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ORDEM E HISTÓRIA
EM BUSCA DA ORDM
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Título origna: Order and Hist v. V- The c ollected wrks f Eric Vegelin, © 20 by The Curators of the University o f Missouri
Unversity of Mssour Press, Columba, MO 65201 ISBN 0-82621261-1 Al rghts reseed.
Preparação: Carlos Albeo Bárbaro Capa: Mauro C Naxara Diagramação: So Wa Tam Revisão: Mauríco Balthazar Leal
Edições Loyola Rua 1822, 341 pranga 04216- São Paulo, SP T 55 11 3385 85 F 55 11 2063 4275 @loyacom.br @loyola.com.br wloyola.comb -
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ISBN 978-85-15-03740-7 ©EDIÇÕS OYO, São Paulo, Brasl, 2010
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RDEM E HISTÓRIA I ã ó ã ó
IV ê V
Sumário
Introdução do edior Sumário analítico Prefácio Introdução 3 Capítulo princípio do princípio 35 Capítulo Distância reflexiva v idenidade reflexiva Epíogo
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Ídice remissivo
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Introdução o editor
ste breve volme não reqer ma introdção prolixa do editor A in
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trodção qe redgi há doze a nos par a a edç ão srcinal persiste váli da ainda hoe, e o precioso epílogo de Jürgen Gebhardt está também dis ponível para conslta Contdo, cabe enf atizar ma o das qestõ es e a pon tar a viosa iteratra inspirada pelo presente livro como a clminação de Ordem e hstóra (19561987) Em primeiro lgar, este últmo livro completa a rptra teórca dentiva de Voegelin com o raciona lismo ilminista como a f orma da losoa mode r na e sa sbstitição pela racionalidade meditatva o noess, revivescendo assim m modo de investigação qe remonta às Conssões de Santo Agosti nho e aos diál ogosa de Platão O livro édoem si ma perste,asiva análise a medtativa como forma sbstancia reqi sitoanálise losofan caso sedapretend qe a exporação das atras e prondezas da realidade sea condzida em abetra perante a verdade e não este a viciada por deformaçõ es redci onista s de ma espécie o de otra. Essa análise med itativa, por s a vez, constiti o cerne da ciência renovada das qestões hmanas qe Voegeln se empenho po estabeecer e ecda em sa obra drante to da a s a vida. P or m lado, é m ato de resistência contra as concepções trncadas e enganosas eqentes em nossa época ideoógica, com conseqências desastrosas para a ordem pes soa e poítica Po otro, é uma tarefa na qal o ator se envolveu de modo atoconscient e e explíc ito, pelo menos des de a épo ca da inédita Herrschas lehre (c. 1930) em dante, e de maneira mais vigorosa nas útmas obras. Longe I ntr odção do edit or
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de se algo novo neste pequeno lvo, a estutuação da nvest gação com bas e no modelo des qua erens n tellectum é assumda como emblemátca da loso a em s desde suas oge ns pé socátcas o amo à sabedoa de uma al a nqudoa sensível ao apelo dvno que ascende em admação umo a uma patcpação mas lumnosa na ealdade emente A ob a de Voegeln coge um desvo da osoa que ele constatou ocoe já na geação subsequente a Astóteles, que nclu a desnatuação cstã do Nous como azão natual [ve p 65 Em segundo luga, a foma de nvestgação assm caactezada seguda po uma pssoa p assível da desgnaç ão "lósofo míst co compeend e a atv idad e a vda que dsdoba como consstntes com o senso comum e como epesentatvas daqulo que petende qualca como se humano Voegeln sustntou mem ente que toda boa osoa se ndamenta no senso comum que a dmensão pmáa na azão noétca (nous) é a tensão em elação ao ndamento dvno do se Deste modo, tão logo econhecemos que este vo pode e deve se stuado lado a ado com os gandes clásscos medtatvos da hstóa, econhecemos em seguda que a humandade comum de todos os homens enconta seu cento vtal e suas mas pondas satsfações na vda esptual à qual todos são chamados , po ma s mpfeta que possa se de fat a spot a d cada pssoa ao aplo dv n Os maanhados a mdta o an ts nós dssolvemse todos na compeensão eexva da ntelgênca od náa e da ex pên ca comum Apenas não pae de pensa Vogeln às ve zes sugee Ou, elemando outa de suas exotações favotas, um lvo qu no esteja acma da compeensão que você possu não vale se ldo ee ad mava o sentmento de T S Elot de que o únco método m questõ es losó caas élosoa se muto ntelge mesmo se ntelge tua místca alémnte da ePesumv sfea daelmente, fatendad dos home ns sobneDenão ussO equemento de Elot pode com efeto suge que alguns daqueles que anun cam com o máxmo alade sua peple xdade e sua ncompeensão dante dos textos de Voegeln f onecem evdênc as d os avanços da coupção, da ncapa cdade e da desculuaç ão em leto es supostamente nstuídos, pncpa lmente um elexo de suas decêncas Paa a consdeáve l lteatua sobe os aspectos centa s do pensamento de Voegen, devese consulta a gande bblo aa complada po Geoey L Pce, Ec Voegln Classed Bblogaphy, Bulletn of the Joh n Rylands Un versty Lbrary of anchester76, n 2 (veão 1 99 ) esta fo atualzada po Ste phen A McKnght e Geoe y L Pce (e ds ), Interna ton al and nterdscplna O
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I Em bsa da orde m
perspectves on Erc Voegeln, Coluia, Univesity o f Missoui Pess, 997 , 8924, que também con tém divesos ensai os valiosos De impotância paa temas deste lvo, enciono: Michel P Moissey, Conscousness and transcendence the theology ofEc Voelin, Note D ame, Unive siy of Note ae Pess, 994, especialmente os cítulos 4 e 6 Glenn Hughes (ed), The poltcs of soul Eic Voegelin on elius expeience, Lanhanm, Rowman & Littleeld, 999 Glenn Hughes, ystery and myth n the phlosophy of Erc Voegeln, Columbia, Univesiy of Mssoui Pess, 99 Kenneth Keulman, The balan ce ofconsco usness Eic V oelin s poltica l theoy, U nivesiy Pa, Pennsylvania State Univesity Pess, 990 Bay Coope, Erc Voegeln and the foundatons of modern polí tca sce nce, Columbia, Univsity of Mis sui Pess, 999 Bendan M Pucell, The drama of humanty towads a philosophy of humanity n histoy, Fant am Main, Pete Lang, 996 Robet cMahon, Eic Voegelins paadoxes f consciousness and paticpation, Re vew of Poltcs6, n (inveno 999) 738 Ellis Sandoz, The poltcs of truth on d o ther u ntmely essays the cisis of cvic consciousness, Columba,
Univesity f Missoui P ess, 999, esecialmente o capítu lo 0 David Walsh, Guarded by mystery meaning in a ostmoden age, Washington [DC], Catholic Unive sity of Ameica Pess, 99 9 Michael Fanz, Erc Voegeln and the poltcs of sprtual revolt the ts of mode idelo, Batn Rouge, Lousiana Stat e Univesi Pess, 992 e Paul Caingella, Voegelin: ph losophe of divine pesence, em Ellis Sandoz (ed), Erc Voegeln 's sgcance for the modern mn d, Baton Rouge, Louisiana State Uni vesi Pess, 99 , 74 205 E S
I nro dç ão do edt or
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In consdertone creaturatum non est vana et pertura curostas exer cenda sed gradus ad m mortala et sem per man en ta facendus
[No studo da catua, não s dv xc uma cuosdad vã pcdoua, mas ascnd umo àquo qu é mo ta pmannt ] Santo Agostnho, De vera relgone
Sumáro analítco
O pncípo do pncípo § Onde pncpa o pncípo? Pnc ípo e m O todo e a palava A lnguagem comum e a lnguagem do lóso fo §2 O paado da conscênca Intenconal dade e lumnosdade Realdadecosa e ealdade Isso §3 O complexo consc ênc ae aldadelnguagem Lnguagem convenc onal e lnguagem natual Conceto e símbolo §4 A O tensão pncípnoo de e desolaão IssoGêness Palava Dgessão sobe alguns mal entenddos conv enconas () Pscologas de pojeão (2) Relgão compaada (3 ) Exegese dout na §5 A vedadea estóa O campo soca l da vedade O campo hstóco da vedade A autodade da estóa A estóa como naatva e acontecmento §6 A estóa pncpa no meo A metaxy platônca §7 A pluald ade dos meos I Sumá rio anal tio
A sso estória única e a pluralidade de episódio s O Princí pio, o Fim e o Além A parusia do aém, o u xo da pre sença , presente ind elével A verdadeira imortalid ade e a imortalidade in termed iária dos deuses §8 Coisidade denida e diversi cação indenida §9 Parusia formativa e deformação A correlação entre a estória da formaço e a estória da deformação §0 Resistência estencial Os motiv os da resistência A separaçã o da "realid ade e do "além As alte rnativas má icas § ma inação Sua estrutu ra parad oxal maginação ar mativa e autoarmativa A ima em do mundo cria o mundo O otivo comum da resistênci a à verdade e da resistênc ia à falsidade §2 Os símbolos reevos Distâncialembrançaesquecimento Sua validade no contexto da meditação 2 Su a validade no contexto das equivaências históricas 3 Distânci a reexiva Di rssão sobre o re ate dos ímbolos 2
Distâ ncia reexiva versus identida de reexiva § A revolução aemã da consciê ncia O propósito f ormativo e a tradição deformadora As ambi uidades d a consci ência A ima inação especu lativa A cons ciência revoucionária A autointerpretação As ambi uidads da resistência §2 He el Sistema versus tensão existencia 2 A ambi uidade da dialética 3 A deformação da peragoge 4 A inversão d a formaç ão e da deformação 5 A lin ua em pronom ina 6 Os pronomna de He el e os nomna de Platão 7 A consciência invertid a como inconsciência 8 O inconsciente público (Jun Kerényi) 9 O ato de esquec imento imaginativo
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I Em bsa da orde m
0 A autoanális e da con sciê ncia ativista O trauma do ambiente ortodoxo 2 Deus: o som sem sentido 3 Ambiguidade e validade p aradoxal 4 Deus : a experiência de sua morte 5 A mortalidade e a imortalidade do s deuses 6 A linguagem dos deuse s: MorteParusiaLembrança §3 A nemosne de Hesíodo As três inv ocações das Mu sas da Teogona A Parusia das Musas a mediação da verdade divina 2 As Musas lembram aos deuses sua divindade 3 O conto das coisas (ta eonta) divinas 4 A visão hesiódica da reaidade §4 Lembrança da realidade 1. Do vidente ao can tor (HomeroHesíodo) ta eonta 2 O homem que sabe (Parmênide s) to eon 3 §5 O 2 3
O lósofo (Platã o) topan Tmeu de Platão Os símbolos tensionais As tensões e seus polos Os níveis da inguagem paradoxal a const ante e a superconstante 4 O Cosmos uno 5 Monosis e monogên ese 6 O Além e sua Parusia
7 A unicidade da realidade divina e o Deu s Único O Deus Ú nico e os muitos deuses 8. 9 A desordem das coisa s Espa ço 0 O procedimento meditativo A iluminação mútua dos símbolos coisas e não coisas 2 [Sem título] [2]
I S mário anal ti o
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Prefácio
o ongo de nossos cnquenta e três anos de atrmôno, tente ser
ua parcera da vda de eu ardo o áxo que pude A prncípo sso fo dfíc, pos não tve ensno ac adêmc o forma e tve de e faarzar co o seu mundo de estudo e reexão Co sua orentação procure abso rver às vezes apenas por def erênca, as co crescente nteresse o que o mundo do estudo e da cênca tnha a of erecer Mas, ua vez que os taentos que possu o são as o s da respo sta afetva, eu prncpal e maor nteresse na vda est eve em eu ardo e sua obra Co frequênca quacada como sua parcera sencosa, um título que me é aproprado e que eu gostara de anter apenas aguns por nsstênca agosterque concorde ema redgr lnhas,Foexpondo f atos quedepode nteres se gera resp etoestas da orge deste voume Meu mardo coeçou a redgr estas págn as no verão de 980 , após quatro anos de pesqusas, com a dedcada assstênca de Pau Carngea , e prosseguu e suas extensas letura s e em sua redação ao ongo dos três anos seguntes No na de 983 sua saúde começou a decar, e a estrênua concentração necessá ra para escreve r tornou se cada vez mas df íc Por vota daquea época ee já hava envado boa parte do manuscrto para a Lousana State Unvers Press, sepre na esperança de que algu da estvesse e condçõ es de escrever novaente Mas, u ma vez que sua enfermdade avançava, ee por copr eendeu que não he estava destnado contn uar vvendo E seus últmos es es de vda eu o v, quas e todos os das, endo e reen do o I Prefáio
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manuscrito, fazendo pequenas correções ocasionalmente e sempre enfatizan do para mim: "Este será o volume V. Ele gostava de seu trabalho e falava sobre ele com equência, f azendome entender que sabia muito bem qu e estas páginas são a chave para todas as suas demais obras e que nelas ele foi o mais longe que pôde na análise, dizendo o que queria dizer tão claramente quanto possível Ele não nos deou nenhuma instrução concernente à pubicação sabia que sua obra estaria sob os maiores cuidados da experiente Beverly Jarrett, a quem t inha como amiga Espero que estas observações sejam úteis para uma compreensão deste aparentemente peq ueno volume LY V
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Odm istó
I Em bsa da ordem
Introução
ma introdução a st volume nal d Ordem e hstóra fita por ou-
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tras mãos qu não as d Eric o in a o requrido m razão da mort d o lin m 9 d janiro d 985, não pod ser ua xposição tórica d peso como o foram as introduçõs aos volums anteriores O litor trá d s contntar com muito mnos qu isso Admais, o livro e si nos ch a às mão s como u m fra mnto, como a stória inconclusa da busca da ordm Sob tais circunstâncias, nossa introdução só pod sr uma rmmoração do caminho trilado por o lin ao invsti ar a ordm a de sordm na história sua rearticulaçã o rexiva m su ivro, com a indicaç ão prtinente do novo trrno aqui explorado caráte rd framntário da ponderada obra diantede demodo nós não dv cont induzir umaOsuspita qu tenha sido imprfito ouudo de que ca- a rça d uma rvisão como projeto nal Pelo contrário O livro só é fra mntário por não stndr a aná lis a outros assuntos qu o autor claramn te considrava e por não ilustrar a aprsntação tórica m dtalhs maiors do que ele foi cap az d fazr ants que o tempo s es otasse Mas a apresentação teórica m si está ssencialmen te completa, e o fato d qu a busca da ord s ja uma stória inacabada conform rlatada por oe elin é inteiramente apropriado, poi s, como l insistia, nm a ralidad e nem a losoa podem ser reduzidas a um sistma Dst modo, pods dizer qu a forma da present obra simboliza a visão osóca de o lin acrca da história e da realidade abran ente como uma estória inacabada, narrada por Deus na lin ua m re I ntrod ução
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exiva dos home ns e mulheres espiritualmente dotados aberto s ao mistério da verdade em ergente por meio do encontro do divino e do humano no ntermediário da existência participativa, a realidade huma na por excelência. A forma e o cnteúdo, deste mod o, interpenetra mse. A evocação da realidade participativa do ntermediári (ou metaxy, como designad o por Platão) é um pont crucial a ser rememrado, já qu e encontra sua expressão no início de Ordem e hstóra e permanece no centro da busca da verdade de Voegelin como símbolo e experiência diferenciadores na presente obra. Logo, o primeir o parágrafo da introdução ao volume diz o seguinte: Deus e homem, mundo e sociedade formam uma comunidade primordial do ser A comnidade, com sua esrutura quaernária, é e não é um dado da experiência hu mana É um dado da experiência na medida em que é conhecida pelo homem em virude da paricipação dese no misério de seu ser Não é um dado da experiência na medida em que não se apresena maneira de um objeto do mundo exterior, mas só é cognoscível pela perspeciva da paricipação nela
A exploração esclarecedora prossegue nos parágrafos subsequentes. "A participação no ser [ ] nã o é uma partic ipação parcial do homem; ele se acha engajado com o todo de sua existência, pois a participação é a própria existência. Há uma experiência de parcipação, uma ensão reexiva na exstência, que irradia sentido na proposição: O homem, em sua exisência, paricipa do ser Esse senido, ereano, orna-se absurdo se esquecemos que o sujeio e o predicado da proposi ção são ermos que explicam a ensão da exisência e não conceios que denoam objeos Não há um "homem que paricipa do "ser como se ese fosse um empreen dimeno de qe ele poderia muio bem não paricipar; há anes um "algo, uma pare do ser, capaz de expermenarse como al, e capaz, além disso, de usar a linguagem e de chamar essa consciência que em a experiência pelo nome de "homem [ ] No cenro de sa exsência o homem é desconhecido para si mesmo, e deve permanecer assim, pois a pare do ser qe chama a si mesma de homem só poderia ser inera mene conhecida se a comunidade do ser e seu drama no empo foss integralmene conhecidos A parceria do homem no ser é a essência de sua exsência, e essa essên cia depende do odo de que a exisência é uma pare O conhecimeno do todo, en reano, é impossibiliado pela idenidade enre o conhecedor e o parceiro, e a igno rância do odo impossibilia o conhecimeno essencial da parte Essa siuação de ignorância com relação ao n úcleo decisivo da exisência é mais do que desconceran e: é prondamene perrbadora, porque das prondezas dessa ignorância básica jorra a ansiedade da exsêcia (Ordm história, v I, 45-46)
Centenas de páginas e dezoito anos depis, no volume V de Ordem e hstóra, onde deixa mos a estória inacabad a em 97 4, V oegelin escreveu s o 24
O
I Em busa da ordem
bre a aná lise experie ncial da participação e a verdad e que ela desvela na lo soa A ocasião é aquilo que ele chama de "simbolizaçã o da tensão erótica na existência do homem como uma realidade ntermediária transmitida por Platão no Banquete A verdade da exisência na ensão eróica é comunicada pela profeisa Dioimaa Sócra es O diáogo da alma enre Sócraes e Dioima, reaado por Sócraes como sua conri buição a um diáogo sobre Eros que é u diáogo na aa de Plaão, reconado a am gos pr um cero Apoodoro, que, anos anes,o ouvira de Arisodemo, que, anos arás, esivera presene no Banquee,é o cenário engenosamene cicunvaado para a verda de da meaxia De fao, essa verdade não é uma informação a respeio da reaidade, mas o eveno em que o processo da realidade ornase luminoso a si mesmo Não é uma informação recebida, mas um discerneno que surge do diálogo da alma quando invesiga "dialeicamene sua própria incereza "enre conhecimeno e ignorância Quando surge o discernimeno, ee possui o caráer da "verdade, porque é a exegese da ensão eróica experimenada; mas ele surge somene quando a ensão é experimenada de al maneira que irrompe em sua própriaexegese dialógica Não há neuma ensão eróica siuada ao redor em alguma pare a ser invesigada por aguém que com ea opa A dicoomia sujeioobjeo, que émoldada conforme a reação cogniiva enre ser humano e coisas no mundo exerior,não se apica ao eveno de uma "experiência-ari cuandoa si mesma Por conseguine, o Sócraes doBanqut recusase cuidadosa mene a fazer um "discurso sobre Eros Em lugar disso, faz a verdade revelarse por meio de seu diálogo com Dioa, medida que o relaa Ademais, ele insise em fazer seu relao iniciar com a própria quesão que aparecera por imo no diáogo preceden e com Agathon O diálogo socráico da alma dá coninuidade ao diálogo enre os com paeiros no Banquee e, inversamene, essa coninuidade assegura ao diálogo prece dene o mesmo caráer do "eveno em que a ensão eróica na alma de um ser humano ua para aingir a uminosidade ariculada de sua própria realidade Daí o diálogo da alma não ser fechado como um veno em uma pessoa que, após er ele aconecido, informa reso doocora gêneronahumano resulados nova Embora oo diálogo aa de sobre um serseus humano, não é como "ideia uma de um ser dourina humano acerca da realidade, mas um eveno na meaxia em que o ser humano enreém "con versção com o ndameno divino do processo que é comum a odos os seres huma nos Devido presença divina no diálogo dodaimonios anr, o eveno em uma dimen são socia e hisórica A alma socráica arrasa para se diálogo os companheiros e, além dos companheiros ediaos, odos aqueles que esãoansiosos para er esses diáogos a eles relaados O Banqut se apresena como o reao de um relao ao longode inea los de anos; e o reporar prossegue aé hoje(Ordm história, v V 251252)
O poder arrebatador da linguagem meditativa de Voegelin ao expor as õesaqu chave da realidade participativa do Intermediário no s prepara odimens volume i apresentado e também nos l embra de outras duas questõespara relevantes neste contexto A primeira delas é que a resstênca à falsidade é a I ntodo
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origem es pecc a da bus ca da verdade reetida na o soa de V oegelin e em sua exploração das alturas e prondezas da realidade experienciadasimboli zada. O tema arcano e a apresentação tecnicamente abstrusa que , como vimos no volume precedente, forçam os limi tes da inguagem e da compreens ão não devem obscurecer o ípeto exstencial da empreitada de Ordem e hstóra como um todo e dos esforços heroicos de seu autor a servço da verdade. "As motivações de minha obra são si mples; elas prov êm da situação política, de clarou Voegel in em 197 3 A elaboração da resistênc ia à falsidade na osoa de Platão of erecida por Voegelin em vários locai s (por exemplo, a lut a contra a sociedade sofística no Górgas analisada em Ordem e hstóra, , 8589) é feita nos moldes do empenho do próprio autor para encontrar a verdade em meio à corrupção da linguagem escarnecedora e da política ideológica que tiveram iníc io durante as décadas de 1 920 e 193 0 na Europa. A " situação política da qual se fala seria, resumidamente, aquela representada por Stalin, i tler, Mussoini e os meios s ociais e intelectuais cua eme rgência histórica lhes permitiu predominar como guras represent ativas. Antes de tudo, a saída de cena dessa s guras "epigoais , porém , não erradica os f atores de longo prazo que favoreceram sua ascendência. Por conseguinte, o esforço de recuperar o ndamento espiritual da exstência como um movimento contra a degrada ção da existência forçada de modo esmagador pelas atmosferas de opiião deformadas pela ideologia e inclinadas à erradicação da oposição era uma ta refa de compreensão histórca e de urgência teóri ca presente . Ess a urgêcia foi memoravelmente expressa no prefácio a Ordem e hstóra, em que Voegelin não apenas f ala da "amnésia com relação às realizaç ões passadas na busca da ordem, mas também aponta duramente "a fé metastática [como] uma das grades fontes de desordem, s e não a princip al, no mundo contemporâeo , e declara que "é uma questão de vida ou morte para todos nós compreender o fenômeno e encontrar remédios para combatêo antes que ele nos destrua. Ele aponta a investigação losóca como um dos mais modestos remédios contra as desordens da época, e escreve : A ideologia é a existência em rebelião contra Deus e o homem. É a violação do pi meiro e do décimo mandamentos, se quisermos empregar a linguagem da ordem israelita; é a a doença do espírito, empregando a lingagem de Ésquio e Pla tão A losoa é o amor ao ser por meio do amor ao Ser divino como a fonte e sua ordem Oconcenente Logos do se é o objeto investigação e a busca odem verdade não próprio pode serda conduzida sem osóca, um diagnóstico dos da mo dos de existência na inverdade A verdade da ordem tem de ser reconquistada na uta 26
Orm sa
I Em bs a da ordem
perpétua contra a queda em reação mesma, e o movimento rumo verdade tem seu início na consciência que um homem tem de sua existência na inverdade A nção diagnóstica e a nção terapêutica são inseparáveis na osoa como uma forma de estência (Ordem e história, I, 32).
Ordem e hstóra foi portanto conceb ida como um diagnóstico dos tempos
de conturbação e como uma terapia para eles, com o propósito de ajudar a estabelecer uma ilha "de ordem na desordem da época. Uma segunda questão trazida à mente pelas passagens que reetem sobre a realidade participativa do ntermediário é a primazia do símbolo Deus. É a primeira palavra no corpo do livro, e aparece de modo sinonímico como o "ndamento divino e o "homem e spiritual na análise do Banquete previa mente citada. A losoa em si, como acabamos de ver, é "o amor ao ser por meio do amor ao Ser divino como sua fonte de ordem. Na reviravolta do homem como um todo, para Eric V oegelin, longe das sombras da b urla losóca e rumo à luz da verdad e que de algum modo o atraía, a exigência da resis tência pes soal diante da f alsidade nacionals ocialista com suas alegações generalizadas sobre a existência humana forçou um resgate da ciência clássica e cristã do homem como a maneira de conduzir sua crítica da modernidade e reorientarse na realidade Conforme implicado pela Parábola da Caverna, de Platão, o interesse em Deus foi primorialmente losóco e existencial, mais que "religioso, no sentido de doutr inas, dogmas e cred os. O apelo acima da s reivindicações abrangentes de verdade política reside nas "Leis da Natureza e do Deus da Natur eza, como Voegelin des cobriu em sua primeira viage m aos Estados Unidos em 192; e ele vinculou a losoa do senso comum do iluminismo escocês prenunciado no pensamento americano com as noções da racionalidade helênica como contidas nos escritos de Platão e Aristóteles, que evocam o Fundament o, a Beleza, o Bem e o Primeiro Mot or divinos tra nscen dentes como a fonte do ser e da ordem. Voegel in começou a estudar grego em Viena no início da década de 1930 a m de ler as fontes mais importantes; epois de escapa r aos nazistas e se mudar permanenteme nte para os Estados Unidos, ele começou a estudar hebraico com um rabino em uscaloosa, no Alabama, por volta de 190, a m de ler o Antigo e stamento. Muito antes que as primeiras linhas de Ordem e hstóra fossem redigidas, Voegelin salientou energicame nte, na correspondência com seu grande amigo Alfred Schütz, em 193, que (em contraste com o imanentismo de Edmund usserl) os "problemas osócos da transcendên cia [ eram] os problemas decisivos da osoa (Anamness [ 1 966] , 36) . Voegelin re iterou esta visão um a I ntod ção
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década mais tarde, quando, em outra carta para o mesmo correspondente, respondendo a questões sobre seu novo livro, The new scence o fpoltcs [9 52 ] , escreveu o seguinte: E agora respondendo sua pergunta decisiva: a teoria só é possível no interior da estrutura da cristandade? É óbvo que não A osoa grega é pré-cristã; logo pode se losofar perfeitamente bem como um platônico ou um aristotélico Fiosofar me parece ser essencialmente interpretar experiências de transcendência; essas expe riências como fato histórico existiram independentemente da cristandade e não há dúvida de que também hoje é igualmente possível losofar sem a cristandade Mas a resposta básica e inequívoca tem de ser ressalvada nu ponto essencial Há graus de diferenciação das experiências Eu assumiria como um princípio do losofar que o lósofo tem de incluir em sua interpretação as experiências diferenciadas ao máxi mo [ ] Ora com a cristandade uma diferenciação decisiva ocorreu (apud Peter Opitz e Gregor Sebba [eds] The philosophy oforder, 1981, 50)
sso, então, nos traz ao livro que temos dia nte de nós pois o vo lue nal de Ordem e hstóra é dedicado à elucid ação da s experiê ncias de trascen dência que Voegelin discutiu amplamente em volumes anteriores e e ensaio e livros que não estão incl usos na presente obra. Não pode haver dúvidas de que V oegelin tenha se mantido el à sua visão, conforme expressa a Schütz décadas antes: "o losofar me parece ser, em essência, a interpretação das ex periências de transcendência. De que modo, preciamente, isso completa a obra e a ciência noética incluindo uma nova losoa da consciência, da polí tica e da his tóri a é um assunt o vast o, que é preferível deixar para comentado res e para outra s ocas iões . Em sum a, uma vez que as experiências de trascendêcia constituem a essência tanto da losoa como da ordem da exst ência huana e da história, resta demonstrar , de maneira teoricamente contudente, o que são exatamente essas experiências. Essa é ua tarefa crucial do pre sente livro. Algumas palavras de esclarecimento sobre o contexto do notável esforço de Voegelin para cumprir essa tarefa podem concluir esta introduçã ao arremate da ciê ncia noética das questões humanas, que, em aspectos signi cativos, sutilmente revisa e suplanta, de mod o crítico, a ontologia tradicional e a epistemologi a da losoa . Uma página particularmente alarmante dos perturbadores prolegôenos a Ordem e hstóra, publicados sob o título The new sce nce ofpoltcs, anuncia a preocupação da última década da obra do autor, especialente no que diz respeito à fruição em Em busca da ordem Ao discut ir o mpeto rumo à certeza exstencial, que explic a parcialente os s imbolism os religio sos de caráter fala ciosamente imanentis ta da escatologia cristã dos gnósticos mo dernos, Voegeli n 28
óa
I Em b sa da ord em
reete sobre a ânsia por uma certeza substancial e sua relativa ausência na delicada textura da relação entre a fé e a graça Ele escreve: A incerteza é a própria essência do cristiaismo. O sentimento de segurança em um "mundo ceio de deuses [proporcionado peas antigas reigiões cosmoógicas mti cas é perdido junto com os próprios deuses; quando o mudo é desdivinizado, a comunicação com o Deus que transcende o mundo é reduzida ao tênue laço da fé, no sentido encontrado em Hebreus 11,1, como a substância das coisas esperadas e a prova das coisas não vistas. Ontoogicamente, a substância das coisas a que se aspira não se encontra senão na fé, e, epistemoogicamente, não á proa das coisas não vistas a não ser, novamente, essa mesma fé. O aço é, de fato, tênue e pode facmente se romper. A vida da ama em abertura para Deus, a espera, os perodos de aridez e embotamento, cpa e desalento, contrição e arrependmento, desistência e esperan ças sobre esperanças, os avoroços silenciosos do amor e da graça, estremecendo beira de uma certeza que, se conquistada, é perdida a própria eveza desse tecido pode se revelar um fardo demasiadamente pesado para os omens que anseiam por uma experiência possessia intensa (The new science ofpolitics 122)
O que uma nota de rodapé de caráter primordi almente defe nsivo identi ca como "uma psicologia da ex periência não a teologia ou a dogm ática da fé é o assunto de Voegelin nessas linhas e, mais amplamente, tam bém na presente o bra O fato de que há algo de duvidoso acerca de sua f é veio porém cmo uma notícia mprtun a para os cristã dgm áticos, que reag iram com exasperação à sugestão, tanto em 1952 como em ocasiões similares posterio res, com o a análise da fé de Paulo em A era ecumênca (Ordem e hstóra, V, cap 5, A visão paulina do Ressuscitado, 309 ss) Não apenas os ideólo gosgnósticos, mas tamb ém os éis contribuem para a "dogmatomaqui a da época, e o propósito de Voegelin de procurar resgatar os ndamentos expe renciais a civização por meio da oanálise i mparcial e invest certamente zeramd dee, em diversos graus, adversário de tods os g igativa rupos empenhados no êto na uta de poder e o avo de sua vituperação incompreensiva e depreciativa quando ele não se dispu nha a ser recrutado para suas cau sas Com base nestas últimas re exões, as dimensões pes soal, social e histórica da vocação do ló sofo aparecem de maneira pertinente F ocado nas exp eriên ciassimbolismos formativas cruciais, de qualquer ambiência, ocorridas no tempoeternidade da realidade humanodivina do ntermediário chamada história, o homem que é o lugar da experiênciaquesearticua (agora ou no passado) é e não é atado por sua identidade individua, peo pertencimento étnico e nacional e pelas circunstâncias históricas de sua vida Os paradoxos da busca, apenas sugeri dos nos termos if enizados , constituem um importan I ntrodçã o
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te assunto das páginas seguintes O ponto arquimediano d ver a realidade "objetivame nte, que não está em nenhum lugar onde p oss a ser econtado, é equiparado pela experiênciasímbolo que é igualmente inacessível na realida de inevitavelmente participativa e particular dos mais sensíveis e argutos explorador es da verd ade noética e pneumática O vasto empenho em elaborar uma teoria da ordem e da história não é abandonado por Voegelin ao conc luir a obra com este delgado volume Entre tanto, aquela teoria se f orma de tal modo que o pensamento de Voegelin su rpreenderia alg uns leitor es Nos dezessete anos que separam a publi cação dos três primeiros volumes e a publicação do quarto volume de Ordem e hstóra ( 1 95 6 57 a 1 974, a sub jacente osoa da cons ciênc ia pressu posta nas primei ras obras (e referente a todo o percurso desde o primeiro livro do autor em 1928 apareceu plen amente des abrochada e m 1966 em Anamness Nos trinta anos apó s a publicação do quarto v olume, e também antes e no decurso de sua publicação , outros es critos e publicações desenvolveram linhas vitai s de inves tigação completadas aqui por Voegelin Entre os mai s essenciais destes ens aios estão "he beginning and the beyond (escrito entre 1975 e 1978, um texto datilografado de setenta páginas deixado inacabado e inédito ) e alguns ens aios publicados que incluem "mmortalit y: experience and symbol ( 1 967, "Equivalences of experie nce and symb olization in histo ( 1970, "he Gspel and culture (1971, "On egel: a study in sorcery (1971, "Reason: the classic experience ( 1974, "Re membrance of things past ( 1978, "Wisdo m and the magic of the extreme: a meditation (1981, e a despedida "Quod Deus Dicitur (1985, ditado em seu leito de morte Esses ensaios, entre outros, foram Uma bibliograa dos escr itos de Voegelin de sde 98 pode ser encontrada em llis S z Te egeinin reuin a biographical introduction 98; 2• ed.: New Brunswick Transaction Publishers 2000 artigo Quod Deus Dicitur foi publicado em Jurn f e Ame ricn Acdemy f Reigin53 3 (985) 569584 e incorpora cerca de dez páginas do inédito The beginning and the beyond As referências do s artigos de V oegelin mencionadas no text o são as seguintes: mmotality: experience and symbol Hrd Tegic Reiew60 ( 967) 235 27 9; quivalences of e xperience an d symbolization in history in Eerni sri i valori per manenti nel divenire storico Firenze Valecchi 970 25-234 (reeditado em Pispic Sudies 28 [s d] 88- 0 3; The Gospel and Culture em Donald G MER e Di ran Y. H (eds) Jesus nd mn s pe, Pitsburgh Pits burgh The ological Seminary Press 97 / 59 0 ; n Hegel: a study in sorcery Sudium Genere 24 ( 97 ) 335 -368 (reed J. T. FRE R et a. eds] Te sudy f ime, Heidelberg 972 48-5); eason: the classic experience Suern
Reie 0 (974) 237264; emembrance ofthings past in Anmnesis , ed. e trad. Gerhart Nie meyer N otre Dame Universiy o f Notre Dame Press 9 78 3 -3; Wisdom and the magic o f the extreme: a meditation Suern Reiew 7 ( 98 ) 235 287 Além d isto espon se to pr ofessor
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I Em bsa da ordem
reeditados nos volumes 12 e 28 e The Collected Works of Erc VoegelnA guns desses ensaios, junto com outros não mencionados aqui, tiveram, num momento ou noutr o, sua po ssível inclusão neste volume cogitada, mas tal in tenção modicouse à medida que a concep ção do liv ro em si modicouse no pensamento do autor , e não há como sab er ao certo como o ivr o teria aparecido se o próprio Voegelin houvesse v ivido para vêo impresso. É eviden te, no entanto, que "he beginni ng and the beyond e "Wis dom and the ma gic o f the extreme, junto com "Quod Deus Dicitur, pertencem ao mesmo horizonte meditativo do manuscrito aqui publicado. Qua ndo se lançou em ua investi gação, mais de trinta ano s antes, a teoria da ordem e da história que Voegelin esperava encontrar mediante o estudo da história da ordem fo i assumida, como rememoramos, segundo a convicção de que a interpretação das experiências da transcendência constitui o âmago do loso far. Com a devida ressalva da riqueza e da sutileza da análise q ue examina cuidadosamente a realidade multifacetada da política, da historiograa e das irrupções espirituais como grandes estruturas inextricavelmente vinculadas entre si no proc esso da realidade e requerendo um tratamento equilibrado numa losoa da consciência e da história, conforme enfatizado no volume V, o âmago do assunto permanece nas experiências de transc endência . E uma teoria plenamente elaborada emergiu numa vigorosa apresentação que transforma os termos dest e debate assim co mo foram transformad os pelo abando no da c oncepção srcinal do próprio livro. O cam po plural ista da história da humanidade universal forçou o abandono da obra srcinalmente plaejada em seis volumes, reetindo uma concepção não linear da história e da consciência em desdobramento. Os estágios de diferenciação teórica anunciados em The new scenc e ofpolt cs em 1 95 2, que passam do cosmológico ao antropológico e ao soteriológico, já estavam no pano de ndo quando do apareci mento de Israel e a revelaçã o em 195 6 A nítida distinç ão entre a s experiên cias de revelação e as experiências pneumáticas reetidas no Antigo estamento e na cristan dade como Deu s em busca do homem em contras te com as da los oa ou com as experiências noét icas, quando a ênfase recai no homem em busca de Deus tornouse men os marcad a. Descobri us e que a revelação e a Altizer's "A new histor y ad a new but ancient God? Jurn f e A mericn Acdemy fRe
igin 43 ( 975 ) 76 5-77 2. Todos estes ensa ios foram reeditados em Pubised essys 966-98 ed llis Sa ndoz v. 2 de e ceced wrsfEric Vegein Columbia University ofMissouri Press 999. A série será daqui em diante abreviada como W.
I nrodçã o
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razão não podiam ser tão separadas, pois, com efeito, a razão era ela mesma uma revelação na psique dos ósofos gregos, especialmente em Platão, e aquela análise noética era comum ao Novo estamento e à losoa Ademais, embora tenha sido advertido no primeiro parágrafo do livro, como obseamos, a lingagem da coisidade e dos sujeitos cognitivos apreen dendo ob jeto s, ainda que entendida metaf oricamente, persist e muito p resente numa análise que habitualment e identica a realidade imanente e a readade transcendente como entidades, tal vez como o hom em em busca de Deus, ou Deus em busca do homem A "falácia intencionalista ainda espreita nos bastidores, defor mando a experiênc ia Para superála, é preciso desenvol ver a loso a da consciência, e, em seu interior, as d ensõ es ôntica e cogni tiva das próprias experiências têm de s er analisadas Mas onde e como? Somente na consciência concre ta das pessoas concre tas nas quais as experiências alcançam articulação Voegelin salienta repeti damente, como nos coment ários sobre o Banquete previamente citados, que "a tensão erótica não se encontra em alg um lugar esperando para ser inv estigada por alguém que tropece nela Podese consultar o restante da passa gem Nisto reside a única e preciosa ndamentação na evidência empírica da ciência noética, da compreensão reexiva crítica da realidade, obtenível no tipo de vião meditati va e ima inativa chamada loa, de acrdo com o signicado que o termo tem em Platão Em "he beginning and the beyond, a pós considerar os casos co ncret os de uma var iedade de horizont es contemplativos, incluindo o védico, o losóco, o profético e o apostólio, Voegelin sintetiza: Eu rastreei a consciência da linguagem por meio de numerosos casos representativos no período das grandes diferenciações As variantes da consciência vão da irrupção védica da realidade abrangente no discurso autoiluminador até a emergência da pa lavra a partir da Metaxy da psique, depois sua emergência a par do encontro pessoal do profeta com eus e sua transformação imaginativa na palavra ambígua das escrituras e, por m, epifania de Cristo com sua noção do homem como o parceiro atuante, sofredor e, nalmente, vitorioso, num processo em que a realidade se torna luminosa por seu mistério divino por meio da verdade da linguagem Em bora as variantes abarquem um leque amplo na escala da compacidade e da diferen ciação, todos os espiritualistas que passam pela experiência concordam quanto ao caráter sagrado de uma linguagem na qual a verdade da realidade divina torna-se articulada A experiência e a linguagem da verdade estão juntas como partes de um processo que deriva caráter sagrado do uxo da presença teror dele mesmo Agora será seu possível conferir precisão a algumas das divia noçõesno implcadas no processo conforme este se apresenta empiricamente 32
Om s
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O mais grave obstácuo a uma compreensão apropriada da experiência . ] é a pro pensão a hipostasiar. O objeto no mundo da percepção sensoria tornouse tão for çosamente o modeo das "coisas que ee se introduz inadvertidamente na com preensão das experiências que não concernem a objetos, mas ao mistério de uma reaidade na qua os objetos do mundo exterior serão encontrados entre outras "coi sas. A experiência da reaidade divina, é verdade, ocorre na psique de um homem que está soidamente enraizado por seu corpo no mundo exterior, mas a psique em si existe na Metaxy, na tensão rumo ao ndamento divino do ser. É o sensório para a reaidade divina e o ugar de sua presença uminosa Mais ainda, é o ugar no qua a reaidade abrangente se torna uminosa para si mesma e gera a inguagem na qua faamos sobre uma reaidade que abrange um mundo exterior e o mistério de seu Princípio e de seu ém, assim como a psique metaéptica na qua a experiência ocorre e gera sua inguagem. Na experiência, não só a verdade da reaidade divina se torna uminosa, mas, ao mesmo tempo, a verdade do mundo na qua a experiência ocorre. Não há um mundo "exterior ou "imanente a menos que seja reconhecido como ta por sua reação com ago que é "interior ou "transcendente Termos tais como imanente e transcendente, exterior e interior, ou expressões como este mundo e o outro mundo, e ass por diante, não denotam objetos ou suas propriedades, mas são os índices da inguagem provenientes da Metaxy quando ocorre o evento em que ea se torna uminosa para a reaidade abrangente, sua estrutura e sua dinâmica s termos são exegéticos, não descritivos Ees indicam os movimentos da ama quando ea, na Metaxy da consciência, expora a experiência da reaidade divina e tenta en contrar a inguagem que articuará seus mmentos exegéticos Por conseguinte, a inguagem e sua verdade gerada peo evento não se referem a um objeto externo, mas são a inguagem e a verdade da reaidade quando se torna uminosa na consciência do homem Em o�tra ocasião concentrei esse probema na seguinte assero o fato da reveação é o seu conteúdo Cf. NSP 78] Uma vez que a experiência não possui conteúdo a não ser ea mesa, o miagre da reaidade irrompendo na inguagem de sua verdade passará ao centro de atenção
quando a consciência se diferenciar sucientemente para sea reaidade tornar uminosa seus próprios movimentos A inguagem da verdade sobre tende apor ser istoricamente reconhecida como a verdade da inguagem na reaidade Uma fase importante nesse processo é representada pea cosmogonia do Gênesis. Na estória da criação, o cosmos com sua hierarquia do ser que vai desd e o universo inorgâ nico, passando pea vida vegeta e anima e chegando até o homem é pronunciado na existência por Deus A reaidade é uma estória proferida na inguagem criadora de Deus; e, em uma de suas guras, no homem que é criado imagem de Deus, a reaidade responde ao mistério da paavra criadora com a verdade da estória da cria ção. Ou, inversamente, peo ado humano, a reaidade divina tem de ser simboizada de maneira anáoga como a paavra criadora de Deus porque a experiência gera para sua expressão a paavra do mito A reaidade atores de mitopoese divina que seimaginativa torna uinosa por cosmogônico. sua verdade quando evocaéoum mito ponsivo a partir da experiência do homem. Essa correação perfeita entre a ingua I nrodção
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gem da verdade e a verdade da lngagem na realdade ... é a marca dstntva da estóra da cração2•
alvez esta citação proporcione ao eitor uma perspectiva que mehore a acessibilidade do lio a seguir, mesmo que se trate de um primeiro contato com V oegelin. A primeir a meditação do livro, " O princíp io do princípio, votase para uma exporaçã o do Gênesis e se desdobra numa análise do para doxo da consciência e do complexo consciênciareaidadeingua gem como a estrutura da experiência simboiza da imaginativamente, atentando para a verdade e sua deformação. Depois, em "Distância reexiva versus identidad e reexiva, investigam se as forças deformadoras e f ormadora s em vigor na lo soa moderna, com particuar atenção a Hegel e à revolução aemã da consciência. Em seguida, o ivro trata de Hesíodo e do esforço de Platão por uma linguagem da consciência existencial, especialmente como apresentada no Tmeu A descoberta e o renamento que Voegelin faz do conteúdo da verdade articulado por milênios, numa atividade cujos termos podem ser aplicados de modo reexivo a si mesma como realidade que se torna luminosa em nosso próp rio presente, foram certa vez caract erizados para mim nas seguintes p alavras: " Desde meu primeiro conta to com obras como Cloud of unknowng, até miha recete c ompree nsão do prolema místic o . . . ] , a grande qu estão foi]: não parar naqui lo que pode s er chamado de misticismo clássico, mas restabe lecer o problema da etaxy para a sociedade e a história• Esta introdução ao volume V terá servido a este propósito se algo da forma nal do trabaho de restabelecimento de Voegelin houver sido exposto nestas páginas cuja adequação depend e de minha colaboração com o au tor em tentar reem brar o qu e não deve ser esquecido
E S
2 "The beginning and the beyond in is is? And other late unpublished writings
ed. Thomas A. HLLWEK a ARINGELLA v 28 de W 184186. ric Voegelin a llis Sandoz 30 de dezembro de 1971, in Eric Vegein Ppers, Hoover nstitu tion Library Stanfor d University box 27.10.
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I Em bsa da ordem
Cíl
O princípo do princípio
§
n de pr i ncipia o pri ncíp io
'
A
medida que registro estas palavras numa página vazia principio a es crever uma sentença que, quando termin ada, ser á o pri ncípio de um capítul s re determinads p rlemas refeentes a Princípio. A sentença está terminada. M as é verdadeira? O leitor não s ae se é verdade ira até que tenha termina do de ler o capítulo e possa julgar se é de fato um sermão sore a senença cnfrme seu texto. Nem eu mesmo sei até agora, pois o capítulo ainda não está escrito; e, emora eu tenha uma ideia geral acerca de sua construção, sei também, por experiência, quea novas ideias têm o háito deeemergir durante escrita, for- A çando modicações na construção tornando o princío curso pio da inapropriado. menos que queiramos nos deleitar com um ux de consciência ao modo de Stern, o texto não tem princípio até que tenha chegado ao m. Então, o que viria primeiro: o princípio ou o m? O que vem primeiro não é o princípio nem o m. Ant es, a questão aponta para um todo, algo denominado "capítulo, com uma variedade de dimensões. Esse todo p ossui uma extensão no esp aço como um corpo de letras escritas ou impressa s na forma de páginas. em ainda uma dimensão temp oral no processo de ser escrito ou de ser lido. E , por m, tem uma dimensão de sentido, nem espacial nem temporal, no processo existencial da busca da verdad e na qual tanto o leitor como o escritor estão envolvidos. Seria então o todo,
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com suas dimensões espaciotemporal e existencial, a resposta à questão "O que vem primeiro? ? O todo como unidade literária ch amada "capítulo tampouco é a resposta. Com seu caráter de capítulo num livro, o todo a ponta para além de si mesmo, aos intricad s problemas da comunicação entre leitor e escritor. O propósito do livro é ser lido; é um evento num vasto campo social de pensamento e l nguagem, de escrita e leitura sobre questões que o membro s do campo creem ser de interesse para sua exstên cia na v erdade. O todo não é o princípio num sentido absoluto; não é princípio de nada a menos que tenha uma nção numa comunhão de preocupação exstencial; e a comunhão de interesse como um campo social depende, para sua existência, da comunicabilid ade do interesse por meio da linguagem. Novamente somos remetidos, o leitor e eu, às palavras, pois elas começaram antes que eu começasse a pô las no p apel. Estava a palavra no princípio, anal? Ora, a m de transmitir seu signicado, o capítulo tem de ser inteli gível. Ele tem de ser redigido numa lin guagem comu m ao leitor e ao escritor neste caso , o inglês , e essa lin guagem tem de ser escr ita de ac ordo com os padrõe s contemporâneos de emprego das palavras , da gramát ica, da construção frasal, da pontuação, dos parágrafos, de modo que o leitor não encontre obstáculos impróprios ao seu esforço de compreensão do sentido do capítulo. Mas isso não é suciente, pois o capítulo não é uma informação sobre objetos familiares do mundo exterior; antes, procura comunicar um ato de participação na busca da verdade. Além de satisfazer a padrões de inteligibilidade no sentido cotidiano de referência a objetos, a linguagem tem de ser comum no sentido de comunicar os signicados na área da busca existenci al; ela tem de ser capaze de signicados ex periência umofo, lósofo, sua meditação de transmitir sua análiseosexegéti ca. Es sadalingua gem dode lós poém,detambém não começa com o presente capítulo, mas foi estruturada po r uma hist ória milenar da busca da verd ade por parte dos lósofo s, uma históri a que não parou em algum ponto do passado, mas que prossegue no esforço presente entre leitor e escritor. O campo social constituído pela linguagem do lósofo não se limita portanto à comunicação por meio da palavra falada e escrita entre contemporâneos, mas se estende historicamente a partir de um passado distante, passando pelo presente e encaminhandose ao turo. n o caso especial desta ediçã o tem de ser traduzid o numa linguagem comu m ao leitor do país em que se edita o livro que ora se lê neste caso o português (N do bras. )
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m
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§2 O aradoxo da consciência
Até agora, o Prinípio vagueo u desde o iníio do apítuo até o seu m, do m do apítuo até o seu tod o, do todo a o idioma omo meio de omunia ção entre eitor e esritor, e do proesso de omuniação em ingês [ e português] até uma inguage m dos ósofos q ue poss ibiita a omuniação entre os parti ipantes no proesso mienar de busa da verdade Contudo, o aminho do prinípio ainda não aançou o m que seria inteigíve omo seu verdadeiro prinípio, poi s o apareimento de uma "inguagem dos óso os susita novas questões onernentes a um probema que omeça a se agurar mais omo um ompexo de probemas Há ago peuiar a respeito da "inguagem dos ósofos: para se r inteigív e ea tem de ser fa ada num a das várias inguagens étnias, imperiais e naionais que se desenvoveram desde a Antiguidade, embora não pareça ser idêntia a nenhuma deas; e todavia, embora não seja idêntia a nenhuma das numerosas inguagens antigas e modernas nas quais oi faada, toda s eas deixaram, e ontinuam a deixar, seu s traços esp eí os de signiado na inguagem usaa no presente apítuo, inguagem esta que pre tende ser ompreendida Mas então, m ais uma vez, a busa da verdade, em seu urso mienar, desenvoveu, e ontinua a desenvover, uma inguagem própria Qua é a estrutura a reaiae que inuzirá, quano experimentaa, a esse uso equívoo do termo "inguagem? O equívoo é induzido pea estrutura paradoxa da onsiênia e de sua reação om a reaidade Por um ado, faamos da onsiênia omo ago situado nos seres humanos em sua existênia orpórea Com reação a essa onsiênia onretamen te orporiada, a reaidade assume a posição e um objeto tenionado Ademais, por sua posição omo objeto tenionad por uma onsiênia que está orporamente situada, a própria reaiade adquire um toque metafó rio de oisidade externa Usamos essa metáfora em expressões tais omo "ter onsiênia de aguma oisa, "reembrar ou "imaginar agu ma oisa, " pensar sobre agu ma oisa, " estudar ou "exporar aguma oisa Por onseguinte, denominarei essa estrutu ra da ons iênia sua inteniona idade, e a orrespondente estrut ura da rea idade, sua oisidade Por outro ado, sabemos que a ons iênia orporamen te situada é també m rea; e es sa ons iên ia onretamente situada não pertene a outro gênero de reaidade, mas az parte da mesma reaidade que passou, em sua reação om a onsiênia do homem, para a posição de uma readadeoisa Nesse segundo sentido, por tanto, a reaidad e não é um objeto da onsiênia, mas o a go no qua a ons
I O prinpio do prnpo
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iênia ooe omo um evento de partiipação ente paeios na omuni dade do se Na expeiênia ompexa, que está agoa em poesso de atiuação, a eaidad e passa da posição d e um objeto tenionado paa a posição de um su jeito, enquanto a onsiênia do sujeito humano tenionando objetos passa pa a a posição de um evento pe diativo na " eaidade do sujeito quand o e a se tona uminosa paa sua vedade A onsiênia tem poanto o aspeto estutua não só da intenionaidade, mas também da uminosidade Aém disso, quando a onsiênia é expeimentada omo um evento da iuminação patiipativa na eaidade que abange os paeios no evento, ea tem de se situada ão num dos paeios, mas na eaidade abangente; a onsiênia tem uma dimensão estutua em vitu de da qua petene não ao homem em sua existên ia opóea, mas à eaidade na qua o h omem, o s outos paeios na omunidade do se e as eações patiipativas ente ees ooem Se a metáfoa esp aia ainda fo pemitida, a umi nosid ade da ons iênia está situada em agum uga "ente a onsiênia humana na existênia opóea e a ea idade tenionada e m seu modo de oisidade O di suso osóo ontempoâneo não possui u ma inguagem onven ionamente aeita paa as estutuas que aabamos de anaisa Po onseguinte, paa enota o status intemediáio da onsiênia, usaei a paava gega metaxy, desenvovida po Patão omo o temo ténio em sua anáise a estutua Até onde sei, paa denota a eaidade que abange os paeios no se, isto é, Deus e o mundo, o homem e a soiedade, ninguém desenvoveu nenhum temo ténio Obsevei, no entanto, que os ósofos, ao intoduzise inidentamente nessa estutua em sua expoação de outos assuntos, têm o hábito de "isso se efeque i atambém ea po um neuto isso O sso a que seem efee aquidoé o misteioso ooe na "inguagem otidiana fases tipo "hove • Assim, usaei a denominação "ea idade ss o, enquanto distin ta da eaia de oisa O uso equívoo da paav a "inguagem apo ntou paa uma expeiênia da eaidade que teia de se expessa po esse uso, e em seguida a busa passou à estutua da ons iênia omo a expeiênia que ge a a equivoação Mas sei a essa esposta um passo na dieção do Pin ípio? À pimeia vista, mais paee uma expa nsão das equi voações Há uma onsiênia om dois sentidos estu
2 m inglês no orginal i ins m português este sujeito é ine stente ( N. do bras )
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turais, a ser distinguidos omo intenionaidade e uminosidade Há uma rea idade om dois sntidos estruturais, a ser distinguidos omo a reaidadeois a e a reaidadesso A onsiênia, portanto, é um sujeito tenionando a reai dade omo seu objeto, mas, ao mesmo tempo, é aguma oisa numa reaidade abrangente, e a reaidade é o objeto da onsiênia, mas, ao mesmo tempo, o sujeito do qua se predia a onsiênia Em que ponto, nesse ompexo de equívos, enontramos um priní pio ?
§3
O comple xo cons ciênci a-re al idade li ngu age m
Não h á de fato um prnípio a ser enontrado nessa o u naque a parte do ompexo; o prinípio só se reveará se o paradoxo for tomado a sério omo o ago que onstitui o ompexo omo um todo Esse ompexo, entretanto, omo mostra a expansão das equivoaões, inui a inguagem e a verdade, junto om a onsiênia e a reaidade Não há uma inguagem autônoma, não paradoxa, pronta para ser usada peo homem omo um sistema de signos quando ee deseja se referir às estruturas paradoxais da reaidade e da ons iên ia As paavras e seus signi ados fazem par te da reaidade à qua se refe rem tanto quanto as oisas existentes fazem parte da reaidade abrangente; a inguagem partiipa do paradoxo de uma bus a que faz que a reaidade se torne uminosa para sua verdade mediante a busa da verdade omo uma oisa ui dada Essa estt ura paradoxa da inguag em fez que agumas questões, ontro vérsias e diudades terminoógias se tornassem onstantes no disurso d ósofo desde a Antiguidade, se m que se hegasse a onus ões satisfatórias Ua de tais onstantes é a grande questão de se a inguagem é "o nvenio na ou "n atura A opinião onvenionaista, a mais em voga atuame nte, é evada, pea intenionaidade da onsiênia e a orrespondente reaidade oisa, a ver as paavras om o signos f ônios es ohidos de modo mais ou me nos arbitrário para se ref erirem a oisas Os naturaistas orienta m se pea no ão de que os signos têm de ter agum tipo de reaidade em omum om as oisas às quais se referem, aso ontrário não seriam inteigíveis omo signos om determinados signiados Ambas as opiniões têm nd amento preário, pois seus adeptos nã o estavam presentes quando a inguagem se srcinou, en quanto os homens que estavam presentes não deixaram registros do evento, mas apenas a próp ria inguagem Segun do meu entendimento d a questão, am bos os grupos estão etos em suas motivações, assim omo em suas tentativas
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de exporar as ondições inidentais da srcem da inuagem e de seu signiado; e no entanto ambos estão errados, na medida em que negigeniam o ato de que a epiania das estruturas na reaiade sejam eas átomos, moé uas , genes, espéies bioógias, raç as, a onsi ênia humana ou a inguag em é um mistério inaessív e a uma e xpiação Outra das onstantes men ionadas é a distinção entre "oneito e " sím boo, om a diudade de atribuir signiados preisos aos termos Esse probema aig iu o disu rso dos ósoos desde que Patão o reonheeu e, na prátia de seu próprio osoar, idou om ee usando tanto a anáise onei tua omo a simboizaçã o mítia omo modos ompement ares de pensamento na busa a verdade Nos hamados séuos modernos, desde o Renasimento, essas diudades agravaram s e ainda mai s devido ao desenvoviment o paraeo das iênias naturais e histórias Por um ado, o avanço das iênias naturais onentrou intensamente a atenção nos probemas partiuares de oneituaização por eas apresentados, de modo om eeito tão intenso que a onentração aabo u por se tornar a orça motivadora de um movimento soiamente resente de setários que pretendiam monopoizar o signiado dos termos "verdad e e " iênia restringi ndoo s aos resutados e métodos das iênias matematiz antes Por outro ao, o avanço iguame nte surpreendente as ênias histórias onentrou a atenção nos probemas e simboização susit ados peas desobertas e etuaas nas antigas iviizações e em suas mito ogas, assim omo pea exporação dos modos de pensamento enontrados nas soiedades tribais ontemporâneas Novamen te, os dois tipos de one ntração são transparen tes para as experiênias de intenionaidade e uminosi dade, da reaidadeoisa e da reaidadeIsso por trás deas; novamente os re presentant es de ambas as o nentrações estão ert os em sua busa da verdae, na medida em que se onnam a áreas da reaidade nas quais as estruturas de sua preerênia predominam; e, novamente, estão errados ao se envover em sonhos mágios de uma verdade que só pode ser aançada mediante a onentração exu siva seja na intenionaid ade da iênia oneituazador a, seja na uminosidade do s símboos mítios e d a reveação Da anáise emerge o ompexo onsiêniareaidadeinguagem omo ago que reebe seu aráter omo unidade por meio da presença disseminada de outro ago, denominado paradoxo da intenionaidade e da uminosidade, da oisidade e da ssoidade Em que sentido, porém, seria esse ompexo o prinípio que n ós o eitor e eu prouramos sem o haverm os enon trado até agora? E o que são os termos e e xpressões tais omo " ompexo , "paradoxo 0
Orm his
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e "presença disseminada ? Seriam oneitos tenionando um a reaidadeoisa ou seriam ees símboos expressando a reaidadesso? Ou seriam ambas as oisas? Ou tav ez não sejam mais que eemen tos de um di surso vazio? Todas essas oisas rea mente existem em agum ugar omo um ompexo signiativo a não ser na fantasia da presente anáise? O que é preiso para abrandar esse tipo de questão é um doumento iterário, um aso onreto, que de mons tre inteigivem ente a oexistênia das estruturas na unidade do om pe xo, assim omo o signiado desse ompexo omo um "prinípio Com esse propósito, apresentarei um dos asos ássios em que o Prinípio tem seu iníio preisamente om o ompexo de estruturas aqui anaisado, o aso de Gênesis 1
§4 O princípio de Gê nesis
Em Gênesis 1 , 1 , emos: "No prinípio, Deus ri ou o éu e a terra• Dii mente podemos nos aproximar mais do prinípio rea de quaquer oisa do que no ato srcina de riar tud o M as o que é a riação? E omo Deus proede quando ria? Gênesis 1,3 nos dá essa informação: "Deus disse: Haja uz', e houve uz, ou, na tradução mais itera de BuberRosenzweig, "Deus faou: Que a uz seja', e a uz veio a ser A reaidade uz aparee nesse versíuo quando a injunção divina a invoa, em sua uminos idade exstenia, hamandoa por seu nome A paavra pronuniada, ao que paree, é mais que um mero signo que signia ago; é um pod er na reaidade que evo a estruturas na reaidade mediante sua nomeação Esse poder mágio da paavra pode ser dis ernido ainda mais aramente em Gênesis 1,5 (na tradução BuberRosen zweig: "D eus hamou à uz Dia ' e à treva hamou Noite ' E passaram a estir uma noite e uma m anhã: um Dia Contu do, o p oder da paav ra riadora ainda não é o verdadeiro prinípio que prouramos, pois a narrativa do proesso riador está inerentemente inompeta Ee f orçosamente susita questões tais omo: A quem se dirigem as ordens divi nas? e Quem é o Deu s que as profere? , ou Qua é o tipo de reaidade em que a paavra prof erida evoa as estrutura s da qua faa? Na situaç ão riada por essas questões, um reurso a onepções teoógias da "reveação seria de A não ser quando inormada outra onte as citações bblicas utiizadas ela tradução são reroduzidas da Bblia de Jerusalém São Palo Palus 2002. (N da .)
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poua utiidade, pois mesmo uma reveação tem de faer sentido omo uma paavra proferida ou es rita, uma paav ra ouvida ou vista, par a que a mensa gem reveada pea paav ra seja inteigív e Os auto res do apítuo 1 do Gêne sis, omo pre ferimos assumir, eram seres humanos do mesmo tipo que nós; ees tinham de enfrentar o mesmo tipo de reaidade, om o mesmo tipo de ons iênia que nós; e quano, na busa da verdade, regi straram suas paa vras em agum materia tiveram de susitar e idar om as mesmas questões q ue onfrontamos quando e revemos as nossa s paavras Na situação riada pea questão " Qua é o tipo d e reaidade em que a paavra pro ferida evoa as estru turas a qua faa? ees tiveram de enontrar os símboos da inguagem que express assem adequa damente a experiênia e a estrutura daquio que denominei reaidade sso Como ees o zeram? A resposta é dada por Gênesis 1,2 : "A terra estav a vazia e vaga; as trevas obriam o a bismo; e um sop ro de Deu s agitava a superfíie das águas Sobre um vazio, sobre uma desoação amorfa se move, tav ez omo uma tempestade, o sopro ou o espíri to, o ruah, e Deus, ou antes, de uma divindade pura, elohm A reaidad ess o é portanto simboizaa omo o movimento enérgio de uma onsiênia espiritua, impondo forma a um ontramovimento amorf o e nã o formativo, om o a tensã o entre uma força pneumátia, formativa (ruah; na tradução grega posterior: pneuma), e uma ontraforça no mínimo passivamente resistente Aém disso, a tensão no sso denitivamente não é a tensão de uma onsiênia humana em sua uta om a reaidade por sua ver dade; é reonheida omo um proesso não humano, a ser simboizado omo divino; e, ontudo, ea tem de portar uma aura de anaogia om o proesso humano porque o homem experimenta seus próprios atos , tais omo a busa da verdade, omo atos de partiipação no pro esso do ss o Quando os autores de Gêne sis 1 esreveram as pr imeiras pa avras de seu texto, estavam onsientes de omeçar um ato de partiipação no misterioso Prinípio do sso
Dgres sã sbr e ag un s ma en tendds cn vencna s
Na atmosfera intee tua de no ssa époa, a s tensões experimen tadas pea onsiênia , sua expressão por meio de símboos e sua exporação dif ereniadra estão expostas a e rtos ma entendid os Neste ponto será prudente menionar aguns dees; preve nindo os, será possíve esareer ainda mais a estru tura da presente investigação : 2
óa
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( 1 ) Uma onte de maentendidos sã o as vári as psioogias de pro jeção O simboismo de Gênesis 1 não deve ser erroneamente interpretado omo um "antropomorsmo, ou omo a projeção de uma onsiênia humana numa onsiênia divina, e tampouo seria admissíve a interpretação oposta de um "teomorsmo, ou uma projeção da o nsiênia div ina na onsiênia huma na Por prinípio, os poos de uma tensão que se experimenta não devem ser deormado s em entidades existentes separada mente da própria tensão experi mentada; a estrutura a ser exporada é a tensão em si ea não deve ser ragmentada om o propósito de se usar um dos poos omo base de uma psioo gização engenhosa sso não sgnia dzer que as projeções não oorram reamente; peo ontrário, eas oorrem om muita requênia, mas omo e nômenos seundários, sejam eas a humanização dos deuses ou a divnização dos homens Um desses enômenos é a divinização euerbahianamarxiana do homem om o propósito de expiar a reaidade divina omo uma projeção humana que, se votada novamente para o homem, produzirá a humanidade pena Tais ausações não podem porém ser dirigidas ontra uma busa pneu matiamente diereniada do Prinípio, omo o apítuo 1 do Gênesis, pois todo homem é reame nte onsiente de partiip ar num proesso que não prin ipia om os partiipantes, mas om o sso misterioso que abara a todos (2 A presente anáise não eve ser erroneamente entendida omo uma ontribuição às grandes empreitadas historiográas de reigião omparada e mitoogia omparada Os resutad os historiográos estão pressupostos e são aeitos om gratidão, mas no presente ontexto estão submetidos a uma aná ise osóa Não seria utíero antes, de sviaria a atenção da s araterís ti as do apítuo 1 do Gênesis que nos entregássemos a uma extensa exposi ção das " inuênias, omo os anteedente s egípios e babiônios dos símboos mítios empregados O onheimento de tais ateedentes é ertamente da maior importâna para a ompreensão da situação história dos autores, do ambiente utura no qua iruavam e da inguagem que tinham de aar em sua própria inumbênia mitoespeuativa Esse onheimento, porém, é ago ra submetido à ategorização nos termos da inguagem dos ósofos Aém disso, a "inguagem dos ósoos paree ter o hábito de mutipiar ingua gens tão ogo toa o s materiais histór ios Tivemos de aar de uma inguagem do "mito , de " mitoespeuações no interior de uma ingu agem mítia ge ra agora, porém, temos de aar do apítuo 1 do Gênesis omo uma "m itoes peuação pneumatiamente di ereniada , as o queiramos entender o uso di ereniado ao qua a inguagem do mito foi submetida no Gênesis, riando
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mediante esse uso uma nova inguagem para novas one pções Es sa mutipi idade de inguagens tem de ser aeita omo uma estrutura na históri a da busa da verdade As inguagens sã o toda s reonh eíveis e inteigí veis omo i n guagens porque, em seus diversos modos de ompaidade e difereniação experienia, todas simboizam as mesmas estruturas da onsiênia que, num modo mais difereniado, são simboizadas na busa da verdade peo ósofo Sua puraid ade, nos paraeos e na s sequênias da mutipiidad e, revea a i n guagem omo uma parte integrante do ompexo onsiêniareaidade inguagem, permeado peo paradoxo da intensidade e da uminosidade, em seu desdobrar histório da verdade da reaidade Os símboos da inguagem desdobram se omo parte da verdade em desdobramento da reaidade Essa ompreensão da inguagem por parte dos ósofos não deve ser onndida om a onepção dos inguistas da inguagem omo um sistema de signos Mas isso deve ser óbvi o o bastante para não requere r maiores expiaçõ es (3) E, por m, a anáise não deve ser erroneamente ompreendida omo uma exegese doutrina no sentido das teoogias eesiástias posteriores Não estamos interessados neste momento pea questão de se a doutrina de uma creato ex nhl o é ou não é a interpretação mais apropriada do apítuo 1 do Gênesis; nem na questão mienar de por que uma riação que foi onsiderada "boa p or seu Criador deveria requerer inteenções de savaçã o para redimi a de seu ma Antes, estamos interessados na experiênia do sso que foi simbo izada pe os autores do Gênesis e ees e xperimentaram o Prinípio omo uma evoação, pea força d a paavra pneumátia, da forma n a reaidade a parti r de uma desoaçã o amorfa e destituída de estrutura E ssa deso ação amorfa tem então de ser protegida ontra os ma entendidos onvenionais de uma mente modern ista que está aostumada a pensar na reaidad e sso nos termos da r eaidade oisa, pois essa desoação amor fa não é o nada nem o nãonada: (a) N ão é o na da, pois se fosse nad a nenhuma ev oação riadora de ago seria neessária; a reaidad e formada já estaria á (b) E, no entanto, ea é nada, se por ago nos referimos a aguma estrutura experieniada omo rea na reaidade pósriaiona; a desoação amorfa não é uma "matéria sobre a qua o Criador pneumátio opera, se por "matéria entendes e quaquer oisa que hamemos de matéria na vida otidiana ou na físia O simboismo desse materia prériaiona, que não é uma matéria estruturada pósriaiona, tavez se torne mais próximo de nossa ompreensão ao reordarmos que nosso termo " atéria deriva do atim matera, que por s ua vez deriva de mater, a reaidade materna srcinamente geradora A desoação amorfa (tohu) do Gênesis preser
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vou, provavemente por meio de sua reação om o tamat babiônio, o signiado mítio de produtividade feminina no ato de geração Mas então, novamente, o eemento de inform ação história não deve ser usado para inter pretar erroneamente a estória do Gênesis omo uma versão "subimada da riação por meio de um ato sexua, tavez pea imposição de aguma interpretação psianaítia Uma interpret ação reduionista des se tipo destruiria tanto a reaização difereniadora do Gênesis omo o signiado do mito, pois os autores do Gênesis , tendo difereniado a força formativa no s so omo o poder evoativo do espírito e de sua paavra, tinham de difereniar uma desoação amorfa sobre o abismo omo o reeptor orreato da ordem formativa, se quisessem ompreend er o sso omo o Priní pio de seu esforço pea ordem espiri tua no homem, na soiedade e n a história Ao diferniar o esforç o pneumátio omo o Prinípio da misteriosa epifania de toda estrutura na reaidade, porém, ees revearam a presença de sua onsiênia na inguagem ompata de mitoespeuações anteriores sobre o Prinípio, omo as diversas osmogonias, antropogonias e teogonias Se estas questões ndamentais forem obsureidas p or maentendidos onvenion ais, perderemos a ompreensão do Gênesis omo um dos grandes doumentos no proesso histório da passagem das inguagens ompatas para as inguagens dif ereniadas Se perdermos essa ompreensão, pereremos também o horizonte histório mais ampo os avanços difereniaores, omo, por exempo, as equivaênias entre a simboi zação do Priníp io no Gênes is e sua simboizaçã o omo a imposição da f orma à chora informe no Tmeu de Patão E s e perdermos o horizonte histório mais ampo dos avanços perderemos, por m, a possibiidade de reonheer na difereniação pneumátia do Gênesis a presença ompata da estrutura noétia da onsiênia, a presença do ompexo onsiêniareaidadeinguagem A atmosfera de opinião ontempor ânea riou um ampo soia de poder onsiderá ve; quaquer u m que ouse pensar no âmbito de sua pressão tem de ontar om seus vário s antagonismos ao pensamento Os antagonismos não são inteiramente pensados; ees derivam sua f orça soia do fato de terem se tornado habituais a ponto de serem automátios Assumindo que o eitor, em seu esforço de ompreender a presente anáise, esteja sob as mesmas pressões que eu ao onduzia e redigia, artiuei, nas páginas preedentes, agumas das pressõ es inartiuada s sobre a busa da v erdade em nossa époa Espero que o breve esboço seja suiente, não apenas para aertar, mas para hamar a atenç ão p ara a questã o gera, de modo que não se f açam nees sária s uteriores interrupções da anáise para esse propósito Resumirei agora a
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anáise até o ponto ao qua havia hegado antes desta digressão sobre os ma entendidos onvenionais
§ A verda de i ra est ó ria
Os autores de Gênesis 1, omo armei, estavam onsientes de omeçar um ato de partiip ação no misterioso Prinípio do sso ao esrever as primei ras paavras de seu texto Como doumento iterário, o teto será datado em tempos pós exíios, em agum ponto entre o meio do séuo V e o meio do séuo V a C O texto dá iníio a uma estória da humanidade desde o seu prin ípio n a Criação, passa ndo pea histó ria dos Patriaras, do ativeiro e do xodo, da povoação pa estina, do império dav ídio saomônio, dos rei nos e sua atástrofe, do Exíio e do retorno, até o sonho d o Dêutero saías de um s rae universa, sob a orientação das aianças de Deus om o homem Por intermé dio de Is rae, a história do homem ontinua o proesso riaiona da ordem na reaidade; faz parte da estória abrangente do Isso; e o ponto ao qua a estória hega ao evento do Gênes is deriva seu sig niado da reveação da verdade que a epifania d a estrutura na reaidade umina na harmonização d a história h uman a om a inunção da Paavra pneumátia A estória e a verdade que ea pretende transm itir são aram ente omuni adas, ma s o que signi am a estória e sua verdade no que se ref ere à experiên ia e à simboização? A busa d a verdade, ao q ue pare e, não resuta em um f ragmento de info r mação que teria estad o disponíve em outros momentos e em outras situações , ou que, a quando enntrado, inondiionamente váido sua forma espeí para todas as époasseria turas e em todas as situa ções em turas O evento da busa faz parte de uma estória a ser reatada peo inquiridor humano, as o queira arti uar a onsiênia de sua bus a omo um ato de partiipaç ão na estória abrangente A "estória emerge então omo o simboismo que expressará a onsiênia do movimento e do ontramovimento divinohumano na busa da verd ade Thomas Mann, um dos mais prondos onheedores e pratiantes da narração de estórias n o séuo , simboizou a metaepse divinohumana da estória na sentença na de seu romane sobre José: "E assim termina a beíssima estória e inve nção de Deus sobre José e seus irmãos Contar uma estória nesse sentido metaéptio do termo não é uma questã Ó de esoha A estó ria é a forma simbóia qu e o inquiridor tem de adotar neessaria 6
Om s
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mente ao ofereer um reato de sua busa omo o evento de arranar , por meio da resposta de sua busa humana a um movimento divino, a verdade da reai dade de uma reaidade prenhe de verdade ain da não reveada Ademais, a estória persiste sendo o simboism o onstante da busa, mesmo quando a tensão entre a estória divina e a estóri a humana é reduzida ao zero da identidade omo na estória diaétia narrada peo logos autoidêntio do sistema hegeiano A partir da onsiênia da bus a omo um event o uja estória tem de ser reatada omo parte da estória da reaidade tornandose uminosa para sua verdade, resuta um onsideráve número de probemas om os quais se terá de idar nos apítuos posteriores este voume No momento, temos de nos onentrar nas imp iações para o probema do Prinípio As grandes busas da verdade nas quais a onsiênia da estóri a metaéptia se torna di fereniada sejam uma bu sa saer dota d o Gênesis om as busas profétias no pano de ndo, ou a busa judeuristã, ou a zoroástria, a hinduísta e a budista, as bus as onionista e taoista, ou , por m, as busas noétias dos ósof os heênios não oorrem num v áuo Eas oorrem em ampos soiais, onstituías por experiênias mais antigas a ordem e simbo izações de s ua verdad e, qu e os inquirid ores experieniam agora om o tendo aído na desordem e no deínio A busa da verdade é um movimento de reitênia à esorem prevaeente; é um esforço para reoniiar a existênia onretame nte desordenad a om a verade da reaidade Isso, uma tentativa de riar um nov o ampo soia de ordem existenia em ompetição om os am pos uja pretensão de verade tornouse duvidosa Se a busa for bemsuedi da em enontrar os símboos que expressarão adequadamente a reémife reniada experiênia da ore m, se e a então enontrar aeptos da nova ver dae edeformas duradouras pa ra sua organiza ção,eventos poderá de fato see tornar prinípi o um novo ampo soia O reato desses pessoais soiais,oporém, não exaure a estória a ser ontada; aém isso, o estabeeimento bem sueido de um ampo e orem difereniada ria novas estruturas na históri a por meio de suas reações om outros ampos soia is, poi s a busa, se tive r êxito, imporá aos ampo s mais anti gos as araterís tias previame nte não existentes e fa si dade ou mentira; essa imposição provoará movimentos de resistênia por parte dos adeptos da verdade mais antiga e mais ompata, assim omo por parte dos desobridores das verdades aternativas tanto à antiga omo à nova verade Conontarseá, aém disso, om os obstáuos soiais a obtu sidade espiritua e da indiferença; e enontrará movimentos de etiismo susitados pea nova puraidade de verdade A busa, portanto, não é apenas seu Captulo
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próprio prinípio . Ao reestruturar os ampos soiais em grand e esaa em suas reações om a verda de da ordem, ea mara o prinípio de uma nova ongu ração da verda de na história Uma vez que a busa do inquiridor é aompana da por s ua onsiênia do evento omo um prinípio nas dimensões pessoa, so ia e história da ord em, o inquiridor e etivamente tem de narrar uma gran de estória É a estória de sua experiênia da desordem, da resistênia nee sus itada pea obseação de a sos onretos, de sua experiênia de ser arrastado na busa da verdadeira ordem por uma inunção proedente da reaidadeI sso, a estória de sua onsiênia da ignorânia e do questionamento , de s ua deso berta da verd ade e das onsequênias da desor dem irrest rita a respeito da o r dem que experieniou e artiuou. O evento omo um prinípio é a estória de uma tent ativa de impor ordem a um badio de desordem. A estór ia da busa é a paavr a que evoa a ordem a partir da desordem pea orça de sua verdade. Mas de que modo o ouvinte reonhee que a estória é verdadeira, de modo que, peo reonheimento de sua verdade, sea orçado a reordenar sua exstênia? Por que ee dever ia areditar que a estória é verdadei ra em vez de onsideráa a opinião partiuar de aguém aera da ordem de sua pree rênia? Para indagaçõe s desse tipo, há somente uma resposta possíve: para que a estória evoque om autoridade a ordem de um ampo soia, a pa avra tem de ser proerda om uma autordade reonheíve omo ta peos homens aos quais o ape o é dirigido; o ape o não possui autorid ade omo ver dade a menos que ae om uma autoridade omumente presente n a onsiên ia de todos, por mais inartiuada, deormada ou suprimida que a ons iênia possa ser no aso onreto. Usando a distinção heraítea do púbio e do privado, podemos dizer que o apeo não será mais que uma opinião privada (idios) a menos que o inquiridor enontre no urso de sua busa a paavra (lo gos) que eetivamente diga o que é omum (xynon) à orde m da estê nia do
homem omo um pareiro na reaidade abrangente; somente se o inquiridor aar o ogos omum da reaidade poderá evoar uma ordem verdadeiramente púbia. Ou, na inguagem do Gênesis, a estória da busa só terá a autoridade da verdade se estiver harmonizada om uma reaidade abrangente que é ea mesma uma estória de evoação pneumátia da ordem a partir da desord em O aráter de verdade, portanto, vinuase à estória em virtude de sua es trutura paradoxa de s er tanto um a narrativa omo um evento: ( 1 ) Como narrativa , a estória da busa omun ia desobertas na ord da reaidade pea inguagem no modo da intenionaidade A narrativa humana reeres e à reaidade tenionada no modo da oisidade. 48
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(2 ) Como evento , a estóia emege da e idades so; sua inguage m ati cua uma expeiência na metaxy dos movimentos e contamovimentos divi no humanos A estóia é um ev ento no qua a eaid ade Isso se tona umino sa paa sua vedade Sob o aspecto dessa segunda estutua a inguagem da estóia não é naativamente efeencia, mas uminosamente simbóica Contudo, emboa essas estutuas da estóia possam se distinguidas, não devem se hipostaticamente sepaadas A estóia que pincipia no capítuo 1 do Gênesis não deve se hipostaticamente intepetada como uma naativa contada po um Deus eveado ou po um se humano inteigentemente ima ginativo Ea é ambas as coisas, po is não é nem uma coisa nem outa; e ea tem esse caáte paadoxa na medida em que não é uma simpes naação de coi sas, mas, ao mesmo tempo, um simboismo no qua o pincípio humano da odem se tona tansúcido paa seu signicado como um ato e paticipação no Pincípio divino A estutua paticipativa do evento e o eato dee ofee cido na estutua ef eencia da naativa são insepaavemente unos na est utura paado xa da estóia
§6 A estória principia no meio
O pincípio que estiv emos tentan do enconta é po m encontado, mas, ao encontáo, não chegamos a um m da estóia, pois a estóia da busca só pode se uma estóia ved adeia caso o inquido patcipe existenc iamen te na estóia abangente contada peo sso po meio de sua epifania criadoa da estutua Expesso de modo cooquia: a estóia não pode começa a menos que comece no meio Aemais, esse paadoxo se apica não só à estóia do Gênesis, escohida como um exempo em nossa anáise, mas também à nossa pópia anáise, pois, em seu cuso, o compexo consciênciaeaiade, com sua constituição paadoxa de intencionaidadeuminosidade, que apaeceu pimeiam ente no modo de uma eaidade coisa a se expoaa, tev e de se aargado passo a passo até que a pópia anái se se tonasse pate do compexo paadoxa Ee teve de se aagado, pimeiamente, po meio da incusão de uma inagem que é tanto conceitua como si mbóica; o compexo então au mentou, expandi ndo se paa uma vedade dependente , par a sua vaidade, da busca paticipativa da vedade; expandiuse, em seguida, quando o simbois mo da estóia se impôs, e a estóia, po m, passou ao simboismo de um pinc ípio que tem início no meio medid a que a anáise posseguiu, o com
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plexo cresceu sem perder seu caráter paradoxal; long e de terminar como uma coisa sucientemen te analisada, ele atraiu a análise para sua órbit a. própria análise é paradoxal em sua estrutura. O amplo campo de implicações vinculadas a uma análise que é paradoxal em estrutura nos ocupará depois. Mas as implicações que emergem mais imediatamente de u m princíp io que começa no meio concernem ao present e contexto. Será conveniente desdobrar as questões mais impo rtantes partind o de sua formulação nos termo s da experiência e da simbolização patônicas d a metaxy:
( 1 A estória da busca como o relato de um ev ento participa tivo não se ori gina nem se desenrola na dimensão temporal dos objetos externos nem na dimensã o de uma eternidade, de um temp o divino fora do temp o, mas em algum lugar no Intermediário de ambos, isto é, na dimensão simboizada por Platão como a metaxy A partir desse f ator, abres e no paradoxo a vis ão sobre os p roblemas dos vários modos do tempo . O fator é uma das razões experienciais que levaram Platão a simbolizar o tempo como o ekon móvel da eternidade. (2 A tensão entre o tempo e a eternidade, no entanto, não deve ser trans formada num objeto autônomo do discurso lo sóc o, pois isso fragmentaria o complexo paradoxal hipostasiando a tensão participativa na desconsideração dos participante s nos polos da tensão . Com uma visão dos partic ipantes, seria preciso dizer o contrário: a estória da busca é um v erdadeiro princípio da ordem no tempo externo porque simboliza a experiência do inquiridor de ser impelido rumo à ordem pela realidade divina fora do tempo; a busca é uma erupção da ordem desde o além do tempo. (3 Conforme se acentuam um ou outro dos f atores, a estória então come ça no tempo ou não começa no tempo, e as duas posições contraditórias são iguamente verdadeiras quando entendidas como impicações do complexo. O paradoxo das verdadeiras contradições tem suas raízes no paradoxo de uma linguagem que fala no modo da realid adecoi sa das coi sas que não são coisa s no sentido e objetos externos; e o paradoxo da linguagem faz parte do paradoxo de uma realidadeI sso tornando se luminosa para sua ve rdade por meio de uma consciência que está s icamente situada no coro do homem embora esteja existencialmente situada na metaxy abrangente. (4) Expressar o paradoxo de uma estória que começa no meio nos termos da metaxy platônica, entretanto, não pod e ser a última palavra sore a questão; se fosse , não teríamos de nos envolver numa busca própria, mas poder íamos simplesmen te reeditar os diá logos de Platã o; o mero fato de que nos referimos 50
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à análise platônica no contexto de nossa própria análise sugere forçosamente que os problemas acerca do "meio não foram exauridos pelo simbolismo da metaxy Se a validade da estória depende de seu princípio no meio, então, para que nossa própria estória seja válid a, é preciso que tenha tamb ém seu princípio no meio; e o meio no qual começamos como lósofos ocidentais quase no m do século d.C. não é o mei o no qual os autore s do G ênesis tive ram de começar sua estória por volta de 500 a. C. , nem é o meio no qua Platão desenvolveu seu simbolismo. Assim, ao conduzir nosso questioname nto, encontra mos uma pluralidade de meios, validando uma pluralidade de buscas, contando uma pluralidade de estórias, todas elas com princípios válidos.
§7 A plu ral ida de dos meios
A pluralidade dos meios, gerando uma pluraidade de estórias verdadei as, foi observada como um fenômeno até onde remontam nossos registros escritos, no terceiro milênio antes de Crsto. , até onde remonta a própria observação, ai se encontra também a multiplicidade das variadas respostas a ela indo, em padrões conv encionais, da toleânca à intolerânc ia, da dúvida nqurdo ra à nderen ça obtusa, das alegações mpera s dess a estóra como a única verdade à aceitação diplomática da coestência entre uma pluralidade de verdades , do ceticismo prag mático que se con formará à verd ade dominan te porque a ordem pacíca é preferível à perturbação da sociedade por pate de combatentes fanáticos pela verdade, passando por relativismos históicos que consideram a crescente pluralidade de meios uma prova conclusva de que a busca da verdade é inútil, até os extremos do niilismo ra dical. ssas re spostas convencionais, no entanto, embora conrmem, por sua recorrência milenar, a vedade da observação, pouco contribuem para a compreensão analítica da plualidade de meios como uma estrutura na realidade. Temos agora de f ormular a questão em continuidade com nossas reexões anterores sobre o simbolismo da estória. Se a verdade da estóa da busca depende de que esta seja um eento na ealidade abrangente, uma pluralidade de meios pode signicar: ( 1) uma pluralidade de realides abrangentes com uma correspondente pluralidade de meios, ou (2) uma pluralidad e de episódios que ocorrem na mesma Iss oestória abrangente. A primeira possibilidade te m de s er descartada como despovida de sentido, p ois não temos experiência de uma realidade abrang ente se
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não como sua abrangência com reação à reaidade e seu modo de coisida de A fantasia de múltipas realidades Isso transformaria o Iss o em uma das coisas abrangidas e requereria outra realidade abrangente; a fantasia abandonaria a análise da consciência, com suas estruturas de intencionalidade e uminosida de, e, com a análise exegética, sua base experiencial Se aceitarmos, então, a segunda possibidade, teremos de aceitar a reaidade de uma Iss o estória que se narra por meio dos acontecimentos das buscas participativas da verdade e, com sua realidade, as implicações do simboismo paradox a O inquiridor, ao oferecer o relato de sua busca participativ a, está consci ente de um Princípio aém do princípio e de um Fim além do m de sua estória Mas onde encontra mos a ba se experie ncial para essa con sciência de um Princípio e de um Fim maiuscuizados além do princípio e do m temporais da busca? A questão te m de ser sus citada, pois o " além da sentença prece dente obviamente não tem a nção de uma preposição acrescentando ao passado e ao turo do tempo no qual a estóri a é contada uma extensão de temp o exterior, mas, antes, um símboo que expressa a participação da estória tempora na dime nsão da reaidadeIs so forad otempo Se esse for o caso, porém, como o inquiridor experime nta um Princípio e um Fim que, onde quer que e stejam, certamente não estão no âmbito de sua experiência presente? O probema foi explorado por Platão no contexto heênico da experiência, e ele descobriu a enigmática consciência presente que vaidará a inguagem de um Princípio e de um Fim na própria estrutura da busca Ademais, na exegese linguística da estrutura experimentada, ele de senvolveu o "além pr epos itivo como o sím bo lo do Aém divinoimortal, o epekena de todas as coisas (ta onta) vivas, incuindo os deuses A presença do ém divino, do Nous formativo, é experimentada como presente em todas elas (parena ) como sua força criativame nte formativa O Além não é uma coisa aém das coisas, mas a presença experimentada, a Parusia, da realidadeIs so formativa em tod as as coi sas A Parusia do Aém, experimen tada no presente da busca, impõe portanto à dimensão do tempo externo, com seu passado, seu presente e seu turo, a dimensão da presença divina O passado não está simpesmente no passado, nem o turo está simplesmente no turo, pois ambos , pass ado e turo, participam n a pre sença do mesmo Além divinoiorta que é experientado no presente da meditação participativa do inquiridor Temos de falar, por consegui nte, de um lo da presenç a que confere a todas as fases passado , presente e turo do tempo externo a dimensão estrutura de um presente ineével O uxo da presença é a experiência da Parusia do Aém no tempo, o modo do tempo no 52
Om históa
I Em bsa da odem
qual o Isso narra seu conto po r meio do s eventos da investigação metaléptica, conferindolhe o presente indelével; é o tempo do Issoconto que exige expressão por meio do Princípio e do Fim maiusculizad os quando a prese nça do Além for simbolizada no relato da busca do inquiridor A metaxy, portanto, permanece sendo o símbolo que expressa validamente a experiência da existência no Entre da reaidade coisa, i ncuindo a localiza ção corpórea da consciência, e da émrealdade, mas certas ramicações de seu signi cado são de scobertas quando o Além se torna mais claramente dif e renciado Essas ramicações se estendem a todas as partes do compexo cons ciênciarealidadeli nguagem Acima de tudo, o Além é entendido não como uma coisa entre coi sas, mas é experimentado so mente em sua presença forma tiva, em sua Parusia Em relação ao Além imortaldivino, mesmo os deuses anteriormente imortais agora se tornam coisas que derivam sua imortalidade de sua contemplação da realidade verdadeiramente imortal do Aém divino Testemunhamos os princípios de uma compreensão dos "deuses como uma inguagem que expressa a experiência da presença divina num modo mais compacto, também uma consciência de que aos"imortalidade intermediária dos edeuses nãocomo se dissolve e m nada quando deuses são descobertos como uma inguagem compacta em reação à linguagem diferencada do Além Ademais quando o Além é plenamente entendido cmo uma nãocoisa, as coisas existentes afora os deuses po dem ser plenamente compreend idas em sua coisidade Elas adquirem uma "natureza, entendida como a forma que receberam como sua p rópria mediant e a presença formativa do Além No entanto, essa natureza das coisas, essa rerum natura, pode então se tornar, com respeito às sua s características comp arativame nte estáveis, um tópico autônomo de exporação; com efeito, tão autônomo que sua srcem na presença formativa do Além pode ser esquecida e uma Natureza maiusculizada virá a assumir as nções da r ealidadeIs so Essas vár ias ram icações, e suas conse quências milenares, ocuparnosão em capítulos posteriores sobre a Parusia platônica e cristã, e sobre as transformações do símbolo Natureza Por en quanto temos de nos concentrar nos problemas que surgem mais imediatamente para a estrutura da busca da verdade §8 Coisidade de fin ida e diver sifi caç ão ind efi nid a
A distinç ão entre as co isas e um Além que conf ere a elas suas f ormas denidas perde a clareza que tem quando pas samos dos objet os externos (a rtea
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tos e organismos são os exemplos de coisas preferidos por Aristóteles) para a área existencial da realidade na qual os sí mbolos das cois as e suas formas têm sua srcem, isto é, para o complexo experiencial que se torna aticulado no simbolismo consciência realidadeing uagem Esse complexo da experiência e da simbolização representa uma classe de coisas cujas estruturas são reconhecíveis mas não têm o caráter de f ormas denidas de cois as com um princípio e um m no tempo Deparamonos com um tipo de diversicação que não é o mesmo da reação denida, e deníve l, entre gênero e espécie, o u entre uma espécie e os indivíduos nela subsumidos , mas, antes, a de uma orma em processo de formação, ou em deciência de formação, com um Princípio e um Fim fora do tempo ivemos de obs evar a diversicação peculiar do c omplexo po r meio do s mod os da compacidade e da diferenciação; a diversica ção da compacidade por meio da lingu agem do mito, po r meio das constru ções mitoespeculat ivas de tipo cosmogônico, e por meio de mitoespeculações pneumaticamente dif erenci adas; a ulterio r diversicação do s tipos diferenci a dos de consciência por m eio das ênfas es experienciais sobre a irrupção divina do pneuma ou sobre a busca noética em resposta a um momento divino; a diversicação desses vários tipos numa puralidade de culturas étnicas; no in terior das culturas étnicas, a diversic ação por meio de personalidades e cam pos sociais; e, em resultado das diversicações pessoa e socia, a criação de campos históricos diversicados da verdade E, no entanto, es se campo indenidamen te diversicado, om sua pluralidade d e princípios e ns, é den i damente reconhecív el como um campo de linguagens, simboliza ndo inteigivemente a ve rdade da reali dade em conformidade com a estrutura reco nhecíve do complexo Mais ainda, no interior do campo de diversicação indenida podemse discernir linhas denidas de signicado, como as inhas do progressivo co nheciment o acer ca do mundo das coisas e a crescente clarez a acerca da reaidadeIsso, a não menos ipotante dessas linhas tornandose manifesta no simbolismo que nos pemit e distinguir as coisas e o Além das coi sas As linhas de signicado, ademais, não ocorrem como fatos cegos para si mesmos, a ser descobertos como tais so mente em retrospec to pelas gerações posteriores, mas ocorr em como eventos acompanhados da co nsciênc ia de um avanço, que é ao mesmo tempo a cons ciênci a de uma busca prévia que não alcançou o avanço Consequentemente, ambas as buscas passam a uma distânci relexiva em reação a uma con sciên cia que se torna a f onte dos critérios pel os quais a verda de da busca será julgada Por f os critérios reamente emergem da história 54
I Em bs a da ordem
da busca à med da que esta se torna relexiva mente intelgível para sua própria estrutura nas experiências exstenc iais simbolizadas pelo comple xo consciênciarealidadelinguag em. Deste m odo, a presente análise conrma a arma ção que iniciou este estudo sobre Ordem e hstóra: "A ordem da história emerge da históra da ordem Ma s o que sign ica "emergr? Saímos do process o da busca, anal, e che gamos a resultados nos moldes de conceitos intencionalistas? Emergirá por m uma verdade que tenha o caráter de uma generalização ou uma abstração de uma multiplicidade de casos individuais?
§9
Parusia formativa e deformação
As questões tocam um problema cruc ial neren te à análise d a consciência exstenc ial, a tentação inerente que é o f ardo de todo inqui ridor, a tent ação de deformar o Além e s ua Parus ia formativa, como s ão expermentados e simbo lizados na respectiva investigação, mediante a transformação do Além numa coisa e sua Parusa na imposição de um a forma denida à realidade. A tentação afeta não só a presente análise, mas é uma força constante no processo milenar da busca da verdade. ecordarei algumas de sua manifestações rfe ridas em contextos anterores. Há as construções mitoespeculativas imperiais de uma história unilinear que é considerada como alcançando seu Fim divino no m presente da estória do especul ador; esse é o tipo que se estende da Lista do ei suméria até a especulação imperial hegeliana. Quando o Além divino, então, se torna incipientemente diferenciado pelos profetas israelitas, um Isaí a pod e se entregar à fantasia mágica de forçar o Fim d a Iss o estória sobr e o m de uma guerra com a Assíri a por meio de um ato régio de f é que trans gurará as condições pragmátc as da guerra na vitó ria nal da realidadeIs so; esse tipo de especulação metastática, como a denominei, permaneceu novamente uma constante nos movimentos metastáticos de fé do século X de noss a era. Quando a transgura ção por meio de um ato régio de fé não ocorre e os desastres políticos chegam a um ponto insuperável, o tipo metastático de especulaç ão dá lugar então ao tipo apoc alíptico, que espera que a desordem de magnitude catastróca termine por intervenção divina. E, quando a intevenção divina não ocorre, o tipo gnóstico s e emparela com o tipo apocalíptico e a ele se segue, construindo a gênese do cosmos com suas catástrofes de domi nação ecumênicoi mperial como a c onsequência de uma queda pscodamát i
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ca no Além, a ser agora revertida pela ação dos gnósticos com base em sua compreensão (gnose) pneumática do drama. Foi um erro começar com o Princípio, e o m da estória gnóstica a conduz irá ao seu Fi m. A estóri a dos simbolismos gerad os pelas perturbações da consciência existencial poss ui um fascínio própr io, m as nã o devemos deixa r que seu charme obscureça seu caráter deformador, ou a correlação entre as estruturas deformadas e a estrutura da deformação. O cosmos não desaparece apenas porque há sonhadores gnósticos por aí; seus sonhos são eventos no interior do cosmos que querem abolir; e nós ainda teremos de viver no cosmos quando os vários movimento s sectários apocalípticos e gnósticos completarem seus re spectivos cursos. Se situada no contexto da realidade experimentada, a reevocação dos casos iluminará a tensão entre as estruturas conceitualmente deni das e a s estruturas indenidament e diversicadas que constitu i noss o interesse no momento. Os símbol os enumerado s podem ser interpr etados como uma lista de casos individuais a ser subsumids no conceito geral de uma perturbação da consciência, talvez da nosos da alma no sentido clássico; e, se pararmos de pensar nesse ponto, eles permanecerão com o tal lista , a ser conscienciosamente relatada numa "história das ideias positivista. Se, contudo, não se parar de pensar aí, a reevocação erá comprendida como uma "estria dos símbolos deformadore gerado s em paralelo c om a diferenciação form ativa do Além nas culturas étnicas do Oriente Médio dos impérios cosmológicos e do Povo Eleito. A reevocação, longe de se r um mero relato de casos indiferentem ente iguais sob u m título geral, conta a estória da crescente resistência consciente aos princípios que chegam ao m sem alcançar o Fim , culminando na f antasia de um princí pio que conduzirá o Princípio a um . No contexto casos partilham a diversicação quem caracteriza a busca da da estória, verdade.portanto, Paralela-os mente à história diversicada da verdade e da conciliação com sua ordem, e intimamente relacionada com sua substância, parece transcorrer uma história diversicada da lsidade e da desordem. Se agora indagarmos se o reconheci mento da reevocação como uma "estória torna sem sentido a sua concepção como uma lista de casos individuais de um tipo geral, a respo sta terá de ser: si e não. Os símbolos enumerados s ão de fato casos individuais de um tipo geral de deformação, reconhecivel ente do mesmo tipo que prevalece nos contextos helênico, helenístico, cristão e moderno; mas, ao mesmo tempo, eles são, em todos esses contextos , partes de uma "estória que transcorre em paral elo com a estória da busca diferenciadora da verdade. A c oisidade intencionali sta 56
Odm
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dos casos é inseparável de um complexo de estruturas que abrange a diversicação da busca. O que "emerge da análise, portanto, não é nem a coisidade intencionalista nem a diversicação, mas um complexo que abrange ambas. Esse complexo na reevocação requer que façamos mais alg umas reexões.
§10 Resistência existencial
Veremos as estruturas que governam o complexo se considerarmos que a estória reevocativ a dos ca sos revela um movimento de resistência existencial à existência num a realidade na q ual as "coisa s, inclui ndo o homem e a socieda de, chegam a um m no tempo sem chegar ao seu Fim f ora do tempo. Não se questiona a verda de da realidade; resistes e a ela. Temos de distinguir, portanto, a resistência à ve rdade e a concordância ou a discordância acerca da simbolização ótima da verdade experimentada. Aqueles que resistem são seres humanos, dotados do mesmo tipo de consciência dos pensadores que estão envolvidos na busca da verdade; sua exeriência da realidade é a mesma dos pensad ores inquisiti vos; eles não neg am que a realidade ef etivamente ossu a a estrutura simbolizada pelos inquiridores neumático s e no éticos. Deves e salientar que frequentemente se negligencia que os deformadores concordam com os envolvidos na busca da verdade em que a realidade não é exaurida pela coisidade no tempo. Aqueles que resistem estão tão conscientes quanto os profetas e lósofos do movimento da realidade para além de sua estrutura presente ; e têm também a consciênci a de que a realidade se move não só para um turo das cois as, mas rumo ao Além delas. Simbolismos mais recentes da resistência deformadora, como a "transcendência ara o turo (Transzen denz n de Zuk un), revelam por sua própria f ormulação a disti nção que retendem obscurecer; tampouco se deve esquecer a inimizade contemporânea entre determinados representantes do "positivismo e ativistas ideológicos. Uma vez que aquele s qu e resistem não discordam da verdad e à qual resistem, a questão experiencialmente crucial entra em foco: por que resistem a uma verdade que não negam nem podem mudar? E quais são as fontes experienciais que conferem à resistência tal força de signicado a ponto de tornarem na uma força constante na história? Os motivos da resistência têm uma superf ície de obviedade. Seus partidários estão insatisfeitos com a carência de ordem que experimentam em sua exstência pessoal e social. Medida pela "medida invisível de Sólon, a realida
I O prinpi o do prinpio
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de na qual eles vivem, muito visivelmente, não se coforma à forma exgida pela força ordenadora divina do ém. A estória de sua existência não é a es tória que a real idadeI sso quer contar. Na base da i nsatisfação experimentada estão o s infortúnios gerais que aligem a existência humana, enumerados por Hesíodo como a fome, o trabalo árduo, a enfermidade, a morte prematura e os malefícios que os mais acos têm de sofrer nas mãos dos mais fortes. Esse potencial geral de insatisfação pode s er exponencialmente agravado pel as perturbações da existência pesso al e social por meio de eventos com efeitos histór icos em massa . A ess a classe de eventos pertence uma variedade de fenômenos. Da perspectiva demográca, terseia de considerar os grandes movimentos populacionais envolvendo migrações e conquistas, igualmente conturbadores se pacícos ou violentos, e igualmete conturbadores par a conquistadores e conquistados ; além disso , reduções súbitas da po pulação causadas por epidemias , fome em mas sa causada pela disseminação de pestes animais e vegetais, e aumentos da população aci ma do nível de subsistência proporcionado pelo potencial econômico e técni co do lugar e da época. Da perspecti va políticop rática, terse ia de considerar a vasta destruição das culturas étnicas por parte dos empreendedores impe riais da era ecumênica e a subsequ ente ascensão das civilizações dogmáticoimeria i desde o nau frágio dos impérios ecumênicos. Q uanto ao período m oderno, terseia de acrescentar a criação do diferencial de poder entre a civilização ocidental e todas as outras civilizações mediante as revoluções inte lectual, cientíca, comercial e industrial no Ocidente, assim como a explora ção do di ferencial a limites globais; o declíni o do poder e da ordem ocidentais devido aos conitos inte rnos ocasionados pela ascensão dos grandiosos nacionalismos e de movimentos ideológicos igualmente grandiosos; e a resistência das socieda des civilizacionais não oci dentais à destruição de suas próprias culturas por um ecumenismo ocidental global. Nos casos concretos, portanto, há amplas razões para estar insatisfeito com a ordem da existência. Os resistentes estão prondamente cientes da discrepâ ncia entre a desordem que têm de experimentar e a ordem que per de ram, ou qu e tentam desesperadamente manter, ou que j ulgam estar além de qualquer possibilidade de se r alcançad a; eles estão desapontados com a lentidão do movimento na realidade rumo à ordem que experimentam como a verdadeira ordem requerida pelo ém; eles são moralmente incita dos, e inlamados, pelo infortúnio imposto pela lentidão do movimento transgrador na realidade; e as experiências desse tipo podem se intensicar na convicção 58
I Em bsa da ordem
de que algo está ndamentalmente errado com a própria realidade, se ela sempre prejudica o movimento rumo à ordem que supostamente seria o seu sentido. Nesse ponto, quando a resistência à desordem se transforma numa revolta contra o próprio processo da readade e sua estrutura, a tensão da existência formativa no movimento e no contramovimento divinohumano da metaxy pode ruir; a presença do Além, sua Parusia, nã o é mais experimentada como uma força ordenadora eca z, e, con sequentemente, o inquirido r da verdade não pode mais contar uma estória que faça parte da estória contada pela realidadeIsso. No extremo da revolta na consciência, a "realidade e o "Além se tornam duas entidades separadas, duas "coisas a ser magicamente manipuladas pelo homem sofredor com o propósito de abolir inteiramente a "realidade e regiars e no "Além, o u com o propósi to de impor a ord em do "Além à "realidade. A primeira das alternativas mágicas é preferida pelos gnósticos da Antiguidade; a segunda, pelos pensadores gnósticos modernos.
§11 Imaginação
A análise, embora busque os motivos superciais dos partidários da resistência até o extremo de sua expressão em operações mágicas, não pode ser conduzida sem esbarrar constantemente no estrato da resistência, isto é, na sua fonte na estrutura da própria consciência inquiridora. Na profundeza da inquirição , a verdade formativa e a falsidade deformadora estão mais intimamente relacionadas do que a linguagem da "verdade e da "resistência sugeririam. Pois a "verdade não é, como a linguagem supercial sugere, algo que está aí, a ser aceito, rejeitado ou ao qual resistir; imaginar a "verdade como uma coisa deformaria a est rutura da consciê ncia assi m como a transf ormação em coisas dos símbolos "realidade e "Além para propósitos de manipulação. A verdade tem sua realidade nos símbolo s gerados pela inquirição, e a inquirição tem sua realidade na metaxy dos movimentos e contramovimentos divinohumanos. Os símbolos, por conseguinte, surgem da resposta humana ao apelo da realidade, e a resposta é atribuída com seu caráter como um evento na realidade a que responde. Nesse pon to, será útil intro duzir na análise o ter mo "imaginação . O even to, pode mos dizer , é imaginat ivo no sentido de que o homem pode encontrar uma via de passagem de sua experiência paticipativa da realidade para a sua expressã o por meio de símbolos
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Se, contudo, usamos o termo "imaginação, sancionado por seu uso na linguagem dos lósoos desde a Antiguidade, para denotar essa habilidde de encontrar uma via de pasagem das experiências metalépticas às imagens dos símbolos expressivos, a estrutura paradoxal do complexo consciênci arealida delinguagem nos obriga a ormular certas questões com respeito ao objeto e ao sujeito da imaginação. Se os símbolos imaginados expressam a experiência da realidade, expressarão a realidade experientada pelo homem como um algo, ou expressarão a experiência como um evento na realidade abrangente? E, quant ao seu sujeito, a imaginação seria uma "aculdade humana de criar símbolos? Ou, em lugar disso, teríamos de dizer que a existência de uma via que conduz da experiência metaléptica à simbolização revela a realidade como internamente imaginativa e, na medida em que os símbolos pretendem ser "verdadeiros, como internamente cognitiva, de modo que a realidade abrangente, e não o homem, tornarse ia o sujeito dotado de imagin ação? Segundo nossa análise, nenhuma das alternativas oerecidas pelas questões pode ser armada com exclusão da outra; o paradoxo da consciência governa também a imaginação. A imaginação, como uma estrutura no processo de uma realida de que se encaminha para sua verdade, pertence tanto à consciência humana em sua localização corpórea como à realidade qu e abrange o homem corporalmente situado como um parceiro na comunidade do ser. Não há verd ade sim bolizada sem o poder imaginativo do homem de encontrar os símbolos que expressarão sua resposta ao ap elo da realidade ; mas não há verd ade a ser si bolizada sem a realidadeIsso abrangente na qual ocorrem as estruturas tais como o homem com sua consciênci a participativa, as experiênci as de ape lo e resposta, a linguagem e a imaginação. Por meio do poder imaginativo do homem a realid adeIs so se encaminha imagina tivamente rum o à su a verdade. Entretanto, sendo governada pela estrutura paradoxal do complexo consciênciarealidade, a imaginação oerece ao homem imaginador um certo tipo de saída da realidade pela qual é governado. Já que esta mos agora suciente mente amiliarizados com a diversicada variedade dessas saídas, não serão necessárias maiores elaborações. Podemos nos concentrar na onte das saídas na tensão entre a orça imaginativa e a realidade na qual ela ocorre, entre a imagem da realidade e a realida de cuja imagem ela supost amente retrata. Em virtude de sua responsividade imaginativa, o homem é um parceiro criativo no moviment o da realidade rumo à sua verdade; e e ssa orça criativa mente ormativa é passível de soer uma perversão deormadora caso o parceir o criativo se imagine co mo o ún ico criador da verdade. A expansão ima 60
históra
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ginativa do poder participativo no poder único torna possível o sonho de obter poder último sobre a realidade por meio do poder de criar sua imagem A distância inerente na tensão met aléptica pode s er obscurecida ao s e permitir que a rea lidade que se revela na verdade imaginati va dissolvas e imagina tivamente numa ve rdade que reve la a realidade Esta mos tocand o o potencial de deformação que foi discernido, desde a Antiguidade, como um vício hu mano subjacente a símbolos tais como hybrs, pleonexa, alazonea tou bou, superba vtae, orgulho da vida, lbdo domnand e vontade de poder No pe ríodo romântico, o vício encontrou sua mais notável caracterização na "declaração do bacharel no Fausto: "O mu ndo não exist ia antes que eu o criasse A imagem do mundo se torna o próprio mundo Por meio de sua imaginação, p odemos dizer, o homem po de se exoimagin ar e exoabrange r a realidade abrangente A perversão imaginativa da imaginação participativa num poder autono mamente criativo permaneceu ua constante na história, por melhor que suas manifestações tenham sido observadas, descritas, diagnosticadas, criticadas, dramatizadas, desaprovadas, anatematizadas, ironizadas, ridicularizadas e satirizadas Até onde podemos discernir analiticamente, ela não desaparecerá no turo, pois a perversão imaginativa não é um erro num silogismo ou sist ema que possa s er eliminad o para sempre uma vez q ue tenha sido desc oberto, ma s um pot encial no jogo de forças parado xal na realidade no curso de seu movimento rumo à sua verdade O movimento rumo à verdade sempre resiste a uma falsida de Todo p ensador que es tá envolvido na busca da verdade resiste a um simbolismo recebido que ele considere insuciente para ex pressar verdadeirame nte a realidade de su a experiência responsiva Para visar a uma verdade mais verdadeira, ele tem de exoimaginar os símbolos até então imaginados; e na armação de seu poder imaginativo ele pode esquecer que está exoimaginando símbolos da verdade, mas não o pro cesso da realidade no qual se move como um parceiro Aquele que resiste, inversamente, embora possa ser dominado por sua lbdo domn and a ponto de se imaginar grotes camente o cria dor de um mundo na verdade última, não precisa em absoluto estar errado ao perceber as insuciências da ordem e da simbolização que incitam sua cól era O pens ado r envolvido na busca f ormativa é um ser humano acometido pela s forças da r esistência autoarm ativa em sua alma tanto quan to sua contraparte, aquele que resiste à estrutura paradoxal da consciência realida de, é acometido pea verdade da realid ade Consequentemente, um movimento de resistência, caso alcance clareza sobre suas motivações experienc iais C
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O pinpio do pinpio
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e elabore a estória de sua busca deormadora, pode contribuir substanciamente para a compre ensão do paradox o na estru tura ormativa à qual esis te, enquanto os deensores da verdade podem cair nas várias armadihas preparadas por sua própria resistência autoarmat iva e, desse modo , contribuir subs tanciaente para uma compreen são da s orças d a deormaçã o.
§ 1 2 Os símb olos refle xi vo s Distância-lembrança-esquecimento
A análise investigou a resistência à verdade até o ndament o qu e tem em comu m com a resistência à f alsidade, at é seu ndamen to na imaginação as sertiva do homem como uma orça na realidade. O poder da imaginação, entre tanto, embora assertivo da verdade, não é necessariamente autoarmativo. O pensador envolv ido na busca da verd ade pode permane cer, ou s e tornar, cie nte da estrutur a de sua busca. Ele pode estar consciente de seu estado de ignor ância acerca da ve rdadeira ordem e estar ciente de que uma cons ciência da ignorân cia pressupõe a apreensão de algo cognoscív el alé de seu pres ente estado de conhecimento; ele pode se experimentar cercado por um horizonte de verdade cognoscível rumo ao qua pode se mover, ainda que não o alcance; ele pode se sent ir impelido a m overse , e pode sent ir que está se movendo na direção certa ao moverse rumo ao Além do horizonte que cria o horizonte; em suma, ele pode estar consciente de s eu papel participati vo no proces so da experiência, da imaginação e da simbolização. Ele pode descobri a dimensão da consciência que foi impl icada, e com requência ree rida, na presente análi se, mas qu e ainda não se tor nou explicit amente temática a distância reexiv a da consciênc ia de sua própria participação na realid adecoisa e na realidadeIsso. O pensador pode ser tentado, mas não é orçado, a acentuar essa participação assertiva na simbolização imaginativ a da verdade num a ultimidade autônoma autoarma tiva; ele não precisa deormar o princípio de sua busca num Princípio que traga o F de todos os princípi os. Ee pode lembrar sua e xperiência dos mov imentos e contramovimentos na metaxy como a realidade da qual emergiram suas visões as sertivas no interior da verdadeira ordem, e ele pode expressar sua lem brança por meio de sí mbolos relex ivos tai s como a tensão da metaxy, os polos da tensão, as coisas e o seu Além, a realid adecoisa e a realid adeIss o, o huma no e o divino, a intencionalidade e a luminosidade, o paradoxo consciência reaidadelinguagem e o complexo participaçãoarmaçãoautoarmação. 6
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I Em sa da ordem
Os símbolos enumerados ocorreram com equência na presente análise e zeram que nós, oportunamente, suscitássemos a questão de se constituem conceitos que tencionam uma realidadecoisa, ou símbolos que expressam a realidad eIss o, ou nada mai s que elementos de um a fala vazia questões que tinham de permanecer em suspenso na ocasião. Estamos agora listando os símbolos como manifestações de uma consciência que é estruturada não só pelo paradoxo da intencionalidade e da luminosidade, mas talvez por uma consciência do paradoxo, por uma dimensão a ser caracterizada como uma lembrança reexivamente distanciadora. É a dimensão que Platão simbolizou expressivame nte, embora ainda de modo compacto, co mo a anamnesis noéti ca. Essa terceira dimensão da consciência, todavia, não nciona automaticamente como uma força formativa na busca existencial da verdade. O pensa dor, é verdade, não pode abolir a distância reexiva de sua consciência em relação a sua própria estrutura existencial, mas, em sua lembrança, ele pode esquecer imaginativamente essa ou aquela parte do evento paradoxalmente complexo; e quando um pensador, quaisquer que possam ser seus motivos, esquece seu papel como um parceiro no ser, e, com esse papel, o caráter metaléptico de sua busca, ele pode deformar o poder assertivo de imaginação lembrado em sua busca imaginativament e no poder único d a verdade. A lembra nça imaginativa do processo, a lembrança tencionada por Platão, implica o potencial de esquecimento imaginativo. Os termo s usados no parágrafo prece dente para expressar a experiência da distância reexiva na consciência são novos. Eles derivam sua validade do contexto da meditação anamnética como o evento do qual emergem imaginativamente. Em nossa época, porém, isso não é suciente para tornar sua validade convincente. Eles estão expostos aos malentendidos convencionais resultantes da deformação das exposições meditativas em proposições sobre coisas, da fragmentação dos complexos experienciais e simbólicos em suas partes e da hipóstase das partes em conceitos denicionais referentes a coisas deníveis. Algumas observações, portanto , serão oportunas.
1 Su a va dad e n cnt ext da me dta ç ã
primeiradaquestão é a validade conceitual símbolos na imaginativo medida em que Aemergem meditação anamnética. Não hádos esquecimento sem lembrança. O algo esquecido no ato do esquecimento não é um objeto
I O pinpio do pinpio
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externo perdido, ou negligenciado, ou inacessível no oento do ato, as a estrutura da existência inevitavelente presente, sibolizada pelo cmplexo consciênciarealidade, o compl exo da real idadecoisa e d a realidadeIss o, das coisas e do seu Alé. U partidário iaginativ o da resistên cia pode estar até ais acentuadaente ciente da realidade existencial à qual resiste do que u crente complacente e conforista, coo observou Santo Agostinho; ele pode se lembr ar muito be do que quer esq uecer. Não há, adeais, lebrança ou esqueciento sem a distância reeva em relação ao paradoxo da existência experientado; tampouco há algo a ser esquecido ou lebrado sem a cons ciência existencial à qual pertence os atos na distância reeva. E, por , não há consciência existenc ial se a realid ade na qual ela está cons ciente de ocorrer, estendendos e essa realidade à co rporalizaç ão da consciência no h omem, à realid ade coisa e torno da coisidade do corpo humano, e à realidadeIsso com sua força divinamente forativa. A análise, por conseguinte, é um todo coerente gerando um coplexo coerente de síbolos que confere aos síbolos individuais a s ua validade conte xtual. Logo, os síbolos individuais não deve ser deformados ao ser imaginados coo conceitos referindose a "coisas; o todo não deve ser fragmentado em entidades independentes dele um jogo de especializa ção "ontológica que se tornou socialmente dominante desde a invenção do temo "ontologia no século XVII. Isso não signica, no entanto, que a análise coo um todo esteja acia de críticas: erros substantivos, caso tenham ocorrido, deve ser expostos e corrigidos. Tampouco signica que o "todo da análise se ja exaustivo: ele po de , em cada ponto, ser expandido em maiores deta es. Tamp ouco é a análise, esmo que se mostre sustentável e seus pontos principais, a últia palavra no assunto que expl ora: sua orientação é deterinada por seu princípio a p artir do sim boliso do Princípio. Ela terá de se suplemen tada por explorações analític as que partam de outros pontos na estrutura da consciência, como por exeplo as experiências e simbolizações do Alé ou do Fim, ou as Visões de um Todo da realidade Tais editações supleentares conduzirão a noções que não foram contempladas na presente análise.
2 Sua va ida de n cnte xt das equiva ênci as hi stóricas
A segunda questão é a validade do s símbolos no contexto de suas equivalências históricas. Os síbolos são nov os, mas a experiência que necess ita da 64
Om e s
V
I Em b sa da o rdem
anáise dierenciadora não é. Com eeito, o esorço de lidar com a variedade de seus aspectos é uma constante mil enar no processo da busca da ve rdade. Para o presente propósito, não precisamos recuar até antes da exegese de Platão do complexo lembrançaesquecimento. Sua análise é "noética no sentido especíco, mas ainda compacto, de uma meditação dominada pelo simbolismo do Nus como o "terceiro deus depois de Cronos e Zeus, deus que ormará agora, na noa situação his tórica, a ord em da existência p or sua presença, sua Parusia, na consciência participativa do homem; estamos na junção em que a análise noética com eça propri amente a se di erenciar da experiência e da simbolização míticas compactas da reaidade. Nessa situação de transição, Platão expressa a experiência do esquecimento por meio do símbolo ania convencionalmente traduzido por "loucura, que az que a ênase recaia na des ordem da existênci a daquele que resist e e não nos atos de esquecimento imaginativo causados por ea. O resistente cupado de ania é um homem que nã o s e lembra de seu papel como um parceiro na comu nidade do ser, que conseguiu se tornar inconsciente de sua consciência da participação inquiridora no Além divino, no Nus e que, consequentemente, pode trans ormar sua participação ass ertiva numa aut oarmação . O homem que resiste a sua ormação po r meio do Nus divino deorma a si mesmo; ee se torna um tolo. O símboo ania porém, não sobrev iveu no discurso osóco; i or ainda, devido à sua compacidade, tornou se praticamente intr aduzíve para ua íngua moderna. Se o Nus or traduzido como razão, sua negação tem de se tornar a desrazão, para e a a ssociação do simboismo nusania seja reservada. Esse uso, porém, seria inguisticamente ineiz, pois o símboo "razão soreu, desde a época de Platão, m odicações substanciais de signicado no decurso dos movimentos da teologia cristã e do racionaismo iuminista A teologia cristã desnaturou o Nus platônico degradandoo imaginativamente numa "razão natura, uma onte da verdade subsidiária da onte preponderante da reveação; mediante um ato de esquecimento imaginativo a tensão reveatória na visão platônica do Nus como o "terceiro deus oi ecipsada, a m de obter para a greja o monopóio da reveação. as a história teve a sua vingança. A razão não reveatória, imaginada peos teó ogos como uma serva tornou se uma mestra n ão assertiva. Na sequência histórica , a razão não reveatória ima ginada se tornou a real razão antirrevelatória da revo ta iuminista contra a greja A resistência ao poder socia das instituições autoarmativas inteectuamente inertes motivou os atos de esqueciento imaginativo ue ;
I O píp píp
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eclpsam a verdade noétcoreelatóra preservada nas doutrnas eclesiástcas que se tornaram n exíves. Além dsso, uma vez que os resstentes lumnados não po dem gir mas que os o utros da estrutura da conscê ncia, eles têm de se aproprar da auordade da verdade noétca para sua resstênca a ela; na orma de várias deologas, a resstênca à verdade noétca, entendendose como a resstência à rraconaldade, tornouse a onte legtmadora denitiva da verdade revel ada. O mo nop ólo usu rpado da revel ação mgrou das nsttu içõe s eclesást cas para os estabelecmentos deológcos que as sucederam , ch egando aos " poscionamentos revelatóros por meio de atos de destrução v o lenta no s movime ntos de terrorismo contem porâneos.
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Di stâ nci a ref exiva
A terceira questão é a dmensão da própria dstânca reexiva, com seu poencial tanto de lembrança como de esquecmento. Seu signicado derenciado terá cado claro ao longo da presene análse como uma tercera dmensão da conscência. A estrutur a da consciência, simbolizada pelo com plexo consciênciarealidadelnguagem e pelo paradoxo da ntenconalda de e da luminosidade, da realidadecoisa e da realidadeIsso, não está sim plesmene "ali como a estrutura de um objeto nio a ser ocasionalmente descober ta. Ela não é uma "cosa a ser ou não descrta, mas tem sua presen ça re exiva na própri a consciência. Qualque r que possa ser o modo da cons cência na plu ralda de de sua div ersicação quer apareça no regstro da compacidade e da dierencação, quer no da ormação e da deormação , está re exivamente presente para s i mesmo em sua smbolzação. Ademas, a presença reexiva não se conna às nstâncias isoladas da conscênca como entdades echadas. Como vimos, a pluraldade das nstâncias div ersi ca das o obs ervada e a observação nduz u a respostas reexvas, e os even tos de dierenciação não estavam simplesmente presentes na conscência reexiva, mas vnha m acompanha dos a ree xão sobre o enômeno da die rencação e sobre as novas conguraç ões da verdade na hstóri a por ele cra das Qualquer q ue possa ser em últma aná lse a ordem da hstóra, há uma histó ra da ordem porque a ve rdade da conscênca está documentan do a s mesma como um proce sso hstórco p or meo da reex vdade da c onsciênca smbolzadora. A hstóra da conscênca, como a ormule, é internament e cogntva. 66
L>
I a a
Digressão sobre o resgate dos símbolos
O esquecmento imagnativo deforma a consciência. A consão da in guagem na esteira do s movime ntos mienares é a sínd rome de u ma deso rdem q evouiu na sociedade ocidenta contemporâne a a proporções de um estado de conscênc ia estabee cido, no sentido de pub icamen te aceito sem esque cer a extensão goba da desorde em razão da dinâmica de poder d o ecume nismo ocdenta. S e queremos rompe r a inconsciência púbica, temos de anasáa e, desse modo, trazêa à conscênca: temos de embrar seus atos históri cos de esquecimento, a m de identicáos como atos de esquecimen to; então, temos de embrar o compexo parad oxa conscênciareadadein guagem como o critéro da embrança e do esquecimento; e, para reconhecer o compex o paradoxa como o critér io da verdade e da fasida de, te mos de d ferencar a dimensão de sua distância re exiva que se encont ra compactamente impcada na anamnesis patônca no prn cípio de tod o osof ar noé tico . Som ente quando o c ompexo distânca re exivaembrança esq uecimento está sucientemente diferenciado e articuado é possíve resgatar os símboos que foram historcamente desenvovdos para descrever os fenômenos do es quecme nto de seu seputam ento histor iográco como "d eia s, "o pnões ou "crenças, para decdr quas dees anda podem ser usados na consa stuação presente e restituíos à sua nção egítm a no contexto noético. Aguns emb retes e sugestões: ( 1 O termo anoia deve votar a ser usado porque expressa do modo mais caro o estado de esquecimento como uma deformação da conscência noéti ca. A tradução por "desrazão o u "irraconaidade é no m omento inutiiz áve peos motivos anterormente A tradução preferida peos cassicistas, é correta,apresentados. mas perde a reação com por o "oucura, Nus. Ea tem ainda a desvan tagem de contar com a "oucura pea qua a versão da Bíb a do rei Jaime traduz o hebraco nabala a "toice de negar a existência de Deus, com sua ênfase na constituição pneumática da consciência. As traduções grega e atna de nabala como moria e insipientia também não suger em versões utiizáveis. Contudo, devese notar que, em seu uso compacto, Patão faz que o termo anoia abarque também o nabala pneumático. (2 ) Os termos " desordem e "p erturbação da consciên cia que frequen temente uso traduzem a nosos ou nosema de Ésquo e Patão, assim como a morbus an imi a "doença da mente, de Cícero. A inguag em médica de Patão se orna totamente contundente quando ee aerta para a morbdez noética.
I O r í
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No Górgias (48 0) ele fala da nosem a tes adikias a "doença da injustiça, que, se não for curada a tempo, pode se tornar um câncer incurável da ala (hypou lon kai aniat on Nas Leis (716) , um homem pode f azer que sua al a se iname (phlegetai chegando a um estado de inação (exartheis autoarmativa, por meio da arrogância, do orgho devido à riqueza ou à posição socia, ou à beleza do corpo, ou do feor juvenil, estado no qual o hmem crê não mais precisar de orientação, e sim ser capaz de guiar outros, e, como resultado, carreta a ruína para si e para a sociedade. Em tais passagens pode se perceber que Platão tateia à procura da linguagem que tornará os frequentemente ob seados fenômenos da desordem pess oal e social inteligíveis como u ma doen� ça da consciência noética. (3 Trezentos anos antes, após as subevações da conquista de Alexan dre, dos reinos diádocos e da expansão imperial romana, a morbidez noética da situação prece ter se tornado uma obvied ade muito discutida. Em s eu Tuscu lanae disputationes (V, 2 3 32 ), um Cícero pode f alar com rm eza da morbus animi identic ando a como uma aspernatio rationis uma "rejeição da razão, e discutir os sintomas d a doença. Entre suas vari adas manif estações, ele men ciona a ganância incansável, a avidez por status social, a efeminaçã o, a gula, o vício em guloseimas e petiscos, a embriaguez de vinho, a irascibilidade, a an gústia, o dese de fama e de econhecimento público, a igide de atitudes, e medos tais como o me do de contato com outros seres humanos , como a misoginia e a misantropia. A lita é sucientemente atemporal para ser também moderna, embora se possam acrescentar alguns itens tais como o vício em drogas, muito discutido por Platão nas duas formas do vício em substâncas químicas, e o vício em constructos sofísticos da falsidade, ou a disseminação da ornograaplo e das ideologia s modernas, têm sua conexão íntima bem demonstrada marquês de Sade em sua que Philosophie d ans le b oudo ir. (4) Embora a conepção ciceroniana da morbus e de seus sintomas seja digna de aimentar o pensamento dos psiquiatras que atuam com modelos imanentitas da p sique e do comportamento humano, ela não deve ser aceita de modo acr ítio. Isso signicaria igno rar as enormes diculdades da psicoo ga estoica Pathos e o Lgos no pano de ndo, assim como as obs eaçõe s satírics de Horácio sobre os resultados estoicos. Contudo, a linguagem da "doença e da "desordem tem sua sólida ndamentação na exegese existen cia dos tragediógraf o e historiadores helênicos que experimentava m a des or dem pessoa e social de sua época c omo uma perturb ação da consciência, e na exegese de Plat ão, que concebia seu o sofar como uma persua são terapêutica, 68
I E a da d
como um esorço de saão p ara curar a desordem pneumátca e noétca da psque. Nã o podemos prescndr sso, dado que e ntendemos a aspern atio ra tionis como reerda aos atos de esque cmento magnato que tento d erencar, assm como a os seus enômenos. (5 ) Nossa rca experê nca contem porânea de tas atos, de seus enômenos e de suas consequê ncas parece exercer alguma pressão para encontrar a ln guagem que expre ssará a experênca. Eu uso com equênca a expressão "Se gunda ea ldade, crada por obert Musl e He mto on Doderer, p ara denotar os constructo s magnatos dos pensadores deol ógcos que querem ecpsar a readade da conscênca exstencal. Além dsso, em seu Daemonen Doderer desenoleu o símbolo a Apperzeptionsverweigerung da recusa a perceber, que, em seu sgncado, se aproma muto da aspernatio ration is cceronana no sentdo de um ato delberado de esquecmento magnato. No uso cotdano, obsero anda o aparecmento de expressões como "conscênca seeta e "obtusdade deensa (cujos autores não conheço), reerndose, em lnguag em polda, a uma aredade de enômenos desordenado s que ão dese a tortuosdade ntelectual dos at stas polítcos , pass ano pela semlterareda de dos tendencoso s oportunstas pros sonas e pelo mas prondo ana abetsmo mposto pelo sstema educacona l, chegan do até a pena estupdez. (6 Po r m, temos e lembrar a sentença de Ar stóte les: "Toos o s homens desejam saber por natureza. A sentença é o símbolo crstalno que dá níco ao grande estudo relexo da conscênca, o ato de lembrar seu âmbto esde a percepção sensoral até a sua partcpação no Nous dno. Ea dá níco à procura da erdade da readade (tes arches theoria como a busca pea arche tes kinemos (ou a arche tes geneseos de Platão), pel o prncípo da gênese como um movmento ormato. S e ess a sentença oss e retrada de seu contexto noétco, sera rdcularzada como uma armação emprcamente asa, pos obvamente são muto poucos os ho mens que desej m conhecer, e não entregarse à construção de Segundas eadades, e que, obcecados por sua obtusdade deensa, se recusam a perceber a realdade. Se, porém, não entendermos a sentença teralmente, o que destrura sua aldade noétca, ela expressará a abertura conscente de um pensador perante o paradoxo da conscênca exstenca; e, ademas, smbolzará essa abertura como o potencal de "todos os homens, anda que o potencal seja demasadamente deormado por meo de atos de esquecmento. Com Deux sources d e la morale e t de la religion de Bergson, o smbolsmo da "abertura e do "echamento, da âme ouverte e da âm e ose tornou se uma p arte eetamente derencada da lnguag em da
I O pnp d prnp
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losoa que nos permitirá falar inequivocamente dos estads exisenciis de lembrança e esquecimento A pesquisa dos símbolos, adequados e inadequados, deve ser suciente para elucidar a consão linguística na qual trabalhamos, assim como a necessidade de resgatar tais símbolos, quando tenham sido desenvolvidos com êxito, salvandoos do destino de ser tragados pelas máximas letais indiferenciadas das "ideias e "op iniões , restitu indo os à sua condiç ão oéica.
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Odm hi ói
I Em a da o rdm
íl
Dstânc efexv versus dentd e ef exv
odemos ser breves quanto ao signicado da dimensão relexiva no contexto de nossa própria análise. O simbolismo da " distân cia relexi va, porém, foi formulado em oposição, e como correção, ao simbolis mo da "identidade relexiva desenvolvido pelos ósofos idealistas alemães em sua grande tentativa de diferenciar mais adequadamente a estrutura ana mnética da consciên cia em seus aspectos pesso al, social e histórico. Es se signi cado corretivo do símbolo "distância em relação ao símbolo "identidade requer maior elaboração.
§ 1 A revolu ção al em ã da c on scênc ia
O prop ósito dos pensadores alemães era f ormativo. A m de recupera r a base experiencial da consciência, eles queriam remover as camadas de incrus tações proporcionais acumuladas ao longo dos séculos de pens amento segun do o modo intencionalista suje itoobjeto. No século VIII, esse modo culmi nou numa nova onda de sistematizações denicionais e proposicionais da metafísica, da ontologia e da teologia que tornaram o método intencionalista de lidar com as estruturas da consciênc ia convincentemente inconvincente A deformação da consciência por meio da "metafísica e da "ontologia foi o alvo explicitamente atacado por Hegel por meio de sua Wissenscha der Logik [Ciência da Lógica]. A tentativa de recuperação, contudo, oi seriamente pre
I Dtân a flxva versus nta flxva
1
ju icaa pea oça e taição que o hábito e pensa nos moes a eai ae cois a havia aquiio, uma taição que oi ai na mais otaecia n época peo sucesso as ciências natuais, peo pestíio a ísica neoniana e, o que oi e especia impotância paa os pensaoes alemães, po sua legitimação como o moeo a "expeiênia po meio a Crtica da razã o pu ra e Kant Devese estaca a posição e a nção ambivaentes a Crtica nesse contexto. Ao esclaece o signicado a expeiênc ia espaciotempo a, é veae, a Crti ca não eixou úvia e que h avia paa a "Razão mai s o que a sica; a áea a ealiaesso havia sio, se não estabeecia, ao menos novamente eno caa como a áea a "Razão que não poia se aequaamente expessa po meio a apicação o natuerliche Erkenntnis" [conhecimento natual, o pensa em categoias o tip o sujeitoobjeto. Mas oi pecisamente a caactei zação o moo sujeitoobjeto como o na tuerliche Erkenn tnis" inquestioná ve e ominante, e também o poundo sentimento e que a ecupeação a base expeiencia "inatua a losoa ea uma evol ução e popoções co penica nas, que evelou a oça a taição que tinha e se sup antaa . Nessa situação e deteioação losóca não é e supeene que Kant tivesse i culdae paa enconta a linguagem que se a justass e ao se u esoço evouci o náio. Com eeito, a m e enota o "mais que a ísica eve enconta na "Razão, ee não pôde senão cunha o símboo Ding-ansich [coisaemsi]. Dao que a consão o amso símboo mesmo hoje aina não é sucientemente pecebida, até one vejo, não seia impópio saienta que "emsi a coisa não é um a "coi sa, mas a estutua a eali ae sso na consciência. Os poblemas técnicos geados peo símboo, toavia, não constituem nosso inte esse no momento; antes, evese expoa o caáte o símbolo como um sintoma as pe ssões que zeam que a t entativa e ecupea as expeiências movesse a consciência existenci a paa a posição e uma "cois a. A dominância a ealiaecoisa na imaginação simboizaoa a época eteminou o omato dos poblemas como su gio s no poces so e ecupeação da est utua a consciência. S e os "atos a consciência , o p onto e patia da Wissenschaslehre [Doutina a ciência e 1794 e Fichte, ossem um objeto a se expoado, seia peciso que houvesse um sujeito que zesse a expoação, e, se houvesse um sujeito, ele teia e te uma consciência eetin o sobe a consciência. Qual seia então a eação ent e a consciência o sujeito e os "atos a consciênci a po ea exploaos? O pobema a imensão eex va a consciência havia sio euzio à eação ente ois atos a consciência. Como uma soução paa esse pobema, no entanto, a simpes constução e 2
I a a e
um ato rele xivo da part e do sujeito s e tornaria mais um "at o da co nsciência a ser reetido por um out ro ato de um outro su jeito. A co nstrução puramente intencionalista teria dissolvido a integralidade da consciência existencial numa cadeia indenida de atos subjetivos. Se a integralidade osse preservada, as condições intencionalistas sob as quais o problema havia sido ormulado re quereriam a ienticação do suje ito reexivo como o Ich do homem com o h da consciência exstencial. Ich idêntico a si mesmo oi então imaginado não como mais um fato da consciência, mas a orma transcendental da consciên cia, imediatamente evidente num ato não da "experiência, mas da "intuição intelectual. Uma vez qu e nessa identicação dos doi s hs porém, a ênase da construção recaía no sujeito relexivo, e que o ato ree xivo havia sido concebi do por Reinhold, o preecessor de Fichte em Iena, em seu Sat z des Bewusst seins sobre o modelo sujeitoobjeto, o intencionalismo não participativo do ato relexivo poderia usurpar a autoridad e da consci ência participativa 1• Para denotar esse novo tipo de consciência de ormada, o s pensadores ae mães desenvoveram o símbolo "especulação. processo histórico da cons ciên cia, com sua autoridade internamente cognitiva, o i abando nado em avor de uma "especulação com autoridade externa que permitiria que o pensador tomass e sua posi ção imaginativa num ato relexivoespec ulativo além do pro cesso. A tensão da existência na metaxy havia sido eclipsada; o patônico Além da realidade divina encarnarase no "além da imaginação do especulador. Consequentemente, a especulação podia se proclamar a revelação última da consciência existenc ial e, nessa capacidade , a orça que determinaria toda his tória utura. A história da ordem havia sido transormada numa ordem da história cuja verdade tornarase inteligível por meio do esorço do especula dor e, uma vez que sua verdade hav ia se tornado inteligíve l, podia ser con du zida à sua conclusão na reaidade de acordo com o Sistema da Ciência do es peculador. A realidade experime ntada e simbolizada pela existência consciente de todos os homens seria substituída pela Segunda Realidade da especulação; o princípio históri co do Sis tema especulativo viria a ser o ve rdadeiro Princípi o conducente ao verdadeiro Fim da história. Questões re erentes à estrutura da consciência do próprio especulador, as questões reerentes à verdade por ela Para ma discssão mais completa do desenolimento de Fichte er Ulrich CEE Geschichte des Selbstbewusstseins: Der rsprung des speklatien Probl ems in Fich tes Wissens chlehre on 794-95 Den Haag 974 As notas de rodapé de m busc d ordem foram preparadas por Pal Caringella , :
I Dtâa fxva versus dtdad fxva
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corporalizadas nos termos da lembrança e do esquecimento, não eram permitidas. Este último requerimento, necessário para proteger os esforços especulativos contra questões demasiadamente óbvias, foi elevado à posição de um postulado explícito por Karl Marx. A criação da imaginação especulativa como a nova fonte da verdade na história foi de f ato um acontecimento revolucionário . omo sabemos po r nu merosas declarações de einhold, Fichte, Schelling, Hegel, Friedrich Schlegel e Schiller, os atores do acontecimento interpretaramno como a variante ale mã da revolução geral que se dava no nível prático na América, na França e nos Países Baixos ( epública B atava de 1 795 Eles derivaram a intensidade de seu fervo do sentimento de participar de uma revolução da consciência no nível da história universal. Além disso, com uma coloração nacionalista desse fervor, os pensadores alemães estavam convencidos de que sua própria revo lução do "espírito era superior às revoluções pragmáticas paralelas, porque alcançava mais radicalmente a prondi dade da consci ência e, por cons eguin te, teria, a longo prazo, um efeito prático mais duradouro. Numa carta de 28 de outubr o de 1 808 , Hegel escreveu a e u amigo Niethammer dizendo est ar a cada dia mais convencido de que a obra teórica efetua mais realizações no mundo que a obra prática "uma vez que o âmbito da percepção Vors tellung] é revolucionado , a realidad e não pode resistir . E um dos mais astutos obseadores do acontec imento, Henrich Heine, em sua Contribução histó ria da relig ião e da losofia na Alemanha prevê que a "revolução no espíri to seguirse á da "mesma re volução no âmb ito dos fenômenos . pensamento, pross egue ele, "prec ede as ações assim com o o raio precede o trov ão ; o trovão tardará porque os alemães se movem desajeitada e moros amente; "mas quando o ouvirdes nunca antes estrondara na história universal, sabereis: chegouestrondar o trovãocomo alemão Embora o acontecimento seja historiogracamente bem conhecido nos mais ínmos detalhes, sua análise crítica ainda dea muito a desejar. Com efeito, ela é tão insu ciente que não temos sequ er um termo comumente aceito para caracterizar a estrutura do evento e, com sua estrutura, seu âmbito, as debatemse na linguagem símbolos criados pelo próprio acontecimento. Tra 2 Para as declaraões representatias de einhold Fichte Schiler Hegel e Scheling e r M AR Nturl supernturlism New York 97 348-356. Para a declaraão de Hegel a
Niethammer er Johannes HEER ed) Briefe on und n Hegel Hambrg '52 , 253 Para a citaão de Heine er Hermann F RE aimond PN eds) Heines Werke in Fuenfehn Teilen Berlin [ sd ] parte 9 26
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I E a da rde
dicionalmente, reerimonos a ele como a Icphilosophie [Filosoa ou Identitatesphilosophie [Filosoa da ide ntidade] , ou como a Lógica lt c do Ser desenvolvida por e gel como seu "Método maiscu lizado; e o s e tais termos é justicado desde que permaneçaos cientes de que pertenc à atonterpretação dos grandes pensadores aleães. Seu emprego p arecrá eno s justicado, porém, se record armos que a v alidade analí tica dos term s o qe está em discussão, e que os termos aparecem nas polêmicas internas ento e invalidam parcialmente uns aos outros. Não estaremos e terren re se usarmos autocaracteriz ação abrange nte de "idealismo transcenden t , pois o uso convencional de "idealismo excluiria do evento o "materialism e arl arx. Contudo, para qu e o sistema marxiano seja incluído talvez co o primiro estampido do trovão mtaórico de Heine , a lingage s "is mos, e, com ela, o grande conito entre o "idealismo e o "materiaismo, tornase irrelevante. A relevância analítica passaria aos jogos envovendo o símbolo "S er. Teríamos de ent ender as táticas m arxanas de identicar o "Ser que determina a história com as Produktionsverhltnisse [elações e produ ção], pondo de pé o "Ser idealisticamente especulativo de Hegel, co m jogo intelectual possibilitado pelo uso qestionável, por parte de Hegel, do símbolo "Ser como o Princípio de seu Sistema. Se, então, admitirs que a estrutura do eve nto é anaiticame nte um certo tipo de jogo envolv endo símbolo "Ser, do qual o caso marxiano é um exemplo, poderemos notar, com novo interesse, que, no século X um pensador alemão do nível de Martin Heidegger pôde, ao menos por certo tempo, entregarse à antasia de permtir que o "Ser osse orçado numa nova Parusia na realidad e pela eclosã nacio nal de um movimento populista racial. E, se tivermos de entender as Produktions verhltnisse marxianas e o nacionalsocialismo temporário e Heidegger como jogos igualmente deormadores, jogados segundo as regras da especlação de Hegel sobr e o " Ser, o evento assumirá proporções até ent ão insuspeita s. As proporções permanecerão incertas enquanto não tivermos clarez acerca dos critérios a ser empregados para julgar a dimensão do evento. Mas por qu e soremos dess a alta de clareza atualme nte, duzentos anos depo is de sua eclosão? A questão se impõe de orma premente, pois os primeiros contemporâneos não aceitam de modo algum a revolta espiritual em seus próprios termos, as são impelidos a azer comentários sarcásticos. Heine não estava sozinho ao reconhecer seu signicado revolucionário, um signicado que dicilmen te poderia ser negligenciado, já qu e oi proclamado alto e bo m som pelos própr ios autores dos " Sistemas; nem esta va sozinho ao azer troça é
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de suas gotescas impicações. Jean Pau, po exem o, logo oi incitado pea cômica discepância ente o Ich especuativo de Fichte e a consciênci de um homem de seu eu numa existência copóea, e satiizoua esplendidamente em sua Clavis c ht iana de 1804, emboa expessando tavez uma admiação iônica pea quaidade estética da oba de Fichte. Quato década s depois, Kie egaad empeendeu seu ataque sumáio à existência especuativa chtiana e hegeiana em nome de um existenciaismo cistão, desenvovendo em suas "migaas osócas a impotância an aític a de símboos como a angústia, o instante (ou momento) e a existência que se tonaam símbolos dominantes com os pensadoes existencialistas do sécuo X. E uma anáise penetante, sustentada pelo omidável apaato históico de um teóogo competente, oi conduzida po Fedinand Chistian Bau em sua oba Die Christliche Gnosis [A gno se cis tã , de 1 83 5, na qua situ a a Religionsphilosophie de Hege no con texto dos movimentos gnósticos desde a Antiguidade. Havia sido undada, potanto, uma ampla base sobe a qua outras anáises cíticas podeiam te sido constuídas. Po que, então, o evento pe maneceu opaco apesar de tudo? As azões seão enco ntadas nas ambiguidades da esis tência peviame nte discutidas. Aqueles que esistem à vedade noética não são necessaiamente seus inimigos; peo contáio, podem esistir aos simboismos deomados pevaecentes em seu ambiente soci a e tenta ecupea a vedade obscu recida po tais simbolismos. Entetanto, ees mesmos podem se tão intensamente aetados pea d esodem pevaecente a ponto de s ua tentativa de ecupeaçã o, ainda que se ja eminent emente bemsucedida em outos aspectos, se condu zida segundo o mesmo estio de defomação autoamativa que motivou sua esistência. A amação imagi nativa na ciação de no vos símboos pode te de caega o ônus de uma nova autoamação, e o desejo de enconta novos símbolos pode decina no desejo de domina a eaidade simbo izada. novo simbolismo tonaseá então uma imposição ditatoia nos mesmos moldes que suscitaam a evota conta os simbolismos pecedentes. Esse é o poblema do caso aemão. Um ataque abangente, soidamente detahado e histoicamente cognoscível aos síboos que pedeam seu signi cado a tentativa de ecupear "a expe iência da consciência da qual os símboos emegent es deivam seu signicado sucumbe à de omação dev ido ao desejo de domina a expeiência recobada nos modes da eaidadecoisa. A ambiguida de da omação deomação num novo níve de di eenciação expeiencial é a azão pela qual a expoação analítica do acontecimento pemaneceu inconclusiva até hoje. Aceitando a ealização cítica em seus pó 6
I a da d
pio s temos, aiscam onos a cai na amadilha de sua defomação; ejeitando inteiamente o esultado def omado, i ncoemos no i sco de pede a conquista cítica. A saída paa a diculdade não passa po volumosas exposições e comentáios sobe os S istemas em sua expansão; a análise tem d e se concenta na estutu a peculia de um pop ósto fomativo defmado que seve de pin cípio paa a constução dos Sistemas, e o pincípio ambíguo não pecisa se extaído a pati de su a aplicaçã o no s Sist emas, mas deveá se encont ado nas declaaçõ es pogam áticas d seus autoes. Os constutoes do Sistema dentidade, especialmente Hegel, dominavam seu poblema; eles sabiam o que queiam e o expessaam com uma claeza que apenas o componente defomado de sua empeitada diminui . Eles petendiam cia , como fomulou He gel em sua Fenomenologia uma Wissenscha der Eahrung des Bewusstseins uma Ciência da experiência da consciênc ia. Com o m de ilumina a estu tua da ambiguidade, apoiameei em declaações epesentativas da Vorrede [Pefácio] e da Einleitung [Intodução] paa a oba pogamática de Hege.
§2 He ge l
Hegel queia etabel ece uma "ciênca da expeiên cia da conciência . A declaação pogamática detemina as questões que têm de se indagadas no cuso da análi se: em que medida o pogama teve êx ito? O que Hegel entendia po "expeiência? Quais expeiênc ias estav am incluíd as em su a análise? Quais foam excluídas? E de que mo do a vontade de pode defomadoa deteminou as inclusões e exc lusõ es? 1 Sstema vru tensã e xst enc a
O pincípio sobe o qual se apoiam as constuções ambíguas é fomulado po Hegel nas pimeias páginas da Vorrede (12 A vedadeia gua (wahre Gestalt da vedade seá encontada na f oma de um "sistema cientí co Hegel se popõe a apoxima a "osoa de sua "vdadeia gua, de modo A fórmla e Hege ma Cêna a eperêna a onsêna apar ee no na e sa
Einleitung à Phe nome nologie, 74 a eção e Hoester oas as referênas à Fenomeno logi nas págnas segntes em respeto a essa eção 4 r Voegeln falee antes e regr a seção Hegel 11" este apítlo
I Dtâa fxva versus ta fxva
que ea possa abandonar seu nome de "amor ao conhecimento e se tornar "cnhecimento real . D espojada de termos equív ocos cm "conheciento e "ciência , a propo sta hege iana de superar a deo rmação da oso a, dooro samente óbv ia sob a crítica iuminis ta, signica a aboição da os oa amor à sabedoria, a tensão eróti ca rumo ao Aém divino , um amor que parece nunca acançar seu ob jeto, esse pro cesso indenido que nunca chega ao m, terá de ser conduzido ao seu Fim p ea sabedoria poss uíd a na orma do conhecime nto absouto, por uma Wissenscha acima do amor inconcusivo. programa de uma osoa que dá um Fim à oso a é o mais reuzen te sintoma da con são inteectua predominante na época. Peo viés crítico, temos de dizer: o program a excui a experiência da consciência exist encial da existê ncia na tensão da metaxy , da "exp eriência da c onsciê ncia.
2 A ambgudade da daétca
Se a tensão da existência não é uma constante empírica na estrutura da consciência, o que, então, é realmente experimentado? A resposta é dada nas páginas nais da Einleitung à Fenomenologia (6975) A consciência deve ser concebida n modo sujeitoobjet; ea é consciência de ago (etwas. Numa primeira abordagem, o ago experimentad o é a realidade em s i (an sich. Entre tanto, numa segunda abordagem, quando no processo do conhecimento o algo se revea dierente dquio que se creditava que osse, o Ansich da realidade se torna um Ansich para o sujeito que experimenta r es; por trás do Ansich para a consciência aparece uma segunda realidade que é an sich para si mesma. A consciência tem agora dois objetos (Gegenstnde o "primeiro Ansich" e "o segundo, das Füres-sein dieses Ansich" (73) Então, ao descobrir o "segundo objeto, a consciência descobre que sua própria subjetiv idade modicous e em reação ao primeiro sujeito, que experimentara o objeto como o primeiro Ansich convertendos e num segundo sujeito que se experimenta como estan do em movimento. "Esse movimento dialético que a consciência exerce em si mesma, reativo tanto ao seu saber como ao seu objet o, na medida em que dee surge seu novo verdade iro objet o, é aquilo qu e é propriamente eigentlich] chamado de experiência" (73) Esse movimento, adverte Hege, não deve ser conndido com o movimento do conhecimento avançando ao níve da também convencionamente chamada experiência, na qual a verdade baseada na observação de uma coisa pode ser externamente asicada pea observação coni 8
V
I E a da ord
tante de outa coisa. novo objeto não suge como um novo objeto exteno, mas mediante uma "convesão da consciência ( Umkehrung de s Bewusstseins (74) A Umkehrung um "acéscimo nosso (u nsere Zutat ; mediante o "acés cimo, a " sucessão das expeiên cias da consciência elev ase a um pocesso cieníco; a sucessão não é tal poc esso cientíco para a consciência do "pimeio nível da e xpeiência n o modo sujeito objeto "que contemplamos (7 4)
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A defrma ç ã da prgg
A ambiguidade da formaçãodeformação na "expeiência de Hegel, assim como seus meios de expressão, está apaente n as páginas pecedentes. As estutuas que ele tenciona esclarece po r meio de suas elexões sobre o Ansich e o Für-es são reconhecíveis. Elas são o paadoxo da intencionalid adelumino sidade e o complexo simbólico consciênciaealidadelin guagem. As di culdades que Hegel en fenta tonam se tangíveis no uso do símbolo " Umkehrun que ecoda a periagoge do pisioneio da cavena de Platão, o seu volvese das somba s na paed e paa ascende à luz. Heg el está na posição do prisioneio, abertamente em evolta contra as sombas na cavena de sua época , sejam ela deformaç ões doutinai da teologia , deformaçõ es propos icion ais da metafísica o u da ontologia, o intelectualismo agucio so, o critici smo ou o ceticismo de segunda classe, a exubeância extaticamente fantasiosa, a admonição edicante ou a elevação sentimental e ieetida. Até aqui, o movimento de Hegel é igual ao platônico. Se, poém, buscamos a mesma luz blhando do Além que foça (anangkoito dietamente ou po um mediado, o pisioneio a se via, ecebeemos ao invés a infomação de que a periagoge é unsere Zutat um acéscimo ou aden do nosso . A periagoge não é uma resposta assetiva, mas uma aço autoamativa. Nesse ponto, a interpetação tem de se tornar linguisticamente pedante, pois a ambiguidade da fomação deformação se manifest a na ambiguida de da linguagem de Hegel.
4 A nversã da frma
ç ã e da defrma ç ã
Se a Umkehrung é uma Zutat um acéscimo, tem d e se acescida a algo que existe sem o adend o. que é então essa coisa que existe em independênc ia? No
I Dtân a rflxva ersus nta flxv a
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contexto de Hegel, é a "experiência no modo do prmero Ansich a "experiência que permite tratar a simbolzação luminosa da realidade Isso no odo da intencionalidade como uma ciência das coisas dadas a um sujeito. É a natürli che Erkenn tnis em sua aplicação de ormadora à realidade Iss o. Ao aceitar a de ormação da consciênciar eaidade como a "primeira experiência, o cas o pato lógico se torna o modelo pelo qual as estruturas da consciência serão medidas; as Segundas Realidades deo rmadas tornams e a "primeira realida de à qual a ormação acrescentarseá como um adendo; a ordem relaciona! da ormação e da deormação oi nvertida. Essa inversão peculiar deve ser vista como uma marca distin tiva da situação hist óric a. Ela é sintomática do grau em que a experiência e a simboização da consciência estencial haviam se tornado inconscientes na consciência pública do debate intele ctual da épo ca. A situação da osoa por volta de 1800 era deplorável, legitimando a revolta das mehores inteligênc ias, mesmo que a revolta culminasse em sua pr ópri a deormação.
5 A nguagem pr nmna
A linguage m proo minal usada para identicar o agente no processo da ao no menos questionável. A conversão um acrscimo unsere". Passando do pronome possessivo para o pronome pessoal: quem é o "nós que acresce? Na Parábola da Caverna , é o homem em sua existência pessoal e so cial quem se vo lta pa ra a luz, resp ondendo em s ua busca da verdade à atração do Além divino. Quem é então o "nós de Hege? Seria o homem, em sua busca da verdade, encontran do a verdade por si mesmo sem a atração do divino? O u o Deus quem atrai? Todos os homens se v otam ou apen as Hegel? E, se or apenas Hege, ele se volta por si própro ou é atraído por alguma outra orça? Todas essas questões maniestamente exercem sua pressão nas declarações programáticas de Hegel, mas nenhuma delas é diretamente respondida. A linguagem pronomina é habimente empregada para ocultar o que está realmente sucedendo. Hegel não pretend ser o único ósoo a ter experimentado a Umkehrung; pelo contrário, ele reconhece que a Umkehrung está presente onde quer que uma voz cética se levante contra um simbolismo osóco ou teológico que alegue que seus símbolos são denitivos como o conhecimento da verdade em seu Ansich. A verdade está em movmento; mais ainda, como vimos, o movimento é a verdade. Todo simbolismo que arma ter conhecimento dentivo do Ansich como um ob jeto "decai (sinkt 8
I a a
herab para a consciência passando a Fürdas Bewusst sei nSei n des Ans ich (74) "Essa circunst ância (dieser Umstan d é a "ne cessidade (Notwendigkeit
que conduz as guras da consciência em sua sequência "Somente essa mesma necessidade, ou a gênese do novo ob jeto, ofere cendos e a uma consciência que não sabe o que lhe acontece, é o que ocorre ür uns] como que po r detrás de suas costas Por meio dessa necessidade introduzse no movimento da consciência "um fator Moment] do Ansich-oder Fürunssein que não está presente na consciência que está ela mesma inserida na ex periência Embora a gênese (die Ensteh ung do novo objeto o corra por detr ás das costa s da consciência, o produto resultante (das Enstandene é um conteúdo für es para a consciência; mas o que concebemos (begreen) acerca desse conteúdo é somente a formalidade (da s Formelle de sua pura gênese Für es para a conciência, o produto existe apenas no modo do objeto; für uns é ao mesmo tempo mov imento e vir a ser (74)
6 Os pr de Hege e s
de atã
Na s passagens supracitadas, Hegel representa o papel ambígu o de um prisioneiro na caverna que assume o controle da periagoge. Se quisermos entender o signicado desse jogo com os pronomina teremos de relacionálos aos nomina isto é, aos símbolos reconhecidamente platônicos que a linguagem prono minal pretende e clipsar Apontamos anterior mente o propósito geral de conduzir ao seu Fim maiusculizado o processo inconclusivo da losoa no sentido platônico, mediante a criação de um Sistema da Ciência especulativo Tivemos então de constatar a transmutação da periagoge de Platão na Umkehrung com a cur iosa co nsequênc ia de inverter a relação entre f ormação e deformaç ão: a força formativa tornou se um adendo, enquanto a deformação proposicional dos símbolos losócos, as "sombras tornouse a "experiência natürliche primária E agora temos de apontar a luz divi na que irradia do Além e força o prisioneiro a se voltar, transmudada numa Notwendigkeit uma necessida de que opera por detrás das costas da consciê ncia ds prisionei ros e "nos força a produzir na Caverna sucessivas sombras intencionalistas proposicionalmente deformadas, até que Hegel apareça e suprima as produções inconscientes elevan do à consciência o seu signicado um proabsolucesso milenar do espírito absoluto com o propósito de por mcomo revelarse tamente no Sistema da Ciência
I Dtâa refexva versus et ae ef exva
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7 A cnsciência i
nve ida cm i ncnsciência
A deformação dos símbolos platônicos revela o conito extraordinário com a realidade contido nas declarações programáticas de Hegel. Hegel ten ciona criar uma "ciência da experiência da consciência e seu procedimento consiste em eliminar da consciência a experiência do lósofo de ser atraído para sua busca da verdade pela realidade divina a partir do Além. A atração se torna uma "n ecessidade indeterm inada por detrás das co stas da consciência; o que se introduz na consciência é apenas o corpo de símbolos literários produzidos p ela "necessidade. que está implicado nessa construção é tão inacreditavel mente grotesco que dicilmente se ou sa expressál o abertamente tda a obra de Platão de uma vida dedicada a explorar a experiência da busca, de seus movimentos e contramovimentos humanodivinos, da subida à atura do Além e descida à prondeza cósmica da alma, às meditações anamnésicas, à anáise da existência nas tensões entre vida e morte, entre nou e paixões, entre verdade e sonhos obstinados, à Visão (nas Leis da orça ormativa div ina esse drama intensame nte conscient e da busca, essa reaidade da consciência e de sua simboização l uminosa na existência de um lósofo são excluídos da "experiência da consciência e reegados a uma "neces sidade inconsciente por detrás das costas de Platão. Juntamente com a consciência da existência noética e sua simbolização, há, excuída da consciência, a distância reex iva de Platão em relaç ão à sua obra , sua consci ência de sua obra como um even to que assinala um Antes e um Depois na histó ria da verdade sem concui r a busca da verdade. que resta para a "cons ciência é um corpo de obras iterárias, a ser compreendi do de forma ndamentalista como um conjunto de proposições no modo sujeitoobjeto, com Hegel convenientemente se esquecendo das enérgicas decarações de Platão de que quem que r que o co mpreendesse dess a maneira não haveria compreendido o que ele estava fazendo.
8 O incnsciente púbic (JungKerényi
Mas nós não estamos empreendendo uma crítica de Hege. Procuramos deslindar as ambiguidades de um programa representativo da consão inteectual de sua época e determinar outras consões que chega até os nossos dias No momento estamos intere ssados nas consões cau sadas pelas modi 8
I a da d
cações no signicado de "consciência e "inconsciente. Se a deformação in tencionalista da consciência po r meio do ato de ree xão for aceita como o m o delo da consci ência, a s experiências f ormativas da estrutura da consciê ncia não se ajustarão ao modelo; elas terão de ser excluídas da consciência. Dado que a exclusão, no entanto, não abole sua realidade, e que a proposta formativa do programa é recuperar as experiências perdidas na época, deparamo nos com o curioso resultado de que a "experiência da consciência é efetivamente recupe rada, mas, ao s êlo, tem de se r classi cada como um tipo de "incnsciência . Os fenômenos desse tipo são bem conhecidos. Como um impressionante exemplo, menciono o s famos os estud os de Jung e arl erényi sobr e a Crian ça Divin a, o ore e o mistério eleusino, publicados em 1 942 sob o título Ein h rung in das Wesen de r Mytho logie [Introduçã o à essência da m itologia] . Os exceentes estudos de erényi no âmbito do anteriormente pouquíssim conhecid simbolismo da Criança Divin a revelam seu signicado co mo a experiência da nova vida formativa emergino de uma realidadeIsso perigosa mente resisten te, a ser cruelmente destruída, a penas para erguer se num novo prinpio, isto é, a experiênc ia da realidadeIs so abrange ndo a realidade mral das coisa s, ou, na formulaçã explcita de Jung, a experiência "do pri ncpi o e do m. A Criana Divina é uma simboização consciente do paradoxo da realidade, da estória que a realidade tem a contar sobre si mesma pr meio da estória contada pelo homem. Os estudos analticos de Jung, então, conrmam a "realida de do simbolismo mediante se u reapareciment, na f rma de partes fragmentadas, n os sonh s e visõ es de pacientes que sof rem de distúrbio s metais porque sua s consciências perderam essas experiê ncias. Cntudo , quanto mais concordamo s com as importante s descobertas em pricas dos dois estudioss, mais ns espantamos de vêlos classicar os smbolo s explorado s como "inco nscientes. E ssa classicação signica que os antigos simbolizadores não estavam cientes das experiências que estvam expressando ao criar seus smbolos? Os partcipes nos rituais eeusinos não sabiam por que aderiam à sua execução? Por que desejavam ser iniciados? Seriam os iniciados inconscientes do mistério qu e lhes era revel ado, do mité rio da imortalidade ab rangendo a mortalidade? Estariam eles apenas paados ali, derivand o "arqué tipos do "i nconsciente cole tivo? Em suma: os membros do cut do mistério teriam reamete de esperar po r Jung e eréy para des cobrir aquilo de que estavam incoscientemente conscientes? As questões suscitadas no pretendem denigr ir os símbolos junguian os d a consciência e do inconsciente como destitudos de sentido, mas sim pôr em
I Dâ a lxva versus dtdad xva
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oco sua ambiguidade absurdo de caracterizar os simboizadres antigos como "inconscientemente conscientes revela seu sentido tão logo reivertemos a inversão e caracterizamos os simboizador s modernos como "conscien temente inconscientes simbolizador moderno é realmente "inconsciente, mas está tomand o ciência disso e tentando recobrar a "consciência p or meio do estudo do mi to que oere ça uma visão d os movimentos e das estruturas da consciênci a mais rica e penetra nte que o babuci o de sua época Es sa reinversão da inversão, eu gostaria de saientar, não é o meu "aden do à categorização de Jung, mas representa o mais exatamente possíve sua própria consciência de estar inconsciente A "psicologia, insiste ele, "transere o discurso arcaico do mito para um m itologema moderno evidentemente ainda não reconhecido como t a que constitui um eemento do mito ciênci a' ( 146 Na "psicologia de Jung, testemunhamos a "consciência ambígua se tornando ciente de ser "incon sciente , assim como o bravo empenho de recobrar a con sciência por meio do estudo de suas maniestações na história e o esorço la mentavelmente não tão bemsucedido de obter a linguagem que expressará a recémdierenciada experiência Dos "mitologemas modernos ambíguos de senvovidos por J ung, manterei o símboo "in consciente n um dos signica dos que o compõem, usando o, como já z, para denotar um esta do socialmente dominante da consciência deormada peo esquecimento que causa perturbações pessoais e sociais da ordem Nesse sentido, ee será empregado pa ra denotar não só o estado contemporâneo do inconsciente público, mas também os estados comparáveis em out ras situaç ões cuturais, com o por exemplo o estado heênico da inco nsciência púbica contra o qual Platão s e revotou
O at de esquecment magnatv
No caso de Jung, estamos no estágio em que um percurso representativo da consciência ambígua está se tornando consciente de ser inconsciente; no caso do programa de Hege, estamos no estágio em que um pensador repre sentativo, resistindo às deormações dominantes na época, reconstrói o in consciente público da época, num níve dierenciado, como um novo tipo de C G J e Karl KERÉ Einhrung in ds Wesen der Mythologie, rh 95 A tração taa na versão nglesa é a etaa por F C Essys on science of mytho lo, Prneton 969 98.
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I a da rd
consciência. programa, embora seja claro quanto à sua intenção, pe rmanece ambiguamente opaco, porque não consegue digerir analiticamente os ários elementos da experiência que nele conergem Um desses elementos expres souse na grotesca inersão da consciência noética de Platão num estado de inconsciência; tenho de enatizálo, pois Hegel tornouo central em seu pro grama. M as por que ele ee tuou o ato grotesco de descartar como " desproida de alor cientíco (57) a simbolização platônica da consciência noética por meio do mito, enquanto mantinha a própria estrutura do mito em suas trans ormaçõ es da periagge na Umkehrung e também do moimento existencial mente ormatio na metax rumo ao Além diino numa "necessidade que opera "por detrás das costas do pensador? Essas transormações não podem ser explicadas como simples malentendidos causados pela leitura descuidada das ontes : antes, elas pressupõem que a estrutura noética, junto co m sua sim bolização platônica, está muito presente na consciência de Hegel, embora ao mesmo tempo se deseje que essa presença não esteja presente. Confrontamo nos com um ato deliberado de esquecimento imaginatio e temos de indagar quais seriam as razões experienciais pelas quais a simbolização da existência em tensão rumo ao Além era obnóxia para Hegel como o p ensado r que articu lou represe ntatiamente o incons ciente de sua época. Qua é a necessidade por trás e suas costas que o orça a eformar o Nus?
1 O A autanáse da cnscênca atvsta
Ao responder a essas questões, não temos de nos introduzir na psicanálise ampliada A autoanálise hegeliana de seu próprio inconsciente concentrase com admiráe l careza e m sua opo sição do símboo Geist" ao Nus platônico Antes de tudo, Hege faz sua declaração programática: "Que a erdade só é real como um Sistema, ou que a substância é essenciamente sujeito, é expresso na percepção Vrstellung] que pronuncia o Absouto como Geist esse conceito mais sublime que pertence à era moderna neuere Zeit] e à sua religião (24) Quando indagamos pelo signicado e pelo contexto histórico desse símbolo moderno, recebemos a in ormação (n o capítulo sobre Boehme, em Geschichte der Philsphie , 300 ) é o "princípio protestante situar o mundo do intelec to Intellektuel Welt] no interior da própria mente Gemüth] e er, conhecer e sentir na própria autoconsciência tudo o que preiamente estaa Além . Quan do o princípio protestante por m reconciliou a préia separação entre este
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Dâ a rfxva versus ddad fxva
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mundo e o Aém, quando os antecedentes históricos a autoconsciência, o Nous de Anaxágoras, as Ideias de Platão e o último remanescente do ém, a Ding-ansich antiana, foram conceitualmente penetrados e absordos na imanência da consciência que move a si mesma, quando, nesse processo, o conceito se tornou Ser, e o ser se tornou Conceito, então o âmbito do Geist chegou à sua verdade (46 âmbito em sua verdade é por m apresentado por Hege em sua Logik Acerca dessa apresentação e de seu conteúdo, ele diz: "ess e âmbito é a verdade, como ela é sem véu em si e para si Por conseguinte, po de expressar se da seguin te mane ira : seu conteúdo é a apresentação de Deus como ele é em seu Ser eterno ewiges Wesen] antes da criação da natureza e de um Geist nito (I, 31) A passagem transgura o evangeo de São João 1,1 De acordo com o evangel ho, o Logos estava no Princípio co m Deus; agora o Pri ncípio mostrase como não mais que um princípio no tempo que chega à sua revelação ple na, ao s eu verdadeiro Fim mod erno , no Geist da Logik de Hegel• inconsciente de Hegel, no entanto, é mais do que a proclamação do Geist como um princípi o protestan te mo derno sugere, pois faz que o princípio "moderno abarque uma variedade de eementos herméticos, apocaípticos, gnósticos e neoplatônicos da experiência. Até Platão, embora seu mito seja desprov ido de valor , tem de ser elogiado por seu Parmênides "a maior ob ra de arte da antiga dia lética, corretamente considerada, em alguns momentos, " a verdadeira revelação e a expressão positiva da vida divina (57) A sentença audatória se aproxima do autoeogio de Hegel de sua Logik. ais próxima de seu Geist programático, todavia, é a declaração programática de arsílio Fiino, na introdução à sua radução do Corpus hermeticum de que a Mente Di vina "pode brilhar em nossa ment e e podemos c ontempla r a ordem de todas as coisas como existem em Deus, uma declaração que Hege provavemente desconhecia. sso nos faz embrar do desejo gnóstico, condenado por Ireneu, de er em Deus como num ivro. Entretanto, quaisquer que sejam as ramicações da experiência qu e pos samos acresce ntar, o dominante no símbolo Geist" segue sendo uma escatoog ia paracética, a visão de u m descenso do Espírito que alcançará aquio que as cristandades de Pedro e de Paulo não alc ançaram isto é, a Parusia denit ivamen te savaciona do Aé m nest e mundo. Entregarse a essa fantasia, e propor, n o 6 HEE orlesungen über die Geschichte der Philosophie (v. 1 a eção e jbe e Herman Glokner) 3, 300 Ver também HEE Wissensch der Logik e Georg Lasson Hambrg 163 pae 1, 3
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I a a e
curso de sua realização ativista, a aboção da osoa requeria considerável grau de consciência a respeito do tratamento desse problema por parte dos pensadores helênicos , helenistas e medievais. Temos agora de identicar o trau ma que esse estado peculiar de inconsciência atista c ausou na é poca de Hegel
1 1 O trauma d ambiente rtdx
Hegel, como muitos de seus contemporâneos e sucessores até Nietzsche, Jung e Heidegger, havia sido vítima de sua educação sob as pressões de um am biente ortodoxo. Ele havia sido expoto, com uma intensa experiência de resis tência, à deformação do comp exo consci ênciarealidadelinguagem, à deformação da realida deI sso na reaida decoisa, da luminosid ade na intencionali dade, dos símbolos em conceitos denicionais. O Além, o símbolo criado por Platão para expressar sua experiência da reaidade divina como formativamente presente nos movimentos participativos da metaxy tornouse um objeto situado espacialmente, um enseits deste mundo; e a simbolizaão platônica do Nous divino como o Ser além dos seres nitos foi transformada no conceito de uma coisa existent e além das coisas existentes. Na linguagem d e Hegel, os sím bolos experienciais Aém e Ser toraram se entidades cm um artigo deido, das enseits das Se in Por m, a deformação linguística tornou po ssível para o símboo Ser aparecer como o predicado nas proposições nas quais o Deus da ortodoxia cristã tornouse o sujeito, como em Gott ist das Sein Os símbolos noéticos e pneumáticos, helênicos e judeucristãos foram transformados em conceitos intencionalistas a ser manipulados por pensadores pr oposici onais. A conquist a irreversível de Hegel é ter compreendido inteirament e a deformação dominante dos símbolos, e seu grandioso fracasso foi ter tentado chegar a uma soução ndindo a realidadeIsso e a realidadecoisa no novo simbolismo do Sein um sujeito que desdobra sua substância "dialeticamente no process o his tórico até chegar a seu eschaton seu Fi m, na conceituaçã o plenamente artic ula da de sua a utoconsciência, abrangendo assi m a própria realidade abrangente.
1 2 Deus: sm sem sentid
Embora seja difícil, se não impo ssível, apresentar a con quista ou o fracasso de Hegel em suas próprias palavras, considerando a ambiguidade de sua lin C
I Dtâna eflexva versus dentdade eflexva
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guagem, é possível identicar o ponto em que a deformação dominante pro voca sua severa resistência: o ponto traumático esá manifesto em su preocupação com o Gott ist das Sein proposicional. Nessa proposição, "Deus é para Hegel o sujeito em dois sentidos. Em primer o luga r, ee é o sujeito gramatica do qual Ser é predicado ; em segundo ugar, ele é um sujeito no sentido de uma consciência autorreexiva. Como sujeito gramatical, Deus é para Hegel uma entidade supérua. Se as sentenças omeçam com "Deus como e m "Deus é eterno, ou "o Am or, ou "o Ser, ou "o Uno , então Deus é um som sem sentido, um mero nome, e só o predicado diz o que ele é; "e sse princípio vaz io [da sentença] só se torna co nheciment o real em seu m. Poder se ia justicadamente in dagar, portanto, por que não falar unicamente do sentid o predicativo, "sem acres centar o som sem sen tido" (22 ) Por consegui nte, numa discussão losóca poder ia ser proveitoso "evitar o nome de Deus (54 Assim, como sujeito gramatical, Deus tem de ceder seu lugar ao Se r. Todavia, mesmo n o lugar gram atical Deus ainda tem alguma utlidade. As pro posições incriminadas reetem " a necessidade de imag inar o Absout o como Su jeito . É verdad e que as proposições ap e nas põem o Sujeito, mas não o representam em seu movimento autoreexiv o; mas a palavra "Deus ao menos indica que se postula "um ser ou uma essên cia ou alguma coisa em geal, mas m algo que é autoeet ido, um Sujeito. Mas mesmo essa concessão poderia ser demas iadame nte generosa, pois a imagem "Deus meramente "antecpa o Absoluto como Sujeito, na medida em que o põe somente como um ponto quiescente, não na realidade de seu Ser como um "movime nto concetual ( 23 ) Conferr ao Ser de H egel o mov imento do Intelecto divino, sem o qual, de outro modo, esse Ser não seria mais que uma "genealidade, parec e ser o último e não de todo indubitável servço que Deus pode prestar.
1 3 Ambi gu idade e val idade pa radox al
As famosas e provocativ as passag ens permanecerão a nalticamente ininteligíveis a menos que as experiên cias deform adas pelo ato ambíguo de resistên cia sejam identicadas. que se impõe à nossa atenção, antes de tudo, é o jogo questionáve l com o símbolo "sujeito. Se sua ambguidade fosse relevada como um simples equívoco, invalidan do a construção, peder s eia a questão ex periencial sub 88
Odm
I E a da orde
jacente. Temos de distingui o componente expeienciamente válido da equivocação de sua defomação. Encontamos o que chamo de componente expeienciamente váido em nossa pópia análise da consciência. Po um ado, o sujeito da consciência visava à eaidade como seu objeto, motivando o símbolo de uma eaidadecoisa; po outo ado, os atos da consciência situada copoamen te ev elaamse eventos na eaida de Isso e, sob esse aspecto expeiencia, tiv eam de se popos icionam ente "pe dicados da eaidadeIsso como seu "sujeito. A equivocação não foi um eo ógico, mas a manifestação inguística do paadoxo da consciência, da intencionaidade e da luminosidade, que estende sua estutua aos pobemas da eaidade, da inguagem e da imaginação. A estóia da busca da vedade tem uma nguagem, a linguagem do conto, n a qual os símbolos que ex pess am as expeiên cias se tonam sujeitos nas sentenças com pedicados como se fossem "coisas detentoas de popiedades. Se a consciência das expeiências que geaam os símbolos não é pesevada ou estauada, a tensão naativa acontecimento na estóia pode leva a enganos litealistas. Hege, temos de econhece, encontou e apeendeu o poblema; com efeito, efetuou agumas obsevações muito impotantes aceca da linguagem do conto, como veemos no devido tempo . as, se suas noções ainda assim pemaneceam ambíguas, devese pocu a a azão disso em sua esistência ao símbo o defomado "Deus sem uma análise suciente das azões expeienciais paa sua fomação ou dos modos históicos de sua def omação .
Deus: a experiência de sua morte
Hege é um pensa do instuído sobe a histó ia e de fomidáve l habilida de analítica. Diante da decaação de que o símboo "Deus é um som sem sentido, a indignação eligios a seia u ma esposta tão fátua quanto a manifestação de eg ozijo es caecido. Quando um Hegel é ambíguo, sua ambiguidade eete um pobema ndmental na estutua da consciência que se tonou opaco em s ua época. Emboa a ma nifestação adical d a opacidade na s declaações de Hege seja um even to especicamente "moden o, a estutua paadoxal dos símboos evelatóios no pano de ndo, assim c omo o potencia de sua defomação sobecaegaam a linguagem dos deuses com seus poblemas até onde emontam noss os egistos escitos , isto é, ao Egito do teceio miênio antes de Cisto. Ademais, os pobemas desse tipo atingiam um
I Dtâna rflva versus nta rflv a
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novo nível de gravidade desde que o símbolo "Deus se tornou diferenciado no chamado sentido monoteísta. A opacidade na época de Hegel te de ser compreendida em seu contexto histórico como a culminação de uma luta milenar com os paradoxos da revelação divina. Nessa situação, a única resposta criticamente pos sível é a análise do sentido do síbolo "Deu s ao emergir da experiênci a da realid ade na Antig uidad e helênica, uma análise que terá de incluir os problemas da formação e da deformação em to rno de sua gêne se. E ssa análise será apresentada nas seções imed iatamente seguint es do presente capítulo. Antes de nos dedicarmos a es sa análise, contudo, temos de identicar a característica da ambiguidade de Hegel que a torna representativa de uma fase histórica "moderna naquela luta milenar. Essa característica foi fre quentemente observada de maneira incidental, mesmo no nível dos gracejos; mas, até onde sei, nunca foi adotada como tema de análise de modo a fazer justiça ao alcance da consciência histórica de Hegel. Chamarei essa característica representativa de traço sériocômico do moderno movimento "Deusestámorto. O movimento tem de ser levado a sério: a fórmula concisa sobre o "som sem sentdo não é idiossincrática, mas tem de ser aceita como a expressão de atord ade do movm ento "Deu sestá morto que caract eriza um período da modernidade ocidental que agora dura por cerca de trezentos anos. Os fenô menos históricos são bem conhecidos. enciono apenas, antes de Hegel, o ateísmo iluminista, sua radicalização ativista em Encre un efort Français ... (1793) do marquês de Sade, e o contraponto paralelo no sonho depressivoresistente de Jean Paul, Rede des toten Christus von Weltgebude herab dass kein Gott sei ( 1794); e, desde Hegel, a variedade de metodologias positivistas
antiteístas, a psicologia de projeção de Feuerbach e arx, a reexão nietzschiana sobre "o assassinato de Deus e, no século X a explosão existencialista da literatura da co rrente "Deus estámorto . a s o movim ento tamb ém tem seu toque cômico: o Deu s que é declarado morto está vivo o bastante para ter mantido seus agentes nerários nerosamente ataref ados já por tr ês séculos . Entretanto, a vida que ele es tá levando, antes e depois de sua morte, é conturbada e complicada. Ao ser interrogado por eminentes pensadores, Deus não parece saber ao certo se é uma substância ou um sujeito (Spinoza/Hegel), ou, talvez, ambos, ou se não existe de modo algum, se é pe ssoal ou impessoal, co nsciente ou inconsciente, racional ou irracional, se é só espírito ou se também é matéria, se é somente uma ideia regula 9
I E a da rd
dora (Kant), se é ou não é idêntico a si mesmo, ou se é a identidade da identi dade e da nãoidentidade (Hege), se é um ser ontoógico ou teoógico, ou ambos, ou se é ago inteiramente diferente (Heidegger). que é absouto nes se debate ambí guo sobre o Absouto é a sua seriedade morta. Deu s parece ser o único que pode rir da situação.
1 5 A moa idade e a imo ai dade dos deuse s
Nã o se podem negar nem a serieda de do movim ento "Deus estámorto nem o s eu toque de comédia. Ambas as características de rivam do paradoxo no compexo consciênciareaidadeinguagem. A nguagem dos deuses simboiza a experiência da Parusia do A ém. A reaidade divina é e xperimen tada como presente nos movimentos ordenadores divinohumanos da ama, e, ao mesmo tempo, como ago q ue está "aém de sua presença concreta. Na aná ise de Santo Tomás de Aquino, por exempo, aparece o Deus pessoa que porta o noe próprio "Deus, mas, por trás do Deus que profere sua Paavra e ouve a p aavra da oração, assoma o Deus sem nome, impes soa e tetragrâm co. Deus que é experimen tado como concretamen te presente permanece o Deus am de sua resença. A ssm, a nguagem dos deuses é rovida do probema da simboização da experiência de uma reaidade divina não experienciáve. Embora os símboos imaginativos que expressam essa experência nunca sejam conceitos intencionaistas denindo a natureza de u m deus, ees têm, inguisticamente, a aparência d a inguagem no modo da reaidade cois a. Consequentemente, se a inguagem dos deuses for erroneamente entendda como uma inguagem conceitua referente a uma enidade divina "aém da experiência do Aém e de sua P arusa, o s deuses terão de mo rrer quand o sua inguagem for substituída por uma inguagem mais adequada no processo diferenciador da busca da verdade. A cena histórica ca repeta de deuses mortos . Se , porm, es se erro não f or cometido, se a consciênci a da experiência e da simboização pe rmanecer viva, ou for acançada, a suce ssão d os deu ses se tornará uma série de acontecimentos a ser embrados como a história da Pa rus a do Aém div ino vivo. Não o Aém , mas sua Parusia na co nsciência cor poreamente situada do homem inquiridor, a experiênc ia da reaidade divina não experienciáve, tem histó ria: a história da verdad e emergindo d a busca da verdade. So b esse aspecto, o esforço sério da busca da verdade adquire o cará ter de uma comédia divina.
I Dtâna reflexva versus detdade refexva
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1 6 A i ng uag e ds deu ses M e-Paus ia-L e bran ça
Hege estava penamente ciente das estruturas paradoxais e r eexivamen te distanciadoras na in guagem dos deuses. Enumera rei as principais questões a respeito das quais ee expressou sua consciência na Fenomenologia (a ) E e sabia que, ao morre r em s ua "era modern a, os deuse s nã o estavam morrendo pea primeira vez na históri. Nas civiizações antigas os deuses também haviam morrido. Numa variação da theologia tripartita estoica, nos três capítuos sobre "reigião natura, "reigião da arte e " reigião re veada, ee embrou os deus es que vi veram e morrer am no pa ssa do. Em partic uar, ee reetiu sobre os deuses oímpicos através da dissoução nas "nuvens da co média de Aristóanes (51720; ver também os comentários sobre a komische Bewusstsein 523 (b) Hege, sabia, aém dis so, que os deuses, ainda que morram n a história como vítimas do processo dierenciador da verdade, têm de ser "embrados como deuses vivos, pois sua puraidade em coexistência e sucessão é a Parusia do Aém vivo (508 Hege, embora tenha decarado ormamente que o próprio Deus morrera (dass Got t gestorben ist "na abstração da Wesen divina à qua se entregavam seus contemporâneos doutrinários (523, 546, sabia que o Deus morto estava vivo o bastante para ceebrar uma Parusia no Sistema da Ciência: na Fenomenologia a theologia tripartita é seguida por essa Parus ia no capítuo concusivo sobre conhecimen to absouto uma Parusia, ainda que ibidinosamente d eormada pea e specuação autoarmativ a de Hege . (c) Por m, e mais imp ortante, um conhecedor dos antecede ntes históricos de seus pró prios es orços anaítico s, Hege estava amiliarizado co o si m Mnemosine divinohumana, o boismo hesiódico da àLembrança A de Hes símboo que devemos imaginação(5078 criati va odo, dierencio u de modo rudimentar a distância reeva da consciência em reação ao processo para doxa da reaidade. Hesíodo simboizou, nos imites de sua inguagem com pacta, a distância "recordativa em reação à experiência da reaidade como um Todo , e, em parti cuar, à experi ência do Além divino não experienciáve e sua Parusia nos deus es que vivem e morrem. Ao dierenciar a experiência da distância reexiva, ee abriu a consciência para o processo da realidade como uma estória inacabada. Hege , por su a vez, entendia muito bem a Lembrança como o constitui nte da consciência histórica; mas ee queria te rminar a estó ria. Para esse propósito, a visã o noéti ca no interior da es trutura p aradoxa da reaidade tinha de ser autoarmativamente deormada na ação de dominar o 9
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I a da d
paradoxo como uma "coisa; e, com o misério transormado numa "coisa a ser dominada, a Lembrança distanciado ra que havia aberto o hori zonte histó rico poderia se tornar instrumento de seu echamento sob o pretexto de que tudo o que valia ser lembrado acerca do processo da verdade na realidade já havia sido lemb rado. Com essas suposiç ões dadas como certas, o processo pa radoxal da busca da verda de podi a ser assumido c omo terminado, e a estória inacabad a podia ser conduzida ao seu F im no Sistema da Ciência . A deormação de Hegel de certas estruturas da consciência, no entanto, não deve obs curecer o ato de que ele agiu em revolta contra a de ormação ainda pior das mesmas estruturas no inconsciente público que o cercava socialmente. Ele s ó pôde deormar as experiêncas ndamentais porque primeiro as redescobriu, em oposição aos símbolos que haviam perdido sua onte experiencial de signicado e, consequentemente, se tornado um corpo morto de ideias e opiniões. Por conseguinte, a enumeração precedente não deve ser entendida como uma crítica de Hegel, mas, pelo contrário, como uma tentativa de esclarecer e sa lientar sua realização. Sua redescoberta da onte experiencial da simbolização, assim como sua identicação dos problemas ndamentais na estrutura da consciência são irreversíveis. que tem de ser revertido é sua deormação dos proble mas identicad os. As duas se ções segu intes "A Mne mosine de Hesíodo e "Lembrança da realidade analisarão, em sua orma srcinal não de ormada, ases d o proc esso da verdade que Hegel, como mostra a enumeração acima, reconhecia como antecedentes de sua própria compreensão da consciência. Por meio desse método será possíve l, espero, restituir alguma signicação aos sons que se tornaram destituídos de sentido.
§3 A Mnmn de Hesíodo
Hesíodo desenvolve o simbolismo de Mnemosine em sua Teogonia nas invocações às Musas. A Teogonia é notável por se u princípio, não com uma, mas com três invocações. Presumo que elas ormam uma unidade de signicação . Como unida de, as in vocaçes destinamse a lidar com os vários apectos de "começ ar um re lato isto é, uma em brança da realidade e de suas estruturas que se supõe ser ve rdadeiro. A m de assegurar sua verdade, o relato tem de "começar com uma inquirição na estrutura da própria busca recorda tiva da verdade. Des se modo, a respo nsabilidade noética da busca tornase temát ica. No que se re ere a esse aspecto temático , o "princ ípio triádico
I Dtâna flxva ersus dntdad flxva
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da Teogonia pode ser comparado às " Invocações de Hegel do Geist na rre de e na Einleitung à Fenomenologia. Seguirei o desdobramento do simbolismo ao longo das três Invocações consecutivas
A aru sia das Mus as a media çã da ver dade divi na
Na primeira Invocaçã o (. 1 3 5) , a s Musas Helcô nias são exa ltadas como as mediadras divinas da verdade sobre a realidade, isto é, "sobre as coisas que ainda estão por vir e as coisas que suceder am no passado (32 ) O poeta experimenta a verdade da realidade como um Além divino que não pode s er apreendi do pela consciência intencional em seu Ansich mas que tem de ser mediado pela Parusia das Musas. Esse movime nto divinohum ano na metaxy é reatado como o evento existencial revelador no qua a verdade da realidade se srcina (2628) O evento vem ento acompanado da asseveração de que a revelação presente será mais verdadeira do que aquo que foi por vezes revelado aos predeces sores do poeta e or eles mesmos. Os símbolos precedentes podem se tornar fasos seudea quando, no processo de diferenciação, são substituídos por imagens mais adequadas (alethea; Hesíodo está consciente da tensão entre verdadeiro e falso na simboização imaginativa (2728 E, por m, a verdade que as Musas ordenam que el e cante é "da raça dos seres eonta] eternos bemaventurados, e somente deles antes de tudo e por último (3334); não há canção dos deuses sem que sua presença seja mediada pelas Musas. Embora o evento estencial tenha se revelado em seu acontecimento , por ora não s e revela nada além do fato de ter acontecido. Es tamos no estágio da anális e que, em outra ocasiã o, conden sei na seguinte fórmula sucinta: o fato da reveação é o seu c onteúd o NSP 7]8• 2 As Musas lembram as deuses sua divindade
Na segunda Invocação (3 6 104) , Hesíodo distancia o evento reetindo sobre a estrutura experiencial na revelação da Música. A primeira Invocação 7 As referênas a Hesíoo nas págnas segntes no orgna em ngês tam a eção e
Teogonia pbaa pea Loeb Classa Lbra om eção e tração e Hg G elyn Wte The new science ofolitics.
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I m a a r m
determinou que ele exaltasse as Musas antes de tudo e por último; agora ele obedece "Co mecemos com as Musas (36. As Musas são as as de Mnemosine a Lembrança, de sua união com Zeus em seu ato de "esquecer os problemas e descansar das preocupações (53-55 . Sua gênese e também sua nção são imaginadas como internas à própria realidade divina. O cenário de sua geração é o Além olímpico, ou, antes, um Além jovian o superio r ao olímpico, poi s salientase que su a geraçã o se deu "longe dos imortais (57; e, ao nascer, elas têm de entoar seu canto rememorativo para os olimpianos, mas, acima de tudo, para Zeus, "o pai dos deuses e do s homens (3643. As Musa s, portanto, medeiam a divindad e primariamente para os próprios deuses, e apeas secundariamente para os ho mens, insp irando a pal avra ordenadora de príncipes e a edos (79104 Mas o que é essa estranha lembrança, interna ao Além divino? De que as Musas têm de lemb rar os deus es? Os olimpianos têm de ser lembrados de sua existên cia como a presenç a da ordem divina, vitoriosa sobre a desordem dos a ntigos deuses dos qua is povieram e que ainda estão vivos. A Lembrança, no sentido do símbolo hesiódico, não rememora um passado morto, mas lembra uma presença que só é uma presença vi va se está plenamen te consciente de sua vitória ordenadora sobre as forças que estiveram outrora tão vitorioamente presentes quanto ela está agora. Em sua linguagem compacta do mito, Hesíodo expressa sua isão da Lembrança como a distância reexiva em relação ao evento existencialmente ordenador na metaxy. A Mnemosine distaciadora é a dimen são da consiên cia a qual a presença do Além, experimentada como a força ordenadora no evento, adquire a realidade de sua Parusia na linguagem dos duses. A "es tência dos deuses é a presença do Além divino nos símbolos da linguagem que express am sua Pa rusia em movimento na experiência da f oça odena dora ão experienciável no evento existencial. Com Hesíodo, estamos toando os limites da simbolização na linguagem dos deuses não há deuses sem um Além dos deuses . Estamos no estágio da análise diereniadora no qual a relação ente os deuses e s eu Além está se tornando noeticamente pob lemátia. Na pimeia Invocação, as Musas Hecônias medeiam a verdade do Além olímpico inspi rando o canto hesiódico. Na segunda Invoação, o ém olímpico adquie uma estrutura interna. Os imortais parecem esta em dúvida acea de sua própria Parusia como os deuses vitoriosamente odenadores e têm de se lem bados de sua presenç a divina pelas Musa s. Ma s as Musas não existem até que I
â a va vesus a va
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sejam geradas por Zeus em Mnemosine. Um Além joiano se dierencia dos deuses do Além ol mpico Mas tampou co Zeus é o Além últim o Embora se ja imortal, ele tem de ter nascido para ser imortal; e, ao conquistar sua vitória sobre os outros deuses nascidos, ele tem de ser "lembrado de sua presença vitoriosa Ademais, é preciso obs ervar que mesmo após a vitória sua existência persiste tão intensamente atribulada pea uta para manter ordem contra as orças de resistência que ele tem de buscar descanso de suas preocupações na união com Mnemosine. As Musas azem que o deus "esqueça por um mo mento a luta contínua, pondo a ênase de seu canto rememoratvo, de modo reconortante , na presença vitoriosa na da realidade divin a ordenadora No esorço divino na direção de uma estência verdadeiramente ordenada, as Musas ento am um canto visionário d a divinamente verdade ira exstênc ia além da luta Seu canto tem um tema apocalíptico, e o apocalipse é cantado não somente para os homens, mas para o próprio Zeus A existência jovana, com a precária consciência de sua presença, é uma Parusia, isto é, um evento revelatório numa realidade divina abrangente O próprio Zeus tem um Aém A pressã o noética na busca de Hesío do az que empilhe um Além sobre outro no medium do mito, um processo que prenuncia sua culminação na visão platônica do epekeina noético além de todas as coi sas exstente s, incluindo os d euses e o próprio Zeus Mesmo quano a visão do m divino é acanada, po rém, nm Platão nem, depo is dele, Ploti no negariam a divinda de dos deuse s antigos Os antigos deuses tornaramse "antigos sob a pressão noética, mas permanecem imortai s Eles não morrerão Por que não?
3 O conto das cosas
(t t) divinas
A resposta a essa pergunta é o tema da terceira Inv ocação (105-115. Hesíodo experimenta o Além, n o senti do da orça gerado ra e ormativa em toda reaidade, tão compactamente presente nas estruturas geradas e ormadas, indo desde a tríade primordial do Caos, da Terra e de Eros até os deus es olím pico s, que a Parus ia da orça não é su cientemente di erenciada de seu Além As estrutur as ainda são compactamente di vinas Embora a pressão noética em seu pensamento seja maniesta, ela não evoui imaginativamente para uma simbolização do Além noético Esse estágio intermediário da mitoespeculação tem a vantagem de que Hesío do não é assediado pel a tentação de erigir o Além numa entid ade intencionalista; por con seguin te, ele não tem de resistir, como 96
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Hegel, ao enseits de uma Parusia hipostasiada; seus deuses têm Além o bas tante para que não tenham necessidade de ser lembrados de sua divindade Numa linguagem mais diferenciada que a de Hesíodo, porém menos defor mada que a de Hegel, teríamos de dizer que os deuses são imortais porque nasceram da presenç a participativa do Além n a tensão divinohumana da me taxy mas que os imortais partilham a temporalidade porque também nasce ram da presença participativa da consciência humana responsivamente ima ginativa na limitação de sua mortalidade temporal corporeamente siuada A luta inquisitiva pela ver dade da realida de é a luta da realidade por sua verdade; ela se dá no interior da realidade e envolve toda a hierarquia do ser, desde as estruturas materiais básicas até a experiência formativa do Além não experienciável A imortalidade é experimentada pelos mortais; o que nasceu no tempo morrerá no tempo; sua imortalidade é adquirida em virtude de sua participaç ão na estória da realidadeIs so Com ess a últim a formulação, estamos retornan do aos símbolos de Hes ío do, poi s não há particip ação na estóri a a ser contad a da realidadeIss o a menos que seja "rememorada; e como ela pode ser "rememorada a mens que o caráter participativo da estória seja realmente experimentado na existência presente da realidade existencia? A lembrança no sentido hesiódico consttui a consciência como a consciência de sua própria estória na luta da metaxy de sua gênese como parte de uma estória abrangen te Se o presente da realidade existencial não fosse relembrado como uma estória metaléptica, não haveria estória de nada Se, contudo, a estória da lut a na metaxy contada em distância reexiva, constitui a estrutura da consciênca no "presente, então ea constitui seu passado e seu turo como "P resentes em seu próprio tempo A estória participativa, se lembrada no presente da existência, expandese na estóra de seu passado e de seu turo como a estória das relações entre seus "presentes dentro dos limites, é claro, do conhecimento con cretame nte disponív el no momento Suspeito que o intensamente disc utido problema da "historicidade encontrou, na Lembrança de Hesíodo, um símbolo anaítico difíc de ser melhorado Esperase que as usas da terceira Invocação relembrem a gênese dos deuses, nascidos (exegenonto da Terra, do Céu estelado, da Noite e scura e do ar sagado (105-107. Os "deuses nascidos dessa fonte, embora sejam cha mados a trazer a ordem para o mundo e para si mesmos na justiça (Erga 1-1 ; Teogonia 7 1 73 não criaram o mundo que têm a incumbência de ordenar A tensão da criação s alvação está presente na experência hesi ódica da realidade
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A m de apresentar seu relato da pre sença criativamen te divina no pr ocesso da realidade, contudo, as Musas têm de u sar a inguagem hesi ódica da divndade compacta, isto é, uma linagem dos deuses que ainda não diferenciou sucientemente a tensão PrincípioAlém e a tensão ParusiaAlém O s símbolos que estão à dispo sição d e Hesíodo e das M usas são um m eio de e xpressão imaginativa demasiadamente compacto para que seja inteiramente adequado ao grau de diferenciação noéti ca que a experiência atingiu Co nsequentemente, a estória contada pela s Musas tem de enfren tar certos problemas de simbo lização A estória deve contar a epi fania da s estruturas na realidade como uma manifestação da criatividade divina: as estruturas experimentadas, como no livro do Gênesi s, vão desde as f ormas materia is da Terr a e do Céu até o movimento formativo do Além divino na metaxy; além disso, como no Gênesis, requerse que as Musas contem essa estória da realidade criacional "desde o princípio (ex arches ( 1 1 5 e, todavia, elas têm de contar a estó ria da criatividae divina sem simbolizar o poder criador divino aca de todas as coisas existe ntes Mas como um Princípio começa s e não há ém atuante e nada sobre o que atuar? Hesíodo, ao que parece, tem de lidar com o mesmo proble ma de Hegel, o problema de contar uma estória que pressupõe a experiência do Além sem simbolizá o Há, n o entanto, uma importante dif ernça entre os dois casos Para Heído, a experiência e a simbolização movemse imaginativamente rumo à diferenciação do Além, enquano Hegel tenta anular uma diferenciação acançada submetendoa ao esquecimento imaginativo gu mas obseaçõe sobre as ambiguidades na linguagem com pacta porém recordativa de Hesíodo tornarão mais inteligíveis as ambiidades na construção diferenciaa po rém olvidativa de Hegel Os síboos dominantes na estória de Hesíodo são os "deuses (theoi e as "coisas ou os " seres (eonta. O símbolo "deu ses representa, acima de tudo, os olimpia nos, mas também sua Le mbrança existencial, isto é, Mnemosine e as Musas; diz respeito ainda aos "deuses dos quais os olpianos descendem, isto é, a Urano e Cronos, mas também a linhas laterais como os Ciclopes e os Titãs; e, or m, o símbolo tem de abarcar a tríade da sucessão divina, ist o é, a tríade CaosGaiaEros Embora as relações entre os sucessivos etratos de "deuses sejam simbol izadas como genéticas no sentido biológico, o princípio da inh genealógica permanece ambíguo É verdade que a cada membro da tríade primordil é atribuída uma posição especíca mediante epítet os auda tórios: Caos é distingido como o primogênito dentre todos; Eros, como "o mais belo dos de ses imortais; e Gaia, speciamen te, a Terra, como "o lugar 98
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I E sa da o rde
genético seguro hedos aspha les] de todas as coisas pan ton" ( 1 16- 120. Contudo, nenhum deles é a onte criadora dos outro s dois, n em tampouco há por trás deles um agente criador ou um materia sobre o qu al este pudesse ter atua do. Caos, como salientou Werner Jaeger, não é esse material; ele não é nem a chora platônica nem um tohu wabohu hebraico, mas a enda crescente entre o Céu e a Terra. Os membros da tríade são inexoravelmente autogenéticos; sua orça criadora é imanente a eles mesmos. Essa ambiguidade de uma realidade autogenética é então composta pelas relações ambíguas entre os símbolos "deuses e "coisas. As Musas devem contar a estória "das coisas eonta] que são, que serão e qu e já foram ( 38). Mas o que são tais eonta? Quando as Musas alam da terra, dos r io e do mar, do céu e das estr elas, e dos deuses dees nascidos, i sso s oa como se as estruturas cósmicas enconadas ossem as "coisas das quais os "deuses nasceram (10111 mas, ao retrocedermos na linha genética até a tría de autogenét ca, não pode haver dúvida de que as estruturas cósmicas são também "deuses. Além disso, quando os próprios olimpianos são denominados " a raça das eonta imortais que são eternas (33 105 "deuses e "coisas parecem se torn ar sinônios. Ma s, se são sinônimos , o que seriam então os homens? Eles se tornam "deuses quando as Musas têm de cantar sobre " a raça dos homens o u são "coisas de um tipo die rente? Certamen te, o esíodo a quem as Musas se dirgem como "u pastor de regiões agrestes, ua abjeção repusiva, uma mera barriga (26) não se parece muito com um "deus. E, todavia, quando as Musas concedem a um governante, um basileus os dons de "um julgamen to sábio e uma fala graciosa, o s membros da assemblea o acoerão co m reverên cia como um "deus (1) e a mesma divindade parece ser conerid a por sua audiência ao cantor, o aoidos que pode dissipar a dysphrosyne (angústia, pesar) de um hoem com seu canto (93103).
A visão hesiódi ca da eal idad e
Dentro dos limites de sua linguagem compacta, as ambguidades dessa classe não podem ser convertidas e m declarações não ambíguas. Elas só podem ser historicamente compreendidas coo enômenos oriundos das tensões en tre a experência existencial, a exegese analítica e a simboização iaginativa num estágio especíco da mitoespeculação. Contudo, compreender historicamente o simbolismo ambíguo não signica estabelecêo com o um objeto morto num ponto da linha do tem po, como s e osse uma antiguidade a ser preser Captulo
I Dtâ a flxva versus dtdad fxva
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vada por seu valor orname ntal; sig nica, antes, parti cipar em sua presenç a viva como evento na busca d a verdade Ele ef etivamente possui ess a presença, graças à itensida de do esforço noético de Hesío do em abertura para o Além; e, em virtde dessa abertura, ele não só ilumina a estrutura da consciência que tentamos exporar em seu próprio presente, mas também seu passado e seu turo ao irradiar luz sobre a estrutur a do mito mais compacto do qual emerge, bem como sobre as diferenciações que ainda estão por vr Articulando assim nosso modo de compreender o evento, estamos de fato participando na visão hesiódica da realidade como "as coisas ta eont a] que são, que serão e que foram antes (3 o grande sibolismo que expressa a constância da estrutura experimentada no complexo consciênciarealidadeliguagem Apontarei agora agns dos raios de luz lançados pela presença do Além no evento sobre suas dimensões temporais do presente, do passado e do turo No que diz res peito ao seu presente: quando os deuses de Hesíodo são coi sas e suas coisas são divinas, não devemos suspeitar de equiv ocações causadas pela inabilidade do poeta em distinir os deuses, os homens e as coisas do mundo exte rior, mas reconhecer (a) os símboos como ambíos e (b) a tensão paradoxal da consciência co mo a fonte de sua ambiguidade A realidadecoi sa e a realidadeIsso, embor a sejam s ujeitos gramatica is em proposições, não são entidades, mas ps de tensã expermentads como mutuamente participantes no pro cesso da eaidade: a reaida deIss o é a dimensão "abrangente experimentada como presente em todas s coisas, e as coisas são experimentadas como "transcenden do su a existê ncia para dentro da realidad eIss o Pode mos dizer que toda reaidadecoisa transce nde para a realid adeIss o, enquanto a reaidadeIsso abrange toda reaidadecoisa As ambiguidades das Invocações sugerem que Hes íodo era intensa mente sensív e à tensã o compreender transcender no Todo paradoxal da realidade Para ee, a enorme multipicidade da realidadecoisa trazia a aura divina de transcender para a realidadeIsso abrangente, e, em virt ude de sua aura div ina, todas as co isas a terra, o céu, o mar, as estrela s, as montan has, os rios, as ár vores, os animais, os home ns podiam ascender imagin ativamente à posiçã o divina, à posição dos " deuses Quanto ao s eu pas sado, a s ambiguidad es mitoespeculat ivas fazem que nos tornemos cientes das estruturas noéticas no convencionalmente chamado po liteísmo, q ue são mai s difíceis de discernir nos níveis mais compactos da simbolização mítica As co isa s têm uma aur a divina Por cons eguinte , não devemos nos surpreender ao encontrar tais subdivisões coisais da divindade como os deuses cósmicos do céu e da terra, do mar e do submundo, como os ele 1
I E a da orde
mentos divinamente srcnado rs terra, água, f ogo e ar, com a inclusão de um éter divino quintessencia, como s divindades ctônicas, como o s deuses terio mórcos e antropomórcos o u as forças psíquicas divinas do amor e da dis puta (eroseris. Inversamente, os deuses têm uma aura coisal. Eles têm um corpo sucientemente coisal para se tornarem atores em estórias de ordem e deso rdem, de ações benevolentes e malevolentes, justas e injustas, prudentes e emocionais, de sofrimento e de vitória, e até se tornam visíveis, embora seus corpos não sejam compostos da matéria que compõe as coisas do mundo exterior. Cerca de dois séculos depois de Hesí odo, es se corpo cois al porém imateri al dos deu ses parece ter se tor nado objeto de questionamento medi tativo, co mo se pode depreende r das imag ens concernentes de Xenóf anes e Ésqui lo. Deus Uno de Xenófanes, embor a não seja um dos muitos deuse s e "não similar a o mortai nem em corpo demas] nem em pensamento (B 23 ), par ece ter, to davia, ago como um corpo, já que é um deus que "tudo vê, tudo sabe e tudo ouve (B 24) porém um corpo peculiar que "permanece sempre no mesmo lugar e nunca se move sendo im prório de deus mov erse para l á e para cá , mesmo quando o deus sem labuta (a napeuthe ponoio está agitando todas as coisas "com o pensamento de sua mente (B 25); e, nas Suplicantes de Ésquilo, en contramos o deus que, de seu lugar sagrado, realiza seu pensamento "d e algum modo (empas sem a força, pois "tudo o que é divino é sem labuta (pan apo non daim onion (96- 103 . Embora a questão paradoxal dos corpo imateriais divinos não deixe de ser objeto de interesse meditativo, ela não se dissolverá sob a pressão da diferenciação: nos contextos pósclássicos imperiais temos de constatar sua sobrevivência, e até sua força renovada, em simbolismos tais como a matéria espiritual dos estoicos ou a distinção paulina entre um corpo carnal e um coro dóco. A mitoespeculação de Hesíodo nos torna cientes das experiências ndamentais da realidade que requerem, para sua expressão, a linguagem dos deuses, mesmo que no processo de diferenciação os muitos deuses sejam substituídos pelo Deus Uno. passado da experiência não mor rerá com a diferenciação; ele faz pate do Todo da realidade, das "coisas que são, serão e já foram• As coi sas deus partic ipam de uma estória inacabada da realdade. Elas se tornam transparentes para o paradoxo da consciência, pois a mitoespecuação As efeênas a Xenófanes são da edção de DEKZ Frente der orsokrtiker, Bem 1954.
I tâna refl exva veru dentdade refexva
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de Hesíodo não trata dos deuses ou das coisas como entidades compactamente autônomas em estórias autônomas (mitos), mas de sua aura divina e coisal como polos da tensão no processo genético da realidade como um todo. Há somente uma realidade; es sa realidade única está envolvida em seu movimen to genético único dos deuses e das coisas rumo à única orde justa do todo; e, se a ordem é experimen tada como estan do distante de ser alcançada no presente, sua imperfeição é a preendida como tal po r uma visão do todo cuja ordem chegou ao m da lu ta por conquist ála. Dominados por essa visão, os deuses e as coisas perdem seu tatu como entidades compactas e se tornam partícipes na estória abrangente de um a reaidade cuja luta pe la ord em eles tê m de efetuar no momento genético Nem mesmo o Zeus olímpico, como vimos, é eximido dessa luta particip ativa, e tem de buscar alívi o de se us aborrecimentos p or meio de Mnemoine e das Musas apocalipticamente rememorativas. A tensão que se experimen ta entre o todo não tensi onal e a luta tensional para sua realização, a tensão entre um Além divin o do tempo e sua Parusi a temporal, portanto, dife renciou se na visão de Hes íodo , mas o event o não resultou na criação de sím bolos expressivos correspondent es. Os símbolos compactos torn ams e ambíguo s, poi s têm de portar os signicados de uma experiê ncia diferenciad a. Estou salientando a discrepância entre a experiência e a simbolização na visão a m e reforçar que se dê ateç o às extraordinárias diculdades, hesitaç ões e resis tências que têm de ser superadas quando um pensador f adado à visã o que é um homem com uma consciênc ia situada em seu corpo, que está situado numa sociedade corpórea com suas tradições de simbolização compactas, que está situad a num cosmos corpór eo cuja evoluç ão estrutural culmina na gênese dos seres hum anos morai s dotados de consciênc ia tem de resp onder à m anifestação, em sua consciência, realidade além coisidade compacta suas imagens tradicio naisde dauma real idade de umdaAlém dos deuses, um de Além das coisa, um Além do cosmos, de uma realidade além da realidade em cuja verdade ele acreditava viver [ ele vivia? ES] • A artic ulação exegética dessa visão e de suas implicações requer esforços participativos e leva tempo. Mencionei anter iormente o per íodo de mais de dois séculos transcor rido para que um detalhe especíco, o cor po imaterial dos deuses , se tornasse objeto de aten ção na linguagem de Xenófanes e de Ésquilo; e, até quatro séculos depois de Hesío do, na exploração analiticamente comple ta do Além das coisas existente s por Platão, a questão experiencial da visão hesiódica ainda teve de assumir a S = s Sandoz
Om i
I E ba da orde
forma de uma pernta, na f ormidável indagação: "Quem é es se Deu s? (Lei, 713a), esse Deus além dos deuses dos "poetas, de Homero e Hesíodo. Em razão da discrepância entre a experiên cia e a simbolização, a visão de Hesíodo possui um turo de exegese experie ncial e linguística que se estende até o nosso própri o presente e além. O s principais eventos nesse processo criação dos símbolos do ém, do Um, do Todo, do Deus Único, do Ser, do Nada, da Plenitude, do Pleroma, da reaidade divina, da viae eminentiae e ne gationi, do armativo (catafático ) e do negativo (apo fático ), da teologia dog mática e míst ica serão abord ados em co ntextos posterio res. No momento, esclarecerei o signicado de " turo na v isão, concentr andom e em três eventos, distintos entre si pela proxmidade em relação aos problemas suscitados pelo próprio Hesíodo em sua mitoespeculaão. São eles: o princípio da razão suciente na formulação de Leibniz, o símbolo da autogênese conforme desenvolvido pelos neoplatônicos e o signicado do símbolo Deus desenvolvido por Tomás de Aquino. Considero primeiramente o caso mo derno, o princípio da razão suciente na formulação de Leibniz, por representar o mais rico acmulo do "turo hesiódico. Como fontes da análise, uso os ensaios tardios Le príncipe de la na ture e t de la grâce (PNG e a Monadologie (M), ambos es critos por volta de 1713, tendo circulado entre estudiosos antes da morte de Leibniz em 1716, mas só publicados postumame nte\ O probema global na estrutura de reaidade suscitado pea visão de Hesíodo é a tensão entre as estru turas tensionais no processo temporal da realidade e o Aém não tensiona do process o temporal como um todo. Uma vez que o p robem a é sus citado, é ex posto a nova dif erenciação nas duas direções
de uma compreensão e uma simbolização mais caras do Além e de uma melhor compreensão das estruturas intern as do processo tempora, bem como da elaboração imaginativa dos símbolos que expressarão otmamente as tensões experimentadas entre um Aém e sua Parus ia na epifania espaci otempo ral das estruturas. Durante os dois milênios e meio entre Hesíodo e Leibniz, a busca da verdade efetivamente avançou muito em ambas as direções, sendo o pro cesso form ativo da experiência e da simbolização como s empre acomp anhado pelo processo da reicação deformadora dos símboos obtidos, com o resuta 11 As ciações de Leibniz são de Principes de la naure e de la grâce ondés en raison in G W. LEZ Ausgewhlte Philosophische Schren im riginltext ed erman Schmalenback Leipzig 1915 Il, 126 s
I Dân a efleva verss dentdade efleva
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do de que, na époc a de Leibniz, as cois as deus do poet a foram formadas e de formadas no Deus Único dos teólogos e nas cois as dos matemát icos, fsicos e biólogos com os dois polos da tensão nda mental ameaçando dissociars e em coisas autônomas nã o relaci onadas Na linguagem de Leibniz, os eventos contingentes do processo espaciotemporal (c oisas , choe) tornaramse o ob jeto de interesse dos phyicien, enquanto a relação tensional das coisas com seu Além, com o Deus Único dos teólogos, tendo se tornado questionável, necessita de uma ressimbolização construtiva por meio dos esforços de ua ciência chamada métaphyique. Operando nesse meio misto de visão, símbolos formadosdeformados e análise genuína, Leibniz, falando no papel do metafísico, propõe preservar a unidade do processo único da realidade única "usando o grand prin cipe, co mumente pouco empregado, de qu e nada acontece sem razão suciente, isto é, de modo que alguém que esteja suci entemente familiarizado co m as cois as [qui conn atrait a ez le choe] não po ssa oferecer uma razão pela qual tenha acontecido dessa maneira e não de outra Se o princípio for assumido e aceito (poé), surgirão duas questões (a) "Por que há algo em vez de nada? e (b)
assumindos e que as coisa s têm de exstir , " Por qu e existem como existe m, e não de outro modo? (PNG 7. Essa razão suciente para "a existência do uiverso não ser ncotrada a quêcia das coias contingentes, isto é, nos corpos corp] e em sua s representaçõs nas almas [âme]", pois no movime nto da "matéri a não se pode encontrar nem a raz ão do movimen to nem a razão de um mov imento especí co; cada movimento presente pode nos remeter indenid amente para trá s ao seu precedente como sua causa, permanecendo sempre a mesma a questão básca A razão suci ente que não necessita de uma outra razão será encontrada numa substância além da sequência mate rial (hor de cette uite de choe contingente), numa sustâ ncia que é a s ua causa, numa substânc ia que é "ser necessário, trazend o em s i a razão de sua existência .. . ] Essa razão última das coisas é chamada de Deu s (PNG . Na exposiçã do princípio, esforceime p or preser var tão elm ente quan to possível a complicada linguagem da f onte, co nsisti ndo ess a complicação na evidência histórica do declínio da luminosidade para a intencionalidad e que a linguagem dos lós ofs so freu depoi s de cerca de 1700 dC Como no caso de Hegel, po rtanto, o s seguintes comentários analíticos não devem ser entendi dos como críticas dirigidas contra Leibniz, mas como uma tentativa de escla recer o modo do inconsciente público prevalecente em sua época, um modo do qual o grande pensador não pôde es capar, embora tenha resistido a ele 104
Ordem históa
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I Em a da ordem
Em sua estrutura ndamental, o grand príncipe não difere da visão hesió dica da realidade . A visão, se usarmos o termo no sentido plat ônico, é a cons ciênc ia de participar de um ém da realidade coisa formativo ao parthar da estência corpórea no processo espaciotemporal; e a visão, nesse sentido, ani ma o argumento de Leibniz, e, inclusive , anima tão intensamente os seus últimos ensaios que não seria exag ero classicál os na história da visão como um equivalente "moderno da criação meditativa de um santo medieval com incli nações empiristas, do Itinerarium men tis in Deum, de São Boaventura. Contu do, algo ocorreu à estrutura da consciência, o algo que ocasiona os símbolos, surgindo imaginativamente da metaxy experiencial da existênc ia, a ser aplanada em nomes de objetos; a experiência das coisasdeus ainda é a questão que necessita ser expressada, mas a inguagem dos deuses está se inclinando para uma linagem as coisas, das coisas que ameaçam desintegrarse de uma ma neira não divina. Acima de tudo, o símbolo "Deus pa deceu muito. mistério de uma realidade que é experimentada como uma epifania de estruturas signicativa, o signicado do todo, porém, não sendo dado, á que seu Princípio e seu Fim são desconheci dos; o mistério de uma realidadeI sso que é experimentada como o Além não experienciável de toda a reaidadecoisa e, todavia, como a Presença abrangente nea; o mistério que faz que toda as estórias signicativamente estruturadas no interior do processo sejam expermentadas como subestórias da etória abrangente; o mistério do DeusUno que evoca a questão platônica "Quem é esse Deus? esse mistério encontrou ag ora uma resposta extraordinária: esse Deus é a "razão suciente para uma mente hu mana em busca de uma expli cação causal das coisas . A "ra zão das coisas su ciente última é uma substância ou coisa que traz avec soi a razão de sua existência. rand mystre tornouse o grand príncipe, uma informação bem conhecida por um metafísi co que conhece o seu trabao, po r um conhecedor das choses, um perito em todas as "coi sas das quais Deus é uma. A deformação do s ímbolo D eus não está ligada a uma anáise de resto sóli da, e, potanto, não se deve deixála passar em silêncio, pois ela é sintomática de um movimento na consciência para transform ar os sí mbolos em conceitos mediante o esquecimento imaginativo do contexto experiencial do qual surgem, uma tendência que afeta o ensaio como um todo. A tendência se torna inteiramente manifesta nas obseações sobre a questão do goNada, imediatamenteé seinte ao estabelecimento do próprio Uma o princípio posto e aceito, prossegue Leibniz, cetasprincípio. pergntas têmvezo que direito (droit de ser formuladas, a primeira delas a famosa indagação: "Por que existe
I Dân a eflexva veru dendade efexva
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algo em vez de nada? . direito da pergunta é sustentado pelo argumento experiencial de que "o nada é mais simples e mais fácil que o algo. Emora na visão de um Êsquilo "tudo o que é divino é sem labuta, o Deus de Leibniz parece ser u ma personalidade q ue pod e fazer que o universo exita , uma atividade que parece requerer algum esforço, ou tomar a via mais f ácil de não fazer abso lutamente nada, uma formulação de escoa qu e leva alguém a ndagar po r que o Deus que "traz avec i a razão de sua existência não teria escoido a saída ainda mais simples de tais decisões não sendo a caua ui, a solução simples de, antes de tudo, não ca usar a si mes mo. Esse extraord inário argme nto experien cial provoca cert a reexão distanciadora : diferentemente do De us d e Leibniz, eu, de minha parte, considero mais fácil fazer algo do que sentar e não fazer nada; essa conclusão, no entanto, se complica devido à experiência de que, às vezes, quando estou fazendo algo, sinto que não estou fazendo nada, como quando me entrego a divertiement no sentido pascaliano; mas, além disso, mesmo quando si nto que não estou fazendo nada qua ndo estou fazendo algo, como por exemplo agora, escrevendo esta ase, mesmo assim minha mente não estará paralisada em paz devido à certeza de estar fazendo algo em vez de nada, pois minha ação é perturbada por dúvidas acerca de se a est ória meditativa que estou produzindo é, dentro dos limites de minha existência humana, verdadeiramente a subestória da estória abrangente que se empenha em ser. Antes da époc a de Leibniz a prática daquilo que pode s er chamado de metafísica conceituamente sistematizante havia de fato divergido amplamente da análise notica e seu reconhecimento dos mistérios da ralidade. grau de esquecimento imaginativo envol vido nas observações de Lei niz será mais claramente apreendido ao confrontáas com a análise da mesma questão no j á mencionado Itinerarium menti in D eum It.) . São Boaventura está ciente de que o Nada ou o NãoSer nonee) é uma privaç ão do Ser e de que, uma vez que não se pode recon heer uma pr ivação a menos que se conhe ça aquilo de que é a privação, o conhecimento do Ser é primário. NãoSer non-ee] é a privação do Ser ee], ele não pode se introduzir no intelecto senão por meio do Ser; o Ser, contudo, não pode se introduzir por meio de nada que não e le mesm o. [ . ] NãoSer só é inteligível por meio do S er. [ . . . ] Esse Ser é o Ser divino It., V, 3 ). Na análise do santo, não há exp eriência primária das " coisas contingentes, do " Ser particul ar que é o Ser restrito, pois o reconhecimento da contingência implica a experiência da efetividade nãocontingente; a tensão experimentada na realidade entre o Além divinamente formativo e sua Parusia nas estruturas contingentes do processo espaciotem
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Ocem hióa
I ua da rde
poral não deve ser rompida, ou os pol os da tensão se tornarão entidades autô nomas. Ademais, o santo está ciente da fonte do esquecimento imaginativo, que, entretanto, induz à ruptura: "É estranha a cegueira do inteecto que não considera acima de tudo priu] o que vê, sem o que não pode conhecer nada. Mas, assim como o oo concentrado nas várias diferenças de cores não vê a luz em virtude da qual vê as outras coisa s entia], e, se a vê, não se dá conta, do mesmo modo o olho de nossa mente, focado nos seres particulares e univer sais entia], não se apercebe do próprio Ser, que está alé m de todos os gêneros, embora ele venha primeiro perant e a mente e, p or meio dele, tod as as demais coisas (It, V, 4 ) 1 2• O confronto é instrutivo. São Boaventura está mais próximo das noções compactas de Hesío do que Leibniz. As coisasdeus, é verdade, dif erenciaramse no Deus Uno que é Ser e nas cosas que são Não Ser, mas os polos da ten são não se desintegraram. Pelo contrário, a diferenciação paralela do intellectu meditativ o como o lugar srcinador da experiência torna pos síve esclarecer a junção dos polos na tensão: não há experiência autônoma das coisas; as coisas são tensi onalmente experi mentadas como "Ser restrito, e não pode haver ex periência de privação de coisas como o Não Ser sem a experiência do Ser do qual constitui uma privação . Os símbolos medit ativos do santo, movendos e no contexto diferenciado da tradição platônica e cristã, expressam de modo equivalente a aura coisal dos deuse s e a aura divin a das cois as do poet a. Entretanto, embora a linguagem de Hesíodo esteja repleta das ambiguidades de uma diferenciação emergente, a linguagem de São Boaventura tem um toque defensivo induzido por uma percepção das fendas deformadoras que amea çam as formaç ões alcançadas e que se ampliarão no turo. A distinção radical do Ser e do Não Ser, substituindo o simbolismo platônico d e um Além formativo e sua Parusia na realidade formada, salienta tão fortemente a eminência formativa do Além na tensã o experimentada da realidade que ela adquire um monopólio ôntico que não pode ser sustentado no curso da análise; o "Não Ser não po de evitar se tornar sinônimo de "Ser restrito, e "Ser restrito, em bora não o ipum e e do Ser, é, a nal, alguma espécie de Ser . A nova ambiguidade, ao que pa rece, tem de ser entendida como a consci ência de uma tenta tiva de prevenir uma ameaçadora ruptura do paradoxo da consciência: uma incli 2 As ciações do Itinerrium são raduções de oegelin do exo laino em Works of Sint Bonenture ed Poeus Boe ner F M Sr M Frances Laug hlin S M C. 2 Itine rrium men tis in Deum New York 1956 82.
I Dtâna fxva versus d tdad fxva
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nação publicamente perceptível a identicar a realidadecoisa com o Ser é compensa da pela conciliação do monopó lio do Ser com a realidade abragen te. O que o santo quer evitar é a potencial transfor mação da realidade coisa no Ser e, de modo corrspondente, do Ser divino no NãoSer, isto é, a potencial deformação que se tor nou efetiva no desenvolvime nto do inconsci ente públ ico entre o século XVIII e o século X Essa iterpretação é conrmada pela análi se feita por Sã o Boaventura do potencial de d eformação no intellectu, no Nou. O intellectu é exposto à doença da cegueira, caecita in tellectu, manifestandose no fenômeno patológico do esquecimento imaginativo.
§4 Lembrança da realidade
No s limites de s ua própria ling uagem, a ambigu idades desse tipo não p o dem ser convertidas em declarações sem ambiguidade. Elas só podem ser entendidas historicam ente como fenômenos procedentes das tensões entre a ex periência existencial, a exegese analítica e a simbolização imaginativa nu estágio especíco da mitoespeculação. Os próprios símbolos dominantes, porém, embora causem as ambiguidades devido à sua falta de articulação analíti ca, são eminenteme nte luminosos. De fato, o verso hesiódico sobre as "coisa s que são, que ser ão e que já foram antes é uma respo sta tão sens ível ao mistério da formação divina em toda a realidade que se to ou como que ua constante catalítica na simbol ização da experiênc ia ao longo de milênios de diferenciação. Alguns exemplos repre sentativos iluminarão a nção milenar do simbolismo.
Do vidente ao canto (Homeo-Hesíodo)
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O alcance temporal total do simbolismo não pode ser determinado com certeza, poi s seu aparecime nto na Teogonia já constitui um ev ento no pr oces 1 3 oegelin não chegou a completar essa expansã o da seção precede nte "A Mnemosine de Hesíod o Por conseguinte ele ão proveu a transição apropriada que remov eria a repe tição aqui de duas sentenças do início de "A visão hesiódi ca da realidad e Para as "ambigui dades mencionadas na reetição aqui das duas sentenças o leitor pode rerescar sua
memória revendo a discussão de oegelin de "certos problemas de simbolização ligados à linguagem compacta de Hesíodo às páginas 9799 acima C também "Quod Deu s Dictur in W xii 376394
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I E m a da ordem
so de diferenciação. A simbolização sumária da realidade como as coisas que são, que serão e que já foram antes, no verso 3 da Teogonia, será encontrada no contexto presumive lmente anterior de Homero, na Ilada (I, 70; e, devido à falta de fontes, não sabemo s se é srcinal em Ho mero ou s e possui uma longa históri a prévia. Podemos apena s discernir a mudança dif erenciad or do signicad o ocorrida na transição de Homer o para Hesí odo. Embor a no conte xto homérico as eonta não sejam ob jetos do mundo exterior mais que no contexto hesiódico, são, ainda assim, eventos concretos, experimentados como resultantes de um conto entre a ordem divinamente tenciona da e as ações humanas que violam a ordem. A pestilência inigida aos aqueus por Apolo tem de ser explicada com ref erência à su a causa, e os meios de dar m ao desastre tê m de se r revelados . As pe ssoas que sabem sobre essas coisas e podem ser consultadas em tais ocasiões são caracterizadas diversa mente como videntes (manti, sacerdotes (hiero, intérpretes de sonhos (oneiropolo ou adivinhos (oionopolo (Ilada, I, 6263 69 . A esclha recai sobre Calcas, que anteriormente dera prova de ter sido dotado por Apolo da arte da adivinhação (mantone (Ilada, I, 7172 Assim, embora na passagem homérica as "coisas sejam uma variada multiplic idade de eventos, que os aigidos su speitam ser de uma natureza exsten cialmente tensi onal, e embora a habilidade de penetrar nos eventos opacos seja distribuída entre uma varie dade de especialistas mânt icos Hesíodo discerniu a presença divina como se movendo formativamen te em todas as "c oisas, incluindo todo o alc ance evolucional da realidade desde a terra e o céu até a justa ordem dos deuses e dos homens, e concentrou a habilidade de revelar essa verdade da realidade na pessoa do aoido, o cantor para todos os home ns.
2 O omem q ue sabe (armên ides)
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Os esforços para lida r com a no ção hesiódica, para articular melhor o Além insucientemente articulad o e, desse modo, dissolver as ambiguidades podem ser divisados a o longo da história da poesia e da losoa gregas. Um caso re presenta tivo é o ataque de Parmênides ao si mbolismo homéricohesiódico das "coisas. Para expressar adequadamente a experiência do Além, não se pode classicála como uma das "coisas, ta eonta, nas qua is foi revelada como uma presença formativa. Em Parmênides temos de obsear, portanto, a transição das eonta no plural para o eon singular. O "ser que é compactame nte predica
I Dtân a relexva versus ent ae re lexva
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do de todas as "coisas que são tonase, paa ele, o "Se que não é nenhuma das "coisas Conta Hesíodo, bem como conta os homens "de uas c beças (dikranoi) que não consguem sai das ambiguidades, ele insiste em que es se Se no singul a não veio a se, ou não "seia; esse Se nunca é um Fo i nem um Seá, mas está sempe em seu Agoa (nyn), completamente como um Todo, um Um, um Contínuo ou Coe ente (yneche) (Pam B 6) Alé m divino como o Agora eteno, como o nunc agostiniano, a estutua que simbolizei como o uxo da pesença divina, começa a se torna aticulado A excitação existencial da descobeta deve te sido intensa, pois Pamêni des foi movido por ela a apopia o símbolo "se tão adicalmente paa o Além que o Se ecém difeenciad o, to eo no singula, fez que o tatu ôntico das eonta, das coisas que são, se tonasse questionável Felizmente, a auto análise feita pelo pensador do movimento conscienteinconsciente que cau sou a apropiação radical fo i peservada Pamênides ins ist e em que "o pensar [noein e o pensamento [noema de que É (é são o mesmo, pois não há pen sa (noein) "sem o se [to eon no qual é um símbolo proferido [pephatime non" (Parm B 34-36). Co mo consequência dessa identicação, toda a
lin guagem que "o s motais estabelecera m, acreditando se verdade, como o devir e o peecer, se e nãoser, não é mais que um "nome (onoma) (Pam, B 3-41). mbora a linguagem parmen idiana eja compacta, podemos discernir que seu pensaor tornous e consciente do paradoxo da consciência, da tensão ente a intencionalidade e a luminosidade, ente a realidadecoisa e a ealidadeIso, assim como do complexo consciênciaealidadelinagem em ua integalidade le está ciente de que seu pópr io pensar patia o S er ao qual se efee a linguagem das eonta como se não fosse mais que um objeto dado a um sujeito Se que Pamênides difeenciou é a estutura da realidadeIsso na consciência De fato, um de s eus tadutoes, Kate en Feeman, sentius e obigada a taduzi a passagem pecedente da seguinte forma: "Pensa é o mesmo que o pensamen to de que É Temos de ler o beve e famoso fragmento B 3 à luz dessa compreensão: "Pois pensa [noein e se [einai são o mesmo pensao se tornou o pro ferido da ealidade Isso com tal seguança autoamativa que o equilíbio da consciência é petub ado fato de que ele se ja também uma consciência corpoeament e situada a consciência do se humano c hamado Pamênides tonou se problemático A excitação de te descoberto a vedade que supeará as ambiguidades da eonta levou o pensado a u ma nova ambiguidade no nível difeenciado do eon. A estutua do movimento, de ambiguidade a ambigi O
Om s
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I a da de
dade, é a mesma que temos de observar no movimento hegeliano do pensa mento. A identicação do pensar e do ser recorda inevitavelmente a igual mente famosa identicação hegeliana na Vorrede à Philoophie de Recht: "Was vernünig ist, das ist wirlich; was wirlich ist, das ist vernünig ("O que é racio nal é real; o que é real é racio nal) . In felizmente, o que é irracional também é real•
3 O fil óso fo (l atã o) t p
Em sua autocompreensão, Parmênides f ala de si mesmo com o o "homem que sabe (e ido pho) (B 1, 3). Guiado pelas donzelas helicônias, ele chega à "deusa que lhe revela a verdade do Ser em oratio directa (B 1) A excitação que conduziu o "homem que sabe da simbolização assertiva à simbolização autoarmativa provocou a resistência compensatória do "lósofo, do Sócra tesPlatão que sabe que não sabe e, o que é ainda mais importante, que sabe por que não sabe. No Timeu, Platão desenvolveu o contexto dif erenciado da experiência e d a simbolização no qual tem de ser situada a preocupação hesiódica e parmeni diana com as coi sas existentes, com a ta eonta O símbolo dominante que ex pressa a experiên cia da realidade deixa ago ra de s er o to eon e passa a ser o to pan, o Tudo (27c). Outros sinônimos são aceitos: "todo pa] o Cosmos ou Urano ou "qu alquer outro nome pelo qual prer a ser cham ado (28b ). Esse Tudo é u m "Ser Vivo (zoon), contendo em si todos os outros seres vi vos, incluindo os deuses e os ho mens. Como um Ser Vivo , ele consiste numa estru tura inteligível, o u, inserida numa força vital, a Pique, que, por sua vez, está incorporada em materiais acessíveis à percepção sensorial, o Soma. O complexo uPiqueSoma simboliza a estrutura da realidade cósmi ca com relação ao Tudo abrangente e também a todas as suas partes (30b). A busca d a verdade ocupase d a gênese e da estru tura d o Tudo e , princi palmente, da qu estão de se ele é criado ou incriado ( 28c ). A mudança no sím bolo dominante, po rtanto, vem acompanhada de uma transição das gerações sucessivas de Hesíodo para um ato criacional demiúrgico. Platão experimenta 1 4 As referências a Parmênides são da edição de DielsKran z citada na nota 9 acia Para as
passagens de Parmênides B 8) traduzidas por Freeman e citadas aui ver Kateen FREE Ancill to the PreSocrtic Philosophers xford 1952 Para a citação de Hegel ver HEE Philosophie des Rechts v 7 da edição do jubeu ed Herman Glockner Stuttga rt 1964 33.
I D tân a eflex va vesus ent ae ef exva
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seu Cosmos, o Tudo, como uma imposição da ordem (tais a um estado de desordem primordial (ataia, como uma ação intelig ível da habilidade orde nadora operando sobre materiais desordenados (30a). De acordo com isso, o Cosmos, to pan, não pode ser nem um desdobramento biológico das eonta compactas, nem um eon radicalmente dierenciado, mas tem de consistir em ago que é sempre ser to on aei e nunca tem uma gênes e, junto com algma outra coisa que é sempre devir (to gignone non aei ) e nunca tem ser (27 d2 8a) . É um composto de ser não genético e gênese que não é, ambos esses compo nentes caracterizados pelo advérbio aei como duradouro ou eterno. Como sinônimos dos componentes eternos "ser e "gênes e, Platão usa o Mesmo e o Outro, retomando os símbolos de sua análise das categorias ndamentais da reaidade no Sofista. A questão se torna linguisticamente ainda mais complcada quando Platão emprega ousia como um sinônimo de to on aei para o "ser que é o oposto da "gênese (2 9c) , mas em seguida classic a tanto "ser como "gênese como "tipos de ser, como ousias eidos (35a). ém disso, uma vez que o Tudo não é ua entidade estática, mas ago em contínuo processo de ormaão, Platão situa entre ( en meso) os dois tipos de ser um terce o tipo, a Psique. Esse terceiro tipo de ser é compos to pelo Mesmo e peo Outro, os dois tipos opos tos de "ser u nidos por uma terceira força, novamente chamada de "ser ousia). Esse terceiro tipo composto de ser dever á preserar o uxo da orde m entre os opostos "ser e "gê nese ( 35 a ss. ). Como culminação, o Tudo é anal algo como uma c oisa existen te no sentido hesiódico , sendo supostamente u m "deus (34b) . Evidentemente, os meios linguísticos não são inteiramente sucientes para satisazer as exigências analíticas . A complicada experiência da realidade nã o se deixará abarcar por um signicad o simples do símboo "se r. T emos de ir adiante na exp loração da simbolização pat ônica a m d e desco brir o que oi eito das eonta. As novas diculdades em torno do símboo "ser provêm do avanço na articuação da consciênci a meditativa. A resistência de Patão inve stiga as am biguidades da linguagem até a sua onte na abiguidade de uma reaidade que revea sua verdade na consciência, até a sua onte naquil que denominamos o paradoxo da consciência governando o complexo consciênciarealidade inguagem A resistência é movida pela ideia de que nosso pensamento no modo das "coisas é abrangido como um evento por ago, to pan, que não é uma coisa como as coisas da percepção sensorial que vêm e vão, e, contudo, partila essa coisidade, pois o Tudo experim entado como o Cos mos com seu Urano de corpos celestiais é visível, é acessíve à percepção sensorial. O Tudo 1 1
hó
I m a a rm
não é ser nem nãoser, pois é ambos, a ordem entre os opostos sendo persuasivamente mediada pelo processo da realidade psíquica " entre (en m eo o ser e a gênes e. A exiência "inte rméia da consciênci a, então, fa z parte da estrutra metaxial do Cosmos. Não há verdade da realdade senão a realidade da verdade manifestandose na busca. Estamos próximos da diferenciação da consciência que discernimos como o pano de ndo no simbolismo do livro bíblico d o Gênesis . Embora na estória bíblica a estrutura da consciência permaeça no pano de ndo, ela passa ao primeiro plano da explo ração na análise do "lósof o . As experiências p neumáticas irruptivas que f alam a linguagem dos deus es são dadas como certas; a preocupação primária é com as experiências noéticas de busca que, na medida em que s e movem rumo a uma linguagem criticamente equilibrada da realidade, conduzem a simbolizações da divindade mais adequadas. É seu o fide quaeren intellectum. Concretamete, a de de Platão é de um Cosmos que revela sua divindade por meio da presença de uma ordem divina inteligível. Cosmos platônico é um "deus. Sob esse aspecto, de está inteiramente próxima, quanto à sua estrutura, das eonta hesiódicas Todavia, ela vai além delas decisivamente, dad o que expressa a experiência de um Tudo qu e abrange as eon ta. de do Cosmos, as eonta hesiódicas absorveram o eon parmenidiano; a multiplicidae das eonta particul ares tornous e o to pan delas. Quado esse símbolo emerge na consciêcia a partir do processo da realidade, tornase tarefa do lósofo exploráo analiticamente. Como Platão formulou a tarefa: que somos obrigados a inquirir [kepteon] em primeiro lugar, o que em todo s os ca ss [peri pan to tem de ser explorado "logo de iício (en arc he , é a questão de se o a lgo simbolizado tem u m início genético ou se tem "um princípio a partir de algum princípio ( 28b ). Se o Cosmos tem um princípio, ou se é duradouro na eternidade, portanto, é um problema que surge da visão pneumática de um Tudo abrangente e da realidade da indagação obrigatória na existência noética do lósofo. A resposta de Platão à questão qu e agitou a história da teologia e da los oa ao lo ngo d os mil ênios é oferecida n a devida forma paradoxal. Uma vez que o Cosm os tem um Soma visível, e que a quilo que é visív el partilha a gêe se, o Cosmos tem de ser gerado enonen (28b). Cosmos tem um princípio. To davia, uma vez que o Cos mos tem também um a estrutura intelig ível eterna, e que é o Tudo abrangete (perilabon de todas as coisas, o priípio ão será encontrado no nível genético das coisas nitas (30cd); a "causa, aition, do Cosmos (2 8c ) não é uma que stão de causalidad e entre coisas do mundo ext e Capo
I Dtâ n a reflexva versus dentdade eflexva
3
io. aition do Cosmos, seu "pincípio, uma odem paadigmática ara deigma) pojetada po um Demiugo divino e, quando consideada boa po ele segnd o o padã o de sua pópi a bondade, apicada à f omação do Cosmos genético. Cosmos visível é, então, um eikon, uma imagem do paadiga eteno. Além disso, a m de leva a imagem genética o mais pómo pos sível do paadigma eteno em seu caáte de etenidade, o Demiugo dotou a imagem, po meio da ciação dos copos celestiais e seus movimentos matem ati camente deteminados, de uma imagem movente da etenidade, do eikon da etenidade que é chamado de Tempo, essa imagem da etenidade sendo ela mesma uma imagem etena (a ionios eikon) (37d). Não z mais que aponda a estóia do Pincípio contida no Timeu, pois seu texto é bem conh ecid o. que dese jo pô em f oco é o seu espíito, isto é, a luta patônica paa pomove o avan ço da simbolização da consciênci a existencial. Ao sonda essa luta, temos de nota a dispesão do símbolo "eteno (aio nios) sobe a multiplicidade estutual da consciência, equipaandose à peviamente analisada dispesão do símbolo "se. Não só o paadigma é eteno, mas tabém é etena sua imagem visível, o Cosmos (baando a hipotética dissolução de Uano, 38b; não só a etenidade do paadigma é etena, mas também o Tempo, a imagem dessa etenidade; e, po m, o ago pimodial esodenado sobe o qual se impõe o paadigma, o algo que não é nem paa digmaticamente eteno nem acessível à pecepção sensoial, mas somente a uma consciência oníica, pe cee a imposição da odem paadigmática. Platão, po conseguinte, sentese obigado a acescenta aos tipos de se inicialmente distinguidos, isto é, ao se e à gênese, um teceio tipo de se (ousias eidos) chamado chora, Espaço. A tíade SeDeviEspaço é "se (on te kai choran kai genesin einai) mesmo antes que Uano tenha "vindo a se (genesthai) (52d). O T e Platão
Podeíamos expo a linguagem do Timeu e suas inconsistências litealistas, bem como as contovésias sobe a lógica intena e a constução do diálogo baseada na obsevação daquelas, mas o s exempos já of eecido s deveão se sucientes paa deixa clao o ponto em discussã o. Platã o se esfo ça paa obte uma linguagem que expesse otimamente os movimentos analíticos da cons ciência existen cia dento dos limi tes de uma fides do Cosmos. Tentaei fomula alguns dos impotantes esultados desse esfoço. 14
hóra
I a da o de
1 Os símboos tensonas
Os símbolos " ser e " eterno não estão aleat oriamente dispersos sobre con ceitos qu e denem objetos do mundo exterior, mas aparecem como atributos distintivos de símbolos que emergem em grupos como indicadores dos movi mentos analíticos na consciência existencial. Os símbolos distinguidos pr tais atribuições especícas de exstência e constância, isto é, símbolos como Taxis, Ataxia, Ser, Gênese, Paradigma, Eikon, Eternidade, Tempo, derivam seu signi cado de seu pertencim ento nos complexos tension ais TaxisAtaxia, SerDe
vir, Paradigmak, EternidadeTempo; eles perderiam seu signicado se os complexos fossem agmentados e suas partes f ossem hip ostasia das em en tidade s intenc ionalistas. Além disso, tais complex os diádic os, que express am tensões experimentadas na realidade, tampouco s e refere a "coi sas últimas; pois, como obseramos, eles têm a tendênc ia a se expandir em c ompleos triá dicos tais como NusPsiqueSoma, ou SerGêneseEs paço, sem mencionar a tríade MesmoOutroSer, retomada do Sosta. Então, se consideramos que, numa ocasião, a Psique é intercalada um "terceiro ti po de ser entre o Ser e o Devir, embora em outra ocasião acomo chora apareça como o "terceiro tipo de ser junto com o Ser e o Devir, podemos chegar a complexos te trádicos. E, por m, temos de embrar do compexo PrincípioAlémFim, cujo signicao permeia os demais complexos, embora as rea ções entre os diversos comlexos não tenha sido objeto de uma discussão expícita. Desse modo, o que emerge do Timeu é a compreensão dos complexos de símboos como as constantes expressivas nos moviments da consciência noética, bem como o problema das relações entre tais complexos na estrutura ab rangente da conscincia . 2 As tensões e seus p olos
Os simbolismos complexos expressam os polos as tensões experimenta das na realidade, bem coo as próprias tensões em si mesmas O caráter tensional das experiências causa as diculdades linguísticas que temo e obser var. O "ser que sempre é é "ser, mas seu oposto, a gênese qu nunca é, tam bém tem de ser "ser ; a eternidade eterna é "eterna, m as isso também é verdade iro acerca do tempo não eterno. A reaidade é experimen tada como uma unici da de tensional na qual os polos da tensão detêm diferentes pesos de ealidade, embora a tensão entre os polos tenha seu próprio peso de co stância Alguns tipos de ser parecem ser mais s er que outros, e alguns tipos de eterniade pare
I Dtân a eflexva veru dentdae efle va 1 1
cem ser mais eternos que outros, enquanto uma cons ciência abrangente e xperimenta essas dif erenças de grau como constantes a ser distinguidas pes atributos "ser e "eterno. Por conseguinte, as ambigidad es ingu ísticas desse tipo não são causadas por aguma negigência no pensamento ou na escrita de Patão. Patão estava ciente delas, e encontrou sua fonte no paradoxo que go verna o compexo consciênciareaidadeingagem. As ambiguidades in guísticas tornamse o paradoxo não ambíguo na reformuação patônica do probema hesiódicoparmenidiano das eonta sob as condições da nova ex pe riência do pan (37c 38b). Se o Co smos, topan, consiste em Ser e Devir , a i nguagem do "ser e do "devir é ou se torna paradox a. Patão insiste em que ão havia tempo antes da geração do tempo como a imagem móve e eterna da ternidade. Por conseguinte, a inguagem temporal "foi e "será é erroneamente usada quand o apicad a ao ser eterno (ten aidion oui an) , ainda que ha bituamente a empreguemos sem estar cientes da incorreção; o único termo apropriado para se faar do ser eterno seria "é (eti); "foi e "será só podem ser apropriadamente apicados à gênese sensoriamete percebida conforme progride no tepo . Além diss o, o mesmo argmento governa a reação inversa na tensão do pan. De novo, sem estar cient es d o hábito incorreto, ao faarmos que ago "se torna (eina i gegono) , ou ago "está a se tornar (eina i gignome non), ou "está em via de se tornar (eina i geneomenon, ou ao faarmos que não é (me on) , habituamente dizemos que é nãoser. Na distância reexiva, portanto, Patão está consciente do paradoxo da consciência, das estruturas da reaidadecoisa e da reaidadeIsso que governam a ingugem da reaidade. Pode se eevar a potencia con sequênca do paradoxo, o potencia de deformar a inguagem da reaidade por meio da inconsciência habitua, bem como o próprio paradoxo em si,magistra, ao níve da naesdistância reexiva, faz Patão nessa página masconsciência não se pode capar dea a nãocomo ser criando uma inguage m além a reaidade e de seu paradoxo. Patão recus ou se a dis cutir mais extensamente o assunto nesse contexto (38b), mas certamente não tentou transcender o paradoxo inguisticamente. Hege , como eremos, ao e n frentar a estrut ura paradoxa da inguagem, empenho use em domina r o pro bema inventan do uma inguagem capa z de abranger o paradoxo abrangente. 3 Os íveis da l i gua gem pa radox a l a costat e e a superc osta te
No curso de su a anáise no ética, Patão se deparou com as dicudades de simboização que um ósofo tem de su perar quando que r faar se ambigui 6
m s
I Em bus a da ordem
dade sobre o paradoxo que governa a reaidade ao mesmo tempo em que usa o meio da inguagem que az parte, ee mesmo, da realidade gover nada peo parad oxo. Num primeiro níve de signicado, o s símboos que expressam os polos das experiências tensionais não só irradiam sua uminosidade mas também po rtam o mod o de reerência intencionalista e, po r conseguinte, podem induzir a uma concepção errônea dos po os como " coisas existentes, um erro que causa sua posterior deformação em entidades "metaísicas. Para evitar esse erro, o pe nsador tem de permanecer ciente e q ue os poos simbolizados aparecem em complexos de símboos e de que somente o compexo em sua íntegra expressa valid amente a verdade da tensão geradora. Se ee estiver agudamnte ciente desse probema, será impelido a criar um segundo níve de linguagem que enatizará que a verdade reside no complexo tensional e não nos poos tomados isoadamente. No caso patônico, essa ciência e essa impulsão evaram à dispersão dos símboos "ser e "eterno sobre os poos tensionais que no primeiro nível oram distinguidos como Ser e Devir, Ser e Não Ser, Eternidade e Tempo. Por meio da dispersão dos atribu tos, a reaid ade da tensão é pesada de modo a corresponder à realidae de seus poos. Se esse segun do nível da linguagem é introduzido, porém, os complexos tensionais podem ser "psicologicamente construídos erroneamente como as entiades últimas às quais se aplicam os termos "ser e "eterno, reduzindo os pesos reativos da reaidade que se ornaram luminosos nos polos da tensão. erro talvez possa lev ar a uma ps icologia de "arquétipos . Contudo, mesmo que se tente evitar a linguagem equívoca de Platão e seu potencia de deformação , como tentei azer usando o segun do nível da linguagem das " con stantes da experiência e da simbolização, probema não se di ssolver á por com pleto, pois as supostas "constantes revelamse como não seno de todo constantes. Temos de observar a mistura de complexos diádicos, triádicos e tetrádicos e suas reações, bem como as mudanças nos símbolos ominates de ta eonta para to eon e para to pan. As "constantes parecem apontar para além de si mesmas, na direção de uma superconstante que governa as relações inteligíveis entre as constantes e também os progressos inteigíveis da experiência e da simbolização no processo da realidade. Parece ser neces sário um terceiro nível da linguagem, que distancie relexivamente a estrutura das tensões e dos polos. Quando Patão se deparou com esses problemas de uma superconstante e de uma inguagem reexivamente distanciadora, tentou resolvêlos por meio do simboismo do Cosmos, ou to pan, "ou como quer que se prera chamáo. t
I Dtân a refleva versus dentdade refeva
4 O Cosmos uno
Quando a exploração das experiências tensionais se torna tão ampa e tão analiticam ente penetrante a ponto de o problema da superconsta nte se impor , o parado xo da realidadecoisa e da realid adeIss o se torna agudam ente consciente As tensões experimentadas e simbolizadas não podem se classicadas como "coisa s, como indivíduos de uma espécie de "tensão, pois tal interpre tação destruiria seu signicado inteligíve como movimentos diversicados na única busca da verdade; a construção levari a ao beco sem sa ída de alguma va riedade de "estruturalismo, seja ee binário ou aritmeticamente mais genero so Se o err o é evitado, como de f ato o é po r Platão, e as tens ões experimentad as reconhecidas como diversicações da tensão ndamental na realidade e em sua verdade, contudo, o potencial de uma hipóstase deformadora reincide no nível dessa noçã o na forma da questão de se h á somente um "m und o real ou se há mais de um, ou talvez um número innito de "mundos Cosmos é um indivíduo da espécie "cosmos ou há apenas um Cosmos? E, se assim for, por quê? A resposta de Platão à questão é paradoxal, mas não é ambígua Embora o Cosmos seja acess íve à percepção sensori al (aithei), não é um membro de uma classe de "co isas individuais Ee é experimentado como a imagem (eikon) do to pan paradigmático, da reaidade abrangente eriechon) divinamente projetada de todos os seres vivos símbolo periechon" deve ser levado a sério ; ele não pod e ser entendido como "abrangente no sentido de abarcar grande parte da realidade, em bora deixando outra parte de fora, e sim como de fato "abrangendo toda a realidade paradigma do zoon, da ordem viva da realidade, é Uno; se houvesse um segundo Cosmos, seria necessário que houvesse um outro pradigma abrangendo os dois "mundos A fantasia dos "mundos mútiplos é incompatív el com a experiência d a reali dadeI sso , e, inversamente, uma realidade q ue gera uma consciência de si tanto intencional como lumin osa só pode ser Una Essa unicidade do Uno pertence não a um dos poos de uma constante tensional, ou mesmo da superconstante, mas ao Cosmos no sentido do proce sso tensional da realidade Platão enfatiza a importância diss o ao criar um novo simbolismo par a expressar a experiência Cosmos é mono gene. símboo monogene será ap enas inadequadamente traduz ido por ex pressões tais como "únic o ou "único de sua espécie, ou "único nasc ido, já que estas ainda implicam uma unicidade numérica; a unicidade pretendida não é numérica, mas a u nicidade experimentada da tensão existencial, a tensão de um periechon que é todas as "coisas enquanto as abrang e no todo inte ligível 8
O s
I m a a r m
de seu processo. Cosmos como o monogenes não é uma "coisa, mas o deus visível (aisthetos) gerado à imagem (k) do deus inteligível (noetos), o deus inteligível sendo não o Demiurgo, mas o paradigma noético ( 92c) . As di culdades linguísticas para expressar a experiência dessa unicidade tensional eram tão grandes que Platão foi forçado a cunhar uma nova palavra para sua adequada caracterização, a p alavra " (3 1. Cosmos foi gerado mo nogenes a m de gurar mais perfeitamente a do paradigma divino (31. A monogênese como a image m da , portanto, equi vale à simbolzação do Temp o como a imagem da Eternidade. Monosis e monogênese símbolo monosi" não foi preseado na história da osoa. E le desa-
pareceu so b o impacto dos movimentos cor relacionados de revolta espiritual e da expansão cultural ocorridos nos séculos seguintes. A análise noética do pafides foi radoxo conduzida do Co smos divino obscurecida quan do a própria dainterior ordem cósmica abalada por umf oiestado de alienação fidesno induzido pelo efeito desordenador dos eventos que zeram que o cosmos se tornasse um sinônimo do orbis terr arum a ser conquista do e também quando a ênfase experiencial transferiuse para a divindade que, or meio de sua gra ça, salvaria o homem e um "mundo que se tornara sinônimo de existência desordenada. to pan paradoxal como o portador do atributo "Uno tinha de competir com novos símbolos dominantes como a díade Um DeusUm Mundo, ou a tríade ativista ecumênica Um DeusUm MundoUm Império. A estória da realidade tinha de ser recontada, incorporando os acontecimentos históricos e sua simbolização, e a tarefa da penetração noética tinha de ser re tomaa nesse cenário muito mais complicado da experiência e da simbolização. Contudo, embora a monosis tenha desaparecido no processo, seu eikon genético, o símbolo monogenes, sobreviveu: o evangelho de São João fez dele o atributo do Filho de Deus (1 14.1 ; 316.1 . Essas questões, no entanto, serão consideradas mais detalhadame nte em etapas po steriore s da análise.
6 O Além e sua aru sia deslocam ento d o símbolo monogenes" do Cosmos para o Cristo re
vela o movimento da ên fase e xperiencial do Deu s que cria a ordem do C os
I Dtân a rflx va veu dntdad fl xva
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mos para o Deus que o salva de sua desordem. Embora Platão não tenha previsto as f ormas que o movimento assumiria concretamente os evntos posteriores a sua morte, estava consciente de sua presença em sua própria busca a verdade, bem como dos problemas que sua presença criou para a linguagem dos deuses . Te mos de examinar o tratam ento de caráter ironic amente exporatório desses problemas por parte de Platão, pois em alguns pontos suas formulações são analiticamente mais bemsucedidas que as tentativas posteriores dos teóogos cristãos de encontrar o intellectu de suas fide. Platão entendeu o mistério do lém e de sua Parusi a. As experiências da pres ença formativa divina são ev ento s na metaxy da existência , e os símbolos gerados pela Parusia expressam a realidade divina como uma irrupção da força ordenadora do Além na luta existencial pela ordem. Por conseguinte, os símbolos podem iuminar a estrutura misteriosa da realidade existencal como uma tensão que tende a uma ordem além de si mesma, e podem articular a experiência misteri osa de um Aém da experiência ord enado r irrompendo na presença experimen tada; ma s a articula ção iluminadora não pode torna r o mistério do Além e de sua Parusi a menos misterioso. A linguage m imaginat iva dos deuses pode expressar a pres ença de uma reaidade além de sua presença, mas a Parusia simboizada do Além não dissove o Aém em sua Parusia na tensão experimentada. esmo quando o Aém divino se revela em sua presença formativa, ele permanece a realidade divina irrevela da além de sua reve lação. Num estágio mais compacto da experiência e a simboliz ação, a linguagem dos deuses p ode lidar com essa estrutura do mis tério dotando um dos muit os deuses experimentado s co mo presentes com a representação da realidade div ina além dos deu ses . Nos Hi nos a Amon egípcios do século XIII a.C., por exemplo, o deus "Amon foi incumbido dessa função representativa; o mes mo tatu ambíg uo de presença compacta e não presença dif erenciada pode ser d iscernido também no "Y ahweh hebraico, cujo nome aparece nos recémdescobertos textos de Ebla como aquele d um dos muitos deuses do panteão do Oriente édio; e nas elaboradas invocações hesiódicas das usas poderíamos segu ir detal hadame nte os esforços dos poetas para simbolizar a estratic ação do mistério de um Além olímpico para um Além joviano e para um Além teogônico na linguag em dos muitos deuses.
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I E a da orde
7 A u ni cidad e da real idad e divi na e o Deus Ú n ico
Outra compicação na verdade do mistério, acompanhada de uma nova necessidade de discriminação, se faz sentir quando o processo divinamente reveatório e humanamente inquisitivo na metaxy atnge o ponto de diferenciação no qua a unicidade da realidade divna se torna noeticamente temáti ca, como na de do Cosmos de Patão. Saientei que a monoi do Cosmos não signica uma unicidade numérica, mas simboliza a revelação da unicidade tensiona na real idade. Quando o paradoxo da re aidadecois a e da reaidadeIsso que gove rna o comple xo consciência reaidade nguage m se to rna sucientemente dif erencia do, a força divina que ordena a u nicidade da exstência tensiona se revea como Una. Um Cosmos experimentado como o periechon de todos os seres vivos revela uma unicidade da realidade divina como seu ndamento (aition), por mais que sua presença, sua Parusi a, possa ser experimentada como múltipla. Mas poderia essa unicidade da realidade divina, revelada pela de do Co smos uno e abrangent e, ser verdade irament e simbo lizada por um Deu s Único que, com o um "novo deus, entra em competição com os muitos deuses da linguagem mais compacta dos deuses? O probema pod eria ser de fato reduzido ao genericamente aceito clichê numérico do " mo noteísmo e do "politeísmo? O clchê numérico não reduziria o Deus único ao mesmo osto de seus muitos confrades mais compactos, expondo sua divindade ao mesmo question amento noético da dos outros? Esta ria ele isento do mistério do Além e de sua Parusia na metaxy ou não seria mais que uma Parusia do verdadeiro Uno além do deus único? Estas são questões com as quais Platã o se deparou, assim como seus sucessores judeus, cristãos e isâmi cos que jugaram necessário criar os símboos de um Deus tetragrâmi co aém do Deus pes soal, ou o símbolo de um En So ou de um Ungrund, ou de uma Gottheit aém do Deus da teologia dogmática.
8 O Deus Único e os muitos deuses
Essa sensibiidade da resposta humana ao mistério da revelação divina nunca foi, e ainda não é, popular entre pensadores dogmáticos que querem que sua de fale a linguagem dos deuses compac tos pesso ais. Cont udo, o mis tério resiste e persiste. O pensador noético, que tem consciência dessa pers is tência, sabe qu e mesmo de do Deus Ún ico não encerra sua busc a do ver
I Ditâni a flxiva vrsus idntidad flxiva
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dadeiro Um numa realidade que em de conar uma esória de ensão e movimeno. Para um Plaão, portano, a realidade experiencial da buca conínua con duz od os os sí mbolos da divindade a uma disância ree xva na qual a reverência inspirada pelo misério da revelação divina se mescla com um afasameno céico provocado por sua simbolização demasiadamene humana. Por lado, a simbolzação do Além divino diferenciado como um Deus Único implicaria onerar o símbolo com a mesma compacidade dos muios deuses que a diferenciação ende a superar; por ouro lado, a visão dessa diculdade fa z que os muios deuses apareçam em sua dignidade como represenanes experiencialmene diversicados do Um divino. Longe de relegar os muios deu ses à falsidade e ao esqu ecimeno, a visão os eleva, como revelações represenaivas do Um divino, ao mesmo poso do símbolo Deus Ú nico, embora num nível inferior de clareza noéica. Das reexões disanciadoras, portano, parece emergir um campo hisórico de ensão revelaória. N esse campo , odos o s deuses ê m de viver sob a pressão de um Além divin o qu e he s confere sua vida divin a enquano ameaça deixáos morrer devido à sua compacidade. ecordemonos das Musas hesiódicas que êm de lembrar os deuses de sua divindade. E ssa pressão ensi onal parece ser uma consane na hisór ia da re velação. Nem os deuses ir ão desaparecer, nem o Alé m os deará viver em paz. Por conseguine, a compacidade e a diferenciação não seriam simplesmene eságios da consciência que se sucedem um ao ouro no em po, mas polos de um processo ensional no qua a reve lação do Além em de super ar progressivamene um núcleo de resisência compaca sem nu nca se dissolver compleamene. Plaão esava consciene desse núcleo, e tenou enconrar sua fone experiencial na esruura da exsência.
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A des rdem das cisas Espaç om geral da linguagem plaônica dos de uses é esabelecido pelo i se
"mas quano a nós, homens, que parihamos largamene o acidenal e o for uio, assim ambém falamos (34c). apare irôni co nos remee à fone da compacidade resisene na esruura meáxica do cosmos, iso é, à exsência na ensão ordemdesordem. No Cos mos de Plaão vivemos numa ordem de coisas que é falha devido à desordem do acidenal e do foruio, sem mencionar a lisa hesiódica de agruras que aigem a exsência humana. Cosmos é luminoso para o paradoxo imperfeiçãoperfeição, o paradoxo de uma ordem 22
Ordem
I a da rd
em movimento rum o à orde. Além disso , o homem não é apenas consci ente do paradoxo, ele não apenas "sabe a respeito dele, mas toma parte dele, na medida em que a psi que corporeamen te situada chamada "homem é uma das "coisas na ordem cósmica das coisas. Ele participa da desordem das coisas tanto quanto de sua ordem. O paradoxo ordedesordem, portanto, parece ligarse à existência no modo da coisidade. M as se ele se liga à coisidade pode haver uma ordem das "coisas isenta de desordem? O u o estabelecime nto da verdadeira ordem requer a abolição das "coisas? Mas se as "coisas fossem abolidas o que restaria na ordem e na desordem? Platão sus cita estas questões não a m de solucionálas com respostas engenhosas, ma s para elev ar à plena consciên cia o paradoxo da re alidadecois a e da real idade Isso . As questões são importantes, pois a experiência da realidadecoisa não pode ser esgotada: "Armamos como de algum modo necessário que tudo o que é tem de estar em algum ponto [topo ou tem de ocupar algum lugar [chora; e que aquilo que não está nem na terra nem em nenhum lugar o céu [ourano não é (5 2b) . Há algo na estrut ura da consciên ciareal idadelin guagem que nos f orça a pensar no modo da coi sidade, sendo este algo o ter ceiro, ou quarto, "tipo de ser, ou seja, chora, o Espaço. Es se "tipo de ser não é ele mesmo identicável como uma "coisa, seja pela percepção sensorial, seja peo Nou; é o algo "não sensíve, experimentado como num sonho, por trás de toda coisidade formada. A apreesão como num sonho da chora Espaço não sensíve l parece impor a toda a reaidade, be m como a todo pensamento sobre a rea lidade, o modo da coisidade. Isso s oa quase como se o Cosmos paradigmático, quando incorporado no medium do Espaço, tivesse de se submeter a uma coisidade de cuja desordem não h á como gir para se chegar à verdadeira ordem. 1 0 O procedmento medtativo
A su posição é tentadora, mas deve ser repudiada com o uma gra ve defor mação da análise de Platão. Ela transformaria os símbolos uminosos, que emergem das experiências tension ais, em conce itos intencion aistas referentes a objetos. A transformação destruiria a estrutura paradoxal da realidade, do pensamento e da linguagem que Platão pretende esclarecer participando de sua diversicação. A m de compreender o signicado dos símbolos, temos de segui lo no cainho que faz através da multiplicida de diversi cada de ten
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sões em sua única busca da verdade. A verdade da buca não é uma doutrina verdadira resultante de uma investigação intencionalista de objetos, as um estado de existência equlib rado, formado na distâ ncia reeva em reação ao proce sso do ca minha meditativ o em meio à mltipicidade paradoxa de ten sões. A fragmentação do proc esso em seus passo s anamnéticos não produziria senão deformaçõ es doutrinais da realidade, como a supos ição acima re jeitada. Somente o processo que abrange os passos, conduzido à distância reexva, permitirá que a verdade da existência se torne luminosa fazendo que os símbolo s iumine mse uns a os outros. Tentare i apresent ar o procedimento de argumentação de Pat ão na passage m sobre as coi sas no Espaço (5 2b) .
1 1 A ilumina ç ão mútua dos símbol os coisa s e nãoc oisas
Os "seres d a passa gem em quest ão incue m o s deuses. A image m da ocalização espacial em reação a uma con sciência humana que está situada corporeamente entre o "céu e a "terra é "necessariamente imposta a todos os "seres. A observação não difere substancialmente da formulação inicial que empreendemos em nossa própria análise da estrutura da realidadecoisa na consciência. Ms por que teríamos de pensar no modo da realidadecoisa se um considerável número das "coisas das quais falamos obviamente não consis te em objetos no Espao ? A resposta de Pa tão é: as " coisas est ão no Esao porque o Cosmos tem Espaço. Com esta resposta, ingressamos no processo de iluminação mútua entre os símbolos que emergem no decorrer da busca da verdade, pois o Cosmos é uma das "coisas que não é m objeto no Espaço. A experiência do Cosmos com o periechon de todas as coisas, como o seu to pan, ou "como quer que se prera chamáo, é cudadosamente simbolizada como uma nãocoisa por meio da monosis de seu paradigma e também como o monogenesis de sua imagem; é a reaidadeIsso que abrange as "coisas Embora seu status esutura seja o da reaid adeIs so abrangente , upõe se que o Cosmos tenha "corpo ou "espaç o, como os tem nas simboizações de sua estrutura to tal seja pea tríad e NusPsiqueSoma, seja pela tríade SerDev irEspaço . M as então, novamen te, embora a não coisa Espaço se ja parte inte grante da nãocoisa Cos mos, ela explicitamente não é o mesmo "tip o de nãoc oisa que as outras partes, ist o é, o Ser noeticamente formador e o Devir noeticamente formado. Em conse quência des sa diferença, o E spaç o não ser ia anal alguma espécie de material 1 24
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V
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précorpóreo, introduzindo problemas de "realização, quando o paradigma noético é aplicado à sua imagem ? Mas o simbolismo diádico do Paradigmak, longe de sustentar essa construção, iluminará uma outra f aceta do complcado símbolo Espaço, pois o C osmos imagin ante tem espaço porque produz a imagem do Es paço que é parte integrante do Cosmos paradigmático. paradigma não é situado no Espaço, mas o espaço está no paradigma. Então, se alguém indagasse em que consistiria precsamente a diferença entre o Cosmos paradigmático e o Cos mos icôni co (uma parte da pergun ta geral de se as " ideias são "c oisas ou ) , Platão responderia que nenhum ds dois é uma "cois a e remeteria o inquiridor à emergência do simbolismo diádico a partr da questão do Princípio, da buca pelo do Cosmos . A experiência simbolzada do Princípio, portanto, apontaria ainda para o simbolismo abrangente de um Além , k , da real idade cósmi ca na qual a busca da verdade de sua ordem é um evento. A busca da verdade como um evento na ealidade cósmica parece se r por último o "lugar no qual a realidade se revela em sua complexidade estrutural de realidadecoisa e realdade Isso. evento da busca é o " lugar no qual a co nsciência corporeamente situada do homem se expere nta tanto em sua existê nca como coisa, isto é, como se deslocando nas tensões cosais da ordem e da desordem, quanto em sua existência visinária como um movimento rumo a uma ordem indefectível além da ordem que se torna f alha devido à des ordem da cois idad e. Ma s o que signca o caráter último do "lugar se o evento se revela como um penúltimo que se move por m para além de si mesmo? Signica que a busc a da verdade é em úlima instância penúltima. Na busca, a realidade é experime ntada como o movimento misterioso de uma realidadeIsso através d e uma realidadecoisa rumo a um ém das coisas. Nem as cosas nem as não coisas envolvidas nesse processo são objetos externos a ela; elas são estruturas no processo, discernidas por meio da busca da verdade. ém disso, já que as coisas e as não coisas não sã o externas à busca, a busca e sua lngu agem não são externas a elas; na distância reex iva, a própria busca é discerni da como um evento "situado que se dá no movien to misterioso, pois o inquiridor tem de contar a es tória de s eu esforço pela ordem ind efectível a partir de su a posição na ordem imperfeita da existência coisal; e ele só pode contála, portanto, na linguagem imperf eita que fala das não cois as no modo das coisas. Essa lnguagem imperfeita inclui a linguagem dos "deuses. Por conse guinte, a estória da busca não encerra o mistéro, mas só pode aprondar a
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visão no interior de sua penultimidade paradoxal Platão era agudamente ciente desse problema e e xpresso u isso ao distinguir o ato demiúrgico e a condição de coisidade a ele im post a Com uma ambiguida de que lembra Hesíodo, Pla tão faz que o "s er da tríade Ser DevirEspaço pr eceda em tatu a gênese do próprio Ourano (52d) Demiurgo, portan to, não é nem uma das coisas no Espaço como os "deuses que são criad os por ele, nem uma nãocoisa como o Cosmos que tem Espaço, nem uma nãocoisa como a tríade nãocoisal Ser DevirEspaço que precee até mesmo a criação do "céu, mas algo cuja única relação com o Espaço é sua submissão à "necessidade de criar "coisas ao idear criativamente (47 e4 8a) Esse D emiurgo , a nãoco isa radic al além de toda coisidade, resiste propriamente à determinação nos termos da r ealidade coisa "Encontrar o Criador e Pai deste to pan seria de f ato uma proeza; e, ainda que o encontrássemos, seria impossív el contar a todos os homens sobre ele ( 28c) Embora o movimento da busca além de seu "lugar e sua linguagem da coisidade imponha a Platão a mesma sucessão de além sobre além imposta a Hesíodo , todavi a, na busca do lósofo o movimento se torna ob jeto de análise Quando a experiência paradoxal da realidade não experienciável se torna consciente na distância reexiva, a linguagem do inquiridor se revela como o evento paradoxal do inexp rimível tornando se exprimível Es sa tensão expr imívelinexrimível é o aradoxo na estrutura da lingua em meditativa que não pode ser diss olvido por meio de uma metalnguagem do tipo daquela com que Hegel pretendia dissolver a paradoxal "identi dade da identidade e da não identidade Na distância relexva, o inquiridor experimenta seu discurso como o silêncio divino irr omendo criativame nte na palavra imagin ativa que iluminará a busca como o moviento de retorno do inquiridor ao silêncio inefável busca, portanto, possui "objeto externo, masinef é a ável, própria realid adeAtornando se lumi não nosa po r seuum movimento a partir do atra vés do Cosmos, para o inefável Além disso, a estrutura tensional do movi mento não permi tirá que nenhum dos polos da tensão DemiurgoNecessi dade se torne um "objeto divino (to theion) não consiste num objeto externo mais que " a necessidade (to anagkaion). Platão cuidadosamente sa lienta que "o divino não pode ser discernido meramente por si mesmo; não há participação "no divino, mas por meio da exploração das "coisas nas quais ele é discern ido como formativamen te presente (6 9a) penúltim o mis tério de um Cosmo s que exste na tensão TaxiAtaxia, na tensão da realida deco isa e da real idadeI sso, tornas e luminoso para o ltio mistério de um Deus Criador que, ao criar, te m de criar um Cosmos tensional 1 26
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O estudo do processo meditativo em torno do símbolo "Espaço oi con duzido longe o bastante para dear clar que a busca de ato não tem um "objeto, mas é um evento na realidade tensional que eleva à consciência as tensõ es experim entadas Os símbolos da inguage m que emergem das tensões diversicadas iuminamse uns aos outros assim como a unicidade da busca em seu percurso por meio das diversicações Ao encerrar esses comentários, não posso dear de maniestar o desejo de ver o sorriso de Platão se pudesse observ ar o espetáculo contemporâne o de um a "conquis ta do Espaço depois que a nitude esfé rica da terra deixou os imperialistas ecu mênico s sem espaço a ser conquistado
1 2 [Sem tí tu lo]
As constantes tensionais experimen tadas e suas simbolizações iluminam, complementam e equilibram umas às outras na busca da verdade, mas o vaguear inquiridor em meio às tensõe s não chega a u m útimo lugar de descan so Nenhuma das tensões isoadas, ou nenhum de seus p olos, é uma entidade a bsoluta dada a um observador externo; tampouco a busca existencialmente equilibrante chega a um repouso, mas persistirá um evento tensioal num Cosmos tensional A busca das quais as tensões constituem uma parte inteligível é um movimento no interior da ordem coisal do Cosmos rumo a um Além de sua coisid ade Contudo, o vaguear medita tivo em meio à s penúltimas tensões parece se tornar luminoso para seu Princípio o mistério último de um Deus Criador que , ao criar, cria um Cosmos tensional O D emiurgo seria então o Absoluto no qual a inquirição tensional cheg a ao seu m? Temos de investigar um pouco mais esse problema do Absoluto, a m de chegar a uma impressão clara do radicalismo empírico de Platão na análise das experiê ncias tensionais e de sua simbolização e das consequências desse radicalismo para a compreensão da linguagem dos deuses O Demiurgo também não é o Absoluto Sua ação poética é experimentada e simbolizada co mo um complexo de tensões etre a ordem noética ormativa e o Espaço não ormativo, entre uma vontade demiúrgica de criar a ordem e o obstácu lo "necessário da chora que limita a vo ntade criativa à co isida de A s sim, se o Princípio divi no é ele mesmo um complexo de tensões, seriam então anal os polos do compex o tensional os Absolutos da realidade? A Unicidade experimentada da realidade teria de dar lugar a algum tipo de "dualismo? í
I Dtân a flxva versus dntdad flxva
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Platão evita essa construção simboizando os próprios polos da tensão como tendo caráer tensional: (a) Espaço no poo inferior do complexo ão é uma atéria reco nhecíve l como a por su a estrutura de um eemeto materia, mas algo tensional, metaf oricamente simbolizado como um recep táculo, ou uma mãe, uma ama do Cosmos visivelmente formado, como um "tipo de s er invisív , amorfo e onirreceptivo Em virtu de de sua onirrecep tividade para a persuasão da ordem noética, ele dev ser imaginado como "parti lhando a o rdem noética ( tou noetou) "de uma maneira incompreensí ve ( b c) poo coisa do mistério últ imo, p ortan to, não é ele mesmo uma "cois a, mas um tipo de se tensional, que é resp osivo à ordem oéti ca mas impõe o modo de coisidade ao Cosmos A anáise parece opor ago como um "Além coisa no polo infer ior do mistério demiúr gico ao "A ém noético em seu polo superior (b) caráte r do polo superi or do mistério, divia mente formativo, não é menos esiona Um Deus poiete, um Deiurgo, idaliza e cosrói um Cosmos tensiona a partir de um Ser que nuca é gênese e de m Devir que nunca é ser Confrontado com essa composição pa radig mátic a, pod ese muito bem indagar: por que o Demiurgo não deix a o Ser Eterno (to on aei) em sua existência eterna, o de estava l ivre de tesõe s, em vez e imp or a ele o pap el de uma forma ordenadora paa um Devir no moo da coisiae? Ess impuso criativo frmativo no polo superior o complexo tensioal não signicaria que o Demiurgo e o Ser comparilham, "de uma maneira incompreensíve, a chora, correspondedo à maneira como a chora, por meio de sua receptividade, compartiha incompreensve mete o Nou? A reaidade oética simboizada como um "Além da tensão ão deseja ir "aém de si mesma rumo ao interior da ten são, assim como a realidade do Espaço simboizado como um "Além da coisidade aterial esá pronto ir "além de si mesmo penerado a reaidae tensioa coisamee formaa? Etrtan to, se cada um dos dois polo s da tensão misteriosa " compart ia a tesioaidade correata da realidade d o outro poo, etã o a realida "compatada dos p olo s ão ser ia a verd adeira e única realidade misteriosa, em ugar da tensão simboizada peos polo s? Platão parece em certa medida admi tir essa pos sibidade, pois considera " apropriado comparar a f onte formai va, o " A parti de que (to othen) do Devir ao Pai da realidade, e o "Em que (to d'en ho gignetai to dechome nom) do Devir a sua Mãe, de modo que a rea lidad tensional suspensa entre (metaxy) ambos teria de ser concebida como Prole (to ekgono) (bd) A metáfora PaiMãeProle, com seus aivos pita 28
Om is
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górcos, pareceria se torar o simbolismo que mais aequaamente expressaria o mistério incompr eensvel a fertiliae criativa na realia e. Quaisquer expectativas e um simbolismo últmo, porém, seriam novamente esapontaoras, pois a Prole geraa na metaxy o " A partir e que e o "Em que não é nem um equilbrio fsico entre uas forças, nem uma entiae biológica e outra proutiviae inexplicável, nem uma consciência num suspense paralisante entre uas motivações, mas a realiae cósmica "viva em sua tensão TaxiA taxia. homem, como parte a role, experimentas e num estao não e paralisia terminal, mas e movimento e xistencial, responsivamente inclinao à atração e um os ois polos. Aemas, as atrações e inclinações são cognitivamente luminosas para seu signicao como movimentos além a existên cia tensional rumo à realiae nã o tensional, seja no "Além coisal a chora ou no "Além ivino o nou. Logo, os movimentos não são inif erentemente iguais, mas istintos em seus signicaos enquanto (a ) um movimento rumo a um e stao e existência o qual, "e certo moo, Deus está ausente (53b) ou (b) um movimento imortalizaor rumo à semelhança (homoioi) com Deus. Ness e complexo e tensõe s experimentaas na busca a verae como um evento na realiae cósmca, os "euses esempenham o papel equvoco e um Além ivino que se move emiurgicamen te para aém e si memo entran na f rmação o Cosmos e, então, movese para além e sua presença formativa no Cosmos rumo ao seu Além não cósmico. Além emiúrgico que se move para entro a for maç ão e um Cosmos tensional seria o mesm o Além que evi ta a sua tensão eus o Princpio é o mesmo Deus o Fim mistério o eus emúrgico, portanto, não é último, mas experimentao como em tensão em face o misfide tério e se uma realiae ivna para que um evitarama a esorem Cosmos. A Cosmos torna transparente o Alémoencenao, através o o proces so tensonal o Cosmos , ese um Princpio emiúrgico par a um Fm salvacional. Não é possvel extrair esse complexo tensional "Princípios, "absolutos ou " outrinas; a busca a verae como u e vento e participação no proces so não poe s enão explorar as estruturas no mstério vino a realiae complexa e, por meio a análise as respostas experimentaas às atrações tensionais, alcançar alguma clareza sobre sua própria função no rama o qual participa.
â
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[ 1 .
A realidadesso abragete se move formativamete através da realida deoisa desde um Priípio que ão omeça as oisas até um Fim que ão termia eas Priípio e o Fim da estória são experimetados omo um ém do proe sso te sio a formativo da reaida de Nã o há epifa ia da estru tura a reaida de sem uma força estrutate aém da estrutura maif esta; ão há reveação da força ordeadora divia a busa da verdade sem uma reali dade divia além da maif estação de sua ordem o eveto vagear medi ta tivo em meio às ostates o p roesso tesio al se tora porta to umioso par a uma reaid ade aém das tesõ es e que ão p ode s er atigida a existê ia tesioa A superostate aima das ostates ão é um priípio da or dem uja apiação apropriada dissolverá a desordem da ordem ósmia, mas a experiêia da tesão paradoxal a realidade formativa, da tesão etre a reaidade divia experimetada omo f ormativamet e presete o polo o rde ador das tes ões e a realidade div ia exper imetada omo um Aém de suas maifestações oreta s o proe sso, etr e o Deus que se reve a em sua preseça o tempo e o Deus que permaee omo a reaidade experimetada porém desoheida além do tempo Aém disso, a tesão paradoxa a revelação da realidade formativa é experimetada omo útima o setido de que, iteigivelmete, ão pode ser iteiramete experimetada em iteiramete simboliada por outras experiê ias da ralidade Essa ultimidade expe rime tada da tesão se tor a lumiosa o símbolo "divi o ]
1 5 oegelin destruiu delib erada e cuidadosamente todas a s páginas do rascuno do volume
ao concluí-las A única exceção oi o seguinte parágrao encontrado em sua escrivaninha ssa página numerada do mesmo modo que a última seção completada provavelment oi poupada porque oegeln esperava elaborar suas ideias e seu texto na meditação nacabada.
�
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Ord
I Em a da rdm
Epílogo
o m de sua itr odução a o quarto voume de Ordem e hitória, A era ecumênica, o autor auciou que o qui to voume itituars ei a Em buca da rdem. e fo ideaizado como um estudo dos "probema cotemporâeos que motivaram a busca da ordem a história • Ma s ric Voe gei ão teve tempo de competar este voume O s dois capítuos aqui pubica dos, bem como certos estudos preimiares, tato pubicados como iéditos, documetam a direção de s ua áise ree xiva Mas ão sabemos a que poto teria chegado a busca meditativ a da ordem post a em paavras Voegei ão desejaria que soubéssemos, pois,uma paraideia ee, ogera m doacerca tex todeão determiadoseipor seu pricípio: "embora eu tenha suaé costrução, também, por experiêcia , que ovas ideias têm o hábito d e emergir durate o curso da escrita, f orçado a modica ções a costrução e tora do o pricípio iapropriado • Por cosegte, este voum e a de Ordem e hitória perma ece a estória iacabada da busca d a ordem por parte do autor Cotudo, a estória iacabada de Ordem e hitória adquire um m ou telo em si mesmo tão ogo é ida por outros homes e muheres a se ora um "eveto um vasto campo socia de pesameto e igagem, de -
VoEGELN, rdem e históri. São Paulo Loy ola 200 5 Aq IV, 14 2 bd V, 35
I Eíl g
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escrit e leitur sobre questões que os membros do cmpo creem ser de ite resse pr su exstêc i verdde• presete volume, embor brve, pode ser etão experime tdo como um todo o tigir "um ção um co mu hão de preocupção existecil • m d estóri té etão icbd é o seu efeito existecil sobre s metes e os corçõe s ds pess os . E ess ec áci d estóri demostr verdde do coto d busc d ordem, rrdo pelo lósofo equto distito dos muitos outros cotdores de estóris do tempo, cd um deles ddo su própri "opii ão prticulr cerc d ordem de su preferêci. A verdde d estóri ão é ssegrd pel posição socil ou polític d pesso que rr. Pelo cotrário, somete um estóri que, por su verdde, forçr o ouvite reorder su estêci mostrrseá um estóri verd deir d busc d verdde por prte de um lósofo: "p r que estóri evoque com utoridde ordem de um cmpo soci l, plv r tem de ser proferid com um utoridde recohecível como tl pelos homes os quis o pelo é dirigido; o pelo ão possui u toridde como verdde meos que fle com um utoridde comumete presete cosciêci de todos, or mis irtic uld, def ormd ou suprimid que cosci êci poss s er o cso cocreto• Neste volum e l de Ordem e hitória, Voegeli rerm o telo, ou m, de su "i quiriçã o o seido cláss ico de etema, um busc d verdde cog itiv e existecil, que f orm o todo de su ivestigção l osó c d ordem e d históri. El foi coduzid como um "busc d verdde cerc d or dem e do ser• Desde o pricípio, Voegei foi frco respeito do digósti co e ds fuções epêuics de um ivestigção losóc. Ele pretedi suscir ilhs de orde m em meio à desorde d époc, remetedo os à fmo s "ilh de d Kt. verdde cercd pelo d bro tempestuoso oceo, ilusão, simbolismo ivese tigção l osóc em si mord pode se d torr o úcleo de lgum comuhão de preocupções existeciis os termos de um cmpo socil d ordem exsecil. Um vez que s pessos tehm for mdo cogurções sociis dds em ex periêcis comus d ordem, i troduzemse o cmpo histórico deliedo pel bus c do homem por su hu 3 Ibid., 36 4 Ibid Ibid, 48. 6 Toynbee's history as a search for truth, in Edward T ARGAN (ed), The intent of Toynbee s history, Chicago, Loyola University Press, 6 83. 7 Isrel e reelão , in rdem e históri , .
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manidade e sua ordem. Para ue acreditemos na estória da busca humana da verdade, as preocupações existenciais têm de ser comunicáveis, de modo ue o ouvinte possa compartihar a busc a existencia d o ó sofo. Se o signicado da experiência, da meditação e da anáise exegética do ósofo nos for satisfatoriamente transmitido, nó s, eitores , marcaremos o pri ncípio de uma oura estória da busca. Por conseguine, a estória prossegue, é assumia por ouros inuiridores, é continuada como um ao de participação aberta no processo da história e na reaidade abrangente do todo. ouvinte ineressado a orna a sua própria estória e, de sua parte, começa uma outra estória inacabada. Mas a estória dos ósofos ampouco começa com essa pe s soa particuar. "mundo do ósofo de Voegein fo estruturado por uma hisória mienar a busc a da verda e por pare o lósofo, uma história ue não parou em agum pono do passado, mas em prosseguimeno no esforço presente entre leior e escrior. campo social consiuído pea inguagem d o ósofo não se imita portanto à comunicação por meio a paavra ada e escrita entre conemporâneos, mas se estende historicamene a partir de um passado distante, passando peo presente e encaminhandose ao turo A estóri a do ós ofo é, então , a forma simbó ica constante da busca em curso da ordem da existência. A siuação histó rica presene, no ena no, esá repea de novos senv ovimentos osócos; ea reuer esforços imaginativos na direção de um novo modo simbóico da busca do inuiridor. sse grande experimeno de ressimboizar as experiências da reaid ade motivou a investigação de Voegein desde seu início os óco aé o m de sua v ida: para ee, " osoa signicav a "a cra ção de uma ordem de símboos por meio dos uais a posição do homem no mundo seja co mpreendida A criaçã o de ta forma simbói ca é o úimo tópico deste voume na de Ordem e hitória . A verdadeira esatura de Voegein como pensado r contemporâneo aparece mais caramente nestas páginas ue na maior parte de seus outros escritos . Sua investiga ção osóca s e desdobra no contexto histórico do grande empreendimento simbóico de reinstituir a humanidade do homem sob o horizonte das ciências modernas e em resistência à mutipi cidade de forças de nossa época ue deformam a existênc ia humana Voegein esteve consi stentemente envov ido num discu rso crí ico co m os grandes pens adores ue se pusera m a braços com a imens a tarefa de fazer ue rdem e históri , V, 36
Anmnesis, Munique, Piper, 66 5 I píogo
1 3:
o homem modeo compeedesse a si mesmo A esse espeito V oegeli de ve se visto como alihado a Hege Scheig Nietzsche Heidegge iam James e Whitehead todos eles tedo utado pela edescobeta da fote expeicial da simboliza ção e ideticado os poblem as dametais a estutu a da cosciêcia como diz Voegeli ao fala das ievesíveis coquistas i tectuais de Hegel. Voegeli etetato cofota o mudo modeo mais dieta mee a medida em que f az do cohecimeto empíi co poduzido p elas ciêcias históicas modeas a ba se de toda aáise e eva da eaidade. Essa alidae empíica é descobeta como a base expeiecial da pópia cosciêcia iquiidoa. A iquiição osóca ão é co duzida do pot o de vista de um obse rvado exteo mas po um obsevado paticipa te que to a a alidade aticulada. Desse modo Voegei pôd desceve a iquiição como um modo e idagação sedo as espostas v isões mais ou meos dife eciadas da posiç ão do homem o todo da eaidade. S e o idagado é vedadeiamete viculado à ealidade sua expoação cietíca dos feômeos que deieiam o âmbito do homem pomove o avaço ão apeas da vedad e cogitiva mas também a vedade estecia. avaço a vedade existe cia sigica um a expicação mais difeeciada da estutua paadoxal da exstêcia humaa a t esão et e a existêcia teea e o dameto fomativo e oo se o ieio uma ealiade abagene pépessoal que pema ece ela mesma um mistéio últi mo. postulado metodológico da abetua cogitiva umo a todo o al cace da expeiêcia está etemeado ao po stulado xistecial da abetua meditativa paa a fote da expeiêcia odeadoa. Essa abetua deota a azão como a costituite da humaidade do homem equato descobeta o memoável eveto da osoa helêica.
11 pogama oigial de Ordem e hitória eque uma ivestigação osó-
ca do pogesso do homem da vedade da odem cósmi codivia passado paa a expei êcia difeeciad a da odem tascedete divia em sae e a Héade. Difeetemete da uptua em elação à odem cosmológica e do mudo do mito a China e a Ídia esses modos ocidetais da cosciêcia difeeciada e suas espectivas fomas simbóicas a Reveação e a Fiosoa cofeiam uma forma hitórica cosciete à odem da estêci a humaa em sociedade. Po cos eguite a descob erta etospectiva da históia da humai 34
I a da d
dade por parte do ósoo pressupõe a explicação simbólica da historicidade da estêcia humaa o Ocidete, sedo a losoa da ordem e da história um simboismo exclusivamete ocidetal. Sem a Reveação, argumetou Voegeli, ão haveria o problema da história da humaidade; e sem a Fiosoa a história da humaidad e ão seria um problema da losoa. Das comu icações sobre a verdade do ser detetoras de autoridade a orma histórica ocideta emerge o próprio Logos da história. Em outras palavras, a liguagem de tais comuicações sobre a verdade do ser proporcioa também a liguagem do estudo do aalista modero acerca da ordem da estêcia a so ciedade e a história. Os termos da ivestigação losóca evouem a partir da compreesão crtica das experiêcias historicamete di ereciadas e de suas simbolizações, mas ees aida estão presos à tradição simbólica que os oi egada pelos gregos, peos judeus e pelos cristãos. A diâmica da ivestigação emprica ulterior impeliu a reexão osóca rumo a ovos horizot es. A guiada crtica o pesameto de Voegeli evolvia a ecessidade de uma "iguagem mais diereciada que a da loso a clássica O quarto vou me, A era ecumênica, reorça a guiad a crtica a viso de Voegeli acerca da resposabiidade do lósoo cotemporâeo pea i guagem crtica que reco struirá, com base o materia simbóico do passado, a busca da ordem o presete, e recriará a liguagem do ósoo ao respode r à busca. Essa tare a implicav a "o ret oro a partir de s mbolos que perderam seu sigicado às experiêcias que costituem si icad o, mediate o desmatelameto do "maciço boco de smbolos acumulados, secudários e terciário s que repre setam o grade obst ácuo a esse reto ro Em A era ecumênica, portato, Vo egeli re ormula a co cepção d a ivestigação losóica os termos da Inquirição compreedida como a costate subjacete da mutiplicidade histórica da autoeetivação humaa. Da pluralidade de respostas surge a puralidade de tipos da ordem e suas ormas simbólicas, que, em sua totalidade, reetem a realidade abragete da hu man idade u nier al Essas reexões, expica Voegeli, "são o mod o de ques tioame to egedrado a situaç ão cotemporâea pela resistêcia de um ósoo à distorção e à destruição da humaidade perpetradas peos Sistemas do " deter a história 1 Ibid., 347 11 rdem e históri , 1 bid, 45
IV, 3
I pgo
35
O estudo da ordem e da história é portanto uma inquirição, uma usca aeta pela verdade Ele nunca resultará numa resposta denitia ou nma verdade asouta, numa ordem asoluta, em val ores, proposi ções, princípio s, ideias ou doutrin as permanentes Consequentem ente, os símoos desenvol vidos no curso da análise relexiva têm de ser cuidadosamente resguardados contra o mau uso liidinoso por parte dos agenciadores do poder da época A inguagem do lóso fo não deve serv ir à oiça pelo pod er entre os imperiali stas spi rituais e outros Os esforços re exivos de Voegelin por uma simoliação revelam uma crescente proensão à desdoutrinação A retomada das ex periências da realidade implica a emancipação em relação à linguagem deformada dissociada das experiências geradoras Em A era ecumênica, Voegelin inve stigou e sse prolema até o ponto em que a linguagem da própria inquiriç ão tornous e ela mesma o sujeito da reexão A mudança no foco da análise induziu Voeg elin a ponderar ma is uma ve a conquista histórica dos lós ofos helênic os O óso fo inquiridor revisita seus antecedentes naquilo em que sua simolização da usca do homem por sua humanidad e e sua ore m articula ram, pela primeira vez na história, a estrutu ra da prória usca em si, resultando na conquist a formativa da razão de uma época, o símbolochave designando o "centro cognitivamente luminoso da ordem na exist ência • A razão do lósof o representa a humanidade especíca do homem como a e um "inquiri dor do de onde e do para onde, o f undamento e do sentid o de sua exist ência Emora essa inquirição seja inerente à ex periência do ho mem e si mesmo em todas as épocas, a artic ulação e a simoização adequadas da consciência inquiridora como o constituinte da humanidade são ] o feito dos lósofos de uma época• Co efeito, esse feito de ua época cumina na ora de Patão com a descoerta da própria usca como uma fonte da ordem e da des ordem na existência, com a exporação de sua es trutura e com a criação de uma linguagem q ue expressa rá a descoert a• A linguagem da verdae to rnando se luminosa na consciência inquiridora possi iita ao lósofo compreender e interpretar o rico campo histórico das simoizações que man ifestam a us ca do hom em por s ua humanidade e sua 3 D, Reaso: the assi expeiee, Southe Reiew 0 74) 240 CW, x 2652 268 . bi, 24 i CW, i, 268-26 1 5 D, Wisom a te magi ofthe exteme: a meditatio, 287 i CW, xii, 35375
136
'J I
a a r
Souther n Rei ew 7 8 ) 235
ordem, reveando a verdade e a falsidade das mútipas ínguas diferentes da busca humana Votarse "reexivamente para a área da reaidade chamada de existência humana é estudar criticamente o campo equivalente das ex periências e das simboizações que representam as imagens da verdade evo uindo na história a partir do processo anônimo da realidade Ao aceitar os símbo os como mani festaçõe s autoexpressivas de um a verdade, a inquirição reexi va de seu signicado as tornará mais intei gíveis como um componen te do todo s imbóico que é a humanidade unive rsal Es sa posiçã o priv iegia da do ósofo pressupõe sua vontade e sua capacidade de reativa a expe riência geradora em sua psique e de recaptuar a verdade da realidade que está viva nos símboos por meio de seus próprios esforços meditativos Voegein, p or con seguinte, sit ua uma nov a ênfase no pap el do óso fo como um obse rvador existenciamente participante e na ingu agem de sua inqui ri ção De seu conhecimento recordativo provm, mediante o poder de sua imaginação, a imagem da realidade do próprio ósofo nos termos da sim boização que ee reconhece como parte do campo histórico e que é consti tuída peo s modos equivaentes da e xperiência e da simbolizaçã o A reexão noética evoca esse campo histórico a partir dos materais acumuados do conheciment o empírico
111
E m "Te beginn ing and the bey ond, um estudo anterior [pubicado em CW V, 173-232, Voegein fez diretamente a pergunta: O que é a i quirição? a pergu nta se impunha ao pensador pe a situação presen te a qua não há inguagem aceita ou f orma iterária para se ida r com os p robe mas fundamentais da verdade e da inguagem suscitados pelo atua estado do conecimento empírico concerente à "mutipicidade histórica da rea idade socia Essa pergunta se estende ao uso dos símboos do passado como conceitos anaíticos em nossa época "Seu vaor crítico como instru mentos d e interpretação tem de ser reexaminado e, u ma vez que esse reexa me se estende à nossa inguagem com um da os oa', do ser', da teoogia', 16 Equivleces o expeiece symoliztio i istoy 8) 8 i CW xii 533 6. 1 7 Te egiig te eyo 88
Philosophicl Studies 28
I g 3
esperar da religião' do mito' da revelação' e assim por diante devese uma considrável alteração no uso convencional desses símbolos as a criação de um "universo inteiramente novo de símbolos não é pregurada já que o esforço conceitual de reexão em curso pode recuperar de sua deformação do utrina a linguagem srcinal da análise experienci al e restabele cer seu signicado na inquirição presente Essas reexões sobre a legitim idade dos métodos da inquirição e os critérios de sua verdade elucidam o problem a crucial da "experiência hermeêutica (Gadamer) isto é a com preensão genuína da verdade dos símbolos da linguagem que nos foram transmitidos do passado Voegelin sugere que a inquirição reexiva acerca do signicado dos símbolos istóricos da linguagem poderia e deveria tor nar mais inteligível a verdade oferecida por aqueles símbolos Ele declara muito claramente a premissa subjacente à sua posição o signicado dos símbolos pode ser destacado da linguagem srcinal a m de que seja criticamente traduzido para a inguagem da análise reeva um procedimento hermenêutico que pressupõe que "os símbolos srcinais [ ] contêm a inda que compactamente v lada uma estrut ura racion a que pode se tornar inteligível mediante a ree xão Tais comentários sobre a ermenêutica do estudo reexivo dos símboos desvelam o requisito f undamental da teoria da con sciênci a de Voegelin "uma losoa compreensiva concernente à verdade da reaidade a qua tanto os símbolos srcinais como os símbolos rex ivos não send o nenhum dos conjutos de símbolos objeto s externos da c ognição cuja verdade pode ser jugada por critérios externos irrompem da realidde comum que é a constante subjacente a todos os equivalentes da experiência e da simbolização Deste modo . .
a articul ação da estrutura racional contida nos modos históricos de simboliza ção por meio da análise ree xiva revela um processo da ralidade tornando se cognitivamente luminosa n a empreitada humana da bus ca inquiridora O lósofo com o todos os homens em busca de s ua humanidad e partici pa coscientemente no drama estencial do ntermediário platônico da mortalidade e da imortalidad e Mas o s atos reexiv os de cogn ição do ós ofo como arma Voegelin no volume V referindose mais uma vez ao primeiro lósofo Ibid., 230. Ibid., 8
0 .
Outine: structure f cnsciusness , 2, manuscrit inédit, agra na Hver Institu tin ibrar y, Stanr d Uniersity 38
Om
I E a da rd
Patão dstngu ems e peo equlíb ro prec áro com o qual se deparam entre a nadade da nguagem da verdade hstorcamente expermentada e artculada e a nã o nada de determnada pela posçã o da lnguagem num proces so em curso com m ndetermn ado Esse equlíbro da conscênca noétca ou reexva é a conqusta dferen cadora especíca do osofar, na medda em que artcula a dmensão da ds tânca reexva na conscênca Ao ntroduzr o termo "dstânca reexva, Voegeln desgna os atos reexvos da conscênca e a concomtante smbol zação ree xva como a área autêntca da nqurção losóca A dstânca reexva estab elece uma lgação sobre a acuna entre a verda de "absoluta e xpermentada por uma pessoa e a verdade "relatva que se documenta na multplcdade hstór ca da autexpressão huma na A dst ânca reex va traz à tona a nteraço das tentatvas magnatvas de smbolzação do lósofo e da atvdade recordatva de sua conscênca que é a anamnese noétca A lngua gem da dstânca reeva se refe re analtcamente à dmensão p ess oal da exs tênca humana nos termos do complexo medtatv conscêncareadade nguagem, que fornece os símbolos com sua valdade contextual; ela se reacona com a dmensão socal da exstênca humana nos termos de um campo socal da conscênca públca, que proporcona a compreensão mútua dos seres humanos exstencamente cmprometdos E, por m, ea trata da dmensão hstórca da exstênca humana nos termos da busca do homem por sua humandade e su a ordem que atrbu aos símbolos su a vadade no contexto de suas equvalêncas hstórcas Dess a anáse crítc a da nqurção losóca surge a nguagem relexva que moda a forma smbólca da nqurção do homem modern, que é o assunt do presente volume A anál se feta po r Voegeln da d mensão reexva da cons cênca é ns truída pela tentatva hegeana de recuperar as raízes experencas da cons cên ca Voegeln arma ter f ormuado o smbosmo da ds tânca reex va em oposção ao smbolsmo da dentdade relexva e como um corretvo deste Segundo a autoanáse de Hege na Phnomenologie des Geistes, Voegeln reencena, por meo de sua anamnese, a verdadera estó ra da conscênc a reexva que se desdobra, desde suas orgens mtopoétcas em Hesíodo até sua plena dferencação em PatãoSócrates No curso dessa penetrante renterpretação da osoa patônca, Voegeln apresenta sua própra exegese da conscênca nqurdora O processo de nqurção desnda com grande apuro analítco o todo estrutura da readade conscentemente expermentad a como a epfana sgncatva do ser materal, anma e humano na readade plogo 39
Embora a epifa nia da estrutura na própria reaidade perma neça "um mi s tério inacessíve a uma expicação (estando a ciência envovida num inces sante desveamento dos determinantes estruturais um após outro), o movimento meditativo da inquirição gravita rumo à força estruturante aém da estrut ura manifesta. A busca é experimentada como a irru pção da força orde nadora de um Aém intangível e in exprimível brotando na uta existenci al pela ordem no mundo humano comum Essa experiência de uma tensão nda mental na reaidade existe ncial apontando p ara uma ordem aém de si mes ma é útima: "Ess a utimidad e experime ntada da tensão se torna luminosa no símboo divino'• Em busca da ordem foi concbido como o toque nal do ósofo ao traba lho conceitua de reexão A remode lação nal e rad ica da simbolização ree xiva da busca do homm por sua humanidade sob o horizonte do mundo moderno permanece inacabada. Mas o s contornos de uma losoa da condi ção humana ain da estão vívido s em Em b usca da ordem . Insistindo nérgica e incansave lmente num a inguagem desdoutrinada da anlise relexiva, o grande desígnio de Voegelin para a simboização reexiva recai no âmbito dos variados modos de anlise da inguagem osóca dsde umbodt e Charles S Peirce até Wittge nstein, conduzido também com o uma crítica das tradiçõs dogmticas Vglin partilha a intenção d retir sobr as proposições linguísticas da própria osoa e os problemas correspondentes das inguagens cientí cas. Ee também partiha a oção de que a linguagem especíca do lósofo est reexiva e criticamente reacionada com todas as linguage ns possíveis. Mas Voegelin resolve de modo convincente a aporia ndamenta de uma abordage estritamente f rmaista e in strumenta de l dacomunicação linguagem queisenta é f orçada a postuarmuma comunidade ideal transcendenta de qualqur conteúdo empírico Desviandose de quaisquer construções transcendentais, Voegelin segue a inguagem reexiva retrospectivamente até a consciência reexiva, articuando o ogos da reaidade d qual partilham todos os seres humanos. Essa parceri a no ser, co forme reve lada na busca humana por sua humanidade, é a precondição da p ossibiidade da in guagem per se. O cutivo desse conhecimento existencia, tendo um papel eminente na ordem social, é a responsabiidade do lósofo em tdo momento de crise. 1
140
ID. rdem e históri V, 40. Ibid 130 in ne.
&
I a da rd
Voege, o rtto, seg es e cmdo o dever do ós oo em s resost mgtv o deso modero à rzão m S busc d verdde o emreedd com determção de resturr o ogos comum d redde medttv o estdo de coscêc púbc nu mometo de dssoâc cogtv e exstec
JÜRGEN EBHARDT
I Elog 14
Índice remissivo
Abertura, simboismo da
Anapeuthe ponoio (deus sem abuta )
69
Absouto 85, 88 , 91, 127 Acircumfexme close (fechamento) 69 Acircumfexme ouverte (abertura) 69 Acircumfexmes (amas) 104 Aei (ser eterno) 112 Agostinho, Santo 9, 16, 64 Aionios (eterno) 114 Aionios eikon (imagem eterna) 114 Aisthesis (percepção sensorial) 118 Aisthetos (visíve) 119 Aition (causa o u motivo) 113, 114, 121 Alazoneia tou biou 6 1 ém 52, 53 , 55, 6 4, 79 -87, 91 , 96, 102-
107,
1 10, 1 19-1 22, 128 , 129
Alemã, revoução, da consciência 18, 34 , 71 . Ver Revoução aemã da consciência Alethea (i magens adequadas) 94 Alexandre 68 Ago-Nada 105 Alma 10, 25, 29, 33, 56, 61, 68, 82, 91, 10 4 Ambigidade 18, 19, 767 9, 82, 84, 87-90, 98-100, 10 7-110 , 112 , 116 , 12 6
Anagkaion (necessário) Anamnesis 63, 67 Anamnesis (Voegein) Anangkoito 79
126 27, 30, 133
101
Anaxágoras 86 Angústia 68, 76 Anoia (oucura) 65, 67 Ansich (a reaidade em si mesma) 7881, Ansich-oder Fürunssein 8 1 Ante rem 125 Antigo Testamento 27, 31. Ver também Gênesis Antropomorsmo 43 Aoidos (cantor) 99, 109 "A partir de que 128, 1 29 Apolo 109 Aqueus 109 Apofático (negativo) 103 Aporia 140 Apperzeptionsverweigerung(recusa a perceber) 69 Aqino, Tomás de 91, 103 Arche tes geneseos 69 Arche tes kinemos 69 Aristófanes 92 Aristótees 10, 27, 54, 69 Arquétipos 83 , 1 17 Arqedes 30 Aspernatio rationis (rejeição da razão)
94
68,
69
Índ ice r emiss ivo
1 43
taxia 1 12, 1 15 teísm 90 utgênese 103 utefetivaçã 135 Aec soi 105, 106
1 Bacare 6(Patã) 25, 27, 32 Banquete Basileus (gvernante) 99
Baur Ferdinand Cristian 76 Begreen (cnceber) 8 1 Bersn Henri 69 Bíbia 41 , 67 Baven tura Sã 105108 Beme Jacb 85 Budism 47 Busca 47, 52-57, 125-127 Caecitas in teectus 108 Cacas 09 Cas 96, 98, 99 Caringea Pau 1 1, 21, 34 , 73 Catafátic (armativ) 103 Caa sui 106 ar da 27, 80 14 hoa (es 45, 4, 115, 123, 12 129 Choses (cis Christliche Gnosis4(Baur) 76 Ccer 6, 68 Cicpes 98 Ciências. Ver Ciências naturais; Ciências
sciais Ciências matematizantes 40 iências naturais 40, 72 iências sciais 40. Ver também História; sicgia lavschtiana (Pau) 76 Clu of unknowing 34 50, 52-54, 96, 98102, 104110, 2, 113, 122-126, 130. Ver também
a
eaidadecisa Ü n " �
V
39, 40, 44, 45, 49, 53 , 55, 60, 64, 66, 8, 91, 10� 110 , 112 , 116 , 12 1
Cmpex distância reexivaembrança esqueciment 67 Cnceits 24, 41 , 55, 6 3, 64, 8, 91 , 105, 1 1 5,
Babiônia 43, 45
1
Cmédia Ver Comédia di ina Cmédia divina 9 1 Cmpex cnsciênciareidadeinguag em
I Em busca da odem
123, 137 Conssões (gstin) 9 Cncinism 47 Cneciment 24, 25, 43, 54, 62, 72, 8, 80, 88, 92, 97, 10 6, 134 , 13 7, 14 0 Cnsciência 1, 18, 24, 27, 28, 30-35, 3-40, 42-50, 52-57, 5969, 7174, 76-97, 100 10 2, 10 5, 10 7, 110, 112-116 , 118, 121 -12 5, 127, 129, 132 , 134, 136, 138 14 1 Cnsciência existencia 64, 69, 72, 7 3, 8 Cnsciência nética 67, 68, 85, 1 15, 139 Cnsciência seet iva 69 Cnstantes 39, 40, 1 15 1 17, 127, 130 Cnt 19 , 53 , 89, 96, 13 2 Cntramviment 42,46,59 Contribução história d a religião e da filo a na Aleanha (Heine) 74 verã d nscêi 9. Ver amm Periago Cr, B C 0, 4, , 0, 102 rps 104 heeicum (Ficin) 86 1 14 , 116 -19 , 121 1 29
Creatio ex nih ilo 44
"Crenças 67 Criaçã 46 Criança divina 83 Cristandade 28, 31 Crist 32, 51 , 89 , 1 19 Crítica da razão pura (Kant) 72
Crns 65, 98 Daemonen (derer) 69 Daimonios aner (hmem espiritua) 25 18, 34, 55, 56 , 61 63, 6 6, 67, 71 , efrmaçã 76-83, 87-90, 93, 10 5, 10 8, 11, 123, 13 8
emiurg 1 14, 1 19, 126 -128
emiurgecessidade 26 esrdem 9, 23, 26, 27, 47, 48, 55, 56, 58, 59, 65, 67-69, 76, 9 5, 0 , 2, 20, 22, 23, 25, 29, 30, 32, 36 eus 0 , 9 , 23, 24, 26, 27, 29 -33 , 38 , 4, 42, 46, 49, 67, 80, 8692, 0, 03-08, 922, 26- 30. Ver também euses eusestámrt , miment 90, 9 euses 8, 9 , 29, 43, 52, 53 , 89, 9, 92, 9403, 05, 07, 09, , 3, 2022, 124- 27, 29. Ver também eus euses ímpics Ver euses Deux sources de la mora/e et de la religion (Bergsn) 69 De era religione (gstinh) 6 eir 0, 2, 57, 24, 28. Ver também Ser iaética, a ambiguiade da 8, 78 Dieser Umstand (ess circunstância) 8 Dikranoi ("de duas cabeças) 0 Ding-ansic 72, 86 istância reexia 18, 54, 62-64, 66, 67, 82, 9, 95, 97, 16 , 2 2, 2 4-2 6, 3 9 rsicaçã 18, 53, 54, 56, 57, 66, 23 Dvrssements 06 drer, Heimit n 69 matmaquia 29 Droi (direit) 05 Dysprosyne (angústia, pesar) 99
ba, tets de 20 cumenism 58, 67 git 89 Eidos pos ( hmem que sabe) 11 Eikon (imagem) 50, 4, 5, 8, 9 Einai (ser) 0 Ein ai gegonos (se trna) 6 Einai gene somen on (está em ia de se trnar)
En meso (entre) 2, 3. Ver também ntre; Intermediári; Metaxy En So 2 Encore un eort Franais(Sade) 90 Ensteung (gênese) 8 Entia (utras cisas) 07 ntre (en meso) 2, 3. Ver também Inter mediári; Metaxy Eon 0 93 , 7 Eonta (cisas u seres) 94, 96, 98-00, 08 3, 6 , 7 Epekeina (ém) 52, 96, 25 "pignais, guras 26 quiaências históricas 8, 64, 39 rs 25, 96, 98 scatgia 28, 86 Escaton (im) 87 spaç 9 , 35, 4 , 5, 2 2-2 8 specuaçã 55, 73, 75, 92 squecment 8, 62-67, 69, 70, 74, 84, 85, 98, 105-08, 22 Ésqui 26, 67, 0, 0 2, 0 6 Esse (Ser) 06, 07. Ver também Ser Esti (é) 6 stics 68, O struturaism 8 ternidade e etern 50 46 ternidadeemp 5 Étnicas, cuturas 54, 56, 58 ent 25, 33, 36, 38, 39, 4 6-5 , 53, 54, 56, 5860, 63, 66, 7476 82, 89, 9496, 00,
6 Einürung in das Wesen der Mytologie (Jung e Kerényi) 83, 84 Einleitung à Fenomenologia (Hege) 78, 94 t, T S 0
0 2-0 4, 0 8, 0 9, 2 , 9 , 2 0, 2 5-2 7, 29-3 , 34 ent "situad 25 caçã 24, 44, 48 Ewiges Wesen (Ser etern) 86 Exarteis (inaçã autarmatia 68 Exegenonto (nascids) 97 xistência 242 8, 33, 3638, 47, 48, 53, 5 760, 64, 65, 67, 73, 76, 78, 80, 82, 85, 9597, 0 0, 10 4-0 6, 3, 5 , 1 19 25 , 2 8-3 0 32-37, 39 xistencia, busca 36, 63, 33
Eloim 42 Empas (de agum md) 0 En arce (de iníci) 3
xistencia, cnsciência Ver Cnsciência existencia xistencia, miment 29 I n ce ress vo
1 4
xistencia esistência 18 57 xistenciaism 76 ximag inand símbs da vedade 61 xpeiência 10 19 24 25 2836 38 40 42 44 4655 57-65 69 72 73 76-93 95 97 99 101-103 105-109 111-113 115-120 123127 130138 140 xpeiênciaaticuandasimesma 25 xpríveinexpimíve 126
"Faácia intencinaista 32 Fasidad e esistência à 18 25 26 62 Fausto 61 F é 26 29 55
Fé apcaíp tica 55 Fechament 69 93 Feuebach udwig 90 Fichte Jhann ttieb 72-74 76 Ficin Mas íi 86 Fides O 1 13 114 119-1 21 129 Fides quaerens inte etum O 11 3 Fisa 27 28 3032 34 77 78 80 8 1 1 09 1 13 1 19 13 4 Fim 52-57 62 73 81 86 87 93 105 129 130 Física 44 72 Física newtiana. Ver ewtiaa ísica Fma históica 134 135 Frmaçã-demaçã 76 79 Fança 74 Fanz Michae 1 1 1 10 11 1 Feeman Kathee Funamet divi d se 10 33 Fundament espiitua da existêcia 26 Für es (sujeit que expeimenta) 78 81
Hebeus písta as 29 Hege . W. F. 18 30 34 71 74-82 84-94 97 98 104 116 126 134 139 Obas Eineitung à Pnomenoogie 77; Gesite de r Piosopie 85 86; Logi 86; Pnomenoogie des Geistes 139; Piosopie des Rets 111; Vorrede 77 94 111; issensa der Logi 71 86 Heidegger Martin 75 87 91 1 34 Heine Henich 74 75 Heenístic mund 56 Heácit 48
Hemenêutica expeiên cia 138 Herasere (Vegein) 9 Hesíd 19 34 58 92103 107111 126 139 O: Teogonia 93 94 97 108 109 Hybris 61 Hinduísm 47 Hins a mn 120 Históia 9 10 23- 31 34 36 4-48 54-57 61 65 66 73 -75 82 84 89 91 92 10 5 10 9 113 1 19 12 2 131-1 37 14 0 Histicidade 97 135
Histigaa 31 Hite d 26 Hmem 27 31 -33 37 43 46 60 65 80 91
Geist 85 86 94 Gemüt (mente) 85
109 11 1 12 3 125 129 Hme 19 103 1 08 109 Háci 68 Hughes en 1 1 Humanidade univesa 31 135 137 Humbdt Wihem vn 140 Husse dmund 27 Hypou on ai ani aton (ânce da aa) 68
17 33 34 41-49 51 98 1 1 3 ênesis Gesite der Piosopie (Hege) 85 86
I 73 76
nóstics 28 29 55 56 59 76 86
Ideaism 75
Für uns 8 1
aia (Tea) 98 ebha dt Jüge n 9 141 Gegenstnde (dis bjets) 78
46
Górgias (Patã) 68 Gotteit 121 Gott ist das Sein 87 88 aça 29 19 Grand mystre 105 Grand pr nipe 104 105 tesc 82 85
I Em busca da ordem
Ideasm transcn denta 75 "Ideas 67, 70, 125 Identdade reexva 18, 3 4, 71, 139 Idegas 26, 66, 68 dios (própra), pnã 48 íada (Hmer) 109 Iumnsm 65, 78, 90 Iumnsm esccês 27 Imagem (eion) 1 18, 1 19 Imagnaçã 18, 59 63, 72 74, 89, 92, 1 37 Imanênca 86 Imrtadade 18, 19 , 53 , 83, 91, 97, 138 Incnscênca 18, 67, 82 85, 87, 1 16 Incnscente cetv 83 n re 125 nda 134
lnexprmíve-xprmíve 126 Instante (u mment) 76 Integbdade 36 n teetus 107, 1 20 nteetue et1 08, (Inteect) 85 Intencnadade 17, 37 40, 48, 49, 52, 62, 63 , 66, 79, 80, 87, 89, 10 4, 1 10 Intemedá 24, 25, 27, 29, 5, 138. Ver tam bém Metax Intuçã nteectua 73 Inversã 18, 79, 80, 84, 85 psum esse 107 Ireneu 86 Irracnad ade, resstênca à 66 Isaas 46, 55
Israe 31 , 46, 132, 1 34 Issestóa 18, 5 1 , 52, 55 Itinerarium mentis in Deum 105107
Jaeger, erner 99 James, am 134 Jarrett, Bevery 22 Jenseits 87, 97
Jã, evange de 86, 1 19 Jung, Car 18, 8284, 87 Kant, Immanue 72, 86, 91, 132 - bra rtia da razo pura 72 Kerény, Kar 18, 828 4
Keuman, Kenneth 1 1 Kerkegaard, S0ren 76 Komise ewusstsein 92 Kre 83
ebnz, tted 103107 Leis (Patã) 68, 82, 103 embrança 18, 19, 6267, 70, 74, 92, 93,
95,
97, 98, 10 8 Libido dominandi 6 1 nguagem 1719, 2326, 3234, 3640, 42 45, 4850, 5255, 59, 60, 62, 6669, 72, 74, 75, 7981, 84, 87, 89, 91, 92, 95, 97 102, 104, 105, 107, 108, 110, 11211 4, 116, 117, 120123, 125127, 131, 133, 135140 Logi (Hege). Ver issensa der Logi
(Hege) gs 26, 47, 48, 68, 86, 13 5, 14 0, 14 1 ucura (anoia) 65, 67 25,104, 3841, umnsdade 63, 66, 79, 87,17,89, 1 10,44,1 49, 17 52, 62,
Mágca 18, 55, 59 Mann, Thmas 46 Mantis (vdente) 109 Mantosne (advnhaçã) 109 Max, Kar 74, 7 5, 90 Mater 44 Materia 44 Matéra 44, 90, 1 01 , 104, 128 Materasm 75 McKnght, Stephen 10 McMahn, bet 1 1 Me on {nãser) 116 Medtaçã 10, 18, 34, 36, 52, 63, 65, 130, 133 Me 4951 Memóra Ver embrança MesmutrSer 115 Metanguagem 126 Metaísca 71 , 79, 106 Métapsique 104 Metastátca, é 26 Metax 24, 34, 38, 4951, 53, 59, 62, 78, 85, 95, 97, 98, 10 5, 12 0, 12 8, 12 9. Ver também
Intemedár ndce remssvo
4J
Mistéri 24, 32, 33, 40, 83, 93, 105, 106, 108, 120-122, 125129, 134, 140 Mistéri eusin 83 Mística, sa 1 O Misticism 34 Mit 33, 43, 45, 54, 84-86, 95, 96, 100, 102, 134, 138 Mitespecuaçã 43, 9 6, 9 9, 10 1, 1 03, 1 08
Mitgemas mderns43 84 Mitgia cmparada Mnemsine 19 , 9, 93, 95, 96, 98, 10 2, 10 8 Monadologie eibniz) 103 Monogene 118, 119, 125 Mngênese 19, 1 19 Monoi 19, 11 9, 121 , 124 Mnteísm 121 Morbu animi enfermidade d a mnte) 67, 68 Mrrisse y Michae P 1 1 Mrte de us 89, 90 Mviments minars 67 Mutipicidad histórica 135, 137, 139 Musas 19 , 93- 99, 10 2, 12 0, 12 2 Musi, bert 69 Mssini Benit 26 Nabala a tice de negar a eist de eus) 67 aciiss 5 acinasciais 5 ada 103, 105, 106 Se non
ã , , a Mi t aturais, ciências 40, 72 ature e eiddess 53
a
arh rkennni 80 arhe espiritua primária 8 1 azism 27 Negaioni 103 epatnism 86, 103 Neuere Zeit er a mderna ) 85 72 wtniana, física iethammer, F I 74 ietsche, Friedrich 87, 1 34
48
Om sa
I
Em busca da ordem
Noein pensar) 110 Noema pensament) 110 oei racinaidad meditativa) 9 Noeto intigíve) 119 Nonee ãSer) 106 Noema te adikia dença da injustiça) 68 Noo dença d espírit) 26, 56, 67 Notwendigkei necessidade) 8 1 Nou razã nética) 10, 6 5, 108, 12 8 -PsiqueSma 111, 115, 124 v Testament 32 Nunc 110 Nyn agra) 110
Objet 24-26, 32, 33, 3639, 50, 53, 60, 63, 66, 71-7 3, 78 8 2, 87, 89, 99, 101, 10 2, 10 4, 105, 109, 110, 115, 123127, 138 Obtusidade defensiva 69 ionopolo adivinh) 109
neiropolo intérprete de snhs) 109 noma nme) 110 Ontgia 28, 64, 71 , 79 Opiniõs 67, 70 ratio directa 111 ri errarum 119 Orde 9, 23, 24, 2631, 41, 45 51, 55- 59, 61, 62, 65, 66, 73, 80, 84, 86, 95 9 7, 101, 10 2, 10 9, 1121 14 , 1 1812 0, 12 2, 12 3, 12 5, 12 7, 128, 13013, 139, 140 Oruh da vida 6 1 uia 112 ia eido spaç cm) 1 12, 1 14 O 112, 115
aePre 128 Países s 74 Pan Tud) 1 1 1-1 13, 116-1 19 , 12 4, 12 6 Pan aponon daimonion tud que é divin é sem abua) 101 Panton tda s a s cisas 99 Paradeia de adigmática) 114 Paradigma- 1 15, 12 5 Paradx 17 , 29, 34, 37, 39, 40, 44, 49, 50, 60, 62-64, 66, 69, 79, 83 , 89-91, 93, 101, 10 7, 1 10, 1 12, 1 161 19, 121 123, 126
Pareinai (frça frmaiva 52 Parmênides 109111 Parmênides (Patã 86 Paricipaia, reaidade 24, 25, 27 Parusia 18, 19, 52, 53 , 55, 59, 65, 75, 86, 91 , 92, 9498, 10 2, 10 3, 10 6, 10 7, 1 19 121 Pasca, Baise 106 Patos 68
Pau, Jean 76, 90 Pau 29, 41 , 86, 131 Peirc e, Char es . 140 Pensadres medieva is 87 Pensar e pensament 1 10 , 11 1 Pepatismenon (símb faad 110 Periagoge (defrmaçã da 79, 81 , 85 Periecon (reaidade abrangene divinamente prjetada 118 Perilabon (abrangene 113 Peri pantos (em tds s cass 113 Pno men ologie desboudoir Geistes (ade (Hege68139 Pilosopie dans le Pilosopie des Rects (Hege 111 Plegetai (ama inamada 68 Psiciens 104 Piágras 128, 129 Paã 9, 18, 19, 2427, 32, 34, 38, 40, 45, 50 52, 63, 65, 6769, 79, 81, 82, 8487, 96, 102, 111114, 116128, 136, 139 Peniude 103 Pleoneia 61 Perma 103 Ptin 96 Puraidade ds meis 17, 51 Pneuma 42, 54 Pneumáica, verdade Ver Verdade
Princípi 3549, 5254, 62, 64, 98 Princípi émim 115 Prius (acima de tud 107 Privad ersus púbic 48 Produtionserltnisse 75
Prjeçã 17 , 43 , 90 Prfetas de srae 55 Pre 128, 129 Prtesanism 85, 86 Pseudea (símbs fass 94 Psicanáise 85 Psicgia 17, 29, 43, 68, 84, 90, 1 7 Psique 32, 33, 68, 69, 1 1, 1 12, 1 1 5, 123, 124 , 137 Psiquiatria 68 Purce, Brendan M 1 1 acinaism 9, 65 aã 10 , 23, 32, 65, 67, 68, 72, 76, 89, 03 106, 134, 136, 141
aã suciene, princípi da (eibni 103 eaidade 9, 10, 179, 2327, 2934, 3767, 69, 7276, 78 8 0, 82, 83, 871 13, 1 1530 , 133141 eaidadecisa 1 7, 374 , 44, 4 9, 50, 53, 62 64, 66, 72, 76, 87, 89, 91, 100, 05, 108, 1 10, 1 16, 1 18, 121, 1231 26, 13 0 eaidadeIss 17, 3842, 44, 4750, 5255, 58 60, 6264, 66, 72, 80, 83, 87, 89, 97, 100 , 105 , 1 10, 6, 11 8, 21, 1231 26, 130 Rede des toten Cristus om Weltgebude
erab dass ein Gott sei (Pau 90 einhd, Kar enard 73, 74 eins diádcs 68 eigiã cmparada 17, 43
Pieísm 100, 121 Prngraa 68 Posé (acei 104 Psiivism 57 Pragmaism 51, 5 5, 74 , 1 1 1
Religionspilosopie 76 República (Paã 26 Rerum natura (naurea das cisas 53 esisência 9, 18, 25, 26, 27, 47, 48, 5659, 61, 62, 6466, 76, 8789, 96, 10 2, 1 1, 112, 122, 133, 35 eveaçã 31 33, 4042, 46, 65, 66, 73, 86, 90, 94, 120122, 130, 132, 134, 135, 38
Price, erey . 1 O Prncipes de la nature et de la âce (eibni 103
eva 59, 65, 75, 7 6, 79, 80, 93, 1 19 evuçã aemã da cnsciência 18, 34, 71. Ver também sf s aemães especícs
pneumáica Poietes 128
I nd ce ems v
1 4�
mana expansã imperia 68 mânic períd 6 Ruah (spr u espíri ) 42 Sade marquês de 68 90 Satz des Beusstseins (eind) 73 Sceing Friedric 74 34 Scier Jann 74 Scege Friedric 74 Scüz fred 27 28 Segunda eaidade 69 73 80 Sein 87
Sens cmum sa d 27 Ser 26 27 75 86- 88 03 06 - 08 7 28
Serevir 4 24 26 Ser-evir-spaç 4 24 26 Ser eern 86 Ser resri 06 07 Signs 39 4 44 Sinci 05 26 Simbizaçã 25 40 45 46 50 54 57 60-62 65 66 80 82 83 85 87 9 93-96 9800 0 2 0 3 0 8 0 9 2 4 6 7 9 20 22 27 34 3640 Símbs e smbism 56 57 6 76 0 5 Sinkt herab (decai) 80 Skepteon (inquirir) 3 Sócraes 25 39 Sosta (Paã) 2 Són 57
Soma 3 2 4 Spinza Baruc 90 Sain Jsef 26 Sujei 24 25 38 39 60 7 -73 78-80 82 85 879 0 O 36 Sujei-bje 25 7 73 78 79 82 Suméria isa d ei 55 Superbia ita e 6 Supercnsane 9 6- 8 30 Supicantes As (Ésqui) 0 Syneches (Cnínu u Cerene) O Ta eonta. Ver Eonta Taism 47
1 50
Om sta
I Em busca da ordem
TaxisAtxia 5 26 29 Taxis (rdem) 2 Tes (m) 3 32 Temp 4 5 7 9 Ten aidion ousian (ser eern ) 6 Teogonia (Hesíd) 9 93 94 97 8 09 Tegia d sécu XIII 7 Temrsm 43
Terrrism 66
Tes arches theoria (verdade da reaidade) 69 Theion (divin) 26 Theoi (deuses) 98 Theooa tripartita 92 Tiamat 45 Timeu (Paã) 9 34 45 4 Tiãs 98 To ekgonos (a pre) 28 To gignon eno n aei (sempre devir) 2 To on aei (Ser ern) 2 28 To othen A parir de que) 28 Tohu (devasaçã amrfa) 44 Tohu abo hu 99 Transcendência 27 2 8 3 57 Transzenenz i n di e ukun (ranscendência n fuur) 57 Trauma d ambiene rdx 9 87 Tud (pan) 3 Tuscuanae Disputationes (Cícer) 68
Um eus-Um Mund-Um Impéri 9 Umkehrung des Beusstseins (cnversã da cnsciência) 79 Ungrund 2 Unsere Zutat (acréscim nss) 79 Uran 98 2 4
aidade paradxa 9 88 erdade 9 7-9 24-27 30 32-40 42 4457 59-63 65-67 69 7274 7678 80 82 85 86 88 89 9-9 5 97 98 0 0 02 03 0 7 0 9 03 7 8 2 0 2 2 4 25 27 29 30 32 33- 39 4
erdade pneumáica 30464856 Viae emin entiae 03
Víci em drga 68 Víci 6 68 Viã 9 23 27-29 32 50 62 64 65 82-84 86 92 95 96 99 0 0 0 2-0 6 0 8 3 22 26 34 35 Vegein 9 0 22-3 2 3 4 77 07 08 30-4. Ver ambém bra epecíca Vegein, iy 2 22 Vntade de pder 6 77 Vorrede (Hege 77 78 94 Voreung (âmbit da percepçã 74 85
are Gea (erdadeira gura da erdade 77 Wah, aid een 92
Whitehead, fred rth 34 iena 7 77 78 86 iena der Logik (Hege 7 86 ienaere (Fichte 72 Wittgentein, udwig 40
enófane 0 02 Xynon (cmum 48 Yahweh 20 Zeema (buca da erdade 32 Zeu 65 95 96 0 2 Zoon (S er Vi 8 Zrátrica, buca 47
Índe re iv
1 51
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