Literatura brasileira
QUINHENTISMO
CONTEXTO HISTÓRICO Depois de 1500, o Brasil ficou praticamente isolado da política colonialista portuguesa. Nenhuma riqueza se oferecia aqui às necessidades mercantilistas da época. Só depois de 30 anos da descoberta é que a exploração começou a ser feita de form forma a sist sistem emát átic ica a e, assi assim m mesm mesmo, o, de mane maneir ira a bastante lenta e gradativa. O primeiro produto que atraiu a atenção dos portugueses para a nova terra foi o pau-brasil, uma madeira da qual se extraia uma tinta vermelha que tinh tinha a raz razoáv oável merc merca ado na Europ uropa. a. Para ara sua explor exploraçã ação, o, não movimen movimentara taram m grande grande volume volume de capital, cuidado que a monarquia lusitana, sempre em estado de falência, precisava tomar. Nada de vilas ou cidades, apenas algumas fortificações precárias, para proteção da costa . Esse quadro sofreria modificações profundas ao longo do século XVI . Sem o estabelecimento de uma vida social mais ou menos organizada, organizada, a vida cultural sofreria sofreria de escassez e descontinuidade. A crítica literária costuma periodiza o início da história da literatura brasileira com o Barroso, em 1601. Como se vê, já no século XVII. Assim, uma pergunta se impõe: o que aconteceu no Bras Brasilil entr entre e 1500 1500 e 1600 1600,, no âmbi âmbito to da arte arte literária. Esse período, denominado de "Quinhentismo", apesar de não ter apresentado apresentado nenhum estilo literário arti articu cula lado do e des desenv envolvi olvido do,, mos mostro trou alg algumas umas manifestações que merecem consideração. Podemos dest destac acar ar duas duas tend tendên ênci cias as lite literá rári rias as dent dentro ro do Quinhentismo brasileiro: a Literatura de Informação e a Literatura dos Jesuítas.
A LITERATURA DE INFORMAÇÃO Durante o século XVI, sobretudo a partir da 2a. 2a. meta metade, de, as terr terras as entã então o recém recém-de -desc scob ober ertas tas despertaram muito interesse nos europeus. Entre os comerciantes e militares, havia aqueles que vinham para para conh conhec ecer er e dar dar notíc notícia iass sobre sobre essa essass nova novass terras, como o escrivão Pero Vaz de Caminha, que acompanhou a expedição de Pedro Álvares Cabral, em 1500. Os textos produzidos eram, de modo geral, ufan ufanis ista tas, s, exager exageran ando do as qual qualid idad ades es da terr terra, a, as poss possib ibililid idad ades es de negó negóci cios os e a faci facililida dade de de enri enriqu quec ecim iment ento. o. Algu Alguns ns mais mais real realis ista tass deixa deixavam vam transp transparec arecer er as enormes enormes dificu dificulda ldades des locais locais,, como locomoção, transporte, comunicação e orientação . O envolvimento emocional dos autores com os aspe aspect ctos os soci sociai aiss e huma humano noss da nova nova terr terra a era era praticamente nulo. E nem podia ser diferente, uma vez que esses autores não tinham qualquer conhecimento sobr sobre e a cultu cultura ra dos dos povo povoss silv silvíc ícol olas as.. Parec Parece e ser incl inclus usiv ive e exag exager erad ado o cons consid idera erarr tais tais texto textoss como como Literatura.
1 produções produções literárias, literárias, mas a tradição tradição crítica crítica consagrou consagrou assim . Seguem alguns trechos da famosa Carta que Pero Vaz de Caminha enviou ao Rei D. Manuel de Portugal, por ocasião da descoberta do Brasil . "E neste dia, a hora de véspera, houvemos vist vista a de terra terra,, isto isto é prin princi cipal palmen mente te d'um d'um grand grande e monte, mui alto e redondo, e d'outras serras mais baixas a sul dele de terra chã com grandes arvoredos, ao qual qual mont monte e alto alto o capi capitã tão o pôs pôs nome nome o Mont Monte e Pascoal e à Terra de Vera Cruz. A feição deles é serem pardos, maneira d'avermelhados, de bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas. E estão acer acerca ca diss disso o com com tant tanta a inoc inocênc ência ia como como têm têm em mostrar o rosto. Os outros dois , que o capitão teve nas naus, a quem uem deu o que que já dito é, nunca aqui mais ais apareceram apareceram , de que tiro ser gente bestial e de pouco saber e por isso assim esquivos. Eles, porém , com tudo, tudo, andam muito muito bem curados curados e muito limpos limpos e naquilo me aprece ainda mais que são como aves ou alimárias monteses que lhes faz o ar melhor pena e melhor cabelo que às mansas , porque os corpos seus são tão limpos e tão gordos e tão formosos , que não pode mais ser . E isto me fez presumir que não têm casas em moradas em que se acolham . E o ar , a que se criam, os faz tais. "
A LITERATURA DOS JESUÍTAS A título de catequizar o "gentio"e, mais tarde, a serviço da Contra-Reforma Católica, os jesuítas logo cedo cedo se fize fizeram ram prese present ntes es em terr terras as brasi brasile leir iras as.. Marcaram essa presença não só pelo trabalho de acul acultu tura raçã ção o indí indíge gena na,, mas mas tamb também ém atra atravé véss da pro produçã dução o lite literá rári ria, a, cons consti titu tuíd ída a de poes poesia iass de fund fundam ame entação religiosa, inte ntelectualm alment ente despojadas, simples no vocabulário fácil e ingênuo. Também através do teatro, catequizador e por isso mesmo pedagógico, os jesuítas realizaram seu trab trabal alho ho.. As peça peças, s, escr escrititas as em medi medida da velh velha, a, mesclam dogmas católicos com usos indígenas para que, gradativamente, verdades cristãs fossem sendo inseridas e assimiladas pelos índios. O autor mais impo import rtan ante te dess dessa a ativ ativid idad ade e é o Padr Padre e José José de Anchieta. Além de autor dramático, foi também poeta e pesq pesqui uisa sado dorr da cult cultur ura a indí indíge gena na,, cheg chegan ando do a escrever um dicionário da língua tupi-guarani. Em suas peças, Anchieta explorava o tema rel religi igioso, oso, quas quase e semp sempre re opon opondo do os dem demôni ônios indígenas, que colocavam as aldeias em perigo, aos santos católicos, que vinham salvá-las. Vejamos um trecho de uma de suas peças mais conhecidas, o Autor de São Lourenço.
EXERCÍCIOS
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1
Literatura brasileira
1- (UNISA) A “literatura Jesuítica” nos primórdios de nossa história: a) tem grande valor informativo; b) merca nossa maturação clássica; c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua assistência religiosa e moral; d) está a serviço do poder real; e) tem fortes doses nacionalistas
2- (CESMAZON) O culto a natureza, característica da literatura brasileira, tem sua origem nos textos da literatura de informação.Assinale o fragmento da carta de Caminha que já revela a mencionada característica. a) “Viu “Viu um dele deless umas umas cont contas as rosá rosári rio, o, bran brancas cas;; acenou que lhes dessem, folgou muito com elas, e lanço-as ao pescoço.” b) “Ass “Assim im,, quan quando do o bate batell cheg chegou ou a foz foz do rio, rio, estavam ali dezoito ou vinte homens pardos todos nus sem nenhuma roupa oupa que que lhes cobrisse suas vergonhas.” c) Mas a terra em si é muito boa de ares, tão frios e temp temper erad ados os como como os de Entr Entree-Do Dour uro o e Minh Minho, o, porque,neste tempo de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas e indefinidas. indefinidas. De tal maneira é graciosa e querendo aproveita-las, dar-se-à nela tudo por bem das águas que tem.” d) “Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a princ princip ipal al semen semente te que que Voss Vossa a Alte Alteza za em ela deve deve lançar.” e) “Mostrara-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo, tornaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como quem diz que os estavam ali.”
2 a) Os meni menino noss índi índios os repr represe esenta ntam m o proce process sso o de acultur aculturaçã ação o em sua concre concretud tude e mais mais visíve visível,l, como como produto produto final de todo todo um empree empreendi ndiment mento o do qual participam com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus. b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa. c) Os meninos índios estão afirmados os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés. d) Os meni menino noss índi índios os são são figur figuras as aleg alegóri óricas cas cuja cuja cons constr truçã ução o como como perso persona nage gens ns aten atende de a todo todoss os requintes da dramaturgia renascentista. e) Os meni menino noss índi índios os repre represe sent ntam am a revol revolta ta dos dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem liberta-se tão logo seja possível.
3) (Universidade Federal de Santa Maria)- Sobre a litera literatur turaa produ produzid zidaa no prime primeiro iro séc século ulo da vida vida colonial brasileira, é correto afirmar que: a) é formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese. b) Inicia com prosopopéia, de Bento Teixeira. c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuídica. d) Os textos que a constituem apre present entam evidentemente preocupação artística e pedagógica. e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições encontradas no Novo Mundo. 4) (UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede: Dos vícios já desligados nos pajés não crendo mais, nem suas danças rituais, nem seus mágicos cuidados (Anc (Anchi hiet eta a , José José de. de. O Auto Auto de São Lour Louren ençço [Trad [Traduç ução ão e adapta adaptaçã ção o de Walm Walmir ir Ayal Ayala] a] Rio Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.] pg 110) Literatura.
BARROCO: ESPÍRITO E ESTILO
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Literatura brasileira
1- (UNISA) A “literatura Jesuítica” nos primórdios de nossa história: a) tem grande valor informativo; b) merca nossa maturação clássica; c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua assistência religiosa e moral; d) está a serviço do poder real; e) tem fortes doses nacionalistas
2- (CESMAZON) O culto a natureza, característica da literatura brasileira, tem sua origem nos textos da literatura de informação.Assinale o fragmento da carta de Caminha que já revela a mencionada característica. a) “Viu “Viu um dele deless umas umas cont contas as rosá rosári rio, o, bran brancas cas;; acenou que lhes dessem, folgou muito com elas, e lanço-as ao pescoço.” b) “Ass “Assim im,, quan quando do o bate batell cheg chegou ou a foz foz do rio, rio, estavam ali dezoito ou vinte homens pardos todos nus sem nenhuma roupa oupa que que lhes cobrisse suas vergonhas.” c) Mas a terra em si é muito boa de ares, tão frios e temp temper erad ados os como como os de Entr Entree-Do Dour uro o e Minh Minho, o, porque,neste tempo de agora, assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas e indefinidas. indefinidas. De tal maneira é graciosa e querendo aproveita-las, dar-se-à nela tudo por bem das águas que tem.” d) “Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a princ princip ipal al semen semente te que que Voss Vossa a Alte Alteza za em ela deve deve lançar.” e) “Mostrara-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo, tornaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como quem diz que os estavam ali.”
2 a) Os meni menino noss índi índios os repr represe esenta ntam m o proce process sso o de acultur aculturaçã ação o em sua concre concretud tude e mais mais visíve visível,l, como como produto produto final de todo todo um empree empreendi ndiment mento o do qual participam com igual empenho a Coroa Portuguesa e a Companhia de Jesus. b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa. c) Os meninos índios estão afirmados os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés. d) Os meni menino noss índi índios os são são figur figuras as aleg alegóri óricas cas cuja cuja cons constr truçã ução o como como perso persona nage gens ns aten atende de a todo todoss os requintes da dramaturgia renascentista. e) Os meni menino noss índi índios os repre represe sent ntam am a revol revolta ta dos dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem liberta-se tão logo seja possível.
3) (Universidade Federal de Santa Maria)- Sobre a litera literatur turaa produ produzid zidaa no prime primeiro iro séc século ulo da vida vida colonial brasileira, é correto afirmar que: a) é formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese. b) Inicia com prosopopéia, de Bento Teixeira. c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuídica. d) Os textos que a constituem apre present entam evidentemente preocupação artística e pedagógica. e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições encontradas no Novo Mundo. 4) (UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede: Dos vícios já desligados nos pajés não crendo mais, nem suas danças rituais, nem seus mágicos cuidados (Anc (Anchi hiet eta a , José José de. de. O Auto Auto de São Lour Louren ençço [Trad [Traduç ução ão e adapta adaptaçã ção o de Walm Walmir ir Ayal Ayala] a] Rio Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.] pg 110) Literatura.
BARROCO: ESPÍRITO E ESTILO
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Literatura brasileira
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Para Para entend entendermo ermoss o signif significa icado do literár literário io do estilo barroco precisamos, de início, retomar duas clássica-humanista, tradições: a tradição racionalista, universalista, quase geométrica em termo de regu regula lari rida dade de form formal al e a tradição tradição medievalmedievalsentiment ental, al, indivi individua dualis lista, ta, musica musicall em teocêntrica, sentim sua composição. No sécu século lo XVII ocor ocorre re uma uma espé espéci cie e de conflito entre tais tradições: enquanto a burguesia mercantilista continuava o seu projeto de laicização (tor (tornar nar laic laica, a, leig leiga) a) da cultur cultura a medi mediev eval al,, a Igrej Igreja, a, especialmente em países católicos como Portugal e Espanha, procurava reagir contra esse projeto, e o fez através através da Contra-Reforma. A express expressão ão artísti artística ca desse conflito cujas causas históricas nos referimos chama – se Barroco. Especialmente na literatura, o Barroco é a contradição, a dualidade, a manifestação do dilaceramento existencial do homem do século XVII, dividido entre viver voltado para a terra, o corpo, os prazeres e as paixões deste mundo e viver voltado para o céu, a salvação da alma, e a busca de Deus.
Características
do Barroco
9. O misticismo; 10. Apelo à religião.
Cultismo
e Conceptismo
Muit Muitos os hist histor oria iado dore ress vêem vêem duas duas tend tendên ênci cias as bási básica cass no esti estilo lo barr barroc oco: o: o CULTISMO e o CONCEPTISMO.
Cultismo
– Jogo Jogo de pal palavra avrass visa visan ndo à valo valori riza zaçã ção o da form forma a do text texto. o. Corr Corres espo pond nde e ao detalhismo detalhismo que se pode observar observar nas artes plásticas. plásticas. Essa supervalorização da forma é a mais comum na poesia. Observe, no fragmento seguinte, o extremo cuida cuidado do forma formall que que leva leva o poet poeta a a enge engend ndrar rar um esquema no qual o final de cada verso repete – se no início do seguinte: Ofendi-vos, Meu Deus, é bem verdade, É verdade, senhor, que hei delinqüido, Delinqüido vos tenho e ofendido, Ofendido vos tem minha maldade.
Aspectos Formais: 1. Rebuscamento;
(Gregório de Matos)
Bipola lari rida dade de,, espí espíri rito to 2. Bipo contraste, fusionismo;
dile dilemá mátitico co,,
cult culto o
do
Conceptismo – ocorre, sobretudo, na prosa;
3. Farta figuraç figuração: ão: hipérbole, hipérbole, Metáfora Metáfora,, Antíteses, Antíteses, Paradoxos etc...; Predom omíínio nio 4. Pred sintáticos;
8. O sobrenatural;
da orde ordem m
inve invers rsa a
dos term termos os
corresponde ao jogo de idéias, à organização da frase com uma lógica que vista a convencer e a ensinar. É a supervalorização do raciocínio agudo. Veja o exemplo abaixo:
7. Formalismo (sonetos rimados e metrificados).
Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e Luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelho e há mister olhos.
Temática:
(Pe. Antônio Vieira.)
1. Fugacidade da vida e das coisas;
Convém salientar que num mesmo texto pode ocorrer, simu simultltan anea eame ment nte, e, a pres presen ença ça do cult cultis ismo mo e do conceptismo.
5. Feísmo; 6. Subjetividade;
2. A morte, expressão máxima da efermidade das coisas; 3. Concepção do tempo como agente da morte e da dissolução das coisas; 4. Castigo, como decorrência do pecado; 5. Arrependimento; 6. Narração de cenas trágicas;
O
BARROCO NO BRASIL
7. Erotismo; Literatura.
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Literatura brasileira
No Brasil, Bento Teixeira abre o período Barroco com o poema épico “Prosopopéia”, no ano de 1601, escrito em louvor a Jorge de Albuquerque de Coelho, donatário da capitania de Pernambuco. É considerada pelos críticos literários como uma “fraca imitação” de “Os Lusíadas”, de Camões. Encerra-se o Barroco brasileiro em 1768, quando o neoclássico Cláudio Manuel da Costa publica seu livro de versos intitulado “Obras Poéticas” dando início as Arcadismo.
Principais Autores: 1. 2. 3. 4.
Bento Teixeira Gregório de Matos Padre Antonio Vieira Manuel Botelho de Oliveira
4
A poesia satírica, uma variante da linguagem jocosa até os palavrões. E finalmente a poesia pornográfica, fruto, principalmente, dos últimos anos de sua vida.
Análise de textos 1. “Ao braço do menino Jesus de Nossa Senhora das Maravilhas, a quem infiéis despedaçaram”. “O todo sem a parte não é todo; A parte sem o todo não é parte; Mas se a parte o faz o todo, sendo parte, Não se diga que é parte, sendo o todo. Em todo o Sacramento está Deus todo, E todo assiste inteiro em qualquer parte, E feito em partes todo em toda a parte, Em qualquer parte sempre fica todo. O braço de Jesus não seja parte Pois que feito Jesus em partes todo, Assiste cada parte em sua parte. Não se sabendo parte deste todo, Um braço que lhe acharam, sendo parte, Nos diz as partes todas deste todo”.
Comentário:
Gregório de Matos:
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adequação e irreverência
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Gregório de Matos (1633-1696) é maior poeta barroco brasileiro e um dos fundadores da poesia lírica e satírica em nosso país. Nasceu em Salvador , estudou no Colégio dos Jesuítas e depois em Coimbra, Portugal, onde cursou Direito, tornou – se juiz e ensaiou seus primeiros poemas satíricos. Retornando ao Brasil, em 1681, exerceu o cargo de tesoureiro-mor e vigário-geral, porém sempre se recusou de vestir-se como clérigo. Devidos às suas sátiras, foi perseguido pelo governador baiano Antônio de Souza Menezes, o Braço de Prata. Depois de se casar com Maria dos Povos e exercer a função de advogado, saiu pelo Recôncavo baiano como cantador itinerante, dedicando – se às sátiras e aos poemas erótico-irônicos, o que lhe custou alguns anos de exílio em Angola. Voltou doente ao Brasil e, impedido de entrar na Bahia, morreu no Recife. Sua obra é tão diversificada quanto a sua personalidade é paradoxal. Gregório transita facilmente do lirismo amoroso, às vezes, sob influência camoniana até o sarcasmo grosseiro. A obra gregoriana é didaticamente dividida em algumas linhas temáticas:
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O lirismo de linguagem leve; subdividido em poesia amorosa e filosófica. A poesia religiosa que mostra freqüentemente a confissão e a contrição; Literatura.
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2. A Jesus Cristo Nosso Senhor “Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa Alta clemência me despido; Porque, quanto mais tenho delinqüido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história, Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória”.
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Literatura brasileira
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Comentário
Quem tem que a todos assusta?... Injusta.
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Valha-nos Deus, o que custa O que El-Rei nos dá de graça, Que anda a justiça na praça Bastarda, Vendida, Injusta.
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O açúcar já se acabou?... Baixou. E o dinheiro já se extinguiu?... Subiu Logo já convalesceu?... Morreu.
___________________________________________ À câmara não acode?... Não pode. Pois não tem todo poder?... Não quer. É que o governo a convence?... Não vence.
3. Soneto A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana, e vinha, Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro.
Quem haverá que tal pense Que uma câmara tão nobre, Por ver-se mísera e pobre Não pode, não quer, não vence. (Gregório de Matos)
Em cada porta um freqüentado olheiro, Que a vida do vizinho, e da vizinha Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrilha, Para a levar à praça, e ao terreiro.
Comentário: ___________________________________________ ___________________________________________
Muitos mulatos desavergonhados, Trazidos pelos pés os homens nobres, Posta nas palmas toda a picardia.
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Estupendas usuras nos mercados, Todos, os que não furtam, muito pobres, E eis aqui a cidade da Bahia. (Gregório de Matos)
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Comentário:
Analise a concepção de amor do poeta:
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Texto I
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À mesma dona Ângela
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Anjo no nome, Angélica na cara! Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Ser Angélica flor, e Anjo florente, Em quem, senão em vós, se uniformara:
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4. Visão do poeta sobre a Bahia “Que falta nessa cidade?... Verdade. Que mais por sua desonra?... Honra. Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha. O demo a viver se exponha Por mais que a fama a exalta, Numa cidade onde falta Verdade, Honra e Vergonha.
Quem vira uma tal flor, que a não cortara, De verde pé, da rama florescente; E quem um Anjo vira tão luzente, Que por seu Deus não o idolatra? Se pois como Anjo sois dos meus altares, Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda, Livraria eu de diabólicos azares. Mas vejo, que por bela, e por galharda, Posto que os Anjos nunca dão pesares, Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda. (Gregório de Matos)
Texto II E que justiça a resguarda?... Bastarda. É grátis distribuída?... Vendida. Literatura. Prof. Robson Tavares.
“O amor é finalmente E-mail:
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Um embarco de pernas, Uma união de barriga, Um breve tremor de artérias Uma confusão de bocas Uma batalha de veias Um rebuliço de ancas Quem diz outra coisa, é besta
PADRE ANTÔNIO VIEIRA
Comentário: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
5. Desenganos da metaforicamente.
vida
humana,
É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida. É planta, que abril de favorecida, Por mares de soberba desatada, Florida galeota empavesada, Sulca ufana, navega destemida. É nau enfim, que em breve ligeireza Com presunção de fênix generosa, Galhardias apresta, alentos preza: Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa De que importa, se aguarda sem defesa Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa? (Gregório de Matos)
Comentário: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
(Lisboa *1608/ Salvador 1697) Vieira é o maior orador sacro em língua portuguesa e seu estilo é predominantemente conceptista. A um homem tão brilhante e politicamente tão eficiente não poderiam faltar as perseguições: preso pela Inquisição permaneceu recluso entre 1665 e 1668. Uma sentença do Tribunal do Santo Ofício cassou-lhe a palavra em 1667. Os últimos dezesseis anos de sua vida passou-os na Bahia, organizando suas obras para publicação. É considerado um gênio da língua e impressiona sua capacidade de obter efeitos extraordinários, sem lançar mão de exageros sintáticos. Seu discurso é extremamente “engenhoso” (no sentido seiscentista: extremamente inventivo e original), sem, contudo, ser pedante e obscuro. Como autor conceptista, Vieira dá grande importância à ordenação discursiva, seguindo, várias vezes, a estrutura clássica. Sua obra costuma ser dividida em três tipos de trabalho: Profecias, Cartas e Sermões, sendo este último tipo considerado o mais importante, pelo estilo Barroco conceptista. Mas acima de tudo o Pe. Antônio Vieira foi um homem engajado com os problemas de seu tempo. Por isso, teve contra si a pequena burguesia cristã (por defender o capitalismo judaico e os cristãos novos); os pequenos comerciantes (por defender o monopólio comercial); e os administradores e colonos (por defender os índios).
Textos para Análise Sermão do Bom Ladrão (fragmento) (...) “Não só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e dignamente merecem esse título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manhã, já com força, roubam e despojam os povos”. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco, estes, sem temor nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados; estes furtam e enforcam.
Comentário ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
Literatura.
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Comentário: ___________________________________________
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Sermão do Santo Antônio aos Peixes ___________________________________________ A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande. (...) Os homens, com suas más e perversas cobiças, vêm a ser como os peixes que se comem uns aos outros.
Comentário ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
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EXERCÍCIOS (BARROCO) 1. Assinale a alternativa que contenha afirmação correta sobre Gregório de Matos:
uma
a) Só se preocupou em descrever satiricamente a sociedade baiana do século XVII. b) Apegou – se à estética clássica, baseado nos princípios renascentistas. c) Sua poesia tem traços brasileiros, afastando – se dos modelos europeus. d) É maior representante brasileiro do Arcadismo. e) Não se dedicou à sátira.
2. Aponte a alternativa Incorreta sobre “O Sermão da Sexagésima”:
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Sermão da sexagésima
a) O autor desenvolve dialeticamente a seguinte tese: “A semente é a palavra de Deus”. b) O estilo é Barroco e privilegia a corrente conceptista de composição. c) O orador discute no sermão três causas possíveis que não permitiram a entrada da Palavra de Deus no coração dos homens. d) Vieira baseia – se em parábolas bíblicas e sua linguagem se vale de estruturas retóricas clássicas. e) Pela sua capacidade de argumentação, Vieira consegue nesse sermão, convencer os indígenas a se converterem.
Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado a toda a arte e a toda natureza? Boa razão é também esta. O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Por isso, Cristo comparou o pregar ao semear é uma arte que tem mais de natureza que de arte. Já que falo contra os estilos modernos, quero alegar por mim o estilo do mais antigo pregador que houve no Mundo. E qual foi ele? O mais antigo pregador que houve no Mundo foi o Céu. Suposto que o Céu é pregador, deve ter sermões e estas palavras 3. “Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como do Céu? os pregadores fazem o sermão em xadrez de As palavras são as estrelas, os sermões são a palavras. Se de uma parte está branco, de outra composição, a ordem, a harmonia e o curso delas. O há de estar negro; se de uma parte está dia, da pregar há de ser como quem semeia, e não como outra há de estar noite; se de uma parte dizem luz, quem ladrilha ou azuleja. Não fez Deus o céu em da outra hão de dizer sombra; se de uma parte xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o dizem desceu, da outra hão de dizer subiu. sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte está Aprendemos do céu o estilo da disposição, em branco, de outra há de estar negro; se de uma também o das palavras”. No excerto acima, o parte está dia, de outra há de estar noite? Se de uma padre Vieira, condenando o abuso de ..., critica parte dizem luz, da outra hão de dizer sombra. Pois alguns excessos do estilo... como não pregam a palavra de Deus? – Esse é o mal. Pregam palavras de Deus, mas não pregam a palavra a) Antíteses – Barroco de Deus. b) Metáforas – arcádico (Padre Antônio Vieira) c) Metonímias – romântico Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Literatura brasileira
d) Antí Antítes teses es – arc arcádi ádico co e) Meto Metoní ními mias as – Bar Barro roco co
4. As questões abaixo referem – se ao Barroco:
8 “Que és terra, homem, e em terra hás de tomar-te, te lembra hoje Deus por sua Igreja; de pó te fez espelho, em que se veja a vil matéria, de que quis formar-te”.
II I
II
0 0
1 1
2 2
3 3
4 4
Enquanto a poesia barroca teve uma função mais lúdica, de forte apelo sensorial, a prosa foi mais pragmática, servindo como instrumento de persuasão ideológica. Já se percebe, notadamente na obra satírica de Gregório de Matos, uma certa apropriação da linguagem da terra, de influência popular. No “Sermão de Sexagésima”, o Pe. Antonio Vieira, ao mesmo tempo em que salienta as qualidades e vícios do gênero SERMÃO e do orad orador or,, crit critic ica a o mala malaba bari rism smo o verb verbal al do Cultismo. O Barroco literário no Brasil traduz a influência dire direta ta da liter literat atur ura a ibéri ibérica ca do sécu século lo XVII XVII,, sobretudo dos poetas espanhóis desse período (Gôngora e Quevedo, principalmente). O Barroco literário no Brasil abrange o século XVII. Na primeira metade do século XVIII. Já temos a presença do estilo neoclássico entre nós.
5. A respeito do Pe. Antônio Vieira, pode-se afirmar: a) Embo Embora ra vive vivess sse e no Brasi rasill, por por sua form formaç ação ão lusitana, não se ocupou de problemas locais. b) Procurava Procurava adequar os textos bíblicos bíblicos às realida realidades des de que tratava. c) Dada sua espiritualidade, demonstrava desinteresse por assuntos mundanos. d) Em funçã função o de seu zelo zelo para para com Deus, Deus, utili utilizav zava-o a-o para justificar justificar todos os aconteciment acontecimentos os políticos políticos e sociais. e) Mos Mostrou trou-s -se e tími ímido dian diante te dos inter nteres essses dos dos poderosos.
6. Assinalar a única alternativa em que lacuna Não pode ser preenchida com o termo Barroco: a) O... O..... .... .... .... .... .... .... busc busca a sobr sobret etud udo o trad traduz uzir ir o lado lado cont contra radi ditó tóri rio o e inst instáv ável el,, trans transititór ório io e fini finito to da existência humana. b) No .... ...... .... .... .... .... freq freque uent ntem emen ente te se perc perceb ebe e uma uma verdadeira exaltação sensorial, rumo à fantasia e à supra-realidade. c) ............ ..............., ..., enquant enquanto o estilo estilo de vida e de arte, arte, é tudo o que há de mais contrário à clareza, ao tipo linear, à nitidez de contornos. d) Com Com o .... ...... .... .... .... .... ocor ocorre re a tend tendênc ência ia geral geral para o racionalismo, para o equilíbrio. e) O... ........ ........ ..... seri eria identi ntificado pelo estilo trabal trabalhado hado,, pela pela abundânc abundância ia de adorno adornos, s, pela pela elaboração formal excessiva.
(Cescem) Literatura.
“Ai, Custódia! Sonhei... (não sei se o diga) Sonhei que entre meus braços vos gozava: Oh, se verdade fosse o que que sonh sonhav ava! a! Mas Mas não não perm permitite e Amor Amor que que tal tal consiga!” Essess dois dois frag fragme ment ntos os dive divers rsos os da obra obra de 7. Esse Gregório Matos exemplificam: a) A abordage abordagem m dúplice dúplice de um um dos tema tema recorre recorrente ntess no estilo barroco – o da contemplação da natureza selvagem. b) A tent tentat ativ iva a de equili equilibra brarr uma uma atit atitud ude e raci racion onal al em face da religião e outra, platônica, em relação ao amor. c) O cará caráte terr conf conflilita tant nte e da expr expres essã são o cult cultis ista ta,, ao abordar temas que se anulam mutuamente. d) A dialétic dialética a concepti conceptista, sta, que que permite permite a conciliaç conciliação ão da face satírica e da sua oposta, a épica, na expressão de uma mesma realidade humana. e) As contr contrad adiç içõe õess na visão visão do mund mundo o do homem homem barroco, na qual convivem extremos aparentemente conflitantes.
8. (Ces (Cesg granr anrio) io) As informações seguintes são sobre o Barr Barroc oco. o. Exam Examin inee-as as e iden identitififiqu que e se são são verdadeiras ou falsas: ()
(
(
(
(
Foi o primeiro primeiro estilo estilo de de época época no Brasil Brasil (1601 (1601 a 1768), correspondente, correspondente, historicamen historicamente te à formação formação da sociedade brasileira, em torno dos engenhos da Bahia e Pernambuco, e ao domínio espanhol. ) Pode ocorrer que o texto Barroco Barroco seja simultaneamente cultista e conceptista, que exista ao mesmo tempo o trabalho com a palavra e com a idéia. ) O Barroco Barroco Conceptista Conceptista valoriza valoriza a argumentação argumentação suti sutil, l, intr intric icad ada, a, o jogo jogo habi habililido doso so de idéi idéias as,, oper operan ando do atra atravé véss de para parad doxos oxos,, sofi sofissmas, mas, silogismos, trocadilhos e associações inesperadas. ) O Barroc Barroco o Cultista, Cultista, Gongór Gongórico ico,, volta-se volta-se para para a valorização da forma, da palavra, da ornamentação da frase, do estilo rebuscado e erudito. Caracterizase pelo abuso no emprego de metáforas, antíteses, hipérboles e pelas figuras sintáticas de repetição, supre supress ssão ão ou inver inversã são o de term termos os oraci oraciona onais is – anáforas, anadiploses, elipses, hipérbatos. ) Reflete, Reflete, no plano histórico e ideológico, ideológico, a atuação do Abso Absolu lutitism smo, o, da Refo Reform rma a Prot Protes esta tant nte, e, da Cont Contra ra-R -Ref efor orma ma Catól Católic ica, a, da Inqu Inquis isiç ição ão e da Comp Compan anhi hia a de Jesu Jesus. s. Expr Express essa a o home homem m em confli conflito to (Idade (Idade Média Média versus versus Renasci Renasciment mento; o; fé versus versus razão; razão; Deus versus homem; homem; céu versus versus terra; alma versus corpo; virtude versus prazer).
A seqüência correta é: Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Literatura brasileira
a) b) c) d) e)
V, V, V, V, F, F V, V, V, V, V, V, V, F V, F, F, F, F, V, V, V V, V, V, V, V, V, V, V V ,V, F, F, F, V
A instabilidade das coisas do mundo Nasce o sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz se ergue à noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém, se acaba o Sol, por que nascia? Se é formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto, da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz falta firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria, sinta-se tristeza. Começa o Mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância.
9. A idéia central do texto é: a) b) c) d) e)
a duraçã duração o prolon prolongad gada a do sofr sofrime imento. nto. a grande grandeza za de Deus Deus e a pequen pequenez ez human humana. a. os contr contras aste tess da da vid vida. a. a falsid falsidade ade das aparênc aparências ias.. a dura duraçã ção o efêm efêmer era a de todas todas as real realid idad ades es do mundo.
10. Esse tema: a) b) c) d) e)
É própri próprio o da litera literatur tura a renasce renascenti ntista sta.. Consti Constitui tui uma uma exceçã exceção o dentro dentro do Barro Barroco. co. É o oposto oposto das conc concepç epções ões filos filosófi óficas cas do Barr Barroco oco.. É uma uma recorr recorrênci ência a temáti temática ca do Barr Barroco. oco. Encontr Encontra-s a-se e apenas apenas na obra obra desse desse poeta. poeta.
11. No texto predominam as imagens: a) b) c) d) e)
olfati ativas gustati ativas auditivas táteis visuais
12. Qual é o elemento Barroco mais característico da primeira estrofe? a) b) c) d) e)
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Dispos Disposiçã ição o antit antitéti ética ca da da frase frase.. Cultismo. O Con Conccepti eptissmo. mo. Conce Concepçã pção o teocê teocênt ntri rica ca.. Estrutura Estrutura correlativa, correlativa, dissertativa dissertativa e recolet recoletiva. iva.
delit delito, o, assim assim no amor amor dimi diminui nui o mere mereci cime ment nto. o. Quem Quem,, igno ignora rad do, ofend fendeu eu,, em rigo rigorr não não é delinqüente; quem, ignorando, amou, em rigor não é amante.” Há no frag fragme ment nto o de um dos dos serm sermõe õess do padr padre e Antônio Vieira, várias características barrocas. Aposte aquela que não condiz com o texto apresentado: a) b) c) d) e)
Jogo Jogo de de idéi idéias as.. Jogo Jogo de pala palavr vras as.. Preo Preocu cupa paçã ção o com com a form forma. a. Pred Predom omin inân ânci cia a cultis cultista ta.. Intel Intelig igên ênci cia a dialét dialétic ica. a.
14. (FATEC (FATEC)) Escr Escrev eva a (V) (V) par para as afir afirma mati tiva vass verda verdade deir iras as e (F) (F) para para as falsas falsas.. Em segui seguida, da, assinale a seqüência correta. ( ) A linguagem linguagem do Barroca Barroca é pródiga quanto quanto ao uso uso de hipérboles. ( ) Aliada Aliada à pint pintura ura,, à escult escultura ura e à arqui arquitet tetura, ura, a literat literatura ura barroc barroca a reflet reflete e o mundo mundo contur conturbado bado e amargo do homem seiscentista. ( ) Quanto Quanto à lingua linguagem, gem, o Barroc Barroco o caract caracteri eriza-s za-se e pela simplicidade. ( ) Gregório Gregório de Matos Matos Guerra Guerra apresent apresenta a o Barroc Barroco o através da poesia lírica, religiosa e, principalmente, satírica. ( ) A literatura literatura Barroca é caracteriz caracterizada ada por uma visão racional da realidade. a) b) c) d) e)
V, V, V, V, F, F V, F, V, V, F V, V, F, V, F V, F, V, F, F F, V, F, V, V, F
15. 15. (U.F (U.F.. SANT SANTA A MA MARI RIA-R A-RS) S) Entr Entre e os nom nomes e características apresentados a seguir, destaque os que podem ser associados ao Barroco. 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Cultismo; Linguagem ornamentada e frases sinuosas; Padre Antonio Vieira e Manuel Botelho de Oliveira; Preocupações com a Racionalidade; Gregório de Matos e Basílio da Gama; Tentativa de conciliar pólos opostos.
A resposta correta é: a) b) c) d) e)
1, 2, 3 e 6 1, 2, 3 e 5 1, 3, 4 e 5 2, 3, 4 e 6 2, 4, 5, e 6
ARCADISMO
“Quem m ama, ama, porq porqu ue conh conhec ece, e, é 13. (PUC-S (PUC-SP) P) “Que aman amante te;; quem quem ama, ama, porq porque ue igno ignora ra,, é nésc néscio io.. O contexto histórico-cultural Assim como a ignorância na ofensa diminui o Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Literatura brasileira
EUROPA: •
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Supe Superaç ração ão dos dos conf conflilitos tos relig religio iosos sos da époc época a barroca. Iluminismo Século das luzes (XVIII); marcado pela valorização da razão e da ciência.
BRASIL •
Ciclo da mineração
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Inconfidência Mineira
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Política Pombalina
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Características Idea Ideall esté estétitico co de clar clarez eza, a, a simpl simplic icid idad ade e e o equilíbrio clássico. Volta Volta aos modelo modeloss clássi clássicos cos greco-ro greco-roman manos os e renascentist renascentistas, as, revalorizaçã revalorização o dos arquétipos arquétipos da poes poesia ia e da mito mitolo logi gia a da Anti Antigu guid idad ade. e. Daí Daí a denominação de Neoclassicismo. Predomínio da Razão. Obede bedeccend endo aos padrões rões clássicos, os, os neoclássicos defendiam o princípio de que a arte devia se ocupar com o Belo, o Bom, a Verdade e a Perfeição. ucas figura uras de Simpli Simplicid cidade ade formal formal:: Pouca ling lingua uagem gem (em comp compara araçã ção o com com o Barr Barroco oco), ), preferência preferência pela metonímia, metonímia, predomínio predomínio da ordem direta da frase, emprego do verso branco (sem rima rima), ), que que aprox aproxim ima a a poesi poesia a da cadên cadênci cia a da prosa.
•
Bucolismo, Pastoralismo
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Fingimento e Convencionalismo
Literatura.
Quan Quando do,, por por volt volta a de 1960 1960,, algu alguns ns poet poetas as italianos começaram a se opor ao Barroco, fundaram socie socieda dades des lite literár rária iass às quai quaiss dera deram m o nome nome de arcádias, aludindo à inspiração clássica que norteava essas associações e às propostas de uma poesia simples, bucólica e pastoril. Os membros das arcádias adotavam pseudônimos pastoris e chamavam-se uns aos outros de pastores. São freqüentes os temas clássicos: o Carpe Diem (= aproveita o dia), o Áurea Mediocritas (= mediania de ouro), ouro), buscar buscar na naturez natureza a a felici felicidade dade,, Lócus Amoenus (= natureza amena, aprazível). Os poetas Inutilia Truncat Truncat árcad árcades es adot adotav avam am como como lema lema o Inutilia (cortar (cortar o inútil inútil), ), aludin aludindo do à oposiçã oposição o de exager exageros os ornamentais do Barroco. Relacione os textos que se seguem aos seguintes temas latinos:
No Brasil, o movimento movimento árcade coincide com uma fase de estabilização de uma sociedade urbana mais complexa. complexa. E com um momento histórico histórico marcado por um nativismo, que passa a ser reivindicatório, e não mais apenas descritivo descritivo e pitoresco pitoresco (como ocorrera no Quin Quinhe hest stis ismo mo e no Barr Barroc oco) o).. Além Além diss disso, o, a vida vida literária, literária, no Brasil, Brasil, já é estimulada no final do período Barr arroco pel pela apa aparecimento nto das das Academias Literárias, ganha novo alento com o surgimento de um público leitor. Estabiliza-se, dessa forma, a autor- obra-leitor , vale dizer, surgem escritores brasileiros, que escrevem sobre o Brasil, para leitores brasileiros.
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a) Carpe Diem iem b) Áure Áureaa Med Medio iocr crit itas as c) Fug Fugere ere U Urb rbem em d) Lócu Lócuss Amo Amoen enus us e) Iuti Iutili liaa Tru Trunc ncat at ( ) Guarda para seu tempo os desenganos, gozemos-nos agora, enquanto dura, já que dura tão pouco, a flor dos nos. ( ) Alguém há de cuidar que é frase inchada daquela que lá se usa entre essa gente que julga que diz muito, e não diz nada. ( ) Se não tivermos lãs e peles finas, podem mui bem cobrir as carnes nossas as peles dos cordeiros mal curtidas, e os panos feitos com as lãs mais grossas. Mas ao menos será o teu vestido por mãos de amor, por minhas mãos cosido. ( ) Aquele adore as roupas de alto alto preço, um siga a ostentação outro a vaidade; todos se enganam com igual excesso eu chamo a isto já felicidade: ao campo me recolho, e reconheço, que não há maior bem, que a soledade. ( ) Enquanto pasta alegre o manso gado, minha bela Marília, nos sentemos à sombra deste cedro levantado.
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Literatura brasileira
O
11 uma concepção neoclássica de poesia, sem sacrificar por inteiro a expressão das emoções e sentimentos, presentes em suas melhores criações.
ARCADISMO NO BRASIL
Em 1768 inaugura-se o estilo de época árcade no Brasil com a publicação das Obras poéticas de Cláudio Manuel da Costa. O estilo árcade ficará em moda até a publicação, em 1836, de Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães, que marca o início do Romantismo entre nós. O século XVIII, no Brasil, é considerado como o século do ouro, graças à intensa atividade de extração mireal e à descoberta do diamante. Desloca-se o eixo econômico – e com ele o cultural – para Minas Gerais (centro de extração do minério) e o Rio de Janeiro (porto de escoamento e nova capital do país desde 1763).
Tentou conciliar as convenções do Arcadismo com a paisagem mineira. A paisagem mineira está presente na sua obra, através de alusões à natureza áspera (pedras, penhas, rochedos, penhascos), que o poeta faz contrastar com a brandura de seus sentimentos.
Outro tema freqüente na poesia de Cláudio Manuel da Costa foi O platonismo amoroso, configurado no amante feliz e na tristeza da mudança das coisas em relação à permanência dos sentimentos.
Analise os textos abaixo: Soneto: XCVIII Destes penhascos fez a natureza O berço, em que nasci! oh quem cuidara, Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza!
Cláudio Manuel da Costa
Amor, que vence os tigres por empresa Tomou logo render – me; ele declara Contra o meu coração guerra tão rara, Que não me foi bastante a fortaleza.
Biografia: Utilizando o pseudônimo Glaucest Satúrnio, Cláudio Manuel da Costa foi um dos introdutores do Arcadismo no Brasil. Apesar do grande esforço, é considerado um poeta de pouca inspiração. Filho de abastados mineradores de Minas Gerais, estudou Direito em Coimbra. Em Portugal, teve contato com as idéias iluministas. De volta ao Brasil, participou da Inconfidência Mineira. Morreu enforcado na prisão em 1789, em um suposto suicídio; atualmente, parece inconteste que o “suicidaram”. Antes de publicar Obras, o primeiro livro árcade no Brasil, publicou alguns poemas barrocos sem importância. Depois, passou a ser conhecido como o “mais árcade dos árcades”, publicando sonetos de forte influência de Camões. A temática era a comum do Arcadismo: temas bucólicos, pastoris, com a natureza como refúgio.
Características do autor:
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano, A que dava ocasião minha brandura, Nunca pude fugir ao cego engano: Vós que ostentais a condição mais dura, temei, penhas, temei; que Amor tirano, Onde há mais resistência, mais se apura (Cláudio Manuel da Costa)
Comentário: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
Buscou os modelos clássicos (Virgílio e Camões) com equilibrada consciência crítica.
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Apesar dos traços cultitas que sua obra revela, faz severas restrições a esse estilo, defendendo simplicidade arcádica.
XIII
Foi grande sonetista, sóbrio e elegante, revelando acentuadas influências de Camões e de Petrarca. Poeta de forma trabalhada, virtuosística, adotou Literatura.
Nise? Nise? onde estás? Aonde esperas Achar te uma alma, que por ti suspira, Se quando a vista se dilata, e gira, Tanto mais de encontrar te desespera!
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Literatura brasileira
Ah se ao menos teu nome ouvir pudera Entre esta aura suave, que respira! Nise, cuido, que diz; mas é mentira. Nise, cuidei que ouvia; e tal não era. Grutas, troncos, penhascos da espessura, Se o meu bem, se a minha alma em vós se esconde, Mostrai, mostrai me a sua formosura. Nem ao menos o eco me responde! Ah como é certa a minha desventura! Nise? Nise? onde estás? aonde? aonde?
Comentário:
12 poemas são reunidos nos três volumes de Marília de Dirceu – Marília é o nome dado à sua amada e Dirceu, ao poeta. Ao sair da prisão, parte para o exílio em Moçambique, onde se casou com outra mulher e veio a falecer, em 1809. Em 1880, apareceu uma edição das liras de Gonzaga, publicada pela tipografia bulhões, dividida em três partes. Mais tarde, ficou provado que a terceira parte era totalmente falsa, ou seja, as liras nela incluídas não eram de autoria de Gonzaga. O poeta Manuel Bandeira chegou a fazer um haicai sobre uma das liras da 3ª parte. Veja:
___________________________________________ Haicai tirado de uma falsa lira de Gonzaga ___________________________________________ ___________________________________________
1 – Quis gravar “amor” 2 – No tronco de um velho freixo: 3 – “Marília” escrevi.
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Obras do autor: ___________________________________________ ___________________________________________
Poesia Lírica: Liras de Marília de Dirceu – I e II Partes; Poesia Satírica: Cartas Chilenas
Características do autor: •
Tomás Antônio Gonzaga Biografia: Tomás Antônio Gonzaga foi um dos maiores escritores do Arcadismo brasileiro. Sua obra, na verdade, vai além das limitações desta escola, rodeando o pré-romantismo. Filho de um português com uma brasileira, nasceu em Portugal mas passou a infância na Bahia, onde estudou em um colégio jesuíta. Retornou a Portugal para estudar Direito na Universidade de Coimbra – logo após forma-se, escreveu o Tratado de Direito Natural , de forte caráter iluminista. Vem para o Brasil, onde assume o cargo de ouvidor em Vila Rica (atual Ouro Preto). Escreve então as Cartas Chilenas, em que satiriza o governador de Minas Luís da Cunha Menezes, seu adversário político, retratado na obra como um governador de província chilena chamado “Falastrão Minésio”. Participou da Inconfidência Mineira, passando por conta disso três anos na prisão, no Rio de Janeiro. É quando escreve uma série de poemas líricos dedicados à sua amada Maria Dorotéia. Estes Literatura.
Apesar de ceder, vez por outra, às convenções da poesia arcádica, infunde em sua obra dois elementos não-convencionais:
1) O lirismo como expressão pessoal, construído em torno de seu modo de ser e pensar, inspirado na estilização de sua alegria ou de seu drama. Essa nota de subjetivismo é mais evidente na 2ª parte das Liras. 2) A Imitação direta da natureza de Minas e não a natureza reproduzida dos poetas bucólicos grecoromanos ou renascentistas. A ficção bucólica de Gonzaga é injetada de autenticidade pela transcrição dos aspectos rústicos e reais da paisagem e da vida da Colônia. Apesar das alusões mitológicas e de outras reminiscências clássicas, percebe-se que o poeta teve a preocupação de fazer-se claramente entendido por Marília. Daí o tom familiar, quase prosaico, de boa parte das composições. •
•
Mesmo admitindo a sinceridade das intenções do poeta, não há as Liras um transbordamento de apaixonado autêntico. Há muito de “fingimento”, de frieza calculada e disfarçada de um conquistador cortês, dotado de apreciável intuição psicológica. Isso explica as contradições na caracterização de Dirceu, ora honrado pastor, ora ilustre magistrado, e na de Marília, ora loira, ora morena.
Textos para análise:
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Literatura brasileira
13 Comentário: ___________________________________________
LIRA I Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d’ expressões grosseiros, Dos frios gelos e dos sóis queimado. Tenho próprio casal e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha estrela! Eu vi semblante numa fonte, Dos anos inda não está cortado; Os pastores, que habitam este monte, Respeitam o poder do meu cajado: Com tal destreza a sanfoninha Que inveja até toco tem próprio Alceste: Ao som dela concerto a voz celeste; Nem canto letra, que não seja minha. Graças, a Marília bela, Graças à minha estrela!
Comentário: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
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Descubra as contradições presentes na obra Marília e Dirceu. Texto I Os seus compridos cabelos, que sobre as costas ondeiam, são que os de Apolo mais belos, mas de loura cor não são. Têm a cor da negra noite; e com o branco do rosto fazem, Marília, um composto da mais formosa união. Texto II Os teus olhos espelham luz divina, a quem a luz do sol em vão se atreve; papola ou rosa delicada e fina te cobre as faces, que são cor da neve. Os teus cabelos são uns fios d’ouro; teu lindo corpo bálsamos vapora.
___________________________________________ ___________________________________________
Compare os dois fragmentos acima e identifique a incoerência: ___________________________________________
LIRA XV
___________________________________________
Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro, Fui honrado pastor da tua aldeia; Vestia finas lãs, e tinha sempre A minha choça do preciso cheia. Tiraram-me o casal, e o manso gado, Nem tenho, a que me encoste, um só cajado. (...)
___________________________________________
Fiadas comprarei as ovelhinhas, Que pagarei dos poucos do meu ganho; E dentro em pouco tempo nos veremos Senhores outra vez de um bom rebanho. Para o contágio lhe não dar, sobeja Que as afague Marília, ou só que as vejas Se não tivermos, lãs, e peles finas, Podem mui bem cobrir as carnes nossas As peles dos cordeiros mal curtidas, E os panos feitos com as lãs mais grossas. Mas ao menos será o teu vestido Por mãos de amor, por minhas mãos cosido. (...)
Literatura.
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Texto III Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro, fui honrado pastor da tua aldeia... Texto I Verás em cima da espaçosa mesa altos volumes de enredados feitos; ver-me-ás folhear os grandes livros, e decidir os pleitos.
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Literatura brasileira
Qual a incoerência apresentada nos fragmentos acima? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
Poesia satírica: Cartas Chilenas Nas Cartas Chilenas, poemas satíricos que percorreram Vila Rica antes da Inconfidência, em forma manuscrita e anônima. Tomás Gonzaga critica o governador de Minas, Luís da Cunha Menezes, que aparece no texto com o pseudônimo satírico de Fanfarrão Minésio. As cartas são escritas pro Critilo (o próprio Gonzaga) e dirigidas a Doroteu (provavelmente Cláudio Manuel da Costa). Critilo, morador de Santiago do Chile (Vila Rica), faz a crítica aos desmandos do governador chileno (na verdade, Cunha Menezes). As cartas não constituem um ataque frontal ao regime português, mas à pessoa do governador e outros mandatários. Gonzaga satiriza pessoas, não instituições.
A épica árcade
Há dois representantes principais da poesia épica brasileira: Basílio da Gama, que escreveu o Uraguai, e Frei José de Santa Rita Durão, autor de Caramuru. Basílio, nascido em Minas Gerais em 1741, estudou em Portugal e ingressou, na Itália, na Arcádia Romana, com nome pastoril de Termindo Sipílio. De volta a Portugal, foi preso por crime de jesuitismo, mas conseguiu comutar a pena de Degredo para Angola graças a um epitalâmio que escreveu para a filha do Marquês de Pombal. O poema Uraguai, por possuir apenas cinco cantos, versos brancos e estrofação livre, tem sido apontado pela crítica como mais ousado e mesmo superior, do ponto de vista técnico, ao Caramuru, que segue rigorosamente os moldes camonianos. Ambos, todavia, tratam do índio brasileiro de acordo com a doutrina de Rousseau e numa prévia do que seria o indianismo romântico.
Uraguai: Basílio da Gama
14 (...) Este lugar delicioso e triste, Cansada de viver, tinha escolhido Para morrer a mísera Lindóia. Lá reclinada, como que dormia, Na branda relva e nas mimosas flores, Tinha a face na mão, e a mão no tronco De um fúnebre cipreste, que espalhava Melancólica sombra. Mais de perto Descobrem que se enrola no seu corpo Verde serpente, e lhe passeia, e cinge Pescoço, e braços, e lhe lambe o seio. Porém o destro Caitutu, que treme Do perigo da irmã, sem mais demora Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes Soltar o tiro, e vacilou três vezes Entre a ira, e o temor. Enfim sacode O arco, e faz voar a aguda seta, Que toca o peito de Lindóia, e fere A serpente na testa, e a boca, e os dentes Deixou cravados no vizinho tronco. Açouta o campo côa ligeira cauda O irado monstro, e em tortuosos giros Se enrosca no cipreste, e verte envolto Em negro sangue o lívido veneno. Leva nos braços a infeliz Lindóia O desgraçado irmão, que ao despertá-la Conhece, com que dor! No frio rosto Os sinais do veneno, e vê ferido Pelo dente sutil o brando peito. Os olhos, em que o amor reinava, um dia, Cheios de morte; e muda aquela língua Que ao surdo vento e aos ecos tantas vezes Contou a larga história de seus males. Nos olhos de Caititu não sofre o pranto, E rompe em profundíssimos suspiros, Lendo na testa da fronteira gruta De sua mão já trêmula gravado O alheio crime e a voluntária morte. E por todas as partes repetido O suspirado nome de Cacambo. Inda conservava o pálido semblante Um não sei quê de magoado e triste, Que os corações mais duros enternece. Tanto era bela no seu rosto a morte!
Caramuru: Santa Rita Durão Caramuru, de Santa Rita Durão, aborda o descobrimento da Bahia. Diogo Álvares Correia , vítima de naufrágio, chega ás praias brasileiras e é aceito pelos indígenas. A passagem mais famosa dessa obra é certamente o momento em que Moema, cujo amor é preterido por Diogo, lança-se ao mar procurando impedi-lo de partir com Paraguaçu, a quem ele realmente ama. Moema acaba se afogando, mas não antes de proferir este discurso:
A base do enredo de Uraguai é a luta do índios e jesuítas, habitantes dos Sete Povos das Missões, contra os portugueses e espanhóis que vinham - Bárbaro ( a bela diz): tigre e não homem... requisitar a terra tendo por base o Tratado de Madri Porém o tigre, por cruel que brame, em 1750. A passagem abaixo revela a morte de Acha forças no amor, que enfim o domem; Lindóia, que se deixa picar por uma serpente, pois Só a ti não domou, por mais que eu te ame. tamanha era a sua desilusão após a morte do seu Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem, amado e chefe indígena Cacambo. Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Como não consumis aquele infame? Mas pagar tanto amo com tédio e asco... Ah! Que corisco és tu... raio... penhasco!
(
(...)
(
Tão jura ingratidão menos sentira E esse fado cruel doce me fora. Se o meu defeito triunfar não vira Essa indigna, essa infame, essa traidora. Por ser serva, por escrava, te seguira. Se não temera te chamar de senhora A vil Paraguaçu, que, sem que o creia, Sobre ser-me inferior, é néscia e feia. Enfim, tens coração de ver-me aflita, Flutuar, moribunda, entre estas ondas; Nem o passado amor teu peito incita A um ai somente, com que aos meus respondas. Bárbaro, se esta fé teu peito irrita, (Disse, vendo-o fugir) ah! Não te escondas Dispara contra mim teu cruel raio... E indo a dizer o mais, cai num desmaio.
(
Perde o lume dos olhos, pasma e treme, Pálida a cor, o aspecto moribundo; Com a mão já sem vigor, soltando o leme, Entre as salsas escumas desce ao fundo. Mas na onda do mar, que, irado, freme, Tornando a aparecer desde o profundo, -ah! Diogo cruel! – disse com mágoa, - e sem mais vista ser, sorveu-se na água.
EXERCÍCIOS 1. De acordo com as afirmações sobre o Arcadismo, coloque nos parênteses: F: falsa ou V: verdadeira.
(
todos os tipos de poesias e, mais especificamente, nas Cartas chilenas, de Tomás Antônio Gonzaga. ) A cidade de Vila Rica – Mg foi o cenário cultural do Arcadismo no Brasil. ) Muitas poesias árcades se inspiraram na Mitologia Clássica. ) Os poemas épicos não são frutos exclusivos da imaginação dos artistas. Foram inspirados em fatos históricos, ou lendas tradicionais como o Uraguai e o Caramuru. ) Os poetas árcades brasileiros realizaram, na prática, o objetivo de seus ideais pastoris.
2. “Lira I” “Eu, Marília, não sou vaqueiro que viva de guardar alheio gado, de tosco trato, de expressões grosseiro, dos frios gelos e dos sóis queimado. Tenho próprio casal e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das bancas ovelhinhas tiro leite E mais as finas lãs de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!” (Tomás Antonio Gonzaga) Assinale a afirmação INCORRETA sobre o texto anterior: a) A presença de elementos ligados ao campo reflete o ideal de simplicidade do Neoclassicismo brasileiro; b) O bucolismo do texto demonstra uma despreocupação com a forma; c) A ausência de rebuscamento está de acordo com o lema “Inutilia Truncat”; d) A seleção vocabular do texto estampa uma das características da Arcadismo; e) Equilíbrio e tranqüilidade são traços marcantes do texto.
( ) Religiosidade cristã. ( ) Paganismo ( ) Perfeição formal. ( ) Idéias estéticas clássicas ( ) Tensão espiritual. 3. (F.C. Chagas-BA) ( ) Bucolismo. ( ) Valorização da vida urbana. ( ) Jogos vocabulares. A ciência e o racionalismo constituem as “luzes” com ( ) Foi o último estilo da fase colonial. que se costuma caracterizar o século. Razão que ( ) Foi um estilo ligado historicamente ao iluminismo, “ilumina”, que ilustra, que esclarece os homens, que na Europa, e à Inconfidência Mineira, no Brasil. os conduz ao progresso. Daí as palavras “iluminismo” ( ) Foi um estilo bastante original, tanto na forma e “ilustração”, que caracterizam as manifestações quanto no conteúdo. culturais do momento, o conjunto de tendências ( ) Quanto à linguagem, repudiou a complexidade do características do século. Barroco, sendo mais na utilização de figuras. ( ) Alguns poetas árcades brasileiros desenvolveram O texto refere-se: textos ainda que de forma velada, manifestaram uma tendência lírico-amorosa. a) ao século XVI, corresponde ao florescimento da ( ) Esta tendência ficou conhecida como Préliteratura informativa no Brasil. Romantismo e as Liras de Marília de Dirceu, de b) Ao século XVII, momento em que se cultiva a Cláudio Manuel da Costa, representaram um belo literatura barroca. exemplo desta fase de transição. c) Ao século XVIII, época que se identifica com o ( ) O envolvimento filosófico do Arcadismo brasileiro Neoclassicismo. com os fatos políticos de época se manifesta em Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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d) Às primeiras décadas do século XIX, quando se instaura o Realismo na literatura brasileira. e) À última década do século XIX, correspondente à vigência da literatura simbolista.
4. Leia com atenção: O ser herói, Marília, não consiste Em queimar os impérios: move a guerra, Espalha o sangue humano, E despovoa a terra Também o mau tirano. Consiste o ser herói em viver justo: E tanto pode ser herói o pobre, Com maior Augusto. O trecho exemplifica uma das características do homem ilustrado do século XVIII e pertence a um dos poetas que conseguiu aliar a ideologia do Iluminismo com a sensibilidade poética própria do Arcadismo. O autor do trecho e a característica aí patente são, respectivamente: a) Cláudio Manuel da Costa e o repúdio do poder militar representado por César Augusto e por Alexandre, o Grande, presentes em outras estrofes do poema. b) Silva Alvarenga e o elogio do homem comum que, por sua bondade inata e sua vida justa, contrasta com os grandes conquistadores militares. c) Alvarenga Peixoto e o louvor do homem que consegue assimilar o social ao natural. d) Tomás Antônio Gonzaga e a construção ideal de um homem heróico cuja medida seria a bondade inata, base de uma vida harmonizada das disposições individuais e das vicissitudes sociais. e) Tomás Antônio Gonzaga e a exaltação do homem comum que se forma e se constrói segundo um ideal de bondade inata e de urbanidade.
5. (Cesesp-PE) I.
“O momento ideológica, na literatura do Setecentos, traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero.” II. “O momento poético, na literatura dos Setecentos, nasce de um encontro, embora ainda amaneirado, com a natureza e os afetos comuns do homem.” III. “Façamos, sim, façamos, doce amada/ Os nossos breves dias mais ditosos”. A característica que está presente nesses versos é o carpe diem (“gozar a vida”). a) b) c) d) e)
Só a proposição I é correta. Só a proposição II é correta. Só a proposição III é correta. São corretas as proposições I e II. Todas as proposições são corretas.
16 a) Tem suas fontes nos antigos grandes autores gregos e latinos, dos quais imita os motivos e formas. b) Teve em Cláudio Manuel da Costa o representante que, de forma original, recusou a motivação bucólica e os modelos camonianos da lírica amorosa. c) Nos legou os poemas de feição épica Caramuru (de Frei José de Santa Rita Durão) e Uraguai (de Basílio da Gama), no qual se reconhece a qualidade literária destacada em relação ao primeiro. d) Norteou, em termos dos valores estéticos básicos, a produção dos versos de Marília de Dirceu, obra que celebrizou Tomás Antônio Gonzaga e que destaca a originalidade de estilo e de tratamento local dos temas pelo autor. e) Apresentou uma corrente de conotação ideológica, envolvida com as questões sociais do seu tempo, com a crítica aos abusos de poder da Coroa Portuguesa.
7. (UNIFOR-CE) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada. Texto I “É a vaidade, Fábio, nesta vida Rosa que, da manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada, Airosa rompe, arrasta presumida.”
Texto II “Fadigado de calma se acolhia Junto o rebanho à sombra dos salgueiros, E o sol, queimando os ásperos oiteiros, Com violência maior no campo ardia.” A natureza, para os poetas..., era a fonte de símbolos (rosa, cristal, água), que transcendiam do material para o espiritual (Texto I); para os poetas...., era sobretudo o cenário idealizado, dentro do qual se podia ser feliz (Texto II). a) b) c) d) e)
Românticos / parnasianos Parnasianos / simbolistas Árcades / Românticos Simbolistas / barrocos Barrocos / árcades
8. (FUVEST-SP) “Por fim, acentua o polimorfismo cultural dessa época o fato de se desenrolarem acontecimentos relevantes, como a Inconfidência Mineira e a transladação da corte de D. João VI para o Rio de Janeiro.” (Massaud Moisés) A época histórica a que se refere o crítico é a do:
6. (Fatec-SP) Sobre o Arcadismo brasileiro só não se pode afirmar que:
a) Simbolismo b) Arcadismo c) Parnasianismo d) Realismo Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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e) Romantismo
9. (UFPA) A pastora Marília, conforme nos é apresentada nas liras de Tomás Antônio Gonzaga, carece de unidade de enfoques; por isso é muito difícil precisar, por exemplo, seu tipo físico. Esta imprecisão da pastora: a) É suficiente para seu autor ser apontado como pré-romântico b) É fundamental para situar o leitor dentro do drama amoroso do autor. c) Reflete o caráter genérico e impessoal que a poesia neoclássica deveria assumir. d) É responsável pela atmosfera de mistério, essencial para a poesia neoclássica. e) Mostra a intenção do autor em não revelar o objeto do seu amor.
10. (UM-SP) Sobre o poema O Uraguai, é correto afirmar que: a) O herói do poema é Diego Álvares, responsável pela primeira ação colonizadora na Bahia. b) O índio Cacambo, ao saber da morte de sua amada, Lindóia, suicida-se. c) Escrito em plena vigência do Barroco, filiou-se à corrente cultista. d) Os jesuítas aparecem como vilões, enganadores dos índios. e) Segue a estrutura épica camoniana, com versos decassílabos e estrofes em oitava rima.
11. (UnB-DF) Marque a opção que identifica autor, obra e escola a que pertence o seguinte trecho. “Inda conserva o pálido semblante Um não sei quê de magoado e triste, Que os corações mais duros enternece. Tanto era bela no seu rosto a morte!” a) b) c) d) e)
Gonçalves Dias / I – Juca Pirama / Romantismo Castro Alves / Vozes d’África / Romantismo Santa Rita Durão / Caramuru / Arcadismo Basílio da Gama / O Uraguai / Arcadismo n. d. a
12. “Que diversas que são, Marília, as horas Que passo na masmorra imunda, e feia, Dessas horas felizes já passadas Na tua pátria aldeia!” Esses versos de Marília de Dirceu caracterizam: a) b) c) d) e)
A primeira parte da obra, o namoro. A felicidade da futura família. A segunda parte da obra, a cadeia. O sonho de realizar a Inconfidência. O sonho de um futuro feliz ao lado da amada.
Literatura.
17 13. (PUCC-SP) Pode-se afirmar que Marília de Dirceu e as Cartas Chilenas são respectivamente: a) Altas expressões do lirismo amoroso e da sátira política, na literatura do século XVIII. B) Exemplos da poesia biográfica e da literatura epistolar cultivadas no século XVII. c) Exemplos do lirismo amoroso e da poesia de combate, cultivados sobretudo pelos poetas românticos da chamada “terceira geração”. d) Altas expressões do lirismo e da sátira da nossa poesia barroca. e) Expressões menores da prosa e da poesia de nosso Arcadismo, cultivadas no interior das Academias.
14. (ITA) As opções a seguir referem-se aos textos A, B, C e D. Texto “A”( ) “Ah! enquanto os destinos impiedosos não voltam contra nós a face irada, façamos, sim, façamos, doce amada, os nossos breves dias mais ditosos.” Texto “B” ( ) “Ó não aguardes, que a madura idade te converte essa flor, essa beleza, em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada”. Texto “C” ( ) “Nos olhos Caitutu não sofre o pranto, E rompe em profundíssimos suspiros, Lendo na testa da fronteira gruta De sua mão já tremula gravado O alheio crime e a voluntária morte”. Texto “D” ( ) “O todo sem a parte não é todo; A parte sem o todo não é parte; Mas se a parte faz o todo, sendo parte, Não se diga que é parte, sendo todo. Preencha os parênteses anteriores dos textos dados, obedecendo à seguinte convenção: I) II) III) IV)
Gregório de Matos Tomás Antônio Gonzaga Basílio da Gama Cláudio Manuel da Costa
Preenchidos os parênteses, a seqüência correta é: a) b) c) d) e)
II – I – III – I IV – I – II – II I – II – II – I I – IV – III – I II – IV – III – IV
ROMANTISMO
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Literatura brasileira
1 ª Geração Romântica (Nacionalista ou Indianista) Gonçalves de Magalhães (Rio, 1811 – Roma, 1882) Gonçalves de Magalhães é considerado o precursor do Romantismo no Brasil. Sua poesia tratou de quase todos os temas comuns aos escritores desta corrente, como o desgosto da vida, a infância, a saudade, o amor impossível, a melancolia e a tristeza e, de uma forma mais épica, o índio. Nascido no Rio de Janeiro, desde cedo cultivou o amor pela pintura, o que o levou a estudar Belas Artes. Acabo, no entanto, formando-se jovem em Medicina e, no campo das artes, dedicando-se à literatura. Publicou seu primeiro livro, poesias, em 1832, sob forte influência do Arcadismo. Em 1836, publicou o livro Suspiros Poéticos e Saudades, considerado o marco inicial do nosso Romantismo. Em Paris, no ano de 1836, fundou junto com alguns colegas brasileiros a Niterói: Revista Brasiliense, onde escreve sobre a necessidade de uma reforma nacionalista na literatura brasileira. De volta ao Brasil, escreveu a primeira tragédia brasileira, Antônio José. Também fez uma incursão na poesia épica com A Confederação dos Tamoios, dedicado ao imperador D. Pedro II. A respeito do poema épico, polemizou com o então José de Alencar sobre a validade histórica de uma forma já então ultrapassada. Tendo ingressado na carreira diplomática, faleceu em Roma no ano de 1882. A poesia de Gonçalves de Magalhães, vista hoje, tem pouco valor artístico, sendo superficial na linguagem e cheia de lugares-comuns. Foi chamado de “O romântico arrependido”, pois ainda que teorizasse como romântico continuava escrevendo sob severa disciplina clássica. Sua maior qualidade literária está nos ensaios que escrevia, teorizando sobre as mudanças propostas pela nova corrente literária que surgia.
Gonçalves Dias
18 Cantos, com o qual ganha a admiração do escritor português Alexandre Herculano e do Imperador D. Pedro II. Este passa, então, a nomeá-lo para cargos públicos. Conheceu assim que chegou ao Brasil Ana Amélia Ferreira do Vale, mulher que foi o amor de sua vida. Chegou a pedi-la em casamento, mas foi recusado pela família da moça graças ao racismo. Mais tarde encontrou-a novamente por acaso na Europa, onde estava em viagem oficial. Tal encontro rendeu seu grande poema lírico, Ainda Uma Vez, Adeus, publicado em 1858. Neste mesmo ano publicou parte de seu poema épico Os Timbiras, que deixou inacabado. Retornou à Europa para tratar-se de tuberculose. Não conseguindo cura, decide retornar ao Brasil. No entanto, o navio em que viajava naufragou na costa do Maranhão, em sua terra natal. O poeta, esquecido em seu leito onde agonizava, foi a única vítima. Mesmo escrevendo sobre todos os temas mais caros ao Romantismo europeu, como a amor impossível, a religião, a tristeza e a melancolia, Gonçalves Dias foi dos poucos poetas que deram um toque brasileiro à poesia romântica. Seu nome está muito associado ao indianismo. Exaltava a figura do nativo brasileiro e sua harmonia com a natureza, idealizando-o de maneira semelhante ao que os europeus faziam com seus cavaleiros medievais. Destacam-se entre seus poemas indianistas I-Juca Pirama e a Canção do Tamboio. Obs. Gonçalves Dias foi o responsável pela consolidação do Romantismo no Brasil.
Características do autor: • • • • •
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Riqueza temática. Poesia indianista. Lirismo amoroso. Poesia erudita (escrita em Português arcaico) Equilíbrio, virtuosismo, senso de medida e erudição, conseqüência de sólida formação neoclássica, que não abandonou de todo. Expressividade do ritmo (versos melódicos).
Obras: Poesia * Primeiros Cantos (1846); * Segundos Cantos (1848) * Sextilhas de Frei Antão (1848); * Últimos Cantos (1851); * Os Timbiras (1857).
Gonçalves Dias consagrou-se como o primeiro grande poeta romântico brasileiro. Era orgulhoso por Teatro: ter em seu sangue as três raças formadoras de nosso * Beatriz Cenci (1843); povo (era filho de uma comerciante português com * Leonor de Mendonça (1847); uma mestiça de índios e negros). Nascido no Maranhão, foi cursar Direito na Universidade de Outros: Coimbra, onde tomou contato com os ideais * Brasil e Oceania (1852); românticos. Distante de sua pátria, escreve um de * Dicionário da língua Tupi (1858). seus mais conhecidos poemas, a Canção do Exílio. De volta ao Brasil, pública seu primeiro livro, Primeiros Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Análise de Textos
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
Canção do Exílio
A gente não pode dormir com os oradores e os pernilongos. Os sururus* em família têm por testemunhas a Gioconda*
Minha Terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossas flores têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho, à noite Mais prazer encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra Sem que eu volte para lá; Seu que desfrute os primores Que não encontro cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o sabiá.
Eu morro sufocado em terra estrangeira. Nossas flores são mais bonitas nossas frutas mais gostosas mas custam cem mil réis* a dúzia. Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade. E ouvir um sabiá com certidão de idade”!
Compreensão de texto 1. Aponte uma semelhança e diferença entre o texto romântico (Gonçalves Dias) e os textos do Modernismo (Oswald de Andrade e Murilo Mendes) ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
(Gonçalves Dias)
Canto de Regresso à pátria Minha terra tem palmares* Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá. Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá.
2. Poderíamos afirmar que os textos românticos são mais nacionalistas do que os modernistas? Justifique. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
Não permita Deus que eu morra Sem que eu volte pra São Paulo Sem que eu veja as rua 15 E o progresso de São Paulo.
I – Juca – Pirama Canto V
(Osvaldo de Andrade)
Canção de Exílio Minha terra tem macieiras da Calfórnia* Onde cantam gaturanos* de Veneza Os poetas da minha terra São pretos que vivem em torres de ametista, os sargentos do exército são monistas*, cubistas*, Literatura. Prof. Robson Tavares.
Meu canto de Morte, Guerreiros, ouvi; Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, E-mail:
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Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci: Sou bravo, sou forte, sou filho do Norte; Meu canto de morte Guerreiros ouvi.
De ruidoso sarau entre os festejos; Quando luzes, calor, orquestra e flores Assomos de prazer nos raiam n’alma Que embelezada e solta em tal ambiente No que ouve, e no que vê prazer alcança! Simpáticas feições, cintura breve, Graciosa postura, porte airoso, Um fita, uma flor entre os cabelos, Um quê mal definido, acaso podem Num engano d’amor arrebatar-nos. Mas isso amor não é; isso é delírio, Devaneio, ilusão, que se esvaece Ao som final da orquestra, ao derradeiro Clarão, que as luzes no morrer despedem: se outro nome lhe dão, se amor o chamam, D’amor igual ninguém sucumbe à perda.
Canto VIII “Tu choraste em presença da morte? Na presença de estranhos choraste? Não descende o cobarde do forte; Pois choraste, meu filho não és! Possas tu, descendente maldito De uma tribo de nobres guerreiros. Implorando cruéis forasteiros, Seres presa de vis Aimorés. “Possas tu, isolado na terra, Sem arrimo e sem pátria vagando, Rejeitado da morte na guerra, Rejeitado dos homens na paz, Ser das gentes o espectro execrado; Não encontres amor nas mulheres, Teus amigos, se amigos tiveres, Tenham alma inconstante e falaz!
Amor é vida; é ter constantemente Alma, sentidos, coração – abertos Ao grande, ao belo; é ser capaz de extremos, D’altas virtudes, té capaz de crimes! Compr´’ender o infinito, a imensidade, E a natureza e Deus; gostar dos campos, D’aves, flores, murmúrios solitários; Buscar tristeza, a soledade, o ermo, E ter o coração em riso da nossa alma Fontes de pranto intercalar sem custo; Conhecer o prazer e a desventura No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto O ditoso, o misérrimo dos entes Isso é amor, e desse amor morre! (Gonçalves Dias)
“Não encontres doçura no dia, Nem as cores da aurora te ameiguem, E entre a larvas da noite sombria Nunca possas descanso gozar; Não encontres um tronco, uma pedra, Posta ao sol, posta às chuva e aos ventos, Padecendo os maiores tormentos, Onde possas a fronte pousar.
Ainda uma vez – Adeus!
“Que a teus passos a relva se torre; Murchem prados, a flor desfaleça, E o regato que límpido corre, Mais te acenda o vesano furor; Suas águas depressa se tornem, Ao contacto dos lábios sedentos, Lago impuro de vermes nojentos, Donde fujas com asco e terror!
Enfim te vejo! – enfim posso, Curvado a teus pés, dizer-te, Que não cessei de querer-te, Pesar de quanto sofri. Muito penei! Cruas ânsias, Dos teus olhos afastados, Houveram-me acabrunhado A não lembrar-me da ti!
(Gonçalves Dias)
Comentários: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
Louco aflito, a saciar-me D’agravar minha ferida, Tomou-me tédio da vida, Passos da morte senti; Mas quase no passo extremo, No último arcar da esp’erança, Tu me vieste a lembrança Quis viver mais e vivi! (Gonçalves Dias)
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Analise os dois poemas abaixo:
Comente a concepção que o poeta tem do amor: ___________________________________________
Se se morre de amor
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Se se morre de amor! – Não, não se morre, Quando é fascinação que nos surpreende Literatura. Prof. Robson Tavares.
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Poesia da segunda geração romântica (Byronismo – Mal do Século – Ultraromantismo)
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tumultuariamente, entregue. às vezes, àincontinência verbal e ao descabelamento. Nem sempre exercia o senso crítico,, que possuia mais agudo que qualquer romântico nacional, à exceção de Gonçalves Dias. Erotismo irrealizado, associado à culpa e ao medo. O desejo e a punição fundem-se. O amor só se realiza no plano do sonho. Poesia humorística (realismo humorístico e humor negro) e literatura fantástica são duas contribuições originas ao nosso Romantismo. Os presságios da morte; as alusões à família e à infância; a fúria da solidão; as dualidades sonho X realidade, espírito X darne; são constantes temáticas.
Obras
Álvares de Azevedo (1831 — 1882)
Manuel Antônio Álvares Azevedo considerado o “Byron brasileiro”, foi o maior representante nacional do ultra-romantismo. Não só sua obra reflete o pensamento desta geração marcada pelo “mal do século”, mas também a sua própria vida: viveu seriipre às voltas com doenças e morreu jovem, aos 21 anos. Nascido em São Paulo em 1831, veio com a familia para o Rio de Janeiro ainda jovem. Teve seu primeiro - e marcante - contato com a morte quando seu irmão mais novo faleceu, aos 4 anos de idade. No Rio, estudou nos colégios Stoll e Pedro II - onde foi aluno do poeta Gonçalves de Magalhães, considerado por muitos o introdutor do Romantismo no Brasil. Voltou para São Paulo para estudar Direito. Álvares de Azevedo produziu freneticamente durante os quatro anos de faculdade: poemas, prosas, teatro, estudos literários, discursos e inúmeras cartas pessoais. Sempre às voltas com doenças, foi ao Rio de Janeiro de férias em busca de um clima que favorecesse sua saúde. Foi no Rio que uma queda de cavalo evidenciou o tumor que tinha na bacia. Depois de sofrer muitos dias e passar por uma cirurgia sem anestesia, Alvares de Azevedo faleceu no dia 25 de abril de 1852. em um domingo de Páscoa. Toda a sua obra só foi organizada e editada após sua morte. Sua obra mais importante foi o livro Lira dos Vinte Anos. Não criou só poemas sentimentais e de pessVnismo crônico, mas também uma poesia irônica. onde criticava o exagerado sentimentalismo de sua geração.
Características do autor •
•
Morbidez, tédio. dúvida, satanismo, na esteira de Lord Byron. modelo que seguiu de perto. Poesia cerebral, que reflete mais leituras que vivências. A precocidade de sua poesia oscila entre momentos geniais e descaidas. Escrevia Literatura.
Lira dos vinte anos reúne seus melhores poemas: “Idéias Íntimas”, “Spleen e Charutos”, “É ela!É ela! É ela!”, além de “Lembrança de Morrer” e “Se Eu Morresse Amanhã”.’ O livro é dividido em três partes, e a segunda parte vem precedida de prefácio em que o poeta demonstra grande consciência dos compohentes estéticos de seu trabalho. Noite na taverna, livro de contos fantástico traz àtona o mundo insólito da inconveniência e da embriaguez (incesto, envenenamento, traição, necrofilia duelo etc.), através das recordações de alguns jovens embriagados, numa taverna, em noites de tempestade, entre mundanas bêbadas, adormecidas, garrafas vazias etc. Macário, de classificação problemática, oscila entre o teatro, o diário íntimo e a narrativa. Satã e Penseroso dialogam no cemitério sobre os vícios e destinos da cidade de São Paulo , veiculando idéias do próprio poeta. Textos para análise
Texto 1 Lembrança de Morrer Quando em meu peito rebentar-se a fibra Que o espírito enlaça à dor vivente. Não derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente. E nem desfolhem na matéria impura A flor do vale que adormece ao vento: Não quero que uma nota de ~egria Se cale por meu triste passamento. Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto, o poento caminheiro. - Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro; (...) Só levo uma saudade — é dessas sombras Que eu sentia valer nas noites minhas...
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De ti, ó minha mãe. pobre coitada Que por minha tristeza te definhas! (...) Se uma lágrima as pálpebras me inunda. Se um suspiro nos seios treme ainda, É pela virgem que sonhei. ..que nunca Aos lábios me encostou a face linda! (...) Bejareí a verdade santa e nua Verei cristalizar-se o sonho amigo... á minha virgem dos errantes sonhos, Filha do céu, eu vou amar contigo!
Dessas águas-furtadassnde eu moro Eu a vejo estendendo no telhado Os vestidos de chita, as saias brancas... Eu a vejo e suspiro enamorado! Esta noite eu ousei mais atrevido Nas telhas que estalavam nos meus passos Ir espiar seu venturoso_sono, Vê-la mais bela de Morfeu nos braços! Como dormia! que profundo sono!... Tinha na mão o ferro do engomado... Como roncava maviosa e pura!... Quase caí na rua desmaiado! (Ãlvares de Azevedo)
Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, Á sombra de uma cruz, e escrevam nela - foi poeta — sonhou — e amou na vida.
Texto III
Compreensão de texto a) Quais os indicadores gramaticais do pessoalismo do texto? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ b) Aponte três características da segunda geração romântica presentes no fragmento acima. ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ c) Com que sensação o eu-lírico deixa a vida? ___________________________________________ ___________________________________________
Idéias intimas (Fragmento) Oh! ter vinte anos sem gozar de leve A ventura de uma alma de donzela! E sem na vida ter ~entido nunca Na suave atração de um róseo corpo Meus olhos turvos se fechar de gozo! Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhas Passam tantas visões sobre meu peito! Palor de febre meu semblante cobre, Bate meu coração com tanto fogo! Um doce nome os lábios meus suspiram, Um nome de mulher... e vejo lânguida No véu suave de amorosas sombras Seminua, abatida, a mão no seio, Perfumada visão romper a nuvem, Sentar-se junto a mim, nas minhas pálpebras O alento fresco e leve como a vida Passar delicioso... Que delírios! Acordo palpitante... inda a procuro; Embalde a chamo, embalde as minhas lágrimas Banham meus olhos, e suspiro e gemo... Imploro uma ilusão... tudo é silêncio! Só o leito deserto, a sala muda! Amorosa visão, mulher dos sonhos, Eu sou tão infeliz, eu sofro tanto! Nunca virás iluminar meu peito Com um raio de luz desses teus olhos?
___________________________________________
(Alvares de Azevedo)
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Compreensão de texto
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Texto lI
a) Como a mulher é vista em cada poema? Essa di4erença se deve a quê? ___________________________________________
É Ela! É Ela! É Ela! É Ela!
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É ela!, É ela! — mumurei tremendo, E o eco ao longe mumurou é ela..” Eu a vi... minha fada aérea e pura, A minha lavadeira na janela! Literatura. Prof. Robson Tavares.
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___________________________________________ Sua produção divide-se em: ___________________________________________
Terceira
geração
(Hugoana ou Condoreira)
Poesia social - Causas liberais e humanitárias. Poesia lírica - Amor sensual e temática da natureza. Obras: Espumas flutuantes (1870) A cachoeira de Paulo Afonso(1876) Os escravos (1883) Gonzaga ou a Revolução de Minas(1875) Poesia social
Castro Alves (1847-1 871) Castro Alves é conhecido como o “poeta dos escravos”. Foi o maior poeta do Romantismo e um dos maiores de toda a literatura brasileira. Fez uma poesia cheia de grandes imagens, feita para exaltar o ouvinte e o leitor, tem a finalidade de inflamar, de conseguir adeptos para uma causa. Foi uma voz forte contra injustiças e as tiranias e, ainda que tenha morrido prematuramente. deixou-nos uma obra grandiosa e madura. Passou sua infância no sertão da Bahia, mudando-se mais tarde para Recife, onde cursou a faculdade de Direito. Lá criou seus primeiros versos abolicionistas, que logo foram publicados; o primeiro foi A Canção do Africano, que saiu no jornal acadêmico A Primavera. Em 1866, ao lado de Rui Barbosa e outros colegas, fundam uma sociedade abolicionista e lançam o jornal de idéias A Luz: Foi para São Paulo com a intenção de terminar o curso de Direito. Abandonado pela amante, a atriz portuguesa Eugênia Câmara, viveu uma vida boêmia e intensa na capital paulista. Numa viagem ao Rio de Janeiro, conheceu José de Alencar e Machado de Assis, que muito lhe elogiaram. Tratado como ídolo em São Paulo, passa a escrever poemas freneticamente e cria os clássicos Vozes n’Á fdca e Navio Negreiro. Sua peça Gonzaga é representada com grande sucesso. Tem o pé amputado em 1869, por um acidente de arma de fogo. Volta para a Bahia, onde morre por causa de seu pulmão, no dia 6 de julho de 1871, com 24 anos. Teve apenas um livro publicado em vida: Espumas Flutuantes. Enquanto a maioria dos outros poetas românticos revelavam certo egocentrismo em suas obras. Castro Alves procurou estender os horizontes de sua pena. E a poesia comprometida com um mundo mais justo, construtora de uma nova ordem social, porta-voz da causa republicana e abolicionista. A temática do amor. por exemplo, deixa de ser idealizada para se tornar mais real, carnal e concreta. A depressão e melancolia estão presentes, mas perdem espaço para a exaltação da natureza, sempre grandiosa e em harmonia com os estados de espírito do poeta. Embora tenha sido um escritor do Romantismo, suas poesias já continham os primeiros indícíos da transição para o Realismo crítico, que já contava com sua força máxima na Europa. Literatura.
Castro Alves é caso típico do intelectual convertido em homem de ação. Não apenas realizou uma poesia humanitária, como participou ativamente de toda a propaganda abolicionista e republicana. Pois o poeta baiano estava consciente de sua situação de letrado e do papel que o letrado pode assumir dentro da sociedade. Cantou todas as causas libertárias — a poesia como arma de combate a serviço da justiça e da ídualdade porém o que ficou na memória popular foram seus poemas abolicionistas. O móvel econômico da sociedade agrária brasileira era o escravo, mas as pressões internacionais, somadas às críticas das classes urbanas nacionais e à perspicácia de certos proprietários que viam a escravidão antieconômica — possibilitaram o surgimento de uma Literatura compromissada com a denúncia. Os poemas liberais de Castro Alves, conhecidos também como condoreiros (“ A praça, a praça é do povo, assim como o céu e do condor»), são indignados, ferozes, grandiloqüentes, bombásticos. Produzindo, portanto, uma poesia de tom oratório escrita para ser declamada em público, já que o público esperava uma poesia discursiva. Textos para análise
O navio negreiro 40 canto 4° Canto Era um sonho dantesco... O tombadilho, Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras, moças... mas nuas, espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoas vãs! E rir-se a orquestra irônica. estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Se o velho arqueja se na chão resvala. Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais...
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Literatura brasileira
Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! (.. .) um de raiva delira, outro enlouquece... outro, que martírios embrutece, cantando, geme e n!
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Poesia lírica amorosa No entanto o capitão manda a manobra. E após, fitando o céu que se desdobra Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: “Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar’ E ri-se a orquestra irônica, estridente.. E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais.. Qual num sonho dantesco as sombras voam!.. Gritos, ais, maldições preces ressoam! E ri-se Satanás!...
5° canto Senhor Deus dos desgraçados Dizei-me vós Senhor Deus! Se é loucura.., se e verdade Tanto horror perante os céus... Ó mar! Por que não apagas Co’a esponja de tuas vagas De teu manto este bqrrão?... Astros! noite! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares tufão!(....)
6° canto E existe um povo que a bandeira empresta P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!... Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudía?!... Silêncio!... Musa! Chora, chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto... (...) ... Mas é infâmia de mais... Da etérea plaga Levantai-vos, heróis do novo mundo... Andrada! Arranca este pendão dos ares! Colombo! Fecha a porta de teus mares!
Comentários ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
O “Adeus” de Teresa A vez primeira que fitei Teresa, Como as plantas que arrasta a correnteza, A yalsa nos levou nos giros seus... E amamos juntos... E depois na sala “Adeus” eu disse-lhe a tremer co’a fala... E ela, corando, murmurou-me: “adeus” Uma noite... entreabriu um reposteiro... E da alcova saia um cavalheiro Inda beijando uma mulher sem véus... Era eu.. Era a pálida Teresa! “Adeus” lhe disse conservando-a presa... E ela entre beijos murmurou-me “adeus!” Passaram tempos.. séculos de delírio Prazeres divinais. . .gozo do Empíreo... ...Mas um dia volvi aos lares meus. Partindo eu disse — “Voltarei!... descansa!...” Ela chorando mais que uma criança, Ela em soluços murmurou-me: “adeus” Quando voltei... era o palácio em festa!... E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra Preenchia de amor o azul dos céus. Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa! Foi a última vez que vi Teresa!... E ela arquejando murmurou-me: “adeus!”
Boa noite (fragmento) Boa noite, Maria! Eu vou—me embora. A lua nas janelas bate em cheio. Boa noite, Maria! É tarde... é tarde... Não me apertes assim contra teu seio. Boa noite!...E tu dizes — Boa noite, Mas não me digas assim por entre beijos... Mas não me digas descobrindo o peito, Mar de amor onde vagam meus desejos. (...) É noite ainda! Brilha na cambraia - desmanchado o roupão, a espádua nua O globo de teu peito entre os arminhos Como entre as névoas se balouça a lua... É noite, pois! Durmamos, Julieta! Rescende a alcova ao trescalar das flores, Fechemos sobre nós estas cortinas... - São as asas do arcanjo dos amores.
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A frouxa luz da alabastrina lâmpada Lambe voluptuosa os teus contornos... Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos Ao doudo afago de meus lábios mornos. Mulher de meu amor! Quando aos meus beijos Treme tua alma, corno a lira ao vento, Das teclas de teu seio que harmonias. Que escalas de suspiros, bebo atento! Ai! Canta a Catarina do delírio, Ri, suspira, soluça, anseia e chora... Marion, Marion!... E noite ainda. Que importa os raios de uma nova aurora?! Como um negro e sombrio firmamento, Sobre mim desenrola teu cabelo... E deixa-me dormir balbuciando: - Boa noite! formosa Consuelo!
Comentário ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
Romantismo
(Prosa)
O romance, estrutura narrativa em prosa, não fazia parte da nossa tradição cultural, pois a narrativa clássica era em versos, através da epopéia. Ele aparecerá graças à aquisição do gosto pela leitura dos folhetins, que desempenhou importante papel de lazer no século passado. Os folhetins eram seções publicadas nos jornais e tornaram-se sinônimo de diversão porque constituíam um distanciamento da realidade incômoda, propiciando ao leitor um modo de compensação das insatisfações da vida real. A tiragem dos jornais aumentou bastante em função do interesse do público no desenrolar das ações dos heróis folhetinescos. Daí o romance ter se tornado um gênero muito popular, correspondendo ao ideal nacionalista de criar uma literatura nova para um país novo. A linguagem passa a aproveitar o português falado no Brasil e o enredo a buscar uma “cor local”, apresentando uma visão do país centrada em espaços geográficos: a cidade, o campo e a floresta. Formando-se, a partir daí, o romance urbano, o regional e o indígena, além do histórico. Veja a seguir:
O Romance Urbano — a crônica de costumes retrata a vida do Rio de Janeiro na época do Segundo Literatura.
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Império, mostrando os costumes burgueses, a corte e tentando traçar perfis femininos e quadros da sociedade. A família é o grande tema desses romances: seus relacionamentos, seus costumes, seus sentimentos e seus segredos.
O Romance Regional, de ambientação rural, fixa os costumes, os tipos humanos e as paisagens do interior do Brasil. Foi mais original que os urbanos, pois não havia referencial europeu a seguir. As regiões interioranas são ricas, em histórias, com costumes e linguagens diferentes dos urbanos. “Os animais, a roça e os ciclos da natureza passam a ter presença importante na prosa regionalista romântica, uma das representações da nacionalidade brasileira. O Romance Indianista tenta representar um “selvagem” que simbolize a autonomia e a afirmação nacional, assim como o cavaleiro medieval foi para a Europa. As personagens indígenas são cheias de qualidades morais como honra e nobreza, sob a influência do “Bom selvagem” de Rousseau. Esses índios são tão idealizados que representam os valores da cristandade e do colonizador, perdendo assim algumas de suas características culturais. O Romance Histórico é normalmente ambientado no período colonial, explorando a luta pela posse da terra e pelas riquezas brasileiras. Mostra ainda as aventuras dos bandeirantes, o povoamento dos sertões e os conflitos entre brasileiros e portugueses. Em síntese, assim podem ser esquematizadas as principais características da prosa romântica: • • • • • • • • • •
Sentimentalismo Impasse amoroso, com finaL feliz ou trágico Oposição aos valores sociais Peripécia Flash-back narrativo O amor como redenção Idealização do herói Idealização da mulher Personagens planas Linguagem metafórica
OBS.: Cronologicamente, o primeiro romance brasileiro foi “ O filho do Pescador ”, publicado em 1843, de autoria do carpinteiro carioca Texeira e Souza (*1812/ +1881), mas sem grande valor literário, pois não definia as diretrizes do romanceromântico. “A Morenínha” (1844), de Joaquim Manoel de Macedo é considerado efetivamente o primeiro romance romântico brasileiro.
Literatura.
Biografia
Joaquim Manoel de Macedo é o autor do primeiro romance urbano do Romantismo brasileiro, A Moreninha. Também foi um dos mais populares escritores de sua época, sendo um dos maiores responsáveis pela popularização do folhetim, sobretudo entre a classe média. Nascido em ltaboraí, no Riode Janeiro, formou-se em Medicina na capital em 1844. Sua própria tese de doutorado, Considerações Sobre a Nostalgia, já revela preocupações de novelista sentimental. Neste mesmo ano publicou A Moreninha, cujo estrondoso sucesso fez com que desistisse de seguir carreira como médico. Passou a escrever romances com freqüência, sempre seguindo o mesmo modelo bem sucedido de seu livro de estréia. Foi também professor no Colégio Pedro II e, como amigo que era do Ímperador, foi professor das princesas Isabel e Leopoldina. Participou também da vida pública, sendo várias vezes deputado. No final da vida, sofreu de problemas mentais. Faleceu em 1882, no Rio de Janeiro. Sua obra não é muito valorizada pelos críticos, possuindo apenas valor histórico. Os personagens não eram bem desenvolvidos psicologicamente e as tramas não fugiam dos clichês mais banais do Romantismo; parecia preocupado demais em não desagradar o leitor médio, que lhe garantia a popularidade. Seu forte era o preciso retrato que fazia da sociedade brasileira do século XIX. Além de A Moreninha, estão entre seus livros mais importantes O Moço Loiro, Os Dois Amores, Vicentina e Mulheres de Man filha.
Resumo de A Moreninha: A moreninha foi o primeiro romance urbano de nosso Romantismo. Apesar do estrondoso sucesso de público que alcançou na época em que foi escrito, lhe é atribuído pela crítica apenas valor histórico, não sendo muito valorizado artisticamente. Augusto fizera uma aposta com seus amigos de que jamais passaria mais de 15 dias apaixonado por uma moça; caso isso acontecesse, escreveria um livro para eles. A Moreninha seria o pagamento desta aposta. Ainda criança, ele prometera amar eternamente uma menina. Já adulto, não consegue lembrar-se sequer de seu nome. Conhece então Carolina, irmã de seu amigo Felipe, e se apaixona. Finalmente ficam noivos, mas a amada lhe diz que ele precisa cumprir a promessa de infância. Finalmente, ela revela ser ela a
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Literatura brasileira
menina e o casal tem o seu final feliz. A trama é típica do Romantismo, com a moça idealizada e o rapaz tentando conquistar o seu amor. Há os obstáculos no caso, a promessa de infância e o final feliz. A obra serve como retrato da sociedade carioca da época e de seus costumes. Tem uma linguagem simples, que beira o desleixo, mas que garantia a sua popularidade entre a classe média daquele tempo.
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ROMACES REGIONALISTAS ROMANCES HISTÓRICOS E INDIANISTAS
Lucíola (1862) Diva (1864) A pata da gazela (1870) sonhos d’ouro (1872) senhora (1875) Encarnação (1877) O gaúcho (1870) O tronco do pé (1871) Til (1872) O sertanejo (1875) O guarani (1857) As minas de prata (1862) Iracema (1865) Alfarrábios (1873) A guerra dos mascates (1873) Ubirajara (1874)
Análise de textos
José de Alencar (1829 — 1877) Vida: Filho de tradicional família, nasceu José Martiniano de Alencar em Mecejana, no Ceará. Ainda menino, mudou-se com os pais para a Corte, onde fez seus estudos, formando-se em Direito. Participou ativamente da política, sendo eleito deputado pelo Ceará e exercendo, por algum tempo, o cargo de Ministro da Justiça, no gabinete conservador. Morreu de tuberculose no Rio de Janeiro. A obra de Alencar abrange os grandes temas de nossa literatura romântica, incorporando quase todos os aspectos da realidade brasileira do seu tempo. Essa é uma novidade. A outra, é a utilização literária de uma língua que procurava se distanciar do português de Portugal, pela incorporação de regionalismo e termos indígenas que aos poucos entravam no português brasileiro. Com a criação de suas inúmeras personagens, Alencar buscava traçar um perhl do homem essencialmente brasileiro e de nossa realidade geográfíca e política. É necessário, no entanto, não imaginar que essa literatura corresponda àverdade; Alencar exerceu o poder e o direito de criação que a literatura proporciona. Se hoje vemos exageros, se os índios inventados pelo romancista nos parecem inverossímeis ou se os seus heróis regionais esbanjam invencionice, isso não diminui o mérito do escritor. A Literatura, afinal, não pretende ser um documento frio e científico da realidade. As situações criadas por Alencar são simbólicas, tendo em vista o objetivo que ele perseguiu durante toda a vida: trazer o nacionalismo para nossa literatura.
Iracema (fragmento) Além, muito além, daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso nem a baunilha rescendia no bosque como seu hálito perfumadq. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do lpu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto. (...)
Análise de texto 1. A descrição de Iracema caracteriza um personagem romântico? Por quê? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
Principais obras ROMANCES URBANOS Literatura.
Romance indianista
Cinco minutos (1856) A viuvinha (1857)
2. Que tipo de relação Alencar estabelece entre
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lracema e a natureza? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
3. Comente a linguagem utilizada pelo autor no fragmento apresentado. ___________________________________________
28 Peri conta a Ccci, que estava desacordada. o que aconteceu. Ela resolve não mais ir para o Rio de Janeiro como planejara, mas sim viver na selva com o índio. Uma tempestade faz as águas do rio subirem e eles se refugiam no alto de uma palmeira. Quando a situação piora, Peri arranca a árvore do solo com força descomunal e a transforma em uma canoa improvisada. A narrativa termina com a palmeira sumindo no horizonte, com José de Alencar sugerindo uma união amorosa entre os dois.
Romance urbano Senhora
___________________________________________
Fragmento 1: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
Resumo de o guarani:
Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões. Tornou-se a deusa dos bailes, a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade. Era rica e formosa. Duas opulências, que se realçam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante. Quem não se recorda da Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira o seu fulgor?
O Guarani é um dos romances indianistas que fizeram a fama de José de Alenoar. Como em Iracema, ele trata da união entre brancos e índios que iria formar o povo brasileiro. Peri é um índio que vive na casa do fidalgo Fragmento 2: português D. Antônio de Mariz. Ele ganhou a gratidão do nobre e o carinho de sua filha Cecília ao salvá-la de uma avalanche de pedras. Ele a protege então dos Entremos na realidade por mais triste que ela planos do aventureiro Loredano, que pretende raptá-la seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher e destruir toda a família de traída; o senhor, um homem vendido. D. Antônio. Diogo, filho de D. Antônio, mata por -Vendido! exclamou Seíxas ferido dentro d’alma. -Vendido sim (...). Sou rica, muito rica, sou milionária; acidente em uma caçada uma criança da tribo aimoré. Os aimorés, irados, pretendem se vingar. Dois deles precisava de um marido, traste indispensável às são mortos por flechas de Peri quando observavam o mulheres honestas. O senhor estava no mercado, banho de Ccci, que pretendiam matar. A luta inicia-se, comprei-o.” e os aimorés, muito mais numerosos que os colonos, vão vencendo. Peri, sabendo que os aimorés eram Análise de texto antropófagos, toma veneno e se atira à luta com os inimigos; sabia que, quando capturado, sua carne 1. Responda: seria devorada por eles. Peri é então capturado e aguarda seu sacrifício quando Alvaro, ex admirador de a) Qual a classe social retratada nesse romance? Ccci e agora casado com Isabel, sua irmã adotiva, o ___________________________________________ salva heroicamente. De volta, Peri conta o que fez a Ccci, que fica desconsolada. Ele volta então àmata ___________________________________________ para procurar um antídoto. Quando retorna, já curado, traz consigo o corpo ___________________________________________ de Álvaro, morto lutando contra os aimorés. Isabel, desesperada, suicida-se sobre o corpo do amado. ___________________________________________ Loredano, a esta altura sentindo-se seguro, age tramando a morte de D. Antônio, mas é preso e morto ___________________________________________ na fogueira como traidor. Peri torna-se cristão, condição imposta por D. Antônio para consentir a sua fuga com Ccci, para que b) Onde o romance foi ambientado? se salvem. Peri chega ao rio Paquequer e foge com ___________________________________________ ela de canoa. Eles ouvem então a explosão provocada por D. Antônio que, cercado pelos aimorés, jogou fogo ___________________________________________ nos barris de pólvora, matando índios e portugueses. Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Obra: Memórias de um sargento de milícias (1853)
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Resumo de Memórias de um sargento de milícias
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Escrito na época em que a estética dominante em nossa literatura era a do Romantismo, Memórias de um sargento de milícias já antecipa alguns traços do Realismo. Destaca-se por não se prender a modelos importados de Portugal, trazendo um modelo de romance genuinamente nacionalista. O livro se divide em duas partes, a primeira com 23 capítulos, a segunda com 25. O protagonista é Leonardo, filho de “uma piscadela e um beliscão” (como eram chamadas na época as cantadas). Seus pais, dois imigrantes portugueses, o abandonam, e ele é criado por seu padrinho, um barbeiro bonachão. Este tenta torná-lo advogado ou padre, mas o menino não se dá bem nem na escola nem como coroinha. Apaixona-se por Luisinha, moça que não era bonita; já não era mais menina, mas ainda não havia ganhado as formas de mulher. EIa, no entanto, se casa com o rico advogado José Manuel. Leonardo se torna um vadio, um malandro constantemente preso pelo major Vidigal. E este mesmo major que, graças aos fuxicos das comadres, acaba arrumando uma vaga nas milícias para Leonardo. José Manuel morre, deixando Luisinha viúva. E a hora perfeita para Leonardo finalmente juntar-se a ela - agora rica e bonita, finalmente com “formas de mulher”. Ao contrário do que o título poderia sugerir, o livro não é narrado em primeira pessoa, e sim em terceira. O narrador freqüentemente interrompe a narrativa para comentar com o leitor as ações dos personagens. A linguagem é coloquial, e as descrições das cenas e das festas populares dão o tom Realista à história, que se passa entre pessoas comuns, da periferia, longe da Corte coisa incomum nos romances da época.
c) Esse romance pode ser considerado um romance genuinamente romântico? Por quê? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ d) Trace o perfil comportamental de Aurélía Camargo: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
Manuel Antônio de Almeida
Texto para Análise Memórias de um sargento de milícias
[...] Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão Vida: Nascido no Rio de Janeiro, de família pobre, assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A freqüentou o curso de Medicina, o qual não concluiu Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se por ter se dedicado exaustivamente ao jornalismo. como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em Redator e revisor do Correio Mercantil, lá publicou em ar de disfarce um tremendo beliscão nas costas da fascículos o seu único romance, escrito aos vinte e mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, três anos de idade. Nomeado diretor da Tipografia segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de Nacional, tornou-se amigo e protetor de um jovem namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma funcionário chamado Machado de Assis. Disposto a cena de pisadela e beliscão, com a diferença de ingressar na carreira política, dirige-se de vapor a serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia Campos, Estado do Rio, morrendo na viagem devido seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e ao naufrágio do barco. “Naufragou com ele a maior familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos. esperança da literatura brasileira”, disse o crítico José Quando saltaram em terra começou a Maria a Veríssimo no século XIX, vislumbrando as qualidades sentir certos enojos; foram os dois morar juntos; e daí de uma obra que não despertou maiores entusiasmos a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da entre o público romântico. pisadela e do beliscão; sete meses depois teve a Maria um filho, formidável menino de quase três Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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(1830 — 1861)
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palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói desta história. a)
Qual
a
classe
social
retratada
nesse
romance? ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ Em que época e espaço é ambientada a obra? ___________________________________________ b)
___________________________________________ ___________________________________________
República. Morreu no Rio de Janeiro, em 1899. Obras: Romances: A mocidade de Trajano (1871); Inocência (1872); Lágrimas do coração (1873); Ouro sobre azul (1875). A retirada da Laguna (1868, em francês; 1872, em português). Comentário sobre Inocência
Fruto de pesquisas e observacões feitas no local onde transcorre a ação — o Mato Grosso-, o romance Inocência documentou para o leitor citadino um mundo diverso da corte, com costumes diferentes, língua diversa, código de honra distinto daquele que vigorava na cidade, principalmente na cidade grande. Cirino, por exemplo, representa com clareza uma figura comum na época: a do “médico” prático, que aprendeu sua “ciência” com rudimentos de teoria e muita experiência. Os cursos de medicina, na época, eram ainda escassos e a eles tinha acesso somente uma elite, que se concentrava nas grandes cidades. Manecão é o sertanejo desbravador da terra. lnocência é a personificação da beleza singela. natural. As demais obras de Taunay não têm o mesmo valor literário de Inocência. traduzida para quase todos os idiomas modernos — inclusive o japonês —e também adaptada para o cinema.
___________________________________________ 1. Memórias de um sargento de milícias éconsiderado um romance de transicão do Romantismo para o Realismo. Por quê? ___________________________________________ c)
___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
a) O artista goza de liberdade na metrificacão e na distribuição rítmica. b) O importante é o culto da forma, a arte pela arte. o) A poesia é primordialmente pessoal. intimista e amorosa. d) Enfatiza-se a auto-expressão, o subjetivismo. e) A linguagem do poeta é a mesma do povo simples e espontânea.
2. d)
O Leonardo é um herói que foge as convenções românticas, portanto, como você o classificaria?
Alfredo Taunay (1843 - 1899)
Assinale a característica não aplicável à poesia romântica:
Assinale a alternativa falsa:
a)
O Romantismo, como estilo , não é modelado pelo individualismo do autor; a forma predomina sobre o conteúdo. b) O Romantismo é um movimento de expressão universal, inspirado nos mod&os medievais e unificado pela prevalência de características comuns a todos os escritores da época. c) O Romantismo, como estilo de época, consistiu, basicamente, num fenômeno estético-literário, desenvolvido em oposição ao intelectualismo e’ à tradição racionalista e clássica do século XVIII. d) O Romantismo, ou melhor, o espírito romântico, pode ser sintetizado numa única qualidade: a imaginação. Pode-se creditar àimaginação a capacidade extraordinária dos românticos de criarem mundos imaginários. e) O Romantismo caracterizou-se por um complexo de características como o subjetivismo, o ilogismo e o escapismo.
Alfredo d’Escragnolle Taunay nasceU no Rio de Janeiro, em 1843. Desde muito jovem iniciou-se no estudo de línguas. Cursou a Escola Militar e, nomeado segundo-tenente, participou da guerra do Paraguai. Com a retirada da Laguna e a derrota dos brasileiros, voltou ao Rio de Janeiro, onde publicou a primeira parte da obra A retirada da Laguna, escrita em francês. Participou de outras campanhas militares, ingressando depois na carreira política, exercendo as funções de deputado, presidente da província do Paraná e senador. Recebeu o titulo de visconde. Afastou-se da política depois da proclamação da Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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3. O homem de todas as épocas se preocupa com a natureza. Cada período a vê de modo particular. No Romantismo, a natureza aparece como: a) um cenário cientificamente estudado pelo homem; a natureza é mais importante que o elemento humano. b) um cenário estático, indiferente; só o homem se projeta em busca de sua realização. c) um cenário sem importância nenhuma; éapenas pano de fundo para as emoções humanas. d) confidente do poeta, que compartilha seus sentimentos com a paisagem; a natureza se modifica de acordo com o estado emocional do poeta. e) um cenário idealizado onde todos são felizes e os poetas são pastores. 4.
Tomadas em conjunto, as obras de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Castro Alves demonstram que, no Brasil, a poesia romântica:
a) Pouco deveu às literaturas estrangeiras, consolidandD de forma homogênea a inclinação sentimental e o anseio nacionalista dos escritores da época. b) Repercutiu, com efeitos locais, diferentes valores e tonalidades da literatura européia: a dignidade do homem natural, a exacerbação das paixões e a crença em lutas libertárias. c) Constituiu um painel criando livremente sua linguagem, mas preocupados todos com a afirmação dos ideais abolicionistas e republicanos. d) Refletiu as tendências ao intimismo e àmorbidez de alguns poetas europeus, evitando ocupar-se com temas sociais e históricos, tidos como prosaicos. e) Cultuou, sobretudo, o satanismo, inspirado no poeta inglês Byron, e a memória nostálgica das civilizações da Antigüidade Clássica, representadas por suas ruínas.
5.” lá? ah! sabiá... papa... maná... sofá... sinhá... cá? bah!”
Pela Maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d’alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia!” A estrofe demonstra que a mulher aparece freqüentemente na poesia de Alvares de Azevedo como figura: a) sensual. b) concreta. c) próxima. d) natural. e) inacessível.
7.
Assinale a alternativa em que se encontram três características do movimento literário a qual se dá o nome de Romantismo.
a)
Predomínio da razão, perfeição da forma. imitação dos antigos gregos e romanos. b) Reação anticlássica, busca de temas nacionais, sentimentalismo e imaginação. c) Anseio de liberdade criadora, busca de verdades absolutas e universais, arte pela arte. d) Desejo de expressar a realidade objetiva, erotismo, visão materialista do universo. e) Preferência por temas medievais, rebuscamento de conteúdo e de forma, tentativa de expressar a realidade inconsciente. 8.
Na poesia lírico-amorosa de Castro Alves, observa-se:
a)
Uma posição platônica em relação ao amor, sobre o qual versifica em linguagem racional e contida. b) A idealização da mulher, cantada constantemente como objeto inacessível ao poeta. c) A preocupação de ocultar, por meio do excesso de figuras de linguagem, os mais recônditos desejos do poeta. d) Uma renovação em relação à de seus antecessores, pela expressão ousada dos impulsos eróticos. e) A mesma timidez revelada nos devaneios líricos dos poetas da geração byroníana.
O poema acima, do poeta contemporâneo José Paulo Paes, alude parodisticamente ao poema:
9. Considere atentamente estas duas colunas. 1. Álvares de Azevedo II. Gonçalves Dias III. Castro Alves 1. idealismo nacionalista 2. timidez amorosa 3. retórica condoreira Indique a alterna tiva em que os elementos das colunas estão corretamente relacionados.
a) b) c) d) e)
a) b) c) d) e)
“Voz do poeta”, de Fagundes Varela “As pombas”, de Raimundo Correia. “Círculo vicioso”, de Machado de Assis. “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias. “Meus oito anos”, de Casimiro de Abreu.
6. “Era a virgem do mar! Na espuma fria. Literatura. Prof. Robson Tavares.
1—1; 11—2; 111—3 1—2; 11—1; 111—3 1—2; 11—3; 111—1 1—3; 11—2; 111—3 1—3; 11—1; 111—2
10. Os poemas de Álvares de Azevedo E-mail:
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desenvolvem atmosferas variadas que vão do lirismo mais ingênuo ao erotismo, com toques de ironia, tristeza, zombaria, sensualidade, tédio e humor. Essas características demonstram: a) a carga de brasilidade do seu autor. b) a preocupação do autor com os destinos de seu país. c) os aspectos neoclássicOs que persistem nos versos desse autor. d) o ultra-romantismO marcante nesse autor. e) o aspecto social de seus versos.
Texto 1 “Lá com o coração cheio de apreensões e os olhos se lhe arrasavam de lágrimas, de cada vez que contemplava o melancólico buriti. Então, pelo pensamento, voava à casa delnooência. Também, ali junto ao córrego em cuja borda se dera a última entrevista, se erguia uma daquelas palmeiras, rainhas dos sertões. Que estaria fazendo a querida aconteceria? E Ao pensar nisto, e com vigor dos seus sonhos? Que lhe Manecão?! Já teria lá chegado? aumentava-se-lhe a agitação esporeava a cavalgadura. Transformava-se para ele o caminho em dolorosa via, que numa vertiginosa carreira quisera vencer, mas que era preciso ir tragando pouso a pouso, ponto por ponto. A majestosa impassibilidade da natureza exasperava-o. Quando o homem sofre deveras, deseja nos raptos do alucinado orgulho, ver tudo derrocado pela fúria temporais, em harmonia com a tempestade que lhe vai no intimo. -Meu Deus! Murmurava Cirino, tudo quanto me rodeia está tão alegre e é tão belo! Com tanta Ieveza voam os pássaros: as flores são tão mimosas, os ribeirões tão claros., tudo convida ao descanso... so eu a padecer! Antes a morte... Quem me dera arrancar do coração este peso! Esta certeza de uma desgraça imensa! Que éafinal o amor?... Daqui a anos talvez nem me lembre mais da pobre Inocência... Estarei me atormentando à toa... Oh não! Essa menina éminha vida! É o meu sangue... o meu farol para os ceus... Quem ma rouba mata-me de uma vez. Venha a morte... fique ela para chorar por mim... um dia contará como um homem soube amar!... Levantara Ciríno a voz. De repente, deu um grande grito, como que o sufocava: -Inocência!... Inocência!”
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O texto é uma mostra do romance rural, que empenhou-se em retratar os diferentes caracteres das várias regiões geográficas brasileiras, derrubando aquela nação do “Brasil — arquipélago cultural”. d) Considerado, por alguns críticos como um romance pré-realista, InocêncIa procura ser uma descrição fiel de uma região, de sua paisagem, usos e costumes além de relatar os valores e comportamentos do pequeno proprietário habitante do interior mato grossense. e) Preocupando-se em incluir na linguagem termos de fala sertaneja para tentar mostrar uma narrativa verossímel, Taunay confronta dois estilos de vida: o do homem do sertão cheio de crendices e preconceitos e o do homem urbano, mais liberal em matéria de costumes.
REALISMO O Realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; - o Realismo é uma anatomia do caráter. É a crítica do homem. E a arte que nos pinta a nossos próprios olhos — para condenar o que houver de mau na nossa sociedade.” (Eça Queirós)
A literatura, como reflexo do contexto histórico cultural, sofre uma grande modificação na segunda metade do século XIX. Agora, o belo na arte é mutável como a moda, o que provoca sucessivas mudanças. A burguesia está agora em crise ideológica que deve-se ao fato da realidade social ter mudado. Surge o proletariado, que trabalha na indústria, vive aglomerado. Invertem-se os papéis: a burguesia é provocadora de injustiças (contradição ideológica), surge então uma nova ideologia: o socialismo. O Realismo surgiu na Europa influenciado pelas importantes transformações econômicas, políticas, sociais e científicas da época. Vivia-se a segunda fase da Revolução Industrial, período marcado pelo clima de euforia e progresso material que a burguesia industrial experimentava. Apesar disso, a condição Assinale a alternativa incorreta: social do proletariado era cada vez pior e começava a organizar-se, motivados pelas idéias do socialismo a) A exemplo de Visconde de Taunay, no utópico de Proudhon e Robert Owen e do socialismo regionalismo romântico nossos escritores científico de Karl Marx e Friedrich Engels. tomaram consciência de sua função na cultura Ocorre também uma verdadeira efervescência de brasileira: definir e sedimentar o espírito de nossa idéias, considerada por alguns como uma segunda nacionalidade. etapa do lluminismo. Surgem correntes científicas e b) A temática rural, com a descrição dos usos e filosóficas de destaque, como o Positivismo de costumes do interior do Brasil, está presente no Augusto Comte, para o qual o único conhecimento texto acima, fragmento de Inocência, de Joaquim válido é o que vem das ciências o Determinismo, de Manuel de Maoedo. Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Hippolyte Taine, que defende que o comportamento humano é determinado pelo meio, a raça e o momento histórico; e a seleção natural de Charles Darwin. Surgem ainda a Sociologia, a Antropologia, a Psicologia. Com toda essa revolução intelectual, surge a necessidade de uma literatura que refletisse todo este avanço da razão - ao contrário do que fazia o Romantismo ao valorizar os sentimentos. Aparece então o Realismo, que combate toda forma romântica e idealizada de ver a realidade. Há a crítica à sociedade burguesa e suas instituições (Estado, Igreja, casamento, família) e a preocupação de embasar-se nas novas descobertas científicas. Ao lado do Realismo, surgem ainda as correntes literárias denominadas Naturalismo e Parnasianismo, de pequena penetração em Portugal. A primeira, que consiste na verdade em uma forma extremada de Realismo, procura “provar” com romances de tese as teorias científicas da época, particularmente o determinismo. O Parnasianismo por sua vez é uma corrente que combate os exageros de sentimento e de imaginação do Romantismo e tenta resgatar certos princípios clássicos de procedimento, como a busca do equilíbrio, da perfeição formal e o emprego da razão e da objetividade. Os três movimentos tiveram ciclo na França. com a publicação do romance realista Madame Bovary (1857), de Gustave Flaubert; do romance naturalista Thérèse Raquin, de Emile Zola (1867), e das antologias parnasianas Parnasse contemporain (a partir de 1866). A literatura realista e naturalista surge na França com Flaubert (1821-1880) e Zola (1840-1902). Flaubert (1821-1880) é o primeiro escritor a pleitear para a prosa a preocupação científica com o intuito de captar a realidade em toda sua crueldade. Para ele, a arte é impessoal e a fantasia deve ser exercida através da observação psicológica, enquanto os fatos humanos e a vida comum são documentados, tendo como fim a objetividade. O romancista fotografa minuciosamente os aspectos fisiológicos, patológicos e anatômicos, filtrando pela sensibilidade o real. Contudo, a escola Realista atinge seu ponto máximo com o Naturalismo, direcionado pelas idéias materialísticas. Zola, por volta de 1870, busca aprofundar o científicismo, aplicandolhe novos princípios, negando o envolvimento pessoal do escritor que deve, diante da natureza, colocar a observação e experiência acima de tudo. O afastamento do sobrenatural e do subjetivo cede lugar à observação objetiva e razão, sempre aplicadas ao estudo da natureza, orientando toda busca de conhecimento. Alfredo Bosi assim descreve o movimento: “O Realismo se tingirá de naturalismo no romance e no conto, sempre que fizer personagens e enredos submeterem-se ao destino cego das “leis naturais” que a ciência da época julgava ter codificado; ou se dirá parnasiano, na poesia, à medida que se esgotar no lavor do verso tecnicamente perfeito”.
Diferenças entre o Realismo e o Naturalismo Literatura. Prof. Robson Tavares.
Não é difícil perceber que as palavras “realismo” e “naturalismo” derivam, respectivamente, de “real” e “natural”. Estabelecem, portanto, uma ligação óbvia entre a criacão literária e o mundo da realidade concreta e natural: Realismo e Naturalismo são escolas literárias com uma proposta bastante clara de observar e retratar de forma objetiva essa realidade. O escritor, segundo essa concepção, tem um papel próximo ao do cientista social ou natural: adquirir conhecimento e chegar a uma síntese desse conhecimento por meio da observação dos fatos sociais e naturais. Na literatura portuguesa, assim como na brasileira, o Realismo e o Naturalismo foram simultâneos. Na obra de alguns autores, as duas tendências se interpenetram, o que justifica a denominação Realismo-Naturalismo para o período como um todo. Pode-se estabelecer uma diferença de grau entre o Realismo e o Naturalismo. O primeiro adota a objetividade típica da ciência como ponto de partida para a observação da realidade, procurando apresentá-la de forma detalhada e completa. Sua proposta é construir um romance documental, um registro fiel e devidamente embasado da realidade. O segundo aprofunda o cientificismo, adotando uma intenção experimental: provar com seus romances a submissão do comportamento humano às leis deterministas
OBS.: É necessário acrescentar que tanto o romance realista quanto o naturalista combateram três instituições da época: a igreja, a família e a Monarquia. São comuns nesse período romances que tratam de temas como o adultério e a corrupção no clero. Características fundamentais do Realismo/Naturalismo 1. Objetividade / compromisso com a verdade O narrador deve ser imparcial e impessoal diante dos fatos narrados e dos seres que inventa para viver esses fatos.
2. Contemporaneidade O escritor preocupa-se com o seu momento histórico, diferentemente dos autores do Romantismo, que davam grande destaque ao passado.
3. Semelhança das personagens com o homem comum No Realismo-Naturalismo, as personagens estão mais próximas do homem comum. Surgindo muitas vezes no romance a figura do herói problemático, com suas limitações e conflitos.
4. Condicionamento das personagens ao meio físico e social
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Nos romances realistas/naturalistas — sobretudo nos últimos -, as personagens aparecem condicionadas a fatores naturais (temperamento, raça, clima) e a fatores sociais ou culturais (ambiente educação). Por isso, o comportamento e as ações das personagens realistas/naturalistas são determinados pelo ambiente em que vivem.
5. Lei da causalidade Os autores realistas-naturalistas buscam o princípio de verossimilhança.
6. Detalhismo O autor realista/naturalista descreve com detalhes, com minúcias o espaço e as personagens que cria.
Característica específicas do Naturalismo • O escritor naturalista enfatiza uma visão biológica do mundo • As personagens do naturalismo são condicionadas ao meio físico, social e a fatores hereditários; • Freqüentemente, nos textos naturalistas, o comportamento das personagens é comparado ao comportamento dos animais; • Para os naturalistas, o homem é visto como um “caso” a ser cientificamente analisado; • O escritor naturalista dá preferência a espaços miseráveis, pois estes espaços, além de favorecerem o desabrochar do conflito das personagens, evidenciam os desequilíbrios que o escritor pretende denunciar; • O romance tipicamente naturalista tem intenções combativas. Pretende apresentar situações que façam o leitor refletir sobre as condições da realidade social de seu tempo.
Realismo e Naturalismo no Brasil
O Realismo, no Brasil, teve sua primeira manifestação importante em 1881 com a publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, embora as particularidades de procedimento narrativo e visão de mundo caracterizem o autor de Dom Casmurro num realismo à parte. Já o Naturalismo, também pouco identificado com as matrizes européias do movimento, estruturase com O mulato, de Aluísio Azevedo, publicado no mesmo ano de 1881.
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Machado de Assis Nasceu a 21 de junho de 1839, no Morro do Livramento, Rio de Janeiro. Seu pai era brasileiro, mulato e pintor de paredes, sua mãe era portuguesa da ilha de Açores e lavadeira. Estudou por pouco tempo numa escola pública onde aprendeu as primeiras letras. Aos 16 anos já freqüentava a tipografia de Paula Brito, onde se publicava a revista Marmota Fluminense, em cujo número de 21 de janeiro de 1855 está o poema “Ela”: era a estréia de Machado de Assis nas letras. No ano seguinte, começa a trabalhar como aprendiz de tipógrafo, depois revisor, ao mesmo tempo que colabora com artigos em vários jornais da época. Em 12 de novembro de 1869 casa-se com Carolina Xavíer de Novais, portuguesa de boa cultura, irmã do poeta Faustino Xavíer de Novais, amigo de Machado. Costuma-se dividir a obra de Machado de Assis em duas fases distintas: a primeira apresenta o autor ainda preso a alguns princípios da escola romântica, sendo por isso chamada de fase romântica ou de amadurecimento: a segunda apresenta o autor completamente definido dentro das idéias realistas sendo, portanto, chamada de fase realista ou de maturidade. Machado foi romancista, contista e poeta; além disso, nos deixou algumas peças de teatro e inúmeras críticas, crônicas e correspondência. Neste volume, comentaremos apenas a poesia e a prosa machadianas.
Características gerais da obra machadiana Personagens O escritor busca inspiração nas ações rotineiras do homem. Penetrando na consciência das personagens para sondar-lhes o funcionamento, Machado mostra-nos, de maneira impiedosa e aguda, a vaidade, a futilidade, a hipocrisia, a ambição, a inveja, a inclinação ao adultério. Como este escritor capta sempre os impulsos contradítórios existentes em qualquer ser humano, torna-se difícil classificar suas personagens em boas ou más. Escolhendo suas personagens entre a burguesia que vive de acordo com o convencionalismo da época, Machado desmascara o jogo das relações sociais, enfatizando o contraste entre a essência e a aparência. Osucesso financeiro e social é, quase sempre, o objetivo último da vida dessas personagens. Veja o exemplo abaixo:
Joaquim Maria Literatura.
“Marcela negocjava com o fim único de acudir à paixão do lucro, que era o verme roedor daquela existência” (Memórias póstumas de Bnis cubas)
Estrutura narrativa
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Machado Preocupa-se muito mais com a análise das Personagens do que com a ação. Por isso, em suas narrativas, pouca coisa “acontece” há poucos fatos em suas histórias, e todos são ligados entre si por reflexões profundas. Outra característica da prosa machadiana é a conversa com o leitor e a análise que o autor faz da própria narrativa. Do emprego desses dois recursos decorrem as seguintes conseqüências: • •
a narrativa tem sua ordem cronológica freqüentemente interrompida; o narrador rompe o envolvimento emocional do leitor com a obra, propiciando momentos de reflexão sobre o que se está lendo.
Veja o exemplo a abaixo: “Tu tens pressa de envelhecer e o livro anda devagar, tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente e este livro e o meu estilo são como os ébrios: guinam à direita, à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...’ Mamórias póstumas de Brás cubas
Visão de mundo Todo autor deixa transparecer, no que escreve, sua visão de mundo, ou seja, sua maneira de enxergar e analisar a realidade social, política, humana. Algumas características da visão de mundo machadiana:
1. Humor O humor machadiano tem duas funções: ora visa a criticar o ser humano e suas fraquezas, ora demonstra compaixão pelo homem. No primeiro caso. o humor revela-se através da ironia; no segundo, faz o leitor refletir sobre a condicão humana.
2. Pessimismo O pessimismo machadiano não é angustiado nem desesperador, ele é, pois, revelado de forma irônica e sarcástica.
35 mais belos caracteres que tem honrado a humanidade (…)’ Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei (…)
3. Visão da natureza como mãe e inimiga A natureza — considerada aqui como todas as forças que estabelecem e conservam a ordem do universo — é ao mesmo tempo mãe e inimiga do homem. Mãe porque criou o ser humano; inimiga porque mantém-se impassível diante do sofrimento, que só terá fim com a morte.
Análise de textos Dom Casmurro (fragmentos) Olhos de Ressaca (Cap.XXXII) (..) Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de cigana oblíqua dissimulada”. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira; eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isso atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que... Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. E o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e energético, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me.
Olhos de Ressaca (Cap.CXXIII) Veja o exemplo: Dito isto, expirei às duas horas da tarde (...) possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia — peneirava — uma chuvinha miúda, triste e constante (...) que levou um daqueles fiéis de última hora a intercalar esta engenhosa idéia à beira da minha cova: —‘Vos que o conhecestes, meus senhores, vos podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos Literatura.
Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas... As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela;
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Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora como se quisesse tragar também o nadador da manhã.
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Quincas Borba (fragmento)
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- Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas
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Memórias póstumas de Brás cubas (fragmento) Das negativas Entre a morte do Quincas Borba e a minha, mediaram os sucessos narrados na primeira parte do livro. O principal deles foi a invenção do emplasto Brás Cubas, que morreu comigo, por causa da moléstia que apanhei. Divino emplasto, tu me darias o primeiro lugar entre os homens, acima da ciência e da riqueza, porque eras a genuína e direta inspiração do céu. O acaso determinou o contrário; e aí vos ficais eternamente hipocondríacos. Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de Dona Plácida, nem a semidemência de Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque, ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.
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NATURALISMO Caracterizando-se como um Realismo mais extremado, o Naturalismo tem como elemento fundamental o determinismo cientifícista, que diverge do determinismo sociopolítico, típico do Realismo. Naquele fim de século, junto ao avanço da ciência surge uma nova visão de mundo, diversa da idealização romântica: Verdade, Razão e Ciência são agora os ideais. Observação e análise são seus métodos. Produzir uma arte documental é seu objetivo. O autor naturalista constrói enredo, trama e personagens com a intenção de comprovar certas teorias, nas quais acredita, sobretudo aquelas das ciências biológicas: Evolucionismo, Genética, Patológica. A nova visão teórica repercute na prática política de vários autores, em que são manifestas as preocupações socialistas, atividades abolicionistas e a tendência anticlerical. Os principais autores naturalistas brasileiros foram Aluísio Azevedo, Júlio Ribeiro, Adolfo Caminha. Domingos Olímpio e Inglês de Souza. Todos seguiram o mestre francês Émile Zola, o mais importante escritor desse movimento. O Naturalismo, no Brasil, tem início em 1881 (assim como o Realismo), com a publicação de O Mulato, de Aluisio Azevedo.
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Aluísio Azevedo (1857 – 1913) Apesar de sua curta carreira literária, Aluísio Azevedo foi o principal representante do Naturalismo no Brasil. É curioso, então, saber que seu primeiro livro, Uma Lágrima de Mulher, seguia os padrões do Romantismo. Nascido em São Luis do Maranhão, Aluísio Azevedo mudou-se aos 19 anos para o Rio de Janeiro a convite de seu irmão Artur, que já tinha destaque por suas obras teatrais cômicas. No Rio, estudou pintura e trabalhou como cartunista em jornais. Voltou para o Maranhão em 1878, após a morte do pai, e passou a trabalhar na imprensa e a investir na carreira de escritor. Foi em seu segundo livro, O Mulato, que Aluisio Azevedo começou a seguir a trilha do Realismo e do Naturalismo. Essa obra acabou lhe gerando muitas inimizades em São Luís, por retratar os preconceitos da sociedade local da época. De volta ao Rio de Janeiro, passa a tentar viver da literatura, tornando-se talvez o primeiro escritor profissional do Brasil. Esta carreira, que durou 10 anos, gerou obras como O Cortiço, considerado o grande romance naturalista brasileiro. Em 1891, porém, consegue um cargo no Governo do Estado, deixando a literatura em segundo plano; e acaba por abandoná-la definitivamente ao ingressar na carreira diplomática. Aluísio Azevedo chegou mesmo a vender os direitos sobre toda a sua obra literária para H. Garnier. Morreu em Buenos Aires em 1913, aos 55 anos.
Características das obras: Obra heterogênea Alterna romances naturalistas de vigor crítico e estofo cientificísta, com melodramas românticos, publicados em folhetins pela imprensa, e que foram, durante algum tempo, o ganha-pão do autor,
38 romance inaugural do Naturalismo no Brasil. Acabou gerando para seu autor, Aluísio Azevedo, diversas inimizades em São Luís, devido à sua crítica feroz à sociedade preconceituosa da época. Raimundo é órfão de pai e vive afastado da mãe, uma ex-escrava. Volta da Europa formado para viver com o seu tio e tutor, Manuel Pescada, e acaba se interessando por sua filha, Ana Rosa. A paixão é correspondida, mas tem obstáculos nas restrições impostas pela família da moça devido às origens negras do rapaz. Um dos mais empenhados em afastar os dois é o Cônego Diogo, responsável pela morte do pai de Raimundo, que o flagrara em pleno ato sexual com sua esposa, a branca Quitéria. Raimundo, desiludido após obter a confirmação de que não poderia ficar com Ana Rosa por ser filho de uma negra, decide ir para o Rio de Janeiro; Ana Rosa, porém, pede que ele fique. Os dois terminam fazendo amor e, a moça, engravidando. Os dois planejam a fuga, mas têm os planos frustrados por Diogo Dias, um caixeiro de Manuel que queria a mão de Ana Rosa. Quando volta para sua casa, Raimundo é morto por um tiro de Dias. Ana Rosa, ao vê-lo morto, aborta. Anos depois, porém, ela aparece em uma recepção oficial, casada com Dias, preocupada com os três filhos que eles deixaram dormindo em casa. É possível identificar vários elementos naturalistas na história, como a crítica social, o anticlericalismo, a luta contra o preconceito racial, o aspecto sexual (presente na natureza carnal do amor de Ana Rosa pelo mulato) e o triunfo do mal. Há ainda, porém, algumas características remanescentes do Romantismo, como a idealização do herói, a trama cliché do amor que não se realiza devido a tradições e preconceitos e a natureza “rocambolesca” da história.
Romance social Casa de Pensão (1884) Nos livros bem realizados, revela extraordinário poder de dar vida aos agrupamentos humanos, às habitações coletivas, onde os protagonistas vão, social e moralmente, degradando-se, por força da opressão social e econômica e dos impulsos irreprimíveis da sexualidade, das taras e dos vícios.
Visão rigorosamente determinista
Narrativa intermediária entre o romance de personagem (O Mulato) e o romance de espaço ou de coletividade (O Cortiço). Inspirado em um caso verídico, a Questão Capistrano, crime que sensibilizou o Rio de Janeiro entre 1876 e 1877, expressa uma visão determinista.
Amâncio Vasconcelos, personagem central, tem Para o autor, o homem e a sociedade eram suas acões e comportamento determinados pela submetidos às leis inexoráveis da raça (instinto, formação (a educação severa, a superproteção hereditariedade), do meio (geográfico, social) e do materna, a sífilis contraída da ama-de-leite). Ele, um momento (circunstâncias históricas). jovem e rico maranhense, chega ao Rio de Janeiro para estudar Medicina. Boêmio e extravagante, hospeda-se na pensão de João Coqueiro, que trama Resumo de obras casá-lo com sua irmã, Amélia, para apossar-se da fortuna de Amâncio. Com a recusa do rapaz, Coqueiro O Mulato (1881) o denuncia falsamente por violência sexual contra a Publicado em 1881, O Mulato é considerado o irmã, é derrotado na justiça e, inconformado, mata Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Amâncio. Eram cinco horas da manhã e o cortico acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. O Cortiço é considerado o grande romance Um acordar alegre e farto de quem dormiu de naturalista brasileiro. Sua história não gira em torno de uma assentada, sete horas de chumbo. Como que se um herói, mas sim de toda uma sociedade que se sentiam ainda na indolência de neblinas as forma no cortiço do título. Estão nele presentes de derradeiras notas da última guitarra da noite forma clara diversas características do Realismoantecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da Naturalismo o determinismo, com os homens sendo aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em produtos do meio em que vivem; a crítica soçial, com terra alheia. a exploração do homem pelo homem; a A roupa lavada, que ficara de véspera nos zoomorfização ou redução do homem ao nível de coradouros, umedecia o ar e punha-lhe um fartum animal que age de acordo com seus instintos, que acre de sabão ordinário. As pedras do chão, aparece em diversas figuras de linguagem e na esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns supervalorização do sexo. pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez João Romão é um português ambicioso que grisalha e triste, feita de acumulações de espumas consegue abrir um pequeno estabelecimento secas. comercial. Ele junta-se então a uma escrava fugida, Entretanto, das portas surgiam cabeças Bertoleza, sua vizinha, e com o seu dinheiro consegue congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, aumentar sua propriedade. Começa, então, a alugar fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se pequenas casas. O negócio dá certo, e os cubículos grosso por toda a parte; começavam as xícaras a vão se multiplicando, gerando o cortiço. tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando Uma enorme variedade de tipos humanos passa todos os outros; trocavam-se de janela para janela as a habitar o local, trabalhando na pedreira montada por primeiras palavras, os bons dias; reatavam-se João Romão e comprando em seu armazém. O único conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora incomodado com o crescimento do cortiço é o também traquinava já, e lá dentro das casas vinham choros português Miranda, de classe mais elevada. abafados de crianças que ainda não andam. Entre os tipos que vivem no cortiço estão a No confuso rumor que se formava, destacavamMachona, lavadeira gritalhona, “cujos filhos não se se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber pareciam uns com os outros”; Alexandre, mulato onde, grasnar de marrecos, cantar de galos, cacarejar pernóstico; Pombinha, moça franzina que se de galinhas. De alguns quartos saíam mulheres que desencaminha por influência das más companhias; vinham pendurar cá fora, na parede, a gaiola do Rita Baiana, mulata faceira que andava amigada na papagaio, e os louros, à semelhança dos donos, ocasião com Firmo, malandro valentão; Jerônimo e cumprimentavam-se ruidosamente, espanejando-se à sua mulher, e outros mais. luz nova do dia. Daí a pouco, em volta das bicas era Outro cortiço se forma na mesma rua, sendo um zum-zum crescente; uma aglomeração tumultuosa apelidado de “Cabeça-de-Gato”. Os moradores do de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a Cabeça-de-Gato por sua vez, apelidam os moradores cara, incomodamente, debaixo do fio de água que do cortiço de “Carapicus”. Há uma rivalidade entre os escorria da altura de uns cinco palmos. O chão moradores dos dois cortiços, agravada pela disputa inundava-se. As mulheres precisavam já prender as entre Jerônimo e Firmo por Rita Baiana - Firmo se saias entre as coxas para não as molhar: via-se-lhes a muda para o Cabeça-deGato. O conflito só acaba tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas após um misterioso incêndio que destrói parte do despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do cortiço de João Romão. O português, porém, casco; os homens, esses não se preocupavam em reconstrói o cortiço e o torna ainda mais próspero. O molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem seu sonho era casar com uma moça de família para debaixo da água e esfregavam com força as ventas e conseguir mais status, e seu alvo passa a ser a filha as barbas, fossando e fungando contra as palmas da de Miranda, Zulmira. mão. As portas das latrinas não descansavam, era um Após os acertos de interesse entre os dois abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem patrícios, João Romão decide se livrar da antiga tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda companheira Bertoleza, para abrir caminho para o amarrando as calças ou as saias; as crianças não se casamento. Para isso, ele entrega aos antigos donos davam ao trabalho de lá ir. despachavam-se ali da negra o seu paradeiro. Bertoleza, que acreditava mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da ser livre graças a uma falsa carta de alforria dada há estalagem ou no recanto das hortas. O rumor crescia, tempos por João Romão, rapidamente percebe a condensando-se; o zumzum de todos os dias traição e se mata, com a mesma faca que usava para acentuava-se: já não se destacavam vozes dispersas, preparar as refeições do português. mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavamse discussões e resingas; ouviam-se gargalhadas e Texto para análise pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela O Cortiço fermentação sangüínea, naquela gula viçosa de (fragmento) plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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O Cortiço (1890)
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lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a satisfação de respirar sobre a terra. (Aluísio Azevedo)
Comentário: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
d) Romantismo / Modernismo / Parnasianismo e) Romantismo / Modernismo / Simbolismo 3. (UFPR) Nesta questão, considere (V) para verdadeiro e (F) para falso: “Enfim chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capítu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas...”
___________________________________________ ___________________________________________
EXERCÍCIOS “O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão senhoril; e coxa! Esse contraste faria suspeitar que a natureza é às vezes um imenso escárnio. Por que bonita, se coxa? por que coxa, se bonita? Tal era a pergunta que eu vinha fazendo a mim mesmo ao voltar para casa, de noite, sem atinar com a solução do enigma.”
1. Assinale a alternativa cujas propostas, preenchendo as lacunas da frase seguinte, completariam uma análise adequada do texto apresentado inicialmente. No excedo transcrito, o narrador, que é o protagonista da história, questiona-se por que se sente dividido: ele percebe o mundo de um modo..., mas aspiraria a que ele fosse organizado de acordo com princípios…
a) b) c) d) e)
4. (UMC-SP) Sobre o Realismo, pode-se afirmar : I.
romântico / modernos realista / modernos realista / românticos moderno / realistas romântico / realistas
2. (CEFET-MG) “O… se tingirá de…, no romance e no conto, sempre que fizer personagens e enredos se submeterem ao destino cego das “leis naturais” que a ciência da época julgava ter codificado; ou se dirá…, na poesia, à medida que se esgotar no lavor do verso tecnicamente perfeito.” No texto acima, preenchem-se respectivamente, com:
A partir do fragmento de Dom Casmurro, de Machado de Assis, assim como de informações gerais desse romance responda às questões abaixo: ( )A cena descrita é tipicamente romântica, em consonância com o estilo da obra, que tematiza os infelizes amores de Bentinho e Capitu. ( ) Como os fatos posteriores comprovarão, entre Escobar e Capitu não houve qualquer relacionamento além de uma sólida amizade. ( ) O momento descrito é crucial para o relacionamento de Bentinho e Capitu. Instalada a dúvida na mente do marido, o casamento se deteriorará, encaminhando-se para a inevitável separaçao. ( ) O fragmento acima comprova que Sancha é uma personagem trágica, pois, após a morte dos filhos, ela perde o marido num naufrágio. ( ) Para Bentinho, a irrefutável prova de traição de Capitu será a semelhança física de Ezequiel com o amigo morto. ( ) Conforme observamos pela linguagem do narrador Dom Casmurro, a atitude de Capitu diante do cadáver testemunha apenas a amizade que ela sentia por Escobar.
as
lacunas,
a) Realismo / Naturalismo / Parnasianismo b) Romantismo / Naturalismo / Parnasianismo c) Realismo / Naturalismo / Simbolismo Literatura. Prof. Robson Tavares.
O Realismo e o Naturalismo são introduzidos em 1881 com as obras Memórias póstumas de Brás Cubas e O mulato. II. No Realismo há predomínio da vida concreta e exterior sobre a vida interior e abstrata. III. O melhor da produção realista está na poesia.
a) b) c) d) e)
São corretas as afirmações II e III. Apenas a afirmação II é correta. As três afirmações são corretas. São corretas as afirmações 1 e 11. As três afirmações são incorretas.
Texto para próxima questão
“Este último capítulo é todo de negativas. .Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de E-mail:
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não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginaria que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”
5. (FUVEST-SP) O texto evidencia, com clareza, pelo menos uma das características principais de Machado de Assis: a) b) c) d) e)
o pessimismo ingênuo dos escritores realistas e naturalistas do século XIX. a linguagem rebuscada, de tal modo ambígua, que quase prejudica a compreensão do sentido. um pessimismo irônico, disfarçado sob a aparência de conformidade indiferente. o gosto pela frase lapidar, carregada de expressões inusitadas. a capacidade de sintetizar, em apenas um parágrafo, todo o enredo do romance.
6. São algumas das características do Realismo: a) observação, sentimentalismo, linguagem exaltada b) idealismo, lirismo, subjetivismo. c) observação, objetividade, crítica às instituições sociais. d) linguagem rebuscada, objetividade, imaginação excessiva. e) arte pela arte, procura do “eu”, musicalidade. 7. Este movimento surgiu com a publicação de O romance experimental, de Émile Zola. Esta escola interessava-se, especialmente, pela exploração de casos anormais, de realidades patológicas de degenerações morais e físicas. O homem era tratado como um escravo dos instintos e das paixões, joguete da hereditariedade implacável. Este movimento chamou-se: a) Romantismo. b) Barroco. c) Realismo. d) Naturalismo. e) Experimentalismo.
41 d) centrou suas críticas na sociedade de sua época; por isso está hoje ultrapassado: o homem moderno não pode ver-se em suas personagens. e) norteou-se pelos princípios do Naturalismo, ressaltando sempre os fatores biológicos do comportamento humano.
9. (UFSCar-SP) O que sobressai na atividade criadora de Machado de Assis é: a) a minuciosa busca de soluções aperfeiçoadoras, o que só se conseguiu após inúmeros e continuados exercícios. b) a grande capacidade de inspiração, uma vez que a quantidade de romances que escreveu foi facilitada pela improvisação. c) o equilíbrio entre o improvisador, o inspirado e o artista, que é demonstrado pelas obras de valor desigual, que ocorrem no decorrer de sua produção literária. d) a sinceridade com que manifesta, por linguagem desprovida de metáforas em cada romance que escreveu, as várias fases de sua biografia. e) ter iniciado a carreira escrevendo romances realistas, convertendo-se, mais tarde, ao Naturalismo.
10. Temos, a seguir, fragmentos alguns pequenos de romances realistas e naturalistas. Leia-os atentamente, qualificando de R os realistas e de N os Naturalistas. ( ) “…acabaram por afoguear-lhe a razão ao rebate dos sentidos.” ( ) “Agora é que eu ia começar a minha ópera. “A vida é uma ópera”; dizia-me um velho tenor italiano que aqui viveu e morreu... E explicou-me um dia a definição, em tal maneira que me fez crer nela.” ( ) “esse primeiro palpitar da seiva, essa revelação da consciência a si própria, nunca mais me esqueceu, nem achei que lhe fosse comparável qualquer outra sensação da mesma espécie.” ( ) “Eis aí mais um mistério para ajuntar aos tantos deste mundo. Apesar de tudo. jantei bem e fui ao teatro.” ( ) “... doida de luxúria, irracional, feroz, revoluteava, em corcovos de égua, bufando e relinchando.”
11. (USF-SP) Pode-se entender o Naturalismo como uma particularização do Realismo que:
8. (USF-SP) Machado de Assis, na sua obra de ficção narrativa:
a) se volta para a natureza a fim de analisar-lhe os processos cíclicos de renovação. b) pretende expressar com naturalidade a vida a) começou romântico e como tal se manteve na simples dos homens rústicos nas comunidades idealização com que descreve as personagens de primitivas. c) defende a arte pela arte, isto é, desvinculada de suas obras. b) condenou o Romantismo e introduziu no Brasil o compromissos com a realidade social. realismo, que só trocou pelo Naturalismo. d) analisa as perversões sexuais, condenando-as em c) investigou com profundidade o homem universal, nome da moral religiosa. e) estabelece um nexo de causa e efeito entre nas personagens cotidianas, indo além da crítica à sociedade. alguns fatores sociológicos e biológicos e a Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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conduta dos personagens.
12. (FUVEST-SP) “E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, ali mesmo, daquele lameiro, a multiplicar-se como larvas no esterco.” O fragmento d’O cortiço, romance de Aluísio Azevedo, apresenta uma cara cterís fica fundamental do Naturalismo. Qual?
a) b) c) d) e)
Uma compreensão psicológica do homem. Uma compreensão biológica do mundo. Uma concepção idealista do universo. Uma concepção religiosa da vida. Uma visão sentimental da natureza.
13. (UFPA) Os personagens realistas -naturalistas têm seus destinos marcados pelo determinismo. Identifica-se esse determinismo: a) pela preocupação dos autores em criar personagens perfeitos, sem defeitos físicos ou morais. b) pelas forças atávicas e/ou sociais que condicionam a conduta dessas criaturas. c) por ser fruto, especificamente, da imaginação e da fantasia dos autores. d) por se notar a preocupação dos autores de voltarem para o passado ou para o futuro ao criarem seus personagens. e) por representarem a tentativa dos autores nacionais de reabilitar uma faculdade perdida do homem: o senso do mistério.
42 análise psicológica das personagens, buscando atingir os motivos essenciais da conduta humana, desmascarando a hipocrisia que há por trás dos atos aparentemente bons e honestos. III. O enredo, a ação e o tempo da narrativa não têm uma seqüência linear. Os fatos só têm sentido em função da análise da consciência humana. IV. A problemática central do romance Dom Casmurro gira em torno do tema do adultério, e o autor cria um clima de incerteza e ambigüidade que não permite saber se o adultério de fato ocorreu. São corretas:
a) b) c) d) e)
todas as afirmações. as afirmações II, III e IV. as afirmações II e III. as afirmações 1,11 e IV. as afirmações 1 e IV.
PARNASIANISMO
14. (UFRGS) “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.”
Costuma-se dizer que o Parnasiaflismo é o movimento correspondente no verso à prosa realnaturalista, embora existam aspectos que distanciam bastantes os objetivos de cada uma dessas correntes da 2ª metade do século XIX. O termo Parnasianismo tem, como origem remota, ligação com a mitologia grega — o Monte Parnaso, na região da Fócida, servia de morada aos poetas. A origem próxima, no entanto, prende-se a uma geração de poetas franceses, que enfatizaram os princípios estéticos do movimento na publicação “La Parnasse Contemporaifl”.
O texto acima é:
1. Características gerais do Parnasianismo:
a) a final do testamento de Quincas Borba, que faz de Rubião seu herdeiró, sob a condição de que cuide de seu cachorro. b) um comentário de Bentinho, o protagonista de Dom Casmurro, cujo temperamento azedo e melancólico lhe valeu o apelido. c) a conclusão pessimista do Dr. Bacamarte, ao final do conto O Alienista, após dedicar sua vida ao estudo da “patologia cerebral”. d) o desabafo do “defunto-autor” das Memórias póstumas de Brás Cubas, ao final da narrativa. e) a reflexão do Conselheiro Aires ao encerrar a narrativa do drama de Flora, em Esaú e Jacó.
• • • • • •
• •
15. (FATEC-SP) Leia atentamente as seguintes afirmações a respeito da obra de Machado de Assis.
Impassibilidade (contenção lírica); O gosto pelo verso descritivo; Apuro formal (versos bem rimados, de vocabulário raro e preciso: correção absoluta de linguagem); Culto aos valores estéticos greco-latinos; Predileção pelas formas poéticas fixas (soneto); Princípio de arte pela arte, ou seja, o texto importa como execução do ideal de pureza formal, e não como elemento revelador de uma realidade humana, seja religiosa, social ou de qualquer outra ordem; Comedimento no emprego de figuras de linguagem; Reação à poesia romântica.
O Parnasianismo no Brasil
A influência do Parnasianismo francês é evidente Na primeira fase da produção do autor, há traços na gestão do Parnasianismo brasileiro. Sobretudo no românticos na representação das personagens e que toca às concepções de uma poesia impassível e na estruturação do enredo. Quincas Borba é escultural. Porém, é interessante notar que, a despeito exemplo típico desse período. de perseguirem o ideal de impassibilidade, os poetas II. Na fase realista, o autor está preocupado com a parnasianos no Brasil, por força de ressonâncias Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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I.
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próprias ao Romantismo, vão criar versos em que se nota a presença marcante do sentimento, da subjetividade, traduzindo, muitas vezes, um lirismo que não condizia com a “frieza” pregada pela Escola. No que diz respeito ao artesanato do verso, a obsessão pela forma gerou um verso não raro carente de conteúdo poético e cheio de aspectos técnicos (estrofação rígida, rima e métrica sistemáticas etc.), o que evidencia, neste movimento entre nós, a existência de muitos “fazedores de versos” mais do que propriamente “poetas”.
Autores do Parnasianismo
43 Poesia; Os melhores poemas de Olavo Bilac; Vossa insolência; Obra reunida.
Características do autor: • • •
• • •
Olavo Bílac
Solidificador da poesia parnasiana no Brasil. Escreveu poesia de temática greco-latina, descreveu a natureza dentro do mito da objetividade absoluta. Seus melhores textos estão permeados por conotações subjetivas, indicando uma herança romântica (projeto de universalidade e impassibilidade nem sempre concretizado). Seu lirismo vai do platonismo ao erotismo. Esteticismo (afastamento dos acontecimentos políticos e sociais do seu tempo). Sonegação do Brasil real e resgate do nacionalismo ufanista romântico: “O Caçador de Esmeraldas”, letra do Hino à Bandeira.
Textos para análise Olavo Bilac foi o mais popular dos poetas parnasianos brasileiros, sendo eleito em 1913 o primeiro “Príncipe dos Poetas Brasileiros”. Seus poemas foram decorados e declamados por toda parte, tanto nas ruas como em saraus e salões literários. Carioca, chegou a entrar nos cursos de Medicina e de Direito, sem concluí-los. Dedicou-se à carreira jornalística e literária, tendo fundado diversos jornais de vida curta. Participou intensamente da política e de campanhas cívicas, das quais a mais famosa foi em favor do serviço militar obrigatório, sendo abolicionista e republicano; apesar disso, nunca tratou destes temas em sua poesia. No governo de Floriano Peixoto, foi perseguido e preso sob acusação de conspirar para a volta ao poder de Deodoro da Fonseca. Seu pai lutou na guerra do Paraguai, o que trouxe o nacionalismo para a família. Cantou a pátria em muitos poemas, sendo o autor da letra do Hino à Bandeira. Também escreveu diversos poemas para as crianças, além de crônicas e livros didáticos. Solteiro levou uma vida boêmia. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Foi o poeta brasileiro que mais se aproximou dos conceitos parnasiano procurando a perfeição formal a qualquer custo. Era uma de suas características escrever versos com “chaves de ouro”, às vezes resultando sua poesia em certa artificialidade. Destacou-se pelo devotamento ao culto da palavra e ao estudo da língua portuguesa. Seus versos contêm uma poesia pobre em imagens, mas rica em sentimento voluptuosidade e morbidez. Entre suas obras mais conhecidas estão Via Láctea, Profissão de fé e o épico O caçador de esmeraldas, sobre os feitos do bandeirante Fernão Dias Paes.
Principais obras: O caçador de esmeraldas; Literatura.
Profissão de fé Invejo o ouvires quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto-relevo Faz de uma flor. Imito-o. E, pois nem de Carrara A pedra firo: O alvo cristal, a pedra rara, O ônix prefiro. Por isso, corre, por servir-me, Sobre o papel A pena, como em prata firme Corre o cinzel. Corre; desenha, enfeita a imagem, A idéia veste: Cinge-lhe ao corpo a ampla roupagem Azul-celeste. Torce, aprimora, alteia, lima A frase; e, enfim, No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim. Quero que a estrofe cristalina, Dobrada ao jeito Do ouvires, saia da oficina Sem um defeito: E que o lavor de verso, acaso, Por tão sutil, Possa o lavor lembrar de um vaso De Becerril. E horas sem conta passo, mudo, O olhar atento,
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A trabalhar, longe de tudo O pensamento.
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Porque o escrever — tanta perícia, Tanta requer, Que ofício tal ... nem há notícia De outro qualquer.
Súplica
Assim procedo. Minha pena Segue está norma, Por te servir, Deusa serena, Serena Forma! (Olavo Bilac)
Comentário: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
Soneto XIII de “Via Láctea” “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso! “E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto... E abro as janelas, pálido de espanto...
Falava o sol. Dizia: “Acorda! Que alegria Pelos ridentes céus se espalha agora! Foge a neblina fria. Pede-te a luz do dia, Pedem-te as chamas e o sorrir da aurora!” Dizia o rio, cheio De amor, abrindo o seio: “Quero abraçar-te as formas primorosas! Vem tu, que embalde veio O sol: somente anseio Por teu corpo, formosa entre as formosas! Quero-te inteiramente Nua! quero, tremente, Cingir de beijos tuas róseas pomas, Cobrir teu corpo ardente, E na água transparente. Guardar teus vivos, sensuais aromas!” E prosseguia o vento: “Escuta o meu lamento! Vem! não quero a folhagem perfumada; Com a flor não me contento! Mais alto é o meu intento: Quero embalar-te a coma desnastrada!” Comentário: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
E conversamos toda a noite, enquanto A via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com eles? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?”
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E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.” (Olavo Bilac)
Comentário: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
Raimundo Correia
Apesar de ter iniciado-se na carreira literária sob inspiração romântica, o poeta Raimundo Correia destacou-se mesmo em suas obras parnasianas ___________________________________________ Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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sendo que, em suas últimas obras, chegou a se aproximar do Simbolismo. Nascido em um navio na costa do Maranhão, foi estudar no Rio de Janeiro, onde foi aluno do Colégio Pedro II. Foi para São Paulo estudar Direito, carreira que exerceu e de que foi professor universitário. Morreu em Paris, durante viagem para tratamento de saúde. Seu primeiro livro, Primeiros Sonhos, era claramente influenciado por românticos como Gonçalves Dias e Castro Alves. Já a partir de Sinfonias, de 1883, passou a apresentar características parnasianas, como a cultura clássica e a perfeição formal. Contudo, não apresentava a riqueza vocabular de outros autores parnasianos. Não se preocupava em fazer uma poesia com traços brasileiros, utilizando-se mais da paisagem européia. Sofreu suspeita de plágio, levantada por Luís Murat, tal a maneira como se inspirava em outros poetas europeus. Suas últimas obras se utilizavam muito de sinestesias e tinham uma musicalidade que as aproximava do Simbolismo. Seu poema mais conhecido é As pombas, publicado no livro Sinfonias.
As pombas Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sangüínea e fresca a madrugada... E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais de novo, elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um par um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais... (Raimundo correia)
Comentário: ___________________________________________
Alberto de Oliveira • • • • •
O mais ortodoxo dos parnasíanos Impassível e objetivo. Levou até as últimas conseqüências o princípio da arte pela arte. Pois os temas de seus poemas são considerados exóticos para realidade brasileira. Poeta de inspiração clássica. Tecnicismo formal.
Vaso Chinês Estranho mimo aquele vaso! vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármore luzidio; Entre um leque e o começo de um bordado. Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente, de um calor sombrio. Mas, talvez por contraste à desventura, Quem o sabe?... de um velho mandarim Também lá estava a singular figura: Que arte pintá-la! A gente acaso vendo-a, Sentia um não sei que com aquele chim De olhos cortados à feição de amêndoa. (Alberto de Oliveira)
Comentário: ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________
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EXERCÍCIOS 1. Assinale a informação correta:
Literatura.
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a) Para o Parnasianismo valia somente os temas que não tivessem sido explorados antes; não dava nenhum valor aos temas nacionais.
I 0
II 0
b) Embora o Parnasianismo seja a poesia da escola Realista, não se preocupou com a objetividade ou com a fidelidade ao objeto.
1
1
c) Superar o sentimentalismo dos românticos, foi a única preocupação dos parnasianos.
2
2
3
3
4
4
d) A poesia parnasiana difere das outras “poesias”, que são a representação do sentimento, desde o momento em que tenta ser objetiva através da descrição. e) Embora o Parnasianismo buscasse a perfeição da forma, não conseguiu em nenhum momento superar a liberdade e o descuido formal dos românticos.
Uma das propostas do movimento parnasiano é o zelo Pela composição perfeita dos versos. Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira formam a tríade parnasiana. O primeiro é autor do poema épico O Caçador de Esmeraldas. No Parnasianismo, os textos em prosa constituíram uma das maiores expressões. “Invejo o ouvires, quando escrevo. Imito o amor Com ele, em ouro, o alto-relevo Faz de uma flor.” A aproximação entre poesia e escultura também se pronuncia nos versos do item anterior.
5. Assinale o item que apresenta o ideal parnasiano de expressão poética:
2. A respeito do Parnasianismo, podemos afirmar que: I II 0 0 A poétíca do Parnasianismo se situa na confluência do culto da forma com a 1objetividade no tratamento da temática. 1 1 A erudição lingüística, a descrição subjetiva e a alusão à mitologia grego-latina faziam de Alberto de Oliveira o poeta parnasiano brasileiro mais característico do movimento. 2 2 Os poetas parnasianos fizeram uma poesia voltada para a angústia, embora tivessem uma visão material da mulher. 3 3 Nossos autores parnasianos nem sempre mostraram obediência exclusiva aos princípios que professaram, e compuseram textos sensíveis à emoção. 4 4 Os parnasianos têm a essência da arte pela arte, que se opõe à liberdade de expressão e ao rigor da forma.
a) “Guardavas a poesia estranha de uma lenda. Diziam que, em ti, alguém chorara tanto Que te tornarás urna eterna desse pranto! E eu cria... Nem há dor que um poeta não entenda”.
3. Dos itens abaixo, apenas um refere-se intimamente ao Parnasianismo. Assinale-o:
e) “Chega mais perto e contempla as palavras. Cada uma tem mil faces secretas sob a face Neutra e te pergunta, sem interesse pela resposta, pobre ou terrível, que lhes deres: Trouxeste a chave?” 6. (UPE) Observe os versos a seguir, considerando as suas características:
a) Culto da forma, descritivismo e retorno aos motivos clássicos. b) Descrição pormenorizada, ruptura com os motivos clássicos, a busca da palavra exata. c) Lirismo comedido, senso do mistério e apuro vocabular. d) Preciosismo lingüístico, recuperação dos moldes clássicos e devaneio sentimentalista. e) No Parnasianismo, além da valorização do conteúdo sobre a forma, observamos a tentativa de superar os exageros sentimentais do Romantismo. 4. Observe as seguintes afirmativas. Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) na coluna 1; já a(s) falsa(s), marque na coluna II. Literatura.
b) “Para os azuis sidéreos, poeta, eleva O teu eterno cíato de prata, Onde o abismo que te queima e mata Faz com que vejas o luar na treva”. c) “Invejo o ouvires quando escrevo: Imito o amor Com ele, em ouro, o alto-relevo Faz de uma flor”. d) “Sou o triste cantor de olhos sombrios, Poeta — caminheiro, amando o luar... Tenho a alma feita de torreões esguios, Com misteriosos sinos a cantar...”
“Engelhadas as faces, os cabelos Brancos, ferido, chegas da jornada; Revés da infância os dias; e ao revê-los, Que fundas mágoas na alma lacerada!” (Alberto de Oliveira)
I.
Há nesses versos o predomínio da descrição, no caso, do interlocutor a quem se dirige o poeta. II. O poeta utiliza um vocabulário pouco encontrado
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Literatura brasileira
na linguagem do dia-a-dia. III. O poeta usou o recurso da ordem indireta e da rima preciosa. A afirmação é verdadeira:
a) b) c) d) e)
somente no I; somente no II; somente no III; em todos; em nenhum.
7. (UPE) Observe os versos seguintes e suas características: Dormes, com os seios nus, no travesseiro Solto o cabelo negro... e ei-los, correndo, Doudejantes, sutis, teu corpo inteiro
47 3 4
3 4
I 0 1
II 0 1
33Combate à expressão incoerente e difusa Predileção pelo soneto e restauração das velhas formas regulares. lO. Em sua recente composição “Samba Erudito”, Chico Buarque afirma: “Eu fiz versos como Bilac”. Como são os versos deste poeta?
2 3 4
São citados até hoje como modelo de poesia. Primam pela forma, sendo composições impecáveis, usando algumas palavras raras. 2 A linguagem caracteriza-se pela ordem inversa, frases caóticas e sentido hermético. 3 A métrica e a rima são bem trabalhadas em poemas melodiosos. 4 Usam expressões coloquiais e simples versando sobre temas pessoais como a dúvida, o tédio e a solidão.
Beijam-te a boca tépida e macia. Sobem, descem, teu hálito sorvendo Por que surge tão cedo a luz do dia?! (Olavo Bilac) I.
A poesia transpira subjetivismo e a realização amorosa é vista como inatingível. II. A visão que o poeta apresenta do amor émarcada pela sensualidade. III. Os versos dos tercetos revelam preocupação formal. A afirmação é verdadeira:
a) b) c) d) e)
nos tens I e II: nos itens I e III; nos itens II e III; em todos; em nenhum
8. Sobre as novas idéias que caracterizam a época do Realismo-Naturalismo, marque, na coluna I, o que for verdadeiro e, na II, o que for falso: I 0
II 0
1
1
2
2
3
3
4
4
O vício e a virtude são produtos como o açúcar e o vitríolo. Só o sensível é objeto de conhecimento e análise. O homem está sujeito às mesmas leis que regem os seres inanimados. A transformação de uma única substância primitiva explica todos os fenômenos. Todas as coisas possuem um sentido misterioso que não pode ser captado.
9. Assinale, na coluna I, as afirmações que apresentam características do Parnasianismo e, na coluna II, as que não apresentam: I II 0 0 Tendencia objetiva e classicizante. 1 1 Expressão constante de idéias utilitaristas. 2 2 Anseio de perfeição formal.
SIMBOLISMO •
•
Simbolismo no Brasil Início: 1893, publicação de “Missal” (poemas em prosa) e “Broquéis” (poesias) de Cruz e Souza. Término: 1902, “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, e Canaã de Graça Aranha, como marcos do Pré-Modemismo. Em sentido amplo, os limites do Simbolismo se estendem até a Semana de Arte Modema (13/15 e 17 de fevereiro de 1922).
CRUZ E SOUZA Protesto contra a condição de negro, desejo de ultrapassar as limitações que a sociedade lhe impõe por causa da cor; Obsessão pela Cor branca. Defesa dos miseráveis e humilhados.
Obras “Evocações”, 1898. “Faróis”, 1900. “Últimos Sonetos”, 1905.
TEXTO Acrobata da dor Gargalha, ri, num riso de tormenta, como um palhaço que, desengonçado, nervoso, ri, num riso absurdo, inflado de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sangüinolenta, agita os guizos; e convulsionado salta, gavroche, salta clown, varado pelo estertor dessa agonia lenta... Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Literatura brasileira
48 1. (Fuvest-SP)
Pedem-lhe bis e um bis não se despreza! Vamos! Retesa os músculos, retesa nessas macabras piruetas d’aço...
E fria, fluente, frouxa claridade flutua como as brumas de um letargo.
E embora caias sobre o chão, fremente, Afogado em teu sangue estuoso e quente, ri, coração, tristíssimo palhaço.
Nesses versos de Cruz e Souza, encontra-se um dos traços característicos do estilo Simbolista:
a) b) c) d) e)
(Cruz e Souza). clown:(ingl.) palhaço. Gavroche:(fr.) garotos de Paris. Estertor: respiração rouca dos moribundos. Retesar: tornar tenso; esticar. Estuoso: que está fervendo,
Palhaço: metaforica mente aquele que faz rir, mas está corroído pela dor.
utilização do valor sugestivo da música e da cor. rima aproximativa: uso de aliterações: presença da onomatopéia. uso da antinomia. emprego de expressões arcaicas.
2. (Puccamp-SP) São características da poesia de Cruz e Souza:
ALPHONSUS DE GUIMARAENS É considerado “Poeta Monotemático”, devido à presença constante da noiva falecida em sua poesia.
Obras: “Septenário das dores de Nossa Senhora” “Câmara ardente” “Kiriale” “Pastoral aos crentes do amor e da morte”. ebúrnea: de marfim.
a) Crença de que o espírito pode apreender a realidade das coisas, traçando firmemente seus contornos; versos livres; musicalidade a serviço do espiritualismo. b) Abandono das visões ideais sobre o amor, por uma descrição mais direta do corpo e dos desejos; anti-romantismo; busca das “correspondências” entre os seres. c) Cuidado formal, através do verso bem ritmado, do vocabulário raro e preciso, dos efeitos plásticos e sonoros capazes de impressionar os sentidos; objetividade na descrição do mundo. d) Repúdio ao sentimentalismo; adoção dos temas divulgados pela ciência e pela filosofia naturalista; apego ao soneto. e) Crença de que o poema representa uma tentativa de aproximação da realidade oculta das coisas, que a sugerem sem esgotá-la; busca de ritmos musicais e insinuantes; vocabulário litúrgico, para acentuar o mistério. 3. (PUC-RS)
A CATEDRAL Entre brumas, ao longe, surge a aurora. O hialino orvalho aos poucos se evapora, Agoniza o arrebol. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece, na paz do céu risonho, Toda branca de sol. E o sino canta em lúgubres responsos: “Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!” O astro glorioso segue a eterna estrada. Uma áurea seta lhe cintila em cada Refulgente raio de luz. A catedral ebúrnea do meu sonho, Onde os meus olhos tão cansados ponho, Recebe a bênção de Jesus. E o sino clama em lúgubres responsos: “Pobre Alphonsusl Pobre Alphonsus!”
Hialino:que tem a transparência de um vidro ebúrnea: de marfim. Responsos: versículos recitados ou cantados por dois coros.
(Alphonsus de Guimaraens)
EXERCÍCIOS
Embora caias sobre o chão, fremente, afogado em teu sangue estuoso e quente, ri, coração, tristíssimo palhaço. Cruz e Souza, no terceto final do Acrobata da dor, revela um dos traços marcantes de sua poesia simbolista, que é a:
a) b) c) d) e)
saudade. sublimação. religiosidade. exasperação. finitude.
4. (FESP) O Simbolismo reflete um momento histórico extremamente complexo, marcando a transição para o século XX. Assinale a alternativa que não diz respeito a esse movimento:
a) Para o simbolista, a verdadeira poesia encontra-se no interior do artista. Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Literatura brasileira
b) Seus representantes vão em busca da essência do ser humano. c) São características do Simbolismo: musicalidade, espiritualidade e sugestão. d) A estrofe: Vozes veladas, veludosas vozes Volúpias dos violões, vozes veladas Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. É de Alphonsus de Guimaraens.
e) Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens são, sem dúvida, as figuras mais importantes do Simbolismo. 5. (UFSC) Considerando as características da poesia simbolista de Cruz e Souza, marque a(s) proposição(ões) verdadeiras(s). a) Em Vozes veladas, veludosas vozes Volúpias dos violões, vozes veladas Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
49 e) misticismo, amor e morte. 7. (Fuvest-SP) I.
II. Ó formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas!... Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras... As estrofes anteriores são, respectivamente, dos poetas.
a) b) c) d) e)
c) Uma das obsessões de Cruz e Sousa é a cor branca ou tudo aquilo que sugere brancura, alvura: “Alva, do alvor das límpidas geleiras”, “Ó formas alvas, brancas, Formas claras”
d) Forças originais, essência, graça De cames de mulher delicadezas... O texto é um exemplo da freqüente referência à temática sexual, uma das características desse poeta. Em vez de detalhadas descrições, que e) predominavam no Parnasianismo, os simbolistas propunham a sugestão como em: Estranha boca virginal, cheirosa, Boca de mirra e incensos, milagrosa Nos filtros e nos tóxicos secretos...
6. Alphonsus de Guimaraens é um poeta Identificado com um período literário cujas características são:
Manuel Bandeira e Olavo Bilac. Vinicius de Moraes e Fagundes Varela. Olavo Bilac e Cruz e Sousa. Cruz e Sousa e Castro Alves. Castro Alves e Alphonsus de Guimaraens.
OS MOVIMENTOS DE VANGUARDA
O poeta usa o recurso da aliteração, isto é, repetição da mesma consoante.
b) Cruz e Sousa produziu uma obra propositalmente diversificada: de um lado, os romances românticos; de outro, os poemas objetivos, exaltando a forma exterior, visual.
Longe tio estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
São vários os movimentos da vanguarda européia, mas estudaremos apenas cinco deles: Marco Líder
Cubismo 1907 Pablo Picasso
Futurismo 1909 F. Marinet
Expressionismo Dadaísmo Surrealismo 1910 – 1920 1916 1924 Tirstan André Tzara Breton Características do Cubismo: • • • • • • •
Eliminação do anedótico; Supressão da continuidade cronológica; Supressão da lógica aparente; Preocupação com o tempo presente; Valorização do humor; Técnica cinematográfica; Simultaneidade espaço-tempo.
Obs.: O Cubismo surgiu da pintura para a literatura.
Futurismo
a) mitologia pagã e busca da natureza. b) simbologia matemática e musical. Características do Futurismo: c) análise social de grupos humanos marginalizados e valorização do coletivo. • Palavras em liberdade, pela destruição da sintaxe d) exaltação da natureza, pátria e do índio. tradicional. Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Literatura brasileira
• • • • •
Emprego de verbos no infinitivo. Supressão do adjetivo. Uso de substantivos compostos, formados por dois substantivos de sentido analógico: multidão — ressaca; burguês — níquel. Supressão de advérbios e conjunções. Substituição dos sinais de pontuação.
Obs.: No Brasil, o termo futurista, em circulação desde 1912, tomou a conotação pejorativa.
Expressionismo Características do Expressionismo • • • • • • • • • •
Extremo subjetivismo. A consciência pessoal supera qualquer referência à ação, personagem ou ambiente. O artista representa suas próprias visões, sentimentos, emoções, intuições, e volta-se para o seu interior; manifesta o seu estado de espírito. O poema, o drama, a narrativa passam a conter a própria visão do artista. A poesia é cheia de metáforas; o estilo éabstrato, simbólico, sugestivo. Tendência à captação do eterno, que transcende o domínio do artista. Abandono ao mundo das aparências. Valorização da imaginação e dos sonhos. Hermetismo e alogicismo, pois o mundo interior, expresso na obra de arte, não atende à lógica do mundo exterior. Oposição ao Naturalismo e ao impressionismo.
50 • •
Busca um estilo antigramatical; Declara que “a arte não é coisa séria”.
TEXTO Para fazer um poema dadaísta Pegue um jornal. Pegue uma tesoura. Escolha nesse jornal um artigo com o tamanho que você conta dar ao seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com cuidado cada uma das palavras que formam o artigo e coloque-as num saco. Agite docemente. Retire em seguida cada recorte, um depois do outro. Copie conscienciosamente na ordem em que eles foram saindo do saco. O poema lhe aparecerá. E eis você infinitamente original e de uma sensibilidade encantadora, ainda que incompreendida do vulgo. (TZARA, Tristan. In: PROENÇA FILHO, Domício. Op. cit, p.355.)
Obs.: O Dadaísmo possuía a técnica do “Ready Made”, que consiste em criar um objeto totalmente sem utilidade a fim de simplesmente louvar a criação artística.
Dadaísmo
Surrealismo
Obs.: Os dadaístas procuravam ridicularizar e destruir todos os dogmas em vigor na pintura, na música e na poesia. Consideravam a guerra loucura e perversidade dos homens. Vários manifestos e reuniões turbulentas foram realizadas: pregavam a desordem, o absurdo, a incoerência. Esse fenômeno dos anos de guerra extinguiu-se com a assinatura do armistício, em1920.
Características do Surrealismo • • • • • •
Valorização da imaginação; llogismo; Valorização do sonho; Automatismo verbal e escrito; Humor negro; Busca uma nova concepção do mundo e da arte.
Obs.: Segundo Tristan Tzara a palavra “Dadá” não significa nada, é a total falta de lógica. Características do Dadaísmo • • • • • •
É uma tentativa de demolição; Propõe a abolição da lógica; Prega a abolição da memória; Exalta a liberdade total da criação; Propõe a percepção da vida em sua lógica incoerente; Tenta a criação de uma linguagem totalmente nova; Literatura.
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Literatura brasileira
51 O termo Pré-Modernismo foi criado por Alceu de Amoroso Lima (Tristão de Ataíde) para designar o período cultural brasileiro que vai do princípio do século XX à Semana de Arte Moderna (13/15 e 17 de fevereiro de 1922), ou, como quer a cronologia, de 1902, ano da publicação de “Canaã” de Graça Aranha, e de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, até 1922, ano da realização da Semana da Arte Moderna. O Pré-Modernismo corresponde no campo artísticoliterário à “BeIIe Époque” brasileira, ou seja, período marcado por tendências diversas.
a) a conservadora, marcada pelas produções poéticas parnasianas (Bilac, por exemplo) e simbolistas (Cruz e Sousa, Alphonsus de Guimaraens) e pela prosa tradicionalista (Rui Barbosa, Coelho Neto, Joaquim Nabuco); b) a inovadora, caracterizada pela incorporação de aspectos da realidade brasileira ao conteúdo das obras literárias. Destacam-se, pela utilização dessa temática, Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, Lima Barreto e Graça Aranha.
Autores
do Pré-Modernismo
EUCLIDES DA CUNHA (1886 – 1909) Obras “Os sertões”. “Peru versus Bolívia”. “Contrastes e confrontos”. “ À margem da história”. Obs.: A obra mais importante de Euclides da Cunha é “Os sertões”. Essa obra está dividida em três partes: A terra, O homem e A luta. “Os sertões” não têm o enredo da narrativa tradicional, o autor deu a ela um caráter de ensaio sociológico. A obra tem como objetivo analisar a Campanha de Canudos, movida pelas tropas do governo contra Antônio Conselheiro.
LiMA BARRETO (1881 — 1922) Obras “Recordações do escrivão lsaías Caminha”, 1909 “Triste fim de Policarpo Quaresma”, 1915 “Vida e morte de M. J. Gonzaga e Sá”,’1919 “Clara dos Anjos”, 1948 “Os bruzundangas”, 1923 “Cemitério dos vivos”, 1956
PRÉ-MODERNISMO
Obs.: Lima Barreto utiliza em sua obra uma linguagem simples e comunicativa. Sua literatura é para o povo. O romance, narrado em 3a pessoa, descreve a
Literatura.
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vida política do Brasil após a proclamação da República, caricaturizando o nacionalismo ingênuo fanatizante e xenófobo do Major Polícarpo Quaresma, apavorado com a descaracterização da cultura e da sociedade brasileira, modelada em valores europeus.
MONTEIRO LOBATO (José Bento Monteiro Lobato — Taubaté-SP, 1882 — São Paulo, 1948) Vida
O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja A inclusão do prosaico contrasta com o tema intimista.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija! Note a conclusão amarga, desesperançada e, por isso, agressiva.
Obras “Urupês”, 1919. “Idéias de Jeca Tatu”, 1918. “Cidades mortas”, 1919. “Negrinha”, 1920.
(ANJOS, Augusto dos. Eu e outras poesias, 18. ed. Rio de Janeiro, Bedeschi, s/d.)
Obs.: Monteiro Lobato foi um apaixonado pela realidade nacional. Lobato escreveu para adultos e crianças sobre a literatura infantil: “Reinações de Narizinho” “Emilia no país da Gramática”, “O poço do Visconde”, “Geografia de Dona Benta” e outros. Lobato escreveu obras sobre o atraso das regiões cafeeiras. No artigo “A velha praga”, incluído em “Urupês”, o autor cria a personagem Jeca Tatu, um caboclo que simboliza a decadência da agricultura brasileira. Obs.: Em 1917, Lobato se envolve no caso “Anita”, quanto critica a jovem pintora brasileira Anita Malfatti no artigo “Paranóia ou Mistificação”.
AUGUSTO DOS ANJOS
Graça Aranha (São Luís, Maranhão, 1868 — Rio de Janeiro, 1931)
Obras “Canaã”, 1902 “Malazarte”, 1911 “A estética da vida”, 1921 “O espírito moderno”, 1925
Obs.: Sua obra principal é “Canaã”, romance ideológico brasileiro em que se discute o destino histórico do Brasil. O pólo central do romance são os debates entre dois colonos alemães, que se estabelecem no Espírito Santo: Milkau e Lentz. Milkau representa o otimismo, a confiança no futuro do Brasil e na força regeneradora do Universo; Lentz é um adepto das teorias racistas. Para ele, os brasileiros, por serem mestíços, estão condenados à dominação.
Considerações Foi poeta originalíssimo, pois mistura palavras poéticas com termos apoéticos. Ainda se encontram, em sua obra, palavras típicas da Biologia e da Química.
Versos íntimos quimera : sonho
Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão — esta pantera — Foi tua companheira inseparável! Metáfora inesperada Acostuma-te à lama que te espera! O homem, que, nesta terra miserável, Mora entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! Literatura. Prof. Robson Tavares.
EXERCÍCIOS (PUC-RS) Instrução: Para responder às questões 1 e 2, leia o texto que segue. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim que aquilo que o fazia vibrar não eram só os pampas do Sul com o seu gado, não era o café de São Paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas (...) — era tudo isso junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do Cruzeiro. (...) Era costume seu, assim pela hora do café, quando os empregados deixavam as bancas, transmitir aos companheiros o fruto de seus estudos as descobertas que fazia, no seu gabinete de trabalho, de riquezas nacionais. Um dia era o petróleo que lera em qualquer parte, como sendo encontrado na Bahia; outra vez, era um novo exemplar de árvore de borracha que crescia no rio Pardo, em Mato Grosso; outra, era um sábio, uma notabilidade, cuja bisavó era brasileira (...).
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1. O trecho refere-se à personagem central da obra de *, denominada *. a) Graça Aranha — Canaã b) Lima Barreto — Recordações do escrivão Isaías Caminha c) Monteiro Lobato — Negrinha d) Lima Barreto — Triste fim de Policarpo Quaresma e) Graça Aranha — Cidades mortas 2. (PUC-PR) Durante os anos que antecederam o Movimento Modernista, o nacionalismo alcançou expressão literária das mais significativas. Aponte a alternativa que não é verdadeira quanto às manifestações de nacionalismo próprias do PréModernismo. a) Pesquisa de linguagem, antipassadismo e abandono dos lusitanismos, na prosa de Coelho Neto. b) Denúncia do subdesenvolvimento, especialmente do sertão, em Os sertões, de Euclides da Cunha. c) Visão profunda acerca da questão racial, com ambientação nos subúrbios cariocas, na obra de Lima Barreto. d) Teses filosóficas em confronto, problematizando a imigração, em Canaã, de Graça Aranha. e) Apresentação do caipira sem idealização (Jeca Tatu), na obra de Monteiro Lobato. 3. (FEI-SP) Uma das obras citadas abaixo foi escrita por Lima Barreto. Assinale-a: a) b) c) d) e)
Canaã Os sertões Triste fim de Policarpo Quaresma Eu Urupês
4. (FEI-SP) O livro Canaã: a) b) c) d)
foi escrito e publicado em Portugal. tem como assunto a campanha dos Canudos. cuida da assimilação do imigrante alemão. é crítica veemente ao sistema agrícola brasileiro, na figura do Jeca Tatu, símbolo da miséria e do atraso a que foram relegados nossos caipiras. e) é sátira política. Antipatia manifesta contra a República e o militarismo.
5. (PUC-RS) Na figura de *, Monteiro Lobato criou o símbolo do brasileiro abandonado ao atraso e à miséria pelos poderes públicos. a) b) c) d) e)
MODERNISMO 1922 A 1945
Didaticamente, considera-se fundido o Modernismo no Brasil com “A Semana de Arte Moderna”, evento esse que congregou todas as tendências libertárias contrárias ao pensamento conservador; considera-se o ano de 1945 como início do Pós-Modernismo. A principal característica reinvindicada pelos modernistas é a liberdade de expressão. Costuma-se dividir o Modernismo em três gerações distintas: • • •
1922 a 1930 Fase Heróica 1930 a 1945 Fase Amadurecida 1945 a atualidade Pós-Moderna
Obs.: Pelos ideais de liberdade do Modernismo, a escola que mais se assemelha com essa estética é o Romantismo. Obs.: Em 20 de dezembro de 1917, Monteiro Lobato lança o artigo “Paranóia ou Mistificação”, em que critica a jovem artista brasileira Anita Malfatti e sua estética expressionista. Esse artigo foi publicado em “O Estado de São Paulo”:
Semana
de Arte Moderna
A Semana de Arte Moderna foi liderada por Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Oswald de Andrade, realizou-se em São Paulo, em 1922. A semana marcou oficialmente o início do Modernismo brasileiro. O Teatro Municipal de São Paulo tornou-se o palco de divulgação das idéias modernistas. Em três sessões, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro, foram udos manifestos e poemas, ao mesmo tempo em que se realizavam exposições de esculturas de Brecheret, pinturas de Anita Malfatti e Di Cavalcanti, arquitetura de A. Moya (para só citar alguns), além de apresentações de música e dança.
Modernismo
EVOLUÇÃO DO MODERNISMO NO BRASIL Autores O cabeleira Princípios mais Jeca Tatu importantes João Miramar 1ª Geração Blau Nunes Negação do Oswald de (1922 – 1930) Augusto Matraga passado, caráter Andrade Fase Heróica Máno de destrutivo (“Sabemos o que Andrade Cassiano Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Literatura brasileira
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2ª Geração (1930— 1945) Consolidação •
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3° Geração Geração de 45
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A
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não queremos”) Eleição do moderno como um valor em si mesmo, segundo Dornícío de Proença Filho. Valorização do cotidiano Nacionalismo crítico. Redescoberta da realidade brasileira. Desejo de liberdade no uso das estruturas da língua; incorporação da linguagem coloquial. Predominância da poesia sobre a prosa. Estabilização das conquistas Diminuição dos exageros e radicalismos. Ampliação da temática, deixando de usar apenas o particular e tendendo para o universal. Regionalismo (preferência por romances). Equilíbrio quanto ao uso do material linguístico: não há exageros formais.
Ricardo Raul Bopp Manuel Bandeira Alcântara Machado Menotti DeI Picchia
Universalidade temática. Preocupação existencial. Preocupação com a forma, dando importância à palavra.
Guimarães Rosa Clarice Lispector Osman Lins José Cândido de Carvalho João Cabral de Melo Neto
Regionalismo.
• •
Foi a geração mais radical e irreverente, pois pretendia consolidar o Modernismo a todo custo no Brasil. A primeira obra poética de nosso Modernismo é Paulicéia Desvairada”, de Mário de Andrade. Obra publicada em 1922; nela há o “Prefácio Interessantíssimo” em que Mário de Andrade instaura o Modernismo no Brasil.
Principais características Geração Crítica e Anarquista Humor e Ironia Nacionalismo Crítico Oralidade Popular
Movimentos
da
Primeira Geração →
Pau-Brasil (1924) José Américo de Almeida Graciliano Ramos Rachel de Queiroz Jorge Amado José Lins do Rego Érico Veríssimo
Oswald de Andrade Primitivismo
Antropofagia (1928)
Oswald de Andrade Matriarcado primitivo
X
Verde-amarelo (1926) →
An ta (1927)
Cassiano Ricardo Menotti DeI Picchia Nacionalismo
Neo-indianismo
Principais Autores da Primeira Geração
PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNA
Literatura.
1922 a 1930
MÁRIO DE ANDRADE 1893 A 1945 Poesias “Há uma gota de sangue em cada poema”, 1917 “Paulicéia desvairada”, 1922 “Losango cáqui”, 1926 “Clã do jabuti”, 1927 “Remate de males”, 1930 “Poesias”, 1941 “Lira paulistana”, 1946 “O carro da miséria”, 1946 “Poesias completas”, 1955 Conto “Primeiro andar’, 1926 “Belazarte”, 1934 “Contos novos”, 1946
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Literatura brasileira
55 revolucionário na nossa prosa, assim como seu caráter cinematográfico. Os episódios assemelham-se mais a seqüências de um filme do que a capítulos de romance.
Romance “Amar, verbo intransitivo”, 1927 “Macunaíma”, 1928 Ensaio “A escrava que não é Isaura”, 1925 “O banquete”, 1978
MANUEL BANDEIRA (Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho — Recife-PE, 1886 — Rio de Janeiro-RJ, 1968)
Macunaíma: herói pan-americano, proveniente das lendas amazônicas recolhidas por koch-Grünberg, publicadas em Von Roraima Zum Orenoco, 1916. Como todo herói verdadeiro, nasce de mãe virgem, da tribo Tapanhumas (= negro). No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava: —Ai! que preguiça!...
Características da Obra de Manuel Bandeira • • •
A preguiça de Macunaíma pode ser entendida como um desejo de nao envolvimento com a realidade que o rodeía.
OSWALD DE ANDRADE 1890 A 1954 Obras “Memórias sentimentais de João Miramar”, 1924 “Serafim Ponte Grande”, 1933 “O homem e o cavalo”, 1934 “A morta”, 1937 “O rei da vela”, 1937 TEXTOS DE OSWALD DE ANDRADE As meninas da Gare Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis Com cabelos mui pretos pelas espáduas E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas Que de nós as muito bem olharmos Não tínhamos nenhuma vergonha (Pau-Brasil. São $990. p. 69.)
Obras “A cinza das horas”, 1917 “Carnaval”, 1919 “O Ritmo dissoluto”, 1924 “Libertinagem”, 1930 “Estrela da manhã”, 1936 “Lira dos cínqüent’anos”, 1940 “Belo, belo”, 1948 “Mafuá do malungo”, 1948 “Opus 10”, 19527 “Estrela da tarde”, 1963 “Estrela da vida Inteira”, 1966 “Itinerário de Pasárgada”, 1954
Paulo,
Globo,
• • • • • • •
Fase Pós-Simbolista Fase Modernista Presença da morte, a tristeza, o tédio, a desesperança Evocação do passado Folclore Desejo de fuga da realidade Ironia, humor Cotidiano Arte poética A poesia erótica
Obs.: Manuel Bandeira iniciou sua carreira nas letras com versos de características pôs-simbolista, impregnados de melancolia; mais tarde, passou a ser considerado o porta-voz lírico dos modernistas brasileiros, sendo chamado “São João Batista do Modemismo”. A obra que marca sua adesão total ao Modernismo é “Libertinagem”, 1930. Recife Não a Veneza americana Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais Não o Recife dos Mascates Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois — Recife das revoluções libertárias Mas o Recife sem história nem literatura Recife sem mais nada Recife da minha infância
Obs.: Memórias Sentimentais de João Miramar é o primeiro grande romance da prosa modernista brasileira. Redigido entre 1916 e 1923, foi publicado em 1924. Composto de 163 episódios numerados, tem 1. (Fuvest-SP) por personagem principal João Miramar. O estilo do romance é fragmentado e sintético. É Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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EXERCÍCIOS
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Literatura brasileira
O último poema
e)
Assim eu quereria o meu último poema Que fosse terno dizendo as coisas mais [simples e menos intencionais Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume A pureza da chama em que se consomem os [diamantes mais límpidos A paixão dos suicidas que se matam sem [explicação. (BANDEIRA, Manuel, Libertinagem.) Neste texto, ao indicar as qualidades que deseja para o “último poema”, o poeta retoma dois temas centrais de sua poesia. Um deles é a valorização da simplicidade; o outro é: a) a verificação da inutilidade da poesia diante da morte. b) a coincidência da morte com o máximo de intensidade vital. c) a capacidade, própria da poesia, de eliminar a dor. d) a autodestruição da poesia em um meio hostil à arte. e) a aspiração a uma poesia pura e lapidar, afastada da vida.
2. (Puccamp-SP) I.
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Todas as palavras sobretudo os (barbarismos universais Todas as construções sobretudo as sintaxes (de exceção Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
definição sentimental
notícia de jornal
alusão a leituras da infância (Unesp-SP) As questões de números 3 e 4 baseiamse no seguinte texto: Relâmpago A onça-pintada saltou tronco acima que nem um relâmpago de rabo comprido e cabeça amarela: Zás! Mas uma flecha ainda mais rápida que o (relâmpago fez rolar ali mesmo aquele matinal gatão elétrico e bigodudo que ficouestendido no chão feito um fruto de (cor que tivesse caído de uma árvore! (RICARDO, cassiano, Marfim cererê. & eU. São Paulo, Nacional, 1938.)
3. O livro Marfim Cererê (1928) é um dos mais representativos da fase nacionalista, verdeamarelista de Cassiano Ricardo. Em cada poema dessa obra encontramos, explícita ou implicitamente, a presença de temas e formas populares, bem como alusões a fatos da nacionalidade. Com base na leitura de Relâmpago, aponte: a) a presença implícita de um elemento básico na formação étnica brasileira. b) dois vocábulos ou expressões que retratem o falar cotidiano brasileiro. 4. Com base no poema Relâmpago, aponte duas características da literatura modernista brasileira.
II. Estavam todos deitados Estavam todos dormindo Deitados Profundamente
5. (UFU-MG) Faça a correspondência das expressões estilísticas com as gerações modernistas e assinale a alternativa que contém a correspondência correta:
III. Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei
I. II. III. IV. V.
abominação do passado — Concretismo tentativa de demolição — Surrealismo valorização do inconsciente — Dadaísmo uso intenso de estrangeirismos — Antropofagia aliança de signos verbais e icônicos —Futurismo
a) b) c) d) e)
V, III, II, I, IV V, II, III, I, IV V, III, II, IV, I IV, I, II, III, V V, III, IV, II, I
Assinale a alternativa em que se dão indicações corretas sobre os três importantes poemas do livro Libertinagem, de Manuel Bandeira, aos quais pertencem os fragmentos acima.
a) b) c) d)
I retomada de uma poética poética modemista defesa do poema em prosa posição antilírica -
II constituição de um mito evocação da meninice nostalgia da mocidade
III alusão a um sonho 6. (ESPM-SP) Indique a alternativa que completa afirmação de utopia corretamente as lacunas: afirmação do poemaO primeiro manifesto do movimento Futurista foi piada publicado em 20 de janeiro de assinado por . Os instantâneo alusão ao pontos principais deste manifesto eram , e . urbano Carnaval de Schumann Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Literatura brasileira
a) 1909 — Marinetti — exaltação da vida moderna, do automóvel e da velocidade. b) 1912 — Marinetti — exaltação da eletricidade, da velocidade e destruição da sintaxe linear. c) 1922 — Marinetti — exaltação da velocidade, da eletricidade e da vida moderna. d) 1912 — Oswald de Andrade — exaltação do automóvel, da velocidade e da vida moderna. e) 1922 — Oswald de Andrade — exaltação da velocidade, destruição da sintaxe linear e valorização da forma.
57 A segunda fase do Modernismo brasileiro (19301945), mais conhecida como Geração de 30, foi menos demolidora que a fase anterior, marcando-se pelo espírito construtivo e pela estabilização das conquistas anteriores. A segunda fase do Modemismo apresentou romance regionalista e poesia intimista.
GERAÇÃO DE 30 PROSA • José Américo de Almeida • José Lins do Rego • Graciliano Ramos • Jorge Amado • Rachel de Queiroz • Érico Veríssímo
A •
POESIA • Murilo Mendes • Carlos Drummond de Andrade • Cecília Meireles • Vinicius de Moraes • Jorge de Lima
Prosa Regíonallsta
Tem início com a publicação de “A bagaceira”, de José Américo de Almeida. Os romances regionalistas eram divididos nos seguintes ciclos: seca, cana-de-açúcar, cacau e Rio Grande do Sul.
Tradicionalmente, classificam-se os escritores do romance de 30, na seguinte forma: • • • • •
José Américo de Almeida = Ciclo da seca Graciliano Ramos = Ciclo da seca Rachei de Queiroz = Ciclo da seca Jorge Amado = Ciclo do cacau Érico Veríssimo = Ciclo do Rio Grande do Sul
Obs.: Em 1926, Gilberto Freire organiza o chamado Manifesto Regionalista do Recife, em que propunha um Modernismo voltado a temas regionais.
Autores do Romance de 30:
José Américo de Almeida (Paraíba, 1887) Participou junto com Gilberto freire do Manifesto Regionalista do Recife.
SEGUNDA FASE DO MODERNISMO BRASILEIRO Literatura.
Obras “A bagaceira”, 1928 “O boqueirão”, 1935 “Coiteiros”, 1935 Obs.: O romance “A bagaceira” está entre o ciclo da seca e o da cana-de-açúcar. Obs.:
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Literatura brasileira
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O grande problema de José Américo de Almeida, no tocante à sua produção literária, está na linguagem por ele utilizada (culta e setenciosa), afastando-se da realidade da região por ele abordada.
Considerações Gerais
JOSÉ LINS DO REGO
•
(PILAR-PB 1901 - RIO DE JANEIRO, 1957)
•
•
Classificação dos romances de José Lins do Rego a) ciclo da cana-de-açúcar: o autor aborda, nesses romances, temas ligados à vida nos engenhos, à decadência das estruturas socioeconômicas, aos desmandos dos senhores de engenho: Menino de engenho, Doidinho (1933), Bangüê (1934), Moleque Ricardo (1935), Usina (1936) e Fogo morto (1943). Os três primeiros são romances de sugestões autobiográficas. A personagem Carlos de Melo identifica-se como o próprio autor. “A história desses livros é bem simples: comecei querendo apenas escrever umas memórias que fossem as de todos os meninos criados nas casasgrandes dos engenhos nordestínos. Seria apenas um pedaço de vida o que eu queria contar, disse o autor no prefácio de Usina. b) ciclo da seca, do cangaço e do misticismo: Pedra bonita (1938) e Cangaceiros (1953). c) sem filiação a nenhum ciclo, alguns romances ligados à paisagem do Nordeste, José Lins escreveu Pureza (1937), Riacho doce (1939), Água mãe (1941) e Eurídice (1947).
JORGE AMADO Obras “O país do carnaval’, 1931 “Cacau”, 1933 “Suor”, 1934 “Jubiabá”, 1935 “Mar morto”, 1936 “Capitães de areia”, 1937 “Terras do sem fim”, 1943 “São Jorge dos Ilhéus”, 1944 “Seara vermelha”, 1946 “Gabriela, cravo e canela”, 1958 “Dona Flor e seus dois maridos”, 1967 “Tenda dos milagres”, 1970 “Tíeta do Agreste”, 1977 “Os velhos marinheiros”, 1961
Seus romances são habitualmente divididos em: romances de temas sociais (romances proletários) e romances de temas líricos e as crônicas de costumes. Apóia-se na narrativa oral, assumindo a técnica de contador de casos. Muitas obras são, diretamente, ligadas à vida social baiana: candomblés, mulatos, capoeiras, malandros, marinheiros, trabalhadores e a mística religiosa baiana.
GRACILIANO RAMOS (1892- 1953) Obras •
• • • •
1936: Angústia e São Bernardo. Este, seu primeiro grande romance, em que as questões sociais e econômicas do Nordeste misturam-se à análise do caráter do narrador-personagem. A primeira, obra de caráter psicológico, analisa a vida de Luiz, homicida de classe média. 1938: Vidas secas. Romance que retrata a vida de uma família de retirantes em fuga da seca e em busca de uma vida mais digna. 1945: Infância. Texto autobiográfico. 1947: Insônia. Livro de contos afinados com as modernas tendências de técnica e de conteúdo psicológico. 1953: Viagem. Publicação póstuma de relatos de viagens que o autor fez por países do bloco socialista.
Características • • • • •
Não há predomínio do regionalismo, da paisagem. Estes aspectos só interessam na medida em que interagem com o psicológico; Utiliza a economia vocabular; Maior parte de sua obra é narrada em 1ª pessoa; São autobiográficas as obras: “Memórias do cárcere” e “infância”; O “herói” é sempre problemático e não aceita o mundo, nem os outros, nem a si mesmo.
ÉRICO VERÍSSIMO (1905 - 1975) Obras 1 Fase: Romance urbano
Jorge Amado é um escritor do grande público. Malhado pela esquerda como “populista”, malhado pela direita como “panfletário”, malhado pela crítica estética como “superficial” e “folhetinesco”, Jorge Amado define-se, olimpicamente, como “apenas um baiano romãntico e sensual”. É um autor, totalmente, identificado com o gosto popular do leitor brasileiro. Literatura.
“Clarissa”, 1933 “Caminhos cruzados”, 1935 “Música ao longe”, 1935 “Um lugar ao sol”, 1036 “Olhai os lírios do campo”, 1938 “Saga”, 1940
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2ª Fase: Romance regionalista “O tempo e o vento”, (Trilogia): “O continente”, 1948 “O retrato”, 1951 “O arquipélago”, 1961
3ª Fase: Romance político “O senhor embaixador”, 1965 “O prisioneiro”, 1967
Obs.: Sua obra de estréia é o livro de contos “Fantoches”, 1932.
RACHEL DE QUEIROZ Obras “O quinze”, 1930 “João Miguel”, 1932 “Caminho de pedras”, 1937 “As três Marias”, 1939 “O galo de ouro”, 1950 “Memorial de Maria Moura”, 1992 “Lampião” (teatro), 1953 “A beata Maria do Egito” (teatro), 1958 “A sereia voadora” (teatro) “A donzela e a moura torta” (crônica) 1948 “O menino mágico” (literatura infantil), 1969 Caracterlsticas • • • • • •
Preocupação social Análise psicológica das personagens Tematiza a região da seca Paisagem nordestina Emancipação nordestina Tematiza a agitação política dos anos 30, o populismo, o socialismo libertário.
EXERCÍCIOS 1. (Fuvest-SP) São obras do mesmo autor de Vidas secas: a) b) c) d) e)
Jubiabá, Mar morto Usina, Fogo morto O quinze, Caminho de pedras Angústia, São Bernardo A bagaceira, Coiteiros
59 Vinha em bandos, arranchavam-se nas árvores da beira do rio, descansavam, bebiam e, como em redor não havia comida, seguiam viagem para o sul. O sol chupava os poços, e aquelas excomungadas levavam o resto da água, queriam matar o gado. Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano resmungou, franziu a testa, achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cabras, que lembrança! (...) Um bicho de penas matar o gado! Provavelmente Sinhá Vitória não estava regulando.
a) Sinhá Vitória vê a chegada das aves ao bebedouro do gado como um sinal. De acordo com o enredo de Vidas secas, o que simboliza a chegada das aves? b) Transcreva, do trecho citado, uma passagem que confirme a resposta dada ao ítem anterior. c) Como o sinal identificado por Sinhá Vitória pode ser relacionado à trajetória da família de Fabiano, em Vidas secas? 3. (Fuvest-SP) E, pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos: mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra. Este é o retrato de Fabiano, do livro Vidas secas, de Graciliano Ramos.
a) Por que o autor enumera os caracteres físicos de Fabiano? b) Que sentido tem a palavra cabra no texto? 4. (Fuvest-SP) Em determinada época, o romance brasileiro “procurou (...) enraizar fortemente as suas histórias e os seus personagøns em espaços e tempos bem circunscritos, extraindo de situações culturais típicas a sua visão do Brasil.” (Alfredo Bosi) Essa afirmação apllca-se a: a) b) c) d) e)
Vidas secas e Fogo morto. Macunaíma e A hora da estrela. A hora da estrela e Serafim Ponte Grande. Fogo morto e Serafim Ponte Grande. Vidas secas e Macunaíma.
5. (Vunesp-SP) Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho.
Dirigi-me a alguns amigos, e quase todos consentiram de boa vontade em contribuir para o 2. (Fuvest-SP) O capítulo “O mundo coberto de desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre penas”, do romance Vidas secas (Graciliano ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Ramos), inicia-se com a seguinte descrição feita Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; pelo narrador: prometi ao Arquimedes a composição tipográfica; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de O mulungu do bebedouro cobria-se de arribações. Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. Eu Mau sinal, provavelmente o sertão ia pegar fogo. traçaria o piano, introduziria na história rudimentos de Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Literatura brasileira
agricultura e pecuária, faria as despesas e poria o meu nome na capa. (Gracillano Ramos) O trecho pertence a uma das principais obras de Graciliano Ramos. Vários personagens estao ai citados. O protagonista, que é também o narrador, é bastante citado pela crítica como símbolo do arrivismo, característico dos que aspiram ao poder. Trata-se de:
a) um prefeito de Palmeira dos Índios, em Alagoas, que é o próprio Gracíliano Ramos. b) um jornalista chamado Luís da Silva. c) um comerciário, que tentava escrever um livro sobre uma tribo de índios, chamado João Valério. d) um fazendeiro, chamado Paulo Honório. e) um veterinário, metido a escritor, chamado Luiz Padiiha. 6. (FE1-SP) Assinale a alternativa que apresenta erro na correlação autor/obra: a) b) c) d) e)
O tempo e o vento — Érico Veríssimo Mar morto — Jorge Amado Romanceiro da Inconfidência — Cecília Meireies Brejo das almas — Carlos Drummond de Andrade Fogo modo — Graciliano Ramos
7. (PUC-SP) Vidas secas pertence à segunda fase do Modernismo, marcada pela prosa regionalista. Não se refere ao autor e livro dessa fase a) b) c) d) e)
Érico Veríssimo — Um cedo capitão Rodrigo Jorge Amado — Terras do sem-fim Rachel de Queiroz — O quinze Franklín Távora — O cabeleira José Lins do Rego — Menino de engenho.
8. AMANHECI um dia pensando em casar. Foi uma idéia que me veio sem que nenhum rabo de saia a provocasse. Não me ocupo com amores, devem ter notado, e sempre me pareceu que mulher é um bicho esquisito, difícil de governar. (Cap. 11) CONHECI que madalena era boa em demasia, mas não conheci tudo de uma vez. Ela se revelou pouco a pouco, e nunca se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste. (Cap. 19)
60 personagem, que é dissociar os níveis de propriedade — terra e mulher. e) Constituem eventos narrativos cuja função é apresentar Paulo Honório como herói cruel e, ao mesmo tempo, vitorioso.
9. (1TA-SP) Com relação ao excerto: Resolvera de supetão aproveitá-lo (o papagaio) como alimento e justificara-se declarando a si mesma que ele era mudo e inútil. Não podia deixar de ser mudo. Ordinariamente a família falava pouco. E depois daquele desastre viviam todos calados, raramente soltavam palavras curtas. O louro aboiava, tangendo um gado inexistente, e latia arremedando a cachorra. pode-se afirmar que: I.
faz parte do romance em que o autor descreve a realidade a partir da visão do sertanejo, associando a psicologia das personagens com as condições naturais e sociais em que estão inseridas. II. faz parte da obra São Bernardo, romance em que o autor questiona o latifúndio e as relações humanas, associando a psicologia das personagens com as condições naturais e sociais em que estão inseridas. III. faz parte da obra Vidas secas, romance em que o autor procurou denunciar a degradação humana decorrente de condições sociais e ecológicas adversas e o processo de revolução da estrutura social e econômica na paisagem açucareira do Nordeste, latifundiária e patriarcalista. Está (ao) correta(s):
a) apenas a I. b) as afirmações I e II. c) apenas a Il. d) as afirmações I e III. e) apenasa III. 10. (UFPI) Existe em Vidas secas uma identificação entre personagens e cores. A alternativa em que a identificação não está correta é: a) Fabiano — rosto queimado, barba ruiva, olhos azuis. b) Sinhá Vitória — saia de ramagens vermelhas c) Seu Tomás da Boiandeira — amarelo, sisudo d) Soldado — branco, faces coradas e) Baleia — barriguinha vermelha
A propósito dos trechos mencionados, é possível considerar que:
a) indicam o único objetivo de Paulo Honório que é possuir as terras de S. Bernardo. b) representam meros marcadores temporais, já, que, nesse romance, o tempo não tem importância na técnica narrativa. c) indiciam mudanças de acontecimentos narrativos, os quais se colocam como pilares estruturadores do romance. d) focalizam a preocupação do narradorLiteratura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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•
Poesia de tensão ideológica = Carlos Drummond de Andrade Poesia de preocupação religiosa e filosófica = O grupo “Festa” de tendência espiritualista: Cecília Meireles, Jorge de Lima e Vinícius de Moraes Poesia de dimensão surrealista: Murilo Mendes
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Itabira-MG, 1902 — Rio de Janeiro, 1987) “E eu não sabia que a minha história era mais bonita que a de Robson Crusoé”. Carlos Drummond Obras “Alguma poesia”, 1930 “Brejo das almas”, 1934 “Sentimento do mundo”; 1940 “A rosa do povo”, 1945 “Claro enigma”, 1951 “Viola de bolso”, 1952 “A vida passada a limpo”, 1959 “Lição de coisas”, 1962 “Versiprosa”, 1967 “Boitempo”, 1968 “As impurezas do branco”, 1973
Prosa “Confissões de Minas”, 1944 “Contos de aprendiz”, 1951 “Passeios na ilha”, 1952 “Fala amendoeira”, 1957 “A bolsa e a vida”, 1962
A
SEGUNDA GERAÇÃO - MODERNISTA: A POESIA (1930 A 1945)
• • • •
Mãos Dadas Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. (…)
CECILIA MEIRELES (1901 — 1964)
Obras Na poesia, são identificáveis estas características: “Espectros”, 1919 “Nunca mais... e poemas dos poemas”, 1923 Estabilização das conquista novas; “Baladas para El-Rei”, 1925 Ampliação da temática; “Viagem”, 1939 Caminho para o universal; “Vaga música”, 1942 Neo-Simbolista “Mar absoluto”, 1945 Há, na poesia, três direções básicas “Romanceiro da Inconfidência”, 1953 Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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“Solombra”, 1963 “Giroflê, girofiá”, 1956
62 do tom piadístíco do primeiro tempo modernista.
TEXTO
Características A mulher do fim do mundo • • • • • • • • •
Possui vertente espiritualista Neo-simbolismo Desencanto Melancolia Oceano, espaço e solidão Indefinido Fugacidade do tempo Poesia fluida, mística e misteriosa Musicalidade
TEXTO “Eu canto porque o instante existe e minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: Sou poeta”.
VINÍCIUS DE MORAES (1913 - 1980) Obras “O Caminho para a distância”, 1933 “Forma e exegese”, 1935 “Ariana, a Mulher”, 1936 “Novos poemas”, 1938 “Poemas, sonetos e baladas”, 1946 “A Arca de Noé”, 1970 TEXTO A rosa de Hiroxima Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroxima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada
MURILO MENDES (1901 - 1975)
A mulher do fim do mundo Dá de comer às roseiras, Dá de beber às estátuas, Dá de sonhar aos poetas. A mulher do fim do mundo Chama a luz com um assobio, Faz a virgem virar pedra, Cura a tempestade, Desvia o curso dos sonhos, Escreve cartas ao rio, Me puxa do sono eterno Para os seus braços que cantam.
JORGE DE LIMA (1898 — 1953) Obra “XIV Alexandrinos”, 1914 “O mundo do menino impossível”, 1925 “Poemas”, 1927 “Novos poemas”, 1929 “Poemas escolhidos”, 1932 “A túnica inconsútil”, 1938 “Poemas negros”, 1947 Os netos de teus mulatos e de teus cafuzos e a quarta e a quinta gerações de teu sangue sofredor tentarão apagar a tua cor! E as gerações dessas gerações quando apagarem a tua tatuagem execranda, não apagarão de suas almas, a tua alma, negro! Pai-João, Mãe-negra, Fulô, Zumbi, negro-fujão, negro cativo, negro rebelde negro cabinda, negro congo, negro ioruba, negro que foste para o algodão de U. S. A. para os canaviais do Brasil, para o tronco, para o colar de ferro, para a canga de todos os senhores do mundo; eu melhor compreendo agora os teu blues nesta hora triste da raça branca, negro! Olá, Negro! Olá, Negro! A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro! (…)
EXERCÍCIOS 1. (Fuvest-SP) Leia atentamente o texto:
Obs.: Dados biográficos Seus livros anteriores a 1932 estão ainda fortemente impregnados do espírito de “demolição” e Mas que dizer do poeta Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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numa prova escolar? Que ele é meio pateta e não sabe rimar? Que veio de Itabira, Terra longe e ferrosa? E que seu verso vira, de vez em quando, prosa?
a) b) c) d) e)
Cecília Meireies. Tomás Antônio Gonzaga. Lygia Fagundes Telles. Carlos Drummond de Andrade. Rachel de Queiroz.
4.
(PUC-RS)
(…) Que encontrou no caminho uma pedra e, estacando, muito riso escarninho o foi logo cercando?
Então desanimamos. Adeus, tudo! A maia pronta, o corpo desprendido, resta a alegria de estar só e mudo.
Esses “dados biográficos” são do poeta:
Os versos anteriores demonstram um dos traços marcantes da poesia de Carlos Drummond de Andrade, que é o:
a) b) c) d) e)
a) b) c) d) e)
Jorge de Lima Manuel Bandeira João Cabral de Melo Neto Carlos Drummond de Andrade Guilherme de Almeida
2. (FCC-SP) Moderno e versátil, Vinicius de Moraes compõe, com maestria, tanto letras para canções populares como poemas dentro dos mais estritos padrões clássicos. II. Cecília Meireles caracterizou sua poesia pela constante sugestão de sombra, identificação e ausência, mas soube também incorporar a matéria histórica em uma das suas mais importantes obras. III. A Moreninha narra, em linguagem presa ao modelo lusitano, a história de um amor impossível entre um jovem da aristocracia imperial do Brasil e uma mestiça.
misticismo euforismo desencanto radicalismo egocentrismo
5. (Cesesp-PE) Assinale a série em que todas as obras são de Carlos Drummond de Andrade:
I.
Assinale a alternativa correta: a) b) c) d) e)
Só a proposição I é correta. Só a proposição II é correta. Só a proposição III é correta. São corretas as proposições I e II. São corretas as proposições II e III.
3. (Vunesp-SP) Romanceiro da Inconfidência, poema épico-lírico, foi feito em homenagem aos heróis de Vila Rica, hoje Ouro Preto. Além do valor literário, é de extraordinário valor histórico, uma vez que retrata a época da mineração e os ideais daqueles que se levantaram contra a exploração de que éramos vítimas. Quem escreveu esta obra também nos legou estes versos: Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.
a)
Brejo das almas, Paulicéia desvairada, Fazendeiro do ar b) Lição de coisas, Amar, verbo intransitivo, Contos de aprendiz c) Confissões de Minas, Câmara ardente, Broquéis d) Claro enigma, Clã do jabuti Kyriale e) Sentimento do mundo, A rosa do povo, Claro enigma
6. (PUC-RS) O livro de Cecíiía Meireles que evoca os “tempos do ouro” denomina-se: a) Romanceiro da Inconfidência b) Balada para El-Rei c) Vaga música d) Retrato natural e) Romance de Santa Clara
7. (PUC-RS) Não faça versos sobre acontecimentos. / Não há criação nem morte perante a poesia. / Diante dela, a vida é um sol estático. / Não aquece nem ilumina. Uma constante na obra poética de Carlos Drummond de Andrade, como se verifica nos versos acima, é: a) b) c) d) e)
a louvação do homem social. o negativismo destrutivo. a violação e desintegração da palavra. o questionamento da própria poesia. o pessimismo lírico.
8. (Unifor-CE) Identifique os versos que representam o lirismo irônico de Carlos Drummond de Andrade, ao falar de suas origens.
Sou bem-nascido. Menino Fui, como os demais, feliz. Literatura. Prof. Robson Tavares. E-mail:
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Trata-se de:
a)
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