BUDISMO EM POUCAS PALAVRAS Narada Mahathera
Tradução e Edição: Ricardo J. C. Sousa
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2ª Edição – revisada Janeiro de 20!
– "is#ribuição $ra#ui#a –
Ficha Técnica
T%#ulo em por#u$u&s: 'udismo em (oucas (alavras (alavras T%#ulo ori$inal: 'udd)ism in a *u#s)ell +u#or: *arada ,a)a#)era Tradução e Edição: Ricardo J. C. Sousa "esi$n da capa e pa$inação: Ricardo J. C. Sousa -o#o$raa da capa: / Ricardo J. C. Sousa Edição: ,aio de 201 2 Edição – revisada: Janeiro de 20! Traduido a par#ir de: )3p:44www.access#oinsi$) )3p:44www .access#oinsi$)#.or$4lib4au#)ors4na #.or$4lib4au#)ors4narada4nu#s)ell.)#m rada4nu#s)ell.)#mll Cop5ri$)# /672 'udd)is# (ublica#ion Socie#5. (ode8se copiar9 reorma#ar9 reimprimir9 republicar9 e redis#ribuir es#e #rabal)o por ;ual;uer meio9 desde ;ue: <= se>am dispon%veis $ra#ui#amen#e e9 no caso de reimpressão9 apenas em ;uan#idade não superior a 10 c?pias@ <2= ;ue indi;ue claramen#e ;ue #odos os derivados des#e #rabal)o
*"FCE (reGcio...................................................................................................H F. I 'udd)a............................................................................................1 FF. I ")amma: uma -ilosoaK.......................................................B FFF. uma Reli$iãoK.............................................................................22 FL. o 'udismo um Sis#ema #icoK..................................................27 L. +l$umas Carac#er%s#icas Relevan#es do 'udismo.....................B LF. Mamma: + Nei da Causalidade ,oral.......................................H LFF. Renascimen#o...............................................................................12 LFFF. (a#icca Samuppada....................................................................16 FO. +na3a: + Fnsubs#ancialidade...................................................... !B O. *ibbana........................................................................................... P0 OF. I Camin)o para o *ibbana........................................................ PH +p&ndice.............................................................................................. 7H Concen#ração na Respiração < Ana pa na Sati)..........................7H ,edi#ação da 'ondade +morosa < Mea )..............................77 (ereiçAes (Pa rami)....................................................................62
(RE-QCFI Budismo em Poucas Palavras apareceu pela primeira ve em 6BB. "esde en#ão9 vGrios lan#ropos publicaram dis#in#as ediçAes para dis#ribuição $ra#ui#a.
(ara uma eposição mais comple#a dos #emas discu#idos a;ui9 aos lei#ores se l)es su$ere amavelmen#e ;ue leiam a edição revisada e mais ampla de The Buddha and His Teachings 9 publicado em 6!H. + permissão para reimprimir ou #raduir es#e livro pode ob#er8se de orma $ra#ui#a.
*+R+"+ La>irarama Colombo9 Sri Nana. Jun)o de 6P1
Namo Tassa Bhagavato Arahato Samma-Sambuddhassa
–H–
F. I '""+ *a lua c)eia de ,aio9 no ano de !2B a. C.9 nasceu na re$ião do *epal um pr%ncipe indiano Sa5a c)amado Sidd)ar#)a Uo#ama9 ;ue es#ava des#inado a ser o maior mes#re reli$ioso do mundo. Criado em luo e #endo recebido uma educação ade;uada a um pr%ncipe9 casou e #eve um l)o. Sua na#urea con#empla#iva e compaião sem limi#es não l)e permi#iram desru#ar dos praeres ma#eriais eVmeros da casa real. +pesar de não #er ;ue supor#ar penas e aWiçAes9 se compadeceu proundamen#e pela dor da )umanidade. *o meio do conor#o e da prosperidade9 se deu con#a da universalidade da dor. I palGcio9 com #odos os en#re#enimen#os mundanos9 deiou de ser um lu$ar a$radGvel para o pr%ncipe compassivo. C)e$ou o momen#o opor#uno para ele par#ir. Compreendendo a vaidade dos praeres sensuais9 com os seus 26 anos9 renunciou a #odos os praeres mundanos e9 ves#indo8se com um simples man#o amarelo de asce#a9 s?9 sem din)eiro9 oi em busca da Lerdade e da (a. Tra#ou8se de uma renuncia )is#?rica sem preceden#es9 >G ;ue não renunciou na vel)ice mas na Wor da vida9 e não na pobrea mas na abundXncia. Se$uindo a crença da Vpoca de ;ue não se podia ob#er a liber#ação a menos ;ue se levasse uma vida de es#ri#o asce#ismo9 pra#icou ener$icamen#e #odas as ormas de aus#eridades severas. YSomando vi$%lia ap?s vi$%lia9 e peni#&ncia –1–
ap?s peni#&nciaZ9 levou a cabo um esorço sobre8)umano duran#e seis lon$os anos. Seu corpo cou reduido a pouco mais ;ue um es;uele#o. Duan#o mais a#ormen#ava o seu corpo9 mais se aas#ava dos seus ob>e#ivos. +s aus#eridades penosas mas sem &i#o ;ue pra#icou com de#erminação provaram8se absolu#amen#e in[#eis. Es#ava a$ora comple#amen#e convencido9 por eperi&ncia pessoal9 da comple#a u#ilidade da au#o8mor#icação ;ue )avia debili#ado o seu corpo e resul#ado na lassi#ude de esp%ri#o. +provei#ando essa incalculGvel eperi&ncia sua9 nalmen#e decidiu se$uir um camin)o independen#e9 evi#ando os dois e#remos ;ue supAem a au#oindul$&ncia e a au#o8mor#icação. + primeira a#rasa o pr?prio pro$resso espiri#ual e a se$unda debili#a o pr?prio in#elec#o. I novo camin)o ;ue ele mesmo descobriu oi o Camin)o do ,eio9 Mahima Patipada ! ;ue c)e$ou a ser pos#eriormen#e uma das carac#er%s#icas ;ue sobressaem dos seus ensinamen#os. ma man)ã eli9 en;uan#o es#ava proundamen#e absor#o em medi#ação9 sem a>uda nem $uia de nen)um poder sobrena#ural9 apoiado simplesmen#e em seus esorços e sabedoria9 erradicou #odas as con#aminaçAes9 puricou8se a si mesmo9 e9 compreendendo as coisas #al como são9 alcançou a Fluminação <'udeidade= com a idade de B1 anos. *ão )avia nascido 'udd)a9 mas #ornou8se 'udd)a pelo seu pr?prio esorço. Como a personicação perei#a de #odas as vir#udes ;ue pre$ava9 do#ado de uma prounda sabedoria proporcional \ sua compaião inni#a9 dedicou #odo o res#o da sua preciosa vida a
m "esper#o ou Fluminado. –!–
servir a )umanidade pelo seu eemplo e precei#o9 sem es#ar dominado por mo#ivo pessoal al$um. +p?s um mui#o provei#oso minis#Vrio de H1 lon$os anos9 o 'udd)a9 como ;ual;uer ou#ro ser )umano9 sucumbiu \ ineorGvel lei da mudança e9 por m9 aleceu aos 70 anos9 eor#ando seus disc%pulos a considerarem seu Ensinamen#o como o ,es#re. I 'udd)a oi um ser )umano. Como )omem nasceu9 como )omem viveu e como )omem sua vida c)e$ou ao m. +inda ;ue sendo )umano9 c)e$ou a ser um )omem e#raordinGrio < Acchari"a Manussa=9 mas ele nunca se arro$ou de nen)um #ipo de divindade. I 'udd)a deu &nase a esse pon#o impor#an#e para não dar lu$ar a ;ue al$uVm caia no erro de pensar ;ue ele era um ser divino imor#al. +or#unadamen#e9 não )G deicação no caso do 'udd)a. *o en#an#o deve8se ressal#ar9 ;ue não )ouve ,es#re Y#ão irreli$ioso como o 'udd)a e9 no en#an#o9 #ão parecido com "eusZ. I 'udd)a não V uma encarnação do deus )indu Lis)n[9 como oi acredi#ado por al$uns9 não V um salvador ;ue livremen#e salva ou#ros por in#ermVdio de sua salvação pessoal. I 'udd)a eor#a seus disc%pulos a dependerem deles mesmos para a liber#ação9 para ;ue purea e impurea dependa de cada um. Claricando sua relação com seus se$uidores e ena#iando a impor#Xncia da au#oconança e do esorço individual9 'udd)a arma claramen#e:
–P–
YLoc&s devem8se esorçar9 os Ta#)a$a#as 2 apenas são os mes#res.Z Is 'udd)as apon#am o camin)o9 e cabe a n?s se$uir esse camin)o para ob#er a nossa puricação. Y"epender de ou#ros para a salvação V ne$a#ivo9 mas depender de nos mesmos V posi#ivo.Z + depend&ncia de ou#ros si$nica a desis#&ncia de nossos pr?prios esorços. Eor#ando o seus disc%pulos a serem au#o8dependen#es o 'udd)a disse no Parinibba na Sua: YSe>am il)as para voc&s mesmos9 reu$io para voc&s mesmos9 não bus;uem re[$io em ou#ros.Z Es#as si$nican#es palavras são enal#ecedoras em si mesmas. Revelam ;uão vi#al V o pr?prio esorço para cumprir os prop?si#os e como de [#il e supercial V buscar a redenção por meio de salvadores beni$nos e ansiar a elicidade ilus?ria depois da vida median#e a propiciação a deuses ima$inGrios ou oraçAes sem respos#a e sacri%cios caren#es de sen#ido. ,ais ainda9 o 'udd)a não reivindica o monop?lio da 'udeidade9 ;ue9 de ac#o9 não V prerro$a#iva de nen)uma pessoa especialmen#e a$raciada. Ele alcançou o mais al#o es#ado poss%vel de pereição a ;ue uma pessoa pode aspirar e9 sem o pun)o ec)ado de um mes#re9 revelou o [nico camin)o corre#o ;ue condu a esse es#ado. Se$undo o ensinamen#o de 'udd)a9 ;ual;uer um pode aspirar a #al es#ado supremo de pereição se er o esorço necessGrio. 'udd)a não condena os )omens 2
Ni#.9 +;uele ;ue assim veio. ] *. do T.: +ssim ido < tatha-gata= ou +ssim vindo
c)amando8l)es de maldi#os pecadores9 mas9 pelo con#rGrio9 ele os ale$ra diendo ;ue são puros de coração na sua conceção. *a sua opinião9 o mundo não V perverso mas es#G conundido pela i$norXncia. Em ve de desencora>ar os seus se$uidores e reservar para si esse es#ado de eal#ação9 ele os encora>a e os indu a imi#G8lo9 dado ;ue a 'udeidade es#G la#en#e em #odos. "e cer#o modo9 #odos somos 'udd)as po#enciais. +;uele ;ue aspira a conver#er8se em 'udd)a V c)amado de 'od)isa3a9 ;ue li#eralmen#e si$nica9 ser de sabedoria. Es#e ideal 'od)isa3a V o mais boni#o e mais renado curso de vida ;ue >amais )avia sido apresen#ado a es#e mundo e$oc&n#rico9 o ;ue V mais nobre ;ue uma vida de serviço e pureaK Como )omem ele alcançou a 'udeidade e proclamou ao mundo as impensGveis possibilidades la#en#es e o poder cria#ivo do )omem. Em ve de p^r sob o )omem um "eus #odo poderoso invis%vel ;ue arbi#rariamen#e con#rola os des#inos da )umanidade9 e aendo8a subservien#e a um puder supremo9 ele elevou o valor da )umanidade. -oi ele ;ue ensinou ;ue o )omem pode ob#er a sua liber#ação e puricação pelo seu pr?prio esorço sem depender de um "eus e#erno nem da mediação de sacerdo#es. -oi ele ;ue ensinou ao mundo e$oc&n#rico a nobre ideia do serviço desin#eressado. -oi ele ;ue se rebelou con#ra o de$radan#e sis#ema de cas#as e ensinou a i$ualdade dos seres )umanos e deu as mesmas opor#unidades para ;ue #odos possam dis#in$uir8se em cada camin)ada da vida. "eclarou ;ue as por#as do &i#o e da prosperidade es#avam aber#as a #odos os ;ue9 em #odas as condiçAes de vida9 al#a ou baia9 san#a ou criminal9 se preocuparem por virar a pG$ina e aspirarem \ pereição. –6–
Fndependen#emen#e da cas#a9 cor ou classe9 ele es#abeleceu #an#o para )omens como para mul)eres uma Irdem celiba#Gria democra#icamen#e cons#i#u%da. *ão orçou seus se$uidores a serem escravos dos seus Ensinamen#os nem de si mesmo9 mas l)es concedeu comple#a liberdade de pensamen#o. Conor#ou os aWi$idos com suas palavras de consolo. +ssis#iu os doen#es abandonados. +>udou os pobres ;ue es#avam descuidados. Enobreceu a vida dos iludidos9 puricou as corrup#as vidas dos criminosos. +nimou os dVbeis9 uniu os divididos9 iluminou o i$noran#e9 claricou o m%s#ico9 $uiou o conundido9 elevou as bases9 di$nicou o nobre. Ricos e pobres9 san#os e criminosos l)es amava por i$ual. Reis dVspo#as e >us#os9 erudi#os amosos e obscuros9 e )umildes9 pobres indi$en#es9 pessoas oprimidas ;ue buscam seu sus#en#o na imund%cie9 assassinos perversos9 cor#esãs despreciadas – #odos se beneciaram das suas palavras de sabedoria e compaião. Seu nobre eemplo oi on#e de inspiração para #odos. Seu semblan#e pac%co e sereno oi uma visão #ran;uiliadora para os ol)os piedosos. Sua mensa$em de (a e TolerXncia oi bem recebida por #odos com ale$ria indescri#%vel e oi on#e de e#erno bene%cio para #odos a;ueles ;ue oram aor#unados em ouvi8las e pra#icG8las. Inde ;uer ;ue os seus ensinamen#os pene#raram deiaram uma impressão indelVvel no carG#er das respe#ivas $en#es. I avanço cul#ural de #odas as naçAes 'udis#as oi devido principalmen#e aos seus sublimes Ensinamen#os. "e ac#o9 #odos os pa%ses 'udis#as como Sri Nana9 'irmXnia9 TailXndia9 Cambo>a9 Lie#nam9 Naos9 *epal9 Tibe#e9 C)ina9 ,on$?lia9 Coreia9 Japão9 e#c.9 cresceram no berço do 'udismo. +inda ;ue #en)a – 0 –
#ranscorrido mais de 2100 anos desde a mor#e do seu $rande ,es#re9 #odavia sua personalidade [nica eerce uma $rande inWu&ncia sobre #odos a;ueles ;ue v&m a con)ec&8lo. Sua de#erminação9 prounda sabedoria9 amor universal9 compaião inni#a9 serviço desin#eressado9 renuncia )is#?rica9 purea perei#a9 personalidade ma$nV#ica9 mV#odos eemplares empre$ados para propa$ar os Ensinamen#os e seu &i#o nal – #odos es#es a#ores impulsionaram a ;ue )o>e9 cerca de um ;uin#o da população do mundo aclame o 'udd)a como seu ,es#re supremo. -aendo uma )omena$em arden#e ao 'udd)a9 Sri Rad)aris)nan declara: Y*o 'udd)a Uo#ama #emos uma men#e $enial do orien#e incomparGvel no ;ue di respei#o \ inWu&ncia sobre o pensamen#o e a vida da raça )umana9 sendo venerado por #odos os undadores de uma #radição reli$iosa cu>o dom%nio não V menos amplo e proundo ;ue ;ual;uer ou#ra. (er#ence \ )is#?ria do pensamen#o do mundo9 \ )erança $eral de #odos os )omens cul#os9 a >ul$ar pela in#e$ridade in#elec#ual9 seriedade moral e en#endimen#o espiri#ual9 V sem d[vida uma das $randes $uras da is#?ria.Z *o #The Three $reatest Men in Histor"%! . U. _ells escreve: Y*o 'udd)a v&8se claramen#e um )omem simples9 devo#o9 lu#ando soin)o para encon#rar a lu – uma vivida personalidade )umana9 não um mi#o. "eu uma mensa$em para o ser )umano universal. ,ui#as das nossas mel)ores ideias modernas es#ão em es#rei#a – –
)armonia com essa mensa$em. Todas as misVrias e descon#en#amen#os devem8se9 ensinava ele9 ao e$o%smo. +n#es ;ue um )omem possa alcançar a serenidade deve deiar de viver para os seus sen#idos ou para si mesmo. Em se$uida9 ele se unde com um $rande ser. 'udd)a9 em uma l%n$ua dieren#e9 e uma c)amada ao desprendimen#o9 ao não e$o%smo9 100 anos an#es de Cris#o. Em cer#o sen#ido9 es#G mais per#o de n?s e das nossas necessidades. Sobre nossa impor#Xncia individual9 oi mais l[cido ;ue Cris#o9 e sobre a ;ues#ão da imor#alidade pessoal9 menos amb%$uo.Z S#. ilaire apon#a: YI modelo perei#o de #odas as vir#udes ;ue pre$a. Sua vida não #em uma s? n?doa.Z -ausball disse: YDuan#o mais o con)eço9 mais l)e amo.Z m )umilde se$uidor seu diria: YDuan#o mais l)e con)eço9 mais o amo@ ;uan#o mais o amo9 mais o con)eço.Z
– 2 –
FF. I "+,,+: uma -ilosoaK I sis#ema não8a$ressivo9 moral e los?co epos#o pelo 'udd)a9 ;ue não ei$e V ce$a de seus adep#os9 ;ue epAe crenças não do$mG#icas9 ;ue incen#iva a ;ue não se levem a cabo ri#os supers#iciosos ou cerim?nias9 mas ;ue advo$a um meio Gureo ;ue $uie o disc%pulo a#ravVs da vida pura e pensamen#os puros para ob#er a sabedoria suprema e a liber#ação do mal9 V c)amado de ")amma e V popularmen#e con)ecido como 'udismo.B I #odo compassivo 'udd)a morreu9 mas o sublime ")amma ;ue ele sem reservas le$ou \ )umanidade9 #odavia eis#e em sua pr%s#ina purea. +inda ;ue o ,es#re não #en)a deiado palavras escri#as de seus Ensinamen#os9 seus ilus#res disc%pulos as preservaram memoriando8as e #ransmi#indo8as de orma oral de $eração em $eração.
B
*. do T.: ` ;ue reerir ;ue ")amma9 em sXnscri#o ")arma9 era uma palavra >G usada an#es da Vpoca de 'udd)a. +l$umas epressAes an#i$as para iden#icar o Y'udismoZ são: &hamma-'ina"a
Fmedia#amen#e depois de sua mor#e9 100 c)ees +ra)a#s H versados no ")amma1 e no Lina5a9! realiaram uma assembleia para epor a "ou#rina #al como oi ensinada ori$inalmen#e pelo 'ud))a. I LenerGvel +nanda T)era9 ;ue desru#ou do privilV$io especial de ouvir #odos os discursos9 reci#ou o ")amma9 en;uan#o o LenerGvel pali9 reci#ou o Lina5a. I Tipi#aa oi compilado e dispos#o na sua orma a#ual por a;ueles +ra)a#s do passado. "uran#e o reinado do piedoso Rei Sin)ala La3a$amani +b)a5a9 em 7B a. C.9 o Tipi#aa oi consi$nado por escri#o em ol)as de palmeira no Sri Nana pela primeira ve na )is#?ria do 'udismo. I volumoso Tipi#aa9 ;ue con#Vm a ess&ncia dos Ensinamen#os do 'udd)a9 es#ima8se ;ue #em one vees o #aman)o da '%blia. m impressionan#e con#ras#e en#re o Tipi#aa e a '%blia V ;ue o primeiro não V desenvolvido $radualmen#e como o se$undo. Como a pr?pria palavra indica9 o Tipi#aa consis#e em #r&s ces#os9 ;ue são: . Ces#o da "isciplina <'ina"a Pitaa= 2. Ces#o dos "iscursos
Ni#eralmen#e9 os ;ue são di$nos. São os disc%pulos iluminados ;ue des#ru%ram #odas as paiAes.
1
I Ensinamen#o.
!
+ "isciplina. – H –
B. Ces#o da "ou#rina l#ima < Abhidhamma Pitaa=
I Lina5a (i#aa9 ;ue se considera as undaçAes da mais an#i$a ordem celiba#Gria da )is#?ria – a San$)a – #ra#a principalmen#e das re$ras e re$ulamen#os ;ue o 'udd)a promul$ou9 se$undo a ocasião ;ue se apresen#ava9 para a disciplina u#ura da Irdem de mon$es < Bhihus= e mon>as
. Pa ra ia (ali – Iensas ,aiores 2. Pa cii"a (ali – Iensas ,enores handaa:
B. Maha vagga (ali – Urande Secção H. *ullavagga (ali – (e;uena Secção 1. Pariva ra (ali – Ep%#ome do Lina5a
I Su3a (i#aa consis#e principalmen#e nos discursos pronunciados pelo pr?prio 'udd)a em diversas ocasiAes. – 1 –
TambVm se incluem uns poucos discursos de al$uns dos seus disc%pulos dis#in#os #ais como os LenerGveis Saripu3a9 +nanda9 ,o$$allana9 e#c. como um livro de prescriçAes9 sendo ;ue os sermAes ;ue ali se incorporam oram epos#os para se ade;uarem \s dieren#es ocasiAes e aos #emperamen#os das diversas pessoas. (odem #er armaçAes aparen#emen#e con#radi#?rias9 mas não deveriam ser mal in#erpre#adas >G ;ue oram pronunciadas opor#unamen#e pelo 'udd)a com um prop?si#o concre#o: por eemplo9 \ mesma per$un#a9 o 'udd)a poderia man#er absolu#o sil&ncio como respos#a \ ;ues#ão <;uando o ;ue per$un#ava es#ava a ser in;uisi#ivo de orma #ola= ou dar uma respos#a de#al)ada ;uando sabia ;ue ;uem per$un#ava o )avia ei#o de orma consciencialiada. + maior par#e dos sermAes es#avam concebidos principalmen#e para bene%cio dos mon$es e #ra#avam da Lida Sa$rada e da eposição da dou#rina. TambVm )G ou#ros discursos ;ue #ra#am #an#o do pro$resso ma#erial como moral dos seus se$uidores lei$os. Es#e (i#aa divide8se em cinco *ia5as ou coleçAes: . &i gha Nia "a
B. +da na <inos de +le$ria= H. ,tivuaa <"iscursos Y+ssim oi di#oZ= 1. Sua Nipa ta <"iscursos Cole#ados= !. 'imana 'ahu <is#?rias das ,ansAes Celes#iais= P. Peta 'ahu <is#?rias dos (e#as= 7. Theraga tha
I +b)id)amma (i#aa V o mais impor#an#e e mais in#eressan#e dos #r&s por con#er a losoa prounda dos Ensinamen#os do 'udd)a em con#ras#e com os reveladores e mais simples discursos do Su3a (i#aa. *o Su3a (i#aa encon#ra8se o Ensinamen#o Convencional <'oha ra-desana = en;uan#o ;ue no +b)id)amma (i#aa encon#ra8 se o Ensinamen#o l#imo
minuciosamen#e como aWoram os pensamen#os. (roblemas irrelevan#es9 ;ue embora in#eressem ao $Vnero )umano mas não #&m relação com a puricação pessoal9 são deliberadamen#e pos#os de lado. ,a#Vria V sumariamen#e discu#ida@ as unidades undamen#ais da ma#Vria9 propriedades da ma#Vria9 on#es da ma#Vria9 relaçAes en#re men#e e ma#Vria9 são eplanadas. I +b)id)amma inves#i$a a men#e e ma#Vria9 os a#ores ;ue compAem o ;ue c)amamos de ser9 para a>udar a en#ender as coisas #al como são verdadeiramen#e9 e #oda uma losoa se desenvolveu sobre es#as lin)as. 'aseado nes#a losoa evoluiu um sis#ema V#ico para levar a cabo o ob>e#ivo [l#imo9 o *ibbana.P I +b)id)amma (i#aa con#Vm se#e livros: . 2. B. H. 1. !. P.
&hammasan gani
I Tipi#aa V como lei#e para o bebV e carne para o or#e9 pois 'udd)a ensinou sua dou#rina #an#o para as massas como para os in#elec#uais. I sublime ")amma consa$rado nes#es #e#os #ra#a de ac#os e verdades9 e não se preocupa com #eorias e P
*. do T.: *irvana9 em sXnscri#o. – 7 –
losoas ;ue )o>e poderiam ser acei#es como verdades proundas e a#iradas ao mar aman)ã. I 'udd)a não nos presen#eou com #eorias los?cas assombrosas9 nem se aven#urou a criar uma ;ual;uer nova ci&ncia ma#erial. *o ;ue respei#a \ nossa emancipação9 nos eplicou o ;ue V essencial e o ;ue não V9 e principalmen#e9 ep^s um camin)o de liberação ;ue V [nico. + prop?si#o9 an#ecipou8se a mui#os cien#is#as e l?soos modernos. Sc)open)auer no seu livro9 #&ie 0elt als 0ille und 'orstellung%
e#o de con)ecimen#o ;ue não se>a passa$eiro nem eVmero9 mas imu#Gvel9 permanen#e9 para sempreZ. 'erele5 provou ;ue o c)amado G#omo indivis%vel V uma cção me#a%sica. ume9 ap?s uma anGlise implacGvel da men#e9 concluiu ;ue a consci&ncia V uma se;u&ncia de es#ados men#ais u$aes. 'er$son deende a dou#rina da mudança. I (ro. James alude a um Wuo de consci&ncia. I 'udd)a epos es#as dou#rinas de Transi#oriedade < Annica=9 Sorimen#o <&uha=9 *ão8Eu < Anaa = )G uns 2100 anos en;uan#o via>ava pelo vale do Uan$es. "everG en#ender8se bem9 ;ue 'udd)a não pre$ou #udo o ;ue sabia. Em uma ocasião9 en;uan#o o 'udd)a es#ava passeando por uma Wores#a9 pe$ou um pun)ado de ol)as e disse: – 6 –
YI) ')i)us9 o ;ue eu ensinei V comparGvel a es#as ol)as em min)a mão. I ;ue eu não ensinei V comparGvel \ ;uan#idade de ol)as na Wores#a.Z Ensinou o ;ue considerou ;ue era absolu#amen#e essencial para a puricação de cada um9 não aendo nen)uma dis#inção en#re dou#rina eso#Vrica e eo#Vrica. abi#ualmen#e9 $uardou sil&ncio sobre ;ues#Aes ;ue eram irrelevan#es para a sua nobre missão. I 'udismo9 sem d[vida9 V coeren#e com a ci&ncia9 mas ambos deveriam ser #ra#ados como ensinamen#os paralelos9 dado ;ue um #ra#a principalmen#e de verdades ma#eriais en;uan#o ;ue o ou#ro limi#a8se a verdades morais e espiri#uais. I assun#o de cada um V dieren#e. I ")amma ;ue o 'udd)a ensinou não V al$o ;ue somen#e deve ser preservado em livros9 nem V uma ma#Vria a ser es#udada de um pon#o de vis#a )is#?rico ou li#erGrio. (elo con#rario9 V para ser aprendido e pos#o em prG#ica no decorrer da vida diGria de cada um9 dado ;ue9 sem essa prG#ica9 não se pode c)e$ar a apreciar a verdade. I ")amma V para ser es#udado9 e ainda mais9 pra#icado9 mas acima de #udo9 realiado@ realiação imedia#a V o seu ob>e#ivo principal. *esse sen#ido9 ")amma pode comparar8se com uma >an$ada ;ue V concebida com o [nico prop?si#o de escapar do oceano do nascimen#o e mor#e
+ losoa #ra#a principalmen#e do con)ecimen#o e não se preocupa com a prG#ica@ en;uan#o ;ue o 'udismo pAe &nase especial na prG#ica e realiação.
– 2 –
FFF. ,+ RENFUFIK *ão V uma reli$ião no sen#ido em ;ue se en#ende )abi#ualmen#e es#a palavra9 dado ;ue não V Yum sis#ema de V e cul#o ;ue deve lealdade a al$um ser sobrena#uralZ. I 'udismo não ei$e V ce$a de seus adep#os. +;ui9 a mera crença V des#ronada e subs#i#u%da pela conança baseada no con)ecimen#o do ;ue9 em (ali9 se con)ece como Saddha . + conança deposi#ada por um se$uidor no 'udd)a9 V como a de uma pessoa doen#e em um nobre mVdico ou de um es#udan#e no seu proessor. m 'udis#a busca re[$io no 'udd)a por;ue oi ele ;ue descobriu o Camin)o da Niber#ação. m 'udis#a não busca re[$io no 'udd)a com a esperança de ser salvo pela puricação pessoal do 'udd)a. I 'udd)a não dG #al $aran#ia. *ão es#G den#ro da capacidade do 'udd)a limpar as impureas dos ou#ros. *in$uVm pode corromper ou puricar ou#ro. I 'udd)a9 como ,es#re ou (roessor9 nos ins#rui9 mas somos n?s mesmos dire#amen#e responsGveis pela nossa puricação. +inda ;ue um 'udis#a bus;ue re[$io no 'udd)a9 não )G nen)uma abne$ação. Tampouco um 'udis#a sacrica sua liberdade de pensamen#o conver#endo8se em se$uidor de 'udd)a. (ode eercer sua pr?pria livre von#ade e desenvolver – 22 –
seu con)ecimen#o inclusive a#V ao pon#o de #ornar8se ele mesmo num 'udd)a. I pon#o de par#ida do 'udismo V raciocinar ou compreender9 ou9 em ou#ras palavras9 Samma -&it1t1hi . +os ;ue buscam a verdade9 o 'udd)a l)es disse: Y*ão acei#eis nada ;ue ouvis#e –
Y,as ;uan#o #iverem compreendido por voc&s mesmos de ;ue – is#o V imoral9 is#o V indi$no9 is#o censura a prud&ncia ou o >u%o9 is#o9 ;uando se a e se assume9 leva \ ru%na e ao sorimen#o – en#ão9 re>ei#e8o realmen#e.Z YDuando sabeis por voc&s mesmos ;ue – es#as coisas são morais9 são irrepreens%veis9 são elo$iadas por sua prud&ncia e por seu >u%o9 es#as coisas9 ;uando se aem e se assumem9 conduem ao bem8es#ar e \ elicidade – en#ão9 ;ue vivam a$indo em conormidade.Z Es#as palavras inspiradoras do 'udd)a ainda re#&m sua orça e rescura ori$inal. Embora não )a>a V ce$a9 pode8se discu#ir se )G ou não cul#o a ima$ens9 e#c.9 no 'udismo. Is 'udis#as não adoram ima$ens esperando avores espiri#uais ou #errenos9 mas pres#am rever&ncia ao ;ue elas represen#am. m 'udis#a conscien#e9 oerecendo incenso e Wores a uma ima$em9 se a sen#ir epressamen#e a si mesmo na presença de 'udd)a em vida9 e assim9 $an)a inspiração da sua personalidade nobre e respira proundamen#e da sua compaião ilimi#ada. Ten#a se$uir o nobre eemplo de 'udd)a. + Grvore 'od)i V #ambVm um s%mbolo da iluminação. Es#es ob>e#os e#ernos de rever&ncia não são absolu#amen#e necessGrios9 s? ;ue são [#eis na medida em ;ue #en#am acili#ar a nossa concen#ração. ma pessoa in#elec#ual poderia prescindir – 2H –
deles >G ;ue acilmen#e poderia ar sua a#enção e visualiar o 'udd)a. (ara nosso pr?prio bem9 e por $ra#idão9 aemos #al mos#ra e#erna de respei#o9 mas o ;ue o 'udd)a espera do seu disc%pulo não V #an#o rever&ncia mas a observXncia real dos seus ensinamen#os. 'udd)a disse: Y,e )onra mais ;uem mel)or pra#ica os meus ensinamen#os. +;uele ;ue v& o ")amma me v& a mim.Z *o ;ue di respei#o \s ima$ens9 con#udo9 o conde ermann Me5serlin$ di: Y*ão ve>o nada maior nes#e mundo ;ue a es#G#ua de 'udd)a. uma personicação absolu#amen#e perei#a da espiri#ualidade no dom%nio vis%vel.Z ,ais ainda9 deve8se mencionar ;ue não )G oraçAes de pe#ição e in#ercessão no 'udismo. Iu se>a9 por mui#o ;ue possamos orar a 'udd)a9 não seremos salvos. I 'udd)a não concede avores a;ueles ;ue ream. Em lu$ar de oraçAes de pe#ição eis#e a medi#ação9 ;ue leva ao au#ocon#rolo9 puricação e iluminação. + ,edi#ação não V nem um devaneio silencioso nem man#er a men#e em branco. Tra#a8se de um esorço a#ivo. Serve como um #?nico #an#o para o coração como para a men#e. 'udd)a não s? ala da inu#ilidade de oerecer oraçAes mas #ambVm menosprea a men#alidade de escravo. m 'udis#a não deve rear para ser salvo9 mas deve conar em si mesmo e $an)ar sua liberdade. liberdade. – 21 –
Y+s oraçAes ad;uirem um carG#er de comunicaçAes privadas9 ne$ociaçAes e$o%s#a com "eus. (erse$uem ob>e#os de ambição #errena e inWamam o sen#ido do Eu. + medi#ação9 pelo con#rario9 V uma mudança pessoal.Z – Sri Rad)aris)nan *o 'udismo não eis#e9 como na maioria das ou#ras reli$iAes9 um "eus Todo8(oderoso para ser obedecido e #emido. 'udd)a não cr& num po#en#ado c?smico9 omniscien#e e omnipresen#e. *o 'udismo não )G revelaçAes divinas nem mensa$eiros divinos. m 'udis#a9 por#an#o9 não V servil a nen)um poder superior sobrena#ural ;ue con#rola o seu des#ino e ;ue arbi#rariamen#e premia e cas#i$a. *a medida em ;ue os 'udis#as não cr&em nas revelaçAes de um ser divino9 o 'udismo não reclama do monop?lio da verdade e não condena nen)uma ou#ra reli$ião. ,as o 'udismo recon)ece as inni#as possibilidades la#en#es do )omem e ensina ;ue o )omem pode ob#er a liber#ação do sorimen#o por seus pr?prios esorços e independen#emen#e independen#emen#e de a>udas divinas ou sacerdo#es mediadores. I 'udismo por conse$uin#e9 não pode denominar8se es#ri#amen#e reli$ião por;ue não V um sis#ema de V e cul#o nem es#G >us#icado Yo a#o e#erno ou orma pela ;ual os )omens mos#ram seu recon)ecimen#o da eis#&ncia de um "eus ou deuses ;ue #&m poder sobre os seus des#inos e a ;ue se deve obedecer9 servir e )onrarZ. Se por reli$ião se en#ende Yum ensinamen#o ;ue compor#a uma visão da vida ;ue V mais ;ue supercial9 um ensinamen#o ;ue ol)a para a vida e não meramen#e para ele9 um ensinamen#o – 2! –
;ue do#a os )omens com um $uia de condu#a de acordo com essa consideração in#erna9 um ensinamen#o ;ue permi#e ;ue a;ueles ;ue l)e pres#am a#enção encararem a vida com or#i#ude e a mor#e com serenidadeZ9 7 ou um sis#ema para se livrar dos males da vida9 en#ão9 V cer#amen#e a reli$ião das reli$iAes.
7
')i)u Silacara. – 2P –
FL. I '"FS,I , SFSTE,+ TFCIK *ão )G d[vida ;ue con#Vm um ecelen#e c?di$o de V#ica ;ue V incomparGvel em sua pereição e a#i#ude al#ru%s#a. -ornece um modo de vida para os mon$es e um para os lei$os. ,as o 'udismo V mui#o mais ;ue um ensinamen#o moral comum. + moralidade V apenas a ase preliminar no Camin)o da (urea9 e V um meio para um m9 não um m em si mesmo. Con#udo9 embora essencial9 V por si s? insucien#e para ob#er a pr?pria emancipação. "eve ser acompan)ada de sabedoria ou con)ecimen#o
para ele na )ora de aer o bem ou abs#er8se de aer o mal. m 'udis#a es#G cien#e das conse;u&ncias u#uras9 abs#Vm8se de aer o mal9 por;ue ele o re#rocede9 e a o bem9 pois a>uda no pro$resso em direção \ Fluminação < Bodhi=. G #ambVm al$uns ;ue aem o bem9 por;ue V bom9 e abs#&m8se do mal9 por;ue V ruim. (ara en#ender o ececionalmen#e al#o padrão de moralidade ;ue o 'udd)a espera dos seus se$uidores ideais9 deve ler8se a#en#amen#e o ")ammapada9 Si$alovada Su3a9 L5a$$apa>>a Su3a9 ,an$ala Su3a9 Maran i 5asari ,e3a Su3a9 (ara b)ava Su3a9 Lasala Su3a9 ")ammia Su3a9 e#c. Como ensinamen#o moral9 supera #odos os demais sis#emas V#icos9 mas moralidade V s? o principio não o m do 'udismo. *um sen#ido9 'udismo não V uma losoa9 nou#ro sen#ido9 V a losoa das losoas. *um sen#ido9 o 'udismo não V uma reli$ião9 em ou#ro sen#ido9 V a reli$ião das reli$iAes. I 'udismo não V um camin)o me#a%sico nem um camin)o ri#ual%s#ico. *ão V cV#ico nem do$mG#ico. *ão V au#o8mor#icação nem au#oindul$&ncia. *ão V pessimis#a nem o#imis#a. *ão V e#ernalismo nem niilismo. *ão V absolu#amen#e des#e mundo nem de ou#ro. – 26 –
um camin)o [nico de Fluminação. I #ermo (ali ori$inal para 'udismo V ")amma9 ;ue9 li#eralmen#e si$nica Yo ;ue sus#en#aZ. *ão eis#e um #ermo e;uivalen#e em (or#u$u&s ;ue coincida ea#amen#e com o si$nicado do #ermo (ali.6 ")amma V o ;ue realmen#e V. uma "ou#rina da Realidade. Fs#o si$nica Niber#ação do sorimen#o e Niber#ação em si. ")amma eis#e9 es#G presen#e e não V o 'udd)a. (ermaneceu ocul#o dos ol)os dos )omens i$noran#es9 a#V ;ue um 'udd)a9 um Fluminado9 o recon)ece e compassivamen#e revela para o mundo. I ")amma não V al$o al)eio a n?s mesmo9 mas es#G in#imamen#e associado connosco. *esse sen#ido9 o 'udd)a eor#a: YSe>a voc& mesmo como uma il)a9 voc& mesmo como um re[$io. Due o ")amma se>a vossa il)a9 ;ue o ")amma se>a vosso re[$io. *ão procureis nen)um re[$io e#erno.Z – Parinibbha na Sua
6
*. do T.: Ler no#a B no Cap%#ulo FF. – B0 –
L. +NU,+S C+R+CTERSTFC+S RENEL+*TES "I '"FS,I Is undamen#os do 'udismo são as Dua#ro *obres Lerdades9 a saber: I sorimen#o o=@ o seu m a V sorimen#o9 em resumo9 os Cinco +$re$ados inWuenciados pelo ape$o são sorimen#o.Z Dual V a *obre Lerdade da Causa do Sorimen#oK Y o dese>o ;ue nos leva de nascimen#o em renascimen#o9 acompan)ado pela avide e paião9 ;ue 0 *. do. T.: Epressão em -ranc&s ;ue si$nica Ya raão de serZ. *. do T.: Em (ali9 Tanha 9 si$nica sede9 Xnsia9 dese>o e$o%s#a9 dese>o cen#rado na i$norXncia. 2 *. do T.: Epressão em Na#im ;ue si$nica Yo 'em ,aiorZ. usada na losoa para descrever o bem maior ;ue o ser )umano deve buscar. – B –
nos a deliciar ora a;ui ora ali@ V o dese>o de praeres sensuais <7mataṇh7=9 da eis#&ncia e sua con#inuidade o da ani;uilação ou cessação do ser <'ibhavatanha =.ZH Dual V a *obre Lerdade da Cessação do Sorimen#oK Y a aus&ncia de ;ual;uer ves#%$io desse dese>o9 V a cessação #o#al9 o abandono des#e9 a ru#ura deni#iva9 escape9 liber#ação do dese>o.Z Dual V a *obre Lerdade do Camin)o ;ue leva \ Cessação do Sorimen#oK Y o *obre Camin)o c#uplo ;ue consis#e na Compreensão Corre#a9 (ensamen#o Corre#o9 -ala Corre#a9 +ção Corre#a9 ,odo de Lida Corre#o9 Esorço Corre#o9 +#enção (lena Corre#a9 e Concen#ração Corre#a.Z Ten)a sur$ido ou não um 'udd)a9 es#as ;ua#ro Lerdades eis#em no universo. Is 'udd)as apenas revelam es#as Lerdades ;ue se escondiam no abismo obscuro do #empo. Fn#erpre#ado cien#icamen#e9 o ")amma pode c)amar8se a lei da causa8eei#o. 1 Es#es dois abarcam o corpo comple#o dos Ensinamen#os de 'udd)a.
B fnsia associada com YE#ernalismoZ < Sassatadihi=. H fnsia associada com Y*iilismoZ <+cchedadihi =. 1 *. do T.: *ão conundir com Mamma. – B2 –
+s #r&s primeiras represen#am a losoa do 'udismo@ a ;uar#a represen#a a V#ica do 'udismo9 baseada nessa losoa. Es#as ;ua#ro verdades são dependen#es des#e corpo em si mesmas. 'udd)a arma: Y*es#e corpo de uma braça de comprimen#o9 >un#o com as perceçAes e pensamen#os9 eu proclamo o mundo9 a ori$em do mundo9 o m do mundo e o camin)o ;ue condu ao m do mundo.Z +;ui9 o #ermo mundo V aplicado a sorimen#o. I 'udismo repousa sobre o eio da dor. ,as a;ui não se deve inerir ;ue o 'udismo V pessimis#a. *em V #o#almen#e pessimis#a nem #o#almen#e o#imis#a9 mas9 ao con#rGrio9 ensina ;ue a verdade repousa no meio do camin)o en#re os dois. (oderia encon#rar8se >us#icação em c)amar 'udd)a pessimis#a se ele #ivesse apenas enunciado a verdade do sorimen#o sem su$erir um meio para acabar com ele. I 'udd)a percebeu a universalidade da dor e recei#ou uma prescrição para esse mal universal da )umanidade. + maior elicidade ;ue se possa ima$inar9 de acordo com o 'udd)a9 V *ibbana9 ;ue V a #o#al e#inção do sorimen#o. I au#or do ar#i$o sobre pessimismo na EnciclopVdia 'ri#Xnica escreve: YI (essimismo deno#a uma a#i#ude de desesperança ace \ vida9 uma va$a opinião $eral de ;ue a dor e o mal predominam os assun#os )umanos. + dou#rina ori$inal de 'udd)a V #ão o#imis#a como ;ual;uer o#imismo no ociden#e. C)amar de pessimismo V simplesmen#e aplicar o principio carac#er%s#ico do ociden#e pela ;ual a elicidade V imposs%vel sem personalidade. I verdadeiro 'udis#a espera com en#usiasmo ser absorvido pela elicidade e#erna.Z – BB –
*ormalmen#e9 o desru#o dos praeres sensuais V a maior e [nica elicidade do )omem comum. *ão )G d[vida sobre o #ipo de elicidade momen#Xnea envolvendo epec#a#iva9 sa#isação e lembrar de #ais praeres ma#eriais eVmeros9 mas são ilus?rios e #emporGrios. "e acordo com 'udd)a9 o não8ape$o V uma elicidade ainda maior. 'udd)a não espera ;ue seus se$uidores man#en)am uma reWeão cons#an#e sobre o sorimen#o ;ue os condu a uma miserGvel vida ineli. Is eor#a a es#arem sempre elies e ale$res por;ue o en#usiasmo < Pi ti= V um dos a#ores da Fluminação. + elicidade real encon#ra8se no in#erior e não se dene em #ermos de ri;uea9 l)os9 )onra ou ama. Se #ais posses são mal u#iliadas9 são ob#idas in>us#amen#e ou pela orça9 apropriadas indevidamen#e ou a#V mesmo vis#as com ape$o9 serão uma on#e de inelicidade e dor dos seus possuidores. Em ve de #en#ar racionaliar o sorimen#o9 o 'udismo o dG como cer#o e procura a causa para erradicG8lo. I sorimen#o eis#e en;uan#o )G dese>o. Ele s? pode ser cessado andando pelo *obre Camin)o c#uplo e alcançando o &#ase supremo do *ibbana. Es#as Dua#ro *obres Lerdades podem ser vericadas median#e a eperi&ncia. (or#an#o9 o ")amma não se baseia no medo do descon)ecido9 mas se undamen#a nos ac#os ;ue podem ser #es#ados por n?s mesmos e vericados pela eperi&ncia. 'udismo9 V por#an#o9 racional e in#ensamen#e prG#ico. – BH –
m sis#ema #ão racional e prG#ico não pode con#er mis#Vrios ou dou#rinas eso#Vricas. + V ce$a9 por#an#o9 V es#ran$eira ao 'udismo. Inde não )G V ce$a não pode )aver nen)uma coerção9 perse$uição ou ana#ismo. (ara o [nico crVdi#o do 'udismo deve8se dier ;ue ao lon$o da sua marc)a pac%ca de 2100 anos9 não se derramou uma [nica $o#a de san$ue em nome de 'udd)a9 nen)um monarca poderoso empun)ava a sua espada para propa$ar o ")amma9 e nen)uma conversão era realiada pela orça ou mV#odos repulsivos. *o en#an#o9 o 'udd)a oi o primeiro e maior missionGrio ;ue viveu na Terra. +ldous ule5 escreveu: Ynico en#re #odas as $randes reli$iAes do mundo9 o 'udismo e o seu camin)o sem perse$uição9 censura ou in;uisição.Z Nord Russell assinala: Y"as $randes reli$iAes da is#?ria9 prero o 'udismo9 especialmen#e nas suas ormas mais an#i$as@ por;ue #iveram o menor elemen#o de persuasão.Z Em nome do 'udismo nen)um al#ar oi manc)ado de vermel)o com o san$ue de um ipG#ia9 ! nen)um 'runoP oi ;ueimado vivo. I 'udismo apela mais ao in#elec#o ;ue \ emoção. (reocupa8 se mais pelo carG#er dos devo#os ;ue por seu #aman)o numVrico. Em uma ocasião9 pali9 um se$uidor de *i$an#)a *a#apu3a9 aproimou8se de 'udd)a e cou #ão sa#isei#o com a eposição de 'udd)a sobre o ")amma ;ue ins#an#aneamen#e epressou o seu dese>o de se conver#er em se$uidor de 'udd)a. ! *. do T.: ipG#ia de +leandria. P *. do T.: Uiordano 'runo. – B1 –
'udd)a l)e preveniu diendo: YEm verdade9 o) c)ee de am%lia9 a uma inves#i$ação comple#a. bom para um ilus#re como voc& aer
-oi o 'udd)a o primeiro ;ue #en#ou abolir a escravidão e pro#es#ou veemen#e con#ra o de$radan#e sis#ema de cas#as ;ue es#ava rmemen#e enraiado em solo indiano. Se$undo as palavras do 'udd)a9 não V por mero nascimen#o ;ue se V pGria ou nobre9 mas pelas pr?prias açAes. + cas#a ou cor não impede al$uVm de se #ornar um 'udis#a ou de en#rar na Irdem. (escadores9 varredores de ruas9 cor#esãs9 >un#amen#e com os $uerreiros e os brXmanes9 oram livremen#e admi#idos na Irdem9 $oavam de privilV$ios i$uais e #ambVm l)es oram a#ribu%das posiçAes relevan#es. pali o barbeiro9 por eemplo9 era o preerido sobre #odos os ou#ros para ser responsGvel pelas ;ues#Aes rela#ivas \ disciplina Lina5a. I #%mido Suni#a9 varredor de ruas9 ;ue a#in$iu o s#a#us de um mon$e9 oi admi#ido pelo pr?prio 'udd)a na Irdem. +n$ulimala9 o ladrão e criminoso9 #ornou8se um san#o compassivo. I #em%vel +lavaa buscou re[$io no 'udd)a e #ornou8se um san#o. + cor#esã +mbapali en#rou para a Irdem e alcançou o s#a#us de mon>a. Tais eemplos poderiam acilmen#e mul#iplicarem8se a par#ir do Tipi#aa para mos#rar ;ue as por#as do 'udismo es#avam aber#as a #odos9 sem dis#inção de cas#a9 cor ou posição. -oi #ambVm o 'udd)a ;ue elevou o s#a#us de mul)eres oprimidas e não s? as levou \ compreensão do seu peso na sociedade9 mas #ambVm undou a primeira ordem reli$iosa celiba#Gria com normas e re$ras para mul)eres. I 'udd)a não )umil)ou as mul)eres9 mas apenas as considerou delicadas por na#urea. Ele viu o bem ina#o #an#o de )omens como de mul)eres e a#ribuiu8l)es o seu lu$ar ade;uado em seus ensinamen#os. I seo não V um obs#Gculo para alcançar a san#idade. – BP –
`s vees o #ermo (ali usado para descrever mul)eres V Y Ma tuga maZ9 ;ue si$nica povo8mãe ou sociedade de mães. Como mãe9 a mul)er ocupa um lu$ar de )onra no 'udismo. Fnclusive a esposa V considerada como a Ymel)or ami$aZ apa#i Uo#ami9 e undou a Irdem ')i)uni. F$ual aos +ra)a#s Saripu3a e ,o$$allgna ;ue oram nomeados principais disc%pulos na Irdem dos mon$es9 assim9 'udd)a apon#ou as +ra)a#s M)ema e ppalavanna como as duas principais disc%pulas emininas. ,ui#as ou#ras mul)eres disc%pulas #ambVm oram nomeadas pelo pr?prio 'udd)a como suas se$uidoras ilus#res e piedosos. *uma ocasião9 'udd)a disse ao rei Mosala9 ;ue es#ava descon#en#e ao saber ;ue o l)o ;ue esperava era uma menina: Y+ menina9 ? sen)or dos )omens9 pode vir a ser ainda mel)or do ;ue um descenden#e masculino.Z ,ui#as mul)eres9 ;ue de ou#ra orma #eriam ca%do no es;uecimen#o9 se eram por dis#in$uir de vGrias maneiras9 e ob#iveram a sua emancipação se$uindo o ")amma e in$ressando na Irdem. *essa nova ordem9 ;ue mais #arde provou ser uma $rande b&nção para mui#as mul)eres – rain)as9 princesas9 l)as de am%lias nobres9 vi[vas9 mães desoladas por um l)o mor#o9 mul)eres indi$en#es9 cor#esãs las#imosas – #odas9 apesar de sua cas#a ou posição9 encon#raram uma pla#aorma comum9 – B7 –
desru#aram do perei#o consolo e pa9 e respiraram da;uela a#mosera livre ;ue V ne$ada \s pessoas enclausuradas em aendas e mansAes palacianas. -oi #ambVm o 'udd)a ;ue proibiu o sacri%cio de pobres animais e adver#iu seus se$uidores a es#enderem a bondade amorosa < Mea = a #odos os seres vivos – mesmo \s menores cria#uras ;ue ras#e>am a nossos pVs. *in$uVm #em o poder ou o direi#o de des#ruir a vida de ou#ro9 >G ;ue a vida V preciosa para #odos. m au#&n#ico 'udis#a eerceria esse amor por #odos os seres vivos e iden#icaria8se com #odos9 sem aer ;ual;uer dis#inção se>a ;ual or a cas#a9 cor ou seo. es#e Mea 'udis#a ;ue #en#a ;uebrar #odas as barreiras ;ue nos separam uns dos ou#ros. *ão )G nen)uma raão para man#er dis#ancia de ou#ros simplesmen#e por;ue se per#ence a ou#ra crença ou se #en)a ou#ra nacionalidade. *esse nobre di#o de TolerXncia ;ue es#G baseado nos Su3as *ulla-'"uha e Maha '"uha! o Fmperador +soa di: YI con#ac#o en#re as reli$iAes V bom. "everia se ouvir e respei#ar as dou#rinas proessadas por ou#ros.Z I 'udismo não se limi#a a ;ual;uer pa%s ou ;ual;uer nação par#icular. universal. *ão V nacionalismo9 ;ue9 em ou#ras palavras9 V uma ou#ra orma de sis#ema de cas#as undado sobre uma base mais ampla. 'udismo9 se V permi#ido di&8lo9 V supranacionalismo. (ara um 'udis#a não )G lon$e ou per#o9 nem inimi$o ou oras#eiro9 nem rene$ado ou in#ocGvel9 por;ue o amor universal a ;ue se c)e$a pela compreensão es#abeleceu a irmandade de – B6 –
#odos os seres vivos. m verdadeiro 'udis#a V um cidadão do mundo. Considera o mundo in#eiro como sua pG#ria e #odos como seus irmãos e irmãs. I 'udismo V9 por#an#o9 [nico9 principalmen#e por sua #olerXncia9 não8a$ressividade9 racionalidade9 pra#icidade9 ecGcia e universalidade. a mais nobre de #odas as inWu&ncias unicadores e a [nica alavanca ;ue pode elevar o mundo. Es#as são al$umas das carac#er%s#icas marcan#es do 'udismo9 e en#re al$umas das dou#rinas undamen#ais pode mencionar8se: Mamma7 ou Nei da Causalidade ,oral9 a "ou#rina do Renascimen#o9 +na3a e *ibbana.
7 *. do T.: Marma9 em sXnscri#o. – H0 –
LF. M+,,+: + Nei da Causalidade ,oral Es#amos dian#e um mundo comple#amen#e dese;uilibrado. (ercebemos as desi$ualdades9 os m[l#iplos des#inos dos )omens e os in[meros #ipos de seres ;ue eis#em no universo. Lemos ;ue uns nascem em abundXncia9 do#ados de boas ;ualidades men#ais9 morais e %sicas9 e ou#ros em e#rema pobrea e misVria. +;ui es#G um )omem vir#uoso e san#o9 mas9 ao con#rGrio de suas epec#a#ivas9 o inor#[nio es#G sempre pron#o para receb&8lo. I mundo perverso con#raria as suas ambiçAes e dese>os. Ele V pobre e miserGvel9 apesar de seus #ra#os )ones#os e piedosos. G um ou#ro vicioso e #olo9 mas considerado um amado da sor#e. Ele V recompensado com #odas as ormas de avores9 apesar de suas deci&ncias e mau es#ilo de vida. (oderG ;ues#ionar8se9 por;ue raão um deveria ser inerior e ou#ro superiorK (or;ue raão se deveria ser arrancado das mãos de uma mãe amorosa ;uando apenas a viu nuns poucos LerAes9 e ou#ro morre na Wor da vida9 ou na idade madura de 70 ou 00 anosK (or;ue raão um deveria es#ar doen#e e ou#ro V or#e e saudGvelK (or;ue deveria um ser boni#o e ele$an#e9 e ou#ro eio e )orroroso9 repu$nan#e para #odosK (or;ue deveria um ser criado no colo do luo9 e ou#ro na pobrea absolu#a9 mer$ul)ado na misVriaK (or;ue raão deveria um nascer milionGrio e ou#ro pobreK (or;ue deveria um nascer com carac#er%s#icas san#as9 e ou#ro com #end&ncias criminosasK (or;ue – H –
deveriam al$uns ser lin$uis#as9 ar#is#as9 ma#emG#icos ou m[sicos desde o berçoK (or;ue deveriam al$uns ser con$eni#amen#e ce$os9 surdos e deormadosK (or;ue raão deveriam al$uns ser abençoados e ou#ros amaldiçoados desde o nascimen#oK Es#es são al$uns problemas ;ue in;uie#am as men#es de #odos os )omens ;ue pensam. Como V ;ue vamos eplicar #odos es#es dese;uil%brios do mundo9 essa desi$ualdade da )umanidadeK devido \ obra do acaso ce$o ou aciden#alK *ada nes#e mundo acon#ece por acaso ce$o ou aciden#e. "ier ;ue al$o acon#ece por acaso não V mais verdadeiro ;ue dier ;ue es#e livro c)e$ou a;ui por si mesmo. Es#ri#amen#e alando9 ao )omem não acon#ece nada ;ue não mereça por al$um mo#ivo ou ou#ro. (oderia ser o decre#o de um Criador irresponsGvelK ule5 escreveu: YSe assumirmos ;ue al$uVm es#abeleceu deliberadamen#e o pro$resso des#e maravil)oso universo9 para mim9 V perei#amen#e claro ;ue deiou de ser comple#amen#e benevolen#e e >us#o9 sim9 para usar um sen#ido in#eli$%vel das palavras9 V malVvolo e in>us#o.Z "e acordo com Eins#ein: YSe es#e ser <"eus= V omnipo#en#e9 en#ão cada acon#ecimen#o9 incluindo #odas as açAes )umanas9 #odos os pensamen#os )umanos9 e cada sen#imen#o e – H2 –
aspiração9 #ambVm são causa sua@ como V poss%vel pensar em )omens responsGveis pelos seus a#os e pensamen#os an#e o #al ser Todo8(oderosoKZ YRepar#indo cas#i$os e recompensas9 em cer#a medida9 ele es#aria a>uiando a si mesmo. Como pode ser is#o compa#%vel com a bondade e re#i#ude ;ue se l)e a#ribuiKZ "eclaração de Spencer Newis: Y"e acordo com os princ%pios #eol?$ico9 o )omem V criado de orma arbi#rGria e sem dese>o9 e no momen#o da sua criação V abençoado ou condenado e#ernamen#e. (or#an#o9 o )omem V bom ou ruim9 eli ou ineli9 nobre ou depravado9 a par#ir do primeiro passo de sua criação %sica a#V ao momen#o do seu [l#imo suspiro9 independen#emen#e de seus dese>os individuais9 esperanças9 ambiçAes9 lu#as ou devo#as oraçAes. Es#e V o a#alismo #eol?$ico.Z Como C)arles 'radlau$) di: Y+ eis#&ncia do mal V um obs#Gculo #err%vel para o #e%s#a. + dor9 a misVria9 crime9 pobrea9 en#ram em conron#o com o ;ue deende a bondade e#erna e desaam com orça irreu#Gvel a sua declaração de divindade como #odo8bom9 omniscien#e e #odo8 poderoso.Z *as palavras de Sc)open)auer:
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YDuem considera a si mesmo como #endo se #ornado a par#ir do nada9 #ambVm deve pensar ;ue ele novamen#e se #ornarG nada@ por uma e#ernidade se passou an#es ;ue ele era9 e em se$uida9 uma se$unda e#ernidade >G começou9 a#ravVs do ;ual ele nunca deiarG de ser9 V um pensamen#o mons#ruoso.Z YSe o nascimen#o V o começo absolu#o9 en#ão a mor#e deve ser o seu m absolu#o@ e no pressupos#o de ;ue o )omem V ei#o a par#ir do nada leva necessariamen#e ao pressupos#o ;ue a mor#e V o m absolu#o.Z Comen#ando sobre o sorimen#o )umano e "eus9 o (ro. J. '. S. aldane escreve: escreve: YIu o sorimen#o V necessGrio para apereiçoar o carG#er )umano9 ou "eus não V Todo8(oderoso. + primeira #eoria ca descar#ada pelo ac#o de ;ue al$umas pessoas soreram mui#o pouco mas #&m a sor#e em sua ascend&ncia e educação9 #&m carac#er%s#icas mui#o renadas. + ob>eção \ se$unda #eoria V ;ue9 no ;ue di respei#o \ consideração do universo como um #odo9 não eis#e ;ual;uer lacuna in#elec#ual ;ue s? pode ser preenc)ida com o pos#ulado de uma divindade. E um criador poderia9 presumivelmen#e9 criar ;ual;uer coisa ;ue ele ou ela ;uisesse.Z Nord Russel arma: YI mundo9 oi8nos con#ado9 oi criado por um "eus ;ue V mui#o bom e omnipo#en#e. +n#es de criar o mundo9 previu #oda a dor e misVria ;ue poderia – HH –
con#er. Ele V9 por#an#o9 responsGvel por #udo isso. in[#il ar$umen#ar ;ue a dor no mundo V devido ao pecado. Se "eus sabia de an#emão os pecados de ;ue o )omem seria culpado9 ele oi claramen#e responsGvel por #odas as conse;u&ncias desses pecados ;uando decidiu criar o )omem.Z Em Y"esesperoZ9 um poema escri#o >G na sua vel)ice9 Nord Tenn5son a#aca audaciosamen#e "eus9 ;ue9 como es#G escri#o em Fsa%as9 disse: YEu #ra$o a pa e crio o malZ us#iça9 a miseric?rdia9 miseric?rdia9 o amor e a >us#iça omnipo#en#eZ. +l$uns escri#ores da an#i$uidade declaram com au#oridade ;ue "eus criou o )omem \ sua pr?pria ima$em. +l$uns pensadores modernos armam9 pelo con#rGrio9 ;ue o )omem criou "eus \ sua pr?pria ima$em. Com o desenvolvimen#o da civiliação9 o concei#o )umano de "eus #ambVm #ornou8se cada ve mais renado. *o en#an#o9 V imposs%vel conceber um #al ser9 se>a den#ro ou ora do universo. 6 *. do T.: T.: + reer reer&nci &nciaa corre#a corre#a V: Fsa%as Fsa%as99 ONL ONL9 P. – H1 –
(oderia es#a variedade de seres )umano dever8se a a#ores )eredi#Grios ou ao meio ambien#eK "eve8se admi#ir ;ue #odos esses en?menos %sico8;u%micos9 revelados por cien#is#as9 são uma par#e ins#rumen#al9 mas não podem ser responsGveis soin)os pelas dis#inçAes sub#is e as vas#as dierenças en#re os indiv%duos. (or;ue os $Vmeos id&n#icos9 sicamen#e semel)an#es9 ;ue )erdaram os mesmos $enes e #iveram a mesma educação9 mui#as vees são #o#almen#e dieren#es em #emperamen#o9 moralidade e in#elec#ualidadeK in#elec#ualidadeK + )eredi#ariedade não pode por si s? eplicar essas enormes dierenças. Es#ri#amen#e alando9 a )eredi#ariedade V uma eplicação mais plaus%vel para as semel)anças ;ue para a maioria das dierenças. I inni#esimalmen#e menor $erme %sico8 ;u%mico9 ;ue V cerca da B0 milionVsima par#e de uma pole$ada de diXme#ro9 )erdada dos pais9 eplica apenas uma par#e do )omem9 a sua base %sica. Duan#o \s dierenças men#ais9 in#elec#uais e morais mais sub#is9 precisamos de mais lu. + #eoria da )eredi#ariedade não pode ornecer uma eplicação sa#isa#?ria para o nascimen#o de um criminoso depois de uma lon$a lis#a de an#epassados ilus#res9 o nascimen#o de um san#o ou um )omem nobre em uma am%lia de mG repu#ação9 o sur$imen#o de crianças8prod%$io9 $Vnios e $randes mes#res reli$iosos. Se$undo o 'udismo es#a variação deve8se não s? \ )eredi#ariedade9 ao meio ambien#e9 Yna#urea e educaçãoZ9 mas #ambVm ao nosso pr?prio Mamma9 ou em ou#ras palavras9 ao resul#ado )erdado de nossas pr?prias açAes passadas e nossos a#os presen#es. *?s mesmos somos responsGveis por nossas açAes9 elicidade e misVria. *?s cons#ru%mos nossos pr?prios inernos. Criamos nossos pr?prios cVus. Somos os ar;ui#e#os do – H! –
pr?prio des#ino. Em deni#ivo9 n?s mesmos somos nosso pr?prio Mamma. *uma ocasião920 um cer#o >ovem c)amado Sub)a9 aproimou8se de 'udd)a e per$un#ou8l)e ;ual era o mo#ivo de en#re os seres )umanos eis#irem es#ados elevados e ineriores. Y(oisZ9 con#inuou9 Yencon#ramos en#re os seres )umanos a;ueles de vida breve e de lon$a vida9 os saudGveis e os doen#es9 os bem parecidos e os eios9 os poderosos e os ;ue não #&m poder al$um9 os pobres e os ricos9 os de elevado nascimen#o e os de baio nascimen#o9 os i$noran#es e os in#eli$en#esZ. 'udd)a replicou sucin#amen#e: YCada cria#ura viven#e #em o Mamma como propriedade9 como )erança9 como causa9 como ori$em9 como re[$io. I Mamma V o ;ue dierencia os seres viven#es de es#ados baios e elevados.Z Em se$uida9 eplicou a raão para #ais dierenças se$undo Nei da Causalidade ,oral. +ssim9 de um pon#o de vis#a 'udis#a9 nossas presen#es dierenças men#ais9 in#elec#uais9 morais e #emperamen#os devem8 se principalmen#e9 \s nossas pr?prias açAes e #end&ncias9 #an#o passadas como presen#es. I Mamma9 li#eralmen#e9 si$nica ação@ mas9 num sen#ido [l#imo9 si$nica volição meri#?ria e demeri#?ria < usala Ausala *etana=. Mamma cons#i#ui #an#o o bem como o mal. 'em $era o 20 *ulaamma 'ibhanga Sua – ,a>>)ima *ia5a9 * B1 – HP –
bem. ,al produ o mal. Semel)an#e a#rai semel)an#e. Es#a V a Nei de Mamma. Como al$uns ociden#ais preerem dier9 Mamma V Yação8 inWu&nciaZ. Col)emos o ;ue semeamos. I ;ue semeamos n?s col)emos em al$um lu$ar ou em al$um momen#o. Em cer#o sen#ido9 somos o resul#ado do ;ue omos@ seremos o resul#ado do ;ue somos. Em ou#ro sen#ido9 não somos #o#almen#e o resul#ado do ;ue omos@ *ão somos absolu#amen#e o resul#ado do ;ue somos. (or eemplo9 um criminoso )o>e pode ser um san#o aman)ã. I 'udismo a#ribui es#a variação ao Mamma9 mas não arma ;ue #udo se deve ao Mamma. Se #udo se devesse ao Mamma9 um )omem mau seria sempre mau9 pois o seu Mamma V de )omem mau. Iu#ro )omem bom não #eria ;ue visi#ar um mVdico para ser curado de uma doença9 pois se o seu Mamma osse assim9 esse )omem se curaria. Se$undo o 'udismo9 eis#em cinco ordens ou processos Gveis ou indese>Gveis produem os corresponden#es bons ou maus resul#ados. 2. +tu Ni"a ma: Irdem %sica
mel9 e#c. + #eoria cien#%ca das cVlulas e $enes e a similaridade en#re $Vmeos são eemplos des#a ordem. H. *ia Ni"a ma: Irdem da men#e ou lei ps%;uica – por eemplo9 os processos de consci&ncia (*ia ' it hi=9 poder da men#e9 e#c. 1. &hamma Ni"a ma: Irdem da norma – por eemplo9 os en?menos na#urais ;ue ocorrem ;uando c)e$a um 'od)isa3a em seu [l#imo nascimen#o9 $ravidade9 e#c. Todos os en?menos men#ais ou %sicos poderão eplicar8se por es#as cinco ordens ou processos ;ue abarcam #udo e ;ue são leis em si mesmas. I Mamma V9 por#an#o9 s? uma das cinco ordens ;ue prevalecem no universo. Tra#a8se de uma lei em si mesma9 mas não se deve inerir ;ue deve eis#ir um le$islador. +s leis a#uais da na#urea9 como a lei da $ravidade9 não necessi#am de um le$islador. Iperam em seu pr?prio campo sem a in#ervenção de um a$en#e $overnan#e independen#e. *in$uVm9 por eemplo9 decre#ou ;ue o o$o deve ;ueimar. *in$uVm ordenou ;ue a G$ua deve procurar o seu pr?prio n%vel. *en)um cien#is#a ordenou ;ue a G$ua deveria ser compos#a de 2I e ;ue o rio deve ser uma das suas propriedades. Es#as são as suas carac#er%s#icas in#r%nsecas. I Mamma não V nem des#ino nem predes#inação impos#a a n?s por al$um poder mis#erioso descon)ecido ao ;ual nos devemos impo#en#emen#e subme#er. São os pr?prios a#os rea$indo em n?s mesmos9 e por#an#o #em8se a possibilidade de desviar o curso do Mamma em cer#a medida. +#V ;ue pon#o se pode desviar depende da pr?pria pessoa.
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+lVm disso9 deve8se dier ;ue uma raseolo$ia como recompensa e punição9 não deve ser au#oriada a en#rar em discussão a respei#o do problema do Mamma9 uma ve ;ue o 'udismo não recon)ece nen)um Ser Todo8(oderoso ;ue $overna seus s[bdi#os e l)es recompensa e cas#i$a em conse;u&ncia. 'udis#as9 pelo con#rario9 acredi#am ;ue a dor e a elicidade ;ue uma pessoa eperimen#a são o resul#ado na#ural das pr?prias boas e mGs açAes. Fmpor#a reerir ;ue o Mamma #em o principio de con#inuidade e o principio re#ribu#ivo. Fneren#e ao Mamma V a po#encialidade de produir o seu devido eei#o. + causa produ o eei#o@ o eei#o eplica a causa. + semen#e produ o ru#o@ o ru#o eplica a semen#e e ambos es#ão in#er8relacionados. "a mesma orma9 Mamma e seus eei#os es#ão in#er8relacionados@ YI eei#o >G Woresce na causa.Z m 'udis#a ;ue es#G plenamen#e convencido da dou#rina do Mamma não rea a ou#ro para ser salvo9 mas cer#amen#e cona em si mesmo para a sua puricação9 por;ue es#a dou#rina ensina a responsabilidade individual. es#a dou#rina do Mamma ;ue proporciona consolação9 esperança9 au#oconança e valor moral. es#a crença no amma Y;ue valida seu esorço9 acende seu en#usiasmoZ9 a8l)e sempre ami$Gvel9 #oleran#e e amGvel. #ambVm es#a rme crença no amma ;ue o leva a abs#er8se do mal9 aer o bem e ser bom sem es#ar ameaçado por ;ual;uer punição ou #en#ado por ;ual;uer recompensa. es#a dou#rina do Mamma ;ue pode eplicar o problema do sorimen#o9 o mis#Vrio do c)amado des#ino ou predes#inação – 10 –
de ou#ras reli$iAes e9 sobre#udo9 #odas as desi$ualdades da )umanidade. I Mamma e renascimen#o são acei#es como aiomG#icos.
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LFF. RE*+SCF,E*TI *a medida em ;ue eis#e es#a orça MGmmica9 o renascimen#o ocorre9 pois os seres são simplesmen#e a manies#ação vis%vel des#a orça MGmmica invis%vel. + mor#e não V nada mais ;ue o m #emporGrio des#e en?meno #emporGrio. *ão V a ani;uilação comple#a do c)amado ser. + vida or$Xnica cessou9 mas a orça MGmmica ;ue a$iu a#V a$ora não oi des#ru%da. ma ve ;ue a orça MGmmica permanece comple#amen#e inal#erada pela desin#e$ração do corpo eVmero9 a mor#e do presen#e momen#o men#al s? condiciona uma nova consci&ncia em ou#ro nascimen#o. o Mamma9 enraiado na i$norXncia e dese>o9 o ;ue condiciona o renascimen#o. I Mamma passado condiciona o nascimen#o presen#e@ e o Mamma presen#e9 em combinação com o Mamma do passado9 condiciona o u#uro. I presen#e V l)o do passado9 e por sua ve9 se #orna o pai no u#uro. Se assumimos uma vida passada9 presen#e e u#ura9 en#ão9 somos conron#ados com o ale$ado mis#erioso problema – YDual V a ori$em [l#ima da vidaKZ (oderia )aver um principio para a vida ou poderia não )aver.
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ma escola9 na #en#a#iva de resolver o problema9 pos#ula uma causa primeira9 "eus9 considerado como uma orça ou como um Ser Todo8(oderoso. Iu#ra escola ne$a a primeira causa9 uma ve ;ue9 de acordo com a eperi&ncia comum9 a causa sempre se conver#e no eei#o e o eei#o se conver#e na causa. Em um c%rculo de causa e eei#o uma primeira causa V inconceb%vel. "e acordo com a primeira9 a vida #eve um principio9 de acordo com a se$unda9 não )G principio. "o pon#o de vis#a cien#%co9 somos os produ#os dire#os do esperma#ooide e do ?vulo ornecidos por nossos pais. *es#e sen#ido9 a vida precede a vida. Com respei#o \ ori$em do primeiro pro#oplasma de vida9 ou coloide9 os cien#is#as ale$am i$norXncia. Se$undo o 'udismo9 n?s nascemos da ma#ri da ação <amma"oni=. Is pais proporcionam simplesmen#e uma pe;uena cVlula inni#esimal. "es#e modo9 o ser precede o ser. *o momen#o da conceção9 V o Mamma passado ;ue condiciona a consci&ncia inicial ;ue vi#alia o e#o. Es#a ener$ia MGmmica invis%vel9 $erada desde o [l#imo nascimen#o passado9 V a ;ue produ #an#o os en?menos men#ais como o en?meno da vida em um en?meno %sico >G eis#en#e para comple#ar o #rio ;ue cons#i#ui o )omem. (ara nascer a;ui um ser9 ou#ro ser deve morrer em al$uma par#e. I nascimen#o de um ser ;ue si$nica es#ri#amen#e o sur$imen#o de cinco a$re$ados ou en?menos psico%sicos nes#a vida presen#e9 corresponde \ mor#e de um ser em uma vida passada@ F$ual a9 como em #ermos convencionais9 o nascer do sol – 1B –
em um lu$ar si$nica o p^r do sol em ou#ro. Es#a armação eni$mG#ica poderia ser mel)or en#endida ima$inando a vida como uma onda e não como uma lin)a re#a. *ascimen#o e mor#e são apenas duas ases de um mesmo processo. I nascimen#o precede a mor#e9 e a mor#e9 por ou#ro lado9 precede o nascimen#o. + sucessão cons#an#e de nascimen#o e mor#e em coneão com cada Wuo de vida individual cons#i#ui o ;ue V #ecnicamen#e con)ecido como Samsa ra – o va$uear recorren#e. Dual V a ori$em [l#ima da vidaK I 'udd)a declara: YI princ%pio des#e Samsa ra V inconceb%vel. m primeiro princ%pio dos seres ;ue9 obs#aculiados pela i$norXncia e a$ril)oados pelo dese>o9 va$ueiam e se$uem va$ueando9 não pode ser concebido.Z Es#a corren#e de vida Wui ad in9nitum en;uan#o V alimen#ado pelas #urvas G$uas da i$norXncia e do dese>o. Somen#e ;uando esses dois são comple#amen#e suprimidos9 se assim se dese>ar9 a corren#e deia de Wuir e o renascimen#o #ermina como no caso dos 'udd)as e +ra)a#s. *ão pode de#erminar8se um primeiro começo des#a corren#e de vida9 como #ambVm não pode ser percebido um es#ado em ;ue es#a orça de vida não #en)a es#ado c)eia de i$norXncia e dese>o. I 'udd)a reeriu8se a;ui apenas ao principio do Wuo de vida dos seres viven#es. Se deia para os cien#is#as especularem sobre a ori$em e a evolução do universo. I 'udd)a não #en#a resolver #odos os problemas V#icos e los?cos ;ue in;uie#am a )umanidade. *unca #ra#a de #eorias e especulaçAes ;ue não se ocupem de como incu#ir em al$uVm sen#imen#os de piedade e vir#ude ou de Fluminação. Tampouco ei$e V ce$a de seus – 1H –
se$uidores. Ele preocupa8se sobre#udo com o problema do sorimen#o e sua cessação. Com nada mais ;ue esse especico prop?si#o prG#ico em vis#a9 #odas as ;ues#Aes la#erais irrelevan#es são comple#amen#e i$noradas. ,as9 como V ;ue vamos acredi#ar ;ue eis#e uma eis#&ncia passadaK + prova mais valiosa ;ue os 'udis#as mencionam a avor do renascimen#o V o 'udd)a9 pois desenvolveu um con)ecimen#o ;ue l)e permi#iu ler vidas passadas e u#uras. Se$uindo suas ins#ruçAes9 os seus disc%pulos #ambVm desenvolveram esse con)ecimen#o e eram capaes de ler suas vidas passadas em $rande medida. ,esmo al$uns indianos Ris)is9 an#es do adven#o do 'udd)a9 dis#in$uiam8se por possu%rem poderes ps%;uicos9 #ais como supra8audição9 clarivid&ncia9 lei#ura da men#e9 lembrança de nascimen#os passados9 e#c. G #ambVm al$umas pessoas9 ;ue provavelmen#e em conormidade com as leis da associação9 desenvolvem espon#aneamen#e a mem?ria de seu nascimen#o passado e lembram8se de ra$men#os de suas vidas an#eriores. Tais casos são mui#o raros9 mas es#es poucos bem cer#icados e respei#Gveis casos #endem a lançar al$uma lu sobre a ideia de um nascimen#o passado. o mesmo caso das eperi&ncias de al$uns parapsic?lo$os modernos conGveis e os es#ran)os casos de personalidades m[l#iplas e al#erna#ivas.
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Em es#ados )ipn?#icos al$uns rela#am eperi&ncias de suas vidas passadas@ en;uan#o ;ue ou#ros poucos leem as vidas passadas de ou#ros e a#V mesmo curam doenças.2 +l$umas vees #emos eperi&ncias es#ran)as ;ue não podem ser eplicadas senão pelo renascimen#o. Com ;ue re;u&ncia encon#ramos pessoas ;ue >amais as #%n)amos vis#o e ainda assim sen#imos ins#in#ivamen#e ;ue nos são bas#an#e amiliaresK Duan#as vees visi#amos lu$ares e nos sen#imos impressionados ao no#ar ;ue con)ecemos perei#amen#e esses ambien#esK I 'udd)a nos disse: Y+#ravVs de associaçAes prVvias ou van#a$ens presen#es9 esse vel)o amor bro#a de novo como a Wor de l?#us na G$ua.Z +s eperi&ncias de al$uns modernos parapsic?lo$os de conança9 os en?menos an#asma$?ricos9 comunicaçAes esp%ri#as9 as personalidades al#erna#ivas e m[l#iplas e #udo isso derramam al$uma lu sobre es#e problema do renascimen#o. + es#e mundo v&m (erei#os como os 'udd)as e personalidades al#amen#e desenvolvidas. SerG ;ue eles evoluem de repen#eK (odem ser produ#o de uma [nica eis#&nciaK Como eplicar $randes personalidades como 'udd)a$osa9 (anini9 Malidasa9 omero e (la#ão@ )omens de $Vnio como S)aespeare9 meninos prod%$ios como (ascal9 ,oar#9 'ee#)oven9 Rap)ael9 Ramanu>an9 e#c.K 2 Ler Man" Mansions e The 0orld 0ithin 9 de Uina Cerminara – 1! –
eredi#ariedade soin)a não pode eplicar. Y+lVm disso sua ascend&ncia iria revelar8se9 sua descend&ncia9 em $rau ainda maior ;ue eles mesmos9 demons#raria isso.Z SerG ;ue eles c)e$ariam a esses pa#amares #ão sublimes se não #ivessem vivido vidas nobres e ob#ido eperi&ncias semel)an#es no passadoK SerG ;ue oi mera causalidade nascer da;ueles pais par#iculares e colocados sob essas circuns#Xncias avorGveisK Is poucos anos ;ue #emos o privilV$io de passar a;ui9 para a maioria não mais de 00 anos9 devem cer#amen#e ser uma preparação inade;uada para a e#ernidade. Se al$uVm acredi#a no presen#e e no u#uro9 V bas#an#e l?$ico acredi#ar no passado. Es#e V o l)o do passado e a#ua9 por sua ve9 como um pai do u#uro. Se )G al$uma raão para acredi#ar ;ue eis#imos no passado9 en#ão9 cer#amen#e não )G nen)uma raão para não acredi#ar ;ue vamos con#inuar a eis#ir depois ;ue nossa vida presen#e #en)a cessado em apar&ncia. I se$uin#e9 V na realidade9 um ar$umen#o s?lido a avor de vidas passadas e u#uras: Y*es#e mundo as pessoas vir#uosas são mui#as vees desaor#unadas e pessoas viciosas são pr?speras.Z m escri#or ociden#al disse: Y+credi#ando em uma eis#&ncia passada ou não9 is#o supAe a [nica )ip?#ese raoGvel ;ue cobre al$umas lacunas no con)ecimen#o )umano rela#ivos a cer#os ac#os da vida diGria. *ossa raão nos di ;ue – 1P –
unicamen#e essa ideia de nascimen#o passado e Mamma pode eplicar os $raus de dierença en#re $Vmeos9 por;ue os )omens como S)aespeare9 com uma eperi&ncia mui#o limi#ada9 são capaes de re#ra#ar com maravil)osa ea#idão os mais diversos #ipos de carG#er )umano9 cenGrios e assim por dian#e9 dos ;uais eles não poderiam #er con)ecimen#o real@ por;ue o #rabal)o dos $Vnios9 invariavelmen#e #ranscende a sua eperi&ncia9 a eis#&ncia da precocidade inan#il9 a vas#a diversidade men#al e moral9 cerebral e psicol?$ica9 de condiçAes9 circuns#Xncias e ambien#es observGveis em #odo o mundo9 e assim por dian#e.Z "everia armar8se ;ue es#a dou#rina do renascimen#o não pode nem ser provada nem reu#ada eperimen#almen#e9 mas V acei#e como um ac#o claramen#e vericGvel. + causa des#e Mamma9 con#inua o 'udd)a9 V Avia ou i$norXncia das Dua#ro *obres Lerdades. + i$norXncia V9 por#an#o9 a causa do nascimen#o e da mor#e@ e sua #ransmu#ação em con)ecimen#o ou 'ia 9 V conse;uen#emen#e9 a sua cessação. I resul#ado des#e mV#odo anal%#ico V sin#e#iada no Paticca Samuppa da <+ Iri$em "ependen#e=.
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LFFF. (+TFCC+ S+,((A"+ Paticca si$nica Ya causa deZ9 ou Ydependen#e deZ@ Samuppa da si$nica Ysur$imen#o ou ori$emZ. Paticca Samuppa da! por#an#o9 si$nica li#eralmen#e: YSur$imen#o "ependen#eZ ou YIri$em "ependen#eZ.
"eve #er8se presen#e ;ue Paticca Samuppa da 9 V s? um discurso sobre o processo de nascimen#o e mor#e9 e não uma #eoria da ori$em [l#ima da vida. Tra#a da causa do renascimen#o e do sorimen#o9 mas não a a menor #en#a#iva de mos#rar a evolução do mundo da ma#Vria primordial. + i$norXncia < Avia = V o primeiro elo ou causa da Roda da Lida. *ubla #odo o en#endimen#o corre#o. "ependen#e da i$norXncia das Dua#ro *obres Lerdades sur$em as a#ividades < Sanha ra = – #an#o morais como imorais. +s a#ividades enraiadas na i$norXncia9 se>am boas ou mGs9 ;ue necessariamen#e devem #er os seus eei#os corresponden#es9 s? #endem a prolon$ar o deambular pela vida. *o en#an#o9 as boas açAes são essenciais para a liber#ação dos males da vida. "ependen#e das a#ividades sur$e a consci&ncia de reli$ação <'i..ana=. Es#a conec#a o passado com o presen#e. Simul#aneamen#e com o sur$imen#o da consci&ncia de a-:u pa=. reli$ação sur$e a men#e e o corpo
Is seis sen#idos < Sala "atana= são as conse;u&ncias inevi#Gveis da men#e e corpo. "evido aos seis sen#idos9 se es#abelece o con#ac#o < Phassa=. I con#ac#o leva \s sensaçAes < 'edana =. Es#es cinco9 – consci&ncia9 men#e e ma#Vria9 seis sen#idos9 con#ac#o e sensação – são os eei#os de açAes passadas e são c)amados o lado passivo da vida. "ependen#e da sensação sur$e o dese>o o resul#a em ape$o <+pa da na=. I ape$o V a causa do Mamma o. Esse dese>o pode aparecer s? ;uando eis#em as sensaçAes. + sensação V o resul#ado do con#ac#o en#re os sen#idos e os ob>e#os. (or#an#o9 is#o pressupAe ?r$ãos dos sen#idos ;ue não podem eis#ir sem a men#e e corpo. Inde )G men#e eis#e consci&ncia. o resul#ado do bem e do mal passados. + a;uisição do bem e do mal deve8se \ i$norXncia das coisas #al como são na realidade. – !0 –
+ ?rmula comple#a pode resumir8se assim: o
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"ependen#e da F$norXncia sur$em as +#ividades <,orais e Fmorais=@ "ependen#e das +#ividades sur$e a Consci&ncia o@ "ependen#e do "ese>o sur$e o +pe$o@ "ependen#e do +pe$o sur$em as +çAes
+ssim9 sur$em #odos os a$re$ados do sorimen#o. Is dois primeiros des#es doe per#encem ao passado9 os oi#o do meio per#encem ao presen#e9 e os dois [l#imos ao u#uro. o
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+ comple#a cessação da F$norXncia condu \ cessação das +#ividades@ + cessação das +#ividades condu \ cessação da Consci&ncia@ + cessação da Consci&ncia condu \ cessação da ,en#e e da ,a#Vria@ – ! –
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+ cessação da ,en#e e da ,a#Vria condu \ cessação das Seis Eseras dos Sen#idos@ + cessação das Seis Eseras dos Sen#idos condu \ cessação do Con#ac#o@ + cessação do Con#ac#o condu \ cessação da Sensação@ + cessação da Sensação condu \ cessação do "ese>o@ + cessação do "ese>o condu \ cessação do +pe$o@ + cessação do +pe$o condu \ cessação das +çAes@ + cessação das +çAes condu \ cessação do Renascimen#o@ + cessação do Renascimen#o condu \ cessação da "ecad&ncia9 ,or#e9 "es$os#o9 Namen#ação9 #ris#ea9 "or e "esespero.
+ssim resul#a a cessação de #odos os a$re$ados do sorimen#o. Es#e processo de causa e eei#o con#inua ad in9nitum . *ão V poss%vel de#erminar o in%cio des#e processo9 uma ve ;ue V imposs%vel dier em ;ue momen#o esse Wuo vi#al cou impre$nado pela i$norXncia. ,as ;uando es#a i$norXncia #ransorma8se em con)ecimen#o9 e o Wuo de vida se desvia a#V a o Nibba na-dha tu 9 en#ão o nal do processo de vida do Samsa ra acon#ece.
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FO. +*+TTA: + Fnsubs#ancialidade + dou#rina 'udis#a do renascimen#o deve ser dis#in$uida da #eoria da reencarnação9 ;ue si$nica a #ransmi$ração de uma alma e ;ue seu ma#erial imu#Gvel renasce. 'udismo ne$a a eis#&ncia de uma alma e#erna e imu#Gvel criada por um "eus ou ;ue emane de uma Ess&ncia "ivina < Parama tma=. Se a alma imor#al9 ;ue se supAe ser a ess&ncia do )omem9 V e#erna9 não pode )aver nem ascensão nem ca%da. +lVm disso9 não pode en#ender8se por;ue Yalmas dieren#es são cons#i#u%das na sua ori$em de orma #ão variadaZ. (ara provar a eis#&ncia da elicidade sem m em um cVu e#erno e #ormen#os sem limi#es num inerno e#erno9 V absolu#amen#e necessGrio a eis#&ncia de uma alma imor#al. Senão9 o ;ue V ;ue V punido no inerno ou recompensado no cVuK Y"eve dier8seZ9 escreve 'er#rand Russell9 ;ue Ya an#i$a dis#inção en#re corpo e alma se evaporou si$nica#ivamen#e9 por;ue a ma#Vriaj perdeu a sua solide9 en;uan#o a men#e perdeu a sua espiri#ualidade. + psicolo$ia es#G começando a ser cien#%ca. *o es#ado presen#e da psicolo$ia a crença na imor#alidade não pode em nen)um caso reivindicar o apoio da ci&nciaZ. – !B –
Is 'udis#as concordam com 'er#rand Russell9 ;uando ele di ;ue Y)G obviamen#e uma raão pela ;ual eu sou a mesma pessoa ;ue eu era on#em9 e para usar um eemplo inclusive mais ?bvio9 se eu ve>o um )omem9 e simul#aneamen#e o oiço alar9 #em al$um sen#ido ;ue o Euj ;ue v& V o mesmo ;ue o Euj ;ue ouveZ. +#V )G bem pouco #empo os cien#is#as acredi#avam em um G#omo indivis%vel e indes#ru#%vel. Y(or raAes sucien#es9 os %sicos #&m reduido es#e G#omo a uma sVrie de even#os. (or raAes i$ualmen#e boas os psic?lo$os conclu%ram ;ue a men#e não #em a iden#idade de uma [nica coisa con#%nua9 mas sim uma sVrie de acon#ecimen#os conec#ados com um corpo viven#e e ou#ros acon#ecimen#os ;ue #&m lu$ar ap?s o corpo morrer.Z Como disse C. E. ,. Joad em Y The Meaning o; G não V de#erminada por leis causais compulsivas@ e o mais impor#an#e de #udo9 deiou de ser con)ecidaZ. Is c)amados G#omos9 ao ;ue parece9 são Ydivis%veis e des#ru#%veisZ. Is ele#rAes e pro#Aes ;ue compAem o G#omo Ypodem8se >un#ar e ani;uilarem8se uns aos ou#ros9 en;uan#o ;ue a sua persis#&ncia9 #al como V9 V mais como a de uma onda ;ue carece de limi#es os e es#G em processo de mudança con#inua #an#o no ;ue se reere \ orma como \ posiçãoZ.22 I bispo 'erele59 ;ue mos#rou ;ue es#e c)amado G#omo V uma cção me#a%sica9 no en#an#o9 sus#eve ;ue eis#e uma subs#Xncia espiri#ual c)amada alma. 22 C. E. ,. Joad9 T)e ,eanin$ o Nie – !H –
ume inves#i$ou a consci&ncia e percebeu ;ue não )avia nada9 ece#o u$aes es#ados men#ais e concluiu ;ue o supos#o Ye$o permanen#eZ não eis#e: YG al$uns l?soosZ di ele Y;ue ima$inam ;ue somos conscien#es em #odo o momen#o do ;ue c)amamos de nosso Euj9 ;ue sen#imos a sua eis#&ncia e sua con#inuidade na eis#&ncia9 e por#an#o9 #emos a cer#ea9 #an#o da sua perei#a iden#idade como da sua simplicidade. (ela min)a par#e9 ;uando eu en#ro mais in#imamen#e no ;ue eu c)amo de meu Euj9 eu sempre #ropeço em al$uma perceção par#icular ou ou#ra – de rio ou calor9 lu ou sombra9 amor ou ?dio9 dor ou praer. Eu nunca me encon#ro... e nunca posso observar senão a perceção... nem conceber ;ue re;uisi#o mais me a al#a para me #ornar uma perei#a não8 en#idadeZ. 'er$son disse: YToda a consci&ncia V eis#&ncia #emporal@ e um es#ado de consci&ncia não V um es#ado ;ue perdure sem mudar9 cessa ;uando a mudança cessa@ ela pr?pria não V nada alVm de mudança.Z +bordando es#a ;ues#ão da alma o (ro. James disse: Y+ #eoria da alma V comple#amen#e supVrWua9 #ão lon$e para eplicar os ac#os realmen#e vericados da eperi&ncia conscien#e. +#V cer#o pon#o9 nin$uVm pode ser obri$ado a subscrever #al #eoria por raAes cien#%cas denidas.Z Concluindo seu in#eressan#e cap%#ulo sobre a alma9 di: YE nes#e livro9 a solução provis?ria a ;ue c)e$amos deve ser a palavra nal: Is pr?prios pensamen#os são os pensadores.Z _a#son9 um dis#in$uido psic?lo$o9 arma: Y*in$uVm nunca #ocou uma alma ou a viu em um #ubo de ensaio ou – !1 –
es#abeleceu9 de al$uma orma9 relação com ela como a com ou#ros ob>e#os da sua eperi&ncia ;uo#idiana. *o en#an#o9 duvidar da sua eis#&ncia V conver#er8se em )erV#ico e9 possivelmen#e9 em ou#ro #empo poderia #er levado a#V a perder8 se a cabeça. ,esmo )o>e em dia9 um )omem ;ue os#en#a uma posição p[blica9 não se a#reve a ;ues#ionG8la.Z 'udd)a se an#ecipou a es#es ac#os )G uns 2100 anos. Se$undo o 'udismo9 a men#e não V nada senão um compleo compos#o de u$aes es#ados men#ais. ma unidade de consci&ncia V compos#a de #r&s ases: Sur$imen#o ou $Vnese <+ppa da=9 ase es#acionGria ou desenvolvimen#o < Thiti=9 e cessação ou dissolução un#o com al$o mais. G por#an#o9 um Wuo con#%nuo de consci&ncia como uma corren#e sem in#errupção. I momen#o de consci&ncia subse;uen#e não V absolu#amen#e o mesmo ;ue o seu predecessor9 – "ado ;ue a;uilo ;ue o compAe não V id&n#ico – nem in#eiramen#e ou#ro – sendo a mesma con#inuidade de ener$ia de Mamma. +;ui não )G um ser id&n#ico9 mas uma iden#idade em processo. Em #odo o momen#o )G nascimen#o9 em #odo o momen#o )G mor#e. I sur$imen#o de um momen#o de pensamen#o si$nica a dissolução de ou#ro momen#o de pensamen#o e vice8versa. *o – !! –
curso de uma vida9 )G renascimen#o momen#Xneo sem uma alma. *ão deve ser en#endido ;ue uma consci&ncia se cor#a em pe;uenos pedaços e V reunicada como um comboio ou uma cadeia@ mas pelo con#rGrio9 Yse$ue Wuindo con#inuamen#e como um rio ;ue recebe de seus aWuen#es de perceção9 acrescen#os cons#an#es a seu caudal9 e nunca se en#re$a ao mundo sem as coisas do pensamen#o ;ue recol)eu pelo camin)oZ. 2B Ib#Vm o nascimen#o pela sua on#e e a mor#e pela sua desembocadura. + velocidade do Wuo V #al ;ue dicilmen#e eis#e um parXme#ro pelo ;ual se pode medir nem se;uer aproimadamen#e. *o en#an#o9 os comen#adores $os#am de dier ;ue a duração de um momen#o de pensamen#o V inclusive menor ;ue uma milionVsima par#e do #empo ;ue dura o resplendor de um relXmpa$o. +;ui9 encon#ramos uma >us#aposição de #ais u$aes es#ados men#ais de consci&ncia em oposição \ superposição de #ais es#ados como al$uns parecem crer. ma ve passado9 nen)um es#ado de consci&ncia re#orna nem V id&n#ico ao ;ue o an#ecede. ,as n?s9 seres mundanos9 ocul#os sob a rede da ilusão9 conundimos es#a aparen#e con#inuidade com al$o e#erno9 c)e$ando ao e#remo de in#roduir uma alma imu#Gvel9 um Aa 9 como supos#o eecu#or e rece#Gculo de #odas as açAes para es#a consci&ncia em cons#an#e mudança. YI c)amado ser V como um Was) de lu ;ue V resolvido numa sucessão de a%scas ;ue se$uem uma ap?s a ou#ra com #al 2B Ler *ompendium o; Philoso;" 9 #raduido por S)we kan +un$ <(ali Te# Socie#59 Nondon= – Fn#rodução9 pG$. !. – !P –
rapide ;ue nem a re#ina )umana pode perceb&8las separadamen#e9 pessoas ineperien#es não podem conceber #al sucessão de a%scas.Z2H "a mesma orma ;ue a roda de um carro repousa sobre o solo em apenas um pon#o9 o ser s? vive duran#e um momen#o de pensamen#o. Es#G sempre no presen#e9 e nunca deslia sobre o passado irrevo$Gvel. I ;ue nos #ornamos V de#erminado por es#e momen#o de pensamen#o presen#e. Se não )G alma9 o ;ue renasceK (ode8se per$un#ar. 'em9 não )G nada ;ue #en)a ;ue renascer. Duando a vida cessa9 a ener$ia MGmmica se re8ma#erialia a si mesma em ou#ra orma. Como ')i)u Silacara di: YSem se ver9 passa onde ;uer ;ue as condiçAes de manies#ação apropriadas para a sua manies#ação vis%vel es#e>am presen#es. +;ui9 mos#rando8se como um min[sculo mos;ui#o ou verme@ +li9 dando sua presença a con)ecer na deslumbran#e ma$nic&ncia de um &eva ou na eis#&ncia de um +rcan>o. Duando cessa o modo de sua manies#ação9 simplesmen#e morre9 e ;uando se produem as circuns#Xncias ade;uadas9 revela8se de novo com ou#ro nome ou orma.Z I nascimen#o V o sur$imen#o do en?meno psico%sico. + mor#e V simplesmen#e o nal #emporal de um en?meno #emporal. "a mesma orma ;ue o sur$imen#o de um es#ado %sico es#G condicionado por um es#ado preceden#e como sua causa9 assim9 a aparição de um en?meno psico%sico es#G condicionado por causas an#eriores a seu nascimen#o. Como V poss%vel o processo 2H Compara8se com a pel%cula cinema#o$rGca onde os o#o$ramas individuais dão lu$ar \ ideia de movimen#o. – !7 –
de um per%odo de eis#&ncia9 sem uma en#idade permanen#e ;ue passe de um momen#o de pensamen#o a ou#ro9 uma sVrie de processos vi#ais são poss%veis sem uma alma imor#al ;ue #ransmi$re de uma eis#&ncia a ou#ra. I 'udismo não ne$a ca#e$oricamen#e a eis#&ncia de uma personalidade em sen#ido emp%rico. S? #en#a demons#rar ;ue não eis#e em sen#ido [l#imo. I #ermo los?co 'udis#a para indiv%duo V Santa na 9 ou se>a9 um Wuo ou uma con#inuidade. Fs#o inclui os elemen#os men#ais e siol?$icos. + orça MGmmica de cada indiv%duo li$a e >un#a os elemen#os. Es#e Wuo inin#errup#o ou con#inuidade de en?menos psico%sicos9 ;ue es#G condicionado pelo Mamma9 e não limi#ado s? \ vida presen#e – mas ;ue #em sua ori$em no passado sem principio e sua con#inuação no u#uro9 – V o subs#i#u#o 'udis#a do e$o permanen#e ou a alma imor#al de ou#ras reli$iAes.
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O. *F''+*+ Es#e processo de nascimen#o e mor#e con#inua ad in9nitum a#V ;ue esse Wuo se>a #ransmudado9 por assim dier9 para Nibba na-dha tu 9 o ob>e#ivo [l#imo dos 'udis#as. + palavra (ali *ibb ana V ormada por Ni e ' an a. Ni V uma par#%cula ne$a#iva e ' a na si$nica cobiça ou dese>o. YSe c)ama *ibbana9 por;ue ele V um aas#amen#o do dese>o ;ue V c)amado ' an a 9 a $anXncia.Z Ni#eralmen#e9 *ibbana si$nica desape$o. TambVm pode denir8se como e#inção da lu[ria9 ?dio e i$norXncia. YI mundo in#eiro es#G em c)amasZ9 disse o 'udd)a. Y(or ;ue o o$o es#G acessoK (elo o$o da lu[ria9 do ?dio e da i$norXncia9 pelo o$o do nascimen#o9 mor#e9 #ris#ea9 lamen#ação9 descon#en#amen#o9 an$[s#ia e desespero se acendeu.Z *ão deve ser en#endido ;ue *ibbana V um es#ado de nada ou ani;uilação devido ao ac#o de ;ue não podemos perceb&8lo com nosso en#endimen#o mundano. *ão se pode dier ;ue não )G lu apenas por;ue um ce$o não a v&. *um con)ecido con#o9 o peie ;ue discu#e com a sua ami$a #ar#aru$a9 conclui de orma #riunan#e ;ue não eis#e a #erra. I *ibbana dos 'udis#as não V um simples nada nem um es#ado de ani;uilação9 mas não )G palavras para epressar ade;uadamen#e o ;ue V. – P0 –
*ibbana V um ")amma ;ue V Ynão8nascido9 não8ori$inado9 não8criado e sem8ormaZ. "ai ;ue se>a e#erno < &huva=9 dese>Gvel e#ivo [l#imo s? pode ser alcançado em uma vida mais alVm. +;ui reside a principal dierença en#re o concei#o 'udis#a do *ibbana e o concei#o não8'udis#a do cVu s? alcançGvel depois da mor#e ou com uma união com "eus ou uma Ess&ncia "ivina na vida ap?s a mor#e. Duando o *ibbana se alcança nes#a vida com a perman&ncia do corpo9 c)ama8se Sopa disesa Nibba na-dha tu. Duando um +ra)a# alcança o (arinibbana9 depois da dissolução do corpo9 sem nen)um res#o da eis#&ncia %sica9 c)ama8se Anupa disesa Nibba na-dha tu. *as palavras de Sir Edwin +rnold: YSe al$uVm ensina ;ue *irvana V cessar "i$o ;ue men#em. Se al$uVm ensina ;ue *irvana V viver "i$o ;ue erram.Z – P –
"e um pon#o de vis#a me#a%sico9 o *ibbana V liber#ação do sorimen#o. "e um pon#o de vis#a psicol?$ico9 o *ibbana V a erradicação do e$o%smo. "e um pon#o de vis#a V#ico9 o *ibbana V a des#ruição da cobiça9 ?dio e i$norXncia. Eis#e o +ra)a# ou não depois da mor#eK 'udd)a responde: YI +ra)a# ;ue oi liber#ado dos cinco a$re$ados V proundo9 incomensurGvel como o poderoso oceano. "ier ;ue renasce não se aplicaria ao caso. "ier ;ue renasce nem ;ue não renasce não se aplicaria ao caso.Z *ão se pode dier ;ue um +ra)a# renasceu e ;ue #odas as paiAes ;ue condicionam o renascimen#o oram erradicadas@ #ampouco pode8se dier ;ue o +ra)a# oi ani;uilado pois não )G nada para ani;uilar. Rober# Ippen)eimer9 um cien#is#a escreve: YSe per$un#amos9 por eemplo9 se a posição do elV#ron permanece i$ual9 devemos dier nãoj9 se per$un#amos se a posição do elV#ron muda com o #empo9 devemos dier nãoj@ se per$un#amos se o elV#ron es#G im?vel9 devemos dier nãoj9 se per$un#amos se es#G em movimen#o9 devemos dier nãoj. Y'udd)a deu respos#as como es#Gs ao ser ;ues#ionado sobre as condiçAes do Eu )umano depois da mor#e@ 21 21 Ibviamen#e reerindo8se ao es#ado de +ra)a# depois da mor#e. – P2 –
mas não são respos#as amiliares \ #radição da ci&ncia dos sVculos OLFF e OLFFF.Z
– PB –
OF. I C+,F*I (+R+ I *F''+*+ Como se alcança o *ibbanaK Se$uindo o *obre Camin)o c#uplo ;ue consis#e em: o o o o o o o o
Compreensão Corre#a
. *ompreens=o *orreta! ;ue V a c)ave no 'udismo9 V eplicado como o con)ecimen#o e en#endimen#o das Dua#ro *obres Lerdades. En#ender corre#amen#e si$nica en#ender as coisas #al como realmen#e são e não como parecem ser. Fs#o reere8se em primeiro lu$ar9 \ corre#a compreensão de n?s mesmos9 por;ue como arma o Sua :ohitassa: Y"ependen#es des#e corpo com uma braça de comprimen#o e sua consci&nciaZ são as ;ua#ro Lerdades. +o pra#icar o *obre Camin)o c#uplo9 a Compreensão Corre#a es#G no principio como no nal. *ecessi#a8se de um $rau m%nimo de Compreensão Corre#a lo$o no principio por;ue proporciona a mo#ivação corre#a para os ou#ros se#e – PH –
a#ores do Camin)o e dG a direção corre#a. *o culminar da prG#ica a Compreensão Corre#a amadureceu a#V ao pon#o da perei#a Sabedoria Fn#erior ou ,nsight <'ipassana -pa..a =9 ;ue leva dire#amen#e aos Es#ados de San#idade. 2. + visão clara da compreensão corre#a condu ao pensamen#o claro. I se$undo a#or do *obre Camin)o c#uplo V por#an#o9 o Pensamento *orreto 9 ;ue serve o duplo prop?si#o de eliminar os maus pensamen#os e desenvolver os pensamen#os puros. I (ensamen#o Corre#o9 nes#e par#icular con#e#o9 V #riplo. Compos#o por: i. Nehamma – Renuncia dos praeres mundanos ou vir#ude do al#ru%smo9 ;ue se opAe ao ape$o9 e$o%smo e possessividade@ ii. Av"a pa da – 'ondade amorosa9 boa von#ade ou benevol&ncia9 ;ue se opAe ao ?dio9 malevol&ncia ou aversão@ iii. Avihimsa – Fnocuidade ou compaião9 ;ue se opAe \ crueldade e insensibilidade. B. I (ensamen#o Corre#o leva \ >ala *orreta 9 o #erceiro a#or. Fs#o inclui a abs#in&ncia de alsidade9 calunia9 uso de palavras $rosseiras e conversas [#eis. H. + -ala Corre#a deve ser se$uida pela A?=o *orreta ;ue acarre#a a abs#in&ncia de ma#ar9 roubar9 e mG condu#a seual.
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1. (uricando9 para começar9 os pensamen#os9 palavras e a#os9 o pere$rino espiri#ual #en#a puricar o seu Modo de 'ida 9 abs#endo8se dos cinco #ipos de ne$?cio ;ue es#ão proibidos a um disc%pulo lei$o. Due são o comVrcio de armas9 de seres )umanos9 de animais para sacri%cio9 de bebidas in#oican#es9 dro$as e venenos. (ara os mon$es9 o modo de vida incorre#o consis#e na condu#a )ip?cri#a e os meios incorre#os de ob#er os ar#i$os necessGrios para a vida de mon$e. !. I @s;or?o *orreto V ;uadruplo9 a saber: i. I esorço para desaer8se do mal ;ue >G es#G presen#e@ ii. I esorço para prevenir ;ue sur>a o mal ;ue ainda não es#G presen#e@ iii. I esorço para desenvolver o bem ;ue ainda não es#G presen#e@ iv. I esorço para promover o bem ;ue >G es#G presen#e. P. + Aten?=o Plena *orreta V a a#enção cons#an#e no ;ue se reere ao corpo9 sensaçAes9 pensamen#os e ob>e#os men#ais. 7. I Esorço Corre#o e a +#enção (lena Corre#a conduem \ *oncentra?=o *orreta. Tra#a8se da a$udea men#al9 ;ue culmina com ha nas ou absorçAes medi#a#ivas. "es#es oi#o a#ores do *obre Camin)o c#uplo9 os dois primeiros a$rupam8se abaio do #%#ulo Sabedoria < Pa..a =9 os #r&s se$uin#es abaio de ,oralidade < Si la=9 e os #r&s [l#imos abaio de – P! –
Concen#ração u%o a ;ual;uer cria#ura viva9 o )omem deveria amar e #er compaião por #odos os seres9 incluindo os seres mais diminu#os ;ue se arras#am a seus pVs. +bs#er8se de roubar9 deveria ser )ones#o e a#uar com )ones#idade em #odas as suas relaçAes. Evi#ando a mG condu#a seual ;ue de$rada a eal#ada na#urea )umana9 o )omem deveria ser puro. Re>ei#ando o uso de also discurso9 deveria ser verdadeiro. (rescindindo das bebidas perniciosas ;ue omen#am a ne$li$&ncia9 deveria permanecer s?brio e dili$en#e. Es#es princ%pios elemen#ares de compor#amen#o re$ulado são essenciais para ;uem se$ue o camin)o para o *ibbana. + violação deles si$nica a in#rodução de obs#Gculos no camin)o9 – PP –
obs#ruirG seu pro$resso moral. + observXncia deles si$nica pro$resso es#Gvel e #ran;uilo por es#e camin)o. I pere$rino espiri#ual9 disciplinando assim as suas palavras e a#os9 pode dar um passo em ren#e e #en#ar con#rolar os seus sen#idos. (ro$redindo len#amen#e e rme9 com palavras re$uladas e a#os e sen#idos moderados9 a orça MGmmica des#e esorçado aspiran#e pode empurrG8lo a renunciar a praeres mundanos e ado#ar a vida ascV#ica. En#ão l)e vem a ideia de ;ue: #+m antro de conitos a vida ;amiliar! *heia de labuta e necessidadesC Mas livre e alta como o cu aberto! D a vida de erranteE%
*ão deve ser en#endido ;ue V esperado ;ue #odos levem uma vida de ')i)u e#ivo [l#imo. I pro$resso espiri#ual da pessoa a$ilia8se sendo um ')i)u9 ainda ;ue9 como se$uidor lei$o9 se pode c)e$ar a ser +ra)a#. "epois de alcançar o #erceiro es#G$io de san#idade9 a pessoa leva uma vida celiba#Gria. +o $aran#ir uma base s?lida no campo da moralidade9 o pere$rino em pro$resso embarca en#ão na prG#ica superior de Samad)i9 o con#rolo e cul#ivo da men#e – a se$unda e#apa nes#e Camin)o. Samad)i V a Ya$udea da men#eZ. a concen#ração da men#e em um ob>e#o ecluindo por comple#o #odas a coisas irrelevan#es. – P7 –
Eis#em dieren#es ob>e#os de medi#ação se$undo os #emperamen#os dos indiv%duos. + concen#ração na respiração V com a ;ue mais acilmen#e se conse$ue ocaliar a men#e. + medi#ação da bondade amorosa V mui#o benVca >G ;ue condu \ pa men#al e \ elicidade. I cul#ivo dos se$uin#es Dua#ro Es#ados Sublimes V al#amen#e recomendGvel: o o o o
'ondade amorosa < Mea = Compaião <aruna = +le$ria al#ru%s#a < Mudita = E;uanimidade <+pea =
"epois de considerar cuidadosamen#e o su>ei#o de con#emplação9 cada um deve escol)er o ;ue mel)or se ade;ua ao seu #emperamen#o. ma ve ;ue es#e #en)a sido es#abelecido sa#isa#oriamen#e9 o indiv%duo a um esorço persis#en#e para ocar a men#e a#V c)e$ar a es#ar #ão comple#amen#e absorvido e in#eressado no ob>e#o9 ;ue #odos os demais pensamen#os são ipso ;acto6F eclu%dos da men#e. Is cinco obs#Gculos para o pro$resso9 a saber:2P o o o o o
"ese>o sensual9 cobiça9 lu[ria dio (re$uiça %sica ou Torpor men#al +$i#ação e (reocupação "[vida9 incer#ea9 al#a de conança
2! *. do T.: Epressão em Na#im ;ue si$nica Ypor esse ac#oZ ou Yau#oma#icamen#eZ. 2P *. do T.: *omes dos obs#Gculos em (ali: amacchanda 9 '"apada 9 Thina-moiddha 9 +ddhacca-uucca 9 'iciiccha . – P6 –
...são en#ão inibidos #emporariamen#e. (or m9 a pessoa conse$ue concen#ração e#G#ica e9 indescri#%vel elicidade9 envol#o em J)ana9 desru#ando da calma e serenidade da men#e ocada. Duando se conse$ue es#a perei#a a$udea men#al9 V poss%vel desenvolver os Cinco (oderes Supranormais < Abhi..a =: Lisão "ivina < &ibbacahu= 9 I l ) o " i v i n o < &ibbasota=9 Reminisc&ncia de *ascimen#os (assados < Pubbeniva sa nussati.a na=9 Nei#ura de (ensamen#o < Paracia-via nana=9 "is#in#os (oderes (s%;uicos < ,ddhividha=. *ão deve en#ender8se ;ue es#es poderes supranormais são essenciais para a San#idade. Embora a men#e es#e>a a$ora puricada9 #odavia permanece la#en#e a #end&ncia de dar rVdea sol#a \s suas paiAes9 mas median#e a concen#ração9 as paiAes são adormecidas #emporariamen#e9 mas podem vir \ #ona em momen#os inesperados. Tan#o "isciplina como Concen#ração são [#eis para limpar o Camin)o de obs#Gculos9 mas s? a Sabedoria Fn#erior ou ,nsight <'ipassana-pa..a =9 permi#e ver as coisas #al como realmen#e são9 e9 a#in$ir por conse$uin#e9 o ob>e#ivo nal median#e a comple#a ani;uilação das paiAes inibidas por Sam ad)i. Es#a V a #erceira e [l#ima e#apa do Camin)o do *ibbana. Com es#a men#e a$uçada ;ue parece a$ora um espel)o bril)an#e9 uma pessoa ol)a o mundo para ob#er a visão corre#a da vida. Il)a e onde ol)a9 não v& mais ;ue as Tr&s Carac#er%s#icas da Eis#&ncia: o o o
Anicca
...des#acando8se em al#o relevo. Compreende ;ue a vida es#G mudando cons#an#emen#e e ;ue #odas as coisas condicionadas são #ransi#?rias9 impermanen#es. *em no cVu nem na #erra encon#ra elicidade $enu%na9 pois #oda a orma de praer V um prel[dio de dor. I ;ue V #ransi#?rio9 V por #an#o9 doloroso9 e onde prevalece a mudança e sorimen#o não pode )aver uma alma imor#al permanen#e. (elo ;ue9 des#as #r&s carac#er%s#icas9 ele>a a ;ue mais l)e a#rai e con#inue a desenvolver in#ensamen#e a Sabedoria Fn#erior nessa direção par#icular a#V ;ue c)e$ue ao $lorioso dia em ;ue )averG percebido o *ibbana pela primeira ve na sua vida9 #endo des#ru%do as Tr&s +#aduras – Crença na iden#idade < Saa "adit1t1hi =9 "[vida ou Fndecisão <'iciiccha =9 +desão a ri#os e cerim?nias e;uivocadas < Si labbata-para ma ssa=. *es#a e#apa a pessoa denomina8se por So# apanna o sensual < am
es#e mundo nem busca nascimen#o nos dom%nios celes#iais9 uma ve ;ue >G não #em dese>o pelo praeres sensuais. "epois da mor#e9 renasce nas Y,oradas (urasZ ado pelo &i#o sem preceden#e dos seus esorços9 a seu pro$resso nal e9 des#r?i as +#aduras res#an#es – "ese>o pela Lida em Reinos de -orma <:u para ga= e Reinos Sem8orma < Aru para ga=9 Laidade (Ma na=9 +$i#ação <+ddhacca=9 e F$norXncia < Avia = – conver#e8se num San#o (erei#o: m +ra)a#9 um "i$no. Fns#an#aneamen#e9 ele es#G conscien#e de ;ue o ;ue #in)a ;ue cumprir oi cumprido9 ;ue um pesado ardo de dor cedeu9 #odas as ormas de ape$o oram #o#almen#e ani;uiladas9 e o Camin)o para o *ibbana oi a#ravessado. I "i$no eleva8se a al#uras mais al#as ;ue reinos celes#es9 lon$e das paiAes rebeldes e con#aminaçAes do mundo9 compreendendo a indescri#%vel elicidade do *ibbana9 e como mui#os +ra)a#s an#i$os9 proere es#e )ino de ale$ria: #Boa vontade e sabedoria! mente adestrada com mtodo! A mais elevada conduta baseada em boa moral! ,sto ;aG os mortais puros! sem posi?=o ou riueGaE%
Como arma T. . ule5: YI 'udismo V um sis#ema ;ue não con)ece "eus no sen#ido ociden#al9 ;ue ne$a uma alma ao )omem9 ;ue considera um $rande erro a crença na imor#alidade9 ;ue não recon)ece ecGcia al$uma na oração e sacri%cio9 ;ue convida os )omens – ;ue em sua purea ori$inal nada sabem de vo#os de obedi&ncia e nunca pediram a>uda de um braço secular – a não esperar nada senão dos seus esorços para a salvação@ – 72 –
ainda assim9 es#ende8se a#ravVs do mundo com assombrosa rapide – e V credo dominan#e de uma $rande ração da )umanidade.Z
– 7B –
+(*"FCE Concen#ração na Respiração < Ana pa na Sati) Anapana
Sa#i V a plena a#enção na respiração. Ana si$nica inalação e apa na 9 ealação. + concen#ração no processo da respiração leva \ a$udea men#al e9 nalmen#e9 \ Sabedoria Fn#erior ;ue permi#e uma pessoa alcançar a San#idade ou ;ualidade de +ra)a#. 'udd)a #ambVm pra#icou a concen#ração na respiração an#es de alcançar a Fluminação. Es#a concen#ração in?cua pode ser pra#icada por ;ual;uer pessoa independen#emen#e das crenças reli$iosas. +do#ando uma pos#ura ade;uada9 man#en)a o corpo ere#o. Colo;ue a mão direi#a sobre a es;uerda. Is ol)os podem es#ar ec)ados ou semiaber#os. Is orien#ais9 $eralmen#e9 sen#am8se com as pernas cruadas e o corpo ere#o. Sen#am8se colocando o pV direi#o sobre a coa es;uerda e o pV es;uerdo sobre a coa direi#a. Es#G V a posição de l?#us comple#o. +l$umas vees9 ado#am a pos#ura de meio l?#us9 ;ue V colocar simplesmen#e o pV direi#o sobre a coa es;uerdo ou o pV es;uerdo sobre a coa direi#a. Duando o corpo assume a posição #rian$ular9 #odo o corpo ca bem e;uilibrado. – 7H –
+;ueles ;ue ac)am a pos#ura de pernas cruadas demasiado di%cil9 podem sen#ar8se comodamen#e em uma cadeira ou supor#e sucien#emen#e al#o para descansar as pernas no solo. *ão V de suma impor#Xncia ;ue pos#ura se ado#e9 desde ;ue se>a uma pos#ura Gcil e relaada. + cabeça não se deve inclinar. I pescoço deve es#ar direi#o9 de modo ;ue o nari ;ue em lin)a perpendicular com a do umbi$o. Is 'udd)as ado#am )abi#ualmen#e a posição de l?#us comple#o. Sen#am8se com os ol)os semiaber#os ol)ando a uma dis#ancia não maior ;ue #r&s passos e meio. +n#es da prG#ica9 deverG epulsar len#amen#e a#ravVs da boca o ar viciado dos pulmAes e depois man#er a boca ec)ada. +$ora9 inale normalmen#e pelo nari9 sem #enção9 sem orça. ,en#almen#e con#e um. Eale e con#e dois. Fnale e con#e #r&s. Con#e a#V de de orma cons#an#e9 concen#rando8se no processo da respiração sem pensar em nada mais. En;uan#o o a9 a men#e pode diva$ar. ,as não se deve desanimar. Uradualmen#e9 pode8se incremen#ar o n[mero de sVries – di$amos9 cinco sVries de de. (os#eriormen#e9 pode8se inalar e aer um ins#an#e de pausa9 concen#rando8se simplesmen#e na inalação sem con#ar. Eale e aça uma pausa. "essa orma9 inale e eale concen#rando8 se na respiração. +l$uns preerem con#ar dado ;ue a>uda na concen#ração9 en;uan#o ;ue ou#ros preerem não con#ar. I ;ue V essencial V a concen#ração e não o con#ar9 ;ue V secundGrio. – 71 –
Duando se pra#ica es#a concen#ração9 sen#e8se em pa9 leve na men#e e no corpo. "epois de pra#icar duran#e um cer#o per%odo9 pode c)e$ar o dia em ;ue se dG con#a de ;ue es#e c)amado corpo es#G sus#en#ado pela simples respiração e ;ue o corpo perece ;uando a respiração cessa. ma pessoa recon)ece comple#amen#e a imperman&ncia. Inde )G mudança9 não pode )aver uma en#idade permanen#e ou uma alma imor#al. (ode desenvolver8se en#ão a Sabedoria Fn#erior para alcançar a ;ualidade de +ra)a#. Es#G claro ;ue o ob>e#ivo des#a concen#ração na respiração não V simplesmen#e ob#er a a$udea men#al mas #ambVm cul#ivar a Sabedoria Fn#erior para ob#er a liber#ação do sorimen#o. Em al$uns discursos9 o simples in?cuo mV#odo da respiração se descreve como se se$ue: YEle inala a#en#amen#e9 ele eala a#en#amen#e. . -aendo uma lon$a inalação9 ele es#G cien#e: -aço uma lon$a inalaçãoj@ aendo uma lon$a ealação9 ele es#G cien#e: -aço uma lon$a ealação.j 2. -aendo uma cur#a inalação9 ele es#G cien#e: -aço uma cur#a inalaçãoj@ aendo uma cur#a ealação9 ele es#G cien#e: -aço uma cur#a ealação.j B. (ercebendo claramen#e o processo comple#o de respirar
– 7! –
H. +calmando as respiraçAes9 eu inalareij@ assim se #reina@ acalmando as respiraçAes9 eu ealareij@ assim se #reina.Z
– 7P –
,edi#ação da 'ondade +morosa < Mea ) -i;ue calmo e em pa. Reci#e #r&s vees: Namo Buddha "a – <onra ao 'udd)a= Reci#e #r&s vees: Araham – o9 ?dio e i$norXncia@ livre de #odos os maus pensamen#os. ,in)a men#e es#G pura e l%mpida. Como um espel)o reluen#e V min)a men#e imaculada. Como uma vasil)a limpa e vaia ;ue se enc)e com pura G$ua9 a$ora eu enc)o o meu coração e min)a men#e com puros pensamen#os pac%cos e sublimes de 27 Es#a par#e in#rodu#?ria pode ser omi#ida por não8'udis#as. – 77 –
bondade amorosa sem limi#es9 #ransbordando compaião9 ale$ria al#ru%s#a e perei#a e;uanimidade. +$ora eu limpei min)a men#e e coração de raiva9 mG von#ade9 crueldade9 viol&ncia9 ci[me9 inve>a9 paião e aversão. (ense de vees: Due eu26 es#e>a bem e se>a elih Due eu es#e>a livre do sorimen#o9 doença9 dor9 in;uie#ação e raivah Due eu se>a or#e9 au#oconan#e9 saudGvel e pacicoh (ense assim: +$ora carre$o #odas as par#%culas do meu sis#ema9 da cabeça aos pVs9 com pensamen#os de bondade amorosa e compaião sem limi#es. Sou a personicação da bondade amorosa e da compaião. Todo o meu corpo es#G c)eio de bondade amorosa e compaião. Sou um baluar#e9 uma or#alea de bondade amorosa e compaião. *ão sou nada mais ;ue bondade amorosa e compaião. ,e sublimei9 elevei9 enobreci a mim mesmo. (ense de vees: Due eu es#e>a bem e se>a elih
26 +;ui o #ermo YEuZ V usado no sen#ido convencional. – 76 –
Due eu es#e>a livre do sorimen#o9 doença9 dor9 in;uie#ação e raivah Due eu se>a or#e9 au#oconan#e9 saudGvel e pacicoh (ense: ,en#almen#e9 crio uma aura de bondade amorosa \ vol#a de mim. (or meio des#a aura posso cor#ar #odos os pensamen#os ne$a#ivos e vibraçAes )os#is. *ão me ae#am as mGs vibraçAes dos ou#ros. "evolvo o bem pelo mal9 bondade amorosa pela raiva9 compaião pela crueldade9 ale$ria al#ru%s#a pela inve>a. Es#ou em pa e com a men#e em e;uil%brio. +$ora sou uma or#alea de bondade amorosa9 um baluar#e de moralidade. I ;ue eu $an)ei9 a$ora dou aos ou#ros. (ense em #odas as pessoas ;ue l)e são pr?imas e ;ueridas em casa9 uma a uma ou em $rupo9 e preenc)a8l)es de pensamen#os de bondade amorosa e dese>os de pa e elicidade9 repe#indo: YDue #odos os seres es#e>am bem e se>am elieshZ Em se$uida pense em #odos os seres vis%veis e invis%veis9 ;ue es#ão per#o e lon$e9 )omens e mul)eres9 animais e #odos os seres viven#es9 no orien#e e ociden#e9 no nor#e e no sul9 abaio e acima9 e irradie bondade amorosa sem limi#es9 sem nen)uma inimiade ou obs#rução9 para #odos9 sem dis#inção de classe9 credo9 cor ou seo. – 60 –
(ense ;ue #odos são seus irmãos e irmãs9 compan)eiros no oceano da vida. Fden#i;ue8se com #odos eles. Loc& V um com #odos. Repi#a de vees: YDue #odos os seres es#e>am bem e se>am elieshZ e dese>e a #odos pa e elicidade. *o #ranscurso da sua vida diGria9 #en#e #raduir os seus pensamen#os em açAes ;uando a ocasião o demande.
– 6 –
(ereiçAes (Pa rami) . &a na a $eneroso e a#enciosoh 2. Si la <,oralidade=: Due eu se>a bem disciplinado e aça uso de boas maneirash Due se>a puro e l%mpido em #odas as min)as relaçAesh Due meus pensamen#os palavras e a#os se>am purosh B. Nehamma a e$o%s#a nem possessivo9 mas desape$ado e al#ru%s#ah Due possa sacricar o meu praer pelo bem dos ou#rosh H. Pa..a a iluminado e ;ue se>a capa de iluminar os ou#rosh Due se>a capa de dar o bene%cio do meu con)ecimen#o aos ou#rosh 1. 'iri"a e#ivosh Due não #en)a medo de enren#ar os peri$os e ;ue supere #odos os obs#Gculosh Due posa servir ou#ros o mel)or ;ue puderh !. hanti <(aci&ncia9 Resili&ncia=: Due eu se>a sempre pacien#eh Due possa supor#ar e #er paci&ncia com os erros dos ou#rosh Due se>a sempre #oleran#e e ve>a bondade e belea em #udoh
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P. Sacca a sempre verdadeiro e )ones#oh Due não esconda a verdade para ser educadoh Due nunca me desvie do camin)o da verdadeh 7. Addhiha na <"e#erminação=: Due eu se>a rme e resolu#o e #en)a uma von#ade de açoh Due se>a suave como uma Wor e rme como uma roc)ah Due se>a sempre uma pessoa de princ%piosh 6. Mea <'ondade amorosa=: Due eu se>a sempre amGvel9 ami$Gvel e compassivoh Due se>a capa de considerar #odos como meus irmãos e irmãs e se>a um com elesh 0. +peha a sempre calmo9 sereno e se>a e;uilibrado e pacicoh Due consi$a #er uma men#e e;uilibradah Due eu #en)a perei#a e;uanimidadeh
(ossa eu servir para ser perei#oh (ossa eu ser perei#o para servirh
– 6B –