Castro
A fama fama de António Ferreira advém-lhe especialmente de ser o inventor da tragédia naci nacion onal al,, Castro, Castro, cuja cuja orig origin inal alid idade ade resi reside de sobr sobret etud udo o no tema tema,, tira tirado do da hist histór ória ia portuguesa, e não de qualquer remota antiguidade, bíblica ou g rega. ACastro ACastro é é a primeira tragédia de assunto nacional, escrita em portugus, uma das primeiras tragédias escritas, na !uropa, na língua do próprio país. "aseia-se no celebérrimo episódio da morte de #ns de $astro, ocorrida no reinado de %.Afonso #&'()*+-()+ / #nfa #nfant ntee %.0e %.0edr dro, o, filh filho o mais mais velh velho o de Afons fonso o #&, #&, caso casou u com com %.$onstan1a, senhora nobre castelhana. 2o séquito desta veio uma don3ela, #ns de $astro, por quem o infante se apai4onou. 0ercebendo isto, desejou $onstan1a que que #ns #ns de $ast $astro ro foss fossee madr madrin inha ha de um filh filho o seu, seu, para para que que o pare parent ntes esco co espiritual entre a don3ela e o infante levantasse obst5culo 6 sua pai4ão. 7uando morreu morreu %.$ons %.$onstan tan1a, 1a, recuso recusou-s u-see %.0edro %.0edro a segundo segundo matrim matrimóni ónio. o. !ntret !ntretant anto, o, alguns fidalgos castelhanos quiseram depor o seu monarca, substituindo-o pelo príncipe portugus, p ortugus, e #ns de $astro e os seus serviram de c8mplices na conjura. / facto alarmou os que queriam garantir a independncia nacional e por isso #ns foi julgada e condenada condenada por uma espécie espécie de conselho de !stado. !stado. !ncontrando-se !ncontrando-se pois o rei em 9ontemor-o-&el 9ontemor-o-&elho, ho, resolveu ir a $oimbra acompanhado de gente sua, sua, que que dever deveria ia e4ecu e4ecuta tarr a sent senten1 en1a. a. #ns #ns,, logo logo de prin princí cípi pio, o, perc perceb ebeu eu as inten1:es de %.Afonso #&, e tais s8plicas fe3 que o abrandou. 9as, quando este se reti retira rava va,, apert apertar aram am com com ele ele os cons consel elhe heir iros os;; on1alves mandaram e4ecutar a condenada. / infante, furioso, revoltou-se contra o pai; dois anos depois subia ao trono; e, passado tempo '()?@, em $antanhede e em $oimbra, na presen1a de tabeliães e muitos homens da sua corte, declarou solenemente que casara com a sua amada, o que sempre conservara secreto para evitar desgostos ao seu pai. 2ão se limitou porém a isso obteve do rei de $astela a entrega dos assassinos, que andavam fugidos naquele reino, e mandou mat5-los na sua presen1a, tirando-se a um o cora1ão pelo peito, e ao outro, pelas costas. A tragédia Castro est5 dividida em cinco actos ( Acto. #ns, confiante, fala com a ama e quase chora de felicidade, por o #nfante lhe ter garantido que ninguém atentar5 contra o seu amor. !4p:e, em visão retrospectiva, as passadas rela1:es com %.0edro. !m outras cenas, vemos o #nfante a dialogar com o secret5rio. !nquanto %.0edro dei4a gritar bem alto seu cora1ão apai4onado, o secret5rio profere palavras ditadas pela sã ra3ão. * Acto. /s $onselheiros altercam com o rei %.Afonso #&. #nsistem que o monarca pode matar qualquer s8bdito, mesmo que duvide da justi1a com que o fa3, desde que isso seja 8til ao bem comum. comum. / monarca monarca não concorda concorda com esta doutrina doutrina e teme que a Bistória Bistória e %eus o julguem injusto. 7uase que lavando as mãos como 0ilatos, consente que os conselheiros prendam #ns. ) Acto. #ns conta 6 ama um sonho cruel. / coro pressagia uma desgra1a. C Acto - #ns est5 perante o rei. Advoga a sua causa, interpondo os filhos. + Acto. #ns é morta e um mensageiro leva a triste nova ao #nfante. Demidoido, %.0edro profere um dolorido monólogo. (
Caractéristicas
%e acordo com os modelos grego-latinos, António Ferreira não perde tempo a mostrar os antecedentes da ac1ão. Eimita-se a enunci5-los no di5logo de #ns com a ama, no ( acto. %epois, o autor encaminha a ac1ão para a desgra1a final com a rapide3 e4igida pela tragédia quanto mais r5pido o desenlace, tanto mais a obra ganha em bele3a. A ac1ão da pe1a é essencialmente psicológica o conflito d5-se entre o amor e o dever. / autor usa os moldes estéticos italianos, baseados em modelos helénicos verso branco decassil5bico, entremeado, nos coros, com os de C e ? sílabas. %e ve3 em quando, o verso é rimado. B5, pois, grande variedade métrica e rítmica. As personagens e os lugares não são da #dade 9édia, mas sim do século . /s humanistas desdenhavam a cor local e a pintura de cen5rios que não fossem do seu tempo. $omo na tragédia grega, encontramos longos recitativos corais no fim de todos os actos párodos, no fim do (, stasima, nos finais dos *, ) e C. 0equenas interven1:es do coro no meio das cenas lembram os chorica. Degundo a estética grega, os coros finais dos actos dividem-se em dois coro e anticoro. /s elementos tr5gicos #ns e %.0edro desafiam, com a sua conduta, a moralidade p8blica e os poderes constituídos 'hibris; sobre eles, então, gradualmente 'climax, o espectador v cair um sofrimento inevit5vel, que se adensa cada ve3 mais ' pathos; e a li1ão moral do crime castigado não pode dei4ar de purificar a assistncia 'catharsis. 7uanto 6s trs unidades unidade de ac1ão 'a f5bula é simples, unidade de tempo 'entre o princípio e o fim da ac1ão, o tempo não ultrapassa a tarde de um dia e a manhã e a tarde do seguinte. Apenas a unidade de lugar não é observadao (, ) e C actos passam-se em Danta $lara; o * em 9ontemor, o +, num ermo dos arredores de $oimbra.
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