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GEOGR AFIA E SOCIOLOGIA
RESUMO TÉCNICO DE SOC. 1º B.
RESUMO TÉCNICO DO LIVRO: INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA PÉRSIO SANTOS DE OLIVEIRA EDITORA ÁTICA AUTORES: PROFESSOR ANATÁRIO ANATÁRIO DOM INGUES INGUES E PROFESSORA NILZA M ELO ELO 3ª ANO DO ENSINO MÉDIO ANO 2008 INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA 1º BIMESTRE O ESTUDO DA SOCIEDADE HUMANA “O estudo estu do das d as Ciênc Ciênc ias ias Soc iais iais no Ensino M édio tem co mo objetiv o bjetivoo mais mais geral introduzir introduzir o aluno aluno nas principais questõe s c onc eituais eituais metodológic metodológic as das disciplinas disciplinas de Soc iologia iologia,, Antropologi Antropo logiaa e Polí P olítica”. tica”. (Parâmetros Curriculares Nacionais – Brasília – 1999) Questões conceituais - são as questões referentes aos conceitos afirmados por uma ciência ou campo de conhecimento. Questões metodológicas – são as questões referentes aos métodos de pesquisa, estudo e prática adotados por uma ciência ou c ampo ampo de c onhec imento. imento. 1- DE QUE SE OCUPAM AS CIÊNCIAS SOCIAIS. O comportamento humano é muito diversificado. Cada indivíduo recebe influências de seu meio, forma-se de determinada maneira e age no meio social de acordo com sua formação. O indivíduo aprende com o meio, mas também pode transforma-lo em sua ação social. Há comportamentos – como andar, respirar, dormir – estritamente individuais, que se originam na pessoa enquanto organismo organismo biológico. biológico. Po r outro o utro lado, lado, rec eber salário, salário, faz fazer er greve, participar participar de eventos, casar-se, educar os filhos filhos são comportamentos sociais, pois se desenvolvem no contexto da sociedade. Ao longo da História a espécie humana organizou sua vida em grupo. As Ciências Sociais (a Sociologia e um de seus ramos) ramos) pesquisam e estudam estu dam o c omportamento omportamento socia soc iall humano humano e suas formas formas de organi o rganiza zação. ção. O c onhecim onhe cimento ento teóric o das Ciênc Ciênc ias ias Soc iais iais é de tal forma forma amplo, amplo, que pode pod e ser aplicado aplicado tanto para entender entende r um fato fato so c ial ial como para elaborar e implantar desde pequenos projetos até estudos de política de governo. Como exemplo disso podemos citar o projeto Fome Zero do programa de governo de Luiz Inácio lula da Silva nosso atual Presidente da Repúblic Repúblic a. Percebemos, então como é importante compreendermos o que são as Ciências Sociais e qual é a importância da Soc iologia iologia na busca de soluções soluçõ es para a problem pro blemáti áticc a socia soc iall dos brasileiros brasileiros e da humanidade humanidade co mo um u m todo. 2- OBJETO E OBJETIVO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS. Pérsio de Oliveira, ilustre sociólogo brasileiro, afirma que “o objeto (de estudo) das Ciências Sociais é, portanto, o ser humano em suas reações sociais” e que “o objetivo das Ciências Sociais é ampliar o conhecimento sobre o ser humano humano em suas interaç interaç ões socia soc iais” is”.. Assim, as Ciências Sociais contribuem para um melhor entendimento da sociedade em que vivemos e dos fatos e processos sociais que nos rodeiam. http://www.pr ofessor anatar i o.xpg .com.br /2.html
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3- DIVISÃO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS O Campo das Ciênc ias Soc iais se compõem de c iências tais como: * SOCIOLOGIA – estuda as relações sociais e as formas de associação, considerando as interações que ocorrem na vida em sociedade. A Soc iologia abrange, portanto, o estudo dos grupos soc iais; dos fatos soc iais; da divisão da sociedade em camadas; da mobilidade social; dos processos de cooperação, competição e conflito na sociedade; etc. Aristóteles, filósofo grego, considerava o homem um ser político, um ser de relações, que deve portanto, desenvolver qualidades que o tornem apto para a vida na ‘polis’ (cidades), tais como procurar aprender a interagir bem com os demais homens, como cidadão e c omo parte de um todo maior a soc iedade humana. * ECONO MIA – estuda as atividades humanas ligadas à produç ão, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços. Portanto, são fenômenos estudados pela economia a distribuição de renda num país, a política salarial, a produtividade de uma empresa, etc. * ANTROPOLOGIA – estuda e pesquisa as semelhanças e as diferenç as culturais entre os vários agrupamentos humanos, assim como a origem e a evolução das culturais. Além de estudar a cultura dos povos pré-letrados, a Antropologia ocupa-se com a diversidade cultural existente nas sociedades industriais. São objetos de estudo os tipos de organização familiar, as religiões, a magia, os ritos de inicialização dos jovens, o casamento, etc. * POLÍTICA – estuda a distribuição de poder na sociedade, bem como a formação e o desenvolvimento das diversas formas de governo. Estuda também, os partidos políticos, os mecanismos eleitorais, etc. Não existe uma divisão nítida entre essas disciplinas. Embora cada uma das Ciências Sociais se ocupe preferenc ialmente de um aspecto da realidade soc ial, elas são c omplementares entre si e atuam freqüentemente juntas para explicar os complexos fenômenos da vida em sociedade. 4- HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS SO CIAIS As primeiras tentativas de compreender o fenômeno das forças sociais basearam-se na imaginação, na fantasia, na especulação. Recorria-se, por exemplo, a deuses e heróis para explicar certos fenômenos sociais. Na Antiguidade e durante a Idade M édia, até o início da Idade Moderna, as tentativas de explicar a sociedade foram bastante influenciadas pela filosofia e pela religião, que propunham normas para a sociedade, procurando melhora-la de acordo com seus princípios. Essas primeiras tentativas de estudo sobre a sociedade humana começaram com os filósofos gregos Platão (427-347 a.C.), em seu livro A república, e Aristóteles (384-322 a.C.), com seu livro Política. Aristóteles afirmou: “o homem nasce para viver em sociedade”. Na Idade Média, os filósofos continuaram a propor normas para que o ser humano vivesse numa sociedade ideal. Com o Renascimento, começaram a surgir pensadores que abordavam os fenômenos sociais de maneira mais realista. Escreveram sobre a sociedade de sua época: Maquiavel, O príncipe; Tomas Morus, em Utopia; e outros. No século XVIII, um avanço importante para a análise mais realista da sociedade foi a contribuição de Giambattista Vico, com sua obra A nova ciência. Nela ele afirma que a sociedade se subordina a leis definidas, que podem ser descobertas pelo estudo e pela observação objetiva. Sua formulação “O mundo social é, com toda certeza, obra do homem”. Foi um co nceito totalmente revolucionário para a época. Alguns anos depois, Jean-Jaques Rousseau rec onheceu a influênc ia decisiva da sociedade sobre o indivíduo. Em seu livro O contato social, ele afirma que “O homem nasce puro, a sociedade é que o corrompe”. Hoje sabemos que não nascemos tão puros assim, considerando os instintos. Foi no séc ulo XIX – Augusto Comte, Herbert Spe ncer, Gabriel Tarde, Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx – que a investigação dos fenômenos sociais ganhou um caráter verdadeiramente científico. 5 – O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA As ciênc ias e a Tecnologia, como atualmente as conhec emos, não existiam sempre enquanto objeto de conhecimento da humanidade. A Sociologia originou-se da Filosofia. Movidos pela curiosidade ante o espetáculo da natureza, os seres humanos primitivos teriam questionado a origem e criação da vida. Estas dúvidas, estas necessidade de saber teriam levado os seres humanos à reflexão sobre si mesmos, sobre a origem do mundo, sobre os fatos da natureza, a origem e objetivo da vida. Estas constituem o que denominamos “primeiras indagações filosóficas do homem”. Sob este ponto de vista, podemos dizer, como Antonio Joaquim Severino, rec onhecido filósofo brasileiro, que “a Filosofia é o esforço que o homem faz para perceber a realidade”.A esta ação chamamos “filosofar”. http://www.professoranatario.xpg.com.br/2.html
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Augusto Conte (1798 – 1857) é tradicionalmente considerado o pai da Sociologia. Foi ele quem pela primeira vez usou essa palavra, em 1839, no seu Curso de Filosofia Positiva. Mas foi com Émile Durkheim (1858 – 1917) que a Sociologia passou a ser co nsiderada uma ciênc ia e co mo tal se desenvolveu. Durkheim formulou as primeiras orientaçõ es para a Sociologia e demonstrou que os fatos sociais têm características próprias, que os distinguem dos que são estudados pelas outras ciências. Para ele, a Sociologia é o estudo dos fatos Sociais. 6- OS NOVOS DESAFIOS PARA A SOCIOLOGIA A partir da segunda metade do século XX, com o fortalecimento do c apitalismo, que se tornou mais complexo, a sociologia ganha nova importância, deparando-se com questões que até então não havia se preocupado: ruptura de normas sociais, desagregação familiar, cidadania, minorias, violência, crimes, desemprego, etc. À Sociologia moderna coube analisar todos os agentes sociais que provocam profundas modificações na sociedade. Assim foi consolidado o seu papel, à medida que definiu sua forma de pesquisa, análise e interpretação e interpretação dos fenômenos sociais. O sociólogo, não pode perder de vista a noção de relatividade dos fenômenos sociais, e as diversas formas que se apresentam no mundo. Pois um fenômeno pode acontecer num país e noutro não. 7- A OBJETIVIDADE DA SOCIOLOGIA Uma importante característica da observação científica é a objetividade. Por exemplo, dois mais dois são iguais a quatro, seja a soma feita por um católico, um muçulmano ou um comunista. Mas a objetividade é mais difícil de se conseguir em Ciências Sociais do que nas Ciências Naturais, mas não é impossível. Os seres humanos, no estudo de si mesmos e da sociedade, podem se deixar influenciar por idéias, crenças, valores, etc. Como c iência, a Sociologia tem duplo valor: aumenta o conhecimento que o ser humano tem de si mesmo e da sociedade, e pode contribuir para a solução de problemas. REFLETINDO SOBRE O CONTEÚDO: 1- Na sua opinião, como o estudo da sociologia pode ser utilizado na sua vida prática? 2- De que se ocupam as Ciências Sociais? 3- Qual é o o bjeto e o objetivo das Ciências Soc iais? 4- Por que não existe divisão nítida entre as disciplinas das Ciências Sociais? 5- De qual campo do c onhecimento originou-se a sociologia? 6- Quem é o pai da Sociologia? 7- Quem difundiu a Sociologia e fez ser reconhecida como Ciência? 8- O que é Sociologia para Durkheim?
CONCEITOS BÁSICOS PARA A COM PREENSÃO DA VIDA SOCIAL 1 – ISOLAMENTO SOCIAL O “menino selvagem” Victor de Aveyron é um dos casos mais conhecidos dos seres humanos c riados livres em ambiente selvagem. Em 1797, quando foi visto pela primeira vez na floresta, inteiramente nu, que fugia do contato com as pessoas, tinha a cabeça, os braços e os pés nus; farrapos de uma velha camisa cobriam o resto do corpo, co berto de c icatrizes. Era um menino de c erc a de 12 anos de idade, provavelmente abandonado numa floresta aos 4 ou 5 anos. Não pronunciava nenhuma palavra e parecia não entender nada do que falavam com ele. Rejeitava roupas e uso de c ama, loc omovia-se apoiado nas mãos e nos pés, c orrendo co mo os animais quadrúpedes. Duas meninas, Amala e Kamala, foram descobertas em 1921, numa caverna da Índia, vivendo entre lobos. Tinham http://www.professoranatario.xpg.com.br/2.html
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aproximadamente 4 e 8 anos de idade, ambas apresentavam hábitos alimentares bastante diferentes dos nossos, como os animais, ela cheiravam a comida antes de toca-la, dilacerando os alimentos com os dentes e poucas vezes fazendo uso das mãos como instrumento para beber e comer. Possuíam aguda sensibilidade auditiva e o olfato bastante desenvolvido. Locomoviam-se apoiadas nas mãos e nos pés, adotando a marcha quadrúpede. Preferiam a companhia de animais que pareciam entendê-las. Amala, a mais jovem, não resistiu à nova vida e logo morreu. Kamala levou seis anos para utilizar a marcha ereta, viveu cerca de oito anos e morreu. Temos então dois casos clássicos que mostram como indivíduos criados fora da convivência humana, em completo e permanente isolamento social, dificilmente adotam hábitos humanos. Há absoluta necessidade do grupo para que o comportamento humano se desenvolva. 2 – SOCIABILIDADE E SOCIALIZAÇÃO Reflita sobre este pensamento de Aristóteles (384-322 a.C.): “O homem é por natureza um animal social”. O que isso quer dizer? A vida em grupo é uma exigência da natureza humana. O homem necessita de seus semelhantes para sobreviver, perpetuar a espéc ie e também para se realizar plenamente como pessoa. A Sociabilidade – capacidade natural da espécie humana para viver em sociedade – desenvolve-se pelo processo de socialização. Pela Socialização – vida em grupos - o indivíduo se integra ao grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos e costumes característicos daquele grupo. Participando da vida em sociedade, aprendendo suas normas, seus valores e costumes, o indivíduo está se socializando. Quanto mais adequada à socialização do indivíduo, mais sociável ele poderá se tornar. 3- CONTATOS SOCIAIS Ao dar uma aula, o professor entra em contato com os alunos. O cliente e o vendedor de uma loja estabelecem co ntato na hora da venda de uma merc adoria. Duas pessoas conversando também estabelecem um contato social. A convivênc ia humana pressupõe uma variedade de formas de contatos sociais. O contato social é a base da vida social. É o primeiro passo para que oc orra qualquer associação humana. Tipos de contatos sociais: * Contatos soc iais primários – são os co ntatos pessoais, diretos e que tem uma forte base emocional, pois as pessoas envolvidas compartilham suas experiências individuais. São exemplos: os familiares; as relações sociais na escola, no clube, etc. assim as primeiras experiências do indivíduo se fazem com base em contatos sociais primários. * Contatos sociais secundários – são os contatos impessoais, calculados, formais. Trata-se mais de um meio para atingir determinado fim. São exemplos: o contato do passageiro c om o c obrador do ônibus, apenas para pagar a passagem; o contato do cliente com o caixa do banco, para descontar o cheque. São também considerados contatos secundários os contatos através de carta, telefone, telegrama, e-mail, etc. É importante destacar que as pessoas que tem uma vida baseada mais em contatos primários desenvolvem uma personalidade diferente daqueles que tem uma vida com predo minância de c ontatos secundários. Um lavrador, por exemplo, apresenta uma personalidade bastante diversa de um executivo. Com a industrialização e a c onseqüente urbanização diminuíram os grupos de c ontatos primários, pois a cidade é a área em que há mais grupos nos quais predominam os c ontatos secundários. As relações humanas nas grandes cidades podem ser mais fragmentadas e impessoais, caracterizando uma tendência aos contatos sociais secundários e ao individualismo, pois a proximidade física não significa necessariamente proximidade afetiva. A vida nas metrópoles, por exemplo, facilita os conflitos. Um exemplo de individualismo cultivado nas grandes cidades são as brigas no trânsito, cada vez mais freqüentes, muitas com desfecho violento. 4 – CONVÍVIO SOCIAL, ISOLAMENTO E ATITUDES. A História demonstra que o convívio social foi e continua a ser decisivo par o desenvolvimento da humanidade. As descobertas feitas por um grupo, quando c omunicadas às outras, tornam-se estímulo e ponto de partida para aperfeiço amento e novas descobertas. Transmitidas de geração a geração, esses conhecimentos compartilhados não se perdem com a morte de seus desc obridores. No c onvívio soc ial, o c ompartilhamento entre indivíduos se dá pe los contatos sociais. A ausência de contatos sociais caracteriza o isolamento social. Existem mecanismos que reforçam o isolamento social, http://www.professoranatario.xpg.com.br/2.html
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que são atitudes de ordem social e atitudes de ordem individual. As atitudes de ordem social envolvem os vários tipos de prec onc eitos (de c or, de religião, de sexo, etc ). um exemplo histórico de preconc eito é o anti-semitismo, voltado c ontra os judeus. Tal atitude foi especialmente violenta durante a Idade Média e também entre os anos de 1933 e 1945, nos países dominados pela ideologia nazista. A África do Sul é outro exemplo de país onde por várias décadas imperou uma legislação que afastava do convívio social com os brancos a maior parte da população: era o apartheid, que a maioria branca impunha à maioria negra, relegando seus membros à condição de cidadãos inferiores. Uma atitude de ordem individual que reforça o isolamento é a timidez. O sociólogo Karl Mannheim considera que a timidez, o preconceito e a desconfiança podem levar o indivíduo a um isolamento parcial semelhante ao ocasionado de modo geral pelas deficiências físicas, quando são segregados dentro de seu próprio grupo primário. As formas de convívio social são diversificadas, pois cada cultura, cada povo, tem sus regras particulares de convivência humana. As condições de convivência podem se modificar de acordo com certas transformações que ocorrem nas sociedades. Por exemplo, a situação da mulher na maneira geral foi se modificando rapidamente ao longo das últimas décadas do século XX. Quem imaginaria, nos anos de 1920, a mulher votando? Difícil também imaginar, a cinqüenta anos atrás, mulheres ocupando c argos executivos em grandes empresas, ou dirigindo a ec onomia e a política de uma grande nação, como foi o caso de Margareth Thatcher. No Brasil temos destaques femininos, tanto na política como em outras diversas atividades sociais. 5 – COM UNICAÇÃO A comunicaç ão é vital para a espécie humana enquanto ser social e para o desenvolvimento da cultura. O primeiro meio de comunicação do homem é a linguagem. Através da linguagem o ser humano atribui significados aos sons articulados que emite; isso é possível porque somos dotados de inteligência. Graças à linguagem podemos transmitir pensamentos e sentimentos aos nossos semelhantes, bem como passar aos desc endentes nossas experiências e descobertas, fazendo com que os conhecimentos adquiridos não se percam. À medida que as sociedades se tornaram mais complexas, os meios de comunicação foram se aperfeiçoando. Pelos meios de co municaç ão, os fatos, as idéias, os sentimentos, as atitudes, as opiniões são compartilhados por um conjunto enorme de indivíduos e atingem um grande número de países. Segundo o espec ialista em comunicação M arshall Mc Luhan, o mundo c ontemporâneo é uma autêntica “aldeia global”, onde os fatos, opiniões e modos de vida são compartilhados por inúmeras pessoas. Os meios de comunicação de massa moldam hoje as idéias e opiniões de grupos cada vez maiores de indivíduos. E isso vem se verificando c om uma intensidade crescente graças sobretudo à Internet. 6 – INTERAÇÃO SOCIAL Quando dá uma aula, o professor está em contato social com seus alunos, estabelecendo-se uma intercomunicação entre professor e alunos e também entre alunos e alunos. Os alunos aprendem coisas; seu comportamento, portanto, passa por modificação. Também o comportamento do professor se modifica: sua explicação da matéria é diferente de uma turma para outra, pois pode precisar se deter num ponto que para uma classe mostra-se mais difícil do que para outra, pode mesmo mudar de o pinião após uma discussão em classe. Portanto, o professor influencia os alunos e é influenciado po r eles. Dizemos, então, que existe entre professor e alunos uma interação soc ial. O aspecto mais importante da interação social é que ela modifica o comportamento dos indivíduos envolvidos, como resultado do contato e da comunicação que se estabelece entre eles. Desse modo, fica claro que o simples contato físico não é suficiente para que haja interação soc ial. Por exemplo, se alguém senta ao lado de outra pessoa num ônibus, mas ambos não conversaram, não está havendo interação social. Os contatos sociais e a interação constituem, portanto, condições indispensáveis à associação humana. Os indivíduos se soc ializam por meio dos contatos e da interação social. A interação pode ocorrer entre uma pessoa e outra, entre uma pessoa e um grupo ou entre um grupo e outro. A interação assume formas diferentes. A forma que a interação social assume chama-se relação social. Um professor dando aula tem um tipo de relação social com seus alunos, a relação pedagógica. Uma pessoa comprando e outra vendendo estabelecem uma relação econômica. As relações soc iais podem ainda ser po líticas, religiosas, culturais, familiares, etc. A forma mais típica de interação social, como vimos, é aquela em que há influência recíproca entre os participantes. M as alguns autores falam em interação soc ial quando apenas um dos elementos influenc ia o outro. Isso acontec e quando um dos pólos da interação está representado por um meio de comunicação apenas físico, como a televisão, o http://www.professoranatario.xpg.com.br/2.html
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cinema e o livro. Assim, quando um indivíduo assiste a um filme, ele pode ser influenciado pela história, mas não a influencia. Ocorre, nesse caso, uma interação não-recíproca, ou seja, apenas um dos lados influencia o outro. 7 – PROCESSOS SOCIAIS Processo é o nome que se dá à contínua mudança de alguma coisa numa direção definida. Processo social indica interação social, movimento, mudança. Os processos sociais são as diversas maneiras pelas quais os indivíduos e os grupos atuam uns c om os outros, a forma como os indivíduos se relacionam e estabelecem relações soc iais. Processo social é, portanto, qualquer mudança proveniente dos contatos e da interação social entre os membros de uma soc iedade. Tipos de processos sociais: * proc essos sociais associativos: co operaç ão, acomodação e assimilação. * proc essos sociais dissociativos: competição e c onflito Cooperação – é a forma de interação soc ial na qual diferentes pessoas, grupos ou comunidades trabalham juntos para um mesmo fim. São exemplos de cooperação: a reunião de vizinhos para limpar a rua; um grupo de pessoas que se organiza para fazer uma festa, mutirão de moradores para c onstruir um conjunto habitacional. Cooperação direta. Compreende as atividades que as pessoas realizam juntas, como é o caso dos mutirões. Cooperação indireta. É aquela em que as pessoas, mesmo realizando trabalhos diferentes, necessitam indiretamente umas das outras, por não serem auto-suficientes. Tomemos o exemplo de um médico não pode viver sem o alimento produzido pelo lavrador, e do lavrador necessita do médico quando fica doente. Competição – em Biologia, definimos competição como: “A competição é uma relação ecológica desarmônica, em que pelo menos uma das espécies envolvidas é prejudicada”. Transpondo o conceito ecológico de competição para os grupos humanos, encontramos muitas semelhanças. A competição pode levar indivíduos a agirem uns contra os outros em busca de uma melhor situação. Ela nasce dos mais variados desejos humanos, como ocupar uma posição social mais elevada, ter maior importância no grupo social, alcançar riqueza e poder. Como nem todos podem obter os melhores lugares nas esferas soc iais, muitas pessoas se sen tem prejudicadas por não conseguirem atingir seus objetivos. Algumas experimentam a sensação de fracasso, a frustração, muito mais intensamente que outras. Há indivíduos que, a partir dessa frustração, chegam a desenvolver um grande sentimento de inferioridade. E esse sentimento tanto pode levar o indivíduo a reagir, tentando superar suas dificuldades para buscar novas oportunidades, como leva-lo à depressão e ao desânimo. As sociedades contemporâneas – principalmente os países capitalistas – estimulam os indivíduos a competir em todas as suas atividades: na escola, no trabalho e até no lazer. Conflito – quando a competição assume c aracterísticas de elevada tensão social, sobrevém o conflito. Freqüentemente vemos no noticiário dos jornais e da televisão relatos de conflitos em diversas partes do mundo. São exemplos de co nflitos soc iais, o racismo, revoluções políticas, motins e fugas de presos, invasores de terras, guerras, grupos terroristas agindo em diversas partes do mundo, etc. O conflito social é um processo social porque através dele o homem provoca mudanças soc iais. São exemplos os negros norte-americanos, que depois de violentos choques com a polícia, conseguiram ser reconhecida uma série de direitos civis. Mesmo assim, este c onflito entre negros e brancos norte-americanos ainda estão longe de ter um fim. Competição e conflito – comparando a competição e o conflito, podemos destacar o seguinte: - A competição pode tomar a forma de luta pela existência, como a que se estabelece entre indivíduos para obtenção de alimentos ou emprego; a competição pode se transformar em conflito. - O conflito pode tomar a forma de rivalidade, discussão, disputa, litígio e guerra. O conflito é bem evidente na luta entre partidos políticos, entre seitas religiosas e entre nações. - A competição é inconsciente; o c onflito é consciente; - A competição é impessoal; o conflito é pessoal, portanto, emocional. Pode implicar violência ou ameaça de violência. - A competição é contínua, o conflito não pode durar permanentemente com o mesmo nível de tensão. http://www.professoranatario.xpg.com.br/2.html
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Acomodação – se, num conflito, um adversário derrota o outro, e o derrotado corre o risco de ser totalmente liquidado, é comum este aceitar as condições impostas pelo vencedor. Ocorre, assim uma acomodação, pois o vencido aceita as condições impostas, ficando numa posição de subordinação. A escravidão dos vencidos, comum na Antiguidade, é um caso típico de ac omodação. Quando alguém cumpre uma lei ou segue um costume com os quais não concorda, só para evitar sansões ou divergências, também se enquadra num processo associativo de acomodação. Por exemplo, os imigrantes recém-chegados entram num processo de acomodação; deixam de lado sua língua e seus costumes, para evitar conflitos. A acomodação é o processo social em que o indivíduo ou o grupo se ajusta a uma situação de conflito, sem que oc orram transformaçõ es internas. Trata-se, portanto, de uma solução superficial de conflito, pois este continua latente, podendo vir a se manifestar. Assim, podemos dizer que a acomodação é o ajustamento de indivíduos ou grupos apenas nos aspectos externos de seu comportamento. Ela diminui o conflito. Mas o conflito só desaparece com a assimilação. Assimilação – é a solução definitiva e tranqüila do conflito. Pela assimilação, os conflitos são superados. Trata-se de um processo de ajustamento, pelo qual os indivíduos ou grupos diferentes tornam-se mais semelhantes. Implica na transformação interna dos indivíduos ou grupos, que envolvem mudanças na maneira de pensar, sentir e agir. A assimilação se dá por mecanismo de imitação, exigindo um certo tempo para se concretizar. O exemplo típico de assimilação é o do imigrante, que com o passar do tempo, deixa-se envolver pelos costumes, símbolos, tradições e língua da nova pátria. Outro exemplo de assimilação é a conversão. O indivíduo convertido religiosa, política ou filosoficamente abandona suas antigas atitudes, c onvicç ões e sentimentos, adotando no vas maneiras de agir e pensar. O aspecto importante da assimilação é que ela implica uma transformação de personalidade. Atinge áreas profundas e extensas da personalidade, envolvendo valores e atitudes fundamentais. REFLETINDO SOBRE O CONTEÚDO: 1- O que você entende por sociabilidade e socialização? 2- Defina contatos sociais primários e sec undários. 3- Qual a importância da linguagem para o ser humano? 4- Como ocorre a interação social entre os indivíduos? 5- Defina processos soc iais. 6- Recorte de jornais ou revistas exemplos de diferentes tipos de processos sociais.
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