Dr. J. H. Reyner Colaboradores: Dr. George Laurence Dr. Carl Upron
MEDICINA PSIÓNICA Estudo e Tratamento dos Fatores Causativos da Doença
Tradução
GILSON CÉSAR CARDOSO DE SOUSA
EDITORA CULTRIX São Paulo
Sumário
Agradecimentos
.
7
Introdução (pelo Professor Ervin Laszlo)
.
9
Prefiício à Terceira Edição
.
15
Prefiício à Segunda Edição
.
17
Prefiício à Primeira Edição
.
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.
21
Parte 1 A Ciência e a FilosofUz da Medicina
Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo
1: Urna Nova Dimensão na Medicina 2: A Hipótese do Campo Psi: Algumas Considerações 3: Medicina Ortodoxa - Do Sistema Filosófico à Ciência 4: Corpos Sutis e Medicina Psiônica 5: Homeopatia - A Medicina Sutil 6: Miasmas e Toxinas 7: A Teoria Unitária da Doença 8: Intuição, Percepção Extra-Sensorial e Fenômenos Psi
Parte 2 História e Prática da Medicina
Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo
Psiônica
Psiônica
9: A História da Rabdomancia e da Radiestesia 10: Rabdomancia Prática 11: A Abordagem Psiônica 12: A Medicina Psiônica na Prática 13: O Método Psiônico na Odontologia 14: A Medicina Veterinária Psiônica
. 23 . 39 . 52 . 64 . 82 . 92 . 103 . 112 . 123
. . . . . .
125 134 142 163
183 189
Conclusão.....................................................................................................
199
Bibliografia Selecionada................................................................................
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Leituras Recomendadas
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Agradecimentos
Inúmeras pessoas contribuem para a elaboração de um livro. Eu gostaria de agradecer a J. H. Reyner, a George Laurence e a Carl Upton por nos darem este. Agradeço também ao Dr. Gordon Flint, presidente do Instituto de Medicina Psiônica, pelo prefácio; ao Dr. Farley Spink, diretor do Instituto de Medicina Psiônica, pelo capítulo sobre Miasmas e Toxinas, e ao Dr. Mark Elliott, primeiro veterinário a aplicar a técnica psiônica, pelo capítulo sobre Prática da Veterinária Psiônica. Toda a minha gratidão à Ora. Pam Tatham, atual secretária do Instituto de Medicina Psiônica, e ao Dr. Geoffrey Goodyear, secretário anterior, por seus comentários a respeito do manuscrito. Agradecimentos também aos colegas Ora. Carol Brierly, Sr. David Hooper, Dr. Vincent Mainey, Dr. Peter Mansfield, Dr. Leon Wyman e Dr. David Williams, pelas idéias exaradas em seus artigos e palestras. Sou grato igualmente à Ora. Anne Wynne-Simmons, associada de longa data e incentivadora da Medicina Psiônica. O apoio da Sociedade Médica Psiônica foi de valor inestimável. Agradeço, em particular, a Sir Charles Jessel, presidente da Sociedade, pelo seu inabalável entusiasmo, ajuda e liderança. Sou grato ainda ao Dr. Solveig McIntosh, vice-presidente da Sociedade, Sr. John Fryer, secretário, e Sr. Edwin Barelay, tesoureiro. O mesmo se aplica aos membros da Sociedade Médica Psiônica pelo seu interesse e apoio ao método. Um agradecimento especial ao meu amigo e colega, Quincy Day Rabôt, com quem mantive tantas e tão agradáveis conversas sobre medicina energética e Medicina Tradicional Chinesa. Agradeço efusivamente ao professor Ervin Laszlo, patrono da Sociedade Médica Psiônica, por ter com tanta eloqüência descrito sua visão da nova ciência, formulada com imensa erudição em sua Hipótese do Campo Psi, que compõe o segundo capítulo do livro. Minha gratidão aos nossos editores, The C. W Daniel Co. Ltd., que, como sempre, fizeram parecer muito fácil a publicação de uma obra. Finalmente, agradeço a Mollie, Rachel, Kate, Ruth e Andrew, respectivamente mãe, esposa e filhos, por suportarem com paciência mais outro projeto editorial. K. S.
Introdução (pelo Professor Ervin Laszlo)
É verdadeiramente prazeroso escrever a Introdução para um livro que dá tão rara e significativa contribuição ao nosso bem-estar individual e coletivo. Medicina Psiônica: Estudo e Tratamento ckJsFatores Causativos da Doença coloca o leitor a par da natureza e realizações desse ramo notavelmente desenvolvido da ciência da cura que ostenta o nome de Medicina Psiônica. Tive o privilégio de conhecer em primeira mão a eficácia dessa forma de medicina, pois estive sob cuidados médicos psiônicos durante quase uma década. Minha experiência pessoal confirma uma tese a que cheguei independentemente, fazendo inferências a partir dos últimos achados das ciências físicas e biológicas. Segundo essa tese, o organismo vivo não é um simples mecanismo ou sistema bioquímico, mas uma articulação complexa de componentes moleculares, celulares e de campo. Isso é bastante pertinente, dado que a Medicina Psiônica não atua sobre as moléculas ou células do organismo e sim sobre o campo que governa os processos moleculares e celulares. Postular um campo como elemento básico no organismo vivo não é coisa nova na história da biologia do século XX. Já em 1925, o biólogo vienense Paul Weiss, inspirado pela teoria da Gestalt de Wolfgang Koehler, aplicou o conceito de campo aos processos de regeneração de membros nos anfíbios, estendendo-o mais tarde a todas as formas de ontogênese. Fiando-se em seu trabalho experimental, Weiss concluiu que o aparecimento de órgãos e tecidos durante o desenvolvimento indica que as partes emergentes estabelecem relações espaciais padronizadas exibidas em traços geométricos de posição, proporção e orientação. Essas, diz ele, são "ações de campo". Cada espécie tem o seu próprio campo morfogenético; e o campo morfogenético de cada indivíduo é uma sucessão hierárquica de campos subsidiários. De igual modo, na década de 1920, o biólogo russo Alexander Gurwitch observou que o papel das células individuais na embriogênese não é determinado nem pelas suas propriedades intrínsecas nem pelas suas relações com as células 9
10
MEDICINA
PSIONICA
vizinhas, mas sim por um fator que parece envolver todo o sistema de desenvolvimento. Trata-se, afirma ele, de um amplo campo sistêmico de força criado pelo efeito mútuo
dos campos de força individuais
em associação com as células. Os
limites do campo de um embrião, por exemplo, não coincidem com os limites do próprio embrião: vão além. A embriogênese, sustenta Gurwitch, ocorre dentro do campo morfogenético do embrião. Em 1934, Conrad Waddington introduziu a idéia dos "campos de individuação", que atuam na formação dos órgãos, e em 1957 estendeu a tese do campo aos "creodos", que são os rumos evolutivos da embriogênese. Essa noção foi elaborada por René Thom em modelos matemáticos que representam o estado para o qual o organismo avança, mediante "bacias de atração" dentro dos campos morfogenéticos. Na década de 1950, Harold Saxton Burr, da Universidade de Yale, avaliou as propriedades eletromagnéticas do que chamou de campo L (life, "vida"), ao mesmo tempo que seus colaboradores mostravam que esse campo se desvanece com a morte do organismo. Embora as teorias do campo biológico surgissem nos anos de 1920 e alcançassem enorme popularidade em meados do século, as propriedades físicas dos campos não estavam bem definidas e, nas décadas seguintes, deixaram de suscitar interesse. Na embriologia, por exemplo, os métodos bioquímicos não possibilitaram aos pesquisadores descobrir a natureza dos campos que governam a polaridade dos membros, a esquematização neural, a indução de lente e outros processos de desenvolvimento. Os conceitos de campo passaram a ser vistos como puramente especulativos e, em anos recentes, apenas uns poucos pesquisadores insistiam em elaborar teorias do campo biológico. Em geral, os biólogos transferiram sua atenção para a bioquímica de mecanismos genéticos específicos, abordagem vigorosa que ensejou uma série de aplicações práticas. Nas últimas décadas, porém, embora menos conhecidos que a pesquisa dos mecanismos e códigos genéticos, os conceitos de campo voltaram à tona, na vanguarda da pesquisa biológica. O biólogo canadense Brian Goodwin sugeriu, com base no campo, um conceito de regeneração e reprodução, processos nos quais um todo é gerado por uma parte. Isso, afirma ele, não pode ser considerado unicamente em termos de plasma germinal e DNA, mas também como produto das propriedades de campo dos organismos vivos. Os campos biológicos engendram ordens espaciais que influenciam a atividade dos genes, enquanto a atividade genética influencia por sua vez os campos. O campo é a unidade de forma e organização, ao passo que as moléculas e células que constituem o corpo são as unidades de composição:
os campos estruturam-nas
a seguir na ordem que irá caracterizar o
organismo. A vida é uma "dança sagrada" de células dentro dos organismos e dos organismos em seu meio, onde os campos biológicos mantêm a cadência dos pares. Rupert Sheldrake, por seu turno, apresentou a "hipótese da causação formativà',
11
INTRODUÇÃO
segundo a qual os campos mórficos estão associados a todos os organismos vivos e são responsáveis por sua perpétua morfogênese. Sem dúvida, a presença de campos complexos jamais foi contestada contradição.
campos magnético, secundários, comunicantes.
a prova oriunda
celular
da biofísica não admite
nas ciências biológicas ortodoxas,
o papel e a função dos
elétrico, etc., associados à matéria celular, não foram conside-
rados importantes
mudança
em biologia -
Contudo,
associados à matéria
para o funcionamento
produzidos A recente
fundamental
do organismo:
eles seriam meros efeitos
bioquimicamente por células, tecidos e órgãos redes coberta dos campos biológicos representa uma
de ênfase. Lembra o "desvio forma-pano
de fundo" descri-
to pelos psicólogos da Gestalt, onde a percepção visual de uma imagem avança e recua na medida em que se vê um de seus aspectos como forma ou pano de fundo. Na biologia e na medicina ortodoxas, a forma é o conjunto de moléculas orgânicas que constituem
a célula, enquanto
os campos produzidos
pela comunicação
celu-
lar - se são levados em conta - são vistos como um pano de fundo real, mas psicológica e medicamente insignificante. Em contrapartida, tanto na pesquisa de ponta quanto na medicina alternativa,
a forma é o campo; as moléculas, células e
órgãos sobre as quais o campo atua são o pano de fundo. O atual desvio-Gestalt ocorre em virtude interação ampla e quase instantânea
da descoberta
dentro do organismo
experimental
e, também,
de
da desco-
berta por parte da medicina alternativa da interação sutil, mas efetiva, entre médico e paciente. Parece que o organismo vivo é um sistema de interconexão instantânea que se mantém em seu próprio meio como um todo, sofre danos como um todo, mas pode também, lutamente
da coordenação
processos moleculares Reconhecer
por exemplo, também
e celulares do organismo.
para a medicina contemporânea.
do organismo
meras manipulações
abso-
de campo do grande número e da ampla variedade de
a primazia dos campos na manutenção
de é fundamental cionamento
como um todo, curar-se. Esses aspectos dependem
e restabelecimento
da saú-
Segundo esse conceito, o fun-
não lembra a atividade de uma máquina, de vez que as
cinéticas só têm valor corretivo em casos específicos como,
os da alçada dos quiropráticos.
não é plena e adequadamente
O funcionamento
representado
do organismo
pelo conceito
de sistema
bioquímico, motivo pelo qual os tratamentos alopáticos prescritos pela medicina ocidental ortodoxa têm aplicação limitada. O complemento do tratamento mecânico e bioquímico pela medicina
é a terapia baseada no campo, convincentemente
psiônica.
O lema da medicina plenamente.
representada
psiônica, "TOlte Causam" (Procure a Causa), justifica-se
Tratar o campo do organismo
significa tratar o aspecto básico da
condição viva, aquele que, no sentido cibernético,
"governà'
a interação orques-
12
MEDICINA
PSIONICA
trada dos incontáveis componentes bioquímicos do organismo. A doença não passa do comprometimento da integridade do campo que governa o organismo e, como tal, é própria e eficazmente tratada. Em compensação, tratar os processos bioquímicos do paciente significa tratar as conseqüências inevitáveis do comprometimento de seu biocampo e não a causa do mal, que é o desgaste do campo em si. A terapia convencional, ilustrada por exemplo pelo uso de antibióticos de largo espectro, envolve medidas desnecessariamente drásticas; seria o mesmo que alvejar mosquitos com balas de canhão. Cuidar do campo que governa o organismo é bem menos invasivo e muito mais eficaz. Outro aspecto da medicina psiônica que merece comentário é o seu funcionamento por distâncias finitas até agora não avaliadas. Isso que à primeira vista parece um sofisma, um diagnóstico a distância - e mesmo, em certos casos, uma cura a distância - se explica quando reconhecemos que o campo que permeia e governa o organismo celular ou multicelular é um campo quântico. Não se trata de uma conclusão ad hoc. decorre da descoberta de que o leque da coerência biológica transcende o leque da transmissão dos sinais bioquímicos, mesmo quando a sinalização bioquímica se revela notavelmente eficiente. A coerência exibida pelos organismos vivos (a correlação simultânea e quase instantânea das partes entre si) é uma forma de coerência quântica, do tipo que só se pode explicar por referência aos conceitos e leis da teoria dos quanta. Os biólogos da recente disciplina da biologia quântica falam de uma "função de onda macroscópica do organismo" e consideram o tecido vivo uma espécie de condensado de Bose-Einstein, no qual efeitos análogos à superfluidez e à supercondutividade ocorrem a temperaturas normais. Teorias e conceitos que se destacam na biologia de ponta indicam que o biocampo do organismo constitui uma manifestação específica de um campo quântico mais fundamentalum campo que enseja a interação na natureza física. O biocampo é uma estrutura local dentro de um campo mais vasto e mais básico: o campo que, independentemente uns dos outros, este escritor e os fundadores da Medicina Psiônica denominaram "campo psi". Minha teoria do campo psi oferece uma descrição de ciência natural da transmissão de informação que transcende o tempo e o espaço, nascida da prática da medicina psiônica. A Medicina Psiônica anuncia o advento de uma nova era no exercício da profissão médica, com potenciais de cura e manutenção da saúde que representam importante contribuição ao repertório do tratamento desenvolvido na medicina bioquímica. Na Medicina Psiônica, o fator crítico não é a química nem a intervenção cirúrgica - embora tais métodos ainda devam ser indicados em certos casos - e sim as "informações" sutis que afetam o biocampo do paciente. O livro que o leitor ora tem em mãos proporciona uma visão notavelmente clara e concisa
INTRODUÇÃO
13
do que vem a ser medicina psiônica, como funciona e por que merece o tipo de atenção que hoje em dia apenas os avanços no âmbito das moléculas e da genética têm recebido. Faz jus ao interesse sério e urgente tanto dos leigos quanto dos profissionais da medicina.
Prefácio à Térceira Edição (pelo Dr. Gordon Flint)
É para mim uma honra e um privilégio ter sido convidado para escrever este prefácio à cuidadosa revisão feita pelo Dr. Keith Souter das duas edições anteriores de Medicína Psiônica.
Uma das palavras mais importantes dessa nova obra é "interconexão" - e o leitor certamente apreciará ser levado ao longo da história da medicina, dos tempos antigos onde imperava a filosofia oriental, via Hipócrates e a cultura mais ocidentalizada, até o século XXI e a medicina energética, à qual nos dedicamos, auxiliados pelas pesquisas do professor Ervin Laszlo e sua Hipótese do Campo Psi. Todo aspirante à prática psiônica bem-sucedida contribui para ela com sua própria habilidade atual, graças ao treinamento recebido nas ciências médica, odontológica e veterinária, secundado por anos de experiência clínica, primeiro na medicina ortodoxa, mais tarde na homeopática e finalmente nas técnicas da prática psiônica, além, talvez, do trato com outros ramos da ciência e áreas como acupuntura e hipnose médica. A primeira e mais importante habilidade deve ser o uso de nosso sentido da rabdomancia, o qual, como os cinco básicos, já possuímos ao nascer. No entanto, se em poucos anos adquirimos boa dose de profidência na interpretação do ambiente imediato por meio da visão, audição, olfato, paladar e tato, às vezes são necessárias décadas para podermos fazer uso prático de nossa capacidade rabdomântica. Como se pode notar num quadro de distribuição padronizado, cerca de 10% das pessoas revelarão considerável habilidade, 10% nada realizarão de notável e o resto, com a prática, conseguirá alcançar níveis bastante aceitáveis, à medida que esse sentido for se tornando tão confiável quanto os outros cinco. Tive a honra de estudar com Carl Upton, a quem disse certa feita: "Gostaria de ter conhecido a Medicina Psiônica há dez anos atrás." Sua resposta instantânea foi: "Meu caro Gordon, há dez anos você não estava pronto para ela." Tinha razão, é claro. No que diz respeito à Homeopatia, um bom conhecimento e uma boa experiência da filosofia básica, princípios e prática, tais quais preceituados por Samuel 15
16
MEDICINA
PSIONICA
Hahnemann, são essenciais. Sempre que possível, cumpre freqüentar cursos de instrução nos diversos centros de ensino do país. Não obstante, nenhum dos três grandes nomes da Medicina Psiônica - Laurence, Upton e Wesdake - tem qualificações específicas nessa área, e o Dr. Farley Spink, nosso atual diretor, foi o primeiro a empregar seu talento na experimentação da homeopatia clássica, para enorme proveito de nós todos. Mark Elliott, nosso primeiro veterinário, deu especial contribuição ao conhecimento geral da prática psiônicai e ele sabe qual poderá ser o conteúdo de uma futura edição do presente livro. Neste momento de reavaliação e revalidação, acreditamos ser conveniente restringir o adestramento no método psiônico a médicos, dentistas e veterinários. Mas, num futuro previsível, quando se falará muito de alimentos geneticamente modificados (ou mutilados), talvez precisemos recorrer à ajuda de outras fontes: a botânica e a agronomia, por exemplo. J. E. R. McDonagh, cujas idéias e trabalhos tanto incentivaram nosso fundador-presidente, George Laurence, sustentava que o ponto de partida mais importante era o solo, o solo saudável, com "clima" microbiológico sadio. Esse solo garantiria colheitas saudáveis, gado saudável e gente saudável. Isso, nem é preciso dizer, inclui água limpa e potável, não-contaminada por resíduos e aditivos potencialmente venenosos. O treinamento inicial em Medicina Psiônica dutará pelo menos um ano, a fim de se adquirir experiência. Daí por diante, a prática contínua gerará um significativo grau de satisfação profissional, à medida que os vários desafios apresentados pelos pacientes, em sua maneira única e individual, nos encorajar a determinar, como Laurence, por que as pessoas adoecem.
Prefácio à Segunda Edição (pelo Dr. Carl Upton)
Alexis Carrel, ex-membro do Instituto Rockefeller de Pesquisa Médica, escreveu em seu livro O Homem, esseDesconhecido, que existem dois tipos de saúde: a natural e a artificial. A medicina científica, disse ele, deu ao homem a saúde artificial e a proteção contra muitas doenças infecciosas. Foi um dom maravilhoso. O homem, porém, não deveria ter de confiar na medicação contínua, com suas dietas especiais e seus produtos químicos sintéticos. Se corpo e mente estiverem em harmonia, o organismo funcionará de maneira naturalmente saudável. Há, com efeito, certos indivíduos que parecem possuir urna imunidade intrínseca, que não apenas resiste à infecção corno retarda a velhice. Ternos de descobrir o seu segredo. George Laurence endossaria de bom grado essa visão. A medicina convencional considera o corpo urna máquina falível, da qual as peças podem quebrar a qualquer momento, necessitando de freqüentes reparos ou mesmo de substituição. Laurence, contudo, via-a corno urna estrutura superiormente inteligente, animada por um padrão apropriado, embora invisível, de força vital. Todavia, por urna série de causas, algumas herdadas, outras adquiridas por acidente ou uso incorreto, esse padrão subjacente pode se distorcer, daí resultando um distanciamento do estado natural de saúde. Sua grande façanha foi a descoberta de um meio de comunicação com esse padrão invisível e o aperfeiçoamento da técnica que ele chamou de Medicina Psiônica, pela qual os desarranjos da força vital podem ser detectados e possivelmente corrigidos. Laurence conseguiu, graças a urna análise simples e direta, prescrever remédios homeopáticos adequados que, segundo descobriu, atuavam de um modo harmônico e atóxico, removendo as causas sutis e freqüentemente entranhadas da doença. Seguiu esse caminho inspirado até quase o fim de sua longa vida. Faleceu a 11 de outubro de 1978, pouco depois de seu nonagésimo oitavo aniversário. É claramente desejável que os médicos familiarizados com a verdade dessas idéias possam ser adestrados nas técnicas básicas da abordagem médica psiônica, para que comecem a aplicar os métodos. Isso, em verdade, já está acontecendo no 17
18
MEDICINA
PSIONlCA
Instituto de Medicina Psiônica, embora não sem problemas. Mora a dificuldade de aceitar desvios de hábitos estabelecidos, exigem-se sacrifícios de tempo e dinheiro para o aprendizado das habilidades necessárias. Mas, a despeito disso, notase crescente interesse da parte tanto dos médicos quanto do público, sendo que milhares de pacientes já foram tratados com sucesso. A Medicina Psiônica é natural e requer, conjuntamente, o emprego da intuição e da vasta provisão dos remédios proporcionados pela natureza. Não se trata de uma medicina "radical", mas de um método singularmente prático que uriliza os recursos naturais para identificar e debelar as causas ocultas das doenças que afligem a humanidade hoje em dia.
Prefácio à Primeira Edição (pelo Dr. George Laurence)
Acho gratificante
que um cientista da estatura do Sr. Reyner esteja tão profunda-
mente convencido
do valor dos métodos psiônicos de diagnose.
Médico há mais de sessenta e cinco anos, estou desapontado progresso registrado
na medicina,
sobretudo
quando
comparado
cirurgia e outras áreas afins. Todos os dias, são anunciados
com o pouco aos avanços na
incontáveis
tratamen-
tos e curas, que em geral baseiam-se em novas substâncias químicas sintéticas ignorando as causas. O princípio psiônico investiga a causa do desvio da saúde normal antes de haver-se com os sintomas. Espero que o livro aguce o interesse por esse ramo tão importante médica.
da ciência
19
PARTE 1
A
CIÊNCIA E A FILOSOFIA
DA MEDICINA PSIÔNICA
21
Uma Nova Dimensão na Medicina A Natureza abomina o vdcuo. -
François Rabelais (c. 1494-1553)
Há
altera consideravelmente. Podemos citar o tratado clássico de Harvey épocas, na história médica, em do conhecimento se sobre a circulação sanguínea, em que 1628,a tendência ou os estudos microbiológicos de Louis Pasteur e a descoberta dos raios X por Wilhelm Rõntgen, no século XIX. O século XX presenciou a descoberta da penicilina por Fleming, em 1928, a leitura do código do DNA por Watson e Crick, em 1953, e o primeiro transplante de coração pelo Or. Christian Barnard, em 1967. No início do século XXI, os cientistas se empenham na decifração do genoma humano. Ao mesmo tempo, ampliou-se em muito o conhecimento da constituição física da matéria viva, tanto no que toca à complexa estrutura das células quanto à comunicação entre elas, em conseqüência do que a prática médica pôde vislumbrar novos tratamentos para inúmeros achaques do corpo, às vezes com resultados espetaculares. Esses mesmos sucessos, no entanto, fomentaram uma confiança indevida nos aspectos materiais da medicina, dada a crença de que o pleno conhecimento dos mecanismos físicos permitiria, no fim, a cura de todos os sofrimentos da carne. Na verdade, a biologia molecular e a engenharia genética estão progredindo tão rapidamente que, segundo se acredita, em poucas décadas teremos a chave da base genética de muitas formas de câncer e doenças crônicas. Mas isso é ilusório porque, embora uma aplicação inteligente do conhecimento material possa acarretar uma melhoria de condições, os sintomas clínicos são apenas a prova física de algum distúrbio da energia vital do corpo. Essa tese não constitui, em si, uma nova filosofia, pois tem sido cultivada, se não reconhecida, há pelo menos dois mil e quinhentos anos. De fato, Hipócrates, considerado o Pai da Medicina, sustentou que a doença não se manifesta puramente como moléstia (pathos), mas 23
24
MEDICINA
também
PSIONICA
de suas nm-
como esforço (ponos) do corpo para restaurar o equilíbrio
ções. Esse poder de cura intrínseco
é conhecido
como
Vis Medicatrix Naturae,
sendo que o médico esclarecido sabe muito bem que seu verdadeiro papel consiste apenas em estimulá-lo criando as circunstâncias adequadas para que ele opere o mais livremente
possível.
Sejamos claros nesse ponto: são os próprios mecanismos
de cura do indivíduo
que realmente arrostam a doença, não os do cirurgião, do clínico ou de qualquer outro profissional de saúde envolvido. O cirurgião pode remover um tumor, mas é o corpo que cura a ferida. De igual modo, o clínico pode prescrever uma droga, mas é o corpo do paciente que responde a ela. Os mecanismos de cura, chamados em fisiologia de "homeostáticos" reguladores,
funcionam
permanentemente
lam processos como metabolismo, mica sanguínea, pressionado
e produção
ou auto-
para dar o melhor ao indivíduo.
temperatura,
e distribuição
equilíbrio
de células. Quando
de alguma maneira, esses mecanismos
Regu-
fluido e mineral, quío corpo se vê
tentam automaticamente
res-
taurar certo nível de equilíbrio. Não raro o indivíduo percebe tais mudanças como incomuns ou desagradáveis. Trata-se dos sintomas da doença, com o corpo procurando corrigir o problema. A questão é que nem sempre os mecanismos voltam completamente
à normalidade.
Embora
as funções retomem
ao "serviço quase
normal", isso tem um custo, que pode ser a redução da função, sua alteração ou a da estrutura.
Essencialmente,
na maioria
dos casos, o que ocorre
não é um
reequilíbrio e sim uma compensação. A medicina ocidental ortodoxa baseia-se solidamente num modelo reducionista. Sem dúvida, isso logrou êxito em diversos campos, mas tem limitações óbvias. Ela rejeita o conceito do "princípio vital" e considera o corpo uma integração complexa de células, tecidos, órgãos e sistemas controlados sionados
por um computador
sistemas médicos bem-sucedidos
biológico
interno,
(e, globalmente,
bioquimicamente
e supervi-
o cérebro. Em muitos
outros
a medicina e a cirurgia ociden-
tais ortodoxas aparecem apenas em quarto lugar na provisão de cuidados médicos), o princípio vital constitui o cerne de sua filosofia. Um número crescente de médicos,
e maior ainda de pacientes,
prejudicial
acredita que essa limitação
é francamente
ao progresso da medicina.
Controle bioquímico ou biofísico Em bases puramente bioquímico
lógicas,
as limitações
do modelo
são claríssimas. O corpo humano
é composto
grande de células que trabalham a que pertencem.
Para qualquer
predominantemente de um número
muito
de diferentes maneiras, segundo o tipo de tecido escolar, é uma velha história o fato de o corpo
renovar-se a cada sete anos. Isso significa que, nesse período, todas as células dos
UMA NOVA DIMENSÃO
tecidos lisos são substituídas
equilíbrio absurdo.
reparo, reprodução
Um controle bioquímico
e assim preservar
25
pelo menos uma vez. Com efeito, há sempre deter-
minado grau de crescimento, no organismo.
NA MEDICINA
e eliminação
dessa complexidade,
a integridade
do sistema
Não: se os controles químicos que conhecemos
de células mortas para manter o bom
inteiro,
é simplesmente
conseguem indubitavelmente
explicar até certo ponto como as células do corpo se integram, temos de postular outro controle mais abrangente
-
um tipo de sistema de informação
ou campo de energia, talvez. Dissemos acima que o princípio medicina.
Os chineses chamam-no
isso, foi aventado Por exemplo,
vital está no cerne de diversos sistemas de de chi e os iogues indianos,
ou "redescoberto"
por muitos estudiosos
Paracelso denominava-o
vita~ e o barão Von Reichenbach,
energético
de prana. Afora
ao longo da história.
munia; para os alquimistas,
o químico
era o fluido
alemão que descobriu
o creosoto,
dava-lhe o nome de odyle. No século XX, Wilhelm Reich chamou-o de orgone, Rudolph Steiner de força formativa etérica e outros de bioplasma, plasma biológico
ou biocampo. Em todos esses casos, embora haja uma interpretação
ligeiramente
diferente,
o princípio vital é visto como uma forma de energia que permeia as criaturas vivas e constitui parte integrante
de seu ser. Trata-se de um campo, localizado dentro e
ao redor do organismo, que produz uma espécie de corpo etérico. Esse "corpo" de energia parece funcionar como um sistema de informação, fazendo as vezes de molde para o desenvolvimento
fetal e o crescimento
posterior,
além de organizar os tecidos e repará-Ios. A pirâmide da medicina Considerando-se humanidade,
que a medicina
é uma prática tão imemorial
quanto
a própria
convém utilizar um modelo para figurar ao mesmo tempo sua anti-
guidade e sua evolução: a pirâmide. Em qualquer livro de história da medicina você lerá que as bases desse saber científico foram lançadas quando o homem começou a en~ender a estrutura orgânica por meio da dissecação e do estudo da anatomia. A observação e a experimentação conduziram
em seguida a deduções
sobre o funcionamento
dos órgãos e
suas estruturas anatômicas. Daí nasceu a ciência da fisiologia. Graças à crescente sofisticação dos instrumentos e à aplicação do conhecimento químico, desenvolveu-se a bioquímica. O papel da mente em relação ao corpo sempre constituiu uma questão delicada, mas em conseqüência do aperfeiçoamento da Medicina Corpo-Mente ou psiconeuroimunologia (PNI),l já começamos a perceber que os processos mentais podem afetar as funções neurológica, hormonal ou imunológica.
26
MEDICINA
PSIONICA
As quatro ciências formam, pois, a chamada pirâmide da medicina. É crença generalizada que esse edifício de conhecimento, tido como o melhor que a capacidade humana pôde produzir, explica tudo sobre o corpo e suas necessidades. As reações bioquímicas nas células esclareceriam de que modo elas trabalham para assegurar o funcionamento fisiológico das estruturas anatômicas do corpo. E, é claro, a mente poderia atuar por intermédio dos canais de PNI. No entanto, como indicamos acima, isso é mais uma mastabri- que uma pirâmide (Figura 1). E ainda assim, como as mastabas do Antigo Egito, desempenhou até certo ponto sua função. Foi necessário, primeiro, erguer essas estruturas para compreender e depois planejar a conclusão do edifício. Parece bastante apropriado, aqui, apresentar o grande Imhotepe (c. 2800 a.c.), sumo-sacerdote de Rá, arquiteto real, médico pessoal e grão-vizir do faraó Djoser, da Terceira Dinastia. Sir William Osler, decano dos médicos do século XX, escreveu que ele foi "a primeira figura de clínico a destacar-se nitidamente das brumas da antiguidade". Em séculos posteriores, acabou deificado como um deus da cura e identificado pelos gregos com Asclépio. Para receber hontas divinas, deve certamente ter desenvolvido a prática da medicina de um modo notável. Além disso, na qualidade de arquiteto do faraó Djoser, ele glorificou o Egito por milênios. Redesenhou a mastaba de Djoser e criou a famosa pirâmide escalonada de Sacará, dando assim ao mundo esse ícone da antiga sabedoria.
FISIOLOGIA ANATOMIA
Figura 1
Assim, pode-se notar que o modelo bioenergético é uma extensão lógica do modelo bioquímico aceito pela medicina ortodoxa, análogo à transformação da mastaba em pirâmide. As ciências tradicionais conduziram-nos muito longe, mas deixaram-nos lamentavelmente privados da verdadeira compreensão. De fato, precisamos acrescentar um vértice à nossa pirâmide. Esse vértice é a energia organizadora ou bioenergia e sua ciência apropriada será o que por enquanto chamaremos de medicina energética (Figura 2).
UMA NOVA DIMENSÃO
NA MEDICINA
27
FISIOLOGIA ANATOMIA
Figura 2
o campo
energético
A regeneração, modo pelo qual os organismos reproduzem partes danificadas ou perdidas, é uma das áreas que sempre intrigou os bi610gos e se revelou uma fascinante área de pesquisa no início do século xx. Em 1907, o w610go H. V. Wilson realizou o experimento capital em regeneração ao forçar uma pequena esponja a passar por uma peneira fina, separando assim as células e destruindo a organização intercelular do organismo. Ap6s a separação, no entanto, as células isoladas perambularam durante algum tempo até se reunir novamente num agregado confuso, que em poucas semanas se remodelou numa esponja do tipo original. Na década de 1920, Alexander Gurwitch postulou a existência de um campo gerador da forma ou morfogenético, que explicaria o desenvolvimento embriol6gico dos organismos. Supunha ele que esse campo organizador, uma espécie de diagrama evolutivo, determinava o papel de certas células durante a embriogênese e não suas propriedades individuais. Nas décadas seguintes, vários cientistas pesquisaram o conceito de biocampo, capaz de regular o crescimento e o desenvolvimento tanto das células quanto dos tecidos dentro dos corpos. Entre eles, destacou-se o bi610go de Yale, Dr. Harold Saxton Burr, que num período de mais de quarenta anos conduziu numerosos experimentos em organismos, de mixomicetos ao pr6prio homem. Burr concluiu que o biocampo, a que chamou de L-field (Lift-fie/d., "campo vital"), era o esquema básico da vida e que todo organismo tem um, o qual organiza e orienta sua estrutura geral. Usando equipamento eletrônico de alta sofisticação, Burr demonstrou que o campo vital podia ser medido e mapeado. Mais: suas pesquisas com humanos provaram que as condições físicas e mentais determinavam modificações nas medidas do campo. Fato interessante: em 1950, usando um "teste de mensuração elétrica" baseado no trabalho de Burr, o Dr. Louis Langman, do Departamento de Obstetrícia e
28
MEDICINA
Ginecologia
da Universidade
PSIONICA
de Nova York, publicou um estudo onde indagava se
a medição das forças de campo em mulheres teria algum valor diagnóstico detecção de cânceres. Ele e sua equipe concluíram
para a
que tais testes eram de fato
bastante acurados, simples de realizar e merecedores de mais estudo e pesquisa. Outro de seus colaboradores, Leonard Ravitz, sustentou que o campo vital desaparece pouco antes da morte física, de sorte que, quando a força organizacional cessa, a vida não pode ser mantida. Nos anos de 1960 alguns biofísicos, liderados por Viktor Inyushin em AlmaAta, ex-União Soviética, levaram a cabo extensas investigações com o que chamaram de "corpo energético".
O que mais estimulou
essa pesquisa foi a descoberta
do "efeito Kirlian" por Semyon Kirlian em 1939. Tratava-se de um processo eletrográfico que gerava fotografias da aura do corpo. Notou-se que o estado da aura variava conforme
as condições de saúde da pessoa.
Inyushin concluiu que o corpo energético possui uma base física, uma constelação elementar semelhante ao plasma constituída por partículas ionizadas, a que deu o nome de plasma biológico ou bioplasma. Esse plasma seria, disse ele numa formulação da Teoria do BiopkJsma, o substrato final dos processos tanto químicos quanto eletrônicos, além de veicular todas as informações dentro do sistema. Explicando o efeito Kirlian, ele deduziu que, como o bioplasma existe nos sistemas vivos, poderia ser luminescente
em certas circunstâncias -
como quando um campo poderoso e
de alta freqüência era aplicado ao sistema, tal qual ocorria na fotografia Kirlian. Nos anos de 1980, o biólogo Rupert
Sheldrake
propôs sua revolucionária
teoria dos campos mórficos. Com base na palavra grega morphe, que significa "formà', Sheldrake postulou
um campo de forma, padrão, ordem e estrutura.
Esses
campos, acredita ele, organizam não apenas as entidades vivas, mas também a conformação dos cristais e das moléculas. Assim, cada tipo de molécula, seja ela uma proteína,
uma hemoglobina
ou um complexo
cristal inorgânico,
tem seu
próprio campo mórflco. Além disso, todo organismo, toda espécie de instinto ou comportamento possuem um campo. Os campos mórficos são, pois, percebidos como os campos organizadores da natureza. Até o que Jung chamou de inconsciente coletivo pode enquadrar-se na teoria dos campos mórficos. Sheldrake animou-se a desenvolver sua teoria em face dos inúmeros fenômenos intrigantes
da natureza que a química pura e os genes não conseguem explicar.
Por exemplo, embora uma única célula contenha cessária à sua multiplicação
num organismo
toda a informação
completo,
genética ne-
vegetal ou humano,
por
que a forma final é sempre a mesma? Também o impressionavam
os fenômenos comportamentais,
onde colônias de
organismos separados geograficamente e sem contato pareciam apresentar atitudes semelhantes. Isso foi demonstrado em aves, símios e humanos. Uma colônia de
UMA NOVA DIMENSÃO
NA MEDICINA
29
macacos, isolados numa ilha, aprendeu a lavar o alimento antes de comer; outras colônias, sem contato físico ou meios de se comunicar, começaram a fazer o mesmo. Isso, supõe Sheldrake, ocorre em virtude da ressonância mórfiea, fenômeno pelo qual as estruturas prévias ou a experiência de organismos de determinada espécie influenciam estruturas e organismos similares, contemporâneos ou subseqüentes. Graças a essa ressonância, o padrão e a informação cia, transmitem-se ao longo do tempo e espaço. Portanto, uma espécie estão ligados a membros antigos dessa mesma fenômeno da ressonância se fortalece com a repetição, uma tamento adquirido, descoberto ou laboriosamente motos, será rapidamente absorvido por outros.
formativa, ou influênos membros vivos de espécie e, dado que o atividade ou compor-
aprendido
por indivíduos
re-
A teoria do campo módico explica tais fatos com base em dois princípios, que constituem parte integrante desses campos. Em primeiro lugar a criatividade; em segundo, o hábito. Tomemos a bicicleta à guisa de exemplo. Há duzentos anos não existiam bicicletas. Então alguém desenvolveu o conceito e elas surgiram. Esse foi o passo criativo. (E quantas vezes não vemos novas "descobertas" sendo realizadas independentemente quase ao mesmo tempo? Logo voltaremos a esse ponto.) Em seguida, as pessoas começaram a aprender a andar de bicicleta, provavelmente com grande dificuldade. Hoje, porém, centenas de milhões aprendem e circulam sem sequer dar muita atenção ao processo. É o hábito, a repetição no interior da espécie, que simplifica o processo de aprendizado. Em suma, diz Sheldrake, a natureza é essencialmente uma formadora de hábitos e todos os seus aspectos se baseiam nesse princípio. conseqüência,
Poder-se-ia afirmar, em
que as leis da natureza são os hábitos da natuteza.
Vínculos culturais espontâneos O estudioso da história espanta-se ante o número de casos em que culturas inteiras produziram de repente alguma descoberta que revolucionou por completo sua sociedade. E isso parece ter acontecido espontaneamente, sem nenhuma conexão óbvia. De fato, pode até ser que algumas dessas realizações ocorreram sem que uma cultura sequer soubesse da existência da outra. Artefatos da Idade da Pedra, provenientes do mundo inteiro, indicam por exemplo que as primeiras ferramentas, inclusive o machado, surgiram ao mesmo tempo. As pirâmides gigantes também apareceram por toda parte, no Egito, na América do Sul e no Camboja. Escritores como Graham Hancock aventaram uma grande teoria pancultural plausível, com raízes numa civilização perdida. Mas, como veremos, existe outra explicação. O mais interessante, porém, é o aperfeiçoamento de habilidades: preparação de alimentos, fabricação de queijos e pães, produção de álcool, cerâmica, cestaria e confecção geral de ferramentas
similares parecem ter ocorrido quase de novo.
MEDICINA
30
PSIONICA
o
mesmo se aplica aos grandes pensadores. Em seu livro The Whispering Pond, o professor Ervin Laszlo fala da eclosão das culturas clássicas hebraica, grega, chinesa e indiana, todas num lapso surpreendentemente curto de tempo. Exemplos não faltam: a descoberta simultânea e independente do cálculo por Newton e Leibnitz; a formulação independente da teoria da evolução por Darwin e Wallace; a invenção do telefone por Bell e Gray, etc. A teoria segundo a qual todos nós temos acesso a algum tipo de "campo" torna-se cada vez mais atraente. E isso é fundamental para nossa discussão da Medicina Psiônica. A Medicina Psiônica
O objetivo principal da Medicina Psiônica está implícito no lema da Sociedade Médica Psiônica: TO/teCausam, que significa "Procure a Causa" da doença. Embora a manifestação da doença possa ocorrer na esfera física, psicológica ou emocional, a causa reside muitas vezes no nível energético. Em outras palavras, é como se ela se codificasse no interior do campo energético, passando a exercer seus efeitos sobre o indivíduo pela ruptura do esquema organizacional desse campo. Mas, antes de ir além, talvez seja conveniente discorrer um pouco mais a respeito do médico notável que desenvolveu esse sistema de medicina, o qual integra a medicina ortodoxa, a homeopatia e a faculdade radiestésica. George Laurence formou-se no St. George's Hospital, Londres, em 1904, tendo estudado anteriormente na Universidade de Liverpool. E foi em Liverpool que ele sofreu a influência de Sir Oliver Lodge, professor de física, à época um dos mais destacados pesquisadores das propriedades das ondas eletromagnéticas. Depois de trabalhar em diversos hospitais, fez pós-graduação no Royal College of Surgeons (Edimburgo) e um ano mais tarde adquiriu um terço das ações de uma clínica em Chippenham, Wutshire. Quase imediatamente seus dois sócios mais velhos foram convocados para a guerra e ele teve de administrar a clínica sozinho, o que envolveu funções hospitalares e consultivas durante perto de quarenta anos, entre as quais a de oficial-médico do Hospital da Cruz Vermelha, cirurgião do Cottage Hospital, superintendente clínico do Isolation Hospital, Factory Surgeon e vacinador público. Durante esse tempo, no entanto, ele foi se sentindo cada vez mais insatisfeito com a obsessão ortodoxa por sintomas e drogas. Em suas próprias palavras: Tive o pressentimento de que nem sempre sabia o que estava realmente fazendo - ou antes, por que estava fazendo. Em suma, ignorava as razões pelas quais as pessoas adoeciam. Era muito fácil tratar moléstias infecciosas comuns ou males agudos; mas, face a distúrbios crônicos como tumores malignos, reumatismo, perturbações
UMA NOVA DIMENSÃO
nervosas degenerativas
31
NA MEDICINA
e outras doenças consideradas
incuráveis, nenhum
de
nós sabia o "porquê" e via-se reduzido a lidar com nomes e rótulos, sinais e sintomas, sem lobrigar a causa. Assim, o alívio temporário máximo que eu e meus colegas podíamos
dos sintomas era o
fazer na época.
Na tentativa de descobrir a causa das doenças, Laurence leu bastante e percebeu que três cientistas pareciam
oferecer-lhe
nemann com seu método homeopático;
as chaves. Primeiro,
Samuel Hah-
segundo, Rudolph Steiner, sobretudo pela
sua concepção das forças formadoras da natureza; e finalmente J. E. R. McDonagh e sua Teoria Unitária da Doença. (Adiante examinaremos seus trabalhos com mais pormenores.) Por essa época, entrou casualmente inteirou-se da idéia da rabdomancia
em contato com o Dr. Guyon Richards e
médica. Isso mostrou ser a chave daquilo que
procurava, pois há muito estava convencido de uma estrutura mais vasta, irreconhecível era nessa esfera não-manifesta graças ao uso do pêndulo, distúrbios clínicos.
que as energias vitais operavam
e descobriu
que,
podia detectar desarranjos das forças responsáveis pelos
físicos e psicológicos,
Observou
de que o corpo físico é apenas parte pelos sentidos comuns. Ele achava que
os quais, por sua vez, se traduziam
então que, ampliando
em sintomas
a técnica, conseguia prescrever o tratamento
adequado, apto a restaurar a harmonia vital - em geral, mas não necessariamente, recorrendo à medicação homeopática. Desse modo, pela primeira vez, logrou formular um método científico de diagnóstico doença. Com paciência e assiduidade,
e tratamento
aprimorou-o
das causas básicas da
ao longo do tempo, tornan-
do-o um sistema de medicina que tem se mostrado muitíssimo mos cinqüenta
eficiente nos últi-
anos. Não raro, possibilita a detecção de causas ocultas e orienta o
especialista no tratamento mente incuráveis.
apropriado
de inúmeras
doenças crônicas e suposta-
O sistema, em essência, depende do exercício dos sentidos paranormais,3 realidade é hoje cientificamente
cuja
aceita; e, dado que por convenção a letra grega psi
passou a associar-se a essa conotação, dicina Psiônica.
Laurence deu a seu sistema o nome de Me-
A patologia na Medicina Psiônica A Medicina Psiônica constitui, basicamente,
um sistema integrado que junta me-
dicina ortodoxa, homeopatia e radiestesia (ou faculdade rabdomântica). A ênfase principal recai nas doenças crônicas, isto é, longas e persistentes. Para uma explicação melhor, reconsideremos nossas duas "pirâmides" da medicina, na forma completa e incompleta.
Em medicina ortodoxa, fazemos um diag-
MEDICINA
32
PSIONICA
nósuco que geralmente leva em conta o efeito da doença na estrutura, na função, na aberração bioquímica
e na intuição (respectivamente,
mica e psicologia ou PNI). A seguir, o tratamento pal em que isso ocorre. Se o problema
anatomia, fisiologia, bioquí-
resume-se a afetar o nível princi-
for de alteração estrutural,
a cirurgia será
indicada; se de função ou aberração bioquímica, o tratamento médico se fará necessário. Quando, porém, for considerado psicológico, então se deverá considerar uma intervenção
psicológica ou psiquiátrica.
Obviamente,
níveis são afetados, como no câncer, recomendam-se Ora, para muitas pessoas, essa abordagem condição
delas precisa ser controlada
nunca é controlada
nos casos em que todos os todos os tipos de intervenção.
pode ser exatamente
a requerida. A
de modo correto. Para outras, a condição
e elas vivem com uma doença crônica ou progressiva que não
responde às intervenções ortodoxas. Em Medicina Psiônica, o ápice da pirâmide da medicina é visto como o lado energéuco
do indivíduo,
seu corpo energético
ou campo de energia. Segundo a
experiência dos profissionais psiônicos, quando o tratamento porque o problema
energia organizacional auto-reguladores
convencional
falha é
existe e persiste no esquema energético, ou seja, no campo de que governa o crescimento,
a recuperação e os mecanismos
da pessoa. A menos que essas máculas sejam removidas, o indiví-
duo terá sempre problemas físicos, emocionais e psicológicos. Consideremos a forma mais extrema de doença física, o câncer. O tratamento ortodoxo
envolverá provavelmente
funções, seguida de quimioterapia cancerosas remanescentes. grediu, considera-se
cirurgia para remover o tumor e restaurar as e radioterapia
para matar as possíveis células
Se, em etapa posterior, descobrir-se
que a disseminação
que o câncer pro-
ocorreu num tecido afetado e não-elimi-
nado pela operação ou devido a células cancerosas que escaparam à quimioterapia e à radioterapia. Na Medicina Psiônica, essa recorrência não será atribuída à excisão incompleta do tumor físico, mas à persistência de algum processo patológico
não-combati-
do. Tal processo deve-se a uma falha no campo energéuco e continuará a operar até produzir uma espécie de efeito de escoamento na pirâmide. Portanto, a recorrência não é necessariamente uma disseminação e sim a seqüência do processo mórbido. Em suma, ocorrerá porque a causa não foi descoberta nem tratada. Essencialmente, ignorando até a existência do vértice da pirâmide e o lado energético da pessoa, o tratamento ortodoxo da moléstia crônica quase nunca representa muito mais que um alívio temporário. Essa explicação simples aplica-se a todos os tipos de distúrbios, outras doenças progressivas e degenerativas.
do câncer a
A Medicina Psiônica procura rastrear a causa dos males crônicos determinando a natureza da aberração patológica dentro do campo energético do indivíduo.
UMA NOVA DIMENSÃO
NA MEDICINA
33
As aberrações podem ser herdadas de muitas gerações ou adquiridas durante a vida da pessoa.
o que acontece
na Medicina Psiônica?
Conforme já mencionamos, a Medicina Psiônica integra a radiestesia (ou faculdade rabdomântica) à prática ortodoxa e homeopática. Para tanto, uma amostra do paciente, em geral cabelo ou sangue, ajuda o profissional a sintonizar-se com o campo psi do indivíduo. Os instrumentos básicos, no caso, são o pêndulo, uma tabela, uma série de dados de diagnóstico e um conjunto de amostras patológicas ou terapêuticas em tubos de ensaio. O profissional vale-se de sua intuição, com o pêndulo como indicador, para comparar a amostra do paciente com as patológicas. Desse modo, fazendo-se mentalmente as perguntas certas, ele pode, à semelhança de um detetive, lobrigar os fatores causativos da doença. A seguir, de modo parecido, fará as perguntas apropriadas para determinar o tratamento correto, que é em geral homeopático (pois seus remédios são de natureza energética, capazes de afetar o corpo de energia), e assim remover as toxinas patológicas. Isso permite aos mecanismos auto-reguladores ou auto curativos do indivíduo entrarem em ação. Portanto, nos termos do nosso modelo da pirâmide, quando a falha é sanada, o efeito de escoamento (ou processo mórbido) se detém, fazendo com que os mecanismos auto-reguladores ou auto curativos acalmem as sensações, corrijam a aberração bioquímica, melhorem a função e, possivelmente, retifiquem os danos estruturais. Psi em Medicina Psiônica
A faculdade de radiestesia ou rabdomancia constitui, no fundo, um Estado Alterado de Consciência (EAC), embora não o transe completo tal qual obtido graças à hipnose ou à meditação. A consciência é preservada para que o profissional possa formular perguntas apropriadas e acuradas enquanto se "descontrai" o suficiente para receber respostas mediante um processo ideomotor (involuntário), que resulta num movimento pendular. Aqui, três coisas são dignas de menção. Primeira: no processo de diagnóstico, contata-se o campo psi do paciente, às vezes a longa distância, a fim de descobrir quais distúrbios estão presentes, quais são importantes e por que estão gerando doença. Segunda: a chave para o campo psi do paciente é sua amostra de sangue ou cabelo. Não importa quão distanciada esteja ela do paciente no espaço e no tempo, subsiste uma conexão que reflete o estado energético atual do indivíduo. E terceira: na prescrição do tratamento, fazem-se perguntas a um sistema informacional infinitamente mais passível de conhecimento do que o próprio pro-
MEDICINA
34
fissional. Não se trata, em absoluto,
PSIONICA
de acessar a memória
localizada na própria
mente do médico ou em seu circuito neurológico. É como se o profissional se sintonizasse com duas coisas nesse estado ligeiramente alterado, sendo a primeira o campo psi do paciente e a segunda, um vasto sistema ou campo de informações ente e o paciente -
que interconecta
o médico, a amostra do paci-
ou então os campos de todos eles. A sintonia dependerá,
da ligação entre paciente e amostra. Como logo veremos, o conceito de um universo interconectado
pois,
explica muita
coisa a respeito desse ramo fascinante da medicina. Uma Teoria de Tudo ou Grande Teoria Unificada Quando
falamos de diagnóstico
pensar que utilizamos
ou prescrição de tratamento
um paradigma
mais em consonância
a distância,
é fácil
com a magia do que
com a ciência. Isso implicaria não ser o processo científico, o que não é absolutamente o caso. Na verdade, a Medicina Psiônica pode muito bem reivindicar posição de vanguarda na ciência e mesmo na Nova Medicina. Penetremos no reino da física teórica, muito importante para nossa discussão.
uma agora
Até os anos de 1990, era consenso quase universal entre os físicos teóricos que a matéria consistia de átomos e partículas subatômicas, tro forças fundamentais. Havia, em primeiro impedindo
lugar, a força gravitacional
mantidas juntas por qua-
que fixa nossos pés no chão,
o Sol de explodir e as galáxias de despencar. Em segundo, a força eletro-
magnética, fonte de energia para nossas lâmpadas, casas e cidades. Em terceiro, a força nuclear fraca, responsável pelo desgaste radioativo. na nuclear, no rastreamento altamente
radioativo
Utilizamo-Ia
com nossos equipamentos
em medici-
de diagnóstico
sofisticados. E em quarto, a força nuclear forte, presente no poder do Sol
e na energia interna do átomo. Na década de 1990, Sidney Sheldon, Steven Weinberg e Abdus Salam mostraram que a força nuclear fraca e a força eletromagnética eram manifestações
de um único fenômeno
O modo como essas três forças fundamentais
chamado força eletrofraca.
atuam é de capital importância
na
ciência. Mas qual será sua conexão? Poderão ser unificadas numa única superforça? Existem duas teorias principais,
que explicam parcialmente
a natureza delas.
Uma é a teoria quântica; a outra, a teoria da relatividade geral de Einstein. Contudo, lidam com as extremidades se à esfeta do microcosmo, ocupa-se do macrocosmo,
opostas do espectro, pois a teoria quântica limita-
o mundo subatômico, ao passo que a relatividade geral da natureza do Big Bang, das galáxias e dos buracos
negros. A teoria quântica explica as forças como pacotes ou quanta de energia; a relatividade
geral considera-as
você poderá adotar qualquer
deformações
do espaço-tempo.
Coisa interessante,
das duas e dela derivar todas as leis da física e da
UMA NOVA DIMENSÃO
química. Será capaz de construir teorias - mas das duas, não! Esse problema durante
mortificante
35
NA MEDICINA
o edifício científico inteiro a partir de uma das consumiu
todos os esforços de Albert Einstein
os últimos trinta anos de sua vida. Ele perseguiu
uma teoria que nunca
encontrou, mas que se propôs chamar de teoria do campo unificado. Deveria ser, realmente, uma Teoria do Universo - e desde então tem absorvido as carreiras de incontáveis físicos teóricos. Nos anos de 1970 e 1980, admitiu-se desenvolvimento
que uma solução estava à vista com o
da teoria da supercorda. A base dessa teoria é que toda matéria se
compõe de supercordas,
ou linhas, a ocupar um único ponto no espaço-tempo
em
dado momento. Ela parecia compatível tanto com a teoria quântica quanto com a relatividade geral, exceto pelo fato de só funcionar caso existissem dez dimensões. Mas a teoria de Kaluza-Klein enseja essa possibilidade das três espaciais e da do tempo) se entrosarem no. Conjeturou-se
se as dimensões extras (além
num espaço infinitamente
peque-
então que, pouco antes do Big Bang, existia um universo vazio,
mas com dez dimensões.
Ele se partiu
em dois fragmentos,
nosso universo de
quatro dimensões e outro de seis. O universo deu o salto quântico para um novo, fazendo com que o de seis dimensões
se encolhesse e o de quatro se expandisse.
Essa rápida dilatação, a dada altura, provocou o Big Bang - a Grande Explosão. Atualmente, pensa-se que, em vez de ser o início de tudo, isso foi na verdade um choque posterior ao colapso do universo de dez dimensões. Surgiram até agora cinco teorias da "corda", que culminaram
em sua unifica-
ção na teoria M, de 1994. Esta, porém, só é verdadeira se existirem onze dimensões. E os físicos teóricos dimensão.
já falam da possibilidade
Face a essas idéias mirabolantes
(evidentemente
de uma décima
segunda
não-testáveis, pois é impossível
medir dimensões menores que o átomo), pareceria que uma grande teoria unificadora ou Teoria de Tudo foi encontrada - ou, pelo menos, uma teoria sobre as origens do universo, a natureza das partículas elementares e as forças que atuam sobre elas. Mas isso estaria ainda muito longe de uma verdadeira Teoria de Tudo, não é?
o universo
interconectado
Desde o começo, houve inúmeras
interpretações
Um paradoxo crucial foi apresentado
conflitantes
por Werner Heisenberg,
mio Nobel de 1943 por uma obra que incluía a formulação teza. Em essência, isso significa não ser possível determinar posição de uma partícula e sua velocidade. Em 1964,
outro
marco
foi alcançado
interconexão de BelL O episódio revolucionou
da teoria quântica. que recebeu o Prêdo princípio de incerao mesmo tempo a
com a publicação o pensamento
do teorema da
porque mostrou que
MEDICINA
36
PSIONICA
há conexões objetivas e não-locais no universo. Em palavras mais simples, quando duas partículas origindrias da mesma fonte entram em contato, permanecem assim para sempre (como se suas funções de onda, uma vez misturadas, não mais se separassem). Portanto, duas dessas partículas, mesmo apartadas por uma distância grande demais para que um sinal luminoso transite entre elas, continuarão interagindo e duas medidas poderão ser relacionadas instantaneamente. Há uma interconexão não-local. Diversos experimentos já confirmaram o teorema de Bell. Isso é de importância monumental, pois toda matéria provém do Big Bang, implicando que no nível quântico a esfera física inteira está interconectada. O professor David Bohm, físico teórico e discípulo de Einstein, escreveu muito a respeito da idéia de conexão e interconexão. Em seu livro O TOdo e a Ordem Implicada, propôs o conceito de "totalidade indivisÍvel" como a verdadeira realidade. Nesses termos, o universo não seria um conjunto de partes separadas, ainda que emparelhadas, mas uma complicada rede de "relações" entre partes de um todo unificado. Bohm postula, em suma, que o universo obedece aos mesmos princípios do holograma, com toda a informação existente contida em cada uma de suas partes. Segundo a teoria de Bohm, embora os fenômenos pareçam desconexos e isolados, isso não passa de uma ilusão de nossa percepção. A verdadeira realidade é a "unidade", onde todas as coisas se interligam e formam a mesma ordem implícita, apesar de os vínculos escaparem à acuidade de nossos sentidos. Portanto, o princípio da holografia permeia a natureza,4 como aspecto do universo holográfico. Em seu livro The Whispering Pond, o professor Ervin Laszlo afirma que "o conceito básico - o ponto alto - das teorias genuinamente unificadas é a interconexão universal. Com efeito, a própria possibilidade de uma teoria dessas reside na descoberta do campo que, no universo, ligaria átomos e galáxias, ratos e homens, cérebros e espíritos, transmitindo informação de todos para todos".
o campo
psi
Existem inúmeros paradoxos nas ciências (físicas, biológicas, psicológicas e mesmo sociológicas) que simplesmente não podem ser explicados a menos que aceitemos uma interconexão sutil. Somente um campo universal, seja de que tipo for um campo de interconexão -, daria conta de tais paradoxos. Mas qual poderia ser e onde se situaria? Na discussão acima, examinamos as idéias atuais sobre a matéria. Agora devemos considerar o outro aspecto da realidade, isto é, o espaço. Por muitos anos pensou-se que o espaço fosse apenas o nada, o vácuo. A ciência descobriu que não é bem assim. O espaço é, na verdade, um plenum, quer dizer, um espaço preenchi-
UMA NOVA DIMENSÃO
NA MEDICINA
37
do ou que contém alguma coisa. Os cientistas agora falam dele como de um vácuo quântico.
O espaço está repleto de considerável energia, conhecida como "campo ponto zero" (CPZ). Para além dele, ou subjacente a ele, Laszlo postula um campo fundamental do qual o CPZ seria uma manifestação. Esse campo é informacional no sentido de que registra tudo o que ocorre em seu interior e apresenta-se inteiramente interconectado. É, em conseqüência, holográfico porque cada parte está ligada a outra. Pode ser chamado, com muita propriedade, de holocampo ponto zero baseado no vácuo.
Laszlo pressentiu que semelhante nome não soaria muito bem e, como "se trata ao mesmo tempo de um elemento fundamental da realidade e de um fator que entra em todas as nossas interações com essa realidade, merece nada menos que uma letra grega". A letra que ele escolheu foi o '1', ou Psi. A escolha do Psi não foi aleatória. Ao fazê-Ia, Laszlo levou também em conta que ela "se refere aos fenômenos psi e talvez os explique. Isso, porém, é ninharia: o holocampo universal faz muito mais do que veicular algumas variedades de informação extra-sensorial; ele também liga quanta e organismos, cérebros e espíritos, povos e culturas. O motivo do emprego do Psi vai além da parapsicologia, da psicologia, da neurofisiologia e até da biologia ou da ecologia. Abarca a física e a cosmologia, isto é, o leque total das ciências contemporâneas". Em Medicina Psiônica nós, rotineiramente, sintonizamos a energia do próprio indivíduo, ou o seu campo psi pessoal, a fim de determinar a natureza das distorções energéticas que o afetam física, emocional e psicologicamente. Fazemos isso por meio de uma amostra que, embora removida do paciente, ainda mantém com ele contigüidade ou se lhe associa graças aos vínculos não-locais que discutimos. Também penetramos no grande campo psi que Ervin Laszlo descreveu tão elegantemente e sobre o qual escreverá no próximo capítulo. Notas 1. A psiconeuroimunologia (PNI), chamada às vezes de psiconeuroendocrinoimunologia (PNEI) é uma ciência em desenvolvimento que une a mente, o cérebro, os hormônios e o sistema imunológico. Candace Perr, uma neurocientista que descobriu o receptor opiato, fez pesquisas pioneiras sobre o modo como as substâncias químicas de nossos corpos estabelecem uma comunicação dinâmica entre a mente e o corpo. Como a complexidade do nome sugere, trata-se de uma disciplina que vem atraindo especialistas de diversos ramos do saber. Ver "Leituras Recomendadas". 2. 3.
Mastaba: tumba inacabada e de cume achatado, precursora da pirâmide clássica. A expressão "sentidos paranormais", neste contexto, refere-se simplesmente aos que estão além dos cinco reconhecidos. Voltaremos a eles no capítulo sobre Intuição, Percepção Extra-sensorial e Fenômenos Psi.
38
4.
MEDICINA PSIONICA
Teoriaholográfieada mente: teoria proposta por Karl Pribram, da Faculdade de Medicina de Stanford. Ele partiu da obra revolucionária de Karl Lashley, segundo a qual, quando se removem partes do cérebro dos animais, podem prever-se danos às funções da visão, apetite, sono, etc., mas não à memória. Pribram realizou diversos experimentos sobre percepção e concluiu que o cérebro, ao codificar uma imagem, fá-Io à maneira de um holograma. Pesquisas posteriores revelaram que outros sentidos, como a audição, o olfato e o tato, também podem ser processados holograficarnente.
A Hipótese do Campo Psi: Algumas Considerações Professor Ervin Laszlo
1. Considerações
básicas
A hipótese que aqui adiantamos baseia-se no conceito holístico do mundo passível de conhecimento científico. Segundo tal conceito, a realidade não é divisível em camadas ou níveis divergentes. Os fenômenos observáveis constituem o resultado de um processo de desenvolvimento seqüencial e ocasionalmente não-linear que liga a esfera física básica da realidade a outras esferas emergentes como as da vida, da mente e da sociedade. Em conseqüência, todos os fenômenos possuem base material, o que entretanto não acarreta a redução do fenômeno da vida e da mente a meros processos físicos. A hipótese exige apenas que as leis fundamentais e as regularidades que governam a evolução das diversas esferas da realidade sejam universais - isto é, aplicáveis igualmente aos fenômenos físicos, biológicos, psicológicos e sociais. Desse modo, os fenômenos que se manifestam não são reduzidos às suas origens físicas: o que se faz é submeter suas interações a leis e processos universais (quer dizer, interdisciplinares). 1.1.INTERCONEXÕES
NO ESPAÇO E NO TEMPO
O âmbito empÍrico da física, como aliás o da biologia e das ciências humanas, ainda não foi totalmente explorado; alguns achados permanecem anômalos para as teorias convencionais. Parece que grande parte dessas anomalias deve-se a interconexões entre fenômenos que não são levados devidamente em conta pelas concepções vigentes. 1 Por exemplo: Na jlsica, descobriu-se que partículas elementares
em estado quântico
idênti-
co apresentam não-localidade: estão instantaneamente conectadas por distâncias finitas e possivelmente consideráveis. Fótons emitidos um por um interferem uns com os outros à guisa de ondas simultâneas;
elétrons, em supercondutores,
fluem 39
40
MEDICINA
de uma maneira altamente
PSIONICA
coerente, assumindo
apresentam-se instantânea dos núcleos atômicos.
e não-dinamicamente
Em biologia parece que, quando mudanças rações no plano adaptativo
funções de onda semelhantes;
e
ligados nas conchas energéticas no ambiente exigem grandes alte-
da espécie, essas mudanças
são produzidas
mente graças a mutações genéticas maciças e perfeitamente
oportuna-
coordenadas
-
isto é,
não-aleatórias. Além disso a morfologia, e mesmo a informação genética de espécies muito diferentes, exibem impressionantes isomorfias, absolutamente incríveis num processo de mutação cronológicos
casual e desconexa,
e de seleção natural nos quadros
conhecidos.
Na esfera da mente e consciência, as atuais pesquisas indicam que o alcance da experiência humana excede o tradicionalmente e ao cérebro. Em determinadas circunstâncias,
atribuído aos órgãos dos sentidos os indivíduos parecem capazes de
lembrar uma ou todas as suas experiências; e às vezes como que afetam os estados mental e corporal uns dos outros através do espaço e do tempo. Essas e outras anomalias afins sugerem que os fenômenos das esferas física, biológica
e psicológica
interconexões,
estão sutil,
podemos compreender
mas efetivamente
ligados.
como as micropartículas
Dadas
essas
conseguem
infor-
mar-se do que se passa com as outras dentro de certos sistemas de coordenadas; como o genoma dos organismos ambiente; dentemente 1.2. A
vivos se associa aos aspectos capitais do meio
e como o cérebro e a mente humana se comunicam
entre si indepen-
do tempo e do espaço.
NOÇÃO DE UM CAMPO INTERCONECTADO
Algumas conexões ligam partes de elementos de um mesmo sistema; outras, sistemas distintos no tempo e no espaço. Se essas conexões forem reais e não ilusórias, terão de ser explicadas pelos mesmos tipos de construtos de interação - gravitacional, troca universais. 2 Na física contemporânea,
eletromagnética
aplicáveis a outras formas
e nuclear -,
ou seja, por forças de
as forças de troca universais costumam
tadas como campos clássicos. Contudo,
ser interpre-
em face das anomalias acima menciona-
das, os campos clássicos não podem explicar o tipo de interconexões
exigidas: as
conexões que sugerem são anômalas com respeito a eles. Assim, o campo que ampara e interconecta fenômenos provavelmente não será nem o eletromagnético, nem o gravitacional, nem o nuclear forte ou fraco. E não será, sem dúvida, um construto puramente conceptual como os campos de probabilidade (não-clássicos) da mecânica quântica. Ao contrário, o conceito mencionado deve referir-se a um campo fisicamente real com propriedades novas e talvez não-clássicas.
A HIPOTESE
1.3. O VÁCUO FUNDAMENTAL
DO CAMPO PSI: ALGUMAS CONSIDERAÇOES
41
COMO O LOCUS DO CAMPO MENCIONADO
A hipótese aqui apresentada postula que o citado campo de conexão entre tempo e espaço constitui um aspecto ou manifestação do vazio quântico. Não estamos nos referindo ao campo ponto zero (CPZ) tal qual é costumeiramente entendido, mas a um campo fundamental de que o CPZ não passa de uma manifestação específica. Presume-se que, para além do CPZ eletromagnético, o vácuo fundamental possui outras, embora ainda não inteiramente compreendidas, manifestações que geram, inter alia, as forças de inércia e gravitação, bem como as forças sutis que interligam partículas e sistemas construídos como conjuntos integrados no espaço e no tempo. O motivo de se considerar o vazio quântico como o locus do campo de interconexão pode ser facilmente justificado. O vácuo cosmicamente estendido é o estado de energia mais baixa de um sistema do qual as equações obedecem à mecânica ondulatória e à relatividade especial. No entanto, segundo a interpretação ontológica, vai muito além disso. Conforme assinalou Paul Dirac, toda "matéria" é criada a partir desse substrato que permeia o espaço-tempo e é, em si mesmo, imperceptível. No patamar de 1027erg/cm3, partículas quantificadas emergem do vácuo aos pares: uma, energizada positivamente, passa para o espaço-tempo, enquanto a outra, energizada negativamente, permanece no campo. A densidade energética desta, conforme a estimativa de John Wheeler, chega a 1094erg/cm3,ou seja, cerca de 1040maior (no dizer de David Bohm) do que a energia contida na matéria do universo observável. A física contemporânea reconhece que as partículas se originam do vácuo e tem prova experimental de muitas de suas interações. Por exemplo, sabe-se que o CPZ do vácuo cria uma pressão radiativa em duas placas metálicas contíguas; entre as placas, alguns comprimentos de onda do campo de vácuo são excluídos, reduzindo assim sua densidade energética relativamente ao campo exterior. Isso gera uma pressão - conhecida como efeito Casimir- que empurra as placas uma contra a outra. Sabe-se também que o CPZ atua sobre os elétrons que giram em torno dos núcleos atômicos. Os elétrons "saltam" de um estado de energia para outro e os fótons que emitem exibem a alteraçãoLamb, uma freqüência que, devido à presença do CPZ, tem seu valor normal ligeiramente modificado. Além disso, parece que os átomos estáveis persistem no espaço-tempo graças a interações com o CPZ. O elétron dos átomos de hidrogênio, por exemplo, emite constantemente energia e, se o quantum de energia que absorve do vácuo não compensasse a energia perdida em virtude de seu movimento orbital, aproximar-se-ia cada vez mais do núcleo. Conseqüentemente, a estabilidade do hidrogênio, como de todos os átomos do universo, deve-se em parte a interações com o CPZ.
42
MEDICINA
PSIONICA
Há decerto interações de vácuo quântico
que a física teórica ortodoxa
ainda
não reconhece, embora alguns cientistas já tenham especulado sobre sua ocorrência. Em 1968, Andrei Sakharov aventou que a gravitação talvez se devesse a processos dinâmicos teriormente
no vácuo quântico,
desenvolvida,
em presença da matéria.3 A hipótese foi pos-
primeiro por János Lajossy e depois por László Gazdag,
à guisa de teoria "pós-relatividade".4 Nessa teoria, o vácuo é um meio fisicamente real, inobservável em si mesmo, mas capaz de produzir efeitos visíveis. Possui propriedades superfluidas,
de sorte que, movendo-se
tos não experimentam
sua presença -
uniformemente
por ele, os obje-
ao passo que o movimento
produz fricção e, portanto, efeitos observáveis. Na proximidade luz, isso dá nascença a infinitudes relativistas.
não-uniforme
da velocidade da
Em meados da década de 1970, Paul Davies e William Unruh apresentaram uma hipótese
baseada na diferença
vácuo. O movimento enquanto
uniforme
o movimento
entre movimento
mostraria
acelerado produziria
acelerado no CPZ produziria
1.4. INÉRCIA E GRAVITAÇÃO
Uma descoberta demonstração
COMO PRODUTOS
e acelerado
no
o espectro do vácuo como isotrópico, uma radiação térmica capaz de rom-
per a simetria direcional. O efeito Davies-Unruh o movimento deu frutos.
uniforme
levou alguns físicos a investigar se
efeitos cumulativos.
E essa expectativa
DE UM CAMPO DE VÁCUO SECUNDÁRIO
recente, que diz respeito aos efeitos da interação
no vácuo, é a
realizada por Bernhard Haisch, Alfonso Rueda e Harold Puthoff de
que a inércia pode ser um produto
da interação entre partículas carregadas e vá-
cuo. A seu ver, a inércia surge como uma força Lorentz baseada no vácuo, que se origina do nível das subpartículas ais.5 O movimento
e cria oposição à aceleração dos objetos materi-
acelerado dos objetos no vácuo gera um campo magnético e as
partículas que constituem os objetos são desviadas por esse campo. Quanto maior o objeto, mais partículas contém: conseqüentemente, quanto mais acentuado o desvio, maior a inércia. A interpretação
proposta por Haisch, Rueda e Puthoff deriva a massa inercial
mi pela consideração de que, nos sistemas estacionário e de movimento uniforme, a interação de uma partícula com o CPZ resulta num movimento oscilatório ale-
atório. Partículas carregadas flutuantes
produzem
uma dispersão bipolar do CPZ
parametrizada pelo coeficiente espectral de dispersão h(w), que depende da freqüência. Em virtude das transformações relativistas do CPZ, em sistemas acelerados a interação entre uma partícula e o campo toma uma direção: a "dispersão" da radiação do CPZ engendra porcional
uma força de resistência direcional.
Essa força é pro-
e contrária ao vetor de aceleração no caso sub-relativista.
adeq uada generalização
relativista.6
Possui, pois, a
A HIPOTESE
Todavia, se a massa inercial nasce da interação carregadas,
então o princípio
gravitacional
43
DO CAMPO PSI: ALGUMAS CONSIDERAÇOES
da inércia-gravitação
entre o CPZ e as partículas exige que também
a massa
tenha a mesma origem. Nesse caso, a gravitação se torna uma força
oriunda de interações entre CPZ e carga, o que lembra a tese de Sakharov. Essa hipótese é convincente, ainda que o tratamento relativista geral da gravitação como curvatura
do espaço-tempo
funcione
mos, que existe uma interpretação
muitíssimo
bem: é possível mostrar, diga-
analiticamente
equivalente
segundo a qual a
gravitação é uma força gerada pelo movimento
de partículas carregadas no CPZ.
A explicação alternativa
de que o componente
baseia-se na constatação
elétrico do
CPZ faz as partículas carregadas oscilar e a oscilação dá origem a campos eletromagnéticos secundários. Em resultado, uma dada partícula experimenta tanto as forças elétricas do campo ponto zero, que a fazem oscilar, quanto as forças secundárias, que são acionadas
no campo por outra partícula.
gerado pela segunda partícula,
O campo secundário,
retroage sobre a primeira.
força de atração entre as duas partículas.
Portanto,
O efeito óbvio é uma
a gravitação não passa de uma
interação de longo alcance entre partículas, tal qual a força van der Waals.7 Levando-se em conta o princípio da equivalência das forças inercial gravitacional,
e
as teorias de inércia da interação entre o vácuo e as partículas carre-
gadas sustentam-se
ou ruem juntas. Embora suscitem controvérsias,
ções em muito as recomendam.
suas implica-
De fato, a gravitação já não parece uma força
misteriosa atuante entre dois corpos largamente separados um do outro no tempo e no espaço. Na física clássica, essa força passa por uma "ação a distâncià' de ordem metafísica, mas na relatividade geral é mediada pela geometria do espaçotempo. Embora não se saiba muito bem como uma estrutura geométrica possa criar ou deslocar um campo fisicamente real, a menos que o vejamos como um meio de espaço-tempo
etérico (visão para a qual o próprio Einstein se inclinou em
seus últimos anos), é de crer que a gravitação não pressupõe semelhante meio. Isso elimina uma incômoda anomalia, pois, se a imensa densidade energética do vácuo fosse associada à gravitação (por intermédio da equivalência relativista de energia e massa), toda a massa do universo imediatamente regrediria às dimensões de Planck. Na teoria alternativa da interação CPZ/carga, tal não pode ocorrer: o vácuo não atua sobre si mesmo. A gravitação não é dada no campo de ponto zero na ausência de matéria; ela só é criada pelo movimento Por conseqüência,
das partículas carregadas.
seu valor limita-se às massas dessas partículas, em vez de esten-
der-se à equivalência
de massa de todas as partículas de força (bósons) no vácuo.8
Vale notar que algumas tentativas matematicamente
elaboradas já referiram a
inércia e a gravitação, tal qual o efeito Casimir e a alteração Lamb, a interações com o campo ponto zero do vácuo. Se esse trabalho contemplar verdadeiramente
fundamental,
um fenômeno
físico
deverá ser visto como descrição de um efeito geral de
44
MEDICINA
PSIONlCA
reação no vácuo. A implicação é a presença, no vácuo, de um campo interativo fundamental. Dentro do campo de vácuo primário, parece que se engendra um campo secundário, o qual produz os fenômenos da inércia e da gravitação. A presente hipótese indica que os campos secundários gerados no vácuo não se limitam ao CPZ com seus efeitos geradores de inércia e gravitação, mas incluem um campo não-eletromagnético cujo efeito primordial consiste em interligar partículas no espaço e no tempo. A tese do campo de vácuo secundário não-eletromagnético pode explicartoda uma gama de fenômenos interconectados, inclusivemutaçóes adaptativas importantes em biologia, além de efeitos "transpessoais" de transcendência de tempo e espaço na esfera da mente e da consciência. 2. A base física do campo psi
As partículas elementares não são entidades classicamente distintas, mas elementos integrantes do vácuo fundamental, tal qual os sólitons são elementos integrantes de um fluido com características não-lineares. O movimento não-uniforme dessas partículas quebra a homogeneidade e a isotropia do vácuo fundamental, engendrando campos secundários. Além do CPZ eletromagnético, esses campos incluem o campo não-eletromagnético que chamaremos de campo psi. Ele não consiste de ondas eletromagnéticas clássicas (transversais), mas de ondas de choque escalares (longitudinais).9 Seqüências de ondas escalares chocam-se e, por meio dos hologramas de Schrodinger resultantes, codificam informações sobre a localização e o movimento das partículas (ou sistemas de partículas) que foram responsáveis pelas ondas.lo 2.1. CONECTIVIDADE
ESPACIAL POR INTERMÉDIO
DO CAMPO PSI
As ondas escalares apresentam uma velocidade de propagação potencialmente superior à da luz: é necessário nada menos que isso para explicar a quase instantaneidade de algumas formas de interconexão. Num artigo decisivo, publicado em 1903, E. T. Whittaker mostrou que ondas longitudinais como as escalares propagam-se numa velocidade finita que pode ser maior que a da luz. A velocidade de propagação é proporcional à densidade de massa do meio no qual as escalares ocorrem. A densidade de massa do vácuo representa o parâmetro correto: ela define o potencial escalar eletrostático local. Trata-se de uma quantidade variável, maior em regiões adensadas, nos planetas e estrelas ou perto deles, e menor no espaço profundo (variação devida ao aumento da intensidade de fluxo do vácuo em conseqüência do acúmulo de massas carregadas).l1 Assim, as escalares viajam mais depressa nas regiões adensadas do vácuo do que no vazio profundo, tal como as ondas sonoras de propagação longitudinal atravessam mais rápido um meio denso do que o ar.
A HIPÓTESE
DO CAMPO PSI: ALGUMAS CONSIDERAÇÚES
45
Igualmente importante, as frentes das ondas escalares chocam-se em vez de se permearem, corno ocorre com as ondas eletromagnéticas clássicas. As frentes das ondas de choque codificam e transmitem informação, corno se fossem hologramas. Conseqüentemente, a hipótese do campo psi estabelece que as ondas geradas no vácuo pelo movimento das partículas carregadas são escalares e que os padrões produzidos por elas são hologramas de Schrõdinger, constituídos por padrões de choque escalares. 2.2. TRANSLAÇÃO
ENTRE O MOVIMENTO
DO ESPAÇO-TEMPO
E O CAMPO PSI
A interação de partículas carregadas ou conjuntos de partículas carregadas com o campo de vácuo secundário (de estrutura escalar) pode ser descrita corno urna transformação Fourier de mão dupla. O campo psi codifica os coeficientes das frentes de ondas de choque escalares produzidas pelo movimento das partículas carregadas; em seguida, essa informação é decodificada pelas partículas ou sistemas de partículas em estados isomórficos. As partículas se movem no espaço-tempo relativista e obedecem às leis da relatividade geral. Entretanto, as escalares geradas por elas no campo psi não se propagam no espaço-tempo, mas num domínio subjacente e essencialmente espectral semelhante, embora não idêntico, à ordem implícita de Bohm. Desse modo, as escalares criadas pelo movimento das partículas no campo representam uma translação do domínio espácio-temporal para o domínio espectral: ou seja, o movimento do espaço-tempo se transforma em padrões de choque escalares. Na transformação Fourier inversa - do domínio espectral para o espácio-temporal -, os padrões de choque do campo psi realimentam o movimento correspondente no espaço-tempo. (Aqui, concebe-se o movimento do espaço-tempo corno movimento num espaço configurativo dinâmico espácio-temporal e não apenas conceitual.) Dado que as transformações espectrais do movimento espácio-temporal configurado realimentam partículas analogamente móveis - ou conjuntos analogamente configurados de partículas -, estes últimos são "informados" por seu próprio movimento espácio-temporalmente configurado. Numa expressão metafórica, mas pertinente, podemos dizer que a transformação Fourier progressiva - do movimento do espaço-tempo para o campo psi - constitui urna leitura do primeiro no segundo, o que resulta na estruturação do vácuo fundamental com os padrões de choque escalares do campo psi. Na transformação Fourier inversa, esses padrões remontam a partículas ou sistemas de partículas no espaço-tempo, seguindo um processo que lembra a rksleitura dos padrões pelas partículas correspondentes e seus conjuntos.
46
MEDICINA
2.3. CONECTIVIDADE
TEMPORAL
PSIONICA
NO CAMPO PSI
A observação já feita de que algumas formas de interconexão sistemas de partículas
persistem
entre partículas
e
ao longo do tempo implica a existência de um
"fator memória". Na hipótese do campo psi, o substrato de vácuo dos objetos é considerado o fator pertinente. Isso foi corroborado por prova experimental. Vladimir Poponin e colaboradores
do Instituto de Física Bioquímica da Academia
Russa de Ciências, e mais tarde uma equipe do Instituto
Heartmath,
nos Estados
Unidos, colocaram uma amostra de molécula de DNA numa câmara com temperatura controlada magnético
e submeteram-na
a um raio
Notaram
faser.
ao redor da câmara revelava uma estrutura
que o campo eletro-
específica, mais ou menos
como a esperada. Mas notaram também que a tal estrutura persistia muito tempo depois de o DNA ter sido removido da câmara de irradiação de
faser.
A impressão
do DNA no campo continuava visível embora o DNA não estivesse mais lá! Poponin e seus colaboradores concluíram que uma nova estrutura de campo fora excitada a partir do vácuo físico. O campo é extremamente
sensível; pode ser excitado por
uma série de energias próximas a zero. O "efeito fantasma", dizem eles, é a manifestação de uma subestrutura de vácuo até então descurada.12 Se o substrato
de vácuo gerado no vácuo pelo movimento
sistemas de partículas não se atenua significativamente ção" prestada
por ele funciona
como memória:
das partículas
e
com o tempo, a "informa-
liga o presente das partículas
e
sistemas de partículas com seu passado. 2.4. INTERAÇÃO
Se quisermos interação
DE SISTEMAS
justificar
DE MACROESCALA
COM O CAMPO PSI
todo o leque de conexões
com o campo psi não poderá limitar-se
intersistêmicas
anômalas,
a sistemas de microescala
a da
ordem da constante de Planck. Essa ampliação dos efeitos postulados de interação no vácuo não exige uma revisão completa dos atuais conceitos da física. Embora, nos sistemas de macroescala, as flutuações do nível quântico sejam minimizadas por regularidades de larga escala obedientes às leis dinâmicas, a interação com padrões de ondas de choque ainda assim pode acontecer. Em primeiro lugar, sabese que em populações de partículas as ressonâncias Poincaré são amplificadas. Em segundo, nos estados caóticos ou semicaóticos, os sistemas de macroescala dependem muito da condição inicial. Isso significa sensibilidade às flutuações ambientais, que podem estender-se a padrões ondulatórios sutis a propagar-se no vácuo. Partículas e sistemas de partículas mostram-se sensíveis, primariamente, seus próprios padrões ondulatórios a sensibilidade
(e, portanto,
o efeito interativo
liberdade definidos pelo estado quântico. macroescala,
porém,
aos
do campo psi. No caso de partículas individuais,
a sensibilidade
manifesto)
limita-se aos graus de
No caso de conjuntos
de partículas em
é definida pelo espaço configurativo
tridi-
A HIPÓTESE
DO CAMPO PSI: ALGUMAS CONSIDERAÇOES
47
mensional do sistema como um todo. Nos termos da hipótese do campo psi, em estados dinamicamente indeterminados, típicos do caos, os sistemas em macroescala são "in-formados" pela transformação Fourier de campo psi de sua própria configuração espacial tridimensional. A in-formação de sistemas em macroescala, dotados de padrões persistentes de choque em isomorfia com seu espaço configuracional, significa que micropartículas e sistemas em macroescala são constantemente in-formados por seu passado. No entanto, essa in-formação não é necessariamente limitada ao passado das entidades em si mesmas, porquanto partículas e sistemas de partículas podem mostrar-se sensíveis a padrões ondulatórios de campo psi que não são resquícios em formato de onda de seu próprio movimento, mas revelam isomorfia com esses resquícios. Se alguns sistemas assumirem configurações espaciais tridimensionais idênticas ou quase idênticas, serão mutuamente sensíveis aos resquícios de campo psi - e, portanto, in-formados por eles. Podemos concluir que, se estados de partícula e configurações espaciais sistêmicas são praticamente idênticos, então a in-formação transmitida no campo psi não fará distinção entre ambos. Conseqüentemente, a in-formação transmitida no campo psi gerará não-localidade entre micropartículas quando partículas que antes assumiram estados quânticos idênticos se desgarrarem. Conexões análogas aparecerão entre sistemas de macroescala que ocuparem configurações espaciais muito parecidas. Em virtude da velocidade das propagações ondulatórias escalares, que é superior à da luz, as conexões serão praticamente instantâneas. 3. Conexões transpessoais
Antigamente, as interconexões que transcendiam os limites conhecidos de espaço e tempo atraíam a atenção sobretudo de místicos e metafísicos. A partir de meados do século XX, no entanto, também alguns cientistas impuseram-se a tarefa de encontrar explicações aceitáveis. Entre eles, há bom número de ftsicos (desejosos de provar a não-localidade quântica e a possibilidade do teletransporte), alguns biólogos (interessados na emergência simultânea da ordem em várias esferas da natureza) e uns quantos psicólogos e psiquiatrtlS (em busca das chamadas experiências "transpessoais"). Nesse ponto, a prática e os conhecimentos dos médicos e curadores, incluindo membros destacados da British Psionic Medical Society, fornecem pistas significativas. 3.1. O DOMíNIOTRANSPESSOAL
DA CONSCIÊNCIA
Psicólogos e psiquiatras, bem como estudiosos dos estados meditativo, físico e extático da consciência, descobriram que pessoas em estados alterados de consciência (EACs) têm acesso a conteúdos de consciência que escapam aos sentidos
48
MEDICINA
PSIONICA
corporais. Em tais estados, podem vir à tona imagens anômalas, elocuções, itens de conhecimento, línguas completas e mesmo séries intricadas de acontecimentos. Stanislav Grof pesquisou os EACs durante quase quarenta anos de prática clínica e concluiu que todo processo no universo, objetivamente observável no estado normal de consciência, pode ser subjetivamente vivenciado no estado alterado.13 Sustentou que a cartografia-padrão da mente precisa ser completada com elementos adicionais: ao usual domínio "biográfico-rememorativo" da psique, devemos acrescentar um domínio "perinatal" e um domínio "transpessoal".14 3.2. CONEXÕES
MENTE/CÉREBRO
NO CAMPO PSI
OS achados de Grof exigem explicação em termos consistentes com os achados da
nova física.A hipótese do campo psi, conforme o próprio Grof salientou, é maleável: possui um conceito de interconexão tanto espacial quanto temporal. No que toca aos fenômenos transpessoais, o que se deseja explicar é, principalmente, a interconexão temporal: a aparente capacidade de recuperar experiências remotas. A memória deverá estender-se não apenas às experiências da pessoa, mas muito além. Essa memória "transpessoal" implica que os conteúdos memorizados sejam extra-somáticos, envolvendo um processo de codificação e decodificação de informações no campo psi e a partir dele. Mais precisamente, consiste no trânsito dos padrões de choque escalares entre o campo de vácuo secundário e a estrutura cerebral tridimensional. O trânsito ocorre quando o padrão dinâmico de estrutura e atividade no cérebro do sujeito equipara-se a um padrão de choque presente no campo. Tal padrão pode ser o indício da atividade cerebral do próprio sujeito ou o da atividade cerebral de outra pessoa cuja estrutura cerebral apresente isomorfia com a do sujeito. A tese de que lembranças remotas são extraídas de um meio holograficamente codificado dá boa margem à observação. Desde os clássicos experimentos com animais de Karl Lashley, reconheceu-se de um modo geral que a memória não se situa no tecido cerebral, mas distribui-se por vastas áreas do cérebro. Segundo Karl Pribram, as principais regiões do cérebro parecem-se com fragmentos de receptores holográficos. Quanto à evocação, possui sem dúvida propriedade associativa: sempre que um fragmento de informação registrada é apresentado à atenção, ele age como um recurso mnemônico para recuperar um vasto leque de informações associadas (em consistência com o fato de que, num holograma, qualquer parte inclui a totalidade da informação registrada). Em terceiro lugar, a evocação consiste num conjunto complexo de dados (visuais, acústicos, relacionais), muitas vezes na forma de séries de dados que variam com o tempo ("lembranças movediças"), o que aponta para mecanismos parecidos aos da holografia múltipla. Finalmente, o tempo de acesso no cérebro não se relaciona ao tempo de varredura das experiên-
A HIPOTESE
DO CAMPO PSI: ALGUMAS CONSIDERAÇOES
49
cias armazenadas, mas depende sobretudo do nível de atenção do sujeito e da intensidade emocional que acompanha a lembrança. Em conseqüência, a hipótese do campo psi indica que lembranças remotas envolvem a recuperação de informação armazenada sob a forma de choque ondulatório no campo ambiente. A evocação transpessoal deve-se, portanto, à coincidência da estrutura cerebral do indivíduo com a de outra pessoa, próxima ou distante, viva ou morta. O efeito se manifesta devido à possibilidade aumentada de que a estrutura cerebral do sujeito se equipare à de outrem. Essa "probabilidade de equiparação" cresce com o número de pessoas cujo cérebro trabalhe de modo semelhante. Um grande número de atividades cerebrais de determinado tipo torna provável que um cérebro capte os indícios ondulatórios codificados no campo pelo cérebro de outra pessoa. Quando alguém capta uma transformação coincidente, recupera o aspecto correspondente da experiência alheia. Em resultado, o item de experiência correspondente surge na consciência da própria pessoa. A equiparação entre o sujeito e outra pessoa parece intensa no caso de gêmeos idênticos (o fenômeno da "dor gêmea") e provavelmente pode ser induzida por vínculos pessoais estreitos (como entre mãe e filhos, maridos e esposas, amantes, etc.) ou por intencionalidade ("envio" proposital de pensamentos ou imagens nos experimentos telepáticos). 3.3. IMPLICAÇÕES
NA MEDICINA
PSIÕNICA
Os efeitos transpessoais têm implicações significativas na medicina, conforme ficou demonstrado pela experiência e prática da Sociedade Médica Psiônica. Quando a consciência do médico se concentra nos estados corporais do paciente, com o auxílio de uma amostra orgânica (testemunha) deste, obtém-se informação sobre sua condição física atual. Isso permite ao médico diagnosticar disfunções e prescrever remédios. Dado que a informação é lembrança, disfunções antigas (miasmas) remontando a progenitores e outros indivíduos com espaços semelhantes de configuração corporal tridimensional também podem ser diagnosticadas e tratadas. O fenômeno condiz com um achado básico referente aos fenômenos transpessoais: a informação transmitida não se sujeita às limitações do espaço e do tempo. Na hipótese do campo psi, a conectividade quase instantânea e localmente independente explica-se pela velocidade da propagação ondulatória escalar, superior à da luz, no campo de vácuo não-eletromagnético secundário, ao passo que a recuperação de informação remota é assegurada pela persistência temporal dos padrões de ondas de choque no campo. O exame satisfatório da base física dos fenômenos psiônicos exige análise mais ampla e profunda. A hipótese do campo psi, aqui esboçada, oferece uma base sólida de pesquisa.
MEDICINA
50
PSIONICA
3.4. CONCLUSÕES
Fenômenos temporais
anômalos à luz da ciência ortodoxa sugerem a existência de conexões e espaciais sutis, mas efetivas, entre as entidades
do mundo
real em
todos os principais campos de pesquisa: físico, biológico e psicológico. Os achados pressupõem um meio de interconexão física, um campo com propriedades de transcendência
do espaço-tempo
correspondentes.
A hipótese do campo psi pos-
tula esse campo. Note-se que a interação de partículas com o vácuo cria frentes de ondas de choque escalares (hologramas
de Schrodinger)
culas nos mesmos (ou análogos) estados quânticos,
que realimentam
as partí-
e aos sistemas de macroescala
nas mesmas (ou análogas) configurações de espaço tridimensionais.
Em conseqüên-
cia, partículas que antes ocupavam idênticos estados quânticos (e sistemas de macroescala que antes assumiam idênticas configurações espaciais) continuam a ser informados por seu passado comum. Como a realimentação ocorre a velocidades superiores
à da luz, temos aqui uma base física para uma série de interconexões
anômalas, inclusive as que ligam micropartículas, e a consciência dos seres humanos.
organismos vivos -
e o cérebro
Referências 1.
2. 3. 4.
5.
6.
7.
Para um relato pormenorizado, ver Ervin Laszlo, Th( Creativ( Cosmos, Edimburgo, Floris Books, 1993; Th( lnt(Yconnected Univ(YS(, Cingapura e Londres: World Scientific, 1995; Th( Whispering Pond, Rockport, Shaftesbury e Brisbane, 1996. Ervin Laszlo, "Is mere an interconnecting field?", Scienu Spectra 5 (1998), 70-71. A. Sakharov, "Vacuum quantum fluctuations in curved space and the theory of gravitation", Sovi(t Physics - Dokiamy, 12, 11 (1968). László Gazdag, A R(iativitás Elméleten Túl ("Além da Teoria da Relatividade"), Szenci MolnárTársaság, Budapeste, 1995; "Superfluidmediums, vacuumspaces", Sp(cuiations in Scienu and uchnology, vol. 12, 1, 1989; e "Combining of me gravitational and electromagnetic fields", ibid., vol. 16, 1, 1993. Bernhard Haisch, Alfonso Rueda e H. E. Puthoff, "Inertia as a zero-point-field Lorentz force", Physical Revi(W A, 49.2 (fevereiro de 1994); Alfonso Rueda e Bernhard Haisch, "Inertia as reaction of the vacuum to accelerated motion", Physics L(tt(YS A, 240 (30 de março de 1998). Bernhard Haisch e Alfonso Rueda, "The Zero-Point Field and me NASA Challenge to Create me Space Drive", Joumal ofScientific Exploration, vol. 11, nº 4 (inverno de 1997). A interpretação sugerida por Pumoff et aL consiste em duas partes. Na primeira, a energia das oscilações ultra-relativistas, chamadas de Zitt(rb(W(gung por Schrõdinger, equivale à massa gravitacional m dividida por t!. Exceto no caso de um fator 2, isso cria uma relação entre massa gravitacional e parâmetros eletrodinâmicos idênticos à massa inercial acima postulada, m,. Todavia, Puthoff (t aL mostram que a massa gravitacional m deveria ser reduzida por um fator 2, obtendo-se assim uma estrita K
K
equivalência entre m; e m, entre forças de gravitação e inércia. A segunda parte da
A HIP6TESE DO CAMPO PSI: ALGUMAS CONSIDERAÇ6ES
51
análise de Puthoff deriva uma força de atração, de quadrado inverso, da interação de van der Waals entre dois bipolos oscilantes. Essa análise é reconhecidamente incompleta e exige um desenvolvimento teórico nos quadros de um modelo plenamente relativista. 8. No tocante à inércia, as tentativas acima procuram derivar as equações clássicas do movimento das equações da eletrodinâmica de Maxwell, considerando a inércia como uma espécie de força de empuxo eletromagnética, dependente da aceleração em virtude das características espectrais do campo ponto zero. Aqui, o conceito de eletrodinâmica estocástica (EDE) do vácuo é muito mais pertinente que o conceito usual de eletrodinâmica quântica (EDQ). Entretanto, trabalhos em curso indicam que discrepâncias entre EDE e EDQ não são irremediáveis, de sorte que algum dia talvez se prove que as duas abordagens geram resultados absolutamente idênticos. 9. Mais detalhes na obra do autor Thr Intrrconnrctrd Univrru, op. cito 10. As escalares, ao contrário das ondas luminosas e sonoras clássicas, não satisfazem à equação de d'Alembert, cuja característica marcante é a ocorrência de um segundo termo (derivado do tempo) da amplitude de onda. Em geral, esse termo é conseqüência das propriedades inerciais da matéria. Contudo, num campo de força destituído de massa como o vácuo quântico, tais propriedades não se aplicam. Conseqüentemente, as ondas de vácuO podem ser representadas por equações fundamentais que contenham apenas termos (derivados do tempo) de primeira ordem. Existe só um tipo de equações assim, governando propagações ondulatórias lineares: as equações de onda de Schrodinger (cf. Thr Intrrconnretrd Univmr, op. cit.). 11. E. T. Whinaker, "an the partial differential equations of mathematical physics", Mathmzatischr Annalm, 57 (1903), 333-355. 12. P. Gariaev e V. P. Poponin, "Vacuum DNA phantom effect in vitro and its possible racional explanation", Nanobiology (1995). 13. Stanislav Grof, ThrAdvmturr ofSrlfdiscovrry, Albany: The State University ofNew York Press, 1988. 14. Stanislav Grof, Thr Advmturr ofSrlfdiscovery, op. cit., xvi.
Medicina Ortodoxa Do Sistema Filosófico à Ciência o filósofo
deve começar pela medicina e o médico deve terminar pela filosofia. -
entanto,
abebera-se amplamente
na medicina
ortodoxa.
Aristóteles
Cabe levar isso
AMedicina umavisão abordagem No em conta, Psiônica pois não é,sesobretudo, trata de uma alternativabaseada e sim na de energia. uma extensão do tema ao campo da energia. Em conseqüência,
nada mais apropriado
do que
acompanhar o desenvolvimento da medicina ortodoxa desde suas origens, como sistema filosófico, até seus atuais fundamentos científicos. Breve história da medicina Desde tempos imemoriais,
o homem excogitou meios de assistir os doentes base-
ando seus tratamentos nas crenças da época. A partir de indícios arqueológicos sabemos que, para o homem primitivo, a vida era governada por espíritos tanto hostis quanto benevolentes. As doenças ou os distúrbios eram atribuídos à possessão demoníaca,
sendo tratados com ritos mágicos, uso de amuletos e talismãs ou,
às vezes, técnicas primitivas de trepanação (abertura de um orifício no crânio) a fim de deixar sair os maus espíritos. Mais tarde, quando por fim renunciou à existência nômade de caçador e coleto r de alimentos, o homem estabeleceu-se na terra e começou a plantar. À medida que foi se envolvendo
cada vez mais com os procedimentos
agrícolas, percebeu forço-
samente que três fatores eram necessários à prosperidade das colheitas: o calor do sol, a água e o solo. É fácil concluir, pois, que os antigos colonos logo deificaram esses requisitos da vida vegetal para conceber uma cosmologia básica ou teoria do universo. A eles, acrescentaram o elemento cósmico invisível do ar ou respiração, a fim de explicar as necessidades especiais dos animais e dos homens. 52
MEDICINA
ORTODOXA
-
DO SISTEMA FILOSÓFICO
A CI~NCIA
53
Vemos assim como uma teoria dos elementos - terra, ar, fogo e dgua - pôde evoluir para explicar a natureza do universo. Essa teoria, porém, não eiucidava o fato de plantas e animais serem diferentes do resto do mundo inanimado. Para tanto, impunha-se o conceito de algum tipo de energia ou força vital. A antropologia nos ensina que esse modelo filosófico simples vem reaparecendo em todo o globo ao longo dos séculos. Os antigos gregos aperfeiçoaram-no no século Va.c. Hipócrates de Cós, reverenciado como o Pai da Medicina, aprimorou a idéia de que os quatro elementos, afetados pela força vital, transfundiam-se em humores ou fluidos vitais depois de assimilados e absorvidos pelo corpo. Havia quatro fluidos vitais: sangue, fleuma, bife negra e bife amarela. Hipócrates ensinava que o Ar absorvido pelos pulmões se transformava em sangue; a Água, em fleuma; a Terra (contida nos alimentos), em bile negra; e o Calor ou Fogo, em bile amarela. Aristóteles acrescentou a essa teoria a idéia dos elementos ligados às quatro qualidades de quente, seco, frio e úmido. Cada elemento era uma combinação de duas qualidades. Esse postulado explicaria a transformação de um elemento em outro, caso se alterasse a predominância de uma das qualidades. Por exemplo: fogo (quente e seco) mais água (fria e úmida) perderiam respectivamente secura e frialdade para formar terra (fria e seca) e ar (úmido e quente). SANGUE
BILE AMARELA
(SANGüíNEO)
(COLÉRICO)
FLEUMA
BILE NEGRA
(FLEUMÁTICO)
(MELANCÓLICO)
Figura 3
MEDICINA
54
o médico do século II d.e,
PSIONICA
Cláudio Galeno, levou adiante essa teoria associan-
do os fluidos vitais (ou humores) e as qualidades aos tecidos do corpo. Brotou daí a tese segundo a qual os fluidos vitais poderiam equacionar-se aos temperamentos do homem. Haveria quatro temperamentos básicos: sangüÍneo, fleumático, melancólico e colérico. Ademais, como se ligavam a pares de qualidades, a predominância de um desses pares resultaria em mais quatro subtipos, além de um que representaria o equilíbrio perfeito das quatro qualidades. Portanto, nove tipos constitucionais de pessoas, ou nove temperamentos, eram reconhecidos (Figura 3). Dos quatro temperamentos básicos, pensava-se que o colérico puro fosse confiante, irascível, melindroso e orgulhoso; o fleumático ou linfático seria nervoso, um tanto obsessivo, prático, mas tímido; o sangüÍneo, excitável, impressionável, impulsivo e não raro inconstante; o melancólico, cauteloso, sério, industrioso e solitário, com tendência à depressão. Passou-se a acreditar também que os diferentes órgãos fossem influenciados por uma das três essências ou espíritos. O coração seria a sede do espírito vital, responsável pela esperança, o humanitarismo, a moralidade e a coragem; o fígado, do espírito natural, que nutria o corpo; e o cérebro, do espírito animal, que dotava o indivíduo de imaginação, tirocínio e memória. Também se consideravam importantes as influências astrológicas, porquanto se julgava que tanto os fluidos vitais quanto as essências sofriam a influência dos signos zodiacais e dos planetas. A saúde dependia, portanto, do equilíbrio entre os fluidos vitais, sendo a doença a conseqüência inevitável de qualquer desequilíbrio. O tratamento incluía a restauração do equilíbrio pela redução do pecante ou humor patogênico. Por exemplo, se se concluísse que o sangue era o humor responsável, a sangria restauraria o equilíbrio. A palavra dessangrar pode ter-se originado dessa prática; de igual modo, colagogo, droga que afeta o fluxo da bile; emético, que provoca vômitos; e purgativo, que limpa os intestinos. Todos esses expedientes eram empregados para remover o excesso de humores pecantes. Outro método de restaurar o equilíbrio era a aplicação da doutrina dos contrários. Isso quer dizer que uma doença predominantemente úmida devia ser curada pela administração de um remédio seco, ao passo que uma droga quente faria mais efeito contra uma doença fria. Esse sistema de farmacologia recebeu a denominação de galenismo, em lembrança do médico Galeno, e os remédios passaram a ser conhecidos como galênicos. Os galênicos eram em geral extremamente complicados, consistindo de numerosos ingredientes de eficácia duvidosa. O próprio Galeno, com freqüência, prescrevia remédios cuja fórmula exigia nada menos que cem substâncias. Estas
MEDICINA
ORTODOXA
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DO SISTEMA FILOSOFICO
A CI~NCIA
55
iam do mágico-médico (pés de múmias egípcias pulverizadas), passando pelo exótico (chifre torrado de unicórnio ou rinoceronte), até as ervas e plantas comuns. Com efeito, na expressão inglesa "mais frio que um pepino", notamos a referência ao uso desse legume simples como galênico. E na verdade é um agente refrescante, de eficácia científica comprovada, pois que rico em salicilatos (associados, é claro, à aspirina). Essa visão simplificada de como pôde o homem chegar a uma teoria dos elementos e daí a uma teoria dos humores serve de modelo para uma explicação filosófica da medicina. Observando o universo e deduzindo sua constituição a partir dos "tijolos" dos elementos, o homem logicamente concluiu que o corpo humano é um universo em miniatura e que as mesmas leis responsáveis pelo governo do cosmo regulam a saúde. Assim o homem, microcosmo, reflete o universo, macrocosmo.
o nascimento
da medicina científica
A teoria dos humores, tal qual delineada acima, dominou a medicina ocidental até o Renascimento, quando a adoção da abordagem científica tornou aparentemente sem sentido os conceitos de quente, frio, úmido e seco. Em 1543, foram publicados ao mesmo tempo, na Europa, três livros que sacudiram os alicerces do mundo médico e científico. Eram eles: De Humani Corporis Fabrica (Desenhos Anatômicos de André Vesálio), a primeira tradução do
original grego da Matemática e Física de Arquimedes e De Revolutionibus Orbium Coelestium (Da Revolução dos Corpos Celestes), de Nicolau Copérnico. Graças a essasobras, chegou-se à compreensão de que as doenças não podem ser vinculadas à estrutura anatômica; de que os eventos físicos são mensuráveis e previsíveis de acordo com leis matemáticas; e de que o sistema da astrologia baseava-se na crença falaciosasegundo a qual estrelas e planetas estão fixos em posições correspondentes aos seus papéis astrológicos. A Revolução Científica eclodira, fazendo com que a observação e a mensuração objetivas começassem a substituir a tradição e a autoridade da palavra escrita. Um dos principais defensores da nova abordagem foi Santório Santório, contemporâneo e amigo de Galileu, o qual, em 1625, demonstrou que a temperatura de um indivíduo predominantemente "quente" e a temperatura de um indivíduo predominantemente "frio" eram iguais. 1 Três anos depois, em 1628, o método científico ganhou novo alento com William Harvey e sua monografia De Motu Cordis et Sanguinis in Animalibus (Do Movimento do Coração e do Sangue nos Animais). Secundando a teoria com a prova experimental, ele lançou as bases da ciência da fisiologia.
56
MEDICINA
PSIONICA
Dualismo
Mais ou menos pela mesma época, René Descartes (1596-1650), matemático e pensador, estabelecia os fundamentos daquela que viria a ser chamada a filosofia cartesiana. Insatisfeito com a tradição e o dogma teológico, ele buscou uma explicação mecanicista dos fenômenos. A seu ver, a natureza trabalhava segundo leis mecânicas e o corpo humano era uma máquina complexa desenhada por Deus, que a dotara de uma "alma racional". Além disso, como não acreditava que os animais possuíssem uma alma racional (tomava-os por simples autômatos sofisticados), as operações dos órgãos do corpo poderiam, cria ele, ser legitimamente estudadas graças à experimentação animal. Em virtude desse dualismo mente-corpo inerente à abordagem cartesiana a doutrina pela qual mente e corpo constituem entidades separadas -, foi possível aos pesquisadores compartimentalizar as duas, de sorte que a medicina tornouse o estudo do funcionamento interno do homem. Por essa razão, a torrente de descobertas em fisiologia suscitou a crença de que a doença poderia, afinal de contas, ser explicada inteiramente nos termos dos princípios mecanicistas. Com efeito, na esteira da demonstração do italiano Giovanni Battista Morgagni (16821771), de que é possível localizar a doença em certos órgãos correlacionando-se relatos post-mortem com registros clínicos, a nova ciência da patologia veio a lume. Desde então, a doença, e não o paciente, tornou-se o objeto da medicina. A influência da Igreja Cristã tem de ser mencionada aqui, pois foi mais ou menos nessa época que ela começou a permitir a dissecação de cadáveres para fins científicos. A importância disso é que a Igreja viu no dualismo mente-corpo uma confirmação de seu próprio ponto de vista. Em outras palavras, o corpo era um tema conveniente de estudo para simples cientistas, pois não passava de um vaso frágil e imperfeito que alojava temporariamente a alma, ao passo que a investigação da mente e da alma cabia exclusivamente à religião. Assim, com as bênçãos da Igreja, o dualismo mente-corpo abriu caminho para a implantação do modelo biomédico da medicina. O acúmulo de conhecimentos sobre estrutura e função parecia reafirmar a tese de que o corpo era uma máquina, de que a doença resultava do mau funcionamento das peças e de que a tarefa do médico consistia em consertar a engenhoca.
o modelo
biomédico da medicina ocidental ortodoxa
Daí por diante, as doenças foram classificadas de acordo com os distúrbios patológicos e novas "ciências patológicas" surgiram. E, assim como as ciências médicas fundamentais haviam abarcado a anatomia, a histologia, a fisiologia e a bioquímica, seus equivalentes patológicos passaram a ser a anatomia patológica, a histopatologia, a fisiologia patológica e a patologia química.
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MEDICINA
ORTODOXA
-
DO SISTEMA FILOSOFICO
A CI~NCIA
57
Do lado clínico, dado que os médicos não buscavam mais indicadores de desequilíbrio humoral, mas rastreavam sinais visuais e auditivos de mau funcionamento, houve uma avalanche de invenções diagnósticas. A invenção do estetoscópio por René-Théophile- Hyacinthe Laennec (1781-1826) permitiu aos médicos ouvir o fluxo do ar nos pulmões, os batimentos cardíacos e o som dos intestinos. De igual modo, o oftalmoscópio de Hermann von Helmholtz (1821-1894) ensejou a inspeção do interior do olho. Nos anos de 1820, aperfeiçoou-se um espéculo auricular para o exame do ouvido e, em 1896, Scipione Riva-Rocci apresentou o primeiro esfigmomanômetro eficiente para a medição da pressão sanguínea. Todos esses instrumentos, ou suas versões um pouco mais sofisticadas, podem ser encontrados na maleta de praticamente todos os clínicos ainda hoje. Em 1895, Wilhelm Conrad Rõntgen (1845-1922) detectou o impressionante fenômeno dos raios X. Como esses raios pudessem penetrar em quase todos os materiaise produzir uma sombra fotográfica, seu uso em medicina logo foi adotado. Pouco depois, Henri Becquerel (1852-1909) descobriu o elemento radiativo urânio. Em 1898, Pierre (1859-1906) e Marie Curie (1867-1934) isolaram o rádio da plechbenda. Dessas duas grandes descobertas nasceram as disciplinas da radiologia e da radioterapia, respectivamente. O nome de Louis Pasteur (1822-1895) destaca-se na medicina do século XIX, pois ele efetivamente implantou o campo da bacteriologia ao elaborar a teoria microbiana da doença. Pela primeira vez, os médicos começaram a entender a natureza das infecções e passaram a tomar precauções para evitar sua disseminação. Depois dele, Robert Koch (1843-1910) descobriu o bacilo da tuberculose, um dos maiores assassinos da época. Esses dois homens, indubitavelmente, dominaram os primórdios da bacteriologia, mas após a morte de Pasteur a pesquisa bifurcou-se. Na Alemanha, sob a liderança de Koch, os bacteriologistas puseram-se a investigar e a catalogar os organismos responsáveis pelas diversas moléstias infecciosas. Na França, em seqüência aos trabalhos de Pasteur sobre vacinação, a ênfase incidiu na compreensão dos mecanismos da imunidade. O russo Elie Metchnikoff (1845-1916) aprimorou nosso conhecimento da imunidade quando demonstrou que algumas células brancas do sangue (leucócitos) eram capazes de destruir bactérias engolindo-as (fagocitose), ao passo que outras podiam desenvolver anticorpos contra futuras invasões bacterianas. Por isso, recebeu o Prêmio Nobel em 1908. Importante descoberta foi feita por Pierre-Paul Émile Roux (1853-1933), discípulo de Louis Pasteur, que relatou ter encontrado um agente patológico tão minúsculo que escapava ao microscópio e conseguia passar até mesmo pelo filtro
MEDICINA
58
mais fino. Assim se descobriram virologia.
PSIONICA
os vírus, inaugurando-se
uma nova disciplina, a
em
Depois disso, encontraram-se outros microorganismos nhos. Howard Taylor Ricketts (1871-1910), trabalhando atinou com um grupo de organismos de tamanho
de diferentes tamanos Estados Unidos,
intermediário
entre as bactérias
e os vírus, causadores por exemplo da febre maculosa das Montanhas Rochosas. Ele deu nome a esse importante
sen
Bi~ COI
abl
grupo: rickettsia. ca:
Em busca da bala mágica - a farmacologia entra na lista Durante séculos, o mercúrio sob a forma de calomelano (cloreto de mercúrio) era usado em doses maciças, tóxicas e freqüentemente fatais no tratamento da sífilis. Em 1909, Paul Ehrlich (1854-1915) e Sahachiro Hata (1873-1938) desenvolveram a droga salvarsan, também conhecida como 606 porque foi de fato produzida na sexcentésima sexta tentativa. Era um composto de arsênico que suplantou pron-
res sul
en Vl(
tamente o uso do mercúrio.
Revelou-se a primeira droga realmente eficaz contra es(
uma moléstia infecciosa e levou Ehrlich a pensar que havia outras "balas mágicas" a serem descobertas para a cura das doenças. Foi só em 1932, porém, que se deu o próximo apareceu o prontosil, precursor
dos antibióticos
nham um efeito notável no tratamento
passo significativo,
de sulfonamida.
quando
Essas drogas ti-
ca
mas sérios. Então, em 1940, em parte devido às necessidades de guerra, Ernst Chain (1906-1979) e Howard Florey (1898-1968) publicaram um trabalho sobre o uso
bl:
no tratamento
da infecção.
mas apresentavam
Cai
proble-
da penicilina
da pneumonia,
id, m,
Esse trabalho
baseava-se,
é claro, no
efeito antibactericida da penicilina observado por Alexander Fleming (18811955) ainda em 1928. Os três cientistas ganharam o Prêmio Nobel em 1945. Os últimos anos do século XX assistiram a uma verdadeira explosão de descobertas no campo da farmacologia,
quando
passaram a ser usados a insulina,
esteróides e outros agentes analgésicos ou antiinflamatórios. dos progressos em outras disciplinas
como a imunologia,
técnicas de preservação da vida como a hemodiálise PSiquiatria -
os
Em virtude disso e foi possível aprimorar
e o transplante
de órgãos.
a medicina da mente
Mais acima, inferimos que René Descartes foi afinal de contas o responsável pela doutrina da dicotomia
mente-eorpo,
o que de fato resultou em preservar a mente
de quaisquer considerações relativas aos processos mórbidos. Por felicidade, como veremos, essa atitude está mudando de maneira radical no modelo da medicina ortodoxa do Ocidente. O tratamento
costumeiro
uma desgraça. Os chamados
das doenças mentais, no início do século XVIII, era "lunáticos"
viviam encarcerados
em hospícios,
não
MEDICINA
ORTODOXA
-
DO SISTEMA FILOSOFICO
A CIf.NClA
59
sendo muito mais bem tratados que prisioneiros. O bom senso só se manifestou em 1798, quando Phillipe Pinel quebrou os grilhões dos pacientes no Manicômio Bicêtre, na França. Em 1870, Henry Maudsley publicou um livro sobre a relação mente-eorpo como fator causativo das doenças mentais. Era um livro brilhante para a época e abriu caminho para uma melhor compreensão da mente no século XX. A psiquiatria contemporânea consiste basicamente de três correntes de prática: psicoterapia, psiquiatria comportamental e psiquiatria orgânica. A corrente dominante no início do século XX era sem dúvida a abordagem desenvolvida por Sigmund Freud (1856-1939) e seus dois principais colaboradores, Carl Gustav Jung (1875-1961) e Alfred Adler (1870-1937). Freud, usando de início a hipnose, sustentou que certas doenças mentais resultavam de conflitos não-resolvidos imersos nas profundezas da mente inconsciente. Descreveu inúmeros mecanismos mentais que pareciam atuantes tanto na vida normal quanto nos estados neuróticos, como por exemplo a repressão, o esquecimento e a simbolização. A seu ver, a mente se compunha de três partes: o id, o ego e o superego, a partir do que desenvolveu sua famosa técnica da psicanálise mediante livre associação. Adler e Jung, ambos discípulos de Freud, também usaram técnicas psicanalíticas, embora achassem que o mestre insistira demais na frustração sexual como causa da neurose. Adler ressaltou a necessidade de auto-estima e Jung estimulou a busca de auto-realização. Jung, como sabemos, ficou famoso graças ao seu conceito de inconsciente coletivo e à sua descrição dos arquétipos psicológicos. Cada um seguiu seu próprio caminho, daí resultando a fundação de três escolas de pensamento psicanalítico. A psiquiatria comportamental, segunda corrente de pensamento, originou-se da obra do russo Ivan Pavlov (1849-1936), que recebeu o Prêmio Nobel em 1904 por um trabalho sobre o sistema digestivo. Mais tarde, ele voltou a atenção para os distúrbios mentais e, aplicando seu conceito de reflexo condicionado, implantou a escola de pensamento behaviorista (comportamental). Nesses termos, a doença mental podia ser atribuída ao comportamento aprendido e devia ser tratada pelo "desaprendizado" da resposta condicionada. A abordagem orgânica subscreve, em essência, a tese segundo a qual as atividades mentais são produto do funcionamento do cérebro, quer dizer, a aberração da atividade mental é resultado de mudanças orgânicas (químicas ou físicas) no encéfalo. O tratamento consistirá, portanto, no uso de drogas psicotrópicas, terapia eletroconvulsiva (TEC) ou "psicocirurgia". Tudo isso não passa, obviamente, de supersimplificação, pois praticamente todos os médicos estão hoje cônscios da importância dos fatores psicológicos nas percepções que os pacientes têm de suas próprias doenças.
60
MEDICINA
PSIONICA
Medicina e cirurgia modernas
São muitos os progressos registrados tanto na medicina quanto na cirurgia ao longo do século XX. O controle da dor, a melhor compreensão da coagulação sanguínea, o equilíbrio fluídico e eletrolítico, o combate bem-sucedido à infecção e a tecnologia dos anestésicos transformaram os anfiteatros das escolas de medicina em locais onde os mais incríveis procedimentos podem ser levados a cabo. Muitos dos principais órgãos são agora objeto de transplante, reimplantam-se membros amputados e é rotineira a substituição de ossos do joelho ou do quadril. Não bastasse isso, graças aos laparoscópios e à fibra óptica, os cirurgiões estão dilatando as fronteiras mediante o aperfeiçoamento de cirurgia minimamente invasiva ou "de buraco de fechadura", como é popularmente chamada. No lado médico, sintetizam-se o tempo todo drogas direcionadas, que produzem efeito apenas em determinado órgão ou sistema. A úlcera péptica pode agora ser tratada medicamente, sem recurso à cirurgia, como era o caso há apenas três décadas. Vários tipos de câncer, que antes apresentavam assustadoras taxas de mortalidade, oferecem hoje possibilidades realistas de bloqueio, se não de cura. As terapias hormonais evoluíram muito, permitindo que as mulheres planejem suas famílias e, em idade mais avançada, enfrentem a menopausa com pouquíssimo risco de osteoporose, fraturas ósseas e perturbações cardíacas. No começo do século XX, os médicos de hospital tornavam-se clínicos ou cirurgiões-gerais. Ou seja, era possível a um homem versar todas as disciplinas médicas ou cirúrgicas. Porém, com o avanço da tecnologia médica e o acúmulo dos conhecimentos, aumentou a necessidade de especialização- e subespecialização. Os críticos da medicina ortodoxa alegarão que o reducionismo, causador da subespecialização (na verdade, uma superespecialização), forma médicos interessados unicamente em seu campo, na parte do corpo estudada por sua especialidade. Isso é pueril, pois a especialização leva necessariamente ao trabalho de equipe - e é o trabalho de equipe que, hoje, fomenta o progresso da ciência. No último terço do século XX, as especialidades começaram a cruzar-se até certo ponto. Havia, inevitavelmente, áreas de interesse mútuo, já que nenhum sistema do corpo pode ser considerado à parte. Por exemplo, como o coração não é apenas uma bomba, mas uma bomba inervada, alguns pesquisadores resolveram especializar-se em neurocardiologia. De igual modo, trabalharam-se áreas como imunopsiquiatria, neuroendocrinologia, neuropsicologia e psicofisiologia. Na verdade, pode-se tecer com tudo isso um tapete. Cada fio (cada disciplina) é parte integrante e essencial do todo, embora por si só cause pouco efeito. Nos pontos em que um fio se entrelaça com outro (outra disciplina), existem áreas de interesse recíproco, criando-se ali um efeito mais destacado. Quanto mais entrela-
MEDICINA ORTODOXA -
DO SISfEMA FILOSÓFICO A CIfNCIA
61
çamentos houver, mais perto chegaremos do quadro e do impacto total que os fios individuais não podem provocar sozinhos. O resultado final do reducionismo, em certo sentido, deve ser o avanço rumo ao holismo. Medicina holística
Jan Smuts, primeiro primeiro-ministro da África do Sul, em seu livro Holism and Evolution ["Holismo e Evolução"), cunhou o termo "holismo" em 1926. Décadas mais tarde, nos anos de 1960, a palavra foi adotada como uma abordagem pertinente da medicina, em parte graças à reação contra o crescente reducionismo dessaciência e em parte devido ao interesse cada vcr. maior do público pelas filosofiasorientais. No fundo, era o reconhecimento de que mente, corpo, espírito e ambiente tinham de ser levados em conta para se cuidar da saúde das pessoas. Uma das maneiras de estudar esse assunto era observar os sistemas e a teoria dos sistemas. Weiss2 e Von Bertalanffy3 escreveram sobre a teoria dos sistemas, mas foi George EngeI,4 professor de Psiquiatria em Rochester, Nova York, que a aplicou à saúde e à doença. Engel salientou que todo sistema é, ao mesmo tempo, componente de um sistema superior. Por exemplo: a célula é parte de um tecido e o tecido é parte de um órgão, etc. Em suma, nada existe isoladamente. Cabe examinar a célula, mas sabendo-se que ela não está desligada do todo. Seria o mesmo que examinar o peixe fora da água: ele daria pouca informação sobre como reage a seu ambiente, o que come, de que modo respira, vive e morre. É preciso estudar todos os sistemas interativos e por isso Engel exigiu um novo modelo de medicina. De fato, com a especialização cruzada já em curso, os pesquisadores passaram a aceitar a influência da mente na saúde e na doença (em tOtÚls as doenças, note-se bem, e não apenas nas de ordem mental, domínio da psiquiatria), de sorte que chegara a hora de dar impulso à medicina holística. Psiconeuroimunologia
Na década de 1960, o psiquiatra Dr. George Solomon notou que algumas mulheres com determinados traços de personalidade, inclusive passividade e tendência ao sofrimento constante, eram mais propensas a desenvolver artrite reumatóide. Observou também que ratos com células tumorais implantadas tendiam a morrer mais depressa quando submetidos a estresse. Solomon concluiu que, de alguma maneira, a mente afetava o sistema imunológico e por isso deu ao novo campo de estudo o nome de psicoimunologia. Nos anos de 1970, o psicólogo Robert Ader fcr. outra descoberta curiosa: os ratos podiam ser condicionados a deprimir seu próprio sistema imunológico. Trabalhando com Nicholas Cohen, imunologista, aventou que certas trilhas nervosas
MEDICINA
62
PSIONICA
talvez operassem entre o cérebro e o sistema imunológico
e que o condicionamen-
to poderia afetar o sistema. Assim, os dois pesquisadores disciplina
para psiconeuroimunologia
ampliaram
o nome da
(PNI). Mais tarde, a neurocientista
Karen
Bulloch provou que eles estavam certos em sua conjectura: Bulloch conseguiu, com efeito, rastrear ligações nervosas diretas entre o cérebro e o sistema imunológico. Até então, sabia-se que havia transmissão imunológico;
nervosa entre o cérebro e o sistema
mas muito mais estava por vir. Candace Pert, a neurocientista
que
descobriu o receptor opiato, fez extensas pesquisas para provar que inúmeras substâncias químicas imunológico.
produzidas
no corpo retroagem
Ela e sua equipe descobriram
entre o cérebro
e o sistema
que existem muitos pontos de recep-
ção para esses neurotransmissores ou moléculas informacionais5, que não se limitam ao cérebro e ao sistema nervoso central. Há pontos nas células brancas e vermelhas do sangue, no estômago e nos rins. Por isso se pode perceber por que o corpo reage tão prontamente
ao estresse.
Até o momento,
uns sessenta e cinco neurotransmissores
dos. Eles agem literalmente
como condutores
do sentimos um arroubo particular um hormônio
-
é liberado nos compartimentos
um ponto adequado
flui-
de recepção, parará e entrará na
célula para afetar seu funcionamento. Dado que agora estamos cientes tanto da base neurológica nismo hormonal
3.
pelos quais a mente afeta o corpo, a disciplina às vezes é chamada
4.
(PNEI). Seja lá qual for o nome, suas descober-
tas vêm se revelando de grande valia para a nossa compreensão corpo afetam-se um ao outro. Dois fenômenos
quanto
fascinantes são dignos de menção.
de como mente e
O primeiro
é o fato de
muita gente ser capaz de adiar suas doenças. Vê-se isso com freqüência em pessoas trabalhar duramente
por muito tempo e vão para a cama logo no
primeiro dia de férias. O segundo é a observação de que um número desproporcional de pessoas morrem no dia de seu aniversário ou depois de realizar uma tarefa que se haviam imposto. William Shakespeare é exemplo disso: morreu no dia do seu aniversário.
2.
do meca-
de psiconeuroendocrinoimunologia
que conseguem
1.
por exemplo, cólera, medo ou ciúme -,
específico ou neurotransmissor
dos do sangue. Se encontrar
já foram cataloga-
de emoção no sentido de que, quan-
Por quê?
Sumário Este capítulo é muito importante xa se desenvolveu. Começou
porque vale a pena saber como a medicina ortodo-
como um sistema filosófico; depois, sob a influência
do dualismo cartesiano, avançou em roupagem
reducionista
para mergulhar
cada
vez mais fundo nas operações do corpo físico e reservar à mente apenas a condição de fenômeno isolado, de área separada de estudo. No entanto, graças ao reconheci-
5.
MEDICINA
ORTODOXA
-
DO SISTEMA FILOSÓFICO
À CItNCIA
63
memo do holismo e ao crescente interesse pela teoria dos sistemas, aceitou-se por fim que mente, corpo e ambiente não podem ser considerados isoladamente. A psiconeuroimunologia
mostra-nos
pelo menos no nível fenomenológico.
hoje que a mente e o corpo interagem,
Isso é da máxima importância
porque nos
revela como, se não por que, a mente e o corpo se influenciam mutuamente na saúde e na doença. No entanto, em nada nos faz compreender melhor as causas mais sutis da doença. A Medicina Psiônica é o ramo da medicina que nos dará acesso a essas esferas sutis. Repetimos: não se trata de medicina alternativa em nenhum sentido. Ela se baseia solidamente na medicina ortodoxa e em todas as disciplinas que constituem esta última. Representa
um meio de delinear e remover as causas imprecisas
das doenças, de modo que os processos subjacentes
que as provocam
sejam, se
possível, detidos em seu curso. Notas 1. A idéia de que o quente e o frio tinham algo a ver com a temperatura era errônea, porém. Os conceitos de quente e frio devem ter sido utilizados em sentido metafórico. Com efeito, é assim que são vistos pelas culturas que ainda praticam extensamente uma medicina baseada na teoria humoral. 2. Weiss, P., "The System of Nature and the Nature of Systems", in 1õwards a Noncentrtd Mtdical Scimu, Nova York, Futura Pub. Co., 1977. 3. Von Bertalanffy, L., Gmtral Sysums Theory, Nova York, Braziller, 1968. 4. Engel, G., "The Need for a New Medica! Model: The Challenge of Biomedicine", Science 196: 129-136, 1976. 5. Ver o livro de Candace Pert, The Mokcuks ofEmotion, Pocket Books, Simon & Schuster, Londres, 1997.
Corpos Sutis e Medicina Psiônica o
homem é o que é em virtude do corpo, do corpo etérico, da alma (corpo astral) e do ego (espírito). Na saúde, deve ser visto e compreendido a partir dos aspectos desses seus membros; na doença, ser observado na perturbação do equilíbrio; e,para curd10, temos de procurar remédios que restaurem esse equilíbrio. -
FundamentaIs
of The;apy,
Rudolph Steiner
No
gens como sistema filosófico, ao longo de anos de crescente reducionismo último capítulo, examinamos evolução da medicina desde orie dualidade mente-eorpo, até sua aatual aceitação da interação entresuas mente, corpo e sistema imunológico. Isso demonstra que, se ela ainda não atingiu a meta, está pelo menos no caminho certo. Agora, consideraremos de que modo o topo de nossa pirâmide da medicina poderá altear-se graças à visão do lado energético do homem. Mais que carne e sangue
Praticamente todas as culturas acreditam ser o homem algo mais que um corpo físico organizado por um órgão esquisito e enrugado - o cérebro -, contido no interior do crânio. Quase sem exceção, elas concluíram que alguma força vivificante, alma ou espírito, residia dentro do corpo e, na morte, sob a forma de energia imponderável, deixava o corpo, viajando usualmente para outra esfera. Algumas sociedades levaram essa idéia adiante e postularam diferentes "camadas" no homem, tanto no sentido físico quanto no suri!.
64
CORPOS SUTIS E MEDICINA
PSIONICA
65
Os antigos egípcios Geralmente,
cuida-se que os egípcios fossem uma raça obcecada pela morte. Esse
equívoco surgiu simplesmente em face dos artefatos e monumentos funerários que eles nos legaram. Na realidade, eram um povo que amava a vida e queria que ela continuasse em outra esfera ontológica. Suas práticas religiosas, porém, induziram-nos a acreditar que a personalidade deveria permanecer o mais intacta possível, para que se submetessem com êxito à prova dos deuses na Sala do Julgamento. No período pré-dinástico, os egípcios achavam que os três principais elementos constitutivos da pessoa eram o corpo, a alma e o espírito. A medida que sua religião foi se tornando mais complexa, passaram a conceber níveis ontológicos mais profundos, que constituíam a personalidade, cada um dos quais devia ser protegido caso o indivíduo almejasse viver eternamente com Osíris nos Campos da Bem-aventurança. Os papiros falam-nos de múltiplas combinações, mas, ao todo, havia dez camadas ou aspectos da personalidade: Sahu (corpo cósmico), Ka (reprodução energética do corpo físico), Ba (reprodução do espírito), Khaibit(sombra), Khu (corpo espiritual), Khat (corpo físico), Hati (o coração físico), cujo equivalente era o Ab (o coração da consciência), Sekhem (força vital) e Ren (nome). Concentremo-nos de momento no Ka. Esse dublê energético da pessoa, pelo que se acreditava, podia deixar o corpo durante o sono, vagar e visitar pessoas ou lugares; essas jornadas e encontros sobreviviam na memória. Assim, os sonhos passavam por experiências Ka concretas, de sorte que o Ka do sonhador encontrava o Ka ou avistava a forma física de outro indivíduo em uma de suas andanças. Todavia, não se pensava que apenas o ser humano possuía um Ka. Todas as coisas existentes tinham Ka: pássaros, quadrúpedes, peixes, plantas, árvores e até objetos inanimados. Quando o homem comia, o alimento físico nutria seu Khat (corpo), mas o Ka do alimento nutria o Ka que era parte do homem. É fácil desprezar os egípcios como filosófica ou teologicamente ingênuos; verdade, porém, humana.
é que havia muita sofisticação
em sua concepção
a
da natureza
Os antigos gregos Os antigos gregos foram, como se sabe, um povo altamente sofisticado e inteligente, que investigava a fundo a natureza do universo e o lugar que o homem nele ocupava. Empédocles, nascido em Agrigento, Sicília (jloruit c. 450 a.c.), afirmava que o universo era composto de quatro elementos: Terra, Ar, Fogo e Água, os quais se sujeitavam às forças do amor e do ódio, da atração e da repulsão. Chegouse assim à conclusão de que a matéria do universo, e portanto também o homem, eram feitos desses elementos. A visão neoplatônica, e pitagorismo,
apontava
que era no fundo uma síntese do platonismo, aristotelismo cinco componentes
principais
na pessoa: o soma, corpo
MEDICINA
66
PSIONICA
físico; a psyehe, personalidade do indivíduo, uma espécie de mente inferior; thymos, aspecto ativo, racional e mortal do homem; pneuma, energia ou ar vital; e nous, mente superior e divina, além da qual só existia a divindade. Quando da morte, o thymos expirava, deixando a psyehe livre para descer ao mundo subterrâneo e ali gozar a vida eterna. Em essência, o thymos e a psyehe eram dois aspectos do ser, correspondentes ao Ka e ao Ba dos antigos egípcios.
o conceito
oriental
O hinduísmo é a última grande religião politeísta da Terra. Embora não possua cânone escritural fixo, as doutrinas espirituais encontram-se nos Védas (literalmente, "conhecimento"), uma coletânea de antigos hinos e ensinamentos aparentemente transmitidos aos rishis (videntes) pelo Senhor Brahma, o criador. Foram escritos entre 1500 e 500 a.c. Nos Védas, temos descrições da natureza física e sutil do homem. Em resumo, ensina-se que várias camadas, níveis ou corpos existem ao mesmo tempo, ligados por tênues vínculos anatômicos que incluem os ehakras (centros energéticos) e os nadis (canais de energia). No século X, o guru Goraknath escreveu o Gorakshashatakam, um tratado sobre o despertar do ehakra e a meditação. No século XVI, Purananda Svami publicou um estudo ainda mais abrangente, o Shri- Tattva-Cintamini. Os textos do budismo tibetano também descrevem esses corpos sutis e o sistema dos ehakras. Há diferenças entre eles, mas que podem ser consideradas superposições interpretativas.
o movimento
teosófico
No final da década de 1870, madame Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891) fundou a Sociedade Teosófica juntamente com o coronel Harry Steel Olcott, em Madras, na índia. O termo vem das palavras gregas theos, "deus", e sophia, "sabedorià'. Segundo os ensinamentos da seita, todas as religiões surgiram de uma raiz comum da sabedoria antiga e podem facilmente ser desvinculadas dos mitos ou símbolos populares que correm o mundo. Seu estudo conduzirá à verdade e à unidade espiritual. Nesse quadro, o homem é concebido como um ser espiritual, havendo sete esferas de consciência ou sete corpos sutis. Um conceito básico da teosofia é a reencarnação determinada pelo karma. Rudolph Steiner e a antroposofia
Rudolph Steiner (1861-1925) - filósofo, artista, cientista e educador austríaco - vinha desenvolvendo suas próprias idéias sobre a natureza espiritual do homem, em parte com base em suas experiências clarividentes, em parte graças à sua
CORPOS SlJflS E MEDICINA PSIONICA
67
capacidade de acesso aos Registros Akáshicos, I quando começou a chamar a atenção dos teosofistas. Suas palestras tornaram-se muito populares e, em 1902, ele fundou a vertente alemã da Sociedade Teosófica. As idéias de Steiner, porém, diferiam acentuadamente das adotadas pelos teosofistas. Se, na teosofia, a influência dominante eram as filosofias orientais, a orientação de Steiner apontava sobretudo para o Ocidente. Em 1913 ele resolveu fundar sua própria organização, a Sociedade Antroposófica. O termo, originário do grego anthropos ("homem") e sophia ("sabedorià'), trai a ênfase diversa de suas idéias. A antroposofia cobre todo um leque de atividades, inclusive ciência espiritual, religião, educação, agricultura orgânica e saúde. De fato, um sistema inteiro de medicina, a medicina antroposófica, evoluiu a partir de seus princípios norteadores. Steiner ensinou que a natureza humana era quádrupla - e disso ele estava pessoalmente cônscio em virtude de sua própria capacidade psíquica. Com efeito, acreditava na existência de quatro corpos constitutivos da pessoa: • Corpo físico • Corpo etérico físico
o dublê energético que exerce "forças formativas" sobre o
• Corpo astral - o corpo emocional cognitivo que contém as motivações e impulsos do indivíduo • Ego - a autoconsciência, alma e espírito. Conforme mencionamos no Capítulo 1, o conceito steineriano dos corpos sutis e sua interação influenciou profundamente o Dr. George Laurence. Ele começou a perquirir se a causa de inúmeras doenças não se localizava em algum lugar para além do corpo físico. O corpo etérico parecia ser essa localização possível. Os corpos sutis
Pelo exposto, vemos que existem várias similaridades entre os .sistemas examinados. Eis um amálgama plenamente aceitável de todos eles: • Corpo físico - o equivalente do Khat dos antigos egípcios, o grego Soma • Corpo etérico - o corpo energético onde se acham os mecanismos organizadores e reguladores que controlam efetivamente as funções corporais do nível atômico para cima. O equivalente do Ka dos antigos egípcios, o grego Psyche • Corpo astral - o corpo psíquico, corpo emocional que contém os impulsos emotivos e as paixões. O equivalente do Ba dos antigos egípcios, o grego Thymos
MEDICINA
68
PSIONICA
• Corpo mental - o corpo dos pensamentos ou intelecto • Corpo causal - o eu superior. Em algumas interpretações, existiriam níveis ainda mais elevados, conducentes à alma absoluta do indivíduo. Esses corpos sutis são vistos como planos ontológicos diferentes e, por essa razão, conviria considerá-Ios antes campos do que corpos (entretanto, por convenção, continuaremos a chamá-Ios de "corpos"). Todos mostram-se ativos em cada um de nós, que todavia não nos damos conta deles principalmente em virtude de vivermos na esfera física e termos nossos sentidos a ela limitados. Dito isso, muitas pessoas conseguem conscientizar-se de alguns níveis inferiores, com a prática. Não se trata de descobrir novas habilidades, mas apenas de redescobrir talentos adormecidos ou esquecidos. De fato, recuperar alguns desses talentos latentes é fundamental para a prática da Medicina Psiônica. Auras
Toda pessoa tem uma aura, um campo de energia multidimensional constituído de diferentes corpos sutis. Estes, às vezes, são vistos em camadas, como as cores do arco-íris, envolvendo o corpo como um conjunto de bonecas russas transparentes e coloridas. Ressalve-se que isso está aberto às interpretações, porquanto a palavra "ver" precisa ser adaptada: não se vê a aura como se vê um fenômeno físico. A pessoa percebe a aura quando permite que seu "consciente" se eclipse ou durma parcialmente. Por isso, é difícil detectá-Ia. As pessoas insistem em focalizar um fenômeno de percepção que só em parte é visual. Quem vê auras geralmente as descreve de maneira muito pessoal. Além disso, a aura não é estática, mas altera-se a todo instante, refletindo a natureza dinâmica do indivíduo e sua força vital. Há um corpo extenso de pesquisas e literatura sobre as auras. WalterJ. Kilner, médico do St. Thomas's Hospital, descobriu pouco antes da Grande Guerra que a aura podia ser vista quando o corpo era observado através de uma lente de dicianina. Suas primeiras pesquisas foram publicadas no livro The Human Aura ['~ Aura Humanà'], em 1911. Embora recebido com notório ceticismo na época, atraiu a atenção de eminentes cientistas, entre os quais Sir Oliver Lodge.2 Em 1919, ele formulou um sistema de diagnose áurica. Em 1937, Oscall Bagnall, biólogo de Cambridge, publicou sua obra The Origin and Properties ofthe Human Aura ["Origem e Propriedades da Aura Humanà']. Harold Saxton Burr pesquisou profundamente o assunto, elaborando a chamada hipótese do campo L. Hiroshi Motoyama, no Japão, e Valerie Hunt, na VCLA, fizeram testes eletromagnéticos com os ehakras e os corpos sutis em fins dos anos de 1970. E ainda hoje prossegue a pesquisa em laboratórios de universidades de prestígio no mundo inteiro.
eo
CORPOS SUTIS E MEDICINA
Muitas autoridades
consideram
PSIÚNICA
69
os diferentes corpos tênues como "oitavas" da
energia sutil ou da consciência dentro do mesmo campo abrangente. Mente, consciência e mais além Antes de prosseguirmos,
vale a pena examinar um pouco mais a questão da mente
e da consciência. A consciência tem, essencialmente,
a percepção de um eu distin-
to dos outros seres e do ambiente. No último capítulo, veremos de passagem como Freud, Jung e Adler de fato transformaram teorias muito diferentes da mente.
a disciplina da psiquiatria
postulando
Todos eles aceitaram a idéia de que a mente tinha dois elementos, o consciente e o inconsciente.
Também aceitaram que o consciente era apenas a ponta do iceberg
e, como tal, devia ser estudado. dizer "submerso",
O inconsciente,
sujeitava-se a conjectutas.
respeito do inconsciente
levaram finalmente
no entanto,
Os conceitos a uma ruptura
Nesta altura, basta dizer que para Freud o inconsciente "construído"
pelo acervo de experiências e pelas lembranças
além. Afirmou
que o homem
tem uma consciência
consciência pessoal (embora não abastecida,
estando por assim
dos três estudiosos
a
entre eles. era puramente
pessoal,
de infância. Jung foi
e, subjacente
a ela, uma in-
como para Freud, pelo acúmulo
de
experiências sexuais). Jung desceu ainda mais fundo: achava que, além do inconsciente pessoal, havia um inconsciente coletivo, partilhado por todos. Isso, acreditava ele, não era herdado bros da raça humana podemos vislumbrar
dos ancestrais, mas constituía
ou, em outras palavras, uma consciência
dos mem-
universal. Aqui,
uma clara analogia com os campos mórficos de Sheldrake e o
modo pelo qual o inconsciente Capítulo 1). Decerto, poderíamos sua localização -
um patrimônio
coletivo se adapta ao campo psi de Laszlo (ver
encher vários volumes na tentativa de definir a mente e
ou não-localização.
tir em vários níveis. Relaciona-se
Mas uma coisa é clara: a mente parece exis-
até certo ponto com a função cerebral e ainda
assim é como se não tivesse limites. Se você se concentrar
em sua própria mente
por alguns instantes, perceberá que ela muda a todo momento, ora flutuando, ora bruxuleando. Não se trata, porém, de um escoamento e sim de um campo de fluxo e refluxo. Terapias do campo de pensamento Em anos recentes,
um número
eficazes foram desenvolvidas
cada vez maior de terapias surpreendentemente
para ajudar pessoas às voltas com os mais diversos
problemas psicológicos, incluindo fobias, ansiedade e depressão. Todas elas baseiam-se no conceito de um campo de pensamento que pode ser estimulado por meio de um dos sistemas energéticos sutis do indivíduo.
70
MEDICINA
PSIONICA
Em 1964, o Dr. George Goodheart, quiroprático, descobriu que certos grupos musculares se enfraqueciam quando grupos opostos apresentavam espasmo. A estimulação de módulos específicos associados ao grupo debilitado parecia provocar uma melhora imediata desse grupo, fazendo com que, ao mesmo tempo, o espasmo se transferisse para o grupo oposto. Estudando o fenômeno e recorrendo ao trabalho de um osteopata chamado Chapman, que determinara alguns reflexos orgânicos, esboçou um esquema graças ao qual podia diagnosticar e tratar vários distúrbios dos órgãos. Acrescentando a acupuntura à pesquisa, Goodheart concluiu que alguns meridianos também se associavam aos grupos musculares de seu esquema. Em 1974, fundou uma escola para o estudo de seu método, que chamou de Cinesiologia Aplicada (CA). Um dos alunos de Goodheart foi o psicólogo clínico Dr. Roger Callahan, que adaptou o método ao tratamento de problemas psicológicos. Callahan descobriu, sensibilizando acupontos em determinados meridianos, que podia eliminar algumas fobias num tempo espantosamente curto. Após longa pesquisa, elaborou o conceito de Terapia do Campo de Pemamento (TCP) por volta de 1980. Segundo Callahan, o campo de pensamento é uma manifestação do sistema energético da pessoa. Sempre que pensamos, o campo de pensamento se ativa ou "sintoniza" um pensamento particular. O corpo responde a essa atividade (possivelmente ao longo de rotas de PNI), para bem ou para mal. Às vezes sobrevém uma perturbação ou bloqueio, de modo que, sempre que ocorre à pessoa o pensamento associado a essa perturbação, ela experimenta uma resposta corporal inadequada. Por exemplo, o indivíduo que sofre de agorafobia pode apresentar sintomas de náuseas, palpitações ou transpiração excessiva (ataque de pânico) simplesmente ao pensar em misturar-se à multidão. No âmbito da terapia do campo de pensamento, o Dr. Callahan aperfeiçoou um elaborado sistema tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento de distúrbios, utilizando algoritmos e diversas seqüências detalhadas de acesso a pontos meridianos específicos. Daí surgiram inúmeras variantes, cada qual com uma ênfase ligeiramente diferente. Gary Craig, engenheiro elétrico e treinador esportivo, estudou com o Dr. Callahan e desenvolveu depois seu próprio método, chamado Técnica de Liberddde Emocional (TLE). Trata-se de uma abordagem ainda mais simples, mas que parece dar bons resultados. A psicóloga Francine Shapiro elaborou a terapia da Dessensibilização e Reprocessamento do Movimento Ocular (DRMO), que recomenda ao paciente pensar na área problemática enquanto movimenta os olhos de uma maneira especial (ou então permitir que seja tocado em determinados pontos do corpo).
CORPOS SlJfIS E MEDICINA
PSIONICA
71
Outra variante, ainda, é o Matrix WÍJrk, criado por Nahoma
Clinton e que se
concentra nos ehakras. Aqui, trabalha-se antes com crenças entranhadas sentimentos. Pessoas capazes de ver auras concordariam bém o campo de pensamento
que com
em que é possível distinguir
com suas formas-pensamento
tam-
e aberrações, em per-
feita correlação com o conceito das perturbações de Callahan. Passemos adiante e consideremos a anatomia sutil. Anatomia sutil George Engel, em artigo da Scieneede 1976,3 declarou que um modelo nada mais é que um sistema de crenças utilizado sentido ao que parece intrigante
para explicar fenômenos
naturais e dar
e perturbador.
Em nossa discussão até aqui, consideramos os diversos corpos sutis como modelos dos diferentes níveis ontológicos. Agora iremos um pouco mais longe e examinaremos três modelos pelos quais os corpos sutis se conectam com o corpo físico. 1. O
SISTEMA DE CHAKRA E NADI
Esse sistema é mencionado
na literatura ióguica tanto hindu quanto budista e em
numerosos textos esotéricos. Os ehakras (da palavra sânscrita para "rodà') são vistos como centros energéticos ou vórtices, que penetram o corpo físico e os corpos tênues ligando assim os campos sutis. Cada um prende-se a determinadas corporais, regulando níveis de consciência.
a integridade
funções
e a função de sistemas e órgãos, e diferentes
Há discrepâncias
nas descrições desses ehakras nos textos
hindus, tibetanos e ocidentais,
mas que talvez se devam antes à interpretação
à substância.
o falecido Osho, "Dizem alguns que existem três,
Como pontificou
que
cinco, seis, sete, oito ou mesmo nove grandes ehakras. Todos estão certos!" Falando de um modo geral, porém, o número que mais comumente se dá é sete. Os ehakras situam-se numa linha que corre ao longo da medula espinal (Figura 4) e cada um se relaciona a funções e órgãos específicos, além de glândulas particulares. Base -
Assim:
Associado ao intestino grosso e ao reto, influindo também nos rins. Asso-
ciado ainda aos membros las supra-renais
mentos de segurança, hemorróidas, Sacro -
inferiores e ao metabolismo
ósseo. Controla
sobrevivência
constipação,
e estabilidade.
As disfunções
apontam
para
ciática e obesidade.
Associado ao útero, ovários, testículos e bexiga, influindo
rins. Controla
as glându-
e a função excretora. Esse ehakra é geralmente associado aos senti-
a função endócrina
também
nos
dos ovários e testículos. É responsável pela fun-
MEDICINA
72
PSIONICA
ção reprodutora. Associado ainda às emoções, sexualidade, prazer e criatividade. As disfunções apontam em geral para a impotência, a frigidez, os problemas sexuais orgânicos ou funcionais, as afecções da bexiga e dos rins, as perturbações emocionais ou psicológicas, os recalques. Plexo solar - Associado ao fígado, vesícula biliar, estômago, intestino delgado e baço. Controla a função digestiva. Associado geralmente à vontade, poder, impetuosidade, ardor. As disfunções apontam para úlceras, diabete, hipoglicemia, moléstias hepáticas, distúrbios alimentares como anorexia e bulimia.
e
COROA FRONTE
GARGANTA
CORAÇÃO
PLEXO SOLAR
BASE
Figura 4
CORPOS SUTIS E MEDICINA
PSIONlCA
73
Coração - Associado ao coração e aos membros superiores, influindo também nos pulmões. Controla a função do timo e a circulação. Geralmente associado ao amor a si mesmo e aos outros, à força mental. As disfunções apontam para hipertensão, moléstias cardíacas, asma e doenças pulmonares.
Associado aos ouvidos, pescoço, pulmões e garganta, influindo também nos pulmões. Controla a função da tireóide e das glândulas paratireóides, a respiração e a comunicação. Geralmente associado à comunicação, auto-expressão e criatividade. Os distúrbios apontam para dificuldades auditivas, problemas no pescoço, disfunções da tireóide e afecções da garganta. Garganta -
Associado ao cérebro e aos olhos. Controla a função da glândula pituitária e da glândula pineal, a cognição, a visão, a intuição e o intelecto. Geralmente associado à intuição, percepção e tirocínio. Os distúrbios apontam para cefaléias, problemas de vista, perturbações do sono e pesadelos. Fronte-
Associado à pessoa como um todo. Controla a função do hipotálamo, glândula pineal e glândula pituitária, as funções superiores do cérebro, a integração e o entendimento. Os distúrbios apontam para depressão, alienação e incapacidade de compreender ou apreender. Coroa -
Cada ehakra pode encontrar-se em estado de equilíbrio, inatividade ou hiperatividade. Pode ser bloqueado ou desbloqueado. O mau funcionamento, portanto, tem efeitos diferentes e profundos sobre o corpo físico. Entretanto, os ehakras não são fenômenos independentes. Estão ligados numa rede de canais ou nadis (da palavra sânscrita para "fluxo"), de que existem três grandes e, literalmente, milhares de pequenos. Um texto informa que há mais de trezentos e cinqüenta mil nadis no corpo! O nadi principal, o sushumna ou canal central, sai do ehakra base e sobe para o ehakra coroa. Sua função é equilibrar. Os outros dois são o ida e o pingala. Diz-se que o ida é a Lua e que o pingala é o Sol, ou seja, constituem fluxos polares de energia. O ida emerge do lado direito do ehakra base e serpenteia entre os outros ehakras, enquanto o pingala sai do lado esquerdo e também serpenteia, indo ambos encontrar o sushumna no ehakra fronte, formando daí por diante uma única corrente. 2. O SISTEMA DOS MERIDIANOS
É básico, na medicina tradicional chinesa, o· conceito de que o Qi (pronuncia-se Ch'i), energia universal primeva, flui pelo corpo numa seqüência ordenada, ao
74
MEDICINA
PSIONICA
Figura 5
longo de veredas específicas chamadas meridianos (Figura 5). Originalmente, pensava-se que fossem canais semelhantes a artérias ou veias, mas nunca se puderam detectar estruturas anatômicas desse tipo. Existem doze meridianos principais, cada qual relacionado a um órgão particular. Eles são bilaterais, doze de cada lado do corpo, havendo em cada um uma série de acupontos. Além disso, existem dois meridianos centrais, um na frente do corpo, outro atrás. De início, foram descritos 365 acupontos, em consonância com o importantíssimo sistema numérico da filosofia chinesa, mas essa quantidade chega hoje a
CORPOS SUTIS E MEDICINA
PSIONICA
75
mais de mil. Vale lembrar, porém, que os pontos não são superficiais, como se costuma depreender dos mapas acupunturísticos, mas situam-se em profundidades variadas sob a pele. Os mapas seriam melhor encarados, assim, como trajetos de trens subterrâneos. Cabe mencionar aqui o Qigong (pronuncia-se Ch'i gong), que significa literalmente "trabalho no Qi". Os profissionais do Qjgong recorrem ao controle da mente para movimentar e controlar o Qi a fim de recuperar a saúde graças ao equilíbrio e à harmonia. Eles efetivamente trabalham o campo energético do corpo. Conforme dissemos acima, pensa-se na medicina tradicional chinesa que o Qi flui por todas as coisas vivas e inanimadas. No corpo, segue o traçado dos meridianos, operando intercâmbios nos acupontos com o Qi do ambiente. Assim, o campo do corpo está em contato com o ambiente e com os campos energéticos de todos os seres vivos. 3. O CONTATO DIRETO ENTRE O ETÉRICO E O FíSICO
Muitas pessoas consideram o corpo etérico, literalmente, como um dublê energético do corpo físico, semelhante ao Ka dos antigos egípcios. Nesse modelo todos ostecidos, órgãos e sistemas do corpo físico teriam seu equivalente no corpo etérico. Ambos são vistos como se estivessem em associação dinâmica direta, de sorte que o desequilíbrio no rim etérico, por exemplo, se refletiria no rim físico. Todavia, embora o corpo físico possa ser substancialmente alterado pelos processos patológicos, os traumas ou a remoção cirúrgica de órgãos e membros, o corpo etérico mantém sua integridade. A excisão de um órgão, por exemplo, não resulta na excisão de seu equivalente etérico e apenas provoca uma alteração no controle funcional que o corpo etérico exerce sobre o físico. Note o leitor que o termo "modelo" continua a ser empregado no contexto do contato direto entre o etérico e o físico, porquanto o pensamento moderno considera o corpo etérico mais um campo do que uma imagem especular etérica. Como tal, ele parece ser holográfico, já que cada ponto do campo contém informação sobre a totalidade do corpo físico. Essestrês sistemas sutis podem ser concebidos como um processo de transferência entre o corpo etérico e os corpos sutis superiores, de um lado, e o corpo físico, de outro. São diferentes, têm diferentes funções, mas apresentam sem dúvida inúmerassobreposições. Se os considerarmos a todos como parte de um campo unificador, seus papéis e sobreposições tornar-se-ão bem mais compreensíveis. Valea pena mencionar ainda a Teoria Unitária da Doença e o papel da proteína, que discutiremos com vagar no Capítulo 7. O Dr. George Lautence acreditava que issoexplicava muita coisa a respeito da conexão entre os níveis etérico e físico.
MEDICINA
76
o campo
PSIONICA
psi
Elaboraremos
agora um modelo do campo psi para mostrar como todos os ele-
mentos que consideramos retomemos
no presente
capítulo se harmonizam.
uma analogia do antigo Egito. Entenda
Antes, porém,
o leitor, por obséquio,
int m<
E alguns de seus símbolos eram, com efeito, muito apropriados.
Sabe-se que o panteão do Egito antigo era imenso. Os egípcios viam deuses em toda parte e personificavam
qualquer atividade num deus ou deusa representa-
dos geralmente
sob forma humana
faraó Amenófis
IV, pouco depois de sua ascensão ao trono, mudou
Marginalizando
as divindades
com cabeça de animal ou outra criatura.
até então cultuadas,
O
tudo isso.
decretou que devia haver um
só deus, adorado em todo o Egito. Esse deus era Aton, o disco solar. A fim de exprimir sua devoção, o faraó adotou o nome de Akenaton, literalmente "o espírito de Aton".4 Durante
o reinado de Akenaton,
porque o faraó transferira
comumente
chamado de Período de Amarna
sua capital para essa cidade (a cidade de seus sonhos)
erguida em pleno deserto, assistiu-se a um breve renascimento turas, a imagem de Aton passou a simbolizar era dada diretamente terminam
I
tar
que
usamos o simbolismo dos egípcios unicamente porque eles, como povo, pensavam em termos simbólicos quando tentavam compreender a vida em relação à Natureza.
se
das artes. Nas pin-
a crença do monarca de que a vida
pelo deus. Aton, o disco solar, aparece eriçado de raios que
em mãos; quando
bolo da vida, aproximando-o
toca um ser humano, do rosto do indivíduo
Figura 6
a mão empunha (Figura 6).
o ankh, sím-
me toe « c(
seI me
CORPOS SUTIS E MEDICINA
PSIONlCA
77
Akenaton acreditava que todas as formas de vida eram sagradas e que não mais se deveria verter sangue nos sacrifícios. Sua descrição da força vital brotando
dire-
tamente da fonte do universo é um símbolo de grande profundidade. Temos aí também um modelo que podemos adotar na nossa jornada rumo à interpretação mensional.
do campo
psi. Simplificando
Na tridimensionalidade
desde já, esse é um campo
tridi-
temos um bom ponto de partida, pois que a concebe-
mos como fonte.5 A partir dessa fonte, um número infinito de raios se projeta em todas as direções, como de um So1.6A extremidade "coisà' no universo, da partícula subatômica ser humano. Como raios, são distintos mesma fonte.
PSI
COLETIVO
CAMPO MORFOGENÉTICO CAMPO KÁRMICO CAMPO DE AQUISiÇÃO
t
Força vital Bioquímica
~nergia
Figura 7
uma
à galáxia, do organismo unicelular ao
uns dos outros, mas prendem-se
o CAMPO
INCONSCIENTE
de cada raio representa
Função Estrutura
:i1'
todos à
MEDICINA
78
Aqui, ocupamo-nos
sobretudo
PSIONICA
da humanidade
e doravante
consideraremos
como pessoa o raio que se projeta da fonte. Essa pessoa tem uma essência: a alma. A alma está ligada à fonte, mas tem sua própria individualidade. O raio atravessa vários campos de influência (Figura 7), sendo o mais profun-
da
do o inconsciente coletivo, seguido do campo morfogenético e depois, possivelmente, um campo kármico e um campo de aquisição. Assim a alma, essência do indivíduo, do acesso a formas-pensamento memória
prende-se ao inconsciente
universais e lembranças
da espécie e às forças formativas
coletivo dan-
arquetípicas;
(que englobam
não só o conceito de
Sheldrake como também as idéias de Steiner sobre forças formativas). kármico
e de aquisição pareceriam
sujeita-se à
mais específicos, relacionados
Os campos
a um número
menor de pessoas (no modelo, feixes miúdos de raios), de tal sorte que antepassados e outras influências exercidas sobre o indivíduo poderiam afetar diretamente sua existência. Essas influências talvez sejam em parte genéticas e, em parte, adquiridas
energeticamente.
Na ilustração,
conservamos
vital, pois que ele é exatamente conhecemos como vida.
o antigo símbolo
isto: uma ótima metáfora para a energia vital que
Mão e ankh tocam a pirâmide sobre as pirâmides
egípcio do ankh, o princípio
da vida; e, como os raios solares incidentes
do Egito, simbolizam
a conexão entre o energético e o físico.
Esse é, pois, o campo psi, um sistema de informação toda a história do universo, todos os pensamentos,
holográfico que contém
atos, relações, nascimentos,
vida e morte. Está em todas as partes e em lugar nenhum
ao mesmo tempo, pois
que permeia a plena extensão do vácuo.
o campo
psi pessoal
O raio de luz é a vida da pessoa. É o indivíduo;
só a ele pertence e exibe inúmeras
facetas. Esteve sujeito aos campos que mencionamos,
responsáveis por sermos o
que somos no bem ou no mal. O raio toca nossa pirâmide energético
pessoal (a da vida e a da medicina)
e esse vértice
permeia, controla e preserva o corpo físico. Podemos conceber o raio
de luz como o campo psi pessoal e o vértice como o corpo etérico (também parte do campo psi, como o corpo). Eles contêm: • O campo do pensamento • O sistema chákrico
-
onde se acham as emoções e a mente
• O sistema de meridianos • A superfície de contato direto entre o etérico e o físico. e,
CORPOS SUTIS E MEDICINA
PSIONICA
79
Essaé a parte vitalizante do indivíduo, bem mais sutil que os impulsos eletromagnéticos e as reações químicas, embora não passem do resultado, da manifestação da interação do campo energético com o corpo físico. E pode-se perceber que a pirâmide da medicina, laboriosamente construída pelos médicos ao longo dos éons, começa a fazer sentido. Sim, a psiconeuroimunologia começa a fazer sentido. As terapias do campo de pensamento começam a fazer sentido. A acupuntura e todos os tipos de terapia começam a fazer sentido - porque tudo o que acontece no plano físico atua sobre o campo psi do indivíduo, acionando seus mecanismos auro-reguladores. Isso é sem dúvida o que Hipócrates e outros tinham em mente quando discorreram a respeito dos poderes curativos da natureza - Vis Medicatrix Naturae. O corpo (isto é, a mente, o corpo e o espírito, não apenas o corpo físico) procura esforçar-seao máximo para tirar o melhor do pior. Não importa o que o organismo tenha, não importa o que o organismo sofra, o "corpo" fará o melhor que puder. Às vezes ele protesta - gera sintomas percebidos como doença - mas faz o que pode. A tarefa do médico consiste em permitir que ele aja assim. Interconexão
Cabe agora examinar esse fenômeno, que está no cerne da Medicina Psiônica. As pessoas muitas vezes sentem-se confusas quanto à possibilidade de se poder dizer alguma coisa sobre um indivíduo com base na análise de uma amostra removida de seu corpo há já certo tempo (não raro, há anos). Afinal de contas, a lógica exigiria normalmente que a única informação viável se relacionasse com o estado químico da amostra no exato momento em que ela foi retirada do corpo. Bem, issoseria verdadeiro se se tratasse de uma mera análise química da amostra. Contudo, na análise psiônica, não é isso que fazemos. Nós analisamos a amostra energeticamente, voltando-nos para o campo psi pessoal da qual ela é parte integrante. E, porque nos voltamos para o campo psi, a informação obtida é atual, .pois nos fala do estado das energias que operam e afetam a pessoa naquele instante precIso. No Capítulo 1, discutimos o conceito de interconexão no nível quântico. Temos aqui uma realidade, não uma interpretação hipotética e abstrusa do universo. A verdade é que vivemos num universo interconectado, o qual, aparentemente, exibe feição holográfica. Naquela discussão procuramos o campo psi e, mediante o uso de modelos, tentamos explicá-Io e determinar o lugar que nele ocupamos. Na Medicina Psiônica, usamos uma amostra da proteína do paciente, seja uma gota de sangue ou um fio de cabelo, para ter acesso ao seu campo psi pessoal e, bem assim, ao campo psi como um todo. Em essência, a matéria que uma vez
80
MEDICINA
PSIONICA
integrou o corpo físico da pessoa é constituída Todas essas partículas em contato
interagiam,7
graças a interconexões
de moléculas, átomos e partículas.
de modo que, mesmo separadas, continuam não-localizadas. A amostra enseja descobrir o
que atualmente está ocorrendo dentro do campo psi pessoal do paciente. Isso significa que se pode extrair informação sobre o indivíduo de seu campo psi, já que a amostra é e sempre será parte desse campo. 2.
Uma nova visão O homem,
como ser racional, esforça-se continuamente
para entender
seu uni-
verso e o lugar que nele ocupa. A fim de arrostar o dia-a-dia, parece-lhe importante possuir um quadro de referência, uma base sobre a qual possa emprestar sentido ao que lhe acontece e ao mundo que o cerca. A aceitação de um sistema de crenças qualquer
ajuda-nos
a conseguir
isso. Tal atitude
é, praticamente,
inata. Para o
cientista, afé pode estar na ciência; para o teólogo (e, neste contexto, referimo-nos ao seguidor de qualquer religião), no espírito; e para o ateu, na descrença. Sir James Frazer (1854-1941), considerado o fundador da antropologia derna, escreveu em seu livro O Ramo de Ouro que as sociedades passam por um processo de desenvolvimento
composto
mo-
em evolução
pelas três fases da magia,
da religião e da ciência. Vivendo, como estamos, na fase científica, é fácil olhar para trás e sorrir da ingenuidade das crenças cultivadas pelas antigas civilizações e sociedades. Semelhante
postura pressupõe que a ultrapassagem
so, que a visão científica é melhor que a espiritual supera a chamada mágica ou mística. Também afirmar que elas são mutuamente exclusivas. O conceito de um sistema informacional o campo psi -
não passa de mera pressuposição
holográfico,
é um conceito novo e intrigante.
das fases é progres-
ou religiosa, que a espiritual
que a tudo permeia -
Pode ser contemplado
de qual-
quer fase que se queira e ainda assim fazer sentido. Não exige uma visão particular, mas concorda com todas. De fato, Ervin Laszlo sustenta em seu livro The Whispering Pond: ''A nova percepção
não é uma volta a conceitos hoje ultrapassados."
E conclui: ''A atual
mudança na concepção científica do mundo, da rocha inanimada a um universo conectado e quase vivo, tem profunda significação para nossos tempos. O conceito de um mundo
sutilmente
interconectado,
de um lago murmurante
no qual e
pelo qual estamos intimamente ligados uns aos outros e ao universo, assimilado por nosso intelecto e acatado por nosso coração, faz parte da resposta da humanidade aos desafios que hoje todos encaramos. A separação entre os homens, e entre os homens e a natureza, acha-se na raiz de muitos de nossos problemas.
Superá-Ios
exige a recuperação
mas nunca
de nossos vínculos e conexões tão negligenciados,
esquecidos por completo."
3. 4.
CORPOS SUTIS E MEDICINA
Veremos no Capítulo
11, onde estudaremos
distorções do campo psi pessoal podem redundar
PSIONICA
o método
81
psiônico,
como as
em doenças.
Notas 1. Os Registros Akáshicos são um conceito teos6fico. A palavra vem do sânscrito akasha, que significa "éter" ou "espaço difuso". É fácil perceber que tal conceito se identifica com o campo psl. 2. Sir Oliver Lodge foi professor de Física na Universidade de Liverpool e influenciou muito a carreira inicial de George Laurence. 3. Ver nota no Capítulo 3. 4. Akenaton, o chamado "fara6 herético", subiu ao trono do Egito cerca de 1377 a.c. e governou durante dezesseis anos. Com sua esposa Nefertiti ("eis que a formosa vem"), tentou implantar o monoteísmo. Foi considerado por J. H. Breasted (em seu capítulo da primeira edição de The Cambridge Andent History) como "a primeira individualidade da hist6ria". 5. Se concebermos isso como um efeito holográfico, então todos os pontos são um: a fonte não mais se restringe a uma localização específica, mas existe na inteireza do campo holográfico. 6. Um modelo alternativo seria imaginar uma lâmpada de fibra 6ptica, com as fibras formando urna esfera e cada uma delas produzindo seu pr6prio foco de luz. 7. Ver o Teorema de Bell no Capítulo 1.
(17 um Ha
Homeopatia: a Medicina Sutil
qUl
Ha POl "
A
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de, ger sen
Similia similibus curantur. (Os semelhantes curam-se pelos semelhantes.) -
Samuel Hahnemann
ga, fato que se reflete em sua derivação do grego homoios, "igual", e pathos, de medicina já conhecida significa tratar o igual comna oGrécia igual. antiFoi o grande Hipócrates quem, pela primeira vez, ensinou que existem duas maneiras de assistir o paciente: empregar os "contrários" ou os "similares" no tratamento. Ou seja, pode-se ministrar remédios para combater os sintomas - a lei
Ahomeopatia forma suave "padecimento".é uma Essencialmente,
dos contrdrios - ou para produzir os mesmos sintomas que acometem o paciente - a lei dos similares. Em ambos os casos, acreditava ele, o médico apenas criava as condições ideais para a intervenção do poder curativo interior, Vis Medicatrix Naturae. Muito tempo depois, na Europa do século XVI, Theophrastis Bombastus von Hohenheim, também conhecido como Paracelso (1493-1541), sacudiu os alicerces do dogmatismo médico e de novo propalou os méritos do tratamento do igual pelo igual. No entanto, só no século XVIII os princípios básicos se corporificaram num verdadeiro sistema de medicina.
o Or. Samuel O fundador Christian
Hahnemann (1755-1843)
desse sistema de medicina foi um gênio excêntrico chamado Samuel
Hahnemann,
filho de um pintor de porcelana do famoso ateliê Meissen.
Depois de formar-se em Medicina pela Universidade de Erlangen, em 1779, praticou durante muitos anos antes de desencantar-se com os tratamentos brutais e duvidosos da época. Em conseqüência, dar química, vivendo modestamente 82
interrompeu
a carreira e começou a estu-
de artigos e traduções.
ser
HOMEOPATIA
-
A MEDICINA
SlITIL
83
Em 1790, traduzindo um manual do famoso médico escocês William Cullen (1712-1790), professor de Medicina e Química na Universidade de Edimburgo e um dos fundadores da faculdade de Medicina da Universidade de Glasgow, Hahnemann interessou-se pela seção que abordava o tratamento da malária com quinino. Embora essa fosse (e ainda seja) urna terapia adequada para a doença, Hahnemann não aceitou a explicação de Cullen segundo a qual o quinino atuava por exercer um efeito tônico sobre o estômago. Raciocinou que, como outros "tônicos" ainda mais poderosos não apresentavam esse efeito benéfico, a droga devia agir de conformidade com outro mecanismo. Experimentalista que era, ingeriu ele próprio quinino durante vários dias - e o resultado foi que começou a sentir os sintomas da malária. Assim, começou a formar-se o germe de uma idéia: urna droga capaz de produzir os sintomas de determinada doença numa pessoa saudável poderia também ser utilizada para tratar uma doença com as mesmas características. Nos anos seguintes, Hahnemann retomou a prática médica e desenvolveu o conceito de similia similibus curantur, ingerindo (e pedindo à família e amigos que ingerissem) diferentes substâncias a fim de estudar os sintomas por elas provocados em pessoas saudáveis. Esses experimentos ficaram conhecidos como prufimgen (em alemão, "provas"). Em 1796, Hahnemann publicou um artigo intitulado "Ensaio sobre um novo princípio para determinar o poder curativo das drogas". Foi o primeiro de urna série de trabalhos nos quais divulgou a evolução de suas idéias. Então, em 1806, veio a lume A Medicina da Experiência, obra que nos propicia o primeiro vislumbre claro de seu sistema. E, no ano seguinte (1807), ele empregou pela primeira vez o termo "Homeopatia". Novos trabalhos culminaram na publicação, em 1810, do livro Organon da Cura RacionaL Nele, em estilo aforístico, consolidou suas teses para o sistema da medicina homeopática. A escolha do título é interessante, pois vem do grego organon, "ferramentà'. As razões possíveis dessa escolha podem ter sido dois pensadores e seus métodos de escrita: em primeiro lugar Aristóteles, cujos diversos tratados de lógica foram reunidos sob o título comum de Organon; em segundo, Francis Bacon e seu Novum Organum, também vazado em estilo aforístico. O Organon da Medicina (Hahnemann mudou o título na segunda edição) passou por cinco edições e diversas emendas em vida do autor, datando a última publicação de 1833, muito emb()ra o manuscrito para a sexta estivessepronto antes de sua morte, em 1843.1 A quinta edição continha novos materiais sobre os conceitos de Hahnemann da Força Vital, e, o que é importantíssimo para a homeopatia em nossos tempos, aquilo que ele chamou de "dinamização de medicamentos". Inicialmente, Hahnemann prescrevia remédios nas doses usuais da época. Todavia, embora seus resultados fossem bons, ele descobriu que muitos de seus
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MEDICINA
PSIONlCA
pacientes sofriam um agravamento inicial de sintomas, antes dos benefícios. Na tentativa de obviar a isso, começou a ministrar apenas um décimo das doses. Os resultados continuaram bons, mas os efeitos colaterais persistiam, embora menos pronunciados. Hahnemann continuou diluindo as doses, de cada Vf':Zministrando um décimo da anterior. Como esperava, os efeitos colaterais desapareceram ... mas também os benefícios. A diluição atingira um ponto em que já não havia nenhum medicamento presente. A homeopatia teria morrido ali mesmo se Hahnemann não atinasse com um fenômeno incrível. Notou que, sacudindo vigorosamente cada diluição progressiva, o remédio resultante tornava-se não apenas menos capaz de agravar sintomas, como bem mais poderoso. Chamou a esse processo dinamizaçiio. Hoje, é conhecido como potencializaçiio. Nessa fase, foi precioso para a teoria homeopática o conceito de Força Vital. Hahnemann achava que o remédio atuava, não sobre a doença, mas sobre a Força Vital, restaurando assim o equilíbrio do corpo. Entre 1812 e 1821, quando era professor de Medicina em Leipzig, Hahnemann publicou uma obra com o título latino de Materia Medica Pura, em seis volumes. Ela continha os resultados de todas as suas experimentações. Entretanto, devido a uma questão jurídica com os boticários, que tentaram processá-Io alegando que ele infringia seus direitos de preparar drogas, Hahnemann teve de deixar a cidade e estabelecer-se em Kõthen. Foi ali que escreveu um trabalho em cinco volumes intitulado As Moléstias Crônicas. Essa obra, juntamente com o Organon e a Materia, são os textos fundamentais de sua teoria homeopática. Em As Moléstias Crônicas, Hahnemann propôs-se explicar por que a homeopatia às Vf':Zesfuncionava bem com enfermidades agudas, mas costumava falhar com doenças crônicas. Aventou que estas se deviam a um dos três seguintes miasmas: psora, sycosis ou syphilis. Supunha que se tratassem de distúrbios na Força Vital, os quais acabavam se difundindo pelo corpo. Às vezes esses miasmas (do grego miainein, "manchar", "poluir") eram adquiridos, outras herdados, exercendo assim seus efeitos ao longo de gerações quais "fantasmas da doença original". Hahnemann acreditava que o grupo psórico, relacionado com a sarna comum, era responsável por 75% de todos os males crônicos, especialmente estados congestivos, dermatoses, distúrbios de coluna e tuberculose. Também se associava com a inquietação, as fobias e a hipersensibilidade. Os outros dois grupos, a seu ver, provocavam as demais doenças crônicas, em medida igual. O grupo sicótico, de origem gonorréica, estaria associado a verrugas, excrescências, catarro e reumatismos. O grupo sifilítico, derivado da sífilis, parecia ter algo a ver com problemas cardíacos, neurológicos e degenerativos, inclusive a tendência à ulceração.
HOMEOPATIA
A disseminação
-
A MEDICINA
SUTIL
85
da homeopatia
Por ocasião da morte de Hahnemann
em 1843, com a idade de 88 anos, a
homeopatia já se espalhara pelo mundo. Na Inglaterra, o Dr. Harvey Quin fundou a Sociedade Homeopática Britânica em 1844 e teve participação decisiva na inauguração do Hospital Homeopático de Londres, em 1850. Outros convertidos ao método levaram-no ainda mais longe. Pelo fim do século XIX, havia hospitais homeopáticos em toda a Europa, Rússia, Américas e subcontinente indiano. Or. James Tyler Kent (1849-1916)
Nos Estados Unidos, em meados dos anos de 1870, um jovem médico de formação ortodoxa chamado James Tyler Kent recorreu aos préstimos de um homeopata para cuidar de sua esposa enferma. O tratamento convencional falhara e fora ela própria quem sugerira a nova medicina. Para surpresa de Kent, obteve-se uma cura espetacular. Daí por diante, o Dr. Kent decidiu aprender mais sobre o espantoso método. Aquele foi um dia afortunado para o desenvolvimento da homeopatia. Hahnemann e seus discípulos haviam experimentado cerca de cento e trinta remédios, mas nos poucos anos que se seguiram à sua morte o número aumentou consideravelmente. Contudo, embora o corpo de conhecimentos crescesse, permanecia desordenado. É aí que entrou Kent. Ele sistematiwu a matma medica a fim de dar um quadro claro de cada remédio. Sua obra, publicada em três alentados volumes: Lectures on Homoeopathic Philosophy; Lectures on Homoeopathic Matma Medica e The Repertory o/ the Homoeopathic Materia Medica, tornou-se a pedra fundamental do adestramento homeopático durante décadas. De fato, o "Repertório de Kent", como é conhecido o seu último trabalho no mundo inteiro, continua provavelmente a ser a ferramenta mais usada na homeopatia ainda hoje. Trata-se, em essência, de um livro que contém praticamente todos os sintomas concebíveis, além do modo como são percebidos pelos pacientes e modificados por agentes externos como temperatura, variações climáticas, movimento, etc. Está organizado em seções seqüencialmente lógicas e indexado de modo que a cada doença corresponda o remédio certo. Or. Edward Bach (1886-1936)
Muita gente, em todo o mundo, já ouviu falar de Edward Bach, pois foi ele quem criou o maravilhoso sistema de tratamento que traz seu nome: os Florais de Bach. Era um médico de formação ortodoxa, especializado em bacteriologia e homeopatia. Na década de 1920, o Dr. Edward Bach trabalhou como patologista no Hos-. pital Homeopático de Londres e como clínico homeopata em Harley Street. Nessa época, escreveu uma torrente de artigos e colaborou com o Dr. John Paterson
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MEDICINA
PSIONICA
no desenvolvimento dos nosodos intestinais, um grupo importante de remédios.2 Por esse trabalho, foi festejado pelos colegas como "o segundo Hahnemann". O verdadeiro objetivo de Bach na vida era produzir o medicamento mais simples possível, que pudesse ser tomado pelo paciente sem receio de efeitos colaterais. Em 1930, já desiludido com o método científico (devido, em grande parte, à sua natureza criativa e intuitiva), abandonou a carreira e instalou-se no campo. Achava ele que certos estados mentais negativos resultavam em doença e que a correção do desequilíbrio emocional acarretaria a cura da pessoa como um todo. Então, pesquisou e encontrou esses remédios nas flores e arbustos das campinas inglesas. Inicialmente, descobriu doze plantas capazes de corrigir doze correspondentes estados mentais negativos. Seus achados foram devidamente registrados no livro Heal Thyself ("Cura-te a Ti Mesmo") e no mundialmente famoso The Twelve Healers ("Os Doze Curadores"). Entre 1933 e 1936, ano de sua morte, descobriu outros vinte e seis remédios, completando assim os trinta e oito que parecem cobrir a maioria dos estados mentais negativos mais comuns. Os Princípios da Homeopatia
Fica claro, a partir desse breve esboço histórico, que os dois grandes princípios são a Lei dos Semelhantes e o uso de remédios potencializados. Vejamo-Ios agora em maiores detalhes. A LEI DOS SEMELHANTES
Significa isso que uma substância, apta a produzir sintomas de determinada doença numa pessoa saudável, pode também ser usada em quem sofre dessa doença. Daí, similia similibus curantur. os semelhantes curam-se pelos semelhantes. Efetivamente, considera-se o complexo sintomático do paciente e tenta-.se contrabalançá-Io com os efeitos do complexo tóxico de um remédio. Haverá vários remédios apropriados, mas o mais apropriado ~ o mais próximo dos sintomas - será o similar. Exemplo: o envenenamento por beladona provoca um efeito tóxico que lembra a escarlatina; se alguém apresentar sintomas parecidos aos da escarlatina clássica, a beladona será o similar indicado. Esse é um caso simples. Mas convém recordar que, na homeopatia, procura-se um remédio para o paciente e não apenas para a doença. Imaginem-se então cinco homens, todos com artrite nos quadris. No caso da alopatia, o tratamento seria o mesmo para todos. O homeopata, porém, examinaria os padrões sintomáticos de cada um e poderia muito bem receitar remédios diferentes para cada um deles. Afinal, na homeopatia, quem deve ser tratado é o doente e não a doença.
HOMEOPATlA
POTÊNCIA
-
A MEDICINA
SUTIL
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E DOSE INFINITESIMAL
Embora em homeopatia se usem quantidades infinitesimais de substâncias, a Lei dos Semelhantes constitui o elemento crucial do método. Se se ministrar o remédio inadequado, a questão da potência se tornará praticamente irrelevante. A moderna matena medica homeopática contém bem mais de dois mil remédios. Quase tudo é usado, desde substâncias simples como o sal até cactos exóticos e venenos de cobras ou metais preciosos como o ouro. Todos podem ser preparados com diferentes potências. Potência significa muito mais que diluição. O processo de potencialização na verdade parece aumentar o "poder" do remédio, para que surta mais efeito. O remédio fica menos concentrado, porém mais energizado. No preparo dos remédios homeopáticos, dois métodos-padrão são usados (embora existam outros). Primeiro, no caso de substâncias solúveis, um extrato alcoólico é obtido por infusão durante um período de até três semanas, filtrado a fim de produzir a tintura-mãe (comumente indicada pelo símbolo 0) e diluído com 40% de álcool na proporção 1:10 ou 1:100. Em seguida, é vigorosamente sacudido por alguns segundos, num processo chamado sucussão, para se obter o primeiro remédio nas duas escalas de potência mais comuns. A escala 1:1O é chamada decimal (introduzida pelo Dr. Constantine Hering - ver nota 5 no final do capítulo) e designada pelas letras x no Reino Unido e D no continente europeu. Assim, a primeira potência na escala decimal será 1x. A escala 1:100 recebe o nome de centesimal (a escala de potência original de Hahnemann) e é designada pela letra c no Reino Unido e CH no continente europeu. A primeira potência na escala centesimal será, pois, lc. Para se preparar a próxima potência, uma parte da primeira é diluída em 1:1O ou 1:100 e depois submetida à sucussão, como antes, para produzir as potências 2x ou 2c. Ficou claro agora que não são necessárias muitas diluições para reduzir significativamente a concentração de uma substância. Na sexta etapa da escala decimal, que equivale à terceira na escala centesimal (em concentração, não em termos energéticos), a tintura-mãe terá uma diluição equivalente a 1:1.000.000, ou 10-6. Na sexta etapa da escala centesimal, a diluição equivalerá aI: 1.000.000.000. Esses números são quase inacreditáveis. De fato, quando se atinge a potência 12c, segundo a hipótese de Avogadro,3 é pouco provável que reste uma única molécula da substância original. O segundo método destina-se às substâncias insolúveis, que não podem ser transformadas em tinturas-mãe. Nesse caso, são trituradas e misturadas mecanicamente com pó de lactose por várias horas, na proporção de 1:10 ou 1:100 (dependendo de qual escala de potência seja usada): esse processo chama-se trituração.
88
MEDICINA
PSIONICA
É repetido até a etapa 6x ou 3c (ambas equivalentes a 1:1.000.000 ou 10-6), seguindo-se a dissolução em álcool e água mais a potencialização na maneira usual. Convencionalmente, 12c é o ponto final; todos os remédios até aí são considerados de baixa potência e os de 12c ou mais, de alta potência. Mas também se preparam remédios em potências fora de ordem, os milésimos (equivalentes a mil c), designados por M. Assim, 1M (1.000c), 10M (lO.OOOc),50M (50.000c) e CM (lOO.OOOc). Há ainda a chamada escala LM (de 50.000), que é na verdade um método compósito para produzir remédios potencializados.4 Procede-se à trituração com lactose até a etapa 3c, que é o ponto de partida. Daí por diante fazem-se diluições de 1:50.000 em líquido, com cem sucussões por etapa, e produzem-se LM 1, LM2, LM3, etc. Os adeptos da escala LM alegam que há menos efeitos colaterais do que com outras escalas de potência. A Lei da Cura
Outro grande princípio homeopático é a Lei da Cura, formulada pelo homeopata americano Constantine Hering5 (Figura 8). Reza ele que a cura acontece: • De cima para baixo • De dentro para fora • Dos órgãos principais para os secundários • Na ordem inversa do sutgimento dos sintomas. A SITUAÇÃO
ATUAL DA HOMEOPATIA
Há atualmente, no mundo da homeopatia, inúmeras escolas de pensamento. Embora todas, de um modo geral, aceitem as idéias propugnadas por Samuel Hahnemann, observam-se opiniões amplamente divergentes sobre se um único remédio (homeopatia clássica) ou vários (homeopatia pluralista) devam ser administrados; se convém prescrever de acordo com os miasmas (prescrição miasmática), os tipos constitucionais (prescrição constitucional) ou as condições patológicas (prescrição patológica ou local). A prescrição constitucional é comum na Grécia e na índia, ao passo que a local goza de preferência na França e na América Latina. No Reino Unido, notase uma mescla de ambas: remédios constitucionais são usados para estimular o sistema imunológico e remédios patológicos, para combater os sintomas da doença. De igual modo, correm opiniões diferentes sobre as potências a serem adotadas, as baixas ou as altas. Esse tem sido, é claro, um problema difícil desde a introdução da homeopatia. O próprio Hahnemann aconselhava 30c, enquanto Kent jamais usava menos que isso. Na verdade, chegou a utilizar potências ainda mais elevadas, chegando ao milionésimo (MM) na escala centesimal.
HOMEOPATIA
-
A MEDICINA
SUTIL
A LEI DA CURA DE HERING
1) DE CIMA PARA BAIXO
2) DE DENTRO PARA FORA
3) DOS ÓRGÃOS
PRINCIPAIS PARA OS SECUNDÁRIOS
4) NA ORDEM INVERSA DOS SINTOMAS
TERCEIRO
Figura 8
89
MEDICINA
90
PSIÓNICA
Repetimos: não há conformidade de opinião quanto à potência a ser usada. E vale ressaltar que muitos homeopatas ficariam felizes se essa questão fosse posta de parte. Por esse motivo, há quem se limite a umas três ou quatro potências, aleatoriamente. A MEDICINA
PSIÔNICA:
UMA NOVA DIMENSÃO
Não é fácil praticar a homeopatia, pois o aprendizado da materia medica é longo, e demorada a aquisição do hábito de estudar a evolução do paciente a fim de se obter um quadro claro de sua experiência de vida. Ora, o mais importante é justamente compreender essa experiência. Esmiuçando seus sintomas, observando suas reações, pensamentos e expressão - e muito mais -, o homeopata competente consegue traçar um perfil do doente. Em seguida, ele prescreverá o remédio mais apropriado possível. Quanto mais próximo estiver o remédio dos sintomas, melhores os resultados. Conforme mencionado acima, diferentes abordagens são adotadas pelo mundo afora. Alguns homeopatas, por exemplo, receitam sempre remédios constitucionais, enquanto outros nunca se afastam dos patológicos. Às vezes a escolha é óbvia, mas às vezes é uma questão de buscar o que parece melhor. As técnicas da Medicina Psiônica acrescentam uma dimensão extra à escolha tanto das drogas quanto da potência, graças a seus métodos precisos. Efetivamente, é como se elas pusessem à disposição um laboratório e um aparelho de raio X para transformar a homeopatia, de arte, em ciência. Diversas abordagens ajudarão alguém a qualquer tempo. No entanto, cumpre seguir uma ordem hierárquica. A medicina psiônica indicará a melhor, que nem sempre é a que o homeopata clássico escolheria. Na questão da potência, embora muitos profissionais afirmem que ela não é nada importante (o importante seria o remédio certo), a experiência psiônica indica que a potência correta é vital - e não apenas em termos de tratamento, mas também de diagnóstico. Isso pode confundir muitos homeopatas, porquanto as perguntas e respostas tradicionais, no caso da homeopatia, não abrem caminhos novos. Voltaremos a esse tema no Capítulo 11, quando examinarmos mais de perto a abordagem psiônica. ENFIM, UMA PALAVRA DO DR. GEORGE
LAURENCE
Ouçamos agora o que o próprio Dr. George Laurence tem a dizer sobre esseassunto:6 Em muitos aspectos, os remédios homeopdticos são mais eficientes e decerto bem mais seguros que os alopdticos. O princípio do 'similia similibus curantur " leva a resultados espetaculares. Admito-o, deixando implícita a remoção da causa subjacente da aberra-
HOMEOPATIA
-
A MEDICINA
SUTIL
91
ção da proteína, como diria McDonagh.7 Entretanto, parece haver muito de tentativa ~ erro no sistema, uma falta de consistência na abordagem de seus adeptos. Bem sei que, como os médicos ortodoxos, podemos eliminar o problema chamando nossaprática de arte; mas acho que devemos fazer melhor e evoluir a tal ponto que seja justo chamá-Ia de ciência. Isso, tenho certeza, só será possível se estudarmos e aplicarmos o método psiônico, que já demonstrou ser de valor inestimável. Continuaremos complacentes a esse respeito? Insisti no assunto, mas temo que ele precise ser enfatizado e encarado mais de frente. Não é bom que os homeopatas continuem a pensar que o que Hahnemann disse é a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade, quando ~ssemesmo pensador portentoso seria o primeiro a acatar quaisquer progressos em suas teorias, para a promoção da causa da ciência homeopática. Se o método psiônico nada mais fizer, provará sem sombra de dúvida a hipótese dos miasmas de Hahnemann . ... E SUA VISÃO DA POTÊNCIA
Não espanta que, com pouca prática, o pêndulo aponte o remédio certo e, ainda mais, indique em definitivo qual potência será mais eficaz. Isso é de extremo valor, já que na homeopatia ortodoxa a questão das potências é sempre perturbadora e depende em muito ora da preferência pessoal ora da experiência do clínico. Não bastasse isso, o pêndulo pode nos dar uma excelente idéia da dosagem correta e do prazo de administração do remédio. Notas 1. A sexta edição do Organon da Medicina é de 1921. 2. Ver Capítulo 6. 3. AmedeoAvogadro, conde de Quaregna (1776-1856), foi um físico italiano. Em 1811, propôs sua famosa hipótese, a qual permitiu aos cientistas calcularem o Número de Avogadro, quantidade de moléculas contidas num moi de matéria. 4. Hahnemann empregou de início a escala centesimal e mais tarde introduziu a de 50.000. Ver Organon, par. 270 (inteiramente reescrito para a sexta edição), e as notas de rodapé pertinentes. 5. O Dr. Constantine Hering (1800-1880), freqüentem ente chamado o Pai da Homeopatia na América, formou-se em medicina pela Universidade de Würzburg. Chegou a Filadélfia, EUA, em 1833 e fundou uma Escola Homeopática em Allentown, Pensilvânia, que mais tarde ficou conhecida como Academia de Allentown. Pesquisou e escreveu muito. Fez experiências com setenta e duas drogas, inclusive Cantharis, Psorinum, Lachesis, Nux moschata e Gelsemium. É famoso por sua Lei da Cura e pela introdução da escala de potência decimal. 6. Extraído de um texto sobre Medicina Psiônica lido perante a Sociedade Médica para o Estudo da Radiestesia, Londres, 1962. 7. Ver, no Capítulo 7, a Teoria Unitária da Doença.
Miasmas e Toxinas Dr. Farley Spink Decano do Instituto de Medicina Psiônica
1 Os três miasmas de Hahnemann O conceito de miasmas, ou processos mórbidos entranhados,
subjacentes às mani-
festações comuns da doença, sempre foram cruciais para a teoria e a prática da Medicina
Psiônica, como também para a abordagem
homeopática
clássica do tra-
tamento das moléstias crônicas. Proposto inicialmente
por Hahnemann1
duzentos
segundo
anos, procurava
agudos, mesmo quando reciam. Hahnemann,
justificar
tratados com êxito pela homeopatia,
há quase
as quais os males muitas vezes reapa-
porém, não podia fazer muita coisa na época, pois lhe falta-
vam nossos modernos
laboratórios
Além disso, os mecanismos dos. Em conseqüência, duas conhecidÍssimas
suas observações
e nossos aparelhos sofisticados de diagnóstico.
da doença ainda não eram muito bem compreendi-
ele só conseguiu estabelecer um vínculo definitivo entre as doenças venéreas, a sífilis e a gonorréia,
e as manifestações
posteriormente observadas no mesmo paciente ou, o que é mais importante, seus descendentes. Hahnemann
concluiu serem as causas antecedentes
10% dos problemas
que era chamado a tratar. Quanto
em
responsáveis por cerca de aos restantes 90%, teve de
incluÍ-Ios numa única e ampla categoria atribuída ao terceiro miasma, que chamou de Psora e associou aos resultados do tratamento externo, como também à conseqüente considerava-o
supressão dos distúrbios contagioso, embora
epidérmicos.
obstante um conceito notável e fundamental, na eficácia dos métodos
como os demais,
saibamos agora que a maioria das doenças de
pele não são desse tipo. Sua teoria era relativamente
92
Entretanto,
homeopáticos.
primitiva, mas revelou-se não
que lhe permitiu avançar grandemente
O livro Moléstias Crônicas trabalha
em
MIASMAS E TOXINAS
93
profundidade seu pensamento e descreve bom número de novos remédios contra os três estados miasmáticos e suas manifestações. Infelizmente, como a idéia proposta por Hahnemann representa a nossos olhos modernos apenas um começo, um germe da real compreensão da natureza da doença, deu ensejo a duas atitudes igualmente irracionais, em anos recentes. Muitos homeopatas acham que a tese original não pode ser aperfeiçoada - "o evangelho seguntÚJ Hahnemann", se quiserem.a E outros há que, em face de sua óbvia incompletude, rejeitam tudo como coisa sem sentido. Tentar uma atualização racional desse valiosÍssimo conceito é o objetivo do presente capítulo. A despeito das observações acima, é surpreendente como as características descritas da "trindade" original correspondem mesmo aos três tipos básicos de manifestações mórbidas, a saber: superproliferação de tecidos (sycosis: miasma gonorréico); destruição e ulceração (syphilis); depleção funcional e desequilíbrio (psora). A essa luz, a teoria constitui realmente um monumento ao gênio e à acuidade de observação de Hahnemann.
o MIASMA
DA TUBERCULOSE
O advento da moderna tecnologia, que começou no caso da medicina com a obra de Pasteur sobre as bactérias, em meados do século XIX (cerca de vinte anos após a morte de Hahnemann), levou à descoberta dos vírus e ao desenvolvimento tanto da bioquímica quanto da endocrinologia, instaurando um novo corpo de conhecimentos que pôde ser aplicado não só por homeopatas, mas também por médicos convencionais. De especial importância foi a descoberta, por Robert Koch, publicada em 1882, do organismo causador da tuberculose. Os nosodos (preparados homeopáticos potencializados, feitos com material infectado) da gonorréia e da sífIlis haviam sido introduzidos alguns anos antes, e o próprio Hahnemann usava o Psonnum (elaborado com "pústula pruriginosa", não se sabe ao certo). Todavia, na esteira de Koch, James Compton Burnett,2 famoso médico homeopata . de Londres, publicou seu livro sobre o uso do Bacillinum, fabricado com tecidos tuberculosos, e descreveu vários aspectos do que hoje chamamos de miasma TB, claramente reconhecível em gerações posteriores que nunca tiveram contato com a doença. Isso é tão importante como uma das principais causas ocultas dos males crônicos que teve de ser alinhado com os dois grandes miasmas "infecciosos" de Hahnemann. De fato, pareceria haver até uma espécie de "ordem cumulativa" progressiva: primeiro a Syphilis, provavelmente a mais antiga e enraizada, manifestando-se quase sempre em idade tardia; depois a TE, aparecendo em qualquer idade, mas responsável por uma série de desordens artríticas, endócrinas, pulmonares e talvez alérgicas; por fim, a Sycosis, "o miasma de nossos tempos", também
MEDICINA
94
PSIONICA
com um vasto leque de efeitos, particularmente para as doenças miasmático.
cardíacas
de natureza
e o câncer, os produtos
finais de todo o processo
George Laurence3 ressaltou, já em seus primeiros Psiônica, a suprema importância
catarral, passando
trabalhos
sobre Medicina
do miasma TB.
AS TOXINAS ADQUIRIDAS
Logo se tornou
também
diam causar tremendas
notório
que as várias doenças provocadas por vírus po-
"ressacas", as quais, muitas vezes, precisavam ser combati-
das antes mesmo dos grandes miasmas. Esses fatores receberam
o nome de "toxi-
nas adquiridas" (para distingui-Ios dos "miasmas herdados") e, pelo menos em alguns casos, devem-se à persistência do verdadeiro agente infeccioso no organismo: por exemplo, o vírus da varicela, que pode reaparecer anos depois como herpes-zóster. A distinção
é um tanto vaga, porém,
pois pelos métodos
psiônicos
traços de sarampo, por exemplo, e muitas vezes de varíola, podem ser detectados em pacientes que nunca foram expostos à infecção aguda. Um item importante, que parece ter sido subestimado, passado,
é a própria varíola -
um grande assassino do
mas cada vez mais raro ao longo do século XX e extinto deste 1979.
Todavia, aparece na análise psiônica de muitas pessoas e pode ter sua importância. Muitos vírus mostram clara relação com um ou outro dos grandes miasmas. Por exemplo: sarampo, influenza e coqueluche (bactéria, nesse caso) com TB; varíola bovina, herpes e varíola com Sycosis; finalmente, febre glandular com câncer. OS NOSODOS
INTESTINAIS·
Esses valiosÍssimos afins encontrados
remédios,
feitos com culturas
nos intestinos humanos,
de salmonelasb
e organismos
parecem inserir-se numa categoria di-
ferente, de vez que é a ausência dos ditos organismos
que compromete
a saúde, e
não o inverso. É como se eles servissem de "latas de lixo", com seus respectivos nosodos vistos como a rede de drenagem
final. Mas, ainda uma vez, existem rela-
ções óbvias entre alguns deles e os "três grandes". RESUMO ATÉ AGORA
Pode-se postular, então, que TB, as toxinas adquiridas
e a chamada toxemia intes-
tinal, são parte do vasto complexo de fatores patológicos que Hahnemann, na falta de dados científicos, viu-se forçado a tratar como um item único: Psora. Conforme
discutimos
acima, as coisas foram esclarecidas até certo ponto,
mas
persiste a questão do conceito básico de Psora, que não se enquadra em nenhuma categoria por direito radamente.
próprio.
Precisamos
considerar
esse assunto
mais demo-
MIASMAS E TOXINAS
95
2 o que é Psora? O objetivo primário do tratamento
homeopático
é fomentar a vitalidade do paci-
ente para que ele possa curar-se a si mesmo. Em termos modernos, melhorar o funcionamento
dos sistemas adaptativos integrados,
isso implica
conhecidos como
psiconeurológico, endócrino e imunológico (PNEI),C que operam praticamente
como
um todo, comunicando-se por meio dos mesmos transmissores químicos. Quando as pessoas são tratadas de modo a "sentir-se bem", isto é, sentir que estão mais fortes, lúcidas e calmas mental e emocionalmente,
em geral os distúrbios
físicos
desaparecem por si mesmos.
O resultado comum é, então, uma maior resistência
às infecções. A recuperação
começa de dentro
passa para os órgãos secundários, notando-se surgem temporariamente
(a partir dos órgãos principais)
e
com freqüência que erupções cutâneas
no decorrer do processo. Vê-se isso com clareza no tra-
tamento de crianças asmáticas e com histórico de eczema - este sempre reaparece à medida que a asma melhora. A importância dessa orientação terapêutica é óbvia: a asma mata, o eczema não. Quando
não se consegue debelar prontamente,
tado pode ser complicações
sérias como convulsões;
caso, aplicar uma droga antipsórica,
digamos, o sarampo, o homeopata
o resul-
deverá, nesse
talvez o cobre, a fim de restaurar
o curso
natural da doença. De igual modo, a supressão externa de uma erupção cutânea ou de qualquer outra condição superficial terá sem dúvida idêntico resultado e foi a esse aspecto que Hahnemann Esta pode, portanto,
aludiu em sua definição
original de Psora.
evoluir tanto da ausência preexistente de vitalidade quanto
da supressão. No nível psicológico, o mesmo se aplica. A supressão ou repressão de "probleminhas" como ansiedade, medo, cólera, vergonha, culpa ou arrependimento
pode
gerar péssimos resultados. Considere-se o caso de uma criança que sofreu algum 'tipo de abuso e não conseguiu, nem lhe foi permitido, queixar-se: a conseqüência a longo prazo poderá ser artrite, colite e, é claro, depressão, além de ansiedade e disfunções de ordem emocional ou mental. Pior ainda, esses estados disfuncionais tendem a passar para outras pessoas, da mesma ou da próxima geração, suscitando novos problemas, nas tão conhecidas tão debilitante
reações e comportamentos
irracionais,
famílias ou grupos disfuncionais,
quanto
a supressão
interna
e desandando
portanto
por fim
enfermos. Nada é
das pressões psicológicas,
o eu leva,
como se sabe, diretamente às conseqüências físicas do Psora. No que ficou dito pareceria residir a explicação da natureza contagiosa deste primeiro e mais fundamental miasma, a mãe de todas as doenças,d correspondendo atual de que uma grande proporção
perfeitamente
de doenças tem origem psicológica.
à visão
96
MEDICINA
PSIONICA
Diz Kent em Lectures on Homoeopathic Philosophy.5 Os três miasmas crônicos ... são todos contagiosos. Em cada instância, há algo que antecede as manifestações da chamada doença. O Psora é oprimeiro ... sendo conveniente indagar qual estado da raça humana estaria mais sujeito ao desenvolvimento do
Psora ... quando o homem começou a desejar coisas que eram resultado de um raciocínio falso, atingiu um estado no qual ... dele se projetou uma aura (que pode causar contágio) viciosa na medida de seu afastamento da virtude e da justiça em direção ao mal
Se postularmos uma primitiva condição paradisíaca do homem, os únicos dois fatores capazes de provocar sua queda dessa perfeição hipotética seriam a aberração psicológica e/ou o desequilíbrio nutricional, ambos resultantes do raciocínio falso. De outro ângulo, o objetivo do tratamento homeopático constitucional é a libertação do indivíduo -libertação das mazelas e desilusões, libertação da carga miasmático-tóxica com que nascemos e que, não tratada, inexoravelmente- aumenta ao longo da vida, libertação dos entraves à criatividade, à aceitação e à adaptação ao cotidiano com todas as suas mudanças imprevistas e constantes. É interessante que o remédio Walnut ("noz") de Bach seja receitado para o medo e a dificuldade de adaptação às circunstâncias mutáveis da existência: as nozes, na mitologia, eram o alimento dos deuses. Todo problema ou desilusão representa, pois, uma negação ou supressão em alguma área da vida, a incapacidade de aceitar e participar. Compare-se isso à filosofia budista da existência perfeita - percepção pura, sem resistência. O amor foi definido como a compreensão serena, isenta de crítica ou reação a quaisquer situações.6 Assim, a Luz (compreensão) conduz ao Amor, e onde há Amor (nãoresistência), há Vida (vitalidade). Também se pode dizer que, onde há vitalidade, há confiança; onde há confiança, não há necessidade de resistência ou supressão, e há portanto Amor; enfim, onde há Amor, há compreensão ou Luz. Esses três são um; não passam de aspectos da energia fundamental do Universo e de alicerces para toda religião séria, toda arte curativa verdadeira. Na língua alemã, heil significa "todo" ou "curado"; Hei/, "bem-estar", "segurança"; Heilkunde, "arte de curar" e heilig, "sagrado". Há que se pensar! Desse modo, a natureza essencial do Psora é o estado de esgotamento que resulta, por um lado, da supressão em qualquer nível e, por outro, das depredações da doença - aguda ou crônica -, os efeitos deletérios dos outros miasmas, o cansaço físico e mental, os ferimentos, os venenos (inclusive drogas) e, não menos importante, a deficiência nutricional. George Vithoulkas descreve o quadro
MIASMAS E TOXINAS
97
psorínico como a conseqüência da pobreza e da privação. Há penúria de elementos nutritivos essenciais na doença, consumidos na luta pela sobrevivência, e, a menos que sejam repostos, instauta-se
um estado mais ou menos permanente
de
baixa resistência ao próximo assalto. Isso se aplica também, podemos dizer, à falta de energia potencial, isto é, do remédio homeopático correto para a restautação do funcionamento
normal. Assim, a deterioração
círculo vicioso: a pressão para responder diminuição
da vitalidade
pressões. As características
progressiva da saúde forma um
à infecção, às circunstâncias,
e da capacidade
de responder
aqui descritas do Psora puro são essencialmente
mas a presença adicional de outros miasmas, inevitável na prática livre deles -,
etc., leva à
adequadamente
a novas
funcionais, ninguém está
resulta na pletora das doenças orgânicas que tão bem conhecemos.
3 De um ponto
de vista prático,
todo remédio ou nosodo
corresponde
a alguma
emoção negativa, passividade ou desilusão. 70S Segue-se então que todo remédio pode ser considerado antipsórico. Muitos remédios, com efeito, têm amplo espectro de ação e freqüentemente
correspondem
também aos efeitos diretos de outros miasmas
"infecciosos". A Drosera, por exemplo, chama a atenção pelo fato de curar os sintomas da coqueluche; mas, além disso, apresenta acentuada sensibilidade à tuberculose e mostrou
(nos tempos em que isso acontecia) eficácia contra o TB ósseo.
Como se tal não bastasse, atua nos desarranjos mentais e em paranóias parecidas às do finado Adolf Hider.9 Quanto Costumam
aos nosodos, eles parecem ter função dupla.
ser prescritos na presença de sintomas característicos,
cos, caso em que funcionam
como remédios antipsóricos,
mentais ou físi-
ajudando
o paciente a
livrar-se do miasma ou toxina correspondente. Entretanto, podem também ser usados "isopaticamente", quando há motivos para suspeitar da existência oculta de um estado miasmático,
mesmo que os sintomas imediatos correspondam
a um
remédio afim, mas diferente. De fato, se muitos remédios aliviam com o tempo os efeitos de um miasma, é de crer que o nosodo seja sempre necessário para erradicar o próprio miasma. Eis um exemplo bastante comum: Thuya é usado repetidamente para abrandar
os efeitos da vacinação contra a varíola, mas a cura final desta
exige Vaccininum em doses elevadas. Alguns homeopatas negam a validade dessa aplicação dos nosodos; porém, na prática, a análise da medicina psiônica confirma que ela é não só legítima, como imprescindível.
MEDICINA
98
PSIONICA
Onde estão os miasmas? Não se sabe ao certo como os miasmas são "armazenados". desta discussão por ser antes um processo dinâmico
O Psora será excluído
que uma toxina ou entidade
particular. Em geral, os outros miasmas e toxinas adquiridas,
aliás bastante nume-
rosos, podem na prática ser considerados como meras infecções persistentes e crônicas em determinado nível do organismo. Casos há em que a sobrevivência de partículas virais concretas ocorre conforme o mencionado. se se trata de miasmas herdados e enraizados,
Em outros, sobretudo
tem-se de presumir
um desarranjo
dos padrões de energia num nível não-físico. Segundo a prática psiônica, eles estão estreitamente componente
ligados ao DNA e ao RNA. Parece que, nos sistemas vivos, todo existe em estados diversos de energia, os quais podem ser examina-
dos separadamente
graças ao emprego de diferentes potências do item em questão.
Assim, algumas toxinas serão encontradas,
digamos, apenas no DNA6 ou no RNA6,
enquanto outras só aparecerão no DNN2 ou no DNA30, e assim por diante. Quando a toxina afeta gravemente o organismo físico, tende a ser detectada em níveis inferiores, ao passo que o miasma latente ou adormecido tências mais elevadas.
se manifestará
nas po-
Resposta positiva ou negativa Examinando
qualquer amostra diagnóstica, obtém-se uma resposta positiva ou ne-
gativa. Percebe-se isso com mais clareza pela consideração das duas fases de resposta de um organismo vivo a um estímulo prejudicial: primeiro, a fase de reação; depois, a fase de exaustão e talvez até de morte. Quando se "chicoteia um cavalo cansado", a resposta inicial é a fuga desabalada e em seguida o colapso. Essa seqüência pode ser notada em toda doença aguda, embora o colapso, é claro, só muito raramente ocorra numa pessoa hígida, a menos que a virulência do ataque seja insuportável
(no caso
da meningite, por exemplo). O diagnóstico positivo corresponde à fase de reaçãoo organismo se insurge - e o negativo, à de exaustão. Já deve ter ficado claro para o leitor que essa "fase negativà' tem algo a ver com o Psora. Toda fase pode ser detectada em qualquer nível do DNAlRNA, passando pelas mitocôndrias pela energia física) e o conjunto
de células da entidade,
(responsáveis
até os órgãos e sistemas
particulares. O fígado, por exemplo, dará resposta positiva no nível celular, em presença de hepatite aguda.3 A medida que o paciente se recupera, ela diminui e desaparece; mas uma resposta residual negativa poderá muito bem permanecer ainda por algum tempo, embora, obviamente,
com o tratamento
ambas as fases sejam visivel-
mente abreviadas. Vale notar que a fase de exaustão é nitidamente cristalizada no remédio Psonnum - sem dúvida o mais debilitante, depressor, aflitivo, frio e frágil remédio da Materia Medica, destituído de vitalidade e ainda assim freqüentemente necessário após uma doença aguda.
MIASMAS E TOXINAS
99
Na tentativa de entender o mecanismo da enfermidade, é importante ter em mente que toda reação violenta - e todos os sintomas visíveis de natureza inflamatória (portanto, "positiva") - às vezes ocorrem apenas em virtude de um esgotamento ou deficiência funcional ocultos, no mesmo nível ou em outro, sendo portanto uma compensação para essesúltimos. Explicando melhor: ao andar de bicicleta, a pessoa mantém um equilíbrio perfeito graças a pequenos ajustamentos de que nem sequer toma consciência. Esse é o "estado de saúde". Entretanto, se essa pessoa for parcialmente incapacitada ou vagarosa nas reações, o mínimo distúrbio resultará em perda do controle, seguida de resposta violenta e recuperação - ou desastre. Temos aí a experiência típica do homem comum durante a doença. Portanto, a importância fundamental do miasma Psora, a fraqueza ou o estado negativo subjacentes, é seu papel na predisposição para todos os tipos de males humanos. Devemos acrescentar que as condições degenerativas crônicas não passam, logicamente, de estados psóricos persistentes e progressivos, provocados pelas devastações do estresse, das supressões, das deficiências, das infecções e dos miasmas. Os sintomas suscitados pelos remédios da Matma Medica homeopática, tais quais estabelecidos pela experimentação e a terapia, inserem-se em duas categorias - reação e exaustão -, dependendo da gravidade do envenenamento, trauma ou infecção que forneceu os dados. Na prescrição, escolher-se-á um remédio ou um nosodo para tratar de qualquer condição, positiva ou negativa. No caso das doenças agudas comuns, o remédio sintomático tem com freqüência sua eficácia aumentada pelo uso adicional do nosodo fabricado a partir do organismo causativo. O mais das vezes, a análise psiônica pode identificar ou confirmar ambos. As moléstias crônicas exigem a cuidadosa e progressiva eliminação das toxinas e miasmas presentes; cumpre enfatizar, no entanto, que a restauração dos estados ps6ricos negativos e debilitantes é a medida mais urgente. Nessa abordagem abrangente da cura reside o alvo da Medicina Psiônica. Características
PSORA:
principais dos grandes miasmas
Distúrbios funcionais. Ausência de degeneração estrutural ou doença. Hipersensível. Irrequieto. Sagaz, inteligente. Ansiedade - desproporcionada. Fobias. (Esgotamento - resultante de doença aguda, atividade de outros miasmas, supressão de estados/sintomas físicos ou emocionais).
SYPHILIS: Destruição de tecidos, deformidade, distorção. Ulceração.
100
MEDICINA
PSIONICA
Distúrbio neurológico. Doença arterial. Idade avançada. Todas as anormalidades congênitas. Mente embotada, estupidez, imbecilidade. Depressão, especialmente endógena. Tendências suicidas. Psicoses orgânicas. montanhas. Propensão a acidentes. ''Atrai violência."
PSORA
Morgan Bac No 7 Dys Co Syphilinum
Malária Lepra
Proteus • • • Gaertner Sarampo Influenza Coqueluche Estreptococo Estafilococo
TBfTK TUBERCULOSIS
. ....
Bacillinum
...
Sycotic Co Bac No 10
Medorrhinum Chlamydia Vaccininum Variolinum Carcinosin
Figura 9. Esquema das inter-relaçóes
miasmáticas
(sugerido, mas não definitivo nem completo).
MIASMAS E TOXINAS
TB:
Hiperativo.
"Abrasado."
101
"Desgaste."
Inquieto, descontente, obstinado. Humor instável. Sintomas variados. Resfriados e gripes freqüentes, "Sem papas na língua."
etc.
Linfadenopatia. Doenças ósseas. Distúrbios
do metabolismo
cálcico. Alergia (prová-
vel). Doença orgânica endócrina.
SYCOSIS: Neoplasias Distúrbios Distúrbios Asma.
(malignizantes). crônicos das mucosas, catarro. urinários.
Doença pélvica.
Artrite reumatóide. Infarto precoce do miocárdio. "Cabeça ruim": irritabilidade, desconfiança, ciúme, tendência a escamotear, ludibriar, viciar-se. Amoral. ar marinho. Achaques de nascença (primeiros meses de vida). Observe o seguinte na Figura 9: • O Psora é abrangente. • O Psora é ao mesmo tempo a causa subjacente e a conseqüência infecciosos/miasmáticos
dos estados
ativos (por isso as setas se opõem).
• A coluna 3 apresenta os nosodos intestinais e aponta algumas relações. Referências 1. 2. 3.
Hahnemann, S. c., The Chronic Diseases,1828. Burnett, J. c., A New Cure ofComumption, 1906. Westlake, A., A New Dimemion in Medicine, Psionic Medicine n'" 11 e 12, 1976/ 1977.
4. 5. 6. 7. 8.
Paterson, J., The Bowel Nosodes, 1950. Kent, J. T., Lectures on Homoeopathic Philosophy, nº 19 (reimpressão, 1976). Bailey, A., Treatiseon the Seven Rays, 1925. Sankaran, R., The Spirit ofHomoeopathy, 1982. Kent, J. T., Repertory of the Homoeopathic Materia Medica - Mind: Anxiety, Fear, Delusiom. Sleep: Dreams (reimpressão, 1986). Shepherd, D., A Physician'sPosy,C. W Daniel (Saffron Walden), 1969.
9.
102
MEDICINA
PSIONICA
Notas a. Conduzindo assim a toda sorte de argumentos de feição teológica, segundo os quais tudo pode ser explicado como efeitos de um ou outro, ou permutações e combinações dos três. b. O que se poderia tomar por variantes de baixa ou não-virulência é aqui mencionado. c. PNEI ou PNI - psiconeuroimunologia (ver Capítulo 3). d. O primeiro e último inimigo da humanidade, o "pecado original".
A Téoria Unitária da Doença o terceiro pensador operacional foi
que me ajudou a desenvolver uma filosofia E. R. McDonagh, FRCS.
J
-
A
Or. George Laurence
dos sintomas clínicos é que induziu George Laurence a dilatar sua mente certeza de dos que limites a verdadeira tinha de enfrentar as causas vez para além aceitos.medicina Ele se pôs a investigar técnicas poucoemcon-
vencionais,
não de um ponto de vista puramente
de enriquecer
o seu sólido conhecimento
terístico de precaução os métodos
e intuição,
teórico, mas como um método
ortodoxo. Todavia, com um misto carac-
não se fiou de nenhum
eram todos facetas complementares
Assim, se quisermos
acompanhar
sistema, acreditando
sua busca, teremos também
uma série de aspectos da medicina causal, que podem a princípio xos, mas ao fim se revelarão integrados
o "Grande
reconheceu
verdade.
O primeiro
resultado de distúrbios
a influência
parecer descone-
no esquema geral.
de três grandes pensadores
foi Samuel Hahnemann,
cuja concepção
na Força Vital correspondia
em sua busca da da doença como
à visão intuitiva da realidade
Laurence.
O segundo foi Rudolph possibilidade
de levar em conta
Triunvirato"l
Laurence
do próprio
que
de uma verdade fundamental.
de influências
Steiner: sua idéia de um mundo e causas oriundas
que sua noção de Forças Formativas vinha desenvolvendo. A essa altura de seu trabalho,
ção na pessoa de J. E. R. McDonagh,
ao passo
reforçava ainda mais as teorias que Laurence
teve contato
giões], com quem travou inúmeros
etérico confirmava a
de uma ordem superior,
com uma terceira fonte de inspira-
FRCS [Membro debates. McOonagh
todas as doenças se devem a um desarranjo
do Real Colégio de Cirurperseguia a idéia de que
das energias vitais do corpo. 103
MEDICINA PSI0NlCA
104
A Teoria Unitária de McDonagh Acreditava McDonagh
que as energias vitais eram responsáveis pela formação das
proteínas, os constituintes
essenciais da matéria viva, de sorte que qualquer distúr-
bio da harmonia vital provocava uma aberração correspondente na produção dessas proteínas. Por isso sustentou que havia apenas uma doença básica, originária de algum desequilíbrio
Cl Sl C<
C(
na estrutura protéica. Os sintomas clínicos, independente-
mente de sua natureza e classificação, seriam portanto
indício de mau funciona-
mento em determinado ponto dos intricados mecanismos do corpo, oriundo de uma aberração da proteína. Desse modo, ainda que os sintomas possam ser estudados em detalhe e as condições parcialmente
melhoradas
por técnicas paliativas
de vários tipos, a cura real não será possível a menos que o mencionado
desequilíbrio
a(
seja restaurado. A extensão McDonagh
da aberração
aventou
indicaria
que a doença
a gravidade
maligna
resultava
do distúrbio.
Esse é apenas um esboço da chamada mais importantes
que, entretanto,
Com efeito,
de um grau extremo
desequilíbrio protéico, que a tornava uma moléstia constitucional um problema localizado.
cutiremos
de
e não apenas
Teoria Unitária da Doença, conceito dos
nunca foi universalmente
aceito.2 Logo o dis-
mais a fundo, porém desde já fique evidente que ele fornece um ótimo
modelo da forma pela qual os níveis etérico eflsico se vinculam. Se a causa primordial da doença é o desequilíbrio das energias vitais, deduz-se que essa perturbação estrutura
pode manifestar-se em termos físicos como um desarranjo da
protéica, daí resultando
os sintomas clínicos da enfermidade.
Laurence
percebeu intuitivamente as possibilidades práticas desse conceito e conseguiu, mediante longa e paciente experimentação, utilizá-Io no desenvolvimento das técnicas integradas de diagnose e tratamento,
que se tornaram a base da Medicina Psiônica.
Maya e a Respiração de Brahma As idéias de McDonagh
eram muito avançadas para sua época, inaceitáveis mes-
mo pelo materialismo ortodoxo, que considerou suas meticulosas formulações abstrusas e até fantasiosas. Contudo, seu conceito fundamental é inteiramente compatível
com o moderno
pensamento
científico, o qual, como vimos, conside-
ra a matéria uma condensação local de energia difusa (ver Capítulo Hipótese do Campo Psi, pelo professor Ervin Laszlo). Está claro que nós existimos num mundo mentos
constitutivos
subatômicas,
se
do universo
material,
de ilusão em que os próprios eleas moléculas,
possuem uma existência física indeterminada.
cem e morrem sem que de nenhum
2 sobre a
átomos
e partículas
Eles se agitam, nas-
modo possamos controlá-Ios. A esse mundo
enganoso, a filosofia hindu chama de Maya.
l~
105
A TEORIA UNITÁRIA DA DOENÇA
Vivemos em Maya porque em geral só com Maya podemos lidar. Temos notícia dos átomos
e moléculas,
da transiência
de algumas das incríveis partículas
subatômicas; todavia, no cotidiano, tudo isso nos parece mera abstração acadêmica. Não pensamos no que acontece aos átomos individuais enquanto escrevemos, comemos, jogamos golfe ou atormentamos que temos do bom ou mau funcionamento
um gato. De igual modo, na percepção de nosso corpo, nem sequer cogitamos
do que se passa nos níveis atômicos e subatômicos. Em termos de inteligência são desnecessários. do conhecimento
sensorial (no mundo
Para enfrentar convencional.
sentidos e o conhecimento
os problemas Entretanto,
de Maya), tais refinamentos
materiais,
basta-nos lançar mão
é óbvio que a percepção baseada nos
vulgar (falamos dos cinco sentidos convencionalmente
aceitos) são muitíssimo limitados, sobretudo em seus aspectos médicos, onde falham na consecução de um entendimento real. Se quisermos superar essa barreira, teremos de vincular nosso pensamento especificamente ao quadro relações verdadeiras. O conceito
aos conceitos do mundo
em cuja pista estava McDonagh
dinâmico, envolvendo
concreto,
mais
da esfera etérica, onde cobram existência as causas e lembrava um estado de coisas
repetidos ciclos de crescimento
e restauração.
Por isso não
considerou o mundo físico como uma cristalização permanente
do tecido etérico,
mas sim como uma criação contínua por meio de condensações po de força etérica em formas cada vez mais complexas.
rítmicas do cam-
Esse conceito é em tudo e por tudo consistente
com a cosmologia esotérica,
que vê no universo uma entidade viva animada por fluxos e refluxos permanentes de energia: a Respiração de Brahma, na filosofia hinduÍsta. Como já dissemos, há aí muitas semelhanças
com a Hipótese do Campo Psi.
Ciclos sucessivos de complexidade Essa a idéia que McDonagh se esforçou por plasmar em apoio de sua Teoria Unitária da Doença. Formulou minuciosamente o conceito, sobretudo numa série de textos a respeito da natureza da doença; porém, como tomasse rumos de pensamento muito além das idéias aceitas, viu suas teorias rejeitadas e mesmo hostilizadas. Além do mais, o amor ao detalhe de certa forma obscurecia a simplicidade básica da visão de McDonagh: ou seja, que esses processos ordenados podiam desarranjar-se e provocar desvios de norma responsáveis pelos sintomas patológicos. Foi esse aspecto da idéia que Laurence,
intuitivamente,
identificou
como o
fator aglutinante em seu estudo do desequilíbrio da energia vital e passou desde então a aplicar na elaboração de um sistema terapêutico eminentemente prático. Convém, pois, lançar um olhar aos fundamentos da teoria de McDonagh. Isso nos ajudará a percorrer os diversos ciclos de complexidade
crescente.
MEDICINA
106
PSIONICA
Em suma, McDonagh postulou uma "atividade primordial" (que podemos considerar o campo psi), formadora das energias materiais do mundo físico mediante uma série de pulsações em espiral evolutiva. A primeira etapa cria as partículas subatômicas de duração quase negligenciável, mas que constantemente se recarregam. O segundo ciclo assiste à integração das partículas nos átomos, engendrando três grupos distintos (desiguais) dotados de funções específicas que ele chamou de radiação, atração e armazenamento. Pode-se compará-Ios aos elementos metálicos ativos; e de fato estes seriam compatíveis com o conceito de McDonagh de uma função irradiativa, com os elementos básicos exercendo atração e os gases inertes atuando como depósitos. O terceiro ciclo envolve a formação das moléculas simples e seu arranjo nas estruturas cristalinas que constituem a base da matéria inorgânica. De novo os componentes, segundo sua natureza, exercem uma das três funções específicas que determinam sua qualidade na estrutura química geral. Segue-se um quarto ciclo, responsável pelas estruturas moleculares mais sofisticadas dos chamados compostos orgânicos. Estes incluem os colóides, como a albumina, e os aminoácidos formadores da proteína, constituinte essencial da matéria viva. Nota-se, nesta etapa, uma espécie de infusão da energia vital possivelmente a Vis Medicatrix Naturae-, a qual permite às moléculas exercerem todas três funções primárias num grau apropriado, em vez de apenas uma, como nos compostos inorgânicos. A partir daí, desenvolve-se um quinto ciclo, onde as proteínas se encaixam nas várias estruturas interdependentes do mundo vegetal, seguido de um sexto ciclo, pertinente às exigências do reino animal, em que as proteínas se diversificam nos tecidos e órgãos do corpo. No entender de McDonagh, a vida é alimentada pela pulsação contínua da energia vital nas proteínas básicas, das quais cada uma enseja um exercício adequado e harmonioso das funções de irradiação, atração e armazenamento. É, pois, plausível que, quando esse ritmo essencial se desarranja mercê de uma influência estranha - miasmas ou toxinas -, manifeste-se a condição mórbida acompanhada de sintomas clínicos mais ou menos graves. Comentário
de George Laurence sobre a Teoria Unitária da Doença, de
McDonagh, em relação
à diagnose radiestésica
(Artigo original do Dr. George Laurence, endereçado à Medical Society for Medical Radiesthesia. )
''A essência da teoria de McDonagh é que existe apenas uma doença, oriunda da circunstância de a proteína, no sangue, ser a tal ponto afetada que não mais
A TEORIA UNITÁRIA DA DOENÇA
107
consiga desempenhar sua função precípua de atrair o alimento, armazená-lo dentro de si e depois irradiá-Io para os tecidos e 6rgãos de uma maneira equilibrada. Todas as chamadas 'doenças' não passam de manifestações de desequilíbrio ou aberração da proteína - e nenhuma enfermidade será curada a menos que se restaure esse equilíbrio. No dizer de McDonagh, o médico pode aliviar e amenizar as manifestações da doença, suprimi-Ias ou mudá-Ias de um lugar para outro (por exemplo, a alternância de erupção cutânea e asma como resultado de um tratamento voltado unicamente para um ou outro sintoma); consegue-se assim camufláIas por longos períodos, mas elas s6 serão eliminadas em definitivo caso se encontre a causa primária ou o denominador comum. Por mais perfeito que seja um preparado quimioterápico, jamais removerá todas as lesões e eliminará todas as manifestações: ele s6 conseguirá reparar os danos locais secundários sofridos pela proteína. E, como de modo algum atua sobre a causa ou causas primordiais da doença, esse reparo será sem dúvida de curtíssima dutação. Eis um ponto importante que a medicina ortodoxa em geral parece soberanamente ignorar - ou desdenhar! A verdadeira pergunta que temos diante de n6s é: por que, num primeiro momento, se dá o desequilibrio protéico?
A infecção por microorganismos logo nos ocorre e de pronto tentamos destruÍlos bioquimicamente; no entanto, matando-os, acaso logramos atinar com a razão pela qual o indivíduo se mostrou tão vulnerável ao ataque? Como pôde a saúde ficar tão abalada a ponto de permitir a invasão? Ou por outra, como muitos de n6s já devemos estar indagando: que se passa com nossos esquemas mentais e espirituais, nossa comida e nosso ambiente, para que a resistência dos tecidos esteja tão baixa? A resposta parece exigir o exame da natureza da saúde; e, a fim de chegar até aí, temos de reconhecer que parte importante de sua origem reside no solo. Os microorganismos, afetando outros microorganismos ao mesmo tempo que a vida mineral e vegetal, liberam energias vitais que constituem o ingrediente básico da nutrição extraída pelas plantas do solo. Portanto, deficiência de vida no solo significa pobreza nutritiva para os animais e o homem, quer os nutrientes sejam de origem animal ou vegetal. Citando McDonagh: 'A terra sob os nossos pés não é mera massa inerte e morta, mas compõe-se de uma infinidade de organismos vivos, cada qual com seu minúsculo ciclo de vida e tarefa a desempenhar. Corpos vitais saudáveis exigem alimentos vitais brotados em solo vivo. Mas o que vemos por aí? Corpos e mentes adoentados, emoções fora de controle, nutridos de alimentos desvitalizados nascidos de uma terra enfermiça, cansada e desgastada.' Assim, um fator importante da saúde é a condição do solo, havendo aqui um vínculo significativo com as aberrações protéicas no corpo. É encorajador obser-
MEDICINA
108
var que o problema
PSIONICA
da terra começa enfim a chamar a atenção, particularmente
com respeito às deficiências que temos de combater
no tratamento
das doenças
crônicas ou agudas. O clima e o alimento organismos. mento
Quando
inadequado
são quesitos
fundamentais
o clima é impróprio com fertilizantes
para o solo e os micro-
e se registram exaustão do solo ou trataquímicos,
inseticidas
e herbicidas,
os
microorganismos não conseguem executar seu trabalho e a nossa comida paga o preço disso. Não temos controle algum sobre o clima e, como cidadãos, muito pouco sobre a qualidade
dos produtos
que nos são oferecidos. Precisamos,
ser mais cuidadosos na escolha dos alimentos.
pois,
Se o clamor público por farinhas e
cereais integrais, açúcar mascavo, frutas e legumes cultivados com adubos orgânicos, leite puro e alimentos
não-processados
se fizer suficientemente
ouvido e acatado, assistiremos a um decréscimo ças e a uma melhoria na saúde da nação.
impressionante
alto para ser
na taxa de doen-
Além da toxemia intestinal, provocada por alimentos contaminados e impróprios, existem, é claro, muitas outras causas de doenças crônicas - ocupacionais, psicológicas e ambientais
-
às quais se devem acrescentar os efeitos debilitantes
dos miasmas. Todas essas influências geram distúrbios no equilíbrio da proteína, de sorte que nesse sentido só há, como quer McDonagh, uma única doença. McDonagh
sustenta que, sob a influência do 'climà, que penso significar energia
cósmica, todas as proteínas ora se expandem, dessa pulsação se acelera -
torna-se aberrante,
-, temos um estado de desequilíbrio doença.
ora se contraem;
para empregar seu próprio termo
e as condições necessárias para a intrusão da
Ele divide a proteína em três partes correspondentes de desenvolvimento
do corpo, que aliás estimulam.
Sistema cardiovascular Sistema geniturinário Córtex supra-renal
do hipoblasto: Sangue Sistema respiratório Tireóide Sistema porta
às três principais divisões
São o epiblasto, mesoblasto e
hipoblasto, que devem operar em harmonia. Sumariamente, McDonagh Sistema osteomuscular
e quando o ritmo
faz derivar do mesoblasto o:
109
A TEORIA UNITÁRIA DA DOENÇA
do epiblasto: Medula da supra-renal Pituitária anterior Pituitária
posterior
Sistema nervoso simpático Sistema nervoso parassimpático Em qualquer
doença, os sintomas concretos costumam
da proteína mais desequilibradas;
diferir segundo as partes
mas não se pode confinar uma toxina a determi-
nada área do corpo, sendo necessário, primeiro, atentar para o quadro todo.
o diagnóstico
pelo pêndulo
"Com base numa amostra do paciente (fio de cabelo, gota de saliva ou sangue), consegue-se obter boa quantidade
de informações
sobre o estado da proteína gra-
ças ao emprego do pêndulo por mãos experientes -
coisa quase inacreditável
aos
olhos dos leigos e da fraternidade ortodoxa. Isso posso compreender bem, pois eu mesmo fiquei cético quando pela primeira vez ouvi falar em radiestesia. Contudo, a técnica está hoje cientificamente estabelecida e acho estranho que tanta gente sofra sem necessidade por falta de um tratamento adequado, para além do alcance da administração
mais ou menos aleatória de substâncias químicas sintéticas, muitas
das quais são venenosas por causar posterior desequilíbrio
da proteína -
como se
não bastasse o fato de só promoverem alívio temporário ou supressão de sintomas. Graças ao uso do pêndulo, é possível descobrir (com a ajuda de amostras) a presença de uma toxina, sua natureza e extensão, bem como a parte do corpo mais afetada. Assim como o veneno não se restringe a um ponto (pense-se na mordida de serpentes ou mesmo na picada de insetos), não é sensato nem inteligente
tratar
efeitos específicos antes de remover a causa. Depois de eliminada a causa primária, podemos atacar os sintomas restantes com remédios homeopáticos sim, dirimir quaisquer aberrações protéicas de órgãos específicos. O princípio segundo o qual se deve encontrar doença, aplica-se particularmente que tenho
presenciado
pneumologistas
quanto
primeiro a causa básica de uma
à moléstia crônica. Eu poderia
exemplos disso, mas cito apenas os inúmeros
comuns e, as-
casos de alternância
dar inúmeros asmaJeczema,
ao longo de quase sessenta anos de prática. os dermatologistas
conseguem
rio de uma ou outra dessas manifestaçóes,
provocando
Tanto os
propiciar alívio temporáfreqüentemente
uma exa-
cerbação do sintoma não tratado. No entanto, ignoram o que acontece ao paciente e não atinam com a causa básica da doença. Para mim, é absurdo aceitar um nome ou um rótulo como diagnóstico preciso. Esse termo deverá incluir a causa, de outro modo não passará de um palpite.
lIO
MEDICINA
PSIONICA
Outro exemplo é a enxaqueca, cujo tratamento parece não ter evoluído muito desde os meus tempos de estudante e cuja causa primária varia de pessoa para pessoa. Até que ela seja extirpada, de novo só poderemos esperar alívio passageiro mediante o emprego de drogas - com o risco inevitável de sérios efeitos colaterais. Muitas dessas doenças crônicas devem-se a miasmas herdados ou toxinas adquiridas, que se entranham no corpo e só podem ser detectados por métodos extra-sensoriais. O tratamento eficaz desses casos será difícil enquanto o valor das técnicas psiônicas de diagnose e terapia não for amplamente reconhecido. Não espanta que, com pouquíssima prática, o pêndulo aponte o remédio conveniente e, além disso, indique em definitivo qual potência trará melhores resultados. Deve-se levar isso em conta porque, no ensino homeopático ortodoxo, a questão das potências é sempre um problema e depende bastante da experiência ou preferência do clínico. Ademais, o pêndulo pode nos dar uma ótima idéia da dosagem exata e do prazo de administração do remédio. Recapitulando: a estrutura básica do corpo consiste de proteínas, das quais o principal combustível são as gorduras e os carboidratos. Qualquer condição que perturbe o equilíbrio harmonioso da proteína provoca dano à saúde, dano cujas manifestações e sintomas dependem da região ou regiões da proteína que estejam em desequilíbrio. Pela minha experiência, quase todos os casos que tratei já haviam sido submetidos às mais exaustivas - e muitas vezes extenuantes - investigações: clínicas, laboratoriais, radiológicas, etc., sempre com resultados negativos. Esses pacientes viam em mim sua derradeira esperança. É maravilhoso descobrir que, com freqüência, as técnicas psiônicas proporcionam não apenas um diagnóstico correto, mas também uma terapia eficaz, sobretudo no caso das chamadas doenças incuráveis, cuja causa básica quase nunca se sabe. Eu gostaria de dizer aqui uma palavra a respeito das potências. Quando potencializamos uma substância, nós a transformamos em energia, capaz de operar em nível de intensidade bem mais elevado que as drogas originais. Em certo sentido, tornamos a substância radioativa,3 já que é por intermédio dessa "atividade" ou efeito irradiante que o fármaco atua, retendo embora a influência ou caráter da substância primitiva. Nada se pode comparar ao efeito irradiante dos remédios potencializados na eliminação dos miasmas e toxinas, ou mesmo na correção do desequilíbrio protéico. Sou muitíssimo grato a McDonagh pela luz que lançou sobre o problema da medicina e lamento outro tanto que só uns poucos profissionais ortodoxos procurem entender sua Teoria Unitária da Doença e tentem aplicá-Ia à elucidação do mistério da doença, para alívio do sofrimento humano."
A TEORIA UNITÁRIA DA DOENÇA
III
Os médicos psiônicos, hoje, têm consciência do papel da aberração protéica na geração da doença. Como se viu no último capítulo, redigido pelo Dr. Farley Spink, atual decano do Instituto de Medicina Psiônica, as pesquisas podem ir longe. É preciso observar tecidos, células, DNA, RNA, praticamente todo composto celular, inclusive a mitocôndria - e observá-Ios um por um em diferentes níveis de energia. Baste dizer que as idéias de McDonagh abriram novos caminhos para a investigação. Notas 1. Na Roma antiga, o triúnviro era um dos três magistrados encarregados de um ramo da administração. O primeiro Grande Triunvirato, em 60 a.c., foi formado por César, Pompeu e Crasso. 2. Esse capítulo permaneceu praticamente intacto, dada a sua importância histórica como uma das principais influências sofridas por Laurence. Alguns médicos psiônicos modernos aceitarão determinados aspectos da teoria, mas não a sua totalidade. 3. Laurence não diz que a potencialização do remédio torna-o radioativo na acepção científica corrente. Ele usa a palavra no sentido metafórico.
Intuição, Percepção Extra-Sensorial e Fenômenos Psi
Se as vidraças da percepção fossem desembaciadas, tudo pareceria,
como de fato é, infinito. -
William Blake (1757-1827)
sentidos paranormais, responsáveis pela faculdade usualmente chamada foram a feitas, nos ecapítulos precedentes, à existência de como diagnose o tratamento psiônicos das causas subjacentes da doença pressupõem o uso científico dessa faculdade, é de desejar que discutamos pormenorizadamente a natureza e as possibilidades dos sentidos paranormalS.
Váriasintuição. referências Ora,
Já estabelecemos que o mundo físico da experiência cotidiana é apenas a interpretação, por um número de sentidos muito limitado, de um universo incrivelmente complexo. Os constituintes desse universo não são, como vimos, tão substanciais quanto
acreditávamos.
De fato, na esteira da hipótese
do campo psi,
começamos a entender que existe mesmo realidade no conceito do universo interconectado, familiar ao xamã, ao místico e ao iluminado de diversas cultutas ao longo da história. O homem é, porém, dotado de todo um leque de sentidos extras, que respondem a impressões de qualidade diversa, não pressentida pelos sentidos convencionalmente aceitos. São os sentidos paranormais, ou seja, que existem paralelamente aos sentidos físicos comuns. Certas pessoas possuem essa faculdade incrivelmente desenvolvida, o que tende a alimentar a crença de que são, de algum modo, anormais. Mas isso é um equívoco, pois os sentidos adicionais fazem parte do equipamento normal do homem. Sucede apenas que, por não serem utilizados, permanecem em estado de latência. Preocupados
que somos com os fenômenos
existência dos cinco sentidos e esquecemo-nos 112
materiais, damos por pacífica a de que tivemos de ser treinados
INTUIÇÃO, PERCEPÇÃO EXTRA-SENSORIALE FENOMENOS PSI
113
para interpretar suas respostas. Uma educação e cultivo similares são imprescindíveis para exercitar os sentidos paranormais, coisa que nem sempre achamos necessária porque conseguimos lidar adequadamente com os fatos do mundo mediante os processos do raciocínio lógico. Não obstante, temos uma ligeira percepção dessas respostas paranormais, costumeiramente manifestadas na chamada "sensitividade". Instintivamente, gostamos ou não gostamos de pessoas ou lugares. Reconhecemos que determinadas situações são corretas sem saber explicar por quê. Examinemos algumas dessas estranhas "sensações" para descobrir como suscitam uma percepção mais profunda de nossos sentidos paranormais. Sensações entranhadas,
normas empíricas e sexto sentido
Virtualmente, todas as pessoas já experimentaram a chamada "sensação entranhadà' em uma ou outra ocasião. Por algum motivo, que não conseguem racionalizar, tiveram a convicção absoluta de que algo estava certo ou errado, ou de que deveriam tomar determinada decisão. E, na maior parte dos casos, descobriram mais tarde que essa sensação não mentia. Muita gente usa também uma abordagem heurística em sua tomada de decisões. A heurística1 é, em essência, uma norma empírica. Carpinteiros, mecânicos, médicos, empresários - a maioria dos profissionais - utilizam normas empíricas para resolver problemas. Os psicólogos mostraram que, embora três importantes níveis mentais possam ser acionados - o da habilidade, o da regulamentação e o do conhecimento -, os profissionais quase sempre tomam suas decisões com base no critério empírico. É como nos cálculos aritméticos "de cabeça". Diante de uma operação complicada de multiplicação ou divisão, a pessoa costuma fazer mentalmente uma estimativa inicial, para chegar à solução. Ora, muitas vezes o resultado é extremamente preciso, como se algum recurso sutil, vindo de uma fonte desconhecida, fosse acrescido à abordagem heurística. E há também o fenômeno do sexto sentido, aliás muito comum na medicina. Sempre se ouve falar, o mais das vezes em tom chocarreiro, de alguém que apresentou o diagnóstico correto de um paciente sem dispor dos dados suficientes. E isso costuma acontecer mesmo quando o paciente não se queixa de nada: o médico, porém, sabe que algo está errado com ele. Fala-se então, pilheriando, do "sexto sentido do doutor", mas no fundo o piadista admira a perfeição e a finura do diagnóstico. Numa profissão que se orgulha de ser "argutà', já que todo caso tem de ter um diagnóstico ou solução, a abordagem heurística é considerada aceitável, principalmente quando secundada pela justificativa de que "a experiência nos ensina a perceber essas coisas".
114
MEDICINA
PSIONICA
Sim, pode bem ser o caso; mas melhor ainda seria se o médico permitisse que um sentido superior entrasse em cena. Aqui, é de crer, vai-se além da heurÍstica ou, pelo menos, mais longe do que a heurística comumente vai. Mas também pode ser que a heurÍstica facilite a atuação desse sentido especial. Será que, por estarmos firmemente plantados na era do racionalismo, da ciência e medicina baseatÚJsna evidência, é que negamos os sentidos superiores? Nesse caso, estamos na verdade negando uma parte importante do nosso próprIO ser. Percepção extra-sensorial
e psicocinese
Há relatos de fenômenos paranormais em praticamente todas as culturas, desde os começos da história registrada. De fato, retomando o conceito de Sir James Frazer segundo o qual toda sociedade evolui percorrendo as fases da magia, da religião e da ciência, tais fenômenos foram por seu turno racionalizados como eventos mágicos, miraculosos ou paranormais. Existe sem dúvida, na fase da ciência, a propensão a considerar esses fenômenos como crendices, coincidências ou fraudes. Todavia, em virtude do próprio fato de as pessoas terem consciência deles e achá-Ios normais, corriqueiros, significa que há razões legítimas (e necessárias) para estudá-Ios. A primeira investigação sistemática dos fenômenos paranormais foi feita em 1882, quando o filósofo Henry Sedgwick fundou em Londres a Sociedade de Pesquisas Psíquicas. Entre seus co-fundadores contavam-se os físicos Sir Oliver Lodge,3 Sir William Barrett e Sir William Crookes, e os pensadores Frederick W H. Myers e Edmund Gurney. Em 1885, depois de um encontro de Sedgwick com o psicólogo Wtlliam James, uma organização gêmea nasceu com a criação da Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas. O alvo original de pesquisa, para ambas as agremiações, era o campo então florescente do espiritismo e da medi unidade. A primeira pesquisa científica produtiva sobre os fenômenos psíquicos teve início nos anos de 1920, sob a direção do professor Joseph B. Rhine (1895-1980), no departamento de Psicologia da Universidade Duke, Carolina do Norte. Rhine obteve seu doutorado em fisiologia das plantas em 1925, na Universidade de Chicago, mas em 1926, juntamente com a esposa, Louisa E. Rhine,4 associou-se a William McDougall em Harvard. Quando McDougall se transferiu para a Universidade Duke, em 1927, eles o acompanharam e, por sugestão dele, iniciaram em 1930 uma série de experimentos com os fenômenos psíquicos. Brotava aí um novo ramo da psicologia. Rhine afastou-se da orientação dos primeiros pesquisadores psíquicos ao estudar gente "comum" em vez de paranormais reconhecidos. Sua hipótese era que, se as faculdades psíquicas existem, devem existir em toda a população. De conformidade com isso, recrutou seus primeiros sujeitos entre o corpo discente da Duke.
INTUIÇÃO, PERCEPÇÃO EXTRA-SENSORIALE FENOMENOS PSI
115
De começo, Rhine resolveu investigar as habilidades telepáticas utilizando cartas de baralho. Mas logo viu que cinqüenta e dois símbolos separados talvez fossem demasiado para a tarefa e que alguns sujeitos poderiam, subconscientemente, selecionar cartas favoritas ou rejeitar números por razões supersticiosas. Um colega, Karl Zenner, encontrou a solução: confeccionou um baralho de vinte e cinco cartas, com cinco símbolos diferentes para cada cinco. Os símbolos eram o quadrado, o círculo, a estrela, as linhas onduladas e o sinal de adição. Nos experimentos clássicos de Rhine, o sujeito tenta adivinhar a ordem dos cinco símbolos aleatoriamente dispostos. Dado que a chance de prever um símbolo é uma em cinco, nada mais fácil que calcular a possibilidade de determinados escores. Às vezes, pesquisador e sujeito sentavam-se a uma mesa face a face; outras, cada um ficava num aposento diferente ou mesmo em outro prédio. Rhine constatou que alguns sujeitos eram muito proficientes com as cartas de Zenner, produzindo quase sempre resultados estatisticamente significativos. Em 1934, ele publicou a monografia Extra-Sensory Perception [Percepção Extra-sensorial]. Escolheu cuidadosamente o título, pois alegava que a percepção ia além dos cinco sentidos usuais. Fenômeno interessante, comentado por Rhine: a "carência de PES". Trata-se de uma espécie de "PES ao inverso", pela qual alguns sujeitos produzem, consistentemente, resultados abaixo da média. Aventou-se que eles de algum modo bloqueavam a percepção, em virtude talvez de negatividade inconsciente. Ainda em 1934, Rhine excogitou uma série de testes com dados a fim de estudar o fenômeno da psicocinese (PC), que é a influência da mente sobre a matéria ou a capacidade de "querer" que objetos se movam. Aqui, de novo, os primeiros resultados de Rhine com um jogador que propalava ser capaz de influenciar lances de dados ficaram acima da média casual. Rhine, porém, mostrou-se cauteloso quanto à publicação dos resultados e só em 1943 seus controvertidos achados chegaram ao conhecimento da comunidade científica. Rhine acreditava que a PES e a PC eram fenômenos distintos e desvinculados de qualquer componente físico do cérebro. Ele concluiu que nenhum deles podia ser explicado pelas leis conhecidas da física, mas ainda assim constituíam fenômenos reais, observáveis e demonstráveis. Psi e parapsicologia
Em 1946, o Dr. Robert Thouless e seu colega, Dr. W P.Weisner, propuseram que a letra Psi (vigésima terceira do alfabeto grego - \li) fosse usada para designar a PES e a PC, já que ambos os fenômenos pareciam estreitamente vinculados. Deve-se a J. B. Rhine a designação da nova disciplina encarregada do estudo dos fenômenos psi, a parapsicologia (do grego para, "além").5
MEDICINA
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PSIONICA
Os Rhines foram os parapsicólogos mais famosos até os anos de 1960 e, como adestraram inúmeros pesquisadores, sua influência revelou-se duradoura. Além de colaborar no trabalho do marido, Louisa Rhine realizou importantes investigações com PES e PC espontâneas. Em 1965, Rhine deixou a Universidade Duke e levou seu laboratório de pesquisas para longe do campus. Agora como o Rhine Research Center's Institute for Parapsychology, continua a dar contribuições decisivas na área. Durante a década de 1960, a psicologia ortodoxa enfatizou a natureza da consciência. Compreensivelmente, os parapsicólogos passaram a analisar a estrutura dos processos psicológicos que envolviam a percepção extra-sensorial. Desenvolveu-se então a pesquisa psi "de processo", que estudava como os fenômenos psi podiam ser afetados pelo tempo, a distância, o estado de consciência (portanto, o estado alterado de consciência) e fatores pessoais como humor, personalidade e atitude em relação a tais fenômenos. Os testes agora insistiam na ESP de "resposta livre", pondo de lado os de "escolha forçadà', como nas predições clássicas do baralho de Zenner. Um ambicioso programa de pesquisa da PES onÍrica foi organizado por Montague Ullman e Stanley Krippner no Hospital Maimônides do Brooklin, Nova York. Esse programa, que atravessou os anos de 1960 e 1970, terminou em 1979, quando Charles Honorton,6 membro da equipe do Maimônides, inaugurou um novo laboratório em Princeton, Nova ]ersey. Ali, deu continuidade ao trabalho pelo método de respostas livres, recorrendo a condições de privação sensorial que chamou de "estimulação Ganzfeld'.7 Outro programa intenso de pesquisa começou em 1972 no Stanford Research Institute da Califórnia, sob a direção dos físicos Harold Puthoff, Russell Targ e Edwin May. Eles se concentraram na "visão remotà' e ficaram célebres por seus estudos de alta tecnologia das funções cerebrais em estado psi, utilizando aparelhos como o magnetoencefalógrafo. Existem hoje cerca de cem universidades e institutos, no mundo inteiro, envolvidos em pesquisa parapsicológica. A primeira cátedra de Parapsicologia foi criada depois da Segunda Guerra Mundial na Universidade de Utrecht, Holanda, sendo seu primeiro professor W. H. C. Tenhaeff. Em 1985, a Cátedra Koestler de Parapsicologia iniciava atividades na Universidade de Edimburgo, sob a direção do professor Robert L. Morris. Hoje, o leque de pesquisas é vastíssimo, mas, de um modo geral, elas incidem sob três rubricas: •
Percepção Extra-sensorial, incluindo telepatia, visão a distância, clarividência, clariaudiência, clarissensiência (respectivamente, fenômenos paranormais da visão, da audição e do tato), radiestesia e rabdomancia. PES -
INTUIÇÃO, PERCEPÇÃO EXTRA-SENSORIALE FENOMENOS PSI
•
PC -
117
Psicocinese, literalmente a influência da mente sobre a matéria. Consi-
deram-se em geral duaS classes: micro-PC, que resulta em efeitos fracos ou quase imperceptíveis, invisíveis a olho nu e para os quais é necessária a avaliação estatística (influência no lance de dados, por exemplo); e macro-Pc, que gera fenômenos observáveis (como curvar talheres e levitar). •
Questões de sobrevivência -ligadas à sobrevivência do espírito depois da morte ou fora do corpo, reencarnação, experiências de quase-morte (EQM),8 experiências extracorpóreas (EEC), canalização e karma.
Circulam inúmeras teorias sobre o mecanismo da psi, justificáveis uma vez que as pessoas estudam a parapsicologia com base em diferentes disciplinas. Existem, assim, teorias psicológicas, teorias físicas, teorias sociológicas e teorias psicofísicas. A polêmica, nessa área, é inevitável.
o inconsciente
coletivo
O psiquiatra suíço Carl Jung (1875-1961) foi profundamente influenciado por Sigmund Freud entre os anos de 1907 a 1913. Jung, porém, não aceitava a tese de Freud segundo a qual o inconsciente era puramente pessoal, formado a partir de traumas de infância reprimidos. Ao contrário, acreditava que por sob a consciência existia, sim, um inconsciente pessoal- mas, por sob este, também um inconsciente coletivo. O inconsciente coletivo, na visão de Jung, era inato, nem formado pela experiência pessoal nem herdado dos ascendentes, mas literalmente universal. Percebe-se desde logo uma analogia entre o inconsciente coletivo de Jung e os Registros Akáshicos dos teósofos. São, segundo o ensinamento teosófico, os registros definitivos de tudo quanto ocorreu desde o começo do universo. O termo vem do sânscrito Akasha, que significa "éter" ou espaço difuso. Os teósofos postulam a existência de um registro, no plano astral, das vibrações de cada som, luz, pensamento, ação e emoção. Edgar Cayce (1877-1945), o famoso médium e curador americano, tornouse famoso por suas "leituras em transe". Durante o transe, que ele começou a induzir em 1901, depois de aprender as técnicas da auto-hipnose com o mesmerista Ai Layne, Cayce consultava os Registros Akáshicos, que às vexes intitulava Memória UniversaL da Natureza ou Livro da Vida. Aparentemente, empregava técnicas visuais que lhe possibilitavam descrever uma biblioteca com um número incalculável de livros, cada qual contendo a biografia de uma pessoa. Quando queria ajudar alguém, tudo o que tinha a fazer era encontrar o livro aprópriado, abri-lo e ler a indicação do remédio necessário.
118
MEDICINA
PSIONICA
Mais ou menos pela mesma época, Rudolph
Steiner (1861-1925)
também
recorria aos Registros Akáshicos, a que deu o nome de Crônica Akdshica. Esses dois homens sustentavam que os registros eram acessíveis a todos quantos quisessem consultá-Ios, que eram universais e que só se precisava encontrar o meio de chegar até eles.
o campo
psi
O campo psi, campo universal de informação, vimos discutindo. inconsciente
e, possivelmente,
e outras facetas exami-
4. E é fácil também notar que ele explica os
dos vínculos culturais espontâneos
transpessoais
que
É fácil notar que se identifica com os Registros Akáshicos, o
coletivo, o campo mórfico ou morfogenético
nadas em nosso modelo do Capítulo fenômenos
atende a todos os conceitos
(Capítulo
da sobrevivência
1), da PES, das conexóes
após a morte.
Quer a reencarnaçã09 exista ou não, a hipótese do campo psi procura explicar a recordação de vidas passadas. O campo psi pessoal do indivíduo que se forma no ventre materno pode, à falta de termo melhor, "vibrar" de um modo idêntico ou quase idêntico em consonância com o campo psi pessoal registrado de alguém que já morreu. O campo psi do indivíduo
vivo e em desenvolvimento
consegue então
ter acesso ao registro das experiências, às lembranças dessa outra pessoa. Tal acervo incorpora-se à sua mente como se fosse "dele próprio", mesmo que advenham de uma existência ou encarnação anterior. Rabdomancia A rabdomancia
é um meio de entrar em contato
com o campo psi. Em termos
chãos, trata-se de um estado alterado de consciência no qual parte da mente mergulha no sono para que a mente inconsciente gera então uma resposta ideomotora
possa ser contatada.
à pergunta
formulada
O inconsciente
pela porção desperta
da mente. Examinaremos
isso com mais vagar no próximo capítulo.
Eis o que tem a dizer livro:
J. H. Reyner, principal autor da primeira edição deste
Resta considerar de que modo os sentidos paranormais conseguem relacionar-se no mundo reaL.Aqui, socorremo-nos de Swedenborg!° e seu conceito de 'corpo-tempo ': J J
Esse ponto eu já discuti pormenorizadamente
em um de meus livros anteriores,
O
Diário de um Alquimista Moderno, mas convém retomar de passagem a idéia, para reforçar o que de fato foi postulado. Vimos então que as aparências do mundo fisico ntUla mais são que uma transferência das sucessivas manifestações, no tempo, de um tecido superior e relativamente eterno para o mundo reaL. Quer isso dizer que a sucessão de eventos no mundo jenomênico deixa um traço permanente (mas não inalterá-
INTUIÇÃO, PERCEPÇÃO EXTRA-SENSORIALE FENOMENOS PSI
119
vel) no mundo real chamado "corpo-tempo': TOdosos acontecimentos e condições ftsicas da vida têm, pois, seu equivalente no âmbito etérico, qual esquema que continua a existir quando a garra do tempo se deslocou. Portanto, as situações tramitórias da vida são meras transferências, mediatizadas pelos sentidos ftsicos, de uma entidade bem maior e permanente para o mundo real Eis aí um conceito que abre incontáveis possibilidades. Ele não apenas confirma a idéia já mencionada de que o mundo ftsico é uma simples parcela da estrutura real como, mais significativo ainda, aplica-se à totalidade do mundo jenomênico, de sorte que cada objeto conhecido possui seu próprio "corpo-tempo" na esfera da eternidade, muito além de sua aparência perfUnctória. Como se tal não bastasse, essecorpo-tempo inclui tudo o que lhe aconteceu em seu tempo-vida a dos homem.
vida muitíssimo mais longa que
As vezes, interpreta-se esseponto dizendo que todo objeto na natureza contém suas vibrações intrímecas (intangíveis). É mais simples, porém, concebê-lo em termos do corpo-tempo, que encerra a história completa do objeto e suas associações.
Temos aí
um importante corolário, pois o mundo etéricoJ2 no qual reside o corpo-tempo é, em essência, uma estrutura de relações dentro da qual não faltam vínculos que escapam à observação corriqueira. Os sentidos paranormais, que são de ordem superior, logram responder a impressões emanadas de qualquer ponto do corpo-tempo e, assim, comtatar as causas e situações reais subjacentes às manifestações ftsicas. Entende-se desse modo como a informação sobre o verdadeiro estado de um paciente pode ser obtida de uma gota de sangue ou outra amostra semelhante. A constituição ftsica da amostra não importa; o que importa é que ela estabelece um laço entre a mente do clínico e o corpo-tempo do paciente. Destarte, sua influência não se limita ao lapso de tempo em que esteve disponível podendo fornecer dados a respeito de condições posteriores.
O liame entre a mente do rabdomante e a situação em apreço é quesito precípuo da técnica (que não pode ser mecanizada). examinada e depois formular
Cumpre comiderar a situação ou a pessoa
uma pergunta específica, pondo de parte quaisquer no-
çõespreconcebidas: uma resposta clara e inequívoca será ouvida se a questão for corretamente formulada. Um dos aspectos inicialmente
diftceis de compreender é o dom de comunicar-se
com uma pessoa ou situação a distância ou a certa altura do tempo. A fim de esclarecer esseponto, lembremo-nos de que o corpo-tempo contém um registro permanente padrão não-manifesto,
do
inclusive todas as suas interconexões sutis com outros corpos-
tempo. A mente serena do rabdomante experiente pode comunicar-se com qualquer parte desse tecido real desde que disponha de uma amostra sobre a qual concentrar seus pemamentos.
120
MEDICINA
PSIONICA
Mapeamento rabdomântico
À guisa de exemplo prdtico das extraordindrias possibilidades que aventamos, citemos a prdtica do mapeamento rabdomântico, absolutamente inexplicdvel em termos convencionais. Um rabdomante arguto consegue descobrir dgua ou outros depósitos mediante o uso de um pêndulo ou mapa do lugar, confirmando subseqüentemente as informações pela inspeção concreta do sítio. Isso é bastante útil nas escavações arqueológicas, onde é possível examinar o mapa da drea que se supõe conter os restos sepultados de uma civilização antiga -
a romana, por exemplo. Em caso positivo, procede-se a
pesquisas locais, com resultados muitas vezes surpreendentemente
exatos.
Ora, se se pode aceitar que o corpo-tempo da villa romana original, ou de outra estrutura qualquer, continue a existir na esfera etérica, inclusive a história subseqüente das ruínas ao longo dos séculos, sua conexão com um mapa moderno parece obscura. O mapa, obviamente, é uma reprodução em escala reduzidíssima de uma pesquisa concreta Ín sÍtu, epor isso mantém um contato tênue com o esquema etérico. Seu principal significado, porém, é que ele serve de foco para a mente do rabdomante, podendo os sentidos paranormais deste estabelecer comunicação com o corpo-tempo da localidade real. Eis um exemplo das interconexões sutis que existem no mundo etérico. O corpotempo de um objeto ou localidade não se confina à entidade fisica, mas engloba tudo aquilo com que manteve contato no correr de sua existência. Freqüentemente dizemos que uma casa tem "atmosfera" agradável (ou hostil). Essa sensação intuitiva nada mais é que um exercício inconsciente do sentido paranormal que capta as influências emocionais de seus antigos moradores. As pedras de uma catedral estão impregnadas das influências tanto dos pedreiros que a construíram quanto dos milhares defiéis que nela penetraram.
De igual modo, a qualidade de uma obra de arte é determinada
não
apenas pelo artista, mas também por toda sua história e experiências subseqüentes. A Medicina Psiônica ocupa-se de influências mais imediatas, que se estendem normalmente
a umas poucas gerações. Sua importância
reside no fato de, graças ao
emprego dos sentidos paranormais quase sempre adormecidos, ser possível em termos prdticos e científicos, jazer contato com o corpo-tempo de um paciente e ministrar-lhe tratamento adequado para remover as eventuais aberrações. Notas 1. 2. 3. 4.
"Heurística" vem do grego heurisko, que significa "encontrar", "descobrir". Sir James Frazer, O Ramo de Ouro, citado no Capítulo 1. Sir Oliver Lodge, professor de Física na Universidade de Liverpool, influenciou muito o início da carreira do Dr. George Laurence. Louisa E. Rhine (1891-1983), esposa de J. B. Rhine, foi uma parapsicóloga notável por direito próprio. Foi considerada a maior especialista em psi espontâneo em sua época.
INTUIÇÃO,
PERCEPÇÃO
EXTRA-SENSORIAL
E FENOMENOS
PSI
121
5. J. B. Rhine, na verdade, adotou o termo "parapsicologiá' a partir da palavra alemã Parapsychologi(, introduzida no final do século XIX pelo filósofo e psicólogo Max Dessoir. 6. Infelizmente, Charles Honorton morreu de maneira trágica em 1992, com a idade de 46 anos, quando fazia um doutorado na Universidade de Edimburgo. 7. Ganzfild (em alemão, "campo total") é um procedimento designado a bloquear todos os estímulos sensoriais externos para que a atenção do sujeito se concentre em pensamentos e impressões. O sujeito permanece imóvel, de olhos vendados, enquanto um "ruído branco" lhe chega por fones de ouvido. 8. David Lorimer, pesquisador de EQM, menciona dois tipos de reminiscências de quase-morre. O primeiro é a mnnória panorâmica, em que a pessoa assiste a um desfile de imagens e lembranças, mas sem nenhuma experiência emocional. O segundo é a rroisão tÚ vida, que também remonta ao passado, mas com emoções e juÍzos morais. 9. A reencarnação tem sido aceita por inúmeras religiões ao longo dos tempos. Cerca de 60% das pessoas em todo o mundo acreditam em algum tipo de reencarnação, como os budistas, os hinduÍstas e muitas sociedades tribais. Associa-se freqüentemente ao conceito de karma. 10. O sueco Emmanuel Swedenborg (1689-1772) foi cientista, engenheiro, político e filósofo. Alegava ter contatos com outras esferas ontológicas, quase sempre em estado consciente. A partir disso elaborou uma cosmogonia completa dos outros mundos em relação à do físico. 11. O "corpo-tempo" de Swedenborg parece ser a mesma coisa que o campo psi pessoal. 12. Para "mundo etérico", considerar a noção de campo psi.
PARTE 2
HISTÓRIA E PRÁTICA DA MEDICINA PSI6NICA
123
A História da Rabdomancia e da Radiestesia A história é a filosofia baseada em exemplos. -
Dionísio de Halicarnasso
(floruit 30-7 a.C.)
prática de achar coisas perdidas ou ocultas graças ao movimento de um
Comecemos pelo significado o nometal,dado objeto inanimado qualquer,desses segurotermos. na mãoRabdomancia do operador. éComo pres-à ta-se a nomear diversas práticas, da simples adivinhação (na verdade, detecção) de água à leitura de mapas, localização de pessoas desaparecidas, diagnóstico e tratamento de doenças. Muita gente pode pretender-se rabdomante, mas terá conceitos completamente diversos do que seja rabdomancia e seu funcionamento. Radiestesia é o estudo do fenômeno rabdomântico. Enquanto a rabdomancia, basicamente, aceita sem questionar a natureza do fenômeno, a radiestesia procura explicar e aperfeiçoar o tema como disciplina científica. A palavra "radiestesià' foi cunhada pelo padre francês Alexis Bouley a partir do latim radiare, que significa "emitir raios", e do grego aisthanesthai, que significa "perceber". Assim, a implicação original era que, de alguma maneira, o indivíduo percebe coisas que emanam sob a forma de radiação do objeto em estudo. A rabdorilancia é uma arte que remonta pelo menos aos tempos dos antigos egípcios. Pinturas sepulcrais mostram sacerdotes praticando-a com forquilhas. Artefatos da velha China provam que a "varinha mágicà' era conhecida e utilizada na corte imperial. Mergulhando ainda mais no passado, pinturas parietais neolíticas descobertas no noroeste da África sugerem o uso da rabdomancia desde cerca de 7-8.000 anos. Praticamente, todas as civilizações usam rabdomantes experientes para descobrir água, metais preciosos e minerais. Alguns adeptos ampliam seu ramo de atividade a fim de ajudar a lei a encontrar ladrões, valores roubados e cadáveres. De especial relevância para esta dissertação é, decerto, a existência atualmente de um vasto corpo de informações sobre a radiestesia médica. 1 125
126
MEDICINA
PSIONICA
A varinha mística
Como se viu, a rabdomancia era conhecida de muitos povos. Os ancestrais da civilização - índios das três Américas, zulus, maoris e tribos do extremo Norte e Sul- sempre se beneficiaram ao longo dos séculos dos préstimos dos rabdomantes. Na Antiguidade, eles costumavam usar uma varinha ou bastão, conforme vemos em pinturas que chegaram até nós. Dos frisos das tumbas egípcias aos quadros dos grandes mestres, a varinha sempre esteve intimamente associada ao rabdomante: em grego, rhabdos significa "vara". O fato de essa arte ter sido provavelmente considerada privilégio do xamã ou do pajé sobrevive no principal atributo da imagem popular que se tem da bruxa, do feiticeiro ou do mago: a varinha de condão. Essa varinha vem sendo a ferramenta básica para encontrar água, minerais e pedras preciosas há séculos. Com efeito, seu uso é mencionado em diversos textos escritos por monges durante a Idade Média. Em 1556, George Agricola, médico e pai da mineralogia, publicou um livro intitulado De Re Metallica ("Dos Objetos Metálicos"), onde discutia o uso da varinha mágica na detecção de veios minerais. Uma ilustração do livro chega a mostrar um rabdomante empunhando seu bastão de aveleira. Talvez em conseqüência desse trabalho, a moda da rabdomancia espalhou-se pela Europa. O florescimento da mineração do estanho na Cornualha, Inglaterra, parece ter devido muito a essa arte. No Período Isabelino, foram contratados mineradores alemães para descobrir veios do metal. No século seguinte, porém, a rabdomancia começou a cair em descrédito. A Igreja considerava-a obra do demônio, de modo que sua prática poderia pôr o incauto na mira da Inquisição.
o pêndulo Os modernos rabdomantes têm um grande débito para com os romanos. Foram eles que aprimoraram a arte da datilomancia ou rabdomancia pelo pêndulo. No Colégio dos Áugures, em Roma,2 ensinava-se a técnica de deslizar anéis em cordões para adivinhar respostas. Daí o termo datilomancia, de dactylos, que significa "dedo". Embora, como se viu, a varinha seja a ferramenta universal da rabdomancia de campo, o pêndulo apresenta certas vantagens no trabalho em interiores. Talvez se possa mesmo dizer que ele permite muitas atividades rabdomânticas que a varinha não consegue executar com idêntica proficiência. Foi um professor da faculdade de Medicina de Estrasburgo, Gerboíno, quem "inventou" o pêndulo rabdomântico em 1798. Fez experiências com os movimentos pendulares em diferentes metais durante cerca de dez anos, publicando os resultados em 1808.
A HISTORIA
DA RABDOMANCIA
E DA RADIESTESIA
127
Na senda do trabalho de Gerboíno, dois cientistas famosos, André-Marie Ampere3 e Michel-Eugene Chevreul,4 tentaram determinar se os movimentos do pêndulo eram controlados pela visão e a força muscular. Nenhum era praticante e suas conclusões foram negativas. Chevreul aventou que os movimentos eram todos subconscientes e não o resultado de radiação captada pelo pêndulo. Mas houve pesquisadores que não concordaram com Chevreul. Um deles, F. de Briche, ex-secretário-geral do Loiret, construiu um aparelho engenhoso em 1838. Consistia de uma moldura de madeira que enquadrava um pêndulo. O operador só fazia contato real com o pêndulo tocando o cordão com um dedo. Acreditava de Briche que esse simples toque bastava para energizar o pêndulo e fazê-Io responder. Em 1851, Rutter de Brighton inventou outro aparelho experimental que chamou de "magnetoscópio". Seu objetivo era isolar o pêndulo de todo contato direto. Partiu da premissa de que os movimentos pendulares ocorriam em virtude do magnetismo animal e natural, duas áreas muito em voga na época. Nessa altura, entrou em cena o barão Von Reichenbach.5 Diletante em ciência, leu sobre os trabalhos de Rutter e viajou para Brighton a fim de discutir com ele o fenômeno do pêndulo. De volta a casa, passou a construir aparelhos cada v~ mais complicados para estabelecer a natur~ da atividade pendular. E concluiu: "Os corpos são cercados por uma espécie de atmosfera cujos efeitos podem ser determinados e medidos - atmosfera que os mortais comuns não conseguem vislumbrar, mas que atua direta e concretamente sobre eles." Muitos dos primeiros trabalhos do século foram realizados na França. Como já dissemos, deve-se ao padre Alexis Bouley o termo "radiestesia". Ele e outro clérigo, o padre Alexis Mermet, adestraram inúmeros radiestesistas nessa arte, pouco antes da Primeira Guerra Mundial. Mermet, em particular, tornou-se famoso e atraiu clientes de todas as partes do mundo. Seu livro Princípios e Prdtica da Radiestesia figura como a obra-padrão sobre o assunto. A maior contribuição de Mermet foi a descoberta de meios para quantificar as respostas do pêndulo, quando antes só se confiava em resultados qualitativos do tipo sim/não. Concebe-se facilmente que a radiestesia tenha encontrado inúmeras aplicações no campo da saúde. Aqui, destaca-se o nome do Dr. Albert Abrams. Talvez se possa considerá-Io o verdadeiro pai da radiestesia e da disciplina afim da radiônica ou "eletrônica". 6 O Dr. Abrams utilizava ao mesmo tempo o pêndulo e um aparelho elétrico para diagnosticar problemas de saúde a distância.
128
MEDICINA
PSIONlCA
Radiônica
Nas vésperas da Primeira Guerra Mundial, o Dr. Abrams percebeu que, ao examinar uma pessoa com câncer no lábio, podia detectar uma área dura à percussão no abdome do paciente. Coisa incrível: isso só acontecia quando o paciente se voltava para o oeste! O Dr. Abrams concluiu que o fenômeno se devia a algum efeito radiativo e à interação com o campo magnético da Terra. Nos anos que se seguiram, ele pesquisou a fundo o tema da radiestesia e desenvolveu um método instrumental para medir a radiação de diferentes estados patológicos. Inventou e patenteou uma Caixa Preta que era capaz de fazer "diagnósticos radiativos". Chamou a esse instrumento reflexofone. Como seria de esperar, o meio médico ortodoxo zombou de suas descobertas e pretensões. Abrams tornou-se um homem amargurado e morreu no maior desapontamento. Na Grã-Bretanha, um médico homeopata, Dr. William Boyd, examinou a Caixa Preta de Abrams e concebeu sua própria máquina, a que deu o nome de emanômetro. Embora não acreditasse em muitas das alegações de Abrams, também ele obteve interessantes resultados que o convenceram da existência de alguma coisa real no âmbito da nova disciplina da radiônica (como veio a ser chamado o estudo da instrumentação elétrica em radiestesia). No que lhe diz respeito, seus achados foram perquiridos por uma comissão dirigida por lorde Horder. O veredicto da comissão foi favorável, mas ela considerou incompreensível o mecanismo operacional. Esses resultados apareceram no British Medical Journal de 1924. Entrementes, prosseguia na França a pesquisa do tema. Turenne, engenheiro e radiestesista competente, foi o primeiro a obter amostras preparadas de vários órgãos do corpo. As chamadas amostras de Turennl iriam tornar-se ferramentaspadrão do trabalho radiestésico. Antoine Bovis foi outra personalidade curiosa que pesquisou muito com o pêndulo. Ele acreditava a tal ponto em sua habilidade de radiestesista que considerou desnecessária a verificação científica daquilo que descobrira. Sua contribuição é mais relevante para a radiônica do que para a Medicina Psiônica, mas ainda assim estimulou em muito o trabalho de outros profissionais. A obra de Abrams foi retomada nos Estados Unidos por Ruth Drown, quiroprática e sua ex-assistente. Ela retirou os circuitos elétricos das máquinas e só utilizava a energia natural do corpo para obter informações diagnósticas e indicações terapêuticas. Mas sua declaração de que os aparelhos podiam mesmo "difundir" tratamento lhe causou problemas. Em 1951, depois de duas décadas de prática bem-sucedida e profícua, ela foi presa por fraude e charlatanismo. Ordenou-se a destruição de seu equipamento.
A HISTORIA DA RABDOMANCIA
E DA RADIESTESIA
129
Nos anos de 1960, o uso de máquinas radiônicas foi banido e declarado ilegal nos Estados Unidos. Após curto período de detenção, Ruth Drown sofreu dois derrames e faleceu em 1966. Contudo, a pesquisa nos países socialistas e no Reino Unido prosseguia. George de Ia Warr, o mais destacado entre os primeiros profissionais e pesquisadores da matéria na Grã-Bretanha, fabricou uma câmera radiônica aparentemente capaz de fotografar o corpo energético a partir de uma gota de sangue. Em 1960, George de Ia Warr também foi vítima de uma ação judicial. Mas conseguiu livrar-se de todas as acusações de fraude e má-fé. Infelizmente, o juiz pontificou que a validade científica do método radiônico não podia ser comprovada. Continuando a investigar novos processos radiônicos, o pesquisador morreu subitamente de um ataque cardíaco, em 1965. Malcolm Rae foi o próximo grande estudioso do assunto na Grã-Bretanha. Entre suas invenções, contam-se máquinas radiônicas e potencializadores homeopáticos mais sofisticados. O trabalho do falecido Dr. David Tansley,8quiroprático, elevou a radiônica a um plano -literalmentesuperior, pois analisou não apenas o corpo físico, mas também o corpo sutil do homem.
o advento
do método psiônico9
Na década de 1930, o Dr. Guyon Richards, homeopata, trabalhava em Londres aplicando as técnicas de Abrams. Com a guerra, porém, seu consultório foi bombardeado e ele perdeu todo o equipamento radiônico que ali instalara. Viu-se, pois, obrigado a recorrer ao pêndulo e à régua.1o Aliciando outros médicos que exploravam o mesmo território, o Dr. Richards teve papel decisivo na fundação da Sociedade Médica para o Estudo da Radiestesia,lI em 1939. Foi seu primeiro secretário e, mais tarde, presidente. A maior parte das experiências de Guyon Richards está registrada em seu livro The Chain o/ Life [A Cadeia da Vida]. Faleceu em 1946. Um dos membros-fundadores da Sociedade foi o Dr. George Laurence. Após uma produtiva e variada carreira, ele abandonou a clínica geral e devotou-se ao estudo da radiestesia. Desejava, principalmente, descobrir as causasbásicasda doença. Laurence fora bastante influenciado pelos primeiros trabalhos de McDonagh e sua Teoria Unitária da Doença (ver Capítulo 7). Notou que, recorrendo à faculdade radiestésica, corroborava o conceito de que as moléstias são acima de tudo conseqüência de desequilíbrio ou aberração protéica e que só se pode alcançar a cura se esse problema for sanado. Sentiu-se atraído também pela Teoria Miasmática das Doenças Crônicas de Hahnemann. Viu que a detecção, identificação e eliminação dos miasmas eram
130
MEDICINA
PSIONICA
necessárias no tratamento dos males crônicos e na prevenção de danos futuros. Indo além, constatou a existência de miasmas adquiridos ou toxinas represadas de infecções adquiridas, como os chamou. (Esse conceito ampliou-se, é claro, para incluir várias outras infecções, metais, radiações, etc. - ver Capítulo 6 sobre miasmas e toxinas, pelo Dr. Farley Spink.) A homeopatia foi a modalidade terapêutica que Laurence achou mais conveniente para a correção do desequilíbrio protéico. Acreditava ele que funcionava em virtude da "essência vital" específica - Vis Medicatrix - de cada remédio, a qual lhe dava eficácia no nível supra-sensível onde se localizava o problema do paciente. As obras de Rudolph Steiner12 representaram o toque final para Laurence. Ele se abeberou, sobretudo, na concepção steineriana da constituição quádrupla do homem: os corpos físico, etérico e astral, além do ego. A tese da Força Vital, advogada por Hahnemann, foi reafirmada e tornou-se o fulcro de seu pensamento. O Dr. Aubrey T. Westlake também aderiu à Sociedade Médica para o Estudo da Radiestesia em 1942, após ter realizado inúmeras pesquisas por conta própria. Ele e Laurence iriam trabalhar juntos por muitos anos. Com efeito, em 1964, Westlake visitou Laurence para anotar os métodos de diagnose e tratamento que ele desenvolvera. O material foi posteriormente publicado na Practical Dowsingde 1965 com o título "A Técnica de Laurence para o Diagnóstico e o Tratamento Psiônicos" . Um aspecto fundamental do método era o emprego do Diagrama Triangular - o Diagrama de Laurence -, que no dizer de Westlake "oferece meios de determinar radiestesicamente o equilíbrio de forças entre três fatores: a amostra de sangue do paciente, a amostra da doença (em geral, uma Turenne) e o remédio homeopático ou outro qualquer. Temos aqui, pois, uma base firme para a aplicação prática da Medicina Psiôruca, que também se mostrou eficiente no adestra. " mento e no enSlllO . Em 1968, já havia pesquisas e interesse suficientes para se pensar numa Sociedade Médica Psiônica. A agremiação era constituída por renomados médicos e dentistas, além de associados e patrocinadores leigos. Havia, na época, cento e vinte membros. O Dr. George Laurence foi eleito presidente, o Dr. Aubrey Westlake, vice-presidente, e o Sr. Carl Upton, primeiro-secretário. Em 1975, nascia o Instituto de Medicina Psiônica com o objetivo de prover instrução e assegurar apoio duradouro a médicos e dentistas conceituados. O Sr. Carl Upton foi seu primeiro secretário e o Dr. Gordon Plint, seu primeiro decano.
A HISTÓRIA
DA RABDOMANCIA
E DA RADIESTESIA
131
A Sociedade Médica Psiônica e o Instituto de Medicina Psiônica
A Sociedade Médica Psiônica, como já vimos, foi fundada em 1968. É uma instituição com responsabilidade social que visa disseminar a aplicação do sistema. Podem integrá-Ia pacientes, profissionais de saúde e pessoas genuinamente devotadas ao assunto. A Sociedade reúne-se todos os anos para que os membros possam conhecer outros pesquisadores e pessoas interessadas, aprendendo mais sobre o tema com conferencistas convidados. Ela edita artigos ocasionais e o anuário Journal o/ the Psionic Medical Society 6- the Institute o/ Psionic Medicine (JPMS6-IPM).
O Instituto de Medicina Psiônica representa o corpo profissional, responsável pela pesquisa e adestramento nos métodos da Medicina Psiônica. De momento, apenas médicos, dentistas e veterinários qualificados podem ser membros ou bolsistas, devendo todos fazer um curso oficial de treinamento. A época da redação deste livro, três pré-requisitos eram necessários antes do treinamento: 1. Formatura em Medicina, Odontologia ou Veterinária, com registro no Reino Unido (ou seu equivalente no estrangeiro). 2. Bom acervo de conhecimentos de homeopatia. 3. Talento para a rabdomancia. A competência no uso do pêndulo é imprescindível, de sorte que a British Society of Dowsers (Sociedade Britânica de Rabdomantes) dispõe-se a treinar os profissionais interessados antes de eles se dedicarem a seus afazeres médicos. O treinamento exige que o candidato freqüente o curso do Instituto de Medicina Psiônica, onde um instrutor pessoal o familiariza no manuseio dos diagramas e amostras. Em seguida, o estudante passa ao diagnóstico de casos e, após demonstrar proficiência na análise psiônica, começa a assistir pacientes (sempre sob supervisão pessoal). Há um prazo mínimo de aprendizado, mas não máximo, pois a própria natureza da análise psiônica é tal que as pessoas raramente levam o mesmo tempo para aprimorar a habilidade necessária. Depois de tratar não menos que cem casos (ainda sob supervisão do instrutor), pode o candidato submeter à banca examinadora uma tese baseada em pesquisa original no campo; a seguir, faz uma prova que cobre todos os temas do currículo da Medicina Psiônica. Após completar satisfatoriamente o curso de treinamento e sair-se bem tanto na tese quanto no exame, o candidato recebe seu diploma de Membro do Instituto de Medicina Psiônica (Member of the Institute of Psionic Medicine, MIPsiMed).
132
MEDICINA
PSIONICA
Notas 1. Continuarei usando a expressão "radiestesia médica", pois só com a obra de George Laurence é que o termo Medicina Psiônica passou a ser usado. Parece que ele o cunhou em 1962. 2. O imperador Cláudio (Tibério Cláudio Druso Nero Germânico, 10 a.C.-54 d.C.), sobrinho de Tibério, tio de Calígula e conquistador das Ilhas Britânicas em 43 d.C., era áugure oficial. Os áugures eram funcionários romanos muitíssimo respeitados (o Colégio dos Áugures consistia originalmente apenas de patrícios, mas a lei Ogulniana de 300 d.C. permitiu o acesso de cinco plebeus e quatro aristocratas, depois quinze, em caráter vitalício). Sua função era decifrar presságios e prodígios, para em seguida colher os augúrios. Eles "liam" o tempo, o vôo dos pássaros, o modo como se alimentavam as galinhas sagradas, o comportamento dos quadrúpedes e o movimento do dedo anular (dactilomancia). 3. André-Marie Ampere (1775-1836), físico francês que propôs a teoria do magnetismo como resultado de correntes elétricas moleculares. A unidade da corrente elétrica traz o seu nome: ampere (amp). 4. Chevreul usou um anel de ferro suspenso de um fio como pêndulo-padrão. 5. O barão Karl von Reichenbach, físico alemão, nasceu em Stuttgart. Enriqueceu graças às fundições que instalou na Morávia. Descobriu a parafina e o creosoto. Sustentou a existência do agente imponderável, que chamou de Od e acreditava estar disseminado pela natureza (ver adiante). Entre suas obras principais, contam-se: Pesquisas Geológicas na Morávia (1834), Pesquisas sobre Magnetismo (1842) e Odische-Magnetische Briefe (1852).
6. Radiônica é o nome dado ao uso de aparelhos eletrônicos combinados com a faculdade radiestésica a fim de se obter um diagnóstico e difundir o tratamento ao paciente. 7. As amostras de Turenne eram fornecidas em caixas de quarenta unidades e consistiam de um pó misturado com amido em pequenos frascos. Amostras representando as várias doenças que acometem o homem estavam também disponíveis. Ver Vernon D. Wethered, The Practice o/Medical Radiesthesia (C. W Daniels). Hoje, as amostras são fornecidas em doses homeopáticas, usando-se um único comprimido ou certa quantidade de grânulos num frasco. A potência é normalmente 12c, embora às vezes seja necessário utilizar outras para diferentes níveis energéticos. 8. O falecido David Tansley, quiroprático e especialista em radiônica, escreveu uma série de livros nos anos de 1970 e 1980 que revolucionaram o pensamento radiônico. Fortemente influenciados pela filosofia oriental e pelas obras esotéricas de Alice A. Bailey, constituem leitura fascinante, embora um tanto difícil. 9. Essa seção foi extraída do livro Psionic Medicine, de Reyner, Laurence e Upton (Roucledge & Kegan, 1974, 2ª ed., 1982), e do artigo 'The Origins and History of Psionic Medicine", por Aubrey T. Wesclake, que é a reprodução de uma palestra de fim de semana proferida no Instituto de Medicina Psiônica, junho de 1977. 10. A régua era o instrumento radiestésico mais comum na prática antiga. Guyon usava uma de 1,20 m - exatamente o comprimento do tampo de sua escrivaninha!
A HISTORIA
DA RABDOMANCIA
E DA RADIESTESIA
133
11. A Sociedade Médica para o Estudo da Radiestesia funcionou de 1939 a 1975. Em 1942, com a chegada do Dr. Aubrey Westlake, a agremiação contava com 34 médicos e 15 associados
(só profissionais
formados
eram admitidos).
12. Rudolph Steiner (1861-1925) foi um educador e místico alemão. Inicialmente adepto do Movimento Teosófico de madame Helena Blavatsky, afastou-se em 1913 para fundar sua própria "Sociedade
Antroposófica".
cia em diversas áreas do pensamento: dicina.
educação,
A obra de Steiner teve grande influênarquitetura,
arte e, obviamente,
me-
Rabdomancia Prática A prdtica, excelente mestra que é, ensinou-me muitas coisas. -
Plínio, o Moço (62 d.C. -113 d.C.)
A
sistemática - radiestesia - como subsídio à pesquisa científica ou à rabdomancia pelo pêndulo é prática antiqüíssima, mas anova, sua aplicação diagnose médica pode ser considerada comparativamente segundo vimos no último capítulo. No pêndulo em si, não há nenhuma força especial. Trata-se apenas de um instrumento cômodo cujo valor depende inteiramente da sensibilidade do operador. Se não fosse assim, o pêndulo reagiria sem o contato físico do rabdomante. O pêndulo é, com efeito, um meio simples de amplificar e tornar perceptíveis certos impulsos de caráter biomédico, ativados no praticante por seus sentidos paranormais. Esse movimento funciona como resposta ideomotora ou reação muscular inconsciente. 1
Como o próprio nome sugere, o pêndulo consiste de um peso ou prumo suspenso por um fio ou corrente fina. O formato não importa, desde que se consiga manipulá-Io com facilidade e ele oscile livremente sobre o "campo" em exame. O comprimento de cerca de 10 cm é ideal, e o prumo pode ser de qualquer material: vidro, plástico, cristal ou madeira. Usa-se também o metal, mas julga-se mais conveniente optar por uma substância inerte. O peso é questão da preferência de cada um. Quando leve, o pêndulo dará resposta mais rápida, mas com risco de sofrer a influência das correntes de ar ou do tremor da mão; uma peça pesada será lenta em responder. Julga-se adequado um peso de 10 g. A forma do pêndulo é também questão de preferência, embora uma extremidade afilada ou aguda atue como um ponteiro natural. A forma esférica pode confundir quando se trabalha com diagramas (sobre os quais discorreremos adiante neste capítulo); entretanto, uma corrente curta presa à base do prumo dará indicações mais claras. 134
RABDOMANCIA
PRÁTICA
135
Movimentos pendulares
Existem três movimentos básicos, a saber: 1. A oscilação simples para a frente e para trás, usualmente, mas não necessariamente, aproximando-se e distanciando-se do operador. 2. A rotação no sentido dos ponteiros do relógio. 3. A rotação inversa. São esses movimentos e suas combinações que fornecem as respostas às perguntas apresentadas, mas não há normas rígidas nem fáceis. Cada qual precisa aprender, por seu próprio esforço, a interpretar os movimentos. A reação que apontará a um rabdomante determinada situação poderá sugerir a outro exatamente o contrário, daí a necessidade de estabelecer, por tentativas, o padrão individual que com a prática se revelará consistente. Questionamento
mental
Antes de colocar o pêndulo em operação, deve o rabdomante ter em mente a pergunta que deseja elucidar. Essa pergunta tem de ser direta e expressa nos termos mais simples possíveis. Qualquer ambigüidade provocará o mais das vezes respostas equívocas e inconclusivas. Ao formular a pergunta, não deverá haver preconcepções na mente do rabdomante. A sugestão e a predisposição confundem a faculdade rabdomântica e geram dados sem nenhum valor. Por isso os testes "arranjados" para satisfazer à curiosidade, convencer os céticos ou apenas dar espetáculo têm de ser evitados a qualquer custo. O rabdomante sério jamais tolera semelhantes imposições, de vez que qualquer coisa para além da pergunta pura e simples com que ele está às voltas anulará os resultados e invalidará a operação. Ora, essa superimposição é inevitável nas circunstâncias enumeradas. Como obter respostas por meio da rabdomancia
O primeiro passo é aprimorar a própria capacidade, devendo-se começar com alguns experimentos simples. Sente-se confortavelmente à mesa, com uma folha de papel em branco à frente. Pouse na folha um lápis ou caneta; segure o pêndulo delicadamente entre o polegar e o indicador (ou o médio) sobre o centro do objeto, com a mão e o braço inteiramente descontraídos. É conveniente, a princípio, firmar o cotovelo na mesa para evitar o tremor. Faz-se necessário, com efeito, que o corpo e a mente estejam relaxados, embora no começo a descontração mental seja mais difícil. O operador não deve esperar nenhuma reação especial, mas estar pronto para uma resposta - pois, se achar que nada vai acontecer, essa mesma atitude bloqueará o processo.
MEDICINA
136
PSIONICA
Breve, o pêndulo começará a oscilar ao comprido
do lápis. Deixe que a oscila-
ção se acelere um pouco e, a seguir, deslize a mão para uma das extremidades lápis, onde o pêndulo outra extremidade
passará a girar lentamente.
do lápis, o movimento
do
Se a mão avançar então para a
rotativo reverterá à oscilação até o pên-
dulo alcançar a outra ponta, onde de novo girará, mas dessa vez em sentido inverso. No princípio, o aparelho levará algum tempo para responder. Comece com um comprimento
de 10 cm; mas, se o resultado for negativo, tente alterar um
pouco esse comprimento brirá o comprimento
em qualquer direção. Experimentando,
você logo desco-
mais adequado às suas exigências e, com a prática, o pêndulo
se porá a oscilar quase imediatamente. Todavia, se ainda não houver resposta, pare e tente mais tarde: talvez você não esteja descontraído o bastante. De qualquer modo, faça tudo sozinho, outros o distrairá.
pois antes de desenvolver
Não é necessário preocupar-se
a habilidade
a presença de
com os motivos desse comportamento,
finalidade do exercício consiste simplesmente
na aquisição da proficiência
pois a básica.
Em termos muito simples, todo objeto físico é uma condensação local do campo etérico, que flui através dele. Com isso, o pêndulo tende a alinhar-se por si mesmo; nas extremidades,
porém, o campo ultrapassa os limites e espalha-se em todas
as direções, provocando esmiúçam
pacientemente
assim o movimento essa distribuição
giratório. Alguns expoentes da arte de campo, mas para a finalidade
temos em mira isso nem é necessário nem desejável. O pêndulo, apenas respondendo Mesmo
quando
à pergunta:
que
com efeito, está
"Há aqui algum objeto?"
obtiver uma resposta, não insista no experimento
por um
período muito longo, já que isso estimula a tendência a desejar o comportamento do pêndulo, coisa muito fácil e responsável por indicações espúrias. Genuínas são as reações inconscientes
iniciais, devendo
portanto
duração, mas repetido a intervalos freqüentes com a prática, a intervalos cada vez menores. Outro
motivo
alterar-se. Exemplo:
para não prolongar se o pêndulo
o experimento
ser de curta
até que as reações se manifestem,
o teste é que o ritmo tende por si só a
estiver girando sobre uma amostra,
depois de
certo tempo passará a oscilar e, findo um período igual, reverterá à oscilação na direção oposta. O número de balanços em cada modo depende da substância em exame, o que alguns rabdomantes utilizam para obter informações específicas. Aqui, pode-se ignorar esse ponto, mas fique claro que ele é capaz de confundir principiante
o
se o teste durar muito tempo.
Outra armadilha que espreita o principiante
é a repetição. Quando
duvida de
uma leitura, ele se sente propenso a reproduzir o processo inúmeras vezes. Isso tem de ser evitado, porquanto rabdomântica.
induz uma condição mental que perturba
a faculdade
As primeiras leituras são as mais confiáveis se a mente estiver lúcida
RABDOMANClA
e a pergunta
for precisa. Havendo
PRÁTICA
inconsistência
137
ou confusão, todas as respostas
serão suspeitas e o melhor é adiar o trabalho para quando as condições mentais e outras forem mais favoráveis. Como perguntar Agora você poderá começar a usar o pêndulo simples. Suspenda-o lor) e imprima-lhe
para obter respostas a perguntas
sobre uma moeda de cobre de qualquer procedência
(ou va-
uma rotação. Com a mão livre, toque uma segunda moeda
(idêntica) como testemunhd
e observe o que acontece. A seguir, repita o experi-
mento com uma testemunha
diferente -
por exemplo, um objeto de aço (canive-
te, etc.) ou uma peça (autêntica) de prata - e de novo observe a reação. Com um pouco de prática, verá que no primeiro caso o pêndulo deixará de girar e começará a balançar para a frente e para trás na direção da testemunha, no segundo não alterará seu comportamento. pergunta
inconsciente:
mas
Essa é, na verdade, uma resposta à
"São do mesmo material os dois objetos que aqui estão?"
Sabe-se, é claro, que tal é o caso das duas moedas idênticas; porém, com uma testemunha de material diverso, inexiste afinidade e o pêndulo não modifica seu movimento, indicando assim a resposta "não". Entretanto, se o experimento for repetido com uma moeda inglesa moderna de "pratà' como testemunha
-
por exemplo, de cinco pence ou um dime -,
o
pêndulo balançará de novo na direção da testemunha,
indicando que as duas moedas
são do mesmo material -
não são. Eis aí um exemplo
coisa que, obviamente,
significativo da indagação livre, porquanto
nas duas moedas predomina
o cobre, e nessa medida elas têm de fato constituição guntar mentalmente:
"Estas moedas são de composição
similar; contudo,
realmente se se per-
idêntica?", o pêndulo não
se desviará, dando de modo claro a resposta "não". Aprenda, assim, a ser específico e claro nas perguntas verbalmente na esfera mental.
que fizer. Formule-as
Como encontrar água Encontrar
água é um aspecto destacado e bastante conhecido
para o candidato
a médico rabdomante,
da rabdomancia;
e,
uma fonte utilíssima de experiência. Tal-
vez o teste mais simples seja suspender o pêndulo sobre um jarro de água e, após o início da oscilação, observar seu comportamento
subseqüente.
Como variante do
exercício, o pêndulo pode primeiro ser deslocado um pouco para um dos lados do jarro e em seguida passar para o outro. Repare em qualquer alteração no balanço dutante o processo. Depois de se provocar
uma reação visível à presença da água, novos testes
devem ser feitos sobre um cano ou calha, para maior familiarização
com o com-
138
MEDICINA
PSIONICA
portamento do pêndulo. Daí em diante resta só um passo para a aplicação elementar da técnica, que é encontrar água: ou seja, a localização de poços e lençóis subterrâneos ou ocultos em outros lugares quaisquer. Notar-se-á algumas vezes que o pêndulo não dá resposta no início da operação. Isso se deve a uma série de razões, sendo uma das mais comuns a distância entre o pêndulo e o objeto em estudo. Ao iniciar a prática, mova-o lentamente para cima ou para baixo, aumentando ou diminuindo a distância do objeto até obter a resposta. Temos aqui um exercício valioso porque, sob diferentes condições de velocidade de fluxo, profundidade e conteúdo químico ou bacteriológico, o pêndulo refletirá discrepâncias de intensidade ou velocidade de balanço, as quais poderão, ao fim, revelar-se indicadores valiosos no trabalho médico. Rabdomancia
em tecidos vivos
Deparamo-nos agora com uma série de possibilidades para o principiante que já se familiarizou um pouco com o pêndulo e seu comportamento. Agora, podemos examinar de que modo o aparelho reage aos tecidos vivos. Mantenha o pêndulo sobre um dos punhos levemente cerrado e observe o balanço. Faça o mesmo com alguém do sexo oposto. Absorvida a lição desse exercício simples, esfregue discretamente as costas da mão e atente de novo para a reação do pêndulo. Repita durante meia hora mais ou menos, sempre de olho nas possíveis alterações do comportamento do pêndulo. Em seguida, poder-se-á ampliar a investigação observando as reações a várias partes do corpo. Provavelmente, o operador notará que o balanço varia não só para cada parte como para cada tecido e órgão doente ou saudável. É claro, porém, que a interpretação desses dados exige considerável experiência. Será muito proveitoso avaliar também a vitalidade dos objetos da natureza. Com o pêndulo suspenso sobre o item em apreço, consegue-se determinar o tipo e o caráter do balanço, daí extraindo informação de grande valor. Mas, de novo, cumpre formular as perguntas com a máxima exatidão. É possível fazer avaliações qualitativas com qualquer tipo de material. No teste simples com um punhado de sementes de flores antes de plantá-Ias, uma fruta ou um legume antes de comê-Ios, obtém-se um parâmetro fascinante e proveitoso da vitalidade. Em nossos tempos de alimentos fracos, o teste poderá revelar-se um ótimo subsídio para a saúde. Pode-se descobrir se determinado alimento é bom ou não para uma pessoa. Um dos métodos (com a pergunta já em mente) consiste em balançar o pêndulo por alguns instantes sobre as costas da mão, a fim de provocar uma reação característica, e depois mover a mão lentamente no rumo do alimento. Qualquer mu-
RABDOMANCIA
PRÁTICA
139
dança no balanço dirá se o item alimentar em questão é inócuo ou decididamente prejudicial, dependendo tudo, é óbvio, da convenção interpretativa estabelecida pelo operador. Outro método é simplesmente apontar com o indicador da mão livre o artigo a ser testado e observar o balanço, depois de fazer a pergunta. Substâncias venenosas também podem ser aquilatadas da mesma maneira, mas não convém confiar muito nesses testes quando ainda não se tem sólida experiência como médico rabdomante. Introdução de medidas
Até aqui, ocupamo-nos de exercícios destinados a familiarizar o principiante com as respostas pendulares típicas, e bem assim com as perguntas diretas que só requerem um "sim" ou um "não". Na rabdomancia médica, contudo, e principalmente nas técnicas da Medicina Psiônica, exigem-se também indicações quantitativas. A experiência do rabdomante terá de incluir o diagnóstico comparativo, além do grau e localização dos processos patológicos. Recorrer-se-á ao pêndulo para trabalhar com duas ou mais testemunhas. Convém ainda introduzir dispositivos que registrem o grau do desvio pendular a partir de um ponto de equilíbrio ou norma. Os mais usados são réguas para mensuração linear e diagramas indicadores de desvios angulares. Examinaremos dois desses dispositivos. O primeiro será a régua, fácil de confeccionar. Pegue uma tira de madeira de 100 cm de comprimento e faça marcas com intervalos de 1 cm, numerando-as de 50-0-50. Assinale a metade esquerda com +50 e a direita, com -50 (Figura 10). Procede-se aos exercícios colocando testemunhas na extremidade direita ou esquerda (sobre o número 50), depois do que balança-se o pêndulo para um e outro lado ao longo da régua. O movimento será normalmente horizontal, mas o pêndulo encontrará por fim um ponto em que o balanço se tornará vertical à régua. Chama-se a isso ponto de equilíbrio e é dele que se obterá a informação desejada. Você poderá começar depositando uma amostra do seu próprio cabelo sobre o número -50. Em seguida, faça o pêndulo oscilar sobre o fio e mova a mão ao longo da régua. Determine então o ponto de equilíbrio e não se esqueça de fazer de cada vez uma pergunta específica, como por exemplo "Onde se localiza o meu ponto de equilíbrio?"
Figura 10
MEDICINA
140
PSIONICA
Depois, coloque uma pequena amostra de alimento no zero e repita o processo, começando de novo pelo fio de cabelo. Pergunte: "Que efeito terá sobre mim este alimento?" Se o alimento for benéfico para você, o ponto de equilíbrio se situará no segmento positivo. Se for neutro, o ponto de equilíbrio será o mesmo obtido por seu fio de cabelo. Se for ruim (sensibilidade ou mesmo alergia), a leitura será negativa. Agora, alterne a experiência colocando a amostra de alimento em +50 e o fio de cabelo novamente em -50, fazendo o pêndulo oscilar por sobre cada um deles; isso o ajudará a enfocar as duas testemunhas. Em seguida, percorra a régua para determinar o ponto de equilíbrio do cabelo (você) e do alimento. A posição do ponto de equilíbrio no segmento negativo ou positivo vai lhe dizer que conseqüências o alimento terá para seu organismo. Esse experimento básico poderá ser repetido para remédios, para alguns metais e drogas homeopáticas. Uma excelente lição para o principiante será o teste com os Florais de Bach.3 Nada mais fácil que descobrir quais desses fármacos são recomendados para você mesmo ou outras pessoas; e é muito instrutivo notar como a seleção dos remédios certos varia com o estado mental dos envolvidos (inveja, cólera, impaciência, etc.). O outro recurso é o diagrama circular-triangular preceituado pela técnica de Laurence-Upton da Medicina Psiônica. Ele consiste de um círculo inscrito num triângulo, conforme ilustrado na Figura 11. O raio do círculo tem 5 cm; o lado
40
30 20 10 00 10 20
30
40
60
60
70
70
80
80
90
90
100
100
110
110
120
120
140 150 160 170 180 170 160 150 140 Figura 11
RABDOMANCIA
PRÁTICA
141
maior do triângulo, 30 cm; e, a partir do centro do círculo, traçam-se diversas linhas radiais com intervalos de 10°. Depois de desenhar essa figura em papel branco ou cartolina, você poderá dedicar-se a vários exercícios. Primeiro, coloque uma moeda de dois pence no ângulo direito do triângulo e, no esquerdo, um pedacinho de fio de cobre. Balance o pêndulo de um lado para o outro sobre o centro do círculo, ao longo da linha vertical que divide o vértice do triângulo, e deixe em seguida que ele tome seu próprio curso. Constate o grau de qualquer desvio para a direita ou a esquerda. Em seguida, inverta as posições da moeda e do pedaço de cobre, colocando a primeira no lado esquerdo e o segundo no lado direito. Observe de novo o desvio. Agora, repita o exercício com um fio de seu cabelo colocado no ângulo direito do triângulo e uma amostra de alimento, no esquerdo. Procure testar também remédios homeopáticos ou Florais de Bach, dispondoos no ângulo esquerdo e anotando os resultados. Lembre-se, porém, de fazer mentalmente uma pergunta clara enquanto trabalha. Tente ainda colocar um terceiro objeto ou substância perto do vértice do triângulo. Insistimos em que os exercícios acima não passam de um meio conveniente de aprender a usar o pêndulo em conjunção com o diagrama. Entretanto, o princípio é fundamental para as técnicas diagnósticas utilizadas na Medicina Psiônica. Os exercícios porão o principiante em contato com a arte da rabdomancia e ajudá-Io-ão a alcançar certa facilidade no manejo do pêndulo. O interessado deve registrar suas reações a fim de estabelecer um padrão coerente de resposta. Depois, excogitará por si mesmo diversas extensões e modificações para ampliar sua experiência e coordenar suas conclusões. Nessa altura, será possível aprimorar ainda mais a faculdade - mas, para tanto, sobretudo na esfera da rabdomancia médica, é necessário procurar instrução especializada. Notas 1.
2.
3.
No teste radiônico, a percepção inconsciente parece ser transmitida por intermédio do sistema nervoso autônomo. Na radiestesia, o sistema nervoso central seria estimulado, provocando a resposta ideomotora inconsciente. "Testemunhà' é o nome dado à amostra de um material conhecido ou a um espécime (geralmente, na escala homeopática) de órgão, tecido ou remédio. São mantidos quase sempre em frascos separados para pronto uso com diagramas psiônicos. O conjunto de 38 remédios cobre a maioria dos estados emocionais negativos. Pessoas há que passam por cerca de cinco ou seis desses estados, de sorte que descobrir os remédios apropriados para elas pode tornar sua vida bem mais tolerável.
A Abordagem Psiônica TOlte Causam ("Procura a Causa') -
Lema da Sociedade Médica Psiônica
O
tentar aliviar sintomas de doenças, o profissional psiônico luta para deslema resume da Medicina Psiônica. Em vez de apenas cobriracima a causa ocultaa missão do problema. Essa busca vai mais fundo que a usualmente realizada pela medicina ortodoxa, onde o objetivo da anamnese é atinar com um rótulo diagnóstico. Não satisfeita com detectar no paciente uma artrite reumatóide, por exemplo, a abordagem psiônica procura retroagir à causa do distúrbio ocorrido no campo psi pessoal, que provocou aberrações bioquímicas, funcionais e estruturais nos sistemas imunológico e osteomuscular - aberrações que geraram o conjunto de sintomas diagnosticado como artrite reumatóide. Determinadas a causa e a natureza dos desequilíbrios, o próximo passo cifra-se em definir o melhor tratamento. Na maioria dos casos, o item básico da terapia será uma medicação homeopática, usualmente reforçada por recomendações dietéticas e outras igualmente apropriadas. O método-padrão usado (e ensinado) pelo Instituto de Medicina Psiônica é a técnica analítica de Laurence-Upton. Conforme veremos, ela se vale do pêndulo, do diagrama de Laurence-Upton, de uma amostra do paciente e de um conjunto de testemunhas. Perturbações do campo psi pessoal
O campo psi pessoal é ao mesmo tempo informacional e organizacionaL Contém tudo o que aconteceu à pessoa e podemos chamá-Io, em essência, de alma. Como vimos no Capítulo 4, ao falar dos Corpos Sutis, encerra o pensamento, os campos emocionais e o corpo etérico. Nos níveis mais profundos, conecta-se com o inconsciente coletivo e o campo morfogenético da espécie, sendo possivelmente influenciado pelos campos kármico e aquisitivo. Também se enlaça ao corpo físico por meio de diversos mecanismos tênues (os sistemas de chakras e de meridianos, 142
A ABORDAGEM
PSIONlCA
143
o contato direto etérico-físico) e interage com as proteínas do corpo. Representamos isso como uma projeção ou raio pessoal (ver Figura 7, Capítulo 4).
o aspecto informacional • • • • • •
do campo contém: O acesso ao inconsciente coletivo com seus simbolismos e arquétipos A informação comum à espécie A informação kármica (possivelmente) Os caracteres adquiridos, tanto herdados quanto pessoais As emoções A mente - consciência e inconsciente pessoal
o aspecto organizacional • • •
do campo consiste de: Sistema chákrico Sistema de meridianos Contato direto etérico-físico
•
Mente -
consciência e inconsciente pessoal
Tudo isso controla e organiza o corpo físico, graças ao que: • A mente e os campos emocionais conseguem atuar sobre o corpo físico ao longo de rotas psiconeuroimunológicas • A bioquímica celular é afetada • As funções dos tecidos, órgãos e sistemas são afetadas • A estrutura física sofre mutações patológicas De fato, pode produzir um efeito de escoamento segundo o nosso modelo da pirâmide da medicina (Figura 12).
FISIOLOGIA
BIOQuíMICA ANATOMIA
Figura 12
144
MEDICINA
PSIONICA
Nesse ponto, vale conceber o campo psi pessoal antes como uma esfera do que como um raio. Dentro
do campo -
como as camadas de uma cebola ou, talvez
mais apropriadamente,
como os envoltórios
de uma pérola -,
toda experiência,
trauma, miasma ou toxina são registrados. (unha o leitor em mente que, no interior do campo, a disposição não é em camadas; nós fornecemos aqui apenas um modelo exp/icativo tridimensional) Quando os mecanismos mas imunológico desativam-nas
auto-reguladores
e homeostático)
ou "expelem-nas".
entram
da pessoa (sua "mente", seus sisteem choque
com essas entidades,
Elas são relegadas ao passado. Na realidade, po-
rém, o evento (seja ele experiência, trauma, miasma ou toxina) continua a exercer seu efeito no sentido de que contribui para a natureza dinâmica geral do indivíduo. Nos termos do nosso modelo, convém imaginar o campo todo como dotado de vibração compósita, cada evento apresentando uma vibração ou perturbação particular. Quanto menor o problema, menor a vibração - portanto, menor a sua influência na "vibração" do campo psi como um todo. Algumas camadas são de trato mais difícil que outras. Considerando-se capacidade
de "vibrar" em desarmonia
funcionamento
com o campo, às vezes perturbam
do campo psi e, mesmo, afetam gravemente
o modo como ele
opera e organiza o corpo físico. A energia das camadas próximas paralisá-Ias, impedi-Ias de agir, operando
sua
o bom
só consegue
assim como uma capa de proteção.
Mas
quando retomam a atividade e começam a vibrar fora de ritmo, seus efeitos (que podem tanto estimular quanto inibir, no sentido funcional) se manifestam por todo o campo, prejudicando o corpo etérico, o campo emocional e o campo intelectuaL Isso, é claro, reduz a vitalidade geral do campo. Em seguida, os efeitos se transmitem ao corpo físico por intermédio
de conexões sutis, quando então a pessoa tem
a percepção de não estar bem. Examinemos 1.
alguns exemplos:
Alta vitalidade sem distúrbios (Figura 13). Nessa situação, a pessoa apresenta alta vitalidade, sem que os miasmas e toxinas causem problemas. está "equilibrado", de modo que as conexões sutis funcionam duo se sente saudável.
2.
O campo psi
bem e o indiví-
Vitalidade moderada com distúrbio ligeiro (Figura 14). Nessa situação, a vitalidade foi reduzida em virtude da ação de um miasma entranhado. É uma condição crônica preocupante.
Exemplo:
miasma tuberculoso
causador de pro-
blemas como insônia ou enxaqueca. 3.
Vitalidade moderada com distúrbio ligeiro e baixa resistência (Figura 15). Nessa situação, uma toxina como a do alumínio
é adquirida,
ções mantidas
por outra camada de evento. Um
sob controle
e bloqueadas
produzindo
perturba-
A ABORDAGEM
PSIONlCA
145
CONEXÕES SUTIS
SENSAÇÃO
DE BEM-ESTAR
Figura 13
PROBLEMA
CRÕNICO
PREOCUPANTE
Figura 14
A ABORDAGEM
145
PSIÓNlCA
CONEXÕES SUTIS
SENSAÇÃO
DE BEM-ESTAR
Figura 13
PROBLEMA
CRÔNICO
PREOCUPANTE
Figura 14
146
MEDiCINA PSIONICA
CAMADA
DE ALUMíNIQ-.-PROBLEMA
PREOCUPANTE,
SOMENTE
MAS SOB CONTROLE
PROBLEMAS
UMA NOVA INFECÇÃO
LEVES
DEBILITA
A RESISTÊNCIA
CAMADA
DE ALUMíNIO
NÃO
ESTÁ BEM CONTIDA
OS PROBLEMAS
SE AGRAVAM
A CAMADA
DE ALUMíNIO
A CAMADA
DE CONTENÇÃO
DISTÚRBIO
GRAVE
OS SINTOMAS
Figura 15
VENCE
PIORAM: QUADRO
GRAVE
A ABORDAGEM
PS10N1CA
147
novo problema, como infecção intestinal ou constipação gástrica, provoca uma queda de resistência que enfraquece a camada de bloqueio e permite à toxina do alumínio causar um distúrbio mais grave. Isso poderá resultar em irritação dos intestinos ou em padecimento inflamatório local ainda mais sério. 4. Resistência baixa devida a terapia supressora (Figura 16). Vê-se isso com freqüência no quadro clássico de eczema e asma. Quando o eczema é tratado com terapia de supressão (pomadas esteróides, por exemplo), observa-se um efeito aparente de dispersão e melhoria da pele. No entanto, após essa "lua-demel", manifesta-se de súbito a asma. E isso acontece porque as toxinas causadoras da asma já não estão sendo contidas, de vez que a supressão enfraqueceu a camada de bloqueio. Os pacientes geralmente concluem que a doença "recolheu" e agora se manifesta sob outro aspecto.
TOXINAS INATIVAS ASSOCIADAS
COM:
SARAMPO ASMA ECZEMA
ECZEMA ATIVO
APARENTE SEGUIDO
Figura 16
DISPERSÃO
DO ECZEMA
DE SURTO DE ASMA
MEDICINA PSIONICA
148
o tratamento
com antibióticos é, sem dúvida, uma poderosa terapia supressora, pois eles destroem as bactérias que o paciente traz consigo. Um artigo em número recente do British Medical Journal (BM./) informa que apenas 10% das células de nosso corpo têm realmente origem humana. No contexto do campo psi, isso significa que milhões e milhões de micróbios, com seus respectivos campos psi, estão incorporados ao campo psi de cada um de nós. Exterminar determinada quantidade desses micróbios pode ter efeito significativo no campo psi pessoal. Portanto, os antibióticos não são simples drogas que possamos tomar ao acaso: seu uso deve ser claramente indicado, pois seus efeitos são de longo alcance. 5.
Vitalidade baixa com várias camadas agitando-se umas às outras para provocar distúrbio moderado ou grave (Figura 17). Nessa situação, muita coisa pode acontecer, dependendo das toxinas presentes e da área do indivíduo por elas
DIVERSAS
CAMADAS
QUE SE AGITAM, SÓ CONTIDAS
PROVÁVEL
DISTÚRBIO
COM DIFICULDADE
GRAVE OU MODERADO
Figura 17
A ABORDAGEM
PS10N1CA
149
visada. Às vezes resulta em condições degenerativas, distúrbios auto-imunológicos ou problemas emocionais e psicológicos sérios. Isso geralmente acontece no caso da toxina sifilítica, que costuma agitar outras. 6. Vitalidade baixa e reação em cadeia (Figura 18). Nessa situação, uma toxina entranhada pode começar a agitar-se. Algumas parecem fazer isso espontaneamente, em diferentes épocas da vida, presumivelmente com relação à vitalidade da pessoa no momento. O distúrbio pode ser grave a ponto de vencer as camadas de contenção exteriores, forçando-as a agitar-se a fim de produzirem seus próprios sintomas e moléstias. Então, uma camada afetará outra, e assim por diante, numa espécie de reação em cadeia. Sobrevém em seguida a crise e tudo parece ir de mal a pior em rápida sucessão. Isso costuma ocorrer quando um miasma entranhado como a gonorréia entra em atividade.
TOXINA ENTRANHADA
PROVOCA
AGITAÇÃO
EXTERNA
CAMADAS
DE CONTENÇÃO
PRODUZINDO
SE AGITAM,
NOVOS SINTOMAS
REAÇÃO EM CADEIA PROVOCA DISTÚRBIOS
GRAVES
Figura 18
MEDICINA
150
7.
Baixa vitalidade
PSIONICA
e desencadeamento de doença que resultam em colapso (Figu-
ra 19). Essa situação pode ocorrer quando uma sucessão de toxinas e miasmas produziu
distúrbio
sencadeamento
moderado,
a que o paciente
de uma doença enfraquece
reagiu. Mas então o de-
a camada de contenção,
tinha tudo sob controle, e a conseqüência
que man-
é a crise grave. O efeito é tão pode-
roso que o campo quase entra em colapso, recorrendo à energia vital ainda disponível para enfrentar o problema. Multiplicam-se os bloqueios nas conexões sutis e a pessoa fica num estado de total depauperamento.
Esse é um dos
prováveis mecanismos da síndrome da fadiga crônica. Os modelos acima são destinados apenas a ilustrar a forma pela qual os distúrbios ou falhas no campo psi pessoal podem manifestar-se
como doenças. Cumpre
enfatizar, porém, que não existe um mecanismo-padrão graças ao qual a pessoa adoece. Cada indivíduo é único, como únicas são a sua saúde e a sua doença. Assim também,
embora falemos de "camadas",
como um esquema para facilitar a compreensão.
apresentamo-Ias
unicamente
As camadas, como tais, não exis-
tem no sentido tridimensional, mas podem existir, talvez, como "padrões de interferência" no interior da estrutura holográfica do campo. A técnica de Laurence-Upton Como
o leitor já sabe, a Medicina
rabdomântica
Psiônica utiliza a faculdade
radiestésica
ou
a fim de contatar o campo psi pessoal do paciente. Faz isso atentan-
do para os movimentos do pêndulo suspenso sobre uma amostra de sangue ou cabelo, isto é, amostra da proteína do cliente. Essa proteína, embora já separada fisicamente
do indivíduo,
continua
pois, fornecer-nos
informação
sobre Interconexão
nos Capítulos
a fazer parte de seu campo psi pessoal. Pode,
energética
naquele mesmo momento
A técnica em si foi primeiro desenvolvida atualizou
com a assistência de Carl Upton -
Upton. Ambos os pesquisadores
(veja seção
1 e 4). por George Laurence, que depois a daí o nome técnica de Laurence-
sabiam muito bem como deveriam praticá-Ia e ensiná-
Ia, de modo que convém agora deixar Carl Upton explicar suas próprias idéias: As técnicas da Medicina Psiônica envolvem, por um lado, bons conhecimentos e experiências no campo da medicina ortodoxa e, por outro, a capacidade de operar com amostras e testemunhas apropriadas, segundo regras e padrões geométricos preciosos, a fim de introduzir a mensuração na avaliação dos resultados. A técnica exige, em essência, a formulação mental de perguntas específicas extraídas dos dados clínicos conhecidos sobre a história médica do paciente e suas queixas atuais. Para essasperguntas, as respostas que oprofissional qualificado obterá virão sob
A ABORDAGEM
151
PSIONlCA
DIVERSAS CAMADAS SÃO CONTIDAS
SE AGITAM E SÓ
COM DIFICULDADE,
ENTÃO OCORRER
DISTÚRBIOS
O DESENCADEAMENTO ENFRAQUECE
COLAPSO TOTAL
Figura 19
GRAVES
DA DOENÇA
A CAMADA DE CONTENÇÃO
CRISE GRAVE
BLOQUEIO NAS CONEXÕES SUTIS
PODENDO
152
MEDICINA
PSIÓNlCA
a forma de reações indicadas pelo pêndulo seguro em sua mão, usado para os desvios de norma com referência a um diagrama apropriado. Um requisito bdsico é a proficiência em anatomia, fisiologia, patologia, bacteriologia e farmacologia, além de experiência prdtica no assunto. Acrescentem-se a isso os primeiros princípios da medicina e da cirurgia, juntamente com elementos de psicologia: assim, o operador poderd equacionar na mente a formulação necessdria ao exercício da faculdade rabdomântica. Uma série de coordenadas, se sepode dizer desse modo, tem de ser inicialmente estabelecida, o que depende em muito da experiência do profissional. Issoposto, afaculdade rabdomântica estard capacitada a responder em termos significativos, que serão entendidos com relação aos dados clínicos observados e à história do paciente. Se, em medicina ortodoxa, o diagnóstico é interferencial, segundo normas padronizadas tanto na memória intelectual quanto na literatura de referência, de sorte que as conclusões lógicas são indiretas, a medicina psiônica chega a conclusões imediatas e diretas, que se originam de outra dimensão do conhecimento. Quando se utilizam referências padronizadas, como nos procedimentos diagnósticos tradicionais, não é dificil estabelecer normas definidas de procedimento; mas quando a diagnose exige sensibilidade individual, nenhum texto serd capaz de reproduzir isso adequadamente. Na verdade, qualquer tentativa de agir dessa maneira poderd conduzir a noções equivocadas e, conseqüentemente, a distorções que sem dúvida prejudicarão o bem-estar do paciente e a reputação do clínico. Eis o motivo pelo qual as técnicas da Medicina Psiônica só podem ser ensinadas, verbal e pessoalmente, por um profissional qualificado. Recomendam-se os exercícios simples do Capítulo 10 aos médicos, dentistas e veterindrios interessados em iniciar-se na prdtica do pêndulo. Entretanto, a aplicação dos conhecimentos adquiridos terd de pressupor as técnicas específicas de diagnose da Medicina Psiônica e de seleção de remédios, obtidas pela instrução pessoal. Talvez devêssemos enfatizar que as técnicas da Medicina Psiônica só devem ser ensinadas depois que o candidato se mostrar hdbil no uso do pêndulo. De igual modo, o praticante que não tiver experiência e conhecimento médico bdsico não inieiard ainda seu aprendizado.
As restrições ao aprendizado da técnica de Laurence-Upton estão de fato inscritas no regimento do Instituto de Medicina Psiônica. Essas normas são uma salvaguarda para o público, não um instrumento de nepotismo. O problema consiste em que o processo não é nada fácil. Podemos compará10 à pescaria num buraco no gelo (Figura 20). Assim como o pescador capta inúmeras sensações por intermédio da linha, indicando sacudidelas ou mordidas vigorosas de peixes de diversos tamanhos e a diferentes profundidades, o pêndulo pode sugerir todo um leque de possibilidades. Ser proficiente, aqui, significa fazer perguntas argutas e bem-formuladas - motivo pelo qual se considera imprescindível um bom acervo de conhecimentos médicos, odontológicos ou veterinários.
A ABORDAGEM
PS10N1CA
153
I I
1.~----
---" _.._--ç... .•-:_'-~
---i----. _ Figura 20
Conseqüentemente, dado que o ensinamento deve ser pessoal, só poderemos descrever a técnica em termos genéricos. E é o que faremos. Mas ainda assim será possível cobrir com proveito muitos dos princípios envolvidos, para o leitor ter uma idéia consistente do assunto.
o diagrama
de Laurence-Upton,
amostras e testemunhas
Já abordamos esse tema no Capítulo 10. Por convenção, as leituras do lado direito do diagrama são consideradas negativas e as do lado esquerdo, positivas (Figura 21). A amostra do paciente (usualmente uma gota de sangue ou um fio de cabelo) fica em geral no ângulo direito do triângulo, enquanto testemunhas' de vários tipos são colocadas no ângulo esquerdo. Um conjunto de diagnóstico psiônico padrão consiste pelo menos de duzentas amostras separadas de DNA, RNA, células e material celular, tecidos, órgão, sistemas, espécimes patológicos, microorganismos, parasitos, venenos animais, vegetais e minerais, etc. Após balançar sobre cada ângulo, a fim de "captar" seu efeito, o pêndulo deverá ser posto a oscilar ao longo do eixo zero, registrando-se enquanto isso qualquer desvio angular. Cartões múltiplos ensejam uma abordagem sistemática que facilita o processo diagnóstico e aponta quais testemunhas devem ser utilizadas. Por fim, uma leitura total do desequilíbrio de forças será obtida ao longo do eixo horizontal (num traçado que lembra a cruz céltica), convidando à reconciliação (ou reequilíbrio) graças à introdução de força apropriada (os remédios) na base do eixo vertical.
154
MEDICINA
PSIONICA
40 30 20 10 00 10 20 30 40
70
70
80
80
90
90
100
100 110
110
140
150
150
120 130 140
160170 180 170160
POSITIVO
NEGATIVO
40 30 20 10 00 10 20 30 40
60 70
70
80
80
90
90
100
100
110
110
120 130 140
130 140 150160170
170160150
Figura 21
A ABORDAGEM
PSIONlCA
155
A tríade criadora Mencionemos,
em especial, três testemunhas:
RNA. Novamente,
o DNA
tem a fUnção de trammitir
fUndamental
proteínas ou aminoácidos,
convém deixar Carl Upton discorrer sobre a importância
DNA e delas:
infórmação genética. A proteína é o material
de que são feitos os tecidos do corpo. E o RNA age como um catalisador
que une os dois anteriores num todo vivo. Assim, nos termos da tríade criadora, parece que o DNA fórnece expressão da fórma, a proteína a substância do padrão genético e o RNA o veículo do atributo vital. Se se usarem testemunhas obtidas do DNA, do RNA e dos aminodcidos, elasprontamente darão infórmações relativas aos três aspectos bdsicos do organismo genético, dinâmico e bioquímico. Desequilíbrios qualitativos em qualquer desses componentes da vida total do organismo podem ser detectados e avaliados com a ajuda de outras testemunhas e de escalas de memuração apropriadas. A Medicina Psiônica enfatiza a necessidade de estabelecer, antes do início do tratamento, a causa principal dos sintomas. Fique claro então que a infórmação no nível genético comtitui a primeira exigência, pois ali se estabelece o padrão que afetará a estrutura jlsica e produzird as anormalidades,
ou seja, o estado mórbido. É nesse nível
que se deve levar em conta os miasmas herdados, fruto da experiência patológica dos ascendentes (os mais comum são os da tuberculose, sífilis e grupo sicótico). Nesse ponto é que costumam aparecer os sintomas crônicos das doenças, sem relação com o ambiente. Temos então a fase diagramdtica, que determinard a fórma da estrutura orgânica composta basicamente por material protéico. A melhor testemunha é o DNA. Graças à infórmação obtida pela andlise psiônica e às potências homeopdticas da ordem dinâmica correta, os distúrbios miasmdticos dos padrões genéticos podem ser corrigidos. Aqui, é sem dúvida necessário sublinhar que os sintomas resultantes de determinado miasma quase nunca têm relação com os associados à doença original do ascendente, que lhes deram origem genética. Por exemplo, o miasma tuberculoso é respomdvel por vasta gama de sintomas, inclusive os de asma, eczema, enxaqueca, diabete, cdrie dentdria, doença de Hodgkin e muitas outras moléstias ditas incurdveis, que envolvem diversos órgãos e sistemas. A proteína e outras substâncias afim, extraídas do ambiente sob a fórma de alimento, fórnecem a base material - o segundo aspecto. Deficiências ou md qualidade refletem-se na substância celular e costumam precipitar os sintomas. Também podem afetar a vitalidade. O estado dos órgãosjlsicos e as condições ambientais desempenham importante papel nesse níveL A testemunha que se utiliza é coletada dos aminoácidos e seus congêneres. As alterações qualitativas, que influenciam os processos de fabricação e manutenção comtantemente atuantes nas células, prendem-se àsfórças vitais. Aqui, a testemu-
156
MEDICINA
PSIONICA
nha melhor é o RNA. Tais mudanças ocorrem o mais das vezes depois da incidência de
f
infecções agudas ou da aplicação de suas vacinas correspondentes. São conhecidas em
(
Medicina Psiônica como toxinas adquiridas, que também predispõem a sintomas aparentemente sem nenhuma relação com a infecção. Pode-se removê-Ias homeopaticamente. Não raro, as toxinas adquiridas afetam padrão genético e suscitam uma predisposição crônica semelhante à provocada peÚJsherdados. Talvez seja por meio de algum mecanismo
desses que se estabelece a cadeia
miasmática. Na prática, descobriu-se que as toxinas adquiridas costumam aparecer quando se usa o DNA como testemunha, especialmente se todos os miasmas já foram removidos. Permissão A questão da permissão é um princípio
ético fundamental.
Só se pode contatar o
campo psi de uma pessoa se ela o consentir. Isso quer dizer, na verdade, permissão em diferentes níveis. Em primeiro
lugar, a análise só é feita a pedido. Quase sempre a solicitação
parte do próprio terapeutas
paciente,
mas podem
fazê-Ia também
parentes,
tutores
ou
(no caso de animais, os donos). Porém, uma vez obtida a autorização
verbal ou tácita, a pergunta que ocorre durante a análise propriamente ou menos):
dita é (mais
Será licito analisar esta amostra do paciente? Se a resposta for afirmativa, pergunta-se
algo assim:
Poderei ajudar estepaciente? A Medicina Psiônica ajudará este paciente? Estou qualificado para tratar deste paciente? Devo cuidar deste paciente agora? Essas perguntas são extremamente ciente da pessoa, seu eu superior,
importantes
porque permitem
expressar opiniões.
ao incons-
Mas pode suceder que as
respostas a todas elas sejam negativas. Nesse caso, talvez convenha renunciar à análise, de vez que não houve autorização. A experiência dos profissionais é quase unânime em asseverar que, sem permissão, malsucedida ou, mesmo, leviana. Tais situações costumam
qualquer
tentativa de assistência será
ocorrer em presença de doenças graves, quando o eu
superior da pessoa haja decidido, por alguma razão, não ser esse o tratamento deseja nem o de que necessita. Pode ser difícil para o paciente,
os parentes
que ou
mesmo o médico, mas tal desejo tem de ser respeitado. Muitas vezes, é claro, as respostas serão afirmativas, sem que por isso se indique necessariamente
a Medicina
Psiônica: nesse caso, um questionamento
mais
A ABORDAGEM
PSIÚNICA
157
pormenorizado revelará que o paciente, na ocasião, se sairá melhor com a terapia ortodoxa, a acupuntura ou outro método qualquer. Pescaria no gelo ou sondagem de profundidade Dissemos acima que o processo lembra a pescaria no gelo. E essa parece mesmo uma boa metáfora, pois o profissional psiônico não trabalha com visão direta do paciente e tem de usar a faculdade paranormal da rabdomancia (orientada por uma série de perguntas apropriadas) para "sentir" que direção tomar. Ele precisa distinguir as diferentes "mordidas" que capta e escolher as de maior significação no momento. Embora, como explicamos, várias técnicas sejam empregadas para revelar onde se localiza um problema (nas esferas física, etérica ou emocional), nem tudo é tão simples assim. Tal como o pescador precisa ser sensível à profundidade - sondáIa, digamos -, o profissional tem de determinar o nível onde se acha o problema ou aquele em que são provocados efeitos graves, moderados ou leves. Consideremos um problema no corpo físico. Pode tratar-se de uma toxina que esteja afetando o sistema corporal inteiro ou apenas um órgão, um tecido ou mesmo uma entidade subcelular como a mitocôndria. A questão é que ela só pode ser detectada em certos níveis energéticos, encontrando-se os demais em condição normal ou incólumes. Trata-se então de saber para onde olhar, o que procurar e estar pronto para o inesperado. Quatro etapas O esquema básico da abordagem, tal qual concebido por Laurence, consiste de quatro etapas:
1. A identificação de miasmas herdados, resultantes de doença infecciosa aguda nos pais ou outros ascendentes. Segue-se a isso a determinação do grau e da distribuição dos efeitos do mias ma ou miasmas nos sistemas, órgãos e tecidos. 2. A identificação do colapso tóxico ocorrido em conseqüência de moléstia infecciosa adquirida ou ourras causas dinâmicas no paciente. Faz-se a seguir a mesma determinação do grau e da distribuição. Uma vez completos o diagnóstico e a análise, seleciona-se psionicamente o remédio correto indicado para neutralizar as emanações tóxicas identificadas. 3. Os efeitos nas funções sistêmica e orgânica, ora afetadas devido às alterações protoplasmáticas, têm de se determinados. Convém levar em conta ainda, clínica e psionicamente, os demais aspectos da situação. De igual modo, consideram-se a toxemia residual grave, os microconstituintes e as deficiências minerais ou de sais de tecidos2 (bem como sua má utilização) ao prescrever
MEDICINA PSI0NlCA
158
novas drogas, quando necessárias. Tal procedimento é realizado geralmente por etapas, atentando-se primeiro para os sistemas mais importantes. Não se pode proclamar a cura antes da restauração completa do equilíbrio funcional em todos os níveis. 4. Nessa altura, é necessário dar atenção à dieta e outros fatores ambientais, inclusive os desvios psicológicos que não responderam à eliminação das toxinas biológicas. Pode ser que eles estejam prejudicando o paciente e ameaçando-o sob a forma de futuro envolvimento com doenças infecciosas agudas. Abertura
A Medicina Psiônica é, essencialmente, um processo de abertura pelo qual se encontram as chaves certas (remédios) que irão anular os miasmas ou toxinas "trancafiados" no campo psi da pessoa. Se se escolhem as chaves erradas, a fechadura não se abre e nada se consegue. Em geral, com a eliminação da toxina ou miasma, o paciente se sente melhor e os sintomas arrefecem. Mas às vezes há um agravamento dos sintomas da doença ou de problemas passados. Não duram muito, porém. Aqui, o recurso ao modelo da cebola para figurar as camadas do miasma ou toxina é útil para a compreensão dos efeitos dos remédios. Cada camada representa uma toxina ou miasma e constitui, na verdade, uma memória compósita de doença ou trauma anterior, no indivíduo ou num ascendente. Vale notar que uma camada pode encerrar diferentes memórias compósitas. A palavra "memórià' é importante porque, neste contexto, apresenta três tipos que se impõe considerar. São eles: Memória psicológica- Essa se localiza no campo do pensamento. Ao ser liberada, o indivíduo se lembra de algo que aconteceu no passado, possivelmente em associação com a época de origem da toxina. Não raro, manifesta-se como evocação de pessoas ou lugares e, mesmo, como um sonho vívido. Memória emocional- Localiza-se no campo emocional. Quando liberada, o indivíduo é tomado por uma emoção pura, mas freqüentem ente sem nenhuma associação com a memória psicológica. Apenas sente irritação, cólera, depressão, medo, ciúme ou qualquer outro tipo de emoção que esteja "trancafiadà'. Memória corporal- Essa é uma memória do corpo etérico, transmitida ao corpo físico graças ao contato etérico-físico. Tudo se passa como se o próprio corpo recordasse a agressão física do trauma ou da doença, embora de forma diferente. Por exemplo: o sítio anatômico de uma infecção passada, que é registrado no
A ABORDAGEM
campo psi como toxina, conservará
uma lembrança.
costuma, assim, suscitar uma lembrança ria corporal no intestino
PSIONlCA
159
Uma toxina estreptocócica
física na garganta; ou pode haver memó-
de uma toxina de constipação
não raro, preservam lembrança
gástrica. As articulações,
corporal de lesões passadas. Efetivamente,
é como
se a parte física alimentasse a recordação do problema, sendo capaz de revocá-Ia a fim de produzir sintomas ou sinais. Quando a chave certa é utilizada para libertar uma toxina, a pessoa pode ter a experiência das memórias emocional, ou corporal.
psicológica
Muitas vezes (mas nem sempre) a toxina sob tratamento
é a mais
superficial, de sorte que o paciente costuma vivenciar uma recorrência da condição mais recente (de forma bastante reduzida) junto com outros sintomas pendendo do fato de as memórias "trancafiadas" . As Figuras 22 e 23 ajudarão remédio homeopático
é comparado
emocional
a compreender
e psicológica melhor
estarem
de-
ou não
isso. Na Figura 22, o
a uma bola de críquete que atirássemos a uma
poça de água. A superfície da água lembra o campo energético. O remédio produz um efeito de encrespamento dispersivo. Detritos vêm à tona e também se dispersam. A certa altura, dado que o remédio vibra em consonância
com as camadas de
toxina (e esse é apenas um modelo do que realmente acontece, lembre-se o leitor), o encrespamento
libertará a toxina. Essa é constituída
na (nem sempre, porém -
em geral pela camada exter-
cada caso exige análise individual,
cessidades únicas e, portanto,
REMÉDIO
tratamento
pois apresenta ne-
personalizado).
HOMEOPÁTICO
CAMADA
EXTERNA
DE CONTENÇÃO
A ATIVAÇÃO HOMEOPÁTICA EFEITO DISPERSIVO
PROVOCA
E L1BERADOR Figura 22
160
MEDICINA
PSIONICA
MEMÓRIA
EMOCIONAL
p. ex., ciúme, cólera, depressão, ansiedade -
sem acionamento
óbvio, mas relacio-
nada a uma emoção passada
MEMÓRIA
PSICOLÓGICA
p. ex., vislumbres
do passado, lembranças
súbitas ou sonhos vívidos com pessoas, acontecimentos traumas MEMÓRIA
e experiências
antigas ou
CORPORAL
p. ex., dor, respiração difícil, alteração funcional, -
urticária
sem nenhum acionamento
relacionada
óbvio, mas
a sintoma ou condição física
anterior
A ATIVAÇÃO HOMEOPÁTICA DISPERSIVO E L1BERADOR
PROVOCA EFEITO
Figura 23
Na Figura 23 a camada é destrancada e vemos de que modo os três tipos de memória podem ser liberados.3 De fato, esse modelo explica em muitos pontos o mecanismo da Lei de Hering4, a direção da cura, que é um dos fenômenos mais citados (embora inconsistente) da homeopatia.5
Em outras ocasiões, a remoção de uma camada faz com que a próxima comece a agitar-se, significando isso que as memórias emocional, psicológica e física daquela camada podem manifestar-se em caráter transitório. Vê-se assim que as camadas lembram de perto um conjunto de bonecas russas encaixadas. Quando uma se abre, permite que as memórias (dos três tipos todas, duas ou apenas uma) aflarem passageiramente. A próxima poderá trazer sintomas muito diversos, de modo que, para o indivíduo, a progressão curativa constitui verdadeira aventura. Mas é um processo terapêutico, de vez que a capacidade natural de recuperação da pessoa é obstaculizada por essas camadas. Remova-as e o processo de cura natural começa. O número de tratamentos varia conforme as condições do paciente. Alguns indivíduos podem necessitar de apenas um, enquanto outros parecem apresentar uma sucessão de camadas que precisam ser delicadamente transpostas. No próxi-
A ABORDAGEM
mo capítulo,
PSIONlCA
161
a fim de dar ao leitor uma ligeira idéia da variedade de problemas
com que a medicina
psiônica costuma lidar, examinaremos
alguns casos que fo-
ram registrados ao longo dos anos na revista Journal o/ the Psionic Medical Society and the Institute o/ Psionic Medicine. Um resumo de Carl Upton Para entender a Medicina Psiônica, é necessário ir além das idéias convencionalmente aceitas contrário,
o que não significa que essa abordagem
apresenta incontestável
seja mera teoria. Ao
valor prático quando suas técnicas são domina-
das, como se vê pelo acervo de seus êxitos, alguns dos quais pormenorizaremos próximo
no
capítulo.
Como já por várias vezes enfatizamos, individuais, tampouco transplantes
não se recorrendo
a análise e a terapia são essencialmente
a diagnósticos
se praticam experimentos
e tratamentos
padronizados,
e
com animais. Há hoje enorme interesse pelos
e pela cirurgia com "órgãos clonados". Mas essas práticas, que susci-
tam questões morais e considerável dispêndio de recursos, humanos e tecnológicos, podem muito bem ser evitadas pela análise psiônica nos primeiros anos de vida, antes que danos irreversíveis venham a ocorrer. Similarmente,
é possível reduzir em muito a doença mental. Pela experiência
de Laurence, uma vasta percentagem herdados e toxinas adquiridas sive os remédios modernos,
-
dos casos nessa categoria deve-se a miasmas
talvez agravados por condições externas, inclu-
mas não necessariamente
provocados por elas.
Além disso, as técnicas podem ser empregadas para testar os efeitos de drogas convencionais na vitalidade individual. Também fornecem meios de avaliar a intolerância
e a sensibilidade
ao alumínio,
fluoreto,
fatores tóxicos com os quais a pessoa freqüentemente
mercúrio,
radiação e outros
mantém contato: caso este-
jam presentes, serão neurralizados. Se alguns dos recursos ora providos para a eliminação de sintomas físicos passarem a ser utilizados no estudo das causas dinâmicas das doenças, novos horizontes sem dúvida se abrirão para a pesquisa médica, levando assim a um serviço assistencial mais abrangente. Notas 1. 2.
As testemunhas psiônicas consistem usualmente em frascos de 1 g contendo tabletes ou grânulos tratados segundo determinada potência homeopática da amostra desejada. Os sais bioquímicos de tecidos são um grupo de compostos inorgânicos presentes no corpo humano e responsáveis por certas funções metab6licas. Todo um sistema terapêutico, chamado "bioquímica", foi elaborado pelo Dr. William H. Schuessler, que começou a publicar sua obra em 1837. Existem doze sais básicos desse tipo e
162
MEDICINA PSIONlCA
dezoito combinações possíveis, utilizadas no mundo inteiro como auto-ajuda. Às vezes se lhes dá o nome de "sais de Schuessler". 3.
4.
5.
Não raro, os pacientes também sentem um aguçarnento da percepção, como se ficassem mais intuitivos durante um curto espaço de tempo. Isso parece acontecer em virtude da ruptura da camada de contenção, o que facilita o acesso ao campo psi. Para a Lei de Hering, formulada por Constantine Hering, ver o Capítulo 5. Em essência, ela pontifica que a cura acontece: de cima para baixo, de dentro para fora, dos órgão principais para os secundários e na ordem inversa do surgimento dos sintomas. Um dos motivos da inconstância da Lei é, talvez, o fato de o remédio atuar de dentro para fora, como a onda da Figura 22. O fármaco escolhido terá ainda, possivelmente, um espectro de atividade mais amplo que o da toxina individual. Nesse caso, surtirá efeito positivo em outras camadas, ao abrir caminho para aquela que mais exige remoção. Assim, as memórias dos três tipos podem ser estimuladas por outras camadas além da que esteja sendo liberada.
A Medicina Psiônica na Prática A tarefa principal e única do médico consiste em devolver a saúde ao doente - curd-lo, como se diz. -
Primeiro Aforismo, Organon de Medicina, Samuel Hahnemann
Os médicos, quando descobrem a causa da doença, crêem ter descoberto sua cura. Cícero
O médico trata, a natureza cura. Quintiliano
A
brir a causa da doença e removê-Ia. As funções auto-reguladoras do indivíMedicina não é uma panacéia. 1 Seu objetivo cifra-se em descoduo - emPsiônica outras palavras, o poder curativo da natureza - estão sempre
envidando
seus melhores esforços, mas os miasmas, as toxinas e outros traumas
podem interferir no processo de várias maneiras, como vimos no último capítulo. A Medicina
Psiônica funciona como um método integrativo,
que associa alopatia
e homeopatia. Às vezes, revela-se o único método necessário; e às vezes trabalha em conjunção com outros. No mínimo, ela aliviará a carga tóxica que age como um freio sobre a autocura natural e as funções auto-reguladoras da pessoa, tornando-a mais receptiva a outros métodos. À guisa de exemplo, não é raro ver alguém que não respondeu método submeter-se
a determinado
ao psiônico e em seguida curar-se graças ao método original.
Observa-se isso, com bastante freqüência, nas queixas de dores de coluna crônicas que resistem à fisioterapia, tóxica ser removida.
à acupuntura
e às técnicas quiropráticas
até a carga
163
164
MEDICINA
PSIONICA
Perfil da prática psiônica
Pessoas dos mais variados tipos encontram o caminho para a Medicina Psiônica. A natureza da disciplina e o método de análise são tais que inúmeros clínicos tratam de pacientes vindos de todas as partes do mundo. Estes aparecem, ora espontaneamente, ora por recomendação de outros profissionais da saúde, a fim de se libertarem da carga tóxica, como vimos acima. Embora os praticantes psiônicos tendam sempre a generalizar, cada qual tem sua área de especialização e interesse. De igual modo, embora todos possam ter sido adestrados na técnica de Laurence-Upton, é provável que hajam desenvolvido suas próprias idéias, e portanto, sua maneira individual de trabalhar. Por todos esses motivos, o perfil dos pacientes tende a diversificar-se segundo o profissional. Isso posto, lancemos um olhar ao perfil genérico dos casos tratados durante um ano em uma clínica. Em primeiro lugar, as queixas (Figura 24). Vemos aí que os cânceres, a fadiga crônica, os males respiratórios, reumatológicos e gastrintestinais representam cerca de 60% do total. A taxa relativamente modesta de 6% para problemas psicológicos é talvez menor do que se imaginaria, mas convém notar que esses dados se referem às queixas apresentadas. A prática, na verdade, mostra que são muito comuns os componentes psicológicos e emocionais. Dir-se-ia até que a maioria das pessoas com má saúde acaba se sentindo ansiosa. A tabela comparativa dos sexos (Figura 25) mostra que as mulheres procuram mais o médico psiônico que os homens, mas de novo há a ressalva: o mesmo acontece na medicina ortodoxa. As queixas respiratórias prevalecem entre os homens, ao passo que mais mulheres buscam assistência por fadiga crônica e problemas de pele. Quando em presença de miasmas e toxinas encontradas na primeira análise (Figura 26), a significação dos miasmas tuberculoso e da toxina adquirida do sarampo apresenta-se imediatamente. A toxicidade por metais é causada sobretudo pelo alumínio, vindo o mercúrio em segundo lugar. Uma análise do grupo "Outros", que ocorre em 60% dos casos, deve ser mais meticulosa (Figura 27). Aqui, trata-se principalmente de toxinas bacterianas e virais adquiridas, mas encontramos também anomalias minerais e eletrolíticas, sensibilidade a estresse geopático (que inclui correntes subterrâneas, campos elétricos e problemas com telefones celulares), alergias e outros achaques. A questão da alergia é interessante porque ela nem sempre constitui a causa do mal, mas antes uma manifestação da resistência do corpo à carga tóxica. Isso muitas vezes surpreende pessoas a quem se informou que sua tendência alérgica (em geral a alimentos) é a fonte do problema.
A MEDICINA
PSIONlCA
QUEIXAS
Ginecológicas
165
NA PRÁTICA
APRESENTADAS
e urinárias
5% Dores de cabeça e neurológicas Câncer
6% Prevenção
6% Sangue e circulação
6% Fadiga crônica Hormonais
13%
6% Psicológicas
6%
Respiratórias 11% Pele 8% Reumatológicas
Intestinos
10%
9%
Figura 24
DIFERENÇAS
DE SEXO ENTRE GRUPOS
PRINCIPAIS
o Homens 10 9
• Mulheres
8 7E Q)
Cl
6 -
as
5-
Q)
~
4
rf
3
c
2 1 O
Câncer
Fadiga crônica
Pele
Figura 25
Reumatológicas Respiratórias
MEDICINA
166
MIASMAS
E TOXINAS
PSIONICA
ENCONTRADOS
NA PRIMEIRA
ANÁLISE
90 -
80·
79
70
60
50
% 40
30 20 10 o
Figura 26
Nesta altura, vale a pena considerar de que modo alguns desses miasmas e toxinas afetam a pessoa. E de novo, em parte para dar a este trecho um cunho original, segue-se o artigo de Carl Upton publicado originalmente em apêndice à segunda edição do presente livro. (NB: por bioplasma, entenda-se o campo psi pessoal.) Comentários indicações
de Carl Upton sobre o bioplasma e clínicas associadas
A ciência médica lida muito bem com os defeitos estruturais, presumindo-se comumente que os distúrbios fisiológicos podem ser curados por métodos mecanicistas similares. Com bastante freqüência; entretanto, tal tratamento só em parte se revela bem-sucedido. Um estado de indisposição às vezes persiste, não
A MEDICINA
PSIONICA NA PRÁTICA
TABELA COMPARATIVA
167
DE "OUTRO" GRUPO
OUTROS BACTÉRIA
5%
LESÕES 7%
VíRUS
ENERGIAS
18%
8%
MINERAIS 11%
VENENOS 15%
Figura 27
necessariamente na mesma forma; e quando a doença se torna crônica, deixa de responder à terapia ortodoxa. Fica claro então que certas mudanças e processos sutis estão em curso, mas escapam aos meios convencionais de detecção. Pois é justamente dessas causas profundas que a Medicina Psiônica se ocupa. Elas surgem de distúrbios nos padrões invisíveis de influências que determinam todos os tipos de manifestações físicas. Tais distorções geram inúmeros efeitos químicos e físicos, podendo por fim produzir sintomas no corpo. A existência desse padrão subjacente já é aceita no mundo científico, onde ele passou a ser conhecido como "bioplasmà'. Por sua própria natureza, o bioplasma não é observável diretamente nem percebido pela craveira da percepção e do conhecimento materiais; entretanto, sua presença e potencialidades podem ser discernidas pelos níveis mais profundos da mente, que utilizam faculdades fora do alcance dos sentidos físicoscomuns. Isso promove uma nova dimensão gnosiológica, apta a ser aprimorada pela experiência prática. Como primeiro passo, devemos considerar a relação existente entre o bioplasma e a matéria física. Trata-se, é óbvio, de uma relação entre potencialidade dinâmica e processo funcional. O bioplasma apresenta propriedades de atração, repulsão e
168
MEDICINA PSI0NlCA
memória capazes de engendrar "cristalizações", de forma e finalidade específicas, a partir de matérias-primas que o cercam no mundo físico. Assim, o bioplasma referente a determinada criatura humana elabora e preserva sua estrutura orgânica, ao mesmo tempo que influencia seu comportamento fisiológico. Somente alterações essenciais no bioplasma podem produzir modificações definitivas na manifestação orgânica externa. Parece, ademais, que escalas diferentes de tempo e espaço estão aí envolvidas, análogas talvez às diferentes órbitas com suas influências relativas. Um ciclo padrão geral engloba às vezes uma multiplicidade de ciclos subsidiários. A reprodução de células similares, contínua ao longo da vida da pessoa, representa um processo de recorrência no nível físico que reflete uma única marca do padrão bioplasmático. Isso implica que toda aberração no bioplasma pode gerar um desvio recorrente e persistente no comportamento da célula, causando sem dúvida os sintomas crônicos de má saúde. Além do mais, o ser humano não vive em isolamento - global ou organicamente. Influências recíprocas estão constantemente em ação, com resultados tanto essenciais quanto superficiais. No nível superficial, não é muito difícil determinar a relação de causa e efeito, no tempo ou no espaço. O alastramento de uma infecção aguda ou a invalidez provocada por uma lesão são fáceis de observar, mas quando se trata de processos sutis e normalmente imperceptíveis, as conexões não podem ser discernidas com a mesma desenvoltura: elas residem no bioplasma. Um estado bioplasmático afeta outro. Por exemplo, o bioplasma de uma criatura humana pode estar sendo influenciado pelo de um microorganismo; mas, em virtude das escalas de tempo e espaço diferentes, o resultado diverge bastante da associação material observável numa infecção aguda. De fato, no nível bioplasmático, costumam ocorrer alterações de natureza essencial, com resultados nãomensuráveis pelos parâmetros físicos conhecidos. Em certos casos, a influência bioplasmática sutil às vezes se estende por várias gerações, constituindo aquilo que o homeopata chama de "miasmà'. Consideráveis variações ocorrem nos padrões sintomáticos devido ao efeito de mudanças no bioplasma. Alguns estados bioplasmáticos têm longa duração. Outros são relativamente transitórios e "decaem" em questão de semanas ou meses. Pode então ocorrer o retorno à normalidade, sem que a eliminação aparente dos sintomas externos signifique, por força, uma volta da dynamis vital ao equilíbrio. Com efeito, no decorrer do tempo, um conjunto inteiramente novo de sintomas pode manifestar-se sem nenhuma razão óbvia. Só o exame do bioplasma revelará a causa. Além das influências oriundas de formas de vida inferiores, que determinam mudanças no bioplasma e, portanto, efeitos clínicos, existem influências de esfe-
A MEDICINA
ras menos materiais.
O bioplasma,
PSIONlCA NA PRÁTICA
169
por exemplo, pode ser afetado por processos
psíquicos que com a mesma rapidez produzirão
alterações no nível físico. E bem
se sabe que estados psicológicos negativos tornam o corpo muito mais vulnerável à infecção. Em contrapartida,
bons estados psicológicos conferem
dade, não se devendo considerar princípios,
certo grau de imuni-
por isso apenas as possibilidades
leis e processos envolvidos também
disponibiliza
todo um leque de influências
reconciliação
e, conseqüentemente,
podem curar. A pródiga natureza
capazes de promover
de saúde -
É evidente que a exploração da esfera bioplasmática e pessoal, nunca redutÍvel a bases rotineiras.
realizadas durante longo período já permitem ximadas entre estados bioplasmáticos
um estado de
se tais influências forem correta-
mente entendidas. Na prática médica psiônica e homeopática, desses recursos naturais.
meticulosa
negativas. Os
faz-se amplo uso
exige uma abordagem Contudo,
observações
formular algumas correlações apro-
e sintomas clínicos associados. Elas funcio-
nam apenas como um guia para as áreas de desarranjo, que depois serão examinadas pela técnica psiônica. Outra dificuldade da dynamis
é que, à falta de termos específicos para definir os estados
vital ou bioplasma,
a única opção reduz-se a nomear as manifestações
clínicas. Assim, quando se menciona
um estado tuberculoso,
não se fala de infec-
ção aguda ou bacilo, mas da condição observada do bioplasma naquelas circunstâncias. E convém notar que tal estado pode apresentar vínculos com uma série de sintomas de outro modo considerados xina refere-se, no presente contexto, manifestação clínica. Uma vez compreendido
irrelevantes. Assim, também, a um distúrbio
esse ponto, a Tabela
bioplasmático
I, contendo
a palavra toe não a uma
algumas correlações
observadas ao longo de muitos anos, fornecerá sem dúvida um caminho
viável
para possíveis áreas de pesquisa. Os "miasmas" clássicos são em geral definidos da seguinte maneira: Psora: Prurido epidérmico. sitadas.
Sycosis: Neoplasias,
ções e supurações
Distúrbio
funcional de órgão e sensações objetivas inu-
verrugas, fibromas e papilomas,
gota e osteoartrite,
inflama-
pélvicas.
Syphilis: Todas as distorções de estrutura
e função corporal. Destruição
Varizes, hérnias e má-oclusão
Desequilíbrio
dentária.
psicogênico.
de tecidos.
170
MEDICINA
PSIONlCA
Fase negativa
O distúrbio originário do enfraquecimento do bioplasma é conhecido como "fase negativà'. Difere do estado de condensação, que ocorre quando estão presentes toxinas e miasmas. Relaciona-se à hiperatividade da propriedade de repulsão do bioplasma. Os sintomas clínicos são: debilitação vital associada à superexpansão da proteína; letargia; perda de coordenação física e psicológica; dores erráticas e indeterminadas. A fase negativa costuma ocorrer em seqüência a cirurgias de porte, lesões e traumas psicológicos. Pode ser transitória, mas se o grau de desarranjo for intenso ou prolongado, persistirá por longos períodos sem que se detecte a causa. Estando presente, aumenta a possibilidade de infecção. NOTA SOBRE A FASE NEGATIVA
Essa descrição da fase negativa representa, como dissemos, o conceito de Carl Upton. Os profissionais psiônicos de hoje reconhecerão que ela dá conta do problema em parte, mas ressalvarão que tal fase é uma condição bem mais complicada do que o supunha Upton. O Dr. George Laurence observou freqüentem ente deficiência de fósforo no organismo, o que pode explicar a fraqueza geral tão característica da fase negativa e foi confirmado pelos clínicos atuais. O Dr. Gordon Flint, presidente do Instituto, também acha que, como a fase negativa mascara qualquer outro fator tóxico e bloqueia a maioria das formas de tratamento, é sempre importante fazer novos testes, quando uma terapia específica foi selecionada, para identificar a toxina oculta e combatê-Ia com armas próprias. No cenário clínico, explicando a fase negativa ao paciente, o Dr. Flint compara-o a uma pessoa à beira do abismo. Em circunstâncias normais, quando ela não sofre de vertigens, tudo bem; mas no estado negativo a névoa à sua volta é tão densa que a impede de ver a própria mão estendida e não lhe permite saber onde está a borda - exceto que está bem próxima. Em desespero, não consegue devassar a neblina para pedir ajuda, e quem poderia ajudá-Ia também não a vê. As únicas opções são: 1) ficar quieta até a névoa esfumar-se, o que certamente acontecerá, quer leve dias ou semanas e 2) esperar que um tratamento específico possa ser selecionado para afugentar as nuvens o mais depressa possível, tornando clara a localização da borda e apontando o melhor caminho para afastar-se dela, desde que evite possíveis barrancos, escarpas, etc., os quais representam out;os fatores tóxicos antes esbatidos na névoa. Quanto à hipoglicemia citada por Carl Upton, o Dr. Flint acredita que ela não seja nem uma constante nem, em si mesma, um achado diagnóstico. Valendose de seus conhecimentos de química, realizou inúmeras pesquisas sobre o equilíbrio ácido-base, que pode influenciar as taxas relativas de açúcar no sangue.
A MEDICINA
PSIÚNICA NA PRÁTICA
171
A Tabela 1 foi compilada por Carl Upton e não deve ser considerada uma lista definitiva dos miasmas e toxinas, nem de seus efeitos. Muitos ainda estão por ser descobertos,
porém
registro completo.
estes são os mais comuns
e de certa forma representam
o
Queira o leitor examinar também as tabelas do Capítulo 6, do
Dr. Farley Spink, e do Capítulo
14, do Dr. Mark Elliott.
Miasma ou toxina da tuberculose As manifestações clínicas são muitas e diferentes, incluindo: asma, eczema, enxaqueca, diabete, doença de Hodgkin, instabilidade emocional (sobretudo na infância), cáries dentárias, distúrbios glandulares e vários comprometimentos funcionais. Prevalece o temperamento calmo e artístico. Miasma ou toxina da sífilis Relaciona-se a diversas condições neurológicas e psicóticas que afetam a função nervosa e o comportamento psicológico. Aborto espontâneo, parto prematuro, infertilidade, vários desvios físicos ou comportamentais (inclusive a sÍndrome de Down), esclerose múltipla, ataxia e disfunção. Temperamento violento, agressivo, tendente à prepotência. Toxina da gonorréia Neoplasias, verrugas, fibromas, papilomas e formações tumorais são freqüentemente associados a essa condição. Osteoartrite, gota e supurações catarrais geniturinárias; prostatites. Tendência à retração e ao egocentrismo. Toxina do sarampo Problemas de pele e afecções dos tecidos cardiovasculares, membranosos e epiteliais. Quando associada ao estado tuberculoso, o que é comum, essa toxina pode agravar os efeitos clínicos e, não sendo expelida, tende a entranhar-se e tornar sua remoção mais difícil. Staphylococcus aureus As toxinas residuais podem provocar sintomas respiratórios e gastrintestinais crônicos. Sinusite, tonsilite e bronquite refratária ao tratamento convencional (quase sempre por antibióticos) indicam com freqüência a presença dessa toxina. Relaciona-se também à inflamação crônica da vesícula biliar e a outros distúrbios do sistema porta. Staphylococcus albus Problemas de pele, furúnculos e carbúnculos sugerem a presença dessa toxina. Streptococcus Condições cardiovasculares, osteomusculares e neurológicas podem estar relacionadas. Observa-se com freqüência o envolvimento das meninges e mucosas. Infecções de garganta.
172
MEDICINA
PSIONICA
Influenza Depressão (às vezes por longo período). Distúrbios respiratórios e gastrintestinais. Estados emocionais negativos, lassidão e falta de energia. Micrococcus catarrhalis Sinusite crônica, rinite. E. colí Inflamação crônica e recorrente do trato geniturinário. Cistite, males dos rins, prostatite. Colí bacilli atípicos Costumam afetar todos os sistemas, com evidência de tentativa, por parte do organismo, de expelir as substâncias tóxicas. Podem estar envolvidos os canais dos sistemas porta, geniturinário, osteomuscular, linfático e cutâneo. Esgotamento físico e mental. Febre glandular Anormalidades linfáticas e debilitação recorrente. Malária Distúrbios do sangue, debilidade, depressão e perturbações psicológicas. Desinteria amebiana Males do fígado e problemas digestivos crônicos, às vezes por longos períodos. Fraqueza geral. Poliomielite Constipação refratária. Função muscular desordenada, conducente a deformações. Instabilidade local. Alumínio Problemas cutâneos, digestivos e neurológicos. Varizes. Ulceração péptica, hérnia de hiato e esofagite. Inflamações intestinais. Vacinação Neoplasias fibrosas, tumores, verrugas. Os sítios mais comuns das anormalidades são a pele, o seio e o trato geniturinário. Paratifóide Distúrbios osteomusculares e digestivos. Coqueluche Dores crônicas no peito.
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PSIONICA
NA PRÁTICA
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SalmoneUa Problemas digestivos crônicos. Fraqueza. Herpes Zoster Dor e lesão cutânea persistentes. Fraqueza. Brucelose Má saúde crônica, afetando diversos sistemas e tornando lenta a recuperação do paciente. Parasitos internos Toxemia geral, que pode afetar qualquer órgão, produzindo irritação e fraqueza generalizadas. Parasitos tropicais Distúrbios digestivos persistentes e afecções de tecidos fibrosos em virtude de toxemia crônica. Numa escala de pH, ele descobriu que a mulher normal, de qualquer idade, parece sair-se melhor com um pH de 7,1 (derivado de teste radiestésico), ao passo que o homem situa-se de preferência no lado alcalino de pH 7,5. Os verdadeiros pacientes de ME, ao que tudo indica, apresentam 6,5 (quando podem aparecer sinais de hipoglicemia).
um substrato de pH ácido de Já as pessoas em fase negati-
va costumam operar, sem nenhuma eficiência, com um pH alcalino de 8,0. (Ver também a seção sobre "Resposta positiva ou negativà' no Capítulo 6, que trata dos miasmas e toxinas, do Dr. Farley Spink.) Casos clínicos Aqui chegados, vale a pena reservar algum tempo para examinar os tipos de condições observadas na prática psiônica e ter um vislumbre da espécie de tratamento proposto. Os casos seguintes foram colhidos em artigos publicados
na revista Journal o/
the Psionic Medical Society. Não se acham dispostos em ordem cronológica, livremente,
conforme
a queixa apresentada.
Essa opção foi deliberada
mas
porque os
casos de responsabilidade do Dr. George Laurence e do Sr. Carl Upton aparecem ao lado dos de profissionais contemporâneos. ENXAQUECA
Esta condição é extremamente
comum hoje em dia. O tratamento
consiste no emprego de meditação medidas profiláticas
quando as crises são graves e ocasionais ou de
quando se tornam freqüentes.
decem quão debilitante
ela é.
convencional
Bem o sabem os que dela pa-
MEDICINA
174
PSI0N1CA
A análise psiônica concluiu que os efeitos resultam de distúrbios miasmáticos, quer hereditários, quer adquiridos, e que graças a um tratamento adequado a doença pode muitas vezes ser permanentemente curada. Casos mais brandos seriam fruto de toxinas adquiridas ocultas. Há o exemplo de uma senhora cujas cefaléias constantes eram insuportáveis quando ela chegou aos 43 anos. A análise psiônica revelou uma toxina da malária, seqüela de uma crise durante a infância. A remoção dessa toxina promoveu a cura completa. Sr. C. ~,
57 anos
A primeira manifestação da enxaqueca, com dores de cabeça intensas, náuseas e vômitos, ocorreu aproximadamente aos 18 anos de idade. As crises, muitas vezes associadas a eventos emocionalmente penosos, em geral duravam algumas horas, respondendo à sedação leve e ao sono. Com o tempo, porém, a duração foi aumentando até alcançar uma duração de três dias, iniciando-se comumente ao despertar. Por alguns anos, as crises pareciam obedecer a uma espécie de padrão rítmico e se manifestavam quase sempre nos fins de semana. Ao que tudo indicava, certos alimentos aguçavam a suscetibilidade. Os efeitos perturbadores da doença levaram o paciente a buscar todas as formas de tratamento, na ânsia de curar-se. A medicação ortodoxa com tartarato de ergotamina e outras drogas não deu resultados, tendo ele de recorrer a sedativos fortes à base de codeína e permanecer quieto num quarto escuro. Em 1966, um diagnóstico psiônico revelou a existência de miasmas tuberculosos de dois tipos: bovino e de Koch. O tratamento durou várias semanas. Desde então, não houve mais crises características. Ocorreram algumas cefaléias ocasionais como conseqüência de períodos de estresse, mas responderam prontamente a sedativos leves. Sr. S. C. ~, 44 anos
O paciente relatou que sofria de crises freqüentes de enxaqueca há vinte e cinco anos, ultimamente várias vezes por semana. Também se queixou de cansaço freqüente. Os primeiros sinais da crise eram lampejos de um dos lados da cabeça, seguidos de dores nesse lado, enjôo e vômitos na maior parte das ocasiões. No decorrer da crise, a luz o incomodava. E a crise persistia por cerca de cinco horas. A análise psiônica revelou miasma tuberculoso duplo e desequilíbrio das meninges. Havia ainda uma toxina do sarampo. O tratamento foi iniciado com vistas a eliminar os fatores tóxicos herdados ou adquiridos, ocorrendo de pronto uma resolução de freqüência e intensidade das crises. Cinco meses depois, o paciente escreveu
A MEDICINA
PSIONICA NA PRÁTICA
175
dizendo: "Já acabei de tomar os comprimidos. Tenho o prazer de comunicar-lhe que, desde minha última carta, não sofri mais crises de enxaqueca." Sra. X.,
45 anos
A paciente tinha fortes crises de enxaqueca desde que começara a menstruar, aos 13 anos, juntamente com uma série de episódios alérgicos. Recorrera a todas as formas de tratamento imagináveis, sem obter alívio duradouro. Mostrou ser um caso difícil de tratar, porquanto a causa básica detectada eram três miasmas hereditários (inclusive o mÍl1Sma tuberculoso duplo), que resistem muito à eliminação. E, com efeito, só depois de cinco fases de terapia básica é que os miasmas puderam ser finalmente removidos. Houve agravamentos homeopáticos, mas de um modo geral os sintomas foram aos poucos se abrandando até que quatro meses após o início do tratamento, ela se achou capacitada a informar que obtivera uma vitória. O tratamento prosseguiu, intermitentemente, por mais seis meses, quando então se registrou uma melhora em todos os sentidos. Ainda teve de medicar-se por motivo de achaques sem importância, contraídos durante uma viagem ao exterior - mas a enxaqueca e os sintomas alérgicos originais são hoje coisa do passado. Sr. J. w., 20 anos
Este caso é típico de muitos pacientes de enxaqueca, tanto sintomática quanto causativamente. O jovem queixava-se de crises constantes e intensas de cefaléia e fotofobia, usualmente em intervalos semanais. A crise durava de um a dois dias, acompanhada pela náusea característica. Não havia outros sintomas de monta, afora uma alta incidência de cáries dentárias. A análise psiônica revelou o miasma tuberculoso duplo e atividade do Sycoticus coli, um organismo de fermentação não-Iáctica presente nos intestinos e usual-
mente associado ao estado catarral. Prescreveu-se tratamento para a eliminação dos miasmas e da toxina. A resposta foi rápida e os sintomas arrefeceram em poucas semanas. Pouco depois, o paciente contraiu gripe, adequadamente tratada por remédios homeopáticos, mas que levou a um curto período em fase negativa com suas sensações típicas de cansaço e depressão. Mais ou menos três meses após o primeiro tratamento para a remoção dos miasmas, alguns sintomas de padecimento nos brônquios surgiram, logo apontados como conseqüência de uma infecção por Staphylococcus aureus. Debelada a infecção, o jovem não mais necessitou de tratamento, permanecendo desde então saudável e livre de sintomas.
MEDICINA
176
SíNDROME
PSIONICA
DE RAYNAUD
Trata-se de uma condição circulatória
que afeta principalmente
as mãos, mas às
vezes também os pés. As crises são em geral precipitadas
pelo frio e o movimento
(sobretudo
casuais. Caracterizam-se
vibratório),
podendo
contudo
ser puramente
por episódios de espasmo arteriolar, que torna os dedos brancos, gelados e doloridos. De minutos
a horas, o local costuma
apresentar
sinais de cianose (na cor
azulada ou púrpura, em virtude da diminuição do fornecimento tecidos). Por fim, manifesta-se a fase de vermelhidão. Quando sÍndrome
a condição
de Raynaud
não está associada a distúrbios
de oxigênio aos
subjacentes,
chama-se
e não se observam alterações na pele. Isso é mais comum
em mulheres jovens. Quando fenômeno
a condição
se deve a algum distúrbio
oculto, dá-se-Ihe o nome de
de Raynaud. Ocorre em pessoas com distorções do colágeno, anorma-
lidades protéicas ou trauma vibracional O tratamento
ocupacional.
psiônico produz às vezes resultados espetaculares.
Srta. R. ~, 32 anos Esta mulher de ascendência
afro-caribenha
sofrera de mãos geladas a vida toda.
Não pudera praticar esportes na escola nem passava muito tempo fora de casa durante
o inverno.
Só nos meses de verão conseguia
mo então evitava nadar, pois a temperatura CrIses. Com a idade de 30 anos submeteu-se toxina da lepra herdada. Após tratamento meopáticos
de apoio, o problema
dispensar
as luvas. E mes-
das piscinas comuns podia provocar à análise psiônica, que detectou
uma
com o nosodo e alguns remédios ho-
praticamente
desapareceu.
Naquele inverno ela folgou muito em brincar na neve com o sobrinho luvas.
sem
Sr. A. S., 54 anos Este senhor precisou deixar seu emprego numa indústria desenvolvimento fumante,
de "dedo branco", um fenômeno
foi aconselhado
a abandonar
o vício -
de porte por causa do
Raynaud ocupacional.
Grande
o que fez, mas sem obter alívio
para o problema. A análise psiônica revelou a presença de uma toxina proteus adquirida. nada esta, juntamente arrefeceram.
com um miasma tuberculoso duplo herdado,
De novo graças ao apoio de medicamentos
ção desapareceu
completamente.
Elimi-
os sintomas
homeopáticos,
a condi-
A MEDICINA
ASMA E CONDiÇÕES
PSIÚNICA NA PRÁTICA
177
RELACIONADAS
A asma e o eczema vêm se tornando problemas cada vez mais comuns. Com freqüência, são condições entranhadas que exigem medicação homeopática por longo período; mas o tratamento psiônico quase sempre é bem-sucedido. M. H.,
9 anos
Este garoto vivera atormentado pela asma e o eczema recorrente desde a idade de seis meses. Só quando ele completou nove anos é que seus pais recorreram ao conselho de um profissional psiônico, que descobriu dois miasmas subjacentes TK(miasma tuberculoso de Koch) e poliomielite. Após dois meses e meio, o miasma da polimielite foi eliminado e o TK grandemente reduzido. Mas logo se descobriu também um TB (miasma tuberculoso bovino) e um pertussis (coqueluche). O tratamento prosseguiu por mais seis meses. Porém, embora o miasma da coqueluche desaparecesse prontamente e se reduzissem as leituras do TK e do TB, esses miasmas revelaram-se muito resistentes. Só depois de outros seis meses é que puderam ser eliminados. Nessa altura, o garoto desenvolveu uma infecção por staphylococcus aureus e, surpreendentemente, os miasmas se tornaram ativos por mais dois meses, antes de desaparecer por completo. Durante um ano de escola, metade do qual despendido em tratamento contínuo, sua saúde melhorou consideravelmente e ele não teve problemas. Mas, de volta à casa para as férias de verão, a asma reapareceu. Concluiu-se que isso se devia à excitação emocional e, de fato, após novo tratamento homeopático, o qual cedeu e no Natal não houve recorrência, apesar de uma epidemia de gripe que grassava na época. No ano seguinte, seu pai escreveu: "Concluo que a terapia dispensada a meu filho mostrou-se progressivamente bem-sucedida. Sua saúde é agora excelente e sua assiduidade na escola, perfeita. Ele está se saindo bem nos estudos e convive normalmente com os colegas." Este caso revela um fato importante, ou seja, que em condições crônicas renitentes um padrão residual parece persistir temporariamente, mesmo depois de removidas as causas, podendo ser acionado por fatores tóxicos ou emocionais, como aqui, em que a emoção suscitou uma crise asmática. N. T., 7 anos
Esta criança sofrera de asma praticamente a vida toda. Faltava com freqüência às aulas e inquietava bastante a mãe, que pouco podia fazer por ela. A análise psiônica revelou os usuais miasmas TB/TK juntamente com uma toxina de sarampo. Após duas séries de tratamento, sua mãe relatou que o menino
MEDICINA
178
PSIONICA
deixara de contrair resfriados e não mais tivera crises de asma, quando antes um resfriado sempre produzia ataques severos. Não mais precisou de cuidados e, segundo a mãe, a vida de ambos mudou. Sra. F. M. H., 60 anos
Esta paciente sofria de asma desde os 44 anos, com intensidade cada vez maior. Fora criança delicada, propensa a males do peito. Queixava-se de opressão respiratória e de bronquite recorrente. Relatou também constipação e aumento de cintura ao nível do diafragma. Havia catarata incipiente. Foram feitas cirurgias para a remoção da vesÍcula e do apêndice. Uma análise psiônica feita em 1968 indicou a presença do miasma tuberculoso duplo com toxinas adquiridas de infecção por streptococcus e maldria. Nova análise revelou que a paciente era sensível a alumínio utilizado na cozinha. Várias séries de remédios homeopáticos foram necessários, sendo a última em abril de 1969, quando um organismo intestinal de bacillus coli atípico se mostrou presente. Após sua remoção, a paciente relatou bom estado geral de saúde e declarou-se completamente livre tanto da asma quanto dos demais problemas do peito. A melhora foi constante. O caso ilustra a diversidade de sintomas que podem se manifestar em conseqüência da mescla de miasmas e toxinas adquiridas. Mostra também que, em certas circunstâncias, a resposta final do organismo em processo de cura produz alterações na flora intestinal. Corrigido esse problema, o caso avança para uma conclusão satisfatória. Sra. I. C.,
49 anos
Este foi um caso de dermatite crônica nos braços e nas pernas, que não respondia ao tratamento médico ortodoxo. Estavam presentes diversas formas de lesões epidérmicas, que seu clínico-geral e o dermatologista local vinham enfrentando há três anos sem nenhum êxito. Dado que essa senhora utilizava detergentes em duas tarefas domésticas, pensou-se que isso poderia afetá-Ia e recomendou-se o uso de luvas - de novo sem quaisquer efeitos. O mal parecia disseminar-se e a paciente caiu em desespero. A conselho de seu patrão, ela concordou em submeter-se à análise psiônica, que revelou miasmas herdados de sífilis e tuberculose, bem como toxinas e staphylococcus e alumínio. Prescreveu-se o tratamento homeopático adequado e a melhora foi imediata. Após três séries de remédios, as lesões desapareceram de todo e a pele voltou à normalidade. A paciente não suspendeu seu trabalho doméstico. E dois anos depois, a pele ainda se apresentava normal.
A MEDICINA
M.
PSIONICA NA PRÁTICA
179
S. R., 7 anos
Esta menina
teve sarampo
aos vinte meses e bronquite
aos dois anos de idade,
seguida mais tarde de nova crise e, um mês depois, teve pneumonia. Daí por diante esteve sujeita a episódios de asma. O mínimo cia acionar o achaque,
só aliviado por vaporizador
resfriado pare-
e xaropes broncodilatadores.
A crise durava em geral uma semana e a menina tinha muitas vezes de ser levada às pressas para o hospital. Quando beirava os sete anos, buscou-se análise psiônica mostrou
TE/TK, além da toxina adquirida princípio
outra forma de aconselhamento.
que os fatores subjacentes
de sarampo. Prescreveu-se o tratamento,
agravou a asma (agravação homeopática);
A
da doença eram os miasmas que a
mas ela logo se recuperou.
Com a seqüência da terapia, os miasmas e a toxina desapareceram,
de sorte que na
primavera seguinte, a despeito do frio que fizera no inverno, ela se sentiu livre da asma e gozou de boa saúde a partir de então. ALERGIAS
E SENSIBILIDADE
São freqüentes
AO ALUMíNIO
as afecções de pele -
Podem surgir em conseqüência resultam
de toxinas adquiridas
O alumínio vasculares,
também
gastrintestinal
cozinha, embalagens
e muitas
de condições
vezes difíceis de diagnosticar.
alérgicas, mas em
muitos
casos
das energias adversas do alumínio.
parece ter efeito deletério e nervoso,
de alimentos,
sobre os sistemas
sendo muito empregado
cosméticos,
desodorantes
cardio-
em utensílios
de
e latarias.
Sra. D. M., 40 anos A queixa, neste caso, eram manchas secas recorrentes, vezes se tornavam avermelhadas do e rápido. Havia também,
e pruriginosas.
na face, que às
O início era usualmente
inespera-
ao mesmo tempo, laceração da pele em um dos lados
das narinas, com ulceração persistente. Não se detectaram
sobretudo
O olho costumava igualmente
ser afetado.
miasmas ou toxinas associados a doença infecciosa, porquanto
já haviam sido removidos
anteriormente.
Uma nova análise, mais aprofundada,
revelou que a paciente era sensível a pêlo de gato. Assim, durante uma crise, prescreveu-se pêlo de gato potencializado
e já na segunda dose a pele sarou por com-
pleto. Semanas depois, no entanto, observou-se de novo a erupção, com características epidérmicas
semelhantes.
A dose de pêlo de gato dessa vez não funcionou.
outra análise ainda mais abrangente
indicou sensibilidade
de fato existia na casa. Atentando-se
para essa nova possibilidade,
dadoso demonstrou
que, com efeito, quando
à prímula,
E
planta que
um exame cui-
a paciente tocava a prÍmula, apre-
MEDICINA
180
PSIONlCA
sentava imediata reação dermatológica. Prescreveu-se então prímula homeopática e a planta foi removida. As queixas cessaram. Este caso mostra que, quando se eliminam as predisposições constitucionais básicas, não se segue necessariamente a cessação dos efeitos residuais. Eles podem persistir e exigir atenção por mais algum tempo. Sra. ~ T., 40 anos
Esta paciente sofreu de uma área crônica de ulceração na perna direita durante três anos. O problema não respondia a nenhuma forma de tratamento ortodoxo. Ela tinha pele amarelada e relatou uma história de pielite que durara dez anos. Queixava-se ainda de uma lesão ocular, possivelmente de origem tropical. A análise psiônica revelou a presença do miasma tuberculoso duplo juntamente com toxina E coli adquirida de envenenamento por alumínio. Iniciou-se a terapia apropriada e recomendou-se à paciente livrar-se de todos os utensílios de alumínio. Houve boa resposta à medicação original, que prosseguiu a intervalos e sempre com melhora crescente. Após quatro meses, relatou-se recuperação completa, sem mais indícios da antiga condição epidérmica. Srta. J.,
27 anos
Esta jovem sofria de colite ulcerativa há três anos quando foi examinada pela primeira vez. Os medicamentos ortodoxos quase sempre a faziam sentir-se mal. Estava farta das administrações retais diárias de esteróides, embora eles parecessem controlar seus sintomas. Detestava sobretudo os exames hospitalares freqüentes e os procedimentos clínicos invasivos. Segundo a análise psiônica, ela apresentava a toxina do alumínio, as toxinas tuberculosas duplas e a toxina da candida albicam. Após a remoção destas, precisou de considerável reequilíbrio do sistema porta e da eliminação de uma toxina da chlamydia. Só depois de uma segunda eliminação dos resíduos de alumínio a jovem se viu livre dos sintomas. Continua com boa saúde, embora precise evitar o alumínio ao máximo. O reconhecimento e o tratamento das causas subjacentes de sua doença resultaram em melhora geral física e psicológica. Sr. I. B. M. C., 56 anos
Neste caso, houve um desequilíbrio de cólon por dez anos, originalmente associado a dores nas virilhas e testículos. O paciente apresentava sintomas de enxaqueca. Tinha pouco apetite. Em criança apresentara um episódio de difteria. A análise psiônica mostrou os miasmas tuberculosos duplos juntamente com a toxina adquirida do sarampo e a toxina do alumínio. Prescreveram-se três séries de
A MEDICINA
PSIONICA NA PRÁTICA
181
remédios em quatro meses, com bons resultados. O paciente, que tivera longo contato com o alumínio, substituiu todos os utensílios da cozinha por peças de ágata e aço inoxidável, evitando o alumínio o mais possível. Naquele mesmo ano o paciente notou uma ligeira recorrência, que a análise revelou dever-se à toxina do alumínio, outra vcr. eliminada. Algum tempo depois, ele escreveu dizendo ter descoberto que a fonte da exposição ao alumínio tinha sido produzida por alimentos congelados, antes preparados numa panela de pressão desse metal. CONDiÇÕES
PSICOLÓGICAS
Neste campo, há em geral grandes possibilidades para a análise psiônica. O tratamento psiônico vem obtendo considerável êxito no combate à ansiedade, depressão, fobias e mesmo condições psicóticas como esquizofrenia e doença maníacodepressiva. Sra. E. P., 44 anos
Essa paciente apresentava um quadro de explosões de violência e agressão verbal. Em 1966, com 41 anos de idade, montou uma empresa de transportes cujo crescimento foi tão rápido que a sobrecarregou de problemas. Em 1968 sofreu um "colapso", retraiu-se, passando a ocupar-se de ocultismo e espiritualismo, com diversas manifestações e sintomas psicóticos finalmente diagnosticados como esquizofrenia. A essa altura, perdera a tal ponto contato com a realidade que mergulhou a si mesma e ao marido em pesadas dívidas. Sua condição se deteriorou e, em 1970, meteu-se na cama assoberbada de fantasias e ilusões quanto à própria identidade. Foi finalmente internada num hospital para doentes mentais, mas recusou tratamento e saiu de lá dois dias depois. O marido, em desespero, buscou aconselhamento homeopático em instituições médicas psiônicas. A análise revelou os miasmas sifilítico e o tuberculoso, que lhe afetavam principalmente o cérebro e o sistema nervoso central. Entretanto, havia também a presença de um bacilo coli atípico nos intestinos (talvcr.resultado de uso anterior de antibióticos) e desidratação celular. Prescreveu-se tratamento em quatro etapas, porém a administração mostrou-, se muito difícil e em certos momentos inviável, pois a paciente fumava sem parar, bebia chá, café e vinho nas horas em que tinha de tomar os remédios, apesar das recomendações em contrário, e por fim recusou todo tratamento durante dois períodos entre a segunda e a terceira etapas. Em abril suas condições pioraram a ponto de exigir internação hospitalar. De volta para casa, entretanto, interrompeu o tratamento e novamente piorou, tendo
182
MEDICINA
PSIONICA
de guardar o leito. Felizmente, nessa altura, concordou em tomar os remédios homeopáticos e completou a terceira etapa. Mas continuava a beber, pois não conseguia dormir. A quarta etapa foi então iniciada. Depois da primeira dose, conseguiu dormir profundamente. Nos dias seguintes, passou a beber menos e a dormir melhor. Na sexta dose (décimo quarto dia), declarou sentir-se bem e que acreditava ter superado uma crise. Ela continuou a convalescer a olhos vistos e, pelo final de agosto, viajou com o filhinho e a mãe para a costa sul. Quando seu marido encontrou-a no fim de semana, achou-a "saudável, alegre e normal". Uma análise psiônica, realizada um mês depois, mostrou que finalmente se livrara de todos os miasmas e fatores tóxicos. Daí por diante, foi voltando aos poucos ao estado normal. O humor e a inteligência rápida reapareceram. Tornou-se cada vez mais ativa fisicamente e o marido confessou: ''A mudança é tão notável que os dois últimos anos parecem irreais." Dois anos depois ela estava de volta ao trabalho e reassumia os antigos hobbies. De fato, deixara a doença para trás e tinha um futuro pela frente. Srta. R. F., 35 anos
Este foi um caso de medo ao vômito. Trata-se de uma fobia social que quase sempre responde muito bem à hipnoterapia. Contudo a paciente, embora bom sujeito hipnótico, ainda revelava o mesmo medo em determinadas situações. Concordou com uma análise psiônica, que indicou a presença de Dys co. Dois tratamentos foram prescritos para o problema. Existem muitos outros casos consignados na literatura da Sociedade Médica Psiônica, mas a seleção acima foi feita para mostrar o leque de condições sujeitas à abordagem psiônica. Notas 1.
Panacéia, remédio universal ou "cura-tudo". Do grego panakeia (pan, "tudo", e akeisthai, "curar", de akos, "remédio"). Na mitologia grega, Asclépio (Esculápio), o deus da cura, tinha várias filhas, sendo suas favoritas Higéia e Panacéia. O juramento original de Hipócrates começa assim: "Juro por ApoIo, Higéia, Panacéia e todos os deuses e deusas do panreâo ..."
o Método
Psiônico
na Odontologia doença.
Entretanto,
uma parte não-negligenciável da prática médica concentraram-se nos aspectos gerais da onde as técnicas psiônicas ensejam possi-
Nossas discussões, agora, ocupa-se da higieneatédentária, bilidades normalmente blema dos distúrbios
insuspeitadas.
Existem duas atitudes em relação ao pro-
dos dentes, a preventiva
em seus contextos apropriados. As condições da sociedade contemporânea nicas de conservação.
e a conservativa, enfatizam
ambas aplicáveis
inevitavelmente
as téc-
O dentista se vê às voltas com exigências imediatas e pre-
mentes para que salve dentes já agredidos pela doença, às vezes de maneira irremediável. Por isso novas técnicas de anestesia e restauração mecânica evoluíram bastante,
com um acervo mais e mais substancial de materiais e equipamentos.
É lícito dizer, entretanto,
que o profissional consciencioso
quase sempre con-
sidera a salvação de um dente o aspecto menos satisfatório de seu ofício e gostaria de aplicar seus conhecimentos
na prevenção.
Nesse âmbito,
pensamento.
Uma acredita que os distúrbios
ao ambiente,
de sorte que, embora a cirurgia restauradora
há duas escolas de
dentários devem-se em grande parte
ventivo ao assegurar uma adequada função mastigadora
tenha algum valor pre(e satisfação estética), de-
veria ser apoiada por uma boa higiene bucal e uma correta estimulação dos tecidos de sustentação dos dentes. Vem aqui a pêlo o tema controvertido
da fluoretação da água dos reservatórios
públicos. Pensava-se que a aplicação local de concentrações à base de flúor evitaria as cáries. As evidências científicas não dão unanimidade a essa tese e muitos estudiosos garantem
que ela carece de provas e é, mesmo, potencialmente
perigosa. A
polêmica prossegue. No mesmo nível, há a questão espinhosa dos amálgamas de mercúrio. Pesquisas cada vez mais numerosas sado e positivamente
indicam que o emprego do mercúrio é coisa do pas-
perigosa para certas pessoas. Segundo a experiência de inú-
meros profissionais psiônicos, a toxicidade por mercúrio pode provocar ou agravar diversas condições capazes de afetar o sistema nervoso central e partes remotas do 183
184
MEDICINA
PSIONICA
corpo. Infelizmente, a completa remoção de obturações antigas e sua substituição por alternativas modernas são muitas vezes problemáticas, devido à imediata liberação das toxinas. Existem, com efeito, indícios de que quando uma obturação de amálgama precisa ser retirada, deve haver uma ordem correta de procedimento. Mora esses entraves, porém, existe o aspecto da dieta e da nutrição. Os ecologistas acham que aqui está a chave - ou pelo menos seu corpo principalpara abrir a porta à saúde e garantir a prevenção da doença, dentária ou outra qualquer. Muito se diz e escreve sobre esse assunto, da simples recomendação para evitar excessos, cortar carboidratos refinados e outros alimentos processados ou contaminados quimicamente até a sugestão para adotar uma dieta predominante ou totalmente vegetariana. Argumentou-se, com razão, que o modo de vida da sociedade contemporânea nas comunidades industrializadas não propicia a criação de um ambiente onde a saúde possa florescer. Mesmo o exercício físico, necessário a um metabolismo saudável, está marginalizado num mundo em que os transportes e recursos mecânicos em geral usurpam quase todas as funções humanas normais. Face a essa realidade, sem dúvida é preciso buscar soluções em outra parte. Tal a visão da escola holística, que persegue uma compreensão mais profunda das principais causas do sofrimento. Os distúrbios dentários são considerados meros desvios específicos e locais de saúde geral, de modo que o problema cifra-se na localização das razões subjacentes desse desvio e na descoberta dos meios pelos quais ele possa ser prevenido ou pelo menos amenizado. É aqui que os métodos psiônicos se mostram inestimáveis e, de novo, poderemos citar Carl Upton, cuja formação e posterior experiência em odontologia restauradora não satisfazem à sua crença intuitiva na necessidade de esmiuçar as causas dos distúrbios, cuja pista acabou descobrindo na obra de George Laurence. Carl Upton, dentista e profissional psiônico (1910-1996)
Carl Upton fez mais que qualquer outro homem para promover a obra pioneira do Dr. George Laurence. Por muitos anos, foi a força propulsora da Sociedade e do Instituto de Medicina Psiônica. Nascido numa família de fazendeiros ingleses, ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de Birmingham, onde estudou odontologia. Durante o curso, sempre enfatizou a necessidade de colaboração estreita com os colegas o tempo todo, o que influenciou materialmente sua visão da disciplina. Depois de formar-se, praticou durante dois anos antes de entrar para o Serviço Médico do Exército, onde permaneceu oito anos, na pátria e no Oriente Médio. Foi em seguida lotado no Ministério da Guerra como diretor-assistente substituto do Serviço Dentário do Exército, cargo que ocupou durante a segunda metade da guerra.
o MÉTODO
PSIONICO NA ODONTOLOGIA
185
No fim das hostilidades, especializou-se em cirurgia dentária maxilofacial no Hospital Vitória, East Grinstead, sob a orientação de Sir Archibald McIndoe, e subseqüentemente foi nomeado cirurgião-dentista do Alto-Comando, na Inglaterra e mais tarde em Cingapura. Em 1948, deixou o Exército e praticou na África do Sul, onde permaneceu durante alguns anos, trabalhando em estreita colaboração com colegas da área médica nos hospitais locais. Nesse período, desenvolveu crescente interesse pelos aspectos preventivos da odontologia e aproveitou todas as oportunidades para pesquisar novas idéias, ortodoxas ou não, que pudessem lançar luz sobre as causas básicas dos males dos dentes. Nisso, foi grandemente ajudado por suas viagens e conhecimento de diversas culturas. Na volta à Inglaterra, em 1963, passou a atentar cada vez mais para as possibilidades da homeopatia em relação a condições dentárias; e, após fazer contato, primeiro com Westlake, depois com Laurence, concluiu que o termo de sua busca era a filosofia integrada da Medicina Psiônica. Carl conheceu Laurence, então com 86 anos, em 1966. Logo se mostrou seu melhor discípulo. Valendo-se de muitas idéias próprias a respeito de saúde e doença, trabalhou com Laurence para esboçar o conjunto de procedimentos diagnósticos e terapêuticos ora conhecido como a técnica de Laurence-Upton de análise psiônica. Em 1968, abandonou a carreira prática para devotar-se à tarefa de reconciliação da ciência médica com as artes tradicionais de cura, de que a Medicina Psiônica constitui elemento dos mais importantes. Naquele ano, foi fundada a Sociedade Médica Psiônica. Mais tarde, Laurence pediu-lhe que elaborasse um programa de treinamento para médicos e dentistas, surgindo daí o Instituto de Medicina Psiônica, habilitado a conceder títulos de membros e bolsistas a candidatos adequadamente qualificados e a examinar projetos de pesquisa. Carl foi o primeiro secretário tanto da Sociedade quanto do Instituto. Percebeu então a urgência de documentar os procedimentos de ambas as agremiações e convidou o Dr. Aubrey Westlake, cujo livro The Pattern o/Health inspirara inúmeros profissionais, para editar a revista da Sociedade. Foi também o homem de ligação entre um paciente, que propôs divulgar o trabalho do Dr. Laurence para um público mais amplo, e J. H. Reyner, escritor, cientista e filósofo: o livro deste, intitulado Psionic Medicine (no qual colaborou com George Laurence e Carl Upton), apareceu em 1974. A segunda edição, ampliada e atualizada, chegou às livrarias em 1982, com adições, um apêndice sobre bioplasma e receituário clínico da autoria de Carl. Além disso, na qualidade de pesquisador (e futuro editor da revista Journal o/ the Psionic Medical Society and the Imtitute o/ Psionic Medicine), ele publicou inúmeros estudos, artigos e folhetos, que em muito enriqueceram a literatura sobre o assunto.
186
MEDICINA
PSIONlCA
Muitos dos profissionais psiônicos de hoje tiveram a sorte de terem sido instruídos por Carl, que lhes desdobrava um panorama equilibrado das possibilidades da filosofia oriental e da ciência ocidental. O ensaio seguinte, originalmente publicado pela Sociedade Médica Psiônica, resume suas idéias sobre o modo de utilizar a Medicina Psiônica em odontologia. Carl permaneceu ativo na prática médica psiônica até pouco antes de falecer, em 1996.
o método
psiônico na medicina dentária preventiva
"Laurence, graças a profundos conhecimentos de anatomia clínica da morbidade, fisiologia e patologia, combinados com a experiência derivada de pesquisas no âmbito daquilo que chamava de 'forças formativas', conseguiu estabelecer relações causais definidas entre distúrbios produzidos no corpo formativo por certas doenças ou infecções e sintomas clínicos, geralmente de moléstia crônica, no corpo físico. Sob a influência de uma visão científica devotada exclusivamente ao exame da estrututa da matéria e seu comportamento, a prática médica e dentária condicionouse a observar e tratar o organismo físico-químico dentro dos limites do conhecimento técnico em que foi formada. Ora, dado que o conhecimento das forças dinâmicas vitais da natureza não se enquadra nesses limites, a medicina e a odontologia viram-se privadas, exceto no caso de um senso clínico realmente intuitivo desenvolvido mercê de uma longa experiência clínica, da oportunidade de descobrir e compreender as causas profundas da doença, que jazem no cerne da vida do homem. Se a observação da personalidade física pode ser realizada com a ajuda dos cinco sentidos e a assistência de técnicas e instrumentos laboratoriais, a da força vital que determina a natureza do indivíduo só se faz com recutso a um leque diferente de sentidos, ou seja, o exercício da faculdade psiônica. Todo médico ou dentista sabe que as influências hereditárias desempenham papel fundamental na constituição do paciente. Mas não conhece, necessariamente, o caráter dessas influências. Ignora, portanto, a natureza das causas insuspeitadas da má saúde que surgem da cadeia da herança - a menos que se haja voltado para a direção apontada por Hahnemann e Lautence. A fim de entender a doença dentária, cumpre não apenas examina~ a relação entre a pessoa e o ambiente (e o tipo desse ambiente), mas também ponderar o vínculo entre o corpo físico e sua essência vital. Se isso for feito, a prática dentária assumirá um significado muito diferente: uma nova dimensão será acrescentada. Embora a necessidade de salvação imediata dos dentes permaneça válida, incluindo modificações no ambiente sempre que for desejável e possível, pode-se
o MÉTODO
PSIONICO
NA ODONTOLOGIA
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instituir paralelamente tratamento com vista à correção das causas inerentes, responsáveis pela debilitação da estrutura e pelo metabolismo falho dos tecidos dentários. Laurence demonstrou não somente que as influências de doenças graves num antepassado logram perturbar o equilíbrio do campo psi pessoal das gerações seguintes, expressando-se como miasmas, mas também que certas moléstias infecciosas têm efeito imediato ao produzir o que ele chamou de 'resquícios' ou Toxinas Dinâmicas Adquiridas no corpo formativo. Ambos constituem fatores causativos que precisam ser eliminados antes da cura no sentido real da palavra. Do ponto de vista da odontologia, por mais meticulosa que seja a operação de restauração ou a escolha dos alimentos e do modo de vida, o paciente permanecerá constantemente sob risco de lesões dentárias se os miasmas e toxinas dinâmicas não forem removidos. Em um número crescente de casos de distúrbios dentários diagnosticados e tratados pelo método psiônico, a incidência mais elevada e quase universal é a dos miasmas humanos e bovinos; há a evidência ainda não inteiramente confirmada de que os da tuberculose bovina são especialmente importantes como possível predisposição às cáries dentárias. Tanto os miasmas quànto as toxinas dinâmicas adquiridas, vinculadas ao sarampo, também ocorrem com freqüência. Menos comuns são os miasmas da sífilis e da gonorréia. Entre as toxinas dinâmicas adquiridas mais corriqueiras estão as associadas a staphylococcus aureus, streptococcus, E. coli, proteus, gaertner, morgan, bacillus catarrhalis e poliomielite, além das derivadas de vacinação e alumínio. Não se confirmou que todas elas tenham efeitos diretos sobre os distúrbios dentários, embora, sem dúvida, a E. coli e a da vacinação predisponham a condições paradontais. É considerado de grande importância, agora que contamos com as técnicas da Medicina Psiônica, diagnosticar e eliminar miasmas ou toxinas adquiridas nas crianças sempre que possível e em escala crescente, à medida que novos profissionais se tornem disponíveis. Não apenas as crianças respondem com rapidez e eficiência a esse tratamento como, o que é mais benéfico, a cadeia dos miasmas se rompe. As crianças assim cuidadas deixam de ser 'veículos' de influências adversas e asseguram a seus próprios filhos uma melhor expectativa de saúde desde o início. Durante a adolescência e a gravidez, todas as toxinas dinâmicas oriundas de infecções agudas ou outras causas precisam ser removidas. A deficiência de qualquer elemento ativo, vitaminas ou minerais essenciais, que em geral acompanha as perturbações do campo psi, exige reposição. É evidente, com base nessas observações, que as técnicas psiônicas podem ser de valor inestimável no combate ao moderno surto de moléstias dentárias debi-
MEOlCINA PSI0NlCA
188
litantes. Deve-se isso à introdução
de uma nova dimensão na terapia, como ilus-
trado clinicamente a partir da experiência prática no trato das cáries. Em sentido estrito, o quadro clínico apresentado por essa doença é uma ruptura dos tecidos duros dos dentes. Técnicas mecânicas são utilizadas para extirpar tecidos doentes e fornecer restaurações funcionais nesse campo que trabalha o cirurgião-dentista,
substitutivas.
É principalmente
o qual, entretanto,
pode ampliar
seu leque de pesquisas pelo exame dos fatores ambientais. Má higiene local e desequilíbrio dietético estimulam, como se sabe, a degeneração dos tecidos, de sorte que, além da restauração mecânica, é preciso atentar sempre mais para as medidas preventivas. Essas medidas, porém, ainda se referem à causação física, ao passo que as técnicas psiônicas introduzem tratamento.
uma dimensão diferente na esfera da diagnose e do
Em bom número de casos que revelaram incidência de cáries dentárias,
a análise médica psiônica descobriu mente tuberculosos
a presença de miasmas herdados
e principalmente
do grupo bovino, conforme
mos. Em suma, observa-se uma predisposição tistas, é claro, devem ter suspeitado causa da predisposição
-
usual-
já menciona-
genética à doença da cárie. Os den-
disso há muito tempo; porém, a natureza e a
não apareciam
no trabalho voltado para os aspectos pura-
mente físicos da diagnose e da terapia. Foi necessário o surgimento
de uma pers-
pectiva nova, aberta pelas técnicas médicas psiônicas, para se chegar a compreender os fatores básicos determinantes erradicação. Embora ambiental ponto -,
as técnicas cirúrgicas
conseguissem
da origem da doença e os meios para sua em odontologia
e as medidas
de prevenção
alçar o nível da eficiência funcional dentária -
não chegaram
a reduzir a incidência
da moléstia do ponto
até certo de vista
genético. Isso agora é possível graças à análise psiônica e à eliminação dos miasmas causativos envolvidos. Para o cirurgião-dentista
que deseja acrescentar
prática, os requisitos principais são o conhecimento
uma nova dimensão
à sua
da Matena Medica homeopá-
tica e a capacidade de utilizar a aptidão psiônica, coisas que exigem longo período de adestramento.
Mas, com semelhante aparato, a terapia será bem mais abrangente
e aprofundada, pois levará em conta o elemento fundamental homem como um todo."
da busca da saúde: o
A Medicina Veterinária Psiônica Dr. Mark Elliot Se o médico perceber claramente o que deve ser curado na doença ... se descobrir o que de fato cura nos remédios ... e se conhecer como adaptar, segundo princípios bem-definidos, o que cura nos remédios ao que concluiu ser inquestionavelmente doentio no paciente, de modo a assegurar a recuperação ... se,finalmente, conhecer os obstdculos à convalescença em cada caso e a forma de removê-los, para que o restabelecimento seja duradouro: então ele saberd tratar judiciosa e racionalmente, como autêntico praticante da arte da cura. -
Hahnemann,
Organon da Medicina, 51 ed., 1893
Homeopatas e é seguida com zelo por muitos. Todavia, a pedra de tropeço
Essa de Samuel Hahnemann resume verdadeiros em declaração qualquer prática é a percepção do que deve os serobjetivos curado e dos de como remover os obstáculos à recuperação. Em parte alguma isso é mais verdadeiro que no âmbito da medicina veterinária, onde quase nunca os pacientes podem comunicar-se diretamente com o profissional. Hahnemann, já idoso, descobriu que inúmeras doenças crônicas escapavam à eficácia das doutrina básicas da homeopatia e que as moléstias se fortaleciam de ano para ano à custa do paciente. Concluiu que havia padrões principais para essas doenças crônicas, a que chamou de Syphilis, Sycosis e Psora. Se as três tendências miasmáticas, ou uma combinação delas, podem ser identificadas até certo ponto em pacientes humanos, é extremamente difícil fazer o mesmo com os animais - e, sem a remoção desses entraves à cura, nunca se obtém o sucesso desejado no tratamento veterinário. A Medicina Psiônica enseja uma abordagem concreta e positiva para identificar e resolver semelhantes problemas em pacientes animais. 189
MEDICINA
190
PSIONICA
Em época recente, identificaram-se novos "miasmas" que geram teorias segundo as quais existem vários outros esquemas de bloqueio às forças curativas do corpo. Porém, a meu ver, se os analisarmos bem voltaremos aos três padrões básicos de doença postulados por Hahnemann e concluiremos que os "novos" miasmas não passam de combinações das três tendências principais em grau variado de importância, matizadas nos efeitos pela imposição de fatores externos ao corpo, em virtude do estilo de vida moderno. Em ninguém as conseqüências do modo de vida contemporâneo são mais óbvias do que nos nossos bichos de estimação. O gato ou o cão comum sujeita-se a constantes e desnecessárias vacinações, enquanto se alimenta de produtos reciclados, "preservados" por substâncias carcinogênicas e prejudiciais à saúde. A incidência de doenças nos animais domésticos cresce cada vez mais, em conseqüência disso. Pela minha experiência, o simples fato de fornecer ao cão uma dieta natural de carne fresca e legumes, nas quantidades apropriadas, aliviará ou curará 40% das enfermidades. Lamentavelmente, isso é ainda um futuro distante para o Homem, induzido pela mídia a consumir cada vez mais alimentos processados, quimicamente conservados e geneticamente modificados. Considerando-se que, nos animais, esses "novos" miasmas são padrões e não doenças específicas da época de Hahnemann, as testemunhas utilizadas na rabdomancia psiônica humana apresentam imenso valor na identificação de tendências e padrões mórbidos - portanto, dos meios de tratar um paciente. Isso nos faz remontar às teorias de McDonagh: o padrão de expansão ou contração da proteína é que provoca desequilíbrio energético e, conseqüentemente, doença. Só depois de corrigido o desequilíbrio, a saúde se restabelecerá; ou então se indicará um remédio homeopático constitucionalmente prescrito, para ajudar o corpo enfraquecido a recuperar-se. A fim de melhor entender esse raciocínio, convém primeiro examinar os miasmas separadamente e sobrepor, aos conceitos, os achados psiônicos oriundos da prática com pacientes reais.
o miasma
sifilítico
As doenças do quadro sifilítico caracterizam-se
por um esforço crônico e desespe-
rado no qual o corpo a si mesmo se destrói ao procurar sobreviver. Observam-se, classicamente,
a ulceração e o colapso de estrutura, porquanto
trolável. Psicose, agressão e comportamento sença desse miasma. Com freqüência,
a doença não é con-
anti-social são identificados
em pre-
tal padrão se manifesta em idade tardia.
Tecidosafetados: glândulas, ossos e sistema nervoso central. A derivação embriológica desses tecidos é ectodérmÍca,
podendo
a gênese congênita ser um indício.
A MEDICINA
VETERINÁRIA
PSIONICA
191
Estados mentais: ilusões, suspeitas, violência, medo de agressão. Sintomas fisicos comuns: os que se agravam à noite, por causa de tempestades, calor ou frio. Há melhora quando o paciente se movimenta ou recebe aplicações de compressas frias. Também são comuns a má cicatrização de feridas, queixas de odores irritantes para a pele e fraqueza nas articulações. A ottalmia neonatal em cãezinhos é sintoma do problema (originário dos pais) e mostra-se mais comum no Welsh Springer Spaniel, onde aparece ao lado da epilepsia, neuroses, malformação (ou ausência) de ancas. Aqui, são bastante claros os traços hereditários. Equivalentes veterinários modernos: encefalopatia espongiforme bovina, Scrapie ovina, Aids felina, parvovírus canino e sua vacina, enterite felina (um parvovírus) e sua vacina, vírus da cinomose e sua vacina, herpes eqüino e sua vacina, várias doenças auto-imunes, degeneração nervosa, doença linfática, epifísite eqüina.
É interessante notar que a obra da veterinária Ora. Susan Wynn (inédita) sobre cinomose e vacina antiparvovírus mencionou a tendência direta a destruir a glândula tireóide em algumas linhagens - prova da natureza deletéria das vacinas e desse miasma. Seu trabalho foi comparado ao do Or. Jean Oodds, veterinário, que demonstra a tendência das vacinas caninas a provocar doenças auto-imunes (Oodds, W J., 1983). Os remédios comuns adotados pela homeopatia clássica incluem Mercury, Acid nit, Aurum e Heavy Metals, Kali bich, Asafoetida e Phytolacca.
o miasma
sicótico
As moléstias sicóticas manifestam-se como hiper-respostas oriundas de uma deficiência do sistema imunológico normal. Por exemplo: tumores, outras doenças proliferativas e algumas alergias. Quer dizer, há uma super-resposta da parte do corpo inadequadamente controlada por mecanismos normais. Neuroses. Esses padrões são observados com freqüência em pacientes de meia-idade. Tecidos afetados: fígado, pâncreas, tireóide, paratireóide e parênquima tímico. Revestimentos do trato gastrintestinal, trompa de Eustáquio e ouvido médio, sistema respiratório, sistema urinário e glândulas a ele associadas (p. ex., próstata). A derivação embriológica desses tecidos é geralmente mesodérmica e endodérmica. Estados mentais: desespero, indiferença, comportamento anti-social, obsessões e hábitos arraigados, inveja, crueldade.
192
MEDICINA
PSIONICA
Sintomas ftsicos comuns: verrugas, tumores, afecções das mucosas, má digestão,
agravamento de sintomas no frio, inflamações dos órgãos reprodutores, inflamação nos olhos, esterilidade, inflamações nas articulações, dores erráticas agravadas pela umidade, dermatites esfoliativas, psoríase, asma parcial com perda do faro, descargas mucopurulentas. Equivalentes veterindrios modernos: vírus e vacina da leucemia felina. Vacina anti-
rábica (atualmente responsável por um surto de tumores epidérmicos nos Estados Unidos). Moléstias da pele em cães. Eczema miliar felino (embora a obra de Elliott, 1992, sugira que isso possa ser a recrudescência iatrogênica de um miasma latente), tinhas, tumores testiculares e inúmeros problemas comportamentais observados na prática. (Nota cínica, a agressividade associada ao miasma sifilítico leva com freqüência à eutanásia em vez da terapia.) Tumores venéreos caninos transmissíveis. Sarcóide eqüino, dermatite interdigital no gado bovino e ovino, hipertireoidismo felino. Os remédios comuns adotados pela homeopatia clássica incluem Thuya, Natrum
sulph, Cinnabaris, Sepia, Kali sulph, Acid nit, Staphysagria e Lycopodium, aos quais eu acrescentaria Pulsatilla para animais com tendências ao mesmo tempo anti-sicóticas e anti-sifilíticas, como também Arsenicum alb para seus sentimentos de vulnerabilidade sabidamente agravados. Minha expressão favorita para esse miasma é atividade fUncional pervertida.
o miasma
psórico
As moléstias psóricas caracterizam-se por um esforço constante e inadequado em prol da cura, isto é, uma deficiência de resposta da força vital. Classicamente, a reação do corpo é óbvia nas partes expostas ao mundo exterior: pele, sistema nervoso e intestinos. Distúrbios fUncionais. Deficiências orgânicas. Muitas vezes, essas doenças aparecem na primeira fase da vida, antes que a força vital renuncie à luta inútil e tenda para um dos miasmas. Nessa fase, o processo não ameaça a vida nem é desesperador (a menos que tratado pela abordagem médica moderna com esteróides, drogas supressivas e aprofundamento interno dos miasmas). Tecidos afetados: pele, intestinos e outras mucosas. Sistema nervoso. A derivação
embriológica desses tecidos é sobretudo ectodérmica. Estados mentais: ansiedade antecipatória, medo intenso.
A MEDICINA
VETERINÁRIA
PSIONICA
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Sintomas fisicos comum: eczema seco e persistente, debilitação de funções e tecidos, calafrios, aversão aos banhos (mas não quando há descargas acumuladas de sicose), intensificação de apetite compensat6rio, resistência à cura e tendência a machucar-se. N6dulos linfáticos aumentados. Equivalentes veterinários modernos: atopia e outras moléstias cutâneas e intestinais alérgicas, sarna, meningite, doença ap6s uma perda e infecções recorrentes de origem desconhecida indicam a presença desse miasma. Resfôlego em cavalos.
Muitos dos remédios usados classicamente são compostos inorgânicos de elementos residuais como Calc carb, os Kali, Natrum, sais de magnésio, Phosphorous, Silica, os carbonos, Arsenicum alb, Barium e Cuprum, embora algumas drogas de origem vegetal sejam utilizadas, como Lycopodium e Mezereum, bem como o pr6prio nosodo, Psorinum. É aqui que a obra de Jan Scholten sobre os remédios elementares se revela importante na terapia da doença e eu afirmo que sua leitura tornou-se imprescindível para quem planeje tratar um animal homeopaticamente. Sankaran aventa uma interessante ligação entre os três miasmas crônicos e etapas de nossa vida. Inclui aí o miasma agudo, que é jovem. AI; respostas são rápidas e a doença pode ser facilmente erradicada: as ameaças são externas, com forte reação instintiva. No início da idade adulta, há ainda energia abundante, vivacidade e atividade (Psora), além da disposição a exprimir medo e ansiedade. AI; situações são difíceis; luta-se para vencer. A esperança subsiste e o fracasso não é o fim do mundo. Vem então a meia-idade (Sycosis). Percebemos nossas limitações e, com vista a enfrentá-Ias, passamos a esconder-nos e a ocultar nossas incapacidades para sermos aceitos. Reações e hábitos se fixam. E, o que é verdadeiro em nossa sociedade, os anos e a sabedoria já não são valorizados: somos vistos como instrumentos e s6 garantimos nosso lugar quando acertamos o passo. Ao começar a sucumbir, já ninguém nos valoriza, por isso tentamos camuflar o epis6dio pelo maior tempo possível. Chega enfim a velhice (Syphilis), a fase em que deixamos as coisas correr e decaímos. Isso se reflete no miasma sifilítico. Ansiamos pela recuperação - mas, ao contrário de Psora, sem esperanças. Embora seja difícil transferir semelhante quadro para a medicina veterinária, os princípios em geral parecem aplicarse à tendência para adoecer com a idade. Com base nessas descrições sumárias dos três miasmas, é possível abordar todas as doenças crônicas (e chamo crônicas todas as que não desaparecem em cinco dias), analisar seus respectivos padrões e enquadrá-Ias em um ou mais tipos. Acrescentem-se a isso as moléstias que respondem à tarefa de aplicar os conceitos da Medicina Psiônica à moderna prática veterinária.
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MEDICINA
Associações
PSIONICA
bioplasmáticas
Na versão humana da Medicina Psiônica, muitas das associações bioplasmáticas (melhor entendidas como tendências crônicas identificáveis, em seqüência a uma doença infecciosa nesta vida ou em geração anterior) são hoje classificadas, por direito próprio, como miasmas. Prefiro imaginá-Ias como fagulhas a acender um ou mais miasmas (ou padrões de morbidez) a fim de manifestar-se em diferentes graus, porquanto o corpo só pode responder das três maneiras descritas por Hahnemann. Contudo, o princípio hahnemanniano do similia similibus curantur continua aplicável, sendo assaz lógico que os nosodos ou remédios responsáveis pela produção de padrões semelhantes de doença encaminhem a força vital para o rumo certo e promovam a cura. O método psiônico de averiguar os fatores causativos históricos lembra, pois, um guia de viagem ao deslindar as complexidades das aberrações da força vital tais quais se apresentam. Pode-se argumentar que esse é um procedimento de mão única, porém lógico para a mente treinada em medicina. Se se descobre um dos três miasmas principais, obviamente quer dizer que a agressão à força vital deveu-se, ou à doença, ou a seus equivalentes na espécie, o que empurrou violentamente o corpo na direção da tendência mórbida e precisa ser levado em conta ao se fazer a prescrição. Essas associações são usualmente encontradas nos achados de DNA e RNA, quando se emprega a técnica analítica de Laurence-Upton. Associações Miasma
bioplasmáticas
e sua aplicabilidade
ou toxina tuberculosa: encontrados
comumente
no caso dos animais
em todas as espécies, porém
mais
em cães e gatos. Os sintomas incluem asma, afecções cutâneas, dia-
bete e problemas
em cãezinhos irritadiços.
males dorsais e disfunções
respiratórias
mantidos em grandes estábulos. prazo de uma semana.
O bacilo de Koch tem sido causa de
numa elevada percentagem
Essas afecções respondem
Míasma ou toxina sifilítica: encontrados
de cavalos
bem ao nosodo
no
em todas as espécies (ver Capítulo 6 para
mais detalhes). Todavia, o único achado foi em poldros com epifísite. Em geral, pensa-se que é uma doença nutricional, mas todos os casos tratados com Lueticum responderam
em poucos dias. Não se conhece nenhum organismo sifilítico direto.
TOxina da gonorréia: o menos comum dos três grandes miasmas em animais. Não há doença equivalente.
Nunca o encontrei
em cavalos ou ruminantes
(ver Capí-
tulo 6 para mais detalhes). TOxina do sarampo: equivalente à cinomose. Miasma importante -
pois, contrariando
na espécie canina
toda a lógica, é dado como vacina, anualmente,
por muitos
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VETERINÁRIA
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195
veterinários. Os sintomas incluem distúrbios cardiovasculares (Cavalier King Charles Spaniel),
afecções
hipotireoidismo.
cutâneas,
Recentemente,
hepatopatias,
coréia,
senilidade
o caso de um Harris Hawak mostrou
toxina era um fator de monta, tendo sido portanto vírus análogos atacam também
epilepsia,
e
que essa
tratada como tal. Sabe-se que
pássaros.
Estafilococo: toxina comum em todas as espécies, onde provoca sintomas respirat6rios e gastrintestinais que respondem mal aos antibi6ticos. Freqüentemente ciada a afecções cutâneas, mas com efeitos em todo o corpo. Estreptococo: dificilmente nar sua importância
asso-
uma análise deixa de revelar essa toxina. Devo questio-
nos animais, pois raramente a tratei; nos poucos casos em que
a moléstia piorou, desapareceu depois que outras causas miasmáticas foram eliminadas. S6 é significativa quando se apresentam
sintomas cardiovasculares,
neuro-
16gicos ou osteomusculares. Nosodos intestinais: de grande importância
em pacientes caninos e eqüinos, hoje
alimentados com tipos novos de ração, nem sempre para seu benefício. Bastante significativos em quase todos os casos. Para os sintomas e remédios associados, ver a obra de Paterson e os Bowel Nosodes. Eu acrescentaria aqui os remédios Thuya, Anacardium e Sulphur aos utilizados no tratamento de organismos fecais em animais. Eis algumas recomendações
para a prescrição: se o animal está muito doente
e a principal causa detectada psionicamente
é um nosodo intestinal, opte por uma
potência elevada; se está bem, prefira um tratamento longo com potência baixa, a fim de remover o miasma (às vezes, é necessário um mês); se o caso é de importância mediana,
prescreva 200c.
Maldria: não é encontrada
no Reino Unido, mas pode ter importância
em outros
lugares. Klebsiella: encontrada
normalmente,
como miasma,
em afecções articulares
da
espinha, nos cães (e uma vez por mim num cavalo). Alumínio:
encontrado
ocasionalmente
em cães e gatos, associado
às típicas
disfunções cutâneas e gástricas, além das doenças depauperadas. Vacinação: problema
grave em todas as espécies (ver Capítulo 6 para mais detalhes
sobre os três principais miasmas). Nos Estados Unidos (e agora em algumas regiões do Reino Unido),
a vacina contra leucemia passou a ser injetada na perna dos
MEDICINA
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PSIONICA
gatos e não mais no pescoço, como antes quando
para, ao que parece, amputar a perna
o câncer aparecer!
TOsse de canil: doença
que se deve a inúmeros
fatores e provoca freqüentemente
bronquite crônica e males da pleura, quando tratada com os antibióticos e esteróides usuais. Parece apresentar Herpes: encontrado
Nos primeiros,
características
psionicamente,
hereditárias.
como fator mórbido,
provoca doenças nasais e respiratórias;
osteomusculares
e problemas
de fertilidade
apenas em cães e gatos. nos segundos,
distúrbios
ou pulmonares.
BSE, Scrapie, BSE felina, etc., aparecem de tempos em tempos, sendo
Viróides:
geralmente
tratadas, como miasmas sifilíticos, com nosodos.
Nos animais, os conservantes
e colorantes
químicos
contidos
nos alimentos
são
causa significativa de doença, agindo em todos os níveis. Muitos desses aditivos foram banidos da cadeia alimentar humana em virtude de seus efeitos colaterais e propriedades
carcinogênicas.
Vale a pena atentar para eles na análise, bem como
para a depleção de minerais e tecidos oriunda da administração desses alimentos dia sim, dia não. Além do mais, os bichos são extremamente sensíveis ao stress geopdtico, devendo-se sempre levar esse fator em conta nos casos persistentes. choques
emotivos
também
são importantes:
Os
vale notar que a maioria dos cães
resgatados apresenta sarna, o que é uma manifestação solução mineral.
de Psora, com apropriada
A análise psiônica A técnica analítica é passada de um profissional pormenorizaremos
a outro, motivo pelo qual não a
aqui. Basta dizer que a técnica original convém tanto ao ani-
mal quanto ao homem,
embora as tabelas de testemunhas
refletir as associações bioplasmáticas
variem um pouco para
aplicáveis.
Resumo O uso das técnicas de análise psiônica é oportuno mais apressado ambiental,
e estressante.
Bichos e homens
química e mórbida -
no nosso mundo atual cada vez acham-se
sob crescente
pressão
e só podemos esperar obter níveis elevados de
sucesso com pacientes que não falam se percebermos o que precisa ser tratado neles. Sem isso eu não teria feito carreira nem compreendido o alcance da homeopatia. Esta obra é apenas o começo da tarefa de perscrutar o vasto acervo de dados que o uso da Medicina Psiônica irá, espero eu, revelar para os animais.
A MEDICINA
VETERINÁRIA
PSIÚNICA
197
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Conclusão
A ciência sem a religião é coxa, a religião sem a ciência é cega. -
Albert Einstein, Science, Philosophy and Religion:
a
Symposium 1941
ostentavam os nomes de membros ilustres da profissão, alguns dos quais já se haviam ou Medicina, falecido. Mas a contribuição deram às eu eraaposentado estudante de muitos dos manuaisqueque líamos suas especialidades era tão importante que aqueles nomes ficaram, por assim dizer, indelevelmente impressos nas lombadas dos livros. Não raro perguntei-me quantos de seus escritos originais foram de fato preservados nas novas edições. Psionic Medicine, de J. H. Reyner em colaboração com George Laurence e Carl Upton, apareceu em 1974. Uma edição aumentada veio a público em 1982, com atualizações de Carl Upton. Infelizmente, ficou fora do prelo por muitos anos, fato que induziu o Instituto de Medicina Psiônica a considerar a produção de um novo livro. Havia inúmeras opções disponíveis. A de reeditar o livro tal qual era foi logo descartada, pois ocorreram ponderáveis mudanças de idéias desde a última edição. Produzir uma obra completamente nova e diferente seria uma possibilidade, mas sentiu-se que ela teria de abeberar-se forçosamente na fonte original. Isso nos decidiu: o novo livro deveria ser uma versão adaptada do último. Hoje, tenho grande simpatia pelos editores de textos que manuseei como estudante. Tentar preservar a estrutura original de um livro e, ao mesmo tempo, inserir novas idéias em sua matriz não é tarefa fácil. Entretanto, senti-o bem, era o certo a fazer. Manter o esquema primitivo e, aqui e ali, reproduzir passagens e citações do original permitiu-nos conservar a documentação histórica dos começos da Medicina Psiônica. Nada mais instrutivo que ouvir George Laurence e Carl Upton discorrer sobre suas teses e comentar seus casos. Sem dúvida, a grande contribuição para este livro foi o capítulo sobre a Hipó-
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tese do Campo Psi, do professor Ervin Laszlo. Seu conceito e descrição de um campo abrangente e interconectado é uma obra-prima de síntese de ciência, filo199
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sofia e sabedoria. Trata-se de uma concepção das mais lúcidas e brilhantes, que propicia explicações viáveis para inúmeras questões antes imponderáveis no âmbito da ciência, filosofia e espiritualidade. Ela é a Grande Teoria Unificada. Houve, é claro, outros pensamentos profundos cujas idéias a respeito da Natuteza foram inspiradas por seu tempo. A.kenaton, Swedenborg, Hahnemann, Steiner, McDonagh e Jung contam-se entre eles - e nossa referência a esses nomes, no livro, ilustra até que ponto suas teses se harmonizam com a Hipótese do Campo Psi de Laszlo. O uso do simbolismo do antigo Egito, em particular a pirâmide e o conceito akenatoniano de Aton, o disco solar, não deve sugerir que a Medicina Psiônica seja, em qualquer sentido, um sistema espiritual ou filosófico. Não é. Em verdade, ela não chega a ser mais filosófica ou espiritual que a medicina e a cirurgia ocidentais. Os modelos foram escolhidos unicamente porque se prestam a ilustrar uma idéia. Uma das belezas da Hipótese do Campo Psi é a amplitude territorial que recobre. Não se trata, repetimos, de um conceito espiritual; não oferece subsídios sobre deuses ou divindade, mas ao mesmo tempo é compatível com praticamente todas as filosofias e religiões - e também com a física teórica avançada, a nova biologia, as mais recentes pesquisas sobre a consciência e a parapsicologia. Nós, os profissionais psiônicos, saudamos a hipótese de Laszlo porque ela explica, em termos científicos, boa parte da abordagem pioneira desenvolvida por George Laurence. A natuteza da não-localidade, a interconexão e a interação energia-matéria, tudo isso é fundamental para a Medicina Psiônica. O campo psi pessoal torna-se uma realidade óbvia, de modo que a sintonização com esse campo parece a coisa lógica a fazer para ajudar uma pessoa a recuperar a saúde. Não se sabe ao certo se a Medicina Psiônica é uma ciência ou uma arte. Alguns ressalvariam que a utilização do pêndulo não passa de um indicador, de um amplificador da resposta ideomotora que ocorre quando o especialista se vale de uma de suas faculdades superiores. A maneira como esse indicador é usado de modo analítico, com tabelas quantificáveis, espécimes e testemunhas, deve ser considerada absolutamente científica. A outra face da moeda é o fato de o profissional ter de ser, até certo ponto, um adepto. É de fato uma habilidade. E nessa base a Medicina Psiônica será talvez melhor caracterizada como uma arte científica. O Instituto tem consciência da necessidade de realizar pesquisas, assim como de verificar, validar e publicar seus achados. A revista Journal ofthe Psionic Medical Society and the Institute of Psionic Medicine sempre publicou pesquisas individuais; mas um outro periódico, com revisão coletiva, acha-se em preparo para documentar essa parte de nosso trabalho. Paralelamente, o sr. John Fryer, secretário da Sociedade Médica Psiônica, determinou a gravação de nossos arquivos em disquetes
CONCLUSÃO
201
a fim de que toda a literatura pertinente à Medicina Psiônica esteja disponível aos pesquisadores. Nossa posição com respeito ao adestramento foi tratada no Capítulo 9. Presentemente, ele está ao alcance apenas de médicos, dentistas e veterinários com diplomas válidos no Reino Unido. Cumpre reiterar que a Medicina Psiônica não é uma panacéia. Trata-se de um meio altamente eficiente e científico de encontrar as causas profundas da doença. Se a doença evoluiu a ponto de provocar mudança estrutural, com alteração ou destruição de tecidos, não é mais possível reverter semelhante patologia. Entretanto, a descoberta e a remoção homeopática (ou por qualquer outro método) da causa da moléstia pelo menos deterá o "processo" evolutivo que está provocando a morbidez. Os mecanismos homeostático ou autocurativo do corpo farão então o melhor que puderem. Uma coisa é certa: este livro não será a palavra final. Nós, na qualidade de profissionais psiônicos, continuaremos a buscar e pesquisar - pois nosso lema é TO/te Causam, "Procura a Causa".
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