CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL PEDRO BOARETTO NETO Resolução 2.418/01 de 09/10/2001 Rua Natal, 2.800 - Jardim Tropical - (45) 226-2369 - Cascavel -PR e-mail:
[email protected]
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM
Profº Enfº: Intensivista Sidnei Roberto Alves Prof ª Enfª. Marivania Menegarde
CASCAVEL
2012
SUMÁRIO 1 POLITICA NACIONAL DE ATENÇÃO AS URGÊNCIAS...............................................03 2 CONCEITOS BÁSICOS DE PRONTO SOCORRO............................................................07 3 PAPEL PROFISSIONAL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE PRONTO SOCORRO................................................................................................................................08 4 ORGANIZAÇÃO, ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA UNIDADE DE ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA...........................................................10 5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM HUMANIZADA EM PRONTO SOCORRO..........12 6 O CUIDAR DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA E URGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR...........................................................................................13 7 ABORDAGEM AO PACIENTE EM PRONTO SOCORRO...............................................19 8 POLITRAUMATISMO.........................................................................................................24 9 EMERGÊNCIAS RESPIRATÓRIAS...................................................................................31 10 EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES.......................................................................34 11 PARADA CARDIORESPIRATÓRIA................................................................................38 12 EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS.................................................................................41 13 HEMORRAGIAS................................................................................................................43 14 FRATURAS.........................................................................................................................46 15 EMERGÊNCIAS UROLÓGICAS......................................................................................49 16 EMERGÊNCIAS METABÓLICAS....................................................................................51 17 ATENDIMENTO AO PACIENTE QUEIMADO...............................................................52
[Digite texto]
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS Historicamente, o pronto atendimento era realizado pelos municípios. Em 2003, quando foi instituída a política de atenção às urgências em nível nacional, diversos municípios já tinham serviço de urgência e emergência estruturado. Por exemplo, no Estado de São Paulo, no período de 1983 a 1988, foi implantada a Comissão de Recursos Assistenciais de ProntoSocorros (Craps), visando constituir um sistema inter-hospitalar para integrar o atendimento médico na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Em 1992, com apoio do Ministério da Saúde e participação da Secretaria de Estado da Saúde e de todos os municípios da RMSP, foi criado um grupo de trabalho com a finalidade de elaborar uma proposta de regionalização e hierarquização do atendimento médico de urgência. Em julho de 1992 foi criado o Programa Integrado de Atendimento Médico de Urgência (Pamu), fundamentado no Acordo Básico Interinstitucional celebrado entre as três esferas de Governo –Federal, Estadual e Municípios da Região Metropolitana (Manual do Programa Integrado de Atendimento Médico de Urgência, 1993). A Política Nacional de Atenção às Urgências foi instituída por meio da Portaria nº 1.863/GM, em 29 de setembro de 2003, que rege a implantação dos serviços de atendimento móvel de urgências nos municípios brasileiros e da Portaria nº 2.972/GM, de 9 de dezembro de 2008, que orienta a continuidade do Programa de Qualificação da Atenção Hospitalar de Urgência no Sistema Único de Saúde. Pode-se afirmar que os atendimentos das urgências e emergências têm como base quatro estratégias que devem estar interligadas, como engrenagens de uma motor, que são: • Política Nacional de Atenção às Urgências • Estratégias promocionais • Organização de redes assistenciais • Humanização • Qualificação e educação permanente • Central de regulamentação médica de urgências Segundo o Conselho Federal de Medicina, em sua Resolução CFM n° 1.451, de 10 de março de 1995, urgência significa a ocorrência imprevista de agravo à saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata. Define ainda, a emergência como sendo constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato. Note-se que esses conceitos estão relacionados ao fator tempo como determinante do prognóstico vital. Entretanto, esses termos podem ter outra interpretação, como imprevisto ou interrupção de ordem do curso da vida para pacientes e familiares, perturbação de sua organização para as instituições, e outras ainda, como [Digite texto]
(...) relativo a emergir, ou seja, alguma coisa que não existia, ou que não era vista, e que passa a existir ou ser manifesta, representando, dessa forma, qualquer queixa ou novo sintoma que um paciente passe a apresentar. Assim, tanto um acidente quanto uma virose respiratória, uma dor de dente ou uma hemorragia digestiva, podem ser consideradas emergências (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Como podemos ver, o uso desses termos pode causar dúvidas. Pensando nisso, a Coordenação Geral de Urgência e Emergência, do Ministério da Saúde, propôs a utilização do termo urgência para todos os casos que necessitem de cuidados agudos, deixando de lado a diferenciação da terminologia urgência e emergência. A Política Nacional de Atenção às Urgências faz parte do SUS e sua organização é orientada pelas portarias do Ministério da Saúde e legislação do SUS. Considerando a definição apresentada pelo Conselho Federal de Medicina, dê exemplos que ilustrem situações de urgência e de emergência. Use diversas fontes, não esquecendo de citá-las. Dados epidemiológicos sobre causas de morbimortalidade em nosso país indicam uma acelerada progressão de mortes por causas externas, tornando-se a segunda causa de óbitos no gênero masculino e a terceira no total. No Brasil, estudos epidemiológicos apontam as causas externas/violência como o maior responsável pelos altos índices de morbidade e mortalidade em adultos jovens, sendo considerado um problema de saúde pública. Na década de 1990, mais de um milhão de pessoas morreram vítimas de violência e acidentes: cerca de 400 mil por homicídios, 310 mil em acidentes de trânsito e 65 mil por suicídios; o restante é distribuído entre outras causas de acidentes, com destaque para os afogamentos, que podem ocultar atos suicidas. Veja que o enfrentamento das causas de urgências requer ações de promoção intersetorial de saúde, envolvendo conselhos de saúde, gestores de saúde, trabalhadores da saúde, prestadores de serviços, usuários, conselhos de classe, educação, promoção social, segurança social, transportes e outros. As longas filas em portas de serviços de urgência e emergência, entretanto, não indicam que todos que ali estão tenham necessidade desse tipo de atendimento. Nelas as pessoas disputam o atendimento sem critério algum, a não ser a hora da chegada. A não distinção de riscos ou graus de sofrimento faz com que alguns casos se agravem na fila, ocorrendo, às vezes, até a morte de pessoas pelo não atendimento no tempo adequado Causas externas: conceito empregado pela área da saúde para se referir a mortalidade por homicídios e suicídios, agressões físicas e psicológicas, acidentes de trânsito, transporte, quedas, afogamento e outros. As informações são provenientes das declarações de óbito do banco de dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Violência: pode ser mapeada como um fenômeno humano, social e histórico que se traduz em atos realizados, individual ou institucionalmente, por pessoas, famílias, grupos, classes e nações, visando agredir o outro, física, psicológica e até espiritualmente. Outro fator que influencia a demanda em serviços de urgência é o comprometimento de serviços de média complexidade, cuja consequência é a rede funcionando com escassos recursos de apoio diagnóstico e terapêutico, dificultando a resolução de problemas de saúde de maior complexidade ou gravidade. A implantação de redes regionalizadas e hierarquizadas de atendimento, além de permitir uma melhor organização da assistência, articular os serviços, definir fluxos e [Digite texto]
referências resolutivas, é elemento indispensável para que se promova a universalidade do acesso, a equidade na alocação de recursos e a integralidade na atenção prestada. Assim, torna-se indispensável envolver todos os níveis de complexidade e estruturar uma rede de assistência onde os diferentes serviços possam se reconhecer como parte de um todo, se referenciando para receber cliente com agravos de alta complexidade, e se contra referenciando para encaminhar este cliente no momento de sua alta hospitalar para reabilitação e assistência domiciliar. Pesquise sobre portarias do Ministério da Saúde relacionadas à atenção às urgências e construa uma linha do tempo, identificando os principais fatos que contribuíram para a estruturação e funcionamento da rede de atenção às urgências e emergências. Elabore em grupo, sob a orientação do professor. Você pode encontrar os dados no site: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=36598&janela=1 São componentes da rede de assistência às urgências: • Pré-hospitalar fixo: Unidades Básicas de Saúde (UBSs); Estratégia de Saúde da Família (ESF); ambulatórios especializados, Unidade de Pronto Atendimento (UPA); serviços de apoio, diagnóstico e tratamento. • Pré-hospitalar móvel: Rede Samu 192, Sistema Resgate e ambulâncias da iniciativa privada, entre outros. • Rede hospitalar: Média e alta complexidade. • Pós-hospitalar: Reabilitação e serviço de atenção domiciliar. Estes diferentes níveis de atenção devem relacionar-se de forma complementar com mecanismos organizados e regulados pelo sistema de referência e contra-referência, sendo de fundamental importância que cada serviço se reconheça como parte integrante da rede de atenção, acolhendo e atendendo adequadamente a demanda que lhe acorre e se responsabilizando pelo encaminhamento quando não dispuser de recursos necessários a tal atendimento.
Regulação médica de urgências A regulação médica de urgências, operacionalizada pelas centrais de regulação médica de urgência, é uma forma de garantir o acesso equânime aos serviços de urgência e emergência. É estabelecida a partir do critério de gravidade , buscando oferecer ao paciente o recurso mais adequado à sua necessidade. As grades de referência, mostrando as unidades, tipos e horários dos procedimentos ofertados e a especialidade de cada serviço, possibilitam o cruzamento entre as necessidades dos pacientes que são atendidos pelo Samu - 192 e a oferta da atenção necessária no momento. As centrais Samu - 192, de abrangência municipal, micro ou macrorregional, disponibiliza o acesso às urgências médicas em nível nacional, por meio de discagem telefônica pública e gratuita do número 192. Humanização no atendimento dos pacientes A Política Nacional de Humanização (PNH) foi concebida para toda a rede SUS, visando, sobretudo, a qualidade do atendimento. [Digite texto]
Aspectos relevantes da humanização: • valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde - usuários, trabalhadores e gestores; • fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos; • aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde e de sujeitos; • estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão; • identificação das necessidades sociais de saúde; • mudança nos modelos de atenção e gestão dos processos de trabalho, tendo como foco as necessidades dos cidadãos e a produção de saúde; ecompromisso com a ambiência, melhoria das condições de trabalho e de atendimento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). Nos serviços pré-hospitalares e hospitalares de urgência, as diretrizes para a implantação da PNH apontam para a organização do atendimento com acolhimento e classificação de risco, acesso referenciado aos demais níveis de assistência e implementação de protocolos clínicos para eliminar intervenções desnecessárias, respeitando a individualidade do sujeito. O acolhimento não é um espaço ou um local, mas uma postura ética; não pressupõe hora ou profissional específico para fazê-lo, mas implica necessariamente o compartilhamento de saberes, angústias e invenções; quem acolhe toma para si a responsabilidade de “abrigar e agasalhar” outrem em suas demandas, com a resolutividade necessária para o caso em questão. Desse modo é que o diferenciamos de triagem, pois se constitui numa ação de inclusão que não se esgota na etapa da recepção, mas que deve ocorrer em todos os locais e momentos do serviço de saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009, p. 17) Classificação de risco A classificação de risco é um processo que permite identificar os pacientes que necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). É um meio de ordenar o enorme fluxo de pessoas que buscam atendimento em serviços de urgência, tendo como critério os diferentes graus de necessidade ou sofrimento originados pelos agravos agudos. A classificação de risco é uma ferramenta que, além de organizar a fila de espera e propor outra ordem de atendimento que não a ordem de chegada, tem também outros objetivos importantes, como: garantir o atendimento imediato do usuário com grau de risco elevado; informar o paciente que não corre risco imediato, assim como a seus familiares, sobre o tempo provável de espera; promover o trabalho em equipe por meio da avaliação contínua do processo; dar melhores condições de trabalho para os profissionais pela discussão da ambiência e implantação do cuidado horizontalizado; aumentar a satisfação dos usuários e, principalmente, possibilitar e instigar a pactuação e a construção de redes internas e externas de atendimento. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Sua implantação requer iniciativas quanto à adequação da estrutura física e logística, estabelecimento de fluxos, protocolos de atendimento e de classificação de risco, qualificação das equipes, entre outras. Qualificação e educação permanente dos profissionais de saúde No serviço de atenção às urgências, como em qualquer outra área de saúde, atuam profissionais com diversas formações, experiências e tempo de exercício na área. Especificamente em relação a recursos humanos, alguns fatores repercutem negativamente no trabalho, como a informalidade na contratação e a organização vertical do trabalho, habilitação [Digite texto]
inadequada para atuação em urgências, despreparo profissional, baixo investimento na qualificação e educação permanente, a não implementação do plano de cargos, carreiras e salários do SUS.Em relação à formação e qualificação de profissionais, a Portaria nº 1.864/GM/2003 aponta a necessidade de promover profundo processo de capacitação e de educação permanente dos trabalhadores da saúde para o adequado atendimento às urgências e emergências, em todos os níveis de atenção do sistema, bem como estimular a adequação curricular nas instituições formadoras . Portarias do MS/GM que orientam a Política Nacional de Atenção às Urgências Portaria MS/GM nº 737, de 16 de maio de 2001 - Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências. Portaria nº 2.048/GM, de 5 de novembro de 2002 - Institui o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência. Portaria nº 1.863/GM, de 29 de setembro 2003 - Institui a Política Nacional de Atenção às Urgências. Portaria nº 1.864/GM, de 29 de setembro de 2003 - Institui a Rede Nacional Samu 192. Portaria GM nº 2.072, de 30 de outubro 2003 - Institui o Comitê Gestor Nacional de Atenção às Urgências. Portaria GM nº 1.828, de 2 de setembro de 2004 - Institui incentivo financeiro para adequação da área física das Centrais de Regulação Médica de Urgência em Estados, municípios e regiões de todo o território nacional. Portaria GM nº 2.420, de 9 de novembro de 2004 - Constitui Grupo Técnico (GT), visando avaliar e recomendar estratégias de intervenção do Sistema Único de Saúde (SUS), para abordagem dos episódios de morte súbita. Portaria nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006 - Divulga o Pacto pela Vida e vem trabalhando a regionalização de serviços e sistemas de saúde como um dos pilares para a efetivação das diretrizes do SUS de universalidade, integralidade e equidade - Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS. Portaria GM/MS n.º 687, 30 de março de 2006 - Política Nacional de Promoção da Saúde contribui com ações efetivas para a prevenção de acidentes e violências, atuando sobre os fatores de risco e de proteção, promovendo ambientes e entornos saudáveis, traz estratégias que buscam atuar sobre os condicionantes e determinantes das violências, cujo objetivo maior é reduzir a morbimortalidade por acidentes e violências no Sistema Único de Saúde (SUS), promover saúde e a cultura da paz. Portaria nº 3.125/GM, de 7 de dezembro de 2006 - Institui o Programa de Qualificação da Atenção Hospitalar de Urgência no Sistema Único de Saúde (Programa QualiSUS), investindo na estruturação e qualificação de pronto-socorros, em hospitais parceiros na configuração de Redes Regionais. Portaria nº 2.922/GM, de 2 de dezembro de 2008 - Constitui redes de atenção integral às urgências, criando as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) com salas de estabilização. 2. CONCEITOS BÁSICOS DE PRONTO SOCORRO
[Digite texto]
Urgência - Paciente requer atenção rápida, dentro de 24 a 30 h, isto é, situação onde não há risco de vida eminente. Ex.: Cirurgia de Urgência. O indivíduo necessita de atendimento médico imediato. Emergência - O paciente requer imediata atenção, a falta de atendimento pode ser ameaçador a vida. Exige tratamento médico imediato. Socorro básico – é o atendimento que não necessitam da realização de procedimentos invasivos Socorro avançado – é o atendimento que por algum motivo são necessários os procedimentos invasivos. Pronto-Socorro: Local destinado ao atendimento das urgências e emergências constatadas. Sala de Urgência: Local destinado e equipado dentro do pronto-socorro para atendimento de urgências e emergências, independente de sua procedência. Cuidados emergências – definidos como aqueles decorrentes de alterações significativas no padrão de normalidade dos sinais e sintomas apresentados pelos clientes de forma súbita, situações que requerem imediata tomada de iniciativa e medidas terapêuticas para reverter o quadro, sendo, portanto, fundamental agir com precisão no desempenho de ações rápidas e articuladas entre os membros da equipe de saúde. Sinais – são os indicativos que obtemos sem auxílio da vítima. Sintomas – são os indicativos que obtemos com auxílio da vítima. Recursos - Humanos: São as equipes de enfermagem e médica que atuam durante as urgências e emergências. - Materiais: Equipamentos e materiais que as salas de urgência devem ter, necessários para estabilizar o quadro clínico do paciente. - Serviços: Todo o pessoal de apoio, como laboratório, banco de sangue e centro de imagens. 3. PAPEL PROFISSIONAL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DE PRONTO SOCORRO. A complexidade da organização de SE está ligada ao fato de que a assistência ao cliente em risco de vida deve ser prestada em curto espaço de tempo e envolve várias etapas. Na unidade de emergência, surgem os clientes vítimas das mais variadas catástrofes. E catástrofes são acontecimentos causados pela mão do homem, de maneira acidental ou planejada.
[Digite texto]
Para ser eficaz, a assistência a esse cliente deve ocorrer no menor tempo possível, com tal organização, que possa garantir a prestação de cuidados contínuos e coerentes com as suas necessidades. A responsabilidade pela prestação da assistência é, na atualidade, compartilhada por uma equipe multidisciplinar. Essa providência tem o propósito de atender a requisitos do desenvolvimento técnico-científico. Entretanto, é conveniente esclarecer que, apesar de diferenças no que se refere às especialidades, em termos de domínio ou aprofundamento de conhecimento, os membros dessa equipe têm um compromisso comum, o ser humano. Na assistência de enfermagem ao cliente em risco de vida um aspecto importante é o tempo. As lesões são sérias, tanto no aspecto físico como psicológico e requerem cuidados de enfermagem com intervenções seguras, rápida e eficaz em sua terapêutica. O apoio legal à assistência de enfermagem em unidade de emergência, no contexto brasileiro, encontra-se principalmente na Lei nº 7498, de 25 de junho de 1986, onde se definem as funções de cada elemento da equipe, no artigo 12, da Lei referida, encontra-se: O técnico de enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem em grau auxiliar e participação no planejamento da assistência de enfermagem, cabendo-lhe especialmente: a) participar da programação da assistência de enfermagem; b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do enfermeiro; c) participar da equipe de saúde. Cada componente da equipe de enfermagem deve: •
Dar sua parcela de contribuição, compromisso e disponibilidade para cooperar;
•
Fazer um esforço para que o ambiente seja harmônico e homogêneo;
•
Gostar de trabalhar nesse tipo de unidade;
•
Ter competência física e espiritual para cuidar do outro e de suas família;
•
Saber fazer diagnósticos precisos e manter o ambiente pessoal e da terminologia em ordem para que as interações e a técnicas aconteçam sem risco;
•
Cuidar para que os encaminhamentos sejam seguros, que forem encaminhados para o CC, UTI e outros. Nunca se deve subestimar ou duvidar das informações relatadas pelo cliente, familiares
e/ou pessoas significativas, até porque é nossa função observar e avaliar tudo que diz respeito aos clientes que estão sob nossa responsabilidade.
[Digite texto]
Os serviços de emergência que funcionam nos hospitais gerais do Brasil, hoje, mais do que nunca, caracterizam-se pelo atendimento dos clientes na dependência de haver ou não um plano de saúde que possa assegurar o reembolso à instituição das despesas com materiais, equipamentos e recursos humanos que a situação venha requerer. É a óptica do capitalismo selvagem de uma sociedade globalizada, onde as pessoas com menores recursos, freqüentemente ficam expostas aos tramites burocráticos até que se decida pelo atendimento ou não e suas necessidades, ainda que e trate de situações de vida/morte. Uma questão que envolve aspectos de caráter humanísticos e éticos que permeiam enfermagem, enquanto prática profissional comprometida em primeira instância com a preservação da vida do ser humano, independente de seus rótulos sociais. É nosso dever prestar cuidados de enfermagem, primando pelo nível de excelência qualitativa a todas as pessoas que se nos apresentem, deixando as questões tecnocratas para serem discutidas posteriormente por quem estiver encarregado pelas esferas de gerências e administração na instituição. O cuidado de enfermagem em si só requer da equipe o domínio de conhecimento técnico - cientifico e de toda dimensão humanística indissociável ao ato de cuidar. Portanto, deixemos que os tecnocratas exerçam suas funções, a menos que elas ponham em cheque nossos princípios éticos e/ ou comprometam a Lei do exercício profissional de enfermagem. Outro aspecto importante para enfermagem é a utilização dos registros, que deverá ser rigorosa. Cada paciente deve ter uma história de enfermagem, onde devem constar todos os procedimentos realizados e a evolução durante a sua permanência na unidade, história que será transmitida ao turno seguinte, que, desta forma, estará pontualmente informado do ocorrido, podendo realizar as comparações oportunas para a observação do estado de evolução do paciente.
4. ORGANIZAÇÃO, ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA UNIDADE DE ATENDIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. O acesso aos centros de emergência dentro dos hospitais deve ser cômodo, livre de obstáculos e bem sinalizado. Tal é necessário, precisamente, pela urgência dos cuidados a serem prestados aos usuários que procuram estes centros. Os SE não podem ficar situados em locais posteriores à entrada do hospital, já que, para os que não conhecem os locais de acesso, pode representar problema chegar até eles.
[Digite texto]
Do mesmo modo, é necessário existir sinalização pelo menos 10km antes, direcionando assim, paulatinamente, os condutores ou os que necessitam de assistência até o centro e, dentro deste e de forma muito clara, até à entrada na emergência. A entrada na emergência deve permanecer sempre livre de obstáculos. Não deve ser permitido o estacionamento junto da entrada, devendo esta e a saída para pacientes serem diferenciadas de forma a evitar o colapso na circulação de automóveis no local. A porta de acesso ao interior permanecerá desimpedida, devendo ser facilmente empurrada de forma a permitir a entrada rápida. Após entrada, deverá encontrar-se uma área de recepção administrativa onde se realiza a inscrição do paciente pelos acompanhantes, enquanto ele é conduzido ao interior do serviço. Dentro do SE devem existir diversas salas destinadas ao atendimento de cada um dos problemas, segundo a sua ordem de prioridade ou especialidade designada: assim, a primeira sala será a utilizada para emergência, ou sala de parada; esta deverá estar situada em frente à porta de acesso e manterá todos os aparelhos e medicação disposta para permitir atuar sobre pacientes com PCR e / ou politraumatizados. Posteriormente, e sempre obedecendo à disposição de superfície, em cada serviço existirá uma ou várias salas de observações, onde se poderão manter os pacientes em espera para estudo diagnóstico ou para controle da evolução e cuja situação não seja critica. Cada uma delas deverá dispor dos materiais mais utilizados, assim como ponto de oxigênio, vácuo e ar comprimido. Cada uma destas unidades de assistência denomina-se boxe, devendo também contar com contentores para cortantes e/ou biocontaminados, assim como papeleiras para consumo de papel limpo. Estas áreas de observação podem ser dividas em especialidades ou de acordo com o costume de cada hospital: assim, podem ser criadas áreas de cirurgia ou de especialidades médicas. Deve haver áreas reservadas a determinadas especialidades ou patologias, como poderia, traumatologia, devido à especialização das suas técnicas ou aos pacientes que tratam. Assim, contamos com mais três salas: uma de gessos, outra de pediatria e uma destinada à realização de curativos e suturas, cada uma com o material suficiente para atuar nestes tipos de pacientes. Materiais necessários ao atendimento de urgência e emergência A multiplicidade de situações exige a presença de um mini-hospital no pronto-socorro, onde deve ter salas individualizadas para atendimento dos pacientes. Dessa forma, alguns recursos, equipamentos e materiais devem estar disponíveis e em boas condições de uso, como:
[Digite texto]
•
Central de O2, aspiração e ar comprimido; Cilindro de O2 pequeno (conectado ao cilindro, ventilador (Ventilogus) não é umidificado por isso não pode ficar por muito tempo (portátil)).
•
Aquecedor de ambiente e estufas para aquecer cobertores e lençóis;
•
Estufa para aquecimento do soro; microondas.
•
Foco auxiliar; Aparelho de HGT e fitas.
•
Carrinho de emergência, equipado com monitor cardíaco, oxímetro de pulso, eletrocardiógrafo com cardioversor, e gavetas para guardar materiais de consumo e medicamentos próprios ao atendimento de emergência.
•
Suporte de soro; Otoscópio
•
Balcões para guarda de equipamentos;
•
Relógio de parede;
•
Carrinho com material esterilizado para procedimentos cirúrgicos de urgência, toracotomia, pequena cirurgia, punção subclávia, punção lombar, drenagem torácica, material para cateterismo vesical, material para traqueostomia, material para flebotomia. Bolsa coletora de urina (sistema fechado).
•
Esfigmomanômetro e estetoscópio;
•
Lanterna;
•
Material para entubação, cânulas de lâminas curvas ou lâminas retas;
•
Sistema de ventilação (ambu), máscara de O2 , (sistema Ayre – maior fluxo de oxigênio (máscara maior) e Venturi (máscara pequena de inalação). Conexão de diversos tamanhos, cânula de Guedel, pinça de maggil).
•
Drenos de tórax, campos aventais, luvas esterilizadas e de procedimento, bisturis descartáveis, cateteres para acesso venoso, abocath, fios de sutura;
•
Estojo contendo gases, chumaços esterilizados;
•
Armários contendo materiais descartáveis como: seringas, agulhas, equipos para soro e sangue, polifix, sondas para aspiração, nasogástricas, vesical, para flebotomia, máscara, gorro, óculos, frascos coletores de amostras de material para exames, lubrificantes, gel para eletrodos, material para tricotomia, esparadrapo, micropore, atadura de crepom, e urokit (uropen).
5. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM HUMANIZADA EM PRONTO - SOCORRO
[Digite texto]
Os primeiros momentos significam para o cliente em risco de vida a diferença entre a vida e a morte. Assegurar uma assistência de enfermagem humanizada, onde suas necessidades sejam atendidas de forma sistematizada, em todos os níveis, é um compromisso humano e profissional. A situação de risco de vida do cliente significa um desequilíbrio pessoal, familiar e social. A repercussão essa situação é extramuros hospitalares. As exigências não se manifestam de forma diferente: é fundamental que se preste assistência ao cliente, visualizando-o holisticamente, isto é, o cliente é percebido como ser integral, cujas necessidades podem manifestar-se em diferentes dimensões: biológica, psicológica, social e espiritual. O pronto-socorro tem uma dinâmica característica, onde reúne saberes que envolvem todas as especialidades da área de saúde. As exigências de atendimento ágil, seguro e eficaz nos colocam diante de um perfil profissional de enfermagem generalista, prudente, capaz de tomar decisões rápidas e sem riscos para o cliente, para a instituição e até para si mesmo. É preciso garantir, prioritariamente, um cuidado humano, sem automatismos, considerando que cada pessoa é diferente apesar da semelhança dos diagnósticos e dos tratamentos prescritos. Enfim, é preciso estar preparado para ser um profissional que garanta sua própria humanidade, diante das exigências muitas vezes heróicas. Tudo isso é possível, basta olhar em volta quando começar a trabalhar e ver que você está diante da vida real, com pessoas reais, e não com personagens de telas de cinema. Segundo a enfermeira e mestre em educação: Vera Regina Waldow, o cuidado humano consiste: “No respeito à dignidade humana, na sensibilidade para com o sofrimento e na ajuda para superá-lo, para enfrentá-lo e para aceitar o inevitável”. Talvez um dos espaços de trabalho em que mais se faz necessário refletir sobre o cuidado humano seja o do pronto-socorro. O tipo de clientela, a agitação própria desse ambiente e a necessidade de garantir a manutenção da vida das pessoas, freqüentemente levam o “ser humano/profissional” a se esconder debaixo de rotinas e protocolos. Assim, para não se expor aos conflitos próprios da convivência com o sofrimento e a morte muitos se tornam verdadeiras máquinas de prestar assistência. É justamente no pronto-socorro que as pessoas necessitam mais do que nunca se sentir cuidado por alguém que lhe seja solidário, devido ao momento extremamente difícil, diante da dor, da possibilidade de mutilação ou da morte. O paciente necessita de alguém que ofereça uma boa assistência, sem desespero, sem atropelos, mas com eficiência e humanidade. [Digite texto]
6. O CUIDAR DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA E URGÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR. O Atendimento Pré-Hospitalar (APH) teve início há mais de 30 anos na América do Norte e Europa, apresentando notável expansão logo após a Guerra do Vietnã (1962-1973), quando as autoridades norte-americanas perceberam que a atuação de socorristas nos locais de batalha e nos transportes para hospitais reduzia significativamente a mortalidade e aumentava o tempo de sobrevida dos soldados feridos(1). O APH caracteriza-se como o conjunto de medidas e procedimentos técnicos que objetivam o suporte de vida à vítima, podendo ser básico ou avançado, estabelecendo-se padrão vital que mais se assemelhe à normalidade, tendo como conceito supremo não agravar lesões já existentes ou gerar lesões que não existiam (iatrogenias), bem como transportar a vítima\paciente\ cliente para o centro hospitalar terciário apropriado ou centro de trauma credenciado(2). No Brasil(1),o APH foi regulamentado somente em 1989, devido ao surgimento oficial do serviço de atendimento às emergências médicas &– resgate na cidade de São Paulo, sendo inicialmente desenvolvido segundo os moldes norte-americanos e operacionalizado prioritariamente pelo Corpo de Bombeiros. No final da década de 1990, tendo como pano de fundo interesses do Conselho Federal de Medicina, passou-se a questionar os serviços de APH do Corpo de Bombeiros operados por "socorristas", até então carentes de embasamento legal para a atuação. A p a r t i r desse período, ocorreu a inserção da categoria médica nos serviços de APH, cabendo, segundo a Resolução nº1.529/98(3) ao Corpo de Bombeiros e outros militares somente a atuação breve no Suporte Básico de Saúde(4). A Resolução nº. 1.529/98
(3)
determinou, ainda, que a regulação dos serviços de APH
seria de competência médica, estabelecendo quais profissionais estariam aptos a atuar no APH (oriundos e não oriundos da área da saúde), bem como a formação necessária para esses profissionais, delimitando, inclusive, o conteúdo curricular para cada categoria. Frente a esse quadro, o Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo, através da Decisão 001/2001(5) de 22 de março de 2001, regulamentou as atividades de enfermagem no APH e demais situações relacionadas com o suporte básico e avançado de vida resolvendo que "o Atendimento Pré-Hospitalar, de Suporte Básico e de Suporte Avançado de Vida, em termos de procedimentos de Enfermagem, previstos em lei sejam, incondicionalmente, prestados por Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem ou Auxiliares de Enfermagem, observados os dispositivos constantes na Lei nº 7498/86(6) e Decreto-lei 94.406/8 (7)". Em 12 de [Digite texto]
julho de 2001, no intuito de legitimizar as atividades de enfermagem no atendimento Préhospitalar, o Conselho Federal de Enfermagem, através da Resolução nº 260/2001(8), fixa como especialidade de Enfermagem e de competência do enfermeiro o atendimento pré-hospitalar, sem, no entanto, especificar sua formação e ações. O atendimento de emergência / urgência pré-hospitalar é imprevisível, necessitando, portanto da equipe de saúde um conjunto de conhecimentos específicos e competências técnicas / administrativas para agir de forma rápida, segura, eficaz e sistemática, a fim de que haja organização do socorro e assegure aos doentes, feridos e parturientes, onde quer que se encontrem, cuidados adequados ao seu estado de saúde. Objetivos do atendimento pré-hospitalar •
Oferecer um atendimento seguro a vitima;
•
Iniciar rapidamente o tratamento da hipovolemia (estado de choque) e hipoxemia;
•
Assegurar programas educativos à população, na área de prevenção de acidentes domésticos, de trabalho e de transito, bem como em situações de emergência;
•
Promover e assegurar programas de treinamento e formação de recursos humanos na área de APH;
•
Desenvolver programas de pesquisas na área de trauma, emergência e epidemiologia;
•
Atuar com rapidez e eficácia nos locais de grande concentração de público, a fim de prevenir situações que ameaçam a vida;
•
Diminuir os fatores de risco por clientes ou desastres nos grupos ou comunidades mais vulneráveis;
•
Transportar rapidamente a vítima ao hospital de referência, obedecendo à regra dos “3 cs” – vítima certa, no momento certo para o hospital certo.
O serviço de APH tem como missão prestar assistência médica e cuidados de enfermagem de emergência à população, nos casos de trauma, emergências clinicas, obstétricas, psiquiátricas e pediátricas, garantindo ao cliente o suporte básico de vida no local da ocorrência, sua estabilização e transporte adequado ao hospital mais apropriado ao caso, garantindo em todos os casos eficácia no atendimento nas 24 horas. O APH devera atuar integrado, em parceria com outras instituições. Recursos humanos no APH
[Digite texto]
Conforme a Portaria Ministerial n814/Gm de 1º de junho de 2001, os serviços de APH móvel serão compostos por equipes; uma de profissionais da área de saúde e outra de profissionais não oriundos dessa área. Profissionais da área de saúde: •
Médico;
•
Enfermeiro;
•
Médicos reguladores;
•
Médicos intervencionistas;
•
Médico assistencial;
•
Técnico de enfermagem
Profissionais não oriundos da área da saúde: •
Telefonista ou auxiliar de regulação;
•
Radio operador;
•
Condutores de veículos de urgência;
•
Seguranças;
•
Bombeiros militares.
Classificação dos veículos de pré-hospitalar Ambulância é um veículo (terrestre, aéreo ou hidroviário) que se destina exclusivamente ao transporte de enfermos. A ambulância é parte do sistema de saúde e tem como função diminuir o intervalo terapêutico nas emergências / urgências. Nela iniciam-se os cuidados, garantindo ao cliente condições especiais. Podem ser classificadas em: •
Tipo A – ambulância de transporte.
•
Tipo B – ambulância de suporte básico.
•
Tipo C – ambulância de resgate.
•
Tipo D – ambulância de suporte avançado.
•
Tipo E – aeronave de transporte médico.
•
Tipo F – navio de transporte médico.
•
Tipo G – veículos de intervenção rápida.
•
Tipo H – outros veículos adaptados para transporte de clientes, tipo lotação (ônibus e peruas).
Triagem
[Digite texto]
É um método de classificação de clientes para dar cuidados e transporte, baseado na gravidade dos traumas ou doença. Consiste em realizar uma avaliação sucinta dos clientes, a fim de determinar o nível e gravidade ou prioridade da assistência. É o enquadramento de clientes por categorias com base no diagnóstico e prognostico. A triagem pré-hospitalar é o procedimento realizado por um profissional habilitado para detectar com rapidez situações que ameaçam a vida e executar ações que viabilizem a estabilização da funções vitais (ventilatória, circulatória e neurológica), transportando a vítima para uma unidade de referência. A triagem tem de ser prática e salvar o maior número de possível de vidas. Os clientes não permanecem sempre estáveis; portanto, é necessário atualizar a triagem periodicamente. Objetivo: •
Avaliar rapidamente todas as vítimas que se encontram em situação de emergência / urgência;
•
Determinar a prioridade dos cuidados, de acordo com o estado de saúde da vítima;
•
Dar acesso aos cuidados para as vítimas nas quais o estado de saúde requer intervenção imediata e rápida;
•
Reduzir os riscos de deteriorização do estado clinico pelos cuidados rápidos ou uma observação apropriada;
•
Diminuir a ansiedade, e melhorar a satisfação das vítimas e de seus familiares através de informações pertinentes e de fácil compreensão;
•
Diminuir as frustrações e inquietude da equipe;
•
Reduzir os riscos de agressão contra a equipe ou outras pessoas no local de atendimento;
•
Melhorar o funcionamento do serviço de emergência / urgência.
Classificação da triagem •
A triagem é um processo dinâmico. Nos acidentes com múltiplas vítimas a triagem é feita em todas as etapas do atendimento, até o final da ocorrência.
•
Triagem inicial para dimensionar os recursos necessários, triagem da gravidade de todas as vítimas com identificação e separação das mesmas, triagem nas áreas de prioridades na cena do evento e triagem na recepção do pronto-socorro.
•
A triagem inicial deve ser feita por meio de parâmetros simples e rápidos,gastando, no máximo, até 60 segundos por vítima.
[Digite texto]
•
Existem vários protocolos de triagem no atendimento aos acidentes com múltiplas vítimas. O mais utilizado é o START (Simples Triagem e Rápido Tratamento), que já está bem difundido no nosso meio. Foi idealizado nos Estados Unidos na década de 80 e é fácil e rápido de ser utilizado para a triagem de um grande número de vítimas. Utiliza parâmetros fisiológicos de respiração, circulação e nível de consciência, dividindo as vítimas em quatro categorias ou prioridades e utilizando cartões coloridos para definir cada uma das prioridades:
•
Óbito (Preto): Pacientes que não respiram, mesmo após manobras simples de abertura da via aérea.
•
Imediata (Vermelho): Respiração presente somente após manobras de abertura da via aérea, ou respiração maior que 30 por minuto.
•
Atrasada (amarelo): Pacientes que não se enquadram nem na prioridade imediata e nem na prioridade menor.
•
Menor (verde): Feridos que estão andando pelo local.
Classificação para triagem conforme o grau de prioridade 1. Prioridade máxima (cor vermelha) Clientes recuperáveis; lesões muito graves; risco de vida nos primeiros 5 – 15 minutos. Esta prioridade se aplica às vítimas que apresentam um problema que acarrete a morte ou a perda de um membro ou órgão, se não forem atendidas imediatamente por um médico. 2. Prioridade moderada (cor amarela) Pode aguardar; lesões graves; sem risco de vida nas próximas 24 h. Esta prioridade se aplica às vítimas que requerem cuidados rápidos para seu estado clinico que geralmente não acarreta a morte, nem um déficit permanente ou grave caso seja tratado imediatamente. 3. Prioridade Mínima (cor verde) Pode aguardar; lesões leves. 4. Não há prioridade (preta): vítimas em óbito ou que não tenham chance de sobreviver. Esta prioridade se aplica quando uma avaliação ou tratamento é necessário, mas o tempo não constitui no fator crítico. Estes estados costumam evoluir lentamente e são tolerados após certo tempo. Tratamento •
O Tratamento das vítimas na cena do acidente é iniciado após a realização da triagem e o conhecimento das necessidades de cuidados médicos de cada uma delas. As áreas de
[Digite texto]
tratamento ou de prioridades são definidas conforme a gravidade das vítimas em prioridade Vermelha, Amarela, Verde e Preto. Essas áreas de prioridades serão identificadas por lonas ou bandeiras coloridas nas cores das prioridades. Alguns protocolos, ao invés de estabelecer áreas de prioridade, estabelecem um posto médico único onde todas as vítimas serão encaminhadas. Avaliação Primária e Reanimação Abertura de vias aéreas e controle da coluna cervical Boa Respiração e oxigenação Circulação e controle de hemorragias Descrição rápida do estado neurológico Exposição do paciente para exame e tratamento
Transporte Princípios Paciente correto Destino correto Momento correto Meio correto Área de Transporte Viaturas Velocidade máxima de 30 km \ h [Digite texto]
Sirenes desligadas Giroscópio e faróis acesos
7. ABORDAGEM AO PACIENTE EM PRONTO SOCORRO A avaliação inicial do paciente traumatizado deve considerar quaisquer danos que representem risco imediato de vida, principalmente os comprometimentos da respiração e hemorragias. O protocolo onde há uma seqüência sistematizada já adotada internacionalmente que aborda o ABCDE do atendimento, tem como objetivo estabelecer as prioridades no atendimento à vítima de traumas. O objetivo da avaliação inicial do politraumatizado deve visar àquelas situações que representam risco imediato de vida resumida em obstrução das vias aéreas, situação que comprometem a ventilação, a respiração e as hemorragias. Por isso seguimos a avaliação sistematizada na avaliação primária que é o ABCDE do traumatizado. O ABCDE significa: A B C D E
A irway B reathing C irculation D isability
VIAS AÉREAS RESPIRAÇÃO CIRCULAÇÃO ESTADO
E xposure
NEUROLÓGICO EXPOSIÇÃO
A e B = Vias aéreas e respiração Como em qualquer outro atendimento em pronto-socorro, a prioridade é garantir a competência respiratória e, conseqüentemente, a oxigenação cerebral e sistêmica. É fundamental acompanhar o quadro respiratório, considerando sempre que a respiração normal apresenta-se sem ruídos. Observa-se regularmente se a respiração está lenta ou rápida; superficial ou profunda; de ritmo regular ou irregular; tranqüila ou ruidosa.
[Digite texto]
OBSERVAÇÃO: Deve-se ficar de prontidão caso sejam observados sinais que antecedem uma parada respiratória (respiração superficial, lenta, irregular). após aspirar e limpar a cavidade oral, iniciar oxigenoterapia sob máscara facial bem ajustada. se o paciente inconsciente apresentar dificuldades para respirar ou tiver períodos de apnéia, colocar cânula de guedel e ventilar com ambu e máscara, até que ele melhore. não havendo melhora, o médico poderá indicar a entubação endotraqueal, cabendo à enfermagem providenciar o material. C = Circulação O choque hipovolêmico provocado por hemorragia é uma causa freqüente de morte póstrauma. A hipovolemia é controlada por compressão na lesão, nos casos de sangramentos visíveis, e por procedimentos cirúrgicos, nos casos de hemorragia interna. Em qualquer uma dessas situações, é necessária a imediata reposição de líquidos e, para isso, são providenciados acesso venoso e coleta de amostra de sangue para verificar tipagem, prova cruzada, hematócrito e hemoglobina. Observe com atenção: Nível de consciência : Pacientes com hipovolemia podem apresentar alteração do nível de consciência. Cor da pele: Observar se o paciente apresenta-se corado ou descorado. A palidez indica perda de cerca de 30% do volume total de sangue circulante. Pulso: Prefira verificar o pulso carotídeo ou femoral, que são mais exatos, mais fortes e, conseqüentemente, muito mais fáceis de palpar. Sangramentos: Devem ser identificados rapidamente e, quando forem externos, controlados com compressão direta. A pressão arterial, as freqüências cardíaca e respiratória e o volume urinário precisam ser monitorados para avaliar a evolução e a resposta ao tratamento, que devem ser registradas e notificadas ao médico. a) Pulso fino, rápido, irregular = sinal de hipovolemia b) Pulso ausente = sinal de PCR, indicando que o paciente necessita de reanimação imediata. D = Estado neurológico
[Digite texto]
O quadro neurológico deve ser avaliado, considerando-se principalmente o nível de consciência e a manutenção de movimentos e respostas normais aos estímulos táteis. Com o objetivo de buscar caminhos diagnósticos e acompanhar a evolução do paciente, são verificados o nível de consciência e o aspecto das pupilas. Verifique: Nível de consciência: Se o paciente está alerta, reagindo a voz e a dor, confuso ou agitado, não respondendo a estímulos externos intensos. Escala de Coma e Trauma - Glasgow (ECG) É usada a nível universal, são tabelas usadas para medir nível de consciência e gravidade do trauma, funcionando como parte integrante da avaliação inicial evolutiva da vítima do trauma. Abertura Ocular
Resposta Motora
Resposta Verbal
Interpretação [Digite texto]
Espontânea 4 Ao comando verbal 3 À dor 2 Ausente 1 Obedece a 6 comandos Localização à dor 5 Flexão inespecífica 4 (retirada) Flexão hipertônica 3 Extensão 2 hipertônica Sem resposta 1 Orientado e 5 conversando Desorientado e 4 conversando Palavras 3 inapropriadas Sons 2 incompreensíveis Sem resposta 1
Coma: um paciente é definido em como quando não tem abertura ocular (1 ponto), não obedece a comandos verbais (1 a 5 pontos) e não articula palavras (1 a 2 pontos). Isto significa que todos os pacientes com escala de coma menor ou igual que a 8 pontos estão em coma. Severidade do trauma crânio encefálico (TCE): TCE grave – escala de coma menor ou igual a 8; TCE moderado – escala de coma entre 9 e 12; TCE leve – escala de coma entre 13 e 15. Pupilas: Tamanho reação à luz, coordenação e movimento dos olhos. Normalmente, as pupilas tem o mesmo tamanho, isto é, são isocóricas. Se tem tamanhos diferentes, são denominadas anisocóricas. Caso estejam exageradamente dilatadas, denomina-se midríase, e se, estão anormalmente contraídas, dá-se o nome de miose. Se não existir contração pupilar ou se esta for diferente de pupila para pupila, poderá indicar sofrimento do sistema nervoso central. Reatividade das pupilas
Miose
Midríase
Anisocória
E = Exposição Durante o atendimento a vítima precisa ser completamente examinada, o que exige que suas roupas sejam retiradas. Entretanto, com o objetivo de preservar a intimidade e diminuir o risco de hipotermia, esse procedimento deve ser realizado de maneira cuidadosa, evitando que todo o corpo do paciente fique exposto ao mesmo tempo. Princípios do atendimento de emergência - Manter uma via aérea pérvia e proporcionar ventilação adequada, empregando, quando necessário, medidas de ressuscitação; - Avaliar a presença de traumatismo torácico com subseqüente obstrução de vias aéreas; [Digite texto]
- Controlar a hemorragia e suas conseqüências; - Avaliar e restaurar o débito cardíaco; - Prevenir e tratar o choque, manter ou restaurar uma circulação eficiente; - Proteger as feridas com gazes esterilizadas; - Monitorizar os sinais vitais freqüentemente; - Colocar o oxímetro de pulso - Puncionar acesso venoso (2) se necessário com abocath de grosso calibre em veias periféricas, colhendo amostra de sangue para hematócrito, tipagem sanguínea e prova cruzada, especialmente nos casos de hemorragias; instalando Ringer Lactato, aquecido a 39º C, já que este se aproxima da composição eletrolítica e da osmolaridade plasmática. É importante se conhecer o mecanismo do trauma; - Retirar as roupas do paciente, usando tesoura para cortá-las, para evitar o agravamento das fraturas e causar mais dor a ele; - Manter o paciente protegido com cobertores aquecidos; - Utilizar maca com grades de proteção para evitar quedas e agravamento do estado do paciente; - Permanecer sempre junto do paciente, observando alterações que possam ocorrer.
8. POLITRAUMATISMO Os acidentes de trânsito são as principais causas de vítimas com diagnóstico de politraumatismo. Todo acidente que envolve um indivíduo, uma via de acesso (rua, avenida) e uma forma de condução (carro, moto, bicicleta e outros) é considerado acidente de trânsito. Encaixam-se nessas condições os acidentes automobilísticos e ciclísticos, e os atropelamentos. Politraumatismo é o nome que se dá ao conjunto de lesões sofrido por um indivíduo em um determinado acidente, então é considerado um paciente politraumatizado aquele que sofre uma agressão externa resultando em uma ou várias lesões que ponham em risco a vida. Estas lesões podem ser provocadas por violência externa, o que determina habitualmente alterações ósseas, articulares, dérmicas, vasculares e outras lesões internas, que será conveniente pesquisar e avaliar desde a recepção do individuo. O paciente nessa situação necessita de atendimento por uma equipe multiprofissional, incluindo várias especialidades médicas, sob a coordenação de um responsável. Alterações do nível de consciência pode significar má perfusão cerebral por obstrução das vias aéreas, trauma torácico, hipovolemia ou TCE. [Digite texto]
Descartando-se
essas
possibilidades, a alteração de consciência pode ser relacionada com intoxicações exógenas, como por uso de drogas ou álcool.
O que fazer no local do acidente: > Sinalizar o local para evitar novos acidentes. Fazer a sinalização com "triângulos" próprios, troncos ou galhos de árvores, coisas do gênero. > Chamar o socorro médico. > Verificar e analisar as condições em que se encontra a vítima. Se houve mais de uma vítima, fazer uma rápida análise e priorizar quem precisa de atendimento mais urgente. > Tentar afastar os curiosos, pedir ajuda a alguns deles e mantê-las em seu comando. É importante que haja apenas uma voz de comando. > Atender a vítima de acordo com a gravidade das lesões e as condições gerais dela. Uma vítima que apresenta sangramento, às vezes, não é tão grave quanto uma vítima que não tem lesão aparente, pois pode ter algum trauma fechado, que acaba sendo mais importante que o sangramento, às vezes somente superficial. Observação > Avaliar a parte respiratória, concomitantemente, avaliar o nível de consciência. > As vítimas conscientes podem responder onde há lesão, ou onde estão feridas. Partindo daí, mantê-las afastadas do local em que houve o acidente, e deitadas. > As vítimas inconscientes devem ser também afastadas do local e mantidas deitadas, lateralizadas, evitando aspiração, se houver vômito. > Manter as vias aéreas sempre livres e ficar atento a esta condição. > Tomar cuidado ao remover a vítima do local. Já vimos em capítulo anterior, e se repete aqui, tracionar a coluna cervical, a fim de evitar dano maior. > No caso de vítimas inconscientes e idosas verificar se faz uso de próteses, e retirá-las rapidamente, evitando o risco de sufocamento ou engasgamento, o mesmo com crianças que fazem uso de aparelhos ortodônticos, retirá-los imediatamente. > Se necessário, se houver certeza de que a vítima se encontra em parada respiratória ou cardiorrespiratória, proceder ressucitação cardiopulmonar (R.C.P). > Verificar se há hemorragia. Em caso positivo, manter o membro elevado e pressionado por alguns minutos. > Verificar se há fraturas e fazer imobilização. [Digite texto]
Assistência de Enfermagem na Hospitalização > Manter o paciente em maca própria. Em caso de transferência removê-lo em bloco. > Manter as vias aéreas livres, se for necessário instalar O2 sob máscara com até 10 litros/minuto. > Fazer uma rápida análise do quadro do paciente. > Verificar sinais vitais, monitorar e instalar oxímetro de pulso. > Retirar vestimentas e analisar melhor toda a área exposta. > Puncionar acesso venoso de grosso calibre, colher sangue para amostra de banco de sangue e laboratórios, e manter hidratação conforme a orientação médica. > Manter material de entubação, de fácil acesso, assim como: respirador, e materiais para traqueostomia, lavado gástrico, sondagens. > Limpar os ferimentos com S.F. 0,9%. > Dar continuidade ao plano de cuidados traçado pela enfermeira responsável pela sala de emergência e equipe atuante. > Transferir o paciente para o local predeterminado. Observações > A assistência de enfermagem na hospitalização vai depender das condições da vítima. As equipes já devem estar prontas para o atendimento, pois há uma comunicação prévia sobre o acidente. O atendimento é feito de forma sistêmica e a maioria dos hospitais já trabalha com protocolos de atendimento de vítima de acidentes de trânsito ou politraumatismos. Escala de Trauma: Uma alternativa interessante é denominada “escala de trauma revisada”, que analisa os seguintes itens: Freqüência respiratória (MRPM = movimentos respiratórios por minuto). Pressão arterial máxima (PAM). Escala de coma (EC). Pontuação 4
MRPM 10 – 29
PAM > 89
EC 13 - 15
3
> 29
76 – 89
9 – 12
2
6–9
50 – 75
6–8
[Digite texto]
1
1–5
1 – 49
4–5
0
0
0
3
Interpretação Somam-se as três notas (pontuação) obtidas pela vítima em cada um dos itens avaliados. O valor obtido significa: 0–6 7 – 10 11 – 12
Trauma grave Trauma moderado Trauma mínimo
Exemplo: vítima com sete movimentos respiratórios por minuto (2 pontos), PA sistólica de 80 mmHg (3 pontos) e EC igual a 5 (1 ponto): escala de trauma igual a seis pontos. O quadro é de trauma grave. Na prioridade de atendimento a equipe do Pronto Socorro deve seguir esses passos: Avaliar detalhadamente as condições do paciente; Reconhecer os fatores de risco para a vida do paciente; Estabelecer padrões de prioridades. Assistência de Enfermagem Mantê-lo imobilizado com colar cervical, e se necessário movimentar, fazê-lo em bloco. Aspirar se necessário via aérea para facilitar a oxigenação; Instalar oxímetro de pulso; Controlar as hemorragias externas; Monitorar os SSVV; Puncionar com acesso calibroso, para coleta de sangue, hidratação, e manter acesso venoso; Prevenir choque hipovolêmico através de hidratação, e elevação dos membros inferiores; Instalar monitor cardíaco; Instalar SVD, cpm monitorando a diurese; Localizar lesões e deformidades e imobilizar as fraturas; [Digite texto]
Providenciar cobertas para evitar hipotermia; Conversar com o paciente consciente, procurando tranqüilizá-lo e investigando se ele sente dor e qual a localização desta.
Traumatismo crânio – encefálico –TCE Traumatismos cranianos envolvem lesões no couro cabeludo e cérebro. Estão entre distúrbios neurológicos mais freqüentes e sérios, pois são as principais causas de morte ou seqüela grave na população com menos de 35 anos. O tecido nervoso sofre edema após o traumatismo (aumento de volume por infiltração de líquidos) como qualquer outro tecido. Como o encéfalo se acha contido por uma membrana resistente, a dura-máter, e por uma estrutura óssea inelástica, o crânio, dispõe de pouco espaço para aumentar de volume, por isso o edema cerebral produz hipertensão intracraniana que prejudica os centros vitais, daí a sua gravidade. Podem ocorrer alterações no estado de consciência, perda de memória, torpor e coma, náuseas e êmese. Tipos: Conclusão: apresenta-se como perda temporária consciência ou da memória, cefaléia, náuseas e êmese, distúrbios visuais e da movimentação dos olhos. Contusão cerebral: há ferimento do tecido nervoso e manifestam-se mais distúrbios da função cerebral, pois existe edema. Pode haver alteração prolongada o estado de consciência, irritabilidade, desorientação, êmese, mudanças dos sinais vitais. Fraturas de crânio: podendo ser abertas ou fechadas, lineares, deprimidas ou compostas. É um TCE grave e exigem observação rigorosa. Hematoma subdural: coleção de sangue abaixo da Dura-máter, na superfície cerebral, a compressão cerebral pela lenta expansão do hematoma causará sintomas dentro de poucas horas ou dentro de alguns dias: cefaléia, irritabilidade, vômitos, modificações no nível de consciência, alterações motoras e sensitivas. Hematoma epidural: coleção de sangue entre a dura-máter e o crânio. Ocorre à perda consciência, a pupila do lado do hematoma se torna dilatada e deixa de responder a luz. Hematoma intracerebral. Lesões penetrantes. ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM: • Estabelecer e manter uma via aérea adequada; [Digite texto]
•
Monitorar os sinais vitais;
•
Avaliar o nível de consciência;
•
Puncionar acesso venoso;
•
Proteger a coluna cervical;
•
Avaliar tamanho das pupilas e resposta à luz;
•
Instalar oxigenoterapia quando necessário;
•
Proteger ferimentos;
•
Manter o paciente orientado e calmo;
•
realizar sondagem vesical e monitorar o débito urinário;
Traumatismo Raquimedular (TRM) Consistem em lesões causadas por golpes sobre a coluna vertebral com acometimento da medula espinhal e /ou de seus envoltórios. As lesões mais comuns são as da coluna cervical, seguindo-se da coluna lombar, devido à grande mobilidade destas regiões. As lesões da coluna torácica requerem força muito intensa, devido à rigidez das estruturas ósseas deste segmento, e geralmente levam à paralisia completa abaixo do nível da lesão. Nelas, as lesões ósseas são muitas vezes múltiplas e associadas a fraturas de costelas. A lesão da medula compromete a inervação do corpo abaixo do nível da lesão, podendo resultar em alterações motoras (paresia e paralisia) e sensitivas (parestesia e anestesia). Se há lesão da medula cervical alta e dos músculos respiratórios pode alterar a atividade vasomotora, chegando ao choque neurogênico. A lesão completa é irreversível. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM •
verificar sinais vitais
•
puncionar acesso venoso
•
instalar oxigenoterapia se necessário
•
examinar a coluna cuidadosamente, procurando deformidades, edema, dor, limitação de movimentos
•
valorizar queixas de amortecimento das extremidades, perda de força
•
imobilizar toda a coluna dos pacientes suspeitos
Trauma torácico [Digite texto]
A cavidade torácica contém órgãos vitais dos sistemas respiratório e circulatório, as lesões que atigem essa cavidade exigem tratamento imediato, elas manifestam-se através de insuficiência respiratória e/ ou circulatória agudas. * fraturas de costelas Muitas das fraturas de costelas são benignas e tratadas de forma conservadora. Fraturas das três primeiras costelas são raras, mas podem resultar em elevada mortalidade, porque elas estão associadas à laceração da artéria ou veia subclávia da quinta a nona costela, encontra-se o local mais comum de fratura. As fraturas de costelas inferiores estão associadas à lesão de baço e do fígado que podem ser lacerados por fragmentos das costelas. Se o paciente estiver consciente, apresentará dor intensa, sensibilidade e espasmo muscular sobre a área da fratura que se agravam pela tosse respiração profunda e movimentação. A área ao redor da fratura pode apresentar equimoses. Para reduzir a dor do paciente o seu tórax deverá ser imobilizado para que ele possa respirar de maneira superficial, evitando suspirar fazer respirações profundas tossir ou se movimentar, caso contrário resultará em diminuição da ventilação, colapso dos alvéolos nãoaerados (atelectasia) pneumonite e hipoxemia. Os objetivos do tratamento são o controle da dor, a detecção e tratamento da lesão. Hemotórax Em lesões torácicas graves, o sangue acumula-se na cavidade torácica por causa dos vasos intercostais rompidos. Pneumotórax É definido como a presença de ar na cavidade pleural, que se torna real, com conseqüente colapso do pulmão, podendo ser espontâneo ou traumático. Sendo que os traumáticos resultam de traumatismos torácicos abertos ou fechados. Traumatismo abdominal Os traumatismos que ocorrem lesões intra-abdominais podem ter seus sinais mascarados por quadros mais evidentes de TCE, TRM e intoxicações. A cavidade abdominal permite que hemorragias importantes evoluam de forma invisível, levando a hipovolemia e ar risco de vida. Freqüentemente este tipo de traumatismo tem indicação cirúrgica, cabendo à enfermagem providenciar o preparo recomendável para laparotomia. Os traumas abdominais podem ser fechados ou penetrantes. [Digite texto]
- Trauma Fechado: Quando se limita à pele, o trauma é considerado simples, mas, quando lesa vísceras, é grave, e os órgãos mais atingidos nos traumatismos abdominais contundentes são o fígado, o baço e os rins. Informações em que a vítima foi encontrada, o tempo decorrido desde o acidente e o uso ou não de cinto de segurança facilitam na realização do diagnóstico. - Trauma Penetrante: Sempre quando ultrapassam o peritônio, os traumas são considerados complicados. Freqüentemente a penetração de projéteis ou outros objetos comprometem o fígado, o intestino, o estômago e outros órgãos intra-abdominais. Os traumas contundentes atingem estruturas adjacentes, já os ferimentos penetrantes por arma de fogo afetam as estruturas por toda a trajetória do projétil. Ocorre dor sobre o órgão lesado quando há um agente irritando o peritônio, ou irradiada, quando uma inervação foi atingida, provocando sintomas em outro local de seu percurso, ocorre também contratura muscular até rigidez, chamada de “abdome em tábua”. Apresenta anemia, indicando a existência de hemorragia interna; náuseas, vômito, e possibilidade de choque. A presença de hematúria, oligúria ou anúria, sendo que os casos mais graves são submetidos a procedimentos cirúrgicos. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Monitoração dos SSVV Cateterismo nasogástrico e vesical de demora para monitorar as eliminações e diminuir a pressão abdominal. Importante lembrar que lesões geniturinárias podem contra-indicar a instalação de cateter vesical. Punção venosa para administração de medicamentos e hidratação. Preparação da cirurgia que for indicada.
9. EMERGÊNCIAS RESPIRATÓRIAS Sempre que a absorção de oxigênio ou a eliminação de dióxido de carbono pelos alvéolos pulmonares não puder ser realizada de forma adequada, a conseqüência é um quadro de insuficiência respiratória (IR). •
Insuficiência Respiratória Aguda •
Síndrome de insuficiência respiratória aguda (também chamada síndrome
de dificuldade respiratória do adulto) é um tipo de insuficiência pulmonar provocada por diversas perturbações que causam a acumulação de líquido nos pulmões (edema pulmonar). [Digite texto]
Causas: A insuficiência respiratória pode ser causada por qualquer doença que afete direta ou indiretamente os pulmões. Aproximadamente um terço das pessoas que sofrem desta síndrome desenvolvem-na em conseqüência de uma infecção grave e extensa (sepse). Sintomas e diagnóstico Geralmente, a síndrome da insuficiência respiratória aguda ocorre entre as 24 horas e às 48 horas depois de ter acontecido à lesão original ou a doença. O doente sente no início falta de ar, geralmente com uma respiração rápida e pouco profunda. O médico pode ouvir sons crepitantes ou sibilantes nos pulmões. A pele pode aparecer manchada ou azulada devido à baixa concentração de oxigênio no sangue e a função de outros órgãos como o coração e o cérebro podem ser afetados. Tratamento A administração de oxigênio é fundamental para corrigir os valores baixos do mesmo. Quando o oxigênio fornecido com uma máscara não é suficiente, deve usar-se um ventilador mecânico. Também são importantes outros tratamentos de apoio, como a administração de líquidos ou de alimentos por via endovenosa, porque a desidratação ou a desnutrição pode aumentar as probabilidades de que vários órgãos deixem de funcionar.
De modo geral, as
pessoas que respondem imediatamente ao tratamento restabelecem-se por completo quase sem qualquer alteração pulmonar a longo prazo. No caso de um tratamento de longa duração com respiração assistida, os doentes são mais propensos a formar tecido cicatricial nos pulmões. Esse processo pode melhorar poucos meses depois de ter deixado o ventilador Edema Agudo do Pulmão O edema agudo de pulmão é uma grave situação clinica, de muito sofrimento, com sensação de morte iminente e que exige atendimento médico urgente. Causas de edema agudo de pulmão: Infarto do miocárdio - é a causa mais comum Disfunção do músculo cardíaco Doenças das válvulas, aórtica ou pulmonar Administração exagerada de líquidos, comum em crianças ou pacientes que recebem líquidos (soros) em excesso pelas veias. Prevenção do edema agudo de pulmão. [Digite texto]
Na maioria dos casos, não temos possibilidade de evitar o edema agudo. Os riscos podem ser diminuídos pelo pronto tratamento e pela condução adequada das doenças que podem levar ao edema agudo. Sinais e sintomas de edema agudo. Respiração curta com severa dificuldade respiratória. Fome de ar Respiração estertorosa; pode-se escutar o borbulhar do ar no pulmão. Ortopnéia -o doente sente necessidade de sentar, não tolera permanecer deitado. Batimento das asas do nariz (eventual) Expectoração sanguinolenta e espumosa (eventual) Uma radiografia de tórax pode mostrar o acúmulo de líquidos no pulmão. Tratamento. O edema agudo de pulmão é uma emergência médica e necessita de: tratamento imediato transferência para um serviço de urgência ou emergência de um hospital.
Se possível, dar oxigênio por máscara ou através de entubação da traquéia. Na emergência podemos usar Furosemida por via intravenosa (na impossibilidade de obter acesso venoso, pode-se administrar o medicamento via intramuscular) na tentativa de forçar a eliminação de líquidos, morfina para aliviar a congestão pulmonar e a ansiedade. As demais medicações usadas são para tratar as doenças que estão por trás do edema agudo. Por ser o edema agudo de pulmão uma emergência médica, a prioridade no momento do atendimento é a administração dos medicamentos e as medidas que aliviem o trabalho do coração. 10. EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES As patologias cardiovasculares constituem a principal causa de morte entre a população em geral, ocorrendo principalmente em pessoas que sofrem de hipertensão arterial, diabetes, colesterol aumentado e obesidade. Como fatores de risco para os problemas cardiovasculares estão incluídos o tabagismo, o estresse e a hereditariedade.
[Digite texto]
Choques Os choques são síndromes clínicas, cujos sinais e sintomas são conseqüência de uma perfusão orgânica inadequada e da má oxigenação dos tecidos, decorrentes de qualquer disfunção do sistema cardiovascular. Veja agora alguns casos de choque relacionados ao sistema cardiovascular. •
Choque Cardiogênico
Ocorre quando a capacidade do coração em bombear o sangue está comprometida, como na bradicardia decorrente de insuficiência cardíaca. Essa condição leva à hipotensão arterial e a má perfusão dos tecidos. Na maioria das vezes o choque cardiogênico é causado por problemas coronarianos em pacientes que tiveram infarto do miocárdio, com destruição extensa do tecido ventricular, particularmente na parede anterior do miocárdio. O tratamento visa controlar a evolução da lesão cardíaca, preservando o miocárdio e melhorando a competência do coração como bomba. Normalmente envolve suprimento de oxigênio, controle da dor torácica, administração de drogas vasoativas e suporte hídrico. •
Choque Neurogênico
O choque neurogênico, como o próprio nome indica, é resultado de problemas no sistema nervoso central que provocam vasodilatação, com redução do volume sanguíneo que chega ao coração. Pode ter sido causado por lesão da medula espinhal, anestesia espinhal ou lesão do sistema nervoso, que levam à perda do tônus simpático. Também pode ocorrer em conseqüência da falta de glicose, como após o uso de dose excessiva de insulina. A evolução é longa, quando a causa é uma lesão da medula, e breve, nos desmaios por hipoglicemia. Diferentemente de outros quadros de choque, no neurogênico o paciente apresenta bradicardia, pele seca e quente. Nos problemas da medula espinhal, busca-se a restauração do tônus simpático, por meio de estabilização da coluna vertebral, posicionando-se corretamente o paciente para reduzir a pressão sobre a medula. Se a causa for hipoglicemia, imediatamente administra-se glicose. • Choque Hipovolêmico [Digite texto]
O choque hipovolêmico se dá quando existe uma diminuição do volume de fluidos no corpo. De uma maneira geral, isto é causado por grande perda de sangue (hemorragias) ou grande perda de fluidos corporais, através da transpiração excessiva, vômitos, queimaduras ou diarréia. Sintomas: •
freqüência cardíaca elevada
•
freqüência respiratória elevada
•
baixa pressão arterial. •
Choque Anafilático
Algumas pessoas sensibilizadas reagem com um processo alérgico grave quando recebem picadas de insetos ou são expostos a várias substâncias, inclusive medicamentos orais. Geralmente o tratamento inclui o uso de medicamentos como adrenalina, anti-histamínicos e corticóides. Esse processo inclui uma reação antígeno-anticorpo com manifestações diferentes em cada sistema: Manifestação Respiratória = Congestão nasal, prurido, espirro, tosse, angústia respiratória (broncoespasmo ou edema de laringe), rigidez do tórax, dispnéia, sibilos e cianose. Manifestação da Pele = Congestão facial, sensação de calor, eritema difuso, urticária. Manifestação gastrintestinal = Náuseas, vômitos, dores abdominais, diarréia. Manifestação cardiovascular = Taquicardia ou bradicardia, colapso vascular periférico (palidez, pulso imperceptível, hipotensão arterial), insuficiência circulatória, coma e morte. O choque anafilático evolui de forma tão rápida que as pessoas com sensibilidade devem ser orientadas no sentido de portar cartões de identificação que alertem quanto à sua alergia. É recomendável que todos os pacientes atendidos no pronto-socorro sejam questionados sobre o uso anterior dos medicamentos prescritos. •
Choque Séptico
[Digite texto]
É provocado por uma infecção localizada que, por sua gravidade ou resistência ao tratamento, se disseminou por todo o organismo. Geralmente está relacionado a bactérias gramnegativas, mas pode acontecer em decorrência de contaminação por bactérias gram-positivas e vírus. É a causa mais freqüente de óbito em UTIs. Seu tratamento inclui utilização de antibióticos potentes e pode exigir atuação cirúrgica em focos infecciosos mais desenvolvidos, tão logo o paciente estabilize seu quadro geral. . •
Choque Pirogênico
É a reação que organismo apresenta quando é invadido por endotoxinas (microorganismos que podem ser, por exemplo, bactérias). Caracterizado por respostas agudas como febre, calafrios, tremores, cefaléia, hipotensão, etc. E pode ocorrer por contaminação de soros, diálise, soluções de materiais utilizados na administração por via endovenosa. Assistência de enfermagem em pacientes em estado de choque Providenciar liberação das vias aéreas e ventilação adequada; Manter um controle rigoroso do paciente que corre risco de perdas hídricas; Realizar manobras de reanimação se for o caso; Com exceção dos casos de choque cardiogênico, o paciente deve ser mantido com os membros inferiores elevados; Monitorar os SSVV; Puncionar a veia com agulha ou cânula de grande calibre para infusão de líquidos e transfusão de hemoderivados; Providenciar oxigenoterapia; Instalar sonda vesical de demora e monitorar a diurese; Proporcionar conforto ao paciente, explicando-lhe o que se vai fazer; Tranqüilizar o paciente ansioso, transmitindo-lhe segurança; Administrar os medicamentos prescritos de acordo com a origem do choque. Crise hipertensiva
[Digite texto]
É uma das situações graves no pronto socorro, com risco de vida, é a denominada crise hipertensiva, na qual geralmente se observa a elevação da pressão arterial (PA) diastólica acima de 130 mmHg. Sabemos que a PA mínima aponta as condições da resistência vascular periférica, ou seja, quanto maior a pressão diastólica, mais dificuldade na circulação sistêmica do sangue. A emergência hipertensiva ocorre nos quadros de hipertensão arterial grave, ou seja, PA diastólica acima de 130 mmHg, associada a alterações na retina, insuficiência renal, alterações neurológicas, anemia e insuficiência ventricular. Manifestações da Crise Hipertensiva No SNC, se manifesta por cefaléia intensa, náusea, vômitos, alterações transitórias da consciência. No Sistema Circulatório ocorrem dores torácicas intensa, edema pulmonar agudo. O tratamento é utilizado medicamentos que tem efeito imediato. Em geral, produzem relaxamento da musculatura lisa de vênulas e arteríolas, vasodilatação e, conseqüentemente, redução da carga sobre o sistema circulatório. Medicamentos mais usados: Nitroprussiato de sódio, Diazóxido, Verapamil, Hidralazina, Nifedipina (Adalat) e Captopril. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM É necessário um acompanhamento extremamente meticuloso da pressão arterial do paciente e das suas condições cardiovasculares durante o tratamento com os medicamentos. Uma queda abrupta da pressão arterial pode ocorrer, necessitando de imediata ação para 37oloca-la em nível aceitável. Outros procedimentos vão depender da evolução e dos sintomas apresentados pelo paciente.
11. PARADA CARDIORESPIRATÓRIA Uma interrupção súbita dos batimentos do coração interrompe a circulação e leva ao quadro denominado parada cardiorrespiratória. Provoca perda imediata da consciência, ausência [Digite texto]
de pulso e de batimentos cardíacos audíveis e, após 45 segundos, inicia-se a dilatação das pupilas. Se a circulação continuar interrompida por cerca de quatro minutos ou mais, desenvolve-se uma lesão cerebral irreversível. Dessa forma, os profissionais de saúde tem quatro minutos para realizar o diagnóstico de parada cardiorrespiratória e iniciar as manobras necessárias para restabelecer a circulação. Esse procedimento chama-se ressucitação ou reanimação. As causas podem ser: Primária: Provocada por um problema do próprio coração, como a fibrilação ventricular, que são contrações rápidas e desordenadas das fibras cardíacas ventriculares, capazes de impedir a sístole. Secundária: A disfunção do coração se deve a problemas externos, principalmente respiratórios. Nas crianças e nas vítimas de traumatismo, as causas de PCR costumam ser por obstrução das vias aéreas, doenças pulmonares, hemorragias graves, choque, intoxicação por monóxido de carbono, drogas e descargas elétricas. A interrupção nos batimentos cardíacos faz cessar a circulação do sangue e a oxigenação dos órgãos. Após alguns minutos, as células mais frágeis começam a morrer, primeiramente as células cerebrais e cardíacas. A morte cerebral ocorre após cerca de quatro a seis minutos. Diagnóstico da PCR: •
Ausência de pulso em uma grande artéria = O principal parâmetro é a inexistência de pulso em artérias como a carótida e a femoral, sendo que o lactente considera-se também a braquial.
•
Ausência de respiração = A apnéia é o segundo sinal de parada cardíaca, podendo ser observada também uma respiração agônica, ou seja, como a de um peixe fora d’água.
•
Inconsciência = A primeira evidência da parada cardiorrespiratória pode ser a inconsciência do paciente, principalmente em pessoas que estavam em alguma atividade Posteriormente, podem surgir outros sinais, como: Midríase = É interessante saber que a persistência desse sinal após as manobras de
reanimação constitui um mau prognóstico. Aparência de morte = Denominada “palidez cadavérica”. Imobilidade = O paciente não apresenta movimento nem mesmo como resposta a estímulos fortes. Cianose = Coloração azulada da pele e membranas mucosas Reanimação cardiorrespiratória : [Digite texto]
Os objetivos da reanimação cardiorespiratória (RCR) são manter a oxigenação e a circulação do sangue e retardar ao máximo a lesão cerebral, utilizando o ABCD primário da reanimação: A (de airway) – Abrir a via aérea B (de breathing) – Realizar ventilações com pressão positiva C (de circulation) – Fazer compressões torácicas D ( de defibrillation) – Dar choques elétricos Assistência de Enfermagem Puncionar a veia com agulha calibrosa, para colher amostra de sangue e manter acesso venoso visando à hidratação e à administração de medicamentos; Instalar oxigênio para corrigir a hipóxia; Preparar e disponibilizar medicamentos e equipamentos para os profissionais que estiverem atendendo diretamente o paciente. Medicamentos mais utilizados: Adrenalina (epinefrina) = Provoca vasoconstrição periférica, favorece a circulação cerebral e coronariana, melhorando a contratilidade miocárdica. Seu papel na desfibrilação é estimular contrações espontâneas que tornam a fibrilação mais grosseira, o que facilita sua correção com a desfibrilação Em adultos, é comum que seja administrado 1 mg a cada cinco minutos. Bicarbonato de sódio = Reverter o quadro de acidose causada pela falta das trocas gasosas respiratórias, resultantes de parada cardíaca. Utilizada após dez minutos após a reanimação. Podem ser usados também: Vasopressina = tem sido utilizada como substituta da adrenalina. Lidocaína = Antiarrítmica. Atropina = Tem como ação principal à aceleração do ritmo cardíaco. Materiais utilizados: [Digite texto]
Ambu com máscara; Cânula de guedel em vários tamanhos; Laringoscópio com lâminas de diferentes tamanhos (pelo menos 1, 2 e 3) e pilhas testadas regularmente; Pinças de magill; Tubos endotraqueais de vários tamanhos com balonete; Luvas estéreis de vários tamanhos; Sondas de aspiração endotraqueal; Ponto de vácuo e aspiração, ou cilindro com válvula adequada; Esfigmomanômetro e estetoscópio; Desfibrilador; Eletrocardiógrafo.
12. EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS As emergências neurológicas constituem uma situação dramática para o paciente, considerando que em geral estão associadas à dificuldade de comunicação e movimentação. O paciente sofre sem poder se comunicar adequadamente, muitas vezes dificultando a solicitação de atendimento. •
Acidente Vascular Cerebral É uma doença caracterizada pelo início agudo de um deficit neurológico (diminuição da
função) que persiste por pelo menos 24 horas, refletindo envolvimento focal do sistema nervoso central como resultado de um distúrbio na circulação cerebral; começa abruptamente, sendo o deficit neurológico máximo no seu início podendo progredir ao longo do tempo. Podemos dividir o acidente vascular cerebral em duas categorias: O acidente vascular isquêmico consiste na oclusão de um vaso sangüíneo que interrompe o fluxo de sangue a uma região específica do cérebro, interferindo com as funções neurológicas dependentes daquela região afetada, produzindo uma sintomatologia ou deficits característicos. No acidente vascular hemorrágico existe hemorragia (sangramento) local, com outros fatores [Digite texto]
complicadores tais como aumento da pressão intracraniana, edema (inchaço) cerebral, entre outros, levando a sinais nem sempre focais. Vários fatores de risco são descritos e estão comprovados na origem do acidente vascular cerebral, entre eles estão: a hipertensão arterial, doença cardíaca, fibrilação atrial, diabete, tabagismo, hiperlipidemia. Outros fatores que podemos citar são: o uso de pílulas anticoncepcionais, álcool, ou outras doenças que acarretem aumento no estado de coagulabilidade (coagulação do sangue) do indivíduo. Os sintomas que o paciente irá sentir geralmente vai depender do tipo de acidente vascular cerebral que o paciente está sofrendo: isquêmico? hemorrágico? Sua localização, idade, fatores adjacentes. Fraqueza: Distúrbios Visuais: Perda sensitiva: Linguagem e fala (afasia): Convulsões: Nos casos da hemorragia intracerebral, do acidente vascular dito hemorrágico, os sintomas podem se manifestar como os já descritos acima, geralmente mais graves e de rápida evolução. Pode acontecer uma hemiparesia (diminuição de força do lado oposto ao sangramento), além de desvio do olhar. O hematoma pode crescer, causar edema (inchaço), atingindo outras estruturas adjacentes, levando a pessoa ao coma. Os sintomas podem desenvolver-se rapidamente em questão de minutos. •
Epilepsia É uma doença neurológica crônica, podendo ser progressiva em muitos casos,
principalmente no que se relaciona a alterações cognitivas, freqüência e gravidade dos eventos críticos. É caracterizada por crises convulsivas recorrentes, afetando cerca de 1% da população mundial. •
Crise Convulsiva É uma descarga elétrica cerebral desorganizada que se propaga para todas as regiões do
cérebro, levando a uma alteração de toda atividade cerebral. Pode se manifestar como uma alteração comportamental, na qual o indivíduo pode falar coisas sem sentido, por movimentos exteriotipados de um membro, ou mesmo através de episódios nos quais o paciente parece ficar “fora do ar”, no qual ele fica com o olhar parado, fixo e sem contato com o ambiente.
[Digite texto]
A descarga elétrica neuronal anômala que geram as convulsões podem ser resultante de neurônios com atividade funcional alterada (doentes), resultantes de massas tumorais, cicatrizes cerebrais resultantes de processos infecciosos (meningites, encefalites), isquêmicos ou hemorrágicos (acidente vascular cerebral), ou até mesmo por doenças metabólicas (doenças do renais e hepáticas), anóxia cerebral (asfixia) e doenças genéticas. Muitas vezes, a origem das convulsões pode não ser estabelecida, neste caso a epilepsia é definida como criptogênica. O mecanismo desencadeador das crises pode ser multifatorial. Em muitas pessoas, as crises convulsivas podem ser desencadeadas por um estímulo visual, auditivo, ou mesmo por algum tipo específico de imagem. Nas crianças, podem surgir na vigência de febre alta, sendo esta de evolução benigna, muitas vezes não necessitando de tratamento. Nem toda crise convulsiva é caracterizada como epilepsia. Para tal, é preciso que o indivíduo tenha apresentado, no mínimo, duas ou mais crises convulsivas no período de 12 meses, sem apresentar febre, ingestão de álcool, intoxicação por drogas ou abstinência, durante as mesmas. A sintomatologia apresentada durante a crise vai variar conforme a área cerebral em que ocorreu a descarga anormal dos neurônios. Pode haver alterações motoras, nas quais os indivíduos apresentam movimentos de flexão e extensão dos mais variados grupos musculares, além de alterações sensoriais, como referidas acima, e ser acompanhada de perda de consciência e perda do controle esfincteriano. As crises também podem ser precedidas por uma sintomatologia vaga, como sensação de mal estar gástrico, dormência no corpo, sonolência, sensação de escutar sons estranhos, ou odores desagradáveis e mesmo de distorções de imagem que estão sendo vistas.
A grande maioria
dos pacientes, só percebem que foram acometidos por uma crise após recobrar consciência, além disso podem apresentar, durante este período, cefaléia, sensibilidade à luz, confusão mental, sonolência, ferimentos orais (língua e mucosa oral).
13. HEMORRAGIAS Sangramento ou hemorragia é o extravasamento do sangue dos vasos sangüíneos, através de uma ruptura de suas paredes. Inúmeras causas podem interferir na produção de uma hemorragia. Entre elas podemos citar: fatores traumáticos, anomalias vasculares, distúrbios de coagulação, distúrbios circulatórios e alterações teciduais. Formas clínicas da hemorragia:
[Digite texto]
- hemorragias externas: produz-se na superfície do corpo ou se exteriorizam logo após sua ocorrência; exemplos: epistaxe, metrorragia, ferimentos corte-contusos. - hemorragias internas: caracteriza-se por sangramento que se coleta numa cavidade natural do organismo. Exemplo: hemopericardio, hemotórax, hematêmese. - hemorragias sistêmicas: caracteriza-se pelo sangramento em um ou mais sistemas do organismo. Exemplo: hemorragias por distúrbios de coagulação sangüínea. Sinais e sintomas •
Pele pálida, úmida e viscosa;
•
Hipotermia;
•
Pulso rápido, fraco regular ou não;
•
Midríase, reagindo lentamente à luz;
•
Tonturas e desmaios;
•
Sede, sensação de boca seca;
•
Respiração rápida e profunda;
•
Inquietação;
•
Perda de consciência com parada respiratória;
•
Hipotensão.
Classificação das hemorragias: Classe I: perda de até 15% do volume sangüíneo. O paciente apresenta alteração mínima na freqüência cardíaca, hipotensão leve e perfusão capilar normal, não requer reposição em indivíduos saudáveis. Classe II: perda de 15 a 30%, pode ser representado pela perda de 800 a 1500ml de volume sangüíneo. O paciente apresenta taquicardia, taquipnéia e hipotensão arterial, ansiedade, medo e hostilidade (diminuição neurológica), oligúria. Necessita de reposição de volume. Classe III: perda acima de 40%. O paciente apresenta taquicardia, hipotensão, bradicardia, oligúria ou anúria, pele fria e sudorese. Necessita de transfusão. Classe V: perda de mais de 50%. Fase terminal, ausência de PA e pulsos periféricos, inconsciência, palidez, sudorese, pele fria. Indicam transfusão imediata e intervenção cirúrgica. Tipos de sangramento: •
Arterial: o fluxo do sangramento é pulsátil, o sangue é vermelho claro e oxigenado.
•
Venoso: o fluxo do sangramento é continuo, o sangue é vermelho escuro.
• Capilar: o fluxo do sangramento é lento, o sangue escorre. [Digite texto]
Assistência de enfermagem nas hemorragias •
As medidas gerais de enfermagem incluem a observação, através do acompanhamento rigoroso do paciente que corre risco de vida e reposição hídrica imediata. Auxiliar no tratamento que visa controlar e melhorar as condições do paciente.
•
Fazer dois acessos venosos calibrosos, para infusão de volume e outras medicações.
•
Observar e anotar a quantidade de líquidos infundidos.
•
Monitorizar freqüentemente os sinais vitais.
•
Se necessário administrar oxigênio por máscara conforme prescrição.
•
Procurar explicar ao paciente sobre os procedimentos executados, para diminuir seu temor e ansiedade e obter sua colaboração.
HEMORRAGIA DIGESTIVA
O sangramento gastro-intestinal é a perda de sangue a partir de qualquer órgão do trato digestivo (esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso). Existem várias causas de hemorragia digestiva e as mais freqüentes ou importantes serão comentadas, em seguida. As úlceras pépticas, gástricas (do estômago) ou duodenais (da primeira parte do intestino) são a maior causa de sangramento, sendo responsáveis por mais da metade das hemorragias. Essa complicação ocorre quando a úlcera atinge e rompe alguma artéria ou veia da parede do órgão. Certas pessoas que vomitam muito, como por exemplo, aquelas que bebem demais, podem ser surpreendidas por eventual vômito com sangue vivo.
A
causa
disto
são
as
chamadas fissuras de Mallory-Weiss, que são pequenas lacerações (rachaduras) longitudinais da mucosa da junção do esôfago com o estômago, causadas pela excessiva pressão nesses órgãos, durante o vômito. Um certo tipo de gastrite, a Gastrite Erosiva, pode causar sangramento, geralmente em volumes variáveis. É causada principalmente pelos remédios antinflamatórios, incluindo a aspirina, e por situações graves como politraumatismos, grandes queimaduras e outras doenças que levam um paciente a um Centro de Tratamento Intensivo.Pode ser observado diretamente o sangue vivo (vermelho como num corte na pele) nas fezes ou no vômito (hematêmese). Quando o sangue transita mais tempo pelos intestinos, sai com um aspeto típico, chamado de melena. Neste caso as fezes são pretas como piche, amolecidas, brilhantes e muito malcheirosas.
Quando um paciente vomita sangue que permaneceu por
mais tempo no estômago, nota-se uma cor marrom escura, como borra de café.
Como regra
geral, os sangramentos do esôfago, estômago e duodeno (primeira porção do intestino, em [Digite texto]
seguida do estômago), causam ou hematêmese (vômito com sangue) ou melena (fezes pretas). O sangramento do intestino mais próximo do ânus tende a causar saída de fezes misturadas com sangue vivo ou mais escuro, já coagulado. Sangue vermelho vivo, que pinga no vaso e suja de vermelho o papel higiênico é mais freqüentemente causado por hemorróidas ou fissuras. Sangramentos de longa duração, com perda contínua ou intermitente de pequena quantidade de sangue (menor que 60 ml) podem não ser percebidos a olho nu nas fezes, sendo descobertos apenas por sintomas de anemia. Outros sintomas podem não depender da hemorragia e são os que caracterizam a doença básica complicada por sangramento. Como o médico faz o diagnóstico? Sangramentos pequenos geralmente são suspeitados pela presença de anemia, sem outra causa evidente. O médico usualmente consegue concluir através do histórico do paciente e do exame clínico, se realmente ocorreu o sangramento e suas causas mais prováveis. A causa do sangramento é determinada, na grande maioria das vezes, por endoscopia, seja a do trato digestivo alto (da boca ao jejuno) ou baixo (ânus e intestino grosso). Será feita em primeiro lugar a endoscopia da área para a qual se inclinar a principal suspeita do médico, em cada caso. Todo sangramento digestivo deve ser investigado por um médico. Sangramentos pequenos, sem outros sintomas, podem ser vistos ambulatorialmente, com consulta marcada. Já hemorragias maiores necessitam atendimento médico de urgência, pois, além de causarem muito mal-estar, podem representar grave risco de vida. Casos graves necessitam reposição endovenosa de líquidos e de sangue. Muitas vezes, é necessária a endoscopia de urgência para tentar interromper o sangramento, o que pode ser alcançado pela esclerose ou ligadura do vaso sangrante. 14. FRATURAS Fratura é toda solução de continuidade no osso, de origem traumática, ou seja, é a perda total ou parcial da continuidade óssea, que pode ou não lesar estruturas anatômicas vizinhas, como articulações, vasos sangüíneos, nervos, pele e até mesmo órgãos. As fraturas podem ser subdivididas de acordo com a sua etiologia em três grupos: I – fraturas de fadiga ou stress: traumatismos por repetição. II – fraturas patológicas: ocorre em um osso previamente enfraquecido por doença. III – fraturas causadas unicamente por trauma: elas ocorrem em ossos íntegros ou sãos. Podem ocorrer por trauma direto. Essas podem ser fechadas ou expostas. Uma fratura fechada [Digite texto]
ou simples é quando não há comunicação entre o foco de fratura e o meio ambiente. Fratura exposta há uma ferida da pele comunicando com o foco da fratura. Classificação de fraturas: As fraturas são freqüentemente classificadas por termos descritivos indicando a forma ou tipo de superfícies fraturadas.
Manifestações clinicas •
Dor contínua, e aumenta com a mobilização do fragmentos.
•
Deformidade pelo deslocamento ósseo.
•
Encurtamento da extremidade, por causa da contratura muscular que são fixados a cima e abaixo do local da fratura.
•
Crepitação, som provocado por atrito dos fragmentos ósseos.
•
Edema
•
Descoloração da pele.
Tratamento É realizado pelo médico, podendo ser redução fechada, tração e redução aberta. a) redução fechada ou incruenta é feita por meio da manipulação e tração manual. É imobilizado com aparelho gessado. [Digite texto]
Cuidados de enfermagem •
Manter o corpo alinhado (em posição anatômica);
•
Realizar a tricotomia do membro se necessário;
•
Deixar a parte gessada descoberta para secagem;
•
Manter o gesso sempre limpo e seco, quando necessário, limpá-lo com um pano úmido e expor ao sol para secagem;
•
Proteger o gesso contra umidade colocando um impermeável no momento da higiene e eliminações;
•
Ficar atento quanto ao odor;
•
Verificar presença de sangramento;
•
Manter membro gessado elevado e posicionado com apoio de coxins para facilitar o retorno venoso;
•
Observar padrão respiratório, já que existe possibilidade de ocorrer embolia gordurosa ou por trombo.
•
Realizar mudança de decúbito para o lado oposto gessado.
b) tração Aplica de uma forma manual na extremidade do osso para redução, alinhamento e imobilização da fratura. Pode ser cutânea, que atua diretamente sobre o osso, ou esquelética, aplicada diretamente no esqueleto ósseo. Cuidados de enfermagem •
A tração restringe a mobilidade e a independência da pessoa. O equipamento, com freqüência aparece ameaçador e sua aplicação pode ser temida;
•
Conforto, orientação e apoio psicológico;
•
Manter a posição correta do paciente no leito, colchão confortável e higiene bem feita;
•
Manter lençóis limpos e sem vincos;
•
Estimular exercícios passivos e ativos;
•
Manter a pele limpa, seca e hidratada (integridade);
•
Avaliar o paciente para sinais e sintomas de complicação;
•
Observar aspectos das extremidades;
[Digite texto]
•
Não retirar os pesos durante o banho ou a mobilização do paciente;
•
Verificar sinais vitais;
c) redução aberta É feita por meio de cirurgia, os fragmentos são aproximados e podem ser fixados por pinos, fios, parafusos, pregos e haste metálica e imobilizados com aparelho gessado.
15. EMERGÊNCIAS UROLÓGICAS
Embora quase sempre não constituam situações de risco de vida, as emergências envolvendo o aparelho geniturinário são relativamente comuns e cursam com intensa dor e desconforto, requerendo pronto atendimento. Retenção Urinária Pode manifestar-se de forma aguda ou crônica. A aguda requer cateterismo vesical. A crônica requer a identificação da causa, podendo ser necessário o recurso à cirurgia e/ou a terapêutica medicamentosa. A retenção urinária pode resultar de um bloqueio da uretra ou de qualquer fator que interfira com o tônus do músculo detrusor, do esfíncter ou da uretra. As alterações do tônus do músculo detrusor e do esfíncter são, com alguma freqüência, de causa iatrogênica. As perturbações do fluxo urinário a nível da uretra são muito freqüentes no homem, causadas por hipertrofia da próstata. O tratamento farmacológico destina-se ao controle da sintomatologia e, se possível, a inibir a evolução da hipertrofia. É um recurso justificado quando a sintomatologia é moderada e como forma de protelar o recurso à cirurgia.
Cólica Renal
[Digite texto]
É uma dor aguda, intensa, oscilante (vai e vem) proveniente do aparelho urinário superior (rim). É uma das dores mais atrozes da medicina e geralmente causada por pedras (cálculos) no rim ou no ureter. A pedra causa obstrução da urina que vem do rim, dilatando-o. Essa dilatação renal é a fonte da dor. Existem outras causas de cólica renal, como coágulos, ligadura cirúrgica do ureter ou mesmo compressões extrínsecas do ureter por tumores. É uma das urgências urológicas mais freqüentes, atingindo homens e mulheres na proporção três para um respectivamente. Sintomas A dor lombar é o sintoma principal, forte, em cólica com irradiação anterior para o abdômen e para baixo em direção ao testículo no homem ou para os grandes lábios na mulher. Se a obstrução for mais baixa em direção à bexiga pode haver dor abdominal e sintomas urinários (micções freqüentes, ardência para urinar). Não há posição do corpo relacionada com a dor nem posição que a alivie. Geralmente o paciente está agitado. Náuseas e vômitos freqüentemente acompanham o quadro. Diagnóstico As queixas e sinais acima descritos junto com a percussão dolorosa do rim fazem suspeitar fortemente de cólica renal. A percussão renal é feita batendo-se com o punho fechado sobre as costas do paciente onde se localiza o rim. Um exame físico completo é necessário a fim de se descartar outras patologias. O exame qualitativo de urina (comum de urina) geralmente apresenta sangramento microscópico (hematúria microscópica), principalmente se houver pedra. Exames de imagem são freqüentemente solicitados. Dentre eles, os mais comuns são as radiografias simples de abdômen , a urografia venosa (radiografia dos rins com a utilização de contrastes venosos) e a ecografia abdominal total. Em casos de mais difícil diagnóstico, a tomografia computadorizada (85% de sensibilidade), a ressonância nuclear magnética devem ser solicitadas.A ureteroscopia é um método cada vez mais freqüente principalmente por permitir tratamento concomitante. Geralmente o diagnóstico é obtido sem maiores dificuldades. Entretanto, algumas situações podem confundir o diagnóstico principalmente quando há náuseas e vômitos: [Digite texto]
apendicite, constipação, colecistite, diverticulite, gastrites agudas, pancreatite, aneurisma e dissecção da aorta, tumores, etc. Tratamento De imediato, a dor deve ser tratada com analgésicos, antiespasmódicos e antiinflamatórios dados por via oral, intramuscular ou endovenosa conforme a gravidade do caso. O paciente pode ser tratado em casa. Caso o seu quadro seja mais grave ou a dor não ceda com medicação rotineira, uma internação hospitalar está indicada para aplicação de medicações mais potentes como os analgésicos opióides. Náuseas e vômitos deverão ser tratados concomitantemente. Após o controle da dor, deve-se combater a causa da obstrução, por exemplo, fazendo a retirada da pedra. A desobstrução pode ser feita temporariamente através de tubos especiais chamados de cateteres. Um desses freqüentemente usado é o cateter duplo-J com extremidades torcidas de maneira que, quando colocados dentro do aparelho urinário, não se desloquem. Em muitos casos de pedra, estas são eliminadas espontaneamente com alívio imediato da dor. Uma vez resolvido o problema (cálculo eliminado ou removido), deve-se solicitar ao pacientes exames a fim de se diagnosticar a causa do cálculo (estudo metabólico). Dosagens na urina e sangue das seguintes substânciais: cálcio, fósforo, acido úrico, creatinina, citrato, magnésio, sódio, fosfatase alcalina. 16. EMERGÊNCIAS METABÓLICAS Cetoacidose diabética É um grave distúrbio metabólico causado pela ausência ou por uma quantidade inadequada de insulina. Essa carência determina uma menor utilização dos carboidratos e uma degradação maior das gorduras e proteínas. As causas são: é mais comum em diabéticos insulino dependente; não ingestão de insulina, insulina insuficiente, resistência à insulina; infecções; manifestação inicial de diabetes não diagnosticada ou não tratada; stress fisiológico pode tornar a insulina menos eficaz. Sinais e sintomas: •
Para livrar do organismo do excesso de glicose os rins excretam glicose juntamente com água e eletrólitos, levando o paciente à desidratação decorrente da excessiva eliminação de urina - poliúria;
[Digite texto]
•
Ocorre a degradação de gorduras em ácidos graxos que serão convertidos em corpos cetônicos que sendo ácidos, levarão o paciente à acidose metabólica;
•
A cetose e a acidose levam a sintomas gastrintestinais como: anorexia, náuseas, dor abdominal, êmese e polidipsia;
•
Hálito cetônico
•
Visão turva, astenia e cefaléia;
•
Torpor, letargia e coma;
•
Hiperventilação com respirações profundas e não trabalhadas – respirações de Kussmaul.
Assistência de enfermagem •
Visa à correção dos três problemas principais: desidratação, perda de eletrólitos e acidose;
•
Puncionar acesso venoso;
•
Providenciar reidratação rápida.
•
Observar alterações em sinais vitais e nível de consciência.
Hipoglicemia É o nível de glicose sangüínea normalmente baixo, que ocorre quando a glicemia cai abaixo de 50mg/dl. As causas são: quantidades excessivas de insulina ou hipoglicemiantes orais; jejum ou ingestão de pouco alimento; atividade física excessiva. A hipoglicemia pode ocorrer a qualquer hora do dia ou da noite. Em geral ocorre antes das refeições, especialmente se as refeições forem retardadas ou os lanches omitidos. Assim podem se manifestar por meio da sudorese, tremor, taquicardia, nervosismo e fome. Na hipoglicemia moderada, a queda do nível de glicose priva as células do cérebro do combustível necessário para o seu funcionamento. Os sinais podem incluir: incapacidade em se concentrar, cefaléia, confusão, vertigens, lapsos de memória, dormência da língua e dos lábios, alterações emocionais, visão dupla e sonolência. Já na hipoglicemia grave o comportamento torna-se desorientado, convulsões, perda da consciência e coma. Assistência de enfermagem •
Realizar teste de glicemia
•
Puncionar acesso venoso
[Digite texto]
•
Verificar dos sinais vitais e nível de consciência.
17. ATENDIMENTO AO PACIENTE QUEIMADO Queimaduras são lesões causadas nos tecidos, ou seja, no tecido cutâneo, provocadas pela ação direta ou indireta de alta temperatura, ou por radiação de algum agente externo, como choque, por exemplo. As lesões variam de acordo a extensão e a profundidade da área lesada, o que determinará também a gravidade da área queimada. As queimaduras se classificam de acordo coma profundidade e a extensão. Profundidade: são subdivididas em •
1º grau: a lesão atinge a epiderme, apresenta vermelhidão na área e é acompanhada de dor.
•
2º grau: a lesão atinge a epiderme e a derme, apresenta vermelhidão na área, é acompanhada de dor e aparecimento de bolhas.
•
3º grau: a lesão atinge as camadas mais profundas do tecido subcutâneo. É a forma mais grave.
Extensão:
O somatório das áreas atinge 100%: • cabeça e pescoço 9%; [Digite texto]
•
tronco anterior 18%;
•
tronco posterior 18%
•
MMSS 18%;
•
MMII 18%
•
Região de períneo.
Agente causador: •
Queimadura térmica – causadas por líquido (água é o mais comum) em temperatura extremamente alta, fogo e vapor.
•
Queimadura solar – causada por radiação solar em excesso.
•
Queimadura elétrica – causada por fonte de energia elétrica, tanto de baixa como alta tensão.
•
Queimadura radioativa – causada por agente radioativo como césio e cobalto.
Assistência de enfermagem na hospitalização •
Manter o paciente em maca própria.
•
Instalar oxigênio se for necessário, sob cateter nasal conforme prescrição médica.
•
Verificar sinais vitais e instalar oxímetro de pulso.
•
Lavar as áreas queimadas com SF0,9% e mantê-las cobertas com gaze ou compressas úmidas.
•
Retirar as vestimentas que estejam aderidas, com orientação médica, pois as vezes é necessária a administração de analgésicos.
•
Puncionar acesso venoso calibroso.
•
Fazer uma análise da extensão queimada.
•
Sondar o paciente se houver necessidade para controle do débito urinário.
•
Manter o material de entubação de fácil acesso, assim como o respirador.
•
Providenciar transferência do paciente da sala de emergência para outro local predestinado.
[Digite texto]
BIBLIOGRAFIA 1. BRASIL, Ministério da Saúde. Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem. Profissionalização de auxiliares de enfermagem: Cadernos do aluno: saúde do adulto: assistência cirúrgica: atendimento de emergência / Ministério da Saúde, Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem. – Brasília: Ministério da Saúde, Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2001. 96 p. 2. ______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS. acolhimento e classificação de risco nos serviços de urgência. Brasília, DF, 2009. 3. ______. Mais Saúde: direito de todos 2008-2011. Brasília, DF, 2007. 4. ______. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política nacional de promoção da saúde. 2. ed. Brasília, DF, 2007. (Série B. Textos Básicos de Saúde - Série Pactos pela Saúde 2006, v. 7) 5. ______. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. regulação médica das urgências. Brasília, DF, 2006. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) [Digite texto]
6. ______. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico de Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. 2. ed. Brasília, DF, 2006. (Série B. Textos básicos em Saúde) 7. ______. Política nacional de atenção às urgências. 3. ed. Brasília, DF, 2006. 8. ______. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. a educação permanente entra na roda – pólos de educação permanente em saúde - conceitos e caminhos a percorrer. Brasília, DF, 2005. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios - Educação na Saúde) 9. ______. Portaria nº 2.048/GM/MS, de 5 de novembro de 2002. Brasília, DF, 2002. 10. ______. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação em Saúde. Política nacional de redução da morbimortalidade por acidentes e violências: Portaria GM/MS nº 737 de 16/5/01, publicada no DOU nº 96 - Seção 1E, de 18/5/0. Brasília, DF, 2001. 11. ______. Gabinete do Ministro. Instrução Normativa nº 01/97, de 15 de maio de 1997. Regulamenta os conteúdos, instrumentos e fluxos do processo de habilitação de municípios, de estados e do Distrito Federal as condições de gestão criadas pela NOB SUS 01/96. Diário oficial da união, Brasília, DF, n. 97, 23 maio 1997. Seção 1, p.1077510782. 12. ______. relatório final da iX conferência Nacional de Saúde. Brasília, DF, 1992. 13. ______. lei orgânica de saúde. 2. ed. Brasília: Assessoria de Comunicação Social, 1991. 14. ______. relatório final da viii conferência Nacional de Saúde. Brasília, 1986. 15. BUSS, P. M. Saúde e desigualdade: o caso do Brasil. In: BUSS, P.M.; LABRA, M.E. (Org.). Sistemas de Saúde: continuidades e mudanças. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: FioCruz, 1995. p. 61-102. 16. MENDES, E. V. a atenção primária à saúde no SuS. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará, 2002. 17. ______. uma agenda para a saúde. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1999. 18. MENDES, E.V. (Org.). Distrito sanitário: o processo social de mudança das políticas sanitárias do Sistema Único de Saúde. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Abrasco, 1993. 19. MENEZES, M. J. legislação Básica do SuS. Belo Horizonte: CoopMed, 1998. (Cadernos de saúde, n.3) 20. ______. Planejamento governamental: um instrumento a serviço do poder. Florianópolis: UFSC, 1974. (Cadernos do Curso de Pós-Graduação em Administração) 21. Orlando, Ida Jean, O relacionamento dinâmico enfermeiro/ Paciente, São Paulo: EPU, 1978, 110. 22. BRUNO, Paulo e Cyntia Oldenburg. Enfermagem em Pronto Socorro. Rio de Janeiro: Senac, 2005, 133. 23. SANTOS, Nívea Cristina Moreira. Urgência e Emergência para Enfermagem. São Paulo: Iátria, 2003, 126. 24. OMAN, Kelhleen S. Segredos em Enfermagem de Emergências. Porto Alegre: Artmed, 2003, 367. 25. HOWARD, John P.; CASEWELL, Mark, Controle de Infecção Hospitalar São Paulo: Santos, 1996, 238 pg. 26. MINISTÉRIO DA SAÚDE, Princípios de planejamento e organização da [Digite texto]
Assistência em Enfermagem, Curitiba: Ministério da Saúde, 2004, 116 pg. 27. PETROIANU, Andy, Urgência Clínicas e Cirúrgicas, Rio de Janeiro: Guanabara, 2000, 1360 pg.
[Digite texto]