sociedade feudal . Lisboa: Edições 70, 2012. BLOCH, Marc. A sociedade
Introdução O termo “feudalismo” apareceu na história (no século XVII) com uma conotação jurídica refletindo as relaç!es do feudo “como seus encar"os próprios desse tipo de posse”# $m %&'& aparece pela primeira e na pena de *oulainilliers para desi"nar um “estado de ciiliação”# +ara ,ontes-uieu “feudalismo” era um termo muito a.strato mas reconhecia -ue “/as leis feudais0 caracteriaram um momento da história” (p# %1)# O termo ir2 se populariar com a 3eolução 4rancesa# 5e"undo o autor “a ciiliação anti"a centraa6se em redor do ,editerr7neo” (p#%%) e “8pesar das con con-ui -uista stas s estas estas mesmas mesmas 2"u 2"uas as decorr decorrido idoss muitos muitos século séculos s perma permanec neciam iam o ei9o ei9o da Romania” (idem)# O início da Idade ,édia é marcado por “dois profundos moimentos nas massas humanas” -ue “tinham indo destruir esse e-uilí.rio :da ciiliação anti"a;” “para o su.stituir por uma constelação de desenho .em diferente# +rimeiro foram as inas!es dos
imitado por estes tr?s .locos @ o maometano o .iantino e o eslao @ incessantemente ocupado além disso desde o século X com o alar"amento das suas fronteiras est2eis o conjun con junto to romano romano6"er 6"erm7 m7nic nicoo estaa estaa se"ura se"uramen mente te lon"e lon"e de aprese apresenta ntarr em si mesmo mesmo uma homo"eneidade perfeita” (idem) “=este sentido -ue é o mais rico de conteAdo histórico a $uropa foi uma criação da alta Idade ,édia# B2 e9istia -uando se iniciaram para ela os tempos feudais propriamente ditos” (p# %C)# O o.jetio do liro é .uscar as sin"ularidades -ue definem essa fase da história européia# Dma definição so.re os processos de desenolimento das classes no feudalismo -ue "uiar2 a estrutura do liroE “momento -ue iu simultaneamente as classes anti"as definirem os seus contornos uma classe noa a .ur"uesia afirmar a sua ori"inalidade e os poderes pA.licos saírem do seu lon"o enfra-uecimento foi tam.ém a-uele em -ue começaram6se a diluir6se na ciiliação ocidental os traços mais especificamente feudais dos dois estudos sucessiamente oferecidos ao leitor @ sem -ue tenha sido possíel faer entre eles uma separação estritamente cronoló"ica @ o primeiro :tomo; ser2 so.retudo o da "?nese e o se"undo o da eolução final e seus prolon"amentos” (p# %C6F)#
!IMEI!O "OMO: # $or%ação $or%ação dos &aços de de'end(ncia ri%eira 'arte: o %eio #s )&ti%as in*asões + Ca'tu&o I + Muçu&%anos e H)n-aros
“O feudalismo medieal nasceu no seio de uma época infinitamente pertur.adora# $m certa medida nasceu dessas mesmas pertur.aç!es# Ora entre as causas -ue contri.uíam para criar ou manter um am.iente tão tumultuoso al"umas e9istiam completamente estranhas G eolução interna das sociedades européias# 4ormada al"uns séculos antes no escaldante cadinho das inas!es "erm7nicas a noa ciiliação ocidental por seu lado aparecia como uma cidadela sitiada ou melhor mais do -ue semi6inadida# $ por tr?s lados ao mesmo tempoE ao sul pelos fiéis do Islã Hra.es ou ara.iados a leste pelos JAn"aros ao norte pelos $scandinaos” (p# '1)#
Muçu&%anos “Kos inimi"os -ue aca.amos de enumerar o Islã era decerto o menos peri"oso” (idem) “O mundo muçulmano e o mundo .iantido e9erceram so.re o ocidente até o século XII uma erdadeira he"emonia econLmicaE as Anicas moedas de ouro -ue circulaam ainda nas nossas re"i!es saíam das oficinas "re"as ou 2ra.es ou então @ tal como muitas outras moedas de prata @ imitaam6lhe as cunha"ens” (idem) (idem) $ntre os séculos VIII e IX “trataa6se menos de inas!es propriamente ditas do -ue de "uerras de fronteiras###8s sociedades ocidentais apenas se chocaam com os $stados isl7micos em duas frentes” (idem)# 8 sa.erE sa.erE It2lia ,eridional e $spanha# $sses com.ates conferiram as sociedades espanholas uma marca ori"inal (*raudel e sua an2lise da $spanha como “ponta a"uerrida do Ocidente”) en-uanto no restante da $uropa influiu somente na desor"aniação e “puleriação” do poder dos reinos católicos# 8 $spanha era mais atratia aos muçulmanos j2 na It2lia a inestida muçulmana não aançou muito além dos 8lpes e se limitaa a incurs!es sa-ueadoras# =o século XI assistimos o fim da inestida muçulmana nessa re"ião "raças ao florescimento a"rícola dos reinos católicos e o fortalecimento das cidades comerciais (+isa
# o$ensi*a )n-ara “os JAn"aros ou ,a"iares tinham sur"ido na $uropa -uase su.itamente e j2 os escritores da Idade ,édia -ue os conheciam até de mais se admiraam in"enuamente de -ue os autores romanos não o tiessem mencionado” (p# 'M)# inham raíes nos poos nLmades das estepes asi2ticas# “+iratas da estepe”# Iniciaram sua mi"ração e cho-ue com os reinos ocidentais a partir do século IX# 8tuaam nas “.rechas” e conflitos entre os reinos cristãos# 8ssim como os muçulmanos -uase nunca foram e9itosos em atacar pontos fortificados e atuaam -uase sempre so.re pontos isolados# 5e fi9am a partir do século X e “a partir desse momento a história dos JAn"aros toma um aspecto noo# B2 não é possíel chamar lhes nLmades no erdadeiro sentido da palara pois fi9aram6se nas planícies -ue hoje t?m o seu nome” (p# 'P)
/i% das in*asões )n-aras $m NMM o rei da 4rança Oriental e outros reinos pressionam os hAn"aros a recuarem# Qomo causas mais profundas para o recuo não só as derrotas militares# 8s lon"as dist7ncias se tornaram um "rande empecilho para sua atiidadeE “8s hordas cometiam terríeis estra"os na sua passa"em# ,as não lhes era possíel carre"ar com todos os despojos# Os escraos -ue certamente se deslocaam a pé afrou9aram os seus moimentos e além disso era difíceis da "uardar” (p# 'N)# 8 falta de pasta"ens e o fortalecimento dos castelos diminuíam suas “mar"ens de mano.ra”# $ssas influ?ncias só puderam se tornar determinantes pois mudanças importantes se daam no interior da sociedade ma"iarE “islum.ra6se -ue pouco a pouco a a"ricultura tomaa o seu lu"ar a par da criação de "ado” (p# C1)# ornaam6se assim 6 influenciados pela a.sorção de tri.os estran"eiras 6 em poos sedent2rios onde “as colheitas se opunham dali em diante Gs "randes mi"raç!es de pilha"em” (idem)#
Muçu&%anos “Kos inimi"os -ue aca.amos de enumerar o Islã era decerto o menos peri"oso” (idem) “O mundo muçulmano e o mundo .iantido e9erceram so.re o ocidente até o século XII uma erdadeira he"emonia econLmicaE as Anicas moedas de ouro -ue circulaam ainda nas nossas re"i!es saíam das oficinas "re"as ou 2ra.es ou então @ tal como muitas outras moedas de prata @ imitaam6lhe as cunha"ens” (idem) (idem) $ntre os séculos VIII e IX “trataa6se menos de inas!es propriamente ditas do -ue de "uerras de fronteiras###8s sociedades ocidentais apenas se chocaam com os $stados isl7micos em duas frentes” (idem)# 8 sa.erE sa.erE It2lia ,eridional e $spanha# $sses com.ates conferiram as sociedades espanholas uma marca ori"inal (*raudel e sua an2lise da $spanha como “ponta a"uerrida do Ocidente”) en-uanto no restante da $uropa influiu somente na desor"aniação e “puleriação” do poder dos reinos católicos# 8 $spanha era mais atratia aos muçulmanos j2 na It2lia a inestida muçulmana não aançou muito além dos 8lpes e se limitaa a incurs!es sa-ueadoras# =o século XI assistimos o fim da inestida muçulmana nessa re"ião "raças ao florescimento a"rícola dos reinos católicos e o fortalecimento das cidades comerciais (+isa
# o$ensi*a )n-ara “os JAn"aros ou ,a"iares tinham sur"ido na $uropa -uase su.itamente e j2 os escritores da Idade ,édia -ue os conheciam até de mais se admiraam in"enuamente de -ue os autores romanos não o tiessem mencionado” (p# 'M)# inham raíes nos poos nLmades das estepes asi2ticas# “+iratas da estepe”# Iniciaram sua mi"ração e cho-ue com os reinos ocidentais a partir do século IX# 8tuaam nas “.rechas” e conflitos entre os reinos cristãos# 8ssim como os muçulmanos -uase nunca foram e9itosos em atacar pontos fortificados e atuaam -uase sempre so.re pontos isolados# 5e fi9am a partir do século X e “a partir desse momento a história dos JAn"aros toma um aspecto noo# B2 não é possíel chamar lhes nLmades no erdadeiro sentido da palara pois fi9aram6se nas planícies -ue hoje t?m o seu nome” (p# 'P)
/i% das in*asões )n-aras $m NMM o rei da 4rança Oriental e outros reinos pressionam os hAn"aros a recuarem# Qomo causas mais profundas para o recuo não só as derrotas militares# 8s lon"as dist7ncias se tornaram um "rande empecilho para sua atiidadeE “8s hordas cometiam terríeis estra"os na sua passa"em# ,as não lhes era possíel carre"ar com todos os despojos# Os escraos -ue certamente se deslocaam a pé afrou9aram os seus moimentos e além disso era difíceis da "uardar” (p# 'N)# 8 falta de pasta"ens e o fortalecimento dos castelos diminuíam suas “mar"ens de mano.ra”# $ssas influ?ncias só puderam se tornar determinantes pois mudanças importantes se daam no interior da sociedade ma"iarE “islum.ra6se -ue pouco a pouco a a"ricultura tomaa o seu lu"ar a par da criação de "ado” (p# C1)# ornaam6se assim 6 influenciados pela a.sorção de tri.os estran"eiras 6 em poos sedent2rios onde “as colheitas se opunham dali em diante Gs "randes mi"raç!es de pilha"em” (idem)#
al al transformação econLmica tee seus refle9os políticos e ideoló"icosE “Dm a"rupamento pouco coeso de hordas de salteadores e a"a.undos tinha6se transformado num $stado solidamente implantado so.re o seu pedaço de terra G maneira dos reinos ou dos principados do Ocidente# 8 sua ima"em tam.ém numa lar"a medida# Qomo se por ees as lutas mais atroes não tiesse impedido um contato de ciiliaç!es em -ue a mais aançada tiesse e9ercido a sua atração so.re a mais primitia” (p# C%)# 5e transforma em um reino cristão pelas .?nçãos do papa# “Qada e mais con-uistado pelo cristianismo possuindo um rei coroado e um arce.ispo o Alti Altim mo poo poo oriu oriund ndoo da “Qít “Qítia ias” s” @ com como di di Otão Otão de 4rei 4reisi sin" n" @ hai haiaa renu renunc ncia iado do definitiamente Gs "i"antescas pilha"ens de outrora para se confinar no horionte doraante imut2el dos seus campos e das suas pasta"ens” (p# C')# Qapítulo II @ Os =ormandos Qaracterísticas "erais das inas!es escandinaas “Kepois de Qarlos ,a"no todas as populaç!es de lín"ua "erm7nica -ue ha.itaam ao sul da Butl7ndia tornadas cristãs e incorporadas no reinos francos encontraam6se so. a influ?ncia da ciiliação ciiliação ocidental# ocidental# ,ais a lon"e lon"e pelo contr2rio contr2rio para o =orte =orte iiam outros outros ondres orW orW para citar apenas as mais ilustres” (p# CP)# “8s pilha"ens eram frutuosas# O terror -ue antecipadamente inspiraam não o era menos# Qoletiidades -ue iam os poderes pA.licos incapaes de as defenderem @ tais como desde U%1 certos "rupos frísios @ e mosteiros isolados tinham sido os primeiros a pa"ar um tri.uto# Kepois
os próprios so.eranos se ha.ituaram a tal pr2ticaE por dinheiro o.tinham dos .andos a promessa de susterem as suas pilha"ens pelo menos proisoriamente ou de se oltarem para outras ítimas###Qomo era aos seus sAditos e antes do mais Gs suas i"rejas -ue os príncipes deiam e9i"ir as somas necess2rias esta.eleceu6se finalmente um escoamento das economias ocidentais para as economias escandinaas” (p# CP6C&)# Ka raia a fi9ação 3eação dos reinos católicos (com Qarlos ,a"no a frente) pressionaram as aç!es de maior ener"adura pelos iWin"s# “Kepois muito rapidamente o raio de ação alastrou” (p# CU) che"ando ao ,editerr7neo e península It2lica e se inserindo “cada e mais lon"e no interior do continente e da imericW na 3Assia de ie ao londo as etapas da "rande ia fluial @ apresentaram6se como $stados essencialmente ur.anos -ue a partir de uma cidade -ue funcionaam como centro dominaam os campos iinhos” (idem)#
#s 'ossessões escandina*as: a In-&aterra “8s tentatias dos $scandinaos para se instalarem em solo .rit7nico desenharam6se desde o primeiro inerno -ue ali passarem em UM%” (p# F%) “+roduto aca.ado desta ciiliação an"lo6sa9Lnica a -ual melhor do -ue -ual-uer outra nos reinos .2r.aros tinha sa.ido fundir numa síntese ori"inal os contri.utos de tradiç!es culturais opostas 8lfredo rei s2.io foi tam.ém um rei soldado# Qonse"uiu em UU1 su.meter o -ue ainda restaa da ,ércia su.traída desse modo G influ?ncia dinamar-uesa# $m contrapartida foi preciso no mesmo momento a.andonar ao inasor mediante um erdadeiro tratado toda a parte oriental da ilha## inham sido er"uidos .ur"os fortificados -ue seriam de pontos de apoio .em como de mercados para os diersos “e9ército” tornados sedent2rios# $ como era forçoso alimentar as tropas indas do outro lado do mar tinham sido distri.uídas terras aos "uerreiros” (p# F%)# ,esmo depois de e9pulsos 2rios traços se manteram dos escandinaos na ilhas# “8l"uns earls é certo com os seus "rupos de se"uidores mais ou menos oluntariamente tinham oltado para o mar# ,as a maioria dos inasores de h2 pouco permaneceramE os chefes conseraam so. a he"emonia real os seus direitos de comando as pessoas comuns conseraam as suas terras” (p# F')
8pós a formação da =orue"aE “8s e9pediç!es de pilha"em para as -uais o mar fora o caminho sucedia muito naturalmente uma tentatia de império marítimo” (p# FC)#
#s 'i&a-ens escandina*as: a /rança “###no continente como na ilha mais de um “rei do mar” se tinha por fim transformado em senhor ou príncipe da terra” (p# FM6P)# “O pouco -ue sa.emos de sua história che"a para demonstrar -ue ora com os olhos postos na Kinamarca e nas suas -uest!es din2sticas ora nas proíncias francas onde por muito cristãos -ue se tiessem tornado não se coi.iam de faer frutíferas pilha"ens eles mais não foram do -ue assalos poucos deotados e incompetentes "uardas de terra” (p# FP)# 4ormação do feudalismo li"ada as poderes cedidos aos inasores .2r.aros# $sta.ecimento dos iWin"s na =ormandia a partir dos laços de assala"em com o rei da 4rança Ocidental (Qarlos o 5imples)
# cristianiação do orte “$ntretanto o próprio =orte ia6se cristianiando pouco a pouco# Y uma ciiliação -ue lentamente aceita uma outra fé###=ão seria e9ato dier6se -ue o pa"anismo nórdico não opLs uma séria resist?ncia pois foram precisos tr?s séculos para o a.ater# odaia distin"uem6se al"umas das ra!es internas -ue facilitaram a derrota final# 8 $scandin2ia não opunha -ual-uer "rupo an2lo"o ao clero fortemente or"aniado dos poos cristãos##Zuanto aos chefes de famílias ou de tri.os podemos crer -ue as mudanças profundas da estrutura social correlatias simultaneamente Gs mi"raç!es e G formação dos $stados i.raram um rude "olpe no seu prestí"io sacerdotal# [ anti"a reli"ião não faltaa apenas a estrutura de uma I"reja parece -ue ao tempo da conersão ela apresentaria em si própria os sintomas de uma espécie de decomposição espont7nea###4inalmente o próprio politeísmo a.ria um caminho f2cil G mudança de o.edi?ncia” (p# M%)# $sta.elecimento dos =ormandos de $stados territoriais .aseados em leis e jurisdiç!es -ue deeriam atuar so.re todas as anti"as tri.os pressionam G noas estruturas ideoló"icas de le"itimação e perpetuação do poder# =oas formas “ideo6ima"in2rias”# Qomparar esse caso com o processo de transformação na
C#"3LO III #&-u%a conse4u(ncias e a&-uns ensina%entos das in*asões I + # desorde% “Ka tormenta das Altimas inas!es o Ocidente saiu co.erto de feridas# 8s próprias cidades não haiam sido poupadas pelo menos pelos $scandinaos e se muitas delas após a pilha"em ou o a.andono se recompuseram mais ou menos das suas ruínas esta ruptura no curso normal das suas idas dei9ou6as enfra-uecidas durante muito tempo” (p# P%)# “8li2s nem todas as deastaç!es eram o.ra dos inasores# +ois para encer o inimi"o muitas ees era necess2rio redui6lo a fome### $identemente -ue os camponeses mais do -ue -ual-uer outra classe eram empurrados para o desespero### 8s suas hostes mal or"aniadas dei9aram6se sempre massacrar# ,as não eram os Anicos a sofrer duramente com a destruição
dos campos# 8s cidades mesmo -uando as suas muralhas resistiam sofriam a fome# Os senhores -ue retiraam os seus proeitos da terra ficaam empo.recidos# $specialmente os domínios da I"reja iiam com dificuldades# Ka-ui resultou @ como aconteceria mais tarde depois da
marcaa entre o senhor e o seu “homem” um ínculo heredit2rio tão forte e tão sólido não foi conhecido nos campos normandos ou se porentura começara a tomar corpo antes de 3olão o seu desenolimento parou por completo# Ko mesmo modo a In"laterra do =orte e de =ordeste foi caracteriada durante muito tempo pela e9tensão das li.erdades dos camponeses” (p# &') “Ora é certo -ue na época dos ViWin"s o re"ime senhorial era a.solutamente estranho aos poos escandinaos# odaia teria repu"nado aos con-uistadores pouco numerosos condicionados a ierem G custa do tra.alho das populaç!es encidas manter estas na anti"a sujeição\ (###) =em a =ormandia nem o Kanela] foram terras sem re"ime senhorial mas durante lon"os séculos a su.ordinação ali foi menos ri"orosa e menos "eneraliada do -ue noutros lu"ares (###) =ão h2 ima"em mais falsa do -ue a de ima"inar G semelhança dos companheiros “franceses” de uís o +io aos primeiros Qapetos e certamente em In"laterra até .andos 2idos pilha"em so.re as costas "erm7nicas "aulesas ou .rit7nicas -ue para acalmar estes salteadores fossem -uais fossem tenha sido e9tens!es de terraE estes factos são surpreendentes# al como os pro"ressos da doença reelam ao médico a ida secreta de um corpo assim aos olhos do historiador a marcha itoriosa de uma "rande calamidade assume em relação a sociedade assim atin"ida o alor de um sintoma” (p# &P) 8 ne"li"?ncia no domínio dos mares como sintoma da “calamidade das ultimas inas!es” ,as o Ocidente parece ter6se encontrado então totalmente desa.ituado das coisas do mar e esta estranha car?ncia não é a menos curiosa reelação -ue nos oferece a história das inas!es# =o
litoral da +roença as pooaç!es -ue outrora so. domínio romano se localiaam G .eira das .aías haiam6se se retirado para o interior” (p# &P)# “8 <2lia mostrou6se ainda mais lenta a aprender a olhar para além das suas falésias ou das suas dunas” (p# &&)# “Dma e em terra os .andos sarracenos ou normandos tal como as hordas hAn"aras eram especialmente difíceis de suster# 5ó é f2cil i"iar em terrenos onde os homens iem pró9imos uns dos outros# Ora na-uele tempo até nas re"i!es mais faorecidas a população tinha apenas uma fraca densidade comparada com a atual” (idem) “5e os inasores possuíam uma superioridade militar esta era muito menos de naturea técnica do -ue de ori"em social# Qomo aconteceria mais tarde com os ,on"óis os JAn"aros eram adestrados para a "uerra pelo seu próprio modo de ida# /Zuando as duas partes são i"uais pelo nAmero e pela força a itória ca.e ao -ue estier ha.ituado G ida nLmade0# $sta o.seração é do historiador 2ra.e I.n6haldun# =o mundo anti"o tee um alcance -uase uniersal pelo menos até o dia em -ue os sedent2rios puderam dispor da ajuda dos recursos proporcionados por uma or"aniação política aperfeiçoada e por armamento erdadeiramente científico# $ isto por-ue o nLmade é um “soldado nato” sempre pronto para partir para uma campanha com os seus meios ha.ituais o seu caalo o seu e-uipamento as suas prois!es por-ue disp!em tam.ém de um instinto estraté"ico de espaço "eralmente desconhecido dos sedent2rios# Zuanto aos 5arracenos e so.retudo aos ViWin"s os seus destacamentos desde o início eram feitos e9pressamente para a luta# Qontra estas tropas fo"osas -ue podiam faer as leas de soldados improisados reunidas G pressa nos -uatro cantos de uma terra j2 inadida# *asta comparar nas descriç!es das crLnicas in"lesas o ardor do here @ e9ército dinamar-u?s @ com a imperícia do f^rd an"lo6sa9ão milícia pesada da -ual apenas conse"ue o.ter6se uma ação mais ou menos prolon"ada se se permitir por um sistema de rendição indiidual -ue cada homem possa periodicamente ir G sua terra” (p# &U) “8 erdade profunda é -ue os chefes eram muito menos incapaes de com.ater se a sua própria ida ou seus .ens se encontraam em jo"o do -ue de or"aniar metodicamente a defesa e @ com raras e9ceç!es @ de comprenderem as li"aç!es entre o interesse particular e o interesse "eral” (p# &N) Kiisão entre aos poderes senhoriais enfra-uecia as posiç!es dos reinos cristãos frente as inas!es# “=ão h2 nenhuma campanha real acerca da -ual não possa repetir6se pelo menos o -ue proaelmente não sem uma ponta de otimismo um mon"e parisiense diia da mo.iliação de UFME /de entre os "uerreiros conocados muitos ieram nem todos0” (p# &N) O fim das inas!esE “8té ali estas deastaç!es feitas por .andos indos do e9terior e estas "randes moimentaç!es de poos tinham erdadeiramente tecido o curso da história do Ocidente .em como a do resto do mundo# Koraante o Ocidente ficar2 lire delas# Kiferentemente ou -uase do resto mundo# =em os ,on"óis nem os urcos fariam mais do -ue apro9imar6se das suas fronteiras# Qertamente -ue haer2 discórdias mas sem contato com o e9terior (###) =ada dos impede de pensar -ue esta e9traordin2ria imunidade cujo priilé"io apenas partilhamos com o Bapão tenha sido um dos fatores fundamentais da ciiliação européia no sentido profundo no sentido e9ato a palara” (p# U1)# 5$IV3O 85 QO=KI_`$5 K$ VIK8 $ 8,O54$38 ,$=8> Q8+D>O I
QO=KI_`$5 ,8$3I8I5 $ O=8>IK8K$ $QO=b,IQ8 I @ 8s duas idades feudais *loch inicia esse se"undo liro com al"umas “precis!es metodoló"icas”E “8 ossatura das instituiç!es -ue re"em uma sociedade em Altima an2lise só poderia e9plicar6se pelo conhecimento de todo o meio humano# +ois a ficção de tra.alho -ue nos lea a recortar num ser de carne e de san"ue estes fantasmasE homo oeconomicus philosophicus juridicus é sem dAida necess2ria mas apenas suport2el se recusarmos dei9ar6nos en"anar por ela” (p# U%) “não pensamos em postular a faor das ordens de factos -ue a-ui serão traçados sucintamente uma -ual-uer ilusória primaia# Zuando se trata de confrontar dois fenLmenos particulares pertencentes a série diferentes @ uma certa distri.uição do ha.itat por e9emplo como certas formas de "rupos jurídicos 6 o pro.lema delicado da causa e do efeito p!e6se necessariamente# +or outro lado nada seria mais aio de sentido do -ue a dicotomia de pLr frente a frente ao lon"o de uma eolução 2rias ees secular duas cadeias de fenLmenos por naturea dissemelhantes e depois dierE “eis deste lado todas as causas do outro lado estão todos os efeitos”# =ão ser2 uma sociedade tal como um espírito tecida de perpétuas interaç!es\ odos os in-uéritos no entanto t?m o seu ei9o próprio# +ontos de che"ada em relação a outras pes-uisas com centros diferentes a an2lise da economia ou da mentalidade são para o historiador da estrutura social um ponto de partida” (p# U') “### houe duas idades “feudais” sucessias de características muito diferentes# $sforçar6nos6 emos da-ui em diante por faer justiça não só aos seus traços comuns mas tam.ém aos contrastes destas duas fases” (p# UC) II @ 8 primeira idade feudalE o pooamento “Qomparados com o erdadeiro deserto -ue nos planaltos i.éricos imprimia aos confins da cristandade e do Islã toda a desolação de uma asta no man0s land e até mesmo com a anti"a om.ardia pareciam onas relatiamente faorecidas (###) não apenas desde o século XVIII mas tam.ém desde o século XII os homens eram tam.ém se"undo tudo lea a crer nas proíncias ainda h2 pouco su.metidas G dominação romana sensielmente mais raros do -ue nos .ons tempos do Império” (p# UC) >imites da a"riculturaE “8s pertur.aç!es da 8lta Idade ,édia tinham proocado fre-Rentes concentraç!es (###) 8 própria terra culti2el da -ual a aldeia retiraa o seu sustento tinha de ser proporcionaWmente ao nAmero de ha.itantes muito mais asta do -ue hoje# +ois na-uele tempo a a"ricultura era uma "rande deoradora de espaço# =as terras laradas incompletamente caadas e sempre priadas de adu.os suficientes as espi"as não cresciam nem muito "randes nem muito pró9imas umas das outras (###) metade ou um terço do solo cultiado ficaa em repouso” (p# UF) III @ 8 primeira idade feudalE a ida de relação “$ntre os "rupos humanos dispersos deste modo as comunicaç!es sofriam muitas dificuldades# O desmoronamento do império carolín"io tinha aca.ado de arruinar o Altimo poder suficientemente inteli"ente para se preocupar com o.ras pA.licas suficientemente poderoso para faer e9ecutar pelo menos al"umas delas” (p# UF) “Qomparada com a -ue nos oferece o mundo contempor7neo a rapide das deslocaç!es humanas na-uele tempo parece6nos ínfima# =ão era no entanto sensielmente mais fraca do -ue continuaria a ser até o fim da Idade ,édia mesmo até o limiar do século XVIII# 8o contr2rio do -ue o.seramos nos nossos dias era no mar -ue a rapide era maior” (p# UM)
“5em ter correspondentes so.re os -uais pudesse alijar a tarefa de comprar ou ender -uase certo além disso de nunca encontrar reunida num mesmo local uma clientela suficiente para lhe asse"urar os lucros todo o mercador era um endedor am.ulante” (p# UP) Qar2ter internacional da I"rejaE “##tudo o uso do latim como lín"ua comum entre os padres ou mon"es instruídos as associaç!es entre mosteiros a dispersão dos seus patrimLnios territoriais as “reformas” finalmente -ue ao sacudirem periodicamente o "rande corpo eclisi2tico transformaam os lu"ares -ue primeiro eram atin"idos pelas reformas em centros de atração onde acorriam mon"es de todas as partes em .usca da erdadeira re"ra e ao mesmo tempo centros de dispersão donde os eladores e9a"erados se lançaam no e9terior G con-uista do mundo católica” (idem)# “mais do -ue um .om cristão rico ou po.re cléri"o ou lei"o pensaam -ue apenas poderia alcançar a salação do corpo ou da alma G custa de uma lon"a ia"em” (p# U&)# “=uma palara a circulação não se canaliaa para "randes artérias alastraa caprichosamente numa multidão de pe-uenos asos (###) raros eram os lu"ares onde estas passa"ens se produissem re"ularmente” (idem) “=ão haia canto de terra -ue não tiesse -uais-uer contatos intermitentes com esta espécie de moimento .ro]niano ao mesmo tempo perpétuo e inconstante -ue atraessaa toda a sociedade# 8o inés entre duas a"lomeraç!es iinhas as relaç!es eram muito mais raras e o afastamento humano se pode chamar6se6lhe assim era infinitamente mais consider2el do -ue nos nossos dias# 5e a ciiliação da $uropa feudal nos parece tão depressa marailhosamente uniersal como particularista até o e9tremo se"undo o 7n"ulo pelo -ual a consideramos esta antinomia tinha acima de tudo a sua ori"em num re"ime de comunicação -ue era tão faor2el G propa"ação distante de correntes de influ?ncia muito "erais como re.elde no pormenor G ação uniformiante das relaç!es de iinhança” (p# UU) “8 lentidão relatia dos portadores as des"raças -ue a cada passo ameaçaam a sua marcha faiam com -ue só o poder localiado fosse um poder efica” (idem) IV @ 8 primeira idade feudalE as trocas “8 $uropa da primeira idade feudal não iia de modo al"um fechada so.re si própria# $9istiam 2rias correntes de trocas entre ela e as ciiliaç!es circundantes# +roaelmente a mais atia era a -ue unia G $spanha muçulmanaE proam6no as inAmeras moedas de ouro 2ra.es -ue por essa ia penetraam pelo =orte dos +irineus e foram ali tão procuradas -ue se tornaram o.jeto de fre-Rentes imitaç!es” (p# UN) “Qoncentrado deste modo num pe-ueno nAmero de fios este comércio além do mais estaa muito enfra-uecido# $ o -ue é piorE a .alança parece por isso ter ficado nitidamente deficit2ria pelo menos com o Oriente” (p# N1) “O deedor pa"aa muitas ees em mercadorias mas em mercadorias "eralmente /apreciadas0 uma por uma de maneira -ue o total destas aaliaç!es coincidisse com um preço estipulado em li.ras soldos e dinheiros# $itemos portanto a e9pressão demasiado sum2ria e demasiado a"a de /economia natural0# Vale mais falar simplesmente de car?ncia monet2ria (###) $ isto por causa da falta de trocas suficientemente fre-uentes” (idem) “=este ponto tam.ém eitemos uma fórmula demasiado simplesE a de economia fechada pois ela nem Gs pe-uenas e9ploraç!es camponesas se aplicaria e9atamente# 5a.emos da e9ist?ncia de mercados onde os camponeses certamente endiam al"uns produtos dos seus campos ou das suas capoeirasE G "ente da cidade aos cléri"os aos homens de armas# $ra assim -ue arranjaam os dinheiros dos foros (###) 8s trocas não eram portanto ine9istentes no entanto eram
irre"ulares ao Altimo "rau# 8 sociedade da-uele tempo não desconhecia eidentemente nem a compra nem a enda mas não iia com a nossa da compra e da enda” (p# N%) “=uma palara a troca no sentido estrito ocupaa menos lu"ar na ida econLmica sem dAida do -ue a prestação de seriços e por -ue a troca era assim rara e por-ue só os po.res deiam resi"nar6se a su.sistir apenas G custa da sua própria produção a ri-uea e o .em estar pareciam insepar2eis do comando” (idem) “8 atonia das trocas e da circulação monet2ria tinha uma outra conse-u?ncia ainda e das mais "raes reduia ao mínimo o papel social do sal2rio# $ste com efeito sup!e do lado do patrão um numer2rio a.undante e cuja ori"em não corra o risco de cessar de repente por parte do assalariado a certea de poder empre"ar a moeda assim o.tida para o.ter os mantimentos necess2rios ao seu sustento# Zual-uer dessas condiç!es faltaa na primeira idade feudal (###) Ora -ual-uer desses sistema concorria ainda -ue em sentidos opostos para esta.elecer laços humanos muito diferentes do salariato” (p# N') “8crescente6se -ue num tempo em -ue a incomodidade das comunicaç!es e a anemia das trocas tornaam difícil manter uma casa com muita "ente numa relatia a.und7ncia o re"ime de dar o sustento aos criados era no total suscetíel de .em menor e9tensão do -ue o sistema do pa"amento em terra# 5e a sociedade feudal oscilou permanentemente entre esses dois pólos a estreita relação de homem para homem e o laço frou9o da concessão de amanho de terras a responsa.ilidade ca.e por um lado ao re"ime econLmico -ue pelo menos na sua ori"em lhe impede o salariato” (p# N'6C)# V @ 8 reolução econLmica da se"unda idade feudal “=a se"unda parte deste liro esforçar6nos6emos por descreer o moimento de pooamento -ue desde %1M1 até %'M1 transformou a face da $uropa (###) o efeito -ue ressalta fre-uentemente é sem dAida a apro9imação entre os "rupos humanos (###) =a erdade precisamente faorecidos na sua ascensão pelo pro"resso demo"r2fico sur"iram ou consolidaram6se poderes aos -uais se imp!em noas preocupaç!es merc? do seu horionte dilatadoE .ur"uesias ur.anas as -uais sem o tr2fico nada seriam realeas e principados tam.ém interessados na prosperidade do comércio do -ual retiram "rossas -uantias em dinheiro por meio dos impostos e das posta"ens conscientes além disso mais do -ue no passado da import7ncia ital -ue pare eles reeste a lires circulação das ordens e das tropas” (p# NC)# “Zuantas pontes não foram lançadas so.re todos os rios da $uropa no decurso do século XII# 4inalmente um feli aperfeiçoamento nas pr2ticas da atrela"em dos animais eio aumentar na mesma época e em fortes proporç!es o rendimento dos transportes em iaturas# =as li"aç!es com as ciiliaç!es pró9imas deu6se a mesma metamorfose (###) 8ntes -uase unicamente importador o Ocidente tinha6se tornado fornecedor dos produtos manufaturados (###) =a e9pansão da economia européia da Idade ,édia os tecidos desempenharam o mesmo papel primordial -ue no século XIX cou.e na In"laterra G metalur"ia e aos al"od!es” (p# NF) “Dma corrente poderosa de relaç!es mundiais une pela 8lemanha e so.retudo pelas feiras da Qhampa"ne as duas frentes da $uropa feudal# Dm comércio e9terno tão faoraelmente e-uili.rado não podia dei9ar de drenar para a $uropa moedas e metais preciosos aumentando assim com a continuação em proporç!es consider2eis o olume dos meios de pa"amentos# 8 este desafo"o monet2rio pelo menos relatio acrescia multiplicando6lhe os efeitos o ritmo acelerado da circulação# Qom efeito no próprio interior do país os pro"ressos do pooamento a maior facilidade das comunicaç!es o termo das inas!es -ue haiam feito pesar so.re o mundo ocidental uma densa atmosfera de pertur.ação e de p7nico e ainda outras causas -ue seria moroso descreer a-ui tinham rei"orado as trocas (###) Vier do seu continuaria a ser durante lon"os séculos o ideal @ raramente atin"ido ali2s @ de muitos camponeses e da maior parte das aldeias (###) $m relação a muitas coisas a se"unda idade feudal assistiu mais G
atenuação das condiç!es anteriores do -ue ao seu desaparecimento# 8 o.seração é 2lida em relação ao papel desempenhado pela dist7ncia e tam.ém para o re"ime das trocas” (p# NM)# “8 partir do final do século XI a classe artesã e a classe dos mercadores -ue se haiam tornado mais numerosos e muito mais indispens2eis a ida de todos afirmaram6se cada e mais i"orosamente no conte9to ur.ano em especial a classe dos mercadores pois a economia medieal a partir da "rande renoação desses anos decisios foi sempre dominada não pelo produtos mas pelo comerciante” (p# NP) +ressão das outras “ciiliaç!es” para a estruturação de classes no “Ocidente”# KAidaE +apel preponderante da circulação em relação a produção nesse momento\ Qapítulo II ,8=$I385 K$ 5$=I3 $ +$=583 I 6 O homem perante a naturea e a duração “O homem das duas idades feudais mais do -ue nós estaa pró9imo de uma naturea -ue por sua e estaa muito menos domesticada e suae (###) u%a 'a&a*ra, a*ia 'or detr5s de toda a *ida socia& u% $undo de 'ri%iti*is%o, de sub%issão aos e&e%entos indisci'&in5*eis, de contrastes $sicos 4ue não 'odia% ser atenuados. =ão e9iste -ual-uer instrumento -ue permita aaliar a influ?ncia -ue tal meio circundante podia e9ercer nas almas# Qomo pensar no entanto -ue ele não tenha contri.uído para a rudea da-uelas\” (p# N&)# “$ntre tantas mortes prematuras muitas eram deidas Gs "randes epidemias -ue fre-uentemente se a.atiam so.re uma humanidade mal apetrechada para as com.ater entre os po.res além do mais eram proocadas pela fome# Buntamente com as iol?ncias di2rias estas cat2strofes daam G e9ist?ncia como -ue um sa.or de precariedade perpétua# 3esidiu a-ui proaelmente umas das ra!es primordiais da instabi&idade de senti%entos tão característica da mentalidade era feudal especialmente durante sua primeira idade” (p# NU) “$stes homens su.metidos em seu redor e neles próprios a tantas forças espont7neas iiam num mundo cu6o decorrer se esca'a*a tanto %ais ao seu do%nio 4uanto i%'er$eita era a sua %aneira de o %edir (###) Qontando "eralmente como na 8nti"uidade doe horas de dia e doe de noite fosse -ual fosse a estação as pessoas mais instruídas ha.ituaam6se a er cada uma destas fraç!es consideradas uma por uma crescer e diminuir constantemente conforme a reolução anual do 5ol# Isto de*ia acontecer at ao %o%ento e% 4ue, 'e&o scu&o 8I9, os re&-ios de 'esos 'ro'orcionara%, $ina&%ente, co% a %ecaniação do instru%ento, a da duração” (p# NN) “=os séculos X e XI numerosos documentos ou notícias cuja Anica raão de ser era preserar a lem.rança de um facto não apresentam -ual-uer menção cronoló"ica” (p# %11) II @ 8 e9pressão “Ke um lado a lín"ua de cultura -ue era -uase uniformemente o latim do outro na sua diersidade os falares de uso di2rioE é este o sin"ular dualismo so. o si"no do -ual ieu -uase toda a era feudal# $ste dualismo era característico da ciiliação ocidental propriamente dita e contri.uía para a colocar fortemente em oposição aos seus iinhosE os mundos celta e escandinao -ue possuíam ricas literaturas poéticas e did2ticas em lín"uas nacionais o Oriente "re"o o Islã pelo menos nas onas realmente ara.iadas# =o próprio Ocidente para sermos e9actos durante muito tempo uma sociedade constituiu e9ceçãoE a da
esforço cultural do renascimento carolín"io não tinha ne"li"enciado totalmente as lín"uas nacionais” (p# %1%) 5o.re o latimE “5em o seu au9ílio na QAria nos "randes concílios ou no decurso das suas a"a.unda"ens de a.adia como é -ue estes homens indos de p2trias diferentes teriam conse"uido comunicar entre si\” (p# %1') “Ke tal modo -ue o cisma lin"Rístico se resumia afinal na oposição de dois "rupos humanos# +or um lado a imensa maioria dos iletrados confinados cada um no seu dialeto re"ional reduidos ao conhecimento de al"uns poemas profanos -ue eram toda a sua .a"a"em liter2ria e transmitidos -uase unicamente por ia oral e Gs piedosas cantinelas compostas em lin"ua"em ul"ar por cléri"os cheios de .oas intenç!es diri"idas Gs pessoas simples e -ue por ees eram perpetuadas no per"aminho# Ko outro lado o pe-ueno punhado de "ente instruída -ue era .ilín"Re e oscilaa constantemente do falar cotidiano e local para lín"ua erudita e uniersal# $ram para estes as o.ras de teolo"ia e de história uniformemente escritas em latim” (p# %1C) III @ Qultura e classes sociais “5endo uma lín"ua de cultura em -ue medida era o latim medieal a lín"ua de uma aristocracia\ 8té -ue ponto por outras palaras o "rupo dos litterati se confundia com o dos chefes\ Zuanto a I"reja não temos dAidas (###) #s cortes e'isco'ais, os -randes %osteiros, a ca'e&a dos soberanos, e% resu%o, todos os estados;%aiores do e<rcito ec&esi5tico, contara% se%'re c&ri-os instrudos, os 4uais, a&i5s %uitas *ees, de ori-e% barona& ou ca*a&eiresca, a*ia% sido $or%ados nas esco&as %on5sticas e sobretudo nas esco&as das catedrais# =o -ue se refere ao mundo laico o pro.lema é mais delicado# =em mesmo nas suas horas mais som.rias deemos ima"inar uma sociedade hostil G partida a -ual-uer alimento intelectual (###) import7ncia atri.uída por muitos dos so.eranos G instrução do seus herdeiros” (p# %1M) “=ão podemos ter dAidas de -ue a norte dos 8lpes e dos +irineus pelo menos a maioria dos pe-uenos e médios senhores -ue na-uele tempo detinham os principais poderes humanos era composta por erdadeiros analfa.etos no total sentido da palarasE de tal modo -ue nos mosteiros para onde al"uns se recolhiam no final da ida eram considerados sinLnimos os termos conversus ou seja che"ado tarde G ocação reli"iosa e idiota -ue desi"naa os mon"es -ue não sa.iam ler os liros sa"rados . Esta car(ncia de instrução na *ida secu&ar e<'&ica o 'a'e& dese%'enado 'e&os c&ri-os, co%o intr'retes do 'ensa%ento dos -randes e ta%b% co%o de'osit5rios das tradições 'o&ticas. Os 'rnci'es era% obri-ados a ir buscar a esta cate-oria de ser*idores a4ui&o 4ue os restantes 4ue os rodea*a% era% inca'aes de &es 'ro'orcionar =...> ão resta% d)*idas sobre o $ato de e&es tere% contribudo 'ara %anter, aci%a da 'erturbação causada 'e&os 'e4uenos con$&itos &ocais, a 'reocu'ação de outros oriontes %ais &ar-os” (p# %1P)# “8pesar de tudo os lei"os continuaam a ser so. muitos pontos de ista o elemento atio da sociedade temporal” (p# %1&) “8 Anica lin"ua -ue pareceu di"na de fi9ar não só os conhecimentos mais Ateis ao homem e G sua salação mas o próprios resultados de todas as pr2ticas sociais não era compreendida por um "rande nAmero das persona"ens -ue se encontraam em situação de conduir os assuntos humanos” (p# %1U) IV @ 8 mentalidade reli"iosa “+oo de crentes di6se facilmente para caracteriar a atitude reli"iosa da $uropa feudal# =ada ser2 mais justo se isso si"nificar -ue toda a concepção do mundo da -ual estiesse e9cluído o so.renatural era profundamente estranha para os espíritos da-uele tempo e -ue mais
concisamente a ima"em -ue eles tinham dos destinos do homem e do unierso se inscreia -uase unanimamente no desenho traçado pela teo&o-ia e 'e&a escato&o-ia cristãs, sob as suas $or%as ocidentais (###) $m contrapartida seria um "rae erro atri.uir a estes crentes um credo ri"idamente uniforme# Qom efeito não só catolicismo estaa ainda muito lon"e de ter definido plenamente a sua do"m2tica (###) como tam.ém na indecisa mar"em onde a heresia cristã se de"radaa em reli"ião oposta ao cristianismo o elho mani-ueísmo conseraa em certos lu"ares mais do -ue um adepto (###) O mais "rae era -ue o catolicismo só incompletamente tinha penetrado nas massas (###) o clero paro-uial era no seu conjunto não só intelectual como moralmente inferior a sua missão” (p# %1U6N)# “Os fiéis certamente tinham todos um conhecimento sum2rio dos aspectos mais su"estios para a ima"inação nas representaç!es cristãs so.re o passado o presente e o futuro do mundo# ,as paralelamente a isso a sua *ida re&i-iosa a&i%enta*a;se de u%a 4uantidade enor%e de crenças e de 'r5ticas 4ue, &e-adas 'or %a-ias %i&enares, ou nascidas, e% 'oca re&ati*a%ente recente, no seio de u%a ci*i&iação ani%ada ainda 'or u%a -rande $ecundidade %tica, eO III 8 ,$,3I8 QO>$IV8 I @ 8 historio"rafia
“,uitas influ?ncias se conju"aam na sociedade feudal para inspirar o "osto pelo passado# 8 reli"ião como liros sa"rados tinha liros de história as suas festas comemoraam acontecimentos so. as suas formas mais populares alimentaam6se contos tecidos so.re santos muito anti"os finalmente ao afirmar -ue a humanidade estaa perto do seu fim afastaa a ilusão -ue arrasta as idades cheias de esperanças a interessarem6se apenas pelo seu presente ou pelo seu futuro (###) =a .a"a"em intelectual comum a história não dei9aa em erdade de ocupar um lu"ar -uase preponderante” (p# %%M) “,as a influ?ncia mais consider2el pertencia sem duida aos escritores -ue cerca da decisia ira"em dos séculos IV e V tinham assumido a tarefa de faer a síntese das duas tradiç!es históricas até aí a.solutamente estranhas uma G outra e cujo duplo le"ado se impunha ao mundo nooE a da *í.lia e a da e 3échin foi mais lon"e redi"iu ele mesmo ou mandou redi"ir so. seu nome a sua própria história e da sua linha"em de tal modo os "randes desta mundo daam import7ncia G recordação (###) odaia não nos dei9emos en"anarE esta época -ue tão facilmente se oltaa para o passado possuía dele apenas representaç!es mais a.undantes -ue erídicas” (p# %%&) “Qomo resistir G tentação de ima"inar os imperadores da elha 3oma semelhantes aos so.eranos da época -uando se diia -ue o Império 3omano ainda duraa e -ue os príncipes sa9!es ou s2lios eram os sucessores em linha direta de Qésar ou de 8u"usto\ odos os moimentos reli"iosos se ima"inaam a si mesmos so. o aspecto de uma reforma na acepção própria do termoE ou seja de um re"resso G purea ori"inal” (p# %%U) “por um curioso parado9o G força de respeitar o passado ia6se até ao ponto de reconstruir tal como deeria ter sido” (p# %%N)# II @ 8 epopéia “8 história da epopéia francesa tal como che"ou até nós começa cerca dos meados do século XI tale um pouco mais cedo# Qom efeito é certo -ue a partir desse momento circularam pela 4rança do =orte “canç!es” heróicas em lín"ua ul"ar” (p# %'1) “so. os ornamentos da narração su.siste ao lon"o dela uma trama histórica” (p# %'%) “=os poemas muito numerosos -ue foram passados G escrita so.re temas an2lo"os no decurso dos séculos XII e XIII deparamos com o mesmo contraste# 8.und7ncia de f2.ulas cada e mais numerosas G medida -ue o "?nero ao enri-uecer6se não conse"uia renoar os seus temas a não ser G custa de ficç!es” (p# %'%) “a marca monarcal est2 claramente inscrita em mais de uma lenda épica” (p# %'C) “O amor pelas narratias históricas e lend2rias durante a época feudal não foi e9clusio da 4rança# =o entanto comum a toda a $uropa satisfaia6se ali de 2rias maneiras# +or mais -ue recuemos na história dos poos "erm7nicos encontramos o h2.ito de cele.rarem em erso os feitos dos heróis# $ntre os
consa"radas a persona"ens muito anti"as por ees míticas as outras -ue narraam a "lória dos chefes ao tempo ios ou mortos h2 pouco” (p# %'U) “,ais sin"ular é o caso da It2lia -ue não tee e parece nunca ter tido mesmo epopéia autóctone# $ por-u?\ 5eria temeridade pretender resoler em duas palaras um pro.lema tão pertur.ante# =o entanto h2 uma solução -ue merece ser su"erida# =a época feudal a It2lia foi um dos raros países onde um "rande nAmero de pessoas sa.ia ler na classe senhorial e mesmo com certea entre os comerciantes# 5e o "osto pelo passado não fe ali nascer cantos não seria por-ue encontraa satisfação .astante na leitura das crLnicas latinas\” (p# %C1) Q8+D>O IV O 3$=85QI,$=O I=$>$QD8> =8 5$ I 6 8l"umas características da noa cultura “O aparecimento dos -randes 'oe%as 'icos, na /rança do scu&o 8I pode conce.er6se como um dos sintomas precursores -ue anunciaam o poderoso desenolimento cultural do período se"uinte# Qhamam6lhe muitas ees /3enascimento do século XII0 (###) se o moimento apenas alcançou todo o esplendor no decurso do século cujo nome lhe é "eralmente atri.uído as suas primeiras manifestaç!es tal como as das metamorfoses demo"r2ficas e econLmicas concomitantes datam da época erdadeiramente decisia -ue foram os dois ou tr?s dec?nios imediatamente anteriores ao ano %%11” (p# %C%) “8 reolução não foi total nem no -ue se refere G inteli"?ncia nem noutro campo -ual-uer# ,as por muito pró9imas -ue tenham sido pela mentalidade a se"unda e a primeira idade feudais a-uela é marcada por certos traços inte&ectuais no*os cuja ação deemos procurar definir# Os processos dos meios de comunicação tão aparentes no mapa econLmico não se inscreem com menos nitide no mapa cultural# 8 a.und7ncia das traduç!es de o.ras "re"as e so.retudo 2ra.es @ sendo estas na sua maioria apenas interpretaç!es do pensamento hel?nico 6 a ação -ue elas e9erceram so.re a consci?ncia e so.re a filosofia do Ocidentes comproam uma ciiliação daí em diante melhor fornecida de antenas (###) =ão se duida com efeito de -ue a instrução durante o século XII tenha sofrido em -ualidade e em e9tensão atraés das diersas camadas sociais imensos pro"ressos# ,ais do -ue nunca ela basea*a;se na i%itação dos %ode&os anti-os, ta&*e não %ais *enerados, %as %e&or co%'rendidos, %ais sentidos: ao 'onto de tere%, 'or *ees, 'ro*ocado a ec&osão de u%a es'cie de 'a-anis%o %ora&, co%'&eta%ente desconecido do 'erodo 'recedente, e% a&-uns 'oetas A %ar-e% do %undo c&erica&” (p# %C'6CC)# “# ara-e% no*a tina atin-ido os %eios &aicos ” (p# %CC) “$specialmente os romances e poemas líricos j2 não se limitam apenas a contar os fatos es$orça%;se ta%b%, desa6eitada%ente, %as co% a$inco, 'or ana&isar os senti%entos (###) Ke todas as maneiras a noa literatura tendia para a reinte"ração indiidual e conidaa os auditores a meditarem so.re o eu# =este pendor para a introspecção cola.oraa com uma influ?ncia de ordem reli"iosaE a pr2tica da confissão “auricular” do fiel para o padre a -ual limitada muito tempo ao mundo mon2stico se propa"ou entre os lei"os no decurso do século XII# +or muitas características o o%e% das 'ro
“$sta tomada de consci?ncia ultrapassaa o homem isolado para atin"ir a própria sociedade# O impulso nesta tinha sido dado na se"unda metade do século XI pelo "rande “despertar” reli"ioso ao -ual se criou o h2.ito de chamar reforma "re"oriana do nome do para 8_O5 K$ JO,$, +838 JO,$, +3I,$I3O >IV3O O5 >8_O5 K$ 58=O I @ 8 5O>IK83I$K8K$ K8 >I=J8<$, I @ Os “ami"os carnais” “,uitos anteriores e pela sua naturea alheios as relaç!es humanas características do feudalismo os ínculos deriados da comunidade de san"ue continuaram a desempenhar mesmo no seio da noa estrutura um papel demasiado importante para -ue seja possíel e9clui6 los da sua ima"em” (p# %MM) “+elo contr2rio as instituiç!es de parentesco eram para cada um dos "rupos de diersas ori"ens -ue a sorte leara a ier lado a lado o le"ado sin"ularmente persistente do seu passado particular (###) O herói mais .em serido é a-uele cujos "uerreiros lhe estão li"ados -uer pela noa relação propriamente feudal da assala"em -uer pela anti"a relação de parentescoE dois laços -ue fre-uentemente são considerados em planos i"uais por serem i"ualmente fontes de sujeição e -ue parecem estar acima de todos os outros (###) 8 dedicação atin"e o e9tremo feror -uando as duas solidariedades se confundem (###) 5e"undo o testemunho dos cronistas um .arão -ue seja da =ormandia ou da 4landres donde retira seu poder\ Kos seus castelos sem dAida dos seus .ons rendimentos sonantes do nAmero dos seus assalos mas tam.ém do nAmero dos seus parentes# $ o mesmo acontecia mais a.ai9o ao lon"o de toda a escala social# $ram comerciantes a-ueles .ur"ueses de
“8 honra ou a desonra de um dos mem.ros recaía so.re a pe-uena coletiidade inteira# odaia era acima de tudo na endetta -ue os ínculos do san"ue manifestaam toda a sua força” (p# %MU)# II @ 8 “endetta” “8 Idade ,édia -uase de uma ponta G outra e especialmente a era feudal iera so. o si"no da in"ança priada# $sta .em entendido ca.ia em primeiro lu"ar como o mais sa"rados dos deeres ao indiíduo lesado# ,esmo além da morte (###) =enhuma o.ri"ação moral parecia mais sa"rada do -ue esta” (p# %MU) “=a 4rísia não era necess2ria a morte do assassino para -ue o cad2er em pa fosse depositado no seu tAmulo .astaa a morte de um mem.ro da família da-uele (###) o ato de um indiíduo comprometia todos os seus parentes” (p# %MN) “Ke cima a .ai9o na sociedade no entanto triunfam os mesmos costumes# $identemente -uando no século XIII a no.rea se constituiu definitiamente como um corpo heredit2rio tendeu a reserar para si como um sinal de honra todas as formas de recurso Gs armas (###) 8 renAncia a -ual-uer in"ança -ue não era praticamente possíel nem mesmo moralmente conce.íel impor a uma casta de "uerreiros -uando muito poderia o.ter6se do resto da população o -ue tornaria a iol?ncia um priilé"io de classe pelo menos em princípio (###) 5e as primeiras constituiç!es ur.anas tieram a pa como preocupação principal e sur"iram fundamentalmente conforme a desi"nação -ue por ees se atri.uíam como atos de /pa0 foi principalmente por-ue entre muitas outras causas de pertur.ação as .ur"uesias nascentes estaam destroçadas /pelas contendas e mal6entendidos -ue lançam as linha"ens umas contra as outras0” (p# %MN6P1) “Qada e com maior fre-R?ncia e G medida -ue se sentiam fortes os poderes pA.licos procuraram passar G frente da in"ança priada na repressão -uer dos fla"rantes delitos -uer dos crimes a.ran"idos na ru.rica da iolação da pa# ra.alharam principalmente no sentido de pedirem a "rupos aders2rios e por ees até lhes impuseram a conclusão de tratados de armistícios ou de reconciliação ar.itrados pelos tri.unais (###) ainda no século XII na 4landres ou na =ormandia o assassino apenas podia ser a"raciado pelo so.erano ou pelos juíes se preiamente fiesse acordo com a parentela ofendida (###) Qonforme um uso muito anti"o a reconciliação processaa6se "eralmente por intermédio de uma indeniação” (p# %P%) III @ 8 solidariedade econLmica “O ocidente feudal reconhecia unanimemente a le"itimidade da posse indiidual mas na pr2tica a solidariedade da linha"em prolon"aa6se fre-uentemente em sociedade de .ens# +or toda parte nos campos numerosas “irmandades” a"rupaam em olta do mesmo “lar” e da mesma “panela” e nos mesmos campos indiisos 2rios casais aparentados” (p# %PC) “,uitos pe-uenos senhores especialmente no centro da 4rança e na osc7nia praticaam a indiisão tal como os camponeses e9plorando o patrimLnio em comum e iendo todos juntos no castelo ancestral ou pelo menos e9ercendo a sua "uarda um de cada e# $ram os “parceiros de capas es.uracadas”” (p# %PF) “Zuando um .em saia do patrimLnio toda a parentela se sentia lesada# =o entanto desde o século XII em su.stituição destes costumes por ees irre"ulares mas su.metidos a al"umas no.res ideias coletias emos poucos a poucos aparecer um direito mais preocupado com o ri"or e com a clarea# +or outro lado as transformaç!es da economia tornaam cada e menos suport2eis as dificuldades -ue se opunham Gs trocas (###) Ka-ui por diante (###) a simples enda ai tornar6se uma operação fre-Rente e -ue é francamente confessada# Qertamente -ue para a tornar a.solutamente lire foi preciso o espírito comercial e a aud2cia de al"umas "randes .ur"uesias nas sociedades de tipo e9cepcional” (p# %PM)
“Joue em primeiro lu"ar a tend?ncia para e9i"ir -ue antes de -ual-uer alienação a título oneroso o .em fosse o.jeto de uma préia oferta dos pró9imos pelo menos -uando era proeniente de herançaE restrição "rae e -ue iria a ser duradoura (###) =ão houe na sociedade medieal instituição mais uniersal do -ue esta “reiindicação de linha"em”# Qom e9ceção da In"laterra @ e ainda com resera de al"uns dos seus costumes ur.anos @ ela triunfou desde a 5uécia até a It2lia# ão ou*e i-ua&%ente instituição %ais so&ida%ente enraiada: e% /rança, s teria abo&ida 'e&a !e*o&ução. #ssi% se 'er'etua*a, atra*s dos te%'os, sob $or%as ao %es%o te%'o %enos %*eis e %ais atenuadas, o i%'rio econ%ico da &ina-e%” (p# %PM6PP)# Q8+D>O II Q838Q$35IQ85 $ VIQI55IDK$5 KO >8_O K$ +83$=$5QO I @ 8s realidades da ida familiar “=o entanto apesar da força de apoio e de o.ri"atoriedade desta linha"em seria um erro "rae ima"inarmos a sua ida interior so. cores uniformemente idílicas# O fato de as parentelas participarem de .oa ontade sem faides umas contra as outras nem sempre impedia no seu próprio seio as -uest!es mais atroes” (p# %P&) “=a-ueles séculos de iol?ncia e nerosismo al"uns ínculos sociais podiam parecer muito fortes e por ees manifestarem6se mesmo como tais e de repente encontraram6se apesar disso G merc? de uma pai9ão iolenta# odaia para l2 dessas rupturas .rutais proocadas tanto pela cupide como pela cólera o fato é -ue nas circunst7ncias mais normais um iíssimo sentido coletio adaptaa6se facilmente a uma medíocre ternura em relação as pessoas# ale por isso fosse natural -ue numa sociedade em -ue o parentesco era conce.ido so.retudo como um meio de ajuda o "rupo fosse mais importante do -ue os seus mem.ros considerados isoladamente (###) Zuanto ao casamento era muitas ees da forma mais in"?nua apenas uma associação de interesses e para as mulheres uma instituição de proteção” (p# %PN) “[ I"reja não a"radaam muito as se"undas ou terceiras nApcias -uando não lhes era declaradamente hostil# =o entanto do cimo ao fundo da escala social o casar de noo tinha -uase força de lei sem dAida por causa da preocupação de colocar a satisfação da carne so. o selo do sacramento e ainda -uando era o homem a desaparecer primeiro não só por-ue o isolamento pareceria ser um "rande peri"o para a mulher mas tam.ém por outro lado por-ue o senhor ia em -ual-uer terra "oernada por mulher uma ameaça G .oa ordem das coisas” (p# idem) “,as indiscutielmente seria deformar demasiado as realidades da época feudal colocar o casamento no centro do "rupo familiar# 8 mulher só parcialmente pertencia G linha"em em -ue o seu destino a fiera penetrar tale por pouco tempo (###) =ão só pela tonalidade sentimental como pela sua e9tensão a parentela era .em diferente da pe-uena família conju"al do tipo moderno” (p# %&1)# II @ 8 estrutura da linha"em “O Ocidente na era feudal só conhecia astas gentes fortemente unidas pelo sentimento erdadeiro ou falso de uma descend?ncia comum e por isso delimitadas com muito precisão na sua fai9a e9trema fora das terras autenticamente feudaliadasE nas mar"ens do =orte
Ocidente medieal o parentesco haia tomado ou conserado um car2ter nitidamente .ífido” (p# %&%) “Zue fra"ilidade interna e9istia num sistema familiar -ue (###) no século XIII o.ri"aa a reconhecer como le"ítima a "uerra entre dois irmãos filhos do mesmo pai se sendo de uni!es diferentes se encontraam enolidos numa vendetta entrae as suas parentelas maternas” (p# %&') “O.serando com atenção no entanto parece -ue a partir do século XIII se operou -uase por toda a parte uma espécie de retração# 8s astas parentelas de h2 pouco ?em lentamente suceder6se "rupos mais semelhantes Gs nossas pe-uenas famílias de hoje (###) Qertamente -ue os poderes pA.licos pela sua ação de defensora da pa contri.uíram para minar a solidariedade familiar (###) 8 saída olunt2ria da parentela era uma faculdade anti"a e "eral mas se por um lado permitia escapar a muitos riscos por outro priaa para o futuro de um apoio durante lar"o tempo considerado indispens2el# 8 proteção do $stado tornada mais efica tornou estas “desist?ncias” menos peri"osas (###) Os pro"ressos das trocas learam a limitar os condicionamentos familiares so.re os .ens os da ida de relação traiam consi"o a ruptura de coletiidades demasiado astas as -uais na aus?ncia de -ual-uer estado ciil não podiam j2 conserar o sentimento da sua unidade a não ser permanecendo a"rupadas num mesmo lu"ar” (p# %&F) “Y curioso mas não ine9plic2el -ue este período em -ue as "randes parentelas das épocas anteriores começaram assim a desmantelar6se tenha assistido precisamente ao aparecimento dos nomes de famílias ali2s al"uns so. uma forma ainda muito rudimentar (###) a partir do século XII especialmente criou6se o h2.ito de acrescentar fre-uentemente ao Anico nome até aí usado @ o atual nome @ um so.renome ou por ees um se"undo nome” (idem) “Kepois este moimento con-uistou as .ur"uesias ur.anas elas tam.ém ha.ituadas Gs deslocaç!es e leadas a recearem -ual-uer risco de en"ano so.re pessoas por causa das necessidades do comércio por -ue as famílias muitas ees coincidiam com associaç!es de ne"ócios# 4inalmente propa"ou6se pelo conjunto da sociedade (###) 8 estrita hereditariedade só foi imposta muito mais tarde como o estado ciil pelos poderes pA.licos desejosos de facilitarem a sua tarefa de polícia e de administração# Ke tal modo -ue muito posterior Gs ultimas icissitudes da sociedade feudal o imut2el nome de família -ue hoje reAne so. um sinal comum homens -ue muitas ees são alheios a -ual-uer sentimento io de solidariedade seria finalmente na $uropa a criação não do espírito de linha"em mas da instituição mais fundamentalmente contr2ria a este espíritoE o $stado so.erano” (p# %&M) “O período -ue assistiu ao florescimento das relaç!es de proteção e de su.ordinação pessoais características do estado social a -ue chamamos feudalismo foi i"ualmente marcado por um erdadeiro estreitamento dos laços de san"ueE por-ue os tempos eram a"itados e a autoridade pu.lica não tinha força o homem tomaa uma consci?ncia mais ia das suas li"aç!es com os pe-uenos "rupos fossem -uais fossem de -ue podia esperar al"um socorro# Os séculos -ue mais tarde assistiram G ruína ou G metamorfose pro"ressia da estrutura autenticamente feudal conheceram tam.ém com a desa"re"ação das "randes parentelas os sintomas da lenta supressão das solidariedades de linha"em# odaia a parentela mesmo durante a primeira idade feudal não oferecia um a.ri"o -ue parecesse se"uro ao indiíduo ameaçado pelos mAltiplos peri"os de uma atmosfera de iol?ncia (###) +or isso os homens tieram de procurar ou aceitar outros ínculos# 5o.re este ponto dispomos de uma e9peri?ncia decisiaE as Anicas re"i!es em -ue su.sistiram poderosos "rupos a"n2ticos @ i"noraram tam.ém a assala"em o feudo e o senhorio rural# # $orça da &ina-e% $oi u% dos e&e%entos essenciais da sociedade $euda&F a sua re&ati*a $ra4uea e<'&ica 4ue o $euda&is%o tena eIV3O 8 V8558>IK8K$ $ O 4$DKO
Q8+D>O I 8 Jomena"em Vass2lica I @ O homem de outro homem “5er /o homem0 de outro homemE no oca.ul2rio feudal não e9istia aliança de palaras mais difundia do -ue esta nem rica de sentido” (p# %&&) “O e-uíoco não era chocante pois apesar do a.ismo entre as camadas sócias a acentuação e9ercia6se so.re o elemento fundamental comumE a su.ordinação de indiíduo a indiíduo# odaia se o princípio deste laço humano impre"naa toda a ida social as formas -ue reestia não dei9aam de ser sin"ularmente diersas# Qom transiç!es por ees -uase insensíeis das classes mais eleadas Gs mais humildes” (p# %&U) “Qonce.ido desse modo o ritual era desproido de -ual-uer sinal cristão# $9plic2el pelas distantes ori"ens do seu sim.olismo uma tal lacuna não podia manter6se numa sociedade onde só se admitia -ue uma promessa fosse 2lida se tiesse Keus por fiador# 8 própria homena"em na sua forma nunca foi modificada# ,as proaelmente a partir do período carolín"io um se"undo ritual propriamente reli"ioso eio so.repor6se ao anteriorE com a mão estendida so.re os $an"elhos ou so.re as relí-uias o noo assalo juraa ser fiel ao seu senhor# 8 isto chamaa6se /fé0# O cerimonial era portanto a dois tempos mas as suas duas fases estaam lon"e de ter i"ual alor (###) 8 homena"em era a Anica -ue faia interir os dois homens em estreita união a /fé0 do assalo constituía um compromisso unilateral ao -ual só raramente correspondia um juramento paralelo por parte do senhor# =uma palara a homena"em era o erdadeiro criador da relação ass2lica so. o seu duplo aspecto de depend?ncia e de proteção” (p# %&N) “=a erdade apesar das "randes diferenças de ri-uea e de prestí"io os assalos não eram indiferentemente recrutados em -ual-uer camada da população# 8 assala"em era um forma de depend?ncia própria das classes superiores determinada acima de tudo pela ocação "uerreira e pela do comando# +elo menos assim se haia tornado# +ara .em compreender as suas características é coneniente inesti"ar o modo como a assala"em se destacou pro"ressiamente de todo um conjunto de relaç!es pessoais” (p# %U1) III @ 8 "?nese das relaç!es de depend?ncia pessoal “+rocurar um protetor ter praer em prote"erE estas aspiraç!es são de todos os tempos# ,as só as emos dar ori"em a instituiç!es jurídicas ori"inais nas ciiliaç!es onde aconteceu enfra-uecerem os outros -uadros sociais# 4oi o caso da <2lia após o desmoronamento do Império 3omano (###) =em o $stado nem a linha"em ofereciam proteção suficiente# 8 comunidade da aldeia apenas dispunha da força -ue lhe daa a sua polícia interna# 8 comunidade ur.ana mal e9istia# +or toda a parte os fracos sentiam a necessidade de se apro9imar de al"uém mais poderoso do -ue eles (###) 8ssim começou a instituir6se um asto sistema de relaç!es pessoais cujos fios cruados percorriam todos os andares do edifício social” (p# %U1) “8 herança de instituiç!es e de pr2ticas de -ue dispunha a sociedade -ue .rotara das inas!es era ali2s sin"ularmente matiadaE ao le"ado de 3oma e tam.ém ao dos poos con-uistados pelos 3omanos sem no entanto destruírem completamente os seus costumes próprios inham misturar6se as tradiç!es "erm7nicas# =ão nos dei9emos cair no erro de procurar para a assala"em nem mais "eralmente para as instituiç!es feudais uma filiação étnica particular encerrando6nos uma e mais no famoso dilemaE ou 3oma ou as “florestas da
“=o entanto e9istia desde j2 um "rupo de dependentes diferente pelas suas condiç!es de ida# $ra a-uele -ue era composto pelos "uerreiros domésticos em redor de cada homem importante e do próprio rei# =a erdade o mais premente dos pro.lemas -ue então se impunha Gs classes diri"entes era muito menos o de administrar a pa o $stado ou as fortunas particulares do -ue o de arranjar os meios para com.ater# +A.lica ou priada empresa de praer ou de defesa dos .ens e da ida a "uerra durante muitos séculos aparecia como a trama -uotidiana de -ual-uer carreira de chefe e a raão de ser profunda de -ual-uer poder de comando” (p# %UF) “=os reinos .2r.aros no entanto a m2-uina do recrutamento era pesada nas mãos de uma administração cada e menos capa de .astar G sua tarefa .urocr2tica” (p# %UM) Q8+D>O II O 4$DKO I @ *enefício e feudoE a “tenure” @ sal2rio “$ntre os recomendados da época franca a maioria não esperaa do noo senhor apenas a proteção# 8 esse homem poderoso -ue ao mesmo tempo era rico pediam tam.ém -ue os ajudasse a ier (###) Kesde a ori"em numa palara as relaç!es de depend?ncia tieram o seu aspecto econLmico# anto a assala"em como as outras” (p# %N&) “=a erdade as condiç!es "erais da economia apenas permitiam ao chefe do "rupo de assalos ou a -ual-uer patrono dois modos de remuneração# +odia al.er"ando o homem em sua casa aliment26lo esti6lo e-uip26lo a suas e9pensas# Ou então atri.uir6lhe uma terra ou pelo menos rendimentos fi9os tirados do solo transferindo para o homem a preocupação de proer G sua própria manutenção” (p# %NU) “Kestes feudos ass2licos e de terras o e9emplo mais anti"o -ue aparece nos documentos escritos pertence ao e9tremo final do século IX” (p# '11) “*enefício feudo >ehnE o -ue estes diersos sinLnimos procuraam e9primir era uma noção em suma muito clara# =ão nos dei9emos en"anarE uma noção na sua ess?ncia de ordem econLmica# Zuem diia feudo diia .em conce.ido em troca fundamentalmente não de o.ri"aç!es de pa"ar @ -uando estas por ees interinham era apenas a título acessório 6 mas de o.ri"aç!es de faer# ,ais concretamente para -ue houesse feudo não .astaa -ue os seriços constituíssem o encar"o principal do .em# $ra preciso ainda -ue eles comportassem um elemento muito preciso de especialiação profissional e tam.ém de indiidualiação” (p# '1%) 3elação de “transformação\” da censive em feudo# ransformação do pa"amento de seriços “especialiados” a"raciados como “dependentes” para a “doação” de terrasE “8 eolução do feudo tal como a da assala"em e de muitas outras formas jurídicas nas idades feudais foi estaE uma instituição inicialmente de alcance muito "eral -ue pouco a pouco se transformou em instituição de classe não no sentido inerso” (p# '1C) II @ O “acasar” dos assalos “$ntre as duas maneiras de remuneração do assalo por meio do feudo e pela proisão de íeres a incompati.ilidade não era a.soluta# Dma e esta.elecido na sua terra o fiel nem por isso renunciaa Gs outras proas de li.eralidade senhorialE a estas distri.uiç!es nomeadamente de caalos de armas de estu2rios em especial de mantos” (p# '1C) “$identemente o tipo de companheiro alimentado na casa do senhor era o mais anti"o mas continuou a coe9istir durante muito tempo com o tipo mais recente de dependentes enfeudado (###) =o entanto não pode duidar6se de -ue desde a época carolín"ia se tenha marcado entre os dois "rupos de assalos e em faor do "rupo de detentos de feudos uma desproporção -ue com a continuação foi aumentando” (p# '1F)
“O mais se"uro em muitos casos para o senhor como para o "uerreiro era dei9ar entre"ue a este Altimo com os meios necess2rios a responsa.ilidade de proer G sua própria su.sist?ncia# Qom maioria de raão o re"ime de fornecimento de íeres tornaa6se inaplic2el -uando os assalos cuja fidelidade se pretendia recompensar era de cate"oria demasiado eleada para se conformarem com toda uma e9ist?ncia passada G som.ra do senhor# +ara esses eram precisos rendimentos independentes -ue aliados ao e9ercício de poderes de comando lhes permitissem ier em condiç!es conformes ao seu prestí"io# anto mais -ue a própria preocupação do seriço por ees a isso o.ri"aa# O papel de um assus dominicus carolín"io pressupunha -ue ele passasse a maior parte dos seus dias na sua proíncia ocupado com a i"il7ncia” (p# '1M6P) “+ostular na ori"em de todos os feudos uma erdadeira concessão do senhor ao assalo seria ali2s faer uma idéia sin"ularmente imperfeita da multiplicação das relaç!es feudais# ,uito pelo contr2rio por parado9al -ue tal pareça nasceram na realidade de uma d2dia feita pelo assalo ao senhor# O homem -ue procuraa um protetor tinha muitas ees de comprar essa proteção# O poderoso -ue o.ri"aa um mais fraco a li"ar6se6lhe facilmente e9i"ia -ue tal como as pessoas as coisas lhe ficassem su.metidas# Os inferiores ofereciam assim com eles próprios as suas terras ao chefe# $ste uma e contratado o ínculo de su.ordinação pessoal restituía ao seu noo dependentes os .ens proisoriamente cedidos mas não sem de passa"em os ter sujeitado ao seu direito superior e9presso pelo peso de diersos encar"os# $ste "rande moimento de entre"a do solo prosse"uiu durante a época franca e a primeira idade feudal do cimo ao fundo da sociedade# ,as conforme a cate"oria do recomendado e o seu "?nero de ida as formas eram .em diferentes# 8 terra do campon?s era6lhe restituída onerada de rendas em "?neros ou em dinheiro e de coréias# 8 persona"em de condição mais eleada e de h2.itos "uerreiros depois de ter prestado a homena"em recuperaa o seu anti"o patrimLnio na -ualidade de honroso feudo ass2lico# 8ca.ou então de se marcar a oposição de duas "randes classes de direitos reaisE de um lado as modestas tenures concedidas so. a forma de /ilana"em0 -ue o.edeciam aos costumes coletios dos senhorios e os feudos do outro os /alódios0 isentos de -ual-uer depend?ncia” (p# '1P) “Qomo o re"ime feudal -ue se definiu essencialmente so. as espécies de uma rede de depend?ncias nunca atin"iu mesmo nas re"i!es onde nasceu o estado de um sistema perfeito os alódios so.reieram sempre# ,as muito a.undantes ainda no tempo dos primeiros Qarolín"ios @ a tal ponto -ue a posse de um deles -ue se situasse no próprio condado era então a condição necess2ria para se poder ser desi"nado como “procurador” de uma i"reja ou seja o seu representante lei"o 6 o seu nAmero a partir do século X foi decrescendo rapidamente en-uanto o dos feudos aumentaa sem cessar# O solo caía em sujeição com os homens” (p# '1U) “5omente mais tarde -uando os pro"ressos das trocas como o da or"aniação administratia permitiram nos reinos ou nos "randes principados a acumulação de reseras monet2rias relatiamente consider2eis os rei e os "randes .ar!es se puseram a distri.uir como feudos simples rendas -ue sem suporte de terras não dei9aam por isso de ter como conse-R?ncia a prestação de homena"em# $stes feudos “de c7mara” isto é de tesouro tinham mAltiplas anta"ens# $itaam -ual-uer alienação das terras# $scapando em "eral G deformação -ue como eremos tinha metamofoseado a maioria dos feudos em terras em .ens heredit2rios conserados conse-uentemente no m29imo de forma italícia eles mantinham o detentor numa depend?ncia muito mais estreita do cedente# 8os chefes de $stado proporcionaam o meio de "arantirem fiéis lon"ícuos fora até dos territórios imediatamente su.metidos a sua dominação# Os reis de In"laterra os -uais cedo enri-uecidos parecem ter6se contado entre os primeiros a usar este processo## (p# '1N) “5e no decurso do século XIII o nAmero dos assalos mantidos diminuiu muito depressa foi certamente em mais do -ue um caso por-ue o sustento puro e simples tinha sido su.stituído pela outor"a de uma pensão fi9a em dinheiro so. a forma de feudo” (p# '%1) Qapítulo III
+$35+$QIV8 $D3O+YI8 I @ 8 diersidade francesaE sudoeste e =ormandia “Zue a 4rança tenha sido por destino desde a Idade ,édia reunir pelo laço cada e mais ri"oroso da unidade nacional @ tal como se"undo a .ela frase de ,istral o 3ódano acolhe o Kurance 6 um fei9e de sociedade ori"inalmente separadas por poderosos contrastes toda a "ente sa.e ou pressente (###) $m primeiro lu"ar o 5ul da 8-uit7niaE oulousain om.ardos ira desenolerem6se espontaneamente pr2ticas de relação pessoal em -uase tudo an2lo"as Gs recomendaç!es das <2liasE desde a simples entre"a de si mesmo em seridão até ao companheirismo militar” (p# '%C) “+apa 5iestre II# $le erificou -ue os seus antecessores tinham i"norado o feudo# $identemente -ue a I"reja romana tinha os seus fiéis e não dei9aa de lhes distri.uir terras# ,as para tal utiliaa ainda as elhas formas romanas nomeadamente a enfiteuse# 8daptados as necessidades de sociedades de outro ripo estes contratos correspondiam mas Gs necessidades do presente# $m si mesmos não incluíam encar"os de seriços# empor2rios mas durando 2rias idas i"noraam a salutar o.ri"ação da restituição ao doador de "eração em "eração (###) 5e nesta primeira tentatia parece não ter o.tido "randes resultados feudo e homen"aem não dei9aram por isso de penetrar depois dele pouco a pouco na pr2tica do "oerno papal# Ke tal modo esta dupla instituição parecia daí em diante indispens2el a -ual-uer .oa or"aniação das depend?ncias na classe militar” (p# '%M) III @ 8 8lemanha “8s pr2ticas do feudo e da assala"em alastraram entretanto so.re toda a 8lemanha trans6 renana# +orém so.retudo no =orte sem nunca penetrarem o corpo social tão profundamente como no elho país franco” (p# '%M) “8 oposição entre o seriço das armas e cultio da terra erdadeiro fundamento ali2s da cisão entre as classes leou mais tempo a esta.elecer6se (###) Kois pormenores até o fim da Idade ,édia continuaram a atestar sua feudaliação menos aançada da sociedade alemã# O nAmero e a e9tensão dos alódios primeiro nomeadamente dos alódios chefes (###) por outro lado o direito do feudo e da assala"em em e de se misturar ine9tricaelmente a toda a rede jurídica foi conce.ido muito cedo so. a forma de um sistema a parte cujas re"ras aplic2eis apenas a certas terras ou a certas pessoas dependiam de tri.unais especiaisE mais ou menos como entre nós atualmente o direito dos atos de comércios e dos comerciantes não se adapta ao direito ciil# >ehnrecht direito dos feudos >andrecht direito "eral do país(###) mesmo nas classes eleadas muitos ínculos jurídicos ainda não tinham entrado na ru.rica feudal” (p# '%M6%P) IV @ 4ora da influ?ncia carolín"iaE 8 In"laterra an"lo6sa9Lnica e a $spanha dos reis nos asturo6 leoneses
“+ara l2 da ,ancha -ue as .arcas nunca dei9aram de atraessar nem mesmo nas horas piores os reinos .2r.aros da eão Qastela
sAditos e portanto não haia confusão entre a homena"em ass2lica e a su.ordinação do funcion2rio entre a profissão e o feudo (###) Imperfeitamente li"ados entre si estaam lon"e de constituir a estrutura -uase Anica da sociedade e do $stado# Isto é tão erdadeiro -ue dois fatores parece terem sido indispens2eis a todo o re"ime feudal completoE o -uase monopólio profissional do assalo6caaleiro e o retraimento mais ou menos olunt2rio dos outros meios de ação da autoridade pA.lica perante o ínculo ass2lico” (p# ''F) V @ Os feudalismos de importação “Qom o esta.elecimento em In"laterra dos du-ues de =ormandia atin"imos um not2el fenLmenos de mi"ração jurídicaE o transporte das instituiç!es feudais francesas para uma terra con-uistada” (p# ''F) “,as por muito poderosos -ue tenham sido estes contrastes a transplantação das relaç!es feudais e ass2licas tornou6se f2cil em toda parte pelo seu car2ter de instituição de classe# 8cima das ple.es rurais e por ees das .ur"uesias umas e outras de tipo ancestral os "rupos diri"entes compostos essencialmente por inasores aos -uais em In"laterra e so.retudo It2lia se tinham li"ado al"uns elementos emprestados pelas aristocracias indí"enas formaam outras tantas sociedades coloniais re"idas por usos tão e9óticos como elas# $stes feudalismos de importação tieram como característica comum serem melhor sistematiados do -ue nos sítios onde o seu desenolimento fora simplesmente espont7neo” (p# ''F6'M) Q8+D>O IV QO,O O 4$DKO +855OD +838 O +83I,b=IO KO V8558>O I @ O pro.lema da hereditariedadeE “honras” e simples feudos “O esta.elecimento da hereditariedade dos feudos foi posto por ,ontes-uieu no nAmero dos elementos constitutios do “"oerno feudal” oposto ao “"oerno político” dos tempos carolín"ios (###) =unca a posse do feudo se transmite automaticamente pela morte do precedente detentor mas salo motios 2lidos estreitamente determinados se o senhor perdeu a faculdade de recusar ao herdeiro natural a reinestidura precedida por uma noa homena"em# O triun$o da ereditariedade, assi% co%'reendida, $oi o das $orças sociais sobre u% direito caducado” (p# ''&) “,as sempre -ue se trataa do assalo “acasado” (proido de .enefício) @ o interesse do filho em suceder ao seu pai na fé tornaa6se -uase coactio# 3ecusar a homena"em ou faltar G sua aceitação era de uma e só perder com o feudo uma parte consider2el do patrimLnio paterno ou até a sua totalidade (###) 8 'osição do senor era %enos $ranca. E% 'ri%eiro &u-ar, interessa*a;&e 4ue o *assa&o 'er6uro $osse 'unido, 4ue o $eudo, se o encar-os não $osse% cu%'ridos, $icasse dis'on*e& 'ara ser entre-ue a u% ser*idor %e&or. O seu interesse, nu%a 'a&a*ra, &e*a*a;o a insistir *i-orosa%ente no 'rinc'io de re*o-abi&idade. E% contra'artida não considera*a osti& a ereditariedade, 'ois, 'rinci'a&%ente, tina necessidade de o%ens” (p# ''U) “5o.re este primitio fundo de comodidades e de coneni?ncias a erdadeira hereditariedade esta.eleceu6se pouco a pouco no decorrer no período pertur.ado e fértil em inoaç!es -ue começou com a fra"mentação do império carolín"io# +or toda a parte a eolução tendeu para esse fim# ,as o pro.lema não se punha nos mesmos termos para todas as cate"orias de feudos# Dma delas tem de ser posta G parteE os feudos a -ue mais tarde os feudistas chamarão “de di"nidade”# $ntenda6se a-ueles -ue eram constituídos por car"os pA.licos dele"ados pelo rei (###) o rei li"aa6se pelos ínculos da assala"em Gs pessoas Gs -uais confiaa os principais car"os do $stado e nomeadamente os "randes comandos territoriais condados marcas ou ducados# ,as estas funç!es -ue conseraam o elho nome latino de “honras” eram então cuidadosamente distin"uidas dos “.enefícios”# $las diferiam destes com efeito por um pormenor particularmente su"estio entre outrosE a aus?ncia de -ual-uer característica
italícia# Os seus titulares podiam sempre ser reo"ados mesmo sem faltas de sua parte e até em sua anta"em pois a mudança de posição era por ees uma promoção” (p# ''N) “[ medida -ue a realea a partir de >uís o +io foi enfra-uecendo este princípio sala"uarda da autoridade central tornou6se de aplicação cada e mais difícil pois os condes renoando os h2.itos -ue tinha sido os da aristocracia no declínio da dinastia meroín"ia tra.alharam com ?9ito crescente para se transformarem em potentados territoriais solidamente enraiados no solo” (p# 'C1) “Ora a-ueles a -ue os escritores da I"reja chamaam facilmente os noos “s2trapas” das proíncias tentaam em ão arre.atar G dele"ação real o essencial dos poderes -ue pretendiam d2i em diante utiliar em seu proeito para manter solidamente o país era6lhe necess2rio maisE ad-uirir a-ui e além noas terras e construir castelos nas .ifurcaç!es das estradas apresentar6 se como protetores interessados das principais i"rejas acima de tudo recrutar fiéis nos locais# $sta o.ra de "rande alcance e9i"ia o tra.alho paciente de "eraç!es sucedendo6se so.re o mesmo solo# u%a 'a&a*ra, o es$orço e% direção A ereditariedade nascia, natura&%ente, das necessidades do 'oder territoria& ” (p# 'C%) II @ 8 eoluçãoE o caso franc?s “=a 4rança Ocidental e na *or"onha a precoce fra-uea da realea tee como resultado -ue os “.enefícios” constituídos por funç!es pA.licas se contaram entre os primeiros a con-uistar hereditariedade” (p# 'C%) “O feudo normando ali2s em %1PP dee ter sido considerado uniersalmente como transmissíel aos herdeiros pois na In"laterra onde aparece importado esta -ualidade não foi nunca praticamente contestada” (p# 'CM) III @ 8 eoluçãoE no Império “Y na anta"em dada aos feudos de di"nidade -ue se dee procurar a marca ori"inal imprimida na história dos feudalismos alemão e italiano por um poder central mais efica do -ue noutros lu"ares (###) ,as só até essa data :fim do século XI; =o decurso do século j2 o moimento iria precipitar6se# Ko prórpio Qonrado II e9iste uma concessão de condado a título de heredit2rio” (p# 'C&) “os direitos do senhor ainda -ue do rei se tratasse tinham sido o.ri"ados a ceder pouco a pouco perante os das linha"ens ass2licas” (p# 'CU) IV @ 8s transformaç!es do feudo istas atraés do seu direito sucessório “Kesde o dia em -ue a opinião tendeu para o reconhecimento dos direitos do san"ue encontrou6 se em presença de situaç!es familiares ariadas leantando cada uma delas os seus pro.lemas próprios# O estudo pelo menos sum2rio das soluç!es -ue as diersas sociedades deram a tais dificuldades permitir6nos62 apreender ao correr da ida as metamorfoses do feudo e do ínculo ass2lico (###) Dm filho oum na falta deste o neto parecia ser o continuador natural do pais ou do aL nos seriços -ue muitas ees em ida da-ueles ajudara a prestar# Dm irmão pelo contr2rio ou um primo "eralmente j2 tinham carreira feita noutro lado (###) pareceu ló"ico introduir uma distinçãoE o feudo trasmitia6se em todos os sentidos no interior da posteridade proeniente do seu primeiro .enefic2rio não além dela” (p# 'CU) “=ada em si parecia mais contr2rio G naturea do feudo do -ue permitir Gs mulheres sua herança (###) não pe"aam em armas (###) $m 4rança e na In"laterra normanda nesse tempo :século XII; h2 muito -ue se tinha resolido -uando não e9istia filho arão reconhecer Gs filhas a até mesmo a simples parentes femininos se não e9istissem masculinos em "rau i"ual os mesmos direitos so.re os feudos -ue tinham so.re outros .ens# $ isto por-ue depressa tinham compreendido -ue se a mulher fosse incapa de serir o marido o faria em seu lu"ar# +or um
paralelismo característico os e9emplos mais anti"os onde o primitio costume ass2lico aparece assim desiado em faor da filha ou do "enro referem6se todos a estes "randes principados franceses -ue foram i"ualmente os primeiros a con-uistar a hereditariedade simples e -ue ali2s j2 não admitiam seriços pessoais (###) 8ssim @ tendo os direitos sucessórios dos descendentes em linha feminina sido ali2s admitidos mais ou menos ao mesmo tempo do -ue o das mulheres pessoalmente @ as linha"ens feudais pe-uenas ou "randes iram a.rir6se diante de si a política dos casamentos” (p# 'F1) “8 e9ist?ncia de um herdeiro de menor idade apresentaa sem dAida o mais pertur.antes dos pro.lemas -ue desde os seus começos o costume feudal tee de resoler” (idem) “# introdução do bail acentua be% o %o%ento e% 4ue o *a&or do $eudo, na sua 4ua&idade de be% a e<'&orar, 'areceu -era&%ente u&tra'assar o dos ser*iços 4ue 'oderia render (###) Zue o feudo no seu princípio deesse ser indiisíel nada é mais eidente# rataa6se de uma função pA.lica\ 5ujeitando6se G sua diisão a autoridade superior corria o peri"o não só de dei9ar enfra-uecer os poderes de comando e9ercidos em seu nome mas tam.ém de tornar a sua i"il7ncia mais incLmoda# rataa6se de um simples feudo caaleiresco\ (###) a concessão primitia tinha sido calculada para proer ao soldo de um Anico assalo com a sua comitia pelo -ue as fraç!es corriam o risco de não .astarem G manutenção dos noos detentores e leando6os portanto ou a não se armarem conenientemente ou a procurarem fortuna noutro lado# Qoninha deste modo -ue tendo6se tornado heredit2ria a detenção das ternures concedidas pelo menos passasse apenas para um Anico herdeiro# odaia neste ponto as e9i"?ncias da or"aniação feudal entraam em conflito com as re"ras correntes do direito sucessório faor2eis G i"ualdade dos herdeiros do mesmo "rau na maior parte da $uropa# 5o. a ação das forças anta"Lnicas este "rae de.ate jurídico rece.eu 2rias soluç!es conforme os lu"ares e os tempos” (p# 'F%6F') “8té mesmo nas casas reais na Idade ,édia a ordem de primo"enitura só foi aceite com muitas resist?ncias” (p# 'F') “,enos dependentes do -ue em 4rança dos seriços dos assalos os reis e os chefes territoriais da 8lemanha a -uem a estrutura herdada do $stado carolín"io pareceu .astar durante muito tempo para firmar os seus direito de comando concedia naturalmente uma atenção menos persistente ao sistema de feudos# Os reis especialmente dedicaam6se -uase e9clusiamente @ como o fe em %%MU 4rederico *ar.a63uia @ a proi.ir o desmem.ramento dos “condados marcas e ducados”# $ j2 nessa data a fra"mentação dos condados pelo menos tinha começado (###) Zuando aos feudos ordin2rios a lei de %%MU tinha reconhecido -ue a sua diisão era lícita” (p# 'FC) “=a maior parte da 4rança a eolução se"uiu linhas .em diferentes# Os reis só tieram interesse em proi.ir a diisão dos "randes principados territoriais formados pela a"lomeração de 2rios condados na medida em -ue puderam empre"ar essa conjunção de forças na defesa do país” (idem) “8 hereditariedade muito antes de ser um direito tinha passado por uma merc?# +arecia portanto coneniente -ue o noo assalo demonstrasse o seu reconhecimento para com o senhor por intermédio de um presente cujo uso é confirmado desde o século IX” (p# 'FF) “O res"ate propriamente feudal distin"uia6se no entanto pelas suas modalidades# al como acontecia até o século XIII com a maior parte dos tri.utos an2lo"os era -uase sempre pa"o pelo menos em parte em espécie# ,as en-uanto o herdeiro do campon?s daa por e9emplo uma ca.eça de "ado o do assalo militar deia uns “arreios” de "uerraE entenda6se um caalo ou armas e outras ees uns e outros conjuntamente# 8ssim muito naturalmente o senhor adaptaa as suas e9i"?ncias G forma dos seriços -ue oneraam a terra (###) a ariedade no pormenor era -uase infinita pois a ação do costume tinha aca.ado por cristaliar por re"i!es
por "rupos ass2licos ou até feudo por feudo h2.itos nascidos muitas ees dos acasos mais caprichosos” (p# 'FM) “=o entanto G medida -ue os feudos entraam cada e mais fundo nos patrimLnios os seus destinat2rios resi"naam6se mais dificilmente a terem de a.rir os cord!es G .olsa para o.ter uma inestidura -ue daí em diante parecia de direito# Incapaes de imporem a a.olição do encar"o o.tieram com o tempo -ue ele fosse sensielmente aliiado” (p# 'FP) “o feudo -ue fora outrora o sal2rio da fidelidade armada desceu a cate"oria de uma concessão acima de tudo rendíel” (p# 'F&) V @ 8 fidelidade no comércio “=o tempo dos primeiros Qarolín"ios a idéia de -ue o assalo pudesse alienar o feudo G sua ontade teria parecido duplamente a.surdaE não só por-ue o .em lhe não pertencia mais ainda por-ue apenas lhe era confiado em troca de deeres estritamente pessoais# =o entanto G medida -ue precaridade ori"inal da concessão se sentiu menos claramente os assalos em dificuldades de dinheiro ou de "enerosidade inclinaram6se facilmente a dispor liremente da-uilo -ue daí pro futuro consideraam como seu# $ram nisso encorajados pela I"reja a -ual de todas a maneiras tra.alhou com tanta efic2cia durante a Idade ,édia para faer cair os entraes tanto senhoriais como familiares cujos elhos direitos tinha asfi9iado a posso indiidualE se as esmolas se tornassem impossíeis o fo"o do inferno -ue elas e9tin"uiam “como a 2"ua” arderia sem remédio” (p# 'F&) “8 alienação parcial numa palara entraa @ tal como por e9emplo as isenç!es de ta9as concedidas aos ha.itantes da terra @ numa ru.rica da-uilo a -ue o direito franc?s chamaa “a.ré"ement” do feudoE ou seja sua “diminuição”# $m relação a ela como relatiamente G “diminuição” em "eral os costumes rea"iram de maneira diferentes# Dns aca.aram por autori26la limitando6a# Outros até o fim persistiram em su.met?6la a aproação do senhor imediato e até dos diersos senhores escalonados um acima do outro# =aturalmente este assentimento normalmente compraa6se e por ser uma fonte de o.tenção de lucros cada e era recusado menos facilmente# ,ais uma e a preocupação do lucro ia contra a do seriço# 8 alienação inte"ral era mais oposta ainda ao espírito do ínculo” (p# 'FU) “=a erdade pelo menos depois do século XII os feudos endiam6se ou cediam6se -uase liremente# # $ide&idade entra no co%rcio, %as não 'ara se tornar %ais $orte” (p# 'FN) Q8+D>O V O JO,$, K$ VH3IO5 5$=JO3$5 I @ 8 pluralidade das homena"ens “O recomendado podia mudar de senhor desde -ue a persona"em G -ual fiera o primeiro juramento de “fé” consentisse em o desli"ar deste# Kedicar6se a um se"undo senhor permanecendo “homem” do primeiro era ri"orosamente interdito” (p# 'M%) “=os Altimos anos do século XIII um .arão alemão reconhecia6se como homem de feudo de inte senhores diferentes um outro de -uarenta e tr?s (###) O espantoso é -ue este importante desio se tenha produido tão cedo e em tão "rande escala (###) Os historiadores facilmente responsa.iliam por isso o h2.ito -ue desde cedo se manifestou de remunerar os assalos por meio de feudos# =ão se duida de fato -ue o en"odo da propriedade de .elas terras tenha leado al"uns "uerreiros a multiplicarem as prestaç!es de homena"ens (###) 3esta no entanto e9plicar -ue os senhores tenham tão facilmente acolhido e até solicitado estas metades terças ou -uartas partes de dedicação e -ue os assalos tenha podido oferecer tantas promessas contraditórias sem esc7ndalo” (p# 'M'6MC)
“8 dupla homena"em na-uele tempo não foi conse-R?ncia da hereditariedade pelo contr2rio os seus e9emplos mais anti"os aparecem mais ou menos e9atamente contempor7neos da-uela ainda no estado de pr2tica incipiente (###) destinada a tornar6se incontestaelmente um dos principais dissolentes da sociedade ass2lica a própria supera.und7ncia das homena"ens de um só homem a 2rios senhores ori"inariamente tinha sido apenas um sintoma entre outros da fra-uea -uase con"?nita de -ue enfermaa por ra!es -ue teremos -ue desco.rir um ínculo -ue no entanto era apresentado como tão constran"edor” (p# 'MC) “4oi ela.orada toda uma casuística da -ual os tra.alhos dos juristas não tieram o monopólio” (idem) “8 opinião parece ter oscilado entre tr?s critérios principais# +rimeiro podiam classificar6se as homena"ens por ordem de datasE a mais anti"a tinha anta"em so.re a mais recente :se"undo; o mais respeit2el dos senhores era o -ue tinha o feudo mais rico :terceiro; perante o senhor entrado em liça para defender sua causa a o.ri"ação parecia mais imperiosa do -ue perante a-uele -ue se limitaa a ir em socorro de “ami"os” (###) =enhuma dessas soluç!es es"otaa o pro.lema” (p# 'MF) II @ í"ia “=o entanto nesta sociedade -ue nem no $stado nem na família encontraa cimentos suficientes a necessidade de unir solidamente os su.ordinados ao chefe era tão ia -ue tendo a homena"em ul"ar notoriamente falhado na sua missão se tentou criar acima dela uma espécie de super6homena"emE a homena"em /lí"ia0”(p# 'MM) “Buntamente com a Qatalunha @ espécie de marca colonial fortemente feudaliada 6 a <2lia de entre ,osa e >oire e a *or"onha foram a erdadeira p2tria da noa homena"em# Kaí emi"rou para os feudalismos de importaçãoE In"laterra It2lia normanda 5íria# $m torno do .erço primeiro o seu uso estendeu6se para o sul até o >an"uedoc .astante esporadicamente ao -ue parece para nordeste até o ale do 3eno# =em a 8lemanha transrenana nem a It2lia do =orte onde o >iro dos 4eudos lom.ardo se"ue a classificação por datas a conheceram jamais na sua erdadeira força# $sta se"unda a"a de assala"em @ a"a de reforço ousaríamos dier @ tinha saído das mesmas re"i!es -ue a primeira só não se alastrou até tão lon"e (###) Ke -ual-uer modo este /puro0 ínculo renoaa a primeira li"ação humana na sua inte"ridade (###) ,as precisamente por-ue a homena"em >í"ia era apenas a ressurreição da homena"em primitia não dei9a de ser atin"ida por sua e pelas mesmas causas de declínio# 5eria para elas uma presa tanto mais fr2"il -uanto só se distin"uia das simples homena"ens por uma fr2"il conenção por palaras ou por escrito pois reproduia os rituais da-uelas sem alteraç!es” (p# 'MP6M&) “como priar de tais recompensas ou desses instrumentos ul"ares de poder os dependentes em cuja fidelidade acima de tudo se depositaa confiança\ 8 interenção do feudo tam.ém a-ui desencadeou as conse-R?ncias ha.ituaisE o su.ordinado afastado do seu chefe o encar"os pouco a pouco desli"ados da pessoa para incidirem so.re a terra de tal modo -ue se começou a falar em /feudo lí"io0 a /homena"em lí"ia0 heredit2ria e o -ue é mais "rae transformada em o.jeto de comércio (###) +raticamente era noamente uma porta a.erta a felonia -uase necess2ria# $m suma tinham6se apenas criado duas cate"orias de assala"em mais nada (###) $n-uanto era e9cepcional o compromisso teria tale conserado al"uma efic2cia tendo6se ul"ariado esaiou6se de -ual-uer conteAdo específico” (p# 'MU) “+ouco a pouco nesses países :$stado an"lo6normando e reino de Berusalém; foi6se criando o h2.ito de reserar o nome de /homena"em lí"ia0 para a fidelidade muitas ees confirmada por meio de um juramento -ue era e9i"ida em relação ao so.erano G totalidade dos homens lires fosse -ual fosse o seu lu"ar na hierar-uia feudal# 8ssim a noção dessa li"ação /a.soluta0 só conseraa um pouco do seu alor ori"inal nas terras onde tinha sido desli"ada do sistema dos rituais ass2licos para contri.uir como o ato de su.missão sui "eneris do direito pA.lico para o
rea"rupamento das forças no -uadro do $stado# Qomparada com o elho ínculo pessoal ferido por uma decad?ncia fatal era patente a inefic2cia do remédio” (p# 'MN) VI @ Vassalo e 5enhor I @ O au9ílio e a proteção “5erir ou como tam.ém se diia /au9iliar0 /prote"er0E era nestes termos tão simples -ue os te9tos mais anti"os resumiam as o.ri"aç!es recíprocas do fiel armado e do seu chefe# O ínculo nunca foi tão sentido tão fortemente como no tempo em -ue os efeitos eram assim e9pressos da maneira mais a"a e por isso mais compreensia# Kefinir não é sempre limitar\ $ra fatal no entanto -ue se e9perimentasse com intensidade crescente a necessidade de definir as conse-R?ncias jurídicas do contrato de homena"em# $specialmente -uanto aos encar"os do su.ordinado” (p# 'P%) “8 ação decisia a-ui como noutros lu"ares pertenceu ao direito consetudin2rio alimentado por precedentes e pro"ressiamente cristaliado pela jurisprud?ncia de cortes em -ue haia muitos assalos# Kepois "anhou6se o h2.ito cada e mais fre-Rente de faer passar essas condiç!es -ue antes eram puramente tradicionais para o próprio acordo# ,elhor do -ue as poucas palaras -ue acompanhaam a homena"em o juramento de fé -ue podia alon"ar6se a ontade prestaa6se G minAcias# 8ssim um contrato prudentemente pormenoriado su.stituiu a su.missão do homem todo inteiro# +or acréscimo de preucação -ue é .em si"nificatio acerca do enfra-uecimento do ínculo o assalo "eralmente não promete só au9iliar (###) O deer primordial era por definição o au9ílio de "uerra (###) =o entanto só raramente aparece soinho# 8lém de os seus próprios assalos se os possui se a"ruparem em torno do seu estandarte as suas comodidades o prestí"io o costume por ees e9i"em6lhe -ue se faça acompanhar pelo menos por um ou dois escudeiros (###) 4re-uentemente o assalo est2 tam.ém sujeito a faer "uarda no castelo senhorial (###) 5e ele próprio possui uma fortalea dee pL6la a disposição do seu senhor” (p# 'P') “+ouco a pouco as diferenças de níel e de poder a formação de tradiç!es necessariamente dier"entes os acordos particulares e mesmo os a.usos transformados em direitos introduiram inAmeras ariantes nestas o.ri"aç!es# Zuase sempre afinal com ista a aliiar6lhes o peso# Dm "rae pro.lema nascia da hierar-uiação das homena"ens# 5Adito e senhores ao mesmo tempo 2rios assalos por sua e dispunham de assalos# O deer -ue lhes ordenaa -ue ajudassem o senhor com todas as suas forças parecia -ue deeria ditar6lhes -ue se apresentassem no e9ército senhorial rodeados da tropa inteira dos seus dependentes# O costume todaia cedo os autoriou a learem consi"o apenas uma -uantidade de "uerreiros fi9ada de uma e por todas e muito inferior ao nAmero da-ueles -ue podiam empre"ar nas suas próprias "uerras (###) =in"uém duida de -ue esta di%inuição da obri-ação %i&itar, de bai
feudal estas assem.léias a contra.alançarem em certa medida o afastamento nascido da pr2tica do feudo contri.uíram para manter entre o senhor e os seus homens o contato pessoal sem o -ual não e9iste ínculo humano (###) 8 fé impunha ao assalo “ajudar” o seu senhor em todas as coisas# Qom a sua espada com o seu conselhoE conforme era necess2rio# Qhe"ou um momento em -ue se acrescentouE tam.ém com sua .olsa# =enhuma instituição reela melhor a unidade profunda do sistema feudal do -ue a deste apoio pecuni2rio (###) Kiia6se /au9ilio0 simplesmente ou ainda talha e9pressão feita por ima"em do er.o /talhar0 G letra tira a al"uém um pedaço da sua su.st7ncia e conse-uentemente lançar um imposto” (p# 'PM) “Keste modo o elemento dinheiro j2 entreisto so. a forma de res"ate pouco a pouco introduia6se entre as elhas relaç!es feitas de fidelidade e de aç!es (###) =a erdade a pr2tica destas dispensas mediante pa"amento em dinheiro não alcançou "rande e9tensão a não ser para com duas cate"orias de feudosE a-ueles -ue tinham caído nas mãos de comunidades reli"iosas inaptas para o seriço das armas os -ue dependiam diretamente das "randes monar-uias h2.eis em diri"irem em proeito da sua fiscalidade mesmo até as insufici?ncias do sistema de recrutamento ass2lico (###) 8té os au9ílios pecuni2rios aca.aram muitas ees por cair em desuso# O feudo tinha dei9ado de proporcionar .ons seridores sem -ue por isso conse"uisse permanecer durante muito tempo uma proeitosa fonte de receita” (p# 'PP6P&) “8o senhor o costume "eralmente não impunha -ual-uer compromisso er.al ou escrito -ue correspondesse ao juramento do assalo (###) o homem ser2 defendido pelo seu senhor (###) no fim de contas o assalo sem dAida deesse mais -ue rece.ia# 5al2rio de seriço o primitio feudo tinha resta.elecido o e-uilí.rio# [ medida -ue praticamente transformado em .em patrimonial a sua função ori"inal caiu no es-uecimento a desi"ualdade dos car"os tornou6se mais fla"rante e por isso tornou6se cada e mais io o desejo de pLr co.ro a situação entre a-ueles -ue ela desfaorecia” (p# 'P&) II @ 8 assalidade em lu"ar da linha"em “4ora como uma espécie de suced7neo ou de complemento da solidariedade de linha"em -ue se tornara insuficientemente efica -ue as relaç!es de depend?ncia pessoal tinham feito a sua entrada na história (###) O assalo perante o senhor e o senhor perante o assalo foram durante muito tempo como -ue um parente suplementar facilmente comparado tanto nos deeres como nos direitos aos parentes pelo san"ue (###) Keste car2ter -uase familiar da assalidade deriariam 2rios traços duradouros não só re"ras jurídicas como nos costumes :in"anças criação dos filhos dos caaleiros re"ulação relatia dos matrimLnios;” (p# 'P&6PU) III @ 3eciprocidade e rupturas “O acordo ass2lico unia dois homens -ue por definição não eram do mesmo níel (###) =o entanto seja -ual for o dese-uilí.rio entre as responsa.ilidades e9i"idas de uma e de outra partes estas não dei9aam por isso de formar um todo indissolAel a o.edi?ncia do assalo tinha como condição a e9atidão do senhor em cumprir os seus compromissos (###) esta reci'rocidade de de*eres desi-uais $oi o traço *erdadeira%ente 'ecu&iar da *assa&a-e% euro'ia. or causa deste não se a$asta*a da anti-a escra*atura, %as di$eria ta%b%, e %uito, 'ro$unda%ente, das $or%as de &i*re de'end(ncia 'r'rias de outras ci*i&iações ” (p# '&%) “,as o "rande erro do feudalismo foi precisamente a sua inaptidão para construir um sistema judici2rio erdadeiramente coerente e efica# +raticamente um indiíduo ítima da-uilo -ue consideraa ou fin"ia considerar um atentado contra os seus direitos decidia romper e o desfecho do conflito dependia do e-uilí.rio de forças# al como um casamento -ue tiesse preisto o diórcio sem -ue os motios tiessem sido esta.elecidos antecipadamente e sem -ue houesse ma"istrados para os aplicar” (p# '&C) Q8+D>O VII
O +838KOXO K8 V8558>8<$, I @ 8s contradiç!es dos testemunhos “-ual foi no atos e nos coraç!es a erdadeira força deste cimento social\ (###) =ão é necess2rio procurar muito nos te9tos para recolher uma impressionante analo"ia em louor da instituição ass2lica” (p# '&M) “O primeiro deer do .om assalo naturalmente é sa.er morrer pelo seu chefe com a espada na mãoE sorte di"na de ineja entre todas pois é a de um m2rtir e a.re as portas do paraíso (###) $ra um ínculo de tal ordem -ue não o reconhecer era o mais horríel dos pecados” (p# '&P) “$sta li"ação era sentida como sendo tão poderosa -ue a sua ima"em se projetaa so.re todos os outros laços humanos mais anti"os do -ue ela e -ue teriam podido parecer mais ener2eis# 8 assalidade assim impre"nou a família (###) Zuando a poesia proençal inentou o amor cort?s conce.eu o juramento do perfeito amante so.re o modelo da dedicação ass2lica# $ isto tanto mais facilmente ali2s -uanto o adorador de fato era muitas ees de cate"oria menos eleada do -ue a dama dos seus pensamentos (###) ,as sem dAida -ue não e9iste testemunho mais elo-Rente da omnipresença do sentimento ass2lico do -ue nas suas icissitudes o próprio ritual da deoçãoE su.stituindo a atitude anti"a dos -ue oraam de mãos estendidas o "esto das mãos postas imitado da “encomendação” tornou6se para todos os católicos o "esto da oração por e9cel?ncia” (p# '&&6&U) “Os próprios laços de san"ue -ue decerto pareciam muito mais sa"rados do -ue os do direito pA.lico eram ultrapassados pelos deeres da depend?ncia pessoal” (p# '&U) II @ Os ínculos de direito e o contato humano “odaia aconteceu -ue o campo de ação deste ínculo primitiamente li"ado G casa do senhor cresceu desmedidamente# +or-ue se continuou a -uerer impor o respeito do ínculo a homens -ue depois dum est2"io na ha.itação do senhor se tinham afastado dela para faerem sua ida lon"e dali muitas ees nas terras -ue a-uele lhes haia confiado (###) 8 depend?ncia do homem perante homem em .ree não foi mais do -ue a resultante da depend?ncia da uma terra em relação a outra (###) 8 própria hereditariedade em e de afirmar a solidariedade de duas linha"ens pelo contr2rio ajudou ao afrou9amento do ínculo pois aplicou6se acima de tudo aos interesses da terraE o herdeiro só prestaa homena"em com ista a conserar o feudo” (p# 'U16U%) “O sentimento de lira escolha perdeu6se ao ponto de ser costume er o assalo alienar com o feudo os deeres da assala"em e o senhor dar ou ender juntamente com os campos os .ois e os castelo a lealdade de seus homens” (p# 'U%) “4inalmente apesar da tentatia de salamento -ue a homena"em >í"ia o pluralismo das homena"ens ele próprio cons-uencia do enfra-uecimento do ínculo aca.ou por lhe retirar até a possi.ilidade de a"ir# Ke companheiro de armas cuja dedicação se alimentaa de presentes constantemente rece.idos e de presença humana o assalo passara a ser uma espécie de locat2rio mediocremente interessado em pa"ar o seu alojamento mediante seriços e o.edi?ncia# odaia mantinha6se um traãoE o respeito pelo juramento -ue não dei9aa de ter força# ,as -uando as su"est!es do interesse pessoal ou da pai9ão falaam demasiado alto este entrae a.strato resistia mal” (p# 'U') “,ais a.ai9o na escala social os te9tos dei9am entreer "rupos muito mais unidos em torno de chefes mais .em conhecido e melhor seridos# $ram em primeiro lu"ar os caaleiros não “acasados” ou donéis da mesnada @ ou por outras palaras da casa do senhor 6 cuja condição durante lon"os séculos e em todo Ocidente continuou a reproduir traço por traço a ida dos primeiros assalos” (idem)
$3Q$I3O >IV3O O5 >8_O5 K$ K$+$=K=QI8 =85 Q>855$5 I=4$3IO3$5 Q8+D>O I O 5$=JO3IO I @ 8 terra senhorial “Os meios sociais relatiamente eleados -ue a homena"em militar caracteriaa não eram os Anicos onde e9istiam homens de outros homens# ,as no "rau inferior as relaç!es de depend?ncia encontraram o seu en-uadramento natural num a"rupamento -ue sendo muito mais anti"o do -ue a assala"em so.reieria muito tempo ainda após o declínio destaE o senhorio fundi2rio# =em as ori"ens do re"ime senhorial nem o seu papel na economia nos interessam a-ui só nos interessa o seu lu"ar na sociedade feudal” (p# 'UM) “=o senhorio o aspecto econLmico era primordial# Os poderes do chefe tieram nele como o.jetio se não e9clusio pelo menos preponderante asse"urar6lhe rendimentos por meio dos tri.utos so.re a colheita dos produtos do solo# Dm senhorio é portanto acima de tudo uma /terra0 mas uma terra ha.itada e por dependentes# =ormalmente o espaço delimitado deste modo diidi6se por sua e em duas fraç!es unidas por uma estreita interdepend?ncia# Kum lado o /domínio0 tam.ém denominado pelos historiadores /resera0 cujos frutos o senhor arrecadaa diretamente na totalidade# Ko outro lado as tenures pe-uenas ou médias e9ploraç!es camponesas -ue em nAmero mais ou menos consider2el se a"rupam em torno do /paço0 dominial# O direito real superior -ue o senhor mantém so.re a casa o amanho da terra e o prado do campon?s tradu6se na sua interenção em noa inestidura raramente "ratuita de cada e -ue mudam de dono na faculdade de se apoderar da-ueles em caso de deserdação ou de confiscação le"ítima finalmente e so.retudo na recolha de ta9as e de seriços# $stes na sua maioria consistiam em coréias a"rícola e9ecutadas na /resera0 (##) odos os senhorios é ó.io não tinham as mesmas dimens!es# Os maiores nas re"i!es de ha.itat concentrado a.ran"iam toda a 2rea cultiada duma aldeia# =o século IX este caso não era proaelmente o mais fre-Rente# 8pesar de e9istirem a-ui e além al"uns Ateis conjuntos far6se6ia cada e mais raro com o correr dos tempos em toda a $uropa# $ tal aconteceu por efeito das partilhas sucessórias sem dAida# ,as tam.ém como contrapartida da pr2tica dos feudos# +ara remunerar os seus assalos 2rios chefes tieram de retalhar as suas terras” (p# 'UM6UP) II @ 8s con-uistas do sistema senhorial “$stes senhorios no entanto até onde leaam o seu alcance\ $ admitindo -ue su.sistiram sempre ilhas de independ?ncia -ual foi a erdadeira proporção destas conforme os tempos e os lu"ares\ (###) ser2 coneniente pelo menos distin"uir cuidadosamente duas formas de sujeiçãoE a-uela -ue pesaa so.re o homem na sua pessoa e a-uela -ue só o atin"ia na sua -ualidade de detentor de uma terra determinada” (p# 'U&) “=os países onde as instiuiç!es romanas so.repostas elas próprias a anti"as tradiç!es italiotas ou celtas tinham marcado profundamente a sociedade rural o senhorio no tempo dos primeiros Qarolín"ios apresentaa j2 contornos muito nítidos (###) esta desi"nação tal como os encar"os mais pesados e mais ar.itr2rios a -ue estaam o.ri"adas lem.ra o tempo em -ue os donos as tinha constituído loteando entre os seus escraos -ue transformaam em faendeiros astas porç!es do seus anti"os latifundia os -uais se haiam tornado mediocremente rendíeis so. a forma de e9ploração direta# $sta operação de parcelamento recorrendo tam.ém a a"ricultores lires não dei9ara de ori"inar simultaneamente outros tipos de concess!es destinadas a entrarem na cate"oria "eral dos mansos /in"?nuos0 cujo nome eocara a condição alheia a -ual-uer seridão dos seus primeiros detentores# ,as na massa muito consider2el das tenures desi"nadas por a-uele adjetio a maioria tinha uma ori"em .em diferente# >on"e de remontarem a outor"as consentidas G custa de uma propriedade em ias de diminuição eram
e9ploraç!es rAsticas de sempre tão anti"as como a própria a"ricultura# Os tri.utos e coréias -ue as oneraam tinha sido apenas primitiamente a marca da depend?ncia em -ue os ha.itantes tinham caído relatiamente a um chefe de aldeia de tri.o ou de clã ou um senhor de clientela pouco a pouco transformados em erdadeiros senhores” (p# 'UU) “4inalmente e não a menos fre-Rente haia a iol?ncia sem -ual-uer disfarce” (p# 'N1) “=o entanto os senhorios alastram assim e tale mais ainda por outro processo o -ual pelo menos na apar?ncia era muito repro2elE por força de contratos# O pe-ueno propriet2rio cedia a sua terra alodial @ por ees como eremos juntamente com a sua pessoa @ para a retomar em se"uida a título de ternure tal como o caaleiro -ue do seu alódio faia um feudo e pelo mesmo confessado motio -ue era o de encontrar um defensor (###) Qertamente -ue h2 muitos meios de impor a proteção a uma pessoa fracaE -uanto mais não seja começando a perse"ui6la# 8crescente6se -ue o acordo primitio nem sempre era respeitado (###) +or ees era uma aldeia em peso -ue assim se colocaa so. a autoridade de um poderoso# $ste caso foi especialmente fre-Rente na 8lemanha por-ue ali ainda su.sistia no começo da eolução um .om nAmero de comunidades rurais -ue escapaam inteiramente ao poder senhorial (###) =a erdade tanto as .rutalidades mais fla"rantes como os contrastes mais sinceramente espont7neos denunciaam a ação de uma mesma causa profundaE a fra-uea dos camponeses independentes# ão e*o4ue%os a4ui u%a tra-dia de orde% econ%ica # Isso seria es-uecer -ue as con-uistas do sistema senhorial não foram todas ruraisE até nas cidades romanas tam.ém pelo menos num .om nAmero delas as -uais so. o domínio de 3oma decerto não tinham e9perimentado nada de semelhante não se iu introduir o re"ime de concessão so. os seus encar"os normais G semelhança das anti"as villae rAsticas\ (p# 'N16N%) “5eria so.retudo pretender esta.elecer uma comparação neste caso completamente co9a com o anta"onismo -ue em outras ciiliaç!es pLde opor os métodos da pe-uena e da "rande propriedade# +ois o senhorio era antes de mais nada uma a"lomeração de pe-uenas -uintas dependentes e o propriet2rio de alódios ao faer6se concession2rio pelo fato de assumir noas o.ri"aç!es nada alteraa Gs condiç!es da sua e9ploração# E&e s 'rocura*a, ou su'orta*a, u% senor 'or causa da insu$ici(ncia dos outros 4uadros sociais, so&idariedades de &ina-e% ou 'oderes de Estado (###) Indu.itaelmente -ue a atonia das trocas e da circulação monet2ria contri.uíram para a car?ncia da autoridade pA.lica# 5em dAida tam.ém -ue ao priar os a"ricultores de toda a resera de instrumentos de pa"amento ela contri.uía para enfra-uecer a sua capacidade de resist?ncia# ,as foi apenas por estas ias indiretas -ue as condiç!es econLmicas e9erceram al"uma ação na crise social dos camponeses# =o humilde drama campestre coném reconhecer um aspecto do mesmo moimento -ue num escalão mais alto enredou tantos homens nas cadeias da su.ordinação ass2lica” (p# 'N') “não e
instituições de direito ')b&ico, con$or%e o ti'o dos 'o*os -er%Gnicos, entre os Escandina*os + ne% as re&ações de subordinação, 'r'rias do senorio $undi5rio, ne% a o%ena-e%, co% o $eudo, in*adira% toda a *ida socia&. ,as h2 mais# al como o sistema propriamente feudal o re"ime senhoria só deia atin"ir um estado de a.soluta perfeição nos países onde tinha sido importado peça por peça” (p# 'NC) “O senhorio rural era uma persona"em muito mais elha do -ue as instituiç!es erdadeiramente características da primeira idade feudal# ,as as suas itórias durante este período tal como os seus insucessos parciais e9plicam6se @ tudo se conju"a para o proar @ pelas mesmas causas -ue fieram ou estoraram o sucesso da assala"em e do feudo” (p# 'NF) III @ 5enhor e foreiros “=a erdade li"ados atraés dos tempos por um costume aparentemente imut2el nada era menos parecido com um senhorio do século IX do -ue um senhorio do século XIII” (p# 'NF) “=ada de mais ari2el conforme os lu"ares em cada senhorio nada de mais dierso do -ue os encar"os do foreiro na primeira idade feudal” (p# 'NM) “8 depend?ncia das e9ploraç!es camponesas face a um senhor comum traduia6se pelo pa"amento de uma espécie de alu"uel da terra (###) O pro.lema da hereditariedade um dos mais apai9onantes -ue leantou a instituição do feudo militar -uase não ocupou lu"ar na história das tenures rurais# +elo menos durante a era feudal# Zuase uniersalmente os camponeses sucediam6se de "eração em "eração nos mesmos campos” (p# 'NP) “=a-uele tempo em -ue a terra era mais a.undante do -ue o homem em -ue além disso as condiç!es econLmicas impediam -ue se e9plorassem astíssimas reseras com au9ílio de uma mão de o.ra assalariada ou sustentada no domicílio mais alia em e de unir parcela a parcela dispor permanentemente dos .raços e da força rendíel de dependentes capaes de se manterem a si próprios# Ke todas as /e9aç!es0 noas impostas aos foreitos as mais características foram sem duida os monopólios muito ariados -ue o senhor se atri.uiu em detrimento da-ueles (###) 8té o nome dessas o.ri"aç!es era si"nificatio# $ram chamadas ul"armente /.analidades0 (###) Y isíel -ue o comando senhorial se tinha feito tanto mais e9pansio e lucratio -uanto encontraa uma concorr?ncia menos efica por parte desse outro .anE o do rei ou dos seus representantes# 8 i"reja paro-uial dependia -uase em toda a parte do senhor ou se haia 2rios na mesma paró-uia de um deles” (p# 'N&) “8 talha era especialmente odiosa aos olhos dos camponeses tendo por 2rias ees suscitado ias reoltas contra eles# 5emicristaliada numa época em -ue o dinheiro era raro a tradição do senhorio não enfrentaa sem dificuldades as necessidades de uma noa economia# 8ssim o foreiro do fim do século XII para a díima a talha e as mAltiplas .analidadesE o.ri"aç!es -ue mesmo nas re"i!es onde o re"ime senhorial era mais anti"o o seu antepassado do século VIII por e9emplo não tinha conhecido# Incontestaelmente as o.ri"aç!es de pa"ar foram6se a"raando não sem compensaç!es do lado das o.ri"aç!es de tra.alho pelo menos em certos países” (p# 'NN) “=o entanto ao dei9ar assim de e9i"ir dos seus sAditos ao lon"o do ano um tra.alho de e-uipas de o.reiros ao transform26los definitiamente em produtores pesadamente coletados é certo mas economicamente autLnomos ao transformar6se ele próprio em simples propriet2rio de solos arrendados o senhor onde esta eolução se processou até ao fim ne"li"enciaa ineitaelmente o laço da dominação humana# al como a história do feudo a história da tenure rural foi afinal a da passa"em de uma estrutura social fundamentada na prestação de seriço a um re"ime de rendas fundi2rias” (p# C11) Q8+D>O II 5$3VIKgO $ >I*$3K8K$
I @ O ponto de partidaE as condiç!es pessoais na época franca “Dns retirando a sua terminolo"ia das tradiç!es elas tam.ém discordantes umas ees de 3oma outras da
pessoas lires umas outras não estas Altimas conseraram o elho nome latino de seri donde eio o franc?s serfs# 4oi a linha de rotura entre os dois "rupos -ue se deslocou” (p# C1U) “Zual-uer -ue tenha sido ali2s o nAmero destas auto6entre"as cuja proporção notaelmente eleada em relação a po.rea dos nossos documentos em "eral é surpreendente e pertur.ante é ó.io -ue elas não contri.uíram soinhas para en"rossar as fileiras da seridão# 4ora de -ual-uer conenção precisa pelo simples jo"o da prescrição da iol?ncia e das mudanças ocorridas na opinião jurídica a massa dos sAditos dos senhorios anti"os ou recentes caiu lentamente nesta condição definida por um elho nome e por critérios -uase inteiramente noos” (p# C%1) “Ora por mais pesadas -ue estas o.ri"aç!es pudessem parecer num certo sentido eram a antítese da escraatura pois supunham a e9ist?ncia dum erdadeiro patrimLnio nas mãos do deedor# =a sua -ualidade de foreiro o sero tinha e9atamente os mesmos deeres e os mesmos direito -ue -ual-uer outrosE a sua posse j2 não era prec2ria e o seu tra.alho uma e satisfeitos os tri.utos e seriços só a ele pertencia” (p# C%%) “O sero em resumo não se caracteriaa de modo al"um por um ínculo em relação ao solo# 8 sua marca própria era pelo contr2rio depender tão estreitamente de um outro ser humano -ue fosse para onde fosse esse laço o se"uia e se imprimia G sua descend?ncia# 8ssim tal como os seros na sua memória não descendiam de anti"os escraos a sua condição não representaa uma simples metamorfose mais ou menos adoçada da anti"a escraatura ou do colonato romano# +or elhas palaras com traços emprestados por diersos passados a instituição refletia as necessidades e as representaç!es coletias do próprio meio -ue tinha assistido G sua formação” (p# C%') “+roteção opressão entre estes dois pólos oscila -uase o.ri"atoriamente todo o re"ime de clientela# $ com efeito a seridão ori"inariamente tinha6se constituído como uma das peças mestras de um sistema deste tipo (###) ,as nem todos os camponeses tinham passado para seridão mesmo -uando a sua terra tinha caído na sujeição ou nela tinha permanecido# $ntre os foreiros dos senhorios te9tos -ue se se"uem ininterruptamente durante toda a era feudal p!em em cena lado a lado com os seros "rupos e9pressamente -ualificados como /lires0” (p# C%C) III @ O caso alemão “na 8lemanha e so.retudo no =orte durante toda a era feudal su.sistiram por classes em concorr?ncia com as justiças senhoriais jurisdiç!es pA.licas id?nticas ao tipo anti"oE como não teria so.reiido a idéia mais ou menos o.scuramente de manter como lires todos os homens tal como a-ueles -ue faiam parte dos /tri.unais0 e eram jul"ados por eles\” (p# C%P) IV @ =a In"laterraE as icissitudes da ilania “=um ponto todaia marcaa6se um contraste erdadeiramente profundo com a 4rança# ,uito melhor do -ue o seu iinho do continente o senhor in"l?s conse"uia conserar na sua terra os seus seros e até os seus simples foreiros# +or-ue neste país notaelmente unificado a autoridade real tinha força .astante para faer procurar os /niefs0 fu"itios e casti"ar os -ue lhe haiam dado "uarida” (p# C'1) “=o entanto a con-uista -ue haia imprimido aos senhorios uma tão forte estrutura tinha tam.ém faorecido o esta.elecimento de uma realea e9cepcionalmente .em armada# 8 espécie de acordo fronteiriço -ue se fe entre as duas pot?ncias e9plica esta Altima transformação -ue sofreu na In"laterra medieal a classificação das condiç!es e até a própria noção de li.erdade# Kesde meados do século XII so. a ação das dinastia normanda e depois de 8njou os poderes judici2rios na monar-uia tinham tomado e9traordin2rio desenolimento (###) estaa traçada um noa fenda atraés da sociedade in"lesa sendo patente a todos os olhos a sua import7ncia pr2ticaE de um lado os erdadeiros sAditos do rei so.re os -uais se estendia sempre a som.ra
protetora da justiça do outro a massa camponesa mais do -ue semi6a.andonada G ar.itrariedade senhorial” (p# C'16'%) “8ssim o caso in"l?s mostra com rara clarea como no seio de uma ciiliação em muitos aspectos muito unificada certas idéias6forças cristaliando so. a ação de um dado meio remataram com a criação de um sistema jurídico a.solutamente ori"inal en-uanto noutros lu"ares as condiç!es am.ientes as condenaam a um estado de certo modo perpetuamente em.rion2rio# +or este motio ad-uire o alor de uma erdadeira lição de método” (p# C'C) Q8+D>O III 3D,O [5 =OV85 4O3,85 K$ 3$ I @ 8 esta.iliação dos encar"os “8s profundas transformaç!es -ue a partir do século XII começaram a metamorfosear as relaç!es entre dependente e senhor iriam alon"ar6se por 2rias centenas de anos# *astar2 indicar a-ui como a instituição senhorial saiu do feudalismo (###) a ida interior dos senhorios mesmo dos maiores e menos mal administrados parecia ameaçada de não conhecer outras re"ras além das orais# $m erdade nada impedia -ue se esta.elecessem so.re um modelo an2lo"o inent2rios de .ens e dos direitos melhor adaptados Gs condiç!es do momento” (p# C'M) “8cima de tudo as transformaç!es da ida social incitaam G fi9ação das o.ri"aç!es e G atenuação do seu peso# $m -uase toda a $uropa assisti6se a um "rande moimento de des.raamento de terras# Zuem primeiro -ueria atrair os pioneiros para as suas terras tinha de prometer6lhes condiç!es faor2eis o menos -ue podiam pedir era sa.erem de antemão -ue ficaam lires de -ual-uer ar.itrariedade” (p# C'P) “O espet2culo dos "rupos ur.anos a"iu no mesmo sentido# 5u.metidos tam.ém ao re"ime senhorial muitos deles desde o final do século XI tinham conse"uido con-uistar sérias re"alias estipuladas em per"aminhos# 8 narração dos seus triunfos encorajaa as massas camponesas e a atração -ue as cidades priile"iadas podiam ir a e9ercer faia refletir os senhores# 4inalmente a aceleração das trocas econLmicas não só inclinaa os senhores a desejarem certas modificaç!es na distri.uição das o.ri"aç!es mas ao faer entrar um pouco de numer2rio nos cofres dos rAsticos a.ria diante destes noas possi.ilidades# ,enos po.res portanto menos impotentes e menos resi"nados podiam daí em diante não só comprar o -ue não lhes fora dado como tam.ém e9i"i6lo mediante dura lutaE por-ue não é e9ato -ue todas as concess!es senhoriais tenham sido "ratuitas ou consentidas de completa .oa ontade# 8ssim cresceu por montes e ales o nAmero destes pe-uenos códi"os de aldeia (###) 8 carta de costumes foi na $uropa dos Altimos tempos feudais e do período se"uinte uma instituição muito "eneraliada” (p# C'P6'&) “In"laterra e 8lemanha transrenana# =ão é -ue das duas partes "rande nAmero de comunidades não tenha rece.ido forais por parte dos seus senhores mas eram -uase e9clusiamente "rupos ur.anos# 5em dAida em -uase todas as cidades medieais G e9cessão das "randes metrópoles comerciais su.sistiu sempre -ual-uer coisa de campestreE a coletiidade tinha as suas pasta"ens os ha.itantes tinham os seus campos -ue os mais humildes cultiaam eles próprios# 5impes /.ur"os0 mais do -ue cidades diríamos hoje acerca da maioria das localidades alemãs ou in"lesas assim priile"iadas” (p# C'U) II @ 8 transformação das relaç!es humanas “8o mesmo tempo -ue a ida interna do senhorio se tornaa mais móel ela modificaa6se em certos pontos -uase completamente# 3edução "eral das coréias su.stituição ora destas ora das rendas em espécie por pa"amentos em dinheiro eliminação pro"ressia em fim da-uilo -ue no sistema dos encar"os continuaa afetado por um car2ter incerto e fortuito (###) 8pesar das mAltiplas ariaç!es re"ionais ou locais era eidente -ue cada e mais o dependente tinha
tend?ncia para transformar num contri.uinte cuja -uota de ano para ano sofria apenas pe-uenas modificaç!es (###) 3epetidas alforrias -ue por ees a.ran"iam aldeias inteiras diminuíram consideraelmente a partir do século XIII o nAmero dos seros franceses e italianos# Outros "rupos atin"iram a li.erdade por simples desuso# ,as h2 maisE em 4rança onde a seridão ainda se mantinha emo6la pro"ressiamente afastar6se da anti"a /homena"em de corpo0# Qomeçou a ser encarada menos fortemente como um ínculo pessoal e mais como uma inferioridade de classe -ue podia por uma espécie de cont2"io passar da terra para o homem” (p# C'N) “O senhorio em si mesmo não disp!e de nenhum título -ue o inclua no cortejo das instituiç!es a -ue chamamos feudais# $le coe9istira tal como continuaria ainda a fa?6lo com um $stado mais forte com relaç!es de clientela mais raras e menos est2eis e uma maior circulação de dinheiro# =o entanto este anti"o modo de a"rupamento não ficou a deer apenas Gs noas condiç!es de ida sur"idas a partir do século IX apro9imadamente o alar"amento de sua influ?ncia a uma parte muito mais consider2el da população ao mesmo tempo -ue consolidaa a sua própria estrutura interna# al como a linha"em sofreu profundamente a ação do am.iente# O senhorio das idades em -ue se desenoleu e ieu a assalidade foi antes de mais nada uma coletiidade de dependentes prote"idos sucessiamente comandados e pressionados pelo seu chefe ao -ual muitos estaam li"ados por uma espécie de ocação heredit2ria sem relação com a posse do solo ou com o ha.itat# Zuando as relaç!es erdadeiramente características do feudalismo perderam o seu i"or o senhorio mantee6se# ,as com características diferentes mais li"adas G terra mais puramente econLmicas# al como um tipo de or"aniação social -ue marca uma tonalidade particular nas relaç!es humanas não se manifesta apenas por noas criaç!es mas aia com as suas cores como se de um prisma se tratasse a-uilo -ue rece.e do passado para o transmitir Gs épocas se"uintes” (p# CC1) 5$IV3O @ 85 Q>855$5 Q8+D>O I O5 =O*3$5 QO,O Q>855$ K$ 48O I @ O desaparecimento das anti"as aristocracias de san"ue “+ara os primeiros escritores -ue deram o nome ao feudalismo para os homens da 3eolução -ue tra.alharam para o destruir a noção de no.rea parecia insepar2el dele# =o entanto não h2 associação de idéias mais redondamente errada pelo menos se -uisermos conserar al"uma e9atidão no oca.ul2rio histórico# Kecerto -ue as sociedades da era feudal nada tieram de i"ualit2rio# ,as nem todas as classes dominantes constituem uma no.rea# +ara merecer tal nome elas deem ao -ue parece reunir duas condiç!esE primeiro a posse de um estatuto jurídico próprio -ue confirma e materialia a superioridade a -ue aspiram em se"undo lu"ar é preciso -ue esse estatuto se perpetue pelo san"ue @ salo no entanto se se admitir em faor de al"umas noas famílias a possi.ilidade de lhe ser a.erto o acesso mas em nAmero restrito e conforme normas re"ularmente esta.elecidas (###) só é no.re aut?ntico a-uele -ue pode proar a no.rea dos seus antepassados# Ora neste sentido -ue é o Anico le"ítimo a no.rea no Ocidente fe uma aparição relatiamente tardia# Os primeiros es.oços da instituição não começaram a desenhar6se antes do século XIII# 8penas no século se"uinte se fi9ou en-uanto o feudo e a assala"em estaam j2 em declínio# oda a primeira idade feudal .em como a época anterior i"noraram6na” (p# CCM6CP) “=este ponto estaa em oposição com as ciiliaç!es cujo le"ado lon"ícuo rece.era (###) O *ai9o6Império tinha tido a ordem senatorial G -ual no tempo dos primeiros ,eronín"ios apesar do retraimento dos priilé"ios jurídicos de outrora os principais sAditos romanos do rei franco tanto se or"ulhaam de li"ar a sua "enealo"ia# $ntre muitos poos "erm7nicos tinham e9istido certas famílias -ualificadas oficialmente como /no.res0(###) +roenientes como tudo
indica de anti"as linha"ens de chefes locais @ os “príncipes dos cant!es0 de -ue fala 2cito 6 a maior parte delas nos sítios onde o $stado tomou a forma mon2r-uica tinham sido pouco a pouco desapossadas do seu poder político em proeito da dinastia real saída ori"inariamente das suas fileiras# =ão dei9aam por isso de conserar mais do -ue um estí"io do seu prestí"io primitio de raças sa"radas (###) ,as estas disposiç!es não so.reieram G época dos reinados .2r.aros (p# CCP) “Ora estas castas -ue iam .uscar o seu or"ulho a reminisc?ncias anti"as naturalmente não se renoaram# =os noos reinos os motios ios de desi"ualdade entre os homens lires eram de um tipo diferenteE a ri-uea com o seu corol2rio o poder e o seriço do rei” (p# CC&) “$m redor destes isielmente só aparecia o interesse pela continuação das "eraç!es depois do momento em "eral relatiamente recente em -ue uma delas ascendia pela primeira e a um posto erdadeiramente eleado (###) =o entanto a principal raão de um sil?ncio em apar?ncia tão estranho era -ue estes poderosos não formaam uma classe no.re no pleno sentido da palara# Zuem di no.rea di .ras!es# =a circunst7ncia os .ras!es não importaam por-ue não haia no.rea” (p# CCU) II @ Kos diersos sentidos da palara /no.re0 na primeira idade feudal “Ko século IX ao XI (###) ela comporta -uase sempre a ideia duma distinção de nascimento mas tam.ém a duma certa fortuna” (idem) “não seria de espantar se a posse duma terra alodial @ ainda -ue o possuidor não passasse de um simples campon?s @ foi considerada por ees como título suficiente para merecer a desi"nação de no.re ou de edel (###) 8 própria cate"oria social numa "rande parte do Ocidente tinha -uase toda morrido por e9tinção” (p# CCN) “8 sinonímia fu"idamente notada entre as palaras /no.res0 e /lires0 deia apenas dei9ar traços dur2eis no oca.ul2rio de uma forma especial de su.ordinaçãoE a assala"em militar# 8o contr2rio de muitos dependentes rurais ou domésticos a fidelidade dos assalos não se herdaa e os seus seriços eram eminentemente compatíeis com a mais ri"orosa noção de li.erdade entre todos os /homens do senhor0 eles foram os seus /francos homens0 por e9cel?ncia acima dos outros feudos as tenures mereciam como sa.emos o nome de /feudos francos0 (###) 4inalmente num "rau mais eleado esta palara com mAltiplos usos podia serir para destacar dentre o nAmero de homens -ue não eram seris pelo nascimento nem atin"idos pelos laços da humilde depend?ncia as famílias mais poderosas as mais anti"as e as -ue "oaam de maios prestí"io” (p# CF1) “no decurso na primeira idade feudal (###) cada e mais se erificou a tend?ncia para reserar a palara para os "rupos de poderosos aos -uais as pertur.aç!es dos $stados e a "eneraliação dos ínculos de proteção tinham permitido ascender na sociedade a uma preponder7ncia crescente# 8inda num sentido .astante frou9o estranho a -ual-uer precisão do estatuto ou de casta# ,as não sem um sentimento muito forte da supremacia da classe assim -ualificada (###) se a no.rea como classe jurídica permanecia desconhecida desde esse momento G custa de uma li"eira simplificação da terminolo"ia é perfeitamente lícito falar de uma classe social de no.res e so.retudo tale num "?nero de ida no.re# ois esta co&eti*idade de$inia;se, 'rinci'a&%ente, 'e&a naturea das $ortunas, 'e&o e
O traço característico residia na forma da e9ploração (###) era sempre "raças ao tra.alho de outros homens” (p# CF%) IV @ 8 ocação "uerreira “5e a posse de senhorios era o sinal de uma di"nidade erdadeiramente no.ili2ria e juntamente com os tesouros em moedas ou em jóias a Anica forma de fortuna -ue parecia compatíel com uma posição eleada era6o em primeiro lu"ar por causa dos poderes de comando -ue ela faia supor supor so.re outros homens (###) $le pertencia de corpo e alma G sua função própriaE a do "uerreiro# $ste Altimo traço -ue é fundamental e9plica a parte -ue cou.e aos assalos militares na formação da aristocracia medieal (###) a eolução do oca.ul2rio an"lo6sa9ão ilustra admiraelmente a passa"em da elha noção de no.rea como raça sa"rada G noa noção de no.rea como "?nero de ida” (p# CF') “$identemente não -uer dier -ue o assalo fosse o Anico a poder deer e mesmo "ostar de se .ater (###) 8s leis deiam esforçar6se por restrin"ir ou proi.ir o porte de armas pelas classes inferiores só apareceram depois da se"unda metade do século XII (###) =a medida em -ue não é puramente lend2rio o tipo tradicional do lojista inimi"o da iol?ncia corresponde a época do comércio est2el oposto ao anti"o nomadismo dos /pés poeirentos0E coisa do século XIII no m29imo (###) o senhor recrutaa a infantaria entre os seus camponeses (###) ,as assalos ou mesmo senhor de alódios onde os haia o /no.re0 dos primeiros tempos feudais perante tantos soldados de ocasião tinha como característica própria ser um "uerreiro mais .em armado e um "uerreiro profissional” (p# CFC) “O -ue caracteriaa a classe mais eleada dos com.atentes era a união do caalo e do armamento completo (###) =uma ciiliação em -ue a "uerra era coisa de todos os dias não haia contraste mais io do -ue a-uele# ornado -uase sinLnimo de assalo “caaleiro” tornou6se tam.ém o e-uialente de no.re (###) O or"ulho é um dos in"redientes essenciais de toda a consci?ncia de classe# O dos /no.res0 da era feudal foi acima de tudo um or"ulho de "uerreiro# anto mais a "uerra para eles não era apenas um deer ocasionalE para com o senhor para com o rei para com a linha"em# $la representaa muito maisE uma raão de ier” (p# CFM) Qapítulo II 8 VIK8 =O*3$ I 6 8 "uerra “$sta índole nomade foi sem discussão particularmente fre-uente nos franceses# +or-ue a sua p2tria não lhes oferecia como a $spanha meio muçulmana ou menor "rau a 8lemanha com a sua fronteira eslaa terrenos pró9imos de con-uistas ou de raias nem como a 8lemanha ainda as limitaç!es e os praeres das "randes e9pediç!es imperiais# +roaelmente a classe dos caaleiros era mais numerosa ali do -ue em outros lu"ares por conse"uinte mais po.re# =a própria 4rança muitas ees se tem o.serado -ue a =ormandia foi de todas as proíncias a mais rica em audaes aentureiros” (p# CFN) “$stes caaleiros andantes ajudaram na $spanha os cristãos indí"enas a recon-uistarem o =orte da península ao Islã criaram na It2lia do 5ul os $stados normandos fieram6se contratar antes da primeira cruada como mercen2rios ao seriço de *i7ncio nos caminhos do Oriente encontraram finalmente na con-uista e na defesa do Amulo de Qristo o seu campo de ação preferido (###) $stas mi"raç!es contri.uíram para manter as li"aç!es entre mundos -ue estaam separados por dist7ncias tão lon"as e de contrastes tão iosE propa"aram a cultura ocidental e especialmente a francesa para além dos seus limites próprios (###) 8o mesmo tempo as san"rias assim praticadas nos "rupos mais tur.ulentos do Ocidente eitaam G ciiliação morrer sufocada pelas "uerrilhas# Os cronistas .em sa.iam -ue sempre -uando partia uma cruada os elhos países reencontrando um pouco de pa respiraa melhor (###) ,as a "uerra era amada e
acima de tudo tale um fonte de lucro# =a erdade era a indAstria no.ili2ria por e9cel?ncia” (p# CM1) II @ O no.re em sua casa “4oi somente pouco a pouco e como conse-R?ncia de uma diferenciação mais aançada das classes -ue os meios caaleirescos fora da It2lia ou da 4rança meridional se tornaram -uase inteiramente estranhos G ida das populaç!es propriamente ur.anas# 5e o no.re com certea não renunciou a fre-Rentar a cidade j2 não parece ali a não ser ocasionalmente chamado pelo seu praer ou pelo e9ercício de certas funç!es” (p# CMF) “4oram as inas!es normandas ou hAn"aras -ue do 8dri2tico Gs planícies da In"laterra setentrional fieram leantar por toda a parte com as muralhas das cidades reparadas ou construídas as /fortaleas0 rurais cuja som.ra não cessaria mais de pesar so.re os campos da $uropa” (p# CMM) III @ Ocupaç!es e distraç!es “+or muito campon?s -ue fosse pelo alojamento o no.re contudo nada tinha de a"ricultor” (p# CM&) “Jaia tam.ém os torneios (###) Qomo estas reuni!es cuja or"aniação não se faia sem despesas consider2eis se cele.raam por ocasião das "randes /cortes0 conocadas de tempos em tempos pelos reis ou pelos .ar!es os amadores corriam o mundo de torneio em torneio” (p# CMN) IV @ 8s re"ras de conduta “$ra natural -ue uma classe tão claramente delimitada pelo "?nero de ida e a supremacia social aca.asse por o.ter um códi"o de conduta -ue lhe fosse próprio# ,as estas normas só se precisaram para simultaneamente se apurarem durante a se"unda idade feudal -ue foi afinal a da tomada de consci?ncia” (p# CP1) 5o.re a ideia do “"entil6homem” E “5utilea aparente se formos ao fundo das coisas é um testemunho precioso da eolução sofrida pelo ideal de caalaria (###) Zuer se trate de simples costumes de dec?ncia ou de preceitos propriamente morais de cortesia no sentido estrito ou de /proudhommie0 o noo códi"o tee inconstestaelmente como p2tria as cortes da 4rança e da re"ião do ,osa estas Altimas ali2s francesas pela lín"ua e pelos costumes” (p# CP%) “uma sociedade em -ue o mundanismo fe a sua aparição e com ele a influ?ncia feminina# 8 mulher nunca estiera encerrada no "ineceu# 5e "oernaa a sua casa rodeada de seras acontecia tam.ém "oernar o feudo e por ees com durea# $staa porém reserada ao século XII a criação do tipo da "rande dama letrada e -ue mantinha um salão (###) 8 /sala das damas0 no.res e mais "eralmente a corte são doraante o lu"ar onde o caaleiro procura .rilhar e eclipsar os seus riaisE pela reputação dos seus ilustres feitos pela sua fidelidade aos .ons costumes e tam.ém pelo seu talento liter2rio (###) ,as foi dado um "rande passo no dia em -ue os caaleiros se fieram tam.ém literatos” (p# CP') “Os traços característicos do amor cort?s podem resumir6se .astante simplesmente# =ão tem nada a er com o casamento ou diendo melhor op!em6se diretamente Gs suas leis pois se é amada é em "eral uma mulher casada o amante nunca é o marido” (p# CPF) “Ke -ual-uer maneira incontestaelmente uma tal noção das relaç!es amorosas na -ual de passa"em encontramos tantos elementos -ue se tornaram familiares representaa -uando foi conce.ida uma com.inação .astante ori"inal# $sta pouco deia as anti"as artes de amar nem mesmo @ ainda -ue sejam mais pró9imos dela @ aos tratados sempre um pouco e-uíocos -ue a ciiliação
e% es'ecia&, u%a atitude no*a. 5 *i%os 4ue e<'ri%ia $aci&%ente e% ter%os retirados do *ocabu&5rio da o%ena-e% *ass5&ica. # trans'osição não era a'enas *erba&. # con$usão do ser a%ado co% o ce$e corres'ondia a u%a orientação da %ora& co&eti*a co%'&eta%ente caracterstica da sociedade $euda&” (p# CPM) “Zue ali2s estes preceitos do amor na caalaria com a continuação se tenham tão facilmente propa"ado proa -uanto eles correspondiam Gs necessidades noas de uma classe# 8judaram6na a compreender a si mesma# =ão amar como o homem comum j2 não é sentir6se outro\” (p# CPP) “Kistinta assim pelo seu poder pelo seu "?nero de fortuna e de ida pela sua própria moral a classe social dos no.res cerca dos meados do século XII estaa pronta a solidificar6se em classe jurídica e heredit2ria# O uso cada e mais fre-Rente ao -ue parece -ue a partir de então se fa da palara “"entil6homem” isto é de .oa raça @ indica a import7ncia crescente atri.uída Gs -ualidades do san"ue# 4oi em torno de um ritual a inestidura dos caaleiros -ue se processou a cristaliação” (p# CP&) Q8+D>O III 8 Q8V8>83I8 I @ 8 inestidura “8 partir da se"unda metade do século XI diersos te9tos -ue depressa se ão multiplicando começam a mencionar -ue a-ui ou além tee lu"ar uma cerimLnia destinada diem eles a /armar um caaleiro0# O ritual tem 2rias fases# Dm caaleiro mais anti"o entre"a primeiro as armas si"nificatias do seu futuro estado ao postulante "eralmente saído h2 pouco da adolesc?ncia# =omeadamente cin"e6o com a espada# Kepois em -uase sempre uma forte “palmada” -ue o padrinho assenta na nuca ou na face do rapa” (p# CPN) “+elas suas ori"ens e naturea a inestidura relaciona6se isielmente com a-uelas cerimLnias de iniciação de -ue as sociedades primitias tal como as do mundo anti"o fornecem tantos e9emplosE pr2ticas -ue so. diersas formas t?m todas como o.jetio comum faer passar o rapainho G cate"oria de mem.ro perfeito do "rupo do -ual a idade até ali o haia e9cluído” (p# C&1) “Kepois G medida -ue os meios caaleirescos ad-uiriam uma consci?ncia mais nítida do -ue os separaa da massa “sem armas” e os eleaa acima dela fe6se sentir mais imperiosamente a necessidade de sancionar por meio de um ato formal a entrada na coletiidade assim definida (###) Kiia6se caaleiro de al"uém -uando se detinha dessa persona"em um feudo -ue o o.ri"aa a seri6la assim armado# ,ais eis -ue a"ora nem a posse do feudo nem o critério forçosamente um pouco flutuante do "?nero de ida che"arão para merecer este nome# 8lém disso ser2 preciso proceder a uma espécie de consa"ração” (p# C&%) “$ no entanto como é -ue numa sociedade ha.ituada a ier so. o si"no do so.renatural o ritual de início puramente profano da entre"a das armas não rece.ia um cunho sa"rado\ Kois costumes tanto um como outros muito anti"os seriram de ponto de partida G interenção da I"reja” (p# C&') “8 I"reja numa palara tinha procurado transformar a anti"a entre"a das armas num /sacramento0 @ esta palara -ue se encontra na pena dos cléri"os nada tinha de chocante numa época em -ue estando a teolo"ia ainda .em lon"e da ri"ide escol2stica era facilmente confundida so. esta desi"nação -ual-uer espécie de ato de consa"ração” (p# C&F) II @ O códi"o da calaria “o elemento reli"ioso não limitou os seus efeitos ao fortalecimento no mundo da caalaria do espírito de corpo e9erceu tam.ém uma ação poderosa so.re a lei moral do "rupo# 8ntes de o
futuro caaleiro rece.er a sua espada no altar era6lhe e9i"ido um juramento -ue especificaa as suas o.ri"aç!es” (p# C&F) “8 estas morais mundanas o noo dec2lo"o pediu emprestados os princípios mais aceit2eis por parte de um pensamento reli"iosoE li.eralidade .usca da "lória o /los0 despreo do repouso do sofrimento e da morte @ /a-uele0 di o poeta alemão homasin /-ue só -uer ier descansadamente não -uer faer oficio de caaleiro0# ,as era colorindo estas mesmas normas com tonalidades cristãs e ainda mais li.ertando a .a"a"em tradicional dos elementos de naturea muito profana -ue nela tinha tido e na pr2tica continuaam a ter um lu"ar tão importante” (###) ,as a espada assim consa"rada o caaleiro rece.eu6a acima de tudo para a colocar ao seriço das causas no.res (###) uma discriminação de interesse capital introduia6se no elho ideal de "uerra pela "uerra ou pelo lucro# Qom este "l2dio o inestido defender2 a 5anta I"reja especialmente contra os pa"ãos# +rote"er2 a iAa o órfão e o po.re# +erse"uir2 os malfeitores” (p# C&M6&P) “8ssim a I"reja desi"nando6lhe uma tarefa ideal aca.aa de le"itimar a e9ist?ncia desta “ordem” de "uerreiros -ue conce.ida como uma das diis!es necess2rias de uma sociedade .em policiada se indentificaa cada e mais com a coletiidade dos caaleiros inestidos (###) 8o mesmo tempo era fornecer a esta classe a justificação de uma supremacia social de h2 muito e9perimentada de fato (###) $stado de espírito no.ili2rio se e9istiu eminentemente faor2el G eclosão da mais estrita no.rea” (p# C&&) Q8+D>O IV 8 38=54O3,8_gO K8 =O*3$8 K$ 48O $, =O*3$8 K$ KI3$IO I @ 8 hereditariedade da inestidura e o eno.recimento “4undada cerca de %%%N para a defesa das colLnias da erra 5anta a Ordem do emplo a"rupaa duas cate"orias com.atentes distintas pelo costume pelas armas e pela condiçãoE em cima os /caaleiros0 em /.ai9o0 os simples /ser"ents0 mantos .rancos contra mantos castanhos# =ão restam dAidas de -ue desde o princípio a oposição não correspondesse a uma diferença de ori"em social entre os recrutados (###) 8 se"unda 3e"ra posterior pouco mais de um século pelo contr2rio procede com um ri"or muito jurídico# +ara ser autoriado a ener"ar o manto .ranco é necess2rio -ue o postulante antes de sua entrada na Ordem tenha sido inestido# ,as só isso não é o .astante# Y preciso tam.ém -ue seja /filho de caaleiro ou descendente de caaleiros por parte do pai0 por outros termos como se di noutra passa"em é preciso ser fidal"o” (p# C&N) “%%C1 e %'M1 ou apro9imadamenteE entre essas duas datas o -ue se passou\ 8penas istoE a transformação do direito G inestidura num priilé"io heredit2rio (###) =ada de mais not2el do -ue a -uase coincid?ncia no tempo e o acordo perfeito desses diersos te9tos simultaneamente entre si e com a re"ra do emplo ordem internacional# +elo menos no continente @ pois a In"laterra como eremos dee ser posta a parte 6 G eolução das classes superiores o.edecia a um ritmo fundamentalmente uniforme (###) 5em dAida -uando leantaram e9pressamente esta .arreira so.eranos e tri.unais só a"amente tinham a noção de uma inoação# Kesde sempre -ue a "rande maioria dos inestidos tinham sido desi"nados entre os descendentes dos caaleiros# 8os olhos de uma opinião de "rupo cada e mais e9clusia apenas o nascimento /"arante da continuação da anti"a honra0 parecia ha.ilitar G o.seração do códi"o de ida a -ue comprometia a entre"a das armas0(p# CU16U%) “O dia em -ue a-uilo -ue durante muito tempo fora apenas uma ocação heredit2ria de fato suscetíel de muitas dificuldades se tornou um priilé"io le"al e ri"oroso foi portanto ainda -ue os contempor7neos não tenham dito disso uma noção clara uma "rande data# #s 'ro$undas %odi$icações sociais 4ue então se o'era*a% nas $ronteiras do %undo da ca*a&aria tina decerto contribudo 'ara ins'irar %edidas tão ri-orosas. o scu&o 8II, tina nascido u% no*o 'oder: o do 'atriarcado urbano. os ricos ne-ociantes 4ue $aci&%ente ad4uiria%
senorios, %uitos dos 4uais 'ara si 'r'rios ou 'ara os seus $i&os e 4ue não teria% desdenado o bo&dri da ca*a&aria, os -uerreiros de ori-e% não 'odia% dei 4uando u%a c&asse se sente a%eaçada 4ue %ais tende a $ecar;se (p# CU%) “Dma classe de poderosos não poderia transformar6se a.solutamente em casta heredit2ria sem se condenar a e9cluir das suas fileiras os noos poderes cujo aparecimento ineit2el é a própria lei da ida em conse-R?ncia sem se deotar na sua -ualidade de força social a um enfra-uecimento fatal (###) daí para o fututo a aptidão do /ordenado0 em conferir a ordem j2 não e9istia na sua inte"ridade a não ser -ue o postulante pertencesse j2 a uma linha"em de caaleiros# Zuando não era este o caso a inestidura na realidade era ainda possíel mas na condição de ser especialmente autoriada pelo Anico poder ao -ual as concepç!es então comunemente diul"adas concediam a e9or.itante faculdade de suspender a aplicação das re"ras consuetudin2riasE o poder do rei Anico distri.uidor” (p# CU') “4oi no Império como era natural -ue se entreiu finalmente a faculdade de a.rir desse modo o acesso G caalaria a noas persona"ens confiada a maior nAmero de mãosE príncipes territoriais tal como desde %'U% o .ispo de $stras.ur"o e tam.ém em It2lia comunas ur.anas como 4lorença desde %'P1# ,as tratar6se6ia de outra coisa -ue não o desmem.ramento dos atri.utos reais\ O princípio -ue só ao so.erano reconhecia o direito de .ai9ar a .arreira estaa incólume” (p# CUC) “=ão é menos erdade -ue preparada durante uma lon"a "estação espont7nea a transformação da hereditariedade de pr2tica em hereditariedade jurídica só fora possíel pelo fortalecimento dos poderes mon2r-uicos ou principescos Anicos capaes ao mesmo tempo de imporem uma polícia social mais ri"orosa e de re"ulariarem ao sancion26las as ineit2eis e salutares passa"ens de ordem a ordem (###) =a-uele tempo não haia instituição -ue nas mãos de "oernos eternamente necessitados não se transformasse pouco ou muito em m2-uina de faer dinheiro# 8s autoriaç!es de inestidura não escaparam a esta sorte comum# al como o outro e9pediente das chancelarias as cartas reais com muito raras e9ceç!es não eram "ratuitas# +or ees tam.ém pa"aa6se para não ser o.ri"ado a comproar sua ori"em# ,as 4ilipe o *elo parece ter sido o primeiro so.erano a comercialiar a.ertamente a caalaria (###) 5e o "rupo dos caaleiros a título heredit2rio em ri"or não se tinha fechado a porta no entanto estaa apenas fracamente entrea.erta @ muito menos f2cil de transpor certamente do -ue o tinha estado antes ou estaria no futuro# Konde a iolenta reação antino.ili2ria -ue pelo menos em 4rança estalou no século XIV# +ode ima"inar6se sintoma mais elo-Rente da forte constituição de uma classe e da sua e9clusiidade do -ue o ardor dos ata-ues de -ue é alo\ /3eolta dos não6no.res contra os no.res0E esta e9pressão -uase oficialmente empre"ada no tempo da /jac-uerie0 (inssureição de camponeses contra a no.rea) é reeladora# =ão o é menos o inent2rio dos com.atentes# 3ico .ur"u?s primeiro ma"istrado da primeira das .oas cidades Ytienne ,arcel apresentaa6 se e9pressamente como inimi"o dos no.res# =o tempo de >uís XI ou de >uís XIV ele próprio teria sido um deles# =a erdade o período -ue se estende de %'M1 até %F11 apro9imadamente foi no continente o da mais ri"orosa hierar-uiação das camadas sociais” (p# CUF6UM) II @ Qonstituição dos descendentes de caaleiros em classe priile"iada “Qada e mais a situação proeminente -ue unanimamente se concedia aos caaleiros não só como "uerreiros /ordenados0 mas tam.ém como assalos encarre"ados das mais altas miss!es de com.ate e de conselho tendia para se concretiar num códi"o jurídico definido (p# CUM) “=os Altimos anos do século XIII a eolução estaa terminada -uase por toda a parte# O -ue futuramente d2 ori"em ao no.re não são j2 os elhos "estos de iniciação reduidos ao estado de formalidades de .oa educação tanto mais o.serada pelo menos pela massa -uanto acarreta
"eralmente despesas é -uer se aproeitem ou não dela a capacidade heredit2ria de reclamar o .enefício deste ritual” (p# CUP) III @ O direto dos no.res “5endo comum na medida em -ue o permitiam as diferenças de se9o Gs fidal"as tal como os fidal"os o códi"o no.ili2rio assim constituído ariaa sensielmente nos pormenores conforme os países# $le não se ela.orou por outro lado senão lentamente e sofreu no decorrer dos tempos importantes modificaç!es (###) radicionalmente os laços de assala"em eram a forma de depend?ncia própria das classes eleadas# ,as a-ui como além a um estado de fato sucedeu6se um monopólio de direito# 8nteriormente passara6se por no.re por se ser assalo# Ka-ui em diante por uma erdadeira inersão da ordem dos termos ser2 em princípio impossíel ser6se assalo @ por outras palaras deter um feudo militar ou um feudo /franco0 @ se não se fi"urar j2 entre os no.res por nascimento# Y coisa admitida -uase por toda a parte nos meados no século XIII# =o entanto a ascensão da fortuna .ur"uesa tal como as necessidades de dinheiro -ue muitas ees atin"iam as elhas famílias não permitiam cumprir a re"ra com todo o seu i"or (###) 5endo o feudo na maioria das ees um senhorio os poderes de comando so.re as pessoas humildes tendiam por ias dessas derro"aç!es a destacar6se da -ualidade no.ili2ria# +elo contr2rio ele comportaa a su.missão de assalos em se"undo "rau\ 5e estes eram fidal"os "eralmente não era reconhecido ao ad-uirinte não6no.re o direito de e9i"ir a sua homena"em deia sem "estos de fidelidade contentar6se com as ta9as e os seriços” (p# CU&) “Os assalos militares de lon"a data tinham sido re"idos por um direito diferente das re"ras comuns# =ão eram jul"ados pelos mesmos tri.unais -ue os outros dependentes# Os seus feudos não se herdaam como os outros .ens# O seu próprio estatuto familiar estaa marcado pela sua condição# Juando a nobrea se destacou dos 'ossuidores de $eudos %i&itares, tendeu 'ara se tornar o de u% -ru'o de $a%&ias =...> $m contrapartida por toda parte al"umas comunidades reli"iosas -ue até então só tinham manifestado o seu espírito aristocr2tico pelo afastamento dos postulantes de ori"em seril decidiram só admitir os -ue eram proenientes da no.rea# +or toda a parte i"ualmente podemos erificar mais cedo a-ui mais tarde além -ue o no.re é especialmente prote"ido na sua pessoa contra o não6no.re -ue est2 su.metido a um direito penal e9cepcional com multas "eralmente mais pesadas do -ue as das pessoas comuns -ue o recurso G in"ança priada considerada insepar2el do porte de armas tende a ser6lhe reserado -ue as leis suntu2rias lhe atri.uem um lu"ar G parte” (p# CUU) “8 no.rea tinha dei9ado de definir6se pelo e9ercício de uma funçãoE a de fiel armado# B2 não era uma classe de iniciados# +elo contr2rio permanecia e permaneceria sempre uma classe de "?nero de ida” (p# CNN) IV @ 8 e9cessão in"lesa “=a In"laterra onde as instituiç!es ass2licas e de caalaria eram todas de importação a própria eolução da no.rea de fato se"uiu primeiro mais ou menos as mesmas linhas -ue se"uiu no continente# ,as para infletir num sentido muito diferente no século XIII (###) os reis normandos depois os de 8njou dedicaram6se a esticar ao m29imo os recursos da o.ri"ação militar# Qom esta finalidade utiliaram simultaneamente dois princípios de idades diferentesE mo.iliação em massa de todos os homens lires seriço especialiado e9i"ido aos assalos” (p# CUN) “=o sentido franc?s ou alemão da palara a In"laterra medieal não tee no.rea# $ntenda6se -ue entre os homens lires nenhum "rupo de ess?ncia superior foi constituído dotado de um direto particular -ue se transmitisse pelo san"ue# $strutura na apar?ncia espantosamente i"ualit2ria Indo ao fundo das coisas ela .aseaa6se no entanto na e9ist?ncia de uma fronteira hier2r-uica sin"ularmente rí"ida apesar de colocada mais a.ai9o# =o próprio momento com efeito em -ue por toda a parte a casa das pessoas no.res se eleaa acima da massa cada e mais consider2el de uma população -ualificada como “lires” em In"laterra pelo contr2rio a
noção de seridão tinha sido alar"ada até ao ponto de atin"ir com esse la.éu a maioria dos camponeses# $m solo in"l?s o simples 4reeman em direito não se distin"ue a.solutamente nada do fidal"o# ,as até os freemen são uma oli"ar-uia (###) =uma palara a classe dos fidal"os no seu conjunto conseraa6se na In"laterra mais /social0 do -ue /jurídica0 e apesar de naturalmente poder e rendimentos serem herdados na maior parte das ees ainda -ue tal como no continente o prestí"io do san"ue fosse sentido com muita força esta coletiidade estaa demasiado mais definida para não ficar lar"amente a.erta# 8 fortuna de terras tinha no século XIII .astado para autoriar e até impor a inestidura# Dm século e meio mais tarde ou cerca disso iria @ sempre limitada conforme uma norma característica G /lire0 tenure @ oficialmente ha.ilitar ao direito de ele"er nos condados os deputados das “Qomunas da erra””(p# CN%) “+or se ter mantido assim muito pró9ima das realidades -ue constituem o erdadeiro poder so.re os homens por ter escapado G ancilose -ue espreita as classes demasiado delimitadas e demasiado dependentes do nascimento a aristocracia in"lesa e9traiu sem dAida o melhor de uma força -ue atraessaria as idades” (p# CN')# Q8+D>O V 85 KI5I=_`$5 K$ Q>855$ =O I=$3IO3 K8 =O*3$8 I @ 8 hierar-uia do poder e da cate"oria “8pesar das características comuns da ocação militar e do "?nero de ida o "rupo dos no.res de fato e depois de direito estee sempre muito lon"e de constituir uma sociedade de i"uais# +rofundas diferenças de fortuna de poder e conse-uentemente de prestí"io esta.eleciam entre eles uma erdadeira hierar-uia mais ou menos desajeitadamente e9pressa primeiro pela opinião e mais tarde pelo direito consuetudin2rio ou pela lei (###) foi mesmo ao escalonamento das homena"ens -ue se foi .uscar de prefer?ncia o princípio da classificação (###) =ão mandar so.re os ilãos ou mandar apenas nelesE isto era só ter direito a uma medíocre consideração” (p# CNC) “Kesde -ue o no.re se tornaa chefe de outros no.res ia6se crescer em di"nidade (###) Dm dos mais caros priilé"ios do assalo era o der ser apenas jul"ado na corte do seu senhor pelos outros assalos deste# Qomo a i"ualdade resultaa da semelhança do ínculo o /par0 decidia assim da sorte do /par0” (p# CNF) “criou6se o h2.ito em muitos sítios de reserar os primeiros de entre os fiéis a faculdade de participarem nos processos -ue enoliam os seus erdadeiros i"uais em di"nidade e tam.ém a de e9primirem o seu conselho nos casos "raes (###) os anta"onismos de cate"oria eram na erdade muito a.ruptos até no próprio interior da no.rea (###) $staa reserado ao século XIII idade do esclarecimento e da hierar-uia procurar faer destas distinç!es até aí mais iamente sentidas do -ue definidas com precisão um sistema conce.ido com ri"or# =ão sem um certo e9cesso de espírito "eométrico -ue se adaptaa mas Gs realidades conseradas muito mais fle9íeis” (p# CNM) “=a In"laterra onde a aristocracia tinha sa.ido e9trair um instrumento de "oerno do elho deer feudal da /corte0 a desi"nação de /.arão0 continuou a aplicar6se aos principais feud2ticos do rei chamados ao seu “
da esca&a socia&, o Estado $utura%ente deteria o 'oder de $i
“+rimitiamente a maioria das funç!es domésticas tinham sido desempenhadas por assalos normalmente não “acasados”# 8té final a fronteira entre as atri.uiç!es reseradas aos assalos e as -ue lhes eram alheias conserou6se incerta# =o entanto G medida -ue a assala"em aumentada em honra se afastaa mais das suas características primitias -ue além disso a pr2tica do feudo ao "eneraliar6se dispersaa o anti"o "rupo doméstico dos "uerreiros os senhores de -ual-uer cate"oria ha.ituaram6se a entre"ar de prefer?ncia os car"os -ue os rodeaam a dependentes de mais .ai9o nascimento mais pró9imos e considerados mais manej2eis (###) =esta sociedade -ue nos seus primeiros passos tanto tinha esperado da fidelidade ass2lica os pro"ressos dos ministeriais da corte foram um sintoma de desilusão# $ntre os dois tipos de seriço e o das duas classes de seridores esta.eleceu6se assim uma erdadeira concorr?ncia cujo eco che"ou até nós por intermédio da literatura épica ou cort?s” (p# F1') “O não -uerer casar fora /do seu mundo0 não seria a manifestação mais elo-Rente de uma consci?ncia de classe\ $ste "rupo no entanto aparentemente constituído com tanta solide sofria duma curiosa antinomia interna (###) 8 sociedade in"lesa foi a-uela onde a classe dos ministeriais mesmo como simples meio social desempenhou o papel mais insi"nificante (###) $m 4rança produiu6se uma cisão# Os menos poderosos ou os menos afortunados de entre os maires permaneceram simplesmente ricos camponeses transformados por ees em foreiros da propriedade e dos direitos senhoriais outras ees ainda desli"ados pro"ressiamente de -ual-uer função adminstratia# +ois -uando as condiç!es econLmicas permitiram de noo o recurso do sal2rio muitos senhores res"ataram o domínio das terras para confiarem futuramente a sua "estão mediante o pa"amente de ordenados a erdadeiros empre"ados (###) ,as estaa6se tam.ém na época do "rande moimento das fran-uias# ,ais .em fornecidos de dinheiro do -ue o comum dos seros os ministeriais por toda a parte foram os primeiros a comprar a sua li.erdade# Ka-ui em diante nada impedia portanto -ue adaptando6se o direto aos fatos a-ueles -ue estaam mais pró9imos da ida da caalaria e j2 tinham antepassados inestidos acedessem em plano de i"ualdade G ordem das pessoas ha.ilitadas G caalaria desde o nascimento (###) =a 8lemanha o "rupo dos KienstmTner da corte com al"uns ser"ents rurais depressa adi-uiriu uma import7ncia e9cepcional (###) ,ais do -ue em -ual-uer outro país pareceu aconselh2el confiar os car"os das casas senhoriais a dependentes não6lires” (p# F1'6 1F) “Qou.e aos ministeriais a educação dos joens princepes a i"il7ncia dos castelos principais al"umas ees em It2lia pelo menos os "randes comandos cou.e6lhes tam.ém a mais pura tradição da política imperial” (p# F1P) “Qhe"ou porém um dia -ue tal como em 4rança se"undo o desio ha.itual entre as duas eoluç!es @ com um século e meio de atraso se deu o ineit2el# 8s famílias menos felies de entre as dois KienstmTnner tinha permanecido no campesinato rico ou tinham6se infiltrado na .ur"uesia das cidades# 8s -ue tinha tido acesso G di"nidade da caalaria não foram daí para o futuro diri"idas por -ual-uer marca própria senão da mais alta no.rea @ pois o direito no.ili2rio alemão ficou até ao fim fiel ao espírito de casta 6 pelo menos da caalaria de ori"em lire# =este ponto ainda @ e indu.taelmente esta é a lição mais importante -ue nos d2 a história dos ministeriais 6 a tradição jurídica tinha finalmente cedido o passo Gs realidades” (p# F1&) Q8+D>O VI O Q>$3O $ 85 Q>855$5 +3O4I55IO=8I5 I @ 8 sociedade eclesi2stica no feudalismo “$ntre os cléri"os e os lei"os a fronteira não era na idade feudal esta linha precisa e firme -ue a reforma católica no tempo do Qoncílio de rento se esforçaria por traçar# odo um mundo de /tonsurados0 cuja condição continuaa mal definida formaa uma mar"em de indeciso mati
nos confins das duas ordens# O clero não dei9aa de ser eminentemente uma classe jurídica pois caracteriaa6se no seu conjunto por um direito muito particular e por priilé"ios de jurisdição ciosamente defendidos# +elo contr2rio nada tinha de uma classe social# =as suas fileiras coe9istiam tipos humanos infinitamente diersos pelos modos de ida pelo poder e pelo prestí"io” (p# F1N) “8ntes de
ao poder temporal tinham sido eliminadas# 8ca.aram os mosteiros a.ertamente /usurpados0 pelas dinastias locais# 8ca.aram os .ar!es de espada -ue a si prórpios se intitulaam a.ades ou “ar-uia.ades” de tantas casas pias# 8ca.aram as inestiduras por intermédio das insí"nias do poder espiritualE o cetro sus.stitui o .2culo e o anel e os canonistas eri"em em princípio -ue a cerimLnia assim comprendida tem como Anico o.jetio outor"ar o "oo dos direitos materiais li"ados ao e9ercício de uma função ri"orosa independentemente conferida# 8 eleição é uniersalmente reconhecida como re"ra e os lei"os ainda -ue na sua -ualidade de simples eleitores são definitiamente e9cluídos de -ual-uer participação re"ular na escolha do .ispo doraante desi"nado @ na se-uencia de uma eolução -ue ocupou todo o século XII @ por um colé"io reduido aos cLne"os da i"reja catedralE traço noo a.solutamente contr2rio G lei primitia e -ue mais do -ue -ual-uer outro diia muito so.re o cisma crescente entre o sacerdócio e a multidão profana” (p# F%P) “a reforma "re"oriana tinha mostrado a sua impot?ncia para arrancar a alaanca de comando das mãos dos "randes poderes temporais em erdade -uase indispens2el G sua própria e9ist?ncia e -ue era o direito de escolher os principais di"nit2rios da I"reja ou pelo menos de superintender na sua escolha” II @ Vilãos e .ur"ueses “8.ai9o do no.re e do cléri"o a literatura de inspiração caaleiresca simulaa não distin"uir senão um poo uniforme de /camponeses0 ou de /ilãos0# =a realidade esta multidão imensa era atraessada por um "rande nAmero de linhas de clia"em social profundamente marcadas# Isto era aut?ntico acerca dos próprios camponeses no sentido e9ato e restrito da palara# =ão só nas suas fileiras os 2rios "raus de sujeição para com o senhor traçaam oscilantes fronteiras jurídicas pouco a pouco conduidas G antítese entre a /seridão0 e a /li.erdade0 lado a lado com estas diferenças de estatuto e sem se confundir com elas "raes desi"ualdades econLmicas diidiam tam.ém as pe-uenas comunidades rurais” (p# F%&) “G mar"em da população camponesa como dos "rupos otados Gs honrosas tarefas do mando tinham sempre e9istido nAcleos isolados de comerciantes e artesãos# Kestes "ermes a reolução econLmica da se"unda idade feudal fe sur"ir acrescida de inAmeros contri.utos noos a massa poderosa e .em diferenciada das classes ur.anas (###) *ur" desi"naa -ual-uer espaço fortificado# Qité era reserada Gs capitais de diocese ou por e9tensão a al"uns outros centros de import7ncia e9cepcional# 8 partir do século XI em contrapartida Gs palaras caaleiro cléri"o ilão op!em6se num contraste sem am.i"Ridade a palara .ur"u?s francesa de ori"em mas depressa adotada pelo uso internacional (###) Dm instinto muito se"uro tinha6se aperce.ido de -ue a cidade se caracteriaa acima de tudo por ser o local duma humanidade especial (###) para o .ur"u?s as atiidades -ue parecem assim apro9im26los das outras classes na erdade não são mais do -ue um acessório e na maior parte das ees como -ue testemunhos retardados de anti"os modos de e9ist?ncia pouco a pouco repudiados# $ssencialmente ie de trocas# $ como a le"itimidade deste lucro intermédio desde -ue não se trate de um simples sal2rio de o.reiro ou de transportador é ne"ado pelos teólo"os e sua naturea é mal compreendida pelos meios caaleirescos o seu códi"o de conduta encontra6se deste modo em fla"rante anta"onismo com as morais am.ientes# 8s 2rias imunidades de -ue "oam os seus iinhos da I"reja ou da espada parecem6lhe outros tantos entraes G sua li.erdade de lucros# =as estradas -ue percorre sem descanso enole um ódio i"ual as e9i"?ncias dos porta"eiros e os castelos donde se lançam so.re as caraanas os senhores salteadores (###) Kotada de facilidades con-uistadas pela iol?ncia ou o.tidas a custo de metal sonante or"aniada num "rupo solidamente armado para a e9pansão econLmica e ao mesmo tempo para as necess2rias repres2lias a cidade -ue ele sonha construir ser2 na sociedade feudal como um corpo estranho (###) para escapar Gs estApidas opress!es das tiranias locais haia outro remédio o -ual apesar de se assemelhar tale a uma solução pior se reelou o mais se"uro pela e9peri?nciaE o recurso aos "randes "oernos mon2r-uicos ou territoriais defensores da ordem em astos espaços e por causa da própria preocupação com as suas finanças interessados @ como o foram compreendidos cada e melhor @ na prosperidade de
ricos contri.uintes# am.ém por esse motio e tale mais eficamente o recrudescimento da força .ur"uesa tomou o aspecto de elemento destrutio da estrutura feudal num dos seus traços característicosE o desmem.ramento dos poderes” (p# F%N) “Dm ato entre todos si"nificatio marcaa "eralmente a entrada em cena da noa comunidade ur.ana com ista G reolta ou a or"aniaçãoE o juramento mAtuo dos .ur"ueses# 8té aí só houera indiíduos isolados doraante tinha nascido um ser coletio# $ra a associação jurada assim criada -ue propriamente se chamaa em 4rança “comuna”# Bamais palara al"uma foi carre"ada de mais pai9!es# IV3O O O I 85 BD5I_85 I @ Qaracterísticas "erais do re"ime judici2rio “Qomo é -ue os homens eram jul"ados\ =ão h2 melhor pedra de to-ue do -ue esta para um sistema social (###) $m primeiro lu"ar o prodi"ioso retalhamento dos poderes judici2rios e tam.ém o seu entrelaçamento# 4inalmente sua medíocre efic2cia# =umerosas cortes eram chamadas a resoler a par as mais "raes -uest!es# $ntre elas certamente al"umas re"ras fi9aam na teolo"ia a diisão das compet?ncias# ,as não sem -ue ficasse a.erta a porta para constantes incerteas (p# F'F) “os -uei9osos muitas ees arranjaam6se de modo a constituírem 2r.itros por sua iniciatia ou preferiam um acordo ami"2el em e da sentençaE com o risco ali2s na continuação de o não respeitarem# Incerto -uanto ao seu direito incerto -uanto G sua força o tri.unal nem sempre desdenhaa e9i"ir antecipadamente ou lo"o em se"uida o acordo das partes com a sua sentença (###) =uma palara era a"ora ou nunca o momento de lem.rar -ue a desordem pode ser G sua maneira um "rande fato histórico (###) essa desordem tam.ém tinha a sua ori"em nas condiç!es concretas -ue o meio humano impunha ao e9ercício da justiça# =esta sociedade -ue tinha multiplicado as relaç!es de depend?ncia -ual-uer chefe @ e Keu sa.e como eles eram numerosos @ desejaa ser jui# +ois só o direito de jul"ar permitira conserar eficamente no deer os su.ordinados e en-uanto impedia -ue eles se dei9assem su.meter Gs sentenças de tri.unais estranhos fornecia a maneira mais se"ura de os prote"er e dos dominar ao mesmo tempo# +ois este direito tam.ém era essencialmente lucratio# =ão só comportaa a co.rança de multas e de despesas de justiça mas tam.ém os proeitosos rendimentos das confiscaç!es além disso mais do -ue -ual-uer outro propiciaa esta transformação dos usos em o.ri"aç!es da -ual os senhores retiraam tantos proeitos (###) e9istia a-ui so. muitos pontos de ista a e9pressão de uma necessidade comum a -uase toda a ida de "rupoE até nos nossos dias -ual-uer patrão na sua empresa -ual-uer comandante de tropa não ser2 de certo modo um jui\ ,as os seus poderes a este título t?m como limite uma esfera de atiidade .em
determinada# $le jul"a dee jul"ar o oper2rio e o soldado apenas nessa -ualidade# O chefe dos tempos feudais isaa mais lon"e isto -ue os ínculos de su.missão tendiam então para atin"ir o homem todo inteiro” (p# F'F) “8 anemia da ida comercial reduia ao e9tremo o capítulo dos contratos# Zuando em certos meios especiais se assiste ao desenolimento de noo de uma economia mercantil mais atia a incapacidade de -ue o direito comum tal como os tri.unais ha.ituais daa proas face a semelhantes de.ates fe com -ue cedo os "rupos de comerciantes os solucionassem entre eles primeiro mediante ar.itra"ens não6oficiais mais tarde por meio de jurisdiç!es próprias (###) 8o 8o lado dos tri.unais ordin2rios e9istia porém um sistema de tri.unais especialiadosE os da I"reja# $ntenda6seE da I"reja no e9ercício da sua missão peculiar (###) O campo de ação desta era duplo pois tinha em ista atin"ir todas as pessoas marcadas pelo sinal sa"radoE cléri"os e mon"es# 8lém disso a jurisdição eclesi2stica tinha ane9ado mais ou menos certos delitos ou atos -ue ainda -ue cometidos cometidos por seculares seculares eram conce.idos conce.idos como tendo naturea reli"iosaE reli"iosaE desde a heresia até ao juramento ou ao casamento (###) isso reela a fra-uea dos "randes poderes temporais (###) i"ualmente a tend?ncia do mundo clerical para alar"ar cada e mais o a.ismo entre a pe-uena coletiidade dos seridores de Keus e a multidão profana” (p# F'P) II @ 8 diisão das justiças “al como o direito das pessoas o sistema judici2rio tinha sido na $uropa .2r.ara dominado pela oposição tradicional entre os homens lire e os escraos# Os primeiros eram em princípio jul"ados por tri.unais compostos por sua e por outros homens lires cujos de.ates era diri"idos por um representante do rei# 5o.re os se"undos e9ercia o senhor um poder de decisão 6 nas -uest!es entre eles 6 e de correção demasiadamente demasiadamente re"ulamentada em e9clusio pelo seu .el6praer para poder ser propriamente -ualificada de justiça (###) Qom efeito na pr2tica a .recha entre as duas cate"orias jurídicas tendia como sa.emos cada e mais a tapar6se# ,uitos escraos tinham se tornado rendeiros a titulo i"ual de tantos homens lires e muitos homens lires iiam so. autoridade de um senhor e detinham seus campos” (p# F'P) “Kepois do final da época romana ?em6se despontar G mar"em da lei essas justiças priadas dos /poderosos0 -ue por ees dispunham de pris!es (###) esta foi a erdadeira raão de ser da /imunidade franca0 -ue muita anti"a na <2lia se espalharia pela mão dos Qarolín"ios so.re todo o seu asto império# 8 palara desi"naa a união de dos priilé"iosE dispensa de certas co.ranças do fisco interdição aos oficiais reais de penetrarem fosse por -ue motio fosse no território /imune0# Ka-ui resultaa -uase necessariamente a dele"ação no senhor de certos poderes judici2rios so.re os seus ha.itantes (###) Os poderosos cuja fortuna em "rande parte tinha a sua ori"em nestas li.eralidades encontraram6se assim em muitos dos seus senhorios a "oar de priilé"ios le"ais e9atamente semelhantes aos dos imunistas i munistas da I"reja” (p# F'&) “durante muito tempo as jurisdiç!es priadas tinham6se mostrado tanto mais inasoras -uanto nascidas do simples e9ercício da força só esta decidia so.re os seus limites# >e"ali26las deeria permitir mant?6las ao mesmo tempo dentro dos justos limites” (p# F'U) “O fato noo foi -ue estas “-uest!es de espada” como di o direito normando dei9aram de ser o priilé"io de al"uns "randes tri.unais# =ão h2 traço mais eidentes durante a primeira idade feudal do -ue a multidão de pe-uenos chefes assim proidos do direito de morte nem i"ualmente i"ualmente @ ainda -ue sem dAida dAida tenha sido especialmente especialmente acentuado acentuado em 4rança 6 traço mais uniersal e mais decisio para o destino das comunidades humanas (###) 8penas os crimes -ue eram considerados especialmente odiosos para a pa pA.lica eram então passíeis de semelhantes puniç!es (###) ,uito mais ees o papel dos juíes limitaa6se a propor ou a impor um acordo e depois a prescreer o pa"amento de uma indeniação ade-uada G tarifa le"al e de -ue a autoridade dotada dos poderes judici2rios rece.ia uma parte# ,as no momento da "rande car?ncia dos $stados sur"iu um período de endettas e de iol?ncias -uase constantes” (p# FC1)
“4oi nesse tempo 6 cerca do século X @ -ue o códi"o códi"o penal da $uropa começou a reestir reestir este aspecto de e9trema durea cuja marca seria o.ri"ado a conserar até ao esforço humanit2rio de dias dias mais mais pró9 pró9im imos os de nósE nósE crue cruell metam metamorf orfos osee -ue -ue se iria iria com com o temp tempo o alim alimen entar tar a indiferença perante o sofrimento humano tinha sido nos seus princípios inspirada pelo desejo de poupar esse mesmo sofrimento” (p# FC%) “=a época feudal um "rande nAmero de -uest!es de -ual-uer naturea era resolida pelo duelo# Ora por uma natural associação de idéias admitiu6se @ não sempre sem dAida mas fre-uentemente @ -ue este modo de proa san"renta não podia desenrolar6se a não ser perante justiças /de san"ue0 (###) durante muito tempo não foi e9cepcional o caso de homens -ue para resolução de processos de "rau inferior pertecentes G alçada jurídica do senhor em cujas terras iiam apresentaam as suas causas mais "raes a um tri.unal iinho (###) $m primeiro lu"ar a .ai9a justiça compreendia o jul"amento de todas as causas -ue punham frente a frente o próprio senhor e os foreitos das suas terras especialmente -uando aos encar"os -ue as oneraam” (p# FC') “8ltas e .ai9as justiças estaam tanto umas como outras li"adas ao solo# Zuem residia dentro das suas fronteiras estaa6lhes sujeito# Zuem iia fora não era atin"ido por elas# ,as nesta sociedade onde os ínculos de homem para homem eram tão fortes este princípio territorial sofria constantemente a concorr?ncia de um princípio pessoal” (p# FCC) “$ra essencialmente nesses tri.unais @ no am.iente do condado principalmente mas tam.ém na-uel nauele e mais mais restri restrito to da centen centenaa @ -ue os element elementos os erdad erdadeir eirame amente nte ios ios da nação nação conseraam o h2.ito de se encontrar para fi9ar o costume do "rupo territorial responder em nome deste a toda a espécie de in-uéritos e até assumir se fosse caso disso a responsa.ilidade pelos seus erros coletiosE até o dia em -ue conocados todos juntos os mem.ros dos tri.unais de condado formaram o primeiro primeiro nAcleo da-uilo -ue seria mais tarde a Q7mara Q7mara dos Qomuns# Qomuns# E*idente%ente 4ue re-i%e 'ar&a%entar in-&(s não te*e o seu berço nas $&orestas da er%GniaN. !ecebeu 'ro$unda%ente a %arca do %eio $euda& de onde tina sado. o entant entanto, o, co%o co%o não recon reconece ecerr a ori-e% ori-e% sua $ina&i $ina&idad dadee 'r'ri 'r'ria, a, 4ue o co&oco co&ocou u tão nitida%ente A 'arte dos siste%as de EstadosN do continente + e, %ais -era&%ente, desta co&aboração das c&asses abastadas no 'oder, tão caracterstica, desde a Idade Mdia, da estrutura 'o&tica in-&esa, no s&ido enraia%ento, e% so&o insu&ar, da estrutura das asse%b&ias de o%ens &i*res con$or%es co% o anti-o uso dos te%'os b5rbarosD ='. PQ> “$m toda toda a $uropa $uropa dua duass "rande "randess forças forças tra.al tra.alha haam am para para limitar limitar ou con contra tra.al .alanç ançar ar o desm desmem em.r .ram amen ento to das das just justiç iças asEE tant tantoo uma uma como como outr outra a dura durant ntee muito muito tempo tempo fora foram m mediocremente eficaes mas i"ualmente ricas de futuro# +rimeiro as realeas# Zue o rei fosse por naturea o supremo justiceiro dos seus poos so.re isso isso todos estaam de acordo (###) ainda -ue fossem relatiamente atios estes tri.unais li"ados G pessoa do so.erano continuaam como toda a eid?ncia incapaes de atin"ir a massa dos sAditos# =em mesmo era suficiente -ue como acontecia na 8lemanha por onde -uer -ue o rei passasse nas suas deslocaç!es de .om "oerno todas as outras justiças se apa"assem perante a sua# O poder na monar-uia não podia tornar6se um elemento decisio do sistema jurisdicional senão com a condição de alar"ar os seus tent2culos atraés do reino inteiro "raças a uma rede completa de juíes mission2rios atraés do reino inteiro "raças a uma rede completa de juíes mission2rios ou dele"ados permanentes# 4oi esta a o.ra leada a ca.o pelos so.eranos an"lo6normandos e an"lo6 an"einos primeiro e depois mais lentamente pelos Qapetos no momento do rea"rupamento "eral de forças -ue marcou o termo da se"unda idade feudal” (p# FCN) “=a erdade os recursos na pr2tica das classes superiores tornaram6se cada e menos e9cepcionais# +or-ue comportaa uma hierar-uia de depend?ncias e entre os chefes colocados uns acima dos outros escalanodamente esta.elecia uma série de contatos diretos o sistema de assala"em assala"em e do feudo permitia permitia introduir de noo na or"aniaç or"aniação ão judici2ria judici2ria um elemento elemento de unidade -ue as monar-uias do tipo anti"o fora do alcance da maior parte das populaç!es consideradas sujeitas tinham demonstrado ser impotentes para sala"uardar” (p# FF1)
Qapítulo II Os poderes tradicionaisE realeas e Império I @ uís o Qe"o @ arro"ar6se o título tít ulo real nem ne"ar -ue fosse de direito o sAdito ou o assalo de um rei# Isto é uma proa entre todas elo-Rente do i"or -ue conseraa a tradição mon2r-uica muito mais elha do -ue o feudalismo e destinada a so.reier6lhe durante muito tempo” (p# FFP) II @ radiç!es e naturea do poder real “Os reis da anti"a
san"ue de Qristo# Os reis não tendo rece.ido a ordenação e incapaes de cele.rarem o santo sacrifício não eram portanto padres no sentido estrito# ,as muito menos eram simples lei"os# Y difícil e9primir claramente representaç!es -ue em si mesmas são re.eldes G ló"ica# Karemos no entanto uma idéia apro9imada se dissermos -ue sem estarem reestidos do sacerdócio os reis se"undo a e9pressão de um escritor do século XI /participaam0 do seu ministério# Ra4ui deri*a a conse4S(ncia in$inita%ente -ra*e de 4ue, nos seus es$orços 'ara -o*ernar a I-re6a, e&es 6u&-arão a-ir co%o %e%bros de&a e assi% ser5 considerados. e&o %enos era esta a o'inião co%u%. os %eios ec&esi5sticos, nunca reinara inteira%ente. o scu&o 8I, os -re-orianos atacara%;na co% *i-or %ais rude e %ais c&ari*idente. E&es de$endia% a distinção entre o es'iritua& e o te%'ora&, e% 4ue !ousseau e !enan nos ensinara% a *er u%a das -randes ino*ações do cristianis%o. 8li2s apenas distin"uiam estes dois poderes com o fim de humilharem os senhores dos corpos diante dos senhores das almasE a /lua0 -ue não é senão o refle9o diante do /sol0 fonte de toda a lu# ,as o seu sucesso neste ponto foi fraco# Kecorreriam muitos séculos até -ue aos olhos dos poos as realeas fossem reduidas ao seu papel de poderes modestamente humanos (###) E% torno da rea&ea, e% -era&, ou das di*ersas rea&eas 'articu&ares, e&aborou;se todo u% cic&o de &endas e su'estições. E&e não atin-iu, na *erdade, o seu 'e&o desen*o&*i%ento senão a 'artir do %o%ento e% 4ue, de $ato, se $orta&eceu a %aioria dos 'oderes %on54uicos: cerca dos scu&os 8II e 8III. Mas as suas ori-ens re%onta% A 'ri%eira idade $euda&” (p# FF&6FU) “$ssas representaç!es assim escalonadas do reli"ioso ao m2"ico mais não eram no plano das forças so.renaturais do -ue a e9pressão da missão política reconhecida como própria dos reisE a de /chefe do poo0 thiudans se"undo a elha palara "erm7nica (###) en-uanto os outros poderes eram na sua maioria simples a"lomerados de diersos direitos cujo entrelaçamento condena ao erro -ual-uer tentatia para representar no mapa a e9tensão da cada um desses /feudos0 "randes ou pe-uenos por meio de contornos lineares pelo contr2rio e9istia entre os $stados mon2r-uicos a-uilo a -ue poderemos chamara fronteiras (###) or outras 'a&a*ras, tanto 'ara u%a terra co%o 'ara u% o%e%, ter *5rios senores era 4uase nor%a&, ter *5rios reis, era i%'oss*e >on"e da $uropa no Bapão aconteceu -ue um sistema de su.ordinaç!es pessoais e terrenas muito an2lo"o ao nosso re"ime feudal foi constituído pouco a pouco relatiamente a uma monar-uia tal como no Ocidentes muito mais anti"a# ,as l2 coe9istiam as duas instituiç!es sem se penetrarem# +ersona"em sa"rada como os nossos reis e muito mais pró9ima do -ue eles da diindade o imperador no país do 5ol =ascente de direito permaneceu o so.erano do poo inteiro# 8.ai9o dele a hierar-uia dos assalos detinha6se no sho"un o seu chefe supremo# O resultado foi -ue durante lon"os séculos o sho"un detee todo o poder real# =a $uropa pelo contr2rio as realeas anteriores em data e pela naturea estranhas G rede ass2lica nem por isso tieram lu"ar menos importante no seu cimo# 5ou.eram eitar serem elas próprias enolidas na teia de depend?ncias# 5e acontecia -ue pelo jo"o da patrimonialidade dos feudos uma terra anteriormente su.metida ao poder de um senhor particular ou de uma i"reja entra no domínio real a re"ra admitida uniersalmente era -ue o rei herdando al"uns encar"os se encontraa no entanto dispensado de -ual-uer homena"emE pois não podia ser fiel de um dos seus sAditos” (p# FFN6M1) “Ke tal modo -ue tutor do poo no seu conjunto o monarca é além disso de"rau a de"rau o senhor remoto de uma -uantidade prodi"iosa de assalos a até atraés deles de uma multidão mais numerosa ainda de humildes dependentes (###) =o entanto em toda a parte esta feudaliação das realeas foi certamente para elas um elemento de salação# =os casos em -ue o rei j2 não podia impor6se como chefe de $stado podia pelo menos utiliar em seu proeito as armas do direito ass2lico alimentado pelo sentimento da-uele -ue era ao tempo o mais intenso dos ínculos humanos” (p# FM1) “,uitas ra!es @ j2 o.seramos e tornaremos a falar no assunto @ conspirariam durante a primeira idade feudal para reduir ao mínimo a ação erdadeiramente efica do poder real# +elo menos ele dispunha de duas "randes forças latentes prontas a desa.rocharem so. a influ?ncia
de condiç!es mais faor2eisE a herança do seu anti"o prestí"io o rejuenescimento -ue ia .uscar G sua adaptação ao noo sistema social” (p# FM%) III @ 8 transmissão do poderE pro.lemas din2sticos “$sta di"nidade mon2r-uica no entanto pesada de tradiç!es misturadas de -ue modo se transmitia\ +or hereditariedade\ +or eleição\ 4acilmente hoje consideramos estes dois termos incompatíeis mas numerosos te9tos estão de acordo para nos ensinarem -ue eles não o eram no mesmo "rau durante a época feudal (###) =enhum dos princípios era conce.ido so. a sua fortuna a.soluta# 8 pura eleição considerada menos como o e9ercício de um lire ar.ítrio do -ue so. o aspecto da o.edi?ncia a uma espécie de reelação íntima -ue leaa G desco.erta do chefe e9ato encontrou realmente os seus defensores entre os cléri"os (###) Os teólo"os neste ponto encontraam6se com as am.iç!es dos "randes feudat2rios -ue nada desejaam tão intensamente como erem a monar-uia cair na sua depend?ncia# ,as imposta por um mundo de representaç!es -ue a Idade ,édia rece.era principalmente da
“a tend(ncia 4ue &e*a*a os -randes Estados a $ra-%entare%;se e% $or%ações 'o&tica de %enor raio era, no Ocidente, coisa %uito anti-a. Juase no %es%o -rau 4ue as a%bições dos co%andantes dos e<rcitos, a rebe&dia das aristocracias de cidades, 'or *ees a-ru'adas e% &i-as re-ionais, tina a%eaçado a unidade do I%'rio ro%ano 4ue a-onia*a. E% certos setores da Euro'a $euda& sobre*i*ia% ainda, ta& co%o teste%unas de idades *o&*idas e% outros &u-ares, a&-u%as da4ue&as 'e4uenas !o%anie o&i-5r4uicas =...> outros &ados, o estabe&eci%ento das rea&eas b5rbaras entra*ou esse $raciona%ento. o entanto não se% 4ue %ais do 4ue u%a concessão ti*esse de ser consentida A 'ressão irresist*e& das $orças &ocais (p# FPC) “Ke tal modo -ue a constituição de poderes proinciais -ue se operou em todo o continente a-uando do desmoronamento do Império carolín"io e de -ue se encontra um caso an2lo"o um pouco mais tarde entre os 8n"lo65a9!es pode parecer num sentido um simples retrocesso mas a influ?ncia das instituiç!es pA.licas muito fortes da época imediatamente anterior imprimiu então ao fenLmeno um aspecto ori"inal” (p# FPF) “$stas constelaç!es de poderes não ad-uirem é ó.io uma erdadeira esta.ilidade senão a partir do momento em -ue @ muito cedo como se sa.e na 4rança Ocidental sensielmente mais tarde no Império @ a hereditariedade das /honras0 se introduiu” (p# FPM) “=o entanto na 8lemanha a tradição do $stado carolín"io estaa ainda demasiado ia para -ue os reis pudessem renunciar a tratar as persona"ens proidas desses "randes "oernos como sendo antes de mais nada seus dele"ados# Kurante lon"o tempo como imos recusaram6se a reconhecer sua hereditariedade” (p# FPU) II @ Qondados e castelanias “ornados heredit2rios cedo ou tarde os condados nos $stados ori"in2rios do Império Qarolín"io não haiam sido todos a.solidos pelos "randes principados” (p# F&1) “=o esta.elecimento ou no reforço destas dominaç!es de título e de e9tensão ari2eis marca6 se um traço comumE o papel desempenhado pelos castelos como ponto de cristaliação (###) =ão deemos limitar6nos a-ui a eocar a ima"em de simples casas fortificadas como a massa dos caaleiros se contentaa em faer como imos# Os castelos dos ma"nates eram erdadeiros campos entrincheirados# 8 torre continuaa a ser simultaneamente ha.itação do senhor e ultimo reduto de defesa# ,as em redor dela uma ou 2rias muralhas circunscreiam um espaço .astante asto onde se a"rupaam as construç!es destinadas ao alojamento das tropas dos seros dos artesãos e ainda ao armaenameno dos "?neros rece.idos em pa"amento de rendas ou das prois!es (###) 8s primeiras destas cidadelas tinham sido er"uidas no tempo das inas!es normandas e hAn"aras pelos reis ou pelos chefes dos "randes comandos militares e jamais com a continuação a idéia de -ue o direito de fortificação era na sua ess?ncia um atri.uto de poder pA.lico se apa"ou completamente# Ke época em época serão denominados ile"ítimos ou conforme a e9pressão an"lo6normanda /adulterinos0 os castelos construídos sem a autoriação do rei ou do príncipe# 8 re"ra no entanto não tinha outra força real além da da autoridade interessada em a faer cumprir e somente a consolidação dos poderes mon2r-uicos ou territoriais a partir do século XII lhe restituiria um conteAdo concreto# Qoisa mais "rae aindaE impotentes para impedirem o leantamento de noas fortaleas os reis e os príncipes tam.ém na conse"uiram conserar a i"il7ncia da-uelas -ue mandadas construir por eles próprios haiam entre a fiéis seus para "uarda a título de feudos# 8ssistimos G reolta dos seus próprios castelãos oficiais ou assalos contra os du-ues ou os "randes condes prontos a transformarem6 se a-ueles tam.ém em dinastas (###) $m 4rança foi apro9imadamente pela mesma época :final do século XI; -ue se criou o h2.ito de -ualificar como castelania o território de uma alta justiça” (p# F&%) III @ 8s dominaç!es eclesi2sticas
“5e"undo a tradição meronín"ia e romana os Qarolín"ios tinha sempre considerado normal e desej2el a participação do .ispo na administração temporal da diocese# ,as era a título de cola.orador ou por ees de i"ilante do dele"ado realE por outras palaras do conde” (p# F&') “8s ra!es -ue leaam os reis a faerem tais concess!es são eidentes# 8postaam em duas ta.elasE o Qéu e a erra# >2 em cima os santos certamente con"ratulaam6se por erem os seus seridores ao mesmo tempo proidos de lucratios rendimentos e lires de iinhos incLmodos# Q2 em .ai9o dar o condado a um .ispo era entre"ar o comando em mãos consideradas mais firmes# +ois o prelado não faendo correr o risco de transformar o encar"o num patrimLnio heredit2rio cuja nomeação estaa su.metida ao acordo do rei @ -uando não era mesmo pronunciada por este @ e -ue finalmente pela cultura e interesses facilmente se li"aa com o partido mon2r-uico não seria no fim das contas o mais dócil dos funcion2rios nas desordem dos $stados feudais\ Y si"nificatio -ue os primeiros condados confiados por reis alemães ao episcopado tenham sido lon"e das cidades catedrais al"umas circunscriç!es dos 8lpes cuja perda cortando a passa"em das montanhas teria comprometido "raamente a política imperial” (p# F&') “=o reino franc?s muitos .ispos tinham caído depois do século na depend?ncia dos príncipes territoriais e até de simples condes# O resultado foi -ue um nAmero .astante restrito de .ispos a"rupado so.retudo em torno da própria 4rança e a da *or"onha o.tieram eles próprios os poderes condais (###) 4iéis a tradição franca os so.eranos alemães parecem ter hesitado .astante tempo em tocarem na anti"a or"aniação condal (###) 8 lon"a -uestão dos papas e dos imperadores e o triunfo pelo menos parcial da reforma eclesi2stica fieram com -ue os .ispos alemães desde o século XII se considerassem cada e menos como funcion2rios da monar-uia e -uando muito como seus assalos# 8-ui o principado eclesi2stico aca.ou por tomar lu"ar muito simplesmente entre os elementos de desunião do $stado nacional” (p# F&C) “=a It2lia (###) atr2s do .ispo6conde sur"iu depressa um noo poderE o da comuna ur.ana# +oder rial em muitos aspectos mas -ue finalmente sou.e utiliar em proeito das suas próprias am.iç!es as armas preparadas pelos anti"os senhores da cidade# 4oi muitas ees a título de herdeiros do .ispo ou a.ri"ando6se atr2s do seu nome -ue depois do século XII emos as "randes repA.licas oli"2r-uicas das cidades lom.ardas afirmarem a sua independ?ncia e faer dilatar a sua dominação pela planície” (p# F&F) Q8+D>O IV 8 K$5O3K$, $ 8 >D8 QO=38 8 K$5O3K$, I @ Os limites dos poderes “4alamos facilmente de $stados feudais# Kecerto -ue a noção não era estranha G .a"a"em mental das pessoas instruídas os te9tos mencionam al"umas ees a elha palara respu.lica# 8o lado dos deeres para com o senhor pró9imos a moral política reconhecia a-ueles -ue se impunham perante esta autoridade mais eleada (###) ,as a ima"em assim eocada era muito diferente do -ue seria hoje# inha so.retudo um conteAdo mais modesto (###) O ensino pertencia G I"reja# Ko mesmo modo a assist?ncia -ue se confundia com a caridade# 8s o.ras pA.licas eram entre"ues G iniciatia dos utentes ou das pe-uenas pot?ncias locaisE ruptura sensíel entre todas com a tradição romana e até com a de Qarlos ,a"no# Os "oernantes só começaram a alimentar preocupaç!es desse "?nero depois do século XII e menos ainda na-uela data nas monar-uias do -ue em certos principados de eolução precoceE 8njou de Jenri-ue +lanta"eneta construtor dos di-ues do >oire a 4landres -ue ficou a deer ao seu conde 4ilipe de 8ls2cia al"uns canais# 4oi preciso esperar pelo século imediato para er os reis ou príncipes interirem como o haiam feito os Qarolín"ios na fi9ação dos preços e es.oçar timidamente uma política econLmica# a *erdade, de'ois da se-unda idade $euda&, os *erdadeiro conser*adores de u%a &e-is&ação de be%;estar tina% sido 4uase e
'ro'ria%ente dito: as cidades, 'reocu'adas, 4uase desde a sua constituição e% co%unidades autno%as, co% esco&as, os'itais e re-u&a%entos sobre a econo%ia” (p# FU1) *ur"uesia .uscando encontrar saídas “uniersais” “he"emLnicas” contra os interesses particularistas dos "randes senhores e inclusie nas monar-uias# “+ortanto por-ue a sua missão lhe impunha antes de tudo mais derrotar os inasores ou os maus fa a "uerra pune reprime em e de administrar# ,esmo assim a tarefa desempenhada deste modo era j2 .astante pesada# +or-ue na erdade um dos traços comuns a todos os poderes é se não precisamente a sua fra-uea pelo menos o car2ter sempre intermitente da sua efic2cia e esta tara nunca aparece com mais .rilho do -ue a-ui onde as am.iç!es são maiores e o raio de ação pretendido é mais asto (###) O menor "rão de areia .asta por ees para entraar a m2-uina# Dm pe-ueno conde re.elde fortifica6se no seu reduto e eis -ue o imperador Jenri-ue II fica prisioneiro durante tr?s meses# B2 encontramos as ra!es principais desta falta de forçaE lentidão e dificuldades das comunicaç!es aus?ncia de reseras em numer2rio necessidade de um contato direto com os homens para e9ercer uma erdadeira autoridade” (p# FU1) “Os melhores espíritos conce.iam nitidamente a perman?ncia do $stado (###) era difícil separar a ima"em concreta do chefe da idéia a.strata do poder# Os próprios reis tinham dificuldades em se elearem acima de um sentimento familiar estritamente limitado (###) =o entanto não ima"inemos nem de direito nem de fato um re"ime de a.solutismo pessoal (###) 5er2 portanto dos seus principais sAditos e fiéis particulares -ue o rei ou o príncipe solicitar2 a opiniãoE da sua corte em suma no sentido ass2lico do termo# Os monarcas mais altios não dei9am nunca de recordar nos seus documentos esta necess2ria consulta” (p# FU%) “=esta incapacidade de conce.er o ínculo político a não ser so. o aspecto do frente6a6frente temos de reconhecer uma e mais uma das causas profundas do desmem.ramento feudal” (p# FU') II @ 8 iol?ncia e a aspiração G pa “Dm -uadro da sociedade feudal especialmente durante a sua primeira idade estaria condenado a dar apenas uma ima"em .astante infiel da realidade se preocupado somente com as instituiç!es jurídicas dei9asse es-uecer -ue o homem iia então em estado de perpétua e dolorosa inse"urança (###) Os contempor7neos tieram assim nítida consci?ncia dissoE sendo ela própria conse-R?ncia em lar"a medida de irreprimíeis h2.itos de desordem a car?ncia dos $stados por seu turno tinha faorecido o desenolimento do mal# I"ualmente as inas!es ao faerem penetrar em todo o lado o homicídio e a pilha"em tra.alharam por sua e com efic2cia no sentido de destruírem os elhos -uadros dos poderes# ,as a iol?ncia imperaa tam.ém no mais profundo da estrutura social e da mentalidade (###) $la estaa presente na economia num tempo de trocas raras e difíceis para ficar rico haeria meio mais se"uro do -ue utiliar ora a pilha"em ora a opressão\ oda uma classe dominadora e "uerreira iia principalmente disso” (p# FU') “8 iol?ncia estaa tam.ém presente no direitoE por força do princípio consuetudin2rio -ue ao fim de um certo tempo aca.aa por praticamente le"itimar -ual-uer usurpação em conse-R?ncia tam.ém da tradição solidamente enraiada -ue reconhecia a um indiíduo ou ao pe-ueno "rupo a faculdade ou até lhe impunha o deer de faer justiça por si próprio (###) 8 iol?ncia finalmente estaa presente nos costumes pois os homens mediocremente capaes de reprimirem o seu primeiro impulso nerosamente pouco sensíeis ao espet2culo da dor pouco respeitadores da ida na -ual iam apenas um estado transitório antes da $ternidade eram ainda além de tudo isto muito propensos a fi9ar o seu ponto de honra no desenolimento -uase animal da força física” (p# FUC) III @ +a e tré"uas de Keus
“4oi nas reuni!es de .ispos -ue nasceram as associaç!es de pa# $ntre os cléri"os o sentimento da solidariedade humana alimentaa6se da ima"em da cristandade conce.ida como o corpo místico do 5alador# /Zue nenhum cristão mate outro cristão0 diem em %1MF os .ispos da proíncia de =ar.onne” (p# FUF) “8 erdadeira ori"inalidade do moimento das paes residiu nessas reuni!es juramentadas -ue se esforçaam por associar G o.ra pacificadora o poo inteiro naturalmente representado acima de tudo pelos chefes pe-uenos ou "randes” (p# FU&) “I"ualmente uni!es desta espécie necessariamente leantariam ias hostilidades as -uais se não limitaam aos círculos mais diretamente interessados no prolon"amento da desordem# +ois incontestaelmente haia nelas um elemento antitético da hierar-uiaE não só por-ue opunham ilãos aos senhores -ue faiam as pilha"ens mas tam.ém e tale principalmente por impeliam os homens a defender6se a si próprios em e de esperarem a sua proteção da parte dos poderes re"ulares” (p# FUU) >i"ação das Qomunas com os moimento de pa “O moimento comunal franc?s iniciou6se em %1&1 no ,ans com e9pediç!es punitias de estandartes ao ento diri"idas contra os castelos dos senhores salteadores (###) desde o início uma das principais justificaç!es /da amiade0 ur.ana se"undo a .ela desi"nação -ue al"uns adotaam foram a repressão ou a pacificação de endettas entre os associados e a luta no e9terior contra os salteadores (###) a comuna limitaa6se a reunir numa só cidade homens li"ados por uma i"orosa solidariedade de classe e j2 acostumados G coni?ncia pró9ima# $ste estreitamento foi um dos motios da sua força” (p# FUN) “=a eolução ori"inal da sociedade in"lesa -ue passou diretamente de um re"ime em -ue a ação coletia do homem lire não se tinha er"ado completamente perante o poder do chefe para uma dura monar-uia as instituiç!es de pa do tipo franc?s não tinham encontrado campo para se implantar# =o próprio continente estaa reserado Gs realeas e aos principados territoriais ao operarem o indispens2el rea"rupamento das forças darem corpo finalmente Gs aspiraç!es cujo feror intenso tinha sido manifestado pelo menos nos concílios e pactos” (p# FN') Q8+D>O V 3D,O 8 3$QO=53D_gO KO5 $58KO5E 85 $VO>D_`$5 =8QIO=8I5 I @ 3a!es do rea"rupamento das forças “=o decorrer da se"unda idade feudal emos por todos os lados o poder so.re os homens até aí diidido ao m29imo começar a concentrar6se em or"anismos mais astosE não pontos noos certamente mas erdadeiramente renoados na sua capacidade de ação (###) Dm fenLmeno tão "eral só poderia ser comandado por causas i"ualmente comuns a todo Ocidente (###) O termo das inas!es tinha li.ertado os poderes reais e principescos de uma tarefa em -ue se es"otaam as suas forças (###) permitiu o prodi"ioso impulso demo"r2fico -ue denuncia a partir do meio do século XI o aanço do des.raamento de terras# 8 densidade crescente da população não tornaa apenas mais f2cil a manutenção da ordem# 4aorecia tam.ém a renoação das cidades do artesanato e das trocas#
a memória dos "randes $stados policiados e mon2r-uicos do passadoE o império romano (###) e o Império Qarolín"io (###) a instrução tinha con-uistado nos meios laicos a par da alta aristocracia a classe dos caaleiros# ,ais Ateis do -ue os cléri"os numa época em -ue todo o administrador tinha de ser ao mesmo tempo chefe "uerreiro sujeito menos do -ue a-ueles G atração de interesses estranhos aos poderes temporais ha.ituados enfim de lon"a data G pratica do direito estes fidal"os de medíocre fortuna formariam muito antes da .ur"uesia o estado6maior das monar-uias renoadasE a In"laterra de Jenri-ue +lanta"eneta a 4rança de 4ilipe 8u"usto e de 5ão >uí (###) conta.ilidade periódica re"istros das atas e9pedidas ou rece.idas (###) o seu aparecimento foi como -ue o sinal de adert?ncia de -ue se leantaa no horionte um poder noo ou pelo menos reserado até então Gs "randes i"rejas e G corte pontificialE a .urocracia” (p# FNF6NM) II @ Dma monar-uia noaE os Qapetos “8 monar-uia carolín"ia da "rande época tinha retirado a sua força ali2s muito relatia da aplicação de al"uns princípios "eraisE seriço militar e9i"ido a todos os sAditos supremacia do tri.unal real su.ordinação dos condes então erdadeiros funcion2rios rede de assalos reais espalhados por toda a parte poder da I"reja# Ke tudo isso -ue restaa G realea francesa nos finais do século X\ Zuase nada em erdade (###) Os condes ou detentores de 2rios condados tornados desse modo o elo intermédio de tantas cadeias ass2licas não ne"am -ue det?m as suas di"nidades do rei# ,as o ofício tornou6se um patrimLnio so.recarre"ado por o.ri"aç!es de uma tipo particular” (p# FNM) 5o.re a diisão entre 4rança e 8lemanhaE “8s instituiç!es carolín"ias na sua ori"em não tinham menos força de um lado do -ue do outro# +roaelmente a e9plicação dee ser procurada nos fatos profundos de estrutura social# O "rande princípio motor do desmem.ramento feudal foi sempre o poder do chefe local ou pessoal so.re pe-uenos "rupos su.traídos desse modo a -ual-uer autoridade mais lata” (p# FNP) “Os nossos reis t?m sido comparados al"umas ees a camponeses unindo pacientemente um campo a outro campo# 8 ima"em é duplamente en"anadora pois e9prime mal a mentalidade dos un"idos do 5enhor além do mais "randes espadachins e em todos os tempos @ tal como a classe dos caaleiros G -ual os li"aam as suas maneiras de sentir 6 peri"osamente su.metidos aos prestí"ios da aentura (###) de'ois dos co%eços do scu&o 8I, u%a srie de condados são sucessi*a%ente ad4uiridos 'e&os reis se% 4ue estes a&i estabe&eça% 4ua&4uer no*o conde. or outras 'a&a*ras, os soberanos, 4ue tina% cessado, de direito, de considerar esses %a-nates co%o $uncion5rios, esitara% cada *e %enos e% se $aere% e&es 'r'rios condes” (p# FN&6NU) “a partir de 4ilipe 8u"usto passar6se62 o mesmo a um níel superior da hierar-uia adminstratia com o aparecimento de aut?nticos funcion2rios assalariadosE os /.ailios0 ou /senescais0# +or-ue a realea francesa adaptando6se Gs noas condiç!es sociais fe modestamente assentar o seu poder no comando direto de "rupos poucos e9tensos de homens -uando as circunst7ncias faoreceram o rea"rupamento das forças pLde por isso recolher o principal proeito em faor das idéias e dos sentimentos muito anti"os -ue continuaa a inte"rar (###) Ke -ual-uer modo os reis con"re"aram mais a 4rança do -ue a unificaram (###) =a erdade pelo fato de ter ido .uscar a sua força primitia muito /feudalmente0 a uma a"lomeração de condados de castelanias de direitos so.re as i"rejas parece -ue a realea francesa e até o próprio $stado depois de ressuscitado ficou marcado para sempre” (p# FNN) III @ Dma monar-uia arcaianteE a 8lemanha “O.serando -ue a /perpetuidade dos feudos se esta.eleceu em 4rança mais cedo -ue na 8lemanha0 ,ontes-uieu punha em causa /o humor fleum2tico0 e se ouso di?6lo a imuta.ilidade de espírito da nação alemã (###) Ora esta o.seração erdadeira como imos relatiamente G assala"em e ao feudo ao re"ime senhorial G epopéia @ tão erdadeiramente
arcaica pelos seus temas lend2rios e pela atmosfera pa"ã pelo seu marailhoso 6 não menos e9ata no domínio da economia (o /renascimento ur.ano0 na 8lemanha tardou um ou dois séculos em relação G It2lia 4rança e 4landres” consera todo o seu alor -uando se passa a considerar a eolução do $stado# =ão h2 e9peri?ncia mais decisia do -ue esta concord7ncia mais uma e reencontrada entre a estrutura social e a estrutura política# =a 8lemanha muito menos profunda e uniformemente /feudaliada0 e /senhorialiada0 do -ue a 4rança a monar-uia permaneceu fiel ao tipo carolín"io durante muito mais tempo do -ue em 4rança (###) O rei "oerna com a ajuda de condes -ue só iram sua hereditariedade confirmar6se lentamente e mesmo -uando esta se esta.eleceu continuaram a ser conce.idos como titulares mais duma função do -ue dum feudo (###) ao contr2rio dos Qapetos o herdeiro alemão de Qarlos ,a"no conse"uiu continuar a ser o senhor de -uase todos os .ispados do reino” (p# FNN) “Os conti"entes de i"rejas formam a parte mais consider2el e mais est2el do e9ército real mas não a Anica# +ois o rei persiste em reiindicar o au9ílio de todos os seus sAditos e se o recrutamento em massa propriamente dito o /apelo da p2tria0 só tem aplicação real nas fronterias em caso de incurs!es .2r.aras a o.ri"ação de serir com a sua caalaria ca.e aos du-ues e condes do reino inteiro e não dei9a de ser de fato e9ecutada com .astante efic2cia (###) Ko mesmo modo com al"um atraso e muitas diferenças a eolução em direção ao desmem.ramento dos poderes pA.licos em pe-uenos "rupos de comando pessoal prealecia na 8lemanha como na 4rança” (p# M11) “=o entanto outros poderes se preparaam para aparecer so.re as ruínas da monar-uia e tam.ém dos elhos ducados étnicos# Ke principados territoriais até ali frou9amente reunidos er6se62 depois da ira"em do final do século XII destacarem6se pouco a pouco $stados funcionaliados relatiamente policiados su.metidos a impostos @ proidos de assem.léias representatias# O -ue su.siste da or"aniação assalica é ali desiado em proeito do príncipe e até da própria I"reja lhe o.edece# +oliticamente falando j2 não haia 8lemanha mas como se diia entre nós /as 8lemanhas0# +or um lado o atraso especificamente alemão da eolução social por outro o aparecimento comum a -uase toda a $uropa de condiç!es próprias para uma concentração do poder pA.licoE o encontro destas duas cadeias casuais fe com -ue o rea"rupamento na 8lemanha se operasse somente G custa de uma lon"a fra"mentação do anti"o $stado” (p# M1') IV @ 8 monar-uia an"lo6normandaE feitos de con-uista e so.rei?ncias "erm7nicas “O $stado an"lo normando proinha de uma dupla con-uistaE da =?ustria ocidental por 3olão e da In"laterra por
4ue 4ua&4uer reino do continente, u% Estado *erdadeira%ente uno, 'or4ue a $unção ')b&ica a&i não se tina con$undido '&ena%ente co% o $eudo ” (p# M1C) “odaia de certo modo nenhum $stado foi mais perfeitamente feudal# ,as o poder real tiraa disso afinal um acréscimo de prestí"io” (p# M1C) “=esta e9traordin2ria so.rei?ncia -ue parece supor na ilha uma circulação monet2ria menos enfra-uecida do -ue noutros lados os reis normandos encontrariam um instrumento sin"ularmente efica# 4inalmente a persist?ncia em In"laterra dos anti"os tri.unais de homens lires associados de tantas maneiras G manutenção da ordem pA.lica @ instituição "erm7nica por e9cel?ncia 6 faoreceu "randemente a esta.ilidade e depois a e9tensão da justiça e do poder administratio reais (###) a poderosa realea dos con-uistadores não tinha ani-uilado todos os outros poderes mas tinha6os forçado a a"ir apenas dentro dos -uadros do $stado ainda -ue contra si própria” (p# M1M) V @ 8s nacionalidades “$m -ue medida estes $stados eram ou se tornaram naç!es\ Qomo todos os pro.lemas de psicolo"ia coletia este e9i"e -ue se distin"am com cuidado não apenas os tempos mas tam.ém os am.ientes# =ão foi entre os homens mais instruídos -ue nasceu o sentimento nacional# udo o -ue restaa de cultura um pouco profunda refu"iou6se até o século XII numa fração do clero” (p# M1M) “+or sensíeis -ue pudessem ser os contrastes de costumes ou de lín"uas uma e atin"idas as camadas profundas da população uma mesma aristocracia e um mesmo clero tinham ajudado os Qarolín"ios a "oernar desde o $la até o Oceano o imenso $stado (###) odaia so. esta unidade su.sistia a lem.rança de "rupos mais anti"os” (p# M1&) “=ada h2 de mais a.surdo do -ue confundir a lín"ua com a nacionalidade# ,as não o seria menos ne"ar o seu papel na cristaliação das consci?ncias nacionais# Zue estas @ tratando6se da 4rança e da 8lemanha @ apareçam j2 claramente formadas cerca do ano %%11 os te9tos não nos permitem duidar disso (###) 8 nacionalidade alimentaa6se de contri.utos mais comple9osE comunidade de lín"ua de tradição de recordaç!es históricas mais ou menos .em compreendidas sentido do destino comum imposto por certos -uadros políticos delimitados muito ao acaso mas cada um dos -uais correspondia porém no seu conjunto a afinidades profundas e j2 anti"as# udo isso não fora criado pelo patriotismo# ,as no decurso desta se"unda idade feudal caracteriada ao mesmo tempo pela necessidade -ue os homens e9perimentaam de se a"ruparem em coletiidades mais lar"as e pela consci?ncia clara -ue de -ual-uer modo a sociedade rece.ia de si mesma estas realidades latentes foram como -ue a manifestação enfim e9plícita e assim por sua e criadora de noas realidades (###) 8 época cuja história profunda procuramos traçar não iu apenas formarem6se $stados mas iu tam.ém confirmarem6se ou constituírem6se as p2trias” (p# M%16M%%) $3Q$I3O >IV3O 8 4$DK8>IK8K$ QO,O I+O 5OQI8> $ 8 5D8 8_gO Q8+D>O I 8 4$DK8>IK8K$ QO,O I+O 5OQI8> I @ 4eudalidade ou feudalidadesE sin"ular ou plural\ “8 ci?ncia nos nossos dias aliou6se ao partido de Voltaire# 4eudalidades e"ípcias acaias chinesas japonesasE outras tantas alianças de palaras da-ui em diante familiares” (p# M%C) “Dma e -ue como é eidente tantas sociedades separadas pelo tempo e pelo espaço só rece.eram a desi"nação de feudais por causa das suas semelhanças erdadeira ou supostas com
a nossa feudalidade o -ue importa antes de tudo isolar são as características desse caso6tipo# =ão porém sem -ue tenham sido preiamente afastados al"uns empre"os manifestamente a.usios de uma e9pressão demasiado sonora para escapar a tantos desios# =o re"ime -ue .atiaram de feudalidade os seus primeiros padrinhos sa.emo6lo notaam acima de tudo o -ue tinha de anta"Lnico com a noção de $stado centraliado# Ka-ui -ualificar desse modo -ual-uer desmem.ramento dos poderes so.re os homens a dist7ncia era curta (###) Qarre"ada de reminesc?ncias históricas mais ou menos a"as a palara parece saída de certas canetas eocar apenas a .rutalidade do mando mas muitas ees tam.ém duma maneira mais elementar a idéia duma inasão dos poderes econLmicos na ida pA.lica# Ora com efeito é .em erdade -ue a confusão da ri-uea @ ao mesmo tempo principalmente rAstica @ com a autoridade foi um dos traços marcantes da feudalidade medieal# ,as isto menos por ia das características propriamente feudais dessa sociedade do -ue por esta se .asear no senhorio# 4eudalidade re"ime senhorialE a confusão neste caso ai mais lon"e” (p# M%F) “+aralelamente criou6se o h2.ito de desi"nar apenas da etimolo"ia com o nome de /direitos feudais0 os car"os -ue oneraam as suas tenuresE de tal modo -ue os homens da 3eolução -uando anunciaam a sua intenção de destruir a feudalidade pretendiam mais do -ue tudo atin"ir o senhorio rural (###) 5endo um elemento essencial da sociedade feudal o senhorio em si mesmo era mais anti"o e seria ainda muito mais dur2el# +ara uma correta nomenclatura importa -ue as duas noç!es permaneçam claramente distintas” (p# M%M) II @ 8s características fundamentais da feudalidade européia “8inda -ue as o.ri"aç!es fundamentais no parentesco fossem nela conce.idas com muito i"or a-uele não era inteiramente proeniente da linha"em (###) os laços propriamente feudais só tinham raão de ser por-ue os do san"ue não .astaam (###) a feudalidade coincidiu com um profundo enfra-uecimento do $stado (###) $la inha depois de sociedades assim constituídas e traia a sua marca# 8s relaç!es de depend?ncia pessoal -ue a caracteriaam conseraam al"o do parentesco artificial -ue so. muitos aspectos tinha sido o primitio companheirismo e de entre os direitos de mando e9ercidos por tantos pe-uenos chefes uma .oa parte eram como -ue despejos arrancados a poderes /re"alen"os0# 8 feudalidade européia apresenta6se contudo como sendo o resultado da .rutal dissolução de sociedades mais anti"as# Qom efeito ela não seria compreensíel sem a "rande pertur.ação das inas!es "erm7nicas a -ual o.ri"ando a fundirem6se duas sociedades ori"inariamente colocadas em est2dios muito diferentes da eolução rompeu os -uadros tanto duma como doutra com um car2ter sin"ularmente primitio# 8 feudalidade européia constitui6se definitiamente na atmosfera das Altimas inestidas .2r.aras# $la supunha um profundo a.randamento da ida de relação uma circulação monet2ria -ue demasiado atrofiada não permitia um funcionalismo assalariado uma mentalidade li"ada ao sensíel e ao pró9imo# Zuando estas condiç!es começaram a modificar6 se começou a passar a sua hora” (p# M%M6%P) “8 feudalidade foi mais uma sociedade desi"ual do -ue hierar-uiada (###) =o entanto o re"ime feudal supunha a estreita sujeição econLmica duma multidão de "ente humilde relatiamente a al"uns poderosos# endo rece.ido das épocas anteriores a Villa j2 senhorial do mundo romano e as circunscriç!es rurais "erm7nicas ele alar"ou e consolidou esses modos de e9ploração do homem pelo homem e reunindo num ine9tric2el fei9e o direito de renda do solo e o direito ao mando fe de tudo isso erdadeiramente o senhorio# $m faor duma oli"ar-uia de prelados ou de mon"es encarre"ados de propiciarem o Qéu# $m faor so.retudo duma oli"ar-uia de "uerreiros (###) entre as características distintias das sociedades feudais deemos incluir a -uase coincid?ncia esta.elecida entre a classe dos chefes e uma classe de "uerreiros profissionais -ue seriam da Anica maneira -ue então parecia efica isto é como caaleiros pesadamente armados” (p# M%P) “=a sociedade feudal o ínculo humano característico foi o elo entre o su.ordinado e o chefe mais pró9imo (###) $n-uanto as pessoas de seriço a"rupadas em torno dos príncipes eslaos
continuaam a rece.er do príncipe os seus domínios como doação pura o assalo franco depois de al"umas tentatias não o.tee mais do -ue feudos em princípio italícios” (p# M%&) “ale seja mais importante ainda o.serar -ue a $uropa feudal não foi totalmente feudaliada no mesmo "rau nem se"undo o mesmo ritmo e especialmente -ue em parte al"uma o foi completamente# $m nenhum país a população rural caiu totalmente nas malhas duma depend?ncia pessoal e heredit2ria# Zuase por toda a parte @ ainda -ue em nAmero e9tremamente ari2el conforme as re"i!es @ su.sistiam terras alodiais "randes ou pe-uenas (###) =a =ormandia na In"laterra dinamar-uesa em $spanha mantieram6se "rupos de "uerreiros camponeses# O juramento mAtuo antítese dos juramentos de su.ordinação ieu nas instituiç!es de pa e triunfou nas comunas# Te% d)*ida est5 no destino de 4ua&4uer siste%a de instituições u%anas s se rea&iar i%'er$eita%ente” (p# M%U) III @ Dm corte atraés da história comparada “5ujeição rAstica em lu"ar do sal2rio "eralmente impossíel o lar"o uso da tenure6seriço -ue no seu sentido e9ato é o feudo supremacia duma classe de "uerreiros especialiados ínculos de o.edi?ncia e de proteção -ue uniam o homem e nesta classe "uerreira reestem a forma particularmente pura da assala"em fracionamento dos poderes "erador da desordem no meio de tudo isto no entanto a so.rei?ncia doutros modos de a"rupamento parentela e $stado deendo este durante a se"unda idade feudal retomar um noo i"orE parecem ser estes os traços fundamentais da feudalidade européia” (p# M%N) “8 feudaliação não foi /um acontecimento -ue tee lu"ar uma só e no mundo0# al com a $uropa @ ainda -ue com as ineit2eis e profundas diferenças @ o Bapão atraessou esta fase# 5e outras sociedades passaram tam.ém por ela e se assim foi so. a ação de -ue causas tale comuns é o se"redo -ue ser2 desendado por futuros tra.alhos” (p# M'%) Q8+D>O II @ O5 +3O>O=<8,$=O5 K8 4$DK8>IK8K$ $D3O+YI8 I @ 5o.rei?ncias e reiesc?ncias “Kepois dos meados do século XII as sociedades européias afastaram6se definitiamente do tipo feudal# =o entanto (###) a feudalidade tee os seus prolon"amentos# Kurante muito tempo o re"ime senhorial a -ue ela tinha imprimido a sua marca so.reieu6lhe (###) Ke todas as formas da depend?ncia no seio do re"ime senhorial a mais autenticamente feudal fora a seridão# +rofundamente transformada mais li"ada G terra do -ue Gs pessoas em 4rança su.sistiu apesar de tudo até Gs ésperas da 3eolução” (p# M'C) “=a própria 4rança dos primeiros *our.ons o fidal"o -ue para su.ir na corte se faia criado de um homem importante não oferecia a ima"em de uma condição curiosamente pró9ima da primitia assala"em\ (p# M'M) II @ 8 idéia "uerreira e a idéia de contrato “8 era feudal tinha le"ado Gs sociedades -ue a se"uiram a caalaria cristaliada em no.rea# Kesta ori"em a classe dominante conserou o or"ulho da sua ocação militar sim.oliada pelo direito ao uso da espada e ape"ou6se G-uela com particular i"or onde como em 4rança retiraa dessa condição a justificação de preciosas anta"ens fiscais (###) 5o. o 8nti"o 3e"ime a no.rea de elha cepa por oposição G aristocracia dos car"os (###) 8té nas nossas sociedades em -ue morrer pela sua terra dei9ou de ser monopólio duma classe ou duma profissão o sentimento persistente duma espécie de supremacia moral li"ada G função do "uerreiro profissional @ atitude tão estranha a outras ciiliaç!es tal como por e9emplo G chinesa @ permanece uma lem.rança da diisão operada no começo dos tempos feudais entre o campon?s e o caaleiro” (p# M'P)