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MÓDULO: SISTEMA LOCOMOTOR Arlindo Ugulino Netto Rayza Prado
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O módulo LOCOMOTOR trata do sistema diretamente responsável pelo deslocamento do corpo humano que são: o sistema esquelético, abrangendo anatomia dos ossos, histologia cartilaginosa e óssea; o sistema muscular tratando dos músculos do dorso, tórax e membros bem como sua histologia; e, por fim, o sistema articular, que engloba as estruturas que permitem os movimentos de flexibilidade do corpo. Há também o estudo da formação desses sistemas e a fisiologia da contração esquelética e lisa. Este módulo objetiva trazer um estudo fácil e dinamizado e tem por fontes as referências indicadas pelos professores sendo guiado pelos slides e aulas administradas.
ÓTIMOS ESTUDOS!!!
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O módulo LOCOMOTOR trata do sistema diretamente responsável pelo deslocamento do corpo humano que são: o sistema esquelético, abrangendo anatomia dos ossos, histologia cartilaginosa e óssea; o sistema muscular tratando dos músculos do dorso, tórax e membros bem como sua histologia; e, por fim, o sistema articular, que engloba as estruturas que permitem os movimentos de flexibilidade do corpo. Há também o estudo da formação desses sistemas e a fisiologia da contração esquelética e lisa. Este módulo objetiva trazer um estudo fácil e dinamizado e tem por fontes as referências indicadas pelos professores sendo guiado pelos slides e aulas administradas.
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EMBRIOLOGIA DO SISTEMA ESQUELÉTICO Na 3ª semana embrionária, as duas colunas de Mesoderma Paraxial se dividem em corpos cuboides chamados Somitos que, por sua vez, se dividirão em Esclerótomo, ventromedial e formará vertebras e costelas, e Demomiótomo, dorsolateral e originará mioblastos e fibroblastos.
HISTOGÊNESE DO OSSO O osso pode se formar a partir de dois tecidos: mesênquima, principalmente em ossos chatos, ou cartilagem, ossos longos. São células envoltas por matriz intercelular rica em colágeno e substancia amorfa. OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA Mesênquima se diferencia em osteoblasto, que formará o tecido osteóide (sem calcificação). Fosfato de cálcio se deposita neste tecido e as células vão se calcificando até se transformarem em osteócitos. Essa ação do osteoblasto é mais comum na periferia do osso, tornando-o mais compacto. Internamente, pela ação dos osteoclastos (origem hematopoiética), o osso apresenta aspecto esponjoso, onde o mesênquima se diferencia em medula óssea que, no decorrer da vida pós-natal, se transforma em medula óssea amarela.
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OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL A ossificação acontece no fim do período embrionário (8ª semana) nos membros necessitando de suplementação se cálcio e fósforo materno. Ocorre sobre modelos preexistentes de cartilagem. O centro primário de ossificação encontra-se na diáfise do osso, as células cartilaginosas se multiplicam e vão sendo calcificadas, desse modo o pericôndrio recebe camada de osso e passa a ser periósteo. As células hematopoiéticas encontradas no interior dos ossos longos são formadas a partir da invasão de células de tecido conjuntivo vascularizado que se diferenciam, bem como há diferenciação em células em osteoblastos. O sentido desse crescimento se dá DIÁFISE → EPÍFISE, e promove crescimento longitudinal do osso. O centro secundário de ossificação está nas epífises dos ossos e só começam a se ossificar após o nascimento, se espalham em direção às extremidades e as únicas regiões que permanecem cartilaginosas são a placa cartilaginosa epifisária e cartilagem articular (hialina). Quando ocorre a ossificação completa da placa epifisária cessa o crescimento ósseo e se dá por volta dos 20 anos de idade. A placa tem fundamental importância para detectar problemas hormonais de crescimento como nanismo e gigantismo.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS Raquitismo: Doença que acomete crianças com deficiência em vitamina D prejudicando a absorção de cálcio no intestino. A placa cartilaginosa se desenvolve anormalmente e os ossos ficam arqueados, são encurtados e deformados e o aparecimento se dá entre 6 meses e 2 anos. Os sintomas são irritabilidade, atraso na erupção dentária, fraqueza muscular; o tratamento poder ser por suplementação de vitamina D e cálcio, caso esteja no início, ou, em casos mais avançados, cirurgia corretiva.
DESENVOLVIMENTO DAS ARTICULAÇÕES As articulações se desenvolvem com o aparecimento do mesênquima interzonal durante a sexta semana e se assemelham às adultas na oitava. São classificadas em: Articulações Fibrosas: mesênquima interzonal diferencia-se em tecido fibroso denso. Articulações Cartilaginosas: mesênquima se diferencia em cartilagem hialina. Ex: suturas do crânio Articulações Sinoviais: diferencia-se da seguinte forma Forma ligamento capsular e outros ligamentos perifericamente; o Mesênquima desaparece centralmente e dá origem a cavidade articular; o Cápsula é revestida por uma membrana sinovial que secreta o líquido sinovial rico em ácido o hialurônico com função se lubrificar articulação. 4
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DESENVOLVIMENTO DO ESQUELETO AXIAL É composto de crânio, coluna vertebral, esterno e costelas. Na quarta semana do desenvolvimento embrionário essas estruturas circundam o tubo neural e notocorda. DESENVOLVIMENTO DA COLUNA VERTEBRAL A notocorda, além da importância para o sistema nervoso, é fundamental para a form ação das vértebras, que se desenvolvem ao seu redor enquanto ela degenera. Nos espaços entre as vertebras se expande e forma o núcleo pulposo posteriormente circundado por fibras, o anel fibroso. O disco intervertebral é a junção do núcleo com o anel fibroso e esse ajuda a lubrificar as vertebras. Na sexta semana centros de formação de cartilagem aparecem em cada vértebra mesenquimal e formam o centrum cartilaginoso. A condrogênese se espalha até que uma coluna vertebral cartilaginosa se forme. A ossificação só está totalmente completa por volta dos 25 anos. Usualmente se tem 7 vertebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares e 5 sacrais. Pode acontecer que um indivíduo tenha variação DESENVOLVIMENTO DAS COSTELAS As costelas se desenvolvem a partir dos processos costais mesenquimais das vértebras torácicas sendo cartilaginosas no período embrionário e se ossificam no período fetal. São 7 pares de costelas verdadeiras, 5 pares de costelas falsas e 2 pares de costelas flutuantes. DESENVOLVIMENTO DO ESTERNO O esterno se forma a partir de um par de faixas verticais de tecido embrionário, barras esternais, que vão migrando para a região central e se fundem craniocaudalmente formando molde gelatinoso. A ossificação se conclui no período fetal, com exceção do processo xifoide que só ossifica na infância. DESENVOLVIMENTO DO CRÂNIO O crânio se desenvolve a partir do mesênquima ao redor do encéfalo e consiste em: Neurocrânio Cartilaginoso: base cartilaginosa do crânio formada pela fusão de várias cartilagens, ossificação endocondral e inicia-se com o osso occipital,corpo do esfenoide e osso etmoide, forma a base do crânio. Neurocrânio Membranoso: ossificação que forma a calota craniana é intramembranosa, ocorre no mesênquima dos lados e da região superior do encéfalo. No feto os ossos do crânio são separados por faixas de tecido conjuntivo fibroso que permite mobilidade na passagem pela cavidade pélvica no nascimento, as suturas. Há seis grandes áreas fibrosas onde as suturas se encontram as fontanelas.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS Espinha bífida: não fechamento normal dos arcos vertebrais, podendo externar medula ou nervos.
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Escoliose: desvio da coluna vertebral para um dos lados. Quando congênita, as vertebras da coluna são assimétricas, tamanhos diferentes ou faltando partes. Cirurgia reparatória.
Síndrome do primeiro arco: há defeito da formação dos arcos faríngeos que dão origem às estruturas da cabeça e pescoço como mandíbula, maxilar, orelha, nariz. Síndrome de Treacher Collins Subdesenvolvimento dos ossos da face (defeito nas pálpebras, orelhas deformadas, inclinação para baixo das pálpebras), rara e com incidência de 1/40000 nascidos vivos. Síndrome de Pierre Robin tem-se então rosto defeituoso com hipoplasia da mandíbula, fenda palatina, defeito nos olhos e orelha, micrognatia (mandíbula pequena).
Acrania: crânio ausente, pode acompanhar com extensos defeitos na coluna vertebral, é associada a mero ou anencefalia um a cada 1000 nascimentos.
Microcefalia: crianças nascem com abóbada craniana menor, as fontanelas se fecham no início da infância e as suturas no primeiro ano, porém não é causada pelo precoce fechamento, é consequência do mal desenvolvimento do sistema nervoso central em que o cérebro não cresce muito.
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Craniossinostose: fechamento da sutura antes do nascimento Escafocelia (fechamento prematuro da sutura sagital) o
o
Braquicefalia (fechamento prematuro das suturas coronais -bilateral)
o
Plagiocefalia (fechamento prematuro da sutura coronal em apenas um lado)
o
Trigonocefalia (fechamento prematuro da sutura frontal)
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o
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Oxicefalia (fechamento prematuro da sutura coronal ou de todas as suturas)
DESENVOLVIMENTO ESQUELETO AXIAL Consiste nas cinturas peitoral e pélvica e nos ossos dos membros. Na quinta semana, o mesênquima se condensa formando brotos dos membros, na sexta o molde dos membros sofrem condrogênese e forma moldes ósseos de cartilagem hialina. Esses moldes iniciam-se primeiro nos membros superiores e logo após, inferiores, numa disposição próximo-distal. Oitava semana a ossificação tem início nas diáfises, com 12 semanas os centros primários de ossificação já apareceu em quase todos os ossos. A clavícula é a primeira a se ossificar, o fêmur logo em seguida.
A crista ectodérmica é o que direciona o crescimento do mesênquima do broto e habilita para formar elementos cartilaginosos específicos.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS Meromelia, Amelia, Micromelia: trata-se da ausência de uma parte (meroamelia) ou de todo o membro (amelia). A micromelia é quando os segmentos das extremidades estão presentes porém anormalmente curtos.
Meromelia
Amelia
Micromelia
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Sindactilia: fusão dos dedos das mãos ou dos pés
Polidactilia: maior numero de dedos nas mãos ou nos pés
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HISTOLOGIA: TECIDO MUSCULAR As células musculares são especializadas por apresentar a capacidade de realizar a contração, tornando possível a locomoção dos animais. São células alongadas e são denominadas estriadas ou lisas de acordo com a presença ou ausência de proteínas contráteis miofibrilares, que se repetem regularmente formando miofilamentos. A energia mecânica para a contração é retirada da hidrólise do ATP. Alguns termos são utilizados para células musculares, como: a membrana da célula muscular é denominada sarcolema, citoplasma é sarcoplasma, o R.E.L. é o retículo sacroplasmático e as mitocôndrias são sarcossomos. Como as células musculares são alongadas, são comumente chamadas de fibras musculares. Os três tipos musculares ( estriado esquelético, liso e estriado cardíaco) tem origem no mesoderma. Especialmente o músculo cardíaco, origina-se do mesoderma somático e do mesoderma esplancnopleural. Os músculos esqueléticos são originados principalmente do mesoderma somático.
MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO O músculo esquelético é composto por células multinucleadas, longas e cilíndricas, que apresentam estriações transversais que se contraem voluntariamente para facilitar os movimentos do corpo. No desenvolvimento embrionário, os mioblastos (células precursoras das células musculares) se fundem formando os miotúbulos, que são células multinucleadas e cilíndricas. Esses miotúbulos formam os miofibrilas (circundadas por mitocôndrias), que são constituídas pelos miofilamentos responsáveis pela contração do músculo. A força relativa de uma fibra muscular depende do seu tamanho. Enquanto a força de todo músculo é função do numero e espessura das fibras. ENVOLTÓRIOS Os envoltórios do músculo esquelético são: Epimísio: envolvem o músculo e são formados por tecido conjuntivo denso não modelado Perimisio: deriva do epimísio e envolve os feixes das fibras musculares. Endomísio: Ele envolve as fibras musculares. É composto por fibras reticulares e por uma lâmina externa (lamina basal). OBS: Os tendões e aponeuroses, responsáveis por ligar músculos a ossos e outros tecidos, são contínuos com os envoltórios do tecido conjuntivo do músculo, agindo utilizando forças contráteis para movimentos. MICROSCOPIA OPTICA As fibras musculares são células multinucleadas em que o núcleo situa-se perifericamente. Pequenas células satélites localizam-se em depressões rasas das fibras musculares atuando como células regeneradoras. As miofibrilas nas fibras musculares dispõem-se paralelamente apresentando estrias causadas pelas bandas claras (presença de miosina ou actina) e bandas escuras (presença de miosina e actina). As bandas escuras são denominadas Banda A. Seu centro é ocupado por uma área clara, a Banda H que está dividida ao meio pela Linha M. As bandas claras são as Bandas I e estão divididas por uma linha escura, a Linha Z. A região da miofibrila delimitada entre duas Linhas Z é denominada Sarcômero, que é a unidade morfofuncional do músculo. A contração muscular se dá a partir do momento que este sarcomero diminui de tamanho (aproximação das Linhas Z). 10
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OBS: Túbulos T, Retículo Sarcoplasmático e Tríades. São elementos essenciais para a contração do músculo esquelético. Os túbulos T são longas invaginações tubulares que se colocam especificamente no plano da junção das Bandas A e I. Logo, cada sarcômero possui 2 conjuntos de túbulos T. Associados a esses túbulos, está o retículo sarcoplasmático localizado da mesma maneira desses túbulos. O retículo está envolvido no armazenamento de cálcio intracelular, formando uma rede em torno de cada miofibrila e apresenta cisternas terminais em cada junção A – I. Então, duas dessas cisternas sempre estão intimamente apostas a um túbulo T, formando a tríade. Tríade = 2 Cisternas terminais (Retículo Sarcoplasmático) + Tubulos T O retículo sarcoplasmatico regula a contração muscular através do sequestro (que leva ao relaxamento) e da liberação (que leva a contração) de íons cálcio no sarcoplasma. O estímulo desencadeador para a liberação de cálcio é a onda de despolarização transmitidas pelos túbulos T, que causa a abertura dos canais liberadores de Cálcio das cisternas terminais, havendo a liberação desse íon na proximidade das miofibrilas.
CONSTITUIÇÃO DAS MIOFIBRILAS As miofibrilas são compostas por miofilamentos finos e grossos interpostos. Os grossos são semelhantes a bastões paralelos e entrelaçados aos finos e são compostos principalmente pela miosina. Enquanto os miofilamentos finos (figura abaixo) são compostos por actina.
1. Filamentos Grossos: são compostos por moléculas de miosina alinhadas extremidade por extremidade. Cada molécula de miosina que a compõe é composta por duas cadeias pesadas idênticas e por dois pares de cadeias leves. Meromiosina Leve: semelhante a um bastão compostas por duas cadeias polipeptídicas em forma de bastão enrolado. Meromiosina Pesada: são as duas cabeças globulares com as duas porções proximais, formadas por cadeias polipeptídicas enroladas uma em torno da outra. 2. Filamentos Finos: são compostos por duas cadeias de filamentos de actina F (formada por actinas G, representadas pelas esferas beges no desenho acima) enrolados um em torno do outro, associados a tropomiosina (em amarelo no desenho) e troponina (Tn, em azul no desenho). As troponinas são constituídas por três polipeptídios globulares: o TnT (liga toda a molécula de Troponina a Tropomiosina), a TnC (grande afinidade por Cálcio) e a TnI (liga-se a actina, impedindo a interação desta com a miosina enquanto a célula estiver relaxada). CONTRAÇÃO MUSCULAR Essa contração obedece a “Lei do Tudo ou Nada” (necessita de um limiar mínimo de excitação para que haja a contração) e é seguida pelo relaxamento do músculo. A contração do músculo esquelético obedece a seguinte sequência: 1) Um impulso gerado ao longo do sarcolema é transmitido ao interior da fibra através dos túbulos T, de onde é transmitido para as cisternas terminais do retículo sarcoplasmático. 11
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2) Os íons cálcio saem das cisternas, através de canais de liberação de cálcio, devido a despolarização dos túbulos T. O cálcio cai no citosol e se ligam a subunidade TnC da troponina, alterando sua conformação. 3) A mudança da conformação desloca a tropomiosina para uma posição mais profunda, desmascarando o sítio ativo (sitio de ligação da miosina) da molécula da actina. 4) O ATP presente na miosina (filamento grosso) é hidrolisado (ATP ADP + Pi), permanecendo ligado a cabeça da miosina (meromiosina pesada), estabelecendo sua ligação com a actina F, a qual vai estar livre do TnI uma vez que o cálcio desempenhou o papel de liberar o sitio de ligação da miosina na actina. Esta ligação causa o encurtamento do sarcômero, caracterizando a contração muscular .
RELAXAMENTO DO MUSCULO ESQUELETICO Enquanto a concentração de cálcio estiver alta no citosol, os filamentos de actina permanecem ligados aos de miosina. Cessando o impulso de estimulo, o cálcio deixa de ser liberado e ocorre o relaxamento muscular, que acontece obedecendo a seguinte sequência: 1) As bombas de cálcio impulsionam-os para as cisternas terminais com o auxilio da proteína sequestrina. 2) Os níveis de cálcio diminuem no citosol e levam o TnC (troponina C) a perder Cálcio. Então a tropomiosina volta a posição normal do relaxamento, mascarando o sitio ativo da actina. FONTE DE ENERGIA PARA CONTRAÇÃO MUSCULAR As células musculares utilizam 3 mecanismos para obtenção de energia: Sistema de Energia Fosfogênio: utiliza energia do ATP e da fosfocreatina dando contração máxima durante 9 segundos (3 segundos do ATP e 6 segundos da fosfocreatina). Sistema Glicogênio – Acido Lático: é uma energia adicional a partir do metabolismo anaeróbico fornecendo contração máxima durante 90 a 100 segundos. Sistema Aeróbico: sustenta atividade física repetitiva (como o que ocorre em maratonas), e não a contração máxima. INERVAÇÃO DO MUSCULO ESQUELETICO Todos os músculos esqueléticos recebem pelo menos dois tipos de fibras nervosas: uma motora (que induz a contração) e as sensitivas (vão para os fusos). As fibras musculares e o neurônio motor formam a unidade motora do músculo. JUNÇÕES MIONEURAIS É o local onde ocorre a transmissão do impulso do neurônio motor para a fibra muscular esquelética. A porção terminal de cada ramo arborizado do neurônio dilata-se e cobre as placas motoras terminais de fibras musculares individuais. As junções mioneurais são formadas pela terminação do axônio, fenda sinaptica e membrana da célula muscular. Botulismo: é causado pela ingestão de comida enlatada mal preservada. A toxina clostridiun butolinun interfere na ligação do acetil colina, causando a paralisia muscular podendo levar a morte. Miastenia Grave: é uma doença auto imune que o organismo produz anticorpos contra os receptores de acetilcolina, bloqueando-os. Esse quadro pode levar a infecções pulmonares, comprometimento respiratório e morte subsequente. Neurotoxinas: algumas toxinas (bungarotoxina) expelidas por venenos de cobras podem se ligar a receptores de acetilcolina causando a paralisia, levando a morte. OBS: A rigidez cadavérica que ocorre após a morte é causada pela falta de ATP, impedindo a dissociação da actina com a miosina. 12
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MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO O músculo cardíaco é um músculo estriado involuntário que está restrito ao coração e a região proximal das veias pulmonares. Suas células são originadas do mesênquima esplâncnico cujas células dão origem ao epicárdio e miocárdio. Essas células apresentam-se com grande núcleo oval, podendo ser binucleadas. As células cardíacas formam junções de ponta a ponta denominadas discos intercalares que possuem, transversalmente, desmossomos e zônulas de aderência e na parte lateral, junções comunicantes. Essas junções funcionam possibilitando um rápido fluxo de informações célula a célula. ORGANELAS As estrias das fibras musculares são idênticas às do músculo esquelético. O mecanismo de contração também é idêntico, entretanto, há algumas diferenças importantes relacionadas aos túbulos T e retículo endoplasmático. Este não possui as cisternas terminais e sim pequenas terminações que formam com os túbulos T as díades. Com isso, o retículo sarcoplasmático perde grande parte da função de armazenar cálcio. Desse modo, o cálcio flui para os túbulos T (que possui o dobro do tamanho em relação aos do músculo esquelético) e penetram nas células musculares. Diferentemente das fibras musculares esqueléticas, as cardíacas possuem potencial de ação prolongado, causado pela abertura de canais lentos de cálcio e sódio, possibilitando a entrada lenta e contínua de muitos desses íons, mantendo a ligação da actina e miosina (contração) por mais tempo. A despolarização (retorno ao relaxamento) é feita por canais lentos de potássio que possibilitam também um potencial de ação prolongado. Hipertrofia cardíaca: não há aumento no numero de fibras miocárdicas, mas as células musculares cardíacas tornam-se mais longas e com diâmetro maior. Isso causa uma disfunção em todo o processo cardiovascular MÚSCULO LISO As células do músculo liso não possuem estrias e nem túbulos T. Estão presentes nas paredes das vísceras ocas, vasos sanguíneos ductos das glândulas compostas, trato urinário e gastrointestinal. As células desse músculo são involuntárias sendo controladas pelo sistema nervoso autônomo. As fibras musculares lisas são células curtas e fusiformes com núcleo central. O citoplasma dessas células possuem filamentos finos (compostos por actina, tropomiosina, mas não contém troponina) e filamentos grossos (compostos por miosina). Na contração, a interação da actina com a miosina é de longa duração e não obedece a “Lei do Tudo ou Nada”.
Há dois tipos de músculo liso: músculo liso multiunidades e unitário. Músculo Liso Multiunidades: podem se contrair independentemente uma das outras, pois cada célula possui suprimento nervoso próprio. Músculo Liso Unitário: possui junções comunicantes e as fibras nervosas só estão presentes em algumas células musculares.
REGENERAÇÃO DOS MÚSCULOS Músculo esquelético: aparentemente não tem capacidade de regeneração. Contudo, em pequenas lesões, as células satélites podem realizar a função regenerativa, causando a hiperplasia. Músculo cardíaco: não possui nenhuma capacidade regenerativa. Em caso de lesão (por exemplo, infarto) o tecido lesionado é substituído por tecido fibroso (tecido de cicatrização). Músculo liso: possuem capacidade regenerativa, pois suas células são capazes de realizar a mitose. Essa regeneração pode ser feita pelos pericitos indiferenciados. CÉLULAS MIOEPITELIAIS E MIOFIBROBLASTOS As células mioepiteliais possuem actina e miosina e são capazes de contrair. Estão presentes em algumas glândulas, como a mamária, auxiliando na liberação de sua secreção. Os miofibroblastos assemelham-se aos fibroblastos, mas contém actina e miosina e têm capacidade de contração, auxiliando na erupção dentária e na contração das feridas.
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FIBRAS VERMELHAS, BRANCAS E INTERMEDIÁRIAS Fibras vermelhas: ricas em proteínas mioglobinas, tendo mais capacidade de receber oxigênio. Apresenta contração mais lenta por precisar de muito oxigênio, porém não se fatigam facilmente. Fibras brancas: pobres em mioglobinas, tendo menos capacidade de receber oxigênio. Apresenta contração mais rápida, mas fatigam facilmente e possuem contração mais forte. REVISÃO Característica Sarcômeros Núcleos Retículo Sarcoplasmatico Túbulo T Junções celulares Contração Controle de Cálcio Ligação de Cálcio Regeneração Mitose Fibras nervosas Tecido Conjuntivo Características distintivas
Musculo esquelético Sim Multinucleado; localização periférica. Bem desenvolvido com cisternas terminais
Musculo cardíaco Sim Um ou dois; localização central. Mal definido, alguns terminais pequenos
Sim, pequenos, participam na formação das tríades Não
Sim, grandes, participam na formação das díades Discos intercalares Involuntária, rítmica e espontânea Cálcio de fontes extracelulares Troponina C Não
Voluntária (“Tudo ou Nada”)
Calsequestrina nas cisternas terminais Toponina C Sim, através das células satélites Não Somáticas motoras Epimísio, perimísio e endomísio Longas; cilíndricas; com núcleos periféricos
Não Autônomas Bainhas de tecido conjuntivo e endomísio Células ramificadas; discos intercalares; uninucleadas
Musculo liso Não Um; localização central Pouco retículo endoplasmático (mas não envolvido no armazenamento de cálcio) Não Nexus (junções comunicantes) Involuntária, lenta e vigorosa; não é “Tudo ou Nada”
Cavéolas Calmodulina Sim Sim Autônomas Bainhas de tecido conjuntivo e endomísio Células fusiformes sem estrias; uninucleadas
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HISTOLOGIA: TECIDO CARTILAGINOSO A cartilagem possui uma matriz firme flexível resistente as tensões mecânicas e secreta a matriz à qual se torna presa. A cartilagem está envolvida na formação óssea endocondral (servindo de molde para os ossos) e formação óssea intra-membranosa (formação de ossos chatos a partir de membranas pré-existentes).
CARACTERÍSTICAS GERAIS Tecido conjuntivo especializado, sendo um pouco mais rígido que o TCPD e mais flexível. Consistência rígida. Superfície ligeiramente elástica e muito lisa. Não possui vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Tem metabolismo baixo. FUNÇÕES Suporte de tecidos moles; Reveste superfícies articulares; É essencial para formação e crescimento dos ossos longos; Facilita o deslizamento dos ossos nas articulações: reveste extremidades ósseas nas articulações protegendo-as de maiores atritos; Forma o molde inicial de muitos ossos durante o desenvolvimento embrionário. CONDROBLASTOS São células situadas no pericôndrio semelhantes a fibroblastos, e estão próximas à cartilagem, podendo facilmente multiplicar-se por mitose. Originam os condrócitos: os condroblastos criam lacunas e formam os condrócitos. CONDRÓCITOS Os condrócitos, in vivo, ocupam toda a lacuna; nos preparados histológicos aparecem retraídos. Suas principais características são: Os periféricos são achatados e os centrais mais arredondados; Têm núcleo grande, nucléolo proeminente, citoplasma pouco corado, muitas mitocôndrias, RER e Complexo de Golgi desenvolvido; Secretam colágeno, principalmente o tipo II, proteoglicanas e glicoproteínas; Vivem sob baixas tensões de oxigênio, degradando a glicose por mecanismo anaeróbio; Os nutrientes chegam do sangue por difusão, através da água de solvatação e pelo bombeamento promovido pelas forças de compressão. OBS: Os condrócitos são como condroblastos inativos. Porém, alguns raros, ainda têm capacidade de produzir substâncias. OBS: Na cartilagem, dentro de uma lacuna, pode haver vários (de 1 a 8) condrócitos (grupos isogênicos ), que se originam, por mitose, de um mesmo condroblasto. COMPOSIÇÃO DA MATRIZ É composta por proteoglicanas (condroitina 4 e 6 sulfatada e queratana sulfatada): até 200 moléculas de proteoglicanas podem estabelecer ligações não covalentes com 01 molécula de ácido hialurônico. Compostos de agrecana preenchem o interstício entre os feixes de fibras colágenas. As cadeias laterais de GAGs das PGs formam pontes eletrostáticas com o colágeno. A glicoproteína de adesão condronectina conecta os condrócitos à MEC.
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OBS: O ácido hialurônico liga-se as proteoglicanas, fixando as fibras colágenas, dando à cartilagem a sua resistência característica. A condronectina vai fixar as fibras colágenas às células da cartilagem. OBS: A consistência firme da cartilagem se deve às ligações eletrostáticas entre as GAGs sulfatadas e o colágeno, e à grande quantidade de moléculas de água presas às GAGs (água de solvatação). CARTILAGEM A cartilagem não tem vasos sanguíneos, linfáticos ou nervos. Suas células recebem nutrientes do tecido conjuntivo vascularizado que o envolve. A matriz extracelular é composta por glicosaminoglicanos, proteoglicanos, fibras de colágeno e fibras elásticas, dando à cartilagem função amortecedora, além disso, cobre a superfície articular dos ossos, possibilitando o deslizamento sem fricção. PERICÔNDRIO O pericôndrio é uma bainha de tecido conjuntivo que cobre a maior parte da cartilagem. É composta por uma camada fibrosa externa e uma camada celular interna que secreta matriz extracelular. Ela é vascularizada, fornecendo nutrientes para a cartilagem. Suas funções são de servir como fonte de novos condrócitos para o crescimento, além da nutrição da cartilagem. Externa: fibrosa (colágeno tipo I), com fibroblastos e vasos sanguíneos; Interna: celular (células condrogênicas). TIPOS DE CARTILAGEM CARTILAGEM HIALINA A cartilagem hialina é a mais abundante no corpo e é composta principalmente por fibras de colágeno tipo II. Podem ser encontrados na superfície articular dos ossos, anéis dos brônquios e traqueia, nariz e laringe. Esta cartilagem constitui o molde de muitos ossos durante o desenvolvimento embrionário (forma o primeiro esqueleto do embrião). HISTOGÊNESE E CRESCIMENTO DA CARTILAGEM HIALINA A cartilagem hialina é originada de células mesenquimatosas que se reúnem para formar massas densas denominadas centro de formadoras de cartilagem. Essas células se diferenciam em condroblastos e estes passam a secretar matriz extracelular em torno de si. Essa matriz envolve os condroblastos aprisionando-os em lacunas. Os condroblastos aprisionados nas lacunas são chamados de condrócitos, que são capazes de se dividir, formando grupos de duas a quatro células denominados grupos isógenos . As células de um grupo isógeno separam-se umas das outras em lacunas individuais promovendo o crescimento intersticial. As células mesenquimatosas presentes na periferia da cartilagem diferenciam-se em fibroblastos. Estes por sua vez secretam um tecido conjuntivo denso não modelado dando origem ao pericôndrio (camada fibrosa externa formada por fibras colágenas tipo I e a camada interna celular – células condrogênicas). As células condrogênicas do pericôndrio dão origem aos condroblastos, e começam a sintetizar a matriz, caracterizando o crescimento por aposição. Crescimento Intersticial: o crescimento intersticial ocorre somente na fase inicial da formação da cartilagem hialina e nas placas epifisárias dos ossos longos, com orientação paralela ao eixo maior do osso, tornando o osso mais longo.
Crescimento aposicional: o crescimento aposicional estabelece o crescimento de todo o resto da cartilagem do corpo em um processo controlado que pode continuar durante toda a vida da cartilagem.
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CÉLULAS DA CARTILAGEM HIALINA Células Condrogênicas: são células fusiformes originadas de células mesenquimatosas e podem se diferenciar em condroblastos e células osteoprogenitoras. Condroblastos: são originadas de duas fontes: as células condrogênicas da camada celular interna do pericôndrio (crescimento aposicinal) e as células mesenquimatosas (crescimento intersticial). Condrócitos: são condroblastos envolvidos pela matriz extracelular. A matriz extracelular em torno dos condrócitos é pobre em colágeno e rica em condroitino-sulfato, que contribui para a basofilia, metacromasia (capacidade de mudar a cor do corante) e reação PAS+ (para determinar a presença de muco) dessa região (Matriz Territorial); A Matriz Interterritorial é mais rica em colágeno II e pobre em proteoglicanas. MATRIZ DA CARTILAGEM HIALINA É formada por fibras de colágeno tipo II, proteoglicanos e fluidos extracelular. A matriz extracelular é dividida em duas regiões: matriz terterritorial (em torno de cada célula da lacuna, onde há presença de substâncias que se coram mais densamente), rica em colágeno e pobre em proteoglicanos; e a matriz interterritorial (envolve a matriz territorial, que se coram mais claras), pobre em colágeno tipo II e rica em proteoglicanos. OBS: A calcificação é um processo normal e integral da formação endocondral do osso. Ocorre com a degeneração da cartilagem hialina quando os condrócitos se hipertrofiam e morrem. Assim, a matriz começa a calcificar-se. Esse processo está envolvido também no envelhecimento causando uma menor mobilidade e dor nas articulações. A regeneração da cartilagem é pobre, exceto em crianças. Nelas, as células condrogenicas penetram na lesão e forma a nova cartilagem. Quando a lesão é grande, as células formam um tecido conjuntivo denso, afim de reparar a lesão.
SUPERFÍCIE ARTICULAR Membrana Sinovial: Macrófagos (Células A) Fibroblastos (Células B)
Líquido Sinovial: Ácido hialurônico Glicoproteínas (lubricina) Exsudato plasmático
CARTILAGEM ELÁSTICA A cartilagem elástica assemelha-se a cartilagem hialina exceto por possuir fibras elásticas na matriz e no pericôndrio. Está presente no pavilhão da orelha, tuba auditiva interna e externa, epiglote e laringe. A camada fibrosa externa do pericôndrio é formada por fibras elásticas. As fibras elásticas estão interpostas por fibras de colágeno tipo II, o que lhe dá uma maior flexibilidade. FIBROCARTILAGEM Ao contrário da cartilagem hialina e elástica, ela não possui pericôndrio e sua matriz possui fibras de colágeno tipo I. Ela está presente nos discos intervertebrais, na sínfise púbica, nos discos articulares e ligadas ao osso. A fibrocartilagem está associada à cartilagem hialina e ao tecido conjuntivo denso que se assemelha. Ela não possui grandes quantidades de matriz, mas poucas fibras de colágeno tipo I. Um exemplo clássico da incidência de fibrocartilagem são discos intervertebrais. Neles, a fibrocartilagem está interposta entre as coberturas da cartilagem hialina, da superfície articular das vértebras sucessivas. Cada disco contém um centro gelatinoso chamado núcleo pulposo (composto por células da notocorda emersas em uma matriz rica em acido hialurônico). Grande parte do núcleo pulposo está envolvida pelo anel fibroso, o qual dá resistência contra forças de tração enquanto o núcleo resiste a forças de compressão.
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OBS: O disco intervertebral rompido significa o rompimento do anel fibroso através do qual o núcleo pulposo faz extrusão. Esta condição ocorre principalmente na região lombar das costas, quadro conhecido como hérnia de disco, causando dor grave e intensa na região dorsal e inferior devido ao deslocamento do núcleo, o qual passa a comprimir os nervos espinhais inferiores. HISTOGÊNESE DAS CÉLULAS CARTILAGINOSAS EM GERAL Origem Mesenquimatosa (células-tronco): As cartilagens são inicialmente formadas no embrião a partir de células do mesênquima, que sofrem ação de hormônios diferenciantes. Com isso, essas células mesenquimáticas retraem seus prolongamentos e tornam-se arredondadas. Maturação: As células multiplicam-se e formam aglomerados de células com citoplasma basófilo, semelhantes aos condroblastos, mas ainda com pouca matriz. Formação de Condroblastos e da Matriz: inicia-se a síntese de matriz, afastando os condroblastos uns dos outros e aprisionando-os em lacunas dentro da matriz. Diferenciação: As células aprisionadas passam a se chamar condrócitos que ainda se dividem, formando grupos de 2 ou mais células (grupos isógenos). MECANISMOS DE REGULAÇÃO
OBS:
Mulher: na puberdade, a mulher produz muito estradiol, inibindo praticamente a produção de matriz extracelular. Homem: produz testosterona, que estimula mais a síntese de matriz. Bebês e Infantes: diz-se que é saudável tomar banhos de Sol para que haja uma maior absorção de vitamina D no tecido cartilaginoso e ósseo.
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HISTOLOGIA: TECIDO ÓSSEO Os ossos formam o esqueleto, estrutura essencial de sustentação do corpo humano. Ele também protege órgãos vitais como o encéfalo, medula espinhal, coração e pulmão além de servir de local para inserção de músculos, participando do sistema locomotor e participar do armazenamento de minerais, principalmente o cálcio. Os ossos contêm uma cavidade interna que abriga a medula óssea, órgão hematopoiético responsável pela produção das células do sangue. Todos os ossos são recobertos, tanto na superfície interna como na externa, por camadas de tecido contendo células osteogênicas. Internamente, tem-se o endósteo (tecido conjuntivo frouxo), que contém uma camada de células osteogênicas e osteoblastos. Externamente, o osso é revestido pelo periósteo (tecido conjuntivo denso), que nele é composto por fibras externas de colágeno tipo I e substância fundamental rica em proteoglicanos e glicoproteínas.
MATRIZ ÓSSEA A matriz óssea, considerada como material extracelular calcificado, é constituída por componentes orgânicos e inorgânicos. Como não existe a difusão de substancias através da matriz calcificada do osso, a nutrição dos osteócitos depende de canalículos que perfuram esta matriz. Esses canalículos possibilitam as trocas de moléculas e íons entre os capilares sanguíneos e os osteócitos. COMPONENTE INORGÂNICO A parte inorgânica dos ossos constitui cerca de 65% de seu peso seco. Os principais constituintes são: cálcio, fósforo, magnésio, citratos e bicarbonato. O cálcio e fósforo estão presentes na forma de cristais de hidroxiapatita que esta ordenada entre as fibras de colágeno tipo I dando ao osso força e dureza. Os cristais atraem água formando a capa de hidratação, permitindo trocas de íons com o fluido extracelular. COMPONENTE ORGÂNICO O componente orgânico do osso é composto principalmente por fibras de colágeno tipo I, mas também é possível identificar outras estruturas como glicosaminoglicanos sulfatados (condroitino-sulfato e queratan-sulfato). Estes glicosaminoglicanos se ligam covalentemente formando os proteoglicanos curtos. Estes por sua vez se ligam ao ácido hialurônico formando os compostos de agrecanos. É possível também identificar a presença de glicoproteínas (osteocalcina, osteopontina e sealoproteína). CÉLULAS DO TECIDO ÓSSEO CÉLULAS OSTEOPROGENITORAS As células osteoprogenitoras são originárias das mesenquimatosas embrionárias, elas têm a capacidade de realizar mitose e se diferenciar em osteoblastos. Em condições de baixa de oxigênio, essas células podem diferenciar-se em células condroblásticas. As células osteoprogenitoras são mais abundantes no período de crescimento ósseo intenso. OSTEOBLASTOS Os osteoblastos são produzidos a partir da diferenciação das células osteoprogenitoras, sua principal função é a secreção de matriz óssea orgânica (fibras colágeno tipo I, proteoglicanos, glicosaminoglicanos). Estão localizados na superfície dos ossos como células colunares ou cuboides (semelhante a um arranjo de epitélio simples). Além disso, os osteoblastos lançam prolongamentos curtos que entram em contato para formar as junções comunicantes. Ao fazer a exocitose da matriz óssea, os osteoblastos vão se envolvendo por essa matriz, ficando situados em regiões denominadas lacunas, para formar os osteócitos. A maior parte da medula óssea vai ser calcificada entre a matriz e os osteoblastos formando-se uma camada delgada que os separam: o osteoide. 19
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Essas células possuem receptores ainda para hormônios paratireoidianos. Quando esse hormônio se liga aos receptores, as células secretam ligante osteoprotegerina (OPGL), um fator indutor da diferenciação dos préosteoclastos em osteoclastos, como o fator osteoclastoestimulante, que ativa os osteoclastos a reabsorverem ossos.
OSTEÓCITOS Os osteócitos são células ósseas maduras derivadas dos osteoblastos que ficaram aprisionados dentro das lacunas (um osteócito apenas por lacuna) da matriz extracelular calcificada. Das lacunas, irradiam canalículos que abrigam os prolongamentos citoplasmáticos dos osteócitos. Esses prolongamentos entram em contato entre si, formando junções comunicantes, permitindo a comunicação de íons e pequenas moléculas. Os osteócitos são essenciais para a produção da matriz óssea, e sua morte é seguida por reabsorção da matriz. OSTEOCLASTOS São células gigantes e multinucleadas derivadas de um precursor na medula óssea comum com os monócitos: a célula progenitora granulócita macrófago. Os osteoclastos desempenham papel na reabsorção óssea (participam dos processos de remodelação dos ossos) e estão localizadas nas lacunas de Howship. Um osteoclasto está dividido em 4 regiões: Zona Basal: maior concentração de organelas. Está mais distante das lacunas de Howship. Borda Ondulada: é a parte da célula responsável pela reabsorção óssea. Ela possui projeções digitiformes, fazendo-a mudar continuamente de forma ao se projetarem, formando o compartimento subosteoclástico. Zona Clara: está localizada na periferia da borda ondulada. Possui muitos filamentos de actina que formam o anel de actina, contribuindo para as integrinas da plasmalema da zona clara manter contato com a periferia óssea da lacuna de Howship. Zona Vesicular: está localizada entre a zona basal e a borda ondulada. É rica em vesículas endocíticas e exocíticas que transportam enzimas lisossômicas para o compartimento subosteoclástico. MECANISMO DE REABSORÇÃO OSSEA Dentro dos osteoclastos, a enzima anidrase carbônica catalisa a informação de acido carbônico a partir de água e CO2. Na célula, o acido carbônico dissocia-se em H + e HCO-3. Os íons bicarbonato, juntamente com o Na + cruzam o plasmalema da borda ondulada e penetram nos capilares próximos. As bombas de H + presentes na borda ondulada transportam ativamente o íon H+ para o compartimento subosteoclasto, reduzindo o pH do microambiente. Com isso, a matriz é dissolvida devido à acidez e os minerais vão para os osteoclastos, e destes para a corrente sanguínea. Hidrolases, metaloproteinases lisossômicas como a colagenase e a gelatinase, secretadas pelo osteoclastos, degradam os componentes da matriz óssea, facilitando a sua absorção. CONTROLE HORMONAL DA REABSORÇÃO OSSEA A atividade de reabsorção óssea dos osteoclastos é regulado por dois hormônios: o paratormônio (estimula os osteoblastos a liberar OPGL, estimulando, assim, a ação dos osteoclastos) e a calcitonina, produzidos respectivamente pela paratireoide e tireoide. Além disso, participam desse controle: o estrógeno, o GH/IGF, 1,25-diidroxivitamina D, etc. ESTRUTURA DO OSSO Os ossos são classificados de acordo com sua forma anatômica Ossos Longos: Corpo situado entre duas cabeças. Ex: Tíbia Ossos Curtos: Possuem aproximadamente mesma largura e comprimento. Ex: Ossos do Carpo Ossos Chatos: São achatados delgados semelhantes a placas. Ex: Ossos da caixa Craniana Ossos Irregulares: Tem forma irregular. Ex: Esfenoide e Etmoide Ossos Sesamoides: Formam-se dentro de tendões. Ex: Patela OBSERVAÇÃO MACROSCÓPICA DO OSSO Em uma observação mais atenta aos ossos é possível classificar os ossos em compactos e esponjosos. Além disso, é possível identificar nos ossos esponjosos as trabéculas e espículas. Estas se projetam da a superfície interna do osso compacto para a cavidade da medula. A medula óssea é composta por dois tipos: medula óssea vermelha, produtora de células do sangue e a medula amarela constituída principalmente por gordura. O corpo de um osso longo é composto por duas epífises separadas pela diáfise. Em pessoas em crescimento é possível identificar a placa epifisária, que separa a diáfise da epífise. 20
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A superfície articular dos ossos é revestida por cartilagem hialina, altamente polida, que reduz a fricção dos ossos que se articulam. A placa epifisária e a metáfise são responsáveis pelo crescimento do osso em comprimento. A diáfise é coberta pelo periósteo exceto nos tendões e onde os músculos se inserem no osso e na superfície articular dos ossos. O periósteo é formado por tecido conjuntivo denso não-modelado, rico em fibras colágenas e são fixas nos ossos pelas fibras de Sharpey. A camada externa ajuda a distribuir o suprimento sanguíneo enquanto a camada celular interna possui células osteoprogenitoras e osteoblastos.
OBSERVAÇÕES MICROSCÓPICAS Na observação microscópica é possível identificar dois tipos de ossos: Primário e secundário. Primário (Imaturo / não lamelar): é o primeiro osso a se formar durante o desenvolvimento fetal e durante a reparação óssea. Ele é rico em osteócitos e em feixes de colágeno não modelado, que, mais tarde serão substituídos por osso secundário. Secundário (maduro / lamelar): é osso maduro composto por lamelas paralelas ou concêntricas. Nesses ossos apresentam trabéculas que se ligam com lacunas vizinhas formando uma rede de canais intercomunicantes, que facilitam o fluxo de nutrientes hormônios, íons e produtos do catabolismo dos e para os osteócitos. SISTEMAS LAMELARES DO OSSO COMPACTO SECUNDÁRIO Nesse tipo de osso, existem quatro tipos de sistema de lamelas: Lamelas Circunferenciais externas e internas, Sistema do Canal de Havers (osteon) e Lamelas intersticiais. 1. Lamelas Circunferenciais externas: estão situadas logo abaixo do periósteo. Formam a região mais externa da diáfise e contém fibras de Sharpey que ancoram o periósteo ao osso. 2. Lamelas Circunferênciais internas: envolvem completamente a cavidade da medula óssea. Delas projetamse trabéculas para a cavidade da medula. 3. Sistema de Canal de Havers: cada sistema é composto por cilindros de lamelas dispostas concentricamente em torno de um espaço vascular denominado Canal de Havers . Dentro de cada lamela, os feixes de colágeno são paralelos, mas com orientação perpendicular ao das lamelas adjacentes. Cada canal de Havers é forrado por uma camada de osteoblastos e células osteoprogenitoras, que abrigam um feixe neurovascular com tecido conjuntivo associado – são os canais de Volkmann (unem os canais de Havers de osteons adjacentes). 4. Lamelas Intersticiais (intermediárias): estão localizadas entre os osteons e estão envolvidas por linhas cimentantes (uma delgada camada que envolve tanto os osteons quanto as lamelas intersticiais), compostas principalmente por fibras de colágeno e substancia fundamental calcificada. 21
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HISTOGÊNESE DO OSSO Durante o desenvolvimento embrionário, a formação do osso pode ocorrer de duas maneiras: intramembranosa ou endocondral. O primeiro osso a se formar é o osso primário, que mais tarde será reabsorvido e substituído pelo secundário, que permanece por toda vida e é reabsorvido lentamente. FORMAÇÃO OSSEA INTRAMEMBRANOSA É o processo que ocorre na maioria dos ossos chatos (ossos frontal, parietal, partes do occipital e do temporal), maxilares, além de contribuir para o crescimento dos ossos curtos e para o crescimento em espessura dos ossos longos. Esse processo ocorre dentro do tecido mesenquimatoso, que é ricamente vascularizado. As células mesenquimatosas se diferenciam em osteoblastos e estes passam a secretar a matriz óssea formando uma malha de espículas entreabertas. Esta região de osteogênese é denominada centro primário de ossificação. A calcificação segue-se rapidamente após a formação do osteoide. Os osteoblastos presos em sua matriz tornam-se osteócitos. Tecido mesenquimal diferenciado células osteoprogenitoras osteoblastos espículas, trabéculas osteócito
A continuidade da atividade mitótica das células mesenquimatosas dá origem às células osteoprogenitoras indiferenciadas que dão origem aos osteoblastos. Com o estabelecimento da rede de trabéculas, o tecido conjuntivo vascularizado situado nos interstícios transforma-se em medula óssea. A parte da membrana conjuntiva que não sofre ossificação passa a constituir o endósteo e o periósteo.
FORMAÇÃO OSSEA ENDOCONRAL A maioria dos ossos longos e curtos forma-se por este tipo de ossificação, que ocorre em duas etapas: Forma-se um molde de cartilagem hialina em miniatura: a cartilagem hialina sofre modificações, havendo hipertrofia dos condrócitos, redução da matriz cartilaginosa a finos tabiques, sua mineralização e a morte dos condróctios por apoptose. O molde de cartilagem cresce e serve de esqueleto estrutural para desenvolvimento do osso, sendo reabsorvida e substituída por este osso: as cavidades previamente ocupadas pelos condrócitos são invadidas por capilares sanguíneos e células osteogênicas vindas do conjuntivo adjacente. Essas células diferenciam-se em osteoblastos, que depositarão matriz óssea sobre os tabiques de cartilagem calcificada. Desse modo, aparece tecido ósseo onde antes havia tecido cartilaginoso sem que ocorra transformação deste tecido naquele; os tabiques de matriz calcificada da cartilagem servem apenas de ponto de apoio à ossificação. ACONTECIMENTOS NA FORMAÇÃO ÓSSEA ENDOCONDRAL 1) Na região em que haverá formação óssea no embrião, desenvolve-se a cartilagem hialina, podendo esta desenvolver-se pelo crescimento intersticial ou pelo crescimento por aposição. Os condrócitos da cartilagem se hipertrofiam, acumulam glicogênio em seu citoplasma, dilatando suas colunas. 2) Concomitantemente, a região média da diáfise da cartilagem torna-se vascularizada. Quando isto ocorre, o pericôndrio transforma-se em periósteo e as células condrogenicas em osteoprogenitoras. 3) Sobre a superfície do molde cartilaginoso, osteoblastos secretam matriz óssea formando um colar ósseo subperiósteo por ossificação intramembranosa. 4) Esse colar ósseo impede a difusão de nutrientes para os condrócitos hipertrofiados, causando sua morte. Este processo é responsável pela presença de lacunas, formando várias cavidades (como a futura cavidade da medula óssea). 22
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5) Os osteoblastos escavam furos no colar ósseo, permitindo que um botão periósteo, composto por células osteoprogenitoras, células hematopoiéticas e vasos sanguíneos penetrem nas cavidades dentro do molde da cartilagem. 6) As células osteoprogenitoras diferenciam-se em osteoblastos, que passam a secretar matriz óssea formando um complexo cartilagem calcificada/osso calcificado. 7) Os osteoclastos começam a reabsorver o complexo dilatando a cavidade da medula. Com a continuação desse processo, a diáfise da cartilagem é substituída por osso, exceto nas placas epifisárias.
ACONTECIMENTOS QUE OCORREM NO CENTRO SECUNDÁRIO DE OSSIFICAÇÃO Os centros secundários de ossificação começam a formarem-se nas epífises em ambas as extremidades do osso. Células osteoprogenitoras invadem a cartilagem da epífise, diferenciam-se em osteoblastos e começam a secretar matriz óssea sobre o esqueleto cartilaginoso. Estes acontecimentos ocorrem, e a cartilagem é substituída por osso, exceto na cartilagem articular e na placa epifisária. CRESCIMENTO DO OSSO EM COMPRIMENTO Os condrócitos da placa epifisária proliferam e participam do processo de formação óssea endocondral. Essa proliferação ocorre no lado epifisário e a substituição por osso se dá do lado diafisário da placa. A placa epifisária (que fica entre a epífise e a diáfise) é dividida em cinco zonas: Zona de Repouso (Cartilagem de Reserva): Onde existe cartilagem hialina sem qualquer alteração morfológica. Os condrócitos na matriz possuem alto potencial em atividade mitótica. Zona de Proliferação: condrócitos em proliferação rápida formando grupos isogênicos em fileiras ou colunas paralelas no sentido longitudinal do osso. Zona de Maturação e Hipertrofia: os condrócitos amadurecem, hipertrofiam e acumulam glicogênio e lipídios no citoplasma. Os condrócitos entram em apoptose. Zona de Calcificação: ocorre a mineralização dos delgados tabiques de matriz cartilaginosa e termina a apoptose dos condrócitos. Zona de Ossificação: esta é a zona em que aparece tecido ósseo. Capilares sanguíneos e células osteoprogenitoras originadas do periósteo invadem as cavidades deixadas pelos condrócitos mortos. As células osteoprogenitoras se diferenciam em osteoblastos, que formam uma camada contínua sobre os restos da matriz cartilaginosa calcificada. Sobre esses restos de matriz cartilaginosa, os osteoblastos depositam a matriz óssea. A matriz óssea calcifica-se e aprisiona os osteoblastos, que se transformam em osteócitos. Desse modo, formam-se as espículas ósseas, com uma parte central de cartilagem calcificada e uma parte superficial de tecido ósseo primário. CRESCIMENTO DO OSSO EM LARGURA O crescimento da diáfise em circunferência se dá por crescimento por aposição. As células osteoprogenitoras da camada osteogênica do periósteo proliferam e se diferenciam em osteoblastos, que começam a depositar matriz óssea sobre a superfície subperiosteal do osso. CALCIFICAÇÃO ÓSSEA A calcificação começa quando há deposição de fosfato de cálcio sobre a fibrila de colágeno. Esta calcificação é estimulada por alguns proteoglicanos e pela osteonectina. Os osteoblastos liberam vesículas contendo íons Ca2+ e PO3-4, cAMP, ATP, pirofosfatase, proteínas ligantes de cálcio e fosfosserina. A membrana da vesícula da matriz possui numerosas bombas de cálcio, que transportam íons Ca 2+ para dentro da vesícula. Com o aumento da concentração desse íon, ocorre cristalização e o cristal de hidroxiapatita em crescimento rompe a membrana estourando a vesícula da matriz, liberando seu conteúdo. A alta concentração de hidroxiapatita de cálcio, liberada pelas vesículas, agem como ninhos de calcificação, e juntamente com a presença de fatores de calcificação e proteínas ligantes de cálcio, promove a calcificação da matriz. REMODELAÇÃO ÓSSEA No adulto, a formação e a reabsorção de osso permanecem em equilíbrio, enquanto o osso é remodelado para atender às forças aplicadas sobre ele. Entretanto, o osso cortical e o osso esponjoso não são remodelados da mesma maneira, pois os osteoblastos e as células osteoprogenitoras do osso esponjoso estão contidos dentro dos limites da medula óssea, e por isso, estão sob influencia direta das células da medula. A estrutura interna do osso adulto é remodelada continuamente com novo osso sendo formado e o osso morto ou o que está morrendo, sendo absorvidos. Este processo está relacionado aos seguintes fatos: Os sistemas de Havers são substituídos continuamente. 23
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O osso precisa ser reabsorvido em uma área e ser adicionado em outra para adequar-se às mudanças das tensões exercidas sobre ele (peso, postura, fraturas, etc.).
OBS: as lamelas intersticiais observadas no osso adulto são restos de sistemas de Havers remodelados. FRATURAS Após uma lesão, osso sofre uma séria de processos de reparo (formação óssea intramembranosa e endocondral) responsável pela volta de sua integridade. A) Vasos sanguíneos são rompidos perto da fratura e a hemorragia causada é a responsável pela formação de um coágulo de fibrina, interrompendo o suprimento vascular. B) O coágulo sanguíneo que preenche o local da fratura é invadido por pequenos capilares e por fibroblastos provenientes do tecido conjuntivo circundante, havendo a formação de tecido de granulação e a migração de células inflamatórias é intensa. Além disso, há a liberação de mediadores químicos e fatores de crescimento. C) O coágulo é invadido por células osteoprogenitoras provenientes do endosteo, formando um calo de osso trabecular. A camada mais profunda das células osteoprogenitoras em proliferação se diferenciam em osteoblastos e começam a produzir um colar ósseo, aderindo-se ao osso morto. Outras células osteoprogenitoras (com pouca oxigenação) se diferenciam em condroblastos, gerando uma camada intermediária de cartilagem. D) Toda a cartilagem recém-formada passa a ser substituída por osso primário formado por ossificação endocondral, unindo os fragmentos de ossos por pontes de osso esponjoso, sendo necessário remodelar o local da lesão. Com isso, há substituição do osso primário por secundário e o desaparecimento do calo. Todo o osso morto acaba sendo reabsorvido por osteoclastos e substituído por osteoblastos que invadiram a região.
FATORES QUE DETERMINANTES DO PICO DE MASSA ÓSSEA Tipo de receptor herdado para vitamina D Estado nutricional Intensidade de atividades físicas Estado hormonal CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES Diartroses ou Articulações Sinoviais: são articulações móveis que permitem movimentos amplos. Sua estrutura é complexa e devemos identificar: Cavidade articular : onde encontramos a sinóvia (membrana sinovial que forra internamente a cavidade articular), superfícies ósseas articulares, cartilagem articular (que reveste a superfície óssea articular e a cápsula articular). Nas diartroses devemos identificar formações fibrocartilaginosas que são: Lábios (orlas ou rodetes) comumente encontrados na articulação escápulo-umeral como é o caso do lábio glenoidal; discos, encontrados nas articulações clavículo-esternal e têmporo-mandibular, e meniscos, encontrados nas articulações dos joelhos, descrevem a forma de meia lua. Sinartroses ou Articulações Fibrosas: As articulações fibrosas incluem todas as articulações nas quais os ossos são mantidos por tecido conjuntivo fibroso também conhecido como ligamento sutural. Sincondroses: cartilagem do tipo hialina que, com o passar do tempo (fim do crescimento), ossificam, passando a se chamar sinostoses. Sindesmoses: articulações fibrosas localizadas entre os ossos longos do esqueleto apendicular do antebraço e da perna.
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Nanismo: retardo do crescimento em crianças com deficiência de vitamina D, sem a qual, a mucosa intestinal não absorve cálcio. Gigantismo: crescimento exagerado dos ossos em crianças. Acromegalia: ocorre nos adultos com excesso de secreção de somatotrofina, causando um espessamento anormal dos ossos. Osteoporose: diminuição da massa óssea devido à queda dos níveis de estrógeno, diminuindo a atividade de osteoblastos. Com isso, a reabsorção óssea por meio dos osteoclastos passa a ser maior. Raquitismo: ocorre em crianças com deficiência em vitamina D. Distúrbios na calcificação das cartilagens, ossos deformados. Osteomalácia: deficiência de vitamina D em adultos. Tumores ósseos: Condromas (benigno) Condrossarcomas (maligno) Osteomas (benigno) Osteossarcomas (maligno)
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FISIOLOGIA: TRANSMISSÃO NEUROMUSCULAR UNIDADE MOTORA Uma fibra muscular é inervada por um único motoneurônio, mas um motoneurônio pode inervar várias fibras musculares (o que prova que a secção de apenas um segmento medular não corresponde, obrigatoriamente, à paralisia de um músculo, mas apenas uma paresia, ou seja, fraqueza). Portanto, uma unidade motora pode ser definida como um só neurônio motor alfa mais as fibras musculares que ele inerva. As fibras musculares de uma mesma unidade motora ficam muito dispersas por todo o músculo. Quando é necessário um controle muscular fino e preciso, tal como nos músculos extraoculares ou nos pequenos músculos da mão, as unidades motoras só têm poucas fibras musculares. Entretanto, nos grandes músculos dos membros, tais como o glúteo máximo, onde não é necessário controle preciso, um nervo motor único pode inervar várias centenas de fibras musculares. A existência de permite, ainda, que haja o revezamento para economia de energia determinando quantas e quais unidades serão usadas. Dos diversos tipos de unidade, podemos destacar: Unidade motora R ou Fast fatigable (FF): fibra muscular de grande força e baixo tempo contrátil; larga, grande e “branca”. Apresenta motoneurônios grandes com axônios calibrosos, com alto limiar de excitabilidade, de
condução e de frequência de disparo. Contudo, apresentam baixa resistência à fadiga. Realizam, praticamente, um metabolismo anaeróbico (sendo muito pobre em mitocôndrias e em mioglobinas e, por esta razão, são chamadas de fibras brancas), convertendo glicose até lactato. Unidade motora L ou S low (S): fibra muscular de pequena força e tempo contrátil; curta, fina e “vermelha”. Apresenta motoneurônios pequenos com axônios finos, com baixo limiar de excitabilidade, de condução e de frequência de disparo. Contudo, apresenta alta resistência à fadiga. Faz metabolismo aeróbico (apresenta mitocôndrias e mioglobina, demonstrando-se avermelhada), que quebra a glicose por meio do ciclo de Krebs e Cadeia respiratória. São capazes também de consumir ácidos graxos por meio da β -oxidação. Unidade motora Intermediária ou Fast, F atig able R esis tent (FFR): intermediária entre as anteriores.
OBS45: O treinamento constante faz com que a fibra muscular produza mitocôndrias cada vez mais, o que gera um condicionamento físico adaptativo. Isto quer dizer que, com o passar do desenvolver da atividade física, o indivíduo se torna cada vez mais capaz de realizar tal atividade com mais facilidade e menos desgaste físico. JUNÇÕES NEUROMUSCULARES NO MÚSCULO ESQUELÉTICO Assim que cada grande fibra mielinizada alfa chega a um músculo esquelético, ele se ramifica por várias vezes. O número de ramos depende das dimensões da unidade motora. Um ramo isolado, em seguida, termina sobre uma fibra muscular, no local referido como junção neuromuscular (mioneural) ou placa motora. A maioria das fibras musculares é inervada por apenas uma placa motora. Ao chegar à fibra muscular, a fibra nervosa perde sua bainha de mielina e se ramifica em terminações muito finas. O axônio expandido e sem revestimento ocupa uma goteira na superfície da fibra muscular (cada goteira é formada pela invaginação do sarcolema). O assoalho desta goteira é formado por numerosas pregas ( pregas juncionais ) que servem para aumentar a área de superfície do sarcolema que fica próxima do axônio sem revestimento. O espaço entre o sarcolema e o terminal sináptico chama-se fenda sináptica. A placa motora é reforçada pela bainha de tecido conjuntivo da fibra nervosa, o endoneuro, que se torna contínua com a bainha de tecido conjuntivo da fibra muscular, o endomísio. Tem-se então que a Placa Motora = Membrana nervosa + Fenda sináptica + Membrana muscular . ACOPLAMENTO EXCITAÇÃO-CONTRAÇÃO Na placa motora (ou mioneural), região em que há a relação do neurônio motor α com a fibra muscular por ele inervada, assim que chega o potencial de ação (com
abertura de canais de Ca2+ regulados por voltagem no axônio), ocorre a liberação de vesículas contendo acetilcolina. A região muscular associada à placa motora apresenta receptores nicotínicos que quando a acetilcolina se liga leva a abertura de canais colinérgico que permite a entrada apenas de íons positivos como Ca2+, Na+ e K+, uma vez que possui cargas negativas na abertura levando a uma despolarização da célula motora (potencial da placa motora). Este potencial de ação leva a abertura de canais de Ca 2+ volt26
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dependentes nos túbulos T, que promovem um efluxo considerável destes íons a partir dos retículos sarcoplasmáticos, gerando uma mudança na conformação da actina e miosina que compõe a fibra muscular, o que determina a contração. O retorno do cálcio para o retículo, para que cesse a contração, se dá pela presença de uma enzima, cálcio sequestrina, que atrai o íon e também por uma bomba de cálcio presente no membrana do retículo sarcoplasmático. Uma vez que a acetilcolina tenha cruzado a fenda sináptica e ativado os canais iônicos na membrana póssináptica, ela é imediatamente hidrolisada pela enzima acetilcolinesterase (AchE), o acetil é metabolizado e a colina é reabsorvida por células satélites para formação de mais acetilcolina. Após a redução das concentrações de ACh na fenda, os canais iônicos se fecham. Ao redor das miofibrilas, permitindo a comunicação do meio intracelular como líquido extracelular, existe uma rede de túbulos, os túbulos T. Os túbulos T se ligam às cisternas terminais do retículo sarcoplasmático, e o potencial de ação da membrana também propaga ao longo do seu trajeto provocando a contração muscular. O potencial rapidamente se propaga entre os túbulos através do sarcolema liberando uma grande quantidade de íons cálcio que estão presentes dentro dos túbulos e se espalham entre as miofibrilas causando a contração, esta permanece enquanto houver cálcio disponível no meio. O sequestro de cálcio para o retículo sarcoplasmático por meio da calsequestrina e bomba de cálcio com gasto de energia nos túbulos T, faz com que a contração seja interrompida. OBS1: Na medida em que se acrescentam maiores concentrações de Ca 2+ na fibra muscular, esta apresenta, cada vez mais, uma maior força de concentração, até chegar ao seu limite específico. OBS2: A sequência de eventos que ocorrem na placa motora pela estimulação do nervo motor pode ser resumida do modo a seguir: ACh Receptor para ACh do tipo nicotínico e abertura dos canais regulados pela ACh Influxo de Na + Geração do potencial da placa motora. Potencial da placa motora (se for suficientemente grande) Abertura dos canais regulados de Na + Influxo de Na + Geração de potencial de ação muscular. Potencial de ação muscular Liberação aumentada de Ca 2+ Contração da fibra muscular. Hidrólise imediata da acetilcolina pela AchE Fechamento dos canais regulados pela ACh Repolarização da fibra muscular. OBS3: Caso haja uma alta frequência de impulsos nervosos as vesículas de acetilcolina são diminuídas de tal forma que os impulsos deixam de ser transmitidos à fibra muscular, é o chamado Fator de Segurança, que leva à fadiga da junção neu romuscular.
Há três tipos de drogas que influenciam na transmissão da junção neuromuscular. Estimulam por ação semelhante à acetilcolina No caso desses fármacos chegarem ao sítio receptor da placa, eles podem produzir as mesmas alterações que a acetilcolina, imitando suas ações. Quando uma contração se cessa as áreas despolarizadas geradas por elas pelo vazamento de íons promove um novo potencial de ação. Alguns exemplos são a nicotina, o carbacol e a metacolina, e levam ao estado de espasmo muscular . Estimulam inativando a acetilcolinesterase Essas drogas, ao inativarem a acetilcolinesterase, fazem com que haja o acúmulo de acetilcolina no espaço sináptico estimulando sem parar a fibra, provocando também espasmos que podem até levar à morte por asfixia caso ocorra na laringe. As drogas são: neostigmina e fisostigmina, que permanecem inativando por horas, e o fluorofosfato de diisopropil , que permanece até por semanas. Bloqueiam a transmissão Outros fármacos competem com a acetilcolina (agentes bloqueadores competitivos), que são as drogas curariformes tais como a tubocurarina, que faz com que o músculo esquelético relaxe e não se contraia pois impede que acetilcolina se ligue ao canal colinérgico.
Miastenia Gravis Anticorpos atacam os íons sódio controlados pela acetilcolina, assim, as fibras nervosas não conseguem enviar sinais suficientes para a contração da fibra muscular. Faz-se o uso de drogas anticolinesterásicas para acúmulo de acetilcolina. Em casos graves pode causar morte por paralisia dos músculos respiratórios. A Miastenia Gravis deve ser diferenciada de outra síndrome miastênica bastante conhecida, que é a síndrome de Eaton-Lambert. Síndrome de Eaton-Lambert Reflexos reduzidos ou abolidos Disautonomias como boca seca e importância Anticorpos contra canais de Cálcio présinápticos Padrão incremental
Miastenia Gravis Reflexos mantidos Ausente Anticorpo contra receptor pós-sináptico de acetilcolina
Padrão decremental
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FISIOLOGIA: CONTRAÇÃO DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO ANATOMIA FISIOLÓGICA DO MUSCULO ESQUELÉTICO As células do músculo estriado, chamadas fibras musculares, são compostas por milhares de miofibrilas que, por sua vez, se constituem de actina e miosina, responsáveis pela aparência estriada do músculo e dispostas em sarcômeros. A disposição desses miofilamentos no sarcômeros se dá da seguinte maneira: São delimitados pelos Discos Z, filamentos de proteína que cruza a miofibrila e onde se ligam os filamentos de actina transversalmente; Faixas I só possuem actina, são as regiões claras dos sarcômeros; As Faixas A são compostas de miosina e actina interdigitadas, ficam entre as faixas I e são constantes em tamanho na contração; A Faixa H é composta apenas por miosina e é central à faixa A; A Linha M é onde os filamentos de miosina se prendem, é central à Faixa H.
O que mantem a união dos filamentos de actina e miosina são proteínas flexíveis que atuam como arcabouço chamadas titinas. As miofibrilas estão suspensas no sarcolema, líquido intracelular rico em potássio, magnésio e fosfato, além de inúmeras mitocôndrias para fornecimento de energia (ATP) e o retículo sarcoplasmático que as circundam.
MECANISMO MOLECULAR DA CONTRAÇÃO MUSCULAR A contração muscular ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina e miosina, que se comunicam através das pontes cruzadas, na presença de íons cálcio e com gasto de ATP. O filamento de miosina possui dois tipos de cadeias, a pesada, que vai formar a cauda da miosina em dupla hélice e no fim terá uma projeção, e a cadeia leve, localizada ao redor dessas projeções formando a cabeça da miosina. As projeções são flexíveis e é nela que ocorre a comunicação com o filamento de actina por meio das pontes cruzadas . Na cabeça ainda encontra-se uma enzima ATPase responsável por gerar energia para sua flexão e extensão promovendo movimento entre os filamentos. Já o filamento de actina é composto por uma dupla hélice de actina, que possui um sítio ativo com ADP onde interagirá com as pontes cruzadas, e tropomiosina, que recobre os locais ativos da actina durante o repouso. A troponina é formada por 3 subunidades, troponina I, C e T , que liga-se à tropomiosina. A subunidade I se liga à actina, a T à tropomiosina e a troponina C é o local onde os íons cálcio se ligam, estimulando o aprofundamento da tropomiosina descobrindo assim os sítios ativos da actina permitindo o deslizamento entre os filamentos. 28
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Com a área ativa da actina descoberta, inicia-se o movimento de força das cabeças da miosina em direção aos braços. A energia do ATP clivado é armazenada e quando há inclinação da cabeça da miosina o Pi liberado da miosina se solta e liga ao ADP de uma nova área ativa da actina, assim sucessivamente.
TENSÃO DA CONTRAÇÃO MUSCULAR A não sobreposição dos filamentos de miosina e actina indicam nenhuma tensão sobre a fibra. A tensão máxima ocorre quando todos os filamentos de actina estão sobrepostos havendo ou não o encontro no centro do filamento de miosina (diferença entre B e C no gráfico). Quando há a aproximação dos dois discos Z com a miosina a tensão ativa da fibra muscular diminui e com a continuidade da contração o encurtamento do sarcômero continua e diminui drasticamente a tensão.
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FISIOLOGIA: CONTRAÇÃO DO MÚSCULO LISO As fibras dos músculos lisos são bem menores quando comparadas com as do músculo esquelético e diferem também quanto ao arranjo físico interno de suas fibras, porém mantém a atração actina-miosina, sem a presença do complexo troponina, para promover a contração e é ativado por íons cálcio com gasto de energia. Existem dois tipos de fibras musculares lisas. O músculo liso multiunitário é constituído por fibras separadas e recobertas por uma membrana basal glicoproteica isolante tornando-as independentes umas das outras, é estimulada principalmente por sinais nervosos, são encontrados no músculo da íris e piloeretores. Já o músculo liso unitário ou sincicial ou, ainda, visceral trata-se de uma massa de fibras em forma de folhetos ou feixes que são ligados por junções comunicantes e atuam em unidade. É encontrado na maior parte das vísceras e o controle é geralmente exercido por estímulos não nervosos.
ORGANIZAÇÃO DAS FIBRAS No músculo liso os filamentos de actina estão em maiores quantidades que os de miosina. Eles partem dos corpos densos, análogos aos discos Z, e se sobrepõem a um único filamento de miosina. Os corpos densos se ligam à células adjacentes, membrana celular e também estão dispersos no interior da célula, e é através deles que a força de contração é transmitida entre as células. As pontes cruzadas das miosinas possuem uma polarização lateral, ou seja, seus lados se dobram para lados diferentes permitindo uma maior contração das fibras em comparação às esqueléticas, quase 3 vezes mais. CARACTERÍSTICAS DO MÚSCULO LISO COMPARADAS AO ESQUELÉTICO As fibras do músculo liso possui diâmetro menor e apresenta contrações prolongadas que podem durar horas, isso se deve à menor atividade da enzima ATPase. O musculo pode manter uma contração prolongada, forte e com baixo consumo de energia, o mecanismo de trava, com estímulo contínuo às fibras seja ele nervoso ou endócrino. A contração prolongada resulta em poucos ciclos de fixação entre as pontes cruzadas e a actina, já promovendo um baixo consumo energético quando comparado ao esquelético. Outra diferença é que uma vez excitado, o músculo liso demora a se contrair e alcançar a contração plena porém a força da contração é igual ou até mesmo maior que o esquelético e o poder de encurtamento também é maior. MECANISMO DE CONTRAÇÃO Como já mencionado, as fibras do músculo liso contém filamentos de actina e miosina responsáveis pela contração. Esta ocorre inicialmente com o aumento da concentração de íons cálcio no meio intracelular que pode acontecer por estímulos neurais, hormonais ou estiramento da célula. O Ca2+ vai se ligar a calmodulina, esse complexo cálcio-calmodulina vai ativar a miosina quinase que por sua vez provoca a fosforilação da cadeia reguladora na cabeça da miosina permitindo, então, a ligação entre actina e miosina gerando a contração muscular. Quando os níveis de cálcio diminuem, uma enzima chamada fosfatase da miosina cliva o fosfato da cadeia leve reguladora que desfosforila-se cessando a interação actina-miosina. O tempo para o relaxamento muscular depende, então, da quantidade de fosfatase ativa na célula. JUNÇÕES NEUROMUSCULARES As fibras nervosas autônomas que inervam o músculo liso não fazem contato direto com as células musculares. Há junções difusas que são responsáveis por secretar substâncias transmissoras que irão se difundir nas células. No axônio há interrupções das células de Schwann, as varicosidades, onde se encontra vesículas como nas placas motoras do músculo esquelético, umas contém acetilcolina e outras norepinefrina. Nas células do músculo liso o estímulo pode ser inibitório ou excitatório, pois possuem os dois receptores, quando a acetilcolina for substancia inibitória, a norepinefrina será excitatória e vice versa. 30
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POTENCIAIS DE AÇÃO DO MÚSCULO LISO VISCERAL Os potenciais de ação do músculo visceral (unitário) ocorrem da mesma forma que no músculo esquelético. O principal responsável para gerar o potencial de ação são os íons cálcio, os íons sódio possuem pouca influência sobre os músculos lisos. Os potenciais ocorrem de duas maneiras: em ponta e em platô Potenciais em Ponta: acontece na maior parte dos músculos lisos unitários, tem curta duração, cerca de 10 50ms, e podem ser desencadeados por estímulos elétricos, hormonal, estiramento, geração espontânea da própria fibra muscular ou substâncias transmissoras de fibras nervosas. Potenciais em Platô: após o inicio da despolarização, a repolarização acontece de forma lenta, pode estar associada ao prolongamento da contração dos músculos lisos como o ureter, vasos e útero em certas condições.
OBS1: A geração espontânea de potencial de ação no músculo liso pode ocorrer devido ao bombeamento de ions positivos que podem gerar ondas lentas que quando alcançarem amplitudes suficientes provocam um ou dois potenciais de ação. Isso desencadeia a contração rítmica da musculatura lisa, como ocorre no intestino.
FUNÇÃO DO CÁLCIO NA CONTRAÇÃO O influxo de cálcio na fibra muscular lisa tanto é responsável diretamente pela contração ligando-se à calmodulina, como também pela despolarização da membrana. A fonte de cálcio para a contração, ao contrário do músculo esquelético, é extracelular, e o tempo necessário para a difusão chama-se período de latência. O fim da contração muscular se dá pelo trabalho ativo das bombas de cálcio que retiram o cálcio de dentro da célula para fora e para dentro do retículo sarcoplasmático. A diminuição do cálcio extracelular essa a contração do músculo. Próximo às membranas da célula encontra-se o retículo sarcoplasmático e na membrana pequenas invaginações, as cavéolas, que fazem contato com o retículo. Ao transmitir um potencial de ação para as cavéolas elas provocam o os túbulos sarcoplasmáticos a liberarem íons cálcio.
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Arlindo Ugulino Netto; Prof. Roberto Guimarães Maia.
ANATOMIA: SISTEMA ESQUELÉTICO O sistema esquelético consiste no conjunto de órgãos rijos e esbranquiçados, denominados ossos, constituídos por um tecido fundamental, o tecido ósseo, os quais quando reunidos formam o esqueleto, responsável por dar à forma do corpo humano e ainda desenvolver várias outras funções.
ESQUELETO Conceito de Esqueleto: conjunto de estruturas responsáveis por constituir o arcabouço de um órgão ou do corpo humano como um todo, e ainda desempenhar diversas outras funções. OBS: O esqueleto do corpo humano é constituído por ossos, porém, órgãos como o coração também exibem esqueleto, não de tecido ósseo e sim de Tecido Conjuntivo Fibroso. FUNÇÕES DO ESQUELETO As principais funções do esqueleto são: Arcabouço Sustentação Locomoção Proteção de órgãos vitais Armazenamento de Íons Hematopoese TIPOS DE ESQUELETO Esqueleto Articulado: onde os ossos se apresentam unidos uns aos outros. Articulado Natural: onde as peças ósseas estão unidas entre si pelos próprios meios de união que os o mantinham unidos quando em vida (cartilagens e ligamentos). Articulado Artificial: onde as peças ósseas estão unidas entre si através de peças de metal. o Articulado Misto: quando na união entre alguns ossos do esqueleto se utilizam os meios naturais, e para o outros se recorre a meios artificiais.
Esqueleto Desarticulado: as peças ósseas estão isoladas umas das outras.
NÚMERO DE OSSOS Número de Ossos Ossos do crânio 08 Ossos da face 14 Coluna vertebral 26 Osso hioide 01 Ossículos da orelha 06 Costelas e esterno 25 Membros superiores 64 Membros inferiores 62 Total 206
O número de ossos pode variar de acordo com os seguintes fatores: Fator etário: na infância a subdivisão de alguns ossos determina um número maior de peças no esqueleto da criança quando comparado ao adulto, já na idade senil, a fusão (através de sinosteoses) que acontece, principalmente, entre os ossos da calota craniana, vai gradativamente diminuindo o número de ossos no esqueleto. Fator individual: compreende uma situação que ocorre em um único indivíduo, alterando o número de ossos no seu esqueleto, como por exemplo, a persistência da sutura frontal no adulto, subdividindo o osso em dois, ou a presença de ossos extranumerários.
DIVISÃO DO ESQUELETO Esqueleto Axial: é constituído pelos ossos que formam o longo eixo do corpo humano: ossos da cabeça, da coluna vertebral, e do tronco. 32
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Esqueleto Apendicular: Está representando pelos ossos que formam o arcabouço dos membros superiores e inferiores. Incluem o cíngulo e a parte livre.
CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS A principal forma de classificar os ossos leva em consideração, o comprimento, largura, e espessura dos mesmos, considerando também as relações entre estas dimensões e a sua influência na determinação da forma do osso. Assim são classificados os seguintes grupos: Ossos Longos: neste grupo há o predomínio do comprimento sobre as outras dimensões. São constituídos por um corpo com uma escavação central, o canal medular; e duas extremidades, as epífises. Excluindo-se a escápula, o osso do quadril, patela, e os ossos do carpo e tarso, todos os demais ossos do esqueleto apendicular dos membros superior e inferior, são ossos longos. Todos os ossos longos são divididos em três partes, o corpo, e duas extremidades dilatadas, as epífises, uma proximal e outra distal. Durante o período de crescimento, entre as epífises e o corpo encontramos um disco de cartilagem, o disco epifisal; esta é a região do osso onde encontramos a denominada metáfise. No centro do corpo encontramos uma escavação: a cavidade medular. Ossos Curtos: observamos que existe um equilíbrio nas três dimensões. Apresentam uma forma que lembra um cubo. Ossos Planos: há o predomínio do comprimento e da largura sobre a espessura. São ossos bastante delgados. Alguns ossos do esqueleto, em razão de suas particularidades morfológicas ou de exigências funcionais, apresentam uma forma incompatível com os grupos antes descritos, havendo então a necessidade do aparecimento de novos grupos: Ossos Irregulares: são ossos envolvidos com funções altamente elaboradas. Sua morfologia complexa é o resultado das exigências funcionais que sempre acompanham os ossos deste grupo. Encontramos ossos irregulares na composição da face, base do crânio, e coluna vertebral. Além desses ossos também apresentam forma irregular o osso hioide, e os ossículos da orelha média. Ossos Pneumáticos: nestes ossos encontramos uma ou mais cavidades, denominadas seios, revestidas por mucosa, e contendo ar no seu interior. Ossos pneumáticos são encontrados no esqueleto axial da cabeça. São ossos pneumáticos: o frontal, as maxilas, etmoide, o esfenoide, e os ossos temporais. Todos os ossos deste grupo se relacionam com cavidades aéreas. A maioria deles está associada à cavidade nasal, a exceção é o osso temporal que se comunica com a orelha média. Ossos Alongados: neles há o predomínio do comprimento sobre as outras dimensões, porém não podem ser classificados como longos, pois são achatados e não exibem canal medular. Entram na composição do arcabouço do tórax, sendo representados pelo osso esterno e pelas costelas. Ossos Sesamoides: apresentam forma semelhante a de uma semente, desenvolve-se a partir da substância de um tendão muscular, ou da cápsula de uma articulação sinovial. A maioria dos sesamoides são também supranumerários. Os ossos sesamoides são encontrados no esqueleto apendicular. A maioria dos ossos sesamoides é extranumerária, encontrados no metacarpo e metatarso. Apenas a patela entra na contagem da série normal.
OBS: O osso hioide não se articula com nenhum outro osso do esqueleto, está suspenso através de músculos e de um ligamento, na face anterior do pescoço, abaixo da mandíbula e acima da laringe. ROTEIRO PARA ESTUDO PRÁTICO OSSO FRONTAL Posição anatômica: face convexa voltada para diante, e a porção do osso que apresenta um recorte (incisura etmoidal) voltada para baixo.
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Divisão anatômica Margens: parietal; supra-orbital; esfenoidal Faces: interna; externa; orbital; temporal Parte nasal Face externa: Arco superciliar Glabela Túber frontal Face interna Sulco do seio sagital superior Crista frontal Face orbital Face temporal Linha temporal Processo zigomático Parte nasal Incisura etmoidal Abertura do seio frontal
OSSO OCCIPTAL Posição anatômica: face côncava para cima e para diante, grande abertura ( forame magno ) voltada para baixo e em direção horizontal.
Divisão anatômica: Margens: mastoidea; lambdoidea. Faces: externa e interna. Porções: escamosa; basilar. Face externa: Forame magno Protuberância occiptal externa Crista occiptal externa Côndilo do occiptal Canal do nervo hipoglosso Canal condilar. Face interna: Clivo Protuberância occiptal interna Crista occiptal interna Fossas cerebrais e cerebelares Sulco do seio sagital superior Sulco do seio transverso
OSSO PARIETAL Posição anatômica: face côncava para o plano mediano, e ângulo mais agudo para baixo e para diante. 34
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Divisão anatômica: Margens: frontal; occiptal; escamosa; sagital. Ângulos: frontal; occiptal; esfenoidal; mastoideo. Faces: externa; interna. Face externa: Túber parietal Face interna: Sulco da a. Meníngea média
OSSO ETMOIDE Posição anatômica: saliência óssea com forma de crista de galo (crista etmoidal) voltada para cima e para diante.
Lâmina vertical Crista etmoidal Lâmina perpendicular Lâmina horizontal Lâmina cribriforme Forames da lâmina cribriforme Massas laterais Concha nasal superior Meato superior Concha nasal média Meato médio
OSSO ESFENOIDE Posição anatômica: asas menores para cima e para diante; processos pterigoides para baixo (fosse pterigoidea, localizada entre ambos os processos, voltada para trás).
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Divisão anatômica: corpo, asas menores, asas maiores, procesos pterigoides. Corpo do esfenoide Sela turca o Abertura do seio esfenoidal o Asa menor Canal óptico o Fissura orbital superior o Asa maior Faces: temporal; infra-temporal; orbital; cerebral. o Forame redondo o Forame oval o Forame espinhoso o Processos pterigoides o
OSSO TEMPORAL Posição anatômica: parte que lembra uma escama voltada para cima, com a face dessa porção que apresenta uma saliência alongada (processo zigomático) voltada para o plano lateral, e dirigido horizontalmente e para diante.
Divisão anatômica: Porção escamosa, porção mastoidea; e porção petrosa Porção escamosa Processo zigomático Fossa mandibular Meato acústico externo Porção mastoidea Processo mastoide Incisura mastoidea Forame mastoideo Porção petrosa Eminência arqueada Impressão trigeminal Meato acústico interno Forame estilomastoideo Processo estiloide Abertura externa do canal carótico Abertura interna do canal carótico 36
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OSSO MAXILA Posição anatômica: processo frontal para cima e para diante; processo palatino para baixo e para o plano mediano.
Divisão anatômica: processos, frontal; palatino; zigomático; e alveolar. Seio maxilar Hiato maxilar
OSSO MANDÍBULA Posição anatômica: face convexa para diante, margem alveolar para cima.
Divisão anatômica: corpo; ramos. Corpo Face externa Protuberância mentual Forame mentual Linha oblíqua Face interna Linha milo-híoidea Fóveas submandibular e sublingual Ramos Face interna Forame da mandíbula Processo coronoide Incisura da mandíbula Cabeça da mandíbula
OSSO ZIGOMÁTICO
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OSSO NASAL
OSSO LACRIMAL
OSSO VÔMER
COLUNA VERTEBRAL Divisão anatômica: cervical; torácica, lombar, sacrococcígea. Cervical (7 vértebras isoladas) Torácica (12 vértebras isoladas) Lombar (5 vértebras isoladas). Sacro (5 vértebras) Coccígeas 3, 4, ou até 5 vértebras
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Posição anatômica de uma vértebra padrão: segmento ósseo cilíndrico (corpo) voltado para diante, saliência óssea em forma de espinha (processo espinhoso) voltada para trás e para baixo.
Características gerais: Corpo vertebral Forame vertebral Processo transverso Processos articulares Processo espinhoso Pedículo do arco vertebral Lâmina do arco vertebral Características regionais: Vértebras cervicais: presença dos forames transversários (por onde passam as arteriais vertebrais); o processo espinhoso bifurcado e pouco desenvolvido.
Particularidades: 1ª vertebra cervical (Atlas) - C1: processo espinhoso ausente; corpo vertebral ausente.
2ª vertebra cervical (Áxis) – C2: dente do áxis.
7º vértebra cervical (vértebra proeminente): processo espinhoso prolongado e não bifurcado (assim como as torácicas). 39
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Vértebras torácicas: presença das fóveas costais superior; inferior e do processo transverso.
Osso sacro: 5 vértebras fundidas. Promontório Linhas transversas Forames sacrais anteriores Crista sacral mediana Crista sacral medial Crista sacral lateral Forames sacrais posteriores Osso cóccix: 4 vértebras fundidas.
OSSO ESTERNO Posição anatômica: extremidade mais volumosa do osso voltada para cima, face ligeiramente convexa voltada para diante.
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Manúbrio do esterno Incisura jugular Incisura clavicular Corpo Ângulo do esterno Incisuras costais Processo xifoide
COSTELAS Posição anatômica: face côncava voltada para dentro, extremidade do osso que apresenta uma saliência em forma de cabeça voltada para trás; margem do osso aguda e que encontra-se próxima à uma depressão em forma de sulco voltada para baixo. Classificação: Costelas verdadeiras: representadas pelos 7 primeiros pares no sentido crânio-caudal, unidas o diretamente ao osso esterno através de suas próprias cartilagens costais; Costelas falsas: representadas por três pares unidos ao O. esterno através da cartilagem costal do 7º o par; Costelas flutuantes: 2 últimos pares, são denominadas flutuantes por não estarem unidas ao O. esterno. o
Divisão anatômica: Corpo: o Sulco da costela Extremidades: o Cabeça da costela Colo da costela Tubérculo da costela
ESCÁPULA Posição anatômica: para diante a face do osso que apresenta uma ampla fossa, para fora o ângulo que apresenta uma depressão articular.
Divisão anatômica: faces: costal e dorsal; margens: superior, medial, e lateral; Face costal: o 41
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Incisura da escápula Fossa subescapular Face dorsal: o Espinha da escápula Fossa supra-espinal Fossa infra-espinal Acrômio Lateral o Cavidade glenoide da escápula Tubérculo supraglenoidal Tubérculo infraglenoidal
CLAVÍCULA Posição anatômica: extremidade mais volumosa do osso voltada para o plano mediano (onde se articula com o esterno); para diante, a margem do osso que apresenta sua maior convexidade (que fica voltada medialmente); e para baixo, a face mais irregular do osso (que apresenta uma depressão em forma de goteira).
Divisão anatômica: faces: superior e inferior; margens: anterior e posterior; Extremidades: external e acromial Corpo da clavícula Sulco do músculo subclávio Tubérculo conóide
ÚMERO Posição anatômica: para cima e voltado para o plano mediano a extremidade do osso que apresenta uma saliência articular em forma de esfera; para trás e para baixo, a face da extremidade inferior que apresenta uma ampla depressão articular.
Divisão anatômica: o osso está dividido em duas epífises, proximal e distal, unidas pela diáfise. 42
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● LOCOMOTOR
Epífises proximal Cabeça do úmero Colo anatômico Colo cirúrgico Tuberculo maior Tuberculo menor Sulco intertubercular Diáfise o Tuberosidade do M. Deltoide (face anterior) Sulco do nervo radial (face posterior) Epífises distal o Epicôndilo medial Epicôndilo lateral Capítulo do úmero (lateralmente) articula-se com o rádio Tróclea do úmero (medialmente) articula-se com a ulna Fossa coronoidea Fossa radial Fossa do olécrano (face posterior) o
ULNA
Posição anatômica: extremidade mais volumosa do osso voltada para cima, grande incisura encontrada nesta extremidade voltada para diante, e incisura de menor dimensão voltada para o plano lateral.
Divisão anatômica: o osso está dividido em duas epífises, proximal e distal, unidas pela diáfise. Olécrano Incisura troclear Processo coronoide Incisura radial Tuberosidade da ulna Cabeça da ulna Processo estiloide da ulna
RÁDIO
Posição anatômica: extremidade achatada do osso voltada para baixo, com saliência em forma de processo encontrada nessa extremidade voltada para o plano lateral. 43
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● LOCOMOTOR
Divisão anatômica: o osso está dividido em duas epífises, proximal e distal, unidas pela diáfise. Cabeça do rádio o Circunferência articular Fóvea articular Colo do rádio Corpo do rádio o Tuberosidade do rádio Epífise distal: o Face articular carpal Processo estiloide do rádio
OSSOS DA MÃO Divisão anatômica: a mão é dividida para estudo anatômico em três regiões: do carpo; metacarpo; e dos dedos. Ossos do carpo: o Fileira proximal (de lateral para medial): escafoide; semilunar; piramidal; pisiforme. Fileira distal (de lateral para medial): trapézio; trapezoide; capitato; hamato. Ossos dos dedos: o Falanges: proximal; média; distal. Exceção - Polegar: falanges proximal e distal.
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OSSO DO QUADRIL (“BACIA”)
Posição anatômica: face do osso que apresenta uma grande cavidade articular voltada para o plano lateral, forame de grandes dimensões voltado para baixo e para diante.
Divisão anatômica: face glútea; margens: superior; inferior; anterior; posterior. Acetábulo: Fossa do acetábulo Face semilunar Forame obturado Face auricular Linha arqueada Linha glútea anterior Linha glútea posterior Linha glútea inferior Crista ilíaca Espinha ilíaca ântero-superior Espinha ilíaca ântero-inferior Espinha ilíaca póstero-superior Espinha ilíaca póstero-inferior Espinha isquiática Incisuras isquiáticas: Maior e Menor 45
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FÊMUR
Posição anatômica: para cima e para o plano mediano a extremidade do osso que apresenta uma saliência articular em forma de esfera; para trás a face da extremidade distal do osso separada por uma profunda fossa.
Divisão anatômica: corpo; epífise proximal; epífise distal. Cabeça do fêmur o Fóvea da cabeça do fêmur Colo do fêmur Trocânter maior Trocânter menor Linha intertrocantérica Crista intertrocantérica Extremidade inferior do fêmur: o Côndilo medial Côndilo lateral Fossa intercondilar Face patelar (anteriormente) Epicôndilo medial Epicôndilo lateral
PATELA Posição anatômica: o osso apresenta uma forma triangular. Sendo assim, em posição anatômica, deveremos voltar o ápice do triângulo para baixo; para o plano lateral e para trás a face articular do osso que apresenta maiores dimensões (basta apoiar o osso numa mesa sobre a crista que divide as duas faces articulares posteriores; para onde o osso tender a cair, será o seu lado correspondente).
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Divisão anatômica: face anterior; face posterior. Base da patela Ápice da patela Face articular
TÍBIA
Posição anatômica: extremidade mais volumosa do osso voltada para cima; porção da extremidade distal do osso que apresenta uma saliência em forma de processo (maléolo medial) voltada para o plano mediano.
Divisão anatômica: corpo; epífise proximal; epífise distal. Côndilos medial e lateral Tuberosidade da tíbia Face articular fibular Maléolo medial Incisura fibular
FÍBULA Posição anatômica: para baixo a extremidade mais achatada, com sua face articular voltada para o plano mediano, e sua margem convexa voltada para diante.
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Divisão anatômica: corpo; epífise proximal; epífise distal. Face articular da cabeça da fíbula Ápice da cabeça da fíbula Maléolo lateral
OSSOS DO PÉ Ossos do tarso: Fileira posterior: Tálus e Calcâneo. o Fileira anterior: navicular, cuboide, cuneiforme medial, cuneiforme intermédio e cuneiforne lateral. o Ossos do metatarso: I; II; III; IV; V. Ossos dos dedos (pododáctilos): Falanges: proximal; média; distal o Exceção - Hálux: apenas falanges proximal e distal. o
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ANATOMIA: SISTEMA MUSCULAR O sistema muscular consiste no conjunto de órgãos denominados “músculos”, dotados da capacidade de
diminuir o seu comprimento, a qual denominamos de contração. Eles determinam toda a dinâmica do nosso corpo, desde o deslocamento dos ossos até o peristaltismo das vísceras. No que diz respeito à ação locomotora, correspondem a parte ativa do aparelho locomotor, graças ao poder de contração das células que compõem o tecido dos músculos, as fibras musculares.
VARIEDADES DOS MÚSCULOS Músculo Liso: Encontrado na composição da parede das vísceras. É involuntário. Músculo Estriado Cardíaco: Corresponde a camada média das paredes do coração. É involuntário. Músculo Estriado Esquelético: Está associado ao esqueleto. É voluntário. MÚSCULOS ESTRIADOS ESQUELÉTICOS Os componentes funcionais dos músculos esqueléticos são: Ventre Muscular: Representa a parte média do músculo, apresenta coloração vermelha, sendo constituído por fibras musculares, por isso é a parte responsável pela contração. Tendões: Estão localizados nas extremidades dos músculos, sua cor e branca. Têm forma cilíndrica ou de fita. São constituídos por tecido conjuntivo denso, por isso não apresentam poder de contração. Servem para fixar o músculo. Aponeuroses: Sua única diferença para um tendão tendão é sua forma laminar. laminar.
Associado aos músculos estriados esqueléticos, podemos encontrar os seguintes anexos: Fáscia Muscular de Revestimento: Membranas conjuntivas que revestem o ventre muscular, isolando os músculos e, facilitando o deslizamento entre si, ainda funcionam como bainha elástica de contenção. Bainhas Fibrosa e Sinovial dos Tendões: a bainha fibrosa corresponde a um túnel através do qual tendões longos atravessam uma articulação, sendo protegidos do atrito produzido pelo contato desses tendões com os ossos ou com a superfície cutânea. A bainha sinovial reveste internamente a bainha fibrosa e libera líquido sinovial para facilitar o deslizamento dos tendões. Bolsas Sinoviais: Sacos Sinoviais Sinoviais contendo líquido sinovial, interpostos interpostos entre os tendões e as superfícies ósseas, para evitar o atrito entre eles. Com relação aos pontos de fixação, devemos entender os conceitos de ponto fixo e móvel. Nos membros, nos movimentos habituais, a origem sempre será proximal e a inserção distal. Ponto Fixo (Origem): corresponde ao tendão muscular fixado à peça óssea que durante o trabalho muscular não sofre deslocamento. Ponto Móvel (Inserção): corresponde ao tendão muscular fixado à peça óssea que sofre o deslocamento deslocam ento durante o trabalho muscular.
OBS: São exemplos variados de pontos de fixação muscular: Ossos: M. braquial Pele: Mm. Da Face Mucosa: ex. M. Genioglosso Órgãos: ex. Mm. Extrínsecos do Olho Cartilagens: ex.M. tireo-Hióide Articulações: ex. Pterigóideo lateral CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS ESTRIADOS ESQUELÉTICOS Os músculos estriados esqueléticos podem apresentar, assim como com os ossos, diversas possibilidades para sua classificação. Sua classificação não enseja uma perfeita ressonância entre os autores. As classificações que serão apresentadas nos próximos parágrafos representam um apanhado daquelas mais utilizadas pelos diversos autores, sem nenhuma pretensão de esgotar este Tema. Quanto à situação: os músculos estriados esqueléticos podem ser separados quanto à situação, levando-se em consideração a disposição deles em relação à fáscia muscular de revestimento. Superficiais: são músculos que se encontram localizados localizados acima da fáscia muscular de revestimento em o contato íntimo com face profunda da pele onde se fixam por uma dos Tendões. Profundos: Estão Estão situados abaixo da fáscia muscular de revestimento e não possuem fixação na pela. o 49
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Quanto à forma: segue o paradigma utilizado para classificação dos ossos, assim, encontramos músculos: Longos: neles o comprimento predomina sobre as outras dimensões, dimensões, ex: M. Sartório. o Curtos: apresentam equivalência equivalência entre suas dimensões, ex: M. Quadrado Femoral. o Planos: Neles Neles há o predomínio do comprimento e da largura sobre a espessura, ex: M. Oblíquo Externo o do Abdome. Quanto à orientação das fibras: Paralela: as fibras deste grupo muscular são paralelos entre si e em relação aos tendões, ex: Mm. o Longos – M. Esternocleidomastóideo (1); Mm. Largos – M. Glúteo Máximo (2). Oblíqua: as fibras deste grupo muscular são oblíquas ao longo eixo dos membros e também aos o tendões, ex: Mm. Semi-Peniforme (SP) – Extensor Longo dos dedos do Pé (3); Peniforme (P) – Reto Femoral (4); Multipeniforme – M.Deltóide (5). Esfíncteres: suas fibras circulares formam anéis para regular a passagem de substâncias ao longo de o um ducto, ex: Esfíncteres da uretra (6) e do ânus(7). Orbiculares: Apresentam fibras dispostas em círculos concêntricos, produzindo a constricção de o aberturas naturais ex: M. Orbicular do Olho Quanto ao ponto fixo: Nesta classificação separamos os Mm. de acordo com o número de tendões, ou cabeças, que ele irá apresentar em sua fixação proximal, assim poderemos identificar três grupos: Mm. Bíceps: Bíceps: apresenta 02 tendões em sua fixação proximal, ex: M. Bíceps Bíceps Braquial Braquial (BB). o Mm. Tríceps: apresenta 03 tendões em sua fixação proximal, proximal, ex: M. Tríceps Sural (TS). o Mm. Quadríceps: apresenta 04 tendões em sua fixação proximal, proximal, ex: M. Quadríceps Femoral (QF). o Quanto à Ação Muscular: Flexores: realizam movimentos responsáveis responsáveis por reduzir o ângulo das articulações, ex: Mm. Anteriores o do Braço: Córaco-Braquail (1); Bíceps Braquial (2), braquial(3). Extensores: seus movimentos determinam o aumento do ângulo das articulações, ex: M.Posterior do o Braço: M. Tríceps braquial. Rotadores: ao realizar sua contração contração determinam que um segmento do corpo gire em torno de um eixo o longitudinal, ex: Mm. Redondos maior e menor. Adutores: Mm. que ao contrair-se aproximam um segmento do corpo do plano mediano, ex: M. Peitoral o Maior. Abdutores: Mm. que ao contrair-se afastam um um segmento do corpo do plano mediano, ex: M. Deltóide. o Pronadores: ao contrair-se voltam a face palmar para o plano plano posterior, ex: M. Pronador Redondo o Supinadores: ao contrair-se voltam a face palmar para o plano anterior, ex: M. Supinador. Supinador. o Quanto à Função Muscular: Agonistas: representa o principal músculo envolvido com um movimento. Ex: músculos anteriores do o braço – produzindo a Flexão do Antebraço. Antagonistas: músculo que se opõe ao trabalho do agonista, com objetivo de regular a rapidez ou o potência de ação desse músculo. Ex: Mm. Posteriores do Braço, durante a Flexão do Antebraço produzida pelos Mm. Anteriores do Braço. Sinergistas: sua ação elimina elimina um movimento indesejável executado pelo agonista. Ex: Mm. Extensores o do Carpo impedindo a flexão do pulso pelos Mm flexores dos dedos quando da flexão das falanges. Fixadores: atuam secundariamente durante o movimento de um agonista para para determinar o equilíbrio do o corpo. Ex: Mm. do Dorso agindo sobre a coluna, quando o indivíduo abaixa-se para apanhar algo no chão.
Importância clínica: os músculos estriados esqueléticos são órgãos de importância clínica ligada a capacidade de absorção de medicamentos pelos constituintes do tecido muscular. Por isso são excelentes vias para administração de injeções medicamentosas (medicações por via intramuscular).
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Injeção dorso-glútea: A partir da crista ilíaca, traça-se uma linha imaginária vertical, a qual atravessa longitudinalmente o glúteo máximo, dividindo-o ao meio. Do início da fenda inter-glútea, osso cóccix, traça-se uma nova linha imaginária que encontra em ângulo reto a linha tracejada a partir da crista ilíaca. Dos 04 quadrantes, a injeção deverá ser realizada no quadrante superior e lateral do M. glúteo máximo. Injeção Ventro-glútea: Coloca-se a palma da mão no trocânter maior do osso fêmur. Com o dedo médio localizado na espinha ilíaca ântero-superior, afasta-se o dedo indicador em direção a crista ilíaca. A agulha deverá ser introduzida no espaço compreendido entre os dedos indicador e o dedo médio. Injeção no Vasto lateral: Com a palma de uma das mãos palpa-se a extremidade proximal do músculo abaixo do trocânter maior. A extremidade distal do músculo é palpada com o auxílio de uma das mãos acima do côndilo lateral do osso fêmur. A introdução da agulha deverá ser feita na parte média do músculo. Injeção deltoide: mede-se quatro dedos abaixo do acrômio da escapula. Introduza a agulha em um ângulo de 90º.
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ROTEIRO PRÁTICO MÚSCULOS DA CABEÇA Superficiais (Mm. da face) M. Orbicular do olho M. Nasal M. Occipitofrontal M. Prócero M.levantador do lábio superior e asa do nariz M. Risório M. Abaixador do ângulo da boca M. Orbicular da boca M. Mentual M. Bucinador Mm. Zigomáticos maior ; menor
Profundos (Mm. Mastigadores): M.temporal M. Masseter Mm. pterigóideos: lateral medial
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MÚSCULOS DO PESCOÇO Superficial: M. Platisma. Profundo: M. Esternocleidomastoideo M. Digástrico M. Esterno-hióideo M. Esternotireodeo M. Milo-hióideo M.estilo-hióideo M. Omo-hióideo M. Tíreo-hióideo
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