UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Glaucia Lima de Magalhães Theophilo
RELATÓRIO DE ADMINISTRAÇÃO TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA - TAT
NOVA IGUAÇU - RJ 2013
Glaucia Lima de Magalhães Theophilo
RELATÓRIO DE ADMINISTRAÇÃO TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA - TAT
Estudo da disciplina de Técnicas de Exames Psicológicos II lecionada pela Prof. Hillevi Soares para obtenção de nota parcial de AV2 Curso de Psicologia.
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ NOVA IGUAÇU - RJ 2013
SUMÁRIO Pág.
1 - Introdução
03
2 - Objetivo
03
3 - Metodologia
03
4 - Fundamentação Teórica: Teste de Apercepção Temática
04
5 - Relatório de Administração
11
5.1 - Identificação do Sujeito
11
5.2 - Momento da Aplicação
11
5.3 - Comportamento Expresso pelo sujeito durante a Tarefa
12
5.4 – Transcrição do Discurso Livre e Inquérito por Lâmina Universal
12
5.4.1 - Lâmina 01
12
5.4.2 - Lâmina 02
13
5.4.3 - Lâmina 04
14
5.4.4 - Lâmina 05
15
5.4.5 - Lâmina 10
16
5.4.6 - Lâmina 11
17
5.4.7 - Lâmina 14
19
5.4.8 - Lâmina 15
20
5.4.9 - Lâmina 16
21
5.4.10 - Lâmina 19
21
5.4.11 - Lâmina 20
22
5.5 – Considerações Finais
24
6 - Referências
24
7 - Anexos
25
ANEXOS Pág.
Anexo 01 – Folha de Consentimento
25
3
1 - INTRODUÇÃO Este é um estudo de caso e os dados foram coletados a partir da amostra de 01 (um) indivíduo. Como instrumentos de pesquisa da avaliação psicológica da personalidade, foi utilizada a técnica projetiva e o teste denominado TAT – Teste de Apercepção Temática. A escolha pelo tema se faz a partir da possibilidade de aplicabilidade desta teoria em vários campos de atuação da psicologia. O TAT é um instrumento psicológico do tipo projetivo, elaborado em 1935, nos Estados Unidos, por Henry A. Murray e Christina D. Morgan; porém, apenas em 1943 sua forma definitiva foi publicada. É utilizado para revelar impulsos, emoções, sentimentos, complexos e conflitos da personalidade, expondo tendências que o paciente não pode admitir por não ter consciência delas. Assim, é um importante recurso para estudos da personalidade, interpretação do comportamento, doenças psicossomáticas, neuroses e psicoses (BreletFourlard & Chabert, 2005). O procedimento consiste na apresentação de cartões ao indivíduo e de uma solicitação do examinador para que conte estórias sobre eles, inventadas sem premeditação. Em seguida, realiza-se um inquérito a fim de identificar a fonte de inspiração das estórias e possibilitar o surgimento de novas associações. Brelet-Fourlard e Chabert (2005) mantiveram essa técnica de aplicação, mas suprimiram o inquérito. A análise e interpretação das estórias incidem sobre o texto das narrações do examinando, anotadas na ordem de apresentação dos cartões. A capacidade de as estórias revelarem componentes significativos da personalidade depende do predomínio de duas tendências psicológicas: a inclinação para interpretar uma situação humana ambígua em conformidade com as experiências passadas, e a tendência daqueles que contam estórias para proceder de modo semelhante.
2 - OBJETIVO O objetivo geral do presente estudo é realizar uma investigação dinâmica e global da personalidade, isto abordando a personalidade como uma estrutura em evolução, cujos elementos constitutivos se encontram em interação, observando as possibilidades de projeção da mesma.
3 - METODOLOGIA - Seleção de 01 (um) indivíduo aleatório para aplicação do TAT. - Levantamento dos dados.
4
4 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA Nome original: Thematic Apperception Test Autor: Henry A. Murray Murray partiu do princípio de que diferentes indivíduos, frente a uma mesma situação vital, a experimentam cada uma a seu modo, de acordo com sua perspectiva pessoal. A forma pessoal de elaborar uma experiência revela a atitude e a estrutura do indivíduo frente à realidade experimentada. Conceitos básicos: Apercepção - Interpretação significante que um examinando faz diante de uma percepção. Toda interpretação subjetiva constitui uma distorção aperceptiva, dinamicamente significante. Toda pessoa distorce aperceptivamente, sendo somente o grau a diferença entre uma distorção e outra. Necessidade – representa uma força que organiza a percepção, a apercepção, a intelecção, a conação (tendência mental somática ao movimento) e a ação, de modo a transformá-la em certa direção. A necessidade pode ser produzida por forças internas ou externas e é sempre acompanhada por um sentimento ou emoção. A necessidade gera um estado de tensão que conduzirá a ação do indivíduo no sentido de chegar à satisfação, que por sua vez reduzirá a tensão inicial, ou seja, restabelecerá o equilíbrio. Pressão – são os determinantes do meio externo que podem facilitar ou impedir a satisfação da necessidade, representando como o sujeito vê ou interpreta seu meio. Personalidade – Agente organizador e administrador do indivíduo, cuja função é integrar conflitos e pressões visando à satisfação das necessidades. “Compromisso entre
os
impulsos do indivíduo e as demandas do ambiente”.
Tendências psicológicas básicas: Interpretar uma situação humana ambígua baseando-se em suas experiências passadas e em seus anseios presentes, utilizando o acervo de suas experiências a fim de expressar seus sentimentos e necessidades conscientes e inconscientes. Objetivo: Investigação da organização dinâmica da personalidade, focalizando as motivações básicas. Conhecimento de situações e relações que sugerem temor, desejos, dificuldades, assim como as necessidades e pressões fundamentais na dinâmica subjacente da personalidade.
5
Material utilizado: Foram selecionadas fotografias de pinturas em museus, anúncios em revista, fotos de filmes e de outras fontes que posteriormente foram desenhadas. A primeira série de pranchas foi apresentada em 1935 e em 1943 foi publicada a terceira revisão, considerada definitiva. São 31 lâminas, impressas em preto e branco, distribuídas em duas séries de dez lâminas cada, a primeira série com cenas mais realistas e problemas de vida (mais estruturadas) e a segunda série mais fantasista e simbólica (menos estruturadas). No verso de cada lâmina está escrito o número ou o número e letras que indicam a ordem de aplicação. São aplicadas 20 lâminas a cada pessoa, distribuídas da seguinte maneira: 11 (onze) universais - aplicáveis a qualquer examinando e 09 (nove) específicas - segundo a idade e sexo do sujeito. TIPO DE ESTÍMULO
CONVENÇÃO
Universal
Apenas o número
Para mulheres
Número seguido de F
Para homens
Número seguido de H
Para adolescentes do sexo feminino
Número seguido de M
Para adolescentes do sexo masculino
Número seguido de R
População alcançada: Adolescentes e adultos – De 14 aos 40 anos. Tipo de aplicação: individual. A aplicação é realizada em duas sessões, dez imagens diferentes são apresentadas ao sujeito. Temas evocados pelos estímulos: 1 – O menino e o violino: Aspirações, objetivos, dificuldades e realizações. Relação com a autoridade. Capacidade de adaptação do sujeito a uma situação nova. 2 – A estudante no campo: Área das relações familiares. Percepção do ambiente. Relações heterossexuais. Nível de aspiração. Atitude frente aos pais. Nível de aspiração. 3 RH – Curvado/a sobre o divã: Desespero, depressão, suicídio, tristeza, abandono. (Também aplicada para o sexo feminino). 3 MF – A jovem na porta: Desespero, culpa. 4 – Mulher que retém o homem: Abandono, ciúme, traição. Conflitos nas relações heterossexuais. Controle versus impulso. 5 – A senhora na porta: Imagem da mãe-esposa. Protetora, vigilante, castradora. Reações frente ao inesperado. Atitudes anti-sociais.
6
6 RH – O filho que parte: Dependência-independência, abandono - culpa. Relação com a figura materna. 6 MF – Mulher surpreendida: Relação com a figura paterna. 7 RH – Pai e filho: Atitude ante a figura paterna (adulto, autoridade). 7 MF – Menina e boneca: Relação com a figura materna. 8 RH – A intervenção cirúrgica: (Estímulo desconcertante) Agressividade (hetero ou auto). 8 MF – Mulher pensativa: Conflitos atuais e conteúdos de devaneios. 9 RH – Grupo de vagabundos: Atitudes frente ao trabalho e ao ócio. Sentimentos quanto à própria capacidade e possibilidade de atuação. Relacionamento com o grupo do mesmo sexo. Homossexualidade. 9 MF – Duas mulheres na praia: Competência feminina, espionagem, culpa, perseguição. Atitude frente ao perigo, ao desconhecido, ao proibido. 10 – O abraço: Atitude frente à separação. Conflitos do casal. Relações heterossexuais satisfatórias. 11-Paisagem primitiva de pedras: Atitudes frente ao perigo, ao desconhecido, ao instintivo. 12 H – O hipnotizador: Atitude frente às figuras de autoridades, à terapia e a própria situação de teste. (Podem revelar tendências homossexuais latentes ou experiências homossexuais encobertas). 12 M – Mulher jovem e velha: Atitude frente à figura da mãe ou da filha, ao envelhecimento e ao matrimônio. Relações mãe - filha. 12 RM – Bote abandonado: Fantasias desiderativas. 13 HF – Mulher na cama: Atitude dos sujeitos frente às mulheres e ao sexo, e às vezes sentimentos de culpa e atitude frente ao alcoolismo. Atitude frente às relações heterossexuais e à sexualidade associada à agressividade. 13 R – Menino sentado na soleira: Carência afetiva. Solidão, abandono e expectativas. (pode ser útil em indivíduos imaturos ou muito defendidos). 13 M – Menina subindo as escadas: Semelhante à temática dos meninos 14 – Homem na janela: Auto-questionamento, contemplação e aspiração. Tendências suicidas. 15 – No cemitério: Relação com a morte. Culpa e castigo. 16 – (em branco): Necessidades mais prementes ou relação transferencial. (o sujeito é levado a projetar-se totalmente)
7
17 RH – O acrobata: Exibicionismo. Narcisismo. Desejo de reconhecimento. 17 MF – A ponte: Frustração, depressão e suicídio. 18 RH – Atacado por trás: (Figura masculina explicitamente sofre uma agressão). Vícios ou males físicos. Tendências homossexuais latentes ou experiências encobertas do sujeito. 18 MF – Mulher que estrangula: (A figura feminina é agente do comportamento agressivo). Relações entre figuras femininas. Sentimentos de inferioridade e submissão. 19 – Cabana na neve: Necessidade de proteção e amparo frente a um ambiente inóspito. 20 – Só sob a luz: Principais aflições e perspectivas do sujeito. Instruções Apresenta-se a técnica como um teste de imaginação ou um teste para contar histórias. Solicita-se que o examinando elabore uma história para cada lâmina apresentada. Pode ser assinalada a importância de caracterizar o antes, depois e agora, no enredo imaginado, e o que as pessoas estão sentindo e pensando. Marca-se em cada prancha o tempo de reação e o tempo total de cada estória e pede-se o título da história. Inquérito Após a coleta das histórias procede-se o inquérito, para a suplementação de dados imprecisos, assim como para pesquisar a fonte de ideias. Na segunda sessão convém o sujeito não saber que lhe serão solicitadas novas histórias. Na prancha 16(em branco): “Veja o que você pode ver nesta prancha em branco. Imagine alguma cena e descreva- a em detalhe”. É desejável pelo menos um dia entre a primeira e a segunda sessão. Análise das histórias Murray distingue a análise formal do protocolo e a análise do conteúdo. Análise formal Descriminação da variedade de atributos descritivos do tópico, estrutura, sua coerência, riqueza de detalhes; grau de realidade; estilo; a linguagem usada; pobreza ou riqueza; presença ou ausência de certas categorias verbais e poder do enredo. Estes detalhes nos informam sobre a inteligência do sujeito; exatidão e clareza do pensamento; suas capacidades artísticas ou literárias, facilidade verbal, insight psicológico e seu sentido de realidade, maturidade emocional, integridade cognitiva, capacidade de observação e evidências de temperamento.
8
Análise do conteúdo Murray pensou que a cada estória teremos um elemento central (personagem) que ele chamou de “herói”. Ao analisar o enredo, precisamos identificar:
O herói - O herói caracteriza o narrador. As pressões ambientais relatam como ele percebe o mundo em que vive. O herói tende a ser o personagem pelo qual o narrador mais se interessa; o que mais se pareça ao sujeito pela idade, sexo e caráter; o que desempenhe o papel central da história. Há histórias em que há vários heróis parciais ou herói primário e secundário. Cada um deles poderá representar tendências não aceitas, mal integradas ou conflitivas do sujeito. O estado interior do herói de cada história é também representativo de um estado interior habitual do sujeito. O psicólogo deve caracterizar os heróis conforme os seguintes traços: superioridade, inferioridade, criminalidade, anormalidade psíquica, solidão, sentimento de pertinência, liderança e inclinação para discussões.
Motivos, inclinações e sentimentos dos heróis - Depois de identificado o herói é necessário verificar o que ele sente, como se percebe, que necessidades ele tem. Ou seja, as necessidades e pressões que se manifestam na conduta do herói. A análise poderá ser baseada em conformidade com um esquema conceptual abrangente, ou limitar-se a observação de alguns traços. Pode-se usar a lista das necessidades e anotar as emoções e estados internos. Necessidades que se manifestam na conduta do herói (dentre outras): Agressão; Ajuda; Auto-agressão; Degradação; Desvelo; Dominância; Passividade; Realização; Sexo. Estados interiores e emoções (dentre outras): Abatimento;
conflito;
instabilidade
emocional;
ansiedade;
ciúme;
desconfiança; exaltação.
Forças do ambiente do herói - O ambiente favorece ou atrapalha o desenvolvimento do herói? Este dado pode ser inferido das ações e emoções dos demais personagens da história. O herói normalmente não está sozinho, está em interação com o meio social. Os outros elementos da cena exercem algum tipo de ação sobre o herói. Essa ação do meio sobre ele é chamada de “pressão ambiental”. É comum que se estabeleça um conflito entre o herói e o
meio. É preciso identificar a maneira que o herói consegue resolver o conflito. Convém anotar: se as influências do meio são favoráveis ou desfavoráveis para o herói; se provém-se de personagens do mesmo sexo ou de
9
sexo diferente; as figuras maternas ou paternas, etc. O comportamento do herói frente às pressões do meio, a sua atuação é que vai determinar o desfecho da história. As tendências de atividades provenientes de outros personagens também são importantes, em outras palavras, são necessidades das pessoas com quem o herói lida, assim como as pressões também podem advir de objetos inanimados valorizados, forças sociais, pressões ideológicas. Tipos de pressões (dentre outras): Afiliação; agressão; ajuda; dano físico; dominância; falta; perda; perigo físico.
Desfecho / Desenlace - Se o herói é o principal personagem da trama, cabe a ele a solução do problema. Observar o seguinte: Como o herói conclui a história? Como progride a situação até o desenlace? A história termina pela ação voluntária do sujeito, pela ação do ambiente ou as coisas se desenrolam sozinhas? Aquele herói que consegue resolver o problema, agindo sobre o meio para modificar a ação do meio, é visto como “forte” e se dá uma solução
satisfatória – final feliz - apresenta uma estrutura de “ego” bem desenvolvida. O herói forte representa uma pessoa bem organizada. Quando pela ação do herói há um final infeliz, mostra uma fragilidade na sua estrutura. Final feliz = quando a necessidade do herói é atendida pelo meio em geral. Final infeliz = o herói não consegue realizar aquele desejo. Ás vezes encontra uma solução mágica: uma fadinha... É necessário também avaliar a quantidade de dificuldades e frustrações experimentadas pelo protagonista, o grau relativo de sucesso e fracasso. Proporção entre desfechos felizes e infelizes.
Temas - O tema vai resumir a ideia, o assunto de que fala a estória procurando amarrar o assunto principal. O tema é um orientador, mas não diz necessariamente tudo sobre a história. A interação entre uma necessidade do herói e uma pressão ambiental juntamente com o desfecho (êxito ou fracasso do herói) constitui um tema. A pergunta é: que desfechos, conflitos e dilemas têm maior importância para o sujeito? O tema indica o enredo, motivação, principal aspecto dramático da história. É preciso anotar as necessidades e as pressões que se combinam mais frequentemente, e observar com necessidade e emoções a pressão interage mais frequentemente.
Interesses e Sentimentos - Esses aspectos são tratados separadamente, pois o autor manifesta seus próprios interesses e sentimentos não apenas atribuindo-
10
os a seus heróis, mas também na escolha dos tópicos e na maneira com que lida com eles. Interpretação dos dados Os atributos dos heróis representam tendências da personalidade do sujeito, que pertencem a seu passado ou ao seu futuro antecipado, ou ao seu presente. Representam: coisas que o sujeito fez, coisas que desejou ou que esteve tentando fazer; forças elementares de sua personalidade, das quais nunca esteve consciente; sentimentos e desejos que está tendo no momento; antecipações de seu comportamento futuro, de alguma coisa que gostaria de fazer ou fosse forçado a fazer, ou ainda, de algo que não pretende fazer, mas sente que deveria fazer. As pressões referem-se: a situações com que de fato se encontrou; a situações que em devaneios ou sonhos imaginou encontrar-se; uma situação momentânea ou situações com que espera, desejaria ou temeria deparar-se. Síntese: A síntese deve conter: introdução (apresentação geral); desenvolvimento (as diferentes situações apresentadas) e conclusão (processo de saúde ou doença). As informações devem cobrir pelo menos 03 áreas: Inteligência, Dinâmica dos afetos e Relacionamento intra e interpessoal. O solicitante ao ler a síntese deve ser capaz de construir uma imagem do analisando. Portanto, o discurso deve ser construído de forma simples e organizada para que seja de fácil leitura e se possa identificar: o perfil psicológico da pessoa; as suas principais características; os estados emocionais mais frequentes; as necessidades mais presentes e os conflitos. =======================================================
11
5 - RELATÓRIO DE ADMINISTRAÇÃO DO TESTE 5.1 - IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO: - NOME: M.Q. - SEXO: Feminino - IDADE: 21 anos - ESTADO CIVIL: Solteira - ESCOLARIDADE: Superior Completo Incompleto - Psicologia - OCUPAÇÃO: Estudante de Psicologia (3- perido) - GRUPO FAMILIAR: Reside com a mãe separada e o irmão - LOCAL DE MORADIA: Nova Iguaçu / RJ
5.2- MOMENTO DE APLICAÇÃO: - DATA: 02 de Maio de 2013 - HORÁRIO: Início às 09:30 e término as 10:15 - CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO E CONDIÇÕES DO LOCAL: A realização
do TAT se deu em ambiente reservado da biblioteca, local que reúne excelente condição, com destaque para o seu asseio, a boa iluminação e temperatura ambiente, a par das condições de acústica propícias e da mobília confortável. - LINGUAGEM VERBAL: No decurso do inquérito, a participante exprimiu-se de forma
explicita e coerente. Acrescido de cadência e ritmo. O nível de linguagem utilizado foi corrente, com o uso de um vocabulário amplo e diversificado. - MÍMICA: No que se refere à mímica, salientam-se as suas expressões tranquilas e
calmas, porém algumas vezes demonstrando um ligeiro abatimento e desânimo. - ASPECTOS NÃO VERBAIS DA ELOCUÇÃO: A participante exprimiu-se num tom de
voz moderado, sem nunca se exaltar e com ligeira contenção emocional. - INDUMENTÁRIA DO ENTREVISTADO: M.Q. apresentou-se trajando calça comprida
(leg) preta e blusa branca com estampa discreta. Sapato e bolsa combinando. Acessórios simples. - INTERRUPÇÕES: A aplicação do TAT decorreu sem se verificar qualquer interrupção. - INTERAÇÕES IMPORTANTES QUE PRECEDERAM E/OU SEGUIRAM AO TAT: A
participante chegou na hora combinada para o início da avaliação psicológica. Sentou-se e esperou aparentando certa ansiedade. Finda a aplicação e o inquérito, M.Q. agradeceu a oportunidade de participação, se colocando a disposição para qualquer novo evento.
12
5.3 - COMPORTAMENTO EXPRESSO PELO SUJEITO DURANTE A TAREFA: A aplicação ocorreu em ambiente calmo e isolado, isento de estímulos externos que provocassem distração. No dia e horário combinado, a pesquisadora dirigiu-se ao indivíduo e fez explanação da razão da aplicação, a fim de obter a devida colaboração do participante. O respondente confirmou sua participação na pesquisa, tendo sido informado do propósito da mesma e das questões éticas envolvidas. A aplicação do instrumento foi individual. Foram dadas as instruções. Confirmada a compreensão das instruções, foi iniciada a devida aplicação. Não houve limite de tempo para execução, porém a aplicação total do procedimento de avaliação durou em média 45 minutos. - Comportamento - Estava ligeiramente desconfiada, demonstrava uma ansiedade
normal antes do início, porém foi relaxando no decorrer da tarefa. Caminha de forma tranquila e senta-se de forma relaxada. - Humor e Afeto - Apresentou um comportamento desanimado, demonstrando um
estado afetivo ligeiramente abatido. Diversas vezes foi necessário um estímulo a sua criatividade. - Percepção - Apresenta uma percepção da realidade (meio ambiente) coerente. - Consciência e Orientação - Desperta e focada, sabendo onde estava e por que estava se
submetendo a entrevista. - Pensamento e Cognição - Demonstrou pensamento lógico eficaz. -
Processo/Forma – Algumas vezes pensa bem antes de responder, porém ao fazê-lo, o realiza com clareza e ordem. Em outras vezes pode ser impulsiva, gerando respostas mais de ordem emocional do que racional.
5.4 - TRANSCRIÇÃO DO DISCURSO LIVRE E INQUÉRITO POR LÂMINA UNIVERSAL: 5.4.1 - Lâmi na 01 – O menino e o viol in o
Tempo de reação - 19 segundos; Tempo de Duração – 2 minutos e 05 segundos Discurso Livre - “Um menino muito triste, pois os pais dele queriam muito que ele fosse músico, porém ele não tinha habilidades musicais e ficava muito chateado por que decepcionava os familiares por não conseguir tocar o instrumento da forma mais desejada. Assim ele tentava, tentava, e não conseguia... Até que chegou um dia em que ele desistiu” . Inquérito – Qual o título desta história? Um sonho desfeito.
13
Você acha que os pais do menino ficaram desapontados com ele? Claro que sim! Era o sonho dos pais terem um filho músico, mas não deu, e então todos tiveram que aprender a viver bem, apesar das frustrações.
Este menino não era bom em outras coisas? [HESITAÇÃO]. Deixa eu pensar ... Acho que ele gostava de desenhar. Ele ficava horas no seu canto com um lápis e papel, rabiscando... Adorava!!!
Estas tentativas em ser músico eram então para agradar aos pais e não ao próprio menino, certo? Pode-se dizer que sim... Mas pensando bem, agradar aos pais também deixava o menino feliz.
Essa desistência do menino gerou muita tristeza nele? [OLHAR PARA BAIXO]. Na verdade foi bem difícil, mas ele buscou compensar seus pais se tornando um filho maravilhoso, atencioso e carinhoso. Eles se amam muito!
Quer me dizer mais alguma coisa sobre esta história? Não, no final tudo acabou bem, mesmo que de um jeito diferente do esperado... [SORRISO DISCRETO].
Herói: Menino
Sentimentos / Necessidades do herói: Abatimento.
Força do Meio: Afiliação emocional, dominância e coerção.
Desfecho: Passivo.
Tema: O menino sem habilidades musicais.
5.4.2 - Lâmi na 02 – A estudante no campo
Tempo de reação - 17 segundos; Tempo de Duração – 2 minutos e 53 segundos Discurso Livre – “ Esta é Marina, uma garota do interior que sempre teve o sonho de estudar e ir viver na cidade grande. Marina se tornou uma advogada de destaque, crescendo profissional e financeiramente, podendo oferecer a seus pais e irmãos uma vida mais fácil e segura. Graças a sua dedicação hoje todos estão vivendo em harmonia e com uma vida estável e feliz”.
Inquérito – Qual o título desta história? Se a outro foi um sonho desfeito, este será ... “ Um sonho realizado”.
14
Você acha que os pais da Marina queriam que ela saísse de casa? Não sei! Acho que não, pois devem ter sentido muitas saudades, mas era o sonho dela e eles respeitaram sua vontade, além disso, com o sucesso que ela alcançou, pode ajudar bastante à família, o que foi muito bom para seus pais também.
Então, conquistar o sucesso e ajudar a família deixou Marina feliz? Claro que sim!!!
Ela ainda tem outros sonhos ou desafios a realizar? Não sei direito... Acho que ela quer casar, ter filhos e constituir sua própria família.
Você acha que ela conseguirá alcançar este sonho também? Sei que vai... Olha pra Marina, ela tem um olhar determinado e que apesar das dificuldades, consegue o que quer. Pode demorar um pouco e até sofrer no meio, mas no final chega aonde deseja. Tenho certeza!
Me parece que a família é algo muito importante para Marina? A família é importante para todos, até mesmo para aqueles que não admitem, não é?
Quer me dizer mais alguma coisa sobre esta história? Não.
Herói: Marina.
Sentimentos / Necessidades do herói: Esforço e realização.
Força do Meio: Ambiente difícil com imposição de obstáculos.
Desfecho: Ativo, com superação.
Tema: A mulher determinada.
5.4.3 - Lâmi na 04 – A mulher que r etê m o homem
Tempo de reação - 25 segundos; Tempo de Duração – 4 minutos e 15 segundos Discurso Livre – “João e Maria são casados há vários anos. João está cada dia mais distante e frio na relação e Maria está desconfiada de que ele tem uma amante. João quer sair de casa e Maria tenta impedi-lo, pois ainda o ama demais e acha que não vai conseguir viver sem ele. [HESITAÇÃO] Maria está desesperada, pois já tentou de tudo e não consegue fazê-lo mudar de ideia. Ela está muito triste, mas sabe, lá dentro, que a batalha está perdida... O casamento acabou mesmo. Ele não a ama mais e a constatação dessa verdade
15
tem feito Maria sofrer muito. E agora? Como será a vida de Maria sozinha? Ela está com medo e não sabe o que fazer, tá se sentindo perdida e cansada...” [OLHAR DISTANTE] Inquérito – Qual o título desta história? A dor de Maria.
Você tem certeza de que o relacionamento de João e Maria realmente acabou ou é somente uma fase? Sei que acabou mesmo. Este é o maior medo que Maria tem, pois sabe que não vai conseguir nunca mais confiar no João e que de agora em diante vai ter que seguir sozinha. Isso a assusta bastante...
Eles tem filho? Sim, um casal. Uma filha mais velha e um menino menor.
Como estão se sentindo os filhos? Arrasados. Acho que eles nunca se recuperarão totalmente deste baque. Tá sendo muito difícil perder o pai assim. Foi uma decepção imensa para Maria e seus filhos. Além do mais, ver a mãe sofrendo tanto, também não foi fácil pras crianças.
Quer me dizer mais alguma coisa sobre esta história? Acho que já disse tudo.
Herói: Maria.
Sentimentos / Necessidades do herói: Pertencimento e Relações Afetivas estáveis.
Força do Meio: Suscetível ao sofrimento.
Desfecho: Passivo.
Tema: Fim de um relacionamento amoroso.
5.4.4 - Lâmi na 05 – A senh ora na porta
Tempo de reação - 16 segundos; Tempo de Duração – 2 minutos e 45 segundos Discurso Livre – “Marta, uma mulher dona de casa que fica observando se os filhos estão estudando de verdade. Ela é uma mãe muito rígida e não confia literalmente no que os filhos falam. Assim ela fica sempre os vigiando, pra saber o que eles estão fazendo. Ela tem 02 filhos. Sempre vigia eles porque ela não confia no que eles falam. Ela acha que eles estão sempre mentindo. Eles já mentiram pra ela algumas vezes. Sempre vigia porque não tem uma confiança total neles, porém, algumas vezes ela acaba percebendo que eles estão falando a
16
verdade. Marta vigia eles, e mesmo quando percebe que estão falando a verdade, continua desconfiada porque uma vez eles já mentiram pra ela, assim acabando com a confiança mãe e filho. A gora eles aprenderam a falar a verdade.” Inquérito – Qual o título desta história? Desconfiança de Mãe.
Por você acha que esta mãe é tão desconfiada? Ela já foi enganada antes e tem muito medo de fazer papel de idiota de novo. Deve ser por isso que desconfia de todo mundo, inclusive dos filhos.
Os filhos realmente merecem esta desconfiança toda? Acho que não. A mãe é bem exagerada. Criança mente de vez em quando, não é? Mas ela não entende isto...
A mãe, além de desconfiada, tem outras características marcantes? Ela é muito nervosa e estressada. Tá, na maioria das vezes, de mal humor. Seus filhos sofrem bastante com isso, mas estão aprendendo a lidar com a situação, para não deixar a mãe pior. Sei lá... Ela deve ter os motivos dela pra ser assim...
Você acha que a mãe vai ficar pra sempre desconfiada e estressada ou isto é só uma fase? Acho que é uma fase. Por enquanto tá difícil, mas com o tempo a mãe vai melhorar e seus filhos também. Tudo vai ficar legal, basta ter um pouco de paciência...
Quer me dizer mais alguma coisa sobre esta história? Não.
Herói: Marta, a mãe.
Sentimentos / Necessidades do herói: Dominância, desconfiança, abandono.
Força do Meio: Afiliação Emocional.
Desfecho: Ativo.
Tema: A mãe desconfiada.
5.4.5 - Lâmi na 10 – O abr aço
Tempo de reação - 12 segundos; Tempo de Duração – 3 minutos e 28 segundos Discurso Livre – “Mar cia, uma mulher trabalhadora, que descobriu que vai ser mãe e está pensando como vai fazer pra criar esse filho por ser solteira. O que faz com que ela fique um pouco mais tranquila é porque ela trabalha e sabe que vai conseguir sustentar essa
17
criança. Mas, mesmo assim, ela continua pensativa pela criança não ter uma família construída. O que todos vão pensar? Porém ela vai à luta, tem a criança e mostra pra todo mundo que ela consegue criar esse filho sozinho e ser feliz com ele. Marcia teve um namorado, que é o pai da criança, e quando ela descobriu que está grávida, estava junto com ele. No entanto, ele não quis assumir nem o relacionamento e nem o filho e, desta forma, eles se separaram. Assim, ela se tornou mãe solteira. Ela tem a criança e consegue cria-la sozinha e educar o filho sem ter problema , numa relação saudável de amor e carinho”. Inquérito – Qual o título desta história? A volta por cima.
Você acha que a mãe queria o bebê? No começo ela ficou bem nervosa, pois se sentiu muito sozinha, mas depois resolveu encarar de frente a situação e acabou bem feliz com seu filho amado.
O que ela sentiu em relação ao pai da criança? Raiva... Não conseguia acreditar como ele foi capaz de abandonar aos dois. Mas com o tempo isso mudou e ela entendeu que esse sentimento só era ruim pra ela mesma e pro seu filho. Então resolveu deixar pra lá e viver a sua própria vida.
Como se deu esse processo? Não foi tão rápido assim. Mágoas demoram um bom tempo pra serem esquecidas. Além disso, ela também passou por algumas dificuldades, mas sempre sozinha. Porém, isto tudo serviu de aprendizado e pra unir eles bem mais. Hoje são bem felizes!
Quer me dizer mais alguma coisa sobre esta história? É incrível como algo que ás vezes começa tão complicado, pode gerar algo tão maravilhoso, não é?
Herói: Márcia, a mulher trabalhadora.
Sentimentos / Necessidades do herói: Realização.
Força do Meio: Afiliação Emocional e Perda.
Desfecho: Ativo.
Tema: A mãe solteira.
5.4.6 - Lâmi na 11 – Paisagem pr imitiva de pedra
Tempo de reação - 42 segundos; Tempo de Duração – 4 minutos e 13 segundos [BALANÇA A CABEÇA E VIRA A LÂMINA ALGUMAS VEZES]
18
Discurso Livre – “ Estou tentando decidir... Bem, vamos lá... Esse aqui é um homem chamado João que está fazendo uma trilha, uma caminhada com cavalo. Ele desce do cavalo para observar uma cachoeira. Ele coloca o cavalo a sua frente, pois está pingando muito forte e para não ficar respingando aquela água toda nele. Ele fica observando e descansando a mente, pois durante a semana João trabalhou muito e, aqui, ele pode relaxar e descansar. Ele faz a trilha até o final, fica descansado, relaxado e volta pra sua rotina. João está sozinho. Ele vai até a natureza, pois a natureza faz com que as pessoas fiquem mais tranquilas e relaxadas. O barulho da água, o verde, esse vento, faz com que a pessoa fique mais calma a fim de enfrentar os problemas do dia a dia. João fica um tempo na cachoeira, depois continua a trilha e termina o passeio de cabeça fria, pois ali tirou todo o stress que ele acumulou durante a semana. Ele volta pra casa e continua sua rotina normal de trabalho, de afazeres, mas não sabe quando precisará voltar naquele lugar pra recarregar as baterias de novo”. Inquérito – Qual o título desta história? Relaxamento Total.
João quis ir a este lugar de propósito ou foi um acidente? Ele foi pra lá de propósito... Sabia que estava precisando descansar e relaxar. Ele estava muito cansado da sua rotina e precisava de uma válvula de escape.
Ele faz isto com frequência? De vez em quando... Às vezes a barra fica muito difícil e ele precisa de um canto só dele...
Quais eram os problemas do João? Vários. Trabalho demais... Falta de dinheiro... Filhos pequenos... Mulher estressada... Contas pra pagar... E por aí vai...
Então não aconteceu nada específico na vida do João? Não. Acho que é só o acúmulo de coisas normais da vida que cansam.
Quer me dizer mais alguma coisa sobre esta história? Não.
Herói: Homem chamado João.
Sentimentos / Necessidades do herói: Passividade.
Força do Meio: Ajuda e escape.
Desfecho: Ativo.
Tema: O homem estressado passeando na cachoeira.
19 5.4.7 - Lâmi na 14 – H omem na j anela
Tempo de reação - 10 segundos; Tempo de Duração – 2 minutos e 14 segundos Discurso Livre – “Juca, adolescente que viveu a infância e juventude preso dentro de casa porque seus pais eram superprotetores e não deixavam ele sair com os amigos. Essas coisas exageradas! Ele fica observando pela janela o movimento da rua, pensando como que deve ser, ter essa convivência lá fora. Só que quando Juca cresce, ele conhece o mundo lá fora e vê tudo o que perdeu e, assim, ele tenta aproveitar ao máximo tudo o que ele tinha perdido. Sai de casa e se torna independente, não precisando da opinião dos pais. Ele vai morar sozinho, vai conhecendo o mundo. Ele vai pra um parque que é onde ele olhava pela janela e via as pessoas se divertindo. Ele trabalha pra se sustentar, mora sozinho, faz as suas coisas, se torna independente e os pais não tem mais o que falar, se ele pode ou não sair.” Inquérito – Qual o título desta história? Olhando pela janela.
Juca não gostava de ficar em casa? A questão é que Juca se sentia preso pelos seus pais, que nunca deixavam ele fazer nada sozinho. Parecia que não confiavam nele. Ele se sentia amarrado!
Sair de casa passou a ser o sonho de Juca, certo? Isso mesmo, ele queria ser independente e cuidar da própria vida. Sem ter que dar satisfação a ninguém...
Você conhece alguém como Juca? Acho que todo mundo quer ser independente, não é?
Foi difícil pro Juca alcançar seu objetivo? Muito! Sair de casa já foi difícil. Sabe, as coisas não caem prontas do céu. Sempre é preciso sacrifícios e determinação pra se chegar aonde se quer. Não foi diferente pro Juca. Pode ser difícil, mas não impossível, e certamente, vale a pena. [SORRISO].
Quer me dizer mais alguma coisa sobre esta história? Não.
Herói: Adolescente masculino chamado Juca.
Sentimentos / Necessidades do herói: Realização.
Força do Meio: Afiliação emocional, dominância e constrangimento.
Desfecho: Ativo.
Tema: O jovem que se tornou independente.
20 5.4.8 - Lâmi na 15 – No cemité rio
Tempo de reação - 14 segundos; Tempo de Duração – 2 minutos e 15 segundos Discurso Livre – “Pedro , um senhor de 78 anos que perdeu a sua esposa e que ficou muito pra baixo. Todo dia ele vai visitá-la no cemitério e fica lá rezando por ela, pois sente muita saudade. Ele passa muitas horas no cemitério pra tentar ficar mais perto dela. Eles ficaram muito tempo casados e construíram uma família linda. Depois de alguns anos ele acaba morrendo também e a família inteira acredita que ele morre por falta dela. Ele morre de “morte morrida” , dormiu e não acordou mais. Ela também morreu assim.” Inquérito – Qual o título desta história? Amor eterno.
Você acredita que alguém pode morrer de solidão? Quando o amor é verdadeiro e a ligação entre duas pessoas é realmente profunda, acredito que tudo é possível.
Então existem amores eternos? [RISOS] Espero realmente que sim… Eu sonho com um deste…
A morte assustava Pedro? Na verdade não, acho até que tinha um lado dele que ansiava por este descanso e por reencontrar sua amada esposa já morta.
Então, em alguns casos, a solidão é pior do que a morte? A solidão doí demais em nós e a morte doí nas pessoas que ficam, não é? Então sim, a solidão pode ser pior que a morte.
Como você se sente sobre isto? Sei lá... Acho que as coisas são assim mesmo. Vida, morte, solidão, tristeza, alegria, tudo misturado... A vida é assim mesmo! Todos temos que nos adaptar e aprender a viver… [SORRISO DISCRETO]
Quer me dizer mais alguma coisa sobre esta história? Não. Tô legal!
Herói: Homem chamado Pedro.
Sentimentos / Necessidades do herói: Abatimento.
Força do Meio: Afiliação emocional e perda.
Desfecho: Passivo.
Tema: O viúvo com saudades.
21 5.4.9 - Lâmi na 16 – Em br anco
Tempo de reação - 46 segundos; Tempo de Duração – 4 minutos e 48 segundos [HESITAÇÃO] Discurso Livre – “Uma menina, chamado Júlia, que tinha uma família um pouco complicada, não teve contato com o pai, mas teve uma mãe muito presente. Julia tem dificuldades na escola e desiste de estudar. Depois de adulto ela retoma os estudos, mas com muita dificuldade. Ela encontra alguém, tem um relacionamento e isso ajuda ela a crescer. Ela começa e termina a escola, entra na faculdade e começa a trabalhar e conseguir suas coisas. Ajuda a mãe. Se casa e teve filhos. E ensina aos filhos a importância de se estudar pra poder conseguir as coisas e pra ter uma vida confortável e tranquila.” Inquérito – Qual o título desta história? Recomeço.
Você acredita que é possível recomeçar em qualquer época da vida? Claro que sim! Nunca é tarde pra uma segunda oportunidade na vida.
Você acha que os outros podem ajudar neste processo? Com certeza, nesta história, o auxílio e apoio da pessoa que ela encontrou foram determinantes em seu crescimento. A relação afetiva entre as pessoas é essencial pra qualquer ser humano evoluir e amadurecer na vida. [SERIEDADE].
Foi muito difícil pra Júlia recomeçar depois de tanto tempo? Ela, no começo, tinha muito medo. Foi muito difícil, mas valeu muito a pena. Certamente a superação tem sua importância e traz recompensas verdadeiras. Ela aprendeu muito!
Quer me dizer mais alguma coisa sobre esta história? Acho que não.
Herói: Mulher chamada Júlia.
Sentimentos / Necessidades do herói: Realização.
Força do Meio: Afiliação emocional e ajuda.
Desfecho: Ativo.
Tema: A mulher que voltou a estudar e mudou de vida
5.4.10 - L âmi na 19 – Cabana n a neve
Tempo de reação - 28 segundos; Tempo de Duração – 3 minutos e 14 segundos
22
[HESITAÇÃO] Discurso Livre – “ Esta figura é meio complicada! Bem... Parece que está havendo uma tempestade de neve em volta de uma cabana, porém, em seu interior, apesar do frio extremo do lado de fora, tudo está calmo, quieto, tranquilo e quente. A lareira da cabana está acesa e um casal apaixonado está se amando. Ela é a Mônica ele se chama Eduardo. Mônica levou seu amor pra lá a fim de ficarem juntos por um bom tempo. Eles estão isolados do mundo, e no interior desta cabana isolada, conseguem enxergar de verdade um ao outro, eles riem, conversam, e dialogam. Tudo está bem e vai ficar cada vez melhor !”. Inquérito – Qual o título desta história? Amor na Neve.
Esse casal só consegue se entender quando estão isolados? Não é isso, é que quando eles estão no meio da civilização existem muitas influências externas e muitas pessoas tentando dar opiniões que, ás vezes, atrapalha.
Mas eles se amam? Muito. Infelizmente nem sempre conseguem se entender e serem sinceros um com o outro. Mas acredito que quando as pessoas tentam de verdade, o amor pode vencer qualquer coisa. Basta não desistir!
Quer me dizer mais alguma coisa sobre esta história? Não, tô ficando cansada.
Herói: Mulher chamada Mônica.
Sentimentos / Necessidades do herói: Pertencimento e Sexo.
Força do Meio: Conflitos e afiliação emocional.
Desfecho: Ativo.
Tema: Relação de um casal em isolamento
5.4.11 - L âmi na 20 – Só sob a l uz
Tempo de reação - 21 segundos; Tempo de Duração – 4 minutos e 27 segundos Discurso Livre – “Um rapaz. Está nevando. Ele está esperando sua namorada, eles namoram escondidos e aí eles se encontram em um local distante onde tem árvores. Ele fica lá esperando e esperando pra que eles se encontrem e passem a tarde juntos. Tá muito frio e ele está bem agasalhado, mas ela demora bastante. Ele não tem como ir na casa dela e ver o porque que ela não foi. Ele então continua esperando e percebe que já está anoitecendo. Ele
23
vai pra casa e eles nunca mais se vêm. Ela nunca mais apareceu e ele não pode ir na casa dela porque eles namoravam escondido, pois antigamente os pais é quem decidiam o futuro da filha.. Ele nunca mais a encontrou, não sabe mais dela. Eles namoravam escondido porque os pais dela não queriam este namoro. Ela nunca mais apareceu onde eles marcaram. E ele não tem contato, porque antigamente as mulheres ficavam dentro de casa e eles nunca mais se viram e acabou o namoro. Ele volta várias vezes naquele local e ela não vai. Passa vários dias e ele começa a achar que ela não se interessa mais por ele e assim ele desiste. Só que ela não vai mais lá porque os pais dela descobrem e a proíbem de sair de casa, e a obrigam a se casar com outro homem. É por isso que ela não vai mais encontrá-lo. Ele foi embora e encontrou outra mulher e casou com ela e teve filhos com ela, porque ele acreditava que ela é que não o queria mais. Ele ficou chateado e também não quis mais ela. Ele encontrou outra mulher e construiu sua família e tentou esquecer deste amor. Apesar de tudo ele conseguiu ser bastante feliz com esta sua nova mulher e filhos, mas a lembrança da paixão antiga nunca morreu de verdade .” Inquérito – Qual o título desta história? Encontros e Desencontros.
Será que não existe uma forma desse casal se encontrar? Não, os pais dela são muito rigorosos e ele tem medo de ir procura-la e prejudicar ainda mais sua vida. Além disso, ela acha que ela não o ama, então foi melhor desistir antes de sofrer mais.
Mas eles se amam? Sim, mas nem sempre o amor vence, não é? Na verdade, acho que apesar de um gostar muito do outro, eles não tentaram o suficiente ficarem juntos, e desistiram fácil demais. Vivendo o resto da vida de uma ilusão e sonho não conquistado.
Você concorda com isso? Na teoria não, mas será que eu teria forças pra lutar de verdade, contra tudo e todos, por um amor? Não sei a resposta... Acho que só vivendo uma experiência assim pra realmente sabermos como iríamos reagir.... [SUSPIRO PROFUNDO]
Quer me dizer mais alguma coisa sobre esta história? Não.
Herói: um rapaz apaixonado.
Sentimentos / Necessidades do herói: Abatimento.
Força do Meio: Afiliação emocional e perda.
24
Desfecho: Passivo.
Tema: O namoro escondido.
5.5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS: A Administração do TAT sugere um sujeito que possui capacidade intelectual e vocabulário adequado na apresentação e organização das narrativas, demonstrando assim, um contato com a realidade, mas em algumas pranchas foi necessário provocar sua criatividade. As relações familiares aparecem com frequência apresentando características de personalidade com forte afiliação emocional e também perda, o que pode significar que ele perdeu algo ou alguém importante durante sua vida. A maioria dos sentimentos apresentados dividiu-se entre abatimento e realização. Mesmo com o sentimento de abatimento presente o sujeito consegue resolver a maioria dos conflitos de forma ativa e satisfatória. Por fim percebeu-se que o sujeito não se prende a racionalizações excessivas, estando mais ligado a sua parte emocional e afetiva.
6 - REFERÊNCIAS Brelet-Fourlard, F. & Chabert, C. O novo manual do TAT: abordagem psicanalítica. São Paulo, SP: Vetor. 2005.
Murray, Henry A. e colaboradores da Clínica Psicológica de Harvard. [adaptação e padronização brasileira: Maria Cecília Vilhena M. Silva]. TAT – Teste de Apercepção Temática. 3. Ed. adaptado e ampl. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.
Soares, Hillevi . Notas de Aula – Texto 08: Análise de Conteúdo e Interpretação TAT. Universidade Estácio de Sá. Rio de Janeiro, 2013.
================================================
25
FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu, por meio deste, dou permissão para o uso de minhas informações, obtidas a partir da utilização de instrumentos psicológicos, pela pesquisadora GLAUCIA LIMA DE MAGALHÃES THEOPHILO, aluna matriculada regularmente na Universidade Estácio de Sá, 5º período, Turno da Manhã, Campus Nova Iguaçu, sob número de matrícula 201101156465, na presente data. Esta permissão inclui a utilização desses dados em encontros científicos, debates entre grupos de estudos ou pesquisa, publicações científicas ou ainda para fins didáticos. Estou ciente de que os participantes da pesquisa terão total sigilo quanto às suas identidades.
Nova Iguaçu, 02 de Maio de 2013. Local e data
Assinatura do pesquisador
Assinatura do participante