Universidade Federal de Alagoas Campus do Sertão – Delmiro Gouveia Curso de Engenharia Civil
Rafaela Faciola Agradecimentos: Prof. Dr. Jefferson Lins
Aula 3 – Resistência ao Cisalhamento
- Estado de Tensões - Círculo de Mohr
- Coesão e Atrito - Critérios de Ruptura
Aula 3 – Resistência ao Cisalhamento
- Estado de Tensões - Círculo de Mohr
- Coesão e Atrito - Critérios de Ruptura
Introdução - Resistência ao Cisalhamento
Capacidade de carga de fundações
Introdução - Resistência ao Cisalhamento
Estabilidade de encostas naturais
Introdução - Resistência ao Cisalhamento Talude de corte
Introdução - Resistência ao Cisalhamento
Introdução - Resistência ao Cisalhamento
Introdução - Resistência ao Cisalhamento
Cisalhamento
Estado de Tensões - Seja considerado um corpo em equilíbrio, submetido a um conjunto de forças - Esse corpo pode ser subdividido por um plano em duas partes S’ e S”
Estado de Tensões Isolando a parte S ’ , a área da seção de corte é A
Estado de Tensões
Numa área elementar dA, em torno do ponto P atua uma força d F.
Estado de Tensões
Define-se como tensão no ponto P, pelo plano , a grandeza A tensão é uma grandeza vetorial, com mesma direção e mesmo sentido da força d F
Tensão no ponto P, pelo plano
dF dA
P
Estado de Tensões A tensão pode ser decomposta em duas componentes: uma normal () e outra tangente () ao plano .
Normal: tensão normal ( )
Estado de Tensões O módulo da tensão normal ( ) varia entre dois extremos: Quando o seu módulo atinge o valor máximo, a tensão normal é chamada de tensão principal maior (1) e a tensão tangencial () será nula.
Quando o módulo atinge o valor mínimo, a tensão normal é chamada de tensão principal menor ( ) e a tensão tangencial ( )
Estado de Tensões Variando o plano pi, o módulo da tensão normal () varia entre dois extremos. •
3<
<
1
1
plano principal maior ( = 0)
3
plano principal menor ( = 0)
Estado de Tensões - Existe uma relação entre a tensão normal e tensão de cisalhamento que atuam num plano de ruptura: f = f (σ ) - Então, existem infinitas combinações (tensão normal) (tensão de cisalhamento máxima), que podem ser representadas por um gráfico ( f ) versus ( ).
z
σz xy = yx= zy = yz =
zx xz
σx
Por Equilíbrio xz = zx=
σy=0
Estado de Tensões Conhecidas as tensões atuantes nas faces do elemento é possível conhecer as tensões geradas em um plano alfa com inclinação qualquer em relação ao plano principal maior. Basta aplicar as equações de equilíbrio de força nas direções horizontais e verticais de forma a obter as seguintes relações de tensões:
xz = zx=
Estado Particular
z
σ1
σ1: Tensão Principal Maior σ3: Tensão Principal Menor
zx
PPM
σ
0
Plano qualquer
xz
σ3 PPm
Estado de Tensões
z
Plano qualquer
σ1 σ σ3
x
[σ - (σ + σ )/2]2 +
2
= [(σ σ )/2]2 +
2
Círculo de Mohr •
Tensão normal e a tensão de cisalhamento atuantes em
qualquer plano, podem ser determinadas graficamente através do Círculo de Mohr.
Convenção de Sinais Compressão (+) =(σ1- σ3)/2 [(σ1+ σ3)/2; 0]
Círculo de Mohr
Como obter o ponto P???
σ1 zx xz
=(σ1- σ3)/2 [(σ1+ σ3)/2; 0]
σ3
Círculo de Mohr
Considerando um ponto no círculo Como obter o ponto P??? que
representa
um
conjunto
de
tensões (normal e cisalhante), para
σ1 zx
encontrar o Polo basta traçar por este conjunto de pontos uma paralela ao plano onde atuam essas tensões. O
ponto
P é
determinado
pela
intersecção da reta paralela com o círculo.
xz
σ3
Exercício de Aplicação
Para o elemento de solo mostrado na figura abaixo, determinar:
Tensão principal maior
Tensão principal menor
Tensões no plano AC
Direções dos planos principais
Máxima tensão de cisalhamento
600 kPa
D
240 kPa
C
360 kPa 240 kPa
Exercício de Aplicação 600 kPa 240 kPa
D
C 360 kPa 240 kPa
max = 268.32 kPa
Polo Plano principal menor
(600;240)
A
Plano principal maior
(240;120)
211.67 kPa
748.32 kPa
tensão principal menor
tensão principal maior
(360;-240)
B
Exercício de Aplicação
Para o elemento de solo mostrado na figura abaixo, determinar:
Tensão principal maior
Tensão principal menor
Direções dos planos principais
Máxima tensão de cisalhamento
Exercício de Aplicação 400 kPa 100 kPa
200 kPa 100 kPa
max
Plano principal menor
= 141.42 kPa (200;100)
Plano principal menor
3=
(400;-100) Polo
158,58 1= 441,42
Plano principal maior
Plano principal maior
Atrito e Coesão
R
N T
Fmob N
T = Fmob
/A
τ = τ mob = Fmob /A
Atrito e Coesão R
N max
Tmax Fat N τdisp = σ tg
Segundo a lei de Coulomb a resistência por atrito é função da tensão normal no plano de deslizamento relativo.
Geral
tg
Atrito e Coesão
τdisp = τf = c + σ tg
Atrito e Coesão
τdisp = τf = c + σ tg
Critérios de Ruptura Nos solos, são consideradas somente as solicitações por cisalhamento. De uma forma geral, os solos rompem por cisalhamento:
Fundação Direta
Talude
Superfícies de ruptura
Por isso, quando falamos em resistência de um solo, estamos implicitamente falando de sua resistência ao cisalhamento.
Critérios de Ruptura √ São formulações que “tentam” refletir as condições em que
ocorre a ruptura do material. √ Existem critérios que estabelecem: -
Máximas tensões de compressão, de tração ou de cisalhamento
-
Máximas deformações
-
Consideram a energia de deformação
√ Um critério de ruptura satisfatório é aquele que é capaz de
refletir o comportamento do material.
Critérios de Ruptura √ A análise do estado de tensões que provoca a ruptura é o
estudo da RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO. √ Para os solos, os critérios de ruptura que melhor representam
o comportamento, são:
Critérios de Ruptura
“não há ruptura se a tensão de cisalhamento não ultrapassar um valor dado pela expressão c + f. σ , sendo c e f constantes do material, e σ a tensão normal existente no plano de cisalhamento”. √ Os parâmetros c e f são denominados de coesão e coeficiente
de atrito, respectivamente. Sendo o coeficiente de atrito, pode ser expresso como a tangente de um ângulo, denominado de ângulo de atrito interno.
Critérios de Ruptura
“não há ruptura enquanto o círculo representativo do estado de tensões se encontrar no interior de uma curva, que é a envoltória dos círculos relativos a estados de ruptura observados experimentalmente para o material ”.
B A
Critérios de Ruptura
A Envoltória de Ruptura de Mohr é representada por uma linha, na qual é curva.
Critérios de Ruptura - Para a maioria dos problemas de mecânica dos solos esta função pode ser aproximada por uma reta. Essa relação é denominada de critério de ruptura de Mohr-Coulomb.
Critérios de Ruptura
= f (σ)
f
Envoltória de ruptura de Mohr
(
o t n e m a h l a s i c e d o ã s n e
A Envoltória de Ruptura de Mohr foi ajustada à uma reta...
Critério de ruptura de Mohr-Coulomb
c
= c + σ tg
f
Critérios de Ruptura
= f (σ)
f
Critério de Ruptura de Mohr-Coulomb
= c + σ tg
f
σ tg
c
resistência por atrito resistência por
Critérios de Ruptura
- Para um mesmo solo, os parâmetros c e variam em função de vários fatores: faixa de carregamento aplicada ao solo tipo de ensaio efetuado histórico de tensões etc. - Por essa razão, os parâmetros de resistência não são intrínsecos do solo. - Eles devem ser obtidos de forma a atender as condições peculiares do problema em estudo. - Os parâmetros de resistência podem ser obtidos tanto em •
•
•
•
Critérios de Ruptura
c e
não são parâmetros intrínsecos do solo ’ = tensão efetiva e =
índice de vazios = teor de umidade w = deformação = histórico das tensões H = estrutura S T = temperatura
laboratório e/ou ensaios in situ
Obtidos para atender as condições
Critérios de Ruptura
Obs: - Os dois critérios de ruptura apontam para a importância da
tensão normal no plano de ruptura.
Portanto...
Quando o círculo de Mohr tangencia a envoltória, em que plano se dará a ruptura?
Critérios de Ruptura
O plano de ruptura faz um ângulo com plano principal maior.
- Segmento OB representa o plano de ruptura para um círculo que toca na envoltória. - Segmento Bd representa a tensão máxima cisalhante. Esta tensão cisalhante é menor do que a máxima indicada pelo segmento aD. - Ou seja, no plano de máxima tensão cisalhante, a tensão normal indicada pelo segmento Oa, proporciona uma resistência ao cisalhamento maior do que a tensão cisalhante atuante.
D
B
B
Critérios de Ruptura - O plano de ruptura forma o ângulo Ɵ com o plano principal maior. Se do centro do círculo “a” , traça-se uma paralela à envoltória de resistência , constata-se que o ângulo 2Ɵ é igual ao ângulo ɸ + 90 °.
α = 45°+ ɸ/2
Do triângulo fda:
ɸ + 90°
Critérios de Ruptura – Tensões Efetivas
Nos solos saturados tem-se: = 'u
Como as tensões de cisalhamento só poder ser resistidas pelo esqueleto sólido, a equação da envoltória de Mohr-Coulomb deve ser re-escrita como:
f
=
c'( u) tan ' = c' ' tan '
Estado de Tensões frente ao Critério de Ruptura
Estado I – Solo sob estado de tensões isotrópico
Estado II – A tensão cisalhante em qualquer plano é menor que a resistência ao cisalhamento.
Estado III – O círculo de Mohr tangencia a envoltória , onde τθ=τ caracteriza a ruptura em um plano inclinado de θr com o plano onde atua σ1.