1. REGRAS DE SEGURANÇA
Jamais aponte uma arma para alguém, mesmo que por brincadeira, carregada ou não, a não ser em legítima defesa ou em estrito cumprimento do dever legal; A arma jamais deverá ser apontada em direção que não ofereça segurança quanto a um disparo acidental; Nunca pergunte se uma arma está carregada, verifique você mesmo; ao sacar ou coldrear uma arma, faça-o sempre com o dedo fora da tecla do gatilho; Jamais transporte ou coldreie sua arma com o cão armado; Obtenha informações sobre o manuseio de sua arma com um competente instrutor, antes de utilizá-la; Trate uma arma de fogo como se ela estivesse permanentemente carregada; As travas de segurança de uma arma são apenas dispositivos mecânicos e não um substituto do bom senso; Mantenha seu dedo fora da tecla do gatilho até que você esteja realmente apontando para o objetivo e pronto para o disparo; Certifique-se de que a arma esteja descarregada antes de qualquer limpeza; Nunca deixe de forma descuidada uma arma carregada; Ao guardar uma arma por longo tempo, guarde separadamente arma e munição, sempre longe do alcance de crianças; Certifique-se de que seu alvo e a zona que o circunda é capaz de receber os impactos com toda a segurança; Drogas, álcool e armas não se misturam; Carregue e descarregue uma arma com o cano apontado para uma direção segura; Nunca atire em superfícies planas e duras, ou em água, pois as balas podem ricochetear; Quando estiver atirando, jamais coloque a mão sobre o cano da arma; Controle a munição a fim de verificar se corresponde ao calibre e tamanho da arma; A arma deve sempre ser transportada no coldre, salvo quando houver a consciente necessidade de utilizá-la; Nunca engatilhe uma arma quando não houver a intenção em atirar; Quando a arma estiver fora do coldre, empunhada para o tiro, esteja absolutamente certo de que não está apontada para qualquer parte de seu corpo ou de pessoas de sua vizinhança; A munição velha ou recarregada pode ser perigosa, não sendo recomendado o seu uso em serviço; Tome cuidado com obstruções no cano quando estiver atirando, caso ouça ou sinta algo de anormal com o recuo ou a detonação, interrompa imediatamente os disparos e verifique cuidadosamente se há ou não a presença de obstruções no cano; Sempre trate sua arma como instrumento de precisão, o que ela realmente é; Nunca transporte uma arma no bolso, bolsa ou pochete, use a embalagem ou um coldre apropriado; Armas de fogo desprendem lateralmente gases e alguns resíduos de chumbo, mantenha as pessoas afastadas de sua vizinhança, bem como as mãos distantes dessas zonas quando em um disparo; e
Não tente modificar o peso do gatilho de sua arma sem a ajuda de um armeiro qualificado, uma vez que isso afeta o engajamento da armadilha do cão, facilitando o disparo acidental.
2. ARMAMENTO LEVE E MUNIÇÕES
2.1 ARMAMENTO LEVE
a. Conceito Armamento leve é aquele que possui peso e volume relativamente reduzido, podendo ser transportado geralmente por um só homem, ou em fardos por mais de um, além de possuir calibre até o 0,50 polegadas inclusive. Existem exceções como o Tru Flit Cal 38.1 mm e a Espingarda calibre 12.
b. Classificação Geral 1) Quanto ao tipo:
a) De porte: quando, pelo seu pouco peso e dimensões reduzidas, pode ser conduzido em um coldre. Exemplo: o revólver. b) Portátil: quando, apesar de possuir um peso relativo, pode ser conduzido por um só homem, sendo, para facilidade e comodidade de transporte, geralmente, dotado de uma bandoleira. Ex: Mqt 7,62 M968 e Submtr MT 12 cal. 9mm. c) Não portátil: quando, por seu grande volume e peso, só pode ser conduzido em viaturas ou dividido em fardos, para serem transportados por mais de um homem. Ex: a metralhadora Madsen.
2) Quanto ao emprego: a) Individual: quando se destina à proteção daquele que o conduz. Ex Submetralhadora Taurus MT 12 e MT 12-A. b) Coletivo: quando seu emprego tático se destina a ser utilizado em benefício de um grupo de homens ou fração de tropa, sendo operada por dois ou mais homens: Ex: Mtr Madsen. 3) Quanto à alma do cano: a) almas Lisas: quando a superfície interna do cano é completamente lisa. Ex Espingarda Cal 12. b) Raiadas: quando a superfície interna do cano apresenta sulcos helicoidais paralelos (raias) que têm por objetivo imprimir ao projétil um movimento de rotação por forçamento, dando estabilidade ao projétil. O
raiamento de um cano apresenta os sulcos que são as raias e um mesmo número de cristas que são os cheios. Para identificarmos o sentido do raiamento devemos observar a arma da culatra para o cano. Ex: o revólver, pistola, etc. 4) Quanto ao sistema de carregamento: a) de ante-carga: quando o carregamento é feito pela boca do cano. Ex: o morteiro de infantaria, e alguns tipos de garruchas e espingardas. b) de retrocarga: quando o carregamento é feito pela parte posterior da arma, ou seja, pela culatra. Ex.: a Espingarda Cal 12. 5) Quanto ao sistema de inflamação (ignição) a) por mecha: a chama é transmitida à câmara de combustão através de uma mecha acesa. Este sistema já está ultrapassado. b) por atrito: consiste em se produzir faíscas por atritamento geralmente entre uma variedade de sílex e pirita. Foram muito usadas nas armas de roda e de miquelete (pederneiras) já obsoletas. c) Por percussão: (1) Percussão extrínseca: quando a cápsula contendo a carga detonante, também chamada de carga de ignição ou fulminante é uma peça isolada que se adapta a um pequeno tubo saliente ligado à câmara de combustão através de um canal chamado ouvido ou chaminé. A deflagração dá-se no momento em que o percutor (ou percussor) se choca contra esta cápsula, detonando-a, forçando os gases incandescentes para a câmara de combustão. Ex: Alguns tipos de garruchas e espingardas. (2) Percussão intrínseca: quando a cápsula detonante ou espoleta é parte integrante do cartucho que contém o propelente (a pólvora) e o projétil.
A percussão intrínseca é subdivida ainda em: (a) pino lateral: cartuchos do tipo Lefaucheaux (obsoletos); cartucho;
(b) central: quando a espoleta é fixada no centro do culote do
(c) radial, anular ou circular: quando a percussão se dá na borda do culote do cartucho. A percussão intrínseca central ou circular pode ser dos tipos: - direta: quando o cão tem o percussor. - indireta: quando o cão tem apenas uma superfície plana e o percussor é montado na parte posterior da armação e retraído por uma mola. A
percussão dá-se no momento em que a superfície plana do cão se choca com o percussor, que incide sobre a espoleta provocando a deflagração do cartucho. 6) Quanto à refrigeração a) Refrigerada a ar - quando o próprio ar atmosférico a resfria. Ex: as armas modernas.
7) Quanto à alimentação: a) Manual: quando os cartuchos são introduzidos manualmente na arma. Ex: Escopeta Cal 12.
b) Com carregador: quando a arma dispõe de um carregador para alimentá-la, podendo Ser de pano (tipo fita), tipo lâmina, cofre, tubular, fita de elos ou especial, etc. 8) Quanto ao sentido de alimentação: a) Da direita para a esquerda: Ex: Metralhadora Maxim.
b) Da esquerda para a direita: Ex: Submetralhadora Sterling L2A3. c) De cima para baixo: Ex:FMZB. d) De baixo para cima: Ex: Submetralhadora Taurus MT 12. e) De trás para frente: Ex: Garruchas e revólveres de retrocarga. 9) Quanto ao funcionamento: a) Singular ou de tiro unitário: quando o atirador executa as operações da arma manualmente, principalmente o carregamento. A arma não executa o carregamento mecanicamente. As armas singulares podem ser: (1) Simples: quando a arma comporta apenas uma carga para cada disparo. Para um novo disparo, o atirador deve carregá-la novamente manualmente. Ex: Tru Flite e Carabinas de ar comprimido. (2) Múltipla: quando a arma comporta duas ou mais cargas e o carregamento também se faz manualmente. Geralmente possuem dois canos paralelos ou sobrepostos e há um mecanismo de disparo para cada câmara.
b) De repetição: são aquelas em que o carregamento se faz mecanicamente, ou seja, a arma comporta vários cartuchos, sendo necessário recarregá-la apenas após ter disparado toda a sua carga. Seu princípio motor é a força muscular do atirador, decorrendo daí a necessidade de repetir a ação para cada disparo. Nestas armas, há apenas um mecanismo de disparo para todos os tiros. Ex: Revólver.
c) Semi-automática: são aquelas que realizam automaticamente todas as operações de funcionamento com exceção do disparo, ou seja, para cada disparo o atirador tem que acionar a tecla do gatilho. Ex: Pistolas semiautomáticas. d) Automáticas: são aquelas que realizam automaticamente todas as operações de funcionamento, inclusive o disparo. Ex: Metralhadora Madsem. 10) Quanto ao princípio de funcionamento: f uncionamento: a) Ação muscular do atirador: Ex: Fuzil Mauser M 908. b) Armas que utilizam a pressão dos gases resultantes da queima da carga de projeção; (FAL)
(1) Ação dos gases sobre o êmbolo. Ex.: Fuzil Automático Leve (2) Ação dos gases sobre o ferrolho. Ex: Submetralhadora Taurus.
(3) Recuo do cano, que pode ser curto ou longo. Ex.: Pistola Taurus calibres 9mm e .40 (4) Armas que utilizam a ação muscular do atirador combinada com a ação de uma corrente elétrica sobre uma estopilha. Ex: Lança-rojão (bazuca). ESQUEMA ESQUEMA DA CLASSIFICA CLASSIFICAÇ Ç O GERAL GERAL DO ARMAME ARMAMENTO NTO LEVE LEVE 1 2 3 4
de porte Quanto ao tipo portátil não portátil individual Quanto ao emprego coletivo lisa Quanto a alma do cano raiada antecarga Quanto ao sistema de carregamento retrocarga por mexa por atrito extrínseca
5
Quanto ao sistema de inflamação por percussão
intrínseca
pino lateral central circular
6
Quanto à refrigeração
7
Quanto á alimentação
8
Quanto ao sentido de alimentação
9
Quanto ao funcionamento
ar água ar e a água manual com carregador da direita para esquerda da esquerda para a direita de cima para baixo de baixo para cima de trás para frente singular (unitário)
simples
direta indireta
múltipla
ao 10 Quanto funcionamento
princípio
de repetição semi-automático Automático ação muscular do atirador ação dos gases sobre o êmbolo ação muscular do atirador combinada de com a ação de uma corrente elétrica pressão dos gases
ação dos gases sobre o ferrolho recuo curto recuo do cano recuo longo
2.2 O PROCESSO DO DISPARO
a. Considerações Vamos agora conhecer o que ocorre dentro da arma desde a percussão até o momento em que o projétil abandona o cano da arma. Este estudo é de suma importância para que possamos conhecer melhor as armas de fogo, principalmente no tocante às munições que utilizam e seus efeitos. Antes de iniciarmos o estudo do processo do disparo, façamos a conceituação de alguns componentes importantes das munições. 1) Munições: são corpos carregados com explosivos ou agentes químicos destinados a produzir danos. 2) Explosivos: são substâncias que, sob a ação de um excitante, se transformam em grande volume de gases, sob grande pressão, em um curto espaço de tempo e com grande produção de calor. 3) Tipos de transformação: imaginemos vários tipos de explosivos dispostos em forma de fio, sem nenhuma compressão e excitados ao ar livre. A velocidade de transformação deles irá variar; uns se transformam mais rapidamente e outros mais lentamente. Assim, distinguimos os seguintes tipos de transformação: a) Queima (inflamação).......................................1 metro em 90 seg; b) Deflagração.....................................................1.000 a 2.000 m/seg; c) Explosão..........................................................2.000 a 4000 m/seg; d) Detonação.......................................................Acima de 4.000 m/s; 4) Assim, podemos classificar os explosivos quanto à velocidade de transformação: a) Baixos explosivos (pólvoras) - são empregados para cargas de projeção, artifícios pirotécnicos e, eventualmente, ruptura. Estes explosivos queimam ou deflagram. b) Altos explosivos (explosivos brisantes ou de ruptura) - são empregados em ruptura, arrebentamento, fragmentação, destruições, etc., e como iniciadores de explosões. Estes explodem ou detonam. 5) Encadeamento explosivo:em qualquer munição temos basicamente:
a) Um iniciador: produz o jato inicial de chama; geralmente a estopilha ou cápsula (detonante ou fulminante). b) Um propelente: carga explosiva que impulsiona o projétil devido à pressão dos gases gerados pela sua combustão. São as pólvoras. c) O projétil.
b. A percussão Estando o cartucho na câmara e esta completamente obstruída, o atirador pressiona a tecla do gatilho que irá liberar o mecanismo de percussão de tal forma que o percussor incidirá sobre a espoleta ou cápsula, dando-se início à detonação.
c. A detonação Quando o percussor golpeia a espoleta, a matéria detonante é violentamente comprimida, produzindo uma potente chama que é transmitida ao propelente (carga de pólvora) através de um ou mais orifícios denominados eventos.
d. Início da queima do propelente Como já foi dito, a pólvora de um cartucho não explode, mas se queima, e quanto mais lento é a queima da pólvora mais potente será o cartucho. Ao se transmitir a chama da espoleta para o propelente, este inicia a sua combustão gerando grande volume de gás e conseqüentemente pressão. A pressão dos gases atua em todos os sentidos, culote (base do cartucho), paredes do estojo e projétil. Como a parte mais frágil do cartucho é o projétil que se encontra engastado no gargalo mecanicamente, a crescente pressão dos gases incidirá sobre ele, forçando-o.
e. O projétil em movimento Como a parte mais fraca do cartucho é o gargalo do estojo, onde o projétil fica engastado mecanicamente, este iniciará um movimento à frente em direção ao cano da arma, após uma dilatação do estojo decorrente do calor e pressão gerados pela combustão da pólvora, que ajudará a liberar o projétil, além de completar a obstrução da câmara, evitando escapamento dos gases.
f. Vôo livre e tomadas das estrias pelo projétil A pressão dos gases vence a inércia do projétil, impulcionando-o à frente. Como a parte anterior da alma do cano é lisa, ou seja, não possui raias, o projétil percorre este pequeno trajeto com relativa facilidade. Esta parte da alma do cano denomina-se espaço de vôo livre. Após o projétil ter ultrapassado o espaço livre, este depara-se com as estrias da alma do cano que freiam seu movimento à frenre. A pressão dos gases continua aumentando gradativamente, forçando-o contra as estrias. O projétil adquire então um movimento de translação (para frente) e um movimento de rotação em torno de si mesmo. Enquanto tudo isto acontece, a pressão continua subindo vertiginosamente, até chegar ao seu ponto máximo. Quando isto acontece, o projétil já percorreu grande parte do cano e adquiriu aceleração. A partir de então, o espaço deixado pelo projétil no cano é maior, proporcionalmente pr oporcionalmente que a ao seu ponto máximo. Quando isto acontece, o projétil já percorreu grande parte do cano e adquiriu aceleração. A partir de então, o espaço deixado pelo projétil no cano é maior. Proporcionalmente que a quantidade de gases, e, portanto a pressão começa a cair paulatinamente.
g. O projétil adquire velocidade no cano Apesar da pressão dos gases ter diminuído, seus efeitos não cessam, uma vez que partículas de pólvora continuam se queimando acompanhando o projétil em sua trajetória t rajetória pelo cano fornecendo-Ihe velocidade. Assim, podemos concluir que a pólvora se queima em diferentes e sucessivas fases.
h. O projétil abandona o cano O projétil que ainda segue sua trajetória no interior do cano recebe um pequeno e último incremento de aceleração e alcança sua velocidade máxima ao atingir a boca do cano da arma. O projétil sai da boca do cano seguido por um estampido e uma labareda de fogo, provocada por partículas de pólvora que não se queimaram no interior do cano. Com a saída do projétil a pressão cai bruscamente, permitindo que o estojo recupere suas dimensões primitivas, devido à elasticidade do metal com o qual foi construído, facilitando sua posterior extração. Após o disparo, o atirador sente um forte recuo da arma. Este movimento instantâneo, mas podemos dividi-lo em três partes seqüenciais: a denotação da espoleta e início da queima da pólvora, o projétil no momento em que atinge as estrias e finalmente, o que é mais forte, o momento em que o projétil abandona o cano da arma.
FORÇAS QUE ATUAM SOBRE O PROJÉTIL
CARGA DE PROJEÇÃO GRAVIDADE
ROTAÇÃO
RESISTÊNCIA DO AR
2.3 MUNIÇÕES a. Identificação de cartuchos para armas leves
A evolução das armas de fogo está intimamente relacionada com a evolução das munições que utilizam. Alguns tipos de cartuchos são mais conhecidos como por exemplo os de calibre 7,65, .380, .40 e 9 mm para pistolas semi-automáticas e os de calibres 22, .32 e .38, para revólveres. Mas isto não basta para identificarmos uma munição. m unição. Vamos então, às principais explicações genéricas para a identificação de cartuchos:
1) Existem duas escolas na definição de calibres: a inglesa (adotada também pelos EUA) e a européia. A inglesa determina o calibre dos projéteis em milésimos de polegada (Ex: .380). Os EUA adotaram a mesma escola, porém, em centésimos de polegada (Ex: .38). É oportuno lembrar que a notação correta destes sistemas implica separar os centésimos ou milésimos de polegada através de um ponto. Assim, o calibre .38 significa que o projétil tem um calibre igual i gual a 0,38 polegadas. A escola européia define os calibres através do sistema métrico decimal, não havendo, portanto, o uso do ponto, e sim, da vírgula para a separação de centésimos. Ex: cal 7,65mm ou cal 9 mm.
2) Outros termos que são colocados após o calibre do cartucho indicam particularidade da munição, do projétil, do estojo, ou algum dado referente à pólvora, a seu inventor, ao fabricante, etc. Exemplos: 7,63 x 63 mm - o primeiro número indica o calibre do projétil, e o segundo o comprimento do estojo. . 445 Cordite - o número indica calibre, e o termo Cordite era tipo de pólvora da época. .454 Casul - o número indica o calibre e o termo Casul, o nome do criador da arma e da munição (o revólver mais poderoso da atualidade).
3) Os cartuchos de espingardas de caça (de alma de alma lisa) são representados por um número que nada tem a ver com o diâmetro, necessário para perfazer uma libra (453,64 g). O diâmetro do cano da arma é igual ao diâmetro de uma destas esferas. Assim, uma espingarda de calibre 12, tem seu calibre assim, determinado porque foram necessárias 12 esferas de chumbo de
mesmo diâmetro para perfazer uma libra, logo o diâmetro do cano desta arma é igual ao diâmetro de uma destas esferas. Se medirmos o diâmetro cano, verificaremos que ele mede 18,5 mm, mas o calibre é determinado pelo número 12 (sem o ponto , sem a vírgula e sem qualquer unidade). Este critério é mais histórico (tradição) do que técnico. Os calibres atualmente existentes para espingarda são: 36(10,2 mm), 32(12,2 mm), 28(13,0 mm), 20(15,9 mm), 16(16,2 mm) e 12(18,5 mm). Observe que, ao contrário de outras armas, nas espingardas, quanto maior é o seu calibre nominal, menor é o seu calibre real.
4) Tipos de munições: Existem diversos tipos de munições, distintas de acordo com a sua finalidade: a) Real: para emprego contra pessoal e alvos não blindados; é a munição comum. b) Festim: é o cartucho normal sem o projétil. É utilizado para tiro simulado e para as salvas militares. c) Manejo: usado para instrução e manejo das armas: não contêm propelente e a espoleta é inerte. d) Sobrepressão: são cartuchos que contêm uma carga de propelente 20% a 30% maior do que o normal. Destina-se a testes de armas por parte dos fabricantes. e) Carga reduzida: também utilizada no treinamento de atiradores. f) Lançamento: existem munições de lançamento de granadas e o chamado lança-retinida que é utilizado para lançamento de cabos, cordas e até mesmo de mensagens. O cartucho lança-retinida é muito empregado pelo corpo de bombeiros para salvamento. g) Recarregada: é a munição cujo estojo foi reaproveitado após limpeza e recalibragem, para fins de treinamento.
b. Elementos componentes de um cartucho
Um cartucho é constituído de um estojo, espoleta (ou cápsula), carga de projeção (ou propelente), e projétil.
1) Estojo O estojo pode ser de fogo central ou fogo circular.
a) Nomenclatura - no estojo, notamos as seguintes partes: (1) Gargalo - parte cilíndrica onde se engasta o projétil. (2) Ombro - seção que liga o gargalo ao corpo. (3) Corpo - seção intermediária destinada a receber o propelente. (4) Culote - é a base do cartucho, que é reforçada. (5) Virola - ranhura ou aba existente no culote, onde se prende a garra do extrator para retirar o estojo da câmara.
(6) Alojamento da espoleta - orifício onde se aloja a espoleta.
(7) Bigorna - haste cônica existente no fundo do alojamento da espoleta, que se destina a permitir a compressão do misto iniciador por ocasião da percussão, presente apenas nos cartuchos que utilizam a espoleta Berdan. (8) Eventos - orifícios existentes no fundo do alojamento da espoleta que permitem a passagem da chama do misto iniciador para o interior do estojo.
O estojo tem três finalidades distintas: reunir os demais elementos do cartucho, proteger o propelente da umidade e dilatar-se por ocasião do disparo, evitando escapamento dos gases pela culatra. Temos diferentes tipos de culote (base), a saber: com aro, com semiaro, sem aro, cinturado e rebatido. Quanto ao corpo temos: cilindrico, cônico e garrafa.
2) Espoleta Montada no culote do estojo: consiste num envólucro de metal mole, contendo o detonante e uma bigorna. Ao ser percutida, a espoleta é comprimida, provocando uma chama que é transmitida ao propelente através dos eventos. Os tipos de espoletas mais comuns são: O sistema Boxer que possui uma bigorna em forma de estrela montada na própria espoleta e apenas um evento no centro do alojamento da mesma; o segundo tipo é o sistema Berdan, que tem a bigorna como parte integrante do estojo e geraImente 2 eventos existentes no alojamento da espoleta e o terceiro t erceiro é o de bateria, usado exclusivamente em cartuchos para espingardas.
Diversas substâncias foram utilizadas como detonantes nas espoletas, tais como, cloreto de potássio, sulfureto de antimônio e o fulminato de mercúrio. Atualmente, é utilizado principalmente o estifinato de mercúrio, não corrosivo, permitindo confeccioná-las de latão, como nos estojos. As espoletas de cartuchos de fogo circular são parte integrante do estojo, ficando o detanante colocado na parte interna da virola (aro ou gola).
3) Carga de projeção (propelente)
Genericamente conhecida como pólvora, a carga de projeção é responsável pela produção de gases; mediante sua combustão para expelir o projétil. Atualmente, usa-se a pólvora branca (sem fumaça) feita principalmente à base de nitrocelulose e nitroglicerina, sob as mais diversas formas como em tubos, cilíndricas, granuladas, esféricas.
4) Projétil Quando dizemos que um cartucho é de calibre .38, por exemplo, este número indica que o diâmetro do projétil tem 0,38 polegadas, ou ainda que o projétil tem "aproximadamente" este diâmetro.
Este calibre aproximado a que nos referimos é chamado de calibre nominal. O calibre real é a medida entre cheios opostos do cano da arma, no caso de serem pares o número de raias. Se o número de raias for ímpar, o calibre real será a medida entre um cheio e a raia diretamente oposta. Nas armas de alma lisa, o calibre real será a medida do diâmetro interno do cano. a) Classificação dos projéteis:
(1) Quanto ao uso:
(a) De uso essencialmente militar: leves;
Perfurantes: contém um núcleo de aço endurecido, perfuram blindagens Incendiários: o núcleo é uma mistura incendiária, provocam incêndios;
Explosivos: destruição - de alvos de pequeno porte; Traçantes: indicam a trajetória de tiro; Perfurante-incendiária; Perfurante-incendiário-traçante.
(b) De uso não essencialmente militar: Sólidos: uso geral; Jaquetados: uso geral; Expansivos: aumentam a transferência de energia do projetil provocando ferimentos mais graves e maior sangramento; Competição: produzidos sob rigoroso controle de qualidade, destinam-se a competições esportivas;
Sinalização: usados em operações de busca e salvamento; Fragmentável: uso policial, se desintegra ao atingir o alvo; Múltiplos: provocam múltiplos ferimentos, aumentando a possibilidade de acertar o alvo; são comumente usados em cartuchos que originalmente utilizam
projétil único. Chumbo para caça: é um tipo especial, destinado à caça e ao tiro esportivo, bem como para emprego policial à curta distância.
(2) Quanto ao material - de que é feito; feit o;
(a) Projéteis que utilizam um só tipo de material como o chumbo. Geralmente em liga com outros materiais, borracha (anti-tumulto), madeira (obsoleto), plástico (para treinamento), aço, cera, etc.
(b) Projéteis que utilizam mais de um tipo de material - são os jaquetados, ou seja, possuem uma cobertura chamada de blindagem, camisa ou jaqueta, feita geralmente de um metal mais duro do que o chumbo (latão, aço ou cobre) - muito empregados em armas automáticas e semi-automáticas, bem como em revólveres na configuração semi-jaquetada. Esta jaqueta diminui o coeficiente de atrito do projétìl nas raias do cano, aumentando sua velocidade de saída. Os projéteis jaquetados têm grande resistência às deformações, e consequentemente, tem grande poder de penetração, e deixam menos resíduos de chumbo na arma.
(3) Quanto à forma;
(a) Da ponta; (b) Da base; (c) Do corpo.
b) Projéteis de chumbo: São usualmente empregados em armas curtas.
(1) Formas de pontas;
defesa;
(a) Ogival: é o mais comum, sendo usado para fins militar, policial e de
(b) Canto-vivo: usado especificamente para tiro ao alvo. O cartucho possui cargas mais leves e o projétil corta um confete no alvo de papel, facilitando a apuração do resultado do tiro; (c) Semi canto-vivo: uso geral para defesa, caça e tiro ao alvo; (d) Cone truncado e ogival truncada: também para uso geral, tem muita aceitação entre praticantes de tiro prático (de combate), evitando falhas no carregamento devido ao seu formato; (e) Cônica: uso bastante restrito; (f) Ponta oca (Hollow Point): também conhecida como "bala Dundun", ajuda na expansão do projétil quando este atinge o alvo provocando ferimentos graves e dolorosos, aumentando o sangramento. É usado na defesa e para caça. Seu uso mititar foi proibido pela convenção de Genebra.
(2) Formas de base:
(a) Plana: uso geral; (b) Convexa: uso muito restrito; (c) Rebaixada: uso muito restrito; (d) Oca (hollow base): uso bastante difundido para tiro ao alvo. Os gases penetram na base oca, forçando uma melhor adaptação do projétil no raiamento, dando mais precisão ao tiro; t iro; (e) Bisotada: muito utilizada para recarga devido a sua facilidade de montagem e precisão; gases).
(f) Rebatida: para uso em projéteis com "gas cheek" (obturador de
(3) Formas de corpo: Os projéteis de chumbo, quando em contato com o raiamento da arma, tendem a deixar partículas de chumbo nas raias, bem como resíduos de pólvora. A estas partículas damos o nome de chumbamento. O chumbamento,
quando incorporado ao raiamento da arma, irá prejudicar o comportamento balístico do projétil, prejudicando a precisão do tiro, além de danificar a arma. Para controlar o chumbamento, os projéteis recebem canaleta em seu corpo, onde são colocados lubrificantes (graxas, parafinas, etc.) para evitar que partículas de chumbo fiquem aderidas no raiamento. Estas canaletas servem também para fixar o projétil no gargalo do estojo. Esta fixação do projétil no gargalo do estojo é chamado fechamento, ou engastamento, ou "crimp". O fechamento é necessário principalmente nos cartuchos de alta potência e nos destinados a armas com carregador tubular, uma vez que nestes carregadores os cartuchos se comprimem devido à ação da mola do carregador. O corpo do projétil é, evidentemente, cilíndrico, e em cartuchos de projéteis múltiplos, muito usados em cartuchos para armas de caça, que apresentam vários projéteis esféricos.
c) Projéteis jaquetados: Atualmente, as jaquetas destes projéteis são construídas com liga de cobre e níquel; cobre, níquel e zinco; cobre, zinco e estanho; e de aço, que nada mais é do que uma liga de ferro-carbono. Vamos declinar agora, as características de alguns tipos de projéteis jaquetados.
(1) Projétil jaquetado sólido: O núcleo (enchimento) dos projéteis jaquetados sólidos geralmente de chumbo, mesmo nos projéteis expansivos, uma vez que o chumbo Ihes confere o peso necessário para um bom desempenho balístico, além de se deformar com facilidade ao atingir o alvo, aumentando o poder de parada. A jaqueta pode ser ainda fechada na ponta e aberta na base nos projéteis sólidos, ou fechados na base e abertos na ponta nos projéteis expansivos. Os projéteis sólidos são utilizados para emprego militar, policial, defesa, competições e também para caça esportiva de animais de couro muito espesso ou ossatura pesada. Nos projéteis jaquetados sólidos de uso militar, o núcleo pode ter combinações de diversos tipos de materiais (aço, chumbo, misturas incendiárias, composições pirotécnicas, etc.), dependendo das finalidades para as quais se destinam.
c. Cartuchos para espingardas:
Antes de falarmos especificamente sobre os cartuchos para as espingardas, vamos esclarecer alguns pontos a respeito dessas armas, para entendermos melhor as características da munição.
1) Conceito:
Espingardas são armas de fogo portáteis, muito empregadas para caça e tiro ao vôo, de cano longo e alma lisa (sem raias). Este tipo de arma tem sido utilizado por forças policiais do mundo inteiro, mas com o cano bem menor, sendo comumente denominada de escopeta. As escopetas são utilizadas com o calibre 12 por ser o maior deles, oferecendo grande poder de parada e intimidação.
2) Calibres:
Como já dissemos anteriormente, os calibres das espingardas foram estabelecidos sem se basear em qualquer sistema convencional de medida. A seguir, temos a relação dos calibres existentes para as espingardas, com seus respectivos calibres reais:
3) Cartucho: O cartucho compõem-se genericamente de: espoleta, culote, estojo (de papelão ou plástico), propelente (pólvora), bucha e bagos de chumbo ou aço. a) Espoleta: responsável pela transmissão da chama para o propelente. Existem diversos tipos que influenciam no tiro. b) Culote e estojo: quando o estojo não é feito totalmente de metal, ele é engastado no culote que obrigatoriamente tem que ser resistente para obturar a câmara no momento do disparo. Nos últimos 20 anos, para baratear os cartuchos, empregou-se muito o papel e o plástico para fabricação de estojos, além de diferentes tipos de aços. Os cartuchos de aço e plástico têm a grande vantagem de não incharem quando molhados. A retenção das esferas de chumbo na parte superior do estojo pode ser efetuada através do fechamento tipo estrela ou tipo orlado. c) Bucha: tem por finalidade separar o propelente dos bagos de chumbo, bem como comprimir a pólvora, evitar escapamento de gases e evitar a deformação prematura dos bagos de chumbo. Pode ser feita de diversos tipos de materiais. O mais usado é o plástico. A bucha elástica e leve, de feltro,
abandona o chumbo logo, ao sair do cano e não altera a sua dispersão; a bucha dura, espessa e pesada, acompanha o chumbo para além do cano em distância e velocidade suficiente para perturbar a dispersão normal; a bucha quebradiça esmaga-se no cano e esfacela-se ao sair dele, misturando-se os seus fragmentos com o chumbo, diminuindo-Ihe o alcance, penetração e distribuição. d) Pólvora: existem também diversos tipos de pólvora para cartuchos, inclusive para fabricação de cartuchos magnum, muito mais potentes que os convencionais. É importante lembrar que até a proporção de pólvora em relação à quantidade de bagos de chumbo influencia o tiro. e) Bagos de chumbo: os chumbos usados para cartuchos variam geralmente de 1,25 mm a 8,50 mm de diâmetro. Existem ainda o tipo denominado balote ou bala ideal, que consiste em um projétil único, cilíndrico e com o diâmetro equivalente ao calibre da arma. Os tipos de chumbo são identificados por números convencionados, indicando o seu tamanho. São também, por vezes, indicados por letras ou números conjugados por letras, havendo uma variação enorme e confusa para distinguirmos uns dos outros.
1 - CULOTE
2 - ESTOJO
3 - PROPELENTE
4 - BUCHA
5 - BAGOS DE CHUMBO
6 - FECHAMENTO
7 - ESPOLETA
2.4 BALÍSTICA a. Conceitos: Balística é por definição a ciência que estuda o movimento dos projéteis. Seu estudo é dividido em: 1) Balística interior: compreende o estudo do comportamento do projétil desde o momento em que se inicia a detonação no misto fulminante até o momento em que o mesmo abandona a boca da arma. 2) Balística exterior: estuda o comportamento do projétil durante a sua trajetória desde o momento em que abandona o cano da arma até alcançar o alvo. 3) Balística terminal ou de efeitos: estuda o comportamento do projétil desde o momento em que atinge o alvo até o momento em que se detém.
b. Trajetória: O projétil quando sai do cano da arma após o disparo sofre a ação de uma série de forças: a força dos gases que Ihe imprimem uma velocidade num movimento de translação e uma velocidade angular (rotação) que Ihe permite vencer com maior facilidade o atrito do ar. Em oposição a estas forças atuam outras quais sejam: a força da resistência do ar e a força da gravidade. O resultado dessas forças todas fará com que o projétil descreva uma trajetória parabólica que será mais ou menos tensa de acordo com uma série de fatores, tais como: a inclinação do cano da arma no momento do disparo, a velocidade inicial do projétil que vai depender do comprimento do cano da arma, do propelente utilizado no cartucho, do formato e peso do projétil, etc. De posse desses dados, é possível calcular teoricamente a altura máxima que o projétil vai alcançar, o tempo gasto para atingir o alvo e a distância máxima que pode atingir.
c. Elementos da trajetória 1) Linha de tiro (LT): é a reta determinada pelo prolongamento indefinido do eixo do cano da arma; 3) Linha de mira (LM): é a linha reta imaginária que parte da alça de mira até a massa de mira da arma; 4) Linha de visada ( LV): é a linha de mira prolongada pr olongada até o alvo; 5) Alcance real (AR): é a distância compreendida entre a boca da arma e o ponto de chegada.
d. Alcance útil, alcance máximo e alcance prático 1) Alcance útil É a distância máxima em que um projétil poderá causar efeitos traumáticos em um homem, ou a distância máxima em que ele ainda possuirá uma energia equivalente a 13,6 kgm. Este é o valor estabelecido como o suficiente para se obter o poder de parada, pelo Campo de Provas da Marambaia (RJ) do Ministério do Exército.
2) Alcance máximo É o mesmo que alcance real, compreendido a distância entre a boca do cano da arma e o ponto de chegada do projétil.
3) Alcance com precisão (de utilização) Também chamado de alcance de utilização é o alcance em que um atirador experiente é capaz de atingir, com razoável grau de certeza, um quadro de 30 cm de lado, considerado como a área em que se situam os principais órgãos vitais do corpo humano.
4) Alcance prático A determinação dos alcances estudados anteriormente pressupõe a realização do tiro em condições ideais: temperaturas, condições do tempo, condições do terreno e condições técnicas e psicológicas do atirador.
O policial militar quando necessita empregar uma arma de fogo encontra-se em condições completamente adversas que influenciam diretamente no tiro. Daí, a necessidade de criarmos um conceito do alcance prático das armas de fogo. Entende-se por alcance prático a distância máxima em que o atirador, com experiência mediana, pode empregar uma arma de fogo, com possibilidade de efetuar um tiro preciso e com os efeitos desejados. e. Poder de Parada (Stopping Power) Poder de Parada ou “Stopping Power”, é a capacidade de determinado
projétil parar, neutralizar a ação ofensiva de um atacante, em seu curso de ataque, pondo-o fora de combate, incapacitando-o momentaneamente, com apenas um tiro, não sendo desejada a sua morte. O Stopping Power é determinado pela prática. Sua medida é feita em porcentagem de casos reais onde foram utilizados determinados tipos de munição e o indivíduo foi neutralizado com apenas 1 (um) tiro no combate. Por neutralização entende-se o fato de a vítima do tiro entrar em colapso antes de fazer algum disparo ou expressar alguma outra reação de ataque ou fuga. Os fatores que influenciam na determinação do poder de parada são a sua energia, que é variável conforme a massa do projétil, sua velocidade inicial, bem como a área da seção e o seu formato. Logicamente, projéteis que apresentam estes fatores em maiores proporções que os demais, terão um poder de parada maior. Não existe ainda um cálculo científico definitivo para a determinação exata do poder de parada dos projéteis, uma vez que existem vários fatores que influenciam o comportamento do projétil, bem como a reação da vítima sob condições diversas (porte físico, alcoolizados, drogados etc.). Segue abaixo uma relação de Stopping Power dos calibres utilizados para defesa, ou nos meios policiais, geralmente sendo aqueles utilizados em combates urbanos diários. MUNIÇÃO
TIPO
GRAINS
EFICIÊNCIA
.22 Long Rifle
CPO
32
34%
.380 ACP
EO
95
51%
.380 ACP
EPO
90
69%
.38 Special
CPO
158
77%
.38 Special
EPO
125
73%
9 mm Parabellum
EO
115
63%
9 mm Parabellum
EPO
147
76%
.40 S&W
EO
180
71%
.40 S&W
EPO
180
81%
* (Fonte: http://samjack.virtualave.net/armas/sphtm) Nomenclatura dos projéteis: CPO - Chumbo Ponta Oca EPO – Encamisado Ponta Oca EO – Encamisado Ogival
f. Tabelas balísticas 1) Tabela de equivalência aproximada entre os calibres: AMERICANO
INGLÊS
EUROPEU
.177
.177
4,5 mm
.22
.220
5,56 mm
.25
.250
6,35 mm
-
-
7,00 mm
.30
.308
7,62 mm
.32
.320
7,65 mm
-
-
9 mm
.38
.380
9,65 mm
.40
.440
10,01 mm
.44
.440
11,17 mm
.45
.450
11,43 mm
12
12
12 (18,5 mm)
2) Tabela balística dos calibres permitidos no Brasil: Br asil: PESO CALIBRE
VELOCIDADE
TIPO DE PROJETIL
.22 Silhueta .32 S & W .32 S & W Longo .38 SPL 7,65 mm (.32 ACP) 9 mm Curto (.380 ACP)
Ogival chumbo Ogival chumbo Ogival chumbo Ogival chumbo Semi-encamisada Cobreada Canto vivo Encamisada Encamisada
(GRAINS) 29 85 98 158 158 158 148 71 95
(mps) 260 215 238* 276 276 276 245 276 290
ENERGIA Kgm 6,5 13 18* 40 40 40 29 18 26
CANO (Pol) 24 3,9 5,3 7,71 4 3,75
* = Velocidade e Energia a 4,6m da boca do provete
3) Tabela de alcances de projéteis Calibre
Peso do Tipo do Comprimento Projétil Projétil cano (Pol)
.22 LE 2,59g
Chumbo
2 3
(m/s) B100 V5 m/s V100 (estimada) (Kgm)
257 268
187 198
4,6 5,2
Alcance Alcance Alcance Útil c/precisão (m) máximo
x x
50 50
1.200 1.200
(PR) Ponta redonda
.32 Longo 6,35 g
4 6 16,5 23
273 286 320 346
203 216 244 266
5,4 6,2 7,9 9,3
x x x x
50 75 100 100
1.200 1.200 1.300 1.300
3
170 180 233 224 239 244 263 345
132 142 178 205 220 255 241 315
5,6 6,5 10,25 22 25 26 30 51
x x 40 330 400 450 500 900
50 50 75 50 50 75 100 150
1.200 1.200 1.200 1.200 1.200 1.400 1.400 1690
Chumbo 4 (PR)
6 2 3 Chumbo .38 SPL 10,42 g (PR) 4 6 22
* (Campo de Provas da Marambaia - Exército Brasileiro)
4) Tabela de alcances práticos dos projéteis: ARMA Revólver Submetralhadora Carabina Ar Comp. Carabina Puma Escopeta Espingarda Cal 12 Pistola PT 92 Pistola PT 100 PARAFAL
TABELA TABELA DE AL ALCAN CANCE CE PR TICO CALIBRE DISTÂNCIA (m) .38 20 m 9 mm 10 m (Raj) (30 m) Interm. 4,5 mm m(.177 ) 10 m .38 50 m 12 10 m 12 30 m (SG/BI) 9 mm 25 m .40 25 m 7,62 mm 100 m
OBS.: Esta tabela foi definida baseando-se em experiências práticas da vida operacional do militar e das especificações técnicas de cada armamento.
3. ARMAMENTO UTILIZADO PELA PMES
3.1 MOSQUETÃO 7,62 mm Modelo 1968
1) O mosquetão constitui um aperfeiçoamento dos modelos anteriores e tem sua origem reportada ao século passado, mais precisamente em 1863, quando dois irmãos, os alemães Paul e Guilherme Mauser, projetaram um Fuzil de agulha, que evoluiu para um modelo -1965, no qual esta peça foi substituída por um percussor, alcançando bons resultados quanto a precisão e rapidez de tiro, conseguindo, ainda, o tão almejado trancamento perfeito no momento do disparo, evitando a perda de gases pelos lados do ferrolho, característica esta que individualizou e marcou o armamento Mauser.
2) O sistema de trancamento inventado pelos irmãos Mauser não adicionava nenhuma peça intermediária entre o ferrolho e o cartucho, o que acontecia com os fuzis Prussianos e Franceses da época, que se valiam de um anel de borracha, o qual se queimava com poucos disparos, tornando-se inservível. Fator preponderante para o sucesso do sistema trancamento, dos Fuzis Mauser, foi á utilização dos cartuchos metálicos em substituição aos cartuchos de papel, até então largamente utilizados. A primeira arma que deu fama ao nome Mauser, foi o modelo 1871, tendo sido adotado pelo exército alemão em substituição ao Fuzil de agulha Dreyse.
3) CARACTERÍSTICAS: a) DESIGNAÇÃO: DESIGNAÇÃO: (1) Nomenclatura: mosquetão cal 7,62 mm modelo 1968; (2) Indicativo militar: mq 7,62 mm m 968;
b) CLASSIFICAÇÃO: (1) Quanto ao tipo: portátil; (2) Quanto ao emprego: individual; (3) Quanto à alma do cano: raiada 04(quatro) raias, à direita; (4) Quanto ao sistema de carregamento: retrocarga; (5) Quanto à refrigeração: a ar; (6) Quanto à alimentação: manual, através de um carregador metálico tipo lâmina, com capacidade para 05 cartuchos; (7) Quanto ao sentido de alimentação: de cima para baixo; (8) Quanto ao funcionamento: de repetição; (9) Quanto ao princípio de funcionamento: ação muscular do atirador. 4) APARELHO DE PONTARIA: PONTARIA: a) Alça de mira: tipo tambor com 05 (cinco) visores (200 a 600 metros);
b) Massa de mira: tipo seção retangular, com anel protetor. 5) DADOS NUMÉRICOS: a) Calibre: 7,62 mm; b) Alcance prático: 200 metros;
6) MUNIÇÕES UTILIZADAS: Utiliza o cartucho 7,62 mm: a) Munição de manejo: é destinada exclusivamente à instrução do pessoal, no manejo do mecanismo de repetição e de tiro, para carregar e descarregar e disparar a arma. b) Munição de festim: destinados aos exercícios de fogos simulados e às salvas previstas nos regulamentos militares. c) Munição real: é um cartucho mais potente, com uma carga normal de pólvora, utilizado no emprego operacional, com projétil pontiagudo ogival. d) Munição recarregada: com carga de projeção dimensionada para treinamentos e competições. 7) DIVISÃO PRINCIPAL Para efeito de estudo, o Mosquetão 7,62 M968 divide-se em 07 partes: a) Cano com aparelho de pontaria; b) Caixa da culatra; c) Mecanismo da culatra (ferrolho); d) Mecanismo de repetição (depósito); e) Coronha e Telha; f) Sabre e Bainha; g) Guarnições e Acessórios.
8) MANEJO
a) É o conjunto de operações simples, necessárias ao emprego da arma no tiro. Compreende:
(1) ABERTURA DA CULATRA:
Segura-se a arma com a mão esquerda e com a mão direita gira-se a alavanca de manejo para a esquerda até 90 graus; em seguida puxa-se o ferrolho para trás.
(2) ALIMENTAÇÃO: Com a mão direita introduz-se um carregador no receptor do carregador, pressionando os cartuchos com o polegar até que todos tenham entrado no depósito.
(3) CARREGAMENTO: Com a mão direita novamente segura-se a alavanca de manejo, empurrando-se a seguir o ferrolho à frente; este, por sua vez, empurrará um cartucho para dentro da câmara; em seguida gira-se a alavanca 90 graus á direita. Nessa situação a arma já está engatilhada.
(4) DISPARO: Apontada a arma, o atirador desfecha o tiro puxando para trás a tecla do gatilho.
(5) EXTRAÇÃO E EJEÇÃO DO ESTOJO:
Após executado o tiro, segura-se a arma com a mão esquerda e procede-se como descrito no item “1” (abertura da culatra). Quando o ferrolho é puxado
para trás processa-se automaticamente a ejeção do estojo.
(6) TRAVAMENTO DA ARMA: Após executado o engatilhamento da arma, conforme os itens “1” e “3”, gira-se
à direita a asa do registro de segurança.
(a) MEIA TRAVA: é o giro de 90 graus da asa do registro de segurança; nesta situação a arma não dispara e a culatra pode ser aberta. (b) TRAVA COMPLETA: é o giro de 180 graus da asa do registro de segurança; nesta situação, a arma não dispara e a culatra não abre. (7) DESTRAVAMENTO: Para destravar a arma, rebate-se a asa do registro de segurança à esquerda. (8) ESVAZIAMENTO DO DEPÓSITO:
Avança-se e recua-se o ferrolho, sem fechar a câmara, tantas vezes quantos são os cartuchos existentes no depósito, amparando-se com o polegar da mão esquerda acima da abertura de carregamento, para evitar que os cartuchos caiam por terra.
(9) DESENGATILHAMENTO: DESENGATILHAMENTO:
Para fechar a culatra desarmando ao mesmo tempo o percussor basta puxar a tecla do gatilho com o dedo indicador direito e simultaneamente girar a alavanca com o polegar da mesma mão.
9) RELAÇÃO DE PEÇAS DO MOSQUETÃO
RELAÇÃO DAS PEÇAS DO FUZIL ITEM 01
DENOMINAÇÃO EXTRATOR
ITEM 11
DENOMINAÇÃO TECLA DO GATILHO
02 03
FERROLHO PERCUSSOR
12 13
04
MOLA DO PERCUSSOR
14
05 06 07 08 09
REGISTRO DE SEGURANÇA 15 RECEPT REC EPTOR OR-GU -GUIA IA D DO OC O 16 C O CO COM NO NOZ 17 EJETOR 18 RETÉM DO FERROLHO 19 RETÉM DO RECEPTOR GUIA DO 20 CÂO COM MOLA
10
CAIXA DACULATRA TRANSPORTADOR GATILHO INTERMEDIÁRIO MOLA DEP SITO FUND FUNDO O DO DE DEP P SITO SITO MOLA DO TRANSPORTADOR CORONHA CANO TELHA
COM
10) INCIDENTES DE TIRO TIPO
CAUSAS CORREÇ ES Sujidade, falta de lubrificação ou presença Lubrificar, limpar ou tirar os de corpos estranhos. corpos estranhos. EMPERRAMENTO Incompleto atarrachamento do receptor Retirar o ferrolho e atarrachar o guia do cão ao cilindro do ferrolho. receptor corretamente. Ponta do percussor gasta ou quebrada, bem como, a mola do percussor fraca ou Substituir a peça com defeito. quebrada. NEGAS Munição defeituosa (cápsula ou estojo) Substituir a munição. Excesso de lubrificação Corrigir a manutenção. Substituir o extrator; caso o estojo FALTA DE Garra do Extrator quebrada ou gasta. tenha ficado preso na câmara, EXTRAÇÃO. introduzir duas varetas de limpeza no sentido boca câmara. FALTA DE Mola do ejetor quebrada ou ejetor gasto Substituir a peça em seu estado. EJEÇÃO ou quebrado.
11) EMPREGO OPERACIONAL O Mosquetão é uma arma que deverá ser utilizada quando a situação exigir um tiro de muita precisão, longo alcance (acima de 100 (cem) metros) e de grande poder de penetração. Podemos citar como exemplo, dessas situações, marginais entrincheirados e homiziados, captura de marginais em zonas rurais e criminosos de extrema periculosidade, defesa de aquartelamento no serviço de sentinela, ocupação de pontos estratégicos, sensíveis e vulneráveis.
Em princípio, devemos evitar o seu uso em zona urbana, devido ao grande alcance e poder de penetração dos projéteis de tais armas. 12) CONDUÇÃO DA ARMA a) Pelo Militar: Nessas circunstâncias, de acordo com avaliação do terreno e com a particularidade da missão, a arma será conduzida em bandoleira, tira-colo, cruzada, ou na mão.
b) Em Viatura: Para se conduzir o Fuzil em viatura, recomenda-se utilizar uma capa de couro apropriada para o transporte de arma longa, de modo que a alavanca do ferrolho mantenha-se voltada para baixo, quando estiver na posição horizontal. Nesta ocasião o Fuzil deverá estar com todos os seus acessórios (cobre-mira, guarda-fecho, etc.). Caso a arma venha a ser conduzida na viatura, individualmente, por cada homem, considerando-o assentado, recomenda-se
transportá-la entre as pernas e segurar com as duas mãos na altura da braçadeira inferior.
3.2 REVÓLVER Cal .38
a. Apresentação O termo “revólver” indica “revolução”, ou seja, um movimento de rotação em
torno de um eixo. Assim, podemos conceituar revólver como sendo uma arma de fogo curta, dotada de várias câmaras que giram em torno de um eixo, para alinhar a câmara que contém o cartucho a ser disparado com um cano. O primeiro revólver com características dentro da moderna concepção foi construído por Samuel Colt, por volta de 1836. Posteriormente, outros inventores empenharam-se na fabricação de revólveres, destacando-se o inglês Adans, que foi um grande concorrente de Colt. Posteriormente, os revólveres passaram a ser fabricados de movimento duplo, ou seja, eles funcionavam tanto em ação dupla, quanto em ação simples. Os revólveres modernos são geralmente fabricados em movimento duplo. O revólver é uma arma muito bem aceita pela Forças de Segurança do mundo inteiro, devido a sua variedade de calibres, simplicidade, robustez e fácil manutenção.
b. Características A PMES adota modelos de revólveres no calibre .38, com capacidade para 5, 6 ou 7 cartuchos, fabricados pelas Forjas Taurus S.A (Porto Alegre - RS) e pelas indústrias Amadeo Rossi S/A (São Leopoldo - RS). De um modo geral, os revólveres adotados pela PMES são muito semelhantes em diversos aspectos, diferindo em alguns pontos, tais como: fabricante, comprimento e espessura do cano, capacidade do tambor, algumas peças do mecanismo interno, mecanismo de segurança, sistema de percussão, etc. Pelos motivos acima delineados, iremos estudar o revólver genericamente, indicando algumas diferenças.
1) DESIGNAÇÃO: a) Nomenclatura: Revólver (marca) cal. .38... (modelo)
b) Indicativo militar: Rv (marca) .38... (modelo)
2) CLASSIFICAÇÃO C LASSIFICAÇÃO::
a) Quanto ao tipo: de porte b) Quanto ao emprego: individual c) Quanto à alma do cano: raiada, variando entre número (5 ou 6) e sentido (à direita ou à esquerda) de acordo com o modelo d) Quanto ao sistema de carregamento: retrocarga e) Quanto à refrigeração: a ar. f) Quanto à alimentação: manual, possuindo capacidade para 5, 6 ou 7 cartuchos (conforme modelo), podendo ainda utilizar- se o “Spead Load” (carregador que permite introduzir todos os cartuchos no tambor de uma só vez). g) Quanto ao sentido de alimentação: de trás para frente. h) Quanto ao funcionamento: de repetição. i) Quanto ao princípio de funcionamento: ação muscular do atirador.
3) APARELHO DE PONTARIA: Alça de mira e massa de mira
a) Alça de mira: tipo entalhe, podendo ser regulável ou fixa, dependendo do modelo. b) Massa de mira: seção retangular, fixa. c) Comprimento do cano: o comprimento padrão é de 101,6 mm (4”), existindo outros modelos variando entre 50,8 mm (2”), 76,2 mm (3”), 127 mm (5”), e 152,4 mm (6”) para tiro ao alvo.
d) Alcance máximo: 1.400 metros. e) Alcance prático: 20 metros.
c. Munições utilizadas 1) Munição de manejo: é o cartucho com projétil, mas sem carga ativa. É utilizado para instrução de manejo com o revólver. 2) Munição de festim: utilizado para treinamento de tiro em pistas alternativas.
3) Munição recarregada: cartuchos com carga normal e projéteis de chumbo, para treinamento. 4) Munição real: cartuchos .38 SPL com projétil ogival, sólido, de chumbo, para emprego operacional.
d. Desmontagem O revólver não deve ser desmontado pelo usuário e sua manutenção restringe-se à limpeza das partes externas e interior do cano e câmara. A desmontagem somente será realizada por pessoal técnico capacitado.
e. Vista explodida da arma
ITEM DENOMINAÇÃO 01 VARETA DO EXTRATOR 02 HASTE CENTRAL (MERGULHADOR) (MERGULHADOR) 03 MOLA DA HASTE CENTRAL 04 EXTRATOR 05 TAMBOR 06 MOLA DO EXTRATOR COM MOLA (ANEL) 07 SUPORTE DO TAMBOR 08 PLACA DA CORONHA 09 PERCUSSOR (PERCUTOR) COM MOLA) 10 DEDAL SERRILHADO 11 ARMAÇÃO 12 CANO 13 PRESILHA – RETÉM COM MOLA
ITEM 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
DENOMINAÇÃO PARAFUSO DO RETÉM DO TAMBOR COM PINO RETÉM DO TAMBOR MOLA REAL COM HASTE E BUCHA FERROLHO COM PINO E MOLA CALÇO DE SEGURANÇA RODA DENTADA IMPULSOR DO GATILHO COM MOLA IMPULSOR DO TAMBOR PLACA LATERAL CÃO ALAVANCA DE ARMAR GATILHO PONTEIRO
f. Funcionamento da arma O estudo do funcionamento do revólver resume-se em se estudar os sistemas de engatilhamento da arma:
1) AÇÃO SIMPLES Neste caso, o atirador empunhando a arma, com o polegar agirá sobre a crista serrilhada do cão e fará com que o mesmo gire para trás. 2) AÇÃO DUPLA Ao acionar a tecla do gatilho, o dente posterior superior do gatilho agirá sobre a alavanca de armar, obrigando o cão a recuar.
g. Mecanismo de segurança Devido à particularidade do revólver estar sempre em condições de disparo, bastando apenas que a arma esteja carregada e que o atirador acione a tecla do gatilho para alinhar a câmara que contém o cartucho a ser disparado com o cano, diversos mecanismos de segurança foram inventados pelos fabricantes, para evitar os indesejáveis disparos acidentais. Os primeiros revólveres praticamente não dispunham de nenhum dispositivo de segurança. Alguns apresentavam o percussor fixo e o cão não recuava em sua posição de repouso, ficando constantemente em contato com a espoleta, o que aumentava a possibilidade de um disparo acidental à qualquer pancada sobre o cão. Outros tinham o tambor completamente livre, ficando preso pelo retém somente no momento do disparo. Alguns fabricantes acrescentaram às armas “travas de segurança” manuais, as quais
tinham a função de bloquear o cão ou prender o tambor. Estas travas tornaram-se obsoletas com o desenvolvimento de outros mecanismos de segurança e o calço de segurança consiste basicamente em que o primeiro bloqueia o mecanismo interno da arma no seu todo ou em parte, e o segundo apenas evita o disparo em determinada situação. O revólver, para ser disparado, necessariamente tem que ter um cartucho na câmara, a tecla do gatilho tem que ser acionada e o cão tem que ir à frente pela ação da mola real de modo a permitir que o percussor aflore o seu orifício de passagem. Baseando-se no princípio de que a principal peça do mecanismo do revólver é o gatilho, os fabricantes desenvolveram alguns tipos de mecanismos de segurança que estudaremos a seguir:
MODELO
1952/1966
1974
Trava Automática
Cremalheira trava
1982 com Roda Dentada
1985 Barra de percussão
com trava COMANDO Impulsor tambor FUNÇÃO
do Impulsor do Gatilho
Obstacular o cão Obstacular o cão
Impulsor do Tambor Gatilho Obstacular o cão
Elo de ligação entre o cão e o percussor
h. Manejo 1) ALIMENTAÇÃO Empunhando o revólver com a mão direita, com o polegar direito levar o dedal serrilhado à frente. Com os dedos anular e médio da mão esquerda, empurrar o tambor à esquerda, rebatendo-o. Estes dedos deverão segurar o tambor durante a alimentação, e a arma deverá estar apontada para baixo, ou voltada para um caixão de areia. Os dedos mínimo e indicador da mão esquerda deverão segurar a arma próximo ao cão e ao cano respectivamente. Em seguida, introduzir nas câmaras com a mão direita, girando o tambor com os dedos anular, médio e polegar da mão esquerda.
2) CARREGAMENTO
Terminada a alimentação, desloque suavemente o tambor para dentro da armação com a mão esquerda, empunhando o revólver com a mão m ão direita.
3) ENGATILHAMENTO:
Pode ser efetuado por dois processos: a) AÇÃO DUPLA: acionar a tecla do gatilho com o dedo indicador.
b) AÇÃO SIMPLES: sem colocar o dedo indicador na tecla do gatilho, levar o polegar da outra mão à crista serrilhada do cão e trazê-lo à retaguarda até que fique preso pelo entalhe de engatilhamento.
4) PONTARIA: Consiste em dirigir a linha de visada para o alvo desejado. No tiro de ação dupla, esta operação ocorre simultaneamente com o engatilhamento.
5) DISPARO:
No tiro de ação dupla, consiste na ação continuada do dedo indicador sobre a tecla do gatilho, e na ação simples basta acioná-lo suavemente. Obs: os revólveres Taurus podem ser encontrados com dois tipos de sistemas de percussão: a percussão direta, utilizada até 1980, que consistia em um percutor oscilante solidário ao cão, e percussão indireta, a partir de 1980, utilizando percutor flutuante embutido na armação da arma.
6) EXTRAÇÃO E EJEÇÃO: Procede-se inicialmente como se fosse alimentar a arma. Tendo rebatido o tambor e segurado a arma da maneira correta, com o polegar esquerdo, pressiona-se a vareta do extrator, colocando-se a mão direita abaixo do tambor para amparar os cartuchos extraídos e ejetados.
7) PARA DESENGATILHAR EM AÇÃO SIMPLES: S IMPLES: Uma vez engatilhado, o revólver já se encontra em condições de disparo, porque a câmara que contém o cartucho a ser disparado está rigorosamente alinhada com o cano. Portanto, o desengatilhamento é uma operação delicada, devendo ser cercada das cautelas a seguir:
a) apontar a arma para um local seguro; b) com o polegar da mão contrária à que está empunhando a arma, segurar o cão à retaguarda pela sua crista crist a serrilhada; c) com o dedo indicador, acionar a tecla do gatilho apenas o suficiente para liberar o cão; d) retirar o dedo indicador da tecla do gatilho; e) levar o cão suavemente à frente até sua posição de repouso, r epouso, com o polegar.
i. Inspeção preliminar Ao receber ou passar o revólver para alguém, verifique se ele está carregado, rebatendo o tambor à esquerda. Em seguida, verifique a arma externamente, observando-se:
1) LIMPEZA DAS PARTES EXTERNAS, bem como presença de resíduos ou objetos que estejam obstruindo o cano e as câmaras; 2) INEXISTÊNCIA OU MAU ATARRAXAMENTO DE PARAFUSOS, com atenção especial para o dedal serrilhado, parafuso-retém do suporte do tambor, parafuso do retém do tambor e vareta do extrator;
3) ENGATILHAMENTO NA AÇÃO SIMPLES E NA AÇÃO DUPLA; 4) RETENÇÃO DO TAMBOR, quando a arma estiver em repouso ou engatilhada. nestas situações, se o tambor girar livremente, indica que o retém do tambor está com algum defeito; 5) ESTADO DO PERCUSSOR, verificando se este não está quebrado ou apresenta rebarbas;
6) PERFEITA FIXAÇÃO DAS PLACAS DA CORONHA; 7) ASPECTOS DE SEGURANÇA:
a) Com o revólver descarregado e o tambor fechado, engatilhar o cão. Mantendo o cão atrás pelo dedo polegar, acionar a tecla do gatilho somente o suficiente para provocar o desengatilhamento. Verificado o desengatilhamento, retirar o dedo da tecla do gatilho e levar o cão suavemente até metade de seu percurso pelo polegar. Em seguida, solta-se o cão, deixando-o avançar. Se o percussor aflorar o seu orifício de passagem, o cão, o impulsor do gatilho ou o calço de segurança, estão defeituosos. b) Engatilhar a arma e desengatilhá-la, conduzindo o cão à frente com o polegar, mantendo a tecla do gatilho pressionada. Observar se o percussor aflora o seu orifício de passagem. Se isto não ocorrer, significa que o sistema de percussão está com defeito em alguma peça. Ao liberar o gatilho e o cão, o percussor deverá retrair-se imediatamente.
j. Emprego operacional O revólver é uma arma largamente utilizada no serviço operacional, sofrendo restrição apenas para alguns tipos de policiamento, tais como; eventos esportivos, shows, operações de choque, etc. O militar somente deverá sacar o seu revólver nos casos de legítima defesa e perigo iminente, tais como; ocorrência envolvendo marginais armados, incursões em locais perigosos e cobertura a ação de um companheiro. São procedimentos proibidos ao militar: executar disparos de intimidação, retirar sua arma do coldre para exibi-la ou brincar, ameaçar sacá-la com gestos ou palavras, por pretextos fúteis, atirar em locais de grande fluxo de pessoas.
Durante o policiamento, cuidados especiais devem ser observados pelo militar, quais sejam: somente engatilhar a arma ou colocar o dedo na tecla do gatilho quando tiver certeza que vai disparar; fora desta situação, o dedo indicador deverá ficar distendido na armação; nunca apontar a arma para alvo que não queira atingir, evitar transpor obstáculos empunhando a arma; jamais tocar no cão ou tecla do gatilho estando a arma no coldre e sempre sacá-la sem levar o dedo na tecla do gatilho. Em qualquer circunstância, o militar sempre deverá tratar o revólver como se estivesse carregado e pronto para o disparo; antes de uma limpeza verifique se o mesmo está descarregado e nunca puxe uma arma em sua direção pelo cano.
l. Condução da arma O militar deverá conduzir o revólver em seu coldre, preso pelo cordão regulamentar que também serve para prender o apito. Recomenda-se que o coldre esteja preso à coxa, amarrado por tiras de couro. Tal procedimento ameniza a oscilação da arma se o militar tiver que perseguir alguém ou transpor obstáculos. Atenção especial deverá ser dispensada à presilha do coldre que deverá fixar firmemente a arma. Estando o revólver no coldre, este não deverá servir de apoio para a mão do policial, e tampouco ele deverá ficar brincando com a presilha que rapidamente perderá sua pressão, ficando relaxada. Quando estiver de serviço em trajes civis, o militar conduzirá o revólver em coldres que permitam uma eficiente ocultação, sem prejudicar demasiadamente seus movimentos. Recomenda-se, nestes casos, utilizar revólveres de pequena dimensões, em coldres adequados. No transporte de várias armas em viaturas, estas deverão estar devidamente acondicionadas em cunhetes, de forma a evitar pancadas que possam danificar suas peças, especialmente as do aparelho de pontaria. Quando o militar tiver que conduzir o revólver em uma das mãos, no interior dos quartéis ou nos estandes, sempre deixá-lo descarregado, com o tambor rebatido à esquerda e segurando-o firmemente pela ponte de armação.
m. Incidentes de tiro mais comuns INCIDENTES NEGA
CAUSAS Munição defeituosa Ponta do percussor quebrado Rebarba ria ponta do percussor Orifício de passagem do percussor obturado
Dente posterior superior do gatilho quebrado Não engatilha por Dente anterior quebrado nenhum processo Mergulhador com a ponta gasta Não engatilha na Entalhe da noz agsta ação simples Dente superior posterior gasto
CORREÇOES Substituir a mundo Substituir o percussor Retirar a rebarba Desobturar o orifício passagem do percussor Substituir o gatilho Substituir o gatilho Substituir o mergulhador Substituir o cão Substituir o gatilho
de
Não engatilha ação dupla
na
Não desengatilha Apresentação defeituosa O tambor Armação não extrai
Alavanca de armar quebrada Dente posterior inferior quebrado (o engatilhamento não será completo) Mola do cão quebrada ou solta Retém do tambor gasto ou quebrado Orifício onde se aloja o retém do tambor obturado Dente do impulsor do tambor quebrado ou gasto Dente para o impulsor gasto Haste guia não está toda atarachada Corpo estranho no alojamento do cartucho Cartucho defeituoso
Substituir a alavanca de armar Substituir o gatilho Substituir a mola do cão Substituir o retém do tambor Desobturar o orifício onde se aloja o retém do tambor Substituri o impulsor do tambor Substituir o extrator Atarraxa-la Remover o corpo estranho Substituir o cartucho
3.3 PISTOLA SEMI-AUTOMÁTICA a. Pequeno Histórico Este tipo de arma foi idealizada a partir do final do século passado quando Hiram Maxim (1840-1916) desenvolveu em 1883 a primeira arma automática - uma metralhadora. Esta arma utilizava a ação dos gases para ciclar a ação e colocar outro cartucho na câmara.
Logo após, um americano, Hugo Borchardt, em 1893, desenvolveu um protótipo de arma muito estranho, sem praticidade, que seria esquecida se um seu discípulo, o alemão George Luger, não refinasse a idéia. Ele criou um arma que, até hoje, é vista com respeito: a pistola P 08 (ano que foi adotada no Exército Alemão - 1908 ), que lhe deu fama e notoriedade mundial.
A primeira pistola de importância foi criada em 1896, por outro alemão, Peter Paul Mauser e foi designada como C 96 e tinha como particularidades um cabo como o de vassoura e carregador de dez tiros, à frente do gatilho. O próximo grande passo foi dado por John Moses Browning, um americano que a partir de 1899 projetou várias armas, sendo uma delas adotada em 1911 pelo Exército Americano: a Colt Governamental mod 1911 em calibre .45 ACP. Esta arma existe até hoje, tendo sido copiada por diversas fábricas de vários países. No Brasil vem sendo produzida pela Industria Brasileira de Material Bélico - Imbel. As pistolas modernas seguem, basicamente, o desenho de Browning, tendo sido feita algumas modificações. A principal delas é quanto à ação do cão/gatilho. Na Colt, o atirador, para efetuar o primeiro disparo, estando a arma carregada e o cão na posição “batido”, necessita realizar um prévio engatilhamento - a chamada ação simples. Modernamente, as pistolas possuem sistema de ação dupla, bastando que, estando carregada e o cão na posição de descanso, apenas se acione o gatilho para que se proceda o disparo.
Recentemente a Polícia Militar do Estado do Espírito Santo adotou a Pistola Taurus calibre .40 S&W como arma de dotação regulamentar. Acredita-se numa natural evolução, onde as vantagens deste tipo de arma serão levadas cada vez mais em consideração na dotação de nosso armamento, em substituição gradual, mas inevitável ao revólver.
b. Nomenclatura Pistola Taurus calibre .40 S&W modelo PT 100 AF-D
Pistola Taurus calibre 9mm S&W modelo PT 92 Pistola Taurus calibre .40 S&W modelo PT 24/7 ou PT 640
c. Classificação 1) Quanto ao Tipo: de porte 2) Quanto ao Emprego: individual 3) Quanto à alma do cano: raiada, 06 (seis) raias à direita 4) Quanto ao Sistema de carregamento: retrocarga 5) Quanto à refrigeração: a ar 6) Quanto à alimentação: carregador metálico tipo cofre, capacidade 11(onze) cartuchos.
d. Aparelho de Pontaria 1) Alça de Mira: fixada ao ferrolho 2) Massa de Mira: quadrada, integrando o ferrolho
e. Munições Utilizadas A Pistola .40 utiliza munição jaquetada de latão, que envolve o projétil de núcleo de chumbo.
f. Principais Componentes
g. Desmontagem 1) Premer o botão localizado próximo ao guarda-mato e retirar o carregador, assegurando-se que não existe cartucho na câmara; 2) Com o indicador da mão esquerda, premer o botão do retém da alavanca de desmontagem e ao mesmo tempo, com o dedo polegar, girar a alavanca, no sentido horário;
3) Deslizar o conjunto ferrolho/cano para frente até liberá-lo da armação; 4) Comprimir levemente a guia da mola recuperadora com sua respectiva mola, levantando o conjunto e retirando-o cuidadosamente;
5) Comprimir o mergulhador m ergulhador do bloco de trancamento; 6) Retirar o conjunto cano-bloco de trancamento do ferrolho.
h. Montagem 1) Para a remontagem da arma, proceder de forma inversa a da desmontagem, atentando para os detalhes abaixo:
a) O impulsor da trava do percussor deve estar abaixado no momento de montar o ferrolho na armação; b) Antes de girar a alavanca de desmontagem, o ferrolho deve estar perfeitamente alinhado com a parte posterior da armação.
i. Manejo 1) Antes de manuseá-la verifique se não está carregada. Observe a seqüência: a) Aperte o retém do carregador para extraí-lo; b) Puxe o ferrolho para trás e verifique a existência de cartuchos na câmara que deve ficar vazia; c) Repita esta última operação pelo menos duas vezes sempre apontando para uma direção segura;
2) Para usar a pistola realize a seguinte operação:
1. Comprima com o polegar polegar o botão do retém do carreg carregador, ador, localizado próximo ao guarda-mato e retire o carregador (figura 1);
Figura 1
2. Com uma das mãos segure o carregador e com a outra introduza os os cartuchos um a um, pressionando-os para baixo e para trás. Uma vez carregado, introduza o carregador na pistola até que fique preso pelo retém do carregador (figura 2);
Figura 2
3. S egure a pistola com uma das mãos, mantendo o dedo longe do gatilho. Com a outra mão puxe o ferrolho para trás até o batente, soltando-o a seguir. O Ferrolho irá então para a frente, impulsionado pela Mola Recuperadora, introduzindo um cartucho na câmara (figura 3);
Figura 3
4. A pistola está engatilhada e pronta para atirar, através do acionamento do gatilho. Após o tiro, o ferrolho, impulsionado pela pressão dos gases, retrocederá para ejetar o estojo e carregar novo cartucho. Novamente a pistola estará pronta para atirar. Após a detonação do último cartucho, o ferrolho ficará recuado e imobilizado pela ação do retém do ferrolho sobre o mesmo. Para que volte a sua posição normal, pressione para baixo o retém do ferrolho localizado na zona imediatamente acima da placa esquerda do cabo (figura 4);
F
igura 4
5. Em caso de interrupção dos tiros antes do último cartucho ser detonado, desengatilhe a arma e coloque-a na condição travada (figura 5);
Figura 5
6. Para descarregar a pistola, retire o carregador e puxe o ferrolho até o seu batente para extração do cartucho que se encontra na câmara. Libere então o ferrolho até que volte à sua posição de repouso (figura 6);
Figura 6
j. Mecanismos de Segurança Segurança 1) Trava do Percussor: Fica permanentemente bloqueando o percussor, impedindo o seu deslocamento à frente, o que poderia ocasionar disparos acidentais, caso o ocorresse uma queda da arma. A trava do percussor somente é liberada no estágio final do acionamento do gatilho. 2) Registro de Segurança: Ao ser acionado para cima, trava simultaneamente o cão e a armadilha (figura 7);
Figura 7
l. Lembrete Importante Nas pistolas semi-automáticas, ao ser fazer a retirada do carregador, devemos conferir se há munição na “agulha” (câmara), pois ao fazer o manejo do ferrolho, uma munição é levada para a câmara, ficando a arma em condições de disparo. Quando um cartucho está alojado na câmara, a extremidade do extrator fica saliente, revelando uma marca vermelha. Assim é possível controlar visualmente ou pelo tato, a existência de cartucho na câmara, sem 8). necessidade de recuar o ferrolho (figura 8).
Figura 8
3.4 CARABINA TAURUS CALIBRE .40 S&W MODELO CT 40 SUBMETRALHADORA TAURUS CALIBRE .40 S&W MODELO MT 40
a. APRESENTAÇÃO É uma arma leve, de fácil manejo e de cômoda utilização, que utiliza carregadores de 10 ou 30 cartuchos. O seletor de tiro é ambidestro. O ferrolho com percussor flutuante facilita a realização de tiros de precisão. O ferrolho fica aberto no último tiro permitindo ao atirador que perceba que a munição acabou. Ao colocar um novo carregador e acionando o retém do ferrolho, a arma estará novamente em condições de prosseguir atirando. O conjunto de miras facilita o enquadramento do alvo, com um tambor de vértice aberto para curtas distâncias e orifícios para distâncias maiores. O cano é dotado de quebra-chama, cuja função é dissipar a chama da explosão, na saída do projétil. No caso da submetralhadora pode ser selecionada para tiro único, até 3 (três) disparos de rajada ou rajada completa. As armas da PM serão adquiridas com bloqueador de rajadas.
b. CARACTERÍSTICAS 1) DESIGNAÇÃO Nomenclatura: Carabina Taurus calibre.40 S&W Modelo CT 40. 40
Submetralhadora Taurus calibre .40 S&W Modelo MT
2) CLASSIFICAÇÃO a) Quanto ao tipo: portátil; b) Quanto ao emprego: individual; c) Quanto à alma do cano: raiada, 06 (seis) raias, a direita; d) Quanto à refrigeração: a ar; e) Quanto à alimentação: carregador com capacidade para 10 ou 30 cartuchos;
f) Quanto ao funcionamento: semi-automático (Carabina) e automático (Submetralhadora);
3) APARELHO DE PONTARIA a) Alça de mira: tambor regulável, aberto a 50 metros e com orifícios para 100 e 150 metros; b) Massa de mira: regulável em altura.
4) DADOS NUMÉRICOS a) Calibre: .40 S&W ; b) Peso: 3.305 g (Carabina) e 3.705 g (Submetralhadora) ; c) Comprimento do cano: 410 mm (Carabina) e 200 mm (Submetralhadora); d) Comprimento da arma com coronha fixa: 890 mm (Carabina) e 677 mm (Submetralhadora); 5. Em ambos os casos casos o seletor de tiro é ambidestro. ambidestro. A diferença está nas nas posições do seletor: Carabina S – segurança POSIÇÃO SELETOR
DO 1 – tiro a tiro
Submetralhadora S – segurança 1 – tiro a tiro L – rajada limitada F – rajada completa
A cadência dos disparos na Submetralhadora é de aproximadamente 1.200 tiros por minuto.
5) RELAÇÃO DE PEÇAS
c. MUNIÇÕES UTILIZADAS 1) Munição de manejo: é o cartucho com projétil, mas sem carga ativa. É utilizada para instrução de manejo com a Carabina. 2)
Munição recarregada: são cartuchos com carga normal e projéteis jaquetados para treinamento. Não utilizar munição de ponta de chumbo.
3) Munição real: utiliza munição jaquetada e ponta plana (não utilizar munição expansiva).
d. MECANISMO DE SEGURANÇA
Ambas possui um registro de segurança na posição “S” que trava a tecla do gatilho.
e. MANEJO 1) Travar a arma; 2. Retirar o carregador; 3. Executar dois golpes de segurança, trazendo o ferrolho à retaguarda; 4. Inspeção visual no interior do cano e da câmara para verificar a existência de munição; 5. Municiar o carregador; 6. Alimentar a arma, introduzindo o carregador municiado em seu alojamento; 7. Engatilhar e carregar: trazendo o ferrolho à retaguarda será feito o engatilhamento. Deixando-o ir à frente por ação da mola recuperadora, será levado um cartucho à câmara, fazendo o carregamento; 8. Destravar e disparar a arma.
f. ASPECTOS DE SEGURANÇA Ao receber a arma, o usuário deverá certificar-se da inexistência de munição no seu interior. Para tal, estando a arma aberta, deverá verificar a câmara e o transportador; Caso ocorra nega na munição ou outro incidente, travar a arma, retirar o carregador e efetuar o movimento do ferrolho através do preparador por duas vezes, sempre com a arma voltada para o alvo, na tentativa de extrair o cartucho ou estojo que esteja na arma. Examinar a caixa da culatra, a câmara e a alma do cano, verificando haver alguma anormalidade. Após introduzido o carregador municiado no seu alojamento, verificar se encontra corretamente ajustado, puxando-o para baixo, conforme figura abaixo: Para retirar a munição da arma engatilhada e carregada procede-se da seguinte forma:
Travar a arma; Retirar o carregador; Dar dois golpes de segurança, acionando o ferrolho à retaguarda e conferindo se há munição na câmara; Direcionar o cano para um local seguro, colocar o seletor de tiro na posição, acionar o gatilho para desarmar o cão e retornar o seletor na posição de segurança “S”.
g. EMPREGO OPERACIONAL Ambos os armamentos poderão ser empregados no serviço de rádiopatrulhamento, operações de choque, segurança de presídios e aquartelamentos.
h. CONDUÇÃO DA ARMA
Na viatura: a arma deverá estar alimentada e travada, não sendo necessário deixá-la carregada. Pelo policial: a arma deverá estar alimentada, carregada e travada, pronta para o uso. A posição do registro de segurança em “S” (trava)
dependerá da natureza da ocorrência policial que estiver empenhado o PM.
i. INCIDENTES DE TIRO 1. Falha no carregamento: carregamento: causado por excesso de sujeira, lubrificante ou pólvora, que impede o carregamento completo, ou seja, o cartucho não é totalmente introduzido na câmara; 2. Quebra do percussor; 3. Desgaste ou quebra do extrator; 4. Quebra do dente do martelo; 5. Quebra do dente do gatilho intermediário.
3.5 ESPINGARDA DE REPETIÇÃO MANUAL CBC CAL 12 MODELO 586P (SEMELHANTE AO RIFLE RIOT GUN MOD 8111) a. INTRODUÇÃO Trata-se de uma espingarda que atua no sistema “pump action” (ação de bomba), fabricada pela Companhia Brasileira de Cartuchos, semelhante ao RIOT-GUN MOD 8111, com alguns aperfeiçoamentos em relação a esta arma. As armas de “bomba” foram desenvolvidas com o avanço do sistema de repetição “por alavanca”, proporcionando maior velocidade aos disparos. A alimentação e a
extração se processam pelo movimento do ferrolho acionado pelo atirador, o que representa muita segurança, pois qualquer falha na munição será facilmente sanada. É um tipo de arma que não goza da preferência dos caçadores, devido ao barulho que normalmente provoca quando acionado o ferrolho. Exatamente nesse ponto, que é desvantajoso ao caçador, reside a vantagem para o uso policial, pois o ruído característico do mecanismo de repetição, aliado ao aspecto físico da arma dá ao usuário um grande efeito psicológico sobre o oponente.
b. CARACTERÍSTICAS 1) DESIGNAÇÃO NOMENCLATURA: Espingarda CBC (RIOT GUN) calibre 12 Modelo 586P.
2) CLASSIFICAÇÃO 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Quanto ao tipo: portátil; Quanto ao emprego: individual; Quanto à alma do cano: cano: alma lisa; Quanto ao sistema de carregamento: retrocarga, retrocarga, de trás para para frente; Quanto à refrigeração: a ar; Quanto à alimentação: manual, ocorre após a introdução do último cartucho no tubo carregador, com capacidade par seis cartuchos. 7. Quanto ao sentido de de alimentação: de trás para frente pela abertura abertura da culatra; 8. Quanto ao funcionamento: de repetição; repetição; 9. Quanto ao princípio de funcionamento: ação ação muscular muscular do atirador;
3) APARELHO DE PONTARIA: 1. Alça de mira: não há 2. Massa de mira: tipo ponto de esfera.
4) DADOS NUMÉRICOS: a) CALIBRE: 12 (Câmara de 76 mm - 3”)
b) Alcance útil: 35 m (50 m para bala ideal); c) Capacidade: 06 cartuchos 12x76 ou 7 (sete ) cartuchos 12x70.
c. MUNIÇÕES UTILIZADAS 1) Munição de manejo; 2) Munição de festim; 3) Munição recarregada: com carga reduzida para fins de treinamento; 4) Munição real: a) A espingarda de repetição utiliza os mesmos cartuchos descritos para a espingarda modelo policial (Escopeta), tendo um excelente aproveitamento com a munição do tipo bala ideal. Qualquer que seja o tipo de cartucho utilizado, ele deve possuir o culote metálico de forma a não prejudicar o funcionamento da arma, principalmente a extração do estojo, bem como ter comprimento máximo de 70 mm (2 3/4”) devido ao comprimento de sua câmara.
b) BALA IDEAL: Este tipo de projétil apresenta vantagens e desvantagens. Entre aquelas, está a potência do tiro; o balaço atinge o alvo com um impacto muito superior aos dos bagos de chumbo. A dificuldade, porém, de acerto no alvo com projétil único, disparado com cano de alma lisa, registra-se como desvantagem, pois o usuário poderá facilmente ter o tiro perdido. O tipo de arma mais recomendado para disparar balaços é a do tipo monocano. A de canos justapostos ou sobrepostos, devido à convergência, fará com que além dos 45 metros (ponto aproximado de cruzamento), haja dispersão do tiro na mesma razão da convergência. Além disso, as armas de dois canos dificilmente têm o choke igual em ambos, acarretando resultados balísticos diferentes, embora possa se disparar cartuchos com bala ideal em canos chocados sem inconvenientes. A bala ideal calibre 12 tem aproximadamente o dobro de diâmetro do calibre .38 polegadas. Sua velocidade de saída é cerca de 500 m/s, proporcionando um impacto superior ao do calibre .44 Magnum, que é o mais potente calibre para armas de porte individual existente no mercado Americano.
d. DESMONTAGEM Esta arma não deve ser desmontada pelo usuário e esta manutenção ficará restrita à limpeza das partes externas, do interior do cano, carregador e mecanismo da culatra. A desmontagem só poderá ser feita por pessoal especializado.
e. MECANISMOS DE SEGURANÇA 1) TRAVA DO GATILHO Consiste em um botão localizado atrás do gatilho na parte póstero-superior do guarda-mato (atrás do gatilho). Este botão move-se transversalmente ao eixo longitudinal da arma. Quando é pressionado da esquerda para a direita a arma fica travada impedindo disparos acidentais. Para destravar basta pressionar o botão da direita para a esquerda. Uma faixa vermelha em forma de anel aparecerá na extremidade esquerda do botão indicando que a arma encontrase destravada, ou seja, em posição de “fogo”. “f ogo”.
A trava do gatilho atua apenas sobre esta peça, não impedindo, portanto, o manejo da bomba para carregar ou descarregar a arma. A Espingarda CBC cal 12, mod 586P deverá estar sempre travada devendo ser destravada apenas na iminência do disparo ou para desengatilhá-la quando deverá estar totalmente descarregada.
2) RETÉM DA BOMBA Consiste em uma haste com um botão em sua extremidade, localizada no lado esquerdo da arma na parte ântero-superior do guarda-mato (à frente do gatilho).
Esta peça, quando empurrada para frente, permite a abertura da arma, independentemente de a mesma se encontrar travada ou engatilhada. O retém da bomba deverá ser acionado toda vez que o atirador desejar abrir a arma seja para retirar um cartucho da câmara, para uma inspeção preliminar ou para provocar a apresentação de um cartucho no transportador para posterior carregamento. Tais operações devem ser realizadas sempre com a arma travada e com o dedo indicador fora da tecla do gatilho.
3) RETÉM DOS CARTUCHOS Consiste em uma pequena alavanca localizada no lado esquerdo da arma e à frente do retém da bomba. Quando pressionada, libera, de dois em dois, os cartuchos existentes no carregador tubular, permitindo o descarregamento da arma sem que seja necessário movimentar a bomba repetidas vezes para realizar tal operação.
f) MANEJO (1) ENGATILHAR, MUNICIAR E ALIMENTAR Com a arma fechada, trancada e travada, introduza um a um os cartuchos no tubo carregador através da abertura existente na parte inferior da caixa da culatra, empurrando-os totalmente à frente até que fiquem presos no interior do tubo carregador pela haste-retém dos cartuchos. O engatilhamento, a exemplo do RIOT-GUM, ocorre no recuo da bomba quando o ferrolho, acionado pelas corrediças em seu movimento à retaguarda faz também recuar o martelo, armando-o. No avanço da bomba ocorrerá o fechamento e trancamento da arma, deixando-a em condições de ser alimentada. (2) CARREGAR E ENGATILHAR Movimentar a bomba para a retaguarda, provocando a apresentação de um cartucho que estava no tubo carregador na caixa do mecanismo. Levar a bomba àposição inicial à frente, fazendo com que a culatra móvel empurre o cartucho e o introduza na câmara, completando o fechamento f echamento da culatra. (3) DISPARAR É executada com o acionamento da tecla do gatilho com a arma destravada.
(4) TRAVAR E DESTRAVAR Pressionar a trava de segurança do gatilho da esquerda para a direita para travar e da direita para a esquerda para destravar.
(5) EXTRAÇÃO E EJEÇÃO Movimentar a bomba para a retaguarda proporcionando a extração e ejeção do estojo. Retomando o movimento, haverá carregamento do próximo cartucho. Durante a operação da bomba para frente e para retaguarda, o dedo indicador deve estar afastado da tecla do gatilho, e este movimento tem que ser vigoroso, pois, se for feito com suavidade, poderá não ocorrer a ejeção do estojo ou o fechamento total da culatra.
(6) ASPECTOS DE SEGURANÇA (a) Municiar o tubo carregador com no máximo 05 (cinco) cartuchos, a fim de não forçar a mola do impulsor do carregador, bem como não danificar os cartuchos usados diariamente no serviço operacional. (b) Manter a arma alimentada e travada, somente carregando-a e destravandoa quando houver iminência da utilização. (c) Para retirar a munição, estando a arma apenas alimentada, não há necessidade de executar o manejo da bomba que, consequentemente, acarretará no carregamento da arma. Basta pressionar com o dedo indicador a parte anterior da haste-retém dos cartuchos, que eles serão liberados um a um e cairão nas mãos do atirador. (d) Para o caso da arma já ter sido carregada com uma munição na câmara, a operação de retirada é a seguinte: executar o manejo de extração cuidadosamente e trazendo a bomba à retaguarda e logo que o cartucho for ejetado, pressionar com o dedo indicador segurando o próximo cartucho no tubo do carregador, de modo a impedi-lo de se apresentar sobre o transportador. Manter o cartucho pressionado e fechar a culatra sem que haja outra apresentação. Dessa forma, a arma ficará novamente alimentada e não carregada, devendo esta operação ser praticada pelo usuário, utilizando munição de manejo de forma a treiná-lo convenientemente. Pode-se também descarregar a arma, agindo no mecanismo de repetição; neste caso, deve-se travar o gatilho e repetir o manejo até que todos os cartuchos sejam carregados e ejetados, para tal; o mecanismo deve ser liberado pela trava da bomba, todavia não recomendamos este procedimento devido às deformações que provocam nos cartuchos por golpes na caixa do mecanismo e quedas ao chão. (e) Quando efetuar um disparo, o atirador deverá atentar em segurar firmemente a arma de forma que o recuo não lhe provoque qualquer lesão, e preocupar-se com a dispersão dos bagos de chumbo do potente tiro, calibre 12, conforme já foi observado para a escopeta.
(f) Manusear a arma com intuito meramente intimidativo, aproveitando o seu ruído característico, é uma conduta que não deve ser adotada, pois pode comprometer a segurança do PM e da sua guarnição, bem como da pessoa abordada. Deve-se carregar a arma apenas quando houver intenção real de utilizá-la. (g) Devido ao seu grande poder de fogo, esta arma nunca deverá ser utilizada pelo PM que não esteja treinado e familiarizado com seu manejo específico, além de boa prática de tiro com calibre 12.
f) INSPEÇÃO PRELIMINAR
(1) Ao assumir o armamento, verifique suas condições gerais, como limpeza, rachaduras na coronha e na bomba, firmeza do carregador e do guarda-mato. (2) Verificar o mecanismo de repetição e se o fechamento da culatra está perfeito e justo.
g) EMPREGO OPERACIONAL (1) A espingarda de repetição deve ser empregada dentro dos mesmos critérios adotados para a escopeta Cal 12, superando-a nos aspectos de cadência de disparos, alcance, precisão do tiro e o já mencionado fator psicológico que a visão desta espingarda pode representar para um eventual delinqüente. (2) Em situação de tiro real, o PM deve ter sempre em mente a dispersão dos bagos além do alvo visado, procurando ter uma visão geral do local onde utiliza a arma e observar se pessoas inocentes estão na direção do cone de dispersão. Sempre que possível, o tiro deve ser feito em trajetória descendente, visando a parte inferior do alvo. (3) No caso de utilização da bala ideal, o PM deve lembrar-se da elevada energia transferida ao alvo no momento do impacto e seu baixo poder de penetração. (4) Em operações de choque, deve-se sempre utilizar a munição apropriada, “balins plásticos” ou “bala de borracha”, direcionando o tiro para a parte inferior
da pessoa visada. Os disparos executados nessas situações serão sempre em atendimento ao comando do responsáv r esponsável el pela operação.
h) CONDUÇÃO DA ARMA (1) NA VIATURA A condução da arma atende as mesmas regras estabelecidas para as armas longas, como o descrito para a Carabina .38 pol, e para a Escopeta Cal 12. Por se tratar de uma arma de porte avantajado, torna-se difícil o transporte em viaturas operacionais pequenas, prejudicando inclusive seu manuseio para rápido emprego. Nunca conduza a arma carregada dentro da viatura. Se o PM em ação policial carregar a arma com um cartucho, ao voltar para viatura deverá ejetar esta munição da câmara e repô-la no carregador. Muitos acidentes ocorrem no interior de viaturas por inobservância de regras de segurança. (2) PELO MILITAR
O PM conduzirá a arma segurando-a pelo delgado, com o cano voltado para baixo, com a arma cruzada a frente do corpo ou através de emprego de bandoleira, no caso de empenho mais prolongado ou deslocamentos a pé.
3.6 FUZIL SEMI-AUTOMÁTICO LEVE CAL. 7,62 a . APRESENTAÇÃO O fuzil semi-automático Leve Modelo 964 é uma arma que funciona por ação da força expansiva dos gases resultante da queima da carga de projeção. Possui um regulador de escape de gases que permite assegurar um funcionamento regular e suave. O regulador de escape de gases permite, como o seu nome indica, a saída de uma parte dos gases, julgada em excesso para o funcionamento que se deseja. A arma é alimentada por um carregador com capacidade para 20 cartuchos, que se encaixa no receptor do carregador na parte inferior da caixa da culatra. Em cada avanço é carregado um cartucho e, no recuo, é extraído e ejetado o estojo. As operações de carregamento e de extração reproduzem-se enquanto há cartuchos no carregador. Esvaziado o carregador o ferrolho é mantido à retaguarda pelo retém do ferrolho, indicando ao atirador que deve alimentar a sua arma. b. CARACTERÍSTICAS 1) DESIGNAÇÃO a) Nomenclatura: fuzil 7,62 modelo 964 semi-automático leve.
b) Indicativo militar: fz 7,62 m 964 s.a
2) CLASSIFICAÇÃO a) Quanto ao tipo: portátil b) Quanto ao emprego: individual; c) Quanto à alma do cano: raiada, 04 raias, à direita; d) Quanto à alimentação: carregador metálico com capacidade para 20 cartuchos; e) Quanto ao sentido de alimentação: de baixo para cima; f) Quanto ao funcionamento: semi-automático; g) Quanto ao princípio de funcionamento: ação direta dos gases. 3) APARELHO DE PONTARIA
a) Alça de mira: fixada na parte superior da armação, graduada para 600 metros. b) Massa de mira: circular, com proteção por abas e fixada na parte dianteira do cilindro de gases. 4) DADOS NUMÉRICOS a) Calibre: 7,62 mm b) Comprimento da arma: 110 cm c) Alcance máximo: 3.800 metros; d) Alcance útil: 800 metros; e) Velocidade inicial do projétil: 840 m/s.
5) DESMONTAGEM a) Retirar o carregador; b) Fazer recuar o conjunto ferrolho-impulsor do ferrolho duas vezes e deixá-lo voltar à sua posição mais avançada, sem apertar o gatilho; c) Travar a arma, deixando o martelo em sua posição recuada; d) Fazer girar o conjunto armação-coronha, para baixo e em torno de seu eixo, agindo sobre a chaveta do trinco da armação, que está colocada do lado esquerdo da arma e logo atrás do registro de tiro e de segurança;
e) Puxar para trás a haste do impulsor do ferrolho e retirar o conjunto ferrolhoimpulsor do ferrolho; f) Retirar a tampa da caixa da culatra, fazendo-a deslizar, para trás, em suas corrediças; g) Desmontar o obturador do cilindro de gases, com o auxílio de um cartucho, calcando o retém do obturador do cilindro de gases e, depois, fazer girar, de um quarto de volta o obturador, no sentido horário. 6) MONTAGEM A montagem do fuzil 7,62mm deve ser realizada em ordem inversa da que foi adotada para a desmontagem.
7) FUNCIONAMENTO A arma para fins de estudo de seu funcionamento é considerada em uma posição inicial definida pela seguinte situação: um cartucho na câmara, a arma está trancada e dá-se a percussão. a) Ação dos gases: O projétil percorre o cano e ultrapassa o evento de admissão. Os gases atravessam o evento de admissão e atingem o obturador do cilindro de gases. Caso o obturador esteja fechado (posição “G”), os gases não penetram no cilindro de
gases e a arma funciona como arma de repetição. Com o obturador aberto (posição A), os gases atravessam o evento de admissão e entram em contato com a cabeça do êmbolo. Sob a pressão dos gases, o êmbolo retrocede e deixa livre o evento de escape de gases. O evento de escape tem abertura variável, segundo a graduação em que se ache o anel regulador do escape de gases. O anel regulador destina-se a aumentar ou diminuir a saída dos gases. Assim pode-se controlar a pressão destes sobre a cabeça do êmbolo. O êmbolo, em seu recuo, obriga o impulsor do ferrolho a retroceder.
b) Extração: Quando o ferrolho é levado à retaguarda, a garra do extrator extrai o estojo da câmara, conservando-o preso ao ferrolho. fer rolho. c) Ejeção: Quando a face anterior do ferrolho se acha próxima da janela de ejeção, o estojo choca-se contra o ejetor que o obriga a girar e sair para cima e para a direita.
d) Apresentação de um novo cartucho e) Carregamento e fechamento f) Trancamento
Obs.: Depois de ter saído o último cartucho do carregador, o gancho do transportador entra em contato com o retém do ferrolho e, sob a pressão da mola do transportador, levanta o referido retém. Quando o ferrolho procura avançar, encontra em seu caminho o retém do ferrolho e fica preso. A arma fica aberta e o atirador ati rador é avisado de que o carregador está vazio. 8) MANEJO Estando a arma inspecionada, inicia-se o manejo da seguinte forma:
a) Municiar o carregador: Segurar o carregador com uma das mãos, colocando os cartuchos um a um, por cima da boca. O culote do cartucho deve estar dirigido para a parte posterior do corpo. Empurrar os cartuchos para baixo das abas, exercendo pressão. b) Alimentar: Introduzir o carregador municiado em seu alojamento, até que o retém o prenda.
c) Engatilhar: Segurar a arma com a mão direita, pelo punho, e puxar a alavanca de manejo para trás, engatilhando a arma, e depois soltando-a, fazendo o carregamento da arma. d) Disparar: Estando a arma corretamente empunhada e a tecla do dispositivo de segurança do punho pressionada, acionar a tecla do gatilho.
9) OUTROS TIPOS DE FUZIL 7,62mm FABRICADOS PELA IMBEL. a) Fuzil 7,62mm M964 A1 “PARAFAL”: Este tipo de armamento foi projetado
para atender às necessidades das tropas paraquedistas, colocando à sua disposição, no salto e para o transporte, uma arma mais curta e que têm as mesmas características que o fuzil Automático Leve M 964, bem como seu funcionamento e manejo são idênticos. Uma das vantagens do PARAFAL é a de possuir coronha rebatível. b) Fuzil Automático Leve Modelo 964 calibre 7,62: diferencia do FSAL no regime de tiro e em algumas peças do mecanismo, mas diferenças quase que apenas visuais.
4. LEGISLAÇÃO
a. Lei Federal n° 10.826 de 22 / 12 / 2003 Dispõe sobre registro, posse e comercialização de arma de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – SINARM, definido crimes. b. Decreto Federal n° 5.123 de 01 / 07 / 2004 Regulamenta a Lei Federal n° 10.826 / 03.
c. Portari Po rtariaa n° 021 – D LOG de 23 / 12 / 2005 Aprova as nomas reguladoras da aquisição, registro, cadastro e transferências de propriedade de armas de uso restrito por policiais militares.
d. Portaria Normativa 1.811, de 18 / 12 / 2006 Define a quantidade de munição e os acessórios que cada proprietário de arma de fogo poderá adquirir.
e. Portaria P ortaria n° 018 – D LOG de 19 12 / 2006 Aprova as normas reguladoras da Avaliação técnica, Fabricação, Aquisição, Importação e destrição de Coletes à Prova Pr ova de Balas.
f. Portaria n° 447-R, de 26 / 07 / 2007 Dispões aobre a aquisição, o registro e o porte de arma de fogo, aquisição de munições e coletes a prova de balas por Policiais Militares na Polícia Militar do Espírito Santo.
5. REFERÊNCIAS CBC. Catálogo de Armas. Armas. São Paulo. _____. Catálogo de Produtos de Uso de Forças Armadas e Policiais . São Paulo. _____. Manual de Aperfeiçoamento Profissional. Profissional . 2 ed. São Paulo, 1997. _____. Catálogo Técnico de Armas e Munições. Munições . São Paulo. CONGRESSO DAS NAÇÕES UNIDAS, 8., 1990, Havana. Prevenção do Crime e o Tratamento dos Infractores: Princípios Básicos Sobre o Uso Da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários Encarregados da Aplicação da Lei. Havana. 1990. CUNHA FILHO, José Vitoriano, SILVA, Davidson Lopes. Adequabilidade do Armamento Convencional às ações e/ou operações Policiais Militares. Militares . 1989. Monografia (Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais-CAO), Academia de Polícia Militar de Minas Gerais. GARDOLINSKI JÚNIOR, Victor. Efeitos balísticos. Revista Magnum. São Paulo, n. 25, p. 16 - 17, set./out. 1991. HELSLEY, Mike. .40 S&W: A nova munição policial dos EUA. Revista Magnum. São Paulo, n. 41, p. 34 - 38, dez. 1994 jan. 1995. mm . São IMBEL. Manual Técnico do FAL - Fuzil Automático Leve cal. 7,62 mm. Paulo. MATHIAS, José J. D’Andréia, BARROS, S. C. R. Manual Básico de Armas de Defesa. 1. Ed. São Paulo : Magnum, 1997. MATHIAS, José Joaquim D’Andréia. Balística - Projéteis de armas curtas. Forma e funções. Revista Magnum. São Paulo, n. 1, p. 64 - 66, jul. 1986. _____, “Stopping Power” - O que é isso?. Revista Magnum. São Paulo, n. 5, p. 16 - 21, mai. 1987. MATOS, N. T. S. Armas, Técnicas e Táticas para o Serviço Policial. 1. Ed. São Paulo : Magnum, 1991. MURTA, E. Legislação Brasileira sobre Armas & Munições. 2. ed. São Paulo Magnum, 1994. REICHEL, Gunther. Gunther. Alcance de Projéteis. Revista Magnum. São Paulo, n. 40, p. 68 - 70, ago./set. 1994. SOBRINHO, Benjamim da Silva. et al. Manual de Armamento Convencional. Academia de Polícia Militar de Minas Gerais. Belo Horizonte. 1991. SOUZA, Elen, QUEIROZ, Euler Pereira, CALIXTO, Ricardo Matos. O Armamento de Porte e sua Adequabilidade/Eficácia Adequabilidade/Eficácia no Serviço Policial Militar. 1996. Monografia (Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais-CAO), Academia de Polícia Militar de Minas Gerais. TAURUS. TAURUS. Catálogo Técnico. 55. ed., Porto Alegre, 1995.
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