TESTE FORMATIVO DE PORTUGUÊS- 11º ANO CESÁRIO VERDE I A Lê o poema com atenção e responde às questões de modo claro e com respostas completas:
DE VERÃO I No campo eu ac!o nele a musa que me an"ma: A clar"dade# clar"dade# a ro$uste%# ro$uste%# a acção& Esta man!ã# sa' com m"n!a pr"ma# Em quem eu noto a ma"s s"ncera est"ma E a ma"s completa e s(r"a educação& II )r"ança encantadora* encantadora* Eu mal es$oço o quadro Da l'r"ca e+cursão# de "nt"m"dade& Não p"nto a ,el!a erm"da com seu adro -e" s. desen!o de compasso e esquadro# Resp"ro "nd/str"a# pa%# salu$r"dade& salu$r"dade& III Andam cantando cantando aos $o"s ,amos cortando cortando as le"ras le"ras E tu d"%"as: 01umas2 E as 3a4ul!as2 Apa4a o teu cac!"m$o cac!"m$o 5unto às e"ras e"ras )ol!e6me uns $r"ncos ru$ros nas 4"n5e"ras* 7uanto me ale4ra a calma das de$ul!as* IV E per4unta,as so$re os /lt"mos "n,entos A4r'colas& 7ue alde"as alde"as tão la,adas* la,adas* 8ons ares* 8oa lu%* 8ons al"mentos* Ol!a: Os salo"os ,",os# corpulentos# )omo nos 3a%em 4randes $arretadas* V Voltemos* No r"$e"ro a$undam as rama4ens Dos ol",a"s escuros& Onde "r9s2 Re4ressam os re$an!os das pasta4ens Onde"am m"l!os# nu,ens e m"ra4ens# E# s"lenc"oso# eu 3"co para tr9s&
VI Numa col"na $r"l!a um lu4ar ca"ado& 8elo* E# arr"mada ao ca$o da som$r"n!a# )om teu c!ap(u de pal!a# desa$ado# u cont"nuas na a%"n!a4a ao lado# Verde5a# ,"ce5ante# a nossa ,"n!a& VII N"sto# parando# como al4u(m que se anal"sa# -em desprender do c!ão teus ol!os castos# u começaste# !arm.n"ca# "ndec"sa# A arre4açar a c!"ta# ale4re e l"sa# Da tua cauda um poucoc!"n!o a rastos& VIII Espre"tam6te# por c"ma# as 3restas dos cele"ros O sol a$rasa as terras 59 ce"3adas# E al,e5am6te# na som$ra dos p"n!e"ros# -o$re os teus p(s decentes# ,erdade"ros# As sa"as curtas# 3rescas# en4omadas& I; E# como quem saltasse# e+tra,a4antemente#
;III 0As ladras da col!e"ta* Eu# se trou+esse a4ora re3eres o rom?nt"co ao 3ero%& ;IV 7ue compa"+ão* @ul4a,a at( que matar"as Esses "nsectos "mportunos* 8asta& erecem6te espantosas s"mpat"as2 Eu 3el"c"to suas sen!or"as# 7ue !onraste com um pulo de 4"nasta*= ;V E en3"m cale"6me& Os teus ca$elos mu"to lo"ros Lu%"am# com doçura# !onestamente De lon4e o tr"4o em monte# e os calcado"ros# Lem$ra,am6me 3usões de "mensos o"ros# E o mar um prado ,erde e 3lorescente& ;VI V"$ra,am# na camp"na# as c!ocas da manada V"n!am uns carros a 4emer no oute"ro# E 3"nalmente# en(r4"ca# %an4ada# u# "nda ass"m $astante en,er4on!ada# Vol,este6me# apontando o 3orm"4ue"ro: ;VII 0Não me "ncomode# não# com d"tos detest9,e"s* Não se5a s"mplesmente um %om$ador* Estas m"ne"ras ne4ras# "ncans9,e"s# -ão ma"s econom"stas# ma"s not9,e"s# E ma"s tra$al!adoras que o sen!or*= )es9r"o Verde
1. Neste poema# o campo ( ol!ado atra,(s de duas perspet",as& 1.1. E+pl"c"ta6as& 1.2. )aracter"%a o eu po(t"co que 3ala no poema& 1.3. Ident"3"ca no te+to do"s tempos cronolo4"camente d"stanc"ados# e+pl"c"tando de que modo um e outro se relac"onam entre s"& 1.4. E+pl"ca por que ra%ão podemos a3"rmar que este poema apresenta "nequ",ocamente traços de narrat","dade& B
1. Num te+to de BC a C pala,ras# re3ere o modo como o campo sur4e representado na poes"a de )es9r"o Verde# "nd"cando al4uns poemas e+empl"3"cat",os&
II Atenta no,amente no poema transcr"to e responde# ass"nalando a al'nea correta: & Em Feu ac!o nele a musa que me an"maG H,& temos a&
K& O const"tu"nte su$l"n!ado em FNo r"$e"ro a$undam as rama4ensG Hestro3e V desempen!a a 3unção s"nt9t"ca de a& complemento d"reto& $& complemento a4ente da pass",a& c& mod"3"cador do 4rupo ,er$al& d& su5e"to& & O uso da con5unção FEG Hestro3e VIII asse4ura a coesão a& re3erenc"al& $& "nter3r9s"ca& c& 3r9s"ca& d& temporal& B& Na estro3e ;I encontramos as se4u"ntes 3"4uras est"l'st"cas: a& Enumeração# ad5ect",ação e person"3"cação& $& Ad5ect",ação# person"3"cação e !"p(r$ole& c& Enumeração# ad5ect",ação e meton'm"a& d& eton'm"a# person"3"cação e ad5ect",ação&
M& Em F@ul4a,a at( que matar"as Esses "nsectos "mportunos*G H,,&BB# BM temos a& uma oração su$ord"nada ad5et",a relat",a restr"t",a& $& uma oração su$ord"nada ad5et",a relat",a e+pl"cat",a& c& uma oração su$ord"nada su$stant",a relat",a complet",a& d& uma oração su$ord"nada ad,er$"al causal& & A pala,ra FcomoG # na estro3e ;II# trata6se de uma con5unção a& complet",a& $& causal& c& cond"c"onal& d& comparat",a& P& Num destes enunc"ados encontramos uma !"p9la4e& Ident"3"ca6o& a& FOs teus ca$elos mu"to lo"ros Lu%"am# com doçura# !onestamenteG H,,& M#M $& FDe lon4e o tr"4o em monteG H,& MJ c& FLem$ra,am6me 3usões de "mensos o"rosG H,& MK d& FE o mar um prado ,erde e 3lorescenteG H,& M C& O ,er$o FmatarG# na estro3e ;IV# encontra6se em que tempo2 a& >ret(r"to "mper3e"to do "nd"cat",o& $& >resente do con5unt",o& c& Qer/nd"o& d& )ond"c"onal&
BOM TRABALHO!!! A PROFESSORA: L"#$% C#&%
PROPOSTA DE CORRE'(O: 7uestões e respostas do 4rupo I ret"radas do l",ro da >orto Ed"tora 6 Festes de A,al"ação# ano# >ortu4uêsG de CCM: I A && No poema transcr"to coe+"stem duas ,"sões do campo& A ,e"culada pelo ol!ar do su5e"to po(t"co# que# contrar"amente ao que a sua autocaracter"%ação 3ar"a pre,er6 F-e" s. desen!o de compasso e esquadro# Resp"ro "nd/str"a# pa%# salu$r"dade&G6# encara o campo de uma mane"ra pouco pra4m9t"ca e al4o "deal"%ada: ,e5a6se# por e+emplo# a desatenção ao per"4o de "ncênc"o S FE tu d"%"as: F1umas2 E as 3a4ul!as HTG6 a mane"ra como contrapõe as "ma4ens al4o p"torescas ao "nteresse concreto da pr"ma por "n,entos a4r'colas6 FE per4unta,as so$re os /lt"mos "n,entos A4r'colas& 7ue
alde"as tão la,adas* 8ons ares* 8oa lu%* 8ons al"mentos* Ol!a: os salo"os ,",os# corpulentos# )omo nos 3a%em 4randes $arretadas*G6 e a"nda o desrespe"to demonstrado pela real"dade concreta do mundo an"mal# que al"9s mot",a o ep"s.d"o relatado& >or seu turno# a pr"ma apresenta um ol!ar ,erdade"ramente "mpl"cado na real"dade campes"na& Ve5a6se a ad,ertênc"a que 3a% ao pr"mo por este 3umar# o "nteresse que# perante o tra$al!o das de$ul!as# man"3esta pelos /lt"mos "n,entos a4r'colas# o modo como e,"ta matar as 3orm"4as e a"nda a resposta que d9 ao su5e"to po(t"co no 3"nal# e+pondo6l!e a pr.pr"a "n(rc"a e "nut"l"dade& -"ntomat"camente# na estro3e ;V# o ol!ar do su5e"to esta$elece uma cont"4u"dade entre a 3"4ura 3em"n"na e o espaço campestre# atra,(s da cor loura dos ca$elos e das searas# deste modo su4er"ndo a pertença da 3"4ura 3em"n"na à quela real"dade e su$l"n!ando o seu estatuto de estran!o&
&& O su5e"to po(t"co sur4e6nos como um o$ser,ador# um ,"s"tante c"tad"no# que ret"ra do campo a ener4"a ,"tal6 FNo campo eu ac!o nele a musa que me an"ma: A clar"dade# a ro$uste%# a ação&G F8ons ares* 8oa lu%* 8ons al"mentos*G6# que se de"+a mara,"l!ar pela $ele%a da pa"sa4em# em espec"al pela lum"nos"dade# que nota as 3"4uras t'p"cas dos salo"os# num re4"sto quase tur'st"co# e que e,"denc"a descon!ec"mento e d"stanc"amento relat",amente à real"dade concreta e tra$al!osa do campo& Apresenta6se "4ualmente como um propr"et9r"o que passe"a nas suas terras e que rea4e de 3orma quase "nst"nt",a quando con3rontado com o FataqueG das 3orm"4as ao seu patr"m.n"o: FAs ladras da col!e"ta* HT En,enen96las&"a*HTG& >or 3"m# re,ela6se um su5e"to re3le+",o# que ela$ora as e+per"ênc"as e as "nte4ra& O poema con3"4ura uma re3le+ão so$re o passe"o# que mot",ou a escr"ta# e re,ela a autoan9l"se que o su5e"to desen,ol,eu entretanto e que l!e perm"te a3"rmar de s"# num re4"sto de autocr't"ca: FE r"a6me# eu oc"oso# "n/t"l# 3raco# Eu de 5asm"m na casa do casaco E de .culo de"tado a t"racolo*G& Estes ,ersos pro,am que se recon!eceu na cr't"ca da pr"ma# com cu5as pala,ras# al"9s# term"na o poema& Atra,(s da desadequação da "ndument9r"a c"tad"na para aquele espaço de tra$al!o# o su5e"to parece querer s"4n"3"car uma desadequação 4lo$al de s" pr.pr"o 3ace ao conte+to rural& &J& O poema apresenta do"s tempos cronolo4"camente d"stanc"ados: o tempo do passe"o e o tempo da escr"ta so$re o passe"o& O pr"me"ro ( o$5eto de um es3orço de present"3"cação atra,(s do uso do "mperat",o e do presente do "nd"cat",o6 FOl!a: os salo"os ,",os# corpulentos# )om 3a%em 4randes $arretadas*G#6 das per'3rases ,er$a"s6 FAndam cantando aos $o"s ,amos cortando as le"rasG6 e do d"scurso d"reto: estro3es III# ;II# ;III# ;IV e ;VII& O se4undo ( ,e"culado por todas as 3ormas de pret(r"to per3e"to e "mper3e"to do "nd"cat",o presentes ao lon4o do poema e# a"nda# pela consc"ênc"a re,elada pelo su5e"to relat",amente à "nadequação do comportamento por s" adotado na altura: FE r"a6me# eu oc"oso# "n/t"l# 3raco# Eu de 5asm"m na casa do casaco E de .culo de"tado a t"racolo*G& O pr"me"ro momento# correspondendo à ,",ênc"a# 3ornece mat(r"a po(t"ca para a escr"ta o se4undo# d"stanc"ado no tempo# perm"te um ma"or r"4or anal't"co do su5e"to po(t"co 3ace ao seu pr.pr"o comportamento& &K& Este poema apresenta uma d"mensão narrat",a e,"dente& )onta6nos um ep"s.d"o# que se estrutura em ,9r"os momentos: o passe"o# a at"tude da pr"ma perante a 3"la de 3orm"4as# a reação do su5e"to po(t"co e a resposta da compan!e"ra& Este ep"s.d"o ( ,","do por duas persona4ens6 o su5e"to po(t"co e a pr"ma6# num dado espaço6 o campo6# num determ"nando tempo6 um d"a de sol# na (poca das col!e"tas& Ao enunc"ar
o poema# o su5e"to po(t"co assume a 3unção de narrador de todos estes elementos e completa as cate4or"as narrat",as& 8& Na poes"a de )es9r"o Verde# a conceção do campo não ( est9t"ca& Numa pr"me"ra 3ase# em opos"ção ao espaço c"tad"no# conce$"do como uma pr"são# um espaço de clausura# doença# so3r"mento e a3etos 3rustrados ou decadentes# o espaço rural sur4e como um espaço de sa/de# ,"tal"dade# ener4"a# l"$erdade e de poss"$"l"dade a3et",a: essa ,"são pos"t",a sur4e6nos nos poemas FDe ,erãoG# FDe tardeG# ou FNum $a"rro modernoG& O poema FN.sG marca uma alteração nessa ,"são "deal"%ada e representa o campo como um espaço concreto# de tra$al!o duro# por ,e%es destru'do num 9p"ce por pra4as ou "ntemp(r"es# e tam$(m de perda e morte: apesar de estar no campo# a 3am'l"a não de"+a de ser at"n4"da pela doença que mot",ara a 3u4a da c"dade& II 6a 6$ J6c K6d 6$ B6 a M6 c 6d P6a C6d