Escalonamento de marchas do trator Escalonamento é a relação de velocidades em cada marcha utilizada de acordo com a rotação do motor. Cada implemento necessita de uma faixa de velocidade de trabalho. Quem melhor indica a marcha a ser utilizada no trator é o esforço requerido pelo implemento. A velocidade de operação do trator influencia em diversos aspectos: no gasto de combustível, na durabilidade dos pneus, na durabilidade do sistema de transmissão, no rendimento operacional, na qualidade do preparo do solo e do plantio. Portanto, escolher a velocidade correta depende da rotação do motor e da marcha a ser utilizada, que deve ser compatível com o tipo de terreno e com o implemento.
Transmissão com três alavancas e 12 velocidades (Eaton)
Para facilitar a escolha da velocidade existe no trator um gráfico de escalonamento de marchas. O escalonamento é como uma ³escada´. Cada ³degrau´ representa uma marcha em diversas rotações do motor. O ³degrau´ ou ³patamar´ representa uma faixa de velocidade para determinada marcha, como no exemplo abaixo. Observe que no gráfico de escalonamento de marchas existe uma ³sobreposição´, indicando que duas marchas podem desenvolver velocidades iguais em determinado trecho da escala apenas variando a rotação do motor. A importância desta sobreposição pode ser visualizada quando estamos operando com um implemento de profundidade (grade, arado, escarificador, subsolador). Por exemplo: ao operar em 5a marcha, quando a carga for excessiva ao motor, pode-se manter a velocidade, reduzindo para a 4a marcha e aumentando a rotação, tomando o cuidado de não ultrapassar a rotação de potência máxima. Se por outro lado estamos operando em 4a marcha e está ³sobrando´ motor, podemos passar para 5a marcha, se mantivermos a rotação teremos um ganho no rendimento operacional (ha/h), se diminuirmos a rotação andando na mesma velocidade anterior teremos uma diminuição no consumo de combustível. Este ajuste depende das condições de trabalho. Terrenos mais pesados demandam mais potência do equipamento. Terrenos mais leves exigem menos potência e permitem uma marcha maior, o que resulta em economia de combustível. Quant o menor a velocidade do trator, maior é o torque e a capacidad e de tração. Quando o operador engata uma marcha, as diferentes velocidades são obtidas pela combinação das alavancas do câmbio que podem ser de duas ou três alavancas, dependendo do tipo de transmissão. O gráfico de escalonamento é colado no pára-lama direito ou no vidro, se o trator for cabinado. Ele serve para orientar a troca de marchas indicando a velocidade que pode ser obtida em cada uma das marchas. A marcha correta evita que as rodas patinem além do necessário. A maioria das operações agrícolas são realizadas entre 4 e 10 km/h. Os tratores Massey Ferguson utilizam caixas de câmbio com 8 x 2 Velocidades, 12 x 4 V, 12 x 5 V, 6 x 6 V, 4 x 4 V e 8 x 8 V. Esta possibilidade de seleção de velocidades aumenta o desempenho do equipamento. A velocidade de trabalho depende do tipo de implemento e do tipo do solo. A velocidade também influencia na qualidade da operação agrícola. Por exemplo: um arado de aiveca corta o solo e faz a inversão da leiva (fatia cortada). Se a velocidade é baixa, esta inversão não é perfeita, causando o não enterrio dos restos de cultura e deixando uma superfície muito irregular. Com uma velocidade mais alta, a inversão e o acabamento são melhores. Isto tudo dependerá do tipo de solo, da umidade e do grau de compactação.. A qualidade do preparo do solo é diretamente proporcional à utilização correta do conjunto compactação trator/implemento. Cuidado com a Tomada de Potência Para trabalhar com a Tomada de Potência (TDP), também conhecida como Tomada de Força, é preciso verificar no gráfico de escalonamento localizado no pára-lama direito a rotação indicada no motor, para atingir a rotação nominal da TDP. Por exemplo (ver Gráfico 2 com o escalonamento da caixa de 8 velocidades): para trabalhar com a TDP a 540 RPM é necessário deixar a rotação do motor em 1900 RPM. Atenção: sempre acoplar a TDP ou a TDPI (Independente) com o motor em baixa rotação para não patinar os discos. Assim aumenta-se a durabilidade dos discos e evita-se que o eixo-cardã e o implemento recebam um ³tranco´.
Dicas de Campo Quando o trator está trabalhando com o implemento de profundidade enterrado no solo, não é recomenda do trocar a marcha com a máquina em movimento, mesmo se ela tiver a transmissão sincronizada, pois ao acionar a embreagem o trator freia dando um ³tranco´. A marcha de ve ser selecionada na cabeceira do talhão. Caso precise trocar de marcha no meio do talhão, levante o implemento, dê uma ré, engate a marcha necessária e vá acelerando e abaixando o implemento. A escolha da rotação correta para o motor é fundamental. De uma maneira geral, todas as operações devem ser realizadas na faixa entre 1.400 RPM e 2.000 RPM. Toda vez que for utilizar a marcha a ré é recomendada a parada do trator antes de engatar. Com isso evita-se o ³arranhar´ do câmbio. Duas e três alavancas Os tratores Massey Ferguson têm a transmissão com duas alavancas (8 e 12 velocidades) e a transmissão com três alavancas (12 velocidades). A transmissão também pode ser sincronizada e não sincronizada. A transmissão não sincronizada exige que o operador pare o equipamento para trocar de marcha e adequar a velocidade do trator. Na sincronizada pode-se trocar de marcha quando em deslocamento sem carga. Com a transmissão sincronizada a troca de marcha é feita com o trator em movimento. Na Massey Ferguson, esta opção está disponível nos modelos MF 290, MF 292, MF 297, MF 299, na Série 600, na Série 5000 e na Série 6000. Wagner Campaner dos Santos Engenheiro Agrícola Especialista do Suporte Técnico de Pós-Venda da Massey Ferguson