PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM CONSTRUÇÃO CIVIL
Eng. Civil Ronan de Almeida Matuzalém
ÍNDICE I – conteúdos de tecnologia tec nologia da construção 1.1 – introdução 1.2 – critérios para escolha de um terreno 1.3 – órgãos públicos aos quais a obra será vinculada 1.4 – regulamentação do exercício de atividade técnica 1.5 – funções exercidas nas obras 1.6 – maneiras de remunerar profissionais 1.7 – informações importantes nas etapas iniciais II – serviços preliminares de construção 2.1 – introdução 2.2 2.2 – veri verifi fica caçã çãoo da disp dispon onib ibililiida dade de das insta nstallaçõe açõess prov provis isór ória iass 2.3 – verificação das condições de vizinhança 2.4 – serviços de demolição 2.5 – serviços de movimentação de terra III – locação de obras 3.1 – introdução 3.2 – o processo de locação IV – fundações 4.1 – definição 4.2 – parâmetros para escolha da fundação 4.3 – fundações rasas 4.4 – fundações profundas 4.5 – características das fundações V – fôrmas, armação e concretagem 5.1 – a pr produção da da es estrutura de de ed edifíci ícios em concr ncreto eto ar armado ado 5.2 – produção das fôrmas e escoramentos 5.3 – a montagem da armadura 5.4 – concreto: preparo, controle e recebimento VI – alvenarias 6.1 – introdução 6.2 – elementos de alvenaria 6.3 – vãos em paredes de alvenaria VII – argamassas 7.1 – o que é argamassa 7.2 – funções do revestimento de argamassa 7.3 – propriedades das argamassas 7.4 – tipos de argamassa 7.5 – a água na composição 7.6 – revestimento de paredes 7.7 – tabelas de medidas para argamassas bibliografia
03 03 03 03 04 05 06 06 12 12 12 12 13 14 16 16 16 18 18 18 19 22 24 26 26 27 35 43 44 44 45 52 57 57 58 58 59 60 60 61 64
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ÍNDICE I – conteúdos de tecnologia tec nologia da construção 1.1 – introdução 1.2 – critérios para escolha de um terreno 1.3 – órgãos públicos aos quais a obra será vinculada 1.4 – regulamentação do exercício de atividade técnica 1.5 – funções exercidas nas obras 1.6 – maneiras de remunerar profissionais 1.7 – informações importantes nas etapas iniciais II – serviços preliminares de construção 2.1 – introdução 2.2 2.2 – veri verifi fica caçã çãoo da disp dispon onib ibililiida dade de das insta nstallaçõe açõess prov provis isór ória iass 2.3 – verificação das condições de vizinhança 2.4 – serviços de demolição 2.5 – serviços de movimentação de terra III – locação de obras 3.1 – introdução 3.2 – o processo de locação IV – fundações 4.1 – definição 4.2 – parâmetros para escolha da fundação 4.3 – fundações rasas 4.4 – fundações profundas 4.5 – características das fundações V – fôrmas, armação e concretagem 5.1 – a pr produção da da es estrutura de de ed edifíci ícios em concr ncreto eto ar armado ado 5.2 – produção das fôrmas e escoramentos 5.3 – a montagem da armadura 5.4 – concreto: preparo, controle e recebimento VI – alvenarias 6.1 – introdução 6.2 – elementos de alvenaria 6.3 – vãos em paredes de alvenaria VII – argamassas 7.1 – o que é argamassa 7.2 – funções do revestimento de argamassa 7.3 – propriedades das argamassas 7.4 – tipos de argamassa 7.5 – a água na composição 7.6 – revestimento de paredes 7.7 – tabelas de medidas para argamassas bibliografia
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I - CONTEÚDOS DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO 1.1 - INTRODUÇÃO Os as asssun unto toss ex expo post stos os a pa part rtir ir da daqu quii têm têm co como mo fina finalilida dade de orga organi niza zarr o entendimento das atividades desenvolvidas na Construção Civil dispondo-as na seqüência como são executadas normalmente nas obras. Primeiras preocupações na execução de obras:
1.2 - CRITÉRIOS P/ESCOLHA DE UM TERRENO Encontrar um bom terreno em área urbana é uma missão difícil que requer paciên pac iência cia e mu muita ita pes pesqui quisa, sa, esp especi ecialm alment entee nas grand grandes es cid cidade ades. s. Com a experiência de quem convive com este dilema dia-a-dia, corretores de imóveis e engenheiros ressaltam alguns itens que devem ser analisados por quem deseja fechar um bom negócio: Repare no padrão de construção da vizinhança e veja se o seu projeto seria compatível com o lugar. Erguer uma mansão num bairro de classe média pode ser um elefante branco no futuro, caso você queira vender o imóvel. A região dispõe de boa infra-estrutura: luz, água encanada, linhas de ônibus, escolas e atividades comerciais? É muito prático ter comércio próximo ao terreno, mas não colado a ele. Todas as pessoas querem uma feira perto de casa mas não na sua rua. Evite bairros onde os acessos são feitos por apenas uma avenida ou estrada. O tráfego costuma virar um problema, gerando má qualidade de vida. Visite o local de dia, de noite e nos finais de semana para verificar o tráfego e o movimento de bares e clubes. Pessoas que compraram um terreno durante as férias só perceberam o barulho da escola e do trânsito no começo do ano letivo. Olho vivo no posicionamento do lote. Aqueles situados em esquinas são ótimos para o comércio, mas não para moradias. Elas ficam vulneráveis a assaltos e sem privacidade. Verifique na administração regional se a área em vista é de preservação hist histór óric icaa ou am ambie bient ntal al (ond (ondee sã sãoo proi proibi bida dass as co cons nstr truç uçõe õess ou ex exis iste tem m restrições para isso) ou se há projetos de desapropriação e alteração urbana. Tenha cautela com aclive ou declive acentuados. Você pode até economizar na compra, mas vai gastar com muros de arrimo ou taludes.
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Informe-se sobre a existência de edifícios tombados por perto. De modo geral, as casas ao lado deles sofrem restrições quanto a recuo para não diminuir a visibilidade do prédio em questão. Se existir imóvel antigo no lote e você quiser demoli-lo para construir uma nova casa, veja na prefeitura se ele não está em processo de tombamento. Atenção ao formato dos terrenos. Se você tiver duas opções com metragens iguais, prefira aquela com a frente mais ampla. Exemplo: numa área com 5 m de frente e 50 m de profundidade, a fachada ficará pequena. Isso desvaloriza a casa. Melhor é uma com 10 m de frente e 25 m de fundo. Observe o comportamento do sol no local. Onde batem os raios solares de manhã e à tarde? Assim, você poderá saber se o lugar se enquadra no projeto que está imaginando. A seguir são apresentadas algumas Leis que regem as decisões a serem tomadas nas etapas iniciais da execução de obras:
Estatuto das Cidades Código de Defesa do Consumidor Plano Diretor
1.3 - ÓRGÃOS PÚBLICOS AOS QUAIS A OBRA SERÁ VINCULADA As obras são regidas pelo CÓDIGO DE OBRAS DOS MUNICIPIOS PREFEITURA MUNICIPAL; COMPANHIAS DE ÁGUA E ESGOTO; CREA ; COMPANHIAS DE LUZ ; INSS ; TELEFÔNICAS ; SECRETARÍA DA SAÚDE; CORPO DE BOMBEIROS; FEPAM; ÓRGÃOS MILITARES
Habite-se é um documento que oficializa a conclusão de uma obra. Só é concedido se a obra estiver executada de acordo com os projetos aprovados em todos os órgãos competentes. 1.4 - REGULARIZAÇÃO DO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE TÉCNICA Todas as profissões técnicas são subordinadas ao CREA. (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) – é um órgão que fiscaliza o exercício das profissões técnicas. Quando um profissional adquire o direito de exercer uma profissão técnica, precisa se registrar no CREA. Neste registro, é necessário que todas as atividades exercidas sejam registradas, através de ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), no CREA. A ART é um formulário que tem função de contrato entre o proprietário da obra e o profissional responsável técnico. 4
Para que tenha valor legal, é necessário o registro da ART, no CREA. Neste documento ficam registrados todos os detalhes da obra, e o serviço a ser prestado pelo profissional, que pode ser projeto, execução, laudo técnico, regularização e outros. A partir deste documento o profissional poderá comprovar os serviços executados, compondo o Acervo Técnico para efeito de currículo, muito importante em atestados de capacidade técnica para participação em concorrências públicas ou privadas. Uma empresa, para realizar atividades técnicas precisa estar registrada no CREA, e para isso precisa Ter um profissional vinculado a ela fazendo parte da sociedade ou sendo empregado com carteira assinada e recebendo pelo menos o salário mínimo profissional. O currículo da empresa, é o currículo de seu(s) profissional(ais). Quando um profissional muda de empresa, o seu currículo vai para a nova empresa a qual esteja vinculado. As empresas não têm currículo, quem tem são seus profissionais.
Para saber sobre mais sobre Responsabilidade Técnica consulte: www.crea-mg.org.br
1.5 - FUNÇÕES EXERCIDAS NAS OBRAS Relaciona-se aqui as principais funções desenvolvidas nas obras e seus respectivos profissionais. •
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Mestre de obras Profissional encarregado de administrar a mão de obra, fiscalizando a qualidade dos serviços e a produção. Contramestre Tem a função de controlar grupos de profissionais nas obras com grande número de funcionários que impossibilita a ação direta do Mestre de Obras sobre todos. Almoxarife Pessoa encarregada de controlar materiais e ferramentas em obras que possuem almoxarifado. Pedreiro Tem a função de executar os serviços profissionais básicos tais como alvenarias, revestimentos, pavimentações, concretagens etc. Carpinteiro Executa serviços em madeira onde não são necessários acabamentos finais (execução de tapumes, galpões, formas para concreto, andaimes, estruturas para telhados etc.) Ferreiro Armador Executa serviços de corte, dobra e montagem das armaduras para concreto armado. Instaladores Profissionais encarregados de executar as instalações elétricas e hidrossanitárias nas edificações. Serralheiro Trabalha com materiais metálicos como ferro e alumínio, executando portas, janelas, portões, grades e serviços similares nas obras. Funileiro Trabalha com chapas metálicas executando acessórios para coberturas tais como calhas, rufos, tubos de queda etc. Marceneiro Profissional que trabalha com elementos de acabamento em madeira tais como portas, janelas, móveis, divisórias etc. ·Apontador Encarregado de “apontar” entradas e saídas de materiais e equipamentos nas obras e conferir as suas quantidades. 5
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Servente Profissional que executa serviços não especializados, auxiliando os profissionais (serviços de carga e descarga de materiais, transporte horizontal, escavações, misturas de concreto e argamassa entre outros) Vidraceiro Pintor
1.6 - MANEIRAS DE REMUNERAR PROFISSIONAIS COM VÍNCULO EMPREGATÍCIO DIRETO. Horistas São os profissionais cuja remuneração independe da produção. · (utilizados com vantagem quando os serviços não têm continuidade ou que requerem um nível de acabamento que não possibilita grande produção) Tarefistas São utilizados com vantagem quando há interesse e · possibilidade de acelerar os serviços sem que a qualidade exigida seja prejudicada. Neste caso,quando houverem fatores que impeçam a produção, deve ser garantida a remuneração mínima profissional. Empreiteiros de mão de obra São empresas que executam serviços se responsabilizando pelas ferramentas, equipamentos e encargos sociais de seus subordinados. Tem responsabilidades fiscais junto a órgãos públicos como Prefeitura, INSS, entre outros. É preciso haver um contrato e fiscalização de documentos comprobatórios de situação regular junto aos órgãos controladores das atividades exercidas. A contratação de um empreiteiro não isenta a empresa contratante, dos encargos assumidos por ele (sub empreiteiro) e não pagos. É importante que exista um "Diário de Obra" que registrará todas as ocorrências, condições climáticas, funcionários em atividade. Este documento deverá ser feito em duas vias e assinado diariamente por representantes das partes envolvidas.
1.7 - ALGUMAS INFORMAÇÕES IMPORTANTES NESTAS ETAPAS INICIAIS Alvarás Você vai construir a casa nova? Ou quer só fazer um "puxadinho" para cobrir a garagem? Pois saiba que qualquer obra de construção civil, inclusive algumas reformas, está sujeita à aprovação da prefeitura da sua cidade. Veja abaixo as etapas para que o proprietário tenha a sua construção em dia perante o poder público.
Aprovação do projeto 6
A aprovação do projeto é a primeira etapa antes de começar uma obra. A prefeitura precisa autorizar a execução da edificação. O tempo de aprovação é indefinido, pois vai depender de cada prefeitura e do projeto.
Canteiro de obras Dicas para construir um canteiro de obras O canteiro é o cartão de visitas de toda obra, portanto vale a pena projetá-lo em conformidade com a imagem de sua empresa. O canteiro é a praça de relacionamento de sua empresa com a vizinhança da obra, clientes, fornecedores e funcionários Projete as edificações sempre em conformidade com as normas, visando estabilidade estrutural, conforto ambiental e segurança. Implante o canteiro em local que permaneça o maior tempo possível, pois desmobilizações durante a obra causam muito transtorno. Encontre um local que não interfira com as movimentações horizontais e verticais de material e pessoal, e que ao mesmo tempo lhe assegure controle da obra e facilidade de acesso para funcionários e visitantes. Sempre que possível leve em consideração a insolação e ventilação para contribuir com o conforto dos usuários Ao planejar as edificações de apoio, estabeleça um programa de necessidades, com definições claras de tamanhos de salas, localização e fluxos. Se possível, projete o mobiliário para evitar falta ou excesso de espaço. Ao planejar as instalações sanitárias, considere 01 chuveiro para cada grupo de 10 trabalhadores e um conjunto de lavatório, vaso sanitário e mictório para cada grupo de 20 trabalhadores. No refeitório, calcule aproximadamente 1,00m2/trabalhador para o local de refeições. O refeitório não pode estar situado em subsolos ou porões, nem ter comunicação direta com as instalações sanitárias. O pé-direito mínimo é de 2,80m, ou conforme o código de obras do município da obra. Sempre que houver trabalhadores alojados, as áreas de vivência deverão dispor de alojamentos, lavanderia e área de lazer. Toda obra com 50 ou mais trabalhadores alojados deverá ter um ambulatório. Dicas de armazenagem de materiais
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A correta armazenagem do material, definida previamente, facilita a circulação de pessoas e a organização geral. Algumas regras básicas devem ser seguidas: não devem ser estocados materiais como sacos, perfis e madeira apoiados em muros e pilares de sustentação, já que poderão gerar avarias provocadas por batidas, o que ocasiona fissuras e trincas. Caso se armazenem materiais sobre lajes, devem ser empilhados a uma distância no mínimo igual à altura da pilha. Os materiais são divididos em sólidos (madeira, compensados, tijolos, blocos, brita, cal, cimento e areia), líquidos (tintas, vernizes, óleo, gasolina, solventes e ácidos) e gasosos (oxigênio, acetileno). Cada tipo merece uma atenção especial: Madeiras - Devem ser armazenadas em camadas planas, firmes e acomodadas, dependendo do tamanho das peças, uma no sentido inverso da anterior. Quando a pilha ultrapassar 1,2 m de altura, devem ser colocadas pranchas transversais. O local deve possuir extintores de água pressurizada. Sacos – A pilha de sacos de cimento não deve ter mais que dez unidades. Os quatro sacos dos extremos devem ser colocados cruzados até a altura do quinto saco e as "bocas" de entrada dos sacos devem ser viradas para dentro da pilha. O transporte manual de um saco não deve ultrapassar 60 m, devendo ser feito de maneira mecânica. É vedado o transporte manual com pranchas sobre vãos superiores a 1 m de extensão. Tijolos e blocos – A partir de 1,2 m de altura a pilha deve ser escalonada ao centro com uma inclinação aproximada de 10%. Limitar as pilhas de blocos a 1,8 m e nunca armazená-los sobre andaimes, passarelas e rampas. Vergalhões de aço – Podem ser armazenados em prateleiras, cavaletes ou empilhados no piso. O aço para armadura deve ser armazenado em pilhas separadas de acordo com a bitola. Para a separação das pilhas de aço devem ser utilizadas estacas de madeira em vez de perfis metálicos Tubos – Devem ser escorados lateralmente e as pilhas não podem ultrapassar 1,8 m. Materiais tóxicos, corrosivos, inflamáveis e explosivos – Devem ser isolados em locais apropriados e sinalizados. Deverão permanecer presos por correntes e faixas. Chapas de compensado, metal ou vidro – Podem ser armazenadas em cavaletes ou ser encostadas e presas em apoios. Tambores e barris – Devem ser armazenados na horizontal, com empilhamento em forma de pirâmide, travados lateralmente, com calços de madeira no tambor inferior. Materiais embalados em caixas – Devem se armazenados sobre estrados 8
de madeira e não diretamente sobre o piso. As pilhas não devem ter altura superior a 1,8 m. Fonte: Manual de Aplicação NR-18, José Carlos de Arruda Sampaio, Editora Pini
Gestão de resíduos A nova lei do lixo A forma de descartar entulhos mudou e promete mexer, e muito, com todo o processo construtivo. A simples, porém dispendiosa, prática de remover entulho está sofrendo mudanças significativas. Daqui a pouco tempo não será mais suficiente apenas contratar os serviços de caçambeiros e esquecer da existência dos resíduos. As construtoras serão obrigadas a apresentar, junto com o projeto de liberação da obra, um outro de remoção e destinação compromissada do entulho.
Segurança no trabalho De acordo com a NR-18 (Norma Regulamentadora nº 18 do Ministério do Trabalho), os equipamentos de proteção individual devem ser fornecidos de forma gratuita para os empregados sempre que as medidas de proteção coletiva não forem viáveis do ponto de vista técnico ou não oferecerem completa proteção aos operários. Os EPIs costumam ser, entretanto, um dos bons indicadores das condições de segurança de uma obra. Claro que, se não houver o desenvolvimento de um programa de segurança do trabalho ou se a empresa preferir, ao invés de eliminar os riscos na fonte geradora, apenas proteger os operários com esse tipo de equipamento, os resultados práticos serão nulos. Dispensar os EPIs, porém, seria impossível. Outro ponto fundamental é o treinamento. De nada adianta possuir os EPIs apenas para cumprir a lei, sem garantir o uso da maneira adequada. "O treinamento inicial do trabalhador, dentro das seis horas obrigatórias, deve incluir orientações sobre o uso correto dos equipamentos".
A relação abaixo mostra, para as funções que os empregados executam na obra, quais os EPIs indicados: . administração em geral - calçado de segurança; • almoxarife - luva de raspa; • armador - óculos de segurança contra impacto, avental de raspa, mangote de raspa, luva de raspa, calçado de segurança; • azulejista - óculos de segurança contra impacto, luva de PVC ou látex; • carpinteiro - óculos de segurança contra impacto, protetor facial, avental de raspa, luva de raspa, calçado de segurança; 9
• carpinteiro (serra) - máscara descartável, protetor facial, avental de raspa, calçado de segurança; • eletricista - óculos de segurança contra impacto, luva de borracha para eletricista, calçado de segurança, cinturão de segurança para eletricista; • encanador - óculos de segurança contra impacto, luva de PVC ou látex, calçado de segurança; • equipe de concretagem - luva de raspa, calçado de segurança; • equipe de montagem (grua torre, guincho, montagens) - óculos de segurança - ampla visão, máscara semifacial, protetor facial, avental de PVC, luva de PVC ou látex, calçado de segurança; • operador de betoneira - óculos de segurança - ampla visão, máscara semifacial, protetor facial, avental de PVC, luva de PVC ou látex, calçado de segurança; • operador de compactador - luva de raspa, calçado de segurança; • operador de empilhadeira - calçado de segurança, colete refletivo; • operador de guincho - luva de raspa, calçado de segurança; • operador de máquinas móveis e equipamentos - luva de raspa, calçado de segurança; • operador de martelete - óculos de segurança contra impacto, máscara semifacial, máscara descartável, avental de raspa, luva de raspa, calçado de segurança; • operador de policorte - máscara semifacial, protetor facial, avental de raspa, luva de raspa, calçado de segurança; • pastilheiro - óculos de segurança - ampla visão, luva de PVC ou látex, calçado de segurança; • pedreiro - óculos de segurança contra impacto, luva de raspa, luva de PVC ou látex, botas impermeáveis, calçado de segurança; • pintor - óculos de segurança - ampla visão, máscara semifacial, máscara descartável, avental de PVC, luva de PVC ou látex, calçado de segurança; • poceiro - óculos de segurança - ampla visão, luva de raspa, luva de PVC ou látex, botas impermeáveis, calçado de segurança; • servente em geral - calçado de segurança (deve sempre utilizar os equipamentos correspondentes aos da sua equipe de trabalho)
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• soldador - óculos para serviços de soldagem, máscara para soldador, escudo para soldador, máscara semifacial, protetor facial, avental de raspa, mangote de raspa, luva de raspa, perneira de raspa, calçado de segurança; • vigia - colete refletivo. Observações: • o capacete é obrigatório para todas as funções; • a máscara panorâmica deve ser utilizada pelos trabalhadores cuja função apresentar necessidade de proteção facial e respiratória, em atividades especiais; • o protetor auricular é obrigatório a qualquer função quando exposta a níveis de ruído acima dos limites de tolerância da NR 15; • a capa impermeável deve ser utilizada pelos trabalhadores cuja função requeira exposição a garoas e chuvas; • o cinturão de segurança tipo pára-quedista deve ser utilizado pelos trabalhadores cuja função obrigue a trabalhos acima de 2m de altura; • o cinto de segurança limitador de espaço deve ser utilizado pelos trabalhadores cuja função exigir trabalho em beiradas de lajes, valas etc.
Segurança e sinalização de obra Cores Segundo Camilo Penteado, consultor em segurança do trabalho, as cores são adotadas para indicar e advertir sobre os riscos existentes. O uso, porém, deve ser o mais reduzido possível para que se evite confusão e fadiga visual para o trabalhador.
Vermelho: indica equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio, como caixa de alarme de incêndio, hidrantes, sirene de alarme, indicação dos extintores, localização das mangueiras de incêndio e portas de saída de emergência. Amarelo: indica "Cuidado". Deve ser usada em fundos de letreiros e avisos de advertência, cavaletes, porteiras e lanças de cancelas, corrimãos, parapeitos, pisos e partes de escadas que apresentem riscos, vigas colocadas à baixa altura, cabinas, caçambas, guindastes e escavadeiras, e pára-choques para veículos de transporte pesado (com listras pretas). Branco: indica direção e circulação. Aplica-se para localização e coletores de resíduos, de bebedouros e zonas de segurança.
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Preto: indica as canalizações de fluidos inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade. Azul: indica "Cuidado", para prevenção contra movimento acidental de qualquer equipamento em manutenção. É usado em avisos colocados no ponto de arranque ou fontes de potência. Verde: cor característica da segurança. Usa-se em canalizações de água, caixas de equipamentos de socorro de urgência, quadros para exposição de cartazes, boletins e avisos de segurança, localização de EPI e emblemas e dispositivos de segurança. Laranja: sinaliza canalizações contendo ácidos, faces internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos e botões de arranque de segurança. LEIA MAIS NR-26: Sinalização de Segurança
II. SERVIÇOS PRELIMINARES DE CONSTRUÇÃO 2.1 - INTRODUÇÃO A obra de construção de edifícios tem seu início propriamente dito, com a implantação do canteiro de obras. Esta implantação requer um projeto específico que deve ser cuidadosamente elaborado a partir das necessidades da obra e das condições do local. Porém, antes mesmo do início da implantação do canteiro, algumas atividades prévias, comumente necessárias, podem estar a cargo do engenheiro de obras. Tais atividades são usualmente denominadas " Serviços Preliminares" e envolvem, entre outras atividades: • a verificação da disponibilidade de instalações provisórias; • as demolições, quando existem construções remanescentes no local em que será construído o edifício; • a retirada de resíduos da demolição e também, o movimento de terra necessário para a obtenção do nível de terreno desejado para o edifício. As principais características destas atividades serão abordadas na seqüência.
2.2 - VERIFICAÇÃO PROVISÓRIAS
DA
DISPONIBILIDADE
DE
INSTALAÇÕES
Para o início e desenvolvimento das atividades de obra é necessário que o canteiro seja provido de instalações elétricas de força e de luz e de instalações hidro-sanitárias, sem as quais, o trabalho a ser iniciado fica bastante prejudicado.
2.3 - VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE VIZINHANÇA 12
Uma importante etapa do início de obra é o “registro das condições das edificações vizinhas”. Esta etapa, antigamente relegada a segundo plano, vem ganhando cada vez mais importância, uma vez que permite maior segurança à empresa que constrói. O registro deve ser feito em relatório técnico específico contendo “croqui” com indicação das ocorrências, relacionados a fotos devidamente datadas e relatos das observações realizadas. A Figura 1 apresenta, a título de exemplo, um registro fotográfico feito em vizinhança antes do início das obras.
Figura 1 - Registro fotográfico feito nas edificações vizinhas ao terreno onde deverá ser iniciado um novo empreendimento.
O relatório realizado deverá ser registrado em Cartório.
2.4 - SERVIÇOS DE DEMOLIÇÃO Quando da existência de edifícios no local em que se vai realizar a obra, pode-se ter a possibilidade de aproveitamento de parte ou de todas as edificações existentes como instalações provisórias para escritório, almoxarifado ou mesmo alojamento dos operários. Neste caso, cabe um estudo de implantação do canteiro buscando utilizar tais construções durante o desenvolvimento da obra, deixando sua demolição para o final. 13
Nem sempre, porém, é técnica ou economicamente viável a utilização dessas construções, sendo muitas vezes necessária sua completa remoção, antes mesmo da implantação do canteiro, caracterizando uma etapa de SERVIÇOS DE DEMOLIÇÃO. A demolição é um serviço perigoso na obra, pois é comum mexer-se com edifícios bastante deteriorados e com perigo de desmoronamento. E não é só isto, pois neste serviço "as coisas caem, desabam". Assim, a segurança dos operários e dos transeuntes passa a ser um cuidado fundamental. Neste sentido, é recomendado que a demolição ocorra, sempre que possível, na ordem inversa à da construção, respeitando-se as características do edifício a se demolir.
A NR-18 do Ministério do Trabalho, em sua divisão 5, fixa algumas condições para a realização de atividades de demolição. 2.5 - SERVIÇOS DE MOVIMENTO DE TERRA Os serviços ligados ao movimento de terra podem ser entendidos como um "conjunto de operações de escavação, carga, transporte, descarga, compactação e acabamentos executados a fim de passar-se de um terreno no estado natural para uma nova conformação topográfica desejada" (Cardão, 1969). Muitas vezes, este serviço está associado ao de Contenção da escavação, uma vez que, ao se realizar uma escavação, o solo remanescente precisará ser contido a fim de que não se comprometa as regiões vizinhas. Estes serviços, ilustrados na Figura 2, são abordados na seqüência.
Figura 2 – Realização de escavação de um subsolo com emprego de pá carregadeira.
A importância desta atividade no contexto da execução de edifícios convencionais decorre principalmente do volume de recursos humanos, tecnológicos e econômicos que envolvem. Sendo uma das primeiras etapas que comumente ocorre na obra, acaba fazendo parte do caminho crítico, devendo ser uma atividade adequadamente projetada para que não origine atrasos no cronograma final. 14
Tipos de Movimento de Terra Ao ser necessário um movimento de terra é possível que se tenha uma das seguintes situações: - CORTE; - ATERRO; ou - CORTE E ATERRO. A situação de CORTE geralmente é a mais desejável uma vez que minimiza os possíveis problemas de recalque que o edifício possa vir a sofrer. Por outro lado, quando se tem a situação de CORTE E ATERRO não se faz necessária a retirada do solo para regiões distantes, minimizando as atividades de transporte, uma vez que poderá haver a compensação do corte com o aterro necessário. Nos casos em que seja necessária a execução de aterros, deve-se tomar cuidado com a compactação do terreno.
Equipamentos Usualmente Empregados na Escavação • pá-carregadeira (sobre pneus, sobre esteiras); • escavadeira; • retro-escavadeira; • clam-shell; • bob-cat (pá-carregadeira de pequeno porte). Para a retirada do solo do local da obra são utilizadas as unidades de transporte, comumente os caminhões basculantes, cuja capacidade da caçamba é bastante variável, sendo as mais comuns as de 5,0 a 7,0m3. As Figuras 3, 4, 5 e 6, ilustram os principais equipamentos empregados no movimento de terra.
Figura 3 – Retroescavadeira
Figura 4 - Escavadeira
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Figura 5 - Clam-Shell
Figura 6 - Bob-cat
III - LOCAÇÃO DE OBRAS PREDIAIS 3.1 - INTRODUÇÃO O primeiro passo para o início efetivo das obras é transferir o edifício que está projetado para o terreno. A esta atividade dá-se o nome de LOCAÇÃO, isto é, transfere-se para o terreno, em escala real de grandeza, o que foi projetado em escala reduzida, . Existem diferentes métodos de locação, que usualmente variam em função do tipo de edifício. As características do processo de locação em si e seus diferentes métodos serão abordados na seqüência.
3.2 - O PROCESSO DE LOCAÇÃO A locação tem como parâmetro o projeto de localização ou de implantação do edifício. No projeto de implantação, o edifício sempre está referenciado a partir de um ponto conhecido e previamente definido. A partir deste ponto, passa-se a posicionar (locar) no solo a projeção do edifício desenhado no papel. É comum ter-se como referência os seguintes pontos: o alinhamento da rua; • um poste no alinhamento do passeio; • um ponto deixado pelo topógrafo quando da realização do controle do movimento de terra; • uma lateral do terreno. Nos casos em que o movimento de terra tenha sido feito, deve-se iniciar a locação pelos elementos da fundação, tais como as estacas, os tubulões, as sapatas isoladas ou corridas, entre outros. Caso contrário, a locação deverá ser iniciada pelo próprio movimento de terra. •
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A demarcação poderá ser realizada totalmente com o auxílio de aparelhos topográficos (teodolito e nível), com o auxílio de nível de mangueira, régua, fio de prumo e trena, ou ainda, um misto entre os dois. A definição por uma ou outra técnica dependerá do porte do edifício e das condições topográficas do terreno. O processo topográfico é utilizado principalmente em obras de grande extensão ou em obras executadas com estrutura pré-fabricada (de concreto ou aço), pois neste caso, qualquer erro pode comprometer seriamente o processo construtivo. Nos casos de edifícios de pequena extensão, construídos pelo processo tradicional, é comum o emprego dos procedimentos "manuais". Em quaisquer dos casos, porém, a materialização da demarcação exigirá um elemento auxiliar que poderá ser constituído por simples piquetes, por cavaletes ou pela tabeira (também denominada tábua-corrida).
Figura 7 – Locação por cavaletes. Sobre os sarrafos são marcados com pregos os pontos que definirão os alinhamentos. A partir destes pregos são estacadas linhas, sendo que o cruzamento destas linhas define o ponto a ser locado. Com auxílio de um fio de prumo o ponto é marcado no solo (figuras 7 e 8).
Figura 8 – Locação por tabeiras. 17
Os sarrafos ou ripas devem também estar nivelados, o que é feito empregando-se o popular nível de mangueira, uma mangueira transparente, geralmente com diâmetro de 3/8” cheia de água com corante para facilitar a leitura (figura 9). Quando não é possível deixar todo o cercado no mesmo nível, são empregados degraus sucessivos (figura 10).
Figura 9 – mangueira e acessórios Figura 10 – Emprego de “degraus”
Figura 11 – Locação por tabeiras.
IV – FUNDAÇÕES 4.1 - DEFINIÇÃO O sistema de fundações é formado pelo elemento estrutural do edifício que fica abaixo do solo e o maciço de solo envolvente sob a base e ao longo do fuste. Sua função é suportar com segurança as cargas provenientes da edificação.
4.2 - PARÂMETROS PARA A ESCOLHA DA FUNDAÇÃO São diversas as variáveis a serem consideradas para a escolha do tipo de fundação.
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Numa primeira etapa, é preciso analisar os critérios técnicos que condicionam a escolha por um tipo ou outro de fundação. Os principais itens a serem considerados são: - Topografia da área - Características do maciço de solo - Dados da estrutura - Dados sobre as construções vizinhas - Aspectos econômicos Podemos perceber que, para realizar a escolha adequada do tipo de fundação, é importante que a pessoa responsável pela contratação tenha o conhecimento dos tipos de fundação disponíveis no mercado e de suas características. Somente com esse conhecimento é que será possível escolher a solução que atenda às características técnicas e ao mesmo tempo se adeque à realidade da obra.
4.3 - FUNDAÇÕES RASAS
Figura 12 - sapatas
Em teoria, sapatas, blocos e radiers são os elementos de fundação mais simples de projetar e executar, mas não é bem assim. Apoiados a pequenas profundidades em relação ao nível do solo, certos tipos de fundação requerem pouca escavação e consumo moderado de concreto para execução das peças. Apesar disso a suposta simplicidade dos blocos e sapatas é preciso cuidado ao projetar e executar esses elementos que são a base da estrutura. Como usam camadas superficiais do subsolo para transferir as cargas da construção, as fundações rasas estão mais suscetíveis a mudanças na composição do solo do que as profundas. Além disso, as sondagens não varrem todo o terreno, podendo ocorrer alterações superficiais não detectadas. Os cuidados não devem se limitar ao projeto, mas também à execução. Alguns são de ordem estritamente prática ou econômica, como o formato retangular e piramidal para a sapata em pontos que não apresentem nenhuma limitação de espaço. O principal motivo é a redução no consumo de concreto, pois, ao contrário de uma sapata com altura regular, não haveria subaproveitamento do material. Além disso, sapatas em outros formatos, como arredondado ou escalonado, costumam exigir mais trabalhos com fôrmas. Um cuidado importante é o de garantir que a umidade do solo não atacará a armadura da sapata. Para isso, é feito um lastro de 5 cm de concreto magro sob a sapata. Outro cuidado é manter o fundo da vala limpo, sem lama ou materiais soltos. 19
Principais Tipos Alicerces Muito utilizados em edificações de pequenas cargas, como sobrados. São constituídos de concreto não-armado ou alvenaria e trabalham principalmente à compressão (ao contrário das sapatas, que resistem à tração). Na execução deve-se fazer uma cinta de amarração para absorver esforços acidentais e distribuir as cargas, que normalmente são impermeabilizadas com camada de argamassa com hidrofugante e pintura com emulsão asfáltica para evitar a ascenção capilar de umidade.
Figura 13 – Alicerce
Sapatas corridas Recebem as cargas direto das paredes. A transferência de carga é feita linearmente. As sapatas corridas são sucedâneas dos alicerces, para paredes mais carregadas ou solos menos resistentes.
Figura 14 – Sapata Corrida
Sapatas Alavancadas Caso o projeto preveja uma sapata em divisa de terreno ou com algum obstáculo, a peça não consegue ter o centro de gravidade e o centro de cargas coincidentes. Para compensar a excentricidade das cargas, é necessário transferir parte dos esforços para uma sapata próxima por meio de uma viga alavancada.
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Figura 15 – Sapatas Alavancadas
Sapatas isoladas Recebem as cargas de apenas um pilar. É a solução preferencial por ser, em geral, mais econômica porque consome menos concreto. As sapatas podem ter vários formatos, mas o mais comum é o cônico retangular, pois consome menos concreto e exige trabalho mais simples com a fôrma. No caso de pilares de formato não-retangular, a sapata deve ter seu centro de gravidade coincidindo com o centro de cargas.
Figura 16 – Sapata Isolada
Sapatas associadas Utilizadas quando há pilares muito próximos e as sapatas isoladas se sobreporiam. Além disso, podem ser necessárias quando as cargas estruturais forem grandes. Como nas sapatas isoladas, o posicionamento da peça de fundação deve respeitar o centro de cargas dos pilares.
Figura 17 – Sapatas Associadas
Bloco de fundação
É o elemento de fundação de concretosimples, dimensionado de maneira que as tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura.
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Figura 18 – Bloco de Fundação
Radier Trata-se de uma laje que recebe cargas de todos os pilares. Por consumir um volume de concreto relativamente alto, é mais viável em obras com grande concentração de cargas. Deve resistir aos esforços diferenciados de cada pilar, além de suportar eventuais pressões do lençol freático. O consumo de concreto pode ser diminuído com o emprego de protensão.
Figura 19 – Radier
4.4 - FUNDAÇÕES PROFUNDAS
Figura 20 – Cava de Fundação
São aquelas em que a carga é transmitida ao terreno através de sua base (resistência de ponta) e/ou superfície lateral (resistência de atrito). As fundações profundas estão assentadas a uma profundidade maior que duas vezes a sua menor dimensão em planta.
Principais tipos:
Estacas
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Elementos de fundação executados com auxílio de ferramentas ou equipamentos, execução esta que pode ser por cravação a percussão, prensagem, vibração ou por escavação. Os principais tipos de estaca são:
Estacas pré-moldadas Caracterizam-se por serem cravadas no terreno, podendo-se utilizar os seguintes métodos: . percussão . prensagem . vibração
Podem ser fabricadas com diversos materiais (madeira, concreto e aço, por exemplo), sendo as estacas de concreto e metálicas as mais usuais.
Figura 21 – Estacas de Concreto
Figura 22 – Estacas metálicas
Estacas moldadas in loco Estacas Tipo Franki Estaca de concreto armado moldada in loco que emprega um tubo de revestimento com ponta fechada, de modo que não há limitação de profundidade devido à presença de água do subsolo. Estacas Tipo Strauss Elemento de fundação escavado mecanicamente, com o emprego de uma camisa metálica recuperável, que define o diâmetro das estacas. Hélice Contínua Estaca de concreto moldada in loco, executada através de um equipamento que possui um trado helicoidal contínuo, que retira o solo conforme se realiza a escavação, e injeta o concreto simultaneamente, utilizando a haste central desse mesmo trado. Estacas Raiz Estacas escavadas com perfuratriz, executadas com equipamento de rotação ou rotopercussão com circulação de água, lama bentonítica ou ar comprimido.
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Tubulões Elementos de forma cilíndrica, em que, pelo menos na sua fase final de execução, há a descida do operário por dentro deste. Pode ser feito a céu aberto ou sob ar comprimido (pneumático). Tubulões à céu aberto Escavada manualmente, não pode ser executado abaixo do nível d ´água. Dispensa escoramento em terreno coesivo, mostrando-se uma alternativa econômica para altas cargas solicitadas, superior a 250 Tf. Tubulões à ar comprimido Utilizado em terrenos que apresentam dificuldade de empregar escavação mecânica ou cravação de estacas, como em áreas com alta densidade de matacões, lençóis d´água elevados ou cotas insuficiente entre o terreno e o apoio da fundação. Nesse tipo de fundação, pode-se utilizar uma camisa metálica, de concreto ou de concreto moldado in loco, sendo empregada uma pressão máxima de 3,4 atm, limitando, dessa forma, a profundidade do tubulão a 34 m abaixo do nível d´água.
Figura 23 – Tubulão a ar comprimido
4.5 - CARACTERÍSTICAS DAS FUNDAÇÕES
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V – FÔRMAS, ARMAÇÃO E CONCRETAGEM 26
Figura 24 – Edifício em estrutura de concreto armado
5.1 - A PRODUÇÃO DA ESTRUTURA DE EDIFÍCIOS EM CONCRETO ARMADO Os edifícios produzidos em concreto armado muitas vezes recebem a denominação de edifícios convencionais ou tradicionais, isto é, aqueles produzidos com uma estrutura de pilares, vigas e lajes de concreto armado moldados no local.
5.2 - PRODUÇÃO DAS FÔRMAS E ESCORAMENTO Conceituação A fôrma pode ser considerada como o conjunto de componentes cujas funções principais são: · dar forma ao concreto - molde; · conter o concreto fresco e sustentá-lo até que tenha resistência suficiente para se sustentar por si só; · proporcionar à superfície do concreto a rugosidade requerida; · servir de suporte para o posicionamento da armação, permitindo a colocação de espaçadores para garantir os cobrimentos; · servir de suporte para o posicionamento de elementos das instalações e outros itens embutidos; · servir de estrutura provisória para as atividades de armação e concretagem, devendo resistir às cargas provenientes do seu peso próprio, além das de serviço, tais como pessoas, equipamentos e materiais; · proteger o concreto novo contra choques mecânicos; · limitar a perda de água do concreto, facilitando a cura. Características das fôrmas
a) resistência mecânica à ruptura: significa apresentar resistência suficiente para suportar os esforços provenientes do seu peso próprio, do empuxo do concreto, do adensamento e do tráfego de pessoas e equipamentos;
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b) resistência à deformação: significa apresentar rigidez suficiente para manter as dimensões e formas previstas no projeto, ou seja, apresentar deformação adequada e controlada; c) estanqueidade: significa evitar a perda de água e de finos de cimento durante a concretagem; d) regularidade geométrica: significa apresentar geometria compatível com as especificações do projeto. Observa-se que a redução de 10% na altura de uma viga interfere muito mais na resistência mecânica do elemento estrutural que uma variação de 10% na resistência do concreto; e) textura superficial adequada: significa apresentar textura superficial compatível com as exigências do projeto, sobretudo nos casos de concreto aparente; f)
estabilidade dimensional: significa não alterar as suas dimensões durante o lançamento ou durante a fase de cura, a fim de que os elementos estruturais apresentem dimensões compatíveis com as definidas pelo projeto;
g)
possibilitar o correto posicionamento da armadura: ou seja, não deve apresentar detalhe de montagem que dificulte ou impeça a colocação da armadura no local especificado pelo projeto;
h)
baixa aderência ao concreto: a fim de facilitar os procedimentos de desforma, sem danificar a superfície do elemento de concreto;
i) proporcionar facilidade para o correto lançamento e adensamento do concreto; j)
não influenciar nas características do concreto: os seja, não deve apresentar absorção d'água que comprometa a necessidade de água para a hidratação do cimento do concreto e além disto, o desmoldante, quando utilizado, não dever afetar a superfície do elemento de concreto que está sendo produzido;
k)
segurança: apresentar rigidez e estabilidade suficientes para não colocar em risco a segurança dos operários e da própria estrutura que está sendo construída;
l)
economia: este aspecto está diretamente relacionado aos danos provocados durante a desforma, exigindo manutenção ou mesmo reposição de parte das fôrmas; à facilidade de montagem e desforma e ao reaproveitamento que o sistema pode proporcionar.
Elementos Constituintes de um Sistema de Fôrmas 28
Pode-se dizer que o sistema de fôrmas é constituído pelos seguintes elementos: molde, estrutura do molde, escoramento (cimbramento) e peças acessórias. Molde é o que caracteriza a forma da peça e, segundo Fajersztajn [1987], é o elemento que entra em contato direto com o concreto, definindo o formato e a textura concebidos para a peça durante o projeto. É constituído genericamente por painéis de laje (figuras 25 a 27), fundos e faces de vigas (figuras 28) e faces de pilares (figura 29). Estrutura do Molde - é o que dá sustentação e travamento ao molde e, segundo Fajersztajn [1987], é destinada a enrijecer o molde, garantindo que ele não se deforme quando submetido aos esforços originados pelas atividades de armação e concretagem, podendo ter diferentes configurações em função do sistema de fôrmas e da peça considerada. É constituído comumente por gravatas, sarrafos acoplados aos painéis e travessões (figura 30). Escoramento (cimbramento) é o que dá apoio á estrutura da fôrma. É o elemento destinado a transmitir os esforços da estrutura do molde para algum ponto de suporte no solo ou na própria estrutura de concreto [Fajersztajn, 1987]. É constituído genericamente por guias, pontaletes e pés-direitos (figura 31).
Acessórios - componentes utilizados para nivelamento, prumo e locação das peças, sendo constituídos comumente por aprumadores, sarrafos de pé-depilar e cunhas.
Figura 25 – molde em madeira para laje
Figura 26 – molde metálico para laje
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Figura 27 – molde em PVC para laje
Figura 28 – molde em madeira para vigas
Figura 29 – molde em madeira para pilar
Figura 30 – estrutura do molde em
madeira
Figura 31 – escoramento metálico
Principais Materiais Utilizados para a Produção de Fôrmas MOLDE: é comum o emprego de: · madeira na forma de tábua
ou
de
compensado
(figura
32);
figura 32 – compensado
· materiais metálicos - alumínio e aço (figuras 33 e 34);
30
figura 33 – steel-deck
figura 34 – molde metálico para viga
· outros materiais como o concreto, a alvenaria, o plástico, o papelão, a fôrma incorporada (por exemplo, o poliestireno expandido ou lajotas cerâmicas e materiais sintéticos. b) ESTRUTURA DO MOLDE: é comum o emprego de: - madeira aparelhada, na forma de treliça ou perfis de madeira colada; - materiais metálicos: perfil dobrado de aço, perfis de alumínio, ou treliças; - mistos: ou seja, uma combinação de elementos de madeira e elementos metálicos c) ESCORAMENTOS: é comum o emprego de: - madeira bruta ou aparelhada; - aço na forma de perfis tubulares extensíveis e de torres. d) ACESSÓRIOS: é comum a utilização de elementos metálicos (aço) e cunhas de madeira.
Estudo do SISTEMA CONVENCIONAL de fôrmas de MADEIRA Na produção da estrutura de edifícios emprega-se a madeira em fôrmas de lajes, vigas e pilares, escadas, caixas d'água, entre outros. Para a execução dos MOLDES desses elementos atualmente empregam-se tábuas, mas principalmente chapas de madeira compensada. As tábuas empregadas em geral são de pinho de 3ª linha industrial ou de construção, com as dimensões de 2,5cm de espessura e 30,0cm de largura, sendo de 4,00m o comprimento mais comum. O painel de madeira compensada pode se apresentar com diferentes características, dadas em função da sua espessura e do material de proteção aplicado à sua superfície durante a fabricação. Os mais usuais são os de ACABAMENTO RESINADO, cuja proteção é dada apenas por uma camada de resina permeável, o que limita sua reutilização em duas ou três vezes, no máximo; e os de ACABAMENTO PLASTIFICADO, cuja resina aplicada em sua superfície possibilita maior número de reutilizações dos painéis, que pode variar de 10 a 40 vezes em função da espessura da película da resina aplicada. 31
Além disso, o painel com acabamento plastificado pode se apresentar com as bordas seladas ou não, o que também interfere no número de reutilizações. Os compensados apresentam-se com diferentes espessuras, sendo as de maior emprego como fôrmas de estrutura os de 6,0mm, 10,0mm, 12mm, 18mm, 20mm e 25mm. Quanto á sua largura e comprimento são modulados, sendo que os PAINÉIS RESINADOS apresentam-se nas dimensões de 1,10m X 2,20m e os PLASTIFICADOS com 1,22m X 2,44m (devido à exportação). Para a execução da ESTRUTURA DO MOLDE comumente são utilizados tábuas (2,5X30,0cm), sarrafos (2,5X5,0cm; 2,5X10,0cm) e caibros ou pontaletes (5,0X6,0cm ou 7,5X7,5cm), espaçados de maneira que o molde, com uma determinada espessura, suporte o carregamento previsto, ou seja, o espaçamento é dimensionado considerando-se a interação da espessura do molde com o carregamento. No ESCORAMENTO são empregados usualmente pontaletes de 7,5x7,5cm de pinho ou de peroba, com até 4,0m ou no máximo 5,0m de comprimento, ou emprega-se também madeira roliça (eucalipto), com até 20,0m de comprimento. No caso do escoramento‚ possível empregar-se ainda escoras metálicas, disponíveis nos mais diferentes comprimentos. Seja qual for o material empregado neste elemento da fôrma, o mesmo deverá estar apoiado em local com resistência suficiente para o recebimento das cargas da estrutura (solo ou estrutura já pronta), devendo também ser adequadamente contraventados. Os ACESSÓRIOS, por sua vez, são elementos que devem propiciar que a desforma da estrutura ocorra sem que esta sofra choques, sendo comum o emprego de cunhas de madeira e caixas de areia colocadas nos "pés" dos pontaletes e pés-direitos. Características da fôrma de laje
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Figura 35 - Esquema de fôrma convencional para laje, utilizando-se travessões e guias [fonte: CIMENTO E CONCRETO, 1944]
Elementos principais:
painéis, travessões, guias, pés-direitos, talas, cunhas e calços, apresentados na figura 35. Ainda com relação às lajes, pode-se dizer que existem variações do processo tradicional, ou seja, é comum a substituição da laje de concreto moldada no local (maciça ou nervurada) por componentes pré-fabricados, como por exemplo, por lajes mistas e pré-lajes (figura 36).
Figura 36 - Esquema de laje mista usualmente empregada em edifícios de múltiplos pavimentos [fonte: CASA CLÁUDIA, s.d.].
Características da fôrma de viga
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Figura 37 - Esquema de fôrma convencional para viga [Fonte: CIMENTO E CONCRETO, 1944].
Elementos principais:
faces de viga, fundo de viga, travessa de apoio (das gravatas), gravatas (ou gastalhos), pontaletes (similar ao pé-direito da laje), apresentados na figura 37. Características da fôrma do pilar Elementos principais:
faces de pilar, gravatas (gastalhos), gastalhos de pé-de-pilar, escoras para aprumar o pilar, apresentados na figura 38, a seguir.
Figura 38 - pilar
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Figura 39 - Esquema de fôrma convencional para pilar [Fonte: FAJERSZTAJN, 1987]
O sistema de fôrmas de madeira anteriormente apresentado é o mais tradicional e simples possível. É natural que com o elevado custo de mão-de-obra e de materiais envolvido na sua produção, deva-se buscar sempre a racionalização do sistema de fôrmas.
Procedimentos para Desforma - respeitar o tempo de cura para início da desforma, que segundo a norma de execução de estruturas de concreto armado ‚ dado por: . 3 dias para retirada de fôrmas de faces laterais; . 7 dias para a retirada de fôrmas de fundo, deixando-se algumas escoras bem encunhadas; . 21 dias para retirada total do escoramento; - execução do reescoramento (antes do início da desforma propriamente dita); - retirada dos painéis com cuidado para não haver queda e danificá-los; - fazer a limpeza dos painéis; - efetuar os reparos (manutenção) necessários; - transportar os painéis para o local de montagem; - verificar o concreto das peças desformadas.
5.3 - A MONTAGEM DA ARMADURA
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A organização do Aço no Canteiro
As barras de aço normalmente têm 12m de comprimento. A carreta que transporta estas barras, portanto, é de grandes dimensões e seu estacionamento e manobra no desembarque do aço devem ser planejados. Este tipo de preocupação é bastante importante no caso de obras localizadas em avenidas de grande movimento, por exemplo. O transporte do aço dentro do canteiro, quando não existem equipamentos de maior porte como guindastes, é bastante moroso. O tempo necessário para realizar esta atividade varia conforme a motivação dos serventes e conforme a localização do estoque em relação ao pátio de descarregamento. Observa-se, pois que a organização do canteiro e em especial o posicionamento do estoque de aço, são de fundamental importância para se conseguir a racionalização do trabalho e boa fluidez da produção. Isto vale tanto para o desembarque do aço como para todo o trabalho relativo à sua utilização. Além da questão da localização, outros cuidados devem ser tomados quanto à estocagem do aço. Mesmo profissionais com anos de experiência de obra estão sujeitos à confusão quando tentam visualmente identificar a espessura das barras. É imprescindível, portanto, que as barras sejam rigorosamente separadas segundo seu diâmetro, de maneira a evitar possíveis enganos. Ainda com relação à estocagem do aço, deve-se evitar as condições que podem propiciar o desenvolvimento da corrosão. É aconselhável evitar o contato direto permanente do aço com o solo e ainda, dependendo das condições ambiente e do tempo em que o aço permanecer estocado, muitas vezes, em caso de grande agressividade do meio, deve-se evitar que o estoque de aço fique sujeito a intempéries.
Figura 40 - Vista da central de armadura de um edifício
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Figura 41 - Vista da central de armadura de um edifício
Corte da Armadura Os fios e barras são cortados com talhadeira, tesourões especiais, máquinas de corte (manuais ou mecânicas) e eventualmente discos de corte. Com talhadeira, somente os fios de diâmetro menor que 6,3mm podem ser cortados, e mesmo assim, em situações especiais, pois o rendimento da operação é muito baixo. Os tesourões, com braços compridos, conforme ilustra as figuras 49 e 50, permitem o corte de barras e fios de diâmetro até 16mm. Quando a quantidade de aço a ser cortada for muito grande, pode-se usar máquinas manuais ou motorizadas. As máquinas de corte seccionam todos os diâmetros fabricados e têm um excelente rendimento, cortando diversas barras de uma só vez.
Figura 42 – tesourão utilizado para corte de aços
Figura 43 – tesourão
As máquinas de corte seccionam todos os diâmetros
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fabricados e têm um excelente rendimento, cortando diversas barras de uma só vez. As máquinas manuais, ilustradas na figura 44, são as mais usadas no corte do aço, pois apresentam um bom rendimento no trabalho. São de fácil aquisição no mercado e também fácil conservação.
Figura 44 - Ilustração das máquinas mecânicas para corte de barras de aço [fonte: SENAI, 1980].
As máquinas de cortar motorizadas (figuras 45 e 46) são utilizadas normalmente nas grandes obras, em que uma grande quantidade de aço precisa ser cortada. Nestes casos, o elevado rendimento destas máquinas oferece retorno amplamente vantajoso ao investimento inicial requerido. Além disto, diversas firmas também têm utilizado máquinas de corte motorizadas centralizando o corte de aço necessário em suas obras. As vantagens em termos de racionalização são grandes tanto no planejamento e rendimento da operação do corte, como de estocagem, uso e transporte.
Figura 45 - Máquina de cortar hidráulica
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Figura 46 - Máquina de cortar elétrica
Preparo da Armadura Após a liberação das peças cortadas dá-se o dobramento (figuras 47 a 50) das barras, assim como seu endireitamento (quando necessário), sendo que tais atividades são realizadas sobre uma bancada de madeira grossa com espessura de 5,0 cm, que corresponde a duas tábuas sobrepostas. Sobre essa bancada usualmente são fixados diversos pinos, como ilustra a figura 50, a seguir. Os ganchos e cavaletes são feitos com o auxílio de chaves de dobrar, como mostram as figuras 51 e 52, a qual ilustra a operação de dobra de um estribo.
Figura 47 - Dobramento manual da armadura em canteiro (pinos e chaves)
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Figura 48 - Dobramento manual da armadura em canteiro
Figura 49 - Ilustração da bancada e da ferramenta para dobra da armadura [fonte:SENAI, 1980].
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Figura 50 - Ilustração das operações de dobra de um estribo [fonte: SENAI, 1980]
Montagem da Armadura A ligação das barras e entre barras e estribos é feita através da utilização de arame recozido. O tipo de arame encontrado no mercado tem uma grande variação de qualidade, sendo necessária uma boa maleabilidade. Os arames normalmente indicados são os arames recozidos n.º 18 (maior espessura) ou n.º 20 (menor espessura). A figura 51, a seguir, ilustra as operações para a amarração de uma viga e a ferramenta utilizada para a amarração das barras e estribos (torquês).
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Figura 51 - Ilustração da amarração da armadura de uma viga [fonte: SENAI,1980]
Para a montagem da armadura propriamente dita, durante o planejamento deve-se definir as peças estruturais cujas armaduras serão montadas embaixo, no próprio pátio de armação, exemplificado na figuras a seguir (central de armação), e aquelas que serão montadas nas próprias fôrmas. Para esta definição devem ser considerados diversos fatores, tais como: as dimensões das peças; o sistema de transporte disponível na obra; a espessura das barras para resistir aos esforços de transporte da peça montada, entre outros.
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Figura 52 – Pré-montagem das armaduras – pilar, viga e laje
Quando da colocação das armaduras nas fôrmas todo o cuidado deve ser tomado de modo a garantir o perfeito posicionamento da armadura no elemento final a ser concretado. Os dois problemas fundamentais a serem evitados são a falta do cobrimento de concreto especificado (normalmente da ordem de 25mm para o concreto convencional) e o posicionamento incorreto da armadura negativa (tornada involuntariamente armadura positiva). Para evitar a ocorrência destas falhas é recomendável a utilização de dispositivos construtivos específicos para cada caso. O cobrimento mínimo será obtido de modo mais seguro com o auxílio dos espaçadores ou pastilhas fixados à armadura, sendo os mais comuns de concreto, argamassa, matéria plástica e metal, ilustrados nas figuras a seguir.
Figura 53 – espaçadores para pilares (plástico) e lajes (concreto)
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Figura 54 – espaçador (plástico) para lajes treliçadas
5.4 - CONCRETO: PREPARO, CONTROLE E RECEBIMENTO ETAPAS DE EXECUÇÃO DO CONCRETO Caracterização dos materiais componentes NBR . 12654/92 . Controle Tecnológico de materiais componentes do concreto . procedimento b) Estudo de dosagem do concreto c) Ajuste e comprovação do traço de concreto d) Preparo do concreto a)
ACEITAÇÃO DO CONCRETO Provisória - Aceitação do concreto fresco; -Verificação da conformidade das conformidades especificadas para o estado fresco. Definitiva - Verificação do atendimento a todos os requisitos especificados para o concreto endurecido. 44
CARACTERIZAÇÃO DA DOSAGEM DO CONCRETO Definição prévia de todas as características e propriedades de maneira explicita, antes do início das operações de concretagem.
Projeto Arquitetônico e Estrutural • fck e idade de controle; • fck para as etapas construtivas, tais como: retirada de cimbramento, aplicação de protensão no manuseio de pré-moldados; • especificação dos requisitos correspondentes à durabilidade da estrutura e de propriedades especiais do concreto (fresco/endurecido). Construtor • escolha da modalidade de preparo do concreto: - no canteiro de obras - empresa de serviço de concretagem • definição do concreto de acordo com as especificações de projeto, condições de transporte, aplicação e processo executivo; - tipo de lançamento; - consistência; - dimensão máxima do agregado; - tipo de cimento Portland; - demais propriedades. • aceitação do concreto; • cuidados requeridos pelo processo executivo levando em consideração os materiais e as condições de temperatura
PREPARO DO CONCRETO Consiste nas operações de execução do concreto, atendendo aos itens relacionados a seguir: • recebimento e armazenamento dos materiais constituintes; • sua medida (quantificação) e mistura;
CONCRETO PREPARADO EM CENTRAL Além dos itens supracitados deverá cumprir as prescrições relativas às etapas de execução do concreto, bem como, as disposições da NBR 7212 (Execução de concreto dosado em central . Especificação)
VI – ALVENARIAS 6.1 - INTRODUÇÃO Modernamente se entende por alvenaria, um conjunto coeso e rígido, de tijolos ou blocos (elementos de alvenaria) unidos entre si por argamassa.
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A alvenaria pode ser empregada na confecção de diversos elementos construtivos (paredes, abóbadas, sapatas, etc...) e pode ter função estrutural, de vedação etc...Quando a alvenaria é empregada na construção para resistir cargas, ela é chamada Alvenaria resistente , pois além do seu peso próprio, ela suporta cargas (peso das lajes, telhados, pavim. superior, etc...) Quando a alvenaria não é dimensionada para resistir cargas verticais além de seu peso próprio é denominada Alvenaria de vedação. As paredes utilizadas como elemento de vedação devem possuir características técnicas que são: • • • • •
Resistência mecânica Isolamento térmico e acústico Resistência ao fogo Estanqueidade Durabilidade
As alvenarias de tijolos e blocos cerâmicos ou de concreto, são as mais utilizadas, mas existem investimentos crescentes no desenvolvimento de tecnologias para industrialização de sistemas construtivos aplicando materiais diversos. No entanto neste capítulo iremos abordar os elementos de alvenaria tradicionais. 6.2 - ELEMENTOS DE ALVENARIA
Produto industrializado, de formato paralelepipedal, para compor uma alvenaria, podendo ser:
- Tijolos de barro cozido a - Tijolo comum (maciço, caipira) São blocos de barro comum, moldados com arestas vivas e retilíneas (Figura 55), obtidos após a queima das peças em fornos contínuos ou periódicos com temperaturas das ordem de 900 a 1000°C. * dimensões mais comuns: 21x10x5 * peso: 2,50kg * resistência do tijolo: 20kgf/cm² * quantidades por m²: parede de 1/2 tijolo: 77un parede de 1 tijolo: 148un
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Figura 55 - Tijolo comum
b - Tijolo furado (baiano) Tijolo cerâmico vazado, moldados com arestas vivas retilíneas. São produzidos a partir da cerâmica vermelha, tendo a sua conformação obtida através de extrusão. * dimensões: 9x19x19cm * quantidade por m²: parede de 1/2 tijolo: 22un parede de 1 tijolo: 42un * peso ≅ 3,0kg * resistência do tijolo ≅ espelho: 30kgf/cm² e um tijolo: 10kgf/cm² * resistência da parede ≅ 45kgf/cm² A seção transversal destes tijolos é variável, existindo tijolos com furos cilíndricos (Figura 64) e com furos prismáticos (Figura 56). No assentamento, em ambos os casos, os furos dos tijolos estão dispostos paralelamente à superfície de assentamento o que ocasiona uma diminuição da resistência dos painéis de alvenaria. As faces do tijolo sofrem um processo de vitrificação, que compromete a aderência com as argamassas de assentamento e revestimento, por este motivo são constituídas por ranhuras e saliências, que aumentam a aderência.
Figura 56 - Tijolo com furo cilíndrico 47
Figura 57 - Tijolo com furo prismático
c - Tijolo laminado (21 furos) Tijolo cerâmico utilizado para executar paredes de tijolos à vista (Figura 58). O processo de fabricação é semelhante ao do tijolo furado. * dimensões: 23x11x5,5cm * quantidade por m²: parede de 1/2 tijolo: 70un parede de 1 tijolo: 140un * peso aproximado ≅ 2,70kg * resistência do tijolo ≅ 35kgf/cm² * resistência da parede: 200 a 260kgf/cm²
Figura 58 - Tijolo laminado
- Tijolos de solo cimento
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Material obtido pela mistura de solo arenoso - 50 a 80% do próprio terreno onde se processa a construção, cimento Portland de 4 a 10%, e água, prensados mecanicamente ou manualmente. São assentados por argamassa mista de cimento, cal e areia no traço 1:2:8 (Figura 59) ou por meio de cola. * dimensões: 20x10x4,5cm * quantidade: a mesma do tijolo maciço de barro cozido * resistência a compressão: 30kgf/cm²
Figura 59 - Tijolo de solo cimento comum
- Blocos de concreto Peças regulares e retangulares, fabricadas com cimento, areia, pedrisco, pó de pedra e água (Figura 60 e 61). O equipamento para a execução dos blocos é a presa hidráulica. O bloco é obtido através da dosagem racional dos componentes, e dependendo do equipamento é possível obter peças de grande regularidade e com faces e arestas de bom acabamento. Em relação ao acabamento os blocas de concreto podem ser para revestimento (mais rústico) ou aparentes.
Figura 60 - Bloco de concreto
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Figura 61 - Canaleta de concreto Tabela 1 - Dimensões normalizadas dos elementos cerâmicos
Tabela NBR - Dimensões nominais de blocos de vedação e estruturais, comuns e especiais Tipo(A) L x H x C (cm) 10 x 20 x 20 10 x 20 x 25 10 x 20 x 30 10 x 20 x 40 12,5 x 20 x 20 12,5 x 20 x 25 12,5 x 20 x 30 12,5 x 20 x 40 15 x 20 x 20 15 x 20 x 25 15 x 20 x 30 15 x 20 x 40 20 x 20 x 20 20 x 20 x 25 20 x 20 x 30 20 x 20 x 40 Medidas especiais L x H x C (c (cm) 10 x 10 x 20 10 x 15 x 20 10 x 15 x 25 12,5 x 15 x 25
Dimensões nominais (mm) Altura(H) 190 190 190 190 190 190 190 190 190 190 190 190 190 190 190 190 Dimensões nominais (mm) Altura(H) 90 140 140 140
Largura (L) 90 90 90 90 115 115 115 115 140 140 140 140 190 190 190 190 Largura (L) 90 90 90 115
Comprimento(C) 190 240 290 390 190 240 290 390 190 240 290 390 190 240 290 390 Comprimento(C) 190 190 240 240
Tabela 2 - Dimensões nominais dos blocos de concreto
dimensões a *: 09
b x 19 19
C x 39 39
peso 10kg
a 09
b x 19 19
c x 19 19
peso 4,8kg
11 x 19 x 39 10,7kg 1/2 tijolo 14 14 x 19 19 x 39 39 13,6kg 19 19 x 19 x 39 15,5kg * quantidade de blocos por m² : 12,5un
x 19 x 19 19
x 19 x 19 19
6,7kg 8,7kg
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* resistência do bloco: deve-se consultar o fabricante A tabela 1 determina as dimensões normalizadas para os elementos cerâmicos existentes comercialmente. A Tabela 2 determina as dimensões nominais dos blocos de concreto mais utilizados.
Parede de tijolos furados (não estruturais) As paredes de tijolo furado são utilizadas com a finalidade de diminuir o peso das estruturas e economia, não oferecem grande resistência e portanto, só devem ser aplicados com a única função de vedarem um painel na estrutura de concreto. Sobre elas não devem ser aplicados nenhuma carga direta. No entanto, os tijolos baianos também são utilizados para a elevação das paredes, e o seu assentamento e feito em amarração, tanto para paredes de 1/2 tijolo como para 1 tijolo (Figura 62).
Figura 62 - Execução de alvenaria utilizando tjolos furados
A amarração dos cantos e da parede interna com as externas, se faz através de pilares de concreto, pois não se consegue uma amarração perfeita devido às diferenças de dimensões (Figura 63).
Figura 63 - Exemplo de amarração nas alvenaria de tijolo furado
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Paredes com bloco de concreto São São pa pare rede dess ex exec ecut utad adas as co com m bloc blocos os de co conc ncre reto to vibr vibrad ado. o. Co Com m o desenv des envolv olvime imento nto do doss artigo artigoss pré-m pré-mold oldado ados, s, se est estend endem em rapida rapidame mente nte em nossas obras. O proc proces esso so de as asse sent ntam amen ento to é se seme melh lhan ante te ao já de desc scrit ritoo pa para ra a alvenaria de tijolos maciços. As paredes iniciam-se pêlos cantos utilizando o escantilhão para o nível da fiada e o prumo. A arga argama mass ssaa de as asse sent ntam amen ento to do doss bloc blocos os de co conc ncre reto to é mi mist staa composta por cimento cal e areia no traço 1:1/2:6.
Vantagens:
- peso menor - menor tempo de assentamento e revestimento, economizando mão-de-obra. - menor consumo de argamassa para assentamento. - melhor acabamento e uniformidade. Desvantagens: - não permite cortes para dividi-los. - geralment geralmente, e, nas espaleta espaletass e arremates arremates do vão, são necessários tijolos comuns. - difícil para se trabalhar nas aberturas de rasgos para embutimento de canos e conduítes. - no noss dias dias de ch chuv uvaa ap apar arec ecem em no noss pa pain inéi éiss de alvenaria externa, os desenhos dos blocos. Isto ocor oc orre re de devi vido do à ab abso sorç rção ão da arga argama mass ssaa de assentamento ser diferente da dos blocos. -
Os blocos de concreto para execução de obras não estruturais têm o seu fundo tampado (Figura 64) para facilitar a colocação da argamassa de assentamento. Portanto, a elevação da alvenaria se dá assentando o bloco com os furos para baixo.
Figura 64 - Detalhe do assentamento do bloco de concreto
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O assentamento é feito em amarração. Pode ser junta a prumo (somente quando for vedação em estrutura de concreto). A amarração dos cantos e de parede interna com externa se faz utilizando barras de aço a cada três fiadas ou utilizando um pilarete de concreto no encontro das alvenarias (Figura 65):
Figura 65 - Detalhe de execução dos cantos 6.3 - VÃOS EM PAREDES DE ALVENARIA
Na execução das paredes são deixados os vãos de portas e janelas. No caso das portas os vãos já são destacados na primeira fiada da alvenaria e das janelas na altura do peitoril determinado no projeto. Para que isso ocorra devemos considerar o tipo de batente a ser utilizado pois a medida do mesmo deverá ser acrescido ao vão livre da esquadria (Figura 66).
esquadrias de madeira:
porta = acrescentar 10 cm na largura e 5cm na altura, devido aos batentes. janela = acrescentar 10cm na largura e 10cm na altura.
esquadrias de ferro: como o batente é a própria esquadria, os acréscimos serão de 3cm tanto na largura como na altura.
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Figura 66 - Vão de alvenaria
Sobre o vão das portas e sobre e sob os vãos das janelas devem ser construídas vergas.(Figura 67) Quando trabalha sobre o vão, a sua função é evitar as cargas nas esquadrias e quando trabalha sob o vão, tem a finalidade de distribuir as cargas concentradas uniformemente pela alvenaria inferior:
Figura 67 - Vergas sobre e sob os vãos
As vergas podem ser pré-moldadas ou moldadas no local, e devem exceder ao vão no mínimo 30cm ou 1/5 do vão. No caso de janelas sucessivas, executa-se uma só verga. As Figuras 68 e 69 exemplificam as vergas nas paredes de alvenaria executadas com tijolos maciços para:
Vãos até 1,0m
Figura 68 - Vergas em alvenaria de tijolo maciço para vãos até 1,00m
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Vãos entre 1,0 e 2,0m
Figura 69 - Vergas em alvenaria de tijolo maciço para vãos entre 1,00m e 2,00m
OBS: Caso o vão exceda a 2,00m, deve-se calcular uma viga armada. As Figuras 70; 71 exemplificam as vergas nas paredes de alvenaria executadas com blocos de concreto para:
Vãos de 1,0m
Vãos de 1,0 a 1,50m
Figura 70 - Vergas em alvenaria de bloco de concreto para vãos até 1,00m e entre 1,00m e 1,50m
Vãos acima de 1,50 até 2,00m
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Figura 71 - Vergas em alvenaria de tijolo maciço para vãos entre 1,50m e 2,00m
A Figura 72 exemplifica as vergas nas paredes de alvenaria executadas com tijolos furados para:
Vãos de 1,0m
Vãos de 1,0 a 2,0m
Figura 72 - Vergas em alvenaria de tijolo furado para vãos até 1,00m e entre 1,00m e 2,00m OUTROS TIPOS DE REFORÇOS EM PAREDES DE ALVENARIA.
Quando uma viga, de pequena carga, proveniente principalmente das coberturas, descarrega sobre a alvenaria , para evitar a carga concentrada e consequentemente o cisalhamento nos tijolos, fazem-se coxins de concreto (Figura 73).
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Figura 73 - Coxins de concreto
Ao chegar com as paredes à altura da laje (respaldo das paredes), quando não temos uma verdadeira estrutura de concreto e os vão são pequenos, utilizamos uma nova cinta de amarração sob a laje e sobre todas as paredes que dela recebem carga. As cintas de amarração no respaldo das paredes servem para apoio das lajes, nestes casos para lajes de pequenos vãos, no máximo entre 2,50 a 3,00m, (ver apoio de lajes em alvenaria).
As Figuras 74 e 75 exemplificam as cintas de amarração no respaldo das alvenarias cerâmicas para tijolo maciço e tijolo furado respectivamente.
Figura 74 - Cinta de amarração em alvenaria de tijolo maciço
Figura 75 - Cinta de amarração em alvenaria de tijolo furado
Na alvenaria de bloco de concreto utilizamos blocos canaletas para a execução das cintas de amarração (Figura 76) 57
Figura 76 - Cinta de amarração em alvenaria de bloco de concreto
Obs. As cintas de amarração servem para distribuir as cargas e "amarrar" as paredes (internas com as externas). Se necessitarmos que as cintas suportem cargas, devemos então calcular vigas.
VII - ARGAMASSAS
7.1 - O QUE É ARGAMASSA É a mistura de cimento, água e areia e, em alguns casos, de outro material (cal, saibro, caulim, etc.). A mistura de cimento, areia e água é a base do produto usado na construção de casas e prédios. As argamassas, assim como o concreto, também são moles nas primeiras horas, e endurecem com o tempo, ganhando elevada resistência e durabilidade. 58
A argamassa depois de seca une definitivamente tijolos, blocos, pisos e ladrilhos, reveste paredes, assenta cerâmicas e tacos, etc... Usada também para impermeabilizar superfícies, regularizar, (tapar buracos, eliminar ondulações, nivelar e aprumar) paredes, pisos e tetos. Dar acabamento às superfícies (liso, áspero, rugoso, etc.). As misturas dos diversos ingredientes serão chamadas de “traço”.
7.2 - FUNÇÕES DO REVESTIMENTO DE ARGAMASSA O revestimento de argamassa apresenta importantes funções que são genericamente: • proteger os elementos de vedação dos edifícios da ação direta dos agentes agressivos; • auxiliar as vedações no cumprimento das suas funções como, por exemplo, o isolamento termo-acústico e a estanqueidade à água e aos gases; • regularizar a superfície dos elementos de vedação, servindo de base regular e adequada ao recebimento de outros revestimentos ou constituir-se no acabamento final; • contribuir para a estética da fachada. É importante ressaltar que não é função do revestimento dissimular imperfeições grosseiras da base. Na prática, essa situação ocorre com muita freqüência, devido à falta de cuidado no momento da execução da estrutura e da alvenaria, que ficam desaprumadas e desalinhadas. Com isso é necessário “esconder na massa” as imperfeições, o que compromete o cumprimento adequado das reais funções do revestimento.
7.3 - PROPRIEDADES DA ARGAMASSA NOS ESTADOS FRESCO E ENDURECIDO ESTADO FRESCO trabalhabilidade − retenção de água − aderência inicial − retração na secagem −
ESTADO ENDURECIDO capacidade de absorver deformações − resistência mecânica − resistência ao desgaste − durabilidade −
A QUALIDADE A qualidade das argamassas depende tanto das características dos componentes, como do preparo correto e do manuseio adequado. A mistura das argamassas no local da obra pode ser feita manualmente ou em 59
betoneira. Nos dois casos é recomendável misturar apenas a quantidade suficiente para uma hora de aplicação. Esse cuidado evita que a argamassa endureça ou perca a plasticidade.
A FLEXIBILIDADE A flexibilidade dos revestimentos, depois de endurecidos, é umas das propriedades mais importantes na intenção de eliminar futuros problemas. Aditivos estão sendo desenvolvidos para conferir mais flexibilidade para as argamassas. A própria cal tem a função de tornar mais flexível a argamassa depois de endurecida. Para aumentar a plasticidade é adicionado um quarto componente à mistura. Pode ser cal, saibro, caulim ou outros, dependendo da região. De todos esses materiais, chamados de plastificantes, o mais recomendado é a cal hidratada. O seu desempenho está comprovado por institutos de pesquisa oficiais. Tanto a cal quanto os aditivos, além de conferir mais plasticidade, melhoram a trabalhabilidade da argamassa no estado fresco.
7.4 - TIPOS DE ARGAMASSAS As argamassas são classificadas, segundo a sua finalidade, em: argamassas para assentamento e argamassas para revestimento.
1- Argamassa para assentamento As argamassas para assentamento são usadas para unir blocos ou tijolos das alvenarias. Servem também para a colocação de azulejos, tacos, ladrilhos e cerâmica.
2- Argamassas para revestimento As três primeiras fiadas de uma parede de blocos ou tijolos devem ser revestidas inicialmente com uma camada de argamassa de impermeabilização, que protege a parede contra a penetração da umidade. Todas as paredes e tetos devem receber uma camada de chapisco, qualquer que seja o acabamento. 60
Sem o chapisco, que é a base do revestimento, as outras camadas podem descolar e até cair. Em alguns casos, como em muros, esse pode ser o único revestimento.
7.5 - A ÁGUA NA COMPOSIÇÃO A quantidade de água de todos esses traços depende de vários fatores: a finalidade, a qualidade dos componentes, a habilidade dos pedreiros, etc. Em caso de dúvida, consulte um profissional habilitado.
7.6 - REVESTIMENTO DE PAREDES Argamassas para Revestimento
Revestimento Depois do tijolo montado ou seja a parede feita na sua estrutura, vem o que chamamos de cobertura ou REVESTIMENTO. O revestimento de uma parede é constituído por três camadas (chapisco, emboço e reboco). - O chapisco é necessário para promover a aderência do emboço, evitando que o mesmo se solte. - O emboço é a camada de regularização da superfície, não devendo ser superior a 2 cm. - O reboco tem pequena espessura, sendo uma camada fina que serve para preparar a superfície par receber o acabamento final, lixamento, tinta base e pintura. 61
Como fazer O revestimento mais usado é feito com O ideal é fazer três camadas: chapisco, emboço e reboco.
argamassa.
Antes de aplicar a primeira camada, tape os rasgos feitos quando foram colocados os encanamentos e os conduítes. Espere cada camada secar, antes de aplicar a seguinte.
7.7 - TABELA DE MEDIDAS A SEREM USADAS
Aplicação
Traço
Chapisco
1 lata de cimento 3 latas de areia
1 lata de cimento Emboço ( massa 2 latas de cal grossa) 8 latas de areia média
Reboco (massa fina)
1 lata de cimento 2 latas de cal 9 latas de areia fina peneirada
Regularização ou nivelamento
1 lata de cimento 3 latas de areia
Cimentado
1 lata de cimento 3 latas de areia média
Rendimento por saco de Instruções de uso cimento de 50 kg A camada de chapisco deve ser 30 m2 a mais fina possível O emboço serve para (massa grossa) regularizar a 17 m2 superfície da parede ou do teto. Sua espessura deve ser de 1 cm a 2,5 cm Esta camada de acabamento final 35 m2 da parede ou do teto deve ser a mais fina possível Essa argamassa variável não deve ser muito mole 4 metros O cimentado pode quadrados ser queimado com pó de cimento com uma 62
espessura de 2,5 cm para ter acabamento liso (cimentado liso ). Alise a superfície com uma desempenadeira metálica 1 lata de cimento Siga as recomendações 10 metros Impermeabilização 3 latas de areia lineares de dos fabricantes fina indicadas na fundação 1 kg de embalagem do impermeabilizante impermeabilizante
A quantidade de água de todos esses traços depende de vários fatores: a finalidade, a qualidade dos componentes, a habilidade dos pedreiros, etc. Em caso de dúvida, consulte um profissional habilitado. Existem também argamassas prontas, para assentamento e revestimento (inclusive para rejuntamento), à venda nas lojas de material de construção. Essas argamassas que vêm embaladas em sacos devem ser misturadas com água, na quantidade recomendada pelo fabricante, em geral impressa na embalagem. Se nenhuma argamassa pronta ou indicada nas tabelas servir para o seu caso particular, procure um profissional especializado. Azulejos, ladrilhos e cerâmicas são aplicados sobre o emboço. O acabamento de paredes mais econômico é o cimentado liso, aplicado diretamente sobre o chapisco. O chapisco, o reboco e o emboço não são usados em pisos.
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