Índice Normas dos Terreiros
Hierarquia Uma casa de santo, seja de Umbanda ou Candomblé, além dos filhos de santo, tem outros participantes que dão suporte aos trabalhos, trabalhos , além de serem considerados, em alguns a lguns casos, autoridades na casa. Tais elementos são os Ogãs e Ekédis. A principal características desses filhos, é a falta da capacidade de manifestarem o Orixá ou a Entidade Espiritual. Não são rodantes, como se diz normalmente sobre os filhos de santo que têm a capacidade de receberem a entidade, ou seja, de manifestarem através da matéria a personificação do espírito. Ekéjì (em iorubá) e Ogán são na realidade "Ekéjì Òrìsà" (a segunda pessoa para o Òrisà). No caso, a primeira pessoa do Òrìsà é o babalorixá bab alorixá ou iyalorixá. Ekéjì é um cargo que se divide em algumas categorias e seus atributos (dependendo da categoria) sâo cozinhar para a casa de culto, puxar cânticos sagrados da casa, auxiliar o babalorixá ou iyalorixá, costurar e vestir os Órisà, preparar a pintura dos ìyàwó, etc. Algumas destas tarefas podem ser realizadas também por ìyawó, mas o mais comum é as ekéjí fazerem. Os Ogãs, mesmo os de Umbanda, normalmente não incorporam, embora possa o mesmo ocorrer em alguns casos. Neste caso, não se trata de um Ogã propriamente dito, e sim de médiuns, que podem ser filhos ou não da casa, que estariam momentaneamente ajudando na festa ou sessão, tocando o atabaque. De qualquer forma, é um problema, pois o atabaque é o elemento que faz a chamada da Entidade, e se no meio do toque, o Ogã ao invés de manter a vibração do toque, manifesta-se com ela, poderá criar uma quebra de concentração e conseqüentemente uma quebra fluídica. Seguramente isso ocasionará transtornos em médiuns mais novos como nos mais velhos também. Embora não incorporem, com freqüência possuem outras mediunidades, como intuição, visão ou Audição. Em algumas casas de Umbanda costuma-se dar à pessoas de bom nível social ou amigos que se apresentam para o trabalho e ajuda da casa, títulos de Ogãs. Estes entretanto, que na verdade não participam da vida ativa do centro e comparecem eventualmente às sessões comuns e muito ativamente nas festas, são uma categoria especial e recebem funções específicas, tais como; fiscais da freqüência, servirem bebidas e comidas aos convidados e procurar manter a normalidade dos trabalhos, trabalhos , impedindo o acesso de elementos negativos que possam criar algum problema. O Ogã e a Ekédi, são funções ou capacitações de indivíduos nas diversas nações de Candomblé. Nas diversas nações afro-descendentes recebem nomes específicos. Trataremoos aqui como Ogã e Ekédi, levando em consideração serem esses os termos mais conhecidos por iniciados ou neófitos. Os Ogãs e Ekédis não são apenas iniciantes a espera da manifestação dos Orixás, ou pessoas que possam ajudar de alguma forma a casa. No Candomblé, Ogã e Ekédi, são cargos que já vêm determinados às pessoas. O Ogã e a Ekédi, primeiramente são suspensos pelo Orixá e futuramente confirmados em iniciação particular, diferente em alguns aspectos, da iniciação dos demais Filhos de Santo. Possuem poderes específicos dentro dos barracões, pois são autoridades especiais, sendo considerados pais e mães por natureza. A eles são atribuídos os atabaques, os sacrifícios animais, a guarda de elementos espirituais do culto, colheita de ervas, responsabilidade pela cozinha do santo, auxílio imediato ao Babalorixá/Yalorixá nos Ebós e obrigações dadas nos
filhos. São Mães e Pais Pequenos, Mães Criadeiras, verdadeiras mães e pais a quem os filhos devem respeito e carinho. É importante lembrar que guardada as proporções de cada uma das funções, tantos uns como outros, são importantíssimas em suas funções e seria muito difícil, quiçá impossível, vários objetivos do culto serem alcançados sem suas presenças. Respeitem e tratem muito bem, com carinho, amor e devoção aos seus Ogãs, Ekédis, Mães e Pais Pequenos, são eles que de alguma forma, fazem com que o caminho a ser trilhado, por todos, dentro da religião, seja menos penoso, mais alegre e muito mais feliz.
Cargos Na Umbanda e Candomblé Líder do terreiro, o responsável pela iniciação de novos filhos de santo e por todo o culto aos orixás de uma casa. É o responsável Ialorixá/Babalorixá material pelas ordens, quer espirituais, quer materiais, emanadas da Cúpula Espiritual. É quem controla todos os médiuns, quer na onde: disciplina, quer na pontualidade, quer nos uniformes, quer na I a = M ãe, organização de obrigações, festividades, enfim toda a parte Baba = Pai. material dos rituais de um terreiro. Zelador(a) de Santo. Ialaxé/Babalaxé Iakekerê/Babakekerê Mãe Pequena/Pai pequeno. Auxiliar direta da mãe ou pai de santo. Médium do sexo masculino que não incorpora Orixá. Apesar de sua principal função ser a de auxiliar a manter o terreiro em ordem, fazendo pequenos consertos, a pintura, auxiliando nas Ogã despesas, fazendo serviços que exige força física e pelar os animais de quatro pés sacrificados, há vários Ogãs com diferentes funções num terreiro. É o responsável por toda a corimba à ser puxada no terreiro, é também instrutor de toques de atabaque. Só existe UM Ogã Calofé Ogã Calofé em cada terreiro. Ogãs que tocam atabaques, também chamados de “Ogã de couro”, Ogã Alabê subordinados ao Ogã Calofé. Médium preparado, exclusivamente para a puxada da Corimba Ogã-de-Corimba ou (Pontos Cantados), respondendo diretamente ao Ogã Calofé, à Ogã-de-Canto Mãe Pequena, ou em última instância, ao Chefe do Terreiro. Ogã responsável pêlos cuidados com o orixá do peji (quarto de santo). É ele quem verifica, juntamente com a iakekerê, se tudo Pejigã está em ordem no peji. Ogã responsável pelo sacrifício dos animais aos orixás, preparado Axogun, especialmente para efetuar toda e qualquer matança de animais, Ogã-de-Faca ou Mão(muito usado em Nação). Existem Axoguns que só podem de-Faca sacrificar animais de 2 patas. Ogã responsável por encontrar nos matos as folhas necessárias para os rituais e Pelo culto de Ossaim no terreiro. Preparado Olossain ou especialmente para fazer a Colheita e a quinagem(maceração) das Mão-de-Ofá ervas usadas na Umbanda, para Amacís, assim como para remédios e banhos de descarga.
Mulher que tem como função: auxiliar o orixá, dançar com ele, vesti-lo, enxugar seu suor durante a dança (por isso que trazem sempre uma toalha no ombro), etc. Geralmente é escolhida pelo próprio orixá incorporado. Tem como característica mediúnica o dom de favorecer a incorporação nos médiuns, sendo de extrema importância no desenvolvimento e na chamada dos guias na Ekede sessão. Também auxilia na organização da sessão durante a mesma. Ekede responsável pelos cânticos e reza dos orixás. Iatebexê Todas as pessoas feitas no Santo, que tenham mais de sete anos de Ebomi feitura. Aquela que cuida dos axés dos orixás, como os pós, os pigmentos, Ialaxé as ferramentas e os “temperos” das comidas sagradas. Responsável pêlos abiãs recolhidos para a iniciação e pêlos ensinamentos que este recebe durante o período de recolhimento. Jibonã Também chamada de “mãe criadeira”. Responsáveis pelos culto de Exu, especialmente pelo padê. Dagã, Sidagã, Adagan Subordinado diretamente à Mãe de Santo, sendo o único ou Cambono-de-Ebó responsável, por todas as entregas negativas do Terreiro. Responsável pela comida dos orixás e pela cozinha ritual em geral. É ela quem prepara os alimentos dos orixás (ageuns, amalás) e os ebós. Iyabassé É a responsável pela cozinha do terreiro, pela confecção de toda e qualquer comida necessária nos trabalhos. É subordinada e substituta da Iabassé. Cota Médium (mulher) com feitura no Santo, com menos de sete anos Iaô de Santo feito. Médium (homem) com feitura no Santo, com menos de sete anos Cassutés de Santo feito. (Nos Candomblé são igualmente chamados de Iaô.) Indivíduo ainda não iniciado, que passou apenas pela pré-iniciação Abiã do bori. Médium (mulher) em desenvolvimento. Samba Médium (homem) em desenvolvimento. Cambone Pessoa encarregada de tomar conta dos Yawos que estão fazendo Santo. Yamorô é encarregada de levar a água do padê de Exú para Iamoro fora do barracão. Babá-Efun e Homem ou Mulher que faz a pintura dos Yawos ( pintura=Efun ). Ia-Efun
Graduação em Ordem de Responsabilidades 1 – Mãe/Pai de Santo 2 – Ogã / Ekedi
3 - Mãe/Pai Pequeno 4 - Chefes de Gira 5 - Médiuns Feitos a mais de 7 anos 6 - Médiuns Feitos a menos de 7 anos 7 - Médiuns em desenvolvimento As Roupas no Candomblé Preocupados com a perpetuação sobre o vestuário dos praticantes do Candomblé, bem como dos nossos Òrìsàs, o Terreiro Ilé Òsùmàrè Asè Ogodo, vem por meio deste veículo, esclarecer alguns pontos, tendo como princípio a cultura que nos foi passada, ao longo de mais de um século de tradição. Percebemos que o complexo código de ética relacionado às vestes dos praticantes do Candomblé, está sendo diariamente infringido, expondo a nossa religiosidade de forma profana em meio à sociedade. Dessa forma, esse artigo tem por objetivo, dirimir dúvidas de pessoas que não tiveram o acesso à informação e, também expor a opinião do Asè Òsùmàrè sobre esse importante aspecto da nossa religiosidade. Desatentos às hierarquias das indumentárias e vestimentas do Candomblé, muitos participantes (talvez pela falta de conhecimento) estão desrespeitando, não somente os seus mais velhos, mas também as nossas Divindades. Isso ocorre, principalmente, com a chamada "carnavalização" dos tradicionais paramentos dos Òrìsàs. A situação vem se agravando, ao ponto de recriarem os trajes, implantando assim, uma nova maneira de vestir os Òrìsàs e seus filhos, ignorando a tradições centenárias, originarias de uma Religião milenar e, desrespeitando, de forma muito preocupante, a essência de cada Òrìsà. Com o cuidado de não ditar ou impor um código vestuário, apontaremos abaixo, apenas algumas violações (as mais recorrentes) que comprometem as tradições do Candomblé, descaracterizando de forma muito triste a nossa religião, bem como, algumas recomendações da nossa Casa. ÌYÁWÓ MOKAN: Uso indispensável IKAN: Uso Indispensável DILOGUN: Uso Indispensável: “LAÇINHO” e “GRAVATINHA” ACIMA DO PANO DE COSTAS: Uso Indispensável ROUPA DE SIRE: Até completar um ano de iniciada, deve-se dançar Sire de branco; ÌYÁWÓ DO SEXO MASCULINO CALÇA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL JEANS, BERMUDA, ETC.) CAMISA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL CAMISA DE CRIOULA – USO EXCLUSIVO PARA MULHERES, Também não se usa camiseta); ÉKÉTÉ: – NÃO É TOLERAVEL O USO PANO DE CABEÇA – À exceção do recebimento de Asè, em Oro); OGÁ (OGAN): CALÇA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL JEANS, BERMUDA, ETC.) CAMISA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL CAMISA DE CRIOULA – USO EXCLUSIVO PARA MULHERES, também não se usa camiseta);
ÉKÉTÉ, CHAPÉU OU BOINA (NÃO É TOLERAVEL O USO PANO DE CABEÇA – À exceção do recebimento de Asè, em Oro); EKEJI (EKEDE): SAIA: Ekeji não usa saia com anáguas de baiana; TOALHINHA: A cada dia é mais raro vermos uma Ekeji com uma toalhi nha para “enxugar” o Òrìsà As Roupas no Candomblé Preocupados com a perpetuação sobre o vestuário dos praticantes do Candomblé, bem como dos nossos Òrìsàs, o Terreiro Ilé Òsùmàrè Asè Ogodo, vem por meio deste veículo, esclarecer alguns pontos, tendo como princípio a cultura que nos foi passada, ao longo de mais de um século de tradição. Percebemos que o complexo código de ética relacionado às vestes dos praticantes do Candomblé, está sendo diariamente infringido, expondo a nossa religiosidade de forma profana em meio à sociedade. Dessa forma, esse artigo tem por objetivo, dirimir dúvidas de pessoas que não tiveram o acesso à informação e, também expor a opinião do Asè Òsùmàrè sobre esse importante aspecto da nossa religiosidade. Desatentos às hierarquias das indumentárias e vestimentas do Candomblé, muitos participantes (talvez pela falta de conhecimento) estão desrespeitando, não somente os seus mais velhos, mas também as nossas Divindades. Isso ocorre, principalmente, com a chamada "carnavalização" dos tradicionais paramentos dos Òrìsàs. A situação vem se agravando, ao ponto de recriarem os trajes, implantando assim, uma nova maneira de vestir os Òrìsàs e seus filhos, ignorando a tradições centenárias, originarias de uma Religião milenar e, desrespeitando, de forma muito preocupante, a essência de cada Òrìsà. Com o cuidado de não ditar ou impor um código vestuário, apontaremos abaixo, apenas algumas violações (as mais recorrentes) que comprometem as tradições do Candomblé, descaracterizando de forma muito triste a nossa religião, bem como, algumas recomendações da nossa Casa. ÌYÁWÓ MOKAN: Uso indispensável IKAN: Uso Indispensável DILOGUN: Uso Indispensável: “LAÇINHO” e “GRAVATINHA” ACIMA DO PANO DE COSTAS: Uso Indispensável ROUPA DE SIRE: Até completar um ano de iniciada, deve-se dançar Sire de branco; ÌYÁWÓ DO SEXO MASCULINO CALÇA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL JEANS, BERMUDA, ETC.) CAMISA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL CAMISA DE CRIOULA – USO EXCLUSIVO PARA MULHERES, Também não se usa camiseta); ÉKÉTÉ: – NÃO É TOLERAVEL O USO PANO DE CABEÇA – À exceção do recebimento de Asè, em Oro); OGÁ (OGAN): CALÇA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL JEANS, BERMUDA, ETC.) CAMISA DE RAÇÃO (NÃO É TOLERAVEL CAMISA DE CRIOULA – USO EXCLUSIVO PARA MULHERES, também não se usa camiseta); ÉKÉTÉ, CHAPÉU OU BOINA (NÃO É TOLERAVEL O USO PANO DE CABEÇA – À exceção do recebimento de Asè, em Oro);
EKEJI (EKEDE): SAIA: Ekeji não usa saia com anáguas de baiana; TOALHINHA: A cada dia é mais raro vermos uma Ekeji com uma toalhinha para “enxugar” o Ò ìsà r ADES, COROAS E PARAMENTAS DE ÒRÌSÀS: DISCERNIMENTO E COERÊNCIA: Deve-se ter coerência ao vestir os Òrìsàs (Nossos deuses são elementos da natureza, que utilizam representações da natureza, POR ISSO NÃO DEVEM SER CARNAVALIZADOS); MÁSCARAS: É inadmissível a utilização de máscaras na confecção da Roupa dos Òrìsàs; ALTURA DOS ADES: Deve se ter discernimento, coroas são coroas e não paramentos carnavalescos gigantescos; ÒSÀLÁ: ÒSÀLÁ SÓ USA BRANCO. Esse é um Òrìsà Fúnfún, não admite prata ou “azul clarinho” PENAS.: Nossa religião é tribal, mas não indígena, a utilização de penas na confecção das roupas dos Òrìsàs deve ser ponderada e não excessiva; SÀNGÓ: Não tolera roupas roxa ou preta; ÀSÈSÈ: HOMENS: Calça, Camisa de Ração (brancos) e Ékété; MULHERES: Saia de ração e camisa de crioula (brancas); PROÍBIDO: Brilho, Bordados, Vazados e Roupas Coloridas; BATA: QUEM PODE USAR: A utilização da bata é restrita as autoridades femininas da Casa (autoridade máxima, Ìyálásè, Ìyákekère, Ìyámaye, etc. - Se todas as Ègbón usarem batas, será impossível distinguir as autoridades); CUMPRIMENTO: Bata é Bata e não vestido! Um ditado tradicional nos Candomblés da Bahia diz: Quanto Maior a Bata, Maior a Ignorância da Ègbón; PANO DE CABEÇAS: QUEM PODE USAR: A utilização do Pano de Cabeça é restrita às mulheres (o Babalòrìsà “em sua casa” tem a autonomia de optar ou não pelo uso. O pano de cabeça, poderá ainda ser utilizado por homens, em obrigações internas em que o mesmo está “recebendo asè, como por exemplo Bori”); ABAS: As abas do Pano de Cabeça, estão relacionadas ao Òrìsà da filha de Santo e a sua idade de santo (se seu Òrìsà for Oboro – masculino, você não poderá usar duas abas, sendo que essa ficou para as filhas de santo, que possuem Òrìsàs Ayabas – femininos); ALTURA DO PANO: Deve-se ter discernimento ao usar o Pano de Cabeças. O pano de Cabeças não é turbante com diversas voltas e de altura desmedida; Seu pano de cabeça também não pode ser maior do que o da sua Ìyálòrìsà; PANO DE COSTAS: QUEM PODE USAR: A utilização do Pano de Costas é restrito às mulheres. UTILIZAÇÃO: O pano da costa deve ser colocado na altura dos seios (somente as autoridades quando estão trajadas de Bata, podem usar o pano na cintura); USO TRASVERSAL DO PANO POR HOMENS: Indevido, à exceção das festividades do Pilão e durante o Pilão de Òsògíyàn; FIOS DE CONTA.: AFRICANOS/CORAIS/PEDRAS: de uso exclusivo para autoridades do Candomblé e as pessoas com obrigação de sete anos (obrigações arriadas);
BOLAS DE PLÁSTICO: Não pertencem ao Candomblé SAIAS: QUEM USA: Uso restrito à mulheres (homem não usa saias, mesmo se seu Òrìsà seja ayaba); CUMPRIMENTO: A saia deve ser longa, cobrindo o calçolão (o uso de saieta é cabível somente para Òrìsàs masculinos – em mulheres); ROUPAS BRILHOSAS E BORDADOS: ROUPAS BRILHOSAS: A utilização de roupas com muito brilho está condicionada ao Òrìsà e à determinados Òrìsàs (existem roupas para dançar o Sìré e roupas para vestir os Òrìsàs, sendo que alguns também não toleram o brilho); BORDADOS: As roupas bordadas como Rechilieu, Asa de Mosca, Roda de Quiabo e panos mais elaborados, são de uso exclusivo para autoridades e pessoas com obrigação de sete anos arriada; BRINCOS E PULSERIAS: Ìyáwò de Òrìsà Oboro (Santo Masculino), não deve usar brincos e/ou pulseiras. A Casa de Òsùmàrè, pede que as pessoas reflitam sobre a essência de nossa ancestralidade, os Òrìsàs. Uma Ìyáwò aguardar a conclusão de suas obrigações, para a utilização de determinadas vestes, não a coloca inferior à ninguém, muito pelo contrário, mostra somente sua resignação por um determinado período, em obediência às regras do Candomblé pelo seu Òrìsà. O cumprimento desses interditos, confere ainda mais valor à obrigação de sete anos, em que a então ìyáwò, poderá utilizar-se de outras indumentárias, estando desta forma, em outra fase de sua missão religiosa (torando-se uma ègbón). No Candomblé, todos os passos são galgados, assim como na vida, afinal, a criança não nasce andando, existe um processo de aprendizagem. Uma mãe preservadora resguarda sua filha das maquiagens até a idade certa, etc. Assim é o Candomblé. Um Ogá não pode se sentir desprezado por não vestir-se como um Babalòrìsà, ele sim, deve se sentir orgulhoso em pode estar preservando a cultura dos antigos Ogá. Um Oga vestido com Ogá, é facilmente identificado em meio a multidão. O mesmo se aplica aos Babalòrìsàs, que não podem almejar as vestes femininas, pois nesse caso, ao invés de mostrar poder e distinção, evidência sua falta de conhecimento sobre a liturgia de cada elemento utilizado. A Casa de Òsùmàrè, não tem a intenção de ditar regras, mas sim, expor seus costumes, aprendidos ao longo de gerações, divulgado e esclarecendo muitas pessoas que jamais foram orientadas sobre como se vestir no Candomblé e por isso, cometem tantos erros
1 – Antes de fazer santo ou tomar obrigação, sente com o seu zelador e tenha uma conversa franca, aponte seus potenciais e seus defeitos, sei que isso é difícil, mas é preciso, diga a ele (a) qual o tempo que você reserva para a religião, em que ocasiões pode se ausentar. 2 – Ao pegar a lista de obrigação, leia atentamente, e anote suas dúvidas, nunca vá as compras sozinho, peça para seu pai ou um egbomi da casa de acompanhar. Isso evita erros e desperdício de tempo e dinheiro. 3 – Não leve picuinhas e fofocas para o seu zelador, tenha em mente que ele cuida de diversas pessoas e o tempo que ele tem pra se dedicar deve ser investido em problemas de verdade, como falta de saúde, de emprego. Você ser do orixá tão te fará isento a dores de barriga, brigas conjugais e outras pedras do cotidiano. 4 – Mostre interesse, a casa de santo mesmo sendo uma instituição religiosa, é feita de pessoas, cada tijolo, cada axé plantado, tem a mão de alguém, por isso você deve
demonstrar através de atos, seu comprometimento, seja passando um pano no chão ou colocando uma cortina. 5 – Filho de santo não precisa ser convidado! Hoje contamos com telefone, e-mail e redes sociais, para nos informar quanto aos eventos realizados no axé. Cada zelador tem em média 30 filhos de santo frequentes, imagina ele ter que avisar um por um, não tem jeito sempre vai acabar esquecendo alguém. 6 – Quando for para função, leve sua roupa de ração, e sempre uma de reserva, assim como seus produtos de higiene pessoal, não esqueça seus fios de conta, mokan e contra-eguns. 7 – Não existem apenas direitos, existem deveres também! O barracão tem contas, despesas pesadas, por isso é de suma importância a colaboração de todos desde o abiã até o egbomi, sem a contribuição financeira, não é possível melhorias, promoção de eventos e treinamentos. 8 – Pontualidade é importante em qualquer ramo da vida. Em dias de oro e candomblé o correto é dormi no axé, mas se não é possível, chegue cedo. 9 – Saber seu lugar. Se pergunte: - Qual o meu lugar na casa de santo? – Quais são meus objetivo lá? – Quais minhas responsabilidades?. Se você não conseguir responder nenhuma delas, é porque está perdido (a). Estamos nessa vida para ser vitoriosos, para brilhar, mas de braços cruzados e jogados ao acaso nada disso será possível... 10 – Procure estabelecer com seu zelador um laço de confiança, amizade e respeito, ele é ser humano como todo mundo, o que faz ele ser especial na sua vida é o fato de te ligar ao seu orixá, no dia do seu santo ligue para pedir a benção, não esqueça data de aniversário dele, reforce essa aliança, seu orixá nasceu em sua vida através das mãos dele e isso é por toda sua vida. Não vire as costas para seu axé, por pequenas coisas e não cobre dele aquilo que você não oferece. Pense e repense suas atitudes.. Dentro da casa de santo lidamos com pessoas, então estamos sujeitos a qualquer situação, fazer santo não é brincadeira, a partir daquele momento você está entrando em uma família, onde o que nos une não é os laços sanguíneos, mas os laços espirituais, e isso não minha concepção é eterno. Sempre falo uma frase bem simples: “Se a pessoa não consegue cuidar de uma bacia, quatro pratos e uma sopeira, o que será dela?” Isso retrata a minha indignação com algumas pessoas, que eu acredito que entram no orixá, para resolver situações imediatistas, status ou por não saber o que fazer da vida. O terreiro sempre está aberto a todos, nós zeladores, temos a responsabilidade de orientar o omolorixá (filho de santo), mas não podemos fazer tudo por ele. Somos facilitadores, direcionando as pessoas naquilo que com vivência e dedicação aprendemos. Não é fácil chegar a um filho e pedir que ele se retire, é uma dor muito grande, pois quando iniciamos alguém, depositamos dele confiança, amizade, respeito, resumindo: Esperança de continuidade. Hoje é tão cobrada a postura do babalorixá, dentro e fora da religião e quando se trata de yawos, nada pode ser cobrado – Absurdo!. O Pai de santo, não deve ser apenas zelador de santo, ele também exerce a função de administrador, e deve gerir de forma racional sua casa, por isso deve algumas vezes tomar uma atitude, mesmo que o machuque. Três situações que podem causar a exclusão:
- Faltas consecutivas, sem justificativa. – Não adianta o filho de santo fazer o santo e não participar, ele tem sete anos para torna-se um egbomi e vai ter que passar conhecimento, e como vai fazer isso se não tem vivência?
-Agressão verbal ou física – Nada justifica uma agressão, contudo quem tem razão em uma briga? Como dizem os mais velhos, há palavras que ferem mais que um tapa na cara, por isso se agredir alguém verbalmente, ela poderá te agredir fisicamente e no caso os dois estão errados. -Denegrir, humilhar ou usar a sua posição dentro da casa para causar danos a outro filho – Isso é bem típico de pessoas de candomblé, que deslumbrados pelo rumbê, usam seus “poderes” achando que são os próprios orixás,. É uma coisa queeu repudio, são todos irmãos, e educação cabe em qualquer lugar. Ressalto que não é fácil tomar essa atitude, mas ela se faz necessário, para que se mantenha a ordem, amo todos os meus filhos e filhos pequenos, contudo zelo pela integridade do egbé (comunidade), esse é meu dever, foi esse o juramento que fiz aos pés de Odé e Oxaguiã. Um conselho aos Pais de Santo:
“Conheçam bem as pessoas, antes de inicia-las, veja como elas se comportam, a educação, o comprometimento, a responsabilidade, o axé pode ajudar a muitos, contudo apenas os dedicados podem carrega-lo!” Conselho aos filhos de santo:
“Se você ama e acredita em seu axé, mostre! Não apenas com palavras, mas com atitudes, leve a sério, busque aprender, respeitando cada etapa, cuidando de sua casa e de seu orixá, a aliança com o orixá não se faz apenas de “fazer santo”, mas sim de cada ato de carinho e fé.”