Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma patologia da saúde da criança e do adolescente que interfere no desenvolvimento neuropsicomotor, com uma incidência variando de 6 – 8% das crianças em idade escolar e predominando no sexo masculino em relação ao sexo feminino (8:1). Ela repercute na vida dos pacientes com prejuízos em vários setores do cotidiano de um indivíduo, como na escola, interferindo no desempenho escolar e nas relações interpessoais. Assim sendo, este distúrbio pode ser considerado uma patologia com implicações na saúde pública. Na atualidade, o TDAH é uma das síndromes mais estudada, em virtude de suas conseqüências na esfera familiar, acadêmica e social. O diagnóstico é eminentemente clínico e apoiado por testes neurofisiológicos (Potencial evocado de longa latência ou P300), psicológicos. No tratamento, incorre-se em uma abordagem multidisciplinar, multidisciplinar, na qual, além do uso de terapia medicamentosa, medicamentosa, faz-se necessário necessário um suporte psicoterápico da criança, da família e daqueles que lidam diariamente com a pessoa acometida. Cerca de 60 % dos casos de TDAH, vem associado á comorbidade (mais de 1 patologia patologia em 1 mesmo paciente), como Transtorno opositor –desafiante, ansiedade, depressão, tics, tornando-se necessário um esforço conjunto de profissionais (neuropediatras, psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos e demais da equipe multidisciplinar) no atendimento do paciente. Além disso, cerca de 80% das crianças diagnosticadas com TDAH permanecerão com esse diagnóstico quando adolescentes, com pelo menos a metade deles sofrendo interferência dos sintomas do transtorno na idade adulta, o que reforça a necessidade de tratamento e acompanhamento o mais cedo possível, de modo a atenuar as seqüelas oriundas dessa patologia. O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas ainda desconhecidas mas com forte participação participação genética na na sua etiologia. etiologia. Possui característica característica poligênica poligênica (vários gens gens relacionados ao distúrbio em questão) que aparece na sua infância e frequentemente acompanha o indíviduo por toda sua vida. Ele não é um transtorno da aprendizagem (TA), mas sintomas primários desse transtorno – a desatenção, a hipertatividade e a impulssividade – tem um grande impacto no desenvolvimento acadêmico. Sendo assim, é um transtorno que afeta secundariamente a aprendizagem. O TDAH não se deve à falta de inteligência, habilidade ou conhecimento, mas consiste em uma dificuldade para manter a atenção, o esforço, a motivação e inibir o comportamento ao longo do tempo, especialmente com conseqüências demoradas, fracas ou ausentes. Déficits em determinadas áreas (p.ex., habilidades acadêmicas, sociais, organizacionais) organizacionais) também são comuns entre os estudantes portadores de TDAH. Esses déficits podem surgir em parte pela elevada co-ocorrência de dificuldades de aprendizagem com TDAH, bem como a falta de oportunidades educacionais. Todavia, esses déficits também pode surgir da interferência interferência direta dos sintomas do TDAH no processo de aquisição do conhecimento e de fraquezas do funcionamento executivo (abstração, memória de trabalho, organização organização espaço-temporal, reconhecer o detalhe em um todo) necessário para adquirir informações de forma mais eficiente e empregá-las de modo mais efetivo. É sabido que déficits de atenção significativos, associados ou não à hiperatividade, frequentemente comprometem o rendimento escolar, já que a atenção seletiva a
estímulos relevantes é condição para ocorrência das aprendizagens em geral, particularmente as escolares; entretanto, ainda há controvérsia na literatura quanto ao tipo dessa relação: se é de causa\efeito ou de co-morbidade. Em relação ao tipo de TDAH (combinado, desatento ou hiperativo), os estudantes com TDAH do tipo desatento são aqueles que apresentam maiores dificuldades nas realizações acadêmicas, já que o sintoma de desatenção seria o maior causador das dificuldades de aprendizagem. Para estudantes portadores de TDAH, é mais difícil fazer o mesmo trabalho acadêmico e apresentar o comportamento social, diferenciando assim de outros estudantes. O desempenho em habilidades sociais e organização do estudante com TDAH geralmente fica 30%, ou mais, aquém dos estudantes regulares. Esses estudantes precisam de mais estrutura, estímulo positivo, freqüentes e maiores, conseqüências negativas mais firmes e adaptações para sua tarefas. As drogas psicoestimulantes têm sido o tratamento de escolha para crianças com TDAH, com imediata e dramática melhora comportamental e da atenção, embora seu valor a longo prazo e em crianças com sintomas leves e outras doenças concomitantes, não seja tão claro. Prof. Dr. Carlos Nogueira Aucélio – Prof. de Neurologia Infantil – UnB Zenilda Magalhães – Fonaudióloga Maria José Amorim - Psicóloga