PRODUÇÃO INTEGRADA DE PEIXES E VERDURAS - AQUAPONIA
DATA:
24/8/2008
PARA:
PROF. AMÉRICO MENESES
DE:
MANUEL BRAZ
REF.:
DESCRITIVO DA INSTALAÇÃO
Definição:
A aquaponia é o sistema de produção de peixes integrado ao de vegetais de forma que haja benefícios para ambos. O princípio é de que os peixes criados com ração geram dejetos que são aproveitados pelas plantas cultivadas sem solo. O substrato das plantas funciona como filtro biológico transformando a matéria orgânica em sais que são absorvidos pelos vegetais e a água retorna ao viveiro de peixes com qualidade para o seu reuso. Instalação:
O sistema compreende o viveiro de peixes, filtro biológico, calhas ou tubos semelhantes aos de hidroponia e elétrobomba para promover a recirculação. Os viveiros para engorda de peixes podem ser escavados ou construídos sobre o solo com estrutura de metal ou alvenaria. Internamente são revestidos com manta de PVC, vinil ou concreto armado. O volume volume é determinado pela produção produção esperada, sendo que 30 a 45 quilos de peixes por metro cúbico uma produtividade já conseguida no Brasil más que pode ser melhorada já que nos EUA se obtém obtém normalmente normalmente 120 quilos. O filtro biológico deve receber a água com os efluentes sendo que a soma do tempo que a água fica estocada deve ser superior a 4 horas. Isto é, se utilizamos uma bomba com vazão de 4000 litros por hora e um filtro biológico de 1000 litros teremos um tempo de residência de 15 minutos em cada hora ou 6 horas de detenção em 24 horas. O filtro biológico deve possuir muita superfície para que microorganismos decompositores degradem a matéria orgânica proveniente da água de criação de peixes. No caso da aquaponia o filtro biológico pode ser o próprio local de plantio dos vegetais. Ás calhas para produção das plantas são semelhantes às da hidroponia, sendo utilizado substrato à base de brita, telha de barro e zeólita (5 kg/m 2 ) para aumentar a retirada de nutrientes da água e posteriormente posteriormente disponibilizar para as plantas. O sistema necessita movimento e para isso utilizamos bombas de fluxo que propicia grande vazão de água com baixo consumo de energia elétrica. A bomba acoplada a uma válvula becketti becketti também proporciona proporciona a aeração necessária para os peixes.
Sistema caseiro:
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Foi projetado um sistema caseiro para atender famílias de baixa renda da área rural e urbana. O sistema é composto por:
Viveiro de engorda de peixe
Comprimento = 3,0 m Largura = 2,0 m Profundidade = 1,0
Filtro/Canteiro de plantas
Comprimento = 3,0 m Largura = 2,0 m Profundidade = 0,5
Povoamento de peixes
Tilápia = 500 Carpa = 20 a 30 Cascudo = 10 a 20
Material do filtro
Telha de barro (usada) = 360 unidades Brita n°2 = 2 m3 Zeólita = 30 kg
Outros equipamentos
Bomba de recirculação (maior que 4.500 l/hora) Balde perfurado para instalação da bomba Mangueira para recirculação da água (pode ser tubo de PVC – diâmetro de 1 polegada) Armação de caibro e sarrafo para viveiro e filtro (14 metros de sarrafo e 35 metros de caibro de 5 cm) Tomada Fio elétrico Flange de 2 polegadas Mudas de verduras Mudas de papiro
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Inicialmente escolhemos o local onde será instado o sistema de escavamos o solo. Forramos o fundo do tanque com uma camada fina de areia (para evitar furos). A seguir montamos a armação para receber a manta de PVC. Figura: Planta baixa da instalação:
Figura: Corte da instalação:
01 – PAPIRO E VERDURAS – Sobre o filtro rizosférico plantamos uma parte com papiro (ao redor da bomba de captação) e verduras como as variedades de alface, agrião, manjericão, rucula e outras. As mudas são plantadas na mistura de brita com zeólita de forma que as raízes fiquem em contato com a água.
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PAPIRO
VERDURAS
02 – TELHAS DE BARRO – Utilizamos telhas de barro usadas dispostas lado a lado, em pé, formando seções por onde a água irá passar. Milhares de microorganismos irão se desenvolver na superfície das telhas formando o filtro biológico.
03 – ELÉTROBOMBA – Recomendamos utilizar a PQF 4.500 da BOYU para ser instalado dentro de um balde de 20 litros perfurado (para não sugar as pedras do filtro). Essa bomba tem vazão de 4.500 litros por hora e consumo de 70 watts. Na saída da água instalamos uma válvula Becketti para oxigenar a água de retorno.
04 – BRITA N°2 MISTURADA COM A ZEÓLITA – Substrato destinado ao desenvolvimento dos microorganismos decompositores, retenção de sólidos em suspensão, adsorção de nutrientes e sustentação para o desenvolvimento radicular das plantas.
05 – ENCANAMENTO DE 01 POLEGADA – Tubulação de PVC dimensionada para não provocar resistência na passagem da água.
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06 - VÁLVULA BECKETTI – Estrutura semelhante ao venturi que aspira e mistura o ar atmosférico na água de passagem.
08 – SARRAFOS PARA PRENDER A MANTA DE PVC 0,8 MM – Estrutura feita de caibros e sarrafos para dar sustentação à manta de PVC. 09 – MANTAS DE PVC 0,8 MM – Manta de PVC flexível de 0,8 mm que irá revestir o viveiro de criação e o filtro rizosférico. 10 – LEITOS DE AREIA PARA PROTEÇÃO MECÂNICA – Leito de areia sob a manta de PVC para absorver choques mecânicos proveniente da instalação. 11 – NÍVEL DO SOLO – A estrutura de sarrafo fica a 2 a 5 centímetros acima do nível do solo para evitar a entrada de água de enxurrada. 12 – FLANGE DE 2 POLEGADAS QUE UNE O VIVEIRO COM O FILTRO RIZOSFÉRICO – A passagem da água do viveiro para o filtro rizosférico é feita pela flange de 2 polegadas.
Esticamos a manta e a prendemos com sarrafinho na armação de madeira. Instalamos uma flange de 2 polegadas entre a lateral do filtro e o viveiro. Colocamos as telhas de pé lado a lado e sobre elas despejamos a brita misturada com a zeólita. Esse material é o substrato do filtro e suporte para o desenvolvimento das plantas. Fazemos o plantio de mudas sobre a camada de brita com a zeólita seguindo às recomendações por espécie utilizada. Plantamos 20 mudas de papiro ao redor da bomba de recirculação (lado oposto ao da flange), sua função é oxigenar a zona das raízes, reter os sólidos em suspensão e eliminar bactérias patogênicas.
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Em um período de 20 a 30 dias já temos uma estabilidade na qualidade da água no sistema e logo podemos colher as plantas. As tilápias levam de 5 a 6 meses para estarem em condições de abate (500 gramas). Às carpas poderão ser consumidas a partir de 9 meses (cerca de 1.000 gramas). Os cascudos são utilizados para limpar os cantos de dobras da manta do viveiro de engorda.
Fornecemos ração comercial aos peixes 2 a 4 vezes ao dia respeitando ás exigências nutricionais por fase de desenvolvimento (ração inicial, de crescimento e de terminação). É esperada uma produção de 250 quilos de tilápias e 20 quilos de carpas. A produção vegetal depende da planta utilizada, que poderá ser: Agrião – alface – rucula – manjericão – hortelã – orégano – tomate – berinjela – salsinha – outras utilizadas em hidroponia.
MANUEL BRAZ
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