Coleção Fábulas Bíblicas Volume 37
Catolicismo A RELIGIÃO
SATÂNICA
Clique na imagem e surpreenda-se.
Se a legítima inventora de Satã, dos demônios e da demonologia não pode ser chamada de satânica, ninguém pode.
JL 2
Santo Agostinho, em um afresco de Sandro Botticelli.
“Somos cristãos, não petrianos”. Santo Agostinho. 3
Sumário 1 - Deus é amor, a maior mentira do mundo. ............................................................................ 8 2 - A Igreja Católica INVENTOU a cadeira de São Pedro ................................................... 9 3 - A Igreja católica INVENTOU o papado >>> ....................................................................... 11 1 - Os textos bíblicos desmentem a autoridade do Papa. ................................................ 11 2 - A Igreja adulterando a Bíblia ................................................................................................ 12 3 - A palavra “Papa” já era usada em religiões anteriores. ............................................. 17 4 - Pontífice (Pontifex Maximus). Título extraído de outras religiões. ......................... 18 5 - A morte de Pedro em Roma não se sustenta por nenhum lado. ............................ 18 6 - Nenhuma prova arqueológica: A tumba de Pedro é falsa. ........................................ 19 7 - O primeiro Papa romano; uma luta para seguir com o poder e o controle do império.................................................................................................................................................. 20 8 - A sucessão Papal e a falsificação de documentos. ....................................................... 21 9 - Sua localização em Roma, capital do império, estratégia política e militar. ...... 23 10 - As lutas internas para ostentar o poder. ....................................................................... 24 11 - Representações de Roma e Constantinopla, cidades rivais com a divisão do império Romano. ............................................................................................................................... 24 12 - Os atributos, títulos e leis são alterados ao gosto do Papa. .................................. 27 13 - A eleição dos Papas, corrupção, fraudes, manipulação, conspirações e assassinatos. ...................................................................................................................................... 29 4 - A Igreja Católica INVENTOU São Pedro ............................................................................. 32 1 2 3 4 5 6 7
- Problema sobre seu nome e parentesco .......................................................................... 32 – Pedro NUNCA foi líder, nem primeiro Papa ..................................................................... 36 - A farsa da viagem e crucificação em Roma..................................................................... 41 - Irmão de Jesus? Quem era o pai deles? ........................................................................... 45 - Pedro ou Paulo? Quem conquistou Roma? ...................................................................... 49 - De onde saiu ideia das chaves de Pedro? ........................................................................ 53 - Porque fabricar um “São Pedro” em Roma? ................................................................... 53
5 - A Igreja Católica FALSIFICOU os 10 Mandamentos ..................................................... 57 6 - A Igreja Católica INVENTOU Jesus Cristo >>> ............................................................... 62 1 - Do greco-romano ao judaico-cristianismo: Pilhagem de outras culturas ............ 62 2 – Jesus Cristo – Super-síntese ................................................................................................ 62 3 - Como introduzir um herói em um império? .................................................................... 63 4 - Como encontrar um rosto para o herói? .......................................................................... 63 5 - Como sustituir um messias (semideus) por outro? ..................................................... 65 6 - O messias judaico-cristão, Jesus, assume como deus Sol ........................................ 65 7 - Necessita de uma auréola? .................................................................................................... 66 9 - A barba e a solenidade de uma divindade ....................................................................... 70 10 - O adivinho greco-romano dos judaico-cristãos ........................................................... 70 11 - O relevo como “o bom pastor”........................................................................................... 71 12 - Nascimento com simbolismo estelar ............................................................................... 73
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13 - De Egito a Judá. Necessitamos uma mãe? ................................................................... 76 7 - A Igreja Católica INVENTOU Satanás .................................................................................. 80 1 - A criação judaico-cristã do diabo......................................................................................... 80 2 - Satanás ou Satã ......................................................................................................................... 80 3 - Belial (Belhor, Baalial, Beliar, Beliall, Beliel). ................................................................. 82 4 - Diabo .............................................................................................................................................. 82 5 - Demônio ........................................................................................................................................ 82 6 - Mamom .......................................................................................................................................... 83 7 - Azazel ............................................................................................................................................. 83 8 - Belzebú .......................................................................................................................................... 84 9 - Lúcifer ou Luzbel ........................................................................................................................ 84 10 - Conclusão ................................................................................................................................... 86 11 - Nota .............................................................................................................................................. 86 12 – Comentário ............................................................................................................................... 86 8 - Métodos de tortura da Inquisição. >>> ................................................................................ 87 1 – Os Autos de fé ................................................................................................................................ 88 9 - Instrumentos de tortura da Inquisição. >>> ..................................................................... 98 10 - Torquemada. Servo de Deus ou assassino de homens? ....................................... 114 11 - Papas que morreram violentamente. ............................................................................... 118 “Papa” São Pedro ............................................................................................................................ 119 Papa São Clemente I ..................................................................................................................... 119 Papa São Estevão I ........................................................................................................................ 120 Papa São Sixto II ............................................................................................................................ 120 Papa João VII ................................................................................................................................... 121 Papa João VIII .................................................................................................................................. 121 Papa Estevão VI .............................................................................................................................. 122 Papa João XII ................................................................................................................................... 122 Papa Benedito VI............................................................................................................................. 123 Papa João XXI .................................................................................................................................. 123 12 - Papas mais depravados .......................................................................................................... 124 Sergio III (904-911) ...................................................................................................................... 124 João XII (955-964) ........................................................................................................................ 124 Benedito IX (1032-1048)............................................................................................................. 125 Bonifácio VIII (1294-1303)......................................................................................................... 125 Clemente VI (1342-1352) ........................................................................................................... 125 Sixto IV (1471-1484) .................................................................................................................... 126 Inocêncio VIII (1484-1492)........................................................................................................ 126 Alexandre VI (1492-1503) .......................................................................................................... 126 Júlio II (1503-1513) ...................................................................................................................... 127 Júlio III (1550-1555)..................................................................................................................... 127
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13 - Momentos mais Vergonhosos da Igreja Católica. >>> ........................................... 128 1 - John Wycliffe ............................................................................................................................. 129 2 - A Bíblia Vernácula. .................................................................................................................. 131 3 - Indulgências............................................................................................................................... 132 4 - Cavaleiros Templários ............................................................................................................ 133 5 - Galileu .......................................................................................................................................... 135 6 - Joana d´Arc ............................................................................................................................... 137 7 - Jan Hus ........................................................................................................................................ 138 8 - William Tyndale ........................................................................................................................ 140 9 - Inquisições ................................................................................................................................. 142 10 - A Caça Medieval de bruxas ............................................................................................... 143 14 - Bizarrices do catolicismo. ..................................................................................................... 145 1 - Estigmas ...................................................................................................................................... 146 2 - O Cilício. ...................................................................................................................................... 147 3 - O Flagelo. .................................................................................................................................... 148 4 – Cofradias de cordel................................................................................................................. 149 5 - Relíquias ...................................................................................................................................... 150 6 - Indulgências............................................................................................................................... 151 7 - A Presença Real ........................................................................................................................ 152 8 - Exorcismos. ................................................................................................................................ 153 9 - Infalibilidade Papal .................................................................................................................. 154 10 - O Escapulário .......................................................................................................................... 155 15 - A FARSA da inspiração divina ............................................................................................. 156 16 - A INQUISIÇÃO PROTESTANTE ............................................................................................ 158 A Severidade Dos Tribunais Protestantes ............................................................................. 163 Até crianças eram queimadas pelos Protestantes ............................................................. 165 17 - Advertências ao crente ........................................................................................................... 168 1 2 3 4
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Ebooks recomendados ........................................................................................................... 168 Mais conteúdo recomendado............................................................................................... 170 Livros recomendados ............................................................................................................. 172 Fontes: ......................................................................................................................................... 180
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1 - Deus é amor, a maior mentira do mundo.
Veja mais exemplos bíblicos de amor:
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2 - A Igreja Católica INVENTOU a cadeira de São Pedro
“Quanto à famosa “cadeira de São Pedro”, suposta “prova” do papado, uma comissão científica nomeada por Paulo VI, em julho de 1968, declarou que nenhuma das partes da cadeira era da era apostólica. Usando um sistema que se conhece como Carbono14, para medir a antiguidade dos objetos, medindo a atividade radioativa do carbono na madeira, pode se determinar a data em que se cortou a árvore. O informe oficial consta que a célebre cadeira data do século IX de nossa era. Nela, inclusive, apareceu enquanto era limpa, a representação pagã dos “Doze trabalhos de Hércules”, portanto, a origem da “Cadeira de São Pedro”, objeto de culto e prova exibida pelo Vaticano de que o apóstolo Pedro a havia mandado construir para ele, é absolutamente falsa”. (Pepe Rodríguez) A Pontifícia Academia Romana de Arqueologia anunciou, com toda a lealdade, em 27 de novembro de 1969, que a “cadeira” chamada a “de São Pedro”, fechada desde o tempo de Urbano VIII (1666) no monumento especialmente encarregado a Benini era na realidade o trono do Imperador Carlos, o Calvo, utilizado por ocasião de sua coroação em Roma, em 25 de dezembro 875 e então presenteada ao Papa João VIII. A datação por carbono 14 foi capaz de confirmar o que os documentos de arquivo consultados acabavam de revelar, ou mais precisamente, de relembrar. O último exame remontava a 1867, quando as foram realizadas as festividades para comemorar o décimo oitavo centenário do pseudomartírio de Simão-Pedro em Roma
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no ano 67. Mas naquela época o Papa Pio IX, sem dúvida, não sabia da existência de tais peças do arquivo e o teste do carbono-14 era desconhecido. 1. A Igreja comemora no dia 22 de fevereiro, a festa da Cadeira de São Pedro, mas tudo indica que o dia mais adequado seria mesmo o 1º de abril, pois é mais uma grande trollagem da igreja contra suas ovelhas. 2. Observe acima da cadeira falsa, a imensa representação do antigo deus Sol dos cultos solares, rebatizado de Espírito Santo com a simples adição do desenho de uma pomba.
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3 - A Igreja católica INVENTOU o papado >>> O papado, a maior mentira da igreja católica. O Papa: uma invenção cristã baseada em outras religiões e sem nenhum fundamento.
O que é realmente a figura do papa? Provém da Bíblia judaico-cristã? É uma figura “legal” do cristianismo? De onde provém? Vamos fazer uma recopilação de dados extraídos de diversas fontes, as quais qualquer um pode consultar e que demonstram que a figura do Papa provém de religiões anteriores e consideradas “pagãs” pelo cristianismo, não tem bases bíblicas, se criou e se manteve mediante fraudes, corrupção e assassinatos até consolidar-se como hoje conhecemos.
1 - Os textos bíblicos desmentem a autoridade do Papa. Primeiramente a palavra “Papa”, além de não aparecer na Bíblia, é completamente antibíclica, já que seu emprego está terminantemente proibido pelo próprio Jesus no evangelho de Mateus 23:8-9, onde, segundo o evangelho, antecipando o surgimento de hierarquias entre seus discípulos, lhes alertava dizendo:
Mateus 23:8-9 8 - Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. 9 - E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.
O sentido das palavras de Jesus no versículo 9, quando diz “a ninguém na terra chameis vosso pai“, se refere obviamente a não chamar alguém de “pai” no sentido espiritual. Pois o versículo 8 está se referindo precisamente à prevenção contra hierarquias de índole espiritual entre os cristãos.
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2 - A Igreja adulterando a Bíblia A igreja mal interpretou deliberadamente os versículos e acrescentou outros para seu próprio benefício. Como nos mostra Mateus, existia uma forte disputa acerca da personalidade real de Jesus, quando este então se dirigiu a seus apóstolos dizendo: 15 - Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? 16 - E Simão Pedro, respondendo:
Mateus 16:15-20 16... Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 - E Jesus, respondendo, disselhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus. 18 - Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; 19 - E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. 20 - Então mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era Jesus o Cristo.
A Igreja católica se apoia fundamentalmente nesta passagem da “confissão em Cesareia de Filipos” e mais precisamente em dois de seus versículos (Mateus 16:1819), para demonstrar que Jesus elegeu Pedro como a cabeça sobre a qual fundar e basear sua futura Igreja (católica, se supõe). Porém se analisamos este texto com um mínimo rigor - e recordarmos algumas das evidências mostradas até aqui -, veremos claramente duas coisas: 1. Os versículos tomados no seu contexto global, NÃO significam o que a Igreja pretende que digam. 2. Mesmo que sejam encobertos com o contexto que se queira, é indiscutível que são falsos (ou são outras das muitas passagens neotestamentárias fundamentais para esquentar a suposta divindade de Jesus). Sem dúvida, é impossível não estar de acordo com os bispos do Oriente que, já no século IV, afirmaram que este texto havia sido intercalado muito tardiamente pelos partidários do bispo de Roma, na disputa pelo controle da Igreja com outros bispos de regiões cristãs também poderosas e influentes. Em primeiro lugar, como mera crítica acessória - já que documentaremos que o texto citado é uma interpolação espúria -, assinalamos que do contexto só cabe extrair razoavelmente as seguintes conclusões:
Se a fé e a base do cristianismo residem no conjunto de crenças que são inseparáveis da aceitação da divindade de Jesus, é óbvio que a suposta resposta de Pedro proporcionava uma sólida crença contra aqueles não tinham o Nazareno por “Filho do Deus vivo”, e nessas palavras residia, (não em quem as disse), a “pedra” sobre a qual construir a Igreja (isto é, a guardiã da ortodoxia desta fé), como deve ser o senso comum - e como se confirma em passagens notáveis como 1Pedro 2:4-8; Efésios 2:20; o 1Cor 3:11 e 10:4 – a
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fundação, a pedra sobre a qual se edifica a fé/igreja é Jesus Cristo, não Pedro, e muito menos o Papa, que é o que acontece na prática da Igreja Católica, que, com seu comportamento contradiz não só Jesus, mas Pedro e Paulo. 1Pedro 2:4-8 5 - Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo. 6 - Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; E quem nela crer não será confundido. 7 - E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, A pedra que os edificadores reprovaram, Essa foi a principal da esquina, 8 - E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, Efésios 2:20 Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; 1 Coríntios 3:11 Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. 1 Coríntios 10:4 E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.
Dar a Pedro “as chaves do reino dos céus” não parece ter o sentido de nomeálo o mordomo de coisa alguma, nem de instituição nem de paraíso prometido, mas que, pelo contrário, aludia à repetidamente mencionada vontade de Jesus de abrir a porta de Deus a todo o “povo de Israel” diante da iminente chegada do “reino”. Por outro lado, a faculdade de “atar e desatar”, que deve ler-se como a capacidade para reter ou apagar as faltas ou pecados mediante o arrependimento e o batismo, não foi dada exclusivamente a Pedro, já que segundo João 20:21-23, quando Jesus ressuscitado apareceu a todos os seus discípulos, lhes disse:
João 20:21-23 21 - Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. 22 - E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. 23 - Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos. É óbvio, portanto, que esse poder foi concedido a todos os discípulos presentes (de modo seletivo e limitado), ou, fazendo uma leitura mais generosa, a todos os seguidores de Jesus agrupados nas “ekklesias” ou assembleias de crentes DIANTE DE Yavé que, seguindo a seu mestre, aguardavam o iminente fim dos tempos. Voltando ao versículo de Mateus 16:18-19, veremos agora alguns outros aspectos ainda mais interessantes para esclarecer a impostura da qual tratamos neste capítulo. Se compararmos Mateus 16:15-20 com as passagens equivalentes dos outros evangelistas - Marcos 8:27-30; Lucas 9:18-22 e, em certa medida, João 6:68-70 -, observaremos que mesmo que a frase se repita textualmente em Marcos e Lucas (mas com acréscimos diferentes, claro) e o sentido se conserva em João, em nenhum deles aparece rastro algum de Mateus 16:18-19 com a fundamental nomeação que
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Pedro recebe de Jesus; resulta credível que a inspiração divina se esquecesse de comunicar a estes três evangelistas a justificação do papel central que deveriam desempenhar todos os papas da Igreja até o fim dos tempos? Parece pouco provável que assim seja. Pela enésima vez, um texto chave para os interesses da Igreja católica só aparece no fantasioso e falacioso Evangelho de Mateus. COMPARE E PERCEBA A FALSIFICAÇÃO FEITA PELA IGREJA CATÓLICA Mateus 16:15-20 15 - Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? 16 - E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17 - E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus. 18 - Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; 19 - E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. 20 - Então mandou aos seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era Jesus o Cristo. Marcos 8:27-30 27 - E saiu Jesus, e os seus discípulos, para as aldeias de Cesareia de Filipe; e no caminho perguntou aos seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens que eu sou? 28 - E eles responderam: João o Batista; e outros: Elias; mas outros: Um dos profetas. 29 - E ele lhes disse: Mas vós, quem dizeis que eu sou? E, respondendo Pedro, lhe disse: Tu és o Cristo. 30 - E admoestou-os, para que a ninguém dissessem aquilo dele. Lucas 9:18-22 18 - E aconteceu que, estando ele só, orando, estavam com ele os discípulos; e perguntoulhes, dizendo: Quem diz a multidão que eu sou? 19 - E, respondendo eles, disseram: João o Batista; outros, Elias, e outros que um dos antigos profetas ressuscitou. 20 - E disse-lhes: E vós, quem dizeis que eu sou? E, respondendo Pedro, disse: O Cristo de Deus. 21 - E, admoestando-os, mandou que a ninguém referissem isso, 22 - Dizendo: É necessário que o Filho do homem padeça muitas coisas, e seja rejeitado dos anciãos e dos escribas, e seja morto, e ressuscite ao terceiro dia. João 6:68-70 68 - Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. 69 - E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente. 70 - Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo.
Outro detalhe do texto comentado que é capital para ver que se originou de uma falsificação tardia é o fato de que Pedro aparece afirmando enfaticamente: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” e Jesus o ratificou diante de todos os discípulos, mas, entretanto, tanto Pedro como seus companheiros, como já mencionamos, não só pensavam que Jesus era um simples profeta, mas que não creram em absoluto na noticia da ressurreição de Jesus, a tal ponto que o ressuscitado, após duas aparições infrutíferas, teve que repreender-lhes “a sua incredulidade e dureza de coração” (Marcos 16:14). No próprio texto de Mateus, em continuação à enfática afirmação de Pedro, o próprio apóstolo pôs em dúvida o destino de Jesus e este teve que admoestá-lo (Mateus 16:21-23).
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Mateus 16:21-23 21 - Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia. 22 - E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. 23 - Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens.
Para justificar tanto despropósito só cabe supor que Pedro e seus colegas eram uns desmemoriados dignos do Livro dos Recordes - Imagine esquecer-se que Jesus era o Filho de Deus vivo! -, ou que os relatos, incompatíveis entre si, de Mateus, Marcos, Lucas e João, são meras invenções, sejam todos ou algum em particular: se está certo o Pedro de Mateus, não pode estar o dos outros três evangelistas (com o que se contagia de falsidade todo o relato da ressurreição de Jesus), mas se é verdadeiro o destes três, não é o de Mateus e a Igreja católica fica sem álibi para seus papas. Por outra parte, se Jesus tivesse designado Pedro para ocupar uma hierarquia superior ao resto, teriam restado múltiplos rastros disso, mas não apenas não é assim, como as evidências históricas e neotestamentarias indicam exatamente tudo ao contrario. A primitiva Igreja de Jerusalém, na qual Pedro foi um dos personagens de maior destaque, jamais esteve sob a direção deste, mas de Tiago, irmão de Jesus. Pedro jamais apareceu com maior importância que seus companheiros nas listas de apóstolos que figuram nos Evangelhos, tal como seria de se esperar dada a sua suposta autoridade - que já deveria estar pública e perfeitamente consolidada quando se redigiram os textos neotestamentários - e, em qualquer caso, quando Paulo citou os que eram considerados “colunas” da Igreja, falou de Tiago, Cefas [Pedro] e João, por esta ordem, e não teve o menor constrangimento em acusar Pedro de hipócrita e repreender-lhe publicamente por falsear o evangelho. Além disso, Pedro tampouco se declarou a máxima autoridade em sua 1ª Epístola e nem na 2ª, mesmo esta sendo pseudoepígrafa -, coisa absurda se de verdade ele tivesse sido o primeiro papa. Resulta evidente, pois, que nem os apóstolos, nem Paulo, nem o próprio Pedro afirmaram deste último o que a Igreja católica tem a arrogância de impor. Além de se basear na "Confissão em Cesareia de Filipos," a Igreja apóia sua defesa do papado na passagem de João, conhecida como "a tripla confissão de Pedro", onde Jesus apareceu aos seus discípulos, no Mar de Tiberíades, depois ressurreição e protagoniza a seguinte cena:
João 21:15-19 15 - E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. 16 - Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
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17 - Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. 18 - Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras. 19 - E disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. E, dito isto, disse-lhe: Segue-me.
Para dar a estes versículos o valor que merecem é preciso levar em conta que não foram escritos senão até o final da primeira década do século II por João, o ancião (ou João, o Presbítero), um grego que jamais conheceu o ambiente direto de Jesus, mas que sabia da execução de Pedro, por isso não foi difícil adicionar a profecia de seu martírio. Além disso, incompreensivelmente, ser for verdade este episódio, não se mencionou nada disso nos textos de Marcos ou Lucas, nem no de Mateus! Quando não só assumiria a nomeação de Pedro como cabeça máxima para espalhar a mensagem de Jesus, mas, muito mais importante, representava a reabilitação total do Apóstolo Pedro, rebaixado aos olhos do mundo após ter negado covardemente três vezes ser um discípulo de Jesus, fato que sim, fazem referência os quatro Evangelhos, sem exceção. Se quando Jesus pediu a Pedro: "Apascenta as minhas ovelhas" estava dando a ele o magistério da doutrina cristã, ou seja, estava instituindo o papel de Papa, como argumenta contra toda a evidência a Igreja Católica, não tem nenhum sentido o que o próprio Jesus afirmou:
João 14:25-26 25 - Tenho-vos dito isto, estando convosco. 26 - Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. João 16:12-15 12 - Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. 13 - Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. 14 - Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. 15 - Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
No peculiar Evangelho de João, que apresenta uma cristologia muito diferente da dos outros evangelhos, Jesus deixou bem claro que o ensinamento doutrinário viria exclusivamente do Espírito Santo, logo, como o passaria a Pedro, uns poucos versículos depois, sem contradizer nem ferir gravemente a fé e a imagem que o próprio nazareno tinha de si mesmo e de Deus? Pelo menos ele poderia ter dito que o ensinamento futuro emanaria de Pedro (inspirados ou não pelo Espírito Santo), mas mesmo assim, ninguém entendeu desta forma durante os primeiros séculos do cristianismo.
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O próprio Paulo é um exemplo, já que não só nunca buscou o ensinamento de Pedro nem da Igreja de Jerusalém - cabeça da herança doutrinária de Jesus, mas que a enfrentou e pregou doutrinas totalmente opostas. Também é claro que se Pedro tivesse sido o "primus inter pares", como a Igreja Católica diz, teria resolvido sua discussão doutrinária com Paulo por uma decisão da sua autoridade, mas não foi ele e sim um concílio que resolveu parcialmente a disputa. Do Concílio de Jerusalém, realizado no ano de 58, aparecem dados Atos 15 e sua leitura mostra claramente que o sínodo de “apóstolos e anciãos” - no qual Pedro tomou a palavra em primeiro lugar e, em seguida, Paulo e Barnabé, como partes, local e estrangeiro, respectivamente, em conflito – foi presidida por Tiago, irmão de Jesus, que em Atos 15:13-22 aparece recapitulando o que foi dito na reunião e propondo a solução que “então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja...”. E alguns capítulos mais tarde, em Atos 21:18, é novamente Santiago quem preside o conselho de sacerdotes na presença de Paulo (e Pedro nem é citado). Se alguém, então, agiu como papa nesses primeiros tempos, foi Tiago, jamais Pedro.
3 - A palavra “Papa” já era usada em religiões anteriores. A palavra latina Papa que significa “Grande Pai”, tem um fundo “pagão” religioso, como era de esperar-se. Na Roma pagã da antiguidade existia uma grande variedade de cultos pertencentes a diversos deuses, entretanto, havia um culto que se destacava em importância em relação aos demais, este era o da deusa Cibele, a “Mãe dos deuses”. Seu culto era antiquíssimo, pois foi rastreado até o período Neolítico (idade da pedra), com uma civilização matriarcal assentada na região de Catal Hüyük, próximo da antiga cidade de Iconio. Cibele veio à Roma desde a Frigia (Ásia) e os romanos a chamavam Magna Mater, a Grande Mãe. A Grande Mãe, por outro lado, tinha também um consorte, cujo nome era… Papas, que em grego significa Grande Pai. Este era o nome antigo na Ásia, do consorte de Cibele, mas os romanos depois o batizaram de Átis (The Oriental Religions in Román Paganism, Franz Cumont, 1911, p.48). Aqui salta à vista, não obstante, uma conexão muito evidente que é necessário mencionar. Cibele era a “Grande Mãe” dos antigos romanos, assim como hoje em dia a Virgem Maria é a “Mês de todos” os católicos romanos. E Papas, o consorte ou amante de Cibele, vem a ser agora o Papa Romano. Porque por acaso não são os papas romanos os que promovem a idolatria de Maria? E, por acaso não são eles também os que a divinizaram através de seus dogmas, como a Imaculada concepção e a Ascensão de seu corpo sem sofrer corrupção?
Cibele/Maria
Papas/Papa
Grande Mãe
Grande Pai
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4 - Pontífice (Pontifex Maximus). Título extraído de outras religiões. O termo Pontifex significa literalmente “construtor de pontes” (pons + facere), Maximus significa literalmente “máximo”. Isto poderia significar “construtor de pontes entre os deuses e os homens”, mesmo que talvez fosse entendido no sentido literal, pois o cargo de construtor de pontes era muito importante em Roma, onde as maiores pontes se encontravam sobre o Tíber, o rio sagrado (e ao mesmo tempo uma divindade); somente as maiores autoridades, com funções sacras, eram autorizadas a “molestá-lo” com acréscimos mecânicos. Outra versão (Marcel Mauss) era que a ponte supunha romper a ordem natural (ordo rerum), pois se cruzava um rio a pé enxuto, em vez de molhar-se, razão pela qual que era necessário um sacerdote que aplacasse a ira dos deuses. Além disso, o termo também podia ser entendido em seu sentido simbólico: os pontífices eram os que estabeleciam uma ponte entre os deuses e os humanos (Van Haeperen). Também foi observado que na antiga Índia se utilizavam conceitos similares na mesma época, idealizando a questão de rios e pontes. O colégio de pontífices (Collegium Pontificum) era o mais importante cargo do sacerdócio da Roma Antiga. A fundação deste colégio sagrado é atribuída ao segundo rei de Roma, Numa Pompilio, com o objetivo de servir como conselheiro do rei em tudo concernente à religião. O colégio era dirigido pelo “pontifex maximus” e todos os pontífices exerciam seu cargo por toda a vida. Antes da fundação da instituição, todas as funções administrativas e religiosas assim como o poder eram exercidas pelo rei.
5 - A morte de Pedro em Roma não se sustenta por nenhum lado. Embora não se tenha nenhuma informação confiável a respeito, a tradição católica afirma que Pedro e Paulo, oponentes até o fim em defesa de suas respectivas visões doutrinais – judaico-cristã a do primeiro e gentia a do outro -, encontraram juntos a morte em Roma durante as execuções massivas de cristãos, que teria ordenado Nero após o grande incêndio da capital em 64. Mas, se queremos ser rigorosos com a história, há que por em dúvida até a possibilidade de Pedro jamais ter estado em Roma. Só na primeira epístola de Clemente aos coríntios, escrita em fins do século I, e em um texto de Inácio de Antioquia, se menciona de passagem e sem precisão, que se acreditava que Pedro havia sido morto em Roma. Mais tarde, no ano 170, Dionísio de Corinto atestou que Pedro esteve em Roma, mas tanto a data tardia do texto, a distância entre Corinto e a capital, como o fato de que Dionísio assegure que a Igreja de Roma e a de Corinto foram fundadas conjuntamente por Pedro e Paulo (um aspecto que desmente rotundamente os próprios textos paulinos), lhe tiram qualquer credibilidade. Em Atos dos Apóstolos não se diz nada da suposta viagem e morte de Pedro à capital do Império. Para piorar, quando Paulo escreveu sua Epístola aos Romanos, mandou saudações pessoais a vinte e sete pessoas (Rom 16:1-24), mas nenhuma delas era Pedro! Seria absurdo supor que Paulo ignorava que seu colega estivesse em Roma se efetivamente tivesse sido assim ou que lhe negasse uma mera saudação protocolar. Ao escrever suas últimas epístolas desde Roma, Paulo tampouco mencionou em
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nenhum momento que Pedro ocupasse o cargo de bispo ou outro qualquer nessa cidade, nem se deu por informado de que pudesse estar, vivo ou morto, em Roma. A Igreja de Roma foi fundada por pessoas sobre as quais não se tem nenhuma informação, mas a meados do século II, apesar de contar com uns trinta mil membros, ninguém dessa comunidade havia registrado a suposta estadia de Pedro em sua cidade. Além disso, o título de patriarca, como sinônimo de “bispo superior” - e reservado, desde o século V, aos líderes de Alexandria, Antioquia, Constantinopla, Jerusalém e Roma - apareceu muito mais tarde em Roma do que na Ásia Menor ou na Síria. E em qualquer evidência histórica ou arqueológica jamais se conseguiu encontrar indício algum da estadia ou morte de Pedro em Roma.
6 - Nenhuma prova arqueológica: A tumba de Pedro é falsa. Apesar de em 26 de junho de 1968 o papa Paulo VI ter anunciado que “as relíquias de São Pedro foram identificadas de uma maneira que Nós podemos considerar como convincente”, tal suposição carece de toda base científica e se fundamenta em uma das investigações arqueológicas mais vergonhosas do século. Seguindo a pista da tradição que situa a tumba de Pedro na Via Ápia ou debaixo da igreja de São Pedro, o Vaticano decidiu realizar uma escavação arqueológica sob a cúpula de São Pedro. Os trabalhos, dirigidos pelo prelado Kaas e realizados entre 1940 e 1949, foram conduzidos pelo arqueólogo Enrico Josi, o arquiteto Bruno Apolloni Ghetti e os jesuítas Antônio Ferrua e Engelbert Kirschbaum. Finalmente, na noite 1950, o papa Pio XII anunciou que se havia encontrado a tumba do “príncipe dos apóstolos” sob a igreja romana. A escavação havia dado com uma vintena de mausoléus e duas criptas relacionadas com o santuário pagão da deusa Cibele, que esteve localizado nesse lugar, mas isso bastou para elaborar um informe que afirmava “ter encontrado, sem margens para dúvidas, o lugar onde foi Pedro foi enterrado, mas não se encontrou a tumba do apóstolo”. Diante de tamanho despropósito, a crítica científica séria, depois de analisar os resultados da escavação, tirou qualquer credibilidade à suposta descoberta. O próprio Engelbert Kirschbaum se viu forçado a rejeitar suas rotundas conclusões anteriores e a admitir que “varias peças poderiam se interpretar também de outro modo”, “que somente temos o lugar, a localização da tumba do apóstolo, e não os componentes materiais da mesma”, “que não há modo de saber [em uma tumba antiga] quem esteve ali enterrado”, que o informe inicial não esteve “isento de erros”, que nele há “defeitos na descrição” e “maiores ou menores contradições”, etc. Com um malabarismo final, Kirschbaum, antepondo sua fé à sua ciência, escreveu: “Foi encontrada a tumba de Pedro? Respondemos: foi encontrado um tropaion de meados do século II, mas a correspondente tumba do apóstolo não foi “encontrada” no mesmo sentido, mas se há demonstrado, ou seja, mediante toda uma série de
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indícios, se há deduzido sua existência, mesmo que não existam “partes materiais” desta tumba original”.
Desta vez a inspiração divina havia entrado no campo da arqueologia com um raciocínio tão peculiar como o seguinte: “não encontramos absolutamente nada, mas como localizamos outras coisas que nada têm a ver, demonstramos que este nada é a prova de que ali esteve o que buscamos”. Assim é elaborada a “ciência católica”.
Quando o papa Paulo VI anunciou como “convincente” a descoberta dos restos de Pedro, o antropólogo Venerando Correnti, após ter analisado as pernas do “velho robusto”, os supostos ossos do apóstolo, já tinha tornado pública a sua identificação dos restos como pertencentes a três sujeitos diferentes, entre os quais quase certamente se encontravam os de uma mulher anciã de uns 70 anos de idade. Mas os católicos, que estão obrigados a crer no Papa mesmo que ele se afaste da verdade objetiva, continuam peregrinando a Roma para render homenagem a São Pedro diante de uma tumba onde jamais esteve.
7 - O primeiro Papa romano; uma luta para seguir com o poder e o controle do império. A aparição oficial do primeiro Papa, por outro lado, não foi algo que aconteceu da noite para o dia. Mas implicou um processo de vários séculos através dos quais foi acontecendo uma série circunstâncias que propiciaram finalmente a aparição desta figura tão nefasta. Com a “execução” de Paulo e Pedro (onde quer que fosse) desapareceram as duas figuras mais influentes do protocristianismo, mas a cabeça da herança doutrinária de Jesus nunca estevo nestes personagens, nem mesmo em Roma; a Igreja primitiva, como já vimos, esteve dirigida por um conselho ou sanedrín presidido por Santiago, ao qual, após sua execução, no ano 62, sucedeu Simeão, filho de Cleofas e primo de Jesus. E se bem que é certo que a partir do ano 70 a Igreja judaico-cristã de Jerusalém perdeu rapidamente sua autoridade, em especial sobre os cristãos helenos, também o é que nessa década a igreja de Roma não era mais que uma espécie de anexo exterior da sinagoga judaica, onde se encontravam os cristãos que, pessoalmente, continuavam levando o estilo de vida judaico anterior à sua conversão. Com a brutal perseguição dos cristãos por Nero e a derrota dos judeus em sua guerra contra Roma, as comunidades judaico-cristãs foram pulverizadas e se espalharam, criando ortodoxias diferentes, que se enfrentavam mutuamente, tornando absolutamente impossível qualquer "linha de sucessão", embora, se for o caso, esta deveria ter sido dentro do judaísmo, uma vez que essa era a linha doutrinária de Jesus, de seus doze apóstolos, incluindo Pedro, e das primeiras igrejas de Jerusalém e Roma, mas nunca se esperaria encontrá-la no coração do catolicismo Romano que se institucionalizou apartir do Edito de Milão (313) do imperador Constantino.
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8 - A sucessão Papal e a falsificação de documentos. Tal como documenta e expõe Karlheinz Deschner, ao tratar das ficções históricas: “... se conheciam sucessões e cadeias de tradições nas escolas filosóficas, entre os platônicos, os estoicos, os peripatéticos, se conheciam nas religiões egípcia, romana e grega, que geralmente se remontavam a um deus, eram conhecidas há muito tempo, muito antes que em quase todos os países cristãos, a afirmação da sucessão ininterrupta no cargo dos bispos desde o dia dos apóstolos, a pretendida sucessão apostólica, conduzisse a grandes manobras de enganos. Pois precisamente por afastar-se cada vez mais dogmaticamente das origens, se procurava conservar a aparência de “semper idem”, se enganava por toda parte com falsificações drásticas de uma tradição apostólica que praticamente nunca existiu”. A doutrina da “successio apostólica” naquelas antigas sedes episcopais fracassava simplesmente porque em muitas regiões, sempre que seja possível identificar, no começo da cristandade, não existia nenhum cristianismo “ortodoxo“. Em grande parte do Velho Mundo, no centro e no leste da Ásia Menor, em Edessa, Alexandria, Egito, Síria, no judaico-cristianismo fiel às leis [de Moisés], os primeiros grupos cristãos não são ortodoxos, mas “heterodoxos”. Claro que ali não constituíam uma situação sectária, não era uma minoria "herege", mas o Cristianismo "ortodoxo" pré-existente. No entanto, pela ficção da transmissão apostólica, para poder legitimar em todos os lugares o bispado mediante uma sucessão ininterrupta, se apelou à falsificação, sobre tudo nas sedes episcopais mais famosas da Igreja primitiva. Quase tudo é simples arbitrariedade, foi inventado posteriormente e construído com evidentes manipulações. E naturalmente, a maioria dos “hereges” se serviu de outras falsificações, como os artemonitas, os arianos, os gnósticos como Basílides, Valentino ou Ptolomeu Valentiniano. Os gnósticos inclusive recorreram à transmissão antes da futura Igreja católica, que criou seus primeiros conceitos da tradição para combater a mais antiga das “heresias”, assumindo precisamente o procedimento justificativo gnóstico! No que diz respeito a Roma, a falsificação da série de bispos da cidade – até o ano 235 todos os nomes são incertos e para os primeiros decênios, produto da pura arbitrariedade - se fez em relação com a aparição do papado (o mesmo que com a falsificação de Símaco). Uma vez que, com Pedro e com a falsa lista de bispos baseada nele, Roma obteve vantagens colossais, Bizâncio se opôs à falsificação romana, mas bastante tarde, já no século IX. A lista oficial dos primeiros bispos de Roma, isto é, dos papas que proclama a Igreja católica é a seguinte:
Pedro (67-68) Lino (67-76)
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Cleto o Anacleto (76-88) Clemente I (88-97) Evaristo (97-105) Alexandre I (105-115) Sisto I (115-125) Telesforo (125-136) Higinio (136-140) Pio I (140-155) Aniceto (155-166) Soter (166-175) Eleutério (175-189)… Libério (352-366).
Esta lista procede de um suposto catálogo (Catalogus Liberianus) que apareceu no ano 354, encontrado por historiadores católicos e que faz remontar seus primeiros dados aos dias do papa Eleutério, mas não há base alguma para apoiar sua autenticidade e praticamente a totalidade dos personagens citados são de duvidosa existência real, somando-se ainda a mais que suspeita coincidência de que todos eles aparecem como estranhos ao mundo judaico – e a crítica histórica não aceita os escassos dados biográficos que se lhes atribui no “Líber Pontificalis”, o livro oficial dos papas. Em qualquer caso, resulta impossível manter a ficção eclesiástica da sucessão apostólica, tal como faz a Igreja, se, além do recém-mencionado, levarmos em conta o relato do Novo testamento, onde se explica como, ao fazer a substituição do enforcado Judas por Matias, se pôs como condição, para quem optasse por ser admitido dentro do círculo apostólico, “... um dos homens que estiveram conosco durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós, desde o batismo de João até o dia em que Jesus foi elevado dentre nós às alturas. É preciso que um deles seja conosco testemunha de sua ressurreição”. (Atos 1:21-22). Como pode alguém declarar-se sucessor dos apóstolos, se ninguém além deles pode cumprir os requisitos exigidos e seu testemunho pessoal (o que supostamente viram e viveram) não é herdável? Qual papa, em toda a história da Igreja, conviveu com Jesus ou lhe viu ascender ao céu? Se repassarmos as diferentes tradições cristãs de sucessão apostólica, todas baseadas em listas tão falsificadas como a de Roma, veremos que o patriarcado de Bizâncio foi fundado pelo apóstolo André, a Igreja de Alexandria por Marcos, a igreja de Corinto e Antioquia por Pedro, a igreja Armênia por Tadeu e Bartolomeu (e até mesmo pelo próprio Cristo, segundo uma troca de cartas entre o príncipe Abgar Ukkama de Edesa e Jesus, forjado em torno do ano 300), o bispado de Aquileia reclamava o título do patriarcado por ter sua origem em Marcos, desde o século V, muitas sedes episcopais da Espanha, Itália, Dalmácia, países Bálticos, Gália e Grã-Bretanha também apelaram à falsificação de listas sucessórias para demonstrar sua fundação apostólica e poder reclamar deste modo um status prioritário sobre outras cidades… e assim muito mais.
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Tais comportamentos desonestos não foram, entretanto, atos isolados, já que durante os primeiros séculos de cristianismo e de catolicismo foi absolutamente comum falsificar todo tipo de documentos com a finalidade de dotar-se de poder e/ou legitimidade doutrinal. O próprio Paulo, acusado de empregar mentiras para defender a sua visão do cristianismo se justificou dizendo:
Romanos 3:7 Mas, se pela minha mentira abundou mais a verdade de Deus para glória sua, por que sou eu ainda julgado também como pecador?
Naqueles séculos foi legião os que adotaram na prática o que Orígenes, o grande teólogo cristão, pôs por escrito quando formulou sua teoria da mentira pedagógica, baseada no plano divino da salvação; Orígenes defendeu a função cristã do engano quando postulou a necessidade de uma mentira (necessitas mentiendi) como condimento e medicamento (condimentum atque medicamen). Um dos documentos falsificados que mais rentabilidade trouxe à Igreja Católica é o famoso decreto conhecido como a Doação de Constantino - Constitutum Constantini ou Privilegium Sanctae Romanae Ecclesiae -, de 30 de março de 315. Neste texto, que se apresentou como redigido pelo próprio Constantino, além de relatar seu processo de conversão, por obra do papa Silvestre, o imperador deixou escrito que: “tanto mais quanto que nosso poder imperial é terreno, vimos decretar que sua santíssima Igreja romana será venerada e reverenciada e que a sagrada sede do bem aventurado Pedro será gloriosamente exaltado mesmo por cima de nosso Império e seu trono terreno. (…) Dita sede regerá as quatro principais de Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Jerusalém, do mesmo modo que a todas as igrejas de Deus de todo o mundo. (…) Finalmente, fazemos saber que transferimos a Silvestre, papa universal, nosso palácio assim como todas as províncias, palácios e distritos da cidade de Roma e Itália, como assim mesmo das regiões do Ocidente”. Hoje, que perdeu a sua utilidade, a própria igreja reconhece como falso.
9 - Sua localização em Roma, capital do império, estratégia política e militar. O fato de que a igreja em Roma estivesse localizada na capital do império, lhe conferiu imensas vantagens sobre outras igrejas também importantes, como certamente o eram Alexandria e Antioquia. Essas vantagens consistiam, por exemplo, em que a igreja em Roma podia intervir junto às autoridades imperiais em favor de outras igrejas ou representá-las, por ter contatos com o governo. Além disso, por sua posição estratégica, começou a prosperar economicamente e aquirir prestígio eclesiástica. Como resultado, a posição do bispo da igreja em Roma se consolidou e este começou a assumir a autoridade que lhe conferia o fato de ser a cabeça da igreja romana.
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Não obstante, ainda durante o reinado de Constantino (313-337), quando o Cristianismo já tinha se convertido na religião oficial do império Romano, o bispo romano era simplesmente só mais um bispo entre os bispos das demais igrejas. Pois Constantino, como já vimos anteriormente, era Bispo dos bispos, Pontifex Maximus, e Vicário do Cristianismo. Não foi senão após a morte do imperador Constantino (337), quando os bispos romanos se atreveram a começar a exigir uma posição de prestigio, influência e autoridade para si mesmo. E as típicas doutrinas falsas a respeito da primazia do papado, começaram também a serem sistematicamente formuladas. A evidência histórica mostra que o incentivo básico que motivou o bispo de Roma que ainda não se chamava papa - a começar a formular seus “direitos” e primazia sobre outras igrejas, foi o fato de que sua posição se via ameaçada pelas ambições do bispo da “nova Roma” (em grego Νέα Ῥώμη, em latim: Nova Roma), ou seja, Constantinopla, cidade conquistada e reformada por Constantino e a que Constantino proclamou capital do império (330–395).
10 - As lutas internas para ostentar o poder. As ambições do bispo da "nova Roma" vieram à tona no Concilio de Constantinopla (381), segundo concílio ecumênico, onde o então bispo de Roma, Dâmaso I, não foi convidado. Ali se decretou que o bispo de Constantinopla devia ter o primeiro lugar depois de o bispo de Roma, “porque Constantinopla é a Nova Roma”. O objetivo foi, sem dúvida, dar a Constantinopla uma posição no império do Oriente, que estivesse acima de Antioquia e de Alexandria; e Roma, é claro, não seria afetada (The Chair of Saint Peter: A History of the Papacy; F. Gontard, 1965, p. 116). Damaso reagiu imediatamente e em 382 um sínodo romano declarou - com óbvia referência à decisão do ano anterior -, que a igreja romana devia sua primazia não aos decretos de um sínodo, mas aos poderes comissionados a Pedro por Cristo. Roma era, segundo Dâmaso, “a primeira sede (cadeira ou trono) do apóstolo Pedro (Ibid.)”. Dâmaso também acrescentou o termo “apostólica” ao nome da igreja romana, e na ânsia de reivindicar para si suprema autoridade espiritual, foi o primeiro a se apropriar das palavras (falsificadas) pronunciadas por Cristo a Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (A Woman Rides the Beast, Dave Hunt, 1944, p.102).
11 - Representações de Roma e Constantinopla, cidades rivais com a divisão do império Romano. Esta afirmação de Dâmaso I, certamente, não foi aprovada por dois supostos grandes teólogos católicos contemporâneos de Dâmaso I: “Santo” Agostinho e “Santo” Ambrósio. São Pedro, escreveu Ambrósio, “tinha uma primazia de confissão, não de oficio; uma primazia de fé, não de posição”. Entretanto, os sucessores de Dâmaso I em Roma se aferraram nesciamente, e, por consequência, continuaram desenvolvendo as doutrinas que apoiavam a posição “especial” do bispo de Roma. Isto de tal maneira que o sucessor imediato de Dâmaso I, Siricio, foi o primeiro a chamar-se “Papa”, como o testemunham os próprios historiadores católicos
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romanos em suas crônicas dos papas. Não há dúvida de que a intervenção de Dâmaso I na história do desenvolvimento do papado jogou um papel muito importante. Mas não somente pelo exposto anteriormente, mas também porque ele foi o primeiro bispo romano a receber a nomeação de Pontifex Maximus, Sumo Sacerdote dos Mistérios Pagãos: No ano 382 o imperador Graciano ordenou que o Altar de Victoria (deusa que personificava o triunfo na mitologia romana. Esta deusa foi plagiada da deusa Niké grega) fosse destruído. Até essa época os senadores tomavam o juramento de lealdade ao império sobre esse altar (que foi construído por Augusto para comemorar a vitória sobre Accio). Antes de começar suas sessões, cada um deles queimava um grão de incenso sobre o altar. Quando o Senado, que em sua maioria era pagão, foi informado do edito imperial, mandaram uma comitiva a Milão para que se entrevistasse com Graciano. A comitiva levava consigo a túnica de Pontifex Maximus, com a qual tentavam presentear ao imperador. O imperador, por sua parte, devia receber o título e a túnica, pois pensavam que o sentimento amistoso assim induzido faria o imperador mudar de opinião. Entretanto, o imperador terminou rejeitando a túnica e o título, afirmando que resultava impróprio para um imperador cristão (Gontard, op.cit., p.120). Quando o imperador Graciano recusou o título e o rito de iniciação de Pontifex Maximus, que lhe correspondia por causa de ser o imperador romano atual, o posto obviamente ficou vago e foi tomado então pelo bispo romano Dâmaso I. Definitivamente alguém tinha que ocupar a vaga, pois os pagãos no império Romano eram muitos em número, como o atesta o historiador Gibbon em sua extensa obra Decline and Fall of the Román Empire (1781, vol.V, cap. 28, p.87): “A imagem e o altar de Victoria foram removidos da casa do Senado, mas o imperador deixou as estátuas dos deuses que estavam expostas à vista do público; e 424 templos permaneciam para satisfazer a devoção do povo, e por todas as partes em Roma a moral dos cristãos era ofendida pelos odores dos sacrifícios idolátricos”. O bispo romano Dâmaso I, por outro lado, durou pouco tempo oficiando como Pontifex Maximus. Já que o imperador Graciano recusou a nomeação no ano 382 e Dâmaso I morreu em 384. Entretanto, é necessário fazer notar que esta TRANSFERENCIA do oficio de Pontifex Maximus do imperador a um bispo romano, havia conseguido com que o bispo romano, em seu afã de poder, consentisse em aceitar o posto vago de Pontifex Maximus, Sumo Sacerdote dos Mistérios Pagão; oficio que, por causa de ir contra a moral cristã, o próprio imperador havia recusado. Desta maneira o bispo romano ficava completamente sob seu controle e poder, como todos os demais Pontífices (pagãos) anteriores haviam estado. O bispo romano zelosamente se encarregou de introduzir o Paganismo dentro da Igreja. Os pagãos, por outro lado, começaram a serem aceitos na Igreja sem mudar suas crenças e práticas; e, diante de seus olhos, agora o bispo romano era o legítimo representante de sua larga linha de Pontífices (The Two Babylons or the Papal Worship, Alexander Hislop, 1916, p.252).
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Agora bem, no que diz respeito ao carácter moral de Dâmaso, o testemunho histórico nos fala de um homem sumamente corrupto. Pois tendo sido inicialmente diácono, e para conseguir posteriormente o bispado de Roma, teve que disputá-lo com outro diácono rival de nome Ursino. Ambos, Dâmaso e Ursino, tinham conseguido cada um, bispos que os consagraram. Um destes bispos pertencia à cidade de Tibur e o outro pertencia ao porto de Ostia. Dâmaso, que era espanhol, chegou a acumular bastante dinheiro, que obtinha habilmente extraindo de damas ricas. Com o dinheiro assim obtido, contratou um bando de empregados de circo, entre os quais se encontravam lutadores, corredores de cavalos e outros tipos violentos com os quais atacou os seguidores de Ursino. A batalha começou na rua, despois os seguidores de Ursino se encerraram na recémconstruída basílica de Santa Maria, a Maior, conhecida como “Nossa Senhora da Neve”. Os partidários de Dâmaso subiram para o telhado, fizeram um buraco e começaram a bombardear os ocupantes com telhas e pedras. Outros, enquanto isso estavam atacando a porta principal. Quando esta caiu, se desenrolou uma sangrenta luta que se prolongou por três dias. Ao final, 137 cadáveres foram removidos, todos pertenciam aos seguidores de Ursino (Vicars of Christ: The DarkSide ofthe Papacy; Peter De Rosa, 1988, p.38). Dâmaso, uma vez tendo conseguido a vitória sobre seu rival, foi confirmado como bispo de Roma em 366. Ursino, por sua parte, não se havia dado ainda por vencido e conseguiu que Dâmaso, já como bispo de Roma, comparecesse diante da corte imperial. Foi acusado de instigação ao homicídio e de financiar e organizar uma guerra civil entre os cristãos de Roma. Dâmaso conseguiu com que as testemunhas da parte contrária fossem torturadas, e acabou por ser absolvido. Ursino e seus seguidores terminaram exilados para a Gália (França). O fato de Dâmaso e Ursino terem se enfrentado pelo titulo de bispo de Roma, era porque evidentemente representava uma posição sumamente lucrativa. Quando em uma ocasião um prefeito de Roma – que possuía muitos títulos religiosos - foi confrontado por Dâmaso para que se convertesse, o homem respondeu: “Claro, se me fazes bispo de Roma” (Gontard, op.cit., p.l 13). Um escritor dessa época, o historiador Amiano Marcelino, escreveu que definitivamente se levava a cabo uma ferrenha competição por essa posição tão lucrativa: “Porque uma vez ganho o posto, o indivíduo podia desfrutar em paz de uma boa fortuna assegurada pela generosidade de matronas; transporte em carruagens e vestir-se com magníficas roupas; e dar banquetes cujo luxo supera a mesa do Imperador”. (De Rosa, op.cit., p.39). Se poderia dizer que a partir de Dâmaso, os papas romanos começaram a enriquecer grandemente e a possuir grandes extensões de terra. Isso aliado ao fato de que a mudança da capital do império de Constantino ao Oriente (Constantinopla), não havia nenhum imperador para governar no Ocidente, criando-se um grande vazio político, administrativa e emocional. Vazio que o Papa estava mais que disposto a preencher, convertendo-se, greadualmente, na maior potência da Itália e da Europa ocidental, e assim permaneceu durante toda a Idade Média.
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12 - Os atributos, títulos e leis são alterados ao gosto do Papa. Aproximadamente sessenta anos depois de Dâmaso aparece o Papa Leão I (440-461), o qual ocupa um lugar importante na historia dos papas, pois levou teoricamente a doutrina da primazia do papado o mais longe possível. Este Papa conseguiu que, por causa de seus serviços diplomáticos prestados ao império, o imperador romano Valentiniano III confirmasse finalmente a primazia do bispo de Roma sobre todas as demais Sedes. Uma vez logrado isto, Leão então proclamou que a primazia de Roma reconhecida agora politicamente - seria herdada por todos os seus sucessores (Gontard, op.cit., pp.137, 138). Além disso, fortaleceu e exaltou sua Sede em Roma referindo-se a si mesmo como “Pedro na cadeira (falsa) de Pedro”; afirmou possuir a plenitude do poder (plenitudo potestatis); e se considerava inclusive o “governador do Universo”. O Papa Leão I, o Grande (440-461) não apenas NÃO considerou infalível a sim mesmo, mas que proclamou por escrito que o imperador contemporâneo e homônimo Leão I (que como os outros monarcas da época recebia os títulos de Pontifex, “arauto de Cristo”, “guardião da fé”, etc.) sim, que o era. “Sei que estais mais que suficientemente iluminado pelo espírito divino que mora em Vós”, disse o papa ao rei. De fato, o imperador Leão I, fazendo uso da infalibilidade que lhe havia outorgado o próprio papa com respeito às questões de doutrina católica, tinha plena autoridade para derrubar inclusive os dogmas aprovados nos concílios. Nesses dias, muitos prelados aplicavam também ao imperador Leão I os versículos (falsos) de Mateus 16:18, base (falsa) sobre a qual a Igreja católica sustenta seu pontificado e a linha sucessória desde Pedro. Leão também foi o primeiro Papa em adjudicar-se, para sua própria conveniência, o texto bíblico de Mateus 16:19 onde Jesus supostamente entrega a Pedro as chaves do reino dos céus e o poder de atar e desatar. Tal autoridade, não obstante, não foi conferida somente a Pedro, pois dois capítulos mais adiante, em Mateus 18:18 o Senhor dá a mesma autoridade a todo o grupo de discípulos. E depois, nos versículos seguintes 19 e 20 do mesmo capítulo, vemos que estende este direito a TODOS os crentes. Outra contribuição principal de Leão à teoria do papado consistiu em fazer uma distinção entre pessoa e oficio. Ou seja, ele afirmava que mesmo que um Papa fosse pecaminoso, isto não afetava o caráter Petrino do papado. Uma distinção leonina que resultou de grande ajuda depois para os papas, pois assim justificaram todo tipo de imoralidade entre eles. Durante o reinado de Leão também se viu, pela primeira vez, o nefasto primeiro exemplo da interação entre a Lei Canônica e a execução da Lei Civil. Pois a todas as ordenanças do Papa se lhes deu força legal, de tal modo que todo aquele que não se submetesse à Igreja, se convertia então em um herege; e, portanto, sujeito ao edito das leis de heresia do império (Ibid.).
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A Igreja Católica Romana, mas não apostólica, não descende dos apóstolos, mas dos imperadores romanos, formou sua estrutura com base no padrão organizacional do próprio império romano, como se pode ver no desenho ao lado:
Após a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, os papas assumiram o papel de imperadores e o "casamento" entre a Igreja e o mundo foi consumado. De perseguida, agora a Igreja tinha se tornado a principal perseguidora, e não apenas em questões religiosas, mas também em qualquer forma de liberdade de consciência. Peter De Rosa, em seu livro Vicars of Christ: The Dark Side of the Papacy (1980,p.34), descreve isto eloquentemente: “Não está longe o tempo quando os sucessores de Pedro não serão os serventes, mas os amos do mundo. Se vestirão de púrpura como Nero e chamarão a si mesmos Pontifex Maximus. Se referirão ao homem pescador como “o primeiro Papa”, e apelarão não à autoridade do amor, mas ao poder investido nele (Pedro) para agir como Nero agiu. Desafiando a Jesus, os cristãos farão aos outros, o que fizeram a eles, e pior ainda farão. A religião que se orgulhava de ter triunfado sobre a perseguição por meio do sofrimento, se converterá na fé mais perseguidora que o mundo já viu. Perseguirão inclusive a raça da qual Pedro e Jesus provieram. Ordenarão em nome de Jesus que todos os que não estejam de acordo com eles sejam torturados, e algumas vezes crucificados sobre o fogo. Farão uma aliança entre o trono e o altar; e insistirão que o trono é o guardião do altar e garantidor da fé. Seu ideal será que o trono (o Estado) imponha sua religião em todos os seus súditos. Sem se preocuparem que o próprio Pedro se opôs a tal aliança e que por causa disso morreu. Três séculos depois que o apóstolo morreu na Colina do Vaticano, a Igreja, apesar da perseguição, cresceu em força até que veio o dia em que foi tentada a lançar sua sorte com César”.
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13 - A eleição dos Papas, corrupção, fraudes, manipulação, conspirações e assassinatos. No procedimento de eleição dos papas também parece haver mais mão humana que divina, ao menos é o que se pode deduzir se recordarmos que durante o primeiro milênio o pontífice era eleito pelo clero e pelo povo romano, até que o papa Nicolás II, no ano de 1059, a fim de evitar as ingerências do poder político civil, passou aos cardeais essa função, deixando aos eleitores anteriores só a prerrogativa de poder aclamar o novo Papa (que devia pertencer ao clero romano e ser designado preferencialmente em Roma). Alexandre III, em 1179, estabeleceu que para a eleição fosse necessário somar dois terços dos votos; e, finalmente, Paulo VI excluiu do eleitorado ativo os cardeais maiores de oitenta anos. É desconcertante que se coloque condições de um tribunal sociopolíticoem uma eleição que, de acordo com a Igreja, deriva da inspiração do Espírito Santo sobre o conclave. É porque o Espírito Santo não é capaz de inspirar a todos e se facilita o seu trabalho diminuindo um pouco o número de prosélitos necessários? É porque os mais idosos não são inspiráveis? E se há cardeais surdos ao Espírito Santo, o que diabos fazem dirigindo o magistério católico e participando de um conclave? Apesar da presunção do papado católico possuir uma sólida origem petrina, a própria história da Igreja desmente essa preseunção. Contra toda a lógica, uma vez que afirma que Jesus deu a Pedro autoridade primazial “e a seus sucessores”, durante os primeiros séculos do cristianismo não houve nenhuma doutrina de primado, ainda que o bispo da capital do império gozasse de prestígio considerável. Foi a partir da influência do direito romano e do estatuto do imperador, e de uma série de situações sócio-políticos peculiares - como o confronto entre Roma e Bizâncio, o que levou a uma situação bicéfala, ou a aliança com os francos, selada pela coroação de Carlos Magno no dia de Natal do ano 800 - que acabou por consolidar dentro da Igreja Católica o conceito de “plenitudo potestatis”, que fazia todo o poder emanar do papa e reservou para sua exclusiva designação os títulos como summus pontifex e vicário de Cristo, que originalmente eram peculiares dos encargos episcopais. “O primeiro a referir-se a Mateus 16:18, é claro, foi o despótico Estevão I (254-257). Com sua concepção da igreja, mais hierárquico-monárquica do que episcopal e colegiada, é de certa forma o primeiro papa, mesmo que não tenhamos qualquer declaração sua a esse respeito. No entanto, Firmiliano, o influente bispo de Cesareia da Capadócia, reagiu imediatamente. Segundo o Lexikon für Theologie und Kirche, não reconhece “nenhuma primazia jurídica do Bispo de Roma”. Firmiliano ainda censura aquele, que se vangloria de sua posição e acredita “ter a seu cargo a sucessão de Pedro” (successionem Petri tenere contendit). Ato seguido, fala da “insensatez tão forte e notória de Estevão”, e mais adiante lhe chama de “sckismaticus”, que separa a si mesmo da Igreja. Joga-lhe na cara sua “audácia e insolência” (audacia et insolentia), “cegueira” (caecitas), “estupidez” (stultitia). Irritado, lhe compara com Judas e afirma que dá “má fama aos santos apóstolos Pedro e Pablo”.
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Grandes personagens da Igreja como Orígenes – “todos [apóstolos e fiéis] são Pedro e pedras e sobre todos eles está construída a Igreja de Cristo” - ou o próprio Santo Agostinho - com sua famosa sentença “Sumus christiani, non petriani” (“Somos cristãos, não petrianos”) - se mostraram abertamente contra a figura do primado romano. E em todos os concílios dos primeiros séculos, o bispo de Roma era apenas mais um dos participantes, sem maior poder que o de poder emitir um voto de igual valor ao de seus colegas de outros bispados. Além disso, não eram nem os bispos e nenhum suposto papa que tinha a autoridade para convocar concílios, já que este era um poder do imperador. Como escreveu em meados do século V, o historiador da igreja Sócrates:
“Desde que os imperadores começaram a ser cristãos, as questões da Igreja dependem deles, e os principais concílios se realizaram e se realizam à sua vontade”.
Devemos pensar que o poder de Pedro tinha passado alguns séculos de férias antes de aparecer em público? E se assim foi, como foi possível recuperar a linha sucessória? Se, além disso, nós revermos as listas de papas, especialmente os 46 pontífices entre João VIII (872-882) e Nicolau II (1058-1061), é francamente difícil de acreditar foi possível manter inalterada a suposta linhagem de Pedro, durante um tempo quando os papas não chegavam a governar mais de quatro anos, em média, sendo frequentes os pontificados que duraram apenas alguns dias ou meses, ocupando o trono de Pedro tanto idosos esgotados como jovens ou adolescentes, que eram rapidamente depostos, encarcerados ou mortos pelo clero rival, por príncipes ou maridos que foram abençoados com chifres exuberantes. A isso se deve acrescentar que entre os cerca de 300 “sucessores da cadeira (falsa) de Pedro”, que contabiliza a Igreja Católica, está documentado que pelo menos 37 deles, entre os anos 217 e 1449, foram antipapas ou impostores (os olhos da própria Igreja, claro). Alguém pode explicar de que maneira, milagrosa ou não, tem sido mantida intocada, apesar de condições tão confusas, a tão cacarejada “sucessão inalterada” de Pedro até o papa atual? Com o cativeiro de Avignon (1305-1378) e do Grande Cisma do Ocidente (13781417), onde se estabeleceram três papas simultaneamente e se viu o auge da doutrina conciliarista - que defendia que o órgão supremo da Igreja era o Concílio Ecumênico e não o Papa -, o papado perdeu muito prestígio e se debilitou a ponto de precisar buscar apoio dos reis, concedendo-lhes em troca, privilégios em matéria de nomeações episcopais e benefícios nas “concordatas dos príncipes”. Superada a crise, no século XV, o papa começou a atuar como mais um soberano, fazendo valer sua influência e territórios para intervir no campo diplomático e político, participar de guerras, etc. Os papas dessa da época transformaram Roma em um grande centro cultural e político, tão cheio de beleza e riqueza como de iniquidade e corrupção.
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Um século mais tarde, no XVI, o Papa Paulo III, no Concílio de Trento, ao decretar sua própria preeminência sobre os bispos e o Concílio, colocou em marcha um processo de centralização de poder dentro da Igreja, paralelo ao que tinham empreendido as grandes monarquias europeias, que chegou até os dias de hoje, apesar de grandes oposições internas, como as correntes galicana e febroniana, dos séculos XVII e XVIII, que negaram ao papa sua autoridade para decidir sobre questões de fé e moral, exigiram reconhecimento de que a autoridade máxima da Igreja era a dos bispos reunidos em concílio, e exigiram o pleno poder jurisdicional dos bispos dentro de suass respectivas dioceses. O risco da perda de autoridade papal a que estavam conduzindo estas correntes eclesiológicas, obrigou o Concílio Vaticano I (1869-70) a proclamar solenemente a infalibilidade do papa e sua primazia de jurisdição. Diante da questão da primazia papal, que tinha sido um elemento central nas controvérsias que levaram; primeiro, a divisão entre as Igrejas do Oriente e do Ocidente, e em seguida, a divisão entre católicos e protestantes, a Igreja Católica não poderia - e nem pode – mostrar-se débil; o preço que teve que pagar por sua tenacidade já lhe havia custado muito caro, com a perda de muitos territórios de influência e grandes massas de crentes, para voltar atrás e arriscar-se a perder, ainda mais, o férreo controle interno que ainda a mantém unida. Fontes: Textos extraídos de Mentiras fundamentales de la iglesia Católica- Pepe Rodríguez e de outros documentos.
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4 - A Igreja Católica INVENTOU São Pedro 1 - Problema sobre seu nome e parentesco É sempre interessante notar que Simão-Pedro é um personagem muito importante nos evangelhos (a tal ponto que parece ser a mão direita de Jesus) e de repente desaparece, tanto a sua figura como a sua influência na imediata vida cristã pósJesus. O lugar de Pedro como líder e máxima figura dos seguidores de Cristo, parece ser substituído por ninguém menos polêmico que Paulo de Tarso. Mas este "anonimato" de Pedro desaparece com o início do "cristianismo católico" e Pedro é "ressuscitado", tornando-se o primeiro Papa de Roma e a "pedra" angular da igreja. Vamos ver alguns problemas sobre este esquivo Pedro, mas que não serão tão abundantes quanto seu colega (e quase arqui-inimigo) Paulo, devido a uma provável manipulação de sua figura pelos copistas bíblicos posteriores. Veremos o grande mistério e manipulação que existe sobre seu nome (que muito poucos crentes conhecem) e pesquisando um pouco mais poderíamos chegar a conclusões muito interessantes e reveladoras. O Novo Testamento cita seis pessoas com o nome de Simão, (em hebraico Simeon), estes são mencionados ao longo dos Evangelhos e são diferentes daqueles que levam o mesmo sobrenome, que podem ser encontrados no decorrer da leitura inteira. São seis nomes que aparecem na longa lista de palavras usadas pelos apóstolos, às vezes como nome real, outros como um apelido. Isso é muito comum entre os judeus da época. Descartamos em primeiro lugar Simão, o leproso, cuja morada é em Betânia (Marcos 14:3, Mateus 26:6). É provavelmente o pai de Lázaro (na verdade, chamado Eleazar), de Marta e de Maria (primas de Jesus, provavelmente), foi em sua casa, onde ocorreu a famosa cena da misteriosa unção. É também em sua casa onde Jesus se oculta quando não reside em Jerusalém. Lembre-se que Jesus nunca passou uma noite em Jerusalém, como os Evangelhos nos dizem. Depois temos o apóstolo Simão, que encontraremos com muitos apelidos diferentes, mas atualmente conhecido como Simão-Pedro. É Simão-Cefas, ou mais precisamente, em hebraico correto, Képha. Esta palavra significa rocha, torre de pedra, (Sander, Dicionário rabínico), de onde sai pedra (Pedro). Existe também um nome que muito se aproxima e que pode ter permitido estabelecer um jogo de palavras fácil, que lhe segue muito de perto nos vários dicionários hebraicos. Kipahá é a palavra que designa um ramo de palmeira. No simbolismo messiânico antigo este era o próprio símbolo do movimento, é o célebre ramo de Isaí (ou Jessé dependendo da Bíblia).
Isaías 11:1 1 - Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. Levítico 23:40 40 - E no primeiro dia tomareis para vós ramos de formosas árvores, ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas, e salgueiros de ribeiras; e vos alegrareis perante o SENHOR vosso Deus por sete dias.
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Assim, pois o célebre jogo de palavras: “... tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja,” (Mateus 16:18) não é uma tradução correta do pensamento que presidiu o enunciado primitivo. Há que se ler: “Tú eres képha (rocha), e de ti farei kipahá (um ramo de palmera, símbolo de vitoria)...” Mas da tradição oral hebraica ao passar para a versão grega escrita, depois da grega ao latim, depois às línguas vulgares, o sentido esotérico primitivo se alterou consideravelmente. Observaremos, por outro lado, que não é Jesus quem dá a Simão o apelido de pedra (Képha). Este já o tinha:
Mateus 4:18 18 - E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores;
Podemos perceber que o apelido de "pedra" não é Jesus quem primeiro o designou a "Pedro", como podem erroneamente acreditar muitos crentes cristãos. Esse mesmo Simão Képha era de Betsaida (João 1:44), mas residia em Cafamaum (Marcos 1:21; 29). Não há nisso, necessariamente, uma contradição. É irmão de André (João 1:40). Mas o mais impactante para o cristão comum é que Pedro é filho de Maria e irmão de Jesus, de Tiago, de José e de Judas:
Mateus 13:53 55 - Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?
Simão-Pedro é irmão de Jesus? É bastante provável. Mas também é muito importante estabelecer que segundo este versículo seja irmão de Tiago (também chamado Santiago). É um grande pecador e não um pescador que maneja a rede e captura peixes no lago de Genesaré. Ele é um pecador, com todo o sentido moral do termo:
Lucas 5:8 8 - E vendo isto Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausentate de mim, que sou um homem pecador.
É chamado “filho de Jonas”:
João 21:15 15 - E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes?...
Veremos que todos estes adjetivos a Simão Pedro não são nada mais do que apelidos. Os escribas anônimos do idioma grego que com base em uma tradição oral transcreveram os textos evangélicos no século IV, não entendiam (nem liam) em hebraico. É fácil constatar. Esqueceram (ou ignoraram) que uma língua, em um determinado período, é composta das contribuições de línguas mais antigas. No Inglês
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moderno há palavras que vêm diretamente do francês antigo, que chegaram a ele através da invasão normanda. E no francês moderno há palavras que foram deixadas pelos mercenários Ingleses da Guerra dos Cem Anos, que vêm diretamente do substrato germânico-saxão. O mesmo aconteceu com o hebraico. O sumério, o assírio, o aramaico, e até mesmo o acádio antigo, deixaram numerosas contribuições no hebraico clássico. Nossos escribas gregos do século IV fizeram de uma velha palavra acádia, “barjonna”, um qualificativo familiar e transcreveram: “Simão-bar-Jonas”, ou seja. Simão, filho de Jonas, o que contradiz a todas as outras passagens evangélicas, onde se lhe chama filho de Zebedeu. Veja Mateus 10:2; 26:37; Marcos 1:19-20; 3:17; 10:35; Lucas 5:10; João 21:2. (Recordemos que Simão-Pedro é irmão de Tiago: Mateus 13:55) No entanto, em acadiano e aramaico, “barjonna” significa “fora da lei”, um anarquista. Esse qualificativo é ressaltado pela confissão de Simão-Pedro: "Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador..." (Lucas 5:8), mas o é ainda mais pelos outros nomes que acompanham o nome de Simão ao longo Evangelhos. Estamos cientes de que alguns estudiosos queiram ver em Jona uma abreviatura para Johannes. Mas se olharmos com cuidado, nunca se encontrará Jona ou Jonás como uma abreviação para Johannes. Ao contrário, a fonte de barjonna (em acádio e em aramaico: “fora da lei, anarquista”) possui sólidos fundamentos. Robert Eisler, em seu livro “Jésous bassileus” (1929), pág. 67, nos diz que, segundo Elieser-ben-Jehuda, em sua obra “Thesaurus totius habraitatis”, tomo II, pág. 623, esse é exatamente o significado de dita palavra. Em seu Aramaisch neuhebraisches Wórterbuch (1922, pág. 65a, 2.a edición), G. Dalman nos diz o mesmo. Provavelmente o texto copta do Evangelho dos Doze Apóstolos, em seu segundo fragmento, transcreve “bariona” e não “bar-Jonas”. Vejamos as confirmações diversas nos próprios evangelhos canônicos: Há entre os Doze, tal de Simão, o Zelote. Este termo é grego e significa zeloso, fanático, zelador. Sabemos por Josefo, tanto em Guerras dos Judeus e Antiguidades Judaicas, que a palavra “zelote” era usada para designar os sicários, terroristas judeus armados com a sica, adaga curva com a qual estripavam seus adversários. Mas Simão, o Zelote é irmão de Jesus, como Simão Képha, segundo Lucas em Atos:
Lucas 6:15 15 - Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote; Atos 1:13 13 - E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de Tiago.
Sem dúvida, nestas duas citações se fala sobre dois homens que respondem ao nome de Simão. Mostraremos que ambos eram apenas um e mesmo indivíduo. Porque seria muito surpreendente que Simão o anarquista, a pedra, o "fora da lei”, fosse um homem diferente de Simão, o sicário, (assassino), o Zelote. Pois se assim fosse, seria
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ainda mais grave, já que estaríamos na presença de prova absoluta de que Jesus recrutava seu povo em tais ambientes (de terroristas) de gente de muito baixo nível. Temos também certo Simão, o cananeu. Simão, o cananeu é citado em Marcos:
Marcos 3:18 18 - André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu,
Segundo observa Oscar Cullmann em seu livro “Saint Pierre Apôtres, disciple el martyr”, (Neuchatel, 1952) é o mesmo que o Zelote e isso não tem nada a ver com a terra de Canaã. De fato, em hebraico, a palavra significa “kana”, zeloso, ciumento, fanático, apaixonado. É o equivalente a “zelotés” do grego. Simão o Cananeu é citado em Marcos (3:18), mas na cidade de Cana (ou, mais precisamente, Kaná) é onde se reuniam os zelotes ou sicários (assassinos) (João 2:1, 4:46, 21:2). Era também a pátria de Natanael (João 21:1 e 1:46). Agora nos deparamos com um tal Simão Iscariotes. Citado em João (6:71) como o pai de Judas Iscariotes:
João 6:71 71- Referia-se a Judas, filho de Simão Iscariotes; porque era ele o que o havia de entregar, sendo um dos doze.
(Muitas outras versões Bíblicas dizem: “… Judas, filho de Simão Iscariotes…”; e inclusive a versão grega: “…τον ιουδαν σιμωνος ισκαριωτην…”
João 12:4 4 -Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traílo, disse:
Em certos manuscritos se fala também de Simão Iscariotes. Por exemplo, no utilizado por São Jerônimo para sua Vulgata latina, versão oficial da Igreja Católica:
lohanem, 6:72 “dicebat autem Iudam Simonis Scariotis hic enim erat traditurus eum cum esset unus ex duodecim”
A versão protestante sinodal de 1926 traduz da mesma forma: Simão Iscariotes. Há tentativas de se fazer derivar o nome “Iscariotes” de uma aldeia chamada Karioth. Judas e Simão seriam "homens (em hebraico: ish) de Karioth", mas esta tradução é muito discutível. Pois na época messiânica não aparece citado entre os autores antigos nenhuma cidade com este nome. Na verdade, Judas e seu pai Simão são os “homens (em hebraico: ish) da sica”, o terrível punhal dos sicários (assassinos) e que lhes deu o seu nome: ishi-karioth. E, além disso, como sustentar que Simão e Judas, seu filho poderiam ser de uma cidade chamada Karioth, quando já foi dito em outros lugares que a casa comum e, portanto familiar, de Simão e André (seu irmão), era em Cafarnaum? “Entraram em Cafarnaum e” (Marcos 1:21) [e] “(29) E logo, saindo da sinagoga, foram à casa de Simão e de André com Tiago e João.(30) E a sogra de Simão estava deitada com febre; e logo lhe falaram dela.” (Marcos 1:29-30)
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Por último, esse Judas, filho de Simão, o Zelote, também é rotulado como tal em um apócrifo etíope, “O Testamento na Galileia de Jesus Cristo” no capítulo II, versículo 12: "Nós, João, Tomás, Pedro, André, Tiago, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Natanael, e Judas Zelote...". Por todas estas razões, baseando-nos nos versículos citados cuidadosamente. Simon "a Pedra", Simon "o Zelote", Simão "o Cananeu" e Simão Iscariotes, são uma só e única pessoa que é Simão, o anarquista, o fora da lei (barjonna). Podemos verificar que é o irmão de Jesus, como são testemunhas os versículos citados. É o pai de Judas Iscariotes e é um dos filhos de Maria, como dizem as mesmas passagens. E como tal, o sucessor do próprio Jesus na linhagem de Davi, exatamente isso mesmo se converterá de Képha (homem das pedras, fora da lei), em kipahu, ou seja, em "ramo" de Jessé, no seu lugar e no seu cargo após sua morte. Amigo leitor crente, como concluir outra coisa inequivocamente as próprias escrituras cristãs?
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2 – Pedro NUNCA foi líder, nem primeiro Papa Você já se perguntou por que, se Pedro é o "segunda a bordo" no movimento religioso iniciado por Jesus, de repente parece perder sua importância? Porque a "primeira pedra da igreja" está quase completamente ausente tanto em presença quanto em influência nos escritos posteriores dos Evangelhos? Pedro era realmente o líder escolhido por Jesus para guiar o seu movimento? Precisamos esclarecer algumas coisas: é provável que o personagem de Pedro nunca tenha existido (pelo menos como mostrado pelas escrituras). E caso ele tenha sido um personagem real, veremos que é muito improvável que fosse o líder e a "pedra" fundamental sobre a qual se levantaria a incipiente Igreja Católica. De acordo com o catolicismo mais básico e protegido pelo versículo de Mateus, Pedro é a base do que em breve seria uma longa sucessão de papas.
Mateus 16:18 18 - Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;
Veremos que de acordo com a própria Bíblia, Pedro NÃO foi escolhido para liderar o movimento iniciado por Jesus. Descobriremos o verdadeiro líder do cristianismo primitivo, o qual passou quase despercebido e as razões pelas quais Pedro caiu em desgraça. Como já vimos nos problemas de seu nome e parentesco por dados fornecidos pela própria Bíblia, é muito provável que Pedro fosse irmão de Jesus, pai de Judas Iscariotes e um revolucionário sicário e violento. O que nos diz muito sobre o tipo de pessoas com as quais Jesus se relacionava. Jesus como o grande líder de sua seita, obviamente, deu a seu irmão e seu sobrinho uma posição privilegiada entre os
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seus discípulos, Pedro foi nomeado seu braço direito e Judas o tesoureiro do grupo. O nepotismo é o único argumento que justifica colocar Judas como tesoureiro do grupo, sabendo que era um conhecido ladrão desde o princípio:
João 12:4-6 4 - Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traílo, disse: 5 - Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres? 6 - Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.
Pedro estava ciente da traição que Judas Iscariotes, seu filho, estava preparando? É difícil dizer com certeza. No entanto, algumas evidências tendem a mostrar que os outros apóstolos o afastaram do comando supremo após a morte de Jesus. Um fato muito interessante é quando Jesus lhe pergunta se ele o ama mais do que os outros, ele sai pela tangente, fala com rodeios e joga com as palavras:
João 21:15 15 - E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo...
Simão-Pedro se esquiva do mais importante que lhe pergunta. Jesus ainda vai reiterar a sua pergunta mais duas vezes, para finalmente ser respondido com a afirmação de que Pedro o ama. Por isso, mais tarde os outros não reconhecerão essa "sucessão" que Jesus lhe transmite: "Então..., esse velho Santiago a quem os antigos davam o apelido de Justo, por causa da superioridade de sua virtude superior, foi, segundo se diz, o primeiro que se instalou no trono episcopal da igreja de Jerusalém. Clemente, no sexto livro das Hypotyposes o estabelece da seguinte forma: diz que Pedro, Tiago e João, depois da ascensão do Salvador, depois de ter sido particularmente honrado pelo Salvador, não lutaram para obter essa honra, mas escolheram Tiago, o Justo como bispo de Jerusalém..." Eusébio de Cesareia, Historia Eclesiástica, II, I, 2, 3. Por outro lado, por que após a prisão de Jesus Simon rondava sozinho seu irmão mais velho, o mais próximo possível do local da audiência judicial? Era lealdade ou por temor que Jesus fosse posto em liberdade e fossem chamados para prestar contas, ele e Judas, seu filho, em primeiro lugar por todos, no monte das oliveiras, em seguida pela traição de seu sobrinho? Porque a traição de Judas se duplicou com o abandono dos demais:
Mateus 26:56 56 - Mas tudo isso aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas". Então todos os discípulos o abandonaram e fugiram. Marcos 14:50 50 - Então todos o abandonaram e fugiram.
Por isso, nas Homilias Clementinas, a epístola de Clemente a Santiago começa assim:
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"Clemente, a Tiago, irmão do Senhor, Bispo de todos os Bispos, que governa a igreja santa dos hebreus em Jerusalém, assim como as igrejas fundadas por todas as partes pela Providência de Deus, felizmente, pela Providência de Deus, com os sacerdotes, diáconos e outros irmãos, que a paz esteja sempre convosco...”. Rufino, no século IV, se permitia, ao traduzir Orígenes, um século após sua morte, corrigir sua obra quando não lhe parecia suficientemente ortodoxa. Rufino traduz assim: "Tiago, irmão do Senhor" (To Kurion adelfas). Ele não fala de primos (anepsios). E assim também encontramos na Vulgata de São Jerônimo. Então, foi Tiago quem liderou a igreja de Jerusalém, assim como todas as outras. Simão-Pedro não é de forma alguma a chefe delas. O “príncipe dos apóstolos”, apresentado desde o início como o primeiro papa é um erro histórico e logo vamos confirmá-lo. Quando Jesus dirigiu a Simão Pedro as palavras de Mateus (16:18-19): "Tu és Pedro e sobre esta pedra ...", os apóstolos discutiram sobre qual deles era o mais importante na comunidade, além de Jesus. (Marcos 9:34, Mas eles guardaram silêncio, porque no caminho haviam discutido sobre quem era o maior. Mateus 18:1, Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus?). Se era verdade que em Mateus 16:18 Jesus tinha nomeado Pedro como líder, por que continuavam a discutir sobre a liderança do grupo? Portanto, ou não admitiam a "transmissão" feita por Jesus em favor de Pedro e eles a estavam questionando ou é uma evidente interpolação. Por outro lado, os fiéis procedentes do judaísmo e, portanto, circuncidados, acreditavam tão pouco na superioridade de Simão-Pedro que discutiram com ele e o repreenderam por ter entrado na casa dos incircuncisos e comer com eles (Atos 11:2-3, E, subindo Pedro a Jerusalém, disputavam com ele os que eram da circuncisão, (3) Dizendo: Entraste em casa de homens incircuncisos, e comeste com eles.). Ele mesmo se justifica diante dos apóstolos e dos anciãos. Então não se o percebe de forma alguma como o chefe da Igreja primitiva nascente (Atos 15:7-11). Nesta ocasião vai promover a evangelização dos gentios, o que será mais adiante a causa de sua rivalidade com Paulo! Privado de toda a autoridade primacial diante dos judeus que abraçam a nova ideologia pensa exercê-la sobre os pagãos, mas outro lhe rouba esse novo terreno! Não seria ele quem abriria o Sínodo de Jerusalém, aquele primeiro concílio (Atos 15:7), nem o que iria fechar, mas Tiago, em ambos os casos (Atos 15:13). Foram os outros apóstolos que decidiram em Jerusalém ao ouvirem que na Samaria já haviam núcleos favoráveis à sua ideologia, enviar para lá Simão-Pedro e João (Atos 8:14, Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João.). O próprio Paulo, que, no entanto era completamente novo na igreja nascente, não temia igualar-se a ele. Leia atentamente a Segunda Epístola aos Coríntios, capítulo 10:12-18, e capítulo 11:4-5, e você vai ver que essas passagens são amplamente claras.
2 Coríntios 10:18 12 - Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar-nos com alguns, que se louvam a si mesmos; mas estes que se medem a si mesmos, e se comparam consigo mesmos,
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estão sem entendimento. 13 - Porém, não nos gloriaremos fora da medida, mas conforme a reta medida que Deus nos deu, para chegarmos até vós; 14 - Porque não nos estendemos além do que convém, como se não houvéssemos de chegar até vós, pois já chegamos também até vós no evangelho de Cristo, 15 - Não nos gloriando fora da medida nos trabalhos alheios; antes tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos abundantemente engrandecidos entre vós, conforme a nossa regra, 16 - Para anunciar o evangelho nos lugares que estão além de vós e não em campo de outrem, para não nos gloriarmos no que estava já preparado. 17 - Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor. 18 - Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva. 2 Coríntios 11:4-5 4 - Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis. 5 - Porque penso que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos.
Em sua Epístola aos Gálatas (2,9), Paulo não fala em absoluto sobre a superioridade de Simon-Pedro, mas cita-o como um componente, com Tiago e João, seus irmãos, como uma das três "colunas" do novo movimento. E o coloca em segundo lugar:
Gálatas 2:9 9 - E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão;
Nesse mesmo capítulo da Epístola aos Gálatas, vemos como Simão-Pedro concorda em dividir com Paulo a influência que primitivamente era sua, coisa que não poderia admitir se estivesse convencido de ser o chefe da igreja. Paul não tem medo de admoestá-lo publicamente, como se fosse igual ou mesmo superior:
Gálatas 2:11-14 11 - E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. 12 Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. 13 - E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação. 14 - Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?
Reconhecemos aqui ao hipócrita que três vezes renegou seu irmão e seu rei na noite da prisão de Jesus. Quando Paulo menciona os diversos cargos que Jesus instituiu no movimento (Efésios 4:11-12) não faz menção alguma a um líder supremo ou a uma autoridade central dada a um homem. Parece ignorar mesmo a de Tiago, que conhecia bem. Inclusive, baseando-se na palavra de Jesus, mencionará a igualdade como um dos dons oferecidos por Jesus: “Mas para igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros, para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade;” (2 Coríntios 8:14.)
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E este preceito, tendo em conta a época, é uma teoria anarquista em uma sociedade civil que repousa sobre a escravidão, a desigualdade de indivíduos e de sexos. Então, na verdade todos eles são, como Simão-Pedro, "barjonna" anarquistas. O próprio Simão-Pedro, consciente de todo o seu passado pouco brilhante (Lucas 5:8, E vendo isto Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, que sou um homem pecador.), não se atribui nenhuma superioridade hierárquica sobre os outros apóstolos:
1 Pedro 5:1 1 - Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há de revelar:
Bem, na História Eclesiástica de Eusébio de Cesareia lemos isto, que é muito interessante: "João, também, aquele que deitou sua cabeça no peito do Senhor, que foi um sacerdote (Cohen em hebraico), e que levou o Petalon, que foi martirizado...” Eusébio de Cesareia, Historia eclesiástica, III, XXXI, 3. O Petalon (lâmina de ouro) era uma insígnia pontifical própria dos sumos sacerdotes judeus, é descrito em Êxodo (28, 36-38, (36). Também farás uma lâmina de ouro puro, e nela gravarás como as gravuras de selos: SANTIDADE AO SENHOR.(37)E atála-ás com um cordão de azul, de modo que esteja na mitra, na frente da mitra estará;(38)E estará sobre a testa de Arão, para que Arão leve a iniquidade das coisas santas, que os filhos de Israel santificarem em todas as ofertas de suas coisas santas; e estará continuamente na sua testa, para que tenham aceitação perante o SENHOR.) como uma folha de ouro com a inscrição "Santidade do Senhor" e era fixada sobre a tiara frontal do pontífice. Em outro ponto da Historia..., lemos: “O trono de Tiago, daquele que foi o primeiro a receber do Salvador e dos apóstolos o episcopado da Igreja de Jerusalém e que as divinas Escrituras designam correntemente como o irmão de Cristo, também é conservado até hoje...” Eusébio de Cesareia, Historia Eclesiástica, VII, XIX. Mas os tronos episcopais não aparecerão sob a forma de cadeiras feitas de pedra ou de mármore até os cristãos possuírem basílicas, ou seja, até o quarto século. Este trono, que na opinião dos exegetas católicos devia ser de madeira, provavelmente cedro, indicaria a autoridade de Tiago, e o petalon a de João. A conclusão: se Pedro levava o símbolo da autoridade espiritual, esse petalon reservado aos pontífices de Israel, o trono de Santiago representava a autoridade temporal. Era, pois, um trono real e não uma cadeira que simbolizava a autoridade espiritual. De forma que os dois poderes, espiritual e temporal, estavam bem separados. Houve, portanto, a separação em duas autoridades após a morte de Jesus. E na própria História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia encontramos a confirmação:
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"Clemente, no sexto livro das Hypotyposes o estabelece assim; e a mesma coisa no sétimo livro da mesma obra, onde ele diz a este respeito: "A Tiago, o Justo, a João e a Pedro, o Senhor, depois de sua ressurreição, lhes deu a gnosis..."" Eusébio de Cesárea, Historia eclesiástica, II, I, 4 Por outro lado, muitas passagens dos Evangelhos mostram que Jesus não tinha estabelecido qualquer autoridade espiritual ou dogmática entre seus irmãos e discípulos, e a frase que contém o famoso jogo de palavras, provavelmente, nunca teve aplicação, pois os eventos subsequentes decidiram de outra forma. Podemos citar: Mateus (23:8-9), Marcos (10:42-45), Lucas (20:24-26), 2 Coríntios (11:5), Gal (2:6, 2:11-14), 1 Pedro (5:1-3). Além disso, o fato de que Simão-Pedro jamais foi considerado como o chefe supremo da igreja primitiva é demonstrado, sem discussão possível, nos seguintes versículos: João (20:22-23), Mateus (23:8-12; (8) Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.(9)E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.(10)Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo.(11)O maior dentre vós será vosso servo.(12)E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.), Atos (5: 29, Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.), 2 Coríntios (11:5, Porque penso que em nada fui (Paulo) inferior aos mais excelentes apóstolos.). Assim, podemos concluir enfaticamente que Pedro NUNCA foi o alegado líder do movimento religioso iniciado com a morte de Jesus. Tudo parece indicar que foram Tiago e João os que iniciaram a tradição e a sucessão episcopal.
Não resta dúvida de que a manipulação católica foi bem posterior.
3 - A farsa da viagem e crucificação em Roma Quem já teve a sorte de visitar a majestosa basílica de São Pedro na Cidade do Vaticano, localizada no coração de Roma, certamente ficou maravilhado e pasmo ao mesmo tempo com tamanha ostentação, poder e dinheiro em um só lugar. Arquitetônica e artisticamente a Basílica de São Pedro é uma maravilha. Ao entrar é saudado por nada menos que a Pietá de Michelangelo no lado direito. Impossível não gostar. Mas sem dúvida o mais impressionante é a riqueza e o orgulho que há sobre o túmulo de São Pedro, onde estão (supostamente) os seus restos mortais, que são o centro do magnífico edifício. A Basílica foi construída precisamente sobre o túmulo da pessoa que foi (supostamente) a mão direita de Jesus, cresceu em torno do lugar um edifício tanto material quanto de fé. Mas, que evidências reais existem de este é o túmulo de Simão-Pedro? O que aconteceria se fosse descoberto que ali não há nenhum corpo que corresponda ao suposto Pedro?
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Você pode imaginar caro leitor, uma religião organizada em torno de uma mentira?
Uma longa sucessão de papas baseada em um ser que não era como pretendiam mostrar: a mão direita de Jesus, o herdeiro de sua igreja e até mesmo, na pior das hipóteses, um personagem fictício criado para dar inicio a uma das igrejas mais influentes de todos os tempos. Em qualquer caso, qualquer um destes dois Pedros, é estorvo e problema para a Santa Igreja Católica.
Pedro viajou a Roma? E o mais importante, morreu em Roma crucificado cabeça para baixo?
Sobre o problema de uma viagem de Simão-Pedro à Roma e sobre a sua morte nessa mesma cidade, NÃO encontramos nenhuma menção no Novo Testamento. NEM os quatro Evangelhos, NEM as epístolas de Paulo, Tiago, João ou Pedro dizem coisa alguma ou fazem a mais insignificante referência. Além disso, o Apocalipse diz o contrário e confirma o que nos conta a história oficial. E Paulo, em sua Epístola aos Romanos, na qual ele saudava os numerosos cristãos estabelecidos na capital do Império, não faz qualquer alusão a Pedro, nem sobre a presença dele Cidade Eterna. Então, se Pedro foi lá, seria acidentalmente, não restou nenhum vestígio, nenhuma tradição oral nos tempos apostólicos. Será muito mais tarde, no final do século II e início do III, quando se estabelecerá a lenda, com o texto de Tertuliano (muito errôneo, por certo), contra o edito do Papa Calixto, a notícia de Gayo e a indicação de Macário de Magnésia, segundo nos conta o neoplatônico Porfirio.
Houve 200 anos de silêncio antes do seu aparecimento.
Porém, a tese de sua morte em Jerusalém está muito melhor estabelecida e você mesmo pode julgar amigo leitor. Primeiro note que Simão-Pedro desaparece dos textos do Novo Testamento imediatamente após o Sínodo de Jerusalém. Nos Atos não se fala mais dele após o capítulo 15, que narra esse primeiro concilio sob a presidência de seu irmão Tiago. Quando foi esse concilio? A cronologia do cristianismo no primeiro século é muito imprecisa, nenhuma data pode ser afirmada com certeza. De fato, os autores antigos davam poucas datas. Usavam como ponto de referência a era da fundação de Roma ou o reinado de algum Cesar. Portanto, a única maneira que podemos observar os eventos é vê-los em uma perspectiva ordenada, mas sem impor qualquer precisão cronológica. Até o século IX, sob Carlos Magno, não existia ainda a contagem com base no suposto nascimento de Jesus. No entanto, podemos estabelecer o esquema cronológico da seguinte forma: A opinião geral é que Paulo foi enviado para Chipre, com Marcos, aliás João e Barnabé, no ano 45. A viagem durou um ano e voltou, fazendo uma longa jornada à Antioquia, de lá ele foi para Jerusalém para o Sínodo. Estamos, portanto, ao que parece, no ano 46. A fome grassava, que, dada a bandidagem generalizada e as incessantes guerras civis, não é nada surpreendente, mas confirma que a luta pela independência realizada pelos zelotes havia simplesmente se ampliado. Agora, Tibério Alexandre, sobrinho de Fílon de Alexandria (chamado Filon, o judeu) cavaleiro romano, foi procurador da Judéia do ano 46 até o 47, já que Ventidio Cumano lhe
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sucedeu no final de 47. O próprio Tibério Alexandre tinha sucedido em 46 a Cúspio Fado. Além disso, se tomarmos Antiguidades Judaicas de Flávio Josefo, no livro XX lemos o seguinte: "Foi sob esse (Tibério Alexandre) quando Judeia sofreu a grande falta de alimentos que fez com que a rainha Elena (rainha de Abdiadena) comprasse trigo do Egito a preço elevado para distribuição aos necessitados, como eu disse antes. Foi também naquele momento quando prenderam os filhos de Judas da Galileia, que incitaram ao povo a se rebelar contra os romano, quando Quirino fazia o censo da Judeia, como dissemos acima. Esses dois foram Tiago e Simão. Alexandre ordenou que fossem crucificados...”. Flavio Josefo, Antiguidades judaicas, XX, V, 2. É por esta razão que não encontramos nenhum vestígio do último, o nosso SimãoPedro, após o Sínodo de Jerusalém (Atos 15), nem do seu irmão Tiago, JÁ QUE FORAM CRUCIFICADOS EM JERUSALÉM. Eusébio de Cesaréia em sua História Eclesiástica, III, VII, 8, só confirma que esteve em Jerusalém “nos tempos da fome”, isto é, nos anos 46-47. Então Tiago e Simão-Pedro foram crucificados entre os anos 46-47, na saída do sínodo, em Jerusalém.
Conclusão inevitável: Simão-Pedro, portanto, não morreu crucificado em Roma, de cabeça para baixo, no ano 67 e sim crucificado entre os anos 46-47, na saída do sínodo, em Jerusalém.
Ainda está faltando a explicação sobre onde ele estava e o que ele fez durante os 17 anos entre os anos 47, quando desaparece de todos os textos do Novo Testamento, sob Cláudio, e sua suposta morte em Roma em 67, sob Nero. Os destinos dos apóstolos e suas lendas individuais são muito pouco conhecidos. Em sua Historia Eclesiástica Eusébio de Cesareia nos diz o seguinte: "Os assuntos dos judeus estavam neste momento. Quanto aos santos apóstolos e discípulos de nosso Salvador, estes tinham se espalhado por toda a terra habitada. Tomás, segundo a tradição, foi lançado no país dos partos, André na Escitia, João na Ásia, onde ele viveu. Morreu em Éfeso. Pedro parece ser pregou aos judeus da dispersão no Poente, Galácia, Bitínia, Capadócia e Ásia, e, finalmente, também foi a Roma, foi crucificado ali, de cabeça para baixo." Eusébio de Cesárea, Historia eclesiástica., III, 1,1-2.
“Pedro parece ser...”. (?) E Eusébio escreve isto no século IV. Com os séculos a suposição, habilmente dirigida, se converterá em certeza.
A Pontifícia Academia Romana de Arqueologia anunciou, com toda a lealdade, em 27 de novembro de 1969, que a "cadeira" chamada a “de São Pedro”, fechada desde o tempo de Urbano VIII (1666) no monumento especialmente encarregado a Benini era na realidade o trono do Imperador Carlos, o Calvo, utilizado por ocasião de sua
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coroação em Roma, em 25 de dezembro 875 e então presenteada ao Papa João VIII. A datação por carbono 14 foi capaz de confirmar o que os documentos de arquivo consultados acabavam de revelar, ou mais precisamente, de relembrar. O último exame remontava a 1867, quando as foram realizadas as festividades para comemorar o décimo oitavo centenário do pseudo martírio de Simão-Pedro em Roma no ano 67. Mas naquela época o Papa Pio IX, sem dúvida, não sabia da existência de tais peças do arquivo e o teste do carbono-14 era desconhecido. Mas, vamos analisar um pouco. Como nos conta fielmente Flavio Josefo em suas Antiguidades Judaicas no livro XX, Simão-Pedro e seu irmão Tiago foram crucificados no final do Sínodo de Jerusalém, em Jerusalém, por ordem de Tibério Alexandre, procurador de Roma, e este detalhe nos permite especificar a época precisa.
No ano 46, Cúspio Fado é procurador. No ano 46, Tibério Alexandre lhe substitui neste cargo. Ao final de 47, Ventidio Cumano substitui a Tibério Alexandre.
Portanto, a crucificação de Simão-Pedro e Tiago em Jerusalém deve ser situada nos anos 46-47. A prova do Apocalipse Por outro lado, temos uma confirmação deste fato no Apocalipse. Lembre-se que o Apocalipse não foi escrito tão tarde quanto o que é muitas vezes atribuido (final dos anos 90), é na verdade muito mais antigo, talvez até mesmo anterior, a muitas das epístolas paulinas, porque entre as linhas são expressos com clareza os eventos que ocorreram na história da Judeia logo após a morte de Jesus, os quais os religiosos pregam como profecias cumpridas.
Apocalipse 11:3 e 6 3 - E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco. 6 - Estes têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem.
Traduzindo: durante um período de intensa seca, as duas “testemunhas” desencadearão uma guerra civil tal que o sangre será tão abundante como a água. Vejamos mais adiante:
Apocalipse 11:7-9 7 - Quando eles tiverem terminado o seu testemunho, a besta que vem do Abismo os atacará. E irá vencê-los e matá-los. 8 - Os seus cadáveres ficarão expostos na rua principal da grande cidade, que figuradamente é chamada Sodoma e Egito, onde também foi crucificado o seu Senhor. 9 - Durante três dias e meio, homens de todos os povos, tribos, línguas e nações contemplarão os seus cadáveres e não permitirão que sejam sepultados.
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Traduzindo: As Duas Testemunhas (Tiago e Simão-Pedro) serão executadas (11:7)de tal forma que seus cadáveres serão expostos (11:8) por três dias e depois jogados na fossa da infâmia (11:9), que era o destino dos cadáveres dos crucificados. Porque um decapitado não era deixado na praça. Por outro lado, a morte na cruz, Jesus já tinha predito a Simão-Pedro de forma ambígua:
João 21:18 18 - Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queres.
As mãos estendidas evocam a crucificação e o fato de estar cingido, para a flagelação previa, já que o condenado era amarrado pela cintura, a uma coluna ou um poste. A cidade chamada "espiritualmente" Sodoma e Egito é Jerusalém, por causa de seus adultérios espirituais e do cativeiro das duas testemunhas. Além disso, é a cidade "onde nosso Senhor foi crucificado..." (Apocalipse 11:8). Precisa explicar mais? O resto vem dos mesmos exageros do inicio quanto aos milagres, que a bem da verdade nunca existiram. Para convencer-se basta seguir a leitura do capítulo 11. Resumindo:
As duas testemunhas crucificadas em Jerusalém nos tempos de fome e da guerra civil são, sem margem para dúvidas, segundo o Apocalipse, SimãoPedro e Tiago. E isso coincide com o relato histórico de Josefo. Tudo se encaixa. A manipulação e as mentiras da Igreja Católica foram expostas mais uma vez. Todo o teatro da crucificação e morte de Pedro em Roma (coincidentemente o mesmo dia da decapitação de Paulo) é apenas um fiasco, talvez só uma forma de justificar a sua longa sucessão de papas e gigantescas construções arquitetônicas. No final, a amarga realidade aos cristãos, é que Pedro morreu como um criminoso qualquer dos que proliferaram em Jerusalém na sua época, provavelmente acabou jogado em uma vala comum, sem um enterro digno. Τotalmente oposto a incrível opulência e luxo que nos mostra a Basílica de São Pedro no Vaticano.
4 - Irmão de Jesus? Quem era o pai deles? Vamos assumir que Jesus não existiu como um ser divino e milagroso, que existiu apenas como um homem comum. Nesse caso, devemos supor que teve um pai humano. Podemos admitir que não pudesse ter sido o evasivo e escorregadio "José o carpinteiro" citado nos Evangelhos. É tão forçada e sobreposta esta figura de José, que sua invenção é mais do que óbvia, sua presença é tão limitada e artificial nos Evangelhos que não é nem um absurdo dizer que esta é um acréscimo posterior. Mas,
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se José não era seu pai, quem foi? A quem procuram esconder os Evangelhos? Quem eram seus pais verdadeiros? É compreensível o quanto é difícil para o crente comum pensar que Jesus não era um ser celestial e divino. Por isso é compreensível sentir-se relutante em aceitar que Jesus tinha irmãos ou irmãs e um pai humano. Mas como tem sido demonstrado que Jesus não existiu como um ser celestial e mágico é lógico supor que se Jesus era apenas um homem e um revolucionário da primeira parte do século I seja perfeitamente compreensível que tivesse uma família que o apoiasse e se envolvesse em suas atividades revolucionárias. E se esse Jesus “humano” existiu, os documentos do século I, seja cartas ou evangelhos, apócrifos ou não, nos darão informações sobre sua filiação familiar. A unidade e integração familiar entre os judeus é muito forte, por isso é perfeitamente concebível que os irmãos e parentes próximos de Jesus estivessem intimamente envolvidos em seu movimento religioso revolucionário. É bem provável que SimãoPedro fosse irmão carnal de Jesus (Mateus 13:55) assim como André, Tiago e outros mais. Então quem era o pai de Jesus e de seus irmãos Pedro e Tiago? Em seu Antiguidades Judaicas (Livro XX, V, 2), Josefo afirma que esse Tiago e esse Simão eram os dois filhos de Judas da Galileia, ou melhor Judas de Gamala e, portanto, eles eram irmãos. "Foi sob esse (Tibério Alexandre) quando Judéia sofreu a grande crise de alimentos que fez com que a rainha Elena (rainha de Abdiadena) comprasse trigo do Egito a preço elevado para distribuição aos necessitados, como eu disse antes. Foi também naquele momento quando prenderam os filhos de Judas da Galileia, que incitaram ao povo a se rebelar contra os romano, quando Quirino fazia o censo da Judeia, como dissemos acima. Esses dois foram Tiago e Simão. Alexandre ordenou que fossem crucificados ...” Flavio Josefo, Antiguidades judaicas, XX, V, 2. Como já vimos, abundam os versículos que estabelecem que Tiago (Jacobo em hebreu, evidentemente) e Simão eram irmãos menores de Jesus. Portanto o silogismo é óbvio: se Tiago e Simão eram, por um lado, filhos de Judas, o Galileu (alias Judas de Gamala) e por outro lado, ambos eram irmãos de Jesus, o dito Jesus era também filho de Judas, o Galileu.
Esta conclusão é lógica, simples e elementar.
O que explica que Jesus em suas pregações, coletou numerosos elementos da doutrina do citado Judas de Gamala, aquela doutrina na qual se baseou a quarta seita fundada por ele, que Josefo nos fala em “Guerras dos Judeus” e “Antiguidades Judaicas”. Observamos também que com frequência Jesus chama a si mesmo de "Filho do Homem". O que isso significa? Aqui embaixo somos todos filhos do homem. Isto é, em hebraico, bar-aisch não significa nada. Mas felizmente, existe um segundo vocábulo para designar ao homem. O germânico antigo possui a palavra “bar”, que significa homem livre, esse termo deu lugar ao nosso “barón”. O hebraico tem a palavra “geber”, que significa o mesmo, mas tem também o sentido do herói. Portanto, se traduzirmos "filho do homem", não por “bar-aisch”, mas por “bar-geber”,
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teremos "filho de liberdade" ou "filho do herói", todas as características que se encaixam perfeitamente com Judas de Gamala, o "herói do censo," o homem que chamou Israel à insurreição em nome do Senhor (Yavé) e desenvolveu uma doutrina em que só Deus era o rei do povo escolhido. Seria, portanto, o "Herói de Deus" (Geberael) quem fecundaria a jovem virgem chamada Maria, mas não se trataria de um espírito puro (porque Gabriel, o arcanjo, também significa "herói de Deus"), mas um herói de três dimensões, um homem no sentido pleno do termo. Um último argumento apoia ainda a tese de que Simão-Pedro e Tiago, seu irmão, eram filhos de Judas de Gamala. Encontra-se nas Homilias Clementinas, apócrifo removido do escrito primitivo, outro apócrifo do segundo século de origem síria ou transjordaniano, atribuído a Clemente de Roma, um discípulo direto de Pedro. Nas Homilias Clementinas encontramos esta estranha passagem que contradiz formalmente os evangelhos canônicos: “Diante destas palavras Pedro respondeu: ...Porque eu e André, meu irmão, carnal e diante de Deus, não só fomos criados como órfãos, mas além disso, por causa de nossa pobreza e de nossa situação penosa, desde nossa infância estivemos acostumados ao trabalho. Por isso suportamos bem agora as fadigas das viagens...” Clemente de Roma, Homilias Clementinas, XII, VI. De modo que Simão-Pedro e André, seu irmão, foram órfãos desde cedo, viveram na pobreza toda sua infância e tiveram que trabalhar desde muito jovens. Isto se compreende muito bem se ambos eram os filhos de Judas de Gamala, morto durante a revolução do Censo. E isto contradiz a existência de um pai vivo, o pseudo Zebedeu, inventado pelas necessidades da causa. Em vista do exposto, é possível entender muito bem a necessidade de escribas anônimos dos séculos IV e V, ansiosos para cobrir totalmente a figura de Judas de Gamala e em dar a Simão-Pedro e André, "seu irmão de sangue", um pai com outro nome, e perfeitamente vivo! Então nossos escribas inventaram Zebedeu.
Mateus 4:21 21 - E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes;
Bem, sabemos por Mateus (13:55 - ...e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?) que Simão-Pedro e Tiago eram irmãos, mas que Lucas (5:10 - E, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão.) os chama de "companheiros" (outra patética contradição). Portanto, os canônicos dizem implicitamente que Simão-Pedro é “filho de Zebedeu”. Em troca, em outro ponto se diz que é filho de um misterioso Jonas (barjonna… João, 21:15 - E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão-Pedro: Simão, filho de Jonas,). De fato não era filho de Zebedeu, nem de Jonas, era órfão de pai e esse pai se chamava Judas de Gamala. A contradição entre Mateus (4:21), que o chama de filho de Zebedeu e João (21:15), que o chama filho de Jonas, só acentua as mentiras dos escribas. A menos que Maria, esposa de Judas de Gamala, voltasse a casar após a morte deste último. Isto era perfeitamente legal uma vez ficou clara a morte. Contrariamente ao
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direito comum, em que qualquer ato devia ter duas testemunhas para ser confirmado, para certificar a morte de uma testemunha era suficiente, e a morte do marido poderia ser apenas presumida (Talmude: Yebamoth, 88a) se a testemunha fosse reconhecidamente idônea. Bem, nem todos os companheiros de Gamala morreram com ele, de modo que sua morte poderia ser facilmente testemunhada, além dos romanos a difundirem. Nesse caso, Zebedeu poderia ser o segundo marido de Maria, viúva de Judas, porque a vida naqueles tempos de turbulência era terrível para uma viúva com muitos filhos para criar. Uma das razões do novo casamento seria a necessidade de salvar os filhos do grande Galileu, a fim de preservar a linhagem de David, a linhagem real. E este novo casamento, talvez tenha sido imposto pelo partido zelote, iria preservar o segredo de sua existência. Daí em diante seriam oficialmente "filhos de Zebedeu". Na verdade, os romanos tinham o hábito de respeitar a vida dos descendentes dos rebeldes. Conhecemos a história daquelas crianças judias foram embarcadas em um navio com destino aos bordéis da Itália, que ouviram da tripulação que zombava delas, qual seria seu destino final. Sem exceção, ao sinal de um deles, todos se jogaram ao mar para evitar semelhante degradação. Da mesma forma, quando o rabino Hanania, subchefe dos cohanin, decidiu continuar a ensinar a Torá, apesar da proibição romana (sob o reinado de Adriano), foi condenado a ser queimado vivo com um rolo da Torá enrolada no seu corpo. Sua esposa também foi condenada à morte por não impedir o marido de se render a esses estudos sagrados, sua filha foi trancada em uma casa de prostituição. Foi o rabino Meir, que tinha casado com a sábia Beruria, irmã do rabino Hanania, quem comprou a menina novamente. Por outro lado, os romanos buscavam aos sobreviventes da linhagem de Davi para tê-los sob vigilância nos períodos de paz e exterminá-los em períodos de distúrbios. Na Historia Eclesiástica lemos o seguinte: "Após a captura de Jerusalém, Vespasiano ordenou a busca a todos os descendentes de Davi, para que não restasse entre os judeus nenhum só homem da tribo real. E por causa desta ordem, caiu sobre a cabeça dos judeus outra grande perseguição... " Eusébio de Cesareia, Historia eclesiástica, III, XII. “O próprio Domiciano ordenou para eliminar os descendentes de David. Uma antiga tradição diz que alguns hereges denunciaram os descendentes de Judas, que era um irmão carnal do Salvador, como parentes do próprio Cristo. Isso nos conta Hegesippus, que diz em algum lugar: "Existiam ainda, da raça do Salvador, os netos de Judas, que era chamado de irmão carnal dele. Os denunciaram como pertencentes à raça de David. O evocatus os levou a Domiciano César, já que ele, como Herodes temia a vinda de Cristo. Lhes perguntou se eles eram da raça de David e eles disseram que sim. Então ele perguntou quantas propriedades tinham, ou que riquezas possuíam. Eles disseram que entre os dois tinham apenas nove mil dinares e cada um tinha a metade, mas acrescentaram que nem era em dinheiro, mas era uma avaliação de uma terra de 39 pletras, sobre a qual pagavam impostos e eles mesmos cultivavam para viver. Em seguida, eles mostraram suas mãos, como prova de seu trabalho, alegaram a rudeza de seus corpos, mostraram os calos incrustados em suas
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próprias mãos como resultado do seu arduo trabalho. Diante disso, Domiciano não condenou nada, mas os desdenhou como homens simples e os deixou em liberdade." Eusebio de Cesareia, Historia eclesiástica, III, XX. Na verdade, os verdadeiros assassinos não tinham o hábito de cultivar a terra, e suas mãos não deviam estar marcadas pelos calos do trabalho duro no campo. Mas nem por isso que terminou a perseguição da raça: "Depois de Nero e Domiciano, uma perseguição se levantou contra nós, segundo conta a tradição, parcialmente e em algumas cidades como resultado de um levante da população. Simeão, filho de Cléofas ... consumiu sua vida com o martírio, pelo que sabemos (III). Alguns destes hereges acusaram, com toda certeza, a Simão, filho de Cléofas, de ser da raça de Davi e cristão (III). Porque ele era um cristão foi torturado de diversas maneiras por vários dias, e depois de surpreender profundamente ao juiz e aos que o rodeavam, teve um fim semelhante a Paixão do Senhor..." Eusébio de Cesárea, Historia eclesiástica, III.XXXII. O Chronicon Paschale situa esta morte no ano 105. Assim como Simão-Pedro e Tiago em 48, ele também foi crucificado: “...Simón, filius Cleophae, qui in Hierosolymis episcopatum tenebat, crucifigitur cui succedit lustus...” (Cf. Chronic. ad anum 107, Pág. 194.) Note, no entanto, que se confessa que esta perseguição (repressão) foi o resultado "de uma revolta do povo". Podemos ter certeza de que se tratou, mais uma vez, de uma tentativa da corrente zelote de devolver a Israel sua independência, ambição legítima e louvável. Mas liberemos a um imperador como Trajano, conhecido por seu elevado moral e sua austeridade, da acusação de intolerância anticristã. Conduziu uma repressão contra uma rebelião de ordem política, mas não decidiu fazer uma perseguição contra uma crença religiosa. Tudo isto são estudos baseados não apenas nos documentos canônicos, mas também em documentação histórica da época. É muito mais viável e credível pensar que Jesus era o filho de um revolucionário judeu que morreu na revolta do censo do que acreditar que Jesus é o filho de um deus que fecundou a uma mortal ao melhor estilo da mitologia helênica. É impressionante como a maioria dos crentes ficam chocados ao ouvir que Jesus pode ter tido como pai um rebelde sedicioso, mas aceitam sem reclamar e com alegria que seu pai é um deus invisível e mágico... Como confiar nas decisões de pessoas que se baseiam nesse tipo de raciocínio?
5 - Pedro ou Paulo? Quem conquistou Roma? Estão Paulo e Pedro em Roma... Quem será o líder religioso da cidade? Quem será o primeiro bispo e a base da igreja romana? Vamos ver como se desenrolou esta competição politico-religiosa onde Paulo foi derrotado.
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Escolhendo um apóstolo a partir dos apóstolos. Durante vários anos, ambos Pedro e Paulo dividiram um patrocínio conjunto de Roma. Mas a meados do século II, outro bispo oriental, Marcião, popularizou o primeiro deles, Paulo, em seu "Evangelho do Senhor." Originalmente apoiado financeiramente e aliado da Igreja Romana, Marcião e os anciãos da igreja tinham se separados deles. “De acordo com Irineu, Marcião foi “excomungado” por causa de um estupro cometido em certa virgem...”. Marcião voltou para a Ásia e criou sua própria igreja. Para Aniceto e os sacerdotes romanos, Paulo (pelo menos nas mãos de Marcião) foi perigosamente gnóstico. Seus escritos e cartas missionárias, no entanto, sempre foram modelos para uma figura mais "ortodoxa". A igreja romana lentamente caiu na dualidade de "Pedro e Paulo" e Pedro começou sua ascensão impressionante. Vários evangelhos começaram a circular, contendo passagens que sugerem que ele era uma figura de liderança, sempre tratado como principal. Pedro estava prestes a se tornar em um super-apóstolo que poderia ofuscar Paulo e forjar uma sólida ligação entre o drama de Cristo na Judéia e o Bispo de Roma. O Evangelho de Pedro: Marcos! Simão-Pedro, como uma figura de lenda, é claro, não escreveu nada, Paulo havia escrito um grande número de linhas (Suas cartas são um quarto de todo o Novo Testamento), então, como elevar Pedro como uma figura literária? Marcos fornece a resposta. As primeiras versões deste evangelho foram de grande circulação, mas Marcos não era um apóstolo. Aproveitando este "pequeno erro", Marcos foi adotado como o "companheiro de Pedro" e o Evangelho de Marcos tornou-se de fato "o evangelho que Pedro teria escrito", aumentando o status do apóstolo. Clemente de Alexandria, nesta época está aliado com a Sé Romana, correu o rumor de que, apesar de aparentemente escrito em Alexandria, "Marcos" foi escrito em Roma, recordando as obras de seu mestre Pedro "o melhor possível". Na intensa rivalidade entre os cristãos nesse momento, este vínculo foi o melhor dos tênues e pouco convincentes que circulavam, porque Pedro tinha sido proclamado o "apóstolo da circuncisão" com uma missão aos judeus. Ele havia sido vinculado à Igreja de Antioquia. Pedro precisava de uma atividade missionária igual a das viagens de Paulo, para coloca-lo em Roma. Um homem com uma missão Até agora os apóstolos foram apenas figuras na sombra, verdadeiros fantasmas. Alguém pode imaginá-los como “uma multidão” no show da ressurreição de Jesus, no entanto logo depois, apenas citados como personagens que se dispersam ao final do drama. Mas agora adquiriram uma história heroica: Atos dos Apóstolos. O trabalho só merece o título porque ele é na realidade sobre apenas dois deles (Felipe recebe um papel breve, "Estevão", o Mártir, menos ainda, mas os outros, entre eles sete "novas nomeações", são simples sombras). Atos 1 a 12 conta a história de Pedro e os Capítulos 13 a 28 contam a de Paulo, ou melhor, a primeira parte é a história fabricada de um personagem fictício (não mencionado depois do capítulo 15), a segunda metade é uma reedição de Paulo, eliminado o gnosticismo tornando-o uma disciplina conservadora. Surpreendentemente a combinação é muito clara, a narrativa
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desloca-se da terceira pessoa à primeira pessoa no capítulo 16! Em uma desajeitada invenção de Atos, coloca Paulo, logo após sua conversão, juntamente com os apóstolos imaginários. Mas segundo a própria epístola de Paulo ele estava na Arábia no momento! Paradeiro de Paulo de acordo com Atos:
Atos 9:27-28 27 - Então Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus. 28 - E andava com eles em Jerusalém, entrando e saindo,
Paradeiro de Paulo de acordo com o próprio Paulo:
Gálatas 1:17-19 17 - Nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco. 18 - Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro, e fiquei com ele quinze dias. 19 - E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor.
Incrível contradição! Tenho milagres melhores que tu! A "Missão" de Pedro o leva às cidades costeiras de Lida, Jope e Cesaréia. Não é realmente impressionante em comparação com as viagens épicas de Paulo? Os "apócrifos" resgatam a situação através do envio de Pedro à Síria, Capadócia, Ponto e além. De fato, um número surpreendente de fábulas de Pedro vêm destes documentos que mesmo a Igreja Católica considera falsos. O Evangelho de Pedro, por exemplo, foi classificado em Rhossus (perto de Antioquia) em 190 como um evangelho "herege". O Apocalipse de Pedro, que deu uma descrição gráfica do inferno. A pregação de Pedro é enfeitada com os milagres mais incríveis, e os Atos de Pedro dão uma descrição do seu martírio. Toda essa abundante "ficção romântica" do século II fornece uma base para a lenda criando a "crença" e a "tradição" de que o herói tinha sido muito ativo em Roma. Atos, no entanto, não abandona o departamento dos milagres e atribui a Pedro muitos fenômenos surpreendentes. Pedro aparece dando e restaurando vida (levantou Dorcas dos mortos, Atos 9:32-43), também teve o cuidado de espalhar a morte (Pobre Ananias e sua esposa Safira! Assassinados pelo Senhor por causa da venda do produto de sua terras ... Atos 5:1-11). Como o próprio Jesus, Pedro curou os enfermos e curou os coxos (segundo Mateus), e, claro, ainda andou sobre a água! (Mateus 14:29) Na verdade, o apóstolo número um curou uma "multidão" simplesmente deixando cair sua sombra sobre eles. Foi além de qualquer coisa que Paulo poderia fazê-lo! (Atos 5:15-16), Um anjo ajuda Pedro a escapar da prisão, o que resultou na execução dos guardas. Paulo, infelizmente, precisava de uma escolta militar, quando o fiscal lhe tirou da prisão e em outra ocasião, "A intervenção oportuna de tropas romanas da fortaleza Antônia resgatou Pablo de um linchamento", aparentemente não tinha nenhum anjo disponível para ele!
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Nós já sabemos do lado de quem Deus estava! Também tenho mais visões e melhores conversões que tu! Em uma visão verdadeiramente impressionante, Pedro aprendeu que todos os alimentos não deviam ser kosher, porque um grande lenço de linho desceu do céu:(11) E viu o céu aberto, e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, e vindo para a terra. (12) No qual havia de todos os animais quadrúpedes e répteis da terra, e aves do céu. (13) E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come." (Atos 10:9-16). Não é tão sutil como o discurso acadêmico de Paulo sobre proibições alimentares, mas é uma história colorida para os de "colarinho branco". E Pedro não fazia rodeios quando se tratava das conversões. O mágico gnóstico meio-judeu (Simão, o Mago) obteve um bom número de seguidores em Samaria. Pedro aparentemente converte este arqui-inimigo de Cristo (do qual todos os gnósticos futuros se considerarão seguidores!) depois de uma exibição de "falar em línguas" e uma palestra sobre os caminhos da maldade (Atos 8:9-24). Pedro também se adiantou a Paulo mediante a conversão do primeiro nãojudeu. Muito apropriado para forjar vínculos à Sé de Roma, Pedro converteu ao cristianismo nada mais nada menos do que um centurião romano, um centurião da companhia italiana, chamado Cornélio (Atos 10:1). O objetivo era estabelecer uma "hierarquia apostólica", em que prevaleceu Pedro sobre Paulo e a Igreja de Roma pode reivindicar uma superioridade sobre seus rivais. Mas ainda havia uma luta para introduzir Pedro em Roma. Em uma história tão pateticamente estúpida que não é relatada em Atos, mas que se encontra nas Homilias Clementinas (Textos do segundo século descritos como "um curioso romance religioso" pela Enciclopédia Católica) e Pedro e Simão, o Mago se encontram no palácio de Nero em Roma, em uma competição de magia. Pedro melhora a marca do seu adversário com um truque de levitação graças ao enorme poder da oração. Compare isso com suposto encontro de Paulo com o mago Elimas (um judeu chamado Bar Jesus) que se encontra em Atos 13:6-11. Paulo, simplesmente cega os seus rivais. Fantasias deste gênero foram mais do que suficiente para permitir à "tradição" surgir. E não apenas Pedro foi morto na cidade (nas mãos de Nero), mas também que tinha sido o bispo de Roma por 25 anos! Mas nada disso pode ser encontrado na Bíblia. A história de Pedro "Príncipe dos Apóstolos" desaparece no capítulo 12 de Atos com uma referência para ir a "outro lugar" (Atos 12:17). A partir de então, não há nenhuma palavra de qualquer visita a Roma, da fundação de uma igreja, do martírio, etc. e nada de vestígios arqueológicos ou qualquer coisa que a história secular possa confirmar que o personagem tenha existido. Somente a lenda e a tradição preenchem o vazio. Uma lenda que a Igreja romana herdou de épocas anteriores, especificamente do deus Jano (Janus), um deus-pescador, guardião das chaves do céu, que teve um santuário na colina perto do Janículo, muito perto do Vaticano! Pedro era o que faltava para dar a partida definitiva à primitiva igreja cristã romana.
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Lamentável que tudo está fundamentado em mentiras e manipulações.
6 - De onde saiu ideia das chaves de Pedro? De onde surgiu a ideia de que Pedro era “A pedra inicial da igreja” e portador das famosas “chaves do céu”? Obviamente dos versículos do evangelho de Mateus:
Mateus 16:18-19 18 - Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; 19 - E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.
De onde saiu isso? Foi uma nomeação saída da mente de Jesus? Ou há algo mais escondido? Simples amigo crente! Não adivinha? Um plágio descarado!
Isaías 22:20-22 20 - E será naquele dia que chamarei a meu servo Eliaquim, filho de Hilquias; 21 - E vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o teu cinto, e entregarei nas suas mãos o teu domínio, e será como pai para os moradores de Jerusalém, e para a casa de Judá. 22 E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá.
Muito simples! Pegamos alguns versículos do Antigo Testamento, mudamos algumas palavras e nomes, mostramos como palavras originais de Jesus e... Bingo! Nada melhor do que um autoplágio bíblico para fundar uma igreja e de quebra cumprir alguma profecia! Mais fácil impossível.
7 - Porque fabricar um “São Pedro” em Roma? Transformando um fantasma em santo Parece estranho, para dizer o mínimo, que um pescador da Galiléia, um judeu casado e designado "apóstolo da circuncisão", se tornasse o herói iconográfico sob a proteção do coração do catolicismo romano. Com Jesus, Maria e o Pai e no cenário, por que a igreja precisava de outro herói celestial? A resposta é: política. A política do poder.
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Nos três primeiros séculos da era cristã Roma não era um centro especialmente importante da fé. As grandes sementes do mundo cristão primitivo estavam em Alexandria, Éfeso e Antioquia (cada uma era o centro inícial de uma grande comunidade cristã. Cada uma delas exigia a presença de um apóstolo.). Paulo tinha vivido em Antioquia e João, dizem, tinha passado seus dias em Éfeso. Marcos foi associado com Alexandria. Roma, no entanto, não tinha uma relação apostólica direta. Jerusalém, o primitivo "centro do mundo cristão" e o local designado para a descida de Cristo das nuvens, fora destruída em 70 dC. Para a mente piedosa, a nova cidade pagã "Aelia", construída sobre suas ruínas, tinha um status bastante baixo e estava subordinada à sede em Cesareia. Mais uma vez Cesaréia poderia reivindicar uma conexão apostólica, pois, Filipe, o evangelista, supostamente tinha vivido nesta cidade. Nestas cidades do leste, a igreja primitiva produziu seus primeiros líderes, os pais que fizeram as primeiras tentativas de definir a doutrina e o estabelecimento da singularidade de sua fé. Estes foram chamados de apologistas, que participaram nos debates com os filósofos gregos, competiram com os sacerdotes de Mitra e com os mistérios de outras religiões. Sob este estilo e ambiente escreveram os primeiros documentos cristãos. Durante séculos as escolas de filosofia, os místicos, os profetas e os magos tinham especulado sobre a realidade. Agora se juntam a eles os especuladores de Cristo, muitos deles treinados na filosofia clássica e retórica. As muitas cores do cristianismo A lenda de Cristo, tal como existia em meados do século segundo, ainda estava no processo de formação. As igrejas do mundo mediterrâneo funcionavam como entidades autônomas, com apenas um grau mínimo de consenso doutrinário. Séculos mais tarde, se afirmaria que existiu algum tipo de "ortodoxia" desde o princípio e que todo o resto seria uma série de "heresias marginais". Em última análise, a "ortodoxia" triunfou e como sabemos, "A História é escrita pelos vencedores". Todos os "Pais da Igreja" foram julgados heréticos pelos padrões posteriores. Em sua época enfrentaram-se violentamente uns contra os outros sobre questões fundamentais, tais como: 1. Se Cristo era Deus, uma emanação de Deus ou uma criação de Deus? 2. Se Cristo era uma criação, mas ele próprio era um deus, era o Cristianismo uma fé em dois deuses? Teólogos judeus certamente atacaram os cristãos por essa apostasia. 1. Se Cristo era uma criação e se tinha havido um momento em que ele não existia, era a criação de menor valor do que o criador? 2. Se for de menor valor, poderia expiar com sua morte os pecados do mundo? 3. Afinal, seria necessário o sacrifício de pelo menos um Deus para redimir a humanidade inteira? 4. No entanto, se Cristo era superior a um homem normal, poderia a sua morte e ressurreição servir de modelo para os homens normais seguirem? 5. Jesus foi um ser humano a quem o Espírito Santo havia descido ou foi Deus tomando a aparência de humana?
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6. Se for total ou parcialmente Deus, poderia ter sofrido uma morte agonizante ou era apenas um teatro? As perguntas eram intermináveis e as respostas numerosas. A doutrina, é claro, andou de mãos dadas com a autoridade secular e com a autoridade secular chegaram às recompensas terrenas. Na resolução das questões doutrinais por seus próprios meios, as igrejas na Ásia Menor, Palestina, Egito, Armênia e Síria começaram a seguir sua própria direção estabelecendo versões intrínsecas do cristianismo. Para fazer proselitismo de sua particular "variação sobre tema," escreveram os evangelhos, que confirmariam a exatidão de suas próprias crenças, atribuindo a autoria ao seu apóstolo adotado. Cada cristianismo enviou missionários, alguns para o leste, na Pérsia, muitos deles a Roma, a grande cidade pagã. Reflexões Imperiais Na segunda metade do primeiro século, os seguidores de Cristo e os seguidores de outras religiões de mistério se dirigem a Roma. Por mais de um século, a "Igreja Romana" foi uma missão de evangelização a cargo dos imigrantes de língua grega das igrejas individuais no leste. A cidade era um ímã e sem dúvida, para os primeiros cristãos de Roma foi também a nova "Babilônia", a fonte da baixeza, dos falsos deuses e o grande escravizador da humanidade. O Cristianismo em Roma teve de retirar de circulação os deuses antigos e novos. O mitraísmo em particular, era uma religião florescente, vindo também do oriente e com um carácter muito semelhante ao cristianismo. Para os seguidores de Cristo o mitraísmo era o centro do império pagão competitivo. A igreja de Roma não tinha nenhuma ligação específica com a distante Palestina, talvez sem grandes altares ou túmulos sagrados, sem grandes teólogos, mas mesmo assim foi ali o coração do mundo religioso. Estes primeiros cristãos de Roma, longe de ser a personificação da "ortodoxia", foram fracionados por todos os tipos de divisões. Reflectindo a diversidade dos seus fundadores, a "Igreja Romana" não era uma, mas um amálgama de várias "igrejas", uma constelação de igrejas independentes reunidas nas casas dos membros ricos da comunidade. Cada Igreja particular advogava por sua própria variante da nova fé e competia com as demais pela supremacia. Estabelecida inicialmente nos enclaves judeus e gregos da cidade, o predominio se espalhou gradualmente para a população nativa onde o paganismo tradicional era mais forte. Quando o fez, o fluxo de idéias se projetou em duas direções: a nova fé foi influenciada pelos cultos que buscava substituir, por exemplo, os ícones de "O Bom Pastor" era o de jovens gregos de cabelos abundantes e encaracolados com um cordeiro em seus ombros, que foram, sem dúvida, uma adaptação das imagens tradicionais do deus sol Apolo. A igreja romana, pelo menos durante dois séculos, manteve-se inferior às demais, mesmo no Ocidente. Até finais do terceiro século em Roma, o cristianismo seria turbulento, dividido e com tendência a desmembrar-se. Mesmo com o declínio da influência grega, e por sua vez, Lyon, Milan e Cartago interferiram nos assuntos da igreja romana. No entanto, a simples realidade da geopolítica deu às igrejas em Roma, aos olhos dos seus partidarios, pelo menos, um status especial, uma gloria refletida pelo próprio medo da cidade. Primeiro teve que colocar sua própria casa em ordem e quando o fazia era como uma reação
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ao que tinha passado antes. "Como seus mestres estavam em conflito, surgiu cada um alegando falar do "verdadeiro Cristianismo", baseado em uma estrutura mais estrita, hierárquica e desenvolvida. Duffy, santos e pecadores, p7. Depois de ter sido dispersa e indisciplinada, se fez homogênea e ordenada. A única coisa que faltava era o seu próprio rei e adivinha quem estava prestes a assumir o trono?
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5 - A Igreja Católica FALSIFICOU os 10 Mandamentos A Igreja católica falsificou o Decálogo bíblico, eliminando o segundo mandamento, que proíbe a idolatria, para rentabilizar o culto às imagens de Jesus, a Virgem e os santos. O segundo mandamento do Decálogo a Bíblia diz:
Deuteronômio 5,8-10 8 - Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra; 9 - Não te encurvarás a elas, nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. 10 - E faço misericórdia a milhares dos que me amam e guardam os meus mandamentos.
O mesmo é repetido em:
Êxodo 20:4-6 4 - Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 - Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. 6 - E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
Em mais de 30 passagens da Bíblia, Deus proíbe expressamente o culto às imagens. Nos Salmos se é categórico quando se afirma que:
Salmos 115:3-8 3 - O nosso Deus está nos céus, e pode fazer tudo o que lhe agrada. 4 - Os ídolos deles, de prata e ouro, são feitos por mãos humanas. 5 - Têm boca, mas não podem falar, olhos, mas não podem ver; 6 - têm ouvidos, mas não podem ouvir, nariz, mas não podem sentir cheiro; 7 - têm mãos, mas nada podem apalpar, pés, mas não podem andar; nem emitem som algum com a garganta.
8 - Tornem-se como eles aqueles que os fazem e todos os que neles confiam.
E Jeremias, o profeta não era menos explícito ao dizer que:
Jeremias 10:8-9 8 - São todos insensatos e tolos; querem ser ensinados por ídolos inúteis. Os deuses deles não passam de madeira. 9 - Prata batida é trazida de Társis, e ouro, de Ufaz. A obra do artesão e do ourives é vestida de azul e de vermelho; tudo não passa de obra de hábeis artesãos.
São Paulo, quando se dirigiu aos atenienses, ferventes praticantes do culto às imagens de divinidades, não só lhes advertiu de que “O Deus que fez o mundo e tudo
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que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;” (Atos 17:24) e ainda acrescentou: “29 - Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens. 30 - Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam”; (Atos 17:29-30). Com uma linguagem mais familiar, São João disse o mesmo: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém”. (1João 5:21). 1. Precisa lembrar que o imaginário religioso católico é a mostra artística fundamental do Ocidente? 2. Ou que todas as igrejas estão repletas de imagens e estátuas de seres divinos? 3. Ou que o culto popular às imagenes religiosas é o fato mais comum e conhecido da cultura católica? 4. Ou que o culto à Virgem é a base sobre à qual pipocam as festas populares de todos os povos de tradição católica? 5. Ou que levar em procissão as imagenes de Cristo, da Virgem ou dos santos é um rito tão arraigado que não deixa dúvida alguna acerca de sua vigência e significado ainda em nossos dias? Hoje, como vem acontecendo há séculos, ninguém, absolutamente ninguém, pode imaginar à religião católica se não for patrocinando miríades de imagens ditas sagradas. Mas o fundamental da questão é que os próprios autores da Bíblia classificaram as prácticas de adorar imagens como “estulticia”, “vaidade” e “ignorancia” e o próprio Deus em que creem os católicos, as proibiu terminantemente em seu segundo mandamento, esse que, como já vimos, a Igreja Católica eliminou sem pudor algum. Ante la evidencia crítica que aportan las mismísimas Escrituras en contra de la práctica católica de dar culto a las imágenes, será oportuno acudir al magisterio de la Iglesia para conocer su versión al respecto. Así que leemos el autorizado criterio del Catecismo de la Iglesia Católica: “Fundamentando-se no mistério do Verbo encarnado (1), o VII Concilio Ecumênico (em Nicea no ano 787), justificou contra os iconoclastas o culto das sagradas imagens: as de Cristo, mas também as da Mãe de Deus, dos anjos e de todos os santos. O filho de Deus, ao encarnar-se, inaugurou uma nova “economía” das imagens. O culto cristão das imagens não é contrário ao primeiro mandamento que proscreve os ídolos (2). De fato, “a honra prestada a uma imagen remete ao modelo original” (São Basilio, spir. 18,45), “o que venera uma imagem, venera nela a pessoa que nela está representada” (Cc. de Nicea II: DS 601; cf Cc. de Trento: DS 18211825; Cc. Vaticano II: SC 126; LG 67). “A honra tributada às imagens sagradas é uma “veneração respeitosa”, não a adoração devida somente a Deus: O culto da religião não se dirige às imagens em si mesmas como simples coisas, mas que as vê sob seu aspecto próprio de imagens que nos levam ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal, não se detém nela, mas se dirige à coisa da qual ela é imagem” (São Tomás de Aquino, s. th. 2-2, 81,3, ad 3)”(3).
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Após ler várias vezes esta católica e inspirada opinião, fica absolutamente claro que nada do que se diz nela tem a mais insignificante importância para fazer mudar ou diminuir um átomo a proibição das Escrituras de dar culto à imagens; pelo menos se pensamos que a palavra de Deus, que se supõe, seja toda a Bíblia, tem - ou deveria ter – nível superior à palavra de uns tantos bispos reunidos para elaborar doutrinas (aos quais a Igreja põe acima de Deus sem a menor modestia). Assim sendo, no mínimo, a Igreja católica é formalmente idólatra. Dizemos formalmente idólatra porque dada a diabólica sutileza da teologia católica, nada é exatamente aquilo que parece. Mesmo que os atos formais da religiosidade popular católica – e os de muitos sacerdotes - possam ser considerados como manifestações objetivas de adoração à Virgen ou aos santos, a doctrina oficial, tal como temos visto dois parágrafos acima, qualifica estes atos como de “veneração” e não de “adoração”. A Igreja situa a Virgem no lugar mais elevado do panteão dos santos e por isso a faz credora da mais alta honra em forma de veneração (4). Desde a doutrina oficial, portanto, não se cai, neste ponto, na idolatria, mas basta perguntar a párocos e fiéis católicos praticantes, sobre se há que “adorar” à Virgem de maneira diferente ou inferior a como eles adoram a Cristo ou a Deus para obter uma mesma resposta na maioria dos casos: Não! A Igreja católica - que conhece isto perfeitamente, não tem a menor preocupação em esclarecer ao seu rebanho a sutil diferença que separa a veneração da adoração necessita do poder sugestivo das imagens para seguir obtendo os muitíssimos ingressos econômicos que a adoração de estátuas lhe consegue. E não esqueçamos tampouco um processo público e evidente que, nos últimos anos, tem levado muitos teólogos católicos a denunciar a papalatría generalizada - por obra dal Opus Dei, principalmente – ao redor do atual papa João Paulo II (5). Então, mesmo que a Igreja católica não seja idólatra formalmente, o é na prática (6). Se recordamos o processo histórico - político-social antes que religioso - que conduziu à formação da Igrejaa católica no seio do Império romano, talvez comprenderemos melhor o caminho que levou à antiquíssima prática pagã da adoração de imagens até o coração desta versão do cristianismo. Karlheinz Deschner nos dá uma pequena pista do assunto quando, referindo-se ao imperador Constantino, escreve: “Nestas épocas em que inclusive certos indivíduos particulares adquiriam a categoria de semideuses, ao imperador se lhe reconhecia natureza (quase) divina, como o indica a cerimônia da “proskynesis”: os que compareciam em sua presença se jogavam ao solo, de cara na terra. Estas modas foram introduzidas pelos imperadores pagãos antes de Nero, que ostentou os títulos de cesar, divus e soter, oseia, imperador, deus e salvador; Augusto se fez chamar de messias, salvador e filho de Deus, o mesmo que César e Otaviano, libertadores do mundo. Este culto ao soberano exerceu uma profunda influência que se reflete no Novo Testamento, com a divinização da figura de Cristo. A Igreja proibia render culto ao imperador, mas assumiu todos os ritos do mesmo, incluindo a genuflexão (ajoelhar) e a adoração das imagens; recordemos que a figura laureada do imperador recebia culto popular com cirios e incenso. (7)
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Hoje, quando alguém entra em um templo católico e fica observando os paroquianos coisa que este autor faz com frequência em todas as cidades do mundo que visita - se dá perfeita conta de até que ponto a Igreja se esqueceu daquilo que deixou escrito seu grande teólogo Orígenes: “Se entendemos o que é a oração, não deveriamos orar a ninguém nascido (de mulher), nem mesmo ao próprio Cristo, mas só a Deus Pai de Todos”. (8) Mas enquando enriquecemos nosso espírito contemplando a extraordinária beleza artística e a riqueza conceitual da arte católica, não pode deixar de surpreender-nos ao encontrar com frequência cenas pictóricas nas quais aparece a suposta imagem humanizada do própio Deus. Desde o espetacular Deus criando o mundo, pintado por Michelangelo, em 1508, na Capela Sistina, até os modestos murais pintados por artistas anônimos nas paróquias de bairro atuais, são infinitas as imagens que representam ao Deus Pai, ao Deus Filho e ao Espírito Santo, assim também como aos anjos e arcanjos mais famosos. Por muito que se queira dissimular o óbvio, esta mostra de iconografia divina viola absolutamente a proibição do segundo mandamento do Decálogo quando ordena: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu,...”. É evidente que a norma que a própria Igreja católica fixa no parágrafo 2.079 de seu Catecismo - “transgredir um mandamento é quebrantar toda a Lei” não vale para ela mesma. A Igreja católica tem carta branca para poder pecar contra Deus violando sua Lei... não é atoa que ela sequestrou para si a prerrogativa exclusiva de perdoar qualquer pecado. O profeta Jeremias se referiu aos costumes idólatras dos gentios - que adoravam com dignidade e fé legítima a seus deuses, representados em imagens – tachando-lhes de vaidade, “3 - Pois os costumes dos povos são vaidade. O ídolo é apenas um madeiro que se corta do bosque, obra das mãos do artífice que o trabalhou com o machado. 4 - Enfeitam-no com prata e com ouro; com pregos e a marteladas o firmam, para que não se abale. 5 - São como o espantalho num pepinal, e não falam; necessitam de serem carregados porque não podem dar passo. Não tenhais medo deles; porque não podem fazer o mal, nem está neles o fazer o bem. ”. Jeremias 10:3-5. Foi o santo varão Jeremias, inspirado por Deus, não algum maçon ateu, quem, na própria Bíblia, qualificou as imagens religiosas como “espantalhos de platações” e advertiu acerca de sua inutilidade – “ porque não podem fazer o mal, nem está neles o fazer o bem” - , então não seremos nós que nos atreveremos a desautorizar tão alta e qualificada opinião.
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1 - Um mistério, certamente. Mas o mistério mais misterioso de todos é a pirueta galáctica que faz a Igreja católica para justificar sua idolatria a partir do mito tardio do Verbo encarnado. 2 - Recordemos que a Igreja católica, como já demostramos, para ocultar a eliminação do segundo mandamento recorreu à astúcia de unir o primeiro e o segundo em um só, mas usando depois só o texto do primeiro, com isso fazendo desaparecer a proibição de dar culto à imagens. 3 - Cfr. Santa Sede (1992). Op. cit., p. 473, párrafos 2.131 y 2.132. 4 – A doutrina católica define a veneração como “o respeito mostrado aos santos”, indicando que pode tomar a forma de orações, cantos, rituais de culto ou atos destinados a honrar suas relíquias ou imagens, e esclarecendo que é diferente do ato de homenagem ou adoração que se deve a Deus exclusivamente. O culto reservado aos santos se denomina dulía, o que recebe a Virgen é de nível superior e recebe o nome de hiperdulía, e a adoração propriamente dita, exclusiva de Dios, é a latría. 5 - Não é fazer nenhuma profecía se aventarmos que após a morte do papa João Paulo II não passará muito tempo antes de que se inicie um procseso para sua canonização, promovido extra-oficialmente pela ainda hoje todo-poderosa Opus Dei, que correrá a quase tanta velocidade como o do fundador da Obra. Uma parte muito pequena, mas muito ruidosa, da Igreja católica atual já está na linha de largada para poder começar a rezar ao «Santo Padre» pedidno alguns milagres que, claro, chegarão rápido. 6 – A respeito convém ter em conta que, não por casualidade nem por ignorância, os muitíssimos milhões de crentes que profeasam religiões surgidas do mesmo tronco que a católica (judaismo, islamismo, protestantismo, etc.), e que compartilham com ela a base doutrinal dos textos fundamentais do Antigo Testamento - e no caso dos cristãos não católicos também do Novo Testamento -, não creem nem na Virgen nem nos santos e rejeitam de maneira enfática qualquer forma de culto, seja veneração ou adoração, de imagens sagradas. 7 - Cfr. Deschner, K. (1990). Op. cit., p. 193. 8 - Cfr. De oratione XV, 1.
Fontes: Textos extraídos de Mentiras fundamentales de la iglesia Católica- Pepe Rodríguez.
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6 - A Igreja Católica INVENTOU Jesus Cristo >>>
Busto de Constantino I e a imagem mais antiga de Jesus (Século IV, piso de mosaico, Hinton St. Mary, Dorset, Inglaterra)
1 - Do greco-romano ao judaico-cristianismo: Pilhagem de outras culturas
Durante os séculos II e III, um erudito grego e um escriba judeu, um hierofante pagão e um sacerdote egípcio, todos contribuíram para a lenda do personagem de fábula que os cristãos adoram. A esperança comum de uma vida futura, não só para a elite, mas para todos os cidadãos do império, fez com que esse herói mítico alcanssace a popularidade desejada pelos religiosos que o promoveram. Para Constantino a superstição era útil. No século IV, a adoração de Jesus Cristo se converteu em um culto patrocinado pelo Estado em todo o Império Romano – além de ser particularmente popular no Egito.
2 – Jesus Cristo – Super-síntese O salvador messiânico de Deus, prometendo uma salvação pessoal - produto final do sincretismo do Mediterrâneo oriental. De caráter sintético e composto, que combina características de Serapis (rei e juiz), com o protótipo do sábio grego (sabedoria, compaixão, etc), Antinous (homem perfeito, a proteção do sacrifício) e a variante romana do deus sol (Sol Invictus). O ingrediente vencedor dos cristãos, para este novo deus que dá a vida por eles no julgamento estabelecido pelos judeus (ao contrário do povo romano): uma surra misturada com episódios plagiados das Escrituras do *Tanakh judaico (mais de 400 citações diretas do Antigo Testamento) e alguns temas pagãos já bem desgastados. * O conteúdo do Tanakh é equivalente ao Antigo Testamento cristão, porém com outra divisão. A palavra é formada pelas sílabas iniciais das três partes que a constituem, a saber: A Torá ()תורה, também chamado ( חומשChumash, isto é
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"Os cinco") refere-se aos cinco livros conhecidos como Pentateuco, o mais importante dos livros do judaísmo. Neviim (" )נביאיםProfetas" e Kethuvim (" )כתוביםos Escritos"
As diversas biografias (os muitos evangelhos, escritos entre o final do primeiro século e início de segundo) nunca foram totalmente harmonizadas. Levou mais de três séculos de violência antes de chegarem a um acordo mais ou menos teológico que lhes desse algum fundamento, mas de repente: Sucesso! (imposto pela força ao longo dos próximos quinze séculos, mas isso é o de menos).
3 - Como introduzir um herói em um império? Se o império quisesse introducir uma divindade, a forma mais simples e a única possível para uma sociedade majoritariamente analfabeta seria mediante a mensagem oral e a representação dessa mitologia mediante imagens (mosaicos, pinturas, releevos, esculturas, etc). O cristianismo, uma vez introduzido (graças ao populismo que lhe caracterizou) e legalizado no século IV, só teve que conseguir toda a simbologia das religiões que já existiam naquela época e criar uma idêntica, a única diferença seria afirmar que o deus representado não era outro além do seu messias (Jesús). Querem saber como? Simples! Passo a passo iremos recompondo, mediante antecedentes arqueológicos e históricos, o herói e semideus (ou deus) que adoram os crentes judaico-cristãos atuais.
4 - Como encontrar um rosto para o herói? Para a maioria dos crentes judaico-cristãos atuais, talvez não pareçam familiares essas imagens, possivelmente já tenham visto pela internet apenas a do meio. Caso não saibam de quem são essas imagens, a primeira e terceira, fiquem então sabendo que são as representações mais antigas conhecidas do messias que denominaram Jesus Cristo.
Antes que surgisse o rosto barbudo de cabeleira larga e com cara agradável, o império (romano) devia dar forma ao seu novo herói antissemita. Para isso, os artistas encontraram uma maneira muito fácil, só tinham que pegar o rosto do seu imperador.
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Os grandes olhos, o olhar fixo, a covinha no queixo…
Durante os 50 anos de Constantino, Cristo recebe um rosto idêntico ao dele!
A imagem mais antiga que se conhece do herói judaico-cristão (Século IV, piso de mosaico, Hinton St. Mary, Dorset, Inglaterra). Nas primeiras representações do Jesus neotestamentário idealizaram um messias sem barba, ao mais puro estilo artístico greco-romano. A imagem facial deste novo semideus, casualmente (!?) se assemelha incrivelmente com o imperador que criou e impulsionou o cristianismo, Constantino I.
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5 - Como sustituir um messias (semideus) por outro?
Para derrubar o povo judeu, que há séculos se voltava contra o Império Romano, este toma as lendas das seitas essênias (Nazarenos) e a estas adiciona mitos grecoromanos que próprio império já possuia. Um desses mitos é o de seu deus solar montado em um carro. Este mito e sua simbologia têm suas origens na Grécia, que já representava seu deus solar (Helios) da mesma forma, que por sua vez plagiaram esta ideia dos egípcios, os quais representavam seu deus solar Rá montando não em um carro, mas em uma barca.
Curiosamente, a cidade egipcia onde mais se cultuava Rá, chamava-se Heliópolis.
6 - O messias judaico-cristão, Jesus, assume como deus Sol
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Mosaico com a representação de Jesus como Deus-Sol (Helios/Sol Invictus) montado em seu carro. (Mosaico do século III nas grutas vaticanas, debaixo da Basílica de São Pedro)
Imagen similar à anterior, onde podemos encontrar Apolo como Deus-Sol (Helios). Esta imagem, criada séculos antes da anterior, contém a mesma simbologia: o deus solar sem barba conduzindo seu carro e com os raios saindo em forma de auréola por trás de sua cabeça (Crátera ática, época clássica grega. British Museum, Londres)
O descaramento dos romanos na hora de plagiar e adaptar religiões se pode inclusive observar ao ver representações do deus Apolo com o carro de Helios (sol) a finais do século IV, quando já se haviam criado representações de Cristo como a que vemos na primera imagem com a mesma simbologia. (O prato de Parabiago, finais do século IV, Descoberto em 1907 em Parabiago e conservado no museu arqueológico de Milão).
7 - Necessita de uma auréola? Todo o heroi mítico necessita de um símbolo que lhe dote de superioridade. Na antiguidade, esse símbolo (antecessor da coroa real) era a auréola.
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Como em todos os cultos solares, a representação de um deus ou semideus com auréola era algo típico. A origem desta “coroa” vem da observação do Sol e seus raios. Sem remontarmo-nos às suas origens, possivelmente egípcias (o deus Rá já era representado com um sol encima de sua cabeça), veremos como os gregos, que plagiaram aos anteriores, já usavam esta simbologia até que os romanos se apropriaram dela também.
Vendo esta imagem e comparando-a com as anteriores, nas em que Jesus é representado sem barba, qualquer um poderia pensar que se trata do mesmo. Porém, esta imagem representa é ao deus Apolo, com o halo de Helios em sua cabeça. (mosaico romano de finais do século II, El-Jem, Tunez).
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Esta auréola passou a ser a representação real mais comum da santidade cristã. Podemos observar todas as imagens de Jesus a partir do século IV e comprovar: Século VI
Representação de Jesus no Monastério (ortodoxo) de Santa Catarina do Monte Sinai, século VI.
Século XI
Cristo Pantocrator, mosaico situado na cúpula da igreja catedral de Daphne em Atenas. O quadro foi completado entre 1090 e 1100.
Século XIII Imagem do Evangelhio Lecionário de Speyer, de 1220. Manuscrito que se encontra em Landesbibliothek Badische, Karlsruhe, Alemania. Esta imagem usa a mesma iconografia que o mosaico romano Hinton St Mary: Jesus no centro e os quatro apóstolos (supostamente os evangelistas) um em cada canto. A única diferença entre um e outro é que o Chi-Rho (X e P) foi sustituido por una cruz. Também foi acrescentada uma mandorla que rodeia o herói, substituido o círculo, por que agora se lhe acrescenta um corpo em vez de representa-lo simplemente com um busto, como nas imagens anteriores onde aparece este simbolismo. Como aconteceu com o Sol em Rá (com o tempo ao resto das deidades egipcias também foi acrescentado dito sol sobre suas cabeças), tal auréola também foi sendo acrescentada ao resto de seus personagens: mãe, apóstolos, santos, etc.
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8 - Outro símbolo que tem seus antecedentes na Grécia antiga: a mandorla Mandorla é a auréola oval, em forma de *amêndoa (*mandorla em italiano), que envolve normalmente uma representação de Jesus Cristo.
Tímpano do portal da Igreja de Santo Domingo, Espanha. A figura de Cristo encontra-se envolta por uma mandorla.
O cristianismo introduziu também este símbolo pitagórico da perfeição (Vesica Piscis), ao qual, séculos antes do aparecimento do cristianismo já lhe atribuíam poderes mágicos.
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Estas três imagens (da esquerda para a direita): Evangelio Leccionario de Speyer (citado anteriormente), Cristo em majestade (Saltério da Abadía de Westminster, 1200) e Cristo em majestade (Stavelot Biblia “del Mosa Escuela”, 1097 d.e.c.) mostram dito símbolo grego. A associação de Jesus com o peixe tem origem nesta simbologia “pagã”.
9 - A barba e a solenidade de uma divindade
Em fins do século IV, uma vez expandida dita religião pelo império, a imagem do Jesus sem barba começa a ocidentalizar-se, sendo esta mais de acordo com a imagem própria de um deus. Ao Jesus judeu-cristão foram acrescentados traços próprios de um deus grego. O deus de mais alto cargo para os gregos era Zeus, outra divindade com origem na mitologia solar. A primeira imagem é uma das primeiras representações que existem de Jesus com barba. Trata-se da pintura mural da catacumba de Commodilla, século IV. A segunda imagem, que mostra alguém bem parecido, não é Jesus, mas o deus grego Zeus (Zeus de Otricoli, século IV AEC, busto exposto no museu Pio-Clementino), quem também podemos ver reprtesentado com uma coroa de louros na terceira imagem: uma moeda de ouro (Lampsaco, Misia, ca. 360-340 AEC) que se encontra no Gabinete de Medalhas (Bibliothèque nationale de France, París). Este tipo de representação, mais de acordo com a imagem que se esperava de um judeu, teve melhor aceitação e foi a que com o passar do tempo foi se impondo.
10 - O adivinho greco-romano dos judaico-cristãos Para odiar tanto aos adivinhos, bruxos e falsos profetas, a divindade judaica faz um uso demasiado constante deles, isso se tomarmos Jesús como essa mesma divindade judaica. Sendo realistas: o cristianismo como qualquer outra religião, se serviu de todo tipo de simbolismos “pagãos”. Uma amostra a mais disso e que se soma a toda a apropriação cultural que fez florecer o cristianismo, é também a representação de Jesus como um típico mago e augur (sacerdote da antiga Roma).
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Parte de um sarcófago de meados do século IV, (Museu Vaticano) em que se representa Jesús em duas cenas (convertendo água em vinho – truque barato muito comum na época, fantástico milagre para um herói salvador de civilizações – e a ressurreição de Lázaro) onde usa a vara de augur. A segunda representa Jesús, desta vez sem barba e é (adivinhe…) do século III. Em ambas aparece com a vara de augur e o pergaminho ou rolo de legislador romano. O pretor ou legislador romano era siempre representado com um rolo com as leis na mão esquerda. Algo que se pode observar na terceira imagem, onde se ve a estátua de “Augusto como pretor” (Museo de Louvre, Paris).
11 - O relevo como “o bom pastor”
Em meados do século III Jesus era representado sem barba e como “o bom pastor” (catacumba de São Calisto). O que poucos crentes sabem é que esta imagem é um plágio de mitos gregos anteriores, que também foram representados da mesma forma.
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Moscóforo do século V AEC, pertencente ao período da Grécia Antiga, como uma imagem do «bom pastor».
Este moscóforo do século VI AEC é a estátua de um homem jovem com barba. Leva um *himation curto e um terneiro sobre seus hombros para o sacrificio à deusa Atena. (Museo da acrópolis, Atenas) * O himation (ΐμάτιον) era um capote extenso, sempre octogonal, diferente da toga romana, que tinha algumas formas diferentes. Como a toga, porém, ele parece ter tido uma variedade de significados culturais, dependendo da sua proporção e de como era usado. Geralmente, quando usado por mulheres, era um traje de modéstia decorosa, mas ele foi visto também em hetairas como um instrumento de provocação.
É inquestionável que o fluxo helenístico na cultura hebraica produziu as bases do judaico-cristianismo. Desde a época em que a conquista grega se fez presente (século IV AEC) até a própria tradução do Tanak nos LXX (tradução dos setenta, século II AEC), fato que afetou a composição de diversas partes do Antigo Testamento e que,
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sem dúvida, introduziram conceitos e mudanças próprios da religião grega: anjos, demônios, narrações, etc. Estas mudanças foram aceitas e assumidas pelos religiosos que compuseram o “messias” judaico-cristão, Jesus, dotando-lhe de toda uma série de características que, mais do que próprias do salvador que anunciavam os textos do velho testamento, eram próprias das tradições e crenças greco-romanas. Uma forma de exemplificar esta apropriação cultural é mostrar ao que nos referimos quando dizemos que, assim como outras religiões, o cristianismo usou uma série de símbolos que não lhe pertenciam e com eles conseguiu manipular esse povo analfabeto que, a única forma que tinha de ver o que esta religião queria expor-lhe era mediante representações.
12 - Nascimento com simbolismo estelar Outro símbolo tomado do própio império romano foi a estrela indicando o nascimento do herói. Para as civilizações antigas, Grécia e Roma, o avistamento de cometas era um ato que podia pressagiar eventos importantes: morte de líderes, nascimento de reis, etc. Neste caso, os autores dos evangelhos serviram-se deste simbolismo como referencia para a historia do seu herói. Coisa que se extraiu das lendas Mitraicas e que se pode observar nas lendas gregas como a de Mitridates VI (Grego: Μιθριδάτης, nome derivado do deus persa do sol, Mitra e a raíz europeia “da” (“outorgar”) = “Outorgado por Mitra”), do qual existe a lenda que conta como um cometa anunciou seu nascimento (134 AEC) aparecendo durante 60 dias e de como ainda sendo menino teve que fugir, justo depois da morte de seu pai, para não ser asassinado. A este somamos o romano, conhecido como “Cometa de Cesar”, conhecido também como Iulium Sidus (Estrela de Julio) ou Caesaris Astrum (Estrela Cesaria ou de Cesar). Este cometa apareceu supostamente após a morte de Julio Cesar em 44 AEC e foi tomado por seu sucesor, Cesar Augusto, como símbolo propagandístico da deificação do Cesar.
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Augusto, quem também se auto-proclamou como Cesar (adquirindo assim o estatus de divindade), construiu também o Templo de Iulius Divus (Templo de Julio, o divino), conhecido também como o Templo de Cesar (deificado) em 29 AEC. Além deste templo para enaltecer o culto astral, Augusto cunhou, como símbolo deste cometa, a estrela de oito pontas. Esta estrela se incluiu em todas as moedas e era o símbolo da divinidade.
Esta estrela pode ser observada tanto no altar de dito templo, como em numerosas moedas cunhadass a partir da data, justamente sobre a da cabeça do Cesar.
Moeda provincial de bronze cunhada na Colonia Augusta (ano 14-19). No verso se pode observar o busto de Augusto com uma coroa radiada e a estrela ao lado direito. Esta estrela de oito pontas também foi usada pelos gregos, que a cunharam em suas moedas, com a única diferença de que o busto que aparece é o de Zeus.
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Moeda cunhada em *Antiochia ad Orontem (ano 13 aos 14) durante o periodo agustino. A estrela de oito pontas pode ser observada sobre o carneiro, desta vez no verso. * Foi uma antiga cidade no lado leste do rio Orontes. Fica perto da moderna cidade de Antakya, na Turquia.
Os autores dos evangelhos só tiveram que copiar estes mitos e utilizar o mesmo simbolismo para enaltecerr seu personajem: uma estrela ou cometa que anuncia um ato divino, o nascimento de um rei ou divinidade.
A moeda da esquerda, cunhada entre 27 AEC e 14 DEC, representa a estrela de oito pontas, onde a palavra DIVUS IULIUS aparece como as duas pontas restantes. A da direita, cunhada entre o ano 350 e o 353 aparece com o Chi-Rho, que se serve do mesmo simbolismo estelar que a da esquerda, ol mesmo tempo em que introduz o “X” e o “P”, além das letras Alfa e Omega como as pontas restantes, da mesma forma que a outra faz com a divinidade juliana. Nota: NÃO existe uma profecia no Tanak (Antigo Testamento) que prediga que o messias (Cristo, extraído do grego) devia nascer em Belém e muito menos que seu nascimento devia ser anunciado por uma estrela. Tentaram buscar explicações para este fenômeno astrológico com base na aceitação do que é narrado nos evangelhos. Apesar disto não há referência histórica ou evidência de uma estrela ou cometa entre 7 AEC e 6 DEC (as supostas datas do suposto nascimento deste suposto personajem). Este simbolismo acrescentado aos evangelhos é puramente greco-romano e extraído do culto de Mitra e aos astros.
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13 - De Egito a Judá. Necessitamos uma mãe?
Se parecem as duas? Mesmo que ambas pareçam representar María, a primera é uma imagen de Isis. A segunda, criada pelo pintor Pedro Berruguete em 1465, sim. (Virgem do leite).
A primeira imagem, Isis amamentando seu filho Horus, (no Metropolitan Museum, de 330 AEC). A segunda pertence ao Museu do Louvre, Paris.
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Virgem amamentando, feita em marfin e osso, do século XIV, França (no Museo Lázaro)
Virgem amamentando (detalle). 1372- 1376. Bernabé de Módena. Catedral de Murcia.
Conseguir uma Mãe foi fácil para o cristianismo: só tinha que sustituir Isis pela “santa” e “virgen” Maria, Horus, filho de Osiris, por Jesús, filho de deus. Os paralelismos?
Isis - Maria Isis mãe de uma divindade - Maria, mãe de uma divindade. Horus, divindade na terra (o próprio faró) - Jesus, divindade na terra. Horus, divindade, filho de Osiris, também divindade - Jesus, divindade, filho de YHWH, também divindade.
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A única diferença que teoricamente separa estas duas figuras é que uma, Isis, é uma divindade e María, segundo os relatos evangélicos, não. Isso poder ser discutível hoje. Durante o passar dos séculos María passou a ser adorada como se fosse uma divindade. A veneração e o culto a Maria atualmente é o mesmo que se realizava para Isis no Egito antigo: templos próprios, lugares sagrados, festividades, etc. Isto se deve à popularização desta figura como a imagen de una divindade nas representações e imagens que produzem dela.
Adivinhe quem representa a terceira estátua? Não, não é Isis, mas Maria. Assim como também é Maria, a virgen lactanis que aparece na fachada de Platerias (portão direito, parte superior do arco) na catedral de Santiago de Compostela, construida dita fachada entre 1103 e 1117.
Clique na imagem para ver toda a fachada (ou veja abaixo)
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Na simbologia religiosa referente à “virgen”, podemos observar como o cristianismo sustituiu varios elementos:
No lugar de Isis com seu filho, aparece a figura da mãe, com Maria e o seu. O disco solar egípcio é substituído pela auréola.
Quando mostramos todos esses plágios descarados, o crente judaico-cristão desconversa e vem com a conversa mole sobre todo o legado cultural da religição que ele defende. Eu gostaria de perguntar a essas pessoas que se auto-qualificam como judaico-cristão qual seria a sua opinião sobre todo o legado cultural que poderíamos ter, se as religiões abrâmicas tivessem sido tão tolerantes como foram as romanas anteriores ao século IV, quando Constantino I legalizou uma religião que, muito longe de diferenciar-se das que tanto criticava, piorou a situação sendo uma das mais intolerantes da historia da humanidade. Quanta cultura desapareceu ou foi assumida pelo judaico-cristianismo? Você pode pesquisar facilmente na internet e ver o número esmagador de esculturas e pinturas acumulado por esta religião, que foram obtidos através da pilhagem cultural conduzida desde a sua fundação. Não se preocupe o crente judaico-cristão, sua religião não foi a única que tem utilizado este método. Religiões conteporâneas e anteriores fizeram exatamente o mesmo.
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7 - A Igreja Católica INVENTOU Satanás Apesar da crença judaico-cristã-muçulmana, a figura literária do diabo é tão só um erro de tradução proposital com a intenção de desassociar o deus bíblico dos atos criminosos que comete nas narrações do velho Testamento ou na Bíblia judaica, Tanak. O cristianismo usou dita figura como adversário de Cristo e como uma figura maligna a quem culpar por todos os males, os quais ele não consegue resolver porque, obviamente, é outra figura imaginária. Seguindo uma evolução literária sobre tal personagem, o cristianismo adaptou-o a todos os deuses “pagãos” contra os quais combatia durante os primeiros séculos, utilizando para eles a mesma denominação. Graças ao poder conseguido e a séculos de conquistas, o judeu-cristianismo fez crer que existe e está presente em tudo, o que contraria frontalmente seus dogmas e fábulas.
No Antigo Testamento, não existe a figura do demônio, Satã é tão só outra palavra hebraica que define um anjo enviado por Deus com o qual mantém conversações (veja no livro de Jó) e o envia para provar a fé dos personagens bíblicos (esquecendo a sua onisciência). No Novo Testamento, os autores utilizaram essa palavra para desviar a atenção do leitor crente e assim criar um inimigo e causador de todo mal, quando na realidade, se lermos com atenção a bíblia, o culpado é o próprio Yahvé (Jehová/Deus).
1 - A criação judaico-cristã do diabo O cristianismo transformou palavras mal traduzidas do Antigo Testamento (Tanak) intencionalmente, como se fossem nomes, para criar a figura que apareceria no Novo Testamento como um ser independente e maligno contrário a Deus.
2 - Satanás ou Satã O nome “Satanás” na realidade provém da palavra aramaica shatán ( )שטנאque significa acusador, inimigo, adversário. É apenas a latinização dessa palavra que NUNCA FOI NOME DE NINGUÉM. Nos textos do Tanak (Antigo Testamento) se emprega com essa intenção. Os gregos a traduziram do hebreu ha-shatán, mencionada no Tanak como um espião errante do deus hebreu, que rondava sobre a terra para mostrar a deus tudo o que a humanidade fazia, para que depois pudesse julgá-la por seus atos. (como se ele não soubesse com a sua onisciência e já não tivesse planejado tudo o que ela faria até o fim dos tempos!). No Livro de Jó (Iyov), ha-satan é um título, não um nome próprio, de um anjo governado por Deus; ele é o chefe perseguidor da corte divina. No judaísmo ha-satan não faz mal, ele indica a Deus as más inclinações e ações da humanidade. Em essência, ha-satan não tem poder até que os humanos façam coisas más. Depois que Deus ressalta a bondade de Jó, ha-satan pede autorização para prová-la (Deus não é onisciente?). O homem justo é afligido com a perda de sua família, propriedades e mais tarde, de sua saúde, mas ele continua fiel a Deus. Como conclusão deste livro
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insano, Deus aparece como um torvelinho, explicando aos presentes que a justiça divina é inescrutável (ele pode fazer o mal que desejar sem razão alguma, mas devemos chamar isso de justiça divina!). No final, as posses de Jó são restauradas e ele recebe uma segunda família para “substituir” a que morreu e que ele amava tanto. (Deus deve ter apagado de sua memória, o amor por sua família anterior, caso contrário estaria condenado – POR DEUS – a sofrer por sua perda a vida toda). Ao traduzirem a bíblia ao grego (versão dos LXX) e ao latim e usá-la no Novo Testamento, os escribas e sacerdotes decidiram não traduzir tal palavra, mas emprega-la como se o “anjo acusador” fosse um diabo inimigo do deus hebreu (tudo ao contrário do significado real e da descrição dada pelos autores do Antigo Testamento hebreu). Em diversos versículos se usou o termo satã para designar adversários humanos, por exemplo, Davi (1 Sm 29:4); enquanto no âmbito celestial o conceito foi usado como um anjo de Deus enviado para obstruir o caminho do profeta Balaão, contratado por Moabe para lançar uma maldição sobre Israel, sendo, pois, um mero “adversário” (Nm 22:22), não um “demônio”. O termo satã, em histórias como a de Zorobabel, desempenhou um papel de acusador em julgamentos diante de Deus (Zac 3:1), um papel que igualmente desempenha o anjo-satã que aparece na história de Jó, atuando como um simples fiscal que acusa e pede provas (castigos)... E também incita Deus a provar seus fiéis (o que é muito suspeito). No livro de Números se chama shatán (no sentido de “adversário”, “oponente”), ao anjo-mensageiro que Yahveh envia para impedir que Balaão amaldiçoe o povo de Israel. (Num 22:22-32). O termo shatán também entra na vida jurídica israelita, onde alcança o sentido de “acusador diante do tribunal” (Salmos 109:6) (Zacarias 3:1) e o termo shitna, derivado da mesma raiz, é a “acusação”. Somente no Novo Testamento, os autores decidem lhe outorgar o papel de inimigo de Deus, numa tentativa de confundir o leitor fazendo-o pensar que é um anjo inimigo desse Deus/Cristo e que este decide tentar-lhe e provocar-lhe (Marcos 1:12-13) (Mateus 4:1-11) (Lucas 4:1-13) ou um anjo que possui corpos que mais tarde Jesus espanta realizando exorcismos (Marcos 3:22-27) (Mateus 12:22-30) (Lucas 11:1423). O Diabo é um erro proposital de tradução para inventar um personagem, logo todos os exorcismos de Jesus e dos religiosos SÃO 100% FALSOS. Não passam de fraudes descaradas. Jesus acaba fazendo coisas sem sentido, baseadas em erros de tradução. Na língua árabe se chama shaytán, que também significa serpente (de esta forma conseguiram associá-lo à serpente do Gênesis que tenta Adão e Eva com o fruto proibido. Algo que não figura no livro do Gênesis, onde a serpente é denominada apenas como a “a criatura mais astuta e inteligente da criação”).
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3 - Belial (Belhor, Baalial, Beliar, Beliall, Beliel). Esta é outra má tradução planejada para desviar a atenção do crente. O nome Belial é derivado do hebraico bliya’al (bel-e-yah-al), que se compõe de bliy (bel-ee’), que significa “corrupção” (Isaías 38:17) e da palavra ya`al (yaw-al’) que significa “proveito” (beneficio, ganho, vantagem, lucro, etc.) (Isaias 30:5; Jó 21:15; Jer 7:8…). Esta figura literária foi utilizada para definir um personagem com o qual confrontar nas narrações. Os estudiosos o traduzem como “senhor da arrogância” ou “senhor do orgulho” (Baal ial) o “o de lucros corruptos“. No judaísmo os homens “ímpios” são considerados os filhos de Belial. Nos primeiros séculos do cristianismo e durante a idade media, o termo Belial foi empregado erroneamente como sinônimo de Satã/Diabo.
4 - Diabo Este nome se origina também da interpretação que se deu em grego aos textos bíblicos. Nestes textos se escreveu a palavra diabos, que significa o mesmo que a palavra shatán em hebraico: “adversário” e “inimigo” (Macabeus 1:36 - (36) Serviram de cilada para o templo, e um inimigo constantemente incitado contra o povo de Israel,) ou “acusador”, “caluniador” (Jó 1:8-12). Nos textos gregos “diabo” provém do verbo grego διαβάλλωηΞ (diabál•ló) que significa, como shatán (hebraico), “caluniar, falsear, mentir”, etc. Nas traduções do Antigo Testamento do século III (Época do imperador Constantino, quem legalizou o cristianismo, fato que facilitou a sua oficialização como principal religião do império romano em 380), os escribas judaico-cristãos mudaram a palavra hebreia shatán por diabos. O cristianismo (seus sacerdotes e escribas) transformou tanto shatán como diabos (simples palavras com um mesmo significado) para criar a figura do demônio. Assim desviaram a culpa de seu deus bíblico para uma figura totalmente nova: um anjo que, em vez de ser enviado diretamente por seu deus para testar a fidelidade (Deus não é onisciente?) de seus personagens literários, causando-lhes dano e tentações sem necessidade alguma (como o próprio Deus confessa em Jó), é considerado como um anjo independente de seu criador (Yahvé) e que atua por vontade própria e contrária ao próprio Deus.
5 - Demônio “Demônio” é tão só um sinônimo judaico-cristão para referir-se ao “Diabo”. Já que em muitas culturas anteriores à judaico-cristã se criaram inumeráveis mitos sobre demônios. Segundo a mitologia grega, os demônios eram seres humanos utilizados pelos deuses gregos para levar as más noticias ao povo. Daí vem à associação de “mensageiros do mal”. Os cristãos latinizaram a palavra “diabo” para dar como resultado a criação de “demônio”. Mesclando a concepção grega dos demônios, o judaico-cristianismo criou a ideia de seres malignos que ajudavam seu chefe principal, que era, obviamente, Satã;
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um suposto anjo caído que desafiou Deus para converter-se em seu rival. (totalmente ao contrário da realidade bíblica de um personagem enviado realmente pelo Deus literário hebreu).
6 - Mamom Na idade media se atribuiu a palavra Mamom a um dos nomes adotados por Satã. Mamom vem na realidade da palavra hebraica Matmon (ממון. dinheiro ou tesouro). Também provém do aramaico mammon (verbo “confiar” ou um significado da palavra “confiado”) e do fenício mommon (“beneficio” ou “utilidade”). No Novo Testamento, escrito em grego, a palavra igreja que se utilizou para Mamom, é μαμωνας (mamonas), que pode ser vista no Sermão da montanha (durante o discurso sobre a ostentação) e na parábola do administrador injusto (Lucas 16:9-16) com o mesmo significado que em hebraico. Os cristãos desviaram o significado, como fizeram com shatán e diabo, usando-a como nome próprio. Dessa forma criaram outro dos nomes atribuídos a Satã devido ao fato de que as riquezas, os benefícios e abundancias eram considerados por Jesus como algo desonesto e causador de um dos males; a avareza (Lucas 16:13, e Mateus 6:24). Mamom passou a ser mais um nome próprio do diabo em vez do que realmente é; apenas outra palavra não traduzida corretamente pelos escribas gregos e latinos.
Mateus 6:24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.
7 - Azazel Esta é outra das transliterações que fizeram de palavras hebraicas convertidas em nomes próprios. Sua origem é hebraica e significa “bode emissário”, ou “bode expiatório”, aparece em Levítico 16:8-10, e que não volta a ser mencionada em nenhuma outra parte da Bíblia hebraica. “Azazel” é uma transliteração direta do hebraico. Desse contexto literário surgiu a imagem popular do demônio com forma de cabra. O cristianismo converteu esta palavra hebraica durante a tradução ao grego da Septuaginta, convertendo a ideia real (anjos enviados por deus) na imagem cristã de anjos caídos ou independentes do “reino celestial”. Mais uma farsa cristã.
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O judaico-cristianismo também usou a deuses “pagãos” para apoiar a criação do demônio no Novo Testamento. 8 - Belzebú Esta palavra deriva de Baal Zebub (“El Señor de las Moscas”) ou mais propriamente Ba‘al Z’vûv, (en hebreo זבוב בעל, com muitas pequenas variações), que era o nome de uma divindade filisteia, Baal Sebaoth (Deus dos exércitos) em hebraico. O ódio do povo hebraico (Yahvista e Elohista) contra os filisteus era notável. Na bíblia os Baales são descritos como inimigos do povo hebreu por “fazer mal diante dos olhos de Yahvé” (Jehova/Deus). Algo ridículo, já que isso de “fazer mal” para o deus literário hebreu, tratava-se simplesmente dos sacrifícios para o deus filisteu Ba´al, em vez de fazerem para ele. Apenas intolerância religiosa dos hebreus. Ba´al ( )בעלera um deus procedente dos povos mesopotâmicos (Ásia menor). Proveniente do significado semítico cananeu Baʕal [baʕal], que significa “senhor”. Os hebreus compuseram um insulto mesclando esse significado com o desprezo contra seus rituais. O nome Beelzebub foi usado pelos hebreus como uma forma de zombaria contra os adoradores de Baal, devido ao fato de que em seus templos, a carne dos sacrifícios era deixada para apodrecer, razão pela qual esses lugares estavam sempre infestados de moscas. Como tudo no judaico-cristianismo, se adaptou dita palavra para usá-la no Novo Testamento como nome próprio. Neste caso, um dos nomes que o cristianismo atribui ao Satã inventado.
9 - Lúcifer ou Luzbel
Este nome provém do latim, lux (luz) e ferre (llevar): “portador de luz”. É uma adaptação de outro deus da mitologia romana, o equivalente grego de Fósforo ou Eósforo (Έωσφόρος) “o portador da Aurora”.
Assim como Belzebú, o cristianismo transformou outro deus pagão (Eósforo) em outro nome para denominar o diabo/demônio/Satã: Eósforo era associado à Vênus ou à estrela Sirius (mitologia Egípcia) conhecida também como “a estrela da manhã”. Nos textos bíblicos Lúcifer ainda tem como significado essa frase (2 Pedro 1:19) e não o Lúcifer demoníaco que mais tarde criariam.
2 Pedro 1:19
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Assim demos ainda maior crédito à palavra dos profetas, à qual fazeis bem em atender, como a uma lâmpada que brilha em um lugar tenebroso até que desponte o dia e a estrela da manhã se levante em vossos corações.
Os primeiros cristãos denominavam inclusive o próprio Jesus como “o portador da luz” (Rito Romano liturgia Exultet, cântico de louvor ao círio pascal). Flammas eius lúcifer matutínus invéniat: ille, inquam, lúcifer, qui nescit occásum. Christus Fílius tuus, qui, regréssus ab ínferis, humáno géneri serénus illúxit, et vivit et regnat in sæcula sæculórum.
Que a Estrela da Manhã que nunca se põe encontrar essa chama ainda queimando: Cristo, que Estrela da Manhã, que voltou dos mortos, e derramou a sua luz pacífica em toda a humanidade, vosso Filho, que vive e reina pelos séculos dos séculos.
Na tradução para o latim (Vulgata) da Bíblia grega (Septuaginta), Eusébio Hierônimo de Estridão ou Jerônimo de Estridão (Estridão, Dalmácia, c. 340 – Belém, 30 de Setembro de 420), mais conhecido pelos cristãos como “São Jerônimo”, o traduziu como “lúcifer” se referindo a um Salmo que diz como o rei da Babilônia retém o povo israelita dentro da cidade (Isaías 14:12), o qual é representado como a “estrela da manhã” e que está associado com o destino a cair do céu.
A divindade suprema babilônica era representada como um símbolo brilhante com asas de bronze (Emblema do Anzu, Imdugud - acima) que refletia a luz e por isso era considerado como “O portador da luz”. Na vulgata Jerônimo traduziu do hebraico “( ” חר – בן היללestrela da manhã, filho da manhã) como “lucifer qui mane oriebaris”:
“Quomodo cecidisti de coelo, Lucifer qui mane oriebaris…?” Como caíste do céu, portador da luz, tu que nascias pela manhã…?
No século VII, não era considerado ainda como um ente independente (Satã), e mais, nos textos desse século se pode ver como a palavra “lucifer” se refere na realidade ao brilhante Vênus (como sexto dia da semana, dedicado a: Vênus=Sexta).
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“… Sextum (diem) a veneris stella, quae Luciferum appellaverumt, quae inter omnes stellas plurimum lucis habet” Isidoro de Sevilla (Orígenes 5)
Teve que chegar o século VIII para que o cristianismo decidisse interpretar erroneamente (devido à sua superstição e à criação da demonologia cristã, durante a perseguição aos “pagãos” e “hereges”) esses textos, mesclando-os com a ideia de que o deus babilônico e muitos textos de inimigos dos personagens bíblicos eram na realidade “o demônio/diabo”.
10 - Conclusão O demônio/diabo é pura invenção cristã devido a uma má tradução da escritura hebraica. 1. Os principais nomes dos textos bíblicos atribuídos ao Diabo, NÃO SÃO NOMES PRÓPRIOS, mas simples palavras (adjetivos). 2. O judaísmo não tinha ideia ou conceito de diabo no Tanak (Antigo Testamento). 3. O cristianismo adaptou a ideia e conceito grego dos anjos e demônios como seus ao interpretar a Bíblia de uma forma totalmente diferente do contexto. 4. Todos os nomes do demônio/diabo provêm tanto de palavras hebraicas mal interpretadas como de nomes de deuses “pagãos” aos que o cristianismo demonizou, convertendo-os assim em inimigos do cristianismo. (outro exemplo seria a imagem e associação do diabo com o tridente, extraída do deus grego Poseidon e este do deus hindu Shiva – plágio de plágio de plágio). 5. Não existe o demônio/diabo, é tão absurdo crer nele, como no Deus/Yahvé.
11 - Nota Existem muitos outros nomes mais, mas estes são os principais e dos quais se origina o conceito de diabo ou demônio judaico-cristão. Se desejares conhecer o resto dos nomes que se atribuíram a essa invenção chamada “diabo”: http://es.wikipedia.org/wiki/Categoría:Demonios Se desejares conhecer de onde vem o conceito e a origem de qualquer desses nomes só precisas de um “dicionário etimológico”.
12 – Comentário
O que sobra de real na religião dos judeus, cristãos e muçulmanos? NADA! Tanto a ideia do deus hebreu como a do diabo, são composições literárias, fábulas e nada mais. É ridícula tanto uma como a outra.
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8 - Métodos de tortura da Inquisição. >>>
A inquisição foi um tribunal eclesiástico estabelecido na Idade Media para castigar os delitos contra a fé, ou seja, símbolo máximo de intolerância religiosa e foi comum a católicos e protestantes. Suas vítimas eram as “bruxas”, os judeus, hereges, alquimistas, dissidentes, homossexuais e qualquer “persona non grata” ao clero. Os acusados eram brutalmente torturados e executados, e seus bens requisitados. Veremos aqui alguns métodos de tortura mais comumente usados, alguns dispositivos simples, a sua utilização e suas vítimas. Católicos e protestantes acusam-se há séculos sobre quem matou menos, porém, que cada um tivesse matado apenas uma pessoa por ter outra fé, já nos permitiria chamalos de a escória do mundo e com a consciência tranquila de não estarmos comentendo uma injustiça. Matar pessoas em nome de um livro de fábulas usado como instrumento máximo de tiranias religiosas, jamais deve ser perdoado ou esquecido. Veremos alguns métodos de tortura que se utilizavam comumente durante a inquisição, em todos os infelizes que não se ajoelhavam diante da poderosa Igreja Católica. E na sequência veremos alguns “Instrumentos de tortura” mais sofisticados e que faziam confessar praticamente qualquer coisa que o inquisidor quisesse. Tudo com a graça de Deus e em nome de Deus! Amém.
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1 – Os Autos de fé
Auto da fé ou Auto de fé refere-se a eventos de penitência realizados publicamente (ou em espaços reservados para isso) com humilhação de heréticos e apóstatas, bem como punição aos cristãos novos pelo não cumprimento ou vigilância da nova fé lhes outorgada, postos em prática pela Inquisição, principalmente em Portugal e Espanha. As punições para os condenados pela Inquisição iam da obrigação de envergar um sambenito (espécie de capa ou tabardo penitencial), passando por ordens de prisão e, finalmente, em jeito de eufemismo, o condenado era relaxado à justiça secular, isto é, entregue aos carrascos da Coroa (poder secular, em oposição ao poder sagrado do clero). O estado secular procedia às execuções como punição a uma ofensa herética repetida, em consequência da condenação pelo tribunal religioso. Se os prisioneiros desta categoria continuassem a defender a heresia e repudiar a Igreja Católica, eram queimados vivos. Contudo, se mostrassem arrependimento e se decidissem reconciliar com o catolicismo, os carrascos procederiam ao “piedoso” ato de estrangulá-los antes de acenderem a pira de lenha.
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Sua origem se remonta à Inquisição medieval e seu momento de auge se situa nos séculos XVI e XVII em Roma, Espanha e nos países de denominação castelhana. Na noite anterior à sua celebração se comunicava a sentença aos condenados à morte, e uma procissão percorria as ruas da cidade para colocar uma cruz verde como símbolo da Inquisição, na praça destinada ao ato. No dia seguinte, depois da comida, iniciava-se uma procissão na qual os condenados iam vestidos com seus correspondentes “Sambenitos” (foto) e eram colocados no lugar onde seriam queimados e se procedia a leitura das sentenças, um sermão e o juramento da Inquisição. Os autos gerais e solenes eram celebrados com visitas oficiais do rei ou importantes cargos eclesiásticos a uma determinada localidade. Caíram em desuso no século XVIII.
A cadeira de interrogatórios era o utensílio básico do inquisidor. O efeito dos pregos sobre a vítima, sempre nua, é evidente e não necessita comentários. Esta sofre atrozmente desde o primeiro instante do interrogatório, que pode ser mais intenso ao se aplicarem sacudidas ou golpes em braços, pernas ou outras partes do corpo. O assento era muitas vezes de ferro, de maneira que podia ser aquecido com um braseiro ou tocha, para garantir que o investigado confessaria qualquer coisa sugerida pelo inquisidor.
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O Método da cabra não faltava em nenhuma das masmorras dos castelos medievais europeus. Colocavam-se as pernas da vitima em um cepo, para que fosse impossível movêlas e untavam seus pés com gordura ou sal. A cabra começa a lamber com força e, com a aspereza de sua língua, levanta a pele dos pés da vítima, provocando uma dor terrível.
O tormento do rato já era conhecido na antiga China, mas foi no ocidente medieval onde se consagrou. Nesta tortura, se colocava sobre o abdome da vítima uma jaula aberta na base. No interior se encontrava um rato que era molestado pelos torturadores, com fogo principalmente. O animal apavorado buscava uma maneira desesperada de sair e terminava por escavar um túnel nas entranhas da vítima.
O “gota a gota” era um método de tortura baseado na água, foi muito utilizado durante a Idade Media, se usava fundamentalmente para arrancar a confissão ou informação da vítima. Era uma tortura longa, na qual o torturador não tinha pressa nenhuma e a única coisa que tinha que fazer era esperar que a vítima viesse abaixo. Consistia em amarrar o réu a um poste ou à parede, amarrando firmemente pés, mãos, pescoço e rosto; colocando-se a cabeça debaixo de um cano que gotejava em um ritmo contínuo. Isto provocava um estado de loucura além de terminar por lesionar o crâneo até produzir a morte.
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O método da touca foi muito utilizado pela Inquisição espanhola dos séculos XV e XVI. Seu nome procede de um dos elementos necessário para esta tortura, a touca, que era uma peça branca de linho ou seda com os quais se fazia as toucas ou panos que cobriam a cabeça das mulheres. Esta touca era introduzida na boca da vítima, de maneira que chegasse até a traqueia, posteriormente se vertia água sobre a touca, que ao empapar-se, provocava no preso uma sensação terrível de asfixia e violentas contrações estomacais de vômito. Tortura da água Padrão usado na França, mas usado pelo cristianismo, essa tortura mantinha o processado totalmente imobilizado em uma mesa de madeira, depois lhe colocavam um pano longo em sua boca e derramavam água, engolindo por reflexo e chegando o pano quase ao estômago, então o tiravam produzindo uma terrível dor. Outra forma é colocar o trapo na garganta e verter água produzindo ao infeliz a sensação de afogamento. Uma variação incluía alimentar a vítima somente com alimentos salgados e água suja. Estes e outros métodos se demonstraram altamente positivos nos interrogatórios aos templários, dos 138 templários interrogados em Paris, 134 confessaram todas as acusações. Não é de estranhar que sob aquelas bárbaras sessões de torturas, os templários (traídos pela igreja) confessassem toda sorte de pecados contra a Igreja, como estranhas práticas e rituais, Osculum Infame, adoração de ídolos, etc. Mas hoje em dia está provado que todas as acusações existiam unicamente nas retorcidas mentes dos torturadores, já que a tortura, o incrível terror anterior e a dor intensa durante e depois das sessões, fazia as vítimas reconhecerem qualquer delito que se quisesse imputar. Um dos templários sobreviventes às torturas admitiu: “Naquelas circunstâncias teria confessado ter assassinado o próprio Deus”.
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O cepo. A vítima era presa com cabeça, mãos e pés nas aberturas correspondentes e assim expostos em praça pública, onde a população os humilhava, esbofeteava ou sujava com fezes ou urina. Em muitos casos, os condenados também eram espancados, apedrejados, queimados, dilacerados e até mesmo severamente mutilados. Além disso, cócegas incessantes nas solas dos pés e nos lados do corpo chegavam a ponto de tornaremse uma tortura insuportável. Somente infratores inofensivos poderiam esperar livrar-se com não mais do que alguns arranhões.
O sangramento. Acreditava-se que a força das bruxas podia ser controlada ao fazê-las sangrar. Isto implicava em cortar a vítima no rosto ou perto de uma veia importante. Os acusados submetidos a esta tortura perdiam sangue rapidamente e desmaiavam devido a isso, comprovando que o acusado era assistido pelo demônio ao tirar-lhe a alma do corpo para que não sofresse.
Tartaruga. Comprimir ou esmagar sob uma madeira com pesos encima (também chamada de tartaruga) era um método comum entre os ingleses. Nesta imagem do século XVI vemos a “tartaruga” com sua variação da “balança”, um tronco colocado na espalda da vítima para que o espinhaço se quebrasse com o peso. Na a parte superior do desenho vê-se um preso no cepo. Esta tortura é protestante.
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A fogueira É uma das torturas mais antigas, vítimas dela foram os hereges e bruxas. Provavelmente a morte mais famosa na fogueira foi a de Joana D´arc por heresia. Santo Agostinho (354-430) declarou que os hereges, pagãos e judeus queimariam para sempre no fogo eterno, a menos que cumprissem as leis da Igreja Católica, como resultado desta declaração deste Santo, queimaram centenas de pessoas como um presságio do que estava por vir. Na França, Alemanha e Escócia, os gastos da prisão e da fogueira ficavam a cargo de propriedades da vítima ou de seus parentes. A queima de uma bruxa era um grande espetáculo público, a execução era realizada logo após a condenação, se contratava o carrasco para a construção do local de execução e recolher a madeira para a fogueira. Na Escócia, antes de queimar uma bruxa, se a obrigava a jejuar e orar por vários dias, depois ela era estrangulada, em seguida, seu corpo (muitas vezes semiconsciente) e seminu era amarrado a uma estaca e se esvaziava sobre o corpo um barril de alcatrão para acender o fogo. Acreditava-se que se a bruxa (vítima) estivesse viva não sairiam chamas de seu corpo, por isso os espectadores espancavam e chutavam o corpo para que a fogueira humana tivesse chamas. Escalpelamento. Esta forma de tortura era específica para mulheres. Amarrava-se um pedaço de madeira no cabelo da mulher e começava-se a torcer, torcer e torcer. Quando os braços do inquisidor se cansavam, assumiam seus colaboradores e continuavam a torcer. Não só o cabelo era arrancado, mas que se podia ver o couro cabeludo aberto e expondo os ossos do crâneo. Como era de se esperar, somente nas mulheres com cabelo abundante se aplicava este método.
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A serra Observando o desenho, este instrumento de tortura não necessita de muitas explicações. Seus mártires são abundantes. Devido à posição invertida da vítima, se garantia suficiente oxigenação do cérebro, o que impedia uma perda grande de sangue e fazia com que a vítima não perdesse a consciência até que a serra chegasse ao umbigo ou mesmo ao peito, segundo relatos do século XIX. La Bíblia diz (2 Samuel 12:31 – clique no e-book ao lado para mais detalhes) que Davi, rei hebreu e santo cristão, exterminou os habitantes de Rabá e de todas as cidades amigas pelo método “... passar a serras, e a picaretas, e a machados, e em fornos de tijolos; assim o fez em todas as cidades dos filhos de Amom. Voltou Davi com todo o seu povo para Jerusalém.” Esta espécie de aprovação, pouco menos que divina, contribuiu à larga aceitação da serra, do machado e da fogueira. A serra se aplicava principalmente a homossexuais, especialmente homens. Na Espanha a serra era um meio de execução militar até o século XVIII segundo referências contemporâneas, as quais, entretanto, não citam nenhum fato concreto. Na Catalunha, durante a Guerra da Independência (1808-14), os guerrilheiros catalães submeteram dezenas de oficiais inimigos à serra. Na Alemanha luterana a serra esperava os líderes campesinos rebeldes e na França, às bruxas engravidadas por Satanás.
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Extração das unhas. Este método de tortura foi imaginado para arrancar as unhas. Em 1590 e 1591 João Fian foi submetido a esta e outras tantas torturas na Escócia. Depois de ter as unhas arrancadas, introduziram cravos em seu lugar.
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Limpeza da alma A crença católica é de que a alma das bruxas são almas corrompidas. As vítimas precisavam ser limpas antes do castigo, obrigando-as a beber coisas quentes ou ferventes como: água, ferros, carvões e inclusive sabão.
Frio e calor Tortura refinada. Raspa-se a cabeça do torturado e se coloca sobre ela dois recipientes, um com água fervendo e outro com água gelada. Deixa-se cair na cabeça da vítima uma gota de cada, alternativamente. A mudança brusca de temperatura produz um efeito doloroso.
Tormento chinês Desconhecemos se realmente foi inventado na distante China. Algumas varetas são introduzidas debaixo das unhas dos dedos dos pés ou das mãos e se espera. Se o torturado não confessa, se põe fogo nas varetas.
O melaço Unta-se a vítima com melaço e se a deixa imobilizada nas imediações de um formigueiro. É especialmente eficaz nas zonas tropicais, onde existem espécies de formigas particularmente vorazes.
Bota malaia É um dispositivo de madeira em forma de bota malaia com um mecanismo de pressão. Ao girar a alavanca, a bota vai encolhendo por dentro. O resultado final é como uma pessoa que usa 42 coloca uma bota de madeira 30: ossos do pé quebrados e dores terríveis.
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O braseiro Simples, mas efetivo. Esquenta-se no fogo ou braseiro, um ferro ao vermelho vivo e se queima com ele diferentes partes do corpo do torturado, que é mantido imobilizado. O torturador pode agir sobre diferentes zonas do corpo onde a dor é mais ou menos intensa, prolongando assim o sofrimento como desejar.
O elmo Coloca-se no indivíduo um capacete de metal de uns 40 cm de diâmetro e se introduz em sua parte superior um par de ratos famintos, que se alimentarão vorazmente com a cara da vítima. Existem variantes para outras partes do corpo, como por exemplo, os genitais.
Insônia Na Inglaterra, essa tortura não foi permitida contra as bruxas, pois a tortura pela insônia era causada por esta condição, as autoridades não consideraram tortura. Eles usavam em heresias menores.
Caminhante Esta "suave" tortura, usada principalmente na Inglaterra, se empregava em conjunto com a tortura da insônia, consistia em fazer a vítima caminhar e correr até que se cansasse e surgissem bolhas nos pés.
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A canela Tortura aplicada nas pernas, a parte redonda se colocava na panturrilha e a plana na canela, se apertava os parafusos até lascar o osso, em casos extremos se apertava até que o sangue e a medula jorrassem pela perna da vítima. Foi muito usada para conseguir informações e confissões.
Forno dos pés Outro dos métodos favoritos dos torturadores da Inquisição era amarrar os acusados a una pequena mesa de madeira, impregnar os pies (que sobressaíam da longitude da mesa) com gordura animal e aproximar a mesa a um forno aberto, com o que a gordura entrava em ignição infligindo gravíssimas queimaduras e intensa dor. Um dos templários que sofreram esta tortura, Bernard de Vaho, foi levado diante da corte de justiça levando uma pequena caixa que continha seus próprios ossos do pé, totalmente calcinados.
A bota de ferro Ela consistia de cunhas que se ajustavam às pernas, joelhos e tornozelos. O carrasco com um grande martelo golpeava as cunhas, a cada golpe o inquisidor repetia a pergunta, as cunha esmagavam a carne e dilaceravam os ossos, às vezes fazendo jorrar a medula.
Fonte: http://www.portalplanetasedna.com.ar/torturas.htm http://www.scribd.com/doc/2665179/Torturas-de-la-Inquisicion-I
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9 - Instrumentos de tortura da Inquisição. >>>
Agora vamos revisar alguns instrumentos de tortura mais sofisticados que foram utilizados para arrancar confissões dos blasfemadores e opositores de Deus e da Igreja. Vendo estas imagens e descrições, parece uma mentira surrealista que em algum momento da história da humanidade essas ações foram reais só porque alguém não estava de acordo com um dogma religioso específico. A igreja se “desculpou” por esses atrozes crimes, mas isso não é suficiente; toda a dor e sofrimento que causaram não jamais poderão ser remediados com simples desculpas e arrependimentos tardios, pois assim é muito fácil justificar qualquer tipo de crime. Deveria de haver uma maneira de compensar toda essa época de terror e sangue em nome de Deus. Porém, observamos com impotência que um sistema que permitiu e realizou tais práticas, em lugar de estar desaparecido e obsoleto, notamos com profundo pesar que sua vigência e poder são a cada dia maiores. Impressiona que milhões de pessoas que se dizem dignas, “inteligentes” e honestas tenham o descaramento de participar, promover, defender e sustentar uma instituição que conseguiu fazer na Terra, o próprio inferno parecer um paraíso agradável... E em nome de Deus.
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Armas de carcereiro As armas para carcereiros se distinguem das armas militares porque não são adequadas para a guerra, já que os inimigos usam couraças e armas, mas são muito úteis para controlar uma turba de prisioneiros semidesnudos, evidentemente desarmados. No “agarrapescoço” (à esquerda) pode ser vista a argola com abertura em forma de anel na extremidade de uma vara de dois metros de comprimento. Um prisioneiro, ou qualquer foragido que tentasse escapar de um oficial de justiça ou policial, escondendo-se no meio da multidão, é facilmente capturado: uma vez que o pescoço é preso pela armadilha, não há outra possibilidade que seguir o captor. O “agarra-pescoço” ainda é usado em centenas de prisões, muitas vezes faz parte do equipamento de forças anti-disturbios. Versões modernas incluem, em alguns casos, a utilização de energia elétrica. Látego ou chicote Há uma grande variedade de chicotes. Entre eles, há de dois, três e até oito correntes com abundantes estrelas e/ou as lâminas de aço afiadas que se usavam e são utilizados para flagelar o corpo humano. Para esfolar se utilizavam chicotes de diversos tamanhos; gigantes como o “gato de nove caudas”, que podia aleijar um braço e um ombro em um só golpe, ou um fino e traiçoeiro como o “nervo de boi”, que com dois ou três golpes podia cortar a carne das nádegas até a pélvis. O chicote de esfolar era empapado em uma solução de sal e enxofre dissolvidos em água antes da sua utilização, o que, juntamente com as suas estrelas o convertia em uma ferramenta destrutiva e muito útil para o torturador. A carne, quando atingida, se transformava em uma polpa, expondo diversos órgãos internos. Os chicotes são usados ainda hoje. Nesta fotografia vemos: um chicote de correntes formadas por ligações planas e ovais, afiadas como navalhas em formas de folhas, outro de corrente dupla com quatro pesadas estrelas de ferro na ponta; e um fragmento de um chicote do século XIV, chamado coroa de espinhos em honra a Jesus Cristo.
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Pinças e alicates ardentes Pinças, alicates e tesouras eram usados ao “vermelho vivo”, mas também frias, para lacerar ou arrancar qualquer membro do corpo humano e era outro elemento básico entre as ferramentas de todo carrasco. Os alicates quentes foram usados para queimar preferencialmente narizes, dedos das mãos, dos pés e mamilos. As pinças alongadas serviam para rasgar ou queimar o pênis. Tal como é explicado na parte da pera oral, retal e vaginal, os genitais masculinos sempre gozaram de ceta imunidade. Ao largo da longa série de torturas, também há casos raros de estirpação do pênis ou da genitália completa. As partes cortadas geralmente eram queimadas dentro do punho da vítima. Estes castigos não se aplicavam a atos de violência contra as mulheres como se poderia pensar, mas sim por tentativas de violência ou conspirações contra os governantes ou príncipes. A violação extra-matrimonial raramente era punida e o estupro conjugal sempre foi sagrado. As máscaras Estas engenhocas, que existiam em grande profusão e de formas extravagantes, de 1500 a 1800, foram aplicadas aos que havia expressado seu descontentamento de forma imprudente contra a ordem, contra as convenções vigentes, contra a arrogância do poder, ou, de qualquer forma, contra o Estado das coisas em geral. Através dos séculos, milhões de mulheres, consideradas provocadoras de conflitos por seu cansaço da escravidão doméstica e gravidez continua, foram humilhadas e atormentadas; desta forma o poder eclesiástico expunha ao escárnio público os inconformados e os desobedientes. A Igreja católica puna uma longa lista de infrações menores por este método. A grande maioria das vítimas eram mulheres, e o princípio que se aplicava era sempre o de “mullier taceat in ecclesia”, mulheres devem ficar caladas na igreja. Muitas máscaras incorporavam peças bucais de ferro, alguns destas mutilavam permanentemente a língua com pontas afiadas e lâminas cortantes. As vítimas trancadas nas máscaras e expostas em praça pública, também eram agredidas pela multidão. Golpes dolorosos, ser untadas com urina e fezes, e feridas graves (por vezes fatais, particularmente nos seios e púbis) eram a sua sorte.
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Gaiolas penduradas Até o final do século XVIII, nas paisagens urbanas da Europa não era estranho encontrar abundantes gaiolas de ferro e madeira ligadas ao exterior dos edifícios municipais, palácios ducais ou de justiça, catedrais, muralhas das cidades ou em altos postes próximos dos cruzamentos de estradas. É algo que tavez já tenha visto em filmese não tenha reparado, mas que existia. Grande quantidade de exemplos existe ainda hoje, como no palácio de Mântua e na ábside da catedral de Münster (Suíça). Em Veneza, o lugar de origem da gaiola celular, elas eram penduradas na Ponte dos Suspiros e mais frequentemente nas paredes do Arsenal. As vítimas, nuas ou seminuas, eram trancadas em jaulas e penduradas. Elas morriam de fome e sede, pelo mau tempo; frio no Inverno e pelo calor e queimaduras solares no verão. Muitas vezes, já haviam sido torturadas e mutiladas para maior punição e humilhação. Os corpos eram deixados em decomposição até o desprendimenro dos ossos, mas, às vezes, eram cobertos com resina de pinheiro, a fim de retardar os efeitos da decomposição, e os amarravam com correias para impedir o desprendimento dos membros. Desta maneira, eram utilizadas como uma lição de moral. Obviamente, as vítimas, uma vez mortas, eram alimento de todo tipo de animais.
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O potro O estiramento ou desmembramento por meio da tensão longitudinal foi usado no antigo Egito e na Babilônia. Na Europa, junto com o pêndulo, constituiam elementos fundamentais em qualquer masmorra desde a República Romana até o “desaparecimento” da tortura no final do século XVIII. Em muitos países fora da Europa continuam a existir. A vítima é literalmente esticada pela força do guincho. Testemunhos antigos dizem que o estiramento era de até 30 cm, alongamento inconcebível que vinha do deslocamento de cada articulação dos braços e das pernas, do desmembramento da coluna vertebral e, claro, pelo despregamento dos músculos das extremidades, tórax e abdômen, que, claro, com efeitos letais. Esta tortura geralmente consistia de três graus. No primeiro, a vítima sofria deslocamento dos ombros devido ao alongamento dos braços para trás e para cima, assim como a dor intensa dos músculos ao romper-se, como qualquer fibra submetida a uma tensão excessiva. No segundo, joelhos, quadris e cotovelos começam desconjuntar-se; no terceiro se separam ruidosamente. Já no segundo grau o interrogado fica inválido por toda a vida, depois do terceiro já está paralisado e irá gradualmente desmantelamento-se pouco a poucoi. As funções vitais vão cessando conforme passam as horas e os dias.
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O Potro na escada O propósito deste suplício é semelhante a alguns já vistos, mas neste caso as costas e axilas eram queimadas por uma tocha composta de sete velas. Se a vítima, já paralisada, com os ombros quebrados e moribunda por causa das infecções causadas pelas queimaduras, ainda não confessasse, o tribunal era obrigado, como sempre em casos semelhantes, a reconhecer sua inocência.
Colar penal Existem muitos tipos de correntes que prendem as pessoas a pesos inumanos: tornozeleiras (a “bola” clássica), pulseiras, cintos, colares, etc. O condenado devia levar estas cargas por muito tempo: semanas, meses, anos ou mesmo a vida toda. A coleira da foto tem uma corrente com um anel para o pescoço no final. A pedra, de 12 quilos, precisava ser carregada com as mãos o tempo todo. A vítima sofria um esforço mortal e abrasão do pescoço e ombros, levando à infecção e gangrena.
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Cinturão de São Erasmo Os instrumentos com espetos em seu interior eram em alguns círculos e ainda o são, os favoritos de quem pratica a mortificação religiosa. Logicamente, os mesmos instrumentos também foram usados para a tortura inquisitorial e punitiva. Seu funcionamento era o seguinte: se o colocava ao redor da vítima, e rapidamente começava a ferir e rasgar a carne com cada pequeno movimento, com cada respiração. Então logo vinha a gangrena, infecção e putrefação. Não poucas vezes, o carrasco colocava vermes carnívoros na parte descarnada e que penetravam para o interior do corpo.
A cegonha Este é mais um dos instrumentos de tortura que à primeira vista não dá fé dos sofrimentos que é capaz de criar, porque a sua missão não é apenas a de imobilizar a vítima. Após poucos minutos de uso sobre a pessoa, esta sofre grandes cãimbras, primeiro músculos abdominais e retais, após os peitorais, cervicais e das extremidades. Ao longo das horas, essas cãimbras levam a uma dor contínua e insuportável no abdômen e reto. Em tal situação, a vítima costumava ser golpeada, chutada, queimada e mutilada à vontade.
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A flauta do desordeiro Instrumentos de tortura feitos com forma de trompete, trombone, flauta doce, oboé e feitos de madeira, bronze ou ferro. Provavelmente são de origem holandesa, e estão mais associados aos séculos XVII e XVIII, embora sejam conhecidos alguns exemplos anteriores e posteriores. O colar de ferro se fecha por trás do pescoço da vítima, e seus dedos eram colocados, como os de um músico, sob os cortes da braçadeira e apertados pelo executor até esmagar a carne, ossos e articulações. Essa tortura era, acima de tudo, uma forma de exposição à vergonha pública, com todas as consequências habituais: dolorosa e, às vezes fatal, que marcavam o destino dos expostos. Imposta para punir delitos menores como blasfêmia de primeiro grau, brigas, chingamentos, conduta desordeira, etc. Na Itália, segundo referências de arquivos romanos, napolitanos, parmesanos e bolonheses, muitas vezes se aplicava aos que faziam algazarra e provocavam tumulto na frente da igreja durante as missas. Na República de Veneza, aplicavam pesadas flautas ferro aos que abusavam da denúncia anônima contra outros, movidos por raiva, malícia ou inveja. Esmaga-dedos Simples e muito eficiente, o esmagamento dos dedos, falanges e unhas é uma das torturas mais antigas. Os resultados, em termos de dor infligida em relação ao esforço e tempo gasto, são altamente “satisfatórios”. Esta foi uma das muitas ferramentas utilizadas no que é conhecido como “as perguntas dolorosas”, que consistia de extração de confissões através de torturas descritas e ilustradas com precisão científica, até os mínimos detalhes como: a espessura das cordas, o número de elos das correntes, o comprimento dos pregos e parafusos, os graus de mutilações permanentes permitidos para diferentes graus de acusações, etc. Em 1629, em Prossneck, Alemanha, deixaram uma mulher com esses parafusos colocados das dez horas da manhã à uma da tarde, enquanto o torturador e seus colegas saíram para o almoço.
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O pêndulo (strappado) Uma tortura fundamental, que às vezes, era apenas uma preparação da vítima para posterioress tormentos, era o deslocamento dos ombros, girando os braços violentamente para trás e para cima. O suplício do pêndulo é (como muitas outras torturas) barato e eficiente. Não precisa de equipamentos complicados. Pulsos da vítima eram amarrados atrás das costas e neles era amarrada uma corda por onde a vítima era içada. Imediatamente os úmeros se desarticulavam junto com a escápula e a clavícula. Esse deslocamento produzia deformidades horríveis, muitas vezes permanentes. A agonia podia ser estimulada mediante pesos agregados progressivamente aos pés, até que finalmente o esqueleto se desmembrasse. No final, a vítima, paralisada, morria.
A humilhação do barril Era uma espécie de vergonha pública, que se aplicava especialmente aos bêbados. Havia dois tipos de barril: aqueles com fundo fechado, onde a vítima era colocada dentro, com urina e excrementos ou simplesmente com água podre e os abertos, para que as vítimas caminhassem pelas ruas da cidade, o que produzia grande dor devido ao seu grande peso. Entre os instrumentos de escárnio público cabe destacar os colares para vagabundagem e mendicância. Eles consistiam de pesadas “garrafas” de madeira ou pedra (nos bêbados) ou grossas “moedas” de ferro que penduravam em volta do pescoço dos comerciantes desonestos. Nos caçadores sem permissão, eram amarrados os cadáveres dos animais caçados ilegalmente, até a putrefação e desprendimento dos mesmos (punição especialmente eficaz no Verão). Os colares pesavam cerca de oito ou nove quilos, pelo que a sua aplicação durante noites e dias inteiros, causava lesões e infecções e, em casos extremos, até mesmo gangrena.
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Roda de despedaçar Era o instrumento de execução mais comum na Europa germânica, depois da forca, desde a baixa Idade Media até princípios do século XVIII. Na Europa Latina o desmembramento era feito com barras de ferro maciças e clavas ferradas no lugar das rodas. A vítima, nua, era estirada de costas no chão ou no patíbulo, com os membros estendidos ao máximo e amarrados em estacas ou argolas de ferro. Sob os punhos, cotovelos, joelhos e quadris se colocavam pedaços de madeira. O carrasco, desferindo violentos com a roda ferrada, esmagado osso após osso e articulação após articulação, procurando não infligir golpes fatais. A vítima se transformava, segundo nos conta um cronista alemão anônimo do século XVII, “em uma espécie de garnde fantoche uivante e reotrcendose, como um polco gigante de quatro tentáculos, entre rios de sangue, carne crua, viscosa e amorfa misturada com lascas de ossos quebrados”. Depois era desamarrada e introduzida entre os raios da grande roda horizontal na ponta de um poste que depois se levantava. Os corvos e outros animais arrancavam tiras de carne e furavam os olhos da vítima, até que acabava por morrer. Como se vê, era uma das torturas mais longas e angustiantes que se poderia infligir. Junto com a fogueira e o esquartejamento, este era um dos espetáculos mais populares entre os muitos similares que ocorriam nas praças da Europa. Multidões de plebeus e nobres acudiam para deleitar-se com um “bom” despedaçamento, de preferência de uma ou várias mulheres em fila.
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Esmaga-cabeças O queixo da vítima era colocado na barra inferior e a tampa superior era empurrada para baixo pelo parafuso. Os efeitos deste processo são evidentes. Primeiro, os alvéolos dentais eram triturados, em seguida as mandíbulas, depois o cérebro escorria através da cavidade dos olhos e entre os fragmentos do crânio. Hoje ele não é mais utilizado como pena capital, mas continua em alta estima para uso como interrogatório em grande parte do mundo. Atualmente a tampa e barra inferior são cobertas com um material macio que não deixa marcas na vítima. Existem alguns instrumentos com finalidade semelhante e chamados de “quebra-crâneos” que, como o próprio nome sugere, diferia do “esmagacabeças”, que em vez de esmagar a cabeça, rompia o crânio. Isso garantia que o diabo sairia da cabeça do réu.
O colar de puas É equipado com pinos afiados de todos os lados. O instrumento da foto pesa mais de cinco quilos, era fechado no pescoço da vítima, e muitas vezes se tornava um meio de execução: a erosão dacarne do pescoço até o osso, ombros e mandíbula, a gangrena progressiva, a infecção febril e a erosão final dos ossos, especialmente das vértebras descarnadas conduziam a uma morte certa, atroz e rápida. Além disso, o colar tinha a vantagem de economizar tempo e dinheiro: sua função era passiva e não requeria esforço e, portanto, não havia necessidade de pagar um carrasco, “trabalha” por si mesmo, dia e noite, sem descanso e sem problemas de manutenção.
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A mordaça ou o babeiro de ferro Esta engenhoca abafava os gritos dos condenados para não impedir a conversa dos executores. A “caixa” de ferro do interior do aro é embutida na boca da vítima e o colar preso à nuca. Um buraco permite a passagem do ar, mas o carrasco pode cobrir com a ponta do dedo e provocar asfixia. Muitas vezes, os condenados à fogueira eram amordaçados desta forma, especialmente durante autos de fé, caso contrário, os gritos interfeririam com música sacra. Giordani Bruno, culpado de ser uma das mentes mais brilhantes de sua época, foi queimado na Praça do Campo dei Fiori (em Roma, em 1600) com uma mordaça de ferro que possuia duas pontas longas, uma das quais perfurava sua língua e saia por debaixo do queixo, enquanto a outro perfuava a parte superior da boca. O cinto de castidade A visão tradicional sobre o cinto de castidade é que foi usado para garantir a fidelidade das esposas durante períodos de longa ausência de seus maridos, especialmente das mulheres dos cruzados que partiam para a Terra Santa. Talvez algumas vezes, mas não como o uso normal, a “fidelidade” tenha sido “garantida” deste modo por curtos períodos de algumas horas ou alguns dias, nunca mais que isso. Não podia ser assim, porque uma mulher presa dessa forma logo morreria por causa de infecções, abrasões e lacerações causadas por simples contacto com o ferro. Também devemos considerar a possibilidade de uma gravidez em curso. Na verdade, a utilização principal do cinto era muito diferente: era uma barreira contra o estupro, uma barreira frágil, mas suficiente em alguns casos, por exemplo, em tempos de aquartelamento soldados nas cidades, para a hospedagem em estalagens, durante a viagem. Nós sabemos de muitos testemunhos de que as mulheres colocavam o cinto por iniciativa própria, fato que algumas idosas sicilianas e espanholas ainda lembram hoje. Então, uma pergunta é necessária. Será que o cinto é ou não um instrumento de tortura? A resposta deve ser um inequívoco sim, uma vez que esta humilhação, este ultraje ao corpo e ao espírito é imposto pelo terror ao macho, por medo de sofrer por causa da agressividade humana.
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O destruidor de seios Frio ou queimando, as quatro pontas do “destruidor de seios” rasgavam até converter em massas informes os seios de milhares de mulheres condenadas por heresia, adultério, blasfêmia, e muitos outros “atos libidinosos” como o aborto induzido, magia branca erótica e outros crimes. Em vários lugares e em diferentes épocas, se aplicava uma “mordida” com as pontas quentes ao vermelho vivo, em um seio das mães solteiras, muitas vezes, enquanto seus filhos estavam se contorcendo no chão salpicado com o sangue de suas mães. Além da função punitiva, a destruição dos seios também servia como procedimento inquisitorial e judicial.
O garrote Há duas versões básicas deste instrumento: A tipicamente espanhola, na qual o parafuso empurra para trás o colar de ferro matando a vítima por asfixia (foto de cima). Estamos falando sobre a Inquisição, entretanto, este tipo foi usado na Espanha até 1975, quando pena capital foi abolida. O catalão, em que um punção de ferro penetra e rompe as vértebras cervicais, enquanto empurra o pescoço para frente (foto de baixo) esmagando a traqueia contra o colar fixo, matando por asfixia ou destruição lenta da medula espinhal. A presença da ponta na parte de trás, não só não provoca uma morte rápida, mas aumentava a probabilidade de uma agonia prolongada. Foi usado até o início deste século (XX) na Catalunha e em alguns países da América Latina.
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O touro de Falaris Os gritos das vítimas saíam pela boca do touro, fazendo parecer que a figura mugia. De qualquer forma, não existem provas. Ao contrário, Falaris foi considerado pelos escritores quase contemporâneos seus, um governante culto e justo. O touro de Falaris estava presente em numerosas salas de tortura da Inquisição dos séculos XVI, XVII e XVIII. Unhas de gato Seu tamanho era o de quatro dedos de uma pessoa. Montado em um cabo, se usava para reduzir a tiras a carne da vítima e extraí-la dos ossos em qualquer parte do corpo: rosto, abdome, espalda, extremidades, seios, etc.
O berço de Judas Este era um instrumento de tortura usado principalmente para confissões. A vítima é içada na forma vista na figura, e, uma vez levantada, era baixada sobre a ponta da pirâmide de modo que seu peso repousasse sobre ânus, vagina, escroto ou cóccix. Coforme instruções dos interrogadores, o carrasco variava a pressão de nenhuma até todo o peso do corpo. Também se podia sacudir a vítima ou fazê-la cair repetidamente sobre a ponta.
A donzela de ferro Há uma infinidade instrumentos de tortura com forma de sarcófago antropomórfico com duas portas e pregos afiados em seu interior, que penetravam no corpo da vítima quando estas se fechavam. Os pregos eram desmontáveis, com o que se podia muda-los de lugar, a fim de possuir amplas opções de mutilação e ferimentos, levando a uma morte mais ou menos prolongada, mas sempre entre grandes sofrimentos.
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A forquilha do herege Como se pode apreciar na fotografia, a “forquilha” do herege é composta por quatro pontas afiadíssimas, que se cravavam profundamente na carne, sob o queixo e sobre o externo. A forquilha impedia qualquer movimento da cabeça, mas permitia que a vítima murmurasse, com a voz quase apagada (o que se conhecia como “abiuro” (abjuro), palavra que se acha gravada em um lado da forquilha). Caso se negasse a confessa, o herege, considerado como “impenitente”, era vestido com o traje característico e conduzido à fogueira, com a condição da Extrema unção, no caso da Inquisição espanhola. Se o inquisidor era romano, o herege era enforcado ou queimado.
A pera oral, retal e vaginal. Estes instrumentos eram usados em formato orais e retais. Eram embutidos na boca, reto ou vagina da vítima, e ali eram abertos por meio de um parafuso externo até a sua máxima amplitude. No interior do corpo os danos eram irreparáveis. As pontas que sobressaiam no extremo de cada segmento serviam para dilacerar melhor o fundo da garganta, do reto ou do útero. A pera oral normalmente se aplicava aos pregadores heréticos, mas também a presos seculares de tendência anti-ortodoxa. A pera vaginal estava destinada às mulheres culpadas de ter relações com Satanás ou com um de seus familiares e a retal aos homossexuais passivos.
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Crucificação Neste método cruel e engenhoso de tortura, a vítima era colocada em um banquinho em frente a uma grande porta de madeira fechada. Seus braços eram levantados verticalmente por cima de sua cabeça. Por um lado os pulsos eram amarrados entre o cúbito e o radio e pelo outro à porta. Também os pés eram convenientemente atados entre o primeiro e segundo metatarso. Os inquisidores, então, abriam a porta subtamente e tiravam o ponto de apoio da vítima (o banco) com o que o condenado ficava literalmente crucificado na porta, infligindo-lhe mais ou menos dor dependendo da força com que abriam e fechavam a porta, independentemente de outras torturas acrescentadas, menos sofisticadas como chicotadas ou calor, que aplicavam durante a crucificação. Isto, além de outras possíveis, foi uma das torturas que sofreu o último Grão-Mestre Jacques de Molais como um meio para extrair confissões. A cadeira de submersão Normalmente era um castigo muito desagradável e geralmente aplicado às mulheres. A vítima era amarrada em uma cadeira colocada na ponta de um braço que se movimentava livremente sobre um rio ou tanque de água. Eram os operadores do braço que decidiam quanto tempo a vítima devia ficar submersa, muitas mulheres idosas morreram por medo da água fria ou foram afogadas. Foi usado nos EUA e Grã-Bretanha para punir viladores de crianças e prostitutas. Fonte: http://www.portalplanetasedna.com.ar/torturas.htm http://www.scribd.com/doc/2665179/Torturas-de-la-Inquisicion-I
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10 - Torquemada. Servo de Deus ou assassino de homens? O nome de Torquemada talvez a muitos não soe familiar, porém há pouco mais de 500 anos este teria causado terro em que o ouvisse. Foi o Inquisidor Geral de Castela e Aragon no século XV e confessor da rainha Isabel, a Católica. Grande artífice do Edito de Granada. Criou a máquina de repressão religiosa e política mais eficaz da história: a Inquisição espanhola. Seu legado de intolerância e fanatismo chegou macabramente vivo até o século XX. Foi conhecido e ainda se conhece como “O Grande Inquisidor” e sob sua ditadura religiosa morreram de 3 mil a 8 mil seres humanos (cifras não confirmadas), sem contar os presos e torturados. Sabe-se relativamente pouco da vida privada dele e as especulações abundam. Entretanto, existe documentação que evidencia que ele e a Inquisição espanhola são considerados responsáveis de atos de injustiça e sofrimento, realizados mediante o uso de torturas, denuncias anônimas e execução por fogo, no assim chamado “auto de fé” ou “ato de fé” a que eram submetidos os supostos hereges e outros.
Torquemada é lamentavelmente o clássico exemplo do que ocorre se o fanatismo à Bíblia e a Deus nos leva a cumprir e a obedecer a seus divinos mandamentos.
Vejamos alguns aspectos interessantes de sua vida: - Tomás de Torquemada. Nasceu em Valladolid em 1420. Formou-se desde muito jovem como dominicano no Convento de São Paulo em Valladolid. - Foi nomeado Inquisidor Geral em 1482 por Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela, então governante do jovem reino da Espanha. - Em 1492 Torquemada foi um dos propulsores da expulsão massiva dos judeus da Espanha. Seu tio, João de Torquemada, era cardial, mas a sua origem era judeu converso. A constante pressão que sofria a comunidade judaica havia levado à conversão quase metade dos 400.000 judeus que habitavam na Espanha. Esse parentesco com conversos estimulou a obsessão do jovem Tomás por conseguir a pureza religiosa. - Torquemada foi uma das poucas pessoas que se atreveu a admoestar os reis Católicos. Não teve constrangimento em forçar a rainha a atender assuntos que ele julgava de importância, inclusive quando esta estava próxima de dar a luz. Em certa ocasião alguns judeus haviam oferecido aos reis até 30.000 ducados para prolongar o prazo de expulsão e o trânsito para o exílio. Quando Torquemada ficou sabendo desta proposta, irrompeu na audiência portando um enorme crucifixo que havia extraído de seu hábito de dominicano e ameaçou os monarcas: “Judas Iscariotes vendeu seu
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Mestre por trinta moedas de prata; vossas altezas vão vendê-lo por trinta mil...! ¡Aí está; tomai-lo e vendei-lo! Vendei-lo vós por preço maior e entregai-lo a seus inimigos, que eu me desencarrego deste ofício; vós dareis contas a Deus de vosso contrato”. Frei Tomás, de imediato se retirou, deixando a todos os presentes surpresos diante daquela interpelação. A ação de Torquemada foi efetiva, já que os reis desistiram do pagamento dessa soma de dinheiro e da possibilidade de minimizar os efeitos da expulsão. - Foram expulsos uns 165.000 judeus, foram batizados à força 50.000 e morreram no êxodo mais de 20.000. Entretanto, nem todo mundo estava de acordo com as medidas adotadas, porque o mais prejudicado, depois dos próprios expulsos, era o reino da Espanha que se via empobrecido por aquele dantesco massacre. - Os protestos radicais de conversos judeus e de muitos cristãos, que viam que a Inquisição acabava com seus direitos e liberdades, desembocaram no assassinato do inquisidor Pedro de Arbués. A repressão foi rápida e feroz. Torquemada começou a andar sempre com uma escolta de até 200 lanças e ter sempre em sua mesa um chifre de rinoceronte, para prevenir envenenamentos. - Torquemada ditou suas instruções a seu livre arbítrio, sem consultar ninguém e segundo suas ideias obsessivas. Em algumas ocasiões, costumava assistir aos autos de fé, para assegurar-se de que os que ele tinha condenado morreram efetivamente na fogueira. - Torquemada também criou medidas que determinavam que todos os livros proibidos deveriam ser entregues à Inquisição e queimados publicamente. Frei Tomás, já em 1490, havia entregado às chamas mais de 600 volumes repletos, segundo ele, de “ideias heréticas”. - Por outro lado, pessoalmente Torquemada foi um asceta que vivia modestamente dormindo sobre um duro tablado de madeira. Além disso, nunca comia carne e seus sinais exteriores de riqueza eram inexistentes. Presumia-se incorruptível. - O primeiro historiador do Santo Oficio, Juan Antônio Llorente assegura que durante seu mandato foram queimadas mais de 10.000 pessoas e outras 27.000 sofreram penas infames, entretanto, investigadores como Gams ou Hefele dizem que estas cifras são exageradas. - Como mencionamos antes, sua vida privada é quase desconhecida, não se sabe se nela ele prolongava aquele sadismo frio e inumano que utilizava em público. Alguns historiadores resgataram uma curiosa história:
Parece que Torquemada, um homem depois de tudo, sentiu uma grande paixão por uma jovem chamada Conceição Saavedra. Então, ordenou a seus agentes que a procurassem onde ela morava e trouxessem à sua presença. Concluída a ordem e estando a garota na frente dele, frio e insensível monstro tenta seduzla, mas primeiro procurou os serviços de uma parteira para ver se, como ele acreditava, era virgem. A parteira confirmou após o exame. No dia seguinte, após uma noite de pesadelo, ela foi transferida para um quarto ricamente
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decorado em que também havia roupas finas e jóias caras. Num primeiro momento, iludiu-se diante daqueles presentes, mas depois se deu conta da situação e onde se encontrava, então começou a tremer. Conceição era uma belíssima jovem andaluz, morena, corpo esbelto e naturalmente atraente. Seu pai tinha morrido em uma emboscada preparada pelas tropas espanholas aos mouros, com quem seu pai estava. Então, ela percebeu que tinha sido levado para a sede da Inquisição e estava à mercê do Grande Inquisidor. No entanto, na manhã seguinte foi despertado pelo toque de lábios e o cheiro penetrante de um perfume. Abrindo os olhos, ela se viu junto com Torquemada. Muito assustada, pulou da cama e se ajoelhou diante do dominicano, beijando o anel que adornava sua mão ossuda. Ela perguntou qual era razão por que ele estava lá. Imediatamente, ele respondeu com elogios à sua beleza e a seu pescoço perolado, seus olhos perturbadores e outras conversas de namorados. A vítima tentou fugir, mas foi perseguida e encurralada pelo inquisidor. Então, ele chamou os seus servos e lhes ordenou que a despissem e amarrasse à cama. Bem ali terminou a virgindade de Conceição. Depois daquele atentado ao pudor da jovem o monge pode garantirlhe que o havia feito feliz e que certamente ela também tinha sido com ele. Logo depois, Conceição Saavedra morria carbonizada em uma fogueira erguida em uma praça central de Sevilha. (1).
- O cronista espanhol dessa época, Sebastian de Olmedo, o chamou “o martelo dos hereges”, “a luz da Espanha”, “o salvador de seu país”, “a honra de sua ordem”. - Torquemada não morreu de arrependimento por queimar os hereges ou expulsar os judeus, mas velho, paranóico, avarento e miserável. Após conseguir a expulsão dos judeus, perdeu a saúde e voltou para Ávila. Passou seus últimos anos à procura de fundos para a que foi sua tumba. Ele morreu em 16 de setembro de 1498. Durante a Guerra da Independência o túmulo foi profanado e suas cinzas espalhadas. Não se conhece os autores do fato.
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Sobre Espanha recém-unificada se abria uma era de horrores, que finalizaria em 1834, na cidade de Cádiz, no enunciado de sua Constituição, que abolia o tribunal inquisitorial. Entretanto, isto se produziria três séculos depois, em 1492 os obrigados a marchar tiveram que sofrer o exílio, enquanto os que ficaram não tiveram melhor sorte, pois frei Tomás exigia obsessiva e categoricamente a limpeza de sangue, uma aberração que, cinco séculos depois, foi retomada pelo nazismo. O que é verdadeiramente incrível é que alguns ultracatólicos o justificam e inclusive defendem aprovando com argumentos verdadeiramente ofensivos à moral e à compaixão humana suas atrozes ações. Este é um fragmento que encontrei na Internet proveniente da página http://ec.aciprensa.com/t/torquemada.htm:
“Se a forma de Torquemada para investigar e punir os hereges eram justificáveis é um assunto que deve ser decidido não apenas em relação ao nível penal do século XV, mas também, e principalmente, por meio de uma investigação da necessidade de preservar o cristianismo na Espanha”.
Julguem vocês… (1)
- http://www.portalplanetasedna.com.ar/torquemada.htm
Fontes: http://www.segundarepublica.com/index.php?opcion=2&id=21 http://es.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Torquemada http://www.elmundo.es/magazine/num152/textos/histo1.html
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11 - Papas que morreram violentamente.
Ao longo da história do papado existiram alguns Papas sanguinários, mas em troca muitos outros importantes, como o Papa San Gregório Magno, por exemplo, que nos deu o calendário que todos usamos hoje em dia. Também existiu uma grande quantidade de derramamento de sangue na história do papado; nesta lista veremos apenas 10 casos que chamaram mais a atenção.
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“Papa” São Pedro
13 de outubro de 64.
Como um dos supostos apóstolos originais de Jesus e um dos supostos maiores impulsores do cristianismo da época, o apóstolo Simão Pedro se converteu em alvo da ira do imperador Nero de Roma, que não gostava dos cristãos (a ponto de culpá-lo pelo grande incêndio de Roma a princípios do ano 64). A ordem foi dada por Nero para a detenção de Pedro, mas este escapou. Durante sua fuga, Pedro foi testemunha de uma visão de Jesus que lhe inspirou a voltar a Roma e aceitar seu martírio. Diz a lenda que pediu para ser crucificado como Jesus, mas de cabeça para baixo, para não imitar a crucificação de Jesus. Nesta posição, não seria tão fácil asfixiar-se até morrer, como aqueles na posição vertical, o que prolongaria sua morte. Nota: Simão-Pedro não morreu crucificado em Roma, de cabeça para baixo no ano 67 e sim crucificado entre os anos 46-47, na saída do sínodo, em Jerusalém.
Papa São Clemente I
Segundo a lenda, depois de ter sido desterrado de Roma e enviado a trabalhar em um canteiro de pedra, Clemente descobriu que seus companheiros prisioneiros sofriam de desidratação. Depois de ajoelhar-se para orar, viu um cordeiro em uma colina. Então ele pegou uma picareta e golpeou o chão onde estava o cordeiro e a água jorrou aos borbotões. Ao ver isto, muitos companheiros de prisão se converteram ao cristianismo no ato. Como castigo, os guardas ataram uma âncora ao redor do pescoço de Clemente e o lançaram no Mar Negro. Não há noticia que tenha feito outro milagre para salvar-se. 99 DC
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Papa São Estevão I
Estevão foi Papa durante apenas três anos, mas gerou um mar de controvérsias tanto dentro como fora da igreja. Dentro da igreja, o debate teria surgido sobre o tema do rebatismo dos católicos não praticantes e similares. Fora da igreja, entretanto, o imperador Valeriano (que havia sido aliado dos cristãos, mas depois se afastou deles) publicou dois editos de perseguição contra a igreja. Estevão estava sentado em seu trono durante a celebração da missa, quando os homens do imperador irromperam e decapitaram Estevão onde estava sentado. Dizem que o trono ensanguentado foi preservado pela Igreja até o século 18... Talvez como prova de que Deus não protege os Papas! 2 de agosto de 257
Papa São Sixto II
Não muito tempo depois que Papa Estevão I foi assassinado, Sixto II foi eleito como o novo Papa. Durante este tempo o imperador Valeriano havia convertido em lei que todos os cristãos estavam obrigados a participar das cerimônias em honra dos deuses romanos, principalmente para evitar conflitos com o governo. Como Papa, entretanto, Sixto devia evitar isto. Desafortunadamente, não muito tempo depois do primeiro decreto, Valeriano enviou outro que condenou os sacerdotes cristãos, bispos e diáconos à morte. Enquanto dava um sermão, Sixto II foi capturado pelos homens do imperador e condenado à morte por decapitação; Sendo assim a primeira vítima de uma série de 258 infames mortes.
6 de agosto de 258
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Papa João VII
Nasceu como neto de um senador e filho de um funcionário estatal, isto fez com que o Papa João VII fosse o primeiro a nascer de uma linha familiar destacada. Também foi Papa durante a época do “Papado bizantino”, onde todos os Papas tinham que ser aprovados pelo imperador bizantino para garantir que todas as decisões se adaptassem à situação, mesmo que, da mesma forma que com outros papas desse tempo, as coisas nem sempre iam tão bem. Mas não foi o estado que lhe faria ver seu fim, mas o marido enfurecido de uma mulher com que João VII se relacionava e aos quais surpreendeu no ato e agrediu o Papa até a morte. 18 de outubro de 707
Papa João VIII
Alguns o consideram um dos maiores Papas de sua época, já outros afirmam o contrário, mas isso não seria inteiramente correto, pois seu tempo foi marcado por intrigas políticas. Era só questão de tempo antes que ele próprio se convertesse em vítima disso. Ha Certa especulação sobre se este foi um assassinato coordenado, ou simplesmente feito pela inveja dos tesouros da igreja, mas numa noite, um parente de João VIII o visitou e envenenou sua bebida. Ao comprovar que o veneno não funcionou o suficientemente rápido, o familiar golpeou a cabeça de João com um martelo. Parece que não foi avisado pelo Espírito Santo. 18 de dezembro de 882
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Papa Estevão VI O Papa Estêvão VI não é famoso por um decreto especial ou ato de benevolência, mas sim por dar um julgamento a um cadáver. Especificamente, o seu antecessor, o papa Formoso, foi julgado no que se tornou conhecido como o Sínodo do Cadáver. Ao encontrar o cadáver do Papa Formoso, culpado de todas as acusações, Stephen VII o despojou de suas vestes papais, cortou três dedos de sua mão direita, seu corpo foi jogado no rio Tibre e anulou todas as leis anteriores e ordenanças do papa. Infelizmente para Estevão VII, o julgamento provocou um escândalo, ele foi preso e posteriormente condenado à morte por estrangulamento.
Agosto de 897
Papa João XII Quando as pessoas pensam em um papa, geralmente é considerado um líder benevolente e compassivo, ou na sua falta, pelo menos, um tipo bastante agradável na maior parte do tempo. Não é assim com João XII. Logo depois de ser eleito Papa com a idade de 18 anos, João XII decidiu que o celibato não era para ele e saiu fodendo tudo o que pôde. Jogos de azar, roubos, assassinatos e incesto são apenas algumas poucas coisas que são relatadas de que tenaha participado regularmente. Ele alegou ainda que brindava com Satanás, os demônios e os deuses romanos durante os sermões e outras celebrações. Ele foi deposto rapidamente pelo Papa Leão VII depois de João XII deu terras papais ao rei alemão Otto I, mas foi reintegrado depois. Então, depois de tudo isso, houve um final apropriado para João XII, que ironicamente, seria espancado até a morte por um marido ciumento que chegou à sua casa e encontrou o Papa tendo relações sexuais com sua esposa.
14 de maio de 964
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Papa Benedito VI
Parece que Bento VI não fez muito por si próprio, entretando estava predestinado a sofrer pelos pecados de seu predecessor, o Papa João XXIII, que durante seu mandato como Papa fez muitos inimigos entre a nobreza da Europa. João, num primeiro momento, foi capturado e exilado, mas conseguiu voltar e pendurou vários de seus inimigos durante seu tempo no exílio. João morreu de causas naturais, mas infelizmente Bento VI não teve tanta sorte. Apenas um ano e meio depois de ter sido eleito Papa, um sacerdote chamado Crescencio I (irmão do falecido Papa João XIII) recebeu o mandado de prisão e, posteriormente, Bento VI foi estrangulado até a morte. 14 de maio de 964
Papa João XXI Além de ser papa por apenas um curto espaço de oito meses, João XXI foi também foi médico praticante e um autor prolífico, escrevendo sobre temas como filosofia, lógica e medicina. Parece uma homenagem apropriada que João XXI fosse imortalizado no clássico poema épico de Dante, A Divina Comédia, é na verdade o único papa que se mostra vivendo no paraíso. Mas para chegar a esse paraíso, de João XXI teve um acidente infeliz. Pouco depois que uma nova ala foi adicionada ao seu palácio em Viterbo, Itália, uma seção do telhado mal construído, desabou sobre ele enquanto ele estava dormindo em sua cama. Ele morreu desses ferimentos, oito dias depois. Falha fatal do Espírito Santo. 18 de agosto de 1277
Traduzido do Original: http://listverse.com/2010/04/03/top-10-popes-who-died-violently/
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12 - Papas mais depravados Sergio III (904-911)
Conhecido como “escravo de todos os vícios” por seus cardeais, chegou ao poder depois de matar seu antecessor e teve um filho com sua amante adolescente, 30 anos mais jovem do que ele, a prostituta Marozia, o filho ilegítimo do casal se tornaria próximo Papa. As posições mais altas do Vaticano foram concedidas por leilão, como bijuterias, e o papado começou a sua “idade negra”.
João XII (955-964)
Aos dezesseis anos, ele foi acusado de dormir com suas duas irmãs e da invenção de um catálogo de vergonhosos novos pecados. Descrito por um historiador da Igreja como “a própria escória”, morreu aos 27 anso, quando o marido de uma de suas amantes invadiu seu quarto, os pegou em flagrante e destruiu seu crâneo com um martelo. Não foi o primeiro nem o último que morreu nessa mesmíssima situação.
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Benedito IX (1032-1048)
Chocava continuamente até mesmo os seus cardeais mais experientes, pervertendo crianças de pouca idade no Palácio de Latrão. Arrependido de seus pecados abdicou e retirou-se para um mosteiro, mas mudou de ideia e voltou para o posto. Era “um infeliz que festejava a imoralidade - escreveu Pedro Damião -, um demônio do inferno disfarçado de sacerdote”.
Bonifácio VIII (1294-1303) Depois de massacrar toda a população da cidade italiana de Palestrina, ele se amasiou com uma mulher casada e filha desta e ficou famoso em toda a Roma como pedófilo sem vergonha. Proclamava em célebres palavras que fazer sexo com crianças não era mais pecaminoso do que esfregar uma mão contra a outra, o que deveria ser suficiente para ser nomeado o patrono dos sacerdotes de Boston nos dias de hoje. O poeta Dante reservou um lugar para ele no oitavo círculo do inferno.
Clemente VI (1342-1352)
Qualquer aparência de decoro foi abandonada quando o papado mudou-se para Aviñón, no sul da França, durante 75 anos. O poeta Petrarca deu ao “Bon vivant” Clemente VI o apelido de “Dionísio eclesiástico” pelo número de amantes e gravidade de sua gonorreia. Em sua morte, 50 sacerdotes ofereceram Missa pelo repouso de sua alma, durante nove dias consecutivos, mas o intelignte francês concluiu que isto não era nem de longe o suficiente.
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Sixto IV (1471-1484) Instalado novamente em Roma, o papado alcançou seu verdadeiro ponto mais baixo no Renascimento (O historiador da Igreja Eamon Duffy compara Roma a Washington de Nixon, “uma cidade de prostitutas por conta das falcatruas empresariais e políticas.”) Sixto IV, que construiu a Capela Sistina, teve seis filhos ilegítimos, um deles com a sua irmã. Cobrava um imposto eclesiástico sobre as prostitutas e cobrava aos sacerdotes por terem amantes, mas seus críticos argumentavam que a única coisa que conseguia era aumentar a prevalência da homossexualidade no clero.
Inocêncio VIII (1484-1492) Este pontificado é lembrado como a Idade de Ouro dos Bastardos: reconheceu a oito filhos ilegítimos e se sabe que teve muitos mais, mesmo entre um caso sexual e outro encontrou tempo para colocar em marcha a Inquisição. Em seu leito de morte, ordenou uma bonita ama de leite lhe desse leite fresco em seu peito. Morreu mamando leitinho!
Alexandre VI (1492-1503)
O cruel Rodrigo Borgia, que adotou o nome de Alexandre VI, presidia mais orgias do que missas, escreveu Edward Gibbon. Um dos destaques de sua carreira foi a “justa das putas” de 1501, em que convidou 50 bailarinas para despir-se lentamente ao redor da mesa do papa. Alexandre e seus parentes jogavam alegremente castanhas no chão e obrigavam as mulheres a se prostrar a seus pés como se fossem porcos, então prêmios eram oferecidos na forma de roupas finas e jóias para o homem que conseguisse fornicar com o maior número de mulheres. Outro hobby de Alexandre era ver cavalos copulando, o que lhe fazia se desmanchar em gargalhadas. Após a sua morte, o corpo deste papa foi expulso da Basílica de São Pedro por considerá-lo demasiado mau para ser enterrado em solo sagrado.
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Júlio II (1503-1513)
Ele é lembrado por ter encomendado a Michelangelo os afrescos do teto da Capela Sistina. Também foi o primeiro papa que contraiu o “mal francês”, a sífilis, de prostitutas em Roma. Na Sexta-feira Santa de 1508, não pôde deixar os fiéis lhe beijarem os pés por tê-los completamente coberos de feridas da sífilis. Quem beijasse seria abençoado com a sífilis santa.
Júlio III (1550-1555)
O romântico recalcitrante Júlio III se apaixonou por um jovem e belo mendigo que estava lutando na rua com o macaco de um vendedor ambulante. O papa nomeou cardeal a aquele menino de rua analfabeto de 17 anos, o que inspirou um poema épico, “Em Louvor da sodomia”, provavelmente escrito por um arcebispo descontente, dedicado em sua homenagem.
Fonte: http://tejiendoelmundo.wordpress.com/2011/01/31/verguenzas-del-vaticanoel-top-ten-de-los-libertinos-pontificios/ Que se baseia nas fontes:
- Extracto de 2500 años de historia al desnudo, de Tony Perrottet (mr) - Santos y pecadores. Una historia de los papas, de Eamon Duffy (Acento) - Vicarios de Cristo. La cara oculta del papado, de Peter De Rosa (Martínez Roca)
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13 - Momentos mais Vergonhosos da Igreja Católica. >>>
Houve momentos na história em que a Igreja Católica não esteve à altura de seus próprios “padrões morais elevados”. Aqui damos uma olhada honesta e aberta sobre alguns momentos negros da história do catolicismo romano.
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1 - John Wycliffe
Exumação e cremação do corpo de John Wyclif em 1428.
Em poucas palavras, John Wycliffe pressagiava Martinho Lutero como reformador protestante. Wycliffe viveu entre 1328/31 a 1384, uns cem anos antes de Lutero, e Wycliffe viu muitos dos mesmos problemas na Igreja Católica Romana. O Catolicismo em si estava bem para ele, mas a Igreja foi extremamente corrupta em seu tempo.
Wycliffe queria que o povo adorasse a Deus e Jesus segundo a Bíblia, não conforme os papas, bispos e sacerdotes. Viu que o povo era corruptível, embora a Bíblia não fosse, e, portanto, não tinha sentido falar de seus problemas a um sacerdote, embora
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o sacerdote pudesse fazê-lo sentir-se melhor. A comunicação direta com Deus, através da oração, não era impossível, mas exigia uma compreensão da Bíblia; e Wycliffe tinha uma queixa específica com a igreja sobre este tema. Wycliffe pregou na Inglaterra e no continente, que os sacerdotes não devem fazer nada mais que supervisionar os serviços da igreja e ajudar os leigos a interpretar a Bíblia por si mesmo. Argumentou baseando-se em várias passagens da Bíblia que os reis e as rainhas seculares tinham um direito divino, diretamente do Deus Todopoderoso, para serem reis e rainhas. Portanto, ninguém deveria estar contra eles, já que governavam sob o amparo de Deus e ninguém podia opor-se. Os papas, no entanto, de forma rotineira, diziam aos monarcas da Europa o que fazer em todos os campos de atividade. Não passou muito tempo para que Wycliffe irritasse alguns católicos, especialmente o Papa Gregório XI. A animosidade deste último pode não ter rival na história da Igreja Católica. Gregório publicou não menos de cinco bulas papais para tentar calar Wycliffe, mas este não pretendia ficar em silêncio. Wycliffe foi tão longe a ponto de afirmar que o Papa e o Anticristo eram praticamente equivalentes, e denunciou o trono papal como o trono de Satanás na Terra. Ele pode ter sido o primeiro a declarar esta ideia, agora muito popular entre os protestantes. Ele foi o primeiro a traduzir a Bíblia completa para o Inglês, o que não lhe granjeou a simpatia da hierarquia católica. A Igreja não tentou capturar e matar Wycliffe, aparentemente porque não podiam encontra-lo (ele viajava constantemente pela Inglaterra, França e Países Baixos), ou porque não queriam arriscar invadir a Inglaterra por causa dele. Wycliffe morreu três dias depois de sofrer um derrame cerebral durante uma missa. 30 anos depois, o Concílio de Constança terminou “o reinado dos três papas” e o segundo objetivo do concílio foi continuar as reformas iniciadas pelo concílio de Pisa. Estas reformas foram largamente dirigidas contra John Wycliffe (Foi excomungado e consignado às chamas eternas, desde o momento de sua morte.), Jan Hus e seus seguidores. Jan Hus foi condenado pelo concílio à morte na fogueira e queimado vivo em 6 de julho de 1415. Em 1428, o Papa Martnho V o desenterrou e seus restos foram queimados na fogueira.
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2 - A Bíblia Vernácula.
O Papa Dâmaso I encarregou São Jerônimo, em 382, para que revisasse a “Vetus Latina”, que era o compendio de todos os textos bíblicos, traduzidos ao latim. O produto de Jerônimo chegou a ser conhecido como “versio vulgata”, ou “versão comum”, e foi a tradução utilizada com maior frequência a partir de então em toda a Europa ocidental; e do ano 400 aos 1530, a Vulgata Latina foi a primeira e única bíblia que os europeus ocidentais tinham conhecido. E de fato, segue sendo a única Bíblia oficial da Igreja Católica.
Não há nada de errado com nada disso, porque a tradução de Jerônimo é bastante precisa e no momento de sua publicação, o latim era falado na maior parte da Europa. É mais ou menos como a versão King James na América do Norte, já que os tradutores da King James a utilizaram como uma de suas principais fontes. Mas o problema surgiu quando os lideres comunitários de toda a Europa disseram a seus sacerdotes, que por sua vez contaram a seus bispos, que disseram aos papas, que os plebeus não entendiam nada de latim. Não se falava latim exceto nas cerimonias da igreja e, portanto, a fim de aprender, os plebeus tinham que obter o conhecimento de seus sacerdotes. Mas os sacerdotes não se preocupavam em ensiná-los. Por quê? Porque o conhecimento é poder, e a Igreja Católica tinha ambos. Desde uns 1.000 anos, a Bíblia seguia sendo conhecida só pelos funcionários da igreja, o clero de todas as ordens, um ou outro eleito e alguns eruditos bem educados. Nunca foi emitida alguma bula papal para que qualquer pessoa traduzisse a Bíblia em outro idioma. Sem dúvida, qualquer pessoa que tivesse planos de fazê-lo, era duramente repreendida pelo próprio Papa; e cada arcebispo, bispo e sacerdote do continente desmotivavam a não traduzir a Bíblia para qualquer idioma diferente do hebreu bíblico, grego ou latim. Estas três línguas estavam quase mortas nesse momento, ou seja, ninguém as falava normalmente.
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3 - Indulgências
Indulgências são os vários graus de remissão de penas de pecados já perdoados. Indulgências são dadas, não vendidas, para qualquer pessoa que realize um ato cristão, especialmente fazendo uma boa ação para outra pessoa, ou uma oração. Esta prática não é que seja um ato “não bíblico” em si, mas o problema é que as pessoas imediatamente viram como um passaporte para “se ver livre da cadeia”, você pode pecar o quanto quiser e depois rezar uma Ave Maria é suficiente. Na realidade nuca funcionou dessa maneira de acordo com a Bíblia e com a doutrina católica oficial, e quem lê as epístolas paulinas se daria conta disso.
No entanto, alguns bispos da Igreja Católica viram as indulgências como uma ótima forma de ficar rico. E funcionou magnificamente! Se ameaçar uma pessoa ignorante com o fogo eterno, ela vai te dar algum dinheiro para se sentir segura novamente. Porém isso ficou ridiculamente fora de controle a partir do ano 500 até que Martinho Lutero falou contra elas em suas “95 teses”, em 1517. Um dos mais notórios abusadores desta prática foi um homem chamado Johann Tetzel, a quem é creditado este ditado infame: “Tão logo uma moeda toca no cofre, uma alma sai do purgatório”. Estes bispos extorquiram pessoas durante anos, aterrorizando as pessoas cujos entes queridos haviam morrido dizendo-lhes que estavam fritando no purgatório e permaneceria lá por um tempo muito longo, a menos que seus familiares sobreviventes pagassem dinheiro à Igreja. Esse dinheiro poderia "expiar os pecados dos mortos", e então poderiam entrar no céu. Indulgências não devem ser vendidas. Se assim fosse, as pessoas com muito dinheiro seriam mais santo do que tu. As Indulgencias continuam existindo na Igreja Católica: algumas indulgências remitem uma parte do castigo pelo pecado; outras o remitem completamente. As indulgências mais recentes foram outorgadas em 2007 pelo Papa Bento XVI, para as pessoas que participaram da peregrinação a Lurdes.
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4 - Cavaleiros Templários
A origem da superstição da sexta-feira dia 13 começou na sexta-feira 13 de outubro de 1307. Rei Felipe IV de Espanha tinha emprestado uma quantia muito grande de dinheiro e de pessoal para os Templários, para fazerem a guerra contra os Inglêses, e quando o Papa Clemente V mandou dizer que existiam suspeitas sobre a natureza cristã da irmandade templária, Felipe aproveitou a oportunidade, enviando seus homens para reunir, prender e aprisionar todos os Templários da Espanha. Felipe os acusa dos pecados mais atrozes e imagináveis para a época, entre eles a apostasia (que significa renunciar a Cristo), a heresia, idolatria e inclusive sodomia. Qualquer destes “crimes” justificava a morte nessa época, e os templários não eram culpáveis de nada. Mas Felipe viu uma oportunidade extraordinária para erradicar a ordem templária de seu país e apoderar-se de sua incalculável riqueza para si mesmo. Felipe assediou Clemente V com embargos políticos e Clemente aceitou realizar uma Inquisição convocada para investigar estas acusações. A “investigação” implicava em torturar os Templários através de alguns métodos muito pervertidos e horríveis, com a única condição de que nenhum sangue devia ser derramado. Se eles morressem por causa da tortura, era considerada uma “punição justa”. Mas nada disso aconteceu, de acordo com os registros que temos. A maioria foi colocada em uma mesa com os braços abertos e esticados até que os ombros se deslocassem. Alguns tiveram seus testículos esmagados em prensas, o que fazia com que sangressem profusamente, mas é claro, internamente. Não havia sangue derramado. Alguns estavam acorrentados ao chão do calabouço e pés eram assados até os ossos em fornos.
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Eles, como era compreensível, confessavam todos os tipos de crimes horríveis contra a Igreja, incluindo os mencionadas acima, tudo isso cuspindo isso em uma cruz. Assim que as torturas terminaram, se retrataram de suas confissões. Eles podem ter estado de posse do Santo Sudário de Turim, nesse momento, o que era idolatria. Clemente emitiu uma bula papal em 22 de novembro, ordenando que os Templários fossem presos e torturados por toda a Europa, e assim ocorreu. Felipe IV é o culpado mais direto, mas a Igreja Católica foi oficialmente e diretamente responsável pela tortura e execução dos Cavaleiros Templários, sabendo que eles eram inocentes de todas as acusações. A maioria dos templários na Europa, na verdade, escapou ou foi absolvida, mas os condenados, incluindo o Grão-Mestre Jacques de Molay, foram queimados na fogueira, depois de sofrerem horríveis torturas. Ele gritou através das chamas que Felipe e Clemente iriam se encontrar diante de Deus, e que “seria em breve”. Ambos morreram dentro de um ano, Felipe teve um ataque cardíaco e caiu do cavalo enquanto caçava. Clemente morreu de causas naturais.
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5 - Galileu
O julgamento de Galileu Galilei é um dos momentos mais infames e vergonhosos da história católico... E ainda não terminou. Galileu parece ter estado sempre em desacordo com a hegemonia da Igreja Católica na área da educação. Apesar de ser um bom amigo do Papa Urbano VIII e ter dedicado alguns de seus trabalhos a ele. Mas ele descobriu, através de seu telescópio refrator de seu próprio projeto, que Júpiter tinha luas e que estas luas orbitam ao redor de Júpiter e NÃO da Terra. O que significava isso? Que as órbitas são baseadas na gravidade e não na arrogância da humanidade. Esta ideia é conhecida como o heliocentrismo, onde o Senhor Sol está no centro do sistema solar e a Terra, como todos os outros planetas na área, orbitam ao Senhor Sol. Galileu foi da opinião de que Copérnico estava certo. A Terra não era o centro. A Igreja não queria ouvir isso. Galileu foi a Roma para convencer a Igreja de que não proibisse as obras de Copérnico, e em vez de convencê-los, as autoridades da Igreja se voltaram contra Galileu e lhe pediram para desistir de sua ideia do heliocentrismo. Ele se recusou. Urbano VIII tentou ajudá-lo, mas Galileo foi finalmente levado a uma Inquisição e forçado sob a ameaça de excomunhão e tortura a “abjurar, amaldiçoar e rejeitar” o heliocentrismo. Diz a lenda que, sentado em uma cadeira em uma sala em frente à mesa de seus inquisidores, Galileu suspirou, pôs as mãos atrás das costas, cruzou os dedos e disse algo como: “OK. A Terra não se move em torno do sol”. Então, suavemente, ele murmurou: “E pur si muove”, significado: “mas ela se move”. Quanto disso é
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verdade? Não pode ser determinado com certeza. Vários anos depois ele teria se posto de pé e gritado: “A Bíblia diz como ir para o céu, mas não diz como são os céus!”. A Igreja Católica não levantou a proibição do pensamento heliocêntrico até 1758. E não foi até 1992, 350 anos após sua morte, que um papa, João Paulo II, se desculpou formalmente por a Igreja ter colocado Galileu sob prisão domiciliar durante os últimos nove anos de sua vida e pela denúncia de seus descobrimentos que, ironicamente, também eram incorretos, já que Galileu ensinou que o Sol era o centro do universo e não apenas do nosso sistema solar. O sucessor de João Paulo II, Bento XVI, deixou registrado dizendo sobre a Igreja católica: “O veredicto contra Galileu foi racional e justo, a revisão deste veredito só pode ser justificada com base no que era politicamente conveniente”. Politicamente, pode ser, mas não com os fatos.
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6 - Joana d´Arc
Joana d´Arc acreditava que Deus a tinha chamado para comandar os franceses a chutar os ingleses para fora da França de uma vez por todas. Ela instigou uma revolta em 1429 e liderou uma força de socorro de sucesso para a cidade sitiada de Orleans, onde ajudou Gilles de Rais e Jean de Dunois e Juan de Brosse a levantar o cerco e expulsar os opressores Ingleses.
Para encurtar a história, Joana despertou a irritação política de alguns poucos figurões católicos na região. Mas, quando eles propuseram a abrir um julgamento contra ela, não puderam encontrar nenhuma evidência legítima. Mas o julgamento foi iniciado qualquer maneira e também se recusaram a permitir algum advogado. Isto ia claramente contra suas próprias regras. Durante esta farsa, os inquisidores (bispos franceses, que eram a favor do regime inglês), especialmente Jean Lemaitre, tentaram pegar Joana em suas próprias palavras, como os fariseus e os saduceus tentaram pegar Jesus em suas próprias palavras. E Jesus provavelmente teria se sentido muito orgulhoso de como eles lidaram com Joana, porque ela se desenrolou calmamente e cuidadosamente contra todas as armadilhas deles. Ela os deixou sem nenhuma razão em que basear a sua execução, assim, naturalmente, foi morta de qualquer maneira. A odiavam e queriam matá-la. No final, eles tiveram que mentir. Joana d'Arc foi executada por heresia, não porque ela dizia ouvir a voz de Deus, não porque ela desafiou e matou os ingleses, mas porque ela foi acusada de ter usado roupas masculinas na cadeia. Isto também estava proibido, e, portanto, passível de ser queimado na fogueira. Ela pediu que sua última refeição fosse a Santa Comunhão. Autoridades da Igreja recusaram, em essencia, porque eles tratavam de fazer de tudo para que fosse para o inferno. Descobriu-se depois de sua morte que ela nunca tinha usado roupas masculinas. Seu caso foi apelado com sucesso 25 anos depois e ela foi absolvida pelo Papa a pedido da mãe de Joana. No entanto, a Igreja não a canonizou até 16 de maio de 1920, 500 anos depois que ter sido assassinada injusta e traiçoeiramente pela igreja.
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7 - Jan Hus
Preparação da execução de Jan Hus.
Este é um dos incidentes mais espantosos e de maior covardia criminal na história da Igreja Católica. Jan Hus (c. 1369 - 6 de Julho 1415) foi um sacerdote católico e reformador checo que não podia suportar o que via, como os atos de corrupção abundavam em toda a Igreja Católica Romana. Seria muito longo explicar todos os detalhes de seus argumentos contra a Igreja, mas todos eles se podem simplificar por sua opinião de que os sacerdotes, bispos, arcebispos e papas eram tão imorais e entregues ao pecado, como qualquer outro ser humano. Portanto, qualquer regra estabelecida pela Igreja era corrupta, já que 100% das normas necessárias para a vida cristã e para a salvação já haviam sido escritas por Deus na Bíblia. Ele não ocultou seu desprezo e antagonismo absoluto à Igreja em seu púlpito de Praga. Foi fortemente influenciado por John Wycliffe, e quando este teve uma morte pacífica, Hus continuou em seu lugar. Queria especialmente que o cisma papal chegasse ao fim. Existiam dois papas da época, Gregório XII e Benedito XIII. Em 1409, Alexandre V foi eleito para apaziguar a ambos os lados, mas fracassou nisto e ficaram três papas. Hus viu que isto era mais uma prova de que a Igreja era uma instituição humana e não divina.
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Em 1411, as indulgências receberam um aumento repentino da popularidade após a morte do arcebispo de Praga, Zbynek Zajic, quando o antipapa João XXIII promulgou indulgências para garantir que todas as pessoas sob seu bispado seriam limpas do pecado por seguir a Hus. Hus pregou severamente contra as indulgências. Desta forma, em 1415, a Igreja convocou o Concílio de Constança para por fim ao cisma papal, e também para por fim a Hus. Eles (os católicos) o enganaram para que viesse ao Concílio sob a proteção de uma carta de imunidade, o que significava que se comprometiam a não lhe fazer nenhum dano em absoluto. Tudo o que queriam era conversar. Mas enquanto estava ali, a Igreja Católica começou a espalhar o boato de que ele estava tentando escapar da cidade de Constança (Konstanz). Não estava tentando escapar, porque ele tinha escrito seu testamento antes de sair de Praga. Sabia que poderiam tentar matá-lo, e assim o fizeram; foi detido, julgado e encarcerado por heresia. Esteve recluso em um calabouço subterrâneo, muito mal alimentado, contraiu gripe e possivelmente pneumonia. Ordenaram que se retratasse de seus ensinamentos, e ele se negou, dizendo que ele se mantinha firme e confiando unicamente na Bíblia; e que para que a Igreja exigisse sua retratação da Bíblia era o mesmo que exigissem que Deus se ajoelhasse diante da Igreja Católica Romana. Isto enfureceu os funcionários da Igreja, que rapidamente o condenaram a morte. Negaram-lhe a extrema unção e o queimaram na fogueira.
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8 - William Tyndale
Execução de Tyndale.
Tyndale dedicou sua vida à tradução da Bíblia à língua vernácula Inglesa, para que os leigos da Inglaterra pudessem lêla por si mesmos. Isto não era expressamente contra as regras, mas Tyndale não conseguia encontrar ninguém na Igreja Católica que lhe ajudasse com alojamento e comida. Todo mundo se sentia incômodo com o fato de que a Bíblia fosse facilmente acessível aos plebeus, pois como a Igreja poderia continuar a manter seu poder?
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Sem desanimar-se, Tyndale teve que esconder-se na Bélgica e na Alemanha; enquanto evitava sua captura traduziu o Novo Testamento, terminando-o em 1525. Foi impresso em massa e distribuído de contrabando em toda a Europa, especialmente na Inglaterra, onde os católicos queimaram várias delas em público. Tyndale também escreveu valentemente contra o divórcio de Enrique VIII, dizendo que estava em sentido contrário às Escrituras, e isto enfureceu o rei. Tyndale terminou de traduzir o Antigo Testamento em 1530. Ele foi finalmente capturado depois de contar com um pouco de ajuda de um amigo traiçoeiro chamado Henry Phillips. Foi acusado de heresia por nenhuma outra razão que a tradução da Bíblia ao Inglês, foi estrangulado e depois queimado na fogueira, em 6 de outubro de 1536, em Vilvoorde, nos arredores de Bruxelas. A Igreja católica nunca pediu desculpas. Todas as Bíblias posteriores em inglês, incluindo a King James, se basearam extensivamente na Bíblia de Tyndale.
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9 - Inquisições
Abarcou toda a segunda metade da Idade Media, chegando até ao ano de 1800. Suas datas normalmente aceitas são entre os anos 1100 a 1808. A Inquisição existe ainda hoje em dia, só que a tortura e a execução já não estão mais permitidas. A própria palavra significa simplesmente uma investigação sobre uma possível heresia. Durante esses sete séculos, mais ou menos, tudo o que despertasse a ira ou a suspeita da Igreja Católica Romana estava em perigo muito real da chegada dos inquisidores, cujo trabalho consistia em “arrancar pela raiz e purgar ao mundo cristão civilizado da heresia e dos delitos contra Deus”. A tortura não foi defendida só como um meio para obter uma confissão, mas era promovida pela igreja. Fora dos casos específicos, não se deve esquecer que a Igreja Católica rotineiramente prendeu e torturou Judeus, muçulmanos, valdenses (Cristãos), os hussitas (cristãos) e muitos de outras religiões e seitas religiosas. Estas pessoas recebiam um aviso para desocupar determinada área (um pogrom) e se depois alguém fosse encontrado na área, era detido e recebia um ultimato: converter-se ao cristianismo ou ser executado. Qualquer pessoa que tontamente se negasse, era torturada até que ele ou ela se convertesse. E a Inquisição não permite nenhuma exceção para qualquer pessoa, homens, mulheres, crianças, idosos ou deficientes. Essas torturas eram incrivelmente assustadoras, incluindo o ferro quente, a cremalheira, pendurar pelos dedos ou polegares, dedos esmagados, ossos quebrados, golpes simples, pé assados e a cegueira provocada por queimadura. Depois de tal tortura, o preso era quase sempre estrangulado e depois queimado na fogueira. A Inquisição utilizou contra seres humanos os métodos de tortura mais brutais imagináveis, apenas para proibir o direito de ter liberdade de crença. É interessante notar que o oficio da Inquisição existe ainda hoje sob o nome de “Congregação para a Doutrina da Fé”.
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10 - A Caça Medieval de bruxas
Este é o momento de maior vergonha para a Igreja católica e de todos ligados a ela. As chamadas “bruxas” foram caçadas e massacradas durante séculos em toda a Europa. O número de vítimas varia drasticamente porque os registros não eram confiáveis, mas em média entre 40.000 e 100.000 mortos, só no período de 1480 a 1750.
A caça tinha sido perpetrada durante séculos antes, e ocorria por uma ou ambas destas razões: o medo e interesses pessoais. Se uma pessoa era inconveniente à outra, esta podia acusá-la de bruxaria e a Igreja Católica o perseguia como um cão de caça. Uma nação ou um governo local podia ficar com medo da influência do anticristo e cuidar do assunto com a bênção da Igreja. Estabeleceu-se a doutrina de que as bruxas não eram bruxas por sua própria vontade, mas por Satanás, e as queimavam na fogueira para purificar-lhes através da dor para que assim pudessem entrar no Céu. A Igreja Católica, na verdade, acreditava, e levou as pessoas a acreditar que elas estavam fazendo um favor para bruxas ao torturá-las e queimá-las até a morte. Os métodos pelos quais descobriam uma bruxa eram ridículos: uma pinta, verruga ou marca de nascimento se considerava prova de relação com o diabo; pronunciar alguma blasfêmia (naqueles tempos era quase impossível abrir a boca sem ofender a Igreja); uma denuncia por outra bruxa (e ao denunciar alguém se passava também a culpa ao outro, desta maneira o acusado podia salvar-se), ter medo durante o interrogatório (difícil não ter medo com uma fogueira por perto), e o mais famoso de todos, qualquer um que conseguisse nadar com facilidade e segurança era uma bruxa, já que só o diabo podia ensinar alguém a conquistar a água. As torturas nem sempre foram fiscalizadas pela própria Igreja Católica, e, portanto, a regra de não derramar sangue foi ignorada nestes casos. Assim a tortura se converteu em algo muito, muito pior: flagelação, esfolados vivos, castração por tenazes quentes ao vermelho vivo, estripados, afogados e esquartejados, trituração de cabeças, extração de dentes, extração de unhas. A morte, se não ocorria pela tortura, sempre terminava na fogueira.
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Outro erro muito grave, foi que a Igreja perseguiu e matou pessoas diante da mínima suspeita de heresia e, ao fazê-lo, também se ordenava que os “familiares” da bruxa fossem também perseguidos, assassinados e queimados. Esses “familiares” eram mascotes que se acreditava que as bruxas mantinham; rãs, sapos ou ratos, mas especialmente gatos. Desde 1100 até finais dos anos 1300, a maioria dos gatos foi sacrificada em toda a Europa. Quando as pulgas que carregavam a peste bubônica eram transportadas pelos ratos, da zona do Mar Negro e Ásia ocidental até a Itália e Europa ocidental, não havia gatos para evitar a propagação dos ratos. “A Morte Negra” de 1340 a 1355 se estendeu tanto, em grande parte, devido à multiplicação fora de controle dos ratos. A praga se reduziu finalmente porque o povo estava ocupado demais morrendo para matar os gatos, então eles repovoaram a Europa e reduziram o número de ratos. Cabe deixar claro que a caça às bruxas não era exclusiva da Igreja Católica, nações protestantes também participaram deste cruel e insano abuso. Por desgraça, ninguém pode alegar inocência.
Tradução e adaptação do moments-in-catholic-history/
original:
http://listverse.com/2011/06/08/top-10-shameful-
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14 - Bizarrices do catolicismo.
A Igreja Católica afirma que é a igreja cristã mais antiga do mundo, o que todo mundo sabe que é uma deslavada mentira, que se remonta ao próprio Jesus, do qual em 2.000 anos ainda não conseguiu apresentar uma única pista de sua existência. Desde o momento em que a Igreja apareceu na terra, muitas tradições bizarras têm surgido. Se bem que a maioria delas pode parecer perfeitamente normal para os católicos, aos não católicos parecem francamente esquisitas. Vamos dar uma rápida olhada em algumas dessas esquisitices, pois sobre as quais há farto material de pesquisas.
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1 - Estigmas
Os estigmas são feridas inexplicáveis (só aos católicos obviamente) no corpo de algumas pessoas, que coincidem com as supostas feridas tradicionais que o suposto Cristo teria. Em alguns casos, as feridas podem aparecer só em uma ou duas das áreas, mas se relatam casos que se produzem nos cinco lugares onde Cristo foi ferido. As férias podem causar uma dor (óbvio, se forem feridas reais) considerável e que pode piorar em certos dias festivos religiosos. Há conhecidos casos de estigmas falsificados, mas muitas pessoas afirmam que mesmo naqueles onde não se demonstrou falsificação, de alguma forma são parte de uma farsa, o que faz bastante sentido diante dos conhecimentos médicos atuais. A foto acima é de São Pio de Pietrelcina (canonizado em 2002), que é o estigmatizado mais recente da Igreja Católica. São Pio é o último de uma larga linha de famosos estigmatizados - o mais famoso é provavelmente São Francisco de Assis. Escrevendo a seu guia espiritual, São Pio disse: “Então algo aconteceu a noite, que não posso explicar nem entender. No meio das palmas das mãos apareceu uma mancha vermelha, aproximadamente do tamanho de uma moeda, acompanhada de uma dor aguda no meio das marcas vermelhas. A dor foi mais pronunciada no meio da mão esquerda. Também embaixo de meus pés pude sentir alguma dor”. Também se alega que São Pio foi capaz de bilocar-se (bilocação: aparecer em dois lugares ao mesmo tempo) e que era capaz de ler os pecados na alma de uma pessoa (como as ciganas e cartomantes?). A grande rameira tem uma larga experiência em truques e “milagres” para iludir e capturar a mente dos incautos e desavisados. Mas atualmente os truques antigos são fáceis de desmascarar, então eles têm agido com mais cautela. A era das grandes fraudes parece ter se transferido aos protestantes.
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2 - O Cilício.
Um cilício é um instrumento usado no corpo para causar dor ou mal-estar para pagar penitência (arrependimento por suas ações passadas). Originalmente um cilício era uma peça de vestuário feito de cabelo áspero (por exemplo, um cilício) ou tecido. Nos últimos tempos, tem sido visto como algo mais discreto de usar: uma tela que tem pontas afiadas. Ao contrário da crença popular, o cilício não rompe a pele, só causa desconforto. Normalmente é usado ao redor da coxa. A Enciclopédia Católica de 1913 diz: “Nos tempos modernos, o uso do cilício, tem se limitado aos membros de certas ordens religiosas. Atualmente, apenas os cartuxos e Carmelitas usam como regra, com o resto é apenas uma questão de hábito ou mortificação voluntária”. Nos últimos anos, o cilício ganhou enorme popularidade devido ao livro O Código Da Vinci, onde é usado pelo antagonista principal da história - embora na história seja descrito de forma exagerada, causando ferindas. O uso de cilício sempre foi uma prática opcional para os católicos. Algumas pessoas famosas do passado o utilizaram, como São Tomás e São Patricio.
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3 - O Flagelo.
O flagelo é um tipo de açoite com pequenos objetos duros incrustados ao longo de seus fios. Utiliza-se tradicionalmente para açoitar a si mesmo (autoflagelação), e seu uso é mais comum nas ordens religiosas conservadoras. Se pega o flagelo com uma mão e se o lança sobre o ombro para atingir as costas. O objetivo da autoflagelação é a penitência voluntária e mortificação da carne (espécie de garantia para não cometer pecados sem saber).
O santo mais famoso a utilizar o flagelo é, provavelmente, São João Vianney, que dava a seus paroquianos penitências muito leves na confissão e depois se açoitava privadamente (os católicos creem que se pode oferecer atos de penitência pelos pecados de outras pessoas vivas ou pelas almas dos mortos). Quando São João Vianney morreu, as paredes de seu dormitório tinham salpicaduras de sangue pelo uso excessivo do flagelo. Segundo a Enciclopédia Católica: “São Pedro Damião (morto 1072) [...] escreveu um tratado especial em louvor à autoflagelação, mas foi acusado por alguns de seus contemporâneos por excesso de zelo, seu exemplo e a alta estima que lhe dedicavam, foi em grande parte por popularizar o uso voluntário da “disciplina” como um meio de mortificação e penitência”. A maioria dos católicos que pratica esta forma de disciplina não o quer admitir publicamente porque seria visto como uma falta de humildade que poderia conduzir ao pecado do orgulho... Mas é mais provável que fossem tachados de fundamentalistas ou loucos.
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4 – Cofradias de cordel
No terceiro (e último) dos objetos relacionados com a penitência, estão as Cofradias de cordel. São grupos que usam uma corda enrolada na cintura como uma forma de penitência e com a finalidade ajudar a prevenir futuros pecados. A corda pode ser usada livremente em lembrança ao santo em cujo nome leva o cabo ou se pode usar apertada o suficiente para causar dor, como foi o caso de muitos santos da história. São José, São Francisco, Santo Tomás e São Agostinho, São Nicolau e Santa Mônica possuem cofradias com seus nomes. A Enciclopédia Católica diz: “Nas Igrejas primitivas, as virgens levavam um cinto como sinal e símbolo de pureza, e daí que sempre foi considerado um símbolo da castidade, da mortificação e da humildade. O uso de um cordel em honra de um santo é de origem muito antiga, e encontramos a primeira referência na vida de Santa Mônica”. “As cofradias diferem pelo número de nós na corda”.
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5 - Relíquias
As relíquias são objetos relacionados com os Santos. Há três categorias de relíquias: Primeira classe Artigos diretamente relacionados com os acontecimentos da vida de Cristo (presépio, cruz, etc. Todos inventados pela igreja, pois jamais se encontrou um único átomo relacionado à existência de Jesus), os restos mortais de um santo (um osso, um cabelo, um membro, etc.) Tradicionalmente, as relíquias de um mártir são as mais apreciadas das relíquias de outros santos. Além disso, algumas relíquias dos santos são conhecidas por sua suposta extraordinária incorruptibilidade e por isso possuem alta estima. É importante levar em conta que algumas partes que foram significativas para a vida do santo, são relíquias mais apreciadas. Por exemplo, o antebraço direito do rei São Estevão da Hungria é especialmente importante devido à sua condição de governante. A cabeça de um famoso teólogo pode ser sua relíquia mais importante. Segunda classe Um objeto carregado por um santo (uma meia, uma camisa, uma luva, etc.) Também um objeto que o santo usava com frequência, por exemplo, um crucifixo, livro, etc. Quanto mais importante foi o objeto na vida do santo, mais importante é a relíquia. Terceira classe Qualquer coisa que tenha tocado uma relíquia de primeira ou segunda classe de um santo. A fim de prevenir os abusos a Igreja proíbe a venda de relíquias (Can. 1190 § 1). Os católicos veneram relíquias da mesma maneira como veneram as imagens, estátuas e os próprios santos. Segundo o direito canônico, tem que haver uma relíquia no altar de qualquer igreja católica onde se oferece a missa. Uma bizarrice supersticiosa extrema, sem dúvida!
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6 - Indulgências
Os católicos creem que quando uma pessoa peca tem dois castigos a sofrer: Eterno (Inferno) e Temporal (castigo pelo sofrimento na terra ou no purgatório). As indulgências são ações especiais que uma pessoa pode levar a cabo com o fim de reduzir ou eliminar a pena temporal que deve. A ideia (supersticiosa) por trás disso é que certos atos de santidade podem tomar o lugar do castigo. As Indulgências devem ser declaradas pelo Papa. Há dois tipos de indulgências: Indulgência Plena (elimina todo tipo de castigo temporal) e Indulgencia parcial (elimina apenas um castigo). A indulgência parcial pode ser para um número específico de dias ou anos. Algumas indulgências só se aplicam às almas do Purgatório, mas as indulgências pessoais também podem ser oferecidas pelas almas. Um exemplo é: Uma indulgência, aplicável só às almas do purgatório, se concede aos fiéis que devotamente visitam um cemitério e rezam, mesmo que apenas mentalmente, pelos defuntos. A indulgência plena só é possível de 1 a 8 de novembro, nos demais dias do ano é parcial. (Enchiridion de las Indulgencias ). Durante a Idade Média, vários bispos e sacerdotes, buscando fazer dinheiro, espalharam ao povo que podiam pagar pelas indulgências. Este abuso contribuiu, em parte, para ascender a chispa da reforma protestante. A Igreja Católica tentou suprimir este comportamento, o que levou uma grande quantidade de tempo para que o tráfico de indulgências se detivesse completamente. É muito comum que o Papa anuncie novas indulgências de vez em quando, como motivo de ocasiões especiais como quando no Jubileu, o Papa João Paulo II concedeu uma indulgência plena. Superstição católica bizarra e engraçadíssima em todos os seus aspectos.
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7 - A Presença Real A Presença Real é o termo utilizado para descrever o pão e o vinho numa missa católica. Os católicos creem que depois das palavras de consagração pronunciadas pelo sacerdote, o pão e o vinho mudam sua sustância para converter-se no corpo e sangue de Jesus (resquícios de canibalismo pagão?). São considerados pelos católicos, portanto, apropriados para louvar e adorar aos objetos transformados. Isto é a princípio, visto como “adoração de ídolos” pelos não católicos, já que não acreditam que a transformação da essência se produziu ou alguma vez foi demonstrada, não passando de superstição e idolatria. Devido a esta crença, os católicos têm uma cerimônia especial chamada Bendição/Bênção, em que se coloca a hóstia consagrada em uma caixa decorada chamada custódia e as pessoas são abençoadas enquanto se ajoelham e rezam diante dela. Una nota interessante é que se crê que o termo moderno "hocus pocus" vem de uma corrupção das palavras usadas por um sacerdote no momento da consagração, em que diz: “Hoc est enim corpus meum”, que significa “para isto é meu corpo”. A superstição bizarra da “presença real” tem de tudo, menos realidade.
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8 - Exorcismos.
O exorcismo é a prática de “expulsar” os demônios e outras entidades espirituais do mal, de uma pessoa ou de um lugar que se crê que tenha sido possuído (tomado o controle). O ritual de exorcismo, de acordo com o direito canônico da Igreja, só pode ser exercido por um sacerdote ordenado (o do mais alto prelado), com a permissão expressa do bispo local, e só depois de um exame médico cuidadoso para excluir a possibilidade de uma enfermidade mental. (Algo impossível atualmente, pois se não é uma patologia mental é teatro, fingimento ou fraude, NÃO HÁ OUTRAS OPÇÕES). A enciclopédia Católica diz: “A superstição não deve ser confundida com a religião. Muitas destas histórias podem estar entrelaçadas, entretanto, também pode ser objeto de um rito religioso legítimo”. A diferença entre religião e superstição é simplesmente semântica, pois em essência se confundem na própria origem. E como se “um rito religioso legítimo” não pudesse ser desmembrado em um conjunto de várias superstições agrupadas e fundidas com o tempo. Ambas são resultado da ignorância. Durante o ritual (melhor seria dizer teatro) de exorcismo, o sacerdote ordena aos demônios (inventados pela própria igreja) que saiam do corpo dos afligidos e utiliza para isto uma série de bendições com água benta (outra superstição) e óleos. Uma nota interessante é que a Igreja Católica deu permissão para que um sacerdote real aparecesse no filme “O Exorcista”, baseando-se em apoiar a fidelidade dos métodos teatrais utilizados pela Igreja para determinar se um exorcismo é necessário.
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9 - Infalibilidade Papal Os católicos romanos creem que, sob certas circunstâncias, o Papa é infalível (ou seja, que não pode cometer nenhum erro). A Igreja Católica define três condições nas que o Papa seria infalível: I. II. III.
O Papa deve fazer um decreto em matéria de fé e costumes. A declaração deve ser obrigatória para toda a Igreja. O Papa deve falar com toda a autoridade do papado, e não a título pessoal.
Isto significa que quando o Papa fala sobre assuntos de ciência pode cometer erros (como no passado com temas como o heliocentrismo, vacinas, camisinhas, aborto, masturbação, sexualidade, etc.). Entretanto, quando se trata do ensinamento da religião e das outras duas condições antes mencionadas, os católicos consideram que o decreto é igual à palavra de Deus. Não se podem contradizer as declarações anteriores e devem ser aceitas por todos os católicos. Os católicos creem que se uma pessoa nega algum destes solenes decretos, está cometendo um pecado mortal (o tipo de pecado que envia uma pessoa ao inferno, agora que as fogueiras estão proibidas). Veja aqui um exemplo de um decreto infalível do Concílio de Trento (sob o pontificado de Pio V): “Se alguém negar que o sacramento da Sagrada Eucaristia contém a verdadeira, real e substancialmente o Sangue e Corpo e junto com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo, e, por conseguinte, Cristo inteiro, mas dizer que Ele está nela só como um símbolo, figura ou energia... Seja anátema”. No cristianismo, é a maior e a pior sentença de excomunhão da igreja, onde o anátema, além de ser expulso da igreja com todos seus ritos eucarísticos e todas as atividades voltadas ao fiel, ainda é considerado como amaldiçoado pelo sacerdote. Os anátemas acontecem em celebrações públicas e são feitas por pontífices maiores, como bispos e cardeais. Em algumas tradições cristãs existem ritos específicos para o anátema. O anátema é o mais severo caso de excomunhão, ocorrendo somente nos piores casos possíveis de heresia contra a fé. Mas hoje não passa de tradição histórica e seria motivo de crítica e riso global qualquer tipo de aplicação. O decreto infalível do Papa se trata apenas de uma ordem que os fiéis devem obedecer cegamente, sem questionar, por mais absurda que pareça. É o preço que se paga por deixar outros pensarem em seu lugar.
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10 - O Escapulário O escapulário é um tipo de colar usado por muitos católicos. Usa-se sobre os ossos escapulares (daí seu nome) e se compõe de duas peças de lã conectadas por um cordão. Uma peça de lã fica na parte posterior, enquanto que a outra se apoia no peito. Quando um católico deseja usar o escapulário, o sacerdote diz um conjunto de orações especiais e abençoa o escapulário. Isto só se faz a primeira vez que uma pessoa o leva. Ao carregar o escapulário, o católico crê que Maria, a mãe de Jesus, garantirá que não padecerão de uma morte horrível (por exemplo, um incêndio ou afogamento) e que terão acesso a um sacerdote para a confissão e a extrema-unção antes da morte. Como condição para usar o escapulário e receber estes benefícios, o católico deve rezar certas orações todos os dias. Mas isso não é superstição! A Enciclopédia Católica diz isto: Segundo uma piedosa tradição a Virgem apareceu a São Simão Stock em Cambridge, Inglaterra, domingo, 16 de julho, 1251. Em resposta ao seu pedido de ajuda para a sua ordem de oprimidos, lhe apareceu com um escapulário na mão e disse: “Tomai, filho amado este escapulário de tua ordem como um testemunho da minha cofradia e para ti e todos os Carmelitas, como um sinal especial de graça, e quem morre carregndo essa prenda, não sofrerá o fogo eterno. É o símbolo da salvação, uma salvaguarda nos perigos, prenda de paz e de aliança”. Fabricar esse tipo de lenda para instituir superstições novas, é uma especialidade milenar da Igreja. O escapulário marrom, conhecido como o Escapulário de Nossa Senhora do Monte Carmelo é o escapulário mais utilizado, mesmo que existam outros. Quando o escapulário não é usado, deve ser enterrado ou queimado e um novo usado em seu lugar. Traduzido, adaptado e ampliado do original: http://listverse.com/2007/09/12/top-10-bizarre-aspects-of-catholicism/
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15 - A FARSA da inspiração divina 1 - Durante milhares de anos Deus não conseguiu inspirar nenhum cristão e contar a verdade sobre o movimento da Terra, do Sol e dos planetas? Muito suspeito esse deus. Na realidade Deus nunca inspirou nada de útil a ninguém. Inspiração divina é uma farsa ridícula e uma mentira descarada do inicio ao fim. Precisa ser um completo idiota para crer nessa baboseira.
“A doutrina de que a Terra não é o centro do universo, nem imóvel, mas movese inclusive com uma rotação diária, é absurda, tanto filosoficamente como teologicamente falsa, e no mínimo um erro de fé.” Decisão da Igreja Católica contra Galileu Galilei, 1616. “Afirmar que a terra gira em torno do sol é tão errôneo quanto afirmar que Jesus não nasceu de uma virgem”. Cardeal Bellarmino, 1615, durante o julgamento de Galileu. “... Também chegou ao conhecimento desta congregação que a doutrina de Pitágoras - que é falsa e totalmente contrária à Sagrada Escritura – sobre o movimento da terra e da imobilidade do sol, que também é ensinado por Nicolaus Copernicus em “De Revolutionibus orbium coelestium”, e por Diego de Zuniga em “Sobre Jó”, está agora se espalhando no exterior e sendo aceita por muitos... Portanto, para que sta opinião não possa insinuar-se em maior profundidade em detrimento da verdade católica, a Sagrada Congregação decretou que a obra já referida de Nicolaus Copernicus “De Revolutionibus Orbium”, e a de Diego Zuniga, ”Sopbre Jó”, sejam suspensas até que sejam corrigidas”. Decreto de condenação da obra de Copérnico, 05 de março de 1616.
2 - Parece que Deus inspirou a Santo Agostinho de que a Terra tinha dois lados, o de cima e o de baixo... Ele também parece ter faltado às aulas de medicina de Deus.
“É impossível que haja habitantes do outro lado da Terra, já que nada é dito a esse respeito nas Escrituras sobre os descendentes de Adão”. Santo Agostinho “Todas as doenças dos cristãos podem ser atribuídas aos demônios. Eles atormentam principalmente os batizados há pouco, até mesmo recém-nascidos sem culpa”. Santo Agostinho
3 - O absoluto fracasso da inspiração divina sempre obrigou a igreja a combater o conhecimento e a liberdade de crença e pensamento, até que foi superada pelos fatos e não teve mais opção senão aceitar.
“É totalmente ilícito exigir, defender ou conceder incondicionalmente a liberdade de pensamento, expressão ou culto, como se esta fosse um direito natural do homem”. Encíclica do Papa Leão XIII. “Tolerar igualmente todas as religiões… é o mesmo que ateísmo”. Papa Leão XIII, “Immortale Dei”.
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“Não é lícito ao Estado nem aos indivíduos ignorar as obrigações religiosas ou tratar como iguais às demais religiões.” Papa Leão XIII, “A constituição cristã dos Estados”, 1885. “Já se propôs que todas as religiões deveriam ser livres e seu culto publicamente exercido. Nós católicos rejeitamos esta ideia como contrária ao cânon da lei católica romana”. Papa Pio VII, 1808. “O estado (constituição dos EUA) não tem o direito de deixar que cada um seja livre para professar e abraçar qualquer religião que deseje”. Papa Pio IX “Mussolini: uma dádiva da Providência”. Papa Pio XI
4 - Pense nisso quando estiver vacinando seus filhos.
O papa Leão XII, em 1829, proibiu o uso da vacina contra a varíola: “Quem quer que recorra à vacina deixa de ser um filho de Deus. Não se pode mexer no equilíbrio do corpo humano. Devemos estar sempre dispostos a acreditar em que o que nos parece branco é na verdade preto se a hierarquia da Igreja assim o decidir”. Inácio de Loiola, fundador da Sociedade de Jesus (Jesuítas), “Exercitia spiritualia”, 1541.
5 - O cristão católico deve ser pobre, gostar e se conformar com isso. Riqueza só para a Igreja.
“O sofrimento dos pobres é agradável a Deus e purifica o mundo”. Madre Teresa de Calcutá “Acho muito bonito que os pobres aceitem sua sorte, que a compartilhem com a paixão de Cristo. O mundo se beneficia muito do sofrimento dos pobres”. Madre Teresa de Calcutá
6 - Proibir a circulação da verdade sempre foi o objetivo da igreja e continua em nossos dias.
“A liberdade de imprensa é um dos maiores males que ameaçam a sociedade moderna”. Cardeal Pedro Segura, New York Herald Tribune. “Seria bom para a religião se muitos livros que parecem úteis fossem destruídos. Quando não havia tantos livros nem tantas discussões e disputas, a religião crescia mais rapidamente do que tem feito desde então”. Girolamo Savonarola, 1452-1498, frei dominicano.
7 - Quem ainda acredita nessa patuscada?
“Os papas, como Jesus, são concebidos por suas mães por influência do Espírito Santo. Todos os papas são uma espécie de homens-deus, com o propósito de serem os mais habilitados a mediar entre Deus e a humanidade. Todos os poderes no Céu e na Terra lhes são dados”. Papa Estevão V, século 9. Você não ficou maravilhado com tanta inspiração divina?
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16 - A INQUISIÇÃO PROTESTANTE Quando o assunto é Inquisição, existe uma guerra entre católicos e protestantes sobre quem matou menos ou mais. Ambos se esquecem, ou se fazem de sonsos, do fato nada trivial de que mataram pessoas por simplesmente não acreditarem em suas sandices mitológicas ou não apoiarem suas respectivas igrejas. Uma única morte de cada lado já os transformaria nas duas maiores imundícies da Terra.
A INQUISIÇÃO PROTESTANTE Autor: Fernando Nascimento
Introdução
O artigo que segue, revela em rica bibliografia, os números de mortos e requintes de crueldade dos incomparáveis tribunais eclesiásticos protestantes. E deixará claro que as levianas acusações protestantes contra a Igreja Católica sorrateiramente mudaram a palavra “inquisição”, que quer dizer apenas: “sindicância”, “investigação”, em sinônimo de “matança de pessoas”. Ainda hoje, esse erro circula no meio protestante. Tal quimera caiu por terra, quando o renomado historiador Agostino Borromeo, após demorado estudo sobre a inquisição, concluiu que não chegaram a cem, o número de mortes, cometidas por católicos que em desobediência ao Papa, empregaram pena de morte contra os inquiridos. Antes, abramos um parêntese, para de fato mostrarmos conforme os historiadores, que muita calúnia se lançou contra a Igreja Católica, no que concerne a falsa acusação de matança de “centenas”, “milhares” e até “milhões” de pessoas. Pura lenda, que na verdade não passava de mentira estratégica protestante, fomentada por anticatólicos como: Russel Hope Robbins, o apostata Doelling, Jules Baissac, Jean Français e Reinach.O próprio Rui Barbosa quando principiante inexperiente, traduziu “O Papa e o Concílio” uma obra de um deles, do Doelling, e se arrependeu mais tarde,
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proibindo no prefácio a publicação da mesma, pelas calúnias apaixonadas. Dizia mais tarde Rui Barbosa, quando maduro e experiente: “Estudei todas as religiões do mundo e cheguei a seguinte conclusão: religião ou a Católica ou nenhuma.” (Livro Oriente, Carlos Mariano de M. Santos (1998-2004) artigo 5º). Publicou a Agência europeia de notícias Zenit: [CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 16 de junho de 2004 (ZENIT.org).- Atualmente, os pesquisadores têm os elementos necessários para fazer uma história da Inquisição sem cair em preconceitos negativos ou na apologética propagandista, afirma o coordenador do livro «Atas do Simpósio Internacional “A Inquisição”». No volume, Agostino Borromeo, historiador, recolhe as palestras do congresso que reuniu ao final de outubro de 1998, no Vaticano, historiadores universalmente reconhecidos especializados nestes tribunais eclesiásticos. «Hoje em dia --afirmou essa terça-feira, em uma coletiva de imprensa de apresentação do livro, o professor da Universidade «La Sapienza» de Roma-- os historiadores já não utilizam o tema da Inquisição como instrumento para defender ou atacar a Igreja». Diferentemente do que antes sucedia, acrescentou o presidente do Instituto Italiano de Estudos Ibéricos, «o debate se encaminhou para o ambiente histórico, com estatísticas sérias». O especialista constatou que, à «lenda negra» criada contra a Inquisição em países protestantes, opôs uma apologética católica propagandista que, em nenhum dos casos, ajudava a conseguir uma visão objetiva. Isto se deve, entre outras coisas --indicou--, ao «grande passo adiante» dado pela abertura dos arquivos secretos da Congregação para a Doutrina da Fé (antigo Santo Ofício), ordenada por João Paulo II em 1998, onde se encontra uma base documental amplíssima. Borromeu ilustrou alguns dos Internacional “A Inquisição”»
dados
possibilitados
pelas
«Atas
do
Simpósio
Revela o historiador sobre os processos e condenação referentes ao tribunal católico: “dos 125.000 processos de sua história, a Inquisição espanhola condenou à morte 59 «bruxas». Na Itália, acrescentou, foram 36 e em Portugal 4. Se somarmos estes dados --comentou o historiador-- não se chega nem sequer a cem casos...” A Inquisição na Espanha, afirmou o historiador, em referência ao tribunal mais conhecido, celebrou entre 1540 e 1700, 44.674 julgamentos. Os acusados condenados à morte foram 1,8% (804) e, destes, 1,7% foi condenado em «contumácia», ou seja, pessoas de paradeiro desconhecido ou que em seu lugar se queimavam ou enforcavam bonecos].(1) Até aqui a notícia de ZENIT.org. Outro historiador, o protestante, Henry Charles Léa, cita 47 bulas, nas quais a Santa Sé continuamente insiste na jurisprudência que deve se observar nos tribunais
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eclesiásticos católicos. Alertam para não cair na violência e injustiças frequentes dos juízes leigos. Basta folhear a monumental obra do próprio Léa, para convencer-se que na realidade as bruxas foram perseguidas e condenadas mais pelos detentores do poder civil e pelos protestantes do que pelo tribunal católico. (2) Também o historiador Daniel Roups, é categórico nos seus registros: ”Foram numerosos os cânones dos concílios que, excomungando os hereges e proibindo os cristãos de lhes darem asilo, não admitiam que se utilizassem contra eles a pena de morte. Deviam bastar as penas espirituais ou, quando muito, as penas temporais moderadas”. (3). João Paulo II enviou uma mensagem com motivo da apresentação das «Atas» do Simpósio Internacional sobre a Inquisição, na qual sublinha a necessidade de que a Igreja peça perdão pelos pecados cometidos por seus filhos através da história. Ao mesmo tempo, declarava, «antes de pedir perdão é necessário conhecer exatamente os fatos e reconhecer as carências ante as exigências cristãs». Pelos filhos da Igreja Católica, que em desobediência cometeram alguns crimes, o Papa João Paulo II pediu perdão. Mas, quando o protestantismo cessará de deturpar, omitir e caluniar, reconhecendo finalmente os extermínios que cometeu e atribui maldosamente aos católicos? Fecha parêntesis.
VEJAMOS ENTÃO, A VERDADE DOCUMENTAL, E A CRUELDADE SEM PRECEDENTES DOS TRIBUNAIS PROTESTANTES. A quantidade de registros literários dos próprios protestantes é vasta, porém, estranhamente ocultada pelos livros escolares, pela imprensa e mídia em geral. Muitas vezes vemos o que é omitido pelo lado protestante sendo por esses veículos, atribuídos maldosamente à Igreja Católica. - O próprio Lutero nos legou o relato dessa prática, anos antes de lançar-se em revolta aberta, dizia: “(...) os hereges não são bem acolhidos se não pintam a Igreja como má, falsa e mentirosa. Só eles querem passar por bons: a Igreja há de figurar como ruim em tudo.” (Franca, Leonel, S.J. A Igreja, a reforma e a civilização, Ed. Agir, 1952, 6ª ed. Pág. 200). Uma vez no protestantismo, já ensinava Lutero aos protestantes: “Que mal pode causar se um homem diz uma boa e grossa mentira por uma causa meritória e para o bem da igreja (luterana).” (Grisar, Hartmann, S.J., Martin Luther, His life & work, The Newman Press, 1960- pág 522). Logo a mentira, a omissão e o falso testemunho se tornaram a coluna da doutrina dos pseudos “reformadores” protestantes. A crueldade foi especialmente severa na Alemanha protestante. As posições de Lutero, contra os anabatistas, causaram a morte de pelo menos 30.000 camponeses. (4)Calvino, pai dos presbiterianos, mandou queimar o espanhol Miguel Servet Grizar, médico descobridor da circulação sanguínea. Acusado de heresia, Servet foi preso e
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julgado em Lyon, na França. Conseguiu evadir-se da prisão e quando se dirigia para a Itália, através da Suíça, foi novamente preso em Genebra, julgado e condenado a morrer na fogueira, por decisão de um tribunal eclesiástico sob direção do próprio Calvino. A sentença foi cumprida em Champel, nas proximidades de Genebra, no dia 27 de outubro de 1553. Puseram-lhe na cabeça uma coroa de juncos impregnada de enxofre e foi queimado vivo em fogo lento com requintes de sadismo e crueldade. (5) O luterano Benedict Carpzov foi legista brilhante e figura esclarecida, até hoje ocupando lugar destacado na história do Direito Penal. Mas perdia a compostura contra a bruxaria, que considerava merecedora de torturas três vezes intensificadas com respeito a outros crimes, e cinco vezes punível com pena de morte. Protestante fanático, afirmava, quando velho, ter lido a Bíblia inteira 53 vezes. Assinou sentença de morte contra 20.000 bruxas, apoiando-se principalmente na "Lei" do Antigo Testamento. Não compreendendo o verdadeiro significado da Bíblia, considerava o Pentateuco como lei promulgada pelo próprio Deus, Supremo Legislador. Carpzov, para condenar a morte, usava (Lv 19,31; 20,6.27; Dt 12,1-5), citava de preferência o Êxodo (22,18); "Não deixarás viver a feiticeira". (6).Outro famoso perseguidor de bruxas na Alemanha, foi Nicholas Romy, considerado grande especialista e que escreveu um longo tratado sobre bruxaria, teve sobre sua consciência a morte de 900 pessoas. (7)
Já Froehligh, reitor da Universidade de Innsbruck e catedrático de Direito, que chegou a ser chanceler da Alta Áustria, insistia em que não só as supostas bruxas fossem condenadas, senão também seus filhos! E não se precisava muito para ser considerada bruxa, pois o seria qualquer pessoa que não tivesse um olhar franco. (8) Naquele ambiente de superstição, crueldade e pânico perante as bruxas, foi possível o aparecimento de um Franz Buirmann, pervertido magistrado protestante e degenerado inimigo da bruxaria. Era um juiz itinerante. Referindo-se a ele dizia seu contemporâneo Hermann Loher: "Preferiria mil vezes ser julgado por animais selvagens, cair numa fossa cheia de leões, de lobos e ursos, do que cair em suas mãos". Deste impiedoso juiz se afirma que somente em duas incursões que realizou
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por pequeninas aldeias ao redor de Bonn, que perfaziam um total de 300 pessoas contando-se crianças e velhos, queimou vivas nada menos que 150 pessoas! Consta que ao menos em duas oportunidades (da viúva Boffgen e do Alcaide de Rheinbach), o juiz se apoderou de todos os bens dos condenados à fogueira (o Alcaide de Rheinbach era seu inimigo político. . .).(9)
Em Bamberga, sob a administração de um bispo protestante, queimou-se 600 pessoas. Na Genebra protestante, foram queimadas 500 pessoas no ano 1515. (10). Se os protestantes do passado nenhum valor davam a essas muitíssimas vidas ceifadas no fogo, muito menos valor dão os protestantes de hoje, que por ignorância, orgulho ou omissão, se escusam de um simples pedido de perdão, para não ter que admitir as iniqüidades que falaciosamente atribuem aos outros.A técnica, é a mesma do gatuno que bate uma carteira e grita: “pega ladrão!!!” Baseados no grito do gatuno, as mal informadas e ou mal intencionadas editoras de livros didáticos, a imprensa e a mídia, fazem o resto do trabalho sujo. Tudo contribui para a perdição do que não busca conhecer a verdade. Dizia Marcus Moreira Lassance Pimenta: “Ao ignorante, basta uma mentira bem contada para que a tenha como verdade. E ao sábio, não há mentira que o impeça de buscar a verdade”. Bibliografia: 1. Agência Zenit, Sunday, June 20, 2004 1:17 PM. 2. Henry Charles Léa, A History of the inquisition of the Middle Ages, 3 vols. Nova Yorque, Happer, 1888, principalmente vol. I, pp. 137ss; tradução de Salomon Reinach, Historie de L’Inquisition au Moyen-Áge. Ouvrage traduit sur l’exemplaire revu et corrigé de l’auter, 3 vols., Paris, 1900-2 vol. 3. 3. Daniel-Rops, História da Igreja de Cristo, vol. III, A Igreja das Catedrais e das “Cruzadas”, Quadrante, pp. 605-606. 4.. VEIT, Valentim, História Universal, Livraria Martins Editoras, SP, 1961, Tomo II, pp. 248-249. 5. http://www.adventistas.com/marco2003/miguel_servetus.htm
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6. Benedict Carpzov, Practica Nova Rerum Criminalium Imperialis Saxonica in Tres Partes Divisão, Wittenberg, 1635.7. Nichólas Romy, Daemonolatriae Libri Tres, Lião, 1595; Colônia, 1596; Frankfurt, 1597. 8. Johan Christopher Froehlich von Froehlichsberg, De sorcelleria, Innsbruck, 1696; tradução: Animismes, Paris, Orent, 1964, pp. 62ss.9. Cf.. Jacques Finné, Erotismo et sorcellerie, Verviers (Bélgica), Gerard, 1972; tradução de Charles Marie Antoine Bouéry, Erotismo e feitiçaria, São Paulo, Mundo Musical, 1973, p. 41.10. W. Bommbeg, The mind of man: the history of man’s conquest of mental illness, 2ª ed., Nova Yorque, Harpel, 1959; tradução: La mente del hombre, Buenos Aires, 1940.
A Severidade Dos Tribunais Protestantes Foram terríveis os genocídios causados pelos protestantes na Alemanha. A então Alemanha estava dividida em mais de trezentas circunscrições, cada uma delas com seu próprio Supremo Tribunal civil e seu Direito particular. A perseguição às bruxas e a severidade dos castigos, dependiam geralmente dos respectivos senhores de cada região, que governavam com muita independência e poder quase absoluto. Dentro de cada região, havia oscilações pendulares inclusive extremas, segundo os critérios subjetivos do mesmo senhor e segundo os conceitos das diversas sucessões no poder através dos anos e dos séculos. Daí a dificuldade em se calcular o número de pessoas condenadas à fogueira e à forca na Alemanha. Mas, das crônicas e processos regionais que chegaram até nós, cabe deduzir, que as vítimas se contaram por milhares. Gardner calcula 9 milhões (1). Morrow simplesmente diz que foram milhões (2). W. A. Schoeder, contemporâneo aos fatos, anotou que nas localidades de Bamberg e Zeil, entre 1625 e 1630, (cinco anos) se realizaram nada menos que 900 processos de bruxaria. Deles (numa exceção), 236 terminaram com condenação à morte na fogueira. Só num ano, 1617, em Wurzburgo, foram queimadas 300 bruxas (3); em total nesta região, as atas apresentam l.200 condenações à morte (4). Em 20 anos, de 1615 à 1635, em Estrasburgo, houve 5.000 queimas de bruxas (5). Em cidades pequenas como a imperial Offenburg, que só tinha entre dois e três mil habitantes, se desenvolveram acérrimas perseguições às bruxas durante três decênios, e em só dois anos, segundo as atas, foram queimadas 79 pessoas (6). Segundo o VERITY MURPHY em 16/6/2004, da BBC de Londres, o novo e mais completo relatório da inquisição, indica que, no auge da Inquisição, a Alemanha protestante matou mais bruxas e bruxos que em qualquer outro lugar. Na Suíça, quando protestante, os casos de condenação de bruxas descritos nas crônicas conservadas, chegam a 5.417 (7). Nos Alpes Austríacos, as mortes chegaram ao menos a 5.000 (8). Era absolutamente falsa a afirmação de muitos autores protestantes ingleses, de que
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a Inglaterra foi uma exceção dentro da bruxomania geral.Segundo Ewen, (9), que cita documentos oficiais, o número de condenados à pena de morte por bruxaria, na Inglaterra protestante, exatamente de 1541 a 1736, teria sido menos de mil. As condenações à morte teriam sido menos de 30% das acusações. Mesmo assim, o comportamento inglês não fugiu ao ditado de que não há regras sem exceções. Na Inglaterra destacava-se o protestante Mathew Hopkins que se autodenominava "descobridor geral de bruxas". Parece que era um sádico encoberto. Quando encontrava uma mulher que excitava seus instintos sexuais anormais, obrigava-a a despir-se na sua presença e começava a fincar com uma agulha, as diversas partes do corpo dela (assim se procuravam áreas insensíveis, o que seria sinal de possessão demoníaca).Mas... ele mesmo diante de outros protestantes, foi acusado de possuir estranhos poderes. Submetido às provas de bruxaria que empregara, foi condenado e morto (10). Na Inglaterra não era necessário aplicar torturas — às vezes se deram! — porque a condenação freqüentemente era sentenciada sem necessidade de confissão por parte do acusado (11). Em 1562 a rainha Elizabeth, e a versão definitiva do Witch Act ou “lei contra os bruxos”, de Jacques I em 1604, condenavam à morte a pessoa que tivesse feito qualquer malefício pretendendo acabar com a vida ou danar o corpo de alguém. Mesmo que não se percebesse efeito nenhum do malefício! Esta lei se manteve em vigor na Constituição até 1736. Os protestantes do Reino Unido foram lentos. Na Inglaterra do século XVII, na área da interpretação dos fenômenos misteriosos ainda grassava a superstição demonológica, e houve várias condenações. O último juízo por bruxaria foi já entrado o século XVIII, em 1717, (12). E ainda demorariam mais vinte anos para abolir o estatuto inglês contra as bruxas, em 1736 (13). A última morte por condenação como bruxa, na Escócia, foi em 1738. Na Irlanda, a lei contra bruxaria não foi abolida até 1821!Em 1863, segunda metade do século XIX!, o povo inglês ainda linchou um velho por considerá-lo bruxo. As perseguições protestantes atravessaram o Atlântico, e chegaram aos EUA. O primeiro corpo de estatutos — The Body of Liberties — que houve em Massachusetts, é de 1641 (14). Nele se diz: "Se algum homem ou mulher é bruxo que manifesta ou consulta um espírito familiar(?), será enviado à morte" (15). A revisão de 1649 reiterava a mesma lei com pena capital (16). De sua vigência é um exemplo famoso, “o processo das bruxas de Salem,” em 1692. Como resquício, ainda hoje em alguns estados americanos, a pena de morte é vista com naturalidade, aos condenados gravemente pela justiça. Mudaram apenas os réus e a forma de exterminar. O pânico da população perante as bruxas e a ira contra elas, refletem-se no caso de Ann Hibbins. Parece que foi acusada por motivos meramente socioeconômicos. Era
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irmã de um rico comerciante e antigo assistente da colônia, Richard Beilingham, que fora governador da Baía de Massachusetts. O júri a condenou. Os juízes não aceitaram o veredicto. O caso foi levado à Corte Geral. Foi fácil incitar a opinião pública. Tanto pressionaram a Corte que Ann Hibbins foi condenada à morte (17).
Até crianças eram queimadas pelos Protestantes No ano 1670, na Suécia, houve um processo deplorável: Como conseqüência das declarações, arrancadas pelas interrogações feitas pelos teólogos protestantes, foram queimadas 70 mulheres, açoitadas mais 56, queimadas 15 crianças que já tinham chegado aos 16 anos e outras 40 foram açoitadas (18). Na Alemanha protestante, o poder civil condenou Anna Maria Schwugelin. Foi decapitada como bruxa em 1759. No dia 18 de junho de 1782, o governo protestante ainda decapitou uma bruxa na Suíça (19). Agora os protestantes têm aqui reunidos, grande parte dos números de mortes, nomes e documentos, para a própria cruel “inquisição” de seus tribunais, que tanto omitem. E isso não é tudo. Atacado por um diabólico ódio racial, Lutero antes de sua morte, lançou o panfleto “Contra os judeus e as suas mentiras.” onde pregava aos alemães, toda sorte de desumanidade contra os judeus, culminando no holocausto nazista. Esta obra, está reproduzida na “História do anti-semitismo”, de Leon Poliakov.Dia 6 de maio de 1527, quando saquearam Roma, cerca de quarenta mil homens espalharam na Cidade Eterna o terror, a violência e a morte. Eram seis mil espanhóis, quatorze mil italianos e vinte mil alemães, quase todos luteranos, esses últimos, indivíduos perversos, gananciosos, desprovidos de qualquer escrúpulo. Gritavam: ”Viva Lutero, nosso papa!!!”. Ávidos, incansáveis na busca das riquezas, dos despojos do inimigo, os lanquenetes luteranos e os outros invasores assaltaram, estupraram, saquearam, incendiaram, trucidaram, arrebentaram as suas vítimas, jogaram crianças pelas janelas ou as esmagaram contra as paredes. Grande parte da população foi dizimada. Conforme disse Maurice Andrieux, esse ataque a Roma “superou em atrocidade todas as tragédias da História”, até mesmo a destruição de Jerusalém e a tomada de Constantinopla. E no Brasil? Encontra-se facilmente nas enciclopédias que, os protestantes calvinistas em 15 de julho de 1570, mataram 40 jesuítas, entre eles Inácio de Azevedo, morto a CUTILADAS (golpe de espada) quando, segurando num quadro da Virgem Maria, animava a tripulação a resistir ao ataque protestante, que degolou a todos, (Enc. Microsoft Encarta 99, verbete: “Inácio de Azevedo, beato”). Todo esse genocídio com requintes de crueldade, parece encontrar doce justificativa
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nas
palavras
de
Lutero,
pai
do
protestantismo
do
“somente
a
fé”:
“... Seja um pecador e peque fortemente, mas creia e se alegre em Cristo mais fortemente ainda... Se estamos aqui (neste mundo) devemos pecar... Pecado algum nos separará do Cordeiro, mesmo praticando fornicação e assassinatos milhares de vezes ao dia”. (Carta a Melanchthon, 1 de agosto de 1521 (American Edition, Luther's Works, vol. 48, pp. 281-82, editado por H. Lehmann, Fortress, 1963). Esta "fé", de Lutero, apesar de dirigida pela vontade, é um simples ato do intelecto. Apesar de necessária à salvação, não é suficiente. Tiago diz que até mesmo os demônios têm esta fé (Tg 2,19). É por este motivo que ele diz: "Vedes como o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé?" (Tg 2,24). Infelizmente, Lutero designou esta carta do Apóstolo de "Carta de Palha". Ele não entendeu o que Tiago está querendo dizer (sobre a fé de Abraão): "Vês como a fé cooperava com as suas obras e era completada por elas" (Tg 2,22). Sob o erro do pai do protestantismo, as seitas evangélicas ainda hoje, pregam que seus seguidores já estão “salvos”, só porque simplesmente “creem” em Jesus. Se assim fosse, iriam encontrar Lúcifer no céu.
------------------------------------------------------------Bibliografia 1. Gerald B. Gardner, Ursprung und Wirklichkeít der Hexen, Weilheim, 1965, pp. 30s. 2. F. Morrow, no prólogo e Montagne Summers, The history of wttchcraft and demonology, 2a ed., Nova Iorque, 1956. 3. Citado por Merzbacher, Die Hexenprozesse in Franken, Munique, 1975, p. 43. 4. Kurt Baschwitz, Hexen und Hexenprozesse. Die Geschichte eines Massenwalms und Bekampfung, Munique, 1963; uso a tradução de Ana Grossman, Brujas y proceso de brujeria, Barcelona, Luiz de Caralt, 1968, p. 261. 5. Cf. Wilhelm Gottieb Soldan, Geschichte der Hexenprozesse aus der Quellen dargestellt, Stutgard, 1843; 2º edição revisasda: Soldan-Ludwig Julius Heppe, Geschichte der Hexenprozesse, 2 vols. Stuttgard, 1880; 3º edição revisada: Soldan –Heppe-Max Bauer, com o mesmo título, Munique, 1012, tomo I, p. 530.. 6. Idem, Soldan –Heppe-Max Bauer, ibidem, p. 251. 7. Na tese doutoral de G. Bader, Die Hexenprozesse in der Schweiz, Zurique, 1945, p. 219.8. Fritz Byloff, "Hexenglaube und Hexenverfolgung in der õsterreichischen Alpenlander" in Quellen zur deutschen Volkskunde, 1934, caderno 6, p. 159. 9. C. L. Ewen, Witccraft and demonianism, Londres, Muller, 1970; Witch hunting witch trial, Londres, 1062; Nova Iorque, Harper, 1971.t. 10. Ramiro A. Calle, La magia negra y el ocultismo (técnicas para el conocimento de si mismo y de los demás), Barcelona, Cedel, 1968, p. 271s.11. Cf. Ronald Seth, Children against witches, Londres, Robert Hale, 1969, p. 14; Davies, Four centuries…, op. cit. 12. Mair, La brujería..., op. cif, p. 216. 13. Fox, Science..., op. cit., p. 25; sobre a Bruxaria na Inglaterra, Peter Haining, A circie of witches - An anthology of victorian witchcraft stories, Londres, Robert Hale, 1971; idem, The anatomy o f witchcraft, Londres, Souvenir, 1972; tradução de René Cárdenas Barrios, La anatomia de Ia brujería, México, Diana, 1976.. 14. The body of liberties é reproduzido por William Witmore (ed.), The Colonial Laws of Massachusetts. Reprinted from the edition of 1660, with suplements to 1672. Containing also the Body of Liberties of 1641, Boston, City Council, 1889. 15. Ibidem, Liberty, 94, Capital Lawa, p. 55. 16. Cf. Winfield S. Nevins, Witchcraft in Salem Village in 1692, Salem-Massachusetts, Salem-Press, 1916, pp. 29s. 17. Thomas Hutchinson, History of the Colony of Massachusetts Bay, Londres, Thomas and John Fleet, 1764, p. 187; William F. Poole, "Witchcraft in Boston" in Justin Windsor (ed.), Memorial history of Boston, Boston, Tickner, 1881, tomo 2, p. 130. 18. B. Bekker, De betoverde wereld, Amsterdã, p. 576-587; trad.: Le monde enchaté, 6 vols. Paris, 1964. 19. Mair, La brujería..., op. cif, p. 216.
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O problema é que as pessoas são educadas desde a infância a crer na superstição. Durante a infância se impõe às crianças como verdade inquestionável, que uns judeus de vários milhares de anos atrás, conversavam e obedeciam a arbustos em chamas, separavam mares, paravam o sol, transformavam água em vinho, curavam leprosos, ressuscitavam mortos e mais um monte de baboseiras bíblicas. Então, depois de adultos, essas pessoas bitoladas irão acreditar e ser enganadas pelos leitores de tarô, profetas, astrólogos, curandeiros, magos, pastores, padres, médiuns, espiritualistas, sacerdotes, angeólatras, piramidologistas, adivinhos, ciganas, pais de santo, xamãs, cientologistas, rabinos e uma infinidade de outros mentirosos safados e aproveitadores da bobice humana. A superstição, a bobice, a babaquice, a ingenuidade, a ignorância, o fanatismo, etc, são os alimentos preferidos da fé. 167
17 - Advertências ao crente
1 - Ebooks recomendados
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2 - Mais conteúdo recomendado
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3 - Livros recomendados
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Mentiras Fundamentais da Igreja Católica é uma análise profunda da Bíblia, que permite conhecer o que se deixou escrito, em que circunstâncias, quem o escreveu, quando e, acima de tudo, como tem sido pervertido ao longo dos séculos. Este livro de Pepe Rodriguez serve para que crentes e não crentes encontrem as respostas que sempre buscaram e posaam ter a última palavra. É uma das melhores coleções de dados sobre a formação mitológica do cristianismo no Ocidente. Um a um, magistralmente, o autor revela aspectos mais questionáveis da fé judaico-cristã.
Com grande rigor histórico e acadêmico Fernando Vallejo desmascara uma fé dogmática que durante 1700 anos tem derramado o sangue de homens e animais invocando a enteléquia de Deus ou a estranha mistura de mitos orientais que chamamos de Cristo, cuja existência real ninguém conseguiu demonstrar. Uma obra que desmistifica e quebra os pilares de uma instituição tão arraigada em nosso mundo atual. Entrevista com o autor AQUI.
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“Dois informadíssimos volumes de Karlheinz Deschner sobre a política dos Papas no século XX, uma obra surpreendentemente silenciada peols mesmos meios de comunicação que tanta atenção dedicaram ao livro de João Paulo II sobre como cruzar o umbral da esperança a força de fé e obediência. Eu sei que não está na moda julgar a religião por seus efeitos históricos recentes, exceto no caso do fundamentalismo islâmico, mas alguns exercícios de memória a este respeito são essenciais para a compreensão do surgimento de algumas monstruosidades políticas ocorridas no século XX e outras tão atuais como as que ocorrem na ex-Jugoslávia ou no País Basco”. Fernando Savater. El País, 17 de junho de 1995. “Este segundo volume, como o primeiro, nos oferece uma ampla e sólida informação sobre esse período da história da Igreja na sua transição de uma marcada atitude de condescendência com regimes totalitários conservadores até uma postura de necessária acomodação aos sistemas democráticos dos vencedores ocidentais na Segunda Guerra Mundial”. Gonzalo Puente Ojea. El Mundo, 22 de outubro de 1995. Ler online volume 1 e volume 2 (espanhol). Para comprar (Amazon) clique nas imagens.
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"Su visión de la historia de la Iglesia no sólo no es reverencial, sino que, por usar una expresión familiar, ‘no deja títere con cabeza’. Su sarcasmo y su mordaz ironía serían gratuitos si no fuese porque van de la mano del dato elocuente y del argumento racional. La chispa de su estilo se nutre, por lo demás, de la mejor tradición volteriana."
"En temas candentes como los del control demográfico, el uso de anticonceptivos, la ordenación sacerdotal de las mujeres y el celibato de los sacerdotes, la iglesia sigue anclada en el pasado y bloqueada en su rigidez dogmática. ¿Por qué esa obstinación que atenta contra la dignidad y la libertad de millones de personas? El Anticatecismo ayuda eficazmente a hallar respuesta a esa pregunta. Confluyen en esta obra dos personalidades de vocación ilustradora y del máximo relieve en lo que, desde Voltaire, casi constituye un Género literario propio: la crítica de la iglesia y de todo dogmatismo obsesivamente . Aparte de un desbordante caudal de conocimientos históricos, ambos autores aportan un desenfado jovial que, en último término, tiene que ver con el atenazamiento de las conciencias, con una tremenda batalla de fondo contra ideas nutricias de la democracia. En suma: un balance total de la historia del pasado y del presente de la iglesia que conjuga eficazmente la brevedad, el rigor, la agudeza y la aportación de datos básicos."
De una manera didáctica, el profesor Karl Deschner nos ofrece una visión crítica de la doctrina de la Iglesia católica y de sus trasfondos históricos. Desde la misma existencia de Jesús, hasta la polémica transmisión de los Evangelios, la instauración y significación de los sacramentos o la supuesta infalibilidad del Papa.
“Se bem que o cristianismo esteja hoje à beira da bancarrota espiritual, segue impregnando ainda decisivamente nossa moral sexual, e as limitações formais de nossa vida erótica continuam sendo basicamente as mesmas que nos séculos XV ou V, na época de Lutero ou de Santo Agostinho. E isso nos afeta a todos no mundo ocidental, inclusive aos não cristãos ou aos anticristãos. Pois o que alguns pastores nômadas de cabras pensaram há dois mil e quinhentos anos, continua determinando os códigos oficiais desde a Europa até a América; subsiste uma conexão tangível entre as ideas sobre a sexualidade dos profetas veterotestamentarios ou de Paulo e os processos penais por conduta desonesta em Roma, Paris ou Nova York.”
"Soy partidario de incluir en el plan de estudios una asignatura acerca de símbolos y mitos religiosos comparados. Historia de la religión, bueno, catequesis obligatoria, no. Y, si se empeña usted, acepto que se insista sobre todo en la historia de la Iglesia cristiana y católica. Propongo un libro de texto: Opus Diaboli, del estudioso alemán Karlheinz Deschner, recién traducido al castellano en Editorial Yalde. En él se brinda abundante documentación sobre la trayectoria eclesial en relación con temas como la guerra, el dinero, la sexualidad, la tolerancia, etcétera. Y jugosas reflexiones sobre la actividad política de los papas modernos, desde León XIII hasta el turista de Cracovia que actualmente disfrutamos. Si tal es el texto elegido como manual, no veo más que ventajas en convertir la asignatura de religión en obligatoria. Y aun para adultos."
Todos estos asuntos son estudiados, puestos en duda y expuestas las conclusiones en una obra de rigor que, traducida a numerosos idiomas, ha venido a cuestionar los orígenes, métodos y razones de una de las instituciones más poderosas del mundo: la Iglesia católica.
Karlheinz Deschner.
Fernando Savater. El País, 20 de mayo de 1990
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1 – (365 pg) Los orígenes, desde el paleocristianismo hasta el final de la era constantiniana
2 - (294 pg) La época patrística y la consolidación del primado de Roma
3 - (297 pg) De la querella de Oriente hasta el final del periodo justiniano
4 - (263 pg) La Iglesia antigua: Falsificaciones y engaños
5 - (250 pg) La Iglesia antigua: Lucha contra los paganos y ocupaciones del poder
6 - (263 pg) Alta Edad Media: El siglo de los merovingios
7 - (201 pg) Alta Edad Media: El auge de la dinastía carolingia
8 - (282 pg) Siglo IX: Desde Luis el Piadoso hasta las primeras luchas contra los sarracenos
Em 1970 Karlheinz Deschner começou sua obra mais ambiciosa, a “Historia Criminal do Cristianismo”, projetada em princípio a dez volumes, dos quais se publicaram nove até o presente e não se descarta que se amplie o projeto. Trata-se da mais rigorosa e implacável exposição jamais escrita contra as formas empregadas pelos cristãos, ao largo dos séculos, para a conquista e conservação do poder.
Karl Heinrich Leopold Deschner
9 - (282 pg) Siglo X: Desde las invasiones normandas hasta la muerte de Otón III
Em 1971 Deschner foi convocado por uma corte em Nuremberg acusado de difamar a Igreja. Ganhou o processo com uma sólida argumentação, mas aquela instituição reagiu rodeando suas obras com um muro de silêncio que não se rompeu definitivamente até os anos oitenta, quando as obras de Deschner começaram a ser publicadas fora da Alemanha (Polônia, Suíça, Itália e Espanha, principalmente).
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414 páginas
639 páginas
LA BIBLIA DESENTERRADA
EL PAPA DE HITLER: LA VERDADERA HISTORIA DE PIO XII
Israel Finkelstein es un arqueólogo y académico israelita, director del instituto de arqueología de la universidad de Universidad de Tel Aviv y co-responsable de las excavaciones en Mejido (25 estratos arqueológicos, 7000 años de historia) al norte de Israel. Se le debe igualmente importantes contribuciones a los recientes datos arqueológicos sobre los primeros israelitas en tierra de Palestina (excavaciones de 1990) utilizando un método que utiliza la estadística ( exploración de toda la superficie a gran escala de la cual se extraen todas las signos de vida, luego se data y se cartografía por fecha) que permitió el descubrimiento de la sedentarización de los primeros israelitas sobre las altas tierras de Cisjordania.
¿Fue Pío XII indiferente al sufrimiento del pueblo judío? ¿Tuvo alguna responsabilidad en el ascenso del nazismo? ¿Cómo explicar que firmara un Concordato con Hitler? Preguntas como éstas comenzaron a formularse al finalizar la Segunda Guerra Mundial, tiñendo con la sospecha al Sumo Pontífice. A fin de responder a estos interrogantes, y con el deseo de limpiar la imagen de Eugenio Pacelli, el historiador católico John Cornwell decidió investigar a fondo su figura.
Finkelstein y Neil Asher Silbermann (director histórico de el centro Ename de Bruxelas por la arqueología y la herencia publica) son los autores de Best Seller "La Biblia Desenterrada: una nueva visión arqueológica del antiguo Israel y de los orígenes de sus textos sagrados" y de "David y Salomón: en busca de los reyes sagrados de la Biblia y de las raíces de la tradición occidental" Es este un libro importante y de fácil lectura, así como el siguiente sobre David y Salomón. Los autores con los métodos científicos que utiliza hoy día la arqueología, ponen de manifiesto que lo que se cuenta en la Biblia nada tiene que ver con la realidad histórica. Nunca se encontraron rastros de la existencia de Moisés y el éxodo no es mas que una invención seguramente apoyada en las batallas de tribus nómadas buscando territorio. Ninguna prueba tampoco de la existencia de los reinos de David y Salomón, que debieron ser unos reyezuelos sin gran importancia en el contexto histórico de la época.
En los archivos vaticanos, donde tuvo acceso a documentos desconocidos hasta ahora, encontró exactamente lo contrario de lo que buscaba: pruebas irrefutables de su antisemitismo y de su responsabilidad en el estallido de las dos guerras mundiales. Lejos del sensacionalismo, esta devastadora biografía, excelentemente escrita, examina la carrera eclesiástica de Pacelli con un impecable rigor, lo que hace aún más demoledoras sus conclusiones. El profesor Cornwell plantea unas acusaciones acerca del papel de la Iglesia en los acontecimientos más terribles del siglo, incluso de la historia humana, extremadamente difíciles de refutar.
La Biblia, como los autores explican, fue creada por Josias hacia el -600, para reunir los reinos de Israel y Juda y apoyándose en el nacionalismo declarar una guerra que al fin perdieron. Es un libro que es necesario conocer, las mentiras en que se basa el Antiguo testamento son las mismas que aparecen en el nuevo, también los evangelios son mitos y leyendas, no hay que olvidar que estos sucesos inventados ha servido y sirven ahora para oprimirnos en nombre de un dios inventado y para los judíos constituyen el pretexto del genocidio contra los palestinos, es mejor saber el porque de tanto fanatismo. Buena lectura, también ofrecemos cuatro documentales presentados por los autores.
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En esta obra se describe a algunos de los hombres que ocuparon el cargo de papa. Entre los papas hubo un gran número de hombres casados, algunos de los cuales renunciaron a sus esposas e hijos a cambio del cargo papal. Muchos eran hijos de sacerdotes, obispos y papas. Algunos eran bastardos, uno era viudo, otro un ex esclavo, varios eran asesinos, otros incrédulos, algunos eran ermitaños, algunos herejes, sadistas y sodomitas; muchos se convirtieron en papas comprando el papado (simonía), y continuaron durante sus días vendiendo objetos sagrados para forrarse con el dinero, al menos uno era adorador de Satanás, algunos fueron padres de hijos ilegítimos, algunos eran fornicarios y adúlteros en gran escala...
Santos e pecadores: história dos papas é um livro que em nenhum momento soa pretensioso. O subtítulo é explicado pelo autor no prefácio, que afirma não ter tido a intenção de soar absoluto. Não é a história dos papas, mas sim, uma de suas histórias. Vale dizer que o livro originou-se de uma série para a televisão, mas em nenhum momento soa incompleto ou deixa lacunas.
La Iglesia esconde y minimiza este tremendo problema, pero no estamos ante algo puntual sino ante la consecuencia de sus graves errores estructurales. En Pederastia en la Iglesia católica se analiza y denuncia, con solidez y dureza, la realidad, causas y efectos de la pederastia clerical, se cuantifica su dimensión, y se muestra que la cúpula de la Iglesia, incluido el Papa, mantiene una legislación canónica que obliga a encubrir y perdonar los delitos del clero.
Seu título me deu a impressão, quando o li, que se tratava de uma espécie de enciclopédia, contando sobre a vida dos papas individualmente. Não obstante, ao folhear o livro, percebi que estava enganado. No entanto, isso não foi motivo para que eu me decepcionasse. Eamon Duffy, católico assumido, em nenhum momento tenta adular os pontífices, tampouco tenta fazer saltar aos olhos suas falhas de caráter. Para não cair na armadilha de deixar-se levar por lendas e boatos de opositores de alguns papas, o autor deixa de lado muitos escândalos do papado, atendose apenas àqueles aonde de fato foi possível se comprovar o que foi dito.
Pepe Rodríguez demuestra que encubrir esos delitos es una práctica cotidiana en las diócesis católicas, aportando un gran número de casos bien significativos, con nombres y apellidos, de España, Francia, Italia, Alemania, Austria, Polonia, Gran Bretaña, Irlanda, Estados Unidos, México, Centroamérica, Costa Rica, Puerto Rico, Colombia, Argentina, Chile... Australia; y en su "decálogo de los prelados para el encubrimiento" aflora las vergonzosas maniobras que éstos realizan a fin de proteger al clero pederasta. Pero, aunque el objetivo del libro es demostrar la inmoralidad del gobierno de la Iglesia ante este problema, el autor no olvida lo fundamental, eso es, la situación psicológica y social de las víctimas y sus familiares, aportando las recomendaciones indispensables para poder detectar y protegerse del clero agresor.
Originally published as a pamphlet in 1853, and expanded to book length in 1858, The Two Babylons seeks to demonstrate a connection between the ancient Babylonian mystery religions and practices of the Roman Catholic Church. Often controversial, yet always engaging, The Two Babylons comes from an era when disciplines such as archeology and anthropology were in their infancy, and represents an early attempt to synthesize many of the findings of these areas and Biblical truth.
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First published in 1976, Paul Johnson's exceptional study of Christianity has been loved and widely hailed for its intensive research, writing, and magnitude. In a highly readable companion to books on faith and history, the scholar and author Johnson has illuminated the Christian world and its fascinating history in a way that no other has.
La Biblia con fuentes reveladas (2003) es un libro del erudito bíblico Richard Elliott Friedman que se ocupa del proceso por el cual los cinco libros de la Torá (Pentateuco) llegaron a ser escritos. Friedman sigue las cuatro fuentes del modelo de la hipótesis documentaria pero se diferencia significativamente del modelo S de Julius Wellhausen en varios aspectos.
An Atheist Classic! This masterpiece, by the brilliant atheist Marshall Gauvin is full of direct 'counter-dictions', historical evidence and testimony that, not only casts doubt, but shatters the myth that there was, indeed, a 'Jesus Christ', as Christians assert. A dynamic and courageous, Free Thinking Atheist dares to rip the Bible story of 'Jesus Christ' to shreds - using history, logic and common sense! Gauvin will take you on a journey through history and mercilessly expose the difference between science, which depends on reason, observation, and experience and religion, which merely believes. If you're looking for an excellent, humorous, and no-nonsense work that will provide you with the ammunition you need to refute the 'friends of the invisible son', then look no more! A must for every truth-seeker's library! Add it to your collection today!
Johnson takes off in the year 49 with his namesake the apostle Paul. Thus beginning an ambitious quest to paint the centuries since the founding of a little-known 'Jesus Sect', A History of Christianity explores to a great degree the evolution of the Western world. With an unbiased and overall optimistic tone, Johnson traces the fantastic scope of the consequent sects of Christianity and the people who followed them. Information drawn from extensive and varied sources from around the world makes this history as credible as it is reliable. Invaluable understanding of the framework of modern Christianity - and its trials and tribulations throughout history - has never before been contained in such a captivating work.
En particular, Friedman está de acuerdo con Wellhausen en la fecha del Deuteronomio (el tribunal de Josías , c. 621 a.s.C. o 622), pero coloca a la fuente sacerdotal en la corte de Ezequías y su secuencia de las fuentes por lo tanto son J (Jahvista), E (Elohista), S (Sacerdotal) y D (deuteronomista) . Friedman, como Wellhausen, ve una redacción final en el tiempo de Esdras , c. 450 a.s.C. El núcleo del libro, teniendo casi 300 de sus casi 380 páginas en la edición de bolsillo, es la traducción del propio Friedman de los cinco libros del Pentateuco, en la que las cuatro fuentes más las contribuciones de los dos redactores (de la fuente de JE combinada y las que más tarde usó el redactor del documento final) se indican tipográficamente. Las secciones restantes incluyen una breve introducción que esboza la tesis de Friedman, una “recolección de pruebas”, y una bibliografía.
Robert Ambelain, aunque defensor de la historicidad de un Jesús de carne y hueso, amplia en estas líneas la descripción que hace en anteriores entregas de esta trilogía ( Jesús o El Secreto Mortal de los Templarios y Los Secretos del Gólgota) de un Jesús para nada acorde con la descripción oficial de la iglesia sino a uno rebelde: un zelote con aspiraciones a monarca que fue mitificado e inventado, tal y como se conoce actualmente, por Paulo, quién, según Ambelain, desconocía las leyes judaicas y dicha religión, y quien además usó todos los arquetipos de las religiones que sí conocía y en las que alguna vez creyó (las griegas, romanas y persas) arropándose en los conocimientos sobre judaísmo de personas como Filón para crear a ese personaje. Este extrajo de cada religión aquello que atraería a las masas para así poder centralizar su nueva religión en sí mismo como cabeza visible de una jerarquía eclesiástica totalmente nueva que no hacía frente directo al imperio pero si a quienes oprimían al pueblo valiéndose de la posición que les había concedido dicho imperio (el consejo judío).
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391 páginas PEDERASTIA EM LA IGLESIA CATÓLICA En este libro, los abusos sexuales a menores, cometidos por el clero o por cualquier otro, son tratados como "delitos", no como "pecados", ya que en todos los ordenamientos jurídicos democráticos del mundo se tipifican como un delito penal las conductas sexuales con menores a las que nos vamos a referir. Y comete también un delito todo aquel que, de forma consciente y activa, encubre u ordena encubrir esos comportamientos deplorables. Usar como objeto sexual a un menor, ya sea mediante la violencia, el engaño, la astucia o la seducción, supone, ante todo y por encima de cualquier otra opinión, un delito. Y si bien es cierto que, además, el hecho puede verse como un "pecado" -según el término católico-, jamás puede ser lícito, ni honesto, ni admisible abordarlo sólo como un "pecado" al tiempo que se ignora conscientemente su naturaleza básica de delito, tal como hace la Iglesia católica, tanto desde el ordenamiento jurídico interno que le es propio, como desde la praxis cotidiana de sus prelados. La existencia de una cifra enorme de abusos sexuales sobre menores dentro de la Iglesia católica es ya un hecho innegable, que no es puntual, ni esporádico, ni aislado, ni está bajo control, antes al contrario. Tampoco es, ni mucho menos, producto de una campaña emprendida contra la Iglesia por oscuros intereses. Los mayores enemigos de la Iglesia, mejor dicho, del mensaje evangélico que dicen representar, no deben buscarse en el exterior, basta y sobra con los muchos que existen entre su clero más granado. La pérdida de creyentes y de credibilidad tan enorme que está afectando a la Iglesia católica, desde hace algo más de un siglo, no obedece tanto a la secularización de la sociedad como a los gravísimos errores de una institución que ha perdido pie en el mundo real.
639 páginas EL PAPA DE HITLER: LA VERDADERA HISTORIA DE PIO XII ¿Fue Pío XII indiferente al sufrimiento del pueblo judío? ¿Tuvo alguna responsabilidad en el ascenso del nazismo? ¿Cómo explicar que firmara un Concordato con Hitler? Preguntas como éstas comenzaron a formularse al finalizar la Segunda Guerra Mundial, tiñendo con la sospecha al Sumo Pontífice. A fin de responder a estos interrogantes, y con el deseo de limpiar la imagen de Eugenio Pacelli, el historiador católico John Cornwell decidió investigar a fondo su figura. En los archivos vaticanos, donde tuvo acceso a documentos desconocidos hasta ahora, encontró exactamente lo contrario de lo que buscaba: pruebas irrefutables de su antisemitismo y de su responsabilidad en el estallido de las dos guerras mundiales. Lejos del sensacionalismo, esta devastadora biografía, excelentemente escrita, examina la carrera eclesiástica de Pacelli con un impecable rigor, lo que hace aún más demoledoras sus conclusiones. El profesor Cornwell plantea unas acusaciones acerca del papel de la Iglesia en los acontecimientos más terribles del siglo, incluso de la historia humana, extremadamente difíciles de refutar.
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A BÍBLIA DESENTERRADA – DOCUMENTÁRIO (espanhol) OS PATRIARCAS – 1
OS REIS – 2
O ÊXODO – 3
O LIVRO - 4
A BÍBLIA DESENTERRADA – DOCUMENTÁRIO (inglês) The Patriarchs – 1
The Exodus – 2
The Kings – 3
The book – 4
A BÍBLIA FOI ENTERRADA PELA ARQUEOLOGIA.
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4 - Fontes: Mentiras Fundamentais da Igreja Católica – Pepe Rodriguez, 4ª Edição ampliada. http://ateismoparacristianos.blogspot.com/ http://www.ateoyagnostico.com/ Bíblia Sagrada http://pt.wikipedia.org
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