Jornalismo e imaginário internacional sobre o Mercosul Margarethe Born Steinberger-Elias
Resumo
Abstract
Esta pesquisa faz parte de um projeto mais amplo na área da Geopolítica da Cultura sobre o papel do jornalismo na formação do imaginário internacional. Parto da hipótese de que o noticiário interfere, através de seu poder de congurar nosso imaginário, na constru ção de percepções muitas vezes equivocadas acerca de nossa identidade como latino-americanos. Jornais,
This research is part of a project in cultural geopolitics about the journalism role in the formation of knowledge on international accounts. The main assumption is that news help to construct incorrect perceptions about Latin-American identities. Newspapers, radio and TV stations facilitate the
rádios e televisões contribuem, assim, para congurar
by knowledge categories built by international news agencies. This study shows how this process takes
uma espécie de geopolítica fora do lugar, mediada por categorias de conhecimento instituídas pelas agências internacionais. Nesse trabalho, através de uma análise preliminar de excertos da mídia impressa, mostro como isso se dá no âmbito do Mercosul.
Palavras-chave: Jornalismo; imaginário internacional; geopolítica da cultura; Mercosul
conguration of an inconsistent geopolitics mediated
place in the Mercosul sphere of inuence.
Keywords: Journalism, international knowledge, cultural geopolitics, Mercosul
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Print document são produzidos, pensar qual o “Generalizações seu impacto, istoéé,preciso o que eles fazem (por como estas exemplo, se estimulam preconceitos), In order A América é a terra da oportunidade, do to print this document from Scribd, you'll que elementos e relações eles contribuem ajudam a progresso e da livre iniciativa. A África é to download first need it. para instituir. É preciso pensar também um continente de miséria, subnutrição e caracterizar de sobre a automatização que eles reforçam endemias. O Brasil é um território de ode estereótipos e clichês que eventualformaDownload intuitiva restas, índios selvagens e serpentes, mas Cancel And Print mente já existem, e também de que matambém é terra de samba e futebol. Os o conceito de neira os problemas sociais são afetados ingleses são eugmáticos, os latinos são ou agravados através desses modos de ‘imaginário expansivos. Generalizações como estas Tais modos têm o poder de instiajudam a caracterizar de forma intuitiva internacional’ a dizer. tuir campos conituais (por exemplo, o conceito de “imaginário internacional” a África miserável, América progressista), respeito de uma respeito de uma região, um país, um terridemarcar lugares sociais equivocatório ou um povo. região, um país, edosde(por exemplo, o de um observador exO que tais formulações têm em comum? um território ou terno e “neutro”). Em primeiro lugar, elas são apresentadas Na sociedade em que tais enunciados são como retratos completos do todo de cada um povo. ” produzidos, é preciso pensar nas contradi1. Imaginário internacional e Geopolítica da Cultura
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um desses lugares ou povos, e não como traços ou aspectos parciais. Em segundo lugar, elas estão sendo produzidas a partir de lugares ou pontos de vista exteriores a essas sociedades e tomados como capazes de apreendê-las em seu todo. É também a partir desse exterior que a identidade de cada um dos elementos (por exemplo, América, África, Brasil, ingleses, latinos) é estabelecida como reconhecível a priori. Ou seja, aos elementos correspondem entidades cuja existência e modo de ser são assumidos com precedentes a qualquer descrição. Por esse meio, a descrição pode ser tomada como neutra e objetiva. Além disso, os fatores de categorização são escolhidos arbitrariamente, por exemplo, num modo geográco (países, continentes, nacionalidades), num modo etnográco
(índios selvagens), num modo liberal (terra da livre iniciativa), num modo capitalista (terra da oportunidade, do progresso), etc. Na sociedade em que tais enunciados Estudos em Jornalismo e Mídia, Vol.II Nº 2 - 2º Semestre de 2005
ções que estão na fonte desse Dizer, nos poderes e valores que ele institui e destitui, no seu potencial de separar e reunir grupos de “nós” e “outros”, denindo identidades e auto-imagens. É preciso pensar também qual o seu estatuto, até que ponto são cções, se têm algum suporte funcional
na sociedade em que serão ouvidos, se há uma rede de cidadãos a ser “informados” através de tais enunciados. Tal “informação” pode, inclusive, ter-se tornado anacrônica, dependendo do estado de coisas e da ordem do mundo no tempo da sua enunciação. Situo a pesquisa de todas essas questões no campo da Geopolítica da Cultura, que se ocupa das tecnologias culturais capazes de segmentar contínuos de experiência (em fatos históricos, fatos jornalís-ticos, etc) e, pela partilha desse meio, constituir comunidades interpretativas. O conceito de “imaginário internacional”
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Note-se que a distinção entre discursos e práticas sociais é meramente operacional, já que todo Dizer, faz e já que todo Fazer, diz. (cf. Steinberger, 2003, a partir dos estudos da Pragmática) 4
Castoriadis é um pensador socialista de origem grega radicado na França desde o fm da Segunda Guerra. Fundou junto com Claude Lefort (que lecionou na USP nos anos sessenta) a revista Socialismo ou Barbárie, que se tornou uma referência na discussão mais avançada dos temas socialistas mundiais até seu fechamento em 1966. As linhas-mestras de sua teoria do imaginário social são de extração marxiana, fltrada por leituras de Lukács e Gramsci. Seu ponto de partida é a recusa de um conceito passivo de “superestrutura” por oposição ao conceito ativo de “infraestrutura”.
Print document (Astorga, 2000; Steinberger, 2003) refere- uma geopolítica inserida no espaço simbóse a imagens dos meios de comunicação lico, a distribuição de poder faz-se através sobre países estrangeiros e a realidade in- you'll do Dizer (discursos) e do Fazer (práticas In order to print this document from Scribd, ternacional. Na sugestão de Astorga, tais sociais). first need to download it. imagens devem ser contrastadas com “ideOs discursos geopolíticos são modos as e imágenes al interior del individuo” e de instituir estados de coisas e reetem motivariam estudo de Psicologia Social, a rede de ações e relações mediante as Cancel com “estereotipos, Download And quais tais estados foram produzidos. Em identicando-se repu-Print taciones, imputaciones, creencias, prejui- sua dimensão diacrônica, o conceito de cios”. Temos preferido usá-lo, sob inspi- Geopolítica da Cultura refere-se aos moração de Castoriadis, como substância do dos como, ao longo da História, ordens campo das práticas sociais a partir das geopolíticas têm sido descritas, interprequais instituem-se discursivamente cate- tadas e instituídas através de discursos gorias geopolíticas tais como “países”, “na- religiosos, cientícos, jornalísticos, etc. ções”, “comunidades”, “culturas”, “blocos”, Em sua dimensão sincrônica, refere-se etc. aos modos como uma Geograa cultural Assumimos que o conceito de Mercosul dos discursos e das práticas organiza os como bloco geopolítico é instituído no/pelo espaços simbólicos.3 campo simbólico do imaginário internacio No campo da ação social, pós-moder-nanal através de uxos discursivos. Numa mente, o conceito de “geopolítica” vem senperspectiva histórica, o Mercosul ocupa do usado cada vez mais nessa referência parcialmente o espaço do sonho boliva- a campos simbólicos, a partir de uma reriano de integração latino-americana. Na conceituação de “espaço” como um produto nossa ordem geopolítica continental, essa de uxos de atividade econômica, social, integração se produz mediante discursos cultural, informacional (Santos, 1978). É de cumplicidade precária entre latino-ame- nessa perspectiva que faremos aqui o seu ricanos vis-à-vis um perigo social maior da uso, considerando a circulação de dizeres dominação que sobreviria dos poderosos do e fazeres constitutivos do campo simbólico hemisfério norte. mercosulino tal como apresentado por míO conceito de “ordem geopolítica” apli- dias jornalísticas. ca-se a um determinado estado de coisas Para investigar a relação de mútua conestabelecido através de uma rede de ações guração entre mídias jornalísticas e imae relações espacialmente projetada para a ginário internacional, tomamos a teoria distribuição de poder. No conceito tradicio- da instituição imaginária das sociedades nal, uma ordem geopolítica é um estado de (Castoriadis, 1975)4 como ponto de partida. distribuição de poder que gera uma certa Que uxos do Dizer e do Fazer tais mídias correlação de forças entre Estados nacio- instituem? Que signicações imaginárias nais, daí também ser chamada de “ordem sociais elas têm o poder de legitimar como internacional”. No conceito de uma Geopo- modo de ser das situações e das relações? lítica da Cultura (Steinberger, 2003), que é Como o imaginário das organizações do
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Print mundo geopolítico, através de suas ins- document preciso dispor do esquema da separação “Na lógica tituições (governamentais, diplimaticas, (ou da discreção) e do produto que ele já identitária, ‘aScribd, you'll empresariais, sindicais, educacionais, pressupõe – o termo ou elemento (p.262). In order to print this document from etc), intervém nas práticas jornalísticas? Ou seja, a aplicação do esquema de sepasociedade é first need to download it. ração pressupõe que ele já foi aplicado. pensada como 2. O Dizer e o Fazer nas lógicas Isso vale também para os esquemas de identitárias reunião e de decomposição, evidenciando conjunto de Download And Print O projeto teórico de Castoriadis é a revo- Cancel uma “reexividade objetiva da teoria dos elementos lução pelo imaginário social. A fabricação conjuntos e da lógica identitária.” Outras de um novo homem e uma nova identidade conseqüências dessa denição: elementos distintos e construída a partir de um novo sistema de reunidos em um conjunto diferenciam-se defnidos, signicações sociais imaginárias. Ele critica de elementos reunidos em outro conjunto, a instituição de um mundo de signicações referindo-se uns o que os identica não mais como elemenpela dimensão identitária. Na lógica identitos, mas como elementos enquanto incluíaos outros por tária, “a sociedade é pensada como conjundos num conjunto e não no outro. to de elementos distintos e denidos, referelações bem Sua designação, portanto, passa a inrindo-se uns aos outros por relações bem o “estar incluído em um conjunto determinadas.’ ” corporar determinadas.” Quaisquer que sejam esses determinado”, isto é, um conjunto denido elementos e relações, sua existência e seu por uma “propriedade, atributo, pre-dicamodo de ser foram previamente estabelecido” que é comum a todos os seus elemendos a partir de outro lugar ou outro ponto tos. Se tal predicado for tomado “de uma de vista, exterior à sociedade. maneira qualquer” como ponto de partida, “Não existem lugar e ponto de vista ex“ele permite colocar juntos os elementos teriores à história e à sociedade, ou “loque afeta”. gica-mente anteriores” a estas, onde puEstabelece-se assim uma “equivalência déssemos nos situar para fazer sua teoria operacional” entre propriedade-conjun – inspecioná-las, contemplá-las, armar a to e predicado-elemento. E a iteração ou necessidade determinada de seu ser-assim, repetição dos esquemas de separação ou “constituí-las”, relexionar ou reeti-las em reunião sobre os conjuntos formados prosua totalidade. Todo pensamento da socieduz uma hierarquia que funda o esquedade e da história pertence em si mesmo à ma da ordem. Esse Dizer “conjuntizante e sociedade e à história. Todo pensamento, identi-tário” irá fundamentar a “decisão qualquer que seja ele qualquer que seja seu ontoló-gica sobre aquilo que é e a maneira “objeto”, é apenas um modo e uma forma do pela qual é”. Por exemplo, a conjuntização fazer sócio-histórico.” (1975: 13) apóia-se em parte no fato de que aquilo Na lógica identitária do Dizer social, os que ela encontra diante de si é, pelo menos objetos e as ações precedem a sua descriem parte, conjuntizável (p.265). ção e a descrição das relações que os vincuNa lógica identitária do Fazer social, lam. A lógica do Dizer nos obriga, para fasomos levados a juntar-ajustar-fabricarlar de um conjunto, a distinguir-escolherconstruir. É a ação estruturada, organiestabelecer-juntar-contar-dizer objetos. É Estudos em Jornalismo e Mídia, Vol.II Nº 2 - 2º Semestre de 2005
Printformatada, document zada, por oposição ao magma uma integração tão completa. Sequer chedo não-factível (o que não é ou pode ser to- ga a ser uma união aduaneira perfeita.”. mado como fazerthis em document uma sociedade). Cas- you'll O jornalista da Folha diz que “Apesar In order to print from Scribd, toriadis diz que “as sociedades neo-líticas das imperfeições, trata-se de um passo first need to download it. fabricaram o boi e o cavalo” na medida que gigantesco e rápido. Há apenas dez anos lhes atribuíram um valor instrumental, Brasil e Argentina iniciaram negociações um sentido instrumental. E’ esse aspecto para a integração mútua. Os outros dois que o fazCancel pensar que, noDownload neolítico, “aAnd pedraPrint países aderiram logo depois.” Imperfeições foi instituída como instrumento”, isto é, tomando quem como comparação? “Os êxi“passou a valer como instrumento” (p.304). tos do Mercosul ganharam a chancela da Da mesma forma, diz ele, “é preciso que única união aduaneira já estabelecida no a sociedade se fabrique e se diga para po- planeta, a União Européia. Documento esder fabricar e dizer”. O modo de ser de tratégico (...) arma: o Mercosul aparece uma sociedade é um modo de ser institu- como novo pólo de crescimento em escala ído, não é natural, implica já o Dizer e o mundial(...)” (Folha, 31/12/94). Fazer. “A sociedade não pode instituir-se 3. Imaginários identitários nacionais sem se instituir como algo; e esse algo já é signicação imaginária” (p.310). A onto-
logia não é independente de uma fabricação, mas também não é o produto do determinismo da História ou do Imaginário (1975: 370). Todo dizer é metonímico, nunca esgota a “coisa” sobre a qual se fala. Só pode haver um dizer sobre x enquanto seu aspecto y. Nunca haverá um dizer pleno sobre x. Os discursos jornalísticos sobre o Mercosul são incompletos, já que não esgotam a entidade que constituem. Ainda assim, na véspera do 1 de janeiro de 1995, quan5 O bloco foi criado em 1991. A proposta da Alca (Associação de Livre Comércio das Américas, reunindo os países do continente à exceção de Cuba sob a liderança comercial norte-americana) surge em 1994. O acordo setorial de união aduaneira frmado em 31/12/94 é o primeiro passo para pôr em prática um projeto de Mercosul que, até então, fgurava apenas em discurso.
do os quatro países integrantes rmaram
o acordo de união aduaneira5, a manchete da Folha de S. Paulo foi “Nasce o quarto maior bloco econômico do mundo”. E na abertura do texto do jornalista Clovis Rossi, o termo “mundo” foi substituído por “planeta”, comparando-se ao Nafta e à União Européia. Mais adiante, no entanto, as ressalvas: “O termo Mercado Comum é
impróprio porque o Mercosul está longe de
e práxis jornalística
Como superar uma lógica identitária constituída a partir desse ponto de vista exterior e sobre uma pretensa totalidade? No mundo histórico e no mundo jorna-lístico, as lógicas identitárias são necessárias, mas não sucientes. Castoriadis propõe
uma lógica alternativa – a da práxis. Ali “as signicações não são um conjunto; seu
modo de ser é outro, é o de um magma” (1975: 399). Embora o “magma” seja uma
base para construir conjuntos, ele não se reconstitui composicionalmen-te por seus elementos. Ou seja, o “magma” é um todo que não se equivale ao conjunto de partes. Essa é uma forma interessante de compreender o imaginário do Jornalismo internacional sobre o Mercosul. Assim como o bloco, integrado por quatro países – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – é mais do que a soma dos países-membros, também o imaginário sobre o bloco não se confunde com os imaginários nacionais que se refe-
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Print document rem a cada país-membro isoladamente. Um artigo de Rubens Barbosa, embaixa Assim, o imaginário internacional que se dor brasileiro em Londres na época, serve produz jornalisticamente a respeitoIndesse contraponto aos arroubos jornalísticos: order todeprint this document from Scribd, you'll bloco não pode ser identicado ao conjunto “A agenda do Mercosul para 1995 é basfirst need to download it. de imagens sociais jornalisticamente pro- tante carregada e de grande signicação duzidas para cada um dos países-membros para o setor privado, o principal motor no noticiário internacional. hoje do processo de integração regional”, Download And Print O imaginário internacional sobre o Mer- Cancel diz ele. Ainda no mesmo artigo, o embaixador cosul, tal como se agura nos excertos jornalísticos desta nossa análise preliminar6, passa, em seguida, a mencionar os principarte, por um lado, de uma visão incomple- pais desaos em áreas “sensíveis” da ecota e distorcida a respeito dos demais países nomia como a automotriz, do açúcar, têxque compõem o bloco quando considerados teis. Além disso, um regulamento comum individualmente. Ressalta as característi- para práticas desleais de comércio, defesa da concorrência, negociações preferenciais cas negativas desses países, identicados por crises políticas e econômicas, corrup- com parceiros comerciais do subconti-nenção, pobreza. Note-se que tais são também te latino-americano, criação de uma área os atributos que recebem das agências in- de livre movimentação de capitais e um ternacionais que alimentam boa parte do programa de integração na área de infranoticiário jornalístico internacional na estrutura de transportes, comunicações, América Latina. Do lado brasileiro, ressal- eletricidade, combustíveis. ta também que o acordo de união aduaneiPor outro lado, não esconde o fato de que ra foi mais uma vitória do Plano Real que, uma aproximação com os países-membros ao sinalizar com um período de crescimen- aparece como estratégica contra a dominato e estabilização cambial no Brasil, teria ção econômico-nanceira e o imperialismo “virado a cabeça dos argentinos”. “Antes, cultural das potências hegemô-nicas. A éramos vistos como um elefante desastra- União Européia e o Nafta manifestaram do” (Folha, 31/12/94). seu interesse, logo na primeira hora do “Por que o Brasil quis uma união adu- Mercosul, em estabelecer uma área de lianeira?” perguntou um jornalista. “Foi vre comércio mais ampla abarcando os em grande parte como contrapartida ao quatro mosqueteiros do Cone Sul. A desencantamento e excitação que a proposta peito do que disse Fritsch mais acima sodo Nafta7 provocava. (...)”, disse Winston bre o Nafta, ainda são essas referências Fritsch, que ajudou a negociar o acordo. externas que prevalecem na instituição Segundo ele, “era uma espécie de vestibu- imaginária do bloco. lar para você ser aprovado no Consenso de Nesse sentido, uma interpretação proteWashington. Isso tudo passou. Hoje em dia cionista acaba por congurar positivamenos países do Mercosul não precisam mais te a maior parte das ações governamentais de um selo de qualidade vindo de fora para dos quatro países nos campos social, polítidentro” (Folha, 31/12/94). co e econômico. São tidas como respostas a Estudos em Jornalismo e Mídia, Vol.II Nº 2 - 2º Semestre de 2005
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Análise preliminar baseada no jornal Folha de S.Paulo de 31 de dezembro de 1994. Sob o selo “Mercosul”, a edição do primeiro caderno “Brasil” inclui textos de Clóvis Rossi (da Reportagem local), de João Batista Natali e João Carlos de Oliveira (enviados especiais a Brasília e responsáveis pela entrevista a Winston Fritsch, do Ministério da Fazenda, e ao embaixador José Artur Denot Medeiros). Uma extensão inicial desta nossa pesquisa abarca outros veículos da grande imprensa brasileira e argentina, e avança para um estudo comparado com materiais jornalísticos publicados em períodos mais recentes. 7
O Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta em inglês) frmado no começo dos anos 80, recebeu a adesão do México em 1993, entrando em vigor no ano seguinte, quando o país viveu uma crise cambial sem precedentes. Recuperado, tornou-se o maior PIB da América Latina, deixando o Brasil em segundo lugar.