço alto, é isso que o profeta Malaquias está dizendo meu irmão!
O DIVÓRCIO É UMA QUEBRA DA ALIANÇA CONJUGAL (2.13-16)
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Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de Lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão. E perguntais: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal,sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança. Não fez o Senhor um, mesmo que havendo nele um pouco de espírito? E por que somente um? Ele buscava a descendência que prometera. Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o Senhor dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis (2.13-16).
Consideramos anteriormente (2.10-12) que Malaquias revela os problemas do casamento misto. Pois, ao se unirem com mulheres adoradoras de deuses estranhos o povo estava: 1) traindo a Deus e seu cônjuge; 2) Se depravando; 3) profanando o santuário de Deus (templo e corpo). E que o resultado desse tipo de vida promiscua era a eliminação dos pecadores do meio do povo. Agora Malaquias chama a atenção para outros problemas decorrente do estilo de vida adotado pelo povo de Deus, ou seja, o profeta diz: “ Ainda fazeis isto: cobris o altar do Senhor de Lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não
olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão. E perguntais: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal,sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança”(2.13,14).
É defendido por historiadores que por trás desses novos casamentos está a ambição dos chefes judaicos em aumentar suas fazendas, por aquisição de “novas heranças” em países estrangeiros. Através dos casamentos políticos, a elite se expande dentro de outros territórios. Mas, segundo Malaquias essa “manobra” tem graves conseqüências para o povo: 1 – Põe em perigo a identidade do povo de Deus por que: a) o povo não persevera a fé no Deus único, conseqüentemente, coloca em risco a própria cultura, qual por juraram manter (Ne 10.29-31; 13.23-31). b) o contato com outros deuses torna o povo santo vulnerável à idolatria (Dt 7.3-4); c) acaba com a perspectiva da raça pura, do povo eleito; 2 – Põe em perigo a estrutura e vida da família: As esposas (a mulher da mocidade v.14), bem como seus filhos, ficam desamparados e sem proteção, o que aumentaria a injustiça social. Pois, essas mulheres estariam na condição de viúvas de maridos vivos e seus filhos órfãos de pais vivos. A situação que Malaquias enfrentava era séria, uma vez que uma mulher abandonada, sem herança, em estrutura familiar, estaria a um passo da prostituição. Por sua vez, os filhos sem pais, sem filhos, soltos ao mundo, estariam destinados á escravidão. Diante desse apanhado geral que é tratado pelo profeta nos versos 13 a 16, queremos destacar três aspectos importantes acerca do divórcio:
I - A NATUREZA DO DIVÓRCIO. Sobre essa questão, Malaquias a destaca três verdades solenes: Primeira, O DIVÓRCIO NÃO FOI INSTITUÍDO POR DEUS (2.16). “Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o Senhor dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis”.
Vemos em toda a Bíblia que o casamento (família), a união de amor entre um homem e uma mulher foi a primeira instituição criada por Deus. E, curiosamente, poderemos ler a Bíblia toda e não vamos encontrar em lugar algum qualquer vestígio de que Deus seja o responsável pela criação do divórcio. Por que isso? Porque o divórcio é uma quebra da aliança conjugal, ou seja, o divórcio é a separação daquilo que Deus uniu. O versículo dezesseis deixa essa verdade muito clara quando diz: “Porque o Senhor, Deus de Israel, diz que ODEIA o REPÙDIO...”
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O que encontramos nas Escrituras é que Deus regulamentou o divórcio, mas não o instituiu. Não dúvida que o divórcio é uma inovação humanos a fim de satisfazer seus mais variados desejos, e quase sempre, lascivos. É muito importante entendermos, irmão, que Deus instituiu o casamento e não o divórcio. Que o casamento é fruto do coração amoroso de Deus, o divórcio é fruto do coração endurecido do homem. Certa feita, os fariseus questionaram a Jesus sobre esta questão. Na tentativa de testar a Jesus perguntaram: “por que então Moisés mandou dar a carta de divórcio e repudiar suas esposas? (Dt 24.1-4)”. Jesus então respondeu para eles: “Vocês não entenderam Moisés? Vocês estão lendo as palavras de Moisés erradas? Pois, Moisés nunca mandou dar a carta de divórcio, foi por causa da dureza dos seus próprios corações que Moisés permitiu o divórcio (Mt 19.3-9)”. A uma diferença enorme em mandar e permitir. A Bíblia permite o divórcio nas situações de traição (adultério) e de abandono irreversível do cônjuge (1Co 7). A resposta de Jesus aos fariseus afirmava que a permissão para o divórcio presente na lei mosaica (Dt 24.14) era para proteger a esposa de um marido mau e não uma autorização para ele se divorciar dela por qualquer motivo. Não há dúvida que na interpretação de Jesus, assim como nas palavras de Moisés, o divórcio não é uma ordenança e sim uma permissão. Segundo, O DIVÓRCIO É CONTRÁRIO A VONTADE DE DEUS (2.16). “Deus odeia o repúdio (divórcio)...”
Embora o divórcio seja permitido por Deus em caso de infidelidade conjugal e no caso de abandono irreversível, o divórcio não é algo obrigatório, nem mesmo, incentivado pelas Escrituras sagradas. O divórcio não é um imperativo, não é mandatório, não é obrigatório. A Bíblia deixa claramente que a vontade de Deus nunca foi, é e nem será o divórcio. Mas diz que melhor que o divórcio é o perdão e a restauração da aliança de amor, da união conjugal. O divórcio é uma evidência clara de pecado, o pecado da dureza de coração. Não é porque a Bíblia apresenta a causa legítima para o divórcio que ele deve ser incentivado, ou obrigatório. É possível, e aconselhada biblicamente, que essa relação ferida, machucada, quebrada, seja curada, seja restaurada e seja refeita. O que é dureza de coração se não a incapacidade de perdoar! Malaquias é enfático em suas palavras: “Deus odeia o divórcio” (2.16)! Jesus não deixa dúvida em Mateus dezenove que homem nenhum tem autoridade para separar o que Deus uniu: nem marido, nem esposa, nem juiz, nem o sacerdote religioso. Porque Deus odeia o repúdio! Terceiro, O DIVÓRCIO É A QUEBRA DE UMA ALIANÇA FEITA NA PRESENÇA DE DEUS (2.14,15). “Por quê? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal,sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança. Não fez o Senhor um, mesmo que havendo nele um pouco de espírito? E por que somente um? Ele buscava a descendência que prometera. Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade”.
O divórcio é a apostasia do amor. É rejeitar alguém que um dia foi desejado. É descumprir com promessas feitas na presença de Deus. Podemos notar que nos versos 14 e 15 há algumas expressões interessantes: v. 14 – a) a mulher da sua mocidade; b) a tua companheira; c) a mulher da tua aliança. v. 15 – a) a mulher da sua mocidade.
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Tais expressões nos mostram que essa aliança foi voluntária, livre, e por um ato de amor. Por isso o divórcio é considerado como a quebra de uma aliança voluntária feita na presença de Deus. O divórcio revela um ato de juramento falso feito diante de Deus, por isso é abominável aos seus olhos e vontade. II - A CAUSA DO DIVÓRCIO - De acordo com as palavras do profeta Maquias duas são as causas apontadas para esse ato repugnante diante de Deus.
A primeira causa É A FALTA DE CUIDADO DE SI E DO CÔNJUGE (2.15,16). “... Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade” (v.15). “... portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis” (v.16).
O que Malaquias está querendo dizer quando exorta seu povo a “cuidar de vós mesmos e não infiel à sua mulher”? Não dúvidas que o casamento é como uma conta bancária, se você sacar mais do que você deposita, não há dúvida que o que te espera é a falência. Se você exigir mais do que dá, o casamento quebra. Se você apenas criticar e nunca elogiar o casamento afunda. Casamento é como uma pista de mão de duplas há idas e vindas. É com essa visão que Malaquias olha para seu povo e diz “cuidai de vós mesmos”. Com certeza, o grande número de divorcio de hoje é pelo fato de estarmos tão ocupados com tantas coisas que não paramos para pensar sobre o que é casamento. Jesus nos revela isso na sua resposta aos fariseus quando questionado se alguém poderia divorciar por qualquer motivo (Mt 19.3): “Não tendes lido?” (Mt 19.4); “que desde o princípio Deus criou o fez homem e mulher e que disse: por causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?...” (Mt 19.4-9). O que Jesus está dizendo senão chamando aos fariseus para conversar sobre casamento. Vamos esquecer o que mundo está dizendo sobre a questão e voltarmos para as Escrituras e considerar o que Deus fala sobre o casamento. A chamada de Jesus é perfeita, pois se nós entendermos o que é casamento à luza da palavra de Deus nós evitaremos o divórcio. Por outro lado, a não reflexão sobre casamento deságua em divórcio. Por isso Malaquias diz: ‘”cuidais de vós mesmos”. Quem ama o cônjuge, a si mesmo se ama diz o apostolo Paulo (Ef 5.28). Mas aqui surge uma nova indagação, cuidar do que para que o casamento não termine com o divórcio? Para que o casamento ande em sintonia com Deus e Sua Palavra? 1 – NÃO DEIXE QUE O CASAMENTO CAIA NA ROTINA: Se todo casal mantivesse a mesma relação do namoro, com certeza o casamento seria uma benção. É bem verdade que há namoros terríveis, e deveria ter divórcio de namoro! Isso é verdade, tem namoro que a família fica torcendo para que acabe, para que ele não cabe com a vida de uma das pessoas envolvidas. Orações são feitas: Senhor abra os olhos daquela moça. Senhor tenha misericórdia do rapaz. A coisa é tão feia que dia que termina a vontade e fazer um culto de ações de graças e soltar uns foguetes. Cuide-se de si mesmo, para que seu casamento tenha alegria, tenha comunicação, que haja respeito, carinho, que haja quebra da rotina. 2 - NÃO GUARDAR MÁGOA: Não há casamento perfeito, pois ninguém perfeito. Casamento perfeito foi de Adão e Eva antes do pecado somente. De lá para cá não existe casamento sem problemas, sem conflitos. O casamento é uma ginástica, um exercício contínuo e constante de paciência, de amor e perdão. Cuidado com o guardar mágoas.
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3 - NÃO SE DESCUIDAR DA COMUNICAÇÃO : Tiago capítulo três nos exorta quanto ao perigo da língua. E infelizmente quando ganhamos intimidades com as pessoas, por vezes, esquecemos de tratá-la com honra, como antes fazíamos. Alguém disse certa de forma muito sábia que se nós fossemos educados com o cônjuge da mesma forma que somos educados com os estranhos seria maravilhoso. Pois ninguém solta patadas em estranhos por qualquer coisinha. Ninguém desrespeita um estranho a toa. Não é verdade isso? Somente uma pessoa muito grossa e deselegante é capaz de ser deselegante com um estranho. E todo mundo tem algumas normas sociais com objetivo de preservar a imagem. Preciso tratar a todos com educação, respeito, atenção, carinho, alegria, ajudar no que eu puder, etc. Mas por que, geralmente, não acontece a mesma coisa dentro de casa. Com a pessoa que você tirou do lar dos pais prometendo que a amaria para sempre, diante de homens e diante de Deus. Cuide-se de vós mesmo! 4 – CUIDE DAS NECESSIDADES EMOCIONAIS E SEXUAIS DO CÔNJUGE : Fique atento ao seu cônjuge. Seu esposo, ou sua esposa tem sentimentos, tem necessidades físicas e sexuais que precisam ser atendidas. E quando você se preocupa apenas em atender as necessidades dos de fora e não as do seu cônjuge você está assinando a carta de divórcio. Cuide-se de vós mesmo! 5 - ADMINISTRE SABIAMENTE A QUESTÃO FINANCEIRA : Dinheiro hoje é uma das causas principais das tensões nas famílias. Seja pela falta ou pela fartura dele. A administração deve ser sábia, ambos devem entender isso. Pois se um gosta de gastar de mais e o outro de menos, vai dar problemas. É preciso saber controlar a conta bancária, a dispensa, o armário, a garagem, etc. Somos bombardeados com propagandas com parcelas sugestivas, e aquilo chama nossa atenção. Propagandas para todos os lados, das mais lindas, chamam a atenção de todos. Mas basta ir conferir que aquela é a primeira de 12, 24, 36, 50 prestações. E mesmo assim, por serem baixas entramos na divida. Lá na frente isso traz problemas! E tem gente entrando em um consumismo desenfreado. Enche a casa de coisas desnecessárias. A situação financeira aperta e entre deixar de pagar alguma coisa, optamos pelo dizimo. Afinal Deus não virá em minha porta mesmo, não mandará carta de cobrança, nem telefonará em casa cobrando. Deixamos de dar o dízimo. As discussões começam no lar, a fidelidade a Deus é deixada. Com isso, chega a vergonha. Não vou a igreja se não o tesoureiro, o pastor, aquele presbítero chato vai me cobrar. Sua vida começa a entrar em decadência, e seu casamento a beira do divórcio. Sua vida espiritual a beira do caos. Então se você não quer stress com se casamento, cuide com muita cautela da questão financeira. Cuide-se de vós mesmo! A segunda causa do divórcio É a FALTA DE BOM SENSO (2.15) Alguns estudiosos vêem aqui o divórcio de Abraão. Mas creio que o texto fala da criação. O assunto do contexto é divórcio. Daí, a exortação do profeta: "Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade". Essa passagem nos chama para pararmos e pensarmos um pouco sobre as conseqüências do divórcio.
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Há uma versão Bíblica que traduz assim o verso 15: “Ninguém com um resto de bom senso o faria..." (2.15). Querido (a), se as pessoas parassem para pensar nas conseqüências do divórcio é certo que não entrariam neles. Há uma psicóloga americana que disse (após fazer uma pesquisa com casais divorciados), que a maioria das pessoas que se divorciaram chegaram a uma conclusão que se tivessem tentado manter o casamento teriam se desgastados menos, sofrido menos. Pesquisas revelam que: 1º) 10 anos após o divórcio os cônjuges, ainda, estão se desgastando um com o outro. Seja por causa de pensão, seja por causa dos filhos, seja por causa de diversas razões. 2º) 70% das pessoas que se divorciaram e se casaram novamente depois de 10 anos já se divorciaram pela segunda vez, porque o segundo casamento foi pior que o primeiro. Então, meu querido (a) é preciso parar e pensar um pouco sobre essa questão. Antes de divorciar, uma pessoa precisa ter bom senso para pensar nas conseqüências: - conseqüências espirituais (sua vida com Deus, você não poderá se casar novamente e com isso estará ainda mais vulnerável ao pecado), - conseqüências emocionais (seu desgaste físico e psicológico), - conseqüências econômicas (os gastos aumentarão ainda mais); - conseqüências para os filhos (crescerão longe dos pais, longe do padrão de Deus para a família, traumatizados e talvez revoltados), - conseqüências para a igreja - conseqüências para a sociedade (filhos traumatizados e revoltados) . Dá para perceber que são muitas as conseqüências que um divórcio pode gerar. Mas a pior de todas elas é, sem dúvida, as relacionadas com os filhos. Pois, são eles os mais afetados, são eles as principais vitimas do divórcio. Vamos meditar um pouco sobre isso. III - AS CONSEQÜÊNCIAS DO DIVÓRCIO . O divórcio não é suave, indolor. Não existe divórcio em seqüelas, sem lágrimas, sem dores. Pois o homem não pode separar aquilo que Deus uniu! O casamento foi feito para toda vida. Um estudioso sobre o assunto (divórcio) disse que o divórcio é a mais destrutiva das crises emocionais; ele é uma dor que corta como faca. Ele é um ato de violência contra o cônjuge e contra os filhos. A violência psicológica e emocional precede ao divórcio. O divórcio é desinstalador, é como um terremoto, provoca grandes estragos. O divórcio é o colapso dos sonhos, o naufrágio da esperança e a desistência deliberada de uma aliança firmada na presença de Deus. Quais são as conseqüências do divórcio apontadas pelo profeta Malaquias?
A primeira conseqüência do divórcio É QUE ELE PROVOCA PROFUNDA DOR NA PESSOA ABANDONADA (2.13) “Ainda fazeis isto: cobris o altar do senhor de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão” (2.13).
Jerônimo (um dos pais da igreja) entendia que o texto de Malaquias está dizendo que quem chorava era as mulheres abandonadas. Embora, parece que quem chora aqui era os homens. Mas creio que pode ser uma referencia a ambos. O que estava acontecendo era o seguinte: os homens largavam suas mulheres, casavam-se de novo. Talvez por sentimento de culpa, talvez para reparar a culpa esses homens (dentre eles sacerdotes) chegavam à casa de Deus e começavam a chorar por todo canto. Mas não adianta choro sem arrependimento, Deus não se comove com lágrimas.
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HOMENS: Eles se achegavam a Deus, choravam, mas não o obedeciam. v.13: Deus diz: “de sorte que ele não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão” . Ou seja, Deus diz que não vai aceitar as suas ofertas, eu não vou aceitar as suas orações, eu não vou aceitar sua atitude por que eu fui testemunha da aliança que você Fez com a mulher da sua juventude, cm a qual foste desleal (v.14). MULHERES: Os que defendem que o choro desse verso se refere às mulheres dizem que quando as esposas abandonadas iam ao altar e derramavam suas lágrimas, isso tocava o coração de Deus a ponto de Ele não aceitar as orações e as ofertas dos maridos que as abandonavam. Deus está dizendo que o choro dessas mulheres abandonadas têm mais valor para Ele do que as ofertas que esse homens levam até Ele. O choro dessas mulheres é mais agradável aos meus olhos que as orações que esses homens levantam aos céus. Todavia, querido (a) podemos crer que esse choro era tanto dos homens que se chegavam a Deus sem ter suas orações respondidas e suas ofertas aceitas, como também das mulheres abandonadas pelos maridos. Os judeus choravam e gemiam no culto (2.13), mas o chorar não restaura, pois Deus quer a obediência da fé. Mas o verso deixa claro que o divórcio, às vezes, dói mais do que o luto para o cônjuge abandonado e para os filhos órfãos de pais vivos. De fato, o divórcio em alguns casos é mais perigoso e destrutivo do que tentar permanecer juntos. A segunda conseqüência do divórcio é que ELE TRAZ GRAVES PROBLEMAS PARA OS FILHOS (2.15 ). O divórcio não traz fortes dores somente para a pessoa abandonada, mas principalmente para os filhos. Já pudemos considerar algo sobre isso anteriormente. A poligamia e o divórcio não são compatíveis com a criação de filhos no temor de Deus. E, em última instância, essas práticas não eram proveitosas para obter a semente piedosa na árvore genealógica do Messias prometido. Ninguém poderia divorciar-se, casandose com uma idólatra e ainda esperar uma santa posteridade atrás de si. Uma pesquisa de âmbito nacional entrevistou dezessete mil filhos divorciados com até dezessete anos de idade, e chegou aos seguintes resultados: 1) Filhos que vivem com a mãe e o padrasto, ou com a mãe divorciada, têm um risco de 20% a 30% maior de sofrer acidentes graves. 2) Filhos que vivem apenas com a mãe como cabeça do lar são 50% mais susceptíveis a doenças psicossomáticas. 3) Filhos que vivem com a mãe como cabeça do lar, ou com a mãe e o padrasto, têm uma tendência 40% a 70% maior de repetir de ano na escola. 4) Filhos oriundos de casamentos quebrados são responsáveis por mais de 70% dos casos de suspensão ou expulsão escolar. Em algumas vezes o divórcio para os filhos é pior do que o luto dos pais.
A terceira conseqüência do divórcio é que ELE PROVOCA UMA CRISE ESPIRITUAL E UMA QUEBRA DA COMUNHÃO COM DEUS NA VIDA DA PESSOA QUE ABANDONA SEU CÔNJUGE (2.13b) “... de sorte que ele não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão” (2.13).
Os contemporâneos de Malaquias estavam subestimando o pecado do divórcio (2.13). Eles choravam, mas não obedeciam. Nós já vimos quando estudamos o capítulo primeiro que quando Deus não aceita o ofertante, Ele rejeita a oferta. Isso aconteceu com Caim e Abel (Gn 4).
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No primeiro capítulo de Malaquias, Deus recusa-se a aceitar os sacrifícios porque os animais eram defeituosos (1.8,10,13); agora, Deus os rejeita por causa do divórcio dos ofertastes, ou seja, por causa das suas vidas contaminadas. A Bíblia diz que se há iniqüidade no coração, Deus não ouve as orações (SI 66.1315,18). O apóstolo Pedro diz que se o marido não vive a vida comum do lar, suas orações são interrompidas (1Pe 3.7). Mas as palavras de Pedro são aplicáveis a todos. A você que permanece casado mesmo! E isso deve te levar a parar e pensar em sua vida conjugal. Pois se você que uma vida com Deus, se você quer sucesso em suas orações você deve ter uma vida conjugal exemplar. Não pode viver brigando com seu cônjuge. É isso que o apóstolo Pedro diz nesse verso. Deus não aceita o culto desses homens porque Ele não aceita a quebra da aliança conjugal deles. É comum algumas pessoas usarem artifícios para driblarem a própria consciência buscando justificativas para o divórcio. Algumas pessoas dizem: "eu vou me divorciar, porque meu casamento não foi Deus quem fez"; outros dizem: "eu vou me divorciar, porque eu não consultei a Deus para me casar". Há aqueles que, simplesmente dizem: "Eu vou me divorciar porque não amo mais o meu cônjuge ou encontrei uma pessoa mais interessante". Multiplicam-se os motivos que levam às pessoas ao divórcio. É importante ressaltar que Deus comparece a todo casamento como testemunha. Quando duas pessoas se casam, mesmo que elas não tenham buscado a Deus, o Senhor ratifica a aliança. O quebrar dessa aliança é um perjúrio às promessas firmadas diante de Deus. No livro de Josué capítulo nove, lemos que Josué firmou uma aliança com os gibeonitas sem consultar a Deus. Eles dissimularam e mentiram para Josué. Este, apressadamente firmou com eles um pacto e Deus ratificou esse acordo Trezentos anos depois, o rei Saul violou aquela aliança e um juízo divino veio sobre a nação. A lição que podemos tirar desse episódio é que mesmo quando não levamos a aliança que fazemos a sério, Deus leva.
A quarta conseqüência do divórcio é que ELE PROVOCA O REPÚDIO DE DEUS (2.16) . Quanto a questão do divórcio não texto mais duro, mais grave que o verso 16: “Porque o Senhor, o Deus de Israel, diz que odeia o repúdio...” O verso diz que Deus odeia o divórcio. Mas o interessante que o verso diz mais. Diz que Deus odeia não só o divórcio, mas “também aquele que cobre de violência as suas vestes”. Deus repudia aquele que age com violência com o cônjuge abandonado. Repudia aquele abandona seu cônjuge para se casar com outra, com uma adorara de ídolos. O verso 16 mostra que para Deus, o divórcio é como cobrir de violência as suas vestes. O divórcio é visto como uma violência. De fato, toda vítima do divórcio é violentada psicologicamente. Os golpes psicológicos precedem à separação física. O divórcio não é algo de somenos para Deus. Numa época em que o divórcio campeia tão célere, precisamos inclinar os ouvidos a estas solenes palavras de Deus! Pois, não há nada que desestabiliza que machuca mais uma pessoa do que abandoná-la. E Deus diz: eu odeio isso!!!
CONCLUSÃO:
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Quero concluir nosso estudo sobre os perigos que correm as famílias, ressaltando quatro ensinamentos preciosos que Malaquias nos deu. Sendo assim, quero, diante de tudo que consideramos reafirmar que: 1º) O povo de Deus, aliançado com Ele, não deve entrar em aliança com aqueles que não pertencem à família de Deus. Quero dizer com isso que você rapaz, moça, jovens quer glorificar a Deus não entre em uma aliança mista. Está carente? Está difícil arrumar uma namorada (o), ore, confie em Deus (Sl. 40).
2º) Precisamos, ainda, afirmar que o clamor dos feridos é mais alto aos ouvidos de Deus do que as orações daqueles que ferem . E que as lágrimas dos oprimidos são mais preciosas para Deus do que as ofertas daqueles que oprimem. 3º) Precisamos, de igual forma, dizer que Deus é a testemunha de toda cerimônia de casamento, e também será a testemunha de toda violação desses votos. 4º) Precisamos alertar que o pecado do divórcio é uma coisa abominável que Deus odeia sempre. O capítulo 2.1016 de Malaquias apresenta aquela que foi uma mensagem solene para o povo de Israel. Apresenta uma mensagem solene para você e para mim meu querido (a). Que Deus nos ajude, amém!
“JUSTIÇA: E O DEUS QUE FAZ JUSTIÇA, ONDE ESTÁ?” (Ml. 2.17-3.1-5) Na introdução do nosso estudo do livro de Malaquias, dissemos que o livro é estruturado sobre a forma de sete audiências. Sempre encontraremos Deus falamos, o povo replicando e, Deus respondendo. Diante de situações calamitosas, é comum o povo se perguntar: "Onde está o Deus da justiça?" É uma pergunta que aparece com freqüência nos textos bíblicos (Jeremias 12.1-2; Jó 21.7-26; Salmo 37; 73.,2-5). Essa pergunta tem diversas conotações: de dúvida, de medo, de irreverente desafio, de angústia, de apelo perante as injustiças. No caso do povo de Malaquias, ela avalia que tal pergunta é revelação de leviandade e superficialidade com que os israelitas estavam analisando sua situação. Segundo o grupo de Malaquias, o povo não estava percebendo o alcance de suas falhas diante do poder e sabedoria do Deus que julga cada um segundo seus atos: " Enfadais o SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto, que pensais: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo? " (2,17). " As vossas palavras foram duras para mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? 14 Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos? 15 Ora, pois, nós reputamos por felizes os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam, sim, eles tentam ao SENHOR e escapam" (3,13-15).
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O povo não estava acreditando na teologia da retribuição, pois a realidade mostrava que os maus estavam prosperando enquanto os justos viviam a "duras penas", o israelitas se perguntam: "Onde é que está o Deus que faz justiça?" O profeta se torna incisivo diante dessa acusação que o povo faz a Deus. Vocês querem um julgamento por parte de Deus? Pois terão! Aguardem! " Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos. 2 Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do ourives e como a potassa dos lavandeiros" (3,1-2). A intervenção do Senhor será violenta. Nada escapará ao seu furor. A vida do povo passará por uma grande transformação. Assim, o Senhor tomará posse de sua casa (3,1), sobretudo do povo que lhe permanecer fiel (3,16-18). Ao questionar a teologia da retribuição, o povo tira a gasolina que fazia andar o carro do Templo, pois tal teologia era a justificação ideológica de sustentação do dízimo, do culto, da lei do puro e impuro etc. O dízimo começa a cair consideravelmente e o povo entra em pânico. Vamos ver o que Malaquias nos ensina através desse texto . Nestes versos não é diferente, de forma que podemos notar que o texto pinta um “cenário de um julgamento” . Um cenário que nos mostra quatro pontos que merecem nossa atenção: Primeiro , UM TRIBUNAL É ESTABELECIDO: 1º - Deus fala 2º - O povo contesta 3º - Deus responde a contestação do povo Segundo, UMA ACUSAÇÃO É FORMALIZADA. Deus é acusado pelo povo de não ser ético. Segundo o povo, Deus, não apenas está deixando de premiar o bem, mas comprazendo-se (favorecendo, aprovando) do mal. O que eles estão dizendo é grave. Para eles Deus está deixando de abençoá-los por serem e fazerem o bem, enquanto, favorece os que praticam o mal. Eles dizem que as nações ímpias estão crescendo, se fortalecendo por que Deus as tem abençoado. E deixado Israel de lado. Em outras palavras eles dizem que Deus é injusto e imoral. Terceiro, UMA DEFESA É FEITA. Deus sai do banco dos réus e prova que a acusação contra Ele é falsa. Em seguida Deus coloca-se como testemunha e juiz para condenar os acusadores mentirosos. Deus não se coloca apenas como testemunha contra aqueles servos infiéis, que acusam a Deus para esconder seus pecados. Mas ele é também o juiz dessa audiência. Ele mesmo dará a condenação aos terríveis pecadores.
Quarto, UMA SENTENÇA É LAVRADA. Deus julga e condena os acusadores, mas restaura o Seu povo. Mantendo fiel à sua Aliança. Veremos que ao mesmo tempo que Deus vem para punir o pecador, ele vem para restaura, para purificar, para renovar o seu próprio povo, o povo da aliança. Mas quem são os acusadores de Deus? De acordo com o texto de Malaquias qual é o caráter das pessoas que acusam, que levantam calunias contra Deus? Do que esse povo, Israel, está acusando o Senhor dos Exercítos?
I - O CÁRATER DOS ACUSADORES DE DEUS (2.17) “Enfadais o Senhor com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto, que pensais: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada; ou: Onde está o Deus do juízo?” (2.17).
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Vamos ver quem são os causadores de Deus. A acusação que é feita contra Deus nesse verso revela a situação deplorável da vida espiritual do povo. Por viverem longe da palavra de Deus, por se tornarem insensíveis as coisas de Deus, por terem se tornados profissionais do culto, esses homens concluem que o erro está na pessoa de Deus, e não neles. Diante disso podemos dizer que os acusadores são: Quem são os acusadores nesse tribunal montado? 1º) OS ACUSADORES DE DEUS SÃO INGRATOS: Podemos dizer que os acusadores são ingratos sem qualquer problema, pois se você notar, os acusadores de Deus não são procedentes de nações pagãs. Não são os ímpios, os idólatras, os inimigos que estão a acusar o Senhor. Não são aqueles que vivem mergulhados em trevas, os que se mergulharam na adoração de deuses falsos. Mas os que se reúnem, que comparecem para acusarem a Deus e para colocá-lo no banco dos réus são do próprio povo de Deus. Os acusadores do Senhor nada mais e nada menos é que próprio povo de Israel, o povo da aliança. Os acusadores são aqueles a quem Deus tem amado, protegido, libertado, abençoado e guardado. Aqueles que receberam o melhor de Deus durante tanto e tantos anos (leia os livros de Êxodo e Josué). Os acusadores são aqueles que deveriam estar adorando a Deus; aqueles que deveriam oferecer ofertas ao Senhor; aqueles que deveriam se deleitar em Deus. Estes acusadores deveriam se achegar diante de Deus em santidade de vida, oferecendo seus corpos por sacrifício vivo , santo e, agradável (Rm 12.1). Pois no primeiro capítulo Deus diz que amou esse povo. Mas não é isso o que acontece, eles estão se rebelando contra Deus, levantando acusações falsas, torcendo a verdade e disseminando o erro. A atitude desse povo é de profunda ingratidão ao Deus que sempre os amou. Em outras palavras o que o povo queria dizer é: "Onde está a prova de que existe a mão divina dirigindo os negócios humanos? Onde está o amor de Deus para conosco? No que Deus nos tem amado?". Eles estão olhando para suas vidas, para sua história é perguntando: Onde está Deus? Se Deus existe, então ele não é ético. Se Ele existe, então esse Deus é injusto. Essa é tônica das acusações deles contra o Senhor dos Exércitos. Quem são os acusadores nesse tribunal montado? 2º - OS ACUSADORES DE DEUS SÃO INSENSÍVEIS (2.17 ): “Enfadais o Senhor com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos?”
Os acusadores não apenas ingratos, mas também insensíveis . Pois eles pecam contra Deus em palavras, em ações, mas não tem consciência disso. Para eles o errado é Deus, eles estão corretos.Não apenas estão pecando, mas também não reconhecem o erro que praticam. Esse é a evidencia do estágio mais avançado do pecado, pois não ao pecam, mas não reconhecem a transgressão. Eles estão anestesiados, cauterizados, amortecidos e insensíveis ao pecado. Eles estão enfadando a Deus com suas palavras e com os seus pecados, mas não sabem que estão enfadando a Deus. Eles falam e agem contra Deus, mas não têm percepção disso. Quem são os acusadores nesse tribunal montado? 3º - OS ACUSADORES DE DEUS SÃO PESSOAS EQUIVOCADAS (2.17):
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“ Onde está o Deus do juízo?” (2.17). Eles tinham uma idéia completamente falsa da missão de Deus. O que eles esperavam é que o Messias viria para libertá-los da opressão, para libertá-los do cativeiro. Os judeus sempre achavam que o Messias (Jesus Cristo) estaria do seu lado contra os inimigos pagãos. Esperavam que Deus viesse destruir as potências dos gentios (seus inimigos, anteriormente os babilônios e agora os medos-persas) e restaurar o poder de Israel, mas não estavam preparados para a obra que Ele realizaria na purificação dos judeus. Eles esperavam que com o retorno da Babilônia, Deus enviasse o Seu Messias para quebrar o poder do jugo estrangeiro e fizesse deles, judeus, uma nação poderosa. Na verdade o que eles queriam e esperavam é Deus viesse para restaurá-los, para exaltá-los, para que os colocassem em uma posição de honra. O que eles queriam era que Deus os coroasse com honra e glória diante das demais nações, mesmo em seus pecados. Eles esperavam que com a reconstrução do segundo templo, fatos milagrosos acontecessem como aconteceu com o primeiro templo de Salomão. Que uma nuvem entrasse no templo e que a glória de Deus enchesse a casa. Eles esperavam algo miraculoso, novo, extraordinário. Eles tinham expectativas claras de que Deus os exaltaria aos olhos das nações, mas ainda estavam sob o jugo estrangeiro, enquanto os pagãos se fortaleciam. E por isso se frustraram então perguntam: “Onde está o Deus do juízo?” (2.17). Onde está Deus? Não estou vendo a ação de Deus. Não vejo a intervenção de Deus. Se Deus existe onde ele está? Onde estão a justiça de Deus que não nos exalta diante e sobre as nações pagãs. Na verdade eles estão equivocados porque eles esperavam um Messias político, guerreiro. O que eles não esperavam e nem desejavam que o Messias viria para purificá-los, para libertá-los do pecado, para remi-los e colocá-los diante de Deus como um povo santo. Por isso as a acusação deles, e conseqüentemente o equívoco deles.
II - A ACUSAÇÃO CONTRA DEUS (2.17) Como podemos notar o tribunal está montado, e o povo coloca Deus no banco dos réus e começam a questioná-lo e conseqüentemente acusá-lo. Para tal feita os acusadores usaram dois argumentos para atacar a Deus. Vejamos:
1º - DEUS É ACUSADO DE SER PASSIVO DIANTE DO QUE ACONTECE NO MUNDO (2.17). O ponto crucial dessa acusação é a questão da prosperidade do ímpio. Esta é uma velha e surrada acusação que o povo faz contra Deus. Por que um homem que leva uma vida séria e decente, cumpre com os seus deveres e paga os impostos devidos está sempre passando por dificuldades? Já o outro que é corrupto, que vive burlando as leis, roubando, corrompendo e maquinando contra o próximo, prospera? Em outras palavras o que eles estão questionando a Deus de forma acusativa é: por que os ímpios prosperam enquanto o povo de Deus carece necessidade? Por que o povo de Deus sofre? Por que coisas ruins acontecem à pessoas boas? Por que o povo de Deus passa por duras lutas, fica pobre, é acometido por doenças terríveis? Enquanto o ímpio, aquele que não teme a Deus, prospera, tem saúde, tem fama, tem glória? Esta é a velha acusação contra Deus. Esta é ainda a grande questão levantada no meio do povo de Deus hoje. Asafe, no salmo 73.1-15, expôs sua profunda crise espiritual ao ver a prosperidade do ímpio, enquanto ele, sendo fiel a Deus, passava por duras provações. A pergunta dele era: por
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que os “Até que entrei no santuário de Deus, e atinei com o fim deles" (Sl 73.17). O que Asafe está dizendo é que a riqueza do ímpio, a prosperidade do ímpio, sua paz, sua alegria, fama e glória... mas que no dia em que Deus se levantar sua ruína será repentina e total. Asafe diz ainda que é castigado, que é afligido nesse mundo, mas que ele tem Deus. E que Deus é a sua riqueza, que Deus é seu refúgio e suas fortaleza. Que Deus é o seu pastor e, então, não precisa de mais nada. Pois é Deus quem o conduz e lhe garante a glória. O salmista compreende que prosperidade do ímpio não é sinal da gloriosa benção de Deus. E que o piedoso, mesmo açoitado, afligido, disciplinado, doente e pobre, ele tem Deus aqui. E desfrutará de Deus por todo a eternidade. Esta é a maior riqueza.+ O profeta Jeremias também fez esse questionamento: “Justo és, ó Senhor, quando entro contigo num pleito; contudo, falarei contigo dos teus juízos. Por que prospera o caminho dos perversos, e vivem em paz todos os que procedem perfidamente?" (Jr 12.1). Jeremias está dizendo que os ímpios vivem uma vida de paz e prosperidade, mesmo sendo maus, mentirosos, corruptos. O profeta Habacuque, no auge da sua angústia, clama a Deus, e diz: ''Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me responderás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? [...] Por esta causa, a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta, porque o perverso cerca o justo, a justiça é torcida” (Hc 1.2-4). Habacuque olha para seu redor, para o cenário da sua vida e diz: Deus as nações ímpias, que são piores do que nós estão vindo contra nós, nos afligindo, nos sub-julgando. Isso coloca o profeta em crise espiritual. Na mesma linha de raciocínio, o profeta Sofonias, expressou o que as pessoas do seu tempo cogitavam: "O Senhor não faz bem, nem faz mal" (Sf 1.12). Sofonias olhando para sua situação presente fica cético e diz que Deus é absolutamente passivo, que Deus não faz nada, que tudo está acontecendo sem que ele perceba. Agora, o profeta Malaquias vai um pouco além dos profetas anteriores e mostra que os acusadores de Deus não estão apenas dizendo que o Senhor é passivo mas que ele é ativo. Note o pensamento dos acusadores de Deus: "Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada ; ou: Onde está o Deus do juízo?" (2.17). Essa é uma acusação dura contra Deus. Essa é a grande questão levantada pelos filósofos, pensadores e céticos. Se Deus existe, se Ele é bom, se é onipotente, por que permite calamidades naturais como o tsunami que arrastou numa torrente de lama milhares de pessoas indefesas? Por que Deus permite que furacões inundem cidades inteiras matando tantas pessoas indefesas? Por que os ricos se embriagam bebendo vinho de vinte mil reais a garrafa, enquanto pessoas morrem de fome ante os seus olhos sem receberem sequer uma mísera esmola? Até mesmo teólogos defensores da nova corrente denominada “teologia relacional ou teologia aberta”, com uma visão errada, equivocada e herética dizem. Para esses teólogos todas as tragédias acontecem por que estão fora do alcance de Deus. Que o próprio Deus, assim como nós, é pego de surpreso e por isso não pode fazer nada. Que Deus decidiu não conhecer o futuro e por isso não pode intervir contra as tragédias. Em outras palavras eles estão dizendo que Deus é um coitado e que nada está sobre o seu controle. Por sua vez outros perguntam: se Deus sabia por que não fez nada? E dizem: se deus sabia de tudo e não fez nada então é injusto. E concluem com a seguinte dedução: Ou Deus não sabe tudo, ou Deus não justo, ou Deus não é soberano! Deus é acusado das mesmas coisas hoje, nas igrejas denominadas cristãs. As pessoas colocam Deus no banco dos réus e o acusa. Vivemos num país que está entre os três primeiros no rank dos países com piores distribuição de renda. Se Deus é bom, porque a injustiça social é tão perversa e selvagem no mundo? Se Deus é onipotente por que Ele não freia essa avalanche de imoralidade que arrasta a sociedade contemporânea para um mar de lama? Os
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acusadores de Deus estufam o peito, erguem a voz e com insolência atiram suas flechas envenenadas contra o Altíssimo.
2º - DEUS É ACUSADO DE SER PARCIAL E IMORAL EM SEUS JULGAMENTOS (2.17). “... Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada...” Os crentes dos dias de Malaquias não apenas acusavam a Deus de não fazer nada, de ser passivo diante de tudo o que acontece, de ser um grande expectador. Mas de açodo com verso 17, notamos, ainda, que os acusadores estão fazendo três pesadas acusações contra Deus. Primeira: DEUS É ACUSADO DE IMPUNIDADE NO JULGAMENTO: "Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor" (2.17). A impunidade é uma das coisas mais terríveis que pode existir. Podemos ver isso claramente em nosso país. Talvez a principal causa da corrupção da impunidade nosso país é um dos maiores em corrupção, da violência, da imoralidade que campeiam o nosso Brasil é a impunidade. São as pessoas que praticam o mal sabendo que vão escapar do braço da lei. A questão da corrupção, infelizmente, parece estar no DNA da nossa nação. Entra governo, sai governo, começa um novo governo com promessas de reparos, com promessas de transparência e melhoras no setor público, mas sempre vemos as coisas cada vez mais distantes. Pois as pessoas cometem seus erros na convicção de que não serão apanhadas, e se apanhadas não serão punidas. Esse é o mesmo quadro pintado nos dias de Malaquias. Com uma diferença, o povo está acusando a Deus de fazer praticamente o mesmo que nossos políticos fazem com o Brasil, com nosso povo. Essa é a acusação contra Deus. Que Deus não pune. Eles estão dizendo que Deus não exerce o seu juízo, o seu julgamento. Assim eles acusam a Deus da seguinte maneira: “Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR”. Essa é uma acusação grave, é uma acusação grave que a criatura faz ao Criador. Que o homem pecador e limitado faz contra o Deus santo, perfeito e soberano!
Segunda: DEUS É ACUSADO DE TER O CARÁTER CORROMPIDO: "... e desses é que ele se agrada” (2.17). Eles atacam o caráter santo de Deus. Notem que eles estão dizendo é que Deus se agrada daqueles que fazem o mal. Que Deus não se agrada dos justos, do honesto; mas que Deus se agrada dos ímpios, dos corruptos. Daquele é mal, violento. Com isso eles estão denegrindo o caráter de Deus. Estão manchando o santo nome de Deus, sujando a imagem de Deus. Ele estão invertendo o ensino de Gênesis 1.26,27 que diz: “Também disse Deus:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Eles estão olhando para eles e achando que Deus foi feito a imagem
e semelhança deles. Por estão acusando a Deus d se deleitar no pecado e agradar-se do pecador. Eles acusam Deus de deleitar-se no pecado e agradar-se do pecador. Eles acusam Deus veladamente de não recompensar o bem, mas de premiar o mal.
Terceira : DEUS É ACUSADO DE INATIVIDADE NA PROVIDÊNCIA: "Onde está o Deus do juízo?" (2.17).
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O final do verso dezessete nos revela mais um momento de audácia do povo contaminado pelo pecado: "Onde está o Deus do juízo?". A indagação aqui é: cadê Deus? Onde está Deus? Por que ele não age? Se Deus é Deus por que ele não intervém? Se ele é soberano por que ele não põe um ponto final nessa situação? Não somos nós acuados, massacrados todos os dias com essas indagações pelos jornais e mensagem da televisão? Enquanto alguns estão sempre acusando a Deus de ser omisso na história. Outros questionam Sua existência. Acusam Deus de ser omisso na história, de ser lerdo nas intervenções. Essa foi também o que o apostolo Pedro levantou: “Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação” (2Pe 3.4). Onde está o Deus do juízo? Cadê Deus que diz que voltará que diz que vai intervir? O que vemos é o mundo cada vez pior. Pois quando lemos o jornal, ou ouvirmos o noticiário parece que Deus perdeu o controle do mundo. Que a história está sem rédeas, que o diabo comanda todas as coisas. Cadê Deus, o Deus do juízo? Essa é a grande pergunta do apóstolo. O povo coloca Deus no banco dos réus. E os acusa Deus de não fazer nada, de não intervir na história do povo. Mas, eles é que eram cegos. Deus agiu no dilúvio, em Sodoma, no cativeiro egípcio, no deserto, em Canaã, no cativeiro babilônico. Deus age hoje e agirá no futuro.
III — DEUS SE DEFENDE DAS ACUSAÇÕES (3.1-5) “Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que elevem, diz o Senhor dos Exércitos. Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do ouvires e como a potassa dos lavandeiros. Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata; eles trarão ao Senhor justas ofertas. Então, a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias antigos e como nos primeiros anos. Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o Senhor dos Exércitos” (3.1-5).
Vimos, pelo verso 17 do capítulo dois, que todas as acusações contra Deus eram falsas. Que todas as acusações contra Deus emanaram de pessoas ingratas, corrompidas e equivocadas. Que tentaram manchar o nome, macular a honra de Deus levantando contra Ele acusações pesadas e levianas. A Bíblia na deixa dúvida que Deus é santo, que Ele tem o controle da História e no Seu tempo manifestará o Seu julgamento contra aqueles que pervertem a Sua lei. Diante da pergunta: "Onde está o Deus do juízo?" o Senhor responde: O Deus do juízo virá. Se olharmos atentamente para o texto de Ml 3.1-5, perceberemos que o profeta Malaquias fala tanto da primeira como da segunda vinda de Cristo ao mesmo tempo. Como Ele virá? O Deus que intervém na história, como Ele virá? Vários argumentos são usados aqui, nessa defesa do Deus do juízo. O povo incrédulo perguntava: onde está o Deus do juízo? Malaquias responde:
1) O DEUS DO JUÍZO VIRÁ CERTAMENTE (3.1). “ Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos”
De acordo com o verso primeiro, Malaquias está dizendo que Deus está com as rédeas da História nas mãos. Tudo está sob o Seu controle. Ele não é pego de surpresa em hipótese
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alguma. Como os hereges da teologia Relacional ensinam hoje. Deus é soberano é não pode ser flagrado por uma situação maior do que Ele. Ele está no controle de tudo, sabe de tudo o que está acontecendo. Deus está assentado no trono do Universo. Às vezes pode parecer que os grandes impérios é que estão no controle, que os poderosos é que dirigem a História. Mas a Bíblia dia que Deus é quem está assentado no trono. Ele é quem governa. Ele levanta reis e abate reis. Ele virá para estabelecer o seu Reino de justiça! Essa é uma das mensagens mais gloriosas da vida. João em apocalipse diz que antes de desatarem os selos, que antes das trombetas soarem, que antes das taças do juízo serem derramadas, ele (João) precisa revelar uma verdade. Deus está no trono, e está com o livro das histórias em suas mãos. Ele é Deus, é soberano, está no controle, Ele reina, e virá! Thomas V Moore diz que nós devemos olhar para Cristo como o verdadeiro Deus, confiar Nele e adorá-Lo. Ele foi chamado de o Anjo do Senhor, o Anjo da presença e o Anjo da aliança, que apareceu a Abraão em Manre (Gn 18.1,2,16; 19.1). Ali também Ele foi chamado Jeová. Ele apareceu a Jacó em Betel (Gn 31.11; 48.15); apareceu a Moisés na sarça ardente (Êx 3.2,4,6). Ele foi adiante dos israelitas no deserto em glória (Êx 14.19). Ele entregou a lei no Sinai (At 7.28). Ele conduziu o povo pelo deserto (Is 63.7,9). Ele foi prometido como aquele que faz a nova aliança (Jr 31.31). Ele foi predito por intermédio do profeta Malaquias (3.1). Esse Anjo da aliança é chamado pelo evangelista Marcos de Jesus Cristo, Filho de Deus (Mc 1.1,2). O povo incrédulo perguntava: onde está o Deus do juízo? Malaquias responde:
2) O DEUS DO JUÍZO VIRÁ INESPERADAMENTE (3.1). “ ... de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais... ”
O verso diz DERREPENTE. O Deus da justiça virá repentinamente, inesperadamente. Quando Jesus Cristo veio, foi uma surpresa para Herodes. Quando soube que havia nascido o Rei dos judeus, Herodes ficou alarmado, e toda a Judéia ficou turbada com ele. A Bíblia diz que quando o Senhor Jesus voltar, na Sua segunda vinda, será da mesma maneira. Ele virá como o ladrão, inesperadamente (Mc 13. 35-37; 1Tm 5.2,4). Ele virá repentinamente, quando as pessoas não tiverem esperando. Jesus diz que sua vinda será como nos dias de Noé: as pessoas estarão cuidando de seus próprios interesses e não se aperceberão quando Ele chegar. Estarão comendo, bebendo, comprando e vendendo, se casando e dandose em casamento até o dia que Noé entrou na Arca e veio o dilúvio e destruiu todos (Lc 17.26,27). Jesus não está dizendo que há problemas nessas coisas. Não problemas em comer e beber, comprar e vender, etc. O que Jesus está dizendo é que quando Ele voltar os homens estarão fazendo aquilo que sempre fizeram. Eles não estarão fazendo vigília de oração, aguardando o Senhor, certos que Ele está preste a vir. Eles estarão vivendo suas vidinhas longe de Deus. Então, sem esperar, sem perceber, sem se prepararem serão surpreendidos pelo Senhor, pelo Deus do Juízo. Thomas Moore diz que não é suficiente apenas desejar a vinda de Cristo. Muitos a esperaram, mas quando Ele chegou, Sua vinda foi uma esmagadora manifestação da ira (3.1). A segunda vinda de Cristo será dia de trevas e não de luz para aqueles que vivem desapercebidamente. Aquele dia os encontrará despreparados e então será tarde demais para buscarem a Deus. O povo incrédulo perguntava: onde está o Deus do juízo? Malaquias responde:
3) O DEUS DO JUÍZO VIRÁ OPORTUNAMENTE (3.1). “ Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim;...”
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O texto em análise diz que o Senhor enviará o Seu mensageiro para preparar o caminho. Antes que o Senhor Jesus viesse, Deus mandou um precursor, seu nome é João Batista. De acordo com Lucas capítulo três, seu ministério foi aterrar os vales, nivelar os montes. Diz mais ainda, ele veio para endireitar os caminhos tortos e aplainar os caminhos escabrosos. João Batista veio para preparar a chegada do Rei. Ele preparava o caminho, chamando o povo ao arrependimento (o mesmo que Noé fazia enquanto construía a arca). João Batista estava mostrando que haveria de vir o Messias, o noivo, o Rei. João dizia que não era digno se quer de curvado desatar as sandálias de Jesus. Aquele que viria batizando com o Espírito Santo e fogo. Aquele que estabeleceria o reino eterno. Quando lemos Is 40.3 vemos uma figura interessante. O texto diz que antes que o rei fosse para um determinado lugar ele enviava seu mensageiro para preparar o caminho para que a sua carruagem pudesse passar. Então, encontramos Malaquias dizendo que o dia do Senhor seria precedido pelo profeta Elias (4.5). A Bíblia diz em Mateus 11.14 que João Batista é o Elias. Olhando para esse texto os espíritas dizem que João Batista foi uma reencarnação de Elias, e defendem essa idéia absurda. Mas essa tese está absolutamente equivocada, pois essa doutrina não faz parte das Escrituras, ao contrário é claramente oposta às suas revelações (Hb 9.27; Lc 16.22-31; Já 7.9,10; 14.14). Crer como os espíritas é impossível por pelo menos dois motivos: Primeiro: A Bíblia ensina que Elias não morreu, por isso, não poderia reencarnar. Como pode reencarnar alguém que nuca morreu? É contraditória a própria doutrina espírita. Segundo: A Bíblia explica que João Batista veio no espírito e no poder de Elias (Lc 1.17) e não como reencarnação de Elias. A identificação entre os dois não é corpórea, mas de ministério. João Batista e Elias assemelhavam-se fisicamente em suas vestimentas e hábitos, em seus ministérios, em suas mensagens, no contexto de opressão e apostasia que viveram, no poder e força do Espírito que os vocacionou. Esse mensageiro do Senhor veio para prepara o caminho. Foi isso que Zacarias entendeu e, então, apontou para João Batista como esse mensageiro: "E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos" (Lc 1.76). Zacarias diz que ele iria adiante por que não sabemos o dia, não sabemos a hora; e quando soar a trombeta e gritarem eis o noivo devemos estar preparados. O cristão precisa estar constantemente preparado para que ao chegar o grande dia ele não seja pego de surpresa. O apostolo Paulo diz que nós somos filhos da Luz, e que dia do Senhor virá como ladrão para o ímpio. Mas para nós, para a Igreja não! Por que a Igreja está preparada, está esperando o noivo, a igreja está orando: Ora vem Senhor Jesus! (Ap 22.20). Portanto, para a segunda vinda, precisamos também nos preparar. Jesus alertou sobre a necessidade de vigiarmos. A taça do juízo não é derramada antes da trombeta do alerta. Como cristãos precisamos estar prontos para o grande dia! O povo incrédulo perguntava: onde está o Deus do juízo? Malaquias responde:
4) O DEUS DO JUÍZO VIRÁ MAJESTOSAMENTE (3.2). “ Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda? E quem poderá subsistir quando ele aparecer? Porque ele é como o fogo do ourives e como a potassa dos lavandeiros”
Vimos que o povo acusava Deus de ser parcial (Ml 2.17), mas queriam um Deus parcial, alguém que viria para premiá-los e promovê-los diante das nações ímpias. Eles haviam criado um deus doméstico. Mas, esqueceram que Deus é o soberano do universo. Ele vem como juiz de toda a terra.
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De acordo com o verso em destaque, a questão agora não é se o deus do juízo vem, mas, sim, quem poderá suportar a Sua vinda. A questão agora é quem poderá enfrentar a Sua vinda? Quem poderá permanecer de pé na sua vinda? Apocalipse 6.17 apresenta uma grande pergunta: “porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” Ele vem para perscrutar e julgar. O povo está perguntando onde está o Deus do juízo. Malaquias responde dizendo que Ele vem! O Deus do juízo vem, mas vocês estão preparados para recebê-Lo? Estão preparados para encará-Lo, para encontrá-Lo? Esta é a grande questão desse verso. O profeta Amós diz que o dia do Senhor será dia de trevas e não de luz para aqueles que esperam o favor de Deus, mas permanecem em seus pecados (Am 5.18-20). Para aqueles que esperam o Senhor mas não se preparam para encontrá-Lo. O povo incrédulo perguntava: onde está o Deus do juízo? Malaquias responde:
5) O DEUS DO JUÍZO VIRÁ PARA RESTAURAR (3.2-4). “ Assentar-se-á como derretedor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi e os refinará como ouro e como prata; eles trarão ao SENHOR justas ofertas. 4 Então, a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao SENHOR, como nos dias antigos e como nos primeiros anos”.
A vinda do Senhor não será apenas para condenar, mas também para restaurar. Então Malaquias responde a pergunta do povo dizendo que o Deus do juízo virá. E faz uso de algumas figura para dizer como Deus virá: Primeiro, Malaquias diz que O DEUS DO JUÍZO VIRÁ COMO O FOGO DO OURIVES (3.2). O povo esperava e desejava que o Messias viesse para tratar dos outros e não deles. Mas o profeta diz que Ele virá e como ourives purificará seus corações. O propósito do ourives é purificar e não destruir. O fogo destrói a escória e purifica o ouro. Esse é um processo doloroso, mas necessário. O fato de Deus nos colocar na fornalha prova duas coisas: somos preciosos para Deus. Ele jamais iria depurar algo imprestável; somos propriedade exclusiva de Deus. O ponto a que o ourives quer chegar é olhar para o ouro puro e ver refletido nele a sua imagem. Nós somos iguais aos cristãos dos dias de Malaquias. Queremos que Deus castigue os outros e não anos! Queremos que Deus julgue os outros e não a nós! Mas Deus virá como fogo. E precisamos saber que mesmo que o fogo do Senhor é meio de graça. Pois o fogo do ourives não é para destruir, mas purificar. E se Deus nos joga na fornalha é por que Ele quer ver sejamos purificados. O projeto do ourives é ver sua imagem refletida no ouro, Pois é sinal de pureza. O projeto de Deus para nós é o mesmo, Ele nos joga na fornalha para que seja refletida em nós a imagem de Cristo Jesus! Que Deus possa olhar em nós e ver Sua imagem refletida em nossas vidas! Segundo: Malaquias diz que O DEUS DO JUÍZO VIRÁ COMO A POTASSA DOS LAVANDEIROS (3.2). A potassa era como sabão, usada para tirar as manchas, a sujeira. Se o fogo purifica internamente, a potassa lava a sujeira externa. Deus ainda é como o derretedor e purificador do Seu povo externa e internamente. Deus é o derretedor e o purificador de seu povo (3.3). Deus virá para fazer uma obra não apenas por nós, mas em nós. Deus quer líderes puros. Ele primeiro derrete, depois purifica. Esse é um processo difícil. Ele nos derrete e nos molda. É semelhante a figura do oleiro e do barro registrada por Jeremias (Jr 18). Deus é o purificador dos filhos de Levi. Nós somos uma raça de sacerdotes. Somos adoradores. Nossa vida precisa ser íntegra, para que a nossa oferta seja aceitável. Assim, as
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aflições são o cadinho de Deus. Quanto mais puro o ouro, mais quente o fogo; quanto mais branca a roupa, mais intenso o uso da potassa do lavandeiro. Quanto mais usado é um cristão, tanto mais afligido ele é. Terceiro: Malaquias diz que O DEUS DO JUÍZO VIRÁ COMO O RESTAURADOR DO OFERTANTE E DA OFERTA (3.3,4). O propósito de Deus é restaurar o adorador e a sua oferta. Já vimos nos dois primeiros capítulos que a vida precede o culto. Primeiro Deus aceita a vida, depois a oferta. Deus tem saudade do passado, do tempo que o povo lhe trazia ofertas agradáveis (Jr. 2.2; Ap 2.4). Deus quer receber do seu povo ofertas agradável. As para que sua oferta seja agradável a Deus, é necessário que sua vida seja agradável a Deus. Que sua vida seja santa. O povo incrédulo perguntava: onde está o Deus do juízo? Malaquias responde:
6) O DEUS DO JUÍZO VIRÁ PARA CONDENAR (3.5). “ Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito do estrangeiro, e não me temem, diz o SENHOR dos Exércitos”.
Malaquias diz para seu povo que Deus chega para juízo e que o juízo começa pela Casa de Deus. Eles perguntavam: Cadê o Deus do juízo? Creio que eles pensavam que Deus ao chegar começaria a julgar as nações pagãs. Que Deus começaria a punir e destruir os ímpios de fora de Israel. Mas eles estão equivocados, pois Deus chega e se apresenta como testemunha veloz não a favor, mas contra aqueles que praticam o pecado dentro de Israel. Deus diz que começará a fazer a limpeza dentro da Sua casa. Começamos nosso estudo mostrando que o povo havia colocado Deus no banco dos réus. Mas olhe com atenção para esses versos, e verás que a situação mudou. No tribunal, Deus se levanta e prova que as acusações contra Ele são infundadas. E, agora, quem está sentado no banco dos réus é o povo. Deus coloca o povo no banco dos réus, o povo é que será acusado e julgado agora. Onde está o Deus do juízo? Malaquias diz que o Deus do juízo vem como testemunha veloz contra cinco classes de pessoas que estão sentadas no banco dos réus. Vejamos quem são essas pessoas:
Primeiro, O DEUS DO JUÍZO VEM COMO TESTEMUNHA VELOZ CONTRA OS FEITICEIROS (3.5). “serei testemunha veloz contra os feiticeiros”
A feitiçaria e o ocultismo sempre ameaçaram a nação de Israel. Essa pratica repugnante sempre foi uma ameaça para o povo de Deus. Por isso, os profetas condenaram de forma tão veemente os casamentos mistos, porta de entrada do ocultismo na vida do povo. O ocultismo hoje está na moda. Moisés enfrentou os magos. Saul envolveu-se com uma médium e teve um fim trágico por conseqüência a sua pratica desobediente. Deus o matou por isso. O que está acontecendo aqui é que os sacerdotes, como vimos no capítulo 2.10-16, estavam deixando suas esposas para se casarem com mulheres adoradoras de deuses estranhos. Malaquias denunciava o povo porque estava entrando em relacionamentos mistos. A conseqüência dessa união era que o povo estava se contaminando doutrinariamente e tornando-se adorador de deuses pagãos. O povo chamado para ser santo estava entrando para o ocultismo e a feitiçaria. Essa mesma ameaça é encontrada na igreja primitiva. O Novo Testamento mostra Pedro confrontando a bruxaria de Simão, o mágico. Que se batizou na igreja, que conseguiu se introduzir na comunhão com o povo de Deus sem conversão. Até que um dia ele demonstra suas reais convicções querendo comprar a graça de
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Deus. Então Pedro desmascara a sua vida e revela para a igreja quem de fato ele era. Envolver-se com ocultismo é envolver-se com demônios.
Segundo, O DEUS DO JUÍZO VEM COMO TESTEMUNHA VELOZ CONTRA OS ADULTEROS (3.5). “e contra os adúlteros”
Malaquias mostrou no capítulo 2.10-16, que alguns homens estavam abandonando suas mulheres para se casarem com mulheres estranhas e pagãs. Estavam cometendo adultério. Esta denuncia de Deus é extremamente séria para os nossos dias. Estamos vivendo hoje a destruição das famílias. Os jovens estão perdendo a referencia de um namoro santo e um casamento abençoador e durável. Pois estamos vivendo em uma sociedade que perdeu o temor de Deus, que perdeu os parâmetros cristãos. O mundo prega a banalização sexual, a inversão de valores, o homossexualismo, a pornografia e a imoralidade estão sodomizando a nossa cultura. Vivemos em uma época em que aqueles que querem viver puros são ridicularizados. Mas Deus esta dizendo que Ele é testemunha veloz contra os adúlteros. Precisamos ter em mente que famílias destroçadas produzem igrejas fracas.
Terceiro, O DEUS DO JUÍZO VEM COMO TESTEMUNHA VELOZ CONTRA OS QUE JURAM FALSAMENTE (3.5). “e contra os que juram falsamente,”
O que essa parte do verso quer dizer? Malaquias está voltando ao que foi dito anteriormente: “Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança” (2.14). O casamento deveria ser para aqueles homens uma aliança contínua e inviolável, mas aqueles homens estavam cometendo perjúrio, quebrando os votos conjugais. Votos que foram feitos na presença de Deus. Eles não estavam apenas quebrando a aliança conjugal, mas estavam se casando novamente e com mulheres idolatras. A Bíblia diz que os mentirosos não herdarão o Reino de Deus (Ap 21.8). A mentira tem procedência maligna. Muita gente já foi ferida de morte com a língua. Ela é fogo, um veneno letal. Tiago diz que aquele que consegue dominá-la é varão perfeito (Tg 3).
Quarto, O DEUS DO JUÍZO VEM COMO TESTEMUNHA VELOZ CONTRA OS QUE DEFRAUDAM O SALÁRIO DO JORNALEIRO (3.5). “e contra os que defraudam o salário do jornaleiro,”
Malaquias agora vai mostrar que Deus é o deus da justiça social. Há duas coisas na Bíblia que são bem claras e que tem voz, e voz eloqüente diante dos ouvidos de Deus, são elas: a) O sangue dos inocentes: A Bíblia diz que o sangue de Abel clamou os ouvidos de Deus (Gn 4). b) O jornaleiro retido com fraude: A lei mosaica dizia que o jornaleiro que trabalhava deveria ser pago no mesmo dia. Pois dependiam desse dinheiro para comer (Lv 19.13; Tg 5.4). O que acontecia na época é que os homens estavam ficando ricos não apenas explorando os pobres, mas também, retendo, com fraude o salário do pobre (do jornaleiro).
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Então Deus diz que está vendo essa injustiça e que diante daquele tribunal montado Ele se apresentava como testemunha veloz contra aquelas pessoas. Malaquias nos exorta dizendo que enriquecer com o suor do pobre, retendo com fraude o seu salário e sonegando-lhe o pão é algo grave aos olhos de Deus. O sangue do justo fala ao ouvido de Deus, bem como o salário do jornaleiro retido com fraude.
Quinto, O DEUS DO JUÍZO VEM COMO TESTEMUNHA VELOZ CONTRA OS QUE OPRIMEM A VIÚVA E O ÓRFÃO E TORCEM O DIREITO DO ESTRANGEIRO (3.5). “e oprimem a viúva e o órfão, e torcem o direito do estrangeiro”
Esse quinto grupo de pessoas, também, está sob o olhar e a sentença de Deus. Malaquias está dizendo que Deus é o defensor daqueles que não têm vez nem voz. Naquela época os órfãos e os estrangeiros eram pessoas que não tinha, muitas vezes, o direito e condições de se representar ou de serem representadas diante da sociedade. Então, Malaquias diz que Deus é a testemunha e o defensor daquelas pessoas.
CONCLUSÃO Diante de tudo que foi considerado podemos ver que houve uma mudança do cenário. E duas coisas merecem ser destacadas: 1º — Os acusadores agora é que estão no banco dos réus. O Deus do juízo virá, e a grande questão agora e se os acusadores suportarão a sua vinda. E a Bíblia diz que ninguém pode suportar o juízo da vinda do Senhor. Ele virá, mas os acusadores agora estarão assentados no banco dos réus e Deus se levanta como testemunha e juiz para julgar aqueles que praticam o mal. 2º — A causa da condenação dos réus é declarada: os acusadores de Deus tornaram-se réus condenados porque não temeram a Deus (Ml 3.5). Vamos refletir um pouco sobre isso. Não está sendo essa a causa principal da grande decadência, da corrupção da nossa sociedade? Não é a falta do temor de Deus que o mundo está se tornando cada vez pior? Por que os políticos se corrompem? Por que não teme a Deus. Quando o homem perde o temor de Deus, ele perde o referencial do certo e do errado. Quando ele perde o temor de Deus ele se corrompe. Foi esse o testemunho de Neemias como governador. Ele diz que os governadores que o precederam subornaram, encheram seus bolsos, receberam propinas, mas eu não fiz isso por causa do temor de Deus (Ne 5.15). Neemias disse que não se corrompeu por causa do temor de Deus. Ele não disse que a causa da sua honestidade estava no medo de ser pego pela CPI, ou por que ele ficou com medo de ser apanhado pelo braço da lei. Neemias era honesto por que tinha medo de ser dispensado pelo rei Artaxerxes. Ele diz que não se corrompeu por que temia o Senhor. A falta de temor do senhor é causa de pessoas mentirem, se corromperem, de se tornarem imorais. Não é por que tem medo dos pais descobrirem, não é por que tem medo da policia pegar, mas por perderem o temor de Deus. Vivemos no meio de uma geração que está perdendo o temor de Deus e se afundando em um pântano lodoso. No meio das igrejas há pessoas que estão perdendo o temor de Deus. Malaquias nos exorta dizendo que o Deus da justiça virá, e julgará a todos, começando pela Sua igreja.
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Oh! Que, diante dessas verdades, nos preparemos para o glorioso dia de Deus. Jamais esquecendo que aquele dia será de glória inefável para os remidos, mas de trevas para os despreparados! Quando o Senhor Jesus Cristo "se chegar para o juízo", então, a pergunta "onde está o Deus do juízo?" será respondida! Que Deus abençoe a sua vida. Amém!
UM CHAMADO À RESTAURAÇÃO (MI 3.6-12) INTRODUÇÃO: Vimos anteriormente que Deus foi “colocado” no banco dos réus pelo povo de Israel. Pesadas acusações foram feitas contra Deus pelo seu próprio povo. Vimos também que o próprio Deus passa da posição de réus à posição de testemunha e juiz no tribunal montado. Nos versos que acabamos de ler percebemos que a imagem de um tribunal ainda prevalece, mas com uma tônica diferente. Assim Malaquias introduz esse assunto com três aspectos importantes:
1º — Malaquias mostra que esta é uma audiência conciliatória. Agora, Deus é quem está chamando o povo para um tempo de restauração. A audiência, agora, não é mais condenatória, mas sim conciliatória. Deus que outrora fora acusado injustamente, mas que se defendeu e deixou claro que é o soberano e que tudo está debaixo do seu governo e poder demonstra o seu amor, graça e misericórdia para com Israel. É Deus quem chama o povo a uma reconciliação, a uma restauração. É Ele quem convoca seu povo a refletir em suas atitudes pecaminosas, a pensar, a acertar a sua vida com Ele. Malaquias mostra que a reconciliação é obra de Deus, tudo começa com Ele. E diante de uma audiência conciliatória parte de Deus o chamado a Israel para um novo tempo, o tempo da restauração. 2º — Malaquias mostra que os termos da conciliação foram estabelecidos . O Deus da aliança chama Seu povo amado, porém, muitas vezes um povo rebelde tem recalcitrado
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contra Deus, para uma volta que toca o coração. Mas notamos que Deus não apenas chama, mas também estabelece os critérios para essa restauração. Essa conciliação deveria ser em outras palavras, uma volta do coração e uma volta do bolso. Uma volta espiritual, para um quebrantamento do coração e também uma volta que abrange o aspecto financeiro, a questão econômica. Talvez você esteja pensando nesse momento que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas tem sim. Elas estão intimamente ligadas. Pois aquele que diz que se voltou para Deus, mas que seu tem o bolso distante de Deus, precisa questionar se verdadeiramente voltou para Deus. A conversão que não é capaz de devolver a parte financeira que pertence a Deus deve ser profundamente questionada. Pois quem tem o coração convertido, tem o bolso aberto no que diz respeito ao dízimo. O bolso reflete o coração. Uma volta a Deus é uma volta completa, tanto espiritual como econômica.
3º — Malaquias fala sobre a necessidade da conciliação. Note que o que Deus está dizendo é que se o povo voltar-se para Ele, Ele se voltará para o povo. Há uma condicional aqui: “... tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outro...” (Ml 3.7). Aqui vai nos trazer dois pontos interessantes: 1) é Deus quem toma a iniciativa; 2) mas é o povo que deve tomar a decisão. É mister lembrar que o texto não está falando de conversão para salvação, mas de voltar a uma vida santa, fiel, como antes tinham (Ml 2.4-6; 3.4). Diante disso Deus propõe ao povo duas coisas: a) benção caso o povo obedeça, e b) maldição caso o povo continue na rebeldia. O Deus que servimos não pode premiara a rebeldia e nem a desobediência. Ele é o Deus da verdade, Ele é o Deus Santo, Ele é o Deus da justiça. Deus está em um tribunal e a audiência é de reconciliação, isso quer dizer que é necessário que a outra parte se arrependa, reconheça seu erro, volte para deus e, acerte suas pendências com Deus. A escolha é inevitável, e só há duas opções: ou a benção, ou a maldição. Se o povo voltar a adorar a Deus como antes fazia, se o povo for fiel na devolução dos dízimos, em vez de maldição, o povo terá as janelas dos céus abertas. A escolha é entre bênção e maldição.
DEUS CHAMA SEU POVO À RESTAURAÇÃO (MI 3.6-12) Depois de tudo o que Israel fez a Deus, como já vimos, perguntamos: “o que motivou o próprio Senhor a chamar esse povo para uma restauração?” Não seria mais fácil para Deus destruir essa nação e escolher outra para ser sua nação de adoradores? É claro que Deus, sendo soberano poderia fazer isso. Mas quando analisamos o verso seis do capítulo três de Malaquias descobrimos o motivo pelo qual Deus chama Israel para ser restaurado, apesar de todas as pesadas acusações recebidas. Vejamos o que diz esse verso: “Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos”. Diante de tais palavras podemos dizer que:
I — A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL ESTÁ FUNDAMENTADA NO CARÁTER IMUTÁVEL DE DEUS (3.6) “ Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos” (3.6).
Percebemos que o profeta Malaquias destaca três verdades importantes ao considerar sobre este assunto.
1º — DEUS É IMUTÁVEL EM SEU SER. O que Malaquias está dizendo é que Deus é o mesmo sempre: “ Porque eu, o SENHOR, não mudo...” (3.6). Ele não teve começo e não terá fim. Ele é o mesmo ontem, hoje e o será para sempre. Nele não há variação nem sombra de mudança (Hb 13.8). Esse é um ponto tão fundamental para nós uma vez que somos seres sujeitos a mudança. A nossa vida é feita de altos e baixos. Mudamos de humor, mudamos de idéia, mudamos de
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casa, mudamos de emprego, mudamos de sentimentos, mudamos de decisões. A nossa vida está geralmente ligada a uma circunstância. Assim, hoje somos uma coisa e amanhã poderemos ser outra. Hoje aplaudimos algo, amanhã abominamos a mesma coisa que aplaudimos. A mesma multidão que em um momento aplaudiam a Jesus dizendo: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!” (Mt 21.9). Logo estava gritando freneticamente: “crucifica-o, crucifica-o, crucifica-o” (Mc 15.13,14). O mesmo discípulo que disse: “Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. Assim disseram todos” (Mc 14.31). Logo em seguida estava negando a Jesus dizendo que não o conhece (Mc 14.66). Mas Malaquias está dizendo que, apesar dessas coisas, nós podemos ser restaurados por que o Deus que servimos é imutável em seu caráter. Isso é maravilhoso para nós, como com certeza foi para o povo de Israel naquela época. Por que às vezes pensamos que Deus é como cada um de nós. Que acorda mal humorado, triste, com o semblante abatido, cansado, etc. E começamos a pensar que, pelo fato de nosso sentimento estar em crise, o amor de Deus por nós mudou. Precisamos saber que Deus não tem picos de crise. Seu amor por nós não passa por baixas. Não podemos fazer nada para Deus nos amar mais nem deixar de fazer coisa alguma para Deus nos amar menos. Seu amor por nós é eterno, contínuo e incondicional. A causa do amor de Deus por nós está Nele mesmo. Assim quero lhe dizer que quando você fica triste, quando sua alma está coberta de luto, o amor de Deus por você não mudou, o sentimento de Deus por você não mudou, o propósito de Deus por não mudou. Sabe por quê? Por que Deus é imutável: “ Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos” (Ml 3.6). Jamais esqueça dessa verdade maravilhosa para sua vida!
2º — DEUS É IMUTÁVEL EM RELAÇÃO À SUA ALIANÇA CONOSCO. O que Malaquias quer dizer é que Deus é leal ao compromisso que assume conosco: “Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos” (Ml 3.6). O compromisso de ser o nosso Deus, o Deus dos nossos filhos, da nossa descendência, de todas as gerações para todo o sempre. Como filhos de Jacó, trazemos suas marcas, e somos inconstantes. Mas como filhos de Jacó fazemos parte dessa aliança. Da aliança que Deus fez com Abraão, Isaque e Jacó (Êx 2.24). Esse é o ensino de Malaquias no início do livro (Ml 1.2; 2.4,5). Contudo, ainda que sejamos infiéis, Deus não nega a si mesmo: “ Porque eu, o SENHOR, não mudo;” (3.6). Mesmo quando somos infiéis, Deus permanece fiel (2Tm 2.13). Ele criou a aliança, Ele firmou a aliança, é Ele quem mantém a aliança. Essa é uma das doutrinas mais belas da bíblia e segura para o cristão! Você pode ver na história de Israel que Deus sempre recorda o povo do seu pacto, da sua aliança firmada. Deus é fiel, Deus não abandonará nunca a palavra firmada conosco! Ele prometeu ser o nosso Deus para sempre. Ele prometeu nunca nos abandonar. Ele nos disciplina e nos corrige. Deus às vezes nos leva ao deserto para saber como está o nosso coração. As vezes permite que enfretemos a fornalha, que as vezes enfrentemos tempestades ou prisões. Deus as vezes tira de nós aquilo ou aquele que gostamos, as vezes adia nossos sonhos. Tudo isso para nos afastar das coisas do mundo. Mas Ele jamais vai deixar de nós amor, jamais nos esquecerá, jamais nos destruirá. Deus nunca desistirá do seu propósito de nós transformar à imagem e semelhança de Seu filho, o rei da glória. Malaquias diz que Deus é imutável em relação ao propósito da sua aliança para conosco.
3º — A IMUTABILIDADE DE DEUS É A NOSSA SEGURANÇA. O profeta está dizendo, ainda, que a imutabilidade divina é a causa de não sermos destruídos: “Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos” (Ml 3.6). Podemos ver nesse verso o grande contraste que existe entre o Deus imutável, o Deus da
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aliança e a variedade constante e continua dos filhos de Jacó, semelhantes ao pai Jacó! Cheios de altos e baixos. Jacó era um suplantador, homem que assim como nós variava muito na sua vida. Mas Deus está dizendo através do profeta: “Eu não mudo”. Embora vocês mudem constantemente, Eu não mudo! E esta é a razão pela qual vocês não são consumidos! Se Deus nos tratasse segundo os nossos pecados, estaríamos arruinados (Lm 3.22). A nossa inconstância não abala a imutabilidade de Deus enquanto que Seu amor perseverante é que nos dá garantia da salvação. A segurança da salvação não está estribada em nós, mas em Deus; não se apóia no frágil bordão da nossa instabilidade, mas no rochedo firme da imutabilidade divina. Como é bom e quão grande segurança temos ao saber que Deus não nos trata segundo nossos pecados, caso contrário seríamos consumidos!
II — A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL É FRUTO DO CONVITE GRACIOSO DE DEUS (3.7) Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos' e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? (3.7).
Malaquias destaca quatro verdades fundamentais nesse convite gracioso de Deus:
1 — O CONVITE REVELA A PACIÊNCIA PERSEVERANTE DO RESTAURADOR. "Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes" (3.7). O que Deus está dizendo é que a geração de Malaquias não foi muito diferente em alguns aspectos das gerações passadas. Como se esses problemas estivesse no DNA da nação, fosse hereditário. Como se essa nação tivesse a tendência para se afastar, para se desviar, para apostatar, para desobedecer. A geração de Malaquias estava no mesmo curso de desvio e desobediência dos seus pais. Mas o texto diz que Deus é paciente. Pois esse povo sempre o desobedeceu, afastou de seus caminhos, mas Deus está continuamente trabalhando nesse povo. Apesar desse doloroso fato, vemos que Deus não desiste do Seu povo nem desiste do direito que tem de atraí-lo para Si, de chamá-lo ao arrependimento e de atraí-lo com cordas de amor para a restauração. Deus o chama à restauração apesar de tantos anos de apostasia e rebeldia.
2 — O CONVITE REVELA O PROFUNDO DESEJO DO RESTAURADOR. "Tornai-vos para mim...” (3.7). Note que o chamado de Deus não é apenas para uma volta a determinados ritos sagrados, a uma religiosidade formal. Não era apenas para freqüentar a religião mosaica, para freqüentar o templo de Jerusalém. Não era apenas para sacrificar, não era para realizar apenas uma liturgia. O que Deus está dizendo é: “tornai-vos para mim”. Não é façam alguma coisa em meu favor, não é ofereça algo para mim. É “tronai-vos” Deus quer comunhão, Ele quer relacionamento, por isso, diz: ''tornai-vos para mim". Isso é magnífico, maravilhoso para nós. O cristianismo é mais do que um credo. É comunhão com uma pessoa, a pessoa bendita do Deus eterno. É um relacionamento vivo com o Deus vivo. A palavra "tornar" significa arrepender-se, mudar de rumo e seguir na direção oposta. Deus quer comunhão. Deus quer intimidade com ele. Deus procura adoradores, pois o que ele quer é relacionamento com Ele.
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3 — O CONVITE REVELA A DINÂMICA RELACIONAL DO RESTAURADOR . "E eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos" (3.7). Já vimos que Deus imutável. Mas agora vemos que embora ele não mude, Deus é dinâmico. Muitos acreditam que Deus é imutável no sentido de ser engessado. Mas Deus não é engessado. Deus é imutável em seu ser, mas Ele é dinâmico em suas ações. De tal maneira que o seu relacionamento com Deus vai variar de acordo como você se relaciona com ele. Então, se nós quisermos que Deus se volte para nós, devemos nos voltar para Ele. Somos nós que devemos nos achegarmos até a Ele, porque fomos nós que mudamos e não Deus; Ele é imutavelmente o mesmo (3.7). É um relacionamento bilateral. Não se constrói um casamento sozinho, onde só um cônjuge investe e o outro não. Assim a Bíblia diz sobre nosso relacionamento com Deus. É um casamento que precisa que dedicação, carinho, afeto, sinceridade, abnegação. É preciso que a igreja se volte para Deus, para que ele se volte à igreja. Ele jamais se agradará de um povo que o desonra, que o desobedece, que vira a costa para Ele. Quando nos voltamos para Deus, o Deus da aliança, encontramos sempre os Seus braços abertos, o beijo do perdão e a festa da reconciliação (parábola do filho pródigo). Quando o povo de Deus se volta para Ele em penitência, Deus se torna para ele em bênçãos e prosperidade. Deus procura adoradores e não adoração. Deus quer a nós, mais do que o nosso culto, o nosso serviço. Note que antes de Deus requerer o dízimo, Ele requer o coração. Antes de Deus ordenar trazer os dízimos, Deus ordena trazer a vida. Então não adianta entregarmos nossos dízimos, oferecermos aqui nosso culto e acharmos que estamos quites com Deus. Ele n quer nossa adoração, Ele quer nossa vida. Os fariseus do tempo de Jesus eram extremamente zelosos na devolução dos dízimos. Eles davam até mesmo o dízimo das hortaliças. Todavia, Jesus os denunciou como hipócritas, porque davam o dízimo do endro, da hortelã e do cominho, mas negligenciavam os preceitos principais da lei: a justiça, a misericórdia e a fé (Mt 23.23). Os fariseus transformaram a religião num conjunto interminável de rituais e deixaram de ter um relacionamento vivo e íntimo com Deus. Os fariseus superestimaram o dízimo, pensando que ao devolverem-no com fidelidade podiam negligenciar o aspecto relacional da fé. Contudo, o princípio bíblico é que o coração precisa vir primeiro para Deus, depois o bolso virá naturalmente. Jesus expressou isso claramente ao dizer que onde está o nosso tesouro, aí também estará o nosso coração (Mt 6.21). Se você ama a Deus, você não terá nenhuma dificuldade de ser um dizimista fiel. Deus primeiro diz “tornai-vos para mim” e só depois, então, Ele diz: agora traga os dízimos!
4 — O CONVITE REVELA A INSENSIBILIDADE ESPIRITUAL DOS QUE SÃO CHAMADOS À RESTAURAÇÃO. "Mas vós dizeis: em que havemos de tornar?" (3.7). Pior do que o pecado é a insensibilidade a ele. Pior do que a transgressão é a falta de consciência dela. A cauterização e o anestesiamento da consciência são estágios mais avançados da decadência espiritual. Pior do que pecar contra Deus, é achar que não pecou contra Deus. Há muitas pessoas que não choram por seus pecados, não por não terem pecados, mas por não terem consciências dele. O interessante é que quando olhamos para a história do cristianismo, percebemos que as pessoas que mais choraram pelos seus pecados não foram as
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que mais cometeram pecados. Mas as que mais perto de Deus andaram. Foram aquelas que mais consciência tiveram do quanto foram pecadoras diante do Deus santo
III — A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL PASSA PELA FIDELIDADE NA DEVOLUÇÃO DOS DÍZIMOS (3.8-10) “Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida” (3.8-10).
Precisamos entender alguns aspectos importantes sobre a questão do dízimo. Esse é um tema claro nas Escrituras. Muitas pessoas, por desconhecimento, têm medo de ensinar sobre esse importante tema. Outras, por ganância, fazem dele um instrumento para extorquir os imprudentes. Ainda outras pessoas, por desculpas infundadas, sonegam, retendo o dízimo e apropriando-se indevidamente do que é santo ao Senhor. O povo de Deus, que fora restaurado pelo próprio Deus, agora estava o roubando nos dízimos e nas ofertas. Quando olhamos para a lei mosaica não há dúvida para interpretarmos que os dízimos requeridos pela lei eram 10% de tudo o que o povo recebia, valores esses destinados à manutenção dos levitas (Lv 27.30-32). Desses dízimos os levitas pagavam 10% aos sacerdotes (Nm 18.26-28). Ainda, outro dízimo era pago pelo povo a cada três anos, destinado aos pobres, viúvas e órfãos (Dt 14.28,29). Contudo, para que compreendamos melhor o porquê a restauração do povo de Israel deveria passar pela fidelidade na devolução dos dízimos, julgamos mister que consideremos alguns pontos importantes sobre o dízimo.
1º — O DÍZIMO É UM PRINCÍPIO ESTABELECIDO PELO PRÓPRIO DEUS. A palavra dízimo “maaser” (no hebraico) e “dexatem” (grego) significa 10% de alguma coisa ou de algum valor. O dízimo não é uma cota de 1% nem de 9%; o dízimo é a décima parte de tudo o que o homem recebe (Gn 14.20; MI 3.10). Desta forma qualquer valor entregue como dízimo com valor superior ou inferior a 10% deixa de ser bíblico. A igreja não pode fazer uma liquidação, não tem o direito de dar desconto para que seus membros (enganadamente) sintam a consciência tranqüila. O dízimo não é invenção da Igreja, é princípio perpétuo estabelecido por Deus. O dízimo, diferente do que muitos pensam, não é dar dinheiro à igreja ou ao pastor, é ato de adoração ao Senhor, é demonstração santidade. Biblicamente não temos base para dizer que o dízimo é opcional. O dízimo é mandamento; não é oferta, é dívida; não é sobra, é primícia; não é um peso, é uma bênção; não é favor feito a Deus, é consagração. A Bíblia fala muito mais de dinheiro do que de céu, inferno. Há mais de duas mil referencias explicitas na Bíblia sobre dinheiro. E o Senhor Jesus revelou o porquê quando disse: “porque, onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Lc 12.34); “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro” (Mt 6.24) . Não podeis servir a Deus e às riquezas. Jesus está dizendo que enquanto homem amar o dinheiro ele não pode amar a Deus. Por isso o Senhor Jesus disse para aquele jovem rico : “... vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me” (Mt 19.21). O que Jesus queria de jovem não era que de fato ele vendesse tudo, mas disse isso por que sabia que o senhor daquele jovem era o dinheiro. E enquanto esse jovem não desistisse daquele senhor, daquele ídolo ele não poderia ser um discípulo de Jesus Cristo. A grande dificuldade de se falar sobre dízimo hoje é com certeza devido aos muitos líderes fraudulentos que tem usado desse mandamento para extorquir fieis. Pessoas que em
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nome de Deus fazem do sagrado uma banalidade. Pessoas que em nome de Deus se aproveitam da fé dos humildes para se enriquecerem. Mas como servos do Senhor não podemos deixar de ensinar sobre este assunto, de pregar sobre a verdade de Deus. O dízimo é santo ao Senhor. Prova disso é que o dízimo é ensinado em toda a Bíblia: antes da lei (Gn 14.20), na lei (Lv 27.30), nos livros históricos (Ne 12.44), poéticos (Pv 3.9,10), proféticos (MI 3.8-12) e também no Novo Testamento (Mt 23.23; Hb 7.8). Sendo assim, deixar de falar dessa verdade é pecar por omissão. Deixar de pregar sobre dízimo é impedir que a igreja de Deus seja abençoada. E quando o cristão não obedece a Deus entregando a décima parte do que ganha ele está debaixo de maldição, embora muitas vezes ache que esteja desfrutando de bênçãos. O dízimo não é uma questão meramente financeira, mas, sobretudo, espiritual. O bolso revela o coração. Durante o reinado de Ezequias, houve um grande despertamento espiritual e o resultado foi a dedicação de dízimos e ofertas ao Senhor (2Cr. 31.5,12,19). Sempre que o povo de Deus se volta para o Senhor com o coração quebrantado, os dízimos são devolvidos.
2º — O DÍZIMO É SANTO AO SENHOR (Lv 27.32). Quando o rei Belsazar usou as coisas santas e sagradas do templo de Deus para o seu próprio deleite, o juízo divino caiu sobre ele (Dn 5.22-31). Quando Acã apanhou o que eram as primícias para Deus (Js 6.18,19), e as escondeu debaixo da sua tenda, o castigo de Deus veio sobre ele (Js. 7.1). Precisamos obedecer as ordens do Senhor. 3º — O DÍZIMO FAZ PARTE DO CULTO. A devolução dos dízimos fazia parte da liturgia do culto: “A esse lugar fareis chegar os vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos...” (Dt 12.6). A devolução dos dízimos é um ato litúrgico, um ato de adoração que deve fazer parte do culto do povo de Deus. 4º — O DÍZIMO É PARA O SUSTENTO DA CASA DE DEUS. “Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação" (Nm 18.21). O dízimo é o recurso que Deus estabeleceu para o sustento de pastores, missionários, obreiros, aquisição de terrenos, construção de templos, compra de literatura, assistência social, bem como toda a manutenção e extensão da obra de Deus sobre a terra. Se no judaísmo os adoradores traziam mais de 10% de tudo que recebiam para a manutenção da Casa de Deus e dos obreiros de Deus, bem como para atender às necessidades dos pobres, muito mais agora, que a Igreja tem o compromisso de fazer discípulos de todas as nações. ALGUMAS JUSTIFICATIVAS DESCABIDAS QUANTO AO DÍZIMO Vimos que dízimo é bíblico e, ensinado em toda a Escritura. No entanto, nos chama a atenção é o porquê o dinheiro é o maior dono de escravo deste mundo. Por que o dinheiro é o maior ídolo deste mundo. E nós seres humanos capacitados a tantas coisas, começamos então, diante do que fora dito a darmos algumas desculpas buscando justificarmos. Vejamos algumas delas: 1ª — A JUSTIFICATIVA TEOLÓGICA: “Eu não entrego o dízimo por que ele é da lei, e eu não estou debaixo da lei, eu estou de baixo da graça!” É verdade, o dízimo é da lei (Lv 27.30-34), é antes da lei (Gn 14.20), e também depois da lei: nos livros históricos (Ne 12.44); nos livros poéticos (Pv 3.9,10); nos livros proféticos (Ml 3.8-12). Ele existiu no sacerdócio de Melquisedeque, no sacerdócio levítico e no sacerdócio de Cristo. Se a lei nos isenta do dízimo, então também nos isentará da justiça, da misericórdia e da fé, pois também são da lei.
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Ainda que o dízimo fosse uma prática exclusiva da lei, mesmo assim, deveríamos observá-lo, pois em lugar nenhum nas Escrituras vemos qualquer relato de que Jesus veio para desfazer (quebrar) a lei. Temos ainda o exemplo dos dez mandamentos que são da lei e nem por isso sentimo-nos desobrigados de obedecê-lo. E se você tenta escapar da responsabilidade do dízimo dizendo que só vê sua prática no A.T recomendo a você rever seu conceito. Mas por outro lado é bom você enxergar o dízimo no A.T que fala do povo de Deus, dos grandes milagres, dos homens ungidos, dos reis e rainhas, dos profetas e sacerdotes que foram tremendamente usados por Deus. Pois, é no A.T que encontramos os Dez Mandamentos que nos ensinam a: “Não adorar a outro Deus”, “Não fazer imagens de escultura”, “Não matar”, “Não adulterar”, “Não roubar”, “Não cobiçar”. Como estas leis estão inseridas no A.T, sendo assim, você vai fazer tudo ao contrário? Creio que não! Se você crê na inspiração do Antigo Testamento, o dízimo está incluso, ordenado por Deus, e isto basta! A graça vai sempre além da lei. Jesus Cristo criticou os fariseus e escribas chamando-os de hipócritas por que davam o dízimo de tudo e ignorava os preceitos mais importantes: a justiça, a misericórdia e a fé (Mt 23.23). Jesus está dizendo que a justiça, a misericórdia e a fé também são lei. Portanto aqueles que usam esse argumento para não serem dizimistas, então em nome da lei, deveriam, também, se sentirem desobrigados de cumprir a justiça a misericórdia e a fé, pois também são da lei.
2ª — É A JUSTIFICATIVA FINANCEIRA: Essa desculpa tem como suporte o seguinte argumento: “Eu até gostaria muito de dar o dízimo, um desejo enorme do meu coração, tenho pedido para Deus me abençoar para que eu consiga dar o dízimo. Pois não tem como eu ser dizimista, meu salário é baixo, o que eu ganho não sobra”. A Palavra de Deus diz que Ele só aceita como oferta nossas primícias. E quando se refere ao dízimo não é diferente. Deus não quer nossa sobra, Deus quer nossa primícia. Resto damos aos animais domésticos quando temos, e até mesmo para os animais muitas vezes não temos coragem de dar o resto da nossa comida. O dízimo não pode ser dado da sobra, mas da primícia. Isso acontece por que Deus não é Deus de sobra, de resto. Em lugar nenhum das Escrituras encontramos uma passagem que nos manda fazermos tudo o que precisarmos com nosso salário e, então, depois tirarmos o dízimo. Honrar o Senhor não é com as sobras, mas com as primícias. A ordem de Deus para nós é: “Honra ao Senhor com as primícias da tua renda” (Pv 3.9). Os homens fiéis sempre separaram o melhor para Deus, ou seja, as primícias (Êx 23.19; 1Cr 29.16; Ne 10.37). De acordo com a Bíblia, primeiro você paga sua divida com Deus e depois então terá a benção de Deus para administrar aquilo que Ele lhe deu. Para Deus só as primícias. A Bíblia é clara e diz assim: “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares” (Pv 3.9,10). Se não formos fiéis, Deus não deixa sobrar. O profeta Ageu chega a dizer que quando recebemos nosso salário e o administramos dentro dessa idéia de fazer tudo primeiro e se sobrar eu darei o dízimo. Que é semelhante recebermos nosso salário e o colocarmos dentro de um saco furado. O salário cai, vaza tudo. O que se rouba de Deus foge entre os dedos (Ag 1.6). Pois, aquilo que sonegamos de Deus o gafanhoto come. Hoje os cristãos gastam mais com cosmético do que com o Reino de Deus. Investem mais em coisas supérfluas do que com a salvação dos perdidos. Gastamos mais com aquilo que perece do que com a evangelização do mundo. Quando acumulamos justificativas e desculpas para sonegarmos o dízimo, estamos revelando apenas que o Reino de Deus não é nossa prioridade e que o nosso amor por Deus é menor do que o apego ao dinheiro. Quando dizemos que a razão de retermos o dízimo é que se o pagarmos vai nos faltar o básico, estamos permitindo que Satanás encha o nosso coração de incredulidade. É Deus quem cuida do Seu povo (Is 64.4). Dele vem a nossa provisão. Cabe-nos obedecer a Deus e deixar as
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conseqüências em Suas mãos. Ele é fiel! Não meio termo quanto a essa questão, ou você confia em Deus em tudo, ou você não confia em nada!
3ª — A JUSTIFICATIVA DA COMPARAÇÃO: "Eu não sou dizimista, porque eu conheço fulano, beltrano, e sicrano que não é dizimista e prospera. Conheço, também, outros irmãos que são dizimistas e continuam vivendo na pobreza. Nunca prosperam". Quando isso acontece é preciso que esclarecer que “prosperidade sem fidelidade não é sinal de benção na Bíblia”. A benção está na obediência e na fidelidade. Desta forma, do ponto de vista bíblico, nem toda pessoa prospera é abençoada. Embora quando olhamos para o Antigo Testamento quase sempre as bênçãos estavam ligadas a prosperidade material. No Novo testamento vemos que as bênçãos prometidas são voltadas a prosperidade espiritual. O apostolo Paulo diz que já somos um povo abençoado: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”. Em outra ocasião Paulo disse: “De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento” (1Tm 6.6). Aqueles que querem obedecer a Deus esperando somente e principalmente riquezas matérias caem em grande silada e conseqüentemente se vêem em profunda angustia. O que temos que ter em mente é que é possível uma pessoa fiel a Deus não ser prospera financeiramente, mas ser muito abençoada. E se paramos para analisar veremos que isso é verdadeiro. Quantas famílias ricas que você conhece desfrutam de união? Com certeza sua resposta será: muito poucas. Mas olhem para as famílias mais pobres e diga quantas (famílias) você conhece que têm um ótimo relacionamento familiar. Isso acontece por que o dinheiro divide as famílias, gera guerra. Desta forma, não podemos nunca limitar a benção de Deus ao dinheiro. Não basta apenas ser dizimista, é preciso ter a motivação correta. É um terrível engano pensar que as bênçãos de Deus limitam-se apenas às coisas materiais. As pessoas mais ricas e mais felizes do mundo foram aquelas que abriram mão do que não podiam reter, para ganhar o que não podiam perder. O dízimo não é uma barganha nem um negócio que você faz com Deus. Precisamos servir a Deus por quem Ele é e não pelo que vamos receber em troca. Se o seu coração está no dinheiro, você ainda precisa ser convertido. A prosperidade financeira sem Deus pode ser uma armadilha. Um homem nunca é tão pobre como quando ele só possui dinheiro. Jesus disse que a vida de um homem não consiste nas riquezas que ele possui aqui na Terra. Nada trouxemos para este mundo, nada levaremos dele. O máximo que o dinheiro pode oferecer ao homem é um rico enterro. Riqueza sem salvação é a mais consumada miséria. 4º — A JUSTIFICATIVA SENTIMENTAL: Esse grupo de pessoas justifica sua infidelidade da seguinte forma: "A Bíblia ensina que cada um deve contribui segundo o que estiver proposto me seu coração,..., por que Deus ama quem dá com alegria (2Co 9.7). E como eu não sinto motivado nesse momento, como não estou sentindo nenhuma alegria em meu coração eu não vou entregar o dízimo". Se você pensa assim meu irmão, quero lhe dizer que pagar o dízimo não é questão de sentimento, mas de obediência. O crente não vive por sentimento, vive pela fé e fé na Palavra. Isso quer dizer que não tenho que sentir, eu devo obedecer às ordenanças de Deus. Não posso chegar diante do gerente e dizer que não vou quitar minha dívida por que não sinto vontade de pagar a dívida no banco. Não posso encher o meu carrinho de compras no supermercado e depois dizer para o caixa: "eu não sinto vontade de pagar essa dívida". Apropriar-se do dízimo é desonestidade, é roubo, é subtrair o que não nos pertence. Enganam-se aqueles que sonegam o dízimo porque julgam que Deus não bate à sua porta para cobrar nem manda seu nome para o SPC do céu. A Bíblia diz que de Deus não se zomba,
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aquilo que o homem semear, isso ceifará (Gl 6.7). A retenção do dízimo provoca a maldição divina e a ação devastadora do devorador. 5º — A JUSTIF JUSTIFICA ICATIV TIVA A DA CONSCI CONSCIÊNC ÊNCIA IA:: "Eu não sou dizimista, mas dou oferta'. Dízimo é dívida, oferta é presente. Primeiro você paga a dívida, depois dá o presente. Não posso ser honesto com uma pessoa, se devo a ela dez mil reais, e chego com um presente de quinhentos reais, visando, com isso, liquidar a dívida. Não podemos subornar a Deus. Ele não pode ser comprado nem enganado. Deus requer fidelidade! 6º — A JUSTIFICATIVA POLÍTICA: POLÍTICA : “Eu não sou dizimista porque a liderança da igreja não é sábia para administrar bem o dízimo" . dízimo" . Se você pensa assim está completamente errado. Pois Deus mandou que eu trouxesse todos os dízimos à casa do Tesouro, mas não me nomeou juiz ou fiscal do dízimo. Eu não sou juiz do dízimo que não é meu nem seu, mas de Deus. Agora, a liderança da igreja certamente prestará contas de sua administração a Deus. Minha obediência não deve ser condicional. Quem administra o dízimo vai prestar contas a Deus. 7º — A JUSTIFICATIVA É A VISÃO MESQUINHA: MESQUINHA : “Eu não sou dizimista porque a igreja é rica, ela não precisa do meu dízimo". Em primeiro lugar, o dízimo não é meu, ele é de Deus. Em segundo lugar, meu dever é entr entreg egáá-lo lo com com fide fideli lida dade de como como Deus Deus me orde ordeno nouu e onde onde Deus Deus me orde ordeno nou. u. Aind Aindaa per pergu gunt ntam amos os:: será será que que temo temoss toma tomado do conh conhec ecim imen ento to das das nece necess ssid idad ades es da igre igreja ja?? Vislumbramos as possibilidades de investimento em prol do avanço da obra? Além do mais, o dízimo não é da igreja, é do Senhor. É Ele quem o recebe: “Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive” (Hb 7.8). 8º — A JUSTIFICA JUSTIFICATIVA TIVA DA DISCORDÂN DISCORDÂNCIA CIA PESSOAL: PESSOAL: “ Eu não sou dizimista porque não concordo com o dízimo". Se você não tem sido dizimista por esse motivo, quero lhe dizer que você tem todo o direito de discordar do dízimo. No entanto, você só não terá o direito de escolher as conseqüências da sua decisão. Sendo o dízimo mandamento de Deus, e por ser um mandamento divino deve ser obedecido. Então, quando discordamos do dízimo, estamos discordando da Palavra de Deus que não pode falhar. falhar. Estamos Estamos discordando discordando de Deus, dizendo dizendo que é inj injusta usta a ordem ordem que Ele nós deu. Não há dúvida que quando discordamos do dízimo, estamos indo contra a palavra dos patriarcas, dos profetas, e acima de tudo, do Senhor Jesus, que disse: "Dai a César (os impostos, os tributos e as taxas) o que é de César e a Deus o que é Deus (os dízimos e as ofertas)" (Mt 22.21). PECADOS GRAVES QUANTO AO DÍZIMO Malaqu Malaquias ias denunc denuncia ia algun algunss pecad pecados os grave gravess quant quantoo ao dízim dízimoo que que estava estavam m sendo sendo cometidos pelo povo. Vamos ver quais são esses pecados: 1º — O Pecado Pecado de RETER RETER O DÍZIMO DÍZIMO (ML 3.8). "Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas" (3.8). Precisamos dizer que esta não é a primeira acusação que o profeta faz ao povo por roubarem a Deus. Pois, como já consideramos no capítulo primeiro verso treze, o povo estava roubando a Deus ao entregar a ele animal dilacerado (carniça) quando a ordem era entregar animal animal perfeit perfeito: o: “Quand “Quandoo algué alguém m ofere oferecer cer sacrif sacrifíci ícioo pacíf pacífic icoo ao SENHOR SENHOR quer quer em cumprimento de voto ou como oferta voluntária, do gado ou do rebanho, o animal deve ser sem defeito para ser aceitável; nele, não haverá defeito nenhum” (Lv 22.21). Eles também
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estavam roubando a Deus quando defraudavam o salário do jornaleiro (Ml 3.5). Reter o salário do jornaleiro é o mesmo que reter de Deus, pois diz a Bíblia: “Chegar-me-ei a vós outros out ros para para juízo juízo;; serei serei teste testemun munha ha veloz veloz contr contra.. a...,., os que que defr defrau auda dam m o salá salári rioo do jornaleiro… , e não me temem, diz o SENHOR dos Exércitos”(Ml 3.5). O povo estava roubava a Deus: 1º) trazendo ofertas indignas (Ml 1.13); 2º) oprimindo
os pobres (Ml 3.5); 3º) retendo os dízimos (Ml 3.8). O verbo "roubar", no original “ qaba”, é raro no Antigo Testamento, mas seu significado é literalmente "tomar à força”. força” . A palavra roubar, portanto, roubar, portanto, na língua hebraica, não é usada no sentido do roubo do batedor de carteira, que fica te sondando até que você se descuida, então ele sem que você perceba toma a sua carteira ou qualquer outro objeto seu e sai correndo fugitivamente. A palavra “roubar” aqui significa significa um assalto intencional, intencional, planejado e ostensivo. ostensivo. Essa palavra aparece só mais uma vez no Antigo testamento, em Provérbios 22.23: “porque o SENHOR defenderá a causa deles e tirará a vida aos que os despojam” despojam”. Neste texto a palavra “gaba” aparece para descrever o despojamento do pobre. Por isso quando uma pessoa fica sem dar o dízimo, ela está retendo o que é santo ao Senhor. Está roubando, assaltando a Deus e, isso é uma insensatez, pois ninguém pode roubar a Deus impunemente. Deixar de dar o dízimo, defraudar, roubar, assaltar assaltar a Deus é insensatez por alguns motivos, a saber:
Em primeiro lugar, é insensatez reter o dízimo POR QUER TUDO O QUE TEMOS PERTENCE A DEUS . Desta forma, tentar defraudar a Deus é defraudar a si mesmo. De Deus é a nossa vida, nossa família e nossos bens. Quero dizer que seus filhos são do Senhor (Sl 127.3), seu dinheiro, sua casa, seu carro tudo é do Senhor (1Cr 29.13-16). ContaConta-se se uma pequen pequenaa estóri estóriaa que uma águia, águia, busca buscando ndo alime aliment ntoo para para os filho filhos, s, arrancou com suas fortes garras a carne do altar do sacrifício. Voou para o ninho dos seus filhotes com o cardápio do dia, mas havia ainda na carne uma brasa acesa e esta incendiou o ninho dos seus filhotes, provocando um desastrado acidente. Não é seguro retermos o que é de Deus para o nosso sustento. Precisamos entregar a Deus o que é de Deus. A palavra dízimo significa significa um décimo (1/10). E você tem que entregar entregar seu dízimo não por obrigação, mas com prazer, porque ele é do Senhor (1Cr 29.17).
Em segundo lugar, é insensatez reter o dízimo POR QUER DEUS É O CRIADOR, PROVEDOR E PROTETOR DE TUDO O QUE VOCÊ TEM. Pois bem, se Deus é o criador de todas as coisas visíveis e invisíveis (Gn. 2.4; Is 42.5; Ap. 10.6), se tudo está sob o Seu soberano controle e, se é Dele que provém todo o nosso sustento (Sl 104; Sl 133.3). Tiago diz que “toda a boa dádiva provem do Senhor” (Tg 1.17). Você acredita na Bíblia? Ela diz que foi Deus quem deu sua inteligência, foi Ele quem abriu a porta da empresa que você trabalha, foi Ele que lhe deu sua empresa e é Ele quem a mantém aberta. Se você acredita na Bíblia, não é loucura tentar roubá-lo? Contudo, tendo o conhecimento da Soberania de Deus, como descreve o Salmo 139, precisamos nos prostrar aos Seus pés, dependendo Dele muito mais do que dos nossos próprios recursos. Nossa confiança precisa estar no provedor, mais do que na provisão. Nenhum homem jamais perdeu alguma coisa por servir a Deus de todo o coração, ou ganhou qualquer coisa, servindo a Ele com o coração dividido. Diante da sonegação dos dízimos, o Senhor lembra aos judeus que estavam, na realidade, roubando a si próprios, pois o resultado de tal atitude era o fracasso das colheitas. Quem rouba a Deus não é capaz de amá-Lo. Na verdade, sonegar o dízimo é atuar com dolo e esta é uma maneira estranha de exprimir gratidão a Deus. Diz o profeta Ageu que reter
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o dízimo é colocar o salário num saco furado (Ag 1.6). Jamais uma pessoa prosperará retendo o dízimo de Deus, pois a Bíblia diz que reter mais do que é justo é pura perda (Pv 11.24). Reter o dízimo é uma clara demonstração de amor ao dinheiro, e a Bíblia diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males (lTm 6.10). Reter o dízimo é desconfiar da providência divina, é um ato de incredulidade e infidelidade infidelidade Àquele que nos dá a vida, a saúde, o sustento e a própria vida eterna. Reter o dízimo é roubar a Deus de forma ostensiva e abusiva. Reter o dízimo é desamparar a casa de Deus (Dt 26.14). Portanto, irmão, se quisermos ter os tesouros de Deus abertos, devemos abrir os nossos próprios tesouros (3.10,11). Corações inteiros e mãos abertas abrem sobre nós as janelas dos céus e disponibilizam para nós os inesgotáveis recursos de Deus. Malaquias fala não apenas do dízimo, mas também das ofertas. Eram as partes dos sacrifícios sacrifícios separados para os sacerdotes (Êx 29.27,28; Lv 7.32; Nm 5.9). Elas tinham também uma finalidade especial (Êx 25.2-7). Quando ninguém trazia ofertas, os levitas não tinham outra opção senão desistir do seu ministério e ganhar o seu sustento na agricultura. 2º — O Pecado Pecado de SUBTRAIR SUBTRAIR O DÍZIMO DÍZIMO (Ml 3.10) 3.10). A Bíblia ordena: "Trazei TODOS os TODOS os dízimos" (3.10). O dízimo é integral. O que Deus pede de nós é um décimo de tudo o que ganhamos. O que quero dizer com “subtrair o dízimo”? Muitas Muitas pessoas pensam que podem enganar a Deus. Pensam que Deus não sabe fazer contas. Que Deus não sabe multiplicar, adicionar, subtrair ou dividir. Assim, muitas pessoas tentam enganar a Deus quando estão preenchendo o cheque do dízimo, ou depositando o dinheiro no envelope. Elas colocam um valor muito inferior ao que representa os 10% estabelecidos pelo Senhor. Pelo fato de enganarem a igreja, pensam que também enganam o Senhor da Igreja. Isso é um terrível engano. Deus não precisava da árvore da ciência do bem e do mal no Jardim do Éden (Gn 2.8,9), Deus queria a fidelidade de Adão (Gn 2.15-17). Deus não precisava do sacrifício de Isaque (Gn 22.1,2), Ele queria a obediência de Abraão (Gn 22.9-13). Assim, também, Deus não precisa de dinheiro, pois Dele é o ouro e a prata (Ag 2.8). Ele requer a fidelidade do Seu povo. Um caso trágico relatado nas escrituras é sobre um casal que vendeu sua propriedade e decidiu entre eles entregar uma parte aos pés dos apóstolos, dizendo que estavam entregando tudo (At 5.1-11). Deus viu Ananias e Safira escondendo parte da oferta e os puniu por isso. O problema do casal não foi entregar uma parte do seu lucro como oferta, o problema não foi porque eles não estavam dando tudo aos apóstolos. O problema foi ele dar uma parte de seus bens dando a idéia que entregavam tudo. O problema foi o casal ter tentado enganar a Deus. Deus não aceita ser enganado por ninguém. Podemos nós enganar Àquele que tudo vê? Quem pode enganar a Deus? O dízimo é sustento da Casa de Deus. Os levitas e os sacerdotes viviam dos dízimos. Os pobres eram amparados com os dízimos (Dt 14.28). Devemos trazer todos os dízimos à casa do Tesouro. 3º — O Pecado Pecad o de ADMINISTRAR ADMIN ISTRAR O DÍZIMO DÍZ IMO (Ml 3.10) . "Trazei todos os dízimos à CASA DO TESOURO" TESOURO" (3.10). (3.10). A Bíblia ensina que todos os dízimos devem ser entregues à casa de Deus. Não temos nenhum relato bíblico que nos dá carta branca para administrarmos o dízimo do Senhor. Não temos o direito de mudar uma ordem do Senhor (Dt 12.11). Não podemos fazer o que bem entendemos com o que é de Deus. Não somos chamados a administrar o dízimo nem sermos juízes dele, mas a devolvê-lo ao seu legítimo dono. Não adianta ter boas intenções, Deus se agrada de obediência. Deus Deus mesm mesmoo já esta estabe bele lece ceuu em Su Suaa Pala Palavr vraa que que o dízi dízimo mo deve deve ser ser entr entreg egue ue “totalmente” em Sua Casa. Há pessoas que repartem o dízimo para várias causas: enviam 2%
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à uma igreja necessitada; remetem 2% para uma obra social; ajudam um missionário com mais 2% e depois, entregam 2% à igreja tal, e mais 2% a igreja onde freqüentam. Essa prática está errada. Você tem que entregar TODO seu dízimo na casa onde você recebe o alimento espiritual para sua alma. O alimento da Palavra de Deus. Imagine você comendo um lanche no McDonald’s e deseja fazer o pagamento da conta no Girafas. Não temos o direito de administrar o dízimo. Deus ordena que você fique com 90% daquilo que ele te dá para que você o administre com sabedoria, e muitas vezes isso não acontece. A casa do Tesouro era uma expressão que designava os celeiros ou armazéns, a tesouraria do templo, amplos salões em que se colocavam os dízimos (l Rs 7.51) . 4º — O Pecado de SUBESTIMAR O DÍZIMO (Ml 3.8). "Em que te roubamos?" (3.8). Eles pensavam que o dízimo era um assunto sem importância. Um erro terrível é quando subestimamos a importância do dízimo, pois pecamos contra Deus. Eles sonegavam o dízimo e julgavam que essa prática não os afetava espiritualmente. É inconcebível esse pensamento. Pois, é impossível você ser um crente fiel a Deus e não ser dizimista. Responda para você mesmo essa pergunta: “Você acha possível ter comunhão com Deus roubando a Ele?” É possível você ter comunhão com alguém que vive te roubando? É impossível ser intimo de alguém infiel. Comunhão exige relacionamento transparente e leal. Isso é coisa séria. Com implicações profundas. A nossa negligência e a dureza do nosso coração em reconhecermos o nosso pecado não diminuem a nossa situação. O que pensamos sobre uma situação não a altera aos olhos de Deus. A verdade de Deus é imutável, e isso não depende do que venhamos a pensar sobre ela. A geração de Malaquias não apenas sonegava o dízimo, mas não sentia por isso nenhuma culpa. Eles pecaram e ainda justificaram o seu pecado. PERIGOS SÉRIOS QUANTO À NEGLIGÊNCIA DO DÍZIMO (Ml 3.9,11) O profeta Malaquias exorta o povo de Israel acerca de dois graves perigos que estão correndo os que sonegam o dízimo e retêm em suas mãos o que é santo ao Senhor. 1 — A MALDIÇÃO DIVINA. "Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós a nação toda" (Ml 3.9). Malaquias fala, agora, de algo terrível, a maldição divina. Em determinado momento do livro o profeta falou especificamente para os sacerdotes, mas agora a situação é geral: "Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós a nação toda" (Ml 3.9). Você já imaginou como é uma pessoa, uma família, uma igreja, uma cidade, uma nação inteira amaldiçoada por Deus? E Deus diz z causa: "Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós a nação toda. Aqui a maldição chega a um terceiro nível no livro de Malaquias. A primeira maldição foi imposta ao enganador que, tendo o melhor, dá o pior para Deus (1.14). A segunda maldição é endereçada aos sacerdotes que desonram a Deus (2.2), mas, agora, a terceira maldição é derramada sobre toda a nação que está roubando a Deus nos dízimos e ofertas (3.8,9). A desobediência sempre desemboca em maldição. Ninguém quebra as leis de Deus sem ser penalizado. Como ninguém quebra a lei da gravidade sem se machucar. Rebelar-se contra Deus e violar as Suas leis trazem maldição inevitável. Deus é santo e não premia a infidelidade. Ele vela pela Sua Palavra para a cumprir. Deus é fogo consumidor (Hb 12.29) e terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo (Hb 10.31).
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Malaquias está dizendo que é tempo de Israel (Igreja) arrepender-se do seu pecado de infidelidade quanto ao dízimo. Sonegar o dízimo é desamparar a casa de Deus. Sonegar o dízimo é deixar de ser cooperador com Deus na implantação do Seu Reino. Precisamos nos voltar para Deus de todo o nosso coração, pois só assim traremos integralmente o que somos e temos para o altar. 2 — A DEVASTAÇÃO DO DEVORADOR. "Por vossa causa repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra..." (Ml 3.11). O que é um devorador? O devorador pode ser tudo aquilo que subtrai nossos bens, que conspira contra o nosso orçamento e que mina as nossas finanças. A promessa neste verso é se o povo for fiel Deus repreenderá o devorador, impedindo que ele traga prejuízos em sua vida. Está implícito claramente no texto que a infidelidade do povo vai resultar na ação livre do devorador em sua vida, por permissão divina. O "devorador" aqui não deve ser entendido como qualquer tipo específico de destruidor, mas qualquer e todo tipo, racional ou irracional. O profeta Ageu alertou sobre as conseqüências da infidelidade, dizendo que é o mesmo que receber salário e colocá-lo num saco furado (Ag 1.6). Malaquias está dizendo que quando retemos fraudulentamente o que é de Deus, o devorador come o que deveríamos entregar no altar do Senhor, e nossa vida é amaldiçoada. Nós é que vamos escolher se queremos, em nossa vida, na vida da nossa família, na vida da nossa igreja, a mão de Deus permitindo o devorador, ou se queremos a mão de Deus impedindo o devorador. Infelizmente estamos vivendo meio a uma geração muito mística. Recentemente havia uma onda muito forte em vários ramos evangélicos que pregavam e ainda pregam a “quebra de maldições”. Muitos achavam e, ainda, acham que quebra de maldição é algo místico. Era só ir até a pessoa amaldiçoada colocar as mãos sobre e fazer uma oração e pronto, a maldição foi quebrada. Malaquias está dizendo que esse tipo de maldição não se quebra com mãos na cabeça e oração. Essa maldição se quebra com vida fiel a Deus. No caso de Israel, na época de Malaquias, a quebra de maldição aconteceria se o povo enfiasse a mão no bolso e acertasse sua dívida com Deus. Pagando aquilo que devia a Deus.
PROMESSAS DE BÊNÇÃOS AOS QUE VOLTAREM À DEUS (3.10-12) Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida. Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos (3.10-12).
O profeta Malaquias aponta quatro bênçãos que acompanham a restauração divina sobre aqueles que são fiéis nos dízimos e nas ofertas
Primeira promessa de benção: AS JANELAS ABERTAS DO CÉU (3.10). “... se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida”.
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Com uma simples leitura do verso dez, é possível notar que é lá do ALTO que procede toda boa dádiva. Deus promete derramar sobre as fiéis torrentes caudalosas das Suas bênçãos. O sentido das palavras de Malaquias neste verso é o mesmo de Gênesis capítulo sete, verso onze em que as janelas do céu se abriram para a chuva durante o dilúvio: “... todas as abriram, (Gn 7.11). A grande diferença é que no Dilúvio as comportas foram abertas para derramar juízo sobre o povo que estava nas profundezas do pecado. Enquanto que aqui em Malaquias a promessa não é de juízo as de benção. A palavra "derramar" é usada no sentido de uma seqüência superabundante de bênçãos que as pessoas, que se voltar para Deus, receberão quando Deus abrir as janelas. Em outras palavras o profeta está dizendo é que Deus abrira as janelas dos céus e derramará chuvas de bênçãos, sem medida, sobre aqueles que forem fiéis a Ele. Malaquias está dizendo que será bênção sobre bênção, é bênção sem medida. É abundância. É fartura. Mais vale 90% com a bênção do Senhor do que 100% sob a Sua maldição. Janelas abertas falam não apenas de bênçãos materiais, mas de toda sorte de bênção espiritual. Quanto a essa questão precisamos evitar dois extremos: 1) é quanto a teologia da prosperidade, que limita as bênçãos de Deus ao dinheiro; 2) é o que chamamos de teologia da miséria, que defende que aqueles que são fiéis e piedosos não podem ser prósperos financeiramente. Enquanto a teologia da prosperidade limita as bênçãos de Deus ao terreno material, a teologia da miséria não enxerga a bênção de Deus nas suas dádivas materiais. Quero dizer que o cristão fiel não só pode como deve, se possível, ser próspero materialmente. Pois se provém do trabalho honrado e honesto é benção de Deus. As benções do Senhor não trazem desgostos, mas ela enriquece diz a Bíblia (Pv. 10.22).
Segunda promessa de benção: SERÁ SEM MEDIDA DE DEUS (3.10). “... derramar sobre vós bênção sem medida”. Vimos em Provérbios que a bênção de Deus enriquece e com ela não traz desgosto. Podemos dizer que tanto no Antigo como no Novo Testamento há uma conectividade entre benção e prosperidade. Esse ensino fica mais claro quando consideramos a Bíblia que diz que o que plantarmos, isso também colheremos. Mas, o interessante é que o COLHIDO sempre é maior do que o PLANTADO. O apóstolo Paulo ao falar sobre dinheiro, mas propriamente dito, sobre ofertas, disse: "Quem semeia com fartura, com abundância ceifará" (2Co 9.6). A promessa de Deus é: "Dai e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também" (Lc 6.38). Deus promete literalmente fazer prosperar a quem dá com liberalidade (2Co 9.6-11). Diante disso irmão (ã) quero desafiá-lo (a) a fazer uma experiência baseado nas palavras de Malaquias: “trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida” (3.10); e nas palavras do apostolo Paulo: “certos de que cada um, se fizer alguma coisa boa, receberá isso outra vez do Senhor, quer seja servo, quer livre” (Ef 6.8). Comece a ser um dizimista fiel, comece a ser um ofertante. Louve a Deus com seus dízimos, abençoe alguém, de vez em quando, com ma oferta. Para aquele que tem essa prática, continue, pois ninguém melhor do que você mesmo sabe o quanto Deus tem te abençoado pela sua generosidade. Este é o principio cristão. Este é o princípio Bíblico. Leia Provérbio 11.24,25: ''A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescentam mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda. A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado" . Faça isso e não tenha medo de provar a Deus, neste sentido, pois é Ele mesmo que te desafia, como nos mostra o texto de Malaquias 3.10.
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Terceira promessa de benção: O DEVORADOR SERÁ REPREENDIDO (3.12).
“ Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos (Ml 3.12).
Este verso nos mostra que Deus não age apenas ativamente derramando bênçãos extraordinárias, mas também nos mostra que Deus trabalha inibindo, proibindo e impedindo a ação do devorador na vida daqueles que lhe são fiéis. Alguém, talvez, possa objetar dizendo que há muitos crentes não dizimistas que são prósperos financeiramente, enquanto há dizimistas que enfrentam dificuldades econômicas. Contudo, a riqueza sem fidelidade pode ser maldição e não bênção. Também, as bênçãos decorrentes da obediência não são apenas materiais, mas toda sorte de bênção espiritual em Cristo Jesus. O apóstolo Paulo diz que grande fonte de lucro é a piedade com contentamento, enquanto afirma que os que querem ficar ricos caem em tentação, cilada e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição (l Tm 6.6,9). A maldição do devorador não se quebra com ritos místicos nem com oração e jejum, mas enfiando a mão no bolso e devolvendo a Deus o que a Ele pertence: os dízimos e as ofertas.
Quarta promessa de benção: UMA VIDA FELIZ (3.12): "Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos". O que Malaquias está dizendo é que a obediência produz felicidade. Há grande alegria na obediência a Deus. Ele não está dizendo que felicidade está no fato de ter dinheiro, pois nem todos que possuem dinheiro são felizes. Mas a felicidade está relacionada ao fato de ser fiel a Deus, pois assim a sua alma desfruta de paz. Todos nós sabemos que quando a igreja é fiel, a casa de Deus é suprida, a obra de Deus cresce, o testemunho da igreja resplandece, os povos conhecem ao Senhor e a glória de Deus resplandece entre as nações. Malaquias está dizendo que o povo será tão abençoado que as nações ímpias reconhecerão essa benção singular, sem medida derramada sobre Israel e o chamará de feliz! Ser cooperador com Deus é fazer um investimento para a eternidade: “Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós ” (lCo 3.9). Muitos estão investindo em projetos que não terão nenhuma conseqüência eterna. Onde você está ajuntando tesouros? Onde está colocando suas riquezas? Onde você tem o seu coração? O dinheiro do Senhor que está em suas mãos tem sido devolvido para o sustento da obra de Deus?
CONCLUSÂO Quero concluir nosso estudo dessa parte de Malaquias com duas aplicações pessoais: 1º — Concluímos dizendo que DEUS CHAMA O SEU POVO A FAZER PROVA DELE . O Senhor nos exorta a fazer prova Dele quanto a essa matéria: “... provai-me nisto...” (Ml 3.10). Como a palavra de Deus é maravilhosa. Como a Bíblia revela a soberania de Deus. Este verso revela que Deus conhece o quanto somos apegados ao dinheiro. Deus sabe da dificuldade que temos de enfiar as mãos nos bolsos. Parece que as carregamos uma cascavel no bolso, e não enfiamos as mãos nele para não sermos picados. Mas Deus olha para nós e diz: “provai-me nisso”. O que Ele está dizendo é: Você não acredita em mim? Você duvida das minhas palavras? Prova-me! Seja fiel, entregue meu dízimo, seja um ofertante e verás se eu não lhe abençoarei sem medida!
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Há pessoas que diz: “eu vou entregar meu dízimo e Deus terá que me abençoar”. “Vou dar meu dízimo e serei prospero”. Se sua intenção é essa, continua sem dar seu dízimo, pois você continuará a desonrar a Deus. Pois, Deus não quer obediência cega, mas sim fidelidade com entendimento. Deus não é comerciante para que você tente negociar com Ele. Deus não precisa de dinheiro. Mas se você tem no coração o desejo de adorar a Deus e está entregando seu dízimo por que ama a Deus, por que tem consciência que o dízimo faz pare da sua adoração. Então pode estar certo que Deus não deixará de honrar sua fidelidade. O dinheiro é uma semente. E quando você semeia com fartura, você colhe com abundância. A semente que se multiplica não é a que você come, mas a que você semeia. Jesus disse que mais bem aventurado é dar que receber (At 20.35). Quando você oferta, Deus multiplica a sua sementeira. Não se esqueça que Ele nos desafia e nos exorta a fazer prova Dele. Precisamos aprender a ofertar. Precisamos ter experiências da generosidade de Deus. Deus propõe-nos duas alternativas: O que você vai escolher: bênção ou maldição? Se o povo de Deus trouxer os dízimos à casa do Tesouro na terra, Deus abrirá os Seus tesouros no céu. 2º — Concluímos dizendo que Deus propõe ao Seu povo dois caminhos: A BÊNÇÃO OU A MALDIÇÃO (Ml 3.9,10). A escolha é nossa! Leia o texto com atenção e veja nas mãos de quem está a escolha. Na minha, na sua mão. Que caminho vamos escolher? Que decisão tomar? Ele nos exorta a escolher o caminho da bênção, o caminho da vida! Em qual caminho você está andando? Amém!!!
A DIFERENÇA ENTRE O TRIGO E O JOIO (Ml 3.13-18) No Novo Testamento nós encontramos o relato de que o joio até poderá crescer juntamente com o trigo, mas na colheita eles serão separados e o destino do joio será a fogueira (Mt 13.25-30). É certo que o joio parece com o trigo, mas ele não é trigo. O trigo é alimento, o joio é veneno. No final, quando eles forem separados o destino de um (o trigo) será o celeiro de Deus, enquanto que o destino do joio será a fornalha. Nos versos que acabamos de ler, encontramos Malaquias chamando nossa atenção para alguns fatos importantes referentes ao tema do nosso estudo.
1º — Malaquias nos chama a atenção quanto a s Aparência, pois elas Enganam: As coisas não são o que parecem ser. Do lado de cá da sepultura, vemos muitos perversos que, de fato, parecem ser felizes, parecem ser prósperos, parecem escapar de todas as suas artimanhas e maus feitos. Ao mesmo tempo em que vemos, do lado de cá da sepultura, pessoas “santas”, justos, que andam com Deus passando por aflições, por opressões financeiras, passando por grandes e dolorosas dificuldades. Diante disso a grande pergunta que fica é: “Será esta a realidade final e eterna?” Será que existe outra situação, outro quadro após a morte? O texto de Lucas 16.1931 nos informa que do outro lado da sepultura, na eternidade, esse quadro é alterado, revertido e invertido.. Esta passagem diz que o rico com seu dinheiro, com suas roupas de gala, com suas festas, com seus convidados ilustres, com seu poder e comida banqueteava diariamente enquanto Lázaro mendigava à sua porta. Diz ainda as Escrituras, que do outro lado da sepultura, enquanto o rico é atormentado pelo fogo no inferno, Lázaro é levado pelos anjos aos seios de Abraão. O mendigo é consolado e o rico, que vivera regaladamente, atormentado. Portanto, aquilo que vemos aqui na terra pode não ser a realidade do outro lado da sepultura. Pois as aparências enganam.
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2º — Malaquias nos chama a atenção quanto a s Diferentes Reações das Pessoas : Enquanto uns obedecem, outros escarnecem de Deus. Se você prestar atenção no contexto desse texto (Mal 3.13-18) vai notar que há inserido, as mesmas promessas e desafios encontrados em Malaquias 3.10-12. Deus desafia o povo a entregar os dízimos e faz promessas de abrir-lhes as janelas do céu. Deus desafia o povo a fazer prova dele com respeito aos dízimos e ofertas: “... provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós benção sem medida” (Ml 3.10). Algumas pessoas pegaram essas palavras do Senhor e ao invés de obedecer escolheram escarnecer de Deus. Com isso elas estavam dizendo que Deus não estava com a verdade, que não confiavam nas promessas de Deus, que Deus não poderia cumprir o que prometia a elas. Pois por olharem apenas ao seu redor diziam que eram injustiçados por Deus, e que quem era abençoado era os ímpios. Eles sim prosperavam e eram bem quistos aos olhos do Senhor. Assim, essas pessoas não só desobedeceram a Deus, mas também escarneceram dele. Muitos olham para as promessas de Deus, mas não crêem nelas. Muitos ouvem as promessas de Deus, mas escarnecem delas. O que está acontecendo nesse momento é exatamente isso. Muitos estão diante das promessas de Deus, mas preferem não crer e ainda escarnecem de Deus. Mas o texto mostra também que há outro grupo que não cai na mesma silada, que olharam para além do seu tempo. Assim encorajaram um ao outro à confiar em Deus. Sua atitude é porque entenderam que no grande dia, no dia do Senhor, cada um deles seria o particular tesouro do Senhor (Ml 3.17). Os justos obedeceram, os perversos escarneceram. A Palavra de Deus é espada de dois gumes: propõe o caminho da vida ou da morte; oferece bênção ou maldição. 3º — Malaquias nos chama a atenção quanto às Sentenças Finais: Elas Separarão os Perversos dos Justos, o Trigo do Joio . Como todos nós sabemos dificilmente percebemos essa separação hoje. Dessa forma, hoje, o perverso pode parecer ser muito prospero, escapar dos juízos de Deus e parecer feliz. Mas a pergunta que devemos fazer é: como ele ficará no dia do juízo? Poderá alguém escapar do dia do juízo? As Escrituras dizem que todos serão julgados, e que Deus vem como testemunha veloz (Ml 3.5). Entrará alguém no banquete do Senhor sem vestes nupciais? Onde estará seu dinheiro? Onde estará sua aparente felicidade? Onde estará sua segurança? Poderá alguém ser próspero na eternidade e escapar do juízo de Deus vivendo aqui longe das leis de Deus? Agora o justo pode ser afligido, viver uma vida sofrida (do nascimento ao óbito), mas não tenha dúvida que no dia final ele será recompensado por Deus eternamente. Será que Vejamos quais são as diferenças entre o perverso e o justo, agora e na eternidade. Após essa introdução consideremos as verdades relacionadas ao nosso tema que estão fundamentadas no texto bíblico sobre as diferenças entre o Joio e o Trigo. I – O JOIO (O PERVERSO) NÃO SÓ DESOBEDECE, MAS TAMBÉM AFRONTA A PESSOA DE DEUS (3.13) “As vossas palavras foram duras para mim, diz o Senhor; mas vós dizeis: que temos falado contra ti?” (3.13).
O Profeta Malaquias destaca dois aspectos da vida da perversidade das pessoas que estão no meio do trigo, mas que são joio e que por isso afrontam a Deus.
1.1 — Malaquias revela O ATREVIMENTO ESPIRITUAL DO JOIO . A primeira parte do verso treze diz: "As vossas palavras foram duras para mim , diz o Senhor" (3.13a). Palavras duras nesse texto significam: “palavras insolentes, palavras agressivas, palavras de insulto, palavras de desrespeito, palavras pesadas, palavras de atrevimento”. Na verdade, as pessoas que estão dizendo isto são aqueles que foram desafiados a pararem de roubar e a fazerem prova da fidelidade de Deus (3.10-12). Essas pessoas estão olhando para o desafio feito pelo próprio Senhor e dizendo: “Não é possível Deus que suas palavras são
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verdadeiras”, pois olhe ao redor e verás que quem próspera são os incrédulos, os injustos e não que é fiel. De certa forma essas pessoas estavam insultando a Deus com palavras pesadas. Esse grupo negou que era verdade o que Deus disse. Eles insultaram a Deus. Tentaram colocar Deus contra a parede. Eles falaram mal de Deus. As conversas irrefletidas tinham minado a moral dessas pessoas. A Bíblia diz que “a boca fala aquilo de que o coração está cheio” (Mt 12.34). O homem parece que tem uma facilidade e um prazer em falar coisas contra Deus. Você já percebeu isso? Você já reparou como ganha destaque as heresias que são faladas e defendidas sobre Deus? Por exemplo: — O livro Código Da Vinci, blasfemo em sua abordagem, escarnecedor do Senhor Jesus Cristo e da fé cristã, com afirmações inacreditáveis e fantasiosas, foi um dos livros mais vendidos no mundo inteiro. Isso é atual. — A revista Veja trouxe, nas suas páginas amarelas, em uma de suas edições a matéria sobre um filósofo Frances Ateu. O tema da matéria era: “Deus está nu”. Esse filósofo é um dos homens mais lido na França. — No Iluminismo, século 18, na Inglaterra, o pai do agnosticismo, David Hume, disse que quem queimasse um livro de teologia estaria prestando um serviço à humanidade. — O grande filósofo alemão Nietzsche disse que Deus morreu. Não há mais espaço para Deus. — No ano de 1917 o comunismo ateu dominou o mundo e em pouco mais de 50 anos abocanhou 1/3 do mundo com sua filosofia, levando ao martírio o maior numero de cristãos da história da humanidade. Esses absurdos não mudaram. Até hoje quando se levanta algo contra Deus parece que conquista uma multidão de pessoas. E isso não foi diferente nos dias de Malaquias, pois naqueles dias as pessoas também insultavam a Deus. Os homens, na sua loucura, insurgem-se contra Deus e desandam a boca para proferir palavras pesadas contra o Altíssimo. Parece que o homem tem prazer em corromper a verdade e, em insultar a Deus.
1.2 — Malaquias revela o ANESTESIAMENTO ESPIRITUAL DO JOIO . A parte final do verso treze diz: "[ ... ] mas vós dizeis: Que temos falado contra ti ?"( 3.13b). Esta parte do versículo nos mostra que o povo não estava apenas pecando, mas que também não tinham consciência do mesmo. Pior do que falar contra Deus é fazê-lo e não se dar conta da gravidade do fato. Pior que blasfemar contra Deus é blasfemar e achar que está tudo bem. O pecado havia cauterizado a consciência, anestesiado o coração e, embrutecido a espiritualidade da vida daquelas pessoas. A cauterização é um estágio ainda mais avançado da corrupção do pecado. Na verdade os que menos se afligem com seus pecados são aqueles que mais mergulhados neles estão. Quanto mais longe de Deus uma pessoa está, menos consciência de pecado ela tem. De outro lado, os homens que mais andaram com Deus foram aqueles que mais choraram pelos seus pecados.
II — O JOIO ESTÁ EQUIVOCADO SOBRE A PROVIDÊNCIA DE DEUS (3.14,15) “Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de Luto diante do Senhor dos Exércitos? Ora, pois, nós reputamos por felizes os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam, sim, eles tentam ao Senhor e escapam (3.14,15)”.
A primeira que coisa que percebemos nesses dois versos sãos as seis afirmativas que esse grupo de pessoas faz contra Deus: 1) inútil é servir a Deus; 2) que nos aproveitou ter mos cuidado e guardado seus preceitos; 3) (que nos aproveitou) andar de luto diante do Senhor; 4) nós reputávamos por felizes os soberbos; 5) os que cometem impiedade prosperam; 6) eles tentam ao Senhor e escapam. O joio é uma pessoa iludida. O pecado rouba do homem o discernimento. O que eles estão fazendo é conspirar contra a providência e o caráter santo de Deus.
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Diante disso, vejamos quatro equívocos cometidos pelos joios; pelos perversos que estão no meio dos cristãos, mas que provavelmente nunca fizeram parte deles.
2.1 — ELES AFIRMAM QUE É INÚTIL MESMO SERVIR. "Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos?" (3.14). Será que é inútil mesmo servir a Deus? As pessoas que não aceitaram o desafio do Senhor o respondem perguntando: “Que proveito...?”. Note que esta palavra “ proveito” traz a raiz do problema. Esta palavra traz em si uma forte conotação de mal, mostrando que não eram sinceros no culto que prestavam ao Senhor. O que quero dizer com isso? Quero dizer que os contemporâneos de Malaquias são semelhantes aos nossos. Eles transformaram a religião em um comércio, e o desejo era negociar com Deus. Quando consideramos o contexto do livro de Malaquias vemos claramente que o que se passava na mente deles era o benefício próprio através do materialismo. Talvez as perguntas que faziam à Deus em seus corações eram: “Senhor, nós estamos te cultuando, mas cadê o retorno? Estamos entregando sacrifícios, mas cadê as bênçãos?” Senhor, quando olhamos para o ímpio o vemos prosperando, então de que adianta servir ao Senhor? Senhor se vale a pena te servir mesmo, por que eu estou passando por tamanha necessidade se meu vizinho que não te serve está muito melhor que eu? Na verdade quando eles usam a palavra “que proveito” eles estão querendo que Deus entre na mesma prática suja deles. Eles vêem Deus como um meio para que eles alcancem o fim desejado, que é a prosperidade material. Mas eles estão equivocados em duas coisas.
PRIMEIRO, ESTÃO EQUIVOCADOS QUANTO A ELES MESMOS . Por que eles dizem assim: “que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos?" . Responda-me uma coisa, qual preceito do Senhor eles estão guardando? Nenhum! E por isso estão vivendo uma vida suja e não reconhecem que vivem assim. Eles não estão servindo a Deus coisíssima nenhuma. Eles dizem que andam de luto diante do Senhor, mas isso é apenas exteriormente, pois suas atitudes revelam que interiormente não há nenhum quebrantamento em seus corações. Eles estão completamente enganados. Na sociedade de Malaquias havia pessoas que participava do culto sim, mas para buscar a sua glória e não a glória de Deu. Eles buscavam os favores de Deus e não a Deus. A religião deles era apenas um negócio, uma barganha. Eles queriam vantagens pessoais, não Deus. Os perversos estavam enganados quanto a eles mesmos. Na verdade, eles não guardavam os preceitos de Deus nem se quebrantavam diante de Deus. Ao contrário, estavam enganando seus próprios corações. Eles não amavam a Deus, mas a si mesmos; não buscavam piedade, mas o lucro; não adoravam a Deus, mas o dinheiro. E isso nos mostra que é possível que uma pessoa esteja na igreja de Deus com outras motivações. Motivados apenas em receber as beneficias de Deus, mas não de glorificá-lo. E isso significa que o centro do culto é ele mesmo e não Deus. SEGUNDO, ELES ESTÃO EQUIVOCADOS QUANTO A DEUS. Eles acham que é possível enganar a Deus apenas com a aparência. Diante disso, podemos dizer que o ponto central do livro de Malaquias é a corrupção do culto. Os sacerdotes estão corrompidos. Levam para Deus animais cegos, doentes, defeituosos, dilacerados. O povo na hora de entregar suas ofertas esta entregando pior para Deus, quando deveria entregar o melhor. Eles querem enganar a Deus, trapaceá-lo. Mas Deus quando olha para culto que eles estão entregando ele rejeita. Deus diz que era melhor que não acendesse o fogo no altar, era melhor que alguém fechasse a porta de Igreja. É nesse contexto que eles dizem agora: É inútil servir a Deus! Eles disseram: “é inútil servir a Deus...” . Com isso estavam revelando que o deus que eles estavam servindo não era Deus, mas apenas um ídolo. O deus que eles serviam era
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um deus criado na imaginação deles. O deus que eles adoravam é um deus que se agrada em ser adorado por aquilo que ele dá e não por quem ele é. É o deus da troca, o deus da barganha. Como é bom lembrar o exemplo dos amigos de Daniel (Dn 3). Quando aqueles jovens foram ameaçados por Nabucodonosor a serem lançados à fornalha de fogo. Eles disseram: olha rei, se nosso Deus quiser nos livrar, Ele nos livrará da fornalha ardente e das tuas mãos. Se não fica sabendo ó rei que não serviremos seus deuses e nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste (Dn 3.17,18). O que esses jovens nos ensinam? È que nós devemos servir a Deus não por aquilo que Ele nos dá, mas por quem Ele é. Servir a Deus nos momentos de alegria e fartura é muito fácil. Mas a pergunta é? Você tem servido a Deus nos momentos de crise? Você é fiel a Deus quando as coisas apertam? O mesmo princípio é encontrado no Novo Testamento. Lembra do caso de Ananias e Safira (At 5)? Eles queriam as bênçãos de Deus, mas achavam que conseguiriam tais bênçãos corrompendo o culto de Deus. Acreditaram que conseguiriam enganar a Deus, mas quem engana a Deus? Leia Sl 139 e Gl 6.17. Eles trouxeram uma oferta à igreja com propósitos gananciosos e foram mortos. Simão, o mago, quis comprar o poder de Deus por dinheiro e foi severamente reprovado pelo apóstolo Pedro. Deus quer o coração e não dinheiro. Se o nosso coração for de Deus, o dinheiro não será o dono da nossa vida. Os homens que esperam ser recompensados neste mundo por servirem a Deus confundem Deus com Mamom. A religião não pode ser uma questão de barganha com Deus, antes deve ser um relacionamento de amor.
Disseram: “... não ha benefício no quebrantamento espiritual (3.14b): “...e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos?”“ . O que estava acontecendo para eles dizerem tais palavras? Eles estavam verdadeiramente curvando a fronte, talvez vestindo as roupas de luto, talvez fazendo jejum... Mas, por que não viam os resultados em suas vidas? Porque Deus olha para o coração (Sl.34.18; 51.17). Deus não se impressiona com gestos; deus não se impressiona com performance. As palavras daquelas pessoas era o reflexo da religião que viviam. Uma religião que não passava de uma negociata com Deus. O centro do culto não era Deus, mas eles mesmos. Eles estavam se quebrantando, chorando, jejuando e não viam os resultados dessa prática. Mas isso era totalmente mecânico, externo. E manifestação externa de quebrantamento sem arrependimento interno, profundo, não tem valor aos olhos de Deus. Isaias diz que certa feita o povo de Israel estava jejuando e em determinado momento o povo o olhou para Deus e perguntou (Is 58.1-3): Deus, o Senhor não vai olhar para o nosso jejum não? O Senhor não nos dará a resposta aos nossos méritos não? Deus responde ao povo (Is 58.5-7): Mas foi esse o jejum que eu pedi? O jejum que pedi a vocês não é que desatem as ataduras da opressão? Que vocês deixem de explorar as pessoas necessitadas? Que vocês deixem de apontar o dedo acusador? Não é, por ventura, esse o jejum que quero: um coração quebrantado e não um corpo encurvado? O que Deus está dizendo ao povo é que o jejum aceitável é o jejum da sinceridade e não o jejum da aparência. Joel em seu livro nos diz: “Ainda assim, agora mesmo, diz o SENHOR: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, Quem sabe se não se voltará, e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, uma oferta de manjares e libação para o SENHOR, vosso Deus? (Jl 2.12-14)”. Este texto nos mostra claramente que Deus não se impressiona com performance.
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O mesmo aconteceu com respeito aos dízimos, como já vimos. O Senhor Jesus fez a mesma denuncia contra os escribas e fariseus que julgavam ser tão zelosos: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas! (Mt 23.23). Esses homem traziam a Deus os dízimos de tudo, notem que até mesmo das coisas pequenas coisas que possuíam em seus quintais o endro, o colminho, a hortelã e, as hortaliças. Mas olha para eles e diz: Não adianta vocês darem os dízimos de tudo isso e negligenciarem o principal da lei: a justiça, a misericórdia e, a fé. Olha o verso termina assim: “... devíeis, porém, fazer estas coisas sem omitir aquelas”. Jesus está dizendo que eles deveriam exercer a justiça, a misericórdia e, a fé, sem deixar de dar os dízimos. Que eles deveriam cumprir a lei por completo. O que Jesus está nos dizendo hoje, é nós não podemos deixar de cumprir parte das ordenanças de Deus, alegando que temos cumprido outra parte. E dele nada pode ser escondido; Ele ninguém engana. Deus vê o coração, Ele vê a motivação. Não adianta aparentar quebrantamento externo, sem que este quebrantamento esteja no coração. Há muitos hoje que externam uma espiritualidade cênica, mas vivem uma ilusão, uma mentira. Deus não se impressiona com as aparências, Ele vê o coração.
2.2 — ELES AFIRMAM QUE O JOIO (PERVERSO) É FELIZ: “ Ora, pois, nós reputávamos por felizes os soberbos" (3.15). Será que os perversos eram felizes mesmo? A visão deles era míope. A leitura deles estava errada. O juízo de valor que faziam sobre os ímpios estava equivocado. Eles pensaram que o sucesso segundo o mundo produz felicidade. Eles pensavam que a felicidade está no dinheiro e não em Deus. Eles pensavam que a felicidade estava nas festas nos banquetes. Tudo isso não passava de uma aparente felicidade. O perverso não é feliz. Ele pode ter dinheiro, mas não felicidade. O dinheiro pode lhe dar uma casa, mas não um lar. Ele pode comprar alimentos deliciosos, mas não apetite. Ele pode comprar os melhores planos de saúde, mas não saúde. O dinheiro pode dar a você um rico enterro, mas jamais o céu. Para o perverso, não há paz. Quem quer ficar rico, cai em muitas ciladas e afoga sua alma em grande angústia. Quando eles dizem que os soberbos são felizes, notem que é uma afirmação do povo, e não da Bíblia. Não é Deus quem está dizendo que os soberbos são felizes, mas o povo em pecado. Esta afirmação de que o perverso é feliz está equivocada por duas razões. — Primeiro, por que eles não tinham a condição de sondar o coração do perverso e saber o que se passa em cada um; — Segundo, porque eles não tinham condição de prever o futuro, de enxergar o futuro. Eles estão enganados quanto ao futuro, pois o futuro prova que a soberba não traz felicidade. A soberba antecede a ruína. A Bíblia diz que Deus resiste aos soberbos (Tg 4.6). E ninguém que é resistido por Deus, ninguém que é combatido pó Deus pode ser feliz. Do outro lado do túmulo, há choro e ranger de dentes para aqueles que rejeitaram a graça de Deus (Mt 13.4043).
2.3 — “ ELES AFIRMAM QUE O JOIO (PERVERSO) É PRÓSPERO” [... ]também os que cometem impiedade prosperam" (3.15b). Será que o joio, o perverso, o soberbo é próspero mesmo? Se você notar, a prosperidade do ímpio sempre foi uma questão que afligiu o povo de Deus. Jó lidou com essa tensão (Jó 21.13). Asafe enfrentou esse problema (SI 73.12). Esse problema é atual. A prosperidade de pessoas desonestas é flagrante. A corrupção está no DNA da nação brasileira. Ela é endêmica e sistêmica. Está presente nos poderes constituídos e nas mais altas
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instituições, inclusive na própria igreja. A cultura do extrativismo está impregnada em nossa história desde o descobrimento do Brasil, passando pelo Brasil Colônia, Brasil Império, Velha e Nova República. Muitos são os ralos por onde vazam as riquezas da nação. Há ratazanas esfaimadas que mordem sem piedade o erário público, engordando suas contas bancárias em paraísos fiscais, enquanto o povo amarga a mais aviltante pobreza e o país vive uma das mais injustas distribuições de renda do planeta. Há um desencanto endêmico com os políticos brasileiros. São poucos aqueles que ascendem ao poder e mantêm limpas as suas mãos. Aqueles que mais esbravejam denunciando a corrupção, via de regra, são os que mais comprometidos com ela estão. Aqueles que tecem os mais decantados elogios a si mesmos acerca de sua conduta impoluta, muitas vezes, estão chafurdados até o pescoço num mar de lama. As pessoas que trabalham com honestidade, muitas vezes sofrem, enquanto aquelas que subornam e corrompem crescem. Estamos assistindo com tristeza a vergonhosa ladroagem dos recursos públicos, desmascarada nas comissões parlamentares de inquérito que investigam a compra de votos de parlamentares, e outras formas de corrupção, daqueles que se encostam no poder como sanguessugas famintas. Esses dráculas sanguissedentos, em vez de trabalharem para a construção de um país justo e próspero, usam todo tipo de esperteza para assaltar o povo e arrancar-lhe da alma a última réstia de esperança. Mas a prosperidade do ímpio não é sinal de segurança nem de felicidade. Um dia, a casa do ímpio desabará sobre sua própria cabeça. Aquilo que ele fez em oculto será proclamado dos eirados, do alto monte dos telejornais e revistas. A prosperidade do ímpio não é sinal do agrado de Deus nem mesmo do aplauso dos homens sensatos. Portanto, se você é um crente piedoso. Se você tem buscado ser fiel à Deus independente da circunstância, mas você agora se vê no meio de dificuldades, de sofrimentos Então, você precisa saber três coisas: — Primeiro: Deus merece o nosso amor pelo que é e não pelo que pode nos dar; — Segundo: a situação presente é transitória, — Terceira: a nossa recompensa no céu é eterna. Pense em uma coisa. Se o seu coração estiver aqui, então você será muito tentado a fazer morada permanente aqui, e abandonar a Deus para cair nas siladas do mundo. Por isso o apostolo Paulo nos exorta a pensarmos nas coisas que são lá do alto (Cl 3.2); Jesus exorta a buscar primeiramente o reino de Deus (Mt 6.33); porque onde está o teu tesou, ali também está o teu coração (Mt 6.21). Você que serve a Deus você é prospero, pois é abençoado com toda sorte de benção (Ef 1.3). Você é herdeiro de Deus o dono do mundo (Gl 4.7), e coherdeiro de Cristo (Rm 8.17). A Bíblia diz que tudo o que é do Pai é do Filho. Sendo assim a sua herança é maculada, pura e eterna. Você possui uma herança que não está depositada nesse mundo, mas em um lugar onde nem as traças e nem a ferrugem a corroem, está nos céus.
2.4 — “ ELES AFIRMAM QUE O JOIO (PERVERSO) TENTA A DEUS E ESCAPA. “[...] eles tentam ao Senhor e escapam" (3.15c). Será que os perversos escapam do juízo de Deus mesmo? O juízo de Deus, às vezes, parece tardio, e nem sempre Ele acerta as contas com o perverso no instante da sua transgressão. Você já imaginou se Deus punisse o adultero no ato do adultério cortando-o a respiração? Se Deus punisse o assassino na hora em que ele puxa o gatilho? Você já pensou se Deus acertasse com o ladrão na hora que ele coloca às mãos nas coisas alheia? Já pensou se Deus nos punisse na hora que falamos mal um do outro? Se Deus acertasse a conta conosco na hora que cometemos pecado? Nem sempre Deus pune o pecador no exato momento do seu pecado. O moinho de Deus moi devagar, mas moi fino. Às vezes, parece que Deus está dormindo (SI 73.20), porém quando Ele desperta, transtorna o caminho dos infiéis (SI 73.27). Mas Deus não dorme. Na verdade, Deus não
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acerta a conta todo dia. Mas o cálice de Deus está se enchendo e um dia ele transbordará. É ilusão achar que o perverso escapa ileso. Olhe para o que a Bíblia apresenta sobre a queda de Adão, sobre o dilúvio, sobre Somoda e Gomorra e o cativeiro de Israel. Todos esses relatos revelam que Deus não deixa impune o perverso. Asafe diz: "Certamente tu os pões em lugares escorregadios, tu os lanças para a ruína. Como caem na desolação num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores" (SI 78.18,19). Deus entrega o perverso a si mesmo (Rm 1.24,26,28). O juízo de Deus é implacável. Os perversos não escaparão do juízo de Deus: "Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidades serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo" (Ml 4.1). Você acha que o perverso escapará mesmo? Não vai escapar de jeito nenhum. Não se engane com isso. Assim terminamos de considerar sobre o jóia. Vejamos agora o que o texto no diz sobre o trigo.
III — O TRIGO ( JUSTO) TEM UMA RELAÇÃO CERTA COM DEUS MESMO NA ADVERSIDADE “Então, os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros; o Senhor atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao Senhor e para os que se lembram do seu nome” (3.16).
O profeta Malaquias destaca três importantes verdades sobre o joio.
3.1 — O TRIGO É INTIMAMENTE PIEDOSO. "[ ...] e para os que se lembram do seu nome" (3.16c). Note que este verso nos chama a atenção para o ato de “lembrar”. Vimos acima que o joio (o perverso) só se lembra do Senhor para falar-lhe palavras pesadas. Agora Malaquias está dizendo que, diferente do perverso, o trigo (o justo, o piedosos) lembra de Deus para deleitar-se Nele, para refugiar-se Nele e viver para o Seu agrado. O trigo se alegra no Senhor, tem sua recompensa no Senhor. O texto diz que o Senhor atenta e ouve aqueles que temem o Seu nome. A meditação do justo o leva para a intimidade de Deus, enquanto os pensamentos do perverso o afastam de Deus. Essa é uma característica e um momento muito importante na vida do cristão, pois ele pára para meditar em Deus. Para o trigo Deus é sua Herança, Deus é seu quinhão, Deus é seu mundo e, sua Esperança. O Trigo possui um relacionamento intimo com o Senhor. Sua adoração; sua busca e para se deleitar no Senhor por quem Ele é, e não pelo o que Deus pode oferecer.
3.2 — O TRIGO É EXTREMAMENTE SINCERO. "Então, os que temiam ao Senhor [...] havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao Senhor" (3.16a). Os perversos não temiam a Deus, para eles os ímpios é quem prosperavam. Para eles os perversos poderiam fazer as ciosas mais absurdas que sempre escapavam do juízo. Para eles Deus abençoava somente os corruptos. Mas, agora, vemos que o trigo (o justo) tem reverência por Deus. Eles são leais e verdadeiros em sua fé. O temor a Deus é a fonte secreta, o poder íntimo da vida santa. Isso quer dizer que o justo anda com Deus e anda em temor.
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O temor do Senhor é o princípio da sabedoria. O temor do Senhor é o grande freio que segura o homem de cair nas malhas do pecado. O temor do Senhor é o grande antídoto contra o mal. Aqueles que temem a Deus não temem aos homens, não se rendem ao pecado, não põem o pescoço na coleira do diabo. Aqueles que teme a Deus andam com Deus e com os homens. Obedecem a Deus e não ao mundo ou à sua própria vontade. Neemias capítulo 5 é um ótimo exemplo de lealdade e temor a Deus. O servo Neemias diz que não foi igual aos governadores que o antecedeu por que temia ao Senhor. Ele diz que não roubou, que não se corrompeu porque temia a Deus (Nm 5.15). È o temor a Deus que livra o jovem da fornicação, é o temos ao Senhor que livra o esposo ou esposa do adultério. É o temor ao Senhor que livra o empresário de sonegar imposto. É o temor do Senhor que leva um jovem a não colar em uma prova. É o temor do Senhor que leva um crente a viver piedosamente. É o temor de Deus que livra o crente do pecado. Quem teme a Deus, obedece a Deus, serve a Deus, anda nos seus caminhos. Você teme a Deus?
3.3 — O TRIGO É ABERTAMENTE ENCORAJADOR DO PRÓXIMO. "[...] falavam uns aos outros...” (3.16b). Este verso é maravilhoso. Ele mostra que enquanto o joio está abrindo a boca para lançar palavras de acusações contra Deus, o trigo encoraja seu próximo na hora da crise. O texto está dizendo que o justo não apenas anda com Deus, mas encoraja outros também a andar. Ele não é apenas receptáculo, mas canal. Ele não é apenas abençoado, mas abençoador. Precisamos fortalecer uns aos outros em tempos de crise e apostasia. É isso que tem que acontecer na igreja. A igreja é uma família e precisamos encorajar um ao outro. Pois uma hora há alguém desempregado, outra hora alguém enfermo, outra hora alguém fraco, etc. Então traz uma palavra de encorajamento de ânimo a seu irmão. Quando os ímpios estão falando contra Deus, os justos devem falar de Deus uns aos outros. Quando o fogo está se apagando, as brasas acesas precisam estar mais próximas umas das outras. Quando as brasas parecem todas apagadas, os filhos de Deus precisam clamar para que o vento impetuoso do Espírito venha e acenda novamente as brasas. Note que o tempo de Malaquias era de crise. Era um tempo de apostasia, um tempo de desvio da verdade, tempo de corrupção do culto, tempo em que os próprios sacerdotes estavam afastados de Deus. Malaquias diz que os justos, o trigo, os piedosos estavam fazendo um trabalho de bastidores, falando um com os outros pelos corredores. Eles se viam como uma verdadeira família e por isso buscavam encorajar uns aos outros, a estimular uns aos outros. O verdadeiro vencedor é aquele que encoraja outros a vencerem com ele. Davi encontrou o exército de Saul completamente desencorajado na batalha contra os filisteus. Os soldados de Saul já haviam fugido oitenta vezes do insolente gigante Golias. Quando Davi enfrentou o gigante e o venceu, os soldados abatidos foram encorajados a se levantar. Davi os reanimou e eles se ergueram para a peleja (lSm 17.52). A melhor vitória é aquela que compartilhamos com outros. Em 1992 nas olimpíadas para pessoas deficientes fisicamente, que aconteceu em Seattle, nos Estados Unidos. A modalidade esportiva mais esperada era a corrida dos cem metros. O estádio estava lotado. A multidão hilariante e barulhenta aplaudia ruidosamente os
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9 participantes, todos com deficiência, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos. Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar. Um dos garotos tropeçou no asfalto, caiu e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro, diminuíram o passo e olharam para trás. Então viraram e voltaram. Todos eles. Uma das meninas, com Síndrome de Down, ajoelhando, deu um beijo no garoto e disse: - Pronto, agora vai sarar! E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada. O estádio inteiro ovacionou e aplaudiu ruidosamente o gesto e entendeu a lição. Talvez os atletas fossem deficientes mentais. Mas com certeza, não eram deficientes espirituais. Isso porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida, mais do que ganhar sozinho, é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir os nossos passos. Deus não apenas nos levanta para a vitória, mas nos faz encorajadores de outros.
IV — O TRIGO (O JUSTO) SERÁ RECOMPENSADO POR DEUS NO JUÍZO “Então, os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros; o Senhor atentava e ouvia; havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao Senhor separa os que se lembram do seu nome. Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que preparei, diz o Senhor dos Exércitos; poupá-lo sei como um homem poupa a seu filho que o serve. Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve” (3.16-18).
Malaquias destaca quatro recompensas gloriosas do justo.
EM PRIMEIRO LUGAR, DEUS OUVE SUA CONVERSAÇÃO. "[ ... ] o Senhor atentava e ouvia..." (3.16). Vimos acima que enquanto o perverso falava contra Deus o justo falava de Deus aos irmãos. O verso 16 está dizendo que nossas conversas não chegam apenas aos ouvidos das pessoas para quem falamos. O que nós conversamos chega, também, aos ouvidos de Deus. Malaquias diz que Deus atenta e Deus ouve. Então ao invés de você falar contra fale de Deus para sei irmão. Deus escuta e valoriza nossas palavras quando essas são puras e boas. Ele dá importância ao que fazemos e falamos. Fale palavras de conforto a seu irmão, fale palavras de encorajamento, abençoe seu irmão com sua boca (Ef 5.4). No dia do juízo, nossas palavras todas nossas palavras serão consideradas. Deus está atento ao que acontece com você. Ele sabe quem é você, o que está acontecendo com você, onde você está; o que você deve fazer e para onde você deve ir.
EM SEGUNDO LUGAR, DEUS LEMBRA SUAS OBRAS . "[...] havia um memorial escrito diante dele para os que temem ao Senhor" (3.16). Quem já teve um diário? Quem por determinado momento da vida decidiu anotar tudo que fazia e que sentia? E tudo isso era guardado como tesouro. É isso que Malaquias vai falar aqui. Malaquias aqui está olhando para a questão cultural agora. Os reis Medos-Persas tinha um livro onde eles anotavam todos os atos de seus súditos fiéis. Havia um livro para que os reis terrenos recordassem as obras e relembrassem os nomes daqueles que os serviam com fidelidade. Malaquias usa essa tradição para dizer que Deus também tem um livro. Ele diz que de igual forma, o Senhor dos senhores guarda em Seu livro um memorial do Seu povo. Deus registra seu diário nesse livro. O diário de cada homem.
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Isso quer dizer que Deus tem um diário da sua vida, da minha vida. Deus anota todas as suas ações e todos os seus sentimentos nesse diário. Não se engane achando que algo ficará sem ser anotado. Até um copo de água fria que você der a alguém em nome de Cristo não ficará sem recompensa (Mc 9.41). Isto está diante de Deus como um memorial. Que coisa fantásticas para os justos. Os que a muitos conduzirem à justiça, brilharão como o sol no firmamento (Dn 12.2). Aqueles que construírem sobre o verdadeiro fundamento receberão galardão (1Co 3.10-15). Aqueles que têm seu nome no livro da vida têm grande alegria e entrarão na cidade de Deus (Ap 20.15). Saiba, então, que você está sendo observado por Deus, e que Deus está registrando todas as suas atitudes no diário da sua vida.
EM TERCEIRO LUGAR, DEUS OS POUPARÁ OS JUSTOS COMO FILHOS AMADOS. [...] poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve" (3.17). A primeira coisa que percebemos aqui é que essa é uma linguagem do maior para o menor. Pois, Deus não pode ser comparado com nada nesse mundo. Mas essa linguagem é para que nós seres humanos compreendamos um pouco como Deus é. Então Malaquias o compara com um pai. Já que um pai por via de regra é um ser amoroso com seus filhos. Qual pai verdadeiro não se compadece de seus filhos? Jesus diz em Mt 7.11: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boa dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?” Se nós que somos maus, amamos nossos filhos e damos boas dádivas a eles, quanto mais Deus! O apostolo Paulo diz que o amor de Deus é incomparável, pois Ele já nos deu Jesus e nos dá com Ele todas as demais coisas (Rm 8.32). João 3.16 diz que Deus nos amou de tal forma... O salmista diz: "Como um pai se compadece dos seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem" (SI 103.13). Deus tem misericórdia dos justos e esses serão poupados como filhos amados. Enquanto os perversos serão como restolhos lançados na fornalha, os justos receberão um novo corpo, um novo nome, uma nova pátria. Eles serão vestidos de branco, coroados, recebidos no Reino para reinarem com Cristo eternamente. Seremos poupados de toda dor, sofrimento, lágrimas, luto e morte (Ap 21.4).
EM QUARTO LUGAR, DEUS OS RECOMPENSARD NO DIA JUÍZO. "Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia que preparei, diz o Senhor dos Exércitos" (3.17). A versão bíblica na língua inglesa diz que o justo é para Deus “sua jóia particular”. Nosso texto diz que o justo é o tesouro de Deus”. Malaquias está dizendo que você é o tesouro de Deus, a herança de Deus, a menina dos olhos de Deus, a delícia de Deus. Ele se delicia em você. Ele tem todo o Seu prazer em você. Naquele dia, no dia do juízo, enquanto os perversos vão perecer eternamente (Mt 25.46), nós seremos o particular tesouro de Deus. Enquanto a grande meretriz será lançada no lago do fogo, nós como Noiva do Cordeiro, entraremos para participar do grande banquete. Enquanto a Grande Babilônia entra em colapso, a Nova Jerusalém desce do céu para estar com Cristo e reinar com Ele para sempre. Enquanto os perversos enfrentarão os tormentos do inferno, os justos estarão no Seio de Abraão (Lc 16.19-31). Você é o particular tesouro de Deus. Isso não é maravilhoso?
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Enquanto os perversos ressuscitarão para o juízo, os justos ressuscitarão para a vida eterna. Enquanto os perversos serão lançados no lago do fogo, os justos, cujos nomes estão no livro da vida, entrarão no céu. Enquanto os perversos ouvirão: ''Apartai-vos", os justos ouvirão: "Vinde benditos de meu Pai, entrai na posse do Reino". Naquele dia ficará provado que é falsa a acusação dos perversos: "[...] qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada" (Ml 2.17). Aqui está a resposta de Deus contra a acusação. E no grande dia do juízo todos verão que não é os fizeram o mal que passaram por bons aos olhos do Senhor. Mas serão os filhos de Deus, os que serviram a Deus com fidelidade. Concluindo, queremos destacar três aspectos práticos para nossa reflexão.
1 — AQUELES QUE FALAM CONTRA DEUS TERÃO DE ENFRENTÁ-LO NO DIA DO JUÍZO. Hoje é comum vermos nos jornais, noticiários, revistas, internet pessoas zombando de Deus. O mundo está cheio de pessoas que desandam a boca para blasfemar contra Deus. Chio de pessoas que escarnecem de Deus. Pessoas que estão rindo de Deus. Eles blasfemam e prosperam. Eles zombam e escapam. Mas até quando? Aqueles que maltrataram o mais fraco, o pobre. Aqueles que burlaram as leis, que compraram sentenças nos tribunais, que corromperam e foram corrompidos, que cometeram graves transgressões. Todos esse talvez escaparam do braço da lei e da sentença dos tribunais humanos. mas a palavra de Deus diz que o grade dia chegará, e que nesse dia, no dia do juízo, todos serão julgados por Deus e jamais escaparão do juízo divino.
2 — AQUELES QUE ZOMBAM DE DEUS VERÃO QUE ELE NÃO ACERTA AS CONTAS TODOS OS DIAS . Vimos também que as vezes parece que Deus está dormindo, pois Ele não acerta as contas com seus zombadores todos os dias ou imediatamente como gostaríamos que fizesse. Então olhamos ao redor e parece que Deus está distante, não faz nada e, que por isso tudo está nas cordas bambas. O perverso por um momento fala contra Deus, tenta a Deus e ainda prospera e escapa, mas um dia Deus vai chamar esse perverso para prestar contas. Naquele dia, o perverso será como restolho chocho, vazio, sem valor naquele dia tudo isso mudará Ap 6.10-17.
3 — AQUELES QUE PENSAM QUE O MAL COMPENSA, UM DIA SABERÃO A DIFERENÇA ENTRE O JUSTO E O PERVERSO. O dia do juízo trará à luz o pleno entendimento que de nada adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma (Mt 16.26). De nada adianta viver no fausto aqui, e perecer eternamente. O dia do juízo vai revelar que vale a pena servir a Deus e andar com Ele! Portanto, aqueles que ainda estão enganado. Que dizem um dia eu levarei as coisas a sério, um dia darei mais atenção às coisas de Deus. Um dia eu volto para a igreja... Para esse talvez o amanhã seja tarde demais (Ml 2.4) e diante do juízo de Deus saberão qual a diferença entre o justo e o ímpio. Que Deus nos abençoe aplicando essa palavra em nossos corações. Amém!
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“A ÚLTIMA AUDIÊNCIA: O DIA DO SENHOR” (Ml 4.1-6) “Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo. 2 Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria. 3 Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos. 4 Lembrai-vos da Lei de Moisés, meu servo, a qual lhe prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos. 5 Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR; 6 ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição” (Ml 4.1-6).
Todo o Livro de Malaquias têm um caráter jurídico. Nesse sentido já pudemos considerar OITO AUDIÊNCIAS que Deus teve com Seu povo. Em todas essas audiências Deus deu ao povo a oportunidade de se defender. Em todas elas Deus ouviu seu povo e suas desculpas descabidas: 1ª audiência — Eles perguntaram para Deus: “Em que nos tens amado?” (1.2). Deus respondeu: “Não foi Esaú irmãos de Jacó? Todavia, amei a Jacó, porém me aborreci a Esaú” (1.2,3); 2ª audiência — Eles perguntaram para Deus: “Em que desprezamos o teu nome?” (1.6); Deus respondeu: “Se eu sou pai, onde está minha honra? Se eu sou senhor onde está o respeito para comigo?”(1.6). 3ª audiência — Eles perguntaram para Deus: Em que te havemos profanado? (1.7); Deus respondeu: “Nisto, que pensais: a mesa do Senhor é desprezível. Quando trazeis animal cego para o sacrifica...” (1.7,8); 4ª audiência — Eles perguntaram para Deus: Por que não olhas nem aceitas com prazer nossas ofertas? (2.13,14); Deus respondeu: “porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança” (2.14); 5ª audiência — Eles perguntaram para Deus: “ Em que te enfadamos?” (2.17); Deus respondeu: “ Nisto que pensais: qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor, é desses que Ele se agrada; ou onde está o Deus do juízo? (2.17); 6ª audiência — Eles perguntaram para Deus: “Em que havemos de tornar?” (3.7); Deus respondeu: “tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos” (3.7); 7ª audiência — Eles perguntaram para Deus: “Em que te roubamos?” (3.8); Deus respondeu: “nos dízimos e nas ofertas” (3.8); 8ª audiência — Eles perguntaram para Deus: “Que temos falado contra ti?” (3.13). Deus respondeu: “Vós dizeis; inútil é servir a Deus” (3.14). O que vimos até agora mostra que deus teve muita paciência com esse povo. Em todas as audiências Deus deu a oportunidade para o povo reconhecer o erro, se arrepender e se
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corrigir, mas o povo não se corrigiu. Vimos também que o povo já tinha colocado Deus no banco dos réus: 1 — Chamaram Deus de injusto: "Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor" (3.17). 2 — Chamaram Deus de imoral: "e desses é que ele gosta” (3.17). 3 — Chamaram Deus de omisso: "Onde está o Deus do juízo?" (3.17). O povo está dizendo que Deus é injusto, que prefere o mal e que não faz coisa nenhuma. Agora, chegou o grande dia. Chegou o Dia do Senhor. Esse dia será glorioso, pois é o dia da vinda do Senhor Jesus Cristo. Esse dia será contrastes: dia de luz e de trevas; dia de choro e de alegria; dia que será para uns como a fornalha acesa, e para outros como o sol que vem radiante espalhando luz e salvação. Esse grande dia, o dia do juízo será inesperado, inevitável e inescapável. Consideremos à luz de Malaquias como será esse dia:
I — SERÀ O DIA EM QUE O ÍMPIO RECEBERÁ O SEU CASTIGO “Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo” (4.1).
Malaquias de forma solene e grave falando sobre o veredicto final do ímpio e aponta três fatos dramáticos.
1ª — O VEREDICTO FINAL REVELARÁ A DESTRUIÇÃO TOTAL DOS ÍMPIOS (4.1). Vimos no capítulo três que para os justos, Deus é o fogo do ourives que purifica (3.2,3); agora, Malaquias diz que para os ímpios, Deus é como o fogo da fornalha que destrói (4.1). Esse dia vai arder como fornalha. Isso quer dizer que o mesmo fogo que purifica o justo é o mesmo fogo que destrói o ímpio. O fogo é o próprio Deus, é Ele quem purifica e quem destrói. O profeta, então, compara o juízo do ímpio à duas figuras: A) O ÍMPIO É COMPARADO AO RESTOLHO (A PALHA): “Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho...”; Os ímpios serão como restolho que vai arder no fogo. "Nosso Deus é um fogo consumidor" (Hb 12.29). Nas Escrituras, o fogo é geralmente associado com o julgamento, visto que é um símbolo da santa ira de Deus. O fogo consumiu os inimigos de Deus (2Rs 1.9-16), bem como os israelitas Nadabe e Abiú (filhos de Arão), que desobedeceram (Lv 10.1-3). Deus tem reservado o mundo para um juízo de fogo (2Pe 3.10), e o inferno é comparado a um lago de fogo (Ap 20.10,14; 21.8). Quando Jesus voltar para julgar o mundo, Ele virá em chamas de fogo. B) O ÍMPIO É COMPARADO Á UMA ÁRVORE: “de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo” Malaquias compra o ímpio a uma árvore que é queimada de cima a baixo, dos galhos à raiz, não sobra nada (cf Am 2.9). Não lhes ficará raiz nem ramo, tudo vira cinzas, tudo é destruído. Não haverá mais esperança. Quando a raiz é destruída, a planta não pode brotar mais. Ficar sem raiz nem ramo significa também que os ímpios serão completamente apagados, ou seja, a memória e a posteridade dos ímpios serão destruídas. Isso quer dizer que o juízo que virá sobre o ímpio é o
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juízo final, e inapelável. É um julgamento irrecorrível. Não tem mais instância superior a apelar. Vale lembrar, que Malaquias não está ensinado a doutrina do aniquilamento, que o ímpio deixará de existir, como se não houvesse sofrimento eterno para os que são salvos.
2º — O VEREDICTO FINAL DEMONSTRARÁ A DESTRUIÇÃO UNIVERSAL DOS ÍMPIOS. " Todos os soberbos e todos os que cometem perversidades serão como restolho" (4.1). A parte cética do povo de Deus pensava que os soberbos e arrogantes eram felizes. Eles diziam que os arrogantes tentavam a Deus e escapavam ilesos. Todavia ninguém ficará impune no juízo de Deus. Ninguém poderá se esconder. Ninguém poderá subornar o juiz nem mudar a sentença. A Bíblia diz que o grande dia chegará e que nesse dia TODOS os que praticam perversidade, TODOS os soberbos serão como o restolho (4.1). Naquele dia Deus vai julgar o segredo do coração dos homens. O pecado do coração e o pecado das ações serão igualmente julgados. 3º — O VEREDICTO FINAL PERSCRUTARÁ O MAIS PROFUNDO DA VIDA DOS ÍMPIOS (4.1). Malaquias registra dois fatos: “a soberba e a pratica da perversidade”. A) Malaquias fala sobre a condenação dos SOBERBOS. O que é soberba? A soberba é um sentimento íntimo uma atitude do coração. A soberba pode ficar escondida por trás de fachada e de máscara, dificilmente pode ser detectada a olho nú. Isso quer dizer que nem sempre podemos detectar a soberba. Mas a Bíblia não diz que nós julgaremos os soberbos, mas Deus. Então, mesmo a soberba sendo um sentimento íntimo, Deus conhece. Ele vai julgar o segredo do coração dos homens. O que o texto está dizendo é que nada esconde aos olhos de Deus, e que o juízo de Deus penetrará nas recamaras mais intima da alma humana. O juízo de Deus penetrará para além das mascarás, das aparências. O que Malaquias está dizendo é que mesmo aqueles que têm uma aparência de piedade, entretanto nutrem e alimentam a soberba na alma não deixarão de ser contemplados pelo juízo de Deus. B) Malaquias fala sobre a condenação dos que cometem PERVERSIDADES. O que o profeta quer dizer com “praticar a perversidade?”. Praticar a perversidade é deixar vazar essa soberba. É viver de forma depravada; é viver de forma desobediente e afrontosamente; é viver de forma imoral; é viver na contra mão da vontade de Deus; é viver ferindo a verdade Bíblica. Nossa geração é considerada como a geração do hedonismo, ou seja, a geração do prazer. As pessoas estão buscando a satisfação imediata dos seus desejos, da sua vontade, do seu querer, dos seus hormônios, das suas tendências. Vivemos em tempos que o proibido é proibir. Vivemos em uma geração em que os homens querem destruir as balisas dos absolutos de Deus. Uma geração em que a ética se tornou algo intimo, pessoal e subjetivo, ou seja, ninguém tem nada a ver com o que eu faço. Os homens, embriagados pelo prazer, bebem todas as taças do pecado que o mundo lhes oferece. Eles se entregam aos apetites da carne. Eles fazem a vontade da carne e dos pensamentos. Eles não pensam na eternidade, só vivem para o agora (Mt 24.34-39). Mas essa geração que só pensa no agora vai ter de comparecer um dia diante do tribunal de Deus para dar contas da sua vida. E diz o texto que o fim delas será a fornalha, como um restolho no fogaréu será completamente destruída.
O DIA DO SENHOR: O JUSTO RECEBERÁ A GRANDE RECOMPENSA (4.2,3) “Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria. Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que preparei, diz o Senhor dos Exércitos” (4.2,3).
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Três verdades gloriosas são destacadas por Malaquias acerca da recompensa do justo: vida, liberdade e vitória.
1ª — O DIA DO SENHOR TRARÁ A LUZ DO SOL DA JUSTIÇA À VIDA DOS JUSTOS . "Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas" (4.2). Já disse mos que o grande dia, o dia do Senhor será de grande contraste. O dia do grande divisor de águas. Esse dia será terrível para os ímpios, dia que as cortinas das oportunidades serão fechadas para o ímpio. Dia em que a sentença final selará o destino terrível do ímpio. A maior recompensa do justo é o próprio Deus, pois será lançado na fornalha de fogo, no fogo ardente. Porém, esse mesmo dia, o dia do Senhor, será o dia da exultação dos salvos, dos remidos de Deus. Para esses nascerá o sol da justiça. Sol que trará a salvação em suas asas. Salvação aqui é uma referencia a sua plenitude. Uma vez que teologicamente (dentro da doutrina da salvação) entendemos que: 1) nós já fomos salvos quando fomos justificados 2) que estamos sendo salvos no processo da santificação; 3) que seremos salvos no ato da glorificação. E isto se dará quando Jesus voltar. Os mortos, então, ressuscitarão incorruptíveis com corpo mortal glorioso, poderoso, espiritual e celestial. E aqueles que estiverem vivos, diz o apóstolo Paulo, serão transformados e arrebatados para encontrar o Senhor Jesus Cristo nos ares (1Ts 4.17). Esse é o sol da justiça. O sol é símbolo de três figuras importantes quais merecem nossa atenção:
1 – CRISTO COMO O SOL DA JUSTIÇA É A FONTE DA LUZ . Jesus virá como a nossa luz, ele é a luz do mundo (Jo 8.12). Jesus é a luz que ilumina todo homem. Ele é a luz pela qual o cego não anda em trevas. Quem o segue não anda em trevas. Trevas e medo nunca mais estarão presentes. 2 — CRISTO COMO O SOL DA JUSTIÇA É A FONTE DA VIDA, pois, o sol é que traz vida. Não há vida sem a luz do sol. O sol traz “SALVAÇÃO” em suas asas. A palavra “salvação” no texto original traz a idéia de “cura” aqui. Trará cura em suas asas, ou seja, o sal da salvação, o sol da justiça, trará cura, trará salvação, trará alívio, trará restauração plena para o povo de Deus. 3 — COMO O SOL DA JUSTIÇA É A FONTE DA JUSTIÇA. O verso diz que Ele é o sol da justiça, ou seja, o brilho da justiça nos cobre, como um manto. Quando Deus olha para mim e para você glorificado Ele vê a justiça plena de seu Filho Jesus Cristo, brilhando, refulgindo na sua vida. Você vai brilhar como sol no firmamento diz as Escrituras (Dn 12.3). Deus é a maior herança do salvo. Ele será para os justos naquele glorioso dia, o sol da luz, vida e justiça. Não há vida sem o sol. Deus é o nosso sol e escudo (Sl 84.11). Deus é a nossa luz perpétua (Is 60.19). O pecado não mais nos afligirá. Sem Cristo não há salvação. Sem Ele nossas obras são trapos de imundícia.
2ª — O DIA DO SENHOR TRARÁ A ALEGRIA DA LIBERDADE PARA OS JUSTOS. "Saireis e saltareis como bezerros soltos da estrebaria' (4.2). Acabamos de considerar o profeta usando uma figura majestosa o sol. Agora ele faz uso de uma figura simples, campesina, humilde, da região rural daquele que está feito as realidades mais remotas do campo. Se você já viveu no campo sabe que o bezerro é prezo, e via de regra, passa quase o dia todo prezo para que a vaca seja ordenhada no outro dia. Mas logo pela manhã quando a porta se abre para esse bezerro que passou praticamente o dia todo confinado sai saltitando pelo campo verdejante, feliz, exultante.
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Malaquias diz, então, que o dia da vinda do Senhor para o justo será como esse dia. Dias em que as ligaduras que nos prendem serão quebradas; quando Jesus voltar tudo aquilo que nos oprime será tirado. Pois nós sairemos como bezerro sai da estrebaria pulando, saltando exuberantes. Desfrutando da nossa plena e total liberdade e alegria em Cristo Jesus. Assim como o bezerro sai saltando de alegria, usufruindo sua gostosa liberdade. O dia do juízo será para os justos um dia de alegria indizível, de liberdade plena, de recompensa eterna. Aquele será um dia de exultação, quando entraremos na glória, quando tomaremos posse da herança, quando entraremos na Casa do Pai, na Nova Jerusalém. Esta é a idéia que Malaquias nos passa sobre a vinda de Cristo. Nada mais vai nos pear, nada mais nos acorrentar, nada mais vai nos açoitar, nada mais vai nos deter. Seremos livres, completamente livres no Senhor.
3ª — O DIA DO SENHOR REVELARÁ A VITÓRIA DOS JUSTOS SOBRE SEUS INIMIGOS (4.3). “Pisareis os perversos, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos”. Que maravilha as palavras desse verso. Temos visto que uma das queixas maiores dos justos é que o ímpio prospera que o ímpio oprime, que o ímpio pisa, que o ímpio o humilha, que o ímpio o despoja, e nada acontece contra. Mas o verso diz que isso terá um final e que esse quadro se reverte. Deus não apenas vencerá o ímpio no dia do juízo, mas Deus vencerá o ímpio debaixo dos pés. De acordo com o verso três percebemos que os justos não apenas receberão a libertação do aprisionamento, mas também completo triunfo sobre os inimigos. Os mesmos ímpios que oprimiram os justos e lhes fizeram amargar a vida, agora são como cinzas debaixo dos seus pés. A Bíblia não diz que a Igreja apenas estará no céu. Mas, também, que ela vai assentar-se em tronos para julgar o mundo (lCo 6.2). Deus vai retribuir com justiça aqueles que oprimiram o seu povo. A idéia de os ímpios se desfazerem em cinzas sob os pés dos justos mostra a vitória total do bem e a aniquilação total da impiedade. A ÚLTIMA ADVERTÊNCIA “Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, a qual lhe prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos. Eis que eu vos enviarei o projeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição” (4.4-6).
Nos versos de 1 a 3 vimos Malaquias descrevendo o acontecerá no Grande dia do senhor, o dia da volta de Jesus. Dia que será de bênçãos para os justos, mas dia de terror para os ímpios. Mas agora nos versos de 4 a 6 o profeta deixa de falar sobre juízo do grande dia para fazer uma grande advertência ao seu povo. O que Malaquias esta dizendo é que o grande dia do juízo será terrível sim, mas que ele ainda não chegou. O profeta vai mostra que ainda há chance de arrependimento, que ainda há chance s para uma volta completa a Deus, antes que chegue o grande dia do juízo final. Ainda há tempo de se prepara para o grande dia. Mas para isso é preciso considerar três importantes verdades incluídas nessa ultima advertência. 1ª — ANTES DO GRANDE DIA, DEUS ADVERTE A TODOS POR INTERMÉDIO DA SUA PALAVRA (4.4). “Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, a qual lhe prescrevi em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos”.
A) PRECISAMOS NOS LEMBRAR DO PROPÓSITO DA LEI DE DEUS : Por que a lei de Deus nos foi dada? Foi-nos dada para vivermos no propósito de Deus, para vivermos em santidade, para vivermos de forma fiel e obediente. A lei de Deus nos foi dada para nos conduzir até Cristo, o Salvador (Gl 3.24).
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B) PRECISAMOS NOS LEMBRAR DA AUTORIDADE DA LEI DE DEUS: O verso diz que devemos nos lembrar da que foi “prescrita por Deus” em Horebe para todo o Israel. Se a lei foi escrita por Deus, então, quer dizer que por traz dessa lei está à autoridade de Deus. Portanto, rejeitar a lei de Deus é rejeitar a autoridade de Deus. Desprezar a lei de Deus é desprezar o próprio Deus. C) PRECISAMOS NOS LEMBRAR DAS RECOMPENSAS DA LEI DE DEUS: O verso, ainda, diz que a lei de Deus são “estatutos e juízos”, isso quer dizer que a lei de Deus traz bênçãos e/ou maldição (Dt. 28). Malaquias está relembrando que aquele que guardar a lei de Deus receberá benção, mas que aquele que rejeitá-la trará maldição sobre sua cabeça. Deus estabeleceu leis e suas leis não podem mudar. Nós não podemos violar a lei moral de Deus sem sofrermos as conseqüências. Antes das taças da ira, Deus faz soar as trombetas da advertência. Antes do juízo ser completo e final, Deus chama a todos ao arrependimento. Ele nos chama hoje, da mesma forma que chamou aqueles israelitas. Mas há uma única maneira de nos prepararmos verdadeiramente para esse grande dia, para o dia em que encontraremos o Senhor Jesus, é nos lembrando da Palavra; é nos voltando para a Palavra de Deus; é vivermos de acordo com a Palavra de Deus. Não temos que correr atrás de misticismo, desse ou daquele movimento; Não temos que correr atrás dos grandes mistérios que se levantam todos os dias. Se você quer se preparar para encontrar a Cristo então volte para a Bíblia, para a palavra de Deus. Pois, é nela que encontramos a verdade, é somente ela que nos coloca no verdadeiro caminho de Deus. É preocupante, triste quando olhamos para nossos dias, pois vivemos na época do conhecimento genérico e geral. Onde 90% do conhecimento universal é contemporâneo nosso. Onde 90% das grandes descobertas são de cientistas que ainda estão vivos. Vivemos em uma geração que possui em mãos tantos livros, tantas versões da Bíblia. Mas parece que nunca houve uma geração tão analfabeta de Bíblia como essa. Uma geração que possui bíblias e mais Bíblias nas prateleiras de suas casas, porem não conhecem de Bíblia. Vivemos num tempo em que a Palavra de Deus é desprezada, substituída e desobedecida. Não podemos nos esquecer da Palavra escrita de Deus se quisermos estar preparados para o grande dia do senhor! 2ª — ANTES DO GRANDE DIA, DEUS ADVERTE A TODOS POR MEIO DE SEUS INSTRUMENTOS (4.5). “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR;”
Malaquias chama nossa atenção para alguns pontos importantes nesse verso, a saber: a) Malaquias fala de um ministro divinamente comissionado: "Eis que enviarei o profeta Elias" (4.5). Notem que É Deus quem envia o profeta para anunciar sua verdade antes que o grande dia chegue. O profeta vem com autoridade de Deus, é boca de Deus.
b) Malaquias fala de um ministério abençoado em seus resultados: "ele converterá o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos pais" (4.6). Mas vamos ver quem é o Elias que enviaria. Elias havia vivido alguns séculos antes dos tempos de Malaquias. Portanto quando Malaquias escreve seu livro Elias já estava nos céus (2Re 2.11). Portanto Deus não se refere ao Elias que foi arrebato aos céus. O texto diz que Deus enviará, é futuro, isso quer dizer que Elias ainda virá. Mas quem é esse Elias? Deus está falando de um profeta que será enviado na força e no poder de Elias. O que quer dizer que antes do dia do juízo vem o dia da graça. Para que entendamos melhor essa questão é necessário consideramos quatro textos Sagrados. Primeiramente Mt 11.13,14 que diz: “Porque todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir”. Jesus está falando sobre
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João Batista e diz que ele é o Elias que estava para vir. Malaquias diz que antes do grande dia de Deus, Elias seria enviado. Agora Jesus identifica João Batista como Elias. Segundo, Mt 17.10-13: “Mas os discípulos o interrogaram: Por que dizem, pois, os escribas ser necessário que Elias venha primeiro? Então, Jesus respondeu: De fato, Elias virá e restaurará todas as coisas. Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram; antes, fizeram com ele tudo quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer nas mãos deles. Então, os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista.” Jesus é quem
novamente está falando aqui. Ele já havia dito que o Elias que seria enviado já veio, e que Elias é João Batista. É importante sabermos quem é o Elias que Deus promete no livro de Malaquias, pois além de nos ajudar a entender o que Malaquias quis dizer para aquela época, veremos também se a doutrina espírita de que João Batista é o profeta Elias encarnado é verdadeira. Para isso analisemos mais alguns textos. Terceiro, Jo 1.21: “Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias?Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não . O texto mostra que João Batista é questionado se ele é o Elias, e sua resposta é não. Que ele não é Elias. Mas os textos que lemos anteriormente não temos Jesus dizendo que João Batista é o Elias prometido? Como então entender essa questão? Quarto, Lc 1.13-17: “E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus. E irá
adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado” (16,17). O texto nos mostra que João Batista é o Elias no sentido de que ele veio no poder e no
espírito de Elias. Assim como Deus enviou Elias, que confrontou a nação de Israel num tempo de apostasia chamando-a ao arrependimento. João Batista também chamou Israel ao arrependimento ele é o Elias. Portanto, ele é Elias no sentido de ser a pessoa de Elias, mas no sentido de ministério. Consideremos agora Ml 4.5: “Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR;” De acordo com o que vimos até agora o “grande e terrível” dia do Senhor não foi a primeira vinda de Jesus Cristo. O “grande e terrível” do Senhor será a segunda vinda de Jesus. Então Elias foi o João Batista. Deus enviou João Batista para preparar o caminho do Senhor e ele conclamou o povo a arrepender-se. Então em cada período da História quando Deus levanta alguém (seus mensageiros) para chamar o povo ao arrependimento antes que venha o juízo ai está o profeta o Elias. Na Reforma do século 16, Elias esteve na boca e veio nas palavras candentes de Lutero, Calvino e John Knox. No século 18, Elias veio no fervoroso espírito de João Wesley, George Whitefield e Jonathan Edwards. Hoje, Elias vem no ministério de todos aqueles que se levantam no poder do Espírito, em nome de Deus, para chamar o povo ao arrependimento “antes que venha o grande e terrível dia do juízo do Senhor”. Há uma conexão entre a primeira e a segunda vinda de Cristo. O tempo chegou em Cristo e avança para o grande e terrível dia de Deus. Essa é a mensagem de Malaquias. 3ª — ANTES DO GRANDE DIA, DEUS ADVERTE A TODOS QUANTO A NECESSIDADE DE UMA PROFUNDA TRANSFORMAÇÃO NAS RELAÇÕES FAMILIARES (4.6). O bendito evangelho começa no lar. Se o evangelho não funcionar no lar, não funcionará em lugar algum. A mais bela expressão do evangelho é o lar, feliz, onde os pais entendem os filhos e têm tempo para eles; onde os filhos, cercados de amor, crescem no conhecimento de Cristo. A transformação do povo de Deus precisa começar na família. Não há igrejas fortes sem lares fortes. A volta para Deus implica restauração de relacionamentos