Fabio Ikedo
Buscando direção e sentido
na vida
N
o Japão quase tudo gira em torno do trem. A maioria das pessoas utiliza esse meio de transporte para ir ao trabalho ou à escola. Os endereços comerciais têm como referência as estações de trem. Encontros são marcados ali. Era na saída de uma estação de trem que o akita Hachiko esperava o dono voltar do trabalho na universidade. E foi onde o cão continuou a esperar por seu dono, mesmo após a morte dele. Podemos até ajustar nosso relógio de acordo com os horários do trem-bala (shinkansen). Eles são pontuais, mas, em caso de atraso, não ultrapassam seis segundos além do tempo estipulado. Por outro lado, é em direção ao trem que muitos vão para dar cabo à própria vida. Ocorre um suicídio no Japão a cada 15 minutos. Sem sentido na vida e com profundo vazio interior, a única direção que lhes vem à mente é o vão dos trilhos do trem. Na tentativa de reduzir o número de suicídios, as companhias ferroviárias japonesas estabeleceram multas altíssimas às famílias dos que se suicidam em suas estações. Mas essa medida não resolveu a questão. Em Osaka, vários suicidas escolhem morrer nos trilhos de uma determinada companhia porque nesta a multa é menor que nas demais.
Como explicar tanta falta de esperança em um dos países com a melhor qualidade de vida no mundo? Mesmo que consiga tudo o que planejou ter na vida, isso não é suficiente para você ter paz interior ou sentido na vida. Desde que o mundo é mundo, o ser humano procura uma solução para essas necessidades. O filósofo grego Platão afirmou: “Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida”. Em que ocasião as pessoas normalmente pensam sobre o significado da vida e sobre a importância daquilo que realizam? Como médico, tenho visto que a maioria das pessoas medita com profundidade sobre esses assuntos quando recebe uma notícia trágica e inesperada, como um acidente ou quando sente o impacto de uma doença grave atingindo a si próprio ou algum conhecido. Em outras palavras, a proximidade da morte (ou a percepção da fragilidade da vida) faz com que valorizemos aquilo que realmente é importante.
Quando uma pessoa está morrendo com uma doença considerada incurável, ela não está preocupada com o número de vezes que seu time foi campeão ou com o curso que deveria ter feito há 20 anos. A sua preocupação está focada em assuntos realmente prioritários e que, na correria do dia a dia, não haviam sido corretamente valorizados. Uma pesquisa foi feita nos Estados Unidos com 340 doentes terminais, 332 familiares recentemente enlutados, 361 médicos e 429 profissionais que cuidam de doentes terminais para saber quais são os fatores considerados mais importantes no final da vida. Dentre as 44 questões relacionadas à qualidade do fim da vida, na opinião dos pacientes e familiares, ficaram empatadas em primeiro lugar: “ausência de dor” e “ter paz com Deus”. Isso nos faz lembrar de uma frase de Edith Stein, morta em um campo de concentração na Segunda Guerra Mundial e posteriormente canonizada pela Igreja Católica: "Quem procura a verdade procura a Deus, ainda que não o saiba". Vai chegar um momento em que cada um terá de parar e refletir sobre o real significado da vida, mesmo que não creia em Deus. Dizem que Nietzsche, o influente filósofo do século XIX que declarou “Deus está morto”, escreveu o seguinte sobre Jesus Cristo a um amigo: “Eu sei que se não O encontrar, não terei respostas para a minha vida”. Assim como Nietzsche, todos estão em busca de algo que dê sentido à sua vida. O famoso psiquiatra Carl Jung já afirmava, décadas atrás, que “o mundo hoje está sofrendo da neurose do vazio”. Vivemos em uma época de contrastes: bebês com mais esperança de vida (número médio de anos que um recém-nascido esperaria viver), mas também pessoas com menos esperança na vida, realidade que tem elevado o número de suicídios, inclusive na terceira idade. O mundo está cada vez mais cheio, com menos espaço para viver , contudo, as pessoas se sentem cada vez mais vazias e mais sedentas de paz e de um sentido na vida. Gerald Jampolsky, psiquiatra americano, afirmou que os outros não precisam mudar para que você possa experimentar a paz interior. É possível a paz com Deus por meio de Jesus Cristo (como está escrito na Bíblia, em Romanos 5:1). Crer é uma decisão pessoal que cada um deve tomar individualmente. Walt Emerson disse: “O que está atrás de nós e o que está diante de nós são questões muito pequenas comparadas ao que está dentro de nós”. O vazio interior está relacionado ao afastamento entre o homem e Deus. A Bíblia afirma que os nossos pecados fazem separação entre nós e Deus (Isaías 59:2). Você pode não ser um mentiroso ou assassino ou ladrão, mas o mal nasce dentro de todos nós. Por isso, cometemos erros, seja por pensamentos, seja por ações, seja por omissões. E isso é o que a Bíblia chama de pecado. Todos nós somos pecadores — o que estabelece barreira entre nós e Deus. Não conseguimos quebrar esse obstáculo, vencer essa distância que nos separa de Deus, mesmo com boas obras e cerimônias religiosas.
Mas Deus providenciou uma solução ao enviar Jesus ao mundo. Ele veio para morrer na cruz em nosso lugar e perdoar todos os pecados. Ele ressuscitou, derrotando a morte. Jesus Cristo está vivo e cabe a cada um responder ao seu convite: “Venham a mim todos os que estão cansados e sobrecarregados e Eu vos aliviarei”. Se a sua resposta é positiva, diga: “Senhor Deus, venho como estou. Eu creio no Senhor e creio que Jesus morreu em meu lugar. Por isso, quero que Jesus seja o meu Deus e Salvador. Reconheço que tenho pecados, nem me lembro de todos eles, e que por causa deles mereço a sua condenação. Mas desejo receber o perdão que Jesus conquistou para mim quando morreu na cruz em meu lugar. Peço que o Senhor me perdoe e que entre agora mesmo na minha vida, purificando-me de todos os meus pecados e preenchendo o vazio que há em mim, dando pleno sentido e direção à minha vida. Obrigado pela salvação que Jesus me oferece. Em nome dele, amém”.
Este é o início de uma nova vida, em que reina a esperança onde antes havia o vazio. “Cristo em vós, a esperança da glória.” (Colossenses 1:27)
Se você fez essa oração ou tem alguma pergunta, fique à vontade para enviar um email para
[email protected]
Copyright 2013 por Fábio Ikedo Diagramação: Neriel Lopez Revisão: Angela Ikedo, Tirzah Fernandes Pinto, Carlos Osvaldo Pinto e Rosana Brandão Ihara