A VALIAÇÃO DA C COMPOSIÇÃO CORPORAL E CINEANTROPOMETRIA
BRASÍLIA -DF. -DF.
Elaboração Uriel Sena Lopes
Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário APRESENTAÇÃO............................................................................................................................... ................................................................................................................................... 4 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7 UNIDADE I CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS ................ ................................ ................................. ................................. ................................ ................................. ................. 9 CAPÍTULO 1 O ESTUDO ESTUDO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL................ ............................... ................................ ................................. ................................ ................ 9 CAPÍTULO 2 MEDIDAS PRINCIPAIS PRINCIPAIS E INSTRUMENTAÇÃO ................ ............................... ................................ ................................. .............................. .............. 14 CAPÍTULO 3 MÉTODOS BÁSICOS: IMC, PORCENTAGEM DE GORDURA CORPORAL, JACKSON E POLLOCK POLLOCK SKINFOLD ................. ................................ ................................ ................................. ................................ ........................... ........... 31 UNIDADE II BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA) ................ ................................ ................................. ................................. ................................. ................................. ......................... ......... 45 CAPÍTULO 1 SOBRE A BIOIMPEDÂNCIA ................ ................................ ................................ ................................ ................................. ................................. ..................... ..... 45 CAPÍTULO 2 APARELHOS MEDIDORES E SISTEMAS DE MEDIÇÃO ................ ............................... ................................ ................................. .................. 48 CAPÍTULO 3 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS E PLANILHAS .............. .............................. ................................ ................................. ............................... .............. 52 UNIDADE III METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA CINEANTROPOMETRIA ................ ................................ ................................ ................................. .............................. ............. 61 CAPÍTULO 1 TIPOS DE SOMAT SOMATOTIPO OTIPO ................ ................................ ................................ ................................. ................................. ................................ .......................... .......... 61 CAPÍTULO 2 CALCULANDO A PLANILHA NUMÉRICA E IDENTIFICANDO O SOMAT SOMATOTIPO OTIPO ................ ............................... ............... 64 CAPÍTULO 3 SOMATOCARTA SOMAT OCARTA ................ ................................ ................................ ................................. ................................. ................................. ................................. .................... .... 72 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 79
Ap A presentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la tor ná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na prossional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial
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Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao nal, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sen Timentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado.
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Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
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Introdução Esse módulo tem como principal função que o prossional aprenda diversos métodos para classicar o biótipo humano. Aprenderemos a tomar as medidas de forma protocolar e como utilizá-las para conhecer dados importantes como a massa corporal, a porcentagem de gordura e de massa magra, o somatotipo etc. Esse módulo permitirá ao prossional conhecer em profundidade o estado físico do seu paciente. À parte, essas medidas servirão como valores objetivos/numéricos de comparação antes e depois de um procedimento. A maior diculdade dos prossionais da área da saúde é saber avaliar adequadamente os seus pacientes. A avaliação adequada é fundamental para conseguir um diagnóstico correto e poder preparar as intervenções oportunas. Esse curso pretende ensinar os principais recursos de avaliação nos âmbitos físico, esportivo, ortopédico e funcional onde serão apresentados os métodos de avaliação validados cienticamente para que os prossionais matriculados nesse curso tenham os recursos necessários para sua vida prossional rotineira. Os conhecimentos obtidos nesse curso serão de vital import ância na vida prossional real e rotineira, além de ser o único curso com essas características no mercado. Uma intervenção e tratamentos adequados somente são possíveis se a avaliação e interpretação do quadro do indivíduo é correta. Esse curso, a parte de ter uma aplicação prática real na vida dos prossionais, cumpre uma função de atualização, reciclagem e aprendizado, sendo indicado tanto para aqueles recém-formados como para os prossionais mais experientes, de diversas áreas da medicina, sioterapia e educação física. Um prossional que saiba realizar uma boa avalição é muito demandado e valorizado no mercado de trabalho atual. A falta de conhecimento nessa área e a falta de conança dos prossionais na hora de avaliar seus pacientes faz esse curso ser imprescindível, pois diferencia o prossional no mercado de trabalho. A Europa marca a tendência mundial e atualmente está demandando prossionais que sejam bons avaliadores. O serviço de avaliação física, ortopédica, funcional e esportiva é uma área que todos os prossionais da saúde utilizam diariamente e, ultimamente, também é vendido como serviço à parte, sendo uma nova área de atuação e fonte de renda. Ou seja, esse curso oferece ao aluno uma oportunidade de atuar de forma diferenciada no mercado de trabalho e aumentar sua rentabilidade. 7
Objetivo »
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Capacitar o aluno a realizar uma avaliação completa do biótipo humano em todos os seus aspectos e poder basear sua intervenção sobre os achados.
CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
UNIDADE I
CAPÍTULO 1 O estudo da composição corporal Antropometria: (Do grego µνθρωπος , homem, humanos e μέτρον : medida, que vem a signicar “escala humana”), é o sub-ramo da antropologia biológica ou física que estuda as ações do corpo do homem e referentemente estudos sem qualquer percentagem mínima de erro, uma vez que as medidas devem ser precisas ao serem tomadas. Refere-se ao estudo das dimensões e medidas humanas, a m de avaliar as mudanças físicas e as diferenças entre as etnias e os sexos. Atualmente, a antropometria desempenha um papel importante no design industrial, na indústria de desenhos de roupas, na ergonomia, na biomecânica, no esporte e na arquitetura onde os dados estatísticos sobre a distribuição das medidas do corpo da população são utilizados para otimizar os resultados. Mudanças no estilo de vida, nutrição e composição racial e/ou étnica das populações levam a mudanças na distribuição de dimensões do corpo (por exemplo, obesidade) e com eleas vem a necessidade de atualizar constantemente o banco de dados antropométricos. A antropometria é considerada como a ciência que estuda as medidas do corpo humano a m de estabelecer diferenças entre indivíduos, grupos, raças etc. Essa ciência tem sua origem no século XVIII no desenvolvimento de estudos comparativos de antropometria racial por antropólogos físicos; embora não tenha sido até 1870, com a publicação de ‘Anthropometrie’ , do matemático belga Quetelet, quando se considera a sua descoberta como de valor cientíco. Mas foi a partir de 1940, com a necessidade de dados antropométricos na indústria, especicamente a militar e aeronáutica que antropometria se consolida e se desenvolve devido ao contexto de guerra global. As dimensões do corpo humano variam de acordo com sexo, idade, raça, status socioeconômico etc. 9
UNIDADE I
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
As dimensões são de dois tipos principais: estrutural e funcional. Estruturais são a cabeça, tronco e extremidades em posições padrões. Enquanto funcional ou dinâmica incluem medições realizadas durante o movimento feito pelo corpo em atividades especícas. Embora os estudos antropométricos constituam um apoio importante para saber a relação das dimensões do homem e do espaço que ele precisa para executar suas atividades na prática, eles devem levar em conta as características especícas de cada situação, devido à diversidade acima referida; conseguindo, assim, otimização no projeto de desenvolvimento. A antropometria é a disciplina que estuda o corpo humano mediante medidas e avaliações do seu tamanho, forma, proporcionalidade, composição, maduração biológica e funções corporais. A nalidade é entender os processos implicados no crescimento, no exercício, na nutrição e no rendimento esportivo. A antropometria também é utilizada para des cartar problemas de saúde como a obesidade e a desnutrição. A antropometria também nos permite: »
determinar os componentes do peso;
»
conhecer o peso ideal para cada biótipo individualmente;
»
»
fazer um seguimento de uma intervenção (nutricional, esportiva, reabilitadora etc.); monitorar as mudanças morfológicas.
Os protocolos de avaliação da composição corporal são: »
antropometria;
»
bioimpedância;
»
somatotipo.
Os métodos de avaliação da composição corporal podem ser:
10
»
Diretos: dissecação de cadáveres.
»
Indiretos: pesagem hidrostática e DXA.
»
Duplamente indiretos: bioimpedância e antropometria.
CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
A dissecação de cadáveres é a única metodologia considerada direta. Nesse método ocorre a separação dos diversos componentes estruturais do corpo humano a m de pesá-los e estabelecer relações entre eles e o peso corporal total. Dessa forma, podemos perceber a diculdade de estudos envolvendo esse procedimento, o que justica a pequena quantidade de estudos com cadáveres e a utilização de metodologias mais acessíveis. Figura 1.
Fonte: .
O método de pesagem hidrostática baseia-se no princípio de Arquimedes: “um corpo imerso em um líquido sofre a ação de uma força hidrostática de utuabilidade, que é evidenciada por uma perda de peso equivalente ao peso do líquido deslocado”. Por meio da pesagem hidrostática se determina a densidade corporal, o percentual de gordura, a massa gorda e a massa magra de um indivíduo. Figura 2.
Fonte: .
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UNIDADE I
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
O seguinte vídeo mostra o processo de pesagem hidrostática:
A densitometria refere-se ao processo geral para estimar a composição corporal por meio da densidade corporal. A densitometria se tornou um similar da pesagem hidrostática. Esse método indireto tem sido usado como critério de validação de novos métodos da determinação da densidade corporal, porcentagem de gordura e massa magra (esse exame é abordado com detalhes no módulo de avaliação por exames complementares). A palavra ‘impedância’ signica resistência à passagem da corrente elétrica, e está inversamente relacionada à condutividade elétrica. Toda matéria oferece uma determinada resistência ao uxo de corrente elétrica que é inversamente proporcional ao nível de hidratação e eletrólitos nela contidos. A avaliação da composição corporal por bioimpedância se fundamenta na passagem de uma corrente de baixa voltagem e frequência pelo corpo do paciente, determinando-se a resistência oferecida pelos diversos tecidos do organismo. Lembrando o fato de que o tecido gorduroso tem um conteúdo aquoso baixo, pode-se deduzir que a condução da corrente elétrica será mais difícil se comparada com a condução do tecido muscular, que é predominantemente aquoso. Com esses dados, por meio de um programa especial, pode-se estimar o percentual de massa gorda, massa magra e metabolismo basal do paciente (veremos esse procedimento com mais detalhes nos próximos capítulos desse módulo). Figura 3.
Fonte: .
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CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
A antropometria baseia-se em que o ser humano pode ser descrito com grande precisão por meio de medidas de sua morfologia externa, tais com os segmentos, alturas, diâmetros, perímetros e dobras cutâneas. O uso da dobra cutânea é um dos mais práticos e hábeis métodos na avaliação corporal em populações adultas entre 20 e 50 anos de idade, isso porque aproximadamente 70% da gordura corporal total está localizada subcutâneamente. São tomadas umas medidas especícas e aplicados uns cálculos matemáticos para determinar os valores. Figura 4.
Fonte: .
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CAPÍTULO 2 Medidas principais e instrumentação A antropometria consiste em realizar medidas corporais e medir de forma adequada a instrumentação que será necessária. O tipo de instrumento vai depender da necessidade do prossional. Você verá que nesse capítulo existe mais de um instrumento que pode realizar a mesma medida com mais ou menos exatidão. Isso é o que vai mudar os preços na hora de comprar os instrumentos. Adquirir um instrumento mais ou menos preciso/adequado vai depender das necessidades do prossional e do seu critério prossional. Vejamos a seguir os principais instrumentos que são necessários para tomar as medidas corporais e realizar o estudo antropométrico.
Plicômetro O plicômetro consiste em um compasso que serve para tomar as medidas das dobras cutâneas e medir a gordura subcutânea. Deve ser manuseado com a mão direita, com a mão esquerda pinçamos o tecido subcutâneo entre o polegar e o indicador, cuidando para que o músculo não seja pinçado junto, na dúvida, solicita-se uma leve contração e posterior relaxamento do músculo. As extremidades do compasso são ajustadas perpendicularmente à prega a uma distância de aproximadamente 1 cm do ponto onde a prega foi pinçada, aguarda-se dois segundos antes de efetuar a leitura. Existem muitos modelos de plicômetro, o preço varia muito, mas todos realizam a mesma função. Um plicômetro básico de plástico custa bem barato, é extremamente acessível a qualquer prossional, mede igual aos modelos mais caros e todo prossional deveria ter a mão. Figura 5.
Fonte: .
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CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
Fita métrica A fita métrica é um instrumento que a maioria já possui e já manuseou alguma vez na vida. Serve para tomar as medidas das circunferências e diâmetros corporais. É importante que a fita métrica não seja extensível, ou seja, ela não pode ser elástica para evitar erros na medida. As fitas melhores possuem uma marcação em milímetros em toda a sua extensão. Deve-se ter o cuidado de manter a fita formando um ângulo reto como o eixo do osso ou com o segmento que se está medindo. A fita passa ao redor do local onde se vai realizar a medida, cuidando para não comprimir a pele. Figura 6.
Fonte: .
Paquímetro ou antrôpometro As ramas do paquímetro, ou do antropômetro, devem estar colocadas entre os dedos polegar e indicador, utiliza-se o dedo médio para localizar o ponto anatômico. Deve-se aplicar uma pressão rme sobre as ramas para minimizar a espessura dos tecidos como músculos e gordura. Esse aparelho é o melhor para tomar as medidas de diâmetros corporais, mas quando o prossional não o possui, essa medida é realizada utilizando um metro convencional.
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UNIDADE I
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS Figura 7.
Fonte: .
Segmômetro O segmômetro é uma espécie de metro bem parecido ao metro convencional que serve para tomar as medidas de diâmetros. As ponteiras do segmômetro devem estar colocadas sobre os pontos anatômicos demarcados. Devemos ter o cuidado para que a ta não que em contato com o segmento a ser medido, pois isso acarretaria, em muitos casos, na deformação da ta de acordo com a conformação do mesmo. Figura 8.
Fonte: .
Estadiômetro É o instrumento mais indicado para medir a altura do sujeito. Existem muitos preços e modelos, e normalmente estão xos na parede, unidos a uma balança ou são uma estrutura triangular parecida com um esquadro. Muitas vezes, são substituídos pelo metro convencional quando o prossional não o possui. 16
CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
Figura 9.
Fonte: .
Balança É um instrumento simples e fundamental para a realização do estudo da composição corporal. O prossional pode utilizar um modelo simples que unicamente afere o peso ou os mais modernos que também incluem funções de bioimpedância e aplicações para smartphones. É fundamental ter uma, seja qual for. Figura 10.
Fonte: .
As principais medidas são divididas em: »
dobras cutâneas,
»
circunferências ou perímetros,
»
diâmetros. 17
UNIDADE I
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
Sempre antes de aferir as medidas acima, devemos marcar previamente os pontos de referência com uma caneta dermográca. Ter esses pontos anatômicos marcados agiliza os procedimentos e evita erros. Abaixo vemos os pontos que devem ser marcados e seus respectivos nomes: Figura 11.
Fonte: ISAK, 2001.
Dobras cutâneas (ou pregas cutâneas) São as medidas aferidas com o plicômetro para identicar a gordura subcutânea de cada segmento. A técnica de medida consiste em “beliscar” a pele da parte a ser aferida tentando separar a gordura da musculatura e formar uma dobra. Com a dobra entre os dedos, pinçamos com o plicômetro e a medimos. Para realizar os cálculos antropométricos (como porcentagem de gordura, que veremos mais adiante) devemos 18
CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
aferir algumas dobras já previamente estipuladas. Veremos a seguir quais são essas dobras e como medi-las. »
Dobra tricipital: é medida na face posterior do braço, paralelamente ao
eixo longitudinal, no ponto que compreende a metade da distância entre a borda súpero-lateral do acrômio e o olécrano. Figura 12.
Fonte: .
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Dobra bicipital: é medida no sentido do eixo longitudinal do braço, na
sua face anterior, no ponto de maior circunferência aparente do ventre muscular do bíceps. Figura 13.
Fonte: .
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UNIDADE I
»
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
Dobra subescapular: a medida é executada obliquamente em relação
ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos costais, sendo localizada a dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula. Figura 14.
Fonte: .
»
Dobra torácica ou peitoral: é uma medida oblíqua em relação ao
eixo longitudinal, na metade da distância entre a linha axilar anterior e o mamilo, para homens, e a um terço da linha axilar anterior, para mulheres. Figura 15.
Fonte: .
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CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
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│ UNIDADE I
Dobra axilar média: é localizada no ponto de intersecção entre a
linha axilar média e uma linha imaginária transversal na altura do apêndice xifoide do esterno. A medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal, com o braço do sujeito deslocado para trás ou com a mão na nuca a m de facilitar a obtenção da medida. Figura 16.
Fonte: .
»
Dobra supra-ilíaca: é obtida obliquamente em relação ao eixo
longitudinal, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar medial. É necessário que o avaliado afaste o braço para trás para permitir a execução da medida. Figura 17.
Fonte: .
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UNIDADE I
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│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
Dobra abdominal: é medida aproximadamente a dois centímetros à
direita da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal. Figura 18.
Fonte: .
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Dobra da coxa: é medida paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o
músculo reto femoral a um terço da distância do ligamento inguinal e a borda superior da patela, segundo proposta por Guedes (1985) e na metade dessa distância segundo Pollock e Wilmore (1993). Para facilitar o pinçamento dessa dobra o avaliado deverá deslocar o membro inferior direito à frente, com uma semiexão do joelho, e manter o peso do corpo no membro inferior esquerdo. Figura 19.
Fonte: .
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CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
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│ UNIDADE I
Dobra da panturrilha media ou da perna: é a medida realizada no
ponto médio do ventre do músculo gastrocnêmio medial. Figura 20.
Fonte: .
Normalmente, as medidas são tomadas sempre do lado direito para qualquer indivíduo, caso não haja nenhum impedimento ou situação especial. Abaixo vemos um resumo das marcas anatômicas e as respectivas dobras vistas, anterior e posterior respectivamente: Figura 21.
Fonte: ISAK, 2001.
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UNIDADE I
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
Algumas considerações: »
»
»
»
»
»
O resultado marcado pelo plicômetro sempre está em milímetros. Realizar as medidas quando o sujeito estiver com a pele seca e livre de loções e óleos. Não realizar as medidas após exercícios físicos. A vasodilatação periférica pode aumentar a dobra. Todos os pontos devem ser medidos no hemicorpo direito. Chegar ao local anatômico conforme descrito no protocolo e realizar as marcações previamente com caneta dermográca. Levantar a pele e a camada de gordura do tecido subjacente.
»
Apreender o tecido com o polegar e o indicador.
»
Aplicar o compasso cerca de 1 cm distal ao polegar e indicador.
Ter as medidas de cada dobra é importante como modo de comparação. Por exemplo, uma pessoa toma essas medidas antes de começar um treino e depois de um tempo treinando ela volta para medir outra vez as mesmas dobras. Dessa forma você poderá ver quais partes do corpo responderam melhor ao treino com uma redução da dobra (gordura) e você terá um parâmetro numérico e objetivo para indicar a melhora ou não desse sujeito.
Circunferências ou Perímetros Trata-se em medir a circunferência/perímetro de um segmento. Existem muitas circunferências que podem ser medidas. Mas para o estudo da composição corporal, devemos utilizar algumas medidas pré-estipuladas: »
Ombros: a referência é o musculo deltoide e o processo acromial da
escapula, ou seja, o maior volume a simples vista.
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CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
Figura 22.
Fonte: . »
Tórax: é a linha dos mamilos, com a ta passando debaixo dos braços.
No caso das mulheres, devemos evitar medir as mamas e passar a ta por debaixo delas. Figura 23.
Fonte: . »
Braço relaxado: é o ponto médio entre o processo acromial e o olecrano,
ou seja, o ponto médio do ventre do músculo bíceps braquial. Figura 24.
Fonte: .
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UNIDADE I
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│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
Braço contraído: é a mesma medida anterior, mas o sujeito deve
realizar uma contração resistida do bíceps. Para facilitar a visualização do ponto que devemos medir, podemos marcá-lo previamente com uma caneta dermográca. Corresponde ao ponto de maior volume no braço. Figura 25.
Fonte: .
»
Abdominal: linha horizontal da cicatriz umbilical. Figura 26.
Fonte: .
»
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Cintura: ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela.
CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
Figura 27.
Fonte: .
»
Quadril: ponto horizontal onde os glúteos tenham maior volume. É
importante manter os pés juntos para realizar essa medida. Figura 28.
Fonte: .
»
Coxa: Ponto médio entre o joelho e o quadril, normalmente onde a coxa
possui maior diâmetro. Figura 29.
Fonte:.
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UNIDADE I
»
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
Panturrilha ou perna: parte da perna com maior volume. Figura 30.
Fonte: .
»
Antebraço: parte mais volumosa do antebraço. Figura 31.
Fonte: .
Essas medidas devem ser anotadas em centímetros.
A medida dos perímetros, igual que as dobras, também é um valor numérico e objetivo para guiar o prossional com reação ao biótipo do sujeito e como ele evolui no tempo. Sugerimos que você assista a alguns vídeos que ilustram o conteúdo: . . . 28
CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
. .
Diâmetros Consiste em medir as estruturas ósseas. No caso de adultos, essa medida é aferida somente na primeira sessão, dado que os ossos já não vão nem crescer nem mudar o seu comprimento. No caso de crianças, adolescentes e idosos, essas medidas devem ser tomadas a cada sessão para acompanhar o crescimento ou perda óssea. Existem muitas medidas, mas 4 são importantes para a antropometria e que nos interessa: »
Diâmetro do úmero: é a distância entre o acrômio e o epicôndilo
lateral do úmero. Também chamada de distância acrômio-radial. »
Diâmetro do fêmur: é a distância entre o trocanter maior e o epicôndilo
lateral do fêmur. Também chamado de distância trocantérica-tibial lateral. Figura 32. Os segmentos ósseos na antropometria.
Fonte: ISAK, 2001.
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UNIDADE I
»
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
Diâmetro bi-epicondilar do fêmur: é a distância entre os epicôndilos
lateral e medial do fêmur. Deve ser medido com um paquímetro ou um segmômetro com o joelho exionado a 90º. »
Diâmetro bi-epicondilar do úmero: é a distância entre os epicôndilos
lateral e medial do úmero. Deve ser medido com o paquímetro ou um segmômetro com o cotovelo exionado a 90º. Figura 33.
Fonte: .
Algumas considerações: »
»
»
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Lembre-se de sempre marcar os pontos anatômicos com uma caneta dermográca antes de realizar as medidas. O melhor instrumento para medir os diâmetros é o segmômetro, mas caso você não tenha esse aparelho, utilize um metro rígido e evite tocar a pele com ele. Existem muitas outras medidas de diâmetros ósseos, mas esses dois são os essenciais que utilizaremos nos cálculos de biótipo proximamente.
CAPÍTULO 3 Métodos básicos: IMC, porcentagem de gordura corporal, Jackson e Pollock Skinfold Para calcular os componentes corporais, vamos utilizar as medidas que tomamos no capítulo anterior. Esses dados nos permitirão compreender a composição do corpo do indivíduo.
Altura A altura do sujeito é um dado importante para poder estipular o biótipo. Medir a altura não é um procedimento complicado, mas devemos tomar alguns cuidados: »
Sujeito de pé, de costas para uma parede.
»
Pés juntos com os calcanhares tocando a parede.
»
Glúteos, ombros e nuca tocando a parede.
»
O sujeito deve estar completamente inspirado.
»
A cabeça deve estar no plano de Frankfurt (plano aurículo-orbitário, com os olhos na mesma linha horizontal do ouvido), paralelo ao solo. Figura 34.
Fonte: .
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UNIDADE I
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»
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
Os valores devem ser anotados tanto em metros como em centímetros separadamente. Utilizar um estadiômetro garante uma medida mais correta (de acordo com as imagens acima). Alguns prossionais que não possuem um estadiômetro utilizam um esquadro como substituto.
Peso A medida de peso consiste em medir a totalidade dos tecidos corpóreos sem discriminar os tecidos. Quando pesamos um sujeito, o resultado é a soma de todos os tecidos (oss os, vísceras, gordura, músculos etc.). Podemos conseguir essa medida utilizando uma balança convencional. A melhor hora de pesar um sujeito é pela manhã, depois de ter evacuado e vestindo unicamente a roupa intima. Nem sempre estamos em situações ideais para realizar a pesagem e devemos anotar na nossa cha de avaliação quais os possíveis fatores que possam alterar o peso, como estar em período menstrual, pesagem realizada no período da tarde, uso de medicamentos, se o sujeito realizou atividade física previa à pesagem etc. O procedimento consiste em que o sujeito suba na balança e o prossional anota o valor em Kg. O peso não é um bom indicador para determinar o biótipo de um sujeito. Abaixo, em ambas as imagens, o sujeito pesa os mesmos 80 Kg, o peso não mudou, mas existe uma diferença evidente nas proporções de cada tecido.
Figura 35.
Fonte: .
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CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
Ainda que o peso seja o mesmo e não tenha mudado, os tecidos que compõe esse corpo mudaram suas proporções. Na primeira imagem observamos que existe, evidentemente, maior proporção de tecido gorduroso que na segunda. Ou seja, o peso não é um bom indicador de biótipo porque não distingue os tecidos que conformam o sujeito. Ainda assim, o peso é importante para realizar os cálculos de biótipo (que veremos mais adiante) e é extremamente necessário na antropometria. Esse é um clássico exemplo de pessoas que treinam para perder peso e não baixam de peso. Pode ser que o corpo esteja baixando as quantidades de gordura e aumentando a massa muscular, o que não se vê refletido na balança, mas não quer dizer que não esteja conseguindo resultados; o profissional somente terá que comprovar esses avanços no treino utilizando mais dados além do peso.
IMC O índice de massa corporal (IMC) é a proporção entre a altura/estrutura do sujeito e o peso. Ou seja, o peso que a estrutura do sujeito está preparada para suportar. Um peso que supera o que a estrutura está preparada para suportar pode levar a problemas ortopédicos, principalmente desgastes articulares do joelho (artrose), devido a altas compressões, além dos problemas sistêmicos como diabetes, obesidade, HAS etc. Um peso abaixo do predito pode levar a que o corpo não desempenhe bem funções como a menstruarão, liberações hormonais etc. O IMC é calculado pela fórmula que muitos já conhecem, que proporciona o peso dividido pela altura ao quadrado: IMC = Peso (kg) / Altura2 (m)
Exemplo: Homem, peso 80 Kg, altura 1.74 m. IMC = 80 / 1.74 * 1.74 IMC = 80 / 3.02 IMC = 26.4 Tenha muito cuidado com as unidades de medida em todos os cálculos antropométricos. É comum errar nisso e chegar a resultados errôneos.
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UNIDADE I
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
Os valores de normalidade são indicados na tabela a seguir. Tabela 1.
IMC
INTERPRETAÇÃO
Menor que 18.5
Baixo peso
18.5 – 24.9
Peso normal
25 – 29.5
Sobrepeso
30 – 34.9
Obesidade grau I
35 – 39.9
Obesidade grau II
40 ou mais
Obesidade grau III (mórbida)
Fonte: tabela de própria autoria.
Pensemos no exemplo do cálculo do exemplo anterior que encontramos um IMC de 26.4. Esse IMC indica sobrepeso. Esse dado também pode induzir o prossional a erros. Pense no caso da imagem do rapaz de 80 Kg, em ambos casos o peso era o mesmo, e consequentemente, o IMC será o mesmo em condições físicas diferentes. O sobrepeso nesse caso indica que o corpo está suportando mais peso do que deveria, mas não é a mesma coisa que esse excesso de peso seja de gordura que de músculo (no caso de pessoas treinadas). O excesso de músculo, ao contrário da gordura, não exerce nenhuma pressão negativa sobre a estrutura do corpo uma vez que os músculos ajudam a proteger as articulações e melhoram o funcionamento dos sistemas circulatório, endócrino, cardíaco etc. Vejamos outro caso: O IMC do seguinte sujeito é de 32.4: homem, 1.80 m, 105 Kg. O IMC indica obesidade grau I. Qual dos dois abaixo você acha que é esse sujeito? Figura 36.
Fonte: .
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CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
CUIDADO: qualquer um dos dois pode ser esse sujeito e ter um IMC de obesidade, mas o primeiro é obeso somente na teoria e não na prática. Uma pessoa com muita massa muscular vai ter um IMC aumentado, mas isso não supõe um problema para o organismo. Isso acontece com frequência em esportistas e atletas de diversas modalidades. Resumindo, o IMC aponta um dado importante, mas também pode te levar a cair na mesma armadilha que o peso: ele indica se o corpo está aguentando mais peso ou não do que deveria, mas não indica do que está composto esse possível excesso de peso. Na antropometria devemos, obrigatoriamente, medir peso e IMC, mas precisamos de outros dados (que veremos mais adiante) para chegar a uma conclusão acertada e conhecer o biótipo do sujeito. Utilizando a fórmula do IMC, podemos calcular o peso ideal de um indivíduo. »
Peso máximo: é o máximo que o sujeito pode pesar de acordo com a
sua estrutura. O IMC máximo normal é de 24.9 e a fórmula seria: 24.9 = peso / altura2 »
Peso mínimo: é o peso mínimo que o sujeito deve ter para manter
o organismo saudável. O IMC mínimo normal é de 18.5 e utilizando a fórmula do IMC caria como: 18.5 = Peso / altura 2 Ao realizar uma avaliação antropométrica com nossos pacientes devemos calcular: »
IMC;
»
peso máximo;
»
peso mínimo.
De acordo com esses resultados, podemos traçar a intervenção e objetivos. Vejamos um exemplo: Mulher, 80 Kg, 1.65 m de altura.
IMC = 30.4 = Obesidade grau I. Peso máximo = 67.7 kg. Peso mínimo = 50.3 kg.
35
UNIDADE I
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
Nesse caso, se o excesso de peso for devido a gordura, essa mulher deveria perder como mínimo 12.3 Kg (80 – 67.7Kg) para estar dentro do peso adequado.
Porcentagem de gordura corporal (%GC) Nesse ponto do texto, você já entendeu que precisa de mais dados para classicar o biótipo de um sujeito. Um dos dados importantes é a porcentagem de gordura. A porcentagem de gordura é classicada da seguinte forma: Tabela 2.
Classificação
Homens
Mulheres
Essencial Baixa ou fitness Normal ou média Acima da média ou alta Obesidade
Menos de 5.99% 6 – 14% 14 – 17.99% 18 – 25.99% Acima de 26%
Menos de 13.99% 14 – 20.99% 21 – 24.99% 25 – 31.99% Acima de 32%
Fonte: .
Porcentagens de gordura abaixo da essencial podem ser perigosas para a saúde e comprometem o bom funcionamento do organismo. Porcentagens de obesidade causam os efeitos deletérios que todos conhecemos bem. Existem muitas formas de calcular a %GC. Nesse capítulo veremos como calculá-la por meio do método antropométrico, utilizando as medidas das pregas cutâneas e o protocolo de Jackson e Pollock.
Jackson e Pollock Skinfold Os pesquisadores Jackson e Pollock determinaram, em 1974, diversas fórmulas para estimar a gordura corporal por meio de fórmulas que utilizam as pregas cutâneas. Esse método é o mais utilizado atualmente e o mais reconhecido, sendo amplamente utilizado nos estudos cientícos. As diferentes fórmulas são mais ou menos especícas de acordo com a quantidade de dobras utilizadas (algumas fórmulas consideram apenas 3 dobras enquanto outras consideram 7) e do público a que serão aplicadas.
Utilizando 3 dobras Homens
36
»
Serão consideradas 3 dobras: tricipital (T), subescapular (S) e peitoral (P).
»
Devemos calcular primeiro a densidade corporal (DC):
CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
DC = 1,1125025 - 0,0013125 * (T+S+P) + 0,0000055 * (T+S+P)2 0,0002440 * idade »
Uma vez calculada a DC podemos calcular a porcentagem de gordura aplicando a fórmula: %GC = [(4,95 / DC) - 4,50] * 100
»
O resultado dessa conta será a estimação da %GC desse sujeito.
Mulheres »
»
Serão consideradas 3 dobras: tríceps (T), abdominal (A) e supra-ilíaca (Si). Devemos calcular primeiro a DC:
DC = 1,089733 - 0,0009245 * (T+A+Si) + 0,0000025 * (T+A+Si)2 0,0000979 * idade »
Uma vez calculada a DC, podemos calcular a %GC: %GC = [(5,01 / DC) - 4,57] * 100
Utilizando 4 dobras Homens As dobras utilizadas são: tricipital (T), abdominal (A), supra-ilíaca (Si) e subescapular (S). »
Aplicamos diretamente a fórmula para encontrar a %GC:
%GC = 20,94878 + (idade * 0,1166) - altura em cm * 0,11666 + (T+A+Si+S) * 0,42696 – (T+A+Si+S)2 * 0,00159
Mulheres »
»
As dobras utilizadas serão: tricipital (T), coxa (C), supra-ilíaca (Si) e subescapular (S). Aplicamos diretamente a seguinte formula para encontrar a %GC:
%GC = 22,18945 + (idade * 0,06368) + IMC * 0,60404 – altura em cm * 0,14520 + (T+C+Si+S) * 0,30919 - (T+C+Si+S)2 * 0,00099562 37
UNIDADE I
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
Para mulheres atletas e esportistas São consideradas 4 dobras: tricipital (T), supra-ilíaca (Si), abdominal (A) e coxa (C). »
Calculamos a DC:
DC = 1.096095 - 0,0006952 * (T+Si+A+C) + 0,0000011 * (T+Si+A+C)2 0,0000714 * idade »
Em seguida, aplicamos a formula de %GC: %GC = [(5,01 / DC) - 4,57] * 100
Para homens atletas e esportistas São consideradas 7 dobras: peitoral (P), abdominal (A), coxa (C), supra-ilíaca (Si), subescapular (S), tricipital (T) e axiliar média (Am). »
Calculamos a DC:
DC = 1,112 - 0,00043499 * (soma das 7 dobras) + 0,00000055 * (soma das 7 dobras)2 -0,00028826 * idade »
Em seguida, aplicamos a formula de %GC: %GC = [(4,95 / DC) - 4,50] * 100
Fórmulas para obesos Com os obesos (de acordo com o IMC) devemos aplicar outras fórmulas devido à impossibilidade de conseguir algumas dobras:
Homens: %G = 0,31457 * (perímetro do abdômen em cm) - 0,10969 * (peso) + 10,8336
Mulheres: %G = 0,11077 * (perímetro do abdômen em cm) - 0,17666 * (altura em cm) + 0,14354 * (peso) + 51,03301 38
CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
Resolver essas fórmulas consiste em matemática básica. O ideal é que você crie suas próprias planilhas personalizadas em Excel onde as fórmulas já estejam escritas e você somente vai substituir o valor dos parâmetros e o programa calcula tudo sozinho. Figura 37.
Fonte: imagem de própria autoria.
Criando a sua própria planilha, você evita fazer as contas na mão e evita ter que comprar programas já feitos de antropometria e nutrição que são bastante caros e fazem a mesma coisa. Como são personalizadas, você pode adicionar qualquer outra informação que quiser além das obrigatórias (altura, peso, idade, perímetros, dobras e diâmetros) e colocar na sequência e na disposição que achar melhor. Calculado a %GC, podemos dizer a quantidade de gordura que possui o organismo utilizando uma regra de 3 simples, por exemplo, um corpo que pesa 80Kg e possui uma %GC de 19%: 39
UNIDADE I
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS 80 — 100% X — 19% X = 15.2 Kg
Ou seja, nesse exemplo, esse sujeito possui 15.2 Kg de gordura corporal. Os outros 84.8% (64.8 Kg) correspondem a massa magra (MM), ou seja, tudo aquilo que não é gordura (ossos, vísceras, músculos, líquidos etc.). Normalmente, uma MM acima dos 80% está relacionada ao aumento da massa muscular (pessoas treinadas/musculadas/atletas).
Metabolismo basal (MTB) O metabolismo basal é a quantidade de energia que o organismo consume para manter-se vivo e com todas as suas funções em bom estado. São as calorias que o corpo consome sem ter em conta as atividades diárias, com o corpo em repouso. O corpo humano, em geral, possui um metabolismo basal que se encontra entre 1.800-2.000 Kcal diárias, mas isso é de modo geral, cada indivíduo possui um metabolismo diferente e único. Por isso, as dietas e as informações nutricionais que encontramos nos alimentos consideram uma dieta de 2.000 Kcal diárias. Como o metabolismo indica a energia que o corpo consome, ele está diretamente relacionado com a quantidade de Kcal que devemos consumir. Quando existe uma perda na proporção de energia/Kcal consumidas e ingeridas, o corpo sofre alterações: quando ingerimos mais calorias das que o corpo necessita, o organismo engorda/ganha peso (lembre-se que o corpo nunca desperdiça energia e a armazena). Quando o organismo ingere menos calorias do que necessita para funcionar, o organismo sofre e passa a “consumir-se a si mesmo” para manter as funções vitais (o corpo gasta a energia acumulada). Esse processo é a base das dietas de perda de peso. Quando o corpo ingere mais calorias das que necessita, essa energia é armazenada em forma de tecido adiposo e glicogênio muscular. Quando o corpo recebe menos calorias das que necessita, é obrigado a consumir as reservas de energia disponíveis. No estudo antropométrico devemos incluir o cálculo para conhecer o metabolismo basal do sujeito de forma individual e especíca. Essa informação é extremamente importante porque nos diz muito sobre o biótipo. 40
CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
Quanto mais alto o metabolismo: »
»
»
»
Mais Kcal o corpo necessita consumir para manter as funções corretamente. Essa pessoa necessita ingerir mais calorias (as mesmas do metabolismo). Essa pessoa possui tendência a estar magra sem esforço e tem diculdade em engordar. São considerados altos os metabolismos que estão acima de 2.000 Kcal diárias.
Quanto mais baixo o metabolismo: »
»
»
»
Menos Kcal o corpo necessita consumir para manter suas funções. São pessoas que necessitam comer menos calorias (as mesmas do metabolismo). São pessoas que possuem a tendência em acumular gordura e tem facilidade para engordar mesmo com um consumo relativamente baixo de calorias. São considerados baixos os metabolismos que estão abaixo de 1.500 Kcal diárias.
Recordamos que a média do organismo humano está entre 1.800-2.000 Kcal, mas podemos calcular o metabolismo individualmente para cada sujeito nas nossas consultas de avaliação da composição corporal utilizando as seguintes fórmulas: »
Para homens: MTB = (10 * peso) + (6,25 * altura em cm) - (5 * idade) + 5
»
Para mulheres: MTB = (10 * peso) + (6,25 * altura em cm) - (5 * idade) - 161
Vemos novamente que é necessário ter os dados de peso, altura e idade que coletamos no começo da avaliação. Realizando esse cálculo conseguimos identicar o MTB do sujeito. Esse resultado nos indica o estado de funcionamento do organismo e a quantidade de calorias que esse
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UNIDADE I
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
sujeito necessita consumir diariamente. Esse dado é uma das bases para a prescrição das dietas. Vejamos um exemplo: Homem, 1.74m, 80Kg, 33 anos. MTB = (10 * 80) + (6,25 * 174) - (5 * 33) + 5 MTB = 1727 Kcal (metabolismo normal)
Ou seja, esse sujeito deve consumir um mínimo de 1.727 Kcal diárias para manter as funções corporais. Se ele consome mais de 1.727 Kcal, o organismo “engorda”, se consume menos, o organismo “emagrece”. Cuidado sempre com as unidades de medida em toda a antropometria; nessa fórmula, a altura deve ser utilizada em cm. Imagine uma mulher com um MTB de 1.100Kcal (que você vai encontrar por aí com muita frequência). Imagine que ela somente deve comer 1.100Kcal por dia e mais do que isso já sabemos que será armazenado em forma de gordura. Um almoço normal está entre 850-1.200Kcal. Essa mulher vai fazer uma avaliação com você e jura que engorda mesmo comendo pouco, você acreditaria nela? Você pode imaginar como é uma rotina de comer 1.100Kcal diárias e sem saber? Como você poderia atuar desde a sua especialidade profissional? Essa situação tem solução?
A fórmula apresentada anteriormente apenas indica o MTB sem levar em conta a atividade física do sujeito. A necessidade calórica das pessoas que praticam qualquer atividade deve estar “compensada” e ser levada em conta para determinar a necessidade calórica diária da seguinte forma: Tabela 3.
Intensidade da atividade
Pouca ou nenhuma
Sedentário – 1 vez por semana
MTB * 1.2
Exercício suave
1-3 vezes por semana
MTB * 1.375
Exercício moderado
3-5 vezes por semana
MTB * 1.55
Exercício intenso
6-7 vezes por semana
MTB * 1.725
Exercício muito intenso
2 vezes ou mais por semana de treino extenuante, profissional ou semiprofissional
MTB * 1.9
Fonte: tabela de própria autoria.
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Necessidade calórica diária
Atividade
(Fórmula)
CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
│ UNIDADE I
Vejamos como isso se aplica no exemplo anterior: Homem, 33 anos, 1.74 m, 80Kg, sai para correr 3 dias por semana: O MTB já calculamos anteriormente e encontramos 1.727Kcal. Correr 3 dias por semana corresponde a atividade física moderada. Necessidade calórica diária = 1.727 * 1.55 = 2.676,85 Kcal
2.676,85 Kcal é a quantidade de calorias que esse sujeito deve consumir nos dias de treino. O que o profissional deve fazer: 1o conseguir todos os dados antropométricos do sujeito. 2o interpretar e entender o organismo do sujeito (quais parâmetros estão normais, quais estão baixos e quais estão altos). 3o com base nos achados, deve traçar um plano de intervenção. Resumindo, até agora, o que deve constar na sua ficha de avaliação: »
Dados pessoais do paciente (nome, idade, sexo etc.).
»
Altura (em metros e em centímetros).
»
Peso.
»
IMC.
»
Peso ideal (máximo e mínimo).
»
%GC.
»
Gordura em kg.
»
%MM.
»
MM em kg.
»
Metabolismo basal.
»
Necessidade calórica diária. 43
UNIDADE I
│ CONCEITOS DE MEDIDAS CORPORAIS
Lembre-se que a cha antropométrica deve ser criada de forma personalizada por cada prossional e conter as informações necessárias para cada caso. No entanto, a informação básica deve estar presente, conforme o modelo abaixo. Modelo de fcha de avaliação antropométrica
Nome:__________________________________________ Idade: _______ Sexo:_____________________Prossão: ___________________________ Altura (cm): _______________ Altura (m): _____________ Peso (kg): _______ Atividade física: ( ) sedentário. ( ) suave. ( ) moderado. ( ) intenso. ( ) muito intenso. Perímetros: Braço: _____________ Braço contraído: _______________ Ombros: ________ Tórax: _____________ Cintura: _________________ Quadril: _____________ Coxa:_____________Perna:_______________Pernacontraída: ___________ Dobras cutâneas: Tríceps: ___________ Bíceps: ________________ Subescapular: ___________ Peitoral:___________Supra-ilíaca: ____________Axilar M._______________ Abdominal: _________ Coxa: _________________ Perna: ________________ Diâmetros: Úmero: ________________ Bi-epicondilar do úmero: ____________________ Fêmur: _______________ Bi-epicondilar do fêmur: ______________________ Resultados: MTB: _______________ Necessidade calórica diária: _____________________ IMC: _____________ Peso máximo: ___________ Peso mínimo: ____________ %GC _______________ GC (kg)__________________ %MM _______________ MM (kg) _________________ ________________________ Nome e assinatura do prossional
data do exame: _____/ ____/ ____
PS.: criar a sua cha antropométrica no Excel é uma boa opção para poder adicionar as fórmulas e realizar os cálculos automaticamente (ver vídeo de Excel no material complementar). 44
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA)
UNIDADE II
CAPÍTULO 1 Sobre a Bioimpedância A bioimpedância elétrica (BIA) é um sistema que consiste na passagem de uma corrente elétrica de baixa intensidade (imperceptível) através dos tecidos corporais e que nos permite identicar a massa gordurosa e a MM. Possui as vantagens de ser não invasiva, ser barata e altamente conável (margem de erro de 3-5%). Figura 38. BIA utilizando eletrodos bipolares.
Fonte: .
A corrente elétrica é de normalmente de 50kHz (dependendo do modelo do aparelho). Os tecidos que compõe a MM como líquidos, músculos e vasos são bons condutores e permitem uma passagem mais uida da corrente devido aos elétrons dissolvidos neles (impedância baixa). Tecidos como a gordura e os ossos são mais restritivos à passagem 45
UNIDADE II │ BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA)
da corrente (impedância alta). Quanto menor é a resistência elétrica registrada, maior é a quantidade de água, ou seja, quanto maior a facilidade com que a corrente se desloca, maior é a quantidade de água. Como a massa magra possui um 72% de água e a gordura possui um valor quase nulo, se estabelece que quanto menor a resistência à corrente, maior a massa magra. Os instrumentos de bioimpedância (normalmente balanças) funcionam da seguinte forma: »
»
»
Um canal/eletrodo é o responsável por emitir a corrente elétrica. A corrente elétrica percorre o corpo e sai pelo canal/eletrodo mais próximo. O receptor mede a quantidade de corrente que saiu e compara com a que chegou e, utilizando fórmulas matemáticas, determina a %GC e a %MM.
É necessário saber que o estado de hidratação altera a passagem da corrente pelo corpo e pode levar a resultados enganosos. Quanto mais desidratado o corpo se encontre, maior a resistência à passagem das correntes e, consequentemente, o resultado será de menor MM. Devido a esse inconveniente, as avaliações de BIA são sempre realizadas nas mesmas condições e a hidratação e a atividade física previa são controladas para poder comparar resultados e conseguir uma maior conabilidade. Normalmente, para estudos cientícos, é indicado que a pessoa a ser avaliada não pratique exercícios físicos nos três dias anteriores da coleta de dados e é controlada a ingesta de líquidos e sal nesse mesmo período. Como preparação para esse exame, o sujeito deve:
46
»
Estar em jejum de 4-5 horas antes do exame.
»
Não realizar atividade física nas últimas 12 horas anteriores ao exame.
»
Evitar o consumo de álcool nas 48 horas anteriores ao exame.
»
Não consumir cafeína, diuréticos ou chás no dia do exame.
»
Não estar em período menstrual.
»
Não frequentar sauna nas últimas 12 horas prévias.
»
Eliminar toda a urina da bexiga antes do exame.
»
Retirar objetos metálicos (brincos, anéis, relógios, celulares, chaves etc.).
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA) │ UNIDADE II
»
Estar, preferivelmente, somente em roupa íntima durante o procedimento.
»
O ambiente deve estar entre 20-25º C.
»
»
Manter um repouso de 10-15 minutos prévios ao exame deitado em decúbito dorsal. Está contraindicado para pessoas com marca-passos e os resultados não são dedignos em menores de idade (devido a sua composição corporal diferenciada) e em pessoas que fazem dialise.
Abaixo seguem as informações detalhadas do que se pode obter por meio da realização do exame de bioimpedância: »
peso corpóreo;
»
IMC;
»
massa muscular esquelética;
»
massa de gordura corporal;
»
massa livre de gordura;
»
percentual de gordura corpórea;
»
água corporal total;
»
taxa de metabolismo basal;
»
relação de cintura-quadril;
»
controle de gordura;
»
controle de músculos;
»
análise segmentada de massa magra (quatro membros e tronco);
»
impedância de cada segmento.
Ainda que com a BIA conseguimos uma checagem completa, as medidas antropométricas (como vimos na unidade 1) ainda são o meio mais dedigno e reconhecido nos trabalhos cientícos porque nos aporta os mesmos dados que a BIA e outros mais (como as dobras, os perímetros e os diâmetros). A parte, existem muitos aparelhos diferentes de BIA e nem todos aportam todos os dados que o prossional possa necessitar. 47
CAPÍTULO 2 Aparelhos medidores e sistemas de medição Os equipamentos utilizados para a realização do exame de bioimpedância podem ser caracterizados como regional, segmentar ou total. Podemos chamar de regional o exame em que a corrente atravessa apenas uma região (superior ou inferior) do corpo. Segmentar consiste no exame em que cada membro é avaliado de forma individual e o total se refere ao exame em que a corrente atravessa o corpo como um todo, onde são utilizados 4 ou 8 eletrodos. Figura 39.
Fonte: imagem de própria autoria.
A imagem acima mostra os diversos tipos de BIA. A) corresponde ao método regional onde os eletrodos estão colocados um na mão direita e o outro no pé direito. A corrente somente vai ler a informação do hemicorpo direito. Esse método é normalmente encontrado nos laboratórios que utilizam o aparelho de BIA de mesa com eletrodos. Lembre-se que a corrente sai de um eletrodo e busca sair pelo outro que se encontra mais próximo; a corrente sempre vai percorrer o caminho mais curto e receberemos a informação unicamente das regiões que foram atravessadas pela corrente. B) corresponde ao método regional onde os eletrodos estão colocados um em cada mão. A corrente vai atravessar unicamente os membros superiores 48
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA) │ UNIDADE II
e a parte superior do tronco. Esse método é encontrado nos aparelhos de BIA de segurar com as mãos. C) corresponde ao método regional onde os eletrodos estão posicionados um em cada pé. A corrente atravessa os dois membros inferiores e a parte inferior do quadril. Esse método é encontrado nas balanças de BIA convencionais. D) corresponde ao método total onde existe um eletrodo em cada membro (4 ou 8 eletrodos no total) e a corrente atravessa o corpo inteiro por igual. Figura 40.
Fonte: imagem de própria autoria.
Acima vemos alguns modelos de aparelhos de BIA. A) balança convencional de BIA bipolar (com dois eletrodos, um em cada pé). A leitura realizada é dos membros inferiores e parte inferior do quadril. B) aparelho manual de BIA bipolar (um eletrodo em cada mão). A leitura é feita dos membros superiores e parte superior do tronco. C) balança de BIA tetrapolar (um eletrodo em cada membro). É realizada a leitura do corpo completo sem segmentar. 49
UNIDADE II │ BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA)
D) aparelho prossional de BIA octopolar. É realizada a leitura do corpo completo além de mostrar os dados antropométricos por segmentos individualmente. Também está o aparelho de BIA com eletrodos soltos (primeira imagem dessa unidade) que é mais utilizado em hospitais e clínicas. Como os eletrodos estão “soltos” permite que o prossional os posicione onde quiser e realizar diversas medições. A avaliação segmentada é tida como a mais detalhada, pois pode demonstrar as possíveis variações em todas as regiões do corpo, além do corpo completo. Ver a composição corporal individualizada por seguimentos sempre é mais rica e aponta mais informações. Por exemplo, no caso das balanças convencionais bipolares, o prossional somente terá a informação dos membros inferiores em conjunto e não terá a informação de cada perna individualmente. O mesmo acontece nos métodos bipolar de membros superiores e tetrapolar, a informação vem em conjunto e não indica como está cada membro por separado. Não tem problema se você possui uma balança BIA bipolar (que a maioria já tem em casa); você pode e deve utilizá-la com um único cuidado, saber que informação esse aparelho te oferece. Utilize o aparelho que você tiver, mas saiba o que esse aparelho está medindo. Daí vem a diferença de preços e de modelos disponíveis no mercado. Vai depender da quantidade de eletrodos, da segmentação ou não da informação e dos dados que oferece. Normalmente, mesmo os modelos mais básicos oferecem a informação de: peso, IMC, %MM, %GC e MTB de forma geral não segmentada. A conabilidade é grande, mesmo nos aparelhos mais simples. Como utilizar a BIA: »
»
»
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O sujeito deve realizar a preparação prévia descrita no capítulo 1. A pele deve estar em contato direto com o eletrodo. Para uma análise mais dedigna e prossional, a pele deve ser higienizada com algodão com álcool antes do exame (esfregar bem a pele). Inicie a leitura e a passagem da corrente e peça para o paciente manter a postura com a musculatura relaxada. Cada aparelho possui instruções diferentes, o que faz necessária a leitura do manual. Normalmente, o software vai pedir para introduzir manualmente algumas informações como o peso, altura e idade. Por isso o exame de BIA deve ser realizado depois da avaliação antropométrica.
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA) │ UNIDADE II
»
Não se esqueça de limpar os eletrodos após cada uso com álcool. Seja prossional. Assista ao vídeo que mostra como utilizar uma balança de bioimpedância no material complementar do nosso curso.
A bioimpedância octapolar tem se destacado entre as tecnologias do ramo. Ela conta com 8 eletrodos e a medição pode ser feita com a pessoa em pé, o que possibilita a identicação sobre resistência e reactância de todo o corpo. Normalmente são multifrequência (30-10kHz) e medem melhor porque a MM pode variar. Um exemplo de medidor octopolar que está bem estendido no mercado é o aparelho da marca InBody. Você vai encontrar essa máquina em muitos centros de saúde e academias e é importante saber interpretar a planilha de impedância dela (o veremos ao completo no próximo capítulo). Conhecer e dominar as ferramentas de avaliação da composição corporal é fundamental para melhorar o seu currículo, aspirar a novos e melhores postos de trabalho, facilitar o trabalho diário, conhecer melhor o paciente e fundamentar as intervenções com rigor cientíco. Os seguintes vídeos mostram a BIA de laboratório com eletrodos de cabo: O mesmo sistema de passagem das correntes é utilizado pelos outros métodos de BIA.
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CAPÍTULO 3 Interpretação dos dados e planilhas Estar atualizado no mercado é importante para disputar por melhores postos de trabalho. Saber realizar uma BIA e como interpretá-la diferencia os prossionais. Já aprendemos a interpretar os dados antropométricos nos capítulos anteriores e agora vamos aprender a interpretar interpretar uma planilha de BIA octopolar completa (uma vez que as bipolares e tetrapolares são bastante simples e nos apontam um único ú nico valor para cada parâmetro). No mercado, existem muitas marcas e aparelhos e a escolha de cada um vai depender do critério, necessidades e inversão do prossional. Lembramos que os preços e modelos vão variar de acordo com a segmentação e informação que proporciona cada aparelho. Uma máquina que acho importante você conhecer é a do sistema InBody devido a sua grande extensão no mercado. Provavelmente, você já viu essa máquina em algum lugar ou, você terá que interpretar para algum paciente que tenha feito esse exame ou, terá que saber usar para trabalhar em uma empresa que possua essa máquina ou, você se interessa em adquirir uma (são bastante caras). Figura 41.
Fonte: .
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BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA) │ UNIDADE II
Assista aos vídeos de apresentação do sistema InBody (inglês e espanhol): outu.be> VE>
Esse sistema utiliza uma leitura octopolar e oferece a planilha mais completa e segmentada do mercado que qualquer prossional deveria saber interpretar. As planilhas mudam de acordo com o modelo da máquina, sendo assim, veremos um dos modelos de planilha mais completa (uma vez que você saiba fazer a leitur a dela, não vai ter problema com as planilhas mais simples porque os dados são os mesmos). O cabeçalho apresenta os dados pessoais do sujeito: »
ID: nome do paciente.
»
Age: idade.
»
Height : altura.
»
Gender: sexo.
»
Date: data da avaliação.
»
Time: hora da avaliação.
»
BIOSPACE: dados do avaliador e local da avaliação.
Lembre-se que esses dados (e qualquer outro pertinente) também devem constar na sua cha de avaliação antropométrica personalizada.
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UNIDADE II │ BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA) Figura 42.
Fonte:
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BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA) │ UNIDADE II
Na parte de BODY COMPOSITION ANALYSIS encontramos: »
»
TBW (total body water): água corporal total. Indica se o sujeito possui alguma retenção de líquidos ou está desidratado. Nesse caso, vemos que o sujeito está desidratado. Essa informação deve ser levada em conta como um objetivo de intervenção: melhorar a hidratação. Caso você conte com outro sistema de BIA que somente indique o valor de água corporal total sem modo de comparação, saiba que o ideal é ter esse índice entre 60-65%. Protein: indica a proteína corporal. Nesse caso, a proteína está baixa, o
que pode indicar uma perda ou redução da massa muscular. »
Mineral : Indica o estado de mineralização óssea. Nesse caso está baixo
e as causas devem ser detectadas na sua anamnese ou exames mais especícos como o DXA. »
Body Fat Mass (BFM): gordura corporal em kg. Nesse caso está
ligeiramente amentada (está em 17.9 quando o máximo está estipulado em 17.2 kg). Essa parte mostra os valores individuais para cada item, além dos dados de soft lean mass (MM), fat free mass (massa livre de gordura) e weight (peso). (peso). Ao lado, na última coluna dessa sessão, vemos os valores de normalidade para cada item e poderemos saber se o sujeito está dentro da normalidade. Podemos observar que essa máquina consegue diferenciar a massa muscular da massa óssea, ou seja, consegue esmiuçar a MM. Como crítica, pessoalmente eu não cono muito nos dados de mineralização desse sistema. Para ver com exatidão esse dado é melhor conar no exame de DXA (densitometria óssea) que consta no módulo de exames complementares. Na parte de MUSCLE-FAT ANALYSIS (análise (análise de músculo e gordura) encontramos: »
Weight : peso, que deverá ser igual ao apresentado no quadro anterior de body composition analisys. Lembre-se que a informação de peso é o peso
total sem descriminar por tecidos. Na coluna que apresenta os valores de normalidade (normal range), vemos os valores de peso ideal máximo e mínimo. Essa informação vem do cálculo do IMC que já aprendemos no capítulo de antropometria. Nesse caso, esse sujeito está com um peso adequado para sua estatura. 55
UNIDADE II │ BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA) »
»
SMM (skeletal muscle mass): massa de musculatura estriada esquelética. Indica unicamente a musculatura esquelética e, nesse caso, vemos que o sujeito está com um problema de hipotrosmo geral. Pensando em um objetivo de intervenção, esse sujeito necessitaria aumentar a massa muscular. Podemos observar essa diminuição da massa muscular tanto pelo valor numérico e comparando com a coluna de normal range como pela barra negra que se encontra situada na coluna under (abaixo). Body Fat Mass (massa de gordura corporal): indica a quantidade em
kg de gordura corporal, ou seja, do peso total do sujeito, quantos kg são somente de gordura. Nesse caso podemos observar que está um pouco acima e como objetivo de intervenção adicionamos a perda de gordura. Igualmente podemos ver esse ligeiro aumento tanto na barra negra que está em over (acima) como pela coluna de normal range. Na parte de OBESITY DIAGNOSIS encontramos: »
»
»
56
BMI (body mass index ): é o IMC. Nesse caso, vemos que a pessoa possui um IMC normal. Agora você deve estar entendendo porque o IMC e o peso sozinhos são informações incompletas; nesse caso, ambos os valores são normais, mas existe uma redução da massa muscular e um aumento da massa de gordura. PBF ( porcent age body fat ): é a %GC. O sistema inbody escolhe como normais os valores especícos para cada biótipo e não os valores gerais. Para esse caso em concreto, vemos que o sujeito possui uma %GC aumentada. Essa informação está em acordo com a informação que vimos antes do aumento da massa de gordura BFM que já vimos que é de 17.9 kg. A %GC/PBF e a representação em porcentagem da BFM. WHR ( waist hip ratio): é a relação/índice cintura quadril (ICQ). Indica a proporção entre os perímetros da cintura e do quadril (medidas que vimos como aferir no capítulo de antropometria). Indica se a gordura tende a acumular no quadril ou intravisceral. Sabemos que a gordura intravisceral é perigosa para a saúde e podemos medir esse risco por meio do ICQ. A gordura acumulada no quadril recebe a denominação de corpo de pera. A gordura acumulada no abdômen recebe a denominação de corpo de maça. Sempre é preferível uma pera que uma maça. Algumas literaturas também consideram o corpo de abacate, que resulta ser um ponto médio entre a maça e a pera.
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA) │ UNIDADE II
Figura 43.
Fonte:
Para calcular esse índice simplesmente devemos dividir o perímetro da cintura pelo perímetro do quadril (C/Q). Nesse caso, o sujeito é normal e possui um corpo de abacate. O ICQ deve constar na sua cha de avaliação antropométrica personalizada porque é um item que não depende da BIA para ser obtido e é um excelente medidor do estado de saúde. Na parte de NUTRITION EVALUATION vemos se o indivíduo possui alguma deciência na proteína, mineralização ou tecido gorduroso. Nesse caso, está indicado um aumento da massa gordurosa (devido ao aumento da %GC), e uma redução da proteína (devido à redução da massa muscular) e da mineralização (que pode ser por uma osteoporose, osteopenia). Esses valores podem ser corrigidos, por exemplo, com uma dieta, exercício e medicamentos. A parte de WEIGHT MAN Age MENT faz um resumo dos achados. Nesse caso, reforça a diminuição da massa muscular e o aumento da gordura. A parte de WEIGHT CONTROL indica o que o sujeito precisa melhorar para estar em condições normais. Na segunda linha, o programa indica quantos quilos de gordura devem ser alterados ( fat control ). Nesse caso, o valor está negativo e indica a quantidade de quilos que devem ser perdidos, no caso 5.5 kg. Na terceira linha, o programa indica quantos quilos de músculo devemos ganhar ou perder para estar dentro da normalidade (muscle control ). Nesse caso, o valor positivo indica que o sujeito deveria ganhar 7.7 kg. Na primeira linha (weight control ) o programa soma o que o sujeito deveria ganhar com o que deveria perder e mostra o total. Nesse caso, o sujeito deveria ganhar 2.2 kg (baixando a gordura e aumentando o músculo). 57
UNIDADE II │ BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA)
Na parte de SEGMENTAL LEAN o programa mostra a BIA segmentada da massa muscular por membros individualmente. Nesse caso, o sujeito possui uma massa muscular adequada/normal no membro superior direito e diminuída no resto do corpo, incluindo o tronco. Os exercícios para aumento da massa muscular deveriam ter em conta esse dado. Na parte de SEGMENTAL FAT o programa mostra a BIA segmentada da %GC por membros, individualmente. Nesse caso, vemos que o sujeito possui esse aumento de gordura no tronco. Observando os quadros de segmental lean e segmental fat você conseguirá ver uma das vantagens de uma BIA segmentada e octopolar. As BIAS convencionais apenas aportam os dados do corpo como um todo e não por segmentos como no Inbody. No rodapé da planilha podemos ver os valores de MTB ( basal metabolic rate) que mostra o valor atual do sujeito e os valores preditivos individualizados. Nesse caso, o MTB está baixo (o que provavelmente seja a causa da retenção de gordura). O programa também dá umas sugestões de exercício que seriam bons para que a pessoa praticasse para conseguir uma antropometria normal e um score ftness (67 pontos nesse caso). Esse item é completamente dispensável para prossionais da educação física e para prossionais que saibam aplicar os testes de esforço e de condição física. Também no rodapé, vemos a descrição das correntes de BIA aplicadas e a resposta de cada segmento corporal. As correntes utilizadas foram de 5, 50 e 250kHz (multifrequencial): RA ( right arm – braço direito), LA ( left arm – braço esquerdo), TR (trunk – tronco), RL (right leg – perna direita) e LL ( left leg – perna esquerda). Essa é a planilha de BIA mais completa do mercado e espero que vocês tenham aprendido a interpretá-la. Fica claro que esse sistema dista muito de uma balança de BIA bipolar convencional e justica o preço do produto. Você vai perceber que a BIA não é um exame obrigatório. Uma antropometria bem-feita oferece quase todos os dados com um custo-benefício excelente. A BIA deve ser um exame complementar de uma antropometria e NUNCA um método único de análise (um problema que normalmente encontramos).
Ao nal da BIA e da antropometria, o prossional deve realizar um relatório com os achados e propor os objetivos de intervenção de acordo com a sua especialidade. Caso seja necessária uma intervenção que não seja da sua competência, você deverá encaminhar esse sujeito a outro prossional. 58
BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA) │ UNIDADE II
Vejamos um exemplo para esse caso em concreto: »
Resultado/diagnostico BIA: indivíduo normoponderal com redução
da massa muscular predominantemente em ambos membros inferiores, membro superior esquerdo e tronco. Aumento da %GC predominante em tronco. Metabolismo basal lento e desidratação leve. »
Objetivos: aumentar a massa muscular general, reduzir a %GC, melhorar
a hidratação e acelerar o metabolismo. »
Conduta: depende de cada prossional. Nesse caso poderia ser: realizar
exercícios de força globais, dieta (corrigir o peso, aumentar a massa muscular, hidratação, MTB), etc. No meu caso, como sou sioterapeuta, eu caria encargado de melhorar toda a parte física e o MTB e encaminharia o paciente para uma nutricionista com um relatório dos meus achados e explicando o motivo desse paciente estar sendo encaminhado. Como usar o Inbody:
Sobre Inbody, é importante somente que você sabia fazer a leitura e a interpretação porque muitos desses dados você também vai encontrar em outros sistemas de BIA, inclusive nas balanças bipolares convencionais. Não é necessário que você compre uma máquina Inbody porque trata-se de um sistema caro que muitos não terão acesso, mas dominar esse sistema te abre portas no mercado de trabalho e quem interpreta uma planilha Inbody consegue interpretar qualquer outra BIA. Lembre-se que realizar a BIA não é um procedimento obrigatório no estudo da composição corporal; a antropometria sim é um procedimento obrigatório e já nos oferece a maioria dos dados que precisamos. A única coisa que a BIA consegue e que a antropometria não, é vericar os líquidos corporais (hidratação), coisa que na antropometria não conseguimos. Mesmo assim, para avaliar a hidratação, veremos no modulo de avaliação por exames complementares uma forma fácil de avaliá-la por meio da urina. Se você não utilizar a BIA no seu dia a dia não tem problema, a antropometria já é suciente. Caso você tenha unicamente uma balança de BIA bipolar convencional não 59
UNIDADE II │ BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA)
se preocupe; você pode usá-la sem problemas, mas como sugestão, os únicos dados que eu recomendo que você recolha dessa balança são os líquidos corporais e o peso, o resto dos dados você consegue na antropometria. Caso você não possua nenhum sistema de BIA, com a informação obtida nessa unidade você já tem os conhecimentos e os critérios necessários para fazer a melhor escolha do aparelho para as suas necessidades.
60
METODO HEATH-CARTER UNIDADE III DE CINEANTROPOMETRIA CAPÍTULO 1 Tipos de somatotipo O interesse pelo tipo corporal e físico dos indivíduos tem uma larga história que remonta aos tempos da antiga Grécia. Ao longo dos séculos, foram propostos distintos sistemas para classicar o tipo físico, os quais levaram à origem do somatotipo proposto por Sheldon (1940) que foi posteriormente modicado por outros pesquisadores, entre eles Parnell (1958) e Heath e Carter (1967). Sheldon cria que o somatotipo era uma entidade xa ou genérica, mas a visão atual é que o somatotipo é fenotípico, e por tanto, suscetível de mudanças como o crescimento, envelhecimento, atividade física e nutrição. O ectomorsmo representa a magreza de um tipo físico. Os tecidos predominantes são aqueles derivados da capa ectodérmica. Indica o predomínio de formas lineais e frágeis prevalecendo as medidas longitudinais sobre as transversais. Possuem forma retangular, baixas reservas de gordura, pernas e braços longos e massa muscular pouco desenvolvida. Pode haver uma tendência a uma postura encurvada devido a serem indivíduos longilíneos, e um exemplo de atletas com esse biótipo são os saltadores e corredores de maratonas. O mesomorsmo representa a magnitude musculoesquelética relativa. Derivam da capa mesodérmica embrionária: músculos, ossos e tecido conjuntivo. Por apresentar uma maior massa musculoesquelética possuem maior peso. Possuem um aspecto de relógio de areia, tronco médio/largo, quadril estreito, estatura mediana, com a musculatura bem denida, nível médio de gordura e predomínio da massa muscular. São as pessoas atléticas, como por exemplo os velocistas. O endomorsmo representa a adiposidade relativa ou tendência a obesidade (gordura relativa). Os endomórfos/endomórcos se caracterizam pela acidez da sua massa, geralmente são baixos, com as pernas curtas em relação ao corpo, possuem forma redondeada, com uma maior predominância de abdômen que de tórax e com pouca 61
UNIDADE III
│ METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
denição muscular. Caracteriza o sedentário adulto e, no caso de esportistas, biótipos de lutadores de sumo e halterolistas. Figura 44.
Fonte:< http://media.indiaTimes.in/media/photogallery/2014/Jun/1000174_1437676636.jpg>
Figura 45.
Fonte:
A técnica do somatotipo é aquela utilizada para estimar a forma corporal e sua composição. Está expressado na quanticação de três números que representam os componentes endomórcos, mesomórcos e ectomórcos respectivamente, sempre 62
METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
│ UNIDADE III
nessa mesma ordem. A classicação é registrada dando uma pontuação de 0,5 a 7 (algumas vezes pode der superior a 7), onde: »
Baixo: de 0,5 a 2,5.
»
Moderado: de 3 a 5.
»
»
Alto: 5,5 a 7. Muito alto: superior a 7.
Teoricamente, não existe um limite superior para as qualicações e em casos excepcionais, foram vericados valores por cima de 12. A representação do somatotipo é sempre expressa na seguinte forma: ENDOMORFISMO – MESOMORFISMO – ECTOMORFISMO Exemplo: 2–4–3
Nesse exemplo, o sujeito possui um componente mesomórco predominante. O método antropométrico para determinar o somatotipo é o mais comumente utilizado, além de ter uma ampla variedade de aplicações. Pode-se utilizar tanto nos métodos de campo como nos de laboratório e não requer equipamentos especícos além das medições que são realizadas com relativa facilidade. O método de Heath-Carter é o mais utilizado para determinar o somatotipo.
63
CAPÍTULO 2 Calculando a planilha numérica e identificando o somatotipo O método antropométrico de determinação do somatotipo é extremamente vantajoso no que se refere à rapidez de execução e de cálculo, baixo custo operacional, assim como maior aceitação do indivíduo a ser medido. Entretanto, as vantagens serão perdidas se as medidas não forem tomadas meticulosamente para que os cálculos sejam medidos o mais corretamente possível. O material necessário para calcular o modelo de Heath-Carter consta de um est adiômetro, uma balança convencional, um plicômetro e uma ta métrica. Para calcular qualquer somatotipo são necessárias as seguintes medições: »
Altura.
»
Peso.
»
4 Dobras cutâneas: ›
Tríceps (T),
›
Subescapular (S),
›
Supra-ilíaca (Si) e
›
Panturrilha/perna.
»
Diâmetro bi-epicondilar do úmero (U).
»
Diâmetro bi-epicondilar do fêmur (F).
»
Perímetro do braço contraído.
»
Perímetro da perna contraída.
Uma vez que aferimos as medidas anteriores durante a avaliação antropométrica, devemos determinar o somatotipo do sujeito por meio da planilha do método Heath-Carter: 64
METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
│ UNIDADE III
Figura 46.
Fonte: de própria autoria.
A imagem acima mostra um modelo de planilha Heath-Carter personalizada (essa planilha também está no material complementar). A planilha está composta de: »
Um cabeçalho que contém os dados pessoais do sujeito.
»
O primeiro quadro corresponde ao endomorsmo.
»
O segundo quadro corresponde ao mesomorsmo.
»
O terceiro quadro corresponde ao ectomorsmo.
»
Ao nal, indicamos o somatotipo encontrado.
Vejamos como encontrar cada um dos componentes passo a passo e para facilitar o entendimento, vamos considerar o exemplo a seguir: Homem, 33 anos, 1.74m, 80kg. Determinando o componente endomórfco:
Para encontrar o endomorsmo, vamos utilizar o primeiro quadro e vamos precisar dos seguintes dados: »
Dobra do tríceps (T).
»
Dobra subescapular (S). 65
UNIDADE III
│ METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
»
Dobra supra-ilíaca (Si).
»
E a soma dessas 3 dobras (Σ).
Devemos: 1. Registrar o valor de cada uma das 3 pregas na primeira coluna da esquerda de acordo com o que medimos no exame antropométrico com o plicômetro. 2. Somar o valor das 3 pregas e anotar. 3. Marcar com um círculo na planilha com o valor mais próximo da somatória das pregas. Os valores só devem ser anotados nas linhas superior ou inferior no caso em que o valor da soma das pregas seja exatamente igual ou com diferença máxima de 1mm a mais ou a menos. Em caso contrário o valor deve ser anotado na linha do meio. 4. Marcar o valor de endomorsmo corresponde na linha de endomorsmo (orientado na mesma coluna do valor que encontramos). 5. Anotar o valor de endomorsmo também na parte inferior de somatotipo. No exemplo do sujeito que estamos utilizando caria da seguinte forma: Figura 47.
Fonte: de própria autoria.
66
METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
│ UNIDADE III
Conforme o exemplo que estamos trabalhando, a somatória das 3 pregas corresponde a 36.1. O valor mais próximo de 36.1 na tabela é 38.0 e esse deve ser o valor que vamos considerar (não podemos utilizar nem a primeira nem a última linha se o valor não for exatamente igual ou variar 1mm a mais ou a menos). Dessa forma, escolhemos um valor da la do meio. Esse valor de 38.0 corresponde à coluna do 4 e esse é o valor do endomorsmo. Devemos fazer os círculos em todos os valores para facilitar a interpretação. Uma vez que sabemos o valor do endomorsmo, colocamos esse valor ao nal da tabela. Determinando o componente mesomórfco:
Para encontrar o endomorsmo, vamos utilizar o segundo quadro e vamos precisar dos seguintes dados antropométricos: »
Altura (cm).
»
Diâmetro bi-epicondilar do úmero (U).
»
Diâmetro bi-epicondilar do fêmur (F).
»
Perímetro do braço contraído.
»
Dobra do tríceps (T).
»
Perímetro da perna/panturrilha contraída.
»
Dobra da perna/panturrilha.
Devemos: »
Preencher a planilha com os valores necessários.
»
Marcar na primeira linha o valor mais próximo da altura.
»
Marcar na segunda linha o valor mais próximo do U.
»
Marcar na terceira linha o valor mais próximo do F.
»
Marcar na quarta linha o valor mais próximo do perímetro corrigido do braço (PCB). Esse dado conseguimos realizando o seguinte cálculo: PCB = perímetro do braço contraído – dobra do tríceps
»
Marcar na quinta linha o valor mais próximo do perímetro corrigido da perna (PCP). Esse dado conseguimos realizando o seguinte cálculo: PCB = perímetro da perna contraída – dobra da perna 67
UNIDADE III
»
│ METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
Para calcular o valor da mesomora é necessário aplicar uma formula: MESO =
(0,858* U) + (0,601 * F) + (0,188 * PCB) + (0,161 * PCP) – (0,131 * altura cm) + 4,5 »
O resultado dessa fórmula é o valor do mesomorsmo e esse é o valor que deve ser anotado na linha de mesomorsmo. Figura 48.
Fonte: de própria autoria.
No caso do exemplo que estamos utilizando, a substituição na fórmula caria da seguinte forma: MESO = (0,858 * 7,6) + (0,601 * 10) + (0,188 * 28,9) + (0,161 * 30,6) (0,131 * 174) + 4,5 MESO = 45 (=4,5)
Determinando o componente ectomórco: Para encontrar o ectomorsmo vamos utilizar o terceiro quadro e vamos precisar dos seguintes dados antropométricos:
68
»
peso
»
e altura.
METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
│ UNIDADE III
Devemos: 1. Calcular o valor da altura (em centímetros) dividida pela raiz cúbica do peso (kg). Utilize a calculadora cientíca para calcular a raiz cúbica. ECTO = Altura / ³√Peso 2. O resultado dessa conta deve ser marcado na planilha marcando o valor mais próximo dele. 3. Veremos qual é o valor de ectomorsmo na coluna correspondente verticalmente (parecido ao endomorsmo). Esse é o valor nal do ectomorsmo e também deve ser anotado ao nal da planilha. Figura 49.
Fonte: de própria autoria.
No caso do nosso sujeito/exemplo, o resultado da conta é 40.37. O valor na planilha mais próximo a ele é 40.20. Anotamos esse valor na planilha e olhamos verticalmente (coluna) a que valor de endomorsmo ele corresponde. Nesse caso, o endomorsmo corresponde a 1 e esse valor deve ser anotado. O somatotipo do sujeito/exemplo caria expressado como: 4 – 4,5 – 1
Isso quer dizer que possui um valor muscular predominante (4,5). 69
UNIDADE III
│ METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
Uma vez que a planilha de somatotipo esteja completa com os 3 valores (endo, meso e ecto) você já poderá determinar o tipo de somatotipo do indivíduo seguindo as seguintes nomenclaturas: 1. Mesomorfo balanceado: a mesomora é a dominante, enquanto a endomora e a ectomora são iguais, sem diferenciar-se em mais de 0,5. 2. Endomorfo balanceado: a endomora é dominante, enquanto a mesomora e ectomora são iguais, sem diferenciar-se em mais de 0,5. 3. Ectomorfo balanceado: a ectomora é a dominante e a mesomora e a endomora são iguais, sem diferenciar-se em mais de 0,5. 4. Mesomorfo–Endomorfo: a endomora e a mesomora são iguais, ou não se diferenciam em mais de 0,5, e a ectomora é menor. 5. Mesomorfo–Ectomorfo: a ectomora e a mesomora são iguais, ou não se diferenciam em mais de 0,5, e a endomora é menor. 6. Endomorfo–Ectomorfo: a endomora e a ectomora são iguais, ou não se diferenciam em mais de 0,5, e a mesomora é menor. 7. Meso-Endomorfo: a endomora é dominante e a mesomora é maior que a ectomora. 8. Endo-Mesomorfo: a mesomora é dominante e a endomora é maior que a ectomora. 9. Ecto-Mesomorfo: a mesomora é dominante e a ectomora é maior que a endomora. 10. Meso-Ectomorfo: a ectomora é dominante e a mesomora é maior que a endomora. 11. Endo-Ectomorfo: a endomora é dominante e a endomora é maior que a mesomora. 12. Ecto-Endomorfo: a endomora é dominante e a ectomora é maior que a mesomora. 13. Indivíduo Central: os três valores são iguais ou não existe diferença maior que 1 entre eles. 70
METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
│ UNIDADE III
No caso do nosso exemplo, trata-se de um sujeito Endo-Mesomorfo (a mesomora é dominante e a endomora é maior que a ectomora). E assim você classica o somatotipo dos seus pacientes e a em cada consulta você deve recalcular o somatotipo para ver se a pessoa está melhorando ou não. Você pode criar uma planilha no Excel com as fórmulas e somente ir substituindo os valores antropométricos que o programa realiza os cálculos para você. Assim, além de evitar fazer as contas à mão, você agiliza o seu atendimento e utiliza um material personalizado da forma que você achar melhor. No material complementar desse modulo você vai encontrar um vídeo explicativo do método.
71
CAPÍTULO 3 Somatocarta Uma vez que já encontramos o somatotipo do sujeito na planilha, devemos expressá-lo em forma de gráco. O gráco que mostra o somatotipo é chamado somatocarta. Figura 50.
Fonte: de própria autoria
A somatocarta é um gráco bidimensional de X e Y (tradicional) onde cada região corresponde a um tipo de somatotipo. Os indivíduos são considerados balanceados unicamente se o ponto cai justamente em cima da linha (de endomorsmo, ectomorsmo ou mesomorsmo). Caso o ponto que encontramos caia dentro do gráco, o somatotipo que encontramos na planilha tem que coincidir perfeitamente com o correspondente na somatocarta. A somatocarta é importante para ver a evolução do mesmo individuo no tempo (cada ponto no gráco representaria uma avaliação diferente da mesma pessoa) ou para 72
METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
│ UNIDADE III
avaliar diversas pessoas no mesmo gráco com ns comparativos (por exemplo, calcular o somatotipo de uma equipe de futebol e colocar todos os jogadores no mesmo gráco para comparar uns com os outros e cada ponto do gráco seria uma pessoa diferente). Figura 51.
Fonte:
Na somatocarta acima, cada ponto indica um atleta de diferente modalidade, ou seja, é uma pessoa diferente. O objetivo dessa somatocarta é ver gracamente os diferentes somatotipos de diferentes modalidades esportivas. Vendo no gráco ca muito mais fácil analisar os diferentes somatotipos de cada atleta e podemos saber qual é o seu biótipo e compará-los. Esse é um exemplo de somatocarta para distintos indivíduos expressados em um mesmo gráco. Figura 52.
Fonte: .
73
UNIDADE III
│ METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
A somatocarta acima mostra um mesmo sujeito avaliado ao longo do tempo. Cada ponto indica uma sessão de avaliação diferente e como o biótipo vai mudando com o passar do tempo. Dessa forma, o prossional pode ver de forma gráca a evolução do sujeito e se as intervenções (dieta, treino) estão tendo os resultados esperados. O sujeito é representado na somatocarta como um ponto formado por um valor de X (linha horizontal) e um valor de Y (linha vertical) do gráco. Para localizar o somatotipo nas coordenadas X e Y é necessário aplicar as seguintes fórmulas: X=3–1
(ecto-endo) Y = 2 * 2 - (3+1)
(meso * meso – (ecto+endo)) Onde:
1. é o valor do componente endomórco, 2. é o valor do componente mesomórco e 3. é o valor do componente ectomórco. Vamos calcular os valores de X e Y para o sujeito/exemplo que estamos utilizando até agora: 4 – 4,5 – 1 (Endo-mesomorfo)
Lembrando que, nesse exemplo, a endomora corresponde a 4, a mesomora é 4,5 e a ectomora 1. Calculando X e Y: X=3-1
X=1-4 X=-3 Y = 2 * 2 - (3+1)
Y = 4,5 * 4,5 - (1+4) Y = 20,25 - 5 Y = 15,25 74
METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
│ UNIDADE III
Com os valores de X e Y calculados já podemos localizar esse ponto na somatocarta. Lembre-se que X buscaremos na linha horizontal e Y buscaremos na linha vertical. Tenha atenção porque os resultados podem ser positivos ou negativos. Nesse caso temos um X de - 3 e um Y de 15,25: Figura 53.
Fonte: de própria autoria.
Observamos no gráco acima que o valor de X (linha verde) e de Y (linha vermelha) coincidem justamente dentro do quadrante de endo-mesomorfo coincidindo com o diagnóstico encontrado anteriormente na planilha. Não importa se o ponto ca fora do desenho triangular (que é meramente orientativo), o importante é que esteja dentro da zona do somatotipo correto coincidindo os achados da planilha com o gráco. O ideal seria guardar essa somatocarta e voltar a marcar o segundo ponto no mesmo gráco quando o sujeito realize a seguinte avaliação. 75
UNIDADE III
│ METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
Um estudo da composição corporal completo deveria estar composto de: »
estudo antropométrico;
»
BIA;
»
estudo do somatotipo.
Em cima dos achados nessas avaliações, o prossional terá ferramentas especícas e necessárias para conhecer em profundidade o sujeito e poderá intervir de forma adequada e ver a evolução do sujeito no tempo com dados objetivos numéricos. É importante que o prossional ressalte a importância de uma avaliação periódica e mostre os resultados de forma numérica. Não é a mesma coisa que o sujeito se “sinta melhor” (dado subjetivo) que você mostre para ele, por exemplo, as medidas que perdeu, o aumento da massa muscular, a perda de gordura etc. (dados numéricos objetivos). Isso dá muito mais credibilidade ao seu trabalho e dá ao prossional um feedback real. O serviço de estudo da composição corporal é um serviço muito especíco, que poucos prossionais têm o conhecimento e devido a isso é vendido como serviço à parte. Realizar o estudo da composição corporal não exige muito invesTimento por parte do prossional. Basta ter uma ta métrica, uma balança de BIA convencional e saber manejar os dados. O benefício de curto prazo é enorme. A utilização do somatotipo é muito variada, passando por dietas e treinos especícos, e vai depender muito do critério de cada prossional. No material complementar desse módulo você vai encontrar um vídeo explicativo do método.
Extra: modelos de fórmulas no Excel Muitos de vocês devem ter se dado conta de que o Excel pode ser uma ferramenta útil na hora de realizar os cálculos antropométricos. São muitas fórmulas que, apesar de simples e que que podem ser feitas à mão ou com uma calculadora normal, ca muito mais fácil se um programa calcular tudo automaticamente. Nessa parte do módulo não temos a intenção de dar um curso de Excel, somente vamos explicar alguns pontos-chave para você poder criar a sua cha de avaliação antropométrica nesse programa, porque cremos que é uma forma fácil e prática. 76
METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
│ UNIDADE III
Primeiro, você precisa saber que para realizar qualquer conta/fórmula no Excel, essa fórmula/conta deve começar sempre com o sinal de igual (=). Exemplo: Somar 2+2 no Excel. Ficaria: =2+2 e quando você der enter o programa resolve a conta para você. Um exemplo mais prático: Para calcular o MTB de homens caria: =(10*peso)+(6,25*altura em cm)-(5*idade)+5 Não devemos deixar espaços entre os caracteres. O sinal de multiplicação para o Excel é um asterisco (*) e o de divisão é uma barra inclinada (/). Na fórmula do MTB, acima, podemos substituir os valores de peso, altura e idade manualmente ou indicar em que quadrante esses valores se encontram. Vamos imaginar no exemplo abaixo: Figura 54.
Fonte: de própria autoria.
Na imagem acima, a idade está no quadrante B5, a altura em cm está no quadrante B7 e o peso está em F7 (isso depende de onde você colocar esses valores, lembre-se que a cha é personalizada e você pode colocar os dados aonde você quiser). Nesse caso, a fórmula de MTB caria assim: = (10*F7) + (6,25*B7) - (5*B5) + 5 Uma vez que você der o enter o Excel calcula a conta para você. 77
UNIDADE III
│ METODO HEATH-CARTER DE CINEANTROPOMETRIA
O mais interessante é que você pode ir trocando os valores dos quadrantes que o Excel vai calculando automaticamente, ou seja, você pode deixar a fórmula escrita, como no exemplo acima, e somente ir trocando os valores dos quadrantes para cada paciente seu. Assim, você não precisa criar uma cha nova para cada pessoa e sim usar a mes ma cha e somete ir substituindo os valores antropométricos. O truque é: 1. Crie a planilha antropométrica com todos os valores necessários (peso, idade, nome, dobras, perímetros, MTB, todas as fórmulas etc). Coloque os valores no quadrante e na disposição que você quiser, tanto faz, mas indique corretamente na fórmula. 2. Os valores que são manuais você deixa em branco e coloca manualmente (peso, idade, sexo, dobras, perímetros etc.). 3. Os valores que sejam resultados de uma fórmula, você deixa a fórmula já escrita no quadrante (indicando ao programa os quadrantes de onde tirar a informação, igual ao exemplo anterior). Assim, sempre que você mudar algum valor o programa calcula automaticamente. 4. Pronto, você já possui uma planilha antropométrica personalizada e evita comprar programas feitos (que são caros) ou fazer as contas a mão (que é mais trabalhoso, mas também dá certo). Estou deixando um vídeo explicando como usar o Excel para preparar a planilha de antropometria no material complementar desse módulo.
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