INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO — FUNDAMENTOS DE UMA DOGMÁTICA CONSTITUCIONAL TRANSFORMADORA LUÍS ROBERTO BARROSO
Professor Titular de Direito Constitucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Master of Laws pela Yale Law School.
Procurador do Estado e dvo!ado no Rio de Janeiro. "# edi$%o &''' Editora Saraiva
ÍNDICE GERAL (reviaturas )* U+ pref,cio a-nal desnecess,rio Re!istros **)
*)
)TR/DU01/ &. interpreta$%o. 2eneralidades 3. presenta$%o do te+a ". Plano de tra(alho 4 PRTE & DETERM)01/ D /RM PL)C56EL PL)C56EL )ntrodu$%o C/7L)T/S DE /RMS / ESP0/ E / TEMP/ Cap8tulo & C/ST)TU)01/ E / C/7L)T/ C/7L)T/ DE /RMS / ESP0/ ESP0/.. D)RE)T/ C/ST)TUC)/L )TERC)/L &. / tratado internacional e a Constitui$%o 3. nor+a estran!eira e a Constitui$%o a9 nor+a estran!eira e a Constitui$%o de ori!e+ (9 nor+a estran!eira e a Constitui$%o (rasileira Cap8tulo )) C/ST)TU)01/ E / C/7L)T/ C/7L)T/ DE /RMS / TEMP/. TEMP/. D)RE)T/ C/ST)TUC)/L )TERTEMP/RL &. Constitui$%o nova e a orde+ constitucional anterior 3. E+enda constitucional e Constitui$%o e+ vi!or ". Constitui$%o nova e direito infraconstitucional anterior :. l!u+as ;uest
ncia de inconstitucionalidade for+al superveniente (9 plica$%o i+ediata? +as n%o retroativa? da Constitui$%o nova c9 Declara$%o de inconstitucionalidade e efeito repristinat@rio d9 Situa$
2
&. )ntrodu$%o 3. Peculiaridades das nor+as constitucionais ". Conceitos? classi-ca$ntica c9 )nterpreta$%o declarativa? restritiva e e=tensiva d9 /s +todos ou ele+entos cl,ssicos de interpreta$%o ) F interpreta$%o !ra+atical )) F interpreta$%o hist@rica ))) F interpreta$%o siste+,tica )6 F interpreta$%o teleol@!ica e9 )nte!ra$%o da vontade v ontade constitucional. nalo!ia e costu+e constiF tucional :. interpreta$%o constitucional evolutiva Cap8tulo )) PR)CGP)/S DE )TERPRET01/ )TERPRET01/ ESPEC)7)CMETE C/ST)TUC)/L &. /s princ8pios constitucionais co+o condicionantes da interpreta$%o constitucional 3. Princ8pio da supre+acia da Constitui$%o ". Princ8pio da presun$%o de constitucionalidade das leis e dos atos do Poder PH(lico :. Princ8pio da interpreta$%o confor+e a Constitui$%o I. Princ8pio da unidade da Constitui$%o 4. Princ8pios da raoa(ilidade e da proporcionalidade K. Princ8pio da efetividade PRTE 7)L 7 )L /JET)6)DDE DESEJD E EUTRL)DDE )MP/SSG6EL )MP/SSG6EL / PPEL PPEL D/ )TBRPRETE )TERPRET01/ )TERPRET01/ C/ST)TUC)/L Cap8tulo ) SER JURGD)C/ C/6EC)/L? TE/R) CRGT)C D/ D)RE)T/ E D)RE)T/ LTERT)6/. SGTESE ECESS5R) &. )ntrodu$%o 3. teoria cr8tica ". / direito alternativo :. /(etividade e neutralidade. /s li+ites do poss8vel Cap8tulo )) C/CLUSNES Gndice ono+,stico Gndice alfa(ticoFre+issivo i(lio!ra-a
3
ABREVIATURAS ABREVIATURAS DCT F to das Disposi$ncia Pol8tica Pol8tica RTDP F Revista Tri+estral de Direito PH(lico RTJ F Revista Tri+estral de Jurisprud>ncia ST7 F Supre+o Tri(unal 7ederal STJ F Superior Tri(unal de Justi$a T7R F Tri(unal 7ederal de Recursos
4
UM PREFÁCIO AFINAL DESNECESSÁRIO Estas palavras n%o pretende+ ser u+ pref,cio ;ue +ere$a o no+e. %o ;ue ali+entasse a presun$%o de oferecer u+ desses pref,cios densos e eruditos? ;ue? s vees? dissi+ula+ a a+(i$%o de co+petir co+ a o(ra ;ue apresenta+. Qonrado? por+? pelo convite do autor para prefaciar a pu(lica$%o da tese ;ue lhe deu as +erecidas !alas de Professor Titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e verdadeiFra+ente i+pressionado co+ a e=cel>ncia do tra(alho? che!uei a co!itar? co!itar? !uisa de pref,cio? p ref,cio? de dar u+ testeF +unho aos sete anos de cotidiana interpreta$%o constitucional por dever de of8cio? pensei aproveitar o te+a e dar conta do +todo e dos +otivos de votar de u+ ui do Supre+o Tri(unal 7ederal. o +enos? dos +otivos conscientes e racionais. Oue os outros superado? e+(ora? o +ito in!>nuo ou +isti-cador da int interpr erpret eta$ a$%o %o neu neutra e n%o apena penass i+pa i+parc rcia ial9 l9 s%o s%o? de re!r re!ra? a? indevass,veis n%o ;ue os ;ueira ocultar o intrprete? +as por;ue? na !rande +aioria das vees? ele pr@prio o pri+eiro a i!nor,Flos. a Parte 7inal deste livro? disseFo d isseFo o autor? autor? de +odo irretoc,vel )deal+ente? o intrprete? o aplicador do direito? o ui? deve ser neutro. E +es+o poss8vel conce(er ;ue ele sea racional+ente educado para a co+preens%o? para a tolerncia? para a capacidade de entender o diferente? sea o ho+osse=ual? o cri+inoso? o +iser,vel ou o +ental+ente de-ciente. PodeF odeFse se +es+ +es+o? o? u+ tant tanto o utop utopic ica+ a+en ente te?? co!i co!ita tarr de li(e li(ert rt,F ,Flo lo de seus seus preconceitos? de suas op$ncia u+ conceito idealiado e assptico de usti$a. Mas n%o ser, poss8vel li(ert,Flo do pr@pri pr@prio o incons inconscie ciente nte?? de seus seus re!ist re!istros ros +ais +ais pri+iti pri+itivos vos.. %o h, co+o co+o idealiar u+ intrprete se+ +e+@ria e se+ deseos. E+ sentido pleno? n%o h, neutralidade poss8vel. 7rus 7rusttrou rouFse Fse o inten ntento to do depo depoi+ i+en entto pesso essoal al?? atro atrope pela lado do pela pelass tur(ul>ncias da presid>ncia do Tri(unal e das di+ens
5
princ8pios? da hist@ria e da do!+,tica constitucional? se+ as-=ia do co+pro+isso co+ o seu Pa8s e o seu povo. 6e+ dessa poca a nossa apro=i+a$%o pessoal? na +ilitncia da /? ao te+po e+ ;ue? so(re o crepHsculo do autoritaris+o? incide+ as pri+eiras frestas de claridade / pro(le+a da federa$%o? cit.? p. *))9. &. Pr>+io Cndido de /liveira eto? &'AV? da /FRJ. J, e+ &'A' entre+eandoFse na srie de tra(alhos +enores? no entanto? de valor indiscut8vel assi+? p. e=.? Igualdade perante a lei? de &'AI? Revista de Direito PH(lico? KA4I? e A crise econômica e o direito constitucional? de &''"? Revista 7orense? "3"A"9 co+pleta o autor a vers%o ori!inal de sua tese de livreFdoc>ncia A força normativa da Constituição. Ele+entos para a efetividade das nor+as constitucionais a ;ual? a+pliada e atualiada? foi divul!ada e+ duas edi$ncia co+ a +inha postura restritiva nos leading cases acerca da naturea e das potencialidades do!+,ticas do +andado de inun$%o tal co+o institu8do e disciplinado e +uito +al9 pela Constitui$%o valeuF+e? na transcri$%o de u+a e+enta? o ep8teto de ser u+a pena ilustre F outrora pro!ressista O direito constitucional e a efetividade de suas normas? cit.? p. &K'9? e=pressncia elo!iosa? ;ue eri!ira e+ u+ dos pilares da funda+enta$%o do voto e+ ;ue to+ara posi$%o na pol>+ica M) &VK O/9? Moreira lves? RTJ? &""&&? IV. De ;ual;uer sorte? at por vaidade intelectual? n%o ousaria retratarF+e dos ustos encW+ios ao estudo a verdade ;ue ap@s o cl,ssico de Jos fonso da Silva so(re a e-c,cia ur8dica das nor+as constitucionais a +ono!ra-a de arroso? e+ torno dos ca+inhos poss8veis para a efetividade ou e-c,cia social9 da Constitui$%o? deu novas di+ensncia sua realia$%o de parte dos interesses criados. ". Jos fonso da Silva? Aplicabilidade das normas constitucionais? Revista dos Tri(unais? &'4A. Esta se!unda tese? ;ue hoe +e or!ulha apresentar? responde s +es+as inspira$ncia de onrad Qesse / +alo!ro do constitucionalis+o? no rasil e alhures? ve+ associado falta de efetividade da Constitui$%o? de sua incapacidade de +oldar e su(+eter a realidade social. atural+ente? a ConstiFtui$%o ur8dica de u+
6
Estado condicionada historica+ente pelas circunstncias concretas de cada poca. Mas n%o se redu ela +era e=press%o das situa$ncia pr@pria? autWno+a? e+(ora relativa? ;ue adv+ de sua for$a nor+ativa? pela ;ual ordena e confor+a o conte=to social e pol8tico. E=iste? assi+? entre a nor+a e a realidade? u+a tens%o per+aFnente. B neste espa$o ;ue se de-ne+ as possi(ilidades e os li+ites do direito constitucional. /u nesse par,!rafo? irretoc,vel? ;ue trai a se!ura apreens%o do +elhor da l@!ica de elsen o n8vel l@!ico? nenhu+a lei? ;ual;uer ;ue sea sua hierar;uia? editada para n%o ser cu+prida. Se+ e+(ar!o? ao +enos potencial+ente? e=iste se+pre u+ anta!onis+o entre o deverFser tipi-cado na nor+a e o ser da realidade social. Se assi+ n%o fosse? seria desnecess,ria a re!ra? pois n%o haveria sentido al!u+ e+ i+porFse? por via le!al? al!o ;ue ordin,ria e invariavel+ente , ocorre. B precisa+enFte a;ui ;ue reside o i+passe cient8-co ;ue invalida a suposi$%o? difundida e e;uivocada? de ;ue o direito deve li+itarFse a e=pressar a realidade de fato. )sso seria sua ne!a$%o. De outra parte? certo ;ue o direito se for+a co+ ele+entos colhidos na realidade? e seria condenada ao insucesso a le!isla$%o ;ue n%o tivesse ressonncia no senti+ento social. / e;uil8(rio entre esses dois e=tre+os ;ue condu a u+ ordena+ento ur8dico social+ente e-ca. :. Qans elsen? contudo? a o(ra reserva? depois Parte 7inal? cap. &? n. &9? u+ trata+ento inusto e incide na assi+ila$%o? ta+(+ difundida +as e;uivocada? entre o nor+ativis+o da Teoria Pura ;ue te+ u+ dos seus pontos fortes na revela$%o do car,ter ta+(+ criador das etapas sucessiFvas de aplica$%o do direito? at a senten$a? inclusive cf.? p. e=.? Teor8a !eneral del derecho Z del Estado? trad.? M=ico? &':'? p. &"K e s.9 e o for+alis+o dos e=e!etas? este? si+? ;ue parte da pre+issa de ;ue a atividade do intrprete se desenvolve por via de u+ processo dedutivo? de +era su(sun$%o do fato nor+a? de sentido suposta+ente ine;u8voco per+itaF+e o autor a cr8tica li!eira? ;ue? por for$a do contraste? real$ar, os +uitos elo!ios. / te+a a!ora eleito interpreta$%o e aplica$%o da Constitui$%o de trato fre;[ente+ente ne!li!enciado? ;uando n%o enfadonha+ente repetitivo? se!ura+ente n%o u+a pro+essa? necess,riaF+ente +isti-cadora de ensinar ca+inhos se+ desvios ne+ alternativas para a solu$%o pretensa+ente un8voca de todo e ;ual;uer pro(le+a constitucional. o contr,rio? o su(t8tulo da tese 7unda+entos de u+a do!+,tica constitucional transforF+adora desvela o en!aa+ento pro!ressista do autor? ;ue o par,!rafo -nal do estudo coraosa+ente renova / constituinte invariavel+ente +ais pro!ressista ;ue o le!islador ordin,rio. Tal fato d, relevo s potencialidades do direito constitucional? e suas possi(ilidades interpretativas. Se+ a(rir +%o de u+a perspectiva ;uestionadora e cr8tica? poss8vel? co+ (ase nos princ8pios +aiores da Constitui$%o e nos valores do processo civiliat@rio? dar u+ passo frente na do!+,tica constitucional. CuidaFse de produir u+ conheci+ento e u+a pr,tica asse!uradores das !randes con;uistas hist@ricas? +as i!ualF+ente co+pro+etidos co+ a transfor+a$%o das estruturas vi!entes. / es(o$o de u+a do!+,tica autocr8tica e pro!ressista? ;ue aude a ordenar u+ pa8s capa de !erar ri;ueas e distri(u8Flas ade;uada+ente.
7
Essa audaciosa declara$%o de co+pro+isso do autor co+ a transfor+a$%o das estruturas vi!entes n%o seria de cele(rar se se tratasse apenas de +ais u+a dessas tentativas? t%o co+uns na ,rea do direito pH(lico? de vender cren$as ideol@!icas dessa ou da;uela colora$%o co+o solu$utica constitucional (rasileira? ;ue a interpreta$%o retrospectiva? pela ;ual se procura interpretar o te=to novo de +aneira a ;ue ele n%o inove nada? +as? ao revs? -;ue t%o parecido ;uanto poss8vel co+ o anti!o. Repele? no entanto? co+ i!ual vi!or? o charlatanis+o constitucional? +erc> do ;ual? co+ fre;[>ncia? intrpretes politica+ente co+pro+etidos inclu8dos al!uns dos nossos forcea+ por i!norar princ8pios ele+entares e li+ites intranspon8veis da do!+,tica do ordena+ento positivo? (usca de u+a falsa le!iti+a$%o ur8dica para suas posi$
8
+edida e+ ;ue do!+atica+ente vi,veis? responde pelo n8vel de altiplano? se+ depressncias pol8ticas? reduindo a discricionariedade do le!islador e i+pondoFlhe o dever de +otivar seu convenci+ento. E=e+plar i!ual+ente? dentro da +es+a diretiva +etodol@!ica? nos t@picos ;ue se ocupa+ dos princ8pios espec8-cos da interpreta$%o constitucional? a e=plora$%o das potencialidades do princ8pio da raoa(ilidade e a de-ni$%o dos +arcos do seu espa$o le!8ti+o de incid>ncia. S@ duas palavras a +ais. 6ai a pri+eira para o cuidado da tese co+ a pes;uisa e a an,lise da urisprud>ncia constitucional (rasileira? ;ue a o(ra de nossos especialistas? a e=e+plo do ;ue sucede nos de+ais ra+os do direito? tende si+ples+ente a i!norar. / esca+otea+ento da urisprud>ncia pela doutrina? entretanto? de todo indesculp,vel. %o ;ue se pretenda i+por ao te@rico a su(+iss%o ao entendi+ento dos tri(unais acentuei? ao prefaciar outra o(ra recente o ;ue n%o leal? so(retudo para o leitor ove+? n%o dar conta dele e trans+itir? co+o verdades apod8ticas? opinincia cotidiana? na Justi$a? da lei e da Constitui$%o. I. Jos Tarcisio de l+eida Melo? Direito constitucional brasileiro? Del ReZ? &''4? pref,cio. B auspicioso veri-car ;ue essa tend>ncia tradicional est, sendo superada por al!uns dos +elhores no+es da nova !era$%o de pu(licistas (rasileiros. 4. Cf.? a partir de Jos Celso de Melo 7ilho Constituição Federal anotada? Saraiva? &'A49 e de 2il+ar 7. Mendes Controle de constitucionalidade? Saraiva? &''V? e Jurisdição constitucional - controle abstrato de normas no rasil e na Aleman!a? Saraiva? &''49? v. !.? Cl+erson M. Cl>ve. A "scali#ação
9
abstrata da constitucionalidade no direito brasileiro ? Revista dos Tri(unais? &''I^ a!ih Slai(i 7ilho? Ação declarat$ria de constitucionalidade? 7orense? &'':^ Elival S. Ra+os. A inconstitucionalidade das leis? Saraiva? &'':^ /scar 6ilhena 6ieira? %upremo &ribunal Federal - 'urisprud(ncia pol)tica? Revista dos Tri(unais? &'':^ Joa;ui+ ar(osa 2o+es? La Cour %upr*im+ dans le s,stme politi.ue br/silien? al+ de valiosos co+ent,rios e cr8ticas de decisncia constitucional do Pa8s? particular+ente a do Supre+o Tri(unal? ;ue analisa co+ precis%o e critica co+ a!udea? ;uando entende ser o caso. transcri$%o de al!uns trechos , dispensaria? a ri!or? a Hlti+a nota destas palavras? reservada para louvar a clarea e a li+pide do estilo? de ele!ncia ,tica? infenso a ouropis e (erlo;ues? se+ concess
REGISTROS
)nH+eras pessoas participara+ deste proeto? co+ +aior ou +enor intensidade? e+ contri(uiF$
10
de +inhas an!Hstias e perple=idades. /s Professores Jos Carlos ar(osa Moreira? Milton 7labs? Joa;ui+ rruda 7alc%o e Qlio ssun$%o honrara+F+e co+ a leitura dos ori!inais e co+ suas cr8ticas lHcidas e proveitosas. / Professor 2ustavo Tepedino te+ sido co+panheiro e a+i!o constante de +uitos ca+inhos? ;ue v>+ desde o +ovi+ento estudantil e che!ar%o a u+ +undo +elhor. /s Professores Doutores Caio T,cito? Raul Machado Qorta? Jos lfredo de /liveira aracho? Carlos l(erto Direito e Jaco( Dolin!er inte!rara+ a (anca de concurso ;ue +e conferiu o !rau de titular e+ Direito Constitucional? co+ nota +,=i+a. leitura atenta ;ue -era+ de +eu tra(alho e as ar![i$? ;ue o aco+panhou a cada passo? e Luna? ;ue nasceu unto co+ ele. as +adru!adas e -ns de se+ana e+ ;ue o escrevi? e por isto n%o pude estar co+ elas? reconheciF+e no verso encantado de Jor!e Luis or!es? u+a linda declara$%o de a+or Estar co+ voc> ou n%o estar co+ voc> a +edida do +eu te+po. Dee+(ro de &''I LR
INTRODUÇÃO
U+ te=to? depois de ter sido separado do seu e+issor e das circunstncias concretas da sua e+iss%o? Xutua no v,cuo de u+ espa$o in-nito de interpreta$ncia? nenhu+ te=to pode ser interpretado de acordo co+ a utopia de u+ sentido autoriado de-nido? ori!inal e -nal. lin!ua!e+ di se+pre al!o +ais do ;ue o seu inacess8vel sentido literal? ;ue , se perdeu desde o in8cio da e+iss%o te=tual. U+(erto Eco U+(erto Eco? Les limites de l0interpr/tation? &''3? p. A. 01. A inte!et"#$%. Gene"&i'"'e(
11
Terra plana? e todos os dias o sol nasce? percorre o cu de ponta a ponta e se pncia? n%o s%o a(solutas ne+ perenes. Toda interpreta$%o produto de u+a poca? de u+a conuntura ;ue a(ran!e os fatos? as circunstncias do intrprete e? evidente+ente? o i+a!in,rio de cada u+. o lon!o dos sculos? o ho+e+ te+ recorrido +itolo!ia? ao so(renatural? ao pante8s+o? f +onote8sta de diversos credos e o(sess%o do racionalis+o. %o necessaria+ente nessa orde+. E+ insti!ante tra(alho no ;ual procurou tra$ar u+ paralelo entre a 78sica e o direito constitucioFnal? Laurence Tri(e dissertou so(re os tr>s !randes est,!ios da 78sica +oderna? e co+o cada u+ deles inXuenciou a percep$%o do universo e+ !eral. ewton tra(alhou so(re a idia de ;ue os o(etos era+ isolados e intera!ia+ distncia e utiliouFse de conceitos +etaf8sicos co+o espa$o e te+po a(solutos. 78sica p@sFnewtoniana? +arcada pela teoria da relatividade de Einstein? superou a fase do a(soluto? divul!ou a idia da curvatura do espa$o e de ;ue todos os corpos intera!e+ entre si. Por -+? co+ a 78sica ;untica perce(euFse ;ue a pr@pria atividade de o(serva$%o e investi!a$%o interfere co+ os fatos pes;uisados. 6ale dier ne+ +es+o a +era o(serva$%o neutra. Laurence Tri(e? &!e curvature of constitutional space1 2!at la2,ers can learn from modern p!,sics ? Qarvard Law Review? &V"&? &'A'9. o lon!o do te+po? varia a percep$%o ;ue o ho+e+ te+? n%o apenas do +undo sua volta? co+o ta+(+ de si +es+o. E+ passa!e+ cl,ssica? Si!+und 7reud identi-cou tr>s +o+entos e+ ;ue? pela +%o da ci>ncia? o ho+e+ se viu a(alado e+ suas convic$ncia ou por seus pr@prios instintos? +as pela hist@ria. U+a hist@ria ;ue poderia ser to+ada nas +%os para pro+over u+a sociedade i!ualit,ria? solid,ria e pretensa+ente universal? se+ Estados? nacionalis+os ou fronteiras. %o falta+ os ;ue possa+ ale!ar ;ue? desde a pri+eira hora? denunciara+ a invia(ilidade ou os desvios do +odelo? n%o dei=a de ser desolador para o esp8rito hu+ano ;ue tudo tenha aca(ado e+ secess%o? desorde+ e fratric8dio.
12
/ tra(alho ;ue a se!uir se desenvolve parte da pre+issa consolidada de ;ue a interpreta$%o n%o u+ fenW+eno a(soluto ou ate+poral. Ela espelha o n8vel de conheci+ento e a realidade de cada poca? (e+ co+o as cren$as e valores do intrprete? sea+ os do conte=to social e+ ;ue estea inserido? sea+ os de sua pr@pria individualidade. ). A!e(ent"#$% '% te*" interpreta$%o constitucional no rasil era u+ te+a espera de u+ autor. Possivel+ente continuar, a ser. Este estudo? todavia? te+ a a+(i$%o de identi-car e siste+atiar os ele+entos essenciais da teoria da interpreta$%o aplic,veis ao direito constitucional. o seu desenvolvi+ento? se+ e+(ar!o da >nfase dada realidade (rasileira? procurouFse i+portar? seletiva+ente? co+ +odera$%o e sentido cr8tico? o ;ue de +elhor havia no direito co+parado so(re a +atria. Posterior+ente pu(lica$%o da edi$%o deste livro? e+ &''4? fora+ lan$ados outros tra(alhos +ono!r,-cos acerca da interpreta$%o constitucional? dentre os ;uais se destaca+ )noc>ncio M,rtires Coelho? Interpretação constitucional? &''K^ Uadi La++>!o ulos? 3anual de interpretação constitucional ? &''K^ Celso Ri(eiro astos? 4ermen(utica e interpretação constitucional ? &''K^ Lenio Lui Strecb? 4ermen(utica 'ur)dica e5m6 crise1 uma e7ploração !ermen(utica da construção do direito ? &'''. este esfor$o? deuFse especial aten$%o (icenten,ria produ$%o urisprudencial da Supre+a Corte norteFa+ericana? (e+ co+o fecunda atua$%o do Tri(unal Constitucional 7ederal ale+%o e+ pouco +ais de u+ ;uarto de sculo. Contudo? e natural+ente? reservouFse +aior desta;ue para as decisncia ao lon!o do te=to? contrariando u+ velho h,(ito da doutrina de tratar a urisprud>ncia? so(retudo a nacional? co+ certo desd+. %o se correu o risco? a;ui? de -car de frente para o +ar? de costas para o rasil. / tra(alho ;ue se se!ue n%o te+ por o(eto a -loso-a da interpreta$%o constitucional? ne+ ta+pouco pretende ser u+a teoria !eral so(re o te+a. Ele se volta? predo+inante+ente? para a atividade de realia$%o da vontade constitucional? e procura funda+entar? desenvolver e siste+atiar o conheci+ento necess,rio a tal desiderato. ConcentraFse? assi+? no itiner,rio intelectivo a ser percorrido no processo de interpreta$%o da Constitui$%o? desde a deter+ina$%o da nor+a aplic,vel at o ato -nal de sua incid>ncia so(re o caso concreto? se+ descurar do ;uestiona+ento acerca do papel dese+Fpenhado pela su(etividade do pr@prio intrprete. interpreta$%o constitucional? co+o a interpreta$%o e+ !eral? n%o u+ fenW+eno +onol8tico? sin!ular. Ela essencial+ente plural e co+porta >nfase e+ aspectos diferentes. E+ u+a an,lise cient8-ca? assi+? poss8vel voltar a aten$%o? e+ pri+eiro lu!ar? para o siste+a? isto ? para o conunto de nor+as? princ8pios e conceitos inerentes ao processo interpretativo. PodeFse? de outra parte? dar u+ papel destacado ao o(eto? vale dier? aos casos concretos? s situa$
13
ur8dica tradicional? ;ual se adiciona+ particularidades e=i!idas pelo car,ter sin!ular da Constitui$%o. interpreta$%o constitucional? por via de conse;[>ncia? u+a espcie de interpreta$%o ur8dica? enri;uecida por princ8pios e re!ras pr@prias. Este +todo? ;ue se pode identi-car co+o +todo her+en>utico cl,ssico? trata a Constitui$%o co+o lei? e procura desenvolver sua for$a nor+ativa? se+ e+(ar!o de di-culdades ;ue a peculiar estrutura das nor+as constitucionais +uitas vees suscita. ErnstFolf!an! cbenfrde 8scritos sobre derec!os fundamentales? &''"9 fa refer>ncia ao +todo her+en>utico cl,ssico? ;ue associa a 7orstho 9ec!tsstaat im :andel? &'K49? e dele distin!ue varia$uticoFconcretiador? de onrad Qesse ;rund# Deutsc!land . &'K49 e 7. M[ller 8n#v>lopãdie der geistes2issensc!aft)ic!en Arbeitsmet!oden? &'K39? e o ;ue deno+ina interpreta$%o constitucional orientada s ci>ncias da realidade? de S+end %taatsrec!tlic!e Ab!andlungen? &'4A9. B poss8vel? i!ual+ente? optar por u+a +etodolo!ia ;ue valorie antes o o(eto ;ue +otiva a interpreta$%o? isto ? o caso concreto ou o pro(le+a a ser resolvido. os pa8ses onde vi!ora a tradi$%o do common la2? co+o nos Estados Unidos? a >nfase da ar!u+enta$%o ur8dica recai? precisa+ente? na discuss%o dos aspectos de fato da causa e na (usca do precedente +ais ade;uado? se+ ;ue e=ista? nor+al+ente? a ri!ide de u+a nor+a ta=ativa e+anada do siste+a. Paralela+ente ao case s,stem norteFa+ericano? desenvolveuFse entre os ale+%es a t@pica? o cha+ado +todo t@pico aplicado aos pro(le+as? pelo ;ual se sustenta o pri+ado do pro(le+a so(re a nor+a ur8dica e so(re o siste+a? onde a interpreta$%o se apresenta co+o u+ +todo a(erto de ar!u+enta$%o? indutivo e n%o dedutivo. ele? a orde+ ur8dica apenas u+a refer>ncia? u+ dos ar!u+entos? u+ dos topoi a sere+ levados e+ conta na solu$%o das situa$ und Jurispruden#? &'I". 6ea+Fse? ta+(+? Q. Eh+be? ?rin#ipien der =erfassungsinterpretation ? &'4"^ ErnstFolf!an! cbenfrde? 8scritos sobre derec!os fundamentales? cit.? p. &' e s.^ Jos ntonio Estve rauo? La Constituci$n como proceso , la desobediencia civil ? &'':^ Eduardo 2arc8a de Enterr8a? 9e@e7iones sobre la le, , los principios generales del derec!o ? &'A:. E+ l8n!ua portu!uesa? v. Paulo onavides? Curso de direito constitucional ? &''"? p. :V: e s. Por -+? poss8vel? na interpreta$%o constitucional? voltar os olhos para o papel do intrprete? as possi(ilidades de sua atua$%o e os li+ites de sua discricionariedade. ;ui de !rande relevo o aporte traido pela teoria cr8tica do direito e seus desdo(ra+entos? notada+ente no seu ;uestiona+ento da onipot>ncia da do!+,tica ur8dica convencional e da fun$%o ideol@!ica do direito e do intrprete. (reFse? assi+? u+ espa$o para a discuss%o da o(etividade da nor+a e da neutralidade de seu aplicador? e do papel do direito co+o instru+ento de conserva$%o e de transfor+a$%o. 6 Michel Miaille? Introdução cr)tica ao direito? &'A'^ Carlos Maria C,rcova e outros? 3ateriales para una teor)a cr)tica del derec!o? s. d.^ Luis l(erto arat e Eduardo . Russo? Interpretaci$n de la le, ? &'AA? v. &.
14
/ presente estudo procurou? na +edida do poss8vel? produir a s8ntese necess,ria dessas perspectivas distintas. Se+ dei=ar de reconhecer? contudo? ;ue tanto a t@pica ;uanto a cr8tica (e+ co+o outras varia$ncia de u+ a+plo espa$o onde o direito pode ser n%o +ero reXe=o da realidade? +as u+a for$a capa de confor+,Fla e transfor+,Fla. )nvestiuFse? ta+(+? !rande esfor$o na divul!a$%o do conheci+ento tradicional? na e=i(i$%o dos +todos cl,ssicos de interpreta$%o e na e=plora$%o dos princ8pios espec8-cos de interpreta$%o constituFcional. B preciso conhecer o direito posto. Tal preocupa$%o poderia decorrer da advert>ncia de U+(erto Eco de ;ue? para violar re!ras ou oporFse a elas? i+porta? antes de tudo? conhec>Flas e? eventual+ente? sa(er +ostrar sua inconsist>ncia ou fun$%o +era+ente repressiva. Mas a verdade ;ue a i!norncia do ;ue e=iste condu antes ao preconceito do ;ue atua$%o transfor+adora. U+(erto Eco? Como se fa# uma tese ? &''"? p. :A9. / e=a+e do caso (rasileiro revela e=istire+ a+plas e !enerosas possi(ilidades e=e!ticas no te=to constitucional e+ vi!or. / te=to ;ue se se!ue procura fornecer ele+entos? dentro do siste+a ur8dico? ;ue per+ita+ ao intrprete neutraliar certas perverss !randes partes? cada u+a delas dividida e+ dois cap8tulos. Parte ) cuida da deter+ina$%o da nor+a aplic,vel. TrataFse de investi!a$%o e+ te+a nor+al+ente ne!li!enciado pelos constitucionalistas. / pri+eiro +o+ento de ;ual;uer atividade interpretativa h, de ser a deter+ina$%o da nor+a ur8dica a ser aplicada hip@tese. a interpreta$%o constitucional? essa deter+ina$%o poder, -car sueita prvia solu$%o de conXitos entre nor+as provindas de fontes ou ordena+entos ur8dicos distintos. Ser, necess,rio? por vees? diri+ir colisncia levantada so(re o assunto. / cap8tulo )? portanto? dedicado ao direito constitucional internacional. deter+ina$%o da nor+a aplic,vel a u+a dada hip@tese concreta depender, ta+(+? +uitas vees? da solu$%o de conXitos de naturea te+poral. Ouando da entrada e+ vi!or de u+a Constitui$%o nova? fruto da atua$%o do poder constituinte ori!in,rio? ou de u+a e+enda constitucional? criada pelo constituinte derivado? indispens,vel de-nir as rela$
15
infraconstitucionais anterior+ente e=istentes. / cap8tulo )) voltaFse para o direito constitucional interte+poral? cuidando da vi!>ncia de nor+as lu de novas disposi$ncia ou n%o de efeito repristinat@rio ;uando da declara$%o de inconstitucionalidade da nor+a revo!adora? dentre outros te+as co+ple=os. Parte )) do estudo te+ por o(eto a interpreta$%o constitucional propria+ente dita. o cap8tulo ) faFse a aprecia$%o dos conceitos e +todos cl,ssicos de interpreta$%o ur8dica aplicados interpreta$%o constitucional. nalisa+Fse? assi+? as sin!ularidades das nor+as constitucionais ;ue as distin!ue+ das nor+as infraconstitucionais? (e+ co+o aspectos relativos deter+ina$%o da vontade do constituinte e da autono+ia assu+ida pelo te=to constitucional u+a ve posto e+ vi!or. Percorre+Fse? e+ se!uida? as cate!orias e+ ;ue se classi-ca a interpreta$%o? inclusive constitucional? ;uanto ori!e+ le!islativa? ad+inistrativa ou udicial9? e=tens%o declarativa? e=tensiva ou restritiva9 e ;uanto aos ele+entos tradicionais !ra+atical? hist@rica? siste+,tica e teleol@!ica9. E+ desfecho? estuda+Fse o costu+e e a analo!ia co+o +todos inte!rativos das lacunas constitucionais? a(rindoFse? ainda? u+ t@pico especial para a interpreta$%o evolutiva. / cap8tulo )) constitui o nHcleo (,sico do tra(alho e consiste na siste+atia$%o e estudo dos princ8pios de interpreta$%o especi-ca+ente constitucional. ele? enfatiaFse? e+ pri+eiro lu!ar? a relevncia dos princ8pios constitucionais +ateriais co+o vetores de toda a atividade interpretativa da Constitui$%o. PassaFse? lo!o ap@s? ao e=a+e detalhado e individual de cada u+ dos princ8pios arrolados supre+acia da Constitui$%o? presun$%o de constitucionalidade das leis e atos do Poder PH(lico? interpreta$%o confor+e a Constitui$%o? unidade da Constitui$%o? raoa(ilidadeFproporcionalidade? concluindo co+ o princ8pio da efetividade. Parte 7inal do tra(alho cuida da o(etividade deseada e a neutralidade i+poss8vel o papel do intrprete na interpreta$%o constitucional. nalisaFse? ali? no cap8tulo )? a teoria ur8dica cl,ssica ou tradicional e al!u+as for+ula$ncia pol8tica. Por derradeiro? no cap8tulo )) procuraFse apresentar? es;ue+atica+ente? u+a s8ntese das idias desenvolvidas ao lon!o do estudo. o lon!o de todo o te=to? nenhu+a preocupa$%o foi +ais constante do ;ue a ;ue inspirou a (ela passa!e+ de Manuel andeira? e+ )tiner,rio de Pas,r!ada? le+(rada por Plauto 7araco de evedo? e+ sua Cr8tica do!+,tica e her+en>utica ur8dica
16
proveito a ocasi%o para urar ;ue a+ais - u+ poe+a ou verso ininteli!8vel para +e -n!ir de profundo so( a especiosa capa de her+etis+o. S@ n%o fui claro ;uando n%o pude.
PARTE I — A DETERMINAÇÃO DA NORMA APLICÁVEL Int%'#$% / CONFLITOS DE NORMAS NO ESPAÇO E NO TEMPO
orde+ ur8dica de cada Estado constitui u+ siste+a l@!ico? co+posto de ele+entos ;ue se articula+ har+oniosa+ente. %o se a+olda idia de siste+a a possi(ilidade de u+a +es+a situa$%o ur8dica estar sueita incid>ncia de nor+as distintas? contrastantes entre si. Justa+ente ao revs? no ordena+ento ur8dico n%o pode+ coe=istir nor+as inco+pat8veis. / direito n%o tolera antino+ias. & U+ dos critrios co+u+ente utiliados para evitar as antino+ias? solucionando o conXito entre nor+as? o critrio hier,r;uico a nor+a superior prevalece so(re a inferior. ssi+? pois? se a Constitui$%o e u+a lei ordin,ria diver!ire+? a Constitui$%o ;ue prevalece. Se u+ decreto re!ula+enFtar desvirtuar o sentido da lei? ser, inv,lido nesta parte. Se a resolu$%o dei=ar de o(servar o teor do re!ula+ento? n%o poder, prevalecer. E assi+ por diante. U+ se!undo critrio de ;ue se vale o siste+a nor+ativo para selecionar a re!ra aplic,vel? e+ +eio a preceitos inco+pat8veis? o da especialia$%o. Qavendo? e+ rela$%o a dada +atria? u+a re!ra !eral e u+a especial ou e=cepcional9? prevalece a se!unda le7 specialis derogat generalis.3 E=iste+? no entanto? duas espcies de conXitos de nor+as cua solu$%o? ao +enos e+ princ8pio? n%o se socorre dos critrios hier,r;uico ou de especialia$%o? +as? si+? de outro instru+ental te@rico. S%o os conXitos de leis no espa$o e no te+po? cuo e;uaciona+ento percorre ca+inhos co+ple=os e acidentados? ;ue passa+ por diversos ra+os do direito. s nor+as ur8dicas positivas e=istentes no +undo n%o s%o universais ne+ perptuas. o contr,rio? cada Estado te+ suas pr@prias leis? ;ue e+ana+ de sua so(erania^ e cada poca te+ os seus pr@prios valores? ;ue se consu(stancia+ e+ re!ras vi!entes. Por;ue assi+ ? as nor+as varia+ in-nita+ente? no te+po e no espa$o? e s%o suscet8veis de !erar conXitos diversos." /rdinaria+ente? deter+inada rela$%o ur8dica constituirFseF,? produir, seus efeitos e e=tin!uirFseF, so( a vi!>ncia da +es+a lei. E? nesse caso? ine=istir, ;ual;uer conXito de naturea te+poral. Por i!ual? ser, +ais co+u+ ;ue u+a rela$%o ur8dica tenha o seu nasci+ento e todo o seu ciclo de e=ist>ncia no +(ito do +es+o Estado? sendo re!ida? pois? por u+ Hnico
17
siste+a de nor+as. )ne=istir,? e+ tal hip@tese? ;ual;uer conXito de naturea espacial. Todavia? ocasincia de lei nova ou entra e+ contato co+ o ordena+ento ur8dico de outro Estado. Tais hip@teses? ali,s? torna+Fse +ais corri;ueiras por for$a da +udan$a acelerada da tcnica e dos costu+es provocando a +odi-ca$%o das leis aliada internacionalia$%o das atividades hu+anas? !erando o(ri!a$
dicas constitu8das no +(ito de e-c,cia de u+a lei estran!eira. I e 4 Se+ e+(ar!o do ;ue foi dito aci+a? hip@teses h, de aplica$%o retroativa e de aplica$%o e=traterritorial do direito. se!uir se estuda+ os princ8pios? as re!ras e as e=ce$
18
gggggggggggggggg
I. 6.. Pontes de Miranda? Direito supraFestatal? direito interestatal? direito intraFestatal e so(redireito? in 8studos 'ur)dicos em !omenagem ao ?rofessor Oscar &en$rio? &'KK? p. :IA. 6. ta+(+ Jaco( Dolin!er? Direito internacional privado^ parte !eral? &'':? p. 3I ci+a das nor+as ur8dicas +ateriais destinadas solu$%o dos conXitos de interesses? so(rep
C"!t&% I / A CONSTITUIÇÃO E O CONFLITO DE NORMAS NO ESPAÇO. DIREITO CONSTITUCIONAL INTERNACIONAL
Co+o -cou assentado? o direito internacional privado visa a solucionar o conXito de leis no espa$o? vale dier? o entrecho;ue de nor+as ;ue e+ana+ de so(eranias diferentes. Ele re!ula os fatos e+ cone=%o co+ leis autWno+as e diver!entes. despeito da deno+ina$%o i+precisa? sua atua$%o n%o se restrin!e ao ca+po do direito privado? estendendoFse a diferentes do+8nios do direito pH(lico? haa vista e=istire+ conXitos potenciais entre nor+as constitucionais? penais? -scais e -nanceiras dos diferentes Estados. &? 3 e " / direito internacional privado a(ran!e os conXitos de leis? se+ ;ual;uer co!ita$%o a respeito da naturea das nor+as da divis%o cl,ssica. Seu papel n%o o de for+ular a re!ra ;ue vai re!er o caso concreto? +as? si+? indicar? dentre as nor+as ;ue disp
19
;ual dever, prevalecer e+ u+a dada situa$%o. Por tal ra%o? diFse ;ue as nor+as de direito internacional privado s%o indiretas. : e I s re!ras de direito internacional privado s%o? nor+al+ente? disposi$Flo? ter%o de apreciar al!uns aspectos i+portantes dessa intera$%o de duas ordens le!ais. Dentre eles se inclui a veri-ca$%o da co+pati(ilidade entre a nor+a estran!eira e a Constitui$%o? sea a do Estado de ori!e+? sea a do foro. gggggggggggggggg
&. So(re o te+a? na literatura nacional +ais recente? vea+Fse? al+ do livro de Qaroldo 6allad%o? , citado? Jaco( Dolin!er? Direito internacional privado? cit.^ /scar Ten@rio? Direito internacional privado? &'K4^ +ilcar de Castro? Direito internacional privado? &'AK^ )rineu Stren!er? Curso de direito internacional privado ? &'KA^ ilson de Soua Ca+pos atalha? &ratado de direito internacional privado? &'KK^ e !ustinho 7ernandes Dias da Silva? Introdução ao direito internacional privado ? &'KI. a literatura internacional? s%o fontes de refer>ncia cl,ssicas as o(ras se!uintes Savi!nZ? &rait/ de droit romain ? &AIIF&A4V^ StorZ? Comentrios sobre el con@icto de las le,es? &A":^ Pillet? ?rincipes de droit international priv/? &'V"^ Z(oZet? &rait/ de droit international priv/ français ? &'::^ 7errer Correia? LiçBes de direito internacional privado? &'4"^ attifol e La!arde? Droit international priv/? &'A&F&'A". 3. Qaroldo 6allad%o? Direito internacional privado? cit.? p. :? e /scar Ten@rio? Direito internacional privado? cit.? p. &". E=iste vasta controvrsia acerca do o(eto do direito internacional privado? n%o sendo esta a sede pr@pria para reedit,Fla. Confor+e o pa8s ou o autor? te+ sido inclu8do no do+8nio do direito internacional privado o estudo da nacionalidade? da condi$%o ur8dica do estran!eiro? da teoria dos direitos ad;uiridos? do conXito de urisdi$%o e do reconheci+ento de senten$as estran!eiras. Q, consenso? todavia? e+ ;ue a solu$%o do conXito de leis sua principal ra%o de e=istir. 6. a+plo levanta+ento so(re o te+a e+ Jaco( Dolin!er? Direito internacional privado? cit.? p. & e s. ". deno+ina$%o direito internacional privado foi utiliada pela pri+eira ve por Joseph StorZ Comentrios sobre el con@icto de las le,es ? cit.? p. &39 e adotada na 7ran$a por M. 7oeli= &rait/ du droit International priv/ ou du con@it des lois de dif/rentes nations en matire de droit priv/? &A:"9. E+(ora se +antenha -el deno+ina$%o tradicional? a doutrina unni+e e+ condenar o ter+o internacional o direito internacional privado predo+inante+ente interno e n%o disciplina rela$
20
li!ados hip@tese? deve ser aplicado. / autor refere? ta+(+? al!uns casos e+ ;ue? e=cepcional+ente? a re!ra de direito internacional privado ter, car,ter direto? su(stancial.
e=press%o direito constitucional internacional? ;ue a(re este t@pico? a;ui e+pre!ada e+ associa$%o co+ a idia de direito internacional privado aci+a e=posta. Por tal desi!na$%o se identi-ca o conunto de princ8pios e de re!ras ;ue envolve+ a solu$%o dos conXitos e=istentes entre as nor+as internacionais e estran!eiras? de u+ lado? e as nor+as constitucionais? de outro. a acep$%o adotada? o conceito de direito constitucional internacional n%o se confunde co+ o estudo dos preceitos constitucionais ;ue? !enrica e difusa+ente? tenha+ al!u+ reXe=o internacional? co+o os ;ue versa+ a nacionalidade? a condi$%o ur8dica do estran!eiro ou as rela$ncia de nor+as ;ue coordene+ esses dois do+8nios e ;ue esta(ele$a+ ;ual deles deve prevalecer e+ caso de conXito. elsen ad+ite? e+ tese? o +onis+o co+ preval>ncia da orde+ interna e o +onis+o co+ preval>ncia da orde+ internacional? e+(ora sea partid,rio desse Hlti+o. superioridade do direito internacional so(re o direito interno de cada Estado foi a-r+ada? desde &'"V? pela Corte Per+anente de Justi$a )nternacional. &" e &: Constitui$%o da +aior parte dos pa8ses europeus cont+ re!ras so(re as rela$ncia restritiva dos tri(unais tende a neutraliar essa supre+acia for+al? salvo ;uanto ao gggggggggggggggg
21
4. B nesta acep$%o +ais a+pla ;ue a e=press%o foi e+pre!ada por Celso l(u;uer;ue Mello? e+ seu Direito constitucional internacional? &'':. K. 6ea+Fse Qeinrich Triepel? =l>errec!t und Landesrec!t? &A''? p. &4' e s.? e Dion8sio nilotti? Cours de droit international? &'3'? p. :' e s. 6ea+Fse? ta+(+? Triepel? 9ecueil des Cours Cursos proferidos na cade+ia de D)P da Qaia9? &K' e s.? apud Qaroldo 6allad%o? Direito internacional privado? cit.? p. I&? e nilotti? Curso de derec!o internacional ? p. :A? apud +8lcar de Castro? Direito internacional privado? cit.? p. &3". A. Direito internacional privado? cit.? p. I" e ':. '. Direito internacional privado? cit.? p. '" e s. &V. Direito constitucional internacional? cit.? p. "::. &&. 6. /s conXitos entre o direito interno e os tratados internacionais? oleti+ da Sociedade rasileira de Direito )nternacional? :::I? p. 3'. &3. +8lcar de Castro? Direito internacional privado? cit.? p. &3"? citando Morelli? Eo#ioni di diritto interna#ionale? p. '& e s. &". Qans elsen? &eoria pura do direito? &'K'? p. :"K e s.? especial+ente p. ::3FK. &:. E+ parecer consultivo proferido e+ "&FKF&'"V? assi+ pronunciouFse a Corte B princ8pio !eral reconhecido? do direito internacional? ;ue? nas rela$ncias contratantes de u+ tratado? as disposi$
direito co+unit,rio europeu? ;ue te+ desfrutado de pri+aia so(re o direito interno. &I? &4? &K e &A os Estados Unidos? a urisprud>ncia? de lon!a data? considerou os tratados e conven$ncia dos tri(unais a+ericanos? ;ue so+ente considera+ derro!ados os atos internacionais ;uando sea evidente a inten$%o do Le!islativo nesse sentido. &' e 3V o rasil n%o e=iste disposi$%o constitucional a respeito do te+a? o ;ue te+ suscitado cr8ticas diversas. %o o(stante? no ;ue di respeito ao conXito entre tratado internacional e nor+a interna infraconstitucional? a doutrina? co+o assinala+os pouco atr,s? a+pla+ente +aorit,ria no sentido do +onis+o ur8dico? co+ pri+aia para o direito internacional. Por tal postulado? o tratado prevalece so(re o direito interno? de for+a a alterar a lei anterior? +as n%o pode ser alterado por lei superveniente. Esse entendi+ento positivado no art. 'A do C@di!o Tri(ut,rio acional. 3& e 33 Curiosa+ente? os autores? unani+idade? vislu+(rava+ essa +es+a orienta$%o na urisprud>nFcia constante e reiterada do Supre+o Tri(unal 7ederal. Por tal ra%o? causou i+ensa rea$%o a decis%o proferida pela Corte no Recurso E=traordin,rio n. AV.VV:? ;ue teria ;ue(rado lon!a tradi$%o ao decidir E+(ora a Conven$%o de 2ene(ra ;ue previu u+a lei unifor+e so(re letras de c+(io e notas pro+iss@rias tenha aplica(ilidade no direito interno (rasileiro? n%o se so(rep
22
gggggggggggggggg
&I. 6. Constitui$%o da 5ustria? de &'3'? art. '_ Constitui$%o da le+anha? de &':'? art. 3I^ Constitui$%o da )t,lia? de &':K? art. &V. &4. Constitui$%o da 7ran$a? art. II /s tratados ou acordos re!ular+ente rati-cados ou aprovados t>+? a partir de sua pu(lica$%o? u+a autoridade superior das leis? desde ;ue respeitadas pela outra parte si!nat,ria. Constitui$%o da Qolanda? art. ': s disposi$ncias so(eranas co+unidade. Ele considerado u+a cate!oria especial dentro da orde+ ur8dica dos EstadosF+e+(ros. Esta a posi$%o da Corte de Justi$a das Co+unidades Europias. So(re o te+a? v.? infra? ac@rd%o do Tri(unal Constitucional 7ederal da le+anha? nota :4. J. J. 2o+es Canotilho Direito constitucional? &''&? p. '&IF49 assinala ;ue os tratados institutivos das co+unidades europias e as disposi$ncia prevalente. oteF se ;ue? nesta se!unda hip@tese? a preval>ncia n%o i+plica a(Fro!a$%o das nor+as internas precedentes ou a invalidade das su(se;[entes nwendun!svorran!9. &'. 6. Cherobee To(acco? KA U. S. && all94&4&AK&9^ The Pa;uete Qa(ana? &KI U. S.4KK &'VV9^ Coob vs. United States? 3AA U. S. &V3 &'""9^ Di!!s vs. Schult? :KV 7. 3d :4& D. C. Circuit9 &'K39? cert. den.? :&& U. S. '"&. 3V. 6. Reestate+ent Third9 of 7orei!n Relations Law of the United States? &'AA? ` &:. 3&. Celso l(u;uer;ue Mello? Direito constitucional internacional? cit.? p. ":"? e Lu8s Ro(erto arroso? A brief guide to ra#il l0s ne2 Constitution and some international issues arising under it? +i+eo!rafado? &'A'? p. 33. 33. CT? art. 'A /s tratados e as conven$ncia do direito internacional. ...9 fastandoFse da orienta$%o anterior? n%o atentara+ a;ueles Ministros para a pro(le+,tica da responsa(ilidade do Estado na orde+ internacional O %upremo &ribunal Federal e as relaçBes entre direito interno e direito internacional? oleti+ rasileiro de Direito )nternacional? 4&F4'I"? &'KIFK'? p. I49. Celso l(u;uer;ue Mello ta+(+ condenou o ul!ado Entretanto? houve no rasil u+ !rande retrocesso no RE n. AV.VV:? decidido e+ &'KA? e+ ;ue o ST7 decidiu ;ue u+a lei revo!a tratado anterior. Esta decis%o viola ta+(+ a Conven$%o de 6iena so(re direito dos tratados &'4'9 ;ue n%o ad+ite o tr+ino do tratado por +udan$a de direito superveniente Direito constitucional internacional? cit.? p. "::9.
/ ST7 deve !arantir preval>ncia Hlti+a palavra do Con!resso acional? e=pressa no te=to do+stico? n%o o(stante isto i+portasse o reconheci+ento da afronta pelo pa8s de u+ co+pro+isso internacional. Tal seria u+ fato resultante da culpa dos poderes pol8ticos? a ;ue o Judici,rio n%o teria co+o dar re+dio. verdade ;ue? e+ e=a+e detido da urisprud>ncia? Jaco( Dolin!er constatou ;ue a leitura ;ue a +aioria dos autores faia das decis
23
de conXito? n%o se colocando a ;uest%o e+ ter+os de re!ra !eral e re!ra particular? prevalece a nor+a posterior so(re a anterior. E=iste+? por+? al!u+as e=ce$ncia da nor+a internacional. se!unda e=ce$%o refereFse aos casos de e=tradi$%o? onde se considera ;ue a lei interna Lei n. 4.A&I? de &'FAF&'AV9? ;ue !eral? cede ve ao tratado? ;ue re!ra especial. Con-raFse o a-r+ado e+ palavras do pr@prio Dolin!er? Professor Titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro ossa conclus%o ;ue? e=cetuadas as hip@teses de tratadoFcontrato? nada havia na urisprud>nFcia (rasileira ;uanto preval>ncia de tratados so(re lei pro+ul!ada posterior+ente? e? portanto? e;uivocados todos os ilustres autores aci+a citados ;ue la+entara+ a ale!ada +udan$a na posi$%o da Supre+a Corte\. posi$%o do ST7 atravs dos te+pos de coer>ncia e resu+eFse e+ dar o +es+o trata+ento a lei e a tratado? se+pre prevalecendo o diplo+a posterior? e=cepcionados os tratados -scais e de e=tradi$%o? ;ue? por sua naturea contratual? e=i!e+ denHncia for+al para dei=are+ de ser cu+pridos. 3I? 34 e 3K J, co+ a reda$%o dada ao art. &KA da Constitui$%o pela E+enda Constitucional n. K? de &I de a!osto de &''I? instituiuFse nova re!ra espec8-ca nas rela$
3:. RTJ? &&I'4'? &'A4? p. 'K"? e &&'33? &'AK? p. "V. Ta+(+ a le!isla$%o ordin,ria despreou a prefer>ncia dos doutrinaFdores pelo pri+ado das nor+as internacionais. ssi+ ;ue a Lei n. K."IK? de 'F3F&'AI? passou a re!er os che;ues se+ aten$%o Lei Unifor+e de 2ene(ra? fruto de conven$%o ;ue fora -r+ada pelo rasil e pro+ul!ada pelo Decreto n. IK.I'I? de KF&F&'44. 3I. E assi+ , decidiu o Supre+o Tri(unal 7ederal o siste+a (rasileiro? rati-cado e pro+ul!ado? o tratado (ilateral de e=tradi$%o se incorpora? co+ for$a de lei especial? ao ordena+ento ur8dico interno? de tal +odo ;ue a cl,usula ;ue li+ita a pris%o do e=traditando ou deter+ina a sua li(erta$%o? ao ter+o de certo prao ;uarenta e cinco dias contados do pedido de pris%o preventiva9? cria direito individual e+ seu favor? contra o ;ual n%o opon8vel disposi$%o +ais ri!orosa da lei !eral noventa dias? contados da data e+ ;ue efetivada a
24
pris%o F art. A3? `` 3_ e "_ da Lei 4.A&IAV9 RTJ? &43A33? &''K? E=tr. &':FRepH(lica r!entina? rel. Min. SepHlveda Pertence9. 34. So(re a distin$%o entre tratadoFcontrato e tratado nor+ativo? v. infra. 3K. Direito internacional privado? cit.? p. &V3.
as hip@teses aventadas? a-r+arFseFia a supre+acia do direito internacional so(re o direito constitucional. 3A e 3' De fato? a idia da so(erania ili+itada do poder constituinte n%o +erece a(ri!o. %o poss8vel e+prestar Constitui$%o todo e ;ual;uer conteHdo? se+ atender a ;uais;uer princ8pios? valores e condi$ncia? ;ue o tratado internacional? e co+o ele se coloca diante da Constitui$%o do Estado ;ue o cele(rou. ssi+ co+o no direito interno u+a nor+a sueitaFse ao contraste constitucional tanto do ponto de vista for+al ;uanto do +aterial? ta+(+ os tratados internacionais su(+ete+Fse a essa dupla aprecia$%o. Por via de conse;[>ncia? poss8vel avali,Flos so( dois aspectos o de sua constitucioF nalidade e=tr8nseca e o de sua constitucionalidade intr8nseca. inconstitucionalidade? na pri+eira hip@tese? ta+(+ deno+inada rati-ca$%o i+perfeita? ocorre ;uando o tratado aprovado viola as re!ras constitucionais de co+pet>ncia e de procedi+ento para sua cele(ra$%o? aprova$%o parla+entar? rati-ca$%o e entrada e+ vi!or. doutrina oscilou entre ad+itirFlhe a validade? a despeito do v8cio for+al? ou procla+arFlhe a nulidade. Conven$%o so(re Direito dos Tratados 6iena? &'4'9 to+ou partido na controvrsia? a-r+ando a validade do tratado e+ tal hip@tese? salvo +anifesta viola$%o de nor+a funda+ental so(re co+pet>ncia. ""? ": e "I doutrina +onista do pri+ado do direito internacional s@ ad+ite essa hip@tese de inconstituFcionalidade do tratado? reeitando ;ual;uer possi(ilidade de seu e=a+e intr8nseco para veri-ca$%o da co+pati(ilidade co+ a Lei Maior. Diversos s%o os autores de reputa$%o ;ue sustenta+ a pri+aia do tratado so(re a pr@pria Constitui$%o. Qilde(rando cciolZ ta=ativo ao a-r+ar ;ue a lei constitucional n%o pode isentar o Estado de responsa(ilidade por viola$%o de seus deveres internacionais. )nvoca? e+ favor de seu ponto de vista? decis%o da Corte Per+anente de r(itra!e+? de Qaia? onde se deli(erou ;ue as disposi$
3A. / Estatuto da Corte )nternacional de Justi$a prev> co+o fontes do direito internacional pH(lico isto ? nor+as internacionais os tratados conven$ncia? ainda? urisprud>ncia e doutrina co+o fontes au=iliares? e faculta o e+pre!o da e;[idade art. "A9. 3'. !ustinho 7ernandes Dias da Silva Introdução ao direito internacional privado? cit.? p. ""9 su!ere al!uns outros e=e+plos? co+o o de nor+a constitucional ;ue esta(elecesse o do+8nio
25
universal co+o o(etivo nacional? ;ue a-r+asse a he!e+onia nacional so(re u+ continente ou ele!esse a !uerra co+o +eio de solu$%o de conXitos. E aver(ou s nor+as internacionais (,sicas s%o indenunci,veis e irrevo!,veis? por isso prevalecer%o se+pre. "V. 6. Jor!e Miranda? 3anual de direito constitucional? &'A"? t. 3? p. A4. "&. Jos 7rancisco Reeb? Direito internacional pblico? &'A'? p. ". "3. /s tratados s%o atual+ente a fonte +ais i+portante do direito internacional v. Celso /. de l(u;uer;ue Mello? Direito internacional pblico? &''3? v. &? p. &IK9. Conven$%o so(re Direito dos Tratados 6iena? &'4'9 fornece a se!uinte de-ni$%o art. &_? a9 Tratado si!ni-ca u+ acordo internacional cele(rado entre Estados e+ for+a escrita e re!ido pelo direito internacional? ;ue conste? ou de u+ instru+ento Hnico ou de dois ou +ais instru+entos cone=os? ;ual;uer ;ue sea sua deno+ina$%o espec8-ca. "". a Constitui$%o (rasileira? a cele(ra$%o de tratados? conven$ncia privativa do Presidente da RepH(lica? sueita a referendo do Con!resso acional art. A:? 6)))9? ao ;ual incu+(e resolver de-nitiva+ente so(re ;uais;uer acordos e atos internacionais ;ue acarrete+ encar!os ou co+pro+issos !ravosos ao patri+Wnio nacional art. :'? )9. So(re o te+a? e+(ora referente ao re!i+e constitucional anterior? v. Jos 7rancisco Reeb? Direito dos tratados? &'A:? p. &AI e s. J, so( a Constitui$%o atual? v. Celso /. de l(u;uer;ue Mello? Direito internacional pblico? cit.? p. &I4 e s. ":. 6. Celso D. de l(u;uer;ue Mello? Direito constitucional internacional? cit.? p. "3&. "I. Conven$%o? art. :4 U+ Estado n%o poder, invocar o fato de ;ue seu consenti+ento e+ o(ri!arFse por u+ tratado foi e=presso e+ viola$%o de u+a disposi$%o de seu direito interno so(re co+pet>ncia para concluir tratados? a n%o ser ;ue essa viola$%o sea +anifesta e di!a respeito a u+a re!ra de seu direito interno de i+portncia funda+ental.
cita? ta+(+? ul!ado da Corte Per+anente de Justi$a )nternacional? de : de fevereiro de &'"3? onde se declarou U+ Estado n%o pode invocar contra outro Estado sua pr@pria Constitui$%o para se es;uivar a o(ri!a$ncia de u+a dada Carta? sendo co+ ela inco+pat8vel? a8 n%o prevalecer,? por n%o se haver constitu8do le!iti+a+ente. E+ palavras de 6allad%o ssi+? prevalece+ as re!ras dos tratados anteriores ao te=to constitucional^ s@ n%o prevalece a nor+a internacional ;ue vier a ser aprovada e rati-cada ap@s vi!>ncia do te=to constitucional ;ue a ela se op
26
acordos internacionais? n%o se +e a-!ura ;ue os +es+os prevale$a+ contra a nova orienta$%o constitucional a +enos ;ue o poder constituinte consi!ne na refor+a u+a disposi$%o !arantindo a sua vi!>ncia. :& a +es+a linha o +a!istrio de Carlos Ma=i+iliano Constitui$%o a lei supre+a do pa8s^ contra a sua letra? ou esp8rito? n%o prevalece+ resolu$ncia da Constitui$%o? ;uando n%o por op$%o doutrin,ria? ao +enos por constata$%o da realidade e do princ8pio da supre+acia constitucional. 6eaFse? e+ se;[>ncia? a opini%o de /scar Ten@rio e Jos 7rancisco Reeb? respectiva+ente decreta$%o da inconstitucionalidade dos tratados pelo Supre+o Tri(unal 7ederal n%o se li+ita aos ele+entos de validade? co+o a rati-ca$%o e a pro+ul!a$%o? +as se estende ao confronto entre a letra do tratado e a letra da Constitui$%o. U+a nova Constitui$%o cria u+a nova orde+ ur8dica. Su(siste+ apenas as nor+as pretritas n%o inco+pat8veis co+ ela. ssi+? os tratados anteriores a ela perde+ sua e-c,cia desde ;ue contr,rios Constitui$%o. constitui$%o nacional? vrtice do ordena+ento ur8dico? a sede de deter+ina$%o da estatura da nor+a ur8dica convencional. Di-cil+ente u+a dessas leis funda+entais desprearia? neste +o+ento hist@rico? o ideal de se!uran$a e esta(ilidade da orde+ ur8dica a ponto de su(porFse? a si +es+o? ao produto nor+ativo dos co+pro+issos e=teriores do Estado. ssi+? posto o pri+ado da Constitui$%o gggggggggggggggg "4. Qilde(rando cciolZ? 3anual de direito internacional pblico? cit.? p. I4. "KG 3anual de direito internacional pblico? cit.? p. I4. "A. Qaroldo 6allad%o? Direito internacional pri vado? cit.? p. ':. "'. !ustinho 7ernandes Dias da Silva? )ntrodu$%o ao direito internacional privado? cit.? p. "". :V. Qaroldo 6allad%o? Direito internacional pri vado? cit.? p. ':. :&. urelino Leal? &eoria e prtica da Constituição Federal brasileira ? &'3I? p. 43A. :3. Carlos Ma=i+iliano? 4ermen(utica e aplicação do direito? &'A&? p. "&:. :". /scar Ten@rio? Direito internacional privado? cit.? p. ':.
e+ confronto co+ a nor+a pacta sunt servanda? corrente ;ue se preserve a autoridade da lei funda+ental do Estado? ainda ;ue isto si!ni-;ue a pr,tica de u+ il8cito pelo ;ue no plano e=terno? deve a;uele responder. :: o direito co+parado europeu? e=ce$%o de Portu!al? ;ue adota u+ re!i+e h8(rido? e da Qolanda? onde a aprova$%o do tratado por tr>s ;uartos dos Estados 2erais +odi-ca a Constitui$%o? a re!ra ;ue tratados ;ue conXite+ co+ a Lei 7unda+ental n%o possa+ ser aprovados se+ prvia revis%o constitucional. B o ;ue dispncia de atri(ui$
27
para sua prote$%o Uni%o Europia9? (e+ co+o ofendia+ o princ8pio de+ocr,tico? a so(erania nacional e o direito de sere+ pa!os e+ Deutsche Marb e n%o e+ u+a futura +oeda co+u+9? al+ de devere+ ser su(+etidos a referendo popular. E+ decis%o lon!a+ente funda+entada? datada de &3 de outu(ro de &''"? a Corte reeitou a i+pu!na$%o e per+itiu a entrada e+ vi!or do Tratado da Uni%o Europia ta+(+ conhecido co+o Tratado de Maastricht9? e+ nove+(ro de &''". %o o(stante isso? o Tri(unal Constitucional 7ederal cuidou de ;uali-car diversas ;uestncia de deveres e responsa(ilidades do Parla+ento 7ederal? na e=tens%o e+ ;ue isso i+portar e+ viola$%o do princ8pio de+ocr,tico. 39 / princ8pio de+ocr,tico n%o i+pede ;ue a RepH(lica 7ederal da le+anha se torne +e+(ro de u+a co+unidade inter!overna+ental or!aniada e+ (ase supranacional. "9 Se u+a co+unidade de Estados assu+e poderes e responsa(ilidades de so(erania? os povos dos EstadosF+e+(ros precisa+ le!iti+ar esse processo atravs dos seus parla+entos nacionais. :9 / princ8pio de+ocr,tico i+pncia do Tratado de Maastricht n%o dever, i+portar e+ e=tens%o do Tratado. Se tal ocorrer? a le+anha n%o -car, vinculada. K9 / Tri(unal Constitucional 7ederal e a Corte Europia de Justi$a e=erce+ urisdi$%o e+ u+a rela$%o cooperativa. A9 / Tratado de Maastricht esta(elece u+a co+unidade inter!overna+ental para cria$%o de u+a unidade +ais estreita entre os povos da Europa. Cada u+ desses povos or!aniado e+ u+ Estado pr@prio? ine=istindo? pois? u+ Estado da Europa? co+ seu pr@prio povo. gggggggggggggggg ::. Jos 7rancisco Reeb? Direito internacional pblico? cit.? p. &V"F:. :I. Disps? est, pu(licada no )nternational Le!al Materials? v. ***)))? &'':? p. "AA e s.
28
'9 a9 / Tratado de Maastricht n%o confere Uni%o Europia autoF deter+ina$%o na o(ten$%o de recursos? -nanceiros ou de ;ual;uer outra naturea? destinados a atender seus o(etivos. B necess,rio o consenti+ento dos Estados. (9 rati-ca$%o do Tratado n%o sueita a RepH(lica 7ederativa da le+anha a u+ processo incontrol,vel e i+previs8vel ;ue condua ine=oravel+ente uni-ca$%o +onet,ria. / Tratado de Maastricht si+ples+ente prepara o ca+inho para a inte!ra$%o !radual da Co+unidade Europia e+ u+a co+unidade de leis. Oual;uer passo adiante depende do consenti+ento do 2overno 7ederal? sueito deli(era$%o do Parla+ento. :A os Estados Unidos? +uito e+(ora sea indiscut8vel a superioridade da Constitui$%o so(re os atos internacionais? a Supre+a Corte a+ais declarou u+ tratado inconstitucional. Tal fato pode ser creditado? e+ parte? a u+a associa$%o e=a!erada? ;uando n%o e;uivocada? ;ue os tri(unais fae+ entre ;uestncia do Poder Judici,rio nos Estados Unidos? h, u+a persistente tradi$%o de os u8es e tri(unais cedere+ o passo avalia$%o dos Poderes Pol8ticos? notada+ente ao Presidente da RepH(lica? se+pre ;ue a +atria envolva rela$ncia ao E=ecutivo. Essa orienta$%o? ali,s? che!ou ao e=tre+o de chancelar? e+ +ais de u+ caso? as decisncia? n%o poderia ser invocada por cidad%o +e=icano levado for$a para ul!a+ento nos Estados Unidos co+ a concordncia do 2overno +e=icano9? cua casa? no M=ico? havia sido o(eto de (usca ile!al por a!entes norteFa+ericanos. I" Pouco +ais adiante? e+ decis%o ;ue estarreceu a co+unidade ur8dica internacional? a Supre+a Corte? por +aioria? e refor+ando decis%o de duas instncias inferiores? ad+itiu ser poss8vel su(+eter a ul!a+ento nos Estados Unidos cidad%o +e=icano ;ue fora se;[estrado no M=ico? se+ anu>ncia do 2overno da;uele pa8s? ;ue for+ulou protesto diplo+,tico vee+ente. ServindoF se de u+ ar!u+ento pri+,rio o de ;ue o tratado de e=tradi$%o entre Estados Unidos e M=ico n%o proi(ia e=pressa+enFgggggggggggggggg
:A. )nternational Le!al Materiais? cit.? p. "'"FK. Resu+o e tradu$%o para o portu!u>s de responsa(ilidade do autor. :'. 6. Restate+ent Third9 of 7orei!n Relations Law of the United States? &'AA? ` &&& p. :"9 )n their character as law of the United States? rules of international law and provisions of international a!ree+ents of the United States are su(ect to the ill of Ri!hts and other prohi(itions? restrictions? and re;uire+ents of the Constitution? and cannot (e !iven eect in violation of the+. Qowever? failure of the United States to carrZ out an o(li!ation on the !round of its unconstitutionalitZ will not relieve the United States of responsa(ilitZ under international law.
29
IV. So(re o te+a? 6. Louis Qenbin? Foreign aHairs and t!e Constitution? &'KI. Para u+ painel a+plo e atualiado das rela$ncia do Justice rennan? ao relatar e ul!ar aber vs. Carr "4' U. S. &A49 &'439? u+ dos principais precedentes ;ue delineou a political ;uestion doctrine )t is error to suppose that everZ case ar controversZ which touches forei!n relations lies (eZond udicial co!niance B e;u8voco supor ;ue ;ual;uer lit8!io ;ue tan!encie as rela$
te o se;[estro ? a Supre+a Corte afastou a incid>ncia do tratado ;ue teria for$a de lei9 co+o , vi+os e aplicou u+a anti;[8ssi+a urisprud>ncia pela ;ual ad+itia ;ue? u+a ve apresentado Justi$a? u+ acusado pudesse ser su(+etido a ul!a+ento? independente+ente de haver sido conduido por +eio l8cito ou il8cito. E+ desfecho? a Corte ad+itiu ;ue o se;[estro violava princ8pios de direito internacional? +as entendeu ;ue a decis%o so(re a restitui$%o ou n%o do acusado ao seu pa8s? de onde fora retirado for$a? era u+a ;uest%o da co+pet>ncia discricion,ria do E=ecutivo. J, ;ue ele estava nos Estados Unidos? ca(ia Justi$a norteFa+ericana ul!,Flo. I: Precedente +ais edi-cante foi? esta(elecido? recente+ente? pela Supre+a Corte do Canad,. E+ R. vs. Coob? ul!ado e+ outu(ro de &''A? decidiu a Corte ;ue o interro!at@rio de u+ cidad%o canadense? por a!entes policiais canadenses? ainda ;ue realiado nos Estados Unidos? sueitavaFse aos procedi+entos e !arantias da Carta de Direitos e Li(erdades do Canad,. o caso espec8-co? o acusado de u+ ho+ic8dio n%o fora infor+ado do seu direito de ser assistido por u+ advo!ado durante o [email protected] Reto+ando a linha de racioc8nio? e passando ao caso (rasileiro? vaiFse constatar ;ue? entre n@s? desde a pri+eira Constitui$%o repu(licana se ad+ite a veri-ca$%o da constitucionalidade intr8nseca de u+ tratado . E+ ac@rd%o de &I de sete+(ro de &'KK? o Supre+o Tri(unal 7ederal declarou a inconstitucionalidade? e+ parte? de al!uns arti!os da Conven$%o da /)T n. &&V? referentes s condi$Fse o ca(i+ento de recurso e=traordin,rio ;uando a decis%o recorrida declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal. I4? IK e IA B (e+ de ver ;ue a dic$%o pura e si+ples da cl,usula constitucional? tal co+o ve+ sendo reproduida nos diferentes Diplo+as? n%o in-r+a? prima facie? a tese defendida por Qaroldo 6allad%o aci+a e=posta. B ;ue? e+ verdade? ao prever declara$%o de inconstitucionalidade de tratado? o te=to constitucional s@ pode estarFse referindo ;uele ;ue sea posterior
30
Constitui$%o. )sso por;ue? consoante re!ra consolidada do direito constitucional interte+poral (rasileiro? n%o se declara a inconstitucionalidade de preceito anterior Constitui$%o v.? infra? cap8tulo ))9. Portanto? a letra e=pressa da Lei Maior n%o diri+e a dHvida so(re a possi(ilidade de o tratado anterior prevalecer? +es+o ;ue contraste co+ a nova nor+a constitucional. Todavia? o Supre+o Tri(unal 7ederal? no apa!ar das lues do re!i+e constitucional anterior? afastou? de for+a ta=ativa? ;uais;uer incerteas ;ue pudesse+ e=istir. ;uest%o se i+pWs relativa+ente co(ran$a do i+posto so(re circula$%o de +ercadorias )CM9 na i+porta$%o de (ens de capital de pa8ses +e+(ros do 2TT. vista do entendi+ento consolidado? a Corte editou o ver(ete n. IKI da SH+ula? co+ o se!uinte teor +ercadoria i+portada de pa8s si!nat,rio do 2TT ou +e+(ro da LLC? estendeFse a isen$%o do )+posto de Circula$%o de Mercadorias concedida a si+ilar nacional. So(reveio? todavia? a E+enda Constitucional n. 3"? de &_ de dee+(ro de &'A"? ;ue acrescentou u+ `&& ao art. 3" do Te=to? deter+inando a incid>ncia do tri(uto so(re as +ercadorias i+portadas? se+ ;ual;uer distin$%o ;uanto ao pa8s de ori!e+. / Tri(unal de Justi$a de S%o Paulo proferiu decis%o +antendo a isen$%o? nos casos de i+porta$%o de (e+ de capital de pa8ses si!nat,rios do 2TT. 7aenda do Estado de S%o Paulo interpWs recurso e=traordin,rio? so( o funda+ento de ;ue oTri(unal a gggggggggggggggg
I:. United States vs. lvare Machain? "& ). L. M. 'VV&''39. a conclus%o de seu vee+ente voto dissidente? consi!nou Justice Stevens Eu suspeito ;ue a +aior parte dos tri(unais do +undo civiliado -car, perple=a pela decis%o +onstruosa ;ue esta Corte anuncia hoe. Toda na$%o ;ue te+ interesse e+ preservar o estado de direito the Rule of the Law9 afetada? direta ou indireta+ente? por u+a decis%o deste car,ter. Para u+a cr8tica i!ual+ente contundente de tal ac@rd%o? 6. Michael J. 2lennon? State sponsored a(duction a co++ent on United States vs. lvareFMachain? J)L? A4KI4? &''3. II. )nternational Le!al Materials? v. ***6)))? &'''? p. 3K& e s. I4. Constitui$%o 7ederal de 3:F3F&A'&? art. I'? ` &_? a. IK. RTJ? A:K3:? &'KA? Rep. n. AV"FD7? rel. Min. Daci 7alc%o. 6eaFse? ta+(+? Celso D. de l(u;uer;ue Mello? Direito constitucional internacional? cit.? p. "3:. IA. rt. &V3. Co+pete ao Supre+o Tri(unal 7ederal... ))) F ul!ar? +ediante recurso e=traordin,rio? as causas decididas e+ Hnica ou Hlti+a instncia? ;uando a decis%o recorrida... (9 declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal.
.uo presti!iara o acordo internacional e+ detri+ento do te=to constitucional e+endado.I' o apreciar o caso? o Supre+o Tri(unal 7ederal -r+ou posi$%o estre+e de dHvida ao decidir )nad+iss8vel a preval>ncia de tratados e conven$
31
inco+pati(ilidade entre o acordo do 2TT e o te=to constitucional resulFtante da E+enda Constitucional n. 3"A". ssentouFse? no Recurso E=traordin,rio n. &&&:.KA:? ;ue a E+enda Constitucional n%o visou a retirar funda+ento a essa aven$a internacional. Mas o princ8pio da supre+acia da Constitui$%o so(re os atos internacionais convencionais restou intan!ido. 4& e 43 Mais recente+ente? foi o Plen,rio do Supre+o Tri(unal 7ederal instado a pronunciarFse acerca da controvertida ;uest%o envolvendo a su(sist>ncia ou n%o da pris%o civil na hip@tese de aliena$%o -duci,ria e+ !arantia onde se e;uipara o devedorF-duciante ao deposit,rio9? tendo e+ vista o ;ue dispncia ou n%o da pris%o civil por in-delidade do deposit,rio? haa vista a incorpora$%o ao ordena+ento ur8dico (rasileiro da referida Conven$%o Decreto n. 4KA? de 4F&&F&''39? nos ter+os do art. I_? ` 3_? da Constitui$%o 7ederal de &'AA. E o Supre+o? invocando a supre+acia da Constitui$%o e+ rela$%o conven$%o? declarou a possi(ilidade da pris%o civil e+ ;ual;uer dos casos onde o deposit,rio venha a ser considerado in-el? inclusive na aliena$%o -duci,ria e+ !arantia? e+ ac@rd%o no ;ual se lavrou &. Constitui$%o pro8(e a pris%o civil por d8vida? +as n%o a do deposit,rio ;ue se furta entre!a de (e+ so(re o ;ual te+ a posse i+ediata? sea o dep@sito volunt,rio ou le!al art. I_? L*6))9. 3. /s arts. &_ art. 44 da Lei n. :.K3A4I9 e :_ do DecretoFlei n. '&&4'? de-ne+ o devedor alienante -duci,rio co+o deposit,rio? por;ue o do+8nio e a posse direta do (e+ continua+ e+ poder do propriet,rio -duci,rio ou credor? e+ face da naturea do contrato. ". pris%o de ;ue+ foi declarado? por decis%o udicial? co+o deposit,rio in-el constitucional? sea ;uanto ao dep@sito re!ula+entado no C@di!o Civil co+o no caso de aliena$%o prote!ida pela cl,usula -duci,ria. :. /s co+pro+issos assu+idos pela RepH(lica 7ederativa do rasil e+ tratado internacional de ;ue sea parte C7? art. I_? ` 3_9 n%o +ini+ia+ o conceito de so(erania do EstadoFpovo na ela(ora$%o da sua Constitui$%o^ por esta ra%o? o art. K_? n. K? do Pacto de San Jos da Costa Rica nin!u+ deve ser detido por d8vida este princ8pio n%o li+ita os +andados de autoridade udici,ria co+petente e=pedidos e+ virtude de inadi+ple+ento de o(ri!a$%o ali+entar9? deve ser interpretado co+ as li+ita$
32
nor+as de direito interno? inclusive constitucionais Direito internacional privado? cit.? p. &V&9. 4". RTJ? &4:3&"? &''A? QC K".V::FSP? rel. Min. Maur8cio Corr>a. posi$%o do Superior Tri(unal de Justi$a de a(erta diver!>ncia e+ rela$%o do Supre+o Tri(unal 7ederal cf. DJU? && +ar. &''4? RQC :.A:'FPR? p. 444:? rel. Min. dhe+ar Maciel^ e DJU? &' +ar. &''K? RQC IIVKFPR? rel. Min. nsel+o Santia!o. So(re o te+a? v. infra? cap. ))? n. :? e.
interna e internacional? o est,!io atual do direito (rasileiro? consoante a urisprud>ncia constitucional e a +elhor doutrina? no sentido de ;ue 9 /s tratados internacionais s%o incorporados ao direito interno e+ n8vel de i!ualdade co+ a le!isla$%o ordin,ria. )ne=istindo entre o tratado e a lei rela$%o de hierar;uia? sueita+Fse eles re!ra !eral de ;ue a nor+a posterior prevalece so(re a anterior. derro!a$%o do tratado pela lei n%o e=clui eventual responsa(ilidade internacional do Estado? se este n%o se valer do +eio institucional pr@prio de e=tin$%o de u+ tratado? ;ue a denHncia. 9 / tratado cele(rado na vi!>ncia de u+a Constitui$%o e ;ue sea co+ ela inco+pat8vel? do ponto de vista for+al e=tr8nseco9 ou +aterial intr8nseco9? inv,lido e sueitaFse declara$%o de inconstitucionalidade incidenter tantum ? por ;ual;uer @r!%o udicial co+petente? sendo tal decis%o pass8vel de revis%o pelo Supre+o Tri(unal 7ederal? e+ sede de recurso e=traordin,rio. / tratado ;ue se encontrar e+ vi!or ;uando do advento de u+ novo te=to constitucional? sea este fruto do poder constituinte ori!in,rio ou derivado? ser, tido co+o ine-ca? se for co+ ele inco+pat8vel. 4: e 4I ). A n%*" e(t"n2ei" e " C%n(titi#$% Co+o , assinalado anterior+ente? o direito internacional privado te+ por o(eto principal a indica$%o da lei aplic,vel se+pre ;ue u+a dada rela$%o ur8dica estea e+ contato co+ +ais de u+ ordena+ento. Por vees? a nor+a indicada ser, a do pr@prio Estado do ui ou tri(unal ;ue estea apreciando a ;uest%o. esse caso? diFse ;ue a lei aplic,vel a lei do foro? a le7 fori.44 /utras vees? todavia? a re!ra de cone=%o do direito internacional privado apontar, para a aplica$%o de u+a lei estran!eira. 6ale dier confor+e sea a ;uest%o su(+etida a u8o? os siste+as ur8dicos civiliados ad+ite+ a aplica$%o? no territ@rio do Estado? de lei estran!eira para a solu$%o de u+a controvrsia. Por evidente? ine=iste ;ual;uer viola$%o da so(erania do Estado e+ tal hip@tese? de ve ;ue a aplica$%o do direito estran!eiro consentida? voluntaria+ente? pela nor+a interna. 4K aplica$%o do direito estran!eiro pelos tri(unais cap8tulo o(ri!at@rio de todos os livros de direito internacional privado. %o ca(e? a;ui? aprofundar essa ;uest%o e+ n8vel te@rico. 7aFse? todavia? a se!uir? u+a (reve s8ntese do conheci+ento convencional e cristaliado so(re o te+a? cuas i+plica$ncia. 4' e KV gggggggggggggggg
33
4:. E+(ora n%o haa precedente? poss8vel co!itarFse do ca(i+ento de a$%o direta de inconstitucionalidade contra o decreto ;ue o pro+ul!a? haa vista seu status e;uiparado ao de ato nor+ativo federal. 4I. %o parece pr@pria a refer>ncia revo!a$%o? por;ue? a ri!or tcnico? o tratado n%o dei=a de vi!er at o +o+ento da denHncia. 44. tenteFse? a;ui? para a distin$%o @(via ;ue e=iste entre lei aplic,vel e tri(unal co+petente para aplic,Fla. %o o(stante? o +ais co+u+ ;ue a re!ra de direito internacional privado indi;ue a le7 fori. 4K. Dois e=e+plos corri;ueiros de aplica$%o da lei estran!eira por Tri(unal (rasileiro a9 de acordo co+ o art. '_ da L)CC? as o(ri!a$ncia? se assi+ o deter+inar o ui.
se!unda ;uest%o ;ue +o(iliou os estudiosos foi a da interpreta$%o e aplica$%o do direito estran!eiro. B ;ue? diante da lei de outro pa8s? ao ui se i+p
"3 A n%*" e(t"n2ei" e " C%n(titi#$% 'e %i2e* +aior parte da doutrina e +es+o al!uns precedentes internacionais conver!e+ no sentido de ;ue? ao aplicar o direito estran!eiro? o +a!istrado dever, fa>Flo e+ sua inte!ralidade? acolhendoFlhe os preceitos e as re+issncia da Corte Per+anente de Justi$a. E+ decisncia dos tri(unais locais. K& o +es+o sentido dispncia )nternacional Especialiada so(re direito )nternacional Privado Montevidu? &'K'9? ;ue deter+ina ;ue o direito e=tran!eiro ser, aplicado da +es+a for+a ;ue o seria pelos u8es do pa8s do ;ual e+ana a re!ra aplicada. e+ assi+? i!ual+ente? o art. :V' do C@di!o de usta+ante? ;ue nor+a positiva no rasil? e ;ue deter+ina ;ue na aplica$%o do direito estran!eiro
34
deveFse atentar para o sentido ;ue se lhe d, no pa8s de sua ori!e+. /u sea deveFse respeitar a interpreta$%o doutrin,ria e urisprudencial ;ue l, se produ.K3 e K" E+(ora e+ diferente cen,rio? a ;uest%o se pncia? a disciplina dos con@icts of la2s? ;ue corresponde ao direito internacional privado dos pa8ses de tradi$%o ro+anoF!er+nica? concentraFse na indica$%o da lei aplic,vel s rela$+ cone=ncia l, vi!entes? ca(e +uitas vees Justi$a 7ederal solucionar lit8!ios ;ue envolve+ a aplica$%o de direito estadual. Pois (e+ a Supre+a Corte -r+ou? de lon!a data? orienta$%o no sentido de ;ue? ao aplicar lei estadual? deve o ui ou tri(unal federal darFlhe o sentido ;ue lhe confere o +ais alto tri(unal do Estado cua lei est, sendo aplicada. K: e KI 7icou assinalado? linhas atr,s? ;ue ao aplicar o direito estran!eiro o intrprete deve fa>Flo gggggggggggggggg
K&. P. C. ). J.? Ser. ? n. 3V3&? &'3'? p. I?:VFK?'" e &3VFI? apud Qenbin? Pu!h? Schachter e S+it? )nternational law? &'AK? p. &"' /nce the Court has arrived at the conclusion that it is necessarZ to applZ the +unicipal law of a particular countrZ? there see+s to (e no dou(t that it +ust seeb to applZ it as it would (e applied in that countrZ. ...9 /f course? the Court will endeavour to +abe a ust appreciation of the urisprudence of +unicipal courts. K3. 6. a 8nte!ra da Conven$%o e+ Jaco( Dolin!er e Car+en Ti(urcio? =ade-m/cum de direito internacional privado? &'':? p. 43KF"V. / art. 3_ dispncia e o conteHdo da lei estran!eira invocada. K". Jaco( Dolin!er e Car+en Ti(urcio? =ade-m/cum de direito internacional privado ? cit.? p. I4A. K:. os ter+os do art. "_ da Constitui$%o? as duas !randes cate!orias de casos ;ue recae+ na co+pet>ncia das cortes federais s%o a9 os ;ue envolve+ a aplica$%o da Constitui$%o? das leis federais e dos tratados internacionais federal .uestion 'urisdiction9 e (9 os ;ue t>+ co+o partes cidad%os de Estados diferentes da federa$%o diversit, 'urisdiction9. esta se!unda hip@tese? as cortes federais se v>e+ rotineira+ente na contin!>ncia de aplicar direito estadual. 6. Charles lan ri!ht? Law of 7ederal Courts? &'A"? caps. " e :? e Louisell? Qaard Jr. e Tait? Pleadin! and procedure? &'A"? p. &4FK. KI. 6. Eric R. Co. vs. To+pbins? "V: U. S.4:&'"A9.
inte!ral+ente? o(servando? inclusive? as re!ras pr@prias de hierar;uia das leis e de direito interte+poral vi!entes no pa8s de ori!e+. Dentro dessa l@!ica? dever, presti!iar? e+ pri+eiro lu!ar? as nor+as constitucionais? cua supre+acia princ8pio !eneraliada+ente aceito. E? se constatar ;ue u+a dada nor+a inferior inco+pat8vel co+ a Constitui$%o? dever, co!itar de pronunciarFlhe a inconstitucionaliFdade? nos li+ites e co+ os efeitos ;ue o ui estran!eiro poderia fa>Flo. Se no direito estran!eiro? por e=e+plo? se considerar ;ue a nor+a anterior Constitui$%o co+ ela inco+pat8vel? -ca revo!ada? i!ual trata+ento ;uest%o dever, darFlhe o ui (rasileiro ;ue eventual+ente devesse aplic,Fla a u+ caso concreto. Mas? se a lei editada , na vi!>ncia de u+a dada Constitui$%o for co+ ela inco+pat8vel? de inda!arFse pode o ui ou tri(unal do foro declararFlhe a inconstitucionalidade perante a Constitui$%o estran!eira e? por via de conse;[>ncia dei=ar de aplic,Fla
35
Qaroldo 6allad%o responde a-r+ativa+ente? se+ opor ;ual;uer restri$%o. ;uest%o? todavia? e=i!e u+a certa ;uali-ca$%o. B ;ue? co+o , -cou assentado? o ui ;ue aplica direito estran!eiro h, de interpret,lo de acordo co+ as pr,ticas do pa8s de ori!e+? atentando para a le!isla$%o? doutrina e urisprud>ncia. /ra (e+ ne+ todos os Estados ad+ite+ o controle de constitucionalidade das leis pelo Judici,rio. a 7ran$a e na Su8$a? para citar dois e=e+plos? essa possi(ilidade n%o e=iste. o contr,rio? nos Estados Unidos e na le+anha tal e=a+e corri;ueiro. K4 e KK ssi+? ent%o? o controle da constitucionalidade de lei estran!eira e+ face de ser e=ercido? pelo @r!%o urisdicional do foro? nos +es+os +oldes e li+ites e+ ;ue o faria o ui ou tri(unal do ordenaF+ento de ori!e+. Ouando se tratar da aplica$%o de lei estran!eira de pa8s onde n%o sea le!8ti+o ao Poder Judici,rio pronunciar? in concreto ou in abstracto? a inconstitucionalidade de u+a lei? n%o poder, o ui ou tri(unal do foro fa>F lo.KA Desnecess,rio re+arcar a evid>ncia de ;ue o @r!%o udicial (rasileiro? ao pronunciar a inconstituFcionalidade de u+a lei? f,FloF, se+pre e+ car,ter incidental? para o -+ e=clusivo de ne!arFlhe aplica$%o ao caso concreto. Ja+ais se cuidar, de u+a decis%o e+ tese? +es+o ;ue isso sea poss8vel lu do ordena+ento de ori!e+? por;ue n%o se pode reconhecer tal co+pet>ncia a ;ual;uer tri(unal ;ue n%o sea do pa8s do ;ual pro+ana a lei. o rasil? tudo ;ue se pode pretender ne!ar e-c,cia nor+a estran!eira? se+ ;ue isso afete sua validade e sua vi!>ncia. ;uest%o do reconheci+ento da inconstitucionalidade de nor+a estran!eira perante o ordenaF+ento de ori!e+ , foi apreciada pelo Supre+o Tri(unal 7ederal. a vi!>ncia da Carta de &'AA? pelo +enos dois ac@rd%os a(ordara+ o te+a? e+(ora se+ +aior aprofunda+ento. / pri+eiro deles di respeito ao controvertido caso de e=tradi$%o re;uerida pela RepH(lica r!entina do e=Fl8der dos Montoneros? Mario Eduardo 7ir+enich. / 2overno re;uerente i+putava ao e=traditando u+ lon!o elenco de pr,ticas delituosas? e+ rela$%o s ;uais havia decretos de cust@dia cautelar e=pedidos pela Justi$a ar!entina? e ;ue inclu8a+ associa$%o il8cita? diversos ho+ic8dios? atentado co+ lesncia e validade da Lei de nistia editada pelo Con!resso ar!entino? e posterior+ente revo!ada pelo pr@prio Le!islativo? co+ efeitos retroativos? so( o funda+ento de ;ue era inconstitucional^ (9 a naturea dos delitos i+putados ao e=traditando co+u+ ou pol8tica ? tendo e+ vista o disposto no inciso L)) gggggggggggggggg
K4. Direito internacional privado? cit.?p.:4VF&. KK. oteFse? todavia? ;ue na 7ran$a o Co+it> Consultivo para a revis%o constitucional? constitu8do pelo Presidente da RepH(lica por Decreto de 3F&3F&''3 e presidido pelo Professor 2eor!es 6edel? propWs a institui$%o do controle repressivo de constitucionalidade e+ te+a de direitos funda+entais. Pela proposta? a al8nea &3 do art. 43 passaria a ter a se!uinte reda$%o Une disposition dclare inconstitutionelle sur le fonde+ent de ljarticle 4&F& est a(ro!e. Elle ne peut >tre appli;ue au= procdures en cours. 6eaFse ?ropositions pour une r/vision de la Constitution? &''". a Su8$a? ine=iste o controle de constitucionalidade das leis federais? +as faFse o controle das nor+as cantonais. So(re o te+a? vea+Fse Philippe MaZstadt? Le contrWle de constitutionnalit en Suisse? in Actualit/ du contrôle 'uridicitionnel des lois? &'K"? p. &4& e s.? e Pedro Cru 6illal@n? La formaci$n del sistema europeo de control de constitucionalidad? &'AK? p. I" e s.
36
KA. o +es+o sentido? v. Jo%o aptista Machado? LiçBes de direito internacional privado? cit.? p. 3::. E+ sentido diverso? v. Lui ntonio Severo da Costa? Da aplicação do direito estrangeiro pelo 'ui# nacional ? &'4A? p. :V Se te+ dHvidas so(re a constitucionalidade do diplo+a le!al? +as se a;uela Corte . . refereFse ele Supre+a Corte do pa8s estran!eiro9 ainda n%o se +anifestou a respeito? deve considerar v,lida tal lei? pois n%o pode cha+ar a si atri(ui$%o espec8-ca da;uele @r!%o. K'. RTJ? &&&&4? &'A:? E=tradi$%o n. :&K? rel. Min. /scar Dias Corr>a.
do art. I_ da Constitui$%o (rasileira? ;ue veda a e=tradi$%o por cri+e pol8tico ou de opini%o. AV E+ +eio a outros ar!u+entos? a defesa do e=traditando? al+ de procurar re+arcar o car,ter pol8tico das infra$ncia dos cri+es co+uns so(re os pol8ticos^ c9 era i+procedente a ale!a$%o de ;ue o e=traditando seria ul!ado e+ seu pa8s por tri(unal de e=ce$%o. A& /s tr>s votos vencidos? contr,rios e=tradi$%o? fora+ da lavra do pr@prio Relator? Ministro lfredo uaid? e dos Ministros Jos 7rancisco Reeb e ldir Passarinho. /s dois pri+eiros enfrentara+ direta+ente a ;uest%o da inconstitucionalidade da lei ;ue cassara a anistia. E+ seu voto? o Ministro uaid recha$ou o ar!u+ento do Estado re;uerente de ;ue a Corte n%o teria co+pet>ncia para apreciar a validade da lei ar!entina? e concluiu declara$%o de inconstitucionalidade atri(ui$%o privativa do Poder Judici,rio no rasil ou das Cortes Constitucionais nos pa8ses ;ue as adotara+ ...9. %o a pode e=ercer o Le!islativo? por;ue a sua fun$%o consiste e+ ela(orar ou revo!ar leis? n%o e+ apreciar a sua validade. ...9 conclus%o a ;ue se che!a ;ue o le!islador n%o te+ co+pet>ncia constitucional para declarar a inconstitucionalidade de u+a lei. A3 co+panhouFo? no particular? o Ministro Reeb? pronunciando i!ual+ente a invalidade da lei ar!entina? nos ter+os se!uintes /s tri(unais derru(a+? e7 tunc? leis ;ue padece+ do v8cio de inconstitucionalidade. / parla+ento? e+ toda parte? te+ o poder de revo!ar nor+as co+ efeito e7 nunc^ a+ais o de declar,Flas nulas? co+ efeito retroativo? so( o ar!u+ento de inconstitucionalidade. A" / Ministro ldir Passarinho ne!ou a e=tradi$%o por considerar os cri+es de naturea pol8tica. B (e+ de ver ;ue ele e todos os de+ais Ministros /scar Corr>a? ri da Silveira? Rafael MaZer? Dcio Miranda? Soares Mu-o? Moreira lves e Daci 7alc%o dei=ara+ de discutir? especi-ca+ente? a ;uest%o da validade ou n%o da lei ;ue anulara a anistia. Curiosa+ente? todos? se+ e=ce$%o? funda+entara+ seus votos no art. 3_ da so(redita Lei de nistia? ;ue e=clu8a o e=traditando de seus (ene-cios. 6eaFse ;ue nenhu+ dos Ministros dei=ou de aplicar a lei por reput,Fla revo!ada ou anulada pela lei superveniente. Justa+ente ao contr,rio? interpretara+Fna para concluir ;ue
37
n%o aproveitava ao e=traditando. Disso resulta ;ue? e+(ora n%o de for+a e=pressa +as co+ i+pl8cita evid>ncia ? ne!ara+ validade e e-c,cia lei posterior ;ue cassava retroativa+ente a anistia. Por lapso do Relator ori!in,rio? ;ue a ele n%o fe +en$%o? nenhu+ dos Ministros apreciou u+ outro funda+ento da defesa o da inconstitucionalidade do pr@prio art. 3_ da Lei de nistia? ;ue? ao prev>Fla parcial e e=cludente? violava preceito e=presso da Carta ar!entina. Tal o+iss%o enseou a interposi$%o? pelo e=traditando? de e+(ar!os de declara$%o? apreciados? i!ual+ente? pelo Tri(unal Pleno. A: gggggggggggggggg AV. Era i+portante ter e+ linha de conta? na aprecia$%o do te+a? ;ue? por for$a do tratado de e=tradi$%o entre rasil e r!entina? n%o seria concedida a e=tradi$%o ;uando? pelo +es+o fato? o delin;uente tivesse sido anistiado no Estado re;uerente ou re;uerido art. )))9. A&. 7ora+ e=clu8das as i+puta$
Se+ atentar para a i+ensa contradi$%o e+ ;ue incorria+? diversos Ministros? ao ul!ar os e+(ar!os? ne!ara+ a possi(ilidade de aprecia$%o da constitucionalidade ou n%o de lei ar!entina perante sua pr@pria Constitui$%o. Con-ra+Fse tais pronuncia+entos. Ministro /scar Corr>a %o lhe ca(ia ao ST79? su(stituindoFse ao u8o do Pa8s re;uerente? e=a+inar a inconstitucionalidade da Lei revocat@ria? ;ue? ali,s? n%o interferiu no ul!a+ento? salienteFse. Seria ind(ita e inad+iss8vel invas%o de esfera de co+pet>ncia. AI Ministro ri da Silveira Penso ;ue n%o ca(e ao ST7 enfrentar a ale!a$%o de inconstitucioFnalidade da lei ar!entina. Certo est, ;ue o Poder Judici,rio ar!entino n%o declarou inconstitucional o art. 3_ da discutida Lei de nistia.A4 Ministro Rafael MaZer Entendo ...9 ;ue i+poss8vel ao Supre+o Tri(unal e=ercer u+ controle de constitucionalidade so(re u+a lei ar!entina? pois o e=erc8cio de urisdi$%o ;ue n%o te+os? +as t%oFso+ente a;uele Pa8s? pelo seu Supre+o Tri(unal? co+ rela$%o s suas leis. AK Ministro Daci 7alc%o / te=to de lei estran!eira n%o pass8vel de e=a+e interpretativo no plano constitucional? para ;ue sea declarada a sua inconstitucionalidade. Entendi+ento e+ sentido contr,rio poderia conduirF nos a u+a diver!>ncia interpretativa co+ a pr@pria Corte Supre+a do Pa8s re;uerente da e=tradi$%o. AA Ministro Cordeiro 2uerra %o h, ;ue considerar a interpreta$%o do Direito Constitucional r!entino por;ue n%o te+os urisdi$%o na r!entina? ne+ so+os u+ Tri(unal supranacional? para dier co+o os outros deve+ ul!ar. ...9 / ;ue poder8a+os e=a+inar? e+ +atria constitucional? se a Lei de nistia? tal co+o foi conce(ida e vi!e na r!entina? violaria a orde+ ur8dica ou constitucional (rasileira. A' Ministro Moreira lves +eu ver? e+ processo de e=tradi$%o? n%o ca(e ao Supre+o Tri(unal 7ederal e=a+inar a co+pati(ilidade? ou n%o? da le!isla$%o do pa8s re;uerente co+ a Constitui$%o ali vi!ente. 'V
38
B de interesse o(servar ;ue o voto do Ministro Moreira lves su!ere ;ue? a contrario sensu? fora do processo de e=tradi$%o? poss8vel e=a+inar a constitucionalidade da lei estran!eira perante o ordena+ento de ori!e+. Melhor intuindo a evid>ncia? o Ministro Soares Muko? refor+ulando seu voto anterior? ;ue concedia a e=tradi$%o? assi+ decidiu o ;ue di respeito lei posterior? ;ue havia revo!ado a anistia? entendi ;ue era ela ine-ca? visto ;ue? u+a ve concedida a anistia? n%o era +ais poss8vel revo!,Fla. /ra? se assi+ entendi co+ rela$%o lei revocat@ria? n%o veo ra%o para +e o+itir no ;ue di respeito ar![ida inconstitucionalidade da lei? en;uanto restrin!e a;uilo ;ue a Constitui$%o 7ederal esta(elece de +aneira i+perativa? ;ue deve ser !eral. Constitui$%o r!entina deter+ina ;ue a anistia deve ser !eral? isto ? n%o pode ser concedida anistia restrita. Se a lei desrespeitou a Lei Maior? ine-ca. %o estou declarando a inconstitucionalidade da lei. Estou apenas afastandoFa do caso concreto. %o preciso faer nenhu+a co+unica$%o Corte r!entina? co+o n%o fa o ui sin!ular? ;uando afasta u+a lei inconstitucional. lei continua e+ vi!or^ ela apenas arredada no caso concreto. Eu a afasto. fastoFa? co+o , afastei a lei revocat@ria.'& Do estudo de caso ;ue se ve+ de e+preender? che!aFse a u+a conclus%o parado=al. De fato? o Supre+o Tri(unal 7ederal esta(eleceu? co+o pre+issa? ;ue n%o lhe ca(ia apreciar a constitucionalidade de nor+a estran!eira e+ face do ordena+ento de ori!e+. E+ se!uida? e? contraditoria+ente? fu!indo ao silo!is+o natural? ul!ou a ;uest%o dei=ando de aplicar? por inconstitucional? lei ;ue revo!ara a Lei de nistia ar!entina. a verdade? a pre+issa ;ue era e;uivocada. / Supre+o Tri(unal 7ederal? (e+ co+o ;ual;uer gggggggggggggggg AI. RTJ? &&"&?p.:. A4. RTJ. &&"&? p. IF4. AK. RTJ? &&"&?p.4. AA. RTJ? &&"&? p. KFA. A'. RTJ? &&"&? p.A. 'V. RTJ? &&"&? p. K. '&. RTJ? &&"&? p. K. E+ id>ntico sentido foi o voto do Min. Jos 7rancisco Reeb? p. I.
ui ou tri(unal? pode pronunciar? in concreto? a inconstitucionalidade de lei estran!eira e+ face da Constitui$%o so( a ;ual foi editada? desde ;ue o possa+ faer as autoridades udici,rias do Estado de ori!e+ da lei perante sua pr@pria Constitui$%o. l!uns anos depois? , na vi!>ncia da Constitui$%o de &'AA? o Supre+o Tri(unal 7ederal e=a+inou u+ pedido de e=tradi$%o de u+ (rasileiro naturaliado? fundado no per+issivo constitucional do art. I_? L)? ;ue ad+ite tal +edida e+ caso de co+provado envolvi+ento e+ tr,-co il8cito de entorpecentes? na for+a da lei. / re;ueri+ento foi for+ulado pelo 2overno da )t,lia? Estado co+ o ;ual o rasil n%o +ant+ tratado de e=tradi$%o. Para le!iti+ar o pedido? o Estado re;uerente apresentou pro+essa de reciprocidade.'3 e '" Curiosa+ente? o relator para ac@rd%o nesse caso foi o Ministro Jos Paulo SepHlveda Pertence? ;ue havia sido? e=ata+ente? o advo!ado de defesa de Mario 7ir+enich na E=tradi$%o n. :&K? aci+a apreciada. / Relator o(servou ;ue o art. 34 da Constitui$%o da )t,lia i+pedia ;ue o Estado re;uerente oferecesse reciprocidade na;uela hip@tese? por isso ;ue s@ ad+ite
39
a e=tradi$%o de nacionais se houver previs%o e=pressa e+ conven$%o internacional. / ac@rd%o? ;uanto parte a;ui relevante? veio assi+ e+entado E=tradi$%o de (rasileiro e pro+essa de reciprocidade do Estado re;uerente invalidade desta? lu da Constitui$%o italiana? ;ue o ST7 pode declarar. validade e a conse;[ente e-c,cia da pro+essa de reciprocidade ao Estado re;uerido? e+ ;ue fundado o pedido de e=tradi$%o? pressupncia potencial de +ais de u+ ordena+ento. o fa>Flo? apontar, co+o aplic,vel a9 ora a lei do foro? (9 ora a lei estran!eira. Ouando a indica$%o recai so(re a lei do foro? n%o se apresenta+ +aiores di-culdades? haa vista ;ue ela inte!ra o siste+a e co+ ele se har+onia. Ouando a lei indicada estran!eira? a re!ra ;ue o ui acate a indica$%o e a apli;ue. %o dif8cil intuir? no entanto? ;ue pode+ sur!ir di-culdades na aplica$%o? no foro? de lei e+anada de outro siste+a ur8dico. Para neutraliar certos contrastes +ais contundentes? pratica+ente gggggggggggggggg
'3. RD? &'V':? &''3? E=tradi$%o n. I:&? rel. Min. SepHlveda Pertence. '". Lei n. 4.A&IAV? art. K4 a e=tradi$%o e=i!e tratado ou pro+essa de reciprocidade. ':. Constitui$%o italiana? art. 34. Ljestradiione del cittadino puW essere consentita soltanto ove sia espressa+ente prevista dalle conveniioni internaionali. on pu< in alcun caso essere a++essa per reati politici e=tradi$%o do cidad%o so+ente pode ser consentida ;uando sea e=pressa+ente prevista pelas conven$
40
todos os Estados esta(elece+ u+a !rande cate!oria de limit aplica$%o do direito estran!eiro. Essa restri$%o se consu(stancia e+ u+ instituto a+plo? Xuido e de dif8cil apreens%o conceitual ;ue a orde+ pH(lica. 'K / princ8pio rece(e a(ri!o e=presso no art. &K da Lei de )ntrodu$%o ao C@di!o Civil e+ vi!or? co+ a dic$%o se!uinte rt. &K. s leis? atos e senten$as de outro pa8s? (e+ co+o ;uais;uer declara$ncia do dispositivo? certo ;ue a so(erania nacional e os (ons costu+es e=pressa+ varia$ncia orde+ pH(lica interna e orde+ pH(lica internacional. o fundo? a orde+ pH(lica constitui princ8pio Hnico? ;ue irradia seus efeitos e+ planos diversos. )nterna+ente? ele opera no sentido de li+itar a autono+ia de vontade das partes e+ do+8nios nos ;uais deve+ prevalecer? co!ente+ente? os co+andos estatais. &V& e &V3 o plano internacional? ;ue o ;ue interessa a;ui? o princ8pio se +anifesta de for+a dHplice a9 ora envolve a aplica$%o direta da lei estran!eira indicada pela re!ra de cone=%o^ (9 ora envolve a aplica$%o indireta da lei estran!eira? pelo reconheci+ento de direitos ad;uiridos e de situa$? o conceito atua co+ intensidade diferente ;uando se trate de Constitui$%o de situa$%o ur8dica nova aplica$%o direta da nor+a estran!eira9 ou reconheciFgggggggggggggggg 'K. So(re o te+a? v. a tese cl,ssica de Jaco( Dolin!er? A evolução da ordem pblica no direito internacional privado? &'K'? (e+ co+o seu Direito internacional privado? cit.? p. "3" e s. 6ea+Fse? ta+(+ Cl@vis evil,;ua? Direito internacional privado? p. KK e s.^ Qaroldo 6allad%o? Direito internacional privado? cit.? p. :K3 e s.^ /scar Ten@rio? Direito internacional privado? cit.? p. "&I e s.^ +ilcar de Castro? Direito internacional pri vado? cit.? p. 3K" e s.^ )rineu Stren!er? Curso de direito internacional privado ? cit.? p. I&V e s.^ !ostinho 7ernandes Dias da Silva? Introdução ao direito internacional privado? cit.? p. &"& e s.^ Jo%o atista Machado? LiçBes de direito internacional privado? cit.? p. 3I" e s. 'A. E+(ora diversos autores atri(ua+ a pri+aia do trata+ento do te+a a Savi!nZ? ;ue so(re ele escreveu e+ &A:' ano da edi$%o de sua o(ra9? certo ;ue dele cuidou anterior+ente Joseph StorZ Comentarios sobre el con@ito de las Le,es? &A":? v. &? p. "3F"? apud Jaco( Dolin!er? Direito internacional privado? cit.? p. "3I9 aci@n al!una puede ser usta+ente re;uerida a ceder sus conveniencias pol8ticas e instituciones funda+entales en favor de las de
41
otra naci@n. Mucho +enos puede naci@n al!una ser re;uerida a sacri-car sus intereses a favor de otra? @ a practicar doctrinas ;ue? en un concepto +oral @ pol8tico sean inco+pati(les con su se!uridad @ felicidad? @ con su conciencia de la usticia Z del de(er. ''. / princ8pio adotado nos diferentes siste+as ur8dicos? ;uer de for+a$%o ro+anoF !er+nica? ;uer de (ase costu+eira common la29. / Restate+ent on ConXict of laws Second? na re!ra 'V? disp
+ento de situa$%o , constitu8da aplica$%o indireta da lei estran!eira9. 6eaFse ;ue diante da i+possi(ilidade de se reconhecer e-c,cia lei estran!eira? por afronta orde+ pH(lica? h, consenso doutrin,rio de ;ue se deva aplicar? espcie? a le7 fori. e=clus%o da lei estran!eira dever, ser t%o estrita ;uanto poss8vel? aproveitandoFse a parte re+anescente ;ue possa ser aceita no foro. &V" Ca(e? a!ora? faer as apro=i+a$ncia natural de tal pre+issa ;ue se encontre+ aspectos inerentes orde+ pH(lica fora do te=to constitucional. Ser, poss8vel? assi+? ne!ar aplica$%o nor+a estran!eira por afronta orde+ pH(lica (rasileira? +es+o ;ue ela n%o se confronte? direta ou i+ediata+ente? co+ a Constitui$%o. &V: Te+Fse co+o assente? ent%o? ;ue ne+ tudo ;ue viola a orde+ pH(lica viola a Constitui$%o. rec8proca? todavia? se!undo a+pla linha de entendi+ento? n%o verdadeira. De fato? te+ predo+inado o entendi+ento de ;ue se+pre ;ue a nor+a estran!eira estiver e+ contraste co+ a Constitui$%o estar,? ipso 'ure? violando a orde+ pH(lica. / te+a interessante e co+ple=o.&VI Entre os internacionalistas ;ue? por for+a$%o? tenta+ +ini+iar as restri$ncia de u+ direito funda+ental? a-r+ando ao +es+o te+po de for+a clara ;ue? lon!e de se referir a todas as nor+as constitucionais? a orde+ pH(lica apenas contende co+ a;ueles poucos princ8pios funda+entais ;ue possa+ faerFse derivar i+ediata+ente da Constitui$%o? ;ue vive+ directa+ente na consci>ncia ur8dica da co+unidade do foro e ;ue por isso
42
deve+ ser respeitados por todos os siste+as ur8dicos ;ue pretende+ aplicar nesse Estado.&V4 o rasil todavia a+ais se co!itou de e=ce$%o dessa orde+ ao princ8pio da supre+acia constitucional. de+ais? o C@di!o de usta+ante te+ disposi$%o e=pressa a respeito? retirando a +atria da tur(ul>ncia doutrin,ria e dandoFlhe solu$%o de direito positivo. Con-raFse? a prop@sito? o teor do art. :_ do referido C@di!o de Direito )nternacional Privado? resultante de conven$%o internacional rati-cada pelo rasil e pro+ul!ada pelo Decreto n. &A.AK&? de &" de a!osto de &'3' rt. :_. /s preceitos constitucionais s%o de orde+ pH(lica internacional. lu de tal previs%o? todas as disposi$
derro!a e=pressa+ente o direito estran!eiro e+ princ8pio aplic,vel. B a ;ue consta do inciso ***) do art. I_ a sucess%o de (ens de estran!eiros situados no Pa8s ser, re!ulada pela lei (rasileira e+ (enef8cio do cWnu!e ou dos -lhos (rasileiros? se+pre ;ue n%o lhes sea +ais favor,vel a lei pessoal do de cu'us&. inda neste do+8nio? das rela$ so+ente a aplica$%o da pr@pria lei? da lei nacional aplicaFse a lei (rasileira e+ contraposi$%o s nor+as (ilaterais? ;ue se serve+ de critrio !eral e universal aplicaFse a lei do do+ic8lio da pessoa? aplicaFse a lei do local do contrato. 2 esta ,rea encontra+Fse ;uest
43
Co+pendiando tudo ;ue se ve+ de a-r+ar neste t@pico? poss8vel a-r+ar? co+ (ase na +elhor doutrina e na urisprud>ncia dos tri(unais? ;ue a9 Ouando da aplica$%o de lei estran!eira? ca(e ao ui ou tri(unal (rasileiro aplic,Fla co+o o faria+ os @r!%os udici,rios do pa8s do ;ual pro+ana a nor+a. Se e+ tal urisdi$%o se ad+itir a pronHncia de inconstitucionalidade de u+a lei? poder, o ui ou tri(unal proceder da +es+a for+a dei=andod$ aplicar? ao caso concreto? preceito estran!eiro inco+pat8vel co+ o ordena+ento de ori!e+. (9 Co+ +uito +ais ra%o? dever%o os u8es e tri(unais (rasileiros ne!ar aplica$%o nor+a estran!eira ;ue estea e+ confronto co+ a Constitui$%o (rasileira. Co+ efeito? as nor+as constitucionais s%o tidas co+o de orde+ pH(lica internacional? i+pedindo a e-c,cia de leis? decis
C"!t&% II / A CONSTITUIÇÃO E O CONFLITO DE NORMAS NO TEMPO. DIREITO CONSTITUCIONAL INTERTEMPORAL
/ conXito de leis no te+po resulta n%o da coe=ist>ncia de leis? co+o no direito internacional privado? +as de sua sucess%o. TrataFse da +andado? por a!entes do Dru! Enforce+ent !encZ U. S. vs. 6erdu!oFUr;uide? , referido9 etc. So(re o te+a? na doutrina a+ericana? v. Jules Lo(el? &!e Constitution abroad? e ndreas Lowenfeld? G %G la2 enforcement abroad The Constitution and international law? a+(os pu(licados no +erican Journal of )nternational Law? v. A"? n. :? &'A'? p. AK& e AAV? respectiva+ente.
44
contraposi$%o entre lei nova e lei velha. Ca(e ao direito interte+poral solucionar esse conXito? -=ando o alcance de nor+as ;ue se sucede+. Seu o(eto a deter+ina$%o dos li+ites do do+8nio de cada u+a dentre duas disposi$ncia? ne+ as conse;[>ncias dos +es+os? ainda ;ue se produa+ so( o i+prio do direito atual. Esse princ8pio? conhecido co+o princ8pio da n%o retroatividade das leis te+ por funda+ento -los@-co a necessidade da se!uran$a ur8dica? da esta(ilidade do direito I4. os Estados Unidos? a Constitui$%o de &KAK veda a edi$%o de leis retroativas de u+a +aneira !eral art. &_? se$%o '? & e= post facto law9 e proi(e aos Estados ;ue ela(ore+ leis ;ue preudi;ue+ a o(ri!atoriedade dos contratos art. &_? se$%o &V? & law i+pairin! the o(li!ation of contracts9. a +rica Latina? e=ce$%o do M=ico? e na Europa? a re!ra da n%oF retroatividade de n8vel infraconstitucional? podendo? +es+o? ser derro!ada por le!isla$%o superveniente. o rasil? o te+a constou de todas as Constitui$ncia de u+ fato idWneo para a sua produ$%o^ 39 terFse incorporado de-nitiva+ente ao patri+Wnio do titular. Lon!e das hip@teses e=tre+as? n%o dif8cil tra$ar o per-l doutrin,rio da n%oFretroatividade e do direito ad;uirido. s leis? de re!ra s%o feitas para virarpara o futuro? se+ colher fatos passados? ocorridos so( a !ide de outra lei. U+a lei nova n%o pode pretender desconstituir u+ direito su(etivo cuo ciclo a;uisitivo , se consu+ou e cuo desfrute se inte!ra ao patri+Wnio do indiv8duo ou da pessoa ur8dica '. Paul Rou(ier? Le droit transitoire 5con@its des lois dans le temps6 &'4V? p. "F:. Carlos Ma=i+iliano? Direito intertemporal? &':4? p. K. Carlos Ma=i+iliano? Direito intertemporal? cit.? p. &V. Paul Rou(ier? Le droit transitoire? cit.? p. 33". So(re o te+a? no direito (rasileiro? v. R. Li+on!i 7ran$a? A irretroatividade das leis e o direito ad.uirido? &'A3. Lon Du!uit? Leçons de droit public g/n/ral? &'34? p. "VA. Raul Machado Qorta? Constituição e direito ad.uirido ? Revista de )nfor+a$%o Le!islativa do Senado 7ederal? &&34'? &''&. 6ea+Fse? ta+(+? R. Li+on!i 7ran$a? A irretroatividade das leis e o direito ad.uirido? cit.? e ilson de Soua Ca+pos atalha? Direito intertemporal? &'AV. 6. 2a((a? &eoria della retroativit delle leggi ? &A4A? p. &'& B ad;uirido todo direito ;ue a9 conse;[>ncia de u+ fato idWneo a produiFlo? e+ virtude da lei do te+po no ;ual o fato se realiou? e+(ora a ocasi%o de fa>Flo valer n%o se tenha apresentado antes da atua$%o de u+a 3 4 5 6
7 8
9
45
preciando u+ dos aspectos dessa co+ple=a te+,tica? no ca+po referente aos contratos e o direito superveniente? assi+ pronunciouFse o Supre+o Tri(unal 7ederal /s contratos su(+ete+Fse? ;uanto ao seu estatuto de re!>ncia? ao ordena+ento nor+ativo vi!ente poca de sua cele(ra$%o. Mes+o os efeitos futuros oriundos de contratos anterior+ente cele(rados n%o se e=pncias ur8dicas ;ue e+er!e+ de u+ auste ne!ocial v,lido s%o re!idas pela le!isla$%o e+ vi!or no +o+ento de sua pactua$%o. /s contratos ;ue se ;uali-ca+ co+o atos ur8dicos perfeitos F acha+Fse prote!idos? e+ sua inte!ralidade? inclusive ;uanto aos efeitos futuros? pela nor+a de salva!uarda constante do art. I_? ***6)? da Constitui$%o da RepH(lica. incid>ncia i+ediata da lei nova so(re os efeitos futuros de u+ contrato prFe=istente? precisa+ente por afetar a pr@pria causa !eradora do auste ne!ocial? revesteFse de car,ter retroativo retroatividade inusta de !rau +8ni+o9? achandoFse desautoriada pela cl,usula constitucional ;ue tutela a intan!i(ilidade das situa$ncia da lei ;ue os houver institu8do ou au+entado9. 7ora dessas hip@teses? a retroatividade da nor+a toler,vel. doutrina? tanto civilista ;uanto pu(licista? chancela essa linha de entendi+ento. esse sentido a li$%o de Silvio Rodri!ues ssi+ o atual siste+a (rasileiro? pois? ;uer a Constitui$%o? ;uer a lei ordin,ria? n%o fala+ e+ proi(i$%o de leis retroativas. penas e=clue+ da incid>ncia da lei nova o ato ur8dico perfeito? o direito ad;uirido e a coisa ul!ada. ...9 Entre n@s a lei retroativa? e a supress%o do preceito constitucional ;ue? de +aneira a+pla? proi(ia leis retroativas? constituiu u+ lei nova a respeito do +es+o? e ;ue (9 nos ter+os da lei so( o i+prio da ;ual se veri-cou o fato de onde se ori!ina? passou i+ediata+ente a faer parte do patri+Wnio de ;ue+ o ad;uiriu. 6.? ta+(+? CarlZle Popp? A retroatividade das normas constitucionais e os efeitos da Constituição sobre os direitos ad.uiridos ? Paran, Judici,rio? "4&". RTJ? &4:&&:I? &''A? RE 3V'.I&'FSC? rel. Min. Celso de Mello. este prop@sito? decidiu o Supre+o Tri(unal 7ederal? recente+ente? refutando e;u8voco lon!a+ente divul!ado? ;ue o disposto no art. I_? ***6)? da C7? se aplica a toda e ;ual;uer lei infraconstitucional? se+ ;ual;uer distin$%o entre lei de direito pH(lico e lei de direito privado? ou entre lei de orde+ pH(lica e lei dispositiva RT? 4'V&K4? &''"? D)n :'"FV ML9FD7? rel. Min. Moreira lves9. /u ainda Ra
46
pro!resso tcnico. lei retroa!e? apenas n%o se per+ite ;ue ela recaia so(re o ato ur8dico perfeito? so(re o direito ad;uirido e so(re a coisa ul!ada. &3 Por i!ual? escreveu o e+rito +estre de Recife? Pinto 7erreira / Estado pode deter+inar leis retroativas? pois as circunstncias sociais e hist@ricas se +odi-ca+. /s entes estatais pode+ editar nor+as co+ e-c,cia retroativa ou co+ efeito retrooperante? +as desde ;ue n%o -ra+ o direito ad;uirido? a coisa ul!ada e o ato ur8dico perfeito prote!idos constitucional+ente pela le7 legum.&" Essa a doutrina a(ri!ada na urisprud>ncia do Supre+o Tri(unal 7ederal. / Proeto de Lei de plica$%o das or+as Jur8dicas? recente+ente ela(orado por co+iss%o +inisterial? fo!e do entendi+ento cristaliado? dispondo de for+a ta=ativa? e+ critic,vel proposta de inova$%o? ;ue a lei n%o ter, efeito retroativo. &:&I B (e+ de ver ;ue a re!ra do art. I_? ***6)? diri!eFse? pri+aria+ente? ao le!islador e? reXe=a+ente? aos @r!%os udici,rios e ad+inistrativos. Seu alcance atin!e? ta+(+? o constituinte derivado? haa vista ;ue a n%oF retroa$%o? nas hip@teses constitucionais? con-!ura direito individual? ;ue? co+o tal? prote!ido pelas li+ita$ncia orde+ ur8dica anterior? ;ue n%o lhe pode i+por re!ras ou li+ites. Doutrina e Jurisprud>ncia conver!e+ no sentido de ;ue n%o h, direito contra a Constitui$%o.&K&A Silvio Rodri!ues? Direito civil? :. ed.? v. &? p. I& e I". Pinto 7erreira? Comentrios Constituição brasileira? &'A'? v. &? p. &:" 14 6. RTJ? &:I:4"? &''"? D)n 4VIFD7? Medida Cautelar? rel. Min. Celso de Mello / princ8pio da irretroatividade so+ente condiciona a atividade ur8dica do Estado nas hip@teses e=pressa+ente previstas pela Constitui$%o? e+ orde+ a ini(ir a a$%o do Poder PH(lico eventual+ente con-!uradora de restri$%o !ravosa a9 ao status li(ertatis da pessoa C7? art. I_? *L9? (9 ao status su(ectionis do contri(uinte e+ +atria tri(ut,ria C7? art. &IV?)))? a9 e c9 se!uran$a ur8dica no do+8nio das rela$ncia? v. RTJ? 4K"3K? Rep. n. A'I? rel. Min. Daci 7alc%o? RTJ? K& :4&? RE KI.:&A? rel. Min. Tho+pson 7lores? e RTJ? :V&VVA? ) &":.3K&? rel. Min. Moreira lves? RD? &'4&VK? &'':? D)n 3:AF&FRJ? rel. Min. Celso de Mello? onde se lavrou supre+acia ur8dica das nor+as inscritas na Carta 7ederal n%o per+ite? ressalvadas as eventuais e=ce$
15
16
18
47
%o o(stante isso +es+o na interpreta$%o da vontade constitucional ori!in,ria? a irretroatividade h, de ser a re!ra? e a retroatividade a e=ce$%o. Se+pre ;ue for poss8vel? incu+(e ao e=e!eta aplicar o direito positivo de ;ual;uer n8vel? se+ afetar situa$ncia de coisa ul!ada? i+pondoFse a redu$%o dos venci+entos do servidor aos li+ites constitucionais. Tal linha de entendi+ento? todavia? foi desautoriada pelo Supre+o Tri(unal 7ederal.&'?3V?3&?33?3" / direito constitucional interte+poral cuida da disciplina dos conXitos ;ue decorre+ do advento de u+a nova orde+ constitucional. Essa +odi-ca$%o do direito constitucional positivo pode? eventual+ente? ser o(ra do constituinte derivado? li+itandoFse a altera$ncia percep$%o de e=cesso a ;ual;uer t8tulo. Todavia? a +en$%o h, de ter alcance per;uirido considerada a refer>ncia a direito ad;uirido e ao sil>ncio? , consi!nado? ;uanto coisa ul!ada. B induvidoso ;ue o instituto da coisa ul!ada? a!asalhado siste+atica+ente pelas Cartas (rasileiras? revelaFse possuidor de contornos inerentes s cl,usulas ptreas.... 19 20
21
22 23
48
no +(ito do Estado. De tal supre+acia decorre o fato de ;ue nenhu+a nor+a pode su(sistir valida+ente no +(ito de u+ Estado se n%o for co+pat8vel co+ a Constitui$%o 3:. Classica+ente? co+o se ver, adiante? a orde+ constitucional tende a tolerar? por diferentes funda+entos? as nor+as anteriores sua vi!>ncia ;ue sea+ co+ ela co+pat8veis.3I Merece+ trata+ento espec8-co? no entanto? as rela$ncia si+ultnea de +ais de u+a Constitui$%o no +(ito territorial de u+ Estado. Posta e+ vi!or u+a nova Constitui$%o? nenhu+ ato ur8dico anterior pode ter a pretens%o de su(sistir co+ car,ter de nor+a supre+a. Merece re!istro? no particular? a li$%o de Jor!e Miranda ntes de +ais? u+a Constitui$%o nova revo!a a Constitui$%o anterior. Por de-ni$%o? n%o pode haver sen%o u+a Constitui$%o F e+ sentido +aterial e e+ sentido for+al. ...9 Esta revo!a$%o u+a revo!a$%o !lo(al ou de siste+a? e n%o u+a revo!a$%o stricto sensu ou u+a recep$%o individualiada? nor+a a nor+a. %o ca(e inda!ar da co+pati(ilidade ou n%o de ;ual;uer nor+a constitucional anterior co+ a correspondente nor+a constitucional nova ou co+ a nova Constitui$%o no seu conunto^ (asta a sua inser$%o na anterior
Qans elsen? &eoria pura do direito? &'K'? p. "&V orde+ ur8dica n%o u+ siste+a de nor+as ur8dicas ordenadas no +es+o plano? situadas u+as ao lado das outras? +as u+a constru$%o escalonada de diferentes ca+adas ou n8veis de nor+as ur8dicas. sua unidade produto da cone=%o de depend>ncia ;ue resulta do facto de a validade de u+a nor+a? ;ue foi produida de acordo co+ outra nor+a? cua produ$%o? por seu turno? deter+inada por outra^ e assi+ por diante? at a(icar -nal+ente na nor+a funda+ental F pressuposta. nor+a funda+ental F hipottica? nestes ter+os F ? portanto? o funda+ento de validade Hlti+o ;ue constitui a unidade desta intercone=%o criadora. Se co+e$ar+os por to+ar e+ conta apenas a orde+ ur8dica estadual estatal9? a Constitui$%o representa o escal%o de Direito positivo +ais elevado. So(re o +es+o te+a? na +es+a linha? e+ vers%o +ais did,tica? v. or(erto o((io? Teoria do ordena+ento ur8dico? &''V? p. :A e s. 6eaFse o te+a e+ palavras de J. J. 2o+es Canotilho Direito constitucional? &''&? p. &:39 superioridade nor+ativa do direito constitucional i+plica? co+o se disse? o princ8pio da confor+idade de todos os actos do poder pol8tico co+ as nor+as e princ8pios constitucionais ...9. E+ ter+os apro=i+ados e tendenciais? o referido princ8pio pode for+ularFse da se!uinte +aneira nenhu+a nor+a de hierar;uia inferior pode estar e+ contradi$%o co+ outra de di!nidade superior princ8pio da hierar;uia9? e nenhu+a nor+a infraconstitucional pode estar e+ desconfor+idade co+ as nor+as e princ8pios constitucionais? so( pena de ine=ist>ncia? nulidade? anula(ilidade ou ine-c,cia princ8pio da constitucionalidade9. 24
25
49
Constitui$%o para ;ue auto+atica+ente e=pressa ou tacita+ente -;ue ou se entenda revo!ada pela Constitui$%o posterior. 34 3K re!ra !eral de ;ue a nova Constitui$%o revo!a inteira+ente a orde+ constitucional anterior n%o inco+pat8vel co+ certas situa$ncia de re!ras constitucionais precedentes. B poss8vel co!itarFse? por e=e+plo? de ;ue a nova Carta e=pressa+ente +antenha e+ vi!or? e co+ o +es+o car,ter constitucional? preceitos do ordena+ento ;ue est, sendo su(stitu8do. Por evidente? o poder constituinte ;ue te+ for$a para revo!ar te+ ta+(+ para conservar. penas nesse caso? ;ue se deno+ina recep$%o +aterial? o t8tulo ur8dico da superioridade da nor+a +antida n%o a orde+ constitucional anterior? +as a atual. 3A l+ da recep$%o +aterial? a doutrina ad+ite ainda u+a outra possi(ilidade de aproveita+ento le!8ti+o das nor+as constitucionais do re!i+e anterior? desde ;ue co+pat8veis co+ o novo siste+a. TrataFse do fenW+eno da desconstitucionalia$%o das nor+as constitucionais? pelo ;ual os preceitos do re!ra+ento constitucional precedente? e+(ora perdendo o car,ter hierar;uica+ente superior? continua+ a vi!orar co+o leis ordin,rias. tese encontra lastro e+ Carl Sch+itt e foi e=plorada por Es+ein 3'. De fato? constatou o autor franc>s? na linha te@rica do pr@prio Sch+itt? ;ue as Constitui$+? fre;[ente+ente? disposi$
o rasil? desde o in8cio do re!i+e +ilitar? e+ a(ril de &'4:? at a E+enda Constitucional n. &&? de &"F&VF&'KA? vi!orara+ os cha+ados atos institucionais. Tais atos prevalecia+ so(re a Constitui$%o for+al? e? e+(ora travestidos de -!ura de direito? era+ +era e=press%o da supre+acia do poder de fato ;ue controlava o Pa8s e se punha aci+a das institui$ncia de Constitui$ncia derivada da pr@pria Constitui$%o 7ederal? a cuos princ8pios est%o su(ordinados. Jor!e Miranda? 3anual de direito constitucional? cit.? t. 3? p. 3"'. 6. Jor!e Miranda? 3anual de direito constitucional? cit.? t. 3? p. 3:V. . Es+ein? Kl/ments de droit constitutionnel français et compar/? &'&:? p. IA3. Carl Sch+itt? &eor)a de la Constituci$n? s. d.? p. "3F". 26
27 28 29 30
50
Entre n@s? Pontes de Miranda "&? Jos fonso da Silva "3 e Manoel 2on$alves 7erreira 7ilho "" ad+ite+ a tese. E+ sede de direito positivo? a anti!a Constitui$%o do Estado de S%o Paulo? de &" de +aio de &'4K? a(ri!ava e=pressa+ente o princ8pio da desconstitucionalia$%o? assi+ co+o o fa a Constitui$%o portu!uesa e+ vi!or? in ver(is rt. 3'V. Direito anterior9 &. s leis constitucionais posteriores a 3I de a(ril de &'K: n%o ressalvadas neste cap8tulo s%o consideradas leis ordin,rias? se+ preu8o do disposto no nH+ero se!uinte. 3. / direito ordin,rio anterior entrada e+ vi!or da Constitui$%o +ant+Fse? desde ;ue n%o sea contr,rio Constitui$%o ou aos princ8pios nela consi!nados. ": Se+ e+(ar!o? salvo os casos e+ ;ue haa previs%o constitucional nesse sentido? n%o +erece acolhida a tese de per+an>ncia da nor+a constitucional anterior co+ car,ter ordin,rio. E ;ue? co+o visto? u+a nova Constitui$%o? ao entrar e+ vi!or? revo!a ipso ure todo o ordena+ento constitucional anterior. TrataFse de u+a revo!a$%o de siste+a? ;ue? e+ princ8pio? n%o res!uarda nenhu+a nor+a constitucional precedente. TenhaFse e+ conta ;ue? classica+ente? entre nor+as de i!ual hierar;uia? consideraFse ;ue a posterior revo!a a anterior ;uando a9 e=pressa+ente o declare? (9 sea co+ ela inco+pat8vel c9 ou re!ule inteira+ente a +atria de ;ue tratava a lei anterior. "". Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? cit.? t. 3? p. 3:& desconstituF cionalia$%o... te+ de ser prevista por u+a nor+a. %o pode estri(arFse e+ +era concep$%o te@rica ou doutrinal. ...9 Mas n%o te+ de ser nor+a e=pressa ou nor+a constitucional for+al poder, tratarFse de nor+a de ori!e+ consuetudin,ria. ":. Esta a doutrina acolhida no art. 3_? ` &_? da Lei de )ntrodu$%o ao C@di!o Civil? ;ue te+ efeito de u+a lei !eral de aplica$%o das nor+as ur8dicas. Pois (e+ na hip@tese a;ui co!itada? incide o funda+ento da letra c? supra u+a nova Constitui$%o re!ula inteira+ente a +atria de ;ue traF tava a Constitui$%o precedente. n%oFreprodu$%o? na nova Carta? de u+a re!ra constante do ordena+ento constitucional anterior? se+ a resF salva de sua continuidade? u+ ato de vontade do constituinte? ;ue Pontes de Miranda? Comentrios Constituição da 9epblica dos 8stados nidos do rasil de MN? t. 3? p. I4VF& s leis ;ue continua+ e+ vi!or s%o todas as ;ue e=istia+ e n%o s%o inco+pat8veis co+ a Constitui$%o nova. )nclusive as re!ras contidas na Constitui$%o anterior^ posto ;ue co+o si+ples leis. o +es+o sentido escreveu e+ seus Comentrios Constituição de MPQ? co+ a E+enda n. ) de &'4'? &'KV? t. &? p. 3:'FIV. Jos fonso da Silva? Aplicabilidade das normas constitucionais? &'A3? p. 3VK PareceFnos perfeita+ente aceit,vel essa doutrina? pois ;ue ela satisfa o princ8pio da co+pati(ilidade entre as nor+as da orde+ ur8dica? desde ;ue? no caso? n%o se veri-ca conXito. Mas a re!ra constitucional anterior co+pat8vel n%o continua constitucional? por;ue isso contraria o conceito de constitui$%o for+al? ;ue h, de ser a;uele docu+ento solene e escrito criado pelo poder constituinte. 7ica? ent%o? a re!ra valendo e vi!endo? de acordo co+ o princ8pio da continuidade das nor+as co+pativeis? +as co+o nor+a de car,ter ordin,rio. B o ;ue se cha+a princ8pio da desconstitucionalia$%o das nor+as ur8dicas. Manoel 2on$alves 7erreira 7ilho? Direito constitucional comparado^ o poder constituinte? &'K:?v. &?p. &&". ssi+ dispunha a;uele diplo+a rt. &:K. Considera+Fse vi!entes? co+ o car,ter de lei ordin,ria? os arti!os da Constitui$%o pro+ul!ada e+ ' de ulho de &':K ;ue n%o contrarie+ esta Constitui$%o. 31
32
33
34
51
+anifesta+ente deseou a(sterFse do trata+ento da +atria. o le!islaF dor infraconstitucional? se assi+ desear? ca(er, reeditar o preceito. Esse +odo de encarar o pro(le+a te+ a ades%o de ilson de Soua Ca+pos atalha? ;ue aver(ou? co+ propriedade Constitui$%o supri+ida e su(stitu8da dei=ou de ser nor+a vi!ente e n%o pode continuar a vi!er e+ plano infeF rior e su( conditione. Sua vida cessou? su(stitu8da por ouF tra Constitui$%o. Se as leis anteriores nova Constitui$%o so(revive+? ;uando nesta pode+ encontrar renovado funF da+ento de validade? o +es+o n%o ocorre co+ os velhos preceitos constitucionais. Pura e si+ples+ente dei=a+ de ter validade no plano do ordena+ento ur8dico^ sua invocaF $%o poderia ocorrer? n%o co+o nor+a vi!ente? +as co+o princ8pio tradicional do direito do Pa8s. "I. ilson de Soua Ca+pos atalha? Direito interte+poral? cit.? p. :"4. De +odo ;ue? no siste+a (rasileiro? u+a ve pro+ul!ada u+a nova Constitui$%o? -ca inteira+ente revo!ada a anterior? sendo indiferente o fato de suas nor+as !uardare+ ou n%o co+pati(ilidade entre si. t por;ue? diante da fartura de Constitui$
E+enda constitucional e Constitui$%o e+ vi!or Constitui$%o u+ docu+ento ;ue aspira per+an>ncia? +as n%o perenidade. Por tal ra%o? todas as Constitui$e+ a possi(ilidade de sua pr@pria refor+a e esta(elece+ as re!ras ;ue v%o re!er a +atria. refor+a da Constitui$%o? co+o se sa(e? o(ra do poder constituinte derivado? e? co+o tal? repreF senta o e=erc8cio de u+ poder ;ue uridica+ente li+itado. B o pr@prio constituinte ori!in,rio ;ue+ re!ula o processo de cria$%o de novas norF +as constitucionais? (e+ co+o deter+ina o conteHdo ;ue possa+ ter. "4. 6eaFse so(re o te+a? !enerica+ente? a tese de Paulo ra!a 2alv%o? Li+ita$ncia da Carta de &'AA. Realiada e+ +eio a acirrada pol>+ica so(re seus li+ites +ateriais? a revis%o n%o produiu sen%o altera$ncia e +udan$a na Constitui$%o? separata da Revista rasileira de Estudos Pol8tiF cos? n. K:KI? &''3^ 2eraldotali(a? Li+ites revis%o constitucional de &''"? separata da Revista Tri+estral de Direito PH(lico? n. "? &''"^ Car+en LHcia ntunes Rocha? Revis%o constitucional e
52
ple(iscito? +i+eo!rafado? &''"^ Dio!o de 7i!ueiredo Moreira eto? revis%o constitucional (raF sileira? &''"^ Jair Eduardo Santana? Revis%o constitucional? &''"^ Maur8cio ntonio Ri(eiro Lopes? Poder constituinte refor+ador? &''". 6eaFse? +ais recente+ente? Jos lfredo de /liveira aracho? Teoria !eral da revis%o constitucional? Revista da 7aculdade de Direito da U7M2? "::K? &'':. Ouando a sucess%o da orde+ constitucional se d, co+ o(servncia das re!ras vi!entes? a-r+aFse ;ue? apesar da altera$%o nor+ativa? houF ve continuidade for+al do direito constitucional? por;ue as novas norF +as se recondue+? ur8dica e politica+ente? orde+ precedente. o revs falaFse e+ descontinuidade for+al ;uando u+a nova orde+ consF titucional i+plica ruptura? revolucion,ria ou n%o? co+ a orde+ constiF tucional anterior. J, o conceito de descontinuidade +aterial identi-F caFse co+ a situa$%o e+ ;ue? al+ da ocorr>ncia de u+a ruptura for+al ou eventual+ente se+ ela9? veri-caFse ta+(+ u+a destrui$%o do anti!o poder constituinte por u+ novo poder constituinte? alicer$ado nu+ t8tulo de le!iti+idade su(stancial+ente diferente do anterior. "K. 6. J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. &:KFA. E+ livro interessant8ssi+o Discoverin! the Constitution? &''39? ruce cber+an? professor da Universidade de Yale? identiF -ca tr>s +o+entos de descontinuidade for+al na e=peri>ncia constitucional a+ericana? pela ino(servncia do processo ade;uado de refor+a constitucional a ela(ora$%o? e+ si? da ConstituiF $%o? e+ &KAK? e+ desconfor+idade co+ os rti!os da Confedera$%o ent%o vi!entes? havendo os dele!ados das colWnias e=trapolado os +andatos ;ue lhes havia+ sido conferidos^ a aprova$%o da &:# e+enda? pouco ap@s a !uerra civil^ e a dr,stica +udan$a da urisprud>ncia da Supre+a Corte relativa+ente s pol8ticas pH(licas do ew Deal? na dcada de "V. "A. refer>ncia destrucci@n de la Constituci@n se colhe e+ Carl Sch+itt Teor8a dela Constituci@n? cit.? p. &&I9? entendida co+o a supresi@n de la Constituci@n e=istente Z no s@lo de una o varias leZes constitucionales9? aco+pakada de la supresi@n del Poder constituZente en ;ue se (asa(a. "'. J. J. 2o+es Canotiiho? Direito constitucional? cit.? p. &:'. o rasil houve? se+ dHvida? descontinuidade for+al e +aterial na su(stitui$%o da Carta )+perial de &A3: pela Constitui$%o de &A'&? fruto do !olpe ;ue procla+ou a RepH(lica^ na edi$%o da Constitui$%o de &'":? ;ue institucionaliou? tardia+ente? o +ovi+ento revolucion,rio de "V? ;ue ro+pera co+ o re!i+e constitucional da RepH(lica 6elha^ ;uando da outor!a da Carta de &'"K? ;ue instaurou o Estado ovo so(re as ru8nas do re!i+e de &'":. Por outro lado? a ela(ora$%o da Constitui$%o de &':4 foi precedida de convoca$%o de sse+(lia Constituinte? denF
53
trodos ;uadros da le!alidade anterior. 8? talve? n%o se possa falar e+ descontinuidade for+al? e+(ora certa+ente tenha havido descontinuidade +aterial? pela +udan$a do t8tulo de e=erc8cio do poder constituinte transferiuFse do poder ditatorial e unipessoal de 6ar!as para a so(erania popular. Qip@tese inversa ocorreu co+ o !olpe de &'4: n%o houve descontinuidade for+al? por;ue +antida a Constitui$%o de &':4? +as houve +udan$a do t8tulo de e=erc8cio do poder? ;ue passou a ser investido no +ovi+ento +ilitar vitorioso. :V. B o ;ue deXui? se+ +ar!e+ a dHvida? do Pre+(ulo do to )nstitucional n. &? de 'F:F &'4:? onde se lia Revolu$%o vitoriosa se investe no e=erc8cio do Poder Constituinte. ...9 Ela destitui o !overno anterior e te+ a capacidade de constituir o novo !overno. ela se cont+ a for$a nor+ativa? inerente ao Poder Constituinte. Ela edita nor+as ur8dicas? se+ ;ue nisto sea li+itada pela nor+atividade anterior sua vit@ria. ...9 Para de+onstrar ;ue n%o pretende+os radicaliar o processo revolucion,rio? decidi+os +anter a Constitui$%o de &':4? li+itandoF nos a +odi-c,Fla? apenas? na parte relativa aos poderes do Presidente da RepH(lica ...9. 7ica? assi+? (e+ claro ;ue a revolu$%o n%o procura le!iti+arFse atravs do Con!resso. Este ;ue rece(e deste to )nstitucional? resultante do e=erc8cio do Poder Constituinte? inerente a todas as revolu$ncia de descontinuidade for+al? pelo fato de a sse+F (lia Constituinte ;ue a ela(orou haver sido convocada por e+enda consF titucional Carta ent%o vi!ente. E+ nenhu+a hip@tese? contudo? ser, correto o ar!u+ento de ;ue o Te=to e+ vi!or n%o ter, sido fruto de u+ poder constituinte ori!in,rio? por;ue convocado pelos @r!%os do poder constitu8do anterior. Mais do ;ue e+ ;ual;uer outro +o+ento na hisF t@ria (rasileira? a Constitui$%o de &'AA produto le!8ti+o do e=erc8cio da so(erania popular? co+ as virtudes e v8cios ;ue da8 adv>+? so(retudo ;uanto s i+perfei$
54
dos Deputados e do Senado 7ederal reunirFseF%o? unica+eral+ente? e+ sse+(lia acional ConsF tituinte? livre e so(erana? no dia &_ de fevereiro de &'AK? na sede do Con!resso acional. rt. 3_. / Presidente do Supre+o Tri(unal 7ederal instalar, a sse+(lia acional Constituinte e diri!ir, a sess%o de elei$%o do seu Presidente. rt. "_. Constitui$%o ser, pro+ul!ada depois da aprova$%o de seu te=to? e+ dois turnos de discuss%o e vota$%o? pela +aioria a(soluta dos Me+(ros da sse+F (lia acional Constituinte. :3. Este ponto de vista foi +anifestado diversas vees? ;uando das discuss+ le!iti+idade para propor e+enda constitucional? prevendo? ainda? na tradi$%o nacional de ri!ide constitucional? as se!uintes re!ras a9 discuss%o e vota$%o e+ cada Casa do Con!resso? e+ dois turnos^ (9 aprova$%o +ediante voto de tr>s ;uintos dos +e+(ros de cada Casa art 4V? )? ))? ))) e ` 3_9. l+ dos re;uisitos for+ais aci+a identi-cados? o poder de e+enda sofre li+ita$ncia de interF ven$%o federal? de estado de defesa ou de estado de s8tio. :". l+ das li+ita$ncia de li+ita$ncia da Constitui$%o para ;ue ela possa ser o(eto de refor+a. or+a desse teor vinha prevista na Constitui$%o do )+prio? +as n%o e=iste na Carta atual. E=iste+? ta+(+? as cha+adas li+ita$+ previstas no ` :_ do art. 4V? onde se veda a aprecia$%o de e+enda tenF dente a a(olir ) F a for+a federativa de Estado^ )) F o voto direto? secreto? universal e peri@dico^ ))) F a separa$%o dos Poderes^ )6 F os direitos e !arantias individuais. ::. l+ das li+ita$ncia? ta+F
55
(+? a li+ita$ncia a(soluta aos preceitos do Te=to Constitucional aci+a noticiados. Se os violar? sueita+Fse ao controle de constitucionalidade e pode+ ter pronunciada sua invalidade. Q, precedentes so(re o te+a na pr,tica constitucional (rasileira. Recente+ente? o Supre+o Tri(unal 7ederal considerou inv,lido dispositivo da E+enda Constitucional n. "? de &K de +ar$o de &''"? ;ue e=clu8a do princ8pio da anterioridade tri(uF t,ria art. &IV? )))? (9 o )PM7 )+posto so(re Movi+enta$%o ou TransF +iss%o de 6alores e de Crditos e Direitos de aturea 7inanceira9? e vedou sua co(ran$a no +es+o e=erc8cio e+ ;ue institu8do. Rele+(reF se ;ue as e+endas constitucionais dever%o se+pre respeitar os direitos ad;uiridos? os atos ur8dicos perfeitos e a coisa ul!ada? ;ue s%o direitos individuais i!ual+ente preservados da a$%o do constituinte refor+ador. :I. 6ea+Fse so(re o te+a? e+ +eio a outros /tto acho? or+as constitucionais inconsF titucionais? &'':? p. I3F:^ Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? &'AA? t. 3? p. 3AKF ':^ Maria Qelena Dini? or+a constitucional e seus efeitos? &'A'? p. 'K^ J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. KI4FA? e Jos fonso da Silva? Curso de direito constitucional posiF tivo? &'A'? p. IAF4V. E? de for+a n8tida? na urisprud>ncia do Supre+o Tri(unal 7ederal U+a E+enda Constitucional? e+anada? portanto? de Constituinte derivada? incidindo e+ viola$%o ConsF titui$%o ori!in,ria? pode ser declarada inconstitucional? pelo Supre+o Tri(unal 7ederal? cua funF $%o prec8pua de !uarda da Constitui$%o art. &V3? )? a? da C79 RD? &'A&3"? &'':? D)n '"'F KFD7? rel. Min. SZdneZ Sanches9. :4. E+enda Constitucional n. "'" ;ue? e+ seu art. 3_? autoriou a Uni%o a instituir o )PM7? incidiu e+ v8cio de inconstitucionalidade? ao dispor? no ` 3_ desse dispositivo? ;ue? ;uanto a tal tri(uto? n%o se aplica o art. &IV? &&&? ( e 6) da Constitui$%o? por;ue? desse +odo? violou os
56
se!uintes princ8pios e nor+as i+ut,veis &_9 o princ8pio da anterioridade? ;ue !arantia individual do contri(uinte arts. I_? ` 3_? 4V? ` :_? )6? e &IV? )))? (? da C79^ 3_9 o princ8pio da i+unidade tri(ut,ria rec8proca? ;ue !arantia da 7edera$%o arts. 4V? ` :_? )? e &IV? 6)? a? da C79^ "_9 a nor+a ;ue? esta(elecendo outras i+unidades? i+pede a cria$%o de i+postos nas hip@teses ;ue especi-ca art. &IV? )))? da C79 RD? &'A&3"?&'':? Din '"'FKFD7? rel. Min. SZdneZ Sanches9. Para u+a vis%o cr8tica desta decis%o? v. o denso arti!o do e+inente Professor 7lavio auer ovelli? or+a constitucional inconstitucional? RD? &''3&? &''I. 6eaFse? ta+(+? a refer>ncia feita no ul!a+enF to da D)n 'A&FAFPR p@s I de outu(ro de &''"? ca(ia ao Con!resso acional deli(erar no sentido da oportunidade ou necessidade de proceder aludida revis%o constitucional? a ser feita u+a s@ ve. s +udan$as na Constitui$%o? decorrentes da revis%o do art. "_ do DCT? est%o sueitas ao controle udicial? diante das cl,usulas ptreas consi!nadas no art. 4V? ` :_ e seus incisos? da Lei Ma!na de &'AA RD? &'A3"&?&'':? rel. Min. ri da Silveira9. inda nessa te+,tica? o Supre+o Tri(unal 7ederal? assi+ no re!i+e constitucional anterior co+o no atual? te+ entendido ca(8vel +andado de se!uran$a contra o si+ples processa+ento de e+enda constitucional ;ue viole al!u+a das cl,usulas ptreas do art. 4V? ` :_. De fato? e+ +ais de u+ precedente? a Corte reconheceu? e+ sede de controle incidental? a possi(ilidade de -scalia$%o urisdicional da constitucionalidade de proF postas de e+enda Constitui$%o ;ue veiculare+ +atria vedada ao poder refor+ador do Con!resso acional. :K. 6. RTJ? ''&V"&? &'A3. MS 3V.3IK? rel. Min. Moreira lves^ RD &'"344? &''"? MS 3&.K:K? rel. Min. Celso de Melo? e RD? &'&3VV? &''"? MS 3&.4:3? rel. Min. Celso de Melo. Mais recente+ente? no MS 3& .4:AFD7? de ;ue foi relator o Min. )l+ar 2alv%o? decidiu o Supre+o Tri(unal 7ederal B le!8ti+a a pretens%o de Deputado 7ederal? pela via do +andado de se!uran$a? a ;ue lhe sea reconhecido o direito de n%o ter de +anifestarFse so(re Proeto de E+enda ConstituF cional? ;ue considera violador do princ8pio da anterioridade tri(ut,ria. o entanto? perde o DeputaF do tal le!iti+idade e+ virtude da +odi-ca$%o da situa$%o ur8dica no curso do processo? decorrente da superveniente aprova$%o do proeto? ;ue , se acha e+ vi!or. a hip@tese? o +andado de se!uF ran$a? ;ue tinha car,ter preventivo? n%o se pode voltar contra a e+enda , pro+ul!ada? o ;ue
57
e;uivaleria a e+prestarFlhe efeito? de todo desca(ido? de a$%o direta de inconstitucionalidade? para a ;ual? ade+ais? n%o est, o i+petrante le!iti+ado RTJ. &4II:V? &''A9. De todo +odo? sendo a e+enda constitucional for+al e +aterialF +ente v,lida? te+ vi!>ncia i+ediata e revo!a as nor+as constitucionais precedentes ;ue sea+ co+ ela inco+pat8veis. ;ui? ao contr,rio do ;ue nor+al+ente se passa co+ o advento de u+a nova Constitui$%o? n%o h, descontinuidade de ;ual;uer naturea? sea for+al ou +aterial. Ta+pouco h, ;ue se falar e+ revo!a$%o de siste+a. revo!a$%o a;ui operada li+itada ao dispositivo su(stitu8do e s eventuais i+plica$+icas ;ue disso resulte+. ".
Constitui$%o nova e direito infraconstitucional anterior interpreta$%o constitucional? co+o se desenvolver, +ais adiante? conduFse so( a inspira$%o de deter+inados princ8pios cardeais? ;ue a sin!ularia+? dandoFlhe u+ to;ue de especi-cidade. Dentre esses prinF c8pios destaca+Fse? para os -ns do t@pico a;ui versado? o da supre+acia da Constitui$%o e o da continuidade da orde+ ur8dica. / princ8pio da supre+acia da Constitui$%o? ;ue te+ co+o pre+isF sa a ri!ide constitucional? a idia central su(acente a todos os sisteF +as ur8dicos +odernos. Sua co+preens%o sin!ela. a cele(rada i+aF !e+ de elsen? para ilustrar a hierar;uia das nor+as ur8dicas? a ConsF titui$%o situaFse no vrtice de todo o siste+a le!al? servindo co+o funF da+ento de validade das de+ais disposi$ncia le!8ti+a se co+ ela contrastare+. Merece relevo? por i!ual? o princ8pio da continuidade da orde+ ur8dica. o entrar e+ vi!or? a nova Constitui$%o deparaFse co+ todo u+ siste+a le!al pree=istente. Di-cil+ente a orde+ constitucional reF c+Festa(elecida i+portar, e+ u+ ro+pi+ento inte!ral e a(soluto co+ o passado. Por isso? toda a le!isla$%o ordin,ria federal? estadual e +uF nicipal ;ue n%o sea inco+pat8vel co+ a nova Constitui$%o conserva sua e-c,cia. Se assi+ n%o fosse? haveria u+ enor+e v,cuo le!al at ;ue o le!islador infraconstitucional pudesse reco+por inteira+ente todo o do+8nio co(erto pelas nor+as ur8dicas anteriores. :A. So(re o te+a? v. Caio M,rio da Silva Pereira? Direito constitucional interte+poral? R7? "V:3'? p. "V e s.^ ilson de Soua Ca+pos atalha? Direito interte+poral? cit.? p. :": e I.^ Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? cit.? t. 3? p. 3:3 e I.^ J. J. 2o+es Canotilho? Manual de direito constitucional? cit.? p. &&&: e s. s rela$ncia desses dois princ8pios. / pri+eiro condena invalidade e ine-c,cia toda e ;ual;uer nor+a inco+pat8vel co+ a Carta Constitucional. / se!undo? de superlativo valor pra!+,tico? procura preservar a vi!>ncia e e-c,cia da le!isla$%o ;ue vi!orava anterior+ente ao advento da nova Constitui$%o. s Constitui$
58
pio pudesse prescindir de te=to e=presso. s de+ais Cartas (rasileiras n%o o reproduira+? +as a+ais se ;uestionou a sua per+an>ncia e+ nosso siste+a. :'. Constitui$%o 7ederal de &A'&? art. A" Continua+ e+ vi!or? en;uanto n%o revo!adas? as leis do anti!o re!8+en no ;ue e=pl8cita ou i+plicita+ente n%o for contr,rio ao siste+a de !overno -r+ado pela Constitui$%o e aos princ8pios nela consa!rados^ Constitui$%o 7ederal de &'": ConF tinua+ e+ vi!or? en;uanto n%o revo!adas? as leis ;ue? e=pl8cita ou i+plicita+ente n%o contrariare+ as disposi$
59
sas? ;uando o novo ordena+ento estea pautado por princ8pios e -ns distintos do anterior. Reto+ando a li$%o de elsen? ta+(+ or(erto o((io doutrinou a respeito / fato de o novo ordena+ento ser constitu8do e+ parte por nor+as do velho n%o ofende e+ nada o seu car,ter de novidade as nor+as co+uns ao velho e ao novo ordenaF +ento pertence+ apenas +aterial+ente ao pri+eiro^ forF +al+ente? s%o todas nor+as do novo? no sentido de ;ue elas s%o v,lidas n%o +ais co+ (ase na nor+a funda+ental do velho ordena+ento? +as co+ (ase na nor+a funda+ental do novo. esse sentido fala+os de recep$%o? e n%o pura e si+ples+ente de per+an>ncia do velho no novo. recepF $%o u+ ato ur8dico co+ o ;ual o ordena+ento acolhe e torna suas as nor+as de outro ordena+ento?onde tais norF +as per+anece+ +aterial+ente i!uais? +as n%o s%o +ais as +es+as co+ respeito for+a. I". or(erto o((io? Teoria do ordena+ento ur8dico? cit.? p. &KK. Justa+ente por n%o se tratar de +ero rece(i+ento das nor+as anterioF res? +as de verdadeira recria$%o de seu sentido? feli o e+pre!o da palavra nova$%o? e+ lu!ar de recep$%o? co+o fa Jor!e Miranda? ;ue sintetiou co+ +aestria as conse;[>ncias ur8dicas do fenW+eno e+ tr>s corol,rios a9 /s princ8pios !erais de todos os ra+os de Direito passa+ a ser os ;ue conste+ da Constitui$%o ou os ;ue dela se in-ra+ directa ou indirecta+ente? en;uanto revelaF $+ de ser reinterpretadas e+ face desta e apenas su(siste+ se conF for+es co+ as suas nor+as e os seus princ8pios^ c9 s nor+as anteriores contr,rias Constitui$%o? +esF +o ;ue contr,rias a nor+as pro!ra+,ticas? n%o pode+ su(F sistir F sea ;ual for o +odo de interpretar o fen@+eno da contradi$%o. I:. Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? cit.? t. 3? p. 3:"F:. tenteFse para a li$%o +ais relevante as nor+as le!ais t>+ de ser reinterpretadas e+ face da nova Constitui$%o? n%o se lhes aplicando? auto+,tica e acritica+ente? a urisprud>ncia forada no re!i+e anteF rior. DeveFse reeitar u+a das patolo!ias crWnicas da her+en>utica constitucional (rasileira? ;ue a interpreta$%o retrospectiva? pela ;ual se procura interpretar o te=to novo de +aneira a ;ue ele n%o inove nada? +as? ao revs? -;ue t%o parecido ;uanto poss8vel co+ o anti!o. Co+ ar!Hcia e esp8rito? Jos Carlos ar(osa Moreira esti!+atia a e;uivocidade dessa postura Pnfase nas se+elhan$as? correFse u+ vu soF (re as diferen$as e concluiFse ;ue? lu da;uelas? e a desF peito destas? a disciplina da +atria? a-nal de contas? +uF dou pouco? se ;ue na verdade +udou. B u+ tipo de interF preta$%o... e+ ;ue o olhar do intrprete diri!eFse antes ao
60
passado ;ue ao presente? e a i+a!e+ ;ue ele capta +enos a representa$%o da realidade ;ue u+a so+(ra fantasF +a!@rica. II. Para u+ valioso estudo de caso? veaFse Qu+(erto Ri(eiro Soares? Conv>nio tri(ut,rio e a Constitui$%o de &'AA? &''3. I4. Jos Carlos ar(osa Moreira? / Poder Judici,rio e a efetividade da nova Constitui$%o? R7?"V:&I&? &'AA?p. &I3. o fenW+eno da recep$%o? o ;ue verdadeira+ente i+perativo a co+pati(ilidade entre o velho e o novo? co+o enfatiado pela pena ilustre dos principais co+entadores nacionais. Jo%o ar(alho advertiu / ;ue unica+ente e=iste e+ vi!or da anterior le!islaF $%o o ;ue nela n%o se acha e+ antino+ia co+ o novo re!iF +e e co+ seus princ8pios funda+entais. E de notar ;ue n%o se torna necess,rio? para haverFse por derro!ada essa le!isla$%o? ;ue ela enfrente al!u+ arti!o ou e=pressa dispoF si$%o constitucional? (asta ;ue tenha -cado e+ oposi$%o ao siste+a fundado pela Constitui$%o e aos princ8pios nela conF sa!rados art. A"9. S,(ia disposi$%o? eladora da purea e e=a$%o do siste+a e da sua !enu8na e sincera e=ecu$%o. IK. Jo%o ar(alho? Constitui$%o 7ederal (rasileira F co+ent,rios? &'3:? p. :AKFA. Carlos Ma=i+iliano? ap@s enfatiar a revo!a$%o auto+,tica dos te=F tos inco+pat8veis co+ o estatuto supre+o? acrescentou asta a antino+ia i+pl8cita para desaparecer o te=to ordin,rio e prevalecer o funda+ental. IA. Carlos Ma=i+iliano? Co+ent,rios Constitui$%o (rasileira de &A'&9? &'&A? p. KA4. Para ;ue n%o se torne enfadonha a repeti$%o? veaFse? por -+? PonF tes de Miranda? re+arcando i!ual+ente a evid>ncia s leis ;ue continua+ e+ vi!or s%o todas as ;ue e=isF tia+ e n%o s%o inco+pat8veis co+ a Constitui$%o nova. I'. Pontes de Miranda? Co+ent,rios Constitui$%o da RepH(lica dos Estados Unidos do rasil? cit.? v. ))? p. I4V. s +anifesta$ncias pr,ticas. E ;ue a doutrina te+ assu+ido posi$ncia da nor+a. De outro lado? h, os ;ue sustenta+ a inade;ua$%o de se tratar tal ;uest%o lu do direito interte+poral? so( o ar!u+ento de ;ue a re!ra le= posterior dero!at priori so+ente se aplica a nor+as de i!ual hierar;uia. Por via de conse;[>ncia?
61
considera+ ;ue o conXito entre a Constitui$%o e a lei anterior de natureF a hier,r;uica? a ser resolvido no plano da validade da nor+a. Lo!o? se a Constitui$%o e a nor+a anterior s%o inco+pat8veis? caso de pronunciarF se a inconstitucionalidade da nor+a? e n%o sua revo!a$%o. ;uest%o? portanto? pncia da doutrina nacional. Con-raFse a liF $%o de 6ictor unes Leal PareceFnos +ais acertada a corrente ;ue v> na inco+F pati(ilidade entre a lei anterior e a Constitui$%o nova u+ si+ples caso de revo!a$%o e n%o de inconstitucionalidade. E+ pri+eiro lu!ar por;ue o conXito ;ue a8 se a(re tipicaF +ente u+ conXito de nor+as no te+po a nor+a anterior consideraFse revo!ada pela pro+ul!a$%o da nor+a posteF rior co+ ela inco+pat8vel. 4V. 6ictor unes Leal? Leis co+ple+entares da Constitui$%o? RD? 6))"K'? p. "'V. ssi+? ta+(+? 7rancisco Ca+pos Todas as leis anteriores inco+pat8veis co+ a ConstiF tui$%o encontra+Fse tacita+ente revo!adas. 4&. 7rancisco Ca+pos? Direito constitucional? &'I4? t. 3? p. &V". a +es+a linha foi a +anifesta$%o do e+inente Ministro Carlos M,rio da Silva 6elloso? ;ue? e+ tra(alho doutrin,rio? aver(ou superveni>ncia de nor+a constitucional revo!a leF !isla$%o ordin,ria co+ ela inco+pat8vel? ou a ;uest%o seF ria de ser resolvida no controle de constitucionalidade doutrina e a urisprud>ncia (rasileira conce(e+ a ;uest%o no +(ito do Direito )nterte+poral a le!isla$%o anterior Constitui$%o e co+ esta inco+pat8vel consideraF se revo!ada. 43. Carlos M,rio da Silva 6elloso? Controle da constitucionalidade na Constitui$%o (rasileira de &'AA? in Te+as de direito pH(lico? &'':? p. &"A. 6eaFse i!ual orienta$%o e+ Celso Ri(eiro astos? Curso de direito constitucional? &''V? p. &&4^ e+ Marcelo eves? Teoria da inconstitucionalidade das leis? &'AA? p. '4? e e+ Ronaldo Poletti? Controle de constitucionalidade das leis? &'AI? p. &4I. %o t>+ faltado? por outro lado? doutrinadores da +elhor linha!e+ sustentando a tese oposta. Castro unes? , e+ &':"? defendia Te+Fse dito e essa a opini%o !eneraliada? ;uer na e=posi$%o do nosso Direito Constitucional? ;uer na uF risprud>ncia ;ue as leis pree=istentes e havidas co+o inco+pat8veis co+ a Constitui$%o s%o leis revo!adas? ;ue escapa+ ao trata+ento da declara$%o da inconstitucioF nalidade. Tenho diver!ido desse entendi+ento assentado de lon!a data pelo Supre+o Tri(unal. ...9 teoria da a(Fro!a$%o das leis supNe nor+as da
62
+es+a autoridade. Ouando se di ;ue a lei posterior revoF !a? ainda ;ue tacita+ente? a anterior? supncia da Constitui$%o anterior viere+ a atritarFse co+ os novos te=tos constitucionais? cessar%o de vi!orar? a partir da data do in8cio da vi!>ncia da Constitui$%o recente? por;ue n%o poder%o encontrar nesta funda+ento para sua validade ser%o nor+as inconstitucionais. ri!or? n%o se poder, dier ;ue a Constitui$%o revo!ou as nor+as anteriores ;ue lhe era+ contr,rias. revo!a$%o operaFse apenas entre nor+as de i!ual hierar;uia a lei revo!aFse por outra lei. ...9 Constitui$%o n%o revo!ou as leis anteriores ;ue lhe era+ contr,rias^ apenas estas dei=ara+ de e=istir no plano do ordena+ento ur8dico estatal? por havere+ perdiF do seu funda+ento de validade. 4:. Direito interte+poral. cit.? p. :":. pol>+ica se pnticos entre si? +ove+Fse e+ planos diversos? co+ efeitos diversos e co+pet>ncias diversas. Tal decis%o foi respaldada pelos principais pu(licistas italianos. 4I. /s co+ent,rios ;ue se se!ue+ (ene-cia+Fse do valioso levanta+ento feito pelo Min. SepHlveda Pertence? e+ voto vencido pu(licado na RD &AK&I3? &''3? a ;ue adiante farF seF, +en$%o. 44. 6. iscaretti di Ruia? Derecho constitucional? &'A:? p. 34A ... todo contraste entre u+a lei anterior e a Constitui$%o produ? antes de u+a a(Fro!a$%o? u+a ile!iti+idade constitucional. 4K. 2iurisprudena della Corte Costituionale italiana? &'AI? p. " ) due istituti !iuridici dellja(ro!aione e della ille!iti+it costituionale delle le!!i non sono identici fra loro? si +uovono
63
su piani diversi? con eetti diversi e con co+petene diverse. 6. voto do Min. SepHlveda Pertence referido aci+a. 4A. 6ea+Fse? entre outros? Cala+andrei Corte Constitucional Z autoridad udicial? in Estudios so(re el proceso civil? trad. s. s.? &'K"? v. )))? p. &:' e s.9? C. Mortati (ro!aione le!islativa e instauraione di un nuovo ordina+ento costituionale? &'IA? Raccolta di Scritti? 3:"? p. 4A9? Mauro Cappelletti La pre!iudiialit costituionale nel processo civile? &'K3? p. AA9 e alladoreFPalieri Diritto costituionale? &'II? p. 3A&? apud Sep[lveda Pertence? RD? &AK&I3? &''3? p. &I49. a le+anha o trata+ento distinto? ;uer se trate de controle in concreto ou in a(stracto. De fato? o Tri(unal Constitucional 7ederal entendeu n%o ser de sua co+pet>ncia? +as? si+? do ui da causa? a soluF $%o da ar![i$%o incidente de inco+pati(ilidade de lei anterior co+ a Constitui$%o. 6ale dier n%o considerou ser o caso de se suscitar ;uesF t%o constitucional a ser enca+inhada para o Tri(unal. Todavia? no conF trole a(strato? entendeu ca(erFlhe a aferi$%o da co+pati(ilidade entre o direito prFconstitucional e a Lei funda+ental. De +odo ;ue o diF reito ale+%o trata a ;uest%o ora co+o de n8vel infraconstitucional F i. e.? co+o revo!a$%o F? ora co+o de n8vel constitucional. 4'. 6erf2E? 3? &3:? apud 2il+ar 7erreira Mendes? Controle de constitucionalidade? &''V? p. KI. KV. /di+ rand%o 7erreira? apud SepHlveda Pertence? RD? &AK&I3? p. &I4. K&. Dispncias so(re a continuidade da vi!>ncia de direito anti!o9 s diver!>ncias so(re a continuidade da vi!>ncia de ;ual;uer disposi$%o ur8dica? so( a for+a de direito federal? ser%o decididas pelo Tri(unal 7ederal Constitucional. a Espanha? a letra e=pressa da Constitui$%o su!ere u+a ades%o teoria a(Fro!at@ria e n%o da inconstitucionalidade. De fato? na parte -nal de seu te=to? cont+ a Carta espanhola u+a disposici@n deroF !atoria? cuo ite+ " prescreve ;ue ;uedan dero!adas cuantas dispoF siciones se opon!a+ al esta(elecido en esta Constituci@n. Se+ e+(arF !o? o Tri(unal Constitucional te+perou a leitura +ais @(via do disposiF tivo co+ a ado$%o de u+a tese h8(rida. Se o ui se convencer? lu do caso concreto? da e=ist>ncia de inco+pati(ilidade entre a Constitui$%o e a lei a ela anterior? poder, prosse!uir e decidir a lide? se+ precisar susF pender o processo e levantar a ;uest%o constitucional. Se? por+? estiver e+ dHvida? poder, levantar? perante o Tri(unal Constitucional? a ;uesF t%o de inconstitucionalidade superveniente. K3. 6. 7rancisco 7ernande Se!ado? El siste+a constitucional espakol? &''3? p. KIF'? e Eduard[ 2arc8a de Enterr8a? La Constituci@n co+o nor+a ur8dica Z el Tri(unal Constitucional? &'A&? p. AI.
64
senten$a n. :? de 3F3F&'A&? esta(eleceu s8 co+o frente a las LeZes postconstitucionales el Tri(unal ostenta un +onopolio para enuiciar su confor+idad con la Constituci@n? en relaci@n a las preconstitucionales los Jueces Z Tri(unales de(en inaplicarlas si entienden ;ue han ;uedado dero!adas por la Constituci@n? al oponerse a la +is+a^ o pueden? en caso de duda? so+eter este te+a al Tri(unal Constitucional por la via de la cuesti@n de inconstitucionalidad apud 7rancisco Se!ado? El siste+a constitucional espakol? cit.? p. KA9. E+ Portu!al e=iste? atual+ente? nor+a constitucional e=pressa enF dossando a orienta$%o da inconstitucionalidade superveniente? tese ;ue desde antes , contava co+ a ades%o dos principais doutrinadores. 6eaF se? por todos? a posi$%o de 2o+es Canotilho /s u8es pode+ e deve+ conhecer da inconsF titucionalidade do direito prFconstitucional e o TC pode ul!ar inconstitucionais nor+as cua entrada e+ vi!or retrotrai a u+ +o+ento anterior ao da entrada e+ vi!or da Constitui$%o. ...9 inconstitucionalidade plano de validade9 conF du? nu+ caso concreto? revo!a$%o plano de vi!>ncia9. Da8 ;ue? na inconstitucionalidade superveniente? haa u+ concurso de revo!a$%o leis ;ue se sucede+ no te+po9 e nulidade leis de hierar;uia diferente e+ rela$%o de conF trariedade9. ...9 / fato de as leis ordin,rias anteriores inconsF titucionais tere+ dei=ado de vi!orar co+ a entrada e+ viF !or da Constitui$%o n%o si!ni-ca a inutilidade de u+a deF clara$%o e=pressa de inconstitucionalidade a efectuar pelo @r!%o co+ co+pet>ncia para esse efeito. K". J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. &&&I. o +es+o sentido? Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? cit.? t. 3? p. 3:A e s. l!u+as peculiaridades da realidade (rasileira e do siste+a de conF trole de constitucionalidade a;ui adotado real$a+ a pol>+ica doutrin,F ria e=istente. De fato? a sucess%o de cartas constitucionais e de e+endas ao lon!o de nossa acidentada hist@ria institucional fa co+ ;ue se coloF ;ue rotineira+ente perante os tri(unais a ;uest%o da vi!>ncia ou valida F de de nor+as anteriores +udan$a constitucional. Ouando a decis%o pronunciada no caso concreto? n%o h, ;ual;uer i+plica$%o pr,tica na op$%o pela tese da revo!a$%o ou da inconstitucionalidade superveniente. B ;ue? e+ ;ual;uer caso? terFseFia co+o ine-ca a nor+a a partir do +o+ento da pro+ul!a$%o da Constitui$%o. De fato? tanto a revo!a$%o retirada de vi!>ncia da lei F co+o a declara$%o incidental de inconstitucionalidade F i. e.? reconheci+ento de sua invalidade F proF duiria+ o +es+o resultado n%oFaplica$%o? pelo ui? da nor+a i+F pu!nada? ;ue ter, dei=ado de e=istir ou de valer na +es+a data. o plano processual? todavia? sur!e u+a i+portante conse;[>ncia pr,tica da ;uali-ca$%o doutrin,ria da +atria. B ;ue? no rasil? al+ do
65
controle de constitucionalidade incidental e difuso? e=iste o controle por via principal? e+ tese ou por a$%o direta? previsto e=pressa+ente no art. &V3? )? a? da Constitui$%o 7ederal. 6eaFse? ent%o se a ;uest%o se pncia (,sica da sua ado$%o F o ca(i+ento da a$%o direta F? a ;ue serve +elhor s inspira$ncia? ;ue o deslinde das controvrsias suscitadas Xutue? durante anos? ao sa(or dos diss8dios entre u8es e tri(unais de todo o pa8s? at che!ar? se che!ar? deF cis%o da lta Corte? ao -+ de lon!a ca+inhada pelas vias fre;[ente+ente tortuosas do siste+a de recursos. K:. D)n :"A? ul!ada e+ KF3F&''3? onde se transcreve na 8nte!ra o voto da D)n 3? ul!ada na vspera. Ressalvando sua opini%o pessoal? curvouFse o Min. Pertence deli(era$%o da +aioria? ;ue n%o conhecia do pedido por i+possi(ilidade ur8dica? aver(ando 2uardando? e+(ora? +eu ina(al,vel convenci+ento derrotado? rendoF+e for$a nu+rica e vontade da +aioria e aco+paF nho o e+inente Relator RD? &AK&I3? &''39. Prevaleceu? todavia? a posi$%o do Ministro Paulo rossard? na linha da tradicional urisprud>ncia da Supre+a Corte. Co+ a ades%o de oito +inistros? o ac@rd%o proferido na $%o Direta de )nconstitucionalidade n. 3 inscreveu e+ sua e+enta a s8ntese da posi$%o vitoriosa / v8cio da inconstitucionalidade con!>nito lei e
66
h, de ser apurado e+ face da Constitui$%o vi!ente ao te+F po de sua ela(ora$%o. Lei anterior n%o pode ser inconstituF cional e+ rela$%o Constitui$%o superveniente^ ne+ o leF !islador poderia infrin!ir Constitui$%o futura. ConstituiF $%o so(revinda n%o torna inconstitucionais leis anteriores co+ ela conXitantes revo!aFas. Pelo fato de ser superior? a Constitui$%o n%o dei=a de produir efeitos revo!at@rios. Seria il@!ico ;ue a lei funda+ental? por ser supre+a? n%o revo!asse? ao ser pro+ul!ada? leis ordin,rias. lei +aior valeria +enos ;ue a lei ordin,ria. Rea-r+a$%o da anti!a urisprud>ncia do ST7? +ais ;ue cin;[enten,ria. $%o direta ;ue n%o se conhece por i+possi(ilidade ur8dica do pedido. KI. 6. Paulo rossard? Constitui$%o e as leis a ela anteriores? Separata da Revista r;uivos do Ministrio da Justi$a? v. :I? n. &AV? p. )). / tra(alho apresenta u+ a+plo levanta+ento da urisprud>ncia do Supre+o Tri(unal 7ederal so(re o te+a. 6ea+Fse? e=e+pli-cativa+ente RTJ? &"&&VKV? &'AA e &"V&VV3? &'A'^RD? &AA3AA? &''3^RTJ? &:I":K? &''". Q, u+ vasto elenco de (ons ar!u+entos e+ favor de u+a e outra posi$ncia da inconstitucionalidade. K4. LHcio ittencourt? / controle da constitucionalidade das leis? &'4A? p. &"&. Esse ponto de vista inter+edi,rio ou conciliador te+ a ades%o de Jos fonso da Silva? ;ue? concordando co+ LHcio ittencourt? a-r+a ;ue na hip@tese se d, u+a revo!a$%o por inconstitucionalidade? nu+a por assi+ dier revo!a$%o por invalida$%o... . B o ;ue ta+(+ transparece da li$%o de J. J. 2o+es Canotilho? , referida? ;ue entende haver u+ concurso de revo!a$%o leis ;ue se sucede+ no te+po9 e nulidade leis de hierar;uia diferente e+ rela$%o de contrariedade9. inda ;uando essa postura h8(rida possa ser sedutora ao esp8rito F in +edio virtus F? o fato ;ue ela n%o soluciona o pro(le+a pr,tico. ConF v+ aprofundar a an,lise do te+a e e+itir nossa opini%o. KK. Jos fonso da Silva? plica(ilidade das nor+as constitucionais? cit.? p. 3V3. KA. J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. &&&I. U+a nor+a inco+pat8vel co+ a Constitui$%o poder, se+pre ensear
67
u+ u8o de inconstitucionalidade. ri!or doutrin,rio? tal u8o n%o soF fre condiciona+ento de naturea te+poral? podendo recair so(re lei anF terior ou so(re lei posterior. )sso por;ue o ;ue indu inconstitucioF nalidade a inco+pati(ilidade? independente+ente do +o+ento e+ ;ue se veri-ca. Esta poder, ser conte+pornea ao nasci+ento da lei ou superveniente? na hip@tese de altera$%o do preceito constitucional. De outra parte? u+a lei posterior? sendo inco+pat8vel co+ a anterior? deve revo!,Fla? desde ;ue sea de hierar;uia i!ual ou superior. %o sedu? co+ todas as v>nias? a tese de ;ue lei posterior de hierar;uia +ais elevada n%o possa suceder a nor+a inferior? co+ e-c,cia a(Fro!at@ria. Parece pouco l@!ico ;ue a nor+a superveniente? sendo de i!ual hierar;uia? possa retirar de vi!>ncia a anterior? +as sendo superior n%o possa. conclus%o a ;ue se che!a? de cada u+ dos par,!rafos antecedentes? ;ue u+a e outra correntes t>+ (o+ su(strato doutrin,rio. Tanto raoF ,vel a idia de revo!a$%o ;uanto a da inconstitucionalidade superveniente. Est,Fse diante de duas proposi$ncia e oportunidade. %o o faendo? a decis%o transfereFse para a Corte Constitucional ou para o Supre+o Tri(unal. o caso (rasileiro? co+o se assinalou? a op$%o por u+a ou por outra solu$%o te+ i+portante conse;[>ncia pr,tica posta a +atria e+ terF +os de revo!a$%o? n%o ca(er, a$%o direta? pois n%o se pronuncia a inconstitucionalidade de lei ;ue , n%o estea e+ vi!or. Se? ao revs? se conce(er o te+a no ca+po da inconstitucionalidade superveniente? caF (er,? natural+ente? a a$%o direta. ratio ;ue condu posi$%o defendida por Jos Paulo SepHlveda Pertence por ele e=plicitada ensear o esta(eleci+ento de certea ur8F dica er!a o+nes so(re a e-c,cia ou n%o de u+a lei? ainda ;ue anterior Constitui$%o? se+ dei=ar ;ue o deslinde das controvrsias suscitadas Xutue? durante anos? ao sa(or dos diss8dios entre u8es e tri(unais de todo o pa8s. Para isso? nada +ais ade;uado ;ue a a$%o direta de inconstitucionalidade. K'. D)n:"A? RD? &AK&I3? &''3?p. &I:. )nversa+ente? u+a das principais +otiva$ncia ori!in,ria ou por via recursal? o Supre+o Tri(unal 7ederal tende a presti!iar os enF tendi+entos doutrin,rios ;ue restrina+? e n%o ;ue a+plie+? o acesso de novas a$
68
e reveladora passa!e+ ssinalo? de in8cio? para dei=ar docu+entado o conF !estiona+ento te+poral co+ ;ue se de(ate+ os tra(alhos do plen,rio da Corte? ;ue este voto vista a!uarda cha+ada desde co+e$os de &''V. Desde ent%o n%o +e ca(e responF sa(ilidade pelo retarda+ento ;ue a!ora i+pncia? +as n%o decisivo. A3. a li$%o se+pre precisa do saudoso M. Sea(ra 7a!undes / controle dos atos ad+inisF trativos pelo Poder Judici,rio? cit.? p. :FI e &&9? le!islar editar o direito positivo^ ad+inistrar aplicar a lei de of8cio^ e ul!ar aplicar a lei contenciosa+ente. E+ suas palavras / seu e=erc8cio da fun$%o urisdicional9 pressupFlo pela de-nitiva e o(ri!at@ria interpreta$%o da lei. Para u+a discuss%o so(re a naturea do papel dese+penhado poru8es e tri(unais na urisdi$%o constitucional e+ Qans elsen? Carl Sch+itt e Rudolf S+end? v. Jos ntonio Estve rauo. La Constituci@n co+o proceso Z la deso(ediencia civil? &'':? p. I& e s. / outro ar!u+ento deita ra8es e+ re!ra de interpreta$%o constituF cional ;ue ser, apreciada +ais adiante. 6eaFse ;ue a urisprud>ncia ;ue trata a lei anterior inco+pat8vel co+ a Constitui$%o so( o pris+a da revo!a$%o? e? conse;[ente+ente? do desca(i+ento da a$%o direta de inconstitucionalidade? vetusta? (e+ anterior Constitui$%o de &'AA. %o colide ela co+ ;ual;uer princ8pio ou co+ o siste+a da Carta e+ vi!or. /ra (e+ se o constituinte deseasse ;ue a +atria fosse tratada de for+a diversa da ;ue se cristaliou na urisprud>ncia? deveria ter cuiF dado de assi+ prever e=pressa+ente. o+iss%o? no caso? deve ser interF pretada co+o concordncia co+ a pr,tica urisprudencial anterior. A". tese da revo!a$%o te+ a chancela de urisprud>ncia anti!a? ;ue se for+ou ainda na ConsF titui$%o de &':4? antes +es+o da introdu$%o da a$%o !enrica de controle de constitucionalidade v. RE &'.4I4? rel. Min. Lui 2allotti?ul!ado e+ &'I3? RT? 3"&44I9. 7oi con-r+ada no re!i+e constiF tucional su(se;[ente e+ ul!ados sucessivos. 6. RTJ? K& 3'&? &'K:?K4I"A? &'KI? A3::? &'KK?'I'AV? &'K'?''I::? &'A&?&&44I3? &'A&?&V'&33V? &'A"?e &3::&I?&'AK.
69
ssi+? no direito constitucional positivo (rasileiro? tal co+o interF pretado pelo Supre+o Tri(unal 7ederal? a inco+pati(ilidade entre nor+a infraconstitucional e Constitui$%o superveniente dever, ser pronunciada incidental+ente? na aprecia$%o do caso concreto? e n%o e+ tese? +ediante controle a(strato. Da decis%o proferida ca(er, recurso e=traordin,rio. A:. REsp 4A.:&V? RD? 3V333:? &''I? rel. Min. Qu+(erto 2o+es de arros. :. l!u+as ;uest
)ne=ist>ncia de inconstitucionalidade for+al superveniente Constitui$%o? co+o , se assinalou? dita o +odo de produ$%o de nor+as dentro do ordena+ento ur8dico? prevendo u+ processo pr@prio onde se dever%o o(servar re!ras de co+pet>ncia? procedi+ento e de ;uoru+ para sua aprova$%o e in!resso v,lido no +undo ur8dico. l+ disso? o te=to constitucional condiciona? i!ual+ente? o o(eto das norF +as ur8dicas ;ue ser%o produidas? vedando ou ordenando deter+inaF dos conteHdos. Ouando a nor+a ela(orada pelo @r!%o le!islativo F sea e+enda ou lei infraconstitucional F est, e+ desconfor+idade co+ o processo esta(elecido na Constilui$%o? diFse haver ocorrido inconstituF cionalidade for+al. Ouando? de outra parte? a nor+a editada contrav+ o conteHdo de u+ preceito constitucional? est,Fse diante de u+a inconstitucionalidade +aterial. /rdinaria+ente? ine=iste? do ponto de vista pr,tico? diferen$a +ais si!ni-cativa entre as duas espcies de inconstitucionalidade aci+a identi-cadas. Ouando o @r!%o urisdicional pronuncia a inconstitucioF nalidade de u+a nor+a? sea por nela vislu+(rar u+ v8cio de iniciativa inconstitucionalidade for+al9 ou u+a afronta ao princ8pio da isono+ia inconstitucionalidade +aterial9? a conse;[>ncia ri!orosa+ente a +esF +a? e os efeitos de tal declara$%o produirFseF%o indistinta+ente. Diferente+ente se passa ;uando a inco+pati(ilidade se d, entre a Constitui$%o vi!ente e nor+a a ela anterior. 8? sendo a inco+pati(iliF dade de naturea +aterial? n%o poder, a nor+a su(sistir. Confor+e , estuda+os? de acordo co+ a corrente doutrin,ria ;ue se escolha? a norF +a ser, tida co+o revo!ada ou co+o inconstitucional? +as e+ ;ual;uer caso n%o dever, ser aplicada. %o assi+? por+? ;uando a inco+pati(iF lidade superveniente tenha naturea for+al. essa Hlti+a hip@tese? te+F se ad+itido? se+ +aior controvrsia? a su(sist>ncia v,lida da nor+a ;ue haa sido produida e+ ade;ua$%o co+ o processo vi!ente no +oF +ento de sua ela(ora$%o. )ncidir,? assi+? a re!ra te+pus re!it actu+. Se a ;uest%o da inconstitucionalidade +aterial superveniente i+ersa e+ controvrsias e disputas doutrin,rias? o +es+o n%o se passa ;uando se cuida de seu aspecto for+al. / consenso doutrin,rio a+plo. a )t,lia? por e=e+plo? aver(ou Pierandrei ile!iti+idade for+al so+ente pode ser ori!in,ria? por;ue u+ ato? devendo ser ela(orado e for+ado atravs do procedi+ento previsto pelas re!ras vi!entes no +o+ento de sua cria$%o? n%o pode ser ul!ado? ;uanto sua validaF de? sen%o co+ refer>ncia a estas +es+as re!ras.
70
AI. 7ranco Pierandrei? Corte Costituionale? in Enciclopedia dei diritto? &'43? v. &V? p. AK:F &V"4 Ljille!itti+it for+ale pu essere che ori!inaria? perch> un atto? dovendo essere ela(orato e for+ato attraverso il procedi+ento previsto dalle re!ole vi!enti al +o+ento della sua creaione? non pu essere !iudicato? ;uanto alla sua validit? se non? con riferi+ento alle stesse re!ole. a Espanha? e e+ i!ual sentido? aver(ou Eduardo 2arc8a de Enterr8a ;ue esa inconstitucionalidad so(revenida ha de referirse precisa+ente a la contradicci@n con los principios +ateriales de la Constituci@n? no a las re!las for+ales de ela(oraci@n de las leZes ;ue sta esta(lece hoZ. A4. Eduardo 2arc8a de Enterr8a? La Constituci@n co+o nor+a Z el Tri(unal Constitucional? cit.? p. 3IK. E+ Portu!al colheFse? na +atria? a li$%o cristalina de J. J. 2o+es Canotilho inconstitucionalidade superveniente refereFse? e+ princ8pio? contradi$%o dos actos nor+ativos co+ as norF +as e princ8pios +ateriais da Constitui$%o e n%o sua conF tradi$%o co+ as re!ras for+ais ou processuais do te+po da sua ela(ora$%o. / princ8pio te+pus re!it actu+ leva a disF tin!uir dois efeitos no te+po a aprova$%o da nor+a re!eF se pela lei constitucional vi!ente nesse +o+ento^ a aplicaF $%o da +es+a nor+a te+ de respeitar os princ8pios e norF +as constitucionais vi!entes no +o+ento e+ ;ue se efectiva essa +es+a aplica$%o. AK. J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. &&&I. doutrina (rasileira n%o deu +aior aten$%o ao te+a? e+(ora se leia e+ Manoel 2on$alves 7erreira 7ilho ;ue a co+pati(ilidade de conF teHdo? n%o de for+a. for+a re!ida pela re!ra te+pus re!it actu+? de +odo ;ue irrelevante para a recep$%o. Q, re!istros na urisprud>nF cia recente do Supre+o Tri(unal 7ederal endossando a tese. U+ preceF dente cuida? precisa+ente? da co+pet>ncia para edi$%o de nor+as proF cessuais pela pr@pria Corte? ;uando da ela(ora$%o ou e+enda de seu Re!i+ento? o ;ue era ad+itido no re!i+e de &'4KF4' e n%o foi conte+F plado no te=to atual. 7icou decidido Re!i+ento )nterno do Supre+o Tri(unal 7ederal F or+as processuais. s nor+as processuais contidas no Re!i+ento )nterno do Supre+o Tri(unal 7ederal fora+ recepcionadas pela atual Carta? no ;ue co+ ela se revela+ co+pat8veis. / fato de n%o se ter +ais a outor!a constitucioF nal para edi$%o das citadas nor+as +ediante ato re!i+enF tal apenas o(staculia novas inser$
71
A'. RTJ? &""""? &''V? $%o /ri!in,ria n. "3 !R!9FD7? rel. Min. Marco urlio. 6.? ta+F (+? e+ i!ual sentido? RTJ? &""'II? &''V? E+(!s. na D)n 3'FRS? rel. Min. Marco urlio. 6eaFse ;ue necess,rio distin!uir a;ui duas possi(ilidades diverF sas a9 ar![i$%o de inconstitucionalidade for+al e+ face da ConstituiF $%o e+ vi!or^ (9 ar![i$%o de inconstitucionalidade for+al e+ face da Constitui$%o ;ue presidiu a for+a$%o do ato. o pri+eiro caso? a+ais poder, ser pronunciada a inconstitucionalidade? si+ples+ente por;ue a ;uest%o n%o pode ser colocada e+ face do novo ordena+ento. a seF !unda hip@tese? decerto n%o ca(er, a aprecia$%o da +atria e+ a$%o direta? por desca(er esta via de controle ;uando se trate de ar![i$%o e+ face de Constitui$%o , revo!ada. Essa te+ sido a -r+e posi$%o da urisF prud>ncia do Supre+o Tri(unal 7ederal. ada i+pede? contudo? ;ue ;ual;uer @r!%o urisdicional pronuncie? e+ concreto? incidental+ente? a invalidade for+al de ato ;ue? havendo ino(servado os re;uisitos para sua for+a$%o? inv,lido a( initio. 'V. RTJ? &:3"4"? &''3? D)n "FD7? rel. Min. Moreira lves Q,? por+? no caso? i+possi(iF lidade ur8dica do pedido? por;uanto esta Corte , -r+ou urisprud>ncia no sentido de ;ue a a$%o direta de inconstitucionalidade n%o ca(8vel ;uando a ar![i$%o se fa e+ face de Constitui$%o , revo!ada? ne+ ;uando o ato nor+ativo i+pu!nado foi revo!ado antes da propositura dela. Q,? por -+? u+ aspecto de cunho +ais especulativo do ;ue pr,tico? +as ;ue pode sur!ir no +(ito de u+ Estado 7ederal e? pois? +erece u+ co+ent,rio. B o ;ue di respeito superveni>ncia de nor+a constitucioF nal alterando a re!ra de co+pet>ncia para produ$%o le!islativa. 6ale dier transferindo para os Estados ou Munic8pios o ;ue antes era fedeF ral? ou viceFversa. ;uest%o a de-nir se se est, diante de u+a inco+F pati(ilidade for+al ou +aterial. Pontes de Miranda foi dos Hnicos a co!itar da +atria? aver(ando Se+pre ;ue a Constitui$%o d, Uni%o a co+pet>ncia so(re certa +atria e havia le!isla$%o anterior? federal e local? e+ contradi$%o? a Constitui$%o a(Fro!ou ou derro!ou a le!isla$%o federal ou local? e+ cho;ue co+ a re!ra ur8diF ca de co+pet>ncia. ...9 Se a le!isla$%o? ;ue e=istia? era s@ estadual? ou +unicipal? e a Constitui$%o tornou de co+peF t>ncia le!islativa federal a +atria? a superveni>ncia da Constitui$%o fa contr,rio Constitui$%o ;ual;uer ato de aplica$%o dessa le!isla$%o? no ;ue ela? co+ a nova re!ra ur8dica? seria se+ sentido. ...9 Se havia le!isla$%o federal e estadual e a co+peF t>ncia passou a ser? t%oFs@? do EstadoF+e+(ro? ou do MuF nic8pio? a le!isla$%o federal persiste? estadualiada? ou +unicipaliada? respectiva+ente? at ;ue o EstadoF+e+F (ro ou o Munic8pio a a(Fro!ue? ou derro!ue. '&. Pontes de Miranda? Co+ent,rios ao C@di!o de Processo Civil? &'KI? v. 4? p. 44FK.
72
Esta posi$%o se!uida por 2il+ar 7erreira Mendes? e+ seu e=ceF lente Controle de constitucionalidade? onde escreveu Evidente+ente? n%o h, co!itar de u+a federalia$%o de nor+as estaduais ou +unicipais? por for$a de altera$%o na re!ra de co+pet>ncia. esse caso? h, de se reconhecer e-c,cia derro!at@ria nor+a constitucional ;ue tornou de co+pet>ncia le!islativa federal +atria anterior+ente afeF ta ao +(ito estadual ou +unicipal. Todavia? se havia leF !isla$%o federal? e a +atria passou esfera de co+pet>nF cia estadual ou +unicipal? o co+ple=o nor+ativo pro+ulF !ado pela Uni%o su(siste estadualiado ou +unicipaliado? at ;ue se proceda derro!a$%o por lei estadual ou +uniciF pal. B o ;ue parece autoriar o pr@prio princ8pio da contiF nuidade do ordena+ento ur8dico. '3. 2il+ar 7erreira Mendes? Controle de constitucionalidade? cit.? p. AA. U+ ponto parece ter escapado s duas aprecia$ncia le!islativa e+ dada +atria? at ;ue esta sea e=ercida? su(sistir, a nor+a estadual ou +uniF cipal? no +(ito territorial do Estado ou do Munic8pio onde , vi!ia. 6ale dier e+(ora n%o se v, co!itar de federalia$%o da nor+a estaF dual ou local? de +odo a estender sua aplica$%o a outros Estados e Munic8F pios? o fato ;ue? no espa$o territorial e+ ;ue ela , valia? continuar, valendo? at ser a(Fro!ada pela nor+a federal superveniente. (9 plica$%o i+ediata? +as n%o retroativa? da Constitui$%o nova J, se dei=ou assentado? anterior+ente? ine=istir direito ad;uirido e+ face da nova Constitui$%o. Todas as situa$Flo e=pressa+ente. / ;ue fora de dHvida ;ue a Constitui$%o? u+a ve pro+ul!ada? deve ter efeitos i+ediatos. '". So(re o te+a? escreveu o Min. Moreira lves ;ue a Constitui$%o se aplica de i+ediato? alcan$ando? se+ li+ita$
73
!ra? ;uando? ent%o? i+p inoponi(ilidade de situa$ncia? a se!uir co+pendiada Se a ;uest%o da prescri$%o h, de ser decidida se!undo o direito vi!ente ao te+po da propositura da a$%o? ;uando dela s@ cuidava a le!isla$%o ordin,ria? a sua naturea infraconstitucional n%o se altera co+ o fato de a ConstituiF $%o posterior haver constitucionaliado a nor+a le!al preF cedente? salvo se a essa pro+o$%o da +atria na hierar;uia da orde+ ur8dica se e+prestasse efeito retroativo. 'I. RTJ? &:&"&&? &''3? ) &"I.I3& !R!FEDcl9FD7? rel. Min. SepHlveda Pertence. Prescri$%o tra(alhista. Mes+o estando e+ curso o processo ;uando da pro+ul!a$%o da Constitui$%o de &'AA? n%o se sueita a seu art. K_? **)*? o prao anterior+ente consu+ado. '4. RTJ? &:&"&:? &''3? ) &"4.:A' !R!9FD7? rel. Min. /ct,vio 2allotti. nor+a do art. K_? **)*? a? da C7AA teve o efeito de alar!ar? para I anos? o prao prescricional das a$ncia ori!in,ria do SuF pre+o Tri(unal 7ederal a a$%o e+ ;ue todos os +e+(ros da +a!istraF tura sea+ direta ou indireta+ente interessados? e a;uela e+ ;ue +ais da +etade dos +e+(ros do tri(unal de ori!e+ estea+ i+pedidos ou sea+ direta ou indireta+ente interessados. E+ a$%o proposta perante a Justi$a Estadual de S%o Paulo? e+ ;ue
74
havia interesse de toda a +a!istratura estadual? inclusive dos +e+(ros do Tri(unal? a decis%o de pri+eiro !rau foi favor,vel aos autores. )nterF posto recurso de apela$%o pelo Estado? ;ue era ru? so(reveio a ConstiF tui$%o de &'AA? ;ue continha a prescri$%o do art. &V3? )? n? aci+a transF crita. Diante disso? a C+ara c8vel do Tri(unal de Justi$a? por +aioF ria? n%o conheceu do recurso? vista de a Constitui$%o 7ederal ter transF ferido a co+pet>ncia na +atria para o Supre+o Tri(unal 7ederal. Tal decis%o? evidente+ente? supri+ia o se!undo !rau de urisdi$%o? de ve ;ue n%o poderia ser apreciada a apela$%o te+pestiva+ente apreF sentada. / voto vencido entendeu no sentido de ;ue a re!ra constitucioF nal s@ valia para as a$ncia funcional para ul!,Flo. ...9 ssi+? declaro co+petente o Supre+o para o ul!aF +ento da apela$%o o +eu voto. 'A. RTJ? &"V:K&? &'A'? $%o /ri!in,ria n. &3 O/9FSP? rel. Min. SepHlveda Pertence. Louv,vel a decis%o da Corte? ;ue? +es+o su(vertendo a ortodo=ia processual? cuidou de evitar ;ue a aplica$%o i+ediata da nova Carta afetasse ne!ativa+ente a situa$%o processual da parte apelante. Tal deF cis%o coerente co+ a idia? ;ue se a-!ura le!8ti+a? de ;ue na aplicaF $%o i+ediata das nor+as constitucionais deve o intrprete cuidar ;ue a incid>ncia do preceito n%o co+pro+eta situa$
75
de rever>ncia ;ue se lhe presta o eventual respeito a deter+inadas conse;[>ncias ;ue haa produido durante seu ciclo de vi!>ncia. ''. Cl@vis evil,;ua? Teoria !eral do direito civil? &'K4? p. 3I. Co+entando o te+a? o(servou /scar Ten@rio ;ue o advento de u+a lei resulta s vees na +orte de outra. Mas essa lei revo!ada n%o ressusciF ta? +es+o ;uando a lei ;ue a eli+inou do +undo ur8dico ta+(+ ve+ a se e=tin!uir. So+ente por disposi$%o e=pressa do le!islador a lei +orta ressuscita? volta a ocupar lu!ar no siste+a ur8dico do pa8s. lei ;ue eventual+ente deter+ine a restaura$%o da lei ;ue se encontrava revo!ada rece(e a deno+ina$%o de lei repristinat@ria? ou lei de efeito reprisF tinat@rio. Essa a doutrina !eneraliada+ente aceita? ;ue te+ a chanF cela dos principais autores. o rasil? h, re!ra positiva a respeito? insF crita no ` "_ do art. 3_ da Lei de )ntrodu$%o ao C@di!o Civil? in ver(is ` "_ Salvo disposi$%o e+ contr,rio? a lei revo!ada n%o se restaura por ter a lei revo!adora perdido a vi!>ncia. &VV. /scar Ten@rio? Lei de )ntrodu$%o ao C@di!o Civil (rasileiro? &'II? p. '3. &V&. 6ea+Fse? por todos? Qans elsen? Teoria !eral das nor+as? &'A4? p. &"I^ 7rancesco 7errara? )nterpreta$%o e aplica$%o das leis? &'AK? p. &'I? e Jos de /liveira scens%o? / direito? )ntrodu$%o e teoria !eral? &''"? p. 3'V. / te+a? at a;ui pac8-co? enfrenta? todavia? al!uns e+(ara$os doutrin,rios e pr,ticos ;ue precisa+ ser e;uacionados. lei posterior? , se re+arcou? revo!a a anterior? nas hip@teses previstas. / ;ue acontece? no entanto? ;uando a lei ;ue operou a revo!a$%o da lei anterior ve+ a ser declarada inconstitucional Esclare$aFse? desde lo!o? ;ue s@ relevante? a;ui? a declara$%o de inconstitucionalidade ;ue produa efeitos er!a o+nes? pois a ;ue opera efeitos +era+ente inter partes a+ais ter, ;ualF ;uer repercuss%o so(re a su(sist>ncia ou e-c,cia da lei. RecolocaFse a ;uest%o declarada a inconstitucionalidade da lei revo!adora? a lei revo!ada per+anece assi+ ou ressur!e? por for$a da repristina$%o &V3. Produ efeitos er!a o+nes a pronHncia de inconstitucionalidade e+ a$%o direta de inconstitucionalidade C7? arts. &V3? )? a? e &3I? ` 3_9 e e+ via incidental? ;uando o(servados os re;uisitos constitucionais C7? arts. I3? *? e 'K9. E+ outro estudo no ;ual se fe (reve incurs%o na teoria dos atos ur8dicos e da inconstitucionalidade? dei=a+os aver(ado ;ue as nor+as ur8dicas deve+ ser analisadas nos planos distintos da e=ist>ncia? valiF dade e e-c,cia. J, n%o +ais se disputa? na +elhor doutrina? ;ue o e=a+e da constitucionalidade de u+a lei situaFse no plano de validade? e+(ora a decis%o? natural+ente? tra!a repercussncia e e-c,F cia da nor+a. De re!ra? todos os efeitos produidos por u+a nor+a inconstitucional deve+ ser ful+inados. ota t8pica do siste+a (rasileiF ro de controle de constitucionalidade a co+ina$%o de nulidade F e n%o de +era anula(ilidade F ao ato nor+ativo inco+pat8vel co+ a Constitui$%o? dandoFse decis%o ;ue pronuncia a inconstitucionalidade car,ter declarat@rio e efeitos e= tunc? isto ? retroativos data de in8cio de vi!>ncia da lei.
76
&V". 6. Lu8s Ro(erto arroso? / direito constitucional e a efetividade de suas nor+as? cit.? p. K: e s. &V:. o siste+a portu!u>s? esta ta+(+ a re!ra art. 3A3? &9? +as conte+plaFse u+a e=ce$%o art. 3A3? :9? assi+ consi!nada Ouando a se!uran$a ur8dica? rancia t>+ relutado e+ ad+itir? for+al+ente? a introduF $%o de e=ce$%o re!ra !eral da e-c,cia retroativa? e+(ora haa proeto de lei no ConF !resso nesse sentido. DeveFse consi!nar? todavia? ;ue o Supre+o Tri(unal 7ederal te+ pelo +enos u+a linha urisprudencial de atenua$%o do car,ter a(soluto da e-c,cia e= tunc das decisncia pri+,ria da inconstitucionalidade ? e+ !eral? a desvaloria$%o da conduta inconstitucional? se+ a ;ual a !arantia da Constitui$%o n%o e=istiria. Para ;ue o princ8pio da Constitucionalidade? e=press%o supreF +a e ;ualitativa+ente +ais e=i!ente do princ8pio da Le!aF lidade e+ sentido a+plo? vi!ore essencial ;ue? e+ re!ra? u+a conduta contr,ria Constitui$%o n%o possa produir ca(al+ente os e=actos efeitos ur8dicos ;ue? e+ ter+os nor+ais? lhe corresponderia+. &VI. Marcelo Re(elo de Soua? / valor ur8dico do acto inconstitucional? &'AA. pre+issa da n%oFad+iss%o de efeitos v,lidos decorrentes do ato inconstitucional condu? inevitavel+ente? tese da repristina$%o da nor+a revo!ada. B ;ue? a ri!or l@!ico? se;uer se veri-cou a revo!a$%o no plano ur8dico. De fato? ad+itirFse ;ue a nor+a anterior continue a ser tida por revo!ada i+portar, na ad+iss%o de ;ue a lei inconstitucional inovou na orde+ ur8dica? su(+etendo o direito o(etivo a u+a vontade ;ue era viciaF da desde a ori!e+. %o h, teoria ;ue possa resistir a essa contradi$%o.
77
&V4. %o o(stante o a-r+ado? h, autores ;ue se opncia? co+o a di-culdade de ade;ua$%o da nor+a repristinada ao siste+a? e +es+o a poss8vel inconstitucionalidade? superveniente ou n%o? da nor+a pri+itiva. Jor!e Miranda Manual de direito constitucional? cit.? t. 3? p. 3I:9 fa u+ levanta+ento dos autores ;ue sustenta+ esse ponto de vista? a sa(er E. Redenti Le!itti+it delle le!!i e Corte Costituionale? Milano? &'IK? p. KKFA9? Te+istocle Martines Contri(uto ad una teoria !iuridica delle fore politiche? Milano? &'IK? p.3'I e s.9? Pietro 6ir!a Diritto costituionale? &'4K? p. 4AI? nota9? 7ranco Modu!no Pro(le+i e pseudoFpro(le+i relativi alle C. d. revivescena di dispositivi a(ro!ate da le!!e dichiarata incostituionale? in Studi in +e+oria di Carlo Esposito? Padova? &'K3? p. 4:K e s.9. +ais e=pressiva doutrina portu!uesa? interpretando nor+a consF titucional ;ue? e=pressa+ente? conte+pla a repristina$%o na hip@tese a;ui versada? pac8-ca a respeito. 2o+es Canotilho e 6ital Moreira escrevera+ a prop@sito Se o u8o de inconstitucionalidade afecta a validade da nor+a desde a sua ori!e+? de tal +odo ;ue a declara$%o de inconstitucionalidade possui efeitos e= tunc desde a oriF !e+ da nor+a9? ent%o h,Fde -car se+ efeito o pr@prio acto de revo!a$%o efectuado pela nor+a a-nal inconstitucional? pelo ;ue o u8o de inconstitucionalidade i+plica a repristina$%o ou reposi$%o e+ vi!or9 das nor+as ;ue tiF nha+ sido revo!adas. &VK. Disp
78
li$ncia de reei$%o deferida ao Supre+o Tri(unal 7ederal? consiste e+ re+over do ordena+ento positivo a +anifesta$%o estaF tal inv,lida e desconfor+e ao +odelo plas+ado na Carta Pol8tica? co+ todas as conse;[>ncias da8 decorrentes? inF clusive a plena restaura$%o de e-c,cia das leis e das norF +as afetadas pelo ato declarado inconstitucional. Esse poF der e=cepcional F ;ue e=trai a sua autoridade da pr@pria Carta Pol8tica F converte o Supre+o Tri(unal 7ederal e+ verdadeiro le!islador ne!ativo. &&3. RTJ? &:4:4&? &''"? D)n 4I3FM? rel. Min. Celso de Mello. d9 Situa$
79
de inconstitucionalidade anteriores / controle de constitucionalidade e+ tese? por via de a$%o direta? n%o se destina tutela de situa$ncia do Supre+o Tri(unal 7ederal paci-ca+ente crisF taliada nos ter+os da e+enta a se!uir transcrita Representa$%o por inconstitucionalidade de lei. / o(F etivo da representa$%o res!uardar a orde+ ur8dica inserida na Constitui$%o e+ vi!or ao te+po do seu auia+ento. Se a Constitui$%o dei=ou de vi!orar no curso da a$%o? esta -ca preudicada. B o ;ue se deu? no caso? e+ face do advento da Constitui$%o de &'AA. &&". RTJ? &3A4V4? &'A'? Rep. n. &.I""FP? rel. Min. Daci 7alc%o. 6ea+F se? no +es+o sentiF do? e+ +eio a diversas outras decis
80
se de a nor+a i+pu!nada ser ta+(+ inconstitucional e+ face da nova Constitui$%o. Tal possi(ilidade? ali,s? enfrentaria o o(st,culo da urispruF d>ncia consolidada de ;ue? sendo a nor+a anterior Constitui$%o? n%o se presta a controle por a$%o direta? por se encontrar revo!ada v. supra9. &&I. RTJ? &3'4&? &'A'? Rep. n. &.I3AFRJ? rel. Min. ldir Passarinho. / Superior Tri(unal de Justi$a? e+ a$%o civil pH(lica auiada para a defesa de interesses individuais ho+o!>neos dos +un8cipes e+ rela$%o co(ran$a de ta=a de ilu+ina$%o pH(lica ;ue se reputava ile!8ti+a? ad+itiu a +edida? consi!nando / inca(i+ento de a$%o direta de declara$%o de inconstitucionalidade? eis ;ue as leis +unicipais ns. 3IKK e 3K3AI s%o anteriores Constitui$%o do Estado? usti-ca? ta+F (+? o uso da a$%o civil pH(lica? para evitar as inu+er,veis de+andas udiciais econo+ia procesF sual9 e evitar decisnticas ;uestnticas ;uestncia do Supre+o Tri(unal 7ederal? por lon!o per8odo? ponto de vista diverso. EntendiaFse ;ue? +esF +o revo!ada a lei o(eto de ar![i$%o de inconstitucionalidade? su(sistia o interesse e+ prosse!uir co+ a a$%o? se+pre ;ue houvesse a possi(iliF dade de a lei ter produido efeitos e afetado situa$
81
inconstitucionalidade. Esse ac@rd%o ve+ sendo reiterado. De fato? deF cidiu o Plen,rio da Corte? por +aioria? e+ ul!a+ento su(se;[ente Revo!ada a lei ar![ida de inconstitucional? de se reconhecer? se+pre? a perda de o(eto da a$%o direta? reF velandoFse indiferente? para esse efeito? a constata$%o? ainF da casu8stica? de efeitos residuais concretos !erados pelo ato nor+ativo i+pu!nado. &&K. DJU? 3V+aio &'':?p. &33:K. &&A. 6. D)n '"F:FD7? rel. Min. 7rancisco Reeb? DJU? 3A a(r. &''"? p. K"KAF'. E+ i!ual sentido? v.RD? &'IK'? &'':? D)n 33&? rel. Min. Moreira lves? e RTJ? &I3K"&? &''I? D)n I"'FD7? rel. Min. Moreira lves. De +odo ;ue? presente+ente? lu da urisprud>ncia da +ais alta Corte? sendo revo!ada a lei contra a ;ual se auiou a$%o direta de inconstitucionalidade? perde o o(eto a a$%o proposta? ou? +ais tecnicaF +ente? veri-caFse a perda superveniente do interesse processual? haa vista ;ue a +edida dei=a de ser Htil e necess,ria. e9 or+as infraconstitucionais n%o recepcionadas pela Constitui$%o de &'AA J, se e=a+inou aci+a? e=austiva+ente? a cristalia$%o da urisprud>nF cia do Supre+o Tri(unal 7ederal no sentido de n%o ser ca(8vel a$%o direta de inconstitucionalidade na hip@tese de lei anterior Constitui$%o e+ vi!or. Mas? e+ casos concretos? os tri(unais? e? inclusive? a Supre+a Corte? t>+F se pronunciado so(re a recep$%o ou n%o de nor+as le!ais relevantes? editaF das antes de I de outu(ro de &'AA. Con-ra+Fse al!u+as delas. Confor+e esta(elecido pelo Supre+o Tri(unal 7ederal? n%o +ais su(siste+ as leis editadas so( re!i+es constitucionais anteriores ;ue deferia+ a titularidade do poder de a!ir? +ediante a$%o penal pH(lica? a +a!istrados? a autoridades policiais ou a outros a!entes ad+inistratiF vos? co+o sucedia co+ rela$%o aos cri+es +ilitares no +(ito do E=rF cito e das Pol8cias Militares. Constitui$%o deferiu ao Ministrio PHF (lico o +onop@lio da a$%o penal pH(lica art. &3'? )9. Essa cl,usula de reserva sofre apenas u+a e=ce$%o? constitucional+ente autoriada? na hip@tese sin!ular de inrcia do Par;uet art. I_? L)*9. &&'. 6. RTJ? &":"4'? &''V? RQC 4A."&:? rel. Min. Celso de Mello^ RTJ? &"I&V"3? &''&? RQC 4A.34I? rel. Min. SZdneZ Sanches^ RTJ? &"4334? &''&? QC 4A.IKA? rel. Min. Carlos 6elloso. B di!no de nota? i!ual+ente? ;ue a urisprud>ncia? na vi!>ncia da Carta de &'AA? -r+ouFse no sentido de n%o estare+ recepcionadas? e+ princ8pio? as li+ita$
82
do Tri(unal ou de seu r!%o Especial. Entendeu o Tri(unal n%o ser co+F pat8vel co+ o art. '"? )*? da Carta 7ederal? ;ue e=i!e ;ue todos os ul!aF +entos sea+ pH(licos? a proi(i$%o da presen$a do +a!istrado e seu advo!ado no recinto da sess%o? no +o+ento da vota$%o de ;ue resultou a pena de indisponi(ilidade. &3&. RT? 4'K&A"? &''"? RMS &.'"3? rel. Min. Costa Li+a. / +es+o Superior Tri(unal de Justi$a te+Fse pronunciado no senF tido de n%o se encontrare+ +ais e+ vi!or os par,!rafos do art. &I da Lei das Desapropria$ncia do do+8nio. %o? desde lo!o? na oportunidade do dep@sito prvio para -ns de i+iss%o provis@ria na posse do i+@vel. posi$%o do Supre+o Tri(unal 7edeF ral? co+ toda a v>nia devida? transi!e co+ a irresponsa(ilidade de !overnantes ;ue desapropria+ se+ os recursos necess,rios e d, ao PoF der PH(lico o (Wnus decorrente da +orosidade da usti$a. &33. penas o caput do art. &I do DecretoFLei n. "."4I:& foi recepcionado pela nova Carta. S%o inco+pat8veis co+o princ8pio constitucional da prvia eusta indenia$%o os de+ais par,!raF fos do art. &I referido? (e+ assi+ os arts. "_ e :_ do DecretoFLei n. &.VKIKV STJ? DJU? &4 nov. &''3? p. 3&&3K? REsp 334V:FSP? rel. Min. Pe$anha Martins9. o +es+o sentido o Tri(unal de Justi$a de S%o Paulo RT? 44'''? &''&?4K&&V:? &''&? e 4'4'"? &''"9. &3". RTJ? &I'&VI:?&''K?&4:"AK?&''A^ RT? KI3&3I? &''A. / Tri(unal de Justi$a do Estado de S%o Paulo entendeu ;ue o art. "4? ))? da Lei n. 4.I&IKK? ;ue previa co+o @(ice convers%o da separaF $%o e+ div@rcio o n%oFpa!a+ento de pens%o ali+ent8cia devida? n%o foi recepcionado. )sso por;ue o art. 334? ` 4_? da Constitui$%o n%o e=i!e outra coisa para o div@rcio ;ue n%o a separa$%o udicial por +ais de u+ ano nos casos e=pressos e+ lei? ou co+provada separa$%o de fato por +ais de dois anos. &3:. RT? 4'K4'? &''". Q, diver!>ncia na urisprud>ncia so(re a su(sist>ncia ou n%o? ap@s a Constitui$%o de &'AA? da nor+a ;ue per+ite a pris%o civil do alienante -duci,rio? u+a ve ;ue e;uiparado ao deposit,rio in-el DecretoFLei n. '&&4'? art. &_9. / Superior Tri(unal de Justi$a , considerou n%o ter sido a nor+a recepcionada? pois o art. I_? L*6))? da Constitui$%o e+ vi!or? ao o+itir a cl,usula -nal na for+a da lei? constante do art. &I"? ` &K? das Cartas de &'4KF4'? i+pediu ;ue se desse ao alienante -duci,rio o trata+ento de deposit,rio. 6eaFse elucidativo ac@rd%o Constitucional. Pris%o civil. Qa(eas corpus. lienaF $%o -duci,ria e+ !arantia. )nterpreta$%o do art. 44 da Lei
83
n. :.K3A4I? alterado pelo DecretoFlei n. '&&4'? e+ face do art. I_? L*6))? da Constitui$%o e+ vi!or. Cr8tica urisF prud>ncia -r+ada ao te+po da orde+ constitucional caF duca art. &I"? ` &K9. / instituto da aliena$%o -duci,ria e+ !arantia se traF du e+ u+a verdadeira a(erratio le!is. / credor -duci,rio n%o propriet,rio^ o devedor -duci,rio n%o deposit,rio^ o desapareci+ento involunt,rio do (e+ -duciado n%o seF !ue a +ilenar re!ra da res perit do+ino suo. Talve pudesF se con-!urar e+ penhor sine traditione rei? nunca e+ deF p@sito. / le!islador ordin,rio te+ se+pre co+pro+isso co+ a orde+ ur8dica esta(elecida. a verdade? o ;ue a lei DecretoFlei n. '&&4'? ao alterar o art. 44 da Lei de MercaF do de Capitais9 fe foi refor$ar a !arantia contratual +ediante pris%o civil? o ;ue contraria toda nossa tradi$%o ur8dica? ;ue te+ ra8es profundas no siste+a ur8dico ocidental. pris%o civil por d8vida do deposit,rio in-el? do art. I_? L*6))? da Constitui$%o? s@ pode ser a;uela tradicional CC? art. &34I9. &3I. RQC :.A:'FPR? DJU? && +ar. &''4? p. 444:? rel. Min. dhe+ar Maciel. o +es+o sentido? RT? K:"3V"? &''K? KI&3VK? &''A. o +(ito do Supre+o Tri(unal 7ederal? entretanto? o te+a , se paci-cou no sentido da recep$%o das nor+as do DecretoFLei n. '&&4'? e da conse;[ente constitucionalidade da pris%o civil na aliena$%o -duci,ria e+ !arantia pris%o de ;ue+ foi declarado? por decis%o udicial? co+o deposit,rio in-el constitucional? sea ;uanto ao dep@sito re!ula+entado no C@di!o Civil co+o no caso de aliena$%o prote!ida pela cl,usula -duci,ria. &34. RTJ? &4:3&"? &''A? QC K".V::FSP? rel. Min. Maur8cio Corr>a. Merece desta;ue? no particular? o voto vencido do Min. Marco urlio? no ;ual aver(ou Ca(e frisar ;ue foi supri+ida da Carta cl,usula? para al!uns? via(iliadora da e=tens%o ocorrida. de &'AA? ao contr,rio das de &'4K e &'4'? n%o reproduiu a refer>ncia na for+a da lei. Precisa? visando a evitar dHvidas? veio (alha co+ preceito cate!@rico proi(itivo da espcie de pris%o F por d8vida civil F e=ceto ;uanto aos dois casos su-ciente+ente de-nidos. ssi+? o +ecanis+o de prote$%o a al!uns credores? co+o o caso do -duci,rio? por sinal conhecido do Direito Ro+ano? ainda ;ue revestido? for+al e le!alF +ente? da roupa!e+ pr@pria ao dep@sito? n%o su(siste? por;uanto inco+pat8vel co+ os novos ares de+ocr,ticos e li(erais decorrentes da Carta de &'AA. Relativa+ente ao art. I_? L*)))? da Constitui$%o de &'AA? ;ue asse!uF ra ao preso o direito de per+anecer e+ sil>ncio? o Supre+o Tri(unal 7ederal considerou n%o recepcionado pela Constitui$%o a parte -nal do art. &A4 do C@di!o de Processo Penal onde se a-r+a ;ue o sil>ncio do ru
84
poder, ser interpretado e+ preu8o da pr@pria defesa. E+ verdadeira interpreta$%o construtiva do preceito constitucional? dele e=traindo o prinF c8pio do privil!io contra a autoFincri+ina$%o ne+o tenetur se dete!ere9? o Supre+o estendeuFo ta+(+ a ;ual;uer indiv8duo ;ue -!ure co+o o(eto de procedi+entos investi!at@rios policiais ou ;ue ostente? e+ u8o penal? a condi$%o ur8dica de i+putado? apesar de o te=to do inciso L*))) se referir so+ente ao preso. E? co+ (ase no referido princ8pio? entendeu n%o poder ser o indiciado co+pelido a fornecer padrFlo a seu alvedrio. Este o re!istro? e=e+pli-cativo e casu8stico? de al!u+as leis de +aior alcance ;ue t>+ sido pronunciadas co+o revo!adas? por inco+pati(iliF dade co+ a nova orde+ constitucional. &3K. RT? KI"I"A?&''A. &3A. RTJ? &:&I&3? &''3? QC 4A.'3'FSP? rel. Min. Celso de Mello. &3'. RT? K4VI:3?&'''? QC KK. &"IFAFSP? rel. Min. )l+ar 2alv%o. PRTE )) F )TERPRET01/ C/ST)TUC)/L Cap8tulo & MBT/D/S E C/CE)T/S CL5SS)C/S PL)CD/S )TERPRET01/ C/ST)TUC)/L &. )ntrodu$%o her+en>utica ur8dica u+ do+8nio te@rico? especulativo? cuo o(eto a for+ula$%o? o estudo e a siste+atia$%o dos princ8pios e re!ras de interpreta$%o do direito. interpreta$%o atividade pr,tica de revelar o conteHdo? o si!ni-cado e o alcance de u+a nor+a? tendo por -nalidade fa>Fla incidir e+ u+ caso concreto. aplica$%o de u+a nor+a ur8dica o +o+ento -nal do processo interpretativo? sua concretia$%o? pela efeF tiva incid>ncia do preceito so(re a realidade de fato. Esses tr>s conceitos s%o +arcos do itiner,rio intelectivo ;ue leva realia$%o do direito. CuiF da+ eles de apurar o conteHdo da nor+a? faer a su(sun$%o dos fatos e produir a re!ra -nal? concreta? ;ue re!er, a espcie. &. 6ea+Fse? por todos? 7rancesco 7errara? )nterpreta$%o e aplica$%o das leis? &'AK? p. &3K e s.^ Carlos Ma=i+iliano? Qer+en>utica e aplica$%o do direito? &'A&? p. &F&V^ /swaldo ranha anF deira de Mello? Princ8pios !erais de direito ad+inistrativo? &'4'? p. ":3^ Lu8s 7ernando Coelho? L@!ica ur8dica e interpreta$%o das leis? &'K'? p. I" e s. 6.? ta+(+? Jos lfredo de /liveira aracho? Qer+en>utica constitucional? RDP? I'F4V:4? &'A&? p. :' e s.? onde se fa a+plo levantaF +ento da doutrina estran!eira so(re o te+a. 3. a pertinente anota$%o de Recasns Siches? o processo de produ$%o do direito continua na o(ra do intrprete? a ;ue+ ca(e? n%o a valora$%o a(strata? +as a valora$%o concreta ueva -losof8a
85
de la interpretaci@n del derecho? &'AV? p. 3AAF'9. interpreta$%o constitucional e=i!e? ainda? a especi-ca$%o de u+ outro conceito relevante? ;ue o de constru$%o. Por sua naturea? u+a Constitui$%o cont+ predo+inante+ente nor+as de princ8pio ou esF ;ue+a? co+ !rande car,ter de a(stra$%o. DestinaFse a Lei Maior a alF can$ar situa$utica constitucional? RDP? I'F4V:4? p. :K. interpreta$%o constitucional serveFse de al!uns princ8pios pr@prios e apresenta especi-cidades e co+ple=idades ;ue lhe s%o inerentes. Mas isso n%o a retira do +(ito da interpreta$%o !eral do direito? de cua naturea e caracter8sticas partilha. e+ poderia ser diferente? vista do princ8pio da unidade da orde+ ur8dica e do conse;[ente car,ter Hnico de sua interpreta$%o. de+ais? e=iste u+a cone=%o inafast,vel entre a interpreta$%o constitucional e a interpreta$%o das leis? de ve ;ue a uF risdi$%o constitucional se realia? e+ !rande parte? pela veri-ca$%o da co+pati(ilidade entre a lei ordin,ria e as nor+as da Constitui$%o. I. este sentido? vea+Fse . Laren? Metodolo!8a de la ciencia del derecho? &'AV^ l(erto Ra+@n Real? Los +todos de interpretaci@n constitucional? RDP? I"FI:IV? &'AV? p. I&^ Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? &'A"? t. 3? p. 33K^ Jos lfredo de /liveira aracho? Qer+en>utica constitucional? RDP? I'F4V:4? p. :'. 6ea+Fse? para u+a a+pla discuss%o so(re o te+a? co+ levanta+ento do !rupo +inorit,rio de autores ;ue defende opini%o contr,ria? Pietro Merola
86
Chierchia? Ljinterpretaione siste+atica della Costituione? &'KA? p. AK e s.? e RaHl Canosa Usera? )nterpretaci@n constitucional Z f@r+ula pol8tica? &'AA? p. &F4. 4. 6. Car+elo Car(one? Linterpretaione delle nor+e costituionali? &'I&? p. && La teoria delljinterpretaione non pu che essere unica? poichq le nor+e delljinterpretaione? che pon!ono le (asi del procedi+ento interpretativo? ri!uardano ljintero ordina+ento !iuridico. 6ea+Fse? ta+(+? l(erto Ra+@n Real? Los +todos de interpretaci@n constitucional? RDP? I"F I:IV? p. I&? e Ricardo Lo(o Torres? or+as de interpreta$%o e inte!ra$%o do direito tri(ut,rio? &'AA? p. &&'. K. 6. Ricardo Lo(o Torres? or+as de interpreta$%o e inte!ra$%o do direito tri(ut,rio? cit.? p. &&'F3V? e JerZ r@(lewsbi? Constituci@n Z teor8a !eneral de la interpretaci@n ur8dica? &'AA? p. ':. s Constitui$ncia das leis? direito interte+poral e direito internacional privado? consa!rou apenas duas proposi$ncias do (e+ co+u+9. doutrina conver!e no sentido de ;ue as nor+as so(re interF preta$%o? ainda ;uando constantes do C@di!o Civil ou de u+ te=to ;ue se lhe anteponha? reveste+Fse de cunho +aterial+ente constitucional. A. ntonio Pensovecchio Li assi? Ljinterpretaione delle nor+e costituionali? &'K3? p. ":. Ricardo Lo(o Torres or+as de interpreta$%o e inte!ra$%o do direito tri(ut,rio? cit.? p. &V9 le+(ra u+a e=ce$%o? representada pela Constitui$%o do M=ico? ;ue? no ` :_ do art. &:? esta(elece ;ue la sentencia de-nitiva dever, ser confor+e a la letra o a la interpretaci@n ur8dica de la leZ. '. 6.? ta+(+? CPC? art. &34? onde se fa? i!ual+ente? refer>ncia analo!ia? aos costu+es e aos princ8pios !erais de direito. /s C@di!os Civis espanhol e portu!u>s cont>+ detalhadas? por vees proli=as? nor+as so(re interpreta$%o ur8dica. Ricardo Lo(o Torres? or+as de interpreta$%o e inte!ra$%o do direito tri(ut,rio? cit.? p. 4 e s.? fa u+ a+plo levanta+ento so(re nor+as de interpreta$%o constantes dos C@di!os Civis de pa8ses europeus? co+o 7ran$a? le+anha? 5ustria?
87
)t,lia e Su8$a. &V. esse sentido? Raul Canosa Usera? )nterpretaci@n constitucional Z f@r+ula pol8tica? cit.? p. AAF'? Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? cit.? t. 3? p. 3"VF&? e 7ran 7i!ueiredo? )ntrodu$%o interpreta$%o constitucional? R)LS7? AK&KI? &'AI? p. &':FI. Toda nor+a ur8dica? e? ipso facto? toda nor+a constitucional? preF cisa ser interpretada. )nterpreta+Fse todas as leis? sea+ claras ou o(scuF ras? pois n%o se deve confundir a interpreta$%o co+ a di-culdade de interpreta$%o. %o se partilha? a;ui? da posi$%o de onrad Qesse? ;ue ne!a o car,ter de interpreta$%o atividade de revelar o conteHdo da nor+a constitucional ;uando n%o se suscita+ dHvidas. E+(ora haa recuperado al!u+ prest8!io ap@s dcadas de reei$%o? a +,=i+a in claris cessat interpretatio h, de ter? t%oFso+ente? o sentido de reconheci+ento de ;ue a ona de clarea e=istente na lei enfra;uece a atividade do intrF prete? +as n%o o condena a u+a acr8tica interpreta$%o literal. &&. Car+elo Car(one? Ljinterpretaione delle nor+e costituionali? cit.? p. &"^ Paulo onavides? Curso de direito constitucional? &''"? p. "I4FK^ Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? cit.? t. 3? p. 33:. &3. 7rancesco 7errara? )nterpreta$%o e aplica$%o das leis? cit.? p. &3'. &". onrad Qesse? La interpretaci@n constitucional? in Escritos de derecho constitucional? &'A"? p. "I e s. a verdade? o ilustre autor ale+%o distin!ue entre +era atua$%orealia$%o da Constitui$%o? co+o ato sin!elo ou +es+o inconsciente de cu+pri+ento de suas nor+as^ co+preF ens%o? ;ue a atividade desenvolvida ;uando o te=to le!al claro e preciso^ e interpreta$%o propriaF +ente dita? ;ue a tarefa +ais co+ple=a de revelar o sentido da nor+a? ;uando a Constitui$%o n%o oferece u+a resposta concludente. &:. 6ea+Fse l8pio da Silveira? Qer+en>utica no direito (rasileiro? &'4A? v. 3? p. "V? e Ricardo Lo(o Torres? or+as de interpreta$%o e inte!ra$%o do direito tri(ut,rio? cit.? p. :I. / o(eto da interpreta$%o constitucional a deter+ina$%o dos si!ni-F cados das nor+as ;ue inte!ra+ a Constitui$%o for+al e +aterial do EstaF do. Essa interpreta$%o pode assu+ir duas +odalidades a9 a da aplica$%o direta da nor+a constitucional? para re!er u+a situa$%o ur8dica F por e=e+plo a aposentadoria de u+ funcion,rio? o reconheci+ento de u+a i+unidade tri(ut,ria? a realia$%o de u+ ple(iscito so(re a fus%o de dois estados etc.^ (9 ou a de u+a opera$%o de controle de constitucionalidade? e+ ;ue se veri-ca a co+pati(ilidade de u+a nor+a infraconstitucional co+ a Constitui$%o. o pri+eiro caso? a nor+a constitucional incide co+o ;ual;uer outra? e? se for instituidora de u+ direito su(etivo? ensear, a tutela udicial? caso n%o sea cu+prida espontanea+ente. o se!undo? a nor+a n%o vai re!er ;ual;uer situa$%o individual? n%o vai ser aplicada a ;ual;uer caso concreto? funcionando co+o +ero paradi!+a e+ face do
88
;ual se vai aferir a validade for+al ou +aterial de u+a lei inferior. &I. J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? &''&? p. 3&: )nterpretar as nor+as consF titucionais si!ni-ca co+o toda interpreta$%o de nor+as ur8dicas9 co+preender? investi!ar e +ediatiar o conteHdo se+ntico dos enunciados lin![8sticos ;ue for+a+ o te=to constitucional. interpreta$%o constitucional reconduFse? pois? atri(ui$%o de u+ si!ni-cado a u+ ou v,rios s8+F (olos lin!u8sticos escritos na constitui$%o. &4. Captando essa dualidade? , assinalada pela doutrina italiana? anotou 7rederico Mar;ues Ouando o tri(unal e=erce suas atri(ui$ncia e=pressa a9 a superioridade hier,r;uica^ (9 a naturea da lin!ua!e+^ c9 o conteHdo espec8-co^ d9 o car,ter pol8tico. &K. Diversos autores procura+ assinalar os fatores ;ue confere+ especi-cidade s nor+as constitucionais e sua interpreta$%o. catalo!a$%o aci+a n%o coincide co+ a de nenhu+ deles? e+(ora haa? evidente+ente? certas superposi$Nes. 6ea+Fse? por todos? J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. 3&I e s.^ Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? cit.? t. 3? p. 33I e s.^ Celso Ri(eiro astos? Curso de direito constitucional? &''V? p. &V" e s.^ RaHl Canosa Usera? )nterpretaci@n constitucional Z f@r+ula pol8tica? cit.? p. I' e s. superioridade ur8dica? a superle!alidade? a supre+acia da
89
Constitui$%o a nota +ais essencial do processo de interpreta$%o constitucional. B ela ;ue confere Lei Maior o car,ter paradi!+,tico e su(ordinante de todo o ordena+ento? de for+a tal ;ue nenhu+ ato ur8dico possa su(sistir valida+ente no +(ito do Estado se contravier seu sentido. Essa supre+acia se a-r+a +ediante os diferentes +ecaF nis+os de controle de constitucionalidade. / te+a o(eto de an,liF se +ais aprofundada lo!o adiante v. infra9. naturea da lin!ua!e+ constitucional? pr@pria veicula$%o de norF +as principiol@!icas e es;ue+,ticas? fa co+ ;ue estas apresente+ +aior a(ertura? +aior !rau de a(stra$%o e? conse;[ente+ente? +enor densidaF de ur8dica. Conceitos co+o os de i!ualdade? +oralidade? fun$%o social da propriedade? usti$a social? (e+ co+u+? di!nidade da pessoa hu+aF na? dentre outros? confere+ ao intrprete u+ si!ni-cativo espa$o de discricionariedade. / pro(le+a dessa li(erdade de confor+a$%o na interpreta$%o udicial +ais a!udo nos pa8ses de Constitui$%o sinttica? onde a plasticidade de certas cl,usulas !enricas ad+ite varia$ncia. &A. E+(ora sea u+ te+a +ais estudado no ca+po do direito ad+inistrativo? ta+(+ os u8es e=erce+ co+pet>ncias discricion,rias. Qaver, discri$%o udicial se+pre ;ue se possa conceF (er ;ue a nor+a ad+ita +ais de u+a interpreta$%o rao,vel. )sso ocorrer, nos cha+ados hard cases? casos dif8ceis? e+ ;ue se a(re+ para o aplicador da lei possi(ilidades diversas? todas rao,F veis e dentro do delinea+ento le!al. So(re o te+a? veaFse o insti!ante tra(alho de hron arab? Ministro da Supre+a Corte de )srael? pu(licado nos Estados Unidos so( o t8tulo de Judicial discretion? &''&. ri!or tcnico? h, pro=i+idade? +as n%o superposi$%o? entre conceitos uridica+ente indeter+inados e poder discricion,rio. %o se aprofundar, a;ui a ;uest%o? ;ue poder, ser estudada e+ Jos Carlos ar(osa Moreira? Re!ras de e=peri>ncia e conceitos uridica+ente indeter+inados? in Te+as de direito processual? :# srie? &'AA? p. 4IF4. distin$%o ta+(+ feita por Piero Cala+andrei? /pere !iuridiche? &'4I? v. &? p. :V? ;ue? ap@s analisar as duas -!uras? concluiu Se discreionalit? feno+eno attinente alla volont e non allintelli!ena? pu vedersi ;uale il !iudice q in un certo senso ar(itro della decisione da darsi al caso concreto? di discreionalit non si pu certo parlare ;uando ljattivit del !iudice +ira esclusiva+ente? anichq a decidere? a inte!rare e dichiarare la nor+a !iuridica? sotto la !uida di re!ole che non sono scritte nel diritto positivo? +a che sono vive nella cosciena del consociati.
90
&'. 6. J. J. 2o+es Canotilho? Canotilho ? Direito constitucional? constituc ional? cit.? p. 3&4? onde se l> Situadas no vrtice da pir+ide nor+ativa? as nor+as constitucionais apresenta+? e+ !eral? u+a +aior a(ertura e? conse;[ente+ente? u+a +enor densidade9 ;ue ; ue torna indispens,vel u+a opera$%o de concretia$%o na ;ual se reconhece s entidades aplicadoras u+ espa$o de confor+a$%o li(erF dade de confor+a$%o? discricionariedade9 +ais ou +enos a+plo. 3V. Dio!o de 7i!ueiredo Moreira eto? /(serva$e+ u+ fato e a ele atri(ue+ u+a deter+inada conse;[>ncia ur8dica. 3&. Qer+es Li+a? )ntrodu$%o ci>ncia do direito? &'::? p. &&&. E=iste? por certo? na Constitui$%o certa ;uantidade de nor+as dessa naturea? prescrevendo co+porta+entos e !erando direitos e o(ri!a$+ u+ car,ter instru+ental e precede+? lo!ica+ente? a incid>ncia das de+ais. B ;ue? al+ de estruturare+ or!anica+ente o Estado? as re!ras dessa naturea discipliF na+ a pr@pria cria$%o e aplica$%o das nor+as de conduta. s nor+as de or!ania$%o n%o cont>+ a previs%o a(strata de u+ fato? cua ocorr>nF cia efetiva deXa!ra efeitos ur8dicos. 6ale 6ale dier n%o se apresenta+ co+o u8os hipotticos. Elas possue+ [+ efeito efeito constitutivo i+ediato das situa$ncias. %o fora assi+? a Constitui$%o n%o cu+prida o seu papel funda+ental de
91
estruturar o Estado. 6ea+Fse? ta+(+? Celso Ri(eiro astos e Carlos Zres de ritto? )nterpreta$%o e aplica(ilidade das nor+as constitucionais? &'A3. 3". 6. Mi!uel Reale? Li$+ elas disposi$ncia? as potencialidades ;ue oferece+ s%o distintas e o intrprete e aplicador da nor+a te+ de ser atento a isso. 3:. So(re este te+a? v. nosso / direito constitucional e a efetividade de suas nor+as? &''"? p. &V' e s. 6ea+Fse? 6ea+Fse? ta+(+ Pontes de Miranda? Co+ent,rios Constitui$%o de &'4K? co+ a E+enda Constitucional n. &? de &'4'? p. &34FK^ Celso ntWnio andeira de Mello? E-c,cia das nor+as constitucionais so(re a usti$a social? tese apresentada )* Confer>ncia acional da /rF de+ dos dvo!ados do rasil? 7lorian@polis? &'A3? p. &A e 3'^ Rosah Russo+ano? Das nor+as constitucionais pro!ra+,ticas? in s tend>ncias atuais do direito pH(lico? &'K4? p. 3A&? e Jos fonso da Silva? plica(ilidade das nor+as constitucionais? constitucionais? &'A3? p. &'. Por -+? as nor+as constitucionais s%o pol8ticas ;uanto sua ori!e+? ;uanto ao seu o(eto e ;uanto aos resultados de sua aplica$%o. De fato? a Constitui$%o resulta do poder constituinte ori!in,rio? tido co+o poder pol8tico funda+ental. Sea(ra 7a!undes a(re sua o(ra cl,ssica co+ a a-r+a$%o de ;ue o poder constituinte? +anifesta$%o +ais alta da vontade coletiva? cria ou reconstr@i o Estado? atravs da Constitui$%o. percepF $%o te@rica da e=ist>ncia desse poder +ais elevado? superior orde+ ur8F dica institu8da? re+onta antevspera da revolu$%o francesa? e+(ora tenha sido posto e+ pr,tica pela pri+eira ve na consu+a$%o do processo de e+ancipa$%o dos Estados Unidos da +rica. /u? a ri!or tcnico? co+ a revolu$%o in!lesa e a a-r+a$%o a-r+a $%o do Parla+ento e+ face do +onarF ca? e+ &4A'? verdadeiro +arco do constitucionalis+o +oderno. 3I. Jos lfredo de /liveira aracho? Processo constitucional? &'A:? p. "II. 34. M. Sea(ra 7a!undes? / controle dos atos ad+inistrativos pelo Poder Judici,rio? &'K'? p. ". 3K. E++anuel Joseph SieZqs? OuestFce ;ue le Tiers Btat? editado e+ &KA'. Q, u+a vers%o
92
portu!uesa so( o t8tulo de Constituinte (ur!uesa? &'A4. 3A. /(ra cl,ssica so(re esse per8odo a de 2ordon S. ood? The creation of the +erican Repu(lic? &KK4F&KAK? &'K3. De -na ironia a constata$%o de Qannah rendt? e+ seu /n revolution. &'AK triste verdade na +atria ;ue ; ue a Revolu$%o 7rancesa? ;ue aca(ou e+ desastre? in!ressou na hist@ria +undial? en;uanto a Revolu$%o +ericana? de sucesso t%o retu+(ante? per+aneceu co+o u+ evento +enor. 3'. 6ea+Fse? so(re o te+a? Maurice Duver!er? Duver!er? )nstituciones pol8ticas e derecho constituF cional? &'A:? p. :: e s.^ Marcelo Caetano? Direito constitucional? &'AK? v. v. &? p. 4K e s.^ Luis S,nche !esta? Curso de derecho constitucional constitucional co+parado? &'AA? p. &VK e s. De toda sorte? o poder constituinte revolucion,rio nas suas ra8es hist@ricas e pol8tico na sua ess>ncia. Ele representa u+ +o+ento prF ur8dico e? ;uando e=ercido e+ conte=to de+ocr,tico? e=pressa u+ +oF +ento de especial a!lutina$%o e civis+o do povo de u+ Estado. o caso da Constitui$%o (rasileira de &'AA? o poder constituinte so+ente veio a ser e=ercido? fundado na so(erania popular? popular? ap@s lon!o e penoso per8odo de transi$%o? ;ue sucedeu a fase +ais a!uda da ditadura +ilitar. +ilitar. pesar do +odelo transacional ;ue enseou sua convoca$%o? n%o se deve des+erecer o fato de ;ue a sse+(lia Constituinte foi o ponto cul+inante de u+ tor+entoso processo de resist>ncia de+ocr,tica? ;ue desa!uou e+ u+ caudaloso +ovi+ento de participa$%o popular na dcada de AV. despeito de seu car,ter pol8tico? a Constitui$%o +aterialia a tenF tativa de convers%o do poder pol8tico e+ poder ur8dico. Seu o(eto u+ esfor$o de uridicia$%o do fenW+eno pol8tico. Mas n%o se pode pretender o(etividade plena ou total distancia+ento das pai=ncias de !overno? ad+inistrativas? tri(ut,rias? al+ da co+ple=a deli+ita$%o dos direitos dos cidad%os e suas rela$ncia de 7erdinand 7erdinand Lassalle? preF cursor do constitucionalis+o sociol@!ico? e+ ess>ncia da Constitui$%o? &'AI? p. :'? onde se reproF du te=to de confer>ncia proferida e+ &A4" /s pro(le+as constitucionais n%o s%o pro(le+as de
93
direito? +as do poder^ a verdadeira verd adeira Constitui$%o de u+ pa8s so+ente te+ por (ase os fatores reais e efetivos do poder ;ue na;uele pa8s vi!e+? e as Constitui$+ valor ne+ s%o dur,veis? a n%o ser ;ue e=pri+a+ -el+ente os fatores do poder ;ue i+pera+ na realidade social. "&. Mauro Cappelletti? / controle udicial de constitucionalidade das leis no direito co+paF rado? &'A:? p. &&:. o +es+o sentido? vea+Fse Castro unes? Teoria Teoria e pr,tica do Poder Judici,rio? &':"? p. I'K? e M. Sea(ra 7a!undes? fun$%o pol8tica do Supre+o Tri(unal 7ederal? 7ederal? RDP? RDP? :'FIVK? &'K'? p. A. E+ E + voto proferido no Supre+o Tri(unal 7ederal? 7ederal? e n%o se+ certo e=a!ero? pronunciouFse The+8stocles rand%o Cavalcanti a interpreta$%o da Constitui$%o n%o se deve levar e+ conta so+ente a inten$%o do le!islador? le!islador? o sentido e a si!ni-ca$%o das palavras? o racioc8nio l@!ico no processo de interpreta$%o? +as principal+ente o sentido pol8tico da interpreF ta$%o? considerandoFse a Constitui$%o co+o u+ diplo+a pol8tico Supre+o Tri(unal 7ederal? Representa$ncia de fatores pol8ticos na interpreta$%o constitucional. racionalidade total? co+o (e+ perce(eu Qesse? n%o atin!8vel no direiF to constitucional. )sso n%o si!ni-ca ;ue se deva renunciar a ela? +as si+ (uscar a racionalidade poss8vel. interpreta$%o da Constitui$%o? a despeito do car,ter pol8tico do o(eto e dos a!entes ;ue a leva+ a efeito? u+a tarefa ur8dica? e n%o pol8tica. SueitaFse? assi+? aos cnones de racionalidade? o(etividade e +otiva$%o e=i!8veis das decisncias pol8ticas de suas decisncia consta da )ntrodu$%o escrita por Pedro Cru 6illal@n. "". RaHl Canosa Usera? Gnterpretaci@n constitucional Z f@r+ula pol8tica? cit.? p. &3&? transF creve o ponto de vista diver!ente de Loewenstein L oewenstein e Lei(hol na +atria? co+ o ;ual n%o se est, de acordo.
94
":. /tto acho? acho? Der 6erfassun!srichter wischen Recht und Politib? p. "V3F"? adaptado da cita$%o feita por 2arc8a de Enterr8a? La Constituci@n co+o nor+a Z el Tri(unal Constitucional? &''&?p. &A"F:. ". Conceitos? classi-ca$ncia da ;uaseFtotaliF dade da doutrina para a linha o(etiva. Para esse entendi+ento ta+F (+ se orientou o Tri(unal Constitucional 7ederal 7ederal ale+%o? ;ue e+ deF cis%o reiterada e+ inH+eros ul!ados assentou 7unda+ental para interpretar un precepto le!al es la voluntad o(etiva del le!islador +anifestada a travs de dicho precepto Z tal co+o se deduce del te=to Z del conte=F to de la disposici@n le!al. o es? por el contrario? fundaF +ental la idea su(etiva de los @r!anos ;ue participan en el proceso le!islativo? o deter+inados de sus +ie+(ros? acerca del si!ni-cado de la disposici@n. "I. Paulo onavides? Curso de direito constitucional? &''"? p. "A&. 6. ta+(+ arl Laren? Metodolo!8a de la ciencia del derecho? &'AV? p. 3IV e s. "4. Pietro Merola Chierchia? Ljinterpretaione siste+atica della Costituione? &'KA? p. 3VA? ap@s reproduir a li$%o de Coviello? De Ru!!iero? Crisafulli? Pierandrei e 2rasso? concluiu Su ;uesta linea conver!e la ;uasi totalit della dottrina de!li ulti+i decenni. "K. 6erf2E? 6erf2E? &?3''"&39. &?3''"&3 9. 6. onrad Qesse? Escritos de derecho constitucional? cit.? p. "A. De fato? u+a ve posta e+ vi!or? vi!or? a lei se desprende do co+ple=o de pensa+entos e tend>ncias ;ue ani+ara+ seus autores. )sso tanto +ais verdade ;uanto +ais se distancie no te+po o in8cio de vi!>ncia da lei. / intrprete? ensinou 7errara? 7errara? deve (uscar n%o a;uilo ;ue o le!islador ;uis? +as a;uilo ;ue na lei aparece o(etiva+ente ;uerido a +ens le!is e n%o a +ens le!islatoris. %o ? propria+ente? ;ue a vontade su(etiva do le!islador de ocasi%o sea inteira+ente indiferente. / ;ue re+arca+ os o(etivistas ;ue ela n%o deter+inante e deve concorrer co+ outros todos fatores relevantes. Co+ a!udea? e n%o se+ certa ironia? RaHl Canosa Usera o(serva ;ue a preponderncia entre a vontade do le!islador ou da lei depender,? se+pre? de u+a terceira vontade a do intrprete atual. "A. 7rancesco 7errara? )nterpreta$%o e aplica$%o das leis? cit.? p. &"I. a feli s8ntese de Peter Schneider? Schneider? a lei +ais s,(ia ;ue o le!islador Prinipien der 6erfassun!sinterpretation? 6erfassun!sinterpretation?
95
&'4"? apud Paulo onavides? Curso de direito constitucional? cit.? p. "K&9. 6ea+Fse? ainda? so(re o te+a Trcio Sa+paio 7erra Jr.? ci>ncia do direito? &'AV? p. KVF&? e Manuel . Do+in!ues de ndrade? Ensaio so(re a teoria da interpreta$%o das leis? &'KA? p. &I. "'. infried ru!!er? Le!al interpretation? schools of urisprudence? and anthropolo!Z so+e re+arbs fro+ a 2er+an point of view? +erican Journal of Co+parative Law? :3"'I? &'':? p. :V&. :V. RaHl Canosa Usera? )nterpretaci@n constitucional Z f@r+ula pol8tica? cit.? p. &K. Curiosa+ente? essa discuss%o foi reavivada ao lon!o das Hlti+as dcadas? nos Estados Unidos? contrapondo ori!inalistas e n%oF ori!inalistas. p@s dois per8odos sucessivos e+ ;ue a Supre+a Corte apresentou u+ per-l nitida+ente pro!ressista? a-r+ativo de novos diF reitos e de prote$%o das +inorias? articulouFse u+ a+plo +ovi+ento de rea$%o conservadora. Co!no+inado de ori!inalis+o? fundaFse ele na tese de ;ue o papel do intrprete da Constitui$%o (uscar a inten$%o ori!inal the ori!inal intent9 dos ela(oradores da Carta? a(stendoFse de i+por suas pr@prias cren$as ou prefer>ncias. :&. So( a presid>ncia de Earl arren &'I"F&'4'9 e de arren ur!er &'4'F&'A49. s HltiF +as duas dcadas? todavia? t>+ assistido ao esfor$o para desfaer o le!ado anterior? so(retudo da Corte arren. uscouFse? assi+? u+a +etodolo!ia ;ue su(stitu8sse a discri$%o udicial por u+ critrio +ais o(etivo ou neutro. Para tanto? n%o (astava voltar tradi$%o conservadora de colocar >nfase nos precedentes F as stare decisis F? por;ue era+ precisa+ente os precedentes ;ue os conservadores pretendia+ refor+ar. essa (usca de u+a +etodolo!ia ;ue per+itisse a revis%o dos avan$os da Corte? so(retudo e+ casos co+o Roe vs. ade v. infra9? ;ue se che!ou a u+ revival do ori!inalis+o e do te=tualis+o v. Morton J. Qorwit? 7oreword the Constitution of chan!e le!al funda+entalitZ without funda+entalis+? Qarvard Law Review? &VK"V?&''"? p. ":FI9. :3. So(re o te+a? v. The !reat de(ate interpretin! our written Constitution? coletnea pu(licada por The 7ederalist SocietZ? s. d.? co+ te=tos de Edwin Meese? illia+ rennan Jr.? John Paul Stevens? Ro(ert orb e Ronald Rea!an. / te+a? co+o se disse? foi reaviva do na Hlti+a dcada? +as anti!o. o ul!a+ento de Qo+e uildin! and Loan ssociation vs. laisdell? 3'V U. S. "'A? p. :I& e :I" &'":9? , a-r+ara o Justice Sutherland Hnica -nalidade da interpreta$%o? ;uando se refere a disposi$
96
efeito inten$%o de seus redatores e do povo ;ue as adotou. 6eaFse? ta+(+? er!er? 2overn+ent (Z JudiciarZ. The transfor+ation of the fourteenth +end+ent? &'KK. Para os ori!inalistas? o ativis+o udicial? as constru$ncias su(etivas pessoais F te+ sido ;uestionada co+ vee+>ncia? tanto no de(ate acad>+ico co+o na pr,tica pol8tica. tenF tativa de al$ar Supre+a Corte Ro(ert orb? u+ dos principais ide@lo!os do ori!inalis+o? fracassou ap@s a+plo +ovi+ento de reei$%o no+eaF $%o feita pelo Presidente Rea!an. B certo? todavia? ;ue a Supre+a CorF te? ap@s a no+ea$%o de diversos Ministros conservadores? e so( a presiF d>ncia de illia+ Rehn;uist? u+ ori!inalista? tornouFse u+ tri(unal se+ a i+portncia pol8tica e se+ o (rilho de outras pocas. ::. 6ea+Fse por todos? e+ +eio a inH+eros escritos? Q. Jeerson Powell? Rules for ori!inalists? 6ir!inia Law Review? K"4I'? &'AK? e Morton J. Qorwit? 7oreword the Constitution of chan!e...? Qarvard Law Review? &VK"V? p. :& e s. :I. So(re o te+a? v. Morton J. Qorwit? The (orb no+ination and +erican constitutional historZ? SZracuse Law Review? "'&V3'? &'AA. :4. Para u+ de(ate e+ l8n!ua portu!uesa so(re o te+a? vea+Fse dois pe;uenos te=tos pu(liF cados na Revista de Direito PH(lico? '"I Ro(ert orb? / ;ue pretendia+ os fundadores? p. 4 e s.? e Laurence Tri(e? /s li+ites da ori!inalidade? p. ' e s. 6.? ta+(+? Enri;ue lonso 2arc8a? La interpretaci@n de la Constituci@n? &'A:? p. &"A e s. (9 )nterpreta$%o constitucional le!islativa? ad+inistrativa? udicial? douF trin,ria e aut>ntica Dei=ouFse re+arcado? anterior+ente? ;ue a interpreta$%o constituF cional? se+ e+(ar!o de suas especi-cidades? situaFse no +(ito da inF terpreta$%o ur8dica e+ !eral. SueitaFse? assi+? s cate!orias e+ ;ue tradicional+ente se classi-ca a interpreta$%o. %o se pretende? a;ui? e=plorar e+ +aior profundidade esse t@pico? ;ue te+ +erecido valiosos
97
estudos? tanto na doutrina nacional ;uanto na estran!eira. refer>ncia ;ue adiante se fa a cada u+a das varia$utica e aplica$%o do direito? &'A&^ l8pio Silveira? Qer+en>utica no direito (rasileiro? &'4A^ Lui 7ernando Coelho? L@!ica ur8dica e interpreta$%o das leis? &'K'^ Paulo atista? Co+p>ndio de her+en>utica ur8dica? &'A:^ M,rio 7ranen de Li+a? Da interpreta$%o ur8dica? &'II^ Ru(ens Li+on!i 7ran$a? Ele+entos de her+en>utica e aplica$%o do direito? &'A:^ 7ran$ois 2nZ? Mthode d interpretation et sources en droit priv positif? &'"3^ E+ilio etti? Teoria !enerale della interpretaione? &'II^ Ma= scoli? La interpretaci@n de las leZes? &':K^ 7rancesco 7errara? )nterpreta$%o e aplica$%o das leis? &'AK^ 2enaro Carri@? otas so(re derecho Z len!ua!e? &'K'^ Rudolph von )herin!? -nalidade do direiF to? &'K'^ Luis Recasns Siches? ueva -losof8a de la interpretaci@n del derecho? &'AV^ Manuel . Do+in!ues de ndrade? Ensaio so(re a teoria da interpreta$%o das leis? &'AK. interpreta$%o e+ !eral? e? ipso facto? a interpreta$%o constitucioF nal? poder, ser? ;uanto sua ori!e+? le!islativa? ad+inistrativa e udiF cial. l!uns autores acrescenta+ a interpreta$%o doutrin,ria? +erecendo ainda refer>ncia a possi(ilidade de u+a interpreta$%o constitucional auF t>ntica. Ouanto aos resultados ou e=tens%o? ela poder, ser declarat@ria? e=tensiva ou restritiva. E ;uanto aos +todos? ou? +ais propria+ente? ;uanto aos ele+entos de interpreta$%o? ela ser, !ra+atical? hist@rica? siste+,tica e teleol@!ica. :A. 6. Qector 7i= a+udio? l!unos aspectos de la interpretaci@n constitucional en el ordena+iento +e=icano? Co+parative Judicial Review? 34'FK&? &'K:? p. KIFA"? apud Jos lfredo de /liveira aracho? Qer+en>utica constitucional? RDP? I'F4V:4? p. I:. :'. Para u+ +aior desenvolvi+ento do te+a da interpreta$%o le!islativa? ad+inistrativa e udicial? veaFse o valioso tra(alho de nna Candida da Cunha 7erra? Processos infor+ais de +udan$a da Constitui$%o? cit.? p. 4: e s.? (e+ co+o o denso arti!o de Jos lfredo de /liveira aracho? Qer+en>utica constitucional? RDP? I'F4V:4? p. I: e s. interpreta$%o da Constitui$%o e=ercida por @r!%os dos tr>s PodeF res estatais. ssi+ se passa? e+ pri+eiro lu!ar? para deli+ita$%o de sua pr@pria esfera de co+pet>ncias. de+ais? cada u+ deles precisa deter+iF nar o conteHdo de nor+as constitucionais no dese+penho de suas atividaF des. interpreta$%o constitucional le!islativa i+p
98
$ncia da Carta de &A3:. CuidaFse da cle(re Lei de )nterpreta$%o Lei n. &VI? de &3F IF&A:V9? ;ue reduiu o conteHdo e o alcance das inova$ncia a ele t>+ reconhecido o poder de dei=ar de aplicar os atos le!islativos ;ue considere inconstitucionais. I&. 6. Lu8s Ro(erto arroso? Poder E=ecutivo F lei inconstitucional F descu+pri+ento? parecer pu(licado e+ RD? &A&F&A3"AK? &''V? co+ levanta+ento da doutrina e da urisprud>ncia so(re a +atria. E? na urisprud>ncia do Supre+o Tri(unal 7ederal /s Poderes E=ecutivo e Le!islativo? por sua Che-a F e isso +es+o te+ sido ;uestionado co+ o alar!a+ento da le!iti+a$%o ativa na a$%o direta de inconstitucionalidade F? pode+ t%oFs@ deter+inar aos seus @r!%os su(ordiF nados ;ue dei=e+ de aplicar ad+inistrativa+ente as leis ou atos co+ for$a de lei ;ue considere+ inconstitucionais RTJ? &I&""&? &''I?D)nFMC 33&FD7? rel. Min. Moreira lves9. E no SupeF
99
rior Tri(unal de Justi$a Lei inconstitucional. Poder E=ecutivo. e!ativa de e-c,cia. / Poder E=ecutivo deve ne!ar e=ecu$%o a ato nor+ativo ;ue lhe pare$a inconstitucional DJu? A nov. &''"? p. 3"I3&? REsp 3".&3&? rel. Min. Qu+(erto 2o+es de arros9. interpreta$%o constitucional udicial? no rasil e nos pa8ses ;ue ad+ite+ a udicial review? se d, a9 pela aplica$%o direta de u+ preceptivo constitucional ;uest%o constitucional9 ou (9 pela veri-ca$%o da co+F pati(ilidade de u+a nor+a e+ face da Constitui$%o controle de constitucionalidade9. interpreta$%o pelo Judici,rio -nal e vinculante para os outros Poderes. %o inco+u+ ;ue a interpreta$%o udicial venha so(reporFse interpreta$%o feita pelo Le!islativo F co+o se pasF sa ;uando declara u+a lei inconstitucional F ou pelo E=ecutivo. I3. 6ea+Fse dois e=e+plos e+ ;ue a interpreta$%o udicial desautoriou a ;ue havia sido dada pelo E=ecutivo &9 o Parecer C7 n. &A'? da ConsultoriaF2eral da RepH(lica? aprovado pelo Presidente da RepH(lica? sustentou ;ue a e=i!>ncia de concurso pH(lico C7? art. "K? ))9 n%o se i+punha na contrata$%o de e+pre!ados para sociedades de econo+ia +ista e=ploradoras de ativiF dades econW+icas RD? &KA''9. / Supre+o Tri(unal 7ederal? todavia? esta(eleceu entendi+ento diverso Sociedade de econo+ia +ista destinada a e=plorar atividade econW+ica est, i!ual+ente sueita a esse princ8pio do art. "K? ))9? ;ue n%o colide co+ o e=presso no art. &K"? ` &_ DJu? 3" a(r. &''"9^ 39 o Poder E=ecutivo? pelo Decreto n. ''."VVA'? entendeu ;ue os servidores postos e+ disponi(ilidade deveria+ rece(er proventos proporcionais ao te+po de servi$o? tese ;ue foi desautoriada pelo Supre+o Tri(unal 7ederal RD? &K'FAV3""9. Qoe? contudo? e+ face da nova reda$%o dada aos `` 3_ e "_ do art. :& pela E+enda Constitucional n. &''A? o servidor ser, colocaF do e+ disponi(ilidade co+ re+unera$%o proporcional ao te+po de servi$o. interpreta$%o doutrin,ria n%o se diri!e? direta+ente? aplica$%o das nor+as constitucionais? +as? si+? a fornecer su(s8dios para os @r!%os enF carre!ados de reali,Fla. TrataFse do produto do tra(alho intelectual de urisconsultos? professores e escritores e+ !eral. Ta+(+ os advo!ados? ela(orando teses ur8dicas e ousando criativa+ente na defesa dos interesses ;ue patrocina+? presta+ i+portante contri(ui$%o de cunho doutrin,rio. I". So(re interpreta$%o doutrin,ria? vea+Fse? e+ +eio a outros? Carlos Ma=i+iliano? Qer+en>utica e aplica$%o do direito? cit.? p. ':^ nna Candida da Cunha 7erra? Processos inforF +ais de +udan$a da Constitui$%o? cit.? p. &K& e s.^ e Jos lfredo de /liveira aracho? Qer+en>utica constitucional? RDP? I'F4V:4? cit.? p. KV. B controvertida a possi(ilidade de interpreta$%o aut>ntica da ConsF
100
titui$%o. li,s? controvertida a pr@pria e=ist>ncia da cate!oria interF preta$%o aut>ntica? co+o tal entendida a ;ue e+ana do pr@prio @r!%o ;ue ela(orou o ato cuo sentido e alcance ela declara. Pela interpreta$%o aut>ntica se edita u+a nor+a interpretativa de outra pree=istente. +aior parte da doutrina? tanto (rasileira co+o portu!uesa? ad+ite a interpreta$%o constitucional aut>ntica? desde ;ue se fa$a pelo @r!%o co+petente para a refor+a constitucional? co+ o(servncia do +es+o procedi+ento desta. I:. 7errara? )nterpreta$%o e aplica$%o das leis? cit.? p. &": Disto resulta ;ue a cha+ada interpreF ta$%o aut>ntica n%o verdadeira interpreta$%o? +as funda a sua e-c,cia de +odo autWno+o na declaraF $%o de vontade do le!islador u+a lei co+ efeito retroativo. Savi!nZ entendia ;ue a lei interpretativa resultante da interpreta$%o aut>ntica constitui u+a nova lei? de todo distinta da;uela pree=istente Juristische Methodenlehre? &'I&? p. &A? apud Paulo onavides? Curso de direito constitucional? cit.? p. "IK9. II. Carlos Ma=i+iliano? Qer+en>utica e aplica$%o do direito? cit.? p. AK. So(re o te+a? pronunciouFse o Supre+o Tri(unal 7ederal? no ul!a+ento da D)n 4VIFD7? rel. Min. Celso de Mello B plaus8vel? e+ face do ordena+ento constitucional (rasileiro? o reconheci+ento da ad+issi(ilidade das leis interpretativas? ;ue con-!ura+ instru+ento uridica+ente idWneo de veicula$%o da deno+inada interpreta$%o aut>ntica. Tais leis n%o tradue+ usurpa$%o das atri(uiF $ncia? n%o ofende+ o postulado funda+ental da divis%o funcional do poder RTJ? &:I:4"? &''"9. I4. 6. Celso Ri(eiro astos? Curso de direito constitucional? &''V? p. &V&^ J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. 3"'^ Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? cit.? t. 3? p. 3"&^ Carlos Ma=i+iliano? Qer+en>utica e aplica$%o do direito? cit.? p. AA e "&I. ri!or? a interpreta$%o constitucional? para ser verdadeira+ente aut>ntica? na confor+idade da de-ni$%o? teria de e+anar da +es+a fonte instituidora o poder constituinte ori!in,rio. )sso? nor+al+ente? n%o ser, poss8vel? pois? u+a ve conclu8da a sua o(ra? o poder constiF tuinte ori!in,rio se e=aure? ou? +elhor diendo? volta ao seu estado latente e difuso. De +odo ;ue n%o se pode falar e+ interpreta$%o consF titucional verdadeira+ente aut>ntica. discuss%o? todavia? te+ pouF ca relevncia no rasil. B ;ue u+ dos tra$os ;ue distin!ue+ a interF preta$%o aut>ntica o seu car,ter retroativo? re+ontando data de vi!>ncia da lei ;ue est, sendo interpretada. /ra (e+ entre n@s isso n%o poss8vel. Por for$a do art. I_? ***6)? da Constitui$%o da RepHF (lica? co+(inado co+ o art. 4V? ` :_? ne+ +es+o as e+endas consF titucionais pode+ afetar as situa$
101
IK. o +es+o sentido? Jos fonso da Silva? plica(ilidade das nor+as constitucionais? &'A3?p. 3&4? e nna Candida da Cunha 7erra? Processos infor+ais de +udan$a da Constitui$%o? cit.? p. &4KFA. IA. E+ sentido contr,rio? aparente+ente se+ levar e+ conta o fato de ;ue a irretroatividade no rasil? ao contr,rio de outros pa8ses? princ8pio constitucional? v. Paulo onavides? Curso de direito constitucional? cit.? p. "IA. t a;ui deuFse aten$%o interpreta$%o constitucional realiada pelos Poderes estatais e pela doutrina? co+ >nfase no papel da interpreta$%o udicial. B (e+ de ver? no entanto? ;ue? a ri!or? a interpreta$%o constituF cional levada a efeito pela !eneralidade das pessoas no +(ito do Estado? ;ue dela se serve+ para deter+inar a pr@pria conduta e conheF cer os seus direitos. )nH+eras ;uestutica constitucional. sociedade a(erta dos intrpretes da ConstituiF $%o contri(ui$%o para a interpreta$%o pluralista e procedi+entalda Constitui$%o? &''K. p. :3. o desenvolvi+ento de suas idias? assentou Q(erle ;ue a interF preta$%o constitucional u+ processo a(erto? no ;ual est%o envolvidos os Poderes estatais? os @r!%os pH(licos? +as ta+(+ os cidad%os e os !rupos sociais. %o h,? assi+? u+ elenco cerrado? nu+erus clausus? de interpreta$%o da Constitui$%o. %o sendo u+ evento pura+ente estatal? todos pode+? potencial+ente? interpretar a Constitui$%o? ao +enos at o pronuncia+ento -nal do Judici,rio? se e ;uando ele ocorrer. as palaF vras te=tuais do autor ale+%o Todo a;uele ;ue vive no conte=to re!ulado por u+a nor+a e ;ue vive co+ este conte=to ? indireta ou? at +esF +o? direta+ente? u+ intrprete dessa nor+a. / destinat,F rio da nor+a participante ativo? +uito +ais ativo do ;ue se pode supor tradicional+ente? do processo her+en>utico. Co+o n%o s%o apenas os intrpretes ur8dicos da ConstituiF $%o ;ue vive+ a nor+a? n%o det>+ eles o +onop@lio da interpreta$%o da Constitui$%o. 4V. Peter Q(erle. Qer+en>utica constitucional.. cit.? p. &I. c9 )nterpreta$%o declarativa? restritiva e e=tensiva E+ seus cl,ssicos Co+ent,rios? escreveu Joseph StorZ ;ue as palaF
102
vras de u+a Constitui$%o deve+ ser to+adas e+ sua acep$%o natural e @(via? evitandoFse o indevido alar!a+ento ou restri$%o de seu si!ni-F cado. Por+? nenhu+a nor+a oferece fronteiras t%o n8tidas ;ue eli+iF ne+ a di-culdade de deter+inar se? na espcie? deveFse passar al+ ou -car a;u+ do ;ue as palavras parece+ indicar. Ouando e=ista con!ru>ncia plena entre as palavras da nor+a e o sentido ;ue lhes atri(u8do pela ra%o? ;uando coincide+ o ele+ento !ra+atical e o eleF +ento l@!ico? a interpreta$%o ser, declarativa cu+ in ver(is nulla a+(i!uitas est? non de(et ad+itti voluntatis ;uaestio9. 4&. Joseph StorZ? Co++entaries on the Constitution of the United States? &'VI? v. &? p. "&'. 43. Carlos Ma=i+iliano? Qer+en>utica e aplica$%o do direito? cit.? p. 3VV. 4". 7rancesco 7errara? )nterpreta$%o e aplica$%o das leis? cit.? p. &:K? e Paulo onavides? Curso de direito constitucional? cit.? p. "43. Todavia? havendo incon!ru>ncia entre a interpreta$%o l@!ica e a !raF +atical? ca(er, ao intrprete operar u+a reti-ca$%o do sentido ver(al na confor+idade e na +edida do sentido l@!ico. i+perfei$%o lin![8sF tica? e=putica no direito (rasileiro? cit.? p. 333^ Carlos Ma=i+iliano? Qer+en>utica e aplica$%o do direito? cit.? p. &'KF3VI^ Linares Ouintana? Re!las para la interpretaci@n constitucional? &'AK? p. &":F4^ e Christiano Jos de ndrade? / pro(le+a dos +todos da interpreta$%o ur8dica? cit.? p. &&K. 4K. Linares Ouintana? Re!las para la interpretaci@n constitucional? cit.? p. &&K. 4A. 6. )van Lira de Carvalho? interpreta$%o da nor+a ur8dica constitucional e infraconstitucional9? RT? 4'"II? &''"? p. IIF4? e Carlos Ma=i+iliano? Qer+en>utica e aplica$%o
103
do direito? cit.? p. 3VI. 4'. 6. )van Lira de Carvalho? interpreta$%o da nor+a ur8dica constitucional e infraconstitucional9? RT? 4'"II? p. IIF4? e Carlos Ma=i+iliano? Qer+en>utica e aplica$%o do diF reito? cit.? p. 3VI. urisprud>ncia oscilante e assiste+,tica na +atria. Q, casos e+ ;ue a nor+a constitucional atri(utiva de u+ (enef8cio interpretada restritiva+ente. 7oi o ;ue se passou no tocante anistia pol8tica conceF dida pelo art. A_ do to das Disposi$ncia do Supre+o Tri(unal 7ederal oscilou? at se -r+ar na e=clus%o da pro+o$%o por +ereci+ento? interpretando restritiva+ente o co+ando constitucional. KV. RTJ? &:I':3? &''"? RE &:V.4&4FD7? rel. Min. Paulo rossard? e+ cua e+enta se lia / art. A_ do DCT asse!ura? aos ;ue fora+ atin!idos por atos de e=ce$%o? e+ decorr>ncia de +otivaF $%o e=clusiva+ente pol8tica? as pro+o$
104
e=tensiva. K3. / )TCSP decidiu? e+ diversos casos? ;ue o (enef8cio aproveitava +es+o aos devedores ;ue houvesse+ o(tido -nancia+entos cua so+a fosse superior a I.VVV /Ts ;ue era o li+ite i+posto pela nor+a concessiva do (enef8cio9? desde ;ue o valor o(tido e+ cada institui$%o -nanF ceira n%o e=cedesse a;uele li+ite. E ;ue o (enef8cio aproveitava? ta+(+? ao !arantidor da o(ri!aF $%o. Con-raFse? por todas? a decis%o no ) :&'.KA:FA? rel. Jui Rodri!ues de Carvalho? RT? 4IV&&A? &'A' rt. :K do DCT F D(itos inferiores a I.VVV /T contra8dos e+ institui$ncia? a linhas ar!u+entativas ;ue se utilia+ da interpreta$%o e=tensiva ou restritiva. o confrontar? por e=e+plo? a re!ra !eral do art. &3'? )*? da Constitui$%o F ;ue pro8(e ;ue os +e+(ros do Ministrio PH(lico atue+ co+o representantes uF diciais de entidades pH(licas F co+ o disposto no art. 3'? ` I_? do DCT? ;ue per+itiu aos +e+(ros do Ministrio PH(lico estadual representar a Uni%o e+ causas de naturea -scal? decidiu o Supre+o e=ce$%o prevista no ` I_ do art. 3' do DCT ao disposto no inc. )* do art. &3' da parte per+anente da C7 di respeito apenas ao e=erc8cio da advocacia nos casos ali especi-cados? e? por ser nor+a de direito e=cepcional? s@ ad+ite interpreta$%o estrita? n%o sendo aplic,vel por anaF lo!ia? e? portanto? n%o indo al+ dos casos nela e=pressos? ne+ se estendendo para a(arcar as conse;[>ncias l@!icas desses +es+os casos? +,=i+e? nesta Hlti+a hip@tese? ;uanF do a conse;[>ncia l@!ica da e=ce$%o o(eto de outra norF +a !eral ;ue a pro8(e. K:. RT? 4KA33V? &''V? D)n :&F& FD7? rel. Min. Moreira lves. o interpretar o art. A4? ` :_? da Constitui$%o? ;ue esta(elece ;ue o Presidente da RepH(lica? na vi!>ncia de seu +andato? n%o pode ser resF ponsa(iliado por atos estranhos ao e=erc8cio de suas fun$
105
$
/s +todos ou ele+entos cl,ssicos de interpreta$%o interpreta$%o constitucional u+ fenW+eno +Hltiplo so(re o ;ual e=erce+ inXu>ncia a9 o conte=to cultural? social e institucional? (9 a posi$%o do intrprete? c9 a +etodolo!ia ur8dica. E+ outra parte deste estudo se d, aten$%o aos dois pri+eiros fatores. Ca(e a!ora cuidar dos cha+ados +todos de interpreta$%o? ;ue? +ais do ;ue os outros dois aspectos versados? co+porta+ aprecia$%o de >nfase predo+inante+enF te tcnicoFur8dica. /s +todos cl,ssicos de interpreta$%o re+onta+ ao +a!istrio de Savi!nZ? fundador da Escola Qist@rica do Direito? e ;ue? e+ seu SisteF +a? de &A:V? distin!uiu? e+ ter+inolo!ia +oderna? os +todos !ra+aF tical? siste+,tico e hist@rico. Posterior+ente? u+a ;uarta perspectiva foi acrescentada? ;ue foi a interpreta$%o teleol@!ica. Co+ pe;uena variaF $%o? este o cat,lo!o dos +todos ou ele+entos cl,ssicos da interpretaF $%o ur8dica !ra+atical? hist@rica? siste+,tica e teleol@!ica. K4. 7riedrich Carl von Savi!nZ? Siste+a del diritto ro+ano attuale? &AA4? v. &? cap. :? p. 33I e s. no ori!inal? Das SZste+ des heuti!en R+ischen Rechts? &A:V? v. &? ` ""? p. 3&"F:9. KK. infried ru!!er? Le!al interpretation? schools of urisprudence? and anthropolo!Z...? +erican Journal of Co+parative Law? :3"'I? p. "'I. 6. ta+(+ 7rancesco 7errara? )nterpreta$%o e aplica$%o das leis? cit.? p. &"A e s.? e onrad Qesse? La interpretaci@n constitucional? in Escritos de derecho constitucional? cit.? p. "A. Q, consenso entre a !eneralidade dos autores de ;ue a interpreta$%o?
106
a despeito da pluralidade de ele+entos ;ue deve+ ser to+ados e+ consiF dera$%o? una. enhu+ +todo deve ser a(solutiado os diferentes +eios e+pre!ados auda+Fse uns aos outros? co+(inandoFse e controF landoFse reciproca+ente. interpreta$%o se fa a partir do te=to da norF +a interpreta$%o !ra+atical9? de sua cone=%o interpreta$%o siste+,tiF ca9? de sua -nalidade interpreta$%o teleol@!ica9 e de seu processo de criF a$%o interpreta$%o hist@rica9. E+ palavras de RaHl Canosa Usera? a transcendental +iss%o do intrprete consiste e+ ordenar a pluralidade de ele+entos ;ue se acha+ sua disposi$%o. KA. laus Stern? Derecho del Estado de la RepH(lica 7ederal le+ana? &'AK? p. 3A:. K'. 7rancesco 7errara? )nterpreta$%o e aplica$%o das leis? cit.? p. &"&. AV. 6erJ2E? &&? &34 &"V9? e 6erf2E? "I? 34" 3KA e s.9. 6. onrad Qesse? Escritos de derecho constitucional? cit.? p. "'. 6.? ta+(+? Pa(lo Lucas 6erdH? Curso de derecho pol8tico? &'KK? v. 3? p. II"? onde se l> un;ue la interpretaci@n constitucional es una? no o(stante e=isten diversos +todos para esclarecer el si!ni-cado de las nor+as constitucionales. o haZ una interpretaci@n hist@rica de las nor+as constitucionales? otra !ra+atical Z otra l@!icoFsiste+,tica? Z teleol@!ica? sino una sola interpretaci@n constitucional ;ue analia los precedentes hist@ricos? e=aF +ina los de(ates parla+entarios? -a el si!ni-cado e=acto de las pala(ras Z realia las operaciones necesarias para esta(lecer el sentido de la nor+a constitucional co+o parte co+ponente de un ordena+iento ;ue apunta a una -nalidad concreta. A&. RaHl Canosa Usera? )nterpretaci@n constitucional Z f@r+ula pol8tica? cit.? p. &"I. Da aplica$%o dos diferentes +todos a u+a dada espcie concreta pode+ ocorrer duas possi(ilidades a9 ou todos eles condue+ a u+ +es+o resultado^ (9 ou aponta+ eles para resultados diver!entes. a pri+eira hip@tese? o caso ser, facil+ente resolvido? pela incid>ncia da solu$%o Hnica resultante da conver!>ncia dos diferentes +todos. TraF tarFseF, de u+ caso f,cil. a se!unda? estarFseF, diante de u+ caso dif8F cil. Para sua solu$%o e=i!eFse do intrprete +aior inda!a$%o. %o e=isF te? a ri!or? nenhu+a hierar;uia predeter+inada entre os variados +toF dos interpretativos? ne+ u+ critrio r8!ido de dese+pate. tradi$%o ro+anoF!er+nica? todavia? desenvolveu al!u+as diretries ;ue pode+ ser Hteis. Duas delas s%o destacadas a se!uir. A3. 6. infried ru!!er? Le!al interpretation? schools of urisprudence? and anthropolo!Z...? +erican Journal of Co+parative Law? :3"'I? cit.? p. :VV. E+ pri+eiro lu!ar? a atua$%o do intrprete deve conterFse se+pre dentro dos li+ites e possi(ilidades do te=to le!al. interpreta$%o !raF +atical n%o pode ser inteira+ente despreada. ssi+? por e=e+plo? entre interpreta$
107
terpreta$%o confor+e a Constitui$%o v. infra9. Todavia? n%o poss8F vel distorcer ou i!norar o sentido das palavras? para che!ar a u+ resulF tado ;ue delas estea inteira+ente dissociado. E+ se!undo lu!ar? os +todos o(etivos? co+o o siste+,tico e o teleol@!ico? t>+ prefer>nF cia so(re o +todo tido co+o su(etivo? ;ue o hist@rico. an,lise hist@rica dese+penha u+ papel secund,rio? suple+entar na revela$%o do sentido da nor+a. A". infried ru!!er? Le!al interpretation? schools of urisprudence? and anthropolo!Z...? +erican Journal of Co+parative Law? :3"'I? p. :VVF&. nalisa+Fse? a se!uir? cada u+ dos principais ele+entos da interF preta$%o ur8dica? co+ >nfase nas especi-cidades da interpreta$%o consF titucional. ) F interpreta$%o !ra+atical Toda interpreta$%o ur8dica deve partir do te=to da nor+a? da revelaF $%o do conteHdo se+ntico das palavras. Pela interpreta$%o !ra+atical F ta+(+ dita te=tual? literal? -lol@!ica? ver(al^ se+ntica F se cuida de atri(uir si!ni-cados aos enunciados lin![8sticos do te=to constitucioF nal. a feli for+ula$%o de arl Laren? ela consiste na co+preens%o do sentido poss8vel das palavras? servindo esse sentido co+o li+ite da pr@pria interpreta$%o. A:. J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. 333F" independente+ente do senF tido ;ue se der ao ele+ento literal ...9? o processo concretiador da nor+a da constitui$%o co+e$a co+ a atri(ui$%o de u+ si!ni-cado aos enunciados lin![8sticos do te=to constitucional. AI. arl Laren? Metodolo!8a de la ciencia del derecho? &'44? p. 3I4 no ori!inal ale+%o? Methodenlehre der Rechtswissenschaft? &'A"? p. "3'? apud Ricardo Lo(o Torres? or+as de interF preta$%o e inte!ra$%o do direito tri(ut,rio? cit.? p. &349. a Rep. n. A:4FRJ? seu Relator? Min. ntWnio eder? dei=ou assinalado Sa(eFse ;ue a interpreta$%o !ra+atical n%o (asta para de+onsF trar o sentido ;ue se cont+ na nor+a? +as ela necess,ria para? de+onstrando o sentido das palavras co+ ;ue foi escrita a nor+a? au=iliar a revela$%o do direito por +eio da interpreta$%o l@!ica? ;ue a ela sucede? para? co+ esta? se processar a interpreta$%o siste+,tica Representa$
108
intrprete ;ue estancar sua linha de racioc8nio na interpreta$%o literal. E+(ora o esp8rito da nor+a deva ser pes;uisado a partir de sua letra? cu+pre evitar o e=cesso de ape!o ao te=to? ;ue pode conduir inustiF $a ? a fraude e at ao rid8culo. A4. Esse entendi+ento corrente? sendo reproduido pela +aior parte dos autores. 6eaFse? por todos? 7rancesco 7errara? )nterpreta$%o e aplica$%o das leis? cit.? p. &"'. AK. 6. RaHl Canosa Usera? )nterpretaci@n constitucional Z f@r+ula pol8tica? cit.? p. ':. AA. Co+ relativa fre;[>ncia? o Supre+o Tri(unal 7ederal esti!+atia o uso da interpreta$%o literal? por !eradora de ini;[idades. 6ea+Fse? e=e+pli-cativa+ente? RTJ? &:3:V:? &''3? :V'? Rep. n. &.&VAFM2? rel. Min. 7rancisco Reeb? e RTJ? &3'KK? &'A'? AK? MS 3V.4VAFDE? rel. Min. SZdneZ Sanches. A'. /s atos praticados in fraude+ le!is s%o precisa+ente a;ueles ;ue o(serva+ o sentido literal da nor+a? +as viola+Flhe o esp8rito. So(re o te+a? v. Re!is 7ichtner Pereira? 7raude lei? &'':. 'V. E+ passa!e+ deliciosa+ente espirituosa? o e=FMinistro Lui 2allotti? do Supre+o Tri(uF nal 7ederal? ao ul!ar u+ recurso e=traordin,rio na;uela e!. Corte? assinalou De todas? a interpreF ta$%o literal a pior. 7oi por ela ;ue Cllia? na Chartreuse de Par+e? de Stendhal? havendo feito u+ voto a ossa Senhora de ;ue n%o +ais veria seu a+ante 7a(r8cio? passou a rece(>Flo na +ais a(soluta escurid%o? supondo ;ue assi+ estaria cu+prindo o co+pro+isso citado de +e+@ria? se+ acesso ao te=to do ac@rd%o? ;ue? aparente+ente? n%o foi pu(licado9. B corrente? na pr,tica urisprudencial a+ericana? ;ue as palavras e+ u+a Constitui$%o s%o e+pre!adas e+ seu sentido co+u+. o funF do? o dese,vel? pois? tratandoFse de u+ docu+ento si+(olica+ente e+anado do povo e destinado a tra$ar as re!ras funda+entais de conviF v>ncia? seus ter+os deve+ ser entendidos e+ sentido ha(itual. Essa a-r+ativa n%o universal+ente v,lida? todavia? so(retudo vista do constitucionalis+o +ais anal8tico ;ue sucedeu Carta a+ericana de &KAK. / pro(le+a da lin!ua!e+ constitucional se a!ravou co+ a de+oF cratia$%o do processo constituinte. De fato? as Constitui$ncia? di-cil+ente apresenta+ u+a linF !ua!e+ ur8dica unifor+e e tecnica+ente ri!orosa. Parece? assi+? pruF dente a utilia$%o? no particular? da re!ra +ais Xe=8vel lavrada por Linares Ouintana? nos ter+os se!uintes s palavras e+pre!adas na Constitui$%o deve+ ser entendidas e+ seu sentido !eral e co+u+? a +enos ;ue resulte clara+ente de seu te=to ;ue o constituinte ;uis reF ferirFse ao seu sentido tcnicoFur8dico.
109
'&. Esse entendi+ento divul!ado pelo +enos desde McCullou!h vs. MarZland? : heat "&4? ul!ado e+ &A&'. '3. Jos ntonio Estve rauo? La Constituci@n co+o proceso Z la deso(ediencia civil? &'':? p. KI. '". 6. 7ran 7i!ueiredo? )ntrodu$%o interpreta$%o constitucional? R)LS7? AK&KI? p. &A'. ':. Se!undo 6. Linares Ouintana? Re!las para la interpretaci@n constitucional? cit.? p. 4I. E+ linha al!o contrastante co+ as pre+issas lan$adas aci+a? a deF +onstrar clara+ente essa a+(i![idade do te=to constitucional F de ser u+ docu+ento popular e u+ docu+ento ur8dico a u+ s@ te+po veaFse ilustrativa passa!e+ de voto proferido pelo Ministro Marco urlio? no Supre+o Tri(unal 7ederal Se+pre tenho presente a pre+issa de ;ue o Direito ci>ncia e? co+o tal? possui institutos? e=press+icos tri(utos? servidores? isono+ia9 e conceitos indeter+inados assuntos de inteF resse local? di!nidade da pessoa hu+ana9. B usta+ente dessa a(erF tura de lin!ua!e+ ;ue resulta+ constru$
110
poderes i+pl8citos? ;ue teve co+o +arco hist@rico o ul!a+ento do caso McCullou!h vs. MarZland? , citado. ''. 7rancesco 7errara? )nterpreta$%o e aplica$%o das leis? cit.? p. &I". Todavia? a +es+a lin!ua!e+ ;ue confere a(ertura ao intrprete h, de -!urar co+o li+ite +,=i+o de sua atividade criadora. s palavras t>+ sentidos +8ni+os ;ue deve+ ser respeitados? so( risco de se perF verter o seu papel de trans+issoras de idias e si!ni-cados. B a interpreF ta$%o !ra+atical ou literal ;ue deli+ita o espa$o dentro do ;ual o intrF prete vai operar? e+(ora isso possa si!ni-car onas her+en>uticas +uiF to e=tensas. esse prop@sito? , decidiu o Tri(unal Constitucional 7ederal ale+%o travs da interpreta$%o n%o se pode dar a u+a lei ineF ;u8voca e+ seu te=to e e+ seu sentido? u+ sentido oposto^ n%o se pode deter+inar de novo? no funda+ental? o conteHdo nor+ativo da nor+a ;ue h, de ser interpretada^ n%o se pode faltar ao o(etivo do le!islador e+ u+ ponto essencial. &VV. RaHl Canosa Usera? )nterpretaci@n constitucional Z f@r+ula pol8tica? cit.? p. 'I. &V&. 6erf2E? &&? &34 &"V9. 6. laus Stern? Derecho del Estado de la RepH(lica 7ederal le+ana? cit.? p. 3A". / intrprete da Constitui$%o deve partir da pre+issa de ;ue todas as palavras do Te=to Constitucional t>+ u+a fun$%o e u+ sentido pr@prios. %o h, palavras suprXuas na Constitui$%o? ne+ se deve partir do presF suposto de ;ue o constituinte incorreu e+ contradi$%o ou o(rou co+ +, tcnica. )deal+ente? ade+ais? deve o constituinte? na +edida do poss8vel? e+pre!ar as palavras co+ o +es+o sentido se+pre ;ue tenha de repetiF las e+ +ais de u+a passa!e+. De toda sorte? a eventual e;uivocidade do Te=to deve ser re+ediada co+ a (usca do esp8rito da nor+a e o recurso aos outros +todos de interpreta$%o. 6eaFse? no particular? a posi$%o seF vera F talve e=a!erada+ente severa F do Ministro SZdneZ Sanches? e+ sua cr8tica lin!ua!e+ da Carta de &'AA Por+? +uito e+(ora a teoria do Direito ConstitucioF nal aponte para a presun$%o de corre$%o dos ter+os pousaF dos nas constitui$ncia co+ ;ue usouFse u+ ter+o por outro na Constitui$%o 7ederal. &V3. 7rancesco 7errara? )nterpreta$%o e aplica$%o das leis? cit.? p. &:V. &V". e+ se+pre isso poss8vel? co+o le+(ra Linares Ouintana? Re!las para la interpretaci@n constitucional? cit.? p. AV? citando li$%o de John Marshall. &V:. RTJ? &:"3K? &''"? D)n "KAFD7 Medida Li+inar9? rel. Min. SZdneZ Sanches.
111
Por -+? deve o intrprete -arFse no pressuposto de ;ue? ;uando a nova Constitui$%o +ant+ e+ al!u+ dispositivo a +es+a lin!ua!e+ da anti!a? presu+eFse ;ue n%o deseou +odi-car a interpreta$%o ;ue se dava ao preceito no re!i+e anterior. Essa u+a re!ra !eneraliada+ente aceiF ta? ;ue deve? contudo? ser aplicada cu+ !rano salis. B preciso con-r+ar se per+anece+? ainda? o +es+o esp8rito? os +es+os princ8pios e so(reF tudo os +es+os valores do Te=to anterior. plicar u+a nova Constitui$%o se+ aten$%o a isso !era u+a das patolo!ias do constitucionalis+o nacioF nal? ;ue a interpreta$%o retrospectiva v. supra9. &VI. 6. Carlos Ma=i+iliano? Qer+en>utica e aplica$%o do direito? cit.? p. "&&. prop@sito? veaFse a pertinente o(serva$%o de Linares Ouintana? Re!las para la interpretaci@n constitucional? cit.? p. K3 En las refor+as parciales de una Constituci@n? los constituZentes de(en cuidar de +antener la unifor+idad del estilo entre los preceptos anteriores Z nuevos. De lo contrario? las en+iendas aparecer,n a si+ple vista co+o verdaderos re+iendos? cuZa inconveniencia sur!e no s@lo desde el punto de vista de la estil8stica constitucional? sino ta+(in co+o defecto de fondo suscepti(le de oscurecer la interpretaci@n del Te=to Supre+o. )) F interpreta$%o hist@rica interpreta$%o hist@rica consiste na (usca do sentido da lei atravs dos precedentes le!islativos? dos tra(alhos preparat@rios e da occasio le!is. Esse esfor$o retrospectivo para revelar a vontade hist@rica do le!islador pode incluir n%o s@ a revela$%o de suas inten$+ al!u+a utilidade para a Qer+en>utica^ e+(ora n%o deva+ ser colocados na priF +eira linha. &V4. 6. Jos de /liveira scens%o? / direito. )ntrodu$%o e teoria !eral? cit.? p. "':FI. Para a distin$%o entre occasio le!is e ratio le!is? v. infra. &VK. 6. infried ru!!er? Le!al interpretation? schools of urisprudence? and anthropolo!Z...? +erican Journal of Co+parative Law? :3"'I? p. :V".
112
&VA. Carlos Ma=i+iliano? Qer+en>utica e aplica$%o do direito? cit.? p. &:VF". pesar de desfrutar de certa reputa$%o nos pa8ses ;ue adota+ o co++on law? o ele+ento hist@rico te+ sido o +enos presti!iado na +oF derna interpreta$%o levada a efeito nos siste+as ur8dicos da tradi$%o ro+anoF!er+nica. +aior parte da doutrina +ini+ia o papel dos proetos de lei? das discussncia ta+(+ a te+ e+ (ai=a conta? co+o revela? e. !.? a se!uinte passa!e+ constante de voto do Ministro Celso de Mello? do Supre+o Tri(unal 7ederal %o +e parece? por isso +es+o? Sr. Presidente? deva conferirFse u+ valor su(ordinante? no processo de interF preta$%o da Lei 7unda+ental? ;uer aos tra(alhos parla+enF tares? ;uer a vontade e inten$%o ori!in,rias do le!islador constituinte. ...9 / ori!inalis+o contudo F en;uanto deF si!na$%o doutrin,ria desse +todo de interpreta$%o F posF sui u+ peso espec8-co? por+ relativo? ...9 na e=ata +ediF da e+ ;ue os seus postulados n%o condiciona+ e ne+ vinF cula+ o intrprete na de-ni$%o e na -=a$%o do alcance do sentido nor+ativo das re!ras constitucionais. ...9 /s conF diciona+entos her+en>uticos i+postos pela e=acer(a$%o da vontade do le!islador constituinte? e da inten$%o ;ue o ani+ava e+ deter+inado +o+ento hist@rico? reduiria+? de +odo e=tre+a+ente inconveniente? a interpreta$%o consF titucional? a u+a di+ens%o voluntarista J. J. 2o+es Canotilho9? ;ue se revela de todo inco+pat8vel co+ o verF dadeiro si!ni-cado da Constitui$%o.... &V'. 6. 2eraldo tali(a? Li+ites revis%o constitucional? Separata da Revista Tri+estral de Direito PH(lico? &4? &''" ... o urista sa(e ;ue a eventual inten$%o do le!islador nada vale ou n%o vale nada9 para a interpreta$%o ur8dica. Constitui$%o n%o o ;ue os constituintes ;uisera+ faer^ +uito +ais ;ue isso o ;ue eles -era+. / urista tra(alha co+o direito positivo posto9. lei +ais s,(ia ;ue o le!islador. ...9 /s uristas n%o perde+ +ais te+po e+ e=por os ar!u+entos tendentes a e=pressar o postulado her+en>utico ele+entar se!undo o ;ual o deseo do le!islador? sua vontade e seus processos su(etivos +otivacionais n%o t>+ valor para a e=e!ese ur8dica. &&V. RTJ? &":'4"? &''V? p. ''AF'? E+(!s. na D)n 3KFD7? rel. Min. ldir Passarinho. Se+ e+(ar!o dessa vis%o cr8tica? o ele+ento hist@rico dese+penha na interpreta$%o constitucional u+ papel +ais destacado do ;ue na inF terpreta$%o das leis. )sso se torna especial+ente verdadeiro e+ rela$%o a Constitui$
113
esfor$o de prolon!ar no te+po o esp8rito do +o+ento constituinte. E+ vee+ente defesa da interpreta$%o hist@rica e+ +atria constitucional? Pietro Merola Chierchia sustenta ;ue o ;ue se interpreta na nor+a n%o apenas o seu conteHdo aparente? +as todo o su(strato de valores hist@riF cos? pol8ticos e ideol@!icos ;ue est%o na ori!e+ da Constitui$%o. %o se trata da vontade individual ou so+ada dos constituintes? +as? si+? da vontade social de ;ue a;ueles fora+ portadores? entendida co+o s8nteF se de valores? senti+entos e aspira$ncia anterior+ente. John Qart ElZ? professor a+ericaF no autor de u+ livro cl,ssico? sustenta? co+ propriedade? ;ue tal +oviF +ento F de certa for+a a(ran!ido no conceito +ais a+plo de interpretativis+o F n%o co+pat8vel co+ os princ8pios de+ocr,ticos. defesa da idia de su(ordina$%o de todas as !era$
114
cesso interpretativo. / direito o(etivo n%o u+ a!lo+erado aleat@rio de disposi$utica ur8dica? &'A'? p. "K. Ra[l Canosa Usera? e+ o(serva$%o interessante? opina ;ue a idia de siste+aticidad se refere? ta+(+? ao resto dos ele+entos. Se!undo ele? os resultados parciais o(tidos pelo uso de cada u+ dos +todos de interpreta$%o deve+ ser postos e+ rela$%o uns co+ os outros atravs do ele+ento siste+,tico )nterpretaci@n constitucional Z for+ula pol8tica? cit.? p. 'K9. &&'. 2. Capo!rassi? )) pro(le+a della sciena del diritto? &'43? p. &&" E ;uesto > in fondo tutto il +a!istero delljinterpretaione scoprire nella sin!ola posiione il tutto? co!liere la sin!ola posiione co+e deter+inaione del tutto. Ljinterpretaione non > che ljaer+aione del tutto? della unit di fronte alla particolarit e alla fra++entariet dei sin!oli co+andi apud P. M. Chierchia? Linterpretaione siste+atica della Costituione? cit.? p. 3::FI9. o centro do siste+a? irradiandoFse por todo o ordena+ento? enF contraFse a Constitui$%o? principal ele+ento de sua unidade? por;ue a ela se recondue+ todas as nor+as no +(ito do Estado. ConstituiF $%o? e+ si? e+ sua di+ens%o interna? constitui u+ siste+a. Essa idia de unidade interna da Lei 7unda+ental cunha u+ princ8pio espec8-co? deF rivado da interpreta$%o siste+,tica? ;ue o princ8pio da unidade da Constitui$%o? para o ;ual se a(re u+ cap8tulo espec8-co +ais adiante. Constitui$%o interpretaFse co+o u+ todo har+Wnico? onde nenhu+ dispoF sitivo deve ser considerado isolada+ente. Mes+o as re!ras ;ue re!e+ situa$
115
titui$%o? cit.? p. :3F"? onde assinalou ... se a interpreta$%o siste+,tica necess,ria e at indispenF s,vel para aclarar o sentido de ;ual;uer nor+a ur8dica? +ais necess,ria ainda se apresenta na interpreta$%o da Constitui$%o? ;ue ? e+ si +es+a? conce(ida pelo le!islador constituinte co+o u+ siste+a. U+a Constitui$%o? ao +enos nos pa8ses ;ue e=peri+entara+ a insta(ilidade institucional e vivera+ processos de reconstituF cionalia$%o F ou sea? ;uase todos os pa8ses do +undo F? convive? nor+al+ente? co+ u+a orde+ ur8dica infraconstitucional ;ue preceF de a sua pro+ul!a$%o. Essa conviv>ncia? inclusive? u+ cap8tulo esF pec8-co do direito constitucional interte+poral v. supra9 e !era u+ i+portante princ8pio? ;ue o da continuidade da orde+ ur8dica. /ra (e+ a orde+ ur8dica infraconstitucional ela(orada ao lon!o do te+F po? no curso de +uitas dcadas? e espelha per8odos hist@ricos diversos? re!i+es pol8ticos ideolo!ica+ente contrastantes e e=i!>ncias particulaF res e contin!entes de cada poca. Pode parecer i+plaus8vel a tarefa de encontrar coer>ncia e siste+aticidade e+ nor+as ur8dicas sueitas a inXu>ncias t%o aleat@rias e variadas. Essa tarefa? de fato? n%o se via(iliaria se todas as nor+as? +es+o as anteriores Constitui$%o e+ vi!or? n%o rece(esse+ dela u+ novo funda+ento de validade? su(ordiF nandoFse aos valores e princ8pios nela consa!rados. S@ essa so-sticada opera$%o de racionalidade pode conferir a u+ conunto de re+endos alinhavados ao lon!o do te+po u+ car,ter unit,rio e siste+,tico. / +ais a+plo estudo so(re a interpreta$%o siste+,tica do direito constitucional se deve a Pietro Merola Chierchia. Destaca ele a essencialidade da investi!a$%o siste+,tica na interpreta$%o constitucioF nal? e+ ra%o da l@!ica particular se!undo a ;ual a Constitui$%o estruturada co+o co+ple=o or!nico de disposi$ncia e+ !eral. So(re ela? escreveu o e=FMinisF tro ntWnio eder B o ;ue e+ se!uida ser, de+onstrado pela interpretaF $%o siste+,tica? a +ais racional e cient8-ca? e a ;ue +ais se har+onia co+o +todo do Direito Constitucional? e=aF ta+ente a ;ue apro=i+a da realidade o intrprete. &3&. P. M. Chierchia? Ljinterpretaione siste+atica della Costituione? cit.? p. 3:" e s. &33. 6. RTJ? &""4? &''V? p. K? &:V"V4? &''3? &:""'&? &''3? p. :VA? &:"3K? &''"? p. "3? e &::&KI? &''V? p. &A". &3". Rep. n. A:4FRJ? rel. Min. ntWnio eder? Representa$
116
)6 F interpreta$%o teleol@!ica s nor+as deve+ ser aplicadas atendendo? funda+ental+ente? ao seu esp8rito e sua -nalidade. Cha+aFse teleol@!ico o +todo interpretativo ;ue procura revelar o -+ da nor+a? o valor ou (e+ ur8diF co visado pelo ordena+ento co+ a edi$%o de dado preceito. for+ulaF $%o te@rica da interpreta$%o teleol@!ica tri(ut,ria dos estudos de Qecb? 2enZ e? so(retudo? )herin!. ada o(stante? a urisprud>nF cia norteFa+ericana? +enos fecunda e+ for+ula$ncia le!islativa do Con!resso? esta(eleceu Desde ;ue os -ns sea+ le!8ti+os^ desde ;ue se siF tue+ no +(ito e nos o(etivos da Constitui$%o? todos os +eios ;ue sea+ apropriados e se auste+ plena+ente a tais -ns? ;ue n%o sea+ proi(idos e sea+ coerentes co+ a letra e o esp8rito da Constitui$%o? s%o constitucionais. &3:. B o ;ue disps? Philipp Qecb? )nterpreta$%o da lei e urisprud>ncia dos interesses? &':K. &34. 6. 7ran$ois 2enZ? Mthode djinterprtation en droit priv positif? &'I:. &3K. 6.? e+ portu!u>s? Rudolf von )herin!? -nalidade do direito? &'K'. &3A. : heat "&4 &A&'9. interpreta$%o hist@rica cuida? co+o se assinalou? da occasio le!is? isto ? da circunstncia hist@rica ;ue !erou o nasci+ento da lei e ;ue consF titui sua -nalidade i+ediata. B certo? todavia? ;ue a +odi-ca$%o de tais circunstncias ou +es+o a sua cessa$%o n%o e=erce+ ;ual;uer inXu>ncia so(re o valor ur8dico da nor+a. Da8 a necessidade de se tra(alhar u+ outro conceito F o de ratio le!is F? ;ue constitui o funda+ento racional da nor+a e rede-ne ao lon!o do te+po a -nalidade nela contida. ratio le!is u+a for$a vivente +@vel ;ue ani+a a disposi$%o e a aco+panha e+ toda a sua vida e desenvolvi+ento. -nalidade de u+a nor+a? portanto? n%o perene? e pode evoluir se+ +odi-ca$%o de seu te=to. &3'. So(re o te+a? v. 7rancesco 7errara? )nterpreta$%o e aplica$%o das leis? cit.? p. &:3. Carlos Ma=i+iliano n%o hesita e+ procla+ar o +todo teleol@!ico co+o o ;ue +erece preponderncia na interpreta$%o constitucional. Ta+(+ StorZ sustenta ;ue provavel+ente a +ais se!ura re!ra de interF preta$%o a ;ue se volta para a naturea e o(etivos dos direitos? deveres e co+pet>ncias espec8-cas? dando s palavras ;ue os e=pri+e+ u+a for$a e fun$%o co+pat8veis co+ seu le!8ti+o si!ni-cado? de +odo ;ue se possa usta+ente asse!urar e lo!rar os -ns propostos. E+ passaF !e+ fre;[ente+ente le+(rada? aver(ou o Ministro Esp8nola? ;uando no Supre+o Tri(unal 7ederal / uso do +todo teleol@!ico F (usca do -+ F pode ensear transfor+a$%o do sentido e conteHdo ;ue parece e+erF !e+ da f@r+ula do te=to? e ta+(+ pode acarretar a inevit,F vel conse;[>ncia de? convencendo ;ue tal f@r+ula traiu? realF
117
+ente? a -nalidade da lei? i+por u+a +odi-ca$%o do te=to? ;ue se ter, de ad+itir co+ o +,=i+o de circunspec$%o e de +odera$%o? para dar estrita satisfa$%o i+periosa necessiF dade de atender ao -+ social pr@prio da lei. &"V. Carlos Ma=i+iliano? Qer+en>utica e aplica$%o do direito? cit.? p. "&:. &"&. Joseph StorZ? Co++entaries on the Constitution of the United States? &'VI? v. &? p. "VKFA. &"3. 6. nna Cndida da Cunha 7erra? Processos infor+ais de +udan$a da Constitui$%o? cit.? p. :". &"". Para u+a a+pla an,lise desse dispositivo? v. lipio Silveira? Qer+en>utica no direito (rasileiro? cit.? v. &? p. :: e s. Constitui$%o e as leis? portanto? visa+ a acudir certas necessidaF des e deve+ ser interpretadas no sentido ;ue +elhor atenda -nalidade para a ;ual foi criada. / le!islador (rasileiro? e+ u+a das raras e=ceF $ncias do (e+ co+u+. e+ se+pre f,cil? todavia? desentranhar co+ clarea a -nalidade da norF +a. falta de +elhor orienta$%o? dever, o intrprete voltarFse para as -nalidades +ais elevadas do Estado? ;ue s%o? na (oa passa!e+ de MarF celo Caetano? a se!uran$a? a usti$a e o (e+Festar social. &":. Marcelo Caetano? Direito constitucional? &'AK? p. &A&F4. Constitui$%o (rasileira de &'AA? e+ seu T8tulo )? dedicado aos princ8pios funda+entais? a(riu u+ arti!o espec8-co para as -nalidades do Estado (rasileiro? cua consecu$%o deve -!urar co+o vetor interF pretativo de toda a atua$%o dos @r!%os pH(licos. B o ;ue decorre do art. "_ e seus incisos? in ver(is rt. "_. Constitue+ o(etivos funda+entais da RepHF (lica 7ederativa do rasil ) F construir u+a sociedade livre? usta e solid,ria^ )) F !arantir o desenvolvi+ento nacional^ ))) F erradicar a po(rea e a +ar!inalia$%o e reduir as desi!ualdades sociais e re!ionais^ )6 F pro+over o (e+ de todos? se+ preconceitos de ori!e+? ra$a? se=o? cor? idade e ;uais;uer outras for+as de discri+ina$%o. e9 )nte!ra$%o da vontade constitucional. nalo!ia e costu+e constituF cional Divul!a o conheci+ento convencional ;ue n%o e=iste+ lacunas no direito? +as apenas na lei. o+iss%o? lacuna ou sil>ncio da lei consiste na falta de re!ra ur8dica positiva para re!ular deter+inado caso. orde+ ur8dica? todavia? te+ u+a pretens%o de co+pletude? e n%o se conce(e a e=ist>ncia de nenhu+a situa$%o uridica+ente relevante ;ue n%o encontre u+a solu$%o dentro do siste+a. / processo de preenchiF +ento de eventuais vaios nor+ativos rece(e o no+e de inte!ra$%o.
118
ela n%o se cuida? co+o na interpreta$%o? de revelar o sentido de u+a nor+a e=istente e aplic,vel a dada espcie? +as de pes;uisar no ordena+ento u+a nor+a capa de re!er ade;uada+ente u+a hip@tese ;ue n%o foi e=pressa+ente co!itada pelo le!islador. Constitui$%o de &'": i+punha ao intrprete e aplicador do direito o dever de inte!rar a orde+ ur8dica? ao dispor no art. &&"? inciso "K enhu+ ui dei=ar, de sentenciar por +otivo de o+iss%o na lei. s Constitui$ncia do le!islador ou pela superveni>ncia de situa$ncia de lacunas constitucionais. De fato? h, plausi(ilidade na suposi$%o de ;ue? onde o constituinte foi o+isso ou silente? por;ue n%o ;uis cuidar da +atria? rele!andoFa le!isla$%o infraconstitucional. Se+ dHvida al!u+a? a lacuna pode e=F pressar u+a op$%o pol8tica. Mas ne+ se+pre assi+. Captando a eviF d>ncia? arl Loewenstein distin!ue? co+ propriedade? entre lacuna consF titucional desco(erta e oculta. &"'. 6. nna Candida da Cunha 7erra? Processos infor+ais de +udan$a da Constitui$%o? cit.? p. &'3. &:V. arl Loewenstein? Teor8a de la Constituci@n? &'A4? p. &KVF3. d+itida a possi(ilidade da e=ist>ncia de lacuna constitucional? torF naFse necess,rio recorrer aos dois principais +eios de inte!ra$%o da orF de+ ur8dica a analo!ia e o costu+e. analo!ia consiste na aplica$%o de u+a re!ra ur8dica conce(ida para u+a dada situa$%o de fato a u+a outra situa$%o se+elhante? +as ;ue n%o fora prevista pelo le!islador. DiFse tratarFse de analo!ia le!is ;uando poss8vel recorrer a u+a re!ra espec8-ca apta a incidir so(re a hip@tese? e de analo!ia iuris ;uando a solu$%o precisa ser (uscada no siste+a co+o u+ todo? por n%o haver nenhu+a re!ra direta+ente pertinente. atural+ente? n%o ser, poss8F vel? e+ +atria constitucional? (uscar a inte!ra$%o anal@!ica na le!islaF $%o infraconstitucional. /u o constituinte atri(uiu o trata+ento da +aF tria lei ordin,ria F e n%o se estar, diante de u+a lacuna F? ou a solu$%o do vaio nor+ativo ter, de ser (uscada nos princ8pios da pr@F pria Constitui$%o. ri!or? o car,ter va!o e a(ran!ente da nor+a constiF tucional torna +ais corri;ueiro o uso de constru$
119
;ue o e+pre!o da analo!ia. analo!ia constitucional? co+o intuitivo? n%o cria direito ne+ coF loca o intrprete na posi$%o de le!islador constituinte. travs dela se vai (uscar no siste+a constitucional u+ direito ;ue , e=iste? e+ estado latente. Q, do+8nios e+ ;ue o recurso analo!ia n%o le!8ti+o? co+o no direito penal e tri(ut,rio? onde? por for$a de princ8pios constitucioF nais? e=i!eFse le!alidade estrita. De outra parte? a despeito da si+ilitude? n%o se confunde+ a analo!ia e a interpreta$%o e=tensiva? haa vista ;ue nesta se!unda hip@tese n%o h, lacuna? +as apenas u+a situa$%o e+ ;ue o le!islador disse +enos do ;ue ;ueria. %o se confunde+? por i!ual? as lacunas F ;ue s%o situa$ncio elo;[ente. E+ palavras do Ministro Moreira lves Sucede? por+? ;ue s@ se aplica a analo!ia ;uando? na lei? haa lacuna? e n%o o ;ue os ale+%es deno+ina+ de sil>ncio elo;[ente (eredtes Schwei!en9? ;ue o sil>ncio ;ue tradu ;ue a hip@tese conte+plada a Hnica a ;ue se aplica o preceito le!al? n%o se ad+itindo? portanto? a8 o e+pre!o da analo!ia. &:&. 6. Paulo onavides? Curso de direito constitucional? cit.? p. "4&? e Raul Canosa Usera? )nterpretaci@n constitucional Z f@r+ula pol8tica? cit.? p. &VI. &:3. 6. Mi!uel Reale? Li$? ilustrativa+ente? e+ RTJ? &3A'I4? &'A'? e &:V:IK? &''3. Ca(e? e+ se!uida? tratar do costu+e constitucional? cua +en$%o evoca? desde lo!o? o constitucionalis+o consuetudin,rio +ais fa+oso? ;ue o (ritnico. / direito constitucional in!l>s se consu(stancia e+ al!uns docu+entos hist@ricos F co+o a Ma!na Charta? de &3&I? a Petition of Ri!ht? de &43A? e o ill of Ri!hts? de &4A' F? e+ al!u+as leis escritas F co+o o Parlia+ent ct? de &'&& e de &':'? o Statute of est+inster? de &'"&? e o d+inistration of Justice ct? de &'4A F e? so(retudo? no costu+e constitucional? representado por certas pr,ticas tradicionais e pelo reconheci+ento de faculdades e de poderes a @r!%os e cidad%os. Merece re!istro a pertinente o(serva$%o de fonso rinos
120
de Mello 7ranco de ;ue a Constitui$%o in!lesa? e+(ora costu+eira e teorica+ente Xe=8vel? varia +enos na aplica$%o do ;ue !rande nH+ero de Constitui$ncia constitucional (ritnica? v. Marcelo Caetano? Direito constitucional? cit.? v. &? p. 4K e s. &:4. fonso rinos de Mello 7ranco? Curso de direito constitucional (rasileiro? &'4A? p. I3. / costu+e? ensina a doutrina cl,ssica? a pri+eira fonte su(sidi,ria do direito. / costu+e ur8dico ou direito consuetudin,rio a o(serva$%o constante de u+a nor+a ur8dica n%o (aseada e+ lei escrita. ele se desF taca+ dois ele+entos o e=terno ou o(etivo? ;ue o uso? a repeti$%o ha(itual de u+ dado co+porta+ento? e o interno ou su(etivo? ;ue a opinio necessitatis? ;ue se tradu na convic$%o de ;ue a;uele co+portaF +ento necess,rio e o(ri!at@rio. &:K. 6.? por todos? Cl@vis evil,;ua? Teoria !eral do direito civil? &'K4? p. "V^ l8pio Silveira? Qer+en>utica no direito (rasileiro? cit.? p. "&KF3&^ Jos de /liveira scens%o? / direito. )ntroduF $%o e teoria !eral? cit.? p. 3:&F3. os siste+as constitucionais escritos e r8!idos? co+o o (rasileiro? o costu+e n%o fonte ori!in,ria de ;ual;uer nor+a constitucional. s Constitui$Flas a cada passo? na vida real? co+o sucede aos ho+ens de Estado? coa!idos continua+ente a adaptar a letra da lei aos fatos inevit,veis. &:A. 6. J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. ':K? e nna Candida da Cunha 7erra? Processos infor+ais de +udan$a da Constitui$%o? cit.? p. &A"? ;ue apenas re!istra+ a e=ist>ncia do ponto de vista? se+ endoss,Flo. E+ sentido diverso? v. l(erto Ra+@n Real? Los +todos de interpretaci@n constitucional? RDP? I"FI:IV? p. IK las costu+(res? pr,cticas? usos? convenciones Z nor+as de correcci@n constitucional en ;ue se e=presa la vida pol8tica real inte!ran
121
la Constituci@n +aterial Z su conoci+iento es necesario para deter+inar el r!i+en pol8tico e=isF tente? el !rado de e-cacia Z el contenido verdadero de la Constituci@n for+al. &:'. Carlos Ma=i+iliano? Qer+en>utica e aplica$%o do direito? cit.? p. "&". E+(ora se deva distin!uir o costu+e? ;ue u+ conceito ur8dico? da +era pr,tica? ;ue u+a situa$%o de fato? pertinente o(servar ;ue +uitas vees a Constitui$%o for+al dese+penha u+ papel pura+ente si+(@lico? ;uando n%o esca+oteador. ssi+ se passou co+ a ConstituiF $%o (rasileira de &'"K e? e+ si!ni-cativa +edida? co+ as de &'4KF4'. Q, casos e+ ;ue o Te=to Constitucional u+a pura hip@tese? sendo a realidade da Constitui$%o +uito +ais representada pelas pra=es e costuF +es ;ue cerca+ a sua aplica$%o. Constitui$%o +aterial? efetiva? de u+ Estado pode +ais facil+ente ser identi-cada nos costu+es e pra=es constitucionais do ;ue no te=to propria+ente dito. &IV. 6. fonso rinos de Mello 7ranco? Curso de direito constitucional (rasileiro? cit.? p. I3. doutrina aceita? se+ +aiores reservas? o costu+e secundu+ constitutione+ e praeter constitutione+? +as reeita? por inad+iss8vel? o costu+e constitucional contra constitutione+. E natural ;ue sea assi+. realidade? contudo? oferece situa$ncia de o+isF sncia? na +oderna doutriF na? da concep$%o o(etiva da interpreta$%o? pela ;ual se deve (uscar? n%o a vontade do le!islador hist@rico a +ens le!islatoris9? +as a vontaF de autWno+a ;ue e+ana da lei. / ;ue +ais relevante n%o a occasio le!is? a conuntura e+ ;ue editada a nor+a? +as a ratio le!is? o fundaF +ento racional ;ue a aco+panha ao lon!o de toda a sua vi!>ncia. Este o funda+ento da cha+ada interpreta$%o evolutiva. s nor+as? ensina Mi!uel Reale? vale+ e+ ra%o da realidade de ;ue participa+? ad;uiF rindo novos sentidos ou si!ni-cados? +es+o ;uando +antidas inalteradas as suas estruturas for+ais. &I3. Mi!uel Reale? 7iloso-a do direito? &'A3? p. I':. Se+ ;ue se opere al!u+ tipo de ruptura na orde+ constitu8da F co+o u+ +ovi+ento revolucion,rio ou a convoca$%o do poder consF tituinte ori!in,rio F? duas s%o as possi(ilidades le!8ti+as de +utaF $%o ou transi$%o constitucional a9 atravs de u+a refor+a do te=F
122
to? pelo e=erc8cio do poder constituinte derivado? ou (9 atravs do recurso aos +eios interpretativos. interpreta$%o evolutiva u+ processo infor+al de refor+a do te=to da Constitui$%o. Consiste ela na atri(ui$%o de novos conteHdos nor+a constitucional? se+ +odiF -ca$%o do seu teor literal? e+ ra%o de +udan$as hist@ricas ou de fatores pol8ticos e sociais ;ue n%o estava+ presentes na +ente dos constituintes. &I". 6. Paulo onavides? Curso de direito constitucional? cit.? p. "K4^ Raul Machado Qorta? Per+an>ncia e +udan$a na Constitui$%o? Separata da Revista rasileira de Estudos Pol8ticos? n. K:? &''3? p. 3:" e s.^ J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. 3"IF 4^ e Manuel 2arciaF PelaZo? Derecho constitucional co+parado? &'A:? p. &"K. &I:. nna Candida da Cunha 7erra? Processos infor+ais de +udan$a da Constitui$%o? cit.? p. :I. 6.? ta+(+? l(erto Ra+@n Real? Los +todos de interpretaci@n constitucional? cit.? p. IK La interpretaci@n evolutiva facilita la din+ica vital de la Constituci@n? al renovar Z enri;uecer? con nuevos contenidos? recla+ados por la historia? los anti!uos te=tos? evitando su fosiliaci@n. oodrow ilson? e+ seu cl,ssico Constitutional !overn+ent in the United States? &'VA? re+arcando a evolutividade dos !overnos constitucionais? a-r+ou / 2overno n%o u+a +,;uina? +as u+a coisa viva... Ele deve contas a Darwin? e n%o a ewton. Essa interpreta$%o evolutiva se concretia? +uitas vees? atravs de nor+as constitucionais ;ue se utilia+ de conceitos el,sticos ou indeter+inados? co+o os de autono+ia? fun$%o social da propriedade? redu$%o das desi!ualdades etc.? ;ue pode+ assu+ir si!ni-cados variados ao lon!o do te+po. Por vees? u+a e+enda constitucional? introduindo +odi-ca$%o e+ al!u+ su(siste+a constitucional? pode alterar a co+F preens%o de conceitos e institutos , e=istentes. &II. 6. P. M. Chierchia? Linterpretaione siste+atica della Costituione? cit.? p. 4I. TenhaFse co+o e=e+plo a Refor+a d+inistrativa introduida pela E+enda Constitucional n. &''A? ;ue su(stancial+ente alterou a co+preens%o de institutos co+o o li+ite +,=i+o de re+unera$%o e a esta(ilidade dos servidores pH(licos na reda$%o dada aos arts. "K? *)? e :&? respectiva+ente9. a pr,tica do direito constitucional norteFa+ericano? a interpreta$%o evolutiva dese+penha papel da +aior si!ni-ca$%o? tanto no ca+po do devido processo le!al v. infra9 co+o no da cria$%o de novos direitos n%o previstos e=pressa+ente e. !.? o direito privacidade9 e no da i!ualdade perante a lei? notada+ente a de cunho racial. esse prop@sito? ilustrativo assinalar ;ue a vers%o ori!inal da Carta de &KAK per+itia? na se$%o 3 do art. &_? o re!i+e da escravid%o. E+ &AIK? ao ul!ar o caso Dred Scott vs. Sandford? a Supre+a Corte che!ou a ne!ar a condi$%o de cidad%o a u+ til
123
escravo. p@s K4 anos e u+a !uerra civil? a &"# e+enda? de &A4I? a(oliu a escravatura. )nvestidos de cidadania? ainda assi+ os ne!ros era+ lar!aF +ente discri+inados? co+ a chancela dos poderes estatais. &I4. 4VU. S. &' Qow.9 "'" &AIK9. E+ &A'4? ao decidir o caso PlessZ vs. 7er!uson? a Supre+a Corte endossou a doutrina do e;ual (ut separate F i!uais? +as separados F? for+a dissi+ulada de discri+ina$%o praticada e+ diversos Estados. SoF +ente e+ &'I:? ao ul!ar rown vs. oard of Education? a Corte consideF rou inconstitucional a se!re!a$%o de estudantes ne!ros nas escolas pH(liF cas? e+ decis%o ;ue se tornou u+ +arco na pol8tica de inte!ra$%o racial. ConstataFse? assi+? ;ue? na vi!>ncia de u+a +es+a Constitui$%o? o trataF +ento dado aos ne!ros evoluiu da discri+ina$%o total para a discri+inaF $%o atenuada? e? depois? para a n%oFdiscri+ina$%o. &IK. Para u+ a+plo e interessante painel da interpreta$%o evolutiva na e=peri>ncia constitucional norteFa+ericana? v. Morton J. Qorwit? 7oreword the Constitution of chan!e...? Qarvard law Review? &VK3K? &''". Para Qorwit? os dois +o+entos cul+inantes do constitucionalis+o a+ericano fora+? precisa+ente? duas +udan$as de orienta$%o urisprudencial decididas pela Supre+a Corte o pri+eiro deles foi a supera$%o da doutrina Lochner. Confor+e se ver, e+ +aior detalhe adiante? desde a decis%o e+ Lochner vs. ew Yorb? de &'VI? a Supre+a Corte passou a considerar inconstitucional toda e ;ualF ;uer le!isla$%o social e intervencionista. Essa orienta$%o s@ veio a ser superada na dcada de "V? ap@s o ew Deal? so( o i+pacto de u+ confronto direto entre a Corte e o Presidente Roosevelt v. infra9^ o se!undo foi a supera$%o do precedente -r+ado e+ PlessZ vs. 7er!uson? e+ &A'4? ;ue coonestara a hipocrisia discri+inat@ria do i!uais? +as separados? pela coraosa decis%o inte!racionista de rown? e+ &'I: 7oreword the Constitution of chan!e...?Qarvard Law Review? &VK3K? cit.? p. K&9. a +rica Latina? co+o le+(ra nna Candida da Cunha 7erra? e inclusive no rasil? u+a lon!a tradi$%o autorit,ria +ant+ a interpretaF $%o constitucional evolutiva? atravs do Poder Judici,rio? e+ li+ites e=F tre+a+ente contidos. De fato? a hist@ria do continente esti!+atiada pela hipertro-a do E=ecutivo? pela ;ue(ra das !arantias da +a!istratuF ra? por refor+as constitucionais casu8sticas e pela insta(ilidade constiF tucional constante. li,s? e+ lu!ar de evolu$%o? fre;[ente+ente o ;ue se veri-ca u+a defor+a$%o? onde a interpreta$%o constitucional udiF cial convalida os a(usos autorit,rios. &IA. nna Candida da Cunha 7erra? Processos infor+ais de +udan$a da Constitui$%o? cit.? p. &""F:. %o o(stante isto? e=iste+ al!uns precedentes interessantes de apliF ca$%o evolutiva da Lei 7unda+ental? pela interven$%o criativa dos tri(uF nais? isto ? atravs de constru$
124
se+pre a cha+ada doutrina (rasileira do ha(eas corpus? consu(stanF ciada na e=tens%o do instituto a outras situa$ncia predo+inante "I E+ caso de acidente do tra(alho ou de transporF te? a concu(ina te+ direito de ser indeniada pela +orte do a+,sio? se entre eles n%o havia i+pediF +ento para o +atri+Wnio^ "AV Co+provada a e=ist>ncia de sociedade de fato entre os concu(inos? ca(8vel a sua dissolu$%o udicial? co+ a partilha do patri+Wnio ad;uirido pelo esfor$o co+u+^ e ::K B v,lida a disposi$%o testa+ent,ria e+ favor de -lho adulterino do testador co+ sua concu(ina. atural+ente? a interpreta$%o evolutiva? se+ refor+a da ConstituiF $%o? h, de encontrar li+ites. / pri+eiro deles representado pelo pr@F prio te=to? pois a a(ertura da lin!ua!e+ constitucional e a polisse+ia de seus ter+os n%o s%o a(solutas? devendo estancar diante de si!ni-cados +8ni+os. l+ disso? ta+(+ os princ8pios funda+entais do siste+a s%o intan!8veis? assi+ co+o as altera$
125
nor+as constitucionais? e+ particular? pode+ ser en;uadradas e+ duas cate!orias diversas as nor+asFprinc8pio e as nor+asFdisposi$%o. s nor+asFdisposi$%o? ta+(+ referidas co+o re!ras? t>+ e-c,cia restrita s situa$+? nor+al+ente? +aior teor de a(stra$%o e u+a -nalidade +ais destacada dentro do siste+a. &. 6ea+Fse Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? &'A"? t. 3? p. &'A^ J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? &'A4? p. &K3 s re!ras e princ8pios s%o duas espcies de norF +as^ e Eros Ro(erto 2rau? orde+ econ@+ica na Constitui$%o F interpreta$%o e cr8tica? &''V? p. &33 e s. %o h,? certo? entre u+as e outras? hierar;uia e+ sentido nor+ativo? por isso ;ue? pelo princ8pio da unidade da Constitui$%o v. infra9? todas as nor+as constitucionais encontra+Fse no +es+o plano. )sso n%o i+F pede? todavia? ;ue nor+as de +es+a hierar;uia tenha+ fun$nF fase na sua siste+atia$%o no ordena+ento positivo (rasileiro. 3. Se+ e+(ar!o? poss8vel ad+itir a e=ist>ncia de u+a hierar;uia a=iol@!ica? co+o (e+ o(serva Dio!o de 7i!ueiredo Moreira eto orde+ econW+ica na Constitui$%o de &'AA? Revista de Direito da Procuradoria 2eral do Estado do Rio de Janeiro? :3IK? &''V? p. I'9. ". 6. Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? cit.? t. 3? p. &''. o prefaciar seu ad+ir,vel Tratado de direito privado? aver(ou PonF tes de Miranda ;ue os siste+as ur8dicos s%o siste+as l@!icos? co+posF tos de proposi$
126
+ento de re!ras ;ue se ustapncia li+itativa orde+ ur8dica? diante da evid>ncia de ;ue ne+ todos os valores pode+ ou deve+ ser realiados atravs do direito? co+o os de naturea pura+ente tica ou reli!iosa? dentre outros. 6. Recasns Siches? ueva -losof8a de la interpretaci@n del derecho? &'AV? p. 3A:. E+ passa!e+ ;ue , se tornou cl,ssica? escreveu Celso ntWnio andeira de Mello Princ8pio ? por de-ni$%o? +anda+ento nuclear de u+ siste+a? verdadeiro alicerce dele? disposi$%o funda+ental ;ue se irradia so(re diferentes nor+as co+pondoFlhes o esp8rito e servindo de critrio para sua e=ata co+preens%o e inteli!>ncia? e=ata+ente por de-nir a l@!ica e a racionaliF dade do siste+a nor+ativo? no ;ue lhe confere a tWnica e lhe d, sentido har+Wnico.... 6iolar u+ princ8pio +uito +ais !rave do ;ue transF !redir u+a nor+a. desaten$%o ao princ8pio i+plica ofenF sa n%o apenas a u+ espec8-co +anda+ento o(ri!at@rio? +as a todo o siste+a de co+andos. B a +ais !rave for+a de ile!alidade ou inconstitucionalidade? confor+e o esF cal%o do princ8pio atin!ido? por;ue representa insur!>ncia contra todo o siste+a? su(vers%o de seus valores fundaF +entais. K. Celso ntWnio andeira de Mello? Ele+entos de direito ad+inistrativo? &'A4? p. 3"V. /s !randes princ8pios de u+ siste+a ur8dico s%o nor+al+ente enunF ciados e+ al!u+ te=to de direito positivo. %o o(stante? e se+ pretender enveredar por discuss%o -los@-ca acerca de positivis+o e usnaturalis+o? te+Fse? a;ui? co+o fora de dHvida ;ue esses (ens sociais supre+os e=isF te+ fora e aci+a da letra e=pressa das nor+as le!ais? e nelas n%o se es!oF ta+? at por;ue n%o t>+ car,ter a(soluto e se encontra+ e+ per+anente +uta$%o. o co+ent,rio de Jor!e Miranda? o Direito nunca poderia esF !otarFse nos diplo+as e preceitos constante+ente pu(licados e revo!ados pelos @r!%os do poder. Dei=andoFse de lado os cha+ados princ8pios !erais do direito? ;ue constitue+ u+a discuss%o parte? (e+ de ver ;ue os pr@prios princ8pios de interpreta$%o constitucional tratados neste cap8tulo? ;ue inte!ra+? se+ so+(ra de dHvida? o siste+a constitucional positivo? n%o s%o? na sua !eneralidade? o(etos de disposi$%o e=pressa. A. Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? cit.? t. 3? p. &'K. 6. ta+(+ Eros 2rau? orde+ econW+ica na Constitui$%o? cit.? p. '3. parente+ente e+ sentido diverso o co+ent,rio de
127
J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. &&' ... Ouer as nor+as? ;uer os princ8pios t>+ recep$%o positivoFconstitucional n%o h, princ8pios transcendentes9. Essa a-r+a$%o atenuaF da por sua ad+iss%o de ;ue o princ8pio n%o precisa estar consa!rado e=pressa+ente e+ ;ual;uer preceito particular? podendo ser deduido do siste+a. '. 6. Eduardo 2arc8a de Enterr8a? ReXe=iones so(re la leZ Z los principios !enerales del derecho? &'A4. B poss8vel en;uadrar os princ8pios constitucionais? ;uanto ao seu conteHdo? na tipolo!ia ;ue adota+os para as nor+as constitucionais e+ !eral. Co+ efeito? e=iste+ princ8pios constitucionais de or!ania$%o? co+o os ;ue de-ne+ a for+a de Estado? a for+a? o re!i+e e o siste+a de !overno. E=iste+? ta+(+? princ8pios constitucionais cua -nalidaF de prec8pua esta(elecer direitos? isto ? res!uardar situa$ncia. os princ8F pios calha a peculiaridade de se irradiare+ pelo siste+a nor+ativo? repercutindo so(re outras nor+as constitucionais e da8 se difundindo para os escalncia. Divide+Fse? assi+? e+ princ8pios funda+entais? princ8pios !erais e princ8pios setoriais ou especiais. Princ8pios funda+entais s%o a;ueles ;ue cont>+ as decis
128
li+ite s +uta$+ eles +enor !rau de a(stra$%o e ensea+? e+ +uitos casos? a tutela i+ediata das situa$ de proveta e Htero de alu!uel. DiF ante de aspectos ;ue difusa+ente se distri(u8a+ por diferentes do+8nios ur8dicos F co+o os do direito civil? penal? ad+inistrativo F? declarouF se ele na contin!>ncia de faer u+a op$%o +etodol@!ica por enfocar as perple=idades ;ue a +atria provocava
129
vista do e=clusivo farol capa de solv>Flas univocaF +ente? para todos os ra+os da ,rvore ur8dica o contraste entre as inda!a$ncia do princ8pio de+ocr,tico no constitucionalis+o ocidenF tal F? optou pelo presidencialis+o so(re o parla+entaris+o e dei=ou e=pressa sua pro-ss%o de f capitalista ao consa!rar a livre iniciativa. Se o constituinte de &'AA n%o tivesse dito +ais nada^ se a Carta se cifrasse a u+ Hnico arti!o ;ue a(ri!asse os princ8pios aci+a? ainda asF si+ terFseFia+ os contornos essenciais do Estado ;ue se pretendeu criar. Se se dei=asse tudo o +ais para o le!islador ordin,rio? n%o poderia ele des-!urar o +odelo (,sico ;ue a ele se i+pWs. De outra parte? -!ura+ dentre os princ8pios !erais os ;ue se se!ue+ F princ8pio da le!alidade art. I_? ))9^ F princ8pio da li(erdade art. I_? ))? e diversos incisos do art. I_ co+o )6? 6)? )*? *)))? *)6? *6? *6)? *6)) etc.9^ F princ8pio da isono+ia art. I_? caput e inciso )9^ F princ8pio da autono+ia estadual e +unicipal art. &A9^ F princ8pio do acesso ao Judici,rio art. I_? ***69^ F princ8pio da se!uran$a ur8dica art. I_? ***6)9^
130
F princ8pio do ui natural art. I_? ***6)) e L)))9^ F princ8pio do devido processo le!al art. I_? L)69. / elenco aci+a co+portaria si!ni-cativa a+plia$%o? de acordo co+ o !osto de cada u+. Q, caracter8sticas peculiares a esses princ8pios? e+ contraste co+ os ;ue se die+ funda+entais. E+ pri+eiro lu!ar? eles n%o t>+ car,ter or!aniat@rio do Estado? +as si+ li+itativo de seu poF der? res!uardando desde lo!o situa$ncia e da i+parcialidade dos u8es arts. 'I e '49^ F princ8pio da su(ordina$%o das 7or$as r+adas ao poder civil art. &:39. ))) F Tri(uta$%o e /r$a+ento F princ8pio da capacidade contri(utiva art. &:I? ` &_9^ F princ8pio da le!alidade tri(ut,ria art. &IV? )9^ F princ8pio da isono+ia tri(ut,ria art. &IV? ))9^ F princ8pio da anterioridade da lei tri(ut,ria art. &IV? )))9^ F princ8pio da i+unidade rec8proca das pessoas ur8dicas de direito pH(lico art. &IV? 6)? a9^ F princ8pio da anualidade or$a+ent,ria art. &4I? )))9^ F princ8pio da universalidade do or$a+ento art. &4I? ` I_9^ F princ8pio da e=clusividade da +atria or$a+ent,ria art. &4I? ` A_9. )6 F /rde+ Econo+ica F princ8pio da !arantia da propriedade privada art. &KV? ))9^ F princ8pio da fun$%o social da propriedade art. &KV? )))9^ F princ8pio da livre concorr>ncia art. &KV? )69^ F princ8pio da defesa do consu+idor art. &KV? 69^ F princ8pio da defesa do +eio a+(iente art. &KV? 6)9.
131
6 F /rde+ Social F princ8pio da !ratuidade do ensino pH(lico art. 3V4? )69^ F princ8pio da autono+ia universit,ria art. 3VK9^ F princ8pio da autono+ia desportiva art. 3&K? )9. B (e+ de ver ;ue +uitas vees a Constitui$%o se refere a princ8F pio? ;uando na verdade est, si!ni-cando u+a verdadeira -nalidade? co+o ocorre co+ a redu$%o das desi!ualdades re!ionais e sociais ou a (usca de pleno e+pre!o? indicadas co+o princ8pios da orde+ ecoF nW+ica no art. &KV. /utras vees? e+(ora e+pre!ue o ter+o princ8pios? a Constitui$%o ;uer referirFse s re!ras constitucionais e+ !eral? co+o se passa nos arts. 3I? caput? e 3'? caput? ;ue? ao tratare+ do poder de autoF or!ania$%o de EstadosF+e+(ros e Munic8pios? i+pncias pol8ticas? reduF indo a discricionariedade do aplicador da nor+a e i+pondoFlhe o dever de +otivar seu convenci+ento. 3. Princ8pio da supre+acia da Constitui$%o Toda interpreta$%o constitucional se assenta no pressuposto da supeF rioridade ur8dica da Constitui$%o so(re os de+ais atos nor+ativos no +(ito do Estado. Por for$a da supre+acia constitucional? nenhu+ ato ur8dico? nenhu+a +anifesta$%o de vontade pode su(sistir valida+ente se for inco+pat8vel co+ a Lei 7unda+ental. a pr,tica (rasileira? , deF +onstra+os e+ outra parte? no +o+ento da entrada e+ vi!or de u+a nova Carta? todas as nor+as anteriores co+ ela contrastantes -ca+ revo!adas. E as nor+as editadas posterior+ente sua vi!>ncia? se contraviere+ os seus ter+os? deve+ ser declaradas nulas. supre+acia da Constitui$%o +anifestaFse? i!ual+ente? e+ rela$%o aos atos internacioF nais ;ue deva+ produir efeitos e+ territ@rio nacional v. supra9. / constitucionalis+o +oderno? co+o sa(ido? sur!iu no sculo *6)))? conte+porneo ao advento do Estado li(eral. 7oi ele u+ dos principais trunfos da (ur!uesia no acerto de contas co+ a +onar;uia a(soluta. De fato? na;uela fase do desenvolvi+ento capitalista? o velho re!i+e se tornara u+ e+pecilho ao casa+ento -nal F e? at a;ui? indissolHvel F entre o poder econW+ico e o poder pol8tico? vale dier? con;uista do Estado pela (ur!uesia. /ra (e+ a idia de supre+acia constitucional te+ seu funda+ento associado a dois relevantes conceitos ela(orados na;ueles pri+@rdios da ci>ncia constitucional a distin$%o entre poder constituinF te e poder constitu8do? e entre Constitui$
132
&I. Carlos Ro(erto de Si;ueira Castro? Por u+ ensino cr8tico do direito constitucional? in Cr8tica do direito e do Estado? &'A:? p. &"A. &4. 6. Se!undo 6. Linares Ouintana? Derecho constitucional Z instituciones pol8ticas? &'A&? v. &? p. :A& ... el principio de la supre+ac8a de la Constituci@n? ;ue descansa en el presupuesto de la distinci@n entre el poder constituZente Z el poder constituido? inherente al siste+a de las constituciones r8!idas. &K. 6. Jos fonso da Silva? Curso de direito constitucional positivo? &''3? p. :K Da ri!ide e+ana? co+o pri+ordial conse;[>ncia? o princ8pio da supre+acia da constitui$%o. ...9 Si!ni-ca ;ue a constitui$%o se coloca no vrtice do siste+a ur8dico do pa8s? a ;ue confere validade? e ;ue todos os poderes estatais s%o le!8ti+os na +edida e+ ;ue ela os reconhe$a e na propor$%o por ela distri(u8dos. Cou(e ao padre E++anuel Joseph SieZqs? autor do cle(re opHsculo OujestFce ;ue le Tiers Btat? for+ula pela pri+eira ve a distin$%o entre poder constituinte e poder constitu8do? (e+ co+o a-r+ar a superiF oridade da Constitui$%o. Re+onta a essa o(ra a idia da aus>ncia de li+ita$%o ur8dica ao poder constituinte? ;ue n%o sofre restri$%o al!u+a do direito positivo anterior. ci+a dele s@ e=iste o direito natural. a-r+a$%o n%o encontra? +oderna+ente? resist>ncia de +aior peso? sendo endossada pela doutrina +ais autoriada. percep$%o de SieZqs ;uanF to dualidade poder constituinte e poder constitu8do? e+(ora hoe se a-!ure @(via? representou u+ enfo;ue inteira+ente novo do direito consF titucional. o constatar ;ue u+a Constitui$%o sups? pu(licada so( o t8tulo Constituinte (ur!uesa. / ;ue o Terceiro Estado? Rio de Janeiro? Li(er Juris? &'A4. Manoel 2on$alves 7erreira 7ilho su!ere ;ue esse livro foi o +anifesto da Revolu$%o 7rancesa^ est, co+o +anifesto para ela assi+ co+o est, o de Mar= para a Revolu$%o Russa Direito constitucional co+parado F o poder constituinte? &'K:? p. &39. &'. SieZqs? Constituinte (ur!uesa? cit.? p. &&K. 3V. 6ea+Fse? por todos 2eor!es urdeau? Trait de science politi;ue? &'4'? v. )6? p. 3V4^ Jor!e Reinaldo 6anossi? U+a vis%o atualiada do poder constituinte? Revista de Direito ConstituciF onal e Ci>ncia Pol8tica? &&V? &'A"? p. ))^ e Jos lfredo de /liveira aracho? Teoria !eral do poder constituinte? Revista rasileira de Estudos Pol8ticos? I3K? &'A&. %o conXita co+ essa idiaatese
133
de /tto acho? veiculada e+ seu or+as constitucionais inconstitucionais? &'':? ;ue adiante se e=a+inar, e+ +inHcia v. infra9. 3&. J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. 'A. dicoto+ia entre Constitui$%o r8!ida e Constitui$%o Xe=8vel? por sua ve? n%o se confunde? +as se superp+ sido as Constitui$ncia e esta(ilidade ;ue aco+panha a Lei 7unda+ental? e+ contraste co+ a +uta(ilidade da le!isla$%o ordin,ria.
134
3I. 6. Eduardo 2arc8a de Enterr8a? La Constituci@n co+o nor+a Z el Tri(unal ConstituF cional? &''&? p. IV ... en la +edida en ;ue la Constituci@n es la e=presi@n de una intenci@n fundacional? con-!uradora de un siste+a entero ;ue en ella se (asa? tiene una pretensi@n de per+anencia... o duraci@n...? lo ;ue parece ase!urarle una superioridad so(re las nor+as ordinarias carentes de una intenci@n total tan relevante Z li+itada a o(etivos +ucho +,s concretos... Saindo do plano da teoria !eral e das considera$ncias e procedi+entos para a ela(ora$%o dos atos nor+ativos inferiores. E a superle!alidade +aterial su(ordina o conteHF do de toda a atividade nor+ativa estatal confor+idade co+ os princ8F pios e re!ras da Constitui$%o. ino(servncia dessas prescri$ncia de precedentes de supre+acia constiF tucional e+ outros e +ais anti!os siste+as ur8dicos? co+o o ateniense e o +edieval. ConF clui? assi+? o +estre de 7loren$a ;ue a +erit@ria decis%o do Chief Justice John Marshall? ;ue iniciou? na +rica e no +undo? al!o de novo e de i+portante? foi u+ ato a+adurecido atravs de sculos de hist@ria hist@ria n%o apenas a+ericana? +as universal. o +es+o sentido? Linares Ouintana? Derecho constitucional Z instituciones pol8ticas? cit.? v. &? p. :A' e s.
135
3A. Eduardo 2arc8a de Enterr8a? La Constituci@n co+o nor+a Z el Tri(unal Constitucional? cit.? p. IVF". 6eaFse ;ue o controle udicial de constitucionalidade? ;ue a tcF nica de atua$%o da supre+acia da Constitui$%o? n%o se encontrava e=pl8F cito na Constitui$%o de &KAK. De fato? o art. 4_? 3? do Te=to? conhecido co+o supre+acZ clause? dispunha t%oFso+ente Esta Constitui$%o e as leis dos Estados Unidos ela(oF radas de acordo co+ ela? (e+ co+o os tratados cele(rados ou por cele(rar so( a autoridade dos Estados Unidos? consF tituir%o a supre+a lei do Pa8s^ os u8es de todos os Estados -ca+ sueitos a ela? n%o devendo prevalecer ;ual;uer disF posi$%o e+ contr,rio na Constitui$%o de ;ual;uer dos EsF tados ou nas suas leis. 3'. Stone? Seid+an? Sunstein? Tushnet? Constitutional law? &'A4? p. 3A )t is clear? however? that the supre+acZ clause itself cannot (e the clear te=tual (asis for a clai+ (Z the udiciarZ that this prero!ative to deter+ine the repu!nancZ of an act to the Constitution9 (elon!s to it B claro? no entanto? ;ue a cl,usula de supre+acia por si s@ n%o pode ser a clara (ase te=tual para a reivindicaF $%o pelo Judici,rio de ;ue a ele co+pete a prerro!ativa de deter+inar a inco+pati(ilidade de u+ ato co+ a Constitui$%o9. "V. rt. 6)? 39 This Constitution? and the Laws of the United States which shall (e +ade in Pursuance thereof^ and all Treaties +ade? or which shall (e +ade? under the authoritZ of the United States? shall (e the supre+e Law of the Land^ and the Jud!es in everZ State shall (e (ound there(Z? anZ Thin! in the Constitution or Laws of anZ State to the ConlrarZ notwithstandin!. Mas le=ander Qa+ilton? no 7ederalista n. KA? havia antecipado a idia de controle de constitucionalidade pelo Poder Judici,rio? e+ te=to ;ue se tornou cl,ssico l!u+a perple=idade ;uanto ao poder dos tri(unais de pronunciar a nulidade de atos le!islativos contr,rios constitui$%o te+ sur!ido? fundada na suposi$%o de ;ue tal doutrina i+plicaria na superioridade do Judici,rio so(re o Le!islativo. -r+aFse ;ue a autoridade ;ue pode declara os atos da outra nulos deve ser necessaria+ente superior ;uela cuos atos pode+ ser declarados nulos. ...9 enhu+ ato le!islativo contr,rio Constitui$%o pode ser v,lido. ...9 presun$%o natural? falta de nor+a e=pressa? n%o pode ser a de ;ue o pr@prio @r!%o le!islativo sea o ui de seus poderes e ;ue sua interpreta$%o so(re eles vincula os outros Poderes. ...9 B +uito +ais racional supor ;ue os
136
tri(unais ;ue t>+ a +iss%o de -!ura co+o corpo interF +edi,rio entre o povo e o Le!islativo? dentre outras rancia de cada u+a. Ent%o? se u+a lei estiver e+ oposi$%o constitui$%o^ se a+(as se aplicare+ a u+ deter+inado caso? e=i!indo ;ue o tri(unal decida ou de acordo co+ a lei? se+ aten$%o consF titui$%o? ou na confor+idade da constitui$%o? se+ aten$%o lei? ca(e ao tri(unal deter+inar ;ual destas re!ras conXitantes se aplica ao caso. Esta a ess>ncia da fun$%o udicial. Se? ent%o? os tri(unais deve+ o(servar a constitui$%o e a constitui$%o superior a ;ual;uer lei ordin,ria e+anada do Le!islativo? a constitui$%o? e n%o a lei ordin,ria? ;ue deve re!er o caso ao ;ual a+(as se aplica+. ...9
137
ssi+? a particular fraseolo!ia da constitui$%o dos EsF tados Unidos con-r+a e fortalece o princ8pio? ;ue se suF p+ u+ papel de desta;ue no siste+a !eral de freios e contraF pesos conce(ido pelo constitucionalis+o +oderno co+o for+a de conF ter o poder. B ;ue? atravs da conu!a$%o desses dois +ecanis+os? retiF raFse do o!o pol8tico do diaFaFdia e? pois? das eventuais +aiorias eleitoF rais? valores e direitos ;ue -ca+ prote!idos pela ri!ide constitucional e pelas li+ita$+ ;uestionado o avan$o dos tri(unais so(re espa$os ;ue? se!undo cr>e+? deveria+ -car reservados ao processo pol8tico. E+ livro cl,ssico? le=ander icbel a(ordou o te+a? procurando de-nir o espa$o de atua$%o do Judici,rio? e+ passa!e+ ;ue -cou cle(re /s tri(unais t>+ certa capacita$%o para lidar co+ ;uesF t+? ou deve+ ter? a disponi(ilidade? o treiF na+ento e o distancia+ento para se!uir os ca+inhos da sa(edoria e isen$%o ao (uscar os -ns pH(licos. )sto crucial ;uando se trata de deter+inar os valores per+anentes de u+a sociedade. Este distancia+ento e o +istrio +araviF lhoso do te+po d%o aos tri(unais a capacidade de recorrer aos +elhores senti+entos hu+anos? captar as +elhores asF pira$ncia para pronHncia de invalidade privativa do Judici,rio? n%o sendo le!8tiF +a a invalida$%o de u+a lei por outra superveniente. Este entendi+ento
138
pac8-co? +aterialiandoFse na proposi$%o a(ai=o? e=tra8da de decis%o do Supre+o Tri(unal 7ederal E+ nosso siste+a ur8dico? n%o se ad+ite declara$%o de inconstitucionalidade de lei ou ato nor+ativo co+ for$a de lei por lei ou por ato nor+ativo co+ for$a de lei posteriores. / controle de constitucionalidade da lei ou dos atos nor+ativos da co+pet>ncia e=clusiva do Poder. "I. Para u+a an,lise concisa? +as pro-ciente? dos +odelos austr8aco? ale+%o? italiano? franc>s e espanhol? v. Louis 7avoreu? Les cours constitutionnelles? &'A4. E+ l8n!ua portu!uesa? veaFse Jos lfredo de /liveira aracho? Processo constitucional? &'A:? p. &'&F"::? contendo a an,lise dos +oF delos europeu? norteFa+ericano e latinoFa+ericano. / livro cl,ssico de Mauro Cappelletti? )l controllo !iudiiario di costituionalit della le!!i nel diritto co+parato? &'4A? te+ u+a vers%o para a l8n!ua portu!uesa / controle udicial de constitucionalidade das leis no direito co+parado? &'A:9. "4. Jos Carlos ar(osa Moreira? Co+ent,rios ao C@di!o de Processo Civil? &''"? v. I? p. 3A. 6ea+Fse? por todos? no direito (rasileiro C. . LHcio ittencourt? / controle urisdicional da constitucionalidade das leis? &'4A^ lfredo uaid? Da a$%o direta de declara$%o de inconstitucionalidade no direito (rasileiro? &'IA^ e Ronaldo Poletti? Controle da constitucionalidade das leis? &'AI. Dentre os tra(alhos posteriores pro+ul!a$%o da Constitui$%o de &'AA? vea+Fse? especial+ente? Carlos M,rio da Silva 6elloso? / controle da constitucionalidade das leis? in Te+as de direito pH(lico? &'':? e 2il+ar 7erreira Mendes? Controle de constitucionalidade? &''V. Mais recente ainda a i+pec,vel tese de Clq+erson Merlin Cl>ve? -scalia$%o a(strata de constitucionalidade no direito (rasileiro? &''I. "4F. RTJ? &I&""&? &''I? D)n 33&FD7? rel. Min. Moreira lves. E+(ora a idia de supre+acia da Constitui$%o estea 8nsita e+ todos os casos de controle de constitucionalidade? ve por outra a urisprud>ncia do Supre+o Tri(unal 7ederal reservaFlhe +en$%o e=pressa. Con-raFse ac@rd%o da lavra do Ministro Clio ora? re+arcando os conceitos douF trin,rios (,sicos / princ8pio da supre+acia da orde+ constitucional F consect,rio da ri!ide nor+ativa ;ue ostenta+ os preceitos de nossa Constitui$%o F i+p
139
r8dico atua co+o pressuposto de validade de toda a orde+ positiva institu8da pelo Estado. "K. RTJ? RTJ? &:V'I:? &''3? p. '4:? RE &VK.A4'? rel. Min. Clio ora. 6eaFse? ta+(+? RTJ? &:4:4&? &''"? D)n 4I3FM? rel. Min. Celso de Mello / repHdio ao ato inconstitucional decorre? e+ ess>ncia? do princ8pio ;ue? fundado na necessidade de preF sentar a unidade da orde+ ur8dica nacional? consa!ra a supre+acia da Constitui$%o. Esse postulado funda+ental de nosso ordena+ento nor+ativo i+pncia da Constitui$%o? a nor+a infraconstitucional n%o havia ainda sido editada. d+itirFse ;ue o direito de !reve n%o poderia ser e=ercido? ante a inrcia inde-nida do le!islador? violaria o princ8pio da supre+acia da Constitui$%o? u+a ve ;ue o direito por ela outor!ado -caria paralisado por o+iss%o de @r!%o do poder institu8do. Da8 haver conclu8do? co+ acedo? o Tri(unal ;ue Constitui$%o da RepH(lica !arante o direito de !reF ve aos funcion,rios pH(licos? nos li+ites de-nidos de-nidos e+ lei co+ple+entar art. "K? 6))9. Essa le!isla$%o n%o poder, recusar a paralisa$%o da atividade? ess>ncia da !reve? uniF versal+ente reconhecida. l+ disso? s%o passados ;uatro anos de vi!>ncia da Carta Pol8tica. / le!islador +ant+F se inerte. Esses dois dados confere+ le!alidade ao e=erc8F
140
cio do direito? o(servandoFse? analo!ica+ente? princ8pios e leis e=istentes. Caso contr,rio? che!arFseFia a u+ a(surF do a e-c,cia da Constitui$%o depende de nor+a hierar;uiF ca+ente inferior. "'. RT? RT? KVV&AI? &''"? RMS 3.A4IF"FSC? rel. Min. 6icente Cernicchiaro. E+ sentido diverso pronunciouFse o Tri(unal de Justi$a da Para8(a / direito de !reve dos servidores pH(licos? insculpido no art. "K? 6))? da C7AA? +era+ente potencialiado? nor+a pro!ra+,tica? de e-c,cia contida e aplica(ilidade invalidante? ;ue? por depender de lei co+ple+entar para re!ul,Fla? n%o pode ser e=ercido por seus destinat,rios RT? RT? KV&&:3? &'':9. %o se+ causar certa decep$%o? o Supre+o Tri(unal 7ederal 7ederal per-lhou linha diversa? no ul!a+ento de +andado de inun$%o i+petrado pela Confedera$%o dos Servidores PH(licos do rasil a prop@sito da o+isF s%o le!islativa do Con!resso e+ editar a nor+a recla+ada pelo art. "K? 6)). E+(ora acolhendo o +andado de inun$%o para o -+ de reconheF cer a +ora do Con!resso acional e deter+inar a ci>ncia for+al do Poder Le!islativo para ;ue sanasse a inrcia at ent%o veri-cada? lavrou lav rou o ac@rd%o? da relatoria do Ministro Celso de Mello Direito de !reve do servidor pH(lico civil F ...9 PrerF ro!ativa ur8dica asse!urada pela Constitui$%o art. "K? 6))9 F )+possi(ilidade de seu e=erc8cio antes da edi$%o de Lei Co+ple+entar. :V. LTr Tr?? IA4:K? &'':? M) 3VF:FD7? 3VF:FD7? rel. Min. Celso de Mello. a nova reda$%o dada ao art. "K? 6))? pela E+enda Constitucional n. &''A? &''A? a previs%o passou a ser de edi$%o de lei espec8-ca e n%o +ais de lei co+ple+entar? co+ple+entar? fato ;ue n%o interfere co+ o entendi+ento do Supre+o Tri(unal 7ederal 7ederal de ;ue necess,ria a interpositio le!islatoris para ;ue o direito possa ser e=ercido. RetratouFse? assi+? a doutrina e al!u+as aplica$s poderes no +(ito do Estado. )deal+ente? todos os @r!%os pH(licos pauF ta+ sua conduta na confor+idade da Constitui$%o e a!e+ na realia$%o do (e+ co+u+. E+(ora se haa reservado ao Judici,rio o papel de inF trprete ;uali-cado das leis? os Poderes se situa+ e+ plano de rec8proca i!ualdade? e os atos de cada u+ deles nasce+ co+ presun$%o de validade. Mais ;ue isso nenhu+ Poder? Poder? ne+ +es+o o Judici,rio? pode intervir e+ esfera reservada ao outro para su(stitu8Flo e+ u8os de conveni>ncia e oportunidade. 6ea+Fse? a se!uir? se!uir? o funda+ento? o conteHdo e as i+pliF ca$
141
U+ dos funda+entos so(re os ;uais se assenta o Estado constitucional de direito a divis%o ou separa$%o dos Poderes. Seu antecedente +ais re+oto? na +odernidade? foi o processo revolucion,rio ;ue conduiu a-rF +a$%o do Parla+ento e+ face do +onarca? na )n!laterra? co+ a edi$%o do ill of Ri!hts? e+ &4A'. Sua sacra+entalia$%o? por outro lado? se deu co+ a Declara$%o dos Direitos do Qo+e+ Q o+e+ e do Cidad%o? e+ &KA'? e+ +eio ao tur(ulento processo revolucion,rio franc>s. Mas foi a ConstituiF $%o a+ericana? de &KAK? ;ue pela pri+eira ve for+aliou o +odelo e+pirica+ente colhido na e=peri>ncia in!lesa e teorica+ente ela(orado por autor franc>s? dandoFlhe o te+pera+ento dos checbs and (alances freios e contrapesos9? pelo ;ual se esta(elecera+ ,reas de interse$%o e de controle rec8proco entre Le!islativo? E=ecutivo e Judici,rio. :&. Se+ e+(ar!o da ter+inolo!ia consa!rada? a doutrina unni+e e+ apontar a i+propriF edade da refer>ncia separa$%o ou divis%o d ivis%o de Poderes. / poder? poder? estatal e so(erano? uno? +anifesF tandoFse? no entanto? por inter+dio de @r!%os diversos? ;ue dese+penha+ cada u+a das fun$ncia e a necessidade de refor+ula$%o? o princ8pio da separa$%o de Poderes su(siste co+o u+a valiosa refer>ncia para a interpreta$%o constitucional? de-nindo papis e esta(elecendo li+ites. CaracteriF Cara cteriF a+Fno a especialia$%o funcional e a independ>ncia or!nica? ;ue n%o se contrap
142
ce? de +odo e=clusivo? a fun$%o ;ue no+inal+ente lhe corresponde? e si+ te+ nela a sua co+pet>ncia principal e predo+inante. fun$%o le!islativa? escreveu Sea(ra 7a!undes? li!aFse ao fenW+eno de cria$%o do direito? ao passo ;ue as fun$ncia pol8tica? &'A4? p. K'. :K. M. Sea(ra 7a!undes? / controle dos atos ad+inistrativos pelo Poder Judici,rio? cit.? p. :FI. o Poder Judici,rio ca(e prestar urisdi$%o? ;ue a atividade estatal destinada a faer atuar o direito o(etivo? pro+ovendo a tutela dos interesF ses violados ou a+ea$ados. fun$%o urisdicional ? tipica+ente? de resF taura$%o da orde+ ur8dica ;uando ; uando vulnerada? e destinaFse for+ula$%o e atua$%o pr,tica da nor+a concreta ;ue deve disciplinar deter+inada situaF $%o. / seu e=erc8cio pressupFlo pela de-nitiva e o(ri!at@ria interpreta$%o da lei. :A. 6. Paolo iscaretti di Ruia? Direito constitucional? &'A:? p. :3V? e Jos lfredo de /liF veira aracho? Processo constitucional? cit.? p. &"'. :'. Jos Carlos ar(osa Moreira? / novo processo civil (rasileiro? &''"? p. ". Por vees a atividade urisdicional antecipaFse viola$%o da re!ra le!al? co+o ocorre na tutela preventiva e na tutela cautelar. cautelar. Lei n. A.'I&? de &"F&3F&'':? alterou o art. 3K" do C@di!o de Processo Civil? criando o +ecanis+o ;ue -cou conhecido co+o tutela antecipada ou antecipat@ria. IV. M. Sea(ra 7a!undes? / controle dos atos ad+inistrativos pelo Poder Judici,rio? cit.? p. &&. a esteira do ensina+ento de 2eor!es urdeau Trait de science politi;ue? &'KV? t. I? p. "K'9 e Qans elsen Teor8a Teor8a !eneral del Estado? &'4I? p. "V&9? de se reconhecer n%o e=istir diferen$a ontol@!ica entre a fun$%o urisdicional e a fun$%o ad+inistrativa? por isso ;ue a+(as se volta+ para
143
a realia$%o do direito? ao passo ;ue a fun$%o le!islativa se li!a sua cria$%o. Distin!ue+Fse? no entanto? as duas pri+eiras? pela for+a co+ ;ue s%o acionadas e pelo +o+ento e -nalidade de seu e=erc8cio. / es;ue+a delineado aci+a a+plo o su-ciente para a(ri!ar a atuaF $%o desenvolvida pelo Judici,rio ;uando realia o controle de constituF cionalidade e+ via incidental. )sso por;ue? nessa for+a de controle? ;ue se fa de +odo difuso? o ui atua para solucionar u+ caso concreto ;ue lhe su(+etido? consistindo a aprecia$%o da constitucionalidade ou n%o da nor+a e+ +era ;uest%o preudicial? ;ue vai su(ordinar lo!ica+ente a decis%o a ser proferida. Mas o o(eto da a$%o n%o a pronHncia de inconstitucionalidade da nor+a? e si+ a solu$%o do conXito de interesF ses. decis%o opera efeito so+ente entre as partes do processo? e a ;uest%o da constitucionalidade n%o fa coisa ul!ada. I&. SuponhaFse? por e=e+plo? ;ue u+ contri(uinte e+(ar!ue u+a e=ecu$%o -scal? so( o funda+ento de ;ue a co(ran$a de dado tri(uto inconstitucional. / o(eto da a$%o de e+(ar!os? a ser decidido pelo ui? deter+inar se o tri(uto ou n%o devido. S@ ;ue? para che!ar a tal resultado? o ui precisar,? previa+ente?preudicial+ente? apurar da constitucionalidade ou n%o da nor+a ;ue instituiu o tri(uto. So(re o te+a da ar![i$%o incidental de inconstitucionalidade? v. v. Jos Carlos ar(osa Moreira? Co+ent,rios ao C@di!o de Processo Civil? &''"? p. 3K e s. I3. )sto por;ue? co+o se disse? a +anifesta$%o do @r!%o udicial so(re a constitucionalidade da nor+a ;uest%o preudicial? e a aprecia$%o de ;uest%o dessa naturea? decidida incidente+ente no processo? n%o fa coisa ul!ada? a teor do art. :4'? )))? do C@di!o de Processo Civil. Se o controle incidental e difuso pode en;uadrarFse na fun$%o t8pica do Judici,rio? o fato ;ue o controle de constitucionalidade e+ via princiF pal certa+ente refo!e ao e=erc8cio t8pico da urisdi$%o. essa hip@tese? referida na Constitui$%o co+o a$%o direta art. &V3? )? a9? o controle se e=erce de +odo concentrado e e+ tese? in a(stracto? tendo por o(eto a aprecia$%o da co+pati(ilidade da nor+a co+ a Constitui$%o. %o se cuida? co+o no nor+al da atua$%o do Judici,rio? de solucionar u+ caso concreto? u+ conXito de interesses entre partes. ;ui? constatada a inF co+pati(ilidade da nor+a co+ a Lei Maior? Maior? a conse;[>ncia a paraliF sa$%o de sua e-c,cia e eventual retirada do +undo ur8dico. doutrina costu+a referirFse a tal papel co+o o dese+penho de u+a atividade le!islativa ne!ativa. I". Para u+a a+pla discuss%o da +atria no pensa+ento de elsen? Carl Sch+itt e Rudolph S+end? v. v. Jos ntonio Estve rauo? La Constituci@n co+o proceso Z la deso(ediencia civil? &'':? p. I& e s. a urisprud>ncia (rasileira e=iste ac@rd%o da Supre+a Corte? da lavra do Min.
144
Moreira lves? na Rep. n. &.:&K? no ;ual invocou o +a!istrio de Ritterspach Le!!e sul Tri(unale Costituionale della Repu((lica 7ederale di 2er+ania? p. ':9 o declarar a inconstitucionalidade de u+a lei e+ tese? o Tri(unal F e+ sua fun$%o de Corte Constitucional F atua co+o u+ le!islaF dor ne!ativo DJU? : set. &'AK? p. &A"V3F49. declara$%o de inconstitucionalidade de u+a nor+a? e+ ;ual;uer caso? atividade a ser e=ercida co+ autoli+ita$%o pelo Judici,rio? deviF do defer>ncia e ao respeito ;ue deve ter e+ rela$%o aos de+ais PodeF res. atri(ui$%o institucional de dier a Hlti+a palavra so(re a interpreF ta$%o de u+a nor+a n%o o dispensa de considerar as possi(ilidades le!8F ti+as de interpreta$%o pelos outros Poderes. o tocante ao controle de constitucionalidade por a$%o direta? a atua$%o do Judici,rio dever, ser ainda +ais contida. B ;ue? nesse caso? al+ da e=cepcionalidade de rever atos de outros Poderes? o Judici,rio dese+penha fun$%o at8pica? se+ cunho urisdicional? pelo ;ue deve atuar parci+oniosa+ente. presun$%o de constitucionalidade das leis encerra? natural+ente? u+a presun$%o iuris tantu+? ;ue pode ser in-r+ada pela declara$%o e+ sentido contr,rio do @r!%o urisdicional co+petente. / princ8pio deF se+penha u+a fun$%o pra!+,tica indispens,vel na +anuten$%o da i+peratividade das nor+as ur8dicas e? por via de conse;[>ncia? na harF +onia do siste+a. / descu+pri+ento ou a n%oFaplica$%o da lei? so( o funda+ento de inconstitucionalidade? antes ;ue o v8cio haa sido proF cla+ado pelo @r!%o co+petente? sueita a vontade insu(+issa s sanF $ncia dessa presun$%o no ordena+ento italiano La pre!iudiialit costituionale nel processo civile? &'K3? p. AIF49 e? prinF cipal+ente? nos siste+as de controle difuso / controle udicial de constitucionalidade no direito co+parado? &'A:? p. AI9. Entre n@s? LHcio ittencourt critica o princ8pio? a-r+ando ;ue co+ ele se ;uer si!ni-car? desnecessaria+ente? ;ue as leis n%o t>+ e-c,cia dependente de prvia aprecia$%o
145
pelo Poder Judici,rio / controle urisdicional da constitucionalidade das leis? cit.? p. &&:9. cr8tica n%o procede? constatandoFse? da leitura do te=to? ;ue o ilustre urista confundiu o princ8pio da presun$%o de constitucionalidade co+ o da autoFe=ecutoriedade. II. 6. Marcelo eves? Teoria da inconstitucionalidade das leis? cit.? p. &:4FK? e /swaldo ranha andeira de Mello? teoria das Constitui$utica e aplica$%o do direito? &'A&? p. "VK9 Todas as presun$ncia? a falta de urisdi$%o ou a inconstitucionalidade? e+ !eral? n%o est%o aci+a de toda dHvida rao,vel? interpretaFse e resolveFse pela +anuten$%o do deli(erado por ;ualF ;uer dos tr>s ra+os e+ ;ue se divide o Poder PH(lico. Entre duas e=e!eses poss8veis? prefereFse a ;ue n%o in-r+a o ato de autoridade. pri+eira re!ra ser, aprofundada? co+ o aporte da doutrina e uF risprud>ncia co+parada e nacional. se!unda? ;ue a doutrina deno+iF na interpreta$%o confor+e a Constitui$%o? ser, desenvolvida autono+aF +ente? e+ t@pico su(se;[ente. 7oi visto? anterior+ente? ;ue a possi(ilidade de controle udicial dos atos dos Poderes Le!islativo e E=ecutivo deita ra8es no constitucionalisF +o norteFa+ericano. De fato? foi e+ Mar(urZ vs. Madison? u+a deciF s%o de &AV"? ;ue? pela pri+eira ve? u+ tri(unal pronunciou a inconstitucionalidade de u+a lei? dando in8cio pri+aia ;ue at hoe se reconhece ao Judici,rio de intrprete ;uali-cado e de-nitivo da ConsF titui$%o. B (e+ de ver? no entanto? ;ue o constitucionalis+o a+ericano? ;ue criou o precedente do controle udicial? cuidou i!ual+ente de tra$ar u+a srie de li+ita$
146
Curiosa+ente? s@ voltou a fa>Flo e+ Dred Scott vs. Sandford? ulF !ado e+ &AIK? onde tinha ar!u+entos para dei=ar de conhecer o caso? +as preferiu pronunciar a +ais condenada de todas as decis+ (ase direta e i+ediata no pr@prio te=to da ConstiF tui$%o? ao passo ;ue outras s%o frutos de ela(ora$%o doutrin,ria e urisprudencial? al!u+as delas fundadas e+ u8os relativa+ente discriF cion,rios de conveni>ncia e oportunidade. Dentre as li+ita$ a co+pet>ncia do Poder Judici,rio se estender, a todos os casos de aplica$%o da Lei e da E;[idade ocorridos so( a presente Constitui$%o? as leis dos Estados Unidos e os tratados conclu8dos ou ;ue se conclu8re+ so( sua autoridade^ a todos os casos ;ue envolva+ e+(ai=adores? outros +inistros e cWnF sules^ a todas as ;uest
147
Co+o desdo(ra+ento da e=i!>ncia do caso ou controvrsia do art. "_? a urisprud>ncia da Supre+a Corte desenvolveu u+a srie de li+ita$ncia de dano efetivo inurZ in fact9 e ne=o causal causation9. Relativa+ente oportunidade? a Supre+a Corte desenvolveu as teses da preudicialidade +ootness9 F o Tri(unal n%o se pronuncia ;uando al!u+a circunstncia superveniente? de fato ou de direito? torna desnecess,ria sua +anifesta$%o so(re a ;uest%o constitucioF nal F e da pre+aturidade ripeness9 F o Tri(unal n%o se pronuncia ;uando entende ;ue a ;uest%o constitucional ainda n%o se encontra su-F ciente+ente a+adurecida? por estare+ os fatos e+ anda+ento ou por haver a possi(ilidade de ;ue eventos futuros +odi-;ue+ sua con-!uraF $%o ur8dica. Por -+? ;uanto s +atrias ;ue pode+ ser o(eto de lit8!io de 8ndole constitucional? a Supre+a Corte cuidou de e=cluir as ;uestncia? nas ;uais se revela apenas o deseo do Tri(unal de a(sterF se de ul!ar. So(re o te+a? v. ta+(+ Laurence Tri(e? +erican constitutional law? &'AA? p. KKFA3. 44. 6. aber vs. Carr? "4' U. S. &A4 &'439. 6eaFse? +ais recente+ente? i=on vs. United States? &&"S. Ct. K"3 &''"9. 4K. 6. Qer( vs. Pitcarin? "3: U. S. &&K &':I9? Michi!an vs. Lon!? :4" U. S. &V"3 &'A"9? Pennoil Co. vs. Te=aco? &VK S. Ct. &I&' &'AK9. De+ais disso? a Supre+a Corte ta+(+ esta(eleceu u+a srie de re!ras pelas ;uais se i+p
148
plos do ;ue e=i!ido pelos fatos ;ue est%o sendo o(eto de ul!a+ento. 4A. 3'K U. S. 3AA &'"49. / princ8pio !eral foi assentado no voto condutor nos ter+os seF !uintes hen the validitZ of an act of Con!ress is drawn in ;uestion? and even if a serious dou(t of constitutionalitZ is raised? it is a cardinal principle that this Court will -rst ascertain whether a construction of the statute is fairlZ possi(le (Z which the ;uestion +aZ (e avoided Ouando a validade de u+ ato do Con!resso traida (aila? e +es+o ;ue se suscite u+a sria dHvida ;uanto sua constitucionalidade? u+ princ8pio cardeal ;ue esta Corte ir, pri+eira+ente certi-carFse se e=iste al!u+a interpreta$%o raoavel+ente poss8vel ;ue possa evitar a ;uest%o constitucional9. 6. ta+(+ Rescue r+Z vs. Municipal Court? ""& U. S. I:'&':K9. 4'. 6ea+Fse Paul rest e Sanford Levinson? Processes of constitutional decision+abin!? &'A"? p. &V3IFA^ owab? Rotunda e Youn!? constitutional law? cit.? p. A4FK^ e 2erald 2unther? Constitutional law? cit.? p. &I'KFA. B interessante a o(serva$%o de ;ue o princ8pio da presun$%o de constitucionalidade +ais referido e ho+ena!eado ;uando n%o vai ser se!uido do ;ue ;uando vai ser o(servado e aplicado. a pr,tica urisF prudencial a+ericana h, u+a hip@tese e+ ;ue ele n%o prevalece ;uando? contrastado co+ o princ8pio constitucional da i!ualdade perante a lei? u+ ato nor+ativo se utiliou de classi-ca$ncia considera suspeitas. S%o consideradas suspeitas? por e=e+plo? as ;ue se funda+ e+ critrio racial ou de ori!e+ nacional. esse caso? a nor+a sueitaFse a u+a avalia$%o severa strict scrutinZ9? onde a presun$%o de validade se transfor+a e+ presun$%o de invalidade? ca(endo ao 2overno sea o Le!islativo ou o E=ecutivo9 o Wnus de de+onstrar ;ue a classi-ca$%o necess,ria e inevit,vel para realia$%o de u+ relevante -+ pH(lico. KV. arron e Dienes? Constitutional law? &''&? p. K&. K&. arron e Dienes? Constitutional law? cit.? p. 3VF&. idia de strict scrutinZ a de u+a advert>ncia a le!isladores e ad+inistradores para ;ue sea+ especial+ente atentos s classi-ca$
149
se dilu8do no da interpreta$%o confor+e a Constitui$%o. a 7ran$a? lu da Carta e+ vi!or? n%o h, sentido e+ invoc,Flo? tendo e+ vista ;ue o Conselho Constitucional? ;uando lhe ca(e +anifestarFse? atua previaF +ente vi!>ncia da lei? ine=istindo controle de constitucionalidade a posteriori. a Espanha? e+(ora a >nfase recaia na vers%o da interpreF ta$%o confor+e a Constitui$%o? h, refer>ncia e=pressa ao princ8pio da presun$%o de constitucionalidade? ;ue ir+anado ao princ8pio da conF serva$%o da nor+a. De acordo co+ a doutrina espanhola? o princ8pio i+plica a9 u+a +anifesta$%o de con-an$a no le!islador e e+ sua corF reta interpreta$%o dos princ8pios constitucionais^ (9 a i+possi(ilidade de declararFse a inconstitucionalidade de u+a nor+a? salvo ;uando n%o e=istir dHvida rao,vel so(re sua contrariedade Constitui$%o^ c9 a presun$%o? se+pre ;ue sea raoavel+ente poss8vel? de ;ue? dentre v,rias interpreta$ncia doutrina e urisprud>ncia ale+%s na +atria. K". So(re a co+posi$%o e atri(ui$ rt. 4&. s leis or!nicas? antes da pro+ul!a$%o? e os re!i+entos das duas C+aras do Parla+ento? antes de co+e$are+ a ser aplicados? deve+ ser su(+etidos ao Conselho Constitucional a -+ de este se pronunciar soF (re a sua confor+idade co+ a Constitui$%o. Para o +es+o efeito? as leis pode+? antes da pro+ul!a$%o? ser su(+etidas ao Conselho Constitucional.... So(re o te+a? no direito franc>s +ais recente? v. ernard Chante(out? Droit constitutionnel et science politi;ue? &''&? p. IK: e S.? De((asch? ourdon? Pontier e Ricci? Droit constitutionnel et institutions politi;ues? &''V? p. IK" e s. So(re a atua$%o concreta do Conselho? v. Louis 7avoreu e Loc Philip? Les !randes dcisions du Conseil Constitutionnel? &''&. Mais adiante farFseF, refer>ncia proposta de introdu$%o do controle constitucional a posteriori no direito franc>s? constante de tra(alho ela(orado por co+iss%o desi!nada pelo Presidente da RepH(lica? so( a presid>ncia de 2eor!es 6edel v. Propositions pour une rvision de la Constitution F &Ifvrier &''"? Rapport au
150
prsident de la Rpu(li;ue9. K:. 6. Eduardo 2arc8a de Enterr8a? La Constituci@n co+o nor+a Z el Tri(unal ConstiF tucional? cit.? p. '4? e 7rancisco 7ernande Se!ado? El siste+a constitucional espakol? &''3? p.AV. o rasil? e de lon!a data? o princ8pio te+ sido a-r+ado? assi+ pela doutrina co+o pela urisprud>ncia? ;ue , assentou ;ue a dHvida +ilita e+ favor da lei? ;ue a viola$%o da Constitui$%o h, de ser +aniF festa e ;ue a inconstitucionalidade nunca se presu+e. B i!ual+ente vetusta a convic$%o de ;ue? entre e=e!eses poss8veis? prefereFse a ;ue n%o in-r+e o ato de autoridade. prop@sito? a doutrina e a urispruF d>ncia (rasileiras t>+ e=plorado al!uns aspectos cone=os ao princ8pio da presun$%o de validade dos atos e+anados do Poder PH(lico. U+a ;uest%o recorrente a ;ue di respeito possi(ilidade de o Poder E=eF cutivo F a ri!or? de ;ual;uer Poder F dei=ar de aplicar lei ;ue seus @r!%os de decis%o repute+ inconstitucional. a vi!>ncia da ConstituiF $%o anterior? a urisprud>ncia do Supre+o Tri(unal 7ederal se inclinara pela a-r+ativa? co+o se v> na decis%o proferida na Representa$%o n. 'AVFSP? de ;ue foi relator o Ministro Moreira lves %o tenho dHvida e+ -liarF+e corrente ;ue sustenta ;ue pode o Chefe do Poder E=ecutivo dei=ar de cu+prir F assu+indo os riscos da8 decorrentes F lei ;ue se lhe a-!ure inconstitucional. op$%o entre cu+prir a Constitui$%o ou desrespeit,Fla para dar cu+pri+ento lei inconstitucional concedida ao particular para a defesa do seu interesse privado. %o o ser, ao Chefe de u+ dos Poderes para a defesa? n%o do seu interesse particular? +as da supre+acia da Constitui$%o ;ue estrutura o pr@prio Estado. KI. Rui ar(osa? / direito do +aonas ao cre Setentrional? &'&V? p. 3A. 6. ta+(+ Ronaldo Poletti? Controle de constitucionalidade das leis? cit.? p. &V". K4. RTJ? &V&'3:? &'A3? Rep. n. & .VI3FMS? rel. Min. Rafael MaZer. KK. RTJ? 444"&? &'K"? Rep. n. AA&FM2? rel. Min. Daci 7alc%o. KA. RTJ? 444"&? Rep. n. AA&FM2? rel. Min. Daci 7alc%o. K'. Carlos Ma=i+iliano? Qer+en>utica e aplica$%o do direito? cit.? p. "VK. AV. Para u+ a+plo levanta+ento doutrin,rio e urisprudencial? v. Lu8s Ro(erto arroso? PoF der E=ecutivo F lei inconstitucional F descu+pri+ento? RD? &A&F&A3"AK? &''V. A&. RTJ? '4:'4? &'A&? p. IVA? Rep. n. 'AVFSP? rel. Min. Moreira lves. p@s o advento da Constitui$%o de &'AA? houve ;ue+ ;uestionasse a su(sist>ncia de tal faculdade? vista do fato de ;ue? por for$a das inova$nF cia? todavia? rati-cou a linha de entendi+ento anterior? e+ ul!ado do Superior Tri(unal de Justi$a Lei inconstitucional F Poder E=ecutivo F e!ativa de e-c,cia. / Poder E=ecutivo deve ne!ar e=ecu$%o a ato
151
nor+ativo ;ue lhe pare$a inconstitucional. A3. 6eaFse ;ue os Prefeitos Municipais n%o fora+ inclu8dos no elenco constitucional? de +odo ;ue? pelo +enos no ;ue di respeito a eles? n%o haveria ;ual;uer funda+ento para +odi-caF $%o da orienta$%o anterior. A". REsp 3".&3&'3F2/? rel. Min. Qu+(erto 2o+es de arros? DJU? A nov. &''"? p. 3"I3&. o Supre+o Tri(unal 7ederal? ;uando do ul!a+ento da D)n. 33&FD7? rel. Min. Moreira lves? e+(ora outro o o(eto da decis%o? reiterouFse incidental+ente o ponto de vista tradiciF onal? e+ passa!e+ assi+ !ravada /s Poderes E=ecutivo e Le!islativo? por sua Che-a F e isso te+ sido ;uestionado co+ o alar!a+ento da le!iti+a$%o ativa na a$%o direta de inconstitucionalidade F? pode+ t%oFs@ deter+inar aos seus @r!%os su(ordinados ;ue dei=e+ de aplicar ad+inistrativa+ente as leis ou atos co+ for$a de lei ;ue considere+ inconstitucionais RTJ &I&""&? &''I9. / princ8pio da presun$%o de constitucionalidade das leis? con;uanto i+pl8cito e+ todo siste+a constitucional? !anhou u+ refor$o no ordena+ento (rasileiro atual? por for$a do disposto no art. &V"? ` "_? ;ue deter+ina ;ue? se+pre ;ue o Supre+o Tri(unal 7ederal apreciar a inconstitucionalidade e+ tese de nor+a le!al ou ato nor+ativo? ser, citaF do o dvo!adoF2eral da Uni%o? ;ue defender, o ato ou te=to i+pu!nado. )nstituiuFse? assi+? u+ curador especial co+ o dever ur8dico de sustenF tar a constitucionalidade das leis i+pu!nadas e+ a$%o direta. oteFse ;ue? co+o o siste+a (rasileiro ad+ite a declara$%o de inconstitucionalidade e+ sede de urisdi$%o concentrada? tanto de nor+a estadual ;uanto fedeF ral? ca(er, ao dvo!adoF2eral da Uni%o defender a u+a ou a outra? desde ;ue auiada a$%o perante o Supre+o Tri(unal. 7oi esta a e=e!ese ;ue a Corte deu ao ` "_ do art. &V" Co+pete ao advo!adoF!eral da Uni%o? e+ a$%o direF ta de inconstitucionalidade? a defesa da nor+a le!al ou ato nor+ativo i+pu!nado? independente+ente de sua natureF a federal ou estadual. %o e=iste contradi$%o entre o e=erc8cio da fun$%o norF +al do advo!adoF!eral da Uni%o? -=ada no caput do art. &"& da Carta Ma!na? e o da defesa de nor+a ou ato in;uinado? e+ tese? co+o inconstitucional? ;uando funF ciona co+o curador especial? por causa do princ8pio da preF sun$%o de sua constitucionalidade. A:. RT? 4KV3VV? &''&? D)n 'KFK O/9FR/? rel. Min. Moreira lves. Ta+(+ reverencia o princ8pio da presun$%o de constitucionalidade das leis o art. 'K da Constitui$%o? ;ue prev> ;ue so+ente pelo voto da +aioria a(soluta de seus +e+(ros ou dos +e+(ros do respectivo @r!%o especial poder%o os tri(unais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato nor+ativo do Poder PH(lico. E+ sentido anta!Wnico ao princ8pio?
152
todavia? a ad+issi(ilidade de concess%o de +edida cautelar suspensiva da e-c,cia da nor+a ar![ida de inconstitucional? consa!rada na al8nea p do inciso ) do art. &V" da Constitui$%o 7ederal. E+(ora a +edida sea rotineira+ente concedida pelo Plen,rio da Corte? do costu+e do Tri(unal re+arcarFlhe a e=cepcionalidade. AI. inova$%o re+onta E+enda Constitucional n. K? de &'KK? e+(ora houvesse pelo +enos u+ precedente do Supre+o Tri(unal 7ederal ad+itindo a possi(ilidade ur8dica de? ele pr@prio? conceder +edida cautelar visando a !arantir a e-c,cia de ulterior decis%o sua? nas representa$ncia da lei. AA. RTJ? &3:AV? &'AA? Rep. n. & ."'&FCE? rel. Min. Moreira lves^ e &I3KAA? &''I? D)n AI&FRJ? rel. Min. Marco urlio /s efeitos da concess%o da li+inar na a$%o direta de inconstitucionalidade? ao contr,rio do ;ue acontece no tocante ao provi+ento -nal no sentido da inconstitucionalidade? n%o t>+ cunho retroativo. Recente+ente? no entanto? te+ o Supre+o ad+iF tido? e+ car,ter e=cepcional? a suspens%o co+ e-c,cia retroativa e= tunc9 +edida cautelar? e+ a$%o direta de inconstitucionalidade? revesteFse? ordinaria+ente? de e-c,cia e= nunc? operando?
153
portanto? a partir do +o+ento e+ ;ue o Supre+o Tri(unal 7ederal a defere. E=cepcional+ente? no entanto? a +edida cautelar poder, proetarFse co+ e-c,cia e= tunc? co+ repercuss%o so(re situaF $ncia de deter+ina$%o e=pressa i+porta e+ outor!a de e-c,cia e= nunc suspens%o cautelar de aplica(ilidade da nor+a estatal i+pu!nada e+ a$%o direta. Concedida a +edida cautelar ;ue se reveste de car,ter te+por,F rio9? a e-c,cia e= nunc re!ra !eral9 te+ seu in8cio +arcado pela pu(lica$%o da ata da sess%o de ul!a+ento no Di,rio de Justi$a da Uni%o? e=ceto e+ casos e=cepcionais a sere+ e=a+inados pelo Presidente do Tri(unal? de +aneira a !arantir a e-c,cia da decis%o RTJ? &4:IV4? &''A? D)nF MC &.:":FSP? rel. Min. Celso de Mello9. E+enda Constitucional n. "? de &''"? introduiu a a$%o declarat@F ria de constitucionalidade. pesar de o no+e n%o ser especial+ente feli? su!erindo a ;ue(ra da presun$%o de ;ue toda lei constitucional? independente+ente de pronuncia+ento udicial? a -nalidade da proposiF $%o +uito n8tida criar no direito (rasileiro o precedente vinculativo. / te=to da e+enda inco+pleto e defeituoso? +as a doutrina? de +aneiF ra !eral? tratouFa co+ +, vontade? enfatiando os aspectos ne!ativos da +edida. e!li!enciouFse a necessidade de ho+o!eneidade urisprudencial e+ deter+inadas hip@teses? (e+ co+o a ur!>ncia de se encontrare+ +ecanis+os ;ue possi(ilite+ solu$%o clere para lit8!ios de !rande escala? ;ue paralisa+ o funciona+ento de inH+eros u8os e tri(unais? so(retudo os federais. A'. B o ;ue decorre? ali,s? da letra e=pressa do ` 3_ do art. &V3 da Constitui$%o 7ederal? acresF centado pela E+enda n. "? in ver(is ` 3_ F s decis
154
asse!ure? te+poraria+ente? tal for$a e e-c,cia futura decis%o de +rito. E assi+ ? +es+o se+ e=pressa previs%o constitucional de +edida cautelar na DC? pois o poder de acautelar i+anente ao de ul!ar. ...9 Medida cautelar deferida? e+ parte? por +aioria de votos? para se suspender? e= nunc? e co+ efeito vinculante? at o ul!a+ento -nal da a$%o? a concess%o de tutela antecipada contra a 7aenF da PH(lica? ;ue tenha por pressuposto a constitucionalidade ou inconstitucionalidade do art. &_ da Lei n. '.:':? de &V.V'.'K? sustandoFse? i!ual+ente e= nunc? os efeitos futuros das decisncia de i+planta$%o da +edida? veaFse o voto do Min. Carlos M,rio 6elloso? transcrito na o(ra citada no ite+ precedente? p. 3"& e s. / princ8pio da presun$%o de constitucionalidade dos atos do Poder PH(lico? notada+ente das leis? u+a decorr>ncia do princ8pio !eral da separa$%o dos Poderes e funciona co+o fator de autoli+ita$%o da atividaF de do Judici,rio? ;ue? e+ rever>ncia atua$%o dos de+ais Poderes? soF +ente deve invalidarFlhes os atos diante de casos de inconstitucionalidade Xa!rante e incontest,vel. :. Princ8pio da interpreta$%o confor+e a Constitui$%o 7icou re!istrado aci+a? no estudo da presun$%o de constitucionalidade das nor+as ur8dicas e dos atos do Poder PH(lico e+ !eral? ;ue u+a nor+a n%o deve ser declarada inconstitucional a9 ;uando a invalidade n%o sea +anifesta e ine;u8voca? +ilitando a dHvida e+ favor de sua preF serva$%o^ (9 ;uando? entre interpreta$ncia do Tri(unal ConsF titucional 7ederal ale+%o? onde sua i+portncia crescente. '3. 6. onrad Qesse? La interpretaci@n constitucional? in Escritos de derecho constitucional? &'A"? p. I". Para u+ a+plo levanta+ento da doutrina ale+% so(re o te+a? co+ re+iss%o a tra(alhos de einschei+er? Lei(hol? Q%(erle? M[ller e Qenbel? dentre outros? v. Ricardo Lo(o Torres? or+as
155
de interpreta$%o e inte!ra$%o do direito tri(ut,rio? &'AA? p. :"? nota "I. interpreta$%o confor+e a Constitui$%o co+preende sutileas ;ue se esconde+ por tr,s da desi!na$%o tru8stica do princ8pio. CuidaFse? por certo? da escolha de u+a linha de interpreta$%o de u+a nor+a le!al? e+ +eio a outras ;ue o Te=to co+portaria. Mas? se fosse so+ente isso? ela n%o se distin!uiria da +era presun$%o de constitucionalidade dos atos le!islativos? ;ue ta+(+ i+pncia? a interpreta$%o confor+e a ConstituiF $%o n%o +ero preceito her+en>utico? +as? ta+(+? u+ +ecanis+o de controle de constitucionalidade pelo ;ual se declara ile!8ti+a u+a deter+inada leitura da nor+a le!al. a interpreta$%o confor+e a Constitui$%o? o @r!%o urisdicional deF clara ;ual das poss8veis interpreta$
156
+a constitucional espakol? &''3? p. K'FA&^ Celso Ri(eiro astos e )ves 2andra Martins? Co+ent,F rios Constitui$%o do rasil? v. v. &? p. "I&F3^ C. . LHcio ittencourt? / controle urisdicional da constitucionalidade das leis? &'4A? p. '"F: e &&AF'. Se o sentido +ais evidente ;ue resulta do te=to interpretado for co+F pat8vel co+ a Constitui$%o? di-cil+ente haver, necessidade de se recorF rer a u+ princ8pio cua -nalidade Hlti+a a de salvar u+a nor+a a+ea$ada. / papel da interpreta$%o confor+e a Constitui$%o ? precisaF +ente? o de ensear? ensear? por via de interpreta$%o e=tensiva ou restritiva? r estritiva? conF for+e o caso? u+a alternativa le!8ti+a para o conteHdo de u+a nor+a ;ue se apresenta co+o suspeita. a s8ntese perfeita de Jor!e Miranda interpreta$%o confor+e Constitui$%o n%o consiste tanto e+ escolher entre v,rios sentidos poss8veis e nor+ais de ;ual;uer preceito? o ;ue sea +ais confor+e co+ a ConsF titui$%o? ;uanto e+ discernir no li+ite F na fronteira da inconstitucionalidade F u+ sentido ;ue? con;uanto n%o aparente ou n%o decorrente de outros ele+entos de interF preta$%o? o sentido necess,rio e o ;ue se torna poss8vel por virtude da for$a confor+adora da Lei 7unda+ental. ':. Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? cit.? p. 3"". 6. ta+(+ Celso Ri(eiro astos e )ves 2andra Martins? $%o declarat@ria de constitucionalidade? cit.? p. "I&. 7re;[ente+ente? o princ8pio ensea ;ue se a-r+e a co+pati(ilidade de u+a lei co+ a Constitui$%o? co+ e=clus%o e=pressa de outras possiF (ilidades interpretativas? reputadas inconstitucionais. 6isto pelo lado poF sitivo? a conse;[>ncia ;ue en!endra ? se+ dHvida? a preserva$%o p reserva$%o da nor+a. Mas? pelo lado ne!ativo? te+ u+ car,ter invalidat@rio? sendo acertada sua e;uipara$%o a u+a declara$%o de nulidade se+ redu$%o de te=to? co+o fae+ autores ale+%es? a despeito da cr8tica de cunho teoriante de rZde. 'I. 6. 2il+ar 7erreira Mendes? Controle de constitucionalidade na le+anha? cit.? p. &"? co+ refer>ncia a rZde? 6erfassun!sentwicblun!? 6erfassun!sentwicblun!? Sta(ilitt und DZna+ib i+ 6erfassun!srecht 6erfassun!srecht der undesrepu(licb Deutschland? p. :&&. Por;ue assi+ ? a interpreta$%o confor+e a Constitui$%o funciona ta+(+ co+o u+ +ecanis+o de controle de constitucionalidade. Co+o (e+ perce(era+ os pu(licistas ale+%es e? especial+ente? o Tri(unal Constitucional 7ederal? ;uando o Judici,rio condiciona a validade da lei a u+a deter+inada interpreta$%o ou declara ;ue certas aplica$
157
Controle de constitucionalidade? cit.? p. 3AIF4. E+ ac@rd%o unni+e e lon!a+ente funda+entado? de ;ue foi Relator o Ministro Moreira lves? pronunciouFse o Supre+o Tri(unal 7ederal so(re a espec8-ca ;uest%o de ser a interpreta$%o confor+e a ConstituiF $%o n%o apenas u+ critrio her+en>utico? +as ta+(+ u+ +ecanis+o de controle de constitucionalidade / +es+o ocorre ;uando Corte dessa naturea consF titucional9? aplicando a interpreta$%o confor+e ConstiF tui$%o? declara constitucional u+a lei co+ a interpreta$%o ;ue a co+pati(ilia co+ a Carta Ma!na? pois? nessa hip@teF se? h, u+a +odalidade de inconstitucionalidade parcial a inconstitucionalidade parcial se+ redu$%o do te=to F Teilnichti!erblrun! ohne or+te=treduierun!9? o ;ue i+F plica dier ;ue o tri(unal constitucional eli+ina F e atua? portanto? co+o le!islador ne!ativo F as interpreta$nF cia e har+onia entre os Poderes. 'A. onrad Qesse? La interpretaci@n constitucional? in Escritos de derecho constitucional? cit.? p. I:FI. ''. Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? cit.? p. 3"". De fato? e+(ora nas$a e Xua? inicial+ente? ao lado do princ8pio da presun$%o de constitucionalidade dos atos do d o Poder PH(lico? u+ e outro atua+ co+o +ecanis+os de autoli+ita$%o do Poder Judici,rio udicial selfFrestraint9 selfFrestraint9 no processo de revis%o dos atos dos outros Poderes. DeF veras? foi ao Poder Le!islativo? ;ue te+ o (atis+o (atis+o da representa$%o popular? popular? e n%o ao Judici,rio? ;ue a Constitui$%o conferiu a fun$%o de criar o direito positivo e re!er as rela$nF cia da Constitui$%o? assi+ co+o as ;ue proceda+ de d e +o+ento anterior? anterior? deve+ curvarFse aos co+andos da Lei 7unda+ental e ser interpretadas e+ confor+idade co+ ela. B (e+ de ver? ver? todavia? ;ue esse esfor$o interF pretativo para preservar a lei e+ face da Constitui$%o encontra li+ites. 7oi 7oi o(eto de +en$%o anterior a constata$%o de Canotilho de ;ue a interpreta$%o confor+e a Constitui$%o s@ le!8ti+a ;uando e=iste u+
158
espa$o de decis%o onde s%o ad+iss8veis v,rias possi(ilidades interpretativas. 8? e+(ora +antida a pri+aia do le!islador? le!islador? sua +aniF festa$%o li+itada? ;uando n%o adaptada pela interpreta$%o do tri(unal. Mas? natural+ente? n%o poss8vel ao intrprete torcer o sentido das paF lavras ne+ adulterar a clara inten$%o do le!islador. Para salvar a lei? n%o ad+iss8vel faer u+a interpreta$%o contra le!e+. Ta+pouco ser, le!8F ti+a u+a linha de entendi+ento ;ue prive o preceito le!al de ;ual;uer fun$%o Htil. tenteFse? por relevante? ;ue o e=cesso na utilia$%o do prinF c8pio pode deturpar sua ra%o de e=istir. )sso por;ue? ao declarar u+a lei inconstitucional? o Judici,rio devolve ao Le!islativo a co+pet>ncia para re!er a +atria. Mas? ao interpretar a lei estendendoFa ou restrin!indoFa al+ do rao,vel? estar, +ais intensa+ente interferindo nas co+petenF cias do Le!islativo? dese+penhando fun$%o le!islativa positiva. &VV. 6ea+Fse J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. 3"4FK^ Jor!e Miranda? Manual de direito constitucional? cit.? p. 3""F:^ onrad Qesse? La interpretaci@n constitucional? in Escritos de derecho constitucional? cit.? p. IIF4. +atria n%o escapou percep$%o do Supre+o Tri(unal (rasileiro. De fato? no ul!a+ento da Representa$%o de )nconstitucionalidade n. &.:&KFKFD7? &.:&KFKFD7? -cou consi!nado? , na e+enta da decis%o aplica$%o desse princ8pio sofre? por+? restri$
159
devolu$%o e+ dinheiro ou e+ t8tulo ;ue o represente? n%o poss8vel pretenderFse? para confor+ar esse Diplo+a le!al co+ a Constitui$%o? darFlhe sentido ;ue ; ue ine;uivoca+ente o altera e+ ponto essencial o de ;ue onde se l> e+prstiF +o co+puls@rio se entenda i+posto restitu8vel e+ espF cie diversa da entre!ue pelo contri(uinte ;ue seria? na verF dade? u+ investi+ento co+puls@rio. / princ8pio? todavia? prestouFse sua utilidade pr@pria no ul!aF +ento da $%o Direta de )nconstitucionalidade n. IA&FD7? IA&FD7? tendo por o(eto a Lei n. A.3&I'&. / Supre+o Tri(unal 7ederal ad+itiu a constiF tucionalidade da lei? desde ;ue se lhe e+prestasse interpreta$%o har+oF nica co+ u+a srie de pre+issas ;ue enunciou e=pressa+ente. Do voto do Ministro Celso de Mello e=traiFse a se!uinte e e=pressiva passa!e+ incid>ncia desse postulado per+ite? desse +odo? ;ue? reconhecendoFse le!iti+idade constitucional a u+a deF ter+inada proposta interpretativa? e=clua+Fse as de+ais constru$ncia? a inte!ridade do ato do Poder PH(lico no siste+a de direito positivo. Essa fun$%o conservadora da nor+a per+ite ;ue se realie? se+ reduF $%o do te=to? o controle de sua constitucionalidade. &V3. RTJ? RTJ? &"'43:? &''3? p. 4"4? RE &3&.""4FCE? rel. Min. SepHlveda Pertence? Pertence? . &&F &VF &''V. &V". RTJ? RTJ? &::&:4? &''"? p. &I:? D)n IA& FD7? FD7? rel. Min. Marco urlio? . &3FAF&''3. 7oi 7oi a partir dessa decis%o ;ue o Supre+o? se!uindo proposta do Ministro Moreira lves? e na linha adotada pelo Tri(unal ConstitucioF nal 7ederal ale+%o? passou? nos casos de interpreta$%o confor+e a ConsF titui$%o? a ul!ar a a$%o direta procedente e+ parte? e+ lu!ar de ul!,Fla i+procedente . &V:. RTJ? RTJ? &::&:4? p. &I:? D)n IA&FD7? IA&FD7? rel. Min. Marco urlio? . &3FAF &''3. Q, u+ Hlti+o ponto di!no de re!istro. Toda atividade le!islativa ordin,ria nada +ais ? e+ Hlti+a an,lise? do ;ue u+ instru+ento de atua$%o da Constitui$%o? de desenvolvi+ento de suas nor+as e realiaF $%o de seus -ns. Portanto? e co+o , assentado? o le!islador ta+(+ interpreta rotineira+ente a Constitui$%o. Si+trica interpreta$%o da lei confor+e a Constitui$%o situaFse a interpreta$%o da Constitui$%o conF for+e a lei. Ouando o Judici,rio? despreando outras possi(ilidades interpretativas? presti!ia a ;ue fora escolhida pelo le!islador? le!islador? est,? e+ verdade? endossando a interpreta$%o da Constitui$%o confor+e confor+e a lei. Mas tal defer>ncia h, de cessar onde n%o sea poss8vel transi!ir co+ a vontade cristalina e+anada do Te=to Te=to Constitucional. Constitucional. &VI. 6ea+Fse? a respeito? J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. 3:3^ onrad
160
Qesse? La interpretaci@n constitucional? in Escritos de derecho constitucional? cit.? p. IK^ e laus Stern? Derecho del Estado de la RepH(lica 7ederal ale+ana? cit.? p. 3''F"VV. I. Princ8pio da unidade da Constitui$%o despeito da pluralidade de do+8nios ;ue a(ran!e? a orde+ ur8diF ca constitui u+a unidade. De fato? decorr>ncia natural da so(erania do Estado a i+possi(ilidade de coe=ist>ncia de +ais de u+a orde+ ur8diF ca v,lida e vinculante no +(ito de seu territ@rio. Para ;ue possa su(F sistir co+o unidade? o ordena+ento estatal? considerado na sua !lo(alidade? constitui u+ siste+a cuos diversos ele+entos s%o entre si coordenados? apoiandoFse u+ ao outro e pressupondoFse reciproca+enF te. / elo de li!a$%o entre esses ele+entos a Constitui$%o? ori!e+ coF +u+ de todas as nor+as. E ela? co+o nor+a funda+ental? ;ue confere unidade e car,ter siste+,tico ao ordena+ento ur8dico. &V4. 6. Qans elsen? Teoria !eral do direito e do Estado? &''V? p. &&4^ Santi Ro+ano? PrinF c8pios de direito constitucional !eral? &'KK? p. &34^ e Mi!uel Reale? Teoria do direito e do Estado? &'A:? p. 3V3. idia de unidade da orde+ ur8dica se irradia a partir da ConstituiF $%o e so(re ela ta+(+ se proeta. li,s? o princ8pio da unidade da ConsF titui$%o assu+e +a!nitude precisa+ente pelas di-culdades !eradas pela peculiar8ssi+a naturea do docu+ento inau!ural e instituidor da orde+ ur8dica. B ;ue a Carta funda+ental do Estado? so(retudo ;uando proF +ul!ada e+ via de+ocr,tica? o produto dialtico do confronto de crenF $as? interesses e aspira$ncia de ;ual;uer de suas partes. / princ8pio da unidade u+a especi-ca$%o da interpreta$%o siste+,tica? e i+pFlo !uiado pela !rande (Hssola da interpreta$%o constiF tucional os princ8pios funda+entais? !erais e setoriais inscritos ou deF correntes da Lei Maior. / princ8pio da unidade da Constitui$%o te+ a+plo curso na doutriF na e na urisprud>ncia ale+%s. E+ ul!ado ;ue laus Stern refere co+o pri+eira !rande decis%o do Tri(unal Constitucional 7ederal? lavrou a;ueF la Corte ;ue u+a disposi$%o constitucional n%o pode ser considerada de for+a isolada ne+ pode ser interpretada e=clusiva+ente a partir de si +es+a. Ela est, e+ u+a cone=%o de sentido co+ os de+ais preceitos da Constitui$%o? a ;ual representa u+a unidade interna. )nvocando tal ac@rd%o? onrad Qesse assinalou ;ue a rela$%o e interdepend>ncia e=istentes entre os distintos ele+entos da Constitui$%o e=i!e+ ;ue se
161
tenha se+pre e+ conta o conunto e+ ;ue se situa a nor+a. E acrescenF ta Todas as nor+as constitucionais deve+ ser interpretadas de tal +aF neira ;ue se evite+ contradi$ncia da Constitui$%o consiste e+ ser u+a orde+ unit,ria da vida pol8tica e social da co+unidade estatal. / -+ pri+,rio do princ8pio da unidade procurar deter+inar o ponto de e;uil8(rio diante das discrepncias ;ue possa+ sur!ir na aplica$%o das nor+as constitucionais? cuidando de ad+inistrar eventuais superposi$ncia de nor+as contrastantes entre si. / direito n%o tolera antino+ias. Para i+pedir ;ue tal ocorra? a ci>nF cia ur8dica socorreFse de variados critrios? co+o o hier,r;uico e o da especialia$%o? al+ de re!ras espec8-cas ;ue soluciona+ os conXitos de leis no te+po e no espa$o. Contudo? e=ce$%o eventual do critrio da especialia$%o? esse instru+ental n%o capa de solucionar conXitos ;ue venha+ a e=istir no +(ito de u+ docu+ento Hnico e superior? co+o a Constitui$%o. Mais ;ue isso do ponto de vista l@!ico? as norF +as constitucionais? frutos de u+a vontade unit,ria e !eradas si+ultaF nea+ente? n%o pode+ a+ais estar e+ conXito. Portanto? ao intrprete da Constitui$%o s@ resta (uscar a concilia$%o poss8vel entre proposi$utico de decis%o? o princ8pio da unidaF de o(ri!a o intrprete a considerar a constitui$%o na sua !lo(alidade e a procurar har+oniar os espa$os de tens%o e=istentes entre as nor+as constitucionais a concretiar. U+ lance de olhos so(re a Constitui$%o (rasileira de &'AA revela diversos pontos de tens%o nor+ativa? isto ? de proposi$
162
!ra+ valores e (ens ur8dicos ;ue se contrap restri$? ;ue elas deve+ ter o +es+o re!i+e das e+presas privadas? onde ine=iste li+ite +,=i+o de re+unera$%o. /ra (e+ co+o deveria proceder o intrprete? ;ue te+ se+pre o dever de har+oniar os dois preceptivos? se+ ;ue tornasse ;ual;uer deles letra +orta o caso espec8-co? a interpreta$%o teleol@!ica serviu co+o linha au=iliar para asse!urar a unidade da Constitui$%o. Oual era? e continua sendo? a -nalidade da nor+a do inciso *) do art. "K Li+itar a re+unera$%o no servi$o pH(lico? inclusive na ad+inistra$%o indireta. Oual a -nalidade da nor+a do ` &_ do art. &K" )+pedir a concorr>ncia desleal da ad+inistra$%o pH(lica co+ a iniciativa privada. Por este caF +inho? che!avaFse constata$%o sin!ela de ;ue o li+ite +,=i+o de re+unera$%o se aplicava s sociedades de econo+ia +ista e s e+preF sas pH(licas. )sso por;ue ele decorria da letra e=pressa do art. "K? *)? e n%o encontrava o(st,culo no art. &K"? ` &_? ;ue visa a i+pedir ;ue as e+presas estatais tenha+ trata+ento +ais favor,vel? e n%o +ais ri!oroF so? ;uando sea o caso. inco+pati(ilidade entre os dispositivos? co+o se v>? era +era+ente aparente. Qoe? no entanto? a ;uest%o se encontra superada? pois apesar de a nova reda$%o do inciso *) do art. "K s@ faer refer>ncia aos ocupantes
163
de car!os? fun$ncia de cada u+a das nor+as ;ue potencial+ente pode+ incidir so(re o caso concreto. &&3. So(re o te+a? anterior+ente Refor+a Constitucional d+inistrativa introduida pela E+enda Constitucional n. &''A? v. Lu8s Ro(erto arroso? parecer pu(licado na RP2ERJ? :43:I? &''"? assi+ e+entado / li+ite +,=i+o de re+unera$%o previsto no inciso *) do art. "K da Constitui$%o 7ederal aplicaFse aos e+pre!ados das sociedades de econo+ia +ista. / papel do princ8pio da unidade o de reconhecer as contradi$Flo. &&". laus Stern? Derecho del Estado de la RepH(lica 7ederal ale+ana? cit.? p. 3':. / ter+o oti+ia$%o foi colhido e+ Qesse? La interpretaci@n constitucional? in Escritos de derecho consF titucional? cit.? p. :'. doutrina +ais tradicional divul!a co+o +ecanis+o ade;uado solu$%o de tensncia de cada nor+a? se+pre tendo co+o refeF r>ncia +,=i+a as decisncia de deter+iF nados valores e (ens ur8dicos? co+o a ;ue resultaria? por e=e+plo? da a(solutia$%o da proposi$%o in du(io pro li(ertate. Se certo? por e=e+F plo? ;ue a li(erdade deve? de re!ra? prevalecer so(re +eras conveni>nF cias do Estado? poder, ela ter de ceder? e+ deter+inadas circunstncias? diante da necessidade de se!uran$a e de prote$%o da coletividade. &&:. laus Stern? Derecho del Estado de la RepH(lica 7ederal ale+ana? cit.? p. 3'I. U+ (o+ e=e+plo dessa possi(ilidade? ali,s? foi o caso ore+atsu
164
vs. United States? , +encionado. o ul!,Flo? a Supre+a Corte a+eF ricana? e+ sacrif8cio de u+a lon!a tradi$%o de preserva$%o da li(erdade e de n%oFdiscri+ina$%o e+ fun$%o da ori!e+ nacional? considerou v,liF da a i+posi$%o aos a+ericanos descendentes de aponeses? durante a 3# 2uerra? de u+a srie de li+ita$+ ;ue ser interpretadas de tal +aF neira ;ue sea+ co+pat8veis co+ as nor+as funda+entais ele+entares da Lei 7unda+ental e co+ sua orde+ de valor. De for+a an,lo!a? e+ decis%o anterior? pronunciaraFse a Corte ... os conXitos so+ente se pode+ resolver na +edida e+ ;ue se che!a conclus%o de ;ue disposiF $%o constitucional a ;ue te+ +aior peso para a ;uest%o ;ue se vai decidir e+ concreto. &&K. 6erf2E? "V? &&'9. &K. . Stern? Derecho del Estado de la RepH(lica 7ederal ale+ana? cit.? p. 3':. &&A. 6er72E? 3A?3:"34&9. 6. . Stern?Derecho del Estado de la RepH(lica 7ederal ale+ana. a linha ;ue se ve+ desenvolvendo? resulta certo ;ue os (ens ur8F dicos constitucional+ente prote!idos deve+ ser coordenados de for+a a ;ue todos eles possa+ conservar sua identidade. Por isso? adverte Qesse? preciso ter cuidado na utilia$%o de f@r+ulas co+o a pondera$%o de (ens e a pondera$%o de valores. Ca(e ao intrprete? por for$a do princ8F pio da unidade? u+ esfor$o de oti+ia$%o necess,rio esta(elecer os li+ites de a+(os os (ens a -+ de ;ue cada u+ deles alcance u+a efetividade @ti+a. a (usca dessa concordncia pr,tica? passaFse por u+ outro princ8pio? ;ue se apreciar, adiante o da proporcionalidade. &&'. onrad Qesse? La interpretaci@n constitucional? in Escritos de derecho constitucional? cit.? p. :AF'. Tudo o ;ue se viu at a;ui e+ no+e da unidade constitucional reF for$a o papel dos princ8pios constitucionais co+o condicionantes da interpreta$%o das nor+as da Lei Maior. S%o eles ;ue confere+ unidade e coer>ncia ao siste+a e a eles ;ue se recorre na solu$%o das tens
165
%o o(stante isso? ine!,vel o desta;ue de al!u+as nor+as? ;uer por e=pressa elei$%o do constituinte? ;uer pela l@!ica do siste+a. o direito constitucional positivo (rasileiro? fora+ e=pressa+ente prestiF !iadas as nor+as ;ue cuida+ das +atrias inte!rantes do nHcleo i+oF di-c,vel da Constitui$%o? ;ue reHne as cha+adas cl,usulas ptreas. Consoante o elenco do ` :_ do art. 4V? n%o pode+ ser afetadas por e+endas ;ue tenda+ a a(olir os valores ;ue a(ri!a+ as nor+as ;ue cuida+ a9 da for+a federativa do Estado^ (9 do voto direto? secreto? universal e peri@diF co^ c9 da separa$%o dos Poderes^ d9 dos direitos e !arantias individuais. Todos os itens aci+a? n%o dif8cil constatar? est%o li!ados a al!u+ dos princ8pios funda+entais do ordena+ento? a sa(er o princ8pio fedeF rativo? o princ8pio de+ocr,tico e o princ8pio repu(licano periodicidade de voto9. li,s? ao +enos ideal+ente? a De+ocracia? a RepH(lica e a 7edera$%o constitue+? de lon!a data? o trinW+io essencial do Estado (rasileiro. B natural ;ue esses princ8pios funda+entais? notada+ente os ;ue fora+ o(eto de distin$%o especial no ` :_ do art. 4V? sea+ os !ranF des vetores interpretativos do Te=to Constitucional. E+ se!uida? v>+ os princ8pios !erais e setoriais. Por;ue assi+ ? deveFse reconhecer a e=isF t>ncia? no Te=to Constitucional? de u+a hierar;uia a=iol@!ica? resultaF do da ordena$%o dos valores constitucionais? a ser utiliada se+pre ;ue se constatare+ tensncia do princ8pio superior. &3V. Dio!o de 7i!ueiredo Moreira eto? orde+ econW+ica na Constitui$%o de &'AA? RP2ERJ? :3IK? &''V? p. I'F4V. a +es+a linha o entendi+ento de RaHl Canosa Usera? ;ue? ap@s classi-car os princ8pios e+ +ateriais e instru+entais? aponta o princ8F pio da unidade da Constitui$%o co+o o +ais i+portante desta se!unda cate!oria. Doutrina o autor espanhol ;ue u+a correta interpreta$%o do Te=to 7unda+ental e=i!e a coloca$%o de certas de suas disposi$
166
tural. a verdade? usando outra deno+ina$%o? a idia su(acente a da hierar;uia a=iol@!ica? , e=posta. &3&. RaHl Canosa Usera? )nterpretaci@n constitucional Z f@r+ula pol8tica? &'AA?p. &4" e &KI. classi-ca$%o e+ princ8pios +ateriais e instru+entais? ;ue o autor n%o desenvolve co+ nitide? parece corresponder divis%o entre a parte or!nica e a parte do!+,tica da Constitui$%o p. 4" e s.9. / princ8pio da unidade da Constitui$%o? ta+(+ referido co+o prinF c8pio da unidade hier,r;uicoFnor+ativa da Constitui$%o? na vis%o de al!uns autores? encontraria i+portante e=ce$%o na ad+issi(ilidade da e=ist>ncia de nor+as constitucionais inconstitucionais. Seu principal for+ulador foi o ale+%o /tto acho? ;ue desenvolveu a tese e+ aula inau!ural proferida e+ Qeidel(er!? e+ &'I&? e a +aterialiou e+ u+ opHsculo intitulado? no ori!inal? 6erfassun!swidri!e 6erfassun!sF nor+en. Pouco lido e citado por vees co+ e;uivocidade? o tra(alho de acho n%o te+ as i+plica$s varia$ncia? de u+ reF ;uisito espec8-co? co+o? por e=e+plo? a su(+iss%o a u+ ple(iscito +elhor diria? pelo car,ter posterior da consulta? referendo9. E a terceira
167
diria respeito ino(servncia? pelo processo constituinte? do ;ue houF vesse sido esta(elecido e+ leis prFconstitucionais? ;ue condicionasse+ a validade da Constitui$%o. /s dois pri+eiros e=e+plos F o da rati-ca$%o e o do ple(iscito referendo F cuida+ do esta(eleci+ento de atoFcondi$%o para o in8cio de vi!>ncia da nor+a e conte+pla+ possi(ilidades ;ue t>+ inH+eros antecedentes hist@ricos? a co+e$ar pela Constitui$%o norteFa+ericana? ;ue e+ seu art. K_ previa a rati-ca$%o por nove Estados para ;ue fosse adotada. S%o casos perfeita+ente en;uadr,veis na teoria constitucioF nal ordin,ria. / terceiro e=e+plo poderia traer al!u+a perple=idade? por i+portar e+ u+ condiciona+ento da orde+ ur8dica precedente ao dese+penho do poder constituinte. Mas? e+ se!uida? esclarecendo a idia? acho reprodu o conheci+ento convencional Todavia? as leis prFconstitucionais pode+ o(ri!ar apenas o poder constitu8do? n%o o titular do poder constituinte? o ;ual a todo te+po pode contorn,Flas? atravs de u+ acto constituinte ori!in,rio. ada de novo? portanto. &3I. Constitui$%o (rasileira de &'"K? ;ue i+plantou o Estado ovo? previa? no seu art. &AK? a realia$%o de u+ ple(iscito ;ue nunca ocorreu. Por isso +es+o? houve ;ue+ a-r+asse ;ue? uridica+ente? tal Carta n%o e=istiu v. 7ernando hitaber da Cunha? Co+ent,rios Constitui$%o? o(ra coletiva? &''V? v. &? p. "39. &34. acho? or+as constitucionais inconstitucionais? cit.? p. I&. se!unda hip@tese aventada a da inconstitucionalidade de leis de altera$%o da Constitui$%o. SuscitaFse? a;ui? a possi(ilidade de u+a lei de altera$%o da Constitui$%o? isto ? de u+a e+enda constitucional? inF frin!ir for+al ou +aterial+ente disposi$
168
constitucional? fosse de encontro a u+ preceito +aterial funda+ental da Constitui$%o no caso de se+elhante contradi$%o? a nor+a constitucioF nal de !rau inferior seria inconstitucional e inv,lida. Pois a;ui? contrariando a posi$%o ;ue se divul!a co+o sendo sua? /tto acho? discordando dos autores citados? ne!a cate!orica+ente a possi(ilidade de se ad+itir a inconstitucionalidade de u+a nor+a consF titucional e+ face de outra. Enfatiando a autono+ia do le!islador consF tituinte e sua li(erdade para esta(elecer e=ce$ntica? ou de ;ue ele considera essa re!ula+enta$%o co+o estando e+ concordncia co+ os princ8pios (asilares da Constitui$%o? ou de ;ue? e+ desvio a estes princ8pios? a ad+itiu consciente+ente co+o e=cep$%o aos +es+os. &3'. acho? or+as constitucionais inconstitucionais? cit.? p. IK. Para u+a leitura de acho ;ue n%o corresponde ;ue se e=plicita aci+a? veaFse Eduardo 2arc8a de Enterr8a La Constituci@n co+o nor+a Z el Tri(unal Constitucional? cit.? p. ''9? onde o not,vel autor espanhol? aparente+enF te? confunde princ8pios (,sicos e funda+entais co+ direito suprale!al positivado? cate!oria e+preF !ada por acho. ;uarta hip@tese suscitada por acho co+preende? e+ palaF vras suas? a inconstitucionalidade por infra$%o de direito suprale!al positivado na lei constitucional. ;ui? si+? encontraFse a !rande especi-cidade da constru$%o do e+inente autor a rela$%o entre ConstiF tui$%o e direito suprale!al? isto ? u+ direito prFestatal? supraFestatal? suprapositivo? natural? apesar das a+(i![idades ;ue este Hlti+o ter+o suscita. / conceito de direito suprale!al difuso e de dif8cil apreens%o o(etiva. Por ele? e=i!eFse ;ue o le!islador to+e e+ conta os princ8pios constitutivos de toda e ;ual;uer orde+ ur8dica e? no+eada+ente? deiF =eFse !uiar pela aspira$%o usti$a e evite re!ula+enta$ncia de Jellineb ao direito co+o u+ +8ni+o tico. &"V. /+ite+Fse? por (revidade? al!u+as outras hip@teses co!itadas? por +ais espec8-cas orde+ constitucional ale+% e +enos relevantes do ponto de vista doutrin,rio. &"&. acho? or+as constitucionais inconstitucionais? cit.? p. :3F". / tra(alho de Jellineb
169
invocado Die soialethische edeutun! von Recht? Unrecht und Strafe? &'VA? p. :I. Esse direito suprale!al? ;ue e=iste fora e aci+a da Constitui$%o? fre;[ente+ente positivado atravs de sua incorpora$%o ao Te=to ConsF titucional. Tal incorpora$%o? todavia? te+ si!ni-cado declarat@rio e n%o constitutivo? de ve ;ue ela n%o cria? +as antes reconhece o direito. Parte+ +anifesta+ente da;ui os arts. &? n. )? e 3 da Lei 7unda+ental? ;ue consa!ra+? respectiva+ente? a di!nidade da pessoa hu+ana e os direitos de li(erdade. / direito suprale!al? repitaFse? li+ita a autonoF +ia do le!islador constituinte? i+pondoFlhe li+ites. Da8 a conclus%o de /tto acho / direito constitucional suprale!al positivado preceF de? e+ virtude do seu car,ter incondicional? o direito constiF tucional ;ue apenas direito positivo? ra%o por ;ue a;ui F +as ta+(+ s@ a;ui F a pondera$%o da i+portncia de nor+as constitucionais diferentes? e+ confronto u+as co+ as outras? preconiada por r[!er e 2iese? se +ostra usti-cada. 7alta a autono+ia da cria$%o de direito? ;ue per+ite ao poder constituinte a(rir (rechas? atravs de e=cep$ncia de u+ direito suprale!al ou suprapositivo? perfeita+enF te poss8vel conce(erFse? do ponto de vista te@rico? a ocorr>ncia de conF
170
tradi$ncia de u+ direito suprapositivo? vinculativo para o pr@prio constituinte? ao declarar ;ue ta+(+ u+a nor+a consF titucional pode ser nula? se desrespeitar e+ +edida insuport,vel os posF tulados funda+entais da usti$a. B certo ;ue o Tri(unal a-r+ou? ta+F (+? ;ue a ocorr>ncia de nor+as ori!inaria+ente inconstitucionais ;uase i+poss8vel e+ Estados de le!alidade de+ocr,tica. Mas o proF (le+a pode !anhar di+ens%o e+ +o+entos de +udan$a pol8tica. &"A. J. J. 2o+es Canotilho? Direito constitucional? cit.? p. 3:V. &"'. 6er72E? &? &A^ "?33I. 6. acho? or+as constitucionais inconstitucionais? cit.? p."F:. tradi$%o (rasileira a da a-r+a$%o da unidade hier,r;uicoF nor+ativa da Constitui$%o? se+ aten$%o possi(ilidade de reconheciF +ento de nor+as constitucionais transcendentes. Sintetiando a doutriF na corrente? veaFse a posi$%o de Celso Ri(eiro astos Ele o intrprete9 ter, de evitar as contradi$ncia rec8proca. Dois princ8pios aparente+ente conF tradit@rios pode+ har+oniarFse desde ;ue a(di;ue+ da pretens%o de sere+ interpretados de for+a a(soluta. PrevaF lecer%o? a-nal? apenas at o ponto e+ ;ue dever%o renunciar sua pretens%o nor+ativa e+ favor de u+ princ8pio ;ue lhe anta!Wnico ou diver!ente. &:V. Celso Ri(eiro astos e )ves 2andra Martins? Co+ent,rios Constitui$%o (rasileira?
171
&'AA? v. &? p. ":A. Ta+(+ a urisprud>ncia te+ recorrido ao princ8pio da unidade e pondera$%o de valores para solucionar eventuais tens+ ta+(+ o direito inti+idade art. I_? *? da C79 e? ta+(+? li(erdade de consci>ncia e de cren$a art. I_? 6)? da C79? preudicados estes direitos funda+enF tais pelo so+ da apelante. &:&. RT? 4K4'A? &''3? p. &:4.4'3F&4? rel. Des. ndrade Mar;ues. inda no re!i+e constitucional anterior? o Supre+o Tri(unal 7edeF ral teve oportunidade de enfrentar delicada ;uest%o envolvendo o prinF c8pio da unidade constitucional? relativa+ente dualidade de previsncia doutrin,ria? sendo ;ue +uitos sustentava+ ;ue e=istiria+ duas espcies de e+prsti+os co+puls@rios? e ;ue so+ente se!unda se aplicaria+ as li+ita$ncia de outros +toF dos de interpreta$%o? ;uando e+ antino+ia co+ o sentido !ra+atical. &:3. RTJ? &3'KK? p. AA? MS 3V.4VAFD7? rel. Min. SZdneZ Sanches. 6. ta+(+ Ricardo Lo(o Torres? Siste+as constitucionais tri(ut,rios? &'A4? t. 3? p. :3I e s.? especial+ente p. ::VF&. / funda+ento su(acente a toda a idia de unidade hier,r;uicoF nor+ativa da Constitui$%o o de ;ue as antino+ias eventual+ente deF tectadas ser%o se+pre aparentes e? ipso facto? solucion,veis pela (usca de u+ e;uil8(rio entre as nor+as? ou pela le!8ti+a e=clus%o da incid>nF cia de al!u+a delas so(re dada hip@tese? por haver o constituinte disF posto nesse sentido. %o se reconhece? assi+? a e=ist>ncia de antino+ias ur8dicas reais? ;uali-cadas por Trcio Sa+paio 7erra co+o sendo a oposi$%o ;ue ocorre entre duas nor+as contradit@rias total ou parcialF +ente9? e+anadas de autoridades co+petentes nu+ +es+o +(ito nor+ativo? ;ue coloca o sueito nu+a posi$%o insustent,vel pela aus>nF
172
cia ou inconsist>ncia de critrios aptos a per+itirFlhe u+a sa8da nos ;uadros de u+ ordena+ento dado. &:". Trcio Sa+paio 7erra? ntino+ia? in Enciclopdia Saraiva do Direito? v. K. Diferente linha de entendi+ento se!uida por Maria Qelena Dini? ;ue n%o s@ ad+ite a possi(ilidade de e=ist>ncia de antino+ias reais co+o sup ;ue os precat@rios udiciF ais pendentes de pa!a+ento na data da pro+ul!a$%o da Constitui$%o poder%o ser pa!os no prao de at oito anos? co+ inclus%o de uros e corre$%o +onet,ria. / art. &VV do corpo per+anente o ;ue cont+ a re!ra !eral so(re precat@rios? deter+inando o seu pa!a+ento e+ u+a s@ ve no e=erc8cio se!uinte? pela inclus%o no or$a+ento da entidade estatal? desde ;ue apresentados at &3 de ulho. E o art. I_ a(ri!a o prinF c8pio !eral da isono+ia. Escreveu a ilustre professora paulista Te+os entre os arts. I_ e &VV da Carta Ma!na e o art. "" das Disposi$s s%o da +es+a hierar;uia^ (9 nor+a posterior revo!a a anterior? por;ue todas entrara+ e+ vi!or na +es+a data^ e c9 norF +a especial prevalece so(re a re!ra !eral? por;ue a;uelas nor+as est%o tratando desi!ual+ente os i!uais credores da 7aenda PH(lica9 e esse critrio re;uer ;ue se trate desiF !ual+ente o ;ue desi!ual. ssi+? por +eio de u+a interF preta$%o conetiva farFseF, co+ ;ue os arts. I_ e &VV prevaF le$a+ so(re o art. ""? so( pena de ofender todo o siste+a? pois? ocorrendo a antino+ia real? o aplicador? utiliandoFse dos +ecanis+os supletivos de lacuna? resolvendo o proF (le+a no caso concreto? , ;ue n%o poder, eli+inar o conF Xito? dever, aterFse ao princ8pio da isono+ia. &::. Maria Qelena Dini? or+a constitucional e seus efeitos? &'A'? p. &&& e s. &:I. Maria Qelena Dini? or+a constitucional e seus efeitos? cit.? p. &&I. Co+ as ho+ena!ens devidas e +erecidas? a tese n%o se sustenta. B ;ue e=iste clara antino+ia real entre as proposi$s nor+as e? na outra? ;ue u+a das nor+as inconstitucional. /ra? para ad+itirFse ;ue u+a nor+a possa ser inconstitucional e+ face de outra? evidente ;ue se ad+ite ;ue u+a delas superior. E +ais o fato de a Constitui$%o desi!ualar pessoas e discri+inar situa$
173
ponto de vista ali sustentado a tese de /tto acho de ;ue e=iste+ nor+as ;ue a(ri!a+ princ8pios de direito suprale!al? ;ue est%o aci+a das +eras nor+as da Constitui$%o for+al? e ;ue condiciona+ a atua$%o do constituinte? +es+o ;ue ori!in,rio. E a8 poderFseFia co!itar de ;ue o trata+ento desi!ual entre credores do er,rio F uns rece(endo e+ u+ ano e outros e+ oito F viola esse sentido superior de usti$a ;ue deve presidir a orde+ ur8dica e ao ;ual +es+o o constituinte est, su(ordinaF do. B poss8vel concordar ou discordar dessa tese? +as ela se assenta e+ funda+entos lo!ica+ente dedut8veis e sustent,veis. tese da professora Maria Qelena Dini foi reproduida acritica+enF te e+ decis%o do Tri(unal de Justi$a de S%o Paulo? se+ +en$%o ;uesF t%o do direito suprale!al. 7ora e=ce$ncia dos tri(unais superiores consa!ra+ o princ8pio da uniF dade da Constitui$%o? se+ refer>ncia possi(ilidade de e=istire+ norF +as constitucionais inconstitucionais. &:4. ) :KI.A&'FA? A# C+. Civ.? . &KF:F&''&? RT? 4AV&3I. B (e+ de ver ;ue o Supre+o Tri(unal 7ederal? a prop@sito dessa espec8-ca discuss%o so(re o art. "" do DCT? , se pronunciou no ul!a+ento do RE &4V.:A4FKFSP? rel. Min. Celso de Mello )ne=iste ;ual;uer rela$%o de antino+ia real ou insuper,vel entre a nor+a inscrita no art. "" do DCT e os postulados da isono+ia? da usta indenia$%o? do direito ad;uirido e do pa!a+ento +ediante precat@rios? consa!rados pelas disposi$ntico de e-c,cia e de autoridade ur8dicas RD? 3V&&IK? &''I9. inda recente+ente? o Supre+o Tri(unal 7ederal? de +aneira cateF !@rica? endossou a tese da i+possi(ilidade da veri-ca$%o do desrespeiF to aos princ8pios de direito suprapositivo inseridos pelo poder constituinte ori!in,rio no te=to da Constitui$%o a atual Carta Ma!na co+pete ao Supre+o Tri(uF nal 7ederal? precipua+ente? a !uarda da Constitui$%o art. &V3? caput9? o ;ue i+plica dier ;ue essa urisdi$%o lhe atri(u8da para i+pedir ;ue se desrespeite a Constitui$%o co+o u+ todo? e n%o para? co+ rela$%o a ela? e=ercer o papel de -scal do poder constituinte ori!in,rio? a -+ de veri-car se este teria? ou n%o? violado os princ8pios de diF reito suprapositivo ;ue ele pr@prio havia inclu8do no te=to da +es+a Constitui$%o. &:K. RTJ? &4"AK3? &''A? D)n A&IFD7? rel. Min. Moreira lves. os Hlti+os te+pos? o princ8pio da unidade esteve su(acente ao de(ate doutrin,rio e urisprudencial envolvendo ;uest
174
deral a-r+ou a tese de ;ue? antes da edi$%o da lei prevista no inciso *)) do art. I_ da Constitui$%o F incu+(ida de esta(elecer as hip@teses e a for+a de ;ue(ra do si!ilo das co+unica$ncia de lei? at a!ora n%o editada? para ;ue? nas hip@teses e na for+a por ela esta(elecidas? possa o ui? nos ter+os do art. I_? *))? da Constitui$%o? autoriar a intercepta$%o de co+unica$%o telefWnica para -ns de investi!a$%o cri+inal. ...9 ilicitude da intercepta$%o telefWnica..? conta+iF nou? no caso? as de+ais provas? todas oriundas? direta ou indireta+ente? das infor+a$