ERGONOMIA EM ODONTOLOGIA
Muitos dentistas se queixam de dores e outros distúrbios de saúde relac relacion ionado adoss ao exerc exercíci ícioo de sua profi profissã ssão. o. Horas Horas e horas horas de trabal trabalho ho em posições inadequadas produzem efeitos que, com o decorrer do tempo, podem levar a alterações no sistema músculo-esquelético, gerando fadiga e lesões. Para garantir saúde e produtividade no consultório, os dentistas podem contar hoje com a Ergonomia Odontológica, que visa adequar o trabalho odontológico às características do ser humano. Mas a verdade é que poucos são os dentistas que levam a sério as recomendações ditadas por essa nova área de estudos. As pressões por produtividade fazem com que alguns considerem os cuidados com a saúde como “perda de tempo”. Segundo alguns autores, os dentistas vêm desenvolvendo suas atividades com sofrimento físico e psíquico. Essa afirmativa é baseada numa pesquisa realizada através da empresa Senso Consultoria em Saúde, entre os anos de 1999 e 2000, com 450 dentistas que atuam em Belo Horizonte. A pesquisa revelou que a maioria dos entrevistados (92,12%) sentem dor ou incomoda físico relacionado ao exercício da profissão e quase todos (96,85%) consideram a sua atividade estressante. Outro dado levantado aborda a questão do lazer, fundamental para qual qualqu quer er indi indiví vídu duo. o. Segu Segund ndoo a pesq pesqui uisa sa,, 69,3 69,30% 0% dos dos entr entrev evis ista tado doss não não praticavam nenhuma atividade de lazer ou relaxamento. “Acrescente-se a esses dados um contexto macro-social de alta competitividade, busca acirrada por resultados, aumento de produtividade e redução de custos. O estresse derivado deste contexto tem sido muito significativo”. São mui muitos tos os “pont “pontos os vul vulne neráv rávei eis” s” dos profis profissio sionai naiss de odontologia. Além da fadiga psíquica, eles podem desenvolver fadiga visual, como resposta à visualização visualização prolongada de pequenos detalhes em condições de iluminação iluminação inadequada. Mais importante ainda é a fadiga muscular e as doenças do sistema sistema músculomúsculo-esqu esquelé elétic tico, o, que acontece acontecem m como resposta resposta às posturas posturas inadequadas no consultório. Há ainda as varizes dos membros inferiores, que podem surgir quando há fatores hereditários associados.
O QUE É ERGONOMIA
A ergonomia é o conjunto de ciências que procura o ajuste confortável e produtivo entre o ser humano e o seu ambiente de trabalho, buscando adaptar as condições de trabalho às características do ser humano. São várias as disciplinas e ciências que fornecem subsídios para a ergonomia: Medicina do Trabalho, Ortopedia, Reumatologia, Fisiatria, Psicologia, Terapia Ocupacional, Engenharia do Trabalho e as áreas de qualidade, lazer e ginástica, entre outras. A ergonomia odontológica aplica os conceitos de ergonomia a prática odontológica, para que o profissional evite posturas e movimentos não produtivos e antianatômicos. Com isso, o dentista evita a fadiga e o desgaste desnecessário, produzindo melhor e oferecendo mais conforto e segurança ao seu paciente. São várias as adequações que a ergonomia odontológica recomenda ao dentista. Em relação ao local de trabalho, a adequação consiste num arranjo equilibrado dos componentes do consultório. A Internacional Standard Organization (ISSO) e a Federação Dentária Internacional (FDI) estabeleceram um gráfico em forma de relógio que sistematiza as principais posições que o dentista pode adotar em relação ao paciente. A organização do trabalho também deve receber uma adequação em nome de mais qualidade de vida no consultório. O próprio dentista deve planejar suas ações para alternar esforço e repouso, aproveitar os tempos de espera no consultório (o tempo para efeito do anestésico, por exemplo). Fazer alongamentos antes e depois da jornada de trabalho também ajuda. É importante lembrar que o sedentarismo é um dos principais fatores de risco para os problemas músculo-esquelético que podem acometer os dentistas. Nas últimas décadas, a sociedade vem passando por um processo de mudanças de comportamento no que diz respeito à qualidade dos cuidados com saúde física e mental. Com o aumento da expectativa em relação ao aprimoramento do serviço odontológico de forma geral, a implementação dos avanços técnico-científicos vem ocorrendo de forma gradativa, o que torna necessário que os profissionais da área aumentem a sua eficiência na produção de seu trabalho para que este seja efetivo e consiga manter o estresse físico e psicológico em níveis mínimos. Em decorrência desse processo, os dentistas passaram a aplicar princípios industriais de trabalho e gerenciamento do tempo no consultório odontológico. Isto so foi possível aplicando a filosofia do trabalho em equipe, que objetiva uma forma de trabalho inteligente através da distribuição e realização de tarefas definidas (delegação de funções), tornando-o ordenado e preciso, desde que obedeça um ritmo predeterminado dentro de uma mesma seqüência, acarretando o mínimo de perda de tempo e energia. Através da delegação de funções para a equipe odontológica, aplicando os conceitos do trabalho sentado junto à cadeira odontológica e da Odontologia a quatro mãos, os procedimentos odontológicos podem apresentar uma performance mais eficiente, ou seja, o trabalho simplificado que aumenta a produtividade diminui a fadiga do trabalhador e reduz o estresse. Portanto, com a instituição dos princípios ergonômicos, trabalho em equipe, delegação de
funções, trabalho a quatro mãos, aumento da produtividade, minimização da fadiga física e mental, a otimização da qualidade da qualidade do trabalho realizado é imprescindível.
PRODUTIVIDADE DO TRABALHO SIMPLIFICAÇÃO DO TRABALHO
TEMPOS E MOVIMENTOS NA ODONTOLOGIA
TEMPOS TEMPO – TEMPO PROFISSIONAL – TEMPO OPERATÓRIO – ações diretas, ações indiretas (ações preparatórias, ações concomitantes e ações subseqüentes) e tempos de espera. MOVIMENTOS – Para que se execute qualquer tipo de trabalho, é inevitável que ocorram movimentos corpóreos, mais ou menos intensos, exigindo uma variação no grau de esforço físico e intelectual por parte do operador. É necessário que haja uma grande adequação dos movimentos executados durante o trabalho clínico no intuito de aumentar a produtividade, enquanto há o declínio da fadiga. Objetivando facilitar o processo de adequação dos movimentos. Classificação dos movimentos: - movimento 1 (“dedos”) - movimento 2 (“punhos e dedos”) - movimento 3 (“antebraço”) - movimento 4 (“braço”) - movimento 5 (“deslocamento e torções do corpo”)
DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ERGONÔMICO
Foi necessário fazer uma divisão entre os principais elementos constituintes do consultório odontológico para que fosse possível produzir uma atividade clínica dentro dos princípios do trabalho ergonômico. Dentre esses elementos constituintes, pode-se destacar: cadeira odontológica, mocho, equipo, mesa auxiliar, unidade suctora, armários, pia e aparelho de raios x, que devem estar adequadamente dispostos de maneira tal que possibilite a execução de uma rotina de trabalho harmoniosa e ergonicamente orientada. A área normal de trabalho varia de no máximo, 50 cm de alcance (espaço ideal de pega) e até 1m (espaço máximo de pega).
CÍRCULO FUNCIONAL DE TRABALHO
É a área que contém o espaço ideal de pega e o espaço máximo de pega. Devendo estar disponíveis dentro dessa área todos os equipamentos, materiais e instrumentais necessários para efetuar o trabalho clínico planejado. EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS BÁSICOS - Cadeira odontológica, mocho de operador, mocho da assistente, equipo, refletor, mesa auxiliar, aparelho de raios x, unidade auxiliar, compressor de ar, estufa e autoclave. ZONAS DE ATIVIDADE OPERATÓRIA
Um princípio básico do trabalho sentado a 4 mãos é o exato posicionamento do operador, da assistente, do paciente e do equipamento. O benefício deste posicionamento correto inclui a minimização do estresse físico da equipe, enquanto maximiza a visibilidade do operador e do assistente, além do conforto do paciente. Divisão da sala de atendimento clínico em áreas distintas: zona do operador, zona do assistente, zona de transferência e zona estática.
COMO TER MAIS PRODUTIVIDADE SEM ABRIR MÃO DO CONFORTO
- todos os instrumentos de uso freqüente devem estar dentro da área de alcance ideal; - evitar a permanência em posturas estáticas por tempo prolongado (acima de 20 segundos); - sentar-se no mocho com as coxas paralelas ao chão, formando um ângulo coxa-perna de 90 a 110 graus, ficando os pés apoiados no chão; - adotar como hábito diário exercícios de alongamento, inclusive durante o trabalho; - elevar as pernas, estando na posição sentada ou deitada, durante alguns minutos por dia, para prevenir o aparecimento de varizes; - fazer movimentos anatomicamente harmônicos, adotando transições adequadas de uma postura para outra, evitando movimentos bruscos de arranque, visando à prevenção de lesões agudas do sistema músculo-esquelético; - estruturar uma boa organização do trabalho, planejando a agenda, com o intuito de alternar procedimentos com exigências posturais diferentes; - praticar atividades físicas, preferencialmente de alongamentos e aeróbicas; - manter um peso adequado, um condicionamento físico básico e práticas de atividades de relaxamento muscular, além da prevenção e controle do estresse psicossocial.