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P E A R L t v l A N
S É R IE IE Comentário Bíblico
S É R IIEE Comentário
Bíblico
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I mios os Direitos Rese rvad os. Cop yrig ht 1995 1995 para a língua por tug ues a da t 'asa Publicadora das Assembléias de Deus. C'apa: Hudson Silva
226.5 - João Pearlman, Myer PHAj
João, o Hvang elho do Filho de Deus .../ Myer Pearlman - l.ed. - Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1995. p. 2 36 . cm . 14x2 14 x2 1 ISBN 85-263-0025-3 I. Comentário Bíblico. 2. João CD D - 226.5 - João
Casa Publicadora das Assembléias de Deus
Caixa Postal 33 1 20001-970, Rio de Janeiro, RJ. Brasil I 1I d iç ão /1 99 5
ín d ic e 1. Jesus, Filho de D eus e C r ia d o r ....... 7 2. Os Primeiros Discípulos ................... 17 3. O Primeiro Milagre de Cristo ......... 27 4 . J e s u s e N i c o d e m o s ............................... 37 5 . J e s u s e a M u l h e r S a m a r i t a n a ........... 49 6. O Paralítico do Tanque de Betesda .. 59 7. Je su s, o Jui z q u e FTá de V i r .............69 8. Jesus, o Pão da V id a ........................... 79 9. Jesus na Festa dos Ta be rná cul os ... 91 10. Jesus, o Libertador ........................... 101 1 1 . O C e g o d e N a s c e n ç a ...................... 109 12. Jesus, o Bom Pastor ......................... 119 13. A R e s s u r r e i ç ã o d e L á z a r o .............. 131 14. J e s u s é U n g id o p o r M a r i a .............. 141 15. Jesus, o Rei dos R e i s ........................ 151 16. Jesus, o Servo ......................................161 1 7 . J e s u s n o s D á o C o n s o l a d o r ............ 171
18. Je sus É a V i d e i r a .............................. 181 19. Jesus, o Intercessor .......................... 193 20. A Crucificação .................................... 203 21. Jesus, o Rcssurrcto.............................211 22. Jesus Dissipa as Dúvidas ................ 217 23. Jesus Aparece a Sete Discípulos na G a l i l c i a .............................................227
J esu s, F ilh o d e D eu s e C ria d o r Texto: João 1.1-14 Introdução Em João 20.31, o evangelista declara o seu propósito, que c oferecer uma série de evidências que comprove m a natureza c a missão divinas de Jesus. Os primeiros 18 versículos do livro são um prefácio cm que anuncia o seu tema: “C om o o Filho de Deus foi manifestado ao m un do ” . Este prefácio apresenta as três grandes idéias que percor rem o evangelho inteiro: 1. A revelação do Verbo, v. 1-4. 2. A rejeição do Verbo, v. 5-11. 3. A aceitação do Verbo, v. 12-14.
1 - A R ev elação do Verbo ( J o 1.1-4) /. S e u r e l a c i o n a m e n t o c o m D e u s . “No princípio era o Verbo”. Esta expressão nos leva de volta a Gênesis 1.1, onde se lê: “No princípio criou Deus os céus e a terra.” João nos informa que, na época da criação, o Verbo já
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existia: “E o Verbo estava com Deus”, existia cm relacio namento com Deus, o que sugere a eterna comunhão entre o Pai e o Filho. “E o Verbo era Deus” não significa que o Verbo é o Pai, porque o Pai e o Filho, sendo um quanto à sua natureza, são, porém, distintos quanto às suas persona lidades. O Verbo c da mesma natureza do Pai, ou sej a, divino. A palavra do homem é o modo de ele se exprimir, de se comunicar com outras pessoas. Pela sua palavra, faz c o n h e c i d o s s e us p e n s a m e n t o s e s e n t i m e n t o s; p e l a s u a p a l a vra, dá ordens c efetua a sua vontade. A palavra qu e ele fala transmite o impacto do seu pensamento e caráter. Um homem pode ser conhecido de modo completo pela sua p alavra, c ate um c eg o po d e c o n h e c ê -lo p e r fe ila m e n te a s sim. Ver a pessoa não daria muitas informações quanto à sua personalidade a alguém que não a tivesse ouvido falar. A palavra da pessoa é seu caráter recebendo express ão. Da m esm a forma, a “ Palavra de De us” (ou "Verb o de De us ”, expressão que a tradução bíblica cm português emprega quando se trata de uma referência direta a Jesus Cr isto na sua vida terrena) é sua maneira de exprimir sua inteligên cia, vontade c poder. Cristo é aquele Verbo, porque Deus revelou sua atividade, vontade c propósito através dele, e p o rq u e é p o r m eio d ele q u e D eu s en tra cm co ntato c o m o mundo. Nós nos exprimimos por meio de palavras; o Deus eterno se exprime através de seu Filho, que é “a ex pressa imagem da sua pessoa” (Hb 1.3). Cristo c o Verbo de Deus p o rq u e revela Deus, d e m o n str an d o - o pesso alm en te. Ele não s o m e n t e traz a mensagem de Deus - Ele é, pessoalmente, a mensagem de Deus. Deus se revelara mediante a palavra dos profetas, e através de sonhos, visões e manifestações temporárias. Os homens, porém, ansiavam por uma resposta ainda mais c o m p r e e n s ív e l à s u a p e rg u n ta : C o m o é D e u s ? C o m o r e s posta a esta p erg u n ta, o c orreu o e v en to m ais estu p e n d o da história do mundo: “E o Verbo se fez carne” (Jo 1.14). O
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eterno Verbo de Deus tomou sobre si a natureza humana c se fez homem, a fim de revelar o Deus eterno através de uma personalidade humana (Hb 1.1,2). Assim sendo, dian te da pergunta “Como é Deus?”, o cristão responde: Deus é como Cristo, porque Cristo c o Verbo - a expressã o do conceito que o próprio Deus faz de si mesmo. 2. Seu relacionamento com a criação. “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” . “Ele estava no prin cípio c om De us” , ou seja, já na época em que o Universo estava para ser criado (cf. Hb 1.2; Cl 1.16; 1 Co 8.6). A quem falou Deu s em Gênesis 1.26? 3. Seu relacionamento com os homens. “Nele estava a vida ” . Ele dá vida a todos os organism os vivos, e guia todas as operações da natureza. O Pai é fonte original da vida; e toda a vida está reservada nElc, como numa cisterna de armazenamento. O universo de coisas vivas veio a existir p o r m eio do V e rb o , e é su sten tad o pelo seu p o d er. A cura do paralítico (Jo 5.1-9) e a ressurreição de Lázaro são ilus trações do poder do Verbo. “E a vida era a luz dos h om en s” . To da a luz qu e já veio aos homens mediante a consciência, a razão ou a profecia, foi irradiada pelo Verbo de Deus, mesmo antes dele entrar no mundo.
II - A Rejeição do Verbo ( J o 1 . 5 - 1 1 ) 7. R e je ita d o com o a lu z d os h o m en s. “ E a l u z r e s p l a n dece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” A luz era derivada do Verbo, e pela capacidade recebida d a parte dEle podiam reconhecer o que era útil à sua natureza espi ritual. Mesmo assim, fecharam os olhos à Fonte da luz, com o o olho doentio que rejeita a luz natural, em bo ra aquela fosse a vida deles. A queda foi um obstáculo, na história da humanidade, ao entendimento da Palavra de Deus, porque envolveu o mundo em trevas morais e espirituais, de tal
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modo que os homens, criados por Deus, não podiam mais entender as instruções de seu Criador, tendo sido obscurecidas as suas mentes pelo efeito do pecado e da ignorância. O pensamento básico do trecho é interrompido pelos versículos 6-8, que enfatizam a posição de João Batista como testemunha c refletor da luz, e não como Messias. Alguns dos seus discípulos se apegaram tanto a ele que, a despeito da adve rtência contida no testemu nho que deu de si mesmo em João 3.25-30, teimaram em sustentar s e r J o ã o B a t i s t a o M e s s i a s , e, p o s t e r i o r m e n t e , f o r m a r a m a seita dos mandeus, da qual existem ainda seguidores no Oriente. Voltando ao pensamento básico: “Estava no mundo, c o m u n d o foi l e i t o p o r el e, e o m u n d o n ã o o c o n h e c e u ” . Os homens tinham tão pouco entendimento da origem do seu ser, aprenderam tão pouco acerca da razão da sua existência, que não reconheceram seu Criador quando Ele surgiu no meio deles. A civilização romana regis trou seu nascimento, lançou-o no cadastro dc pessoas físicas para finalidades dc impostos, mas não tomou o mínimo conhecimento dEle como sendo o próprio Deus revelado cm seu meio. 2. R e je ita d o c o m o M e s s ia s d e Isra e l. “ V e i o p a r a o q u e e r a se u , c o s se u s n ã o o r e c e b e r a m ” . J e s u s e n s i n o u esta verdade na parábola dos lavradores maus (Mt 21.3343). Que tragédia! A nação que aguardava a vinda do Messias, orando ardentemente por este acontecimento, cantando e profetizando acerca da sua vinda, não quis recebê-lo quando chegou! (Cf Is 53.2,3; Lc 19.14; At 7.51,52).
Ill - A Aceitação do Verbo (Jo 1.12-14) 1. O dom da filiaç ã o. “Mas, a todos quantos o recebe ram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos dc Deus; a saber: aos que crê cm no seu no m e” . Estes vieram a ser
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filhos de Deus, não por serem descendentes de Abraão (“não nasceram do sangue”), nem por geração natural (“nem da vontade da carne”), nem pelos seus próprios esforços (“nem da vontade do varão”). Sua adoção na família divina foi um dom gratuito c sobrenatural da parte de Deus, mediante u m a n o v a v i d a i m p l a n t a d a n e l e s p e l o E sp í r it o S a n to , c o m o será explicado adiante na entrevista de Jesus com N ic o d e m o s , no capítu lo 3. 2. A visão da glória. “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós”. Literalmente: “E o Verbo foi feito carne, e ta b ern á c u lo e n tre n ó s ” . O Filho d e D e u s h ab ito u n u m tabernáculo (“tenda”) entre nós, o tabernáculo sendo seu pró prio co rp o (cf. Jo 2.19; 2 C o 5.1,4; 2 P e 1.13,14). A ssim como a glória de Deus habitava no Tabernáculo antigo, assim também, quando Cristo nasceu neste mundo, sua di vina natureza habitava no seu corpo como num templo.
“E vimos a sua glória” (caráter divino), não merame nte a glória externa revelada na transfiguração (2Pc 1. 16,17), mas, também, o esplendor do seu divino caráter. Não era uma glória refletida, como a glória de um santo, e sim a “glória do unigenito do Pai”. U m filho participa da m esm a natureza do pai; Cristo, como Filho de Deus, tem a própria natureza de Deus. E ste divino caráter estava “cheio de graça e de verd ade ” . A gra ça é o favor divino, o am or inabalável de Deus, a misericórdia divina, c a verdade não som ente é a fala leal, sincera c veraz, como também a conduta à al tura. Por qual ato, ou meio, o Filho dc Deus veio a ser Filho do homem? Qual milagre poderia trazer ao mundo “o se gund o ho m em ” , que é o Sen hor do Céu (1 C o 15.47)? A resposta é que o Filho de Deus entrou no mundo, como Filho do home m , por meio da concepção no ventre de Maria mediante o Espírito Santo, independentemente de pai hu mano. No fato do nascimento virginal baseia-se a doutrina da encarnação (Jo 1.14).
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1. Cristo, a nossa Vida. “N ele estava a vida” . Cristo é a verdadeira fonte de vida espiritual. “Eu vim para que tenham vida, e a tenham cm abundância” (Jo 10.10). Para esta finalidade o Filho de Deus tornou-se Filho do homem: a fim de que os filhos dos homens possam ser feitos filhos dc Deus. “Quem tem o Filho, tem a vida”.
Esta vida dc Cristo cm nós precisa tomar a primazia; e n q u a n t o s u b j u g a m o s p e l a F o n t e a v i d a do p r ó p r i o - e u , s u s tentamos a vida de Cristo em nós; quanto mais alimenta mos cm nossa vida a de Cristo, a vida do próprio-eu vai p a ssa n d o fom e. M ig u elân g c lo , o g ra n d e escultor, d iz ia das l as ca s d c m á r m o r e q u e i am c a i n d o e m g r a n d e s q u a n t i d a d e s no chão do seu estúdio: “Enquanto o mármore vai se des gastando, a estátua vai crescendo.” Enquanto nós, median te a abnegação, tiramos lascas da nossa velha natureza, a vida dc Cristo se torna manifesta cm nossos corpos mor tais. Cristo, para ilustrar esta verdade, fez alusão à prática da p oda: “T o d a vara cm m im qu e não d á fruto, a lira; e l im p a toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto” (Jo 15.2). O objetivo da pod a c canaliz ar a vida dc partes inúteis para pa rte s úteis. A p arte d a p lan ta q u e antes m o n o p o l iz a v a o vigor da planta sem dar resultados, de repente c cortada, a fim de que a seiva vital passe de modo ativo às partes frutíferas. A abnegação c um tipo de poda espiritual medi ante a qual as energias antes malbaratadas em atividades p e c a m in o s a s ou sem p ro v e ito são p o s tas a serviço d a vida espiritual. Enquanto conservarmos nosso contato com Cristo, que é a nossa vida, temos a vida abundante. Se deliberadamentc nos separamos dele, perdemos esta vida. A árvore não se alasta da folha; é a folha que cai da árvore. Ciásto não abandona ninguém; são os homens que o abandonam.
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Como nutrir a vida divina que há em nós? Pela leitura da Palavra, pela oração, observando diligentemente todos os meios da graça. 2. Cristo, nossa Luz. “Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo o homem que vem ao mundo” (Jo 1.9). Por que Jesus é comparado à luz? 2.7. A lu z é p ura. Brilha nos lugares mais imundos sem p erder sua p urez a. C risto foi c h a m a d o “o a m ig o dos p e c a dores”, sem que a mínima mancha de pecado lhe tenha maculado o caráter. A luz brilhou nas trevas, sem nunca por elas ser ve ncid a, o b scu r ec id a . L o n g e de afa stá-lo dos pecad o re s, s u a p u re z a fez c o m q u e sentisse s im p a tia por eles. Os verdadeiros homens de Deus sempre demonstram ternura pelas pessoas que caíram cm erros. 2.2. A lu z é m eiga. A luz pode tocar numa teia de ara nha sem fazer tremer um único fio. Cristo sempre de mons trava meiguicc ao tocar vidas quebradas, para sarar e não p ara e sm a g a r (cf. M t 12.20). T o d o s os v e rd a d eir o s cristãos são pessoas meigas, pacíficas (Tg 3.17). Muitas vezes o conceito de poder se confunde com o da violência; a meiguicc, porem, é um poder construtivo. 2.3. A luz. revela. Quão grande é o alívio para o viajante tateando na noite escura, quando rompe a aurora! Quão grande a alegria para o peregrino nas sendas desta vida quando a luz da revelação divina esclarece os problemas da vida! “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12). 3. “O hom em, este d es co n he cid o ". Foi este o título que o cirurgião c cientista Dr. Alexis Carrel, de renome mun dial, deu a um livro seu que teve enorme aceitação. Nele, indica que as dificuldades pelas quais a humanidade passa são devidas ao fato de que o homem, sábio quando se trata d e i n v e n ç õ e s , é p r o p o r c io n a l m e n t e i g n o r a n t e q u a n t o à n a tureza do seu próprio ser. Há algum tempo, um notável b ió lo g o fez u m a de claraç ão sem e lh an te. E x p resso u o r e
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ceio de que a nossa civilização esteja caminhando para a ruína porque o homem, com tantos conhecimentos quanto ao emprego dos objetos materiais, ainda permanece sendo um “mistério biológico”. A razão por que o homem não conhece a si mesmo é não conhecer o seu Criador. Assim como João escre veu: “Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, c o mundo não o conheceu” (Jo 1.10). Jesus “sabia o que havia no homem” (Jo 2.25). Sabe, também, o que é melhor para o h o m e m . S e u j u g o é s u a v e po r q u e , d i f e r e n t e m e n t e d o j ug o do pecado, se adapta à alma. 4. D eus m anifestado na carne. Narra-se a história de um culto hindu, que, passeando dcsprcocupadamentc, foi olhar de perto um formigueiro. Quando se abaixou, sua sombra assustou as formigas e elas correram em toda s as direções. Tendo uma natureza simpática, o hindu pensou consigo mesmo: “Gostaria de poder conversar com estas p e q u e n a s criaturas, para dizer-lh es que não q u ero lhes fa zer nenhum mal”. Mais uma vez, aproximou-se delas, e elas, como da primeira vez, se amedrontaram. Quando ele recuou um pouco, recomeçaram as atividades do formi guei ro. Sua mente, como que brincava com o incidente: “ Gos taria de poder falar àquelas criaturinhas”, voltou a pensar. Então ocorreu-lhe o pensamento: “Não poderia falar com elas mesmo se possuíssem inteligência; ainda que possuís sem uma língua, c que eu pudesse aprender tal língua, não conseguida mc comunicar com elas, porque os meus pen samentos não são os pensamentos delas. Meus termos de expressão não seriam compreensíveis a elas.” Sua imagi n a ç ã o c o n t i n u o u t r a b al h a n d o : “ S e eu p u d e s s e v i r a se r u m a formiga como elas, c ainda reter minha própria personali dade c consciência, então, vivendo entre elas, conseguida comunicar-me, e elas entenderíam pelo menos alguma coi s a d o s m e u s p e n s a m e n t o s ” . O s e g u i n t e p e n s a m e n t o r a i o ulhe de súbito: “E exatam ente isto que estes ensinadore s cris
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tãos querem nos di/.er: que Deus se fez homem a fim de revelar se a nós c sa lvar-n os” . E, assim, sob a influência da p ró p ria ilu straç ão que ele m e sm o viu, o hindu veio a a cei tar a fé cristã. A encarnação c um mistério que desafia a lógica. Para nossa fé, porém, basta sabermos que Deus se revelou por meio de Cristo, a fim de abrir-nos o caminho da salvação.
O s P rim eiro s D isc íp u lo s Texto: João 1.35-42 Introdução O apóstolo João declara o propósito de escrever seu evangelho: “Listes, porem, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, c para que, crendo, tenhais vida cm seu nome” (Jo 20.31). João transmite-nos todo o volume de testemunho que o convenceu, c a outros da sua geração, quanto à divindade de Cristo, e tem confi ança de que outros, igualmcnte, serão inspirados com a mesma convicção. O apóstolo apresenta três séries de testemunhos: 1) Os milagres de Cristo, que chama dc “sinais”, porque demons tram a divindade de quem os opera. Quantos milagres operados antes da crucificação João registra no seu livro? 2) As asseverações dc Jesus quanto à sua natureza e mis são. Note quantas vezes João registra as reivindicações dc Jesus, que co m eçam com as palavras “eu sou ” . 3) João registra os testemunhos de outras pessoas - de João Batista, dos primeiros discípulos c daqueles que receberam a cura da parte dc Jesus.
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Este trecho c um exemplo da terceira série de evide nci as. Citam-se aqui os testemunhos de João Batista c Andrc, irmão de Pedro. Quando Jesus emergiu da vida particular para entrar no ministério público, não tinha nenhum adepto ou se guidor. Deus, porém, enviara um profeta para preparar o caminho diante dele - João Batista, para “preparar ao Senhor um povo bem disposto” (Lc 1.17). Foi no meio dos convertidos de João Batista que Jesus recebeu seus p r i m e i r o s d is c í p u lo s . N o s s o t r e c h o b íb li c o c o n t a c o m o três desses discípulos (inclusive o discípulo não menci onado pelo nome) deixaram a escola preparatória de João Batista para se tornarem estudantes da escola superior de Jesus.
I - Uma Declaração Que Chama a Atenção (Jo 1.35,36) “No dia seguinte João estava outra vez ali, e dois dos seus discípulos [André c João]; c, vendo passar a Jesus, disse: Fis aqui o C or de iro de D eu s” . Estudemos o significa do desta proclamação, exam inando as palavras, um a por uma. 1. “EIS aqui o C ord eiro de D eus ” . Fiter alm ente , “v eja ” . O evangelista apela ao pecador que veja o Crucificado e, contemplando-o, lamente os pecados que causaram sua morte. 2. “ Eis O Co rdeir o de De us” . Os sacrifícios de anim ais não operavam a perfeita redenção, haja vista que se mpre tinham de ser repetidos. Nenhum sacerdote de Israel, can sado por causa do serviço ao redor do altar, podería voltar para casa, dizendo: “ M in h a esposa, fin a lm en te ofereci o sacrifício final; o povo está completamente perdoado e p u rif ica d o ” . No entan to, q u a lq u er um d en tre os sacerdotes que obedeciam à fé (At 6.7) poderia ter dito isso, porque o Cordeiro perfeito, do qual os demais eram apenas símbo los, já fora oferecido (cf. 11b 10.1 1,12).
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3. “Eis o C O R D E I R O dc D eus” . O cordeiro era um animal sacrifical; João, portanto, identificava Jesus com o Sacrifício enviado da parte dc Deus, “que tira o pecado do mundo”. Leia Isaías 53, que c um ponto alto na doutrina do sacrifício, por profetizar que o próprio Messias em pes soa havería dc se tornar a expiação pela raça humana. Compare com Atos 8.32-35. Talvez João também se refe risse ao cordeiro da Páscoa (cf.l Co 5.7). No início do pe ríodo da Lei, há o cordeiro da Páscoa, cuja acciLação por parte d a na ç ão de Israel r e d im i u - a do m e io d a nação g e n tia; quase no fim do período da Lei, há outro Cordeiro, rejeitado pelos israelitas - c, p or cau sa deste peca do, fo ram espalhados entre os gentios. 4. “Lis o Cordeiro dc D E U S " . U m a d a s m a i s m a r c a n t e s diferenças entre a fé cristã e o paganismo é que os adoradores pagãos trazem sacrifícios na tentativa de se reconciliarem com os seus deuses, enquanto a mensagem do Evangelho declara que o próprio Deus enviou um sacri fício em nosso favor a fim de nos reconciliar consigo (Rm 8.32; 2 Co 5.19). Deus trouxe a nós o sacrifício que nos coloca mais perto de Deus, e até o Antigo Testamento apresenta a expiação como sendo a dádiva da graça d ivina: “Porque a alma da carne está no sangue; p e lo qu e vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas” (Lv 17.11).
II - Uma Apres entaç ão Inesquecível ( J o 1 . 3 7 - 3 9 ) 1. Os discípulos que procuram. “E os dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus.” A congregação de João começou a deixá-lo; ele, no entanto, não sentiu ciúmes porque, afinal, foi justamente esta obra dc apontar às pessoas o Messias que viera fazer: “E necessário que ele cresça e que eu diminua” (cf. Jo 3.25-30). O fiel obreiro cristão conduz as pessoas a Cristo, e não a si mesmo.
2. A p e r g u n ta p e rse ru ta d o ra . “E Jesus, voltando-se c vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais?” O
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Senhor não deixa que ninguém o siga cm vão; mostrará o seu rosto àqueles que o seguem em sinceridade. Note que as palavras "que buscais?” são um gracioso convite aos que o procuram, para que abram o seu coração a Ele. Ele a todos pergunta: "Que buscais?” Estão procurando verda de. poder, perdão, amor, paz, vitória, esperança, forças? Ele po d e nos o fe re ce r tudo q uanto b u s c a m o s e de qu e n e ce s si tamos. Além disso, a pergunta é um desafio, no sentido de ver se estamos procurando as coisas certas, porque ele p ro c u ra d iscíp ulo s sinceros e q u e e n te n d a m o q u e estão fazendo. d. A p e rg u n ta tím ida. "E eles disseram-lhe: Rabi (que, traduzido quer dizer. Mestre), onde moras?” Apesar de se sentirem um pouco acanhados na sua presença, os jovens ficaram tão impressionados cm seu primeiro contato com Jesus que desejavam saber mais acerca dele; queriam saber o seu endereço, visando a uma visita mais prolongada. Eição: não devemos nos limitar a uma olhada passageira em Cristo; devemos saber onde Ele habita, para que nos receba como hóspedes. 4. O convite gracioso. "E ele lhes disse: Vinde, e vede.” Este convite é a melhor resposta aos que duvidam e aos interessados é o apelo à exper iência. Pode m os dar às pe s soas uma excelente receita culinária, c fazer grande esforço de descrever quão delicioso é certo prato, mas nada se compara com levar o próprio ouvinte a experimentar a comida por si mesmo. “Provai, c vede que o Senhor é bom” (SI 34.8)
III - U m a E ntrevista Q ue Tra nsform a a Vida (Jo 1.39) “Foram, e viram onde morava, c ficaram com ele aque le dia” . O escritor insp irado não nos co nta os detalhes daquela inesquecível visita; sabemos, no entanto, que o contato com o radiante M estre contribuiu com algo de vital
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à vida de André. Nunca mais foi o mesmo depois daquela entrevista. “Senti um calor estranho no meu coração”, dis se João Wesley, descrevendo seu primeiro contato vivo com Cristo, c certamente André sentiu-se assim durante a sua festa espiritual com o Mestre. Quem aceitar o convite de Jesus (“Venha ver”) receberá outro convite (“Venha cear”). O primeiro é para os que ainda não são do seu rebanho; o segun do é para os que já entra ram no seu aprisco.
IV - Uma Grande Descoberta (Jo 1.40) André saiu daquela casa transbordando com uma pode rosa convicção e, enlevado pela descoberta que tanto o emocionara, foi correndo falar com o seu irmão Pedr o, anunciando as novas que fariam palpitar o coração de qual quer verdadeiro israelita: “A cha m os o M essi as” . Muitos ju d e u s p o d e m dizer, até hoje: “C r e m o s na v in d a do M e s sias, oramos c ansiamos por aquele acontecimento”, mas n e n h u m j u d e u q u e n ão c rê e m J e su s p o d e d iz er , j u n t a m e n te com André: “Achamos o Messias”. N ote q u e A n d ré veio a ser te st e m u n h a de C risto no dia da sua conversão. As coisas maravilhosas que Cristo sus surra nos ouvidos do homem, em segredo, ficam ardendo no seu íntimo até que ele conte aos outros.
V - Um Serviço de Amor (Jo 1.42) André não se restringiu a contar as novas: queria que seu irmão as experimentasse por si mesmo. Lemos, portan to: “E levou-o a Jesus” - o serviço mais gentil que uma p e ss o a p o d e fazer a outra. N ã o é n ecessá rio que a lg uém seja grande pregador ou gênio espiritual para assim fazer. André começou o trabalho em seu próprio lar: “Este a c h o u p r im e ir o a seu irm ão” . O me lho r preparo a um m is sionário é começar cm casa; se não conseguimos levar
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outras pessoas a Cristo cm nossa própria terra, como o faremos em outras terras? Quando o endemoninhado liber to por Jesus quis seguir viagem com Ele, o Mestre respon deu: “Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como leve miseric órdia de li" (Mc 5.19).
VI - U m a R e c e p ç ã o G r a c i o s a ( J o 1.42) “E, Jonas; Celas, Cristo
olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de tu serás chamado Celas (que quer dizer Pedro)." em hebraico, quer dizer “pedra" ou “rocha". O que quis dizer com isto?
I. Na Bíblia, a m ud anç a de nom e frequ entem ente sig nificava mudança da natureza da pessoa, da sua situação ou experiência (Gn 32.28). Este encontro com Jesus se constituiu em ponto crítico na vida de Pedro - a hora em que ele passou a ser de Cristo. Dan C raw lord con ta acerc a do valor que os Congoleses dão a nomes: “ O h o m e m q u e se t r a n s f o r m a m u d a t a m b é m d e nome. Um jovem perto de mim recebeu um aumento salarial, e tomou dinheiro adiantado para comprar um n o m e . P a r a e le , o n o m e e ra um p a t r i m ô n i o t ão v a l i o s o como um imóvel, pcrtcnccndo-lhe como se fosse seu c a c h o r r o o u s u a a r m a . O j o v e m q u e r i a c o m p r á - l o s olcncmentc, à vista. Naturalmente que possuía nome, m a s a ch a v a s eu n o m e d e n a s c i m e n t o p o r d e m a i s i n f a n ti l: n ã o c v e r d a d e q u e p a r a d a d o p o r c o n j e c t u r a , e sem o consentimento dele? Não é verdade que o nome deve ser um legítimo reflexo do caráter da pessoa?... N ã o c d e se e s t r a n h a r , p o r t a n t o , q u e q u a n d o v o c ê d iz a o a f r ic a n o q u e n o e cu t e r e m o s u m a n o v a n a t u r e z a , e s te r e s p o n d e : ‘D e v e m o s , p o r t a n t o , r e c e b e r u m n o m e n o v o ” ' ( v e r A p 2 . 1 7 ).
Os P r i m e i r o s D i s c í p u l o s
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2. A mudança dc nome foi, ncslc caso, uma promessa de poder transformador. Talvez Pedro pensasse, consigo mesmo, na presença do Mestre: “Como poderei eu, hom em tie caráter fraco c instável, ser digno de entrar no reino do Messias?” (cf. Lc 5.7,8). O Senhor, percebendo os temores íntimos de Pedro, queria dizer: “Sei que o homem chama do Simão é conheeidamente impulsivo, impetuoso e instá vel. Tenha, porém, bom ânimo. Assim como sei quem é você, assim também sei o que você será. Venha a mim assim como você é, c eu o farei uma pedra firme no meu Reino. Como sinal desta promessa, seu nome será Celas.” O Senhor sempre é o mesmo: recebe-nos em nossa fra queza, sabendo que poderá nos tornar fortes. 3. O nov o n om e foi sinal da autoridade de Cristo e xercida sobre Pedro, assim como um rei pode alterar o nome dc alguém que levou cativo (cf. Dn 1.7). Daquele momento em diante, Pedro ficou pertencendo a Cristo c, com lodo amor, chamava-o de Mestre. VII - Ensinamentos Práticos
1. A m a i o r n e c e s s i d a d e d o h o m e m . S a c r i f í c i o s , a l t a res c templos em todas as terras e época testificam esta verdade: os homens sempre sentiram o falo de as coisas andarem erradas no seu relacionamento com o poder superior, e que a apresentação dc um sacrifício com der ram am ento de sangue é necessá ria para retificar a situ a çã o. C a d a p e s s o a q ue h o n e s t a m e n t e e x a m i n a r o se u p r ó p rio c o r a ç ã o s e n t i r - s c - á c o n s t r a n g i d a a d i z e r “ A m é m ! ” à declaração bíblica: “Pois todos pecaram c destituídos estão da glória dc Deus” (Rm 3.23). Muitos remédios têm sido oferecidos para curar a falta de harmonia que h á n a a l m a h u m a n a ; J o ã o B a t i st a , p or é m , a p o n t o u o r e médio divino: “Eis o Cordeiro dc Deus, que tira o peca do do mundo!”
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2. U m a p e r g u n t a p e r s c r u ta d o r a . “Que buscais?” Esta p e rg u n ta s u g ere duas lições. 1) A n e c e s sid a d e de te rm o s nítida consciência de qual é o nosso objetivo na vida. Muitas pessoas são levadas à deriva pela vida, impulsi onadas pelas circunstancias; sabem quais as suas neces sidades imediatas; não podem, porém, apontar um obje tivo supremo para atingir, nem mencionar um grande p ro p ó s ito qu e co n tro le a sua vida. Jesus, p ara d e sp e rta r nas pessoas o reconhecimento de quão fútil é a vida que vão levam, pergunta-lhes: “Que buscais?” 2) A pergunta desafia as pessoas a sc tornarem discípulos sérios. Mar cos Dods escreve: “Cristo deseja scr seguido com toda a seriedade. Tan tos o seguem porque uma multidão está indo atrás dele, levando outras pessoas consigo; tantos o seguem porque está na moda, sem possuírem opinião própria; muitos o seguem como por experiência, c vão ficando para trás quando surge a primeira dificuldade; muitos seguem com idéias errôneas quanto àquilo que esperam da parte dElc... Cristo não manda ninguém embora simplesmente pela sua lentidão em entender quem é Ele e o que Ele tem feito pelos pecadores. Com esta pergunta, no entanto, nos faz entender que aquela atração vaga c misterio sa que, qual ímã escondido, atrai a ele as pessoas, deve ser trocada por uma compreensão nítida quanto ao que nós mesmos esperamos receber dElc para suprir as nossas necessidades. Ele não rejeitará pessoa alguma que r es p o n d a , c o m sin cerid ad e; “B u s c a m o s a D eus, b u s c a m o s a santidade, buscamos serviço contigo, buscamos a ti." J. “Vinde, e v e d e ”. É um desafio aos que duvidam e questionam . C erto cristão aceitou o desafio de um não-cren te para debater com ele em público. D epois do discurso do não-crente, o cristão, sem falar uma palavra, tirou uma laranja do bolso, descascou-a, comeu-a e depois pergun tou: “Bem, como estava a laranja?” “Como vou saber?”,
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retrucou o não-crente. “ Nem sequer provei dela” . R esp on deu o crente: “Como o senhor pode conhecer o Cristianis mo quando não o experimentou?” Um interessado pode ouvir e ler acerca de Cristo; o melhor caminho, no entanto, é chegar diretamente a Ele para e x p e r im e n t a r seu poder. Para se e x p lic ar aos índios da floresta tropical o que c o gelo, mais Valeria um pedaço p ara e x a m i n a r e m do que u m a h o ra de p r eleç õ e s sohrc o assunto. 4. T e s t e m u n h o d e C r i s to . O t e s t e m u n h o d e A n d r c s u g e r e t rê s l i ç õ e s : 1) “ E s t e a c h o u p r i m e i r o a s e u i r m ã o ” . Quanto mais estreitos os laços de parentesco entre quem testemunha e quem ouve, mais enfático será o testemu nho. Há mais força de convicção entre os que se conhe cem intimamente do que na mensagem falada cm públi co. Quando alguém encontra Cristo de forma tão real que sua alegria é tão óbvia como quando encontra um excelente emprego ou vaga universitária, seu testemu nho não deixará de convencer aos que o conhecem. 2) O testemunho pessoal é prova da convicção pessoal; quan do alguém tem profunda convicção, não pode ficar tranqiiilo até compartilhá-la com outra pessoa. 3) O teste munho pessoal faz parte do plano de Deus para a evangclização do mundo. No século que se seguiu à era apos tólica, não houve notícia de “grandes” evangelistas c mis sionários; não há registro de campanhas cvangelísticas abrangendo cidades inteiras. A Igreja, no entanto, cres ceu com ritmo veloz. A explicação é que cada cristão considerou ser dever e privilégio testemunhar de Cristo. O escravo testemunhava perante seu dono; o operário, ao seu companheiro; o vendedor, aos seus fregueses; o filho, aos pais. Os pastores, evangelistas c missionários se destacam na liderança da obra de ganhar almas para Cristo, mas não podem ficar sem a colaboração dos mem b ro s das s u a s c o n g r e g a ç õ e s .
0 P rim eiro M ila g re d e C risto :s
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Texto: João 2.1-11 Introdução O milagre da transformação da água em vinho ilustra o p rop ó sito do E v a n g e lh o de Jo ão , a saber: d e sp e rta r a fc na divindade de Cristo e em Cristo, eomo o Messias. João nos c o n t a eo m o e s te m i l ag r e o c o n v e n c e u , j u n t a m e n t e c o m os dem ais d iscípu los, da na ture za div ina de Cristo (2.1 1), e registra o incidente para que a nossa fc também possa ser despertada c aumentada.
I - A Feliz Ocasião (Jo 2.1,2) "E, ao terceiro dia (do incidente em 1.51), umas bodas em Caná da Galilcia, c estava ali Jesus. E foi também convidado Jesus e os seus (ver capítulo 1) para as bodas.” A presença do nhor no casamento sugere as seguintes lições:
fizeram-se a mãe de discípulos nosso Se
1. Jes us ap ro va a vida social. Jesus não era um religi oso sombrio com rosto desagradável que se esquivava do c o n t a t o c o m as p e ss o as . C o m i a j u n t a m e n t e c o m f a ri se u s e
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pu b lica no s com sociabilidade imparcial. Não co nsta ter recusado a hosp italidade de quem quer que seja, a ponto de os formalistas levantarem a acusação de ser ele “glutão e b eb ed o r de vinho, am igo de publicanos e pe cad ores” . Não era verdadeira a acusação, mas pelo menos ressaltou a verdade de que Cristo não aborrecia o convívio de grupos sociais, e que gostava de estar com pessoas. Procurava a companhia das pessoas a fim de espalhar a sua influência e doutrina, c para de ixar que as pess oas o con hec esse m e, por meio dele, à graça de Deus. O Sen ho r Jesus acreditava cm “separação” tão profundamente como os próprios fariseus (que formavam o partido “da separação”); mas, enquanto estes se afastavam dos p e c a d o r e s e continuavam a dar guarida ao pecado no coração (Mt 23.25-28), Jesus se conservava separado do pecado c dava as boas-vindas aos pecadores, a fim de salvá-los. N outras palavras, ele estava i n f e r i o n n e n í e separado dos pecadores, enquanto mantinha com eles contato exterior. Devemos seguir seu exemplo nesta matéria. Somos o sal da terra, mas, a fim de sermos eficazes, precisamos entrar em contato com aquilo que precisa ser salgado; para sermos pescadores dos hom ens, devemos ir para onde estão os peixes; para sermos luz do mundo, devemos aparecer c brilhar. 2. Cristo aprova o casamento. Nenhum relacionamento humano tipifica um mistério espiritual tão profundo (ver Jo 3.29; Mt 9.15; 22.1-14; 25.10; Ap 19.7; 22.17; 2 Co 11.2). É digno, portanto, da mais elevada honra. Cristo previu, também, que surgiríam na igreja aqueles que menospreza riam o casamento (1 Tm 4.3), ou que não perceberíam toda a dignidade c honra da família cristã. Lição prática: a pre sença de Cristo é essencial ao casamento feliz. 3. Cristo aprova a alegria inocente. Embora nosso Senhor fosse homem de dores, carregando, lá no íntimo, o fardo do pecado c da tristeza do mundo inteiro, parece que era o lado alegre da sua natureza que ele apresentava às
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pessoas. Seu n a sc im e n to foi a n u n c ia d o c o m o b o a s- n o v a s dc grande alegria. Uma das suas exortações favoritas era: Tende bom ân im o” ; a palavra “alegria” ocup ava um lugar de honra no seu vocabulário. Não há dúvida de que Ele dirigia os pensamentos dos homens às realidades solenes da vida, mas, ao mesmo tempo, oferecia-lhes gozo in efável e cheio de glória. Uma ilustração do Reino dos Céus que Ele freqiicntemente citava era a dc um banquete de casa mento, e quando os discípulos dc João queriam saber por q u e os d e J e s u s n ã o j e j u a v a m , e m p r e g o u a m e s m a i l us t r a ção: “Então chegaram ao pé dele os discípulos de João, dizendo: P or que jeju am os nós e os fariseus muitas vezes, e os teus discípulos não jeju am ? E disse-lhes Jesus: P odem p o rv e n tu ra a n d a r tristes os filhos das b odas, e n q u an to o esposo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, c então je ju ar ão ” (Mt 9.14,15).
II - A F a l t a E m b a r a ç o s a ( J o 2 . 3 5 ) “E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não tem vinho.” O esgotamento do suprimento dc vinho pode ter surgido por três razões: o número inesperado dos discípu los de Cristo, o prolongamento da festa por sete dias, se gundo o costume ou as dificuldades financeiras do noivo c da noiva. 7. A su g e stã o ansiosa. M aria, decerto, tem íntima co ne xão com a família que celebrava o casamento, como s c p e r c e b e do seu c o n h e c im e n to d a falta de v in h o e das o r dens que deu aos serventes. A falta de vinho em tal ocasião seria uma desonra para o hospedeiro c para o casamento que estava sendo festejado. Assim, Maria sussurrou, ansi osamente, a informação: “Não têm v inho” . Lem brando-se das declarações proféticas feitas acerca da grandez a do seu Filho (Lc 1.30-35), ela acreditava ter ele poderes suficien tes para suprir a necessidade e tirar o hospedeiro do emba raço. Maria, vendo o seu Filho cercado pelos seus discípu
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los, sente a esperança secreta que nutria cm silencio duran te tantos anos irromper em ardor flamejante, e volta-se a ele, demonstrando uma bela fé cm seu poder para ajudar, mesmo na pequena necessidade do momento. Será que ela j á p r e s e n c i a r a a l g u m a m a n i f e s t a ç ã o do s e u p o d e r miraculoso? Leia o versículo 11. 2. A firm e ressalva. “Disse-lhe Jesus: Mulher, que te nho eu contigo? ainda não c chegada a minha hora”. Tal linguagem não dá a entender nenhuma falta de respeito porque a palavra “m u lh er” , equivalente a “ senhora” , foi a mesma que Jesus dirigiu a ela nos momentos finais de sua vida terrestre: “Mulher, eis aí o teu filho” (Jo 19.26J. Lra um termo de respeito que se empregava ate quando se di rigia a uma rainha. M esmo assim, a linguagem dá a entender uma mu danç a de relacio nam ento entre Jesus c Maria. Ela já não era “m ãe ” , e sim “mulher”. O período de sujeição a Maria chegou ao fim. Ele agora é o Messias, o Servo do Senhor, c seu re lacionamento é o de Messias c discípulo (cf. At 1.14). Jesus, por assim dizer, indicava: “É verdade que o rela cionamento natural entre nós c o de mãe c filho; lembre-se, porém , de que a m inha vida é vivida na esfera de um re lacionamento mais alto (cf. Lc 2.48,49). Como Filho de Deus, devo doravante agir e trabalhar segundo o tempo e a maneira que meu Pai manda. O tempo c a maneira do meu ministério dependem de considerações mais altas do que as de carne c sangue” (cf. Ml 12.46-50). Muitas vezes acontece que uma mãe chega ao reconhe cimento, talvez doloroso, de que quem foi seu “menino” entrou numa esfera de vida mais ampla, além de influência c controle, da qual ela não pode participar. 3. A hum ilde aqu iescência. Maria rapidamente enten deu a situação e aceitou-a com doçura c humildade; em seguida, disse aos serventes: “Fazei tudo quanto ele vos disser”. Sua fé lançou mão daquela pequena centelha de esperança - “ainda não” (v. 4) - e fê-la transformar-se em
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c h a m a v i va . C o m f ir m e c o n fi a n ç a , a p e s a r d a s u a v e c h a m a da de atenção recebida, Maria deixou tudo nas mãos de .lesiis. Nós também devemos nos submeter a Ele, confian do que atenderá às nossas petições, e isto como c quando lhe convier.
III - O Suprimento Milagroso ( J o ã o 2 . 6 - 1 0 ) “E estavam ali postas seis talhas de pedra, para as pu rificações dos judeus (para lavarem-se cerimoniahnentc) e cm cada uma cabiam dois ou três almudcs (ou metreta s, medida correspondente a 38 litros). Disse-lhes Jesus: Enchei d’água essas talhas. E cncheram-nas totalmentc.” 1. A realidade. As circunstâncias do milagre dissipam qualquer dúvida quanto à sua realidade: as talhas eram especificamente para água, não havendo a possibilidade de se sugerir a presença de sedimentos no fundo que empres tassem o gosto de vinho à água; sua presença ali era nor mal, c não premeditada, de acordo com o costume dos ju d e u s de la v a g e m (M t 15.2; M c 7.2-4; Le 1 1.38); a q u a n tidade era enorm e, muito m ais do que se pod eria ter trazido secretamente; as talhas estavam vazias, e os empreg ados sabiam que foi com água que passaram a enchê-las. 2. O mistério. O processo pelo qual a água foi transfor m ada em vinho era divino; ne nh um a palavra foi escrita sobre o m é t o d o d a o p e r a ç ã o d o m i la g r e , n e m s e q u e r se m e n c i o n a que o milagre foi operado; simplesmente nos é informado o que aconteceu antes e depois do milagre. Jesus não enun ciou qualquer palavra de ordem, nem empregou qualquer meio: bastava o silencioso exercício da sua vontade para que a matéria se transformasse segundo o seu beneplácito. A operação do poder criador do Senhor Jesus foi feita mediante sua simples vontade íntima. 3. A admiração. “E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho [não sabendo donde viera, sc bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água], chamou o
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J o c k ), o
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mestre-sala ao esposo, c disse-lhe: Todo homem põe pri me iro o vinho b om e, quando já tem bebido bem, então o inferior; mas tu gua rdas te até ago ra o bo m vin ho ” . O mestre-sala, dirigindo o andamento da festa, não aludia a qual quer excesso da parte das pessoas presentes naquela festa específica, porque Jesus não teria abençoado com sua pre sença qualquer bebedice. Simplesmente faz alusão ao costu me normal, mediante o qual os hóspedes, depois de uma su ficiência de vinho superior, já não poderíam discernir a infe rioridade do vinho oferecido no fim da festa.
IV - O Propósito Superior (Jo 2.11) O propósito imediato de Jesus em operar o milagre era libertar um jov em casal do emb araço c da vergonha. O versículo 11 sugere o propósito superior do milagre: a re velação da glória de Cristo. "Jesus principiou assim os seus sinais cm Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele” . Foi esta a prim eira de m on s tração do poder milagroso de Jesus, revelando a sua natu reza divina. lrrompcram-sc agora, visivelmente, a d ivina natureza e a glória que antes se escondiam sob o vcu de carne, e os discípulos viram “a sua glória, como a glória do unigenito do Pai” (1.14). O milagre revelou a operação do po d er criador, cuja origem som ente po d ería ter sido de Deus. /. A u m e n to u -s e a f é d o s d iscíp u lo s. “E os seus discípu los creram nele” . Já tinham crido; senão, não seriam discí p ulos (1.50). A g o ra, p o ré m , sua fé fico u m ais p r o f u n d a e mais forte. Acreditavam em Jesus, porém agora mais do que nunca. Nossa fé é aumentada (Lc 17.5) ao ver o Se nhor operando cm poder milagroso.
V - E n s i n a m e n t o s P r á t i c o s 1. P od er através da obe diência. Q u a n d o J e s u s m a n d o u os serventes encherem as talhas d'água e levarem-na s até
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i» m cstr e-sa la para sup rir a falta dc vinho, estes teriam molivos justos para se recusar a fazê-lo, ou para e xigir al guma explicação ou garantia de que Jesus enfrentaria as eonseqüências. Obedeceram assim mesmo, e sua fé obedi ente fez com que se tornassem colaboradores de um m ila gre; ficaram sabendo que nenhuma ordem de Cristo é inú til ou sem propósito. N ós ta m b é m ternos que p a ss a r p o r e xp eriên cia s s e m e lhantes para apre nderm os a m es m a lição. A Palavra de Deus ordena que façamos coisas aparentemente desarrazoadas e além das nossas possibilidades. Por exemplo, temos de ser santos, embora saibamos que assim como o leopardo não pode m u d a r suas m an chas, nã o p o d e m o s , p o r nós m e sm o s, purificar a n o ssa alma. Q uase te m o s vontade de dizer: C o m o pode a su b stâ n c ia d a n a tu re za h u m a n a, que é c o m o a água, ser transformada cm vinho digno de ser derramado como oferta no altar de Deus? N o s s o p a p e l é o b e d e c e r s em q u e s t i o n a r ou e x i g i r e x p lic a ç õ e s. O s s e r v o s tir ar a m a á g u a , l e v a r a m - n a ao m e s tre-sala, c o Senhor fez o resto. Assim como a vontade de Cristo permeou a água, até imbuí-la de novas qua lidades, também é sua vontade permear a nossa alma, conformando-a ao seu propósito. “Fazei tudo quanto ele vos disser” - é este o segredo da operação de milagres. Faça-o, embora possa dar a impressão dc estar gastan do cm vão as suas energias, ou vir ser objeto de escár nio. Faça-o, embora você não tenha em si mesmo a ca p a c i d a d e d c r e a l i z a r o se u p r o p ó s i t o . F a ç a - o t o t a l m e n tc, como se fosse você o único obreiro, como se Deus não viesse suprir as suas faltas, de modo que qualquer falha da sua parte fosse fatal à obra. Não fique espe rando que Deus o faça, porque é em você e através de você que Ele faz a sua obra entre os homens. Não p o d e m o s f a z e r a o b r a de D e u s , e n ã o é p l a n o d c D e u s fazer a parte que destinou a nós.
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Excelente lema para o cristão encontra-se nestas pala vras: “Fazei tudo quanto ele vos disser!” 2. A santificação da vida diária. É significativo que Cristo revelasse a glória do seu po der criador num ban qu e te de casamento, ocasião festiva vinculada a um relaciona mento humano comum. Assim ficamos sabendo que Ele não veio esmagar os sentimentos humanos: veio elevá-los ao compartilhar deles; não veio destruir relações humanas: veio enobrecê-las mediante a sua presença; não veio aca bar com os afazeres e co nv ívio s d a v ida coletiva: veio purificá-los; não veio abolir inocentes alegrias e recreios: veio santificá-los segundo os princípios do Reino de Deus. N ão po d em o s dividir nossas atividades em duas clas ses: a “espiritual” e a “secular”. Cada esfera da vida pode c deve ser consagrada a Cristo. Se houver qualquer ativi dade ou aspecto da nossa vida sobre a qual não possamos invocar a sua bênção (Cl 3.17), tal atividade ou c totalmentc errada, ou contem elementos que precisam dc scr remo vidos. Já convidamos nosso Senhor para nossa próxima reunião de amigos? Ou será que a sua presença estragaria nossos planos? 3. O m elho r ainda está p o r vir. Chegaremos um dia a falar ao Mestre aquilo que o mcstrc-sala falou ao noivo: “Guardaste até agora o bom vinho” (cf. Pv 4.18). Por mais cheios de gozo espiritual que tenham sido os anos passa dos de experiência cristã, o melhor ainda está no porvir. Jesus guarda seu melhor vinho até ao fim; muitas almas tristes c desiludidas vão sempre descobrindo que o mundo faz exatamente o oposto, seduzindo as pessoas para que sejam escravas do mundo, vítimas do mundo, mediante prom essas deslum brantes c deleites dc curta duração que, mais cedo ou mais tarde, perdem seu brilho traiçoeiro e se tornam insossos - c muitas vezes bem amargos! “Até no riso lerá dor o coração, e o fim da alegria é tristeza” (Pv I 1.13). A cois a mais m ela nc ólic a do m un do é a velhic e
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vivida longe de Deus. c uma das eoisas mais belas, o calinn pôr-do-sol que tantas vezes glorifica uma vida piedosa que foi repleta de coisas feitas para Jesus, e de provações suportadas com paciência, como lendo sido enviadas por Ele... Em tal carreira, o fim é melhor do que o começo. E quando a vida chegar ao fim, c passarmos à nossa mo rada celestial, esta m esm a palavra brotará de nossos lábios, com surpresa e gratidão, quando descobrirmos que tudo é mui tíssimo melhor do que o melhor em nossa imaginação: "Guardaste até agora o bom vinho". 4. A transform açã o de coisas comuns. O m e s m o C r i s t o que transformou a água cm vinho verm elho e cintilante pode transformar as coisasda vida cm bênção s gloriosas. E le pode transformar a água da alegria terrestre no vinho da bemaventurança celestial. Ele pode transformar a água amarga da tristeza no vinho de alegria. Pode lançar mão de uma série de circunstâncias da vida que nos perturbam, trans formando-as cm brilhantes oportunidades. Os deveres que cabem a nós, dia após dia, nos parecem cansativos e monótonos? Levemo-los a Jesus, c Ele os trans figurará mediante a sua presença. Onde está Jesus, ali há alegria.
J e su s e N ic o d e m o s Texto: João 3.1-21 Esboço e Exposição Um dos propósitos que guiaram o escritor do quarto evangelho foi o de registrar as impressões que o Senhor Jesus deixou nas pessoas com quem leve contato. Em nos so segundo estudo, vimos como Jesus impressionou seus discípulos com sua natureza c missão divinas; no terceiro estudo, examinamos o milagre que os convenceu do seu p o d e r criador. A conclusão do segundo capítulo, no entanto, refere-se a outro tipo dc impressão que produziu um tipo de fé de Cristo não ju lg av a satisfatório: “E, estando ele cm Jeru sa lém pela Páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome. Mas o mesmo Jesus nã o confiava neles, porque a todos conhecia” (Jo 2.23,24). Por que o Senhor não encorajava a fé desse homens dc Je rusa lém? Viu que eles não o entendiam; reconheceu o mundanismo nos seus corações c propósitos, e não permi t iu q u e e n t r a s s e m n a m e s m a i n t i m i d a d e q u e j á e s t a b e l ec e r a
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com os cinco galileus dc coração singelo. Os ju de us dc Jerusalém estavam dispostos a ficar de acordo com qual quer pessoa que dem onstrasse a probabilidade dc trazer hon ra à sua nação, e sua crença nEle era o crédito que os ho mens dão a um estadista cuja política apoiam. Se nosso Senhor tivesse encorajado tais homens, mais tarde teriam se decepcionado com Ele; foi melhor, portanto, que os ti vesse recebido de modo um pouco mais frio, dando-lhes uma pausa para meditação. Realmcnte, os próprios mila gres dc Jesus estavam sendo um embaraço por atraírem o tipo errado de pessoas - os homens superficiais e munda nos (cf. Jo 4.48; 6.14-27,66). N a p e s s o a d c N ic o d e m o s te m o s u m e x e m p l o de fé imperfeita, pois o discipulado que produziu era secreto (cf. Jo 19.38). Mesmo assim, esta fé da parte de Nicodem os é uma resposta antiga à objeção que os judeus dos nossos dias levantam: “Se Jesus foi realmcnte o Messias, como é que nenhum dos nossos estudiosos c sábios Leve o bom senso suficiente para perceber este fato?” A resposta está no Evangelho de João, no relatório da entrevista de Cristo com Nicodemos e na declaração: “Apesar dc tudo, até muitos dos principais creram nele, mas não o confessavam p o r c a u s a dos fariseus, p a ra não ser em ex p u lso s d a s in a g o ga” (Jo 12.42).
I - Contato Pessoal: o Pesquisador Distinto (Jo 3.1,2) “E havia entre os fariseus um homem, chamado N ic o d e m o s , p rín c ip e dos j u d e u s ." 1. Um líde r religio so. N i c o d e m o s e r a u m f a r i s e u , m e m b ro d a f r a te r n id a d e r e lig io s a o r g a n iz a d a sob j u r a m e n t o solene para observar escrupulosamente a lei e as tradições dos antigos. Era membro do “partido ortodoxo” entre os j u d e u s. E r a um “p r in c ip a l” , um m e m b ro do S inédrio, d a c o r t e e c l e s i á s ti c a do m u n d o j u d a i c o . F o i e s t a c o r t e q u e
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condenou Jesus à morte, e da qual Saulo dc Tarso era, mui p ro v a v elm en te , m em b ro . 2. Um inquiridor secreto. “Este foi ter de noite com Jesus” . Fala-se da cova rdia de Nic ode m os cm vir à noite. Devemos, no entanto, dar valor ao fato dc ele ter procura do a Jesus, mesmo daquele modo. Mais tarde, foi ele quem tomou sobre si a defesa de Jesus perante o Sinédrio (Jo 7.50,51) e ajudou a enterrar o seu corpo (Jo 19.39). Em ambos os trechos, João volta a se referir ao fato dc N ic o d e m o s ter v in d o a Jes u s, d a p r im e ir a vez, à noite. Mostra, assim, que Nicodemos estava ficando mais firme na fé, chegando a demonstrar mais devoção do que os p róprios discíp u los qu e fu g iram , q u a n d o veio a ju d ar a se p ultar o co rp o de Cristo. 3. Um inquiridor representativo. “Rabi, bem sabemos que cs Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se De us nã o for co m ele ” . O plu ral “sabemos” permite-nos imaginar que talvez vários líde res religiosos, impression ados com os ensinamentos de Jesus c querendo saber mais acerca dEle sem, no entanto, criar uma sensação pública nem tomar partido publicamente, tivessem nomeado Nicodemos para ser uma “comissão de inquérito” de um só membro, de modo sigiloso (cf. Jo 12.42). 4. Uma alma necessitada. As palavras iniciais de N ic o d e m o s r e v e la m várias e m o ç õ e s lutando n o seu íntim o, e a declaração repentina dc Jesus (v. 3), longe dc ser uma mudança de assunto, foi uma resposta - não às palavras, mas sim ao c o r a ç ã o d e N i c o d e m o s . T a i s p a l a v r a s r e v e la m : 1) Fome espiritual: canseira com os cultos da sinagoga, sem vida espiritual, aos quais frcqiicntava sem achar satisfação p a ra a sua fo m e . S ente qu e a g ló ria se a fa sto u dc Israel; que há falta de visão; que o povo perece e que, por menos que Nicodemos saiba sobre Jesus, seus ensinos lhe pene traram o coração, c ele acha que os milagres de Jes us com
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p ro v a m ser E le M estre v in d o d a p a rte de Deus. 2) F a lta de p ro f u n d a d e c o n v icç ã o . N ic o d e m o s sente su a n ece ssid ad e, m a s p r o c u r a u m m e s t r e , mais do que um S a l v a d o r . A se melhança da mulher samaritana, quer a água da vida (Jo 4.15), mas precisa igualmente ficar sabendo que é um pe cador e que necessita ser purificado e transforma do (Jo 4.1618). 3) Certa complacência quanto à sua própria pessoa, como se dissesse a Jesus: "Creio que foste enviado para restaurar o reino a Israel, e vim oferecer conselho s quanto ao plano de ação e sugerir certas operaç ões” . Prova velm ente considerava que ser israelita e filho de Abraão eram qua lificações suficientes para ser conside rado me mb ro do Reino de Deus.
II - Explicação: o Novo Nascimento (Jo 3.3-10) /. O fa t o d o n o v o n a s c i m e n t o . “ J e s u s r e s p o n d e u , e d i s s e - l h e : N a v e r d a d e , n a v e r d a d e tc d i g o q u e a q u e l e que não nascer de novo, não pode ver o reino de D e u s ” . J e s u s e x p l ic a q u e N i c o d e m o s n ã o p o d e f i li ar se ao grupo dEle assim como uma pessoa filia-se a um a organizaç ão q ualquer. S er discípulo de Jesus depende do tipo de vida que se leva. A causa de Cristo é a do Reino de Deus, onde não se pode entrar sem p a s s a r p o r u m a t r a n s f o r m a ç ã o e s p i r i t u a l . O R e i n o d e Deus era bem diferente daquilo que Nicodemos ima ginava, c o m odo de cstabe lecc-lo e de ch am ar p es soas a serem seus cidadãos também J e s u s s a li e n to u a n e c e s s i d a d e m a i s p r o f u n d a e u n i v er s a l d o h o m e m : u m a m u d a n ç a r a d i ca l e c o m p l e t a d a t o ta l id a d e da natureza e do caráter. A natureza total do homem foi torcida pelo pecado, em decorrência da queda, e esta per versão se reflete na sua conduta individual e nos seus vá rios relacionamentos. Antes de poder viver uma vida que agrade a Deus, sua natureza precisa passar por uma mu dança tão radical que é nada menos do que um segundo
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nascimento. O homem não pode efetuar semelhante mu dança por si mesmo. A transformação deve vir de cim a. “Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? porventura pode tornar a entrar no ventre dc sua mãe, e nascer?” Nicodemos tem razão ao tirar a con clusão de que c necessário um milagre para alguém e ntrar no Reino de Deus, mas não entende como isso se faz. Pen sava, decerto: “Sou um homem com muitos anos de vida, com hábitos dc pensar e viver bem arraigados em mim, b em c o m o m u ita s lig aç õ es so ciais e c o s tu m e s e id éias antigos que nossos antepassados nos legaram. O nascimen to tal como tu falas é tão impossível quanto o nascimento físico dc um homem dc idade, tão prepóstero quanto seria a idéia dc entrar segunda vez no ventre da mãe para nascer de novo. A natureza humana não pode ser mudada desta forma. Jeremias, afinal, declarou: ‘Pode acaso o ct íopc mu dar a sua pele, ou o leop ardo as suas ma n ch as ?’ Sc é esta a tua exigência para que sc possa entrar no leu Reino, quem poderá ser considerado candidato aceitável?” 2. O s m e i o s d o n o v o n a s c i m e n t o . “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” N a sc e r d a á gu a significa p a s s a r p o r u m a p ro f u n d a e x p er i ência dc purificação (cf. Ef 5.26). Nascer do Espír ito sig nifica passar por uma profunda experiência de receber a vida divina. A alma humana precisa ser lavada de toda impureza e vivificada pela vida celestial, antes de estar p ro n ta pa ra o C éu. D eus nos salvou: 1) p ela “la v a g e m da regeneração c 2) da renovação do Espírito Santo” (Tt 3.5). O ensino era novo e, ao mesmo tempo, antigo. “Não te maravilhes dc te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. N icodem os respondeu, e disse-lhe: C o m o pode ser isso? Jesus respondeu, c disse-lhe: Tu cs mestre de Israel, e não sabes isto?” (v. 7,9,10). Jesus queria dizer: “Como você fica sur preso, co m o se eu pregasse a lg u m a estranha d outrina? Ccr-
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lamente, como ensinador da Lei c dos Profetas, deve ter lido da promessa de Deus anunciada por Ezcquicl: 'Então espa lharei água pura sobre vós, e ficareis purificados... porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos’, (Ez 36.25-27). Você sabe muito bem que, embora Israel se tenha ja cta do de ser o pov o de Deus, filhos de Abraão, os membros da nação são impuros e, portanto, in dignos do Reino de Deus. O profeta declara que os israelitas, antes de poderem entrar no Reino de Deus, precisam ‘nascer da ág u a’ e ‘nasce r do E spí rito ’, pre cisa m ser purif icados e receber vida nova. O que é verdade no que diz respeito a Israel, é verdade para você, individualmente. Você deve nas cer de novo”. J. A ra zã o d o n o v o n a scim e n to . J e s u s n ã o p r o c u r o u explicar o c o m o do novo nascimento; explicou o p o r q u ê : “O que c nascido da carne c carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.” A carne e o Espírito pertencem a cam pos diferen te s, c um não p o d e p ro d u z ir o outro. A n a tu re za humana pode gerar mais natureza humana, mas é somente o Espírito Santo que pode produzir uma natureza espiritu al. A natureza humana nada poderá produzir além de natu reza humana, e nenhuma criatura pode se erguer acima da natureza que lhe c própria. A vida espiritual não pode ser transmitida de pai para filho através da procriação natural; é transmitida da parte de Deus para os homens mediante o novo nascimento espiritual.
A natureza humana não pode se erguer acima daquilo que ela é. Cada criatura tem certa natureza conform e sua espécie, determinada por sua descendência. Esta natureza que o animal recebe dos pais determina, logo de início, as capacidades c a esfera da vida dele. A toupeira não pode levantar majestoso vôo na direção do sol como se fosse águia, c a ave que sai do ovo da águia não pode escavar debaixo da terra como faz a toupeira. Nenhum curso de treinamento poderá fazer com que a tartaruga corra tão
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velozmente quanto a corça, nem com que a corça tenh a a força do leão. Nenhum animal poderá agir de forma s upe rior a sua própria natureza. O mesmo princípio aplica-se ao homem. O destino supremo do homem é viver com Deus para sempre; a natureza humana, no entanto, não possui cm si as con dições necessárias para viver no Reino celestial; assim sendo, a vida celestial tem de ser trazida do Céu para transformar a vida humana na terra, preparando-a para o Reino de Deus. 4. ( ) m i s t é r i o d o n o v o n a s c i m e n t o . E m b o r a o c o m o do novo nascimento esteja além do alcance do raciocí nio humano, este mistério não precisa ser motivo de tropeço para Nicodemos: “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim c todo aquele que é nascido do Espíri to.” Noutras palavras, o movimento do vento é algo muito real para nós, mas c misterioso e além de nosso contro le; assim também é a atuação do Espírito sobre a natu r e z a h u m a n a . P r i m e i ro , o n o v o n a s c i m e n t o é m i s t e ri o s o q u a n t o à s u a o r i g e m : “ n ã o s a b e s d o n d e v e m ” ; e, em s e g u n d o l u g ar , h á m i s t é ri o q u a n t o à s u a c o n s u m a ç ã o : “ n ã o sabes... pa ra on de vai” . A ssim sendo, João escreve: “Amados, agora somos filhos de Deus, c ainda não é manifestado o que havemos de ser” (1 Jo 3.2). Mesmo assim, a atuação do Espírito é real: “Ouves a sua voz” (cf. At 2.3,4 ; 1 Co 12.7; G1 5.22 ,23) .
III - Confirmação: a Base do Novo Nascimento (Jo 3.11-15) Duas perguntas devem ter naturalmente ocorrido a N i c o d e m o s : C o m o J e s u s s a b e d e s ta s c o i s a s ? O q u e E le faz para levar as pessoas a experimentarem o novo nas cimento?
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1. A experiência espiritual de Cristo. “Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemu nho” (o plural “nós” talvez indique a presença de alguns discípulos). Jesus, concebido mediante o Espírito Santo, b atiz ad o no E spírito, c h eio do p o d e r do Espírito, co ntinuamente movido pelo Espírito, podia falar com autoridade cm matéria de Espírito. Que pena que tantos que profes sam ser seus seguidores tenham dogm atizad o o assunto sem desfrutar das operações do Espírito cm seu íntimo!
“Sc vos falei de coisas terrestres, c não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” Jesus explica a N ic o d e m o s que, se ele se p r e o c u p a ap ena s co m a fo r m a e a matéria do novo nascimento, só poderia conversar sobre coisas terrestres porque, embora o nascimento espiritual venha de cima, ocorre na terra e faz parte dos fatos da vida. A explicação do “como” deste assunto tem a ver com os eternos propósitos de Deus (coisas celestiais), e N ic o d e m o s não está p ro n to p a ra tais en sin os, p o r q u e ain da não aceitou o fato da necessidade do novo nascimento (coi sas terrenas). 2. A o rig em c e le s tia l d e C ris to . “Ora ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Eilho do homem, que está no ec u” . Cristo tinha estado no C éu antes de sua m is são na terra, podendo, portanto, falar acerca de coisas celestiais a partir de uma experiência pessoal. Embora “o Filho do homem, que está no céu”, estivesse na terra, seu lar real sempre foi o Céu, e são celestiais sua origem e natureza. 3. A obra expiatória de Cristo. Jesus já tratara de um erro fundamental de Nicodemos c dos seus companheiros: imaginavam que, pela sua conexão natural com o o povo escolhido, teriam de se filiar ao Reino de Deus; o Senhor Jesus, no entanto, declarou que devem entrar no Reino me diante o novo nascimento. Agora dissipa o segundo erro:
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N ic o d em o s a cr ed ita v a qu e o M essias, na sua vinda, seria “levantado” ou exaltado num trono, para salvar Israel da total derrota política. Jesus, no entanto, ensinou que, em prim eiro lugar, o M essias teria que ser lev antad o d e m od o bem diferente: “E, c o m o M o isés lev antou a serp en te no deserto, assim importa que o filho do homem seja levanta do; para que todo a quele que nele crê não pereça, m as tenha a vida eterna.” O Messias teria de ser levantado numa cruz para salv ar a n ação do p e r e c im e n to espiritual. Qual a conexão entre a crucificação do Filho do ho mem e a regeneração dos filhos dos homens? Quando Deus criou o homem e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, transmitiu a este não somente a vida mental e física, como também o Espírito Santo. Adão foi criado p e rfe ito , e c e r t a m e n t e d e v e Ler r e c e b i d o o E s p í r i t o S a n to, pois sem ele a personalidade humana é incompleta diante de Deus. Quando pecaram nossos primeiros pais, iniciou-se a morte espiritual e deixou de habitar neles o Espírito Santo. Quando, portanto, veio o Redentor, sua missão era restaurar ã humanidade a presença do Espí rito. “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro. Para que a bên ção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e p a r a q u e p e l a fé nós r e c e b a m o s a p r o m e s s a do E s p í r i t o ” (G1 3.13,14). Cristo morreu na cruz a fim de remover o obstáculo que não permitia que a vida humana recebesse a presença de Deus. Este obstáculo era o pecado. V - Ensinamentos Práticos
/. Pregando o novo nascimento. S e g u e - s e u m e s b o ç o de como se pode aplicar, de modo prático, a doutrina do novo nascimento. 1.1. U m a vez que você reco nhe ce a seriedade e a deg ra dação dos seus pecados e o poder que exercem sobre você,
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sua situação dc impotência dos seus pecados, c que lhe aguarda a eternidade no inferno, se você morrer no seu atual estado de pecado; 1.2. E q u a n d o , c o m g e n u í n o a r r e p e n d i m e n t o , v o c c a c e i ta a expiação mediante o sangue dc Jesus Cristo como sua única esperança, recebendo Cristo de modo permanente c sem reserva, como seu Salvador c Senhor, que pagou a p e n a li d a d e dos seus p e ca d o s, s o fre n d o em seu lugar; 1.3. En tão o co rre den tro de vo cc um tríp lice milag re: 1) Você c purificado dc todos os seus pecados; liberto do poder deles sobre vocc; revestido da jus tiça dc Cristo. V ocê re ce b e e sp e ra nça, paz, g o z o e um n o v o p ro p ó sito na v id a - o dc viver e trabalhar para ele, comissionado para ser seu em b a ix a d o r c te st em u n h a p o r o n d e q u e r q ue você vá, dc tal modo que sua vida se torna útil, necessária c cheia de es p e r a n ç a . V o c ê r e c e b e fo rça s p a r a v e n c e r o “ v e lh o h o mem” no seu íntimo, para viver a vida cristã c cres cer na graça. Por suas próprias forças, você fracassaria, mas, mediante este milagre, pode ter absoluta certeza de que, enquanto ele precisar de você nesta terra, ele o pr eservará, sustentará, fortalecerá, guiará e protegerá. 2) Jesus Cristo vive em você, de modo real e literal. 3) Você c regenerado. Na realidade, torna-se nova cri atura. Literalmente, nasceu de novo para entrar no Reino de Cristo. Você se torna santo, um filho de Deus, membro da igreja verdadeira. 1.4. C om o resultado deste tríplice milagre, você é sal vo, dc modo literal e definitivo. Você tem a vida eterna, c p e r te n c e ao Senhor. A g o ra, p o d e r á c o m e ç a r a viv e r a vid a cristã - a vida “oculta ju nta m en te c om C risto” - em Deus. 2. Cristianismo, a religião do novo nascimento. N a s religiões pagãs, declara-se universalmente que o caráter humano é imutável. Embora tais religiões determinem pe nitências e rituais que oferecem ao homem a esperança de
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compensar os seus pecados, não existe nenhuma promessa de haver vida e graça para transformar a sua natureza. Somente a religião de Jesus Cristo toma a natureza decaída do homem, regenerando-a mediante a vida de Deus, que p assa a h a b ita r n e le p o rq u e o seu F u n d a d o r é P e s s o a d i vina e viva, que salva totalmente os que por Ele chegam a Deus. N ão h á a n a lo g i a entre a re lig iã o cristã e, o b u d is m o e o ma om etismo , no sentido de dizer: “Q uem tem Bud a tem a vida” . Os líderes destas religiõe s pod em ex orta r à moralidade, estimular, impressionar, ensinai- e orientar, mas nada de novo é acrescentado à alma de quem professa suas doutrinas, que são desenvolvidas pelo homem natural e moral. O Cristianismo é tudo isso m a i s a divina Pessoa. A missão do Senhor Jesus pode ser resumida na breve propo sição: Jesu s C risto veio ao m u n d o ro m p e r o p od e rio do pecado e introduzir na raça humana uma nova fonte de vida espiritual (cf. Gn 2.7; 1 C o 15.45; Jo 20.22; El 2.1). E isto nos leva a pensar na missão dominante dos discípu los de Jesus - fazer com que homens pecaminosos sejam transformados pelo poder de Deus.
J e su s e a M u lh e r Samaritana Texto: João 4.4-30 Introdução Jesus deixou Jerusalém porque seus milagres estavam atraindo as pessoas do tipo errado - espectadores curiosos que tinham do Reino um conceito errado. Foi, portanto, p a ra os d istrito s rurais, o n d e o p o v o tinh a m ais s im p lic id a de c seriedade de coração. Ali ganhou muitos, que se con verteram a Ele e aceitaram o batismo. Mais uma vez, po rém, seu próprio sucesso fez periclilar o propósito do seu ministério. Os fariseus, ouvindo a notícia de que grandes multidões acorriam ao seu batismo, ficaram com inveja e alimentaram uma discussão entre os discípulos de Jesus e os de João Batista (cf. Jo 3.25; 4.1,2). Jesus, desejando evitar uma contenda com os fariseus, deixou a Judéia. Não havia finalidade cm que ele se revelasse como Messias diante dos fariseus, porque, com suas mentes cheias de idéias p re c o n ce b id a s, teriam e n te n d id o os seus en sin o s de m a n e i ra errada. E ra diante de pessoa s de mente sincera c coração faminto como a mulher samaritana que Jesus se sentia li-
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vrc para rcvclar-sc, cm ve/, dc entrar cm controvérsias te ológicas com os fariseus. Este trecho, bem como o que estudamos no capítulo anterior, são exemplos dos ensinamentos dc Cristo sobre o p o d e r rc g e n cr a d o r do E spírito Santo. N o cap ítu lo anterior, o u v i m o s J e su s i n s t r u i n d o N i c o d c m o s c o m r e s p e i to a o n o v o nascimento; agora, estudaremos a sua entrevista com uma mulher samaritana. Ele era um membro da sociedade que desfrutava de grande respeito; ela, uma mulher proscrita. Ela, era um homem da mais severa moralidade; ela, u ma m ulher vivendo no pecado. Ele era um culto ensin ado r de Israel; ela, uma analfabeta das classes inferiores. Ambos têm a mesma necessidade - a transformação espiritua l para entrar no Reino dc Deus. Este trecho descreve os passos mediante os quais o supremo Conquistador de almas conseguiu a conversão da mulher samaritana.
I - C on seguind o a A tençã o ( J o 4 . 5 - 9 ) “Eoi pois a uma cidad e, dc Sa mari a, ch am ad a Si car, ju nt o da herdade que Jacó tinha dado a seu filho José. E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho, assen tou-se assim ju nto da fonte. Era isto quase a hora sex ta” . Esta menção do cansaço dc Jesus é a evidencia de que, quando compartilhou da natureza humana, o fez com toda seriedade: realmente tomou sobre si nossa natureza, e ex p e rim en to u todas as lim itações e f raq u ezas a qu e a c arn e humana está sujeita (menos as que são fruto direto do nosso p ecad o ). “ V inde a m im , todos os qu e estais c an sa d o s e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28) foi dito por aquElc que sabia como é a dor dc músculos cansados e latcjanles. “Veio uma mulher de Samaria tirar água; disse-lhe Je sus: D á-m e dc beber” . O propósito do S enh or era levar a mulher necessitada à água espiritual que satisfaz a sede da alma; assim, fez seu primeiro contato com ela ao pedir água.
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Ele de que tomar a iniciativa, porque a mulher, de si mes ma, não teria falado com Ele primeiro. Existiam qua tro barreiras q u e im p e d iría m se m e lh a n te c o n v er saç ã o , e q ue o Senh or prim eiram en te teria de romper. 1) A barreira do sexo. Os próprios discípulos ficaram atônitos ao ver Cristo agir contrariamente às bem conhecidas atitudes de sua época, falando assim a uma mulher cm público (v. 27). Geralmente, os preconceitos dos rabinos proibiam que as mulheres recebessem educação superior. 2) A barreir a da n a c i o n a li d a d e . N ã o h a v i a c o m u n i c a ç ã o e n t r e o s j u d e u s e os samaritanos. 3) A barreira do caráter moral. A m ulher s a m a r i t a n a s a b i a q u e n e n h u m r a b in o j u d e u c h e g a r i a p e rt o de uma pecadora como ela. 4) A barreira da ignorânc ia. No d e cu r so d a c o n v er sa çã o , foram ro m p id a s todas as barreiras. A m ulher recebeu novos horizontes para a sua vida, seu caráter foi transformado, c sua alma, iluminada. N ote a h a b ilid ad e do S e n h o r em abrir c a m in h o para esta conversação . Pediu um favor da parte dela, fazen do-a sentirse, por um momento, em condições de superioridade. Me diante um apelo à simpatia da mulher, criou ambiente apro priad o p a r a c o n v er sa r sob re assu n to s espirituais. Foi um a grande surpresa para a mulher quando a pessoa jun to à fonte - que ela reconheceu com o sendo um ju deu - , fez um pedido a uma mulher samaritana de sua condiç ão. “Co mo , sen do tu jude u, mc pedes de beber a mim , que sou s a m a r i t a n a ? ( p o r q u e o s j u d e u s n ã o se c o m u n i c a m c o m o s sam aritan os)” . Em bora Jesus, com o Messias, viesse da tri bo de Judá, n u n c a se c h a m o u "F ilh o de Is ra el” ; sem p r e c chamado de "Filho do h o m e m \ da hum anid ade inteira. Não h a v i a l u g a r c m s u a m e n t e c em s eu c o r a ç ã o p a r a o p r e c o n ceito.
II - Despertando o Interesse ( J o 4 . 1 0 - 1 4 ) 7. O desafio surpreendente. A m u l h e r s a m a r i t a n a a p r o veitou par a se rir um pouco d aque le ju de u que, segundo
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p ensava, fora forçado a m o stra r fra n q u e z a c a tn ab ilid ad c p o r c a u s a da in tensa sede que sentia, c de não ter c o n d i ções de conseguir água. Surpreendeu-se, no entanto, por I21c não se mostrar embaraçado; pelo contrário, suas pala vras c que a deixaram intrigada: “Se tu conheceras o dom de Deus. c quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe p ed irías, e ele te d aria á g u a v iv a .” “ S e tu c o n h e c e r a s ” . H á p e s s o a s q u e n ão p e r c e b e m q u a n t o s p o d e r e s e o p o r t u n i d a d e s j a z e m e s c o n d i d o s ao nosso redor. Por não reconhecermos quantas bênçãos se nos oferecem, perdemos milhares delas! “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Os 4.6). A mulher samaritana estava falando face a face com aquEle que satisfaria a todos os seus anseios de p a z c d e v id a - e n ã o o sa b ia . I l á m u i t a s p e s s o a s q u e p a s s a m p e l a v id a b e m p e r t o d a q u i l o q u e p o d e r i a r e v o lucionar sua existência, e ficam alheias á verdadeira b c m - a v c n l u r a n ç a p o r fa lta de s a b e r e d e c o n s i d e r a r . E m dois assuntos, especificamente, faltava conhecimento à mulher. 1.1. Não conhecia o dom de Deus, aquilo que Deus q u e r i a g r a c i o s a m c n t c d a r a ela. A p o b r e m u l h e r n e m e s p e rava bênçãos da parte de Deus. Desiludida, esgotada, sem caráter, sem alegria, praticava a enfadonha rotina dos ser viços diários. Ouvira falar sobre Deus, mas nem sequer sonhava que Ele estivesse disposto a entrar na sua vida, fazendo com que sua existência valesse a pena. A á g u a “ v i v a ” c a q u e f lu i o u q u e j o r r a d e u m a f o n t e - a água cm movimento, cm contraste com a água para da (ef. Gn 26.19; Zc 14.8). Simboliza a vida divina que flui mediante o contato com Deus (Jr 2.13; Ap 7.17; 21.6; 22.1). Assim como a água natural satisfaz a sede física, o Espírito Santo satisfaz a alma que anseia por Deus (cf. SI 42.1,2). 1.2. A mulher não conhecia a identidade daquele que disse: “Dá -m c de beber” . A vinda do M essias era a esp e
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rança dos sam aritanos, c não som ente dos jud eus , c ambas as nações tiraram encorajamento c Ibrças desta prom essa: suportavam os males do presente, sustentados pela visão do futuro, que se centralizava ao redor da Pessoa do Mes sias. Agora, o Messias estava falando com esta mulher sem que ela o percebesse. Muitos são os que têm familiaridade com as palavras de Jesus, ouvindo-as como se escutassem uma canção. Não são transformados, porém, porque nã o se apercebem realmcnte de que as palavras que ouvem não são as de um mestre humano, c sim as do próprio Filho de Deus. Oxalá soubessem quem c o que lhes fala! 2. A p e r g u n t a f e i t a c o m s u rp r e sa . R e f u t a n d o a s u g e s t ã o de ela ser ignorante quanto ao dom de Deus, a mulher responde: “Senhor, tu não tens com que a tirar, c o poço é fundo; onde, pois, tens a água da vida?” A resposta a esta p erg u n ta se e n co n tr a nos v ersícu lo s 13 c 14. Q u an to a ser acusada de ignorância sobre a Pessoa que fala com e la, a mulher responde: “Es tu maior do que o nosso pai Jaeó, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, c o seu gado?” Os versículos 25 c 26 respondem à objeção da mulher. Como Nicodemos, objeta: “Como pode suceder isto?” Quando se trata das coisas de Deus, os que po ssu em b o a e d ucação não têm v an tagem sobre os iletrados. Todos, igualmenlc, precisam do “Espírito que provem de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuilamente por Deus” (1 Co 2.12). 3. A comparação ejue ilumina. J e s u s l a n ç a m ã o d e u m a comparação para esclarecer o significado das suas palavras: “Qualquer que beber desta água tornará a ter sede; mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, p o rq u e a á g u a qu e eu lhe d er se fará nele u m a fon te d ’á gu a que salte para a vida etern a” . A água natural é me ncio nad a aqui como símbolo das fontes de prazer que há aqui na terra, e que só proporcionam satisfação momentânea. A totalidade da vida humana se compõe de desejos interim tentes que recebem apenas parcial satisfação: anseios e
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.loao, o Evangelho do Filho de Feus
sacicdadc, enfado e novos desejos fortes se seguem num círculo vicioso. Realmente, nunca houve verdadeira satis fação para os desejos humanos; a alma humana nunca se aquieta, senão cm Deus. As fontes da terra podem oferecer satisfação temporária, mas c somente depois de o homem ler le r achad o a Deus q ue ele pode declarar ter te r satisfação sat isfação co m pl p l e t a c e t e r n a . J e s u s e n s i n a à m u l h e r q u e a á g u a n o p o ç o d e J a c ó j a z s em em v i d a o u m o v i m e n t o n a s p r o f u n d i d a d e s , e n quanto a água celestial que ele oferece, embora fique nas p r o f u n d e z a s d a p e r s o n a l i d a d e h u m a n a , n ã o f i c a p a r a d a a l i; vem brotando à superfície, revelando sua presença aos outros, fluindo com mais e mais força até que, na vida do po p o r v i r , o i n d i v í d u o r e c e b e a p l e n i t u d e d e s t a b e n ç ã o . A fonte fi f i c a n o i n d i v í d u o . O p r a z e r d o m u n d a n o d e p e n de das coisas e x t e r n a s ; a Fonte da satisfa ção do c ristão e stá d e n t r o dele, independe das circunstâncias. A vida eterna, no Evangelho de João, é vinculada â fé cm Jesus (Jo 3); p r o v é m d a a ç ã o d e c o m e r da sua carne e b e b e r do seu sa ng ue (Jo 6); é dá di va dir eta da pa rte dEl c (Jo 10; 17). N e s t e c a p í t u l o , é c o n s i d e r a d a c o m o r e s u l t a d o d a v i d a d o Espírito no homem, o fruto da vida espiritual, que é dife rente da vida humana cm qualidade, permanência e matu ridade.
Ill - A Consciência da Necessidade ( J o 4.15-18) / . O pedido urgente. “Disse-lhe a mulher: Senhor, dáme dessa água, para que eu não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la.” A mulher ainda não havia percebido o âmago do ensino de Jesus. Nem sequer sonhava que Ele, falando sobre “água”, queria dizer algo diferente daquilo que ela carregava no seu cântaro. Ela ainda não per cebera nada além dos seus desejos físicos e de suas necessidades diárias. Começou a sentir a convicção de que aquele estra nho talvez a pudesse livrar da sua vida exaustiva de ter de
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caminhar ate o poço com seu cântaro pesado. Seria u m alívio ter a água bem à mão! Embora não tivesse compre endido o inteiro significado do dom prometido, entendeu, pe p e l o m e n o s , q u e s e l h e o f e r e c i a u m a g r a n d e v a n t a g e m - e seu desejo foi despertado. 2. Uni Un ia de claraç ão pe rseruíad ora . Agora, Jesus leva a mulher a dar um passo adiante, despertando seu sentimen t o de nece ssida de espirit es piritual. ual. Faz com que ela el a se s e recorde de sua vergonhosa vida de pecados para que, esquecendose da água do poço de Jacó, lenha sede daquilo que a ali viaria da sua vergonha c miséria. ‘‘Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá. A mulher respondeu, c disse: N ã o t e n h o m a r i d o ; p o r q u e t i v e s t e c i n c o m a r i d o s , e o q u e agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade”. Jesus trata do assunto do pecado a fim de que a mulher veja vej a a causa d a sua infeli i nfelicidade cidade.. A nova vida deve c om eçar com base na veracidade c na honestidade. O passado tem que ser enfrentado, por mais desagradável que seja, e o lixo da vida anterior deve ser varrido para longe. I V - C r i s to to R e v e l a a S i M e s m o ( J o 4 . 1 9 - 2 9 )
/ . A e x p r e s s ã o d e p e r p l e x i d a d e . A mulher, atônita dian te do discernimento de Jesus, exclama: ‘‘Senhor, vejo que cs profeta”, c passa a levantar um problema religioso, da con trov érsia entre os os samaritan os e jud eus: “N ossos pais pa is adoravam neste monte [Gcrizim] e vós dizeis que é c m Jerusalém o lugar onde se deve adorar.” A pergunta surgiu não somente do desejo de desviar o problema do pecado dela para o campo de generalidades teológicas, como tam bé b é m d e u m r e a l d e s e j o d e s a b e r c o m o p r o c u r a r c o m u n h ã o com Deus e se erguer acima da sua baixa situação mo ral. Aproveitou a presença de um profeta para esclarecer suas dúvidas. Jesus, em resposta, mostrou que a verdadeira ado
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ração c matéria dc atitudes certas, c nao do lugar certo; não se trata de o n d e , c sim de como. 2. Cristo revelado. revelado. Cheia dc alegria pelas verdades que ouve, a mulher se lembra do que se lhe contou acerca dc um grande Mestre que haveria dc vir, enviado da parte de Deus: “Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo. Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo”. Jesus não podia se revelar aberlamentc aos fariseus porque estes não percebiam as própri as carências espirituais. No entanto, sempre estava dispos to a se lazer conhecido a todos aqueles que sentissem ne cessidade dElc (cf. Mt 11.25-27). Cristo sempre se revela àqueles que amam a sua vinda. Foi assim que revelou-se aos primeiros discípulos (Jo 1), c a Nicodemos (Jo 3.13; 9.35-38). d. Começa o serviço cristão. cristão. A m u l h e r i m e d i a t a m e n t e tornou-se missionária do Profeta c Messias que acabara de descobrir. “Deixou pois a mulher o seu cântaro” - mostran do que, na alegria de descobrir a Agua Viva, esquecera-se da sua procura pela água natural _ “e foi â cidade, e disse àqueles homens: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; porventura não c este o Cristo?” (cf. Jo 1.41). Nada mais natural do que alguém que recebeu a Agua Viva para beber levar outros à mesma Fonte. V - Ensinamentos Práticos
1. F on tes esco nd idas. idas. A mulher samaritana não sabia que falava ao Messias, e que a poucos passos dela eslava a Fonte de Agua Viva; mas sua ignorância não alterava a realidade dos fatos. As águas do Rio Amazonas entram oceano adentro com tanta força que ainda há água doce a grande distância da praia. Certo navio não tinha mais água po p o t á v e l a b o r d o , c o s t r i p u l a n t e s , l o n g e d a t e r r a f i r m e , f i zeram sinal a outro navio, pedindo água. Demoraram mui-
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lo tempo para acreditarem na resposta: “Desçam os baldes no oceano, porq ue é de de água doc e” . Finalm ente exp erim en taram fazer isto e descobriram que realmente estavam cer cados por água doce. Nós também estamos cercados em Iodos os lados por Deus, sustentados por Fdc e vivendo nEle, c tantas vezes não tomamos conhecimento deste fato. deixando de lançar nossos noss os baldes balde s para receberm os a pleni tude da sua graça. O Senhor Jesus abriu os olhos da mulher samaritana para que ela enxergasse a fonte das águas vi vas, c fará o mesmo por nós. No cansaço, Fie nos mostrará uma fonte de refrigério; na tristeza, uma fonte de consola ção; na enfermidade, uma fonte de cura; no descncorajamento, uma fonte de esperança (cf. Gn 21.1619; Ex 17.1-6; Nm 20.9-11; Is 43.19). 2. Sede chi alma. “Qua lquer que beber desta des ta água torna torna rá a ter sede”. Se nos colocássemos de vigia numa esquina, examinando o rosto de cada um dos inúmeros transeuntes, veriamos escrito nos semblantes da maioria desassossego, descontentamento insatisfação. A maioria das pessoas se gundo parece, sofre a dor das ânsias não satisfeitas. Procu rando a satisfação que seus corações tanto reclamam, uns vão ao cinema, outros procuram as drogas, outros procu ram se esquecer dos problemas mediante vários tipos de atividades febris. Se rcalmcnte soubessem ler seu próprio coração, diriam, juntamente com o salmista: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (SI 42.2). O Espírito Santo é a Água Viva que satisfaz a alma, e Jesus Cristo veio a este mundo para nos levar “para as fontes das águas da vida” (Ap 7.17). 3. O Espírito que habita em nós. Spurgeon escreveu: “O poder do Espírito Santo que habita cm nós é supe rior a todos os reveses, como um rio que não pode ser forçado a ficar debaixo da terra, por mais que procuremos represá-lo... Quando o Senhor dá de beber a nossas almas,
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das fontes que brotam da grande profundidade do seu pró prio a m o r eterno, q u a n d o nos d á a b ê n çã o de p o ssu ir m o s cm nosso íntimo um princípio vital de graça, nosso ermo se regozija, e desabrocha cm flores como a roseira, c o deserto ao nosso redor não pode murchar o nosso crescimento verdejante; nossa alma fica sendo um oásis, mesmo quando tudo ao nosso redor é secura infrutífera.
0 P a ra lítico d o T an q u e d e B etesd a Texto: João 5.1-14 Introdução C o m o j á n o t a m o s n u m e s t u d o a nt e ri o r, J o ã o c h a m a os milagres de Cristo de “sinais” porque são indicadores da divindade do Senhor. Sete deles (antes da crucificação) são s e l e c io n a d o s p e l o e v a n g e li s ta : a t r a n s f o r m a ç ã o d a á g u a e m vinho; a cura do filho de um oficial do rei; a cura do paralítico; a multiplicação dos pães para alimentar a multidão; Jesus andando sobre o mar; a cura do cego; e a ressurreição de Lázaro. Este nosso estudo trata do terceiro destes milagres, que nos oferece as seguintes lições acerca de Cristo: Ele é o doador da vida, e, como o paralítico oüviu a voz de Cristo e foi restaurado, assim, no fim dos tempos, os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e viverão (Jo 5.25).
I - O Sinal (Jo 5.1-9) I . A cen a q ue e n triste c e o co ra çã o. “ O r a , e m J e r u s a l é m há , p r ó x i m o à p o r t a d as o v e l h a s , u m t a n q u e, c h a m a d o e m
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hebre u Bctcsda, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazi a uma multidão de enfermos; cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento das águas. Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água, c o p r im e ir o que ali descia, d ep o is do m o v im e n to da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse''. Trata-se de uma fonte intermitente, que possuía - ou cria-se que pos suía - poderes de cura, ao redor da qual alguma pes soa b e n e v o le n te e d ifie a ra cinco p ó rtico s p a r a serv irem de a b ri go à multidão de enfermos que aguardava o movimento da água. A m u l t id ã o a o r e d o r do t a n q u e f a z le m b r a r q u e o m u n do está cheio de pessoas que sofrem das mais variadas enfermidades, sendo, porém, todas elas doentes; simboli za o mundo que se aglomera, com uma ansiedade que c quase desespero, ao redor de qualquer coisa que prometa solução, por mais vaga que seja, no sentido de ajudar e de curar. 2. A p e rg u n ta que d e sp e rta a esp era nça. Num dia de festa religiosa, Jesus se encaminhou para este “hospital natural” . Assim co m o o olhar experiente do cirurgião rapi damente seleciona o pior caso na sala de espera da sua clínica, Jesus logo fixou seus olhos em “um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo”. Era um alei j a d o , p ro v a v e lm e n te um paralítico. P assara todo esse t e m po esp eran d o , o u v in d o a c o n v er sa m o n ó to n a dos outros e n fermos, descre ven do detalhes dos seus sofrim entos que nin guém mais queria ouvir. Jesus, chegando a este homem, aborda-o com a pergun ta emocionante: “Queres ficar são?” A pergunta parece es tranha porque, após trinta c oito anos de sofrimento e es pera, n ad a mais natural do qu e p e n sa r q u e era a ú n ic a co isa que o homem desejava. A pergunta, no entanto, tinha vá rias razões para ser feita: 2. /. Para despertar a esperança. O coitado esperara tanto tempo e sofrerá tantas decepções, que a esperança
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mirrara dentro dele, assim eomo era mirrado o seu c orpo. Era necessário, portanto, que Jesus despertasse nele novas esperanças, ajudando-o a ter a fé necessária para r eceber a cura. 2.2. Para desp ertar a Jé. Cristo não era como certos milagreiros que operam suas maravilhas mediante um pre ço, sem levar em conta a atitude ou condição moral da pessoa. Q u a n d o possív el, Jesu s ex ig ia q u e a p e ss o a a ser curada tivesse fé. O propósito principal de Jesus em curar o corpo era transformar a alma, po rque m esm o quando vivia na terra era o Salvador e, como tal, requeria a fé como elo espiritual que vinculasse o paciente à sua Pessoa. Note eomo a cu r a n e s te c a s o fo i a c o m p a n h a d a p o r u m a a d v e r t ê n c i a a o homem, que deixasse de levar a vida de pecado que f ora a causa de sua aflição (v. 14). 2.4. P a r a t e s t a r a s i n c e r i d a d e d o d e s e j o . Q u a n d o J e sus perguntou ao paralítico se queria ser curado, a per gunta era sincera c real porque existem enfermos que não desejam ser curados. Os médicos se oferecem para curar gratuitamente as feridas do mendigo, eomo ato de caridade, c são rejeitadas as suas ofertas; mesmo o en fermo que não usa sua enfermidade como fonte de ren da, mediante a mendicância, tende a tirar vantagem da simpatia e indulgência dos amigos, a ponto de o caráter ficar tão fraco, que ele começa esquivar-se do trabalho. Há, portanto, muitos que, por uma ou outra razão, pre ferem ter saúde fraca. A pergunta de Cristo significava: “Você está disposto a ser restaurado a uma condição que o capacitará a as sumir as tarefas e responsabilidades da vida?” 3. O m an da m en to c/ne dá vida. E n q u a n t o o h o m e m r e s pon d e, r e le m b r a n d o os anos de so frim e n to e o lato de não ter escolhido aqu ela situação, as palavras de Jesus soam nos seus ouvid os: “L evanta-te, tom a a tua cam a, c anda ” . A p r i m e i r a vi st a , p o d e - s e i m a g i n a r s er u m a z o m b a r i a m an
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dar um paralítico levantar-se e andar; devemos, no entanto, levar cm conta que quem falou estas palavras tinha poder para curar o h om em , c que o ho m em tinha fé em quem falou com cic. O homem creu, e manifestou a sua fé me diante um alo de obediência a um mandamento que parecia impossível cumprir. Se Deus nos mandasse passar através dc um muro de pedra, nossa obediência fiel nos levaria a traspassá-lo como se fosse uma folha dc papel de seda, sempre na condição de termos a certeza de que a ordem partiu de Deus! A fé é crer c o b edecer em tudo o que diz respeito àquilo que sabemos ser a Palavra de Deus. O pa ralítico obedeceu c “logo aquele homem ficou são; e to mou a sua cama, e partiu”. A fé é o elo entre a incapaci dade humana e a onipotência divina. II - A Sequela (Jo 5.10,11)
/. A c o n d en açã o . Os milagres dc Jesus eram sinais, mas nem sempre estes sinais foram entendidos. Ele alimentou as multidões e sentia-se decepcionado porque poucos per ceberam ser Ele o Pão enviado do céu para nutrir as almas humanas (Jo 6). Curou o cego, demonstrando assim ser a Luz do Mundo, mas os fariseus hostis queriam apagar aquela Luz (Jo 9). Ressuscitou Lázaro dentre os mortos, mostran do ser a Ressurreição c a Vida, e este milagre provocou no Sinédrio o desejo dc matar o Autor da Vida. Na ocasião aqui estudada, Jesus operou um milagre que demonstrou ser Ele o que opera a vontade divina em restaurar a vida c a saúde, e os judeus queriam matá-lo por operar uma cura no sábado! (v. 16). "E aquele dia era sábado. Então os judeus disseram àquele que tinha curado: É sábado, não te é lícito levar a ca m a” . Estes jude us tinham apoio nas Escrituras, nas pa la vras de Jeremias: “Guardai as vossas almas, e não tragais cargas no dia de sábado” (Jr 17.21). Naluralmente, a proi b i ç ã o dizia respeito a cargas que faziam parte de empreen
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dimen tos com erciais, m as os jude us, no seu exagerado literalismo, levaram o mandamento ao extremo. 2. A vin d ica çã o . O h o m e m l a n ç o u a r e s p o n s a b i l i d a d e sobre Jesus, e respondeu: “Aquele que me curou, ele pró prio disse: T o m a a tua c am a , c an d a .” N o u tr a s palavras: “Foi aquele que me deu as minhas forças o mesmo que me m a n d o u c o m o e m p r e g á - l a s . ” Q u e l ó g ic a m a g n íf i c a ! N a su a simplicidade, o homem acabou enunciando uma regra do discipulado cristão: aquEle que nos sarou e salvou tem o direito de dirigir a nossa vida. Se Cristo é a fonte da nossa vida, é também a fonte da nossa lei. E n s i n a m e n t o s P r á t ic o s
/. C o n s o l a ç ã o n o v a l e c i e l á g r i m a s . B e t e s d a , c o m o s s eu s p a v i l h õ e s c h e i o s d e e n f e r m o s d e t o d a e s p é cie, onde ecoam os suspiros e gemidos de dor e de sespero, é um exemplo deste vale de lágrimas em que v i v e m o s . N o m e i o d a v i d a , s o m o s c e r c a d o s p e la morte; no meio da segurança, podemos ser atingidos p e l a c a l a m i d a d e ; n o m e i o d a f a r t u r a , p o d e m o s s e r a p a n h a d o s p e l a m i s é ri a . “ M a s o h o m e m n a s c e p a r a o trabalho, como as faíscas das brasas se levantam para voar” (Jó 5.7). Um provérbio de origem sérvia diz, com acerto: “Que m quisesse chorar todos os males do mundo logo ficaria sem olhos”. N este q u a d ro triste, no entanto, b rilha um raio de luz: há alguém passando no meio dos doentes, perguntando a cada um: “Queres ser curado?” Deus enviou Cristo a este mundo para sarar nossos pecados e enfermidades, c para nos mostrar o caminho de libertação, de vida e de paz! Assim como o anjo agitava as águas para lhes dar poder para curar, ta m b é m o Filho d e D e us o fe re ce a fo nte qu e loi aberta para a casa de Davi para remover o pecado e a
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impureza (Zc 13.1). Estas águas sc moviam somente cm certos momentos, mas a expiação de Cristo está disponível todo o tempo. Quanto às águas agitadas pelo anjo, somente a pessoa que chegou primeiro teve a boa fortuna; na expi ação de Cristo, porem, o mundo inteiro está convidado a entrar dc uma só vez. 2. A voz qu e tra n sfo rm a . O paralítico freqüentava o tanque dc Betesda havia muitos anos, c viu muitas pessoas receberem a cura enqu anto ele perm anec ia tão doente como no dia cm que chegou pela primeira vez. Esta situação c típica de milhares de pessoas que frequentam as igrejas sem receberem bênçãos: ainda estão tão fracas espiritualmente como no dia em que começaram a ir à igreja. Na teoria, creem no poder da graça divina; na prática, não têm fc cm Deus suficiente para receberem milagres dc transfor mação que fariam delas obreiros fortes e vigorosos na causa de Deus. Este milagre demonstra que há caminho mais curto para a saúde do que a mera frequência às cerimônias da igreja. E a voz dc C ris to q u e p re c isa m ouvir . M u i t o s t ê m e s p e r a do por muito tempo ao lado da fonte chamada B a tism o no E sp írito San to . Veem as águas se agitarem e outras pesso as entrarem para receberem a bênção, enquanto outro s se sentem secos c sem poder. Depois, certo dia, ouvem a voz do próprio Filho dc Deus e são imediatamente libertados daquela interminável espera! O que importa na vida cristã c ouvir a voz do Filho de Deus. Temos ouvido a sua voz ultimamente? J. A c h a m a d a à b e n ev o lê n cia . “Senhor, não tenho ho m e m a l g u m q u e , q u a n d o a á g u a c agitada, me meta no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes dc mim.” “Não tenho ninguém” - estas palavras exprimem quanta solidão e egoísmo existem no mundo. Dc todos aqueles já curados por meio daquela fonte, não sobrou nenhum que emprestasse ao seu antigo companheiro de dores um pouco
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da sua força recém-adquirida, para colocá-lo na água na hora certa. Quão triste seria este mundo se não existisse ninguém que sentisse prazer em ajudar ao próximo! O ego ísmo faz com que o mundo seja um lugar muito pequeno, um cantinho muito frio, infrutífero e escuro. Não há dúvi da de que este mundo c lugar de egoísmo, mas ainda há boa quantidade de genu ína bondade entre os hom ens. Jesus Cristo veio ao mundo para lançar o saneamento que é o amor nas águas amargas do egoísmo, sendo que “andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo” (At 10.38). Os seguidores de Jesus seguem o seu exemplo, e têm compaixão do homem sozinho e abando nado que não tem ninguém para ajudá-lo a chegar às águas que o saram. “Quando te converteres, fortalece os teus ir mãos”. Quem já foi curado por Cristo se preocupará em cuidar para que outras pessoas se dirijam à mes m a fonte de bênçãos; não hav end o esta vontade, é porque lhe falta a energia sobrenatural que aquece e comove o coração com o divinal amor que tem longo alcance. 4. “Q u e r e s f i c a r s ã o ? ” É surpreendente o número dc pessoas que não se interessam em obter saúde, p o r falta de desejo de assumir as responsabilidades que a vida acarreta. Existem muitos cristãos, também, que estão dispostos a p erm an ece r espiritualm ente paralíticos porque recuam d i ante do serviço cristão árduo que sc requer dos seguidores dc Cristo. Muitos há que não querem ser feitos espiritualmente sãos, porque se esquivam das obrigações da vida cristã; outros hesitam em buscar uma cxpcricncia mais profunda por m edo de surgirem, ju n ta m e n te co m ela, n o vas exigências morais. Outros, ainda, não aceitam para si a consagração total, receando que o Senhor os mande para o campo missionário. “Queres ficar são?” é uma pergunta que nos perseruta, c que significa: “Queres ser capacitado para o que há dc mais puro e nobre na vida?” O M estre continua falando ao nosso coração: “Queres ser santifica
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do?” “Queres ser espiritualmcntc forte?” “Queres ser plenamente consagrado?” O que é que nos impede de respon der com um eterno “sim”? 5. Quando Deus manda, ide capacita. O h o m e m j u n to ao tanque era totalmcnte incapacitado. Porém, quan d o J e s u s d i s se : “ L e v a n t a - t e , t o m a a t u a c a m a , e a n d a ” , ele obedeceu e andou. A explicação é que ele tinha fé cm Jesus, e o ponto de vista que a fé adota é que, por mais difícil ou mesmo impossível que seja a tarefa, o Senhor nos capacitará a cumprir sua vontade. Quando p r o c u r a m o s f a z e r a q u i l o q u e s a b e m o s c o m c e r t e z a ser a vontade do Mestre, descobrimos que nossa capacidade está á altura deste desejo, c que nossas forças bastam p a r a o c u m p r i m e n t o d o d e v er . “ D á o q u e tu d e t e r m i n a s , e manda o que tu desejas”, disse um antigo pensador cristão.
Obedeça a Cristo, e você achará forças suficientes para isso. Creia que Ele tem poder para lhe dar vida nova, e você a receberá. Mas não hesite, não questione, não protele. 6. “Torna a liui c a m a ”. T a l v e z o p a r a l í t i c o c u r a d o p o s sa Ler pensado: “Agora me sinto bem, mas não sei por quanto tempo vou me sentir assim; seria melhor deixar o leito aqui, caso venh a a precisar dele mais tarde” . Seja com o for, tal pensamento foi rapidamente expulso mediante a ordem: “Toma a tua cama”, que significa que o homem n ã o d e v e r i a p r e v e n i r - s e c o n t r a u m a p o ss í ve l r e c a í da ! O S e nhor, para dar mais força e clareza a esta instruçã o, disselhe, mais tarde, ao enc on trá-l o no temp lo: “Eis que j á estás são; não peques mais, para que não tc suceda alguma coisa p io r” . Muitas pessoas ficam afastadas da graça e da misericór dia de Deus porque não vão se afastando da cena das suas antigas derrotas c enfermidades. Em vez de avançare m, ficam olhando para trás, prevendo fracassos c tomando as respectivas providências, e isto por falta de confiança total
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no poder de Cristo. Na vida cristã, fazer os preparativos p a ra o fracasso é c o n v id ar o fracasso. “ Não te nhais c u id a do da car ne ” (Rm 13.14). Há aqueles que se levan tam do seu leito de fraqueza espiritual, avançam alguns passos na vida cristã, c então voltam para preparar a sua cam a no meio da vida diária normal do mundo. Já levamos para longe o nosso leito de dores? 7. O nosso Redentor é o nosso Soberano. Quando os j u d e u s p ro te sta ram que não era lícito àquele h o m e m ca r re gar seu leito no sábado, ele respondeu: “Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma a tua cama, e anda.” Quem nos salvou c nos deu vida c força tem autoridade para nos dizer como empregar a vida que veio da parte dele. Tem absoluta autoridade de fazer o que deseja com os nossos p o deres e sp iritu ais restaurado s, pois qu e foi Ele q u e m nolos concedeu. Seu domínio decorre de seus benefícios; é nosso Rei porque c nosso Salvador. Rege aqueles que redimiu. Quando o cristão recebe as críticas dos mundanos p o r ser tão c o n scie ncio so , p o r recu sar-se a p a r tic ip ar das coisas do mundo e por agir de modo contrário às tradições e aos costumes da sociedade, sua defesa deve ser: “ Aquele que me curou, ele próprio disse”. Para o cristão, a palavra de Cristo c o argumento único c conclusivo.
J esu s, o J u iz q u e H á d e V ir Texto: João 5.19-47 Introdução No cap ítu lo cinco, tem os um sinal (v. M 4 ) c um ser mão (v. 19-47) que se explicam c ilustram mutuamente. O milagre registrado na primeira parte do capítulo mostra dois aspectos de Cristo: primeiro, como Doador da Vida. O homem que fora paralítico ouve a voz do Filho de Deus c recebe a vida (v. 25). Segundo, como Juiz. O homem cu rado fica dian te do Juiz, e rec ebe a absolvição: “Eis que já estás são; não peques mais, para que não tc suceda alguma coisa pior”. Quando os judeus objetavam que Jesus tinha violado o sábado ao curar o paralítico, ele pregou um sermão expli cando o significado do milagre c asseverando a sua auto ridade para operá-lo.
I - As Bases d a A utoridade de Cristo (Jo 5.15-20) Quando o homem que fora paralítico soube quem o curara, cont ou o fato às auto rida des dos jud eu s, que, por
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sua vez, queriam prender Jesus sob a acusação de te r vio lado o sábado. Na sua defesa, Jesus levanta os seguintes argumentos: /. Sua unidade com o Pai. “E Jesus lhes respondeu: M eu Pai trabalha ate agora, c eu trabalho tam bé m ” . N ou tras palavras: Deus trabalha no sábado, sustentando o Uni verso, comunicando vida, abençoando os homens, respon dendo às orações. Perguntou um zombador, em conversa com um rabino judeu: “Por que D eus não guarda o sába do?” Respondeu o rabino: “Não é permitido que um ho mem se locomova dentro do seu próprio lar? O lar de Deus é o universo inteiro, de alto a baixo. Deus não precisa do sábado; é uma bênção que ele concede às suas criaturas, p a ra a felicidade d e la s ” . E esta su p er io rid a d e sob re o s á b a do que Jesus também considerou privilégio seu. Sua ativi dade é tão necessária para o mundo como a de Deus P ai; realmente, ao efetuar a cura no sábado, estava mera menle agindo cm nome do Pai. Os jud eu s entend eram , co rretame nte, epic Jesus estava declarando sua própria divindade mediante tal resposta. Se estivesse simplesmente argumentando que, já que Deus t r a b a l h a no s á b a do , e l e ta m b é m , c o m o j u d e u p i e d o s o , p o dia trabalhar no sábado, sua defesa teria sido absurda. A d e c l a r a ç ã o d a s u a p r ó p r i a d e i d a d e , n o e n t an t o , d e u c o n t e ú do real à sua defesa. Jesus declarou, portanto, que a cura do paralítico era um a obra do Pai, c que os jude us, ao acusá-lo da qu ebra do sábado, estavam realmcntc fazendo a acusação contra o Pai. 2. S u a c o m u n h ã o c o m o P a i . “Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer o Pai; porque tudo quanto ele faz, o Filho faz igu alm en te” . Cristo vivia em tão perfeita harmonia com o Pai que lhe era impossível operar qual quer milagre por sua própria iniciativa, ou do seu próprio desejo. Ele estava tão acostumado a submeter-se ao propó-
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silo divino que eslava fora de cogitação a idéia de Ele entender mal a vontade de Deus ou se opor a ela. O Filho nada pode fazer de si mesmo, não por lhe faltar poder, e sim porque lhe falta o desejo de agir independentemente de Deus. A sua expressão é semelhante ã de um homem eonseieneioso que, quan do alg uém insiste com ele para que faça algo errado, responde: “ Não posso fazê-lo ” . Poderia, se desejasse, mas seu caráter reto e justo lhe proíbe tal coisa. A atitude filial de Cristo é correspondida pelo amor do Pai: “Porque o Pai ama o Filho, e mostra-lhe tudo o que faz”. O Filho tem sido um esp ecta do r con tínuo das obras do Pai nos corações e vidas dos homens. Estava tão profundamente enfronhado nos conselhos do Pai que sabia inslinlivamente qual era a vontade do Pai cm todos os casos. Assim, uma só olhada na direção do homem paralítico ba stav a p a ra co n v e n c ê- lo de q ue era d a v o n ta d e do Pai a realização da cura, apesar de ser no dia de sábado.
II - () Alcance da Autoridade de Cristo (Jo 5.21-30) “F ele lhe mostrará maiores obras do que estas, para que vos m arav ilheis” . A nova vida com un icad a ao paralí tico era um sinal que indicava o poder de Jesus para comu nicar a vida eterna a quem ele quisesse. A vida física assim transmitida apontava para sua capacidade de transmitir a vida espiritual também. As “obras maiores” de Cristo se manifestam em duas esferas: /. N a v ivific a ç ã o d os m o rto s. Dois tipos de ressurreição se mencionam nestes versículos - a espiritual e a física. O p e ca do c a u s a a m orte espiritual, be m c o m o a m o rte física; Cristo, S alva dor dos pecadores, dá a vida eterna à alma (v. 24) c a imortalidade na ressurreição (v. 25). Os ve rsículos 21 a 25 aplicam-sc à ressurreição física e à espiritual. O
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Filho de Deus exerce estas prerrogativas porque “assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo”. 2. N o e xe rc íc io d o ju lg a m e n to .“E também o Pai a nin gu ém julga , m as deu ao Filho todo o ju íz o ” . Isto inclui o j u l g a m e n t o qu e os h o m e n s p r o n u n c ia m c o n tra si m e sm o s q u a n d o r e j ei t am a C r i s to , b e m c o m o o j u í z o q u e s e r á r e a lizado no dia final. O propósito desta atribuição é “para q u e t o d o s h o n r e m o F i l h o , co m o h o n r a m o P a i ” . Q u a n d o consideramos as declarações de Cristo acerca dc si mesmo, não podemos fugir do mistério da Trindade. Dizer que o Filho deve ser honrado como o Pai, é dizer que o Fi lho c o Pai são um, com os mesmos poderes e honras, muito em bo ra Jesus, nos dias em que viveu na terra, estivesse sujeito ao Pai dc acordo com o plano divino. Há aqueles que pensam da seguinte forma: sou um h o m e m , c o m as f r aq u e z as h u m a n a s , p a s s a n d o p o r u m a v i da cheia dc dificuldades. Deus, lá no Céu, é perfeito e livre dc qualquer tentação. Como poderia Ele simpatizar com meu p o n to de vista? A r e s p o sta de C risto c: “ E d e u -lh e o p o d er dc exerce r o juízo , po rqu e é o Filho do ho m em ” . Nou tras p alavras: no d ia do j u í z o os h o m e n s c o m p a r e c e r ã o diante d e q u e m j á v i v e u n a n a t u r e z a d el e s, e x p e r i m e n t o u as t r i s tezas deles, enfrentou as tentações deles, e que sabe por experiência o que é a vida humana. “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma”, por causa do perfeito vínculo de comunhão entre Jesus e o Pai. D e s e j a n d o q u e ha j a a m e s m a c o m u n h ã o e n tr e e le m e s m o e os seus discípulos, Jesus disse: “Sem mim nada podeis fa zer” (Jo 15.5). Talvez alguns dos ouvintes se queixassem, dizendo q u e C r i s to e r a m u i t o s e v e r o o u d o g m á t i c o a o j u l g a r as p e s s o a s , a s s i m c o m o h á a q u e le s q u e l e v a n t a m a o b je ç ã o dc serem as palavras de Jesus em Mateus 23 muito du ras para aquEle que veio salvar, e não condenar. A res
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p o s ta dc C r i s t o foi c c o n t i n u a sen d o : “ C o m o o u ç o , a s s im j u l g o ; e o m e u ju í z o é j u s t o , p o r q u e n ã o b u s c o a m i n h a v o n t a d e , m a s a v o n t a d e d o Pa i q u e m e e n v i o u ” . Cristo se refere às suas declarações de aprovação e de condenação, definindo o que é certo e o que é errado. Tinha, por exemplo, autoridade para dizer: “Estão per d o a d o s o s t e u s p e c a d o s ” ; “ A t u a fé te s a l v o u ” ; “ M e l h o r s e r ia p a r a ta l h o m e m n ã o t e r n a s c i d o ” ; “ V i n d e a m i m ” ; “A partai-v os de mim, m alditos, para o fogo ete rn o” . Estes e o u t ro s j u l g a m e n t o s p r o n u n c i a d o s , n o q u e d i z r e s p e it o aos fariseus, aos hipócritas, a Pilatos e Herodes, a Jeru salém, ao mundo, aos demônios, são expressões da von tade do Pai, e não de ressentimento pessoal. São a ver dadeira e infalível expressão da vontade divina. III - Ensinamentos Práticos
1. A divindade de Cristo. N o t r e c h o a q u i e s t u d a d o , temos um exemplo das tremendas asseverações feitas por Cristo com respeito a si mesmo, declarações que somen te Deus pode fazer com razão. No entanto, as afirma ções foram tão singelas c naturais como, por exemplo, q u a n d o P a u l o d i z ia : “ E u s ou j u d e u ” . P a r a c h e g a r - s e à conclusão de que Cristo é divino, basta reconhecer duas coisas: primeiro, que Jesus não era um homem mau. Segundo, que Jesus não era louco. Se alegasse sua pró p r ia d i v i n d a d e , e n q u a n t o s o u b e s s e n ã o s er D e u s , não p o d e r i a s er u m h o m e m b o m ; se f a l s a m c n t c i m a g i n a s s e ser Deus, sem que isso correspondesse à realidade, não p o d e r i a s e r u m h o m e m m e n t a l m e n t c são. P o s t o q u e n e nhuma pessoa séria pode duvidar da perfeição do cará ter dc Jesus, nem da superioridade da sua sanidade, não nos resta outra conclusão senão a de que ele era o que declarava ser - o Filho dc Deus, no sentido especial e reservado da palavra.
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2. O alu ai ju ízo de Cristo. No plano da salvação, há íntima relação entre o presente c o futuro. A plenitude da vida eterna c a possessão que receberemos no futuro, em b o ra c o m e c e aqui c ago ra. A q u e le q u e crc em C risto “ tem a v i d a e t e r n a ” . A c o n d e n a ç ã o f in al a i n d a a g u a r d a o s p e c a dores não arrependidos, mas começa aqui e agora. No entanto, agora, a ira de Deus permanece sobre o des crente (Jo 3.36).
Esta verdade foi ilustrada na vida terrestre de nosso Senhor. Toda pessoa que apareceu na sua presença foi j u l g a d a - ou re c e b e u ap ro v ação , ou foi c o n d en a d a . L e m o s que os fariseus, cheios de suspeita, q ueriam subm eter Jesus ao escrutínio; mas, na realidade, eles é que foram subme tidos ao julga m ent o. Lem os que Jesus foi levado perante Hcrodcs, mas, na realidade, tratava-se de Hcrodcs compa recendo perante Jesus! (Lc 23.8-11). Jesus foi levado a Pilatos, mas, na realidade, Pilatos é que foi julgado por Jesus. Lemos sobre o processo de Jesus perante o Sinédrio, mas, realmcntc, julgava-se a autoridade moral do Sincdrio. Lm todos os casos, foram invertidos os papéis, porque c Ele agora o Exaltado, e eles, os condenados. N a p r e s e n ç a de Jesus, portanto, os h o m e n s são j u l g a d o s de acordo com a sua atitude para com Ele. L Ele ainda é a pedra de toque das nossas vidas. Certo visitante altivo e crítico estava examinando uma coletânea de obras-primas de pintura numa galeria de arte. “Não vejo nada de espe cial nesses quadros”, disse, com ar de desprezo. O curador r e s p o n d e u , t r a n q u i la m e n t e : “ S e n h o r , a qu i n ã o e s t á cm c a u sa a qua lidade dos quadros, e sim a dos ob serv ado res” . Os críticos procuram submeter o caráter divino ao microscó pio, m a s são re a lm e n te eles o ob jeto de escrutín io. U m a b o a p e r g u n t a a dirigir a um cético seria: “O que v oc ê p e n sa de Cristo?” Mas a pergunta mais importante é: “O que Cristo pensa d e v o c ê ? ”
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3. “Vindo, de po is disso, o ju í z o ” (H b 9.27). Lemos
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em João 3.17: “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele". Em João 5.22, lemos: “E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo”. Não há nenhuma contradição aqui. É da vontade de Deus que todos sejam salvos, e Jesus pro vou a mo rte em prol de todos os homens. Quando, porém, os homens rejeitam a cura do pecado, têm d e sofrer a sua penalidade; q uando zom bam da oferta da misericórdia divina, não há escape da conde nação divina. Pessoas há, hoje, que duvidam do juízo vindouro tanto quanto os homens da época de Noé, mas nem por isso deixou de vir o dilúvio, nem deixará de vir o dia do juízo final. 4. “D a m or te pa ra a v id a ” (v. 24). Assim como um cadáver pode ser cercado por flores e enlutados, sem com eles ter o mínimo contato, assim também uma alma morta pode ter coisas espirituais ao seu alcance, sem, porém, tomar a m ínim a consciênc ia da sua presença. “Mas a que vive cm deleites, viven do está morta” ( lT m 5.6). “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas c pecados” (Ef 2.1). Assim como um mineral está morto no que diz respeito ao reino vegetal, também o homem não convertido está morto com respeito ao Reino de Deus. Cristo veio possibilitar a transição do ho m em da morte p a ra a vida: “A q u ele que crê no F ilh o tem a v id a e te rn a ” (Jo 3.36). E esta verdade qu e faz a distinção en tre o C ris tianismo c todas as demais religiões. E o homem mental c moral m a i s a pessoa de Cristo; é a nova vida transmi tida ao homem espiritual, um a qualidade bem diferente do que qualquer outra coisa existente no mundo (cf. Jo 14 .20 -2 3; 15.5; 1 Co 6.15 ; 2 C o 13.5; G1 2. 20 ). C rist o é a fonte da nossa vida. Nenhum homem espiritual alega, em h ipótese algum a, que a sua espiritualidade é dele mes-
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mo. “E vivo não mais cu, mas Cristo vive em mim” (G1 2.20). Quando alguém verdadeira c sinceramente se volta do pecado para Cristo, passa da morte para a vida. 5 . A c e r t e z a d a v i d a e t e r n a . Na data desta tradução, noticia-se a morte de um russo que viveu 168 anos. É um período muito grande de tempo, cm que houve pro fundas modificações em todas as nações da terra, mas não passa de alguns poucos segundos em comparação à vida eterna, que é o presente recebido por todos os que tem fé cm Cristo. Muitos rejeitam a vida eterna, não por não crerem que ela seja boa, mas porque a acham boa demais para ser verdadeira. Outros gostari am que fosse verdadeira, mas não têm base sólida para fundamenta r as suas esperanças. Roberto E. Ingersoll, destacado ini migo da Bíblia c do Cristianismo, na ocasião do enterro do seu irmão, fez um discurso declarando não existir nada que apoie o conceito da vida além-túmulo. Depois, dis se: “Aquele que aqui jaz confundiu a aproximação da morte com a volta da saúde, e sussurrou, com seu der radeiro alento: ‘Já sa rei’. O xalá po ssam os crer, a de sp ei to das dúvidas e dogmas, das lágrimas e temores, que sejam verdadeiras estas preciosas palavras, no que diz respeito a todos os incontáveis mortos”. Este desejo de ter alguma esperança, da parte de quem rejeitou as Es crituras, é a sólida segurança de quem conhece a Cristo: “Porque eu vivo, e vós vivereis” (Jo 14.19). 6. O coração sem nuvens. “O meu juízo é justo porque não procuro a minha própria vontade, c sim a daquele que me enviou”. Com estas palavras, Jesus revelou a inexistência de motivos errados cm seus julgamentos. Tudo quanto di zia c fazia era isento da influen cia do eg oísm o q ue distorce todas as coisas. Assim como a poluição do ar vai obscurccendo a nossa vista ao derredor, também o egoísmo, o medo e a ambição formam uma nuvem que obscurecc o raciocínio e perverte
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o juízo. Não h aven do qu alqu er defeito ou lesão específica, sempre terão sanidade mental as pessoas que têm pureza de coração. Feliz o homem que nega-sc a si mesmo c que pode dizer: “Não busco a minha própria vontade, mas a vontade do Pai q u e m e e n v i o u ” . T a l c o n s a g r a ç ã o d e s a n u v i a r á n o s so discernimento c julgamento e alimentará o espírito (Jo 4.34), iluminando o entendimento (Jo 7.17) e dando descanso ao coração (Ml 11.29).
J esu s, o P ã o d a V id a Texto: João 6 Introdução A leitura completa do sexto capítulo de João nos ajuda rá a colocar o sermão de Jesus (v. 26-37), que receberá nossa atenção especial neste estudo, no seu exato contexto. O capítulo registra muitas coisas grandiosas: /. Um grand e m ilagre. Depois de os apóstolos voltarem da sua breve viagem evangelística, Jesus os levou para o ermo, a fim de passarem jun tos uns breves períodos de des canso c comunhão espiritual. Não havia, no entanto, ne nhum descanso para os cansados; seus movimentos foram observados, e o povo acorreu ao lugar onde desembarca ram, corrend o pela praia ao redor do mar da Galiléia, com o se temesse que eles escapassem. Havia ao todo cinco mil homens. Cerca de 15 mil pessoas, contando-se também as mulheres c as crianças. E aquEle que revelou seu poder criador, transformando a água em vinho, exerceu este mesmo poder, alimentando aquela multidão com uns pou cos pães e peixes.
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2. O gran de entusiasmo. Ate esta altura, a popu laridad e do Senhor tinha crescido com velocidade sempre maior. Depois de o povo ver este milagre, seu entusiasmo ficou até febril. Chegaram à conclusão de que Ele, ao rep etir o milagre da alimentação sobrenatural de Israel no deserto, revelou-se como o Messias. Saudaram-no como Rei, e se p r o n tific a r a m a esc o ltá -lo a Je r u sa lé m p a r a sua coro ação , esperando que Ele expulsasse os romanos da Palestina e exaltasse Israel acima das nações.
d. A g r a n d e te m p e s ta d e . J e s u s i m e d i a t a m e n t e r e c o n h e c e u o i n c i d e n t e c o m o s en d o m a i s u m a a r t i m a n h a d a p a r t e d e S a ta n á s , p a r a te n t á - l o a t o m a r o t r o n o s e m a c e i tar a cruz. Rapidamente mandou embora a multidão, ordenou aos discípulos que se afastassem num barco e depois subiu a uma montanha para orar. Nesse ínterim, levantou-se uma tempestade que impedia os discípulos de remar c ameaçava virar o barco. A tempestade pre nunciava a experiência que estava para lhes sobrevir. Dentro em breve, rajadas de impopularidade soprariam contra o Mestre e seu grupo, ameaçando sossobrar-lhes a fé. Logo teriam de resistir aos ventos c às ondas, para não serem levados em debandada à ruína, pelo furacão da apostasia. No entanto, o Mestre não se esquecera dos discípulos; seu olhar vigiava o barco, e, no momento da necessidade, interveio em prol deles. Jesus nunca se des cuida dos seus fiéis, quando estão passando pelas águas de tribulação. 4. Um gran de sermã o. C r i s t o e s t a v a n o a u g e d a p o p u l a ri d ad e , e r a o “ h o m e m d o m o m e n t o ” . C e r t a m e n t e , s e g u n do o pensamento popular, quem Linha poderes para alimen tar milagrosamente cinco mil pessoas seria ideal para res taurar a prosperidade da nação e oferecer ao povo t udo quanto necessitava. Satanás conhecia muito bem os senti m e n t o s d o p o v o q u a n d o s u g e r iu q u e J es u s l a n ç as s e m ã o d e seus poderes para transformar pedras em pão. Naquela
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ocasião, como também no incidente aqui registrado, Jesus declarou que o homem não obterá mediante a comida na tural a sua verdadeira vida, que c espiritual (Mt 4.3,4; Jo 6.27). O Senhor não queria que alguém o seguisse sem ter o conceito correto quanto à sua pessoa; todos deviam saber com certeza que tipo de Messias era Ele. Em vista disto, prego u um ser m ão m u ito claro p a r a e sta b e le c e r qual era a sua posição. Não veio como Messias político para dar nova vida à política da nação, e sim como Messias espiritual, p a ra o fe re c e r v id a espiritual ao seu povo. Q u a n d o Jesus alimentou o povo com pão físico, demonstrava, simbolica mente, seu desejo de alimentá-lo com o Pão espiritual que p ro d u z a vida eterna. 5. A grande triagem. A m e n s a g e m q u e C r i s t o p r e g o u fo i u m g o l p e m o r ta l c o n t r a a s u a p o p u l a r i d a d e ; deliberadamente, destruiu o apoio de uma grande parte da po p u lação : “ D e sd e e ntão m u itos dos seus d iscíp u lo s to rn a ram para trás, c já não and ava m com ele” (6.66). Seus ensinamentos estavam além do alcance deles, e suas ações não se harmonizavam com a idéia que tinham de como deveria se comportar o Messias. Muitas pessoas pensavam: “Se é assim o Messias, não q uer em os saber de le” . Isto não se constituiu cm surpresa para o Senhor: afinal de contas, p la n ejara s e m elh an te crise d e lib e rad a m e n te , p o rq u e, ap esar dos seus anseios pela salvação de todos os homens, dese ja n d o q u e todos c h e g a s se m a E le para r e c eb e r a vida, não a c e i ta r i a p e s s o a a l g u m a q u e n ã o se c o n s a g r a s s e a o S e n ho r . Procurava aqueles que lhe eram dados por Deus (6.37), en sinados por Deus (6.45) e trazidos por Deus (6.44), saben do que somente os tais permaneceríam na sua Palavra . 6. U m a g r a n d e p r o v a d e f é . O M e s t r e e s t a v a s e n d o abando nado po r muitos seguidores decepcionad os. Será que os apóstolos tam bém seriam levados pela ond a de apostasia? Jesus coloca diante deles a questão: “Quereis vós também
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retirar-vos?” Três âncoras seguravam os discípulos, firmes, durante esta tempestade de apostasia: primeiro, sua since ridade real - verdadeiramente queriam o melhor que Deus tinha para eles; segundo, a consideração das alternativas “Para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eter na” ; terceiro, sua con vic ção de que Jesus era tudo o que dizia ser - “E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus”.
I - Jesu s C orrige um C onceito Falso ( J o 6 . 2 6 - 2 9 ) Veja os versículos 22-25. A multidão alimentada per maneceu no local durante toda a noite. Logo de manhã, percebe u , surpresa, que Jesu s tin h a ido em b o ra. L o g o c h e gou uma flotilha de barcos (talvez para vender mantimen tos) e, emb arcan do neles, foram proc urar Jesus. A chand oo finalmente, perguntaram: “Rabi, quando chegaste aqui?”, querendo saber como viajara tal distância cm tão pequeno espaço de tempo. Tinham visto Jesus subir sozinho o mon te, enquanto os discípulos partiram sem Ele. Não compre enderam como Ele poderia ler atravessado o mar, pois nenhum barco ficara disponível depois da partida dos dis cípulos. Imaginavam que, por certo, o operador do milagre dos pães fizera a travessia de modo milagroso, sem, po rem, lerem tomado conhecimento do fato de Ele ter a ndado por sobre o mar. /. C o n d e n a ç ã o . “Jesus respondeu-lhes, e disse: Na ver dade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas po rque co m estes do pão e vos saciaste s” . Estes homens, em vez de perceberem no milagre um si nal da divindade de Cristo, encararam-no simplesmente como uma maneira de receberem alimentos para seu corpo físi co. Souberam ver os p ã e s no sinal, e não o sinal nos pães. Seguiam a Jesus visando propósitos mundanos c motivos egoístas. Jesus conhecia o coração humano, não se deixan
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do iludir com o entusiasmo popular. Percebia as suas aspi rações sem espiritualidade, comparáveis às atitudes daque les que desejam o milagre da cura divina sem almeja rem a salvação da alma. Os versículos 26 c 27 servem como comentário do tex to: “N ão só de pão viverá o h o m em ” . Precis a de pão, mas p recisa ta m b é m de outras coisas; é-lhe n e ce ssá rio ter v ív e res, como também ter visão. Se o homem fosse apenas corpo, bastar-lhe-ia o pão; sendo também alma, ele precisa de Deus. 2. E xo rta çã o . “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou” . Os ouvintes tinham corrido um a distância tão gr an de por causa da comida que perece e que, portanto, não p o d e p r o d u z ir a im o r talid ad e; dev eriam ler m o s tra d o igual interesse cm procurar a comida que nutre a alma par a a vida eterna. Jesus não quer dizer que não se deve trabalhar para g a n h a r a vida, inclusiv e a c o m id a diária, m as não q ue r que as coisas naturais sejam o alvo principal do homem. A s s i m c o m o e x i st e u m a f o n te d e á g u a q u e j o r r a p a r a a v i d a eterna (Jo 4.14), assim também existe uma comida que, ao ser assimilada, transmite à alma a vida divinal. Sabemos que Cristo nos oferece tal comida, porquanto "o Pai, Deus, o selou” . Este selo é o sinal da apro vaç ão daqu ilo q ue é genuíno, c da exclusão daquilo que é errado. Através do milagre da multiplicação dos pães, Deus dá seu carimbo de aprovação que comprova ser Jesus o Doador do Pão da Vida. A descida do Espírito Santo, a voz do céu e a ope ração de poderosos milagres eram evidencias que provavam que o Pai dedicara Cristo para ser Salvador do mundo. 3. Interrogação. “Disseram-lhe, pois: Que faremos, para executarmos as obras de Deus?” (Ou seja, obras aprovadas por Deus, e que nos ap ro x im a m de Deus.) A p e rg u n ta surgia
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com naturalidade entre os jude us, cujo conceito da salva ção era que a escrupulosa observância de um currículo inteiro de deveres, cerimônias e outras obras lhes daria o direito a ela. Mesmo assim, a pergunta demonstrava algum interesse na questão, e queriam esforçar-se neste sentido. Semelhante pergunta vem irrompendo do fundo do cora ção de todos aqueles que, tendo começado com uma atitu de de total indiferença, já fizeram algum progresso na di reção de procurarem uma vida santa que agrade a Deu s. 4. E x p l i c a ç ã o . “ J e s u s r e s p o n d e u , c d i s s e - l h e s : A o b r a d e D e u s é e s ta : Q u e c r e i a i s n a q u e l e q u e e l e e n v i o u ” . A fé é a obra de Deus porque é Deus quem a exige e apro va. Sem fé, é impossível agradar-lhe. Note que Jesus disse que crer c “a obra” - c não uma das obras - d e Deus. A fc é aquela única obra de onde procedem todas as demais obras genuínas, lí a própria fc não c mérito nosso; é dom de Deus. A fé é a mais sublime qualidade de obra, porque por ela o homem se entrega a Deus, e não há nada mais nobre para um ser livre fazer do que dar-se a si mesmo. Tiago ressalta que “a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma" (Tg 2.20). Paulo ressal ta que as obras, sem a 1c, estão mortas (Rm 3.20; c f. Hb 3.20). São verdadeiras ambas as proposições. A fé viva p r o d u z i r á o b ra s v iv a s; c o b ra s v iv a s, a c e itá v e i s d ia n t e de Deus, devem proceder de uma fé que realmente vive. Disse Martinho Lutero: “Ficar confiando na Palavra de Deus, de tal forma que o coração não fique aterrorizado diante do pecado c da morte, mas, pelo contrário, confie e creia cm Deus, é algo mais severo c difícil do que todas as exigências das ordens monásticas.” N ote q u e o s u p re m o objeto d a fé é Jesu s C risto, o Filho de Deus. O jude u ortodoxo afirm a que, enquanto agrada a Deus, não tem necessidade de Cristo. Como, no entanto, p o d e r á a g ra d ar a D eus se rejeita o seu M en sa g eir o ? (cf. Dt 18.18,19).
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II - Jesus Desperta o Verdadeiro Desejo (Jo 6.30-34) /. Um desafio. “D isse ram -lh e pois: Qu e sinal pois fazes tu, para que o vejamos, c erciamos em li? Que operas tu? N o ssos pais c o m e r a m o m a n á no deserto, c o m o está e sc r i to: Deu-lhes a comer o pão do céu” (cf. Ex 16.4; SI 78.24). Queriam provas da parte de Jesus quanto à veracidade das suas palavras c à certeza de que Valeria a pena eles se entregarem totalme ntc a ele. Os jude us, através de toda a sua história, sempre tiveram a tendência de procurar um sinal sobrenatural, desejando alguma irresistível prova que despertaria neles a fé invencível, assim como o grego sem pre p ro c u ra v a o ra cio cín io irrefu táv el (1 C o 1.22). Embora tivessem visto a multiplicação dos pães, queri am um sinal ainda mais espetacular, menosprezando o milagre ope rado por Jesus c dando a ente nde r que, se Jesus quisesse que eles o seguissem como sendo maior do que Moisés, leria de fazer algo comparável ao milagre de ali mentar uma nação inteira durante 40 anos, considerado o maior milagre da história dos judeus, o qual o Messias de veria repetir. 2. Uma correção. “Disse-lhes pois Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu; mas m eu Pai vos dá o verda deiro pão do céu. P orque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mund o.” Jesus faz as seguintes ressalvas: 1) Não foi M o isé s q u e m lhes deu pão do Céu - dom de D e u s , e não de Moisés. 2) O m a n á n ã o e r a p ã o celestial , pois que sustentava apenas o corpo, e não a alma. O verdadeiro pão celestial é o Sal vador, que desceu do céu para a terra, para salvar as almas humanas (Jo 3.16). O maná era apenas um outro tipo de pão: c o m o o m an á, d e sce do C éu ; d i fe r e n te m e n te do m an á, dá a vida - não a uma nação, e sim ao mundo inteiro; não p o r p o u c o s an os de vid a h u m a n a , e sim p e la e ter n id ad e (v. 49,50).
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3. Um a oração . Esta declaração, como a que a mulher samaritana ouviu (Jo 4.1.6), despertou o desejo nos cora ções dos ouvintes, que exclamaram: “Senhor, dá-nos sem pre d e ss e p ã o ” . Q u e ria m este pão, de q u a n tid ad e ilim itada, que é fonte dc vida, alimento da vida eterna, que satisfaz toda a fome, abolindo toda a pobreza c vencendo o temor da morte.
III - Jesus Oferece a Verdadeira Vida (Jo 6.35) “E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca te rá sede.” Jesus descreve sua obra dc salvação mediante a expres são figurada dc Pão celestial entrando no mundo para ali mentar almas humanas, dando-lhes a vida eterna. /. A d e sc id a do P ão celestia l. “E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aq uele que vem a mim não terá fom e ” . Jesus ensina aqui a doutrina da encarnação: que o eterno Filho dc Deus assumiu a natureza humana a fim de viver entre os homens. O Filho dc Deus se tornou Filho do ho mem, a fim de que os filhos dos homens pudessem ser feitos filhos de Deus (cf. Jo 1.12-14). 2. O Pão celestial é pa rtido . O pão tem dc ser partido quando alguém o come. O Filho de Deus Encarnado tem de oferecer sua vida cm sacrifício antes de os home ns verdadeiramente se alimentarem dele. O Verbo de Deu s, que se fez carne c foi crucificado na carne, é a vida do mundo. Na Ceia do Senhor, comemoramos aquele ato mediante o qual foi quebrado o corpo de Cristo para, as sim, dar vida ao mundo. 3. A eficácia do Pão. Cristo c o Pão da vida porque veio do céu trazer ao mundo uma nova fonte de vida; o pão, ao sustentar a vida, cumpre sua finalidade, e o que há de es-
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pccial ne ste Pão c que su ste n ta a vida eterna. Os que co mem do Pão da vida perdem o pavor da morte. 4. A apropriação do Pão. O pão só pode sustentar a nossa vida física quando o c o m e m o s ; Cristo nos dá a vida e t e r n a q u a n d o c r e m o s nele. “Aquele que vem a mim não terá fome; c quem ere cm mim nunc a terá sed e” . “Co m er a carne do Filho do homem e beber o seu sangue” (v. 53) c crer na eficácia da sua morte expiatória. 5. A ascensão do Pão da Vida. Veja o versículo 62. O Pão que desceu do céu deve subir de volta para lá, para ser, em escala muito maior, o Pão da vida eterna; Jesus derra ma sobre todas as almas famintas no ermo espiritual, que c o nosso mundo, o maná celestial para alimentar a todos.
IV - Jesus Censura a Descrença (Jo 6.36,37) 1. A acusação. “M as já vos disse que tam bém vós me vistes, e contudo não credes” (cf. v. 26). A multiplicação dos pães era milagre suficiente para satisfazer a e xigência de um sinal da parte dEle; mesmo assim, recusaram-s e a crer. A situação é que viram sem p e rc e b e r. O pecado c o p r e c o n c e i t o c e g a r a m os o l h o s d e l e s , d i s t o r c e n d o seu discernimento. 2. A certeza . “Todo o que o Pai me dá virá a m im ” . Todos os que se chegam a Cristo, accitando-o como Mes tre, fazem-no porque o Espírito Santo os atraiu a ele, e, assim sendo, foram-lhe “dados” por Deus. Todos os que rcalmcnte estão sendo guiados pelo Espírito de Deus forçosamente terão que aceitar a Cristo como seu único Sal vador: se estes homens não estavam chegando a Ele é por que havia algum empecilho nas suas vidas que os impedia se entregarem a Deus (Jo 5.38; 6.44,45; 8.42,47). 3. A promessa. “ E o q u e v e m a m i m d e m a n e i r a n e n h u m a o lançarei for a” . O Pai e o Filho trab alha m cm con junto na salvação das almas: o Pai as atrai, e o Filho as recebe.
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N o te q ue estas p a lav r as ta m b é m dão a e n te n d e r q u e Cristo tem poder para excluir da sua comunhão c do seu Rei no (Ml 8.12; 22.13). No entanto, não rejeitará pessoa alguma cujo coração tenha sido comovido ao arrependimento pela atração do Espírito de Deus. V - Ensinamentos Práticos
/. O dom e o D oador. O s j u d e u s e s t av a m p r o c u r a n d o a s dádivas, ou seja. os pães, mas as palavras dirigidas a eles p o r Jesus revelam que não p r o c u ra v am o D oador. N ós ta m bém c o m e t e m o s s em e lh a n te erro? P r o cu r a m o s a b enção, ou aquele que abençoa? Procuramos o dom, ou o Doador do Espírito? Procuramos a cura, ou aquElc que cura? Procuramos uma coisa, ou a p e s s o a l O x a l á q u e p o s s a m o s p ro c u ra r C risto p o r a m o r a Ele m e sm o . 2. A su p re m a b a sea da vida. “Trabalhai, não pela comida que pere ce...” . Há m ilhares de anos, Isaías, profetiza ndo acerca da tentação que o luxo c a magnificên cia de Babilôn ia viriam a ser para os exilados, fez a seguinte advertência; “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? c o p ro d u to do vosso trab alh o n aq u ilo que não p o d e satisfa zer?” (Is 55.1,2). Aqui se levanta a eterna questão: em prol de que deve viver o homem? Qual deve ser o alvo dos seus mais sublimes esforços? Uma vez que o homem é destinado para a eternidade, logo, a atividade mais sublime da sua vida tem de ser a busca daquilo que é celestial e eterno. N ada m eno s do que isto satisfará c om p letam en te a sua alma. Infclizmcntc, existem muitos cometendo o mesmo erro do rico fazendeiro que considerou seu corpo como se fosse a alma, dizendo: “Alma, tens em depósito muitos bens para m u i t o s a n o s ” . O e p i t á f i o q u e D e u s l h e p r e p a r o u d i zi a : “Louco”! Como cristãos, devemos renovar a nossa consagração e frequentemente perguntar a nós mesmos se estamos vivendo à altura daquilo que Jesus ordenou cm Mateus 6.33.
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3. Satisfeitos, porém famintos. No deserto central da A u s t rá l ia h á u m a p l a n ta e s t r a n h a c h a m a d a n a r d o o , que tem folhas pareeidas com as do trevo. Dois ingleses, Burke e Willis, fazendo pesquisas na região, seguiram o exemplo dos nativos quando lhes faltou comida, comendo as raízes e as folhas daquela planta. Parecia saciar-lhes a fome, cnchendo-os com a sensação de bem-estar e satisfação. Não sentiam mais fome, mas, mesmo assim, começaram a sur gir os efeitos da inanição. Seus corpos foram ficando debi litados e suas forças foram diminuindo até que pouco mais energia tinham do que um recém-nascido. Finalmcntc, um morreu, e o outro foi resgatado no último instante, o que ilustra os resultados fatais da tentativa de alimentar a alma com coisas mundanas!
Com que se alimenta o homem não convertido? Em Oséias, apascenta o vento (Os 12.1); em Provérbios, se apascenta de cstultícia (Pv 15.14); em Lucas 15, quer se fartar das alfarrobas; c, em Isaías 44.20, se apascenta de cinza. A tais pessoas Cristo se oferece como o Pão da Vida. 4. Nossa religião nos satisfaz? A lesta espiritual que recebemos na igreja deve nos satisfazer a alma, tra nsformando-nos de tal maneira que outras pessoas também quei ram participar das bênçãos. “Provai e vede que o S e n h o r é b o m ” (SI 34.8). C h eg u e -se a E le co m seu c o ra ç ã o fam into. Ele o alimentará, e você sairá satisfeito. 5. A obra de Deus. Q u a n d o o s j u d e u s p e r g u n t a r a m o que deveríam fazer para agradar a Deus, Jesus disse que deveríam crer. Eles perguntaram sobre as obras; Jesus in dicou a única obra - confiar. Isto simplifica a religião. Se a salvação depender das obras, quem poderá saber que já fez o suficiente? Por outro lado, a pessoa sabe muito bem quando está confiando em Cristo. Esta fé, sendo genuína, p r o d u z ir á p o r si m e s m a as n e ce ssá ria s obras.
O homem é mais importante do que a obra; a motivaçã o é mais importante do que a ação; o caráter é mais p rofundo
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do que a conduta. Temos de estar certos antes d c f a z e r o certo; e, para ficarmos certos com Deus, temos de entregar a Ele o nosso coração: “Visto que com o coração se crê para a j u s t i ç a ” (R m 10.10). O Cristianismo é, fundamentalmente, o relacionamento p essoal com D eus, p o ssib ilitad o p o r C risto c tra n sfo r m a d o cm realidade mediante a fc. 6. O significado da pred estinaçã o. As palavras: “Todo o que o Pai me dá virá a mim” significam que Deus destinou para a salvação não este ou aquele indivíduo, c sim todo aquele que erê no seu Filho. Isto poderia incluir todas as pessoas, no mundo inteiro, pois Deus quer que seja assim: todos os que crêcm, são salvos. Portanto, Deus elege não os indivíduos, e sim os meios, de maneira que todos os que lançam mão dos meios oferecidos por Deus são salvos. Deus predestinou todo aquele que quiser aceitar, e a pró pria aceitação é d o m de D eus ( E f 2.8).
J e su s n a F e sta d o s Tabemáculos Texto: João 7.1-53 Introdução No c ap ítu lo nove, Jo ã o d e sc re v eu a crise na G aliléia, mostrando como a pregação simples c declarada de Cristo fez uma triagem entre os discípulos. No capítulo sele, João p ro c e d e à d e sc r içã o do sen tim en to para c om Jes u s e x iste n te cm Jerusalém, onde as nuvens de descrença se amontoaram até desencadearem uma tempestade de violência c ultraje. Este capítulo nos ajuda a atingir o ponto de vista certo, mediante a demonstração das várias estimativas que se faziam da obra c da pessoa de Jesus, bem como da s opiniões que se podiam ouvir com respeito a Ele cm toda a Jerusalém. O propósito de João é mostrar como Jesus se revelou de todas as maneiras apropriadas para que a fé fosse despertada naqueles homens, e o resultado foi que alguns creram e outros não. Dê uma rápida olhada na narrativa do Evangelho para perceb er com o o apóstolo, inspirado, registra os resultados dos milagres de Cristo, bem como dos seus dis-
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cursos. Os primeiros versículos deste capítulo nos mostram a i m p r e s s ã o q u e Je s u s o r i g i n a l m e n t e c a u s a v a a os s eu s p r ó prios fam iliares. I - O Desafio Carnal ( J o 7 . 2 - 1 0 )
/. O desafio. Veja os versículos 3 e 4. Os irmãos de Cristo, que deveriam ter sido os primeiros a entender o seu caráter, demoraram a crer nEle. Souberam apenas fic ar ir ritados pelas diferenças que havia entre Jesus c eles. Ao mesmo tempo, pensavam eles, se porventura fossem ver dadeiras as reivindicações dEle, seria agradável a situação de irmãos do Messias. Desta forma, sentem preocupação em obter um pronunciamento oficial sobre o caso, queren do que Jesus fosse dirclamcntc à autoridade central, cm Jerusalém, em ve/, de lazer um trabalho local na Galiléia, que tão poucos resultados demonstrou. Não conseguiram aceitar a idéia de o irmão deles ser o Rei tão esperado, mas, tendo em vista os relatos fidedignos acerca de tudo quanto fizera de extraordinário, sentiram que havia nEIc algo de misterioso, e queriam pôr fim ao suspense, persuadindo-o a ir a Jerusalém. Para tanto, zombavam del e, di zendo que quem realmente acha merecer a atenção do gran de público deve ir com os discípulos aos lugares onde as grandes multidões possam publicamente aclamá-lo. “Porque nem mesmo os seus irmãos criam nele” foi o triste comentário de João, admissão esta que testifica a sinceridade dos escritores dos Evangelhos. Quando é que fin alm cn tc ch eg ar am a cre r? (cf. At 1.14; 1 Co 9.5; G1 1.19). Medite neste fato profundo c significativo: os próprios fa miliares de Jesus, criados com Ele, que o viram na pleni tude da sua humanidade, c inieialmenle não criam nEle, só depois chegaram a adorá-lo, reconhecendo-o como Senhor c Mestre. Qual é a explicação desta mudança? Veja A tos 2.32,33.
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2. A r e s p o sta . J e s u s d e u a e n t e n d e r o s e g u i n t e : “ O tempo não está pronto para a minha entrada em Jerusa lém como Messias. Tal ato daria vazão à hostilidade dos líderes que mc matariam antes da hora planejada. Vocês p o d e m su b ir, p o r q u e e s tã o e m p e r f e it o a c o r d o c o m o espírito, alvo c padrões da época. Vocês estão tão enfronhados com o mundo, que podem falar o que qui s e r e m e q u a n d o q u i s e r e m . V o c ê s n ã o e s t ã o i n d o c o n t r a n e n h u m d o s c o n c e i to s m u n d a n o s , n ão e s tã o d e r r u b a n d o nenhum ídolo. Eu, porém, preciso suportar a hostilidade e a antipatia que são o quinhão de qualquer profeta que desmascare a maldade c a hipocrisia de sua época. Vão, c p a r t ic i p e m d a s c e r im ô n i a s d o te m p lo . C h e g u e m a T e m p o p a r a f a z e r os ta b e r n á e u lo s . V o c ê s , a f i n a l , n ã o t ê m n e n h u m a m e n s a g e m a p r e g a r c o n t r a a c o r r u p ç ã o do santíssimo culto ou a hipocrisia do ritual”. “E, havendo-lhes dito isto, ficou na Galiléia. Mas, quan do seus irm ãos já tinham subid o à festa, então subiu ele t a m b é m , n ã o m a n i f e s t a m e n t e , m a s c o m o c m o c u l t o ” . J e su s não fez a “subida” ou viagem oficial com o grupo de pe regrinos da Galiléia; foi para lá de modo tranqüilo, aben çoando os leprosos, consolando almas c ensinando aos espiritualmente ignorantes. Chegou com atraso deliberado e n ão a p a r e c e u n o t e m p l o a t é q u e a l e st a j á h a v i a c o m e ç a do, quando, então, com a autoridade e destemor de um p r o f e ta , s u r g iu d e r e p e n t e c c o m e ç o u a e n s i n a r . S e u s ensinamentos tratavam da sua própria missão c a atitude dos jud eu s para co m ela (Jo 7.14-36).
II - O Convite Espiritual ( J o 7 . 3 7 - 3 9 ) I . A o ca siã o . O convite do nosso Senhor é ainda mais marcante quando o examinamos à luz de um dos atos mais marcantes da Festa dos Tabernáeulos, a saber, quando a água era tirada do tanque de Siloé com uma bacia de ouro c levada em procissão para o Templo, onde era derramada
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ao som das trombctas locando cm triunfo c das exclama ções de “A leluia! ” da parle dos assistentes. O regozijo nesta altura da cerimônia era tão grande que os judeus tinham um ditado: “Q uem não sentiu júb ilo no mo me nto de ser derramada a água tirada do tanque de Siloé, nunca n a sua v i d a s en t iu j ú b i l o ” . O d e r r a m a m e n t o d a á g u a t i n h a u m s i g nificado tríplice: 1) Reconhecimento e agradecimento pe las bênçãos divinas reveladas nas chuvas da sementeira e da colheita. 2) Comemoração do milagroso suprimento de água que os israelitas receberam no deserto. 3) Era o sím bolo pro fético do futuro d e rr a m a m e n to do E spírito sobre o povo de Deus, que, seg u n d o os israelitas espirituais, seria o cumprimento das palavras cantadas pelos sacerdotes en quanto tiravam a água do tanque: “E vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12.3). N o últim o dia da festa, a bacia v oltara vazia, c o m e m o rando-sc assim a entrada de Israel numa terra de fontes de água; provavelmente foi àquela altura que “Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Sc alguém tem sede, venha a m i m , e beba” (v. 37). Enquanto o Senhor falava tais palavras, por certo deve ter olhado entre a multidão os rostos de israelitas since ros que, pelo seu semblante, revelavam ter uma sede espiritual que não fora dessedentada. Israelitas havia, com seriedade tie pensamento, que reconheciam que no Tem plo, a p e s a r d e lo d o o seu e s p l e n d o r e d o a p a r a t o s o e q u i p a m e n t o p a ra os s a c r if íc i o s , n ão h a v i a f o n te p a r a a l i v i ar-lhes a sede - falta esta simbolizada pelo fato de os sacerdotes terem de sair do Templo a fim de trazer a água. Queriam saber quando se cumpriríam as palavras dos profetas, tais como: “Sairá uma fonte da casa do Senhor” (J13.18); e que um grande c profundo rio sairía debaixo do limiar do templo (Ez 47.1-5). Decepciona dos com a mera forma exterior, tinham sede da realida de. Qual não deve ter sido o efeito sobre eles da voz
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autoritária que, corno em resposta aos seus desejos não p r o n u n c i a d o s , e x c l a m o u : “ S e a l g u é m tem s e d e , v e n h a a m i m , e b e b a . Q u e m c r ê e m m i m , c o m o d i z a E s c r i tu r a , r i o s d ’ á g u a v i v a c o r r e r ã o d o s e u v e n t r e ” (v. 3 7 , 3 8 ) . 2. O convite. Jesus, neste convite, demonstrou ser ele o verdadeiro Templo de Deus, e o Espírito Santo que dElc p roced e, a fo n te d a v id a eterna. O p ró p rio Je su s é o Siloé espiritual (Jo 9.7), o Enviado de Deus, e convida a todos quantos quiserem a se aproximar dEle para tirar água viva. Os que assim fazem não somente recebem o suficiente para sua própria sede, como também ficam sendo uma fonte de vida para seu próximo; não somente a água dada por Cristo se torna neles fonte que jo rr a para a vida eterna, como também transforma as pessoas cm rochas de onde brotam águas vivas para o refrigério dos outros (cf. Is 55.1; 43.1920; Jr 2.13; Jo 4.10; 1 Co 10.4,21; E f 5.18). Com esta ilustração, Jesus declara ser aquEle que satis faz a todos os anseios da alma que deseja a vida, o gozo, a paz, o poder, a sabedoria c a comunhão com Deus. Cristo revela seu poder para suprir cada aspiração, cada d esejo p ie d o so , c a d a n e c e s s id a d e esp iritu a l de n o s sa c o m p le x a natureza hum ana. Esta declaração corajosa da parle de Jesus, oferecendo-se como a adequada solução a todos os proble mas humanos c a satisfação a toda sede dos homens, tem s id o t e s ta d a c c o m p r o v a d a c o m o v e r íd i ca a t r a v és d a s e x p e riências de 20 séculos de história humana. I loje, pelo mu ndo i nt e ir o , h á in ú m e r a s p e s s o a s q u e p o d e m t e s ti f i ca r q u e C r i s to é verdadeiro, e que supre totalmente todos os anseios da alma. 3 . A p r o m e s s a . “ Q u e m c r ê c m m i m , c o m o d i z a E s critura (o consenso dos ensinos bíblicos contidos cm tre chos, tais como: Salmo 78.16; 105.41; Zacarias 14.8 c I s a í a s 4 3 . 1 9 , 2 0 ) , ri o s d ’á g u a v i v a c o r r e r ã o d o se u v e n tre.”
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Quem confia em Cristo sc torna semelhante àquEle cm quem eonlia. Quem recorre àquela Fonte, recebe, med iante o Divino Espírito da parte de Cristo, a vida no seu íntimo, que sc transfo rm a cm “fonte que jo rr a para a vida eterna". Pro vérb ios 14.14 diz que o ho m em de bem se satisfaz com seu próprio proceder, mas isto acontece somente quando ele tem Cristo no seu coração, quando, então, pode dizer: “E vivo não mais eu, m as Cristo vive em m im ”. To do aquele que recebe de Cristo o Espírito Santo fica sendo, por sua vez, e de modo limitado, uma fonte de vida espiritual, tra zend o reli igério a outras almas sedentas. 4. A exp licação . “E isto disse ele do Espírito que havi am de receber os que nele cressem; porque o Espírito San to aind a não fora dado, p or aind a Jesus não ter sido glorificado." (cf. Jo 16.7; Ec 24.49; At 1.4,5). Já que a Bíblia registra que o Espírito Santo veio sobre Moisés, Davi e os profetas, c que João Batista foi cheio do Espírito San to já no ventre materno, examinemos as palavras “o Espí rito Santo ainda não fora da do ” . A ssim c om o o Filho de Deus existiu no céu c sc manifestava na terra de certas maneiras antes de nascer na manjedoura, e, quando da encarnação, entrou no mundo de modo novo e diferente para travar novas relaçõ es com a ra ç a h u m a n a, c o m seu novo nome - Jesus -, também o Espírito Santo estava ope rando no mundo, inspirando muitas pessoas, antes do dia dc Pcntccostes, antes de vir ao mundo d e m o d o n o v o e diferente após a ascensão dc Jesus, com seu novo aspecto dc Espírito do Cristo vivo - o Espírito que sc revela cm conexão com aquElc que sofreu, morreu, ressuscitou e su biu de v o lta ao Céu. A ssim , Ele t a m b é m rec eb e u u m n o v o nome - “o Consolador", o “Espírito de Cristo”. D a m e s m a f o r m a , t o r n a - s e c la r o o s ig n i f ic a d o d a d e c l a ração dc João quando consideramos que sc ressalta a pala vra “dado ” . Antes da ressurre ição de Cristo, o Espírito Santo
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ainda não era d a d o para scr perpétua possessão do indiví duo. Na época da Antigo Testamento, o Espírito era, por assim dizer, “emprestado” por Deus a membros do seu povo, mediante operações intermitentes; vinha sobre as pessoas para equipá-las para algum a tarefa específica, deixando-as cm seguida, ou voltando a visitá-las em outras ocasiões necessárias. Depois do dia de Pentecostes, porém. Cristo derramou o Espírito Santo como d á d i v a permanente para scr possuída e desfrutada: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique c o n vo s co p a r a s e m p r e ” (Jo 14.16). III - E n s i n a m e n t o s P r á t i c o s
/. Irm ã o s, m a s n ã o c ren tes. “Porque nem mesmo seus irmãos criam nele”. À primeira vista, parece surpreen dente não terem os próprios familiares de Cristo lhe ofe recido sua fé; decerto que foi motivo de tristeza para o Senhor, e um mistério para seus discípulos. O registro deste fato doloroso, no entanto, poderá dar alguma con solação àqueles que têm parentes não salvos que fazem com que sua vida cristã em casa seja muito difícil. O p ró prio Jesu s su p o rto u d ú v id a s, m a l-e n te n d id o s e talvez oposição da parte dos seus entes queridos no próprio lar: “Um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pe cado” (tlb 4.15). Mesmo assim, nosso S enhor colocou a vontade de Deus em primeiro lugar na sua vida (Ml 12.47-50) e, mais tarde, seus irmãos vieram a scr discí p u los m u ito fiéis. 2. H á te m p o p a r a tu do. “Ainda não é chegado o meu tem po ” . A vida do Mestre semp re era dirigida pela von tade do Pai, de tal forma que sempre fazia a coisa certa, da m aneira certa e no tempo certo. Um a coisa certa pode tornar-se errada, quando feita no tempo errado. As ve zes erramos devido à nossa pressa; às vezes a falha está
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cm nosso atraso. Nada havia de errado na tentativa dos israelitas de entrar cm Canaã (Nm 14.40-45), porem a tentativa foi feita tarde demais e resultou cm fracasso (Nm 14.1-10). Nada havia de errado quando as virgens néscias bateram na porta pedindo entrada (Mt 25.1 1), só que chegaram tarde demais. Nada mais recomendável d o que anunciar que Cristo c o Messias e contar sobre a sua transfiguração; mas, se os discípulos tivessem feito as sim antes da ressurreição, o resultado poderia ter sido desastroso (Mt 16.20; 17.9). Ficaria fora da programa ção de Cristo. O fracasso de muitos empreendimentos p o d e ser e x p lic a d o p e las p alav ras: “ N ão re c o n h e c e s te a oportunidade” (Lc 19.44). “Mas ele [o mundo] me abor rece a mim, porquanto dele testifico que as suas obras são más”. É uma experiência familiar a de que os que consistcntcmcntc contam a verdade acerca dos pecado s das pessoas são mal recebidos e até encontram ódio e violência. A consciência ferida quer ferir o mensageiro. Quando os pecadores são levados a odiarem a si mes mos, podem começar a odiar o pregador. Quando a Pa lavra de Deus revela quão ridículo é o mundano, ele, p o r sua vez, p ro c u ra rá fazer com q u e seja c o n s id e ra d o ridículo o próprio Cristianismo. O pregador que fala com clareza não será o pregador mais popular, mas a culpa não será dele: “Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas” (Lc 6.26). Sc a verdade dói, também cura; p o ré m d e v e ser d ita com a m o r (E f 4 .1 5 ), e não c o m maldade, irritação ou mau humor. 3.
Um a tarefa ingrata.
“ De gra ça lhe darei da fon te da ág ua da vida ” (Ap 2 1.6); “Jesus pôs-se em pé, c clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, c beba”. O convite tinha os seguintes aspectos:
Je s u s na Festa dos T a b e r n á c u lo s
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3.1. Foi oferecido com grande fervor. Li c o m u m o caso dc algucm que sc afoga gritar com angústia, en quanto os que querem ajudá-lo estão calmos e quietos. Aqui, a situação é bem diferente: c o Libertador quem clama, enquanto os que dLle precisam não se manifes tam. Agem como sc tivessem tudo, e Ele, como se pas sasse necessidades. Jesus clamou, exprimindo o fort e desejo da sua alma: dar a redenção. Ele tem mais dispo sição para perdoar do que o pecador para receber o per dão. Quando a Divi ndade estende as mãos para implorar à humanidade, c para salvá-la da terrível condenação; grande será a ruína daqueles que desprezam semelhan te apelo (Pv 1.24-28). 3.2. É universal. “Se alguém tem sede” . “A lgué m ” p o d e ser um ateu, um cético , um idólatra, um d escren te ; p o d e ser a lg u é m que está a b atid o p o rq u e estão e s g o ta das as suas cisternas; pode ser alguém que se desiludiu com as fontes às quais recorria; pode ser um proscrito da sociedade, proibido dc sc aproximar dos bebedouros dos homens, ou um desviado que deixou a fonte das águas vivas - o convite dc Jesus é dirigido a todos: “Venha a mim”. 3.3. E uma pessoa que chama, e não uma cerimônia. Depois de cumprido o ritual, Jesus chama a atenção para a sua própria pessoa: “Venha a m i m " . Aos pagãos, com seus sacrifícios; aos ritualistas, cumprindo sua rotina de cerimô nias; aos ascetas, procurando merecer a salvação mediante flagclos dolorosos e prolongados jejuns, Jesus diz: “Venha a m im ” . Quem tem sede deve ir pessoalmente a Cristo; não bas ta ir à igreja, às suas ordenanças, às reuniões para oração c louvor. É preciso ir mais à frente, mais para o alto, para entrar em comunhão pessoal com o Cristo. Isto porque, sem Ele, tudo o mais na religião cristã não tem valor algum. A mão humana pode tirar a pedra do túmulo, revelando a
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Jo J o a o , o E v a n g e l h o d o F i l h o d e D e u s
p r e s e n ç a d o d e f u n t o , m a s s o m e n t e J e s u s p o d e d i z e r : “ S a i a e viva” . É d iretamente co m Cristo Cristo que teremos de nos haver. haver. 4. É um con vite à ação . “Ven ha ”, não p ara olha r a água, nem analisar a água, nem admirar a água, nem conversar acerca da água, nem para criticar a água - mas para heher\ de Cristo, leem a respeito de Muitos ouvem falar acerca de Cristo, mas não chegam a Cristo. Quando o Senhor Jesus falou da água viva fluindo do interior dos crentes, queria dizer que não somente os cren tes deveriam receber a bênção, como também teriam de se transformar em bênção para outras pessoas. A plenitude c abu ndân cia do d o Espírito Espíri to Santo se revelam na pessoa quan do ela transborda uma quantidade suficiente para levar refrigério a outras pessoas. A Fonte sempre está fluindo. Será que nós sempre estamos sentindo sede e bebendo? Sc não, a verdade é que, além de furtar-nos a nós mesmos, estamos pr p r i v a n d o n o s s o p r ó x i m o d a s b ê n ç ã o s q u e r e c e b e r í a p o r nosso intermédio.
Jesus, o L ib e r t a d o r Texto: João 8.31-59 Introdução O incidente da mulher surpreendida em adultério (Jo 8.1-11) parece ilustrar de maneira comovente o tema do trecho agora esLudado, ou seja, a liberdade espiritual. Os líderes religiosos, orgulhando-se da sua liberdade como filhos de Abraão, trazem a Jesus uma mulher que conside ram complctamente escravizada pelo pecado. Quando, po rém, Jesus lhes ensina uma lição, retiram-se do cenário, pr p r e s o s p e l a s c o r r e n t e s d e u m a c o n s c i ê n c i a c u l p a d a , e n q u a n t o a mulher fica ali, transbordando de felicidade na liberdade que Cristo lhe concedeu. Semelhantemente, o presente tre cho (Jo 8.31-59) começa com o quadro de um grupo de j u d e u s q u e se c o n s i d e r a v a m l i v r e s , m a s q u e l o g o r e v e l a m se escravos do pecado. A conversação registrada nos versículos 31-59 revela as diferenças essenciais entre os que queriam se apegar à Antiga Aliança, e Cristo, que veio cumpri-la. Enfatizavam o lado histórico da religião; Jesus exalta o lado espiritual. Apelam
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.loüo, o Evangelho do Filho de Deus
aos privilégios externos da religião; Jesus ressalta as qualifi cações morais. Dão muito valor à liberdade política; Cristo oferece a liberdade espiritual. Quando estes semicrentes des cobrem que Jesus exige uma completa transformação do seu coraçã cor ação, o, o rom pim ento com o juda ísm o ortodoxo c a fé fé pe s soal soal nE lc com o Filho eterno de Deus, o sentimento deles dele s para com Jesus sctransforma-sc em ódio violento. Jesus, para corrigir o ponto de vista errôneo deste grupo, ensina-lhes lições - sobre o verdadeiro discipulado, a verdadeira liberdade e o verdadeiro caráter.
I - O Verdadeiro Discipulado ( J o 8 . 3 1 , 3 2 ) “ J e s u s d i z i a p o is i s a o s j u d e u s q u e c r i a m n e l e ” . E s ta ta s p e s s o a s r e c o n h e c e r a m a v e r a c i d a d e d a s d e c l a r a ç õ e s d e J e s u s quanto a ser Ele o Messias, mas interpretavam suas pro messas segundo os preconceitos nacionalistas. Jesus, dese j a n d o a p r o f u n d a r e p u r i f i c a r a l c d o s s e u s o u v i n t e s , d i s s e : “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade, c a verda de vos libertará.” libertar á.” Jesus j á lhes lhe s dissera que m orreriam nos seus pecados se não tivessem fé nEle (v. 24). Agora, expli c a -l - l h es e s q u e s e n ã o p e r m a n e c e r e m f i r m e m e n t e n a su su a P a l a vra, nos seus ensinos, não poderão escapar da escravidão que para Ele está bem patente, mesmo que eles não a re conheçam. Somente a verdade pode libertar a mente da ignorânc ia, do preconceito e dos maus hábitos. Quando a Luz do mun do brilha nos lugares tenebrosos do coração, não apenas são reveladas as correntes que amarram a alma; tais cor rentes são rompidas pela mesma luz. Ver o pecado co nfor me cie realmente é, pode ser o suficiente para que o peca do r l iquc c om nojo dele. As palavras de Jesus ofenderam estes seus ouvintes, p o r q u e e l e d e u a e n t e n d e r : 1) q u e t e r i a m d e c o n s e r t a r s u a s
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vidas sc quisessem permanecer na doutrina dEle, enquanto consideravam-se impecáveis cm sua conduta; 2) que eram ignorantes quanto às verdades da salvação, enquanto ima ginavam dominá-las totalmcntc; 3) que não tinham liber dade religiosa, porque estavam supcrsticiosamente presos à letra da Lei mosaica.
II - A Verdadeira Liberdade (Jo 8.33-36) O s o r g u l h o s o s j u d e u s r e p l ic ic a r a m : “ S o m o s d e s c e n d ê n c i a de Abraão". Orgulhavam-se desta descendência, como se sua certidão de nascimento fosse passaporte para o Céu (cf. (cf. M t 3. 3 . 9). Ce rta lenda ju da ica de screve Ab raão sentado sent ado j u n t o a o p o r t ã o d o i n f e r n o p a r a i m p e d i r q u e q u a l q u e r j u d e u desgarrado pudesse chegar ate lá, c o livro de orações da sinagoga declara: “A totalidade de Israel tem um quinhão no mundo do porvir.” Protestaram que nunca estiveram escravizados a nin guém : “Co m o dizes tu: tu: Sereis livres?” Os jud eu s, no en tanto, já tinham sido subjugados pelos egípcios, babilônios, sírios, e naquele momento histórico estavam sob o domí nio de Roma. O que queriam dizer é que, mesmo com s eu pa p a í s s u b j u g a d o p o r n a ç õ e s g c n t í l i c a s , n u n c a a c e i t a r a m tal situação, recusando-se a curvar seu espírito diante delas. Os judeus sempre se sentiram superiores aos seus opresso res. Resp ond endo a esta jae tân cia n acionalista acional ista,, Jesus afirma o verdadeiro significado da liberdade: “Todo aquele que c o m e t e p e c a d o é s er er v o d o p e c a d o ” . A t o s p e c a m i n o s o s r e velam que quem os comete está est á sob o jug o do pecado. pec ado. Cada p e c a d o f a b r i c a m a i s u m g r i l h ã o p a r a a a l m a ; o s p e c a d o r e s são escravos. O pecado, e não Roma, era o verdadeir o inimigo de Israel. N o s v e r s í c u l o s 3 5 e 3 6 , J e s u s e x p l i c a a o s j u d e u s q u e um escravo, diferentemente de um filho, não faz parte da
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família, podendo scr vendido à vontade. Seus ouvintes, escravos do pecado e da letra morta da Lei, não era m ver dadeiros membros do Reino do Messias, e dele seriam expulsos. Somente o Filho de Deus pode lhes dar a liber dade, transformando-os em membros da família divina, Então, passariam a ser verdadeiramente livres. Paulo ensina a mesma lição com respeito a Ismael e Isaque. Aquele, nascido de forma natural, tipifica os que se amarram à letra e às cerimônias da Lei mosaica; Isa que, nascido de forma milagrosa, tipifica o povo espiritual que recebeu da parte de Cristo a libertação do pecado c do formalismo (Cl 4.21-31). III - O Verdadeiro Caráter
(Jo 8.37-44, 56-59)
N este trecho, c c o m o se Jesus estivesse dizendo: “ V ocês se jac tam da sua desce ndê ncia de Abraão, sem levar cm consideração que a descendência física não traz consigo a semelhança espiritual. Somente os que agem como Abraão são a sua descendência espiritual, enquanto sua atitude para comigo c com meus ensinos demonstra que vocês não têm o mesmo espírito que tinha o seu ancestral. Pelo contrário, vocês expressam aquele espírito de ódio à verdade e de vi olência que é próprio do diabo” (cf. Jo 8.44; Gn 3.3-7; Tg 4.1-7; 1 Pe 5.8; A p 2.10; 9.11; 12.9; 13.6-8; 20.7-9; 2 Pe 2.4; Jd 6; 2 Ts 2.9-11; 2 Co 11.3,13-15). Desenvolvendo estas verdades, Jesus disse: “Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se” (cf. G n 12.1-3; G1 3.7-9; H b 11.13,39). Sc os ju d eu s não gostavam que Jesus se exaltasse acima de Abraão, leriam de reconhecer, mesmo assim, que Abraão olhava para Je sus como sendo o cumprimento de todas as promessas divinas, enquanto eles, alegando serem fiéis descendentes de Abraão, pensavam honrar a este em detrimento de Je sus. Os jud eu s, tom and o as palavras de Jesus no sentido literal, disseram-lhe: “Ainda não tens cinqüenta anos, e
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v i st e A b r a ã o ? ” E n t r e os j u d e u s , n i n g u é m e r a c o n s i d e r a do maduro - com capacidade intelectual c discernimento - antes dc atingir a idade de cinquenta anos. “Ainda não tens cinqücnta anos” é o modo oriental dc dizer: “Você ainda é jovem”. “Disse-lhes Jesus: Em verdade, cm verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou”. A expressão “Eu sou ” significa um a existência que u ltrapassa o tempo, e nesta declaração Jesus declarou ter a mesma divindade do gran de “Eu Sou”, o Senhor, cujo nome significava “aquele que existe eternamente”. Os jud eu s teriam saud ado com júbilo a notícia dc ser Jesus o Messias, mas sua pretensão à deidade deixou-os dispostos a apedrejá-lo por blasfêmia. N o entanto, sua hora ainda não chegara, e a fúria deles nada podia fazer; diante da sua majestosa presença, os guardas do templo recuaram , envergonhados. IV - Ensinamentos Práticos
/. A p e r s e v e r a n ç a , um te s te d o d is c ip u la d o . A p e r s e verança c o segredo de vencer qualquer dificuldade, c o s e g r e d o d a p e r s e v e r a n ç a é p e r m a n e c e r n a q u i l o q u e s e faz. “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadei ram ente sereis meus disc ípu los” . A constân cia c um p r o f u n d o te s t e dc c a r á te r . A b r a ã o , D a v i, P e d r o e o u tro s santos podem ser culpados de fracassos; no entanto, le vantaram-se após sua queda c continuaram a seguir ao Senhor. Muitos deslizes na vida cristã se devem ao fato d e os c o n v e r t i d o s n ã o p r o s s e g u i r e m n a c o n s a g r a ç ã o , a f a s tando-se mais c mais da beira do poço de onde foram retirados por Jesus. Avançar é a melhor garantia contra as recaídas. 2. A liberdade encara com coragem os Jatos. “Somos des cendência de Abraão, e nunca servimos a ninguém”. Estes ju
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deus eram cegos demais paia verem a escravidão e a necessi dade espiritual em que jaziam . Quan to a isso. assem elhavam se à maioria das pessoas; cada pessoa tem o amor-próprio que tende a torná-la cega diante de suas próprias fraquezas. Al Capone tinha fama de criminoso implacável, mas sua p ró p r ia análise d e si m e sm o era: “ D c d iq u ei os m elh o re s anos da minha vida olerccendo às pessoas os prazeres mais alegres, ajudan do-as a se dive rtirem ” . Pouco s criminoso s nas prisões se con sidera m pessoas m ás. O desejo se ju st i ficarem de se justif ica r é enorme! Por que tantas pessoas não tem a mínima consciência da sua escravidão ao pecado? Pode ser que nunca tenham compreendido o que é desfrutar da liberdade espiritual, ou que tanto tempo tenha passado desde a época cm que se sentiam mais limpas de consciência, que a escravidão já lhes pareça algo natural; podem lambem sentir, lá no fundo do coração, uma falta de disposição para enfrentar as res p o n sab ilid a d e s q u e a lib erd a de a carreta co nsigo . N arra-se a história de certo santo que andava pela Itália, pregando c curando os cegos, aleijados e mudos. Certo dia, o povo de uma aldeia viu dois coxos fugindo apressadamente. Quan do alguém lhes perguntou qual o motivo de tal pressa, res p o n d e r a m : “ O santo va i p assar n esta aldeia, e d izem que ele tem poder para curar os coxos. Se ele nos curasse, o que seria do nosso meio de vida?” T e m p o h o u v e n a v i d a d o F il h o P r ó d i g o e m q u e e l e t e ri a repudiado com ressentimento a mínima sugestão de ser um escravo; afinal de contas, não tinha saído de casa para ga nh ar a liberdade? Mas, certo dia, caiu cm si e percebeu sua verdadeira situação. Foi este o começo da sua libertação. Quando alguém se dispõe a enfrentar a verdade acerca de si mesmo, a verdade o libertará. d. A d e c la ra ç ã o d e in d e p e n d ê n c ia d o cris tã o. ”Se pois o Pilho vos libertar, ve rda de iram en te sereis livr es” . M uitas nações fazem comemorações anuais da libertação de algu
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ma tirania externa, como o nosso Sete de Setembro, mas o N o v o T e s ta m e n to vai m ais fund o, ao d eela ra r q u e a p e sso a que peca é escrava do pecado. Esta verdade se perce be facilmente no caso dos pecados mais grosseiros da carne, pois p o r eles a a lm a fica presa e m grilhões de aço até n unca mais desejar a liberdade. Até os antigos gregos, sem a Bíblia, reconheciam esta verdade, a qual exprimiram na lenda de Circe. Esta, após atrair os homens mediante seus encan tos, para desfrutarem dos prazeres que oferecia, transfor mava-os em porcos e lobos. Qualquer pecado, no entanto, tem este poder de escravizar, espccialmente os menos vi síveis e mais profundos, a saber, os pecados secretos da alma. Compare Paulo, o apóstolo, com o imperador Ncro. Qual deles era verdadeiramente livre: o apóstolo na pri são, com sua alma livre dos grilhões do pecado, ou o imperador no seu trono, escravo das suas paixões? Com toda a sua liberdade, o imperador nunca foi um homem livre; com todas as suas prisões, o apóstolo nunca foi rcalmcnlc um prisioneiro. Para todos nós, deixou re gistrada a seguinte declaração de independência: “Estai p o i s f i r m e s n a l i b e r d a d e c o m q u e C r is to n o s lib e r to u , e não torneis a m eter-vos d ebaix o do jug o da serv idão ” ( G 1 5.1). A l i b e r d a d e é a p r e r r o g a t i v a d e t o d o a q u e le q u e p e r t e n ce a Deus. O que foi escrito com respeito a Israel é verda deiro com respeito a cada crente: “Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito. E eu tc tenho dito: Deixa ir o meu filho, para que me sirva” (Ex 4.22,23). Estamos desfrutando desta liberdade, ou continuamos a carregar fardos, quando temos direito a viajar na condução celestial? 4. A graça não é hereditária. Certo pastor protestante na Itália, cansado de ouvir os m em bros da sua cong regação ufanarem-se das glórias dos seus antepassados, disse Imiti
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mente: “Voces são como batatas: a melhor parte de voces está deba ixo d a terra” . Bra esta a situação dos jud eu s m en cionados neste trecho bíblico: queriam aquecer-se no calor irradiado pelo seu pai Abraão, sem levar em conta que ser um filho de Abraão incluía a responsabilida de de viver como ele. Deviam ler levado em conta que Ismael também era filho de Abraão, sem, porém, fazer parte do povo es colhi do. A estirpe moral vale mais diante de Deus do que a estirpe natural. M uitas pessoas se ja ct am do seu parentesco, sem se lem brare m que é o caráter que revela quem são os filhos de Deus, irmãos de Cristo. Você demonstra os traços c as feições de qual família? (cf. 1 Jo 3.10).
OCego d e N a scen ça Texto: João 9 Introdução Chegamos agora ao sexto “sinal” deserilo pelo Evange lho de João - a eura do eego de naseença. A interpretação do sinal c dec lara da pelo Senhor: “ Eu sou a luz do m un do ” . Aquele que abriu os olhos ao homem que sofria de cegueira física pode também abrir os olhos aos que são cspiritualmente cegos. O mesmo Cristo que abriu os olhos deste ho mem para que contemplasse o sol, mais tarde concedeu-lhe visão espiritual para ver a “Luz do mundo” (9.35-38).
I - A P r e p a r a ç ã o P a r a o S i n a l (Jo 9.1-5) /. O doloroso quadro. “E, passando Jesus, viu um ho m e m c e g o d e n a s e e n ç a ” . O b v i a m e n t e , e r a u m b e m c o n hc cido mendigo que havia muito proclamava a todos que era cego de nascença (v. 8). Ficava ali, como que um sí mbolo da nação a que Jesus m inistrava e da raça hu m an a cm geral, cuja cegueira é patente aos olhos de Jesus, c que nem se quer pode ser iluminada, revelando quão profundos loram
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danos feitos à humanidade. Evocava de Jesus o seu poder curador. A cegueira física faz pensar nas outras formas de cegueira que há no mundo: a vaidade esconde defeitos e fraquezas radicais; o orgulho faz o pecador cego às suas pr p r ó p r i a s t r a n s g r e s s õ e s ; a c e g u e i r a t e m p o r á r i a q u a n t o a e n o r mes pecados é um dos sintomas de uma transgressão gros seira, como fora a de Davi, e todos sabem quão cego e surdo é o preconceito. os
2. A p e r g u n t a d o s c u r i o s o s . “E os seus discípulos lhe p e r g u n t a r a m , d i z e n d o : R a b i , q u e m p e c o u , e s t e o u s e u s p a i s , p a r a q u e n a s c e s s e c e g o ? ” O s d i s c í p u l o s , v e n d o u m c a s o tão digno de dó, imediatamente começaram a pensar o que p o d e r i a t e r c a u s a d o t a m a n h a d e s g r a ç a , e, s a b e n d o q u e h á uma conexão nas Escrituras entre o pecado c a calam idade, chegaram à conclusão apressada de que a aflição deste homem fora causada por algum pecado específico cometi do por ele ou pelos seus pais. Não há dúvida quanto ao vínculo que há entre a prática do mal e o sofrimento; é verdade, também, que os filhos muitas vezes sofrem por causa dos pecados dos pais. Não ocorre s e m p r e , porem, o caso de doenças e calamidades serem conseqüências ime diatas de algum pecado específico. Freqücntemente, os grandes pecadores passam pela vida com um mínimo de sofrimentos, enquanto os grandes santos sofrem mais. Jó solreu a perda dos do s filhos fil hos,, das propr iedade s e da sua próp ria saúde - no entanto, segundo o testemunho do próprio Deus com respeito a ele, era homem de conduta inculpável. A sua experiência nos deixa entender que o sofrimento nem sempre c o resultado do pecado: pode ate ser enviado por Deus para nos refinar, testar a fé c ensinar alguma s das mais profundas lições da vida. N o t e q u e o s d i s c í p u l o s c o m e t e r a m d o i s e r r o s : 1) O e r r o intelectual de atribuir este caso de sofrimento a algum p e c a d o e s p e c í f i c o . 2 ) O e r r o p r á t i c o d e l e v a n t a r o d e b a t e
() Cego de Nascença
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t e ol o l ó g ic ic o , e m v e z d e te te r e m c o m p a i x ã o d o h o m e m . Q u a n t a s vezes falamos quando deveriamos ajudar! 3. A resposta com autoridade. autoridade. “Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se mani festem nele as obras de Deus.” A cegueira deste homem não era resultado de algum pecado específico; bastava aos discípulos saberem que a sua aflição serviría de oportuni dade para a manifestação da operação milagrosa de D eus. Eles não precisavam indagar por que Deus permitiu tanto sofrimento: mais importante seria testemunhar como Deus transformaria o mal cm bem. Em poucos instantes, nã o somente estariam abertos os olhos físicos deste homem, como também, pelos olhos da alma, ele estaria conte m p l a n d o o F i l h o d e D e u s . Os sofredores não devem ser alvo de debate teológico; devem ser considerados objetos merecedores da benevo lência cristã. 4. A declaração solene. solene. “ C o n v é m q u e e u f a ç a a s o b r a s daquele que me enviou, enquanto c dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar." Aqui, o “dia” é a parte da vida do homem em que ele está capacitado para o serviço; a “noite” se refere à morte, que põe fim à obra do homem na terra. Devemos fazer o bem sempre que surge uma oportunidade. Embora Cristo tivesse diante dele, além da cruz c da sepultura, toda uma eternidade p a r a q u e d e r r a m a s s e b ê n ç ã o s s o b r e o m u n d o , t i n h a o s dias contados para o trabalho específico que realizaria enquanto vivesse na terra. Nós, labutando sob as limita ções da mortalidade, devemos reconhecer, na brevidade da vida, mais um motivo para o serviço dedicado c con tínuo. “ Enq uan to esto u no mundo , sou a luz lu z do m u n d o ” . <) ministério de Cristo aqui no mundo chegaria ao fim. I.le p r o c u r a v a , p o r t a n t o , t o d a s a s o p o r t u n i d a d e s d e b r i l h a i visi vis i velmcnte entre os homens, deixando-os ver Deus .
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I I - A O p e r a ç ã o d o S i n a l (Jo 9.6,7)
O cego, com a capacidade de escutar es cutar pr p r ó p r i a d o s c e g o s , d e v e t e r p r e s t a d o a t e n ç ã o a e s t a c o n v e r sação acerca dc Jesus, de tal modo que a fé nasceu no seu coração. E o Sen hor p assou a fortalecer fortalecer esta fé inic inicia ial: l: “Te n do dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego”. Certamente que o ba b a r r o a s s i m u m e d c c i d o n ã o f o i a p l i c a d o c o m o r e m é d i o p a r a curar um ccgo dc nascença. Então por que foi aplicado? O ser humano tem corpo c alma, e o Senhor, para operar na alma, às vezes lança mão de meios que operam através dos sentidos físicos (cf. Is 38.21; Mc 7.33). É por esta mesma razão que devemos ungir com óleo os doentes quando por eles oramos (Tg 5.14), ou impor-lhes as mãos. O Senhor, ao ordenar o batismo c a Ceia do Senhor, faz uso dc meios materiais para aprofundar as impressões espirituais. Os meios externos nenhum poder tem em si mesmos: são como que escadas para nos ajudar a ler mais fé e subir ao Cristo vivo. 2. Um lest le stee da fé. “E disse-lhe: Vai, lava-tc no tanque dc Siloé (que significa o Enviado)”. O milagre não ficou com pleto no mesm o instant ins tante. e. O pa ciente ainda tinha que ir lavar-sc no tanque dc Siloé. Siloé. João nos info rm a o significado signif icado do nome “Siloé”, por ver cm Jesus o Enviado de Deus, a quem devemos recorrer cm todas as necessidades. O ho mem foi mandado ao tanque para testar: 2.1. Sua obediência. Ouvira a voz dc Jesus, e sentira seu toque; mas a luz não lhe chegou até que obedecesse aos mandamentos de Jesus. 2.2. S u a f é . Talvez duvidasse que este tanque, que co nhecia desde seus dias de menino, pudesse possuir poderes tão maravilhosos; decerto pensaria que as pessoas zomba riam dele se fosse para lá, como se isto o curasse. Da mesma forma, os que conheciam a Jesus desde sua infância, ti1. Uma ajuda àfé.
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nham dificuldade em ver nEle o Enviado de Deus: “Co nhecemos este homem, de onde ele é. “Não é este o filho do carpinteiro? Como, pois, agora diz: Desei do céu?” Os ju j u d e u s o c o n h e c i a m c o m o m e n i n o , e t i n h a m d i f i c u l d a d e em reconhecer a divindade que se escondera sob a fo rma tranqüila e meiga de um jove m . Desta me sm a maneira, seus seu s pa p a i s d e s p r e z a v a m “ a s á g u a s d e S i l o é q u e c o r r e m b r a n d a mente” (Is 8.6) porque não havia estrondos e inundações p a r a i m p r e s s i o n á - l o s . 2 .3 .3 . S u a p e r s e v e r a n ç a . . Imagine o homem, os olhos cobertos de lodo, tateando em meio à zombaria do povileu, p a r a c h e g a r a o t a n q u e . E s t a v a , p o r é m , i n d e p e n d e n t e d a opinião dos homens, e não cuidava da zombaria. Leia os versículos 24-33 para perceber quão firmemente tomou p o s i ç ã o d i a n t e d o s f a r i s e u s q u e q u e r i a m i n t i m i d á - l o . 3. O ga lard ão da fé. D i f e r e n t e m e n t e d e N a a m ã 2 R s 5.11,13), este homem não desprezava os meios simples d e t e r m i n a d o s p o r J e su s u s . O b e d e c e u i m e d i a t a m e n t e : “ Fo F o i, i, po p o i s , c l a v o u - s e , e v o l t o u v e n d o ” . E u m e x e m p l o d e c u r a que Jesus operou à distância.
III - O Resultado do Sinal (Jo 9.8-11) 1. Comoção. Comoção. “Flntão os vizinhos, e aqueles que dantes tinham visto que era cego, diziam: Não é este aquele que estava assentado e mendigava? Uns diziam: E este. E ou tros tr os:: P are ee-s e com ele. ele. Ele dizia: diz ia: Sou eu ” . O verd adeiro c o n v e r t i d o s e m p r e d e s p e r t a r á a e m o ç ã o e a c u r io io s i d a d e d o s que o conheciam antes; se sua profissão de Cristo não o transformou, de modo tão facilmente notado por todos, decerto ainda falta muita coisa. 2. O interrogatório. interrogatório. “Diziam-lhe pois: Como se te abri ram os olhos? Ele respondeu, e disse: O homem, chamado Jesus, fez lodo, e untou-me os olhos, c disse-me: Vai ao tan qu e de Siloé, e lava-te. Ent ão fui, e lav ei-m e, e vi” . Note Note
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quão direta c singela foi esta resposta. Aquele homem p a ss o u po r u m a e x p er iên c ia real c definida, e sabia do que falava porque estava no meio do acontecido! Muitas coisas h a v i a q u e n ã o sabia - teologia, astronomia, história e de outras ciências - c. por enquanto, pouca coisa sabia acerca de Jesus. Mesmo assim, face aos eclesiásticos que queriam intimidá-lo, soube testificar: “Uma coisa sei, c c que, ha ven do eu sido cego, ago ra vejo ” . Esta va com os fatos! 3. A pe rseg uição . Disseram os fariseus: “Dá glória a Deus; nós sabem os que esse ho m em é pec ado r” . O conh e cimento deles era ignorância; a luz deles era escuridão. Jactavam-se de possuírem iluminação espiritual, quando na realidade eram espiritualmente cegos. A primeira parte do capítulo narra como foram abertos os olhos de quem bem sabia que era cego; a parte final mostra como se cerravam mais c mais os olhos daqueles que pensavam que possuíam discernimento (v. 39-41). Os cegos não podem ver, mas, às vezes, os que têm olhos nem querem olhar. E melhor re conhecer nossos defeitos e receber de Jesus a solução do que encobri-los c ficar sem a benção. O homem foi excomungado, ou seja, expulso da comu nhão da sinagoga. Rejeitado pelos jud eus, foi recebid o por Cristo. IV - Ensinamentos Práticos
/. A c o m p a ix ã o v a le m a is d o q u e a e s p e c u la ç ã o . Jesus mostrou que debater a origem do sofrimento c menos importante do que sua remoção. O mal existe n o m u n d o c se c o n s t i tu i c m p r o b l e m a te o l ó g i c o ; p a r a os seguidores de Cristo, no entanto, deve ser sua opor tunidade de realizar as obras de Deus que destroem as obras do diabo. A presença do mal, do pecado e do sofrimento no mundo nos conclama à dedicação da nossa vocação: seja qual for a sua origem, deve despertar em nós o melhor que possamos oferecer ao
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sofredo r - simp atia, dedicação, ternura, com paixão, p e r d ã o . U n s p o u c o s m o m e n t o s d e g e n u í n a s i m p a t i a valem mais do que um dia de debate filosófico acer c a d o m i s té r i o d o s o f r i m e n t o . U m t e s t e m u n h o p e s s o al s o b r e o p o d e r de D e u s p a r a p e r d o a r o p e c a d o e curar a aflição vale muito mais do que qualquer de b a t e a c e r c a d a o r i g e m e d a n a t u r e z a d o p e c a d o . 2. O lim i te h u m a n o é n o s s a o p o r t u n i d a d e . “ C o n v é m que eu faça as obras daquele que mc enviou” (Jo 9.4). Esta deve ser nossa atitude quando surge alguém que p r e c i s a da n o s s a a ju d a . F a z e m o s as o b r a s de D e u s q u a n do, com a sua ajuda, evangelizamos os pobres, procla mamos a libertação aos cativos e a restauração da vista aos cegos, e colocamos cm liberdade os oprimidos (Lc 4.18). Tomando pela mão, com toda a sinceridade, os que estão em situação difícil, poderemos, enquanto os ajudamos, levá-los a ter gratos pensamentos para com Deus; e, mesmo não conseguindo tal resultado, podemos saber que não há melhor maneira de fazê-los pensar cm Deus, porque foi este o método de Cristo, que, sem dar explicações detalhadas das suas obras de misericórdia, deixava-as falar por si mesmas, de tal modo que o povo glorificava a Deus. Demonstrando a plenitude do amor cristão, podemos inspirar pessoas a crerem no amor de Deus. Boa pergunta para examinarmos a nós mesmos em qualquer situação seria: estou realizando as obras de Deus? 3. '‘R em indo o tem po " (E f 5.16). “A noite vem, quando n i n g u é m p o d e t r a b a l h a r ” . F a m o s o m o r a l i st a i ng l ês m a n d o u gravar no mostrador do seu relógio de pulso as palavras "a noite vem”, a fim de que, cada vez que olhasse para saber as horas, se lembrasse de como era limitado o tempo di vida; já que a morte pode terminar de modo súbito com as nossas atividades, importa fazer tudo que pudermos de real valor. “Tudo quanto te vier à mão para fazer, laze o eon
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forme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma” (Ec 9.10). Quando amigos do piedoso missionário João G. Paton insistiam com ele para que diminuísse seus extenuantes trabalhos, este respondeu: “Vocês dizem que trabalho demais, mas não me sobra muito mais vida para servir a Jesus. Gostaria de conseguir forças para, a cada dia, fazer três vezes mais da sua obra, mediante a fé na sua p ro m essa quanto às forças necessárias: ‘E eis que estou conv osco todos os dias até à con sum ação dos séculos” ’. Uma boa oração para nós seria a seguinte: “Ó Deus, dámc um trabalho teu até o fim da minha vida, c dá-me vida ate completar este trabalho” ’. 4 . C o n h e c i m e n t o a t r a v é s c i a o b e d i ê n c i a . O cego foi curado mediante a fé em Cristo, e tal íc foi demonstrada p ela sua o b e d iê n c ia . S a b ia p o u c o ace rca de C risto , e quase nada acerca da religião e de coisas espirituais, mas ouvira as palavras de Cristo e recebera a sua ordem; e, agindo à altura, estava cm condições de receber mais. N ote q u ã o rá p id a c s iste m a tic a m e n te c re sc eu o seu c o nhecimento de Cristo: “O homem, chamado Jesus” (v. I 1); “é p ro fe ta ” (v. 17); “ é de D e u s ” (v. 33 ); “ é o Filh o de Deus” (v. 35-37). Este incidente contém uma mensagem para todos os que tateiam nas trevas, cercados por problemas teológicos e dúvidas religiosas. Existem tantas coisas que não sabem, mas o segredo c aceitar e seguir o que sabem c entendem, c assim receberão mais luzes. Não nos será revelada mais luz se deixarmos de andar na luz que já recebemos. 5. A certeza da experiência. Temos aqui um exemplo de quem recebeu uma experiência, e que muito bem o sabe. Quando a pessoa sabe. e sabe que sabe, é a certeza que possui. Primeiro, q uando os vizinhos levantaram perguntas quanto à sua identidade, o cego curado respondeu: “Sou eu". Sabia muito bem a condição anterior cm que vivera
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tanto tempo, como cego incurável. Segundo, linha plena certeza da mudança que sobreviera à sua vida: “Havendo eu sido cego, ago ra vejo” . Terceiro , tinh a certez a de que quem operou um milagre era de Deus: “Desde que há mundo, jamais se ouviu que alguém lenha aberto os olhos a um ceg o de nasc enç a” . Q uarta certeza: "P reciso aceitá-lo c o m o m e u S e n h o r ” . A s ce r t ez a s d e st e h o m e m p o d e m t a m bém ser as no ssas certezas. Justino Mártir, filósofo cristão do segundo século, foi lançado no cárcere pelo seu destemido testemunho de Cris to, quando um ministro do imperador perguntou-lhe, ironizando: "Tu imaginas que após ler sido decepada a tua cabeça, irás dirctamente ao Céu?” Justino replicou: “Se eu imagino isso? Liu o sei!” T o d o s o s q u e r e c e b e r a m a e x p e r i ê n c ia d o p o d e r t r a n s f o r m a d o r d e C r i s to p o d e m d iz er : “ P u sei em quem tenho crido”.
Jesus, o B o m P a sto r Hü ü
Texto: João 10 Introdução A cura do cego, descrita no capítulo anterior, serve com o p ano de fundo ao discurso de Jesus registrado aqui . Os líde res religiosos já haviam determinado que qualquer pessoa que confessasse ser Jesus o Messias fosse excomungada, expu lsa da sinagoga (Jo 9.22). Qua ndo o cego curado p ersis tiu na sua lealdade a Jesus, “expulsaram-no’' (9.34). Existi am vários graus de excomunhão; a forma mais severa, cha m a d a q u e r e m , fazia com que o excomungado fosse contado como virtualmentc morto: não tinha licença de estudar com outras pessoas, e ninguém devia lhe oferecer convívio - nem sequer indicar-lhe a direção a seguir quando viajava. Embo ra lhe fosse permitido com prar os mantim entos para a sobre vivência, proibia-se que outras pessoas comessem ou bebes sem com ele. O cego curado fizera a escolha certa, embora p o ssa ter sentido pesar p o r ser rejeitado pelos líderes religi osos, repudiado por todos que o viam passando pela rua e sem o direito ao convívio com homens bons, o que o aju daria cm sua nova vida.
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C) Mestre, no entanto, não o deix ou d esam para do. Q ua n do os falsos pastores o eolocaram fora do aprisco deles, Jesus, o Bom Pastor, proeurou-o para abrigá-lo no seu aprisco. Fech ou-se a porta da sinagoga; abriu-se a porta do reino dos ecus. E em face a tal situação que Jesus declara: “ Eu sou a po rta das ovelhas... Eu sou o bo m P as to r” . O p ró p rio M essias, o P asto r de Israel, ofereceu acesso à s e gurança e ao gozo espiritual, cancelando a sentença in justa dos falsos d o m in a d o re s do reb an h o , q u e n e n h u m a autoridade tinham para admitir ou dem itir pessoas na vida espiritual e na verdadeira comunhão. Jesus é a suprema autoridade em assuntos espirituais, e quem nElc crc está livre da tirania de falsos líderes religiosos. Jesus, revelando tais verdades, aplica a si mesmo duas expressões figuradas: Ele c a porta do aprisco das ovelhas e o Pastor das ovelhas. Trataremos das duas figuras indivi dualmente.
I - A Porta do Aprisco das Ovelhas /. A p o r ta ao m in isté rio . “ N a v e r d a d e , n a v e r d a d e v o s digo que aquele que não entra pela porta do curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, c ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta c o pastor das ove lhas. A este o porte iro ab re” . Jesus sem pre us ava com o ilustrações assuntos que seus ouvintes pudessem enten der. / . / . A ilu str a çã o. A cena pertence à vida diária da Pa lestina. A noite, as ovelhas são levadas para o aprisco, um abrigo com altos muros e portão bem protegido com ferrolhos, onde descansam sob a vigilância de um porteiro. De m a n h ã , c a d a p a s t o r c h e g a e é a d m i t i d o p e lo p o r t e ir o m e d i ante um sinal combinado; então, cada um chama suas pró prias ovelhas. A s o v elhas seg u e m -n o ao r e c o n h ec e r a sua voz; não reconhecem a voz de um estranho, e o própr io
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porteiro não adm itiría um estranho. Deste m odo, qualquer falso pastor, querendo furtar as ovelhas, teria de pular o muro. 1.2. A inter pre taç ão . O Senhor indica as características da liderança espiritual: há modos lícitos e ilícitos de se obter acesso às pessoas e assumir autoridade sobre elas. Há o caminho certo, divino, para entrar no ministério cristão, e há o caminho errado e humano. Quem quiser ministrar às almas dos ho m en s de ve pass ar por (d isto, a Porta, send o vocacionado e enviado por ele, comovido pelo seu espírito de compaixão. É através dele que os pastores assistentes têm acesso ao rebanho. O ministério de Paulo deu frutos porque ele entrou pela Porta, mediante a ch a m ad a de C ris to; por outro lado, os filhos de Ceva “tentaram invocar o nome de Jesus” sem serem servos de Cristo, e fracassaram (At 19.13-16). Jesus chama de ladrão c salteador o pastor falso que entra no ministério por motivos egoístas não para fazer o bem às ovelhas, c sim para tirar vantagens delas, visando seus próprios propósitos (Ml 7.15; Al 20.29,30). O Senhor dá a entender que muitos queriam assumir a condição de pastor diante do rebanho de Deus sem ter vocação na alma. Eles insistiam nos seus próprios privilégios e direitos, pen savam que as estreitas tradições que representavam eram os mandamentos de Deus, afligiam as almas famintas e angustiadas com suas próprias interpretações da Palavra de Deus c demonstravam, de modo geral, não possuir acesso algum aos corações humanos. As palavras de Jesus se re ferem imediatamente aos líderes religiosos dos seus dias, que excomungaram um pobre cego pela sua corajosa leal dade àquEle que lhe abrira os olhos, mas suas advertências devem ser aplicadas aos eclesiásticos tirânicos de todos os tempos e lugares. Ninguém pode cuidar do seu próximo como verdadeiro pastor se não possuir real simpatia por ele.
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“Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e sal teadores; mas as ovelhas não os ouviram” (v. 8). Certamente não há aqui nenhuma palavra eontra os profetas c outros homens de Deus que vieram ao povo antes de Cris to. Jesus se refere, em primeiro lugar, aos falsos profetas c falsos messias que arrogavam direitos que pertencem so mente a Cristo; em segundo lugar, refere-se a líderes reli giosos sedentos pelo poder, que alegam ter o domínio so bre as alm as h u m a n a s qu e só a C risto pode p erten cer; cm terceiro lugar, há alusão aos sacerdotes e fariseus dos seus dias, que usurpavam o direito de expulsar do apriseo os que reconhecessem ser Jesus o Cristo. Isto foi por causa do seu santo zelo e da sua paixão pelas almas? Não. Segundo o próprio Cristo, foi por ciúmes da sua própria autoridade e prestígio (cf. Mt 23.1-33; Jo 11.47-53; 12.10,1 1). Quem é representado pela figura do “porteiro”? Talvez seja o Espírito Santo, supervisionando a obra de vocacionar ho m ens p ara o m inis téri o cristão (cf. Jo 16.14; At 20.28; 13.2). 2. A p o ria p a r a a sa lva ção . “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-sc-á, e entrará, e sairá, e achará p a s ta g e n s” (cf. Jo 14.6). O ceg o c u ra do deve ter pensado: “Graças a Deus! Os anciãos da sinagoga nenhum dano me p o d e m fazer; não p o d e m a d m itir ou excluir n in g u é m do Reino de Deus. Porém este personagem, tão compassivo, tão semelhante a Deus, tão poderoso - Ele é a Porta.” Note as três bênçãos que decorrem do ato de passar pela Porta p ara d esfru ta r d a v iv a c o m u n h ã o c o m Cristo: 2. /. A segu ra nça . “Salvar-se-á” . No contexto da vida na terra, "salvo” significa seguro, são, protegido por Cristo e cm Cristo, até que nossa comunhão com Ele, além dos li mites da m orte, se revele na form a de salvação eterna. Pela sua contínua proteção, “o Senhor me livrará de toda a má obra, c gua rda r-m e-á para o seu reino celestia l” (2 Tm 4.1 8). 2. A lib erdad e. “Entrar e sair” é frase freqüentementc e m p r e g a d a p a r a e x p r e s s a r o l iv r e u s o d a m o r a d i a p o r p a rt e
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de quem habita no seu lar. O crente que entra em co mu nhão com Deus, recebendo a salvação, não “entra c s ai” com respeito àquele relacionamento, e sim, como filho de Deus, desfruta da familiaridade da comunhão com Deus. 3. O sus tento . “ A c h a r á p a s t a g e n s ” . A c h a m - s e e m C r i s to todas as coisas de que a alma necessita para seu crescimen to espiritual. A idéia de “pastagens” pode ser aplicada tam b é m aos “ m eio s da g r a ç a ” - a oração , a Palavra, a c o m u nhão com o povo de Deus nos cultos públicos.
II - Cristo, o Pastor das Ovelhas O relacionamento das almas com Cristo é comparado a o da ovelha com o pastor. Tal ilustração é corriqueira nas Escrituras (SI 23; 80.1; Is 40.1 1; Ez 34; Mq 5.4; Zc 13.7; 1Ib 13.20; 1 Pc 2.25). A ilustração fala m uitas coisas ao nosso coração, especial men te qu ando levamo s em conta certas semelhanças entre as ovelhas e os homens. Os homens ten dem a seguir um líder; facilmente se extraviam (espiritual mente); precisam de proteção; necessitam dc sustento. Note mos o que o Pastor faz em prol das suas ovelhas. 1. C on du z suas ovelhas. “E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, p o r q u e c o n h e c e m a s u a v o z ” (v. 4). C o m o d isse Davi: “ Guia-me mansamente a águas tranquilas... guia-mc pelas veredas d a jus tiça por am or do seu no m e” (SI 23.2,3). 1.1. Ele guia e conduz mediante o seu exemplo. Esta a m a i s s u b l i m e f o r m a d e li d e r a n ç a (J o 1 3. 15 ; 1 P e 2 . 21 ; 1 J o 2 . 6 ) . 1.2. D i f e r e n t e m e n t e d o s f a l s o s p a s t o r e s q u e b u s c a m a p o p u la rid ad e , Ele c o n d u z as ovelhas, vai adiante delas, e não as segue. O falso pastor dá às ovelhas o que elas que rem; o verdadeiro pastor dá-lhes aquilo dc que necessitam Arão era um verdadeiro sacerdote, mas caiu em grave crio quando seguiu as vontades do povo (Ex 32.1-5).
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1.3. Conduz , e não impede. Uma das características do Messias é sua ternura e mansidão (Is 40.11; cf. lPe 5.2).
2. Conhece suas ovelhas. '‘As ovelhas ouvem a sua vo/,, e chama pelos nomes às suas ovelhas... e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas de modo ne nhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conh ecem a voz dos estranhos” (v. 3,4,5). C om o disse Davi: "O Senhor é o m eu p a s t o r ” . 2. 1. A s alm as sequiosas im ediatam ente reconh ecem seu Pastor (1 Pc 2.25). Certo hindu q ue confesso u a Cristo co mo Salvador, logo ao ouvir o prim eiro sermão, disse que havia quatro anos estava procurando a vida eterna: “Minha vida e s t a v a r e p l e ta d e i m p e r f e i ç õ e s e p e c a d o s . M i n h a c o n s c i ê n cia de culpa me sobrecarregava. Durante dias c noites eu derramava lágrimas amargas. Finalmcntc, numa agonia de desespero, lancci-mc ao chão c clamei ao Poder que me deu a existência, pedindo que enviasse alguém para mc salvar. Clamei por misericórdia c confessei o meu pecado. N a q u e le in stante, d eix ei tu d o p o r c o n ta d a q u e le Poder. Muitas vezes lenho imaginado como seria aquEle que o Poder Sublim e enviaria a mim. Reconheci-o, portanto, im e diatamente, ao ouv ir o sermão. Faz alguns anos que já estava confiando cm Jesus, sem, porem, saber por qual nome deveria chamá-lo”. O homem ouviu a voz do Pastor através do sermão, reconhecendo-o imediatamente. 2.2. Ele nos c o n h ec e p e lo n o m e (Is 43.1; 45.3; 49.1; Ap 3.5; Ap 2.17). Temístocles gabava-se de conhecer os no mes dos vinte mil cidadãos de Atenas. O Pastor Divino conhece os nomes dos seus milhões de ovelhas, bem como cada aspecto de suas personalidades. Várias pessoas na Bíblia tiveram a íntima experiência de serem chamadas pelo nome em conversa com o Senhor: Abraão, Moisés, Saulo de Tarso, Ananias (At 9) e Pedro, Maria (Jo 20) e Samuel, entre outras.
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2.3. A s ovelhas o con hecem e o seguem. Viajantes no Oriente Próximo têm comprovado muitas ve/,cs que nenhum disfarce dc roupas, voz, gestos, de saber os nomes das ovelhas, faz com que as ovelhas se confundam quanto ao seu verdadeiro pastor. Naquelas regiões, há profundos la ços dc simpatia, afeição e reconhecimento entre o pastor c suas ovelhas; o pastor reconhece cada uma das ovelhas, que parecem idênticas at) olhar do estranho, c elas, apesar da sua pouca inteligência, reconhecem o pastor. 3. Ele dá vida às ovelhas. “O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em a bun dância ” . O Sen hor ainda tem em m ente o falso pastor, o ladrão das almas - o homem que, sem real amor pela causa, se estabelece como líder religioso baseado no seu próprio egoísmo, o homem que não deseja que as ovelhas tenham livre acesso ao Reino dos Céus (Mt 23.13).
No sen tid o mais am p lo , a p a lav ra " l a d r ã o ” p o d e r e p r e sentar Satanás, o inimigo das nossas almas, que quer nos despojar da nossa paz e alegria, e dar o golpe derr adeiro em nossa vida espiritual. Km contraste com a obra dos falsos pastores, Jesus declara: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham e m ab un dân cia ” . Jesus oferece a plenitude da vida. O melh or com entário acerca destas palavras encontra-se no Salmo 23, o Salmo do Bom Pastor. Não fomos vocacionados para viver uma vida de fraqueza c incapacidade; e sim para que te nhamos a vida abundante, a vida vitoriosa. Muitas pessoas s i m p l e s m e n t e e x i s t e m ; C r i s t o q u e r q u e vivam. 4. ( ) P a s t o r m o r r e p e l a s o v e l h a s . “ E u s o u o b o m P a s tor; o bom Pastor dá a vida pelas ovelhas.” Jesus assim se d e s t a c a d o m e r c e n á r i o (v. 1 2), q u e p e n s a s e r o p a s t o r a d o um a p ro fissã o , com o a de p o rq u eiro , vinhateiro, pedreiro, advogado, médico ou negociante. O mercenário não se preocupa com as ovelhas; procura apenas salário. Sua disposição não é ver o quanto pode
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dar dc si às ovelhas, c sim o quanto pode arrancar delas. 12 n a t u r al q u e f u j a q u a n d o s e a p r o x i m a o p e r i g o , p o r q u e o motivo dominante no seu trabalho c a autopreservação. Em contraste com tal atitude, o objetivo do verdadeiro p a s t o r c p r o c u r a r p a r a su as o v e lh a s u m a v i d a m a is a b u n dante. Na Palestina, a devoção dos pastores às suas ovelhas muitas vezes tem levado alguns deles a morrer na luta contra feras ou salteadores. O Senhor Jesus considera a raça humana necessitada como rebanho seu (Mt 9.36), fazendo pelas suas ovelhas o supremo sacrifício. Não somente morreu cm prol de las, como também ressuscitou para lhes dar a vida (Hb 13.20) - voltou para o Céu com a intenção dc levá-las consigo. Removeu a peçonha da taça da morte, para transformá-la em simples soporífico visando o despertar saudável, de modo que seus seguidores possam dizer, como Davi: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comi go”. II - Ensinamentos Práticos
/. “Eu sou a p o r ta ”. O cego curado foi expulso da igre j a oficial, m as sua e x c o m u n h ã o o p ro m o v e u , p o r q u e p a s sou da sinagoga para o Salvador. Podiam excluí-lo de uma instituição, mas não do Céu. “Eu sou a porta”, disse Jesus. Muitas pessoas piedosas e tementes a Deus têm sido exclu ídas das igrejas durante a história da cristandadc, e isto não c de se estranhar, porque o próprio Senhor tem sido exclu ído dc tantas delas! Veja Apocalipse 3.20. Certas igrejas, como a dc Laodicéia, que deixam Cristo fora da porta, são mais clubes religiosos do que igrejas dc Cristo, e há mais vantagem espiritual cm ficar fora delas. Ao longo dos séculos, a igreja mundana tem excomun gado e destruído a muitos, denun ciand o-os co m o “h ereg es” , p o r terem de ix ad o a consciência, ilu m in ad a p ela P a la v ra de
Je s u s , o Horn P a s t o r
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Deus, ser o árbitro das suas vidas. Líderes eclesiásticos, p e n s a n d o p o s su ir as “ch av es do reino do C é u ” , im a g in a m que podem excluir pessoas do céu. Não podem, no entanto, separar de Cristo estas nobres almas, nem afastá-la s daque le que c “santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre” (Ap 3.7). O Senhor Jesus se opõe a qualquer forma de exclusão injusta: repreendeu os discípulos quando queriam afastar as crianças dos seus ternos cuidados e quando queriam ex cluir um obreiro desconhecido do privilégio do serviço (Lc 9.49,50). 2. Profissionalismo religioso. Por que os fariseus exco mungaram o cego curado por sua lealdade a Cristo? Seja qual tenha sido a explicação deles, Jesus mostrou, no seu discurso, que o motivo real foi o profissionalismo. Os líde res religiosos haviam caído no erro que prende os potenta dos eclesiásticos, a saber, que o povo existe cm prol deles, e não eles para servir ao povo. Quando, portanto, o cego curado não se dobrou diante das vontades d e l e s , quando não aceitou suas opiniões, quando refutou os seus a r g u mentos, então deram vazão à sua ira, com ultrajes e exclu são de privilégios religiosos. O profissionalismo surge quando o pastor usa sua posi ção e as pessoas como trampolim para sua autopromoção, realização profissional cm posição e salário. Passa a ser o “mercenário” que vive às custas das pessoas, e não em prol delas. Não entra no ministério através da porta que é Cris to; força caminhos por meios humanos. O obreiro cristão é dominado pelos únicos motivos aceitáveis: amor a Cristo e p a ix ão pelas almas. 3. Ovelhas doentes são logradas. Pastores no Oriente dizem que em caso de doença as ovelhas podem ser induzidas a seguir um falso pastor. O mesmo se pode dizer da vida espiritual. Embora seja possível crentes sin
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ccros serem levados a seguir um falso mestre disfarçado cm manto de piedade e fidelidade à sã doutrina, é geralmente quando as pessoas ficam longe da comunhão com Deus c cspiritualmentc frias que se tornam presas fáceis de falsas seitas e inv en cio nic es religio sas (cf. 1 Tm 1.5,6; 2 Tm 3.5,6). Paulo deseja ardentemente que cada crente seja cdificado: “Até que todos cheguemos à unidade da fé, c ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfei to, à medida da estatura completa de Cristo. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda p o r to d o v e n to d e d o u t r in a , p e lo e n g a n o d o s h o m e n s q u e c o m a s tú c i a e n g a n a m f r a u d u l o s a m e n t c " ( F f 4 . 13 ,1 4 ). 4 . A s o r e l h a s o u v e m a s u a v o z . E s t a s p a l a v r a s s u g e rem o teste do discipulado; a palavra “ouvir” significa ler atenção c obediência. Sc somos ovelhas de Cristo, obedecemos e seguimos a Ele. Se somos ovelhas de Cristo, o Pastor nos procurará e chamará mesmo quando andamos desgarrados c desobedientes. As vezes Ele nos acha cm situações vergonhosas: dias passados sem ora ção, com coração endurecido, pensamentos cínicos, pe cando por comissão ou por omissão. Quantas vezes a s u a v o z j á n os d e s p e r t o u p a r a u m a r e n o v a ç ã o e s p i r i t u a l , cm vida c obediência! 5. C o m u n h ã o e s e r v i ç o . “ E n t r a r á , e s a i r á ” . H á d o i s lados na vida espiritual. Para termos um ministério bem equilibrado, precisamos “entrar” em momentos de pro f u n d a c o m u n h ã o c o m D e u s e “ s a i r” p a r a n o s s a o b r a c r is tã entre nossos semelhantes. Existe a tendência aos extre mos: alguns “entra m ” , mas não “saem ” cm serviço ati vo; outros sempre estão “saindo” cm atividades enérgi cas, mas não “entram” para receberem a renovação das forças e inspiração. O Senhor Jesus é nosso exemplo quanto a isto: antes do raiar do sol, estava a s<5s, em comunhão com Deus; durante as horas úteis do restante do dia, servia aos homens.
Je sus, o B o m P a s t o r
6.
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A vida m ais abun dante. Como cristãos, possuímos a
vida; será, po rem, que já pos suím os toda a sua plenitude e abundância? Temos a verdadeira alegria de viver? Estamos tendo sucesso em nos sobrepujar às provações? Estamos servindo ao Senhor segundo o nosso próprio e fraco modo, ou na força do seu poder? Cristo nos oferece a vida mais abundante. Podemos assumir os deveres da nossa vocação em Cristo, sabendo que Ele não nos lançará em rosto as nossas fraquezas, porque prometeu: “Recebereis poder”.
A Ressurreição d e L á za ro Texto: João 11 Introdução
A série de milagres de Cristo, realizados antes da cru cificação c registrados no Evan gelh o de João, eh ega ao seu ponto alto co m o sétimo m ilagre - o da ressurreição de Lázaro. Coroa os demais milagres de modo triste, e de modo alegre. É o milagre culminante, no sentido triste. Os dez ca pítulos anteriores indicam de q ue m an eira Jesu s se re v e lou aos judeus, de todos os modos diferentes que pudes sem inspirar a verdadeira fé, e narram como cada nova revelação só servia para enchê-los de amargura c dureza, até que a hostilidade deles chegasse a um ponto desesperador. Jesus se manifestou como Doador da vida, mas não queriam chegar a Ele a fim de receberem esta vida; Jesus declarou-lhes ser o Pão da Vida, mas não ti nham apetite por comida espiritual; Jesus proclamou ser a Luz do mundo, mas eles preferiram andar nas trevas; Jesus disse que era o Bom Pastor; eles, porém, não que-
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riam ouvir a sua voz nem ser guiados por Ele. Agora, finalmente, comprova ser Ressurreição c a Vida, c plane j a m c o n d e n á - lo à m o rte. C r i m e d os c r im es: m a t a r a m o Autor da vida! (At 3.15). A ressurreição de Lázaro é o milagre culminante, no sentido alegre: é o sinal externamente visível de que o Cristo de Deus já venceu a morte e a sepultura. Depois da opera ção deste milagre, bem podemos exclamar: “Onde está, ó morte, o leu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1 Co 15.55).
I - Jesu s e o S o frim en to (Jo 11.1-16) 1. O recado. “ S e n h o r , e i s q u e e s t á e n f e r m o a q u e l e q u e tu am as” . Foi este o recado qu e M arta e M aria en viaram p a ra seu M e stre e am igo, e n q u a n t o E le e sta v a na região além do Jordão.
2. () atraso. “Ouvindo pois que estava enfermo, ficou ain da dois dias no lugar onde e sta va ” . Parece estran ho este deliberado atraso, cm vez da pressa para chegar ao lado do leito de dores daquele a quem amava. Imagine os senti mentos das irmãs enquanto as longas horas foram se pas s a n d o s e m q u e J e s u s a p a r e c e s se , e n q u a n t o a v i d a d o i r m ã o estava regredindo. Talvez tenham ficado sujeitas à tenta ção de levantar a dúvida: “Será que ele realmente s e im p o rt a ? ” O S en h o r, p orém , tin h a um prop ó sito esp ecífico nesta demora: o poder e a glória de Deus estavam para ser revelados mediante a ressurreição de um homem que mor rera havia quatro dias. Foi atraso apenas segundo as apa rências humanas; segundo o horário planejado por Deus, Jesus chegou na hora combinada. 3. O apelo. Quando, depois de dois dias, o Senhor anun ciou seu propósito de ir para a Judéia, os discípulos fize ram-lhe um apelo no sentido de que evitasse colocar em risco a sua vida. A resposta de Jesus dá a entender o se
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guinte: “O tempo determinado para o exercício do meu mi nistério não se esgotou; portanto, estarei seguro na Judeia, e vocês também; esgotado este prazo, então correrei perigo de morte” (v. 9,10). 4. A no tificaçã o. Jesus proclamou seu propósito de res suscitar Lázaro da morte. “Lázaro está morto; e fo lg o , p o r am or de vós, de que eu lá não estivesse, p ara que acr edite is” . O leitor também está alegre porque Jesus não estava ali quando Lázaro morreu? Por quê?
II - Jesus e os Que Sofrem (Jo 11.17-28) Jesus, chegando ali, encontrou a seguinte situação: Lázaro já estava na sepultura, c Maria c Marta estavam enlutadas na casa de amigas. Quando chegou a elas a no tícia de que Jesus se aproximava, “ouvindo pois Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou as sentada em casa” (v. 20). /. A d e lic a d a censura . “ Disse pois M arta a Jesus; S e nhor, se tu estiveras aqui, meu irmão não teria morrido” (v. 21). Provavelmente, havia no íntimo de Marta uma luta entre a confiança c a dúvida. A resposta de Jesus, ao rece ber a n o tíc ia d a e n fe r m id a d e de L ázaro , fora: “ E sta e n f e r midade não é para morte, mas para a glória de Deus; para que o Filho de Deus seja glorificado por ela” (v. 4). Agora, p o ré m , o irm ão d ela e sta v a m orto. C o m o h a r m o n iz a r a p r o m e s sa de Jesus co m as c o n d içõ e s reais? Marta viu sua fé submetida a três provas. A primeira: a ausência de Jesus. Todos poderíam ter faltado, mas a pre sença dElc ao lado do irmão era indispensável. A segunda: a d e m o r a d e J e su s. E s p e r a v a - s e q u e e le c o m p a r e c e s s e j u n t a mente com o mensageiro que fora procurá-lo; Ele, porém, adiou a viagem. A terceira: a perd a do ente querido. O irm ão estava morto, mas poderia estar com vida se Jesus eslives se presente. A noite era escura, sem nenhuma luz a não sei
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a da futura ressurreição, que parecia tão perdida na distân cia. Ela não tinha percebido quão perto estava a Ressurrei ção! 2. A gloriosa pro m essa. “Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar” (v. 23). Jesus se referia ao milagre que es tava para operar; Marta, no entanto, não compreendeu, e replicou: “Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia”. Então declarou Jesus: “Eu sou a ressurreição c a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá”. Marta acreditava que Jesus p o d e r ía te r sid o a Ressurreição (v. 21), e que, no fim do mundo, seria a Ressurreição. O Se nhor Jesus Cristo, em virtude da sua natureza divina, diz: E u sou. Não é tarde demais para ressuscitar Lázaro, nem é cedo demais para a ressurreição; hoje mesmo, Eu sou a ressurreição deste irmão (cf. Ilb 13.8). Note que "a ressur reição c a vida” representam causa c efeito: Jesus c a r e s s u r r e i ç ã o porque é a vida. É a vida que produz a ressurrei ção. Jesus c a ressurreição; segue-se, portanto, que “quem erê em mim, ainda que esteja morto, viverá”. Os que mor rem no Senhor continuam a viver, a despeito da desinte gração do corpo, e passarão a ter um corpo espiritual (Fp 1.23; 2 Co 5.1-6; 1 Ts 4.13,14). Jesus é a vida; segue-se, portanto, que “todo aquele que vive, e crê em m im , nunca morrerá”. Os crentes cm Cristo nunca morrem no sentido comum do conceito da morte; para eles, a morte não é o fim; é o passar de um estado de vida para um estado mais sublime. Não há nenhum instante de interrupção da sua vida de fé e de comunhão com Deus; o crente adormece no que diz respeito a esta vida e, neste mesmo instante, já está despertado na vida eterna, além do túmulo. 3. O testem un ho da fé. “Crês tu isto?” pergunta Jesus. Marta crê que Jesus é o Senhor da vida e da morte? A sua le nas verdades divinas da ressurreição e da vida eterna após a morte está centralizada na pessoa de Cristo? Marta
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respondeu: “Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao m un do ”. Note que M arta estava aprendendo a crer - não tanto cm fa to s, m a s s i m n a p e ss o a de Jesus Cristo. Quem tem o próprio Cristo, possui todas as coisas que Ele oferece; quem tem o próprio Doador, recebe todas as dádivas. Marta se sentia satisfeita e plena de certeza ao ouvir as graciosas palavras do Mestre, c o testemunho que deu dc sua fé completou-lhe a paz c alegria: “E, dito isto, p a r t i u ” (v. 28 ). T ã o lo g o c h e g o u e m c as a , c h a m o u s u a irmã, Maria. Sentia fogo celestial na alma, e sua taça de alegria transbordava. Por isso sentiu forte desejo de com p a r t i l h a r c o m a l g u é m a s u a f e lic id a d e . A g e n u í n a fé e m Cristo é comunicativa (cf. Jo 1.36-42; 4.28-30). “Partiu, e cham ou em segredo (havia outras pesso as na casa) a Maria, sua irmã, dizendo: O Mestre está cá, e te cha m a ” . A q u e l e r e c a d o é o q u e a i g r e ja d e C r i s t o t r a n s m i t e a todos os que estão vivendo no meio do pecado, da tristeza ou das trevas espirituais: “O Mestre está cá, e tc chama” (cf. Mc 10.49). III - Je su s e a M orte (Jo 11.38-44)
7. A em oçã o. E n q u a n t o Je s u s c o n t e m p l a v a a p r o f u n d a tristeza de Maria c dos amigos enlutados, duas emoções lhe perturbavam o espírito. A primeira, uma mistura de tristeza e simpatia: “Jesus chorou” (v. 35). A segunda era uma mistura de indignação e perturbação: Jesus “moveu-se muito em espírito, e perturbou-se” (v. 33,38). Aqui, a pa lavra “m ov eu -se” contém o significado de “indigna r-se” , segundo o grego bíblico original. Sua indignação se dirigia contra a origem da morte, da doença e do sofrimento - contra o p r ó p r i o p e c a do . C o n t e m p l a v a o s h o r r o r e s d a m o r t e c o m o salário do pecado, as angústias do mundo, das quais tinha diante de si uma pequena amostra. Pensava cm todos os enlutados do m undo. Sim, estav a par a enx ug ar as lágrimas
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das pessoas ali presentes. Estava para lhes oferecer alegria em lugar de tristeza, mas isto não alterava a situação de modo permanente: Lázaro ressurgiría, mas voltaria a pro var a amargura da morte. As lágrimas voltariam a co rrer c quantos cho ram sem ter o Salvad or por perto para enxugálas, ainda que só uma vez? Jesus sentiu assim grande in dignação c ontra o causador de todos estes males e quis im e diatamente entrar na luta contra o diabo e seus poderes ne f as to s r e v e l a d o s n a d e s g r a ç a h u m a n a . C o m e ç a a s a q u e a r os despojos do maligno, como prova de que chegou o mais forte (Mt 12.29). As lágrimas de Jesus revelam sua compaixão pelas nossas aflições, e sua comoção revela indignação contra o pecad o , q ue c a u s a todas as d esg raç as. 2. A ordem . “Jesus pois, movendo-se outra vez muito em si mesmo, veio ao sepulcro; e era uma caverna, c tinha uma pedra posta sobre ela. Disse Jesus: Tirai a pedra” (v. 38,39). Jesus muito facilmente poderia ter mandado Lázaro p assar direto p ela p o rta de pedra, m as não fará aq u ilo que p o d e m o s fazer po r nós m e sm o s; é nosso p riv ileg io c o o p e rar com Cristo em sua obra; é nosso exercício para nosso crescimento espiritual; é nossa oportunidade de ter mais íntima comunhão com Ele. 3. A ressalva. “Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Se nhor, já che ira mal, po rqu e é j á de quatro dia s” (v. 39). Conhecendo a rápida decomposição dos cadáveres cm pa íses quentes, Marta estremece ao pensar como estaria o corpo do seu irmão; não podia crer que Jesus já tinha to mado sobre si o zelo pelo cadáver no túmulo, protegendoo da corrupção.
Jesus põe fim a tal descrença com a suave censura: “Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?” (v. 4 , 25 ,2 6 ). L o g o p a s s o u a d e m o n s t r a r qu e t i n h a p o d e r e s p a r a destruir o poder da morte, tirando-lhe o aguilhão, procla mando que a morte é um inimigo derrotado. Note-se que a
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admocstação de Jesus era: “Se creres, verás”, o exato oposto do ditado popular: “É preciso ver para crer.” 4. A oração. “E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me enviaste” (v. 41,42). Esta não era uma petição, e sim ação de graças pela petição respondida. Jesus, na sua inabalável certeza, já agradece o milagre, com o se este já tivesse sido ope rado (cf. 1 Jo 5.14). A oraç ão profe rida em púb lico deu aos presentes a oportunidade de averiguar se Jesus seria um impostor a ser rejeitado ou o Messias a ser aceito e ado rado (cf. v. 45; 1 Rs 18.36,37). 5. O milagre. “E, tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora”. Era a voz da Divindade cha mando coisas que não são, como se já existissem (cf. Jo 5.28,29; 1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.16). A voz do Senhor, reverberando pelo túmulo, profetiza que um dia a voz do Criador há de ser ouvida ecoando no meio de todo o rei nado da morte. “E o defunto saiu, tendo as mãos c os pés ligados com faixas, c o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhe Jesus: Desligai-o, e deixai-o ir” (v. 44). Lázaro conseguiu sair do seu túmulo, mas não das mortalhas - tipificando certos novos convertidos que foram alvos da poderosa atuação do Espírito de Deus, sem, porém, ter entrado na p le n itu d e do gozo da lib erdade cristã. O Senhor, após despertar tais pessoas da morte espiritual, envia-as ao p astor da igreja, c o m a ordem : “D e sa ta -o s” . Q uais são os laços que os prendem, quais as ataduras? A ignorância, que devemos esclarecer; a tristeza, que devemos conso lar; as dúvidas, que devemos dissipar; os maus hábitos, que devem ser desarraigados. Se todos os crentes que Icmi coisas amarrando a sua vida fossem libertos das suas mortalhas, o mundo inteiro se despertaria de súbito pum
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p r e s ta r a ten ç ã o . V o c c c um e r e n te a m a r r a d o ? A q u e le q u e nos libertou da morte pode lambem libertar do pecado c da frieza espiritual. I V - E n s i n a m e n t o s P r á t ic o s
/. C r i s t o v a l e m a i s d o q u e o c r e d o . Q u a n d o J e s u s declarou: “Teu irmão há de ressuscitar”, Marta recitou, d e m o d o m u i t o t ri st e , u m a r t i g o d o c r e d o j u d a i c o : “ E u sei q u e h á d e r e s s u s c i t a r n a r e s s u r r e i ç ã o d o ú l t i m o d i a ” . O único alívio que sentia era uma esperança para o fu turo distante, baseada numa doutrina. Jesus, no entanto, fez com que ela desviasse sua atenção do artigo do cre do para fixá-la nElc: “Eu sou a ressurreição e a vida”, o que nos faz entender que o Cristianismo consiste mais cm confiar numa Pessoa divina do que assentir a propo s iç õ e s t e o l ó g i c a s . N ã o há p r o v e i to cm p r o c u r a r asscnhorcar-sc da teologia sem primeiro aceitar Cristo como Senhor. Podemos crer numa doutrina sem entre gar nossa vida a ela em plena confiança; podemos entende-la sem que ela nos transforme o coração; como Marta, podemos crer na ressurreição sem ter verdadeira f é n a q u E l c q u e 6 a R e s s u r r e i ç ã o c a V i d a . 2. Viveremos, porque Ele vive. “Eu sou a ressurreição c a vida; que m crê cm m im, ainda que esteja morto, viverá” . Com tais palavras, Jesus assegurou a Marta e Maria que seu irmão não tinha realmentc perecido, que estava seguro. O m esm o Jesus que tivera doce comu nhão com Lázaro durante a vida, c que tem poder sobre a morte, não toleraria que a morte destruísse o doce c espiritual convívio cristão. Existem muitos argumentos formais que comprovam a doutrina da imortalidade; o que, porem, nos dá mais certe z a do q u e a f r ia ló g i c a é s a b e r m o s q u e e s t a m o s c m p r o f u n da comunhão com Deus e com Cristo. Imaginemos o servo de Cristo que andou com Ele durante muitos anos de fer-
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vorosa comunhão espiritual, chegando finalmcnte ao seu leito de morte. Como seria possível que Cristo de repente declarasse rompidos os laços de amor? Muito pelo contrá rio: os que estão “ em C ris to” ( I Ts 4.14 -17 ) não p ode m ser separados dElc, nem pela vida, nem pela morte (Rm 8.38). É impossível a idéia de que quem desfrutou d a presença de Cristo neste mundo tão alheio às coisas espirituais possa ser separado dElc na gloriosa eternidade, que o amor de Deus que nos sustenta no tempo possa ser cancelado na eternidade. Se alguém pertence a Cristo, tudo quanto é dEle será operante também na sua vida: se Cristo é a Ressurreição e a Vida, esta realidade será transmitida ao crente. Estamos vinculados a Jesus Cristo mediante o Espírito, a vida eter na já raiou em nossa alma, c estamos caminhando para a vida eterna, no Céu. A s lá g rim a s d e Jesus. “Jesus chorou”. Considerare 4. mos: 3.1. A causa das lágrimas áe Jesus. Tais lágrimas fa zem parte da humanidade de Jesus. Apesar de ser Eilho de Deus, Ele sofreu todas as aflições dos homens, embora sem a prática do pecado. “E o Verbo se fez carne”. Sua huma nidade não era fictícia; participou realme nte da no ssa natu reza. As lágrimas brotaram de real compaixão, foram a resposta do coração de Jesus ao apelo da tristeza. Suas lágrimas também foram causadas pela tristeza - tristeza pelos danos causados pelo pecado c p ela morte. N a cria ção, viu que tudo quanto fizera era muito bom; como, portanto, o b o m se transform ou cm m aldade? “U m inimigo fez isso” (Mt 13.28). 3.2. A natureza das lágrimas de Cristo. Jesus chorou com c a l m a , c não com amarga c desesperada angústia Podemos chorar nossos entes queridos, sem, porém, dai vazão ao desespero que é característica dos pagãos. Jesus chorou dc modo r e s e r v a d o : deu clara vazão à simpatia, sem
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p a r ti c ip a r d c la m e n ta ç õ e s o s te n s iv a s. Je su s c h o r o u sem sentir que seria algo vergonhoso. Podia ter escondido as lágrimas c a tristeza, mas não c da sua doutrina re primir a p e r s o n a li d a d e h u m a n a , e s tr a n g u la n d o os s e n ti m e n to s de amor c compaixão. O cstoicismo, que esconde a ternura, p e r te n ce ao o rg u lh o carnal; c a in s e n sib ilid a d e ao so fri mento não faz parte do heroísmo. 3.3. A s lições tirada s das lágrima s de Jesus. S ã o u m a a m o s t r a da eterna natureza de Cristo, da sua compaixão, graça e misericórdia, que continua derramando sobre nós (Hb 4.15,16). São nosso e x e m p l o . As lágrimas dc Jesus nos ensinam a demostrar simpatia aos corações tristes, ofere cendo o nosso consolo; nosso amor é nada comparado ao do Filho de Deus, mas não deixa dc ajudar maravilhosa mente. 4. Crer é ver. “Não tc hei dito que, se creres, verás a glória dc Deus?” A vida microscópica existe invisível ao olho humano, e o mesmo se dá com incontáveis estrelas. Usando o microscópio e o telescópio, podemos contemplar esses aspectos do Universo, e ninguém ousaria negar sua existência por não ter ao alcance tais instrumentos. As eter nas coisas dc Deus, no entanto, precisam ser examinadas através da lente da visão espiritual chamada 1c. Como, pois, os homens do mundo, que alegam só aceitar o testemunho dos “fatos averiguáveis”, ousam negar a existência das c o i s as e s pi r it u ai s, q u a n d o n u n c a e x p e r i m e n t a r a m os i n s t r u mentos da fc? Querendo entender mais de Deus, devemos rogar a Ele: “Senhor, aumenta-nos a fé!”
T e x to : J o ã o 1 2 .1 - 9 ; M a t e u s 2 6 . 1 3 Introdução Depois cia ressurreição de Lázaro, parecia que todos os habitantes de Betânia c de Jerusalém chegariam a cr er no Senhor Jesus, e muitos creram mesmo. Outros, porem, foram levar relatório aos fariseus, e estes convocaram um conci lio que determinou matar Jesus. O que o Mestre dissera com respeito a um outro Lázaro certamcntc se aplica à situação retratada aqui: “Sc não ouvem a Moisés e aos profetas, ta m p o u c o a cred itarão , ain d a q ue a l g u m dos m o r tos ressuscite” (Lc 16.31). Jesus, no entanto, tinha muitos amigos entre o povo de Betânia, e eles lhe ofereceram uma ceia, talvez de gratidão c solidariedade. Naquela ceia, Marta, tipicamente dentro do seu papel, servia, enquanto Maria, caracteristicamcntc, estava aos pés de Jesus (cf. Lc 10.38-42). E Lázaro, embo ra não tenha falado nada durante o incidente, estava pre sente e com vida, testemunha visível do poder c virtudes de Jesus.
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I - O Ato de Devoção ( J o 1 2 . 1 - 3 ) /. A r e a li z a ç ã o d o a to . E n q u a n t o M a r t a e s tá o c u p a d a c o m o a s s u n t o d e q u e m e l h o r e n t e n d e , s e r v i n d o os pratos, Maria, quieta e retraída, medita sobre como ela também pode expressar sua devoção ao Mestre. “Então Maria, tomando um arraiei de ungiicnlo de n a r d o p u r o , d e m u i t o p r e ç o , u n g i u o s pé s d e J e s u s , c enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e cncheu-sc a c a s a d o c h e i r o d o u n g ü e n t o ” . O ato d e u n g i r a c a b e ça era uma forma de homenagem a pessoas ilustres que se praticava muito no Oriente. Aqui, no entanto, h a v i a a s p e c t o s q u e , à p r i m e i r a v is ta , p a r e c i a m e x a g e rados. O valor do perfume era muito elevado. A natu reza do frasco: feito de precioso alabaslro (um tipo de mármore), o gargalo tinha que ser quebrado para libe rar o seu precioso conteúdo, que então tinha que ser usado de uma só vez. O modo da unção: ungir os pés, além da cabeça, ia muito além das mais altas exigên cias da hospitalidade; além disto, soltou os cabelos (considerado um ato impróprio para uma mulher judia fazer cm público), enxugando com eles os pés de Je sus (facilmente acessíveis a ela enquanto ficava cm p é a tr á s d e l e , p o i s t o m a v a - s e as r e f e i ç õ e s r e c l i n a n d o se cm divãs). 2. A n a tu r e z a d o a to . O a t o d e M a r i a n ã o e r a u m a ostentação, não era vaidade para chamar a atenção p a r a si m e s m a ; e r a o t r a n s b o r d a r d e d e d i c a ç ã o a o Mestre, prestes a ser removido para longe dela, pela morte. Maria, desta forma, demonstrou as seguintes emoções: 2.1. Afeição baseada não em sentimentalismo efusivo, e sim decorrente do maravilhoso toque dos ensinos de Jesus nas cordas de seu coração. O s d i s c í p u l o s t a m b é m t i n h a m sentido aquele toque maravilhoso quando disseram: “Se
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nhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (6.68). 2.2. G r a t i d ã o . A g r a d e c i a t o d o s o s b o n d o s o s a t o s de Jesus, inclusive a ressurreição de Lázaro, c que ria demonstrar sua gratidão de maneira inconfundí vel. 2 . 3 . I n t e i r a c o n s a g r a ç ã o . Longe de procurar contar umas poucas gotas com sovina restrição, derramou a to talidade do con teúdo do frasco todo o precioso pe rfu me. Foi sua maneira de simbolizar a totalidade da sua alma a dcrramar-sc diante de Cristo em inteira consa gração. 2.4. A renú ncia das po sses. Por mais valioso que fosse o perfume, Maria considerava que nada poderia ser bom demais para seu Senhor. II
-
A Crítica Vil
(Jo 12.4-6)
O egoísmo mal-humorado e sinistro de Judas forma um pano de fundo escuro para o brilho da pureza do ato de Maria. A bondade sempre provoca o mal a se revelar; atos de dedicação sempre despertaram críticas dos s ábi os c dos que procuram os bens deste mundo. A crítica de Judas era: 1 . A p a r e n t e m e n t e r a z o á v e l . “Pintão um dos seus dis cípulos , Jud as Iscariotes, filho de Sim ão, o que hav ia de traí-lo, disse: Por que não se vendeu este ungücnto p o r tre z e n to s d in h e iro s e não se deu aos p o bres? M a te u s e Marcos mencionam que esta objeção surgiu da parte dos discípulos. João, porém, esclarece quem deu origem ao murmúrio deles. À primeira vista, parece haver algu ma lógica. Jesus vivia na terra sem ter bens, c talvez alguém pudesse dizer que necessitaria de um lar para morar c do valor em dinheiro do perfume, e que demons trações como aquela eram reservadas exclusivamentc para
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p r í n c i p e s c p e s s o a s d a m a is d e s t a c a d a im p o r t â n c i a , não sendo cabíveis no caso de quem era tão humilde de ati tudes e aparência. Além disso, reinava grande pobreza em toda a Palestina. 2. F u n d a m e n t a l m e n t e i n s i n c e r a . A i n s i n c e r i d a d e d a objeção c explicada por João c pelas palavras que Jesus falou cm defesa de Maria. O único “pobre” com que se p r e o c u p a v a J u d a s e r a ele m e s m o ! A m a io r p a r t e d o s c r í ticos que resmungam quando se gasta dinheiro na cons trução de templos c em campanhas de reavivamento, pou ca coisa fazem cm prol dos pobres, às custas deles mes mos. “Ora ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos p o b r e s , m as p o r q u e er a l a d r ã o , e tin h a a b o ls a , c tir av a o que ali se lançava.” O mesmo homem que linha objeções contra o mau emprego de 300 moedas estava para v e n d e r J e s u s p o r a p e n a s 3 0. J u d a s r e v e l o u s u a i r r it a ç ã o . Decerto pensava ser tesoureiro rico e poderoso no reino messiânico, e ficou amargurado quando Jesus rejeitou a p o s s i b i l i d a d e d e s e r c o r o a d o rei a p ó s o m i l a g r e d a m u l tiplicação dos pães. Sentiu que seria melhor salvar a sua situação diante das autoridades c ainda tirar um pequeno lucro. Tais pensamentos fizeram com que Judas se irri tasse com o “desperdício” de dinheiro que poderia ler p a s s a d o p a r a o b o l s o d e le, e d e r a m ao d ia b o o p o r t u n i d a de de manipulá-lo.
Ill - A Vigorosa Defesa ( J o 1 2 . 7 , 8 ) M a r i a n ã o f o i d e i x a d a à m e r c ê d e u m d e s a l m a d o t r a id o r e dos discípulos sem discernimento. O Mestre tomou a palavra: 1 . R e p r e e n d e u o s c r í t i c o s . “ D e i x a i - a ” . N ã o e ra a p r i meira vez que Maria se tornava alvo de críticas, Marta s e q u e i x a v a d o d e s p e r d í c i o d e t e m p o d e M a r i a ( L c 1 0 .3 8 -
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42). Agora, Judas a acusava de desperdiçar dinheiro. Os que querem seguir fielmente ao Senhor não devem se sentir surpresos quando se tornam alvos de críticas, p o r q u e “ o h o m e m vê o e x te r io r ; p o r e m o S e n h o r , o co ração”. 2. E lo g io u o ato. “Ela lc/.-me boa obra” (Mc 14.6). Cristo viu a preciosidade do ato, e não a do perfume; viu o in comparável preço de uma vida consagrada; viu o espírito de quem ofereceu a homenagem. 3. Explicou o propósito. “Antecipou-se a ungir o meu c o r p o p a r a a s e p u l t u r a ” ( M c 1 4 .8 ). M a r i a , c o m discernimento espiritual, sentia que seria esta a última oportunidade de se prestar homenagem ao Senhor durante a sua vida na terra, revestido de carne mortal. Jesus, em sua resposta, deixou transparecer que só ela chegou cm tempo de lhe oferecer o carinho final, o que outros não conseguiríam fazer (Lc 23.56; 24.3). 4. Reformulou a sugestão. “Porque os pobres sempre os tendes con vosc o, m as a mim nem se m pre me tend es” . A sugestão era boa, c os discípulos ainda teriam muitas oportunidades para fazer o bem aos pobres, não deven do se esquivar deste mister; naquele momento, porém, estavam se esgotando as oportunidades de dar algo ao Filho do homem, antes da crucificação. Maria corria menos perigo de se esquecer dos pobres do que os dis cípulos; quem demonstra amor e carinho com o Senhor não deixará de ser generoso para com o seu próximo. IV - O Glorioso Galardão
(Ml 26.13)
“Em verdade vos digo que, onde quer que esle evange lho for pregado, cm lodo o mundo, lambem será referido o que ela fez, para m em ór ia sua” . Maria, no cum prim ento daquele gesto de amor, nem de longe sonhava que haveria de receber o galardão da lama universal por ioda a história
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humana. Não linha a mínima intenção de ser retribuída. Estava apenas pensando no Senhor. Ele, porém, não deixa n e n h u m g e s t o d e b o n d a d e p a s s a r s e m a d e v id a r e c o m p e n s a (Mt 10.42). Por que o registro do ato de dedicação e altruísmo da parte dc M a r i a tinh a qu e a c o m p a n h a r a p re g a çã o do E v a n gelho em todo o mundo? Porque c um exemplo do espírito que é a essência do Evangelho - o espírito de abnegação, altruísmo, dedicação. Há também alguma semelhança entre o espírito do ato dc Maria e o que levou Jesus a morrer na cruz. 1. Sem elha nça d e motivo. Assim como o mais puro amor levou Maria a derramar o perfume, assim também o amor divino levou Jesus a derramar sua vida em sacrifício na cruz. 2. S e m e l h a n ç a d e a b n e g a ç ã o . O valor do perfume é ressaltado por três evangelistas; era o equivalente ao salá rio de um ano, uma soma vultosa cm si mesma e uma despesa enorme para Maria. Não foi à loa que Jesus disse: “ Esta fez o que po dia ” (Mc 14.8). C om pr ee nd ia c dav a valor á abnegação dela, porque Ele também fez o que pôde, derramando tudo quanto era c tinha para remir a humani dade. Esvaziou-se a si mesmo; fez-se pobre; tornou-se cm todos os aspectos semelhante aos filhos dos homens a fim de redimi-los. J. S e m e lh a n ç a de m a g n ific ê n cia . O que os discípulos consideravam desperdício, era a grande e generosa magni ficência do amor. Cristo não mediu seu sangue em gotas na proporção do número de pessoas que aceitariam seu sa crifício, nem limitou o alcance da salvação obtida na cruz; ofereceu uma expiação suficiente para dar cobertura aos p e ca d o s do m u n d o inteiro. O E v a n g e lh o p r o c la m a seu ato de amor ao morrer pelos pecadores, é a boa-nova par a o mundo inteiro. Assim como o perfume de Maria, não
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medido cm gotas, expandia-se pelo ambiente inteiro, Jesus quis que o suave aroma do seu sacrifício fosse espalhado p o r to das as nações, p r o d u z in d o u m a a tm o s fe r a de s a lv a ção. V - Ensinamentos Práticos
/. A c r ít i c a e a c o n s a g r a ç ã o c r is tã . A s c r í t i c a s p r o v o c a d a s pelo ato de d e v o çã o de M ar ia nos e n sin am que todos aqueles que se consagram plenamcnlc ao Senhor e v i v e m à a lt u r a d e s s a d e d i c a ç ã o p o d e m s a b e r q ue o s c o n h e eidos, sem discernimento espiritual, lhes perguntarão: "Por que tanto desperdício?” Ninguém fala cm desperdício quan do se arriscam vidas e se gastam fábulas cm viagens espa ciais. Quando, porém, pessoas dedicam e dão suas vidas pela cau sa de Cristo, h á fortes clam ores de indignação contra tal “desp erd ício ” . Q ualq uer pe ssoa que já fez algo de esp e cial para o Senhor, que lenha lhe custado tempo, dinheiro ou esforço penoso, pode testificar que houve quem protes tasse. Não sigamos a religião de Judas. Sc nossa ação tem a aprovação do Mestre, não nos importa o que o mundo disser. 2. H o m en a g e m p ó stu m a . Alguns discípulos loram ungir Jesus d e p o i s da sua morte. Jesus defendeu a ação de Maria explicando que ela queria ungi-lo enquanto Lüe ainda esti vesse com vida, a fim de que pudesse tirar alento do gesto. Devemos mostrar nosso apreço aos nossos entes queridos enquanto estão com vida, precisando da nossa afeição c apreciação. As flores enviadas depois da morte não pode rão encobrir nossos remorsos por não termos mostrado o nosso carinho quando a pessoa estava cm condições de recebê-lo. 3. Originalidade no amor. Judas, seguido pelos demais discípulos, só conhecia uma maneira de aplicar dinheiro na p rátic a do b em . M aria, co m a o rig i n alid a d e do v e rd a d eiro
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amor, achou nova maneira dc honrar o Mestre. O amor sempre descobre novas maneiras dc servir; o amor que o general Booth sentia levou-o a descobrir meios dc atingir os favelados em nome de Cristo; o amor que Wesley sentia levou o a penetrar com avivamento espiritual nas classes operárias da Inglaterra; como Maria, não deixaram de ser alvos de críticas. O povo de Deus precisa dc mais originalidade c since ridade cm pregar, contribuir c ajudar cm todos os aspectos da obra dc Cristo. E isto será alcançado, não com mais treinamento, mais oportunidades e cérebro, e sim com mais coração. Q u a n d o o a m o r d c D e u s é d e r r a m a d o r i c a m c n t c sobre a igreja, esta começa a transbordar com bênçã os es pirituais que a tin g em m uitas p ess o a s cm d erred or. 4. P r o c u r a n d o a s o p o r t u n i d a d e s . A o p o r t u n i d a d e p e r d i d a d i f i c i l m e n t e v o lta . O s d i s c í p u l o s se q u e i x a r a m d o q u e p e n s a v a m s er d e s p e r d í c i o d e M a r ia , q u a n d o r e a lm e n t e a o p o r t u n i d a d e d c h o m e n a g e a r J e s u s e s t a v a chegando ao fim - enquanto a dc ajudar aos pobres, que eles achavam mais importante, estaria no meio deles dia após dia, por toda a sua vida. Maria, portanto, apro veitou a oportunidade sem igual, c recebeu um galar dão sem igual. As oportunidades diferem quanto ao seu valor c à sua importância. Sábio c quem co nseg ue interpretar seu valor relativo, rapidamente escolhendo aquela que nem sempre se nos oferece. Algumas oportunidades se oferecem a cada dia; outras aparecem uma única vez na vida, e desap are cem para sempre. O rei Saul tinha a oportunidade dc ofe recer sacrifícios diante dc Deus dia após dia. mas somente uma única oportunidade se lhe ofereceu para deixar de oferecer sacrifícios, para obedecer à Palavra de De us. Per deu a oportunidade, fazendo o que poderia ter feito em qualquer outra ocasião (1 Sm 13.8-14). Há coisas que po dem ser feitas a qualquer hora; outras têm de ser feitas
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agora ou nunca. As atividades que temos a oportunidade de fazer a cada dia não devem nos impedir de desenvolver alguma coisa especial, quando surge a oportunidade que nunca mais voltará.
Jesus, o R ei d o s R e is Texto: João 12.12-19 Introdução O capítulo do ze c o ponto crítico do Eva nge lho de João. Os primeiros onze capítulos narram como Jesus se revelou aos homens de todas as maneiras, para lhes despertar a ie. Essas manifestações levaram muitas pessoas a terem fé nEle; outras, porem, ficaram endurecidas c hostis. O milagre s u p r e m o - a r e s su r r e iç ã o d e L á z ar o - d e u n o v o s i m p u l s o s à popularidade de Jesus entre os habitantes de Jerusalém, mas ta m bém levou os líderes dos jud eu s a tom ar a reso lu ção de matá-lo. Três incidentes registrados no capítulo doze ilustram esta culm inaç ão de am or c de hostilidade: 1) A história de M aria ungindo Jesus demonstra que havia um grupo de discípu los a cujos corações Jesus era muito querido, c que perpe tuariam a sua mem ória e obra. A própria presen ça de Lázaro, cuja ressurreição aprofundou a lealdade dos discípulos, também levou ao ponto culminante a inimizade dos líderes ju d a ic o s (Jo 12.1-11). 2) A história d a e n tr a d a triu nfante
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demonstra a impressão que Jesus causara cm grande parte do povo jud eu , a lém de revelar o desalento que isto causou aos fariseus (Jo 12.12-19). 3) No terceiro incidente, a in fluencia de Jesus c ilustrada pelo pedido dos gregos que queriam vc-lo (Jo 12.20-26).
I - O Pro gr am a do Rei /. A n e ce ssá ria p ro cla m a ç ã o . E m b o r a a p r i m e i r a v i n d a de Jesus, dentro do plano divino da salvação, fosse em humilhação c sofrimento, mesmo assim ele era Rei, e Rei p a ra todos os q u e o aceitam c o m o tal. E ra necessá rio que p u b lic a m c n tc p ro c la m a s s e sua sob erania, para d ar aos ju deus a oportunidade de aceitá-lo. Não podiam ter a descul pa dc não s ab e r ser Ele o M essias c Filho de Deus. 2. A m u d a n ç a de p ro g ra m a . Antes do momento aqui descrito, Jesus a inda não tinha proc lam ado à nação c m geral sua própria soberania. Pelo contrário, até se afastara quan do as multidões queriam forçá-lo a aceitar o trono, e, de pois dc Pedro c o n fe ssá -lo c o m o M essias, proibiu seus dis cípulos de pregar publicamente ser Ele o Rei de Israel tão esp era do (Ml 16.20). Po r qu ê? E que o povo tinha um conceito errôneo da natureza do seu Reino. A pública pro clamação dc Cristo como Messias leria dado origem a uma revolta contra Roma, que terminaria na matança dc boa parte do povo ju d e u . Agora, porém , j á não havia mais perigo dc tumulto, porque Cristo chegara ao fim do seu ministé rio, e, já por esta altura, tanto os ju de us com o os rom an os sabiam que Pde não era nenhum líder dc revolta, c sim dc um reino espiritual (Jo 18.33-37). 3. O pla no divino. T a l v e z p a r e ç a e s t r an h o , m a s a v e r d a de é que Jesus tomou esse passo visando apressar a sua p ró p ria morte. S a b ia que sua e n tra d a esp etacu lar na C id ade Santa e a subseqüente purificação do Templo aguçaria a
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hostilidade dos líderes judaicos até o ponto do assassinato. Uma pessoa que assim íi/.esse seria considerada despreve nida c insensata; no caso de Cristo, porém, entendemos a sua conduta à luz do fato de ter Ide vindo ao mundo a fim de morrer pelos hom ens; que sua mo rte já fora planejada a n te s d a s u a v i n d a a o m u n d o ; q u e E le m e s m o j á p r o f e t i z a ra o fato e a necessid ade da sua morte; que estava cum pri n d o u m p r o g r a m a d e f i n id o e p l a n e j a d o cm t o d a a s u a c r o n o logia lá no Céu. Havia a “hora certa” da sua morte, segun do a cronologia divina (Jo 13.1). Sabendo que a hora esla va próxima, o Senhor Jesus agiu à altura, dc acordo com as instruções dc Deus e as profecias registradas. 4. O último apelo. A entrada triunfal pode ser conside rada o último apelo dc Jesus. Era a última manifestação visando de spe rtar a 1c, c, tendo sido rejeitadas as dem ais pela n a çã o c o m o um lodo, esta foi a d e r ra d e ira ten tativa de conquistar os corações obstinados. Mesmo sabendo por divina prcsciência que haveria rejeição, Ele não deixou dc fazer tudo quanto lhe era possível. Desejando de todo co ração salvar quantos pudesse, Jesus foi até as últimas nas suas tentativas de levar os homens ao arrependimento.
II - A E n t r a d a d o R e i ( J o
12.12-16)
João nos informa que a entrada triunfante realmente começou cm Jerusalém, e que foi resultado direto do entu siasmo despertado pela ressurreição dc Lázaro. Pessoas v i n h a m e m g r a n d e n ú m e r o d e J e r u s a l é m a B c l â ni a p a r a v e r o homem que Jesus ressuscitara dentre os mortos. Depois e la s, j u n t a m e n t e c o m o u t ra s p e s s o a s q u e e s t i v e r a m e m Betânia c que presenciaram o milagre, voltaram a Jcrusa lém e espalharam a notícia de que Jesus estaria chegando no dia seguinte, vindo de Betânia, e assim foi organizada a procissão dc boas vindas.
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A multidão demonstrou seu rceonheeimcnto à sobera nia de Jesus, primeiramente ao abanar ramos de palmei r as - s í m b o l o d e v i t ó r i a c r e g o z i j o - e t a m b é m a o ca n ta r: “Hosana! Bendito o rei de Israel que vem cm nome do Sen ho r” . Jesus nada fez para refrear o entusiasm o po pu lar, sabendo serem corretas as suas manifestações. Ao mesmo tempo, sabia que não se podia fiar cm demonstra ções populares, que sempre são levadas a extremos, reu nindo pessoas que gritam e aclamam sem saber do que se trata. Ele bem sabia que muitos havia naquela multidão que, decepcionados quanto à sua esperança de libertação p o lític a do j u g o de R o m a, c l a m a r i a m m ais tarde: “ C r u c i fica-o!” E por isso que chorou à vista de Jerusalém, sa b en d o qu e seus h ab ita n tes re jeita ria m a o fe rta d a salv a ção (Lc 19.41-44). “ A lcgra-tc muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jeru sal ém ; eis que o teu Rei virá a ti, ju st o e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, sobre um a s n i n h o , f i lh o d e j u m e n t a ” ( Z e 9 .9 ) . O p r o f e t a q u e r i a d i zer que o Rei não dominaria seus súditos de modo tirâni co e cruel. Ele é “humilde", ou seja, livre da arrogante asseveração de prepotência e orgulhosa jactância, comu m a o d i s c u r s o d o s t ir a no s . O s j u d e u s d e v e r i a m l er s a b i d o que, ao ver um rei se proclamar c chegar a eles do modo descrito acima, deveriam aceitá-lo. Só queriam saber de um rei temporal, no entanto, e desprezavam os aspectos das profecias que tratavam dos sofrimentos do Messias. Cristo não entrou cm Jerusalém cavalgando um cavalo ( s ím b o l o d e u m r e i n o b e l i g e r a n t e ) , c si m u m j u m e n t o (símbolo de um líder pacífico). Contraste-se â entrada triunfal dos generais romanos; atrás deles sempre havia uma esteira de sangue e de terras e lares destruídos, de opressão e extorsão. Atrás da entrada triunfal de Cristo havia todo um histórico de restauração de almas, de con solação a corações quebrantados, de cura a sofredores. Sua entrada era condizente com sua obra de humilde dedica ç a o e abnegação.
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III - O Triunfo do Rei
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(Jo 12.17-26)
João registra o eleito da entrada triunfal teve sobre vários grupos de pessoas. 1. So br e os discípu los. “Os seus discípulos, porem, não entenderam isto no princípio; mas, quando Jesus foi gloriíicado, então se lembraram de que islo eslava escrito dele, e que isto lhe fizer am ” . Os discípulos eslava m tão en vo l vidos com os eventos, que não tinham a perspectiva neces sária para aquilatá-los em seu contexto total. Depois da as censão, no entanto, já estavam em condições de olhar no conjunto todos os eventos passados e perceber como cada aspecto da entrada triunfal se enquadrara perfeitamente no p r o g r a m a p ro f etiz a d o d e sd e a A n tig u id ad e , b re g o z ijar am se ao saber que também haviam tido alguma participação naquele programa.
2. Sobre as multidões. Leia os versículos 17 c 18. As testemunhas da ressurreição de Lázaro começaram a testificar às multidões, contando o que Jesus fizera, c estas logo foram entusiasticamente ao seu encontro. Nota-se que foi João quem contou o papel desempenhado pela ressur reição nestes eventos. Decerto, antes de escrito este Evan gelho, Lázaro já havia morrido, estando fora do alcance da v i n g a n ç a d os j u d e u s , p o i s c e r t a m e n t e l e m b r a r i a m s eu p a pel vital nos eventos. 3. S ob re o s fa ri se u s (v. 19). Os fariseus se dilaceravam em raiva e desespero. Fracassaram todas as suas ten tativas de desacreditar a influência de Jesus sobre o povo, c agora só lhes restava o desígnio sem escrúpulos dos principais sacerdotes (Jo 11.47-53). 4. Sobre os gentios. A e n t r a d a d e J e s u s m o n t a d o n u m j u m e n to e r a u m a d e c la r a ç ã o de q u e o seu d o m ín io não dependia de conquistas, e sim de mansidão. No incidente que se segue, ensina que sua soberania sobre os homens b a se ia - s e no seu a u to -s a c r if íc io , c q u e seus sú dito s d e v e m p a lm i l h a r o m e s m o c a m i n h o p a ra a tin g ir a glória.
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“Ora havia alguns gregos, entre os que tinham subido a adorar no dia da festa” (v. 20). Provavelmente er am con v e r ti d o s a o j u d a í s m o ; e s c o l h e r a m F i li pe p a ra e s t a a b o r d a gem por ser ele de Decápolis, de civilização grega, tendo um nome tipicamente grego. “Estes, pois, dirigiram-se a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, c rogaram-lhe: Senhor, queríamos ver a Jesus” (v. 21). Filipe consultou André, conterrâneo seu, talvez por hesitar quanto à atitude de Jesus diante de tal pedido sem precedentes d a parte de gentios (cf. Mt 15.21-23). E rcalmente o que Jesus disse foi mesmo algo diferente do que Filipe poderia ter imaginado. André pode não ter sido um estudioso brilhante ou um grande pregador, mas sabia levar pessoas a C risto (cf. Jo 1.4 0,41; 6.8,9 ). Assim como a declaração de fé do ccnturião abriu dian te de Jesus a vista das multidões de gentios que haveríam de crer nElc (Ml 8.10,1 1), também o pedido dos gregos era com o uma jan ela estreita através da qual Jesus via miríades de gentios chegando com o pedido: “Senhor, queríamos ver a Jesu s” . Neste grupo de interessados sinceros, viu Ele as priinicias de uma grande colheita. Com a chegada dos gregos, Jesus disse: “E chegada a hora cm que o Filho do homem há de ser glorificado.” Ou seja, aproximava-se a hora em que, por meio da cruz, atrairía a si todos os homens (v. 32), quando sua morte dolorosa c humilhante fosse seguida pela gloriosa ressur reição. O que parecia ser uma vergonhosa derrota era re allocate a vitória sobre os poderes do mal. Os fariseus tinham se queixado: “Eis aí vai o mundo após ele” . Rea lme nte, con form e João registra, a obra de Cristo estava se estendendo até limites nem imaginados por eles. Nações distantes começavam a perguntar por aquele que os fariseus rejeitavam. A esta altura, esses gentios decerto se constituiriam em encorajamento para o Mestre. Os fariseus, os saduccus, a
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ignorância, a inconstância, a covardia c a indiferença rcjeitavanvno. E agora estes gregos, sem convite ou combina ção previa, imploram o privilégio de serem apresentados a Ele. Seria como uma fonte de água cristalina no caminho de um viajante num deserto de areia quente. A visita dos gregos traz à mente do Mestre a plena lem b ra n ça do p re ç o que teria de p a g a r pela s alv aç ão do m u n d o (v. 24). Assim como um grão de trigo precisa ser desfeito na terra antes de pro duz ir fruto, tam bém o Filho do hom em p rec isa m o rr e r e ser sep u ltad o antes de as alm as cresc erem , amadurecem e serem ceifadas. A vida divina em Jesus foi liberada cm proveito dos pecadores mediante a sua morte. Semelhantemente, os seguidores do Senhor, para serem frutíferos os seus esforços em prol da conversão do mun do, não devem se apegar à sua própria vida (v. 25; cf. Mt 16.21-28). A com unh ão c om Cristo inclui “a comu nhão com seus sof rim en tos ” (cf. 1 Pe 2.21-25; 4.1; Cl 1.24). Leia o versículo 26. Ser discípulo de Jesus significa seguir a Jesus, e segui-lo significa andar pelo caminho da cruz. Este caminho, no entanto, leva â glória. Os que car regam sua cruz receberão a coroa. E n s i n a m e n t o s P r á t i co s
/. Uma visita real. Há dezenove séculos, a cidade de Jerusalém recebeu a visita do Rei dos reis. Enquanto Jesus foi atravessando as ruas, encontrou-se com várias catego rias de pessoas, repre sentan do o povo todo - os discípulos que ficaram com Ele até o Calvário; os discípulos que lhe deram vivas, mas que depois o abandonaram; a multidão que saudava: “Ho san a!” e, depois, “Crucif ica-o !” ; no T em plo, h a v ia p essoas d e d ica d a s a n eg ó cio s q u e não m e r e c e rí am a aprovação de Jesus; c os oponentes, procurando le vantar controvérsias. Enquanto Jesus anda em triunfo por este mundo, no meio de que classe de pessoas Ele nos achará?
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2. O fracasso dos ímpios. “Vcdc que nada aproveitais! Eis aí vai o m und o após ele” . H á u m a profec ia incon scien te escondida nestas palavras, assim como ocorre na inscri ção de Pilatos e no conselho de Caifás (Jo 11.51). A ver dade expressa nas palavras dos fariseus pode muito bem ter sido dirigida a perseguidores c descrentes de todos os tempos. Antes do reavivamento wesleyano, muitos homens cultos anunciavam a morte do Cristianismo, dcscrcvcndoo como uma religião do passado. O reavivamento, no en tanto, despertou a Igreja da sua frieza mortal, derrotando as vãs esperanças dos ímpios. Voltaire predisse, certa vez, que a Bíblia logo cairia cm descrédito; hoje, porém, no mesmo lugar onde os escritos deste filósofo eram impressos, gran des quantidades de Bíblias estão sendo produzidas. Antes da segunda vinda do Senhor, podemos ter a certeza de que os ímpios farão um ataque violento contra Cristo e sua religião, e, depois de tudo, ouvirão uma voz dizendo: “Vede que nada aproveitais! Eis aí vai o mundo após ele". 3. M orrendo para si m esmo e vivendo pa ra Deus. D u rante a sua vida na terra, o Filho de Deus exerceu influen cia espiritual de grande alcance porque era poderoso em p alavras c obras. M as isto n ão foi n ada c o m p a r a d o ' a e x tensão do seu Reino a partir da sua morte e ressurreição. Os resultados da sua obra surgiram não tanto do seu fazer, e sim do morrer. Talvez não tenhamos a oportunidade de selar o nosso testemunho com o nosso sangue; mesmo assim, há o mor rer para o pecado, o próprio-eu e o mundo, que é essencial à fruição espiritual. Pensar em m orre r talvez não seja agra dável, mas devemos também pensar na recompensa. 3 .J . A m orte é o cam inho da glorificação . Foi assim na carreira de Jesus. Carregou a cruz antes de vestir a coroa. E verdade que o Filho de Deus sempre era glorioso, mas, ao aceitar a natureza hum ana pa ra sofrer a morte expiatória,
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recebeu nova glória diante dos olhos de todos, no Céu c na terra. Em certo sentido, temos de morrer a eada dia, a fim de que a beleza e o poder de Cristo sejam revelados em nós. Respeitamos aqueles que fizeram grandes coisas na causa de Deus, e às vezes desejamos saber o segredo do seu poder. Lendo suas biografias, ficamos sabendo que a explicação da sua exemplar vida com Cristo foi atingida mediante o m orr er pa ra si m esm o (cf. 2 Co d. 10-12). 3.2. A morte é a cura da solidão. O grão de trigo, se não morrer, “fica ele só”. Há pessoas que se queixam da solidão, e atribuem o fato a várias causas. Em muitos casos c devido ao fato de terem elas vivido para si mesmas, c não para seu próxim o. N ão se sem eou na sepultura da ab neg a ção diária. 3.3. A m orte é o cam inho pa ra a fruição . "Mas se morrer, dá muito fruto”. A fruição na vida espiritual vem como resultado do negar-se a si mesmo. Sc queremos salvar aos outros, não devemos procurar salvar-nos a nós mesmos. Se queremos fazer o precioso perfume de Cristo espalhar-se pelo m u ndo, dev em os aceitar o papel de vasos quebrados. Os galhos mais frutíferos são aqueles dos quais foram re tirados os brotos desnecessá rios pela mão firme do podador, para que a seiva se acu m ulasse nas g em as vegetativas que depois produziríam frutos. 3.4. A morte é a porta para a vida. “Quem ama a sua vida perdê-la-á, c quem neste mundo aborrece a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna.” A vida não c errada, não c pecado; mas o apego à vida pode se constituir cm pecado. É um desperdício, uma perda, dedicar nosso amor só a esta vida, porque ela se perde; cada pessoa tem certa quantida de de tempo, energia, saúde, e somente a parte dedicada às coisas espirituais tem valor eterno; preservar a vida terres tre, a troco de negar ideais eternos, dc nada vale; nosso
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amor nao dcvc ser desviado das coisas eternas para a vida terrestre. 4. () d ev e r e o destino. No versículo 26, Cristo dá um resumo facilmente assimilável do dever c destino da vida. 4.1. O dever da vida. “Sc alguém mc serve, siga -m e” . N ã o há d ú v id a na m en te de n in g u é m q u anto a seg uir C risto no sentido de praticar as virtudes que Ele ensinou. Aqui, p o rém , C risto tem em vista o segui-lo p elo c a m i n h o da cruz. O essencial no diseipulado é negar-se a si mesmo em total consagração a Deus, e cm prol do seu próximo. A cruz é a expiação pelos nossos pecados e exemplo para nossas vidas. Não pregamos um Evangelho completo se não incluímos ambos os aspectos.
Como, porém, a frágil natureza humana atingirá as a l turas para onde o Eilho de Deus quer nos levar? Jesus dis se: “Siga-me”. O poder de obedecer à lei de Cristo provém de amá-lo. Cristo nos ajuda a fazer aquilo que nos mandou fazer. “Sc alguém me serv e” . O S enh or se refere á oraç ão e ao culto? Refere se aos atos de benevolência para com os que têm necessidades espirituais ou materiais? Estas coisas estão incluídas, porém mais profundo c fundamental é confor mar nosso caráter ao dEle. Enquanto crescermos segundo a sua semelhança, não faltaremos em nenhum ato de c ulto ou benevolência. 4.2. () destino da vida. “On de eu estiver, ali estará tam bém o m eu s e rv o ” . Q u em seg u e a C risto, m ais tarde p a s sará a ficar para sempre com Ele; quem anda no mesm o caminho, chegará ao mesmo destino. Cristo é a recompen sa por todas as tristezas, todos os esforços, todas as dores, toda a nossa vida de peregrinos (Fp 1.21,23).
Jesus, o S erv o Texto: João 13.1-20 Introdução
Leia Filipenses 2.1-1 1. Havia algumas pequenas dissensõcs na igreja de Filipos. Alguns dos seus membros estavam fazendo as coisas por inveja e porfia, por dis córdia, insinceramente. Faltava-lhes uma atitude mental humilde, pois não estavam sabendo considerar “os ou t ro s s u p e r i o r e s a si m e s m o ” . P a r a c o r r i g i r e s t a c o n d i ç ã o , Paulo coloco u diante deles o exe m plo de Jesus, que “sendo em forma de Deus não teve por usurpação o ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo”. As palavras dc Paulo são o comentário inspirado do incidente descrito no texto em pauta. Estamos vendo Jesus, Senhor c Mestre, fazendo com condescendência a tarefa mais servil, dando assim exemplo de serviço humilde e amoroso a todos os seus seguidores, em to dos os séculos. Ao narrar este incidente, o apóstolo João
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está dizendo a cada um de nós: “De sorte que haja cm vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”.
I - P rep ar an d o-se pa ra a A çã o (Jo 13.1,2) 1. A o casiã o. 1) “Ora, antes da festa da pás co a” . Logo a seguir, milhares dc cordeiros estariam sendo sacrificados, cm comemoração ao dia em que a aspersão do sangue nas vergas e nas ombreiras das portas redimiu o povo de Deus do castigo que caiu sobre o Egito - uma noite que marcou a sua redenção e o começo da sua existência como na ção. Foi uma ocasião apropriada para o sacrifício do Cordeiro de Deus que tais sacrifícios profetizavam. 2) “Sabendo Jesus q u e j á e r a c h e g a d a a su a h o r a d c p a s s a r d e s t e m u n d o p a ra o Pa i” . A leitura dos E van ge lho s nos leva a pe rce be r que a vida do Senhor foi regulada de acordo com um programa divino, de tal modo que muitas vezes a ira dos seus inimi gos nada podia contra ele, porque “ainda não era chegada a sua hora” (Jo 7.30; cf. Jo 2.4; Lc 22.14). 3) “E, acabada a ceia” . A lavagem dos pés, um d ever com um da hospita lidade naqueles tempos, era feita no início das refeições. Por causa do grande calor, usavam-se sandálias abertas, e a poeira das estradas sujava os pés dos viajantes. Quando a pessoa cheg ava de visita, o hospedeiro m and ava um escravo remover as sandálias do visitante, lavando-lhe os pés, elimi nando assim a sensação desagradável da poeira quente. 2. A n e g ra tra iç ã o . “ T e n d o j á o d i ab o p o s t o n o c o r a ção dc Jud as Isca riotes, filho de Sim ão, qu e o traíss e” . Cristo sabia disto, mas, mesmo assim, não o denunciou aos outros, sua única arm a era o amor. Na pessoa dc Judas, a expressão máxima do ódio do mundo vem contra Ele, e s u a r e s p o s t a é a b o n d a d e . L a v a o s pé s d c J u d a s j u n t a m e n te com os dos outros discípulos, e, no jardim , q uan do Jesus r e c e b e d e l e o b e i j o tr a i ç o e i r o , o c h a m a d c “ a m i g o ” . C r i s to tem compaixão pelo miserável traidor que vendeu, não
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a Ele, c sim a sua própria alma! Neste contexto, o relato da traição serve como pano de fundo para o inefável amor de Cristo. d. O a m o r c o n s t a n t e . “Tendo amado os seus que esta vam no mundo, amou-os ate ao fim”. Se já existiu um homem no mundo com justos motivos para preocupar-se com seus próprios assuntos, este era o Senhor Jesus. A sombra negra da traição, da fuga dos discípulos, da conde nação e da crucificação eram um peso para a sua alma; ele, porém, preocupava-se apenas com o bem-estar dos seus dis cípulos. Desconsiderava seus próprios fardos a fim de en corajar os discípulos c prepará-los para as provações dos próxim os dia s. 4. O p a n o d e f u n d o d e s a le n t a d o r . A atitude dos apósto los nesta ocasião ajuda a ressaltar e explicar a ação de Cristo cm lavar os pés dos seus seguidores, assim como o veludo preto dá realce à beleza de um brilhante. Po r que ninguém tinha se oferecido para lazer este trabalho? Lucas nos in forma que, justamente na época da Ultima Ceia, “houve também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior” (Lc 22.24). Se qualquer um deles se tivesse ofere cido para lavar os pés dos demais, teria se colocado na posição de servidor dos outros - ex atam en te o oposto do que cada um deles queria! Estavam procurando um servo - c ach aram ! (cf. Jo 13.4,5; Mc 10.45). O Sen ho r viu que seus mais íntimos seguidores não estavam cm condições de participar da Santa Ceia e de escutar suas últimas pala vras solenes antes de ser levado para a cruz; o espírito de cada um deles estava cheio de vis ambições c ciúmes. Algo de drástico devia ser feito para limpar seus corações tão manchados. É aí que passa a lavar-lhes os pés. II - A A ç ã o L e v a d a a E f e i t o (Jo 13.4-11)
da ceia, tirou os vestidos, e, tomando uma toalha, cingiu-sc. Depois 1.
A co nd esc en dê nc ia de Cristo. “Levantou-se
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deitou água numa bacia, e passou a lavar os pés aos discí pulos, c a e n x u g a r -lh o s co m a toalha com q u e e sta v a cingid o” . O S en ho r levou a efeito esta tarefa servil em p lena c o n s c i ê n c i a d a s u a m a j e s ta d e d i v i n a - “ S a b e n d o q u e o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, c que ele ha via saído de Deus e ia pa ra D eu s” . Este in ciden te exemplifica a obra redentora de Cristo. Tirou a vestimenta, a s s i m c o m o j á s e d e s p o j a r a d a s u a g l ó r i a c el e s ti a l; s u a condescendência em lavar os pés aos discípulos c uma ilus tração da humilhação de si mesmo a fim de purificar os homens pecadores; a ação de tomar as vestes de novo re p r e sen ta a sua v o lta à sua g ló ria celestial. 2. A su rp re sa d e P edro. P e d r o f i c o u o l h a n d o b o q u i a b e r to enquanto seu Senhor c Mestre abaixava-se para lavarlhe os pes sujos. Finalmcntc, recuando os seus pes, conse guiu exclamar: “Senhor, tu lavas-me os pés a mim?” Estas palav ras d e m o n s t r a m a r e v e r ê n c ia dos d is cíp u lo s pa ra com o Mestre. Não podiam suportar a idéia da troca da posição entre Mestre e servo. Foi um choque para eles —c er a o que Jesus queria, pois pretendia ensinar-lhes uma lição ines quecível. 3 . A e x p l i c a ç ã o d e C r i s t o . “ O q u e e u f a ç o n ã o o s a bes tu a g o r a , m a s tu o s a b e r á s d e p o i s . ” A h e s i t a ç ã o d e Pedro foi tratada como a de João Batista: “Eu é que p r e c i s o se r b a t i z a d o p o r ti, e tu v e n s a m i m ? ” , d i s s e o Batista. “Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, p o r q u e a s s im n o s c o n v é m c u m p r i r to d a a j u s t i ç a ” (M l 3.14,15). Jesus dará as explicações depois; o importante é deixá-lo fazer a sua obra. 4 . A p r e s u n ç ã o d e P e d r o . C o m t í p i c a i m p u l s i v i d a d e , P e d r o e x c l a m o u , s e m p e n s a r : “Nunca mc lavarás os pés” (et. Mt 16.22). Esta expressão de obstinação, orgulho e j u s t i ç a p r ó p r ia er a u m d u p lo g o lp e c o n tr a C risto : 1) E r a contrária ao espírito da obra expiadora de Cristo. Pedro não queria saber de nada que não estivesse à altura da
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dignidade pessoal de Cristo; se, porém, achava que Jesus não devia se abaixar para limpar-lhe os pcs, teria também de aehar que Jesus não devia passar pela ignomínia da cruz para limpar-lhe a alma. 2) Era contrária ao senhorio de Cristo: Cristo não pode ser Senhor, se seu discípulo ousa dizer-lhe: “Tu nunca farás assim”. O requisito pri mário do discípulo é a entrega de si mesmo ao seu Mes tre. Na prática, Pedro dizia ao seu Senhor: “Seja feita não a tua vontade, mas a minha”. 5. A a d v ertê n cia de C ris to . "Se eu te não lavar, não tens parte c o m ig o ” . Os que não querem se entregar ao M estre em atitude de amorosa obediência não podem pertencer à companhia dos seus. Pedro não poderia participar da Últi ma Ceia antes de passar por aquela experiência que lhe ensinaria a humildade. 6. Pedro se entrega. “Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. Pedro, alarmado com esta ameaça de exclusão, vai rapidamente ao outro extremo e, com a m esm a impulsividade de antes, oferccc-sc para uma lavagem inteira, como se dissesse: “Se o discipulado de pende d a lavagem, podes mc lavar o q u anto q u iseres” . Pedro, com suas emoções e impulsividade, sempre deixava sua língua eolocá-lo em situações difíceis. Se tivesse sabi do ficar quieto, deixando Cristo levar a sua obra adiante, sem interferências e sugestões suas, feitas como se tivesse sabedoria superior, a situação teria sido bem melhor. A Pedro faltava ainda a lição de mciguicc e humildade; ha via, no entanto, por detrás da impulsividade de Pedro, fervente amor pelo seu Mestre —c Jesus bem sabia disto. 7. Cristo tranqüiliza os discípulos. “Aq uele que já está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora vós estais limpos, mas não todos.” 7.1. A ilustra ção . Quem saísse de casa para visitar al guém, tendo se banhado c vestido da melhor maneira pos sívcl, sujaria os pcs pelo caminho, mas, ao chegar á casa
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do hospedeiro, somente precisaria lavar os pés, c não de um banho completo. 7.2. A exp lica ç ã o . Jesus sabia que seus discípulos esta vam cspiritualmente limpos mediante seu ministério (Jo 15.3) e que, nos seus corações, amavam-no. No entanto, a ambição apcgara-sc a eles pelo caminho, e Cristo, t omando a bacia c a toalha, estava mais interessado em limpar os sentimentos de orgulho, que estragariam a espiritualidade da reunião de despedida, do que cm lavar os pés. Não se recusava a comer com os que não se lavavam devidamente (Mt 15.1,2), mas não podia aceitar cear no meio dos discí pulos e n q u a n to estes olh av am c om ódio uns p a ra os outros, recusando-se a conversar e dem onstran do de todos os modos p o ssív e is m a ld a d e c a m a r g u ra d e espírito. A lav ag em dos pés re d u n d o u n a la vag em d o s c o ra çõ es; o g ru p o de h o mens orgulhosos e ressentidos voltou a ser a companhia de discípulos humildes e amorosos, lí assim que o Espírito de Cristo continua operando nos corações humanos! 7.3. A ap licaç ão . P e s s o a s s a l v a s ( “ l i m p a s ” ) p o d e m c o llier várias formas de imundícias do mundo por onde vão p assan d o; po rtanto, precisam d a lav agem d iária dos pés, ou seja, precisam do perdão de Cristo pelas atitudes e ações mundanas que praticam no ambiente do maligno. Quando Cristo fez a ressalva: “Nem todos estais lim p o s ” , era p o r q u e Jud as, p o r m ais lim p o s q u e seus pés e s tivessem após a lavagem, não tinha deixado Cristo limpar seu coração. I I I - O Significado da Ação (Jo 13.12-17) 7. D e v e m o s c o n sid e r a r su a ação. "Depois que lhes la vou os pés, c tomou os seus vestidos, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porqu e eu o sou ” . Com estas palavras Jesus prep ara o cam inh o para
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inculcar o sentido espiritual da lição prática que acabara dc dar; faz os discípulos cônscios de que sua ação não fora um esquecimento da dignidade da sua posição, e sim uma demonstração real da sua natureza de Filho de Deus e Salvador. 2. D e ve m o s se g u ir o sen exem p lo . “Ora se eu, Senhor c Mestre, vos lavei os pés, vós deveis lambem lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na ver dade vos digo que não é o servo maior do que seu senhor, nem o env iado m aior do que aquele qu e o en vio u'7. C om estas palavras Jesus tira as desculpas dc qualquer discípulo que imagina ser importante demais para fazer qualquer humilde serviço. Se o Senhor c Mestre deixou dc lado sua posição de dignidade e h on ra para servir hum ildem ente, qual servo que poderá recusar-se a tomar a mesma atitude? Assim como ele disse a Pedro: “Se eu te não lavar, não tens parte comigo”, também queria que os discípulos en tendessem que, recusando-se a lavar os pés uns aos outros, recusando-se a servir uns aos outros cm amor, não leriam parte com ele. Lavar os pés aos irmão s significa servi-los em h um ilda de c am or (cf. At 20.35; Rm 12.10; 15.1-3; 1 Co 9.22; G1 5.13; 6.1,2). Jesus quer dizer que devemos estar dispostos, como nosso Mestre, a deixar dc lado os nossos direitos c privilégios e nossa preo cup ação com as honras que q u ere mos receber dos outros, e, vestindo a humildade e o amor, trabalhar para tirar nosso próximo do lamaçal dc infortúni os cm que o pecado o mergulhou. Pedro, nas suas Epístolas, faz frcqüenles alusões a algu mas das suas experiências narradas nos Evangelhos. Por exemplo, compare 1 Pedro 5.8 com Lucas 22.31,32 c 1 Pedro 5.2 com João 21.15-17. É muito provável que Pedro tivesse cm mente o incidente da lavagem dos pés quando escreveu aos cristãos: “Semelhantemente vós, mancebos.
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scdc sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, c revesti-vos de hum ildade , porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (1 Pc 5.5). No grego original, a palavra traduzida por “cingir” provém de um termo que descreve o avental usado pelos escravos em ser viço, de modo que se pode interpretar assim a expressão; “Vistam o avental da humildade para servir uns aos ou tros” . Foi exat am ent e isto que o Sen hor Jesus fez quando lavou os pés aos discípulos. 3. O ga lardã o de quem segu e o seu exemplo. “Sc sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes” (v. 17). Uma coisa é ficar emocionado com a história do evange lho, ser tomado de admiração pelo exemplo consistente de Cristo c pela sublimidade dos seus ensinos; outra coisa, c b e m m ais difícil, c sair no m eio do m u n d o ím p io e m a te rialista e J a ze r t u d o q u a n t o a p r e n d e m o s d e J e s u s . A m a i o ria das pessoas sabe mais do q ue real mente põe cm prática; d e v e m o s , p o r t a n t o , t r a n s f o r m a r n o s s a a d m i r a ç ã o p o r C r i st o em imitação de Cristo. A verdade brilha mais quando é vivida do que quando apenas formulada em palavras. So mente ã medida que vivemos a verdade é que podemos transformá-la cm realidade para nós mesmos e para os outros. IV - Ensinamentos Práticos
/. R e sp e ita n d o C risto co m o Senhor. Pedro, ao excla mar: “ N unca m e lavarás os pé s” , estava fazendo do seu p ró p r io ra cio cín io c c o n s c iê n c ia a reg ra s u p r e m a d a sua conduta, violando assim o princípio de obediência que re quer que a vontade do Senhor, uma vez conhecida a nós, seja suprema em nossas vidas, quer compreendamos sua razão de ser e seus motivos justo s, quer não. O princípio da disciplina militar - “Obedeçam às ordens e façam as per guntas depois” - também pode ser aplicado à vida cristã. I lá muitas coisas no s ensin os de Cristo q ue p arec em , à
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prim eira vista, contrárias à r azão c im p o ssív eis de ser p r a ticadas. Sc fôssemos tomar a atitude de Pedro, diriamos a Cristo que Ele não deveria ensinar doutrinas tão místicas ou fixar padrões de conduta tão idealistas. Quando Pedro recebeu, em época posterior, uma ordem divina que, se gundo lhe parecia, co ntrariava a Lei de Moisés, respondeu: “ De m odo nenh um , Se nh or” (Al 10.14), sem perceber que a expressão “de modo nenhum” não condiz com a palavra “Sen hor ” . Cristo é nosso S enh or exatam ente até onde lhe obedecemos implicitamente; desobedecer-lhe é deixar de considerá-lo Senhor. Não devemos temer: se obedecermos às suas ordens, Ele tomará a responsabilidade pelos resul tados, e nós não perderemos o galardão. 2. A humilhação de Cristo - pedra de tropeço para muitos. A s s i m c o m o P e d r o a c h a v a q u e a e x a l t a d a p o s i ç ã o de Cristo não condizia com o humilde serviço de lavar os pés, há m u ita s p esso as q u e ach am in aceitá v el D eus ter chegado a nós na Pessoa de seu Filho para sofrer humilha ção, rejeição e morte a fim de salvar a raça humana. Tal conduta, pensam, não condiz com a majestade divina. A resposta para tais c a mesma que Pedro recebeu: “Se eu tc não lavar, não tens parte com ig o” . Sc não aceitam os a ob ra expiatória de Cristo, que inclui sua humilhação, seus sofri mentos e a sua morte, não há nenhuma lavagem de reg e neração para nossa salvação. 3. A purificação é essencial à comunhão. “Sc eu te não lavar, não tens parte co m igo ” . Som ente ao recon hecer que p re c isa m o s ser purifica do s, e ao p e rm itir q u e Ele nos p u rifique, é que conseguimos ter comunhão com Cristo e uns com os outros: “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 Jo 1.7). Quem quiser sentar-se à mesa com Cristo precisa ser lim po. C o m o os discíp ulos, en tra no ecn á cu lo c o m a p o eira do mundo, mas deve permitir que Jesus purifique a sua alma de toda mancha.
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4. O gra cioso julga m en to de Cristo. “Vós cslais lim p o s ” , disse C risto a u m gru p o de h o m e n s im p erfeito s, que momentos antes tinham sobre si a imundícia da ambição e dos motivos indignos, e que continuavam com as manchas d as i m p e r f e iç õ e s . C r i s to n ã o c o n f u n d e a s m a n c h a s m o m e n tâneas com a habitual impureza, nem a mancha parcia l com a impureza total. Entende a diferença entre a verda deira apostasia e um sentimento passageiro que por uns momen tos perturba a comunhão. Não sentencia que caímos da sua graça porque cometemos um pecado, expulsando-nos da sua presença. Não! conhecendo o nosso coração, e reconhecendo que fomos comple tamen te limpos pela regeneração, leva-nos a entender que os nossos pés —que representam o nosso ca min har diário - precisam ser lavados. O que mais tarde acon teceu a Pedro, que tornou necessário que Cristo lhe lavasse os pós, de m odo espiritual? (cf. Ml 26.69-75).
J e su s n o s D á o Consolador Texto: João 14 Introdução No íim da Ultima Ceia, Jesus disse aos discípulos que a hora da sua partida estava próxima, que estava para ir a um lugar que, po r enquanto, estaria fora do a lcance deles. Trist eza e desespero tomaram seus corações, enquanto imaginavam quão indefesos c solitários ficariam sem Ele. Nos capítulos 14 a 16, vemos Jesus, o Medico das almas, receitando a cura p a ra sua c o n d iç ã o d c so lad o ra. A c u ra p a r a os c o raçõ es p e rtu rb a d o s é r ec e ita d a cm J o ão 14. E 3 . A c u ra p a r a a s e n sação de desamparo c solidão c definida nos seus ensinos a respeito do Consolador, que nos demonstra a vida de Jesus e que é a força que empresta capacidade à nossa vid a.
I - O Ajudador Vindouro (Jo 14.16,17) Os discípulos temem ser abandonados com a ausência de Cristo; temem ficar sem condições para enfrentar o mundo, mas ele os tranqüiliza com a promessa da vinda do Espírito, para ficar com eles durante a sua ausência.
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/. O Espírito e o Pai. “E eu rogarei ao Pai, c ele vos d a r á o u t r o C o n s o l a d o r ” . A p a l a v r a o r ig i n a l t ra d u z i d a p o r “rogar” dá a entender a apresentação dc um desejo ou p e d id o d c ig u al p a r a ig ual; a p a l a v r a d e n o ta o s e n ti d o dc aproximação e presença, e descreve a obra mediadora de C r i s t o n a p r e s e n ç a d o P ai . S u g e r e m - s c , i n e i d c n t a lm e n t c , três lições: 1) A div ind ad e de Cristo. Pede a De us, cm termos de condição dc igualdade, que o Espírito Santo seja doado à humanidade. 2) A Trindade. Trata-se aqui das três Pessoas Divinas: Cristo roga ao Pai, e Ele envia o Consolador Divino. 3) O Espírito é uma dádiva, ou doação: "Ele vos dará ” . O Espírito é oferecido com o dom, e não como privilégio que pode ser merecido por meio dc obras ou méritos. A obediente fé é a mão vazia estendida que aceita o presente. 2. O E s p í r i t o e C r i s t o . O E s p í r i t o é c h a m a d o d e “Consolador” que, no original, tem o seguinte significado: “alguém chamado para ficar ao lado de uma pessoa para ajudá-la dc qualquer modo, mormente em processos civis e p e n a i s ” . O E s p í ri t o , p o r t a n t o , v e m c o m o A j u d a d o r e Advogado, preenchendo as necessidades dos apóstolos, que se sentiam fracos e indefesos ao pensar na partida de Cris to. E chamado de “outro” Consolador porque seria, de modo invisível e espiritual, aquilo que Cristo tinha sido para eles de modo visível e literal durante três anos e meio de con vívio. Hoje, o Espírito é para os crentes o que Jesus de N a z a r é era p a r a os apóstolos. 3. O Espírito e os discípulos. Qual o relacionamento do Espírito com os discípulos? 1) Permanecería para sem p re c o m e les, e m c o n t r a s t e c o m a b r e v e v id a d c C r is to na terra, entre eles. 2) “Vós o conheceis, porque e le habita c o n v o s c o ” . A p r e p o s i ç ã o “ c o m ” t e m o se n ti d o de c o m u nhão. Os discípulos, mediante o contato pessoal com Cristo e o recebimento do poder milagroso (Mt 10.1), conheciam as manifestações do Espírito Santo. A partir
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do dia dc Pcntecoslcs, o Espírito habitava neles em toda a sua plenitude, dc um modo que nunca haviam experi mentado. “E estará cm vós" (cf. Jo 7.39). O Espírito de Cristo não podia estar neles enquanto estivesse cm pes soa com eles. Foi por isso que Jesus disse: “Convém que eu vá" (16.7), muito embora enquanto Cristo, cheio do Espírito, podia-se dizer que o Espírito também estava vivendo “com eles". 4. O E sp írito e o m und o. O s n o m e s d a d o s a o E s p í r i t o revelam os seus vários ofícios. Por exemplo, quando é c h a m a d o d e E s p í r i t o “ S a n t o ” , h á e s p e c ia l r e f e r ê n c i a à s u a obra santificadora; quando é chamado o Espírito “dc Deus", refere-se ao lato dc ter vindo da parte dc D eus; quando é chamado o “Consolador”, pensamos no seu papel dc Representante de Cristo. No versículo 17, é chamado o “Espírito da verdade", ou seja, aquele que nos ensina a verdade acerca de Deus. Ele está pronto a ensinar a todos. N o caso d a q u e le s que d e l i b e r a d a m e n t e fe c h a m os o lh o s e endurecem os seus corações, aplicam-se as palavras: “que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o co nhece". Homens mundanos, que consideram as coisas visíveis a única realidade, não discernem nem entendem as op er aç õe s do Es pír ito (cf. 1 Co 2.14). II - O Senhor Presente ( J o
14.18-24)
/. A p r o m e s sa da m a n ife sta ç ã o esp ir itual. 1.1. A vo lta esp iritua l. “Não vos deixarei órfãos". Nos seus discursos de despedida, o Senhor trata os discípulos como um pai trata seus filhinhos (Jo 13.33). Vendo seus rostos tristes (Jo 16.6), promete-lhes que não ficarão sem os seus cuidados paternais. Tranqüiliza-os, dizendo: “Vol tarei para vós”. Neste contexto, as palavras de Cristo referem-se principalmente á sua manifestação espiritual entre eles e à comunhão através do Consolador (cf. v. 21).
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1.2. A visão espiritual: “Ainda um pouco, c o mundo n ã o m c v e r á m a i s, m a s v ó s m e v e r e i s ” ; o p r im e i r o c u m p r i mento destas palavras deu-se quando Jesus apareceu aos discípulos, depois da ressurreição (At 10.41), c o cumpri mento mais profundo refere-se à revelação de Jesus aos seus cm manifestação espiritual (cf. G1 1.16). 1.3. A vida espiritual. “Po rq ue eu vivo, e vós viv ereis ” . Mediante a manifestação do Espírito Santo, terão plena certeza de que Ele vive no Ccu, e esta certeza lhes servirá de garantia de que, agora e para todo o sempre, goz arão a vida eterna. A certeza da imortalidade não provém de ar gumentos abstratos, c sim do contato vital com o Espírito de Cristo. O especialista em lógica pode dizer: “Minha conclusão é a de que certamente deve existir a vida futu ra” ; mas aq uele que tem o Espírito pode dizer: “T en ho a verdadeira sensação da vida eterna”. 1.4. O conhecimento espiritual. “Naquele dia conhecereis que eu esto u cm m eu Pai, e vós cm mim , e eu em vó s” . Os discípulos tinham sentido dificuldade para entender as re ferências quanto ao relacionamento de Cristo com o Pai, e ao relacionamento deles com Cristo; depois da vinda do Espírito da Verdade, no entanto, compreenderíam tudo, como se vê no testemunho nítido de Pedro, no Dia de Pentccostcs (At 2.33,36), dia que Jesus profetizara com a se g u i n t e ex p r e ss ã o : “ N a q u e l e d i a ” . O d e r r a m a m e n t o d o E s pírito foi c o m o um g r a n d e h o lo fo te qu e ilu m in o u co m c la reza meridiana o terreno que tinha estado escuro aos olhos. 2. A c o n d içã o p r é v ia de ta l m a n ife sta ç ã o esp iritu a l. 2.1. A declaração. “ A q u e l e q u e t e m o s m e u s m a n d a mentos e os guarda, esse é o que me ama; c aquele q ue me ama será amado de meu Pai, c eu o amarei, e me mani fes tarei a ele” . A m edid a que os discípulos de m onst ram seu amor por meio da obediência, Cristo revela-se a ele s, no íntimo da sua consciência (cf. Ap 3.20). 2.2. A p e r g u n ta . “ D i s s e - l h e J u d a s ( n ão o I s c a r i o t e s) : Senhor, donde vem que tc hás de manifestar a nós, e não
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ao inundo?” Judas, como os demais, demorou a enten der o sentido espiritual das palavras de Cristo. Sabia que Jesus era o Messias, e que profecias anunciavam que ele viria de modo visível aos homens, mas não entendia a revelação de Jesus a apenas algumas poucas pessoas. 2.3. A resp osta . “ J e s u s r e s p o n d e u , c d i s s e - l h e : S e a l guém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, c viremos para ele, e faremos nele morada. Quem me não ama não guarda as minhas palavras; ora, a pala vra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me en v i o u ” . J u d a s n ã o c o n s e g u i a e n t e n d e r q u e o M e s t re e s t a va falando de uma manifestação espiritual, e não da sua imediata manifestação pessoal c física. Somente as pes soas que ficassem “em harmonia” com Ele, mediante a obediência, estariam cm condições de receber tal mani festação. Desta forma, o mundo em geral seria excluído (cí. v. 17).
III - O Ensinador Divino (Jo 14.25,26) Cristo poderia ter dado mais explicações, mas os discí pulos não esta va m esp iritu a lm c n tc em c o n d içõ e s de e n t e n der tudo quanto Jesus queria ensinar-lhes no pouco tempo que ainda sobrava. Para explicações adicionais, fez refe rencia ao Ens inado r que estava por vir - o Espírito Santo, que daria um testemunho inspirado das palavras de Jesus: “Tenho-vos dito isto, estando convosco. Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas [o que levou à escrita das Epístolas], c vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito [o que levou à escrita dos Evangelhos]”.
IV - A P a z Q u e P e r m a n e c e (Jo 14.27,28) 1. A bênção prometida. “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou: n ão vo-la dou c om o o mu nd o a dá ” . A paz c a íntima segurança da alma, baseada na reconciliação com
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Deus. C risto j á obtev e para nós esta paz. Note que Ele disse: “m inha paz” . A pe sar das tristezas, tentações c pe rseg ui ções que enfrentou neste mundo, para o nosso eterno bem, Ele sempre levava consigo a sua própria paz. Nossa expe riência neste mundo pode ser assim, também. 2. A b ê n çã o d ada. F o i d e i x a d a c o m o h e r a n ç a d e C r i s t o na sua partida, no seu último testamento, assinado e selado com o seu próprio sangue. E uma dádiva, c não algo como o salário do nosso trabalho, fruto do nosso esforço. D esfru tamos dessa herança à medida que a aceitamos pela f é. 3. A bênção comparada. “ N ã o v o - l a d o u c o m o o m u n do a dá”. A saudação comum daqueles dias era: “Paz seja con tigo ” . O Senhor, no entanto, rcalm cntc estava d a n d o a paz, c não ap ena s a d e sejan d o p a r a algu ém . Era a p az que o mundo não pode entender nem oferecer, pois a única paz que o mundo conhece é a que se vincula á prosperidade financeira, que qualquer reviravolta pode destruir. A paz de Deus, entretanto, independe de circunstâncias exterio res; conserva o coração livre das preocupações mesmo cm meio às dificuldades. 4. A bênção aplicada. Essas últimas palavras talvez te nham feito com que os discípulos mostrassem tristeza, p e n sa n d o na separação; então, o S e n h o r di sse: “ N ão sc turbe o vosso coração, nem se atemorize. Ouvistes que eu vos disse: Vou, e volto para vós. Se me amásseis, certamente exultarieis por ter dito: Vou para o Pai; porque o Pai é m a i o r d o q u e e u ” . E s t a s pa l a v r a s n ã o d i m i n u e m a v e r d a d e sobre divindade de Cristo; realmenlc a ensinam, porque ne nhum homem teria a necessidade de declarar que o Deus Onipo tente é m aior do que ele. Po r exemplo, um filho adulto p o d e ser c o n sid e r ad o igual a seu pai, sendo p a r tic ip a n te da mesma natureza; da mesma forma, Cristo é igual ao P ai p or p a rtic ip a r d a p e rfe ita n a tu re z a divina. N o en tan to , p or ser Pilho, ocupava uma posição de subordinação enquanto vivia na terra (cf. 1 Co 15.28). O p rop ósit o prá tico das
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palav ras de Jes u s era o fe r e c e r aos d iscíp u lo s a c er tez a de que a partida de Cristo redunda ria na extensão da sua obra redentora, porque, no Céu, Ele participaria da onipotência do Pai. V - Ensinamentos Práticos
1. O Cristo Vivo. P e s s o a s h á q u e r e c o n h e c e m p e r f e i to o caráter de Cristo, admiram a moralidade ensinada por Ele e desejam seguir os seus passos. Algumas, no entanto, têm dificuldade em crer no Cristo realmente vivo aqui e agora, p r o n to a s o c o r r ê - la s e s p i r itu a lm e n t e . A c c i l a m - n o c o m o Ensinador, como aquEle que mostra o caminho para Deus; precisam , no entanto, aceitá-lo c o m o Salvador, co m o aquE le que lhes dá as forças necessárias para trilhar aquele cami nho. Para ser verdadeiramente salvo, o homem deve a char a conexão entre si mesmo c Deus.
Sem dúvida, o formalismo que impera cm muitas parte s da cristandade tem levado muitos a duvidarem do real poder do Cristianismo. As igrejas precisam de um poderoso ba tismo de força espiritual que fará com que Cristo seja re cebido como viva realidade nas almas humanas. Então, as igrejas voltarão a ter o fulgor perdido do Cristianismo. 2. Experimentando a divindade de Cristo. Muitas obras teológicas têm sido escritas para comprovar a divindade de Cristo, c estas têm certa utilidade; mas, apesar de tudo, c a experiência cristã que melhor nos ensina a doutrina cris tã. O relacionamento que existe entre o Cristo c o Pai c algo de que podemos tomar consciência: “Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós cm mim, e eu cm vós”.
U m p r e g a d o r s im p l es , m o r a d o r d e u m a z o n a r u ra l, c o m p a re c eu d ia n te da c o m is são de o rd e n a ção , e p e r g u n ta ra m lhe: “Como sabes que Cristo é divino?” Respondeu ele: “Que dúvida! Ele me salvou a alma!” E a resposta va leu
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tanto quanto a melhor definição que um teólogo poderia dar. O que Cristo faz c a melhor indicação de quem Ele é. d. A a m o ro sa o b e d iên c ia é o ca m in h o da ex p e riên c ia espiritual. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, c viremos para ele, e faremos nele m ora da ” . Esta foi a resposta à per gun ta de Judas, que que ria saber como Jesus podia ser visível aos seus discípulos, sem ser visível ao mundo em geral. Jesus estaria presente cspiritualmcnle após a sua ressur reição, mas somente o magnetismo de um coração amoro so poderia atrair tal presença. Quando se trata de ver e entender a Cristo, um ato de amorosa obediência vale mais do que muitas horas de especulação c considerações filosó ficas: “Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá sc ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo” (Jo 7.17). 4. “Que o m un do não po de rece be r''. O m u n d o p o d e receb er e da r valor a muitas coisas boas na natureza, na arte, na literatura, na conduta humana -, mas, mesm o as sim, não reconhece o Espírito Santo. Jesus explica de duas maneiras esta conduta estranha: 4.1. “Po rque não o v ê ”. Esta é a principal objeção do homem natural aos ensinos acerca do Espírito Santo. “Não posso ver o Espírito S a n to ” , diz. O vento, porém , a p e sa r de não ter corpo sólido c de ser invisível, não deixa de ser real. “E verdade”, responde o interlocutor, “mas podemos sentir o vento, ver seus movimentos nas folhas c escutá-lo a s s o b i a n d o e n tr e as á r v o r e s ” . E x a t a m e n t e d a m e s m a m a neira a presença do Espírito Santo é reconhecida quando faz vibrar os corações dos homens (G1 5.22,23).
Quando a Sra. Catherina Booth-Clibborn fazia reuniões evangclísticas cm Paris, um francês cético aproximou-se dela e disse: “Indique qual é o fruto que a natureza c a educaç ão não pode m produzir, e eu crerei” . A evangelista citou as palavras de Lucas 6.27-29: “Amai a vossos inimi
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gos, fazei o bem aos que vos aborreeem. Bendizei os que vos maldizem, c orai pelos que vos caluniam. Ao que tc ferir nu m a face, ofere ce-lh e tam bém a ou tra” . O francês, com uma mesura de cortesia, disse: “A senhora tem r azão; tais coisas não existem na natureza humana.” 4.2. “Nem o conhece”. O h o m e m d o m u n d o n ã o p a s s o u p o r q u a lq u e r e x p e r iê n c ia co m o Espírito S an to c, portanto, nada conhece dEle. E um desperdício de palavras procurar descrever a música a um surdo, sem que ele possa ou vi-la p o r si m e s m o , e n u n ca p o d e r e m o s e x p lic ar as co res a u m a p e sso a c e g a de nascença. P a ra c o n h e c e r e d a r valor a c o i sas espirituais, faz-se necessária uma mudança de c oração (1 Co 2.14). 5. P a r a a o b r a e s p i r i tu a l p r e c i s a m o s d e p o d e r e s p i r i tual. Quando D. L. Moody fazia reuniões em Birmingham, Inglaterra, certo líder denominacional ficou espantado com os tremendos resultados, c disse a Moody que a obra ccrtamente procedia de Deus, porque nenhuma relação havia entre a capacidade pessoal de Moody e a obra realizada. Foi esta uma prova da realidade do Ajudador prometido p o r C risto. Se p ro c u r a r m o s p r o d u z ir re sultad o s naturais, b astarão as forças qu e o m u n d o fo r nece; se d e sejar m o s resultados espirituais, nada pod erem os fazer sem o Espírito Santo.
Há bem mais de um século, o missionário Roberto Morrison embarcou no navio que o levaria à China, a fim de iniciar uma tarefa que, para muitos, parecia desesperad ora. “V ocê im ag ina ” , disse-lhe o capitão do na vio, “que vai converter a China?” "Não", respondeu M orrison, “ mas creio que Deus o fará” . A ssim falou quem se sentiu incapacitado sem o Ajudador! Qualquer pessoa, j u n t a m e n t e co m a p re s e n ç a do E spírito S anto, po d e ser um obreiro espiritual!
J e su s E a Videira Texto: João 15 Introdução Cristo c seus discípulos haviam acabado dc participar da Ceia. Ele anunciara que era mister a sua partida , c pro meteu que enviaria o Consolador para ser a invisível repre sentação da sua presença. As expre ssões de inco m preensã o e tristeza nos rostos dos discípulos levaram Cristo a darlhes a mais simples ilustração da promessa do Consolador e da sua contínua presença entre eles, removendo o temor da total separação com as palavras: ‘‘Eu sou a videira, vós as varas”. A ilustração também serviu para ensinar-lhes que seu sucesso como obreiros cristãos dependia de sua união com Ele.
I - A Natureza da Comunhão coin Cristo (Jo 15.1-3) A comunhão com Cristo, em toda a sua abrangência, c ex pli cad a pelas três segu intes ilustraç ões: 1) A Videira, 2) o Agricultor e 3) os ramos.
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/. A Videira: C risto. “Eu sou a vide ira ver dad eira" . O que o Senhor tinha em mente ao dizer estas palavras? Talvez pensasse nas vinhas do monte das Oliveiras c na quantidade de galhos podados que ali se queimavam; ou na videira de ouro, símbolo de Israel, que ornamentava um dos portões do templo; ou, ainda, talvez meditasse sobre o produto da videira, o vinho, que naquela Ceia veio a ser símbolo da sua morte sacrifieal. P o r q u e J e s u s a f i r m o u s e r a “ v i d e i r a v e r d a d e i r a ”? Foi p o rq u e as eo isas b o a s d e sta t e rr a não p a ssa m d e s o m b r a s das realidades eternas. O pão natural que alimenta o cor po não p a s s a de um im p er fe ito s ím b o lo de C risto, o ver dadeiro Pão que alimenta a alma. A água natural, que satisfaz a sede do corpo, é apenas uma leve sugestão de C r i s t o , a A g u a Viva , que satisfaz a sede da alma. O Se nhor, dizendo ser a Videira verdadeira, ensinou que, as sim como a videira natural é a fonte de vida c fruição p a ra seus ra m o s , ta m b é m era Ele a v e r d a d e ir a fonte tia vida frutífera dos seus seguidores.
O Agricultor: Deus Pai. “ M eu Pai é o lav ra do r” . 2. N e sta s p a la v r a s , D e u s c d e s c r i to c o m o s e n d o D o n o e Cultivador da vinha, com o exercício das seguintes fun ções: 1) Ele pla nto u a videira, ou seja, foi Ele qu em env iou seu Filho a este mundo para ser fonte de vida. 2) Ele corta os ramos infrutíferos: “Toda a vara, em mim, que não dá fruto, a tira". Assim como se remove os ramos inúteis, também são removidos os cristãos professos que não têm vida espiritual. Foi este o ju ízo divin o pron un cia do co ntra a nação de Israel (Ec 13.6-10; Rm 11.17-21). Judas Iscariotcs é exemplo destacado de alguém que foi cortado do convívio com Cristo (At 1.16-20). A aplicação se vê em 1 C o r í n ti o s 5 .1 -5 ; 1 1.2 9,3 0; 1 T i m ó t e o 1 .2 0; M a t eu s 18.34,35; 25.24-30; e 2 Pedro 1.8-10 (cf. Rm 8.9; G1 5.22,23). 3) Ele limpa (poda) o ramo frutífero: “E limpa ioda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto”. Poderí-
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amos supor que os ramos frutíferos ficariam livres da se veridade, por serem motivos de satisfação para o Agricul tor. No entanto, assim como videiras boas são podadas sem hesitação, a fim de concentrarem a seiva nos cachos , tam bé m os filhos de D eu s m u itas vezes re c e b e m severas d is ciplinas a fim de se tornarem mais eficazes na obra cristã. Mediante a aplicação da disciplina, o Pai remove da alma h u m a n a o s e m p e c i l h o s ã v i d a c a o c r e s c i m e n t o - as a m b i ções desta vida, a traiçoeira influência das riquezas, as concupiscências da carne e as paixões da alma (Hb 12.6I 1). 4) N este po nto, Cristo tr anq üiliz a seus discípulos: “Vós j á estais lim po s, p ela p a la v ra q u e vos tenh o fala d o” . T i nham seguido os seus ensinos, estavam cm comunhão com Ele (Jo 13.8-1 1). 3. Os ram os. “V ós sois os ra m o s” . Os discípu los são os meios através dos quais o próprio Cristo produz o seu fruto neste mundo, sendo para Ele o que os ramos são p a ra a v id e ira . S u a o b ra p e sso a l tin h a sido tre in á -lo s c, p o r a ssim dizer, tr a n s m itir - lh e s a s e iv a d a d iv in a v id a e verdade, e a parte que lhes cabia era transformar a seiva em uvas. O Pai enviara o Eilho ao mundo a fim de da r vida, e o Eilho já a transmitira aos seus discípulos; agora, na sua ausência, a obra deles seria ceder ao Espírito e p r o d u z ir fruto. E s ta u n ião de C risto c o m seu s d is c í p u lo s é espiritual, a u n i ã o d a v i d a d i v i n a c o m a v i d a h u m a n a ; é real e vital, n ã o s e n d o u m a s s u n t o d e m e r a m e n t e s e a f i l i a r a a l g u m a o r g a n i z a ç ã o ; é m ú t u a , p o r q u e d e v e m o s consentir em aceitar a união com ele; é muito estreita , não podendo haver união mais estreita do que a união entre a videira e seus ramos.
II - A Importância da Comunhão com Cristo (Jo 15.4,6) “Estai cm mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim nem
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vós, sc não estiverdes cm m im ” . N aque le m om ento, os dis cípulos estavam cm estreito contato com Cristo, mas devi am permanecer sempre assim para cumprir a sua obra es piritual no m u ndo. 1. A razão. “Quem está cm mim, e eu nele, esse dá muito fruto” (v. 5). O fruto é a propagação do Evangelho c a conquista de almas. Inclui-se a santidade pessoal (G1 5.22,23), que c um dos meios de produzir frutos, conservar c desenvolver a obra de Deus. Dar fruto, ou seja, produzir reais resultados espirituais, é o propósito da religião de Cristo c, portanto, o teste prático da sinceridade c capaci dade espiritual dos que dizem ser seus discípulos. Quando o “fazer” quer tomar o lugar do “crer”, c errado c mau; quando, porém, é o eleito da fé em ação, é bom c precioso. Qual a prova real da qualidade de uma árvore frutífera? E o fruto que produz. “Porque sem mim nada podeis fazer". Indirctamcntc, estas palavras ensinam a divindade tie Cris to, t) Onipotente. Diretamente, ensinam que, fora do conta to com Cristo, não temos vida, apoio, inspiração ou resul tado espirituais c verdadeiros no ministério cristão.
2. A a d vertên cia . “Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e arde m ” . Tal é a pe nalid ade de afastar-se de Cris to. E um a lei que sc perc ebe cm tod a a nature za - que a faculdade que não é exercitada fica paralisada, atrofiada. Conservamos as nossas faculdades ao empregá-las, c, dei xando de excrcc-las, perdemo-las. N ote qu ão g radual e p ro g r es siv o é este processo : falta de fruto, secar, ser lançado fora, ser apanhado, ser queima do. O que simboliza o queimar neste versículo? Refere-se aos ensinos de Mateus 18.34,35 c 25.30, e Lucas 12.45,46? Ou explica-se nas seguinte passag ens bíblicas - 1 Coríntios U 2-15; 5.4,5; 11.29-32; H ebr eus 12.5-11; Lucas 12.47,48? Seja qual for a conclusão, não pode haver dúvida quanto às
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graves conscqüências de se ficar de fora de comunhã o com Cristo. III - Os Resultados da Comunhão com Cristo
(Jo 15.5,7,8) 1. Q ua nto aos discípulos. 1) Os que per m an ece m cm Cristo dão fruto genuíno e abundante. A vida de Cristo na alma do crente produz resultados marcantes e reais. 2) Sucesso na oração. “Se vós estiverdes em mim [conse rvan do a comunhão com Cristo], e as minhas palavras estive rem em vós [se os ensinamentos de Cristo controlam nos sos pensamentos c idéias ate se transformarem em nossa orientação c inspiração], pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito” . Unidos com Cristo, ped im os cm nom e dele, ou seja, de acordo com a sua vontade, e conforme os melhores interesses do seu Reino c do nosso bem espiritu al. 3) O diseipulado completo. “E assim sereis meus discí p u lo s ” . D iscípulo s, não m e r a m e n t e cm p alavras, m as na realidade.
2. Quanto ao Pai. “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto ” . O agricu ltor c resp eitad o, c sente-se satisfeito qua ndo a lavoura dá bons frutos. Q uan do os cren tes vivem c colaboram como devem, são testemunhas vi vas da realidade c do poder de Deus c de Cristo. O que acontece quando os crentes fracassam? Veja 2 Samuel 12.14. IV - O Padrão da Comunhão
(Jo 15.9,10)
1. O p ad rã o do am or. “ C o m o o P a i m e a m o u , t a m b é m eu vos amei a vós; perm anece i no m eu a m or ” . E com o se Jesus dissesse: “Vocês observaram como o Pai tem ficado comigo durante meu ministério na terra, e como seu amoi me tem acompanhado desde o Céu até à terra. Assim I am bém é g ra n d e c terno o m e u a m o r p o r vocês. V ivam dc
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Juno , o E v a n g e l h o do F ilh o de D e u s
modo que nada venha impedir a continuação deste derra mamento de amor celestial cm suas vidas”. 2. O p a d r ã o d a o b e d i ê n c i a . “ S c g u a r d a r d e s o s m e u s mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu P a i, e p e r m a n e ç o n o se u a m o r ” . A o b e d i ê n c i a c o s e g r e do de permanecer no amor de Cristo. O Senhor nunca incumbiu os discípulos de qualquer dever que Ele mes mo não se dispusesse a cumprir. Portanto, aponta para o e x e m p l o d a su a p r ó p r i a o b e d i ê n c i a a os m a n d a m e n t o s d o Pai. V - O s F r u t o s d a C o m u n h ã o c o m C r is to
Certas coisas decorrem da comunhão com Cristo: /. A p le n itu d e d a ale gria. N o v e r s í cu l o 1 1 c x p l i c a - s e o duplo motivo dos ensinos de Cristo quanto à frutificação: 1) “Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça cm vós ” . A con tinu ação do júbilo cristão no coraçã o do crente depende de uma vida frutífera. Mesmo naquela hora, Cristo sentia júbilo por seus discípulos, embora cspiritualmente imaturos, assim como o agricultor se sente satisfeito com os cachos de uvas quando ainda são pequenos, verdes e sem valor comestível, vendo neles a promessa das uvas maduras. Cristo transmite sua alegria aos discípulos: a ale gria da comunhão com Deus, da perfeita obediência, do perfeito am or, da a b n e g a ç ã o c da ded ica ção. 2) “ E o vosso gozo seja co m ple to” . A perfeita alegria é dada àqu ele que frutifica para Cristo. E o servo fiel que ouvirá as palavras: “Entra no gozo do teu Senhor”. 2. O mandamento do amor. “O meu mandamento c este: Qu e vos am eis uns aos outros, assim co m o eu vos am ei” . O Senhor quer ensinar a seus discípulos que permanecer no amor uns dos outros é quase tão necessário ao seu bem espiritual como o fato de cada um deles permanecer nElc
J e s u s é a V id eir a
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p e la fé. As divisões, p a r tid a rism o s e c iú m e s teriam efeitos fatais na sua obra. O padrão: “assim co m o eu vos am ei” . Cristo amou seus discípulos com amor forte, terno, pacien te, perseverante e sacrifical, ao ponto assim descrito: “Nin guém tem maior amor do que este: de dar alguém a su a vida pelos seus amigos”. 3. A amizade de Cristo. " V ó s s e r ei s m e u s a m i g o s ” . Segundo a Lei, o relacionamento entre Deus e seu povo era o de senhor para com os seus servos. O Senhor J esus passou a e sta b e le c e r um n o v o rela cio n a m e n to , qu e a cr e s centa divinal d ignidad e àqueles que trabalha m p or Ele: "Sc fizerdes o que eu vos m an do ” . G eralm entc o senho r dá or dem aos servos, c não aos amigos; Cristo, porém, não pode ser despojado da sua autoridade: Ele é nosso Amigo, e tam bém o n o sso Rei . O r e s u lta d o da am iz ad e: “Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito co nh ec er” . A intimi dade da conversação é sinal da amizade. Cristo linha revelado seu coração aos discípulos, contando-lhes algumas das coisas mais profundas dos planos divinos (cf. Ex 33.1 1). 4. O conhecimento da eleição divina. “N ão me escolh estes a mim, mas eu vos escolhi a vó s” . A eleição refere-se ao fato de ser escolhido por Deus. Cristo chamou seus discípulos de amigos, mas longe estava de colocá-los cm pé de igualdade com Ele. Suas palavras aqui mostram que sua posição de amigos não decorre de qualquer mere cimento da parte deles, e sim dos graciosos propósitos de Cristo. Tudo quanto são e serão, devem-no ao seu Senhor. N ote os p ro p ó sito s d a eleição: “ E vos n o m e ei, p a ra que vad es” . Foi seu plano que fossem p reg ar o Evan gelho, sa indo por toda parte (Ml 28.19,20). “E deis fruto”, o que se refere principalmente a ganhar almas e aos eleitos do seu ministério. “E o vosso fruto perm an eça ” . Seu ministério d e v e p r o d u z i r r e s u lt a d o s p e r m a n e n t e s . P o r e x e m p l o , a co n
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versão dc D. L. Moody foi o fruto permanente de certo j o v e m p re g a d o r q u e e sla v a a ch an d o a ca n h ad o s os frutos do seu ministério. O Peregrino foi o fruto das meditações dc John Bunyan enquanto estava encarcerado pela sua fc, fru to este que tem perdurado até agora, c que decerto será apreciado enquanto existirem cristãos neste mundo. “A fim dc que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele volo co nc ed a” . Os crentes pod em ter a certez a dc que tudo quanto precisam para pro duzir frutos espirituais está ao seu alcance mediante a oração. Pedir em nome de Cristo signi fica pedir de acordo com a sua vontade, dependendo da sua intercessão cm nosso favor, e em prol dos mais altos interesses do seu Reino. VI - Ensinamentos Práticos
/. Somos a vinho de Deus. E m c a d a e t a p a d o c r e s c i mento, c a cada estação do ano, o viticultor tem algo a fazer com suas videiras. E qual o seu propósito? Tudo c feito na esperança dc virem os frutos. Não havendo frutos, seu interesse entra cm colapso, e todos os cuidados se trans formam em desperdício de tempo. Na realidade, os ra mos vazios podem ate ser motivo para os vizinhos zombarem do viticultor. Deus c como o viticultor. Não criou o mundo c os homens como vão passatempo. Criou-nos a fim de que venhamos a produzir caráter e atos de seu agrado. E este o fruto que jus tific a o trabalho e cuid ado s que Ele dedic ou a nós. Caso contrário, a decepção de Deus será a que se ex pressa em Isaías 5.4 : “Q u e m ais se p o d ia fazer à m in h a vinha, que eu lhe não tenha feito? c como, esperando eu que desse uvas, veio a produzir uvas bravas?" N ossas vidas c ações estão d a n d o ao nosso C r ia d o r os frutos que Ele merece, depois dc tudo o que fez por nós? 2. '‘Po rque nen hu m de n ós vive p a ra si ” (Rm 14.7). Os crentes, comparados aos ramos da videira, não somente
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dependem de Cristo, como também uns dos outros. Deve mos aceitar nossa situação de ramos porque não podemos nos separar c formar nossas próprias raízes. O braço corta do fora do corpo, o ram o cortado fora da videira - c assim 0 homem que quer viver para si mesmo. Será deixado em frio isolamento. Nossa vida só pode ser vivida plenamente quando reconhecemos que fazemos parte de um todo, e que não existimos na terra para levar adiante os nossos próprios planos nem para acu m u lar bens para nós m esm os, mas para promover causas que beneficiem a todos c agra dem a Deus. 3. Limpos pela palavra. V eja Joã o 15.3 e Sa lm o 119.9. Os ensinamentos administrados aos apóstolos, quando Cristo repreendia seus erros, corrigia as suas falhas e purificava os seus motivos, tinham poder para santificá-los. Nós tam bém pod em o s sentir o pod er sanlificador da Palavra. Por exemplo, estamos perturbados, com preocu pações e tem ores? Então, um “b anh o” cm M ateus 6.19-34 nos fará bem. Estamos carregados com descrença e dúvi das? D evem os, então, toma r um bom “b an ho ” em I lebreus 11, para nos sentirmos cheios de fé c esperança. Certo ho m em leu 1 Coríntios 13 um a vez por sem ana durante três meses, e isso transformou-lhe a vida. É um dos muitos exemplos de quão real c prática é a experiência expressa nas palavras: “Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado”. 4. C o n d i ç õ e s p a r a p r o d u z i r f r u t o . Fomos, por natureza, ramos de uma videira degenerada; pela regeneração, fomos separados do antigo tronco e enxertadós na Videira verda deira. Mesmo assim, precisamos dos contínuos cuidados do Agricultor, por causa dos seguintes perigos: 4.1. O ramo pode soltar-se; daí a admoestação: “Estai em mim”. O enxerto não somente é amarrado ao tronco, como também coberto, no ponto de junção, com cera ou algo semelhante, para excluir qualquer elemento estranho.
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Assim tamhcm na vida espiritual. Nada deverá perturbar a nossa firmeza cm Cristo. 4.2. O segundo perigo é que o ramo pode voltar a ser um galho silvestre, correndo pelo chão na forma de cipó, que produz madeira e folhas sem fruto. Quem desconhece as videiras poderia considerar um desperdício a quantidade de sarmentos e folhas que se corta c lança fora cm monturos. A poda, no entanto, leva a videira a ganhar muito mais do que perde porque é feita para aumentar o produto. Semelhantemente, os sofrimentos c a disciplina que os crentes precisam enfrentar geralmente tem efeito de purativo, como se fossem resultado da divina faca de poda, cor tando os brotos da vida egoísta, a fim de que todas as energias da alma possam manifestar a vida de Jesus (cf. Fp 3.10; Hb 2.10; 12.5-12). 5. A p e rse v e ra n ç a elos santo s. “Sc alguém não estiver em mim , será lançado fora, com o a va ra” . Existe a po ssi bilidade de a lg uém ter c o n ex ã o c o m C risto e d ep o is ser separado dElc. E a experiência religiosa aborliva, que não é verdadeira conversão. A culpa c do discípulo, e não do Mestre; o Mestre não abandona ninguém; seja qual for a nossa fraqueza, ou desvantagens naturais, Deus nos levará á vitória final, se nossa vontade for entregue a Ele. 6. “Sem mim ... n a d a ''. H a v i a u m c o s t u m e e m M u n i q u e , Alemanha, de se levar a uma instituição de caridade qual quer criança achada na rua esmolando. Fazia-sc um r etrato da criança na condição em que foi achada e, uma vez com p letad a a sua e d u c a çã o , era solta, co m a co n d içã o d e levar consigo, c guardar para sempre, o retrato daquilo que era antes de ser alvo da misericórdia. Aqui há uma lição para todo crente. Muitos crentes chegam a ter grande sucesso mediante a graça c poder de Cristo, e então começam a gloriar-se nas suas próprias realizações. Precisam lembrars e tie quem os transformou, voltando-se para Ele antes que as vitórias sejam transformadas em fracassos.
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7. Co ndições para a oração respondida. Leia o versículo 7. A disposição de Deus quanto a responder às nossas ora ções é um convite a pedir. Sugerem se as seguintes condi ções, para que a oração possa ser atendida por Deus: 7.1. A glória do Pai (Jo 14.13). Nenhuma oração tem p o ssib ilid ad e de c h e g a r à fru ição se não for in spirada pelo desejo de fazer com que o Pai seja conhecido, amado c adorado; Deus honra aos que o honram. 7.2. E m n o m e de C ris to (Jo 14.13). Nas Escrituras, o “ n o m e ” r e p r e s e n t a a “ n a t u r e z a ” . O r a r e m n o m e d e C r i st o c orar conforme nos inspira nossa natureza cristã, c não nosso próprio-eu carnal. Orar em nome de Cristo é orar no Espírito de Cristo. 7.3. Permanecendo em Cristo (Jo 15.7). Quando per manecemos com Cristo cm comunhão diária, a unção (“ sei va”) do Espírito Santo, aprofundando nossa comunhão com o Senhor invisível, produzirá em nós desejos c petições semelhantes aos que Ele incessantemente apresenta ao Pai. Ele nunca poderá pedir coisas que não seriam apropriadas ao Pai conceder. 7.4. A conformidade com os ensinos de Cristo. “Se... as minh as palavras estiverem c m vós” . Os ensinos de Cristo s ão c o m o j u i z e s , e x a m i n a n d o c a d a p e t iç ã o a n te s q u e c h e guem ao Mestre. Por exemplo, uma petição egoísta seria devolvida com o pronunciamento: “Mas buscai primeiro o r e in o d e D e u s , e a s ua j u s t i ç a ” . U m a o r a ç ã o m a n c h a d a p o r sentimentos de má vontade pode ser retificada com a injunção: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos p e r s e g u e m ” . A oraç ão em n o m e de C risto d e v e c o n fo rm a rse aos seus ensinos. 7.5. A oração deve relacionar-se com nosso serviço cris tã o (v. 16). A oração atinge o nível mais alto quando tem a finalidade de nos ajudar a servir aos outros na propaga ção do Reino de Deus.
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X. A p e rs e v e r a n ç a p r o d u z o g o zo p erfeito . “ T e n h o - v o s dito isto, para que o meu goz o per m an eça cm vós, c o vosso goz o seja co m pl eto ” . Estas exig ênc ias quan to à vida frutíiera visam trans form ar o júbilo de um recém -con vcrtido no gozo estável, pleno e completo do cspiritualmcnte maduro. A perfeita felicidade c para quem venceu a luta, para o ceifeiro depois de completa a colheita, para o atleta que ganhou o prêmio da força, da perícia c da velocidade. Perseverando cm fazer o bem, ouviremos a voz do Senhor, dizendo: “Entra no gozo do teu Senhor”. 9. A p erfe ita am izade. Note como Jesus nos oferece todos os elementos da perfeita amizade. 9.1. Mantém a casa aberta para nós. Muitas casas têm o aviso: “ Não se recebe m m end igos ou ve nd ed or es” . Este Amigo, porem, avisa: “Pedi, c dar-sc-vos-á”. 9.2. Je su s se m p re o lh a va o la d o m e lh o r da c o n d u ta dos seus discípulos. Havia muitas ocasiões de fracasso entre os discípulos, como no Getsêmani, mas Jesus, cm vez de acusálos, reconheceu suas limitações: “O espírito está disposto, mas a carne é fraca”. 9.3. Jesus entende as alegrias e as tristezas dos seus amigos. Seu recado: “Mas ide, dizei a seus discípulos, e a P e d r o " (Mc 16.7) mostra como entendeu os sentimentos do seu apóstolo desencorajado. 9.4. Jesus tem plena confiança nos seus amigos, e este é um teste impo rtantíssimo de am izade. Disse o Sen hor com respeito a A braão , seu “am igo ” : “Oc ultarei a A bra ão o que estou para fazer?” Os que entram no recôndito da sua pre sença sabem que o segredo do Senhor está com os que o temem. 9.5. J e su s é um A m ig o que n u n c a a b a n d o n a os que o a m a m . “ C o m o h a v i a a m a d o o s s e u s , q u e e s t a v a m n o m u n do, amou-os até ao fim” (Jo 13.1). Podemos saber que, lambem neste ponto, Ele é o mesmo ontem, hoje e par a sempre.
Jesus, o In te r ce sso r Texto: João 17 Introdução
Cristo acabara de tomar a Última Ceia com os discípulos, c, agora, prega sua última mensagem na terra. Chega o momento mais solene, em que os leva à presença de Deus, proferindo em prol deles sua últim a oração na terra. É verdadeiramente uma oração sacerdotal, em que ora, não somente por eles, como também por todos os membros futuros da sua Igreja. Já ouvimos, neste evangelho, Jesus falando ao povo, aos inimigos e aos discípulos; agora, o ouvimos falando ao Pai. Por certo, a oração foi pronunciada de modo audível (v. 13), e havia motivo para isto. Embora se tratasse de momentos de íntima comunhão entre o Filho e o Pai, era, ao mesmo tempo, uma lição solene que o Mestre ensinava aos discípulos. Na crise suprema da obra do Senhor, li nham licença de escutar o significado mais profundo da sua missão, e de ficar sabendo o papel que lhes era rescr vado.
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A oração revela, co m natu ralidad e, tres divisões: 1) a oraç ão de Jesus po r si m esm o (v. 1-5); 2) a oraçã o de Jesus pelos seus d iscíp u lo s (v. 6-19); 3) a oração de Jesus pela Igreja (v. 20-23). I - A O r a ç ã o d e J e s u s p o r S i M e s m o ( J o 17.1-5)
“Pai, é chegada a hora [da glorificação pela morte]; glo rifica a teu Filho, para que também o teu Filho tc glorifi que a ti”. Cristo pede ao Pai que o glorifique por meio da aceitação do sacrifício representado pela sua morte e da sua ressurreição dentre os mortos. Feito isto, o Filho glorificará o Pai, m edian te a con versã o de pessoas de todas as nações. Deus glorificou a Cristo ao conceder-lhe autoridade para p o d e r m o rrer cm prol dos p eca do s do m un d o e p ro c la m ar à humanidade a graciosa oferta de salvação da parte do Pai: “Assim como lhe deste poder sobre toda a carne [a hum anidade em sua fraqueza e mortalidade], p ara que de a vida eterna a todos quantos lhe de ste” . Em bo ra Cristo te nha recebido autoridade para salvar todos os homens, nem todos aceitam a salvação. “E a vida eterna c esta: que te conheçam |não inleleclualmentc, mas por experiência espiritual], a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. A vida física é resultado do contato vital com o ambiente físico; com o dano de algum órgão vital, rompe-se tal contato, e seguc-sc a morte. A vida eterna provém do contato com o ambiente espiritual. N outras palavras, decorre da c om unhão com Deus e com Cristo. A distinção entre a imortalidade e a vida eterna: a im or talidade refere-se ao corpo e significa “não estar sujeito à morte”; neste sentido, somos todos mortais; porém, na res surreição, nossos corpos serão mudados e seremos imortais não sujeitos à morte. A vida eterna diz respeito primari-
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ainente à alma, c passa a pertencer à pessoa do mom ento da conversão cm diante. Agora mesmo, nós, que somos filhos de Deus, temos a vida eterna; na vinda do Senhor, teremos imortalidade. “Eu glorifiquei-te na terra, tendo consu m ado a obra que me deste a fazer”. Mediante uma vida de absoluta obediên cia, Jesus revelou o Pai, glorificando-o, portanto. N o ve rsícu lo 5, Jesus o ra p a ra que, tend o c o m p le ta d o sua missão, o Pai o transporte de volta deste mundo de p e ca d o e tristezas para o esta d o g lorioso q u e deixou para trás quando se tornou homem (cf. Fp 2.5-11).
II - Jesus Ora Pelos Discípulos ( J o 1 7 . 6 - 1 9 ) A oração pelos discípulos baseia-sc na tríplice declara ção do que cies cram cm relação a Cristo (“Manifestei o teu nome aos homens”), cm relação ao Pai (“eram teus”) e cm relação a si mesmos (“eles têm guardado a tua pala v ra ” ) (v. 6). O versículo 9 não sugere que haja limitação quanto ao amor de Cristo; trata-se, simplesmente, de uma petição que som ente pode ser aplicada aos discípulos - para o mund o, p od e -se p e d ir a c o nv ersã o ; so m en te para os d iscíp ulo s c que se pode rogar que sejam santificados c guardados. Note c o m o Jesus exalta o caráter dos discípulos; testifica que eram homens piedosos, dados por Deus, com a chama da divina. “Eram teus, e tu mos deste”. Este caráter dá testemunho da sua perseverança na santidade c da sua obediência. E este elogio é feito apesar das suas muitas falhas. A petição diz respeito à sua santificação: primeiro, no sentido neg ativo de separaç ão do mal (v. 11-16); segundo , no sentido positivo de dedicação ao serviço de Deus (v. 17-19).
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1. A preservação do mal. Jesus, enquanto estava com os discípulos, exercia sobre eles uma influencia santificadora. A g o r a , e s t á p a r a s a i r d o m u n d o e e n t r a r n u m a n o v a e s fe r a, c pede que Deus os guarde do mal q ue há no mundo. Ch am a Deus de “Pai Santo”, porque c o Sanlifieador dos homens; p e d e q u e D eu s os c o n s e r v e em seu no m e, ou seja, na sua p r ó p r i a n a tu re z a c força (ef. SI 79.9; Pv 18.10; Is 64.2; Jr 14.7,21; Ez 20.9,22; Mt 6.9). Um grupo de homens preser vados assim pelo poder de Deus também participaria da na ture za divina (cf. 2 Pc 1.4), atingin do assim a unidad e de a m o r , v o n t a d e e e x p e r iê n c i a . A s s i m o r a J es u s: “ Q u e t a m b é m eles seja m u m cm n ó s ” . A s s im c o m o as P e s so a s da Trindade são uma, apesar de distintas, assim deve ser a situação dos membros do Corpo de Cristo. Jesus conservara todos os apóstolos, menos um - Judas Iscariotcs. Judas foi chamado para ser apóstolo, mas se tornou apóstata. Quanto aos demais discípulos, o Senhor sabia que teriam de enfrentar um mundo corrupto e hostil, mas não pediu que Deus os tirasse do mundo porque, caso c o n tr á r io , p e r d e r í a m a o p o r t u n i d a d e d e a n u n c i a r ao s p e r d i dos a salvação. O que pede é que Deus os guarde do mal qu e há no m un do (v. 14-16; ef. 1 Co 5.9-1 1). 2. D ed ica çã o ao serviç o. “Santifica-os na verdade; a tua p a la v r a é a v e r d a d e ” . A p e sa r de sua sincerid ad e, os a p ó s tolos ainda precisavam ser aperfeiçoados; assim sendo, Jesus orou para que fossem santificados na verdade, tendo em mente aqui não tanto o seu crescimento espiritual como crentes individuais, mas especialmente seu equipamento espiritual para a obra missionária, conforme se percebe nas pa lav r as seguintes: “A ss im c o m o tu m e en v iaste ao m u n do, também eu os enviei ao mundo”. A santificação dos apóstolos é vinculada não somente à sua obra para Cristo, mas ta m bém àquilo que Cristo opera neles: “E por eles me santifico a mim mesmo, para q ue tam bém eles sejam santificados na verda de ” . Jesus descre-
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vc aqui sua missão como sendo um ato dc total sacrifício dc si mesmo, visando o bem eterno de outros. III - Jesus Ora pela Igreja (Jo 17.20-23)
O Senhor parece ter uma visão das multidões de todas as eras históricas que chegariam a crer através do testemu nho dos apóstolos. Faz duas petições em favor delas. /. A u n iã o na te rra. A natureza da unidade: “Que tam bém eles sejam um em n ó s” . Os m em bros da T rindade tem um só propósito e desejo, visando, na sua obra, a sal vação da raça humana; cada Pessoa da Trindade tem seu ofício distinto; porém, onde um opera, os demais colabo ram também. É este o alto ideal colocado diante da Igreja —m uitos m em bros vinculados pelo único Espírito c co op e rando para a mesma finalidade. N ote csp ccialm cntc o propósito c o efeito práticos desta união: “ Para que o m und o creia que tu m c env ias te” . As divisões são empecilhos à obra dc Cristo; a união a promove. 2. A u n iã o n o Céu . Leia o versículo 24. Estas palavras tem dupla aplicação: 1) Descrevem a presença com Cristo, que é o destino dos crentes que partiram deste mundo (2 Co 5.8). 2) Descrevem a reunião final, na vinda de Cristo, quando toda a família dos crentes estará reunida no Céu (1 Ts 4.17). IV - Ensinamentos Práticos
/. A vid a etern a . “E a vida eterna é esta: que te conhe çam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. Quando as Escrituras falam em vida como galardão da justiça, isto significa algo muito mais imp or tante do que a continuada existência, porque até os ímpios existirão, mas no inferno. A vida verdadeira significa viver
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cm comunhão com Deus, uma comunhão que a morte não p o d e rá in te rr o m p e r ou destruir. Certo homem mundano disse a um pregador: “Por que vocês pregadores nunca têm mensagem para nós, os que tememos a imortalidade? O mero pensamento de nossa existência ter continuidade não consola ninguém; ate nos horroriza. Não se trata de não crer na imortalidade c dese j a r crer; tra ta-se de q u a se crer na im o rtalid ad e c preferir não cre r” . Real mente, para m uitas pessoas, a idéia de me r a m e n t e existir para semp re é terrível. Realmente, viver para sempre, sem Deus, é a vida no inferno. Viver para s empre em comunhão com Deus, entretanto, é a bem-aventurança sem fim; é o Céu; é a vida eterna. A comunhão consc iente com Deus, já aqui na terra, por si só é uma garantia e um antego zo d a vid a eterna: “E todo aq uele que vive, c crê em mim, nunca morrerá” (Jo 11.26). 2. “Eu glo rifiqu ei-te na te r r a ’’. Aqui na terra, na Pales tina, Jesus vivia em meio ao calor, pobreza, doença e ego ísmo dos homens. Até os discípulos escolhidos revelavam muitas falhas e limitações. No seu ministério, enfrentava p r ec o nceito s, ódio e o po sição . V e rd a d eira m en te, era m lo n ge de ser ideais as condições em que vivia; mesmo assim, no fim de seu ministério, tinha o direito de dizer: "Eu glorifiquci-tc na terra”. Será bastante fácil glorificar a Deus no Céu. A questão importante é: sabemos glorificá-lo no ambiente em que nos encontramos agora? Listamos conseguindo glorificá-lo no lar, na loja, no escritório? 3. Refletindo a imagem do Mestre. “E nisso sou glorific ad o” (v. 10). C erto min istro piedo so disse a um gru po de pregadores: “Nã o é suficiente pregar sobre Jesus C risto; é dever dos discípulos demonstrar o espírito do Mestre”.
Certo missionário pregava numa vila da índia, descre vendo a vida e o caráter de Cristo, seu amor c sua terna compaixão pelos sofredores. Alguns ouvintes alegavam
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conhecê-lo de um colégio cristão em outra cidade; c que certo servo de Deus estava vivendo tão bem a vida cristã que, para aqueles ouvintes que nada sabiam sobre a histó ria de Cristo, era a mesma coisa que ter Cristo em pessoa entre eles. Será que o mundo pode ver Cristo em cad a um de nós? 4. O ministério do interressão. A descrição de Jesus intercedendo pelos discípulos nos faz lembrar quão grande c o privilegio c o poder da intcrcessão. Certo missionário veterano, voltando para a China depois de longa ausência, recebeu a visita de um chinês que fora convertido durante seu ministério. Este homem trouxe consigo seis novos convertidos, que levara a Cristo, tirando-os do lamaçal da degradação - eram viciados cm ópio. “Que remédio vo cê conseguiu dar a eles?” perguntou o velho missionário. A única resposta do chinês foi indicar, de modo significante, os seus próprios jo e lh o s. A intcrcessão é um dos mais im po rtantes recu rso s da Igreja. 5. D e sa p e g o do m u n d o . “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal”. A idéia do monasticismo era que a fuga do mundo, entrando-se num mosteiro, seria o escape das tentações que talvez viessem a impedir que a p e ss o a r e c eb e sse a salvação. C risto, no entanto , en sin o u que o mundo cm geral, com sua estranha mistura de b em e mal, é, afinal de contas, objeto do amor de Deus, e que a missão dos seus discípulos é ser sal da terra e luz do mundo. Isto exige contato com o mundo, e não temê-lo ou fugir dele. Cristo, portanto, não orou para que os discípu los fossem tirados do mundo, e sim preservados do mal que nele há (cf. 1 Jo 2.15-17). Enquanto o crente mantiver uma vida espiritual sadia, p o d e r á v e n c e r o esp írito do m u n d a n i s m o : “ M a io r é o qu e está cm vós do que o que está no mundo” (1 Jo 4.4). 6. Sa ntificaç ão e serviço. “E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na
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ve rd ad e” (v. 19). Jesus viveu to da a sua vida em ob ed iên cia deliberada à vontade do seu Pai, e agora esta obediên cia coloca-o frente a frente com a morte. As palavras aqui citadas revelam o motivo que dominou o seu coração na ho ra da crise: “P or eles” . Q ua nto a m or e ded icação ! Foi a favor dos homens que Cristo viveu aqui na terra, e que finalmente foi para o Calvário. N ã o p o d e m o s u sar esta e x p re ssã o do m e sm o m o d o que Jesus a empregou, mas, repetindo a sua atitude, pela sua graça, podemos dizer: “A favor do mundo, a favor dos meus irmãos, consagro-me a uma vida de retidão, utilidade c ab neg açã o” . O General Booth, funda dor do Exe rcito de Salvação, disse que, quando se entregou a Deus para fazer aquela obra, visava a salvação dos outros, e não a sua pró pria. S e m e lh a n te é o caso do o c u lista que g o s ta v a m u ito de esportes pesados, mas, vendo que causariam a perda da delicada sensibilidade tios seus dedos, separou-se de tais atividades a fim de dedicar-se ao bom atendimento dos que sofriam da vista. A verdadeira abnegação não é autoflagelar-se; é fic ar sempre cm boas condições morais e espirituais para ser uma b ên ção espiritual a outras pe ssoa s. A santificação é m uito necessária para a eficácia de nosso serviço cristão; se que remos oferecer a nossa vida em dedicado serviço, surge a p erg unta: “ Q u e tipo de vida vais o fe r e c e r ? ” 7. A sa n tid a d e e a verdade. Estas duas palavras se vin culam no versículo 17. Ate certo ponto, c verdade que o Cristianismo é mais um modo de vida do que um credo; mas esta vida brota da verdade eterna. Deus nos deu uma revelação, c esta revelação nos é dada na Bíblia em forma dc doutrinas. Nenhuma santidade será produzida em nós mediante a crença em mentiras piegas. As boas obras bro tam da verdadeira fé, c a verdadeira fc é inspirada pela verdade de Deus (cf. SI 119.1 1).
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Um pregador francês declarou: “A pureza do coração c da vida importa mais do que ler a opinião correia”, ao que respondeu outro pregador francês: “A cura é mais impor tante do que o remédio, mas, sem o remédio, não haveria a cura ” . C ertam ente é m ais importante viv er a vida cristã do que conhecer as doutrinas cristãs, mas não haveria ne nhum a exper iência prática e espiritual sem a fé, em prim ei ro lugar, nas verdades do Cristianismo. S. A unidade cristã. Jesus orou para que todos os seus
discípulos fossem um. Referia-se a uma unidade espiritual p r o d u z id a q u a n d o as p esso as p articip am da m e sm a e x p e r i ê n c i a e s p i r i t u a l . N ã o b a s t a r i a l e v a r a e f e i to u m a amalgamação de igrejas. A unidade em Cristo vale ma is do que a união e a uniformidade eclesiástica. Mesmo nos ce mitérios há união, mas é a união da morte. A verdadeira unidade é uma coisa viva.
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A Crucificação Texto: João 19.16-37 Introdução A crucificação pode ser encarada sob dois pontos de vista: o humano c o divino. Considerando-a pelo lado h u m a n o , p o d e m o s d i z e r q u e o S e n h o r J e s u s f oi c o n d e nado a sofrer e morrer por eausa da lealdade à sua con dição de Filho de Deus, o Messias. Já na idade de doze anos tinha consciência disso (Lc 2.49), e a narrativa do evangelho não deixa dúvidas quanto a Jesus saber que era o Filho de Deus c o Rei de Israel (cf. Mt 16.16 ,17). Q uand o o sum o sacerdote pergun tou-lhe, sob juram ento , se era o Filho de Deus, Jesus selou sua própria sorte, r e s p o n d e n d o a f ir m a t iv a m e n t e ( M t 2 6 . 6 3 ,6 4 ; M c 14.61,62). Quando estava sendo interrogado por Pilatos, uma simples negação teria lhe assegurado a soltura, mas Ele não poderia negar aquilo de que tinha consciência: “Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci”, foi seu testemunho corajoso (Jo 18.33-37). “Cristo Jesus... di ante de Pôncio Pilatos deu o testemunho de boa confis são’' (1 Tm 6.13).
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No m eio dos an g u stio so s de talh es dos in terrog atório s e da erueifieação, porem, não devemos perder de vista a verdade de que este evento fazia parte do plano de Deus para a reden ção . J u d as o traiu, P ed ro o negou, os ap ósto lo s abandonaram-no, o Sinedrio condenou-o, Pilatos pronun ciou a sua sentença, os soldados romanos crucificaram-no, os líderes zom baram dele - mas Deus, que ve o fim desde 0 início, já providenciara todos estes detalhes, colocandoos no seu plano de redenção. Foi assim que Pedro explicou esta verdade aos seus compatriotas no Dia de Pentecostcs: “A este que vos foi entregue pelo determinado conselho c p r c s c i c n c i a de D e u s, to m a n d o - o vós, o c r u c i f ic a s t e s e matastes pelas mãos de injustos” (At 2.23; cf. Gn 50.20).
1 - A A g o n ia de C risto (Jo 19.16 ,17) O 1ugai' da crucif icaçã o era a colin a cha m ad a Gó lgota (“Calv ário” ), nom e q ue significa “ lugar do crânio ”, por ser redonda e lisa. Situava-se fora dos limites da cidade (cf. 11h 13.1 1-13). F ra o lug ar re gu la r par a exe cu çõ es , e este lambem pode ter sido o motivo tio nome que recebeu. Quando Jesus ah chegou, certas senhoras benevolentes lhe ofereceram bebida com uma droga analgésica, para al iviar a dor da crucificação, mas ele não a aceitou; eslava reso luto quanto a beber até às últimas escórias a laça do sofri mento humano. Seu último ato antes de ser pregado à cruz foi recusar meios de escapar à dor. N ão se d e v e d e m o ra r m u ito tem p o nos cruéis d e t a lhes dos sofrimentos físicos da cruz, despertando compai xão meram ente h um ana pelo Filho de Deus - e, afinal, seus maiores sofrimentos eram mentais c espirituais.
II - A Humilhação de Cristo (Jo 19.18-24) / Os dois ladrões. “Onde o crucificaram, e com ele miiiiis dois, um de cad a lado, e Jesu s no m eio ” . A po sição
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d c n o ss o S e n h o r - no meio —parece ter sido uma delibe rada tentativa de humilhá-lo, mas, como outros aspectos humilhantes da erueifieação, redundou em glória para Ide. A posição de nosso Senhor no meio dos pecadores é uma b ela ilu s tr aç ã o dc seu m in isté rio ; e n q u a n to vivia, era o “amigo dos pecadores”; na morte, estava lá, no meio deles. E ainda aproveitou para salvar um dos dois antes de morrer (Lc 23.39-43). Assim como uns o aceitaram, recebendo a vida, e outros o rejeitaram, condenando-se a si mesmos, também ocorreu o mesmo neste incidente: um ladrão reconheceu-o como Rei, e morreu p a r a o pecado, enquanto o outro o r e p r e en d e u , e m o r r e u e m p e c a d o - o d e s t i n o d c a m b o s s e n do determin ado pela sua atitude para com aquEle que morria e m p r o l d e pecadores. 2. A inscriçã o p ro b lem á tica . “ J E S U S N A Z A R E N O , R E I D O S J U D E U S ” . O s j u d e u s t i n h am r a zã o e m q u c i x a r - s c d e que esta era uma p r o c la m a ç ã o , e não uma acusação. Se gundo eles, Pilatos deveria ter escrito: “Este é Jesus N az a re n o , q ue alegou ser rei dos j u d e u s ” . M esm o na h o ra da morte, Jesus foi proclamado Rei pelo governo! Pilatos respond eu, diante da queixa dos jude us: “O que escrevi, escrev i” , porq ue a lei rom an a proibia a alteração da inscri ção de acusação, uma vez colocada. Tivesse Pilatos sabido o plano dc Deus, poderia ter dito: "O que escrevi, Deus es cr ev eu ” . A cruz era, na realidad e, o tron o de Cristo. Ele tornou-se Rei dos homens ao morrer na cruz para sal válos, e esta cruz se tornou o caminho de entrada aos cora ções de milhões de pessoas. 3. As vestes repartidas. “Tendo pois os soldados cruci ficado a Jesus, tomaram os seus vestidos, e fizeram quatro partes, p a ra c a d a sold ado u m a p a r te ” . Jesu s sub m eteu se ao extremo da humilhação, pendurado, sem roupas, na frente de uma multidão dc zombadores. Já começara a dar a lição d e h u m i l d e d e d i c a ç ã o q u a n d o t i r o u a v e s t i m e n t a d e rima
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p a ra lav ar os p és aos d iscíp u lo s (Jo 13.1-17), c a g o ra des p o ja-sc dc tudo. D eus, po re m , o vestiu com as ve stim en tas da glória eterna c celestial. “A túnica, porém, tecida toda de alto a baixo, não tinha costura. Disseram pois uns aos outros: Não a rasgue mos, m as lancem os sortes sobre ela, par a ver dc quem será” . Os soldados perceberam que a peça dc roupa pouco valor teria se fosse cortada, e apelaram à “sorte” - sem a m ínim a idéia dc que eles, cujos corações só conheciam crueldade c ganância naquele momento, estavam cumprindo mais uma p r o fe c ia den tro d o p lan o div in o p a ra a salv ação da h u m a nidade: “Repartem entre si os meus vestidos, c lançam sortes sobre a minha túnica” (SI 22.18).
Ill - A Compaixão dc Cristo (Jo 19.25-27) “ E j u n t o â c ru /, d c J e s u s e s t a v a s u a m ã e , e a i r m ã d e sua mãe, Maria de Clcofas, e Maria Madalena. Ora, J esus, vendo ali sua mãe, c que o discípulo a quem ele amava [João] estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o Leu f i l h o . ” M a r i a j á e s t a v a e n t e n d e n d o o q u e S i m c ã o queria dizer quando profetizou: “Uma espada traspassará também a tua própria alma” (Lc 2.35). Passando-se as horas, e o povo começando a dispcrsar-sc, Maria e as outras mulheres conseguiram aproximar-se mais da cruz, e a e s p a d a d a a f l iç ã o l he a t r a v e s s a v a o c o r a ç ã o e n q u a n to ficava tão perto do filho crucificado, sem haver nada que pudesse fazer para aliviar os seus sofrimentos. Lon ge, porém, de o Sofredor desejar para si qualquer ajuda ou simpatia, Ele queria cuidar do bem-estar da sua mãe. Em meio a todas as agonias da crucificação, não se es queceu da sua divina natureza e missão, e tomou o cui dado de praticar (c, portanto, de ensinar) um dos deve res prim ários: o cuid ado para co m os pais. Jesus já estava sc- despedindo do mundo, e só restou mais um detalhe: cuidar da mãe, agora viúva. Jesus, então, chama o após
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t ol o J o a o , q u e e n t e n d e r a o s eu a m o r m e l h o r d o q u e q u a l quer outro, e entrega-a aos cuidados deste. “Depois disse ao discípulo: Bis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu cm sua casa” . Por que não a entregou aos cuidados dos próprios filhos, irmãos de Jesus? Ainda não eram crentes, c sua incompreensão teria amargurado os dias finais de Maria. João tinha condições de oferecer-lhe um lar confortável c independente, c só ele saberia preencher a vaga deixada no coração dela, s endo quase um retrato de Jesus.
IV - O Triunfo de Cristo (Jo 19.28-30) A morte de Cristo às vezes é substituída pela expressão “ser levantado” (Jo 3.14; 12.32), o que sugere que, mesmo na morte, Cristo é triunfante. Sua morte foi um triunfo sobre o pecado, a morte e o diabo. /. O c u m p r i m e n t o d a s E s c r i t u r a s . “ D e p o i s , s a b e n d o Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse; Tenho sede. Eslava ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma es pon ja, e, p o n d o - a n u m h isso p o , lha c h e g a ra m à b o c a ” . Jo ão ressalta esse fato do cumprimento de todas as profecias messiânicas no que diz respeito aos sofrimentos do Messi as na sua primeira vinda, inclusive esta última profecia (SI 69.21), qu e se cum priu qu ando Ele disse; “Te nh o s ede” . N a c h e g a d a à cruz, o S e n h o r j á re c u sa ra a be b id a a n a lg é sica (Mt 27.34); não tinha o desejo de fugir do sofrimento físico, e não queria entrar na morte através do sono indu zido po r drogas. Pelo contrário, tinha de supo rtar tudo com a mente bem desperta, seus sentidos ativos, enfrentando a morte como vitorioso Conquistador e não como pobre ví lima, sob efeito de drogas. O grito: “Tenho sede!” foi ar rançado dele pelos sofrimentos, e recebeu um pouco do vinho azedo dos soldados, que satisfez a sua sede física c
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deixou lúcido o seu cérebro ate o fim (cf. Jo 19.28; 7.37; Ml 27.42; 2 Co 8.9). 2. Cumpridos todos os sofrimentos. “E, quando Jesus tomou vinagre, disse: Está con su m ad o” . Estava cum prid a a obra de Jesus na terra, inclusive a redenção da humanida de. Isto significa: 1) que todas as pro fec ias tinh am rec eb i do nEle o seu pleno cumprimento; 2) que estava completa a obra que Jesus veio realizar; sua primeira declaração, registrada nas Escrituras, foi: “Não sabícis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” (Lc 2.49); c sua última d e c l a r a ç ã o foi: “ E s t á c o n s u m a d o ” . B e m - a v e n t u r a d o o h o mem que pode dizer, ao final da caminhada da vida: “Está co nsu m ad o” ; 3) que Jesus, na cruz, co mp letou a revelação de Deus que veio oferecer ao mundo (Jo 3.16; Uo 3.16). Tudo fora feito para revelar Deus aos homens. “E, inclinando a cabeça, entregou o espírito”. A expres são empregada aqui sugere o fato de que sua morte foi por sua próp ria vontade. Jesus dissera: “N inguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou” (Jo 10.18).
Ensinamentos Práticos /. O d e v e r n ã o t e m f é r i a s . J e s u s , s o f r e n d o a m a i s cxcruciantc agonia, dando sua vida cm prol dos pecados do mundo, ainda se dispunha a cumprir o dever simples c p rático de cu id ar d a su a m ãe, o qu e nos faz le m b r a r que, p o r m ais im p o rtan tes que sejam as nossas tarefas, n ad a nos desculpa de descuidar daqueles que dependem de nós. Enganam-se muito os que gastam longe da sua casa toda a sua bondade e doçura, ganhando uma reputação de pieda de. tomando a liderança de alguma obra cristã, se c m seu lar todos estão mal-humorados, irados ou indiferentes. Se Jesus, no meio da sua obra de salvar o mundo, achou tem po para cuidar d a m ãe, não h á d e v e r alg u m qu e seja tão importante que não permita a um homem mostrar conside ração e cuidado no lar.
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2. “ r e n h o s e d e " . Em certo sentido, o Salvador ainda tem sede —sede pela obediência c lealdade dos homens. “E quando o Filho do homem vier cm sua glória... Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está prepa rado desde a fun dação do mundo ... porque... tive sede e m e destes de beber” (Mt 25.31-35). Pensando na infidelidade e deso bediência de muitos daqueles que professam ser seg uid o res de Cristo, podemos perguntar por que, quando Jesus tem sede, tantos lhe oferecem vinag re e fel, em v ez de amor, obediência e dedicação. 3. O mistério da expiação. Muitos têm dificuldade cm aceitar a doutrina da expiação, porque o seu raciocínio não consegue definir exatamente cm que sentido Cristo poderia morrer cm nosso lugar. Devemos reconhecer que quando o Deus onisciente e infinito entra cm contato com o homem finito, haverá mistérios. Sem entender os detalhes da lei da gravidade, muitas pessoas evitam jogar-se de um precipí cio; o b e d e c e m à lei que não compreendem totalmenlc, c ficam cm segurança. Em bora a expiação contenh a eleme n tos além da nossa compreensão, podemos aceitá-la c rece ber a salvação. É estranho que os m esm os críticos que comem tantas coisas no jantar, sem antes procurar saber sua origem, querem passar fome espiritual por exigirem da fé cristã explicações que estão além da compreensão humana. 4. Cristo m orreu pe los n osso s pecad os. O grande pro b lem a de m uitas vidas é com o ver-se livre de u m a c on sci ência sobrecarregada de pecados. Deus já providenciou os meios med iante os quais po de ser rem ovida a culpa de um a consciência assim aflita: “[Cristo] levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça” (1 Pe 2.24). A verdade j á e xiste - que, há muito tempo. Cristo carregou os pecados da humanidade; nós, porém.
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temos que fa z e r com que esta verdade seja nossa, m e d i a n t e a fé neste fato e a confissão, nas palavras de Paulo: “Vivoa na fé no Filho de Deus, o qual mc amou, c se entregou a si mesmo por mim” (G1 2.20). 5. “P o r q u e D e u s a m o u o m u n d o d e ta l m a n e i r a ”. A cruz de Cristo ensina c demonstra, entre muitas outras verdades, o amor de Deus: “Nisto conhecemos o amor, cm que Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1 Jo 3.16). O amor de Deus, na Pessoa de Jesus Cristo, foi levado até o lugar onde impera o peca do, a grande desgraça da vida humana e a causa de t odos os nossos males; enfrentou o maligno no território que ele conquistara, derramando o seu amor até às últimas conseqüêneias; venceu, em nosso lugar, a morte e o pecado.
Jesus, o R e ssu r re to Texto: João 20.1-18 Introdução Aqui lemos uma “reportagem” diretamente do túmulo vazio, feita pelo apóstolo João, testemunha ocular naquela p rim eira m a n h ã de Páscoa. E nq u an to lem os o seu relatório, os séculos parecem desvanecer-se, e é como se nós tam bém e stivéssem os presentes no túm ulo. A in tenção do a p ó s tolo é dar-nos esta viva impressão porque seu evangelho foi escrito para inspirar e confirmar a fé em Jesus como Filho de Deus.
I - O Túmulo Vazio ( J o 2 0 . 1 - 1 0 ) 1. M ar ia no sepulcro. A ressurreição de Jesus realizouse antes da aurora, talvez bem no meio da noite. AquElc que havia de dissipar as trevas da morte ressuscitou en quanto as trevas ainda cobriam a terra. O ato da ressurrei ç ã o f oi a c o m p a n h a d o p e l a d e s c i d a d e an j o s e a r e m o ç ã o d a pedra.
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“E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, c viu a pedra t i r ad a d o s e p u l c r o ” . P a r e c e q u e M a r i a c h e g a r a c o m u m grupo de mulheres (note o plural no versículo 2) c, vendo o sepulcro vazio, foi correndo avisar a Pedro c João. “Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, c disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabem os o nde o puseram ” . M aria c as de mais mulheres vieram ao túmulo para embalsamar o corpo de Jesus, o que, segundo o costume daqueles tempos, sig nificava espalhar especiarias perfumadas no meio das rou pas de s e p u lt am e n to . E s ta in te n ç ão d e m o n s t r o u tanto a ignorância como a devoção destas mulheres. Os horrores da crucificação lhes tinham anuviado a fé, e não estavam realmente esperando a ressurreição. Parecia-lhes que a missão de Jesus fracassara. Mesmo assim, desejavam pres tar-lhe as últimas homenagens. Estas mulheres foram fieis até o fim. Tinha sido fácil seguir a Cristo nos dias da sua p op u larid a de, m as ag o ra elas esta v am p assan d o o p ro fu n d o teste da verdadeira devoção. N ote q ue M a r ia c o n tin u a c h a m a n d o Jesu s de “ S e n h o r ” . Talvez pensasse que o sepulcro de José haveria de servirlhe de abrig o tem po rá rio (v. 15; cf. Jo 19.42) e qu e algu ém teria removido o corpo de Jesus para outro lugar. Certo é que a ausência do corpo não lhe parecia motivo de espe rança, e sim de desespero. Quão freqüentemente nós tam bé m in te r p r e ta m o s e r r o n e a m e n te c o m o se n d o e sc u ro s e tristes determinados fatos que realmente brilham com luz celestial, cegamente atribuindo a causas desconhecidas as maravilhosas coisas que Jesus faz! 2. J o ã o e P e d ro no sep u lc ro . Note a corrida entre o Zelo (representado por Pedro) e o Amor (representado por J oã o) ! A m b o s c o m e ç a r a m j u n t o s ; A m o r c h eg o u p r i m e i r o ao sepulcro, e parou; Zelo entrou no sepulcro c olhou para
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o que ali havia. Então Amor o seguiu. A reverêneia fez João hesitar na entrada; o amor prático e impulsivo levou Pedro a entrar. E assim, sua destemida ação o encorajou. João registra no seu evangelho: “E viu no chão os lençóis. E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte” e, qua ndo Jo ão entrou para o lhar m ais de perto, “viu, e cre u” . Por que João creu? Porque as mortalhas deixadas no túmulo c o n v e n c e r a m - n o d e q u e J e s u s n ã o f o r a l e v ad o , c o m o s u p u nha Maria, nem roubado, como mais tarde diriam falsamente os principais sacerdotes (Mt 28.12,13). Pessoas que assim faziam não teriam perdido tempo em desembrulhar os lençóis, que eram como intermináveis ataduras do tipo que se vê nas múmias. João, portanto, chegou à conclusão de que Jesus milagrosamente passara pelas mortalhas, deixando-as intactas e vazias, caídas na forma em que tinham sido euidadosamente embrulhadas ao redor do corpo de Jesus, sem a mínima perturbação ou desordem. Entendeu, portanto, q u e Jesus j á a ssu m ir a seu co rp o glorificado, não sujeito a leis terrestres, c que Jesus ressuscitara para nunca mais morrer. Os discípulos deveriam ter deixado que o Salmo 22 os convencesse de que o Messias sofredor seria finalmentc exaltado, c que o Cordeiro de Deus veria sua descendência e prolongaria os seus dias. Alcm disso, por certo, ficou na mente deles alguma lembrança das palavras de Jesus pre nunciando a sua própria ressurreição. Somente depois de os discípulos terem visto de perto o sepulcro vazio foi que esses trechos bíblicos e as palavras de Jesus tomaram novo significado (v. 9). Em bo ra fosse Pedro o primeiro a entrar no sepulcro, foi João o primeiro a realmente crer. E n q u a n t o P e d r o p e n s a v a sobre o que significaria aquilo, raiou em João a fé na res surreição, assim como foi ele o primeiro a reconhec er o Cristo ressurreto na praia do mar da Galiléia.
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II - O Senhor Ressurreto (Jo 20.11-16) /. O Cristo ausente. E n q u a n t o o s d o i s d i s c í p u l o s v o l t a vam para casa, M aria perm anecia jun to à entrada do túmulo, demonstrando profunda tristeza e verdadeiro amor. Conti nua enlutada pela sua perda. Talvez sentisse remorsos por não ter ficado a noite inteira vigiando a entrada do sepul cro. Estava tão absorta cm seus pensamentos que a presen ç a d e an j o s lh e p a r e c i a u m i n c i d en t e d e s o m e n o s i m p o r t â n cia, c a pergunta deles só fez com que ela desse va zão ã tristeza que lhe magoava o coração. 2. O Cristo que se aproxima. “E, tendo dito isto, voltou-sc para trás, c viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jes us ” . Seus olhos m arejad os de lágrimas só conse guira m v er , o b s c u r a m e n t e , u m a f o r m a h u m a n a , q u e j u l g o u s er o ja r d in e iro . C o m o no caso dos dois discíp u lo s q u e c a m i n h a vam para Emaús, “seus olhos estavam como que impedi dos de o r e c o n h e c e r ” . O c o ra ç ã o s o b r e c a r r e g a d o c o m m á goa âs vezes perd e a con sciência d a presença de Cristo e se recusa a ser consolado, por não conseguir ver a Cristo no meio da tristeza. N o te o o fe re c im en to de M a r ia para levar e m b o r a o c o r po de Jesus. S eus braço s fracos não p o d e ría m su ste n ta r o peso, m as o a m o r não leva c m c o n ta o p eso do fardo! J. O Cristo que se revela. “D isse-lhe Jesus: M aria!” Pronunciou o nome familiar, com o mesmo tom de voz e ênfase já conh ecidos a ela (cf. Jo 10.3,14). E la respon deu na língua materna que ambos conheciam e amavam: “ R a b b o n i ! ” - o m a is a l to d o s t í t ul o s qu e o s j u d e u s d a v a m a u m m e s t re , s i g n i f i c a n d o “ M e u g r a n d e M e s t r e ” , c raríssimas vezes falado cm público. A e x p r e s s ã o n o v e r s í cu l o 17 - “ N ã o m e d et e n h as ; p o r q u e a in d a não subi p a r a m eu P a i” - tem sido en ten d id a de várias maneiras: 1) Maria tinha sabido da promessa de Jesus quanto à sua partida e futura volta, e Jesus agora
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tinha dc explicar que ainda havería a ascensão antes da Segunda Vinda. 2) Jesus explicava que a antiga amizade não permanecería na antiga base, e que Ele estava para voltar ao trono celestial. Então ela poderia sempre tocá-lo, não com o toque físico das mãos, e sim com o toque espi ritual da fé viva. 3) Maria, empregando a antiga saudação, “Rabboni”, estava mantendo a antiga atitude para com Jesus, mas agora o Mestre só poderia aceitar a saudação: “ Senhor meu, c Deus meu!” (Jo 20.28). Maria agora só poderi a conhecê-lo como Senhor ressurreto e glorificado. III - Ensinamentos Práticos
1. N o ssa ne ce ssid a de at red a gr aç a de Cristo. N e nhum olho mortal testemunhou o ato da ressurreição. Para quem Cristo deveria aparecer primeiro a fim de fazer conhecidas as boas-novas? Deveria ir ao palácio do sumo s a c e r d o t e o u a o p r e t ó r i o d c Pi l a to s p a r a t r i u n f a r s o b r e o s inimigos boquiabertos? Ou deveria primeiramente revelar-sc a alguns dc seus seguidores? Sua primeira apari ção foi revelada a uma pobre mulher que nada poderia f a z er p a r a c e l e b r a r p u b l i c a m e n t e o t r iu n f o d E l c . P o r q u e ela? Porque era a que mais sentia necessidade dEle, e esta sensação dc dependência c o ponto magnético que atrai a sua presença até hoje. Buscar a Cristo é sentir como Maria sentia, reconhecer com clareza que Ele é o b e m m a i s p r e c i o s o q u e e x i s t e n o U n i v e r s o , e te r a c o n vicção de que ser como Ele, pela sua graça, é a coisa mais importante da vida. 2. L a m en ta n d o a p e r d a d e um a b ênção. Cristo apareceu a Maria enquanto ela estava ali, chorando a sua ausência. N isto h á u m a lição im p o r ta n te . R e p e tid a s v e ze s a ra ç a humana tem permitido que Cristo desapareça da sua vida, ficando como se fosse uma vaga sombra distante. Graças a Deus, porém, sua presença pode ser restaurada como viva c visível influência no mundo, sempre que há pessoas cons-
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cicntcs da sua ausência, e que oram com fé até ter a visão de Jesus na sua glória. Há nisto uma lição bem pessoal para cada um de nós. As vezes descuidamos da nossa comunhão com o Senhor, c se n t i m o s f a l t a d a s u a p r e s e n ç a . Q u a n d o , p o r é m , r e c o n h e cemos e lamentamos que sua presença não está sendo para nós a vibrante realidade de antes, já estamos no caminho d a r e s t a u ra ç ã o . L a m e n t a r a s u a a u s ê n c i a é o p r i m e i r o p a ss o p a r a a re s ta u r a ç ã o p o rq u e serv e c o m o c o n v ite a Ele para que volte a nós, e este convite sempre será atendido pela sua presença. “Por que choras?” A pergunta dá a entender que Maria estava chorando por causa de uma perda existente apenas na sua imaginação. Imaginava que seu Senhor morrera, e que seu corpo tivesse sido removido, quando, na realidade, E l e j á p a s s a r a p o r u m a g l o r i o s í s s i m a r e s su r r e iç ã o . Eoi a s sim que Jacó exclamou, ao ouvir o relatório trazido pelos seus filhos: “Te nd cs -m c des filhado; José já não existe, e Simeão não está aqui; agora levareis a Benjamim! Todas estas coisas vieram sobre mim” (Gn 42.36). Na realidade, p o re m , todas as coisas e sta v a m c o n c o r re n d o p a ra o b em de Jacó. José, a que m ele con siderav a m orto, estav a com vida, p re p a r an d o p a r a ele, n u m país distante, u m a m o r a d a feliz p a r a o restan te d a sua vida. O Senhor não nos condena por causa das nossas lágri mas vertidas no meio das tristezas c decepções, tão co muns nesta vida. Somos humanos, afinal de contas, c é um alívio abrir as comportas para dar expressão à nossa má goa. Há momentos, no entanto, cm que erroneamente ima ginamos o pior, e choramos na hora errada pelo motivo errado. E nesse momento, então, que Jesus pergunta: “Por que choras?” Mesmo quando temos motivos de sobra para chorar, devemos levar o assunto diretamente a Jesus, para evitar que a m ág oa danifique a noss a espiritualidade, c para não dependermos das falsas e traiçoeiras consolações de p esso as que não a m a m a C risto.
Jesus Dissipa a s D ú v id a s Texto: João 20.19-31 Introdução Ao examinarmos a narrativa da ressurreição, notamos quão marcantemente as aparições do Senhor atendiam às necessidades várias pessoas. Maria, com seu coração cheio de lealdade, recebeu consolação; Pedro, o arrependido, foi p e rd o ad o e restaurado; os dois pe n sa d o re s no c a m in h o de Emaús receberam a convicção; e os dez discípulos ame drontados receberam confiança c forças, enquanto Tomé foi transformado dc duvidoso cm crente firme. Para todas estas pessoas, a presença do Cristo vivo mostrou-se sufici ente.
I - C onsolados os D iscípulos A m edron tados (Jo 20.19,20) O dia da ressurreição linha sido emocionante, com mui tos rumores e crescentes emoções. Ao fim da tarde, reuni ram-se os discípulos. Tranc aram tudo, com m edo dos j u deus, pensando que a qualquer momento soldados romanos
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p o d eriam ser enviados contra eles, para levá-los presos eom o cúmplices dc Jesus Nazareno. Certamente tais homens nun ca teriam pregado a ressurreição, a não ser que tivessem absoluta certeza de que Jesus realmente ressuscitara. Jesus, de súbito, estava no meio deles, falando: “Paz s e ja c o n v o s c o ” . O S e n h o r j á t i n h a u m c o r p o e s p i r it u a l, glorificado, c não estava sujeito a limitações naturais, tais como portas trancadas. As palavras “paz seja convosco” tinham mais força do que quando empregadas no cumpri mento tradicional, pois rcalmente aquietaram os corações p e rtu rb a d o s. O s d iscíp u lo s sen tiam m e d o antes da v in d a de Jesus (cf. Lc 24.37), mas, agora, sua presença anun ciava confiança e vitória. O aspecto de Cristo era o mesm o, c, ao mesmo tempo, diferente, dc tal forma que o imediato reco nhecimento da sua pessoa nem sempre acompanhava a sua manifestação. Era necessário alguma coisa a mais para completar a identificação: “E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o lado” (e os pés tam bém - Lc 24.40). Es tava com pleta a identificação. Era real mente o Crucificado , que voltara à vida. “Dc sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Sen ho r” . Não pode hav er ma ior alegria do que esta! No começo, a notícia parecia boa demais para ser verdadeira (Lc 24.41), c talvez os discípulos se sentissem eomo os que sonham (ef. SI 126.1). A alegria da esperança despertada, no entanto, transformou-se cm alegria da plena convicção.
II - A Comissão Dada aos Discípulos Jubilosos (Jo 20.21-23) Lima vez dissipados os temores e dúvidas dos discípu los, estes estão em condições de receber instruções. A pri meira “paz” foi para restaurar-lhes a confiança (v. 19); a segunda “paz” 1'oi para o serviço (v. 21). Os discípulos foram:
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/. E n via d o s. “Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós”. Foram enviados para cumprir o mesmo propósito, para com pletar a ob ra iniciada e ocupar o m es mo relacionamento que Ele assumira com o Pai. O livro de Atos registra como Jesus, mediante o Espírito Santo, con tinuou a sua obra nas pessoas dos discípulos. 2. Insp irad o s. “E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” O sopro divino c um ato criador (Gn 2.7; cf. 1 Co 15.45). Nes sa ocasião, portanto, os discípulos receberam do Senhor da vida um tipo de vivificação espiritual. O “Dom da Páscoa” foi um toque da vida celestial do Cristo ressurreto, c o “Dom de Pcnlccostes” foi o revestimento de poder da parte do Se nhor ressurreto. Na primeira instância, receberam a vida espiritual; na segunda, o p o d e r espiritual. 3. Autorizados. “Àqueles a quem perdoardes os peca dos, lhes serão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos”. Os apóstolos nunca assumiram a autori dade de perdoar, no lugar de Deus, os pecados específicos de indivíduos. O próprio Pedro mandou Simão recorrer a D eu s para pedir perdão (At 2.22). Fístas palavras por certo referem-se a ofensas contra a disciplina da igreja, e não a pecados íntim os e pessoais contra Deus. Tal conclusão se obtém da seguinte maneira: João 20.23 e Mateus 18.18 tratam do mesmo assunto, e Mateus 18.17 indica que a questão em pauta não é a das ofensas pessoais, que podem ser solucionadas sem recurso ao ministro (Mt 18.15), e sim à recusa do crente cm submeter-se à disciplina da igreja. Tal crente tem de ser expulso da igreja. Ao arrepender-se, c recebido de volta à igreja; seus pecados são “perdoados” (cf. 1 Co 5.5 e 2 Co 2.10 ). N ão há base para a doutrina da “sucessão apostólica” aqui, nada que sugira terem passado os apóstolos esta au toridade a bispos que se seguiam a eles, c que os bispos pu dessem passá-la a sacerdotes. Pelo contrário, entende se
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que havia outras pessoas presentes quando esta eomissão foi dada (cf. Lc 24.35), e que as palavras supra examinadas se aplicam à igreja como um todo. O “perdão” dado na terra só pod e referir-se a transgressões contra a jurisdiç ão e o aspecto administrativo da igreja.
Ill - A Convicção Dada ao Apóstolo Duvidosos (Jo 20.24-29) 1. O desafio do duvidoso. “Ora, Tomé, um dos doze, c h a m a d o D í d i m o , n ã o e s t a v a c o m e l e s q u a n d o v e i o J e s u s .” Tomé, ou Dídimo (que significa “gêmeo”), era de tempe ram en to som brio e pe ssim ista (Jo 11.8,16; 14.5). Deixouse abalar com a tragédia do Calvário, e estava se r essentin do da perda. Por enquanto, sua fé estava em maré baixa, c sua esperança, morta. Mesmo assim, não abandonara a sua lealdade nem o convívio com os apóstolos.
Ouvindo os testemunhos dos demais discípulos, disse enfaticamente: “Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos e não meter o dedo no lugar dos cravos, c não meter a min ha m ão no seu lado, de m aneira ne nh um a o crerei” . Pixigiu a evidência mais positiva da visão e do tato. Queria crer, mas a tragédia do Calvário abalara a sua fé. Suas p a lav ras in d ic am o q u a n to a i n d a e sta v a a su a m e m ó r ia fi xada nos terríveis acon tecim entos da crucificação. P ara ele, as chagas do Sen hor ainda estão abertas c sangrando. Sente necessidade de evidências positivas de feridas tão mortais terem sido saradas pela Vida. Tomé, por mais que me reça n o s s a s i m p at i a, n ã o d e i x a t a m b é m d e m e r e c e r a n o s s a c e n sura pela teimosa recusa em crer na palavra de dez teste munhas oculares de indubitável reputação e qualificação. Que Jesus considerou sinceras as dúvidas de Tomé se vê na maneira de encai'á-las: o Senhor ressurrclo a parece novamente, para oferecer as provas pedidas pelo discípulo q u e e s t i v e r a a u s e n t e n a p r i m e i r a o c as iã o . Q u a n t o a o s z o m -
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badorcs, Jes u s cn ca rav a-o s de m o d o bem diferen te (cf. M t 16.4). Jesus aqui fala a um discípulo sincero, cuja fé era fraca, c não a alguém de coração descrente. 2. A resp o sta ao d u vid o so . Note-se que, em ambas as ocasiões, Jesus apareceu no primeiro dia da semana, como se o dia em que ressurgiu dentre os mortos tivesse sido escolhido para ser honrado de modo especial. A expressão original tra du zid a como “dia do Sen ho r’", em Ap ocal ipse 1.10, foi o nome que os primeiros cristãos deram ao do mingo. Jesus, qu ase repetindo as palavras em pregadas por Tom é p a ra d e fin ir os term o s do teste físico q u e pedia, oferece-se à inspeção do discípulo. Bastou um único vislumbre do a m a d o M e s t r e p a r a T o m é se p r o s tr a r em t er r a c o m a a r d e n te confissão: “Senhor meu, e Deus meu!” Sua felicidade era por demais grande para que pensasse em fazer te stes científicos! Suas dúvidas evaporaram diante da revelação da presença de Jesus, como se dissipam as névoas da ma drugada ao raiar o sol. N o te-se q u e a co n fissã o de fé feita p o r T o m é é a m ais avançada entre as de todos os outros apóstolos durante o seu convívio com Jesus. Pela graça de Deus, aquele que sentira mais dúvidas ch ega à crença mais c om pleta e firme. “Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; Bemaventurados os que não viram e creram.” Jesus não quer com isso louvar a falta de indagações e exame; isto seria a credulidade, e não a fé. O evangelho convida a um e xame das suas verdades fundamentais, porque “isto não se fez cm qua lque r ca nto” ( At 26.26). O que Jesus lo uv a é a dis p o sição d e aceita r a fid e d ig n id a d e d a e v id e n c ia dos d is cí p ulos q u e o co n h e c ia m , sem e x ig irm o s a e v id ê n c ia dos nossos próprios sentidos. As palavras de Jesus a Tomé realmente se dirigem às p e sso a s de todas as eras, qu e não tiv e ra m o p riv ilég io de ver a Jesus. Ele quer que entendamos que nenhum motivo
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dc inveja temos daqueles que tiveram a oportunidade de vc-lo, c que somente creram depois dc terem visto. E nsinam entos Práticos
/. A m issã o d e C ris to e a n o ssa . “Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós”. A quem foram ditas estas palavras? A homens que já tinham visto o Senhor, que haviam sentido o toque das suas mãos e experimenta do a paz que excede todo o entendimento. Aquelas eram as qualificações para serem enviados cm nome de Cristo, e também são as nossas, embora cm nosso caso o contato com Cristo seja espiritual. Algumas igrejas consideram apenas os sacerdotes, p a sto re s ou a n ciã o s c o m o re p re s e n ta n te s o fic ia is “e n v i ados” por Cristo, conceito que é estranho ao ensino do N o v o T e s ta m e n to no qu e diz re s p e ito ao serv iço cristão. É indispensável um ministério de dedicação integral, mas, afinal, uma das suas funções principais é levar os cren tes à maturidade espiritual, a fim de que possam ser pre p a ra d o s para o serv iço . “T a m b é m eu vos e n v io a v ó s” , disse Jesus, e suas palavras referem-se a todos aqueles que tiveram uma visão do Senhor, se alegraram com a sua presença c receberam a sua bênção nos seus cora ções. Para que propósito somos enviados ao mundo? Para p ro d u zir em nossas vidas um a cópia fiel da atitude que Cristo revela para com Deus c o mundo. Certo homem piedoso declarou que era seu desejo suprem o viver de tal modo que a sua própria vida provasse a veracidade do Evangelho. A atitude de Cristo d em onstrada na vida diária do cren te é um argumento irrefutável cm prol do Cristianismo. 2. O Cristo vivo e as portas trancadas. Reflitamos pri meiro sobre este falo: foram os amigos de Cristo, e não os
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seus inimigos, os primeiros a trancarem as portas para o Ressurrcto. Não somente estavam trancados entre as qua tro paredes de um quarto, como também nas cadeias do medo, da aflição e da decepção. Lemos, no entanto: “Cer radas as portas... chegou Jesus”. Repetidas vezes a Igreja, com zelo falso ou em ignorân cia do plano do Senhor, tem trancado as portas para Ele. Mediante avivamentos espirituais, porém, as portas de pre conceitos tem sido arrombadas. “Cerradas as portas... che gou Jesus”. Certo negociante, que durante anos vivera como agnóstico, disse que sentiu o toque do Senhor exatamente como se alguém lhe tomasse a mão enquanto andava na rua, para falar intimamente a ele. Daquele momento em diante, sua vida foi complctamente transformada. “Cerra das as portas... chegou Jesus”. Muitos entre nós, cedendo à depressão, excluem o Se nhor sem se aperceber; Ele, porém, chega para nos elevar do nosso abatimento. E podemos testificar: “Então Jesus veio a mim, mesmo estando as portas trancadas”. 3. P o d e r e s p i r it u a l p a r a a o b r a e s p i r it u a l . Q u a n d o Cristo soprou sobre os discípulos, estava querendo di zer: “Pessoas espiritualmente mortas não podem trazer a outros a vida espiritual. Assim sendo, eu vivifico vocês espiritualmente”. Todos os que se dedicam em ganhar almas para Cristo reco nhecem a verdade das palavras do S e n h o r: “ S e m m i m n a d a p o d ei s f a z e r ” . N i n g u é m p r o c u rou honestamente transformar-se em tudo aquilo que Cristo quer que ele seja, sem ter chegado a gemer, quase desesperado: “Quem é suficiente para estas coisas?” Embora esta atitude faça mal ao orgulho próprio, é b e n é fic a à n o s s a alm a. É c o m o c lam a r: “ S e n h o r, o m eu cântaro está vazio; por favor, encha-o para mim.” Sua resposta vem sem demora: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus... Bem-aven
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turado s os que têm fo m e e sede de justiça, p orq ue eles serão fartos” (ML 5.3,6). Jesus disse: “Recebei o Espírito Santo”. Como? Segun do as palavras de Isaías: "Os que esperam no S e n h o r reno varão as suas forças”. 4. P r o c l a m a n d o o p e r d ã o a o s a r r e p e n d i d o s . Um dos possíveis sentidos do versículo 23: c direito c tam bém dever de todo cristão proclamar ao mundo que Cristo foi mani festado para tirar o pecado, que aquele que crê será salvo ("os pecados lhes são perdoados”), e que quem não crer será condenado (são “retidos” os pecados). Que pensam ento solene - saber que temos autoridade p ara dizer ao pior dos pecadores: “ Eis o C ordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”! 5. O f a l t o s o . “ O r a , T o m é , u m d o s d o z e , c h a m a d o Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus”. Que hora para faltar á reunião! D ecerto T o m é nem im aginava quão m aravilhos o haveria de ser o culto! T alvez p ensasse que os dem ais discípulos falariam sobre o Cristo morto. Existem hoje, nas igrejas, pessoas para as quais Cristo não é uma realidade viva, e imaginam, portanto, não haver vida espi ritual na igreja, faltam, não por indiferença, nem por se sentirem satisfeitas cspiritualmentc, mas por falta de espe rança. Contrariamente às expectativas de Tomé, no entanto, os discípulos tiveram uma reunião maravilhosa, porque Jesus estava ali. Tom é perdeu muita coisa: um a demo nstração da certeza da vida futura, o gozo de grande enlevo espiritual, a dádiva da paz, a vocação ao ministério da pregação e o sopro do Espírito Santo. É triste para a igreja quando os crentes começam a faltar aos cultos. 6. Crer é ver. A incapacidade de ver pode ser explicada por um dos dois m otivos seguintes: ou nossa visão é boa e o objeto a ser visto é obscuro; ou é claro o objeto, e infe rior a nossa visão.
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Qual foi o caso de Tomé? A evidência era suficiente mente clara porque tinha o testemunho unânime de dez homens que conhecia há anos, e isto não somente pelas palavras deles, com o tam bém pelos seus rostos tran sform a dos de júb ilo espiritual. A dificuldade , portanto, não eslav a na evidência, e sim na atitude dc Tomé. Jesus, portanto, disse: “Não sejas incrédulo, mas crente”. As pessoas talvez digam que não podem crer nisto ou naquilo, e talvez estejam sendo sinceras. A pergunta mais importante, em tal caso, é: “Você realmente quer saber se isto é verdade? E estaria disposto a conformar sua conduta com os fatos, uma vez averiguados?” O olho sadio verá a luz. O coração sadio perceberá a verdade. 7. Im p o n d o c o n d iç õ e s a D eus. Tomé errou grandemen te em querer estipular condições cm que Cristo leria de vir a ele. “Sc eu não... de maneira nenhuma crerei”. Definiu o caminho pelo qual Jesus leria dc vir a ele, e não quis per ceber a pre sen ça do Sen hor, a não ser que fosse por aquele caminho. É certo que Cristo se adaptou às fraquezas do melancólico discípulo, mas nem por isso devemos repetir tal erro. Não podemos ditar ao Senhor os métodos que deverá empregar para tratar conosco. O papel da criatura é confiar no Criador, e não procurar limitar o Onipotente. 8. A vista nem sempre é a visão. Leia o versículo 29. Esta época materialista exige fatos concretos, mas, mesmo na vida cotidiana, há diferença entre v er e p e rc e b e r . M u i tas pessoas passam nas galerias dc arte sem perceber nada de especial nas obras-primas, não rec onh ecend o nelas qual quer significado ou valor. Milhares de pessoas viram Jesus enquanto estava aqui na terra, mas nem todas perceberam ser Ele o Filho dc Deus. Em contraste, milhares dc pessoas hoje, que nunca viram a Jesus fisicamente, reconhecem-no pelos olhos da fé, dc forma que Ele lhes é tão real como um amigo na terra.
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“Não posso crer”, disse um jovem descrente a D. L. Moody. “Fm quem você não pode crer?” perguntou o evangelista. Respondeu hem! O Cristianismo apresenta, cm p rim eiro lugar, u m a P e s so a qu e m e re c e n o ssa c on fian ça, c não tanto uma serie de proposições abstratas a serem aceitas. Quando um amigo telefona dizendo que chegará a tal hora, vamos para a estação nos encontrar com ele. Cristo nos avisou que se encontrará conosco no local chamado Fe, c ali o acharemos.
J e su s A p a rece a S e te D iscíp u lo s n a G a liléia Texto: João 21.1-24 Introdução N ós, q u e p e rte n c e m o s ao Jesus ressu rreto , p o d e m o s ter certeza de que, enquanto labutamos nos mares desta vida, Ele está nos olhando da praia além, pronto a dar as instru ções que nos garantirão o sucesso. Talvez não cheguemos a ver os resultados até o raiar da aurora final, quando mãos angelicais recolherão o fruto ao Celeiro eterno. Estêvão viu Jesus à mão direita de Deus, e Ele se revela a todos que b u s c a m a sua face. N o sso S en hor, e n tro n iza d o , dirige d e lá a batalha cuja vitória final já c garantida; c a partir desta vitória que podemos proclamar o Evangelho: “Ora, o Se nhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus. E eles, tendo partido, prega r a m p o r t o d a p a r t e ” . O m e s m o S e n h o r v i to r i o s o q u e e s tá nas alturas, também está lutando ao lado dos seus fiéis, “cooperando com eles o Senhor, c confirmando a pala vra com sinais que se seguiram” (Mc 16.19,20). Embora este jam os no m e io do m ar bravio, c Ele no C éu, há entre o Senhor e nós a plenitude da união e da comunhão, e reco
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b c rc m o s da p a rte dEIc ilim itad o s su p rim en to s de forças, graça c bênçãos, se reconhecermos a sua presença, c onfes sarmos a nossa insuficiência, obedecermos a Ele e esperar mos a sua bênção.
I - A Festa Inesperada (Jo 21.114) /. Uma expedição infrutífera. O s a p ó s t o l o s , o b e d e c e n do as ordens do Mestre, foram para a Galiléia, onde Ele p r o m e te r a e n co n trá-los. D u ra n te a espera, P edro, sem p re impaciente, falou, com característica impulsividade: “Vou p e s c a r ” . Se ele a c h a v a que, e n q u an to e sp e ra v a o M estre, deveria aproveitar o tempo para cuidar dos negócios, fazer um pouco de exercício c tomar o ar fresco do mar, então conseguiu bastante exercício c ar fresco, mas nenhum re sultado no negócio da sua especialidade, a pesca: “Naquela noile nada apanharam”. Achamos que talvez o Senhor ti vesse algo a ver com aquelas redes vazias; não queria que seus futuros missionários se dedicassem demais às antigas ocupações. O alegre encontro. “Filhos [lilcralmcntc, ‘rapazes’], 2. tendes alguma coisa de comer?” perguntou o desconheci do, cm pé, na praia. Recebendo resposta negativa, fez a seguinte sugestão: “Lançai a rede para a banda direita do barco, e a ch ar e is” . D e fato, fizeram u m a p esca de cento e cinq uen ta e três grandes peixes. João, com seu discernime nto e sensibilidade espiritual, olhou bem para o desconhecido na praia c reconh eceu-o, exclama ndo: “E o Sen hor ” ! Pedro não parou para duvidar, debater ou investigar: impulsiona do pelo seu amor ao Mestre, saiu do barco de um só salto pa ra d en tro da água, c logo c h e g o u à praia. N ão sc i m p o r tava mais c om a pesca ou os peixes - queria Cristo! Muitas vezes, em nossas viagens pelo oceano da vida, nosso labor torna-se infrutífero; então, quando a l g u é m n o s d ir i g e ao s f ru to s , e x c l a m a m o s c o m j ú b i lo : I o S e n h o r! ”
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3. O g r a c i o s o c o n v i te . P e d r o , c h e g a n d o à p r a i a , v i u que havia um fogo aceso (“umas brasas”) em que Jesus p r e p a r a v a u m a r e f e iç ã o , b e m d if e r e n te d o fo g o (“ b r a s e i r o ” ) a o l a d o d o qu a l P e d r o q u e r i a se a q u e c e r n o p á t i o do sumo sacerdote. Aquela ocasião fora palco de tristeza, tentação e negação de Jesus; agora, havia glória, segu rança c a restauração da comunhão com Cristo. Pedro sentia-se muito mais confortável aqui, à beira-mar, ao lado do milagre da condescendência divina. O eterno Filho de Deus, Criador do Universo, entende tão bem nossa fraca situação humana, prepara uma refeição e diz, s o r ri d e n te : “ V i n d e , j a n t a i ” . O S e n h o r g o s t a v a d e c u i d a r dos seus, segundo suas próprias palavras: “Pois o pró prio F il h o d o h o m e m n ã o v e io p a r a ser s e r v id o , m as p a r a s e rv i r, e d a r a s u a v id a c m r e s g a t e p o r m u i t o s ” . N o s s o Senhor, no Céu, continua com a mesma disposição em nos atender, conforme Ele mesmo declarou: “Bem-aven turados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar-se à mesa, e, chegando-sc, os servirá” (Lc 12.37).
II - O Culto da Ordenação (Jo 21.15-17) A refeição que Pedro tomou ao lado de Cristo talvez simbolize aquela profunda c contínua comunhão que seria necessária ao seu futuro ministério. Nós também devemos aceitar o alimento que Cristo nos prepara se quisermos ter condições de alimentar as suas ovelhas. Estudaremos a restauração pública de Pedro no seu ofício, posição que ele mesmo considerava sacrificada pela sua tríplice negação de Cristo. A restauração cm público era tão necessária como a que recebeu cm particular (Lc 24.34), a fim de os demais apóstolos reconhecerem-no cm sua posição de autoridade espiritual.
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.loan, o Evangelho do Filho de Deus
/. O in terro g a tó rio . A Bíblia conté m perguntas bem diretas e profundas, como por exemplo: “Onde estás?” “Onde está Abel, teu irmão?” “Que fazes aqui, Elias?” Aqui temos o tríplice interrogatório, com Jesus perguntando três vezes: “Simão, filho de João, amas-mc?” Esta pergunta era: / . / . Uma lembrança. Jesus, deixando de lado o nome de Pedro (que representa a força espiritual que seria ao edificar-sc firmemente na rocha, que c Cristo), que Ele m esm o lhe dera, voltou a em pre gar o nom e de “Sim ão” , como que o lembrando das suas antigas fraquezas, e per guntando se está disposto a ser Pedro, a rocha —não pelas suas próprias forças, e sim mediante a firmeza que apenas Cristo lhe pode dar. As três reiterações da pergunta seriam a retratação da tríplice negação, e as palavras “am as-me mais do que estes?” serviríam de lembrança a Pedro, de que não devia jacta r-sc da sua pró pria lealdade: “A inda que todos se escandalizem cm ti, eu nunca rne escandalizarei” (Ml 26.33). E: “Ainda que todos se escandalizem, nunca, p orem , e u ” (M c 14.29). 1.2. Um leste Antes de Pedro ser enviado em nome de Jesus para cuidar das ovelhas, precisava ter certeza de estar cm harmonia com o Sumo Pastor. O a m o r tem de ser o vínculo entre Cristo c seus obreiros. Amor, c não imagina ção apenas. Amor, e não somente um rígido senso do de ver. Amor, e não um sentimento romântico. Paulo descre ve assim a essência do Cristianismo: “A fc que atua pelo amor” (Cl 5.6). O teste supremo da nossa experiência cris tã é nosso real amor por Cristo. 2. O examinando. J e s u s e m p r e g a a p a l a v r a a m a r , que tem, na língua original, vinculação com o amor divinal c puro, e Pedro, na sua respo sta, e m p re g a a p a la v r a a m a r mais comum, que representa a amizade. Aquela terrív el noite no pátio do sumo sacerdote, quando Pedro, aconchegando-se aos confortos dos inimigos de Cristo, negou-o quando menos o imaginava, já o havia curado da confiança
J e s u s A p a r e c e a Se le D i s c í p u l o s n a G a lilé ia
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cm si mesmo. Na terceira pergunta, Jesus volta à pa lavra mais comum, como se para testar a autoconfiança dc Pedro até no tocante à sua simples e leal amizade. Pedro ficou triste, mas respondeu apenas: “Senhor, tu sabes tudo; tu s ab e s q u e e u t e a m o ” . P e d r o j á n ã o d e p e n d e d a c o n f i a n ç a que tem em si mesmo; fora de Cristo, ele nada pode; seu amor se alicerça no amor que Ele lhe deu, c seu car áter depende daquele aspecto melhor do seu íntimo que Cristo conhece, podendo ensiná-lo a amar devidamente. Aqui há consolação para nós: quando as pessoas criticam nossas atitudes, como se estivessem dizendo que não é assim que o servo dc Cristo deve agir, é uma bênção podermos dizer, cm oração: “Tu sabes que eu te amo”. 3. A obra. Pedro, recuperado quanto às suas forças es pirituais, d e v e d cd icá -la s ao serviço d a Ig reja de C risto. A n te s da negação, Cristo admoestou-o: “Tu, quando te con verteres, confirma os teus irmãos” (Lc 22.32); d e p o i s da negação, a adm oestaçã o c: “A pasce nta as minha s o velha s” . Pedro, lembrando-se das próprias fraquezas, cheio dc gra tidão pelo amor dc Cristo, que o perdoou, c sentindo as necessidades dos seus companheiros mediante a compre ensão dc que suas próprias falhas lhe ensinaram a encarálas com simpatia, animado pelo amor de Cristo, teria agora dc scr um herói, a fim de fortalecer os demais. Muitos anos mais tarde, Pedro transmitiu este mesmo recado, esta mes ma incumbência, aos líderes das muitas igrejas que existi am: “Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles... Apascentai o reba nho de Deus, que há entre vós... E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória” (1 Pe 5.1-4).
Há, nas três incumbências, certa progressão dc pensa mento: 1) “A pas cen ta as m inha s ove lh as” . Isto referc -se c s p e c i a l m c n t e a c re n t es j o v e n s e i m a t u r o s , q u e d e v e m s er guiados mansamenlc c alimentados com o genuíno leite cs
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./não, o Evangelho do Eilho de Deus
piritual, qu e é u P alav ra (1 P c 2.2). 2) “A p a sc e n t a as m i nhas ov elh as” . Gu iar, dirigir, pr ote ge r de inimigos os dis cípulos mais maduros que saem a enfrentar o mundo, con servando também a disciplina do rebanho. 3) “Apascenta as minhas ovelhas”. As vezes há crentes antigos que tem tantas fraquezas ou tentações, que exigem mais atenção p asto r al que os p ró p rio s c ord eirinho s. E nsina m ento s Práticos
1. Trabalhando durante a noite. Os infrutíferos esfor ços dos discípulos durante a noite inteira lembram-nos que os obreiros cristãos mais bem-sucedidos têm muitas expe riências de fracassos c decepções. Mesmo quando estamos lutando contra a maré, no meio das ondas e na noite escu ra, Jesus está nos olhando, e de um momento para o outro p o d e nos rev elar sua p resen ça e m o strar-n os que, e n q u an to p e r se v e ra m o s c om pa ciê n cia e e sp eran ça, n o ssa o b ra feita pa ra o S e n h o r n ão é em vão. 2. A consideração de Cristo. Os Evangelhos trazem todos os sinais da veracidade: nenhuma imaginação piegas, ne nhum inventor de lendas teria pensado cm pintar um qua dro do Senhor ressurreto preocupando-se com algo tão co mum e insignificante como cozinhar peixe para seus segui dores. Não há. entretanto, nada de artificial, forçado ou desnalurado cm nosso Senhor glorificado; o que é do nos so interesse, interessa a Ele. O que é suficientemente im p o rta n te para o c u p a r a n o ssa séria reflexão é s u fic ien t e mente importante para Ele. O Senhor tem compaixão das nossas enfermidades, dos nossos sentimentos, por mais tri viais que pareçam ser. Isto nos incentiva a orar sobre todo e qua lque r assunto - lançando sobre Ele os nossos fardos! 3. A necessidade humana — a oportunidade do Senhor. Guando Jesus perguntou: “Filhos, tendes alguma coisa de co m er? ” , já sabia que a resposta teria que ser negativa; sua
J e s us A p a r e c e ct Sele D i s c í pu l os na Ga/ i lé i a
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perg u n ta visava despertar neles o re co n hecim ento do seu próprio fracasso. M uitas vezes, o S en h o r tem que desferir um golpe mortal em nosso orgulho c autoconfiança, a fim de nos preparar para receber da parte dEle as suas forças. Quando nosso eu chega ao fim, Ele pode começar. Nosso limite é a oportunidade do Senhor. “Sendo tu pequeno aos teus olhos... o S e n h o r tc ungiu” (1 Sm 15.17) 4. “La nç ai a rede à de stra do barco ”, Se, a pó s sof rcrmos algum fracasso, nos dispusermos a escutar a voz do Senhor, Ele nos mostrará o modo certo de servi-lo. Ele não quer repreender, denunciar, criticar; deseja, sobretudo, nos orientar. “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peçaa a Deus, que a todos dá libcralmentc, e o não lança cm rosto, c ser-lhe-á dada” (Tg 1.5). Certa missionária desco briu que, a d espeito do seu m uito e sfo rço na org an iz aç ão , p r e g a çã o c ensino, seu m in istério era um fracasso. Sentiuse, então, levada a deixar de lado algumas atividades para dedicar algumas horas ã oração. Houve, como resultado, um a rev olu çã o total no seu m inistério. For a levada a lançar a sua rede no lado certo! Q ua nd o surgem os fracassos, como ãs vezes acontece, devemos levá-los ao Senhor (cf. Mc 9.28,29). 5. A p ó s a tem p esta de, a bonan ça. As incertezas do mar tempestuoso seguidas pela segurança da praia firme; a noite de labuta seguid a pelo brilho da aurora; a ausênc ia de Cristo seguida pela sua presença pessoal; a dolorosa fome segui da pela refeição que satisfaz —todos estes aspectos fazem c o m q u e a n a r r a t i v a se j a u m a b e l a f i g u ra d a n o s s a c h e g a d a ao Céu, após a tempestuosa viagem pela vida. 6. O amor, motivação suprema da vida cristã. “Simão, filho de Jonas, amas-me?” Jesus poderia ter perguntado: “Simão, já te arrependeste?”; ou: “Simão, finalment e te hu m ilha ste? ” ; ou: “Sim ão, tens certeza de ter o conceito correto quanto à m inha pesso a?” ; ou: “Sim ão, prom etes que nunca mais me negarás?”; ou: “Simão, sempre me obed e
cerás?” Ao contrário, simplesmente pergunta: “Simão, a n u i s - m e T ’ No entan to, aquela pe rg un ta tão singela atinge o próprio coração da vida cristã. Cristo busca cm primeiro lugar o nosso coração, a entrega de nossos afetos, pois, uma vez que assim acontece, seguir-se-ão naturalmente o arrependimento, a lealdade, a obediência c o serviç o. Quantos deveres cristãos são deixados de lado quando se diminui a frequência à igreja ou quando as ofertas vão eseasseando. Podem os achar um a centena de desculpas para expl icar o descuido. Muitas vezes, por ém , a verd adeira razão p o d e ser d e fin id a nas seguintes palav ras: “ D eix aste o teu p rim eir o a m o r ” (A p 2.4). M es m o assim , a c o n sc iê n cia de nossa falta de amor não deve nos desencorajar a buscar o Senhor; temos plena consciência das nossas falhas passa das; hesitamos quanto a oferecer ao Senhor os nossos afe tos tão minguados. Jesus Cristo, no entanto, aceita nossos minguados recursos de amor, porque Pile pode transformálos cm plenitude de abundância. 7. R e c o n h e c e n d o o S e n h o r. Qual foi a demonstração con creta da verdade de ser o Sen hor a pessoa que estava na praia? R esposta: “C h eg o u pois Jesus... e d e u - lh o ” . Jesus c sobretudo o grande Doador. Neste mesmo evangelho, Ble diz com respeito ao seu Pai: “Porque Deus amou o mundo de tal ma nei ra que deu ” . Este é um sinal da div ind ade de Cristo, que “a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto”. Dá aos homens cm suas necessidades; quando os sedentos estão desmaiando, Pile faz brotar as águas, mesmo no meio do deserto ou das duras rochas. Muitos cristãos, recebendo uma bênção espiritual inesperada ou uma ex pressão d a divin a p ro v id ê n c ia n a sua vida, p o d e m e x c la mar: “E o S e n h o r ”!
A p ê n d ic e O Evangelho ele Jesus Cristo segundo João é o mais conheci do, o mais amado livro do mundo. Essa obra tem induzido mais pessoas a seguirem a Cristo e inspirado mais crentes a servirem ao Senhor que qualquer outra, através dos séculos. Se se conside ra Lucas “a mais bela obra literária do mundo”, João é ainda mais elevada, mais sublime. Ao passo que suas histórias cativam as crianças, suas lições são insondáveis aos filósofos. João é o Evan gelho Eterno, o Evangelho de Deus.
O autor do quarto Evangelho O escritor deste livro foi o apóstolo João, que, com Pedro e Tiago, era um dos três valentes e mais ilustres do Eilho de Davi (Mc 5.37; Mt 17.1; 26.37; ver 1 Cr 11.10-47). Seu pai, Zebedeu, um pescador no mar da Galiléia, parece homem abastado; pos suía, talvez, casa em Bctsaida e tinha servos (Mc 1.20). Salomé, a mãe de João (Mt 27.56; Mc 15.40; 16.1), foi uma das mulheres que acompanhavam a Cristo e seus discípulos e o serviam com suas faze nd as (Lc 8.3; Mc 15.40,41). Eoi esta mesma mulher, santa e querida, que, com outras, na manhã da ressurreição, levou aromas para embal samar o corpo de Cristo (Mc 16.1). João era, sem dúvida, no início, um discípulo de João Batista. Depois foi escolhido para ser um dos 12 apóstolos (Mt 10.2). AquEle que conhece os corações dos homens, deu a João e seu irmão, Tiago, o nome de Filhos do trovão (Mc 3.17). Eoram assim chamados.
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J o ã o , o E v a n g e l h o d o F i l h o d e D e u s
talvez, por causa elo poder com que testificavam do Cristo, o Tro vão entre os hebreus, dignificando a voz do Pai. João foi conhe cido corno aquele que Jesus amava (Jo 13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20). Foi a ele que o Mestre confiou o cuidado de sua querida mãe antes de morrer (Jo 19.26,27). Foi um dos discípulos que perseveravam unanimemente em Jerusalém em oração e súplicas (At 1.13,14). Foi, com os outros, no dia de Pentccostc, batizado no Espírito Santo (At 2.4). Continuava na constante companhia de Pedro (At 3.4; 4.1 3; 8.14,1 7). A história da Igreja concorda em que João residia em Éfcso, de onde dirigia a obra das igrejas. Foi de lá banido à solitária ilha de Patmos, “por causa da palavra de Deus. c pelo testemunho de Jesus Cristo” (Ap 1.9). Sobreviveu a todos os outros apóstolos, por muitos anos, sendo o único deles que não morreu mártir. A data do livro de João
João escreveu seu evangelho, provavelmente, nos anos 85 a 90 a.D., quando todo o Novo Testamento estava completo, a não ser a parte que ele mesmo escreveu. De maneira extraordinária, seu evangelho leva todos os quatro evangelhos ao maior grau de glória e de instrução prática. Sua primeira epístola é o ponto culminante das epístolas. O Apocalipse c o selo e o apogeu de toda a Bíblia. João, com meio século de experiência como pastor e evangelista, depois da crucificação, ficou melhor preparado para escrever sua obra acerca do Mestre. Suas palavras nos estimulam ainda mais, se nos lembramos do que ele tinha experimentado quando escrevia. Reclinara a cabeça no seio do Senhor c compar tilhava intimamente os sentimentos de seu coração amoroso. Se guira o Senhor ao seu julgamento, quando todos os outros discí pulos pul os tinh ti nham am fugi fu gido do (Jo 18.15). Fora Fo ra o ún únic icoo a fic f icar ar ao pé da cruz cr uz para pa ra r eceb ec eber er a men me n sage sa gem m do Salv Sa lvad ador or,, antes ant es de Ele El e ex expi pira rar. r. P r e senciara a ascensão. Fora um dos 120 discípulos maravilhosamente batizados no Fspírilo Santo, no glorioso derramamento do Pentccostc. Acolhera a mãe do Senhor em casa. até ela morrer. Vira a dispensação judaica findar e a destruição da cidade santa. F, não muito depois de escrever seu evangelho, foram-lhe conce didas as visões vibrantes e preciosíssimas do Apocalipse. Verda deiramente, se estudarmos, lembrando do que João tinha visto, do que sentia no coração quando escrevia, desfrutaremos muitas vezes mais das bênçãos e da alegria do Espírito Santo.
A p ê n d i c e
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O versículo-chave do livro
Para se desfrutar das riquezas de qualquer livro da Bíblia é necessário possuir, primeiramente, a chave própria do livro. As vezes a chave está na fechadura da porta, na frente, como no livro de Atos, esperando que abramos a porta para entrar. A chave do livro de João, contudo, está bem no fundo: “Pistes porém, foram escritos para par a que crei cr eias as que Jesu Je suss é o Cris Cr isto to,, o Filho Fil ho de Deus, Deu s, e para pa ra que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31). Não N ão é, t oda od a via vi a , so m en t e no fim fi m do livr li vro o de J o ã o qu e se encontra o propósito da obra. No primeiro capítulo está registra do que “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito que está no seio do Pai, Pai, esse o fez fez conh co nh ecer ec er ” (v. (v. 18). O alvo, po r tanto, dos sublimes “retratos” do Filho unigênito que se encon tram no livro de João, é que os homens conheçam o P ai do Filho unigênito, Deu D eus. s. No F r a g m e n t o M u r a t o r i a n o c on st a c o m o o a p ó st o l o Joã Jo ã o e s creveu seu evangelho “solicitado pelos bispos e colaboradores” e somente depois de um tempo de jejum e oração. Não ambici onava lugar entre os literatos de renome, mas antes um lugar para pa ra C rist ri st o no c o r a çã o dos do s h o m e n s . E sc r ev i a, não nã o p a r a div di v e r t i r os homens, mas para levá-los à convicção, mesmo como Lucas escrevera para levá-los à confirmação (Le 1.3,4). Queria que ficássemos convictos do ofício divino e da natureza divina de Jesus. Est E stee s f o r a m e scri sc rito toss p a r a q u e c reia re iais is q u e J e s u s é o C ris ri s to. o Filho de Deus. A
d i v i s õ e s d o liv r o
João, como Lucas, divide-se, naturalmente, em sete partes prin pr inci cipa pais is:: I. Prólo Pr ólogo go ou prefácio: Jesus, o Cristo, é o Verbo eterno feito em carne (Jo 1.1-14). 11. O test te stem em un ho de João Jo ão Batis Ba tista ta (Jo (Jo 1.15-34). 1.15- 34). III. III. O minist ério público públ ico de Cristo Crist o (Jo 1.35-12.50). IV. IV. O ministé rio oculto de Cristo entre os os discí pulo s (Jo (Jo 13.1-17.26). V. O sacrifí cio de Cristo (Jo 18.1-19.42). 18.1-19.42). VI. Cris to se manif esta res susci tado (Jo (Jo 20.1-31). VII. O epíl ogo ou fecho fecho do livro: livro: Cristo se se manife sta como o Mestre da vida e do serviço (Jo 21.1-25).
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.font), o Evangelho do I'ilho do Dens
João c os Sinóticos Sinótico quer dizer: O que dá uma vista geral de tudo , ou da pa p a rte rt e prin pr incip cipal al.. Os evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) são assim chamados porque nos fornecem uma vista geral - ou resumo - da vida de Cristo. Ksses três livros narram a vida de Cristo no mesmo esboço geral. Cada um dos três salienta seu ministério na Galilcia e conta resumidamente a sua obra na Judeia e na Pcrcia. O Kvangelho de João, ao contrário, dá ênfase ao que Ele fez na Judeia e na Perdia, e abrevia seu relato do que fez na Galiléia. Os pont po ntos os de contr con trast astee prin pr inci cipa pais is entre ent re Joã Jo ã o e os sinót sin ótic icos os são:
Os Sinóticos Todos escritos antes dc 70 a.D. Salientam biografia Relatam muitas parábolas Nar N arrr a m 23 mil mi l a gre gr e s Enfatizam discursos públicos Contam o que Jesus fez IJm panorama de Jesus, servindo
João Escrito cerca de 90 a.D. Salienta doutrina Não Nã o rela re lata ta ne n h u m a p a r ábo áb o l a Nar Na r ra ap enas en as 7 mil mi l agr ag r es Enfatiza entrevistas ocultas Conta por que o fez Uma radiografia da pessoa dc Jesus
Q u e c o liv r o d c J o ã o
p a r a n ó s? s?
Cremos realmente que Jesus Cristo c o Filho de Deus? Te mos vida em seu nome? (Jo 20.31). 20.31). Tem os essa vida em abun dância? (Jo 10.10 .10). Tran sborda sbo rdamo moss ate prod uzir muito fruto? (Jo 15.2). O propósito de João é sobremaneira prático. Quer não somente produzir fé em nós, mas demonstrar a vida que essa fé deve produzir. Os sete ou oito milagres registrados são verda deiros “sinais” (Jo 2.11). Ainda mais, são símbolos da vida trans mitida por Cristo. O primeiro milagre foi leito nas bodas em
A p ê n d i c e
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Caná para enfatizar a alegria da vida cristã e como Cristo nos transforma. Temos essa alegria? Nossa vida está transformada? A cura do paralítico de Betesda (Jo 5) nos fala não somente do po p o d e r a n ós c on c e d i d o s obr ob r e a mais ma is g r a v e e n f e r m i d a d e , mas ma s também do poder concedido aos caídos, para que se levantem e andem espiritualmente. Temos esse poder, sobre o físico e o espiritual? Ou ficamos paralisados espiritualmente, escravizados pelo pe lo t emo em o r, pel pe l o des de s ale al e nto, nt o, pel pe l o ód i o ? Q u e s i gni gn i f i c am, am , para pa ra nós, nós , os sublimes retratos do Filho de Deus, nesse livro? Formam apenas uma obra literária, de extraordinária fama? Ou são, para p ô r em a ç ã o esse mesmo poder, tanto na parte nós, um desafio a pô física física quanto na espiritual, espiritual, em nosso serviço? serviço? O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em Cristo Cristo,, isso Jazei; e o Deus De us de paz pa z será convo sco.